Dr j h Reyner Medicina Psionica

March 17, 2017 | Author: Débora Martinez Pessoa | Category: N/A
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Dr. J. H. Reyner Colaboradores: Dr. George Laurence Dr. Carl Upron

MEDICINA PSIÓNICA Estudo e Tratamento dos Fatores Causativos da Doença

Tradução

GILSON CÉSAR CARDOSO DE SOUSA

EDITORA CULTRIX São Paulo

Sumário

Agradecimentos

.

7

Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo)

.

9

Prefiício à Terceira Edição

.

15

Prefiício à Segunda Edição

.

17

Prefiício à Primeira Edição

.

19

.

21

Parte 1 A Ciência e a FilosofUz da Medicina

Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo

1: Urna Nova Dimensão na Medicina 2: A Hipótese do Campo Psi: Algumas Considerações 3: Medicina Ortodoxa - Do Sistema Filosófico à Ciência 4: Corpos Sutis e Medicina Psiônica 5: Homeopatia - A Medicina Sutil 6: Miasmas e Toxinas 7: A Teoria Unitária da Doença 8: Intuição, Percepção Extra-Sensorial e Fenômenos Psi

Parte 2 História e Prática da Medicina

Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo

Psiônica

Psiônica

9: A História da Rabdomancia e da Radiestesia 10: Rabdomancia Prática 11: A Abordagem Psiônica 12: A Medicina Psiônica na Prática 13: O Método Psiônico na Odontologia 14: A Medicina Veterinária Psiônica

. 23 . 39 . 52 . 64 . 82 . 92 . 103 . 112 . 123

. . . . . .

125 134 142 163

183 189

Conclusão.....................................................................................................

199

Bibliografia Selecionada................................................................................

203

Leituras Recomendadas

208

Agradecimentos

Inúmeras pessoas contribuem para a elaboração de um livro. Eu gostaria de agradecer a J. H. Reyner, a George Laurence e a Carl Upton por nos darem este. Agradeço também ao Dr. Gordon Flint, presidente do Instituto de Medicina Psiônica, pelo prefácio; ao Dr. Farley Spink, diretor do Instituto de Medicina Psiônica, pelo capítulo sobre Miasmas e Toxinas, e ao Dr. Mark Elliott, primeiro veterinário a aplicar a técnica psiônica, pelo capítulo sobre Prática da Veterinária Psiônica. Toda a minha gratidão à Ora. Pam Tatham, atual secretária do Instituto de Medicina Psiônica, e ao Dr. Geoffrey Goodyear, secretário anterior, por seus comentários a respeito do manuscrito. Agradecimentos também aos colegas Ora. Carol Brierly, Sr. David Hooper, Dr. Vincent Mainey, Dr. Peter Mansfield, Dr. Leon Wyman e Dr. David Williams, pelas idéias exaradas em seus artigos e palestras. Sou grato igualmente à Ora. Anne Wynne-Simmons, associada de longa data e incentivadora da Medicina Psiônica. O apoio da Sociedade Médica Psiônica foi de valor inestimável. Agradeço, em particular, a Sir Charles Jessel, presidente da Sociedade, pelo seu inabalável entusiasmo, ajuda e liderança. Sou grato ainda ao Dr. Solveig McIntosh, vice-presidente da Sociedade, Sr. John Fryer, secretário, e Sr. Edwin Barelay, tesoureiro. O mesmo se aplica aos membros da Sociedade Médica Psiônica pelo seu interesse e apoio ao método. Um agradecimento especial ao meu amigo e colega, Quincy Day Rabôt, com quem mantive tantas e tão agradáveis conversas sobre medicina energética e Medicina Tradicional Chinesa. Agradeço efusivamente ao professor Ervin Laszlo, patrono da Sociedade Médica Psiônica, por ter com tanta eloqüência descrito sua visão da nova ciência, formulada com imensa erudição em sua Hipótese do Campo Psi, que compõe o segundo capítulo do livro. Minha gratidão aos nossos editores, The C. W Daniel Co. Ltd., que, como sempre, fizeram parecer muito fácil a publicação de uma obra. Finalmente, agradeço a Mollie, Rachel, Kate, Ruth e Andrew, respectivamente mãe, esposa e filhos, por suportarem com paciência mais outro projeto editorial. K. S.

Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo)

É verdadeiramente prazeroso escrever a Introdução para um livro que dá tão rara e significativa contribuição ao nosso bem-estar individual e coletivo. Medicina Psiônica: Estudo e Tratamento ckJsFatores Causativos da Doença coloca o leitor a par da natureza e realizações desse ramo notavelmente desenvolvido da ciência da cura que ostenta o nome de Medicina Psiônica. Tive o privilégio de conhecer em primeira mão a eficácia dessa forma de medicina, pois estive sob cuidados médicos psiônicos durante quase uma década. Minha experiência pessoal confirma uma tese a que cheguei independentemente, fazendo inferências a partir dos últimos achados das ciências físicas e biológicas. Segundo essa tese, o organismo vivo não é um simples mecanismo ou sistema bioquímico, mas uma articulação complexa de componentes moleculares, celulares e de campo. Isso é bastante pertinente, dado que a Medicina Psiônica não atua sobre as moléculas ou células do organismo e sim sobre o campo que governa os processos moleculares e celulares. Postular um campo como elemento básico no organismo vivo não é coisa nova na história da biologia do século XX. Já em 1925, o biólogo vienense Paul Weiss, inspirado pela teoria da Gestalt de Wolfgang Koehler, aplicou o conceito de campo aos processos de regeneração de membros nos anfíbios, estendendo-o mais tarde a todas as formas de ontogênese. Fiando-se em seu trabalho experimental, Weiss concluiu que o aparecimento de órgãos e tecidos durante o desenvolvimento indica que as partes emergentes estabelecem relações espaciais padronizadas exibidas em traços geométricos de posição, proporção e orientação. Essas, diz ele, são "ações de campo". Cada espécie tem o seu próprio campo morfogenético; e o campo morfogenético de cada indivíduo é uma sucessão hierárquica de campos subsidiários. De igual modo, na década de 1920, o biólogo russo Alexander Gurwitch observou que o papel das células individuais na embriogênese não é determinado nem pelas suas propriedades intrínsecas nem pelas suas relações com as células 9

10

MEDICINA

PSIONICA

vizinhas, mas sim por um fator que parece envolver todo o sistema de desenvolvimento. Trata-se, afirma ele, de um amplo campo sistêmico de força criado pelo efeito mútuo

dos campos de força individuais

em associação com as células. Os

limites do campo de um embrião, por exemplo, não coincidem com os limites do próprio embrião: vão além. A embriogênese, sustenta Gurwitch, ocorre dentro do campo morfogenético do embrião. Em 1934, Conrad Waddington introduziu a idéia dos "campos de individuação", que atuam na formação dos órgãos, e em 1957 estendeu a tese do campo aos "creodos", que são os rumos evolutivos da embriogênese. Essa noção foi elaborada por René Thom em modelos matemáticos que representam o estado para o qual o organismo avança, mediante "bacias de atração" dentro dos campos morfogenéticos. Na década de 1950, Harold Saxton Burr, da Universidade de Yale, avaliou as propriedades eletromagnéticas do que chamou de campo L (life, "vida"), ao mesmo tempo que seus colaboradores mostravam que esse campo se desvanece com a morte do organismo. Embora as teorias do campo biológico surgissem nos anos de 1920 e alcançassem enorme popularidade em meados do século, as propriedades físicas dos campos não estavam bem definidas e, nas décadas seguintes, deixaram de suscitar interesse. Na embriologia, por exemplo, os métodos bioquímicos não possibilitaram aos pesquisadores descobrir a natureza dos campos que governam a polaridade dos membros, a esquematização neural, a indução de lente e outros processos de desenvolvimento. Os conceitos de campo passaram a ser vistos como puramente especulativos e, em anos recentes, apenas uns poucos pesquisadores insistiam em elaborar teorias do campo biológico. Em geral, os biólogos transferiram sua atenção para a bioquímica de mecanismos genéticos específicos, abordagem vigorosa que ensejou uma série de aplicações práticas. Nas últimas décadas, porém, embora menos conhecidos que a pesquisa dos mecanismos e códigos genéticos, os conceitos de campo voltaram à tona, na vanguarda da pesquisa biológica. O biólogo canadense Brian Goodwin sugeriu, com base no campo, um conceito de regeneração e reprodução, processos nos quais um todo é gerado por uma parte. Isso, afirma ele, não pode ser considerado unicamente em termos de plasma germinal e DNA, mas também como produto das propriedades de campo dos organismos vivos. Os campos biológicos engendram ordens espaciais que influenciam a atividade dos genes, enquanto a atividade genética influencia por sua vez os campos. O campo é a unidade de forma e organização, ao passo que as moléculas e células que constituem o corpo são as unidades de composição:

os campos estruturam-nas

a seguir na ordem que irá caracterizar o

organismo. A vida é uma "dança sagrada" de células dentro dos organismos e dos organismos em seu meio, onde os campos biológicos mantêm a cadência dos pares. Rupert Sheldrake, por seu turno, apresentou a "hipótese da causação formativà',

11

INTRODUÇÃO

segundo a qual os campos mórficos estão associados a todos os organismos vivos e são responsáveis por sua perpétua morfogênese. Sem dúvida, a presença de campos complexos jamais foi contestada contradição.

campos magnético, secundários, comunicantes.

a prova oriunda

celular

da biofísica não admite

nas ciências biológicas ortodoxas,

o papel e a função dos

elétrico, etc., associados à matéria celular, não foram conside-

rados importantes

mudança

em biologia -

Contudo,

associados à matéria

para o funcionamento

produzidos A recente

fundamental

do organismo:

eles seriam meros efeitos

bioquimicamente por células, tecidos e órgãos redes coberta dos campos biológicos representa uma

de ênfase. Lembra o "desvio forma-pano

de fundo" descri-

to pelos psicólogos da Gestalt, onde a percepção visual de uma imagem avança e recua na medida em que se vê um de seus aspectos como forma ou pano de fundo. Na biologia e na medicina ortodoxas, a forma é o conjunto de moléculas orgânicas que constituem

a célula, enquanto

os campos produzidos

pela comunicação

celu-

lar - se são levados em conta - são vistos como um pano de fundo real, mas psicológica e medicamente insignificante. Em contrapartida, tanto na pesquisa de ponta quanto na medicina alternativa,

a forma é o campo; as moléculas, células e

órgãos sobre as quais o campo atua são o pano de fundo. O atual desvio-Gestalt ocorre em virtude interação ampla e quase instantânea

da descoberta

dentro do organismo

experimental

e, também,

de

da desco-

berta por parte da medicina alternativa da interação sutil, mas efetiva, entre médico e paciente. Parece que o organismo vivo é um sistema de interconexão instantânea que se mantém em seu próprio meio como um todo, sofre danos como um todo, mas pode também, lutamente

da coordenação

processos moleculares Reconhecer

por exemplo, também

e celulares do organismo.

para a medicina contemporânea.

do organismo

meras manipulações

abso-

de campo do grande número e da ampla variedade de

a primazia dos campos na manutenção

de é fundamental cionamento

como um todo, curar-se. Esses aspectos dependem

e restabelecimento

da saú-

Segundo esse conceito, o fun-

não lembra a atividade de uma máquina, de vez que as

cinéticas só têm valor corretivo em casos específicos como,

os da alçada dos quiropráticos.

não é plena e adequadamente

O funcionamento

representado

do organismo

pelo conceito

de sistema

bioquímico, motivo pelo qual os tratamentos alopáticos prescritos pela medicina ocidental ortodoxa têm aplicação limitada. O complemento do tratamento mecânico e bioquímico pela medicina

é a terapia baseada no campo, convincentemente

psiônica.

O lema da medicina plenamente.

representada

psiônica, "TOlte Causam" (Procure a Causa), justifica-se

Tratar o campo do organismo

significa tratar o aspecto básico da

condição viva, aquele que, no sentido cibernético,

"governà'

a interação orques-

12

MEDICINA

PSIONICA

trada dos incontáveis componentes bioquímicos do organismo. A doença não passa do comprometimento da integridade do campo que governa o organismo e, como tal, é própria e eficazmente tratada. Em compensação, tratar os processos bioquímicos do paciente significa tratar as conseqüências inevitáveis do comprometimento de seu biocampo e não a causa do mal, que é o desgaste do campo em si. A terapia convencional, ilustrada por exemplo pelo uso de antibióticos de largo espectro, envolve medidas desnecessariamente drásticas; seria o mesmo que alvejar mosquitos com balas de canhão. Cuidar do campo que governa o organismo é bem menos invasivo e muito mais eficaz. Outro aspecto da medicina psiônica que merece comentário é o seu funcionamento por distâncias finitas até agora não avaliadas. Isso que à primeira vista parece um sofisma, um diagnóstico a distância - e mesmo, em certos casos, uma cura a distância - se explica quando reconhecemos que o campo que permeia e governa o organismo celular ou multicelular é um campo quântico. Não se trata de uma conclusão ad hoc. decorre da descoberta de que o leque da coerência biológica transcende o leque da transmissão dos sinais bioquímicos, mesmo quando a sinalização bioquímica se revela notavelmente eficiente. A coerência exibida pelos organismos vivos (a correlação simultânea e quase instantânea das partes entre si) é uma forma de coerência quântica, do tipo que só se pode explicar por referência aos conceitos e leis da teoria dos quanta. Os biólogos da recente disciplina da biologia quântica falam de uma "função de onda macroscópica do organismo" e consideram o tecido vivo uma espécie de condensado de Bose-Einstein, no qual efeitos análogos à superfluidez e à supercondutividade ocorrem a temperaturas normais. Teorias e conceitos que se destacam na biologia de ponta indicam que o biocampo do organismo constitui uma manifestação específica de um campo quântico mais fundamentalum campo que enseja a interação na natureza física. O biocampo é uma estrutura local dentro de um campo mais vasto e mais básico: o campo que, independentemente uns dos outros, este escritor e os fundadores da Medicina Psiônica denominaram "campo psi". Minha teoria do campo psi oferece uma descrição de ciência natural da transmissão de informação que transcende o tempo e o espaço, nascida da prática da medicina psiônica. A Medicina Psiônica anuncia o advento de uma nova era no exercício da profissão médica, com potenciais de cura e manutenção da saúde que representam importante contribuição ao repertório do tratamento desenvolvido na medicina bioquímica. Na Medicina Psiônica, o fator crítico não é a química nem a intervenção cirúrgica - embora tais métodos ainda devam ser indicados em certos casos - e sim as "informações" sutis que afetam o biocampo do paciente. O livro que o leitor ora tem em mãos proporciona uma visão notavelmente clara e concisa

INTRODUÇÃO

13

do que vem a ser medicina psiônica, como funciona e por que merece o tipo de atenção que hoje em dia apenas os avanços no âmbito das moléculas e da genética têm recebido. Faz jus ao interesse sério e urgente tanto dos leigos quanto dos profissionais da medicina.

Prefácio à Térceira Edição (pelo Dr. Gordon Flint)

É para mim uma honra e um privilégio ter sido convidado para escrever este prefácio à cuidadosa revisão feita pelo Dr. Keith Souter das duas edições anteriores de Medicína Psiônica.

Uma das palavras mais importantes dessa nova obra é "interconexão" - e o leitor certamente apreciará ser levado ao longo da história da medicina, dos tempos antigos onde imperava a filosofia oriental, via Hipócrates e a cultura mais ocidentalizada, até o século XXI e a medicina energética, à qual nos dedicamos, auxiliados pelas pesquisas do professor Ervin Laszlo e sua Hipótese do Campo Psi. Todo aspirante à prática psiônica bem-sucedida contribui para ela com sua própria habilidade atual, graças ao treinamento recebido nas ciências médica, odontológica e veterinária, secundado por anos de experiência clínica, primeiro na medicina ortodoxa, mais tarde na homeopática e finalmente nas técnicas da prática psiônica, além, talvez, do trato com outros ramos da ciência e áreas como acupuntura e hipnose médica. A primeira e mais importante habilidade deve ser o uso de nosso sentido da rabdomancia, o qual, como os cinco básicos, já possuímos ao nascer. No entanto, se em poucos anos adquirimos boa dose de profidência na interpretação do ambiente imediato por meio da visão, audição, olfato, paladar e tato, às vezes são necessárias décadas para podermos fazer uso prático de nossa capacidade rabdomântica. Como se pode notar num quadro de distribuição padronizado, cerca de 10% das pessoas revelarão considerável habilidade, 10% nada realizarão de notável e o resto, com a prática, conseguirá alcançar níveis bastante aceitáveis, à medida que esse sentido for se tornando tão confiável quanto os outros cinco. Tive a honra de estudar com Carl Upton, a quem disse certa feita: "Gostaria de ter conhecido a Medicina Psiônica há dez anos atrás." Sua resposta instantânea foi: "Meu caro Gordon, há dez anos você não estava pronto para ela." Tinha razão, é claro. No que diz respeito à Homeopatia, um bom conhecimento e uma boa experiência da filosofia básica, princípios e prática, tais quais preceituados por Samuel 15

16

MEDICINA

PSIONICA

Hahnemann, são essenciais. Sempre que possível, cumpre freqüentar cursos de instrução nos diversos centros de ensino do país. Não obstante, nenhum dos três grandes nomes da Medicina Psiônica - Laurence, Upton e Wesdake - tem qualificações específicas nessa área, e o Dr. Farley Spink, nosso atual diretor, foi o primeiro a empregar seu talento na experimentação da homeopatia clássica, para enorme proveito de nós todos. Mark Elliott, nosso primeiro veterinário, deu especial contribuição ao conhecimento geral da prática psiônicai e ele sabe qual poderá ser o conteúdo de uma futura edição do presente livro. Neste momento de reavaliação e revalidação, acreditamos ser conveniente restringir o adestramento no método psiônico a médicos, dentistas e veterinários. Mas, num futuro previsível, quando se falará muito de alimentos geneticamente modificados (ou mutilados), talvez precisemos recorrer à ajuda de outras fontes: a botânica e a agronomia, por exemplo. J. E. R. McDonagh, cujas idéias e trabalhos tanto incentivaram nosso fundador-presidente, George Laurence, sustentava que o ponto de partida mais importante era o solo, o solo saudável, com "clima" microbiológico sadio. Esse solo garantiria colheitas saudáveis, gado saudável e gente saudável. Isso, nem é preciso dizer, inclui água limpa e potável, não-contaminada por resíduos e aditivos potencialmente venenosos. O treinamento inicial em Medicina Psiônica dutará pelo menos um ano, a fim de se adquirir experiência. Daí por diante, a prática contínua gerará um significativo grau de satisfação profissional, à medida que os vários desafios apresentados pelos pacientes, em sua maneira única e individual, nos encorajar a determinar, como Laurence, por que as pessoas adoecem.

Prefácio à Segunda Edição (pelo Dr. Carl Upton)

Alexis Carrel, ex-membro do Instituto Rockefeller de Pesquisa Médica, escreveu em seu livro O Homem, esseDesconhecido, que existem dois tipos de saúde: a natural e a artificial. A medicina científica, disse ele, deu ao homem a saúde artificial e a proteção contra muitas doenças infecciosas. Foi um dom maravilhoso. O homem, porém, não deveria ter de confiar na medicação contínua, com suas dietas especiais e seus produtos químicos sintéticos. Se corpo e mente estiverem em harmonia, o organismo funcionará de maneira naturalmente saudável. Há, com efeito, certos indivíduos que parecem possuir urna imunidade intrínseca, que não apenas resiste à infecção corno retarda a velhice. Ternos de descobrir o seu segredo. George Laurence endossaria de bom grado essa visão. A medicina convencional considera o corpo urna máquina falível, da qual as peças podem quebrar a qualquer momento, necessitando de freqüentes reparos ou mesmo de substituição. Laurence, contudo, via-a corno urna estrutura superiormente inteligente, animada por um padrão apropriado, embora invisível, de força vital. Todavia, por urna série de causas, algumas herdadas, outras adquiridas por acidente ou uso incorreto, esse padrão subjacente pode se distorcer, daí resultando um distanciamento do estado natural de saúde. Sua grande façanha foi a descoberta de um meio de comunicação com esse padrão invisível e o aperfeiçoamento da técnica que ele chamou de Medicina Psiônica, pela qual os desarranjos da força vital podem ser detectados e possivelmente corrigidos. Laurence conseguiu, graças a urna análise simples e direta, prescrever remédios homeopáticos adequados que, segundo descobriu, atuavam de um modo harmônico e atóxico, removendo as causas sutis e freqüentemente entranhadas da doença. Seguiu esse caminho inspirado até quase o fim de sua longa vida. Faleceu a 11 de outubro de 1978, pouco depois de seu nonagésimo oitavo aniversário. É claramente desejável que os médicos familiarizados com a verdade dessas idéias possam ser adestrados nas técnicas básicas da abordagem médica psiônica, para que comecem a aplicar os métodos. Isso, em verdade, já está acontecendo no 17

18

MEDICINA

PSIONlCA

Instituto de Medicina Psiônica, embora não sem problemas. Mora a dificuldade de aceitar desvios de hábitos estabelecidos, exigem-se sacrifícios de tempo e dinheiro para o aprendizado das habilidades necessárias. Mas, a despeito disso, notase crescente interesse da parte tanto dos médicos quanto do público, sendo que milhares de pacientes já foram tratados com sucesso. A Medicina Psiônica é natural e requer, conjuntamente, o emprego da intuição e da vasta provisão dos remédios proporcionados pela natureza. Não se trata de uma medicina "radical", mas de um método singularmente prático que uriliza os recursos naturais para identificar e debelar as causas ocultas das doenças que afligem a humanidade hoje em dia.

Prefácio à Primeira Edição (pelo Dr. George Laurence)

Acho gratificante

que um cientista da estatura do Sr. Reyner esteja tão profunda-

mente convencido

do valor dos métodos psiônicos de diagnose.

Médico há mais de sessenta e cinco anos, estou desapontado progresso registrado

na medicina,

sobretudo

quando

comparado

cirurgia e outras áreas afins. Todos os dias, são anunciados

com o pouco aos avanços na

incontáveis

tratamen-

tos e curas, que em geral baseiam-se em novas substâncias químicas sintéticas ignorando as causas. O princípio psiônico investiga a causa do desvio da saúde normal antes de haver-se com os sintomas. Espero que o livro aguce o interesse por esse ramo tão importante médica.

da ciência

19

PARTE 1

A

CIÊNCIA E A FILOSOFIA

DA MEDICINA PSIÔNICA

21

Uma Nova Dimensão na Medicina A Natureza abomina o vdcuo. -

François Rabelais (c. 1494-1553)



altera consideravelmente. Podemos citar o tratado clássico de Harvey épocas, na história médica, em do conhecimento se sobre a circulação sanguínea, em que 1628,a tendência ou os estudos microbiológicos de Louis Pasteur e a descoberta dos raios X por Wilhelm Rõntgen, no século XIX. O século XX presenciou a descoberta da penicilina por Fleming, em 1928, a leitura do código do DNA por Watson e Crick, em 1953, e o primeiro transplante de coração pelo Or. Christian Barnard, em 1967. No início do século XXI, os cientistas se empenham na decifração do genoma humano. Ao mesmo tempo, ampliou-se em muito o conhecimento da constituição física da matéria viva, tanto no que toca à complexa estrutura das células quanto à comunicação entre elas, em conseqüência do que a prática médica pôde vislumbrar novos tratamentos para inúmeros achaques do corpo, às vezes com resultados espetaculares. Esses mesmos sucessos, no entanto, fomentaram uma confiança indevida nos aspectos materiais da medicina, dada a crença de que o pleno conhecimento dos mecanismos físicos permitiria, no fim, a cura de todos os sofrimentos da carne. Na verdade, a biologia molecular e a engenharia genética estão progredindo tão rapidamente que, segundo se acredita, em poucas décadas teremos a chave da base genética de muitas formas de câncer e doenças crônicas. Mas isso é ilusório porque, embora uma aplicação inteligente do conhecimento material possa acarretar uma melhoria de condições, os sintomas clínicos são apenas a prova física de algum distúrbio da energia vital do corpo. Essa tese não constitui, em si, uma nova filosofia, pois tem sido cultivada, se não reconhecida, há pelo menos dois mil e quinhentos anos. De fato, Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, sustentou que a doença não se manifesta puramente como moléstia (pathos), mas 23

24

MEDICINA

também

PSIONICA

de suas nm-

como esforço (ponos) do corpo para restaurar o equilíbrio

ções. Esse poder de cura intrínseco

é conhecido

como

Vis Medicatrix Naturae,

sendo que o médico esclarecido sabe muito bem que seu verdadeiro papel consiste apenas em estimulá-lo criando as circunstâncias adequadas para que ele opere o mais livremente

possível.

Sejamos claros nesse ponto: são os próprios mecanismos

de cura do indivíduo

que realmente arrostam a doença, não os do cirurgião, do clínico ou de qualquer outro profissional de saúde envolvido. O cirurgião pode remover um tumor, mas é o corpo que cura a ferida. De igual modo, o clínico pode prescrever uma droga, mas é o corpo do paciente que responde a ela. Os mecanismos de cura, chamados em fisiologia de "homeostáticos" reguladores,

funcionam

permanentemente

lam processos como metabolismo, mica sanguínea, pressionado

e produção

ou auto-

para dar o melhor ao indivíduo.

temperatura,

e distribuição

equilíbrio

de células. Quando

de alguma maneira, esses mecanismos

Regu-

fluido e mineral, quío corpo se vê

tentam automaticamente

res-

taurar certo nível de equilíbrio. Não raro o indivíduo percebe tais mudanças como incomuns ou desagradáveis. Trata-se dos sintomas da doença, com o corpo procurando corrigir o problema. A questão é que nem sempre os mecanismos voltam completamente

à normalidade.

Embora

as funções retomem

ao "serviço quase

normal", isso tem um custo, que pode ser a redução da função, sua alteração ou a da estrutura.

Essencialmente,

na maioria

dos casos, o que ocorre

não é um

reequilíbrio e sim uma compensação. A medicina ocidental ortodoxa baseia-se solidamente num modelo reducionista. Sem dúvida, isso logrou êxito em diversos campos, mas tem limitações óbvias. Ela rejeita o conceito do "princípio vital" e considera o corpo uma integração complexa de células, tecidos, órgãos e sistemas controlados sionados

por um computador

sistemas médicos bem-sucedidos

biológico

interno,

(e, globalmente,

bioquimicamente

e supervi-

o cérebro. Em muitos

outros

a medicina e a cirurgia ociden-

tais ortodoxas aparecem apenas em quarto lugar na provisão de cuidados médicos), o princípio vital constitui o cerne de sua filosofia. Um número crescente de médicos,

e maior ainda de pacientes,

prejudicial

acredita que essa limitação

é francamente

ao progresso da medicina.

Controle bioquímico ou biofísico Em bases puramente bioquímico

lógicas,

as limitações

do modelo

são claríssimas. O corpo humano

é composto

grande de células que trabalham a que pertencem.

Para qualquer

predominantemente de um número

muito

de diferentes maneiras, segundo o tipo de tecido escolar, é uma velha história o fato de o corpo

renovar-se a cada sete anos. Isso significa que, nesse período, todas as células dos

UMA NOVA DIMENSÃO

tecidos lisos são substituídas

equilíbrio absurdo.

reparo, reprodução

Um controle bioquímico

e assim preservar

25

pelo menos uma vez. Com efeito, há sempre deter-

minado grau de crescimento, no organismo.

NA MEDICINA

e eliminação

dessa complexidade,

a integridade

do sistema

Não: se os controles químicos que conhecemos

de células mortas para manter o bom

inteiro,

é simplesmente

conseguem indubitavelmente

explicar até certo ponto como as células do corpo se integram, temos de postular outro controle mais abrangente

-

um tipo de sistema de informação

ou campo de energia, talvez. Dissemos acima que o princípio medicina.

Os chineses chamam-no

isso, foi aventado Por exemplo,

vital está no cerne de diversos sistemas de de chi e os iogues indianos,

ou "redescoberto"

por muitos estudiosos

Paracelso denominava-o

vita~ e o barão Von Reichenbach,

energético

de prana. Afora

ao longo da história.

munia; para os alquimistas,

o químico

era o fluido

alemão que descobriu

o creosoto,

dava-lhe o nome de odyle. No século XX, Wilhelm Reich chamou-o de orgone, Rudolph Steiner de força formativa etérica e outros de bioplasma, plasma biológico

ou biocampo. Em todos esses casos, embora haja uma interpretação

ligeiramente

diferente,

o princípio vital é visto como uma forma de energia que permeia as criaturas vivas e constitui parte integrante

de seu ser. Trata-se de um campo, localizado dentro e

ao redor do organismo, que produz uma espécie de corpo etérico. Esse "corpo" de energia parece funcionar como um sistema de informação, fazendo as vezes de molde para o desenvolvimento

fetal e o crescimento

posterior,

além de organizar os tecidos e repará-Ios. A pirâmide da medicina Considerando-se humanidade,

que a medicina

é uma prática tão imemorial

quanto

a própria

convém utilizar um modelo para figurar ao mesmo tempo sua anti-

guidade e sua evolução: a pirâmide. Em qualquer livro de história da medicina você lerá que as bases desse saber científico foram lançadas quando o homem começou a en~ender a estrutura orgânica por meio da dissecação e do estudo da anatomia. A observação e a experimentação conduziram

em seguida a deduções

sobre o funcionamento

dos órgãos e

suas estruturas anatômicas. Daí nasceu a ciência da fisiologia. Graças à crescente sofisticação dos instrumentos e à aplicação do conhecimento químico, desenvolveu-se a bioquímica. O papel da mente em relação ao corpo sempre constituiu uma questão delicada, mas em conseqüência do aperfeiçoamento da Medicina Corpo-Mente ou psiconeuroimunologia (PNI),l já começamos a perceber que os processos mentais podem afetar as funções neurológica, hormonal ou imunológica.

26

MEDICINA

PSIONICA

As quatro ciências formam, pois, a chamada pirâmide da medicina. É crença generalizada que esse edifício de conhecimento, tido como o melhor que a capacidade humana pôde produzir, explica tudo sobre o corpo e suas necessidades. As reações bioquímicas nas células esclareceriam de que modo elas trabalham para assegurar o funcionamento fisiológico das estruturas anatômicas do corpo. E, é claro, a mente poderia atuar por intermédio dos canais de PNI. No entanto, como indicamos acima, isso é mais uma mastabri- que uma pirâmide (Figura 1). E ainda assim, como as mastabas do Antigo Egito, desempenhou até certo ponto sua função. Foi necessário, primeiro, erguer essas estruturas para compreender e depois planejar a conclusão do edifício. Parece bastante apropriado, aqui, apresentar o grande Imhotepe (c. 2800 a.c.), sumo-sacerdote de Rá, arquiteto real, médico pessoal e grão-vizir do faraó Djoser, da Terceira Dinastia. Sir William Osler, decano dos médicos do século XX, escreveu que ele foi "a primeira figura de clínico a destacar-se nitidamente das brumas da antiguidade". Em séculos posteriores, acabou deificado como um deus da cura e identificado pelos gregos com Asclépio. Para receber hontas divinas, deve certamente ter desenvolvido a prática da medicina de um modo notável. Além disso, na qualidade de arquiteto do faraó Djoser, ele glorificou o Egito por milênios. Redesenhou a mastaba de Djoser e criou a famosa pirâmide escalonada de Sacará, dando assim ao mundo esse ícone da antiga sabedoria.

FISIOLOGIA ANATOMIA

Figura 1

Assim, pode-se notar que o modelo bioenergético é uma extensão lógica do modelo bioquímico aceito pela medicina ortodoxa, análogo à transformação da mastaba em pirâmide. As ciências tradicionais conduziram-nos muito longe, mas deixaram-nos lamentavelmente privados da verdadeira compreensão. De fato, precisamos acrescentar um vértice à nossa pirâmide. Esse vértice é a energia organizadora ou bioenergia e sua ciência apropriada será o que por enquanto chamaremos de medicina energética (Figura 2).

UMA NOVA DIMENSÃO

NA MEDICINA

27

FISIOLOGIA ANATOMIA

Figura 2

o campo

energético

A regeneração, modo pelo qual os organismos reproduzem partes danificadas ou perdidas, é uma das áreas que sempre intrigou os bi610gos e se revelou uma fascinante área de pesquisa no início do século xx. Em 1907, o w610go H. V. Wilson realizou o experimento capital em regeneração ao forçar uma pequena esponja a passar por uma peneira fina, separando assim as células e destruindo a organização intercelular do organismo. Ap6s a separação, no entanto, as células isoladas perambularam durante algum tempo até se reunir novamente num agregado confuso, que em poucas semanas se remodelou numa esponja do tipo original. Na década de 1920, Alexander Gurwitch postulou a existência de um campo gerador da forma ou morfogenético, que explicaria o desenvolvimento embriol6gico dos organismos. Supunha ele que esse campo organizador, uma espécie de diagrama evolutivo, determinava o papel de certas células durante a embriogênese e não suas propriedades individuais. Nas décadas seguintes, vários cientistas pesquisaram o conceito de biocampo, capaz de regular o crescimento e o desenvolvimento tanto das células quanto dos tecidos dentro dos corpos. Entre eles, destacou-se o bi610go de Yale, Dr. Harold Saxton Burr, que num período de mais de quarenta anos conduziu numerosos experimentos em organismos, de mixomicetos ao pr6prio homem. Burr concluiu que o biocampo, a que chamou de L-field (Lift-fie/d., "campo vital"), era o esquema básico da vida e que todo organismo tem um, o qual organiza e orienta sua estrutura geral. Usando equipamento eletrônico de alta sofisticação, Burr demonstrou que o campo vital podia ser medido e mapeado. Mais: suas pesquisas com humanos provaram que as condições físicas e mentais determinavam modificações nas medidas do campo. Fato interessante: em 1950, usando um "teste de mensuração elétrica" baseado no trabalho de Burr, o Dr. Louis Langman, do Departamento de Obstetrícia e

28

MEDICINA

Ginecologia

da Universidade

PSIONICA

de Nova York, publicou um estudo onde indagava se

a medição das forças de campo em mulheres teria algum valor diagnóstico detecção de cânceres. Ele e sua equipe concluíram

para a

que tais testes eram de fato

bastante acurados, simples de realizar e merecedores de mais estudo e pesquisa. Outro de seus colaboradores, Leonard Ravitz, sustentou que o campo vital desaparece pouco antes da morte física, de sorte que, quando a força organizacional cessa, a vida não pode ser mantida. Nos anos de 1960 alguns biofísicos, liderados por Viktor Inyushin em AlmaAta, ex-União Soviética, levaram a cabo extensas investigações com o que chamaram de "corpo energético".

O que mais estimulou

essa pesquisa foi a descoberta

do "efeito Kirlian" por Semyon Kirlian em 1939. Tratava-se de um processo eletrográfico que gerava fotografias da aura do corpo. Notou-se que o estado da aura variava conforme

as condições de saúde da pessoa.

Inyushin concluiu que o corpo energético possui uma base física, uma constelação elementar semelhante ao plasma constituída por partículas ionizadas, a que deu o nome de plasma biológico ou bioplasma. Esse plasma seria, disse ele numa formulação da Teoria do BiopkJsma, o substrato final dos processos tanto químicos quanto eletrônicos, além de veicular todas as informações dentro do sistema. Explicando o efeito Kirlian, ele deduziu que, como o bioplasma existe nos sistemas vivos, poderia ser luminescente

em certas circunstâncias -

como quando um campo poderoso e

de alta freqüência era aplicado ao sistema, tal qual ocorria na fotografia Kirlian. Nos anos de 1980, o biólogo Rupert

Sheldrake

propôs sua revolucionária

teoria dos campos mórficos. Com base na palavra grega morphe, que significa "formà', Sheldrake postulou

um campo de forma, padrão, ordem e estrutura.

Esses

campos, acredita ele, organizam não apenas as entidades vivas, mas também a conformação dos cristais e das moléculas. Assim, cada tipo de molécula, seja ela uma proteína,

uma hemoglobina

ou um complexo

cristal inorgânico,

tem seu

próprio campo mórflco. Além disso, todo organismo, toda espécie de instinto ou comportamento possuem um campo. Os campos mórficos são, pois, percebidos como os campos organizadores da natureza. Até o que Jung chamou de inconsciente coletivo pode enquadrar-se na teoria dos campos mórficos. Sheldrake animou-se a desenvolver sua teoria em face dos inúmeros fenômenos intrigantes

da natureza que a química pura e os genes não conseguem explicar.

Por exemplo, embora uma única célula contenha cessária à sua multiplicação

num organismo

toda a informação

completo,

genética ne-

vegetal ou humano,

por

que a forma final é sempre a mesma? Também o impressionavam

os fenômenos comportamentais,

onde colônias de

organismos separados geograficamente e sem contato pareciam apresentar atitudes semelhantes. Isso foi demonstrado em aves, símios e humanos. Uma colônia de

UMA NOVA DIMENSÃO

NA MEDICINA

29

macacos, isolados numa ilha, aprendeu a lavar o alimento antes de comer; outras colônias, sem contato físico ou meios de se comunicar, começaram a fazer o mesmo. Isso, supõe Sheldrake, ocorre em virtude da ressonância mórfiea, fenômeno pelo qual as estruturas prévias ou a experiência de organismos de determinada espécie influenciam estruturas e organismos similares, contemporâneos ou subseqüentes. Graças a essa ressonância, o padrão e a informação cia, transmitem-se ao longo do tempo e espaço. Portanto, uma espécie estão ligados a membros antigos dessa mesma fenômeno da ressonância se fortalece com a repetição, uma tamento adquirido, descoberto ou laboriosamente motos, será rapidamente absorvido por outros.

formativa, ou influênos membros vivos de espécie e, dado que o atividade ou compor-

aprendido

por indivíduos

re-

A teoria do campo módico explica tais fatos com base em dois princípios, que constituem parte integrante desses campos. Em primeiro lugar a criatividade; em segundo, o hábito. Tomemos a bicicleta à guisa de exemplo. Há duzentos anos não existiam bicicletas. Então alguém desenvolveu o conceito e elas surgiram. Esse foi o passo criativo. (E quantas vezes não vemos novas "descobertas" sendo realizadas independentemente quase ao mesmo tempo? Logo voltaremos a esse ponto.) Em seguida, as pessoas começaram a aprender a andar de bicicleta, provavelmente com grande dificuldade. Hoje, porém, centenas de milhões aprendem e circulam sem sequer dar muita atenção ao processo. É o hábito, a repetição no interior da espécie, que simplifica o processo de aprendizado. Em suma, diz Sheldrake, a natureza é essencialmente uma formadora de hábitos e todos os seus aspectos se baseiam nesse princípio. conseqüência,

Poder-se-ia afirmar, em

que as leis da natureza são os hábitos da natuteza.

Vínculos culturais espontâneos O estudioso da história espanta-se ante o número de casos em que culturas inteiras produziram de repente alguma descoberta que revolucionou por completo sua sociedade. E isso parece ter acontecido espontaneamente, sem nenhuma conexão óbvia. De fato, pode até ser que algumas dessas realizações ocorreram sem que uma cultura sequer soubesse da existência da outra. Artefatos da Idade da Pedra, provenientes do mundo inteiro, indicam por exemplo que as primeiras ferramentas, inclusive o machado, surgiram ao mesmo tempo. As pirâmides gigantes também apareceram por toda parte, no Egito, na América do Sul e no Camboja. Escritores como Graham Hancock aventaram uma grande teoria pancultural plausível, com raízes numa civilização perdida. Mas, como veremos, existe outra explicação. O mais interessante, porém, é o aperfeiçoamento de habilidades: preparação de alimentos, fabricação de queijos e pães, produção de álcool, cerâmica, cestaria e confecção geral de ferramentas

similares parecem ter ocorrido quase de novo.

MEDICINA

30

PSIONICA

o

mesmo se aplica aos grandes pensadores. Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo fala da eclosão das culturas clássicas hebraica, grega, chinesa e indiana, todas num lapso surpreendentemente curto de tempo. Exemplos não faltam: a descoberta simultânea e independente do cálculo por Newton e Leibnitz; a formulação independente da teoria da evolução por Darwin e Wallace; a invenção do telefone por Bell e Gray, etc. A teoria segundo a qual todos nós temos acesso a algum tipo de "campo" torna-se cada vez mais atraente. E isso é fundamental para nossa discussão da Medicina Psiônica. A Medicina Psiônica

O objetivo principal da Medicina Psiônica está implícito no lema da Sociedade Médica Psiônica: TO/teCausam, que significa "Procure a Causa" da doença. Embora a manifestação da doença possa ocorrer na esfera física, psicológica ou emocional, a causa reside muitas vezes no nível energético. Em outras palavras, é como se ela se codificasse no interior do campo energético, passando a exercer seus efeitos sobre o indivíduo pela ruptura do esquema organizacional desse campo. Mas, antes de ir além, talvez seja conveniente discorrer um pouco mais a respeito do médico notável que desenvolveu esse sistema de medicina, o qual integra a medicina ortodoxa, a homeopatia e a faculdade radiestésica. George Laurence formou-se no St. George's Hospital, Londres, em 1904, tendo estudado anteriormente na Universidade de Liverpool. E foi em Liverpool que ele sofreu a influência de Sir Oliver Lodge, professor de física, à época um dos mais destacados pesquisadores das propriedades das ondas eletromagnéticas. Depois de trabalhar em diversos hospitais, fez pós-graduação no Royal College of Surgeons (Edimburgo) e um ano mais tarde adquiriu um terço das ações de uma clínica em Chippenham, Wutshire. Quase imediatamente seus dois sócios mais velhos foram convocados para a guerra e ele teve de administrar a clínica sozinho, o que envolveu funções hospitalares e consultivas durante perto de quarenta anos, entre as quais a de oficial-médico do Hospital da Cruz Vermelha, cirurgião do Cottage Hospital, superintendente clínico do Isolation Hospital, Factory Surgeon e vacinador público. Durante esse tempo, no entanto, ele foi se sentindo cada vez mais insatisfeito com a obsessão ortodoxa por sintomas e drogas. Em suas próprias palavras: Tive o pressentimento de que nem sempre sabia o que estava realmente fazendo - ou antes, por que estava fazendo. Em suma, ignorava as razões pelas quais as pessoas adoeciam. Era muito fácil tratar moléstias infecciosas comuns ou males agudos; mas, face a distúrbios crônicos como tumores malignos, reumatismo, perturbações

UMA NOVA DIMENSÃO

nervosas degenerativas

31

NA MEDICINA

e outras doenças consideradas

incuráveis, nenhum

de

nós sabia o "porquê" e via-se reduzido a lidar com nomes e rótulos, sinais e sintomas, sem lobrigar a causa. Assim, o alívio temporário máximo que eu e meus colegas podíamos

dos sintomas era o

fazer na época.

Na tentativa de descobrir a causa das doenças, Laurence leu bastante e percebeu que três cientistas pareciam

oferecer-lhe

nemann com seu método homeopático;

as chaves. Primeiro,

Samuel Hah-

segundo, Rudolph Steiner, sobretudo pela

sua concepção das forças formadoras da natureza; e finalmente J. E. R. McDonagh e sua Teoria Unitária da Doença. (Adiante examinaremos seus trabalhos com mais pormenores.) Por essa época, entrou casualmente inteirou-se da idéia da rabdomancia

em contato com o Dr. Guyon Richards e

médica. Isso mostrou ser a chave daquilo que

procurava, pois há muito estava convencido de uma estrutura mais vasta, irreconhecível era nessa esfera não-manifesta graças ao uso do pêndulo, distúrbios clínicos.

que as energias vitais operavam

e descobriu

que,

podia detectar desarranjos das forças responsáveis pelos

físicos e psicológicos,

Observou

de que o corpo físico é apenas parte pelos sentidos comuns. Ele achava que

os quais, por sua vez, se traduziam

então que, ampliando

em sintomas

a técnica, conseguia prescrever o tratamento

adequado, apto a restaurar a harmonia vital - em geral, mas não necessariamente, recorrendo à medicação homeopática. Desse modo, pela primeira vez, logrou formular um método científico de diagnóstico doença. Com paciência e assiduidade,

e tratamento

aprimorou-o

das causas básicas da

ao longo do tempo, tornan-

do-o um sistema de medicina que tem se mostrado muitíssimo mos cinqüenta

eficiente nos últi-

anos. Não raro, possibilita a detecção de causas ocultas e orienta o

especialista no tratamento mente incuráveis.

apropriado

de inúmeras

doenças crônicas e suposta-

O sistema, em essência, depende do exercício dos sentidos paranormais,3 realidade é hoje cientificamente

cuja

aceita; e, dado que por convenção a letra grega psi

passou a associar-se a essa conotação, dicina Psiônica.

Laurence deu a seu sistema o nome de Me-

A patologia na Medicina Psiônica A Medicina Psiônica constitui, basicamente,

um sistema integrado que junta me-

dicina ortodoxa, homeopatia e radiestesia (ou faculdade rabdomântica). A ênfase principal recai nas doenças crônicas, isto é, longas e persistentes. Para uma explicação melhor, reconsideremos nossas duas "pirâmides" da medicina, na forma completa e incompleta.

Em medicina ortodoxa, fazemos um diag-

MEDICINA

32

PSIONICA

nósuco que geralmente leva em conta o efeito da doença na estrutura, na função, na aberração bioquímica

e na intuição (respectivamente,

mica e psicologia ou PNI). A seguir, o tratamento pal em que isso ocorre. Se o problema

anatomia, fisiologia, bioquí-

resume-se a afetar o nível princi-

for de alteração estrutural,

a cirurgia será

indicada; se de função ou aberração bioquímica, o tratamento médico se fará necessário. Quando, porém, for considerado psicológico, então se deverá considerar uma intervenção

psicológica ou psiquiátrica.

Obviamente,

níveis são afetados, como no câncer, recomendam-se Ora, para muitas pessoas, essa abordagem condição

delas precisa ser controlada

nunca é controlada

nos casos em que todos os todos os tipos de intervenção.

pode ser exatamente

a requerida. A

de modo correto. Para outras, a condição

e elas vivem com uma doença crônica ou progressiva que não

responde às intervenções ortodoxas. Em Medicina Psiônica, o ápice da pirâmide da medicina é visto como o lado energéuco

do indivíduo,

seu corpo energético

ou campo de energia. Segundo a

experiência dos profissionais psiônicos, quando o tratamento porque o problema

energia organizacional auto-reguladores

convencional

falha é

existe e persiste no esquema energético, ou seja, no campo de que governa o crescimento,

a recuperação e os mecanismos

da pessoa. A menos que essas máculas sejam removidas, o indiví-

duo terá sempre problemas físicos, emocionais e psicológicos. Consideremos a forma mais extrema de doença física, o câncer. O tratamento ortodoxo

envolverá provavelmente

funções, seguida de quimioterapia cancerosas remanescentes. grediu, considera-se

cirurgia para remover o tumor e restaurar as e radioterapia

para matar as possíveis células

Se, em etapa posterior, descobrir-se

que a disseminação

que o câncer pro-

ocorreu num tecido afetado e não-elimi-

nado pela operação ou devido a células cancerosas que escaparam à quimioterapia e à radioterapia. Na Medicina Psiônica, essa recorrência não será atribuída à excisão incompleta do tumor físico, mas à persistência de algum processo patológico

não-combati-

do. Tal processo deve-se a uma falha no campo energéuco e continuará a operar até produzir uma espécie de efeito de escoamento na pirâmide. Portanto, a recorrência não é necessariamente uma disseminação e sim a seqüência do processo mórbido. Em suma, ocorrerá porque a causa não foi descoberta nem tratada. Essencialmente, ignorando até a existência do vértice da pirâmide e o lado energético da pessoa, o tratamento ortodoxo da moléstia crônica quase nunca representa muito mais que um alívio temporário. Essa explicação simples aplica-se a todos os tipos de distúrbios, outras doenças progressivas e degenerativas.

do câncer a

A Medicina Psiônica procura rastrear a causa dos males crônicos determinando a natureza da aberração patológica dentro do campo energético do indivíduo.

UMA NOVA DIMENSÃO

NA MEDICINA

33

As aberrações podem ser herdadas de muitas gerações ou adquiridas durante a vida da pessoa.

o que acontece

na Medicina Psiônica?

Conforme já mencionamos, a Medicina Psiônica integra a radiestesia (ou faculdade rabdomântica) à prática ortodoxa e homeopática. Para tanto, uma amostra do paciente, em geral cabelo ou sangue, ajuda o profissional a sintonizar-se com o campo psi do indivíduo. Os instrumentos básicos, no caso, são o pêndulo, uma tabela, uma série de dados de diagnóstico e um conjunto de amostras patológicas ou terapêuticas em tubos de ensaio. O profissional vale-se de sua intuição, com o pêndulo como indicador, para comparar a amostra do paciente com as patológicas. Desse modo, fazendo-se mentalmente as perguntas certas, ele pode, à semelhança de um detetive, lobrigar os fatores causativos da doença. A seguir, de modo parecido, fará as perguntas apropriadas para determinar o tratamento correto, que é em geral homeopático (pois seus remédios são de natureza energética, capazes de afetar o corpo de energia), e assim remover as toxinas patológicas. Isso permite aos mecanismos auto-reguladores ou auto curativos do indivíduo entrarem em ação. Portanto, nos termos do nosso modelo da pirâmide, quando a falha é sanada, o efeito de escoamento (ou processo mórbido) se detém, fazendo com que os mecanismos auto-reguladores ou auto curativos acalmem as sensações, corrijam a aberração bioquímica, melhorem a função e, possivelmente, retifiquem os danos estruturais. Psi em Medicina Psiônica

A faculdade de radiestesia ou rabdomancia constitui, no fundo, um Estado Alterado de Consciência (EAC), embora não o transe completo tal qual obtido graças à hipnose ou à meditação. A consciência é preservada para que o profissional possa formular perguntas apropriadas e acuradas enquanto se "descontrai" o suficiente para receber respostas mediante um processo ideomotor (involuntário), que resulta num movimento pendular. Aqui, três coisas são dignas de menção. Primeira: no processo de diagnóstico, contata-se o campo psi do paciente, às vezes a longa distância, a fim de descobrir quais distúrbios estão presentes, quais são importantes e por que estão gerando doença. Segunda: a chave para o campo psi do paciente é sua amostra de sangue ou cabelo. Não importa quão distanciada esteja ela do paciente no espaço e no tempo, subsiste uma conexão que reflete o estado energético atual do indivíduo. E terceira: na prescrição do tratamento, fazem-se perguntas a um sistema informacional infinitamente mais passível de conhecimento do que o próprio pro-

MEDICINA

34

fissional. Não se trata, em absoluto,

PSIONICA

de acessar a memória

localizada na própria

mente do médico ou em seu circuito neurológico. É como se o profissional se sintonizasse com duas coisas nesse estado ligeiramente alterado, sendo a primeira o campo psi do paciente e a segunda, um vasto sistema ou campo de informações ente e o paciente -

que interconecta

o médico, a amostra do paci-

ou então os campos de todos eles. A sintonia dependerá,

da ligação entre paciente e amostra. Como logo veremos, o conceito de um universo interconectado

pois,

explica muita

coisa a respeito desse ramo fascinante da medicina. Uma Teoria de Tudo ou Grande Teoria Unificada Quando

falamos de diagnóstico

pensar que utilizamos

ou prescrição de tratamento

um paradigma

mais em consonância

a distância,

é fácil

com a magia do que

com a ciência. Isso implicaria não ser o processo científico, o que não é absolutamente o caso. Na verdade, a Medicina Psiônica pode muito bem reivindicar posição de vanguarda na ciência e mesmo na Nova Medicina. Penetremos no reino da física teórica, muito importante para nossa discussão.

uma agora

Até os anos de 1990, era consenso quase universal entre os físicos teóricos que a matéria consistia de átomos e partículas subatômicas, tro forças fundamentais. Havia, em primeiro impedindo

lugar, a força gravitacional

mantidas juntas por qua-

que fixa nossos pés no chão,

o Sol de explodir e as galáxias de despencar. Em segundo, a força eletro-

magnética, fonte de energia para nossas lâmpadas, casas e cidades. Em terceiro, a força nuclear fraca, responsável pelo desgaste radioativo. na nuclear, no rastreamento altamente

radioativo

Utilizamo-Ia

com nossos equipamentos

em medici-

de diagnóstico

sofisticados. E em quarto, a força nuclear forte, presente no poder do Sol

e na energia interna do átomo. Na década de 1990, Sidney Sheldon, Steven Weinberg e Abdus Salam mostraram que a força nuclear fraca e a força eletromagnética eram manifestações

de um único fenômeno

O modo como essas três forças fundamentais

chamado força eletrofraca.

atuam é de capital importância

na

ciência. Mas qual será sua conexão? Poderão ser unificadas numa única superforça? Existem duas teorias principais,

que explicam parcialmente

a natureza delas.

Uma é a teoria quântica; a outra, a teoria da relatividade geral de Einstein. Contudo, lidam com as extremidades se à esfeta do microcosmo, ocupa-se do macrocosmo,

opostas do espectro, pois a teoria quântica limita-

o mundo subatômico, ao passo que a relatividade geral da natureza do Big Bang, das galáxias e dos buracos

negros. A teoria quântica explica as forças como pacotes ou quanta de energia; a relatividade

geral considera-as

você poderá adotar qualquer

deformações

do espaço-tempo.

Coisa interessante,

das duas e dela derivar todas as leis da física e da

UMA NOVA DIMENSÃO

química. Será capaz de construir teorias - mas das duas, não! Esse problema durante

mortificante

35

NA MEDICINA

o edifício científico inteiro a partir de uma das consumiu

todos os esforços de Albert Einstein

os últimos trinta anos de sua vida. Ele perseguiu

uma teoria que nunca

encontrou, mas que se propôs chamar de teoria do campo unificado. Deveria ser, realmente, uma Teoria do Universo - e desde então tem absorvido as carreiras de incontáveis físicos teóricos. Nos anos de 1970 e 1980, admitiu-se desenvolvimento

que uma solução estava à vista com o

da teoria da supercorda. A base dessa teoria é que toda matéria se

compõe de supercordas,

ou linhas, a ocupar um único ponto no espaço-tempo

em

dado momento. Ela parecia compatível tanto com a teoria quântica quanto com a relatividade geral, exceto pelo fato de só funcionar caso existissem dez dimensões. Mas a teoria de Kaluza-Klein enseja essa possibilidade das três espaciais e da do tempo) se entrosarem no. Conjeturou-se

se as dimensões extras (além

num espaço infinitamente

peque-

então que, pouco antes do Big Bang, existia um universo vazio,

mas com dez dimensões.

Ele se partiu

em dois fragmentos,

nosso universo de

quatro dimensões e outro de seis. O universo deu o salto quântico para um novo, fazendo com que o de seis dimensões

se encolhesse e o de quatro se expandisse.

Essa rápida dilatação, a dada altura, provocou o Big Bang - a Grande Explosão. Atualmente, pensa-se que, em vez de ser o início de tudo, isso foi na verdade um choque posterior ao colapso do universo de dez dimensões. Surgiram até agora cinco teorias da "corda", que culminaram

em sua unifica-

ção na teoria M, de 1994. Esta, porém, só é verdadeira se existirem onze dimensões. E os físicos teóricos dimensão.

já falam da possibilidade

Face a essas idéias mirabolantes

(evidentemente

de uma décima

segunda

não-testáveis, pois é impossível

medir dimensões menores que o átomo), pareceria que uma grande teoria unificadora ou Teoria de Tudo foi encontrada - ou, pelo menos, uma teoria sobre as origens do universo, a natureza das partículas elementares e as forças que atuam sobre elas. Mas isso estaria ainda muito longe de uma verdadeira Teoria de Tudo, não é?

o universo

interconectado

Desde o começo, houve inúmeras

interpretações

Um paradoxo crucial foi apresentado

conflitantes

por Werner Heisenberg,

mio Nobel de 1943 por uma obra que incluía a formulação teza. Em essência, isso significa não ser possível determinar posição de uma partícula e sua velocidade. Em 1964,

outro

marco

foi alcançado

interconexão de BelL O episódio revolucionou

da teoria quântica. que recebeu o Prêdo princípio de incerao mesmo tempo a

com a publicação o pensamento

do teorema da

porque mostrou que

MEDICINA

36

PSIONICA

há conexões objetivas e não-locais no universo. Em palavras mais simples, quando duas partículas origindrias da mesma fonte entram em contato, permanecem assim para sempre (como se suas funções de onda, uma vez misturadas, não mais se separassem). Portanto, duas dessas partículas, mesmo apartadas por uma distância grande demais para que um sinal luminoso transite entre elas, continuarão interagindo e duas medidas poderão ser relacionadas instantaneamente. Há uma interconexão não-local. Diversos experimentos já confirmaram o teorema de Bell. Isso é de importância monumental, pois toda matéria provém do Big Bang, implicando que no nível quântico a esfera física inteira está interconectada. O professor David Bohm, físico teórico e discípulo de Einstein, escreveu muito a respeito da idéia de conexão e interconexão. Em seu livro O TOdo e a Ordem Implicada, propôs o conceito de "totalidade indivisÍvel" como a verdadeira realidade. Nesses termos, o universo não seria um conjunto de partes separadas, ainda que emparelhadas, mas uma complicada rede de "relações" entre partes de um todo unificado. Bohm postula, em suma, que o universo obedece aos mesmos princípios do holograma, com toda a informação existente contida em cada uma de suas partes. Segundo a teoria de Bohm, embora os fenômenos pareçam desconexos e isolados, isso não passa de uma ilusão de nossa percepção. A verdadeira realidade é a "unidade", onde todas as coisas se interligam e formam a mesma ordem implícita, apesar de os vínculos escaparem à acuidade de nossos sentidos. Portanto, o princípio da holografia permeia a natureza,4 como aspecto do universo holográfico. Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo afirma que "o conceito básico - o ponto alto - das teorias genuinamente unificadas é a interconexão universal. Com efeito, a própria possibilidade de uma teoria dessas reside na descoberta do campo que, no universo, ligaria átomos e galáxias, ratos e homens, cérebros e espíritos, transmitindo informação de todos para todos".

o campo

psi

Existem inúmeros paradoxos nas ciências (físicas, biológicas, psicológicas e mesmo sociológicas) que simplesmente não podem ser explicados a menos que aceitemos uma interconexão sutil. Somente um campo universal, seja de que tipo for um campo de interconexão -, daria conta de tais paradoxos. Mas qual poderia ser e onde se situaria? Na discussão acima, examinamos as idéias atuais sobre a matéria. Agora devemos considerar o outro aspecto da realidade, isto é, o espaço. Por muitos anos pensou-se que o espaço fosse apenas o nada, o vácuo. A ciência descobriu que não é bem assim. O espaço é, na verdade, um plenum, quer dizer, um espaço preenchi-

UMA NOVA DIMENSÃO

NA MEDICINA

37

do ou que contém alguma coisa. Os cientistas agora falam dele como de um vácuo quântico.

O espaço está repleto de considerável energia, conhecida como "campo ponto zero" (CPZ). Para além dele, ou subjacente a ele, Laszlo postula um campo fundamental do qual o CPZ seria uma manifestação. Esse campo é informacional no sentido de que registra tudo o que ocorre em seu interior e apresenta-se inteiramente interconectado. É, em conseqüência, holográfico porque cada parte está ligada a outra. Pode ser chamado, com muita propriedade, de holocampo ponto zero baseado no vácuo.

Laszlo pressentiu que semelhante nome não soaria muito bem e, como "se trata ao mesmo tempo de um elemento fundamental da realidade e de um fator que entra em todas as nossas interações com essa realidade, merece nada menos que uma letra grega". A letra que ele escolheu foi o '1', ou Psi. A escolha do Psi não foi aleatória. Ao fazê-Ia, Laszlo levou também em conta que ela "se refere aos fenômenos psi e talvez os explique. Isso, porém, é ninharia: o holocampo universal faz muito mais do que veicular algumas variedades de informação extra-sensorial; ele também liga quanta e organismos, cérebros e espíritos, povos e culturas. O motivo do emprego do Psi vai além da parapsicologia, da psicologia, da neurofisiologia e até da biologia ou da ecologia. Abarca a física e a cosmologia, isto é, o leque total das ciências contemporâneas". Em Medicina Psiônica nós, rotineiramente, sintonizamos a energia do próprio indivíduo, ou o seu campo psi pessoal, a fim de determinar a natureza das distorções energéticas que o afetam física, emocional e psicologicamente. Fazemos isso por meio de uma amostra que, embora removida do paciente, ainda mantém com ele contigüidade ou se lhe associa graças aos vínculos não-locais que discutimos. Também penetramos no grande campo psi que Ervin Laszlo descreveu tão elegantemente e sobre o qual escreverá no próximo capítulo. Notas 1. A psiconeuroimunologia (PNI), chamada às vezes de psiconeuroendocrinoimunologia (PNEI) é uma ciência em desenvolvimento que une a mente, o cérebro, os hormônios e o sistema imunológico. Candace Perr, uma neurocientista que descobriu o receptor opiato, fez pesquisas pioneiras sobre o modo como as substâncias químicas de nossos corpos estabelecem uma comunicação dinâmica entre a mente e o corpo. Como a complexidade do nome sugere, trata-se de uma disciplina que vem atraindo especialistas de diversos ramos do saber. Ver "Leituras Recomendadas". 2. 3.

Mastaba: tumba inacabada e de cume achatado, precursora da pirâmide clássica. A expressão "sentidos paranormais", neste contexto, refere-se simplesmente aos que estão além dos cinco reconhecidos. Voltaremos a eles no capítulo sobre Intuição, Percepção Extra-sensorial e Fenômenos Psi.

38

4.

MEDICINA PSIONICA

Teoriaholográfieada mente: teoria proposta por Karl Pribram, da Faculdade de Medicina de Stanford. Ele partiu da obra revolucionária de Karl Lashley, segundo a qual, quando se removem partes do cérebro dos animais, podem prever-se danos às funções da visão, apetite, sono, etc., mas não à memória. Pribram realizou diversos experimentos sobre percepção e concluiu que o cérebro, ao codificar uma imagem, fá-Io à maneira de um holograma. Pesquisas posteriores revelaram que outros sentidos, como a audição, o olfato e o tato, também podem ser processados holograficarnente.

A Hipótese do Campo Psi: Algumas Considerações Professor Ervin Laszlo

1. Considerações

básicas

A hipótese que aqui adiantamos baseia-se no conceito holístico do mundo passível de conhecimento científico. Segundo tal conceito, a realidade não é divisível em camadas ou níveis divergentes. Os fenômenos observáveis constituem o resultado de um processo de desenvolvimento seqüencial e ocasionalmente não-linear que liga a esfera física básica da realidade a outras esferas emergentes como as da vida, da mente e da sociedade. Em conseqüência, todos os fenômenos possuem base material, o que entretanto não acarreta a redução do fenômeno da vida e da mente a meros processos físicos. A hipótese exige apenas que as leis fundamentais e as regularidades que governam a evolução das diversas esferas da realidade sejam universais - isto é, aplicáveis igualmente aos fenômenos físicos, biológicos, psicológicos e sociais. Desse modo, os fenômenos que se manifestam não são reduzidos às suas origens físicas: o que se faz é submeter suas interações a leis e processos universais (quer dizer, interdisciplinares). 1.1.INTERCONEXÕES

NO ESPAÇO E NO TEMPO

O âmbito empÍrico da física, como aliás o da biologia e das ciências humanas, ainda não foi totalmente explorado; alguns achados permanecem anômalos para as teorias convencionais. Parece que grande parte dessas anomalias deve-se a interconexões entre fenômenos que não são levados devidamente em conta pelas concepções vigentes. 1 Por exemplo: Na jlsica, descobriu-se que partículas elementares

em estado quântico

idênti-

co apresentam não-localidade: estão instantaneamente conectadas por distâncias finitas e possivelmente consideráveis. Fótons emitidos um por um interferem uns com os outros à guisa de ondas simultâneas;

elétrons, em supercondutores,

fluem 39

40

MEDICINA

de uma maneira altamente

PSIONICA

coerente, assumindo

apresentam-se instantânea dos núcleos atômicos.

e não-dinamicamente

Em biologia parece que, quando mudanças rações no plano adaptativo

funções de onda semelhantes;

e

ligados nas conchas energéticas no ambiente exigem grandes alte-

da espécie, essas mudanças

são produzidas

mente graças a mutações genéticas maciças e perfeitamente

oportuna-

coordenadas

-

isto é,

não-aleatórias. Além disso a morfologia, e mesmo a informação genética de espécies muito diferentes, exibem impressionantes isomorfias, absolutamente incríveis num processo de mutação cronológicos

casual e desconexa,

e de seleção natural nos quadros

conhecidos.

Na esfera da mente e consciência, as atuais pesquisas indicam que o alcance da experiência humana excede o tradicionalmente e ao cérebro. Em determinadas circunstâncias,

atribuído aos órgãos dos sentidos os indivíduos parecem capazes de

lembrar uma ou todas as suas experiências; e às vezes como que afetam os estados mental e corporal uns dos outros através do espaço e do tempo. Essas e outras anomalias afins sugerem que os fenômenos das esferas física, biológica

e psicológica

interconexões,

estão sutil,

podemos compreender

mas efetivamente

ligados.

como as micropartículas

Dadas

essas

conseguem

infor-

mar-se do que se passa com as outras dentro de certos sistemas de coordenadas; como o genoma dos organismos ambiente; dentemente 1.2. A

vivos se associa aos aspectos capitais do meio

e como o cérebro e a mente humana se comunicam

entre si indepen-

do tempo e do espaço.

NOÇÃO DE UM CAMPO INTERCONECTADO

Algumas conexões ligam partes de elementos de um mesmo sistema; outras, sistemas distintos no tempo e no espaço. Se essas conexões forem reais e não ilusórias, terão de ser explicadas pelos mesmos tipos de construtos de interação - gravitacional, troca universais. 2 Na física contemporânea,

eletromagnética

aplicáveis a outras formas

e nuclear -,

ou seja, por forças de

as forças de troca universais costumam

tadas como campos clássicos. Contudo,

ser interpre-

em face das anomalias acima menciona-

das, os campos clássicos não podem explicar o tipo de interconexões

exigidas: as

conexões que sugerem são anômalas com respeito a eles. Assim, o campo que ampara e interconecta fenômenos provavelmente não será nem o eletromagnético, nem o gravitacional, nem o nuclear forte ou fraco. E não será, sem dúvida, um construto puramente conceptual como os campos de probabilidade (não-clássicos) da mecânica quântica. Ao contrário, o conceito mencionado deve referir-se a um campo fisicamente real com propriedades novas e talvez não-clássicas.

A HIPOTESE

1.3. O VÁCUO FUNDAMENTAL

DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES

41

COMO O LOCUS DO CAMPO MENCIONADO

A hipótese aqui apresentada postula que o citado campo de conexão entre tempo e espaço constitui um aspecto ou manifestação do vazio quântico. Não estamos nos referindo ao campo ponto zero (CPZ) tal qual é costumeiramente entendido, mas a um campo fundamental de que o CPZ não passa de uma manifestação específica. Presume-se que, para além do CPZ eletromagnético, o vácuo fundamental possui outras, embora ainda não inteiramente compreendidas, manifestações que geram, inter alia, as forças de inércia e gravitação, bem como as forças sutis que interligam partículas e sistemas construídos como conjuntos integrados no espaço e no tempo. O motivo de se considerar o vazio quântico como o locus do campo de interconexão pode ser facilmente justificado. O vácuo cosmicamente estendido é o estado de energia mais baixa de um sistema do qual as equações obedecem à mecânica ondulatória e à relatividade especial. No entanto, segundo a interpretação ontológica, vai muito além disso. Conforme assinalou Paul Dirac, toda "matéria" é criada a partir desse substrato que permeia o espaço-tempo e é, em si mesmo, imperceptível. No patamar de 1027erg/cm3, partículas quantificadas emergem do vácuo aos pares: uma, energizada positivamente, passa para o espaço-tempo, enquanto a outra, energizada negativamente, permanece no campo. A densidade energética desta, conforme a estimativa de John Wheeler, chega a 1094erg/cm3,ou seja, cerca de 1040maior (no dizer de David Bohm) do que a energia contida na matéria do universo observável. A física contemporânea reconhece que as partículas se originam do vácuo e tem prova experimental de muitas de suas interações. Por exemplo, sabe-se que o CPZ do vácuo cria uma pressão radiativa em duas placas metálicas contíguas; entre as placas, alguns comprimentos de onda do campo de vácuo são excluídos, reduzindo assim sua densidade energética relativamente ao campo exterior. Isso gera uma pressão - conhecida como efeito Casimir- que empurra as placas uma contra a outra. Sabe-se também que o CPZ atua sobre os elétrons que giram em torno dos núcleos atômicos. Os elétrons "saltam" de um estado de energia para outro e os fótons que emitem exibem a alteraçãoLamb, uma freqüência que, devido à presença do CPZ, tem seu valor normal ligeiramente modificado. Além disso, parece que os átomos estáveis persistem no espaço-tempo graças a interações com o CPZ. O elétron dos átomos de hidrogênio, por exemplo, emite constantemente energia e, se o quantum de energia que absorve do vácuo não compensasse a energia perdida em virtude de seu movimento orbital, aproximar-se-ia cada vez mais do núcleo. Conseqüentemente, a estabilidade do hidrogênio, como de todos os átomos do universo, deve-se em parte a interações com o CPZ.

42

MEDICINA

PSIONICA

Há decerto interações de vácuo quântico

que a física teórica ortodoxa

ainda

não reconhece, embora alguns cientistas já tenham especulado sobre sua ocorrência. Em 1968, Andrei Sakharov aventou que a gravitação talvez se devesse a processos dinâmicos teriormente

no vácuo quântico,

desenvolvida,

em presença da matéria.3 A hipótese foi pos-

primeiro por János Lajossy e depois por László Gazdag,

à guisa de teoria "pós-relatividade".4 Nessa teoria, o vácuo é um meio fisicamente real, inobservável em si mesmo, mas capaz de produzir efeitos visíveis. Possui propriedades superfluidas,

de sorte que, movendo-se

tos não experimentam

sua presença -

uniformemente

por ele, os obje-

ao passo que o movimento

produz fricção e, portanto, efeitos observáveis. Na proximidade luz, isso dá nascença a infinitudes relativistas.

não-uniforme

da velocidade da

Em meados da década de 1970, Paul Davies e William Unruh apresentaram uma hipótese

baseada na diferença

vácuo. O movimento enquanto

uniforme

o movimento

entre movimento

mostraria

acelerado produziria

acelerado no CPZ produziria

1.4. INÉRCIA E GRAVITAÇÃO

Uma descoberta demonstração

COMO PRODUTOS

e acelerado

no

o espectro do vácuo como isotrópico, uma radiação térmica capaz de rom-

per a simetria direcional. O efeito Davies-Unruh o movimento deu frutos.

uniforme

levou alguns físicos a investigar se

efeitos cumulativos.

E essa expectativa

DE UM CAMPO DE VÁCUO SECUNDÁRIO

recente, que diz respeito aos efeitos da interação

no vácuo, é a

realizada por Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e Harold Puthoff de

que a inércia pode ser um produto

da interação entre partículas carregadas e vá-

cuo. A seu ver, a inércia surge como uma força Lorentz baseada no vácuo, que se origina do nível das subpartículas ais.5 O movimento

e cria oposição à aceleração dos objetos materi-

acelerado dos objetos no vácuo gera um campo magnético e as

partículas que constituem os objetos são desviadas por esse campo. Quanto maior o objeto, mais partículas contém: conseqüentemente, quanto mais acentuado o desvio, maior a inércia. A interpretação

proposta por Haisch, Rueda e Puthoff deriva a massa inercial

mi pela consideração de que, nos sistemas estacionário e de movimento uniforme, a interação de uma partícula com o CPZ resulta num movimento oscilatório ale-

atório. Partículas carregadas flutuantes

produzem

uma dispersão bipolar do CPZ

parametrizada pelo coeficiente espectral de dispersão h(w), que depende da freqüência. Em virtude das transformações relativistas do CPZ, em sistemas acelerados a interação entre uma partícula e o campo toma uma direção: a "dispersão" da radiação do CPZ engendra porcional

uma força de resistência direcional.

Essa força é pro-

e contrária ao vetor de aceleração no caso sub-relativista.

adeq uada generalização

relativista.6

Possui, pois, a

A HIPOTESE

Todavia, se a massa inercial nasce da interação carregadas,

então o princípio

gravitacional

43

DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES

da inércia-gravitação

entre o CPZ e as partículas exige que também

a massa

tenha a mesma origem. Nesse caso, a gravitação se torna uma força

oriunda de interações entre CPZ e carga, o que lembra a tese de Sakharov. Essa hipótese é convincente, ainda que o tratamento relativista geral da gravitação como curvatura

do espaço-tempo

funcione

mos, que existe uma interpretação

muitíssimo

bem: é possível mostrar, diga-

analiticamente

equivalente

segundo a qual a

gravitação é uma força gerada pelo movimento

de partículas carregadas no CPZ.

A explicação alternativa

de que o componente

baseia-se na constatação

elétrico do

CPZ faz as partículas carregadas oscilar e a oscilação dá origem a campos eletromagnéticos secundários. Em resultado, uma dada partícula experimenta tanto as forças elétricas do campo ponto zero, que a fazem oscilar, quanto as forças secundárias, que são acionadas

no campo por outra partícula.

gerado pela segunda partícula,

O campo secundário,

retroage sobre a primeira.

força de atração entre as duas partículas.

Portanto,

O efeito óbvio é uma

a gravitação não passa de uma

interação de longo alcance entre partículas, tal qual a força van der Waals.7 Levando-se em conta o princípio da equivalência das forças inercial gravitacional,

e

as teorias de inércia da interação entre o vácuo e as partículas carre-

gadas sustentam-se

ou ruem juntas. Embora suscitem controvérsias,

ções em muito as recomendam.

suas implica-

De fato, a gravitação já não parece uma força

misteriosa atuante entre dois corpos largamente separados um do outro no tempo e no espaço. Na física clássica, essa força passa por uma "ação a distâncià' de ordem metafísica, mas na relatividade geral é mediada pela geometria do espaçotempo. Embora não se saiba muito bem como uma estrutura geométrica possa criar ou deslocar um campo fisicamente real, a menos que o vejamos como um meio de espaço-tempo

etérico (visão para a qual o próprio Einstein se inclinou em

seus últimos anos), é de crer que a gravitação não pressupõe semelhante meio. Isso elimina uma incômoda anomalia, pois, se a imensa densidade energética do vácuo fosse associada à gravitação (por intermédio da equivalência relativista de energia e massa), toda a massa do universo imediatamente regrediria às dimensões de Planck. Na teoria alternativa da interação CPZ/carga, tal não pode ocorrer: o vácuo não atua sobre si mesmo. A gravitação não é dada no campo de ponto zero na ausência de matéria; ela só é criada pelo movimento Por conseqüência,

das partículas carregadas.

seu valor limita-se às massas dessas partículas, em vez de esten-

der-se à equivalência

de massa de todas as partículas de força (bósons) no vácuo.8

Vale notar que algumas tentativas matematicamente

elaboradas já referiram a

inércia e a gravitação, tal qual o efeito Casimir e a alteração Lamb, a interações com o campo ponto zero do vácuo. Se esse trabalho contemplar verdadeiramente

fundamental,

um fenômeno

físico

deverá ser visto como descrição de um efeito geral de

44

MEDICINA

PSIONlCA

reação no vácuo. A implicação é a presença, no vácuo, de um campo interativo fundamental. Dentro do campo de vácuo primário, parece que se engendra um campo secundário, o qual produz os fenômenos da inércia e da gravitação. A presente hipótese indica que os campos secundários gerados no vácuo não se limitam ao CPZ com seus efeitos geradores de inércia e gravitação, mas incluem um campo não-eletromagnético cujo efeito primordial consiste em interligar partículas no espaço e no tempo. A tese do campo de vácuo secundário não-eletromagnético pode explicartoda uma gama de fenômenos interconectados, inclusivemutaçóes adaptativas importantes em biologia, além de efeitos "transpessoais" de transcendência de tempo e espaço na esfera da mente e da consciência. 2. A base física do campo psi

As partículas elementares não são entidades classicamente distintas, mas elementos integrantes do vácuo fundamental, tal qual os sólitons são elementos integrantes de um fluido com características não-lineares. O movimento não-uniforme dessas partículas quebra a homogeneidade e a isotropia do vácuo fundamental, engendrando campos secundários. Além do CPZ eletromagnético, esses campos incluem o campo não-eletromagnético que chamaremos de campo psi. Ele não consiste de ondas eletromagnéticas clássicas (transversais), mas de ondas de choque escalares (longitudinais).9 Seqüências de ondas escalares chocam-se e, por meio dos hologramas de Schrodinger resultantes, codificam informações sobre a localização e o movimento das partículas (ou sistemas de partículas) que foram responsáveis pelas ondas.lo 2.1. CONECTIVIDADE

ESPACIAL POR INTERMÉDIO

DO CAMPO PSI

As ondas escalares apresentam uma velocidade de propagação potencialmente superior à da luz: é necessário nada menos que isso para explicar a quase instantaneidade de algumas formas de interconexão. Num artigo decisivo, publicado em 1903, E. T. Whittaker mostrou que ondas longitudinais como as escalares propagam-se numa velocidade finita que pode ser maior que a da luz. A velocidade de propagação é proporcional à densidade de massa do meio no qual as escalares ocorrem. A densidade de massa do vácuo representa o parâmetro correto: ela define o potencial escalar eletrostático local. Trata-se de uma quantidade variável, maior em regiões adensadas, nos planetas e estrelas ou perto deles, e menor no espaço profundo (variação devida ao aumento da intensidade de fluxo do vácuo em conseqüência do acúmulo de massas carregadas).l1 Assim, as escalares viajam mais depressa nas regiões adensadas do vácuo do que no vazio profundo, tal como as ondas sonoras de propagação longitudinal atravessam mais rápido um meio denso do que o ar.

A HIPÓTESE

DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇÚES

45

Igualmente importante, as frentes das ondas escalares chocam-se em vez de se permearem, corno ocorre com as ondas eletromagnéticas clássicas. As frentes das ondas de choque codificam e transmitem informação, corno se fossem hologramas. Conseqüentemente, a hipótese do campo psi estabelece que as ondas geradas no vácuo pelo movimento das partículas carregadas são escalares e que os padrões produzidos por elas são hologramas de Schrõdinger, constituídos por padrões de choque escalares. 2.2. TRANSLAÇÃO

ENTRE O MOVIMENTO

DO ESPAÇO-TEMPO

E O CAMPO PSI

A interação de partículas carregadas ou conjuntos de partículas carregadas com o campo de vácuo secundário (de estrutura escalar) pode ser descrita corno urna transformação Fourier de mão dupla. O campo psi codifica os coeficientes das frentes de ondas de choque escalares produzidas pelo movimento das partículas carregadas; em seguida, essa informação é decodificada pelas partículas ou sistemas de partículas em estados isomórficos. As partículas se movem no espaço-tempo relativista e obedecem às leis da relatividade geral. Entretanto, as escalares geradas por elas no campo psi não se propagam no espaço-tempo, mas num domínio subjacente e essencialmente espectral semelhante, embora não idêntico, à ordem implícita de Bohm. Desse modo, as escalares criadas pelo movimento das partículas no campo representam uma translação do domínio espácio-temporal para o domínio espectral: ou seja, o movimento do espaço-tempo se transforma em padrões de choque escalares. Na transformação Fourier inversa - do domínio espectral para o espácio-temporal -, os padrões de choque do campo psi realimentam o movimento correspondente no espaço-tempo. (Aqui, concebe-se o movimento do espaço-tempo corno movimento num espaço configurativo dinâmico espácio-temporal e não apenas conceitual.) Dado que as transformações espectrais do movimento espácio-temporal configurado realimentam partículas analogamente móveis - ou conjuntos analogamente configurados de partículas -, estes últimos são "informados" por seu próprio movimento espácio-temporalmente configurado. Numa expressão metafórica, mas pertinente, podemos dizer que a transformação Fourier progressiva - do movimento do espaço-tempo para o campo psi - constitui urna leitura do primeiro no segundo, o que resulta na estruturação do vácuo fundamental com os padrões de choque escalares do campo psi. Na transformação Fourier inversa, esses padrões remontam a partículas ou sistemas de partículas no espaço-tempo, seguindo um processo que lembra a rksleitura dos padrões pelas partículas correspondentes e seus conjuntos.

46

MEDICINA

2.3. CONECTIVIDADE

TEMPORAL

PSIONICA

NO CAMPO PSI

A observação já feita de que algumas formas de interconexão sistemas de partículas

persistem

entre partículas

e

ao longo do tempo implica a existência de um

"fator memória". Na hipótese do campo psi, o substrato de vácuo dos objetos é considerado o fator pertinente. Isso foi corroborado por prova experimental. Vladimir Poponin e colaboradores

do Instituto de Física Bioquímica da Academia

Russa de Ciências, e mais tarde uma equipe do Instituto

Heartmath,

nos Estados

Unidos, colocaram uma amostra de molécula de DNA numa câmara com temperatura controlada magnético

e submeteram-na

a um raio

Notaram

faser.

ao redor da câmara revelava uma estrutura

que o campo eletro-

específica, mais ou menos

como a esperada. Mas notaram também que a tal estrutura persistia muito tempo depois de o DNA ter sido removido da câmara de irradiação de

faser.

A impressão

do DNA no campo continuava visível embora o DNA não estivesse mais lá! Poponin e seus colaboradores concluíram que uma nova estrutura de campo fora excitada a partir do vácuo físico. O campo é extremamente

sensível; pode ser excitado por

uma série de energias próximas a zero. O "efeito fantasma", dizem eles, é a manifestação de uma subestrutura de vácuo até então descurada.12 Se o substrato

de vácuo gerado no vácuo pelo movimento

sistemas de partículas não se atenua significativamente ção" prestada

por ele funciona

como memória:

das partículas

e

com o tempo, a "informa-

liga o presente das partículas

e

sistemas de partículas com seu passado. 2.4. INTERAÇÃO

Se quisermos interação

DE SISTEMAS

justificar

DE MACROESCALA

COM O CAMPO PSI

todo o leque de conexões

com o campo psi não poderá limitar-se

intersistêmicas

anômalas,

a sistemas de microescala

a da

ordem da constante de Planck. Essa ampliação dos efeitos postulados de interação no vácuo não exige uma revisão completa dos atuais conceitos da física. Embora, nos sistemas de macroescala, as flutuações do nível quântico sejam minimizadas por regularidades de larga escala obedientes às leis dinâmicas, a interação com padrões de ondas de choque ainda assim pode acontecer. Em primeiro lugar, sabese que em populações de partículas as ressonâncias Poincaré são amplificadas. Em segundo, nos estados caóticos ou semicaóticos, os sistemas de macroescala dependem muito da condição inicial. Isso significa sensibilidade às flutuações ambientais, que podem estender-se a padrões ondulatórios sutis a propagar-se no vácuo. Partículas e sistemas de partículas mostram-se sensíveis, primariamente, seus próprios padrões ondulatórios a sensibilidade

(e, portanto,

o efeito interativo

liberdade definidos pelo estado quântico. macroescala,

porém,

aos

do campo psi. No caso de partículas individuais,

a sensibilidade

manifesto)

limita-se aos graus de

No caso de conjuntos

de partículas em

é definida pelo espaço configurativo

tridi-

A HIPÓTESE

DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES

47

mensional do sistema como um todo. Nos termos da hipótese do campo psi, em estados dinamicamente indeterminados, típicos do caos, os sistemas em macroescala são "in-formados" pela transformação Fourier de campo psi de sua própria configuração espacial tridimensional. A in-formação de sistemas em macroescala, dotados de padrões persistentes de choque em isomorfia com seu espaço configuracional, significa que micropartículas e sistemas em macroescala são constantemente in-formados por seu passado. No entanto, essa in-formação não é necessariamente limitada ao passado das entidades em si mesmas, porquanto partículas e sistemas de partículas podem mostrar-se sensíveis a padrões ondulatórios de campo psi que não são resquícios em formato de onda de seu próprio movimento, mas revelam isomorfia com esses resquícios. Se alguns sistemas assumirem configurações espaciais tridimensionais idênticas ou quase idênticas, serão mutuamente sensíveis aos resquícios de campo psi - e, portanto, in-formados por eles. Podemos concluir que, se estados de partícula e configurações espaciais sistêmicas são praticamente idênticos, então a in-formação transmitida no campo psi não fará distinção entre ambos. Conseqüentemente, a in-formação transmitida no campo psi gerará não-localidade entre micropartículas quando partículas que antes assumiram estados quânticos idênticos se desgarrarem. Conexões análogas aparecerão entre sistemas de macroescala que ocuparem configurações espaciais muito parecidas. Em virtude da velocidade das propagações ondulatórias escalares, que é superior à da luz, as conexões serão praticamente instantâneas. 3. Conexões transpessoais

Antigamente, as interconexões que transcendiam os limites conhecidos de espaço e tempo atraíam a atenção sobretudo de místicos e metafísicos. A partir de meados do século XX, no entanto, também alguns cientistas impuseram-se a tarefa de encontrar explicações aceitáveis. Entre eles, há bom número de ftsicos (desejosos de provar a não-localidade quântica e a possibilidade do teletransporte), alguns biólogos (interessados na emergência simultânea da ordem em várias esferas da natureza) e uns quantos psicólogos e psiquiatrtlS (em busca das chamadas experiências "transpessoais"). Nesse ponto, a prática e os conhecimentos dos médicos e curadores, incluindo membros destacados da British Psionic Medical Society, fornecem pistas significativas. 3.1. O DOMíNIOTRANSPESSOAL

DA CONSCIÊNCIA

Psicólogos e psiquiatras, bem como estudiosos dos estados meditativo, físico e extático da consciência, descobriram que pessoas em estados alterados de consciência (EACs) têm acesso a conteúdos de consciência que escapam aos sentidos

48

MEDICINA

PSIONICA

corporais. Em tais estados, podem vir à tona imagens anômalas, elocuções, itens de conhecimento, línguas completas e mesmo séries intricadas de acontecimentos. Stanislav Grof pesquisou os EACs durante quase quarenta anos de prática clínica e concluiu que todo processo no universo, objetivamente observável no estado normal de consciência, pode ser subjetivamente vivenciado no estado alterado.13 Sustentou que a cartografia-padrão da mente precisa ser completada com elementos adicionais: ao usual domínio "biográfico-rememorativo" da psique, devemos acrescentar um domínio "perinatal" e um domínio "transpessoal".14 3.2. CONEXÕES

MENTE/CÉREBRO

NO CAMPO PSI

OS achados de Grof exigem explicação em termos consistentes com os achados da

nova física.A hipótese do campo psi, conforme o próprio Grof salientou, é maleável: possui um conceito de interconexão tanto espacial quanto temporal. No que toca aos fenômenos transpessoais, o que se deseja explicar é, principalmente, a interconexão temporal: a aparente capacidade de recuperar experiências remotas. A memória deverá estender-se não apenas às experiências da pessoa, mas muito além. Essa memória "transpessoal" implica que os conteúdos memorizados sejam extra-somáticos, envolvendo um processo de codificação e decodificação de informações no campo psi e a partir dele. Mais precisamente, consiste no trânsito dos padrões de choque escalares entre o campo de vácuo secundário e a estrutura cerebral tridimensional. O trânsito ocorre quando o padrão dinâmico de estrutura e atividade no cérebro do sujeito equipara-se a um padrão de choque presente no campo. Tal padrão pode ser o indício da atividade cerebral do próprio sujeito ou o da atividade cerebral de outra pessoa cuja estrutura cerebral apresente isomorfia com a do sujeito. A tese de que lembranças remotas são extraídas de um meio holograficamente codificado dá boa margem à observação. Desde os clássicos experimentos com animais de Karl Lashley, reconheceu-se de um modo geral que a memória não se situa no tecido cerebral, mas distribui-se por vastas áreas do cérebro. Segundo Karl Pribram, as principais regiões do cérebro parecem-se com fragmentos de receptores holográficos. Quanto à evocação, possui sem dúvida propriedade associativa: sempre que um fragmento de informação registrada é apresentado à atenção, ele age como um recurso mnemônico para recuperar um vasto leque de informações associadas (em consistência com o fato de que, num holograma, qualquer parte inclui a totalidade da informação registrada). Em terceiro lugar, a evocação consiste num conjunto complexo de dados (visuais, acústicos, relacionais), muitas vezes na forma de séries de dados que variam com o tempo ("lembranças movediças"), o que aponta para mecanismos parecidos aos da holografia múltipla. Finalmente, o tempo de acesso no cérebro não se relaciona ao tempo de varredura das experiên-

A HIPOTESE

DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES

49

cias armazenadas, mas depende sobretudo do nível de atenção do sujeito e da intensidade emocional que acompanha a lembrança. Em conseqüência, a hipótese do campo psi indica que lembranças remotas envolvem a recuperação de informação armazenada sob a forma de choque ondulatório no campo ambiente. A evocação transpessoal deve-se, portanto, à coincidência da estrutura cerebral do indivíduo com a de outra pessoa, próxima ou distante, viva ou morta. O efeito se manifesta devido à possibilidade aumentada de que a estrutura cerebral do sujeito se equipare à de outrem. Essa "probabilidade de equiparação" cresce com o número de pessoas cujo cérebro trabalhe de modo semelhante. Um grande número de atividades cerebrais de determinado tipo torna provável que um cérebro capte os indícios ondulatórios codificados no campo pelo cérebro de outra pessoa. Quando alguém capta uma transformação coincidente, recupera o aspecto correspondente da experiência alheia. Em resultado, o item de experiência correspondente surge na consciência da própria pessoa. A equiparação entre o sujeito e outra pessoa parece intensa no caso de gêmeos idênticos (o fenômeno da "dor gêmea") e provavelmente pode ser induzida por vínculos pessoais estreitos (como entre mãe e filhos, maridos e esposas, amantes, etc.) ou por intencionalidade ("envio" proposital de pensamentos ou imagens nos experimentos telepáticos). 3.3. IMPLICAÇÕES

NA MEDICINA

PSIÕNICA

Os efeitos transpessoais têm implicações significativas na medicina, conforme ficou demonstrado pela experiência e prática da Sociedade Médica Psiônica. Quando a consciência do médico se concentra nos estados corporais do paciente, com o auxílio de uma amostra orgânica (testemunha) deste, obtém-se informação sobre sua condição física atual. Isso permite ao médico diagnosticar disfunções e prescrever remédios. Dado que a informação é lembrança, disfunções antigas (miasmas) remontando a progenitores e outros indivíduos com espaços semelhantes de configuração corporal tridimensional também podem ser diagnosticadas e tratadas. O fenômeno condiz com um achado básico referente aos fenômenos transpessoais: a informação transmitida não se sujeita às limitações do espaço e do tempo. Na hipótese do campo psi, a conectividade quase instantânea e localmente independente explica-se pela velocidade da propagação ondulatória escalar, superior à da luz, no campo de vácuo não-eletromagnético secundário, ao passo que a recuperação de informação remota é assegurada pela persistência temporal dos padrões de ondas de choque no campo. O exame satisfatório da base física dos fenômenos psiônicos exige análise mais ampla e profunda. A hipótese do campo psi, aqui esboçada, oferece uma base sólida de pesquisa.

MEDICINA

50

PSIONICA

3.4. CONCLUSÕES

Fenômenos temporais

anômalos à luz da ciência ortodoxa sugerem a existência de conexões e espaciais sutis, mas efetivas, entre as entidades

do mundo

real em

todos os principais campos de pesquisa: físico, biológico e psicológico. Os achados pressupõem um meio de interconexão física, um campo com propriedades de transcendência

do espaço-tempo

correspondentes.

A hipótese do campo psi pos-

tula esse campo. Note-se que a interação de partículas com o vácuo cria frentes de ondas de choque escalares (hologramas

de Schrodinger)

culas nos mesmos (ou análogos) estados quânticos,

que realimentam

as partí-

e aos sistemas de macroescala

nas mesmas (ou análogas) configurações de espaço tridimensionais.

Em conseqüên-

cia, partículas que antes ocupavam idênticos estados quânticos (e sistemas de macroescala que antes assumiam idênticas configurações espaciais) continuam a ser informados por seu passado comum. Como a realimentação ocorre a velocidades superiores

à da luz, temos aqui uma base física para uma série de interconexões

anômalas, inclusive as que ligam micropartículas, e a consciência dos seres humanos.

organismos vivos -

e o cérebro

Referências 1.

2. 3. 4.

5.

6.

7.

Para um relato pormenorizado, ver Ervin Laszlo, Th( Creativ( Cosmos, Edimburgo, Floris Books, 1993; Th( lnt(Yconnected Univ(YS(, Cingapura e Londres: World Scientific, 1995; Th( Whispering Pond, Rockport, Shaftesbury e Brisbane, 1996. Ervin Laszlo, "Is mere an interconnecting field?", Scienu Spectra 5 (1998), 70-71. A. Sakharov, "Vacuum quantum fluctuations in curved space and the theory of gravitation", Sovi(t Physics - Dokiamy, 12, 11 (1968). László Gazdag, A R(iativitás Elméleten Túl ("Além da Teoria da Relatividade"), Szenci MolnárTársaság, Budapeste, 1995; "Superfluidmediums, vacuumspaces", Sp(cuiations in Scienu and uchnology, vol. 12, 1, 1989; e "Combining of me gravitational and electromagnetic fields", ibid., vol. 16, 1, 1993. Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e H. E. Puthoff, "Inertia as a zero-point-field Lorentz force", Physical Revi(W A, 49.2 (fevereiro de 1994); Alfonso Rueda e Bernhard Haisch, "Inertia as reaction of the vacuum to accelerated motion", Physics L(tt(YS A, 240 (30 de março de 1998). Bernhard Haisch e Alfonso Rueda, "The Zero-Point Field and me NASA Challenge to Create me Space Drive", Joumal ofScientific Exploration, vol. 11, nº 4 (inverno de 1997). A interpretação sugerida por Pumoff et aL consiste em duas partes. Na primeira, a energia das oscilações ultra-relativistas, chamadas de Zitt(rb(W(gung por Schrõdinger, equivale à massa gravitacional m dividida por t!. Exceto no caso de um fator 2, isso cria uma relação entre massa gravitacional e parâmetros eletrodinâmicos idênticos à massa inercial acima postulada, m,. Todavia, Puthoff (t aL mostram que a massa gravitacional m deveria ser reduzida por um fator 2, obtendo-se assim uma estrita K

K

equivalência entre m; e m, entre forças de gravitação e inércia. A segunda parte da

A HIP6TESE DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇ6ES

51

análise de Puthoff deriva uma força de atração, de quadrado inverso, da interação de van der Waals entre dois bipolos oscilantes. Essa análise é reconhecidamente incompleta e exige um desenvolvimento teórico nos quadros de um modelo plenamente relativista. 8. No tocante à inércia, as tentativas acima procuram derivar as equações clássicas do movimento das equações da eletrodinâmica de Maxwell, considerando a inércia como uma espécie de força de empuxo eletromagnética, dependente da aceleração em virtude das características espectrais do campo ponto zero. Aqui, o conceito de eletrodinâmica estocástica (EDE) do vácuo é muito mais pertinente que o conceito usual de eletrodinâmica quântica (EDQ). Entretanto, trabalhos em curso indicam que discrepâncias entre EDE e EDQ não são irremediáveis, de sorte que algum dia talvez se prove que as duas abordagens geram resultados absolutamente idênticos. 9. Mais detalhes na obra do autor Thr Intrrconnrctrd Univrru, op. cito 10. As escalares, ao contrário das ondas luminosas e sonoras clássicas, não satisfazem à equação de d'Alembert, cuja característica marcante é a ocorrência de um segundo termo (derivado do tempo) da amplitude de onda. Em geral, esse termo é conseqüência das propriedades inerciais da matéria. Contudo, num campo de força destituído de massa como o vácuo quântico, tais propriedades não se aplicam. Conseqüentemente, as ondas de vácuO podem ser representadas por equações fundamentais que contenham apenas termos (derivados do tempo) de primeira ordem. Existe só um tipo de equações assim, governando propagações ondulatórias lineares: as equações de onda de Schrodinger (cf. Thr Intrrconnretrd Univmr, op. cit.). 11. E. T. Whinaker, "an the partial differential equations of mathematical physics", Mathmzatischr Annalm, 57 (1903), 333-355. 12. P. Gariaev e V. P. Poponin, "Vacuum DNA phantom effect in vitro and its possible racional explanation", Nanobiology (1995). 13. Stanislav Grof, ThrAdvmturr ofSrlfdiscovrry, Albany: The State University ofNew York Press, 1988. 14. Stanislav Grof, Thr Advmturr ofSrlfdiscovery, op. cit., xvi.

Medicina Ortodoxa Do Sistema Filosófico à Ciência o filósofo

deve começar pela medicina e o médico deve terminar pela filosofia. -

entanto,

abebera-se amplamente

na medicina

ortodoxa.

Aristóteles

Cabe levar isso

AMedicina umavisão abordagem No em conta, Psiônica pois não é,sesobretudo, trata de uma alternativabaseada e sim na de energia. uma extensão do tema ao campo da energia. Em conseqüência,

nada mais apropriado

do que

acompanhar o desenvolvimento da medicina ortodoxa desde suas origens, como sistema filosófico, até seus atuais fundamentos científicos. Breve história da medicina Desde tempos imemoriais,

o homem excogitou meios de assistir os doentes base-

ando seus tratamentos nas crenças da época. A partir de indícios arqueológicos sabemos que, para o homem primitivo, a vida era governada por espíritos tanto hostis quanto benevolentes. As doenças ou os distúrbios eram atribuídos à possessão demoníaca,

sendo tratados com ritos mágicos, uso de amuletos e talismãs ou,

às vezes, técnicas primitivas de trepanação (abertura de um orifício no crânio) a fim de deixar sair os maus espíritos. Mais tarde, quando por fim renunciou à existência nômade de caçador e coleto r de alimentos, o homem estabeleceu-se na terra e começou a plantar. À medida que foi se envolvendo

cada vez mais com os procedimentos

agrícolas, percebeu forço-

samente que três fatores eram necessários à prosperidade das colheitas: o calor do sol, a água e o solo. É fácil concluir, pois, que os antigos colonos logo deificaram esses requisitos da vida vegetal para conceber uma cosmologia básica ou teoria do universo. A eles, acrescentaram o elemento cósmico invisível do ar ou respiração, a fim de explicar as necessidades especiais dos animais e dos homens. 52

MEDICINA

ORTODOXA

-

DO SISTEMA FILOSÓFICO

A CI~NCIA

53

Vemos assim como uma teoria dos elementos - terra, ar, fogo e dgua - pôde evoluir para explicar a natureza do universo. Essa teoria, porém, não eiucidava o fato de plantas e animais serem diferentes do resto do mundo inanimado. Para tanto, impunha-se o conceito de algum tipo de energia ou força vital. A antropologia nos ensina que esse modelo filosófico simples vem reaparecendo em todo o globo ao longo dos séculos. Os antigos gregos aperfeiçoaram-no no século Va.c. Hipócrates de Cós, reverenciado como o Pai da Medicina, aprimorou a idéia de que os quatro elementos, afetados pela força vital, transfundiam-se em humores ou fluidos vitais depois de assimilados e absorvidos pelo corpo. Havia quatro fluidos vitais: sangue, fleuma, bife negra e bife amarela. Hipócrates ensinava que o Ar absorvido pelos pulmões se transformava em sangue; a Água, em fleuma; a Terra (contida nos alimentos), em bile negra; e o Calor ou Fogo, em bile amarela. Aristóteles acrescentou a essa teoria a idéia dos elementos ligados às quatro qualidades de quente, seco, frio e úmido. Cada elemento era uma combinação de duas qualidades. Esse postulado explicaria a transformação de um elemento em outro, caso se alterasse a predominância de uma das qualidades. Por exemplo: fogo (quente e seco) mais água (fria e úmida) perderiam respectivamente secura e frialdade para formar terra (fria e seca) e ar (úmido e quente). SANGUE

BILE AMARELA

(SANGüíNEO)

(COLÉRICO)

FLEUMA

BILE NEGRA

(FLEUMÁTICO)

(MELANCÓLICO)

Figura 3

MEDICINA

54

o médico do século II d.e,

PSIONICA

Cláudio Galeno, levou adiante essa teoria associan-

do os fluidos vitais (ou humores) e as qualidades aos tecidos do corpo. Brotou daí a tese segundo a qual os fluidos vitais poderiam equacionar-se aos temperamentos do homem. Haveria quatro temperamentos básicos: sangüÍneo, fleumático, melancólico e colérico. Ademais, como se ligavam a pares de qualidades, a predominância de um desses pares resultaria em mais quatro subtipos, além de um que representaria o equilíbrio perfeito das quatro qualidades. Portanto, nove tipos constitucionais de pessoas, ou nove temperamentos, eram reconhecidos (Figura 3). Dos quatro temperamentos básicos, pensava-se que o colérico puro fosse confiante, irascível, melindroso e orgulhoso; o fleumático ou linfático seria nervoso, um tanto obsessivo, prático, mas tímido; o sangüÍneo, excitável, impressionável, impulsivo e não raro inconstante; o melancólico, cauteloso, sério, industrioso e solitário, com tendência à depressão. Passou-se a acreditar também que os diferentes órgãos fossem influenciados por uma das três essências ou espíritos. O coração seria a sede do espírito vital, responsável pela esperança, o humanitarismo, a moralidade e a coragem; o fígado, do espírito natural, que nutria o corpo; e o cérebro, do espírito animal, que dotava o indivíduo de imaginação, tirocínio e memória. Também se consideravam importantes as influências astrológicas, porquanto se julgava que tanto os fluidos vitais quanto as essências sofriam a influência dos signos zodiacais e dos planetas. A saúde dependia, portanto, do equilíbrio entre os fluidos vitais, sendo a doença a conseqüência inevitável de qualquer desequilíbrio. O tratamento incluía a restauração do equilíbrio pela redução do pecante ou humor patogênico. Por exemplo, se se concluísse que o sangue era o humor responsável, a sangria restauraria o equilíbrio. A palavra dessangrar pode ter-se originado dessa prática; de igual modo, colagogo, droga que afeta o fluxo da bile; emético, que provoca vômitos; e purgativo, que limpa os intestinos. Todos esses expedientes eram empregados para remover o excesso de humores pecantes. Outro método de restaurar o equilíbrio era a aplicação da doutrina dos contrários. Isso quer dizer que uma doença predominantemente úmida devia ser curada pela administração de um remédio seco, ao passo que uma droga quente faria mais efeito contra uma doença fria. Esse sistema de farmacologia recebeu a denominação de galenismo, em lembrança do médico Galeno, e os remédios passaram a ser conhecidos como galênicos. Os galênicos eram em geral extremamente complicados, consistindo de numerosos ingredientes de eficácia duvidosa. O próprio Galeno, com freqüência, prescrevia remédios cuja fórmula exigia nada menos que cem substâncias. Estas

MEDICINA

ORTODOXA

-

DO SISTEMA FILOSOFICO

A CI~NCIA

55

iam do mágico-médico (pés de múmias egípcias pulverizadas), passando pelo exótico (chifre torrado de unicórnio ou rinoceronte), até as ervas e plantas comuns. Com efeito, na expressão inglesa "mais frio que um pepino", notamos a referência ao uso desse legume simples como galênico. E na verdade é um agente refrescante, de eficácia científica comprovada, pois que rico em salicilatos (associados, é claro, à aspirina). Essa visão simplificada de como pôde o homem chegar a uma teoria dos elementos e daí a uma teoria dos humores serve de modelo para uma explicação filosófica da medicina. Observando o universo e deduzindo sua constituição a partir dos "tijolos" dos elementos, o homem logicamente concluiu que o corpo humano é um universo em miniatura e que as mesmas leis responsáveis pelo governo do cosmo regulam a saúde. Assim o homem, microcosmo, reflete o universo, macrocosmo.

o nascimento

da medicina científica

A teoria dos humores, tal qual delineada acima, dominou a medicina ocidental até o Renascimento, quando a adoção da abordagem científica tornou aparentemente sem sentido os conceitos de quente, frio, úmido e seco. Em 1543, foram publicados ao mesmo tempo, na Europa, três livros que sacudiram os alicerces do mundo médico e científico. Eram eles: De Humani Corporis Fabrica (Desenhos Anatômicos de André Vesálio), a primeira tradução do

original grego da Matemática e Física de Arquimedes e De Revolutionibus Orbium Coelestium (Da Revolução dos Corpos Celestes), de Nicolau Copérnico. Graças a essasobras, chegou-se à compreensão de que as doenças não podem ser vinculadas à estrutura anatômica; de que os eventos físicos são mensuráveis e previsíveis de acordo com leis matemáticas; e de que o sistema da astrologia baseava-se na crença falaciosasegundo a qual estrelas e planetas estão fixos em posições correspondentes aos seus papéis astrológicos. A Revolução Científica eclodira, fazendo com que a observação e a mensuração objetivas começassem a substituir a tradição e a autoridade da palavra escrita. Um dos principais defensores da nova abordagem foi Santório Santório, contemporâneo e amigo de Galileu, o qual, em 1625, demonstrou que a temperatura de um indivíduo predominantemente "quente" e a temperatura de um indivíduo predominantemente "frio" eram iguais. 1 Três anos depois, em 1628, o método científico ganhou novo alento com William Harvey e sua monografia De Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus (Do Movimento do Coração e do Sangue nos Animais). Secundando a teoria com a prova experimental, ele lançou as bases da ciência da fisiologia.

56

MEDICINA

PSIONICA

Dualismo

Mais ou menos pela mesma época, René Descartes (1596-1650), matemático e pensador, estabelecia os fundamentos daquela que viria a ser chamada a filosofia cartesiana. Insatisfeito com a tradição e o dogma teológico, ele buscou uma explicação mecanicista dos fenômenos. A seu ver, a natureza trabalhava segundo leis mecânicas e o corpo humano era uma máquina complexa desenhada por Deus, que a dotara de uma "alma racional". Além disso, como não acreditava que os animais possuíssem uma alma racional (tomava-os por simples autômatos sofisticados), as operações dos órgãos do corpo poderiam, cria ele, ser legitimamente estudadas graças à experimentação animal. Em virtude desse dualismo mente-corpo inerente à abordagem cartesiana a doutrina pela qual mente e corpo constituem entidades separadas -, foi possível aos pesquisadores compartimentalizar as duas, de sorte que a medicina tornouse o estudo do funcionamento interno do homem. Por essa razão, a torrente de descobertas em fisiologia suscitou a crença de que a doença poderia, afinal de contas, ser explicada inteiramente nos termos dos princípios mecanicistas. Com efeito, na esteira da demonstração do italiano Giovanni Battista Morgagni (16821771), de que é possível localizar a doença em certos órgãos correlacionando-se relatos post-mortem com registros clínicos, a nova ciência da patologia veio a lume. Desde então, a doença, e não o paciente, tornou-se o objeto da medicina. A influência da Igreja Cristã tem de ser mencionada aqui, pois foi mais ou menos nessa época que ela começou a permitir a dissecação de cadáveres para fins científicos. A importância disso é que a Igreja viu no dualismo mente-corpo uma confirmação de seu próprio ponto de vista. Em outras palavras, o corpo era um tema conveniente de estudo para simples cientistas, pois não passava de um vaso frágil e imperfeito que alojava temporariamente a alma, ao passo que a investigação da mente e da alma cabia exclusivamente à religião. Assim, com as bênçãos da Igreja, o dualismo mente-corpo abriu caminho para a implantação do modelo biomédico da medicina. O acúmulo de conhecimentos sobre estrutura e função parecia reafirmar a tese de que o corpo era uma máquina, de que a doença resultava do mau funcionamento das peças e de que a tarefa do médico consistia em consertar a engenhoca.

o modelo

biomédico da medicina ocidental ortodoxa

Daí por diante, as doenças foram classificadas de acordo com os distúrbios patológicos e novas "ciências patológicas" surgiram. E, assim como as ciências médicas fundamentais haviam abarcado a anatomia, a histologia, a fisiologia e a bioquímica, seus equivalentes patológicos passaram a ser a anatomia patológica, a histopatologia, a fisiologia patológica e a patologia química.

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MEDICINA

ORTODOXA

-

DO SISTEMA FILOSOFICO

A CI~NCIA

57

Do lado clínico, dado que os médicos não buscavam mais indicadores de desequilíbrio humoral, mas rastreavam sinais visuais e auditivos de mau funcionamento, houve uma avalanche de invenções diagnósticas. A invenção do estetoscópio por René-Théophile- Hyacinthe Laennec (1781-1826) permitiu aos médicos ouvir o fluxo do ar nos pulmões, os batimentos cardíacos e o som dos intestinos. De igual modo, o oftalmoscópio de Hermann von Helmholtz (1821-1894) ensejou a inspeção do interior do olho. Nos anos de 1820, aperfeiçoou-se um espéculo auricular para o exame do ouvido e, em 1896, Scipione Riva-Rocci apresentou o primeiro esfigmomanômetro eficiente para a medição da pressão sanguínea. Todos esses instrumentos, ou suas versões um pouco mais sofisticadas, podem ser encontrados na maleta de praticamente todos os clínicos ainda hoje. Em 1895, Wilhelm Conrad Rõntgen (1845-1922) detectou o impressionante fenômeno dos raios X. Como esses raios pudessem penetrar em quase todos os materiaise produzir uma sombra fotográfica, seu uso em medicina logo foi adotado. Pouco depois, Henri Becquerel (1852-1909) descobriu o elemento radiativo urânio. Em 1898, Pierre (1859-1906) e Marie Curie (1867-1934) isolaram o rádio da plechbenda. Dessas duas grandes descobertas nasceram as disciplinas da radiologia e da radioterapia, respectivamente. O nome de Louis Pasteur (1822-1895) destaca-se na medicina do século XIX, pois ele efetivamente implantou o campo da bacteriologia ao elaborar a teoria microbiana da doença. Pela primeira vez, os médicos começaram a entender a natureza das infecções e passaram a tomar precauções para evitar sua disseminação. Depois dele, Robert Koch (1843-1910) descobriu o bacilo da tuberculose, um dos maiores assassinos da época. Esses dois homens, indubitavelmente, dominaram os primórdios da bacteriologia, mas após a morte de Pasteur a pesquisa bifurcou-se. Na Alemanha, sob a liderança de Koch, os bacteriologistas puseram-se a investigar e a catalogar os organismos responsáveis pelas diversas moléstias infecciosas. Na França, em seqüência aos trabalhos de Pasteur sobre vacinação, a ênfase incidiu na compreensão dos mecanismos da imunidade. O russo Elie Metchnikoff (1845-1916) aprimorou nosso conhecimento da imunidade quando demonstrou que algumas células brancas do sangue (leucócitos) eram capazes de destruir bactérias engolindo-as (fagocitose), ao passo que outras podiam desenvolver anticorpos contra futuras invasões bacterianas. Por isso, recebeu o Prêmio Nobel em 1908. Importante descoberta foi feita por Pierre-Paul Émile Roux (1853-1933), discípulo de Louis Pasteur, que relatou ter encontrado um agente patológico tão minúsculo que escapava ao microscópio e conseguia passar até mesmo pelo filtro

MEDICINA

58

mais fino. Assim se descobriram virologia.

PSIONICA

os vírus, inaugurando-se

uma nova disciplina, a

em

Depois disso, encontraram-se outros microorganismos nhos. Howard Taylor Ricketts (1871-1910), trabalhando atinou com um grupo de organismos de tamanho

de diferentes tamanos Estados Unidos,

intermediário

entre as bactérias

e os vírus, causadores por exemplo da febre maculosa das Montanhas Rochosas. Ele deu nome a esse importante

sen

Bi~ COI

abl

grupo: rickettsia. ca:

Em busca da bala mágica - a farmacologia entra na lista Durante séculos, o mercúrio sob a forma de calomelano (cloreto de mercúrio) era usado em doses maciças, tóxicas e freqüentemente fatais no tratamento da sífilis. Em 1909, Paul Ehrlich (1854-1915) e Sahachiro Hata (1873-1938) desenvolveram a droga salvarsan, também conhecida como 606 porque foi de fato produzida na sexcentésima sexta tentativa. Era um composto de arsênico que suplantou pron-

res sul

en Vl(

tamente o uso do mercúrio.

Revelou-se a primeira droga realmente eficaz contra es(

uma moléstia infecciosa e levou Ehrlich a pensar que havia outras "balas mágicas" a serem descobertas para a cura das doenças. Foi só em 1932, porém, que se deu o próximo apareceu o prontosil, precursor

dos antibióticos

nham um efeito notável no tratamento

passo significativo,

de sulfonamida.

quando

Essas drogas ti-

ca

mas sérios. Então, em 1940, em parte devido às necessidades de guerra, Ernst Chain (1906-1979) e Howard Florey (1898-1968) publicaram um trabalho sobre o uso

bl:

no tratamento

da infecção.

mas apresentavam

Cai

proble-

da penicilina

da pneumonia,

id, m,

Esse trabalho

baseava-se,

é claro, no

efeito antibactericida da penicilina observado por Alexander Fleming (18811955) ainda em 1928. Os três cientistas ganharam o Prêmio Nobel em 1945. Os últimos anos do século XX assistiram a uma verdadeira explosão de descobertas no campo da farmacologia,

quando

passaram a ser usados a insulina,

esteróides e outros agentes analgésicos ou antiinflamatórios. dos progressos em outras disciplinas

como a imunologia,

técnicas de preservação da vida como a hemodiálise PSiquiatria -

os

Em virtude disso e foi possível aprimorar

e o transplante

de órgãos.

a medicina da mente

Mais acima, inferimos que René Descartes foi afinal de contas o responsável pela doutrina da dicotomia

mente-eorpo,

o que de fato resultou em preservar a mente

de quaisquer considerações relativas aos processos mórbidos. Por felicidade, como veremos, essa atitude está mudando de maneira radical no modelo da medicina ortodoxa do Ocidente. O tratamento

costumeiro

uma desgraça. Os chamados

das doenças mentais, no início do século XVIII, era "lunáticos"

viviam encarcerados

em hospícios,

não

MEDICINA

ORTODOXA

-

DO SISTEMA FILOSOFICO

A CIf.NClA

59

sendo muito mais bem tratados que prisioneiros. O bom senso só se manifestou em 1798, quando Phillipe Pinel quebrou os grilhões dos pacientes no Manicômio Bicêtre, na França. Em 1870, Henry Maudsley publicou um livro sobre a relação mente-eorpo como fator causativo das doenças mentais. Era um livro brilhante para a época e abriu caminho para uma melhor compreensão da mente no século XX. A psiquiatria contemporânea consiste basicamente de três correntes de prática: psicoterapia, psiquiatria comportamental e psiquiatria orgânica. A corrente dominante no início do século XX era sem dúvida a abordagem desenvolvida por Sigmund Freud (1856-1939) e seus dois principais colaboradores, Carl Gustav Jung (1875-1961) e Alfred Adler (1870-1937). Freud, usando de início a hipnose, sustentou que certas doenças mentais resultavam de conflitos não-resolvidos imersos nas profundezas da mente inconsciente. Descreveu inúmeros mecanismos mentais que pareciam atuantes tanto na vida normal quanto nos estados neuróticos, como por exemplo a repressão, o esquecimento e a simbolização. A seu ver, a mente se compunha de três partes: o id, o ego e o superego, a partir do que desenvolveu sua famosa técnica da psicanálise mediante livre associação. Adler e Jung, ambos discípulos de Freud, também usaram técnicas psicanalíticas, embora achassem que o mestre insistira demais na frustração sexual como causa da neurose. Adler ressaltou a necessidade de auto-estima e Jung estimulou a busca de auto-realização. Jung, como sabemos, ficou famoso graças ao seu conceito de inconsciente coletivo e à sua descrição dos arquétipos psicológicos. Cada um seguiu seu próprio caminho, daí resultando a fundação de três escolas de pensamento psicanalítico. A psiquiatria comportamental, segunda corrente de pensamento, originou-se da obra do russo Ivan Pavlov (1849-1936), que recebeu o Prêmio Nobel em 1904 por um trabalho sobre o sistema digestivo. Mais tarde, ele voltou a atenção para os distúrbios mentais e, aplicando seu conceito de reflexo condicionado, implantou a escola de pensamento behaviorista (comportamental). Nesses termos, a doença mental podia ser atribuída ao comportamento aprendido e devia ser tratada pelo "desaprendizado" da resposta condicionada. A abordagem orgânica subscreve, em essência, a tese segundo a qual as atividades mentais são produto do funcionamento do cérebro, quer dizer, a aberração da atividade mental é resultado de mudanças orgânicas (químicas ou físicas) no encéfalo. O tratamento consistirá, portanto, no uso de drogas psicotrópicas, terapia eletroconvulsiva (TEC) ou "psicocirurgia". Tudo isso não passa, obviamente, de supersimplificação, pois praticamente todos os médicos estão hoje cônscios da importância dos fatores psicológicos nas percepções que os pacientes têm de suas próprias doenças.

60

MEDICINA

PSIONICA

Medicina e cirurgia modernas

São muitos os progressos registrados tanto na medicina quanto na cirurgia ao longo do século XX. O controle da dor, a melhor compreensão da coagulação sanguínea, o equilíbrio fluídico e eletrolítico, o combate bem-sucedido à infecção e a tecnologia dos anestésicos transformaram os anfiteatros das escolas de medicina em locais onde os mais incríveis procedimentos podem ser levados a cabo. Muitos dos principais órgãos são agora objeto de transplante, reimplantam-se membros amputados e é rotineira a substituição de ossos do joelho ou do quadril. Não bastasse isso, graças aos laparoscópios e à fibra óptica, os cirurgiões estão dilatando as fronteiras mediante o aperfeiçoamento de cirurgia minimamente invasiva ou "de buraco de fechadura", como é popularmente chamada. No lado médico, sintetizam-se o tempo todo drogas direcionadas, que produzem efeito apenas em determinado órgão ou sistema. A úlcera péptica pode agora ser tratada medicamente, sem recurso à cirurgia, como era o caso há apenas três décadas. Vários tipos de câncer, que antes apresentavam assustadoras taxas de mortalidade, oferecem hoje possibilidades realistas de bloqueio, se não de cura. As terapias hormonais evoluíram muito, permitindo que as mulheres planejem suas famílias e, em idade mais avançada, enfrentem a menopausa com pouquíssimo risco de osteoporose, fraturas ósseas e perturbações cardíacas. No começo do século XX, os médicos de hospital tornavam-se clínicos ou cirurgiões-gerais. Ou seja, era possível a um homem versar todas as disciplinas médicas ou cirúrgicas. Porém, com o avanço da tecnologia médica e o acúmulo dos conhecimentos, aumentou a necessidade de especialização- e subespecialização. Os críticos da medicina ortodoxa alegarão que o reducionismo, causador da subespecialização (na verdade, uma superespecialização), forma médicos interessados unicamente em seu campo, na parte do corpo estudada por sua especialidade. Isso é pueril, pois a especialização leva necessariamente ao trabalho de equipe - e é o trabalho de equipe que, hoje, fomenta o progresso da ciência. No último terço do século XX, as especialidades começaram a cruzar-se até certo ponto. Havia, inevitavelmente, áreas de interesse mútuo, já que nenhum sistema do corpo pode ser considerado à parte. Por exemplo, como o coração não é apenas uma bomba, mas uma bomba inervada, alguns pesquisadores resolveram especializar-se em neurocardiologia. De igual modo, trabalharam-se áreas como imunopsiquiatria, neuroendocrinologia, neuropsicologia e psicofisiologia. Na verdade, pode-se tecer com tudo isso um tapete. Cada fio (cada disciplina) é parte integrante e essencial do todo, embora por si só cause pouco efeito. Nos pontos em que um fio se entrelaça com outro (outra disciplina), existem áreas de interesse recíproco, criando-se ali um efeito mais destacado. Quanto mais entrela-

MEDICINA ORTODOXA -

DO SISfEMA FILOSÓFICO A CIfNCIA

61

çamentos houver, mais perto chegaremos do quadro e do impacto total que os fios individuais não podem provocar sozinhos. O resultado final do reducionismo, em certo sentido, deve ser o avanço rumo ao holismo. Medicina holística

Jan Smuts, primeiro primeiro-ministro da África do Sul, em seu livro Holism and Evolution ["Holismo e Evolução"), cunhou o termo "holismo" em 1926. Décadas mais tarde, nos anos de 1960, a palavra foi adotada como uma abordagem pertinente da medicina, em parte graças à reação contra o crescente reducionismo dessaciência e em parte devido ao interesse cada vcr. maior do público pelas filosofiasorientais. No fundo, era o reconhecimento de que mente, corpo, espírito e ambiente tinham de ser levados em conta para se cuidar da saúde das pessoas. Uma das maneiras de estudar esse assunto era observar os sistemas e a teoria dos sistemas. Weiss2 e Von Bertalanffy3 escreveram sobre a teoria dos sistemas, mas foi George EngeI,4 professor de Psiquiatria em Rochester, Nova York, que a aplicou à saúde e à doença. Engel salientou que todo sistema é, ao mesmo tempo, componente de um sistema superior. Por exemplo: a célula é parte de um tecido e o tecido é parte de um órgão, etc. Em suma, nada existe isoladamente. Cabe examinar a célula, mas sabendo-se que ela não está desligada do todo. Seria o mesmo que examinar o peixe fora da água: ele daria pouca informação sobre como reage a seu ambiente, o que come, de que modo respira, vive e morre. É preciso estudar todos os sistemas interativos e por isso Engel exigiu um novo modelo de medicina. De fato, com a especialização cruzada já em curso, os pesquisadores passaram a aceitar a influência da mente na saúde e na doença (em tOtÚls as doenças, note-se bem, e não apenas nas de ordem mental, domínio da psiquiatria), de sorte que chegara a hora de dar impulso à medicina holística. Psiconeuroimunologia

Na década de 1960, o psiquiatra Dr. George Solomon notou que algumas mulheres com determinados traços de personalidade, inclusive passividade e tendência ao sofrimento constante, eram mais propensas a desenvolver artrite reumatóide. Observou também que ratos com células tumorais implantadas tendiam a morrer mais depressa quando submetidos a estresse. Solomon concluiu que, de alguma maneira, a mente afetava o sistema imunológico e por isso deu ao novo campo de estudo o nome de psicoimunologia. Nos anos de 1970, o psicólogo Robert Ader fcr. outra descoberta curiosa: os ratos podiam ser condicionados a deprimir seu próprio sistema imunológico. Trabalhando com Nicholas Cohen, imunologista, aventou que certas trilhas nervosas

MEDICINA

62

PSIONICA

talvez operassem entre o cérebro e o sistema imunológico

e que o condicionamen-

to poderia afetar o sistema. Assim, os dois pesquisadores disciplina

para psiconeuroimunologia

ampliaram

o nome da

(PNI). Mais tarde, a neurocientista

Karen

Bulloch provou que eles estavam certos em sua conjectura: Bulloch conseguiu, com efeito, rastrear ligações nervosas diretas entre o cérebro e o sistema imunológico. Até então, sabia-se que havia transmissão imunológico;

nervosa entre o cérebro e o sistema

mas muito mais estava por vir. Candace Pert, a neurocientista

que

descobriu o receptor opiato, fez extensas pesquisas para provar que inúmeras substâncias químicas imunológico.

produzidas

no corpo retroagem

Ela e sua equipe descobriram

entre o cérebro

e o sistema

que existem muitos pontos de recep-

ção para esses neurotransmissores ou moléculas informacionais5, que não se limitam ao cérebro e ao sistema nervoso central. Há pontos nas células brancas e vermelhas do sangue, no estômago e nos rins. Por isso se pode perceber por que o corpo reage tão prontamente

ao estresse.

Até o momento,

uns sessenta e cinco neurotransmissores

dos. Eles agem literalmente

como condutores

do sentimos um arroubo particular um hormônio

-

é liberado nos compartimentos

um ponto adequado

flui-

de recepção, parará e entrará na

célula para afetar seu funcionamento. Dado que agora estamos cientes tanto da base neurológica nismo hormonal

3.

pelos quais a mente afeta o corpo, a disciplina às vezes é chamada

4.

(PNEI). Seja lá qual for o nome, suas descober-

tas vêm se revelando de grande valia para a nossa compreensão corpo afetam-se um ao outro. Dois fenômenos

quanto

fascinantes são dignos de menção.

de como mente e

O primeiro

é o fato de

muita gente ser capaz de adiar suas doenças. Vê-se isso com freqüência em pessoas trabalhar duramente

por muito tempo e vão para a cama logo no

primeiro dia de férias. O segundo é a observação de que um número desproporcional de pessoas morrem no dia de seu aniversário ou depois de realizar uma tarefa que se haviam imposto. William Shakespeare é exemplo disso: morreu no dia do seu aniversário.

2.

do meca-

de psiconeuroendocrinoimunologia

que conseguem

1.

por exemplo, cólera, medo ou ciúme -,

específico ou neurotransmissor

dos do sangue. Se encontrar

já foram cataloga-

de emoção no sentido de que, quan-

Por quê?

Sumário Este capítulo é muito importante xa se desenvolveu. Começou

porque vale a pena saber como a medicina ortodo-

como um sistema filosófico; depois, sob a influência

do dualismo cartesiano, avançou em roupagem

reducionista

para mergulhar

cada

vez mais fundo nas operações do corpo físico e reservar à mente apenas a condição de fenômeno isolado, de área separada de estudo. No entanto, graças ao reconheci-

5.

MEDICINA

ORTODOXA

-

DO SISTEMA FILOSÓFICO

À CItNCIA

63

memo do holismo e ao crescente interesse pela teoria dos sistemas, aceitou-se por fim que mente, corpo e ambiente não podem ser considerados isoladamente. A psiconeuroimunologia

mostra-nos

pelo menos no nível fenomenológico.

hoje que a mente e o corpo interagem,

Isso é da máxima importância

porque nos

revela como, se não por que, a mente e o corpo se influenciam mutuamente na saúde e na doença. No entanto, em nada nos faz compreender melhor as causas mais sutis da doença. A Medicina Psiônica é o ramo da medicina que nos dará acesso a essas esferas sutis. Repetimos: não se trata de medicina alternativa em nenhum sentido. Ela se baseia solidamente na medicina ortodoxa e em todas as disciplinas que constituem esta última. Representa

um meio de delinear e remover as causas imprecisas

das doenças, de modo que os processos subjacentes

que as provocam

sejam, se

possível, detidos em seu curso. Notas 1. A idéia de que o quente e o frio tinham algo a ver com a temperatura era errônea, porém. Os conceitos de quente e frio devem ter sido utilizados em sentido metafórico. Com efeito, é assim que são vistos pelas culturas que ainda praticam extensamente uma medicina baseada na teoria humoral. 2. Weiss, P., "The System of Nature and the Nature of Systems", in 1õwards a Noncentrtd Mtdical Scimu, Nova York, Futura Pub. Co., 1977. 3. Von Bertalanffy, L., Gmtral Sysums Theory, Nova York, Braziller, 1968. 4. Engel, G., "The Need for a New Medica! Model: The Challenge of Biomedicine", Science 196: 129-136, 1976. 5. Ver o livro de Candace Pert, The Mokcuks ofEmotion, Pocket Books, Simon & Schuster, Londres, 1997.

Corpos Sutis e Medicina Psiônica o

homem é o que é em virtude do corpo, do corpo etérico, da alma (corpo astral) e do ego (espírito). Na saúde, deve ser visto e compreendido a partir dos aspectos desses seus membros; na doença, ser observado na perturbação do equilíbrio; e,para curd10, temos de procurar remédios que restaurem esse equilíbrio. -

FundamentaIs

of The;apy,

Rudolph Steiner

No

gens como sistema filosófico, ao longo de anos de crescente reducionismo último capítulo, examinamos evolução da medicina desde orie dualidade mente-eorpo, até sua aatual aceitação da interação entresuas mente, corpo e sistema imunológico. Isso demonstra que, se ela ainda não atingiu a meta, está pelo menos no caminho certo. Agora, consideraremos de que modo o topo de nossa pirâmide da medicina poderá altear-se graças à visão do lado energético do homem. Mais que carne e sangue

Praticamente todas as culturas acreditam ser o homem algo mais que um corpo físico organizado por um órgão esquisito e enrugado - o cérebro -, contido no interior do crânio. Quase sem exceção, elas concluíram que alguma força vivificante, alma ou espírito, residia dentro do corpo e, na morte, sob a forma de energia imponderável, deixava o corpo, viajando usualmente para outra esfera. Algumas sociedades levaram essa idéia adiante e postularam diferentes "camadas" no homem, tanto no sentido físico quanto no suri!.

64

CORPOS SUTIS E MEDICINA

PSIONICA

65

Os antigos egípcios Geralmente,

cuida-se que os egípcios fossem uma raça obcecada pela morte. Esse

equívoco surgiu simplesmente em face dos artefatos e monumentos funerários que eles nos legaram. Na realidade, eram um povo que amava a vida e queria que ela continuasse em outra esfera ontológica. Suas práticas religiosas, porém, induziram-nos a acreditar que a personalidade deveria permanecer o mais intacta possível, para que se submetessem com êxito à prova dos deuses na Sala do Julgamento. No período pré-dinástico, os egípcios achavam que os três principais elementos constitutivos da pessoa eram o corpo, a alma e o espírito. A medida que sua religião foi se tornando mais complexa, passaram a conceber níveis ontológicos mais profundos, que constituíam a personalidade, cada um dos quais devia ser protegido caso o indivíduo almejasse viver eternamente com Osíris nos Campos da Bem-aventurança. Os papiros falam-nos de múltiplas combinações, mas, ao todo, havia dez camadas ou aspectos da personalidade: Sahu (corpo cósmico), Ka (reprodução energética do corpo físico), Ba (reprodução do espírito), Khaibit(sombra), Khu (corpo espiritual), Khat (corpo físico), Hati (o coração físico), cujo equivalente era o Ab (o coração da consciência), Sekhem (força vital) e Ren (nome). Concentremo-nos de momento no Ka. Esse dublê energético da pessoa, pelo que se acreditava, podia deixar o corpo durante o sono, vagar e visitar pessoas ou lugares; essas jornadas e encontros sobreviviam na memória. Assim, os sonhos passavam por experiências Ka concretas, de sorte que o Ka do sonhador encontrava o Ka ou avistava a forma física de outro indivíduo em uma de suas andanças. Todavia, não se pensava que apenas o ser humano possuía um Ka. Todas as coisas existentes tinham Ka: pássaros, quadrúpedes, peixes, plantas, árvores e até objetos inanimados. Quando o homem comia, o alimento físico nutria seu Khat (corpo), mas o Ka do alimento nutria o Ka que era parte do homem. É fácil desprezar os egípcios como filosófica ou teologicamente ingênuos; verdade, porém, humana.

é que havia muita sofisticação

em sua concepção

a

da natureza

Os antigos gregos Os antigos gregos foram, como se sabe, um povo altamente sofisticado e inteligente, que investigava a fundo a natureza do universo e o lugar que o homem nele ocupava. Empédocles, nascido em Agrigento, Sicília (jloruit c. 450 a.c.), afirmava que o universo era composto de quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, os quais se sujeitavam às forças do amor e do ódio, da atração e da repulsão. Chegouse assim à conclusão de que a matéria do universo, e portanto também o homem, eram feitos desses elementos. A visão neoplatônica, e pitagorismo,

apontava

que era no fundo uma síntese do platonismo, aristotelismo cinco componentes

principais

na pessoa: o soma, corpo

MEDICINA

66

PSIONICA

físico; a psyehe, personalidade do indivíduo, uma espécie de mente inferior; thymos, aspecto ativo, racional e mortal do homem; pneuma, energia ou ar vital; e nous, mente superior e divina, além da qual só existia a divindade. Quando da morte, o thymos expirava, deixando a psyehe livre para descer ao mundo subterrâneo e ali gozar a vida eterna. Em essência, o thymos e a psyehe eram dois aspectos do ser, correspondentes ao Ka e ao Ba dos antigos egípcios.

o conceito

oriental

O hinduísmo é a última grande religião politeísta da Terra. Embora não possua cânone escritural fixo, as doutrinas espirituais encontram-se nos Védas (literalmente, "conhecimento"), uma coletânea de antigos hinos e ensinamentos aparentemente transmitidos aos rishis (videntes) pelo Senhor Brahma, o criador. Foram escritos entre 1500 e 500 a.c. Nos Védas, temos descrições da natureza física e sutil do homem. Em resumo, ensina-se que várias camadas, níveis ou corpos existem ao mesmo tempo, ligados por tênues vínculos anatômicos que incluem os ehakras (centros energéticos) e os nadis (canais de energia). No século X, o guru Goraknath escreveu o Gorakshashatakam, um tratado sobre o despertar do ehakra e a meditação. No século XVI, Purananda Svami publicou um estudo ainda mais abrangente, o Shri- Tattva-Cintamini. Os textos do budismo tibetano também descrevem esses corpos sutis e o sistema dos ehakras. Há diferenças entre eles, mas que podem ser consideradas superposições interpretativas.

o movimento

teosófico

No final da década de 1870, madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) fundou a Sociedade Teosófica juntamente com o coronel Harry Steel Olcott, em Madras, na índia. O termo vem das palavras gregas theos, "deus", e sophia, "sabedorià'. Segundo os ensinamentos da seita, todas as religiões surgiram de uma raiz comum da sabedoria antiga e podem facilmente ser desvinculadas dos mitos ou símbolos populares que correm o mundo. Seu estudo conduzirá à verdade e à unidade espiritual. Nesse quadro, o homem é concebido como um ser espiritual, havendo sete esferas de consciência ou sete corpos sutis. Um conceito básico da teosofia é a reencarnação determinada pelo karma. Rudolph Steiner e a antroposofia

Rudolph Steiner (1861-1925) - filósofo, artista, cientista e educador austríaco - vinha desenvolvendo suas próprias idéias sobre a natureza espiritual do homem, em parte com base em suas experiências clarividentes, em parte graças à sua

CORPOS SlJflS E MEDICINA PSIONICA

67

capacidade de acesso aos Registros Akáshicos, I quando começou a chamar a atenção dos teosofistas. Suas palestras tornaram-se muito populares e, em 1902, ele fundou a vertente alemã da Sociedade Teosófica. As idéias de Steiner, porém, diferiam acentuadamente das adotadas pelos teosofistas. Se, na teosofia, a influência dominante eram as filosofias orientais, a orientação de Steiner apontava sobretudo para o Ocidente. Em 1913 ele resolveu fundar sua própria organização, a Sociedade Antroposófica. O termo, originário do grego anthropos ("homem") e sophia ("sabedorià'), trai a ênfase diversa de suas idéias. A antroposofia cobre todo um leque de atividades, inclusive ciência espiritual, religião, educação, agricultura orgânica e saúde. De fato, um sistema inteiro de medicina, a medicina antroposófica, evoluiu a partir de seus princípios norteadores. Steiner ensinou que a natureza humana era quádrupla - e disso ele estava pessoalmente cônscio em virtude de sua própria capacidade psíquica. Com efeito, acreditava na existência de quatro corpos constitutivos da pessoa: • Corpo físico • Corpo etérico físico

o dublê energético que exerce "forças formativas" sobre o

• Corpo astral - o corpo emocional cognitivo que contém as motivações e impulsos do indivíduo • Ego - a autoconsciência, alma e espírito. Conforme mencionamos no Capítulo 1, o conceito steineriano dos corpos sutis e sua interação influenciou profundamente o Dr. George Laurence. Ele começou a perquirir se a causa de inúmeras doenças não se localizava em algum lugar para além do corpo físico. O corpo etérico parecia ser essa localização possível. Os corpos sutis

Pelo exposto, vemos que existem várias similaridades entre os .sistemas examinados. Eis um amálgama plenamente aceitável de todos eles: • Corpo físico - o equivalente do Khat dos antigos egípcios, o grego Soma • Corpo etérico - o corpo energético onde se acham os mecanismos organizadores e reguladores que controlam efetivamente as funções corporais do nível atômico para cima. O equivalente do Ka dos antigos egípcios, o grego Psyche • Corpo astral - o corpo psíquico, corpo emocional que contém os impulsos emotivos e as paixões. O equivalente do Ba dos antigos egípcios, o grego Thymos

MEDICINA

68

PSIONICA

• Corpo mental - o corpo dos pensamentos ou intelecto • Corpo causal - o eu superior. Em algumas interpretações, existiriam níveis ainda mais elevados, conducentes à alma absoluta do indivíduo. Esses corpos sutis são vistos como planos ontológicos diferentes e, por essa razão, conviria considerá-Ios antes campos do que corpos (entretanto, por convenção, continuaremos a chamá-Ios de "corpos"). Todos mostram-se ativos em cada um de nós, que todavia não nos damos conta deles principalmente em virtude de vivermos na esfera física e termos nossos sentidos a ela limitados. Dito isso, muitas pessoas conseguem conscientizar-se de alguns níveis inferiores, com a prática. Não se trata de descobrir novas habilidades, mas apenas de redescobrir talentos adormecidos ou esquecidos. De fato, recuperar alguns desses talentos latentes é fundamental para a prática da Medicina Psiônica. Auras

Toda pessoa tem uma aura, um campo de energia multidimensional constituído de diferentes corpos sutis. Estes, às vezes, são vistos em camadas, como as cores do arco-íris, envolvendo o corpo como um conjunto de bonecas russas transparentes e coloridas. Ressalve-se que isso está aberto às interpretações, porquanto a palavra "ver" precisa ser adaptada: não se vê a aura como se vê um fenômeno físico. A pessoa percebe a aura quando permite que seu "consciente" se eclipse ou durma parcialmente. Por isso, é difícil detectá-Ia. As pessoas insistem em focalizar um fenômeno de percepção que só em parte é visual. Quem vê auras geralmente as descreve de maneira muito pessoal. Além disso, a aura não é estática, mas altera-se a todo instante, refletindo a natureza dinâmica do indivíduo e sua força vital. Há um corpo extenso de pesquisas e literatura sobre as auras. WalterJ. Kilner, médico do St. Thomas's Hospital, descobriu pouco antes da Grande Guerra que a aura podia ser vista quando o corpo era observado através de uma lente de dicianina. Suas primeiras pesquisas foram publicadas no livro The Human Aura ['~ Aura Humanà'], em 1911. Embora recebido com notório ceticismo na época, atraiu a atenção de eminentes cientistas, entre os quais Sir Oliver Lodge.2 Em 1919, ele formulou um sistema de diagnose áurica. Em 1937, Oscall Bagnall, biólogo de Cambridge, publicou sua obra The Origin and Properties ofthe Human Aura ["Origem e Propriedades da Aura Humanà']. Harold Saxton Burr pesquisou profundamente o assunto, elaborando a chamada hipótese do campo L. Hiroshi Motoyama, no Japão, e Valerie Hunt, na VCLA, fizeram testes eletromagnéticos com os ehakras e os corpos sutis em fins dos anos de 1970. E ainda hoje prossegue a pesquisa em laboratórios de universidades de prestígio no mundo inteiro.

eo

CORPOS SUTIS E MEDICINA

Muitas autoridades

consideram

PSIÚNICA

69

os diferentes corpos tênues como "oitavas" da

energia sutil ou da consciência dentro do mesmo campo abrangente. Mente, consciência e mais além Antes de prosseguirmos,

vale a pena examinar um pouco mais a questão da mente

e da consciência. A consciência tem, essencialmente,

a percepção de um eu distin-

to dos outros seres e do ambiente. No último capítulo, veremos de passagem como Freud, Jung e Adler de fato transformaram teorias muito diferentes da mente.

a disciplina da psiquiatria

postulando

Todos eles aceitaram a idéia de que a mente tinha dois elementos, o consciente e o inconsciente.

Também aceitaram que o consciente era apenas a ponta do iceberg

e, como tal, devia ser estudado. dizer "submerso",

O inconsciente,

sujeitava-se a conjectutas.

respeito do inconsciente

levaram finalmente

no entanto,

Os conceitos a uma ruptura

Nesta altura, basta dizer que para Freud o inconsciente "construído"

pelo acervo de experiências e pelas lembranças

além. Afirmou

que o homem

tem uma consciência

consciência pessoal (embora não abastecida,

estando por assim

dos três estudiosos

a

entre eles. era puramente

pessoal,

de infância. Jung foi

e, subjacente

a ela, uma in-

como para Freud, pelo acúmulo

de

experiências sexuais). Jung desceu ainda mais fundo: achava que, além do inconsciente pessoal, havia um inconsciente coletivo, partilhado por todos. Isso, acreditava ele, não era herdado bros da raça humana podemos vislumbrar

dos ancestrais, mas constituía

ou, em outras palavras, uma consciência

dos mem-

universal. Aqui,

uma clara analogia com os campos mórficos de Sheldrake e o

modo pelo qual o inconsciente Capítulo 1). Decerto, poderíamos sua localização -

um patrimônio

coletivo se adapta ao campo psi de Laszlo (ver

encher vários volumes na tentativa de definir a mente e

ou não-localização.

tir em vários níveis. Relaciona-se

Mas uma coisa é clara: a mente parece exis-

até certo ponto com a função cerebral e ainda

assim é como se não tivesse limites. Se você se concentrar

em sua própria mente

por alguns instantes, perceberá que ela muda a todo momento, ora flutuando, ora bruxuleando. Não se trata, porém, de um escoamento e sim de um campo de fluxo e refluxo. Terapias do campo de pensamento Em anos recentes,

um número

eficazes foram desenvolvidas

cada vez maior de terapias surpreendentemente

para ajudar pessoas às voltas com os mais diversos

problemas psicológicos, incluindo fobias, ansiedade e depressão. Todas elas baseiam-se no conceito de um campo de pensamento que pode ser estimulado por meio de um dos sistemas energéticos sutis do indivíduo.

70

MEDICINA

PSIONICA

Em 1964, o Dr. George Goodheart, quiroprático, descobriu que certos grupos musculares se enfraqueciam quando grupos opostos apresentavam espasmo. A estimulação de módulos específicos associados ao grupo debilitado parecia provocar uma melhora imediata desse grupo, fazendo com que, ao mesmo tempo, o espasmo se transferisse para o grupo oposto. Estudando o fenômeno e recorrendo ao trabalho de um osteopata chamado Chapman, que determinara alguns reflexos orgânicos, esboçou um esquema graças ao qual podia diagnosticar e tratar vários distúrbios dos órgãos. Acrescentando a acupuntura à pesquisa, Goodheart concluiu que alguns meridianos também se associavam aos grupos musculares de seu esquema. Em 1974, fundou uma escola para o estudo de seu método, que chamou de Cinesiologia Aplicada (CA). Um dos alunos de Goodheart foi o psicólogo clínico Dr. Roger Callahan, que adaptou o método ao tratamento de problemas psicológicos. Callahan descobriu, sensibilizando acupontos em determinados meridianos, que podia eliminar algumas fobias num tempo espantosamente curto. Após longa pesquisa, elaborou o conceito de Terapia do Campo de Pemamento (TCP) por volta de 1980. Segundo Callahan, o campo de pensamento é uma manifestação do sistema energético da pessoa. Sempre que pensamos, o campo de pensamento se ativa ou "sintoniza" um pensamento particular. O corpo responde a essa atividade (possivelmente ao longo de rotas de PNI), para bem ou para mal. Às vezes sobrevém uma perturbação ou bloqueio, de modo que, sempre que ocorre à pessoa o pensamento associado a essa perturbação, ela experimenta uma resposta corporal inadequada. Por exemplo, o indivíduo que sofre de agorafobia pode apresentar sintomas de náuseas, palpitações ou transpiração excessiva (ataque de pânico) simplesmente ao pensar em misturar-se à multidão. No âmbito da terapia do campo de pensamento, o Dr. Callahan aperfeiçoou um elaborado sistema tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de distúrbios, utilizando algoritmos e diversas seqüências detalhadas de acesso a pontos meridianos específicos. Daí surgiram inúmeras variantes, cada qual com uma ênfase ligeiramente diferente. Gary Craig, engenheiro elétrico e treinador esportivo, estudou com o Dr. Callahan e desenvolveu depois seu próprio método, chamado Técnica de Liberddde Emocional (TLE). Trata-se de uma abordagem ainda mais simples, mas que parece dar bons resultados. A psicóloga Francine Shapiro elaborou a terapia da Dessensibilização e Reprocessamento do Movimento Ocular (DRMO), que recomenda ao paciente pensar na área problemática enquanto movimenta os olhos de uma maneira especial (ou então permitir que seja tocado em determinados pontos do corpo).

CORPOS SlJfIS E MEDICINA

PSIONICA

71

Outra variante, ainda, é o Matrix WÍJrk, criado por Nahoma

Clinton e que se

concentra nos ehakras. Aqui, trabalha-se antes com crenças entranhadas sentimentos. Pessoas capazes de ver auras concordariam bém o campo de pensamento

que com

em que é possível distinguir

com suas formas-pensamento

tam-

e aberrações, em per-

feita correlação com o conceito das perturbações de Callahan. Passemos adiante e consideremos a anatomia sutil. Anatomia sutil George Engel, em artigo da Scieneede 1976,3 declarou que um modelo nada mais é que um sistema de crenças utilizado sentido ao que parece intrigante

para explicar fenômenos

naturais e dar

e perturbador.

Em nossa discussão até aqui, consideramos os diversos corpos sutis como modelos dos diferentes níveis ontológicos. Agora iremos um pouco mais longe e examinaremos três modelos pelos quais os corpos sutis se conectam com o corpo físico. 1. O

SISTEMA DE CHAKRA E NADI

Esse sistema é mencionado

na literatura ióguica tanto hindu quanto budista e em

numerosos textos esotéricos. Os ehakras (da palavra sânscrita para "rodà') são vistos como centros energéticos ou vórtices, que penetram o corpo físico e os corpos tênues ligando assim os campos sutis. Cada um prende-se a determinadas corporais, regulando níveis de consciência.

a integridade

funções

e a função de sistemas e órgãos, e diferentes

Há discrepâncias

nas descrições desses ehakras nos textos

hindus, tibetanos e ocidentais,

mas que talvez se devam antes à interpretação

à substância.

o falecido Osho, "Dizem alguns que existem três,

Como pontificou

que

cinco, seis, sete, oito ou mesmo nove grandes ehakras. Todos estão certos!" Falando de um modo geral, porém, o número que mais comumente se dá é sete. Os ehakras situam-se numa linha que corre ao longo da medula espinal (Figura 4) e cada um se relaciona a funções e órgãos específicos, além de glândulas particulares. Base -

Assim:

Associado ao intestino grosso e ao reto, influindo também nos rins. Asso-

ciado ainda aos membros las supra-renais

mentos de segurança, hemorróidas, Sacro -

inferiores e ao metabolismo

ósseo. Controla

sobrevivência

constipação,

e estabilidade.

As disfunções

apontam

para

ciática e obesidade.

Associado ao útero, ovários, testículos e bexiga, influindo

rins. Controla

as glându-

e a função excretora. Esse ehakra é geralmente associado aos senti-

a função endócrina

também

nos

dos ovários e testículos. É responsável pela fun-

MEDICINA

72

PSIONICA

ção reprodutora. Associado ainda às emoções, sexualidade, prazer e criatividade. As disfunções apontam em geral para a impotência, a frigidez, os problemas sexuais orgânicos ou funcionais, as afecções da bexiga e dos rins, as perturbações emocionais ou psicológicas, os recalques. Plexo solar - Associado ao fígado, vesícula biliar, estômago, intestino delgado e baço. Controla a função digestiva. Associado geralmente à vontade, poder, impetuosidade, ardor. As disfunções apontam para úlceras, diabete, hipoglicemia, moléstias hepáticas, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.

e

COROA FRONTE

GARGANTA

CORAÇÃO

PLEXO SOLAR

BASE

Figura 4

CORPOS SUTIS E MEDICINA

PSIONlCA

73

Coração - Associado ao coração e aos membros superiores, influindo também nos pulmões. Controla a função do timo e a circulação. Geralmente associado ao amor a si mesmo e aos outros, à força mental. As disfunções apontam para hipertensão, moléstias cardíacas, asma e doenças pulmonares.

Associado aos ouvidos, pescoço, pulmões e garganta, influindo também nos pulmões. Controla a função da tireóide e das glândulas paratireóides, a respiração e a comunicação. Geralmente associado à comunicação, auto-expressão e criatividade. Os distúrbios apontam para dificuldades auditivas, problemas no pescoço, disfunções da tireóide e afecções da garganta. Garganta -

Associado ao cérebro e aos olhos. Controla a função da glândula pituitária e da glândula pineal, a cognição, a visão, a intuição e o intelecto. Geralmente associado à intuição, percepção e tirocínio. Os distúrbios apontam para cefaléias, problemas de vista, perturbações do sono e pesadelos. Fronte-

Associado à pessoa como um todo. Controla a função do hipotálamo, glândula pineal e glândula pituitária, as funções superiores do cérebro, a integração e o entendimento. Os distúrbios apontam para depressão, alienação e incapacidade de compreender ou apreender. Coroa -

Cada ehakra pode encontrar-se em estado de equilíbrio, inatividade ou hiperatividade. Pode ser bloqueado ou desbloqueado. O mau funcionamento, portanto, tem efeitos diferentes e profundos sobre o corpo físico. Entretanto, os ehakras não são fenômenos independentes. Estão ligados numa rede de canais ou nadis (da palavra sânscrita para "fluxo"), de que existem três grandes e, literalmente, milhares de pequenos. Um texto informa que há mais de trezentos e cinqüenta mil nadis no corpo! O nadi principal, o sushumna ou canal central, sai do ehakra base e sobe para o ehakra coroa. Sua função é equilibrar. Os outros dois são o ida e o pingala. Diz-se que o ida é a Lua e que o pingala é o Sol, ou seja, constituem fluxos polares de energia. O ida emerge do lado direito do ehakra base e serpenteia entre os outros ehakras, enquanto o pingala sai do lado esquerdo e também serpenteia, indo ambos encontrar o sushumna no ehakra fronte, formando daí por diante uma única corrente. 2. O SISTEMA DOS MERIDIANOS

É básico, na medicina tradicional chinesa, o· conceito de que o Qi (pronuncia-se Ch'i), energia universal primeva, flui pelo corpo numa seqüência ordenada, ao

74

MEDICINA

PSIONICA

Figura 5

longo de veredas específicas chamadas meridianos (Figura 5). Originalmente, pensava-se que fossem canais semelhantes a artérias ou veias, mas nunca se puderam detectar estruturas anatômicas desse tipo. Existem doze meridianos principais, cada qual relacionado a um órgão particular. Eles são bilaterais, doze de cada lado do corpo, havendo em cada um uma série de acupontos. Além disso, existem dois meridianos centrais, um na frente do corpo, outro atrás. De início, foram descritos 365 acupontos, em consonância com o importantíssimo sistema numérico da filosofia chinesa, mas essa quantidade chega hoje a

CORPOS SUTIS E MEDICINA

PSIONICA

75

mais de mil. Vale lembrar, porém, que os pontos não são superficiais, como se costuma depreender dos mapas acupunturísticos, mas situam-se em profundidades variadas sob a pele. Os mapas seriam melhor encarados, assim, como trajetos de trens subterrâneos. Cabe mencionar aqui o Qigong (pronuncia-se Ch'i gong), que significa literalmente "trabalho no Qi". Os profissionais do Qjgong recorrem ao controle da mente para movimentar e controlar o Qi a fim de recuperar a saúde graças ao equilíbrio e à harmonia. Eles efetivamente trabalham o campo energético do corpo. Conforme dissemos acima, pensa-se na medicina tradicional chinesa que o Qi flui por todas as coisas vivas e inanimadas. No corpo, segue o traçado dos meridianos, operando intercâmbios nos acupontos com o Qi do ambiente. Assim, o campo do corpo está em contato com o ambiente e com os campos energéticos de todos os seres vivos. 3. O CONTATO DIRETO ENTRE O ETÉRICO E O FíSICO

Muitas pessoas consideram o corpo etérico, literalmente, como um dublê energético do corpo físico, semelhante ao Ka dos antigos egípcios. Nesse modelo todos ostecidos, órgãos e sistemas do corpo físico teriam seu equivalente no corpo etérico. Ambos são vistos como se estivessem em associação dinâmica direta, de sorte que o desequilíbrio no rim etérico, por exemplo, se refletiria no rim físico. Todavia, embora o corpo físico possa ser substancialmente alterado pelos processos patológicos, os traumas ou a remoção cirúrgica de órgãos e membros, o corpo etérico mantém sua integridade. A excisão de um órgão, por exemplo, não resulta na excisão de seu equivalente etérico e apenas provoca uma alteração no controle funcional que o corpo etérico exerce sobre o físico. Note o leitor que o termo "modelo" continua a ser empregado no contexto do contato direto entre o etérico e o físico, porquanto o pensamento moderno considera o corpo etérico mais um campo do que uma imagem especular etérica. Como tal, ele parece ser holográfico, já que cada ponto do campo contém informação sobre a totalidade do corpo físico. Essestrês sistemas sutis podem ser concebidos como um processo de transferência entre o corpo etérico e os corpos sutis superiores, de um lado, e o corpo físico, de outro. São diferentes, têm diferentes funções, mas apresentam sem dúvida inúmerassobreposições. Se os considerarmos a todos como parte de um campo unificador, seus papéis e sobreposições tornar-se-ão bem mais compreensíveis. Valea pena mencionar ainda a Teoria Unitária da Doença e o papel da proteína, que discutiremos com vagar no Capítulo 7. O Dr. George Lautence acreditava que issoexplicava muita coisa a respeito da conexão entre os níveis etérico e físico.

MEDICINA

76

o campo

PSIONICA

psi

Elaboraremos

agora um modelo do campo psi para mostrar como todos os ele-

mentos que consideramos retomemos

no presente

capítulo se harmonizam.

uma analogia do antigo Egito. Entenda

Antes, porém,

o leitor, por obséquio,

int m<

E alguns de seus símbolos eram, com efeito, muito apropriados.

Sabe-se que o panteão do Egito antigo era imenso. Os egípcios viam deuses em toda parte e personificavam

qualquer atividade num deus ou deusa representa-

dos geralmente

sob forma humana

faraó Amenófis

IV, pouco depois de sua ascensão ao trono, mudou

Marginalizando

as divindades

com cabeça de animal ou outra criatura.

até então cultuadas,

O

tudo isso.

decretou que devia haver um

só deus, adorado em todo o Egito. Esse deus era Aton, o disco solar. A fim de exprimir sua devoção, o faraó adotou o nome de Akenaton, literalmente "o espírito de Aton".4 Durante

o reinado de Akenaton,

porque o faraó transferira

comumente

chamado de Período de Amarna

sua capital para essa cidade (a cidade de seus sonhos)

erguida em pleno deserto, assistiu-se a um breve renascimento turas, a imagem de Aton passou a simbolizar era dada diretamente terminam

I

tar

que

usamos o simbolismo dos egípcios unicamente porque eles, como povo, pensavam em termos simbólicos quando tentavam compreender a vida em relação à Natureza.

se

das artes. Nas pin-

a crença do monarca de que a vida

pelo deus. Aton, o disco solar, aparece eriçado de raios que

em mãos; quando

bolo da vida, aproximando-o

toca um ser humano, do rosto do indivíduo

Figura 6

a mão empunha (Figura 6).

o ankh, sím-

me toe « c(

seI me

CORPOS SUTIS E MEDICINA

PSIONlCA

77

Akenaton acreditava que todas as formas de vida eram sagradas e que não mais se deveria verter sangue nos sacrifícios. Sua descrição da força vital brotando

dire-

tamente da fonte do universo é um símbolo de grande profundidade. Temos aí também um modelo que podemos adotar na nossa jornada rumo à interpretação mensional.

do campo

psi. Simplificando

Na tridimensionalidade

desde já, esse é um campo

tridi-

temos um bom ponto de partida, pois que a concebe-

mos como fonte.5 A partir dessa fonte, um número infinito de raios se projeta em todas as direções, como de um So1.6A extremidade "coisà' no universo, da partícula subatômica ser humano. Como raios, são distintos mesma fonte.

PSI

COLETIVO

CAMPO MORFOGENÉTICO CAMPO KÁRMICO CAMPO DE AQUISiÇÃO

t

Força vital Bioquímica

~nergia

Figura 7

uma

à galáxia, do organismo unicelular ao

uns dos outros, mas prendem-se

o CAMPO

INCONSCIENTE

de cada raio representa

Função Estrutura

:i1'

todos à

MEDICINA

78

Aqui, ocupamo-nos

sobretudo

PSIONICA

da humanidade

e doravante

consideraremos

como pessoa o raio que se projeta da fonte. Essa pessoa tem uma essência: a alma. A alma está ligada à fonte, mas tem sua própria individualidade. O raio atravessa vários campos de influência (Figura 7), sendo o mais profun-

da

do o inconsciente coletivo, seguido do campo morfogenético e depois, possivelmente, um campo kármico e um campo de aquisição. Assim a alma, essência do indivíduo, do acesso a formas-pensamento memória

prende-se ao inconsciente

universais e lembranças

da espécie e às forças formativas

coletivo dan-

arquetípicas;

(que englobam

não só o conceito de

Sheldrake como também as idéias de Steiner sobre forças formativas). kármico

e de aquisição pareceriam

sujeita-se à

mais específicos, relacionados

Os campos

a um número

menor de pessoas (no modelo, feixes miúdos de raios), de tal sorte que antepassados e outras influências exercidas sobre o indivíduo poderiam afetar diretamente sua existência. Essas influências talvez sejam em parte genéticas e, em parte, adquiridas

energeticamente.

Na ilustração,

conservamos

vital, pois que ele é exatamente conhecemos como vida.

o antigo símbolo

isto: uma ótima metáfora para a energia vital que

Mão e ankh tocam a pirâmide sobre as pirâmides

egípcio do ankh, o princípio

da vida; e, como os raios solares incidentes

do Egito, simbolizam

a conexão entre o energético e o físico.

Esse é, pois, o campo psi, um sistema de informação toda a história do universo, todos os pensamentos,

holográfico que contém

atos, relações, nascimentos,

vida e morte. Está em todas as partes e em lugar nenhum

ao mesmo tempo, pois

que permeia a plena extensão do vácuo.

o campo

psi pessoal

O raio de luz é a vida da pessoa. É o indivíduo;

só a ele pertence e exibe inúmeras

facetas. Esteve sujeito aos campos que mencionamos,

responsáveis por sermos o

que somos no bem ou no mal. O raio toca nossa pirâmide energético

pessoal (a da vida e a da medicina)

e esse vértice

permeia, controla e preserva o corpo físico. Podemos conceber o raio

de luz como o campo psi pessoal e o vértice como o corpo etérico (também parte do campo psi, como o corpo). Eles contêm: • O campo do pensamento • O sistema chákrico

-

onde se acham as emoções e a mente

• O sistema de meridianos • A superfície de contato direto entre o etérico e o físico. e,

CORPOS SUTIS E MEDICINA

PSIONICA

79

Essaé a parte vitalizante do indivíduo, bem mais sutil que os impulsos eletromagnéticos e as reações químicas, embora não passem do resultado, da manifestação da interação do campo energético com o corpo físico. E pode-se perceber que a pirâmide da medicina, laboriosamente construída pelos médicos ao longo dos éons, começa a fazer sentido. Sim, a psiconeuroimunologia começa a fazer sentido. As terapias do campo de pensamento começam a fazer sentido. A acupuntura e todos os tipos de terapia começam a fazer sentido - porque tudo o que acontece no plano físico atua sobre o campo psi do indivíduo, acionando seus mecanismos auro-reguladores. Isso é sem dúvida o que Hipócrates e outros tinham em mente quando discorreram a respeito dos poderes curativos da natureza - Vis Medicatrix Naturae. O corpo (isto é, a mente, o corpo e o espírito, não apenas o corpo físico) procura esforçar-seao máximo para tirar o melhor do pior. Não importa o que o organismo tenha, não importa o que o organismo sofra, o "corpo" fará o melhor que puder. Às vezes ele protesta - gera sintomas percebidos como doença - mas faz o que pode. A tarefa do médico consiste em permitir que ele aja assim. Interconexão

Cabe agora examinar esse fenômeno, que está no cerne da Medicina Psiônica. As pessoas muitas vezes sentem-se confusas quanto à possibilidade de se poder dizer alguma coisa sobre um indivíduo com base na análise de uma amostra removida de seu corpo há já certo tempo (não raro, há anos). Afinal de contas, a lógica exigiria normalmente que a única informação viável se relacionasse com o estado químico da amostra no exato momento em que ela foi retirada do corpo. Bem, issoseria verdadeiro se se tratasse de uma mera análise química da amostra. Contudo, na análise psiônica, não é isso que fazemos. Nós analisamos a amostra energeticamente, voltando-nos para o campo psi pessoal da qual ela é parte integrante. E, porque nos voltamos para o campo psi, a informação obtida é atual, .pois nos fala do estado das energias que operam e afetam a pessoa naquele instante precIso. No Capítulo 1, discutimos o conceito de interconexão no nível quântico. Temos aqui uma realidade, não uma interpretação hipotética e abstrusa do universo. A verdade é que vivemos num universo interconectado, o qual, aparentemente, exibe feição holográfica. Naquela discussão procuramos o campo psi e, mediante o uso de modelos, tentamos explicá-Io e determinar o lugar que nele ocupamos. Na Medicina Psiônica, usamos uma amostra da proteína do paciente, seja uma gota de sangue ou um fio de cabelo, para ter acesso ao seu campo psi pessoal e, bem assim, ao campo psi como um todo. Em essência, a matéria que uma vez

80

MEDICINA

PSIONICA

integrou o corpo físico da pessoa é constituída Todas essas partículas em contato

interagiam,7

graças a interconexões

de moléculas, átomos e partículas.

de modo que, mesmo separadas, continuam não-localizadas. A amostra enseja descobrir o

que atualmente está ocorrendo dentro do campo psi pessoal do paciente. Isso significa que se pode extrair informação sobre o indivíduo de seu campo psi, já que a amostra é e sempre será parte desse campo. 2.

Uma nova visão O homem,

como ser racional, esforça-se continuamente

para entender

seu uni-

verso e o lugar que nele ocupa. A fim de arrostar o dia-a-dia, parece-lhe importante possuir um quadro de referência, uma base sobre a qual possa emprestar sentido ao que lhe acontece e ao mundo que o cerca. A aceitação de um sistema de crenças qualquer

ajuda-nos

a conseguir

isso. Tal atitude

é, praticamente,

inata. Para o

cientista, afé pode estar na ciência; para o teólogo (e, neste contexto, referimo-nos ao seguidor de qualquer religião), no espírito; e para o ateu, na descrença. Sir James Frazer (1854-1941), considerado o fundador da antropologia derna, escreveu em seu livro O Ramo de Ouro que as sociedades passam por um processo de desenvolvimento

composto

mo-

em evolução

pelas três fases da magia,

da religião e da ciência. Vivendo, como estamos, na fase científica, é fácil olhar para trás e sorrir da ingenuidade das crenças cultivadas pelas antigas civilizações e sociedades. Semelhante

postura pressupõe que a ultrapassagem

so, que a visão científica é melhor que a espiritual supera a chamada mágica ou mística. Também afirmar que elas são mutuamente exclusivas. O conceito de um sistema informacional o campo psi -

não passa de mera pressuposição

holográfico,

é um conceito novo e intrigante.

das fases é progres-

ou religiosa, que a espiritual

que a tudo permeia -

Pode ser contemplado

de qual-

quer fase que se queira e ainda assim fazer sentido. Não exige uma visão particular, mas concorda com todas. De fato, Ervin Laszlo sustenta em seu livro The Whispering Pond: ''A nova percepção

não é uma volta a conceitos hoje ultrapassados."

E conclui: ''A atual

mudança na concepção científica do mundo, da rocha inanimada a um universo conectado e quase vivo, tem profunda significação para nossos tempos. O conceito de um mundo

sutilmente

interconectado,

de um lago murmurante

no qual e

pelo qual estamos intimamente ligados uns aos outros e ao universo, assimilado por nosso intelecto e acatado por nosso coração, faz parte da resposta da humanidade aos desafios que hoje todos encaramos. A separação entre os homens, e entre os homens e a natureza, acha-se na raiz de muitos de nossos problemas.

Superá-Ios

exige a recuperação

mas nunca

de nossos vínculos e conexões tão negligenciados,

esquecidos por completo."

3. 4.

CORPOS SUTIS E MEDICINA

Veremos no Capítulo

11, onde estudaremos

distorções do campo psi pessoal podem redundar

PSIONICA

o método

81

psiônico,

como as

em doenças.

Notas 1. Os Registros Akáshicos são um conceito teos6fico. A palavra vem do sânscrito akasha, que significa "éter" ou "espaço difuso". É fácil perceber que tal conceito se identifica com o campo psl. 2. Sir Oliver Lodge foi professor de Física na Universidade de Liverpool e influenciou muito a carreira inicial de George Laurence. 3. Ver nota no Capítulo 3. 4. Akenaton, o chamado "fara6 herético", subiu ao trono do Egito cerca de 1377 a.c. e governou durante dezesseis anos. Com sua esposa Nefertiti ("eis que a formosa vem"), tentou implantar o monoteísmo. Foi considerado por J. H. Breasted (em seu capítulo da primeira edição de The Cambridge Andent History) como "a primeira individualidade da hist6ria". 5. Se concebermos isso como um efeito holográfico, então todos os pontos são um: a fonte não mais se restringe a uma localização específica, mas existe na inteireza do campo holográfico. 6. Um modelo alternativo seria imaginar uma lâmpada de fibra 6ptica, com as fibras formando urna esfera e cada uma delas produzindo seu pr6prio foco de luz. 7. Ver o Teorema de Bell no Capítulo 1.

(17 um Ha

Homeopatia: a Medicina Sutil

qUl

Ha POl "

A

to

de, ger sen

Similia similibus curantur. (Os semelhantes curam-se pelos semelhantes.) -

Samuel Hahnemann

ga, fato que se reflete em sua derivação do grego homoios, "igual", e pathos, de medicina já conhecida significa tratar o igual comna oGrécia igual. antiFoi o grande Hipócrates quem, pela primeira vez, ensinou que existem duas maneiras de assistir o paciente: empregar os "contrários" ou os "similares" no tratamento. Ou seja, pode-se ministrar remédios para combater os sintomas - a lei

Ahomeopatia forma suave "padecimento".é uma Essencialmente,

dos contrdrios - ou para produzir os mesmos sintomas que acometem o paciente - a lei dos similares. Em ambos os casos, acreditava ele, o médico apenas criava as condições ideais para a intervenção do poder curativo interior, Vis Medicatrix Naturae. Muito tempo depois, na Europa do século XVI, Theophrastis Bombastus von Hohenheim, também conhecido como Paracelso (1493-1541), sacudiu os alicerces do dogmatismo médico e de novo propalou os méritos do tratamento do igual pelo igual. No entanto, só no século XVIII os princípios básicos se corporificaram num verdadeiro sistema de medicina.

o Or. Samuel O fundador Christian

Hahnemann (1755-1843)

desse sistema de medicina foi um gênio excêntrico chamado Samuel

Hahnemann,

filho de um pintor de porcelana do famoso ateliê Meissen.

Depois de formar-se em Medicina pela Universidade de Erlangen, em 1779, praticou durante muitos anos antes de desencantar-se com os tratamentos brutais e duvidosos da época. Em conseqüência, dar química, vivendo modestamente 82

interrompeu

a carreira e começou a estu-

de artigos e traduções.

ser

HOMEOPATIA

-

A MEDICINA

SlITIL

83

Em 1790, traduzindo um manual do famoso médico escocês William Cullen (1712-1790), professor de Medicina e Química na Universidade de Edimburgo e um dos fundadores da faculdade de Medicina da Universidade de Glasgow, Hahnemann interessou-se pela seção que abordava o tratamento da malária com quinino. Embora essa fosse (e ainda seja) urna terapia adequada para a doença, Hahnemann não aceitou a explicação de Cullen segundo a qual o quinino atuava por exercer um efeito tônico sobre o estômago. Raciocinou que, como outros "tônicos" ainda mais poderosos não apresentavam esse efeito benéfico, a droga devia agir de conformidade com outro mecanismo. Experimentalista que era, ingeriu ele próprio quinino durante vários dias - e o resultado foi que começou a sentir os sintomas da malária. Assim, começou a formar-se o germe de uma idéia: urna droga capaz de produzir os sintomas de determinada doença numa pessoa saudável poderia também ser utilizada para tratar uma doença com as mesmas características. Nos anos seguintes, Hahnemann retomou a prática médica e desenvolveu o conceito de similia similibus curantur, ingerindo (e pedindo à família e amigos que ingerissem) diferentes substâncias a fim de estudar os sintomas por elas provocados em pessoas saudáveis. Esses experimentos ficaram conhecidos como prufimgen (em alemão, "provas"). Em 1796, Hahnemann publicou um artigo intitulado "Ensaio sobre um novo princípio para determinar o poder curativo das drogas". Foi o primeiro de urna série de trabalhos nos quais divulgou a evolução de suas idéias. Então, em 1806, veio a lume A Medicina da Experiência, obra que nos propicia o primeiro vislumbre claro de seu sistema. E, no ano seguinte (1807), ele empregou pela primeira vez o termo "Homeopatia". Novos trabalhos culminaram na publicação, em 1810, do livro Organon da Cura RacionaL Nele, em estilo aforístico, consolidou suas teses para o sistema da medicina homeopática. A escolha do título é interessante, pois vem do grego organon, "ferramentà'. As razões possíveis dessa escolha podem ter sido dois pensadores e seus métodos de escrita: em primeiro lugar Aristóteles, cujos diversos tratados de lógica foram reunidos sob o título comum de Organon; em segundo, Francis Bacon e seu Novum Organum, também vazado em estilo aforístico. O Organon da Medicina (Hahnemann mudou o título na segunda edição) passou por cinco edições e diversas emendas em vida do autor, datando a última publicação de 1833, muito emb()ra o manuscrito para a sexta estivessepronto antes de sua morte, em 1843.1 A quinta edição continha novos materiais sobre os conceitos de Hahnemann da Força Vital, e, o que é importantíssimo para a homeopatia em nossos tempos, aquilo que ele chamou de "dinamização de medicamentos". Inicialmente, Hahnemann prescrevia remédios nas doses usuais da época. Todavia, embora seus resultados fossem bons, ele descobriu que muitos de seus

84

MEDICINA

PSIONlCA

pacientes sofriam um agravamento inicial de sintomas, antes dos benefícios. Na tentativa de obviar a isso, começou a ministrar apenas um décimo das doses. Os resultados continuaram bons, mas os efeitos colaterais persistiam, embora menos pronunciados. Hahnemann continuou diluindo as doses, de cada Vf':Zministrando um décimo da anterior. Como esperava, os efeitos colaterais desapareceram ... mas também os benefícios. A diluição atingira um ponto em que já não havia nenhum medicamento presente. A homeopatia teria morrido ali mesmo se Hahnemann não atinasse com um fenômeno incrível. Notou que, sacudindo vigorosamente cada diluição progressiva, o remédio resultante tornava-se não apenas menos capaz de agravar sintomas, como bem mais poderoso. Chamou a esse processo dinamizaçiio. Hoje, é conhecido como potencializaçiio. Nessa fase, foi precioso para a teoria homeopática o conceito de Força Vital. Hahnemann achava que o remédio atuava, não sobre a doença, mas sobre a Força Vital, restaurando assim o equilíbrio do corpo. Entre 1812 e 1821, quando era professor de Medicina em Leipzig, Hahnemann publicou uma obra com o título latino de Materia Medica Pura, em seis volumes. Ela continha os resultados de todas as suas experimentações. Entretanto, devido a uma questão jurídica com os boticários, que tentaram processá-Io alegando que ele infringia seus direitos de preparar drogas, Hahnemann teve de deixar a cidade e estabelecer-se em Kõthen. Foi ali que escreveu um trabalho em cinco volumes intitulado As Moléstias Crônicas. Essa obra, juntamente com o Organon e a Materia, são os textos fundamentais de sua teoria homeopática. Em As Moléstias Crônicas, Hahnemann propôs-se explicar por que a homeopatia às Vf':Zesfuncionava bem com enfermidades agudas, mas costumava falhar com doenças crônicas. Aventou que estas se deviam a um dos três seguintes miasmas: psora, sycosis ou syphilis. Supunha que se tratassem de distúrbios na Força Vital, os quais acabavam se difundindo pelo corpo. Às vezes esses miasmas (do grego miainein, "manchar", "poluir") eram adquiridos, outras herdados, exercendo assim seus efeitos ao longo de gerações quais "fantasmas da doença original". Hahnemann acreditava que o grupo psórico, relacionado com a sarna comum, era responsável por 75% de todos os males crônicos, especialmente estados congestivos, dermatoses, distúrbios de coluna e tuberculose. Também se associava com a inquietação, as fobias e a hipersensibilidade. Os outros dois grupos, a seu ver, provocavam as demais doenças crônicas, em medida igual. O grupo sicótico, de origem gonorréica, estaria associado a verrugas, excrescências, catarro e reumatismos. O grupo sifilítico, derivado da sífilis, parecia ter algo a ver com problemas cardíacos, neurológicos e degenerativos, inclusive a tendência à ulceração.

HOMEOPATIA

A disseminação

-

A MEDICINA

SUTIL

85

da homeopatia

Por ocasião da morte de Hahnemann

em 1843, com a idade de 88 anos, a

homeopatia já se espalhara pelo mundo. Na Inglaterra, o Dr. Harvey Quin fundou a Sociedade Homeopática Britânica em 1844 e teve participação decisiva na inauguração do Hospital Homeopático de Londres, em 1850. Outros convertidos ao método levaram-no ainda mais longe. Pelo fim do século XIX, havia hospitais homeopáticos em toda a Europa, Rússia, Américas e subcontinente indiano. Or. James Tyler Kent (1849-1916)

Nos Estados Unidos, em meados dos anos de 1870, um jovem médico de formação ortodoxa chamado James Tyler Kent recorreu aos préstimos de um homeopata para cuidar de sua esposa enferma. O tratamento convencional falhara e fora ela própria quem sugerira a nova medicina. Para surpresa de Kent, obteve-se uma cura espetacular. Daí por diante, o Dr. Kent decidiu aprender mais sobre o espantoso método. Aquele foi um dia afortunado para o desenvolvimento da homeopatia. Hahnemann e seus discípulos haviam experimentado cerca de cento e trinta remédios, mas nos poucos anos que se seguiram à sua morte o número aumentou consideravelmente. Contudo, embora o corpo de conhecimentos crescesse, permanecia desordenado. É aí que entrou Kent. Ele sistematiwu a matma medica a fim de dar um quadro claro de cada remédio. Sua obra, publicada em três alentados volumes: Lectures on Homoeopathic Philosophy; Lectures on Homoeopathic Matma Medica e The Repertory o/ the Homoeopathic Materia Medica, tornou-se a pedra fundamental do adestramento homeopático durante décadas. De fato, o "Repertório de Kent", como é conhecido o seu último trabalho no mundo inteiro, continua provavelmente a ser a ferramenta mais usada na homeopatia ainda hoje. Trata-se, em essência, de um livro que contém praticamente todos os sintomas concebíveis, além do modo como são percebidos pelos pacientes e modificados por agentes externos como temperatura, variações climáticas, movimento, etc. Está organizado em seções seqüencialmente lógicas e indexado de modo que a cada doença corresponda o remédio certo. Or. Edward Bach (1886-1936)

Muita gente, em todo o mundo, já ouviu falar de Edward Bach, pois foi ele quem criou o maravilhoso sistema de tratamento que traz seu nome: os Florais de Bach. Era um médico de formação ortodoxa, especializado em bacteriologia e homeopatia. Na década de 1920, o Dr. Edward Bach trabalhou como patologista no Hos-. pital Homeopático de Londres e como clínico homeopata em Harley Street. Nessa época, escreveu uma torrente de artigos e colaborou com o Dr. John Paterson

86

MEDICINA

PSIONICA

no desenvolvimento dos nosodos intestinais, um grupo importante de remédios.2 Por esse trabalho, foi festejado pelos colegas como "o segundo Hahnemann". O verdadeiro objetivo de Bach na vida era produzir o medicamento mais simples possível, que pudesse ser tomado pelo paciente sem receio de efeitos colaterais. Em 1930, já desiludido com o método científico (devido, em grande parte, à sua natureza criativa e intuitiva), abandonou a carreira e instalou-se no campo. Achava ele que certos estados mentais negativos resultavam em doença e que a correção do desequilíbrio emocional acarretaria a cura da pessoa como um todo. Então, pesquisou e encontrou esses remédios nas flores e arbustos das campinas inglesas. Inicialmente, descobriu doze plantas capazes de corrigir doze correspondentes estados mentais negativos. Seus achados foram devidamente registrados no livro Heal Thyself ("Cura-te a Ti Mesmo") e no mundialmente famoso The Twelve Healers ("Os Doze Curadores"). Entre 1933 e 1936, ano de sua morte, descobriu outros vinte e seis remédios, completando assim os trinta e oito que parecem cobrir a maioria dos estados mentais negativos mais comuns. Os Princípios da Homeopatia

Fica claro, a partir desse breve esboço histórico, que os dois grandes princípios são a Lei dos Semelhantes e o uso de remédios potencializados. Vejamo-Ios agora em maiores detalhes. A LEI DOS SEMELHANTES

Significa isso que uma substância, apta a produzir sintomas de determinada doença numa pessoa saudável, pode também ser usada em quem sofre dessa doença. Daí, similia similibus curantur. os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Efetivamente, considera-se o complexo sintomático do paciente e tenta-.se contrabalançá-Io com os efeitos do complexo tóxico de um remédio. Haverá vários remédios apropriados, mas o mais apropriado ~ o mais próximo dos sintomas - será o similar. Exemplo: o envenenamento por beladona provoca um efeito tóxico que lembra a escarlatina; se alguém apresentar sintomas parecidos aos da escarlatina clássica, a beladona será o similar indicado. Esse é um caso simples. Mas convém recordar que, na homeopatia, procura-se um remédio para o paciente e não apenas para a doença. Imaginem-se então cinco homens, todos com artrite nos quadris. No caso da alopatia, o tratamento seria o mesmo para todos. O homeopata, porém, examinaria os padrões sintomáticos de cada um e poderia muito bem receitar remédios diferentes para cada um deles. Afinal, na homeopatia, quem deve ser tratado é o doente e não a doença.

HOMEOPATlA

POTÊNCIA

-

A MEDICINA

SUTIL

87

E DOSE INFINITESIMAL

Embora em homeopatia se usem quantidades infinitesimais de substâncias, a Lei dos Semelhantes constitui o elemento crucial do método. Se se ministrar o remédio inadequado, a questão da potência se tornará praticamente irrelevante. A moderna matena medica homeopática contém bem mais de dois mil remédios. Quase tudo é usado, desde substâncias simples como o sal até cactos exóticos e venenos de cobras ou metais preciosos como o ouro. Todos podem ser preparados com diferentes potências. Potência significa muito mais que diluição. O processo de potencialização na verdade parece aumentar o "poder" do remédio, para que surta mais efeito. O remédio fica menos concentrado, porém mais energizado. No preparo dos remédios homeopáticos, dois métodos-padrão são usados (embora existam outros). Primeiro, no caso de substâncias solúveis, um extrato alcoólico é obtido por infusão durante um período de até três semanas, filtrado a fim de produzir a tintura-mãe (comumente indicada pelo símbolo 0) e diluído com 40% de álcool na proporção 1:10 ou 1:100. Em seguida, é vigorosamente sacudido por alguns segundos, num processo chamado sucussão, para se obter o primeiro remédio nas duas escalas de potência mais comuns. A escala 1:1O é chamada decimal (introduzida pelo Dr. Constantine Hering - ver nota 5 no final do capítulo) e designada pelas letras x no Reino Unido e D no continente europeu. Assim, a primeira potência na escala decimal será 1x. A escala 1:100 recebe o nome de centesimal (a escala de potência original de Hahnemann) e é designada pela letra c no Reino Unido e CH no continente europeu. A primeira potência na escala centesimal será, pois, lc. Para se preparar a próxima potência, uma parte da primeira é diluída em 1:1O ou 1:100 e depois submetida à sucussão, como antes, para produzir as potências 2x ou 2c. Ficou claro agora que não são necessárias muitas diluições para reduzir significativamente a concentração de uma substância. Na sexta etapa da escala decimal, que equivale à terceira na escala centesimal (em concentração, não em termos energéticos), a tintura-mãe terá uma diluição equivalente a 1:1.000.000, ou 10-6. Na sexta etapa da escala centesimal, a diluição equivalerá aI: 1.000.000.000. Esses números são quase inacreditáveis. De fato, quando se atinge a potência 12c, segundo a hipótese de Avogadro,3 é pouco provável que reste uma única molécula da substância original. O segundo método destina-se às substâncias insolúveis, que não podem ser transformadas em tinturas-mãe. Nesse caso, são trituradas e misturadas mecanicamente com pó de lactose por várias horas, na proporção de 1:10 ou 1:100 (dependendo de qual escala de potência seja usada): esse processo chama-se trituração.

88

MEDICINA

PSIONICA

É repetido até a etapa 6x ou 3c (ambas equivalentes a 1:1.000.000 ou 10-6), seguindo-se a dissolução em álcool e água mais a potencialização na maneira usual. Convencionalmente, 12c é o ponto final; todos os remédios até aí são considerados de baixa potência e os de 12c ou mais, de alta potência. Mas também se preparam remédios em potências fora de ordem, os milésimos (equivalentes a mil c), designados por M. Assim, 1M (1.000c), 10M (lO.OOOc),50M (50.000c) e CM (lOO.OOOc). Há ainda a chamada escala LM (de 50.000), que é na verdade um método compósito para produzir remédios potencializados.4 Procede-se à trituração com lactose até a etapa 3c, que é o ponto de partida. Daí por diante fazem-se diluições de 1:50.000 em líquido, com cem sucussões por etapa, e produzem-se LM 1, LM2, LM3, etc. Os adeptos da escala LM alegam que há menos efeitos colaterais do que com outras escalas de potência. A Lei da Cura

Outro grande princípio homeopático é a Lei da Cura, formulada pelo homeopata americano Constantine Hering5 (Figura 8). Reza ele que a cura acontece: • De cima para baixo • De dentro para fora • Dos órgãos principais para os secundários • Na ordem inversa do sutgimento dos sintomas. A SITUAÇÃO

ATUAL DA HOMEOPATIA

Há atualmente, no mundo da homeopatia, inúmeras escolas de pensamento. Embora todas, de um modo geral, aceitem as idéias propugnadas por Samuel Hahnemann, observam-se opiniões amplamente divergentes sobre se um único remédio (homeopatia clássica) ou vários (homeopatia pluralista) devam ser administrados; se convém prescrever de acordo com os miasmas (prescrição miasmática), os tipos constitucionais (prescrição constitucional) ou as condições patológicas (prescrição patológica ou local). A prescrição constitucional é comum na Grécia e na índia, ao passo que a local goza de preferência na França e na América Latina. No Reino Unido, notase uma mescla de ambas: remédios constitucionais são usados para estimular o sistema imunológico e remédios patológicos, para combater os sintomas da doença. De igual modo, correm opiniões diferentes sobre as potências a serem adotadas, as baixas ou as altas. Esse tem sido, é claro, um problema difícil desde a introdução da homeopatia. O próprio Hahnemann aconselhava 30c, enquanto Kent jamais usava menos que isso. Na verdade, chegou a utilizar potências ainda mais elevadas, chegando ao milionésimo (MM) na escala centesimal.

HOMEOPATIA

-

A MEDICINA

SUTIL

A LEI DA CURA DE HERING

1) DE CIMA PARA BAIXO

2) DE DENTRO PARA FORA

3) DOS ÓRGÃOS

PRINCIPAIS PARA OS SECUNDÁRIOS

4) NA ORDEM INVERSA DOS SINTOMAS

TERCEIRO

Figura 8

89

MEDICINA

90

PSIÓNICA

Repetimos: não há conformidade de opinião quanto à potência a ser usada. E vale ressaltar que muitos homeopatas ficariam felizes se essa questão fosse posta de parte. Por esse motivo, há quem se limite a umas três ou quatro potências, aleatoriamente. A MEDICINA

PSIÔNICA:

UMA NOVA DIMENSÃO

Não é fácil praticar a homeopatia, pois o aprendizado da materia medica é longo, e demorada a aquisição do hábito de estudar a evolução do paciente a fim de se obter um quadro claro de sua experiência de vida. Ora, o mais importante é justamente compreender essa experiência. Esmiuçando seus sintomas, observando suas reações, pensamentos e expressão - e muito mais -, o homeopata competente consegue traçar um perfil do doente. Em seguida, ele prescreverá o remédio mais apropriado possível. Quanto mais próximo estiver o remédio dos sintomas, melhores os resultados. Conforme mencionado acima, diferentes abordagens são adotadas pelo mundo afora. Alguns homeopatas, por exemplo, receitam sempre remédios constitucionais, enquanto outros nunca se afastam dos patológicos. Às vezes a escolha é óbvia, mas às vezes é uma questão de buscar o que parece melhor. As técnicas da Medicina Psiônica acrescentam uma dimensão extra à escolha tanto das drogas quanto da potência, graças a seus métodos precisos. Efetivamente, é como se elas pusessem à disposição um laboratório e um aparelho de raio X para transformar a homeopatia, de arte, em ciência. Diversas abordagens ajudarão alguém a qualquer tempo. No entanto, cumpre seguir uma ordem hierárquica. A medicina psiônica indicará a melhor, que nem sempre é a que o homeopata clássico escolheria. Na questão da potência, embora muitos profissionais afirmem que ela não é nada importante (o importante seria o remédio certo), a experiência psiônica indica que a potência correta é vital - e não apenas em termos de tratamento, mas também de diagnóstico. Isso pode confundir muitos homeopatas, porquanto as perguntas e respostas tradicionais, no caso da homeopatia, não abrem caminhos novos. Voltaremos a esse tema no Capítulo 11, quando examinarmos mais de perto a abordagem psiônica. ENFIM, UMA PALAVRA DO DR. GEORGE

LAURENCE

Ouçamos agora o que o próprio Dr. George Laurence tem a dizer sobre esseassunto:6 Em muitos aspectos, os remédios homeopdticos são mais eficientes e decerto bem mais seguros que os alopdticos. O princípio do 'similia similibus curantur " leva a resultados espetaculares. Admito-o, deixando implícita a remoção da causa subjacente da aberra-

HOMEOPATIA

-

A MEDICINA

SUTIL

91

ção da proteína, como diria McDonagh.7 Entretanto, parece haver muito de tentativa ~ erro no sistema, uma falta de consistência na abordagem de seus adeptos. Bem sei que, como os médicos ortodoxos, podemos eliminar o problema chamando nossaprática de arte; mas acho que devemos fazer melhor e evoluir a tal ponto que seja justo chamá-Ia de ciência. Isso, tenho certeza, só será possível se estudarmos e aplicarmos o método psiônico, que já demonstrou ser de valor inestimável. Continuaremos complacentes a esse respeito? Insisti no assunto, mas temo que ele precise ser enfatizado e encarado mais de frente. Não é bom que os homeopatas continuem a pensar que o que Hahnemann disse é a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, quando ~ssemesmo pensador portentoso seria o primeiro a acatar quaisquer progressos em suas teorias, para a promoção da causa da ciência homeopática. Se o método psiônico nada mais fizer, provará sem sombra de dúvida a hipótese dos miasmas de Hahnemann . ... E SUA VISÃO DA POTÊNCIA

Não espanta que, com pouca prática, o pêndulo aponte o remédio certo e, ainda mais, indique em definitivo qual potência será mais eficaz. Isso é de extremo valor, já que na homeopatia ortodoxa a questão das potências é sempre perturbadora e depende em muito ora da preferência pessoal ora da experiência do clínico. Não bastasse isso, o pêndulo pode nos dar uma excelente idéia da dosagem correta e do prazo de administração do remédio. Notas 1. A sexta edição do Organon da Medicina é de 1921. 2. Ver Capítulo 6. 3. AmedeoAvogadro, conde de Quaregna (1776-1856), foi um físico italiano. Em 1811, propôs sua famosa hipótese, a qual permitiu aos cientistas calcularem o Número de Avogadro, quantidade de moléculas contidas num moi de matéria. 4. Hahnemann empregou de início a escala centesimal e mais tarde introduziu a de 50.000. Ver Organon, par. 270 (inteiramente reescrito para a sexta edição), e as notas de rodapé pertinentes. 5. O Dr. Constantine Hering (1800-1880), freqüentem ente chamado o Pai da Homeopatia na América, formou-se em medicina pela Universidade de Würzburg. Chegou a Filadélfia, EUA, em 1833 e fundou uma Escola Homeopática em Allentown, Pensilvânia, que mais tarde ficou conhecida como Academia de Allentown. Pesquisou e escreveu muito. Fez experiências com setenta e duas drogas, inclusive Cantharis, Psorinum, Lachesis, Nux moschata e Gelsemium. É famoso por sua Lei da Cura e pela introdução da escala de potência decimal. 6. Extraído de um texto sobre Medicina Psiônica lido perante a Sociedade Médica para o Estudo da Radiestesia, Londres, 1962. 7. Ver, no Capítulo 7, a Teoria Unitária da Doença.

Miasmas e Toxinas Dr. Farley Spink Decano do Instituto de Medicina Psiônica

1 Os três miasmas de Hahnemann O conceito de miasmas, ou processos mórbidos entranhados,

subjacentes às mani-

festações comuns da doença, sempre foram cruciais para a teoria e a prática da Medicina

Psiônica, como também para a abordagem

homeopática

clássica do tra-

tamento das moléstias crônicas. Proposto inicialmente

por Hahnemann1

duzentos

segundo

anos, procurava

agudos, mesmo quando reciam. Hahnemann,

justificar

tratados com êxito pela homeopatia,

há quase

as quais os males muitas vezes reapa-

porém, não podia fazer muita coisa na época, pois lhe falta-

vam nossos modernos

laboratórios

Além disso, os mecanismos dos. Em conseqüência, duas conhecidÍssimas

suas observações

e nossos aparelhos sofisticados de diagnóstico.

da doença ainda não eram muito bem compreendi-

ele só conseguiu estabelecer um vínculo definitivo entre as doenças venéreas, a sífilis e a gonorréia,

e as manifestações

posteriormente observadas no mesmo paciente ou, o que é mais importante, seus descendentes. Hahnemann

concluiu serem as causas antecedentes

10% dos problemas

que era chamado a tratar. Quanto

em

responsáveis por cerca de aos restantes 90%, teve de

incluÍ-Ios numa única e ampla categoria atribuída ao terceiro miasma, que chamou de Psora e associou aos resultados do tratamento externo, como também à conseqüente considerava-o

supressão dos distúrbios contagioso, embora

epidérmicos.

obstante um conceito notável e fundamental, na eficácia dos métodos

como os demais,

saibamos agora que a maioria das doenças de

pele não são desse tipo. Sua teoria era relativamente

92

Entretanto,

homeopáticos.

primitiva, mas revelou-se não

que lhe permitiu avançar grandemente

O livro Moléstias Crônicas trabalha

em

MIASMAS E TOXINAS

93

profundidade seu pensamento e descreve bom número de novos remédios contra os três estados miasmáticos e suas manifestações. Infelizmente, como a idéia proposta por Hahnemann representa a nossos olhos modernos apenas um começo, um germe da real compreensão da natureza da doença, deu ensejo a duas atitudes igualmente irracionais, em anos recentes. Muitos homeopatas acham que a tese original não pode ser aperfeiçoada - "o evangelho seguntÚJ Hahnemann", se quiserem.a E outros há que, em face de sua óbvia incompletude, rejeitam tudo como coisa sem sentido. Tentar uma atualização racional desse valiosÍssimo conceito é o objetivo do presente capítulo. A despeito das observações acima, é surpreendente como as características descritas da "trindade" original correspondem mesmo aos três tipos básicos de manifestações mórbidas, a saber: superproliferação de tecidos (sycosis: miasma gonorréico); destruição e ulceração (syphilis); depleção funcional e desequilíbrio (psora). A essa luz, a teoria constitui realmente um monumento ao gênio e à acuidade de observação de Hahnemann.

o MIASMA

DA TUBERCULOSE

O advento da moderna tecnologia, que começou no caso da medicina com a obra de Pasteur sobre as bactérias, em meados do século XIX (cerca de vinte anos após a morte de Hahnemann), levou à descoberta dos vírus e ao desenvolvimento tanto da bioquímica quanto da endocrinologia, instaurando um novo corpo de conhecimentos que pôde ser aplicado não só por homeopatas, mas também por médicos convencionais. De especial importância foi a descoberta, por Robert Koch, publicada em 1882, do organismo causador da tuberculose. Os nosodos (preparados homeopáticos potencializados, feitos com material infectado) da gonorréia e da sífIlis haviam sido introduzidos alguns anos antes, e o próprio Hahnemann usava o Psonnum (elaborado com "pústula pruriginosa", não se sabe ao certo). Todavia, na esteira de Koch, James Compton Burnett,2 famoso médico homeopata . de Londres, publicou seu livro sobre o uso do Bacillinum, fabricado com tecidos tuberculosos, e descreveu vários aspectos do que hoje chamamos de miasma TB, claramente reconhecível em gerações posteriores que nunca tiveram contato com a doença. Isso é tão importante como uma das principais causas ocultas dos males crônicos que teve de ser alinhado com os dois grandes miasmas "infecciosos" de Hahnemann. De fato, pareceria haver até uma espécie de "ordem cumulativa" progressiva: primeiro a Syphilis, provavelmente a mais antiga e enraizada, manifestando-se quase sempre em idade tardia; depois a TE, aparecendo em qualquer idade, mas responsável por uma série de desordens artríticas, endócrinas, pulmonares e talvez alérgicas; por fim, a Sycosis, "o miasma de nossos tempos", também

MEDICINA

94

PSIONICA

com um vasto leque de efeitos, particularmente para as doenças miasmático.

cardíacas

de natureza

e o câncer, os produtos

finais de todo o processo

George Laurence3 ressaltou, já em seus primeiros Psiônica, a suprema importância

catarral, passando

trabalhos

sobre Medicina

do miasma TB.

AS TOXINAS ADQUIRIDAS

Logo se tornou

também

diam causar tremendas

notório

que as várias doenças provocadas por vírus po-

"ressacas", as quais, muitas vezes, precisavam ser combati-

das antes mesmo dos grandes miasmas. Esses fatores receberam

o nome de "toxi-

nas adquiridas" (para distingui-Ios dos "miasmas herdados") e, pelo menos em alguns casos, devem-se à persistência do verdadeiro agente infeccioso no organismo: por exemplo, o vírus da varicela, que pode reaparecer anos depois como herpes-zóster. A distinção

é um tanto vaga, porém,

pois pelos métodos

psiônicos

traços de sarampo, por exemplo, e muitas vezes de varíola, podem ser detectados em pacientes que nunca foram expostos à infecção aguda. Um item importante, que parece ter sido subestimado, passado,

é a própria varíola -

um grande assassino do

mas cada vez mais raro ao longo do século XX e extinto deste 1979.

Todavia, aparece na análise psiônica de muitas pessoas e pode ter sua importância. Muitos vírus mostram clara relação com um ou outro dos grandes miasmas. Por exemplo: sarampo, influenza e coqueluche (bactéria, nesse caso) com TB; varíola bovina, herpes e varíola com Sycosis; finalmente, febre glandular com câncer. OS NOSODOS

INTESTINAIS·

Esses valiosÍssimos afins encontrados

remédios,

feitos com culturas

nos intestinos humanos,

de salmonelasb

e organismos

parecem inserir-se numa categoria di-

ferente, de vez que é a ausência dos ditos organismos

que compromete

a saúde, e

não o inverso. É como se eles servissem de "latas de lixo", com seus respectivos nosodos vistos como a rede de drenagem

final. Mas, ainda uma vez, existem rela-

ções óbvias entre alguns deles e os "três grandes". RESUMO ATÉ AGORA

Pode-se postular, então, que TB, as toxinas adquiridas

e a chamada toxemia intes-

tinal, são parte do vasto complexo de fatores patológicos que Hahnemann, na falta de dados científicos, viu-se forçado a tratar como um item único: Psora. Conforme

discutimos

acima, as coisas foram esclarecidas até certo ponto,

mas

persiste a questão do conceito básico de Psora, que não se enquadra em nenhuma categoria por direito radamente.

próprio.

Precisamos

considerar

esse assunto

mais demo-

MIASMAS E TOXINAS

95

2 o que é Psora? O objetivo primário do tratamento

homeopático

é fomentar a vitalidade do paci-

ente para que ele possa curar-se a si mesmo. Em termos modernos, melhorar o funcionamento

dos sistemas adaptativos integrados,

isso implica

conhecidos como

psiconeurológico, endócrino e imunológico (PNEI),C que operam praticamente

como

um todo, comunicando-se por meio dos mesmos transmissores químicos. Quando as pessoas são tratadas de modo a "sentir-se bem", isto é, sentir que estão mais fortes, lúcidas e calmas mental e emocionalmente,

em geral os distúrbios

físicos

desaparecem por si mesmos.

O resultado comum é, então, uma maior resistência

às infecções. A recuperação

começa de dentro

passa para os órgãos secundários, notando-se surgem temporariamente

(a partir dos órgãos principais)

e

com freqüência que erupções cutâneas

no decorrer do processo. Vê-se isso com clareza no tra-

tamento de crianças asmáticas e com histórico de eczema - este sempre reaparece à medida que a asma melhora. A importância dessa orientação terapêutica é óbvia: a asma mata, o eczema não. Quando

não se consegue debelar prontamente,

tado pode ser complicações

sérias como convulsões;

caso, aplicar uma droga antipsórica,

digamos, o sarampo, o homeopata

o resul-

deverá, nesse

talvez o cobre, a fim de restaurar

o curso

natural da doença. De igual modo, a supressão externa de uma erupção cutânea ou de qualquer outra condição superficial terá sem dúvida idêntico resultado e foi a esse aspecto que Hahnemann Esta pode, portanto,

aludiu em sua definição

original de Psora.

evoluir tanto da ausência preexistente de vitalidade quanto

da supressão. No nível psicológico, o mesmo se aplica. A supressão ou repressão de "probleminhas" como ansiedade, medo, cólera, vergonha, culpa ou arrependimento

pode

gerar péssimos resultados. Considere-se o caso de uma criança que sofreu algum 'tipo de abuso e não conseguiu, nem lhe foi permitido, queixar-se: a conseqüência a longo prazo poderá ser artrite, colite e, é claro, depressão, além de ansiedade e disfunções de ordem emocional ou mental. Pior ainda, esses estados disfuncionais tendem a passar para outras pessoas, da mesma ou da próxima geração, suscitando novos problemas, nas tão conhecidas tão debilitante

reações e comportamentos

irracionais,

famílias ou grupos disfuncionais,

quanto

a supressão

interna

e desandando

portanto

por fim

enfermos. Nada é

das pressões psicológicas,

o eu leva,

como se sabe, diretamente às conseqüências físicas do Psora. No que ficou dito pareceria residir a explicação da natureza contagiosa deste primeiro e mais fundamental miasma, a mãe de todas as doenças,d correspondendo atual de que uma grande proporção

perfeitamente

de doenças tem origem psicológica.

à visão

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MEDICINA

PSIONICA

Diz Kent em Lectures on Homoeopathic Philosophy.5 Os três miasmas crônicos ... são todos contagiosos. Em cada instância, há algo que antecede as manifestações da chamada doença. O Psora é oprimeiro ... sendo conveniente indagar qual estado da raça humana estaria mais sujeito ao desenvolvimento do

Psora ... quando o homem começou a desejar coisas que eram resultado de um raciocínio falso, atingiu um estado no qual ... dele se projetou uma aura (que pode causar contágio) viciosa na medida de seu afastamento da virtude e da justiça em direção ao mal

Se postularmos uma primitiva condição paradisíaca do homem, os únicos dois fatores capazes de provocar sua queda dessa perfeição hipotética seriam a aberração psicológica e/ou o desequilíbrio nutricional, ambos resultantes do raciocínio falso. De outro ângulo, o objetivo do tratamento homeopático constitucional é a libertação do indivíduo -libertação das mazelas e desilusões, libertação da carga miasmático-tóxica com que nascemos e que, não tratada, inexoravelmente- aumenta ao longo da vida, libertação dos entraves à criatividade, à aceitação e à adaptação ao cotidiano com todas as suas mudanças imprevistas e constantes. É interessante que o remédio Walnut ("noz") de Bach seja receitado para o medo e a dificuldade de adaptação às circunstâncias mutáveis da existência: as nozes, na mitologia, eram o alimento dos deuses. Todo problema ou desilusão representa, pois, uma negação ou supressão em alguma área da vida, a incapacidade de aceitar e participar. Compare-se isso à filosofia budista da existência perfeita - percepção pura, sem resistência. O amor foi definido como a compreensão serena, isenta de crítica ou reação a quaisquer situações.6 Assim, a Luz (compreensão) conduz ao Amor, e onde há Amor (nãoresistência), há Vida (vitalidade). Também se pode dizer que, onde há vitalidade, há confiança; onde há confiança, não há necessidade de resistência ou supressão, e há portanto Amor; enfim, onde há Amor, há compreensão ou Luz. Esses três são um; não passam de aspectos da energia fundamental do Universo e de alicerces para toda religião séria, toda arte curativa verdadeira. Na língua alemã, heil significa "todo" ou "curado"; Hei/, "bem-estar", "segurança"; Heilkunde, "arte de curar" e heilig, "sagrado". Há que se pensar! Desse modo, a natureza essencial do Psora é o estado de esgotamento que resulta, por um lado, da supressão em qualquer nível e, por outro, das depredações da doença - aguda ou crônica -, os efeitos deletérios dos outros miasmas, o cansaço físico e mental, os ferimentos, os venenos (inclusive drogas) e, não menos importante, a deficiência nutricional. George Vithoulkas descreve o quadro

MIASMAS E TOXINAS

97

psorínico como a conseqüência da pobreza e da privação. Há penúria de elementos nutritivos essenciais na doença, consumidos na luta pela sobrevivência, e, a menos que sejam repostos, instauta-se

um estado mais ou menos permanente

de

baixa resistência ao próximo assalto. Isso se aplica também, podemos dizer, à falta de energia potencial, isto é, do remédio homeopático correto para a restautação do funcionamento

normal. Assim, a deterioração

círculo vicioso: a pressão para responder diminuição

da vitalidade

pressões. As características

progressiva da saúde forma um

à infecção, às circunstâncias,

e da capacidade

de responder

aqui descritas do Psora puro são essencialmente

mas a presença adicional de outros miasmas, inevitável na prática livre deles -,

etc., leva à

adequadamente

a novas

funcionais, ninguém está

resulta na pletora das doenças orgânicas que tão bem conhecemos.

3 De um ponto

de vista prático,

todo remédio ou nosodo

corresponde

a alguma

emoção negativa, passividade ou desilusão. 70S Segue-se então que todo remédio pode ser considerado antipsórico. Muitos remédios, com efeito, têm amplo espectro de ação e freqüentemente

correspondem

também aos efeitos diretos de outros miasmas

"infecciosos". A Drosera, por exemplo, chama a atenção pelo fato de curar os sintomas da coqueluche; mas, além disso, apresenta acentuada sensibilidade à tuberculose e mostrou

(nos tempos em que isso acontecia) eficácia contra o TB ósseo.

Como se tal não bastasse, atua nos desarranjos mentais e em paranóias parecidas às do finado Adolf Hider.9 Quanto Costumam

aos nosodos, eles parecem ter função dupla.

ser prescritos na presença de sintomas característicos,

cos, caso em que funcionam

como remédios antipsóricos,

mentais ou físi-

ajudando

o paciente a

livrar-se do miasma ou toxina correspondente. Entretanto, podem também ser usados "isopaticamente", quando há motivos para suspeitar da existência oculta de um estado miasmático,

mesmo que os sintomas imediatos correspondam

a um

remédio afim, mas diferente. De fato, se muitos remédios aliviam com o tempo os efeitos de um miasma, é de crer que o nosodo seja sempre necessário para erradicar o próprio miasma. Eis um exemplo bastante comum: Thuya é usado repetidamente para abrandar

os efeitos da vacinação contra a varíola, mas a cura final desta

exige Vaccininum em doses elevadas. Alguns homeopatas negam a validade dessa aplicação dos nosodos; porém, na prática, a análise da medicina psiônica confirma que ela é não só legítima, como imprescindível.

MEDICINA

98

PSIONICA

Onde estão os miasmas? Não se sabe ao certo como os miasmas são "armazenados". desta discussão por ser antes um processo dinâmico

O Psora será excluído

que uma toxina ou entidade

particular. Em geral, os outros miasmas e toxinas adquiridas,

aliás bastante nume-

rosos, podem na prática ser considerados como meras infecções persistentes e crônicas em determinado nível do organismo. Casos há em que a sobrevivência de partículas virais concretas ocorre conforme o mencionado. se se trata de miasmas herdados e enraizados,

Em outros, sobretudo

tem-se de presumir

um desarranjo

dos padrões de energia num nível não-físico. Segundo a prática psiônica, eles estão estreitamente componente

ligados ao DNA e ao RNA. Parece que, nos sistemas vivos, todo existe em estados diversos de energia, os quais podem ser examina-

dos separadamente

graças ao emprego de diferentes potências do item em questão.

Assim, algumas toxinas serão encontradas,

digamos, apenas no DNA6 ou no RNA6,

enquanto outras só aparecerão no DNN2 ou no DNA30, e assim por diante. Quando a toxina afeta gravemente o organismo físico, tende a ser detectada em níveis inferiores, ao passo que o miasma latente ou adormecido tências mais elevadas.

se manifestará

nas po-

Resposta positiva ou negativa Examinando

qualquer amostra diagnóstica, obtém-se uma resposta positiva ou ne-

gativa. Percebe-se isso com mais clareza pela consideração das duas fases de resposta de um organismo vivo a um estímulo prejudicial: primeiro, a fase de reação; depois, a fase de exaustão e talvez até de morte. Quando se "chicoteia um cavalo cansado", a resposta inicial é a fuga desabalada e em seguida o colapso. Essa seqüência pode ser notada em toda doença aguda, embora o colapso, é claro, só muito raramente ocorra numa pessoa hígida, a menos que a virulência do ataque seja insuportável

(no caso

da meningite, por exemplo). O diagnóstico positivo corresponde à fase de reaçãoo organismo se insurge - e o negativo, à de exaustão. Já deve ter ficado claro para o leitor que essa "fase negativà' tem algo a ver com o Psora. Toda fase pode ser detectada em qualquer nível do DNAlRNA, passando pelas mitocôndrias pela energia física) e o conjunto

de células da entidade,

(responsáveis

até os órgãos e sistemas

particulares. O fígado, por exemplo, dará resposta positiva no nível celular, em presença de hepatite aguda.3 A medida que o paciente se recupera, ela diminui e desaparece; mas uma resposta residual negativa poderá muito bem permanecer ainda por algum tempo, embora, obviamente,

com o tratamento

ambas as fases sejam visivel-

mente abreviadas. Vale notar que a fase de exaustão é nitidamente cristalizada no remédio Psonnum - sem dúvida o mais debilitante, depressor, aflitivo, frio e frágil remédio da Materia Medica, destituído de vitalidade e ainda assim freqüentemente necessário após uma doença aguda.

MIASMAS E TOXINAS

99

Na tentativa de entender o mecanismo da enfermidade, é importante ter em mente que toda reação violenta - e todos os sintomas visíveis de natureza inflamatória (portanto, "positiva") - às vezes ocorrem apenas em virtude de um esgotamento ou deficiência funcional ocultos, no mesmo nível ou em outro, sendo portanto uma compensação para essesúltimos. Explicando melhor: ao andar de bicicleta, a pessoa mantém um equilíbrio perfeito graças a pequenos ajustamentos de que nem sequer toma consciência. Esse é o "estado de saúde". Entretanto, se essa pessoa for parcialmente incapacitada ou vagarosa nas reações, o mínimo distúrbio resultará em perda do controle, seguida de resposta violenta e recuperação - ou desastre. Temos aí a experiência típica do homem comum durante a doença. Portanto, a importância fundamental do miasma Psora, a fraqueza ou o estado negativo subjacentes, é seu papel na predisposição para todos os tipos de males humanos. Devemos acrescentar que as condições degenerativas crônicas não passam, logicamente, de estados psóricos persistentes e progressivos, provocados pelas devastações do estresse, das supressões, das deficiências, das infecções e dos miasmas. Os sintomas suscitados pelos remédios da Matma Medica homeopática, tais quais estabelecidos pela experimentação e a terapia, inserem-se em duas categorias - reação e exaustão -, dependendo da gravidade do envenenamento, trauma ou infecção que forneceu os dados. Na prescrição, escolher-se-á um remédio ou um nosodo para tratar de qualquer condição, positiva ou negativa. No caso das doenças agudas comuns, o remédio sintomático tem com freqüência sua eficácia aumentada pelo uso adicional do nosodo fabricado a partir do organismo causativo. O mais das vezes, a análise psiônica pode identificar ou confirmar ambos. As moléstias crônicas exigem a cuidadosa e progressiva eliminação das toxinas e miasmas presentes; cumpre enfatizar, no entanto, que a restauração dos estados ps6ricos negativos e debilitantes é a medida mais urgente. Nessa abordagem abrangente da cura reside o alvo da Medicina Psiônica. Características

PSORA:

principais dos grandes miasmas

Distúrbios funcionais. Ausência de degeneração estrutural ou doença. Hipersensível. Irrequieto. Sagaz, inteligente. Ansiedade - desproporcionada. Fobias. (Esgotamento - resultante de doença aguda, atividade de outros miasmas, supressão de estados/sintomas físicos ou emocionais).

SYPHILIS: Destruição de tecidos, deformidade, distorção. Ulceração.

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Distúrbio neurológico. Doença arterial. Idade avançada. Todas as anormalidades congênitas. Mente embotada, estupidez, imbecilidade. Depressão, especialmente endógena. Tendências suicidas. Psicoses orgânicas.
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