Ervas is Diabetes

May 19, 2018 | Author: Péricles Bonadio | Category: Diabetes Mellitus, Medicine, Pharmaceutical Drug, Traditional Medicine, Plants
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PLANTAS MEDICINAIS  ANTIDIABÉTICAS

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Coordenador: Lui Antonio Raneiro de Bragança Mestre em Endcrinlgia pela Universidade Federal d Ri de Janeir (UFRJ). Pressr assistente de Farmaclgia d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Fundadr d Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF, nde vem desenvlvend pesquisas sbre plantas medicinais úteis n tratament de denas endcrinas e metablicas. Subchee d Departament de Fisilgia.

Colaboradores: Marília Martins Guimarães, dutra em Endcrinlgia, é pressra e crdenadra adjunta d curs de ps-gradua em Endcrinlgia da Universidade Federal d Ri de Janeir. Fernando Cesar Raneiro de Bragança é médic sanitarista e pressr assistente d Institut de Saúde da Cmunidade d Centr de Cincias Médicas da Universidade Federal Fluminense e mestre em Educa pela UFF. Especialista em Hmepatia pel Institut Hahnemannian d Brasil e em Medicina Scial e Preventiva pela UFF. Paulo Cesar Ayres Fevereiro é pressr adjunt de Btânica Terrestre. Atualmente chea  Setr de Btânica d Departament de Bilgia Geral d Institut de Bilgia da UFF. Paulo José Siel é mestre em Biquímica pela Universidade Federal d Ri de Janeir e pressr adjunt de Farmaclgia d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense. Fundadr d Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF. Endereço para o envio de contribuiçes (relato de casos, eperincias pessoais etc.): PRoF. LUIz ANToNIo RANzEIRo DE BRAGANçA  Institut Bimédic da UFF (Departament de Fisilgia) Rua Ernani Mel, 101 - Centr - Niteri - RJ CEP 24210-130 - Fa (021) 620-5966 E-mail: mflui@vm.u.br

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Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança (Coordenador)

PLANTAS MEDICINAIS  ANTIDIABÉTICAS uma abordagem multidisciplinar

EDIToRA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Niteri, RJ — 1996

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Cpyright © 1996 by Lui Antni Raneir de Bragana Direits desta edi reservads à EDUFF - Editra da Universidade Federal Fluminense - Rua Miguel de Frias, 9 - ane - sbrelja - Icaraí - CEP 24220-000 - Niteri, RJ - Brasil - Tel.: (021) 620-8080 ramais 200 e 353 - Fa: (021) 620-8080 ramal 356 É pribida a reprdu ttal u parcial desta bra sem autria epressa da Editra. Edi de tet: Ia Quelhas Prjet grác e editra eletrônica: Jsé Lui Stalleiken Martins Capa: Marci André Baptista de oliveira Digita: Khátia M. P. Maced, Jussara M. Figueired e Juraciara Ribeir Revis: Sônia Peanha Supervis gráca: Rsalv Pereira Rsa Crdena editrial: Dami Nasciment Ilustraes da capa (n sentid hrári): Ft 1 - Pata-de-vaca (Bauhinia orcata): a planta antidiabética pssivelmente mais usada e  já estudada n Brasil. Ft 2 - Plantas medicinais epostas  venda: n apenas n interir, mas também ns centrs urbans, plantas s ppularmente cnhecidas cm medicinais e cmercialiadas. É grande a prcura. Ft 3 - Melão-de-são-caetano (Mormodica charantia): é apntada cm a planta antidiabética mais usada n mund td. Diverss estuds já ram realiads, especialmente na Índia. Ft 4 - Cajueiro (Anacardium occidentale): a t mstra sinais d risc da etin de algumas espécies de plantas medicinais. É  etrativism pela divulga ds seus beneícis sem s cuidads de preserva.

Catalogação-na-onte P713

Plantas medicinais antidiabétic asi:iuma abrdagem multidiscip linar. Lui Antni Raneir de Bragana, crdenadr. — Niteri : EDUFF, 1996. 300 p. ; 21 cm. Bibligraa : p. 285 ISBN 85-228-0168-1 1. Plantas medicinais. I. Bragana, Lui Antni Raneir, crd. CDD 633.88

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE  Reitr Lui Pedr Antunes Vice-Reitr Fabian da Csta Carvalh Diretra da EDUFF Eliana da Silva e Sua Cmiss Editrial  Anamaria da Csta Cru Gilbert Pere Cards Gilda Helena Rcha Batista Herald Silva da de Csta Matts Ivan Ramalh Almeida Luia de Maria Rdrigues Reis Maria Guadalupe C. Piragibe da Fnseca Paul Aeved Beerra Rbert Kant de Lima Rbert ds Sants Almeida Vera Lucia ds Reis http://slidepdf.com/reader/full/ervas-is-diabetes

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SUMÁRIO Preácio .....................................................................................7 ............................................................................9  Apresentação Lui Antni Raneir de Bragana 1 Plantas medicinais: conceitos e beneícios ....................15 Lui Antni Raneir de Bragana 2 Consideraçes sobre o histórico dos medicamentos e plantas medicinais .......................................................27 Fernand Cesar Raneir de Bragana 3  Aspectos botânicos ..........................................................53 Paul Cesar Ayres Fevereir 4 Diabetes mellitus: diagnóstico e recursos teraputicos ...............................................69 Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares 5  Aspectos gerais no preparo e controle de qualidade de plantas e toterápicos hipoglicemiantes ............103 Paul Jsé Siel 6 Estudos etnoarmacológicos plantas medicinais e antidiabéticascom .......................................123 Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana 7 Plantas brasileiras usadas no tratamento do diabetes .................................................................143 Lui Antni Raneir de Bragana 8 Plantas antidiabéticas no mundo .................................181 Lui Antni Raneir de Bragana 9 Estudos armacológicos de plantas antidiabéticas .....215 Lui Antni Raneir de Bragana 10 Fitoquímica e mecanismo de ação das plantas antidiabéticas .............................................................241 Lui Antni Raneir de Bragana 11 Consideraçes nais ......................................................261 Lui Antni Raneir de Bragana Sumário de estudos cientícos com plantas antidiabéticas ...........................................273 Reerncias bibliográcas ....................................................285

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LISTA DE ABREVIATURAS UTILIzADAS ALAD DMID DMNID GJ

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Asscia Latin Americana de Diabetes Diabetes Mellitus Insulindependente Diabetes Mellitus N-Insulindepentende Glicemia de Jejum

EV HbA 1c Ho IP oMS SC

-

Endvensa Hemglbina Glicsilada A 1c Hipglicemiante oral Intraperitneal organia Mundial da Saúde Subcutânea

STz ToTG UFF UFRJ

-

Strepttcina Teste oral de Tlerância à Glicse Universidade Federal Fluminense Universidade Federal d Ri de Janeir

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PREFÁCIO Diabetes mellitus é um desa mundial à pesquisa. Durante muits ans as investigaes caíram sbre a célula beta pancreática. Se n tip I ist é uma verdade, tal at n pde ser etraplad para  tip II, nde a secre de insulina é nrmal, trnand-se anrmalmente elevada para superar a resistncia periérica, seja em nível de receptr u ps-receptr, na tentativa de sustentar uma nrmglicemia. Cm  avan da bilgia mlecular, cnseguiu-se avanar estuds e bservar sb a tica d ps-receptr,  que abre estes uma lu de cnheciments na etipatgenia desta mléstia e, cnseqentemente, avans na teraputica. os eeits medicamentss em nível ps-receptres reqentemente n s bservads agudamente, já que envlvem uma série de reaes em cadeia, até transcries nucleares em nível de DNA, RNA, dierind de uma secre de insulina, nde  blquei de canal de ptássi é suciente para sua Pr este mtiv, s secre. trabalhs realiads pr pesquisadres na tentativa de bter nrmalia da glicse sangínea na rma aguda, cm as plantas medicinais, prvavelmente racassaram e racassar sempre que  princípi ativ seja em nível ps-receptr. Este trabalh tra uma valisa cntribui cientíca, cm um desa para que tds s que lidam nesta área se engajem na luta para que pssams alcanar uma u mais alternativas teraputicas, utiliand plantas medicinais quetenham as cnrmaes t bem estabelecidas n Capítul 5, nde pressr Paul Jsé Siel, cm uma linguagem simples, elucida s aspects gerais n prepar e cntrle de qualidade de plantas e tterápics hipglicemiantes. Tenh a cnvic de que este bjetiv será alcanad, prque  seu autr é um pesquisadr bstinad pels seus ideais e, cnseqentemente, tds s diabétics ser beneciads, pis eles s, em última análise, s beneciáris nais. Pr. Hnmar Ferreira de Sua Titular de Endcrinlgia da UFF

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“O Senhor produziu da terra os medicamentos. O homem sensato não os desprezará.”  Eclesiástico 38, 4

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APRESENTAÇÃO Há séculs as plantas vêm send usadas cm nte de medicaments, muits deles ainda btids de ervas. Atrpina, caeína, clchicina, digital, salicilats, ópi, vincristina, quinina e biguanidas sã apenas alguns entre tants ármacs incrprads as receituáris médics, mas inúmers utrs, de nte vegetal inexplrada, estã à espera d interesse de quem s pssa revelar (AKERELE, 1992).   Até mesm hrmônis (cm esteróides sexuais utiliads em preparações de cntraceptivs rais) e antimalárics para rmas resistentes (cm a1978 artemisinina) pdem extraíds de plantas. (KoRoLKoVAS, ; PEREIRA, 1986ser; SoEJARTo, 1978)  A despeit d precnceit de muits cientistas,  pv permanece utiliand-se de plantas medicinais cm a mesma cnança cm que aceita a prescriçã d dutr. o diabetes mellitus (DM) é uma dença cmum, cuja classicaçã atual inclui, segund a organiaçã Mundial da Saúde, tips cm: insulindependente (DMID), nã-insulindependente (DMNID) e  que se asscia cm estads de desnutriçã (LLANoS, 1995).  Antes da descberta da insulina, as preparações btidas de plantas eram, praticamente,  únic recurs n diabetes além da dieta. Segund Pric (1986),  primeir princípi ativ cm prpriedade hipglicemiante, descbert pr mei de pesquisas cientícas i a galegina, um derivad da guanidina, extraíd da Galega cinalis. os resultads desta pesquisa mtivaram estuds subseqüentes e a descberta das primeiras biguanidas. Levantaments bibligráics, realiads em td  mund, destacam  us de plantas n tratament d diabetes, cm s trabalhs de Shara (Egit, 1963), Csta (Brasil, 1975-1977), Bever (Árica ocidental, 1980), Mrrisn (Jamaica, 1982), Al-Awadi (Kwait, 1985), Pric (Iugslávia, 1986), Yaniv (Israel, 1987), Ivrra (Espanha, 1989). Na medicina ppular de diverss países sã empregads um grande númer de ervas e/u seus extrats. Entretant, apenas uma minria, submetida à investigaçã armaclógica padrniada, apresentu resultads reprduíveis, devid às peculiaridades inerentes as estuds de plantas medicinais que serã discutidas neste trabalh. Muitas plantas sã ppularmente relacinadas a tratament d Voltar para o sumário

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diabetes n Brasil, destacand-se: abagerú, bardana, cajueir, carambla, carqueja, dente-de-leã, estévia, eucalipt, gravila,   jamb, jamblã, jucá, melã-de-sã-caetan, pata-de-vaca, pedra-hume-caá, e sálvia. destes recurss tterápics variaquixaba, entre s rmã estads, regiõesAe lista países, infuenciada pr questões culturais, climáticas etc.  Algumas já mereceram estud cientíc, mas sbre a mairia delas ainda inexistem inrmações quant à armaccinética, rientaçã pslógica adequada, txiclgia e armacdinâmica (mecanism de açã).  Até hje, n Brasil, s médics e a ppulaçã em geral carecem de inrmações bjetivasEnquant e segurasiss, sbreinúmers s recurss tterápics para  diabetes mellitus. pacientes persistem n us de chás de plantas para ‘tratar’ a dença, baseand-se na chamada sabedria ppular, aguardand quem as queira e pssa estudar, prtant cnhecê-las cienticamente, separand em denitiv  mit da realidade quant as seus riscs e beneícis.  Algumas teses de mestrad cmprvaram  eeit hipglicemiante de plantas brasileiras em animais de labratóri, a exempl ds trabalhs da dra. Úrsula Grüne, 1979, cm a pedra-hume-caá (Myrcia multifra, Lam.); d dr.em Denir Ngueira, em 1984, cm a rmã (Punica granatum, Lin.) e d dr. Giuseppe Presta, em 1986, cm  abageru (Chrisbalanus icacc, Lin.), realiads na UFRJ. Merecem destaque s nmes d Dr. Nun Álvares Pereira (Farmaclgia) e d Dr. Walter Mrs (Fitquímica), que dedicam suas vidas a estud cientíc de plantas medicinais. Tive a hnra de ingressar n curs de mestrad em Endcrinlcmemmédic gia, 1992, mtivad e dcente.pel Busquei desej a Universidade de prsseguirFederal minha rmaçã d Ri de Janeir pel elevad padrã cientíc e étic que pssui. N decrrer d mestrad, prssegui cm as atividades de pressr auxiliar de Farmaclgia, ltad n Departament de Fisilgia, d Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense. Cm mnitr dessa disciplina, durante três ans, aprendi a respeitar  valr das plantas medicinais que, a lng da história da medicina, rneceram inúmeras drgas até hje empregadas na terapêutica. N Institut Bimédic, ui alun e mnitr d sauds pressr Rched Seba, titular de Farmaclgia, ex-diretr cientíc d Institut Vital Brail, que, dentre muits, dedicu-se a estud das prpriedades medicinais d curare e da reserpina. Voltar para o sumário

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Net de diabétics, cnvivi de pert cm  drama e as limitações d tratament da dença, em especial cm a triste evluçã da neur e angipatias. Assisti, já acadêmic de Medicina, as relats de uslivrs de chás para  ‘tratament’ d diabetes mellitus,deignrads pels médics, mas uma realidade n ctidian milhares de vítimas da dença. Impressina-me, e, de cert md, me causa estranhea a rma cm  assunt pde ainda hje ser tratad: cm precnceits, cm se sse puc relevante  at de que inúmers pacientes utiliam plantas medicinais há sucessivas gerações. Em verdade, este é um tema merecedr de atenções especiais da Medicina. curs de Neste cntext mestrad é que emsurgiu Endcrinlgia,  meu interesse cnciliar de, acm Farmaclgia alun d e  estud das plantas medicinais úteis n tratament d diabetes mellitus. o meu bjetiv i cntribuir cm uma revisã sbre  assunt, prvcand estuds mais aprundads. Vlt a expressar este pensament nas cnsiderações nais deste trabalh:  desej de que este livr seja um cnvite para que grups de pesquisa clabrem n esclareciment de diversas questões sbre as plantas antidiabéticas. Empenh-me em undamentar nsss trabalhs n caminh da ética médica, de cumprir  jurament de Hipócrates e seguir as rientações de meu primeir mestre, meu pai, Pr. Waldenir de Bragança (titular de Medicina Scial da UFF), de valriar  at médic e a pesquisa cientíca em sua essência ética vinculada à técnica. Cnsiderams que ba parte ds serviçs de Endcrinlgia e Metablgia, cm s da UFF e da UFRJ, abrigam cndições de excelência realiaçã dedas prunds estuds que(até cntribuam na deniçãpara ds alimites d us plantas medicinais nde sã placebs u drgas ecaes e seguras, pr exempl) n tratament d diabetes e suas cmplicações. Seguims, assim, a recmendaçã da organiaçã Mundial da Saúde, que já sensibiliu pesquisadres em td  mund e cntinua estimuland estuds, n mesm sentid, em suas diversas publicações. Nvas pesquisas vêm send desenvlvidas n sentid de cnhecer  princípi ativ e  mecanism de açã hipglicemiante de plantas, bem cm n de cntribuir n tratament das cmplicações d diabetes. (ALAWADI, 1985 ; SoUzA, 1986 ; MARLES, 1994) Voltar para o sumário

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Bever (1980) sugere que  mesm paciente pde ser tratad cm mais de uma planta, capaes de intervir sinergicamente em dierentes sítis d metablism da glicse. Em 1990, i realiad um estud epidemilógic em 9 capitais brasileiras que apntu, na aixa etária de 30-69 ans, maires taxas de diabetes para as cidades mais industrialiadas. A incidência de DMID (insulindependente) em Sã Paul i de 7,6 cass/100 mil habitantes n períd de 1987-1991. (LLANoS, 1995) Pr utr lad, a prevalência d DMNID (nã insulindependente) n Ri de Janeir é de 7, 1%, estudada pel Pr. Jsé Egídi oliveira (Dutr em Endcrinlgia pela UFRJ), em 1992, send oMS. (oLIVEIRA, semelhante à taxa nacinal, 1992) de 7,5%, utiliand-se s critéris da Cerca de 20 bilhões de dólares anuais sã gasts ns EUA (e cm estimativa ainda mair ns demais países da América), cm  tratament (direts) e a carga scial (indirets) desta imprtante causa de incapacidade e mrte prematura. (LLANoS, 1995) Ist bastaria para justicar um mair interesse ds pesquisadres na descberta de alternativas terapêuticas para s diverss tips de apresentaçã d diabetes mellitus. Pelas raões expstas anterirmente, destacams s seguintes s bjetivs d presente livr: apresentar as plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes n Brasil e n mund e as que tiveram cnrmaçã experimental; erecer uma sinpse de estuds cientícs realiads cm plantas ‘antidiabéticas’ e s mecanisms de açã já denids; alertar a ppulaçã e a equipe de saúde quant as riscs d us indiscriminad de recurss vegetais n diabetes sem acmpanhament médic e a realiaçã de exames cmplementares. buscar mair api das universidades e centrs de pesquisa d país para  estud das plantas brasileiras antidiabéticas. L. A. R. B. 

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“A medicina moderna tem muito que aprender com o apanhador de ervas.” 

Halfdan Mahler 

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1 PLANTAS MEDICINAIS: CONCEITOS E BENEFÍCIOS Lui Antni Raneir de Bragana

1 CONCEITOS GERAIS Entende-se pr planta medicinal qualquer vegetal prdutr de drgas u de substâncias biativas utiliadas, direta u indiretamente, cm medicament. os cmpsts químics (u grups destes) que cnstituem s princípis biativs das drgas n s mers subprduts d metablism secundári das plantas que s prduem. Na verdade, representam respstas químicas ds seus mecanisms de intera cm  ambiente. Segund Pires (1984),  metablism secundári das plantas seria cmparável a sistema imunlgic u a cmprtament ds animais. A variedade de substâncias químicas prduidas pelas plantas é eplicada pel at de serem elas rganisms estátics e precisarem, cnseqentemente, de utrs agentes. Para a plinia e dispersdede sementes prduem atrativs e repelentes para deenderem-se predadres. Desta rma é que se trnam relevantes as inrmaes sbre nde e quand a planta i btida, uma ve que pdem surgir dierenas marcantes nas cncentraes ds princípis ativs quand nativa de uma regi (aclimatada) u quand cultivada, devid à infuncia d sl. Ist também crre cm a quest sanal, prque  vegetal pderá ser clhid num estági de fra desavrável. (MoDESTo-FILHo, 1989) “Para cada dena eiste uma planta” (ANDERSoN, 1983). Quant a diabetes mellitus este prvérbi russ encntra respald em um grande númer de plantas que, pr diversas raes, s utiliadas n tratament e pr iss chamadas de antidiabéticas. Na pini d Pressr Abreu Matts (Titular de Farmacgnsia da Universidade d Ceará), a epress plantas medicinais é, de cert md, inadequada, pr abranger em seu cntet s cnceits de usuáris ds dierentes culturais.daVerdadeiramente medicinais s aquelas que, emníveis cnseqncia eperimenta cientíca, tiveram cmprvadas suas aes armaclgicas e, prtant, pdem ser usadas diretamente na teraputica u servir

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de matéria prima para abrica de medicaments. (MAToS, 1982) Sb  critéri da Lei rancesa, s cnsideradas medicinais as “plantas n alimentícias de eeit teraputic cmprvad” e inscritas na sua Farmacpéia. (DADoUN, 1983, p. 86) Segund Bannerman(1982), muits terms s empregads cm sinônims de medicina tradicinal. Na verdade, um cnjunt de práticas de aten de saúde antigas e vinculadas a distintas culturas que eistiam antes de se aplicar a cincia às questes de saúde.  Assim, a epress medicina tradicinal é imprecisa, a eempl de: indígena, n rtda, ppular, marginal e n-cial u mesm de curandeira s denminaes inadequadas, pis n aem a devida distin entreasistemas aten eà asaúde cmplets cmples, tais cm medicinadeayurveda medicina chinesae tradicinal, de um lad, e s simples remédis caseirs, de utr. Cmumente, s cnundidas duas cincias distintas: a Fitterapia e a Farmacgnsia. A primeira signica  estud e utilia de vegetais cm  bjetiv de curar enermidades. Já a Farmacgnsia destina-se a cnhecer a rigem ds ármacs, nde  rein vegetal assume destaque, rente às ntes minerais e animais. (GUAGLIo, 1985) Neste uma planta é pesquisada cme recurs teraputic, para cas, islament de princípi(s) ativ(s) utura síntese e prdu industrial.  As plantas, isladas u em cmbina, pdem ser empregadas de dierentes maneiras, cm ps e macerads (em geral para us tpic) e inus u decc (para administra ral, ppularmente cnhecidas cm chás). As pssíveis rmas de prepar e utilia das plantas medicinais ser discutidas adiante. os estuds baseiam-se na cnsulta ppular sbre  us etnarmaclgics das plantas n tratament de enermidades, cm  diabetes mellitus, embra muitas ainda aguardem cnrma cientíca para  que se recmenda através de sucessivas geraes. Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF, 1963), Espanha (IVoRRA, 1988), Israel (YANIV, 1987), Jamaica (MoRRISoN, 1982), países da Árica (BEVER, 1989), Índia (ATIQUE, 1985 ;  ALAM, 1990), China (ESSMAN, 1984 ; MAToS, 1989), Guatemala (CÁCERES, 1983), Méic (PÉREz, 1984), Paquist (RAHMAN, 1989) e Inglaterra (BAILEY, 1989). Um bm númer de plantas nacinais s cmercialiadas devid às suas prpriedades medicinais, sem sequer pssuir mngraa

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que permita sua identica adequada. (oLIVEIRA, 1977; PANIzzA, 1982) Recentemente, a Secretaria de Vigilância Sanitária d Ministéri da Saúde, “cnsiderand a situa crítica em que se encntra tterápics n a Prtaria nº 123, de mercad 19/10/94,deestabelecend asBrasil”, nrmaspublicu para  registr de prduts tterápics em td  país e padrniand  cnceit de prdut tterápic, drga vegetal, dentre utrs. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1994) Seguind as recmendaes d Grup de Estuds de Prduts Fitterápics da CRAME (Faculdade de Farmácia da Universidade Federal d Ri Grande d Sul),  decret dene alguns terms que d uma vis mais ampla sbre a cmpleidade da tterapia.

Prdut tterápic: é td medicament manuaturad btid eclusivamente de matérias-primas ativas vegetais, cm a nalidade de interagir cm meis bilgics, a m de diagnsticar, suprimir, reduir u prevenir estads e maniestaes patlgicas, cm  beneíci para  usuári. É caracteriad pel cnheciment da ecácia e ds riscs de seu us, assim cm pela reprdutibilidade e cnstância de sua qualidade; é  prdut nal acabad, embalad e rtulad. Substâncias ativas isladas u misturas btidas pela adi de substâncias ativas isladas n s cnsideradas prduts tterápics. Prduts que apresentem a adi de substâncias ativas de utras rigens n s cnsiderads prduts tterápics.  Adjuvantes armacutics pdem estar incluíds na prepara. Matéria-prima vegetal: drga vegetal u prepara tterápica, empregada na abrica de tterápics. Drga vegetal: é tda planta u suas partes, rescas u que aps srer prcess de cleta e cnserva, pssuam prpriedades que pssibilitem seu us cm medicament. Prepara tterápica: é prdut vegetal triturad, pulveriad, rasurad; etrat, tintura, le essencial, suc e utrs, btid de drgas vegetais, através de peraes de racinament, etra, purica u cncentra, utiliada na bten de prdut tterápic. Princípi substância u grup delas, químicamente teriadas, ativ: cuj eeit teraputic é cnhecid e respnsável,caracttal u parcialmente, pelas aes armaclgicas da planta medicinal.

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2 AS OPINIõES DA ORGANIzAÇÃO MUNDIAL DA SAúDE E DO MINISTÉRIO DA SAúDE o reinevegetal tem servid cm um das ntes de drgas representa um verdadeir tesur destasmais em antigas ptencial. (SoEJARTo, 1978) “Desde a aurra ds temps  hmem tem se valid de planta e ervas para curar denas e sanar leses”. Sensibiliadas pel valr da tterapia, diversas agncias da organia das Naes Unidas uniram-se para a prdu de um lme “Medicina herblária: realidade u c ?”, visand cnscientiar  públic a respeit desta rica nte de saúde. (AKERELE, 1983) Segund Farnswrth (1985), perit da oMS, a fra da mairia ds países em desenvlviment permanece em grande parte ineplrada d pnt de vista de sua utilia prática. A histria mstra que um grande númer de medicaments, preciss, pdem ser etraíds de plantas. o at de serem utiliadas na medicina tradicinal já indica, raavelmente, que elas merecem um estud cientíc. Ns últims ans, s especialistas vm buscand estabelecer  lugar das plantas na medicina tradicinal ns sistemas de saúde mderns, nde seria pssível e benéc um enriqueciment recíprc entre as “duas medicinas”. (ALUWIHARE, 1982 ;  ANDERSoN, 1983 ; BANNERMAN, 1977 ; DEMEHIN, 1984 ; FARNSWoRTH, 1983 ; LEE, 1982) De 1965 a 1983,  Institut Nacinal d Câncer ds EUA eaminu mais de 73 mil plantas em busca de prpriedades antineplásicas. Segund Bannerman,puderam especialista em plantas da oMS, algumas substâncias ser btidas, a eempl dsapenas alcalides da vinca, as pdlatinas e a clchicina. Prvavelmente um melhr cnheciment sbre a bilgia básica d câncer e um cntat mair cm s que eercem a medicina tradicinal (prévi a estud e cm inrmaes mais detalhadas sbre  empreg destas ervas) pderiam ter cntribuíd para um mair rendiment cientíc ds estuds. (BANNERMAN, 1982) Em mairia, países em desenvlviment em áreassua trpicais u s semitrpicais. Em geral sua frasituam-se é abundante e a cultura e a histria d pv s ricas n us de plantas que aliviam u tratam denas. Evidentemente,  at de uma planta

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ser cnsiderada útil para uma dena especíca n justica sua aceita cm mei teraputic válid para td  país, arma Farnswrth. (1983) Muits Ministéris da Saúde, especialmente ns países em desenvlviment, estimulam a análise cuidadsa de pes e decces, usadas pels chamads curandeirs, para determinar se seus ingredientes tm pderes curativs que a cincia n percebeu. N cnceit da oMS,  us judicis de ervas, ungs fres, ruts e raíes em aten primária à saúde pde representar imprtante cntribui à redu das despesas d mund em desenvlviment cm remédis. (MAHLER, 1977) Estima-se que eistam cerca de 250 mil a 750 mil espécies de vegetais superires à fra, das quais muitas ainda n ram bjet de uma descri cientíca. Segund Farnswrth (1984), se n é pssível determinar cm eatid quantas destas espécies s utiliadas na medicina tradicinal, pde-se estimar uma prpr de cerca de 10%, que seriam 25 mil a 75 mil espécies. Entretant s trabalhs cientícs, até 1984, recnheciam um autntic valr teraputic em cerca de 1% destas espécies (de 250 a 750daplantas). N Departament Farmaclgia e Farmacgnsia Universidade de Illinis, nsdeEUA, uncina um banc de dads sbre a química e armaclgia ds prduts naturais,  NAPRALERT (Natural Prducts Alert), também utiliad pel prgrama especial da oMS de desenvlviment e rma para a pesquisa em reprdu humana. Muits países, cm: Israel, China, Índia e Arábia Saudita e Brasil pssuem centrs de pesquisa envlvids na busca d islament de princípis ativs de plantas medicinais nativas e estabelecer uma rela cm a indica u  empreg teraputic. (ALYAHIA, 1982 ; BETToLo, 1981 ; JINGxI, 1983 ; SILVA, 1982 ; SIMõES, 1979) N Vietnam, 80% ds remédis riginam-se de plantas e cada aldeia cnta cm seu prpri dispensári vegetal. (AMPoFo, 1977) Nas Filipinas, eistem mais de 10 mil espécies de plantas superires, das quais cerca de 1.300 tem sid utiliadas cm medicinais. (BANNERMAN, 1982)  As plantas a serem eaminadas pdem ser esclhidas em cada país cm base na etensa dcumenta cletada pela oMS que cmpilu uma lista de cerca 22 mil plantas medicinais presentes em várias armacpéias e em utrs trabalhs realiads a nível reginal e mundial. (BETToLo, 1981) Voltar para o sumário

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 As plantas medicinais tm sid tema central de cngresss nacinais e internacinais, cm  seminári crrid em Rma, rganiad pel Institut Ítal-Arican de Fitterapia, cm a clabra oMSdas e d gvern da Itália, reunind prssinais de inúmersda países áreas de antrplgia, btânica, química, armaclgia, armácia e medicina. (BETToLo, 1981) Em 1989, crreu n Brasil  I Simpsi Brasil-China de Prduts Naturais, cm  api ds gverns ds dis países, permitind a identica de plantas cmuns e intercâmbi de eperincias. (MAToS, 1989 ; SIMPóSIo, 1989) A cada dis ans s realiads s Cngresss Brasileirs de Plantas Medicinais, cm  api da SBPC (Anais Simpsi), nde mínima areqentepresena de médics e relats ded ensais clínics. osétrabalhs mente s vltads para as áreas de Farmaclgia e Fitquímica. Uma das questes que se tem ressaltad é a necessidade de prte das plantas de sua etin quand estas se trnam matéria bruta para ns industriais. Em 1983 i eita uma cmpara quant a númer de plantas medicinais inscritas nas Farmacpéias de alguns países desenvlvids. A Frana, que naquela cercaa de 87% das plantas cnsumidas, pssuíacasi 190; aimprtava Suécia, 180; URSS, 140; a Itália, 105; a Alemanha, 85 e a Gr-Bretanha, 80 espécies. (DADoUN, 1983) Um paralel mais ampl entre  númer de medicaments, segund as ntes (animal, vegetal, etc), inscrits em trs edies da armacpéia americana (USP) e brasileira (FB), mstru uma redu de 994 espécies da primeira edi da FB para apenas 91 na terceira Ns(KoRoLKoVAS, EUA  decréscim1978) i de 331, na x edi, para 103 naedi. sua xIx.

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Tabela 1 – Número de medicameNTos, seguNdo suas foNTes, iNscriTos em Três edições da farmacopéia americaNa (usp) e Nas Três edições da farmacopéia brasileira (fb)

De tdas as receitas aviadas em armácias ds EUA, entre 1965 e 1980, 25 % cntinham princípis ativs ainda etraíds de plantas.  A partir destes dads, a oMS acredita que ns países em que  pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia, das plantas usadas cm remédi eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983) N Brasil,  Ministéri da Saúde, através da Central de Medicaments (CEME), elabru um Prgrama de Pesquisas em Plantas Medicinais e patrcinu estuds, em Centrs de Pesquisa n país, sbre a ecácia de algumas de nssas plantas medicinais. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1982, 1986) Para a oMS, tradicinal “jg de pderes” n pde impedir a legitimia da medicina em dierentes sciedades. Grande parte da atual tecnlgia de pesquisa de prduts naturais está send desenvlvida pelas grandes indústrias armacuticas. Ficarems,

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países d terceir mund, brigads a dispender nssas escassas divisas na reimprta de nssas plantas e etrats vegetais? (AKERELE, 1983 ; LozoYA, 1983) Qualquer que seja a mtiv, n entant,  cert é que a medicina tradicinal permanece cm  únic recurs teraputic para muits habitantes ds países em desenvlviment. As pessas que eercem a medicina tradicinal e a indígena se baseiam principalmente em plantas e ervas medicinais para a prepara de medicaments.

3 BENEFÍCIOS DO ESTUDO DE PLANTAS  A Histria ds medicaments mstra que um ds beneícis das pesquisas envlvend plantas medicinais é que, em muitas casies, ela se inicia para justicar u cmprvar a indica ppular e, n decrrer ds ensais armaclgics, revela prpriedades mais imprtantes. É  cas da Catharanthus rseus (pervinca u vinca-rsa), cuj estud de sua atividade hipglicemiante permitiu determinar a leucpeniante e  islament de duas imprtantes substâncias, a vincristina e a vinblastina, utiliadas n tratament da leucemia. (FARNSWoRTH, 1983 ; PEREIRA, 1986) os estuds das sumarubáceas, usadas inicialmente cntra disenterias, terminaram pr revelar cmpsts prmissres para a cura da malária, a artemisina. (PEREIRA, 1986) o estud das plantas de cert permitirá ampliar, cm nvs e imprtantes agentes teraputics, s recurss para  tratament de patlgias de alta prevalncia, cm  diabetes mellitus, a hipertens sistmica e até mesm a malária embtidas algumas regies arterial d planeta. S eempls, as biguanidas, da Galega cinalis; a rsklina, da Cleus rskhlii, cm anti-hipertensiv e a dicrna, islada da Dichra ebriuga, cm antimaláric. (PEREIRA, 1986) Ist n quer dier que a indústria de síntese deva ser despreada, uma ve que ela prpria utilia plantas cm nte de matériaprima. Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, numa cntinuará a secmbina valer de prduts u semi-sintétics, pereita cntradeassíntese denas. (BANNERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978) Segund Peigen (1981), caraterísticas cm a ecácia na a Voltar para o sumário

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teraputica, a baia ticidade e eeits claterais trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas em tda a China. Assim, as plantas n apenas eercem um papel imprtante ns servis saúdedepública, cm também erecem uma base segura para adebusca nvas drgas pr mei da mderna pesquisa cientíca. Num país nde a fra medicinal é t rica cm  nss, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria também grande vantagem ecnômica. Sua (1986) reprta que dis caminhs vm send seguids na busca de bases cientícas para  empreg de ervas medicinais. De um lad,  ensai clínic valend-se da clabra daqueles que já se utiliam de plantas medicinais, u que nelas cnam pela cultura ppular, e, de utr lad, s ensais armaclgics pré-clínics cm animais. Segund ele, independente de qual seja  caminh,  parâmetr cmumente utiliad pels pesquisadres na avalia da ecácia da planta n diabetes mellitus tem sid, quase que invariavelmente, a sua atividade hipglicemiante. Esta mentalidade é incmpatível cm s prgresss sbre a sipatlgia da dena e s nvs recurss sintétics dispníveis para  tratament d diabetes mellitus e suas cmplicaes. Alguns prduts vegetais pdem apresentar eeits benécs prvcand um retard na absr intestinal de glicse pela rma de um gel intraluminal. A gma arábica e a glucmannan, carbhidrats n absrvíveis, agem pr este mecanism e reduem as futuaes ps-prandiais da glicemia. (SoUzA, 1986 ; WoLEVER, 1978)   Assim send, dentre as nvas estratégias de pesquisa deve-se acrescentar a busca de cmpsts -redutase, imunssupressres etc. naturais inibidres da aldse As plantas s, cmprvadamente, nte de antinas e favnides. Estes últims mnstraram-se, in vitr, ptentes inibidres da aldse redutase n cristalin d rat e d bi. (SoUzA, 1986) Shin et al. (1993) btiveram etrats de 59 plantas amplamente prescritas na Medicina Chinesa e s utiliaram num screening preliminar de seus eeits sbre a aldse redutase d cristalin bvin, um em ptente eeit plantas ecnstatand graus variáveis utras 22. inibidr em cerca de 15 Eistem princípis ativs imunssupressres derivads de plantas, cm a ciclsprina A, etraída da Tlypcadium infatum, que Voltar para o sumário

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vem send pesquisada quant à pssibilidade de blquear a destrui aut-imune da célula beta u inibir a rejei de transplante de ilhtas. (SoUzA, 1986) Naturalmente,  cust das pesquisas deste prte pdem limitar imensamente a sua realia, mas alguns destes eeits de plantas medicinais pdem ser uturamente eplrads pela indústria armacutica.

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“A história das plantas medicinais está interligada com a própria história da botânica e da medicina.”  Bragança, F.C.R.

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CONSIDERAÇõES SOBRE O HISTÓRICO DOS MEDICAMENTOS E PLANTAS MEDICINAIS Fernand Cesar Raneir de Bragana

1 PLANTAS COMO FONTE DE MEDICAMENTOS o empreg ds vegetais perde-se n temp, na histria d ser human. Na busca de alívi para suas dres e enermidades,  hmem i impelid, através ds séculs, a analisar s enômens da naturea e a buscar slues que  ajudassem a minrar seus sriments. Suas eperincias deram lugar a métds empírics que se cristaliaram, cm  passar d temp, em dierentes sistemas de prática médica (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988). o cnsum de plantas medicinais teria sid a primeira rma de us de medicament de que se tem ntícia. Muitas descbertas ram eitas pela necessidade de bter nvas ntes de aliments, mas prvavelmente um númer epressiv deveu-se à curisidade humana. os dcuments arquelgics, hje, à dispsi, s registram ats a partir d an 3.000 antes de Crist, e pssibilitam armar que muits pvs, há milnis, tinham cnheciment d pder de grande quantidade de plantas, seja pelas suas qualidades curativas, seja pr permitirem sensaes anrmais. Diversas espécies ram recnhecidas cm venensas e algumas passaram a ser utiliadas cm auiliares na caa. (IFCRJ, 1985)  A histria da tterapia, a eempl da histria da cincia, n é, de rma alguma, um prcess gradual de acumula de dads e rmula de terias. A cntrári, mstra claramente uma naturea cíclica, cm estágis e características dinâmicas e especícas. Este prcess é legítim e as mudanas envlvidas pdem ser cmpreendidas e, até mesm, previstas. (GRoF, 1987) o deus egípci da medicina, Imhtep, teria vivid em trn de 3.000 a.C.. Trabalhu cm escriba, médic, chee ds leitres sagrads, sábi, arquitet, entre utras atividades. os antigs Voltar para o sumário

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egípcis, que desenvlveram a arte de embalsamar s cadáveres, eperimentavam muitas plantas, cuj pder curativ descbriam u cnrmavam. Estavam relativamente adiantads, também, na arte deacurar e usavam, das plantas armáticas, utras, cm papula, a cila,além a babsa,  le de rícinmuitas etc. “Nascia, assim, a tterapia.” (BALBACH, s.d., p. 597)  Admite-se que, na China, a medicina herbária tenha uma histria de quatr mil ans. Cnsiderad  pai da medicina chinesa,  imperadr Shen Nung teria descbert venens e eeits curativs mais de 300 espécies de plantas e escrit um tratad sbre seu us medicinal, denminad PEN TSAo (livr de ervas) “verdadeira armacpéia englbava td  saber relacinad cmp.199). us de plantas cmque medicaments” (oCCHIoNI et al., 1979, E  enômen se repetiu através de inúmers trabalhs realiads pr babilônis, assíris, hebreus, bem cm pr antigas civiliaes gregas e egípcias. Na medicina, s babilônis eram t adiantads quant s egípcis. N cdig de Hamurabi, encntra-se uma imprtante regulamenta sbre  eercíci prssinal d médic e a prescri de remédis. A lei aprevia rigrsa puni s.d., para p.quem imprpriamente medicina. (BALBACH, 598) eercesse o at de  rei Salm (970 a 931 a.C.), que “ecedeu a tds s reis da Terra tant em riqueas cm em sabedria” (I REIS 10, p. 23), arrecadar tributs d transprte de plantas e cndiments é citad na Bíblia. Entre as plantas cmercialiadas estavam a alace (Lactuca sativa, cuja a tranqiliante e imprtância nutricinal s bem cnhecidas na atualidade), a papoula (Papaver smnierum, herbácea, da qual se btém  pi, empregad cm analgésic) e a mandrágora (gner de slanáceas que pde cnter atrpina, na épca utiliada em parts e intervenes cirúrgicas cm relaante e hipntic). os assíris incluíam em seu receituári nada mens d que 250 plantas teraputicas, entre as quais  aar, a assa-étida,  cardamn, a papula e  trem. As tabuinhas sumerianas de argila registram  us de ervas curativas. Aleandre cstumava agregar espécies de plantas rientais as seus despjs de guerra. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988) Na Grécia antiga, Hipcrates (460-361 a.C.), cnsiderad  pai da Medicina, empregava deenas de espécies tterápicas. Hipcrates

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era criticad pela sua ecessiva cnana nas ras curativas da naturea: diia que  médic deveria apenas clabrar neste prcess natural. Terast (372-285 a.C.) catalgu cerca de 500 plantas teraputica. Plíni,cnstava  Velh,deque viveu n sécul Iempregadas da nssa era,nae cuja enciclpédia 37 vlumes, catalgu igualmente s vegetais úteis à Medicina. Prvavelmente, i cm base na teria de Plíni – segund a qual haveria para cada enermidade uma planta especíca – que se desenvlveu a dutrina ds signs. (BALBACH, s.d., p. 598-599) Cm a invas rmana,  cnheciment acumulad pels gregs i pulveriad pr td impéri e a medicina alcanu um nv patamar. Um marc desse avan crreu em 91 a.C., quand Asclepíades apresentu a n de mléculas e átms, atribuind  cnceit de saúde a seu cnstante equilíbri. o médic Pedanis Discrides, que serviu n eércit de Ner, destacu-se pr ter escrit Matéria Médica, uma cmpila de dads sbre substâncias curativas prvenientes de centenas de espécies (BANNERMAN, 1982 ; IFCRJ, 1985; SECCo, 1990). Uma utra precisa cntribui i traida pr Pelácius, médic de Ner, que escreveu seus estuds sbre plantas medicinais, incluind maispr dequine 600 espécies dierentes que cnstituiu inalterada, séculs. (PIRES,e 1984, p. 62) reerncia, N iníci da era crist, destacu-se, também, na Índia,  tet Vrikshayurveda, de Parasara. Autr de muits livrs, inclusive sbre plantas medicinais, Arquiagenes (natural de Apamea, Ásia Menr) viveu entre 53 e 117 antes de Crist, e praticu a medicina em Rma, durante  reinad de Trajan. o tratament das denas crônicas, escrit pr Arateus da Capadcia (120-200), utr nme imprtante medicina pder curativ ds aliments eda incluía  usrmana, de ervasacreditava e plantasn medicinais. N segund sécul depis de Crist, a histria da Farmaclgia tma ntável relev cm Cláudi Galen (135-201). Nascid em Pérgam, cidade grega prima a mar Egeu, mas residente em Rma, durante suas numersas viagens pela Ásia Menr, Galen clecinu e descreveu muits medicaments e rmulas, cujs métds de prepara deram rigem à ‘armácia galnica’, designa bastante epressiva que cmprva que imprimiu à arte de curar. (VALLE, 1988)  desenvlviment D séc. III, quand cmea a invas bárbara, até  an de 476, cm a queda d Impéri Rman, há uma grande retra da Voltar para o sumário

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cincia médica e d saber. os centrs urbans s atacads e destruíds. os cavaleirs echam-se em seus castels e  mund acadmic perde  seu valr. os médics enrentam  descrédit pr n cnseguirem cnter as epidemias recrrentes (peste, clera , varíla, entre utras). A  ppula vlta a buscar uma saída n camp d sbrenatural. A  astrlgia e s curandeirs retrnam a palc scial, erecend alternativas a cas que se instalava. os msteirs ram transrmads em depsitáris d cnheciment acumulad ns manuscrits e papirs da Antigidade. os mnges eram s únics a terem acess a cnheciment médic e, pr iss, eram a reerncia em cas de necessidade. Surgem as Esclas de Salern e Mntpellier (séc. xIII) e, a partir destas, as universidades, abrind para  leig as prtas d cnheciment, até ent reservad as mnges e religiss. De váris setres vieram cntribuies para a prática médica. A  retmada da “espnja spríera” (à base de pi), usada pels rmans, deu um nv impuls à cirurgia, assim cm a técnica de cauteria cm g e sangria, emprestada da medicina árabe.  A palavra drga surgiu na Antigidade para designar as matérias vegetais, vindas d oriente, empregadas cm remédis u cndiments. Sua etimlgia é cntrversa. Enquant dminavam a Península Ibérica (711-1492), s árabes eerceram e ensinaram a medicina. As mercadrias armáticas e medicinais eram as mais prcuradas n cmérci ns países d Mediterrâne e vendidas a pes de ur. (CRISTINI, 1977) Abd-Allah Ibn Al-Baitar, que viveu n sécul xIII e i  mair especialista árabe n camp da btânica à Medicina,para viaju pr muits países em ds dadsaplicada de que necessitava seu trabalh. Prduiu umabusca bra muit valisa, descrevend mais de 800 plantas. (BALBACH, s.d.) Pr utr lad,  vcábul naturea teria, ent, surgid n sécul xIV (adjetivand “natura”, d sécul xIII, que signica ‘naturea’) cm  sentid de “ser natural”. É interessante ntar que  term naturea, mdernamente, inclui ambigidades. Designa  que é etern a hmem – mei n qual ele se insere – e, também, alg que lhe ép.intern, (LUz, 1988, 19-20)denind uma “dimens” d ser human. os histriadres mstram que a prss de armacutic vinha se estabelecend desde a Idade Média. Em 1240, Frederic II prVoltar para o sumário

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mulga  que i a Magna Carta para aqueles prssinais. Essa lei é cnsiderada a primeira reerncia legal eurpéia de um padr armacutic e incluía: 1) separa das atividades armacuticas da 2) supervis cial dadrgas práticadignas armacutica; 3) prss briga,médica; sb jurament, de preparar de cnana, de acrd cm a arte, em quantidades unirmes. Desde a reurbania da Eurpa e  reaqueciment d cmérci, crrids a partir d sécul xI, s dispensáris clericais e as armácias privadas ceistiam n abasteciment armacutic. A verdadeira divis scial de unes “crria entre as ntes d saber ppular curandeir de aldeia e s rams cmerciais crescentes que se dividiam em herbristas e bticáris.” (CARNEIRo, 1994, p. 50)  Assim, na Idade Média, desenvlve-se tant uma prática d us ppular cm um saber erudit (alquímic) sbre as plantas. Um médic suí, Aurel Felipe Terast Bmbastus de Hhenheim, cnhecid cm Paracels (1493-1541), i  pai de uma revlu n cnheciment médic e químic. Recusu a teria humral galnica, deendend que as denas n eram desequilíbris de humres, mas sementes eternas que, a entrarem n crp, prduiam cs lcais de enermidade, que n deveriam ser cmbatids sangriasdas e sim cm umaserviria iatrquímica vegetala e mineral. Acm destila substâncias para denir sua essncia – a “quintessncia” – que enrentaria a dena pr uma rela de sintnia, nde  semelhante curaria  semelhante (Similia similibus curantur, mais tarde, um ds undaments da hmepatia). Desenvlveu, também, a “teria das assinaturas”: tdas as plantas estariam na Terra para beneciar  hmem, e  “Criadr” lhes teria clcad um sinal, indicand cm deveplantasere seu riam usadas. pder Haveria curativ. umaUma analgia plantaentre em rma aspect de ísic cra, da pr eempl, teria eeits sbre denas cardíacas, uma de cr vermelha seria ba para  sangue, as raíes que lembrassem s rgs genitais pderiam ser indicadas para a esterilidade etc. Cm  estud mais prund ds vegetais, essa teria naturalmente i superada. N entant, Paracels trnu-se um mit na cincia, uma gura multidisciplinar invadra que ergueu s alicerces para a revlu cientíca ds séculs seguintes e lanu as bases da medicina Diia  trabalh médicremédis deveria ser  de estimular anatural. resistncia dque rganism, usand-se naturais e prcurand atingir  máim de capacidade de cura d prpri dente. Ressaltava a imprtância de se seguir td um ritual na

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prepara de ervas a serem utiliadas na teraputica, pis cada prcess acrescentaria um tip de substância cm capacidade de absrver (u n) impureas e cnsiderava undamental que prcessasse dente mantivesse  pensament psitiv cmpletamente. (SCHüLER, s.d.)para que a cura se  A cincia ganhu enrme impuls cm utrs nmes célebres, tais cm Rabelais, Garcia da orta, Andrea Mattili, Laguna, Linneu,  Antni de Gussien e tants utrs. Samuel Hahnemann, pineir na hmepatia, retirava das plantas e da naturea  máim valr teraputic, em utra dimens, através da dse mínima (dinamia innitesimal).  A histria das plantas medicinais está interligada cm a prpria histria da btânica e da medicina. Até  sécul xVI, s tratads de Btânica, ent denminads “herbáris”, cnsideravam as plantas pr suas virtudes medicinais. A ascens d prestígi da tterapia pde ser traduida tant pela dius da publica de herbáris cm pela cria da primeira cátedra de btânica na Escla de Medicina de Pádua, em 1533. Antes diss, as plantas eram tidas cm mers ingredientes utiliads na abrica de remédis denminads simplices, cm quais se prduiam cmpsts. S em 1542, i elabrada, nasAlemanha, a primeirasarmacpéia, uma lista de 300 espécies de plantas medicinais prvenientes de tdas as partes d mund. N nal d sécul xVI, já haviam sid rganiads jardins btânics em várias universidades. N Renasciment (séc. xVI), há a epress de uma épca de ruptura de vis e rgania de mund. É, a mesm temp, um períd de prundas mdicaes de idéias e cstumes, cmpnd uma série de mments inaugurais imprtantes na cria lsca, cientíca, artística e tecnlgica, que se irradiam para td  mund cnhecid. o mment de abertura crrid na Renascena é prcessad em dis níveis: na cultura ppular e n saber erudit. Em ambs, a eperincia cm s vegetais (cm saber herbári, alquímic e teraputic) é um ei central. Seu auge viria a crrer n sécul xVI, quand a epans csmgráca incluiu uma sede universaliante de classica d mund (tainmia), especialmente das nvas terras descbertas que, pela primeira ve, integravam-se num cnheciment de td  mund, enm, circunavegad. A  imprensa pssibilitu a dius ampliada de inrmaes, através ds livrs sbre btânica, ent cmpreendida cm um ram da Voltar para o sumário

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medicina. (CARNEIRo, 1994) Mesm sem ter limites crnlgics muit preciss, esse renasciment armaclgic pde ser situad desde  nal d sécul xV, tend atingid uma culminância na primeira metade d sécul xVI. Um mviment dupl, autônm mas relacinad, prvca um ressurgir de prcediments teraputics erudits e ppulares. De um lad, a retmada da btânica, da classica de plantas, cm parte de um prcess tainômic generaliad que reunda as cincias naturais. De utr, a descberta de plantas nvas na  América e n oriente,  salt n trác cmercial de especiarias, a retmada d pi n cntinente eurpeu, a dissemina de herbristas (ervanáris) e preparadres de ltrs (eliires). Cntra  saber ppular, a rea da Igreja seria vilenta, perseguind esses naturalistas renascentes em diverss lugares da América e da prpria Eurpa. (CARNEIRo, 1994)  A btânica mderna teve iníci cm  suec Karl vn Linné (17071778). Gethe, que i também btânic de renme, cultivava em seu jardim a Ginkg bilba, uma árvre riginária d oriente, que prduia eeits teraputics cnsiderads espetaculares sbre  sistema em especial, a micrcircula. ele se reerevascular, à belea dessa árvre rnamental, utiliadaEm pela1815, medicina hindu cm uma espécie de eliir da lnga vida, num pema dedicad à sua amiga Marianne vn Willemer. (FERRARI, 1987) Na década de 70, d sécul passad, as investigaes de Luis Pasteur (1822-1895) e de utrs cientistas slucinavam apenas parcialmente  prblema da rela entre micrbis e denas. Mas a prva cncludente ainda n eistia. Esperava-se a inven de técnicas e métds capaes de permitir  cntrle rigrs ds eperiments, em particular  islament e  manusei de micrrganisms. Um pressr de Btânica da Universidade de Breslau, Ferdinand Chn (1828-1898), recnheceu, inicialmente, a naturea vegetal das bactérias e estabeleceu, cm rmea, sua identidade cm as plantas. Suas investigaes sistemáticas, cm várias descbertas imprtantes, ram respnsáveis pr traer lu e alguma rdem a cnheciment sbre as bactérias, cnsiderand, pr eempl, a necessidade de classicá-las segund gner e espécie ds prcediments btânics). os estuds de Chn (à já semelhana seriam decisivs para  estabeleciment da Bacterilgia cm cincia. Juntand-se a ist, n nal de abril de 1876, ele recebe em seu labratri um descnhecid médic que clinicava

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n interir d país, desejand apresentar seus achads sbre a histria de vida d Bacillus causadr d antra. Sb a égide de Chn, i publicad  artig de Rbert Kch (1843-1910),  médic d interir que esclareceria muits utrs mistéris. Pela primeira ve era recnhecida, sem cntesta, a rigem micrbiana de uma dena e elucidada sua histria natural. (RoSEN, 1994, p. 243)   As cncepes atuais d medicament tm rigem n us de substâncias químicas n tratament de determinadas enermidades. Neste sentid,  marc inicial da quimiterapia está ligad às descbertas de Pasteur e Kch. A identica de micrrganisms respnsáveis pr uma série de denas eigiu que a pesquisa teraputica se cncentrasse descberta(ALMEIDA, de instruments capaes de cmbater esses agentesna etilgics. 1988)

2 A FITOTERAPIA NO BRASIL DO SÉCULO xVI AO xVIII  As primeiras nticaes tlgicas brasileiras s atribuídas a padre Jsé de Anchieta e a utrs jesuítas. Alguns desses manuscrits narravam “pescarias miraculsas” (PIRES, 1984, p. 63) realiadas pels abrígines, que narctiavam s peies cm  us de cips que, hje, sabe-se pertencerem as gners Serjania, Derris, Thephrsia entre utrs. Entre s indígenas que habitavam  sl brasileir, havia uma cncep mística da rigem de tdas as denas sem causa eterna identicável (eriments, raturas, envenenaments etc.).  Acreditand em atres sbrenaturais, s pajés assciavam  us de plantas a rituais de magia e seus trataments eram, assim, transmitids ralmente de uma gera a utra. Cntud, s nativs n cnheciam s meis para enrentar as denas traidas pels prtugueses, respnsáveis pr inúmeras mrtes e pela diima de muitas tribs. D sécul xVI a xVIII, atuavam n Brasil s  jesuítas da ordem de Sant Ináci de Lyla, que aprenderam  us de plantas medicinais cm s pajés e ram gradativamente substituind estes últims n tratament de denas que acmetiam s indígenas catequiads (SCHRoEDER, 1988). o númer de prssinais cialmente habilitads para  eercíci da medicina – ‘sics’ – era muit reduid. Pr iss, s jesuítas assumiram a mair parte ds atendiments, inclusive aqueles Voltar para o sumário

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dads as clniadres. Ns prédis da Cmpanhia de Jesus havia enermarias e bticas (d greg apthéke, ‘depsit’), de nde se despachavam remédis. Iniciava-se, assim, a assistncia hspitalar n Brasil. Para a mair parte dapels ppula, durante muitas décadas, s cuidads erecids jesuítaseeram s únics dispníveis. Um prtugus que viveu na Índia é  nme que melhr sintetia  nv saber herbári. Cm sua bra, editada em Ga em 1563, Clquis ds Simples, das Drgas e Cusas Medicinais da Índia, Garcia da orta prduiu a principal cntribui cientíca de Prtugal para a Renascena eurpéia. A Cntra-Rerma e  Cncíli de Trentan agem, cm era antes  Cncíli de Rheims,uma que pribira cler  eercíci da Medicina, mas cialiaram armacpéia jesuíta e reestabeleceram  cntrle clerical sbre esse camp arriscad, pis nele eercia-se um eperimentalism intrínsec diante de cada nv dente, sempre singular. (CARNEIRo, 1994) Fi um mment de ecepcinal relaament que permitiu a Garcia da orta publicar a sua bra. o iníci d períd clnial cnstituiu-se num temp de impact interétnic, quand amdern Eurpa n havia ainda estabelecid uma psi denida sbre a América e  oriente. A Igreja demrará algum temp para pder legislar e atuar em rela a questes cm a eistncia u n da alma ds índis, a legitimidade de suas ervas de cura e  cntrle da rela cm  saber indígena american u riental hindu, chins e malai. Garcia da orta i um ds dis únics leigs a terem trabalhs publicads em prtugus na Índia, numa casa impressra que lg seria cntrlada erreamente pels jesuítas. Cabe lembrar  cuidad da crte eprtuguesa  desenvlviment plític, ecnômic cultural deem suasimpedir clônias, de tal rma que, n Brasil, pr eempl, a primeira casa impressra s vei a uncinar, de at, n sécul xIx, cm a transerncia da crte para  Ri de Janeir. (CARNEIRo, 1994, p. 61-62)  A medicina praticada n cntinente eurpeu assciava astrlgia e alquimia a antigs cnheciments grec-rmans. os médics seguiam as idéias de Hipcrates e Galen, epressas n cnceit de que as e,denas decrriam das desarmnias da crrup ds humres pr cnseqncia, td esr daemedicina curativa visava a reaer esse desequilíbri e eliminar essa decmpsi. Daí as sangrias e s purgantes serem cnsiderads s dis grandes

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remédis a se utiliarem, indistintamente, em tdas as denas. os prcediments eram t temíveis quant as enermidades e, em geral, a sangria era assciada a medicaments etraíds de plantas minerais (vmitivs, purgativs, sudrícs, diurétics etc.). ose receituáris cntinham esta rdena inalterável, que servia para tds s cass: “Depis de sangrar e purgar, cm de direit, aplique...” (RIBEIRo, 1971, p. 141). Uma adlescente cnsiderada “histérica”, eram-na sangrar 200 vees em um an e mei. Calvin (1509-1564) ar-se-ia purgar 161 vees, em 1557. Purgavam-se e sangravam-se também as pessas saudáveis, preventivamente, “para ajudar a naturea”: duas vees a ms recrria-se a barbeir sangradr u a bticári purgadr. (CARNEIRo, 1994)  A teraputica, n Brasil Clnial, n ugiu desta rienta e andava lnge da ecácia. N raramente i prejudicial devid, principalmente, as mesms undaments aplicads na Eurpa. Médics, cirurgies, jesuítas, meinheirs (curandeirs) – além ds barbeirs sangradres e bticáris – sangravam e purgavam intensamente. N seu ams Tratad Únic da Cnstitui Pestilencial de Pernambuc, J Ferreira da Rsa deteve-se lngamente sbre s as vantagensdesprestigiavam-nas. das sangrias, assim Smente cm na n crítica asempregs que, “pr eignrância”, m d sécul xVII se tem ntícia de advertncias categriadas cntra  us ecessiv dessa teraputica. Em Salvadr, Nun Marques Pereira narru que s prssinais, quand chamads para atender s dentes, lg depis de tmar  puls ns dis bras, sem utras indagaes, prescreviam sangrias. Insistiam cm a mesma cnduta nas visitas subseqentes e, se  paciente n apresentasse melhra, despediam-se, recrdand: “Teng sangrad, e purgad, Si n quere quedar buen, Hirás para el sacristan, Que asi l manda Galen.” (PEREIRA apud RIBEIRo, 1971, p. 143)   A virem para  Brasil, s pucs “licenciads” u “ísics” (médics geralmente de baia cndi scial, que estudavam em Cimbra u Salamanca) cntavam sequer cm as drgas usadas na Península Ibérica, n tend que imprvisar medicamentos da fora nativa. Prém, muits indivídus praticavam ilegalmente a medicina: naturalistas viajantes, aendeirs etc. Quaisquer leigs

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que julgassem pssuir nes rudimentares da “arte médica” eram slicitads “a tratar s dentes – eaminavam, diagnsticavam, medicavam e até peravam.” (SCHRoEDER, 1988, p. 10) o ensin da Medicina, até  sécul xVIII, era ministrad principalmente em Cimbra, Mntpellier e Edimburg. os “dutres” que chegavam a Brasil haviam deendid recentemente suas “cncluses magnas” (u teses) naquelas esclas. Impunham-se na sciedade clnial entre as persnalidades mais cultas e respeitadas e eram de grande infuncia na rgania scial e plítica, cnstituind um “pder médic” durante  sécul passad. (CoSTA, 1983) os primeirs trabalhs de Btânica Médica ram desenvlvids pr Guilherme Pis e Gerg Maregra, quand aqui chegaram as epedies cientícas de 1637, prmvidas pel gvern hlands de Mauríci de Nassau. (PIRES, 1984) Desde a renascena armaclgica emergia uma atitude que permaneceu em autres d sécul xVII, cm Pis: a abertura às nvas drgas indígenas, um eperimentalism relativ diante de um mund nv, nde, embra se devesse manter a reerncia as clássics ciais, devia-se também cnhecer as artes da prpria terra. o invadr era, precisamente, a cragem de recuperar valr da medicina ppular, que na Eurpa era abminada cm arte satânica. Acntece, prtant, “desde a descberta ds nvs munds, uma us d saber btânic-médic, que será cmpst tant da tradi clássica e árabe cm das nvas plantas e saberes”. (CARNEIRo, 1994, p. 66) Na Clônia, havia apenas a instru e rma, em algumas santas casas– de hspitais cirurgies-barbeirs quemisericrdia passaram a erealiar nmilitares, apenas a de cirurgia (predminantemente mutiladra), mas também a eercer a medicina da épca (amputavam, sangravam, aplicavam ventsas e sanguessugas).

3 A ARTE DE CURAR A PARTIR DO SÉCULO xIx Em 1808, cm a vinda d príncipe regente, s inauguradas duas esclas de cirurgia, uma n Ri de Janeir e utra na Bahia, mais tarde transrmadas em academias médic-cirúrgicas, em 1813 e 1815, respectivamente. o títul de “cirurgi-aprvad” era Voltar para o sumário

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reservad àquele que cncluísse, aps 5 ans, s estuds de anatmia, química, silgia, higiene, etilgia, patlgia, teraputica, peraes, bstetrícia e clínica médica. As academias passaram à cndi de aculdades de“dutr” medicina,ememmedicina. 1832. Agra cm 6 ans,  curs cneria  títul de Seu currícul era cmpst de matérias cnsideradas básicas (btânica, anatmia, silgia, ísica e química), auiliares (a patlgia, pr eempl) e as cadeiras de clínica e de cirurgia. N parecer de Clark (1939, p. 9), encntra-se a men de que  sécul xIx, em matéria de teraputica, i  “sécul da resigna”. o médic, segund ele, n passava de um “uvreur de cadavres”. de Mrgagni sábi que lcaliu as denasAs nsidéias rgs slids d(1682-1771), crp human, ainda guiavam as aes médicas. A teria e a prática da Medicina, durante 2.000 ans, caracteriavam-se, respectivamente, pel “dmíni da patlgia humral e pela administra abusiva de drgas de a descnhecida, tiradas de plantas u de rgs animais, em rmulas etremamente cmpleas, para cmbater sintmas de signica igualmente ignrada”. Durante td esse temp, as denas representavam “cnfits de humres estragads”, cncluíam as cnerncias médicas. Fi, ent,impuls que surgiu  “cnceit anatômic” de Mrgagni, que deu grande à anatmia patlgica n sécul xIx. As autpsias revelaram leses rgânicas, prestand grande servi a gner human. “Daí  ceticism ds grandes clínics d sécul passad em rela as medicaments. S era bm médic  que n acreditasse n valr das drgas.” (CLARK, 1939, p. 10) Um ds mais imprtantes precursres da medicina ppular n nss  naturalista Aleandre Rdrigues Ferreira, nascid na Bahia,país, em 1756, é uma legítima ece às regras daquele períd. Tend estudad Histria Natural em Cimbra, deiu cerca de 100 bras inéditas sbre btânica, lgia e etnlgia da Amaônia brasileira, dentre as quais apenas a Viagem lsca chegu a ser publicada, pel Cnselh Federal de Cultura, em 1971. (GoELDI, 1982) A cita desse pesquisadr bjetiva destacar  desinteresse histric das autridades brasileiras, também n que se reere a este tema. Muits manuscrits de Rdrigues Ferreira, que se encntravam em Prtugal, ram cedids n nal d sécul xIx a gvern brasileir para que s publicasse e devlvesse. “Inelimente, tais bras encntram-se à merc das traas na Bibliteca Nacinal d Ri de Janeir e dentre elas est incluídas Voltar para o sumário

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mais de duentas magnícas pranchas de espécies de plantas da  Amaônia”, adverte Pires (1984, p. 64) Cntud, a medicina que hje se cnhece cm cientíca nasceu n sécul passad. Seu desenvlviment tem srid prundas mdicaes, especialmente em rela a seus bjetivs e sua prática. A dena, até  sécul xVIII, era cnsiderada uma luta entre a naturea sadia d indivídu e  mal que  atingia. A interven teraputica era restrita, à semelhana da medicina hipcrática, em que  eercíci prssinal tinha cm principais unes  diagnstic e  prgnstic.  As enermidades eram classicadas segund mdels btânics, que n levavam em cnsidera as relaes de causa-e-eeit, a crnlgia ds events, nem mesm seu trajet n crp d dente. A médic cabia identicar a “espécie nslgica” pels detalhes de sua aparncia, separand s sintmas prpris da dena daqueles identicads pelas características individuais d paciente. (SCHRoEDER, 1988, p. 25) Enquant se cnslidava esta “medicina classicatria” u “medicina das espécies”, n Brasil eigia-se a aten d médic para destacava cntrle cm das epidemias. o registr clínic ds diverss cass se uma imprtante nte de saber. N sécul xIx, a vis d médic se aasta d mdel btânic.  A dena passa a ser uma cmbina de elements mais simples (s sintmas), num racicíni similiar a da química. É necessári aprender a recnhecer s sintmas mais imprtantes de cada dena. Cnstitui-se uma verdadeira “gramática de sintmas”. Mantm-se, prém, s prcediments da medicina das espécies de classicar trasdelinear idntics, mas  lhar see s rgania md, permitind as pssibilidades riscs.de Háutr uma nva identica entre a essncia da dena e  cnjunt de sintmas através ds quais ela se maniesta. Entre  at perceptiv e  element da linguagem, as denas rmam um cdig de saber (mdel lingístic). o ser viv tem uma capacidade nrmativa, de adapta, de instituir nrmas dierentes em cndies dierentes.  A mudana d estad ‘nrmal’ para  ‘patlgic’ é percebida pel indivídu, quand se sente cm menr ptencial adaptativ. Esta medicina clínica (d greg klíne, ‘leit’), apreendida a partir da bserva à beira d leit d paciente e pela repeti ds enômens nas epidemias, cnsubstanciada numa gramática de sintmas e nas estatísticas de cass, irá assciar-se à anatmia Voltar para o sumário

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e à silgia, cnstituind  saber anatmsipatlgic, base da medicina cntemprânea. outrs saberes e utras práticas teraputicas cntinuam eistind, cm a medicina hmepática iniciada Hahnemann. Prém, mesm quand saber mais ecaes, pr nSamuel cnseguem abalar a hegemnia d reerid anatmsipatlgic. (SCHRoEDER, 1988) Desde  iníci d nss sécul, debelar as epidemias urbanas era uma quest de ecnmia nacinal, pis s navis se recusavam a atracar em prts (cm  de Sants e d Ri de Janeir), nde eram reqentes as epidemias de peste, varíla e ebre amarela. Neste cenári, destacam-se nmes cm  de osvald Cru, implantand  cmbate de camp e a vacina brigatria; Adl Lut, Emíli Ribas, Vital Brasil (um ds principais respnsáveis pel desenvlviment da armaclgia nacinal); Rcha Lima (especialista em medicina trpical); Carls Chagas e utrs gigantes da medicina brasileira, que cmeava a despntar. Eequiel Crreia ds Sants (1801-1864) cm a pereirina, Thedr Pecklt (1822-1912) cm a análise de centenas de plantas brasileiras, e Pedr Batista de Andrade (1848-1937), acnselhand sempreg de váris prduts da brasileira, ram pineirsindustrial das cincias armacuticas n fra Brasil.  A mair parte da Bilgia e da Medicina cntemprâneas tem uma vis mecanicista da vida, e tenta reduir  uncinament ds rganisms vivs a mecanisms celulares e mleculares bem denids. Esta cncep mecanicista é justicada, em certa medida, segund Fritj Capra (1986, p. 260), pel at de “s rganisms vivs agirem, em parte, cm máquinas. Eles desenvlveram uma grande variedade de peas uncinament e mecanisms semelhantes a máquinas”, prvavelmente prque mecânic teria sid vantajs.  A cincia bimédica, na esteira de Descartes, cncentru-se nas prpriedades mecânicas da matéria viva e negligenciu  estud de sua naturea de rganism u sistmica. A cncep sistmica v  mund em terms de relaes e de integra. os sistemas s ttalidades integradas, cujas prpriedades n pdem ser reduidas asubstâncias unidades menres. Emabrdagem ve de se cncentrar ns elements u básicas, “a sistmica enatia princípis básics de rgania. os eempls de sistemas s abundantes na naturea.” (CAPRA, 1986) Td e qualquer rganism, pas-

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sand pela imensa variedade de plantas até  ser human, é uma ttalidade integrada e, prtant, um sistema viv.  A saúde e  enômen da cura tm assumid signicads dierentes, de acrd cm a épca. o cnceit de saúde, tal cm  cnceit de vida, n pde ser denid cm precis. De at, s dis est intimamente relacinads. o que se entende pr saúde depende da cncep que se pssua d rganism e de sua rela cm  mei ambiente. Cm essa cncep muda de uma cultura para utra e de uma épca para a seguinte, as representaes sbre saúde também se mdicam.  A oMS sugere uma refe a denir saúde cm “um estad de cmplet bem-estar ísic, mental e scial, e n apenas a ausncia de dena u enermidade”. Ainda que irrealista, pr descrever a saúde cm se um bem-estar pudesse ser pereit e estátic, em ve de um prcess de mudana e evlu, a deni revela a naturea hlística da saúde, que deve ser apreendida quand se pretende entender  enômen da cura. A lng ds temps, a cura i praticada pr curandeirs ppulares, guiads pela sabedria tradicinal, que cncebiam a dena cm um distúrbi da pessa cm um td, envlvend s seu crp, cm também a sua mente, a imagem que tem den si mesma, sua dependncia d mei ambiente ísic e scial, assim cm sua rela cm  csm e as divindades. Esses curandeirs, que ainda tratam de um grande númer (talve a mairia) de pacientes n mund inteir, adtam muitas abrdagens dierentes, e usam uma ampla variedade de técnicas teraputicas. (CAPRA, 1986)  Assim, nesta cncisa digress histrica, revisitand brevemente alguns pnts de vista, bserva-se que  predmíni de um saber especíc sbre s demais cntemprânes n signica necessariamente a sua superiridade, mas a melhr adequa a uma determinada rdem sciecnômica e plítica. o saber dminante permanece hegemônic através de um prcess t eciente, que passa a ser cnsiderad cm únic saber válid. Elege-se, na sciedade, um saber médic que busca a dena n crp rgânic u em suas partes, empregand-se um métd bjetiv n qual n há espa para  ‘discurs d dente’.

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4 NOMENCLATURA E PERSPECTIVAS DAS PLANTAS Utiliand-se de palavras e epresses que s representassem,  hmem nmeand Na s vegetais de seu ambiente, desde s primrdisvem da civilia. linguagem crrente, ram acrescids utrs nmes, principalmente durante s períds das grandes viagens ds chamads descbridres de cntinentes e depis ds clniadres, que prpiciaram uma trca de cnheciments entre pvs e raas distintas. (SIMõES et al., 1989) Muitas espécies btânicas receberam  mesm nme ppular, pr semelhana cm utras espécies. A Arnica mntana L. é um eempl. Planta denminada de “arnica”e n cntinente eurpeutradicinalmente e utiliada eternamente em cntuses hematmas, i aqui substituída pr Stenachaenium campestre Backer e Slidag chilensis Meyen, as nssas arnicas-silvestres, usadas cm as mesmas nalidades. Algumas vees, num mesm territri, descbria-se igual us empíric para plantas distintas, cm, pr eempl,  capim-lim (Cymbpgn citratus D.C.), a erva-cidreira (Alysia triphylla Britt. u Lippia citridra H.B.K.) e a melissa, utiliadas cm tranqiliantes, tdas cnhecidas ppularmente cm “erva-cidreira”. Diversas utras espécies de distribui mais ampla pssuem muits nmes ppulares, segund as dierentes regies e culturas. É interessante  eempl da erva-de-santa-maria (Chenpdium ambrsiides Linné), muit utiliada n nss mei pr suas prpriedades anti-helmínticas (vermíugas), assim cm inseticida, em seu us dméstic. Seus nmes vulgares s bastante variads: pacte e quenpdi (Amanas e Espírit Sant); mentrast, mentrei, mastru (Giás, Rimentrust, de Janeir,mentru Espírit(Paraíba); Sant, Rimastru Grande u d Nrte); ambrsia-d-méic, apate, chá-d-méic, cravinh-d-mat, erva-embrsia, erva-rmigueira etc. em utras áreas gegrácas. (CAMARGo, 1985) Estes ats, reqentemente, geram diculdades e levam a cnuses que pdem ser sérias, dependend da ticidade da planta usada.   A necessidade de unirmia na nmenclatura das plantas mbiliu btânics, partir d sécul xVIII. Desenvlveu-se, ent,principalmente um sistema deaidentica de espécies vegetais que slucinu, em grande parte, s prblemas reerentes à sua identidade. Este sistema baseia-se em um binômi

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latin, cuja cmpsi é única, segund regras internacinais, send rmad pr dis nmes crrespndentes a gner e à espécie, nesta rdem. Acrescenta-se, abreviad u n,  nme d btânic que identicu  vegetal. eemplicar, cita-sed lur (Laurus nbilis Linné), que tevePara sua rigem nas regies Mediterrâne: Laurus crrespnde a gner, Laurus nbilis a nme cientíc e Linné, a btânic que, aps rigrsa pesquisa, denminu esta espécie. Um gner de plantas reúne espécies cm características semelhantes, mas cada espécie é única. os gners, pr sua ve, s agrupads em amílias btânicas, também segund aspects ans. N eempl citad, a amília é Lauraceae. Ns cass em que uma planta i nmeada e descrita mais de uma ve, as nrmas internacinais estabeleceram a priridade para  nme mais antig, n despreand s demais. Pr ist, algumas espécies pssuem mais de um ‘sinônim’ cientíc na literatura. Este sistema de identica i decisiv para um melhr cnheciment d rein vegetal, mas naturalmente n é pereit. Persistem, ainda hje, prblemas de identica, pr eempl, de plantas medicinais cmercialiadas sb aquand rma da de utilia p. (SIMõES et al., 1989) o estud de plantas medicinais n Brasil baseava-se principalmente em inrmaes ppulares. Aps  recnheciment d princípi ativ, s pesquisadres passaram a se dedicar a estud de utras plantas pertencentes à mesma amília, buscand utrs análgs bilgicamente mais ativs. Hje, pesquisas quimissistemáticas e tgegrácas, já cnslidadas n Brasil, cntribuem para uma sele mais aprimrada ds vegetais, dentr de suas amílias. (BERGAMASCo et al., 1990)  A preerncia pr prduts bilgics naturais, em ve de sintétics, atualmente em vga n país, tem sid uma das raes undamentais da renva d interesse pela medicina ppular. o estud de plantas medicinais certamente n signica um retrn a passad, mas um imprtante avan em dire a utur, através de prgramas de aprveitament dessa rica nte de medicaments representada pela fra brasileira. A evlu cientíca n permite retrcesss. N presente, a mderna e ssticada armaclgia ainda depende muit ds vegetais para bten de recurss que s a naturea sube prver: “Pr iss mesm, pel crescente interesse neste camp, huve um grande Voltar para o sumário

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estímul a estud de plantas cm nalidade teraputica”. (oCCHIoNI, 1979, p. 199).  A respsta a interesse despertad para um tratament “mais natural”, praticamente isent de reaes adversas e eeits claterais, implica a análise de váris atres. D pnt de vista cientíc, a tterapia tem sid mais aceita em virtude de trabalhs prtclads e bem estruturads (ainda que em númer reduid), cm a participa eetiva de pesquisadres eperientes, visand a sua legitima pela cmunidade cientíca. Sua mecânica de pera cnsiste, geralmente, em submeter as preparaes de espécies vegetais, tal cm s usadas pela ppula em geral, apré-clínics uma cmpleta bateriaatravés de testes e clínics, dsarmaclgics, quais prcura-se ticlgics, a cnrma (u n) da prpriedade teraputica que lhes é atribuída. Em muitas casies, a pesquisa sbre determinada planta é realiada cm uma nalidade inicial e, n decrrer ds ensais armaclgics e clínics, s descbertas prpriedades mais imprtantes. É interessante  eempl da vinca-rsa (Catharanthus rseus, planta ppularmente cnhecida n Brasil cm “maria-sem-vergnha”). o estud de sua a hipglicemiante permitiu determinar prpriedades leucpeniantes e  islament de duas substâncias de grande valr: a vincristina e a vimblastina, empregadas n tratament da leucemia. Cm a descberta, em 1960, desses dis agentes antitumrais de cmprvada utilidade clínica,  Institut Nacinal d Câncer ds Estads Unids cncentru esrs para selecinar plantas cm atividades anticancerígenas. o “Natinal Cancer Chemtherapy Prgram” vem testand cerca de 120.000 etrats vegetais, de 35.000 dierentes espécies btidas de ntes espalhadas presclhidas td  mund. Vale ressaltar que muitas destas plantas ram eclusivamente a partir da evidncia lclrica d seu valr medicinal. (CHADHA, SINGH, 1991) Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, valem-se de prduts de síntese u semi-sintétics, numa cmbina eciente cntra muitas denas. (BANERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978)  Alguns desses remédis pdem n ter valr teraputic de destaque, tdavia muits utrs pdem ser bastante valiss. (Mrrisn, 1982) A prcura essencial, agra, é a d pnt de equilíbri entre  cnheciment ppular e a cincia mderna, entre  natural e a síntese, “sem a nega absluta de um u a luva cega da uVoltar para o sumário

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tra, cm era cmum até recentemente.” (FERRARI, 1987, p. 197) Em muitas plantas medicinais já se cmprvu que s princípis ativs apresentam variaes a lng d dia, dad cnhecid há séculs pels herbristas e curandeirs da medicina indígena. Eempls curiss s s da mrna (etraída d pi u suc de papula, a Papaver smnierum) e a atrpina (btida da Atrpa belladna), cuja prdu d princípi ativ é quatr vees mair pela manh d que durante a nite. Em utrs cass,  princípi ativ varia segund a ase de germina da planta (Mdest-Filh, 1988), pdend eplicar  prqu d ‘descredenciament’ da prpriedade teraputica de alguns recurss tterápics, classicamente empregads ppula. Também  tip de sl e clima pder infuenciarpela n aspect de uma mesma espécie vegetal e, pr cnseguinte, na prdu ds princípis ativs. (HILL, 1967) Um bstácul imprtante à utilia de medicaments vegetais é a ineistncia de armacpéias nacinais em muits países. Enquant a Índia e a China tm elabrad armacpéias cm receitas de medicaments à base de plantas, muits utrs países pssuem apenas antigs manuscrits ns quais descrevem as prpriedades de alguns vegetais, tais ecm: atividades, especíca. sabr, dr,N mdicaes durante a digest a teraputica terceir mund, a utilia destas plantas medicinais limita-se, principalmente, a cnheciments lcais de medicaments tradicinais. (BANNERMAN, 1982) os etrats de plantas, apesar de serem preparads de acrd cm s métds previamente padrniads, pdem, na prática, n bter um cnteúd cnstante d princípi ativ. Há inúmers bstáculs de rdem técnica e ecnômica na pesquisa e prdu de medicaments a partir de vegetais, alguns revists pr Farnswrth (1985), Bnati (1980) e Magistretti (1980). Um deles é a padrnia d métd. Cncentraes variáveis d mesm princípi ativ pdem ser btidas de plantas idnticas clhidas, seja em dierentes habitats u, desprecupadamente, em dierentes estágis de cresciment. (MAGISTRETTI, 1980)  A medicina tradicinal respnde a algumas necessidades histricas de saúde psicsscial, ísica e de bem-estar da sciedade mderna. A cnscincia das pssibilidades inerentes à utilia de praticantes da medicina tradicinal, cm agentes de vanguarda n desenvlviment de sistemas de saúde, estaria cndicinada predminantemente pr atres relativs à decis plítica. CmVoltar para o sumário

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pete as gvernantes atribuir a devida imprtância à utilia de seus sistemas de medicina tradicinal, cm as adaptaes e regulamentaes pertinentes. (AKERELE, 1983)

5 A FLORA MEDICINAL DO BRASIL E A POLÍTICA DE MEDICAMENTOS Num país cm  nss, nde a fra medicinal é t rica, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria uma grande vantagem ecnômica. (PEIGEN, 1981) Características cm ecácia na a teraputica e baia ticidade trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas. Assim, elas n apenas eercem um papel imprtante ns servis de saúde pública, cm também erecem embasament para a busca de nvas drgas, através da pesquisa cientíca mderna.  Acredita-se que  Brasil dispnha de 60 a 250 mil espécies vegetais superires, das quais a absluta mairia ainda n i bjet de descri cientíca. Embra 40% delas devam cnter prpriedades teraputicas,  país gasta entre 2 a 3 bilhes de dlares, pr an, na imprta das matérias-primas de 90% ds remédis sintétics que a ppula cnsme. (oLIVEIRA et al., 1992) o númer de espécies btânicas nativas n país, de acrd cm Barreir (1981, p. 53), situa-se em trn de 120 mil. Prém,  desenvlviment da tquímica brasileira é tid cm recente, apesar de diversas espécies de nssa fra encntrarem “aplicaes teraputicas na medicina tradicinal”. Na leitura de Farnswrth (1984), calcula-se que eistam de 250 a 750 mil espécies de vegetais superires. Cerca de 10% estariam send utiliadas na medicina tradicinal. Até  an daquela publica, havia trabalhs cientícs recnhecend valr teraputic em cerca de 1% (de 250 a 750) das espécies cnhecidas. Na primeira edi da Farmacpéia Brasileira – tratad que cntém a rela cial ds ármacs (d greg phármakn, ‘medicament, substância, preparad u matéria-prima cm a teraputica’), em 1929, as plantas eram a nte, quase eclusiva, da mairia ds itens. Na edi de 1976, puc mais de 20 ármacs ativs n eram químics. o Brasil prduia 294 e imprtava s demais, que se transrmavam em cerca de 14 mil marcas de remédis.

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Dentre s ármacs e aditivs, eistentes e usads, as entidades encarregadas d prepar das armacpéias selecinam s necessáris e s incluem nesses cdigs ciais. Na literatura cientíca estavam cerca dePrvenientes 4.600.000 cmpsts químics,ntes, identicads descrits e caracteriads. das mais diversas a cada an s acrescids em trn de 100.000 nvs cmpsts. Cntud,  númer daqueles cnsiderads básics é muit menr. (KoRoLKoVAS, HARAGUCHI, 1978, p. 250-251). o perl de mrbimrtalidade da ppula deve ser a base para se estabelecer a lista de medicaments de qualquer país, para que as substâncias necessárias a tratament e cntrle das patlgias mais prevalentes estejam e a cust acessível.300 A organia Mundial da Saúdedispníveis julga que, aprimadamente, medicaments, chamads essenciais, sejam sucientes para cumprir tal un. N Brasil, há cerca de 10.000 prduts cmercialiads, “a mairia deles vendids nas armácias sem receita médica.” (RozENFELD, PEPE, 1992, p. 279) Além desse númer ecessiv signicar uma baia qualidade na utilia ds ármacs, a autmedica é um agravante etremamente cmum. o prblema de dacrd medicament n Brasilsanitáris atingiu prpres t inaceitáveis, cm s princípis internacinais, que há divergncias cnsideráveis quant as dads. Segund Fnteles (1995), eistem cerca de 60.000 especialidades armacuticas registradas em nss país. Destas, aprimadamente 32.000 estariam send cmercialiadas de maneira intermitente, de tal md que, em média, 16.000 remédis circulariam pels balces das armácias. Esse númer pderia ser reduid para mens de 3.000 especialidades, das quais há cnsens de que cerca de 300 pderiam cmpr uma lista de medicaments essenciais.  A multiplicidade de remédis pde induir s prssinais de saúde a errs e a cnceits equivcads de armaclgia clínica, que s repassads a paciente devid a descnheciment da ttalidade de eeits claterais, armaccinética, interaes medicamentsas e aes agnistas e antagnistas ns dierentes rgs e sistemas.  As atividades de saúde, que eram da respnsabilidade d ministéri da Justia e Negcis Interires, em 1930, passaram para  âmbit d nv ministéri da Educa e Saúde. Nele,  Gvern Federal cncentrava s esrs na prte à maternidade e à inância, além d cmbate às endemias rurais. As rganiaes estatais Voltar para o sumário

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de saúde ram rermuladas e ampliadas. É criad, em 1942,  Servi Especial de Saúde Pública, que, n entender de Madel Lu (1986, p. 57-58), representava uma amplia signicativa da a médic-sanitária n Brasil. o pderdecises institucinal, enquant pder d Estad, respnde cncentrand e riqueas. “Mantém as cndies de vida da ppula estruturalmente intcadas, mas cncede apsentadria, penses, aten médica.” A miséria e a desnutri permanecem, entretant, as campanhas se instituem em departaments e servis: a tuberculse passará a ser “medicamente cmbatida”.  Até a década de 50,  Brasil pssuía uma das indústrias armacuticas dEstads mund. Unids, Eprtava medicaments e vacinasmais paraprmissras a Eurpa e s quand estes n eram capaes, ainda, de prdui-ls. Muitas empresas brasileiras cntavam cm centrs de pesquisa e desenvlviment prpris. Entre 1957 e 1975, mais de 37 labratris nacinais ram adquirids pr grups estrangeirs. (VIDAL, 1994)  A saúde, enquant setr estatal, vai srend um prcess de esvaiament acentuad, culminand cm a etin d MES, em em prveit da Educa. Se, prnaum lad, passa a eistir 1953, Ministéri da Saúde, ‘independente’, estrutura rganiacinal d Estad, pr utr lad,  mdel de interven curativa e individual, apenas 10 ans depis, atingirá, de at, algumas camadas da ppula urbana diretamente ligadas as setres básics de prdu scial:  secundári (industrial) e  terciári (administra, cmérci, nanas).  As análises dispníveis sbre a estrutura da indústria armacutica n Brasil apntam  períd seguinte à Segunda Guerra Mundial cm decisiv, n que se reere às mudanas que clcam a indústria nacinal em psi bastante deasada, d pnt de vista tecnlgic, em rela às estrangeiras. Prém, desde s ans 20, já se delineavam dierenas substantivas de estrutura, n que di respeit à pesquisa e às estratégias de cmercialia. A  presena cnstante e macia da prpaganda de remédis, a lng da histria, amplia signicativamente seu pder de impact (e cbertura) cm  advent d rádi e da televis. Neste sentid, uma quest a ser é asbre ds determinantes n prcess de estrutura da aprundada cnscientia saúde e teraputica, assim cm de rma de suas representaes sciais, nas quais s meis de cmunica de massa, através da veicula das men-

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sagens publicitárias, tm cupad um espa bastante epressiv. (TEMPoRão, 1986) o períd ps-Segunda Guerra teria prprcinad as cndies institucinais avráveis à cnslida da trajetria d medicament. o desenvlviment da indústria armacutica mderna baseu-se nas transrmaes da dinâmica d regime tecnlgic. Sua ecácia cmpetitiva esteve e está diretamente relacinada à quantidade e à qualidade da descberta de nvs prduts, que n pssuem apenas grau temprári de mnpli e se encntram imunes à cmpeti direta, cm também permitem que sejam praticads pres mais alts, que viabiliam a sua prdu, a qualquer (VIANNA,as 1994) Ase da descbertas períd pré-guerra,cust. principalmente da sula penicilina,dtrueram esperana, mas s estiveram dispníveis n nal da década de 40, quand a indústria armacutica cncentra capital e se estrutura para prduir em larga escala. A saúde trna-se um bem a ser preservad, através de atitudes individuais. A idelgia da preven, que acmpanha  discurs d direit à saúde, representa um cnvite a cnsum prlátic de medicaments e um grande estímul a marketing da indústria armacutica. (ALMEIDA, 1988)

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“O número de espécies botânicas nativas no Brasil situa-se em aproximadamente 120.000, sendo  porém recente o desenvolvimento da ftoquímica moderna brasileira.” 

(Acad. Bras. Ciências, v. 53, n o 1, 1981)

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ASPECTOS BOTÂNICOS Paul Cesar Ayres Fevereir

  A base de rma estrutural de tdas as plantas é  caule. Tdas as plantas, sem ece,  pssuem. Partind deste rg primrdial, as plantas pder ter lhas e raíes. Vale salientar que pder eistir plantas sem lhas u cm lhas mdicadas em utras estruturas (cm espinhs, pr eempl) e plantas sem raíes (cm em algumas aquáticas e em algumas epítas). N cas de vegetais Fanergams (ist é, cm fres), tais fres ser, basicamente, lhas que se mdicaram para a un reprdutiva, u seja, cada lha seria uma unidade cmpnente da fr mdicada (seja sépala, pétala, estame u carpel). As plantas pdem ser classicadas de várias maneiras, cm, pr eempl, pela dura de seu cicl vital. Teríams, ent, s vegetais anuais (que cmpletam seu cicl vital em até 1 an); s bianuais u bienais (cm cicls vitais de até 2 ans) e s perenes (cm cicls vitais durand mais de 2 ans). Em un de seus hábits (prtes), s vegetais pder ser classicads em: ervas: plantas prstradas de cnsistncia herbácea, cuj principal tecid de sustenta é a celulse; subarbustos: plantas eretas, sem lignina (substância principal da madeira), cuj tecid de sustenta principal é  clnquima (um tecid bastante elástic e resistente à rup

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tura, em un de seus rers suplementares de celulse); arbustos: plantas lenhsas (cm lignina) eretas, cm ei aére principal ausente u muit curt e ramicaes caulinares partind, prtant, da base da planta. Tais plantas atingem, geralmente, uma altura de até 4 metrs; árvores: plantas também lenhsas, eretas, mas cm um ei aére principal bem denid chamad “trnc”. A  partir deste trnc surgem as ramicaes u rams. Pdem assumir grandes prpres é  cas das sequias nrte-americanas e de algunscm eucalipts na Austrália. Árvres pequenas cm uma altura em trn de 4 metrs u a redr dist s chamadas de arvretas.

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outr tip de hábit pde também ser encntrad cm, pr eempl, nas palmeiras, cuj trnc n ramicad (estipe u estípite) prta n seu ápice uma cra de lhas. Pderems classicar s vegetais em un de utrs parâmetrs, cm, pr eempl, se s fríers u n; n seu tip de habitat etc. Talve, as primeiras classicaes btânicas surgidas tenham sid eitas cm base na utilidade ds vegetais; se estes eram venenss u n;  seu us, n cas de serem úteis, u seja, a sua aplica direta u n. Cm rela às plantas de a teraputica, é sabid que estas  já eram utiliadas, prvavelmente, pel hmem de Neanderthal, em virtude de descbertas realiadas n síti arquelgic de Shamidar, n Iraque, pel arquelg Ralph Sleki. É sugestiv imaginar a quantidade de plantas que  hmem primitiv levu à bca pr pura curisidade u mtivad pr situaes de imediatism desesperad.  Ainda hje, tems um grande arsenal de plantas cm múltiplas aes silgicas, que, ppularmente. sem quaisquer estuds químics realiadas, est send utiliadas outr dad interessante é que muitas plantas, de a teraputica  já cmprvada pels escales da cincia da Fitterapia, ainda se encntram smente n estági de plantas selvagens, pis n alcanaram nem  primeir nível d estági de dmestica. Tais plantas s, pr iss, regularmente cletadas na naturea, sem que se tenham dads de sua bilgia. Tal prcess de cleta geralmente énssa eitfra de maneira rudimentar sem nenhum métd, trnand nativa cada ve maisepbre em bidiversidade. A fra brasileira pssui um ptencial químic (prtant, teraputic) antástic que, inelimente, na sua mairia, permanece descnhecid. o primeir estági de dmestica de um vegetal é aquele em que  mesm cmea a ser mantid sb cndies articiais, u seja, sb cultiv. A partir deste primeir estági – estági de cultiv –  vegetal pderá cmprtar-se de maneira satisatria, desenvlvend-se vegetativamente e chegand até de a frescer (n cas das Fanergamas) u emitir utras estruturas reprdu seuada. Se r bem-sucedida n prcess de reprdu seuada, u seja, n cas de uma Fanergama atingir  estági de planta

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adulta (frind) e rmar sementes em seus ruts, pdems armar que tal planta atingiu  seu segund estági de dmestica. o terceir estági é atingid quand as plântulas prduidas pela matri u matries, de se adesenvlverem vegetativamente cm it, também além cmeam apresentar palpáveis variaes mrlgicas, em sua clra, estatura u preccidade na fra, entre utrs atres. o quart e talve últim estági da dmestica, é dad pela pssibilidade de sucess n cultiv n qual a sele de tais características puderam eetivamente ser perpetuadas, através das geraes subseqentes. o sucess n cultiv de plantas teraputicas depende de váris atres. principais, pdems alguns, tais cm  clima,Dentre  sl,sdispnibilidade hídricaenumerar etc.  As cndies climáticas d vegetal, clcad sb cultiv, devem ser iguais às cndies em que  mesm estava submetid, em sua rigem, u, n send ist pssível, que sejam as mais primas pssíveis. É um dad relevante, em rela a clima, a dura d dia n ambiente de cultiv (eistem dias lngs e curts, dependend da primidade u curts, distânciaplantas cm a indierentes linha d Equadr). Há, d prtant, plantas de dias à dura dia, e plantas de dias lngs. Estas últimas s frescem em dias que pssuam entre 12 a 14 hras de lu diária. A mair parte das plantas de clima subtrpical s de dias lngs, send as plantas de dias curts as que est mais primas d Equadr, ist é, as de clima trpical. Fatres climátics cm temperatura d ar, temperatura d sl, altitude, vents, evaptranspira, entre utrs, s também relevantes. Ressalte-se que as plantas subtrpicais e de clima temperad, encntradas em baias altitudes em seus lcais de rigem, tm mais chance de vingar sb cndies trpicais d que aquelas riundas de altitudes maires. Cada espécie vegetal pssui uma temperatura cnsiderada ideal para  seu desenvlviment plen. Para a mairia das espécies de clima trpical a temperatura cnsiderada tima gira a redr ds 25°C. Algumas espécies também necessitam de uma dierena cnsiderável entre as temperaturas diurna e nturna. S atres cmpensadres, de uma temperatura elevada, a altitude (de 150cai a 200 de altitude acimadiurna d nível d mar, a temperatura em metrs média um grau centígrad),  smbreament parcial (inclusive cm a alternância de linhas de plantas cm prte dierente), a rienta

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ds sulcs de cultiv, uma irriga pr aspers nas hras mais quentes d dia (entre as 12 hras até as 14 hras). Vale salientar que uma temperatura tima avrece uma tssíntese mais intensa e, prtant, uma rma mair de cmpsts secundáris de a teraputica. Para cmbater temperaturas elevadas n sl, pdems indicar  assentament de material cm baia cndutividade térmica, tais cm palha, casca de arr u serragem, espalhad hmgeneamente, sbre a superície d sl. A mesma recmenda vale para evitar temperaturas muit baias na superície d sl. Temperaturas inadequadas sbre essa superície cultivada cmprmetem uma ba germina das sementes e também um enraiament vigrs de mudas u estacas. Sls e subsls cmpacts s aquecids mais rapidamente d que sls leves e prss, bem arejads e secs. Sls escurs absrvem até 80% da radia slar, enquant sls clars pdem absrver mens de 30% desta radia. (HERTWIG, 1986) Cada espécie btânica tem suas preerncias edácas (ísicas e químicas). Prtant, é imprtante que se cnsultem as preerncias de cada uma delas neste sentid, a m de se evitar decepes. os métds de cultiv mais utiliads para plantas de a teraputica s pr mudas (a partir de sementes), pr planti diret n lcal denitiv (semeadura direta) e pr prpaga vegetativa. N cas de prpaga pr sementes, deve-se cnsiderar a quantidade de sementes necessárias pr área de cultiv. Uma margem de segurana na quantidade de sementes a serem adquiridas (em trn de 3 vees a quantidade mínima necessária ) é recmendável, em virtude de algumas(n sementes viáveis, seleetc. das melhres mudas na sementeira cas den planti indiret)  As sementeiras s canteirs destinads, eclusivamente, à germina das sementes das espécies esclhidas. N cas de plantis direts devem-se testar diverss espaaments e densidades, para que se esclha  melhr para cada espécie. Em plantis indirets (cm  us inicial da sementeira e psterir transerncia das mudas) decrrer entre 30 a um puc mais de 60 dias, para que as mudas pssam ser transplantadas para  lcal denitiv de cultiv.  A cmpsi d substrat da sementeira deve ser tal, que permita

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uma suciente ertilidade e permeabilidade, esta última capa de reter umidade pr um determinad períd. Tal cmpsi deve ser cncebida de maneira que, a apertarms na m uma certa quantidade este rme blinh cnsistente, deste que sesubstrat esarelaráumedecid, a ser esregad entre um s deds. o ideal é serem empregads váris tips de cmpsi e testá-ls cm i indicad anterirmente. Entre s ingredientes utiliáveis, pdems citar sl aren-argils u arens, terra vegetal bem decmpsta, esterc bvin bem curtid e peneirad e areia de cnstru (quand  sl usad r mais argils). Um ter de cada um ds 3 primeirs ingredientes citads pde ser acrescid, u n, d quart ingrediente, que uncinaria cm um crretiv de cnsistncia,  que parece ser  prcediment mais aprpriad. Tal sementeira deve ser lcaliada  mais prim pssível da utura área d cultiv denitiv e de uma nte de água; deve, também, estar aastada de áreas smbreadas, de lcais muit bais e ecessivamente ventilads. Um leit ecessivamente argils u arens, na sementeira, n é recmendável, já que em ambs s cass apresentam-se incnvenientes na reten de água. Deve-se eliminar plantas daninhas e realiar um psterir entre as mudinhas que ir surgir, cnservand-se sempredesbaste as mais rbustas. o transplante denitiv deve realiar-se quand tais mudas apresentarem entre quatr a seis lhas. Eiste uma clara vantagem a se transplantar a mudinha “cm sede” (ist é, cm  trr levemente sec a redr da muda), e n se esquecend de regá-la bem quand a mesma r clcada em seu lcal denitiv. É a muda etraída da sementeira deva seracnselhável retirada cmtambém  auílique de uma lâmina de madeira que serve de alavanca a ser clcada pr bai das raíes, puand-se tal muda pelas lhas e n pel caule, cm s deds plegar e  indicadr. Uma sementeira cm ecess de adub nitrgenad é indesejável, pis a muda cresce demasiadamente, trnand-se muit tenra e rágil. É recmendável que  prpri agricultr prdua suas sementes, pis iss leva  cultiv, cm  temp, a um padr de inigualável qualidade pr sele das plantas, em un de sua adapta lcal, na realidade uma rma de sele natural.

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 Algumas espécies n tleram ser inicialmente germinadas em sementeiras cm a psterir repicagem para  lcal denitiv. Tais espécies dever ser semeadas diretamente n lcal de cultiv denitiv (semeadura plantas,egeralmente, s mens “eigentes” n inícidireta). de suaEstas germina, mais tlerantes quant a variaes ambientais. Eistem cass de plantas que s prpagadas vegetativamente, ist é, através de bulbs, estles, rebents, e até mesm de lhas. Tais prpagaes cnsistem, basicamente, em destacar-se uma parte u rg da “planta-me” e clcá-l n sl, para que  mesm enraie e cresa. Ressaltams que as mudas, sementes etc., prduidas na mesma regi nde cultivadas, prvavelmente, já erecem estar mais adaptadas às ser cndies lcais, e, pr este mtiv, um rendiment bem superir a similar imprtad, u prveniente de uma regi cm características dierenciadas. Cultivand-se espécies que s muit visadas pr pragas e denas cmuns na regi, entre uma u mais culturas dierentes, cnsegue-se diminuir  prblema u até eliminá-l. À medida que aastams as plantas de uma mesma espécie, diminuíms s riscs de apareciment deem pragas e denas. Uma pda bem rientada plantas perenes pde ajudar n cntrle de algumas pragas e denas. Uma simples aspers redu a ppula de pulges, trips etc. o impact da água sbre as lhas prvcará a queda ds pulges n sl, nde mrrer pela incapacidade de retrn às plantas.

SECAGEM  Ainda a cnsiderar é a realia da secagem das plantas teraputicas que ram clhidas e, psterirmente, armaenadas.   A secagem tem dupl bjetiv:  de retirar uma prcentagem elevada da água cntida nas células e tecids, e  de prprcinar uma cnserva das reeridas plantas pr lngs períds de temp. A evapra da água cntida n vegetal minimia a perda da mairiaenimática. ds princípis ativs, especialmente em decrrncia da atividade A secagem d material btânic cletad impede a sua deterira e, cm ist, tal material pssuirá mair temp de cnserva d seu ptencial químic e teraputic.

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Pucs minuts aps  crte das plantas, enimas catalisam reaes químicas que destrem muits princípis ativs nas plantas medicinais. Enquant eistir umidade ns tecids vegetais, tais enimas reagem e cnvertem uma grande quantidade de princípis ativs.  A secagem, prtant, cm já dissems, diminui  eeit de tais reaes enimáticas, send a mesma imprescindível à manuten ds princípis ativs na drga cletada. Prcura-se reduir  ter de umidade das plantas medicinais para cerca de 5%, apesar de, em algumas espécies, tal ter cntinuar send mair, mesm aps a secagem. A a destrutiva catalisada pelas enimas inclui reaes de idaes, redues, rearranjs mleculares, hidrlises, rem u adi de radicais etc. Eistem váris tips de secadres destinads à desseca u secagem das plantas cultivadas.  A secagem deve ser iniciada imediatamente aps a clheita das plantas e n mesm dia. A cada minut que passa, tal planta está perdend qualidade, pis as enimas estar mdicand muitas mléculas ds princípis ativs, transrmand esses princípis ativs em utras substâncias, sem qualquer valr para  usuári. Tal secagem n deve ser nem muit rápida nem muit lenta. Numa secagem muit rápida, é prvcad um ressecament da camada supercial das células d rg vegetal, impssibilitand a evapra da água cntida n seu interir. Tal água, assim retida, permite atividades enimáticas. Em utrs cass, pdem rmar-se blres, de dentr para ra, n rg vegetal. Quand a secagem r lenta, permitirá alteraes enimáticas prejudiciais n interir d rg antes que  prcess se cnclua. o apareciment de ungs, em tais cass, também é cmum. Uma ba secagem permite, além da preserva ds princípis ativs, a cnserva de um bm aspect e clra da drga dessecada. Ist se btém quand a secagem é realiada em lcais smbreads e cm ba circula de ar n material a ser dessecad. Tal ar circulante cntém algum calr que avrece a etra da umidade.  A planta dessecada deve apresentar-se rígida, sem estar quebradia.  A dura da secagem pde ser de 3 a 10 dias. Algumas raíes inteiras e grssas pdem ultrapassar 15 dias de secagem. o ideal é que, de psse de uma amstra de material btânic bem desseVoltar para o sumário

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cad, pssa-se chegar, na secagem, a um resultad idntic. De maneira generaliada, há uma rela n pes de 7:2 entre uma planta antes e depis de dessecada.

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA N cas de plantas cletadas na naturea, um atr primrdial é a certea da identidade da espécie n material cletad. Numa ecurs btânica, realiada cm ns cientícs,  material cletad, u parte dele, será geralmente herbriad (s eemplares cletads prensa dede madeira, secads numa estua, ser que mntads impedirá numa enrugament tais materiais), psterirmente numerad e identicads dads relevantes, tais cm  lcal de cleta, em que tip de ambiente i encntrad, a data da cleta,  nme d cletr, cr, cheir u qualquer utr atr que pssa ser alterad cm  prcess de desseca, suas relaes interespecícas, suas preerncias em terms de lu, umidade, tip de sl etc., sua utilia ppular, n cas de uma planta medicinal, cmestível u quaisquer utrs uss lcais s também imprtantes. Na institui btânica a planta terá a sua espécie devidamente identicada e, se pssível, incluída num herbári (cle de plantas desidratadas). Tal identica btânica é eita de maneira seqencial, primeiramente em nível de amília, utiliand-se uma chave u chaves para a identica das amílias btânicas (eistem váris tips de da amília, chaves). gner,Chegand-se utiliand-seaarecnheciment mesma metdlgia, nesteidentica-se cas, uma chave de identica para gners de uma determinada amília. Eventualmente pder eistir chaves de identica para as espécies de tal gner. N cas de n haver chaves para identica das espécies,  material btânic pderá ser cmparad cm material eistente n herbári da institui. Pderá crrer  blqueament d prcess de identica, em alguns destes materiais, pr impssibilidades técnicas, prblemas de inra-estrutura na institui etc. Para tais materiais btânics, nesse cas, recmenda  bm sens que sejam enviads a um especialista d grup tainômic em quest. Tal especialista pderá pertencer à institui nde surgiu  prblema tainômic Voltar para o sumário

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u, ent, pertencer a utra institui btânica (n Brasil u n eterir). N é rar  prpri especialista, n grup tainômic envlvid, sentir também diculdades de determinar  material btânic enviad u parte dele. Pde, inclusive, tratar-se de alguma espécie nva para a cincia. Geralmente, tal especialista nmeará a espécie, acrescentand a sua diagnse (descri btânica), em latim (língua cial da Btânica). Tal descri riginal deverá ser publicada numa revista (geralmente a da institui de rigem d btânic sistemata envlvid) cnhecida internacinalmente. o material btânic cletad e enviad para  especialista d grup tainômic em quest, e quedeserviu base para a descri btânica será chamad “tip”de(Typus) e será cnsiderad cm riginal, mdel de reerncia tainômica para as prváveis uturas cletas desta espécie, servind de base para uturas determinaes.  As determinaes de plantas cletadas na naturea devem ser muit cnsciencisas e eitas pr btânics gabaritads (se pssível cm a cnrma da espécie pr mais de um btânic). A garantia de uma ba determina d material btânic cletad é a base segura paraerradas uma utura pesquisa a espécie envlvida. Determinaes trnam tdas ascm ases da pesquisa subseqente sem valr cientíc. Plantas teraputicas, já cnsagradas pela medicina ppular u até mesm pela cincia, e que n apresentam uma garantia na determina btânica eita pr prssinais da área, n devem ser utiliadas em nenhuma instância. Crre-se, inclusive,  risc de se estar trabalhand, u até mesm de se estar utiliand uma espécie venensa! Muits medicaments tterápics trnam-se desacreditads, ns cass de determinaes btânicas maleitas, pr n apresentarem s resultads curativs esperads. Vale salientar que  material btânic cletad destinad à identica deve ser  mais cmplet pssível, u seja, um u mais rams cm lhas em diverss estágis de desenvlviment, cm fres (n cas de Fanergamas) u srs (n cas de Pteridtas). Cm às na Fanergamas, a presena deCas ruts,seja além das fres, ajudarela bastante determina btânica. pssível, tal material deve ser apresentad em estad de mair rescr pssível (cm se a planta tivesse acabad de ser cletada). Tal rescr

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pde ser mantid pr váris dias, se a planta cletada r guardada dentr de um sac plástic echad (cm um puc de umidade), cnservad dentr de uma geladeira. É imprtante antar a altura da nde i cletada e em ambiente etc., para queplanta, n surjam muitas dúvidas naque hratip da de determina.

BIODIVERSIDADE Certamente nenhum btânic pde erecer um cálcul sequer aprimad das dimenses d rein vegetal. As estimativas atuais variam entre 250.000 a 500.000 espécies. Seja qual r  númer aceit, representa uma epressiva bidiversidade. Cada rganism é distint d utr e cmpreende uma especíca “ábrica química”. Cnseqentemente, cada um acina um ptencial de interesse d pnt de vista de sua utilia.  Atualmente, acredita-se que haja umas 1.500 espécies de bactérias, de 30.000 a 100.000 espécies de ungs (um miclg american que trabalha cm ungs trpicais acredita que, talve, 200.000 espécies seja um númer mais prim da realidade), entre 19.000 a 32.500 espécies de algas, 16.000 a 20.000 espécies de líquenes, 25.000 espécies de Britas (musgs e hepáticas), em trn de 10.000 espécies de Pteridtas, 700 Pimnspermas e pel mens 250.000 espécies de Angispermas em 10.500 gners dentr de, aprimadamente, 300 amílias. 75% das espécies das  Angispermas s Dictiledôneas (classe Magnliatae, segund  A.Crnquist 1968), e 25% deste vlume seriam Mntiledôneas (classe Liliatae).

PLANTAS MEDICINAIS  As Angispermas s, indubitavelmente, a mair nte de plantas medicinais para  hmem. o valr medicinal de uma planta deve-se à presena n seu tecid de uma substância química –  princípi ativ – que prdu um eeit silgic. destes sua princípis squímica. cmples e, eventualmente, ainda seMuits descnhece naturea Alguns tm sid islads, puricads e, inclusive, sintetiads u imitads. Geralmente, pertencem a uma destas seis categrias químicas:

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alcalides, glicsídes, les essenciais (essncias), gmas e resinas, les gras e substâncias antibiticas. Islaram-se mais de 12.000 princípis secundáris rgânics e muits tm-se mstrad úteis na medicina. os princípis mais imprtantes, sb  pnt de vista médic, s s alcalides e s glicsídes. Mais de 90% ds alcalides cnhecids (5.500, aprimadamente) encntram-se em Angispermas. As amílias mais ricas em alcalides s: Slanaceae, Leguminsae, Rubiaceae, Liliaceae, Apiaceae e, sbretud, Apcynaceae, que englba 18% de tds s alcalides cnhecids. Para qualquer um que trabalhe cm a Etnarmaclgia e a Fitquímica, trna-se evidente que nssas descbertas das drgas est apenas cmeand!

ExPEDIÇõES, JARDINS BOTÂNICOS E PLANTAS MEDICINAIS Cm rela a epedies btânicas amsas, s 150 ans psterires a Linneu e td  sécul xIx ram um períd de eplra intensa, em muits territris virgens. Ainda hje, muits btânics eplram regies descnhecidas, especialmente ns trpics e, a cada an, descrevem mais de 5.000 espécies nvas para a cincia. Depis d períd de Linneu, estabeleceram-se grandes jardins btânics e herbáris, cm unes e prpsits dierentes das instituies similares d passad. Geralmente, s jardins btânics n s recnhecids cm estruturas vitais para  estud das plantas medicinais, mas sim cm elements de de un paisagística (uncinand cm bancs germplasma parae cnservacinista espécies raras u em etin).  Atualmente eistem mais de 400 jardins btânics em td  mund, em muits ds quais se realiam investigaes sbre aspects cncrets das plantas medicinais. Um destes jardins –  “Chelsea Physic Garden” – ainda está em uncinament em Lndres.  A imprtância vital ds jardins btânics para  estud das plantas medicinais e daquelas cm interesse ecnômic ca bem ilustrada, se recrdarms alguns váris riginári da  Abissínia, i intrduid pelaeempls. primeira o vecaeeir, n Brasil, n sécul xVIII, vind d Jardin des Plantes, de Paris. Jardins btânics ingleses e hlandeses tiveram grande imprtância na intrdu

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de quineiras na Ásia, cm material cletad ns Andes sul-americans. Sem uma cadeia de ecientes jardins btânics, tais cm s de Kew em Lndres e  d Sri Lanka (antig Ceil), apderia intrdu da seringueira amaônica n Velh Mund jamais ter it.  Apesar de Linneu ter sid  grande “espírit cngregadr” das tendncias da cincia btânica de sua épca, n i  primeir a criar herbári, mas apenas s utiliu para descrever e nmear espécies. Seu livr Species Plantarum, publicad em 1753, é universalmente aceit cm pnt de partida da mderna nmenclatura btânica. Ainda hje, btânics, quand est classicand e nmeand espécies nvas para a cincia, respeitam s parâmetrs estabelecids pr Linneu. Um herbári n smente representa a base de investiga para a btânica sistemática, cm também representa uma nte quase inesgtável de ntas de cletres u herbriadres sbre s uss das plantas nas sciedades primitivas. Estas inrmaes n smente s de “primeira m”, cm também indicam dads sbre sua lcalia etc. Várias pesquisas ns herbáris sbre uss medicinais ppulares de tais plantas tm sid As levadas a cntent, recentemente, cm resultads prmissres. reerncias ds maires herbáris ilustram  vast ptencial das descbertas etnarmaclgicas eitas pr cletres. Entre s maires herbáris est  de Paris cm 7.200.000 eemplares; Leningrad e Genebra (cada um cm 5.000.000 de eemplares);  Ryal Btanic Gardens, em Kew, cm 4 a 5 milhes e  da Universidade de Harvard, cm quase 4 milhes.

PLANTAS ANTIDIABÉTICAS  A respeit da listagem (na página 275 deste livr) das plantas antidiabéticas que já ram estudadas n mund, pdems armar que: 1º parece n eistir nenhuma liga entre  eeit hipglicemiante e um grup tainômic que seja relevante cm essa a; 2º muitas das plantas citadas s cultivadas e há muit temp cnhecidas pel hmem; 3º também é grande  númer de espécies citadas cm hipglicemiantes que apresentam utras características teraputicas Voltar para o sumário

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5º 6º 7º

(talve a mairia); é prvável que a amília Myrtaceae seja a que mais cntribua cm espécies hipglicemiantes, em virtude de alguns de seus gners, cm Myrcia, apresentarem espécies cm esta atividade silgica; a-se ntar que certas espécies listadas cm hipglicemiantes sejam também plantas de grande ticidade; a amília Fabaceae parece também pssuir um bm ptencial para plantas antidiabéticas; e alguns gners s prtadres de um elevad númer de espécies,  que ns leva a crer que  númer de representantes cm a antidiabética pssa ser bem mair (determinads gners pssuem mais de uma espécie de a hipglicemiante).

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“Para cada doença existe uma planta.” 

(Provérbio russo)

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4 DIABETES MELLITUS: DIAGNÓSTICO E RECURSOS TERAPêUTICOS Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares

 A IMPORTÂNCIA DO DIABETES MELLITUS Há pel mens trinta milhes de pessas n mund srend de diabetes mellitus (DM). Mesm em países desenvlvids cm s Estads Unids da América, nde s prgresss de tratament tendem a alcanar um númer mair da ppula, mais mrtes s atribuídas a diabetes d que a câncer de pulm, de mama u pr acidentes de autmveis (MARLES, 1994). Nas Américas,  DM é uma das de causas mais imprtante de dena. Em países d primeir mund, a esperana de temp vida das pessas cm diabetes mellitus insulindependente (DMID) é de aprimadamente 75% daquela ds n diabétics. Ns países em desenvlviment, prém, a taa está em trn de 50%. Em rela a DM n-insulindependente (DMNID), s pacientes tm a esperana de vida muits ans mais curta ns países em desenvlviment (LLANoS, 1995). Estes dads estatístics apntam para a necessidade de mair aten as pacientes diabétics em nss mei. cm s indivídus sem a enermidade, s paCmparand-se cientes diabétics tm um risc de 2 a 4 vees mair de dena crnariana (angina e inart), 2 a 6 vees mair de acidente vascular cerebral (derrame) e 4 vees de transtrns arteriais periérics entre eles a gangrena (MARLES, 1994). Cerca de um quart ds pacientes admitids anualmente para transplante renal u prgramas de diálise crônica tm insucincia renal causada pr nerpatia diabética (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Já a retinpatia diabética “é, u será dentr em breve, a mais imprtante causa de cegueira n mund industrialiad” (MINISTÉRIo DA  SAÚDE, 1993).

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DEFINIÇÃO, TIPOS E ETIOPATOGENIA o diabetes mellitus (DM) é uma dena que reúne uma série de desrdens, clinicamente hetergneas, cm um (respectivamente perl cmum de sinais e sintmas: plidipsia, pliúria e pliagia sede, mic e me ecessivas), emagreciment, raquea muscular e hiperglicemia (aument ds níveis plasmátics de glicse). Estes sintmas ram descrits pels antigs egípcis n Papirus de Ebers, há cerca de 3.500 ans, e pels médics gregs Arateus e Cappadcian (30-90 a.C.) e Galen (130-200 a.C.). Segund a organia Mundial da Saúde (Série de Inrmes Técnics 727 de 1985), a dena pde ser apresentada em trs tips principais: diabetes mellitus insulindependente (DMID), n insulindependente (DMID) e  que está assciad cm a desnutri. os pacientes cm DMID, também reerid cm tip I, necessitam de injees diárias de insulina para prevenir uma cascata de events metablics que resultariam na cetacidse diabética, cma e mrte. Este tip da dena é caracteriad pela ausncia de células ß (beta) das ilhtas de Langerhans pâncreas e ausncia de secre de insulina. A les da célula ßdpde ser causada pr agentes químics d ambiente u ingerids através da alimenta, inec viral u pr uma desrdem autimune, em indivídus cm predispsi genética. o diabetes mellitus n insulindependente, DMNID u DM d tip II, reúne uma variedade de estads diabétics nde as células b est em númer reduid cmparad à da célula ala (que secreta - hiperglicemiante) e a secre de insulinaéhrmôni capa de glucagn aer rente às aes cetgnicas (prdu de crps cetônics) d glucagn, mas insuciente para evitar a hiperglicemia. o tip II requentemente está assciad à besidade e a cmprmetiment das aes da insulina ns tecids (resistncia periérica). Na verdade, a etilgia d DMNID ainda n i cmpletamente elucidada, send sugerids deeits a nível da célula ß pancreática, d de múscul e d na ígad. A hiperglicemia d DMNID pde resultar um deeit secre da insulina, prdu hepática de glicse elevada, resistncia periérica à insulina u diminui d clearence (elimina) de glicse. Tem sid descrit que  de-

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eit primári em diabétics n bess é  prejuí da secre pancreática de insulina, enquant que, ns diabétics bess,  deeit primári é  prejuí da sensibilidade d múscul esquelétic e d ígad à insulina. os decrrente pacientes cm DMNID pdem eibir hiperinsulinemia de jejum, da hiperglicemia que persiste a lng d dia, mas este ecess de insulina é insuciente para nrmaliar s níveis sanguínes de glicse. ocrre, assim, uma decincia relativa e n absluta de insulina.

DIAGNÓSTICO E EPIDEMIOLOGIA   A Asscia Latin-Americana de Diabetes – ALAD (1995) recmenda s seguintes critéris diagnstics para  DM: 1. Pacientes cm sintmas clars de DM e valres de glicemia de  jejum iguais u maires que 140mg/dl u em determinaes realiadas em qualquer mment d dia iguais u maires que 200mg/dl; 2. Pacientes sem sintmas clínics de DM, mas cm níveis de glicemia emujejum u superires a 140mg/dl, cnrmads em duas maisiguais casies; 3. Pacientes cm valres de glicemia em jejum menres que 140mg/dl, mas cm atres de risc de DM e que também apresentam valres de glicemia iguais u superires a 200mg/  dl duas hras depis de uma ingest de 75g de glicse. 4. o diagnstic de intlerância à glicse aplica-se em pessas cm valres cmpreendids entre 140 e 199mg/dl, duas hras depis de umaerecerem ingest deinterpreta 75g de glicse. Ns cass em que s resultads duvidsa, deverá ser eita uma nva prva de tlerância à glicse, cm glicemia basal, 60 e 120 minuts. A presena de dis valres acima de 200mg/dl cnrmam diabetes.  Apesar ds prgresss da Medicina,  diabetes mellitus é uma enermidade cuja prevalncia (númer de cass eistentes em um dad mment, numa ppula estudada), n Brasil e n mund, aumenta cada an prseus umaerrs sériealimentares de mtivs.e Dentre eles,  estil de vidaaurbana, cm sedentarism, assim cm  aument da epectativa de vida da ppula e da sbrevida pels diabétics.

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o Cens Nacinal de Diabetes, realiad na ppula urbana, de 30 a 69 ans, em nve capitais brasileiras mstram uma prevalncia de 7,6%. As taas scilam de 5,2%, em Brasília, a 9,7% em S Paul, tend sid aindaRi estudadas: Belém, Frtalea, J Pessa, Prt Alegre, Recie, de Janeir e Salvadr (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Segund a organia Panamericana de Saúde, a prevalncia d diabetes n insulindependente nas Américas varia de 5% n Canadá, 14, 1% n Méic, passand pr 5,0-5,3%, em Santiag (Chile), 8% na Clômbia, 5-8, 1% na Argentina, 14% na Jamaica, embra cm metdlgias de estud distintas (LLANoS, 1995). Quant à incidncia (númer de cass nvs em um dad mment, em geral um an),  DMNID é de mais diícil determina.  Ainda em estud, a incidncia d DMID n Brasil está estimada em cerca de 7,8 pr 100.000 indivídus cm mens de 20 ans de idade (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993).

QUADRO CLÍNICO E FISIOPATOLOGIA o quadr clínic d diabetes apresenta uma série de sinais e sintmas, já citads anterirmente, crrend dierenas cnrme a sua apresenta DMID u DMNID. os sintmas clássics mais cmuns a tdas as rmas da dena s a pliagia, plidpsia e pliúria. Cm cnseqncia destes sintmas e sinais, ainda bservams nictúria (urinar durante a nite), bca seca, cansa, prurid genital (cceira nas partes íntimas), raquea, ineces cicatria, perda de pes etc.requentes na pele, diculdade de  Ambs s tips reerem emagreciment mas, cmumente,  DMNID apresenta-se cm pes acima d nrmal, enquant  DMID evidencia um quadr de magrea. Estes sintmas e sinais decrrem da ausncia, decincia u mau aprveitament da insulina, levand à hiperglicemia, pela n entrada da glicse para dentr das células. A hiperglicemia ará cm que  rim –deque nrmalmente reabsrve glicse – o perca sua capacidade reabsrver quantidades ta elevadas. indi-a vídu cmea a eliminar glicse que pr sua ve leva água junt (diurese smtica). A perda hídrica prvca sede para repr a

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quantidade de líquid perdida, daí a plidpsia. Finaliand, a n entrada de glicse na célula smada à perda pel rim, a cm que  indivídu sinta me (pliagia). o paciente deve ser tratad t lg é eit  seu diagnstic, n s para  alívi de sua sintmatlgia, mas também para a preven das cmplicaes d diabetes mellitus. classificaçÃo do DIABETES  e ouTras caTegorias afiNs de iNTolerÂNcia À glicose seguNdo a orgaNiZaçÃo muNdial da saúde

CLASSES CLÍNICAS DIABETES MELLITUS: Diabetes mellitus insulindependente Diabetes mellitus n-insulindependente sem besidade cm besidade Diabetes mellitus assciad cm a desnutri outrs tips de diabetes mellitus relacinads cm utrs estads e síndrmes 1) enermidade d pâncreas; 2) enermidade de rigem hrmnal; 3) transtrns prvcads pr ármacs u substâncias químicas; 4) anrmalidade da insulina u seu receptr; 5) certas síndrmes genéticas; 6) transtrns miscelânes. DIMINUIção DA ToLERÂNCIA À GLICoSE: a) sem besidade b) cm besidade c) assciada cm certs estads e síndrmes DIABETES MELLITUS DA GRAVIDEz CLASSES DE RISCO ESTATÍSTICO (indivídus cm tlerância nrmal à glicse mas cm bastante prpens a diabetes)

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ANoRMALIDADE PRÉVIA DA ToLERÂNCIA À  GLICoSE ANoRMALIDADE PoTENCIAL DA ToLERÂNCIA À  GLICoSE oMS, Inrme Técnic n. 727

O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS o tratament d diabétic visa n s  cntrle metablic imediat (níveis de glicse nrmal), mas também a preven das cmplicaes da dena (chamadas cmplicaes degenerativas), que crrem aps váris ans de dena.  Assim, para tdas as rmas de apresenta d diabetes, a dietterapia, s prgramas aprpriads e individualiads de atividade ísica e a educa cntinuada devem rmar a base d tratament. É cmum assistirms alguns pacientes que, a alcanarem glicemias de jejum primas de 100mg/dl, argumentam pela retirada da medica. os resultads decnsiderand-se eames labratriais devem ser revists a cada cnsulta médica, individualmente cada paciente. os valres para a glicemia em jejum devem ser mais feíveis para s idss e s pacientes cm enermidades crônicas que representem risc de hipglicemia. Na verdade, s s seguintes s parâmetrs e critéris de cntrle metablic, segund a ALAD (1995):

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Quadro 1 – alguNs dos parÂmeTros bioQuÍmicos e criTérios de coNTrole meTabÓlico seguNdo a associaçÃo laTiNo-americaNa de diabeTes

1 DIETA  A dieta é etapa inicial e indispensável para qualquer tip de diabetes u intlerância à glicse. A Asscia Americana de Diabetes a, dentre utras, as seguintes recmendaes gerais: 1) atingir e manter  pes ideal d paciente; 2) rnecer 55 a 60% das calrias gerais a partir de carbhidrats; 3) limitar a ingest ecessiva de prteínas (ideal: 0,8g/kg de pes crpral); 4) restringir a ingesta de grduras para 30% u mens das calrias ttais; 5) diminuir a ingesta de clesterl para mens de 300mg/d; 6) reduir a ingesta de sdi a 1g pr 1000 calrias e a limite máim de 3g/dia.  A mairia ds pacientes cm DM deverá necessitar terapia adicinal cm um agente hipglicemiante ral (Ho) u insulina para bter cntrle glicmic satisatri. (DUNN, PETERS, 1995)

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os DMNID, geralmente bess, necessitam cmplementar a dieta cm hipglicemiantes rais. Nestes pacientes,  mair bjetiv é alcanar e manter  pes ideal, uma ve que 80% destas pessas tm ecess de pes. Já n tratament d DMID, nde s pacientes aem us de insulina, devem ser bservads alguns bjetivs básics (NATHAN, 1988): 1. ausncia de sintmas ligads à hiperglicemia; 2. um mínim de episdis de hipglicemia; 3. cetnúria mínima (elimina renal de crps cetônics rmads n ígad); 4. cresciment e desenvlviment nrmais das crianas; 5. educa d paciente para permitir sua aut-assistncia e para que seja capa de prevenir uma descmpensa metablica. Em rela à alimenta, a meta principal é bter uma ingesta unirme de carbhidrats e calrias, pssibilitand  empreg adequad de insulina e  bm cntrle glicmic (BANTLE, 1988). Um ds enques atuais na rienta alimentar d paciente diabétic tem sid em rela a imprtante papel das bras, que pdem prvcar uma redu da glicemia medida aps as reeies (FILHA, et al., 1989 ; LEFèBVRE, SCHEEN, 1992). A  bra dietética é denida cm a pr ds aliments de rigem vegetal que n pde ser digerida u absrvida pel intestin d ser human e, desta rma, n pssuem valr calric. S eempls cmuns de bra dietética a celulse, a hemicelulse, gmas, pectina e lignina, send a mairia plissacarídes n digeríveis de plantas, cmpsts de cadeia de glicse, ilse, manse, ácid galacturônic u galactse. os legumes s a nte mais cncentrada de bras, também encntradas em rutas, verduras, grs etc. Pr utr lad, as dietas e s suplements rics em bras pdem ser respnsáveis pr sintmas cm náuseas, distens abdminal e fatulncia (BANTLE, 1988). Quant de uma dietabservaes balanceada esugerem rneciment adequadà relevância de nutrientes, recentes que a suplementa de magnési pde cntribuir para um aument tant da respsta da célula b quant da atividade da insulina em

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pacientes cm DMNID (LEFèBVRE, SCHEEN, 1992).

2 ExERCÍCIOS os eercícis ísics pdem erecer diverss beneícis para s diabétics: 1. redu imediata da glicemia e pssível melhra d seu cntrle a lng pra; 2. aument da sensibilidade à insulina, aument d HDL clesterl (lipprteína chamada de “clesterl bm” pr cntribuir para a rem ds lipídes das paredes das artérias) e pssível redu d LDL (“clesterl mau”, pr eercer papel antagônic a HDL) e triglicerídes; 3. melhra da hipertens arterial leve a mderada; 4. aument d cnsum de calrias, auiliand na perda de pes; 5. diminui d númer de batiments cardíacs em repus; 6. aument da capacidade ísica de trabalh; 7. mair sensa de bem-estar e melhr qualidade de vida. N entant, s eercícis eits em cndies inadequadas u mal cnduids também pdem representar riscs (HoRSoN, 1988): 1. hipglicemia durante u aps eercícis mderads u prlngads; 2. hiperglicemia durante e aps eercícis intenss; 3. rápida eleva da glicse e crps cetônics n sangue em pacientes mal cntrlads; 4. aument d risc de denas cardivasculares preeistentes; 5. denas articulares degenerativas; 6. leses de partes mles (tendes, músculs etc.); e 7. pssível pira das cmplicaes a lng pra.

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3 INSULINA os pacientes cm DMID n cnseguem prduir insulina e s dependentes rem vivs. da aplica egena de insulina, para permanece A insulina é um hrmôni prteic (ist é, uma prteína), cnstituída de duas cadeias de aminácids, A e B, ligadas entre si pr pntes de enre. Sua prdu crre nas células beta da ilhta de Langerhans, n pâncreas, nde ca armaenada em grânuls que migram em dire à membrana da célula e se rmpem liberand-a para a circula. Este prcess envlve a participa de um sistemaespecialiad que se cntraem pssibilitand deslcamentde dsmicrtúbuls grânuls de insulina.  A secre é estimulada principalmente pr glicse, mas também é prmvida pr aminácids (AA), ácids gras, crps cetônics, gastrina, secretina, clecistquinina, peptíde intestinal vasativ, enterglucagn etc. Quand estimulada pela glicse, a secre de insulina é biásica: a primeira, de curta dura, atinge  máim aps 1 a 2 minuts; a segunda ase é mais prlngada e tem iníci tardi (KHAN, SCHECHTER, 1991).

3.1 Açes siológicas da insulina  As aes d hrmôni insulina, que garantem as unes vitais n rganism, pderiam ser assim resumidas: 1. Aumenta a capta celular de pentses e certas heses dentr da membrana (aúcares) d sangueplasmática. pr ativa Certas d células sistemacaptam de transprte glicse independente da insulina, a eempl das hemácias, leuccits, medula renal, cérebr e células hepáticas; 2. Prmve  transprte através da membrana de íns (cm ptássi e magnési) e certs aminácids e ácids gras; 3. Estimula a glicgnese ( armaenament de glicse na rma de glicgni) nas células sensíveis cm a bra muscular, célula hepática etc. A glicgnesee éhecinase btida através da ativae das enimas glicgni-sintase (gliccinase) inibi da srilase; 4. Inibe a glicgenlise (quebra d glicgni); Voltar para o sumário

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5. Inibe a glicnegnese (cnvers de aminácids e ácids gras em glicse) hepática; 6. Estimula a lipgnese (síntese de triglicerídes) a partir da capta de glicse, que dá rigem a glicerl-sat que é necessári para a esterica ds ácids gras e rma ds triglicerídes; 7. N tecid adips inibe a lipase intracelular e, cnsequentemente, a liplise (quebra de grduras); 8. Inibe a cnvers de aminácids e ácids gras em crps cetônics n ígad; 9. Estimula a síntese de prteínas. Inibe a prtelise (destrui de prteínas que cmpem s músculs etc.); 10.Estimula a síntese de ácids gras a partir de piruvat (ativa a piruvat desidrgenase); 11. Aumenta  ritm de srila da glicse através d ativa da glicquinase hepática; 12. Ativa a enima lipprteina-lipase, que hidrlisa triglicerídes a partir de lipprteínas; Em suma, a insulina pssui aes ANABóLICAS (estimuland síntese e armaenament) e ANTICATABóLICAS (inibind degrada) sbre  metablism de aúcares, prteínas, e grduras.

3.2 Mecanismo de ação da insulina  A insulina prdu as suas aes através da interas cm receptres especícs da membrana celular. os receptres encntrads em praticamente tdas as células ds mamíers e em abundância em tecids especialmente imprtantes cm  ígad, múscul e tecid adips. o númer de receptres de insulina irá depender da célula send, pr eempl, cerca de 40 na hemácia e 300 mil ns hepatcits e adipcits. (RAMALHo, 1994) o receptr é uma glicprteína que atravessa a membrana celular ee pssui duas(subunidades, uma(tirsina etra-celular, chamada de ala (a) utra, beta b), uma prteína cinase) transmembrana.  Aps a liga da insulina n receptr e sua cnseqente ativa, a subunidade beta se cmprta cm um mediadr intracelular Voltar para o sumário

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que transmite a mensagem que dá iníci a uma série de reaes em cascata. S assim ativadas u inativadas as enimas cm a piruvat desidrgenase, a lipprteín lipase, glicgni sintase etc. A ativa d esistema de da transprte glicse através da membrana é rápida independe síntese dedeprteínas. A insulina parece prmver a mvimenta de transprtadres de glicse para pert da membrana e estimular a sua atividade (KHAN, SCHECHTER, 1991). É imprtante destacar que s receptres pdem ser regulads e infuenciads pr atres diverss: dieta, atividade ísica, hrmônis, agentes armaclgics e a prpria cncentra circulante de insulina.uÉ desavrável  que se chama de aup/dwn avrável para a daregulatin insulina). (regula Assim, s abuss da dieta e a vida sedentária prejudicam, enquant que  equilíbri alimentar e a atividade ísica regular cntribuem para a da insulina n receptr.

3.3 Tipos de insulina  A insulina i islada, em 1921, pr Frederick Banting, pressr de silgia da Universidade de Trnt e Charles Best, um alun brilhante d 4 an de medicina daquela universidade. Um an mais tarde, utiliaram etrats de pâncreas em um jvem de 14 ans de idade cm glicemia de 500 mg/dl, que vinha urinand de 3 a 5 litrs pr dia e evluía rapidamente para a mrte cm  únic tratament dispnível à épca: uma dieta de 450 calrias (SKYLER, 1988 ; KHAN, SCHECHTER, 1991). Cm  sucess prcesss daquele ensai clínic, nseans seguintes ram desenvlvids para islament prdu em escala cmercial de insulina btida de bi e de prc. As primeiras insulinas, btidas de etrats de pâncreas e cristaliadas cm inc duravam apenas algumas hras, necessitand várias injees pr dia, além de serem impuras. A seqncia de aminácids que rmam a insulina s i btida pr Sanger, em 1960, e trs ans mais tarde bteve-se a síntese cmpleta da prteína. A lng btids de décadas, preparads ram eitas insulínics mdicaes cm mair n métd grau de de purea prdu e die-e rentes temps de a. Quant à rigem, as insulinas atuais pdem ser bvina (cm

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trs AA dierentes da humana), suína (um únic AA dierente) e humana. As duas primeiras s btidas daqueles animais, enquant que a humana é btida pr mei de prcesss químics de síntese u pr engenhariaprincipal genéticadesta (síntese pr cepas bactérias). A vantagem última está nespeciais at de ser mens imungnica (capacidade de induir a rma de anticrps antiinsulina).  As insulinas pdem ser misturadas a substâncias que garantam a sua cnserva u mesm que pssibilitem mdicar a dura ds eeits. o quadr 2 apresenta s temps de a das insulinas pr via subcutânea (SC), determinadas pel us de cncentraes distintas de tampes inc, (btida acetat,d sat) u de mdicadras, cm(cm: a prtamina salm). Daíprteínas  nme NPH, Neutral Prtamina Hagedrn. As dierenas ds temps descrits num mesm indivídu u entre duas pessas decrrem de atres diverss, cm  lcal de aplica (a absr é mais rápida na seguinte rdem decrescente: abdmen, bra, nádegas e ca), atividade ísica etc. Quadro 2 - Tipos, Tempo de açÃo das iNsuliNas

3.4 Indicaçes para o uso das insulinas Destacam-se, a seguir, algumas das indicaes para  empreg da insulina n tratament d DM:

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1. pacientes diabétics magrs, cm sinais evidentes de catablism (perda de massa muscular, etc.); 2. pacientes em que as medidas gerais d tratament n armaclgic (dieta etc.), assciadas cm  empreg de agentes hipglicemiantes rais (islads u em cmbina), n btém cntrle das glicemias; 3. pacientes d tip II cm alergia u intlerância as agentes Ho; 4. pacientes d tip II em situaes de estresse: cirurgias, inarte, inees graves etc. 5. diabetes gestacinal u pacientes diabéticas d tip II durante a gesta.

3.5 Reaçes adversas com as insulinas  A hipglicemia é a principal rea adversa ligada a empreg da insulina, send mais requente ns trataments intensivs. Dentre suas causas pderiam ser relacinadas (KHAN, SCHECHTER, 1991): 1. us de dses inadequadamente elevadas; 2. alha n sincrnism entre  mment  pic máim n sangue e a ingest de aliments; 3. miss de reei; 4. presena de cndies que aumentam a sensibilidade às aes da insulina,em cm insucincia supra-renal u hipsária, implicand prejuí na secre de hrmônis que elevam a glicemia cm s gliccrticides e  hrmôni d cresciment; 5. participa de atres que aumentam a capta de glicse independente de insulina, cm s eercícis. Uma histria de cealéias matinais, sures nturns u sintmas de hiptermia deve despertar para a pssibilidade de hipglicemia nturna em pacientes usand insulina. Esta cndi pde ser diícil de detectar uma ve que é cmumente seguida de hiperglicemia matinal de rebte,  chamad eeit Smgyi (KHAN, SCHECHTER, 1991). Voltar para o sumário

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Cm a evlu da técnica de prepar e grau de purea d hrmôni, s atualmente raras utras reaes cm alergia, lipatra, lip-hipertra e edema. A alergia é cmumente restrita a lcal da mais as insulinas bvina e suína d aplica, que cm a send humana. A cmum atra dacm grdura d tecid subcutâne n lcal de aplica (lipatra) parece ser uma variante da respsta imune à insulina, enquant que  aument d depsit de grdura subcutânea (lip-hipertra) representa a a lipgnica de altas cncentraes lcais de insulina. o edema ligad à insulina é atribuíd à reten de sdi u a aument da permeabilidade capilar, ntadamente em pacientes metablicamente descmpensads (KHAN, SCHECHTER, 1991).

4 DROGAS HIPOGLICEMIANTES ORAIS os pacientes prtadres de DMNID prduem insulina, mas esta n cnsegue ser eca para manter  indivídu cm uma glicemia nrmal. os hipglicemiantes rais (Ho) s drgas que aumentam a secre da insulina, ptencialiam sua a em nível de receptr periéric u diminuem a absr intestinal de glicse.  Atualmente, n Brasil, trs grups de agentes hipglicemiantes rais s dispníveis para us clínic: as sulniluréias, as biguanidas e s inibidres da ala-glicsidase. É imprtante rientar  paciente para  at de que elas n s a insulina, hrmôni indispensável para  cntrle da glicemia, síntese de prteínas etc. Cnrme verems a seguir, estes ármacs s empregads cm a nalidade de aumentar a síntese de insulina pel rganism u de cntribuir para melhr eeit d hrmôni.

4.1 Suloniluréias  As sulniluréias (SU) s drgas derivadas d ácid sulônic, que estimulam a prdu de insulina n pâncreas. N mment, n mercad brasileir dispms de alguns tips, que variam em rela à ptncia e a temp de a, cm a clrprpramida, glibenclamida, glicaida e glipiida.

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4.1.1 Características gerais das sulniluréias  As sulniluréias s bem absrvidas pel trat gastrintestinal. Pr alcanarem ideaisutiliadas em puccerca temp, algumas pdemcncentraes bter melhr plasmáticas ecácia quand de 30 minuts antes da reei. Entre 90 e 99% das SU encntram-se ligadas à prteínas plasmáticas de transprte, cm a albumina e este at pde ser relevante n cas d us cncmitante de utrs ármacs que também se utiliam destas prteínas. Este grup de agentes Ho sre metablism hepátic e elimina renal ds seus metablits (KHAN, SCHECHTER, 1991). Em linhas gerais, s resultads teraputics e cuidads cm  us das SU, que dierem entre si quant à ptncia, s semelhantes.  A clrprpamida, que cmpe a lista das SU de primeira gera, apresenta algumas características que devem ser bservadas cm: 1. meia-vida plasmática prlngada (24 a 48 hras), cntrastand cm as SU de segunda gera ilustradas acima de 1,5 a 5 hras; 2. metablism hepátic incmplet, havend necessidade de ba un renal para a elimina de cerca de 20% da drga na rma inalterada; 3. mair incidncia de reaes adversas.  As SU pdem interagir cm utras drgas administradas simultaneamente. S eempls clássics: a) drgas que diminuem  seu metablism hepátic: sulsal e dicumarl; b) drgas que diminuem a ecre renal: enilbutana e aspirina; c) drgas que pssuem eeit hipglicemiante adicinal: aspirina; d) drgas que prmvem deslcament da liga prteica: sulnamida, dicumarl, clbrat, enilbutana e salicilats.  A intera entre a clrprpamida e agentes Ho btids das plantas Mrmdica charantia (mel-de-s-caetan) e Allium sativum (alh) i descrita pr Allam e Stckley (1979), que alertaram para a pssibilidade de hipglicemia. Ds pacientes que incialmente btém  cntrle adequad da glicemia cm  us de uma SU, cerca de 5 a 10% apresentam

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insucess cm a evlu d tratament (KHAN, SCHECHTER, 1991). Algumas causas pdem ser apntadas: 1. mdica individual n metablism da substância; 2. prgress da insucincia endcrina d pâncreas; 3. abandn d esquema incial de dieta; 4. pssível diabetes tip I de iníci lent, inicialmente identicad cm DMNID.

4.1.2 Mecanism de a das sulniluréias  As SU prduem essencialmente aes pancreáticas, estimulam a secre de insulina e a degranula das células b. 1. aumentam s níveis de AMPc (imprtante mensageir intracelular), pr estímul das enima adenilciclase e inibi da sdiesterase. Assim, diminuem a capta mitcndrial d cálci (Ca), aumentand s níveis citplasmátics d Ca, que cnsequentemente ativa um mecanism de micrtúbuls e micrlaments respnsáveis pela ecitse (libera para s vass sanguínes ds grânuls cntend insulina). 2. desplaria direta das células b, permitind mair infu d Ca.  Alguns trabalhs deendem a pssibilidade da eistncia de aes etra-pancreáticas das SU: de que aumentem  númer de receptres insulínics; diminuam a secre d glucagn e a degrada que as SU hepática datenham insulinaaes endgena etra-pancreáticas etc. N entant,imprtantes parece imprvável (KINSLEY, 1994).

4.1.3 Eeits claterais das sulniluréias 1. hipglicemia (é a maniesta mais imprtante, e se asscia à miss u menr ingesta de aliments, desnutri, transtrns hepátics u renais); 2. alergia, tssensibilidade e rash cutâne (vermelhid na pele); 3. reaes de intlerância cm bebidas alclicas (principalmente

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a clrprpamida) pr prejudicar  metablism d álcl etílic. o etanl de at pde intensicar a a de tdas as SU a prvcar hipglicemia. 4. queias d aparelh digestiv: gst metálic, náuseas, vômits, diarréia; 5. algumas rmas de anemia, cm aplástica e hemlítica; 6. lassid; 7. depress da medula ssea e leucpenia, anemia e trmbcitpenia; 8. anemia hemlítica; 9. anrmalidade da un hepática; 10.hepatite alérgica e icterícia; 11.hipnatremia (diminui d sdi circulante) e intica hídrica  A incidncia de hipglicemia severa cm as SU é estimada em 0,22 episdis pr 1.000 pacientes-an, send 400 vees mens cmum quea cm  us regular de insulina. os cass s mais cmuns d cm clrprpamida, devid a temp prlngad de a (KINSLEY, 1994). os hrmônis hiperglicemiantes, também chamads cntra-reguladres, principalmente adrenalina e glucagn tendem a impedir a queda da glicemia a níveis etrems pr antagniar  eeit da insulina durante a hipglicemia e induind a prdu hepática de glicse (SHAMooN, 1992).

4.1.4 Cntra-indicaes para  empreg das sulniluréias 1. 2. 3. 4.

gravide e lacta; alergia prévia a uma sulnamida; insucincia renal; insucincia hepática;

5. hipersensibilidade as SU; e 6. cntra-indicaes relativas: cirurgia, intercrrncias clínicas de mair gravidade etc.

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4.2 Biguanidas  A rmula estrutural das biguanidas assemelha-se à da guanidina, princípi ativ da PETERS, planta Galega cinalis, de us tradicinal na Eurpa (DUNN, 1995). A enrmina, inicialmente cnsiderada cm a drga mais ptente deste grup, i etensivamente utiliada até sua retirada de circula. Ist crreu, junt cm a burmina, na mairia ds países até  nal da década de 70, pel aument da incidncia de acidse lática (DUNN, PETERS, 1995). A dimetilbiguanida, u simplesmente metrmina, i intrduida n mercad em 1957 para  tratament d DMNID. outra característica biguanidas que,assciad a cntrári das sulniluréias e insulina,das seu us n éestá a ganh de pes crpral, uma ve que n aumenta a secre insulínica. o seu empreg é, em geral, prpst para s cass de alncia das sulniluréias ns pacientes cm DMNID, ntadamente s bess.  A biguanida também pde ser cnsiderada em cass especiais de DMID, em asscia cm insulina, cm nas rmas instáveis e de insulin-resistncia. Em suma, as biguanidas atuam melhrand a a da insulina e pssuem indicaes especialmente n DMNID. o seu us nestes n DMID é plmic alguns autresdaasprdu cnsideram inecaes cass já que suae a depende de alguma insulina endgena (QUINTAS et al., 1994)

4.2.1 Características gerais d metrmina o metrmina n aumenta a secre pancreática de insulina e, se usada isladamente, n indu hipglicemia, principalmente através d aument da sensibilidade dsatuand tecids periérics (especialmente  múscul esquelétic) e d ígad às aes da insulina. Desta rma, antagnia a resistncia insulínica. o metrmina parece pssuir eeits benécs sbre s níveis sérics de lipídes e atividade brinlítica, embra sejam claras as implicaes clínicas destes eeits a lng pra (DUNN, PETERS, 1995). o metrmina pssui ba bidispnibilidade, cm absr gastrintestinal (ntadamente n intestin delgad) em trn de seis hras aps a ingest. A c-administra cm aliment diminui discretamente a sua absr. Cerca de 20 a 30%, n absrvids, s eliminads nas ees. Sre rápida distribui ligand-se Voltar para o sumário

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puc a prteínas plasmáticas. N sre metablism hepátic, uma ve que n ram identicads metablits u cnjugads d metrmina. A meia-vida, aps a administra ral, é de 4creatinina, a 8,7 hras pacientes cm eleva da pissend a suaprlngada eliminaem crre pr via renal (DUNN, PETERS, 1995). As bebidas alclicas s cntra-indicadas durante  tratament. Quant à intera cm utras drgas, a acarbse diminui a sua bidispnibilidade. A gma guar diminui a sua absr. A cimetidina pde diminuir a ecre renal d metrmina. (DUNN, PETERS, 1995)  A prescri deve ser iniciada cm a dse de 0,5 a 1g/dia, em dses racinadas durante u aps as reeies, cm aument gradual cnrme a necessidade, até  máim de 2.500mg u trs cmprimids diáris de 850mg.

4.2.2 Mecanism de a das biguanidas  A d que crre cm as sulniluréias, as biguanidas tmcntrári aes essencialmente etra-pancreáticas, n eigind célula b uncinante pis n aetam a prdu de insulina. 1. aument da capta de glicse pels tecids periérics (especialmente múscul esquelétic), desde que haja alguma insulina; 2. estimula da utilia celular de glicse através da gliclise anaerbica. A inibi da ida de glicse até Co² (diid de carbn) aumentasa seus prdu ácid láticbem e pirúvic e, cnseqentemente, níveisdesangínes, cm de crps cetônics (QUINTAS et al., 1994); 3. a anreígena; 4. redu da absr intestinal de glicse (eeit mens preminente cm a metrmina) e mair utilia pels entercits (células intestinais). Este eeit parece ser dse dependente (QUINTAS et al., 1994); 5. Redu a glicnegnese hepática; 6. Aumenta  númer de receptres de insulina (embra eistam dads cnfitantes na literatura); e Voltar para o sumário

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7. Prdu algum grau de inibi da síntese lipídica cm clesterl e triglicerídes (QUINTAS et al., 1994).

4.2.3 Eeits claterais das biguanidas 1. Acidse lática – decrrente d acúmul de ácid látic na circula – é, indiscutivelmente, a cmplica mais temida. Embra rara, parece estar vinculada a us inadequad d medicament, em pacientes prtadres de cmprmentiment renal u hepátic, dena cardivascular u em cndies clínicas de hipia (que predispem a aument da prdu tissular de lactat). o risc de acidse lática cm  empreg da biguanida é da rdem de 0,007 a 0,01 episdis pr 1.000 pacientes-an, enquant que a taa de mrtalidade cm esta cmplica é estimada em 35% (KINSLEY, 1994). A incidncia de acidse lática cm a enrmina é cerca de 10 vees mais cmum (MooRADIAN, 1996); 2. Distúrbis gastrintestinais – crrem em 5 a 20% ds pacientes e incluem: náuseas, vômits, diarréia, anreia e gst metálic. Estas maniestaes pdem ser minimiadas cm a sua administra durante u aps as reeies. outr recurs é  de reduir a dse, trnand a aumentá-la cnrme a necessidade. os transtrns gastrintestinais pdem surgir aps um lng temp de tratament; 3. N causa hipglicemia u ganh pnderal; 4. Prejuí da absr intestinal da vitamina B12 e lat, cmusem 5. mente Redu dmair apetiteimplica (anreia).clínica (MooRADIAN, 1996);

4.2.4 Cntra-indicaes das biguanidas 1. Gravide e lacta; 2. Insucincia renal rgânica u uncinal, inclusive cass leves (creatinina sérica 1,5 mg/dl em adults, u ainda menr cnrme a idade e a massa muscular); 3. Enermidades agudas que representem risc de altera da un renal: desidrata (diarréias e vômits), ebre, estads Voltar para o sumário

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4. 5. 6. 7. 8. 9.

inecciss e/u hipics graves (chque, septicemia, inec urinária, pneumpatia); Insucincia hepática; Intica alclica; Descmpensa cet-acidtica, pré-cma diabétic; Úlceras gastrdudenais em atividade; Insucincia cardíaca; Diabétics magrs (QUINTAS et al., 1994).

4.3 Inibidores da ala glicosidase os carbhidrats ingerids na dieta cmeam a sua degrada n duden. De maneira distinta a que crre cm a a-amilase pancreática – que se hidrlisa na lu intestinal – tdas as demais glicsidases se lcaliam na mucsa d intestin delgad. A  acarbse inibe as a-glicsidases (CALLE-PASCUAL et al., 1992). Send assim, s inibidres da a-glicsidase, cm a acarbse, reduem a absr gastrintestinal de carbhidrats, send chamadas também de “blqueadres de amid”. Este ármac redu a glicemia e tende a causar perda de pes. Estes agentes s também chamads de anti-hiperglicemiantes, uma ve que usads isladamente n resultam em hipglicemia.

4.3.1 Características gerais ds inibidres da a-glicsidase  A absr da acarbse para a circula sistmica n é necessária, uma ve que a drga eerce seus eeits dentr d intestin. Estuds mstram que a sua absr intacta para a circula sistmica é da rdem de 0,5 a 1,7%. N entant, inrmaes btidas sbre a ecre renal apntam para uma absr da rdem de 35% da dse administrada, send principalmente metablits rmads n intestin que pdem também ser encntrads n sangue. o percentual da drga quecncentra é distribuída ligada a prteínas plasmáticas é dependente da sua n sangue, send inversamente prprcinal à mesma. A elimina da acarbse pde crrer pr clivagem pr enimas intestinais u pr bitrans-

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rma pr micrrganisms presentes n aparelh digestiv (BALFoUR, McTAVISH, 1993).

4.3.2 Mecanism de a ds inibidres da a-glicsidase  A acarbse é um ligssacaríde que inibe reversivelmente as enimas intestinais chamadas de a-glicsidase, respnsável pela digest de carbhidrats (CH) cmples e dissacarídes para mnssacarídes absrvíveis. Assim, a acarbse retarda a absr ps-prandial de glicse, resultand em atenua ds pics de glicemia, insulinemia e triglicerídes aps as reeies. Cnsiderand-se  mecanism de a,  seu empreg é deendid tant para s pacientes DMID quant para s DMNID. Embra n parea eercer um eeit diret sbre a resistncia insulínica, ensais clínics apntam que a drga é capa de reduir a glicemia ps-prandial e de jejum respectivamente em 20% e 10%. A queda na glicemia de jejum é atribuída a um eeit indiret (BALFoUR, McTAVISH, 1993). Alguns autres precniam  us islad da acarbse n tratament d DMNID (CHIASSoN et al., 1994).

4.3.3 Reaes adversas ds inibidres da a-glicsidase 1. transtrns gastrintestinais; 2. meterism, fatulncia, distens abdminal; 3. diarréia; 4. eleva das enimas hepáticas em dses superires a 600mg/  dia; 5. anemia. os distúrbis gastrintestinais acima descrits s causads pela ermenta intestinal de carbhidrats n absrvids e pdem ser minimiads cm  temp de us u iniciand-se  tratament cm dses baias. As maniestaes sistmicas s raras (BALFoUR, McTAVISH, 1993). A redu da ingesta de carbhidrats parece atenuarpis a severidade dsquantidade eeits adverss da acarbse, depende da de CHgastrintestinais presente na alimenta (MooRADIAN, 1996). Na eventualidade da crrncia de hipglicemia, em paciente Voltar para o sumário

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utiliand acarbse em cmbina cm agente Ho u insulina, deve ser administrada glicse, uma ve que a sacarse u um CH cmple n ser prntamente ecaes para revers ds sintmas (MooRADIAN, 1996).

4.3.4 Cntra-indicaes para  empreg ds inibidres da a-glicsidase 1. 2. 3. 4.

gravide; lacta; transtrns crônics da digest e absr intestinal; úlceras de instestin grss.

4.4 Outras drogas Nvas ármacs vm send pesquisads, cm  grup das tialidinedinas (ciglitana, trglitana etc.) que pssuem eeit antihiperglicemiante, aumentand  metablism basal da glicse e a lipgnese e eleva  númer de receptres de insulina (KHAN, SCHECHTER, 1991).  A trglitana mstru-se capa de melhrar a resistncia insulínica, baiar a prdu hepática de glicse e melhrar as glicemias de jejum e ps-prandial em pacientes DMNID (WoFFENBUTTEL, 1995). A ecácia desta drga i bservada tant n empreg islad quant cm a administra cncmitante cm as SU (MooRADIAN, 1996). os estuds iniciais cm alguns ds agentes deste grup ram interrmpids devid a apareciment de séria ticidade hematlgica (MooRADIAN, 1996).

COMPLICAÇõES AGUDAS E CRôNICAS DO DIABETES MELLITUS N é nss bjetiv  detalhament da sipatlgia (mecanisms cm surgem) u  tratament das cmplicaes. Este capítul busca ressaltar a imprtância d bm cntrle glicmic Voltar para o sumário

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visand, especialmente, à preven das cmplicaes d DM. Para tant deve  clínic mnitrar seu paciente, para que n se surpreenda cm as cmplicaes. Esta mnitria deve ser eita ns pacientes através dsagens de glicemias - requentes, rutsamina (que avalia as scilaes das glicemias nas últimas 2 u 3 semanas), hemglbina glicsilada a cada 2 u 3 meses, micralbuminúrina semestral e und de lh anual, ns pacientes que usam insulina. Devems ainda incentivar a realia de glicemias capilares (testes da glicse eitas cm gta de sangue da etremidade ds deds) n decrrer d dia, para surpreender preccemente qualquer descntrle metablic.  A cada cnsulta,  paciente deve ser estimulad a ampliar seus cnheciments sbre a dena (s tips, a diversidade d quadr clínic, as cmplicaes etc.) e seu tratament, mesm aqueles que se utiliam apenas da restri alimentar de aúcares e ds chás de plantas medicinais.

1 COMPLICAÇõES AGUDAS  As cmplicaes agudas representam risc de vida para s pacientes que as desenvlvem e s as mais temidas pel diabétic e seu médic. S mais cmuns n DMID, mas pdem crrer ns pacientes que aem us de hipglicemiantes rais. Elas pdem crrer pr alta u ecess de glicse na circula. Send a hipglicemia talve a mais temida de tdas as cmplicaes, pela sua apresenta de rma variada e às vees n percebidaevluir nem pel dente, nem pelsa que  cercam. Sem tratament, pde rapidamente e levar mrte. os sinais e sintmas da hipglicemia pdem ser dividids em adrenérgics (causads pela descaga rápida de adrenalina para  sangue) e neurglicpnics (decrrentes da diminui da glicse n sistema nervs central). Cmpem  primeir grup: palpitaes, taquicardia, tremres, palide, enjôs e sensa de me. Ligads à neurglicpenia: astenia, incerncia, snlncia, vis dupla, distúrbis da cnduta, cnvulses, alucinaes, perda d cnheciment e cma (ALAD, 1995). Em vluntáris nrmais que receberam inuses de insulina, s sintmas hipglicmics surgem quand a glicse cai para cerca de 45mg/dl, mas s mesms pdem crrer em presena de Voltar para o sumário

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cncentraes mais elevadasm dependend da velcidade e da magnitude da altera (KHAN, SCHECHTER, 1991). Seu tratament é basead na administra rápida de aúcar, seja pr via ral – se  paciente estiver em cndies de englir –seja pr via intravensa, através da glicse hipertônica (amplas que cntém slu de glicse a 25% u 50%) u sr glicsad (que cntém glicse a 5%). Algumas vees pde ser necessári  us injetável de glucagn.  A hiperglicemia pde evluir para dis tips de cmplicaes graves: a cetacidse diabética (CAD) e  cma hipersmlar n cettic. Estas descmpensaes crrem mais especialmente em pacientes que descnhecem que s prtadres da dena u ns que abandnam  tratament e apresentam lngs períds de descmpensa metablica. S causas precipitantes as ineces graves e utras patlgias que prvcam estresse, cm inarte d micárdi, acidente vascular cerebral, cirurgias, traumatisms etc. (ALAD, 1995). N primeir cas, caracteriad pela decincia grave de insulina e mais típic d DMID,  paciente apresenta uma acidse metablica (queda d pH d sangue) decrrente d acúmuleletrlític de crps cetônics u cetácids, desidrata e desequilíbri (alteraes ds níveis sanguínes de ptássi, sdi etc.). Além d prejuí das unes cerebrais (ind de snlncia a cma), s encntradas alteraes cm: respira e hálit característics  – descrit cm semelhante a “ma pdre”. Já n cma hipersmlar,  paciente DMNID apresenta níveis de insulina sucientes para impedir a rma ds cetácids e n há acidse metablica, mas desenvlve um quadrimprtante, cm níveis bastante elevads de glicemia e uma desidrata capaes de levar a cma. Ambs s cass requerem interna hspitar, hidrata abundante e us de insulina de a rápida pr via endvensa u intramuscular.

2 COMPLICAÇõES CRôNICAS  As cmplicaes crônicas embra n t temidas, mas s de instala prgressiva, às vees silencisamente, e cm pucas alternativas teraputicas. Pde levar  indivídu lentamente à cegueira, à insucincia renal e à mrte. Voltar para o sumário

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 As cmplicaes crônicas aparecem em qualquer tip de diabetes depis de alguns ans de evlu de dena e tem-se  cnceit de que  mau cntrle precipita seu  apareciment. Pr ist,  melhr tratament parabm as cmplicaes crônicas DM ainda é a preven, cm um cntrle metablic dad dena. Tem sid prpst que a hiperinsulinemia está assciada a utras anrmalidades metablicas vistas n DMNID, incluind a hiperlipidemia (eleva ds níveis de lipídes n sangue), deeits brinlítics e hipertens arterial. Além de iniciar u agravar estes atres de risc cardivasculares, a hiperinsulinemia também pde induir a prliera ds cmpnentes da parede da artéria, atuand cm atr de cresciment e aumentand a predispsi para as denas vasculares.

2.1 Angiopatia  A angipatia pde ser de pequens vass (micrangipatia) u grandes vass (macrangipatia). A micrangipatia levaria à retinpatia, nerpatia e neurpatia que descreverems em tpics a seguir (KENN, 1988).  A macrangipatia que crre n diabétic é semelhante à que crre em pacientes n diabetics. S casinadas pr prcesss ateresclertics ds vass que dicultam a irriga ds tecids e prvcam a isquemia cardíaca e  inart d micárdi, a dena vascular periérica e cerebral. Sabe-se que s hmens diabétics s acmetids numa reqncia duas vees mair que esacmete n diabétics e nas mulheres esta reqncia é ainda mair mulheres jvens. Ns pacientes cm DMID esta reqncia pde ser cerca de 10 vees mair que na ppula em geral.  A dena cardivascular e  inart s imprtantes causas de mrte súbita n DMID jvem.  A dena vascular periérica pde se maniestar cm claudica intermitente ( paciente anda e sente dr; é brigad a parar de andar, aliviaprincipalmente a dr; vlta a andar e assim sucessivamente), úlceras isqumicas de membrs inerires e gangrenas. Estas s algumas das aeces prmvidas pela angipatia diabética, numa mesclagem de macrangipatia e micrangipatia.

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Precedida u acmpanhada de hipertens, as denas vasculares cerebrais que v desde a isquemia até  acidente vascular cerebral (derrame) s de reqncia mais elevada e de pir gravidade ns pacientes cm diabetes. É neste sentid que se trna indispensável  bm cntrle da press arterial n diabétic.

2.2 Retinopatia  A retinpatia diabética (RP) é cnsiderada uma cnseqncia da hiperglicemia, send prpsta a hiptese de que esta última aeta a circula retiniana e indu isquemia e hipia (respectivamente, fu sanguíne e igena precáris) pr váris mecanisms patlgics (KLEIN, 1988). Aps 10 ans de DM, aprimadamente 50% ds pacientes tm RP; aps 15 ans, 80% deles (MS, 1993). Daí nvamente enatiar a imprtância de manter a glicemia cntrlada através ds ans e  eame peridic d und de lh, ntadamente prque a RP n causa sintmas sen em estágis bem avanads e irreversíveis. o Ministéri da Saúde recmenda  encaminhament de pacientes diabétics a talmlgista, dentre utras indicaes, ns pacientes sintmátics cm: 1. vis turva que persiste pr mais de um a dis dias u n assciada a scilaes da glicemia; 2. perda súbita da vis de um u ambs s lhs; 3. pnts negrs, linhas u esctmas cintilantes (manchas brilhantes) n camp visual. o lh d diabétic é, ainda, cmumente alv de utras enermidades, cm catarataintra-cular) (pacica d cristalin) e  glaucma (aument da apress agud.

2.3 Neropatia  A nerpatia diabética (NF) surge em decrrncia da micrangipatia a nível da micrcircula renal. A altera básica da un renal é permitind a perda de seletividade da membrana ltra d glmérul, a perda de prteínas cm de a albumina e utras macrmléculas. Ns primeirs 10 ans aps  iníci d DM crre um aument da taa de ltra glmerular, devid à hiperglicemia, e micralbuminúria (ecre de pequenas quanVoltar para o sumário

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tidades de albumina), acmpanhad d aument d tamanh ds rins. Acredita-se que as leses renais nesta ase sejam reversíveis cm  cntrle da glicemia. Cm  temp cmea a haver a prteinúria em mair intensidade, surgind  edema e queda na ltra glmerular. Cerca de 10 ans depis se instala a insucincia renal terminal. A alncia d rim pde ser acelerada, também, pr ineces urinárias, pela hipertens arterial e  us de drgas nerticas. A cada an u a intervals menres, cnrme  cas, dever ser realiads eames da urina cm cultura, prteinúria de 24 hras e depura de criatinina – avaliand a un renal (MS, 1993). Assim, a epectativa de vida d diabétic pde ser aumentada em que  paciente é envlvid num enque preventivnademedida cnstante aten à saúde.

2.4 Neuropatia  A Asscia Americana de Diabetes e a Academia de Americana de Neurlgia denem que, em pacientes cm diabetes mellitus cmprvad, a neurpatia (NP) é a asscia de sintmas de envlviment ds nervs periérics cm sinais anrmais e/u medidas bjetivas (cm a diminui de refes e prejuí da cndu nervsa, respectivamente) sem evidncia de utras causas de NP (e.: cnsum de bebidas alclicas e drgas, hiptireidism, denas hereditárias etc.). Na ausncia de sintmas, mas utiliand-se s mesms critéris, é chamada de NP subclínica.  A prevalncia desta cmplica crônica d diabetes, ns EUA, i estimadadecm de até subjetivas), 55% send (baseada em 62% sinais)(cm e debase 100%nasdsqueias cass cnsiderand-se a realia de eames, cm a velcidade de cndu mtra. Assim, as anrmalidades da cndu nervsa s etremamente cmuns n diabetes, send que s sintmas crrem em 10 a 50% ds indivídus, tend rela cm a dura da dena (BAYS, 1988). Embra raramente seja repnsável pela mrte d paciente, a NP diabética (NPD) é imprtante causa de incapacita e invalide. Lamentavelmente, já i cmprvad pr alguns estuds que a NPD pssui caráter prgressiv, estimand-se que haja um aument na prevalncia de 8%, n mment d diagnstic, para 50%

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ds cass aps 25 ans de dena. Pr utr lad, é cnsens que a crre da hiperglicemia, e mais que ist,  cntrle rigrs da glicemia, tem imprtante papel na preven e n tratament desta e utras cmplicaes d DM. Ilustrand um puc mais, as NP diabéticas pdem ser divididas em dis grandes grups: smáticas e autnômicas. D grup das neurpatias smáticas, s eempls: 1. Indlr: as rmas simétricas (acmetem bilateralmente) distais (ms e pés) sensriais (e. perda das sensaes de dr, temperatura, tat e vibra cm uma distribui típica cm se sse uma luva u meia) e assimétricas (e. nervs intercstais). 2. Dlrsa: a rma simétrica distal é a mais reqente das síndrmes de NP mtras, maniestand-se cm perda da sensibilidade e dres debilitantes; assimétrica, as mnneurpatias aetand nervs cm s ds músculs da ace e culares (quadrs de estrabism e paralisia acial pdem ser bservads) e até s nervs intercstais (simuland denas trácicas e até  inart d micárdi). Mais cmumente, n entant, s s descrit cm “m acmetiments unilaterais caída”;demural nerv radial, e perneal levand (“péacaíd”). quadr D grup das neurpatias autnômicas, s eempls: 1. Cardivascular: cm pssível intlerância a eercíci, taquicardia de repus, hiptens pstural (queda da press arterial cm a psi de pé); 2. Gastrintestinal, pdend eplicar a gastrparesia (retard n esvaiament gástric) e sintmas cm náuseas, vômits e “má digest”, bem cm algumas rmas de cnstipa e diarréia. 3. Geniturinária: cm reten urinária (diculdade na mic) e, especialmente prblemátic para s hmens, a imptncia seual. Neste cas, é imprtante  diagnstic dierencial cm utras causas cm  us de medicaments, traumatisms, decincia hrmnal, atersclerse e até mesm a psicgnica (pr atres emcinais). 4. Cntra-regulatria: prejuí das respstas autnômicas refeas em presena de uma hipglicemia; 5. Sudmtra: distúrbis ds mecanisms da transpira. Voltar para o sumário

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N tratament da NPD, além d cntrle rigrs da glicemia, pdem ser utiliadas, dentre utras, drgas analgésicas (ácid acetil salicílic, paracetaml, prpien e até cdeína), antidepressivas (imipramina, nrtriptilina, anticnvulsivantes atuam na cndu nervsa,fuenaina), e.: carbamaepina e enitína)(que e s inibidres da aldse redutase. Este últim grup assume imprtância cnsiderand-se a sipatlgia da NPD (s mecanisms que levam à les d nerv). De rma sucinta, ns nervs ds diabétics crrem alteraes cm  aument da entrada de glicse e acúmul d glicgni nas mitcôndrias. A hiperglicemia predispe, na bra nervsa, àa glicsila prteínas de transprte, ist é, a glicse se liga uma prteínadecm a Na/KATPase e prejudica a sua un.  Assim,  miinsitl (uma rma de aúcar ds aliments que nrmalmente se cncentra e tem imprtante papel n nerv) tem sua capta cmprmetida. Há alteraes na síntese de mielina pela glicsila. ocrre ainda  chamad aument da via plil, nde a enima aldse redutase (que cnverte glicse em srbitl) leva  nerv a acúmul deste últim e alteraes smticas. Estes enômens levam a respstas celulares anrmais, distúrbis de cnduDA e disun das bras (BAYS, 1988 ; MINISTÉRIo SAÚDE, 1993). Nsnervsas últims ans, diverss trabalhs dedicam-se à identica da atividade inibidra da aldse redutase em prduts de rigem vegetal, cm verems ns capítuls seguintes.

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“A ora da maior parte dos  países em desenvolvimento  permanece em grande inex plorada do ponto de vista de sua utilização prática.” 

Farnsworth, 1985

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ASPECTOS GERAIS NO PREPARO E NO CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS E FITOTERÁPICOS HIPOGLICEMIANTES Paul Jsé Siel 

INTRODUÇÃO Cnstatu-se, ns últims ans, um ressurgiment d empreg de plantas medicinais e de tterápics. Seja pr mdism u pr uma reaprima cnciliatria d hmem cm a naturea a cada dia ganha devastada pr ele,mais  at adepts é que-aleigs, prcura armaclgistas pr estes medicaments, e médics - integrand  lclre cm a cincia e a clínica, diminuind, dessa rma a distância que separa quintais e matas ds labratris de pesquisa e cnsultris médics. Para a grande mairia das plantas tidas cm medicinais, altam evidncias labratriais e clínicas cmprbatrias de ecácia e segurana, send que seus supsts mérits teraputics relativs, devem-se principalmente a inrmaes empíricas e subjetivas da medicina lclrica. Grande parte ds trabalhs publicads inspira também puca cnabilidade devid a métds de investiga inadequads. o reestud cientíc das plantas medicinais envlve brigatriamente uma padrnia ds métds de investiga, e sbretud, um eciente cntrle da matéria-prima, desde a cleta até  prdut acabad. Embra estana precupa n seja recente, a realidade brasileira mstra que, prática, a qualidade das drgas erecidas a cnsumidr n é das mais satisatrias, cntribuind nesse sentid para desacreditar a tterapia cm tratament cnável tant para

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s médics quant para s pacientes. (BATISTIC, 1989) Recentemente, a Funda oswald Cru e a Secretaria de Saúde d Estad d Ri de Janeir elabraram uma prpsta de legisla de plantas medicinais e tterápics para garantir sua qualidade, em un de que muits abricantes cnseguem  registr destes prduts dits naturais cm aliments, cnseguind burlar a scalia, além de ugir à eigncia de islar  princípi ativ e apresentar prvas de sua ecácia. (FoLHA Do FARMACêUTICo, 1994) Lamentavelmente, é precupante que, t prim d sécul xxI, nestas circunstâncias, alguns medicaments ainda sejam cmercialiads cm sua qualidade apiada em prpriedades rganlépticas para ns culináris, e dependam da ba é d abricante para a venda de um prdut hnest.  A mairia ds princípis ativs é de naturea química descnhecida, n apenas pr de serem encntrads em cncentraes reduidas, u terem estruturas etremamente cmpleas, mas também pela diculdade de etrair da planta tds s seus cnstituintes. Neste últim aspect, infuem a baia slubilidade, prte pr membranas puc permeáveis, pequena(GoTTLIEB, sensibilidade1968) d métd e decmpsi térmica u idativa.  A prcura de um princípi ativ em uma drga pde ser cmparada, algumas vees, a percurs de um detetive em busca de um suspeit, que nem sempre é  culpad. Certas substâncias aparecem e smem subitamente, cm num passe de mágica. Mthes et al (1974) bservaram que nenhum alcalide indlic era encntrad nas sementes de vincapervinca (Catharanthus rseus G.Dn), send detectads, psterirmente, a germina, nde permaneceram cmpletamente trsdurante semanas na planta, e pr a seguir, desapareceram quase cmpletamente, para nalmente reaparecer em cerca de it semanas. Durante  estud desta planta para investigar seus pssíveis eeits hipglicemiantes, i bservad que um grande númer de rats tratads cm etrats de lhas mrreram pr inec pseudmnica, em cnseqncia de uma severa redu de leuccits (BEVER, 1980). o recnheciment deste eeit levu psterirmente à descberta de dis alcalides antimittics: vimblastina e vincristina (NEUSS et al., 1964). Voltar para o sumário

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Entretant, as investigaes ds eeits hipglicemiantes n ram abandnadas, send identicads utrs alcalides – leursina, vindlina e vindlinina – cm esta prpriedade, que s mais 1980).ptentes que a tlbutamida em dses equivalentes. (BEVER, De utras plantas tidas cm antidiabéticas – e pertencentes a inúmeras amílias – ram islads e puricads princípis ativs das mais diversas classes de cmpsts químics, cm prpriedades hipglicemiantes, tais cm plisacarídes, prteínas, favnides, esterides, terpenides e alcalides. (IVoRRA et al., 1989) Essas substâncias pdem servir de reerncia para cntrle de qualidade dsmais vegetais, permitind assim quantitativas aprimradas d que emanálises relaqualitativas a um etrate ttal u racinad d vegetal. Enquant a Bumelia sartrum (quiaba) tem um cmpnente ativ principal identicad –  ácid bássic – (NAIK et al., 1991), em utrs cass, uma mesma planta pde ter váris princípis ativs de mesma prpriedade e de classes químicas dierentes também caracteriads. Ivrra et al. (IVoRRA, 1989), em trabalh de revis, reerem que,hipglicemiantes da Mmrdica acharantia (mel de S.Caetan) s substâncias ‘charantina’ – uma mistura hmgnea de b - sitsterl - D - glicsíde e 5,25 - estigmatadien - 3 -b- l - glicsíde – e também um plipeptíde,  ‘plipeptíde - p’.  Assim send,  princípi ativ adquire imprtância na identica da planta, embra sua presena pssa n ser sempre bservada em etrats nrmalmente btids pel racinament da drga em etraes previamente padrniadas. Pdem ser muitas as variaes em sua cncentra, infuenciadas pr diverss atres, e que alteram signicativamente as prpriedades armaclgicas. Mdest Filh (1989), analisand etrats etanlics de Bumélia sartrum, btids de amstras distintas da mesma espécie, clhidas em dierentes lcais e épcas d an, bservu alteraes nas prpriedades químicas e armaclgicas. De uma amstra, i islada uma substância majritária, caracteriada cm ácid bássic – um ácid triterpnic insaturad – e, da utra amstra, ram etraíds diverss triterpenides, entre eles,  espinasterl, taraerl e ácid leanlic. Da primeira amstra i demnstrad eeit hipglicemiante em rats nrmais e diabétics, enquant a segunda amstra apresentu puca atividade. Voltar para o sumário

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Fica assim evidenciad que substâncias isladas em mair prpr de determinada amstra n representam, brigatriamente, s principais cmpnentes ativs da drga, e, prtant, um ensai seqencial é Assim prcediment crrettquípara a pesquisa darmaclgic princípi ativ. send, a mais abrdagem mica é imprtante, mas d pnt de vista armaclgic, apenas quand r acmpanhada de ensais que determinem a DE50, de cada ra, para identicar  cmpnente principal.  A partir d que i epst anterirmente, ca evidente que  estud armaclgic de etrats de plantas apresenta características e prblemas n s mais cmples, cm também dierentes daqueles vericads cm ármacs Destas diculdades, cnstam principalmente  puc sintétics. cnheciment da naturea d princípi ativ e suas variaes de cncentra, numa amstra vegetal.  Apesar d etrat ser preparad cm base num métd padrniad eatamente cm é descrit numa armacpéia, ist n implicará brigatriamente para a cnstância d seu cnteúd, pis, plantas btanicamente iguais, clhidas em estágis dierentes de crescimentvariáveis e desenvlvidas em lcais distints, pdem cnter cncentraes de princípis ativs. Em cnclus, se uma determinada planta é necessária em grande quantidade e é btida pr dierentes rnecedres que a cletam em estad silvestre em váris lcais, a invés de ser plantada, ist pderá acarretar um atr adicinal de err nas avaliaes armaclgica e teraputica. Assim send, antes de qualquer abrdagem armaclgica, é imprescindível a padrnia qualitativa e quantitativa d material empregad através d cntrle de qualidade.

CONTROLE DE QUALIDADE BOTÂNICO  A classica btânica d material analisad deve ser  primeir pass para  cntrle de qualidade da drga. Esta deverá ser cmparada macr e micrscpicamente a uma amstra padr, armaenada em herbári, que serve cm reerncia para identica. o vegetal é designad em latim, tant para  gner quant para a espécie, seguid d nme d autr, nrmalmente abreviad, cnstituind dessa rma sua nmenclatura cientíca, que é priritária para  cntrle da drga. Voltar para o sumário

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Estes cuidads s necessáris, pis n é incmum num país cntinental cm  Brasil, a mesma planta antidiabética ter denminaes ppulares distintas cm: Chrysbalanus icac L. (guajeru; guajuru; abageru; bageru); Bauhinia rcata (pata-de-vaca; unha-de-vaca; mrr). ou ent, embra dierentes, pssam apresentar pel mens um nme vulgar cmum: Caesalpinea errea, M. (jucá, jucaína, pau-err); Apuleia errea, M.(pau-err). N ams Dicinári de plantas úteis d Brasil e das eticas cultivadas, de Pi Crra (1931), s relatadas tree espécies da amília das Cmpstas cm  nme de carqueja, além de utras derivaes pertencentes a utras espécies d mesm gner cm carqueja amargsa, carqueja de lha grande,miúda. carqueja d pântan, dce, carqueja lhuda e carqueja  A indicada cm antidiabética, e estudada clinicamente pr Bragana (1995), é a carqueja amargsa (Baccharis genistellides P.), descrita minucisamente pr Crra (1931), aqui resumida cm um subarbust eret, rams e sem pls, até 80cm de altura, rams lenhss, trs aéres em tda etens, prém cm as alas seccinadas alternativamente; lhas nulas e capítuls reunids, dispstsrut a lng dslinear, ramssem na intersec das alas; fres amareladas; aquni pls, pequen. A dierencia desta espécie das demais d gner Baccharis deve ser eita através das fres, caule e suas alas. É imprtante enatiar estes aspects, prque a utilia errônea de uma espécie cletada indevidamente pr pessas ignrantes u desnestas implicará, atalmente, na inbservância ds eeits armaclgics prevists. Jaccud (1982) cita a cleta indiscriminada de tds s Slanum cnhecids que se assemelham a Slanum paniculatum (jurubeba). Segund Ruschi (1987), mais de 50% da Thuya ccidentalis que circula n mercad armacutic pde ser Cupressus pyramidalis (cipreste cmum), incluind rmulaes e tinturas. Batistic et al (1989) eaminaram diversas espécies de ‘chás medicinais’, e encntraram algumas alsicaes, tais cm a substitui da Pimpinella anisum (erva-dce) pela Feniculum vulgare (unch). os autres armam ainda  interesse cmercial para que  nme ppular erva-dce nacinal seja adtad, legalmente, para a espécie F.vulgare. Nesta mesma reerncia, é inrmad que  capim-lim u chá-de-estrada (Cymbpgum ctratus) tem sid cmercialiad cm erva-cidreira (Melissa cinalis). Voltar para o sumário

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COLETA DA DROGA. VARIAÇõES DE COMPOSIÇÃO  A cleta d vegetal deve ser estabelecida individualmente para cada espécie, em un partes d material btânic (drga) utiliadas n prepar dsdas etrats. Para plantas antidiabéticas, algumas recmendaes pdem ser eitas n sentid de utiliar determinadas partes. (ALMEIDA,  AGRA, 1986) a) Flhas Annnna muricata L. (gravila); Chrysbalanus icac L. (guajeru); SalviaCecrpia cinalis L. (sálvia); Bauhinia rcata L. (pata-de-vaca); hlleuca M. (imbaúba); Eucaliptus glbulus Labill (eucalipt); Myrcia multifra (Lam.) D.C. (pedra-hume-caá); Averrha carambla L. (carambla); Juglans regia L. (ngueira); Phyllantus niruri L. e Phyllantus emblica L. (quebra-pedra). b) Casca d caule Anacardium ccidentale L. (cajueir); Tecma curialis Saldanha Curatella americana L. (caju-brav); Caesalpinea(ip-r); errea Mart. (pau-err); Stryphndendrn barbatim Mart. (barbatim); Bwdichia virgilliides, H.B.K. (sucupira-branca); Bumélia sartrum Mart. (quiaba). c) Casca d rut Punica granatum L. (rm). d) Tda planta Baccharis genistellides Pers. (carqueja). e) Rai Taraacum cinale Weber (dente-de-le). ) Frut Mmrdica charantia L. (mel-de-s-caetan). g) Sementes Phaselus vulgaris L. (eij); Ficus glmerata Rb. S undamentais s cnheciments especícs sbre  sl, a altitude, a idade da planta, as cndies climáticas de lu e umiVoltar para o sumário

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dade, pis é sabid que estes atres infuenciam a cmpsi da drga. (MoDESTo FILHo, 1989 ; CIêNCIA HoJE, 1989). Num aspect geral, alguns cuidads especiais pdem ser cnsiderads, para que a cleta das plantas seja eita preerentemente em hráris de menr luminsidade e temperatura, em dias n chuvss, ntadamente para vegetais passíveis de cntamina pr afatinas. (RICCIARD, FERREIRA, 1986) Diverss dads de variaes, quantitativas e qualitativas de plantas cntend alcalides, mstram que estes cmpsts n s prduts nais inertes d metablism. (RoBINSoN, 1974) Send s vegetais tm uma épca uma certa redu para a clheita, aquelesassim, envelhecids pdem apresentar ns seuse princípis ativs,  que s trnam n apts para  prepar de medicaments. Variaes circadianas pdem crrer, e acarretar cncentraes, pela manh, quatr vees maires d que à nite para a mrna e a atrpina. (BANNERMAN, 1982). Sementes de urucum (Bia rellana) s citadas cm hipglicemiantes, embra identica princípisapresentam ativs. (IVoRRA  et al., 1989). As sem mesmas sementesdeentretant, variaes de seu crante principal – biina – que v de 0,2% a 5%, send este valr máim, bservad em amstras das regies Nrte e Nrdeste brasileiras, atribuíd à mair intensidade de irradia slar e à umidade ambiental destas regies. (CIêNCIA HoJE, 1989). Se tais variaes para  princípi ativ hipglicemiante s semelhantes à da biina, smente uma investiga detalhada pderá revelar.  A partir dessas inrmaes, ca evidente a imprtância ds cuidads cm a cleta das plantas, cm  bjetiv de manter seus princípis ativs de acrd cm as características qualitativas e quantitativas previstas para a devida transrma em tterápics. Entretant, se estas características s sempre preservadas, é diícil de respnder. Marques e Bri (1989) cnstataram que diversas empresas btm seus materiais rescs de 19 distribuidres nacinais, recrrend apenas as nmes ppulares, além de s aerem eames superciais desse material. Inelimente, a qualidade d tterápic já pderá ser prejudicada Voltar para o sumário

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nesta etapa inicial, cas alguns cuidads básics na cleta das plantas n sejam eetuads.

DESSECAÇÃO DAS DROGAS Este prcess tem pr nalidade evitar que as substâncias sejam alteradas cm  temp. Para iss, s necessáris cuidads para que, durante sua realia, n crra a destrui ds cmpnentes ativs, devend ser bedecidas algumas nrmas especiais, de acrd cm as drgas empregadas. Basicamente, a desseca da drgadeve é eita ar livresbre u emuma estua. N primeir cas,  material ser a clcad superície seca, em ambiente aprpriad cm rela a islament e ventila, evitand a epsi direta ds rais slares. Tais prcediments tm pr nalidade  prcessament da desseca num temp tim, de rma hmgnea, sem prvcar a evapra apenas supercialmente. Já na desseca pr estua, embra mens ecnômica que a natural, a temperatura pde ser cntrlada, trnand este últim prcess, particularmente útil, indicad para substâncias bidegradáveis pr ermenta, pis  material pde reabsrver vapr de água d ambiente. Send assim, a secagem pr este prcess, cm temperaturas mais elevadas, permite também a a das substâncias, através da desnatura das enimas respnsáveis pel seu metablism. A estabilia das drgas pde ser cnseguida também pr utrs prcesss cm pr arraste de vapr de álcl.  A padrnia d prcess de secagem assume grande imprtância n(1983) preparn d bservaram material paraatividade etra.daDesse md,edulis d Vale Leite Passifra (ma-e racujá) cm etrats de lhas prvenientes d Nrdeste secadas em estua, a cntrári d etrat de lhas secadas à smbra. os autres cncluíram n ser pssível cmparar a atividade de lhas nrdestinas cm  etrat riund de S Paul, uma ve que  prcediment de secagem i dierenciad.

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CONTROLE DE PUREzA. TESTES QUALITATIVOS  Além da caracteria btânica que assegura a identidade d material, precis determinarDevem a qualidade cm queamstras  vegetal u suas partesé s apresentadas. ser recusadas sujas de terra e areia, as cletadas em lcais pluíds, e, sbretud, aquelas cntaminadas pr agrtics e metais pesads.  A qualidade de qualquer tterápic é undamentada na autentica das drgas em cncrdância cm uma mngraa de armacpéia – a drga cial. De acrd cm Jaccud (1982), em rela à Slanum paniculatum L., a Farmacpéia Brasileira I precnia cm send drga a rai, enquant a Farmacpéia Brasileira II dá também  caule, n entant,  que é vist n mercad é a drga cnstituída pr caules mais u mens desenvlvids, lhas, e, muitas vees, de ruts e pssivelmente fres. Fats cm estes, s muit cmuns ns tterápics brasileirs, devid à ineistncia de scalia. Batistic et al. (1989), a analisarem 11 espécies de chás medicinais, bservaram que, em amstras de carqueja (Baccharis sp.), havia um predmíni caules Nesse de tamanh variáveis, em raras sumidades de fridas. cas,eéespessuras pssível especular que, se a inten d prepar d chá sse para  tratament de distúrbis gástrics, s eeits armaclgics n seriam bservads, já que a parte recmendada para esta indica teraputica é a planta frida. o mesm racass teraputic seria também prvavelmente bservad, cas a indica d chá sse para  tratament d diabetes. Para esta indica, embra as partes da planta ssem adequadas, a espécie indicada crretamente seria B.genistellides, e n a mistura de espécies d gner Baccharis. Este mesm trabalh caracteriu alta de higiene em algumas amstras, cm a presena de insets vivs e mrts (carunchs) e também, partículas de areia e terra. Bianchi et al. (1993) destacaram a imprtância da cautela, pr parte da ppula, cm a utilia de chás cm carqueja para emagrecer, pis pde crrer a pssibilidade de inclus de espécies ticas cm B. articulata (Lam.) Pers e B. usterii Hering. oliveira e Akisne (1973) estudaram 100 amstras de drgas vegetais cedidas pr um labratri cmercial, e apntaram algumas adulteraes, entre elas a de uma planta, cm atividade

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antidiabética puc cnhecida – a ngueira (Juglans regia L.) (ALMEIDA, AGRA, 1986) – cm uma utra espécie que dieria undamentalmente das lhas desta. Estes pesquisadres bservaram que, enquant algumas substituies ram de puca imprtância, d pnt de vista armacdinâmic, cm pr eempl Malva silvestris L. pr Sida bradei E.G. Baker,  mesm n pderia ser dit da trca de Swetia elegans B. pr Erythryln subersus M., espécie pertencente a gner da E.cca e presumivelmente prdutra de alcalides. Em utras amstras, inclusive de drgas n ciais, ram encntradas cerca de até 35% de material estranh, prveniente de diverss tips de plantas. Esta prática desnesta e criminsa tem pr nalidade adicinar um pes rgânic etra a material verdadeir, acarretand a prdu de etrats alsicads, cm bai u nenhum ter de princípi ativ. Deve car entendid, prtant, que a qualidade da planta medicinal e d tterápic deve ser estabelecida, primeiramente, cm a autentica da drga, cmparand suas características cm padres descrits previamente nas as armacpéias. assim ser realiads testes para determinar impureas –Pdem das mais grsseiras até as micrbianas – ,assim cm as prpriedades ísicas e as características qualitativas e quantitativas ds cmpnentes da drga. Entretant, cm muitas das drgas usadas n cnstam de nenhuma mngraa cial, u ent, quand inscritas, smente em edies antigas, cm a Farmacpéia Brasileira I (1929), ca clar a grande aescasse de testes descritivs ciais atualiads para cntrlar qualidade. Em rela à aparncia, determina de cinas n silgicas (prveniente da calcina de terra e areia), umidade (perda pr desseca) e slubilidade, geralmente s aceitáveis as inrmaes citadas, n havend maires prblemas para  cntrle de qualidade. Já para as padrniaes qualitativas e quantitativas, que envlvem também  cntrle ds etrats, devem ser realiads métds espectrtmétrics e crmatgrács n descrits ns tets antigs. Estes métds pdem substituir entre utrs, as titulaes em alcalides ttais, t citadas nestas armacpéias, pr determiVoltar para o sumário

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naes especícas de um u mais cmpnentes. N cas particular de uma planta hipglicemiante cm a B.sartrum (MoDESTo FILHo, 1989), sua identica e cntrle de qualidade pdem ser estabelecidas pel cnteúd e cncentra ácid bássic e utrs triterpenides. Dessa rma, pde serd assegurad que n haverá inclus de drgas estranhas, u de decmpsies idativas u mesm térmica, durante  prcess de etra. Ficam também ecluídas as alsicaes ds etrats pr diluies elevadas cm  veícul e pr recnstitui d etrat pela inclus de um cmpst cnhecid, que pssa recmpr algum títul da drga. Pr essa ra, é interessante que este cntrle ds tterápics e plantas medicinais seja eit pr mais de uma substância. o rigr n cntrle de qualidade para investigar substâncias estranhas presentes na drga, assegura, principalmente, além da ecácia, a segurana d medicament. Recentemente i cnstatad em Cingapura, que 38 de 140 amstras de pílulas, ps e tinturas preparadas de ervas medicinais rientais, estavam cntaminadas cm quantidades perigsas de metais tics. (oF SANIT. PANAM., 1982) Em uma prepara, i detectada cncentra de mercúri de até 10.000 ppm, quand a máima admissível é de send 0,5ppm. Também encntradas cncentraes de arsnic, 1.000 veesram mais altas que  limite permitid (5ppm), em uma série de prduts para ns pediátrics.

VARIAÇõES QUALITATIVAS Uma das maires diculdades d reestud armaclgic cmparativ decitads plantas– ntadamente medicinais é justamente  at– de que empremuits trabalhs s mais antigs terem gad metdlgia n cientíca, dicultand em alguns cass sua reprdu atual. Além diss,  us de drgas preparadas cm cmpsi descnhecida, sbretud cm grande varia ds seus cmpnentes, prejudica mais ainda a cmpara e a interpreta ds resultads qualitativs, principalmente quand rem cnfitivs. Até mesm ns trabalhs mais recentes, pdem haver tais diculdades, pel grande númer de métds, materiais e animais empregads. o estud de plantas tidas cm antidiabéticas em animais emprega rats (AKHTAR et al., 1981), camundngs (DAY et al., 1990), celhs (AKHTAR et al., 1981), ces (TEoDoSIo et al., Voltar para o sumário

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1958), cbaias (SIxEL, DE MARTINo, 1983), gerbils e langurs (KHANNA et al., 1981). Quant a estad uncinal, estes animais pdem ser nrmais (AKTHAR et al., 1981 ; DAYET et al., 1990 ; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u hiperglicmics através de diabetes induida pr alan (AKHTAR et al., 1981) u pr esptrepttcina (DAY et al., 1990) entre utrs mais.   A administra ds etrats é eita cm animais em jejum (ATHKAR et al., 1981 ; DAY et al., 1990; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u recebend carga ral eterna de glicse (KARUNA NAY AKE et al., 1990).  As vias de administra empregadas s a ral (DAY et al., 1990 ; KARUNANAYAKE et al., 1990), subcutânea (KHANNA et al., 1981), intraperitneal (DAY et al., 1990 ; SIxEL, DEMARTINo, 1983), u pr perus intestinal (PRESTA, 1986 ; NoGUEIRA, PEREIRA, 1986). Cm rela à naturea ds etrats, estes pdem ser aquss , metanlic (ALI et al. 1993), etanlic (MoDESTo FILHo et al., et al., 1994) 1988), clrrmic entre utrs. (DAY et al., 1990), hidralclic (LEoNCIo Estuds clínics caracteriaram variaes glicmicas e testes de tlerância à glicse em indivídus nrmais (WANNMACHER et al., 1989 ; ARDUINo, SoARES, 1951 ; MoDESTo FILHo et al., 1988) e diabétics (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986 ; KHANNA et al., 1981).  Alguns etrats, quand administrads em dse aguda, n apresentam eeits que de acrd as inrmaes ppulares, masseriam pdemesperads, revelar ecácia apscm us prlngad. Nesse sentid,  etrat hidralclic da casca d caule da sucupira (Bwdichia virgilliides, K.) n apresentu eeit hipglicemiante em rats, aps quatr hras da administra ral de uma dse de 500mg/Kg, enquant  tratament ral crônic, pr 18, na dse de 250mg/Kg/dia, mstru redu ds níveis de glicse plasmática de 33,5% (LEoNCIo et al., 1994). Este resultad mstra queuma a simula em labratri, cm  us crônic, pde revelar atividade mitida em eperiment agud. outra situa interessante e que pderia justicar resultads t Voltar para o sumário

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dierentes, é quand n mesm etrat eistem substâncias cm eeits antagônics. Fi bservad que um etrat de Phyllanthus sellwianus (sarandi-branc), administrad em ces, prvcu hiper hipglicemia, de acrd cmAa mesma cndinte d animal a via u de administra (REY, 1968). inrmae que em pacientes humans diabétics, n i pssível detectar qualquer atividade hipglicemiante signicativa estatisticamente aps ingest da planta. Mc Dnald e Wislicki (1938) islaram de um etrat de cuve 2 raes de eeit pst em rela a metablism glicídic: uma que prvca hiperglicemia e redu d glicgni hepátic, e utra de eeit hipglicemiante. Csta (1975) cita um trabalh antig para determinar a infuncia d envelheciment sbre  pder hipglicemiante de etrats vegetais de Galega cinalis L. (galega) e Vicia sativa L. (ava). Fi bservad que estes etrats muit ativs, aps um an, perderam tda atividade, e passaram a prduir, a cntrári, uma hiperglicemia. os métds de etra de princípis ativs infuenciam, também, signicativamente  resultad dspela eeits. Elisabetsky (1987) cita um estud patrcinad em 1982 Central de Medicaments (CEME) para a Bauhinia rcata (pata-de-vaca), n qual dis labratris estudaram simultaneamente esta planta. Um ds labratris n encntru qualquer eeit cm  etrat aqus, mas sim cm a ingest crônica (pr 45 dias) d chá; send este resultad cnrmad psterirmente pel primeir labratri. Já  etrat hidralclic de Bauhinia mnandra apresentu eeit hipglicemiante, (ANJoS et al., 1994) aps 4 hras, em rats alaniads De tds estes resultads, ca evidente a diculdade de chegar a uma cnclus denitiva e pinar sbre s eeits armaclgics de uma planta medicinal em particular, tants s s atres que pdem intererir. Estes estuds qualitativs para ns cmparativs devem ser ttalmente padrniads para tdas as pssíveis intererncias. N cas particular de plantas hipglicemiantes, é undamental também que s eperiments sejam realiads sempre n mesm hrári – é citad na publica – em ace de variaes circadianas da glicemia, já que a capacidade hipglicemiante da insulina é Voltar para o sumário

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mair pela manh d que à tarde em indivídus de hábit diurn (zIMMET et al., 1974).

PREPARAÇõES  A utilia das plantas medicinais é eita pr intermédi de diverss preparads, de acrd cm  lclre, indústria u cm a investiga cientíca. o us ppular geralmente emprega s chás, enquant a indústria de tterápics valria as tinturas. Já a pesquisa armaclgica utilia principalmente drgaa racinada emdescbrir váris etrats dierentes slubilidades,a cm nalidade de e islar de s princípis ativs.  A presena seletiva de determinadas substâncias hipglicemiantes em raes de uma drga, apresenta algumas curisidades. os bulbs da cebla (Allium cepa L.) e as lhas verdes d chá (Thea sinensis) tm um cmpnente anti-hiperglicmic – a dienilamina  – que, além de ser perdid pr evapra, é inslúvel em água, mas slúvel ácid acétic.cm (KARAWYA al., 1984).n Desse md, numa em salada de ceblas vinagre, ietencntrad slvente, 85% de dienilamina, enquant apenas 9% permaneceram nas atias da cebla. Cm rela a chá, esta substância s está presente nas lhas verdes. o prepar da bebida resulta na perda d princípi ativ. (KARAWYA et al., 1984) Estes detalhes s interessantes, pis revelam que s eeits das plantas tidas cm medicinais s relativs para uma situa ese n de rma generaliada muitasDessa vees épecíca, divulgad emcrrem publicaes ppulares escritascm pr leigs. rma, n é interessante acnselhar a diabétic tmar spa de ceblas u um inus de chá para cntrlar sua glicemia, embra cebla e chá, em circunstâncias especiais, pssam ser tids cm hipglicemiantes.  As inrmaes ppulares nrmalmente s cnsideradas adequadas quant à segurana, embra a caracteria da ecácia pssa ser mais cmplea, envlvend inúmeras indicaes teraputicas cm base em utrs aspects étnics e culturais, n send muitas vees reprduida nas simulaes labratriais cm animais de eperimenta.

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Cm s chás s utiliads espntaneamente pela ppula, estuds clínics pdem ser eits paralelamente as ensais armaclgics preliminares em animais. Já a utilia de etrats preparads emensais labratri, eige brigatria e primeiramente realia de em animais, pis s etrats empregadsa pdem n cnter nenhum princípi ativ.  A utilia ds terms chá e etrat, embra cnsagrads, tm um signicad um tant imprecis. A palavra chá, tant designa a espécie Thea sinensis (chá pret, chá da Índia), cm reere-se, n us ppular, a qualquer prdut de etra de ervas medicinais, que tem tend cm slvente a água para ser ingerid. os tets mais antigsetemprâne, utiliam  term ‘tisana’ser para estas slues de prepar pdend adadas u nada,aqusas e que, a meu ver, seria a palavra mais aprpriada, embra n a tenha adtad neste reerid capítul. os chás pdem resultar prtant de etraes diversas cm decc, inus, digest e macera.  A decc resulta d esgtament da drga pr ciment cm água durante algum temp. A Farmacpéia Brasileira II (1959) recmenda 15 minuts, enquant n prepar ppular de umTecnimd geral, este temp n ultrapasse mais d que 5 minuts. camente é um prcess de etra n qual  slvente atinge seu pnt de ebuli, assim permanecend ns temps estipulads.  A Farmacpéia Brasileira II especica sua prepara em 5%: drga em pedas 5g água q.s.p. 100ml o prdut restante resultantecmpletad (decct) deve espremid e ltrad, send  vlume cmser água até atingir s 100ml.  Alguns deccts de plantas hipglicemiantes ram empregads em estuds clínics para tratament d diabetes para plantas cm  abagerú e carqueja (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986). Para drgas hericas cm acnit, beladna, e utras cm glicsídes carditônics cm a dedaleira, a cncentra é sempre menr (FARM. BRAS. II, 1959). Este prcess n é recmendad para a etra de substâncias vláteis e termlábeis. Seu prepar – cm s demais tips de chás – é para us etemprâne.

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 A inus cnsiste em verter água em ebuli sbre a drga pulveriada, permanecend a mistura em cntat pr temp variável, nd  qual  chá é ltrad (inus). Este é, inclusive,  prcess mais empregad n prepar caé, cmumente mate). Repare que ninguém ala ‘chádas debebidas caé’ uânticas ‘chá de (chá, chá’, cm crre cm s chás medicinais (chá de pata-de-vaca, chá de carqueja etc.), embra chá pret e caé sejam medicinais, pel cnteúd de metilantinas (caeína e telina) e utras substâncias.  A digest cnsiste em misturar as partes d vegetal a veícul (água, n cas d ‘chá’) numa temperatura superir a ambiente, mas sempre inerir a seu pnt de ebuli. Esse prcess equivale a deiar a drga em banh-maria pr temp estipulad.  A macera, a cntrári d que muits pensam, n é um prcess de tritura. É a disslu a ri, na qual se deia a drga e  veícul em cntat algum temp, em temperatura ambiente, send n nal, btid  macerad u macerat. Csta (1974) cita este prcess para bter um ‘chá’ hipglicemiante das sementes cruas de caé – prtant, utr ‘chá-de-caé’ – , cm prpriedades dierentes daquele utiliad cm bebida estimulante. Também plvilh lbeira (ruta-d-lb) é eit anônima um macerad dmesm mdamedicinal (inrma ppular ral). cm Cm rela a etrat – palavra de signicad também imprecis – , a Farmacpéia Brasileira II dene- cm uma prepara cncentrada, btida de drgas vegetais (u de animais) rescas u secas, pr mei de um disslvente aprpriad, seguid de evapra ttal u parcial e ajustagem d cncentrad a padres previamente estabelecids.  A pels prcesss descrits bten dsetra chás, e pde aindaser preita percla (liivia), que na cnsiste em aer passar um veícul etratr várias vees sbre uma camada da drga da qual se quer retiram s cmpnentes ativs. É um prcess útil n cas ds princípis ativs slúveis cntids na drga serem encntrads em pequenas quantidades. De acrd cm  veícul que serve para sua bten, pdem ser aquss, alclics, hidralclics, etérics etc. Repare prtant que  ‘chá’, na realidade, é um etrat aqus, preparad pr decc, inus, digest u macera.  Ainda de acrd cm a Farmacpéia Brasileira II, quant à cnsistncia, s etrats s dividids em quatr categrias: Voltar para o sumário

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a) etrat fuid (rma líquida) S preparaes cinais cuj ter em princípis ativs deve ser igual a que cntém  mesm pes da drga. Assim, pr eempl, um grama de etrat fuid cntém s princípis ativs de um grama da drga. b) etrat mle (cnsistncia de mel espess) Dessecads a 105°C, perda de 15 a 20% d seu pes. c) etrat rme u pilular (cnsistncia de massa pilular) A 105°C, perda de 10-15% de seu pes em água. d) etrat sec u pulverulent (cnsistncia de p) A 105°C n perde mais de 5% d seu pes, pis é muit higrscpic. Em alguns cass é eita a estabilia da planta resca cm a nalidade de evitar a destrui de seus princípis ativs pr a enimática da prpria planta. Para iss, a drga resca é submetida à infuncia d vapr quente de álcl que inativa as enimas. s cnservads Estes preparadspr smais chamads temp de queintrats. s etrats S (SoTo, mais estáveis 1951).e  As tinturas s muit cmuns nas rmas ds tterápics. Pdem ser btidas em temperatura ambiente pr percla u macera, tend cm slvente  álcl, a mistura hidralclica e utrs. Pdem ser btidas também pr dilui ds etrats fuids. As tinturas cmuns (n hericas) s preparadas cm álcl de ter variável e na prpr de uma parte da drga pr 5 partes de álcl (FARM. BRAS. II, 1959). Para drgas hericas (que tm alcalides), a cncentra deve ser menr (10%). Este tip de tintura é sempre btid pr percla (FARM. BRAS. II, 1959).  As tinturas btidas de plantas rescas s chamadas de alclatura u tintura-me. Devem ser empregadas a 50%, salv indica cntrária. A sua cr varia d vermelh a castanh u verde, e apresentam  dr e  sabr das drgas de nde prvém (FARM. BRAS. II, que 1959). N seprcnunda, entretant, alclat, é btid destila alclicaalclatura na presenacm da drga. os alclats cntém unicamente as partes vláteis da drga, dierena básica das tinturas e alclaturas, que cntém,

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também, partes as. Analgamente, pr destila aqusa s btids s hidrlats (SCARTEzzINI, 1956). o empreg de substâncias vláteis pde ser eit, também, sb a rma ds les essenciais (essncias, les vláteis, mirles), que s misturas naturais preeistentes na drga, u ent, rmadas espntaneamente pr reaes de substâncias cntidas n vegetal cm a água e  ar (FARM. BRAS. II, 1959). S separáveis pr arraste cm vapr d’água, cnstituíds usualmente pr terpenides (mn- e sesquiterpens) e/u lignides (alil- e prpilenis, cumarinas) (GoTTLIEB, SALATINo, 1987). S btids pr epress, disslu u destila à press rdinária u reduida (FARM. BRAS. II, 1959).

CONCLUSõES Em cnclus, s esperadas alteraes de eeits armaclgics entre s diverss tips de ‘chás’ e etrats, devid às dierenas de cmpleidade que cada um eibe, seja pr eempl em cnstituintes s cm s etrats, u cnstituintes vláteis cm s hidrlats. Prtant, para que as plantas, tidas cm medicinais, pssam ser plenamente aceitas pr aqueles que ainda as vem cm descrena e discrimina, é precis investir muit em pesquisa armaclgica – desde  planti d vegetal até  prdut acabad. Dessa rma, caria assegurad que s medicaments btids cntm realmente seus princípis ativs, tm bidispnibilidade cmprvada e pdem ser avaliads qualitativa e quantitativamente quant a cnteúd, ecácia e segurana, semelhante a padr de qualidade que hje é erecid as medicaments de síntese.

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“E os seus frutos servirão de sustento e as suas folhas de remédio.” 

(Ez. 47, 12)

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ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS COM PLANTAS MEDICINAIS E ANTIDIABÉTICAS Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana

ETNOFARMACOLOGIA  Aspects antrplgics devem ser cnsiderads e melhr cnhecids a partir d estud de plantas medicinais. É interessante bservar que, tradicinalmente, um signicativ númer de pessas, a us de plantas cm teraputica alternativa e cmplementar. N apenas n diabetes, mas para um bm númer de denas, eiste um elencde desuas plantas que,e na sua mairia, cnrma cientíca aes eeits. Mesmn semrecebeu haver inrmaes bjetivas e seguras determinand se s vegetais s recurss ecaes, aumenta  númer de pessas submetidas a trataments cm plantas medicinais, pssivelmente de rma indiscriminada. N eercíci da Medicina, cm reqncia,  médic é surpreendid cm perguntas acerca da ecácia de determinads vegetais, cujas indicaes, nmenclatura e características apresentam variaes impressinantes. Inicialmente mtiv de curisidade,  us de espécies btânicas, vm send, a lng ds ans, bjet de estuds e levantaments bibligrács. Acredita-se que ba parte das plantas empregadas cm ns medicinais pde ainda n estar registrada ns cmpndis de teraputica e armaclgia, mas se encntra viva nas frestas e hrtas, ns camps e jardins, cnhecidas e eperimentadas pela ppula, cm suas ‘armácias caseiras’.  A caseira u ppular cntradi a cial, na na mairia medida emmedicina que n crrespnde a uma n alternativa ecludente, ds cass, mas apenas atua cm um recnhecid cmplement teraputic. (BRAGANçA,F., 1995)

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o estud armaclgic de plantas pde ser dividid em: armaclgia de prduts naturais e etnarmaclgia. Enquant a primeira abrdagem usa s vegetais cm bjet de estud da armaclgia clássica, leva em cnsidera inrmaes cletadas dentr dea segunda uma determinada ppula,asculturalmente denida (grup étnic), usuária ds prduts (ármacs) a serem estudads. É imprtante estabelecer esta dierencia, tend em vista que “s medicaments tradicinais já n s prduts naturais e sim arteats humans, ist é, uma certa espécie, preparada e ingerida de maneira especíca, tem uma determinada a teraputica.” (ELISABETSKY, 1987, p. 687).  A partircm dessa cncep, inrmaes de etnarmaclgicas s usadas base para asdelineament prjets de pesquisa eperimentais que bjetivam  estud das espécies enquant ármacs. Uma breve refe acerca d papel desempenhad pelas rmas tradicinais e indígenas d cnheciment médic (em grande parte empíricas na sua rigem), na aten à saúde, deve recnhecer a sua imprtância a lng ds séculs e ainda n presente. Nspde últims ans,  Brasil tem assistid à prcura pel ‘natural’, que ser bservada n epressiv aument d númer de ljas especialiadas em prduts naturais e na cnquista de espa nas grandes redes de supermercads. Verica-se uma “prliera na utilia de ervas” n apenas na culinária, mas também na rma de medicaments. (PIRES, 1984, p. 61) N se lvide que muchs de ls cncimients cmunes de la vida ctidiana sn empirics. Puest que la medicina tradicinal se sigue ejerciend cn eects psitivs, n deberia ser cialmente recncida, estimulada, pereccinada e integrada en ls sistemas nacinales cntempránes de atencin de salud? (LANTUM, 1982, p. 18)

Segund Nbrega, pressr titular de Pediatria da Escla Paulista de Medicina (1995),  atendiment ambulatrial vem send recnhecid cm imprtante e privilegiad para a prática de pesquisas, que devem ser incentivadas e desenvlvidas. rma, o ambulatri n pderiam pssibilita ser btidas.  acess (SANToS, à inrmaes 1995)que, Cnstitui-se, de utra prtant, n ambiente prpíci para investiga e estud detalhad, cm  bjetiv de descbrir u estabelecer ats relativs as recurss medicinais de rigem vegetal. Pr assistir a dierentes Voltar para o sumário

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segments da ppula, trnam-se viáveis s estuds multicntrics, cm amstras grandes e representativas, a bserva de diabétics de diversas aias etárias, em dierentes estágis de evlu, cntat a lng denum muits ans.pessal cm s clientes e suas amílias, Na sua essncia, as representaes ppulares crrespndem a enômens sciais que pdem cntribuir para a cnstru de uma realidade cmum e pssibilitar a cmunica. (SPINK, 1993). Pde-se, ent, cmpreender que  cnheciment prátic - de sens cmum - tra um manancial de dads para a cnstru d cnheciment cientíc. N eiste, prtant, supremacia, mas sim trca entre cnheciment cientíc e cnheciment prátic e, nessa trca, ambs se mdicam. (RANGEL, 1993, p. 9)

Frente à tarea, que n é pequena, de estudar as representaes ppulares d us de plantas n tratament d diabetes mellitus, muitas vees se a necessári delimitar um enque:  da preven, tratament da hiperglicemia, dislipidemias assciadas e, especialmente,  das cmplicaes crônicas da dena. N a parte das pretenses deste trabalh abranger a ttalidade ds seus aspects, mas sim lembrar a sua imprtância e sugerir alguns caminhs.

 A AUTOMEDICAÇÃO E AS PLANTAS MEDICINAIS  As causas da autmedica precisam ser melhr analisadas e discutidas. os bstáculs enrentads pela ppula para receber assistncia médica,  númer etrardinariamente menr de servis de saúde em rela a de armácias (trnand-as gegracamente mais primas), a scalia insuciente das vendas de ármacs (que envlvem riscs na utilia, sem apresenta da receita médica), a publicidade ecessiva e veicula indiscriminada de medicaments na mídia, entre utrs atres n mens imprtantes, tais cm a alta de pessal habilitad (cm cnheciment adequad ds riscs de inticaes e interaes na administra de drgas) apntam para a necessidade de cnscientia d1985, prblema pels prssinais e autridades d setr. (CAMPoS, p. 311) observa-se uma distin básica entre  us de medicaments prduids pr labratris daqueles integrantes da armacpéia Voltar para o sumário

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ppular. Estes, mesm quand encntram aclhida pr parte da ppula e apresentam resultads satisatris (muits pssuind, em sua cmpsi, princípis ativs de cmprvada ecácia), n aem parte1995) d receituári médic, salv raras ecees. (BRAGANçA, Se essa dierena, entre s prduts cnsiderads cientícs e aqueles dits ‘ppulares’, acmpanha a ‘curva’ ds níveis sciecnômic e cultural da ppula, este é um aspect relevante que deve, ser melhr demnstrad. Há rtes indícis, n entant, de que  cnsum de medicaments e de servis de saúde varia, de md signicativ, segund as categrias sciais. A esse respeit, está em debate, primeir nível lugar,de a quest ecácia ds medicaments paraem aumentar saúde dedatda a ppula, medid através ds indicadres de mrbidade, mrtalidade e da melhria da epectativa de vida. Eistem dierenas marcantes na rma cm as pessas da área rural e da cidade tratam a quest. o cnheciment da ppula da cidade sbre  assunt tende a ser muit restrit, muitas vees limitad às inrmaes de bulas u prpagandas de tterápics e, até mesm, d ‘pseudraieir’ urban apenas vendedres ambulantes da cidade, que puc(muits u nadadeles, entendem de tterapia). Este prcediment pde causar dans incalculáveis à saúde, pis é beneciad pela curisidade ppular e pela alta de scalia sanitária sbre s prduts cmercialiads, muits sem qualquer ecácia e, até mesm, ptencialmente perigss. os dads estatístics mstram que a cmpra de medicaments sem receita, cnsiderada pr Bltanski (1989) um bm indicadr da imprtância da medicina amiliar, raramente crrespnde a um cmprtament islad. Em tds s grups sciais, aqueles que adquirem medicaments, sem receita e aparentemente pr iniciativa prpria, cmpram também remédis sb prescri e cnsultam s médics. Na medida em que esse prcediment avana muit além da mera utilia de prduts tterápics, traduind-se pela cmpra livre e pel cnsum descntrlad de prduts armacutics, ainda assim n estaria caracteriada independncia absluta em rela à medicina cial. Ficu cmprvad que  cnsum de medicaments na mesma prpr, de um ansem parareceita utr,aumenta, d que  praticamente, cnsum de prduts cmprads sb prescri médica pels segurads sciais. “A prpr ds prduts armacutics cmprads sem receita

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permanece relativamente estável e representa, qualquer que seja a classe scial, 40% aprimadamente d cnsum armacutic ttal.” (BoLTANSKI, 1989, p. 16) Prém, se é pereitamente pssível a uma pessa de padr nanceir mais elevad eperimentar certs prduts tterápics, sabe-se cm é dicil as membrs das camadas de baia renda, u seja, à imensa mairia da ppula,  acess as medicaments de que necessita. (LoYoLA, 1978) É imprtante cmpreender a un scial que cumprem esses agentes. A presena histrica da medicina ppular, em epans ns grandes centrs urbans, pde representar uma alternativa às receitas médicas ‘inacessíveis’ e sinaliar para a urgncia de uma nva prática ds prssinais de saúde. A ecincia da medicina n depende eclusivamente d seu prgress cientíc e técnic u das iniciativas empreendidas n sentid de ampliar e elevar a qualidade ds atendiments. Se n rem respeitads e cnsiderads, atres de naturea cultural pdem signicar bstáculs a sucess das aes de saúde. Neste sentid, a crena ns resultads da tterapia, suas representaes e dimenses scilingísticas devem cnstituir bjet de refe na prpria rela médic-paciente.  A descberta, n territri brasileir, de plantas raras e de grande utilidade teraputica desperta  interesse de inúmers pesquisadres estrangeirs, que islam e etraem s princípis ativs n eterir e registram suas patentes. “Depis,  Brasil paga ryalties para ter aquele prdut.” (FERNANDES, 1993, p. 26) Na leitura de especialistas, as inrmaes mais valisas prceder deque plantas crescem tradicinal ns países éem desenvlviment, uma ve  usque da medicina geralmente aceit. A  descberta de agentes ecaes prvenientes da fra desses países “cm  temp se revelará ecnmicamente benéca” (SoEJARTo, 1978, p.18), a pass que  necessári apereiament de pessal e a cmpetncia cientíca rtalecer sua capacidade de pesquisa. É prtun ressaltar que, nde a medicina mderna se cnverteu n sistema dminante, a medicina tradicinal “tende a persistir cm segundsérie recurs u cm métd preerid para uma limitada de prblemas.” (PoLUNIN, 1982, p. reslver 21) os esrs de pesquisas refetem a precupa cm  tema, merecend uma epressiva alca de recurss e a implanta Voltar para o sumário

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urgente de mderns hrts de plantas medicinais, além de se prceder à sua adequada dius cientíca e cultural. (RICCIERI, 1989)

O MEDICAMENTO NO CONTExTO ATUAL Cm se n bastasse  sriment ísic inerente à prpria enermidade, nsss dentes padecem da angústia de se sentirem inúteis, abandnads u pesads para aqueles que amam. outrs prblemas pdem ser acrescentads:  alt cust d tratament, remédis etc., justamente quand a pessa, pela prpria dena, se acha incapacitada de prver as suas necessidades nrmais e, sbretud, a alncia d nss sistema de saúde. (CNBB, 1994, p. 23)

Um mercad caracteriad pr rte interven gvernamental  – assim tem sid  setr armacutic, praticamente em td  mund. Iss resulta d valr d seu papel scial e, principalmente, ds cnstantes cnfits entre empresas nacinais, estrangeiras e sistemas nacinais de saúde, sbretud estes últims, bastante sensíveis as alts pres ds medicaments.  A prdu de medicaments essenciais cngura uma quest estratégica de sberania nacinal, tend em vista que a aquisi ds reerids prduts em caráter de emergncia crrespnde a uma série de diculdades, send uma delas a de infuir, diretamente, n padr de saúde da ppula. Há que se cnsiderar, pr utr lad, além da indiscutível quest scial, que a aut-sucincia também signica um prblema ecnômic, pis mvimenta um mercad entre s mairesde dum mund. Assim, parece serpsicinad pssível avanar na de cnstru sistema únicn de saúde (direit de tds e dever d Estad), que estende  prpri cnceit (de saúde) a cndies dignas de trabalh, mradia, bem-estar e, eetivamente, priria a descentralia das aes, sem que s insums necessáris a essas aes, aqui incluíds s medicaments essenciais, aam parte de um prgrama de assistncia armacutica gvernamental que assegure a sua inclus na assistncia adequada à saúde, cm rma de melhrar as cndies de vida da ppula. (CNBB, 1994, p. 22) Trna-se indispensável superar a estratégia desenvlvida pel marketing da indústria, assim cm rerientar  currícul e  discurs acadmic, em primeir lugar para atender adequadamente às Voltar para o sumário

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epectativas da ppula, em especial a que prcura s servis públics etra-hspitalares. Em segund lugar, para desaer a imagem de que  médic seria  mair respnsável pel quadr atual de cnsum de medicaments. (ALMEIDA, 1988)  Alguns dads mstram que uma grande parcela da ppula n tem acess à assistncia à saúde, e utra parcela, mair ainda, n tem acess à assistncia armacutica. o aturament anual d setr armacutic n Brasil passu de cerca de U$ 1,8 bilh, em 1986, para mais de U$ 3 bilhes em 1990, situand- entre s de maires d mund capitalista. Deste ttal, 80% ram aturads pr 50 empresas estrangeiras. “os demais 20% s dividids entre empresas nacinais, das quais as 300 menres aturam, juntas, mens de 1%.” (GoNTIJo, 1994, p. 139) Entretant,  cnsum per capita scila em trn ds U$ 14 anuais, nível prim a de países cm  Méic e a Turquia, enquant ns EUA e n Jap, n nal da década de 80, ele era de U$ 182 e U$ 256, respectivamente. Mais grave ainda é a eistncia de um mercad cnsumidr cm distribui bastante cncentrada, n qual 23% da ppula brasileira cnsmem 60% de tda a prdu e  restante “n utilia nenhum tip de medicament.” (VIANNA, 1994,regularmente p. 216) A imprta de matérias-primas para  mercad gvernamental representava, na épca, em trn de U$ 100 milhes anuais e  seu ptencial de epans a d Brasil um verdadeir paraís para as empresas multinacinais aqui implantadas. Em 1994,  aturament da indústria armacutica teria sid de U$ 4,7 bilhes. (VAITSMAN, 1995) Vianna (1994), a analisar  desempenh acumulad da indústria armacutica durante a década de 80, revela númers ainda mais impressinantes, embra a taa de cresciment d PIB tenha sid nula naquele períd: “ aturament anual d setr duplicu de valr, passand de quase U$ 2,3 bilhes em 1982 para U$ 5 bilhes em 1990” (1994, p. 214), enquant as imprtaes permaneceram na aia de U$ 300 a 400 milhes. os labratris ciais apresentaram uma cisidade média de 50% em 1993, an em que a evlu de pres de 20 remédis cnsiderads essenciais i acmpanhada pel Cnselh Reginal de Farmácia d Ri de Janeir. Cnstatu-se um aument médi de 3.793%, enquant a infa d períd alcanava 2.567%. (SÚMULA, 1994) Voltar para o sumário

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Um rg assessr d Cngress nrte-american (oTA - oce  Technlgy Assesment) reeriu-se, em publica de abril de 1993, as resultads de um estud pr ele crdenad, para eaminar as bulas Unids), de drgasque abricadas pr multinacinais sede ns Estads s vendidas em países em(cm desenvlviment. Para cleta de dads ram esclhids quatr países, entre eles  Brasil, tend-se cmprvad que, entre 241 medicaments estudads, dis ters apresentaram alhas “n que di respeit às inrmaes necessárias para  seu us segur e eciente.” (KoPELMAN, 1994, p. 62) Cnsiderand-se que a legisla nrte-americana n permite a intererncia d FDA  (Fd and Drugs Administratin) na prpaganda eita em utrs países, “eistem grandes pssibilidades da crrncia de séris prblemas de saúde, entre s quais  de tratament ineciente u  risc de mrte.” (KoPELMAN, 1994) A recmenda principal da cmiss que estudu  prblema i t-smente que se eigisse, para prduts prduids naquele país, uma bula riginal u sua tradu em língua “aprpriada”.  A indústria armacutica brasileira, a partir de deembr de 1993, deveria estar cumprind  Decret-Lei 793/93, que determina que adestaque embalagem umque medicament traga seu nmenas genéric em mairded  nme antasia. Prém, cndies atuais de regulamenta, há riscs para  paciente. Eistem medicaments que, embra pssuam  mesm sal básic, seus diverss radicais encntrads apresentam imprtantes dierenas armaccinéticas e/u armacdinâmicas. É precis um reerencial cuidads quand se pta pr medicaments cm ptencialidade e ticidade distintas. Há que se especicar as nrmas em rela àbém, bulaque e mesm se unirseras esta será parabrigatriamente reduir s custserecida. ds medicaments Há, tame ablir a cmercialia de assciaes irracinais de prduts. Mas, para atingir estes bjetivs, precisam ser implementadas medidas quant à qualidade ds remédis e deendids, em tdas as instâncias, s interesses da saúde da ppula, além de “redbrads s esrs na educa das amílias”. (SBP, 1993, p. 1) outr aspect da mair imprtância é  da educa armaclgica ds estudantes de medicina, dntlgia, veterinária, enermagem, nutri etc., especialmente s trs primeirs (pr ser indispensável a adequada prescri de medicaments), “que se submetem à pletra cada ve mair de nmes de antasia. Daí a imprtância ds genérics”. (FoNTELES, 1995, p. 75) Voltar para o sumário

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os medicaments alpátics (também cnhecids cienticamente cm drgas), em especial s de a analgésica, est de tal rma generaliads n nss mei que chegam a ser erecids cm trc em algumas armácias (u drgarias). o sistema vigente levu  médic a um trabalh despersnaliad, desmtivand- e cnduind- a “estressante pliempreg” (RoCHA, 1994, p. 60), em busca da sbrevivncia, desse md, realia atendiments rápids ‘cntra  temp’. N nal, sabe-se de um médic sem nme atendend um paciente que é um númer. Desta rma, a assistncia médica estatal n Brasil tem cm uma de suas características marcantes prduir uma “medicina sintmática” 1994) cmapresentadas atendimentspels impessais superciais. A(RoCHA, mairia das queias pacientese limita-se a pucs sintmas relatads, e  médic n cnsegue atender a tdas as epectativas d cliente, que incluem a cmpreens d seu prblema, a cnsidera adequada pela sua pessa e  interesse slidári pel seu sriment, sb  respald d cnheciment técnic e da seriedade ética da prss.  A indústria armacutica, pr utr lad, mnplia n apenas a prdu a pesquisa e a inrma sbre a mairia ds industrial, ármacs. omas quadr de utilia de medicaments é rtemente marcad pela “idelgia d nv ármac”. A realiar  trabalh de marketing, mais d que respnsáveis pela transmiss d cnheciment, s prpagandistas aplicam uma série de técnicas ensaiadas para cnseguir a aten médica e, assim, pder repassar s acnselhaments teraputics. A mesm temp em que anuncia as prpriedades d seu prdut, a indústria também prdu saber sbre a situa alv para a qual determinads ármac se destina (psicinad na “aia de cmpetncia” de médics), cntand que uma parcela epressiva de prssinais, para se atualiar, l as revistas e  material pr ela rnecid. (ALMEIDA, 1988) o at de prescrever crretamente prduts naturais, cntud, n é uma tarea simples. É precis mais d que embasament cientíc para sua administra adequada quant à rma, qualidade, dsagem etc. Há também que se vencer s precnceits, tend em vista que muits ainda cnsideram a tterapia cmpletamente ineca. Talve nem mdiquem suas pinies se suberem que, ns Estads Unids, “25% de tdas as receitas médicas, de 1959 a 1980, Voltar para o sumário

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cntinham etrats de plantas u princípis ativs preparads de plantas superires.” (ELISABETSKY, 1987, p. 697) Nem mesm acreditem n at de que, na Frana, nde esse índice se aprima de 50%, ram cnsum de plantaspr dbru 1970 as a 1980 e as im-a prtaes multiplicadas 2,5 – de levand autridades tmarem prvidncias para acilitar  cultiv de plantas nativas (87% das plantas cnsumidas naquele país s imprtadas). A  partir destes dads, a oMS acredita que, ns países em que  pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia das plantas usadas cm remédi, eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983)  A revlu prdutiva, as inúmeras mudanas tecnlgicas e  despertar ds reginalisms ns ans 90 ram analisads pr Dreiuss (1991, p. 126), n cntet da Nva ordem Mundial. Para ele, a inrma é a ‘grande chave’ nessa véspera de sécul xxI. os países industrialiads teriam interesse na Amaônia n eatamente pr ela ser  “pulm” d mund, u pels riscs de suas queimadas cntribuírem para aumentar  eeit estua. Cbiariam a selva amaônica pel que sabem nela eistir: seu “banc de dads genétic da indústria armacutica”. Há, segund  autr, entre 5- e30l milhes de rganisms a serem ainda classicads (descrits e decdicads). o que implica que na Amaônia estaria a nte de td prcess de cria de nvs materiais; “ utur da bitecnlgia e da engenharia genética”. Cm está dividida a ppula brasileira em rela à assistncia médica? 82.000.000 (59%) dependem da Assistncia Pública; 35.000.000 (25%) dependem da Assistncia Privada; e 23.000.000 (16%) s desassistids. (CNBB, 1994, p. 23)

o sistema de saúde, gravemente enerm, apresenta uma sintmatlgia cmplicada, cm a ausncia de uma plítica nacinal de pesquisa e desenvlviment, prdu, cntrle e distribui de medicaments e insums que atendam às necessidades d SUS (Sistema Únic de Saúde), insucincia de cbertura assistencial, que se agrava dramaticamente nas regies mais carentes; nase nas atividades curativas e hspitalares, em detriment das preventivas, ambulatriais e de às reabilita, cnstituind um mdel assistencial inadequad necessidades da ppula; sucateament e desqualica tecnlgica e prssinal da grande mairia ds servis públics e privads cntratads pel pder públic.

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Há estimativas de que 90% ds medicaments dispníveis nas armácias s desnecessáris e que aprimadamente 70% ds prescrits s sintmátics u placebs. Além d us de drgas n cntrladas (aquelas que aem parte d acerv amiliar, tais cm analgésics e vitaminas), virtualmente, td jvem utilia medicaments (prescrits u n). (GoMES, 1993, p. 131)  Assinala-se, pr utr lad, que uma parcela representativa da ppula brasileira tem nas ervas medicinais sua única nte de recurss teraputics. Vive em estad de pbrea u miséria, em cndies precárias de saúde e saneament básic, agravadas pr um quadr scial nde pucs tm acess à assistncia médica especialiada e um númer cada ve medicaments de que necessita. Este aspect d menr us de btém plantassmedicinais i muit bem delinead pels sujeits n estud das representaes sciais. (BRAGANçA, F., 1995) “É  melhr pra saúde e pr bls, ainda mais cm esse salári miserável que a gente recebe...” “Fa bem. Tenh n quintal.” “Prer n usar remédis e prduts químics, quand pssível.”

o cultiv de um pequen númer de plantas medicinais selecinadas pderia minrar a gravidade dessa situa. Na verdade, a descri d perl ds “ecluíds” se amplia de tal rma que, neste trabalh, seria impssível dar cnta de tds s tips de angústia e eclus que encntrams na nssa sciedade.

 A ABRANGêNCIA DO ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO  A utilia de plantas cm ns medicinais vem cnstituind “um vast camp de pesquisas que rnecer imprtantes subsídis geradres de mudanas” (BEVILÁCQUA, 1985), na sistematia da assistncia e d ensin da saúde, que dever refetir na identica e n prepar de plantas medicinais valisas, além d seu us aprpriad quant à dsagem, indicaes, limitaes e riscs de utilia. Fi recmendada, na Cnerncia Internacinal sbre Cuidads Primáris de Saúde em Alma Ata, cidade nde i realiad  Voltar para o sumário

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event, (1978), a incrpra ds remédis tradicinais de ecincia cmprvada, tend em vista a amiliaridade e anidade ds sistemas médics ppulares, a ecácia de inúmers prcesss ppulares de curad e pv, at deé cnsiderada que a medicina integrar a cultura maistradicinal, acessível. além de Naquele mesm an, a organia das Naes Unidas, através d Setr de Desenvlviment Industrial, realiu um encntr em Lucknw, Índia, cm a nalidade de discutir a prdu de drgas etraídas de plantas medicinais. Uma das cncluses i dirigida as gvernantes e autridades respnsáveis pela saúde pública ds países pbres, n sentid de “que estimulassem a pesquisa cm plantas rientassem a p. ppula nativas.”e (oCCHIoNI, 200). n us de plantas medicinais Cerca de 80% da ppula da Terra n tm cndies nanceiras para cmprar remédis. N Brasil, estima-se que 60% ds habitantes recrrem às plantas medicinais, principalmente pr alta de recurss. Sétim mercad mundial de prduts armacutics, 60% ds remédis s cnsumids pr apenas 23% da ppula. (VAITSMAN, 1995) o trabalhadr prcura atendiment na unidade deVaisaúde, nde raramente encntra s remédisEstariam de que necessita. à armácia, mas n tem cm cmprá-ls. as pessas recrrend integralmente à tterapia se dispusessem de tds s medicaments essenciais?  A epectativa é de que elements btids ns estuds etnarmaclgics pssam servir a utras investigaes mais abrangentes e ecundas. o estud das relaes entre um camp de prcediments cientícs e as práticas sciais a ele relacinadas tem sid empreendid pr um númer crescente de “disciplinas viinhas, mas distintas”. (AYRES, 1995, p. 85) Quase uma necessidade hje,  diálg e as intersees entre essas disciplinas n pssuem limites. A diversidade de cncepes justicariam a busca de um desenh muit mais ampl, pel alcance ds sujeits, situaes, perspectivas de análise, relaes e variáveis, segund grups e circunstâncias das representaes em medicina ppular. (RANGEL, 1993)  A imprtância scial das plantas medicinais tem sida abrdada pela organia Mundial da Saúde, especialmente partir de 1978, quand publicu uma reslu determinand a cria de um prgrama mundial para avaliar as espécies vegetais utiliadas

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na medicina ppular, cm a nalidade de estimular sua utilia. (MPAS, 1982) Evidencia-se a pssibilidade d saber cial e das leis da sciedade cnciliarem-se cm a cultura ppular. Cnhecend-a muit puc, e insensível às dierentes epresses dessa cultura,  Estad deia de perceber as cntribuies especícas pr elas traidas, a partir de suas eperincias cncretas. (oLIVEIRA, 1991) Em ve de se ecluírem, parecem cmplementares: a prática médica cial (recurs a médic, bserva de seus cnselhs e prescries) e a da medicina tradicinal. Esta, livre de imprvisaes, tende a se cnter n interir de rnteiras estritamente delimitadas, bedecend a nrmas que denem s meis teraputics que ela pde u deve empregar.   Acmpanhand pacientes, é pssível encntrar epresses representativas, que justicam  prqu d empreg de plantas medicinais: “Pr tradi (amiliar) e prque cn, mesm!” “Prer tentar s remédis naturais antes ds utrs.” “S passadas de gera para gera (que eu me entenda, desde a minha bisav), cm bns resultads.” “Sempre uvi dierem que é muit bm.” “Surte eeit melhr que essa água cm aúcar que é  remédi pr aí.”

Puc mdicada na sua essncia, a medicina natural sbreviveu, pela tradi e pel lclre, transmitind-se de gera a gera. Esses cnheciments ram prduids através de uma cnstante bserva da natureaPr assim cmhistricas pr infuncia de indígenas, escravs e imigrantes. raes e geplíticas, prtant, e pela etensa área verde que ainda sbrevive, a ppula brasileira representa uma das mais ricas ntes d saber tterápic e de nvs medicaments para a Medicina d utur.   A quest d aprveitament human d cnheciment ainda n i reslvida, nem pels cmputadres, vist que s seres humans prduem um imens vlume de cnheciments, eigind muitas vees umapderss rermula ds antigs. A sciedade civil tem instruments para divulgar inrmaes que a instruem, esclarecem e também infuenciam. À medida que um mair númer de pessas tem acess a inrmaes melhres e

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mais diversicadas, elas enriquecem seu quadr de reerncias e pdem aer cmparaes mais cnscientes. “Pder, enm, se trnar pessas mais críticas, mais eigentes. E rmar um públic que será (KoNDER, 1992,capa p. 6) de demcratiar  direit à inrma.”  A persistncia da medicina ppular em grandes centrs urbans, n entender de Lyla (1978, p. 228), demnstra que ela n é rut eclusivamente d islament gegrác e da alta de aten médica. Além de uma alternativa pssível às lngas las ds servis públics de saúde e “às receitas inacessíveis ds médics ciais”, ela representa “uma rea a esta prática autritária da ‘medicina cientíca’.”  A princípi, uma das aplicaes mais diretas deste livr dar-se-á ns setres de Fitterapia, cm s que vm send implantads ns servis de saúde pública, bem cm pderá ajudar a situar s diverss prssinais ligads às plantas medicinais assim cm atender a desa de tratar  diabetes mellitus (btânics, enermeirs, armacutics, médics) e àqueles que tm demnstrad interesse em adquirir um cnheciment mais aprundad acerca das plantas e ervasdeutiliadas seuscaminhs pacientes.e aplicar, na práHá pssibilidade se abrirempr nvs tica,  cnheciment crític sbre a administra de prduts naturais n diabetes mellitus. os autres acreditam que n presente trabalh seja de at invadr n prpsit, ainda preliminar, de reunir esrs ds diverss rams da cincia, de cngregar s estuds de plantas ligads a uma enermidade em particular. Seriam ecnmiads muits recurss se n se discriminasse a eperincia cnheciments ds chamads raieirs tradicinais. Assim,esprimeir pass cnsistiria em eetuar-se estuds etnbtânics detalhads, através ds quais se registrariam as partes precisas, as estaes d an e a idade em que as plantas devem ser cletadas, assim cm a maneira adequada de prceder quant a seu prepar e us. o segund pass deveria cnsistir em selecinar, dentre as várias centenas de ervas dispníveis, um pequen númer das mais prmissras, cm  bjetiv de estudá-las e pesquisá-las cm intensidade, além de estabelecer-se a dse eca incua e descartar as ervas ptencialmente perigsas. Pderiam, nalmente, ser elabrads manuais ilustrads sbre  cultiv e a utilia de plantas aprvadas; treinads agentes de aten primária à saúde e criadas hrtas de ervas medicinais. Voltar para o sumário

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(CHEN, 1982) Um valis estud sbre s métds interdisciplinares para  trabalh de camp cm a etnarmaclgia i apresentad pr Frank Lipp (1989), d Departament de Antrplgia da New Schl r Scial Research de Nva Irque. Numa cnsulta à ppula, pder ser btidas inrmaes de grande interesse cientíc. Algumas, especialmente, pdem pssibilitar a abertura de nvas rentes de pesquisa sbre agentes hipglicemiantes e teraputics, pr mecanisms diverss. outras, pdem alertar quant as riscs inerentes a cnsum de chás e plantas. Vale recrdar  depiment de um paciente, usuári de chás repassand  ensinament de que “carqueja demais pde aer mal p’ra vista”. É cert que há muit ainda a ser triad, mas s estuds etnarmaclgics, a análise criterisa d dit ppular sbre  diabetes, pde cntribuir para a medicina cidental de diversas rmas. De um lad, ajudar a traer as núcles de pesquisa  interesse públic crrente sbre s remédis da fra dentr de uma perspectiva cientíca. (SMET,1989) Deste md, epresses ppulares justicand  us de plantas – cm; “pr nevidenciam ter eeits claterais” e “prque é mais pur,pr isteempl, é, sem química” a necessidade de esclareciment de ba parcela ds pacientes que descnhecem imensa quantidade de agentes químics eistentes em vegetais. Pr utr lad, pder servir cm instrument para a descberta de nvas drgas. Em td  mund, inúmeras publicaes cmpilam nmes de plantas e ervas medicinais usadas para ‘tratar’  DM, embra muitas ainda aguardamatravés cnrma cientícageraes. para  que ppularmente se recmenda de sucessivas Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF,1963), Espanha (IVoRRA,1989), Israel (YANIV,1987), Jamaica (MoRRISoN,1982), países da  Árica (BEVER,1980), Índia (ALAM,1990), Guatemala (CÁCERES,1983), Méic (PÉREz,1984), Paquist (RAHMAN,1989), Inglaterra (BAILEY,1989). Alam et al. (1990), na regi rural da Índia, nde é epressiva a utilia da tterapia, encntraram um grande númer de plantas, pertencentes a diversas amílias, send pssível caracteriar que  seu prepar e administra dá-se de rma muit variada. Também na Índia, Atique et. al. (1985), identicaram a rma de empreg ds ruts da Annna squamsa L. (“custard apple”) e da Piper nigrum L. (pimenta negra) sugeVoltar para o sumário

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rind estuds armaclgics cmplementares. N Brasil, s pucs s estuds d gner, cm  realiad pr Martins (1989), n Amanas; Cimbra-Teieira et al. (1992), n Ri Grande d Sul; Annichin et al. (1986), em S Paul; Hirschmann et al. (1990), em Minas Gerais e Sampai et al. (1974) e Braga (1984), na Regi Nrdeste. N i encntrada alguma reerncia que tratasse especicamente das plantas empregadas n estad d Ri de Janeir. Mtivads pr estas cnsideraes, elabrams um questinári para  levantament das plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes mellitus em nss mei. Ele visa bter respstas para perguntas cm: Quais s as mais usadas n Estad d Ri de Janeir? Cm s btidas, cletadas, preparadas e ingeridas? Qual a cncentra ideal? Qual a reqncia de us, pslgia? Quais s princípis ativs, aes armaclgicas, eeits tics? Que resultads teraputics e reaes adversas s bservads pela ppula? Despertariam interesse um melhr cnheciment ds recurss tterápics reginais, bem cm as rientaes sbre a parte empregada, md de prepar e administra as pacientes, dentre utras inrmaes relevantes,  que é um trabalh a que se destina a etnarmaclgia. Pr este mtiv, i criad  Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais, ligad a Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense, nde iniciams a cleta de dads reerentes às plantas antidiabéticas d Estad d Ri de Janeir. os resultads deste levantament etnarmaclgic ser úteis para a deni de priridades e estratégias da pesquisa cientíca sbre  papel das plantas n diabetes. os autres acreditam que devem ser tmadas medidas gvernamentais n sentid de amparar, cm recurss humans, materiais e nanciaments,  desenvlviment ds váris núcles de pesquisas de prduts naturais para  estud de nssa fra.

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - INSTITUTO BIOMÉDICO LABORATÓRIO de ETNOFARMACOLOGIA E PRODUTOS NATURAIS PLANTAS ÚTEIS no TRATAMENTO do DIABETES MELLITUS  ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO I1-- IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: nome:_____________________________________________________ 2 - pront:_________________________  3 - nasc.: ____/____/____ 4 - naturalidade:_________________________________________________________  5 - end.: ________________________________________________________________________________   _____  6 - escol: analfabeto ( ), 1º grau ( ), 2º ( ), superior ( ) 7 - tel.: _________________________________ 

II - TRATAMENTO do DIABETES: 1 - tempo de diagnóstico (anos) : _______________________; 2 - tempo de tratamento: ____________________; 3 - história de diabetes na família? N ( ), S ( ); Quem? _________________________________________  4 - como trata? Só dieta ( ); dieta + medicação ( ); dieta + planta ( ); dieta+insulina ( ); outro ; __________  5 - quem orienta a dieta: ninguém ( ), nutricionista ( ), médico ( ); 6 - medicamento HO em uso: nome:_________________________, nº de comp. vezes/dia: __________________; 7 - apresentou algum efeito colateral? S ( ) N ( ) qual (is)? _________________________________________; 8 - Como usa insulina? tipo ________________vezes/dia _______________ dose diária ___________________  9 - Usou HO antes da insulina? S ( ) N ( ) Qual(is) ? ______________________________________________  10 - Qual método utilizado para monitorização domiciliar ? glicosúria ( ) glicemia ( ) Nenhum ( ) Ambos ( ) 11 - Qual a freqüência de intervalo entre as consultas? ________________________________________ meses 12 - acredita no benefício das plantas no diabetes? S ( ), N ( );

III - SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS: 1 - usa plantas no tratamento do diabetes? S ( ), N ( ); 2 - quais plantas ouviu dizer que seriam úteis? _____________________________________________________; Quais já utilizou ? ________________________________________________________________________   ______; 3 - Com que nalidade as emprega? baixar a glicose ( ), adoçante ( ), melhorar complicações ( ), outros ___  4 - quantas utiliza habitualmente? uma ( ), duas ( ), três ou mais ( ); nenhuma ( ); 5 - há quanto tempo faz uso de plantas para este m (anos)? __________________________________________  6 - quem recomendou? parentes ( ), amigo ( ), curandeiro ( ), leitura ( ), atendente de farmácia ( ), médico ( ), outro __________________________________________________________________________________   _____; 7 - o uso das plantas medicinais pode trazer algum risco? S ( ) N ( ); 8 - foi alertado para esta possibilidade? S ( ) N ( ); Quem orientou? ___________________________________; 9 - seu médico sabe que utiliza plantas? S ( ) N ( ); 10 - a opinião do médico? contra ( ), aprova ( ), indiferente ( ); 11 - gostaria de colaborar num estudo sobre plantas antidiabéticas? S ( ) N ( ); 12 - em quais etapas? coleta da planta ( ), usando a planta ( ), outro _________________________________ ;

IV - COMO USA PLANTAS NO DIABETES: 1 - freqüência (dias/semana): a. todo dia, b. dias alternados, c. eventual, d. outro ___________________________; 2 - como obtém: a. cultiva, b. colhe, c. ganha, d. farmácia, e. feira, f. outro ________________________________  3 - parte usada: a. toda, b. folha, c. caule, d. raiz, e. casca, f. fruto, g. semente, h. outro _____________________; 4 - como está na hora do uso? a. seca, b. fresca, c. misturada, d. pronta, e. outro __________________________; 5 - maneira de usar: a. infusão (chá), b. decoração (cozinha), c. mistura à comida, d. extrato (gotas), e. garrafada, f. triturada, g. outro ___________________________________________________________________________  6 - quantidade empregada/dia? 7 - freqüência de uso (vezes/dia)? a. 1x ( ), b. 2-3x ( ), c. toda hora ( ), d. outro _________________________; 8 - horário (relação com refeições)? a. antes ( ), b. durante ( ) c. depois ( ) d. indiferente ( ); 9 - obteve resultado? (S/N) vericou com exame? S ( ) N ( ) 10 outros usos medicinais / indicações da planta: 11 -- conhece efeitos colaterais desta planta? Quais?(use o verso, se necessário)

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“Nenhum país do mundo abriga uma ora tão rica e variada como o Brasil.” 

Friedrich Tobler 

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PLANTAS BRASILEIRAS USADAS NO TRATAMENTO DO DIABETES Lui Antni Raneir

N Brasil, eiste um grande númer de plantas utiliadas para  tratament d diabetes mellitus. N entant, a mairia, sen a ttalidade destas ntes, n descreve a pslgia a ser empregada,  mecanism de a u s eeits adverss. S apenas citaes d empreg de ervas em algumas regies d país e n eterir. Muitas destas reerncias n inrmam sequer a metdlgia utiliada para a cleta de dads. Neste capítul, s apresentads resums ds trabalhs realiads cm as nssas plantas antidiabéticas, assim cm  que diem s livrs de Fitterapia sbre  tema. Precupava-me abrdar  tema de rma mais ampla, n deiand de citar qualquer estud. Curis é que ui encntrar cnsl a cnsultar uma das primeiras e mais cnsagradas reerncias sbre Fitterapia n Brasil,  livr de Meira Penna de 1921: N bstante incmplet, prestará este trabalh grande servi, se ds mestres, cnhecedres ds thesurs que se cultam na rica fra brasileira, vierem depis bras de ôleg (PENNA, 1921)

Em 1931, Pi Crra publicu um lng estud sbre as plantas cia, um verdadeir medicinais n Brasil, “Dicinári ainda hje de cnsiderada plantas úteis” uma (1984). bra de reernEst relacinadas, a seguir, algumas plantas reeridas n Brasil cm úteis n diabetes mellitus, send destacadas em negrig as mais cmuns e/u sbre as quais ram encntrads estuds cientícs:`

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

erva-de-são-joão

nogueira

agrião

erva-pombinha

t--v

alcaçuz

pau-d’arco

h

tv t

barbatimão

galega

bardana

gerânio

briônia-branca

nn v

-h- qx ã 

ipecacuanha-branca

saião

pau-tenente

 j 

 

canafístula

 j

soja

carambola

jambolão

sucupira

carqueja

jambo-vermelho

umbaúba

cebola

jucá (pau-ferro)

urtiga

centáurea

jucareúba

valeriana

centeio

linho

vara-de-ouro

damiana

ã--ã-tn

vassourinha

dente-de-leão

mirtilo

vinca-rosa

jaborandi

sálvia

É da autria de Almeida Csta (1975, 1977) uma revis sbre aspects btânics e tquímics d Anacardium ccidentale (cajueiro), Bauhinia rcata (pata-de-vaca), Chrysbalanus icac (abageru), Crtn cajucara (sacaca) e Myrcia sphaercarpa (pedra-hume-caá). o Anacardium cidentale parece ter sid uma das primeiras a ser estudada cienticamente. Segund Csta (1975, 1977), sbre essa planta eistem diverss trabalhs mas a primeira cnrma eperimental d eeit hipglicemiante é atribuída a Arduín e Sares. (ARDUÍNo, 1951)  Arduín (1951, p. 307) realiu um ensai clínic agud cm 2 grups de vluntáris, 1 de 5 pacientes internads “prtadres de denas que n aetam  metablism ds hidrats de carbn” e  utr de 5 estudantes de Medicina “aparentemente nrmais”. Fi erecida uma dieta padr, incluind leite, p, 20g de aúcar e caé ad libitum. Fram clhidas 5 amstras de sangue, send: em jejum, 30, 90, 150 e 210min aps  desjejum. N segund dia, Voltar para o sumário

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s vluntáris tmaram 80 gtas de tintura de casca de cajueir, prduid pela “Flra Medicinal”, quine minuts antes de repetir a curva glicmica nas cndies já descritas. N grup de estudantes, a curva glicmica basal i realiada aps a ingesta de 100g de glicse, pr Vo, e cleta de sangue ns temps 0, 60, 120 e 180min. N segund dia, repetiram a curva, send que, 20min antes da administra de glicse, s pacientes eram us de “uma cápsula amilácea cntend 0,10g de etrat sec de casca de cajueir”. os resultads mstram uma queda máima ns temps 60 e 90min, que perduru pr 3 hras e meia. Baseads n us ppular de plantas d Nrdeste, Sampai e cl. (1974), da Universidade Federal d Ceará, realiaram estuds armaclgics pré-clínics cm 15 espécies cnsideradas antidiabéticas. o grup adtu  seguinte prtcl: 1º) cleta d material e clca da planta em estua pr 30min (estabilia); 2º) secagem a ar livre ambiente. o material sec e triturad (12,5g) i etraíd cm água a 90°C, pr 3 vees cnsecutivas, send s etrats reunids e cncentrads até 50ml (0,25g da planta pr mililitr). os estuds armaclgics cmpararam alguns etrats vegetais (500mg/kg) entre si e cm a clrprpramida (100mg/kg) administrads a rats albins machs (de 150-250 g). os autres cncluíram que apenas a Annna muricata (graviola) e a Pithecelbium multifrum (canaístula) demnstraram eeit hipglicemiante, send a primeira ainda mais ptente que a clrprpamida e a Pithecelbium multifrum nas dses empregadas. Dentre as demais plantas estudadas, estavam a Averha carambla Lin. (caramboCaesalpinia erreaLin. Mart. ( jucá).), a Persea americana (abacate) la e a), Psidium guajava (goiaba o eeit hipglicemiante da estévia, Stevia rebaudiana Bertni, i estudad pr Schmeling et al. (1977) em celhs alaniads. Fram usads 18 animais da raa Chinchila, dividids em 3 grups de 6, send diabétics (cm  us d alan) e nrmais recebend  decct e um grup cntrle de animais nrmais. o etrat i preparad na prpr de 100g de lhas mídas, secas a sl,também, em 1,5l de água em ciment, durante 10 minuts. obteve-se, amstras seriadas de sangue para glicemia ns temps basal, 30min, 60min e 90min. N ram encntrads eeits hipglicemiantes, u claterais, ns animais nrmais.

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os animais diabétics mstraram uma queda mais acentuada da glicemia aps 60 minuts. o eeit d etrat aqus das lhas da Stevia rebaudiana Bertni sbre  teste ral de tlerância à glicse (ToTG) i investigad pr Curi et al. (1986), em 16 vluntáris nrmais. o etrat a 5% i administrad a intervals regulares de 6 hras pr 3 dias. o ToTG i realiad antes e aps  us da planta. Um segund grup, de 6 vluntáris nrmais que ingeriram uma slu aqusa de arabinse, i também estudad para eliminar pssível eeit d stress. o etrat da estévia aumentu a tlerância à glicse e diminuiu s níveis plasmátics de glicse, durante  teste e aps  jejum nturn em tds s vluntáris.  Almeida e Agra (1986) relacinaram 68 plantas antidiabéticas brasileiras, apntand nme cientíc e vulgar (12 ds quais n identicads), a parte usada, e elabraram um estud eperimental cm s 4 vegetais mais cmuns da Paraíba. Fram elas, cm  nme ppular, parte da planta e tip de etrat utiliad: Bauhinia rcata Link (mrr u pata-de-vaca, lhas, etrat etanlic); Bumelia sartrum  Mart. (quiaba, casca d caule, etrat etanlic); Mart.rigida ( jucá u casca d caule, etrat etanlic) errea e Licania B. pau-err, (oiticica, casca  Caesalpinea caule e lhas, etrat aqus). N eperiment, ram empregads rats albins Winstar nrmais, (10 animais para cada planta), de ambs s ses. os etrats, etanlic u aqus (decct), ram administrads pr via ral em dse única de 1mg/kg. Nestas cndies, apenas a Bumelia satrum apresentu a signicativa sbre a glicemia, cm queda de 24%, cmparada cm  grup cntrle tratad cm sr silgic (salina a 0,9%). os autres n descartam a pssibilidade de bter-se eeit hipglicemiante cm as utras 3 plantas em em cndies distintas às utiliadas. (Almeida, 1986)  A Bumelia sartrum vem send bjet de estuds mais ampls, envlvend ensais pré-clínics, ticlgics e clínics. o eeit hipglicemiante d princípi ativ,  ácido bássico (Naik, 1991),  i cmprvad em camundngs, utiliand-se etrats etanlic e aqus, administrads pr Vo e IP em cncentraes variadas. Fi registrada a crrncia de dierentes resultads cnrme a idade da planta e  tip de sl. (MoDESTo FILHo, 1986, 1988, 1989)

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N ensai clínic cm a quiaba, 30 diabétics recém-diagnsticads ram dividids em 3 grups de 10, nde  primeir recebeu placeb,  segund, um cmprimid cm 370mg d etrat etanlic e,  terceir, a dsagem de 740mg, para a avalia da curva glicmica de 5 hras. As mesmas substâncias ram dadas a um grup de indivídus duas hras antes da realia de um ToTG, cm cleta de sangue ns temps 0, 30, 60, 120, 180 e 240 minuts. Calculu-se média e desvi-padr, e a análise estatística i eita cm  teste de student. os autres bservaram eeit hipglicemiante dse-dependente, mas n cnsideram s dads da pesquisa sucientes para assegurar seu empreg pela ppula. (MoDESTo FILHo, 1990) Sbre a pata-de-vaca, Bauhinia rcata, s animais, usand  etrat aqus (deccct) nas dses de 500 e 1.000mg/kg, n sreram altera signicativa na glicemia e n huve cmprtament anrmal u atividade tica até a dse de 3.000mg/kg de pes. Paralelamente, Mdest-Filh et al. ereceram  chá das lhas da B. rcata, em dses que variaram de 0,5 a 1 grama/dia, a 4 vluntáris diabétics. Embra sem eeits tics evidentes, a planta mstru-se ineca sbre a glicemia nas cndies empregadas. (MoDESTo FILHo, 1988, 1989) o etrat hidralclic (EHA) das lhas de uma utra espécie d mesm gner, também cnhecida cm pata-de-vaca – a Bauhinia mnandra Kur –, i administrad a rats diabétics dividids em dis grups (cm alan 150mg/kg, via IP). Anjs et al., (1994), d Departament de Farmaclgia da Universidade Federal de Pernambuc, cmpararam  eeit hipglicemiante d EHA (500mg/kg, Vo) cm insulina (20UI/kg IP) e slu salina (grup em 3n grups dee6últim animais. Clhidas glicemias hrárias,cntrle) bservu-se quart temp um eeit mais preminente da B. mnandra em rela à insulina. Num estud seguinte,  EHA i administrad a rats nrmais e diabétics dividids em dis grups, cntrle e diabétics (pel alan). observads s parâmetrs: glicemia, água ingerida e vlume urinári, s pesquisadres. Anjs et al. (1995) bservaram queda signicativa ns níveis glicmics em ambs s grups (16% nrmais),diabétics, send mais dentre saltera alaniads.ns os animais n preminente entant, n sreram ns demais parâmetrs. Sb  patrcíni da CEME, Russ et al.(1990), da disciplina de Voltar para o sumário

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Endcrinlgia da Escla Paulista de Medicina, realiaram ensais clínics dupl-cegs, cm a Bauhinia rcata  e a Myrcia unifra  (pedra-hume-caá) administrand-as a vluntáris diabétics e nrmais (identicads pr ToTG). As lhas trituradas acndicinadas em pactes individuais de 1gram e preparads pre inus (chá). N i detalhad  temp de ervura u de cntat das lhas cm a água. Na primeira etapa – ensai agud – i administrad  chá (1g) e ram btidas amstras de sangue durante 4 hras. N estud d eeit crônic (6 semanas), s indivídus eram us diári de 3g d chá.  A pesquisa i rganiada de maneira que, na primeira ase d ensai a metade dsa utra diabétics recebeu cm dupl 1g dasceg, lhas, enquant metade tmava chá  chápreparad placeb, cm a Imperata brasiliensis (sap). o sangue i clhid aps jejum nturn para dsagens de glicse, insulina e testes labratriais de rtina. Aps  desjejum e a ingest de uma inus cm 1g das lhas, ram btidas para medi da insulina e glicse amstras seriadas de sangue (1, 2, 3 e 4 hras). Aps  alm, i ingerid utr cp de chá cm 1g das lhas e nvamente ram clhidas amstras 2 hras aps (6 hras aps  primeir chá). Numa segunda ase – a de avalia d eeit crônic –, as plantas ram administradas às principais reeies, 3 vees a dia, durante 8 semanas, send determinadas glicemia e insulinemia a cada 2 semanas. Nesta casi, s grups (diabétics e nrmais) se reveavam na planta utiliada (placeb vs. medicinal). A HbA1c i dsada aps 8 semanas de tratament, bem cm a revis de bilirrubinas, alanina amintranserase, aspartat amintranserase, satase alcalina, prteínas ttais, albumina, amilase, sdi, ptássi, cmplet.uréia, creatinina, clesterl, triglicerídes e hemgrama N estud da Bauhinia rcata, rnecid pel Departament de Farmaclgia d Centr de Cincias da Saúde da UFRJ, ram bservads 10 indivídus (apenas um hmem), nrmais a ToTG, cm idades entre 22 e 28 ans (média de 24 ans). o grup diabétic era cmpst de 16 pacientes d tip II (2 hmens e 14 mulheres), cm idade entre 40 e 67 ans (média de 58) e cm 1 a 11 ans de cmpensada dena (média 5 ans). estavam cm a glicemia apenas cmDe dietapacientes e quatr necessitavam de Ho. Ds testes cm a Myrcia unifra participaram 10 indivídus nrVoltar para o sumário

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mais, send 6 hmens e 4 mulheres, cm idade entre 21 e 27 ans (média de 24 ans), cm ToTG nrmal. o grup de diabétics era cmpst de 18 pacientes tip II, 5 hmens e 13 mulheres, cm idade e 71 Deste ans (média 56), 2 a 9 ans de dena (médiaentre de 539ans). númer, 13cm pacientes estavam cm a glicemia cntrlada apenas cm dieta e cinc usand Ho. A  M. unifra i cletada pel Departament de Farmaclgia da Universidade Federal d Pará. os autres bservaram uma redu ds níveis de insulinemia n grup diabétic aps a M. unifra, e sugerem que a mesma decrra da diminui da absr de aliments u d aument da sensibilidade receptr osnrmais níveis de satase alcalinae mstraram-sed elevads nsà insulina. indivídus aps a M. unifra  placeb, mas n ram vists n grup de pacientes diabétics. os eeits prvcads antes e aps  us de cada planta ram analisads pel métd de Wilcn, enquant s resultads ds grups nrmais e diabétics ram cmparads pel teste de Mann-Whitney. N ram encntradas dierenas estatisticamente signicativas na glicemia e insulinemia, entre s grups nrmais e diabétics entre que receberam e B. rcata, quand cmparads si e cm M.unifra placeb (Imperata brasiliensis). (Russ, 1990) Curisamente, embra eperiments pré-clínics e clínics recentes n cnrmem  eeit hipglicemiante, a pata-de-vaca  cntinua send uma das mais usadas pela ppula e, em 1929, n 10º Cngress Médic n Ri de Janeir, Carmela Juliani (1942) demnstru resultads satisatris ns eperiments cm ces e celhs submetids à “hiperglicemia adrenalínica” e à etirpa de 2/3 d pâncreas. os resultads animadres levaram à abrica d cmprimid “bauintrat”. outrs autres também descrevem  eeit hipglicemiante da Bauhinia rcata, cm Almeida Csta (1942) e Caricati-Net (1985). Cimbra-Teieira et al. (1992) eram uma investiga etnarmaclgica cm pacientes diabétics ds hspitais liads à Universidade Federal d Ri Grande d Sul, para identicar as plantas mais utiliadas, a rma de bten, prepar e us, cnstatand que  jambolão é utiliad pela mairia ds pacientes. Amstras ram levadas a Departament de Btânica que recnheceu duas espécies: a Syygium cumini e a Syygium jambs. L. Skeels e a S. jambs L. Alst. Voltar para o sumário

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N questinári, respndid pr 100 diabétics d tip I u II, huve a precupa cm a cleta de dads cm: tip e parte da planta usada; númer, tip e grau de hidrata das lhas usadas e/u resca; esta e tip meidedecnserva bten; rma de prepar  –(seca pr inus u decc), e temperatura d chá, assim cm a dsagem empregada. os resultads mstraram que 72 pacientes utiliavam  jambolão, predminand  us d chá na dilui média estimada de 2,5g/litr (0,2-6,9g) uma ve a dia, paralelamente a us de insulina, hipglicemiantes rais e/u utrs chás. observu-se que  S. cumini é mais cmumente preparad pr inus, enquant  S. jambs, pr decc, cm lhas secas e/u rescas, send cnsumid cm substituts da água.   Aps a pesquisa ppular, um estud clínic cm vluntáris nrmais usu a decc de 2,5g de lhas d S. cumini pr litr de água. Embra n tenham encntrad eeit hipglicemiante, Teieira et al. (1992) acreditam que  mesm pssa vir a crrer cm  us crônic. Dentre as pesquisas cm plantas antidiabéticas n Brasil, mereaindaNgueira destaque(1984), as tesesrespectivamente, de Mestrad de Úrsula (1979) ecem Denir sbre Grne as lhas da Myrcia multifra  (pedra-hume-caá), e  epicarp (casca d rut)  da  Punica granatum  (romã). Utiliadas em eperiments armaclgics pré-clínics, ambas ram capaes de inibir a absr intestinal de glicse em animais.  A pedra-hume-caá (Myrcia multifra Lam., antes chamada de M. sphaercarpa u Eugenia multifra) i submetida a um estud químic e pré-clínic. A parte ativa da planta está nas lhas, da qual se bteve um etrat aqus. o eperiment islu inúmers cmpnentes n etrat, cm tanins, aminácids e aúcares, mas  princípi ativ antidiabétic da planta é uma glicprteína. Grne (1979) bservu semelhana ns seus resultads, cm a M. multifra, e s encntrads cm algas verdes d gner Vlv. os glicpeptídes islads da planta, cm pes mlecular em trn de 700 daltns, mstraram-se inibidres da absr intestinal de glicse n intestin de rats. os animais, cm pes de 120 a 160g, ram deiads em jejum durante 20 a 24 hras e, depis, anestesiads cm pentbarbital sdic (30mg/kg d animal), pr via IP, para evitar que a manipula d animal prvcasse reaes adrenérgicas d stress. A seguir, i eita uma perus cm sr silgic em um segment intestinal de 20cm, para eliminar s Voltar para o sumário

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detrits d barbitúric. os resultads da absr intestinal btids aps  us da M. sphaercarpa ram cmparads cm uma curva padr de absr apenas cm  pentbarbital. (GRüNE, 1979) outra espécie cnhecida cm pedra-hume-caá –, a Myrcia citrilia –, mstru eeit hipglicemiante n estud de Arruda (1978). o etrat alclic d epicarp da romã   – Punica granatum L. – causu hipglicemia dse-dependente, cm eeit máim cerca de 4 a 6 hras aps a administra IP d etrat. Visand a avaliar  pssível mecanism de a d epicarp da rm, i utiliad  prpranll, beta antagnista inespecíc, anuland s eeits da glicse administrada EV para bter hiperglicemia sbre s receptres beta. o prpranll agrava a hiperglicemia, prvavelmente pr inibir a libera de insulina. o etrat etanlic i usad na dse de 100mg/kg de pes crpral IP 4 hras antes da administra EV de glicse. Fram empregadas ainda: glicse hipertônica a 25% (na dse de 2,5g/kg de pes, btend glicemias da rdem de 400mg/dl, que duram cerca de 60-80 minuts); prpranll (IP, na dse de 10mg/kg, 30 minuts antes da glicse), camundngs albins machs (cm cerca de 20g, mantid cm água libitum,4 mas em de jejum n diacada d eperiment). Framadusads grups animais, qual cm 10 camundngs: grup I, cntrle, recebend apenas glicse; grup II, recebend  etrat da rm além da glicse; grup III, cm prpranll mais glicse e  grup IV, cm epicarp da rm, além de glicse e prpranll. A administra da glicse EV prvcu hiperglicemia aps 15 minuts (417 +u - 11,4mg/dl), mantend-se elevada n grup cntrle aps 45 minuts. o us d etrat da rm prvcu queda mais rápida na glicemia, já bservad 15 minuts aps a administra da glicse. o prpranll n infuiu signicativamente n eeit da rm para diminuir a glicemia. Cnsiderand que  empreg da glicse prvca libera da insulina pel pâncreas e que  prpranll inibe esta libera, Ngueira (1984) acredita que a hiperglicemia mais elevada ns animais tratads cm  prpranll seria devida a blquei da libera de insulina. Cnclui que  eeit da rm n parece ser mediad pela libera de insulina, pis a prvcu uma queda mais rápida ns níveis glicmics ns animais cm prpranll. o etrat aplicad mesm previamente blqueiatratads  eeit hipglicemiante da insulina administrada SC na dse de 1,0 UI/  kg pes. (NoGUEIRA, 1984)

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Um estud mais abrangente i realiad pr Giuseppe Presta (1986), envlvend aspects armaclgics pré-clínics e clínics, cm a Chrysbalanus icac Lin. (abageru), planta cmum n litral fuminense, em especial da Regi ds Lags. Vinte pacientes (11 hmens e 9 mulheres) ram acmpanhads pr Presta durante 18 semanas cm us d chá das lhas (previamente mídas e acndicinadas em pactes de 5g). o prepar, pel paciente, seguia a recmenda de ervura em 100ml de água ltrada durante 3 minuts, para ser cnsumid lg em seguida. os pacientes ram avaliads a cada 2 semanas quant a pes, glicemia de jejum e hemglbina glicsilada e, a cada 6 semanas, alternavam esquema de tratament (apenas dieta u esta acmpanhada d us da planta). Cmparand s resultads da 6ª semana (aps a estabilia da glicemia cm dieta) cm valres da 12ª semana, bservu-se que a administra d chá de abageru i capa de reduir a glicemia média em 12,61%. Em mdel eperimental, cm camundngs nrmais e diabétics (cm alan),  chá d C. icac a 5% prduiu 64,20% de blquei na absr intestinal de glicse. (PRESTA, 1986)ram também submetids a estuds armacoutrs vegetais lgics pré-clínics, na tentativa de validar  us pels diabétics, cm a Periandra mediterranea Taubert, (alcaçu)  pr oga (1980), a Calphilum brasiliense ( jacareba vermelha) pr Ramôa (1977), a Eugenia edulis  (cambucá), pel pr. Paul Siel (1983) e a Bignnia tuira (1992), mas apenas estas duas últimas causaram queda na glicemia ds animais, nas cndies eperimentais utiliadas. Etrats fuids d alcaçu d Brasil, a Periandra mediterranea (Vell) Taubert, ram utiliads em ensai armaclgic quant à ticidade e aes antiinfamatria e hipglicemiante. (oGA, 1989) o etrat fuid i preparad cm raíes e rimas clhidas na cidade de Ps de Caldas, Minas Gerais. o álcl é empregad cm cnservante, participand da slu nal numa cncentra de 25%. Em um mililitr da slu est s cnstituintes de 1.000mg de drga, de acrd cm a segunda edi da Farmacpéia Brasileira. Dierentes grups de rats Wistar machs ram submetids a epinerina e alan para indu da hiperglicemia. Tant ns

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animais tratads cm slu silgica (cntrle) quant ns alaniads,  etrat fuid d alcau pr Vo n acarretu mdica apreciável na glicemia. Entretant, huve signicativa redu da que glicemia ns animais cm hiperglicemia pela adrenalina receberam a P. mediterranea, quandinduida cmparads cm  seu grup cntrle (s adrenalina). oga et al. (1980) sugerem  aument da secre de insulina u a inibi das atividades crtic-adrenais u a inibi da hequinase (lcal especíc de a da epinerina) cm pssíveis mecanisms de a da planta.  A ticidade pr Vo i baia e mesm em vlumes elevads n i letal. A snlncia bservada em alguns rats pde estar ligada à presena d etanl u mesm a eeit depressr d SNC pr utr princípi ativ eistente n etrat. (oGA, 1980) Utiliand animais adults n-alaniads, Siel e Martin, d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense, vericaram a infuncia d deccct de lhas dessecadas de Eugenia edulis (cambucá), Myrtaceae, sbre a glicemia de cbaias. os animais ram submetids à administra intraperitneal de uma slu btida pel decct da planta (cncentra n antada) aps 4 hras de supress de aliment e ram clhidas amstras de sangue aps 5, 10 e apresentu 20 hras. Amaires glicse,quedas determinada métd de glicse-idase, aps 20pel hras. N i bservada queda signicativa da glicemia ns demais temps quand cmparads cm  grup cntrle. (SIxEL, 1983) Medeirs et al. (1991), d Departament de Fisilgia e Farmaclgia da Universidade Federal d Ceará, estudaram a Bignnia turia, da regi Amaônica, utiliand  etrat u inus a 10% em rats Wistar albins machs. Alguns animais ram submetids a alan paradeprvcar  diabetes mellitus. Clhidasnandse msdede150mg/kg utubr, 25g  lhas secas ram ervidas em 250ml de água destilada durante 10 minuts e depis ltradas. A seguir, i adicinada água destilada para cmpletar 250ml (slu a 10%). Rats nrmais e diabétics receberam a dse diária de 10ml/kg, pr um períd de 4 dias, send a dse denida empiricamente a partir d us ppular. Amstras de sangue ram clhidas aps jejum nturn e 2 hras aps a administra d chá. os animais ram distribuíds em 4 grups de 5, send: nrmal tratad e n tratad, diabétic tratad e n tratad. A  queda ds níveis glicmics (58,7%) i mair ns diabétics, em rela as nrmais (12,8%). o mecanism de a n i denid, mas s autres sugerem que a queda na glicemia tenha Voltar para o sumário

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sid independente de insulina, e aventam a pssibilidade de que  eeit da planta seja através da regenera da célula beta lesada.  A Snchus asper (L.) Hill, cnhecida ppularmente cm dente-de-leão, tem sid usada pels diabétics na cidade d Ri Grande (RS). Espindula et al. (1994) induiram  diabetes em 13 rats albins cm  empreg da estrepttcina (65mg/kg IP) que eram ingesta espntânea da inus das lhas verdes da planta na dse de 20mg/kg durante 7 dias. Aps 24 h d términ d tratament, vericu-se uma diminui ds níveis iniciais de 1106,75 para 664,73mg/dl (p
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