eBook Febreamarela

July 7, 2019 | Author: Luis Basto | Category: Febre Amarela, Vírus, Vacinas, Saúde pública, Doenças e Distúrbios
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Livro de Lair Ribeiro acerca da Febre Amarela...

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No alvo. Vulnerável. Desesperado por uma vacina... É desta maneira que você deve estar se sentindo diante de mais um surto de febre amarela que preocupa o Brasil. Novamente, a sensação é de dupla epidemia: - Uma delas é referente ao excesso de casos de pessoas vítimas da picada do mosquito. - A outra epidemia diz respeito à avalanche de notícias “pela metade”, desinformação e boas doses de sensacionalismo, todos contribuintes para disseminar o pânico na população.

Por este motivo, o Dr. Lair Ribeiro – cardiologista, nutrólogo e um dos maiores especialistas em saúde integrativa do mundo - decidiu desmarcar compromissos e fazer uma imersão na febre amarela. Em um relatório inédito e esclarecedor, ele responde aos 11 principais questionamentos sobre a doença que está assustando você e sua família. Este será só o seu primeiro encontro com o médico Dr. Lair Ribeiro. Nos próximos dias, volte ao seu e-mail. Diariamente, você receberá informações reveladoras sobre como cuidar de verdade da sua saúde, reverter doenças e proteger seu corpo e sua mente de uma maneira revolucionária e transformadora. Não perca. Abaixo, as 11 respostas essenciais sobre a febre-amarela...

1) O que é febre amarela? A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa não contagiosa, aguda e causada por um vírus do gênero Flavivirus. É transmitida ao homem mediante picada de insetos hematófagos, que se alimentam de sangue. Por causa desse aspecto - de precisar de um intermediário para repassar a doença de um ser para o outro - também é considerada uma infecção vetorial. Isso signica que a transmissão é vetorial, feita por um vetor. E portanto, não há transmissão direta de

animal doente para adoente ou de ser humano doente para ser humano saudável sem a intermediação do vetor (no caso o mosquito)! Os levantamentos já identicaram o papel fundamental do clima na propagação da febre amarela: o ín-

dice pluviométrico (quantidade de chuva em milimetro que cai em uma determinada região durante um determinado período) e a temperatura são diretamente proporcionais à proliferação do mosquito transmissor da doença. Desta forma, quanto mais chuva e mais calor, mais insetos e, consequentemente, maior ocorrência da FA. No Brasil, o pico de infecção ocorre entre dezembro e começo de maio, devido as condições climáticas.

2) Por que é chamada de febre amarela? A doença tem esse nome porque uma das características da febre é a presença de icterícia, uma condição clínica em que o paciente apresenta coloração amarelada na pele e nos olhos. É importante ressaltar que esse sintoma não aparece em todos os casos de febre amarela. Essa manifestação só ocorre em cerca de 15% dos casos. A sintomatologia varia para cada pessoa e, em geral, a icterícia surge somente nas fases mais graves da patologia. Alguém pode ser acometido de febre amarela e ter não nenhuma manifestação clínica, a forma assintomática da doença.

3) Quais são os tipos de febre amarela e qual é a que circula no Brasil? Do ponto de vista de modalidades epidemiológicas, temos dois tipos: a febre amarela urbana, que teve seu último surto no Brasil registrado na cidade de Sena Madureira, no Acre, em 1942, e a febre amarela silvestre, endêmica nas orestas tropicais, responsável pelos atuais surtos descontrolados em alguns estados do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais). Os dois tipos de febre amarela são transmitidos por mosquitos fêmeas, pois elas possuem um aparelho bucal denominado probóscide que, com seu formato de uma agulha, permite que o inseto sugue o sangue dos primatas distintos. A febre silvestre, a única forma existente hoje no Brasil, é transmitida pelos insetos do gênero Haema gogus e Sabethes, que vivem em copas de árvore e, preferencialmente, picam e infectam macacos que também gostam de viver nas copas das árvores. Já a febre amarela urbana – ainda sem registros atuais entre os brasileiros – é transmitida por meio do Aedes Aegypti , o mesmo inseto causador de dengue, zika e chikungunya. Esse mosquito se prolifera em água parada e circula em ambientes urbanizados.

4) Preciso ter medo dos macacos infectados por febre amarela? Não. O papel dos macacos na transmissão desta doença é nenhum. Os macacos são apenas os hospedeiros do mosquito. Diferente das concepções errôneas, os primatas não têm um reservatório de vírus no corpo. Assim, é uma falsa ideia dizer que, por exemplo, matar todos os macacos da oresta resolveria

o problema. Ou que seria preciso vacinar todos os animais. Os mosquitos fêmeas não precisam dos macacos para perpetuar a circulação do vírus. Uma fêmea infectada pode passar o vírus para os ovos e as fêmeas nascidas desses ovos já irão nascer com habilidade de infectar primatas não humanos ou mesmo humano que adentram o habitat delas. Os macacos são como uma sentinela, que nos ajudam a vigiar qualquer perigo ou ameaça de infecção. Por exemplo: você está trilhando em uma mata e encontra um macaco morto. Se ele morreu de febre amarela, em um diagnóstico feito somente por autoridades sanitárias, signica que o vírus está circu lando naquela região e que você deve redobrar a sua atenção. Não é possível pegar a doença de um macaco infectado através deste contato direto.

Sempre é preciso reforçar que os homens também não transmitem a doença. O vírus precisa de algum intermediário, como mosquito, para chegar a infectar outros primatas não humanos ou humanos. Se você mora em uma região próxima a uma mata, a primeira coisa a fazer é saber se existem macacos nesta mata. Se existir, o monitoramento ca fácil – se aparecer macaco morto e foi por febre amarela signica circulação do vírus nesta mata.

5) Quais são os principais sintomas da febre amarela? As respostas à infecção são amplas e variáveis. Dependem basicamente de dois fatores. Da carga viral depositada e também sobre a capacidade do organismo em responder a esta infecção. A pessoa infectada com o vírus (amarílico-vírus RNA) pode sobreviver à infecção praticamente sem manifestar seus sintomas. Aproximadamente 85% dos infectados se tornam assintomáticos após 3 a 4 dias. A partir daí, adquirem imunidade à doença, não constituindo um reservatório de vírus a longo prazo. Muitas vezes, nem sequer cam sabendo sobre a presença do vírus.

A minoria (15%), que desenvolve a forma maligna da doença, no entanto, tem uma letalidade alta (3550%), contribuindo para que o índice de letalidade global corresponda a algo em torno de 7,5% (5 a 10%). Em geral, a febre amarela causa um “febrão” sem taquicardia. Este é um detalhe importante porque, comumente, as pessoas que estão em quadros febris, vivenciam aceleração dos batimentos do coração, o que não ocorre de forma tão acentuada neste tipo de infecção. Há uma tendência à hemorragia em quadros de febre amarela, por isso a presença de sangue no vômito pode ser um outro indicativo. Outra característica marcante da febre é a presença de dor lombar intensa, podendo evoluir para icterícia e distúrbios hepato-renais). Sendo assim, é importante ter cuidado com o uso de remédios como ácidos acetilsalicílico (AAS), que facilitam a ocorrência de episódios hemorrágicos.

6) Como é conrmado o diagnóstico de febre amarela? Trata-se de um diagnóstico clínico muito difícil, pois no início a doença pode ser confundida com muitas outras como gripe e outras viroses. Uma delas é a leptospirose, doença bacteriana transmitida por urina de roedores. Desta forma, para ter o diagnóstico denitivo e correto da patologia, precisamos de um bom exame laboratorial, feito pelos prossionais de saúde de conança. A conrmação da patologia pode ser feita nos primeiros 6 dias, por meio do RNA do vírus em tecidos e uídos (PCR - Reação em Cadeia de Polimerase - tipagem e carga viral). A partir do sétimo dia, o diagnóstico é conrmado pela sorologia (titulação de anticorpos antivírus IgG e IgM).

7) Qual é a indicação para vacinação contra a febre amarela? Essa é uma das perguntas que mais tem aparecido. Há uma ânsia em busca da proteção vacinal e eu preciso ressaltar aqui que essa é uma decisão sua. O meu papel é contribuir para as informações que vão fazer parte desta sua decisão. A indicação atual para a vacinação de febre amarela é morar, trabalhar, circular ou viajar para uma região de risco. As autoridades sanitárias determinam quais são essas áreas, denidas de acordo com a

presença de macacos infectados pela forma silvestre da doença. Estes mapas são permanentemente atualizados e você pode acessar a lista de municípios aqui. Clique aqui e veja a lista de municípios com recomendação de vacinação. Especicamente em São Paulo, muitas cidades são consideradas áreas de risco. A capital, porém, não é

uma delas, uma vez que o surto atual corresponde à febre amarela silvestre e não urbana. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera todo o estado de São Paulo como área de risco. Na minha avaliação, a vacinação é uma possibilidade a ser considerada se você tem contato com estas áreas de risco, morando, circulando ou trabalhando. Também é bom lembrar que, se você vai viajar para alguma área de risco e opta por tomar a vacina, é preciso receber a dose pelo menos 10 dias antes, que é o tempo aproximado que o organismo necessita para gerar a proteção contra a doença.

8) Existem contraindicações para a vacinação contra a febre amarela? A vacina não é um procedimento inócuo. Há sempre um risco de reação e o meu papel é contribuir para que você decida sobre a sua saúde. A vacina antiamarílica é feita através do enfraquecimento do vírus (vírus vivo atenuado). Além de carregar uma carga virótica, as doses podem conter conservantes que podem comprometer o seu estado de saúde. Assim, não é recomendada para quem tem alguma imunodeciência grave, uma vez que o organismo

pode não ser capaz de controlar a dose de vírus da febre amarela, ainda que seja um vírus atenuado. São exemplos de imunodeciência doenças como câncer, lúpus, artrite reumatoide, transplantados, diabetes em situação descontrolada, entre outros. As autoridades sanitárias também não recomendam a vacina, sem uma avaliação média prévia, para: - Idosos com mais de 60 anos de idade com saúde vulnerável; - Indivíduos que tem HIV/AIDS; - Bebês com menos de 9 meses e; - Mulheres grávidas.

Além disso, os alérgicos ao ovo também devem tomar alguns cuidados ao se vacinarem, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). De acordo com o site da instituição, por ser cultivada em ovos embrionados da galinha, a vacina contém grandes quantidades de proteínas do ovo, podendo gerar problemas mais graves.

9) Qual é papel dos repelentes na prevenção da febre amarela? Caso a pessoa precise realmente car exposta a uma área de risco (ao ar livre) para febre amarela, é su-

gerido que ela faça uso de repelentes durante aquele período de exposição. Eu não estou falando que é necessário que você faça uso contínuo de repelente, se só vai circular em ambiente fechado ou que passe repelentes nas crianças para que frequentem a escola, por exemplo. Este produto tem componentes químicos e, portanto, a sugestão é para o uso de quem vai circular em ar livre, em pescarias, acampamentos, trilhas ou turismo. Como sugestão, vale lembrar que a citronela é um dos repelentes natural. Também é possível se proteger com roupas, camisetas de manga longa, calças e uso de calçados fechados, além de chapéu, passando o repelente nas roupas. Há ainda a existência de toterápicos, como óleos de andirobas (também contraindicados para crianças menores de 6 meses).

10) Qual é a duração da validade da vacina? Posso conar nas doses fracionadas? Se você recebeu a dose integral (padrão, convencional) não há necessidade de reforço (2014 – OMS, 2017 – Autoridades sanitárias brasileiras). A imunidade se mantém por toda vida. Caso a dose seja fracionada (1/5 da dose padrão), a imunidade, até o momento, é garantida durante o período de 8 anos. Isso signica que, após esse período, o indivíduo que estiver em uma área de risco deve receber um reforço.

Essa recomendação poderá ser alterada nos próximos anos. Lembro ainda que existe uma sigla chamada DVA, que signica Doença Viscerotrópica Aguda. É um episódio que correspondendo a uma forma grave da doença, causada pela vacina em pacientes com o sistema imune debilitado ou excesso de carga viral, ou seja, a chamada febre amarela vacinal. Neste sentido, em minha avaliação, o fracionamento da dose pode até projetar uma proteção – ainda não comprovada cienticamente – à febre amarela

vacinal. Muitas pessoas perguntam também se a vacinação garante 100% de imunização. Sempre digo que não existe 100% em biologia. Portanto, não existe uma vacina que proporcione a imunidade necessária em 100% dos casos. A vacina antiamarílica existente hoje acarreta uma proteção de 97 a 98%.

11) Qual é o tratamento da febre amarela? Existe algum tratamento integrativo ou alternativo? Ainda não existe um medicamento especíco (e ecaz) para o tratamento da doença, do vírus. Por isso,

assim que o paciente notar a presença da febre amarela, precisa procurar os exames de diagnósticos, que demoram em média uma semana para carem prontos. Também é aconselhado acionar o trata mento de suporte imediato, junto com a internação do paciente. Porém, existem vários tratamentos que são voltados para combater todos os sintomas e as sequelas da febre amarela, e somente o médico saberá denir os procedimentos e os medicamentos certos.

É importante lembrar que, juntamente ao tratamento sintomático, também pode ser usado, concomitantemente, algumas substâncias que são ótimos antioxidantes e desintoxicantes para o organismo. Eu posso citar como exemplo o Ácido alfa-lipoico (ALA), Silimarina, Glutationa. Todas elas podem até não ser conhecidas do grande público, mas já fazem parte do arsenal terapêutico de prossionais de

saúde que atuam com o olhar integrativo para o paciente. Converse com o seu médico sobre elas para saber se ele tem o conhecimento sobre o poder terapêutico do uso. Posso citar ainda a Vitamina D3, que, apesar do nome, trata-se de um hormônio, essencial para o bom funcionamento do corpo, que interage com todas as células. Vamos nos aprofundar sobre dosagem e fontes naturais de vitamina D3 em nossos próximos encontros aqui na Jolivi, bem como sugerir as melhores fontes de desintoxicação do organismo. Também já dividi com vocês que um dos fatores determinantes para a reação do corpo à infecção por febre amarela é a qualidade do seu sistema imunológico, responsável por defender o seu organismo. A resiliência do sistema imunológico também contribui para ampliar a ecácia da vacina e diminuir o

risco de efeitos colaterais. Um dos pilares do fortalecimento do sistema imunológico é a alimentação adequada. É interessante forticar o sistema imunológico investindo em alimentos como alho, abacate, brócolis, cúrcuma, gengibre e óleo de coco (duas colheres de sopa de óleo de coco, ingeridas diariamente, podem mesmo contribuir para uma melhora do sistema imunológico). A minha outra recomendação para não deixar o seu sistema imunológico vulnerável é o seu sono. Segundo as pesquisas, a privação de uma noite de sono, causa depressão de 40% do sistema imune. Por m, evite a desidratação. A falta de água também deprime a eciência de suas células protetoras e atualmente as pessoas simplesmente não bebem água o suciente para se manterem hidratadas!

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 ... Lembre-se

 Se você não tiver tempo para cuidar da sua saúde, um dia irá ter que arrumar tempo para cuidar da sua doença. Dr. Lair Ribeiro

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