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PLANTAS MEDICINAIS ANTIDIABÉTICAS
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Coordenador: Lui Antonio Raneiro de Bragança Mestre em Endcrinlgia pela Universidade Federal d Ri de Janeir (UFRJ). Pressr assistente de Farmaclgia d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Fundadr d Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF, nde vem desenvlvend pesquisas sbre plantas medicinais úteis n tratament de denas endcrinas e metablicas. Subchee d Departament de Fisilgia.
Colaboradores: Marília Martins Guimarães, dutra em Endcrinlgia, é pressra e crdenadra adjunta d curs de ps-gradua em Endcrinlgia da Universidade Federal d Ri de Janeir. Fernando Cesar Raneiro de Bragança é médic sanitarista e pressr assistente d Institut de Saúde da Cmunidade d Centr de Cincias Médicas da Universidade Federal Fluminense e mestre em Educa pela UFF. Especialista em Hmepatia pel Institut Hahnemannian d Brasil e em Medicina Scial e Preventiva pela UFF. Paulo Cesar Ayres Fevereiro é pressr adjunt de Btânica Terrestre. Atualmente chea Setr de Btânica d Departament de Bilgia Geral d Institut de Bilgia da UFF. Paulo José Siel é mestre em Biquímica pela Universidade Federal d Ri de Janeir e pressr adjunt de Farmaclgia d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense. Fundadr d Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF. Endereço para o envio de contribuiçes (relato de casos, eperincias pessoais etc.): PRoF. LUIz ANToNIo RANzEIRo DE BRAGANçA Institut Bimédic da UFF (Departament de Fisilgia) Rua Ernani Mel, 101 - Centr - Niteri - RJ CEP 24210-130 - Fa (021) 620-5966 E-mail: mflui@vm.u.br
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Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança (Coordenador)
PLANTAS MEDICINAIS ANTIDIABÉTICAS uma abordagem multidisciplinar
EDIToRA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Niteri, RJ — 1996
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Cpyright © 1996 by Lui Antni Raneir de Bragana Direits desta edi reservads à EDUFF - Editra da Universidade Federal Fluminense - Rua Miguel de Frias, 9 - ane - sbrelja - Icaraí - CEP 24220-000 - Niteri, RJ - Brasil - Tel.: (021) 620-8080 ramais 200 e 353 - Fa: (021) 620-8080 ramal 356 É pribida a reprdu ttal u parcial desta bra sem autria epressa da Editra. Edi de tet: Ia Quelhas Prjet grác e editra eletrônica: Jsé Lui Stalleiken Martins Capa: Marci André Baptista de oliveira Digita: Khátia M. P. Maced, Jussara M. Figueired e Juraciara Ribeir Revis: Sônia Peanha Supervis gráca: Rsalv Pereira Rsa Crdena editrial: Dami Nasciment Ilustraes da capa (n sentid hrári): Ft 1 - Pata-de-vaca (Bauhinia orcata): a planta antidiabética pssivelmente mais usada e já estudada n Brasil. Ft 2 - Plantas medicinais epostas venda: n apenas n interir, mas também ns centrs urbans, plantas s ppularmente cnhecidas cm medicinais e cmercialiadas. É grande a prcura. Ft 3 - Melão-de-são-caetano (Mormodica charantia): é apntada cm a planta antidiabética mais usada n mund td. Diverss estuds já ram realiads, especialmente na Índia. Ft 4 - Cajueiro (Anacardium occidentale): a t mstra sinais d risc da etin de algumas espécies de plantas medicinais. É etrativism pela divulga ds seus beneícis sem s cuidads de preserva.
Catalogação-na-onte P713
Plantas medicinais antidiabétic asi:iuma abrdagem multidiscip linar. Lui Antni Raneir de Bragana, crdenadr. — Niteri : EDUFF, 1996. 300 p. ; 21 cm. Bibligraa : p. 285 ISBN 85-228-0168-1 1. Plantas medicinais. I. Bragana, Lui Antni Raneir, crd. CDD 633.88
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Reitr Lui Pedr Antunes Vice-Reitr Fabian da Csta Carvalh Diretra da EDUFF Eliana da Silva e Sua Cmiss Editrial Anamaria da Csta Cru Gilbert Pere Cards Gilda Helena Rcha Batista Herald Silva da de Csta Matts Ivan Ramalh Almeida Luia de Maria Rdrigues Reis Maria Guadalupe C. Piragibe da Fnseca Paul Aeved Beerra Rbert Kant de Lima Rbert ds Sants Almeida Vera Lucia ds Reis http://slidepdf.com/reader/full/ervas-is-diabetes
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SUMÁRIO Preácio .....................................................................................7 ............................................................................9 Apresentação Lui Antni Raneir de Bragana 1 Plantas medicinais: conceitos e beneícios ....................15 Lui Antni Raneir de Bragana 2 Consideraçes sobre o histórico dos medicamentos e plantas medicinais .......................................................27 Fernand Cesar Raneir de Bragana 3 Aspectos botânicos ..........................................................53 Paul Cesar Ayres Fevereir 4 Diabetes mellitus: diagnóstico e recursos teraputicos ...............................................69 Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares 5 Aspectos gerais no preparo e controle de qualidade de plantas e toterápicos hipoglicemiantes ............103 Paul Jsé Siel 6 Estudos etnoarmacológicos plantas medicinais e antidiabéticascom .......................................123 Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana 7 Plantas brasileiras usadas no tratamento do diabetes .................................................................143 Lui Antni Raneir de Bragana 8 Plantas antidiabéticas no mundo .................................181 Lui Antni Raneir de Bragana 9 Estudos armacológicos de plantas antidiabéticas .....215 Lui Antni Raneir de Bragana 10 Fitoquímica e mecanismo de ação das plantas antidiabéticas .............................................................241 Lui Antni Raneir de Bragana 11 Consideraçes nais ......................................................261 Lui Antni Raneir de Bragana Sumário de estudos cientícos com plantas antidiabéticas ...........................................273 Reerncias bibliográcas ....................................................285
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LISTA DE ABREVIATURAS UTILIzADAS ALAD DMID DMNID GJ
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Asscia Latin Americana de Diabetes Diabetes Mellitus Insulindependente Diabetes Mellitus N-Insulindepentende Glicemia de Jejum
EV HbA 1c Ho IP oMS SC
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Endvensa Hemglbina Glicsilada A 1c Hipglicemiante oral Intraperitneal organia Mundial da Saúde Subcutânea
STz ToTG UFF UFRJ
-
Strepttcina Teste oral de Tlerância à Glicse Universidade Federal Fluminense Universidade Federal d Ri de Janeir
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PREFÁCIO Diabetes mellitus é um desa mundial à pesquisa. Durante muits ans as investigaes caíram sbre a célula beta pancreática. Se n tip I ist é uma verdade, tal at n pde ser etraplad para tip II, nde a secre de insulina é nrmal, trnand-se anrmalmente elevada para superar a resistncia periérica, seja em nível de receptr u ps-receptr, na tentativa de sustentar uma nrmglicemia. Cm avan da bilgia mlecular, cnseguiu-se avanar estuds e bservar sb a tica d ps-receptr, que abre estes uma lu de cnheciments na etipatgenia desta mléstia e, cnseqentemente, avans na teraputica. os eeits medicamentss em nível ps-receptres reqentemente n s bservads agudamente, já que envlvem uma série de reaes em cadeia, até transcries nucleares em nível de DNA, RNA, dierind de uma secre de insulina, nde blquei de canal de ptássi é suciente para sua Pr este mtiv, s secre. trabalhs realiads pr pesquisadres na tentativa de bter nrmalia da glicse sangínea na rma aguda, cm as plantas medicinais, prvavelmente racassaram e racassar sempre que princípi ativ seja em nível ps-receptr. Este trabalh tra uma valisa cntribui cientíca, cm um desa para que tds s que lidam nesta área se engajem na luta para que pssams alcanar uma u mais alternativas teraputicas, utiliand plantas medicinais quetenham as cnrmaes t bem estabelecidas n Capítul 5, nde pressr Paul Jsé Siel, cm uma linguagem simples, elucida s aspects gerais n prepar e cntrle de qualidade de plantas e tterápics hipglicemiantes. Tenh a cnvic de que este bjetiv será alcanad, prque seu autr é um pesquisadr bstinad pels seus ideais e, cnseqentemente, tds s diabétics ser beneciads, pis eles s, em última análise, s beneciáris nais. Pr. Hnmar Ferreira de Sua Titular de Endcrinlgia da UFF
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“O Senhor produziu da terra os medicamentos. O homem sensato não os desprezará.” Eclesiástico 38, 4
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APRESENTAÇÃO Há séculs as plantas vêm send usadas cm nte de medicaments, muits deles ainda btids de ervas. Atrpina, caeína, clchicina, digital, salicilats, ópi, vincristina, quinina e biguanidas sã apenas alguns entre tants ármacs incrprads as receituáris médics, mas inúmers utrs, de nte vegetal inexplrada, estã à espera d interesse de quem s pssa revelar (AKERELE, 1992). Até mesm hrmônis (cm esteróides sexuais utiliads em preparações de cntraceptivs rais) e antimalárics para rmas resistentes (cm a1978 artemisinina) pdem extraíds de plantas. (KoRoLKoVAS, ; PEREIRA, 1986ser; SoEJARTo, 1978) A despeit d precnceit de muits cientistas, pv permanece utiliand-se de plantas medicinais cm a mesma cnança cm que aceita a prescriçã d dutr. o diabetes mellitus (DM) é uma dença cmum, cuja classicaçã atual inclui, segund a organiaçã Mundial da Saúde, tips cm: insulindependente (DMID), nã-insulindependente (DMNID) e que se asscia cm estads de desnutriçã (LLANoS, 1995). Antes da descberta da insulina, as preparações btidas de plantas eram, praticamente, únic recurs n diabetes além da dieta. Segund Pric (1986), primeir princípi ativ cm prpriedade hipglicemiante, descbert pr mei de pesquisas cientícas i a galegina, um derivad da guanidina, extraíd da Galega cinalis. os resultads desta pesquisa mtivaram estuds subseqüentes e a descberta das primeiras biguanidas. Levantaments bibligráics, realiads em td mund, destacam us de plantas n tratament d diabetes, cm s trabalhs de Shara (Egit, 1963), Csta (Brasil, 1975-1977), Bever (Árica ocidental, 1980), Mrrisn (Jamaica, 1982), Al-Awadi (Kwait, 1985), Pric (Iugslávia, 1986), Yaniv (Israel, 1987), Ivrra (Espanha, 1989). Na medicina ppular de diverss países sã empregads um grande númer de ervas e/u seus extrats. Entretant, apenas uma minria, submetida à investigaçã armaclógica padrniada, apresentu resultads reprduíveis, devid às peculiaridades inerentes as estuds de plantas medicinais que serã discutidas neste trabalh. Muitas plantas sã ppularmente relacinadas a tratament d Voltar para o sumário
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diabetes n Brasil, destacand-se: abagerú, bardana, cajueir, carambla, carqueja, dente-de-leã, estévia, eucalipt, gravila, jamb, jamblã, jucá, melã-de-sã-caetan, pata-de-vaca, pedra-hume-caá, e sálvia. destes recurss tterápics variaquixaba, entre s rmã estads, regiõesAe lista países, infuenciada pr questões culturais, climáticas etc. Algumas já mereceram estud cientíc, mas sbre a mairia delas ainda inexistem inrmações quant à armaccinética, rientaçã pslógica adequada, txiclgia e armacdinâmica (mecanism de açã). Até hje, n Brasil, s médics e a ppulaçã em geral carecem de inrmações bjetivasEnquant e segurasiss, sbreinúmers s recurss tterápics para diabetes mellitus. pacientes persistem n us de chás de plantas para ‘tratar’ a dença, baseand-se na chamada sabedria ppular, aguardand quem as queira e pssa estudar, prtant cnhecê-las cienticamente, separand em denitiv mit da realidade quant as seus riscs e beneícis. Algumas teses de mestrad cmprvaram eeit hipglicemiante de plantas brasileiras em animais de labratóri, a exempl ds trabalhs da dra. Úrsula Grüne, 1979, cm a pedra-hume-caá (Myrcia multifra, Lam.); d dr.em Denir Ngueira, em 1984, cm a rmã (Punica granatum, Lin.) e d dr. Giuseppe Presta, em 1986, cm abageru (Chrisbalanus icacc, Lin.), realiads na UFRJ. Merecem destaque s nmes d Dr. Nun Álvares Pereira (Farmaclgia) e d Dr. Walter Mrs (Fitquímica), que dedicam suas vidas a estud cientíc de plantas medicinais. Tive a hnra de ingressar n curs de mestrad em Endcrinlcmemmédic gia, 1992, mtivad e dcente.pel Busquei desej a Universidade de prsseguirFederal minha rmaçã d Ri de Janeir pel elevad padrã cientíc e étic que pssui. N decrrer d mestrad, prssegui cm as atividades de pressr auxiliar de Farmaclgia, ltad n Departament de Fisilgia, d Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense. Cm mnitr dessa disciplina, durante três ans, aprendi a respeitar valr das plantas medicinais que, a lng da história da medicina, rneceram inúmeras drgas até hje empregadas na terapêutica. N Institut Bimédic, ui alun e mnitr d sauds pressr Rched Seba, titular de Farmaclgia, ex-diretr cientíc d Institut Vital Brail, que, dentre muits, dedicu-se a estud das prpriedades medicinais d curare e da reserpina. Voltar para o sumário
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Net de diabétics, cnvivi de pert cm drama e as limitações d tratament da dença, em especial cm a triste evluçã da neur e angipatias. Assisti, já acadêmic de Medicina, as relats de uslivrs de chás para ‘tratament’ d diabetes mellitus,deignrads pels médics, mas uma realidade n ctidian milhares de vítimas da dença. Impressina-me, e, de cert md, me causa estranhea a rma cm assunt pde ainda hje ser tratad: cm precnceits, cm se sse puc relevante at de que inúmers pacientes utiliam plantas medicinais há sucessivas gerações. Em verdade, este é um tema merecedr de atenções especiais da Medicina. curs de Neste cntext mestrad é que emsurgiu Endcrinlgia, meu interesse cnciliar de, acm Farmaclgia alun d e estud das plantas medicinais úteis n tratament d diabetes mellitus. o meu bjetiv i cntribuir cm uma revisã sbre assunt, prvcand estuds mais aprundads. Vlt a expressar este pensament nas cnsiderações nais deste trabalh: desej de que este livr seja um cnvite para que grups de pesquisa clabrem n esclareciment de diversas questões sbre as plantas antidiabéticas. Empenh-me em undamentar nsss trabalhs n caminh da ética médica, de cumprir jurament de Hipócrates e seguir as rientações de meu primeir mestre, meu pai, Pr. Waldenir de Bragança (titular de Medicina Scial da UFF), de valriar at médic e a pesquisa cientíca em sua essência ética vinculada à técnica. Cnsiderams que ba parte ds serviçs de Endcrinlgia e Metablgia, cm s da UFF e da UFRJ, abrigam cndições de excelência realiaçã dedas prunds estuds que(até cntribuam na deniçãpara ds alimites d us plantas medicinais nde sã placebs u drgas ecaes e seguras, pr exempl) n tratament d diabetes e suas cmplicações. Seguims, assim, a recmendaçã da organiaçã Mundial da Saúde, que já sensibiliu pesquisadres em td mund e cntinua estimuland estuds, n mesm sentid, em suas diversas publicações. Nvas pesquisas vêm send desenvlvidas n sentid de cnhecer princípi ativ e mecanism de açã hipglicemiante de plantas, bem cm n de cntribuir n tratament das cmplicações d diabetes. (ALAWADI, 1985 ; SoUzA, 1986 ; MARLES, 1994) Voltar para o sumário
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Bever (1980) sugere que mesm paciente pde ser tratad cm mais de uma planta, capaes de intervir sinergicamente em dierentes sítis d metablism da glicse. Em 1990, i realiad um estud epidemilógic em 9 capitais brasileiras que apntu, na aixa etária de 30-69 ans, maires taxas de diabetes para as cidades mais industrialiadas. A incidência de DMID (insulindependente) em Sã Paul i de 7,6 cass/100 mil habitantes n períd de 1987-1991. (LLANoS, 1995) Pr utr lad, a prevalência d DMNID (nã insulindependente) n Ri de Janeir é de 7, 1%, estudada pel Pr. Jsé Egídi oliveira (Dutr em Endcrinlgia pela UFRJ), em 1992, send oMS. (oLIVEIRA, semelhante à taxa nacinal, 1992) de 7,5%, utiliand-se s critéris da Cerca de 20 bilhões de dólares anuais sã gasts ns EUA (e cm estimativa ainda mair ns demais países da América), cm tratament (direts) e a carga scial (indirets) desta imprtante causa de incapacidade e mrte prematura. (LLANoS, 1995) Ist bastaria para justicar um mair interesse ds pesquisadres na descberta de alternativas terapêuticas para s diverss tips de apresentaçã d diabetes mellitus. Pelas raões expstas anterirmente, destacams s seguintes s bjetivs d presente livr: apresentar as plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes n Brasil e n mund e as que tiveram cnrmaçã experimental; erecer uma sinpse de estuds cientícs realiads cm plantas ‘antidiabéticas’ e s mecanisms de açã já denids; alertar a ppulaçã e a equipe de saúde quant as riscs d us indiscriminad de recurss vegetais n diabetes sem acmpanhament médic e a realiaçã de exames cmplementares. buscar mair api das universidades e centrs de pesquisa d país para estud das plantas brasileiras antidiabéticas. L. A. R. B.
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“A medicina moderna tem muito que aprender com o apanhador de ervas.”
Halfdan Mahler
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1 PLANTAS MEDICINAIS: CONCEITOS E BENEFÍCIOS Lui Antni Raneir de Bragana
1 CONCEITOS GERAIS Entende-se pr planta medicinal qualquer vegetal prdutr de drgas u de substâncias biativas utiliadas, direta u indiretamente, cm medicament. os cmpsts químics (u grups destes) que cnstituem s princípis biativs das drgas n s mers subprduts d metablism secundári das plantas que s prduem. Na verdade, representam respstas químicas ds seus mecanisms de intera cm ambiente. Segund Pires (1984), metablism secundári das plantas seria cmparável a sistema imunlgic u a cmprtament ds animais. A variedade de substâncias químicas prduidas pelas plantas é eplicada pel at de serem elas rganisms estátics e precisarem, cnseqentemente, de utrs agentes. Para a plinia e dispersdede sementes prduem atrativs e repelentes para deenderem-se predadres. Desta rma é que se trnam relevantes as inrmaes sbre nde e quand a planta i btida, uma ve que pdem surgir dierenas marcantes nas cncentraes ds princípis ativs quand nativa de uma regi (aclimatada) u quand cultivada, devid à infuncia d sl. Ist também crre cm a quest sanal, prque vegetal pderá ser clhid num estági de fra desavrável. (MoDESTo-FILHo, 1989) “Para cada dena eiste uma planta” (ANDERSoN, 1983). Quant a diabetes mellitus este prvérbi russ encntra respald em um grande númer de plantas que, pr diversas raes, s utiliadas n tratament e pr iss chamadas de antidiabéticas. Na pini d Pressr Abreu Matts (Titular de Farmacgnsia da Universidade d Ceará), a epress plantas medicinais é, de cert md, inadequada, pr abranger em seu cntet s cnceits de usuáris ds dierentes culturais.daVerdadeiramente medicinais s aquelas que, emníveis cnseqncia eperimenta cientíca, tiveram cmprvadas suas aes armaclgicas e, prtant, pdem ser usadas diretamente na teraputica u servir
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de matéria prima para abrica de medicaments. (MAToS, 1982) Sb critéri da Lei rancesa, s cnsideradas medicinais as “plantas n alimentícias de eeit teraputic cmprvad” e inscritas na sua Farmacpéia. (DADoUN, 1983, p. 86) Segund Bannerman(1982), muits terms s empregads cm sinônims de medicina tradicinal. Na verdade, um cnjunt de práticas de aten de saúde antigas e vinculadas a distintas culturas que eistiam antes de se aplicar a cincia às questes de saúde. Assim, a epress medicina tradicinal é imprecisa, a eempl de: indígena, n rtda, ppular, marginal e n-cial u mesm de curandeira s denminaes inadequadas, pis n aem a devida distin entreasistemas aten eà asaúde cmplets cmples, tais cm medicinadeayurveda medicina chinesae tradicinal, de um lad, e s simples remédis caseirs, de utr. Cmumente, s cnundidas duas cincias distintas: a Fitterapia e a Farmacgnsia. A primeira signica estud e utilia de vegetais cm bjetiv de curar enermidades. Já a Farmacgnsia destina-se a cnhecer a rigem ds ármacs, nde rein vegetal assume destaque, rente às ntes minerais e animais. (GUAGLIo, 1985) Neste uma planta é pesquisada cme recurs teraputic, para cas, islament de princípi(s) ativ(s) utura síntese e prdu industrial. As plantas, isladas u em cmbina, pdem ser empregadas de dierentes maneiras, cm ps e macerads (em geral para us tpic) e inus u decc (para administra ral, ppularmente cnhecidas cm chás). As pssíveis rmas de prepar e utilia das plantas medicinais ser discutidas adiante. os estuds baseiam-se na cnsulta ppular sbre us etnarmaclgics das plantas n tratament de enermidades, cm diabetes mellitus, embra muitas ainda aguardem cnrma cientíca para que se recmenda através de sucessivas geraes. Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF, 1963), Espanha (IVoRRA, 1988), Israel (YANIV, 1987), Jamaica (MoRRISoN, 1982), países da Árica (BEVER, 1989), Índia (ATIQUE, 1985 ; ALAM, 1990), China (ESSMAN, 1984 ; MAToS, 1989), Guatemala (CÁCERES, 1983), Méic (PÉREz, 1984), Paquist (RAHMAN, 1989) e Inglaterra (BAILEY, 1989). Um bm númer de plantas nacinais s cmercialiadas devid às suas prpriedades medicinais, sem sequer pssuir mngraa
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que permita sua identica adequada. (oLIVEIRA, 1977; PANIzzA, 1982) Recentemente, a Secretaria de Vigilância Sanitária d Ministéri da Saúde, “cnsiderand a situa crítica em que se encntra tterápics n a Prtaria nº 123, de mercad 19/10/94,deestabelecend asBrasil”, nrmaspublicu para registr de prduts tterápics em td país e padrniand cnceit de prdut tterápic, drga vegetal, dentre utrs. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1994) Seguind as recmendaes d Grup de Estuds de Prduts Fitterápics da CRAME (Faculdade de Farmácia da Universidade Federal d Ri Grande d Sul), decret dene alguns terms que d uma vis mais ampla sbre a cmpleidade da tterapia.
Prdut tterápic: é td medicament manuaturad btid eclusivamente de matérias-primas ativas vegetais, cm a nalidade de interagir cm meis bilgics, a m de diagnsticar, suprimir, reduir u prevenir estads e maniestaes patlgicas, cm beneíci para usuári. É caracteriad pel cnheciment da ecácia e ds riscs de seu us, assim cm pela reprdutibilidade e cnstância de sua qualidade; é prdut nal acabad, embalad e rtulad. Substâncias ativas isladas u misturas btidas pela adi de substâncias ativas isladas n s cnsideradas prduts tterápics. Prduts que apresentem a adi de substâncias ativas de utras rigens n s cnsiderads prduts tterápics. Adjuvantes armacutics pdem estar incluíds na prepara. Matéria-prima vegetal: drga vegetal u prepara tterápica, empregada na abrica de tterápics. Drga vegetal: é tda planta u suas partes, rescas u que aps srer prcess de cleta e cnserva, pssuam prpriedades que pssibilitem seu us cm medicament. Prepara tterápica: é prdut vegetal triturad, pulveriad, rasurad; etrat, tintura, le essencial, suc e utrs, btid de drgas vegetais, através de peraes de racinament, etra, purica u cncentra, utiliada na bten de prdut tterápic. Princípi substância u grup delas, químicamente teriadas, ativ: cuj eeit teraputic é cnhecid e respnsável,caracttal u parcialmente, pelas aes armaclgicas da planta medicinal.
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2 AS OPINIõES DA ORGANIzAÇÃO MUNDIAL DA SAúDE E DO MINISTÉRIO DA SAúDE o reinevegetal tem servid cm um das ntes de drgas representa um verdadeir tesur destasmais em antigas ptencial. (SoEJARTo, 1978) “Desde a aurra ds temps hmem tem se valid de planta e ervas para curar denas e sanar leses”. Sensibiliadas pel valr da tterapia, diversas agncias da organia das Naes Unidas uniram-se para a prdu de um lme “Medicina herblária: realidade u c ?”, visand cnscientiar públic a respeit desta rica nte de saúde. (AKERELE, 1983) Segund Farnswrth (1985), perit da oMS, a fra da mairia ds países em desenvlviment permanece em grande parte ineplrada d pnt de vista de sua utilia prática. A histria mstra que um grande númer de medicaments, preciss, pdem ser etraíds de plantas. o at de serem utiliadas na medicina tradicinal já indica, raavelmente, que elas merecem um estud cientíc. Ns últims ans, s especialistas vm buscand estabelecer lugar das plantas na medicina tradicinal ns sistemas de saúde mderns, nde seria pssível e benéc um enriqueciment recíprc entre as “duas medicinas”. (ALUWIHARE, 1982 ; ANDERSoN, 1983 ; BANNERMAN, 1977 ; DEMEHIN, 1984 ; FARNSWoRTH, 1983 ; LEE, 1982) De 1965 a 1983, Institut Nacinal d Câncer ds EUA eaminu mais de 73 mil plantas em busca de prpriedades antineplásicas. Segund Bannerman,puderam especialista em plantas da oMS, algumas substâncias ser btidas, a eempl dsapenas alcalides da vinca, as pdlatinas e a clchicina. Prvavelmente um melhr cnheciment sbre a bilgia básica d câncer e um cntat mair cm s que eercem a medicina tradicinal (prévi a estud e cm inrmaes mais detalhadas sbre empreg destas ervas) pderiam ter cntribuíd para um mair rendiment cientíc ds estuds. (BANNERMAN, 1982) Em mairia, países em desenvlviment em áreassua trpicais u s semitrpicais. Em geral sua frasituam-se é abundante e a cultura e a histria d pv s ricas n us de plantas que aliviam u tratam denas. Evidentemente, at de uma planta
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ser cnsiderada útil para uma dena especíca n justica sua aceita cm mei teraputic válid para td país, arma Farnswrth. (1983) Muits Ministéris da Saúde, especialmente ns países em desenvlviment, estimulam a análise cuidadsa de pes e decces, usadas pels chamads curandeirs, para determinar se seus ingredientes tm pderes curativs que a cincia n percebeu. N cnceit da oMS, us judicis de ervas, ungs fres, ruts e raíes em aten primária à saúde pde representar imprtante cntribui à redu das despesas d mund em desenvlviment cm remédis. (MAHLER, 1977) Estima-se que eistam cerca de 250 mil a 750 mil espécies de vegetais superires à fra, das quais muitas ainda n ram bjet de uma descri cientíca. Segund Farnswrth (1984), se n é pssível determinar cm eatid quantas destas espécies s utiliadas na medicina tradicinal, pde-se estimar uma prpr de cerca de 10%, que seriam 25 mil a 75 mil espécies. Entretant s trabalhs cientícs, até 1984, recnheciam um autntic valr teraputic em cerca de 1% destas espécies (de 250 a 750daplantas). N Departament Farmaclgia e Farmacgnsia Universidade de Illinis, nsdeEUA, uncina um banc de dads sbre a química e armaclgia ds prduts naturais, NAPRALERT (Natural Prducts Alert), também utiliad pel prgrama especial da oMS de desenvlviment e rma para a pesquisa em reprdu humana. Muits países, cm: Israel, China, Índia e Arábia Saudita e Brasil pssuem centrs de pesquisa envlvids na busca d islament de princípis ativs de plantas medicinais nativas e estabelecer uma rela cm a indica u empreg teraputic. (ALYAHIA, 1982 ; BETToLo, 1981 ; JINGxI, 1983 ; SILVA, 1982 ; SIMõES, 1979) N Vietnam, 80% ds remédis riginam-se de plantas e cada aldeia cnta cm seu prpri dispensári vegetal. (AMPoFo, 1977) Nas Filipinas, eistem mais de 10 mil espécies de plantas superires, das quais cerca de 1.300 tem sid utiliadas cm medicinais. (BANNERMAN, 1982) As plantas a serem eaminadas pdem ser esclhidas em cada país cm base na etensa dcumenta cletada pela oMS que cmpilu uma lista de cerca 22 mil plantas medicinais presentes em várias armacpéias e em utrs trabalhs realiads a nível reginal e mundial. (BETToLo, 1981) Voltar para o sumário
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As plantas medicinais tm sid tema central de cngresss nacinais e internacinais, cm seminári crrid em Rma, rganiad pel Institut Ítal-Arican de Fitterapia, cm a clabra oMSdas e d gvern da Itália, reunind prssinais de inúmersda países áreas de antrplgia, btânica, química, armaclgia, armácia e medicina. (BETToLo, 1981) Em 1989, crreu n Brasil I Simpsi Brasil-China de Prduts Naturais, cm api ds gverns ds dis países, permitind a identica de plantas cmuns e intercâmbi de eperincias. (MAToS, 1989 ; SIMPóSIo, 1989) A cada dis ans s realiads s Cngresss Brasileirs de Plantas Medicinais, cm api da SBPC (Anais Simpsi), nde mínima areqentepresena de médics e relats ded ensais clínics. osétrabalhs mente s vltads para as áreas de Farmaclgia e Fitquímica. Uma das questes que se tem ressaltad é a necessidade de prte das plantas de sua etin quand estas se trnam matéria bruta para ns industriais. Em 1983 i eita uma cmpara quant a númer de plantas medicinais inscritas nas Farmacpéias de alguns países desenvlvids. A Frana, que naquela cercaa de 87% das plantas cnsumidas, pssuíacasi 190; aimprtava Suécia, 180; URSS, 140; a Itália, 105; a Alemanha, 85 e a Gr-Bretanha, 80 espécies. (DADoUN, 1983) Um paralel mais ampl entre númer de medicaments, segund as ntes (animal, vegetal, etc), inscrits em trs edies da armacpéia americana (USP) e brasileira (FB), mstru uma redu de 994 espécies da primeira edi da FB para apenas 91 na terceira Ns(KoRoLKoVAS, EUA decréscim1978) i de 331, na x edi, para 103 naedi. sua xIx.
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Tabela 1 – Número de medicameNTos, seguNdo suas foNTes, iNscriTos em Três edições da farmacopéia americaNa (usp) e Nas Três edições da farmacopéia brasileira (fb)
De tdas as receitas aviadas em armácias ds EUA, entre 1965 e 1980, 25 % cntinham princípis ativs ainda etraíds de plantas. A partir destes dads, a oMS acredita que ns países em que pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia, das plantas usadas cm remédi eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983) N Brasil, Ministéri da Saúde, através da Central de Medicaments (CEME), elabru um Prgrama de Pesquisas em Plantas Medicinais e patrcinu estuds, em Centrs de Pesquisa n país, sbre a ecácia de algumas de nssas plantas medicinais. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1982, 1986) Para a oMS, tradicinal “jg de pderes” n pde impedir a legitimia da medicina em dierentes sciedades. Grande parte da atual tecnlgia de pesquisa de prduts naturais está send desenvlvida pelas grandes indústrias armacuticas. Ficarems,
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países d terceir mund, brigads a dispender nssas escassas divisas na reimprta de nssas plantas e etrats vegetais? (AKERELE, 1983 ; LozoYA, 1983) Qualquer que seja a mtiv, n entant, cert é que a medicina tradicinal permanece cm únic recurs teraputic para muits habitantes ds países em desenvlviment. As pessas que eercem a medicina tradicinal e a indígena se baseiam principalmente em plantas e ervas medicinais para a prepara de medicaments.
3 BENEFÍCIOS DO ESTUDO DE PLANTAS A Histria ds medicaments mstra que um ds beneícis das pesquisas envlvend plantas medicinais é que, em muitas casies, ela se inicia para justicar u cmprvar a indica ppular e, n decrrer ds ensais armaclgics, revela prpriedades mais imprtantes. É cas da Catharanthus rseus (pervinca u vinca-rsa), cuj estud de sua atividade hipglicemiante permitiu determinar a leucpeniante e islament de duas imprtantes substâncias, a vincristina e a vinblastina, utiliadas n tratament da leucemia. (FARNSWoRTH, 1983 ; PEREIRA, 1986) os estuds das sumarubáceas, usadas inicialmente cntra disenterias, terminaram pr revelar cmpsts prmissres para a cura da malária, a artemisina. (PEREIRA, 1986) o estud das plantas de cert permitirá ampliar, cm nvs e imprtantes agentes teraputics, s recurss para tratament de patlgias de alta prevalncia, cm diabetes mellitus, a hipertens sistmica e até mesm a malária embtidas algumas regies arterial d planeta. S eempls, as biguanidas, da Galega cinalis; a rsklina, da Cleus rskhlii, cm anti-hipertensiv e a dicrna, islada da Dichra ebriuga, cm antimaláric. (PEREIRA, 1986) Ist n quer dier que a indústria de síntese deva ser despreada, uma ve que ela prpria utilia plantas cm nte de matériaprima. Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, numa cntinuará a secmbina valer de prduts u semi-sintétics, pereita cntradeassíntese denas. (BANNERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978) Segund Peigen (1981), caraterísticas cm a ecácia na a Voltar para o sumário
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teraputica, a baia ticidade e eeits claterais trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas em tda a China. Assim, as plantas n apenas eercem um papel imprtante ns servis saúdedepública, cm também erecem uma base segura para adebusca nvas drgas pr mei da mderna pesquisa cientíca. Num país nde a fra medicinal é t rica cm nss, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria também grande vantagem ecnômica. Sua (1986) reprta que dis caminhs vm send seguids na busca de bases cientícas para empreg de ervas medicinais. De um lad, ensai clínic valend-se da clabra daqueles que já se utiliam de plantas medicinais, u que nelas cnam pela cultura ppular, e, de utr lad, s ensais armaclgics pré-clínics cm animais. Segund ele, independente de qual seja caminh, parâmetr cmumente utiliad pels pesquisadres na avalia da ecácia da planta n diabetes mellitus tem sid, quase que invariavelmente, a sua atividade hipglicemiante. Esta mentalidade é incmpatível cm s prgresss sbre a sipatlgia da dena e s nvs recurss sintétics dispníveis para tratament d diabetes mellitus e suas cmplicaes. Alguns prduts vegetais pdem apresentar eeits benécs prvcand um retard na absr intestinal de glicse pela rma de um gel intraluminal. A gma arábica e a glucmannan, carbhidrats n absrvíveis, agem pr este mecanism e reduem as futuaes ps-prandiais da glicemia. (SoUzA, 1986 ; WoLEVER, 1978) Assim send, dentre as nvas estratégias de pesquisa deve-se acrescentar a busca de cmpsts -redutase, imunssupressres etc. naturais inibidres da aldse As plantas s, cmprvadamente, nte de antinas e favnides. Estes últims mnstraram-se, in vitr, ptentes inibidres da aldse redutase n cristalin d rat e d bi. (SoUzA, 1986) Shin et al. (1993) btiveram etrats de 59 plantas amplamente prescritas na Medicina Chinesa e s utiliaram num screening preliminar de seus eeits sbre a aldse redutase d cristalin bvin, um em ptente eeit plantas ecnstatand graus variáveis utras 22. inibidr em cerca de 15 Eistem princípis ativs imunssupressres derivads de plantas, cm a ciclsprina A, etraída da Tlypcadium infatum, que Voltar para o sumário
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vem send pesquisada quant à pssibilidade de blquear a destrui aut-imune da célula beta u inibir a rejei de transplante de ilhtas. (SoUzA, 1986) Naturalmente, cust das pesquisas deste prte pdem limitar imensamente a sua realia, mas alguns destes eeits de plantas medicinais pdem ser uturamente eplrads pela indústria armacutica.
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“A história das plantas medicinais está interligada com a própria história da botânica e da medicina.” Bragança, F.C.R.
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CONSIDERAÇõES SOBRE O HISTÓRICO DOS MEDICAMENTOS E PLANTAS MEDICINAIS Fernand Cesar Raneir de Bragana
1 PLANTAS COMO FONTE DE MEDICAMENTOS o empreg ds vegetais perde-se n temp, na histria d ser human. Na busca de alívi para suas dres e enermidades, hmem i impelid, através ds séculs, a analisar s enômens da naturea e a buscar slues que ajudassem a minrar seus sriments. Suas eperincias deram lugar a métds empírics que se cristaliaram, cm passar d temp, em dierentes sistemas de prática médica (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988). o cnsum de plantas medicinais teria sid a primeira rma de us de medicament de que se tem ntícia. Muitas descbertas ram eitas pela necessidade de bter nvas ntes de aliments, mas prvavelmente um númer epressiv deveu-se à curisidade humana. os dcuments arquelgics, hje, à dispsi, s registram ats a partir d an 3.000 antes de Crist, e pssibilitam armar que muits pvs, há milnis, tinham cnheciment d pder de grande quantidade de plantas, seja pelas suas qualidades curativas, seja pr permitirem sensaes anrmais. Diversas espécies ram recnhecidas cm venensas e algumas passaram a ser utiliadas cm auiliares na caa. (IFCRJ, 1985) A histria da tterapia, a eempl da histria da cincia, n é, de rma alguma, um prcess gradual de acumula de dads e rmula de terias. A cntrári, mstra claramente uma naturea cíclica, cm estágis e características dinâmicas e especícas. Este prcess é legítim e as mudanas envlvidas pdem ser cmpreendidas e, até mesm, previstas. (GRoF, 1987) o deus egípci da medicina, Imhtep, teria vivid em trn de 3.000 a.C.. Trabalhu cm escriba, médic, chee ds leitres sagrads, sábi, arquitet, entre utras atividades. os antigs Voltar para o sumário
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egípcis, que desenvlveram a arte de embalsamar s cadáveres, eperimentavam muitas plantas, cuj pder curativ descbriam u cnrmavam. Estavam relativamente adiantads, também, na arte deacurar e usavam, das plantas armáticas, utras, cm papula, a cila,além a babsa, le de rícinmuitas etc. “Nascia, assim, a tterapia.” (BALBACH, s.d., p. 597) Admite-se que, na China, a medicina herbária tenha uma histria de quatr mil ans. Cnsiderad pai da medicina chinesa, imperadr Shen Nung teria descbert venens e eeits curativs mais de 300 espécies de plantas e escrit um tratad sbre seu us medicinal, denminad PEN TSAo (livr de ervas) “verdadeira armacpéia englbava td saber relacinad cmp.199). us de plantas cmque medicaments” (oCCHIoNI et al., 1979, E enômen se repetiu através de inúmers trabalhs realiads pr babilônis, assíris, hebreus, bem cm pr antigas civiliaes gregas e egípcias. Na medicina, s babilônis eram t adiantads quant s egípcis. N cdig de Hamurabi, encntra-se uma imprtante regulamenta sbre eercíci prssinal d médic e a prescri de remédis. A lei aprevia rigrsa puni s.d., para p.quem imprpriamente medicina. (BALBACH, 598) eercesse o at de rei Salm (970 a 931 a.C.), que “ecedeu a tds s reis da Terra tant em riqueas cm em sabedria” (I REIS 10, p. 23), arrecadar tributs d transprte de plantas e cndiments é citad na Bíblia. Entre as plantas cmercialiadas estavam a alace (Lactuca sativa, cuja a tranqiliante e imprtância nutricinal s bem cnhecidas na atualidade), a papoula (Papaver smnierum, herbácea, da qual se btém pi, empregad cm analgésic) e a mandrágora (gner de slanáceas que pde cnter atrpina, na épca utiliada em parts e intervenes cirúrgicas cm relaante e hipntic). os assíris incluíam em seu receituári nada mens d que 250 plantas teraputicas, entre as quais aar, a assa-étida, cardamn, a papula e trem. As tabuinhas sumerianas de argila registram us de ervas curativas. Aleandre cstumava agregar espécies de plantas rientais as seus despjs de guerra. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988) Na Grécia antiga, Hipcrates (460-361 a.C.), cnsiderad pai da Medicina, empregava deenas de espécies tterápicas. Hipcrates
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era criticad pela sua ecessiva cnana nas ras curativas da naturea: diia que médic deveria apenas clabrar neste prcess natural. Terast (372-285 a.C.) catalgu cerca de 500 plantas teraputica. Plíni,cnstava Velh,deque viveu n sécul Iempregadas da nssa era,nae cuja enciclpédia 37 vlumes, catalgu igualmente s vegetais úteis à Medicina. Prvavelmente, i cm base na teria de Plíni – segund a qual haveria para cada enermidade uma planta especíca – que se desenvlveu a dutrina ds signs. (BALBACH, s.d., p. 598-599) Cm a invas rmana, cnheciment acumulad pels gregs i pulveriad pr td impéri e a medicina alcanu um nv patamar. Um marc desse avan crreu em 91 a.C., quand Asclepíades apresentu a n de mléculas e átms, atribuind cnceit de saúde a seu cnstante equilíbri. o médic Pedanis Discrides, que serviu n eércit de Ner, destacu-se pr ter escrit Matéria Médica, uma cmpila de dads sbre substâncias curativas prvenientes de centenas de espécies (BANNERMAN, 1982 ; IFCRJ, 1985; SECCo, 1990). Uma utra precisa cntribui i traida pr Pelácius, médic de Ner, que escreveu seus estuds sbre plantas medicinais, incluind maispr dequine 600 espécies dierentes que cnstituiu inalterada, séculs. (PIRES,e 1984, p. 62) reerncia, N iníci da era crist, destacu-se, também, na Índia, tet Vrikshayurveda, de Parasara. Autr de muits livrs, inclusive sbre plantas medicinais, Arquiagenes (natural de Apamea, Ásia Menr) viveu entre 53 e 117 antes de Crist, e praticu a medicina em Rma, durante reinad de Trajan. o tratament das denas crônicas, escrit pr Arateus da Capadcia (120-200), utr nme imprtante medicina pder curativ ds aliments eda incluía usrmana, de ervasacreditava e plantasn medicinais. N segund sécul depis de Crist, a histria da Farmaclgia tma ntável relev cm Cláudi Galen (135-201). Nascid em Pérgam, cidade grega prima a mar Egeu, mas residente em Rma, durante suas numersas viagens pela Ásia Menr, Galen clecinu e descreveu muits medicaments e rmulas, cujs métds de prepara deram rigem à ‘armácia galnica’, designa bastante epressiva que cmprva que imprimiu à arte de curar. (VALLE, 1988) desenvlviment D séc. III, quand cmea a invas bárbara, até an de 476, cm a queda d Impéri Rman, há uma grande retra da Voltar para o sumário
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cincia médica e d saber. os centrs urbans s atacads e destruíds. os cavaleirs echam-se em seus castels e mund acadmic perde seu valr. os médics enrentam descrédit pr n cnseguirem cnter as epidemias recrrentes (peste, clera , varíla, entre utras). A ppula vlta a buscar uma saída n camp d sbrenatural. A astrlgia e s curandeirs retrnam a palc scial, erecend alternativas a cas que se instalava. os msteirs ram transrmads em depsitáris d cnheciment acumulad ns manuscrits e papirs da Antigidade. os mnges eram s únics a terem acess a cnheciment médic e, pr iss, eram a reerncia em cas de necessidade. Surgem as Esclas de Salern e Mntpellier (séc. xIII) e, a partir destas, as universidades, abrind para leig as prtas d cnheciment, até ent reservad as mnges e religiss. De váris setres vieram cntribuies para a prática médica. A retmada da “espnja spríera” (à base de pi), usada pels rmans, deu um nv impuls à cirurgia, assim cm a técnica de cauteria cm g e sangria, emprestada da medicina árabe. A palavra drga surgiu na Antigidade para designar as matérias vegetais, vindas d oriente, empregadas cm remédis u cndiments. Sua etimlgia é cntrversa. Enquant dminavam a Península Ibérica (711-1492), s árabes eerceram e ensinaram a medicina. As mercadrias armáticas e medicinais eram as mais prcuradas n cmérci ns países d Mediterrâne e vendidas a pes de ur. (CRISTINI, 1977) Abd-Allah Ibn Al-Baitar, que viveu n sécul xIII e i mair especialista árabe n camp da btânica à Medicina,para viaju pr muits países em ds dadsaplicada de que necessitava seu trabalh. Prduiu umabusca bra muit valisa, descrevend mais de 800 plantas. (BALBACH, s.d.) Pr utr lad, vcábul naturea teria, ent, surgid n sécul xIV (adjetivand “natura”, d sécul xIII, que signica ‘naturea’) cm sentid de “ser natural”. É interessante ntar que term naturea, mdernamente, inclui ambigidades. Designa que é etern a hmem – mei n qual ele se insere – e, também, alg que lhe ép.intern, (LUz, 1988, 19-20)denind uma “dimens” d ser human. os histriadres mstram que a prss de armacutic vinha se estabelecend desde a Idade Média. Em 1240, Frederic II prVoltar para o sumário
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mulga que i a Magna Carta para aqueles prssinais. Essa lei é cnsiderada a primeira reerncia legal eurpéia de um padr armacutic e incluía: 1) separa das atividades armacuticas da 2) supervis cial dadrgas práticadignas armacutica; 3) prss briga,médica; sb jurament, de preparar de cnana, de acrd cm a arte, em quantidades unirmes. Desde a reurbania da Eurpa e reaqueciment d cmérci, crrids a partir d sécul xI, s dispensáris clericais e as armácias privadas ceistiam n abasteciment armacutic. A verdadeira divis scial de unes “crria entre as ntes d saber ppular curandeir de aldeia e s rams cmerciais crescentes que se dividiam em herbristas e bticáris.” (CARNEIRo, 1994, p. 50) Assim, na Idade Média, desenvlve-se tant uma prática d us ppular cm um saber erudit (alquímic) sbre as plantas. Um médic suí, Aurel Felipe Terast Bmbastus de Hhenheim, cnhecid cm Paracels (1493-1541), i pai de uma revlu n cnheciment médic e químic. Recusu a teria humral galnica, deendend que as denas n eram desequilíbris de humres, mas sementes eternas que, a entrarem n crp, prduiam cs lcais de enermidade, que n deveriam ser cmbatids sangriasdas e sim cm umaserviria iatrquímica vegetala e mineral. Acm destila substâncias para denir sua essncia – a “quintessncia” – que enrentaria a dena pr uma rela de sintnia, nde semelhante curaria semelhante (Similia similibus curantur, mais tarde, um ds undaments da hmepatia). Desenvlveu, também, a “teria das assinaturas”: tdas as plantas estariam na Terra para beneciar hmem, e “Criadr” lhes teria clcad um sinal, indicand cm deveplantasere seu riam usadas. pder Haveria curativ. umaUma analgia plantaentre em rma aspect de ísic cra, da pr eempl, teria eeits sbre denas cardíacas, uma de cr vermelha seria ba para sangue, as raíes que lembrassem s rgs genitais pderiam ser indicadas para a esterilidade etc. Cm estud mais prund ds vegetais, essa teria naturalmente i superada. N entant, Paracels trnu-se um mit na cincia, uma gura multidisciplinar invadra que ergueu s alicerces para a revlu cientíca ds séculs seguintes e lanu as bases da medicina Diia trabalh médicremédis deveria ser de estimular anatural. resistncia dque rganism, usand-se naturais e prcurand atingir máim de capacidade de cura d prpri dente. Ressaltava a imprtância de se seguir td um ritual na
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prepara de ervas a serem utiliadas na teraputica, pis cada prcess acrescentaria um tip de substância cm capacidade de absrver (u n) impureas e cnsiderava undamental que prcessasse dente mantivesse pensament psitiv cmpletamente. (SCHüLER, s.d.)para que a cura se A cincia ganhu enrme impuls cm utrs nmes célebres, tais cm Rabelais, Garcia da orta, Andrea Mattili, Laguna, Linneu, Antni de Gussien e tants utrs. Samuel Hahnemann, pineir na hmepatia, retirava das plantas e da naturea máim valr teraputic, em utra dimens, através da dse mínima (dinamia innitesimal). A histria das plantas medicinais está interligada cm a prpria histria da btânica e da medicina. Até sécul xVI, s tratads de Btânica, ent denminads “herbáris”, cnsideravam as plantas pr suas virtudes medicinais. A ascens d prestígi da tterapia pde ser traduida tant pela dius da publica de herbáris cm pela cria da primeira cátedra de btânica na Escla de Medicina de Pádua, em 1533. Antes diss, as plantas eram tidas cm mers ingredientes utiliads na abrica de remédis denminads simplices, cm quais se prduiam cmpsts. S em 1542, i elabrada, nasAlemanha, a primeirasarmacpéia, uma lista de 300 espécies de plantas medicinais prvenientes de tdas as partes d mund. N nal d sécul xVI, já haviam sid rganiads jardins btânics em várias universidades. N Renasciment (séc. xVI), há a epress de uma épca de ruptura de vis e rgania de mund. É, a mesm temp, um períd de prundas mdicaes de idéias e cstumes, cmpnd uma série de mments inaugurais imprtantes na cria lsca, cientíca, artística e tecnlgica, que se irradiam para td mund cnhecid. o mment de abertura crrid na Renascena é prcessad em dis níveis: na cultura ppular e n saber erudit. Em ambs, a eperincia cm s vegetais (cm saber herbári, alquímic e teraputic) é um ei central. Seu auge viria a crrer n sécul xVI, quand a epans csmgráca incluiu uma sede universaliante de classica d mund (tainmia), especialmente das nvas terras descbertas que, pela primeira ve, integravam-se num cnheciment de td mund, enm, circunavegad. A imprensa pssibilitu a dius ampliada de inrmaes, através ds livrs sbre btânica, ent cmpreendida cm um ram da Voltar para o sumário
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medicina. (CARNEIRo, 1994) Mesm sem ter limites crnlgics muit preciss, esse renasciment armaclgic pde ser situad desde nal d sécul xV, tend atingid uma culminância na primeira metade d sécul xVI. Um mviment dupl, autônm mas relacinad, prvca um ressurgir de prcediments teraputics erudits e ppulares. De um lad, a retmada da btânica, da classica de plantas, cm parte de um prcess tainômic generaliad que reunda as cincias naturais. De utr, a descberta de plantas nvas na América e n oriente, salt n trác cmercial de especiarias, a retmada d pi n cntinente eurpeu, a dissemina de herbristas (ervanáris) e preparadres de ltrs (eliires). Cntra saber ppular, a rea da Igreja seria vilenta, perseguind esses naturalistas renascentes em diverss lugares da América e da prpria Eurpa. (CARNEIRo, 1994) A btânica mderna teve iníci cm suec Karl vn Linné (17071778). Gethe, que i também btânic de renme, cultivava em seu jardim a Ginkg bilba, uma árvre riginária d oriente, que prduia eeits teraputics cnsiderads espetaculares sbre sistema em especial, a micrcircula. ele se reerevascular, à belea dessa árvre rnamental, utiliadaEm pela1815, medicina hindu cm uma espécie de eliir da lnga vida, num pema dedicad à sua amiga Marianne vn Willemer. (FERRARI, 1987) Na década de 70, d sécul passad, as investigaes de Luis Pasteur (1822-1895) e de utrs cientistas slucinavam apenas parcialmente prblema da rela entre micrbis e denas. Mas a prva cncludente ainda n eistia. Esperava-se a inven de técnicas e métds capaes de permitir cntrle rigrs ds eperiments, em particular islament e manusei de micrrganisms. Um pressr de Btânica da Universidade de Breslau, Ferdinand Chn (1828-1898), recnheceu, inicialmente, a naturea vegetal das bactérias e estabeleceu, cm rmea, sua identidade cm as plantas. Suas investigaes sistemáticas, cm várias descbertas imprtantes, ram respnsáveis pr traer lu e alguma rdem a cnheciment sbre as bactérias, cnsiderand, pr eempl, a necessidade de classicá-las segund gner e espécie ds prcediments btânics). os estuds de Chn (à já semelhana seriam decisivs para estabeleciment da Bacterilgia cm cincia. Juntand-se a ist, n nal de abril de 1876, ele recebe em seu labratri um descnhecid médic que clinicava
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n interir d país, desejand apresentar seus achads sbre a histria de vida d Bacillus causadr d antra. Sb a égide de Chn, i publicad artig de Rbert Kch (1843-1910), médic d interir que esclareceria muits utrs mistéris. Pela primeira ve era recnhecida, sem cntesta, a rigem micrbiana de uma dena e elucidada sua histria natural. (RoSEN, 1994, p. 243) As cncepes atuais d medicament tm rigem n us de substâncias químicas n tratament de determinadas enermidades. Neste sentid, marc inicial da quimiterapia está ligad às descbertas de Pasteur e Kch. A identica de micrrganisms respnsáveis pr uma série de denas eigiu que a pesquisa teraputica se cncentrasse descberta(ALMEIDA, de instruments capaes de cmbater esses agentesna etilgics. 1988)
2 A FITOTERAPIA NO BRASIL DO SÉCULO xVI AO xVIII As primeiras nticaes tlgicas brasileiras s atribuídas a padre Jsé de Anchieta e a utrs jesuítas. Alguns desses manuscrits narravam “pescarias miraculsas” (PIRES, 1984, p. 63) realiadas pels abrígines, que narctiavam s peies cm us de cips que, hje, sabe-se pertencerem as gners Serjania, Derris, Thephrsia entre utrs. Entre s indígenas que habitavam sl brasileir, havia uma cncep mística da rigem de tdas as denas sem causa eterna identicável (eriments, raturas, envenenaments etc.). Acreditand em atres sbrenaturais, s pajés assciavam us de plantas a rituais de magia e seus trataments eram, assim, transmitids ralmente de uma gera a utra. Cntud, s nativs n cnheciam s meis para enrentar as denas traidas pels prtugueses, respnsáveis pr inúmeras mrtes e pela diima de muitas tribs. D sécul xVI a xVIII, atuavam n Brasil s jesuítas da ordem de Sant Ináci de Lyla, que aprenderam us de plantas medicinais cm s pajés e ram gradativamente substituind estes últims n tratament de denas que acmetiam s indígenas catequiads (SCHRoEDER, 1988). o númer de prssinais cialmente habilitads para eercíci da medicina – ‘sics’ – era muit reduid. Pr iss, s jesuítas assumiram a mair parte ds atendiments, inclusive aqueles Voltar para o sumário
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dads as clniadres. Ns prédis da Cmpanhia de Jesus havia enermarias e bticas (d greg apthéke, ‘depsit’), de nde se despachavam remédis. Iniciava-se, assim, a assistncia hspitalar n Brasil. Para a mair parte dapels ppula, durante muitas décadas, s cuidads erecids jesuítaseeram s únics dispníveis. Um prtugus que viveu na Índia é nme que melhr sintetia nv saber herbári. Cm sua bra, editada em Ga em 1563, Clquis ds Simples, das Drgas e Cusas Medicinais da Índia, Garcia da orta prduiu a principal cntribui cientíca de Prtugal para a Renascena eurpéia. A Cntra-Rerma e Cncíli de Trentan agem, cm era antes Cncíli de Rheims,uma que pribira cler eercíci da Medicina, mas cialiaram armacpéia jesuíta e reestabeleceram cntrle clerical sbre esse camp arriscad, pis nele eercia-se um eperimentalism intrínsec diante de cada nv dente, sempre singular. (CARNEIRo, 1994) Fi um mment de ecepcinal relaament que permitiu a Garcia da orta publicar a sua bra. o iníci d períd clnial cnstituiu-se num temp de impact interétnic, quand amdern Eurpa n havia ainda estabelecid uma psi denida sbre a América e oriente. A Igreja demrará algum temp para pder legislar e atuar em rela a questes cm a eistncia u n da alma ds índis, a legitimidade de suas ervas de cura e cntrle da rela cm saber indígena american u riental hindu, chins e malai. Garcia da orta i um ds dis únics leigs a terem trabalhs publicads em prtugus na Índia, numa casa impressra que lg seria cntrlada erreamente pels jesuítas. Cabe lembrar cuidad da crte eprtuguesa desenvlviment plític, ecnômic cultural deem suasimpedir clônias, de tal rma que, n Brasil, pr eempl, a primeira casa impressra s vei a uncinar, de at, n sécul xIx, cm a transerncia da crte para Ri de Janeir. (CARNEIRo, 1994, p. 61-62) A medicina praticada n cntinente eurpeu assciava astrlgia e alquimia a antigs cnheciments grec-rmans. os médics seguiam as idéias de Hipcrates e Galen, epressas n cnceit de que as e,denas decrriam das desarmnias da crrup ds humres pr cnseqncia, td esr daemedicina curativa visava a reaer esse desequilíbri e eliminar essa decmpsi. Daí as sangrias e s purgantes serem cnsiderads s dis grandes
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remédis a se utiliarem, indistintamente, em tdas as denas. os prcediments eram t temíveis quant as enermidades e, em geral, a sangria era assciada a medicaments etraíds de plantas minerais (vmitivs, purgativs, sudrícs, diurétics etc.). ose receituáris cntinham esta rdena inalterável, que servia para tds s cass: “Depis de sangrar e purgar, cm de direit, aplique...” (RIBEIRo, 1971, p. 141). Uma adlescente cnsiderada “histérica”, eram-na sangrar 200 vees em um an e mei. Calvin (1509-1564) ar-se-ia purgar 161 vees, em 1557. Purgavam-se e sangravam-se também as pessas saudáveis, preventivamente, “para ajudar a naturea”: duas vees a ms recrria-se a barbeir sangradr u a bticári purgadr. (CARNEIRo, 1994) A teraputica, n Brasil Clnial, n ugiu desta rienta e andava lnge da ecácia. N raramente i prejudicial devid, principalmente, as mesms undaments aplicads na Eurpa. Médics, cirurgies, jesuítas, meinheirs (curandeirs) – além ds barbeirs sangradres e bticáris – sangravam e purgavam intensamente. N seu ams Tratad Únic da Cnstitui Pestilencial de Pernambuc, J Ferreira da Rsa deteve-se lngamente sbre s as vantagensdesprestigiavam-nas. das sangrias, assim Smente cm na n crítica asempregs que, “pr eignrância”, m d sécul xVII se tem ntícia de advertncias categriadas cntra us ecessiv dessa teraputica. Em Salvadr, Nun Marques Pereira narru que s prssinais, quand chamads para atender s dentes, lg depis de tmar puls ns dis bras, sem utras indagaes, prescreviam sangrias. Insistiam cm a mesma cnduta nas visitas subseqentes e, se paciente n apresentasse melhra, despediam-se, recrdand: “Teng sangrad, e purgad, Si n quere quedar buen, Hirás para el sacristan, Que asi l manda Galen.” (PEREIRA apud RIBEIRo, 1971, p. 143) A virem para Brasil, s pucs “licenciads” u “ísics” (médics geralmente de baia cndi scial, que estudavam em Cimbra u Salamanca) cntavam sequer cm as drgas usadas na Península Ibérica, n tend que imprvisar medicamentos da fora nativa. Prém, muits indivídus praticavam ilegalmente a medicina: naturalistas viajantes, aendeirs etc. Quaisquer leigs
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que julgassem pssuir nes rudimentares da “arte médica” eram slicitads “a tratar s dentes – eaminavam, diagnsticavam, medicavam e até peravam.” (SCHRoEDER, 1988, p. 10) o ensin da Medicina, até sécul xVIII, era ministrad principalmente em Cimbra, Mntpellier e Edimburg. os “dutres” que chegavam a Brasil haviam deendid recentemente suas “cncluses magnas” (u teses) naquelas esclas. Impunham-se na sciedade clnial entre as persnalidades mais cultas e respeitadas e eram de grande infuncia na rgania scial e plítica, cnstituind um “pder médic” durante sécul passad. (CoSTA, 1983) os primeirs trabalhs de Btânica Médica ram desenvlvids pr Guilherme Pis e Gerg Maregra, quand aqui chegaram as epedies cientícas de 1637, prmvidas pel gvern hlands de Mauríci de Nassau. (PIRES, 1984) Desde a renascena armaclgica emergia uma atitude que permaneceu em autres d sécul xVII, cm Pis: a abertura às nvas drgas indígenas, um eperimentalism relativ diante de um mund nv, nde, embra se devesse manter a reerncia as clássics ciais, devia-se também cnhecer as artes da prpria terra. o invadr era, precisamente, a cragem de recuperar valr da medicina ppular, que na Eurpa era abminada cm arte satânica. Acntece, prtant, “desde a descberta ds nvs munds, uma us d saber btânic-médic, que será cmpst tant da tradi clássica e árabe cm das nvas plantas e saberes”. (CARNEIRo, 1994, p. 66) Na Clônia, havia apenas a instru e rma, em algumas santas casas– de hspitais cirurgies-barbeirs quemisericrdia passaram a erealiar nmilitares, apenas a de cirurgia (predminantemente mutiladra), mas também a eercer a medicina da épca (amputavam, sangravam, aplicavam ventsas e sanguessugas).
3 A ARTE DE CURAR A PARTIR DO SÉCULO xIx Em 1808, cm a vinda d príncipe regente, s inauguradas duas esclas de cirurgia, uma n Ri de Janeir e utra na Bahia, mais tarde transrmadas em academias médic-cirúrgicas, em 1813 e 1815, respectivamente. o títul de “cirurgi-aprvad” era Voltar para o sumário
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reservad àquele que cncluísse, aps 5 ans, s estuds de anatmia, química, silgia, higiene, etilgia, patlgia, teraputica, peraes, bstetrícia e clínica médica. As academias passaram à cndi de aculdades de“dutr” medicina,ememmedicina. 1832. Agra cm 6 ans, curs cneria títul de Seu currícul era cmpst de matérias cnsideradas básicas (btânica, anatmia, silgia, ísica e química), auiliares (a patlgia, pr eempl) e as cadeiras de clínica e de cirurgia. N parecer de Clark (1939, p. 9), encntra-se a men de que sécul xIx, em matéria de teraputica, i “sécul da resigna”. o médic, segund ele, n passava de um “uvreur de cadavres”. de Mrgagni sábi que lcaliu as denasAs nsidéias rgs slids d(1682-1771), crp human, ainda guiavam as aes médicas. A teria e a prática da Medicina, durante 2.000 ans, caracteriavam-se, respectivamente, pel “dmíni da patlgia humral e pela administra abusiva de drgas de a descnhecida, tiradas de plantas u de rgs animais, em rmulas etremamente cmpleas, para cmbater sintmas de signica igualmente ignrada”. Durante td esse temp, as denas representavam “cnfits de humres estragads”, cncluíam as cnerncias médicas. Fi, ent,impuls que surgiu “cnceit anatômic” de Mrgagni, que deu grande à anatmia patlgica n sécul xIx. As autpsias revelaram leses rgânicas, prestand grande servi a gner human. “Daí ceticism ds grandes clínics d sécul passad em rela as medicaments. S era bm médic que n acreditasse n valr das drgas.” (CLARK, 1939, p. 10) Um ds mais imprtantes precursres da medicina ppular n nss naturalista Aleandre Rdrigues Ferreira, nascid na Bahia,país, em 1756, é uma legítima ece às regras daquele períd. Tend estudad Histria Natural em Cimbra, deiu cerca de 100 bras inéditas sbre btânica, lgia e etnlgia da Amaônia brasileira, dentre as quais apenas a Viagem lsca chegu a ser publicada, pel Cnselh Federal de Cultura, em 1971. (GoELDI, 1982) A cita desse pesquisadr bjetiva destacar desinteresse histric das autridades brasileiras, também n que se reere a este tema. Muits manuscrits de Rdrigues Ferreira, que se encntravam em Prtugal, ram cedids n nal d sécul xIx a gvern brasileir para que s publicasse e devlvesse. “Inelimente, tais bras encntram-se à merc das traas na Bibliteca Nacinal d Ri de Janeir e dentre elas est incluídas Voltar para o sumário
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mais de duentas magnícas pranchas de espécies de plantas da Amaônia”, adverte Pires (1984, p. 64) Cntud, a medicina que hje se cnhece cm cientíca nasceu n sécul passad. Seu desenvlviment tem srid prundas mdicaes, especialmente em rela a seus bjetivs e sua prática. A dena, até sécul xVIII, era cnsiderada uma luta entre a naturea sadia d indivídu e mal que atingia. A interven teraputica era restrita, à semelhana da medicina hipcrática, em que eercíci prssinal tinha cm principais unes diagnstic e prgnstic. As enermidades eram classicadas segund mdels btânics, que n levavam em cnsidera as relaes de causa-e-eeit, a crnlgia ds events, nem mesm seu trajet n crp d dente. A médic cabia identicar a “espécie nslgica” pels detalhes de sua aparncia, separand s sintmas prpris da dena daqueles identicads pelas características individuais d paciente. (SCHRoEDER, 1988, p. 25) Enquant se cnslidava esta “medicina classicatria” u “medicina das espécies”, n Brasil eigia-se a aten d médic para destacava cntrle cm das epidemias. o registr clínic ds diverss cass se uma imprtante nte de saber. N sécul xIx, a vis d médic se aasta d mdel btânic. A dena passa a ser uma cmbina de elements mais simples (s sintmas), num racicíni similiar a da química. É necessári aprender a recnhecer s sintmas mais imprtantes de cada dena. Cnstitui-se uma verdadeira “gramática de sintmas”. Mantm-se, prém, s prcediments da medicina das espécies de classicar trasdelinear idntics, mas lhar see s rgania md, permitind as pssibilidades riscs.de Háutr uma nva identica entre a essncia da dena e cnjunt de sintmas através ds quais ela se maniesta. Entre at perceptiv e element da linguagem, as denas rmam um cdig de saber (mdel lingístic). o ser viv tem uma capacidade nrmativa, de adapta, de instituir nrmas dierentes em cndies dierentes. A mudana d estad ‘nrmal’ para ‘patlgic’ é percebida pel indivídu, quand se sente cm menr ptencial adaptativ. Esta medicina clínica (d greg klíne, ‘leit’), apreendida a partir da bserva à beira d leit d paciente e pela repeti ds enômens nas epidemias, cnsubstanciada numa gramática de sintmas e nas estatísticas de cass, irá assciar-se à anatmia Voltar para o sumário
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e à silgia, cnstituind saber anatmsipatlgic, base da medicina cntemprânea. outrs saberes e utras práticas teraputicas cntinuam eistind, cm a medicina hmepática iniciada Hahnemann. Prém, mesm quand saber mais ecaes, pr nSamuel cnseguem abalar a hegemnia d reerid anatmsipatlgic. (SCHRoEDER, 1988) Desde iníci d nss sécul, debelar as epidemias urbanas era uma quest de ecnmia nacinal, pis s navis se recusavam a atracar em prts (cm de Sants e d Ri de Janeir), nde eram reqentes as epidemias de peste, varíla e ebre amarela. Neste cenári, destacam-se nmes cm de osvald Cru, implantand cmbate de camp e a vacina brigatria; Adl Lut, Emíli Ribas, Vital Brasil (um ds principais respnsáveis pel desenvlviment da armaclgia nacinal); Rcha Lima (especialista em medicina trpical); Carls Chagas e utrs gigantes da medicina brasileira, que cmeava a despntar. Eequiel Crreia ds Sants (1801-1864) cm a pereirina, Thedr Pecklt (1822-1912) cm a análise de centenas de plantas brasileiras, e Pedr Batista de Andrade (1848-1937), acnselhand sempreg de váris prduts da brasileira, ram pineirsindustrial das cincias armacuticas n fra Brasil. A mair parte da Bilgia e da Medicina cntemprâneas tem uma vis mecanicista da vida, e tenta reduir uncinament ds rganisms vivs a mecanisms celulares e mleculares bem denids. Esta cncep mecanicista é justicada, em certa medida, segund Fritj Capra (1986, p. 260), pel at de “s rganisms vivs agirem, em parte, cm máquinas. Eles desenvlveram uma grande variedade de peas uncinament e mecanisms semelhantes a máquinas”, prvavelmente prque mecânic teria sid vantajs. A cincia bimédica, na esteira de Descartes, cncentru-se nas prpriedades mecânicas da matéria viva e negligenciu estud de sua naturea de rganism u sistmica. A cncep sistmica v mund em terms de relaes e de integra. os sistemas s ttalidades integradas, cujas prpriedades n pdem ser reduidas asubstâncias unidades menres. Emabrdagem ve de se cncentrar ns elements u básicas, “a sistmica enatia princípis básics de rgania. os eempls de sistemas s abundantes na naturea.” (CAPRA, 1986) Td e qualquer rganism, pas-
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sand pela imensa variedade de plantas até ser human, é uma ttalidade integrada e, prtant, um sistema viv. A saúde e enômen da cura tm assumid signicads dierentes, de acrd cm a épca. o cnceit de saúde, tal cm cnceit de vida, n pde ser denid cm precis. De at, s dis est intimamente relacinads. o que se entende pr saúde depende da cncep que se pssua d rganism e de sua rela cm mei ambiente. Cm essa cncep muda de uma cultura para utra e de uma épca para a seguinte, as representaes sbre saúde também se mdicam. A oMS sugere uma refe a denir saúde cm “um estad de cmplet bem-estar ísic, mental e scial, e n apenas a ausncia de dena u enermidade”. Ainda que irrealista, pr descrever a saúde cm se um bem-estar pudesse ser pereit e estátic, em ve de um prcess de mudana e evlu, a deni revela a naturea hlística da saúde, que deve ser apreendida quand se pretende entender enômen da cura. A lng ds temps, a cura i praticada pr curandeirs ppulares, guiads pela sabedria tradicinal, que cncebiam a dena cm um distúrbi da pessa cm um td, envlvend s seu crp, cm também a sua mente, a imagem que tem den si mesma, sua dependncia d mei ambiente ísic e scial, assim cm sua rela cm csm e as divindades. Esses curandeirs, que ainda tratam de um grande númer (talve a mairia) de pacientes n mund inteir, adtam muitas abrdagens dierentes, e usam uma ampla variedade de técnicas teraputicas. (CAPRA, 1986) Assim, nesta cncisa digress histrica, revisitand brevemente alguns pnts de vista, bserva-se que predmíni de um saber especíc sbre s demais cntemprânes n signica necessariamente a sua superiridade, mas a melhr adequa a uma determinada rdem sciecnômica e plítica. o saber dminante permanece hegemônic através de um prcess t eciente, que passa a ser cnsiderad cm únic saber válid. Elege-se, na sciedade, um saber médic que busca a dena n crp rgânic u em suas partes, empregand-se um métd bjetiv n qual n há espa para ‘discurs d dente’.
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4 NOMENCLATURA E PERSPECTIVAS DAS PLANTAS Utiliand-se de palavras e epresses que s representassem, hmem nmeand Na s vegetais de seu ambiente, desde s primrdisvem da civilia. linguagem crrente, ram acrescids utrs nmes, principalmente durante s períds das grandes viagens ds chamads descbridres de cntinentes e depis ds clniadres, que prpiciaram uma trca de cnheciments entre pvs e raas distintas. (SIMõES et al., 1989) Muitas espécies btânicas receberam mesm nme ppular, pr semelhana cm utras espécies. A Arnica mntana L. é um eempl. Planta denminada de “arnica”e n cntinente eurpeutradicinalmente e utiliada eternamente em cntuses hematmas, i aqui substituída pr Stenachaenium campestre Backer e Slidag chilensis Meyen, as nssas arnicas-silvestres, usadas cm as mesmas nalidades. Algumas vees, num mesm territri, descbria-se igual us empíric para plantas distintas, cm, pr eempl, capim-lim (Cymbpgn citratus D.C.), a erva-cidreira (Alysia triphylla Britt. u Lippia citridra H.B.K.) e a melissa, utiliadas cm tranqiliantes, tdas cnhecidas ppularmente cm “erva-cidreira”. Diversas utras espécies de distribui mais ampla pssuem muits nmes ppulares, segund as dierentes regies e culturas. É interessante eempl da erva-de-santa-maria (Chenpdium ambrsiides Linné), muit utiliada n nss mei pr suas prpriedades anti-helmínticas (vermíugas), assim cm inseticida, em seu us dméstic. Seus nmes vulgares s bastante variads: pacte e quenpdi (Amanas e Espírit Sant); mentrast, mentrei, mastru (Giás, Rimentrust, de Janeir,mentru Espírit(Paraíba); Sant, Rimastru Grande u d Nrte); ambrsia-d-méic, apate, chá-d-méic, cravinh-d-mat, erva-embrsia, erva-rmigueira etc. em utras áreas gegrácas. (CAMARGo, 1985) Estes ats, reqentemente, geram diculdades e levam a cnuses que pdem ser sérias, dependend da ticidade da planta usada. A necessidade de unirmia na nmenclatura das plantas mbiliu btânics, partir d sécul xVIII. Desenvlveu-se, ent,principalmente um sistema deaidentica de espécies vegetais que slucinu, em grande parte, s prblemas reerentes à sua identidade. Este sistema baseia-se em um binômi
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latin, cuja cmpsi é única, segund regras internacinais, send rmad pr dis nmes crrespndentes a gner e à espécie, nesta rdem. Acrescenta-se, abreviad u n, nme d btânic que identicu vegetal. eemplicar, cita-sed lur (Laurus nbilis Linné), que tevePara sua rigem nas regies Mediterrâne: Laurus crrespnde a gner, Laurus nbilis a nme cientíc e Linné, a btânic que, aps rigrsa pesquisa, denminu esta espécie. Um gner de plantas reúne espécies cm características semelhantes, mas cada espécie é única. os gners, pr sua ve, s agrupads em amílias btânicas, também segund aspects ans. N eempl citad, a amília é Lauraceae. Ns cass em que uma planta i nmeada e descrita mais de uma ve, as nrmas internacinais estabeleceram a priridade para nme mais antig, n despreand s demais. Pr ist, algumas espécies pssuem mais de um ‘sinônim’ cientíc na literatura. Este sistema de identica i decisiv para um melhr cnheciment d rein vegetal, mas naturalmente n é pereit. Persistem, ainda hje, prblemas de identica, pr eempl, de plantas medicinais cmercialiadas sb aquand rma da de utilia p. (SIMõES et al., 1989) o estud de plantas medicinais n Brasil baseava-se principalmente em inrmaes ppulares. Aps recnheciment d princípi ativ, s pesquisadres passaram a se dedicar a estud de utras plantas pertencentes à mesma amília, buscand utrs análgs bilgicamente mais ativs. Hje, pesquisas quimissistemáticas e tgegrácas, já cnslidadas n Brasil, cntribuem para uma sele mais aprimrada ds vegetais, dentr de suas amílias. (BERGAMASCo et al., 1990) A preerncia pr prduts bilgics naturais, em ve de sintétics, atualmente em vga n país, tem sid uma das raes undamentais da renva d interesse pela medicina ppular. o estud de plantas medicinais certamente n signica um retrn a passad, mas um imprtante avan em dire a utur, através de prgramas de aprveitament dessa rica nte de medicaments representada pela fra brasileira. A evlu cientíca n permite retrcesss. N presente, a mderna e ssticada armaclgia ainda depende muit ds vegetais para bten de recurss que s a naturea sube prver: “Pr iss mesm, pel crescente interesse neste camp, huve um grande Voltar para o sumário
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estímul a estud de plantas cm nalidade teraputica”. (oCCHIoNI, 1979, p. 199). A respsta a interesse despertad para um tratament “mais natural”, praticamente isent de reaes adversas e eeits claterais, implica a análise de váris atres. D pnt de vista cientíc, a tterapia tem sid mais aceita em virtude de trabalhs prtclads e bem estruturads (ainda que em númer reduid), cm a participa eetiva de pesquisadres eperientes, visand a sua legitima pela cmunidade cientíca. Sua mecânica de pera cnsiste, geralmente, em submeter as preparaes de espécies vegetais, tal cm s usadas pela ppula em geral, apré-clínics uma cmpleta bateriaatravés de testes e clínics, dsarmaclgics, quais prcura-se ticlgics, a cnrma (u n) da prpriedade teraputica que lhes é atribuída. Em muitas casies, a pesquisa sbre determinada planta é realiada cm uma nalidade inicial e, n decrrer ds ensais armaclgics e clínics, s descbertas prpriedades mais imprtantes. É interessante eempl da vinca-rsa (Catharanthus rseus, planta ppularmente cnhecida n Brasil cm “maria-sem-vergnha”). o estud de sua a hipglicemiante permitiu determinar prpriedades leucpeniantes e islament de duas substâncias de grande valr: a vincristina e a vimblastina, empregadas n tratament da leucemia. Cm a descberta, em 1960, desses dis agentes antitumrais de cmprvada utilidade clínica, Institut Nacinal d Câncer ds Estads Unids cncentru esrs para selecinar plantas cm atividades anticancerígenas. o “Natinal Cancer Chemtherapy Prgram” vem testand cerca de 120.000 etrats vegetais, de 35.000 dierentes espécies btidas de ntes espalhadas presclhidas td mund. Vale ressaltar que muitas destas plantas ram eclusivamente a partir da evidncia lclrica d seu valr medicinal. (CHADHA, SINGH, 1991) Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, valem-se de prduts de síntese u semi-sintétics, numa cmbina eciente cntra muitas denas. (BANERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978) Alguns desses remédis pdem n ter valr teraputic de destaque, tdavia muits utrs pdem ser bastante valiss. (Mrrisn, 1982) A prcura essencial, agra, é a d pnt de equilíbri entre cnheciment ppular e a cincia mderna, entre natural e a síntese, “sem a nega absluta de um u a luva cega da uVoltar para o sumário
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tra, cm era cmum até recentemente.” (FERRARI, 1987, p. 197) Em muitas plantas medicinais já se cmprvu que s princípis ativs apresentam variaes a lng d dia, dad cnhecid há séculs pels herbristas e curandeirs da medicina indígena. Eempls curiss s s da mrna (etraída d pi u suc de papula, a Papaver smnierum) e a atrpina (btida da Atrpa belladna), cuja prdu d princípi ativ é quatr vees mair pela manh d que durante a nite. Em utrs cass, princípi ativ varia segund a ase de germina da planta (Mdest-Filh, 1988), pdend eplicar prqu d ‘descredenciament’ da prpriedade teraputica de alguns recurss tterápics, classicamente empregads ppula. Também tip de sl e clima pder infuenciarpela n aspect de uma mesma espécie vegetal e, pr cnseguinte, na prdu ds princípis ativs. (HILL, 1967) Um bstácul imprtante à utilia de medicaments vegetais é a ineistncia de armacpéias nacinais em muits países. Enquant a Índia e a China tm elabrad armacpéias cm receitas de medicaments à base de plantas, muits utrs países pssuem apenas antigs manuscrits ns quais descrevem as prpriedades de alguns vegetais, tais ecm: atividades, especíca. sabr, dr,N mdicaes durante a digest a teraputica terceir mund, a utilia destas plantas medicinais limita-se, principalmente, a cnheciments lcais de medicaments tradicinais. (BANNERMAN, 1982) os etrats de plantas, apesar de serem preparads de acrd cm s métds previamente padrniads, pdem, na prática, n bter um cnteúd cnstante d princípi ativ. Há inúmers bstáculs de rdem técnica e ecnômica na pesquisa e prdu de medicaments a partir de vegetais, alguns revists pr Farnswrth (1985), Bnati (1980) e Magistretti (1980). Um deles é a padrnia d métd. Cncentraes variáveis d mesm princípi ativ pdem ser btidas de plantas idnticas clhidas, seja em dierentes habitats u, desprecupadamente, em dierentes estágis de cresciment. (MAGISTRETTI, 1980) A medicina tradicinal respnde a algumas necessidades histricas de saúde psicsscial, ísica e de bem-estar da sciedade mderna. A cnscincia das pssibilidades inerentes à utilia de praticantes da medicina tradicinal, cm agentes de vanguarda n desenvlviment de sistemas de saúde, estaria cndicinada predminantemente pr atres relativs à decis plítica. CmVoltar para o sumário
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pete as gvernantes atribuir a devida imprtância à utilia de seus sistemas de medicina tradicinal, cm as adaptaes e regulamentaes pertinentes. (AKERELE, 1983)
5 A FLORA MEDICINAL DO BRASIL E A POLÍTICA DE MEDICAMENTOS Num país cm nss, nde a fra medicinal é t rica, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria uma grande vantagem ecnômica. (PEIGEN, 1981) Características cm ecácia na a teraputica e baia ticidade trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas. Assim, elas n apenas eercem um papel imprtante ns servis de saúde pública, cm também erecem embasament para a busca de nvas drgas, através da pesquisa cientíca mderna. Acredita-se que Brasil dispnha de 60 a 250 mil espécies vegetais superires, das quais a absluta mairia ainda n i bjet de descri cientíca. Embra 40% delas devam cnter prpriedades teraputicas, país gasta entre 2 a 3 bilhes de dlares, pr an, na imprta das matérias-primas de 90% ds remédis sintétics que a ppula cnsme. (oLIVEIRA et al., 1992) o númer de espécies btânicas nativas n país, de acrd cm Barreir (1981, p. 53), situa-se em trn de 120 mil. Prém, desenvlviment da tquímica brasileira é tid cm recente, apesar de diversas espécies de nssa fra encntrarem “aplicaes teraputicas na medicina tradicinal”. Na leitura de Farnswrth (1984), calcula-se que eistam de 250 a 750 mil espécies de vegetais superires. Cerca de 10% estariam send utiliadas na medicina tradicinal. Até an daquela publica, havia trabalhs cientícs recnhecend valr teraputic em cerca de 1% (de 250 a 750) das espécies cnhecidas. Na primeira edi da Farmacpéia Brasileira – tratad que cntém a rela cial ds ármacs (d greg phármakn, ‘medicament, substância, preparad u matéria-prima cm a teraputica’), em 1929, as plantas eram a nte, quase eclusiva, da mairia ds itens. Na edi de 1976, puc mais de 20 ármacs ativs n eram químics. o Brasil prduia 294 e imprtava s demais, que se transrmavam em cerca de 14 mil marcas de remédis.
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Dentre s ármacs e aditivs, eistentes e usads, as entidades encarregadas d prepar das armacpéias selecinam s necessáris e s incluem nesses cdigs ciais. Na literatura cientíca estavam cerca dePrvenientes 4.600.000 cmpsts químics,ntes, identicads descrits e caracteriads. das mais diversas a cada an s acrescids em trn de 100.000 nvs cmpsts. Cntud, númer daqueles cnsiderads básics é muit menr. (KoRoLKoVAS, HARAGUCHI, 1978, p. 250-251). o perl de mrbimrtalidade da ppula deve ser a base para se estabelecer a lista de medicaments de qualquer país, para que as substâncias necessárias a tratament e cntrle das patlgias mais prevalentes estejam e a cust acessível.300 A organia Mundial da Saúdedispníveis julga que, aprimadamente, medicaments, chamads essenciais, sejam sucientes para cumprir tal un. N Brasil, há cerca de 10.000 prduts cmercialiads, “a mairia deles vendids nas armácias sem receita médica.” (RozENFELD, PEPE, 1992, p. 279) Além desse númer ecessiv signicar uma baia qualidade na utilia ds ármacs, a autmedica é um agravante etremamente cmum. o prblema de dacrd medicament n Brasilsanitáris atingiu prpres t inaceitáveis, cm s princípis internacinais, que há divergncias cnsideráveis quant as dads. Segund Fnteles (1995), eistem cerca de 60.000 especialidades armacuticas registradas em nss país. Destas, aprimadamente 32.000 estariam send cmercialiadas de maneira intermitente, de tal md que, em média, 16.000 remédis circulariam pels balces das armácias. Esse númer pderia ser reduid para mens de 3.000 especialidades, das quais há cnsens de que cerca de 300 pderiam cmpr uma lista de medicaments essenciais. A multiplicidade de remédis pde induir s prssinais de saúde a errs e a cnceits equivcads de armaclgia clínica, que s repassads a paciente devid a descnheciment da ttalidade de eeits claterais, armaccinética, interaes medicamentsas e aes agnistas e antagnistas ns dierentes rgs e sistemas. As atividades de saúde, que eram da respnsabilidade d ministéri da Justia e Negcis Interires, em 1930, passaram para âmbit d nv ministéri da Educa e Saúde. Nele, Gvern Federal cncentrava s esrs na prte à maternidade e à inância, além d cmbate às endemias rurais. As rganiaes estatais Voltar para o sumário
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de saúde ram rermuladas e ampliadas. É criad, em 1942, Servi Especial de Saúde Pública, que, n entender de Madel Lu (1986, p. 57-58), representava uma amplia signicativa da a médic-sanitária n Brasil. o pderdecises institucinal, enquant pder d Estad, respnde cncentrand e riqueas. “Mantém as cndies de vida da ppula estruturalmente intcadas, mas cncede apsentadria, penses, aten médica.” A miséria e a desnutri permanecem, entretant, as campanhas se instituem em departaments e servis: a tuberculse passará a ser “medicamente cmbatida”. Até a década de 50, Brasil pssuía uma das indústrias armacuticas dEstads mund. Unids, Eprtava medicaments e vacinasmais paraprmissras a Eurpa e s quand estes n eram capaes, ainda, de prdui-ls. Muitas empresas brasileiras cntavam cm centrs de pesquisa e desenvlviment prpris. Entre 1957 e 1975, mais de 37 labratris nacinais ram adquirids pr grups estrangeirs. (VIDAL, 1994) A saúde, enquant setr estatal, vai srend um prcess de esvaiament acentuad, culminand cm a etin d MES, em em prveit da Educa. Se, prnaum lad, passa a eistir 1953, Ministéri da Saúde, ‘independente’, estrutura rganiacinal d Estad, pr utr lad, mdel de interven curativa e individual, apenas 10 ans depis, atingirá, de at, algumas camadas da ppula urbana diretamente ligadas as setres básics de prdu scial: secundári (industrial) e terciári (administra, cmérci, nanas). As análises dispníveis sbre a estrutura da indústria armacutica n Brasil apntam períd seguinte à Segunda Guerra Mundial cm decisiv, n que se reere às mudanas que clcam a indústria nacinal em psi bastante deasada, d pnt de vista tecnlgic, em rela às estrangeiras. Prém, desde s ans 20, já se delineavam dierenas substantivas de estrutura, n que di respeit à pesquisa e às estratégias de cmercialia. A presena cnstante e macia da prpaganda de remédis, a lng da histria, amplia signicativamente seu pder de impact (e cbertura) cm advent d rádi e da televis. Neste sentid, uma quest a ser é asbre ds determinantes n prcess de estrutura da aprundada cnscientia saúde e teraputica, assim cm de rma de suas representaes sciais, nas quais s meis de cmunica de massa, através da veicula das men-
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sagens publicitárias, tm cupad um espa bastante epressiv. (TEMPoRão, 1986) o períd ps-Segunda Guerra teria prprcinad as cndies institucinais avráveis à cnslida da trajetria d medicament. o desenvlviment da indústria armacutica mderna baseu-se nas transrmaes da dinâmica d regime tecnlgic. Sua ecácia cmpetitiva esteve e está diretamente relacinada à quantidade e à qualidade da descberta de nvs prduts, que n pssuem apenas grau temprári de mnpli e se encntram imunes à cmpeti direta, cm também permitem que sejam praticads pres mais alts, que viabiliam a sua prdu, a qualquer (VIANNA,as 1994) Ase da descbertas períd pré-guerra,cust. principalmente da sula penicilina,dtrueram esperana, mas s estiveram dispníveis n nal da década de 40, quand a indústria armacutica cncentra capital e se estrutura para prduir em larga escala. A saúde trna-se um bem a ser preservad, através de atitudes individuais. A idelgia da preven, que acmpanha discurs d direit à saúde, representa um cnvite a cnsum prlátic de medicaments e um grande estímul a marketing da indústria armacutica. (ALMEIDA, 1988)
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“O número de espécies botânicas nativas no Brasil situa-se em aproximadamente 120.000, sendo porém recente o desenvolvimento da ftoquímica moderna brasileira.”
(Acad. Bras. Ciências, v. 53, n o 1, 1981)
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ASPECTOS BOTÂNICOS Paul Cesar Ayres Fevereir
A base de rma estrutural de tdas as plantas é caule. Tdas as plantas, sem ece, pssuem. Partind deste rg primrdial, as plantas pder ter lhas e raíes. Vale salientar que pder eistir plantas sem lhas u cm lhas mdicadas em utras estruturas (cm espinhs, pr eempl) e plantas sem raíes (cm em algumas aquáticas e em algumas epítas). N cas de vegetais Fanergams (ist é, cm fres), tais fres ser, basicamente, lhas que se mdicaram para a un reprdutiva, u seja, cada lha seria uma unidade cmpnente da fr mdicada (seja sépala, pétala, estame u carpel). As plantas pdem ser classicadas de várias maneiras, cm, pr eempl, pela dura de seu cicl vital. Teríams, ent, s vegetais anuais (que cmpletam seu cicl vital em até 1 an); s bianuais u bienais (cm cicls vitais de até 2 ans) e s perenes (cm cicls vitais durand mais de 2 ans). Em un de seus hábits (prtes), s vegetais pder ser classicads em: ervas: plantas prstradas de cnsistncia herbácea, cuj principal tecid de sustenta é a celulse; subarbustos: plantas eretas, sem lignina (substância principal da madeira), cuj tecid de sustenta principal é clnquima (um tecid bastante elástic e resistente à rup
tura, em un de seus rers suplementares de celulse); arbustos: plantas lenhsas (cm lignina) eretas, cm ei aére principal ausente u muit curt e ramicaes caulinares partind, prtant, da base da planta. Tais plantas atingem, geralmente, uma altura de até 4 metrs; árvores: plantas também lenhsas, eretas, mas cm um ei aére principal bem denid chamad “trnc”. A partir deste trnc surgem as ramicaes u rams. Pdem assumir grandes prpres é cas das sequias nrte-americanas e de algunscm eucalipts na Austrália. Árvres pequenas cm uma altura em trn de 4 metrs u a redr dist s chamadas de arvretas.
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outr tip de hábit pde também ser encntrad cm, pr eempl, nas palmeiras, cuj trnc n ramicad (estipe u estípite) prta n seu ápice uma cra de lhas. Pderems classicar s vegetais em un de utrs parâmetrs, cm, pr eempl, se s fríers u n; n seu tip de habitat etc. Talve, as primeiras classicaes btânicas surgidas tenham sid eitas cm base na utilidade ds vegetais; se estes eram venenss u n; seu us, n cas de serem úteis, u seja, a sua aplica direta u n. Cm rela às plantas de a teraputica, é sabid que estas já eram utiliadas, prvavelmente, pel hmem de Neanderthal, em virtude de descbertas realiadas n síti arquelgic de Shamidar, n Iraque, pel arquelg Ralph Sleki. É sugestiv imaginar a quantidade de plantas que hmem primitiv levu à bca pr pura curisidade u mtivad pr situaes de imediatism desesperad. Ainda hje, tems um grande arsenal de plantas cm múltiplas aes silgicas, que, ppularmente. sem quaisquer estuds químics realiadas, est send utiliadas outr dad interessante é que muitas plantas, de a teraputica já cmprvada pels escales da cincia da Fitterapia, ainda se encntram smente n estági de plantas selvagens, pis n alcanaram nem primeir nível d estági de dmestica. Tais plantas s, pr iss, regularmente cletadas na naturea, sem que se tenham dads de sua bilgia. Tal prcess de cleta geralmente énssa eitfra de maneira rudimentar sem nenhum métd, trnand nativa cada ve maisepbre em bidiversidade. A fra brasileira pssui um ptencial químic (prtant, teraputic) antástic que, inelimente, na sua mairia, permanece descnhecid. o primeir estági de dmestica de um vegetal é aquele em que mesm cmea a ser mantid sb cndies articiais, u seja, sb cultiv. A partir deste primeir estági – estági de cultiv – vegetal pderá cmprtar-se de maneira satisatria, desenvlvend-se vegetativamente e chegand até de a frescer (n cas das Fanergamas) u emitir utras estruturas reprdu seuada. Se r bem-sucedida n prcess de reprdu seuada, u seja, n cas de uma Fanergama atingir estági de planta
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adulta (frind) e rmar sementes em seus ruts, pdems armar que tal planta atingiu seu segund estági de dmestica. o terceir estági é atingid quand as plântulas prduidas pela matri u matries, de se adesenvlverem vegetativamente cm it, também além cmeam apresentar palpáveis variaes mrlgicas, em sua clra, estatura u preccidade na fra, entre utrs atres. o quart e talve últim estági da dmestica, é dad pela pssibilidade de sucess n cultiv n qual a sele de tais características puderam eetivamente ser perpetuadas, através das geraes subseqentes. o sucess n cultiv de plantas teraputicas depende de váris atres. principais, pdems alguns, tais cm clima,Dentre sl,sdispnibilidade hídricaenumerar etc. As cndies climáticas d vegetal, clcad sb cultiv, devem ser iguais às cndies em que mesm estava submetid, em sua rigem, u, n send ist pssível, que sejam as mais primas pssíveis. É um dad relevante, em rela a clima, a dura d dia n ambiente de cultiv (eistem dias lngs e curts, dependend da primidade u curts, distânciaplantas cm a indierentes linha d Equadr). Há, d prtant, plantas de dias à dura dia, e plantas de dias lngs. Estas últimas s frescem em dias que pssuam entre 12 a 14 hras de lu diária. A mair parte das plantas de clima subtrpical s de dias lngs, send as plantas de dias curts as que est mais primas d Equadr, ist é, as de clima trpical. Fatres climátics cm temperatura d ar, temperatura d sl, altitude, vents, evaptranspira, entre utrs, s também relevantes. Ressalte-se que as plantas subtrpicais e de clima temperad, encntradas em baias altitudes em seus lcais de rigem, tm mais chance de vingar sb cndies trpicais d que aquelas riundas de altitudes maires. Cada espécie vegetal pssui uma temperatura cnsiderada ideal para seu desenvlviment plen. Para a mairia das espécies de clima trpical a temperatura cnsiderada tima gira a redr ds 25°C. Algumas espécies também necessitam de uma dierena cnsiderável entre as temperaturas diurna e nturna. S atres cmpensadres, de uma temperatura elevada, a altitude (de 150cai a 200 de altitude acimadiurna d nível d mar, a temperatura em metrs média um grau centígrad), smbreament parcial (inclusive cm a alternância de linhas de plantas cm prte dierente), a rienta
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ds sulcs de cultiv, uma irriga pr aspers nas hras mais quentes d dia (entre as 12 hras até as 14 hras). Vale salientar que uma temperatura tima avrece uma tssíntese mais intensa e, prtant, uma rma mair de cmpsts secundáris de a teraputica. Para cmbater temperaturas elevadas n sl, pdems indicar assentament de material cm baia cndutividade térmica, tais cm palha, casca de arr u serragem, espalhad hmgeneamente, sbre a superície d sl. A mesma recmenda vale para evitar temperaturas muit baias na superície d sl. Temperaturas inadequadas sbre essa superície cultivada cmprmetem uma ba germina das sementes e também um enraiament vigrs de mudas u estacas. Sls e subsls cmpacts s aquecids mais rapidamente d que sls leves e prss, bem arejads e secs. Sls escurs absrvem até 80% da radia slar, enquant sls clars pdem absrver mens de 30% desta radia. (HERTWIG, 1986) Cada espécie btânica tem suas preerncias edácas (ísicas e químicas). Prtant, é imprtante que se cnsultem as preerncias de cada uma delas neste sentid, a m de se evitar decepes. os métds de cultiv mais utiliads para plantas de a teraputica s pr mudas (a partir de sementes), pr planti diret n lcal denitiv (semeadura direta) e pr prpaga vegetativa. N cas de prpaga pr sementes, deve-se cnsiderar a quantidade de sementes necessárias pr área de cultiv. Uma margem de segurana na quantidade de sementes a serem adquiridas (em trn de 3 vees a quantidade mínima necessária ) é recmendável, em virtude de algumas(n sementes viáveis, seleetc. das melhres mudas na sementeira cas den planti indiret) As sementeiras s canteirs destinads, eclusivamente, à germina das sementes das espécies esclhidas. N cas de plantis direts devem-se testar diverss espaaments e densidades, para que se esclha melhr para cada espécie. Em plantis indirets (cm us inicial da sementeira e psterir transerncia das mudas) decrrer entre 30 a um puc mais de 60 dias, para que as mudas pssam ser transplantadas para lcal denitiv de cultiv. A cmpsi d substrat da sementeira deve ser tal, que permita
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uma suciente ertilidade e permeabilidade, esta última capa de reter umidade pr um determinad períd. Tal cmpsi deve ser cncebida de maneira que, a apertarms na m uma certa quantidade este rme blinh cnsistente, deste que sesubstrat esarelaráumedecid, a ser esregad entre um s deds. o ideal é serem empregads váris tips de cmpsi e testá-ls cm i indicad anterirmente. Entre s ingredientes utiliáveis, pdems citar sl aren-argils u arens, terra vegetal bem decmpsta, esterc bvin bem curtid e peneirad e areia de cnstru (quand sl usad r mais argils). Um ter de cada um ds 3 primeirs ingredientes citads pde ser acrescid, u n, d quart ingrediente, que uncinaria cm um crretiv de cnsistncia, que parece ser prcediment mais aprpriad. Tal sementeira deve ser lcaliada mais prim pssível da utura área d cultiv denitiv e de uma nte de água; deve, também, estar aastada de áreas smbreadas, de lcais muit bais e ecessivamente ventilads. Um leit ecessivamente argils u arens, na sementeira, n é recmendável, já que em ambs s cass apresentam-se incnvenientes na reten de água. Deve-se eliminar plantas daninhas e realiar um psterir entre as mudinhas que ir surgir, cnservand-se sempredesbaste as mais rbustas. o transplante denitiv deve realiar-se quand tais mudas apresentarem entre quatr a seis lhas. Eiste uma clara vantagem a se transplantar a mudinha “cm sede” (ist é, cm trr levemente sec a redr da muda), e n se esquecend de regá-la bem quand a mesma r clcada em seu lcal denitiv. É a muda etraída da sementeira deva seracnselhável retirada cmtambém auílique de uma lâmina de madeira que serve de alavanca a ser clcada pr bai das raíes, puand-se tal muda pelas lhas e n pel caule, cm s deds plegar e indicadr. Uma sementeira cm ecess de adub nitrgenad é indesejável, pis a muda cresce demasiadamente, trnand-se muit tenra e rágil. É recmendável que prpri agricultr prdua suas sementes, pis iss leva cultiv, cm temp, a um padr de inigualável qualidade pr sele das plantas, em un de sua adapta lcal, na realidade uma rma de sele natural.
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Algumas espécies n tleram ser inicialmente germinadas em sementeiras cm a psterir repicagem para lcal denitiv. Tais espécies dever ser semeadas diretamente n lcal de cultiv denitiv (semeadura plantas,egeralmente, s mens “eigentes” n inícidireta). de suaEstas germina, mais tlerantes quant a variaes ambientais. Eistem cass de plantas que s prpagadas vegetativamente, ist é, através de bulbs, estles, rebents, e até mesm de lhas. Tais prpagaes cnsistem, basicamente, em destacar-se uma parte u rg da “planta-me” e clcá-l n sl, para que mesm enraie e cresa. Ressaltams que as mudas, sementes etc., prduidas na mesma regi nde cultivadas, prvavelmente, já erecem estar mais adaptadas às ser cndies lcais, e, pr este mtiv, um rendiment bem superir a similar imprtad, u prveniente de uma regi cm características dierenciadas. Cultivand-se espécies que s muit visadas pr pragas e denas cmuns na regi, entre uma u mais culturas dierentes, cnsegue-se diminuir prblema u até eliminá-l. À medida que aastams as plantas de uma mesma espécie, diminuíms s riscs de apareciment deem pragas e denas. Uma pda bem rientada plantas perenes pde ajudar n cntrle de algumas pragas e denas. Uma simples aspers redu a ppula de pulges, trips etc. o impact da água sbre as lhas prvcará a queda ds pulges n sl, nde mrrer pela incapacidade de retrn às plantas.
SECAGEM Ainda a cnsiderar é a realia da secagem das plantas teraputicas que ram clhidas e, psterirmente, armaenadas. A secagem tem dupl bjetiv: de retirar uma prcentagem elevada da água cntida nas células e tecids, e de prprcinar uma cnserva das reeridas plantas pr lngs períds de temp. A evapra da água cntida n vegetal minimia a perda da mairiaenimática. ds princípis ativs, especialmente em decrrncia da atividade A secagem d material btânic cletad impede a sua deterira e, cm ist, tal material pssuirá mair temp de cnserva d seu ptencial químic e teraputic.
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Pucs minuts aps crte das plantas, enimas catalisam reaes químicas que destrem muits princípis ativs nas plantas medicinais. Enquant eistir umidade ns tecids vegetais, tais enimas reagem e cnvertem uma grande quantidade de princípis ativs. A secagem, prtant, cm já dissems, diminui eeit de tais reaes enimáticas, send a mesma imprescindível à manuten ds princípis ativs na drga cletada. Prcura-se reduir ter de umidade das plantas medicinais para cerca de 5%, apesar de, em algumas espécies, tal ter cntinuar send mair, mesm aps a secagem. A a destrutiva catalisada pelas enimas inclui reaes de idaes, redues, rearranjs mleculares, hidrlises, rem u adi de radicais etc. Eistem váris tips de secadres destinads à desseca u secagem das plantas cultivadas. A secagem deve ser iniciada imediatamente aps a clheita das plantas e n mesm dia. A cada minut que passa, tal planta está perdend qualidade, pis as enimas estar mdicand muitas mléculas ds princípis ativs, transrmand esses princípis ativs em utras substâncias, sem qualquer valr para usuári. Tal secagem n deve ser nem muit rápida nem muit lenta. Numa secagem muit rápida, é prvcad um ressecament da camada supercial das células d rg vegetal, impssibilitand a evapra da água cntida n seu interir. Tal água, assim retida, permite atividades enimáticas. Em utrs cass, pdem rmar-se blres, de dentr para ra, n rg vegetal. Quand a secagem r lenta, permitirá alteraes enimáticas prejudiciais n interir d rg antes que prcess se cnclua. o apareciment de ungs, em tais cass, também é cmum. Uma ba secagem permite, além da preserva ds princípis ativs, a cnserva de um bm aspect e clra da drga dessecada. Ist se btém quand a secagem é realiada em lcais smbreads e cm ba circula de ar n material a ser dessecad. Tal ar circulante cntém algum calr que avrece a etra da umidade. A planta dessecada deve apresentar-se rígida, sem estar quebradia. A dura da secagem pde ser de 3 a 10 dias. Algumas raíes inteiras e grssas pdem ultrapassar 15 dias de secagem. o ideal é que, de psse de uma amstra de material btânic bem desseVoltar para o sumário
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cad, pssa-se chegar, na secagem, a um resultad idntic. De maneira generaliada, há uma rela n pes de 7:2 entre uma planta antes e depis de dessecada.
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA N cas de plantas cletadas na naturea, um atr primrdial é a certea da identidade da espécie n material cletad. Numa ecurs btânica, realiada cm ns cientícs, material cletad, u parte dele, será geralmente herbriad (s eemplares cletads prensa dede madeira, secads numa estua, ser que mntads impedirá numa enrugament tais materiais), psterirmente numerad e identicads dads relevantes, tais cm lcal de cleta, em que tip de ambiente i encntrad, a data da cleta, nme d cletr, cr, cheir u qualquer utr atr que pssa ser alterad cm prcess de desseca, suas relaes interespecícas, suas preerncias em terms de lu, umidade, tip de sl etc., sua utilia ppular, n cas de uma planta medicinal, cmestível u quaisquer utrs uss lcais s também imprtantes. Na institui btânica a planta terá a sua espécie devidamente identicada e, se pssível, incluída num herbári (cle de plantas desidratadas). Tal identica btânica é eita de maneira seqencial, primeiramente em nível de amília, utiliand-se uma chave u chaves para a identica das amílias btânicas (eistem váris tips de da amília, chaves). gner,Chegand-se utiliand-seaarecnheciment mesma metdlgia, nesteidentica-se cas, uma chave de identica para gners de uma determinada amília. Eventualmente pder eistir chaves de identica para as espécies de tal gner. N cas de n haver chaves para identica das espécies, material btânic pderá ser cmparad cm material eistente n herbári da institui. Pderá crrer blqueament d prcess de identica, em alguns destes materiais, pr impssibilidades técnicas, prblemas de inra-estrutura na institui etc. Para tais materiais btânics, nesse cas, recmenda bm sens que sejam enviads a um especialista d grup tainômic em quest. Tal especialista pderá pertencer à institui nde surgiu prblema tainômic Voltar para o sumário
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u, ent, pertencer a utra institui btânica (n Brasil u n eterir). N é rar prpri especialista, n grup tainômic envlvid, sentir também diculdades de determinar material btânic enviad u parte dele. Pde, inclusive, tratar-se de alguma espécie nva para a cincia. Geralmente, tal especialista nmeará a espécie, acrescentand a sua diagnse (descri btânica), em latim (língua cial da Btânica). Tal descri riginal deverá ser publicada numa revista (geralmente a da institui de rigem d btânic sistemata envlvid) cnhecida internacinalmente. o material btânic cletad e enviad para especialista d grup tainômic em quest, e quedeserviu base para a descri btânica será chamad “tip”de(Typus) e será cnsiderad cm riginal, mdel de reerncia tainômica para as prváveis uturas cletas desta espécie, servind de base para uturas determinaes. As determinaes de plantas cletadas na naturea devem ser muit cnsciencisas e eitas pr btânics gabaritads (se pssível cm a cnrma da espécie pr mais de um btânic). A garantia de uma ba determina d material btânic cletad é a base segura paraerradas uma utura pesquisa a espécie envlvida. Determinaes trnam tdas ascm ases da pesquisa subseqente sem valr cientíc. Plantas teraputicas, já cnsagradas pela medicina ppular u até mesm pela cincia, e que n apresentam uma garantia na determina btânica eita pr prssinais da área, n devem ser utiliadas em nenhuma instância. Crre-se, inclusive, risc de se estar trabalhand, u até mesm de se estar utiliand uma espécie venensa! Muits medicaments tterápics trnam-se desacreditads, ns cass de determinaes btânicas maleitas, pr n apresentarem s resultads curativs esperads. Vale salientar que material btânic cletad destinad à identica deve ser mais cmplet pssível, u seja, um u mais rams cm lhas em diverss estágis de desenvlviment, cm fres (n cas de Fanergamas) u srs (n cas de Pteridtas). Cm às na Fanergamas, a presena deCas ruts,seja além das fres, ajudarela bastante determina btânica. pssível, tal material deve ser apresentad em estad de mair rescr pssível (cm se a planta tivesse acabad de ser cletada). Tal rescr
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pde ser mantid pr váris dias, se a planta cletada r guardada dentr de um sac plástic echad (cm um puc de umidade), cnservad dentr de uma geladeira. É imprtante antar a altura da nde i cletada e em ambiente etc., para queplanta, n surjam muitas dúvidas naque hratip da de determina.
BIODIVERSIDADE Certamente nenhum btânic pde erecer um cálcul sequer aprimad das dimenses d rein vegetal. As estimativas atuais variam entre 250.000 a 500.000 espécies. Seja qual r númer aceit, representa uma epressiva bidiversidade. Cada rganism é distint d utr e cmpreende uma especíca “ábrica química”. Cnseqentemente, cada um acina um ptencial de interesse d pnt de vista de sua utilia. Atualmente, acredita-se que haja umas 1.500 espécies de bactérias, de 30.000 a 100.000 espécies de ungs (um miclg american que trabalha cm ungs trpicais acredita que, talve, 200.000 espécies seja um númer mais prim da realidade), entre 19.000 a 32.500 espécies de algas, 16.000 a 20.000 espécies de líquenes, 25.000 espécies de Britas (musgs e hepáticas), em trn de 10.000 espécies de Pteridtas, 700 Pimnspermas e pel mens 250.000 espécies de Angispermas em 10.500 gners dentr de, aprimadamente, 300 amílias. 75% das espécies das Angispermas s Dictiledôneas (classe Magnliatae, segund A.Crnquist 1968), e 25% deste vlume seriam Mntiledôneas (classe Liliatae).
PLANTAS MEDICINAIS As Angispermas s, indubitavelmente, a mair nte de plantas medicinais para hmem. o valr medicinal de uma planta deve-se à presena n seu tecid de uma substância química – princípi ativ – que prdu um eeit silgic. destes sua princípis squímica. cmples e, eventualmente, ainda seMuits descnhece naturea Alguns tm sid islads, puricads e, inclusive, sintetiads u imitads. Geralmente, pertencem a uma destas seis categrias químicas:
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alcalides, glicsídes, les essenciais (essncias), gmas e resinas, les gras e substâncias antibiticas. Islaram-se mais de 12.000 princípis secundáris rgânics e muits tm-se mstrad úteis na medicina. os princípis mais imprtantes, sb pnt de vista médic, s s alcalides e s glicsídes. Mais de 90% ds alcalides cnhecids (5.500, aprimadamente) encntram-se em Angispermas. As amílias mais ricas em alcalides s: Slanaceae, Leguminsae, Rubiaceae, Liliaceae, Apiaceae e, sbretud, Apcynaceae, que englba 18% de tds s alcalides cnhecids. Para qualquer um que trabalhe cm a Etnarmaclgia e a Fitquímica, trna-se evidente que nssas descbertas das drgas est apenas cmeand!
ExPEDIÇõES, JARDINS BOTÂNICOS E PLANTAS MEDICINAIS Cm rela a epedies btânicas amsas, s 150 ans psterires a Linneu e td sécul xIx ram um períd de eplra intensa, em muits territris virgens. Ainda hje, muits btânics eplram regies descnhecidas, especialmente ns trpics e, a cada an, descrevem mais de 5.000 espécies nvas para a cincia. Depis d períd de Linneu, estabeleceram-se grandes jardins btânics e herbáris, cm unes e prpsits dierentes das instituies similares d passad. Geralmente, s jardins btânics n s recnhecids cm estruturas vitais para estud das plantas medicinais, mas sim cm elements de de un paisagística (uncinand cm bancs germplasma parae cnservacinista espécies raras u em etin). Atualmente eistem mais de 400 jardins btânics em td mund, em muits ds quais se realiam investigaes sbre aspects cncrets das plantas medicinais. Um destes jardins – “Chelsea Physic Garden” – ainda está em uncinament em Lndres. A imprtância vital ds jardins btânics para estud das plantas medicinais e daquelas cm interesse ecnômic ca bem ilustrada, se recrdarms alguns váris riginári da Abissínia, i intrduid pelaeempls. primeira o vecaeeir, n Brasil, n sécul xVIII, vind d Jardin des Plantes, de Paris. Jardins btânics ingleses e hlandeses tiveram grande imprtância na intrdu
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de quineiras na Ásia, cm material cletad ns Andes sul-americans. Sem uma cadeia de ecientes jardins btânics, tais cm s de Kew em Lndres e d Sri Lanka (antig Ceil), apderia intrdu da seringueira amaônica n Velh Mund jamais ter it. Apesar de Linneu ter sid grande “espírit cngregadr” das tendncias da cincia btânica de sua épca, n i primeir a criar herbári, mas apenas s utiliu para descrever e nmear espécies. Seu livr Species Plantarum, publicad em 1753, é universalmente aceit cm pnt de partida da mderna nmenclatura btânica. Ainda hje, btânics, quand est classicand e nmeand espécies nvas para a cincia, respeitam s parâmetrs estabelecids pr Linneu. Um herbári n smente representa a base de investiga para a btânica sistemática, cm também representa uma nte quase inesgtável de ntas de cletres u herbriadres sbre s uss das plantas nas sciedades primitivas. Estas inrmaes n smente s de “primeira m”, cm também indicam dads sbre sua lcalia etc. Várias pesquisas ns herbáris sbre uss medicinais ppulares de tais plantas tm sid As levadas a cntent, recentemente, cm resultads prmissres. reerncias ds maires herbáris ilustram vast ptencial das descbertas etnarmaclgicas eitas pr cletres. Entre s maires herbáris est de Paris cm 7.200.000 eemplares; Leningrad e Genebra (cada um cm 5.000.000 de eemplares); Ryal Btanic Gardens, em Kew, cm 4 a 5 milhes e da Universidade de Harvard, cm quase 4 milhes.
PLANTAS ANTIDIABÉTICAS A respeit da listagem (na página 275 deste livr) das plantas antidiabéticas que já ram estudadas n mund, pdems armar que: 1º parece n eistir nenhuma liga entre eeit hipglicemiante e um grup tainômic que seja relevante cm essa a; 2º muitas das plantas citadas s cultivadas e há muit temp cnhecidas pel hmem; 3º também é grande númer de espécies citadas cm hipglicemiantes que apresentam utras características teraputicas Voltar para o sumário
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4º
5º 6º 7º
(talve a mairia); é prvável que a amília Myrtaceae seja a que mais cntribua cm espécies hipglicemiantes, em virtude de alguns de seus gners, cm Myrcia, apresentarem espécies cm esta atividade silgica; a-se ntar que certas espécies listadas cm hipglicemiantes sejam também plantas de grande ticidade; a amília Fabaceae parece também pssuir um bm ptencial para plantas antidiabéticas; e alguns gners s prtadres de um elevad númer de espécies, que ns leva a crer que númer de representantes cm a antidiabética pssa ser bem mair (determinads gners pssuem mais de uma espécie de a hipglicemiante).
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“Para cada doença existe uma planta.”
(Provérbio russo)
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4 DIABETES MELLITUS: DIAGNÓSTICO E RECURSOS TERAPêUTICOS Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares
A IMPORTÂNCIA DO DIABETES MELLITUS Há pel mens trinta milhes de pessas n mund srend de diabetes mellitus (DM). Mesm em países desenvlvids cm s Estads Unids da América, nde s prgresss de tratament tendem a alcanar um númer mair da ppula, mais mrtes s atribuídas a diabetes d que a câncer de pulm, de mama u pr acidentes de autmveis (MARLES, 1994). Nas Américas, DM é uma das de causas mais imprtante de dena. Em países d primeir mund, a esperana de temp vida das pessas cm diabetes mellitus insulindependente (DMID) é de aprimadamente 75% daquela ds n diabétics. Ns países em desenvlviment, prém, a taa está em trn de 50%. Em rela a DM n-insulindependente (DMNID), s pacientes tm a esperana de vida muits ans mais curta ns países em desenvlviment (LLANoS, 1995). Estes dads estatístics apntam para a necessidade de mair aten as pacientes diabétics em nss mei. cm s indivídus sem a enermidade, s paCmparand-se cientes diabétics tm um risc de 2 a 4 vees mair de dena crnariana (angina e inart), 2 a 6 vees mair de acidente vascular cerebral (derrame) e 4 vees de transtrns arteriais periérics entre eles a gangrena (MARLES, 1994). Cerca de um quart ds pacientes admitids anualmente para transplante renal u prgramas de diálise crônica tm insucincia renal causada pr nerpatia diabética (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Já a retinpatia diabética “é, u será dentr em breve, a mais imprtante causa de cegueira n mund industrialiad” (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993).
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DEFINIÇÃO, TIPOS E ETIOPATOGENIA o diabetes mellitus (DM) é uma dena que reúne uma série de desrdens, clinicamente hetergneas, cm um (respectivamente perl cmum de sinais e sintmas: plidipsia, pliúria e pliagia sede, mic e me ecessivas), emagreciment, raquea muscular e hiperglicemia (aument ds níveis plasmátics de glicse). Estes sintmas ram descrits pels antigs egípcis n Papirus de Ebers, há cerca de 3.500 ans, e pels médics gregs Arateus e Cappadcian (30-90 a.C.) e Galen (130-200 a.C.). Segund a organia Mundial da Saúde (Série de Inrmes Técnics 727 de 1985), a dena pde ser apresentada em trs tips principais: diabetes mellitus insulindependente (DMID), n insulindependente (DMID) e que está assciad cm a desnutri. os pacientes cm DMID, também reerid cm tip I, necessitam de injees diárias de insulina para prevenir uma cascata de events metablics que resultariam na cetacidse diabética, cma e mrte. Este tip da dena é caracteriad pela ausncia de células ß (beta) das ilhtas de Langerhans pâncreas e ausncia de secre de insulina. A les da célula ßdpde ser causada pr agentes químics d ambiente u ingerids através da alimenta, inec viral u pr uma desrdem autimune, em indivídus cm predispsi genética. o diabetes mellitus n insulindependente, DMNID u DM d tip II, reúne uma variedade de estads diabétics nde as células b est em númer reduid cmparad à da célula ala (que secreta - hiperglicemiante) e a secre de insulinaéhrmôni capa de glucagn aer rente às aes cetgnicas (prdu de crps cetônics) d glucagn, mas insuciente para evitar a hiperglicemia. o tip II requentemente está assciad à besidade e a cmprmetiment das aes da insulina ns tecids (resistncia periérica). Na verdade, a etilgia d DMNID ainda n i cmpletamente elucidada, send sugerids deeits a nível da célula ß pancreática, d de múscul e d na ígad. A hiperglicemia d DMNID pde resultar um deeit secre da insulina, prdu hepática de glicse elevada, resistncia periérica à insulina u diminui d clearence (elimina) de glicse. Tem sid descrit que de-
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eit primári em diabétics n bess é prejuí da secre pancreática de insulina, enquant que, ns diabétics bess, deeit primári é prejuí da sensibilidade d múscul esquelétic e d ígad à insulina. os decrrente pacientes cm DMNID pdem eibir hiperinsulinemia de jejum, da hiperglicemia que persiste a lng d dia, mas este ecess de insulina é insuciente para nrmaliar s níveis sanguínes de glicse. ocrre, assim, uma decincia relativa e n absluta de insulina.
DIAGNÓSTICO E EPIDEMIOLOGIA A Asscia Latin-Americana de Diabetes – ALAD (1995) recmenda s seguintes critéris diagnstics para DM: 1. Pacientes cm sintmas clars de DM e valres de glicemia de jejum iguais u maires que 140mg/dl u em determinaes realiadas em qualquer mment d dia iguais u maires que 200mg/dl; 2. Pacientes sem sintmas clínics de DM, mas cm níveis de glicemia emujejum u superires a 140mg/dl, cnrmads em duas maisiguais casies; 3. Pacientes cm valres de glicemia em jejum menres que 140mg/dl, mas cm atres de risc de DM e que também apresentam valres de glicemia iguais u superires a 200mg/ dl duas hras depis de uma ingest de 75g de glicse. 4. o diagnstic de intlerância à glicse aplica-se em pessas cm valres cmpreendids entre 140 e 199mg/dl, duas hras depis de umaerecerem ingest deinterpreta 75g de glicse. Ns cass em que s resultads duvidsa, deverá ser eita uma nva prva de tlerância à glicse, cm glicemia basal, 60 e 120 minuts. A presena de dis valres acima de 200mg/dl cnrmam diabetes. Apesar ds prgresss da Medicina, diabetes mellitus é uma enermidade cuja prevalncia (númer de cass eistentes em um dad mment, numa ppula estudada), n Brasil e n mund, aumenta cada an prseus umaerrs sériealimentares de mtivs.e Dentre eles, estil de vidaaurbana, cm sedentarism, assim cm aument da epectativa de vida da ppula e da sbrevida pels diabétics.
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o Cens Nacinal de Diabetes, realiad na ppula urbana, de 30 a 69 ans, em nve capitais brasileiras mstram uma prevalncia de 7,6%. As taas scilam de 5,2%, em Brasília, a 9,7% em S Paul, tend sid aindaRi estudadas: Belém, Frtalea, J Pessa, Prt Alegre, Recie, de Janeir e Salvadr (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Segund a organia Panamericana de Saúde, a prevalncia d diabetes n insulindependente nas Américas varia de 5% n Canadá, 14, 1% n Méic, passand pr 5,0-5,3%, em Santiag (Chile), 8% na Clômbia, 5-8, 1% na Argentina, 14% na Jamaica, embra cm metdlgias de estud distintas (LLANoS, 1995). Quant à incidncia (númer de cass nvs em um dad mment, em geral um an), DMNID é de mais diícil determina. Ainda em estud, a incidncia d DMID n Brasil está estimada em cerca de 7,8 pr 100.000 indivídus cm mens de 20 ans de idade (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993).
QUADRO CLÍNICO E FISIOPATOLOGIA o quadr clínic d diabetes apresenta uma série de sinais e sintmas, já citads anterirmente, crrend dierenas cnrme a sua apresenta DMID u DMNID. os sintmas clássics mais cmuns a tdas as rmas da dena s a pliagia, plidpsia e pliúria. Cm cnseqncia destes sintmas e sinais, ainda bservams nictúria (urinar durante a nite), bca seca, cansa, prurid genital (cceira nas partes íntimas), raquea, ineces cicatria, perda de pes etc.requentes na pele, diculdade de Ambs s tips reerem emagreciment mas, cmumente, DMNID apresenta-se cm pes acima d nrmal, enquant DMID evidencia um quadr de magrea. Estes sintmas e sinais decrrem da ausncia, decincia u mau aprveitament da insulina, levand à hiperglicemia, pela n entrada da glicse para dentr das células. A hiperglicemia ará cm que rim –deque nrmalmente reabsrve glicse – o perca sua capacidade reabsrver quantidades ta elevadas. indi-a vídu cmea a eliminar glicse que pr sua ve leva água junt (diurese smtica). A perda hídrica prvca sede para repr a
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quantidade de líquid perdida, daí a plidpsia. Finaliand, a n entrada de glicse na célula smada à perda pel rim, a cm que indivídu sinta me (pliagia). o paciente deve ser tratad t lg é eit seu diagnstic, n s para alívi de sua sintmatlgia, mas também para a preven das cmplicaes d diabetes mellitus. classificaçÃo do DIABETES e ouTras caTegorias afiNs de iNTolerÂNcia À glicose seguNdo a orgaNiZaçÃo muNdial da saúde
CLASSES CLÍNICAS DIABETES MELLITUS: Diabetes mellitus insulindependente Diabetes mellitus n-insulindependente sem besidade cm besidade Diabetes mellitus assciad cm a desnutri outrs tips de diabetes mellitus relacinads cm utrs estads e síndrmes 1) enermidade d pâncreas; 2) enermidade de rigem hrmnal; 3) transtrns prvcads pr ármacs u substâncias químicas; 4) anrmalidade da insulina u seu receptr; 5) certas síndrmes genéticas; 6) transtrns miscelânes. DIMINUIção DA ToLERÂNCIA À GLICoSE: a) sem besidade b) cm besidade c) assciada cm certs estads e síndrmes DIABETES MELLITUS DA GRAVIDEz CLASSES DE RISCO ESTATÍSTICO (indivídus cm tlerância nrmal à glicse mas cm bastante prpens a diabetes)
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ANoRMALIDADE PRÉVIA DA ToLERÂNCIA À GLICoSE ANoRMALIDADE PoTENCIAL DA ToLERÂNCIA À GLICoSE oMS, Inrme Técnic n. 727
O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS o tratament d diabétic visa n s cntrle metablic imediat (níveis de glicse nrmal), mas também a preven das cmplicaes da dena (chamadas cmplicaes degenerativas), que crrem aps váris ans de dena. Assim, para tdas as rmas de apresenta d diabetes, a dietterapia, s prgramas aprpriads e individualiads de atividade ísica e a educa cntinuada devem rmar a base d tratament. É cmum assistirms alguns pacientes que, a alcanarem glicemias de jejum primas de 100mg/dl, argumentam pela retirada da medica. os resultads decnsiderand-se eames labratriais devem ser revists a cada cnsulta médica, individualmente cada paciente. os valres para a glicemia em jejum devem ser mais feíveis para s idss e s pacientes cm enermidades crônicas que representem risc de hipglicemia. Na verdade, s s seguintes s parâmetrs e critéris de cntrle metablic, segund a ALAD (1995):
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Quadro 1 – alguNs dos parÂmeTros bioQuÍmicos e criTérios de coNTrole meTabÓlico seguNdo a associaçÃo laTiNo-americaNa de diabeTes
1 DIETA A dieta é etapa inicial e indispensável para qualquer tip de diabetes u intlerância à glicse. A Asscia Americana de Diabetes a, dentre utras, as seguintes recmendaes gerais: 1) atingir e manter pes ideal d paciente; 2) rnecer 55 a 60% das calrias gerais a partir de carbhidrats; 3) limitar a ingest ecessiva de prteínas (ideal: 0,8g/kg de pes crpral); 4) restringir a ingesta de grduras para 30% u mens das calrias ttais; 5) diminuir a ingesta de clesterl para mens de 300mg/d; 6) reduir a ingesta de sdi a 1g pr 1000 calrias e a limite máim de 3g/dia. A mairia ds pacientes cm DM deverá necessitar terapia adicinal cm um agente hipglicemiante ral (Ho) u insulina para bter cntrle glicmic satisatri. (DUNN, PETERS, 1995)
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os DMNID, geralmente bess, necessitam cmplementar a dieta cm hipglicemiantes rais. Nestes pacientes, mair bjetiv é alcanar e manter pes ideal, uma ve que 80% destas pessas tm ecess de pes. Já n tratament d DMID, nde s pacientes aem us de insulina, devem ser bservads alguns bjetivs básics (NATHAN, 1988): 1. ausncia de sintmas ligads à hiperglicemia; 2. um mínim de episdis de hipglicemia; 3. cetnúria mínima (elimina renal de crps cetônics rmads n ígad); 4. cresciment e desenvlviment nrmais das crianas; 5. educa d paciente para permitir sua aut-assistncia e para que seja capa de prevenir uma descmpensa metablica. Em rela à alimenta, a meta principal é bter uma ingesta unirme de carbhidrats e calrias, pssibilitand empreg adequad de insulina e bm cntrle glicmic (BANTLE, 1988). Um ds enques atuais na rienta alimentar d paciente diabétic tem sid em rela a imprtante papel das bras, que pdem prvcar uma redu da glicemia medida aps as reeies (FILHA, et al., 1989 ; LEFèBVRE, SCHEEN, 1992). A bra dietética é denida cm a pr ds aliments de rigem vegetal que n pde ser digerida u absrvida pel intestin d ser human e, desta rma, n pssuem valr calric. S eempls cmuns de bra dietética a celulse, a hemicelulse, gmas, pectina e lignina, send a mairia plissacarídes n digeríveis de plantas, cmpsts de cadeia de glicse, ilse, manse, ácid galacturônic u galactse. os legumes s a nte mais cncentrada de bras, também encntradas em rutas, verduras, grs etc. Pr utr lad, as dietas e s suplements rics em bras pdem ser respnsáveis pr sintmas cm náuseas, distens abdminal e fatulncia (BANTLE, 1988). Quant de uma dietabservaes balanceada esugerem rneciment adequadà relevância de nutrientes, recentes que a suplementa de magnési pde cntribuir para um aument tant da respsta da célula b quant da atividade da insulina em
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pacientes cm DMNID (LEFèBVRE, SCHEEN, 1992).
2 ExERCÍCIOS os eercícis ísics pdem erecer diverss beneícis para s diabétics: 1. redu imediata da glicemia e pssível melhra d seu cntrle a lng pra; 2. aument da sensibilidade à insulina, aument d HDL clesterl (lipprteína chamada de “clesterl bm” pr cntribuir para a rem ds lipídes das paredes das artérias) e pssível redu d LDL (“clesterl mau”, pr eercer papel antagônic a HDL) e triglicerídes; 3. melhra da hipertens arterial leve a mderada; 4. aument d cnsum de calrias, auiliand na perda de pes; 5. diminui d númer de batiments cardíacs em repus; 6. aument da capacidade ísica de trabalh; 7. mair sensa de bem-estar e melhr qualidade de vida. N entant, s eercícis eits em cndies inadequadas u mal cnduids também pdem representar riscs (HoRSoN, 1988): 1. hipglicemia durante u aps eercícis mderads u prlngads; 2. hiperglicemia durante e aps eercícis intenss; 3. rápida eleva da glicse e crps cetônics n sangue em pacientes mal cntrlads; 4. aument d risc de denas cardivasculares preeistentes; 5. denas articulares degenerativas; 6. leses de partes mles (tendes, músculs etc.); e 7. pssível pira das cmplicaes a lng pra.
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3 INSULINA os pacientes cm DMID n cnseguem prduir insulina e s dependentes rem vivs. da aplica egena de insulina, para permanece A insulina é um hrmôni prteic (ist é, uma prteína), cnstituída de duas cadeias de aminácids, A e B, ligadas entre si pr pntes de enre. Sua prdu crre nas células beta da ilhta de Langerhans, n pâncreas, nde ca armaenada em grânuls que migram em dire à membrana da célula e se rmpem liberand-a para a circula. Este prcess envlve a participa de um sistemaespecialiad que se cntraem pssibilitand deslcamentde dsmicrtúbuls grânuls de insulina. A secre é estimulada principalmente pr glicse, mas também é prmvida pr aminácids (AA), ácids gras, crps cetônics, gastrina, secretina, clecistquinina, peptíde intestinal vasativ, enterglucagn etc. Quand estimulada pela glicse, a secre de insulina é biásica: a primeira, de curta dura, atinge máim aps 1 a 2 minuts; a segunda ase é mais prlngada e tem iníci tardi (KHAN, SCHECHTER, 1991).
3.1 Açes siológicas da insulina As aes d hrmôni insulina, que garantem as unes vitais n rganism, pderiam ser assim resumidas: 1. Aumenta a capta celular de pentses e certas heses dentr da membrana (aúcares) d sangueplasmática. pr ativa Certas d células sistemacaptam de transprte glicse independente da insulina, a eempl das hemácias, leuccits, medula renal, cérebr e células hepáticas; 2. Prmve transprte através da membrana de íns (cm ptássi e magnési) e certs aminácids e ácids gras; 3. Estimula a glicgnese ( armaenament de glicse na rma de glicgni) nas células sensíveis cm a bra muscular, célula hepática etc. A glicgnesee éhecinase btida através da ativae das enimas glicgni-sintase (gliccinase) inibi da srilase; 4. Inibe a glicgenlise (quebra d glicgni); Voltar para o sumário
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5. Inibe a glicnegnese (cnvers de aminácids e ácids gras em glicse) hepática; 6. Estimula a lipgnese (síntese de triglicerídes) a partir da capta de glicse, que dá rigem a glicerl-sat que é necessári para a esterica ds ácids gras e rma ds triglicerídes; 7. N tecid adips inibe a lipase intracelular e, cnsequentemente, a liplise (quebra de grduras); 8. Inibe a cnvers de aminácids e ácids gras em crps cetônics n ígad; 9. Estimula a síntese de prteínas. Inibe a prtelise (destrui de prteínas que cmpem s músculs etc.); 10.Estimula a síntese de ácids gras a partir de piruvat (ativa a piruvat desidrgenase); 11. Aumenta ritm de srila da glicse através d ativa da glicquinase hepática; 12. Ativa a enima lipprteina-lipase, que hidrlisa triglicerídes a partir de lipprteínas; Em suma, a insulina pssui aes ANABóLICAS (estimuland síntese e armaenament) e ANTICATABóLICAS (inibind degrada) sbre metablism de aúcares, prteínas, e grduras.
3.2 Mecanismo de ação da insulina A insulina prdu as suas aes através da interas cm receptres especícs da membrana celular. os receptres encntrads em praticamente tdas as células ds mamíers e em abundância em tecids especialmente imprtantes cm ígad, múscul e tecid adips. o númer de receptres de insulina irá depender da célula send, pr eempl, cerca de 40 na hemácia e 300 mil ns hepatcits e adipcits. (RAMALHo, 1994) o receptr é uma glicprteína que atravessa a membrana celular ee pssui duas(subunidades, uma(tirsina etra-celular, chamada de ala (a) utra, beta b), uma prteína cinase) transmembrana. Aps a liga da insulina n receptr e sua cnseqente ativa, a subunidade beta se cmprta cm um mediadr intracelular Voltar para o sumário
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que transmite a mensagem que dá iníci a uma série de reaes em cascata. S assim ativadas u inativadas as enimas cm a piruvat desidrgenase, a lipprteín lipase, glicgni sintase etc. A ativa d esistema de da transprte glicse através da membrana é rápida independe síntese dedeprteínas. A insulina parece prmver a mvimenta de transprtadres de glicse para pert da membrana e estimular a sua atividade (KHAN, SCHECHTER, 1991). É imprtante destacar que s receptres pdem ser regulads e infuenciads pr atres diverss: dieta, atividade ísica, hrmônis, agentes armaclgics e a prpria cncentra circulante de insulina.uÉ desavrável que se chama de aup/dwn avrável para a daregulatin insulina). (regula Assim, s abuss da dieta e a vida sedentária prejudicam, enquant que equilíbri alimentar e a atividade ísica regular cntribuem para a da insulina n receptr.
3.3 Tipos de insulina A insulina i islada, em 1921, pr Frederick Banting, pressr de silgia da Universidade de Trnt e Charles Best, um alun brilhante d 4 an de medicina daquela universidade. Um an mais tarde, utiliaram etrats de pâncreas em um jvem de 14 ans de idade cm glicemia de 500 mg/dl, que vinha urinand de 3 a 5 litrs pr dia e evluía rapidamente para a mrte cm únic tratament dispnível à épca: uma dieta de 450 calrias (SKYLER, 1988 ; KHAN, SCHECHTER, 1991). Cm sucess prcesss daquele ensai clínic, nseans seguintes ram desenvlvids para islament prdu em escala cmercial de insulina btida de bi e de prc. As primeiras insulinas, btidas de etrats de pâncreas e cristaliadas cm inc duravam apenas algumas hras, necessitand várias injees pr dia, além de serem impuras. A seqncia de aminácids que rmam a insulina s i btida pr Sanger, em 1960, e trs ans mais tarde bteve-se a síntese cmpleta da prteína. A lng btids de décadas, preparads ram eitas insulínics mdicaes cm mair n métd grau de de purea prdu e die-e rentes temps de a. Quant à rigem, as insulinas atuais pdem ser bvina (cm
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trs AA dierentes da humana), suína (um únic AA dierente) e humana. As duas primeiras s btidas daqueles animais, enquant que a humana é btida pr mei de prcesss químics de síntese u pr engenhariaprincipal genéticadesta (síntese pr cepas bactérias). A vantagem última está nespeciais at de ser mens imungnica (capacidade de induir a rma de anticrps antiinsulina). As insulinas pdem ser misturadas a substâncias que garantam a sua cnserva u mesm que pssibilitem mdicar a dura ds eeits. o quadr 2 apresenta s temps de a das insulinas pr via subcutânea (SC), determinadas pel us de cncentraes distintas de tampes inc, (btida acetat,d sat) u de mdicadras, cm(cm: a prtamina salm). Daíprteínas nme NPH, Neutral Prtamina Hagedrn. As dierenas ds temps descrits num mesm indivídu u entre duas pessas decrrem de atres diverss, cm lcal de aplica (a absr é mais rápida na seguinte rdem decrescente: abdmen, bra, nádegas e ca), atividade ísica etc. Quadro 2 - Tipos, Tempo de açÃo das iNsuliNas
3.4 Indicaçes para o uso das insulinas Destacam-se, a seguir, algumas das indicaes para empreg da insulina n tratament d DM:
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1. pacientes diabétics magrs, cm sinais evidentes de catablism (perda de massa muscular, etc.); 2. pacientes em que as medidas gerais d tratament n armaclgic (dieta etc.), assciadas cm empreg de agentes hipglicemiantes rais (islads u em cmbina), n btém cntrle das glicemias; 3. pacientes d tip II cm alergia u intlerância as agentes Ho; 4. pacientes d tip II em situaes de estresse: cirurgias, inarte, inees graves etc. 5. diabetes gestacinal u pacientes diabéticas d tip II durante a gesta.
3.5 Reaçes adversas com as insulinas A hipglicemia é a principal rea adversa ligada a empreg da insulina, send mais requente ns trataments intensivs. Dentre suas causas pderiam ser relacinadas (KHAN, SCHECHTER, 1991): 1. us de dses inadequadamente elevadas; 2. alha n sincrnism entre mment pic máim n sangue e a ingest de aliments; 3. miss de reei; 4. presena de cndies que aumentam a sensibilidade às aes da insulina,em cm insucincia supra-renal u hipsária, implicand prejuí na secre de hrmônis que elevam a glicemia cm s gliccrticides e hrmôni d cresciment; 5. participa de atres que aumentam a capta de glicse independente de insulina, cm s eercícis. Uma histria de cealéias matinais, sures nturns u sintmas de hiptermia deve despertar para a pssibilidade de hipglicemia nturna em pacientes usand insulina. Esta cndi pde ser diícil de detectar uma ve que é cmumente seguida de hiperglicemia matinal de rebte, chamad eeit Smgyi (KHAN, SCHECHTER, 1991). Voltar para o sumário
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Cm a evlu da técnica de prepar e grau de purea d hrmôni, s atualmente raras utras reaes cm alergia, lipatra, lip-hipertra e edema. A alergia é cmumente restrita a lcal da mais as insulinas bvina e suína d aplica, que cm a send humana. A cmum atra dacm grdura d tecid subcutâne n lcal de aplica (lipatra) parece ser uma variante da respsta imune à insulina, enquant que aument d depsit de grdura subcutânea (lip-hipertra) representa a a lipgnica de altas cncentraes lcais de insulina. o edema ligad à insulina é atribuíd à reten de sdi u a aument da permeabilidade capilar, ntadamente em pacientes metablicamente descmpensads (KHAN, SCHECHTER, 1991).
4 DROGAS HIPOGLICEMIANTES ORAIS os pacientes prtadres de DMNID prduem insulina, mas esta n cnsegue ser eca para manter indivídu cm uma glicemia nrmal. os hipglicemiantes rais (Ho) s drgas que aumentam a secre da insulina, ptencialiam sua a em nível de receptr periéric u diminuem a absr intestinal de glicse. Atualmente, n Brasil, trs grups de agentes hipglicemiantes rais s dispníveis para us clínic: as sulniluréias, as biguanidas e s inibidres da ala-glicsidase. É imprtante rientar paciente para at de que elas n s a insulina, hrmôni indispensável para cntrle da glicemia, síntese de prteínas etc. Cnrme verems a seguir, estes ármacs s empregads cm a nalidade de aumentar a síntese de insulina pel rganism u de cntribuir para melhr eeit d hrmôni.
4.1 Suloniluréias As sulniluréias (SU) s drgas derivadas d ácid sulônic, que estimulam a prdu de insulina n pâncreas. N mment, n mercad brasileir dispms de alguns tips, que variam em rela à ptncia e a temp de a, cm a clrprpramida, glibenclamida, glicaida e glipiida.
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4.1.1 Características gerais das sulniluréias As sulniluréias s bem absrvidas pel trat gastrintestinal. Pr alcanarem ideaisutiliadas em puccerca temp, algumas pdemcncentraes bter melhr plasmáticas ecácia quand de 30 minuts antes da reei. Entre 90 e 99% das SU encntram-se ligadas à prteínas plasmáticas de transprte, cm a albumina e este at pde ser relevante n cas d us cncmitante de utrs ármacs que também se utiliam destas prteínas. Este grup de agentes Ho sre metablism hepátic e elimina renal ds seus metablits (KHAN, SCHECHTER, 1991). Em linhas gerais, s resultads teraputics e cuidads cm us das SU, que dierem entre si quant à ptncia, s semelhantes. A clrprpamida, que cmpe a lista das SU de primeira gera, apresenta algumas características que devem ser bservadas cm: 1. meia-vida plasmática prlngada (24 a 48 hras), cntrastand cm as SU de segunda gera ilustradas acima de 1,5 a 5 hras; 2. metablism hepátic incmplet, havend necessidade de ba un renal para a elimina de cerca de 20% da drga na rma inalterada; 3. mair incidncia de reaes adversas. As SU pdem interagir cm utras drgas administradas simultaneamente. S eempls clássics: a) drgas que diminuem seu metablism hepátic: sulsal e dicumarl; b) drgas que diminuem a ecre renal: enilbutana e aspirina; c) drgas que pssuem eeit hipglicemiante adicinal: aspirina; d) drgas que prmvem deslcament da liga prteica: sulnamida, dicumarl, clbrat, enilbutana e salicilats. A intera entre a clrprpamida e agentes Ho btids das plantas Mrmdica charantia (mel-de-s-caetan) e Allium sativum (alh) i descrita pr Allam e Stckley (1979), que alertaram para a pssibilidade de hipglicemia. Ds pacientes que incialmente btém cntrle adequad da glicemia cm us de uma SU, cerca de 5 a 10% apresentam
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insucess cm a evlu d tratament (KHAN, SCHECHTER, 1991). Algumas causas pdem ser apntadas: 1. mdica individual n metablism da substância; 2. prgress da insucincia endcrina d pâncreas; 3. abandn d esquema incial de dieta; 4. pssível diabetes tip I de iníci lent, inicialmente identicad cm DMNID.
4.1.2 Mecanism de a das sulniluréias As SU prduem essencialmente aes pancreáticas, estimulam a secre de insulina e a degranula das células b. 1. aumentam s níveis de AMPc (imprtante mensageir intracelular), pr estímul das enima adenilciclase e inibi da sdiesterase. Assim, diminuem a capta mitcndrial d cálci (Ca), aumentand s níveis citplasmátics d Ca, que cnsequentemente ativa um mecanism de micrtúbuls e micrlaments respnsáveis pela ecitse (libera para s vass sanguínes ds grânuls cntend insulina). 2. desplaria direta das células b, permitind mair infu d Ca. Alguns trabalhs deendem a pssibilidade da eistncia de aes etra-pancreáticas das SU: de que aumentem númer de receptres insulínics; diminuam a secre d glucagn e a degrada que as SU hepática datenham insulinaaes endgena etra-pancreáticas etc. N entant,imprtantes parece imprvável (KINSLEY, 1994).
4.1.3 Eeits claterais das sulniluréias 1. hipglicemia (é a maniesta mais imprtante, e se asscia à miss u menr ingesta de aliments, desnutri, transtrns hepátics u renais); 2. alergia, tssensibilidade e rash cutâne (vermelhid na pele); 3. reaes de intlerância cm bebidas alclicas (principalmente
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a clrprpamida) pr prejudicar metablism d álcl etílic. o etanl de at pde intensicar a a de tdas as SU a prvcar hipglicemia. 4. queias d aparelh digestiv: gst metálic, náuseas, vômits, diarréia; 5. algumas rmas de anemia, cm aplástica e hemlítica; 6. lassid; 7. depress da medula ssea e leucpenia, anemia e trmbcitpenia; 8. anemia hemlítica; 9. anrmalidade da un hepática; 10.hepatite alérgica e icterícia; 11.hipnatremia (diminui d sdi circulante) e intica hídrica A incidncia de hipglicemia severa cm as SU é estimada em 0,22 episdis pr 1.000 pacientes-an, send 400 vees mens cmum quea cm us regular de insulina. os cass s mais cmuns d cm clrprpamida, devid a temp prlngad de a (KINSLEY, 1994). os hrmônis hiperglicemiantes, também chamads cntra-reguladres, principalmente adrenalina e glucagn tendem a impedir a queda da glicemia a níveis etrems pr antagniar eeit da insulina durante a hipglicemia e induind a prdu hepática de glicse (SHAMooN, 1992).
4.1.4 Cntra-indicaes para empreg das sulniluréias 1. 2. 3. 4.
gravide e lacta; alergia prévia a uma sulnamida; insucincia renal; insucincia hepática;
5. hipersensibilidade as SU; e 6. cntra-indicaes relativas: cirurgia, intercrrncias clínicas de mair gravidade etc.
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4.2 Biguanidas A rmula estrutural das biguanidas assemelha-se à da guanidina, princípi ativ da PETERS, planta Galega cinalis, de us tradicinal na Eurpa (DUNN, 1995). A enrmina, inicialmente cnsiderada cm a drga mais ptente deste grup, i etensivamente utiliada até sua retirada de circula. Ist crreu, junt cm a burmina, na mairia ds países até nal da década de 70, pel aument da incidncia de acidse lática (DUNN, PETERS, 1995). A dimetilbiguanida, u simplesmente metrmina, i intrduida n mercad em 1957 para tratament d DMNID. outra característica biguanidas que,assciad a cntrári das sulniluréias e insulina,das seu us n éestá a ganh de pes crpral, uma ve que n aumenta a secre insulínica. o seu empreg é, em geral, prpst para s cass de alncia das sulniluréias ns pacientes cm DMNID, ntadamente s bess. A biguanida também pde ser cnsiderada em cass especiais de DMID, em asscia cm insulina, cm nas rmas instáveis e de insulin-resistncia. Em suma, as biguanidas atuam melhrand a a da insulina e pssuem indicaes especialmente n DMNID. o seu us nestes n DMID é plmic alguns autresdaasprdu cnsideram inecaes cass já que suae a depende de alguma insulina endgena (QUINTAS et al., 1994)
4.2.1 Características gerais d metrmina o metrmina n aumenta a secre pancreática de insulina e, se usada isladamente, n indu hipglicemia, principalmente através d aument da sensibilidade dsatuand tecids periérics (especialmente múscul esquelétic) e d ígad às aes da insulina. Desta rma, antagnia a resistncia insulínica. o metrmina parece pssuir eeits benécs sbre s níveis sérics de lipídes e atividade brinlítica, embra sejam claras as implicaes clínicas destes eeits a lng pra (DUNN, PETERS, 1995). o metrmina pssui ba bidispnibilidade, cm absr gastrintestinal (ntadamente n intestin delgad) em trn de seis hras aps a ingest. A c-administra cm aliment diminui discretamente a sua absr. Cerca de 20 a 30%, n absrvids, s eliminads nas ees. Sre rápida distribui ligand-se Voltar para o sumário
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puc a prteínas plasmáticas. N sre metablism hepátic, uma ve que n ram identicads metablits u cnjugads d metrmina. A meia-vida, aps a administra ral, é de 4creatinina, a 8,7 hras pacientes cm eleva da pissend a suaprlngada eliminaem crre pr via renal (DUNN, PETERS, 1995). As bebidas alclicas s cntra-indicadas durante tratament. Quant à intera cm utras drgas, a acarbse diminui a sua bidispnibilidade. A gma guar diminui a sua absr. A cimetidina pde diminuir a ecre renal d metrmina. (DUNN, PETERS, 1995) A prescri deve ser iniciada cm a dse de 0,5 a 1g/dia, em dses racinadas durante u aps as reeies, cm aument gradual cnrme a necessidade, até máim de 2.500mg u trs cmprimids diáris de 850mg.
4.2.2 Mecanism de a das biguanidas A d que crre cm as sulniluréias, as biguanidas tmcntrári aes essencialmente etra-pancreáticas, n eigind célula b uncinante pis n aetam a prdu de insulina. 1. aument da capta de glicse pels tecids periérics (especialmente múscul esquelétic), desde que haja alguma insulina; 2. estimula da utilia celular de glicse através da gliclise anaerbica. A inibi da ida de glicse até Co² (diid de carbn) aumentasa seus prdu ácid láticbem e pirúvic e, cnseqentemente, níveisdesangínes, cm de crps cetônics (QUINTAS et al., 1994); 3. a anreígena; 4. redu da absr intestinal de glicse (eeit mens preminente cm a metrmina) e mair utilia pels entercits (células intestinais). Este eeit parece ser dse dependente (QUINTAS et al., 1994); 5. Redu a glicnegnese hepática; 6. Aumenta númer de receptres de insulina (embra eistam dads cnfitantes na literatura); e Voltar para o sumário
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7. Prdu algum grau de inibi da síntese lipídica cm clesterl e triglicerídes (QUINTAS et al., 1994).
4.2.3 Eeits claterais das biguanidas 1. Acidse lática – decrrente d acúmul de ácid látic na circula – é, indiscutivelmente, a cmplica mais temida. Embra rara, parece estar vinculada a us inadequad d medicament, em pacientes prtadres de cmprmentiment renal u hepátic, dena cardivascular u em cndies clínicas de hipia (que predispem a aument da prdu tissular de lactat). o risc de acidse lática cm empreg da biguanida é da rdem de 0,007 a 0,01 episdis pr 1.000 pacientes-an, enquant que a taa de mrtalidade cm esta cmplica é estimada em 35% (KINSLEY, 1994). A incidncia de acidse lática cm a enrmina é cerca de 10 vees mais cmum (MooRADIAN, 1996); 2. Distúrbis gastrintestinais – crrem em 5 a 20% ds pacientes e incluem: náuseas, vômits, diarréia, anreia e gst metálic. Estas maniestaes pdem ser minimiadas cm a sua administra durante u aps as reeies. outr recurs é de reduir a dse, trnand a aumentá-la cnrme a necessidade. os transtrns gastrintestinais pdem surgir aps um lng temp de tratament; 3. N causa hipglicemia u ganh pnderal; 4. Prejuí da absr intestinal da vitamina B12 e lat, cmusem 5. mente Redu dmair apetiteimplica (anreia).clínica (MooRADIAN, 1996);
4.2.4 Cntra-indicaes das biguanidas 1. Gravide e lacta; 2. Insucincia renal rgânica u uncinal, inclusive cass leves (creatinina sérica 1,5 mg/dl em adults, u ainda menr cnrme a idade e a massa muscular); 3. Enermidades agudas que representem risc de altera da un renal: desidrata (diarréias e vômits), ebre, estads Voltar para o sumário
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4. 5. 6. 7. 8. 9.
inecciss e/u hipics graves (chque, septicemia, inec urinária, pneumpatia); Insucincia hepática; Intica alclica; Descmpensa cet-acidtica, pré-cma diabétic; Úlceras gastrdudenais em atividade; Insucincia cardíaca; Diabétics magrs (QUINTAS et al., 1994).
4.3 Inibidores da ala glicosidase os carbhidrats ingerids na dieta cmeam a sua degrada n duden. De maneira distinta a que crre cm a a-amilase pancreática – que se hidrlisa na lu intestinal – tdas as demais glicsidases se lcaliam na mucsa d intestin delgad. A acarbse inibe as a-glicsidases (CALLE-PASCUAL et al., 1992). Send assim, s inibidres da a-glicsidase, cm a acarbse, reduem a absr gastrintestinal de carbhidrats, send chamadas também de “blqueadres de amid”. Este ármac redu a glicemia e tende a causar perda de pes. Estes agentes s também chamads de anti-hiperglicemiantes, uma ve que usads isladamente n resultam em hipglicemia.
4.3.1 Características gerais ds inibidres da a-glicsidase A absr da acarbse para a circula sistmica n é necessária, uma ve que a drga eerce seus eeits dentr d intestin. Estuds mstram que a sua absr intacta para a circula sistmica é da rdem de 0,5 a 1,7%. N entant, inrmaes btidas sbre a ecre renal apntam para uma absr da rdem de 35% da dse administrada, send principalmente metablits rmads n intestin que pdem também ser encntrads n sangue. o percentual da drga quecncentra é distribuída ligada a prteínas plasmáticas é dependente da sua n sangue, send inversamente prprcinal à mesma. A elimina da acarbse pde crrer pr clivagem pr enimas intestinais u pr bitrans-
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rma pr micrrganisms presentes n aparelh digestiv (BALFoUR, McTAVISH, 1993).
4.3.2 Mecanism de a ds inibidres da a-glicsidase A acarbse é um ligssacaríde que inibe reversivelmente as enimas intestinais chamadas de a-glicsidase, respnsável pela digest de carbhidrats (CH) cmples e dissacarídes para mnssacarídes absrvíveis. Assim, a acarbse retarda a absr ps-prandial de glicse, resultand em atenua ds pics de glicemia, insulinemia e triglicerídes aps as reeies. Cnsiderand-se mecanism de a, seu empreg é deendid tant para s pacientes DMID quant para s DMNID. Embra n parea eercer um eeit diret sbre a resistncia insulínica, ensais clínics apntam que a drga é capa de reduir a glicemia ps-prandial e de jejum respectivamente em 20% e 10%. A queda na glicemia de jejum é atribuída a um eeit indiret (BALFoUR, McTAVISH, 1993). Alguns autres precniam us islad da acarbse n tratament d DMNID (CHIASSoN et al., 1994).
4.3.3 Reaes adversas ds inibidres da a-glicsidase 1. transtrns gastrintestinais; 2. meterism, fatulncia, distens abdminal; 3. diarréia; 4. eleva das enimas hepáticas em dses superires a 600mg/ dia; 5. anemia. os distúrbis gastrintestinais acima descrits s causads pela ermenta intestinal de carbhidrats n absrvids e pdem ser minimiads cm temp de us u iniciand-se tratament cm dses baias. As maniestaes sistmicas s raras (BALFoUR, McTAVISH, 1993). A redu da ingesta de carbhidrats parece atenuarpis a severidade dsquantidade eeits adverss da acarbse, depende da de CHgastrintestinais presente na alimenta (MooRADIAN, 1996). Na eventualidade da crrncia de hipglicemia, em paciente Voltar para o sumário
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utiliand acarbse em cmbina cm agente Ho u insulina, deve ser administrada glicse, uma ve que a sacarse u um CH cmple n ser prntamente ecaes para revers ds sintmas (MooRADIAN, 1996).
4.3.4 Cntra-indicaes para empreg ds inibidres da a-glicsidase 1. 2. 3. 4.
gravide; lacta; transtrns crônics da digest e absr intestinal; úlceras de instestin grss.
4.4 Outras drogas Nvas ármacs vm send pesquisads, cm grup das tialidinedinas (ciglitana, trglitana etc.) que pssuem eeit antihiperglicemiante, aumentand metablism basal da glicse e a lipgnese e eleva númer de receptres de insulina (KHAN, SCHECHTER, 1991). A trglitana mstru-se capa de melhrar a resistncia insulínica, baiar a prdu hepática de glicse e melhrar as glicemias de jejum e ps-prandial em pacientes DMNID (WoFFENBUTTEL, 1995). A ecácia desta drga i bservada tant n empreg islad quant cm a administra cncmitante cm as SU (MooRADIAN, 1996). os estuds iniciais cm alguns ds agentes deste grup ram interrmpids devid a apareciment de séria ticidade hematlgica (MooRADIAN, 1996).
COMPLICAÇõES AGUDAS E CRôNICAS DO DIABETES MELLITUS N é nss bjetiv detalhament da sipatlgia (mecanisms cm surgem) u tratament das cmplicaes. Este capítul busca ressaltar a imprtância d bm cntrle glicmic Voltar para o sumário
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visand, especialmente, à preven das cmplicaes d DM. Para tant deve clínic mnitrar seu paciente, para que n se surpreenda cm as cmplicaes. Esta mnitria deve ser eita ns pacientes através dsagens de glicemias - requentes, rutsamina (que avalia as scilaes das glicemias nas últimas 2 u 3 semanas), hemglbina glicsilada a cada 2 u 3 meses, micralbuminúrina semestral e und de lh anual, ns pacientes que usam insulina. Devems ainda incentivar a realia de glicemias capilares (testes da glicse eitas cm gta de sangue da etremidade ds deds) n decrrer d dia, para surpreender preccemente qualquer descntrle metablic. A cada cnsulta, paciente deve ser estimulad a ampliar seus cnheciments sbre a dena (s tips, a diversidade d quadr clínic, as cmplicaes etc.) e seu tratament, mesm aqueles que se utiliam apenas da restri alimentar de aúcares e ds chás de plantas medicinais.
1 COMPLICAÇõES AGUDAS As cmplicaes agudas representam risc de vida para s pacientes que as desenvlvem e s as mais temidas pel diabétic e seu médic. S mais cmuns n DMID, mas pdem crrer ns pacientes que aem us de hipglicemiantes rais. Elas pdem crrer pr alta u ecess de glicse na circula. Send a hipglicemia talve a mais temida de tdas as cmplicaes, pela sua apresenta de rma variada e às vees n percebidaevluir nem pel dente, nem pelsa que cercam. Sem tratament, pde rapidamente e levar mrte. os sinais e sintmas da hipglicemia pdem ser dividids em adrenérgics (causads pela descaga rápida de adrenalina para sangue) e neurglicpnics (decrrentes da diminui da glicse n sistema nervs central). Cmpem primeir grup: palpitaes, taquicardia, tremres, palide, enjôs e sensa de me. Ligads à neurglicpenia: astenia, incerncia, snlncia, vis dupla, distúrbis da cnduta, cnvulses, alucinaes, perda d cnheciment e cma (ALAD, 1995). Em vluntáris nrmais que receberam inuses de insulina, s sintmas hipglicmics surgem quand a glicse cai para cerca de 45mg/dl, mas s mesms pdem crrer em presena de Voltar para o sumário
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cncentraes mais elevadasm dependend da velcidade e da magnitude da altera (KHAN, SCHECHTER, 1991). Seu tratament é basead na administra rápida de aúcar, seja pr via ral – se paciente estiver em cndies de englir –seja pr via intravensa, através da glicse hipertônica (amplas que cntém slu de glicse a 25% u 50%) u sr glicsad (que cntém glicse a 5%). Algumas vees pde ser necessári us injetável de glucagn. A hiperglicemia pde evluir para dis tips de cmplicaes graves: a cetacidse diabética (CAD) e cma hipersmlar n cettic. Estas descmpensaes crrem mais especialmente em pacientes que descnhecem que s prtadres da dena u ns que abandnam tratament e apresentam lngs períds de descmpensa metablica. S causas precipitantes as ineces graves e utras patlgias que prvcam estresse, cm inarte d micárdi, acidente vascular cerebral, cirurgias, traumatisms etc. (ALAD, 1995). N primeir cas, caracteriad pela decincia grave de insulina e mais típic d DMID, paciente apresenta uma acidse metablica (queda d pH d sangue) decrrente d acúmuleletrlític de crps cetônics u cetácids, desidrata e desequilíbri (alteraes ds níveis sanguínes de ptássi, sdi etc.). Além d prejuí das unes cerebrais (ind de snlncia a cma), s encntradas alteraes cm: respira e hálit característics – descrit cm semelhante a “ma pdre”. Já n cma hipersmlar, paciente DMNID apresenta níveis de insulina sucientes para impedir a rma ds cetácids e n há acidse metablica, mas desenvlve um quadrimprtante, cm níveis bastante elevads de glicemia e uma desidrata capaes de levar a cma. Ambs s cass requerem interna hspitar, hidrata abundante e us de insulina de a rápida pr via endvensa u intramuscular.
2 COMPLICAÇõES CRôNICAS As cmplicaes crônicas embra n t temidas, mas s de instala prgressiva, às vees silencisamente, e cm pucas alternativas teraputicas. Pde levar indivídu lentamente à cegueira, à insucincia renal e à mrte. Voltar para o sumário
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As cmplicaes crônicas aparecem em qualquer tip de diabetes depis de alguns ans de evlu de dena e tem-se cnceit de que mau cntrle precipita seu apareciment. Pr ist, melhr tratament parabm as cmplicaes crônicas DM ainda é a preven, cm um cntrle metablic dad dena. Tem sid prpst que a hiperinsulinemia está assciada a utras anrmalidades metablicas vistas n DMNID, incluind a hiperlipidemia (eleva ds níveis de lipídes n sangue), deeits brinlítics e hipertens arterial. Além de iniciar u agravar estes atres de risc cardivasculares, a hiperinsulinemia também pde induir a prliera ds cmpnentes da parede da artéria, atuand cm atr de cresciment e aumentand a predispsi para as denas vasculares.
2.1 Angiopatia A angipatia pde ser de pequens vass (micrangipatia) u grandes vass (macrangipatia). A micrangipatia levaria à retinpatia, nerpatia e neurpatia que descreverems em tpics a seguir (KENN, 1988). A macrangipatia que crre n diabétic é semelhante à que crre em pacientes n diabetics. S casinadas pr prcesss ateresclertics ds vass que dicultam a irriga ds tecids e prvcam a isquemia cardíaca e inart d micárdi, a dena vascular periérica e cerebral. Sabe-se que s hmens diabétics s acmetids numa reqncia duas vees mair que esacmete n diabétics e nas mulheres esta reqncia é ainda mair mulheres jvens. Ns pacientes cm DMID esta reqncia pde ser cerca de 10 vees mair que na ppula em geral. A dena cardivascular e inart s imprtantes causas de mrte súbita n DMID jvem. A dena vascular periérica pde se maniestar cm claudica intermitente ( paciente anda e sente dr; é brigad a parar de andar, aliviaprincipalmente a dr; vlta a andar e assim sucessivamente), úlceras isqumicas de membrs inerires e gangrenas. Estas s algumas das aeces prmvidas pela angipatia diabética, numa mesclagem de macrangipatia e micrangipatia.
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Precedida u acmpanhada de hipertens, as denas vasculares cerebrais que v desde a isquemia até acidente vascular cerebral (derrame) s de reqncia mais elevada e de pir gravidade ns pacientes cm diabetes. É neste sentid que se trna indispensável bm cntrle da press arterial n diabétic.
2.2 Retinopatia A retinpatia diabética (RP) é cnsiderada uma cnseqncia da hiperglicemia, send prpsta a hiptese de que esta última aeta a circula retiniana e indu isquemia e hipia (respectivamente, fu sanguíne e igena precáris) pr váris mecanisms patlgics (KLEIN, 1988). Aps 10 ans de DM, aprimadamente 50% ds pacientes tm RP; aps 15 ans, 80% deles (MS, 1993). Daí nvamente enatiar a imprtância de manter a glicemia cntrlada através ds ans e eame peridic d und de lh, ntadamente prque a RP n causa sintmas sen em estágis bem avanads e irreversíveis. o Ministéri da Saúde recmenda encaminhament de pacientes diabétics a talmlgista, dentre utras indicaes, ns pacientes sintmátics cm: 1. vis turva que persiste pr mais de um a dis dias u n assciada a scilaes da glicemia; 2. perda súbita da vis de um u ambs s lhs; 3. pnts negrs, linhas u esctmas cintilantes (manchas brilhantes) n camp visual. o lh d diabétic é, ainda, cmumente alv de utras enermidades, cm catarataintra-cular) (pacica d cristalin) e glaucma (aument da apress agud.
2.3 Neropatia A nerpatia diabética (NF) surge em decrrncia da micrangipatia a nível da micrcircula renal. A altera básica da un renal é permitind a perda de seletividade da membrana ltra d glmérul, a perda de prteínas cm de a albumina e utras macrmléculas. Ns primeirs 10 ans aps iníci d DM crre um aument da taa de ltra glmerular, devid à hiperglicemia, e micralbuminúria (ecre de pequenas quanVoltar para o sumário
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tidades de albumina), acmpanhad d aument d tamanh ds rins. Acredita-se que as leses renais nesta ase sejam reversíveis cm cntrle da glicemia. Cm temp cmea a haver a prteinúria em mair intensidade, surgind edema e queda na ltra glmerular. Cerca de 10 ans depis se instala a insucincia renal terminal. A alncia d rim pde ser acelerada, também, pr ineces urinárias, pela hipertens arterial e us de drgas nerticas. A cada an u a intervals menres, cnrme cas, dever ser realiads eames da urina cm cultura, prteinúria de 24 hras e depura de criatinina – avaliand a un renal (MS, 1993). Assim, a epectativa de vida d diabétic pde ser aumentada em que paciente é envlvid num enque preventivnademedida cnstante aten à saúde.
2.4 Neuropatia A Asscia Americana de Diabetes e a Academia de Americana de Neurlgia denem que, em pacientes cm diabetes mellitus cmprvad, a neurpatia (NP) é a asscia de sintmas de envlviment ds nervs periérics cm sinais anrmais e/u medidas bjetivas (cm a diminui de refes e prejuí da cndu nervsa, respectivamente) sem evidncia de utras causas de NP (e.: cnsum de bebidas alclicas e drgas, hiptireidism, denas hereditárias etc.). Na ausncia de sintmas, mas utiliand-se s mesms critéris, é chamada de NP subclínica. A prevalncia desta cmplica crônica d diabetes, ns EUA, i estimadadecm de até subjetivas), 55% send (baseada em 62% sinais)(cm e debase 100%nasdsqueias cass cnsiderand-se a realia de eames, cm a velcidade de cndu mtra. Assim, as anrmalidades da cndu nervsa s etremamente cmuns n diabetes, send que s sintmas crrem em 10 a 50% ds indivídus, tend rela cm a dura da dena (BAYS, 1988). Embra raramente seja repnsável pela mrte d paciente, a NP diabética (NPD) é imprtante causa de incapacita e invalide. Lamentavelmente, já i cmprvad pr alguns estuds que a NPD pssui caráter prgressiv, estimand-se que haja um aument na prevalncia de 8%, n mment d diagnstic, para 50%
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ds cass aps 25 ans de dena. Pr utr lad, é cnsens que a crre da hiperglicemia, e mais que ist, cntrle rigrs da glicemia, tem imprtante papel na preven e n tratament desta e utras cmplicaes d DM. Ilustrand um puc mais, as NP diabéticas pdem ser divididas em dis grandes grups: smáticas e autnômicas. D grup das neurpatias smáticas, s eempls: 1. Indlr: as rmas simétricas (acmetem bilateralmente) distais (ms e pés) sensriais (e. perda das sensaes de dr, temperatura, tat e vibra cm uma distribui típica cm se sse uma luva u meia) e assimétricas (e. nervs intercstais). 2. Dlrsa: a rma simétrica distal é a mais reqente das síndrmes de NP mtras, maniestand-se cm perda da sensibilidade e dres debilitantes; assimétrica, as mnneurpatias aetand nervs cm s ds músculs da ace e culares (quadrs de estrabism e paralisia acial pdem ser bservads) e até s nervs intercstais (simuland denas trácicas e até inart d micárdi). Mais cmumente, n entant, s s descrit cm “m acmetiments unilaterais caída”;demural nerv radial, e perneal levand (“péacaíd”). quadr D grup das neurpatias autnômicas, s eempls: 1. Cardivascular: cm pssível intlerância a eercíci, taquicardia de repus, hiptens pstural (queda da press arterial cm a psi de pé); 2. Gastrintestinal, pdend eplicar a gastrparesia (retard n esvaiament gástric) e sintmas cm náuseas, vômits e “má digest”, bem cm algumas rmas de cnstipa e diarréia. 3. Geniturinária: cm reten urinária (diculdade na mic) e, especialmente prblemátic para s hmens, a imptncia seual. Neste cas, é imprtante diagnstic dierencial cm utras causas cm us de medicaments, traumatisms, decincia hrmnal, atersclerse e até mesm a psicgnica (pr atres emcinais). 4. Cntra-regulatria: prejuí das respstas autnômicas refeas em presena de uma hipglicemia; 5. Sudmtra: distúrbis ds mecanisms da transpira. Voltar para o sumário
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N tratament da NPD, além d cntrle rigrs da glicemia, pdem ser utiliadas, dentre utras, drgas analgésicas (ácid acetil salicílic, paracetaml, prpien e até cdeína), antidepressivas (imipramina, nrtriptilina, anticnvulsivantes atuam na cndu nervsa,fuenaina), e.: carbamaepina e enitína)(que e s inibidres da aldse redutase. Este últim grup assume imprtância cnsiderand-se a sipatlgia da NPD (s mecanisms que levam à les d nerv). De rma sucinta, ns nervs ds diabétics crrem alteraes cm aument da entrada de glicse e acúmul d glicgni nas mitcôndrias. A hiperglicemia predispe, na bra nervsa, àa glicsila prteínas de transprte, ist é, a glicse se liga uma prteínadecm a Na/KATPase e prejudica a sua un. Assim, miinsitl (uma rma de aúcar ds aliments que nrmalmente se cncentra e tem imprtante papel n nerv) tem sua capta cmprmetida. Há alteraes na síntese de mielina pela glicsila. ocrre ainda chamad aument da via plil, nde a enima aldse redutase (que cnverte glicse em srbitl) leva nerv a acúmul deste últim e alteraes smticas. Estes enômens levam a respstas celulares anrmais, distúrbis de cnduDA e disun das bras (BAYS, 1988 ; MINISTÉRIo SAÚDE, 1993). Nsnervsas últims ans, diverss trabalhs dedicam-se à identica da atividade inibidra da aldse redutase em prduts de rigem vegetal, cm verems ns capítuls seguintes.
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“A ora da maior parte dos países em desenvolvimento permanece em grande inex plorada do ponto de vista de sua utilização prática.”
Farnsworth, 1985
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ASPECTOS GERAIS NO PREPARO E NO CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS E FITOTERÁPICOS HIPOGLICEMIANTES Paul Jsé Siel
INTRODUÇÃO Cnstatu-se, ns últims ans, um ressurgiment d empreg de plantas medicinais e de tterápics. Seja pr mdism u pr uma reaprima cnciliatria d hmem cm a naturea a cada dia ganha devastada pr ele,mais at adepts é que-aleigs, prcura armaclgistas pr estes medicaments, e médics - integrand lclre cm a cincia e a clínica, diminuind, dessa rma a distância que separa quintais e matas ds labratris de pesquisa e cnsultris médics. Para a grande mairia das plantas tidas cm medicinais, altam evidncias labratriais e clínicas cmprbatrias de ecácia e segurana, send que seus supsts mérits teraputics relativs, devem-se principalmente a inrmaes empíricas e subjetivas da medicina lclrica. Grande parte ds trabalhs publicads inspira também puca cnabilidade devid a métds de investiga inadequads. o reestud cientíc das plantas medicinais envlve brigatriamente uma padrnia ds métds de investiga, e sbretud, um eciente cntrle da matéria-prima, desde a cleta até prdut acabad. Embra estana precupa n seja recente, a realidade brasileira mstra que, prática, a qualidade das drgas erecidas a cnsumidr n é das mais satisatrias, cntribuind nesse sentid para desacreditar a tterapia cm tratament cnável tant para
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s médics quant para s pacientes. (BATISTIC, 1989) Recentemente, a Funda oswald Cru e a Secretaria de Saúde d Estad d Ri de Janeir elabraram uma prpsta de legisla de plantas medicinais e tterápics para garantir sua qualidade, em un de que muits abricantes cnseguem registr destes prduts dits naturais cm aliments, cnseguind burlar a scalia, além de ugir à eigncia de islar princípi ativ e apresentar prvas de sua ecácia. (FoLHA Do FARMACêUTICo, 1994) Lamentavelmente, é precupante que, t prim d sécul xxI, nestas circunstâncias, alguns medicaments ainda sejam cmercialiads cm sua qualidade apiada em prpriedades rganlépticas para ns culináris, e dependam da ba é d abricante para a venda de um prdut hnest. A mairia ds princípis ativs é de naturea química descnhecida, n apenas pr de serem encntrads em cncentraes reduidas, u terem estruturas etremamente cmpleas, mas também pela diculdade de etrair da planta tds s seus cnstituintes. Neste últim aspect, infuem a baia slubilidade, prte pr membranas puc permeáveis, pequena(GoTTLIEB, sensibilidade1968) d métd e decmpsi térmica u idativa. A prcura de um princípi ativ em uma drga pde ser cmparada, algumas vees, a percurs de um detetive em busca de um suspeit, que nem sempre é culpad. Certas substâncias aparecem e smem subitamente, cm num passe de mágica. Mthes et al (1974) bservaram que nenhum alcalide indlic era encntrad nas sementes de vincapervinca (Catharanthus rseus G.Dn), send detectads, psterirmente, a germina, nde permaneceram cmpletamente trsdurante semanas na planta, e pr a seguir, desapareceram quase cmpletamente, para nalmente reaparecer em cerca de it semanas. Durante estud desta planta para investigar seus pssíveis eeits hipglicemiantes, i bservad que um grande númer de rats tratads cm etrats de lhas mrreram pr inec pseudmnica, em cnseqncia de uma severa redu de leuccits (BEVER, 1980). o recnheciment deste eeit levu psterirmente à descberta de dis alcalides antimittics: vimblastina e vincristina (NEUSS et al., 1964). Voltar para o sumário
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Entretant, as investigaes ds eeits hipglicemiantes n ram abandnadas, send identicads utrs alcalides – leursina, vindlina e vindlinina – cm esta prpriedade, que s mais 1980).ptentes que a tlbutamida em dses equivalentes. (BEVER, De utras plantas tidas cm antidiabéticas – e pertencentes a inúmeras amílias – ram islads e puricads princípis ativs das mais diversas classes de cmpsts químics, cm prpriedades hipglicemiantes, tais cm plisacarídes, prteínas, favnides, esterides, terpenides e alcalides. (IVoRRA et al., 1989) Essas substâncias pdem servir de reerncia para cntrle de qualidade dsmais vegetais, permitind assim quantitativas aprimradas d que emanálises relaqualitativas a um etrate ttal u racinad d vegetal. Enquant a Bumelia sartrum (quiaba) tem um cmpnente ativ principal identicad – ácid bássic – (NAIK et al., 1991), em utrs cass, uma mesma planta pde ter váris princípis ativs de mesma prpriedade e de classes químicas dierentes também caracteriads. Ivrra et al. (IVoRRA, 1989), em trabalh de revis, reerem que,hipglicemiantes da Mmrdica acharantia (mel de S.Caetan) s substâncias ‘charantina’ – uma mistura hmgnea de b - sitsterl - D - glicsíde e 5,25 - estigmatadien - 3 -b- l - glicsíde – e também um plipeptíde, ‘plipeptíde - p’. Assim send, princípi ativ adquire imprtância na identica da planta, embra sua presena pssa n ser sempre bservada em etrats nrmalmente btids pel racinament da drga em etraes previamente padrniadas. Pdem ser muitas as variaes em sua cncentra, infuenciadas pr diverss atres, e que alteram signicativamente as prpriedades armaclgicas. Mdest Filh (1989), analisand etrats etanlics de Bumélia sartrum, btids de amstras distintas da mesma espécie, clhidas em dierentes lcais e épcas d an, bservu alteraes nas prpriedades químicas e armaclgicas. De uma amstra, i islada uma substância majritária, caracteriada cm ácid bássic – um ácid triterpnic insaturad – e, da utra amstra, ram etraíds diverss triterpenides, entre eles, espinasterl, taraerl e ácid leanlic. Da primeira amstra i demnstrad eeit hipglicemiante em rats nrmais e diabétics, enquant a segunda amstra apresentu puca atividade. Voltar para o sumário
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Fica assim evidenciad que substâncias isladas em mair prpr de determinada amstra n representam, brigatriamente, s principais cmpnentes ativs da drga, e, prtant, um ensai seqencial é Assim prcediment crrettquípara a pesquisa darmaclgic princípi ativ. send, a mais abrdagem mica é imprtante, mas d pnt de vista armaclgic, apenas quand r acmpanhada de ensais que determinem a DE50, de cada ra, para identicar cmpnente principal. A partir d que i epst anterirmente, ca evidente que estud armaclgic de etrats de plantas apresenta características e prblemas n s mais cmples, cm também dierentes daqueles vericads cm ármacs Destas diculdades, cnstam principalmente puc sintétics. cnheciment da naturea d princípi ativ e suas variaes de cncentra, numa amstra vegetal. Apesar d etrat ser preparad cm base num métd padrniad eatamente cm é descrit numa armacpéia, ist n implicará brigatriamente para a cnstância d seu cnteúd, pis, plantas btanicamente iguais, clhidas em estágis dierentes de crescimentvariáveis e desenvlvidas em lcais distints, pdem cnter cncentraes de princípis ativs. Em cnclus, se uma determinada planta é necessária em grande quantidade e é btida pr dierentes rnecedres que a cletam em estad silvestre em váris lcais, a invés de ser plantada, ist pderá acarretar um atr adicinal de err nas avaliaes armaclgica e teraputica. Assim send, antes de qualquer abrdagem armaclgica, é imprescindível a padrnia qualitativa e quantitativa d material empregad através d cntrle de qualidade.
CONTROLE DE QUALIDADE BOTÂNICO A classica btânica d material analisad deve ser primeir pass para cntrle de qualidade da drga. Esta deverá ser cmparada macr e micrscpicamente a uma amstra padr, armaenada em herbári, que serve cm reerncia para identica. o vegetal é designad em latim, tant para gner quant para a espécie, seguid d nme d autr, nrmalmente abreviad, cnstituind dessa rma sua nmenclatura cientíca, que é priritária para cntrle da drga. Voltar para o sumário
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Estes cuidads s necessáris, pis n é incmum num país cntinental cm Brasil, a mesma planta antidiabética ter denminaes ppulares distintas cm: Chrysbalanus icac L. (guajeru; guajuru; abageru; bageru); Bauhinia rcata (pata-de-vaca; unha-de-vaca; mrr). ou ent, embra dierentes, pssam apresentar pel mens um nme vulgar cmum: Caesalpinea errea, M. (jucá, jucaína, pau-err); Apuleia errea, M.(pau-err). N ams Dicinári de plantas úteis d Brasil e das eticas cultivadas, de Pi Crra (1931), s relatadas tree espécies da amília das Cmpstas cm nme de carqueja, além de utras derivaes pertencentes a utras espécies d mesm gner cm carqueja amargsa, carqueja de lha grande,miúda. carqueja d pântan, dce, carqueja lhuda e carqueja A indicada cm antidiabética, e estudada clinicamente pr Bragana (1995), é a carqueja amargsa (Baccharis genistellides P.), descrita minucisamente pr Crra (1931), aqui resumida cm um subarbust eret, rams e sem pls, até 80cm de altura, rams lenhss, trs aéres em tda etens, prém cm as alas seccinadas alternativamente; lhas nulas e capítuls reunids, dispstsrut a lng dslinear, ramssem na intersec das alas; fres amareladas; aquni pls, pequen. A dierencia desta espécie das demais d gner Baccharis deve ser eita através das fres, caule e suas alas. É imprtante enatiar estes aspects, prque a utilia errônea de uma espécie cletada indevidamente pr pessas ignrantes u desnestas implicará, atalmente, na inbservância ds eeits armaclgics prevists. Jaccud (1982) cita a cleta indiscriminada de tds s Slanum cnhecids que se assemelham a Slanum paniculatum (jurubeba). Segund Ruschi (1987), mais de 50% da Thuya ccidentalis que circula n mercad armacutic pde ser Cupressus pyramidalis (cipreste cmum), incluind rmulaes e tinturas. Batistic et al (1989) eaminaram diversas espécies de ‘chás medicinais’, e encntraram algumas alsicaes, tais cm a substitui da Pimpinella anisum (erva-dce) pela Feniculum vulgare (unch). os autres armam ainda interesse cmercial para que nme ppular erva-dce nacinal seja adtad, legalmente, para a espécie F.vulgare. Nesta mesma reerncia, é inrmad que capim-lim u chá-de-estrada (Cymbpgum ctratus) tem sid cmercialiad cm erva-cidreira (Melissa cinalis). Voltar para o sumário
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COLETA DA DROGA. VARIAÇõES DE COMPOSIÇÃO A cleta d vegetal deve ser estabelecida individualmente para cada espécie, em un partes d material btânic (drga) utiliadas n prepar dsdas etrats. Para plantas antidiabéticas, algumas recmendaes pdem ser eitas n sentid de utiliar determinadas partes. (ALMEIDA, AGRA, 1986) a) Flhas Annnna muricata L. (gravila); Chrysbalanus icac L. (guajeru); SalviaCecrpia cinalis L. (sálvia); Bauhinia rcata L. (pata-de-vaca); hlleuca M. (imbaúba); Eucaliptus glbulus Labill (eucalipt); Myrcia multifra (Lam.) D.C. (pedra-hume-caá); Averrha carambla L. (carambla); Juglans regia L. (ngueira); Phyllantus niruri L. e Phyllantus emblica L. (quebra-pedra). b) Casca d caule Anacardium ccidentale L. (cajueir); Tecma curialis Saldanha Curatella americana L. (caju-brav); Caesalpinea(ip-r); errea Mart. (pau-err); Stryphndendrn barbatim Mart. (barbatim); Bwdichia virgilliides, H.B.K. (sucupira-branca); Bumélia sartrum Mart. (quiaba). c) Casca d rut Punica granatum L. (rm). d) Tda planta Baccharis genistellides Pers. (carqueja). e) Rai Taraacum cinale Weber (dente-de-le). ) Frut Mmrdica charantia L. (mel-de-s-caetan). g) Sementes Phaselus vulgaris L. (eij); Ficus glmerata Rb. S undamentais s cnheciments especícs sbre sl, a altitude, a idade da planta, as cndies climáticas de lu e umiVoltar para o sumário
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dade, pis é sabid que estes atres infuenciam a cmpsi da drga. (MoDESTo FILHo, 1989 ; CIêNCIA HoJE, 1989). Num aspect geral, alguns cuidads especiais pdem ser cnsiderads, para que a cleta das plantas seja eita preerentemente em hráris de menr luminsidade e temperatura, em dias n chuvss, ntadamente para vegetais passíveis de cntamina pr afatinas. (RICCIARD, FERREIRA, 1986) Diverss dads de variaes, quantitativas e qualitativas de plantas cntend alcalides, mstram que estes cmpsts n s prduts nais inertes d metablism. (RoBINSoN, 1974) Send s vegetais tm uma épca uma certa redu para a clheita, aquelesassim, envelhecids pdem apresentar ns seuse princípis ativs, que s trnam n apts para prepar de medicaments. Variaes circadianas pdem crrer, e acarretar cncentraes, pela manh, quatr vees maires d que à nite para a mrna e a atrpina. (BANNERMAN, 1982). Sementes de urucum (Bia rellana) s citadas cm hipglicemiantes, embra identica princípisapresentam ativs. (IVoRRA et al., 1989). As sem mesmas sementesdeentretant, variaes de seu crante principal – biina – que v de 0,2% a 5%, send este valr máim, bservad em amstras das regies Nrte e Nrdeste brasileiras, atribuíd à mair intensidade de irradia slar e à umidade ambiental destas regies. (CIêNCIA HoJE, 1989). Se tais variaes para princípi ativ hipglicemiante s semelhantes à da biina, smente uma investiga detalhada pderá revelar. A partir dessas inrmaes, ca evidente a imprtância ds cuidads cm a cleta das plantas, cm bjetiv de manter seus princípis ativs de acrd cm as características qualitativas e quantitativas previstas para a devida transrma em tterápics. Entretant, se estas características s sempre preservadas, é diícil de respnder. Marques e Bri (1989) cnstataram que diversas empresas btm seus materiais rescs de 19 distribuidres nacinais, recrrend apenas as nmes ppulares, além de s aerem eames superciais desse material. Inelimente, a qualidade d tterápic já pderá ser prejudicada Voltar para o sumário
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nesta etapa inicial, cas alguns cuidads básics na cleta das plantas n sejam eetuads.
DESSECAÇÃO DAS DROGAS Este prcess tem pr nalidade evitar que as substâncias sejam alteradas cm temp. Para iss, s necessáris cuidads para que, durante sua realia, n crra a destrui ds cmpnentes ativs, devend ser bedecidas algumas nrmas especiais, de acrd cm as drgas empregadas. Basicamente, a desseca da drgadeve é eita ar livresbre u emuma estua. N primeir cas, material ser a clcad superície seca, em ambiente aprpriad cm rela a islament e ventila, evitand a epsi direta ds rais slares. Tais prcediments tm pr nalidade prcessament da desseca num temp tim, de rma hmgnea, sem prvcar a evapra apenas supercialmente. Já na desseca pr estua, embra mens ecnômica que a natural, a temperatura pde ser cntrlada, trnand este últim prcess, particularmente útil, indicad para substâncias bidegradáveis pr ermenta, pis material pde reabsrver vapr de água d ambiente. Send assim, a secagem pr este prcess, cm temperaturas mais elevadas, permite também a a das substâncias, através da desnatura das enimas respnsáveis pel seu metablism. A estabilia das drgas pde ser cnseguida também pr utrs prcesss cm pr arraste de vapr de álcl. A padrnia d prcess de secagem assume grande imprtância n(1983) preparn d bservaram material paraatividade etra.daDesse md,edulis d Vale Leite Passifra (ma-e racujá) cm etrats de lhas prvenientes d Nrdeste secadas em estua, a cntrári d etrat de lhas secadas à smbra. os autres cncluíram n ser pssível cmparar a atividade de lhas nrdestinas cm etrat riund de S Paul, uma ve que prcediment de secagem i dierenciad.
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CONTROLE DE PUREzA. TESTES QUALITATIVOS Além da caracteria btânica que assegura a identidade d material, precis determinarDevem a qualidade cm queamstras vegetal u suas partesé s apresentadas. ser recusadas sujas de terra e areia, as cletadas em lcais pluíds, e, sbretud, aquelas cntaminadas pr agrtics e metais pesads. A qualidade de qualquer tterápic é undamentada na autentica das drgas em cncrdância cm uma mngraa de armacpéia – a drga cial. De acrd cm Jaccud (1982), em rela à Slanum paniculatum L., a Farmacpéia Brasileira I precnia cm send drga a rai, enquant a Farmacpéia Brasileira II dá também caule, n entant, que é vist n mercad é a drga cnstituída pr caules mais u mens desenvlvids, lhas, e, muitas vees, de ruts e pssivelmente fres. Fats cm estes, s muit cmuns ns tterápics brasileirs, devid à ineistncia de scalia. Batistic et al. (1989), a analisarem 11 espécies de chás medicinais, bservaram que, em amstras de carqueja (Baccharis sp.), havia um predmíni caules Nesse de tamanh variáveis, em raras sumidades de fridas. cas,eéespessuras pssível especular que, se a inten d prepar d chá sse para tratament de distúrbis gástrics, s eeits armaclgics n seriam bservads, já que a parte recmendada para esta indica teraputica é a planta frida. o mesm racass teraputic seria também prvavelmente bservad, cas a indica d chá sse para tratament d diabetes. Para esta indica, embra as partes da planta ssem adequadas, a espécie indicada crretamente seria B.genistellides, e n a mistura de espécies d gner Baccharis. Este mesm trabalh caracteriu alta de higiene em algumas amstras, cm a presena de insets vivs e mrts (carunchs) e também, partículas de areia e terra. Bianchi et al. (1993) destacaram a imprtância da cautela, pr parte da ppula, cm a utilia de chás cm carqueja para emagrecer, pis pde crrer a pssibilidade de inclus de espécies ticas cm B. articulata (Lam.) Pers e B. usterii Hering. oliveira e Akisne (1973) estudaram 100 amstras de drgas vegetais cedidas pr um labratri cmercial, e apntaram algumas adulteraes, entre elas a de uma planta, cm atividade
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antidiabética puc cnhecida – a ngueira (Juglans regia L.) (ALMEIDA, AGRA, 1986) – cm uma utra espécie que dieria undamentalmente das lhas desta. Estes pesquisadres bservaram que, enquant algumas substituies ram de puca imprtância, d pnt de vista armacdinâmic, cm pr eempl Malva silvestris L. pr Sida bradei E.G. Baker, mesm n pderia ser dit da trca de Swetia elegans B. pr Erythryln subersus M., espécie pertencente a gner da E.cca e presumivelmente prdutra de alcalides. Em utras amstras, inclusive de drgas n ciais, ram encntradas cerca de até 35% de material estranh, prveniente de diverss tips de plantas. Esta prática desnesta e criminsa tem pr nalidade adicinar um pes rgânic etra a material verdadeir, acarretand a prdu de etrats alsicads, cm bai u nenhum ter de princípi ativ. Deve car entendid, prtant, que a qualidade da planta medicinal e d tterápic deve ser estabelecida, primeiramente, cm a autentica da drga, cmparand suas características cm padres descrits previamente nas as armacpéias. assim ser realiads testes para determinar impureas –Pdem das mais grsseiras até as micrbianas – ,assim cm as prpriedades ísicas e as características qualitativas e quantitativas ds cmpnentes da drga. Entretant, cm muitas das drgas usadas n cnstam de nenhuma mngraa cial, u ent, quand inscritas, smente em edies antigas, cm a Farmacpéia Brasileira I (1929), ca clar a grande aescasse de testes descritivs ciais atualiads para cntrlar qualidade. Em rela à aparncia, determina de cinas n silgicas (prveniente da calcina de terra e areia), umidade (perda pr desseca) e slubilidade, geralmente s aceitáveis as inrmaes citadas, n havend maires prblemas para cntrle de qualidade. Já para as padrniaes qualitativas e quantitativas, que envlvem também cntrle ds etrats, devem ser realiads métds espectrtmétrics e crmatgrács n descrits ns tets antigs. Estes métds pdem substituir entre utrs, as titulaes em alcalides ttais, t citadas nestas armacpéias, pr determiVoltar para o sumário
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naes especícas de um u mais cmpnentes. N cas particular de uma planta hipglicemiante cm a B.sartrum (MoDESTo FILHo, 1989), sua identica e cntrle de qualidade pdem ser estabelecidas pel cnteúd e cncentra ácid bássic e utrs triterpenides. Dessa rma, pde serd assegurad que n haverá inclus de drgas estranhas, u de decmpsies idativas u mesm térmica, durante prcess de etra. Ficam também ecluídas as alsicaes ds etrats pr diluies elevadas cm veícul e pr recnstitui d etrat pela inclus de um cmpst cnhecid, que pssa recmpr algum títul da drga. Pr essa ra, é interessante que este cntrle ds tterápics e plantas medicinais seja eit pr mais de uma substância. o rigr n cntrle de qualidade para investigar substâncias estranhas presentes na drga, assegura, principalmente, além da ecácia, a segurana d medicament. Recentemente i cnstatad em Cingapura, que 38 de 140 amstras de pílulas, ps e tinturas preparadas de ervas medicinais rientais, estavam cntaminadas cm quantidades perigsas de metais tics. (oF SANIT. PANAM., 1982) Em uma prepara, i detectada cncentra de mercúri de até 10.000 ppm, quand a máima admissível é de send 0,5ppm. Também encntradas cncentraes de arsnic, 1.000 veesram mais altas que limite permitid (5ppm), em uma série de prduts para ns pediátrics.
VARIAÇõES QUALITATIVAS Uma das maires diculdades d reestud armaclgic cmparativ decitads plantas– ntadamente medicinais é justamente at– de que empremuits trabalhs s mais antigs terem gad metdlgia n cientíca, dicultand em alguns cass sua reprdu atual. Além diss, us de drgas preparadas cm cmpsi descnhecida, sbretud cm grande varia ds seus cmpnentes, prejudica mais ainda a cmpara e a interpreta ds resultads qualitativs, principalmente quand rem cnfitivs. Até mesm ns trabalhs mais recentes, pdem haver tais diculdades, pel grande númer de métds, materiais e animais empregads. o estud de plantas tidas cm antidiabéticas em animais emprega rats (AKHTAR et al., 1981), camundngs (DAY et al., 1990), celhs (AKHTAR et al., 1981), ces (TEoDoSIo et al., Voltar para o sumário
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1958), cbaias (SIxEL, DE MARTINo, 1983), gerbils e langurs (KHANNA et al., 1981). Quant a estad uncinal, estes animais pdem ser nrmais (AKTHAR et al., 1981 ; DAYET et al., 1990 ; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u hiperglicmics através de diabetes induida pr alan (AKHTAR et al., 1981) u pr esptrepttcina (DAY et al., 1990) entre utrs mais. A administra ds etrats é eita cm animais em jejum (ATHKAR et al., 1981 ; DAY et al., 1990; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u recebend carga ral eterna de glicse (KARUNA NAY AKE et al., 1990). As vias de administra empregadas s a ral (DAY et al., 1990 ; KARUNANAYAKE et al., 1990), subcutânea (KHANNA et al., 1981), intraperitneal (DAY et al., 1990 ; SIxEL, DEMARTINo, 1983), u pr perus intestinal (PRESTA, 1986 ; NoGUEIRA, PEREIRA, 1986). Cm rela à naturea ds etrats, estes pdem ser aquss , metanlic (ALI et al. 1993), etanlic (MoDESTo FILHo et al., et al., 1994) 1988), clrrmic entre utrs. (DAY et al., 1990), hidralclic (LEoNCIo Estuds clínics caracteriaram variaes glicmicas e testes de tlerância à glicse em indivídus nrmais (WANNMACHER et al., 1989 ; ARDUINo, SoARES, 1951 ; MoDESTo FILHo et al., 1988) e diabétics (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986 ; KHANNA et al., 1981). Alguns etrats, quand administrads em dse aguda, n apresentam eeits que de acrd as inrmaes ppulares, masseriam pdemesperads, revelar ecácia apscm us prlngad. Nesse sentid, etrat hidralclic da casca d caule da sucupira (Bwdichia virgilliides, K.) n apresentu eeit hipglicemiante em rats, aps quatr hras da administra ral de uma dse de 500mg/Kg, enquant tratament ral crônic, pr 18, na dse de 250mg/Kg/dia, mstru redu ds níveis de glicse plasmática de 33,5% (LEoNCIo et al., 1994). Este resultad mstra queuma a simula em labratri, cm us crônic, pde revelar atividade mitida em eperiment agud. outra situa interessante e que pderia justicar resultads t Voltar para o sumário
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dierentes, é quand n mesm etrat eistem substâncias cm eeits antagônics. Fi bservad que um etrat de Phyllanthus sellwianus (sarandi-branc), administrad em ces, prvcu hiper hipglicemia, de acrd cmAa mesma cndinte d animal a via u de administra (REY, 1968). inrmae que em pacientes humans diabétics, n i pssível detectar qualquer atividade hipglicemiante signicativa estatisticamente aps ingest da planta. Mc Dnald e Wislicki (1938) islaram de um etrat de cuve 2 raes de eeit pst em rela a metablism glicídic: uma que prvca hiperglicemia e redu d glicgni hepátic, e utra de eeit hipglicemiante. Csta (1975) cita um trabalh antig para determinar a infuncia d envelheciment sbre pder hipglicemiante de etrats vegetais de Galega cinalis L. (galega) e Vicia sativa L. (ava). Fi bservad que estes etrats muit ativs, aps um an, perderam tda atividade, e passaram a prduir, a cntrári, uma hiperglicemia. os métds de etra de princípis ativs infuenciam, também, signicativamente resultad dspela eeits. Elisabetsky (1987) cita um estud patrcinad em 1982 Central de Medicaments (CEME) para a Bauhinia rcata (pata-de-vaca), n qual dis labratris estudaram simultaneamente esta planta. Um ds labratris n encntru qualquer eeit cm etrat aqus, mas sim cm a ingest crônica (pr 45 dias) d chá; send este resultad cnrmad psterirmente pel primeir labratri. Já etrat hidralclic de Bauhinia mnandra apresentu eeit hipglicemiante, (ANJoS et al., 1994) aps 4 hras, em rats alaniads De tds estes resultads, ca evidente a diculdade de chegar a uma cnclus denitiva e pinar sbre s eeits armaclgics de uma planta medicinal em particular, tants s s atres que pdem intererir. Estes estuds qualitativs para ns cmparativs devem ser ttalmente padrniads para tdas as pssíveis intererncias. N cas particular de plantas hipglicemiantes, é undamental também que s eperiments sejam realiads sempre n mesm hrári – é citad na publica – em ace de variaes circadianas da glicemia, já que a capacidade hipglicemiante da insulina é Voltar para o sumário
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mair pela manh d que à tarde em indivídus de hábit diurn (zIMMET et al., 1974).
PREPARAÇõES A utilia das plantas medicinais é eita pr intermédi de diverss preparads, de acrd cm lclre, indústria u cm a investiga cientíca. o us ppular geralmente emprega s chás, enquant a indústria de tterápics valria as tinturas. Já a pesquisa armaclgica utilia principalmente drgaa racinada emdescbrir váris etrats dierentes slubilidades,a cm nalidade de e islar de s princípis ativs. A presena seletiva de determinadas substâncias hipglicemiantes em raes de uma drga, apresenta algumas curisidades. os bulbs da cebla (Allium cepa L.) e as lhas verdes d chá (Thea sinensis) tm um cmpnente anti-hiperglicmic – a dienilamina – que, além de ser perdid pr evapra, é inslúvel em água, mas slúvel ácid acétic.cm (KARAWYA al., 1984).n Desse md, numa em salada de ceblas vinagre, ietencntrad slvente, 85% de dienilamina, enquant apenas 9% permaneceram nas atias da cebla. Cm rela a chá, esta substância s está presente nas lhas verdes. o prepar da bebida resulta na perda d princípi ativ. (KARAWYA et al., 1984) Estes detalhes s interessantes, pis revelam que s eeits das plantas tidas cm medicinais s relativs para uma situa ese n de rma generaliada muitasDessa vees épecíca, divulgad emcrrem publicaes ppulares escritascm pr leigs. rma, n é interessante acnselhar a diabétic tmar spa de ceblas u um inus de chá para cntrlar sua glicemia, embra cebla e chá, em circunstâncias especiais, pssam ser tids cm hipglicemiantes. As inrmaes ppulares nrmalmente s cnsideradas adequadas quant à segurana, embra a caracteria da ecácia pssa ser mais cmplea, envlvend inúmeras indicaes teraputicas cm base em utrs aspects étnics e culturais, n send muitas vees reprduida nas simulaes labratriais cm animais de eperimenta.
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Cm s chás s utiliads espntaneamente pela ppula, estuds clínics pdem ser eits paralelamente as ensais armaclgics preliminares em animais. Já a utilia de etrats preparads emensais labratri, eige brigatria e primeiramente realia de em animais, pis s etrats empregadsa pdem n cnter nenhum princípi ativ. A utilia ds terms chá e etrat, embra cnsagrads, tm um signicad um tant imprecis. A palavra chá, tant designa a espécie Thea sinensis (chá pret, chá da Índia), cm reere-se, n us ppular, a qualquer prdut de etra de ervas medicinais, que tem tend cm slvente a água para ser ingerid. os tets mais antigsetemprâne, utiliam term ‘tisana’ser para estas slues de prepar pdend adadas u nada,aqusas e que, a meu ver, seria a palavra mais aprpriada, embra n a tenha adtad neste reerid capítul. os chás pdem resultar prtant de etraes diversas cm decc, inus, digest e macera. A decc resulta d esgtament da drga pr ciment cm água durante algum temp. A Farmacpéia Brasileira II (1959) recmenda 15 minuts, enquant n prepar ppular de umTecnimd geral, este temp n ultrapasse mais d que 5 minuts. camente é um prcess de etra n qual slvente atinge seu pnt de ebuli, assim permanecend ns temps estipulads. A Farmacpéia Brasileira II especica sua prepara em 5%: drga em pedas 5g água q.s.p. 100ml o prdut restante resultantecmpletad (decct) deve espremid e ltrad, send vlume cmser água até atingir s 100ml. Alguns deccts de plantas hipglicemiantes ram empregads em estuds clínics para tratament d diabetes para plantas cm abagerú e carqueja (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986). Para drgas hericas cm acnit, beladna, e utras cm glicsídes carditônics cm a dedaleira, a cncentra é sempre menr (FARM. BRAS. II, 1959). Este prcess n é recmendad para a etra de substâncias vláteis e termlábeis. Seu prepar – cm s demais tips de chás – é para us etemprâne.
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A inus cnsiste em verter água em ebuli sbre a drga pulveriada, permanecend a mistura em cntat pr temp variável, nd qual chá é ltrad (inus). Este é, inclusive, prcess mais empregad n prepar caé, cmumente mate). Repare que ninguém ala ‘chádas debebidas caé’ uânticas ‘chá de (chá, chá’, cm crre cm s chás medicinais (chá de pata-de-vaca, chá de carqueja etc.), embra chá pret e caé sejam medicinais, pel cnteúd de metilantinas (caeína e telina) e utras substâncias. A digest cnsiste em misturar as partes d vegetal a veícul (água, n cas d ‘chá’) numa temperatura superir a ambiente, mas sempre inerir a seu pnt de ebuli. Esse prcess equivale a deiar a drga em banh-maria pr temp estipulad. A macera, a cntrári d que muits pensam, n é um prcess de tritura. É a disslu a ri, na qual se deia a drga e veícul em cntat algum temp, em temperatura ambiente, send n nal, btid macerad u macerat. Csta (1974) cita este prcess para bter um ‘chá’ hipglicemiante das sementes cruas de caé – prtant, utr ‘chá-de-caé’ – , cm prpriedades dierentes daquele utiliad cm bebida estimulante. Também plvilh lbeira (ruta-d-lb) é eit anônima um macerad dmesm mdamedicinal (inrma ppular ral). cm Cm rela a etrat – palavra de signicad também imprecis – , a Farmacpéia Brasileira II dene- cm uma prepara cncentrada, btida de drgas vegetais (u de animais) rescas u secas, pr mei de um disslvente aprpriad, seguid de evapra ttal u parcial e ajustagem d cncentrad a padres previamente estabelecids. A pels prcesss descrits bten dsetra chás, e pde aindaser preita percla (liivia), que na cnsiste em aer passar um veícul etratr várias vees sbre uma camada da drga da qual se quer retiram s cmpnentes ativs. É um prcess útil n cas ds princípis ativs slúveis cntids na drga serem encntrads em pequenas quantidades. De acrd cm veícul que serve para sua bten, pdem ser aquss, alclics, hidralclics, etérics etc. Repare prtant que ‘chá’, na realidade, é um etrat aqus, preparad pr decc, inus, digest u macera. Ainda de acrd cm a Farmacpéia Brasileira II, quant à cnsistncia, s etrats s dividids em quatr categrias: Voltar para o sumário
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a) etrat fuid (rma líquida) S preparaes cinais cuj ter em princípis ativs deve ser igual a que cntém mesm pes da drga. Assim, pr eempl, um grama de etrat fuid cntém s princípis ativs de um grama da drga. b) etrat mle (cnsistncia de mel espess) Dessecads a 105°C, perda de 15 a 20% d seu pes. c) etrat rme u pilular (cnsistncia de massa pilular) A 105°C, perda de 10-15% de seu pes em água. d) etrat sec u pulverulent (cnsistncia de p) A 105°C n perde mais de 5% d seu pes, pis é muit higrscpic. Em alguns cass é eita a estabilia da planta resca cm a nalidade de evitar a destrui de seus princípis ativs pr a enimática da prpria planta. Para iss, a drga resca é submetida à infuncia d vapr quente de álcl que inativa as enimas. s cnservads Estes preparadspr smais chamads temp de queintrats. s etrats S (SoTo, mais estáveis 1951).e As tinturas s muit cmuns nas rmas ds tterápics. Pdem ser btidas em temperatura ambiente pr percla u macera, tend cm slvente álcl, a mistura hidralclica e utrs. Pdem ser btidas também pr dilui ds etrats fuids. As tinturas cmuns (n hericas) s preparadas cm álcl de ter variável e na prpr de uma parte da drga pr 5 partes de álcl (FARM. BRAS. II, 1959). Para drgas hericas (que tm alcalides), a cncentra deve ser menr (10%). Este tip de tintura é sempre btid pr percla (FARM. BRAS. II, 1959). As tinturas btidas de plantas rescas s chamadas de alclatura u tintura-me. Devem ser empregadas a 50%, salv indica cntrária. A sua cr varia d vermelh a castanh u verde, e apresentam dr e sabr das drgas de nde prvém (FARM. BRAS. II, que 1959). N seprcnunda, entretant, alclat, é btid destila alclicaalclatura na presenacm da drga. os alclats cntém unicamente as partes vláteis da drga, dierena básica das tinturas e alclaturas, que cntém,
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também, partes as. Analgamente, pr destila aqusa s btids s hidrlats (SCARTEzzINI, 1956). o empreg de substâncias vláteis pde ser eit, também, sb a rma ds les essenciais (essncias, les vláteis, mirles), que s misturas naturais preeistentes na drga, u ent, rmadas espntaneamente pr reaes de substâncias cntidas n vegetal cm a água e ar (FARM. BRAS. II, 1959). S separáveis pr arraste cm vapr d’água, cnstituíds usualmente pr terpenides (mn- e sesquiterpens) e/u lignides (alil- e prpilenis, cumarinas) (GoTTLIEB, SALATINo, 1987). S btids pr epress, disslu u destila à press rdinária u reduida (FARM. BRAS. II, 1959).
CONCLUSõES Em cnclus, s esperadas alteraes de eeits armaclgics entre s diverss tips de ‘chás’ e etrats, devid às dierenas de cmpleidade que cada um eibe, seja pr eempl em cnstituintes s cm s etrats, u cnstituintes vláteis cm s hidrlats. Prtant, para que as plantas, tidas cm medicinais, pssam ser plenamente aceitas pr aqueles que ainda as vem cm descrena e discrimina, é precis investir muit em pesquisa armaclgica – desde planti d vegetal até prdut acabad. Dessa rma, caria assegurad que s medicaments btids cntm realmente seus princípis ativs, tm bidispnibilidade cmprvada e pdem ser avaliads qualitativa e quantitativamente quant a cnteúd, ecácia e segurana, semelhante a padr de qualidade que hje é erecid as medicaments de síntese.
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“E os seus frutos servirão de sustento e as suas folhas de remédio.”
(Ez. 47, 12)
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ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS COM PLANTAS MEDICINAIS E ANTIDIABÉTICAS Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana
ETNOFARMACOLOGIA Aspects antrplgics devem ser cnsiderads e melhr cnhecids a partir d estud de plantas medicinais. É interessante bservar que, tradicinalmente, um signicativ númer de pessas, a us de plantas cm teraputica alternativa e cmplementar. N apenas n diabetes, mas para um bm númer de denas, eiste um elencde desuas plantas que,e na sua mairia, cnrma cientíca aes eeits. Mesmn semrecebeu haver inrmaes bjetivas e seguras determinand se s vegetais s recurss ecaes, aumenta númer de pessas submetidas a trataments cm plantas medicinais, pssivelmente de rma indiscriminada. N eercíci da Medicina, cm reqncia, médic é surpreendid cm perguntas acerca da ecácia de determinads vegetais, cujas indicaes, nmenclatura e características apresentam variaes impressinantes. Inicialmente mtiv de curisidade, us de espécies btânicas, vm send, a lng ds ans, bjet de estuds e levantaments bibligrács. Acredita-se que ba parte das plantas empregadas cm ns medicinais pde ainda n estar registrada ns cmpndis de teraputica e armaclgia, mas se encntra viva nas frestas e hrtas, ns camps e jardins, cnhecidas e eperimentadas pela ppula, cm suas ‘armácias caseiras’. A caseira u ppular cntradi a cial, na na mairia medida emmedicina que n crrespnde a uma n alternativa ecludente, ds cass, mas apenas atua cm um recnhecid cmplement teraputic. (BRAGANçA,F., 1995)
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o estud armaclgic de plantas pde ser dividid em: armaclgia de prduts naturais e etnarmaclgia. Enquant a primeira abrdagem usa s vegetais cm bjet de estud da armaclgia clássica, leva em cnsidera inrmaes cletadas dentr dea segunda uma determinada ppula,asculturalmente denida (grup étnic), usuária ds prduts (ármacs) a serem estudads. É imprtante estabelecer esta dierencia, tend em vista que “s medicaments tradicinais já n s prduts naturais e sim arteats humans, ist é, uma certa espécie, preparada e ingerida de maneira especíca, tem uma determinada a teraputica.” (ELISABETSKY, 1987, p. 687). A partircm dessa cncep, inrmaes de etnarmaclgicas s usadas base para asdelineament prjets de pesquisa eperimentais que bjetivam estud das espécies enquant ármacs. Uma breve refe acerca d papel desempenhad pelas rmas tradicinais e indígenas d cnheciment médic (em grande parte empíricas na sua rigem), na aten à saúde, deve recnhecer a sua imprtância a lng ds séculs e ainda n presente. Nspde últims ans, Brasil tem assistid à prcura pel ‘natural’, que ser bservada n epressiv aument d númer de ljas especialiadas em prduts naturais e na cnquista de espa nas grandes redes de supermercads. Verica-se uma “prliera na utilia de ervas” n apenas na culinária, mas também na rma de medicaments. (PIRES, 1984, p. 61) N se lvide que muchs de ls cncimients cmunes de la vida ctidiana sn empirics. Puest que la medicina tradicinal se sigue ejerciend cn eects psitivs, n deberia ser cialmente recncida, estimulada, pereccinada e integrada en ls sistemas nacinales cntempránes de atencin de salud? (LANTUM, 1982, p. 18)
Segund Nbrega, pressr titular de Pediatria da Escla Paulista de Medicina (1995), atendiment ambulatrial vem send recnhecid cm imprtante e privilegiad para a prática de pesquisas, que devem ser incentivadas e desenvlvidas. rma, o ambulatri n pderiam pssibilita ser btidas. acess (SANToS, à inrmaes 1995)que, Cnstitui-se, de utra prtant, n ambiente prpíci para investiga e estud detalhad, cm bjetiv de descbrir u estabelecer ats relativs as recurss medicinais de rigem vegetal. Pr assistir a dierentes Voltar para o sumário
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segments da ppula, trnam-se viáveis s estuds multicntrics, cm amstras grandes e representativas, a bserva de diabétics de diversas aias etárias, em dierentes estágis de evlu, cntat a lng denum muits ans.pessal cm s clientes e suas amílias, Na sua essncia, as representaes ppulares crrespndem a enômens sciais que pdem cntribuir para a cnstru de uma realidade cmum e pssibilitar a cmunica. (SPINK, 1993). Pde-se, ent, cmpreender que cnheciment prátic - de sens cmum - tra um manancial de dads para a cnstru d cnheciment cientíc. N eiste, prtant, supremacia, mas sim trca entre cnheciment cientíc e cnheciment prátic e, nessa trca, ambs se mdicam. (RANGEL, 1993, p. 9)
Frente à tarea, que n é pequena, de estudar as representaes ppulares d us de plantas n tratament d diabetes mellitus, muitas vees se a necessári delimitar um enque: da preven, tratament da hiperglicemia, dislipidemias assciadas e, especialmente, das cmplicaes crônicas da dena. N a parte das pretenses deste trabalh abranger a ttalidade ds seus aspects, mas sim lembrar a sua imprtância e sugerir alguns caminhs.
A AUTOMEDICAÇÃO E AS PLANTAS MEDICINAIS As causas da autmedica precisam ser melhr analisadas e discutidas. os bstáculs enrentads pela ppula para receber assistncia médica, númer etrardinariamente menr de servis de saúde em rela a de armácias (trnand-as gegracamente mais primas), a scalia insuciente das vendas de ármacs (que envlvem riscs na utilia, sem apresenta da receita médica), a publicidade ecessiva e veicula indiscriminada de medicaments na mídia, entre utrs atres n mens imprtantes, tais cm a alta de pessal habilitad (cm cnheciment adequad ds riscs de inticaes e interaes na administra de drgas) apntam para a necessidade de cnscientia d1985, prblema pels prssinais e autridades d setr. (CAMPoS, p. 311) observa-se uma distin básica entre us de medicaments prduids pr labratris daqueles integrantes da armacpéia Voltar para o sumário
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ppular. Estes, mesm quand encntram aclhida pr parte da ppula e apresentam resultads satisatris (muits pssuind, em sua cmpsi, princípis ativs de cmprvada ecácia), n aem parte1995) d receituári médic, salv raras ecees. (BRAGANçA, Se essa dierena, entre s prduts cnsiderads cientícs e aqueles dits ‘ppulares’, acmpanha a ‘curva’ ds níveis sciecnômic e cultural da ppula, este é um aspect relevante que deve, ser melhr demnstrad. Há rtes indícis, n entant, de que cnsum de medicaments e de servis de saúde varia, de md signicativ, segund as categrias sciais. A esse respeit, está em debate, primeir nível lugar,de a quest ecácia ds medicaments paraem aumentar saúde dedatda a ppula, medid através ds indicadres de mrbidade, mrtalidade e da melhria da epectativa de vida. Eistem dierenas marcantes na rma cm as pessas da área rural e da cidade tratam a quest. o cnheciment da ppula da cidade sbre assunt tende a ser muit restrit, muitas vees limitad às inrmaes de bulas u prpagandas de tterápics e, até mesm, d ‘pseudraieir’ urban apenas vendedres ambulantes da cidade, que puc(muits u nadadeles, entendem de tterapia). Este prcediment pde causar dans incalculáveis à saúde, pis é beneciad pela curisidade ppular e pela alta de scalia sanitária sbre s prduts cmercialiads, muits sem qualquer ecácia e, até mesm, ptencialmente perigss. os dads estatístics mstram que a cmpra de medicaments sem receita, cnsiderada pr Bltanski (1989) um bm indicadr da imprtância da medicina amiliar, raramente crrespnde a um cmprtament islad. Em tds s grups sciais, aqueles que adquirem medicaments, sem receita e aparentemente pr iniciativa prpria, cmpram também remédis sb prescri e cnsultam s médics. Na medida em que esse prcediment avana muit além da mera utilia de prduts tterápics, traduind-se pela cmpra livre e pel cnsum descntrlad de prduts armacutics, ainda assim n estaria caracteriada independncia absluta em rela à medicina cial. Ficu cmprvad que cnsum de medicaments na mesma prpr, de um ansem parareceita utr,aumenta, d que praticamente, cnsum de prduts cmprads sb prescri médica pels segurads sciais. “A prpr ds prduts armacutics cmprads sem receita
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permanece relativamente estável e representa, qualquer que seja a classe scial, 40% aprimadamente d cnsum armacutic ttal.” (BoLTANSKI, 1989, p. 16) Prém, se é pereitamente pssível a uma pessa de padr nanceir mais elevad eperimentar certs prduts tterápics, sabe-se cm é dicil as membrs das camadas de baia renda, u seja, à imensa mairia da ppula, acess as medicaments de que necessita. (LoYoLA, 1978) É imprtante cmpreender a un scial que cumprem esses agentes. A presena histrica da medicina ppular, em epans ns grandes centrs urbans, pde representar uma alternativa às receitas médicas ‘inacessíveis’ e sinaliar para a urgncia de uma nva prática ds prssinais de saúde. A ecincia da medicina n depende eclusivamente d seu prgress cientíc e técnic u das iniciativas empreendidas n sentid de ampliar e elevar a qualidade ds atendiments. Se n rem respeitads e cnsiderads, atres de naturea cultural pdem signicar bstáculs a sucess das aes de saúde. Neste sentid, a crena ns resultads da tterapia, suas representaes e dimenses scilingísticas devem cnstituir bjet de refe na prpria rela médic-paciente. A descberta, n territri brasileir, de plantas raras e de grande utilidade teraputica desperta interesse de inúmers pesquisadres estrangeirs, que islam e etraem s princípis ativs n eterir e registram suas patentes. “Depis, Brasil paga ryalties para ter aquele prdut.” (FERNANDES, 1993, p. 26) Na leitura de especialistas, as inrmaes mais valisas prceder deque plantas crescem tradicinal ns países éem desenvlviment, uma ve usque da medicina geralmente aceit. A descberta de agentes ecaes prvenientes da fra desses países “cm temp se revelará ecnmicamente benéca” (SoEJARTo, 1978, p.18), a pass que necessári apereiament de pessal e a cmpetncia cientíca rtalecer sua capacidade de pesquisa. É prtun ressaltar que, nde a medicina mderna se cnverteu n sistema dminante, a medicina tradicinal “tende a persistir cm segundsérie recurs u cm métd preerid para uma limitada de prblemas.” (PoLUNIN, 1982, p. reslver 21) os esrs de pesquisas refetem a precupa cm tema, merecend uma epressiva alca de recurss e a implanta Voltar para o sumário
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urgente de mderns hrts de plantas medicinais, além de se prceder à sua adequada dius cientíca e cultural. (RICCIERI, 1989)
O MEDICAMENTO NO CONTExTO ATUAL Cm se n bastasse sriment ísic inerente à prpria enermidade, nsss dentes padecem da angústia de se sentirem inúteis, abandnads u pesads para aqueles que amam. outrs prblemas pdem ser acrescentads: alt cust d tratament, remédis etc., justamente quand a pessa, pela prpria dena, se acha incapacitada de prver as suas necessidades nrmais e, sbretud, a alncia d nss sistema de saúde. (CNBB, 1994, p. 23)
Um mercad caracteriad pr rte interven gvernamental – assim tem sid setr armacutic, praticamente em td mund. Iss resulta d valr d seu papel scial e, principalmente, ds cnstantes cnfits entre empresas nacinais, estrangeiras e sistemas nacinais de saúde, sbretud estes últims, bastante sensíveis as alts pres ds medicaments. A prdu de medicaments essenciais cngura uma quest estratégica de sberania nacinal, tend em vista que a aquisi ds reerids prduts em caráter de emergncia crrespnde a uma série de diculdades, send uma delas a de infuir, diretamente, n padr de saúde da ppula. Há que se cnsiderar, pr utr lad, além da indiscutível quest scial, que a aut-sucincia também signica um prblema ecnômic, pis mvimenta um mercad entre s mairesde dum mund. Assim, parece serpsicinad pssível avanar na de cnstru sistema únicn de saúde (direit de tds e dever d Estad), que estende prpri cnceit (de saúde) a cndies dignas de trabalh, mradia, bem-estar e, eetivamente, priria a descentralia das aes, sem que s insums necessáris a essas aes, aqui incluíds s medicaments essenciais, aam parte de um prgrama de assistncia armacutica gvernamental que assegure a sua inclus na assistncia adequada à saúde, cm rma de melhrar as cndies de vida da ppula. (CNBB, 1994, p. 22) Trna-se indispensável superar a estratégia desenvlvida pel marketing da indústria, assim cm rerientar currícul e discurs acadmic, em primeir lugar para atender adequadamente às Voltar para o sumário
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epectativas da ppula, em especial a que prcura s servis públics etra-hspitalares. Em segund lugar, para desaer a imagem de que médic seria mair respnsável pel quadr atual de cnsum de medicaments. (ALMEIDA, 1988) Alguns dads mstram que uma grande parcela da ppula n tem acess à assistncia à saúde, e utra parcela, mair ainda, n tem acess à assistncia armacutica. o aturament anual d setr armacutic n Brasil passu de cerca de U$ 1,8 bilh, em 1986, para mais de U$ 3 bilhes em 1990, situand- entre s de maires d mund capitalista. Deste ttal, 80% ram aturads pr 50 empresas estrangeiras. “os demais 20% s dividids entre empresas nacinais, das quais as 300 menres aturam, juntas, mens de 1%.” (GoNTIJo, 1994, p. 139) Entretant, cnsum per capita scila em trn ds U$ 14 anuais, nível prim a de países cm Méic e a Turquia, enquant ns EUA e n Jap, n nal da década de 80, ele era de U$ 182 e U$ 256, respectivamente. Mais grave ainda é a eistncia de um mercad cnsumidr cm distribui bastante cncentrada, n qual 23% da ppula brasileira cnsmem 60% de tda a prdu e restante “n utilia nenhum tip de medicament.” (VIANNA, 1994,regularmente p. 216) A imprta de matérias-primas para mercad gvernamental representava, na épca, em trn de U$ 100 milhes anuais e seu ptencial de epans a d Brasil um verdadeir paraís para as empresas multinacinais aqui implantadas. Em 1994, aturament da indústria armacutica teria sid de U$ 4,7 bilhes. (VAITSMAN, 1995) Vianna (1994), a analisar desempenh acumulad da indústria armacutica durante a década de 80, revela númers ainda mais impressinantes, embra a taa de cresciment d PIB tenha sid nula naquele períd: “ aturament anual d setr duplicu de valr, passand de quase U$ 2,3 bilhes em 1982 para U$ 5 bilhes em 1990” (1994, p. 214), enquant as imprtaes permaneceram na aia de U$ 300 a 400 milhes. os labratris ciais apresentaram uma cisidade média de 50% em 1993, an em que a evlu de pres de 20 remédis cnsiderads essenciais i acmpanhada pel Cnselh Reginal de Farmácia d Ri de Janeir. Cnstatu-se um aument médi de 3.793%, enquant a infa d períd alcanava 2.567%. (SÚMULA, 1994) Voltar para o sumário
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Um rg assessr d Cngress nrte-american (oTA - oce Technlgy Assesment) reeriu-se, em publica de abril de 1993, as resultads de um estud pr ele crdenad, para eaminar as bulas Unids), de drgasque abricadas pr multinacinais sede ns Estads s vendidas em países em(cm desenvlviment. Para cleta de dads ram esclhids quatr países, entre eles Brasil, tend-se cmprvad que, entre 241 medicaments estudads, dis ters apresentaram alhas “n que di respeit às inrmaes necessárias para seu us segur e eciente.” (KoPELMAN, 1994, p. 62) Cnsiderand-se que a legisla nrte-americana n permite a intererncia d FDA (Fd and Drugs Administratin) na prpaganda eita em utrs países, “eistem grandes pssibilidades da crrncia de séris prblemas de saúde, entre s quais de tratament ineciente u risc de mrte.” (KoPELMAN, 1994) A recmenda principal da cmiss que estudu prblema i t-smente que se eigisse, para prduts prduids naquele país, uma bula riginal u sua tradu em língua “aprpriada”. A indústria armacutica brasileira, a partir de deembr de 1993, deveria estar cumprind Decret-Lei 793/93, que determina que adestaque embalagem umque medicament traga seu nmenas genéric em mairded nme antasia. Prém, cndies atuais de regulamenta, há riscs para paciente. Eistem medicaments que, embra pssuam mesm sal básic, seus diverss radicais encntrads apresentam imprtantes dierenas armaccinéticas e/u armacdinâmicas. É precis um reerencial cuidads quand se pta pr medicaments cm ptencialidade e ticidade distintas. Há que se especicar as nrmas em rela àbém, bulaque e mesm se unirseras esta será parabrigatriamente reduir s custserecida. ds medicaments Há, tame ablir a cmercialia de assciaes irracinais de prduts. Mas, para atingir estes bjetivs, precisam ser implementadas medidas quant à qualidade ds remédis e deendids, em tdas as instâncias, s interesses da saúde da ppula, além de “redbrads s esrs na educa das amílias”. (SBP, 1993, p. 1) outr aspect da mair imprtância é da educa armaclgica ds estudantes de medicina, dntlgia, veterinária, enermagem, nutri etc., especialmente s trs primeirs (pr ser indispensável a adequada prescri de medicaments), “que se submetem à pletra cada ve mair de nmes de antasia. Daí a imprtância ds genérics”. (FoNTELES, 1995, p. 75) Voltar para o sumário
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os medicaments alpátics (também cnhecids cienticamente cm drgas), em especial s de a analgésica, est de tal rma generaliads n nss mei que chegam a ser erecids cm trc em algumas armácias (u drgarias). o sistema vigente levu médic a um trabalh despersnaliad, desmtivand- e cnduind- a “estressante pliempreg” (RoCHA, 1994, p. 60), em busca da sbrevivncia, desse md, realia atendiments rápids ‘cntra temp’. N nal, sabe-se de um médic sem nme atendend um paciente que é um númer. Desta rma, a assistncia médica estatal n Brasil tem cm uma de suas características marcantes prduir uma “medicina sintmática” 1994) cmapresentadas atendimentspels impessais superciais. A(RoCHA, mairia das queias pacientese limita-se a pucs sintmas relatads, e médic n cnsegue atender a tdas as epectativas d cliente, que incluem a cmpreens d seu prblema, a cnsidera adequada pela sua pessa e interesse slidári pel seu sriment, sb respald d cnheciment técnic e da seriedade ética da prss. A indústria armacutica, pr utr lad, mnplia n apenas a prdu a pesquisa e a inrma sbre a mairia ds industrial, ármacs. omas quadr de utilia de medicaments é rtemente marcad pela “idelgia d nv ármac”. A realiar trabalh de marketing, mais d que respnsáveis pela transmiss d cnheciment, s prpagandistas aplicam uma série de técnicas ensaiadas para cnseguir a aten médica e, assim, pder repassar s acnselhaments teraputics. A mesm temp em que anuncia as prpriedades d seu prdut, a indústria também prdu saber sbre a situa alv para a qual determinads ármac se destina (psicinad na “aia de cmpetncia” de médics), cntand que uma parcela epressiva de prssinais, para se atualiar, l as revistas e material pr ela rnecid. (ALMEIDA, 1988) o at de prescrever crretamente prduts naturais, cntud, n é uma tarea simples. É precis mais d que embasament cientíc para sua administra adequada quant à rma, qualidade, dsagem etc. Há também que se vencer s precnceits, tend em vista que muits ainda cnsideram a tterapia cmpletamente ineca. Talve nem mdiquem suas pinies se suberem que, ns Estads Unids, “25% de tdas as receitas médicas, de 1959 a 1980, Voltar para o sumário
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cntinham etrats de plantas u princípis ativs preparads de plantas superires.” (ELISABETSKY, 1987, p. 697) Nem mesm acreditem n at de que, na Frana, nde esse índice se aprima de 50%, ram cnsum de plantaspr dbru 1970 as a 1980 e as im-a prtaes multiplicadas 2,5 – de levand autridades tmarem prvidncias para acilitar cultiv de plantas nativas (87% das plantas cnsumidas naquele país s imprtadas). A partir destes dads, a oMS acredita que, ns países em que pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia das plantas usadas cm remédi, eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983) A revlu prdutiva, as inúmeras mudanas tecnlgicas e despertar ds reginalisms ns ans 90 ram analisads pr Dreiuss (1991, p. 126), n cntet da Nva ordem Mundial. Para ele, a inrma é a ‘grande chave’ nessa véspera de sécul xxI. os países industrialiads teriam interesse na Amaônia n eatamente pr ela ser “pulm” d mund, u pels riscs de suas queimadas cntribuírem para aumentar eeit estua. Cbiariam a selva amaônica pel que sabem nela eistir: seu “banc de dads genétic da indústria armacutica”. Há, segund autr, entre 5- e30l milhes de rganisms a serem ainda classicads (descrits e decdicads). o que implica que na Amaônia estaria a nte de td prcess de cria de nvs materiais; “ utur da bitecnlgia e da engenharia genética”. Cm está dividida a ppula brasileira em rela à assistncia médica? 82.000.000 (59%) dependem da Assistncia Pública; 35.000.000 (25%) dependem da Assistncia Privada; e 23.000.000 (16%) s desassistids. (CNBB, 1994, p. 23)
o sistema de saúde, gravemente enerm, apresenta uma sintmatlgia cmplicada, cm a ausncia de uma plítica nacinal de pesquisa e desenvlviment, prdu, cntrle e distribui de medicaments e insums que atendam às necessidades d SUS (Sistema Únic de Saúde), insucincia de cbertura assistencial, que se agrava dramaticamente nas regies mais carentes; nase nas atividades curativas e hspitalares, em detriment das preventivas, ambulatriais e de às reabilita, cnstituind um mdel assistencial inadequad necessidades da ppula; sucateament e desqualica tecnlgica e prssinal da grande mairia ds servis públics e privads cntratads pel pder públic.
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Há estimativas de que 90% ds medicaments dispníveis nas armácias s desnecessáris e que aprimadamente 70% ds prescrits s sintmátics u placebs. Além d us de drgas n cntrladas (aquelas que aem parte d acerv amiliar, tais cm analgésics e vitaminas), virtualmente, td jvem utilia medicaments (prescrits u n). (GoMES, 1993, p. 131) Assinala-se, pr utr lad, que uma parcela representativa da ppula brasileira tem nas ervas medicinais sua única nte de recurss teraputics. Vive em estad de pbrea u miséria, em cndies precárias de saúde e saneament básic, agravadas pr um quadr scial nde pucs tm acess à assistncia médica especialiada e um númer cada ve medicaments de que necessita. Este aspect d menr us de btém plantassmedicinais i muit bem delinead pels sujeits n estud das representaes sciais. (BRAGANçA, F., 1995) “É melhr pra saúde e pr bls, ainda mais cm esse salári miserável que a gente recebe...” “Fa bem. Tenh n quintal.” “Prer n usar remédis e prduts químics, quand pssível.”
o cultiv de um pequen númer de plantas medicinais selecinadas pderia minrar a gravidade dessa situa. Na verdade, a descri d perl ds “ecluíds” se amplia de tal rma que, neste trabalh, seria impssível dar cnta de tds s tips de angústia e eclus que encntrams na nssa sciedade.
A ABRANGêNCIA DO ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO A utilia de plantas cm ns medicinais vem cnstituind “um vast camp de pesquisas que rnecer imprtantes subsídis geradres de mudanas” (BEVILÁCQUA, 1985), na sistematia da assistncia e d ensin da saúde, que dever refetir na identica e n prepar de plantas medicinais valisas, além d seu us aprpriad quant à dsagem, indicaes, limitaes e riscs de utilia. Fi recmendada, na Cnerncia Internacinal sbre Cuidads Primáris de Saúde em Alma Ata, cidade nde i realiad Voltar para o sumário
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event, (1978), a incrpra ds remédis tradicinais de ecincia cmprvada, tend em vista a amiliaridade e anidade ds sistemas médics ppulares, a ecácia de inúmers prcesss ppulares de curad e pv, at deé cnsiderada que a medicina integrar a cultura maistradicinal, acessível. além de Naquele mesm an, a organia das Naes Unidas, através d Setr de Desenvlviment Industrial, realiu um encntr em Lucknw, Índia, cm a nalidade de discutir a prdu de drgas etraídas de plantas medicinais. Uma das cncluses i dirigida as gvernantes e autridades respnsáveis pela saúde pública ds países pbres, n sentid de “que estimulassem a pesquisa cm plantas rientassem a p. ppula nativas.”e (oCCHIoNI, 200). n us de plantas medicinais Cerca de 80% da ppula da Terra n tm cndies nanceiras para cmprar remédis. N Brasil, estima-se que 60% ds habitantes recrrem às plantas medicinais, principalmente pr alta de recurss. Sétim mercad mundial de prduts armacutics, 60% ds remédis s cnsumids pr apenas 23% da ppula. (VAITSMAN, 1995) o trabalhadr prcura atendiment na unidade deVaisaúde, nde raramente encntra s remédisEstariam de que necessita. à armácia, mas n tem cm cmprá-ls. as pessas recrrend integralmente à tterapia se dispusessem de tds s medicaments essenciais? A epectativa é de que elements btids ns estuds etnarmaclgics pssam servir a utras investigaes mais abrangentes e ecundas. o estud das relaes entre um camp de prcediments cientícs e as práticas sciais a ele relacinadas tem sid empreendid pr um númer crescente de “disciplinas viinhas, mas distintas”. (AYRES, 1995, p. 85) Quase uma necessidade hje, diálg e as intersees entre essas disciplinas n pssuem limites. A diversidade de cncepes justicariam a busca de um desenh muit mais ampl, pel alcance ds sujeits, situaes, perspectivas de análise, relaes e variáveis, segund grups e circunstâncias das representaes em medicina ppular. (RANGEL, 1993) A imprtância scial das plantas medicinais tem sida abrdada pela organia Mundial da Saúde, especialmente partir de 1978, quand publicu uma reslu determinand a cria de um prgrama mundial para avaliar as espécies vegetais utiliadas
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na medicina ppular, cm a nalidade de estimular sua utilia. (MPAS, 1982) Evidencia-se a pssibilidade d saber cial e das leis da sciedade cnciliarem-se cm a cultura ppular. Cnhecend-a muit puc, e insensível às dierentes epresses dessa cultura, Estad deia de perceber as cntribuies especícas pr elas traidas, a partir de suas eperincias cncretas. (oLIVEIRA, 1991) Em ve de se ecluírem, parecem cmplementares: a prática médica cial (recurs a médic, bserva de seus cnselhs e prescries) e a da medicina tradicinal. Esta, livre de imprvisaes, tende a se cnter n interir de rnteiras estritamente delimitadas, bedecend a nrmas que denem s meis teraputics que ela pde u deve empregar. Acmpanhand pacientes, é pssível encntrar epresses representativas, que justicam prqu d empreg de plantas medicinais: “Pr tradi (amiliar) e prque cn, mesm!” “Prer tentar s remédis naturais antes ds utrs.” “S passadas de gera para gera (que eu me entenda, desde a minha bisav), cm bns resultads.” “Sempre uvi dierem que é muit bm.” “Surte eeit melhr que essa água cm aúcar que é remédi pr aí.”
Puc mdicada na sua essncia, a medicina natural sbreviveu, pela tradi e pel lclre, transmitind-se de gera a gera. Esses cnheciments ram prduids através de uma cnstante bserva da natureaPr assim cmhistricas pr infuncia de indígenas, escravs e imigrantes. raes e geplíticas, prtant, e pela etensa área verde que ainda sbrevive, a ppula brasileira representa uma das mais ricas ntes d saber tterápic e de nvs medicaments para a Medicina d utur. A quest d aprveitament human d cnheciment ainda n i reslvida, nem pels cmputadres, vist que s seres humans prduem um imens vlume de cnheciments, eigind muitas vees umapderss rermula ds antigs. A sciedade civil tem instruments para divulgar inrmaes que a instruem, esclarecem e também infuenciam. À medida que um mair númer de pessas tem acess a inrmaes melhres e
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mais diversicadas, elas enriquecem seu quadr de reerncias e pdem aer cmparaes mais cnscientes. “Pder, enm, se trnar pessas mais críticas, mais eigentes. E rmar um públic que será (KoNDER, 1992,capa p. 6) de demcratiar direit à inrma.” A persistncia da medicina ppular em grandes centrs urbans, n entender de Lyla (1978, p. 228), demnstra que ela n é rut eclusivamente d islament gegrác e da alta de aten médica. Além de uma alternativa pssível às lngas las ds servis públics de saúde e “às receitas inacessíveis ds médics ciais”, ela representa “uma rea a esta prática autritária da ‘medicina cientíca’.” A princípi, uma das aplicaes mais diretas deste livr dar-se-á ns setres de Fitterapia, cm s que vm send implantads ns servis de saúde pública, bem cm pderá ajudar a situar s diverss prssinais ligads às plantas medicinais assim cm atender a desa de tratar diabetes mellitus (btânics, enermeirs, armacutics, médics) e àqueles que tm demnstrad interesse em adquirir um cnheciment mais aprundad acerca das plantas e ervasdeutiliadas seuscaminhs pacientes.e aplicar, na práHá pssibilidade se abrirempr nvs tica, cnheciment crític sbre a administra de prduts naturais n diabetes mellitus. os autres acreditam que n presente trabalh seja de at invadr n prpsit, ainda preliminar, de reunir esrs ds diverss rams da cincia, de cngregar s estuds de plantas ligads a uma enermidade em particular. Seriam ecnmiads muits recurss se n se discriminasse a eperincia cnheciments ds chamads raieirs tradicinais. Assim,esprimeir pass cnsistiria em eetuar-se estuds etnbtânics detalhads, através ds quais se registrariam as partes precisas, as estaes d an e a idade em que as plantas devem ser cletadas, assim cm a maneira adequada de prceder quant a seu prepar e us. o segund pass deveria cnsistir em selecinar, dentre as várias centenas de ervas dispníveis, um pequen númer das mais prmissras, cm bjetiv de estudá-las e pesquisá-las cm intensidade, além de estabelecer-se a dse eca incua e descartar as ervas ptencialmente perigsas. Pderiam, nalmente, ser elabrads manuais ilustrads sbre cultiv e a utilia de plantas aprvadas; treinads agentes de aten primária à saúde e criadas hrtas de ervas medicinais. Voltar para o sumário
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(CHEN, 1982) Um valis estud sbre s métds interdisciplinares para trabalh de camp cm a etnarmaclgia i apresentad pr Frank Lipp (1989), d Departament de Antrplgia da New Schl r Scial Research de Nva Irque. Numa cnsulta à ppula, pder ser btidas inrmaes de grande interesse cientíc. Algumas, especialmente, pdem pssibilitar a abertura de nvas rentes de pesquisa sbre agentes hipglicemiantes e teraputics, pr mecanisms diverss. outras, pdem alertar quant as riscs inerentes a cnsum de chás e plantas. Vale recrdar depiment de um paciente, usuári de chás repassand ensinament de que “carqueja demais pde aer mal p’ra vista”. É cert que há muit ainda a ser triad, mas s estuds etnarmaclgics, a análise criterisa d dit ppular sbre diabetes, pde cntribuir para a medicina cidental de diversas rmas. De um lad, ajudar a traer as núcles de pesquisa interesse públic crrente sbre s remédis da fra dentr de uma perspectiva cientíca. (SMET,1989) Deste md, epresses ppulares justicand us de plantas – cm; “pr nevidenciam ter eeits claterais” e “prque é mais pur,pr isteempl, é, sem química” a necessidade de esclareciment de ba parcela ds pacientes que descnhecem imensa quantidade de agentes químics eistentes em vegetais. Pr utr lad, pder servir cm instrument para a descberta de nvas drgas. Em td mund, inúmeras publicaes cmpilam nmes de plantas e ervas medicinais usadas para ‘tratar’ DM, embra muitas ainda aguardamatravés cnrma cientícageraes. para que ppularmente se recmenda de sucessivas Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF,1963), Espanha (IVoRRA,1989), Israel (YANIV,1987), Jamaica (MoRRISoN,1982), países da Árica (BEVER,1980), Índia (ALAM,1990), Guatemala (CÁCERES,1983), Méic (PÉREz,1984), Paquist (RAHMAN,1989), Inglaterra (BAILEY,1989). Alam et al. (1990), na regi rural da Índia, nde é epressiva a utilia da tterapia, encntraram um grande númer de plantas, pertencentes a diversas amílias, send pssível caracteriar que seu prepar e administra dá-se de rma muit variada. Também na Índia, Atique et. al. (1985), identicaram a rma de empreg ds ruts da Annna squamsa L. (“custard apple”) e da Piper nigrum L. (pimenta negra) sugeVoltar para o sumário
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rind estuds armaclgics cmplementares. N Brasil, s pucs s estuds d gner, cm realiad pr Martins (1989), n Amanas; Cimbra-Teieira et al. (1992), n Ri Grande d Sul; Annichin et al. (1986), em S Paul; Hirschmann et al. (1990), em Minas Gerais e Sampai et al. (1974) e Braga (1984), na Regi Nrdeste. N i encntrada alguma reerncia que tratasse especicamente das plantas empregadas n estad d Ri de Janeir. Mtivads pr estas cnsideraes, elabrams um questinári para levantament das plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes mellitus em nss mei. Ele visa bter respstas para perguntas cm: Quais s as mais usadas n Estad d Ri de Janeir? Cm s btidas, cletadas, preparadas e ingeridas? Qual a cncentra ideal? Qual a reqncia de us, pslgia? Quais s princípis ativs, aes armaclgicas, eeits tics? Que resultads teraputics e reaes adversas s bservads pela ppula? Despertariam interesse um melhr cnheciment ds recurss tterápics reginais, bem cm as rientaes sbre a parte empregada, md de prepar e administra as pacientes, dentre utras inrmaes relevantes, que é um trabalh a que se destina a etnarmaclgia. Pr este mtiv, i criad Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais, ligad a Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense, nde iniciams a cleta de dads reerentes às plantas antidiabéticas d Estad d Ri de Janeir. os resultads deste levantament etnarmaclgic ser úteis para a deni de priridades e estratégias da pesquisa cientíca sbre papel das plantas n diabetes. os autres acreditam que devem ser tmadas medidas gvernamentais n sentid de amparar, cm recurss humans, materiais e nanciaments, desenvlviment ds váris núcles de pesquisas de prduts naturais para estud de nssa fra.
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - INSTITUTO BIOMÉDICO LABORATÓRIO de ETNOFARMACOLOGIA E PRODUTOS NATURAIS PLANTAS ÚTEIS no TRATAMENTO do DIABETES MELLITUS ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO I1-- IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: nome:_____________________________________________________ 2 - pront:_________________________ 3 - nasc.: ____/____/____ 4 - naturalidade:_________________________________________________________ 5 - end.: ________________________________________________________________________________ _____ 6 - escol: analfabeto ( ), 1º grau ( ), 2º ( ), superior ( ) 7 - tel.: _________________________________
II - TRATAMENTO do DIABETES: 1 - tempo de diagnóstico (anos) : _______________________; 2 - tempo de tratamento: ____________________; 3 - história de diabetes na família? N ( ), S ( ); Quem? _________________________________________ 4 - como trata? Só dieta ( ); dieta + medicação ( ); dieta + planta ( ); dieta+insulina ( ); outro ; __________ 5 - quem orienta a dieta: ninguém ( ), nutricionista ( ), médico ( ); 6 - medicamento HO em uso: nome:_________________________, nº de comp. vezes/dia: __________________; 7 - apresentou algum efeito colateral? S ( ) N ( ) qual (is)? _________________________________________; 8 - Como usa insulina? tipo ________________vezes/dia _______________ dose diária ___________________ 9 - Usou HO antes da insulina? S ( ) N ( ) Qual(is) ? ______________________________________________ 10 - Qual método utilizado para monitorização domiciliar ? glicosúria ( ) glicemia ( ) Nenhum ( ) Ambos ( ) 11 - Qual a freqüência de intervalo entre as consultas? ________________________________________ meses 12 - acredita no benefício das plantas no diabetes? S ( ), N ( );
III - SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS: 1 - usa plantas no tratamento do diabetes? S ( ), N ( ); 2 - quais plantas ouviu dizer que seriam úteis? _____________________________________________________; Quais já utilizou ? ________________________________________________________________________ ______; 3 - Com que nalidade as emprega? baixar a glicose ( ), adoçante ( ), melhorar complicações ( ), outros ___ 4 - quantas utiliza habitualmente? uma ( ), duas ( ), três ou mais ( ); nenhuma ( ); 5 - há quanto tempo faz uso de plantas para este m (anos)? __________________________________________ 6 - quem recomendou? parentes ( ), amigo ( ), curandeiro ( ), leitura ( ), atendente de farmácia ( ), médico ( ), outro __________________________________________________________________________________ _____; 7 - o uso das plantas medicinais pode trazer algum risco? S ( ) N ( ); 8 - foi alertado para esta possibilidade? S ( ) N ( ); Quem orientou? ___________________________________; 9 - seu médico sabe que utiliza plantas? S ( ) N ( ); 10 - a opinião do médico? contra ( ), aprova ( ), indiferente ( ); 11 - gostaria de colaborar num estudo sobre plantas antidiabéticas? S ( ) N ( ); 12 - em quais etapas? coleta da planta ( ), usando a planta ( ), outro _________________________________ ;
IV - COMO USA PLANTAS NO DIABETES: 1 - freqüência (dias/semana): a. todo dia, b. dias alternados, c. eventual, d. outro ___________________________; 2 - como obtém: a. cultiva, b. colhe, c. ganha, d. farmácia, e. feira, f. outro ________________________________ 3 - parte usada: a. toda, b. folha, c. caule, d. raiz, e. casca, f. fruto, g. semente, h. outro _____________________; 4 - como está na hora do uso? a. seca, b. fresca, c. misturada, d. pronta, e. outro __________________________; 5 - maneira de usar: a. infusão (chá), b. decoração (cozinha), c. mistura à comida, d. extrato (gotas), e. garrafada, f. triturada, g. outro ___________________________________________________________________________ 6 - quantidade empregada/dia? 7 - freqüência de uso (vezes/dia)? a. 1x ( ), b. 2-3x ( ), c. toda hora ( ), d. outro _________________________; 8 - horário (relação com refeições)? a. antes ( ), b. durante ( ) c. depois ( ) d. indiferente ( ); 9 - obteve resultado? (S/N) vericou com exame? S ( ) N ( ) 10 outros usos medicinais / indicações da planta: 11 -- conhece efeitos colaterais desta planta? Quais?(use o verso, se necessário)
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“Nenhum país do mundo abriga uma ora tão rica e variada como o Brasil.”
Friedrich Tobler
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PLANTAS BRASILEIRAS USADAS NO TRATAMENTO DO DIABETES Lui Antni Raneir
N Brasil, eiste um grande númer de plantas utiliadas para tratament d diabetes mellitus. N entant, a mairia, sen a ttalidade destas ntes, n descreve a pslgia a ser empregada, mecanism de a u s eeits adverss. S apenas citaes d empreg de ervas em algumas regies d país e n eterir. Muitas destas reerncias n inrmam sequer a metdlgia utiliada para a cleta de dads. Neste capítul, s apresentads resums ds trabalhs realiads cm as nssas plantas antidiabéticas, assim cm que diem s livrs de Fitterapia sbre tema. Precupava-me abrdar tema de rma mais ampla, n deiand de citar qualquer estud. Curis é que ui encntrar cnsl a cnsultar uma das primeiras e mais cnsagradas reerncias sbre Fitterapia n Brasil, livr de Meira Penna de 1921: N bstante incmplet, prestará este trabalh grande servi, se ds mestres, cnhecedres ds thesurs que se cultam na rica fra brasileira, vierem depis bras de ôleg (PENNA, 1921)
Em 1931, Pi Crra publicu um lng estud sbre as plantas cia, um verdadeir medicinais n Brasil, “Dicinári ainda hje de cnsiderada plantas úteis” uma (1984). bra de reernEst relacinadas, a seguir, algumas plantas reeridas n Brasil cm úteis n diabetes mellitus, send destacadas em negrig as mais cmuns e/u sbre as quais ram encntrads estuds cientícs:`
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erva-de-são-joão
nogueira
agrião
erva-pombinha
t--v
alcaçuz
pau-d’arco
h
tv t
barbatimão
galega
bardana
gerânio
briônia-branca
nn v
-h- qx ã
ipecacuanha-branca
saião
pau-tenente
j
canafístula
j
soja
carambola
jambolão
sucupira
carqueja
jambo-vermelho
umbaúba
cebola
jucá (pau-ferro)
urtiga
centáurea
jucareúba
valeriana
centeio
linho
vara-de-ouro
damiana
ã--ã-tn
vassourinha
dente-de-leão
mirtilo
vinca-rosa
jaborandi
sálvia
É da autria de Almeida Csta (1975, 1977) uma revis sbre aspects btânics e tquímics d Anacardium ccidentale (cajueiro), Bauhinia rcata (pata-de-vaca), Chrysbalanus icac (abageru), Crtn cajucara (sacaca) e Myrcia sphaercarpa (pedra-hume-caá). o Anacardium cidentale parece ter sid uma das primeiras a ser estudada cienticamente. Segund Csta (1975, 1977), sbre essa planta eistem diverss trabalhs mas a primeira cnrma eperimental d eeit hipglicemiante é atribuída a Arduín e Sares. (ARDUÍNo, 1951) Arduín (1951, p. 307) realiu um ensai clínic agud cm 2 grups de vluntáris, 1 de 5 pacientes internads “prtadres de denas que n aetam metablism ds hidrats de carbn” e utr de 5 estudantes de Medicina “aparentemente nrmais”. Fi erecida uma dieta padr, incluind leite, p, 20g de aúcar e caé ad libitum. Fram clhidas 5 amstras de sangue, send: em jejum, 30, 90, 150 e 210min aps desjejum. N segund dia, Voltar para o sumário
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s vluntáris tmaram 80 gtas de tintura de casca de cajueir, prduid pela “Flra Medicinal”, quine minuts antes de repetir a curva glicmica nas cndies já descritas. N grup de estudantes, a curva glicmica basal i realiada aps a ingesta de 100g de glicse, pr Vo, e cleta de sangue ns temps 0, 60, 120 e 180min. N segund dia, repetiram a curva, send que, 20min antes da administra de glicse, s pacientes eram us de “uma cápsula amilácea cntend 0,10g de etrat sec de casca de cajueir”. os resultads mstram uma queda máima ns temps 60 e 90min, que perduru pr 3 hras e meia. Baseads n us ppular de plantas d Nrdeste, Sampai e cl. (1974), da Universidade Federal d Ceará, realiaram estuds armaclgics pré-clínics cm 15 espécies cnsideradas antidiabéticas. o grup adtu seguinte prtcl: 1º) cleta d material e clca da planta em estua pr 30min (estabilia); 2º) secagem a ar livre ambiente. o material sec e triturad (12,5g) i etraíd cm água a 90°C, pr 3 vees cnsecutivas, send s etrats reunids e cncentrads até 50ml (0,25g da planta pr mililitr). os estuds armaclgics cmpararam alguns etrats vegetais (500mg/kg) entre si e cm a clrprpramida (100mg/kg) administrads a rats albins machs (de 150-250 g). os autres cncluíram que apenas a Annna muricata (graviola) e a Pithecelbium multifrum (canaístula) demnstraram eeit hipglicemiante, send a primeira ainda mais ptente que a clrprpamida e a Pithecelbium multifrum nas dses empregadas. Dentre as demais plantas estudadas, estavam a Averha carambla Lin. (caramboCaesalpinia erreaLin. Mart. ( jucá).), a Persea americana (abacate) la e a), Psidium guajava (goiaba o eeit hipglicemiante da estévia, Stevia rebaudiana Bertni, i estudad pr Schmeling et al. (1977) em celhs alaniads. Fram usads 18 animais da raa Chinchila, dividids em 3 grups de 6, send diabétics (cm us d alan) e nrmais recebend decct e um grup cntrle de animais nrmais. o etrat i preparad na prpr de 100g de lhas mídas, secas a sl,também, em 1,5l de água em ciment, durante 10 minuts. obteve-se, amstras seriadas de sangue para glicemia ns temps basal, 30min, 60min e 90min. N ram encntrads eeits hipglicemiantes, u claterais, ns animais nrmais.
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os animais diabétics mstraram uma queda mais acentuada da glicemia aps 60 minuts. o eeit d etrat aqus das lhas da Stevia rebaudiana Bertni sbre teste ral de tlerância à glicse (ToTG) i investigad pr Curi et al. (1986), em 16 vluntáris nrmais. o etrat a 5% i administrad a intervals regulares de 6 hras pr 3 dias. o ToTG i realiad antes e aps us da planta. Um segund grup, de 6 vluntáris nrmais que ingeriram uma slu aqusa de arabinse, i também estudad para eliminar pssível eeit d stress. o etrat da estévia aumentu a tlerância à glicse e diminuiu s níveis plasmátics de glicse, durante teste e aps jejum nturn em tds s vluntáris. Almeida e Agra (1986) relacinaram 68 plantas antidiabéticas brasileiras, apntand nme cientíc e vulgar (12 ds quais n identicads), a parte usada, e elabraram um estud eperimental cm s 4 vegetais mais cmuns da Paraíba. Fram elas, cm nme ppular, parte da planta e tip de etrat utiliad: Bauhinia rcata Link (mrr u pata-de-vaca, lhas, etrat etanlic); Bumelia sartrum Mart. (quiaba, casca d caule, etrat etanlic); Mart.rigida ( jucá u casca d caule, etrat etanlic) errea e Licania B. pau-err, (oiticica, casca Caesalpinea caule e lhas, etrat aqus). N eperiment, ram empregads rats albins Winstar nrmais, (10 animais para cada planta), de ambs s ses. os etrats, etanlic u aqus (decct), ram administrads pr via ral em dse única de 1mg/kg. Nestas cndies, apenas a Bumelia satrum apresentu a signicativa sbre a glicemia, cm queda de 24%, cmparada cm grup cntrle tratad cm sr silgic (salina a 0,9%). os autres n descartam a pssibilidade de bter-se eeit hipglicemiante cm as utras 3 plantas em em cndies distintas às utiliadas. (Almeida, 1986) A Bumelia sartrum vem send bjet de estuds mais ampls, envlvend ensais pré-clínics, ticlgics e clínics. o eeit hipglicemiante d princípi ativ, ácido bássico (Naik, 1991), i cmprvad em camundngs, utiliand-se etrats etanlic e aqus, administrads pr Vo e IP em cncentraes variadas. Fi registrada a crrncia de dierentes resultads cnrme a idade da planta e tip de sl. (MoDESTo FILHo, 1986, 1988, 1989)
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N ensai clínic cm a quiaba, 30 diabétics recém-diagnsticads ram dividids em 3 grups de 10, nde primeir recebeu placeb, segund, um cmprimid cm 370mg d etrat etanlic e, terceir, a dsagem de 740mg, para a avalia da curva glicmica de 5 hras. As mesmas substâncias ram dadas a um grup de indivídus duas hras antes da realia de um ToTG, cm cleta de sangue ns temps 0, 30, 60, 120, 180 e 240 minuts. Calculu-se média e desvi-padr, e a análise estatística i eita cm teste de student. os autres bservaram eeit hipglicemiante dse-dependente, mas n cnsideram s dads da pesquisa sucientes para assegurar seu empreg pela ppula. (MoDESTo FILHo, 1990) Sbre a pata-de-vaca, Bauhinia rcata, s animais, usand etrat aqus (deccct) nas dses de 500 e 1.000mg/kg, n sreram altera signicativa na glicemia e n huve cmprtament anrmal u atividade tica até a dse de 3.000mg/kg de pes. Paralelamente, Mdest-Filh et al. ereceram chá das lhas da B. rcata, em dses que variaram de 0,5 a 1 grama/dia, a 4 vluntáris diabétics. Embra sem eeits tics evidentes, a planta mstru-se ineca sbre a glicemia nas cndies empregadas. (MoDESTo FILHo, 1988, 1989) o etrat hidralclic (EHA) das lhas de uma utra espécie d mesm gner, também cnhecida cm pata-de-vaca – a Bauhinia mnandra Kur –, i administrad a rats diabétics dividids em dis grups (cm alan 150mg/kg, via IP). Anjs et al., (1994), d Departament de Farmaclgia da Universidade Federal de Pernambuc, cmpararam eeit hipglicemiante d EHA (500mg/kg, Vo) cm insulina (20UI/kg IP) e slu salina (grup em 3n grups dee6últim animais. Clhidas glicemias hrárias,cntrle) bservu-se quart temp um eeit mais preminente da B. mnandra em rela à insulina. Num estud seguinte, EHA i administrad a rats nrmais e diabétics dividids em dis grups, cntrle e diabétics (pel alan). observads s parâmetrs: glicemia, água ingerida e vlume urinári, s pesquisadres. Anjs et al. (1995) bservaram queda signicativa ns níveis glicmics em ambs s grups (16% nrmais),diabétics, send mais dentre saltera alaniads.ns os animais n preminente entant, n sreram ns demais parâmetrs. Sb patrcíni da CEME, Russ et al.(1990), da disciplina de Voltar para o sumário
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Endcrinlgia da Escla Paulista de Medicina, realiaram ensais clínics dupl-cegs, cm a Bauhinia rcata e a Myrcia unifra (pedra-hume-caá) administrand-as a vluntáris diabétics e nrmais (identicads pr ToTG). As lhas trituradas acndicinadas em pactes individuais de 1gram e preparads pre inus (chá). N i detalhad temp de ervura u de cntat das lhas cm a água. Na primeira etapa – ensai agud – i administrad chá (1g) e ram btidas amstras de sangue durante 4 hras. N estud d eeit crônic (6 semanas), s indivídus eram us diári de 3g d chá. A pesquisa i rganiada de maneira que, na primeira ase d ensai a metade dsa utra diabétics recebeu cm dupl 1g dasceg, lhas, enquant metade tmava chá chápreparad placeb, cm a Imperata brasiliensis (sap). o sangue i clhid aps jejum nturn para dsagens de glicse, insulina e testes labratriais de rtina. Aps desjejum e a ingest de uma inus cm 1g das lhas, ram btidas para medi da insulina e glicse amstras seriadas de sangue (1, 2, 3 e 4 hras). Aps alm, i ingerid utr cp de chá cm 1g das lhas e nvamente ram clhidas amstras 2 hras aps (6 hras aps primeir chá). Numa segunda ase – a de avalia d eeit crônic –, as plantas ram administradas às principais reeies, 3 vees a dia, durante 8 semanas, send determinadas glicemia e insulinemia a cada 2 semanas. Nesta casi, s grups (diabétics e nrmais) se reveavam na planta utiliada (placeb vs. medicinal). A HbA1c i dsada aps 8 semanas de tratament, bem cm a revis de bilirrubinas, alanina amintranserase, aspartat amintranserase, satase alcalina, prteínas ttais, albumina, amilase, sdi, ptássi, cmplet.uréia, creatinina, clesterl, triglicerídes e hemgrama N estud da Bauhinia rcata, rnecid pel Departament de Farmaclgia d Centr de Cincias da Saúde da UFRJ, ram bservads 10 indivídus (apenas um hmem), nrmais a ToTG, cm idades entre 22 e 28 ans (média de 24 ans). o grup diabétic era cmpst de 16 pacientes d tip II (2 hmens e 14 mulheres), cm idade entre 40 e 67 ans (média de 58) e cm 1 a 11 ans de cmpensada dena (média 5 ans). estavam cm a glicemia apenas cmDe dietapacientes e quatr necessitavam de Ho. Ds testes cm a Myrcia unifra participaram 10 indivídus nrVoltar para o sumário
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mais, send 6 hmens e 4 mulheres, cm idade entre 21 e 27 ans (média de 24 ans), cm ToTG nrmal. o grup de diabétics era cmpst de 18 pacientes tip II, 5 hmens e 13 mulheres, cm idade e 71 Deste ans (média 56), 2 a 9 ans de dena (médiaentre de 539ans). númer, 13cm pacientes estavam cm a glicemia cntrlada apenas cm dieta e cinc usand Ho. A M. unifra i cletada pel Departament de Farmaclgia da Universidade Federal d Pará. os autres bservaram uma redu ds níveis de insulinemia n grup diabétic aps a M. unifra, e sugerem que a mesma decrra da diminui da absr de aliments u d aument da sensibilidade receptr osnrmais níveis de satase alcalinae mstraram-sed elevads nsà insulina. indivídus aps a M. unifra placeb, mas n ram vists n grup de pacientes diabétics. os eeits prvcads antes e aps us de cada planta ram analisads pel métd de Wilcn, enquant s resultads ds grups nrmais e diabétics ram cmparads pel teste de Mann-Whitney. N ram encntradas dierenas estatisticamente signicativas na glicemia e insulinemia, entre s grups nrmais e diabétics entre que receberam e B. rcata, quand cmparads si e cm M.unifra placeb (Imperata brasiliensis). (Russ, 1990) Curisamente, embra eperiments pré-clínics e clínics recentes n cnrmem eeit hipglicemiante, a pata-de-vaca cntinua send uma das mais usadas pela ppula e, em 1929, n 10º Cngress Médic n Ri de Janeir, Carmela Juliani (1942) demnstru resultads satisatris ns eperiments cm ces e celhs submetids à “hiperglicemia adrenalínica” e à etirpa de 2/3 d pâncreas. os resultads animadres levaram à abrica d cmprimid “bauintrat”. outrs autres também descrevem eeit hipglicemiante da Bauhinia rcata, cm Almeida Csta (1942) e Caricati-Net (1985). Cimbra-Teieira et al. (1992) eram uma investiga etnarmaclgica cm pacientes diabétics ds hspitais liads à Universidade Federal d Ri Grande d Sul, para identicar as plantas mais utiliadas, a rma de bten, prepar e us, cnstatand que jambolão é utiliad pela mairia ds pacientes. Amstras ram levadas a Departament de Btânica que recnheceu duas espécies: a Syygium cumini e a Syygium jambs. L. Skeels e a S. jambs L. Alst. Voltar para o sumário
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N questinári, respndid pr 100 diabétics d tip I u II, huve a precupa cm a cleta de dads cm: tip e parte da planta usada; númer, tip e grau de hidrata das lhas usadas e/u resca; esta e tip meidedecnserva bten; rma de prepar –(seca pr inus u decc), e temperatura d chá, assim cm a dsagem empregada. os resultads mstraram que 72 pacientes utiliavam jambolão, predminand us d chá na dilui média estimada de 2,5g/litr (0,2-6,9g) uma ve a dia, paralelamente a us de insulina, hipglicemiantes rais e/u utrs chás. observu-se que S. cumini é mais cmumente preparad pr inus, enquant S. jambs, pr decc, cm lhas secas e/u rescas, send cnsumid cm substituts da água. Aps a pesquisa ppular, um estud clínic cm vluntáris nrmais usu a decc de 2,5g de lhas d S. cumini pr litr de água. Embra n tenham encntrad eeit hipglicemiante, Teieira et al. (1992) acreditam que mesm pssa vir a crrer cm us crônic. Dentre as pesquisas cm plantas antidiabéticas n Brasil, mereaindaNgueira destaque(1984), as tesesrespectivamente, de Mestrad de Úrsula (1979) ecem Denir sbre Grne as lhas da Myrcia multifra (pedra-hume-caá), e epicarp (casca d rut) da Punica granatum (romã). Utiliadas em eperiments armaclgics pré-clínics, ambas ram capaes de inibir a absr intestinal de glicse em animais. A pedra-hume-caá (Myrcia multifra Lam., antes chamada de M. sphaercarpa u Eugenia multifra) i submetida a um estud químic e pré-clínic. A parte ativa da planta está nas lhas, da qual se bteve um etrat aqus. o eperiment islu inúmers cmpnentes n etrat, cm tanins, aminácids e aúcares, mas princípi ativ antidiabétic da planta é uma glicprteína. Grne (1979) bservu semelhana ns seus resultads, cm a M. multifra, e s encntrads cm algas verdes d gner Vlv. os glicpeptídes islads da planta, cm pes mlecular em trn de 700 daltns, mstraram-se inibidres da absr intestinal de glicse n intestin de rats. os animais, cm pes de 120 a 160g, ram deiads em jejum durante 20 a 24 hras e, depis, anestesiads cm pentbarbital sdic (30mg/kg d animal), pr via IP, para evitar que a manipula d animal prvcasse reaes adrenérgicas d stress. A seguir, i eita uma perus cm sr silgic em um segment intestinal de 20cm, para eliminar s Voltar para o sumário
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detrits d barbitúric. os resultads da absr intestinal btids aps us da M. sphaercarpa ram cmparads cm uma curva padr de absr apenas cm pentbarbital. (GRüNE, 1979) outra espécie cnhecida cm pedra-hume-caá –, a Myrcia citrilia –, mstru eeit hipglicemiante n estud de Arruda (1978). o etrat alclic d epicarp da romã – Punica granatum L. – causu hipglicemia dse-dependente, cm eeit máim cerca de 4 a 6 hras aps a administra IP d etrat. Visand a avaliar pssível mecanism de a d epicarp da rm, i utiliad prpranll, beta antagnista inespecíc, anuland s eeits da glicse administrada EV para bter hiperglicemia sbre s receptres beta. o prpranll agrava a hiperglicemia, prvavelmente pr inibir a libera de insulina. o etrat etanlic i usad na dse de 100mg/kg de pes crpral IP 4 hras antes da administra EV de glicse. Fram empregadas ainda: glicse hipertônica a 25% (na dse de 2,5g/kg de pes, btend glicemias da rdem de 400mg/dl, que duram cerca de 60-80 minuts); prpranll (IP, na dse de 10mg/kg, 30 minuts antes da glicse), camundngs albins machs (cm cerca de 20g, mantid cm água libitum,4 mas em de jejum n diacada d eperiment). Framadusads grups animais, qual cm 10 camundngs: grup I, cntrle, recebend apenas glicse; grup II, recebend etrat da rm além da glicse; grup III, cm prpranll mais glicse e grup IV, cm epicarp da rm, além de glicse e prpranll. A administra da glicse EV prvcu hiperglicemia aps 15 minuts (417 +u - 11,4mg/dl), mantend-se elevada n grup cntrle aps 45 minuts. o us d etrat da rm prvcu queda mais rápida na glicemia, já bservad 15 minuts aps a administra da glicse. o prpranll n infuiu signicativamente n eeit da rm para diminuir a glicemia. Cnsiderand que empreg da glicse prvca libera da insulina pel pâncreas e que prpranll inibe esta libera, Ngueira (1984) acredita que a hiperglicemia mais elevada ns animais tratads cm prpranll seria devida a blquei da libera de insulina. Cnclui que eeit da rm n parece ser mediad pela libera de insulina, pis a prvcu uma queda mais rápida ns níveis glicmics ns animais cm prpranll. o etrat aplicad mesm previamente blqueiatratads eeit hipglicemiante da insulina administrada SC na dse de 1,0 UI/ kg pes. (NoGUEIRA, 1984)
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Um estud mais abrangente i realiad pr Giuseppe Presta (1986), envlvend aspects armaclgics pré-clínics e clínics, cm a Chrysbalanus icac Lin. (abageru), planta cmum n litral fuminense, em especial da Regi ds Lags. Vinte pacientes (11 hmens e 9 mulheres) ram acmpanhads pr Presta durante 18 semanas cm us d chá das lhas (previamente mídas e acndicinadas em pactes de 5g). o prepar, pel paciente, seguia a recmenda de ervura em 100ml de água ltrada durante 3 minuts, para ser cnsumid lg em seguida. os pacientes ram avaliads a cada 2 semanas quant a pes, glicemia de jejum e hemglbina glicsilada e, a cada 6 semanas, alternavam esquema de tratament (apenas dieta u esta acmpanhada d us da planta). Cmparand s resultads da 6ª semana (aps a estabilia da glicemia cm dieta) cm valres da 12ª semana, bservu-se que a administra d chá de abageru i capa de reduir a glicemia média em 12,61%. Em mdel eperimental, cm camundngs nrmais e diabétics (cm alan), chá d C. icac a 5% prduiu 64,20% de blquei na absr intestinal de glicse. (PRESTA, 1986)ram também submetids a estuds armacoutrs vegetais lgics pré-clínics, na tentativa de validar us pels diabétics, cm a Periandra mediterranea Taubert, (alcaçu) pr oga (1980), a Calphilum brasiliense ( jacareba vermelha) pr Ramôa (1977), a Eugenia edulis (cambucá), pel pr. Paul Siel (1983) e a Bignnia tuira (1992), mas apenas estas duas últimas causaram queda na glicemia ds animais, nas cndies eperimentais utiliadas. Etrats fuids d alcaçu d Brasil, a Periandra mediterranea (Vell) Taubert, ram utiliads em ensai armaclgic quant à ticidade e aes antiinfamatria e hipglicemiante. (oGA, 1989) o etrat fuid i preparad cm raíes e rimas clhidas na cidade de Ps de Caldas, Minas Gerais. o álcl é empregad cm cnservante, participand da slu nal numa cncentra de 25%. Em um mililitr da slu est s cnstituintes de 1.000mg de drga, de acrd cm a segunda edi da Farmacpéia Brasileira. Dierentes grups de rats Wistar machs ram submetids a epinerina e alan para indu da hiperglicemia. Tant ns
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animais tratads cm slu silgica (cntrle) quant ns alaniads, etrat fuid d alcau pr Vo n acarretu mdica apreciável na glicemia. Entretant, huve signicativa redu da que glicemia ns animais cm hiperglicemia pela adrenalina receberam a P. mediterranea, quandinduida cmparads cm seu grup cntrle (s adrenalina). oga et al. (1980) sugerem aument da secre de insulina u a inibi das atividades crtic-adrenais u a inibi da hequinase (lcal especíc de a da epinerina) cm pssíveis mecanisms de a da planta. A ticidade pr Vo i baia e mesm em vlumes elevads n i letal. A snlncia bservada em alguns rats pde estar ligada à presena d etanl u mesm a eeit depressr d SNC pr utr princípi ativ eistente n etrat. (oGA, 1980) Utiliand animais adults n-alaniads, Siel e Martin, d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense, vericaram a infuncia d deccct de lhas dessecadas de Eugenia edulis (cambucá), Myrtaceae, sbre a glicemia de cbaias. os animais ram submetids à administra intraperitneal de uma slu btida pel decct da planta (cncentra n antada) aps 4 hras de supress de aliment e ram clhidas amstras de sangue aps 5, 10 e apresentu 20 hras. Amaires glicse,quedas determinada métd de glicse-idase, aps 20pel hras. N i bservada queda signicativa da glicemia ns demais temps quand cmparads cm grup cntrle. (SIxEL, 1983) Medeirs et al. (1991), d Departament de Fisilgia e Farmaclgia da Universidade Federal d Ceará, estudaram a Bignnia turia, da regi Amaônica, utiliand etrat u inus a 10% em rats Wistar albins machs. Alguns animais ram submetids a alan paradeprvcar diabetes mellitus. Clhidasnandse msdede150mg/kg utubr, 25g lhas secas ram ervidas em 250ml de água destilada durante 10 minuts e depis ltradas. A seguir, i adicinada água destilada para cmpletar 250ml (slu a 10%). Rats nrmais e diabétics receberam a dse diária de 10ml/kg, pr um períd de 4 dias, send a dse denida empiricamente a partir d us ppular. Amstras de sangue ram clhidas aps jejum nturn e 2 hras aps a administra d chá. os animais ram distribuíds em 4 grups de 5, send: nrmal tratad e n tratad, diabétic tratad e n tratad. A queda ds níveis glicmics (58,7%) i mair ns diabétics, em rela as nrmais (12,8%). o mecanism de a n i denid, mas s autres sugerem que a queda na glicemia tenha Voltar para o sumário
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sid independente de insulina, e aventam a pssibilidade de que eeit da planta seja através da regenera da célula beta lesada. A Snchus asper (L.) Hill, cnhecida ppularmente cm dente-de-leão, tem sid usada pels diabétics na cidade d Ri Grande (RS). Espindula et al. (1994) induiram diabetes em 13 rats albins cm empreg da estrepttcina (65mg/kg IP) que eram ingesta espntânea da inus das lhas verdes da planta na dse de 20mg/kg durante 7 dias. Aps 24 h d términ d tratament, vericu-se uma diminui ds níveis iniciais de 1106,75 para 664,73mg/dl (p
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