Escrevo o meu livro à beira mágoa- análise.docx

March 11, 2018 | Author: Filipa | Category: Portugal, Poetry, Love, Religion And Belief
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Apresentação sobre a “Mensagem” Nomes: Filipa Sousa, nº7 Luís Pedro, nº14 Marco Castro, nº16 Tiago Silva, nº28

A “Mensagem” é constituída por três partes e cada uma delas tem sub-capítulos. A primeira parte é o “Brasão” onde desfilam os heróis lendários, desde Ulisses a D. Sebastião. É constituída por cinco sub-capítulos: “Os Campos”, “Os Castelos”, “As Quinas”, “A Coroa” e “O Timbre”. A segunda parte é o “Mar Português”, com poesias inspiradas na ânsia do Descobrimento e o esforço heróico da luta contra o mar. A terceira parte é o “Encoberto” e tem como epígrafe “PAX IN EXCELSIS”, que signidica “paz nas alturas”. O seu tema é o Quinto Império e o Desejado que há-de vir para o tornar realidade. Tem três partes, a primeira, “Os símbolos” trata da simbologia do tema, D. Sebastião, o rei que morreu na terra, mas nasceu para o mito com a promessa, que outros firmaram por si, de voltar para conduzir a nação à glória. O segundo sub-capítulo, é “Os avisos” é de interpretação mais imediata, tratando daqueles que anunciam a vinda do “Messias” português. O terceiro e último sub-capítulo é “Os tempos”.

Escrevo meu livro à beira-mágoa. Meu coração não tem que ter. Tenho meus olhos quentes de água. Só tu, Senhor, me dás viver.

Só te sentir e te pensar Meus dias vácuos enche e doura. Mas quando quererás voltar? Quando é o Rei? Quando é a Hora?

Quando virás a ser o Cristo De a quem morreu o falso Deus, E a despertar do mal que existo A Nova Terra e os Novos Céus?

Quando virás, ó Encoberto,

Sonho das eras português, Tornar-me mais que o sopro incerto De um grande anseio que Deus fez?

Ah, quando quererás, voltando, Fazer minha esperança amor? Da névoa e da saudade quando? Quando, meu Sonho e meu Senhor? 1. Situe, justificando, o texto na estrutura externa da obra a que pertence. Este poema insere-se na terceira parte - “O Encoberto” da obra “Mensagem” de Fernando Pessoa fazendo parte do subcapítulo “Os Avisos”e tal é percetível devido ao desejo do poeta que era o “Encoberto”, D. Sebastião regressasse para ajudar à mudança de Portugal. É também nesta parte que Fernando Pessoa, a voz deste poema, anuncia a chegada do V Império que se encontra ligado a D. Sebastião. 2. Divide o poema em duas partes e justifica esta divisão com base em critérios temáticos e linguísticos. O poema pode dividir-se em duas partes:  A primeira parte é constituída pelos primeiros 6 versos pois é nela em que o poeta nos fala da sua tristeza (“Escrevo meu livro à beira-mágoa. / Meu coração não tem que ter. / Tenho meus olhos quentes de água.” - vv.1-3) e da única solução para combater a sua dor- a crença num “senhor” que é a única entidade capaz de lhe devolver a confiança no futuro e de preencher os seus “dias vácuos” (“Só tu,

Senhor, me dás viver.” – v.4). Ainda na primeira parte , predomina o presente do indicativo com o intuito de traduzir que a situação atual do poeta vem-se arrastando desde o passado e que tem todas as probabilidades de continuar no futuro, as frases são do tipo declarativo e também é de realçar a relação eu/tu;  A segunda parte inicia-se com a conjunção adversativa “Mas” (v.7) e prolonga-se até ao final do poema. É constituída por uma série de perguntas introduzidas pelo advérbio “Quando” e dirigidas a essa entidade mítica apelando para a sua vinda rápida pois essa seria a única forma do sujeito poético materializar os seus sonhos e de se libertar do incerto, e de alcançar uma “Nova Terra” e “Novos Céus”. 2.1

Indica os sentimentos predominantes em cada uma

das partes. Há um contraste nas duas partes do poema, em que, na primeira parte os sentimentos predominantes são a mágoa, a tristeza, o abatimento, o desgosto, a solidão, a dor e o desalento. Já na segunda parte os sentimentos predominantes são o desejo, a esperança, a ânsia e a vontade. 3. Identifica o interlocutor do sujeito poético, fazendo um levantamento dos diferentes nomes usados para o referir. O interlocutor do sujeito poético é D. Sebastião e os diferentes nomes usados para o referir são: “Rei”, “Hora”, “Cristo”, “Encoberto”, “Sonho” e “Senhor”.

4. Nomeia duas figuras de retórica usadas no poema, explicando-as e transcrevendo as expressões nas quais estão presentes. Ao longo do poema estão presentes algumas figuras de retórica, e duas delas são, por exemplo, as interrogações retóricas e a repetição. As interrogações retóricas presentes nos versos “Fazer minha esperança amor?”, “Da névoa e da saudade quando?”, “Quando, meu Sonho e meu Senhor?” remetem para a ansiedade crescente que D. Sebastião volte e que seja capaz de mudar a situação presente. Já a repetição do advérbio “Quando” nos versos “Quando é o Rei?” (est.2 v.4) e “Quando virás a ser o Cristo” (est.3 v.1) tem o intuito de intensificar o desejo de que D. Sebastião volte.

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