Resumo Capítulo 1 Casa Grande e Senzala

July 20, 2024 | Author: Anonymous | Category: N/A
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UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco Formação da Sociedade Brasileira Aluno: Givanildo B. da Silva Júnior Resumo do capítulo 1 de Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre Tratando das características gerais da colonização portuguesa, Freyre aponta uma predisposição do colono português à hibridização da cultura, seria, então, um povo aberto à assimilação cultural, que no Brasil se daria com o hibridismo cultural lusitano em relação à cultura indígena e às condições climáticas do Brasil, uma vez que Portugal teria um clima semelhante ao da África, que por sua vez é semelhante ao clima tropical brasileiro. Por outro lado, esses colonos tiveram de enfrentar dificuldades com as adversidades do terreno, as pestes e o clima instável do Brasil, que os portugueses tiveram de superar. Um fator dessa superação, além do contato histórico com os africanos, seria a integração cultural através dos vínculos familiares estabelecidos entre os colonizadores que se relacionavam com as indígenas, fator contraposto pelo envio de órfãs ao Brasil colônia para que se casassem com os colonos, além da permissividade com as diferentes etnias que poderiam adentrar o território, desde que professassem a fé católica, o que seria uma característica da chamada "democracia racial". Freyre, porém, afirma que, acima do sucesso como colonizador, foi mais bem sucedido na "sifilização" do que na civilização dos nativos: em outras palavras, conseguiram difundir melhor suas pestes venéreas do que seu modo de vida cristão. É inegável a prioridade analítica dada ao colonizador branco por Freyre em sua descrição histórica da formação social do Brasil colônia. Mais especificamente do lusitano, que teria uma formação diferenciada pelo já mencionado contato com os povos africanos, em especial da influência dos mouros em sua ocupação da península Ibérica sob a qual Portugal foi constituída. Outro ponto importante a ressaltar é a relativização do processo violento de dominação e estupro que é escamoteado na análise de Freyre ao falar do processo de miscigenação, de "mestiçagem" da população brasileira que ele descreve. Outro fator escamoteado por Freyre em sua análise, é a respeito da estrutura familiar que teria fortalecido as bases estruturais da formação da sociedade brasileira colonial, que foi, também, uma forma de dominação, alterando as estruturas de organização das relações sociais indígenas existentes naquele território, processo que, mais uma vez, não se deu sem violência. Essa estrutura foi de fundamental importância para estabelecer as primeiras grandes propriedades de terra, o tráfico negreiro e a formação da estrutura hierárquica do país. É possível observar na obra de Freyre traços característicos dos mitos de fundação racistas do primeiro quartel do século XX brasileiro, certos determinismos raciais, geográficos, o escamoteio de conflitos e violências, o apagamento dos povos colonizados e escravizados do processo histórico, típicos dessa primeira historiografia brasileira ensaísta.

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