Ecologismo Dos Pobres Cap1

January 12, 2019 | Author: Fernando Cavada | Category: Economics, Natural Environment, Sustainability, Industries, Ecology
Share Embed Donate


Short Description

capitulo 1...

Description

Livro: Ecologismo dos Pobres, conflitos ambientais e linguagens de valores Capitulo 1  – Correntes do Ecologismo Livro trata do crescimento do movimento ecologista/ ambientalista, um movimento que se expandiu como uma reação ao crescimento econômico. O qual ele descreve que nem todos seus integrantes pensam ou atuam da mesma forma, por exemplo no caso do apoio ou oposição ao crescimento econômico. Dentro desse movimento ele distingue 3 correntes principais: o culto ao silvestre; o evangelho da coeficiencia e o ecologismo dos pobres, os quais ele descreve como canais de um único rio. Contra esses correntes encontram-se os antiecologistas.

Capitulo referente a explicação das tres correntes e suas diferenças. 1) O culto a vida silvestre: corrente da defesa da natureza intocada, ou seja no culto ao amor

as paisagens sem relacioná-las aos interesses materiais. O CAS não ataca o crescimento econômico enquanto tal. Até mesmo admite sua derrota na maior parte do mundo industrializado, porem coloca em discussão uma uma “ação de retaguarda” que visa a  preservar e manter o que nos resta dos espaços da natureza original situados fora da influencia do mercado.

Assim, a principal proposta dessa corrente consiste em manter reservas naturais, denominadas parques naturais ou nacionais, livres da interferência humana. Existindo uma certa tolerância em termos de presença humana, desde a exclusão total até o manejo consorciado pelas pop locais. Biólogos e filósofos ambientais são atuantes nessa corrente, possuindo apoio de organizações bem estruturadas como a International Union for the Conservation of Nature (UCN) e Worldwide Fund of Nature (WWF).

(Ao questionar a razão de um certo aprofundamento da estima pela vida silvestre, a autor descarta o pensamento baseado em um ‘’pos materialismo’’ que versa sobre uma mudança cultural na direção de novos valores sociais decorrente do alcance da  satisfação de todas necessidades materiais pela sociedade, mas ao contrario, o ambientalismo ocidental cresceu pelas preocupações muito materiais decorrentes da

crescente contaminação química e os riscos e as incertezas sucitados pelo uso da energia nuclear.) Cita os AMIGOS DA TERRA, organização surgida em 1969 diante da expansão do uso da energia nuclear, a sua resistência contra esta se baseava nos perigos da radiação,  preocupação pelos dejetos nucleares e com os vínculos entre os usos militar e civil da tecnologia militar. DIZ que atualmente os Amigos da Terra são uma confederação formada por diversos grupos atuantes em diferentes países, englobando diversas atividades com focos em diferentes problemas como conflitos ambientais e de direitos humanos provocados por empresas transnacionais no Terceiro Mundo.

2) O evangelho da ecoeficiência

Corrente que desafia a primeira corrente uma vez sua preocupação com os efeitos do crescimento econômico não só nas áreas de natureza original como também na economia industrial, agrícola e urbana. Sua atenção esta voltada para os impactos ambientais ou riscos a saúde decorrentes das atividades industriais, da urbanização e também da agricultura moderna. Ela também se preocupa com a economia em sua totalidade, muitas vezes defende o crescimento econômico ainda que não a qualquer custo . ABRANGE O “desenvolvimento sustentável”  e VAI DEFERNDER A “boa utilização” dos recursos. Preocupa-se com os impactos da produção de bens e com o manejo sustentável dos recursos naturais, e não tanto pela perda dos atrativos da natureza ou dos seus valores intrínsecos. Seus representantes utilizam a palavra natureza, porem falam mais  precisamente de ‘recursos naturais’, ou ate mesmo “capital natural” e “serviços ambientais” Diferencia-se da primeira corrente quanto ao direito indiscutível a vida dos animais não humanos, nesse caso se trata mais de um movimento atual de engenheiros e economistas ligados a uma religião da utilidade e da eficiência técnica desprovida da noção do sagrado.

E seus conceitos chaves são: -curvas ambientais de Kuznets, pelas quais o incremento de investimentos conduz, em 1º lugar, a um aumento da contaminação, mas no final conduz a sua redução;

-o desenvolvimento sustentável interpretado como crescimento econômico sustentável; - a busca de soluções de “ganhos econômicos e ganhos ecológicos” - e a modernização ecológica, a qual caminha sob 2 pernas: uma econômica, com ecoimpostos e mercados de licenças de emissões; e a outra, tecnológica: apoiando medidas voltadas para e economia de energia e de matérias primas.

Para o autor nessa corrente a ecologia se converte em uma ciência gerencial para limpar ou remediar a degradação causada pela industrialização. Nesse caso surge o outro conceito chave como a ecoeficiencia. Diz se que a ecoeficiencia conduz a um programa de investigação sobre o consumo de matérias primas e energia na economia e sobre as possibilidades de desvincular o crescimento econômico da sua base material.

O autor diz que as correntes culto ao silvestre e credo da ecoeficiencia são as mais dominantes não só nos EUA como no cenário mundial. Não assume qual possui primazia,mas afirma que ambas convivem atualmente em simultaneidade. Ambas são correntes ambientalistas legitimadas pela ideologia dominante.

Para o autor, ambas correntes ‘’dormem juntas’’.

3) A justiça ambiental e o ecologismo dos pobres

Também conhecida como ecologismo popular ou movimento livehood, do sustento, da sobrevivência humana e inclusive como ecologia da libertação. Corrente que desafia as anteriores Assinala que desgracadamente o crescimento econômico implica maiores impactos no meio ambiente, chamando a atenção para o deslocamento geográfico das fontes de recursos e das áreas de descarte dos resíduos. Nesse sentido, observamos que os países industrializados dependem de importações provenientes do Sul para atender parcela crescente e cada vez maior de suas demandas por matérias primas e Bens de consumo. Por ex, os EUA importam metade do petróleo que consomem. A U.E importa uma quantidade de materiais quase 4 vezes maior do que exporta. Já a AM LATINA exporta uma quantidade 6 vezes maior de materiais do que aquela que é importada.

Essas situações geram impactos que não são solucionados pelas políticas econômicas ou  por inovações tecnológicas e, portanto, atingem desproporcionalmente alguns grupos sociais que muitas vezes protestam e resistem. Entre esses grupos estão aqueles que apelam pelos direitos territoriais indígenas. Contudo, diferentemente da 1ª corrente, o eixo principal desta não é uma reverencia sagrada a natureza mas um interesse material pelo meio ambiente como fonte de condição  para a subsistência; em razão de uma preocupação relacionada aos humanos pobres de hoje. Sua ética nasce de uma demanda por justiça social contemporânea entre os humanos.

Lembra que a justiça ambiental abrange inclusive conceitos como ‘’racismo ambiental’’. E que, nos EUA, ela difere do Culto ao Silvestre por ser um produto da mentalidade estadunidense, por exemplo muitos projetos sociais nas áreas centrais das cidades e áreas industriais em varias partes do país tem chamado a atenção a respeito da contaminação do ar, da pintura com chumbo, dos centros de transferência do lixo municipal em bairros  pobres ou habitados por minorias raciais. A corrente aplicada no Terceiro Mundo constitui movimentos de base camponesa cujos campos ou terras voltadas para pastos tem sido destruídos pela mineração ou por  pedreiras; movimentos de pescadores artesanais contra os barcos de alta tecnologia ou formas de pesca industrial.

(Essa 3ª corrente esta crescendo em nível mundial pelos inevitáveis conflitos ecológicos distributivos. A medida que se expande a escala da economia mais resíduos são gerados, mais os sistemas naturais são comprometidos, mais se deterioram os direitos das  gerações futura, mais o conhecimento dos recursos genéticos são perdidos. Alguns  grupos da geração atual são privados do acesso a recursos e serviços ambientais, e  sofrem muito mais com a contaminação)

Fala que as novas tecnologias talvez possam reduzir a intensidade da utilização de energias e de matérias primas por parte da economia, mas somente depois de já terem causado muita destruição.

Assim, da forma como o problema esta colocado, as novas tecnologias não representam necessariamente uma solução para o conflito entre a economia e o meio ambiente. Pelo contrario, perigos desconhecidos incorporados as novas tecnologias engendram em muitos momentos conflitos incineradores, como o de áreas voltadas para armazenar resíduos radioativos. O movimento pela justiça ambiental tem fornecido exemplos de ciência participativa, como os que respondem pela denominação de epidemiologia popular. No terceiro mundo  por exemplo a combinação da ciência formal com a informal tem demonstrado um autentico dialogo de saberes.

(Quanto a terminologia, o autor propõe uma fusão no movimentos justiça ambiental, como uma noção urbana, e o ecologismo dos pobres, como uma noção rural terceiromundista, ambos podem ser entendidos como integrantes de uma so corrente.)

Por fim o autor lembra que existem pontos de contato e pontos de desacordo entre esses três tipos de ambientalismo, assim numa organização pode pertencer a mais de um destes tipos. Como é o caso da Sierra Club, que trabalhou pela preservação da natureza mas também publicou livros sobre a justiça ambiental.

Entretanto, uma coisa une todos os ambientalistas: a existência de um poderoso lobby antiecologista, mais forte no Sul do que no Norte. No sul os ambientalistas são em muitas ocasiões atacados pelos empresários e pelo governo considerados serviçais de estrangeiros cujo objetivo é estancar o desenvolvimento econômico.

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF