Ensaio de sedimentação em escala de bancada: teste de proveta.

May 24, 2018 | Author: MÔNICA SUEDE S. SILVA | Category: Data Compression, Time, Minerals, Evolution, Logarithm
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Descrição: Separação sólido-líquido....

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UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Departamento de Engenharia de Minas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral

SEPARAÇÃO SÓLIDO – LÍQUIDO Trabalho Nº 2

SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ............................................................ ......................................................................................................................... ............................................................. 2

2.

OBJETIVOS ................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................ 3 2.1 2.2

3.

GERAL ............................................................................................................................................. 3 ESPECÍFICOS.................................................................................................................................... 3

REVISÃO DA D A LITERATURA ................................................................................................... ................................................................................................... 4 3.1 3.2

SEPARAÇÃO SÓLIDO - L ÍQUIDO ......................................................... ...................................................................................................... ............................................. 4 SEDIMENTAÇÃO .............................................................................................................................. 4

 3.2.1 Ensaio de sedimentação em bancada ..................................................................................... 5  3.2.2 Dimensionamento de espessador .......................................................... .................................. 7  3.2.2.1 Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ........................................................................... 7 3.2.2.2 Método de Kynch com traçado Oltmann .................................................................................... 8 3.2.2.3 Determinação do ponto de compressão ...................................................................................... 9 Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & DA LUZ (2011) .............. ..................... ....... 11   Formulário das Variáveis de Controle .............................................................................................. 12

4.

METODOLOGIA EXPERIMENTAL ....................................................................................... 14 4.1 4.2

M ATERIAIS ......................................................... .......................................................................................................................... ............................................................................ ........... 14 MÉTODOS 14

SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO ............................................................ ......................................................................................................................... ............................................................. 2

2.

OBJETIVOS ................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................ 3 2.1 2.2

3.

GERAL ............................................................................................................................................. 3 ESPECÍFICOS.................................................................................................................................... 3

REVISÃO DA D A LITERATURA ................................................................................................... ................................................................................................... 4 3.1 3.2

SEPARAÇÃO SÓLIDO - L ÍQUIDO ......................................................... ...................................................................................................... ............................................. 4 SEDIMENTAÇÃO .............................................................................................................................. 4

 3.2.1 Ensaio de sedimentação em bancada ..................................................................................... 5  3.2.2 Dimensionamento de espessador .......................................................... .................................. 7  3.2.2.1 Método de Kynch com traçado Talmage-Fitch ........................................................................... 7 3.2.2.2 Método de Kynch com traçado Oltmann .................................................................................... 8 3.2.2.3 Determinação do ponto de compressão ...................................................................................... 9 Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & DA LUZ (2011) .............. ..................... ....... 11   Formulário das Variáveis de Controle .............................................................................................. 12

4.

METODOLOGIA EXPERIMENTAL ....................................................................................... 14 4.1 4.2

M ATERIAIS ......................................................... .......................................................................................................................... ............................................................................ ........... 14 MÉTODOS 14

LISTA DE TABELAS Tabela I – Resultados obtidos nos testes de sedimentação em bancada. Nota: DR  – Dosagem de Reagente. ................................................................. ....................................................................................................................................... ...................................................................... 16

LISTA DE FIGURAS Figura 1  – Esquema da separação sólido-líquido num espessador, comparativamente à evolução do fenômeno num ensaio em bancada. ............................................................................ 2 Figura 2 - Esquema representativo de um espessador, destacando-se as principais zonas de sedimentação vistas num ensaio de sedimentação em bancada, (TORQUATO, 2008). ................ 4 Figura 3 - (a) Etapas no teste de sediemntação em bancada; (b) Curva de sedimentação típica, TORQUATO (2008). ......................................................................................................................... 6 Figura 4  – Classificação da água sobrenadante do teste de sedimentação: (a) ótima (turbidez (100 NTU); (b) boa (turbidez ≈ 600 NTU); (c) ruim (turbidez ≈ 1500 NTU) e (d) péssima (turbidez ≈ 400.000 NTU). (BRAGANÇA, 2008). ............................................................................. 6 Figura 5  – Modelo Kynch na determinação tu, em que se tem: tu1  – é o valor do tempo determinado quando hu está acima do ponto de compressão  – Leitura Direta; t u2  – é o valor de tempo determinado quando hu está abaixo do ponto de compressão - traçado Talmage-Fitch. ..... 8 Figura 6  – Método de Kynch com traçado de Oltmann para a determinação do fluxo crítico de sedimentação. .................................................................................................................................. 9 Figura 7  – Curva de sedimentação, mostrando as descontinuidades na transição do regime livre de sedimentação para o impedido, e para a compressão. ............................................................ 10 Figura 8 – Localização grosseira do ponto de compressão/crítico, por meio do gráfico de Roberts, acentuando-se a mudança na inclinação das duas descontinuidades da curva de sedimentação. ........................................................................................................................................................ 10 Figura 9  – Fotos do ensaio de sedimentação em proveta sem adição de floculante que foi conduzido no Laboratório de Flotação do DEMIN/UFOP: (a) Início do ensaio; (b) Estágio intermediário; (c) Período de 24 horas após o início do ensaio. .................................................... 17 Figura 10  – Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos de condições distintas de

1. INTRODUÇÃO O processamento de minérios envolve estágios de moagem e de classificação, os quais usam grandes quantidade de água. Na indústria do ouro, por exemplo, a norma operacional é a de consumo de uma tonelada de água por tonela de minério. Esse volume de água deve ser separado ou reduzido no tratamento posterior para a recuperação do mineral de interesse.  A separação de sólidos, a partir de suas suspensões em líquidos, é usualmente alcançada por sedimentação gravitacional em espessadores. No caso de partículas finas, esse processo é muito lento, sendo que, em geral, de 75% a 80% da água pode ser separada e removida por espessadores. A operação de espessamento nesses equipamentos pode ser  conduzida de modo contínuo ou em batelada, dispondo-se de fluxos diretos ou contracorrentes dos produtos gerados  – overflow e underflow. Para a remoção da água residual, posteriormente, necessita-se do emprego de filtros, onde se consegue retirar 90% da água em excesso. Os espessadores tem sido projetados usando as leis básicas de sedimentação. Métodos empíricos, indicados por muitos fabricantes desses equipamento, são também usados para a obtenção de resposta rápida de parâmetros-chave de projeto, como a velocidade de sedimentação e as dimensões do tanque.  A velocidade de sedimentação para uma polpa particular pode ser obtida a partir de um

2. OBJETIVOS 2.1

Geral Descrever o ensaio de sedimentação em escala de bancada, considerando-se a sua

importância para processo de separação sólido-líquido.

2.2

Específicos 

apresentar e discutir os resultados obtidos com o teste de sedimentação em bancada no Laboratório de Flotação do DEMIN/UFOP;



apresentar o desenvolvimento dos cálculos para a construção de um espessador convencional.

3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1

Separação Sólido - Líquido O crescimento tecnológico das operações de processamento mineral diante da

mudança no quadro de qualidade dos minérios atuais: alta percentagem de finos, baixo teor de minerais de interesse e elevada quantidade de ganga, etc., tem realçado a importância dos processos de separação sólido-líquido, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011). Nesse contexto, ressaltase ainda que a necessidade do cumprimento das legislações ambientais para a disposição dos rejeitos industriais tem atuado como fator determinante na escolha do processo separação-sólido para a reciclagem daqueles materiais.  As técnicas utilizadas para a separação sólido-líquido são: secagem, centrifugação, filtragem e sedimentação por gravidade (espessamento e clarificação). A escolha da técnica mais adequada para dada aplicação será uma função das características do material a ser  processado, do tipo de serviço, dentre outros fatores, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011).

3.2

Sedimentação  A sedimentação é um dos processos de separação sólido-líquido baseado na diferença

entre as densidades dos constituintes da suspensão. A remoção das partículas sólidas presentes

3.2.1

Ensaio de sedimentação em bancada

Os mecanismos de separação sólido-líquido vigentes no espessador podem ser  entendidos pelos ensaios de sedimentação realizados em bancada. Trata-se de um teste que consiste na observação do deslocamento da interface clarificada num sistema de partículas sólidas suspensas em água  – polpa dentro de uma proveta. Para essse sistema, definem-se, previamente, as condições de pH, dosagem de floculante, concentração de sólidos, etc., que atuam como variáveis de controle do processo. Durante o ensaio, distinguem-se dois regimes de sedimentação: um livre, e outro impedido, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011). Ao final, no fundo da proveta, forma-se uma camada de lama, em que as partículas empacotam-se/adensam-se, deslocando o líquido entre elas. Fazendo isso, o líquido clarificado ascende sobre essa lama. Essas considerações aplicam-se tanto aos processos em batelada quanto aos contínuos, levando-se em conta que nesses últimos um balanço entre o fluxo da corrente overflow e a taxa de remoção da lama (underflow) deve ser  mantido. Dentre as informações obtidas no ensaio de sedimentação em bancada, destaca-se a taxa/velocidade de sedimentação que, juntamente com o tempo de sedimentação, encarrega-se pela determinação da área unitária de espessamento  – informação primordial no projeto do espessador.

(a)

(b)

Figura 3 - (a) Etapas no teste de sediemntação em bancada; (b) Curva de sedimentação típica, TORQUATO (2008).

De um modo geral, o ensaio de sedimentação em bancada é realizado para atender os seguintes objetivos, segundo (TORQUATO, 2008): 

avaliar a clarificação da água em diferentes condições de ensaio (pH, tipo de polímero, % de sólidos, etc.);



avaliar condições diversas de coagulação e floculação de uma polpa;

3.2.2

Dimensionamento de espessador

Grande parte do bom desempenho da separação sólido-líquido num espessador é afetada pelo seu projeto inicial  – dimensionamento. Isso porque o desconhecimento da interrelação das variáveis de controle do processo, tais como: a concentração mássica de sólidos no

underflow

(Cmu);

a

dosagem

de

floculante,

dentre

outras,

pode

resultar

no

superdimensionamento ou no subdimensionamento desse tanque. Segundo TORQUATO (2008), o dimensionamento é realizado, normalmente, com base em dados obtidos nos ensaios de sedimentação em bancada  – teste de proveta, mas também pode usar informações de ensaios em escala piloto. No entanto, esses últimos são mais difíceis de serem conduzidos, pois não se conseguir manter uma alimentação com características constantes. E, como não se recomenda a recirculação dos fluxos (underflow e overflow) na alimentação para evitar a quebra de flocos e alteração na dosagem do reagente, a utilização de equipamento piloto é muito restrita. Para o dimensionamento de espessadores, necessitam-se de informações como a velocidade de sedimentação da fase sólida, a concentração mássica de sólidos no underflow (Cmu) e o tempo de sedimentação. Esse último é empregado no cálculo da área unitária de espessamento (Au), a qual determina o diâmetro do espessador. Muitos modelos são aplicados na determinação dessa área, sendo os principais: Coe  – Clevenger, Kynch, Kynch com traçado

O modelo de Kynch com o traçado de Talmadge e Fitch adota o seguinte procedimento: traça-se uma linha tangente à curva no ponto de compressão  – (hcom; tcom). O tempo (tu) para atingir a concentração mássica de sólidos requerida no underflow (C mu) é obtido pela intersecção da linha tangente com a reta horizontal de ordenada igual a h u (dita “linha do underflow”), (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011), TORQUATO (2008). Caso h u estiver acima do ponto

de compressão, tu tem leitura direta na curva de sedimentação no ponto h u - Figura 5.

Figura 6  – Método de Kynch com traçado de Oltmann para a determinação do fluxo crítico de sedimentação.

3.2.2.3

Determinação do ponto de compressão

Figura 7  – Curva de sedimentação, mostrando as descontinuidades na transição do regime livre de sedimentação para o impedido, e para a compressão.

O fim da sedimentação impedida da polpa e o início da zona de compressão é referido como ponto de compressão ou ponto crítico  – Pc. Essa descontinuidade na curva de sedimentação nem sempre é vista com facilidade, sendo que existem alguns procedimentos para

No presente estudo, adotou-se o método de Roberts, por ser de fácil condução. Nesse procedimento para a visualização de P c, plota-se, em função do tempo de sedimentação, a evolução das cotas da interface (h) subtraídas da cota final de equilíbrio (h∞) num gráfico de escala logarítmica.



Comportamento da Cota de Interface Clarificada, TORQUATO & DA LUZ (2011) O trabalho TORQUATO & DA LUZ (2011), inserido no contexto de beneficiamento de

minérios de ferro, fez uma abordagem do dimensionamento de espessadores, visando obter  correlação entre resultados de ensaios em proveta e os de operações industriais. Os autores afirmam que as equações definidas para a sedimentação discreta (partículas sólidas não exibem interação entre si) perdem a sua a validade diante das condições reinantes na operação de espessamento, como a presença de altos valores de concentração volumétrica (Cv). Isso porque nesse ambiente, o regime de sedimentação por zona exibe partículas mutuamente interferindo no processo.  Assim sendo, os autores justificam a adoção de uma equação descritora da evolução da cota (z) da interface entre o líquido clarificado e a polpa turva com o tempo de sedimentação (t) – equação (2).



Formulário das Variáveis de Controle a) Vazão de sólidos na alimentação:

         

(3) (3.1)

b) Concentração mássica de sólidos na alimentação:

  *+

(4)

c) Concentração mássica de sólidos no underflow:

    

(5)

d) Concentração de sólidos na alimentação:

   [( ) ]

(6)

e) Concentração de sólidos no underflow:

  [() ]

(7)

 j)

Massa de sólidos:

k) Densidade de polpa:

      0  .   /1

(12)

(13)

 

l)

Densidade de polpa (t = 0 min.):

  0  .   /1  

(14)

4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL 4.1

Materiais Foi utilizada amostra de protominério de ferro classificado como itabirítico dolomítico,

cuja densidade (s) era de 3000 kg/m 3. E, como reagentes, empregou-se o floculante aniônico tipo Superfloc A - 100, e água destilada. Além desses, utilizaram-se ainda 4 provetas de 1000 mL e béquers como vidrarias principais, balança analítica de precisão, cronômetro, agitador  mecânico, fitas de papel milimetrado, fita durex, peagâmetro e agitador ultrassônico.

4.2

Métodos O ensaio de sedimentação em bacada foi iniciado com a preparação do aparato  –

proveta, de modo que as leituras das interfaces pudessem ser observadas. Para tanto, fixou-se o papel milimetrado, segundo a maior dimensão da proveta, com o auxílio de fita durex, sendo que o zero da escala milimetrada coincindiu com a marca de 1000 ml da proveta. A fita de papel milimetrado é utilizada para registrar as leituras da interface polpa/ar ao longo do tempo de sedimentação. Para a observação dos efeitos da concentração de sólidos na alimentação (Csa) na velocidade de sedimentação, empregaram-se dois níveis de C : 100 g/L e 200 g/L. De acordo

 A polpa foi manipulada dentro da própria proveta, imprimindo misturamento e agitação lentos por, aproximadamente, 10 minutos, visando colocar todos os sólidos em suspensão. No último curso de agitação, acionou-se o cronômetro quando o agitador mecânico atingiu a interface polpa/ar. A partir de então, registou-se o nível da interface polpa/ar no papel milimetrado para o intervalo de tempo de 1 minuto até 15 minutos.  Após o período de 24 horas, foi observada a estabilidade da interface polpa/ar em torno de uma cota específica de altura da proveta. Nesse ponto, cabe uma observação feita por  TORQUATO (2008) de que, caso haja superposição de marcação (estágio de compactação dos sólidos da polpa), pode-se deixar de marcar alguns pontos. Para tanto, sugeriu-se colocar uma fita milimetrada maior que o comprimento da proveta.  A adição de floculante nos ensaios de sedimentação foi conduzida de modo lento, e sob agitação. Após o término da adição do reagente na proveta, agitou-se a polpa por mais três vezes. No último curso, acionou-se o cronômetro no momento em que o agitador mecânico atingiu a interface polpa/ar. Feito isso, anotou-se o nível da interface polpa/ar em papel milimetrado para o intervalo de tempo de 30 segundos até 15 minutos.

5. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS  A Tabela I apresenta os dados dos ensaios de sedimentação em bancada conduzidos no Laboratório de Flotação do DEMIM/UFOP que tiveram duração de 1440 minutos (24 horas) cada um. Nessa tabela foram disponibilizados apenas algumas faixas de tempo do ensaio, tais como a inicial (t  5 minutos), e a de alcance da interface de equilíbrio (t 60 minutos).

Tabela I – Resultados obtidos nos testes de sedimentação em bancada. Nota: DR – Dosagem de Reagente.  Altura da Interface [m] Tempo

Ensaio Nº 01

Ensaio Nº 02

Ensaio Nº 03

Ensaio Nº 04

[min.]

Csa1: 100 g/L

Csa2: 200 g/L

Csa2: 200 g/L

Csa2: 200 g/L

DR1: 0 ppm

DR1: 0 ppm

DR2: 15 ppm

DR3: 25 ppm

0,00

0,3600

0,3620

0,3620

0,3620

5,00

0,1910

0,2130

0,0803

0,0856

6,00

0,1750

0,1980

0,0706

0,0778

7,00

0,1590

0,1850

0,0654

0,0760

8,00

0,1460

0,1680

0,0629

0,0724

9,00

0,1280

0,1510

0,0619

0,0724

10,0

0,1090

0,1420

0,0615

0,0724

60,0

0,0240

0,0510

0,0614

0,0722

PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

Página 16

Nas Figuras 9a, 9b e 9c são mostrados os perfis de sedimentação nos ensaios de proveta, em que se observam os aspectos de clarificação da água sobrenante a polpa, e de formação do espessado no fundo da proveta.

(a)

5.1

Efeitos da concentração de sólidos na alimentação - Cs a  A Figura 10 são apresentados os efeitos da concentração de sólidos na polpa de alimentação sem adição de floculante sobre o comportamento de

sedimentação de partículas sólidas. Observa-se que, sob uma maior concentração de sólidos na alimentação (C sa2), a taxa/velocidade de sedimentação é aumentada, como resultado da maior interação entre as partículas.

Figura 10 – Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos de condições distintas de concentração de sólidos na polpa alimentação: Csa1 = 100 Kg/m3 Csa2 = 200 Kg/m3, sem adição de floculante.

PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

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5.2

Efeitos da adição de floculante SuperFloc A-100 Na Figura 11 podem ser observados os efeitos da adição de floculante na polpa de alimentação sobre o comportamento de sedimentação de

partículas sólidas. Nota-se que, no início do processo, há uma distinção acentudada de comportamento entre as curvas sem e com adição de floculante. Interessante é ainda observar os distintos pontos de início da zona de compressão para essas curvas de sedimentação, sendo que a dosagem de floculante (Csa2 _D1, Csa2 _D2) promoveu a redução no tempo de compressão e maior profundidade de espessado.

Figura 11  – Curvas de sedimentação ilustrando os efeitos da adição de floculante SuperFloc  A-100 na polpa com uma concentração de sólidos na alimentação de Csa2 = 200Kg/m3.

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5.3

Dimensionamento de um espessador Os valores dos principais parâmetros de dimensionamento do espessador, identificados

ao longo da seção 3.2.2, são apresentados abaixo. Nota-se que a alimentação do espessador, em termos de concentração mássica, está abaixo de 20%, enquanto que o produto espessado mostrará uma elevação desse parâmetro para 67%. Segundo dados de DA LUZ & OLIVEIRA (2011), o espessador aqui dimensionado pode ser enquadrado nas condições operacionais, por  exemplo, de um espessador de concentrado não-magnético fino no processamento de minério de ferro. Qsa ............................. 626,08 ton./h Cma ........................... 17,65% Csa ........................... 200 kg/m3 Cmu ........................... 67,20% Csu ........................... 1.217,4 kg/m3

5.3.1

Determinação do Ponto de Compressão  – Gráfico de Robert

O ponto de compressão (Pc) determinado pelo Gráfico de Robert teve as seguintes coordenadas: t comp. igual a 5,54 minutos (332,2 s) e hcomp. igual a 0,00809 m (0,809 cm), confome exibido na Figura 12.

Figura 12 – Gráfico de Robert para a determinação do ponto de compressão  – Pc, sob condições de sedimentação: adição de floculante SuperFloc A-100 igual a 25 ppm (2,5mL) na polpa com uma concentração de sólidos na alimentação de Csa2 = 200 Kg/m3. PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

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 A partir do gráfico apresentado na Figura 13, é possível determinar a velocidade de sedimentação (vs), como sendo a inclinação média entre o início do regime de sedimentação por  zona e o ponto de compressão (Pc)  – equação (16), onde se tem: hai  – altura da interface em t = 0 min. (tai), em que há o início de sedimentação por zona, h comp  – altura da interface em t = t comp., onde há o início de compressão, (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011):

   

(16)

Naturalmente os valores de tempo “tai” devem ser próximos de zero ou iguais a zero (não são iguais a zero quando existe uma acomodação natural do sistema, no início do ensaio, devida à turbulência necessária para a homogeneização inicial), (DA LUZ & OLIVEIRA, 2011).  Assim sendo, determinou-se vs como sendo igual 1,14 m/h.  Ainda usando a Figura 13 como referência, o tempo necessário para que se alcance a concentração especificada no underflow, usando o modelo de Kynch com traçado Talmage-Fitch, é de tu = 8,74 minutos. Para esse tempo, a área unitária é calculada pela equação (17), onde h o – altura da interface (m) em t = 0 min., Csa – concetração de sólidos na alimentação (kg/m 3), Qsa – vazão de sólidos na alimentação (ton./h). Assim sendo, determinou-se a área unitária como

Figura 13 – Modelo de Kynch com traçado Talmage-Fitch para a identificação do tempo necessário para o underflow atingir a concentração especificada (tu). Condições de sedimentação: adição de floculante SuperFloc A-100 igual a 25 ppm (2,5mL) na polpa com uma concentração de sólidos na alimentação de Csa2 = 200Kg/m3.

PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

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Figura 14  – Modelo de Kynch com traçado Oltmann para a identificação do tempo necessário para o underflow atingir a concentração especificada (t u). Condições de sedimentação: adição de floculante SuperFloc A-100 igual a 25 ppm (2,5mL) na polpa com uma concentração de sólidos na alimentação de Csa2 = 200Kg/m3. PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

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5.3.2

Determinação dos parâmetros “a” e “b” na Relação Z(t)

Com o auxílio do software EasyPlot, foi possível identificar os parâmetros “a” e “b” na relação Z(t) de evolução da cota da interface polpa/água

clarificada, a qual foi apresentada no trabalho de TORQUATO & DA LUZ (2011). Como pode ser visto na Figura 13 , os valores obtidos para “a” e “b” são, respectivamente: 1,30 e 0,181 minuto.

Figura 15 – Determinação dos parâmetros “a” e “b” na equação apresentada por TORQUATO & DA LUZ (2011).

PPGEM/UFOP: Separação Sólido-Líquido – Ensaio de Sedimentação em Bancada

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6. CONCLUSÃO Os ensaios de sedimentação em bancada constituem uma técnica importante e de fácil condução para identificar os principais parâmetros de projeto de equipamentos espessadores.  As metodologias avaliadas no presente estudo (método de Kynch com os traçados de Talmage-Fitch e de Oltmann) permitiram identificar, sob condições específicas de formulação de polpa de alimentação (fixadas em sala-de-aula), os seguintes dados de dimensionamento: Parâmetros Método

tu

hu [m]

Au [m2]

8,74

0,059

1.266,7

5,95

0,059

862,3

[min.] Kynch com traçado Talmage-Fitch Kynch com traçado Oltmann

Como pode ser visto, as duas metodologias empregadas no dimensionamento do espessador divergiram quanto ao valor de área unitária de espessamento, sendo que o método de Talmage-Fitch forneceu uma área maior que a determinada por Oltmann em, aproximadamente, 32%. Essa diferença relaciona-se ao tipo de traçado, pois o de Oltmann adota

7. BIBLIOGRAFIA

BRAGANÇA, A. C. (2008). Avaliação de reagentes alternativos para substituição da cal em sistema de bombeamento de longa distância de polpa de minério de ferro. UFMG. Belo Horizonte: UFMG. DA LUZ, J., & OLIVEIRA, M. (Março de 2011). Curso de Espessamento e Filtragem. Curso de Espessamento e Filtragem. Belo Horizonte , MG, Brasil: TTE - Treinamento Técnico Especializado. ROCHA, J. M. (2008). Definição da tipologia e caracterização mineralógica e microestrutural de itabiritos anfibolíticos das Minas de Alegria da Samarco  Mineração S.A.- Minas Gerais. Belo Horizonte: UFMG.

TORQUATO, N. (2008). Dimensionamento de Espessadores Convencionais Aplicados a Polpas de Minério de Ferro. UFOP, DEMIN. Ouro Preto/MG: UFOP. TORQUATO, N., & DA LUZ, J. (January - March de 2011). Espessadores no Beneficiamento de Minério de Ferro. REM - Revista Escola de Minas, 1 (64), 091-096.

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