Educação Infantil - Aula 01 - 27.11.2021

April 9, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Material organizado pelo Prof. Ricardo Henrique

Encontro 1: Conhecimentos sobre Educação Infantil

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 DA EDUCAÇÃO Art. 205. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

 

V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime  jurídico único para todas as instituições mantidas pela pela União; V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)  1998)  V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)  2006)   VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 2006)   federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 108, de 2020)  2020)  Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carr carreira, eira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 2006)  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)  Art. 207. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (Incluído § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)  1996)  § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)  1996)   Art. 208. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; 1996)  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)  I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua (Redação dada pela Emenda oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; Constitucional nº 59, de 2009)  2009)   (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)  2009)  II - progressiva extensão da obrigatoriedade o brigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)   1996) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero anos de idade; IV -- educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até a5 seis (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)  2006)   V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)  2009)   § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola. Art. 209. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

 

LDB LDB  

Art. 29. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalid finalidade ade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)  família e da comunidade. 2013)   Art. 30. A 30. A educação infantil será oferecida em: I - -creches, ou entidades equivalentes, para crianças de atéanos três anos de idade; II pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)   2013) Art. 31.  31.  A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)  2013)  I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; 2013)   (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)  II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 2 00 (duzentos) dias de trabalho (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)  educacional; 2013)   III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)   jornada integral; 2013)   IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) 2013)   V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)  criança. 2013)  

ALGUNS DOCUMENTOS  RCNEI CONCEPÇÃO DE CRIANÇA - Foco está no desenvolvimento integral da criança, mas ela ainda é vista como alguém que responde aosadultos estímulos dados pelos (no caso da escola, os professores). OBJETIVO OBJET IVO - Esclarece Esclarecerr o que deve ser ensinado nessa etapa da Educação Básica. COMO ESTÁ ORGANIZADO - Em eixos, eixos, que devem ser ser consideradoss de forma considerado integrada: movimento, identidade e autonomia, conhecimento de mundo, artes visuais, música, linguagem oral e escrita, natureza/sociedade natureza/soci edade e matemática

DCNEI CONCEPÇÃO DE CRIANÇA CRIANÇA - Amplia o olhar olhar sobre a criança, considerando as interações sociais como condições essenciais para o aprendizado. Ao mesmo tempo, a criança está no centro do processo de aprendizagem, como sujeito das diferentes práticas cotidianas. Trata a criança com toda complexidade e potência e situa a Educação Infantil em relação ao desenvolvimento de princípios éticos, estéticos e políticos. OBJETIVO - Trazer mais subsídios sobre como a criança aprende para que, a partir daí, possa se pensar em como garantir o que ela tem direito de aprender, nessa fase. Reforça a importância de que o aluno tenha acesso ao conhecimento cultural, rém, preservando o modo de a criança aprender. COMO ESTÁ ORGANIZADO ORGANIZADO - Considera, como eixos estruturantes, a interação e a brincadeira, mas propõe a articulação articulaçã o das diferentes linguagens para a organização curricular e didática.

BNCC CONCEPÇÃO DE CRIANÇA - Reforça a visão da criança como protagonista em todos os contextos de que faz parte: ela não apenas interage, mas cria e modifica a cultura e a sociedade. OBJETIVO OBJET IVO - A partir partir de um significativo avanço no entendimento de como a criança aprende, oferecer referências para a construção de um currículo, baseadas em direitos de desenvolvimento e aprendizagem bem definidos. C OMO ESTÁ ORGANIZA ORGANIZADO DO - As diversas áreas de conhecimento e as diferentes linguagens são integradas por meio dos Campos de Experiência. Parte-se do pressuposto de que a criança aprende por das experiências vividas nomeio contexto escolar.

 

  DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL –  DCNEI  DCNEI   Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009 fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a



Educação Infantil.

 

1-  Conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro: A) Com aprovação e/ou reprovação para acesso ao Ensino Fundamental. B) Promovendo ou reprovando a criança se o Regimento da Instituição de Educação Infantil determinar. C) Reprovando a criança se seu desempenho for considerado insatisfatório. D) Sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental. 2-  O currículo na educação infantil deverá, exceto: A) incluir tudo o que se oferece intencionalmente para a criança aprender. B) orientar abrangerpráticas não apenas conceitos, mas também princípios, pri ncípios, procedimentos, e formas de avaliação. C) pedagógicas. D) apresentar ações para a conservação do espaço da instituição de educação infantil. i nfantil. 3-  CPCON- 2019. Considerando definições estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil –  DCNEI  DCNEI (Resolução nº 5 de dezembro de 2009), associe as colunas abaixo: I- Criança II- Currículo III- Educação Infantil IV- Proposta Pedagógica V- Avaliação ( ) Acompanhamento ao desenvolvimento da criança, sem objetivo obj etivo de seleção ou promoção. ( ) Caracteriza-se como espaços institucionais não domésticos, que constituem estabelecimentos estabelecime ntos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade. ( ) Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem  parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico científico e tecnológico. ( ) Plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretende para aprendizagem e desenvolvimento das crianças que nela são educadas e cuidadas. ( ) Sujeito histórico e de direitos, que brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona, constrói sentidos, produz cultura. A sequência CORRETA dessa associação, pela ordem, é: a) V, III, IV, I e II.  b) III, II, I, Ve IV. IV. c) IV, III, V, II e I. d) V, III, II, IV e I.  I.  e) II, III, V, IV e I. 4-  (REME-2007) A Constituição Federal de 1988 assegura como direito de todos e dever do Estado e da família, a ser promovida e incentivada com c om a colaboração da sociedade, visando: a)  ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.  b)  ao desenvolvimento humano, conforme as capacidades individuais; seu preparo à ação pública e ao mercado de trabalho. c)  Ao desenvolvimento da pluralidade de pensamentos; assegurada a percepção subjetiva da educação e o acesso á escola. d)  Ao desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao mundo globalizado; o preparo para atuação na vida pública e o estímulo à ética profissional. e)  Ao desenvolvimento das atitudes, das habilidades e conhecimentos necessários ao trabalhador contemporâneo. 5-  CPCON- 2019. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil –  DCNEI  DCNEI (BRASIL, 2009), além de apresentarem concepções que devem nortear práticas curriculares e pedagógicas de creches e pré-escolas, determinampara princípios e objetivos propostas Quanto pedagógicas paraprincípios, este nível objetivos da educação, bem comoanalise apontam condições a efetivação dessesdeobjetivos. a esses e condições, as afirmações que seguem e coloque V para verdadeiro, e F para falso. ( ) As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os princípios: éticos, políticos, estéticos.

 

( ) O princípio estético corresponde ao respeito a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, ao bem comum, ao ambiente e as diferentes culturas c ulturas identidades e singularidades. ( ) A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir uma efetiva preparação  para o ensino regular. ( ) Para que os objetivos da proposta pedagógica de instituições de Educação Infantil sejam efetivados, faz-se necessário, dentre outros, que se assegure condições para a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo. ( ) As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores, extrativistas, pescadores, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem ter vinculação com a realidade dessas populações, e seus modo próprios de vida no campo. Marque a)F, V, F,a sequência V e V. CORRETA de preenchimento dos parênteses.  b) V, F, F, F e V. c)V, F, F, V e V. d)V, V, F, F e V. e)F, V, F, V e F. 6-  CONSCAM- 2018. Segundo as Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil, o atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve ampla participação dos: I. Movimentos de trabalhadores. II. Movimentos comunitários. III. Movimentos de mulheres. Está correto o que se afirma em: a) Somente I e II.  b) Somente I e III. c) Somente II e III. d) I, II e III. e) Nenhuma das alternativas. 7-  CONSCAM- 2018. “Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, interações, rela relações ções e práticas cotidianas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sen tidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”. (Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil, p. 12). A definição acima se trata da(o): a) Contador de histórias.  b) Criança. c) Professor. d) Adolescente. e) Diretor de escola.

 EDUCAÇÃO INFANTIL BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR –  EDUCAÇÃO  

O QUE É? “[...]é

um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e  progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham asseguradoss seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com assegurado o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) 1, e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como

 

fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)2.” (BRASIL, 2018, p.7) “Ao

longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito  pedagógico,, os direitos de ap  pedagógico aprendizagem rendizagem e ddesenvolvimento. esenvolvimento. ” (BRASIL, 2018, p.8) “ Na

BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. ” (BRASIL, 2018, p.8)  

ESTRUTURA

 

   

EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA “Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula

educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos  pelas crianças no ambiente da família e no co contexto ntexto de sua comunidade, e articulá-los em suas  propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar  –  especialmente  especialmente quando se trata da educação dos  bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.” (BRASIL,

2018, p.36) “Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas

 pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e interações com seus pares ” (BRASIL, e com os2018, adultos, desenvolvimento e socialização. p.37) o que possibilita aprendizagens,  

DIREITOS DE APRENDIZAGEM

 

“Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da

Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. ” (BRASIL, 2018, p.37) 

CAMPOS DE EXPERIÊNCIA E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM  “Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimen conhecimentos tos que fazem  parte do patrimônio patrimônio cultural. ” (BRASIL, 2018, p.40).  

São eles:

O eu, o outro e o nós

Espaço, tempo, relações e transformações

Corpo, gestos e movimentos

Criança Protagonista

Escuta, fala, pensamento e imaginação

Traços, sons, cores e formas

Os Campos de Experiência e os objetivos não têm caráter de currículo, mas servem para auxiliar o  professor a planejar planejar atividades com maior clareza ddoo que deve ser desenvolvido em cada fase. fase.

 

 Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a  brincadeira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. (BRASIL, 2018, p.44)  

A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, i ntroduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos de das os crianças, respeitando suas singularidades e asmediações diferentesderelações que elasaprendizagens estabelecem com conhecimentos, assim como a natureza das cada etapa. (BRASIL, 2018, p.53) “[...] considerando os direitos e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresenta-

se a síntese das aprendizagens esperadas em cada campo de experiências. Essa síntese deve ser compreendida como elemento balizador e indicativo de objetivos a ser explorados em todo o segmento da Educação Infantil, e que serão ampliados e aprofundados no Ensino Fundamental, e não como condição ou pré-requisito para o acesso ao Ensino Fundamental. ”  (BRASIL, 2018, p.53)

 

 

8-  MSCONCURSOS –  2021.  2021. À luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), analise analise as assertivas e assinale a incorreta.

a) É uma das Competências Gerais da Educação Básica, exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem  própria das ciências, ciências, incluindo a investigação, a re reflexão, flexão, a análise crítica, a im imaginação aginação e a criatividade, para iinvestigar nvestigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.  b) Consoante aos marcos legais anteriores, o PNE PNE afirma a importância de uma base nacional comum curricular para o Brasil, com o foco na aprendizagem como estratégia para fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. c) O conceito de competência, adotado pela BNCC, marca a discussão pedagógica e social das últimas décadas e pode ser inferido no texto da LDB, especialmente quando se estabelecem as finalidades gerais da Educação Básica e Superior. d) Independentemente duração daintencional jornada escolar, o conceito de educação integral aprendizagens com o qual a sintonizadas BNCC está comprometida, refere-sedaà construção de processos educativos que promovam com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. 9-  MSCONCURSOS  –   2021. Na BNCC, _____________________ como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Marque a alternativa que completa o texto corretamente. a) projeto político pedagógico é definido  b) currículo é definido c) avaliação é definida d) competência é definida 10- MSCONCURSOS- 2019. “Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e

 

desenvolvimento (Base Nacional Comum Curricular (BNCC).” Em conformidade com a BNCC, informe qual

alternativa é incorreta. a) Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) - Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.  b) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) - Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos. c) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) - Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir. a gir. d) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) - Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participa. 11- CPCONInterações e brincadeiras sãoInfantil, consideradas eixos estruturantes das práticas pedagógicas que compõem 2019. a proposta curricular da Educação conforme as DCNEI (BRASIL, 2009). A Base Nacional Comum Curricular –  BNCC  BNCC (BRSIL, 2017) define esses eixos estruturantes, como: a) Experiências por meio das quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos, por meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.  b) Experiências que não precedem de planejamento docente e não favorecem registros avaliativos. c) Situações espontâneas que eventualmente ocorrem no interior de práticas pedagógicas na Educação Infantil, que  podem favorecer o desenvolvimento desenvolvimento das crianças. d) Experiências que ganham significados apenas no ambiente domiciliar, pois a boa interação com pais ou cuidadores  possibilita o desenvolvimento. e) Experiências próprias da infância, pela capacidade que a criança tem de imaginar, brincar e aprender. 12- CPCON- 2019. A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), ao considerar que o desenvolvimento e aprendizagem das crianças tem como eixos estruturantes as interações e brincadeiras, e ao definir os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se, e conhecer-se, de crianças que frequentam a Educação Infantil, propõe uma organização curricular em cinco campos de experiências para vivência desses direitos. Tais campos são definidos pela Base como: a) Os campos de experiências são ações lúdicas que não estabelecem relação com a vida cotidiana da criança, mas que se entrelaçam com conhecimentos do patrimônio cultural. cult ural.  b) Situações didáticas, planejadas por por docentes, para exploração de conteúdos conteúdos pré-estabelecidos. c) Campos de experiências são situações espontâneas da rotina r otina pedagógica, em que a criança é a única protagonista. d) Um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio patri mônio cultural. e) Arranjo curricular planejado por docentes, para explorar conhecimentos necessários ao futuro ingresso da criança no ensino fundamental. 13- CPCON- 2019. A Base Nacional Comum Curricular ppara ara a Educação Infantil traz campos de experiências experiências que  buscam entrelaçar as experiências e situações da vida cotidiana das crianças e seus saberes aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. São campos de experiências que organizam essa BNCC, exceto: A) o eu, o outro e todos. B) corpo, gestos e movimentos. C) escuta, fala, pensamento e imaginação. D) traços, sons, cores e formas. 14- UNILAVRA UNILAVRASS- 2018. Segundo a BNCC, na educação infantil, as aprendizagens aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e as brincadeiras como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Esses objetivos estão organizados em três grupos por faixa etária, que correspondem, aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento das crianças. Assinale a alternativa que não corresponde a esses três grupos. A) Bebês (zero a 1 ano e 6 meses). B) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses). C) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses). D) Crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos.

   

 

15- Conforme o artigo 26 da Lei no 9.394/96, LDB em vigor, logo afirma que os currículos da educação infantil devem contemplar a Base Nacional Comum Curricular  –  BNCC.  BNCC. Enquanto em dezembro de 2017, o Conselho  Nacional de Educação a aprovou. Sobre esse tema todavia é correto afirmar que a BNCC logo seja um documento de caráter:

a) reflexivo, uma vez que define o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos  b) normativo, normativo, uma vez que define o conjunto normativo orgânico e prog progressivo ressivo de apren aprendizagens dizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos. c) opcional, uma vez que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos d) sugestivo, uma vez que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos a dultos Fonte: https://pedago https://pedagogiaconcursos.co giaconcursos.com/questoes-de-conc m/questoes-de-concursos/10-questo ursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-co es-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/ mum-curricular-bncc-2/  16- Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) no quadro das mudanças provocadas pela Base  Nacional Comum Curricular (BNCC), (BNCC), é correto afirmar que os PCNs: a) deixam de ser obrigatórios por conflitarem com a Base, sendo substituídos pela BNCC  b) tiveram as expectativas de aprendizagem aprendizagem substituídas por direitos de aprendizagem aprendizagem na BNCC c) perderam sua função uma vez que a edição das Diretrizes Curriculares Nacionais d) não são tornados inválidos pela BNCC, contudo permanecendo documentos orientadores. orientadores.   e) foram automaticamente revogados pela Portaria MEC no 1.570 que aprova a BNCC Fonte: https://pedago https://pedagogiaconcursos.co giaconcursos.com/questoes-de-conc m/questoes-de-concursos/10-questo ursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-co es-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/ mum-curricular-bncc-2/  17- Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, logo a Base Nacional Comum Curricular define os direitos e objetivos de aprendizagem das crianças, orientando as instituições educativas na elaboração do currículo. Acerca dessas orientações, considere as seguintes afirmativas: 1. O primeiro passo à elaboração do currículo da Educação Infantil, que garanta, em sua proposta pedagógica, o respeito às crianças, promovendo seu desenvolvimento, consiste em estudar a Resolução CNE/CBE no 05/09. 2. Para planejar o trabalho no cotidiano, visto que os professores precisam analisar e identificar as conquistas e as dificuldades percebidas nas práticas com as crianças. 3. De modo mesmo que a orientar os projetos pedagógicos das unidades unidades de Educação Infantil, a BNCC propõe que neles as crianças tenham garantidos como direitos mediadores de aprendizagens significativas: Conviver –  Brincar  Brincar –  Explorar  Explorar –  Expressar  Expressar –  Participar  Participar –  Conhecer-se.  Conhecer-se. 4. O currículo por campos de experiência propõe a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil com  práticas essenciais para cada grupo grupo etário, a fim de contemplar suas necessidades, necessidades, demandas e interesses Assinale a alternativa correta abaixo. a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras  b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras Fonte: https://pedago https://pedagogiaconcursos.co giaconcursos.com/questoes-de-conc m/questoes-de-concursos/10-questo ursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-co es-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/ mum-curricular-bncc-2/ 

EDUCAÇÃO INFANTIL: REFERENCIAL CURRICULAR - REME  

OBJETIVO:

“[...] orientar a

elaboração dos projetos político-pedagóg político-pedagógicos icos das instituições que ofertam a educação infantil favorecendo a promoção de vivências e conhecimentos essenciais e significativos para todas as crianças inseridas nas escolas municipais. ” (CAMPO GRANDE, 2020, p.19)  

    

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EIXOS NORTEADORES

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OBJETIVOS DA ED. INFANTIL E OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM “Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento são apresentados como os modos pelos pel os quais

as crianças aprendem e, por isso, precisam ser garantidos a todas. Eles se apresentam na educação infantil pela BNCC, no entanto, tiveram sua origem nas DCNEIs (2009b) a partir dos princípios que regem a educação, quais sejam: ético, estético e político. Os direitos de conviver e conhecer-se decorrem do princípio ético, os de brincar e explorar do estético e os de participar e expressar, do político.” (CAMPO GRANDE, 2020, p.28) 

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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO A BNCC apresenta cinco campos de experiências, no entanto, desde o ano de 2017, as Orientações Curriculares da Reme já apresentavam seis campos, uma vez que houve a necessidade de chamar a atenção dos professores e dar visibilidade maior a conhecimentoss relacionados, tanto ao pensamento matemático quanto às questões que conhecimento dizem respeito ao mundo social e natural. Para tanto, houve a dissociação do campo denominado “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” em dois.

Assim, os campos de experiências propostos para o trabalho com educação infantil na REME são:

  

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; Mundo social e natural: investigação, relação, transformação e

Escuta, fala, escrita, pensamento e imaginação;

preservação.

CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS REME

O eu, o outro e o nós;

Traços, sons, cores e formas;

Corpo, gestos e movimentos;

  (CAMPO GRANDE, 2020, p.31)

“Cada turma da educação educação infantil é nomeada como grupo, uma vez que grupo é um conjunto de crianças reunidas numa convivência e interação diária, movidas por necessidades e interesses que se aproximam em torno dos acontecimentos e atividades que ocorrem no cotidiano institucional (CAMPO GRANDE, 2017). A identidade das crianças será constituída pela presença e relação com o outro, pois o grupo encontra e oc ocupa upa um lugar, uma maneira de estar, constituindo sua maneira de ser.” (CAMPO GRANDE, 2020, p.35)  p.35)  

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CAMPO DE EXPERIÊNCIAS COMO POSSIBILIDADE DE ARRANJO CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Outra alteração realizada foi a nomenclatura do campo “Escuta, fala, pensamento e imaginação”, que passou a ser denominado “Escuta, fala, escrita, pensamento e imaginação”, uma vez que é relevante dar visibilidade aos processos de escrita que compõem compõ em os conhecimentos necessários às crianças nesta etapa da educação básica. Cabe ressaltar que essas duas alterações, o desmembramento do campo de experiência e a alteração na nomenclatura, foram realizadas quando a Geinf elaborou o documento “Orientações curriculares para educação infantil: jeitos de cuidar e educar”, em 2017, e mantidas neste Referencial. (CAMPO GRANDE, 2020, p. 43) Em consonância com a BNCC, a Gerência da Educação Infantil (Geinf) elaborou tabelas estruturando-as por campo de experiências e grupos etários da organização da Reme. Esclarecemos que as tabelas são compostas pelos objetivos definidos pela BNCC com os 44

 

respectivos códigos alfanuméricos, acrescidas de outros objetivos que correspondem a desdobramentos dos primeiros, elaborados pela Geinf. Além disso, as tabelas também trazem os saberes e conhecimentos essenciais para os grupos de acordo com cada campo de experiências e as recomendações para o trabalho do professor com este campo. (CAMPO GRANDE, 2020, p44)

 

  Por existir diferenças entre os grupos etários propostos pela BNCC e os da Reme, foi necessária uma adequação entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Assim, os objetivos correspondentes na BNCC às crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) atendem aos Grupos 2 (2 a 3 anos) e 3 (3 a 4 anos) da Rede Municipal de Educação do município de Campo Grande. Já os correspondentes às crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) atendem aos Grupos 4 (4 a 5 anos) e 5 (5 a 6 anos). Em atendimento à especificidade de cada Grupo, foram elaborados objetivos complementares, visando a atender às necessidades das faixas etárias da Reme e ampliar as possibilidades de organização do trabalho docente. Segue abaixo o quadro demonstrativo da equivalência entre os grupos etários. (CAMPO GRANDE, 2020, p.45)  p.45) 

CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL Introdução A Educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos. O processo de aquisição de uma nova identidade para as instituições que trabalham com crianças foi longo e difícil. Durante esse processo surge uma nova concepção de criança, totalmente diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e histórica. Essas mudanças originaram-se de novas exigências sociais e econômicas, conferindo à criança um papel de investimento futuro, esta passou a ser valorizada, portanto o seu atendimento teve que acompanhar os rumos da história. Sendo assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista transforma-se em uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma integral, onde suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva, física, etc…) devem ser respeitadas. Nessa perspectiva este artigo propõe uma discussão sobre

 

a evolução histórica da concepção de infância e sua repercussão no atendimento destinado ás crianças em instituições de Educação Infantil. Concepção de Infância A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo a tratou como um adulto em miniatura. De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua evolução. Segundo Áries: o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem ( Áries, 1978 : 99). Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do adulto, e portanto merece um olhar mais específico. Na Idade Média não havia clareza em relação ao período que caracterizava a infância, muitos se baseavam pela questão física e determinava a infância como o período que vai do nascimento dos dentes até os sete anos de idade, como mostra a citação da descrição feita por Le Grand Propriétaire (Ariès, 1978 : 6 ) A primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade começa quando a criança nasce e dura até os sete anos, e nessa idade aquilo que nasce é chamado de enfant (criança), que quer dizer não-falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem tomar perfeitamente as palavras, pois ainda não tem seus dentes bem ordenados nem firmes…   Até ofirmes…  século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam ultrapassar a primeira infância. O índice de natalidade também era alto, o que ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode ser constatado no comentário de Áries “ …as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual…” (1978 : 22 ).  ).   Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que pudesse realizar algumas tarefas, esta era inserida no mundo adulto, sem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo exposta a todo tipo de experiência. Segundo Áries, até o século XVII, a socialização da criança e a transmissão de valores e de conhecimentos não eram assegurados pelas famílias. A criança era afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos, ajudando-os em suas tarefas. A partir daí, não se distinguia mais desses. Nesse contato, a criança passava dessa fase direto para a vida adulta. ( Áries, 1978 ). A duraçãopara da infância nãoa era bemcom definida e oanos termo era empregado indiscriminadamente, sendotinha utilizado, inclusive, se referir jovens dezoito ou“infância” mais de idade ( Áries, 1989 ). Dessa forma, a infância uma longa duração, e a criança acabava por assumir funções de responsabilidade, queimando etapas do seu desenvolvimento. Até a sua vestimenta era a cópia fiel da de um adulto. Essa situação começa a mudar, caracterizando um marco importante no despertar do sentimento de infância: No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela agora ago ra tinha um traje reservado à sua iidade, dade, que a distinguia dos adultos. Esse fato essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de criança do início do século XVII ( Áriès, 1978: 33 ). As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que ganhou mais importância no seio na família. Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade. ( Ariès, 1978 19 78 ).

 

Surge uma preocupação com a formação moral da criança e a igreja se encarrega em direcionar a aprendizagem, visando corrigir os desvios da criança, cri ança, acreditava-se que ela era fruto do pecado, e deveria ser guiada para o caminho do bem. Entre os moralistas e os educadores do século XVII, formou-se o sentimento de infância que viria inspirar toda a educação do século XX (Áries, 1989). Daí vem a explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e compensatório. De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados, do outro como um ser fruto do pecado. Segundo kramer : Nesse momento, o sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos, e a outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a criança um ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita pelo adulto ( kramer, 2003:18 ). Esses dois sentimentos são originados por uma nova postura da família em relação à criança, c riança, que passa a assumir mais efetivamente a sua função, a família começa a perceber a criança como um investimento futuro, que precisa ser preservado, e portanto deve ser afastada de maus físicos e morais. Para Kramer ( 2003 : 18 ) “não é a família que é nova, mas, sim o sentimento de família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância.”  infância.”  A vida familiar ganha um caráter mais privado, e aos aos poucos a família assume o papel que antes era destinado à comunidade. É importante salientar que esse sentimento de infância e de família representa um padrão burguês, que se transformou em universal. Segundo Kramer : 1. 1.   …a idéia de infância (… ) aparece )  aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. se, na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de  alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade ( 2003 : 19 ).

No século XVIII, além da educação a família passou a se interessar pelas questões relacionadas à higiene e à saúde da criança, o que levou a uma considerável diminuição dos índices de mortalidade. As mudanças beneficiaram as crianças da burguesia, pois as crianças do povo continuaram a não ter acesso aos ganhos representados pela nova concepção de infância, como o direito à educação e a cuidados mais específicos, sendo direcionadas para o trabalho. A criança sai do anonimato e lentamente ocupa um espaço de maior destaque na sociedade. Essa evolução traz modificações profundas em relação à educação, esta teve que procurar atender as novas demandas que foram desencadeadas pela valorização da criança, pois a aprendizagem além da questão religiosa passou a ser um dos pilares no atendimento à criança. Segundo Loureiro : …nesse período começa a existir uma preocupação em conhecer a mentalidade das crianças a fim de adaptar os métodos de educação a elas, facilitando o processo de aprendizagem. Surge uma ênfase na imagem da criança como um anjo, “testemunho da inocência batismal” e, por isso, próximo de Cristo ( 2005 : 36 ). Percebe-se o caráter cristão ao qual a educação das crianças foi ancorado. Com o surgimento do interesse nas crianças, começou a preocupação em ajudá-las a adquirir o princípio da razão e a fazer delas adultos cristãos e racionais. Esse paradgma norteou a educação do século XIX e XX. Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza ao citar Fraboni: a etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela “transformação” tecnológico-científica tecnológico -científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente como figura social, como sujeito sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).  (1998:68).  Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como portador de direitos enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na Educação Infantil, tornando o atendimento às crianças cri anças de 0 a 5 anos ainda mais específico, exigindo do educador uma postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as crianças pequenas, quais as suas necessidades enquanto criança e enquanto cidadão. O histórico da educação infantil no mundo Durante muito tempo, o cuidado e a educação das crianças pequenas eram vistas como tarefas da família, principalmente das mães e de outras mulheres. Depois do desmame, a criança era percebida como um pequeno

 

adulto, quando já alcançava certo grau de independência, passava a ajudar os adultos nas atividades cotidianas e a aprender o básico para sua inserção social. Não se considerava a identidade pessoal da criança. Devido ao caráter familiar do atendimento à criança pequena, as primeiras denominações das instituições infantis fazem uma referência a esse aspecto, como o termo francês “creche” que significa manjedoura, presépio. E o termo italiano “asilo nido” que significa um ninho que abriga.  abriga.   Nas sociedades primitivas, as crianças que se encontravam em situações desfavoráveis, como o abandono, eram cuidadas por uma rede de parentesco, ou seja, dentro da própria família. Na Idade Antiga, os cuidados eram oferecidos por mães mercenárias, que não tinham nenhum tipo de preocupação com as crianças, sendo que muitas morriam sob os seus cuidados. Na Idade Média e Moderna, existiam as “rodas” ( cilindros ocos de madeira, giratórios gi ratórios ), construídos em muros de igrejas ou hospitais de caridade, onde as crianças deixadas eram recolhidas. Dentro dessa perspectiva, fica evidenciado nas palavras de Oliveira que: as idéias de abandono, pobreza, culpa e caridade impregnam assim, as formas precárias de atendimento a menores nesse período e vão permear determinadas concepções a cerca do que é uma instituição que cuida da Educação Infantil, acentuando o lado negativo do atendimento fora da família (OLIVEIRA, 2002 : 59 ). Diante dessa situação, ficam claras as raízes da desvalorização do profissional de Educação Infantil, que precisa mudar esse esteriótipo, de que para se trabalhar com crianças não é necessário qualificação profissional, pois grande parte dos profissionais que atuam nessa área é de leigos, o que demonstra que, mesmo com tanto avanço no que diz respeito r espeito ao conceito de criança, ainda persiste um tipo de atendimento que só visa os cuidados físicos, deixando de lado os aspectos globais no atendimento das crianças. Na Europa com a Revolução Industrial, a sociedade agrário-mercantil transforma-se em urbano-manufatureira, num cenário de conflitos, onde as crianças eram vítimas de pobreza, abandono e maus-tratos, com grande índice de mortalidade. Aos poucos o atendimento às crianças torna-se mais formal, como resposta a essa situação, foram surgindo instituições para o atendimento de crianças desfavorecidas ou crianças cujos pais trabalhavam nas fábricas (OLIVEIRA, 2002 ). Noscrianças séculosda XVIII E XIX originado tipos de atendimento crianças pequenas, de boae qualidade destinado às elite, queé tinha comodois característica a educação,àse outro que servia deum custódia de disciplina para as crianças das classes desfavorecidas. Dentro desse cenário aumenta-se a discussão de como se deve educar as crianças. Pensadores como Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Decroly, Froebel e Montessori configuram as novas bases para a educação das crianças. Embora eles tivessem focos diferentes, todos reconheciam que as crianças possuíam características diferentes dos adultos, com necessidades próprias (OLIVEIRA, 2002). No século XX, após a primeira Guerra Mundial, cresce a idéia de respeito à criança, que culmina no Movimento das Escolas Novas, fortalecendo preceitos importantes, como a necessidade de proporcionar uma escola que respeitasse a criança como um ser específico, portanto, esta deveria direcionar o seu trabalho de forma a corresponder as características do pensamento infantil. Na psicologia, na década de 20 e 30, Vygotsky defende a idéia de que a criança é introduzida no mundo da cultura por parceiros mais experientes. Wallon destaca a afetividade como fator determinante para o processo de aprendizagem. Surgem as pesquisas de Piaget, que revolucionam a visão de como as crianças aprendem, a teoria dos estágios de desenvolvimento. As teorias pedagógicas se apropiam gradativamente das concepções psicológicas, especialmente na Educação Infantil, impulsionando o seu crescimento. No contexto de pós-segunda Guerra mundial, surge a preocupação com a situação social da infância e a idéia da criança como portadora de direitos. A ONU promulga em 1959, a Declaração dos Direitos da Criança, em decorrência da Declaração dos Direitos Humanos, esse é um fator importante para a concepção de infância que permeia a contemporaneidade, a criança como sujeito de direitos. O histórico da educação infantil no Brasil A história da Educação Infantil no Brasil, de certa forma, acompanha os parâmetros mundiais, com suas características próprias, acentuada por forte assistencialismo e improviso. As crianças da área urbana eram colocadas nas “rodas expostas” expos tas” para serem recolhidas pelas instituições religiosas, muitas dessas crianças eram de mães que pertenciam às famílias tradicionais. No início do século XIX, para tentar resolver o problema da infância, surgem iniciativas isoladas, como a criação de creches, asilos e internatos, que eram vistos como instituições destinadas a cuidar de crianças pobres. Estas instituições apenas encobriam o problema e não tinham a capacidade de buscar transformações mais profundas na realidade social dessas crianças. No final do século XIX, com o ideário liberal, inicia-se um projeto de construção de uma nação moderna. A elite do país assimila os preceitos educacionais do Movimento das Escolas Novas, elaboradas nos centros de transformações sociais ocorridas na Europa e tra trazidas zidas ao Brasil pela influência americana e européia. Surge no Brasil a idéia de “jardim“jardim-

 

de-infância” que foi recebida com muito entusiasmo por alguns setores de-infância” setor es sociais, mas gerou muito discussão, pois a elite não queria que o poder público não se responsabilizasse pelo atendimento às crianças c rianças carentes. Com toda polêmica, em 1875 no Rio de Janeiro e em 1877 em São Paulo, eram criados os primeiros jardins-de-infância, de caráter privado, direcionados para crianças da classe alta, e desenvolviam uma programação pedagógica inspirada em Froebel (OLIVEIRA, 2002). Na metade do século XX, com a crescente industrialização e urbanização do país, a mulher começa a ter uma maior inserção no mercado de trabalho, o que provoca um aumento pelas instituições que tomam conta de crianças pequenas. Começa a se delinear um atendimento com forte caráter assistencialista. Nos anos 70, o Brasil absorve as teorias desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa, que sustentavam que as crianças das camadas sociais mais pobres sofriam de “privação cultural” e eram colocadas para explicar o fracasso escolar delas, eesta concepção como vai direcionar por muito tempo Educação Infantil, enraizando visão assistencialista compensatória, afirma Oliveira: conceitos comoacarência e marginalização cultural euma educação compensatória foram então adotados, sem que houvesse uma reflexão crítica mais profunda sobre as raízes estruturais dos problemas sociais. Isso passou a influir também nas decisões de políticas de Educação Infantil (OLIVEIRA, 2002:109). Dessa forma, pode-se observar a origem do atendimento fragmentado que ainda faz parte da Educação Infantil destinada às crianças carentes, uma educação voltada para suprir supostas “carências”, é uma educação que leva em consideração a criança pobre como um ser capaz, como alguém que não responderá aos estímulos dados pela escola. Nos anos 80, com o processo de abertura política, houve pressão por parte das camadas populares para a ampliação do acesso à escola. A educação da criança pequena passa a ser reivindicada como um dever do Estado, que até então não havia se comprometido legalmente com essa função. Em 1888, devido à grande pressão dos movimentos feministas e dos movimentos sociais, a Constituição reconhece a educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do Estado. Nos anos 90, ocorreu uma ampliação sobre a concepção de criança. Agora procura-se entender a criança como um ser sócio-histórico, ondetem a aprendizagem dá pelas interações entre a criança seu entorno Essafaz perspectiva sócio-interacionista como principalseteórico Vigotsky, que enfatiza a criançae como sujeito social. social, que parte de uma cultura concreta (OLIVEIRA,2002). Há um fortalecimento da nova concepção de infância, garantindo em lei os direitos da criança enquanto cidadã. Criase o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); a nova LDB, Lei nº9394/96, incorpora a Educação Infantil como primeiro nível da Educação Básica, e formaliza a municipalização dessa etapa de ensino. Em 1998, é criado RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil), um documento que procura nortear o trabalho realizado com crianças de 0 a 5 anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor o papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, o que é hoje um dos maiores desafios da Educação Infantil. É preciso afirmar a firmar que as propostas trazidas pelo RCN só podem se concretizar na medida em que todos os envolvidos no processo busquem a efetiva implantação das novas propostas, se não ele vai se tornar apenas um conjunto de normas que não saem do papel. Considerações finais Através desse estudo histórico, pode-se constatar que o conceito de infância repercute fortemente no papel da Educação Infantil, pois direciona todo o atendimento prestado à criança pequena. Dessa maneira, a Educação Infantil está intrisicamente ligada ao conceito de infância, tendo a sua evolução marcada pelas transformações sociais que originaram um novo olhar sobre a criança. A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando esta passou a ser valorizada pela sociedade, se não houvesse uma mudança de postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo perfil de educador para essa etapa de ensino. Não seria cobrado dele especificidade no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um atendimento voltado apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a emocional e a social despercebidas. Não se pode perder de vista, que o conceito de infância construído pela humanidade ocasionou uma padronização da criança, como se esta fosse um ser universal, sem características próprias de cada sociedade e de cada contexto histórico. Por isso, a Educação infantil terminou sendo um bem da criança burguesa, e uma proposta distante das crianças pobres. Apesar da Educação Infantil no Brasil ter sido institucionalizada como direito das crianças, poucas têm acesso a um atendimento de qualidade, com professores que desconhecem os pressupostos pedagógicos que devem direcionar o trabalho com crianças pequenas, descaracterizando a especificidade da Educação Infantil. Referência bibliográfica

  

ARIES, Philippe.  Philippe. História Social da Criança e da Família Família.. Rio de Janeiro. LTC,1978. FRABBONI, FRABBON I, Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica e didática. didática. In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed, 1998. KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: Brasil : A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003 progressista.. Belo Horizonte. Autêntica, 2005. LOUREIRO, Stefânie Arca Garrido. Garrido. Alfabetização: Alfabetização: uma perspectiva humanista e progressista OLIVEIRA, Zilma Rams de Oliveira.  Oliveira. Educação Infantil: fundamentos e métodos. métodos . São Paulo: Cortez, 2005. Referenciall curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental.— Referencia Fundamental. — Brasília: MEC/SEF,1998. Vol.1.

Autora: Angela da Silva Soares. Disponível em: Concepção de Infância e Educação Infantil. Pedagogia ao Pé da Letra, 2018. Disponível em: . . Acesso em: 8 de novembro de 2021.

Em Campo Grande, o atendimento da criança na educação infantil, até o ano de 2007, estava a cargo do município e do estado, entretanto, a partir do Decreto nº 10.000 de 27 de  junho de 2007, essa responsabilidade passou a ser apenas da ges gestão tão municipal, de maneira compartilhada entre as Secretarias de Assistência Assistência Social e de Educação. Já em 2014, o cuidado e a educação das crianças se tornaram responsabilidade integral da Semed. No início de 2019, os chamados Centros de Educação Infantil (CEINFs) receberam a nomenclatura de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), pelo Decreto nº 13.755, de 08 de janeiro de 2019, reiterando o compromisso desta Secretaria com a educação das crianças. Assim, a legislação vigente consolida uma nova concepção sobre a educação infantil, assegura como direito a todas as crianças, visando ao desenvolvimento integral e entendendo o cuidado e a educação como algo indissociável ao processo educativo. CAMPO GRANDE, 2020, p.22

GABARITO Vamos praticar! 1 2 3 4 5 6 D D D A C D Vamos Praticar! 1 2 3 4 5 6 D C C C A B

7 8 9 10 11 B C D D A 7 8 C B

12 D

13 A

14 D

15 B

16 D

17 C

 

  1-A educação infantil no Brasil conta, nas discussões sobre as políticas educacionais com a ampla participação dos membros dos fóruns de Educação infantil, nos in municipal estadual do Movimento Interforuns de Educação Infantil do Brasil (MEB) MIE, constituído em 1990, apresenta princípios que vem norteando o desenvolvimento da legislação e de políticas educacionais para a área. Sobre o assunto, leia afirmações I.  I. 

O atendimento prioritário a crianças com vulnerabilidade socioeconômica na rede pública de ensino

II.  II. 

O reconhecimento do direito constitucional das crianças de 0 a 6 anos (independentemente de raça, idade, gênero, etnia credo, origem socioeconômica e cultural) ao atendimento em instituições públicas gratuitas e de qualidade

III.  III. 

Destinação de recursos públicos específicos e adequados imprescindíveis ao bom funcionamento dos sistemas de Educação infantil

IV.  IV. 

A dissociabilidade entre o cuidar e o educar, visando bem-estar, crescimento e pleno desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos.

V. V.  

A identificação da Educação Infantil enquanto campo intersetorial interdisciplinar multidimensional em permanente evolução.

Os princípios defendidos no MIEIB estão expostos nas seguintes afirmativas: a) a)   I,II e III b)  b)  III, IV e V c) c)   II e V somente d)  d)  II, III e V e) e)   I e V 2- A educação infantil em sua importância reconhecida em estudos e pesquisas no mundo inteiro que ratificam a sua relevância para o desenvolvimento humano. No Brasil é considerada, segundo a Constituição Federal vigente: A) dever do Estado, sendo obrigatória e gratuita a partir dos seis (6) anos de idade, mas não obrigatória para as familias, pois figura como direito público subjetivo. B) dever do Estado, que deve garantir a oferta de educação infantil pública e gratuita, em creche e pré-escola, às crianças até cinco (5) anos de idade. C) dever do Estado e da família, de matricula obrigatória de zero (0) a cinco (5) anos, sendo pública e gratuita para todos. D) dever do Estado, da família e das instituições públicas e privadas, sendo obrigatória a sua oferta, a partir dos quatro (4) anos, em creches e, a partir dos cinco (5) anos, nas escolas de pré-escolar. E) dever do Estado e da família, sendo sua oferta obrigatória de zero (0) a sete (7) anos de idade. 3- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigor, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece regras comuns para a organização da Educação Infantil no Brasil. Assinale, entre as alterativas abaixo, aquela que NÃO apresenta uma dessas regras: A) avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, com o objetivo de promoção, para o acesso ao ensino fundamental. B) carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional.

 

C) atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral. D) controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas. E) expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança. 4- O Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído por meio da Lei nº 8.096, de 13 de julho de 1990, garante às crianças e aos adolescentes o direito à educação, assegurando lhes: A) I- prioridade para o acesso e a permanência na escola aos estudantes cotistas; II - direito de ser respeitado pelos professores; III direito de elaborar os critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores: IV direito de participação em entidades estudantis pacificas; acesso escola públicapelos e gratuita. B) I- igualdade de condições para o ingresso na escola; Il- Vdireito deàser respeitado funcionários da escola; III direito de recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de or organizar ganizar mobilizações; V- acesso à escola pública próxima de sua residência. C) I- igualdade de condições para a permanência na escola; II-direito de respeitar os seus educadores: III- direito de contestar critérios avaliativos, que não favoreçam o seu desempenho escolar, IV- acesso à escola próxima de sua residência; V-direito de se manifestar publicamente. D) I- igualdade de condições nas atividades escolares; Il direito de ser respeitado pela direção da escola: III-direito de solicitar a revisão de critérios avaliativos: IV-direito de fale nas entidades estudantis; V- acesso à escola próxima de sua residência. E) I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV direito de organização e participação em entidades estudantis; V- acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 5- Leia as afirmativas abaixo: As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, instituídas por meio da Resolução CNE/CEB n° 5, de 17 de dezembro de 2009, salientam a importância do lúdico, POIS definem que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, bem como garantir experiências que promovam para as crianças o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários géneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical. Considerando as duas asserções, é correto afirmar que: A) as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) as duas são verdadeiras, v erdadeiras, mas não estabelecem relação entre si. C) primeira é uma proposição falsa, e a segunda, verdadeira. D) a primeira é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa. E) as duas são falsas e a segunda não é justificativa correta da primeira

6- O currículo da Educação Infantil, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, é concebido como: A) uma lista de conteúdos articulada aos indicadores de avaliação em larga escala, prevendo o desenvolvimento dos estudantes de zero a seis anos de idade, com indicadores específicos a cada etapa. B) um conjunto de habilidades e competências a ser atingido gradualmente, que começa com as atividades sensoriais e instintivas desenvolvidas nas creches e se aprofunda para o desenvolvimento de habilidades e normas de conduta nas escolas de pré-escolar. C) um documento subjetivo a ser definido pelo coletivo de cada instituição de educação infantil, pois a organização do currículo requer conhecimento prévio das condições especificas de cada educando, das suas demandas e necessidades, que variam conforme a cultura, o momento histórico e as condições c ondições socioeconómicas.

 

D) um conjunto de práticas que busca articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. E) um conjunto de regras de conduta que propiciem o desenvolvimento do aspecto central da educação infantil, ou seja, as relações interpessoais, que abrangem o "ser" e o “conviver”.  7- A concepção de criança e de infância tem variado muito ao longo do processo histórico. o que influencia diretamente as propostas educativas desenvolvidas para essa faixa etária. Atualmente, no Brasil, observada a legislação vigente e os documentos oficiais da União, a criança é percebida como: A) uma tábula rasa, um ser indefeso que se constitui à medida que recebe influências do meio social adulto, já j á definido, com regras claras instituições e normas consolidadas. B) um sujeito de com relações, que atribui significados ao mundo, aos objetos e as relações humanas de forma própria subjetiva, partindo de suas percepções pessoais, já que só poderá aprender e construir informações por meio da experiência. C) um sujeito que deverá ser preparado para assumir a sua condição de cidadania no futuro e, por tal necessidade, precisa ter seu desenvolvimento mediado pela sociedade civil organizada para que sejam construídas nesse sujeito as percepções  positivas e necessárias para a coletividade e o bem comum. D) um animal que, sobre a base biológica, construirá, de forma autónoma e não mediada. a sua base social E) um sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura 8- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação vigente exige que todos os estabelecimentos de ensino estruturem a sua proposta pedagógica, o que inclui as instituições de Educação Infantil. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica. Sobre o assunto, leia as afirmativas a seguir: I- Construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ordem, o rdem, a disciplina, o respeito aos símbolos pátrios e aos limites típicos do controle social. II - Assumir a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias. III- Possibilitar a convivência dos estudantes da educação infantil com crianças de sua faixa etária, evitando o contato com adultos e adolescentes que possam trazer riscos ao processo de desenvolvimento da infância, especialmente aos aspectos lúdicos. IV- Promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e as possibilidades de vivência da infância. V- Oferecer condições e recursos para p ara que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais. Assinale a alternativa que indica quais são os aspectos necessários para que a proposta pedagógica da escola cumpra as suas funções sociopolítica e pedagógica: A) I, II e Ill. B) II, IV e V. C) III, V e ll. D) I, II e V. E) l e V, somente. 9- Luciana é professora do nível II em um Centro de Educação Infantil. Ela atua em uma turma com crianças de três anos e teve muitas dificuldades em trabalhar com elas, pois entendia que cuidar do corpo da criança era ação da assistente de turma, cabendo-lhe exclusivamente as ações de natureza pedagógica. Dadas as dificuldades, buscou um curso de Especialização na área de Educação Infantil. Luciana passou, então, a aplicar muitos dos conteúdos aprendidos na pós-graduação em sua prática pedagógica. Ela percebeu que seria impossível trabalhar bem com as crianças sem estabelecer um laço com as famílias, por isso fez reuniões e buscou conhecer a condição concreta e as expectativas dedo cada uma delas. Começou a trabalhar com eprojetos, articulando todasestruturantes as áreas de conhecimento a partir de temas interesse das crianças e tomando o lúdico as interações como eixos de seu trabalho. Ela, que nunca saia da sala de aula, passou a realizar brincadeiras cantadas com as crianças no pátio e a visitar os demais espaços da escola. Foi conhecer a sala de recursos e localizou vídeos interessantes que contribuíam para a fixação de algumas informações. Passou a dividir as ações de cuidado com a assistente, pois conta com dez crianças

 

em sala e entendeu que nesse processo também podem ser trabalhados conhecimentos atitudinais e ligados a fatos e conceitos. A atuação recente de Luciana atende a quais dos princípios indicados abaixo? I- A educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo. II- A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de organização. III- O reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades. IV- Os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças c rianças nos espaços internos e externos ás salas de referência das turmas e à instituição.de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência, V- A acessibilidade transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. VI- A apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América. A mérica. Assinale a alternativa que indica os itens contemplados na prática recente de Luciana: A) I, II, III, IV e V. B) I, II e IV. C) II, III e IV. D) I, III e V. E) II, IV e VI.

10- Veja as tirinhas de Armandinho, criadas por Alexandre Beck, para responder a questão que segue:

Leia os princípios a serem respeitados no currículo da Educação Infantil, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais  para a Educação Infantil: 1- Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. II - Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.

 

III- Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Assinale a alternativa que indica o(s) principio(s) ilustrado(s) nas tirinhas de Armandinho: A) I, somente. B) II e III, somente. C) I, II e III. D) II, somente E) III, somente. 11- Observe a tirinha de Alexandre Beck e leia o texto de Philippe Ariés para responder à questão a seguir. A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade. Contudo, um sentimento superficial da criança a que chamei "paparicação era reservado à criancinha em seus primeiros anos de vida, enquanto ela ainda era uma coisinha engraçadinha. As pessoas se divertiam com a criança pequena como com um animalzinho, um macaquinho impudico. Se ela morresse então, como muitas vezes acontecia alguns podiam ficar desolados, mas a regra geral era não fazer muito caso, pois uma outra criança logo a substituiria. A criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato. Quando ela conseguia superar os primeiros perigos e sobreviver ao tempo da "paparicação" era comum que passasse a viver em outra casa que não a de sua família. [...] Essa família antiga tinha por missão sentida por todos a conservação dos bens, a prática comum de um oficio a ajuda mútua quotidiana num mundo em que um homem, e mais ainda uma mulher, isolados, não podiam sobreviver e ainda nos casos de crise, a proteção da honra e das vidas. Ela não tinha função afetiva [...] A partir de um certo período [...] e, em todo o caso, de uma forma definitiva e imperativa a partir do fim do século XVII, uma mudança considerável alterou o estado de coisas que acabo de analisar Podemos compreende-la a partir de duas abordagens distintas. A escola substituiu a aprendizagem como meio de educação. Isso quer dizer que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente, através do contato com eles. A despeito das muitas reticências e retardamentos, a criança foi separada dos adultos adul tos e mantida à distância numa espécie de quarentena, antes de ser solta solta no mundo. Essa quarentena foi a escola, escola, o colégio. Começou então um longo processo de enclausuramento das crianças [...] que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o nome de escolarização Fonte ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família, 2. ed. Rio de LTC, 1981.

Assinale a alternativa que melhor sintetiza as ideias de Becker e Aries: A) Ariès esclarece que, de uma situação marginal, a infância passou a ter um papel de destaque e valorização por meio do processo de escolarização, que garantiu imunidade à criança e visibilidade dos seus direitos. B) O direito à infância é algo relativamente recente no processo histórico mundial. Para Ariès, as crianças saíram de uma posição de invisibilidade social para um processo marcado pela formação prática para o trabalho e depois, nas sociedades industriais, a partir do século XVII, para a escolarização, que garantiu uma quarentena entre a infância e o trabalho adulto. C) Ariès salienta que, nas sociedades tradicionais, a criança tinha um papel de relevância sendo cercada de cuidados e "paparicações", algo que muda drasticamente a partir do século XVII, quando é enclausurada nas escolas e forçada ao trabalho doméstico. D) Ariès observa o importante papel da escola no processo de valorização e criação de uma identidade para as crianças, destacando que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente através do contato com eles, sendo encaminhada para um espaço protegido e adequado ao seu pleno desenvolvimento. E) Ariès narra a incessante luta das crianças nas sociedades tradicionais, indicando que apenas aquelas que superavam a possibilidade iminente da morte por causa do descaso, do descuido e das doenças eram encaminhadas a outras famílias para que aprendessem um oficio e então passassem a ser valorizadas socialmente, algo que se mantém nas sociedades contemporâneas.

 

GABARITO 1 2 D B

3 A

4 E

5 A

6 D

7 E

8 B

9 B

10 C

11 B

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.  _______ . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. BRASIL.  _______. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.go http://basenaciona lcomum.mec.gov.br/images/BNC v.br/images/BNC C_20dez_site.pdf. Acesso em: 8 de novembro de 2021.  ______. Ministério da Educaçã Educação. o. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil /Secretaria de Educação Básica. –  Brasília  Brasília : MEC, SEB, 2010 CAMPO GRANDE. Educação Infantil Referencial Curricular - Reme. Secretaria de educação: 2020.

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