DIVERTIDAMENTE - Análise A Partir Da Psicologia

DIVERTIDAMENTE: MEMÓRIA E EMOÇÕES ALUNOS (AS): BEATRIZ, DILZA, ISABELA, KAMYLA, LARISSA E TABATA ORIENTADOR (A): ADRIANA C. DA C. SILVA DISCIPLINA: PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS

DIVERTIDAMENTE – O FILME O filme Divertidamente, sucesso de público e crítica da Disney e da Pixar, conta a história de Riley, uma garota de 11 anos que enfrenta uma série de mudanças em sua vida. A principal delas foi sair da cidade em que morava. As memórias de Riley são fixadas pelas emoções. Durante o filme, os cinco sentimentos, Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho, ficam dentro de uma sala onde acompanham e controlam tudo o que acontece com Riley.

MEMÓRIA: PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES

A memória possui três estágios, sendo eles a codificação, o armazenamento e a recuperação.

CODIFICAÇÃO: transformação da informação para que esta seja armazenada.

ARMAZENAMENTO: espaço onde as informações são guardadas.

RECUPERAÇÃO: recordação das informações guardadas.

MEMÓRIA: PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES

No filme “Divertidamente”, podemos observar a ideia das memórias guardadas em esferas e executáveis como vídeos. Esta situação foi inspirada no ato real de guardar e relembrar uma recordação. O processo todo envolve a codificação da memória, seguida de seu armazenamento e de sua recuperação quando necessário.

CODIFICAÇÃO A codificação nada mais é do que a entrada de informação no nosso cérebro. Para que possamos gravar ou até mesmo entender determinadas situações do dia a dia, há o processo de codificação, mas para que isso aconteça precisamos nos esforçar e prestar atenção na situação em questão.

Nosso cérebro é capaz de processar diversas informações ao mesmo tempo sem nosso esforço consciente. Este fenômeno é denominado “processamento automático” onde conseguimos codificar informações sobre espaço, tempo, frequência e informações bem aprendidas. Porém para que consigamos reter determinadas informações, é necessário que haja o “processamento empenhado”.

CODIFICAÇÃO É importante ressaltar os tipos de codificação existentes. São elas: codificação visual, codificação acústica e codificação semântica.

CODIFICAÇÃO VISUAL: codificação de imagens.

CODIFICAÇÃO ACÚSTICA: codificação de sons.

CODIFICAÇÃO SEMÂNTICA: codificação de significados.

ARMAZENAMENTO Após a codificação das informações, elas são retidas na memória. Existem três tipos de memórias armazenadas, sendo eles: memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Estas são definidas no seguinte esquema: ATENÇÃO

MEMÓRIA SENSORIAL

CODIFICAÇÃO

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

RECUPERAÇÃO

ARMAZENAMENTO: MEMÓRIA SENSORIAL Trata-se se um sistema de memória temporária, tendo forte ligação com os sentidos e dura apenas algumas frações de segundos, então geralmente não percebemos sua execução.

Existem dois tipos de memória sensorial, a memória icônica e a memória ecoica:

MEMÓRIA ICÔNICA: MEMÓRIA ECOICA: funciona como uma funciona como uma memória sensorial memória sensorial momentânea de um momentânea de um estímulo visual. estímulo auditivo.

ARMAZENAMENTO: MEMÓRIA DE CURTO PRAZO Os dados que chegam até a memória sensorial são divididos em dois tópicos:

NÃO ALVO DE ATENÇÃO

DESAPARECIMENT O IMEDIATO

ALVO DE ATENÇÃO

TRANSFERÊNCIA PARA A MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

DADOS BRUTOS DA MEMÓRIA SENSORIAL

Logo, toda informação que é alvo de atenção é transferida para a memória de curto prazo.

ARMAZENAMENTO: MEMÓRIA DE CURTO PRAZO A memória de curto prazo tem capacidade e duração limitada, podendo absorver poucos dados por pouco tempo. A memória de curto prazo se torna eficiente em associar novas informações às antigas e resolver problemas, se tornando ideal para gravar informações que ouvimos ou vemos.

Um exemplo a ser observado no filme “Divertidamente” está na cena em que Riley se lembra de uma pizzaria que viu no caminho para sua casa nova. Neste caso pode se dizer que a memória da pizzaria era uma memória sensorial que foi alvo da atenção de Riley, sendo esta transferida então para sua memória de curto prazo.

ARMAZENAMENTO: MEMÓRIA DE LONGO PRAZO Possuindo capacidade ilimitada de armazenamento, a memória de longo prazo mantém as informações “adormecidas” para serem recuperadas posteriormente por algum estímulo. Observa-se tal situação em “Divertidamente” a todo o momento quando novas memórias são criadas e armazenadas quando Riley vai dormir.

ARMAZENAMENTO: MEMÓRIA DE LONGO PRAZO As informações retidas na memória de longo prazo são agrupadas segundo seu significado, permitindo que consigamos lembrar mais facilmente delas. Este é conhecido como o efeito de agrupamento ou chunking. Esta situação pode ser observada nas cenas em que as memórias de Riley são armazenadas conforme suas emoções.

RECUPERAÇÃO: FALHAS DA MEMÓRIA

RECUPERAÇÃO: FALHAS DA MEMÓRIA A recuperação da memória, terceiro estágio de processamento de informações, acontece de tempo em tempo. Existem traços da memória armazenados, tempo de reação de recuperação de qualquer informação linear e crescente. Quanto maior o tempo que se leva para uma informação ser estocada, maior o tempo de recuperação da mesma, e nesse processo parte da informação pode ser esquecida, principalmente se não houver manutenção da mesma.

RECUPERAÇÃO: FALHAS DA MEMÓRIA De acordo com o pesquisador Daniel Schacter existem formas de fracasso de nossa memória. São eles: Distração: A falta de atenção aos detalhes produz falhas na codificação. Transitoriedade: O armazenamento declina com o tempo. Bloqueio: A inacessibilidade às informações armazenadas. Atribuição errada: Refere-se uma memória sendo confundida a fantasia com realidade.

RECUPERAÇÃO: FALHAS DA MEMÓRIA Sugestionabilidade: É uma qualidade psicológica que define a disposição de alguém para receber uma ideia e ser por ela influenciado. Distorção: Refere-se às influências que alteram nosso conhecimento, opiniões e sentimentos atuais de novas experiências ou de nossas últimas lembranças dessas experiências. Persistência (pecado do cometimento): Persistir em não se esquecer de memórias indesejáveis.

RECUPERAÇÃO: FALHAS DA MEMÓRIA

No filme, as memórias que não tem mais utilidade para Riley são jogadas num lixão. Na busca do caminho de volta para a sala de controle, Alegria e Tristeza passam por diferentes áreas do cérebro da Riley, e acabam encontrando um antigo amigo imaginário da menina e chegam ao local para onde vão as memórias esquecidas.

EMOÇÕES Na psicologia, a emoção é muitas vezes definida como um estado complexo de sentimento que resulta em mudanças físicas e psicológicas que influenciam o pensamento e o comportamento. As emoções são respostas adaptativas de nosso corpo. Elas existem não para nos proporcionar experiências importantes, mas para permitir a nossa sobrevivência.

EMOÇÕES A animação “Divertidamente” apresenta as emoções de uma maneira muito leve e didática. No filme são apresentadas cinco emoções: a alegria, a tristeza, o medo, a raiva e o nojo. Mas quais são os tipos de emoções que existem? De acordo com a teoria de Antônio Damásio, existem três tipos:

PRIMÁRIAS: são aquelas facilmente perceptíveis pelas pessoas, como o medo e a alegria.

SECUNDÁRIAS: não são tão fáceis de notar, como por exemplo, o nervosismo, a culpa ou a vergonha. DE FUNDO: são as não perceptíveis, como a calma ou fadiga. Elas são difíceis de serem percebidas porque estão mais relacionadas ao mundo interno do indivíduo do que ao externo.

EMOÇÕES Dentre esses tipos de emoções abordados, iremos falar sobre as emoções apresentadas no filme “Divertidamente”. MEDO: o medo é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos. Sem essa emoção, nos colocaríamos em situações perigosas. O medo, por sua vez, evita que isso aconteça, pois é uma reação involuntária e natural. RAIVA: também funciona como um mecanismo de proteção. O sentimento de injustiça gera a raiva para que possamos agir em prol do que acreditamos, ou seja, pode ser útil para ajudar a entender o que está errado em sua vida e buscar motivação para possíveis soluções. ALEGRIA: está diretamente associada ao prazer e à felicidade. A alegria é uma das formas que o corpo tem para incentivar a ação, além de atuar como uma recompensa também.

EMOÇÕES NOJO: O nojo gera a repulsa ou a necessidade de rejeitar algo, criando uma sensação de desagrado nítida. Trata-se de uma resposta de repulsa diante da chance (real ou imaginária) de ingerir algo nocivo. A principal função do nojo é evitar qualquer tipo de estímulo que possa provocar uma intoxicação TRISTEZA: Possui vários níveis de intensidade, que vão desde um estado de desapontamento até a angústia, que é mais intensa. Pode ser desencadeada por diversos acontecimentos, como uma desilusão amorosa, problemas financeiros, traumas, descontentamento profissional/pessoal ou algum outro tipo de conflito interior.

EMOÇÕES

MEDO: quando Riley ainda é pequena, o Medo faz com que ela tome cuidado ao se aproximar de um fio.

RAIVA: quando Riley é contrariada na mesa de jantar, a Raiva toma conta de suas emoções.

ALEGRIA: quando Riley joga ´hóquei com seus pais, a Alegria passa a controlar suas emoções.

NOJO: quando Riley ainda é pequena, o Nojo faz com que ela rejeite o brócolis oferecido por seu pai.

TRISTEZA: quando Riley desiste de fugir e volta pra casa, a Tristeza se faz presente em suas emoções.

EMOÇÕES

Uma parte importantíssima das emoções é sua funcionalidade de adaptação, sendo ela reações evolutivas no cérebro para enfrentar situações problema. Percebemos ao longo do filme as funções das emoções básicas e seu papel adaptativo de suma importância. No âmbito social, assim que conhecemos cada emoção apresentada no desenho e sua função, já sabemos o papel que cada uma vai motivar e organizar para formar a personalidade da Riley.

EMOÇÕES

Também são apresentadas no desenho as ilhas de personalidade da Riley, que foram criadas a partir de experiências e emoções vivenciadas pela jovem, as memórias base. Essa organização se refere à função das emoções na percepção do indivíduo, aumenta a seletividade da atenção e ajuda a determinar o conteúdo da memória. Tudo isso para favorecer a adaptação do indivíduo e auxiliar no desenvolvimento de sua personalidade

REFERÊNCIAS   MYERS, David G.; ESTILL, Daniel Argolo.; CORRÊA, Heitor M. Psicologia. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 665 p. ISBN 978-85-216-2082-2. Capítulo 8 Memória. CANNON, W. B. (1927) The James-Lange theory of emotion: A critical examination and an alternative theory. American Journal of Psychology, 39, 10-124. JAMES, W. (1884). What is an Emotion? Mind, 9, 188-205. MYERS, D. G. (2004). Theories of Emotion. Psychology: Seventh Edition. New York, NY: Worth Publishers DAMÁSIO, A. (2000) O Mistério da Consciência: do corpo e das emoções do conhecimento de si. São Paulo: Companhia das Letras. Disponível em: . Acesso em 4 de novembro de 2020. CARVALHO, Julia. “O homem está evoluindo para conciliar a emoção e a razão”, diz António Damásio. Disponível em: . Acesso em 4 de novembro de 2020.