Desmistificando o Dízimo

1- JUSTIFICATIVA Ao entrar nessa linha de pesquisa viso buscar respostas que não me foram respondidas claramente, durante os meus 14 anos de convertidos. Sempre que ouvia falar sobre Dízimo, era em um contexto de pressão pscológica, tais como: “você vai perder o emprego se não der o dízimo”, “a sua saúde vai faltar”, “você não estar apto para ser lider se você não é um dizimista”. Ou algumas vezes também fui desafiado a fazer prova do Senhor e não aconteceu nada de diferente na minha carreira cristã, não vi “as janelas do céu abertas” e nem fui atacado pelo devorador. As bençãos vieram apesar de mim. Um outro aspecto que me motiva nesse pesquisa, está ligado ao fato de que não fomos orientados quanto a isso no seminário. Algumas dúvidas me acometeram e não conseguia encontrar uma resposta consistente: “Como um aluno do Seminário seria dizimista, haja visto, que ele não possuia salário? Nos moldes atuais, como seria feita a sua contribuição? E quando a igreja falhava ou cortava o sustento, era o devorador que estava em ação? Mas eu era um ceifeiro me preparando para a Seara do Senhor. Como isso poderia acontecer comigo? O único momento que lembrava dos dízimos era quando ocorria o momento da oferta especial para os missionários. O que me motiva nessa pesquisa é poder contribuir sobre a forma bíblica de devolver o dízimo, pois assim como eu, presenciei alguns alunos que não possuiam uma clara definição sobre o que era dízimo, oferta, onde deveriam entregar o dízimo, a relevãncia do dízimo, vejo que podemos refletir sobre essa realidade sem envolver conceitos oriundos de denominações. O ensino sobre o dizimo está baseado em dois pilares principais: 1) Extorsão/Coação e 2) Troca de favores. O primeiro ponto fica claro quando observamos os ensinos de hoje, sempre baseados em Malaquias 3.10, e sempre em um tom ameaçador, causando temor e tremor nos ouvintes. E o segundo ponto quando é enfatizada somente a recompensa de dar o dízimo. “Quanto maior a oferta, maior é a benção”. Esse pensamento traz a falsa noção de que podemos “comprar” a Deus. A conseqüência desses ensinos é que a cada dia tem aumentado o número de pessoas aversas ao dízimo; e quase que na mesma proporção o numero de pessoas que são enganadas por lideres gananciosos e inescrupulosos (I Pe 2.3)

Com essa pesquisa desejo ter uma convicção bíblica correta sobre o dízimo. Não quero ter uma convicção que a Igreja Batista ensina, ou pastor “fulano” ensina, mas quero ter uma convicção bíblica correta sobre o dízimo. Pois, me incomoda a realidade de ter que ensinar uma doutrina que eu não entendo e não tenho as respostas devidas. Desejo ensinar um ensino claro e livre dos valores existentes na nossa cultura evangélica protestante. Que o Senhor me acompanhe nessa jornada e me conceda graça.

2- PROBLEMATIZAÇÃO Atualmente fala-se muito sobre o Dízimo. Entretanto, há uma pequena minoria de escritores que se propõe a tratar do dízimo de uma maneira bíblica e coerente, não levando o seu estudo para o lado da acusação e da extorsão. Muitos escritores acabam se tornando tendenciosos em seus ensinamentos. Torna-se necessário um estudo esclarecedor e desafiador, o qual servirá como forma de observar todos os aspectos envolvidos no dízimo, visando o benefício de crentes que desejam servir ao Senhor com suas contribuições e a instrução correta de possíveis crentes a fim de que tenham uma visão bíblica e não mundana consumista sobre a graça da contribuição. Parte-se do reconhecimento desses pressupostos, bem como da necessidade de pesquisar quais as motivações, razões e argumentos teológicos apresentados pelos autores sobre o referido assunto, e as suas implicações desse ensino nas mais variadas áreas de educação da igreja local e/ou de um contexto pioneiro. Neste aspecto bíblico, é importante analisar e estudar os modelos e esclarecer os princípios encontrados na Palavra, salientando comentários de vários de autores como John Piper (2001, p.155), quando afirma que o dinheiro é a moeda do prazer cristão. O que você faz com ele —ou deseja fazer com ele – pode trazer ou levar sua felicidade para sempre. A bíblia deixa muito claro que o que sente pelo dinheiro pode destruir você. Diante dessas informações é que se propõe este trabalho focado em Dizimo e sua importância no Cristianismo. Quais são os padrões bíblicos sobre o dizimo? Em que momento o dizimo se tornou algo institucionalizado? Como deixar latente o assunto dízimo na educação missiológica? Como ensinar sobre dízimo, sem ser coercivo e nem negociante? Como podemos defender o dízimo no Novo Testamento? Responder a essas indagações é uma forma de ressaltar o papel da contribuição bíblica dentro do cristianismo, bem como visar o entendimento e o aprimoramento dos cristãos no que diz respeito a forma como cada um irá lidar com bens materiais e financeiros.

3- HIPÓTESE Quando os primeiros cristãos começaram a se reunir de casa em casa, eles nunca imaginariam que esse hábito tão comum, adotado pela maioria dos cristãos da época, se tornaria alguns anos mais tarde, um hábito obsoleto e ultrapassado. Pois, com o surgimento da igreja católica romana, onde a administração do estado e dos negócios civis foi reunida com o governo da igreja, surge também variado um arcabouço de ideologias e práticas que se desvirtuavam totalmente daquilo que os crentes da igreja primitiva praticavam. Essa foi uma parceria que desvirtuou o propósito principal da igreja, mudando assim a realidade encontrada em Atos 2.42. “... se reuniam de casa em casa”. A partir desse envolvimento entre igreja e estado, a igreja se tornou “quase” que o centro do universo. Tudo se concentrava nela. A conseqüência dessa centralização foi a criação da “instituição” igreja católica. A qual possuía uma mega estrutura clerical, formada pelo imperador, o qual se intitulava o bispo da igreja, possuía também bispos e presbíteros que prestavam serviços religiosos à igreja, além das necessidades materiais que a instituição começou a ter. Ao decorrer da história observamos que a igreja católica começou a ficar cada vez mais ávida por lucro e status. A maneira encontrada pelos lideres desse sistema religioso para satisfazer as suas necessidades, foi impor aos seus fieis que bancassem essas despesas através de contribuições financeiras, chamadas Dízimos e indulgências. A metodologia usada pela igreja era causar medo e terror nas pessoas, a fim de que elas dessem seus bens sem oferecer nenhuma resistência à igreja. Muitas pessoas foram enganadas com a venda de indulgencias (compra da salvação) e quinquilharias sacras, tais como pedaço da cruz, espinho da coroa de Jesus, pedaço do manto, etc. Atualmente vivemos dias semelhantes aos de Lutero, mas o contexto não é dentro da igreja católica, mas sim dentro da igreja, dita protestante. A igreja evangélica brasileira tem voltado a um extremo clericalismo, onde existem os profissionais da fé que são pagos para exercerem suas funções religiosas dentro da igreja. Há também muitas bugigangas espirituais sendo vendidas onde a fé virou o negócio mais rentável do momento.

Cada vez mais ambiciosa por poder e status, a igreja evangélica usa dos mesmos artifícios que foram usados pela igreja católica durante muitos séculos atrás. Agora o objetivo não é seguir a Cristo e cumprir os seus mandamentos, o que mais importa é manter uma estrutura institucional que depende cada vez mais de muitos recursos financeiros. A solução encontrada é a mesma usada pela igreja católica: apelar ao terrorismo religioso e chantagem emocional. Fazer com que as pessoas colaborem com o sistema religioso vigente através do medo e do terror. Exigindo assim uma obediência cega e sem possibilidade de discussão sobre os conceitos e valores ensinados pelo sistema.

4- REFERENCIAL TEÓRICO O assunto proposto apresenta um elevado nível de material escrito. Entretanto, esse material apresenta duas características: 1) É extremamente resumido, apresentando somente o básico, em relação ao assunto, com poucos detalhes, e sempre partindo da mesma referencia de Malaquias 3.10; 2) em seguida as referencias bibliográficas consultadas carregam uma grande carga de influencia do mundo pós-moderno e consumista. Entretanto, alguns dados relevantes podem ser observados nas obras de vários autores sobre tudo o que envolve esse assunto, e assim destacam-se as declarações de KASCHEL (1990), PEPELIASCOV (2001), BOST (1999), RAMOS (1995), HARTMAN (1986), FERREIRA (1985), FIGUEIREDO (2002), PIROLO (2001), EBERT (2000), MOTTA (1986), QUEIRÓZ (1999) e PIPER (2003). O pastor Paulo José F. de Oliveira, demonstra uma das razões pelas quais o Dízimo é assunto principal nas igrejas hoje: “De fato, desde o pós-guerra observamos uma crescente institucionalização da Igreja, que a cada dia apresenta formas de organização mais complexas e mais bem estruturadas, exibindo em muitos casos uma burocracia administrativa digna de governos ou grandes corporações” (OLIVEIRA, 1990). Essa realidade fica ainda mais assegurada quando Oswaldo Ramos afirma que: “A contribuição financeira é fundamental na vida da igreja. Projetos missionários, evangelísticos e sociais não passarão de meras palavras lançadas ao vento, caso não haja apoio financeiro para sua realização” (RAMOS, 1995). Quanto a questão do Dízimo como empecilho para o crescimento do reino de Deus, fica extremamente evidenciada nas palavras do Pastor Edison Queiróz quando afirma que: “Encontramos igrejas que falam muito em dinheiro, ensinam que é importante dar, mas muitas vezes distorcem a Palavra de Deus, fazendo promessas que não tem base bíblica, provocando esperanças que, no final, causam a mesma frustração” (QUEIRÓZ, 1999).

Segundo Walter Kaschel, as nossas finanças e, conseqüentemente, os nossos dízimos deveriam receber muito mais atenção, pois ele afirma que “a bíblia refere-se mais vezes a dinheiro do que mesmo a oração ou a fé” (KASCHEL, 1990). 5- OBJETIVOS 4.1 GERAL: Definir as razões pelas quais devolvemos o dízimo hoje . 4.2 ESPECIFICOS:  Definir a importância do Dízimo dentro do Cristianismo  Apontar os fatores que contribuem para a institucionalização do Dízimo.  Definir a aplicabilidade dessa doutrina no Novo Testamento.  Analisar a relação que há entre o Dízimo e a obra missionária.

6- METODOLOGIA Para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa serão realizados os seguintes procedimentos: a) O caminho metodológico escolhido será a pesquisa bibliográfica, onde será observada a opinião, dos vários autores que abordam o referido assunto. b) Não será elaborado o instrumental de pesquisa (questionários semi-estruturados com perguntas abertas e fechadas) c) A pesquisa se dará em 02 momentos: primeiramente, como parte do que chamamos pré-projeto de pesquisa que prevê o reconhecimento inicial do objeto a ser pesquisado; e num segundo momento, através da coleta sistemática de dados, contidos em referencias bibliograficas previamente selecionadas. d) Serão usadas referencias bibliográficas variadas, tais como: fotocópias de livros sobre o assunto em questão, trechos de textos exibidos em website, serão citados o endereço eletrônico, a hora em que foi consultado e o autor do texto; outro recurso ultilizado será o auxílio de livros digitalizados (E-books) disponiveis na internet.

7- CRONOGRAMA Atividades

Fev Mar Abr Mai Ju

Jul Ago Se

n Elaboração do pré-projeto

X

Levantamento Bibliográfico

X

X

Revisão literária Obtenção de créditos (disciplinas) Elaboração de instrumentos de pesquisa de campo 1ª fase da pesquisa de campo: Observação 2ª fase da pesquisa de campo: entrevistas Tabulação de dados Entrega de relatório parcial de pesquisa Revisão do relatório e confecção da monografia.

confecção

e

Revisão ortográfica e metodológica da monografia Entrega final da monografia.

8- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

X

X

X

Out Nov

t

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X

X

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QUEIROZ, Edison. “A Administração das Finanças na Obra Missionária” Editora Descoberta, Curitiba- 1999. PIROLO, Neal. “A Missão de Enviar – Como sustentar o seu missionário? Editora Descoberta 1ª Edição, Londrina-PR, 2001 EBERT, Cláudio Ernani. “Uma Chave para a Felicidade- A Dinâmica dos Dízimos e das ofertas” Editora Esperança, Curitiba – PR, 2000 MOTTA, Waldomiro. “A Doutrina Bíblica da Mordomia” Editora Juerp, 3ª Edição. Rio de Janeiro-RJ, 1986 PEPELIASCOV, Antonio. “Dízimo uma Questão de Fé”. Imprensa da Fé. BragançaSP, 2001 FIGUEIREDO, Onésio de. “Mordomia: A Arte de Administrar” Editora Socep. São Paulo-SP, 2002 FERREIRA, Júlio Andrade. “A Graça da Liberalidade: O Dízimo Cristão” Editora: Luz para o Caminho 1ª Campinas- SP. 1985 HARTMAN, Jack. “Confie sua Finanças a Deus...” Editora Ame 2ª Contagem- MG 1986 KASCHEL, Walter. “Lições de Mordomia- Crescimento Através de Estudos Biblicos em Grupo” Editora Betânia- Venda Nova- MG. 1990 __________________ “Não Sou Meu: Se Jesus é meu Senhor o que Ele quer de mim?” Editora Betânia- 11ª edição São Paulo: 1979 RAMOS, Osvaldo. “Dízimo e Bênçãos: Um Convite para Você por deus a Prova.” Imprensa da Fé- São Paulo-1995 BOST, Bryan J. “Deus e o Dinheiro: O Papel das Finanças na Vida do Cristão” Editora Vida Cristã. São Paulo-SP: 1999 OLIVEIRA, Paulo José F. “Desmistificando o Dízimo” Editora ABU SCHULTZER, Mary. “ O Dízimo do Dízimo” E-Book