Manual de Corretores Enem 2024

January 4, 2025 | Author: Anonymous | Category: N/A
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PLATAFORMA DE CORREÇÃO DE REDAÇÃO ONLINE

www.corrijame.com.br

MANUAL DE CORRETORES ENEM 2024 APRESENTAÇÃO Olá, caro corretor! Trouxemos este material com o objetivo de auxiliá-lo no processo de correção de redações da banca Enem. De pronto, colocamos a relevância de sua leitura e estudo para que possa haver um melhor alinhamento, não só em relação aos critérios de correção da prova oficial, mas também tendo em vista a padronização dos procedimentos que devem ser adotados por todos os nossos prestadores de serviço. Assim, salientamos que, mesmo já tendo passado pelos procedimentos de treinamento para a correção oficial do Enem nos anos anteriores, é fundamental que acompanhe este material, o qual servirá como norteador da conduta a ser assumida. Outro aspecto que se torna relevante é destacar que este material se propõe a ser objetivo e assertivo. Nesse sentido, você terá acesso às grades de correção Enem, para fins de adequação métrica, assim como terá orientações a respeito dos procedimentos pedagógicos para a correção dentro de nossa plataforma e, se permanecer qualquer dúvida, deve entrar em contato com a nossa equipe pedagógica Vale ainda ressaltar que se buscou a elaboração de um material pautado na formação de corretores pedagógicos e não avaliativos, diferentemente do treinamento oferecido pela Cebraspe (relativo à formação de corretores oficiais para o Enem 2023). Para ficar mais claro, o corretor avaliativo apenas atribui a nota a partir da interpretação, mensuração e contabilização dos níveis, já o pedagógico precisa, procedimentalmente, inserir as correções, apontamentos, sugestões e justificativas dos equívocos para que o aluno possa empreender uma gradativa melhora. Logo, o nosso trabalho é muito sério e assume um compromisso ético com o estudante, o qual confia em nosso trabalho como autoridade capaz de orientar a uma evolução e consequente conquista de uma vaga em uma universidade. Veja, pois, a nossa grande responsabilidade! Cientes de seu comprometimento, desejamos uma boa leitura e que os estudos sejam proveitosos para o seu conhecimento profissional e pessoal.

GRADE DE COMPETÊNCIAS ENEM C1

Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa

C2

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa

C3

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista

C4

Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação

C5

Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos

GRADE ESPECÍFICA DE CORREÇÃO OFICIAL ENEM COMPETÊNCIA 1 - LINGUAGEM

Veja que é muito importante ter em mente que é preciso compreender muito bem as distinções evidenciadas em cada um dos níveis, para que possa haver uma correção assertiva e com a preservação de uma coerência entre todos os corretores. Certamente que haverá sempre uma e outra divergências neste processo, o que é natural, tendo em vista o olhar dos profissionais, sua bagagem cultural e vivências. Por isso mesmo

que a nossa equipe pedagógica está à disposição para tirar dúvidas, e também para fazer o acompanhamento constante, com o propósito de propiciar a melhor entrega aos alunos. Para a averiguação dos níveis desta competência, é fundamental observar a produção (conteúdo), ou seja, deve-se verificar a quantidade de desvios e de problemas de estrutura sintática proporcionalmente à quantidade de linhas utilizadas na elaboração textual. Então, faz-se fundamental ter um bom discernimento para não cometer injustiças. Vejamos cada um dos níveis - do mais alto ao mais baixo.

No nível 5 da grade de correção Enem, temos elementos objetivos claros para mensurar pertinentemente a atribuição desta nota. Veja que pode haver, no máximo, 1 falha de estrutura sintática E/OU, no máximo, 2 desvios. Não é um desafio, pois, identificar quando uma redação conquista esta pontuação. No nível 4, o aluno pode cometer equívocos de estrutura sintática, como a justaposição, truncamento, excesso e/ou falta de elemento, desde que não comprometam a progressão de ideias. Quanto aos desvios, salienta-se que, se houver mais de 2, já pode ser enquadrado neste nível. Assim, é importante identificar esses poucos desvios a depender das linhas produzidas. Por exemplo, uma produção que tenha 30 linhas (totalidade da folha de redação), com uma letra entre pequena ou média, se o estudante cometer cerca de 3 a 10 desvios, ainda sim, o corretor poderá considerar como ‘poucos desvios’. Já numa situação em que haja apenas 20 linhas, 10 desvios são tidos como ‘alguns’ (descritos no nível 3). Por isso mesmo que o discernimento é um aspecto muito relevante. Seja coerente e, em caso de dúvidas, envie seu questionamento à nossa equipe pedagógica. Atente-se à aula 05 do nosso curso de formação de corretores Enem, para conferir as métricas sugeridas pela nossa equipe pedagógica. No nível 3, a estrutura sintática é considerada como regular. Significa que o aluno comete falhas visíveis de justaposição e/ou truncamento e/ou falta ou excesso de elemento sintático, que prejudicam a progressão de ideias. Essa situação é nítida a partir do momento em que a leitura fica comprometida de forma razoável. Além disso, outro descritor é em relação à quantidade de desvios. Nesse caso, novamente se salienta a relevância de seu discernimento para conferir a quantidade associada à proporção da produção. Para facilitar a vida do corretor, vale lembrar que é mais fácil avaliar a quantidade de desvios em comparação à estrutura sintática. Você pode, portanto, focar pragmaticamente mais em contabilizar os desvios. Para uma melhor elucidação, um texto que tenha em torno de 30 linhas (com letra mediana), ao cometer em torno de 11 a 20 desvios, já pode ser categorizado neste nível. Já imaginando uma produção com 20 linhas, 9 desvios é o suficiente para se enquadrar no nível 3. Atente-se à aula 05 do nosso curso de formação de corretores Enem, para conferir as métricas sugeridas pela nossa equipe pedagógica.

Nota: Aqui abordamos um elemento crucial. Na plataforma da Corrija-me, é menos comum encontrar redações abaixo deste nível (120), visto que os alunos que contratam os nossos serviços, assim como as instituições que recorrem a parcerias têm um lastro cultural e orientação que lhes

permitem um conhecimento linguístico mais apurado. No entanto, reforça-se que existem alunos dos mais diversos níveis linguísticos, mesmo em instituições que prezam pela qualidade da educação. No nível 2 temos aqueles textos de alunos principiantes, os quais pecam pela articulação e condução de informações. Você irá perceber esse tipo de texto pelo desconhecimento da construção sintática (deficitária) ou desvios (muitos). Normalmente, pela nossa experiência, torna-se mais recorrente a quantidade de desvios que servem como um bom termômetro ao corretor. Aqui é possível definir alguns padrões: são textos menores em termos de linhas e/ou conteúdo, sem respeito estético às margens, com rasuras e pouco capricho. Veja que isso tudo pode ser observado pelo nosso corretor como indícios intuitivos de que a produção é precária, como serão provavelmente avaliados nas outras competências. No nível 1, mais incomum ainda entre os nossos textos, há a soma de uma estrutura sintática deficitária e muitos desvios. Cremos que aqui não precisamos de muitos detalhes para atribuição de nota, já que é uma avaliação facilmente executada. Acresce-se que é possível inferir uma condição de semianalfabetismo. Já no nível 0, até o momento (2024), nunca foi averiguado pelos nossos corretores, ou seja, não é uma preocupação que você deva ter. Trata-se de uma situação extremamente rara em que não há a possibilidade de entendimento da produção, tamanha a falta de conhecimento do estudante em termos de construção textual. É aquela situação de um aglomerado caótico de palavras. Atenção: Veja, então, corretor, que a percepção dos problemas encontrados na plataforma são mais fáceis de serem avaliados do que em uma banca oficial, pois os níveis mais baixos dificilmente serão uma preocupação. Agora, algo que é muito relevante deve ser aqui colocado: cabe a você orientar não apenas as correções (na determinação do que é certo ou errado), mas também uma justificativa do problema, com a inclusão de sugestões de estruturação. Isso é muito relevante numa correção pedagógica, haja vista que o propósito não é trazer uma correção meramente avaliativa, mas sim pedagógica. Esse procedimento deve ser adotado no aspecto gramatical (desvios), pois assim você concede o lastro conceitual para que o aluno possa assertivamente corrigir o equívoco. Certo que esse processo não deve consumir um tempo excessivo, portanto, a nossa sugestão é a de que as orientações e justificativas a respeito do erro (desvio) sejam feitas de modo coerente. Por exemplo, quando o erro é de ortografia, como o uso de um hífen ou acentuação, não vemos a necessidade de justificá-lo. Mas, diante de um equívoco de crase, concordância, regência, etc, é fundamental que se estipule um feedback, com a demarcação do equívoco e com a inserção pedagógica de uma orientação a respeito de como proceder para corrigir, ou mesmo uma justificativa breve do erro.

COMPETÊNCIA 2 - TEMA E GÊNERO

A C2 avalia dois aspectos essenciais: tema e gênero. A adequação ao gênero textual é, como você bem sabe, a partir da obediência ao texto dissertativo-argumentativo, em que haja a evidente apresentação das 3 macroestruturas esperadas (introdução, desenvolvimento e conclusão), cada qual com a sua função específica. Já quanto ao tema, refere-se ao cumprimento integral da proposta de redação. Para a devida explanação sobre o tema, tomemos, como exemplo, a proposta Enem 2022, no entanto, cientes de que você teve acesso à íntegra da proposta, não iremos nos ater aqui aos textos motivadores. O Enem 2022 teve como tema: “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Para a sua abordagem completa, o aluno deveria ter tematizado os desafios para a valorização e os povos tradicionais. Isso poderia ocorrer mediante os mais variados sinônimos também. Agora, sobre a estruturação requerida, era preciso que o aluno desenvolvesse uma dissertação com 3 partes bem caracterizadas (introdução, desenvolvimento e conclusão).

Por fim, esta competência também cobrava a ocorrência de, no mínimo, um repertório sociocultural, o qual deve ser legitimado, pertinente ao tema e com uso produtivo. Sabendo-se disso, podemos analisar cada um dos níveis, a começar pelo mais elevado. Vamos lá!

No nível 5, a redação contém uma abordagem completa do tema, 3 partes bem caracterizadas, sem que nenhuma delas seja embrionária e pelo menos um repertório que seja legitimado, pertinente e com uso produtivo. No nível 4, a única diferença que se observa em relação ao nível 5 é que a redação deixa de fazer o uso produtivo de um repertório. No nível 3, a redação, apesar de trazer uma abordagem completa do tema e também com a possibilidade de produzir uma estrutura embrionária, não apresenta um repertório ou, mesmo que o apresente, este deriva dos textos motivadores. Nesse sentido, é muito importante que você, como profissional disposto a fazer uma correção justa e competente, sempre confira o teor integral da proposta de redação. Isso evitará que atribua nota equivocadamente. Aqui cabe uma ressalva! Dificilmente você terá de verificar uma redação, em nossa plataforma, com um nível inferior a 3. As razões para isso já foram anteriormente elucidadas: a qualidade dos nossos estudantes propicia uma recorrência de notas médias/altas. Mesmo assim, veremos os níveis mais baixos na sequência: No nível 2, apesar de trazer uma redação com abordagem completa, o aluno constrói 2 partes embrionárias (macroestruturas compostas por até 2 linhas), ou não finaliza a sua produção. Em algumas situações ainda, pode haver cópia, quando cerca de ⅓ da produção for composta de cópias dos textos motivadores. Novamente se ressalta a grande relevância de você sempre recorrer à proposta para perceber essa situação de muitos trechos de cópia. Já no nível 1, é muito importante ficar atento ao tangenciamento. Uma vez que isso seja caracterizado, automaticamente, o texto será avaliado no nível 1 da C2. Caso você tenha dúvidas sobre a situação de atendimento completo do tema, tendo em vista que a plataforma oferta mais de 300 temas modelo Enem, não exite em enviar sua dúvida para o setor pedagógico.

COMPETÊNCIA 3 - ARGUMENTAÇÃO E PROJETO DE TEXTO

Na C3, a produção textual deve ser analisada de acordo com 2 questões essenciais: o projeto de texto e o desenvolvimento. Mas, antes de entrar neste mérito, vale observar a questão da argumentação também por um ponto de vista mais prático. Intuitivamente, o corretor, com um bom nível de experiência, consegue reconhecer, através de uma leitura atenta, quando a redação apresenta uma argumentação persuasiva. Isso decorre de uma percepção trazida pelo lastro das experiências e da intimidade com as inúmeras produções corrigidas. Certo que esse tipo de discernimento é uma métrica subjetiva, porém eficaz, é muito importante se valer dela. Por outro lado, confiar apenas nessa habilidade, embora possa bastar numa correção avaliativa, na pedagógica, não é o suficiente. Isso decorre dos objetivos desse tipo de análise, haja vista que o nosso corretor precisa identificar os problemas e acertos da redação para assim proceder na orientação daquilo que falta para a obtenção de um nível mais elevado. Então, neste ponto, aproveitamos para ratificar a sua importância em ser analítico e atento para a identificação das falhas no projeto de texto, assim como nas lacunas, para assim proceder com o apontamento e também com as sugestões para melhoria, sempre de modo didático, haja vista que o estudante que comete o erro provavelmente desconhece os procedimentos para a constituição de um projeto de texto estratégico e sem lacunas. Ciente dessas informações, podemos dar prosseguimento às duas questões analisadas na C3. Vamos lá!

O projeto de texto é a organização das ideias de acordo com a disposição de informações conforme o entendimento das funções de cada uma das macroestruturas. Trata-se, pois, daquilo que antecede à própria composição de um rascunho. Ou seja, é a constituição estratégica do que se pretende fazer hierarquicamente em cada uma das partes da dissertação-argumentativa. O projeto pode apresentar falhas, as quais o corretor deve sempre se atentar em diversas situações, tal como na constituição de uma proposição ou tese que não se cumpre no desenvolvimento, com alguma generalização inapropriada, com a disposição de uma intervenção que não dialoga com a discussão efetivada. Veja que um projeto de texto deficitário pode ser percebido a partir de uma leitura analítica, com a constatação da falta de coerência entre as partes. Já o desenvolvimento de ideias se refere à articulação de informações, fatos e opiniões a partir de algumas proposições. Trata-se da capacidade de produzir uma argumentação articulada, clara e equilibrada que explicite ao leitor/corretor o que está sendo defendido. Aqui o corretor deve ficar muito atento à ocorrência das lacunas que atestam a falta de um desenvolvimento eficaz. Estas lacunas são entendidas como problemas identificados na construção de informações que fiquem vagas e imprecisas, em que o leitor se vê obrigado a recorrer a informações externas ao texto produzido. Nesse sentido, procuramos sempre verificar aquilo que falta para que a produção seja efetivamente autônoma e autossuficiente. No nível 5, o estudante precisa elaborar uma redação perfeita (ou quase) do ponto de vista argumentativo. Esse tipo de produção textual é muito facilmente identificável, pois a leitura é fluida e a progressão é hierarquizada de modo estipular uma condução clara de ideias (uma leitura fácil). Ressalta-se, porém, que a existência de uma falha e/ou lacuna pontual são aceitas, desde que não interfiram significativamente na argumentação. No nível 4 o projeto de texto pode apresentar poucas falhas e um desenvolvimento com poucas lacunas. Em geral, trata-se daquela produção em que é visível que o estudante se equivoca na relação da introdução (proposição) com o desenvolvimento, ou mesmo na elaboração lacunar do desenvolvimento, em que poucas informações não são aclaradas, embora seja possível um bom entendimento destas. Fica nítido que o texto, no nível 4 da C3, carece de algo a mais para poder ser inserido no nível 5. No nível 3 já são perceptíveis algumas falhas de desenvolvimento, assim como algumas lacunas. É aquele texto em que fica evidente uma menor intimidade do estudante com a organização, disposição e elaboração de informações. Já há o cometimento de problemas relativos à hierarquização de argumentos. Este nível também possui uma característica mais facilmente identificável referente à sua proporção e estrutura. Quanto à proporção, temos um texto mediano em extensão; já na estrutura, é constatável que não há um bom nível de conhecimento sobre a paragrafação, assim, os parágrafos, em especial os de desenvolvimento, não têm um apuro estratégico e podem vir com 2 a 3 períodos, sem a densidade analítica encontrada nos níveis superiores. Cabe salientar aqui que, pela experiência da plataforma, os níveis mais baixos são menos comuns, raros até. Além disso, atente-se para os níveis 3 e 4 da C3 que exigem do corretor uma postura muito didática, haja vista que os alunos que cometem deslizes argumentativos, muitas vezes se mostram relutantes em entender os problemas, daí entra a sua capacidade e paciência de formulação de uma correção e sugestão de melhora que seja pedagógica (didática para o aluno com um nível ainda mediado de redação).

No nível 2, encontram-se as redações de menor qualidade, em que as falhas são muitas, assim como as lacunas, já que o desenvolvimento é limitado a uma única informação em todo o texto. Provavelmente fica mais fácil de se observar essa característica pela proporção dessa produção, que se apresenta pouco extensa (quando muito com 15 linhas). Por último, no nível 1, raramente encontrado em nossa plataforma, teremos produções sem foco temático ou com foco distorcido, ou ainda textos tangentes. Este último caso é o mais recorrente, por isso, atenção para o não cometimento de injustiça, sempre se adequando a procurar as palavras-chave da proposta de redação. Acerca do conceito de foco temático distorcido e sem foco temático, recomenda-se que acompanhe a aula 07 do curso de formação de corretores Enem.

COMPETÊNCIA 4 - COESÃO

A C4 avalia a relação entre as partes do texto, considerando-se as correlações dadas entre as microestruturas e as macroestruturas. Certo que, para isso, o corretor deve ter plena ciência dos recursos técnicos recrutados pelos alunos. Basicamente, avalia-se a coesão referencial e sequencial. Além disso, também se exige do corretor um olhar atento para a identificação das repetições. Porém, aqui cabe uma ressalva que é um tanto distinta da banca Enem. A Corrija-me se posiciona um pouco mais rigorosa na análise das repetições num caso em específico. De acordo com a banca Enem, as repetições das palavras-chave não devem ser consideradas na contabilização da análise da C4. Diferentemente disso, o corretor da Corrija-me levará em conta esses termos quando repetidos e penalizar a produção quando vierem a comprometer a fluidez da leitura. Assim, é muito importante que o corretor, didaticamente elucide que o aluno deve recorrer a sinônimos e demais recursos coesivos para driblar as

repetições, mesmo que sejam das palavras-chave. Fazemos isso com o propósito de ele aprender a explorar diversas ferramentas linguísticas e para a ampliação de seu léxico coesivo No nível 5, a produção se destaca pelo uso expressivo de elementos coesivos, com raras ou inexistentes repetições e não apresenta qualquer tipo de inadequação quanto ao uso dos operadores argumentativos. Além disso, ressalta-se que há um critério mensurável objetivamente para que a redação conquiste este nível na C4: a produção deve apresentar, no mínimo, 2 operadores argumentativos interparágrafos e, no mínimo, 1 operador intraparágrafo em cada parágrafo No nível 4, o número de elementos coesivos é tido como constante. No entanto, por ser difícil a avaliação da diferenciação sutil que existe entre constante e expressivo, é mais prático que se guie pelas poucas repetições e inadequações. Vale lembrar que a ocorrência de uma única inadequação já caracteriza este nível (160). Além disso, se o aluno apresentar apenas 1 operador argumentativo interparágrafo, permanecerá neste nível. Logo, é fundamental que o corretor saiba reconhecer aqueles operadores válidos segundo a grade avaliativa do Enem. No nível 3, os elementos coesivos se tornam regulares, podendo também haver algumas repetições e/ou algumas inadequações. Já é possível perceber que há algumas lacunas coesivas que impedem o pleno progresso de ideias, já que a articulação entre os períodos e parágrafos se encontra comprometida. Por fim, cuidado com este barramento: se não houver nenhum operador do tipo interparágrafo válido, a redação não irá passar deste nível (120). No nível 2, há presença pontual de elementos coesivos, o que, na prática, diz respeito a um texto em que o corretor preenche as diversas lacunas coesivas para que haja o entendimento da produção. Este nível pode ainda apresentar muitas repetições e/ou muitas inadequações. Salienta-se que o nosso aluno dificilmente será enquadrado neste nível. Uma observação muito importante a ser feita aqui é que, se o texto for construído em monobloco, não deve passar deste nível. O nível 1 ocorre em situações incomuns, quando o estudante nitidamente tem um nível deficitário de conhecimento da própria língua, o que afeta também, e de modo direto, a C1. Aqui temos raros conectivos e/ou excessivas repetições e/ou excessivas inadequações. Temos ainda o descritor do nível 0, mas este é mais incomum ainda em nossa plataforma e até o presente momento nunca tivemos de lidar com esta circunstância. Em todo caso, este tipo de situação é visível e facilmente identificado pela constituição de um aglomerado caótico de palavras (sem nexo).

COMPETÊNCIA 5 - INTERVENÇÃO

A C5 avalia a construção de uma proposta de intervenção. Para a sua análise, é muito relevante que o corretor compreenda muito bem os procedimentos de sua elaboração. Ressalta-se, contudo, que a Corrija-me propõe uma análise mais rigorosa, sempre visando a uma formação mais qualificada do aluno, haja vista que nos policiamos para a manutenção da qualidade e da alta performance.

1 - AGENTE - Trata-se do ator responsável por promover a medida propriamente dita. Identifica-se o agente a partir da pergunta: “quem irá executar?” Claro que se deve limitar o agente, o qual não pode ser qualquer um. Para efeito prático, vamos listar alguns desses agentes válidos.

A equipe pedagógica da Corrija-me recomenda que o estudante recorra a esses elementos para a elaboração de uma intervenção mais efetiva, nos cursos disponíveis em nossa plataforma. Portanto, corretor, fique atento a essa lista, assim como para seus sinônimos, os quais não estão necessariamente presentes neste material. Atenção: Se você participou do curso de formação de corretores deste ano, deve ter percebido que não incluímos na lista de agentes válidos, uma situação em questão. Trata-se do NÓS (com o sujeito determinado simples ou oculto). Reforçamos que, os nossos corretores devem aceitar este agente, mas sempre se encarregando de elucidar que não é o mais recomendado para a elaboração de uma intervenção. Logo, sempre que isso ocorrer, sugerimos que aponte o equívoco, ACEITE como elemento válido e sugira a utilização de outro mais pertinente.

2 - AÇÃO - A descrição da ação / medida pretendida. Trata-se da medida que será tomada a partir da análise do problema e da discussão efetuada no desenvolvimento. Espera-se que o aluno saiba elaborar coerentemente uma intervenção de acordo com o que foi levantado no decorrer da argumentação, embora, a depender da qualidade textual, isso possa não ocorrer, comprometendo a C3 e não a C5.

3 - MEIO/ MODO - Construção da especificação dos procedimentos que serão tomados para a execução da ação. Normalmente é possível distingui-lo na presença de alguns conectivos como ‘através de’, ‘a partir de’, ‘por meio de’. Nesses casos é mais fácil a sua identificação. No entanto, ainda pode vir constituído de uma oração reduzida, na qual os conectivos não aparecem e é preciso que o corretor se atente para aferir se se trata, de fato, de uma descrição do meio e modo. Caso não fique evidente, o seu papel é de instruir sobre os procedimentos necessários para a sua correta elaboração. Vale ainda lembrar que este elemento indica o processo pelo qual a ação se efetivará e é preciso que haja um mínimo de coerência entre esse este elemento e a ação proposta.

4 - EFEITO - Aquilo que é esperado a partir da tomada da ação, seja a longo, médio ou curto prazo. Trata-se daquilo que se pretende alcançar a partir da ação proposta, ou seja, o fim, o objetivo da intervenção. Nesse caso, é possível identificá-lo por meio de verbos no infinitivo, tais como REDUZIR, MINIMIZAR, SOLUCIONAR, ACABAR, CONSCIENTIZAR, SUPERAR, DIRIMIR, etc. Tome cuidado, pois existe um padrão identificado nas correções oficiais e também em relação às redações enviadas à plataforma quanto à posição que o efeito ocupa. Em muitas circunstâncias podem aparecer 2 efeitos (não falamos aqui de um detalhamento do efeito, mas de uma repetição de efeito): um no começo da proposta e outro ao final, em seu encerramento. Exemplo.: Dessa forma, é fundamental reduzir o preconceito associado à cultura dos povos indígenas no Brasil. Para tanto, o Estado deve estipular uma política de valorização das comunidades tradicionais, por meio de um maior investimento nos órgãos de proteção estatal, tal como a Funai e a Sesai. Desse modo, a longo prazo, será possível superar o estigma associado aos indígenas e teremos um respeito à Constituição de 1988. Veja que nesta conclusão, o aluno inicia o parágrafo retomando o problema com a inserção do efeito pretendido (“reduzir o preconceito associado à cultura dos povos indígenas no Brasil”). Essa mesma ideia é reproduzida no último período (‘será possível superar o estigma associado aos indígenas’). Veja que não se trata, na verdade, de 2 efeitos, ou do detalhamento do efeito, mas sim do mesmo efeito colocado de modo redundante com o claro propósito de estruturar pertinentemente o fechamento.

5 - DETALHAMENTO - Informação adicional a respeito de algum dos elementos anteriores. O detalhamento diz respeito à informação adicional que é possível de se inserir em relação aos elementos anteriores. Muitas vezes o aluno se perde em sua descrição, haja vista a dificuldade de compreender como fazê-la corretamente. A Corrija-me recomenda que este detalhamento seja o mais simples e objetivo possível, até porque o propósito da correção é mostrar ao aluno o que é prático e efetivo. Nesse sentido, preferencialmente, opte por ensinar (quando necessário) a inserir um detalhamento do agente. Claro que, em todo caso, o corretor deve estar muito atento a qualquer outro tipo de detalhamento. O detalhamento pode vir vinculado a qualquer um dos 4 elementos anteriores, mas é preciso cautela. Vamos relembrar o assunto! O detalhamento do agente, da ação e do modo/meio pode ser efetivado, basicamente, de duas formas: por meio da exemplificação ou explicação/justificativa. Veja o quadro que se segue:

Agora, para a o detalhamento do efeito, verifique o quadro abaixo:

Agora que você já sabe a respeito dos elementos que devem ser avaliados na intervenção, reveja os níveis avaliativos desta competência. No nível 5, a redação deve apresentar os 5 elementos. No nível 4, a intervenção precisa conter 4 elementos. Vale destacar que é comum o corretor ter alguma dificuldade ou dúvida na hora de aferir os elementos, quando, principalmente, o aluno não faz uso de uma estrutura muito bem organizada e objetiva. No entanto, vale lembrar que este nível não é responsável por verificar e analisar a organização da disposição dos elementos. Portanto, para uma avaliação justa, é preciso ter cautela, principalmente em relação aos níveis mais elevados, em que um pequeno detalhe pode fazer a diferença entre 160 e a nota máxima. Já no nível 3, são 3 elementos e, normalmente, o que se percebe é a ausência do meio/modo e do detalhamento. No nível 2, verifica-se uma intervenção deficitária e pouco comprometida com a apresentação de uma intervenção coerente. A simplicidade marca este nível, o qual pode ser assim analisado quando apresentar apenas 2 elementos. Acresce-se ainda que, se a intervenção apresentar uma ação condicional, por mais que elenque mais de 2 elementos, a redação não deve ultrapassar 80 pontos na competência 5.

No nível 1, normalmente, encontramos aquelas produções que tangenciam o tema, embora ainda haja a possibilidade de o aluno elencar apenas 1 elemento válido. Quanto ao nível 0, muito raro entre os nossos alunos, identificamos a redação cuja intervenção fere os direitos humanos ou mesmo peca pelo desconhecimento das exigências da banca Enem e não é construído nenhum tipo de medida interventiva.

Veja abaixo alguns exemplos os quais foram analisados por nossa equipe pedagógica: Exemplo 01:

Nesta conclusão, o aluno opta por construir duas intervenções. A primeira (menos completa), traz apenas 3 elementos (nível 3). Já a segunda (mais completa), o agente foi designado como “a população”, a ação é caracterizada por “precisa conscientizar sobre a riqueza desses povos”, o meio/modo é descrito como “por meio de um estudo mais aprofundado sobre a cultura”. Por fim, o efeito é designado adequadamente no primeiro período de forma genérica a atender as duas intervenções: “valorizar os povos tradicionais”. Algo que chama a atenção é a construção de um último período com uma frase de efeito que pode dar a falsa sensação de que temos um efeito, ou mesmo que pode ser confundido com um detalhamento do efeito. No entanto, veja que a afirmação é muito genérica, cujo propósito é unicamente encerrar a redação, não sendo possível contabilizá-lo, pois, como um elemento válido.

Exemplo 02:

No segundo modelo, temos uma intervenção nota 200 (nível 5). Temos a aferição de 2 intervenções, sendo a primeira mais completa e que deve ser contabilizada. Veja que o agente é o “Estado”, seguido do detalhamento do agente e "principal responsável pela manutenção do bem-estar coletivo”, meio/modo: “através de órgãos fiscalizadores”. Ainda no mesmo período, ele insere a ação - “deve assegurar a preservação da vida desses povos” -, seguido do efeito: “a fim de valorizar suas culturas, em especial a dos indígenas”.

Exemplo 03:

Nesse modelo temos uma situação agravante e que merece destaque. Veja que a intervenção traz todos os elementos, o que pode fazer com que o corretor se confunda e atribua a nota 200 na C5. No entanto, na linha 23, o aluno insere a conjunção condicional “caso”, fato que leva a C5 a ser avaliada, no máximo, no nível 2 (80). Portanto, caro corretor, cabe sempre uma atenta análise e uma sugestão didática ao aluno, com a justificativa do desconto de nota. Veja que, com a explicação pertinente, o aluno se satisfaz e poderá oportunizar uma melhora significativa na produção textual.

Exemplo 04:

Veja que aqui temos uma intervenção com 3 elementos válidos: agente (‘governo”), ação (“deve investir mais na proteção dos índios”) e o meio/modo (“por meio de mais verbas as instituições que nem a Funai”).

Para encerrarmos este tópico, cabe lembrar que a intervenção não precisa necessariamente aparecer na conclusão. Em raras ocorrências, pode ser identificada uma intervenção no desenvolvimento e até mesmo no primeiro parágrafo (introdução). Nessas circunstâncias, você deve contabilizar os elementos normalmente, mas sempre buscando orientar o aluno a estabelecer estrategicamente a inserção da intervenção apenas na conclusão.

ENCERRAMENTO

Caro corretor, veja que este material será de grande ajuda para orientá-lo e atualizá-lo a respeito dos critérios de correção da banca Enem. Claro que é importante reforçar que o assunto não se esgota aqui e existem outros aspectos que podem ser discutidos, uma vez que venha a fazer parte da nossa equipe de prestadores de serviço. Por isso mesmo a Corrija-me mantém o canal de comunicação aberto para tirar dúvidas, ouvir sugestões de aperfeiçoamento e demais comentários que possam trazer ganhos ao processo de correção de redações.

Site: https://www.corrijame.com.br E-mail: [email protected] WhatsApp: (11) 91618-8287

Vale lembrar ainda que este material deve ser complementado a partir do curso online de atualização de corretores Enem 2023. Estude a partir dessas mídias para que tenha uma adequada formação como um dos nossos colaboradores e que assim possamos estabelecer uma correção pedagógica equilibrada, sem ruídos.

A plataforma mais completa de correção e ensino de redação

Mais uma vez agradecemos por sua participação e desejamos um ótimo ano de estudos em 2024!

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