Diário de um Pároco de Aldeia - Georges Bernanos
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GRANDE PRÊMIO
DA ACADEMIA ARANCXSA
3.. edtçao
TRADUçÃO
DE Ed.gard G, d,a Mata Mqchado
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1951
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\ Coqjright da OR^I1CÂ,S INDܧTRIA§ II,EUNIDÀS
6. À. (ÂGIR)
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Titulo do original Irâncês: "JÔIIRNAI, D'TIN CUII'É DE CÀMPÁGNE"
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Litrorid AGÍP".. .. Iiua N{éxico, 08-B nuâ Eráulio Gomes, 125, loiâ 2
Rio dc Janeiro rirL' r,rnlo
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3201
- caixâ Postal 6040 919 - Caix4 Portât ?33
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Ihlo lli)lizontc Avcnida ÁfoDso
Caixa Postàl
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MINIIA PÀRóQUIA é uma paróquia como as outtas, Tôdâs as paróquias se parecem. As paróquias de hoje, natumlhente, Ontem, eu dizia âo vigário de Noreniontes: .o bem e o mâl devem equiliblar-se numâ pêróquia. só que o ceníro de gmvidade ó colocâdo em bâixo, muito em bâixo. Ou, se se prcfere, üm e outro se sobrepõem, sem misturar-se, corno dois liquidos de densidade diÍerente. O padrê du em minha cam. É um bom cum, muito benevolente, muito pâtemal e que passâ mesmo, no Àrcebispado, por um espílito Íorte, um tanto perigoso. Suas troqas fazem a alegria dos prêsbitérios e êie as apoia com um olh que desejaria vivo, mas que eu acho, no fundo, táo gasto, tão cânsado, que mê dá vontade de chorar. Minha paróquia é devorada pelo tédia, eis a pâlavr4. Cor4o lantas oulras paróqLlias I O Gdio as devom sob nossas vistâs e nada podeúos fazer. úm dia, talvez, o coniágio tomârá contâ de nós, descobriremos em nós êsse câncer. Pode-se viver muito tempo com isso. A idéia me veio, onteÍn, na estrada. Câía umâ de§§âs chuvas finâs qu€ nos peneimm os pulmões inteLos e de§ceú até o aenhe. Do lado de Sâi t-Waast, a aldeia surgiu-me bruscamente, táo coníusâ, tão miserável sob o horrível céu de novembro ! vapôres d'água subiam, como fumo, dê tôdas as paltes e ela parecia ter-se deitado, â.1i, na relva úmida, corno um pobre animal cansâdo. Que coisa pequenÊ, uma aldeia ! E essâ aldeia era minha paróquia. Era min]1a paróquia e eu nada podia fazer por ela; via-a idstemente mergulhar lra noite, desâpaxecer... Mais alguns momentos, e já não enxergava minl1a pâxóquia. Nunca havia sentido táo cruelmente sua solidão e'a mlnha. Peu§âva no Sado que ouvia mugir em meio à cerraçáo e que o vaqueidnho, de yolta da escola, malet8. debaixo do braço, ia conduzindo, âtrâvés do pasto úmido, paÍs o estâbulo quente, chetuoso.,. Il sem ela, a pequena aldeh.. parecia agurúdar lamb{:m - 1ama, grande espemnça depois de tantds noites passadas na
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DIÁnÍo DE
GEORGES AEENANdS
urlr (loro qrtr a conLiuzissc parâ algum implovávcl, algum inintllgillrivcl :lsilo. ()lr ! bI.tn sci qüe tudo isso são idóiês loucas. quc não lx)sso lonrÍr iits inlcilamcnte â sério, sonhos apenâs I... As nl(l( irs x:i() sc k.vaotam, à voz de unt àluno de gIulo cscolâr, corJx) os bois. Não importa I Na târ'dc de ontem, âcho que ulrl sr1)10 â tinhà châmâdo. Diziâ a mim mcsmo que o mundo ó devolado pelo téc1io. Nàtulrrlmente, é precisc refletir um pouco para dâr'se conta disso; n,,.o é íal.o que se apreenda àssim, de relence. É uma
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«)me o, bcbc-o; é lão lênue, tão flno, que nem ao menos r-âIlce sob os dentcs. Mas se a gente pár:r um segundo, ei-io quc (iobr'c Dosso losto, nossâ máo. Temos de nos sacudi!_, s0r11 cassal, p:i]'a libe]ta1-nos dessa chuva dc cinza. DÂi porquc o nundo tanlo se âgi1a. DiI s$á talvcz quc, há muito, o muúdo se Íamiliarizou Í{rm o la{lio, que o tédio é a verdadeira conclição do homem. lir lx)sslvrl qur â scmente, cspalhadâ por tôda a partc, gernrirrLss(.. aqLli c ali, em telr'eno favol'ável. Pergunto. porém, ii, os lroDl(,ns conhccelalr âlgum diâ ôsse contágio do tódio, r,:lir L,l)rl I Ur,r d.sospôl'o melog-r'ado, uma lorma torpe do rl(.ii.rlx,ro (tuc c, ri(tn (lir!id., como que a íermeníação de llIr cri:ilillliriIro í1.|lirtrrr,i)do. I vrl, rrIr.rrr,.rrIi, rri)o irli,ills qtlc ou gualdo para mim. Eülr,lrril,, r ,' rir, (.r)vr,ri,(,rlro (lclas. Acho até que podelia ,\t,rrrl Irr rrIrl0 l!,rr, lr.rrr rlr llrir 1alvc7, pâra rneu sossêlt" rlr|.rI rlr,r I I, irir :x)rir r,j!) {l' llrinltr con5c;ência. o otjrrl'r!, ,1,, I rrtr.r or, r llr,rr, Lr ,1) rl)l( lxrn(in1,o. Os que ainda ,, I'r,'1,.,..rrr, lxrr lril)i10, r,rfll u(jr.cCital ltôle. rif r,'r ,'l' ,,.r'r. r1llll t,lr(.;llrr rr' rllr rí)ü i]ir)s sillnilicâtivos; ^ lfll, r, ,1, , ||Lt';r lrir r, r,.rr olrrrrlirs. ()r(lxs t)udr'cs vclhos 'ri,.,., l ,, L. I llti]lI rlririrri.. rl)rl'ôncjírs tr, ,. , r l! r.r r I I I r | , i i I lr l]| ,r r.,,rlo !,r' ^tx,!Ir l,l|I iÍ). aliás imutá\, L' Ii rr, ,.r ,l,nlllr,r(.rir i'lr(,irLl lliro rriro os nlcsmos; r,'. o, IIrIIr.|,iI|IIiIIlt'ji lll(' ()i I I 1 I I I ( \ I I tlritiS. Outlor'â, pof i\, llrlrl(,, r.,(ullr lrir(L,ilo li ltlt rr)rllo ifiscntado que üm ,
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DE Á!,DErÀ
discurso episcopal hÀveda de terminar, invaliàvelmente, com pludente alusáo ó ver'dadc, mas pluclente - convicta, - à perseguição plóxiina e ao sangue dos máItir'es. Tais predições tolnâm-se cada Íez mais Laras, hoje erl1 dia. Provàvelmente, porque sua realizaqão pârece menos incerta. Oh ! há uma p:rlavra que começa a correr os presbitérios, uma dessos i alâvras honíveis â que chamamos de "poilus" que, não sei como, nem poi_ que, pareceram interessantes âos nossos ântecessores, mas que os râpâzes de minha idade acham tão dcsagradáveis, tão tristes | (Surpre"ndê. 3liác, ..mo :. Biria das 1r'inchriras conscÊuirl ê\nrimir tântas idéias sór'cliclas cm imâgens lúgubres; mas será realmente a Siriâ das trinchejras ?) Repcte,se, pois, nâturalmente, quc "é inirtit tentar compreendel'. Meu Deus ! Mas se é disso justamcntc que se trata I Sei que há os supcl.iores. Quem informa, porém, aos superiores ? Nós. Então, quândo exclÍFm a obodiinl.ril F a j'r'plicidcdc do" mongê". pí .a tnim, Iazem.no.m \ão: o i,'g-m!nto nro mc imlllrs.Íond,.. Todos somos c:ipazes de clescascar. batstas ou cuidar de porcos! desde que um mestre de noviço§ no-to Dande Íazer. Mas, umâ pâróquia ráo é tão fácil de regalar com atos de virtudc como uma simplcs com-,-rnidâde ! Tanto mais que os paloqlrienos o hão de ignor-a} sempre; aliás nunca o have, liam dc compreender. O Árcipreste cle Bailloeil, depois que se âpresentou, freqiientâ cíjm assiduidcdc os RR. PP. Cartuxos de Verchocq. "O quc vi em Verchoq" é o título de uma de surs palcshrs iL qu:rt o deão quâsc nos obrjgou a âssistir. Ouvimos 1á coisâs iDl,a],cssantíssimas, cDocionantes m€smo, polque êssc velho irrrlalct coLSCIvou âs inoccn'Les manias do antigo l)tolirssol (k. Iil.râtur'a, e cuida da diÍr(.io, como das unhrs. I)ir se iâ rlr,, i. ri^rlfL .. l, rr., ,rJ rnr.:m., 1r rnlo, il lrfc ,.nr'.. llr,lrôv.i. ví'l (k) Sr. Fr'àncê, Í:lrtlc sl.rs olrvilrl,r's d(, sotaina, e {luc lhc lx.dia ^úâtole dcsculpc, cm nornc dc Í)cl|i o (lo lrumânismo, (()Dl olhâlcs suiis, sorrjsos cLirnl)1j«'s c Io(lrrios arn'iculâIes. I:nlrnr, pirrccia quc.ssâ csp,icjc Llc roquolisnlo eclesiástico r.ril,irvir DL1 nro(la cm 1900; Uatiu»os, l)or isso, do der bom aco-
{ GEORCES EIRNÀNOS
lhimcnto àqn.las palavras. (Sou provàvelmente de naturczâ muito }u(lc, nuilo grosseila, mas confesso que o pâdre ielilrlo s|rnpr'o rlrc inspir'â horror, Flcqiicntar os "bclos espiril{rs" ó Como que jantar na cidade c não se vai jantâl - rnorre Do cklr(k, tl'ndo sob as vistâs gente que de Jome.) I4nr r'csumo, o Sr. ÁJcipteste contou-Dos muitas ânedotâs quc chama, segundo a modâ, dc "Ílechadas". Creio ter coml)r'ocndido. Infelizmente não me sentia tão comovido quanlo crâ de de§ejar. Os frades são incomparáveis mestrcs da vida interior, ninguém duvida; nras pelâ maior parte, essas "flcchadas", como o bom vinho da terra, devem ser sâboleadas no lugaÍ de origem. Àltetanr se durante â viagcm. Tâlvez ainda... devo dizer ? talvez que êsse pequeno número de homcns reunidos, vivendo 1âdo â lado, dia ê noite, cricm, scm que o saibam, certa atmosfcra favorável... Também eu conheÇo alguns coâventos. Vi religiosos rcccb€rem humiidemente, rosto em te[a, e sem murmurar. â repreensão injusta de um supêr'ior empenhâdo em lhes quebral o orgulho. Mas, ncssas casas a que nenhüm eco de fora pertruba, o silêncio âtinge umâ quâiidade, uma perfeicáo vcldadeirâmente extrâordinárias; o rnenor borborinho é captâdo, ali, por oüvidos de sensibitidade esquisita,.. E há silêncios de umâ saia de capitulos que valem por'um estrépito dc aplausos. (Enquanto que um sermão episcopal. . .) Reli sem prazer essas pdmeiras páginas do meu diário. Certamcnte, r'efleti muito, antes de mc decidir a escrevê-lo. Isso, por'ém. não me sossega o espír'ito. Pâra qualquer pessoÍr hâbituada à prece, ã reflexão é, as mais das vêzes, um áIibi, uúa sorrateirâ Íorma de nos confirmar cm um designio, O Iaciocínio deixe Iàcilmente na sombla o que desejamos conscrvâr oculto. O homem do mundo que refiete, calcula perIritanlcnte suas possibilidâdes ! Mas, que poderiam vâlcr n{)sjrâs lx)ssibilidades, a nós, que aceitâmos, umâ vez para sefil)r(,, ilhrrivel pre§ençâ; a presença dc Deus ern cada inslil.lrl.(,rl( nt)ssâ ])obre vicla ? Sob pena dc pcr'{ler a 1ó e quo llro r'orl.rüá, cnlão, visto quc não pode pcrd0-la scm -ncgar q
DI.4xIo DE
ÚM PÁnoco
DE ÁLDEIA
um padre jamais poderia ter de seus próprios si mesmo ? gostaria de dizer tào interêsses a-clarâ visão tão dirctâ - século. Câlculâr ingêr'ruâ, tão simples dos filhos do - ? Não se jogâ contrâ Dcus. nossas possibilidades, pÂra quô
Recebi a resposta da minha tia Filomena, com duas notas dê cem tL'dncus. juslam,nl" o n,ce\rá_:o nJ g o l.:1i. urgcntê. O dinheiro desliza entre meus dedos, como ârcia; é espantoso I É preciso confessar qr:Le sou de umâ idiôtice ! Assim, por exemplo, o forneccdor de Heuchin, o Sr, Pân1vre, quc é um homem honrado (dois de seus filhos são Dedres), Lecebcrr_rre logo com muita amizade. Todos os meus colegas sáo, aliás, seüs fi'egueses. Insistià scmpre comigo, nos fuDdos cle sua vendâ, pâra âceitar vinho quinâdo c sequilhos. Câvâqueávarnos unl bom tempo. Ê1c passa por uina situaqio difícil: uma de suas filhas está desen, .Dre[lada, e os dois rapazes, que estudâm na Jaculdâde católica, comcrnlhc nruito clinheir.o. Dm lesumo, cêrto dla, depois dc leceber minhas et1comenclas, disse-me g{rntilmcntc: * Vou âcrescantâr tr'ôs garrâfas de quinado; ser-vea pare the dâ? mâis cór ! Eu acreditei, tôlamente, que o Sr. Pâmyic me prosenteava, Um pobre coitado que, aos doze àncal, pass:r do Lln]x casa miscrável para o seminário, nuncâ poder'á sabcr o Í:rlor do mesmo quc nos é diiicil scr t','.it|ilirlD.'l'rc djnhcilo. honesl,os el1r negócios. É nê1hor rão Í[exer', rindr] cllrc lno^credito {,('nt(mcntc, corn o quc â meior pallc dos lciÍlolj collsidcr-a nào lrnl meio, mâs un] Íim. Mcu colegâ de Verchin, que nÍio ar s(Dl)rrr (1,,s nl:lis discr(,lírs, âchou quc devin fâ2, r. / r'r íi)i r (l!' l, ,jr, r'.riL.fâ, alusáo :ll) rllll cnLcndido, com o l)r'óI)rjo sr. P:Lü1yro. Ês1e {icou iriDcri'umcntc contrar'1âclo.
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GEOÊCES BERNÂIiÍOS
o Sr. Vigário venha quântas vêzes quiser, disse, - Quc prozer cü1 tomâr uns golezinhos juntos. O vinho têrcmos não cstá âssim tão pela hora da morte, grâçâs a Deus ! Mâs ncgôclo ó Degócio, não posso dar minhâ mercadoria de mão beilodo. E a sra. Pamyre parece que acrescentou: * Nós, comerciantes, temos também nos§o§ deveres de estado.
Decidi esta manhã continu a expedência, mas só ate completar doze meses. No dia 25 de novembro prórimo, porei no Íogo êsses papéis e tlatarei de esquecê-los. Essâ Íesolução, tomada depois da missa, sossegou-me o espírito, ma§ só por um momento. Não é um escrúpulo, no sentido exato da palawa. Não creio Íazer mal âtgum, anotando, dia a diâ, com âbsoluta Jranqueza, os humílimos, os insignificantes segredos de umâ vida, aliás, sem ryústédo. O qüe vou fixar no papel não ensinará grande coisâ ao único amigo com o qual falo aindâ de corâçáo abeúo; e, no Jinâl das contas, sinto claramente que nunca terei coragem de escrever o que eu confio a Deus, quase tôda manhã, sem constrangimeníos. Não, isso nâo se par.ece com o escrúpulo; é antes uma espécie de mêdo irracional, como que uma âdvertênciâ do instinto. Quando me scntei pela prilneirâ vez dlante dêste caderno escolar, proculel tirar minha atenção, r'ecolher-me, como para um exâme de consciência. Mas não foi minha consciência que vi com êsse olhar intedor ordinàdahentê tão calmo, tão peDotrontc, que não se detém no pormenor, que vai direitô âo c^lscncial Parecia escorlegar na superÍície de uma outra (r,rrs(iiôncia âté então desconhecida de mim, um e§pelho l,urvo (lo qual temiâ ver surgil, de repente, um semblânte qrto r('mblante ? o meu tâIvez ?... Um semblante e§que-" cklo, Dovomcntc cnconhado.
Dr.ÁÀro DE
uM PÁloco
DE
ArDErÀ
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Seria necessário ÍaLar de si coú um inflexivel tigor. E ao Drimeiro esÍór(o para se agarrrr a si mêsmo donde !ém essa lliedade, essa lernura, êssc relaxamento de tldas as fibras da âlma, essa voniade de chorar ?
fui. ontem, ver'o vigário de Torcy. É um bom pâdre, aaho ordinàrjamcnle um lânto !u[EaÍ, ur; filho de camponeses ricos que sabc o valor do dihujto pontual, quo eu
iiheiro e que tem p.rande ascÊnclência sóbre mim por causa de sua exipriência"do mundo Os colegas dizem quê éle será deâo de lieuchin. .. suas maneilas comigo me decepcionâm baslânte. Doroue êle nào gosta de confidê$cias e sabe ridicularizá-ta; com um lârgo riso bonacheirào muito mais fino, aliás, do que me parece. Meu Deus, como eu gostâria de te1 sua saúde_, sua cõragem, seu equilÍbrio ! Mâs cÍeio que -êle tem certa indulgêncú para o qúe chama minha sensibilice, Dois sabe oue issó n.io é para mim umâ ionto dê raidadel th ! 'hào I ltá ir".mo bastâite lempo já, que não procuro cone doce funalir com a verdadefua piedade dos santos - oiorte sofrimento êsse temor infantil que em mun produz -alheio. Naala excelente sua fisionomia, ]neu pequeno ! -É preciso dizer que ainda me sentiâ tmnstornado pelâ alescompostura que úe passou, poucas horas antes, na sa_ c stia,_o velho bumonchel. Deus sabe que eu náo queriâ
perder' tempo, nem me abouecer com os tapêtes de algodão, ãs vestes úídas de traças, e as velâs de sebo pagas muito caro ao lornecedor de S. Excia., mes quê sP deslazem lo8o dêDois de âce.âs, com um bârulhinho de tligideirâ no Íogo' Dá las-ia, gratuitamenl,e, e com muito góslo. Só que os preços são os pr€ços; que hei de fazer ? O senhor alevia botar êsse homem para fora de sua casa.E como eu Protestâsse: * Sim senhor, parâ fora, pedeitamente ! Áliás, eu co' nheco ésse tal Dumonchel: o ve)ho tem com que viver.. . Sua o ba§deÍulnta mulher era dlras vezes majs ricâ que êIe
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cEoncls
BEENANoS
tanto pâr'â scl cr,terlaala dece[temcnte, Vocês, os padrcs
moços. . .
Ficou lodo vlr'melho e olhoü-n1c clc alto â baixo. l:lr ln r.ll1'o o qu. os sênhot1- lôm n-s veias, hoje. - f:Ilrrs ,n.,-os I No m' il lômt,J lir..t.t1cm.se hOm(:rS vorr's, Igreiâ da não .idianta f1-anzir a tcstâ. vontade de - Sim, homens cla Igrejâ, tolüc asinto esbofeteá ]o. palavta no sentido cm que quiser, cheics cle paróqrlias, senhor.es e donos; afinâ], homens câpâzes de goveular'. Essa gente domlnâva uma reg_ião intaira. sem outlo gcs1.o que o de levântâr. imp,rrti\dm^n:e o ,'oçlo. Oh I iá sci o q't você vai Ciz:r: êlês com;1m b ,nr. bêb'am m. 'hna . n: o 'r^.I)rêzâvâm o b.rrclho, De acôrdo I Quando se Íaz corlveni.r'lic_mente um trâballlo, ôle ânrla depressâ e bel,, sobrânCo tcul]lo pârâ descanso, o qu e bom p|rra 1ódi c g.n ,. AEo"ir. o. sê.ninát.ioc nos n and.m co"oinhr.. uobr..coit.rlo5 qrt. ifldqinam lrrb".hoa mp"is que ninguém, polque não cheljâm:o fim de coisa àlgurÍla. Êsses tipos choramingrm. cÁ yez ale mandar. Lê-cm n1ultidões de lir'ros, mns n'.lnca chagam a compleenaler a ccmpleendcr, está oüvindo ? a plrábola do Espôso e- ala Espôsa. Que é umâ espôsâ, tal- como dcsejaliâ encontrar um hon-c-n. sê Á bJ"'xrll^ id:.la p: ,â r.., ".;l.ir o ^ons.r,ro do Sio Prulo:' I,,l;o r' .noh r. ;ô.quc ir â ;:rFr toli..q. po :, nnliito bem, é uma criâtur:a {ol.te e íI.me no tr.abelho. mâs qüe se submete ao ritr'l1o inexorável das coisâs, sâbcndo que tudo delc ser reconteccdo, aLó o fim. Por. mais que se êsIor.cc, a Sânta Igrcjà não consegurr'á trilnsiolmar ê!1rc t)cbrc munclo em um ostenijór;o de CaIIro c1e Deus I Tive om ôulr'o. iem0cs . tclo do nr,-'.J enli.j ( frroq.'ic umc r'nl- sccull]ril)legada" surprcendenlê, rü1]e boa iünã dê Bl'uges, zâda cm 1908, um grandc coraçaic. l{os oito púmriroÍj (lins, lustr'a que lüstrâ, a {tasa de l)aus se pôs â leluzir corno ullr IftrLr1ório í'le conlento; rrão a rccoqhecia mâis, pitlirvl rl(. honra ! Itstá!'àll]os no tempo da colheila; qücr (liz(\. {llro rliio âptfi{iia em nlinhâ casti nam um gato, c l1 lnrlíttll( I vl, lllilllrjI i,:., qu. li ',..., o. ..f .iós. rL n.njr ,t't' l,.rlr,, holror'a clliDrlos ! 'uPlnso qric ela chrgou a l)rLgú los rlo Írll
DrÁlro DE uM P/iRoco DE
Ár,DEra
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bôlso. Tôdâ rnaDhã, bem cnten.lido, encontravâ uma nova camada de pó ncs l):rncos, um ou dois cogumelos novinhos Eil, mcu pequeno ! no tâpête de cordo, e tlias dc aranha teias de ar'anha lailiar'ue para fazer -un1 enxoval de noiva. "Eu cllriâ a mirn rllesl1lo: lustlc minhâ lilha, você verâ, domúgo. E o doirlrtij-o cl1c3.u. Oh ! ul1.l domingo como os outros, nâdà dc Íc,LNii eorlr r:cpiques de sino; a clientela ordinár-ia, qual ! L/lisÚl;l: I lll rr-l, à meia-noitc, clâ elcerava e esir.egàva aindâ, (lc vcl:i na mã0. E aigum{is scmanas mais lalde, no dia dc Todo:j oa §iântcs, ürna missão de ânâ§ar, pregadâ por dois padrcs -iedentoiistâs, dois tipos enormcs !  ,Lerrz Dass.rvâ \u....r\i, t'-1:rrl'.rs Inlrr s.u bald'c r, u e..óvJo r rotl. rq r'1o'1.!r - d! lrl tnodo qLe o mu.go ,r,m, aavd a -subir n .j , oluna i..i 'ri. e i r.. s n3\c'am nrs jur1t,üas dos ladr-ilhos. l{ao heÍja jcito de fazer a boa irmá raciocinat. Se eu Íôsae o.ivi-l4, ninguém trânsporia a nTinha por-ta, para que o próplio Dcus não sujasse os seus pés Ía lÊ-.ia; im3Si.r, I D'/i..li,c: '^ senhors r.lo srruirra.: coln a porquêrciâ 'úo!siâ. pobre vclha, AÍicolnpla de rêmédio!" - nina crise de rcrimâtismo ârticulal, rlill, caiu de cal]la, corn o corâqão frâqueiou, c piuf ! eis uma boa irmã diânte de Saú) i,odlo ! Dm cerio scntido, ó u,a mári,ir, não se podc sus_ tonlâr' o cont!ário. Scu êr1o não loi combâter  imun_ (11(iir', ó calto, mas tcl qitelido acelJal co11l ela, como se fôsse tar .i!,1. Um, 1rcr,,1-', i lr.,'o..rr.crr!, suj.r. L 4, crisi:,url..,lc i liuilx nr..i , \u a. rspcl'c o ftandc di, (lo JuiTo Í'irrl, vocô hir de ver o Liue os ânjos tel'to de rotirar'dos conquc lixc I Pois .ntaú), menino, vr,rrlor; rnLlis sâ11',os, às ira,s, lir() Pü)vir quL'a! lgrcjâ deve- scr ilma boll dorlà dc cas3, §ólllli I riLz{riv{q. Àilirhl l)oa ilnrã niro cro uma vcld!1(l('irâ do[a (ll, r'iLlir: uDr! vfr'(lâdcilo (bnír (lc (irsx s[br íllr('§llr (rüia nío i. lrr rrli(liiljo. Mir:;, isso Ir(k) rrirí) i(l(iiirs rl{ lxxliI l" t i ) rnrhia de nolo l,lrrln,riLvoqor.ilc(lrlt:rri ( iri. I I rx,ll r'IIlrirrlx), lltrloi, rr('ro (ll'irtr iI|',LrIrr('rrI(', c(»Iv.ncê-lo de rt ,. o r rr ,rl)lr) )lrL() l(r'll li lvr'2 lx rr rrí!)llri(lo: qr]o cssa lelilll,,rr (lrr(, xIrr,1r (I, lrrLl)rllri,r r]r(llL Iirt]r (lc corDum com os I
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CEORCES EERNÀNOS
coroinhas, os pobres diabos .,que choEmingarn em vez de dar ordens". disse-me êle sêcamcnte, A ilusão é a - Desengane-se, mesma. Só que os pobres diabos náo têm a perseverança de minba boa lrrúà. eis tudo. À primeiÍa tcnta'liva. sob o pretcxl,o ch quê a exll]eriéncia do_minisle.io nào confirrna iuas idêiazinhas, desistem de tualo. Só servem parâ comer doces ! f uma cristandade, como um homem, não se pode alimentar dê confeltos. Nosso Senhor náo escreve oue somos o mel da terra. menino. mas o õal. Ora. nosso poüre mundo se parece com o velho pai Jó, nâ sua esterqueira, cheio de chagâs ede úIceras. Sa1, na châgâ vivâ, queima. Mas impede tâmbém de apodrecer. Com a idéiâ de exteminar o diábo, outla mânia de vocês é a de serem âmados por câusâ de vocês mêsmos, entenda-se. Um verdadeiro padre nunca é am-aalo; guarde isso. E quer que the diga ? À I$eja pouco se lhe dá quc vocês sejam amados, meniDo. Sejam pÍimeirc respeitados, obedecidos. Á Igreia precisa de ordem. Tmte de ordene! aa coisas durante o dla. Ponhâ as coisas em ordem, pen§ando que a desordem prevâlecerá no dia sêguinte, porque, ai de nós, é jusiâmente na ordem das coisas que a noib Aesbarata seu habâlho da véspera * â noite pertenee ao diabo. À noile. disse (sabia que o ia pór turioso), náo pertcnce- aos Ír'âdes ? respondeu,he friameÍrte. ÊIes tocam música. - Sim,escandalizar-me, tr'iErgi tenho contla seüs contemplativos, cada macaco - Nadâ galho. Músicâ à parte, são também Ítoristas. no seu Floristas ? - PerleitamÊnte. Quando atrumamos a casa, lavâ.Ílos - dcscascolnos as r louçâ, batatas e colocamos a toalha na rn(,ir[. {,ndlcmos de llores frescas o jarro; é natural. Note íIrÍ, D)lrlxr pcqucna compalação só pode escandalizar os imlx1 l,lx,r'rlu,.ó r.luro quc CxisLe uma ccjlo ditcrcnçâ... O llrftr rtrlHlll,,r rrrro n o litio rlos círmpos. E, alóm tlisio, sc o lÍ)Ín'Ir lr1,li,r(, llnt l1ló â um Ícixo dc pclvincos, ó quo trôo l,ltlru (1(, llll bnll,(), uÍl Íilutão I Um losumo, Bcu6 óol.ltern-
DrÁRto DE
uM !ÁEoco DE Ar.DErÂ
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plativos estâo muito bêrr prepâxados para nos Jornecer flores, verdadeiras flores. Infelizmentê, há, às vêzes, sabotagem nos dâushos como algures a miúdo nos enganam com ÍIores de papel. Olhava-me de esguelha, sem parecer que o estava fazendo e, nesses momentos, creio ter percebido no fundo de scus olhos múta telnura como dizer ? umâ espécie - e Tenho de inquletação, de ansiedade. minhâs- provações, êIe tem âs suas. Mas a mim me custa calá-lâs. E, se não falo, é. pobre de mim. menoc por heroismo. do que por êsse pudor que. segundo dizem, os médicos também conhecem, lá a seu modo e nâ ordem de lreocupações que lhes é própria. i{o passo que êie calará suas mágoâs. aconteça o quê aaontecer: . sob sua exl,ravagante sinceridade será mâis impenelrávêl que êsses Cartuxos que uma \,ez cruaaram comigd, nos corredores de 2..,, brancos como cêras. Bruscamente colocou m|nha mão sob a sua, Íúo inchada pelo diabete, mas que aperta ràpidamenter sem vacilar, dum, imperiosa . Você di-rá tâlvez que nâdâ entendo de misticos. Sim, você-dirá isso; nâo se Íaça de bóbo. Muito bem, meu caro, hâvia no meu tempo, no seminário maior, um professor de direito canônico que se julgava poeta. ÉIe fabdaava os versos mais incríveis. com os pés que Íôssem necessários, rimas, cesu!âs e tudo, pobre homem ! Seria capaz de pfu seu direito canônico em versos. Só lhe Íaltava üma coià, chame-a como quiseÍ, a inspiração, O gênio sei 7á,. - oingeniunl De minha parte, não tenho gênio. Se Espírito -Santo me chamar algum dia pam o convento, deixarei por aqui rllinha vassoura ê meu esftegáo que pensa você ? * e irel dâr uma volta pelo céu, a fiÍn-de aprend$ música com os se!âÍins, sob a condiçáo de poder desentoa! um pouco, no comêço. Mas hão de permitir que, antes que Dcus levante a batuta, eu possa estourar de rir na câla dos que cantam no córo ! Refletiu uÍr momellto e seu rostor erhbota volíado pâra â ranela, pareceu-me, de repente, sotnbrlo. ,q.É os tmços de
DIÂXIÔ DE
(}EORêES BERNANOS
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cndurFcerom. co'llo ce óle csperas ê di lalv'z do \ux 'ons''iência - uml i;;r"';';;;"-,it;nrio ,1, 'ri ni:.to. nâo s^i o qrrc Àliás quase na ãti..-o. ,,,
su|r Íisronom'â
rLrLrlo jnesÍótico,
de tolt.lo nJo L"ir," ii-;oiÀm'ú' i e'e ur.'. r'.lPdz n-' o l.teservou do pêi,.:.t ii,;-, --. ti,d,, n "u, mú''i'rc.r''Lores b'm
,.orr'. -
#a; ;.;*;,h ú"í.rr, "'nubrcsprIJ c\pulrâcio lensantes imasinam à",1"i,üii""rn v.r' cln s:'r'ri'" \unl3de no ôxtâse qLre ar â n muiru t.r lli nr,ri; "àii;0" a'';Lr'ô seÀb'â'io ".i'. que:rLirrlro 'r.'mon^"'iode que ' às^vôzP'' làcil' m'is "';,,;;;i," ôd: ncluri,lm'rrlc nir(lr '.ll.tt ô IJr u-; qucnt nos lerir' o 'a'o e â ",,,'"1... ;"";r.;i ;.;. allur.s: (. hzcr"so sab'r des;;-;" ,í sc hou!,I uhverüdeicos ,;;,. se mos:;i:"..'ü;;' nor.,"l' q," ocr',"crrtos' is vez curuma Lr^ rro''c l;;; *;ii; ";,; 'rêscPr' ",.l,to'. por , pi s^u , .iiolr oc cl^ ôquil'brio com( câvam ;;;l'ild;: nin_ a lrle i. ':--- ^,,-.,,.^nt.r..cm a nr,rquim: -\áo ''';,i.",1. :-ii'niuõr: e"nécic dr 1erír'onhâ'
i'"iilii;1i,'" pero Pai' v' igonn, 'r" r''r m' 1:n'* inrmâdos :;;,;i;? ''", * r.l^" n.r oulros dos t;c. oc b'lr-a\(nlul_nça anles Es as ^l sracas esÊlJli Ii,iI"á", lâ:Lirg-,*"r Por i'rvor! movimento da âlna é !
n", 1... o prim' Iro ira", vá rá' a fl:: ii'"J, i;' .'";,"; :l" , n,, noi' .r, vd,dc rnan,máos do. Dcus E ült;,: u rerLi'et cai' entre as no :e; corr'ão' seu ":i;,r;;r- ãi$-i r,rt" .'(us braço'. sóbre í:"'J, toco vocô no concêrto pa'te , n.r"aol; l" i.,.: Vocô terá "ur te pLdem lclc iãr.inrro. or-"i-trt"\. pênso eu-. e eis que -ordcnem: 'vcmos viotino e um .i];i',uã ;rà;;,;"ori mrs
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I...
venha vPr meu orâtório i;Áp", i"re'. oc lor causr do lapête"' L, lônrln mrrito Dour o de mobili;rjoq massrutlt11r[''.p3_ _-^'-,,"i J"m:rrro 1,"i um leito dc acalu mac:!o' tlm - . rr. r" rucra rli's cob' :i: ,;.'.'r.;,:;:,';;,," r,\rado. po.rlonrs M'rs rlô L'rrr)7" d Arn Joâna :: ..;.,,..,,.,,, ô,in,l ulno.normF rrucru m'' rorcv a' q;f vigr,io I ã ,', i'-ii; ll,; 'lo:ll1i '' , su rr,lrr r,r r,r,l l,:,rr üma outr'a sala. qua"c vitzl'r' nroDIlIauzL
il;;i,;:.; ;;:ü,; pes.
i.
si:r
PAROCO DT Á'-DEIA
1?
uma mesa e um genüflexório. Na par'êde, um quadio I ecido com os quc se vêem nas salas de l,).rprtal, r'eplescntarldo um Menino Jesus muito bochechudo, rrrul'Lo rosado, cntlc o bullo e o boi. Está vendo ôssc quadro ? dissc-mê. É um presente rlL, ürinha madrinho, Tenho meios pala adquirir coisa üellLor', mâis altística; no entânto preliro ôstc. Ácho-o icio e i',, ur4 lan'o ,diol.r; ,' .o mr consola. Nós, mêni,Lo, nós 5omos rlt lllandr'es, país dc gr'àndcs bebedores, de grândes comerlt)lr,s -- Licos... Vocôs, pobrcs morcninhos dc Bolonhâ, nos ri.u.i (ochicholos cie ttipll, não podem calcuiar o que seja â ri(tll( zr Llc Ilandrcs, dss tclras negr'âs ! Inútil pcdir"nos belas lr,rlllvrxs que Iaçam as (laiicias dc piedosas matronas; mas â ltrri('sabc dizô lâs tâmbém ê não de todo mal; temos cá rrrr ll r»ística, lapaz I e nada de místicas tísicas, não ! A r,Llir lo nos Jaz môdo: um bom sanque fo!íe, bem verr1r llLo, l)cin dênso, que f.rlsrâ em nosses lontes, âinda quando i.l,llfos chciús dc gencbra âté o pescoÇot ou quando a cóler.a r,r i()b(,à cirbeçâ, uma cólerâ llamenga, capaz de botar um 1,, , l(,Il,lrdo no chão â gcnle tcm um lorte sangue ver- de sangue azul espânhol, o bâsrL llrr. (,{xn u]na pontinha l [rli lrlllr pe!]or Iogo. Vanios, para rcsumir: você tem seus lr,rr,r'ir 'r, rl' (,r rr)los, cu cá tive os nTeus - não são provàvelrIr.snlos. Vocô pod.rá ser obrigado, algum dia, a rl, r r| n()ri ylrâis, lnas eü del coices, e mais de umâ vez; '|t, tr|,.r, r(llilrrr'. Sc cu lhc dissessê... Mâs eu lhe direi outro rl.r rir r()r)rclll,(r au o cstou âchândo com uma cara muito rrrrr r r,lr)lr v( nrlo â hcra em que você vai cail de Jtâqüeza, lúr \{,ll:Úr{k) l() ML.nino Jcsus, imagine que o vigátio dc It,t , rr,|lr', rlir rnilrha lcliâ, clc acôr'.lo corn o !igário-gor'â1, lr ' lr,,r |irlnr.ir! r'('solvcrr,nandat mc â Siint Sulpicc. Para rr,,,r 0llilllll,(lvr(loclc],orro(o.Smrmür' ouoEscoia ,1, r l,r, rir l,l, (l(,lx)is, o Sr. McLr I'xi ((\rl,Ic l)irr['r]lcscs: a t,,r,, iL,, ti, r,, r illr(, al. crjlrtvi l)riní'iur(l(), rrrrrs prIlc('c que o , r,, 'lr 'liiri.V llUll(il sr roli'r( lr ]n,1r l)iri (l(nrl,r'a lormâ: co§'rl l,',1i! ,',rl,ri ), o tir . M(,u I'ri l.i1rlürrí. (,Dohido de di jtr,rr r1 , ,,, r,Lrr urltÍn,n, r sc julltrrvx 1ro clcvc! dc honla! a ,1),11
s.
UM
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GEOROEg BERNÁNOS
DrÁlro D! uM P.ÁRoco Dx ÁúDEla
dioccsc. Só que, orâ essa !... Quando vi aquelâ velha casêrna lcprosa, com cheiro de caldo de sebo, bü 1,.. E todos aquôlcs bons rapazes táo magros, pobres diâbos que mesmo vhtos dc lrcnte par€ciam estar sempre de pelfil... Enfim, com tr'ôs ou quatrc bons camaradas, não mâis, a gente haziâ os prolessôres num cortado; caçoavâ-se um pouco, qual, bobagens ! Os primeiros no trabalho e na comida, por exemplo, mâs, fom daí, uns verdadeiros demônios. Uma noite_ qLrândo Lodos dormiam, subimos ao têlro e foi um lâI de miar. .. que, por pouco, não acordamos o quarteilão inteto. Nosso mestrc de noviços peNignava-se ao pé da câmâ, pois o inÍeliz petsava qüe todos os gatos da realonaleza tinham mârcado encontro na santa casâ, par,a contar uns aos outros coisas horriveisi ur)ra farsa idiola, nào digo que náo I No fim do trimestre, -aquéles senhores me mandúani voltar para câsa e com câda nota ! Nada burro. rapaz honesto. boa indole, e tatatá e telete... Em resumo. servid mesmo para gualdar vacâs ! qu que vivia sonhânalo ser padre. Ser padre, ou morrer ! O coração sangtava tanto que Deus pemiiiu tivesse eu a tentação de matar-me peúeitamente. O Sr. Meu Pai era um homem justo. Levoume âo sI. Bispo, nâ sua cauuagem, com uma recomendaÇão de minha tiâ-avó. superiorâ das lrmas da Visitaçâo em Nâmur. O Sr. Bispd era também um homem iusto. Mandou-me entrd logo pàm seu gabinele, Lancei-me em seus joelhos, falei-lhe dt tentâção que me âssaltara e. na semana seguinte, êle mandou-tne parê §eu semináxio maiorj câsa bastante ântiquada, ma§ sólida. Não importa ! Posso dizer que vi a molte de pêrto, e que morte I Entáo, resolvi, desde êsse momento, prevenir-me, fazer-me de ingênuo. tr,om do seNiço, como alizeln os militares, nadâ de complicações. Meú Menüto Jesus é cliança demais para se inteÍessar bastante pela música ou pela litcraturâ. E ate fada provàvelmente caretas a quem se contcntasse em revirar os olhos para cima, em vêz de levâr llolhar Írescâ para seu boi, oú cuidar de seu bulro. . . pâIa fora do quarto, segumndo-me pelos omblos, c o amável tapa de uma de suas grandeg mãos quase ^Ilâstou-me
me fêz caiÍ de joelhos. Depois, bebemos juntos um copo de gcnebm. E, sübitamente, olhou-me direito nos olhos, com um ar de seguraDça e de comando. Eta como um outro homem, ulr1 homem que náo presta contas a ninguém, um
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Os ftâdes são os fradês, disse; eu não sôu um frade. Não -sou um superior de convento. Tenho um rebanho, um ver'dâdeiro rebanho; não posso dançar diante da arca com gado; se o fizesse, com qüe me pameu rebanho - simples rcceria, quer você dizer ? Gado, nem muito bom nem muito tnau; bois, asnos, animais para atrelaÍ ou patâ lavrar a tcrla. E tenho bodes tâmbém. Que hei de fazer de meus bodes ? Não há jcito de matá{os ou de veudê-los, Â um abade mitrado basta dâr uma ordem ao irmão porteiro. Em caso de êúo, li\,aâ-se dos bodes, num minuto. Quânto a nim, não posso fazê-lo, a gente tem de dar jeito em tudo, n1esmo bodes. Bodes ou ovclhas, o Mestre quer que lhe dêvolvâmos cada ânimal em bom estado. Não vá meter-se na cabeça a idéi,a de que se deve impedir que um bode cheirc a bode; peÍderá seu temlo, ariiscar-se-á a câfu no desespêro. Os veihos colegâs me tomam por um otimista, um Roger Rontemps; os moços de sna espécie, por um papão; âcham: -me duro demais com meus paroquianos, excessivâmente militar, excessivamentg codáceo. Uns e outros me censuram, porque não tenho um planozinlo de reforma como tôdâ a gcnte, ou porque o deixo no Jundo do bôlso. Tradição ! resmungam os velhos. Evolução ! cantam os moços. De mim, .rejo que o homêm é o homem. não vaLe mais que no Lcmpo (los pagáos. Aliás. a quesláo nào é a dc saber o que ôle vaie,\ mas quem o dirige. Ah ! se deixassem os homens da Igreja I agir ! Note que não me refiro aos confeiteiros da Idade Módia: os homens do século treze não passavâm por sant! |hos e se os frades eram menos idiotâs, bebiam mâis que hoie, não se pode dizer o contrário, Mas nós estávâmos em vias de fund um império, menino, um império junto do (lual o dos Césares não passariâ de um excremenío uma - ejs pt\z, à Paz Romana, a verdadeira, Um povo cristáo, o
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GEORCES BERNÀNOS
, íluc (ll.rÍl,nlos [ollllodo iodos junlos. Um povo de clist:.o. ltir(, rll» tn'vo,lc b'5lo{. À lgreja tcm os ner?os sólidos; o lx\ril(k) Duo lhc melje mêdo; âo contrário. Olha-o de frente, /tr'rul,lrilljllrr r1\' , nl.. a es.mpio de No.\o S.nhor. toma-o â / sl, Írssllrrl, -rrrr r.s!Írnsab:liclêüe. Q,isndo um bom operàrio 'r lr'nbillhiL ,,onvcnienlemente durânle os scjs dias da semlna. / t r(l( :''-llr, dar um trago. no sábado. a ta,drnha... Veja. eu
' vurr d, iini[ u]n po\o cristdo pelo seu conlrátio. O contrário I tle un povo cristão ó um pcvo triste, urA povo de velhos. \ v(,ci djr; que a detiniçào nào '1 b.s{xnly l,ológicc. Dc ocôr-
do I Mas tem por oedo Jazer rclletir os senhores quc flsiâm rr miss, dc dorningo a tlo.?jJf. É nrlurâl que bocejern, Você ndo trá do querer qur e i t,mn irsisni.icanie meia-hora por / s,mcnc. â Igrcja lr"s.r cn.:nii-lh(s d clegrir ! E. âinda que IJ soubesspm dc cor o c::1.: ,iÍo úo Concir;o de TtenLo, nào prolavelmente úrâii âlcgr'.s. 1 scrjâm Por que será que o tFmpo Ll. no".r inlância nos parece ' tão radiante, tãô doee ? O galôto sofre, como tôda a gente; e, aliás, é tão desâmado côníra a dor, a doença ! A infância e a extrema velhice deveriam ser as duas grandes plovações do homem. Mas é do sertiiranto de ouâ próplia impotência quc a cdanqa tira, humiidelneate, o princípio de sua alegria. Confia em sua mãe, coúlpleei,de ? Paêlente, passado, Juturo, tôda a sua vida, a vida iaLeira, fica suêpensa â um olhar, e êstc olhar é um, sorriso, Pois b3111, meninc, se noa deixassem âgir, a nós, a Igrejâ teda dâdo aos homens essa espécie ale scg,rlança suplema. Nenl por isso, eDtletanto, cada um deixâr'iâ de ter sua parte de abouecimento. A fomê, a sêde, â pobrêza, â inveja... Nunca seremos bastante foÍtês paÍa botar o diabo em nosso bô1so. você sabe ! Mas o homem tei-ia o ccrtezâ de que é lilho de Deus; eis o milagre ! l'eria vivido; rloflcria com essa idéia na câchola e não uma idéjâ adqui- teria inspirado, graças lkls sú nos iivros, não I Porque ela o lrós, os usos, os costumes, as dlstrações, os ptazeres e âte us illois hutni]des n€cessidades. Isso não impedida que o ol)c!lill() ci,grav:rtasse a teua, que o sâbio esgruvinhasse sua túbuo dc logàritmos, nem mesmo que os engenheiros cons-
I
I
DrÁRro DE
uM PÁloco
DE AúDEIA
tluíssem seus brinquedos parâ gente grande. só que têríamos abolido, teríâmos at!âncado do colação de Adão o sen_ timento de suâ so1edaCe. Com suâ enfiada de dcuses, os pa_ gãos não eram táo idiotâs: consêguiram, âpesar de iudo, dar Jos pobres ,nrorlDi" a ilu(ào de uma g'r'osseira convivência com o invisível. IÍâs agora, ês§e iruque não vâleda uma pipocâ. tr'ora dâ lgreja, um povo se!á sempre um povo de bâstardos, umr povo de enjeitados. Evidentemente, rcsta-lhe ainda a esperânta de ser reconhecido por sâtá ! Babau ! Eles podem pspirar, por nluilo tempo. sêu NaÍalzinho negro. Po_ ãem pôr io fogáo seLr' $pato§. o diabo já se cânsou de colocar nêles uma ouantidade de bdnquedos que caem da-modâ no mesmo instante em que §ão inventados; êgora êle põe nos sâDatos aDenas um n'inúsculo pacofe dê coccína. d. heroína dê morljnâ, umà sujpira de pó quatquer que nào lhe custa caro. Pobres tipos. C'.nsxm-se â1é de pêcar. Nem íodos que queÍem dictrrii.sê çc distraPm. A menor bonêra dê quâtro tostões Íaz a felicidade de uma garôtâ, durante me§es, enquânLo que urn pobrê diabo adullo állorrêcê_se com um mjmo/ (r. quinhentos Íran.os. Por quê ? P-gIju_apgg+ o- SPjlilO \ de jnlànciâ. Pois bem, mell caro, â ]greiâ foi encarriegâdâ ' iõi-Nos§õSenhor rle manter no mundo êsse espírito de iniância, essa ingenuidade, êsse frescor. o paganismo não era inimigo dâ nstureza, mas só o cristianismo a engrandecê, e ctâltt. âdâDlando-a à medida .lo homêm, à medida de seLrs sonhos. Góstario de agsrrcr um desses sabichões. que me âcusam de obscurantista, pam dizer-lhe: "Eu náo sou culpado por Llsâr essa roupâ Íúnebre. Vejâ que o Papâ se vêstê rlc üranco e os cardeãis de verm'lho. Eu teria o direito de pâssear por aí vestido como a Râinha de Sabá, porque tenho Acntlo de mim a aleg a. Po! um nâda tha daria se você ma pealisse. Á Igrejâ dispõe da al€g a, de tôda a provisáo de ilegria reservada a êste triste mundo. o que §e faz contra ela. faz-se contra â alegda. Será que eu impeco o senhor de calaulâr os movimentos equinoxiais, ou de desintegrar os átomos ? Mas de que lhe adiântalia fabdcar a própria vidâ, §c o senhor perdeuo sentiment'o da vidâ ? O senhor não telia
DIíRIo DE UM P,(RoCo DE ALDEIA
G]]]ONOES BXIINÀNOS
c{}isit ir lizcr quc cstour'âr os mioios, diante de seus aplt'clhos (Luírrrico: ! Fabrique a vidâ, conio entender I A ;n)irlí\D {lx lror'[c, quc o senhor propaga, envenena, pouco c lxlr.rlt), o |( sxnlcnío dos misefáveis, cnche de sombras, ürsvrrlror(', lcntilm.ntc, suas últimâs âkrgrias. Tudo irá bem. r'rqrirlrld \lli. ', dL.lrin c s.Lr .xpllx:s lhê pF-milirl rn ia/er rli' Ir,ur,lo lrr,t- ie.11, com rn..ânis.ir,s 'luo gitdm c-n vclockladc vcltigi{ose, no írâgor da maq[inaria c na explcsão dos logos de altifício. Mas espclc, csi:rcre o pdmeiro quarto de hora dc silêncio. Então, hão cle oulir a pelàvrâ Dáo - Eu ;lqucla quc recusalam ouvjr c qu€ diziâ tranqüilamente: sou o Câliinho, a VerCiti.le c a Vida mâs â pâlavra que sob.- do abisn1ot êu so.-L â potla para semple lcchadg, o câmi nho scr'!1 sâÍda, â ]ncntir.a e â pclCição,,. Plonuncioü essas Ítltimas palàvras com 11m9 voz táo somblia qlre devo tcr ficado pálido ou, ântes, amârelo, o que ó, pollre de ndm ! desde muito.- â minha maneira de flcar páliclo; cncheu dc nor/o o mou copo de genobra e comcçarnos a fâlar Cc oull.a coisa. Sua alegria não nle pâreceu Ialsa n€rn mesmo aÍeteda. Dois âcho que suâ próp à natut-cza! sua alma é alcgre. IÍÍas seu olhâr não conseguiu, no mcsmo ins'i,onte, colÍrpor-se con1 sua alcgria intelior. Ao sair, como me inclinâsse pâra dcspeíiil-m-â dêle, Íêz com o polegar uma pequcna cruz n:r_ ninha testa e introduziu. delicâd3flr'nl^, un-a nolc de cem .-rnr^. no "neu bôiscÂposto que você está sem um níquel; os pdmeiros
olltla
I'rnl\o\...ô durJ.: vocc ,-lc p.'g?r;. dolois. quanoo pudcr. lrllLa.hxnuo e n,rd* diÊ-: aos rrrljlcjs. a respcito de nós. Vi
"IÍrvar paiha fresca pala o boi, cuidar do burro"; essas palatvlns rnc voltaram à mcnte, pela manhã, enquanto descÀsc:lvir nrinhls betatâs para a sopa. O auxiliar da pr,efeitur[ (lll(,Íl()u, (l(,surDr'êsa, e eu levantei-me bruscamcnte da cadci(t, scnr lcr' [i(lo lc]npo aie sacudfu as câscâs; sentia-me ridÍculo.
'llrzia-me. âIiás, umâ boa notíciâ: a municipalidade vai ll lndar- abrir uma cisterna cm minha casa, o que me ecoll rrrrizârá os vintc tostões por semana quê dou ao coroinha ,'i rN buscâr'água à fonte, Mâs eu gosiaria cle ihe drzer uma Jrrrlr\,r,a sôbr-e seu caberé, pois resolveu âgor'â dar um bailc, l,rlir qüintâ-feirâ e torio clomingo. Châmà ao dc quinta-feira ",, l)rilc das ÍamÍlias''; âtrai, parâ êle, ât€ as mocinhas da l;rl)r l( a, e os rapazcs sc (iivei'tem, fazcndo as bebef.
Náo tive coragcrn. Tem,rl11 jeito de mc olhar com um r0lli!ir), no Iunclo bâstrnte âÍávc]; isso me leva â conversar rr,|r i,lo con,]o sc, no liDal das contas, quâ1quer coisâ que eu ,lt,r nro tciha inrpodância âtgllmâ. Â1iás, setia mâis con!,lri,,rÍ. ir' à stla câsa. Há unl Dr_ctcxto parâ minha visita: r ilr,nhor'â cstá grâvemente €niêrma, não sai do quârto, há \, I r: rj(ntrnâs. I)izcm que não é má pessoa; e parece que, r'r'l r|rrroDtcr -lreqüenLava com assiduidede as cerimônias
''t(!NI
palha lresca para o boi, cuidar do buro", §eja.
L,: (11\,cl1,s simples não são os mais fáceis, pelo conhártír í)i: linlris íêm poucâs neccssidâdes, âo passo que os 1,,'r'! rr | .. sl.i muito bem que todos fâlâm da simplicidâl\4
.l', ,l,i. lri)rrrrs do campo. Eu, que sou filho de rocciros. con,,t,1,,,, ,,r. ;llltcs, horrivchnerlte complicados. Em Béthune, r,, l, rrlr, (lli ,lrou pl.imeil'o vicariâto, os jovêns operários de ,, I I I i I I I , rrmâ VCZ paSSAdO O nAtUIâI âCAnhAmento, 'r,, I rr,Ír)rn sucs conÍidênciâs, procurâvam tôda forrl',r,1,,,\:rr Ir,, rl' rI l ri| r( ll si nrcsnros: sentiâ se que transbor.lâvam ,l' lr ,l,,,lr:r ln,r' sluls plóplias pessoas. Um homem do r,i'rl ,"Lfrr r ri llx.snlo Iaramente e, so mostla uma indi nr,,,, I |rr{l t)ir)t qücm o amâ, não ó porquc düvida rl'r ,'1, r,,'r rlll( iri, l(,,11 l! ôlc: scfia, irnl,cs, l)orquc II (lcspr.ez&. Itr r,r ,lur rl,r rilr) ríi l)rrocul)lr 1,ânio am c(»)illit sc. Mâs rt.,i, ' , r'l ,1,. (1ll,. « ilr(lo sôl)r'Í' os (t( n ilos c os vicios que !,,t,11,L,",rr t,r, r(rl(iir ll virLr inl]irr, (l('ríL (llli'os iulgou rr'l! L Ir' ,r,,r1,.,,1,, rrr,,l()rnrívr.[, t)11{x rr])r(k) só .m manter ,' ', ,i,rr |,i rrrlr.irr ( r.IIrrI1,)i,r|. r',r rlirir{,UlaL k)s com o mínir",,ri '1, ttrr.r. l,i iUriiür, 1]o;rlarri() (lrsslls vi(las de campo, i I
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GEORqES BEBNANOS
§empre secretas, as tendências mon§truosas crescem demâsiâdamênte: o roceiro envelhecido custa a suportar_se t;i c lóda a simpatia o exaspera. pois suipejta que ela Ilesmo, scJa uma especro de cumplicidadê como o inimjgo inlerior que devora, aos poucos, suas [ôrÇas, seu lraba_Iho. súâ riouezâ Que dizer a êsscs miseráveis ? Enconlranr-se nos leitôs dê morte certos velhos devassos, cuja atareza nao tera fàiiaJã d-e- uma aspera desforra. um câ§ligo volLlnLário. impólto a si mesmos. durânte anos. com um rigor inflexível. É até o li_ mrar da âgonia..umâ pâtavra, que a angüstiâ Jaz jllomper, leslemunha âinda um ódio de si mesmo: para o qual taivel não haja perdão .
_ Áclo quê interpretaram muito Inal a decisão oue tolnet_ hâ-uIls quinze dias. de dispensâr os sêrüCos de uma gâtla. o que complica muil,o a coisa é qLle o marido"mprej dessa irtim-a. o Sr. Pegriol, acaba de entrsr pãra o castelo, como glr_arda-car"a. Prestou mestho juramcntô. ontem, em Saini_ -ryaast. [; eu que pênsci agir com {inura. cornprando de sua mao"um pequeno.bârrit de vinho: câstej. assim, os duzen_ lo_s Írancos-da minhâ tia f.ilomena. sem npnhum proveitô, por§ o §r- Pregriol,-não vai majs vjâjaT pâra aquela'casa de ljoldêus à quai, todavia. passou a encomenda. Supontro que lirar-todo o proveito de mintra pe{uena libeljy :yges.g iráestupidez ralidâde, I Que
estupidez ! Espêrava que ._^,!r]Ítr.ql" meu pensamento que
ési,e diário mê aÍu_ se escapara. sempre, ãr.r_ 91ji9 1ITu, ranÉ os raros momenÍós em que posso relletir um DoucoQurcera que éle fósse umâ conversãção entre Nosso Senhor e eu, um prolongamenÍo da prcce, uroa lofina cte contornar
DlÁato DE
uM
PÁBoco DE
Ar,DErá
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as dificuldâdes da omção, que me parecem, âinda, com Íjâstante freqüênciâ, insuperáveis, talvez por causa de minhas dolorosas cótlcas de estômago. E eis que meu diário revelâ o enorme, o desmesurado lugar que ocupam, em minha pobre I,ida, essas mil pequeninas preocupações de todo diâ, de que üe julgâvâ liberto. Sei bem qüe Nosso Senhor participâ dê nossas contrariedades, mesmo fúteis, e que Êle nâda despreza, Mas por que fix no pâpel o que deveriâ, âo contrário, eslorqâr-mc por ir. aos poucos. esquecendo 1 O p.or a quê encontro. ncssas conÍidônciâs, uma doçurr lÀo gL.andc que deveria bastar pâra me prcvenir contra elas. Enquanto Iabisco, sob a, lâmpada, estas páginas que ninguém há de ler', er.pe mento â sensaÇão de uma pr.esença invisível que não é seguramente a de Deus de um amigo fejto - ante!deamim, à minhâ imagem, se bem que alistinto de umá outla .sséncia. Ontem à lârde. tal pre§enna se to"nou. de súbito, lco sensivPl. cUê mc sltrpreendi a inclinar A CAbeçA não sei para que interlocutor imaginár'io, com uma vontade de chorar que me enchia de vergonhâ. Mais vale, âliás, lev a ex?eriência até o fim quero dizer, pelo menos durante algumas semanas. Esforçar-úe-ei até por escrever sem distinqão o que me passax pe1à cabeaa (acontece-me também hesitar na escolha de um êpiteto, ein corrigiÍ-me): depois esconderei essa papetâda no fundo de uiÍlr1 gâveta e a lerel. um pouco mais larde. com a cabaça
tr TIVE, ESTÀ MANHÃ, depois da missa, uma longâ con' vclsa com â Srta. Luísâ. Áté agom, rarâs vêzes nos enconl,rxmos nos ato§ religiosos da semana, poi§ sua situaçáo de I»'ccepíorâ no castelo impõe-no§ a âmbos uma grande resêÍv1r. Á senhora condêssa têm-Ihe muita estima. Ela devia, pa' r'cce, entrar para âs C]ârissâs, mas consâglou-se à suâ velbâ nrãe-enfêrmá, que só mo eu o âno passado os dois garotos :r âdorâm. InfóUzmente. a filhâ mais velha, a Sríâ. Chanlil, náo lhe mânitesta simpitia atgumá ê até parece comI'râl.r.sp êm humilhála. em trâláJa como uma simplec doinóstica. criancice talvez, mas que cruelmente abonece a Inrísa, pois, segunalo me informou â condêssa, ela pertence o uma lamília ótlma e recebeq educaqão supe or. Creio ter pêtcebido que â genle do castelo aprova mltrha re"olu(âo àp dispênsar a emprpeada. Conludo. achariam pleferível que eu pagâsse umâ emplegâdâ de fora, uma ou (luas vêzes pol semana, ao menos por uma questão de princípio. Evidénteheüte, é umâ questão de pdncípio. Moro eln um presbitérjo muito confoltávet. a melhor casa do lugâr, rl'pos do essfplo. ê pu a lâvar minha roupa?: Todos have_ I icn dê pensâr quê o lâriâ dê fropósito. Corn certeza acham tâmbém que não tenho o direlto de úrc distinguir dos colegas que não ganhâm mais que eu e, no entantô, aprcveitam methor os seus modestôs recursos Cleio sinceramente que poum me importa ser rlco ou poblê; Í1ostâria âpenas que nossos superiores decidissem o câso, uma vcz por tôdas. Cónvém táo pouco à no§sa miséria o ambiente (lc Íclicidade burguesa dentro do qual nos obdgam â viver... A oxtrerra pobreza não exige muito pam manter-§e digna. l'or'â que ta[tâs âparênciâs ? Para que fazer de nós umas (lr irrturas que precisam disto e daquilo ? Esperavâ encontrar alguú consôlo nas aulas do cat€r,sn-o Àlementar, prepamqâo pâra a primeira comunhão, sr,,lundo o desejo dó santo Pâdrê Pio x. Aindâ hoje quândo r)r(ro o sussurro de suas vozes no cemiicrio e, na soleira, o ruldo de seus tamanquinhos ferrados, parece que meu cora-
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tr TM, ESTA MANHÃ, depois dâ missa, uma longa conInrsa com a Srla. Luísâ. Até agora, Taras vézês nos encon1,xmos nos âtos reiigio.os da semana. pois sud situaçáo de lr'cceptora no caslolo impõe-nos a âmbos uma graÂde reserv- . A senhora .ondéssa tàmlhe muita estima. Êta devia, pa. r'"e", enfrar para a._clcrissâs. mâs eonsâgrou-qe à sr.ra veila n\:r. enlermâ. quc sô molreu o ano pa§sâdo, Os dois gàrolos iL cdoram. lntelizmênle. a Íilha máis vêlha, â Srla. Chantal, não lhe maniÍesta simpatia alguma e até parece compl.azer-se em humilhála, em tmtá-la como urnâ_simples alor'lÁslicâ, Criancicê l31vez, mâc que cruelmente aborrece a I Ul(a, pois, segundo mn info.mou â condêssa, ela pêItence il uma familia ólima e recpbeu Fducaçâo sLlperior. . Creio feT percpbido que a genle do câslelo aprova mIrrL-_rê"olucão dê dispcns?r a emi|cÊxda. Conl udo,'âchariam l\f, ier'lvêl quê eu nâcas(e uma ãmpregada de forr. uD1â ou rrlâs vêzes por semanâ, ao menos Dor uma questâo de p nr,ir'ic. Evjdenlemêntê. é uma questão de oriricípio. Moro em um presbitérjo huito confortável, â melhor càsa do lugâr, (lopois_ do castelo, € eu a lavar minba rcupa?! Todos hãvel ri:rm de pensar que o Ia a de propósito. ' Com i"erteza achâm lambém quê náo tenho o dirêito de nln distinguir dos r'otegüs que náo ganham mâis que eu e, rro nlanlo. sproveiram melhoT os seus modesL,os iecurms' t'r.io sincFrâmênle quê pouco me imporla ser rico ou pobre: Í{)crâ}ra apenrs quê nossos supêriores decidissêm o caqo, uma v' z_t'or lódâs. Convém lào pouco à nossa miséria o ãmbiênte r1r' r,ir.rosde burgucsa dênlro do qual nos obrigâm a vlver,,. A 'xlremâ pobreza não êxige muiUo para man-ter_se cliEnâ. l'i,r'x que lântas aparências parâ que fazer de nós imas | r{ruras que precisam disl,o? e daquito? E.peravc encontrar êlgum consólo n0-§ aulas do câtê.lsnro plementar, preparaçáo parâ a plimeira comunhão. jx'J,undo o deseio do Sanío padrc pio X. Âin.lâ hoi., oua[do r,r(o o sussurro de suâs vozês no contitólio c, na solãira, o r'uido dê seus tamânquinhos lerlados, parece que meu cora_
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GEORCES BENNANOS
DI.(IIÔ DE UM PÁIToco DE ÀLDEIA
ção se desmancha de telnura. Sillite par\ulas... s,oÍh,ava poder djze!-lhes, nessâ linguagem infantil que lne vem âos lábios tão Íàcilmente, tudo o que devo guârdâr pâra mim, tudo que não rne é possível expressar no púIpitô onde tânto üre recomendârâm prudência. Oh! eu não me entlegâria â exageros, isso náo ! Mas, enfirn, estava bem alegre por ter de Íâlâr{hes sôbre algo diferente dos problemas de ÍrâQões, do direito civico, ou ainda dessas aboninávels lições de coisas, que não passam, com efeito, de licões de coisas e nada Ínais. O homem na escolâ dâs coisâs I Depois, eu me teria li0ertâdo dessa espécie de mêdo quase mór'bido que todo padrc moço experimentâ, quando lhe vêm aos lábios certas palavras, certas imagens de uma grâça suspeita, de um equívoco que, obrigÂndo a retrâir-nos, Íâz que nos limitemos Íorçosamente a âusteras lições doutliÍlár'ias, nu1Ír vocâbulário tão gasto mâs tão seguro que não chocâ â ninguém e que, pelo menos, tem o mé to de de
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