ENEM Amazonas GPI Fascículo 2 – A Expressão Lingüística
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CAPA
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FOLHA DE ROSTO
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Caro estudante, A Educação é um projeto de construção coletiva. Vislumbrando tal crescimento, nosso governo traçou, em sua política de gestão, diretrizes que possibilitam assegurar a qualidade da educação através do estudo dos fascículos fascículo s de Língua Portuguesa, Geogra fia, História, Matemática, Física, Química e Biologia, garantindo melhorias signi ficativas na vida dos jovens do nosso Estado. Pensar a Educação como um projeto de transformação social requer de nós, governantes, amplo entendimento entendime nto acerca dos conhecimentos necessários neces sários para a inclusão do cidadão no mercado de trabalho e a construção de sua plena cidadania. Portanto, cabe à geração de hoje a responsabilidade responsab ilidade de construir const ruir uma sociedade mais mai s humana, igualitária, solidária e competente. Que Deus o abençoe e lhe dê perseverança para enfrentar todos os desa fios que o futuro nos reservar. E jamais esqueça: a Educação é o maior bem que o Homem pode ter. Que todos tenham um bom desempenho no exame do ENEM.Senha desta semana JN32KX7078
CARLOS EDUARDO DE SOUZA BRAGA Governador do Estado do Amazonas
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O conhecimento da língua portuguesa e de suas manifestações está presente de forma absolutamente absolutame nte expressiva nos certames do ENEM, seja através do evidente valor que neles se confere à Redação, seja no destaque que se dá aos aspectos interpretativos presentes nas competências e habilidades requeridas para a resolução das questões objetivas. Você já sabe que a interdisciplinaridade é uma das marcas do ENEM, sabe que uma determinada questão ques tão pode exigir de você, para um desempenho positivo, po sitivo, conheciment conhecimentos os de mais de uma área do saber. Contudo, não é menos verdade que, em função dos objetivos pretendidos, uma ou outra habilidade pode estar mais vinculada a esta ou àquela disciplina. discipl ina. É o caso das habilidades habilid ades n os 5 e 6, que têm o texto text o e o seu estudo es tudo como base. Neste fascículo, pela sua importância e abrangência, dedicaremos especial atenção à habilidade 6, sem prejuízo de uma ou outra consideração sobre a habilidade 6.
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Habilidade 6 – Com Co m base em um texto, text o, analisar as funções fu nções de linguagem, lingu agem, identi ficar marcas de variantes lingüísticas de natureza sociocultural, regional, de registro ou de estilo e explorar as relações entre as linguagens coloquial e formal.
O N R E T N I O C I F Á R G . J O R
Código do Fascículo:
P ; u h . c x s / n á i l i K a n n a s z u s Z -
HU46CD4240
www.enemintensivo.com.br/amazonas
A P
A C : S O T
O F
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1 – Linguagem e Comunicação Preliminarmente, e de forma bem sucinta, vejamos alguns conceitos que se vinculam ao assunto em destaque. É amplo o conceito que se pode extrair do termo linguagem, e fascinante o debate que sobre ele se pode travar. Aqui, e correndo o risco risc o de limitar limita r esse conceito, conce ito, preferimo preferimoss dizer que linguage lin guagem, m, nos seres humanos, huma nos, é a aptidão, a capacidade, a faculdade que eles têm de estabelecer, entre si, o exercício da comunicação, processo pelo qual se empreende a troca de informações. Para que se possa exercer o ato comunicativo, alguns elementos terão de estar obrigatoriamente presentes. “Comunicar” e “comunicação” são palavras que se vinculam ao adjetivo “comum”. Nesse sentido, comunicar é pôr algo em comum. Se entendermos isso como colocarmos à disposição de outrem o que nos pertence, per tence, perceberemos que, em termos lingüísticos, o que se disponibiliza para o outro são os sentimentos, as idéias, as emoções, através de um código, um sistema de signos e de normas. Em outras palavras: um emissor “codifica” uma mensagem para um receptor que a “decodifica”. É claro que, para isso, é necessário que ambos tenham conhecimento do código utilizado, seus signos e suas regras de uso.
2 – Os Elementos da Comunicação Em função do que se expôs até aqui, a teoria vigente – a partir do lingüista Roman Jakobson – costuma relacionar os seguintes elementos participantes do ato de comunicar:
Emissor Elemento gerador do processo; é dele a iniciativa da comunicação. Pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, uma firma.
Receptor Aquele que recebe a mensagem, decodi decodificando-a. Pode Pode ser uma pessoa, um um grupo de pessoas.
Código Conjunto de signos convencionais utilizados na mensagem, comuns ao emissor e ao receptor. Pode ser a língua, em sua modalidade oral ou escrita, um sistema especí fico como o código Braile ou o Morse, Morse , um conjunto de gestos ou de sons.
Mensagem É o conteúdo da comunicação: um pensamento, pensame nto, uma idéia que o emissor pretende transmitir ao receptor.
Contexto Também denominado referente, é a situação a que se refere a mensagem, envolvendo às vezes elementos temporais e espaciais.
Canal Meio físico ou virtual – as ondas sonoras, por exemplo – através do qual o emissor transmite sua mensagem ao receptor. receptor. Deve Deve o canal assegurar a efetivação do contato entre emissor e receptor receptor..
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3 – Os elementos da Comunicação e as Funções da Linguagem Os diversos atos de comunicação lingüística que diariamente produzimos geram “discursos”muito diferentes entre si. Diversos são os critérios para a classificação dessa variedade de atos. A mais conhecida, de Roman Jakobson, vincula-se de forma direta às chamadas funções da linguagem na comunicação. E tais funções da linguagem, por sua vez, atrelam-se aos elementos da comunicação, que já conhecemos. Veja como:
3.1 Função Emotiva ou Expressiva Predomina , no discurso, Predomina, discu rso, o elemento elemen to emissor emis sor.. Centra Centrada da no “eu” e sua s ua apreciação aprecia ção subjetiva subj etiva..Verbos e pronomes pron omes da primeira pessoa do singular, adjetivação expressiva e interjeições são marcas gramaticais dessa função. A poesia lírica exemplifica-a bem.
“Oh! eu quero viver, beber perfumes Na fl or or silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo in finito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... — Árabe errante, vou dormir à tarde A sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria.”
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(Castro Alves, “Mocidade e Morte”)
Estátua de Castro Alves Alves Autor: Pasquale Pasquale de Chirico (1923) Salvador – BA
3.2 Função Apelativa Apelativa ou Conativa É um discurso de persuasã pe rsuasão, o, centra centrado do no receptor recepto r, que se pretende preten de influenci uenciar ar ou convencer, nele provocando provocan do uma reação. As marcas gramaticais são os pronomes e verbos da segunda pessoa, o modo imperativo, o vocativo. Na propaganda política, na publicidade, em mensagens institucionais, encontramos exemplos dessa função. r b . v o g . n a r t a n e d . w w w : e t n o F
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Publicidade em 1935
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3.3 Função Referencial ou Informativa I nformativa O discurso, aqui, é centrado no assunto, na informação, no objeto da mensagem. Caracteriza-o a objetividade e o denotativo. A matéria jornalística e os textos de natureza técnica ou cientí fica são exemplos dessa função.
RIO - A temporada 2008 da Fórmula-1 começou como terminou a de 2007: com o finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, na frente. Foi dele o melhor tempo no primeiro dia de treinos livres para o Grande Prêmio da Austrália. O atual campeão mundial marcou 1min26s461 em sua volta mais rápida, na primeira sessão. O britânico Lewis Hamilton, da McLaren, foi o piloto que mais se aproximou de Raikkonen, com 1min26s559 obtido na segunda sessão. Felipe Massa, da Ferrari, Ferrari, teve o terceiro melhor tempo, com 1min26s958. (matéria na internet, extraída do site www.globo.com)
3.4 Função Fática Este é o discurso que “testa o canal”, veri verificando se o circuito efetivamente funciona. Estabelece, prolonga ou encerra a comunicação. São exemplos desse emprego as saudações convencionais, certos momentos nas comunicações telefônicas, etc. Algumas interjeições são marcas gramaticais da função.
“Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo correndo Pegar meu lugar no futuro, e você?” (Paulinho da Viola, “Sinal Fechado”)
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3.5 Função Metalingüística Aqui, o código lingüístico lingüíst ico é posto em foco: usa-se a língua para falar dela mesma. mesm a. São exemplos do emprego dessa dess a função os dicionários, os textos que promovem a análise de outros textos, poesias que falam da arte poética, etc.
“Não rimarei a palavra sono com a incorresponden incorrespondente te palavra outono. Rimarei com a palavra carne ou qualquer outra, que todas me convêm. As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem, no céu livre por vezes um desenho, são puras, largas, autênticas, indevassáveis.” (Carlos Drummond de Andrade, “Considerações do Poema”)
3.6 Função Poética Nela, o que se pretende é pôr em destaque a forma da mensagem. Mais do que “o que dizer”, importa importa “como dizer”. Privilegia Privilegia a inovação, o prazer estético.O e stético.O predomínio aqui é da expressão conotativa, conotativa , afetiva. afetiva. A palavra é valorizada no seu emprego expressivo. As figuras de linguagem exemplificam bem essa e ssa função, que pode existir em prosa ou em verso.
“ ‘Stamos em pleno mar. Doudo no espaço Brinca o luar – dourada borboleta – E as vagas após ele correm... cansam Como turbas de infantes inquietas.” (Castro Alves, “Tragédia no Mar”)
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Funções
Finalidade
Recursos
Emotiva
Exprimir sentimentos e emoções.
Emprego de adjetivos, interjeições, superlativos, aumentativos, diminutivos, pronomes e verbos na primeira pessoa.
Conativa ou apelativa
Persuadir, influenciar o destinatário.
Frases imperativas, idéias indutivas, pedidos, súplicas.
Poética
Mostrar a realidade transfigurada, valorizar a linguagem como o meio de expressão.
Frases conotativas, presença de linguagem figurada, vocabulário sonoro.
Referencial
Tra rans nsmi miti tirr in inffor orma maçõ ções es..
Fra rase sess di dirret etas as,, ob obje jeti tiva vas, s, de deno nota tati tiva vas. s.
Metalingüística
Definir, explicar, esclarecer o código lingüístico.
Frases conceituais, explicativas.
Fática
Indicarr, sustentar, favorecer a Indica comunicação.
Frases de manutenção do diálogo, breves exclamações.
As funções da linguagem nunca estão isoladas em um texto. Elas se combinam e se interpenetram o tempo todo. O que há, quase sempre, é a predominância de uma sobre as outras, em função dos objetivos do discurso. A página de um dicionário, por exemplo, dada a sua finalidade, obviamente privilegia a função metalingüística, mas é impossível não perceber nela a função referencial. Um “outdoor” que nos convida a comprar um produto privilegia, sem dúvida, a função apelativa da linguagem, mas a escolha das palavras pode muito bem configurar a função poética. Em um poema em que o eu lírico confessa o seu amor está presente, basicamente, a função emotiva, mas a forma como ele o faz, a expressividade que confere ao discurso, também revela a presença da função poética. E assim por diante.
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4 – A Linguagem Linguagem Figurada Figurad a Como importantes elementos exemplificativos da função emotiva ou afetiva da linguagem, situam-se as figuras, em que a linguagem assume uma nova característica com finalidades expressivas e, assim, afasta-se do valor lingüístico tradicional, desvia-se do “estado de dicionário” e contribui para tornar literário um texto. Pela sua relevância para o ENEM, queremos que você conheça as principais. Destacaremos aqui as mais freqüentes figuras semânticas nas construções literárias, correspondendo, também, àquelas que mais têm sido cobradas no ENEM.
Figuras Semânticas (ou de Palavras) Palavras) 1. Metáfora Emprego de uma palavra ou expressão com um sentido que lhe é atribuído por força de uma relação de semelhança de ordem subjetiva. É, por assim dizer, uma comparação implícita. “Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta.” (Luís Gonzaga Junior)
2. Comparação Também chamada símile, é o emprego explícito de palavra ou expressão que estabelece o confronto entre qualidades ou ações dos seres. “Ver minh’alma adejar pelo in finito / Qual branca vela na amplidão dos mares.” (Castro Alves)
3. Metonímia Emprego de um termo em lugar de outro que com ele mantém uma relação de contigüidade (parte pelo todo, todo pela parte, autor pela obra, continente pelo conteúdo, marca pelo produto, autor pela obra, causa pela conseqüência, conseqüência pela causa). “A mão que toca um violão / Se for preciso faz a guerra (...) / A voz que canta uma canção / Se for preciso canta um hino / Louva a morte (...) / O mesmo pé que dança um samba / Se preciso vai à luta / Capoeira...” ” (Marcos Valle Valle e Paulo Sérgio Valle)
4. Antítese Emprego de palavras ou expressões que se opõem, com o objetivo de realçar pensamentos antagônicos. A idéia é de oposição. “Desculpe-me por ter sido longo porque não tive tempo de ser breve.” (Vieira)
5. Paradoxo Também chamado oxímoro oxímoro,, é o emprego de idéias contraditórias em um só pensamento.A idéia é de contradição. O paradoxo sugere o absurdo, o que não acontece com a antítese. antítese . “Amor é dor que desatina sem doer.” (Camões)
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6. Sinestesia É emprego de palavra ou expressão que associa sensações captadas por sentidos diferentes. “Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ...” (Cruz e Souza)
7. Ironia Emprego de palavras, expressões ou frases que, que , considerados o contexto e a entonação com que são proferidas, pretendem significar algo diferente do que expressariam em e m condições normais, geralmente o oposto.
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis. réis.” ” (Machado de Assis)
8. Personificação Também chamada prosopopéia ou animização, consiste na atribuição da condição de ser animado a quem não o é.
“A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel...” (João Bosco / Aldir Blanc)
9. Hipérbole É a figura do exagero, através da qual se pretende enfatizar uma determinada característica ou situação.
“E, olhos postos po stos em ti, digo de rastros: / Ah! podem voar mundos, morrer astros, / Que tu és como Deus: princípio e fim!...” (Florbela Espanca)
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2001 Habilidade: 06 Ano:
Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem mutuamente. Para Para Garfield, a frase de saudação de John (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os oxímoros.
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Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em: (A) “Era ele que erguia casas Onde antes só havia chão.” (B) “... a casa que ele fazia Sendo a sua liberdade Era a sua escravidão.”
(C) “Naquela casa vazia Que ele mesmo levantar levantaraa Um mundo novo nascia De que sequer suspeitava.”
(E) ”Ele, um humilde operário Um operário que sabia Exercer a profissão.”
(D) “... o operário faz a coisa E a coisa faz o operário.”
(MORAES, Vinicius de. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.)
Gabarito – Letra B. Aqui, você deve ter percebido que o enunciado, ao reproduzir a de finição da figura do paradoxo, facilita a resolução da questão, que seria muito complicada para alguns que não fizessem a correta “leitura” da “tirinha”. Para Garfield, podemos presumir, uma afirmação que mencione a segundafeira como “feliz” “feliz” é evidentemente um paradoxo (ou oxímoro), uma vez que a segunda é dia de trabalho, e, para o gato, essa não é uma atividade que o faça feliz, ocorrendo exatamente o contrário... Note-se que, ainda que não compreendendo o sentido irônico da “tirinha”, mas tendo presente a definição constante do enunciado, o candidato poderia chegar à resposta pela contradição que ali se estabelece ao afirmar-se que “liberdade” pode ser “escravidão”. “escravidão”.
2006 Habilidade: 06 Ano:
A montanha pulverizada
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Esta manhã acordo e não a encontro. Britada em bilhos de lascas deslizando em correia transportador transportadoraa entupindo 150 vagões no trem-monstro de 5 locomotivas — trem maior do mundo, tomem nota — foge minha serra, vai deixando no meu corpo a paisagem mísero pó de ferro, e este não passa. (Carlos Drummond de Andrade. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 2000.)
A situação poeticamente descrita acima sinaliza, do ponto de vista ambiental, para a necessidade de: I - manter-se rigoroso controle sobre os processos de instalação de novas mineradoras; II - criarem-se estratégias para reduzir o impacto ambiental no ambiente degradado; III - reaproveitarem-se materiais, reduzindo-se a necessidade de extração de minérios.
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É correto o que se afirma: (A) apenas em I; (B) apenas em II; (C) apenas em I e II; (D) apenas em II e III; (E) em I, II e III. interdiscipli naridade preconizada preconiza da pelo ENEM. Perceba Gabarito – Letra E. A questão tem a marca da interdisciplinaridade que, embora se refira a assunto do campo da Geogra fia, a sua apresentação sob a forma de um poema requer uma correta decodificação da mensagem, calcada na função poética, manifestada esta, inclusive, pela figura da personalização da montanha que “foge”, ou da hipérbole do “trem maior do mundo”, ambas a serviço da expressividade com que o poeta pretende denunciar o impacto ambiental no ambiente degradado (comentário II). Tal impacto,com vistas à preservação ambiental, deve ser controlado através das medidas mencionadas nos comentários I e III, o que nos leva à opção E, já que todos os comentários são pertinentes.
2004 Habilidade: 06 Ano:
r b . m o c . s o r a l c s e t n o m . w w w : e t n o F
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete.
Montes Claros – MG
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a: (A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se referir-se à própria linguagem; (B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos; (C) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica; (D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo; (E) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes atribuindo-lhes vida.
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Gabarito – Letra C. Novamente homenageamos o grande Carlos Drummond de Andrade, muito presente nos vestibulares em geral, não sendo diferente no ENEM. As alternativas da questão definem corretamente todos os termos ali apresentados, mas apenas um pode ser considerado recurso expressivo presente no texto: a ironia (letra C), que ocorre quando Drummond parece atribuir um crescimento positivo a Montes Claros, mas, em realidade, refere-se ao número de favelas que a cidade já tem, dizendo, pois, o contrário do que pensa, com objetivos críticos. Os demais recursos, mesmo que constem do texto (por exemplo, palavras empregadas denotativamente, ou uma certa personificação atribuída às cidades) não constituem destaque na sua formulação, como ocorre com a ironia.
ATENÇÃO! Veja mais questões sobre esse assunto no nosso site www.enemintensivo.com. br/amazonas, utilizando-se de sua senha.
2006 Habilidade: 02 Ano:
Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência significativa em sua carreira de escritor.
Lembro-me de que certa noite – eu teria uns quatorze anos, quando muito – encarregaram-me de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobrediabo que soldados da Polícia Municipal haviam carneado.. (...) Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode agüentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, que , adulto, comece comeceii a escrever romances, romances , tem-me animado animad o até hoje a idéia de que o menos que o escritor escrit or pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre so bre ele caia a escuridão, escur idão, propícia aos ladrões, ladrões , aos assassinos assassino s e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto... (VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)
Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura: (A) criar a fantasia; (B) permitir o sonho; (C) denunciar o real; (D) criar o belo; (E) fugir da náusea.
Gabarito – Letra C. A passagem metafórica “fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão” guarda inteira equivalência equivalênc ia com a ação de “denunciar o real”, uma das missões que deve nortear o ato de escrever, segundo depreendemos do texto. Portanto, a resposta está na opção C. Evidentemente, descartam-se as alternativas A e B, que mencionam “fantasia” e “sonho”, palavras cujo valor semântico se opõe ao do vocábulo “realidade”. As demais opções, efetivamente, também não se enquadram, sendo de se registrar , na letra E, que a palavra “náusea”, vinculada a “horror”, é elemento que, no texto, configura-se como componente do campo significativo da realidade a ser denunciada.
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5 – As variantes lingüísticas “É preciso ter na devida conta que unidade não é igualdade; no tecido lingüístico brasileiro, há, decerto, gradações de cores. Minucioso estudo de campo determinaria, com segurança, várias áreas. O que é certo, porém, é que o conjunto dos falares brasileiros se coaduna com o princípio da unidade na diversidade e da diversidade diver sidade na unidade.” (Serafim da Silva Neto)
Para potencializar a capacidade de comunicar,o homem criou, no decurso de sua história, sistemas particulares de signos e regras, códigos que denominamos línguas. No caso da comunidade lusofônica a que pertencemos, o Português.
Apesar dos aspectos que a tornam comum a um conjunto de usuários, uma uma língua nunca é utilizada pelos seus falantes de maneira uniforme. Seria ingenuidade esperar homogeneidade total em um meio de expressão que sofre influências do tempo, do espaço e de outros contextos em que seu emprego se manifesta. Surgem então variedades na expressão de uma língua, que dela não retiram a condição de núcleo comum em torno do qual uma comunidade exerce a comunicação – não são línguas dentro de uma língua –, mas que possuem sua especificidade. Você convive com eles diariamente, diariamente , ao fazer a leitura de um texto mais antigo, ao manter um diálogo com aquele seu amigo gaúcho, ao conversar dentro de casa com familiares e agregados, ao formular e apresentar aquele trabalho trabal ho escolar. escolar. E você percebe que, de situação para situação, cada uma dessas manifestações guarda características lingüísticas peculiares. São as variantes lingüísticas. Escolhendo uma dentre as diversas possibilidades de classificação dessas variantes, podemos identificar, de uma forma geral, os seguintes tipos:
I – Variação Geográ Ge ográfica Ocorre de local para local, diferençando diferençando o uso da língua em uma determinada região. São os dialetos ou falares. Pode ser mínimo o seu grau de afastamento da língua corrente (o jeito nordestino, gaúcho ou carioca de falar o Português), mas também pode ter características cara cterísticas tais que dificultem a comunicação no seio de uma própria língua, sem que, apesar disso, constituam uma outra língua (o nosso falar do Português em relação ao de Portugal).
II – Variação Sociocultural Ocorre entre diferentes camadas ou grupos sociais e culturais de mesma língua, líng ua, ainda que no mesmo espaço geográfico. No campo desse tipo de variação situam-se os níveis da língua, em suas modalidades oral e escrita, com predominância ora de uma, ora de outra. m o
III – Variação Pro P rofissional Ditada pelo exercício de determinadas profissões que praticamente acabam por impor, em uso restrito, um jargão técnico, recheado de termos especí ficos. São as “línguas” dos médicos, engenheiros, advogados, pedagogos, físicos e tantos outros profissionais.
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IV – Variação Expressiva Aqui é a situação, o contexto, que determina o seu emprego. Há momentos de formalidade que exigem do indivíduo um discurso adequado (por exemplo, um defesa de tese de um estudante, ou a peça oratória de um promotor), como há situações em que deve predominar o expressar descontraído, informal (por exemplo, uma conversa de torcedores na arquibancada do Maracanã, ou os diálogos familiares que se travam no dia-adia). Neste âmbito de variação, podemos situar as modalidades falada e escrita da língua, nas quais se registram distinções significativas, peculiariedades marcantes. Julgamos que aqui se possa também considerar a expressão literária da língua, forjada por preocupações de ordem estética e submetida à inventividade, à criatividade. É importante registrar, uma vez mais, que todas essas variações compõem a nossa língua, incorporam-se a ela, e seu estudo e emprego não deve nem pode estar restrito a um registro padrão, elitista, conservador. A dinâmica da língua exige, isso sim, a ausência do preconceito ao tratar essa e ssa matéria e, e , ao contrário, o estímulo ao conhecimento do valor e da função atribuídos às variantes, cabendo ao falante a capacidade de selecionar, para cada contexto e situação, a que considere mais adequada.
De Evanildo Bechara, consagrado consagrado lingüista brasileiro: “temos que ser poliglotas em nossa própria língua”.
6 – Linguagem Formal e Linguagem Coloquial A habilidade 6 do ENEM fala em “explorar as relações entre as linguagens coloquial e formal”. Vamos, então, estabelecer as diferenças e vinculações que se impõem entra ambas.
I - Linguagem Formal Formal É a que se refere à língua-padrão e observa as normas ditadas pela gramática tradicional. Seu uso impõe-se – o nome o diz – nas situações formais (palestras, textos técnico-cientí ficos, entrevistas, trabalhos escolares de redação, etc). Ela serve, é certo, para assinalar distanciamento, ausência de intimidade, mas as expressões respeitosas de cortesia também pertencem ao seu âmbito. É evidente que utilizá-la em contextos situacionais que não a imponham pode soar falso, frio frio e antipático.
II – Linguagem Coloquial É aquela empregada nas situações do cotidiano, de cunho mais popular e que não obedece, necessariamente, às regras da gramática normativa. Ela revela certa intimidade, é típica das falas entre namorados e familiares e, e , do do mesmo modo que a formal, temos que nos preocupar com a sua utilização fora dos contextos devidos, sob pena de nos colocarmos sob julgamentos negativos de quem nos ouve. Veja algumas situações, colhidas aleatoriamente, que configuram um emprego de linguagem coloquial:
• o uso da forma pronominal “a gente” (“A gente não vai mais brigar”, no lugar de “Nós não vamos mais brigar”); • o emprego do pronome relativo sem observância a normas de regência (“Esta é a música que eu mais gosto ”, no no lugar de “Esta é a música de que mais gosto”); • retomada anafórica do objeto direto da terceira pessoa (“Estive lá, mas não encontrei ele”, no lugar de “Estive lá, mas não o encontrei”);
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• uso indevido da passiva sintética (“Não se escreve mais poemas como antigamente”, no lugar de “Não se escrevem mais poemas como antigamente”); • uso do pronome reto como sujeito do infinitivo (“Isto é para mim fazer”, no lugar de “Isto é para eu fazer”); (“Vou ou na casa ca sa de Maria agora”, no lugar de “Vou “Vou à casa de • regência em desacordo com o registro culto (“V Maria agora”); tratame nto (“Eu te falei, você você não quis ouvir”, no lugar de “Eu te falei, tu não quiseste ouvir” • mistura de tratamento ou de “Eu lhe falei, você não quis ouvir”);
• emprego de pronome oblíquo no início da frase (“Me deixa em paz!”, no lugar de “Deixa-me em paz!”).
A gramática e as normas gramaticais não são um fim em si mesmo e não se deve exaltar ou menosprezar menospre zar unilateralmente o registro formal ou o coloquial. Veja algumas questões do ENEM que versam sobre as variações lingüísticas:
2006 Habilidade: 06 Ano:
No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena: “Não se conformou; devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava E stava direito direi to aquilo? Trabalhar como negro ne gro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.” (Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.)
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho: (A) “Não se conformou: devia haver haver engano” (B) “e Fabiano perdeu os estribos” (C) “Passar a vida inteira assim no toco” (D) “entregando o que era dele de mão beijada!” (E) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”
Gabarito – Letra A. Aqui se busca identificar, dentre algumas alternativas que apresentam registros coloquiais ou do regionalismo, aquela que exemplifica o padrão formal. Ambos vinculam-se ao espaço geográfico no qual se passa o romance de Graciliano, sendo de destacar a utilização do chamado discurso
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indireto livre, forma de expressão que, em vez de reproduzir as próprias palavras do personagem (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, em uma espécie de voz mista. Evidentemente, a opcão A é a resposta, pois nela não surpreendemos nenhuma expressão regional ou coloquial. Nas demais opções, tal marca está presente em “perdeu os estribos” (B) = “descontrolou-se”;“passar a vida(...) no toco” (C) = viver a vida inteira explorado; “entregando (...) de mão beijada” (D) = entregando de graça, sem retribuição ou remuneração; “baixou a pancada e amunhecou” (E) = baixou o tom de revolta e acovardou-se.
2000 Habilidade: 06 Ano:
O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos abaixo: Pronominais
Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro (ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...)” (CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos: (A) condenam essa regra gramatical; (B) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra; (C) criticam a presença presença de regras regras na gramática; (D) afirmam que não há regras para uso de pronomes; (E) relativizam essa regra gramatical. você já percebeu, cuida de algo que já mencionamos aqui. Há contextos Gabarito – Letra E. A questão, você que determinam a formalidade, o registro formal; e outros que “pedem” o coloquial. A colocação do pronome oblíquo átono no início da frase não é abonada pela norma culta, pela língua-padrão, que determina a ênclise, e constitui manifestação do registro coloquial. Nem por isso, contudo, deve ser discriminada, preconceituosamente. A regra gramatical existe, mas, como afirmam o poeta e o gramático, deve ser relativizada. Ela não deve ser imposta em contextos informais, do cotidiano, em conversas familiares ou despreocupadas, ou mesmo quando, em textos literários, se quer reproduzir falas de personagens. Observe que as alternativas alternativa s A e C falam em condenação ou crítica à norma gramatical, o que não é o caso.Tampouco existe a afirmação de que a regra não existe (D) ou que apenas é conhecida pelos “mais esclarecidos” (o que configuraria uma visão preconceituosa, que não cabe).
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Namorados
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: — Antônia, ainda não me acostumei com o seu [ corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. — Você não sabe quando a gente é criança e de [ repente vê uma lagarta listrada? A moça se lembrava: — A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: — Antônia, você parece uma lagarta listrada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: — Antônia, você você é engraçada! Você Você parece louca. (Manuel Bandeira. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, Aguilar, 1985.)
No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época: (A) (B) (C) (D) (E)
a reiteração de palavras palavras como recurso de construção de rimas ricas; a utilização expressiva expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano; a criativa simetria de versos para reproduzir reproduzir o ritmo do tema abordado; a escolha do tema do amor romântico, romântico, caracterizador do estilo literário dessa época; o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo.
Gabarito – Letra B. Entre os postulados do Modernismo, do qual Manuel Bandeira é um dos representantes mais expressivos, está a aproximação entre o texto literário e a manifestação do coloquial. No caso, o coloquialismo está presente nas falas do personagem masculino, que traduzem uma ingênua e até mesmo pouco lógica declaração de amor, que aproxima a atração que Antônia lhe inspira ao fascínio que uma lagarta listrada tem para as crianças. Veja agora alguns outros exercícios, que envolvem o humor das “tirinhas” e a presença de elementos de conteúdo constantes deste fascículo.
Exercício resolvido 01
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A figura anterior possui elementos de linguagem responsáveis pelo seu caráter humorístico, que podemos considerar, na sua totalidade, como representativos de: (A) variações lingüísticas; (B) irregularidades mórficas; (C) expressões reprováveis; (D) impropriedades semânticas; (E) solecismos gramaticais.
Gabarito – Letra A. A figura apresenta inúmeras mensagens pertencentes ao linguajar adolescente, que constituem variações lingüísticas de ordem sociocultural. Considerá-las “impropriedades semânticas” ou “expressões reprováveis” ou “solescimos (erros) gramaticais” é uma visão preconceituosa, que contraria o próprio conceito de variantes. Não há que se cogitar, também, de irregularidades mórficas.
Exercício resolvido 02
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, no verbete “sinistro”, registra a palavra como adjetivo com significado de “esquerdo, canhoto”; “agourento, funesto”; “pernicioso, mau”; “assustador, temível” e outros termos pertencentes a esse campo semântico. A propósito do emprego do vocábulo na “tirinha” acima, podemos podemos afirmar que: (A) nas duas ocorrências, tem idêntico valor significativo; (B) no segundo quadrinho, quadrinho, apresenta valor semântico apreciativo; (C) no segundo quadrinho, encontra-se empregado como se menciona no dicionário; (D) em ambos os usos, ocorre uma exempli exemplificação do registro culto da língua; (E) os dois usos pertencem ao domínio rigorosamente rigorosamente informal da língua. adjetivo significado presente no Gabarito – Letra A. Apenas na primeira ocorrência pode-se atribuir ao adjetivo verbete do dicionário (assustador, terrível). No segundo quadrinho, o emprego tipifica o registro informal da língua (não localizado entre entre os termos registrado no dicionário) e o sentido é mesmo elogiativo elogiativo (apreciativo), o que faz com que esteja em B a resposta certa.
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7 – A expr expressão essão Lingüística em Outras Habilidades Outras habilidades, como a de número 5 , envolvem envolvem a questão da expressão lingüística. Veja: Habilidade 5 – A
partir da leitura de textos literários consagrados e de informações sobre concepções artísticas, estabelecer relações entre eles e seu contexto histór ico, social, político ou cultural, inferindo as escolhas escolha s dos temas, gêneros discursivos discursiv os e recursos expressivos dos autores.
Essa habilidade será objeto de desenvolvimento mais minucioso no fascículo 7 da presente coleção. Por ora, alguns conceitos básicos a partir de expressões usadas no enunciado da habilidade, com exemplos exemplos de como esse assunto pode ser cobrado no ENEM.
Tema É o assunto que se quer desenvolver, a motivação do texto. Para a compreensão do tema, é necessário delimitá-lo, fugindo das grandes generalizações. Aqui também se procura, de acordo com os princípios que inspiram as questões do ENEM, contextualizar o tema, vale dizer, dizer, abordá-lo abordá-lo de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o tema está sendo abordado.
Gêneros Discurs Discursivos ivos (ou Textuais) Ocorrem em situações de comunicação social, compõem elementos das relações humanas, organizando a comunicação entre as pessoas. Eles têm corrrespondência com certos padrões de construção de textos que se vinculam ao contexto em que se produzem, levando em consideração o público destinatário, os objetivos a que se destinam, o âmbito de seu alcance. São exemplos de gêneros textuais/discursivos:
a) textos de divulgação cientí fica: relatório, resenha, resumo. reportagens, artigos, entrevistas. b) textos do âmbito jornalístico: editoriais, reportagens, regulamentos. c) textos com finalidades instrucionais: receitas, manuais de instrução, regulamentos.
d) textos de natureza jurídica: contratos, petições, requerimentos, atestados. e) textos publicitários: anúncios, propagandas. lazer : histórias em quadrinho, charges, tirinhas. f) textos destinados ao lazer:
g) textos de ordem interpessoal: cartas, cartas do leitor, manifestos. h) textos de ficção: fábulas, contos, crônicas, novelas, romances, poemas.
Recursos Expressiv Expressivos os São processos, utilizados pelos autores, para tornar o texto literário mais belo, instigante, sugestivo, eficaz. Além das chamadas figuras de linguagem, já objeto de estudo neste fascículo, procedimentos que envolvem repetições, redundâncias, associaçõ associações, es, substituiçõe substituições, s, comparaçõe comparaçõess etc. também exemplificam tais recursos.
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Parece-nos interessante complementar essa noção de recursos expressivos com outros elementos da chamada Estilística, que, grosso modo, podemos definir como a parte da Gramática que estuda as possibilidades de expressividade da língua. A dinâmica da linguagem, a criatividade dos falantes, a necessidade de obter diferentes níveis de expressividade, tudo isso faz com que, às palavras, se possam acrescentar valores significativos diferentes daqueles que normalmente normal mente apresentam. apresent am. Veja alguns casos, casos , entre os muitos que exemplificam essa afirmação:
I. O substantivo pode assumir a carga expressiva de um verdadeiro adjetivo quando, em função típica de um adjunto adnominal, refere-se refere-se diretamente a outro substantivo que pretende caracterizar. Ex.: “Menina veneno , O mundo é pequeno demais Pra nós dois” (Ritchie) II. O artigo pode ser usado para exprimir generalização (tanto o definido quanto o indefinido). Ex.: O português foi o carrasco do índio , no processo da Colonização. (Os portugueses)
(dos índios)
III. O artigo definido é utilizado para colocar um substantivo em destaque, individualmente, em relação a outros da mesma espécie. Ex.: Fernando Pessoa não é um poeta, ele é o poeta... r b . c s f u . h f c . w w w : e t n o F
IV. A repetição do adjetivo assume valor de verdadeiro superlativo. IV. Ex.: Ela estava triste, tr iste, triste, triste... V. O adjetivo anteposto pode também, em muitos casos, assumir um sentido figurado (conotativo) que não possui quando posposto. Ex.: Um grande homem (compare com homem grande ) Um pobre rapaz (compare com rapaz pobre ) Um simples operário (compare com operário simples ) ) ) s i VI. O pronome pessoal oblíquo átono pode ser utilizado com objetivos enfáticos, constituindo um pleonasmo aceitável. ace itável. Ex.: A liberdade, nós a devemos desejar acima de tudo.
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r o a v o P , p e v o r u o o d n L i u z d u d e é n o u c s e ( M d a d r e 0 b i L 8 , 3 x 1 i o e r c a d l o e h l D j u e n d e è g u 8 E 2
VII. O pronome demonstrativo pode apresentar muitos valores chamados “afetivos”, com a ajuda da competente compet ente entona entonação. ção. Veja: • Admiração, apreço: Ex.: No finzinho, Romário marcou aquele gol, um golaço! • Sarcasmo, desprezo: Ex.: Como você teve coragem de namorar aquilo?! • Intensidade, superlatividade: Ex.: Ele saiu fazendo aquele barulho... Quando, o, numa frase, fras e, temos dois advérbios terminados em (–mente) vinculados a uma mesma palavra, VIII. Quand podemos, para tornar mais leve e dinâmico o enunciado, juntar o sufixo tão somente ao último advérbio. Ex.: Naquelas ocasiões, ela agia fria e racionalmente.
IX. Formas verbais são empregadas expressivamente, em uso que escapa ao que seria o normal. Veja: A) Pode-se empregar o Presente do Indicativo para:
• Indicar ações e estados permanentes ou assim considerados (verdades cientí ficas, dogmas, artigos de lei), no que se pode chamar presente durativo. m o c . Ex.: A Terra e os demais planetas do Sistema Solar giram giram em a i m o r torno do Sol. t s a • Para expressar uma ação habitual ou uma característica, ainda que não exercidas no momento em que se produz a fala. É o presente freqüentativo. Ex.: “O homem atrás do bigode é sério, simples simples e forte. for te. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode.”
. w w w : e t n o F
(Carlos Drummond de Andrade, “Poema de Sete Faces”)
• Para conferir vivacidade a fatos ocorridos no passado, aproximando-os do momento em que vive quem ouve ou quem lê. É chamado presente histórico ou narrativo. Ex.: Então, Colombo finalmente desembarca em terras americanas. B) Pode-se empregar o Imperfeito do Indicativo para: freqüentativo.. • Denotar uma ação passada habitual ou repetida. É o imperfeito freqüentativo Ex.: Ele fumava , então, dois maços de cigarro por dia. C) Pode-se empregar o Futuro do Presente para:
• Exprimir possibilidade, dúvida, incerteza. Ex.: Terá ela forças para superar tais obstáculos? • Indicar caráter imperativo. Ex.: Honrarás pai e mãe. D) Pode-se empregar o Futuro do Pretérito para:
• Exprimir ação presente, de forma polida. Ex.: Sr. José, poderíamos usar o seu telefone?
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“Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e fl ores ores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina, achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrões amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija- fl ores ores beijando fl ores, ores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando nando e não mordendo...” mordendo...” (LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.)
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como camaronando, caranguejando e pequeninando e não mordendo. criam, principalmente, efeitos de: (A) esvaziamento de sentido; (B) monotonia do ambiente; (C) estaticidade dos animais; (D) interrupção dos dos movimentos; (E) dinamicidade do cenário.
Gabarito – Letra E. O gerúndio, sabemos, é uma forma verbal de uma ação “se fazendo”, ou seja, em desenvolvimento. O autor se utiliza de formas gerundiais – algumas delas neologismos, vocábulos não dicionarizados – para exprimir exprimir,, através através delas, o efeito dinâmico criado pelos verbos e adequado à agitação ag itação do ambiente descrito.
O mundo é grande O mundo é grande e cabe Nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe Na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe No breve espaço de beijar. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.)
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Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões lingüísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de: (A) oposição.
(D) alternância.
(B) compar comparação. ação.
(E)
nalidade.
fi
(C) conclusão.
Gabarito – Letra A. A conjunção de uso reiterado é a coordenativa “E”, que apresenta, no caso, um valor coesivo de oposição entre um “mundo grande” que “cabe na janela”, um “mar grande” que “cabe na cama”, um “amor grande” que “cabe no suave espaço de beijos”. Note-se que, no lugar do “E”, poderíamos ter qualquer das conjunções ditas adversativas (MAS, PORÉM, TODAVIA etc.) É esta oposição reiteradamente expressa que confere valoração estilística à mensagem de que trata.
Leia estes textos:.
Texto 1 . . a 3 d l a 9 f a 9 1 , M s e a t n o a F d s o i n T t . O r a N M I : U l Q o u a : e P t o n ã o F S
Texto 2 Sonho Impossível
Sonhar Mais um sonho impossível Lutar Quando é fácil ceder Vencer o inimigo invencível Negar quando a regra é vender Sofrer a tortura implacável Romper a incabível prisão Voar num limite improvável Tocar o inacessível chão
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É minha lei, é minha questão Virar esse mundo Cravar esse chão Não me importa saber Se é terrível demais Quantas guerras terei que vencer Por um pouco de paz E amanhã, se esse chão que eu beijei For meu leito e perdão Vou saber que valeu delirar E morrer de paixão E assim, seja lá como for Vai ter te r fim a infinita afl ição ição E o mundo vai ver uma fl or or Brotar do impossível chão ( J. Darione e H. Leigh - Versão de Chico Buarque e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos: (A) (B) (C) (D) (E)
afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz; concordam que o desarmamento é inatingível; julgam que o sonho é um desafio invencível; têm visões diferentes sobre um possível possível mundo melhor; transmitem uma mensagem de otimismo sobre sobre a paz.
Gabarito – Letra Letr a D. D. Na questão, usam-se diferentes gêneros textuais: uma tirinha e um poema. Contudo, os dois têm mensagens sobre o mesmo tema, a obtenção da paz entre os homens, a conquista de um mundo melhor. melhor. Para Para a elaboração da mensagem, mensag em, utilizam-se de recursos distintos, embora ambos se possam considerar metafóricos. Na “tirinha”, percebemos percebemos visualmente um “vôo” fracassado de um hipotético avião que leva a mensagem do desarmamento. A queda do avião é metáfora para pa ra o pessimismo em relação à paz. Já no texto de Chico, os versos finais são de natureza otimista, uma vez que afirmam a possibilidade da paz – ainda que decorrente de intensa luta – através da metáfora da flor que brota do chão “impossível”.
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Agora é a sua vez. Formulamos Formulamos algumas questões dentro do “espírito” do ENEM, a partir do conteúdo deste fascículo, e queremos que você as resolva. Leia-as com atenção, marque a alternativa que considere correta e, no próximo fascículo, forneceremos forneceremos a resposta, que também será comentada no site da Internet a que você terá acesso com a sua senha.Vamos a elas: Os dois textos tratam do mesmo tema, mas apresentam diferenças de abordagem.
Questão I Texto I
Poema Enjoadinho (fragmento)
Uma observação correta decorrente da comparação entre os dois é a seguinte: (A) Nos dois textos,o tema está apresentado apresentado segundo ótica tradicionalmente presente na literatura, quando se mencionam os filhos.
Filhos...Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não temos Como sabê-lo? Se não os temos Que de consulta Quanto silêncio Como os queremos! (...) E então começa a aporrinhação cocô está branco cocô está preto Bebeu amoníaco Comeu botão Filhos? Filhos melhor não tê-los (...)
(B) No primeiro texto, nota-se a ruptura, bem ao gosto da estética modernista, com a tradição literária, pela insólita abordagem temática e pela seleção vocabular vocabular.. (C) O primeiro texto deliberadamente não exemplifica qualquer manifestação lingüística que se possa considerar do domínio da norma culta. (D) Apenas o segundo texto pode ser considerado como pertencente ao âmbito da literatura, uma vez que observa os princípios do discurso nobre e dos padrões lingüísticos. (E) Nos dois textos, percebem-se marcas marcas gramaticais que põem em relevo, predominante predominantemente, mente, a chamada função apelativa ou conativa da linguagem. (Vinicius de Moraes)
Questão 2
Texto II Mãe (fragmento)
Escrevendo a Manuel Bandeira em outubro de 1924, provavelmente provavel mente quando do término da primeira redação de Amar, verbo intransitivo, Mário de Andrade dá uma boa síntese do seu projeto, ressaltando sua opção: “O livro é uma mistura incrível. Tem tudo lá dentro. Crítica, teoria, psicologia, e até romance: sou eu. E eu pesquisador. Pronomes oblíquos começando a frase, ‘mandei ela’ e coisas assim, não na boca de personagens, perso nagens, mas na minha direta pena. Fugi do sistema português. Que me importa que o livro seja falho. Meu destino não é ficar.Meu destino é lembrar que existem mais coisas que as vistas e ouvidas por todos. Se conseguir
Renovadora e reveladora do mundo A humanidade se renova no teu ventre. Cria teus filhos, não os entregues à creche. Creche é fria, impessoal. Nunca será um lar para teu filho. Ele, pequenino, precisa de ti. Não o desligues da tua força maternal. (Cora Coralina)
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que se escreva brasileiro sem por isso ser caipira mas sistematizando erros diários de conversação, idiotismos brasileiros e sobretudo psicologia brasileira, já cumpri o meu destino.”
t p . s a n o f o s u l s a d i v . w w w : e t n o F
(fragmento do prefácio de Telê Porto Ancona Lopez, ao livro “Amar, verbo intransitivo”, de Mário de Andrade.)
Nas palavras de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, Bande ira, o autor de “Amar, verbo intransitivo” menciona fatos de linguagem fora do “sistema português” e que surgem, no livro,“não na boca de personagens, mas na minha m inha direta pena”. Seguem-se passagens retiradas do romance e, em uma delas, temos exemplificada essa afirmação do escritor.. Marque a alternativa escritor alternativ a em que isso se dá: dá : (A) “Deitou quinhentos réis na mão do motorista. Atravessou as roseiras festivas do jardim.” jardim.” (B) “O menino agarrara a irmã na boca do corredor. Brincalhão, bem disposto como sempre. E machucador. (....) – Mamãe! Me largue, la rgue, Carlos! Me largue!” (C) “Se rindo do chuvisco dos tapinhas, carregando a irmã no braço esquerdo, Carlos ofereceu a mão livre à moça.” (D) “Não vejo razão pra me chamarem vaidoso se imagino que o meu livro tem neste momento cinqüenta leitores. Comigo 51.” (E) “ – Ora venha!... Você ensina piano pra mim, ensina?
Ilustração retratando Ismael Silva
Na gafieira dançar o Fox-Trote Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês Tudo aquilo que o malandro pronuncia Com voz macia é brasileiro, já passou de português Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny Só pode ser conversa de telefone A música popular brasileira, autêntica manifestação cultural de nossa gente, reflete, em suas letras, situações do cotidiano e não raro, na sua simplicidade, simplicidade , revela o chamado “saber do povo”.
– Carlos, não me incomode. – Então me ensine a pregar botões, vá!...me dá a agulha... – Você me perturba , menino”
m o c . e u c p i l s . w w w : e t n o F
Questão 3 Não Tem Tradução (Noel Rosa, Francisco Alves e Ismael Silva)
O cinema falado é o grande culpado da transformação Dessa gente que sente que um barracão prende mais que o xadrez Lá no morro, se eu fi zer uma falseta A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês A gíria que o nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou Mais tarde o malandro deixou de ixou de sambar, dando pinote
Ilustração retratando Noel Rosa
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Conhece a Giralda em Sevilha? De certo subiu lá em cima. Reparou nas fl ores ores de ferro dos quatro jarros das esquinas? Pois aquilo é ferro forjado. Flores criadas em outra língua. Nada têm das fl ores ores de fôrma moldadas pelas das campinas. Dou-lhe aqui humilde receita, ao senhor que dizem ser poeta: o ferro não deve fundir-se nem deve a voz ter diarréia. Forjar: domar o ferro à força, não até uma fl or or já sabida, mas ao que parece ser fl or or se fl or or parece a quem o diga.”
Na composição composi ção anterior, ante rior, da década de 30, 3 0, seus autores auto res formulam observações que os estudos lingüísticos consagram como verdadeiras. A propósito, fazem-se, a seguir, quatro afirmações: I – O texto chama a atenção, em determinado momento, para a transferência entre variantes sociais da língua. II – O texto ratifica a concepção da linguagem como um fenômeno dinâmico, mutável no tempo e no espaço. III – O texto afirma a existência de uma língua brasileira, que nada tem a ver com suas origens portuguesas. IV – O texto admite a existência de um modo de falar brasileiro, que se diferencia do português original. Analisando-se tais afirmativas, conclui-se que: (A) apenas I e II estão corretas; (B) todas estão corretas;
Neste poema, João Cabral discorre sobre o fazer poético, a partir de uma metáfora (as atividades de um ferreiro).
(C) I, II e IV estão corretas; corretas; (D) I , II e III estão corretas;
Assinale, a propósito, a alternativa que traduz mais fielmente aquilo que o poeta nos pretende passar a respeito do ofício de poeta:
(E) Apenas I e III III estão corretas.
Questão 4
t p . x i l c a t e n a l p . o h n i r b o s e s o j / / : p t t h : e t n o F
O Ferrageiro de Carmona (João Cabral de Melo Neto)
Um ferrageiro de Carmona que me informava de um balcão: “Aquilo? É ferro fundido, foi a fôrma que fez, não a mão. Só trabalho com ferro forjado que é quando se trabalha ferro; então, corpo a corpo com ele, domo-o, dobro-o, até o onde quero. O ferro fundido é sem luta, é só derramá-lo na fôrma. Não há nele a queda-de-br queda-de-braço aço e o cara-a-cara de uma forja. Existe grande diferença do ferro forjado ao fundido; é uma distância tão enorme que não pode medir-se a gritos.
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(A) O poeta, a exemplo do ferreiro ferreiro – que administra simplesmente a fundição do ferro em uma fôrma –, não tem compromisso com a forma da poesia.
(D) adjetivação objetiva; (E) redundância desnecessária.
(B) O poeta deve buscar com denodo a verdadeira verdadeira forma da poesia, a exemplo do ferreiro quando forja o ferro.
Questão 6 “Ele está na minha vida porque quer Eu estou pra o que der e vier Ele chega ao anoitecer Quando vem a madrugada ele some Ele é quem quer Ele é o homem Eu sou apenas uma mulher”
(C) O poeta e o ferreiro têm atividades diversas e diametralmente opostas, do ponto de vista da obtenção da forma adequada. (D) O poeta não deve ser como os parnasianos, que se deixavam submeter a uma espécie de tirania da forma sobre o conteúdo, como fazem os ferreiros. (E) O poeta deve deve imitar formas consagradas do fazer poético, exatamente como o ferreiro, que deixa a fôrma prevalecer sobre a mão.
Trecho de “Esse Cara” (Caetano Veloso) Veloso) y h u l a M a l i M : o t o f / r b . m o c . o s o l e v o n a t e a c . w w w l a i c O e t i S : e t n o F
Questão 5 “Durante essas ruas paris de Barcelona, tão avenida entre uma gente meio londres urbanizada em mansas filas” m o c . l o s . w w w : e t n o F
fi
Caetano Veloso
Os artigos usados por Caetano Veloso nos versos finais da estrofe acima possuem valor estilístico porque expressam: (A) depreciação dos seres envolvidos; envolvidos; (B) constraste qualitativo qualitativo entre entre os personagens; Catedral de La Sagrada Familia (Barcelona)
Para referir-se a características especiais que, a seu ver, possui a cidade de Barcelona, o poeta João Cabral de Melo Neto, nas estrofe acima, utiliza-se do recurso do (da): (A) ilogicismo; (B) adjetivação do substantivo; (C) substantivação do adjetivo;
(C) ênfase nas qualidades positivas do eu-lírico; (D) ênfase nas qualidades negativas da personagem feminina; (E) ausência de diferenciação semântica.
Questão 7 Veja o trecho a seguir, fragmento de uma crônica de Martha Medeiros, “V “Veneno eneno Antimonotonia” na revista de ‘O Globo” de 02/10/2005, e responda à questão:
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“ Até hoje pergunta-se: para que serve a arte, para que serve a poesia? Intelectuais se aprumam, pigarreiam, começam a responder dizendo “Veja bem...” e daí em diante é um blábláblá teórico que tenta explicar o inexplicável. Poesia Poesia serve exatamente para a mesma coisa que serve uma vaca no meio da calçada de uma agitada metrópole. metrópo le. Para alterar o curso do seu andar, para interromper um hábito, para evitar repetições, para provocar um estranhamento, para alegrar o seu dia, para fazê-lo pensar, para resgatá-lo do inferno que é viver todo santo dia sem nenhum assombro, sem nenhum encantamento.” A colocação dos termos na frase pode constituir elemento de expressividade. Que conjunto de duas palavras, dentre dentre os adiante assinalados, retirados do texto, geraria, com a inversão de seus termos, um significado diferente? (A) “blábláblá teórico” (B) “agitada metrópole” (C) “santo dia” (D) “nenhum assombro” (E) “nenhum encantamento”
Questão 8 r . b m o c . l ra tul u c o d n u . m w w w : te n o F
“Nas festas do coronel José Paulino, toda a família de seu Lula chegava no Santa Rosa. Lá ficavam D.Amélia e a filha para um canto, duras como se estivessem em castigo, carregadas de trancelins, de anéis. O coronel Lula de Holanda pouco conversava, as danças iam até tarde, e não havia rapaz que tivesse coragem de tirar a moça do Santa Fé para dançar.”
O Pretérito Imperfeito, forma verbal predominante no fragmento acima (de “Fogo Morto”, de José Lins do Rego), expressa: (A) ações passadas, definitivamente encerradas; (B) ações em processo, processo, ainda no presente; (C) ações habituais, típicas em eventos como os descritos; (D) ações passadas , anteriores a outras descritas; (E) ações exclusivamente restritas a um único momento.
Gabarito FASCÍCULO 02
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1) B
2) C
3) C
4) B
5) B
6) B
7) C
8) C
Tanta luz nessa capoeira tal e qual numa gupiara. Misturo tudo num saco, Mas gaúcho maranhense Que pára no Mato Grosso, Bate este angu de caroço Ver sopa de caruru”
Veja um tema que poderia ser proposto pelo ENEM e que se vincula aos conteúdos deste fascículo. Leia a coletânea de textos e observe o que se pede e como se pede.
I “Os fatores constitutivos da nação são numerosos, mas os principais são a raça, a língua, o meio físico, as recordações comuns e as tradições culturais. (...) A língua cria uma comunidade muito forte, pois signi fica um mecanismo mental particular, de tal modo que falar a mesma língua é, em larga medida, pensar da mesma maneira. Fazer Faz er da língua o caráter distintivo da nacionalidade é uma idéia antiga.”
(ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Martins, 1955, p. 333-4.)
V “Pronomes? Escrevo brasileiro” (Mário de Andrade)
Proposta de Redação:
(Do artigo “Nação e nacionalidade”, de Máriton Silva Lima, publicado no “Jornal da Cidade” (Caxias – MA), em 20/06/2004)
A partir dos textos aqui apresentados, que têm caráter apenas motivador, redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema:
II “Todas as línguas são em si um discurso sobre o indivíduo “Todas que fala, elas o identificam. A língua que eu uso para dizer quem eu sou já fala sobre mim, é, portanto, um instrumento de afirmação da identidade. “As línguas são objetos históricos e estão sempre relacionadas inseparavelmente daqueles que as falam. É por isso que são elementos eleme ntos fortes no processo de identificação social dos grupos humanos”, explica Eduardo Guimarães, lingüista da Universidade Estadual de Campinas. Campinas.” ”
A língua como instrumento a serviço da nação e da cidadania. Ao desenvolver o tema proposto, propo sto, procure utilizar utiliz ar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
(Patrícia Mariuzzo, do artigo “Uma língua, múltiplos falares”, na internet, no site http://www.revista http://www.revista.iphan.gov.br) .iphan.gov.br)
Recomendações do ENEM:
III
• Seu texto deve ser escrito na modalidadepadrão da língua portuguesa.
“A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica anuncia a raça inteligente e ilustrada.”
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração. • O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado texto em branco.
(ALENCAR, José de. Pós-Escrito. Diva. Rio de Janeiro, Aguilar, 1965, V. I, p. 399,400, 01.)
• O ENEM admite que o candidato faça o rascunho na última página do caderno de provas, devendo a redação ser passada a limpo na folha própria e escrita a tinta.
IV “Fale fala brasileira Que você enxerg enxergaa bonito
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