DOZE MÍSTICOS CRISTÃOS

January 21, 2019 | Author: Junior Santos | Category: Love, Prayer, Experience, God, Faith
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DOZE MÍSTICOS MÍSTI COS CRISTÃOS CRI STÃOS – JUAN JUA N MARTÍN VELASCO V ELASCO1 PRÓLOGO  A oração tem sua origem além de si mesma. mesma. Alguns dizem que ela se encontra encontra na religião e a definem como religionis actus, a religião posta sem ação; outros, com mais precisão, a consideram como actus fidei, a fé posta em ação, referindo-se mais exatamente à oração cris cristã tã.. Defi Defini nind ndo o com com maio maiorr rigo rigorr a orig origem em imed imedia iata ta da prec prece, e, refe referim rimoo-no noss aqui aqui à experiência pessoal de Deus como manancial que a alimenta, ao solo nutritio do qual lança suas ra!zes. "p. #$. %areceu-me que a ida das grandes figuras da fé, lidas da perspectia da experiência de Deus que elas transmitem, e seus escritos, que com maior ou menor igor a expressam, poderiam colocar diante dos ol&os das pessoas de fé de nossos dias, atrair para nossas consciências, um caudal fresco, copioso de ida teologal, capaz de remediar a secura de ida interior de que padecem muitos cristãos nesta época inclemente para o elemento m!stico ' no sentido mais no(re ' de nossa ida cristã. "p. )$.

I - SÃO PAULO – “POR VENTURA TAMBÉM EU NÃO VI O SENHOR JESUS?” *omo acontece com a imensa maioria dos grandes ouintes, a experiência de %aulo se inicia num momento decisio de sua ida e a diide em duas partes, determinando nela um antes e um depois e transforma transformando ndo radicalmente radicalmente a pessoa. pessoa. %or isso, &+ tantos ecos dessa experiência nos relatos de sua &istria; por isso, deixa uma marca indeléel em sua memria; por isso, o acontecimento se mantém tão io, tão atio em sua consciência. %ara sa(ermos o que aconteceu a aulo naquele momento priilegiado, é necess+rio ler com atenção os três relatos de sua conersão contidos nos Atos dos Apstolos ,/;00,1/# e 02,-/). 02,-/). A aparição aparição s3(ita; s3(ita; o esplendor esplendor que o torna cego; cego; sua queda queda do caalo; caalo; a oz que o interpela, tudo recorda os relatos de teofanias, de manifestaç4es de Deus a seus grandes interlocutores do Antigo 5estamento6 7oisés, os profetas. "pp. //-/0$.

A !" #$% &'(&)*+,*% .#& ()&*/% /&) &'&)*0%% %ara descreer o desenolimento e o progresso da ida de fé, os escritos paulinos utilizam diersas express4es que remetem a outros aspectos da ida, da experiência cristã. cristã. 8 primeiro é 9sa(edoria 9sa(edoria de Deus:, Deus:, quer dizer, primeiro, primeiro, procede de deus "genitio "genitio su(etio$ e, depois e por isso, tem a Deus como fim 3ltimo "genitio o(etio$. esta lin&a, entre o coment+rio de ão Gregrio, que utiliza com fins espirituais os registros do amor e do tema nupcial. ua leitura alegrica interpreta o drama amoroso da relação amado-amada em termos de ausência, deseo, (usca, ferida, encontro, como s!m(olo da erdade do ser &umano e de Deus, de sua relação e de sua união. "p. 0I$.

V*% & M6*/!/ >este texto cl+ssico, coment+rio da ida de 7oisés, narrada na primeira parte do liro ao longo do Jxodo, encontramos a mais perfeita descrição do itiner+rio do crente desde os

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primeiros fatos até a mais estreita união com Deus, enolta nas treas do 7istério. A primeira etapa é a da indispens+el purificação, e est+ representada pelo s!m(olo da sarça ardente. "p. 02$.  A passagem pelas +guas do 7ar ?ermel&o ' que naturalmente recordam o (atismo ' dee fazer morrer para o crente todo o 9exército de !cios que l&e fazem guerra6 aareza, dese deseo oss impu impuro ros, s, rapi rapina na,, aid aidad ade, e, orgu orgul& l&o o ...: ...: A tra traes essi sia a pela pelass +gua +guass ' alusã alusão o sacramental ao (atismo e à eucaristia ' recria, além disso, interiormente e sacia a sede dos crentes, fluindo de seu prprio interior, em alusão ao eangel&o de ão =oão. "p. 0#$. %ara se c&egar a Deus é preciso passar pelas treas6 9%orque aquele que se (usca tran transc scen ende de todo todo con& con&ec ecim imen ento to.. %or %or toda todass as part partes es o sepa separa ra,, como como tre treas as,, a incompreensi(ilidade:. %or isso, 7oisés declara que 9ia a Deus nas treas:. "p. 0)$.

C6,issa + o dissera muito antes, referindo-se ao con&ecimento de Deus, em alguns par+grafos admir+eis que incorporam à experiência m!stica a dimensão ética que não fala a nen&um m!stico autêntico. "pp. 0-1B$.

III - SANTO AGOSTINHO – “TARDE VOS AMEI" Ó BELEZA TÃO ANTIGA E TÃO NOVA”8 o( nomes diersos e com diersos aspectos6 sa(edoria e erdade, (eleza e felicidade,  Agostin&o, desde sua uentude, não tin&a procurado outra coisa. eus encontros sucessios, com Deus assinalam suas diersas coners4es. A primeira é suscitada pela leitura do Kortensius, de *!cero, e desperta no oem professor de retrica o ardente deseo de Deus so( a forma de sa(edoria. "p. 1I$.  A segunda estação de seu itiner+rio é 7ani "7anés ou 7aniqueu$, o profeta mesopotFmico, fundador do manique!smo, que se apresentaa como apstolo de =esus *risto e do %ar+clito prometido do @angel&o. Do materialismo e do dualismo maniqueus  Agostin&o se sala pelo contato com a filosofia neoplatLnica que, com sua primazia a(so a(solu luta ta do mund mundo o inte intelilig! g!e el,l, seu seu apre apreço ço pelo pelo seu seu inte interi rior or e sua sua prop propos osta ta de transcendência, 9produz nele um incêndio incr!el:, e o mergul&a num segundo assom(ro que faz nascer sua segunda conersão. 8 pass passo o defin definititi io o ocor ocorre re num num mome moment nto o de ilumi ilumina naçã ção o desp desper erta tada da pela pela leitu leitura ra da @scritura, antes menosprezada. Ao assom(ro sucede aqui a decisão que o lea ao (ati (atissmo e à entra ntrada da num numa comun omunid ida ade que o acom acomp pan&a an&ar+ r+ em seus seus 3ltim ltimo os desa(roc&amentos desa(roc&amentos "*onfiss4es ?MMM$. "pp. 1I-1C$.

>#& &# $& 6,#& &# 0& 6,ada maisN A(solutamente nada mais: "olilquios, M, /$. >ão se trata apenas dos dois 9o(etos: da permanente inestigação de Agostin&o; são os dois centros de interesse que motiam a (usca que inundou sua ida; as duas correntes de energia que a mantêm em moimento; os dois plos da tensão que l&e d+ origem. Duas realidades em relação dinFmica e rec!proca. 8 centro origin+rio est+ em Deus, mas sua presença e sua força de atração se exercem no &omem e, por isso, no ser &umano est+ o ponto imediato de partida. "p. 1C$.

O (6,06 & (%)0*% en&uma erdade tão certa e tão manifesta como esta6 que 9esta su(stFncia, esta coisa, esta pessoa que c&amamos ser &umano procura a ida feliz. Eue querem ser felizes é algo que todos êem em seu coração: "De 5rinitate, PM?, /C,0/$. "p. IB$.

O &,6,0)6 &*,*0*65 % 6,&)/6 7*&)0%6)%8

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 A criatura &umana é &a(itada pelo deseo-nostalgia de Deus, que é a marca dinFmica de Deus num ser criado como seu interlocutor, capaz de Deus e 9à sua medida:. 7as, precisamente por ser o interlocutor de Deus, o &omem não exerce necessariamente essa tendência, nem ie indefectielmente dirigido para Deus, como a flec&a dirigida ao alo par ao qual foi disparada ou como o ferro é irresistielmente atra!do pelo imã. "p. I/$. 8 pecado se impLs entre a orientação a Deus que imprime na criatura &umana sua ação criadora e a decisão da ontade &umana de nela consentir. %or causa do pecado, o ser &umano luta consigo mesmo e não pode o que mais radicalmente quer, ao passo que consente naquilo que contraria seu mais !ntimo querer. "p. I0$.

IV - SÃO BERNARDO – “ACREDITAI NO >UE 2OI E9PERIMENTADO” @le é moido pelo deseo de oltar às fontes e praticar em toda sua pureza a regra de ão Hento; procuram uma simplicidade maior de ida e uma po(reza mais rigorosa. erão eles os pais da reforma cisterciense. A essa reforma dos monges (rancos se unirão, quinze anos depois, por olta de ///1, um oem da no(reza, Hrenardo de Qonataines.  Aps anos de noiciado e alguns outros de monge em *ister, Hernardo é eniado a *lairaux "*laraal$ como a(ade. Desde então, o oem a(ade e os compan&eiros que o segu seguira iram m ão ão impr imprim imir ir no moi moime ment nto o de refo reform rma a recé recémm-in inic icia iado do a marc marca a de uma uma influência decisia."p. I#$. R o pai da ida afetia, da experiência espiritual centrada no amor de Deus. "p. I#$.

A *% **,*F%% ,% 6#0)*,%8 >ão sa(emos sa(emos com certeza certeza os marcos marcos importantes importantes do itiner+rio itiner+rio de Hernardo Hernardo até Deus. R pro+el a decisão do no(re oem de ingressar num mosteiro e no recém-fundado mosteiro de *ister corresponderia a uma experiência de conersão. Dela sa(emos pouco, e os relatos de que dispomos reproduzem os lugares comuns da &agiografia da época.  Além disso, o fato de lear consigo ao mosteiro um n3mero consider+el de irmãos compan&eiros lea a pensar numa espécie de conersão coletia que, segundo alguns, era um fenLmeno relatiamente comum naquela época. "p. I)$  A segunda fonte eidente da teologia mon+stica, da doutrina so(re a experiência de Deus em ão Hernardo, é a leitura ass!dua, a meditação, o coment+rio das @scrituras. 8 conte3do, a qualidade de seus escritos, nos faz suspeitar que em seu caso ocorreu a comunicação interior, à qual se referia 8r!genes, da %alara presente na alma e da %alara presente nas @scrituras; e que sua experiência de Deus se alimentou dessa dupla fonte em permanente transazamento e comunicação. "p. I$.

P6,06 & (%)0*% % &'(&)*+,*% & D&#/8 @ste ponto se situa numa maneira muito particular de entender e ier a condição &umana. Mnsistiu-se com razão no fato de a consciência de pecado ocupar um lugar

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impo import rtan ante te na antr antrop opol olog ogia ia de Hern Hernar ardo do.. 7as 7as não não um luga lugarr cent centra ral.l. A (ase (ase dest desta a antropologia est+ na consciência da no(reza do ser &umano6 9omos criaturas no(res e temos grandeza de alma:. 5emos esta no(reza por sermos imagem de Deus orientada para para serm sermos os seme semel& l&an ante tess a ele; ele; e essa essa imag imagem em cons consis iste te,, fund fundam amen enta talm lmen ente te,, na li(erdade. "p. I$. %Lr-se a camin&o para a experiência exige o c&amado 9socratismo cristão:, quer dizer, o exer exerc! c!ci cio o do 9con 9con&e &ece ce-te -te a ti mesm mesmo: o:,, m+xi m+xima ma à qual qual ão ão Hern Hernar ardo do conc conced ede e tal tal importFncia que a considera 9ca!da do céu:. @ste socratismo é moldado aqui com acentos particulares. >ão consiste no exerc!cio de nen&uma espécie de introspecção, mas na pr+tica da &umildade. @sta implica tanto no con&ecimento da no(reza da alma como no da situação de pecado em que se encontra a criatura &umana. Da! a importFncia e a riqueza de acordes &armLnicos que tem a &umildade na espiritualidade de ão Hernardo, que a c&ama 9o fundamento de todo o edif!cio espiritual:. "pp I-CB$

D% ada de estran&o, pois, que, num momento culminante de sua experiência de Deus, no Alerne, Qrancisco pedisse ao en&or sentir ele mesmo o amor que ele tin&a experimentado ao se imolar por ns. "p. 2C$.

P6)&F%" %7&=)*% & 76#6)8 @m Qrancisco, a po(reza e seu exerc!cio adquirem caracter!sticas singulares. %rimeiro, pelo lugar central que ocupa em sua espiritualida espiritualidade; de; depois, por sua uniersid uniersidade ade e sua radicalidade. @la atinge não s o indi!duo, mas tam(ém a instituição, a congregação por inteiro. Além disso, se refere a todo tipo de riqueza6 à da prpria ontade, à do sa(er e a ciência, à da função que se exerce, até c&egar a exigir a expropriação da prpria po(reza, relatiizada em comparação com o amor e a expropriação de si mesmo. "p. 2#$  A contemplação franciscana se caracteriza, finalmente, por se expressar numa cont!nua confessio laudis, num permanente louor. ?iido como Hem supremo, Deus prooca na pessoa que se encontra com ele uma cascata de emoç4es e sentimentos que fazem nascer a atri(uição por parte do sueito de um sem-n3mero de nomes e propriedades nos quais se concentram todos os alores6 95u és o anto, en&or, Deus 3nico, que operas marail&as; tu és o Qorte, o Grande, tu és o Alt!ssimo...: >a erdade, todas as oraç4es de Qrancisco contêm algo do 7agnificat. "p. 2)$.

S%&6)*% 6/ (6)&/ @xis @xiste tem m form formas as muit muito o mais mais simp simple less de most mostra rarr a coer coerên ênci cia, a, a co-n co-nat atur ural alid idad ade e da espiritualidade franciscana com a espiritualidade cristã. Hasta, por exemplo, o(serar a consonFncia perfeita entre os textos de Qrancisco e as p+ginas que mel&or resumem o esp!rito do eangel&o, como as (em-aenturanças ou a su(lime oração de =esus contida no @angel&o de 7ateus6 9@u os (endigo, %ai, en&or do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos s+(ios e entendidos e as reelastes aos pequeninos:. "p. 2$.

VI - SÃO BOAVENTURA – ITINER4RIO DA ALMA PARA DEUS8 O /$676 6 %$*,um desses camin&os enco encont ntra ramo moss 5ere 5eresa sa de isi isieu euxx e se tié tiéss ssem emos os de desi design gnar ar este este cami camin& n&o, o, o c&amar!amos de camin&o do amor. A atal de /))2, foi decisia para a min&a ocação... deo c&am+-la a noite de min&a conersão. >esta noite (endita, =esus... se dignou tirar-me as fraldas e as perfeiç4es da infFncia. @sse @sse mome moment nto o não não cons constititu tuiu iu numa numa isã isão o do en& en&or or,, simpl imples esme ment nte e ie ieu u uma uma transformação interior na qual perce(ia que a força do Deus que no >atal se manifesta como fraqueza por ns, l&e concedia romper com a infFncia das imperfeiç4es e iniciar seu camin&o até Deus, com uma decisão que nada poder+ deter. A força de Deus a tirou de uma situação que ela mesma recon&ece como infantil, de uma 9infFncia espiritual:. Diante de alguns textos 9Euem for simples en&a a mim: "%r ,I$. 9*omo uma mãe consola um menino, assim eu os consolarei; sereis amamentados, sereis carregados nos (raços, sereis acariciados nos oel&os: "Ms 22, /0-/1$, 5eresa emudece e c&ora em agradecimento agradecimento e amor. @ntrega-se a Deus na total confiança e no a(andono de si mesma em suas mãos. 5ereza não tem como meta de santidade untar méritos6 9deseo ser santa, mas sinto min&a importFnci importFncia a e os peço, peço,  Deus meu, que s mesmos mesmos seais min&a santidade: santidade: a centralidade de seus textos é de admirar a m+xima concentração de tudo o que conduz ao despoamento despoamento radical radical de si mesma mesma e a total confiança confiança que o desperta. desperta. *oncentraçã *oncentração o de tudo em Deus como 3nico o(etio de sua intenção e de seu deseo; e concentração de todos os meios para c&egar a Deus no amor, como o camin&o mais curto e mais direto.  A insistência no amor como centro e essência do camin&o da infFncia sup4e uma espiritualidade luminosa de constante desfrutar da presença do amado. >os 3ltimos /) meses de ida 5eresa ê sua ida sendo o(scurecida da presença de Deus e denomina esse momento como noite escura, a mais longa de todas as noites. *ontudo esta noite não é um acidente no camin&o da fé, nem uma fase ou etapa super+el, mas um elemento estrutural da mesma, deriado da condição a(solutamente misteriosa de seu termino e da fraqueza das faculdades &umanas de c&egar até o mistério de Deus. ogo, não faltam em sua ida, not+eis experiências de uma escuridão muito intensa, por ocasião das proaç4es que dee de superar para seguir sua ocação religiosa.  As experiências de 5eresa, durante grande parte de sua ida, eram espor+dicas. ?in&am pertur(ar pertur(ar momentos momentos em que 9gozaa... 9gozaa... de uma fé tão ia, tão clara, clara, que o pensament pensamento o do céu céu cons constit titu! u!a a toda toda a min& min&a a felic felicid idad ade: e:.. 9e 9e sou( sou(es esse sem m em que que tre treas as esto estou u su(mersa. >ão creio na ida eterna. %arece-me que, depois desta ida mortal, não existe mais nada... tudo desaparece para mim.  resta o amor:. Dessa experiência, arias interpretaç4es surgiram6 @la estaria dominada por um ate!smo radical; discutiam se tal experiência pode ser compreendida como uma noa forma de 9noite escura da alma:. %ara essas afirmaç4es simultFneas, coném lem(rar que a morte aparece como fonte de sofrimento e ainda que a noite escura aparece ao mesmo tempo como fonte de uma luz muito especial; em meio ao sofrimento, momentos de uma erdadeira alegria; e por

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3ltimo, lem(ramos que a santa qualifica o seu estado como erdadeira felicidade6 9alegria perfeita para o po(rezin&o e fraco ser:. 9%ermanecer a!, apesar de tudo, e continuar ol&ando fixamente a luz inis!el que se oculta à sua fé:. >a noite escura de 5eresa continua presente a luz e guia que no coração ardia.  A interpretação mais fidedigna da noite est+ no prprio centro de sua espiritualidade, na experiência do amor a Deus. 5eresa desco(riu a distancia incomensur+el entre o a(ismo do amor infinito de Deus e a pequenez de seu amor. @ iu que esta desproporção s pode ser salação salação se a pessoa pessoa se arroar arroar dentro dentro deste deste a(ismo, a(ismo, deixando-se deixando-se atrair por ele, até imergir 9no ardente a(ismo desse amor:.

U$% $*//6  %70#)% % 6%65 8 aspecto mais admir+el de 5eresa est+ no fato de que depois de /C anos de clausura, parece ter iido numa secreta comunicação com o esp!rito de seu tempo e com seus mais caracter!sticos representantes e oferecer com sua ida e seus escritos uma resposta às necessidades mais profundas que se expressam neles. 5eresa sentiu desde cedo o deseo de que esse amor fosse amado;sofreu pelas ofensas dos &omens a esse amor e mostrou seu deseo de oferecer-se para que todos os &omens correspondessem ao amor de Deus. eu interesse por um &omem ustiçado por um tr!plice assassinato e suas s3plicas por sua conersão, sua simpatia pela causa das miss4es e sua solidariedade com os que tra(al&am nelas são uma proa clara do esp!rito mission+rio que coloca nela sua ocação ao amor a Deus.  A noite da fé em que ai desaparecer no final fi nal de sua ida e sua resposta a ela a lear+ a desco(rir a realidade da descrença e encontrar noas formas de realizar sua missão na terra. Qoi o padecimento padecimento que a conduziu, na situação situação de o(scurecimento o(scurecimento da luz luz com que Deus a &aia presenteado, a ertigem que causaa a experiência dessa ausência de Deus em que adiin&aa imersos os que não acreditaam. A descrição de sua prpria noite a lea a falar, uma ou outra ez, do nada como ameaça às suas mel&ores esperanças.  A simpatia que esta experiência sup4e, se traduzir+ em compreensão e compaixão para com os descrentes, recon&ecidos irmãos. 5eresa é, admiraelmente, uma mul&er que est+ passando pela mais densa noite da fé e pede para os descrentes que (ril&e so(re eles uma c&ama que a ela mesma nesses momentos s sere para ceg+-la. 5eresa é o reflexo do Deus que transluz sua existência teologal, sua condição de crente, porque ao centrar a experiência teologal no amor de Deus, oferece a essa época na qual, pelo menos social e culturalmente, Deus parece ter-se ocultado. %or fim, em seu gesto de solidariedade com os descrentes, encarna para nossa geração o mel&or estilo cristão de relação com os contemporFneos, e marca para a Mgrea de nosso tempo o camin&o de uma eangelização erdadeiramente erdadeiramente noa. 9 o amor é digno de fé:.

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9II - DIETRICH BONHOE22ER  ) experiência experiência de Deus no mundo adulto adulto e secular 

5elogo, Dietric&, por seus escritos e ensino, tornou-se uma das figuras mais releantes da teologia cristã no éculo PP. *ristão radical; &omem atual, sens!el com a cultura da época em que ieu e pela seriedade de seu compromisso ético e a coerência de sua ação com o nazismo, o leou a prisão e a execução em a(ril de /IC. eus escritos constituem um esforço de explicar e salar a complexidade do real, sempre exposto às is4es parciais e unilaterais. @scree uma tese na qual integra a isão teolgica da Mgrea como comunidade dos crentes com a isão sociolgica que desco(re nela uma comunidade o(ser+el de pessoas. Ato e ser, refere-se à reelação como ato que acontece na comunidade que acol&e. acol&e. Defende a ética como realidade ultima da graça e da ustificação. @m suas 3ltimas reflex4es, fala so(re a realidade do mundo e da ida do ser &umano e ainda, so(re o ser cristão no mundo adulto, recon&ecendo a legitimidade da secularização sem a(andonar o Deus que esta além no centro de nossa ida. @sse carisma l&e permite manter em inter-relação permanente seu of!cio de telogo, seu ser cristão e sua condição de &omem de seu tempo e ai, reside sua espiritualidade.

O aturalmente, se a fé é isso, a fé tam(ém é o(ediência, e s da o(ediência se realiza a fé; e ao mesmo tempo s graças à fé é poss!el a o(ediência. 8 c&amado nos ai desco(rindo os redutos em que se esconde um eu que não quer ser desaloado de si mesmo, que não quer deixar de dispor de si mesmo, que não quer o(edecer, e nos ai mostrando a necessidade de a(andonar tais redutos, de romper com esses 9apegos: que impedem a entrega, a fé e a o(ediência ao mesmo tempo.

S&) )&,0& ,#$ $#,6 /&#7%) & %#706 Sesistência e su(missão, a recopilação de cartas escritas de dentro da prisão, constitui a mais importante o(ra de Hon&oeffer. >elas é feita a pergunta6 9Euem é *risto realmente para ns:, ou em outras palaras, 9*risto e o mundo maior de idade:. 5rata-se de com( com(in inar ar o proc proces esso so do mund mundo o para para a sua sua auto autono nomi mia, a, que que con& con&ec ecem emos os como como secularização, com a fé em *risto. 8 fato da secularização se estender ao conunto da sociedade européia e se conerter num elemento da cultura de massas, s aconteceu a partir da proocação de Hon&oeffer e depois de sua morte. As respostas, propun&am dissoler a identidade cristã na cultura moderna, como fazia o cristianismo li(eral, ou negar legitimidade à modernidade e fazer tentatias mais ou menos expl!citas de olta à situação pré-moderna e de ressacralizar a sociedade e a cultura.  A proposta de Hon&oeffer é aceitar o fim da religião como incompat!el com o acesso da &umanidade à idade adulta e instaurar um cristianismo ps-religioso. Apresenta uma frmula paradoxal6 9?ier no mundo esti Deus non deretur , ainda que Deus não existisse:, como se Deus não existisse. Qrmula que não significa eliminar Deus do &orizonte da ida, mas 9ier diante e Deus e com Deus, sem Deus:; ier diante do Deus da reelação, sem o Deus de uma religião que o reduz a remédio dos males que escapam à

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explicação e ao poder da criatura &umana. A proposta consiste em ier o cristianismo, não atendendo às nossas necessidades, limitaç4es e sofrimentos a um Deus tapa(uracos, que consistiria na resposta às nossas necessidades, como faz a religiosidade &umana, mas su(metendo-nos à fraqueza do Deus sofredor6 9@le assumiu nossas dores e carre carrego gou u noss nossas as enfe enferm rmid idad ades es:. :.
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