Dimensionamento de Bueiros

May 13, 2019 | Author: Fernando Antonio Rodrigues Netto | Category: Fluid Mechanics, Soft Matter, Transparent Materials, Applied And Interdisciplinary Physics, Phases Of Matter
Share Embed Donate


Short Description

Download Dimensionamento de Bueiros...

Description

DIMENSIONAMENTO DE BUEIROS 1. Introdução Bueiros são condutos curtos usados em travessia de estradas e rodovias. A análise teórica exata do escoamento em bueiros é extremamente complexa, conforme a publicação “Hydraulic Design of Highway Culverts”. Mays (1999) enfatiza três parâmetros importantes em bueiros: carga do bueiro na entrada H, velocidade da água no mesmo e altura do nível d’água na saída do bueiro (tailwatwer). A análise de um bueiro é bastante complicada. As equações que regem os cálculos podem variar conforme o bueiro esteja submerso ou não ou conforme a saída do bueiro esteja submersa ou não. A seção de um bueiro pode ser circular, retangular ou elíptica. Os bueiros podem ser feitos de diversos materiais, sendo mais comum o concreto armado, chapas de aço galvanizado, tubos de ferro fundido e tubos de plástico de grandes diâmetros. Na Figura 1 são apresentados vários tipos de entrada de bueiros.

Figura 1 - Tipos de entrada de bueiros.

2. Dimensionamento de bueiros 2.1 Bueiro com entrada livre e saída livre

Figura 2 1

Neste caso, pode-se utilizar a equação de Chèzy-Manning que pode ser aplicada para seção retangular ou circular. a) Seção retangular A vazão pode ser determinada pela seguinte equação: Q

=

 I  2 / 3  A ⋅ R H  n

(2.1)

onde: n – coeficiente de rugosidade de Manning do canal; 3

Q – vazão (m  /s); 2

 A – área molhada (m );  R H  – raio hidráulico (m), definido como a relação entre a área molhada ( A) e o perímetro molhado (P);  I – declividade do fundo do canal (m/m).

b) Seção circular Para a seção circular considera-se o escoamento a plena seção, ou seja, o fluido ocupando toda a área do bueiro, porém sem exercer a pressão nas paredes. A vazão é determina pela seguinte equação: Q = 0,312 ⋅

 I  n

⋅ D

8 / 3

(2.2)

3

onde: Q – vazão, em m  /s;  D – diâmetro da tubulação, em m;  I – declividade da rua, em m/m. n – coeficiente de rugosidade de Manning (para concreto, n = 0,013).

Isolando o diâmetro D, tem-se:

  Q ⋅ n     D =   0,312 ⋅  I  

3 / 8

(2.3)

2.2 Bueiro com entrada submersa e saída livre com tubo parcialmente cheio

Figura 2.2

2

Para esta situação, ocorre, na maioria das vezes, o controle na entrada da tubulação. De acordo com a norma “Instrução de Projetos” elaborada pelo DER/SP (IP-DEH00/002), os bueiros devem ser dimensionados de tal forma que, para a vazão de 25 anos, seja obedecida a seguinte relação:  H W   D

≤ 1,20

(2.4)

onde: HW – carga hidráulica a montante (m); D – diâmetro ou altura do bueiro (m). O diâmetro e a relação Hw/D podem ser obtidos com uso do nomograma apresentado nas figuras 2.4 e 2.5. A altura da lâmina d´água na saída das galerias (h) pode ser determinada, considerando que o escoamento é uniforme, regido pela fórmula de Chèzy-Manning (Equação 2.1). Neste caso, há necessidade de verificar o regime de escoamento, tomando como base a profundidade crítica dada por: 2   1,01    Q     y c =  0, 26  ⋅    D     g  

0 , 25

(2.5)

onde: D – diâmetro do bueiro, em m; 3

Q – vazão de projeto, em m  /s; 2

g – aceleração da gravidade, em m/s .

2.3 Conduto com entrada submersa e saída submersa

Figura 2.3

Para esta situação, o controle ocorre na saída da tubulação. Para o dimensionamento do bueiro, deve-se estimar a altura h0, que depende da altura d´água na saída do bueiro (Tw), a qual pode ser maior, igual ou menor que a altura do bueiro. Para Tw superior ou igual ao topo do bueiuro, h0 = T w; para Tw menor que o topo do bueiro, h0 = (hc + D)/2, qual seja o mais elevado (h c – altura crítica; D – altura do bueiro). Há também necessidade de conhecer o comprimento e a declividade do bueiro.

3

O desnível de montante e jusante (carga H), para tubulações circulares, pode ser obtido com o auxílio de nomograma apresentado na Figura 2.3. Conhecida a carga H, a altura da água na entrada do bueiro pode ser obtida da seguinte forma: Hw = H + h 0 – L.i

(2.6)

onde: Hw – altura d´água acima do fundo na entrada do bueiro; H – desnível entre montante e jusante (carga H); L - comprimento da tubulação; i – declividade da tubulação. Mesmo que o controle esteja na saída, vale a mesma relação representada pela Equação 2.4.

4

Figura 2.4 5

Figura 2.5 6

Figura 2.6

7

3. Exemplo de dimensionamento 3.1 Controle na entrada a) Seção circular 3

 Dado: Vazão de projeto: Qp = 4,0 m  /s

Valores encontrados no nomograma da Figura 2.7 ⇒ D = 1,50 m e

 H W   D

≅ 1,08

OK!

≅ 1,19

OK!

b) Seção retangular de duas células, conforme a figura abaixo

3

 Dado: Vazão de projeto: Qp = 10,0 m  /s

Adotando B = 1,50 m ⇒

Q

2 B

=

10,0 2 × 1,50

=

3,33m 3 / s ⋅ m

Valores encontrados no nomograma da Figura 2.8 ⇒ D = 1,40 m e

 H W   D

3.2 Controle na saída (seção circular) 3

 Dados: Vazão de projeto: Qp = 4,0 m  /s

Comprimento do bueiro: L = 30 m; Declividade: I = 0,01 m/m; Tw = 1,60 m

Valores encontrados no nomograma da Figura 2.9 ⇒ D = 1,50 m e H = 0,47 m Cálculo da carga a montante: Hw = H + h 0 – L.i = 0,47 + 1,60 – 30 x 0,01 = 1,77 m Relação

 H W   D

=

1,77 1,50

= 1,18

OK!

8

Figura 2.7

9

Figura 2.5 10

Figura 2.9

11

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF