Ebook Maverick O Muscle Car Brasileiro

July 13, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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SUMÁRIO  

Introdução............ ......................... .......................... ......................... ......................... .......................... ......................... .................3 .....3

UMÁRI

História........... ........................ .......................... ......................... ......................... .......................... ......................... .......................4 ...........4 As  Versões As Versões  Americanas.... Americanas................. .......................... ......................... ......................... .......................... .............11 11 As  Versões As Versões  no no  Brasil ............ ........................ ......................... .......................... ......................... ....................... ........... 16 As  Polêmicas As Polêmicas  e Principais Principais  Críticas ........................... ........................................ ..................... ........ 21 Um  Ícone Um Ícone  no no  Cinema........... ........................ .......................... ......................... ......................... ........................ ...........331 Clube  de Clube de  Colecionadores ............ ........................ ......................... .......................... ......................... ............... ... 34 Bibliografia ........... ........................ .......................... ......................... ......................... .......................... ......................... ................ 41

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INTRODUÇÃO Impossível não perceber a presença de um Maverick quando ele passa. O ronco do motorzão V8 e o visual esportivo tornaram esse carro um modelo único, disputado por colecionadores e amantes de velocidade. No Brasil, o Maverick teve uma trajetória curta, foram apenas seis anos na linha de produção, mas o suficiente para colocá-lo na história do automobilismo brasileiro como um dos carros mais queridos e amados. Neste ebook você vai conhecer a história, as polêmicas e as curiosidades daquele que é um dos maiores exemplares de muscle car do Brasil. Um cinquentão que esbanja carisma e que ainda conquista fãs e admiradores por onde passa. 3

 

HISTÓRIA ESTADOS EST ADOS UNIDOS - 1969 - 1977 No final da década de 60, a Ford americana estava em busca de um novo projeto inovador para concorrer com o Fusca, o novo queridinho do mercado e que ganhava o consumidor por ter um estilo diferente e compacto. Para ganhar este comprador, a Ford apostava num modelo de carro também compacto, de manutenção simples e barata e que fosse fácil de manobrar. manobrar. O modelo que a Ford tinha disponível nessa linha era o Falcon, que não era tão compacto e já estava ultrapassado. A ideia era apostar um modelo mais próximo do Mustang, lançado em 1964 e que já era um sucesso. Nasce então o Maverick, um modelo inspirado no Mustang, mas com um estilo mais família: prático, moderno e econômico, com um toque esportivo. O lançamento foi no dia 17 de abril de 1969, com um preço popular (U$ 1.995) e em 15 cores disponíveis, com motores de 2,8 e 3,3 litros, e em seis cilindros. O objetivo da campanha de lançamento era vender o Maverick como um carro ideal para jovens casais e um modelo de segundo carro da casa. O Maverick agradou em cheio o mercado, e só no primeiro ano foram vendidas 579 mil unidades, um desempenho de vendas muito melhor que o do Mustang. O sucesso foi tão grande que a Ford lançou rapidamente outras versões: o Maverick Sprint e o Grabber, Grabber, com apelo esportivo (teto revestido empreta) vinil, rodas cromados e painel traseiro na cor ou de com luxo sobre-aros e motorizações diferentes. 4

   

Em 1971, o Maverick é apresentado com o novo motor V8 302 polegadas cúbicas, que se torna um ícone da marca. O modelo trouxe novidades que caíram no gosto dos consumidores: opcioopc ionais como freios dianteiros a disco, ar-condicionado e direção assistida. Ocano Maverick se deutendência. tão bem no que lançou Emmercado 1971, a automobilístico Mercury - outra amerimarca do grupo Ford, lançou o Comet, que era inspirado no Maverick, mas com grade e capô diferentes. Em 1973, 1973, a crise do petróleo atinge em cheio o mundo e, apesar da necessidade de carros mais econômicos econômico s e compactos, o Maverick segue fazendo sucesso e sem muitas modificações até 1977, quando deixa de ser produzido. O seu maior concorrente veio da própria Ford F ord - o Granada, lançado em 1975. Nos oito anos de produção nos EUA, a estimativa é de que tenham sido comercializados mais de 2,5 milhões de Mavericks no país.

TOM TJAARDA - O PAI DO MAVERICK Tom Tjaarda foi um dos maiores designers de carros de toda a história do automobilismo. Foi dele o projeto do Maverick e de outros carros icônicos. Stevens Thompson Tjaarda Van Sterkenberg, Sterkenbe rg, ou Tom Tjaarda, era americano e nasceu em Detroit em 23 de julho de 1934. Sua carreira teve início em 1958, logo após se formar em arquitetura pela Universidade de Michigan. Foi um de seus professores que o indicou para trabalhar como designer de carros, na Carrozzeria Ghia. Na época, Tom Tjaarda não pensou duas vezes 5

 

e partiu para Turim, onde desenhou o Innocenti Innoce nti 950 e o Karmann Ghia. Não demorou muito para outras escuderias perceberem o seu talento. Em 1961, Battista Pini Farina contratou o jovem para o seu estúdio. E com apenas 27 anos, Tom foi para a Pininfarina onde desenharia projetos de sucesso como o Fiat 124 Spider, a Ferrari 365 Califórnia, a Ferrari 330 GT e o Chevrolet Corvette Rondine, o único Corvette a ter carroceria de aço. Em 1968, 1968, Tom Tjaarda volta para a Ghia Gh ia onde desenhou desenh ou o De Tomaso Pantera, o De Tomaso Longchamp, fez o conceito do Isuzu Bellet MX 1600 e o design do Maverick. Em 1970, a Ford compra a Ghia e Tjaarda passa a ser o seu maior designer, criando modelos como o Ford Fiesta, entre tantos. Em toda a sua carreira de sucesso, Tom Tjaarda desenhou mais de 70 projetos automobilísticos e marcou o seu nome como um dos maiores designers de todos os tempos. Tom morreu em junho de 2017, depois de uma longa batalha contra o câncer.

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Maverick  A ORIGEM DO NOME Muito se fala sobre a origem do nome Maverick. Alguns dizem que o nome surgiu como uma homenagem a um fazendeiro chamado Samuel Maverick, que vivia no Texas. Reza a lenda que ele deixava seu gado abandonado no pasto e não marcava o rebanho com ferro quente. Sendo assim, todo animal encontrado sem a marca era conhecido um “Maverick”. Uma outra versão diz que o nome foi uma homenagem ao mesmo Samuel Augustus Maverick, mas ele seria herói da guerra de independência do Texas . Samuel teria recebido uma boiada como pagamento de uma dívida e se negou a marcar o gado. O episódio teria dado um novo significado ao nome Maverick, que passou a referir-se a pessoas de atitude, com personalidade personal idade forte e independentes. Apesar de algumas diferenças nas versões, a verdade é que a Ford quis homenagear homenage ar Samuel Maverick e o estado do Texas, por isso, o emblema americano vem com um imponente chifre de touro. Aqui no Brasil, o chifre foi substituído por um V estilizado, como você vai ver mais pra frente.

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O MODELO FASTBACK O Maverick e Mustang são os maiores exemplares do conceito fastback da Ford. O fastback refere-se a um modelo de carro “cuja linhatraz do teto continuam continuamente enteoaté a traseira”, ou seja, o design uma desce linha contínua desde topo do parabrisa até a parte traseira. Esse conceito de design surgiu na década de 1930, quando os projetistas começaram a se inspirar na fuselagem dos aviões e no desenho aerodinâmico dos trens. Até então, os carros tinham linhas retas e ainda apresentavam uma semelhança com as carruagens que haviam sucedido. Mas o termo fastback só surgiria em 1945, 1945, quando este estilo de carro passou p assou a ser mais popular e fez com que diversas fabricantes passassem a adotar carrocerias mais aerodinâmicas e traseiras de caimento suave. Dentro desta nova linguagem, surgiram clássicos automotivos como o Bugatti Type 57 SC Atlantic, o Packard 1106 1 106 Twelve Twelve Aero Sport Coupe (1933) e o exótico Stout Scarab (1936). Mais tarde, viriam o Mustang (em 1963, o primeiro fastback da Ford) e o Maverick. Os dois representam a evolução do design fastback em modelos esportivos na década de 1960

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FICHA TÉCNICA

A TÉCN

Motor:  

Quatro cilindros:

2,3 L (99 cv brutos e 79 cv líquidos)

Seis cilindros:

3,00 L (112 cv brutos e 86 cv líquidos) 3,

Oito cilindros em V: 5, 5,0L 0L (199 cv brutos e 135 cv líquidos)

Dimensões: Comprimento:

4,55m (coupé), 4,73m (sedan)

Entre-eixos:

2,61 m (coupé) , 2,79m (sedan)

Largura:

1,79m

Altura:

1,37m

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AS VERSÕES AMERICANAS

MAVERICK SPRINT O Sprint trazia um pacote de modificações que também era oferecido em outros modelos como o Ford Pinto e o Mustang e que faziam sucesso com o público: com pintura branca com faixas azuis e detalhes vermelhos e um interior revestido também nas cores branco, azul e vermelho que lembravam a bandeira band eira dos Estados Unidos.

MAVERICK LDO A versão LDO - Luxury Decor Option, era exatamente o que o nome diz: um modelo com o estilo mais luxuoso. Os bancos titi11

   

nham encosto reclinável, os tapetes eram em tecido, um painel com revestimento imitando madeira, pneus radiais, calotas na cor do carro e teto revestido em vinil. Uma opção de Maverick para quem queria mais luxo, sem abrir mão da esportividade.

NO BRASIL - 1973-79 A história do Maverick no Brasil começa com eça em 1967, quando a Ford, que tinha uma atuação tímida no Brasil, adquiriu a Willys Overland. O primeiro projeto finalizado pela Ford já no controle da Willys foi o Corcel. Ele vinha para substituir o Gordini, como uma opção de carro popular da Ford no Brasil. Da Willys, a Ford ainda manteve em produção o Aero Willys 2600 e a sua versão de luxo, o Itamaraty; modelos feitos no pós-guerra e que estavam bastante defasados. A Ford não tinha modelos para competir compe tir diretamente com o Chevrolet Opala no mercado dos médios de luxo e por isso, precisava de um novo lançamento para ocupar a lacuna entre o popular Corcel e o luxuoso Galaxie. Para definir qual seria a melhor escolha para entrar neste mercado bastante competitivo, a fábrica decidiu fazer uma pesquisa com 1.300 consumidores. No evento, os organizadores apresentaram diferentes veículos sem qualquer identificação como distintivos e logomarcas, todos na cor branca. Entre os modelos mode los apresentados estavam o Opala, o Taunus - da Ford alemã, o Corcel e o Maverick. O preferido pelo público foi o moderno Taunus, o que demonstrava uma predileção do brasileiro pelo estilo de carro europeu. Apesar da escolha do consumidor, o Taunus trazia uma série de problemas para os executivos da Ford. A produção exigiria um novo motor, o que só seria possível na nova fábrica que tinha a 12

 

inauguração marcada para 1975. O projeto também seria muito mais caro. A possibilidade de produzir o Maverick aqui no Brasil passou a ser a melhor opção para a Ford. A fábrica poderia usar componentes do Aero Willys, como motor e transmissão na montagem, o que tornava o projeto bastante viável. Definido o modelo, a Ford tratou de apresentá-lo ao público no Salão do Automóvel de 1972. E foi um sucesso! O Maverick chegaria ao mercado no ano seguinte, em junho de 1973. A produção começou na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo. O mercado já aguardava ansioso o lançamento nacional, e a Ford não divulgação do Maverick. O que seda viuindústria naquele ano economizou foi uma das na maiores campanhas de marketing automobilística nacional, contando inclusive com filmagens nos Andes e na Bolívia. Uma apresentação oficial à imprensa foi organizada no dia 20 de  junho de 1973 1973,, no Rio de Janeiro. Como parte da campanha de publicidade do novo carro, o primeiro exemplar foi sorteado. Para instigar ainda mais os jornalistas, a Ford realizou um test drive no Autódromo Internacional do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá. Os jornalistas convidados puderam dirigir nove Mavericks, seis com motor de 6 cilindros e três com o V8 302, importado. No dia seguinte, o Maverick estava em todas as capas dos principais veículos de imprensa especializados do Brasil.

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LOGO SEM CHIFRE Em 1965, a Volkswagen lançou uma versão do Fusca com teto solar retrátil, movido a manivela. O modelo foi um fracasso, em grande parte por causa do apelido jocoso de “cornowagen”. O comentário na época é de que o tal apelido teria sido dado pelo p elo gerente de marketing da Ford, John Garner. Para não provar do próprio veneno, o símbolo no Maverick - que nos Estados Unidos tem um frondoso chifre - foi alterado aqui no Brasil. E a mudança do logotipo brasileiro fez com o que o chifre fosse substituído por um V estilizado. O Maverick chegava ao mercado na configuração cupê, com duas portas, em três versões: Super e Super Luxo, GT e LDO. Eram duas opções de motor: 3 litros de seis cilindros em linha e 112 cv de potência e o motorzão V8 de 5 litros e 197 cv de potência. O Super e o Super Luxo vinham equipados com câmbio manual de quatro marchas no assoalho ou com câmbio automático de três marchas na coluna de direção. A versão GT, GT, com motor V8 e câmbio manual, manu al, vinha para atender o público mais esportivo. Em 1975, 1975, a nova fábrica de motores m otores da Ford em Taubaté é inaugurada e traz mais possibilidades. O motor 6 cilindros, que tinha um desempenho inferior, é substituído pelo famoso propulsor Georgia 2.3. 2.3. Esse motor deu ao Maverick um desempenho de sempenho satisfatório. Tinha uma aceleração melhor do que qu e o antigo 6 cilindros (0 - 100 Km/h em torno de 15 segundos) entregava torque de 16,9 Kgfm, com um consumo menor (média de 7,5 km por litro de gasolina na cidade).

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O MAVERICK QUADRIJET Em 1975, a Ford lança no Brasil o Maverick Quadrijet, uma verdadeira lenda entre os amantes de velocidade. O Quadrijet era um Maverick de 8 cilindros com motor equipado com um carburador de corpo quádruplo (daí o nome “Quadrijet”), coletor de admissão apropriado, comando de válvulas de 282º e taxa de compressão do motor elevada para 8:5:1 (a dos motores normais era de 7:3:1), aumentando a potência do carro de 140 cv para 185 cv (potência líquida) a 5.600 RPM. De acordo com os testes realizados no Quadrijet em 1974, o carro acelerou de 0 a 100 km/h em incríveis 6,5 segundos e atingiu a velocidade máxima de 205 km/h. Como as peças eram importadas, o custo do Maverick Quadrijet era muito alto e poucas unidades foram produzidas com essa especificação. No final de 1976, a Ford decidiu iniciar iniciar a Fase 2 do Maverick no Brasil. O modelo 1977 chegava ao mercado com algumas mudanças estéticas: um novo interior com espaço maior do banco traseiro, grade dianteira e novas e maiores lanternas traseiras. Também foram implementadas implementa das melhorias mecânicas como um sistema de freios freios mais eficiente, eixo traseiro com bitola mais larga e suspensão para o uso de pneus radiais. Neste ano também é lançada a versão LDO (Luxury Decor Option), com acabamento mais refinado e interior monocromático. Em 1978, a Ford lança o Corcel II, com motor 1.6 litros e câmbio de cinco marchas. Logo o Corcel II caiu nas graças do consumidor e decretou o fim do Maverick no Brasil. A produção do Maverick foi encerrada no ano seguinte, em abril de 1979. Nos seis anos de produção (1973 - 1979) foram fabricadas 10.537 10. 537 unidades do Maverick GT e 85.654 cupês duas portas portas e 11.879 modelos quatro portas. 15

 

AS VERSÕES NO BRASIL MAVERICK SUPER e SUPER LUXO Esse era o modelo standard e, tanto o Super, quanto o Super Luxo, tinham a opção sedã, com quatro portas e a opção cupê, com duas portas. O motor era de 3,0 3,0 litros, herdado do Aero-Willys, com potência de 112 cv e torque de 22,6 kgfm, 6 cilindros em linha e peso de aproximadamente 1.340 kg. Eles também vinham com opção de motor V8. Ambos tinham câmbio manual de quatro marchas no assoalho ou três marchas na coluna de direção. As versões contavam com suspensão dianteira independente com braços sobrepostos e molas helicoidais, traseira com eixo rígido e feixes de molas semi-elípticas.

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Ficha técnica - Maverick Super Luxo (1973) Motor: 6 cilindros 112 cv // 4.400 rpm Cilindrada: 3.016 cm³ Câmbio : Manual Marchas: 4 Freios: A tambor Desempenho: Velocidade máxima de 150 km/h, 0 a 100 km/h em 20 segundos

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MAVERICK GT (Gran Turismo) O Maverick GT era o esportivo, versão top de linha e com produção limitada. O sonho de consumo dos fãs do modelo. E era lindo! Na parte externa, destaque para as faixas laterais adesivas na cor preta, o capô e painel traseiro com grafismos pintados em preto fosco, um par de presilhas em alumínio no capô e, internamente, um conta-giros sobreposto à coluna de direção do volante. A versão GT vinha com um motor V8 diferenciado, com 302 polegadas, potência de 197 cv e 4.950 cm3. O câmbio era manual e só vinha com 4 marchas e acionamento no assoalho. A aceleração era de 0 a 100 km/h em 11 segundos. O modelo também trazia faróis auxiliares, bancos individuais com assento mais baixo, rodas de 14” e pneus Firestone Wide. O espaço no assento traseiro era um problema, que acabou sendo resolvido meses depois com o lançamento da versão sedã com quatro portas.

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Ficha técnica - Maverick GT V8 (1975) Motor: 8 cilindros em V 197 cv // 4.600 rpm Cilindrada: 4.949 cm³ Câmbio: Manual Marchas: 04 Freios: A disco ventilado Desempenho: Velocidade máxima de 180 km/h, 0 a 100 km/h em 11 segundos

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MAVERICK LDO A versão LDO (Luxury Decor Option, ou traduzido “luxuosa decoração opcional”) foi lançada lan çada na Fase 2 do Maverick no Brasil. Bra sil. Era o modelo mais caro do Maverick, com acabamento mais chique e interior monocromático combinando tonalidades de marrom e azul. Esta versão também trouxe como opção o câmbio automático de 3 marchas com acionamento no assoalho, para os modemode los equipados como o motor 2,3 litros.

Ficha técnica - Maverick LDO (1978) Motor: 4 cilindros em linhav 99 cv // 5.400 rpm Cilindrada: 2.300 cm3 Câmbio : automático Marchas: 03 Freios: a disco ventilado Desempenho: velocidade máxima de 150 km/h , 0 a 100 km/h em 18 segundos

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AS POLÊMICAS E PRINCIPAIS CRÍTICAS Desde anúncio da produção no Brasil, o Maverick enfrentou muitas ocríticas. A primeira veio na escolha do modelo que a Ford lançaria para disputar o mercado dos médios luxo. Apesar do público escolher o Taunus, a Ford decidiu pelo Maverick com motor Willys concebido na década de 1930. A escolha permitiu uma economia de 70 milhões de dólares na execução do projeto, mas pegou muito m uito mal lançar um produto “inovador” com um motor de 40 anos. E o público não gostou nada de ter sido consultado e não ter sido atendido. Passado esse mal-estar inicial, veio o lançamento com a imprensa. Apesar de esportivo e moderno, a imprensa criticou muito o espaço pequeno nos bancos traseiros e a visibilidade reduzida na parte traseira por causa do formato fastback do carro. No final, esses problemas foram resolvidos com o lançamento da versão 4 portas. O problema é que o público brasileiro naquela época preferia a versão 2 portas e cismou com as quatro portas. A primeira série do Maverick GT chegou ao mercado apresentando muitos problemas como o travamento dos freios traseiros 21

 

e o superaquecimento do motor, devido ao sistema de arrefecimento superdimensionado para o clima brasileiro. A Ford rapidamente resolveu os problemas de aquecimento e as vendas subiram. Ainda assim, havia a reclamação sobre a performance do motor de 6 cilindros adaptado do Jeep Willys no Maverick. A aceleração de 0 a 100 km/h em 20 segundos ficou muito aquém do que o motorista esperava de um carro esportivo. Na época, o consumidor dizia que “o desempenho do motor era de quatro cilindros com um consumo de V8”, e o Maverick passou a ter a fama de beberrão. E pra piorar, isso acontecia em plena crise do petróleo, com o preço da gasolina quadruplicando nas bombas. Além de todos esses problemas internos, não era uma um a tarefa fácil concorrer com o Chevrolet Opala naquela época, mesmo com alterações no motor e a substituição do 6 cilindros pelo potente V8 302 importado dos EUA. A empresa ainda investiu pesado em ações publicitárias, eventos com a imprensa, promoções mercadológicas e se lançou nas 22

 

pistas de competições… Não teve jeito. Com o lançamento do Corcel II, o Maverick teve sua produção interrompida e encerrada apenas 6 anos após seu lançamento. Vale ressaltar que apesar de todas as críticas, o Maverick segue como um dos carros mais desejados pelos amantes de velocidade. E mesmo depois de 40 anos fora da linha de produção é um dos modelos mais valiosos, super disputado no n o mercado dos clássicos.

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A PERUA MAVERICK Em 1978, o Brasil tinha apenas a Caravan (lançada em 1974) como uma opção de perua para p ara o mercado nacional. A Ford havia lançado a Belina, mas era um carro de porte muito menor e com desempenho aquém do que o consumidor desejava. Havia uma demanda não atendida e por isso a empresa Souza Ramos decidiu fabricar a sua própria perua Maverick. A parte traseira mais avantajada era feita pela empresa Sul Americana, especializada em carrocerias de ônibus, ambulâncias e viaturas policiais. Os modelos foram fabricados com 5 portas, e opções de motor de quatro e cinco cilindros nas versões Super e Super Luxo. A parte adicional da carroceria era em aço estampado, com a porta traseira em plástico reforçado com fibra de vidro, sustentada por duas molas à gás. O banco de trás podia ser deitado, o que dava ainda mais espaço para a bagagem. O bocal bocal do combustível, que ficava no painel traseiro do Maverick, teve de ser recolocado na lateral direita. Acredita-se que foram fabricadas 150 unidades da Maverick Perua.

ESTILO E SUCESSO NAS PISTAS O Maverick foi um carro das pistas! Ganhou e fez sucesso competindo no Brasil desde a sua estreia nas “25 Horas de Interlagos”, em 1973 1973.. O motor V8 era imbatível, mesmo para o principal rival, o Opala. Tanto em competições de carros normais de série, como a Divisão 1 e Grupo 1, quanto na categoria de carros modificados, a 24

 

Divisão 3, o Maverick se destacou e reinou absoluto nas pistas. Nestas provas, a Ford era representada pela Greco Competições, Compe tições, liderada por Luiz Antonio Greco (1935 - 1992). Greco entendia tudo das pistas e intermediou várias modificações que tornaram o Maverick ainda mais rápido. O motor V8 302 recebeu cabeçotes Gurney-Weslake e comandos de válvulas “bravos”. Usava quatro carburadores Weber 48 IDA, com aspiração máxima de 2.440 cfm. O resultado eram 450 cv com 5.800 RPM, com o Maverick voando baixo, a 240 km/h.

O câmbio reescalonado permitia atingir 110 km/h em primeira marcha, 160 km/h em segunda, 200 km/h em terceira e 240 em quarta marcha. Mesmo com tanta velocidade, ve locidade, o carro estava tão bem alinhado que era fácil de pilotar e com comportamento previsível em qualquer situação. Para não ficar para trás, em 1974, 1974, a Chevrolet passa a oferecer o motor 250-S para o Opala 4.100, com tuchos de válvulas mecânicos, taxa de compressão de 8:5:1, um comando de válvulas de maior duração e levante e carburador de corpo duplo. O adver25

   

sário passava a ser muito mais rápido que o Maverick. Como contra ataque, a Ford convoca co nvoca o Conselho Técnico Desportivo Nacional e homologa um versão que ficou conhecida como Quadrijet, com carburador Motorcraft Bijet e admissão Edelbrock. O comando de válvulas passou a ser Iskenderain com 270 graus, permitindo um bom desempenho sem perder a dirigibilidade. A potência saltou para aproximadamente 257 cv brutos e torque de 41,6 kgfm brutos. O Maverick novamente superava o Opala nas pistas.

O Quadrijet fez bonito e venceu já na estréia, nas “12 Horas de Goiânia”, prova que inaugurou a categoria Turismo. Grandes nomes do automobilismo pilotaram um Maverick em competições, entre eles, José Carlos Pace, Bob Sharp, Edgar Mello Filho e Paulo Gomes, o “Paulão”. Em 1976, a Confederação Brasileira de Automobilismo decide adotar o regulamento técnico internacional. Nele, exigia que 5 mil Maverick Quadrijet fossem produzidos em 12 meses para que o modelo pudesse ser homologado no grupo. Como a maior parte dos componentes era importada, o custo da produção do Quadrijet se tornou inviável. Por se tratar de uma série especial, fora da linha de montagem, 26

 

poucas unidades de rua foram produzidas com o kit Quadrijet e no final, o modelo teve que se aposentar das pistas. Nos anos 90, o governo brasileiro abriu as portas para as importações e com essa facilidade, muitos proprietários aproveitaram para equipar seus Mavericks com peças americanas que conferiam alta performance para os seus carrões. Muitos deles foram usados em provas de arrancadas que viraram moda em todo país. Neste tipo de prova, o Maverick faz bonito e se destaca nos primeiros lugares.

O Torneio dos Campeões (1975) O Torneio Torneio dos Campeões foi organizado pela Ford como parte de uma campanha publicitária para divulgação do lançamento do Maverick 4 cilindros. As provas aconteceram em duas etapas, uma em São Paulo e outra em Brasília. O Torneio foi disputado por carros originais que eram sorteados entre os pilotos pouco antes do início da prova. O vencedor foi o piloto José Carlos Pace, conhecido co nhecido como Moco.

O MOTOR V8 Debaixo do capô de uma Maverick você encontra aquele aqu ele que talvez seja o seu maior legado, o motor V8. Quando lançado nos EUA, ele vinha com o conhecido motor Thrift Power Six herdado do Falcon, com seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco, válvulas no cabeçote e duas opções de cilindrada: 2,8 litros, com potência potênc ia de 82 cv e torque de 17,8 m.kgf, e 3,3 litros, para 91 cv e 21,3 m.kgf. Em 1970, o modelo 27

   

chegava na versão de 4,1 litros, 98 cv e 25 25,3 ,3 m.kgf. O motor V8 só chegaria no Maverick em 1971. A Ford temia que o motorzão V8 acabasse com a fama de econômico do modelo. Errou feio. Este foi um motor que veio para ficar e deu ao carro a fama de potente e rápido. O lançamento do motor V8 pela p ela Ford foi em 1932. Na época, ele custava aproximadamente 10 dólares. Foi da Ford a proeza de unir em um única peça os 8 cilindros dispostos em V. Motor possuía três estruturas de virabrequim, que juntavam simplicidade e economia, e acabou se tornando o motor mais vendido do mundo. Possuía potência de 65 cv a 3400 rpm e alcançava uma velocidade de 120 km/h. Pouco depois, a Ford apresentou as suas duas versões: de d e 2200 cm³ (Model 60) e outro de 3620 cm³ (Model 85), sempre com 8 cilindros em “V”. Em 1963, surgiu o mais bem sucedido dos motores V8, conhecido como “Small Block” da Ford, um dos menores blocos já fabricados. O primeiro modelo a receber o motor Small Block foi o 221, do Ford Fairlane. F airlane. O mesmo bloco foi estendido para o 260, 289 e o bastante conhecido - “V8 302”. Aqui no Brasil, o motor V8 chegou ao Maverick nas versões lançadas no país: Super, Super Luxo, GT e o LDO (super raro). Ele era importado já montado do Canadá e EUA e entregava 197 cv e 2.400 rpm. A velocidade máxima era de 180 km/h, e fazia de 0 a 100km/h em 11 segundos (no 6 cilindros, eram necessários 20 segundos).

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SOM POTENTE E INCONFUNDÍVEL Vamos falar de um motor à moda antiga. Esqueça os modelos silenciosos e bonitinhos. O som de um V8 excede tudo isso e, particularmente o do Maverick, é lindo ouvir ouvir.. Ele chama a atenção por onde passa com seu inconfundível ronco que remete imediatamente a força e aceleração. O que torna o modelo tão especial para seus admiradores é a combinação de maciez com a potência do motor, proporcionada pela junção de seus oito cilindros, quatro de cada lado, dispostos d ispostos em formato form ato de V. V. O motor V8 não é uma simples tendência do mercado automobilístico. Acredite, o primeiro V8 foi fabricado há mais de um século, em 1890, pelo alemão Gottlieb Daimler. Somente em 1932 ele começou a ser fabricado em larga escala pela Ford e nunca mais saiu de cena.

OBJETO DE COLECIONADOR O Maverick, com seu poderoso motor V8, é hoje um item de desejo de qualquer admirador dos carros antigos nacionais. Um cobiçado modelo GT ou LDO (este último, com motor V8 é ainda mais raro) bem conservado e ainda com suas características originais é disputadíssimo no mercado e pode custar mais de 100 mil reais. Uma constatação no seleto mercado de carros antigos é de que adquirir um exemplar raro pode ser um bom negócio. Nos últimos 8 anos, ano s, o preço de carros como o Maverick GT quadruplicou! Outro fator que torna esses carros tão especiais é que restam poucos exemplares em circulação. Nos 6 anos de pro29

 

dução no Brasil, foram produzidas mais de 108 mil unidades do Maverick, e segundo o levantamento do Departamento de Trânsito de São Paulo feito em 2018, 2018, havia apenas 7.384 Mavericks registrados no estado, sendo 486 com a placa preta de veículos de coleção. Vale lembrar também que, depois do Maverick, a Ford nunca mais lançou nenhum carro esportivo com motor m otor V8 no mercado brasileiro.

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UM ÍCONE 31

NO CINEMA    

Todo carrão tem sempre um lugar de destaque no cinema. cinema . E com o Maverick não foi diferente. Dono de um estilo único e símbolo de velocidade, ele brilhou no cinema e na tv em várias vária s produções. Separamos algumas participações aqui:

O VIGILANTE RODOVIÁRIO - 1978 O seriado nacional da década de 60 virou filme em 1978. 1978. Na versão para o cinema, o ator escolhido para viver o vigilante Carlos teria sido o galã Antônio Fonzar Fonzar.. Do diretor Ary Fernandes, o filme traz um Maverick envenenado em muitas cenas de perseguição. Em uma delas, o Maverick disputa (e leva a melhor) sobre um Dodge Charger na estrada.

SERIADO CHIPS - 1977 A 1983 Um Maverick cupê alaranjado 1974 e para choques volumosos brilhou no seriado na década de 80. Erik Estrada e Larry Wilcox interpretavam os policiais rodoviários Francis Llewellyn “Ponch” Poncherello e Jon Baker. A série teve 139 episódios e foi toda gravada em Long Beach, Califórnia.

A CANÇÃO DO CARRASCO (THE EXECUTIONER’S SONG) - 1982 Adaptação do clássico da literatura “The Executioner’s Song”, de Norman Mailer. Estrelado pelo jovem Tommy Lee Jones, o filme conta a história dos últimos nove meses da vida de Gary Gilmore depois de cum32

 

prir 12 anos de prisão por um roubo. É a bordo de um Maverick amarelo que o protagonista é conduzido ao longo das duas horas de filme.

JOVENS ASSASSINOS (THE BOYS BOYS NEXT DOOR) - 1985 O Maverick é protagonista em mais um filme sobre rebeldia. Na história, dois jovens estudantes (um deles é o ainda garoto Charlie Sheen) resolvem comemorar a formatura saindo às ruas para espancar e matar quem estiver no caminho. Tudo isso a bordo de um Maverick cupê vermelho 1970.

DOIS FILHOS DE FRANCISCO - 2005 Olha aí, um filme nacional. O filme mostra a trajetória dos irmãos Zezé de Camargo e Luciano rumo ao estrelato. No filme, o primeiro empresário da dupla (ainda com c om nome de Mirosmar e Emival) troca a sua velha kombi por um Maverick cupê branco. A bordo do novo carro, eles partem em direção a Brasília, mas no meio do caminho sofrem um acidente e o jovem Emival morre. Assim, o irmão Welson, com o nome artístico de Luciano, Lucia no, assume seu lugar na dupla.

VAI QUE DÁ CERTO - 2013 Comédia brasileira, dirigida por Maurício Frias. O filme é estrelado por Fábio Porchat junto com Gregório Duvivier, Bruno Mazzeo, Lúcio Mauro Filho, Natália Lage e Danton Mello. O Maverick marrom do protagonista é roubado com seus instru33

 

 

mentos musicais dentro. Ele então decide juntar os amigos e roubar uma transportadora. Claro, que tudo dá errado no golpe, mas de alguma maneira os personagens terminam o filme muito bem.

CLUBES DE COLECIONADORES MAVERICK CLUBE DO BRASIL

Muito atuante, o Maverick Clube do Brasil trabalha bastante para promover eventos e encontros dos apaixonados. Os sócios também participam de eventos em todo o Brasil e divulgam em seu site os encontros de outros clubes. Essas ações fazem parte do ideal de manter ma nter a história do Maverick viva entre os apaixonados como consta no site: “Com o intuito de fazer mais pela história e preservação do Ford Maverick, após várias ideias e conversas, um grupo de amigos resolveu então criar um Clube para que esse objetivo obje tivo fosse cumprido por completo. Nasceu assim o Ford Maverick Clube do Brasil, o até então único Clube exclusivo de Maverick filiado à Federação Brasileira de Veículos Antigos – FBVA. Fique à vontade para conhecer e fazer parte do Ford Maverick Clube do Brasil”.

MAVERICK CLUBE DE CURITIBA Um dos clubes de amantes do Maverick mais atuantes do país, 34

   

o Maverick Clube de Curitiba foi fundado em dezembro de 1999. Os objetivos do clube estão descritos no estatuto: - Proporcionar aos seus associados atividades recreativas e culturais, congregando os apreciadores ap reciadores do MAVERICK AUTOMÓVEL e incrementando a preservação e conservação dos mesmos, cultivando a tradição, protegendo e promovendo o patrimônio cultural antigomobilista; - Promover: a) A agremiação de sócios aficionados, proprietários ou não do modelo; b) Exposições públicas; c) Aquisições de peças e sobressalentes para o modelo destinados ao acervo do clube. O fundador e atual presidente do Maverick Clube de Curitiba, Álvaro Trevisan Franco, conta a história do clube e a sua evoluçãoLuis nestes 21 anos: “Em 1997 alguns proprietários de Maverick em Curitiba começaram a se reunir no Largo da Ordem e no Parque Barigui Ba rigui e ainda timidamente falavam sobre peças, acabamentos, detalhes originais dos modelos, ou seja, interesses comuns que iam aproximando as pessoas. O número de proprietários foi crescendo crescend o e, juntamente com suas famílias, foram marcando encontros, passeios e viagens até que, em 04 de dezembro de 1999, foi fundado o Maverick Clube de Curitiba em um encontro na chácara da Nestlé, espaço cedido pelo então sócio Anderson Ferigotti. Neste tempo ainda havia dificuldades como o pouco conhecimento sobre a história do Maverick e informações sobre bons mecânicos para consertá-los ou restaurá-los. Mas com o passar dos anos, o clube foi crescendo cada vez mais e o compromisso com o Maverick aumentando, mecânicos e restauradores apareceram, a identificação de cores, as especificações originais e outras informações começaram a chegar 35

   

dim ensão dos e o valor do Maverick só aumentou, assim como a dimensão eventos do clube. Um dos maiores eventos, em dezembro de 2008 foi realizada uma viagem internacional com destino a Buenos Aires - Argentina quando 06 Mavericks e mais uma Veraneio como carro de apoio, com um total de 27 pessoas entusiasmadas, partiram para uma aventura com mais de 4.500 km de pura felicidade. Já em 2016 o clube estabeleceu, na comemoração de seu aniversário, o recorde conhecido em número de Ford Mavericks em um mesmo evento e em 2017 novamente este recorde foi batido com mais de 130 automóveis deste modelo. Em 2018, o Álbum de Figurinhas do Maverick Clube de Curitiba consolidou o sucesso deste grupo sempre crescente de aficionados, que com o apoio da Concessionária Ford Barigui, reuniu 132 Mavericks. Em 2019, em um grandioso evento comemorando 20 anos do Clube, realizado no Bosque São Cristóvão, no bairro Santa Felicidade, o mais novo recorde: rec orde: 164 Ford Maverick reunidos. Em 2020, esperamos novos recordes, novos eventos, novas experiências e novas ações, pois grandes horizontes estão sendo semeados pela família Maverick!”. Como se pode ver, ver, o clube não faz feio quando o assunto é organizar eventos. São feitos com frequência: passeios, encontros e carreatas. Segundo os organizadores, a comemoração anual do aniversário do Maverick Clube de Curitiba pode ser considerado o maior encontro de Mavericks do mundo; sempre com uma imponente exposição de veículos de diversos modelos como clássicos da Ford, modelos de muscle cars, hot rods, antiguidades e, claro, o dono da festa - o Maverick.

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RELATOS DE APAIXONADOS POR MAVERICK Maverick, o carro da família! “A minha história começa com a lembrança do Maverick do meu avô materno - um modelo GT V8 - 1974, na cor verde mangueira - que por problemas de documentação foi parar em um ferro velho mesmo estando em bom estado de conservação. Lembro-me Lembro-m e bem da imagem do conta giros por trás do volante. Depois, veio a compra do primeiro Maverick de nossa família. Meu pai adquiriu de um vizinho (único dono) um Maverick SL, 4 cilindros, 1976; com nota fiscal, manual, chave reserva. A intenção era presentear o meu avô. Com esse modelo, que está conosco até hoje, iniciou-se a verdadeira paixão. Veio a integração entre os amigos, a fundação do Clube (Maverick Clube de Curitiba) em 04 de dezembro de 1999 e a difusão da proposta que dura até hoje. Depois veio o tão desejado modelo GT V8. Em seguida, mais um Super cupê V8 e um Super Sedan, 4 portas, 6 cilindros. Foi interessante que, mesmo em algum momento desejando cada um desses modelos, eles vieram naturalmente para as minhas mãos vindo de boas procedências. De certa forma, mesmo conhecendo esses carros antes de serem de minha propriedade, parecia que eu já sabia que um dia eles seriam meus. Hoje são 4 Mavericks que acaba fechando um para cada membro da minha família (um para o casal e um para cada um dos 3 filhos”. André Luiz Allegretti, empresário, Curitiba - PR 

Meu Maverick 1975, Super Lux Luxoo “Ele não é um carro restaurado e também não ficou fico u apenas guardado na garagem. É um caso raro de muito cuidado e um pouco 37

   

de sorte, pois foram mais de nove donos. Quando comprei este legítimo Maverick Super Luxo 1975 com motor 302 V8 (opcional de fábrica), no dia 30 de outubro de 1986, ele já havia passado por três proprietários anteriores. O primeiro, foi uma empresa de Ponta Grossa, onde foi emplacado pela primeira vez em 1975. Em 1982, foi comprado pelo Plínio, aqui de Curitiba, que teve a oportunidade de escolher a nova placa, AK-2020. No começo de 1986, ele foi comprado pelo Sr.. Guaraci, que em outubro do mesmo ano Sr a no colocou o anúncio no  jornal e eu acabei encontrando. Por 40 mil cruzados, tornei-me o quarto proprietário. Para mim o carro estava praticamente novo, totalmente original, mas já havia percorrido uma boa quilometragem em 11 anos, tanto que cerca de um ano depois tive de mandar retificar o motor,, que fazia fumaça. tor Ao longo de nove anos, eu troquei a grade dianteira pela do “fase II” e pintei os aros de farol, o “bigode” (chapa logo abaixo da d a grade) e os braços do limpador de para-brisas em preto, escapamento esportivo, molas dianteiras cortadas, rodas “scorro” aro 14 e pneus radiais. Essas trocas deram um toque mais esportivo ao SL. Quando houve a mudança obrigatória das placas para três letras, em 1991, eu escolhi a combinação com a letra A (obrigatória para Curitiba) mais as minhas iniciais, RG e os números são ano do carro, 1975, para substituir as amarelas, que guardei dentro de um depósito na minha empresa, sem a menor pretensão de voltar a vê-las no carro. E assim o carro rodou numa época em que o uso diário não era tão raro como hoje. Eu cheguei a usá-lo como carro de trabalho, mesmo em viagens ou dentro da cidade. Gostava muito de ir com ele à Florianópolis e a São Paulo, por exemplo. Na época em

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que meu falecido pai tinha um sítio em Garuva-SC, foram vários finais de semana em que o Maverick encarou estrada de chão, buracos, lama e até cruzava por riachos; até que veio uma chuva de granizo que tratou de marcar o teto de vinil para sempre. Com o tempo eu passei a guardá-lo dentro da minha empresa, não arrumei os amassados da chuva de pedra e a pintura “queimada”, resultado de tanto polimento do capô. Em 1995, eu vendi para um amigo, o Pedro, e ele logo passou para outro conhecido, o Élcio, também de Curitiba, que tratou de usar o carro para ir trabalhar, atravessando Curitiba diariamente por anos. Nesse tempo, o V8 precisou de uma pintura geral, gera l, mas sem desmontar os acabamentos cromados. Élcio também colocou as rodas gauchas, aro 14. Ele era cliente da minha empresa, mas nos víamos raramente. Assim, anos depois, ele me disse que pretendia vender e eu era o primeiro da fila, porém eu não pude fazer nada. Era uma época difícil para mim, e ele vendeu para o Cleverson, da cidade de São Paulo. Ele, por sua vez, em março de 2011, vendeu para o Ruy, de Itu. Este caprichou nos cuidados, pois tem uma agência de carros e outros Mavericks também. No final de 2012, eu sonhava com aquele Maverick e, por acaso, encontrei um anúncio no Mercado Mercado Livre. O carro estava na loja NewCar, em Itu. Eu entrei em contato com o Ruy e falei a placa carro, mas o carro já tinha ido embora, foi comprado pelo Francivaldo, de Novo Horizonte. Em março de 2013 o Silvio, um conhecido do d o Ruy (este participa de um grupo de antigomobilistas em Itu-SP), foi atrás do carro e o comprou. O Maverick retornou para Itu. Foi o Silvio que fez as maiores melhorias: foi instalado o servo-freio e os freios à disco na traseira, direção e embreagem hidráulicas, retrabalhou os cabeçotes, restaurou o painel, colocou um novo radiador de alumínio com ventoinha elétrica, instalou os pneus 275/60 R15

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na traseira (tão grandes que mudaram o visual do carro) e um novo escapamento. Durante todo esse tempo o Maverick vermelho e preto não saia da minha cabeça. Às vezes, eu sonhava com ele. Até que em outubro de 2016, encontrei o Élcio (ele mesmo!) na rua e ele me contou que tinha visto o “nosso” “nosso ” V8 à venda num site. Eu já desconfiava que o carro estaria perto de Itu, e não pude deixar de aproveitar a oportunidade para ligar para o Silvio, já falando qual era a placa do carro e alguns detalhes, comprovando ser exatamente o mesmo. Quando eu contei para a minha esposa Iracema que o carro com o qual nós nos conhecemos poderia ser nosso de novo, e que o vendedor aceitava a minha camionete S-10 no negócio, ficou mais fácil. Daí no dia 5 de novembro de 2016 - 30 anos depois da primeira compra - fui buscar o Maverick “de volta para casa”. Foram mais de 21 anos longe dele. Neste mesmo dia, eu cheguei com o carro e fui direto para a “casinha”, que na época era o local de encontro do Maverick Clube de Curitiba, que eu conhecia apenas no Facebook. Chegando lá, pude me apresentar com o carro! Eu me associei ao Clube e um ano depois já comecei a participar da nova Diretoria, como Secretário. Agora na minha nova etapa com o carro, tenho uns poucos detalhes para arrumar e conservar, mas é um hobby muito prazeroso. Além de conservar a mesma antena elétrica da época, eu  já reinstalei o Toca Fitas Roadstar com amplificador da época também e no mais eu fiz a manutenção normal de qualquer carro. O volante original voltou restaurado e com revestimento em couro, assim como a alavanca de câmbio, idêntica à original. Conclusão: eu fui o quarto e também o décimo-primeiro proprietário deste Maverick. Este carro foi muito bem conservado por todos os seus donos, não teve acidentes, está íntegro e fun-

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cionando muito bem sem ter sido restaurado. Algumas poucas marcas do tempo: o teto de vinil desgastado com as marcas de granizo e alguns frisos amassados, pintura já com co m alguns riscos. Para mim, são estes detalhes que valorizam ainda mais o carro! Este Maverick ainda tem fôlego e estrutura para continuar rodando por muitos anos. Quem sabe no futuro, estará nas mãos de um dos meus filhos ou netos. Quem sabe? Rubens Glück, empresário, Curitiba-PR 

Entrevistas concedidas por Rubens Glück e André Luiz Allegretti para a empresa Retornar em data de 26/08/2020.

BIBLIOGRAFIA ESTADOS EST ADOS UNIDOS - 1969 - 1977

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