Cyberstorm - Matthew Mather
October 11, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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SUMÁRIO
Capa Folha de de rost o Dedicatória Dedicat ória CYBER STO TOR RM P RÓ RÓLOGO LOGO 25 DE DE NO VEMBRO – CHELSEA, CIDADE DE NOVA YORK 27 DE DE NO VEMBRO 8 DE DE DEZEMBRO 17 DE DE DE ZEMBRO DIA 1: 1: 23 DE DEZEMBRO - 8:55 11:55 02:45 05:300 05:3 19:000 19:0 3:35 DIA 2: VÉSPERA VÉSPERA DE NATAL, 24 DE DEZEMBRO - 7:05 10:05 10 :05 19:20 19 :20 21:00 21 :00 DIA 3: DIA DE NATAL, 25 DE DEZEMBRO - 9:35 20:45 Dia 4: 26 DE DEZEMBRO - 07:35 09:45 15:40 DIA 5: 27 DE DEZEMBRO - 09:00 15:45 20:00 02:25 DIA 6: 28 DE DEZEMBRO - 08:20 15:30 DIA 7: 29 DE DEZEMBRO
DIA 8: 30 DE DEZEMBRO DIA 9: VÉSPERA DE ANO NOVO, 31 DE DEZEMBRO DIA 10: ANO NOVO, 1º DE JANEIRO DIA 11: 2 DE JANEIRO DIA 12: 3 DE JANEIRO DIA 13: 4 DE JANEIRO DIA 14: 5 DE JANEIRO DIA 15: 6 DE JANEIRO DIA 16: 7 DE JANEIRO DIA 17: 8 DE JANEIRO DIA 18: 9 DE JANEIRO DIA 19: 10 DE JANEIRO DIA 20: 11 DE JANEIRO DIA 21: 12 DE JANEIRO DIA 22: 13 DE JANEIRO DIA 23: 14 DE JANEIRO DIA 24: 15 DE JANEIRO DIA 25: 16 DE JANEIRO DIA 26: 17 DE JANEIRO DIA 27: 18 DE JANEIRO DIA 28: 19 DE JANEIRO DIA 29: 20 DE JANEIRO DIA 30: 21 DE JANEIRO DIA 31: 22 DE JANEIRO DIA 32: 23 DE JANEIRO DIA 33: 24 DE JANEIRO DIA 34: 25 DE JANEIRO DIA 35: 26 DE JANEIRO DIA 36: 27 DE JANEIRO DIA 40: 31 DE JANEIRO DIA 47: 7 DE FEVEREIRO DIA 53: 13 DE FEVEREIRO DIA 59: 19 DE FEVEREIRO Dia 63: 23 DE FEVEREIRO
Dia 64: 24 DE FEVEREIRO 29 DE JUNHO 4 DE JULHO AGRADECIMENTOS Sobre o autor Notas de roda rodapé pé Créditos e copyright
sempr sem pree nos manter seguros e , é claro, por seu amor.
PRÓLOGO
Levantei os óculos, parei e hesitei, observando a noite a olho nu. A noite estava muito escura e silenciosa, e minha mente parecia desligada. Sozinho, olhando para o vazio, me tornei um pontinho de vida flutuando solitário no universo. A princípio, a sensação foi aterrorizante, minha mente em confusão, mas logo ficou reconfortante. Talvez a morte seja assim. Solitária, pacífica, lutuando, lut uando, fl flutuando, utuando, sem me medo... do... Ao colocar os óculos de visão noturna diante dos olhos de novo, vi flocos de neve verdes verde s e fantasma fantasmagóri góricos cos caind caindoo del delicadam icadam ente ao m meu eu re redor dor.. Senti muita fome de manhã, a ponto de quase me forçar a sair durante o dia. Chuck me impediu, conversou comigo, me acalmou. Eu expliquei que não era por m im im,, e ra por Luk Lukee , La Laure urenn e Ell Ellaa rose – qualque qualquerr coisa que m e per perm m itiss itissee conseguirr um consegui umaa dos dose, e, ccomo omo se eu fosse um viciado. viciado. Eu ri. Sou viciado em comid c omidaa. Os flocos de neve que caíam eram hipnóticos. Fechando os olhos, respirei fundo. O que é real? O que é a realidade, afinal? afinal? Eu sentia como se estivesse tendo alu alucinações. cinações. Mi Minha nha m mente ente vagava, sem cons consegui eguirr se ffiixar eem m nada. Segure a onda, onda, Mike Mike.. L Luke uke está cont contando ando com voc você. ê. Lau Lauren ren eest stáá contan contando do com vvocê ocê.. Abri os olhos, forcei-me a me concentrar naquele momento e toquei o telefone que estava em meu bolso para abrir o display display de realidade aumentada. Um campo de pontos vermelhos se abriu a distância e, respirando fundo mais uma vez vez,, colo coloquei quei cui cuidados dadosam am ente um pé na fre frent ntee do ou outtro, e segui pela rua 24, na direção direçã o de um am ontoado ontoado de pont pontos os nnaa Sexta aaveni venida. da.
25 DE NOVEMB NOVEMBRO RO CHELSEA, CIDADE DE NOVA YORK – Estamos Estam os vi vivendo vendo um a éépoca poca incr incrível! ível! Analisei o pedaço de carne queimada que eu segurava a minha frente. – Um a époc épocaa incr incrivelm ivelmee nte per perigos igosaa – riu Chu Chucc k, m eu viz vizinho inho e m elhor amigo, tomando um gole de cerveja. – Belo trabalho. Provavelmente ainda está congelado por dentro. Balança alançando ndo a ccabeç abeça, a, coloq coloquei uei a sals salsicha icha quei queim m ada na beira da gre grelh lha. a. Era uma semana excepcionalmente quente para o Dia de Ação de Graças, por isso decidi dec idi faz fa ze r um chur churra rasco sco de últ últim imaa hora no ter terra raço ço de nosso pré prédio, dio, um antigo complexo de galpões reformado. A maioria de nossos vizinhos ainda estava aqui, de folga no feriado, então, meu filho Luke, de quase dois anos, e eu havíamos passado a manhã batendo de porta em porta, convidando todos eles para ar a o nosso chur churra rasco. sco. – Não Nã o re recla clam m e da m inha ccom omida, ida, e nem c om omec ecee ccom om e sse pa papo. po. Foi uum m in início ício espetacular de noit noite, e, ccom om o sol se pondo e aain inda da bril br ilhando hando forte. De nossa vista, sete andares acima, a paisagem de árvores de tons avermelhados e dourados do fim do outono estendia-se de um lado a outro pelo rio Hudson, complementada pelo barulho da rua e pelo horizonte da cidade ao fundo. Nova York continuava tendo uma intensidade que me animava, mesmo depois de passar assa r dois aanos nos m ora orando ndo a qui. Olhei a o re redor, dor, par paraa nossos viz vizinhos inhos.. Ha Havíam víamos os reunido de m trinta a festa, e me senti secretamente orgulh orgu lhos osooum porgrupo tant tantas as tere terem compare compessoas parecido cido.para . – Então você não a c ha possí possível vel que um umaa er erupçã upçãoo sol solaa r destrua o plane planeta? ta? – Chuck perguntou, levantando as sobrancelhas. Seu sotaque sulista nasalado fazia até mesmo desastres parecerem letras de música e, deitado em uma espreguiçadeira com calça jeans rasgada e uma camiseta dos Ramones, ele parecia um astro de rock. Seus olhos castanhos brilhavam rilhava m alegre ale gress sob um umaa de desgre sgrenhada nhada c abe abeleira leira loi loira ra e uma um a bar barba ba ra rala la de dois di dias as com c ompletava pletava o vis visual. ual. – Era e xata xatam m e nte eesse sse pa papo po que eeuu não que queria ria que você voc ê ccom omeç eçaa sse. – Só Só quer queroo diz dizee r...
– O que você quer diz dizer er sem pre leva a o de desastre sastre.. – Revire Revireii m eus olhos olhos.. – Acabam Aca bamos os ddee pass passar ar por uma das m mais ais iincrívei ncríveiss ttransi ransições ções na hist história ória huma humana. na. – Espetando as linguiças na grelha, aticei as chamas de novo. Tony, um de nossos porteiros, estava de pé ao meu lado, ainda vestindo as roupas de trabalho e a gravata, mas pelo menos havia tirado o paletó. De corpo avantajado, moreno com traços italianos marcantes, ele era tão do Brooklyn quanto o time dos Dodgers dos velhos tempos, e seu sotaque era um lembrete constante desse fato. Tony era o tipo de cara a quem as pessoas se afeiçoavam logo de cara, sempre disposto a ajudar e com um sorriso e uma piada para acompanhar. Luke também o adorava. Desde que aprendera a andar, sempre que ia ao andar de baixo, ele saía disparado do elevador assim que chegávamos no térreo e corria à mesa da recepção para encontrar Tony, dando gritos de alegria. O sentim sentim ento era m útuo. útuo. Desviando o olhar das linguiças, falei diretamente para Chuck: – Mais de um bilhão ilhão de pessoa pessoass nasc nascee u na últ últim imaa déc década ada... ... é c omo om o se um umaa nova nova cidade de ova York surgisse a cada mês nos últimos dez anos, o crescimento populacional mais rápido que já houve ou que haverá. – Balancei a pinça de churrasco para enfatizar o que dizia. – Sim, houve algumas guerras, mas nenhuma de grandes proporç ropor ç ões. Ac Acre redit ditoo que iss issoo diga a lgo a re respeito speito da ra raçç a huma hum a na. – Fiz um a pausa dra dram m ática ática.. – Estam Estamos os am a dure durece cendo. ndo. – A maior m aioria ia desse dessess novos bilhões de pessoas pessoa s aainda inda está e ngatinhando – Chuc disse. – Espere quinze anos até elas quererem carros e máquinas de lavar, e então veremos se estão maduras. per capit c apitaa, é metade – A pobre pobrezza m undial, eem m ter term m os de dinheiro e de re renda nda per do que que eera ra há quare quarent ntaa aanos nos... ... – E ainda assim assim,, um em ca cada da seis norte norte-a -am m e ric ricaa nos passa fom e, e a m a ior parte ar te da populaç populaçãã o é subnutrida – Chuck int inter errom rom peu. – E , pela primeira vez na história mundial, daqui a um ou dois anos, mais seress huma sere humanos nos vviverã iverãoo nas cidade cidadess do qque ue no int inter erio iorr – ccont ontinu inuei. ei. – Você Você diz iss issoo com o se ffosse osse aalgo lgo bo bom m. Tony balançou a cabeça, tomou um gole da cerveja e sorriu. Ele já tinha testem test em unhado essa dis discussão. cussão. – É uma uma coisa boa – eu disse. – O meio ambiente urbano usa a energia de modo muito mais eficiente do que o rural.
– Acontece que “urbano” não é um meio ambiente – Chuck contraargumentou. – O meio ambiente ambiente é um meio ambiente. Você fala das cidades como se fossem bolhas autossuficientes, mas não são. Dependem totalmente do mundo natural que as cerca. Apontei Apon tei a pin pinça ça na direç direção ão dele. – O m esm o m mundo undo que eestam stamos os salvando vivendo j untos nas ccidade idades. s. Voltando a atenção ao churrasco, vi que a gordura que pingava das linguiças haviaa rrea havi eavi vivado vado as cham as e to torra rrava va os peit peitos os ddee ffra rango ngo.. – Só Só estou diz dizendo endo que no fim da dass contas... – Qua Quando ndo um ter terror rorist istaa lanç lançaa r um umaa bom bomba ba nucle nucleaa r sobre os Estados Unidos? Um pul pulso so elet eletrom romagnéti agnético? co? – pergunt perguntei ei enquant enquantoo aj eit eitava ava os pedaços de car c arne. ne. – Ou uma superbactéria espalhada a esmo? Chuck assentiu. – Qualquer Qua lquer um desse desses. s. – Sa Sa be ccom om o que voc vocêê de deve veria ria esta estarr pr preoc eocupado? upado? – Com Com o quê? Não ã o pre precc isava dar a ele nada novo c om o que fic ficaa r obce obceca cado, do, m as não m e contive. – Cibe Cibera rataque taque.. Atrás dele, vi os pais de minha mulher chegando. Meu estômago embrulhou. Eu daria qualquer coisa para ter um relacionamento simples com meus sogros, m as a m aio aioria ria das ppess essoas oas qqueria ueria a m esma coi coisa. sa. – Já ouviu falar fa lar e m a lgo cha cham m ado D Dra ragã gãoo Noturno? – per perguntei. guntei. Chuck e Tony deram de ombros. – Há a lguns anos, com eç eçar araa m a e ncontra ncontrarr um c ódigo de com putador desconhecido, plantado em bases de sistemas de controle em todo o país. Rastrearam os comandos, chegando ao IP de alguns prédios comerciais na China. Essa coisa tinha sido desenvolvida especialmente para detonar toda a rede de ene energia rgia dos Estados Uni Unidos. dos. Chuck não se surpree surpreendeu. ndeu. – E então? e ntão? O que a conte contece ceu? u? – Não Nã o aacc ontec onteceu eu nada nada,, ainda ainda,, mas o problema é a sua atitude. É a atitude de todo mundo. Se chineses estivessem espalhados pelo país, colocando pacotes de
explosivos C-4 em torres de transmissão, as pessoas estariam em polvorosa, gritando “malditos assassinos” e declarando guerra. – Antes, e les j ogava ogavam m bom bombas bas pa para ra de derr rrubar ubar fá fábric bricas, as, m a s aagora gora só ccli lica cam m com o mous mouse? e? – Isso me m e sm smo. o. – Viu? Viu? – C Chuck huck dis disse, se, sor sorrindo. rindo. – V Você ocê é um sobre sobrevivenc vivencialis ialista, ta, aafina final.l. Eu ri. ri. De ma manei neira ra aallgu gum m a eu com começa eçaria ria a m mee prepara prepararr para desast desastres. res. – Responda um umaa coisa: quem c ontrola a Inte Interne rnet,t, essa c ois oisaa da qual nossas vi vidas das dependem? dependem ? – Não Nã o sei. O gover governo? no? – Na ver verda dade, de, ninguém ninguém a controla. Todo mundo a gerencia, mas ninguém a controla. Chuck riu. – Isso, sim sim , par parec ecee um a ffórm órm ula pa para ra o desastre. desa stre. – Voc ocês ês estã estãoo m e a ssus ssustando tando – Tony dis disse, se, fina finalm lmente ente enc encontrando ontrando um umaa brecha re cha pa para ra se introm intromee ter ter:: – Não podem pode m os fa falar lar sobre beise beisebol, bol, para var variar iar?? – As cham as na churra churrasq squeira ueira aum entaram de nov novo, o, e ele se retra retraiiu, fi fingi ngindo ndo m edo. – E talvez seja melhor que eu assuma a churrasqueira. Você tem coisa mais im portante portante a fa fazzer er,, não? – E gost gostaa ría ríam m os de c om omer er c ar arne ne não queim queimada ada – Chu Chucc k ac acre resce scentou, ntou, sorrindo. – Sim Sim,, com c er erteza. teza. – S Sem em e ntus ntusiasm iasmo, o, entre entreguei guei os pega pegadore doress par paraa T Tony. ony. Lauren estava olhando para mim de novo. Eu tentava postergar o inevitável. Ela ria enquanto falava com alguém, afastando os cabelos compridos e acobreados com a mão. Com altas maçãs do rosto e luminosos olhos verdes, Lauren atraía a atenção sempre qu quee ent entrava rava em uma sal sala. a. Tinh Tinhaa aass cara caracterí cteríst stiicas m arc arcant antes es e refinadas de sua família, um nariz e queixo finos que acentuavam seu rosto fino. Mesmo estando com ela há cinco anos, eu ainda perdia o fôlego ao olhar para ela... e aindaa não consegui aind conseguiaa ac acre redi ditar tar que ha havi viaa m e escolh escolhid ido. o. –Respirando De Deixo ixo a fundo, c hurr hurraaajeitei squeirameus a os ombros. seus c uidados – eu diss dissee a ninguém em parti ar ticc ular ular.. Eles jjáá tinham volt voltado ado a fa falar lar sobre o cibe cibera rapoca pocali lipse. pse.
Deixei a cerveja sobre uma mesa ao lado da churrasqueira e me aproximei de minha esposa. Ela estava do outro lado da grande cobertura de nosso prédio, conversando com seus pais e alguns vizinhos. Eu insisti para que convidássemos os pais dela para passar o Dia de Ação de Graças conosco, mas já estava me arrependendo. A família dela era tradicional de Boston, brâmanes fervorosos, e apesar de no início do casamento ter me esforçado para conseguir a aprovação deles, ultimamente eu havia desistido e compree com preendi ndi que nu nunca nca ser seria ia bo bom m o sufici suficiente. ente. M Mas as eu não era m al-educa al-educado. do. – Sr Sr. S See y m our – ccum umprim primee ntei, estende estendendo ndo a m ã o –, m muit uitoo obrigado por vir vir.. Vestindo um blazer de lã bem cortado com destaque para um lenço azulmarinho, uma camisa azul e gravata de caxemira marrom, o sr. Seymour olhou para ar a a fre fr e nte e c ontraiu os lábios num sorr sorris iso. o. Eu m e senti inade inadequado quado com minha calça jeans e camiseta. Vencendo os poucos metros que nos separavam, segurei seg urei a m ão qu quee ele m mee ofere ofereceu ceu e a apertei apertei.. Olhei para a mãe de minha esposa: – Sra. Seymour, adorável como sempre. – Ela esta estava va sentada na beir beiraa da do banc bancoo de m ade adeira ira a o lado do m ar arido ido e da filha, vestindo um terninho marrom com um grande chapéu combinando, além de um espesso colar de pérolas. Segurando a bolsa no colo, ela se inclinou para a frent fre ntee com comoo se fosse se levantar levantar.. – Nã N ã o, nã não, o, por fa favor, vor, nã nãoo se leva levante. nte. – E Euu m e a baixe baixeii pa para ra beij ar seu rosto. Ela sorriu e voltou a se acomodar. – Obrigado por vir passar o Dia de Ação de Graças conosco. – Então, você vai pe pensar nsar no assunto? – o sr. sr. Se y m our dis disse se em voz alta par paraa Lauren. Era quase possível distinguir as camadas sociais de seus ancestrais em sua voz, uma voz grave tomada por orgulho e responsabilidade, e, naquele dia, talvez um pou pouco co de condescendência. Ele eest stava ava fa faland landoo para que eeuu ouv ouvis isse. se. – Sim im,, papa papaii – La Laure urenn suss sussurr urrou, ou, olhando ra rapidam pidam ente par paraa m im e depois para ar a ba baixo. ixo. – V Vou. ou. Não ão m mordi ordi a isca isca.. – Você ocêss for foram am a pre presenta sentados dos a os Borodin? – Eu fiz um gesto em dire direçç ão a o casal russoem idoso à mesa aoroncando lado deles. Aleksandr, o marido, já estava dormindo umasentado espreguiçadeira, baixinho ao lado da esposa, Irena, que estava tricotando.
Os Borodin eram nossos vizinhos. Às vezes, eu passava horas ouvindo as hi hist stórias órias de Ire I rena na a re respeit speitoo da Segund Segundaa Guerra Guer ra Mundial. Mundial. El Eles es ti tinham nham sob sobre revi vivi vido do ao sítio em Leningrado, atual São Petersburgo, e eu achava fascinante o fato de ela ter sobrevivido a tamanho horror e ainda assim ser tão positiva e delicada com o mundo. Também fazia um borscht i ncrível. – Laure La urenn nos a pre presentou. sentou. Um pra prazze r – o sr. sr. Sey m our m urm urou, sorr sorrindo indo para ar a Ire Ir e na. Ela ti tirou rou os olhos de seu tricô e re retribui tribuiuu o sorr sorriso, iso, e entã entãoo volt voltou ou a atenção para para as m meias eias qu quee est estavam avam pel pelaa m etade. – Então. – Eu abri a bri os braç bra ç os. – V Você ocêss jjáá vir viraa m o Luk Lukee ? – Não, Nã o, eele le eestá stá lá eem m ba baixo ixo com Ellarose e a babá babá,, na ca casa sa de Ch Chuck uck e Susie – Lauren respondeu. – Não conseguimos vê-lo ainda. A sra. Seymour se endireitou. – Mas nós fom os convidados pa para ra ir ao a o Met... ingre ingressos ssos ppaa ra o ensaio ensa io ger geraa l do novo espetáculo espetác ulo Aida Aida.. – É me m e sm smo? o? Eu olhei olhei para Laure Laurenn e então m mee vire vireii na di dire reçã çãoo de Ri Richar chard, d, ou outro tro de nos nosso soss vizinhos, que definitivamente não não era um de m eus pprefe referid ridos os.. – Obrigado, Obr igado, Dick Dick . De rosto bo bonit nitoo e quadra quadrado, do, ele ti tinha nha sido um astro do ffut utebol ebol uni univer versi sitário tário na época em que cursava em Yale. Sua esposa, Sarah, era uma coisinha minúscula, e estava sentada atrás dele como uma cachorrinha tímida. Ela puxou as mangas da blusa para cobrir os braços nus quando olhei para ela. – Se i que os Sey m our ador adoram am óper óperaa – Ri Ricc har hardd e xpli xplicc ou, c om omoo um cor corre retor tor da bolsa de Manhattan descrevendo uma opção de investimento. Os Seymour eram era m um umaa ffam am íli liaa tra tradi dicion cional al de Bo Bost ston, on, e a fam íli ília de Ri Richar chardd era tradicion tradicional al de ova York. – Temos os assentos de “amigos e familiares” no Met. Só tenho quatro ingressos, e a Sarah não quis ir – a esposa deu de ombros sem vigor atrás dele – e, sem querer tirar conclusões precipitadas, achei que não seria algo de seu int inter eresse, esse, m meu eu velho velho.. Pe Pens nsei ei em levar Laure Laurenn e os S Sey ey m our, uum m presenti presentinho nho de Dia Dia de Açã Açãoo ddee Gra Graças. ças. O sotaque do sr. Seymour era verdadeiro, mas o modo de falar meio falso e afetado de um adolescente britânico adotado por Richard irritava meus ouvidos. – Acho Ac ho que nã não. o. O que diabos ele está aprontando?
Pa usaa de Paus desconfort sconfortável. ável. – P rec re c isam isamos os ir j á par paraa c hega hegarr a tem po – Ri Ricc har hardd a cr cree sce scentou, ntou, ergue e rguendo ndo as so sobrance brancelh lhas. as. – O ensaio com começ eçaa ccedo. edo. – Mas íam os ccom omeç eçar ar a ser servir vir a com ida. – Eu a pontei eem m dire direçã çãoo à s m esa esass com toalha xadrez e tigelas de salada de batata e pratos de papel. Tony acenou para ar a nós ccom om a pinç pinça. a. – Tudo bem , c om omee m os algo no c am inho – o sr. sr. Se y m our dis disse, se, de novo apertando os lábios. – Richard estava falando sobre um novo bistrô incrível no Upper East S Side. ide. – Foi só um umaa ideia – La Laure urenn a c re resce scentou, ntou, sem gra graçç a. – Estáva Estávam m os conversando e o Richar chardd com ento entou. u. Respirei fundo, cerrando os punhos, mas me controlei e suspirei. Minhas mãos relaxaram. Família era família, e eu queria que a Lauren se sentisse feliz. Talvez aquilo ajudasse. Cocei um olho e soltei o ar. – Essa é um umaa óti ótim m a ideia. – Olhei par paraa a m inha e sposa com um sorr sorriso iso verdadeiro e senti que ela relaxou. – Cuidarei do Luke, portanto não se apressem para ar a voltar voltar.. Divirtam -se -se.. – Te Te m c er ertez tezaa ? – La Laure urenn per perguntou guntou.. Um m il ilíme ímettro de gra grati tidão dão re recom compôs pôs nos nosso so relacion relacionam am ento ento.. – Absolut Absolutaa . Vou tom tomar ar umas um as c e rve rvejj a s com os ra rapazes. pazes. – P e nsando bem , aquela ideia parecia cada vez melhor. – É melhor vocês irem. Talvez possamos nos encontrar para uma saideira? – Com Com binado, eentão? ntão? – o sr sr.. S Sey ey m our pe perguntou. rguntou. Em poucos minutos, eles se foram e eu voltei a me reunir com os rapazes, enchi o prato de de lin lingui guiça ça e proc procurei urei um umaa ccer ervej vej a na ca caix ixaa de is isopo oporr. Eu me sentei sentei em um umaa ca cadei deira. ra. Chuck parou uma garfa garfada da de salada de batata a ccam am inho inho ddaa boca boca.. – É isso isso o que dá ca casar sar-se -se c om um umaa m ulher cha cham m a da L Laur auree n S Sey ey m our our.. Eu ri e abri a cervej a. – E e ntão, o que está sendo dit ditoo sobre essa c onfusã onfusãoo e ntre a Ch China ina e a Índia por ca c a usa da daquela quelass re repre presas sas no Himala Him alaia? ia?
27 DE NOVEMB NOVEMBRO RO
A vi visi sita ta da ffam am íl ília ia não de deuu m muit uitoo ce certo. rto. O jantar do Dia de Ação de Graças deu início ao desastre, primeiro porque tínhamos encomendado um peru pré-cozido do Chelsea Market – “Ah, minha nossa, vocês não preparam o peru?”– e, então, a esquisita disposição dos lugares sobre o balcão da cozinha – “Quando vão comprar um apartamento maior?”– com o grande final, eu não conseguindo assistir ao jogo dos Steelers – “Não tem problem a, se Michae Michaell quer aassi ssisti stirr aaoo jogo, j ogo, vol voltam tam os par paraa o hote hotel”. l”. Richard havia nos convidado convidado para ir ao apa apartam rtamento ento ddele, ele, no fim do ccorredor, orredor, para ar a os drinques de depois pois do j a ntar ntar,, em seu tripl triplex ex que par paree cia um palá palácio, cio, com vista para o horizonte de Manhattan, onde a esposa dele, Sarah, nos serviu – “Clar “Cl aroo que pre prepara param m os o peru. V Vocês ocês não? não?”. ”. A conversa logo tomou o rumo dos conhecidos em comum das duas famílias: “Incrível, não é? Richard, você deve ser quase um primo de terceiro grau de nossa Lauren”, rapidamente seguido por “Mike, você conhece a história de sua família?”. Eu conhecia, e envol envolvi viaa fe ferra rragens gens e boates, ent então ão eeuu di diss ssee que não sabia. O sr. Seymour fechou a noite interrogando Lauren a respeito das perspectivas de um novo emprego, que eram inexistentes. Richard deu sugestões a respeito de contatos que ele podia apresentar a ela. Educadamente, perguntaram como meu trabalho estava indo – eu era sócio em um fundo de capital de risco especializado em mídias sociais –, e logo disseram que a Internet era complicada demais para sequer ser discutida, e então: “Richard, como seu fundo de previdência familiar está sendo gerenciado?”. Devo admit adm itiir que a Laure Laurenn m mee de defendeu, fendeu, e tud tudoo perm anec aneceu eu cciivili vilizzado. Eu passei a maior parte do resto do tempo servindo de motorista, levando-os para ar a e ncontra ncontrarr am igos eem m lugar lugares es dife difere rentes, ntes, c om omoo o Metropolit Metropolitaa n Club, o Core Club e, claro, o Harvard Club. Os Seymour tiveram a honra de pelo menos um membro famíliavvis de cadao geração ter estudado Harvard sua fundaç fund ação, ão,da e quando isit itavam avam clu clube be homônimo, era eram m em tratado tratados s com comoodesde a re realez aleza. a. Richard até teve a delicadeza de nos convidar para ir ao Yale Club para um drinque na sexta à noite. Eu quase o esganei. Graças aos céus, foi uma visita de
apenas dois dois di dias, as, e ffin inalm almente ente ti tivem vemos os o fim de sem ana livre. livre. Era início da manhã de sábado, e eu estava sentado ao balcão de granito da cozinha, dando de comer ao Luke, sentado em seu cadeirão enquanto eu me equilibrava em um banquinho, assistindo ao noticiário da manhã na CNN. Eu cortava maçãs e pêssegos em pedacinhos e os deixava na frente dele, em um prato. ra to. El Elee pega pegava va c ada peda pedaçç o ccom om satisfaç satisfação ão e a bria um sorr sorriso iso che cheio io de de dentes ntes e de gengiva para mim, e então comia a fruta ou gritava e a jogava no chão para Gorbache Gorba chevv, o vira vira-lata -lata adotado dos Bo Borodin. rodin. Ele não se cansava da brincadeira. “Gorby” parecia passar tanto tempo no nosso apartamento quanto em casa com Irena, e fugia para arranhar nossa porta sempre sem pre que eles abriam a porta da casa ca sa deles. Ao ver Luk Lukee j ogando ogando com comid idaa par paraa ele, não era difícil entender o motivo. Eu queria um cachorro, mas Lauren era contra. “Pelos demais”, ela dizia – até mesmo a presença de Gorby testava sua paciênc ac iência, ia, com o ffica icava va c lar laroo sem se m pre que e la m e pedia a j uda par paraa tira tirarr os pe pelos los de cachorro ca chorro ddee um blaz blazer er ou de de um umaa ccalça. alça. Batendo os punhos na bandeja, Luke gritou: “Pa!”, sua palavra universal para qualquer coisa relacionada a mim, e então esticou a mão – “mais maçã, por favor”. Eu balancei balancei a ca cabeça, beça, rind rindo, o, e com comece eceii a cortar m ais pedaços pedaços.. Luke ainda não tinha dois anos, mas era do tamanho de um menino de três, e ele devia ter herdado isso do pai, pensei sorrindo. Cachinhos dourados emolduravam o rosto de bochechas sempre rosadas. Ele sempre estampava um sorriso travesso, mostrando uma boca cheia de dentinhos brancos, como se estivesse prestes a fazer algo que ele sabia que não podia – o que quase sempre acontecia. Lauren saiu de nosso quarto, os olhos ainda semicerrados. – Nã N ã o m e sin sinto to bem be m – eela la m urm urou, ca cam m bale baleaa ndo aaté té o ba banheir nheiroo pe pequeno, queno, o único outro cômodo com porta em nosso apartamento de menos de noventa m etros quadra quadrados. dos. Eu a ouvi ttoss ossir ir e eent ntão, ão, o bar barulh ulhoo do chuveiro sendo abe aberto. rto. – O café ca fé e stá pronto – e u re resm smunguei, unguei, pensa pensando: ndo: Ela Ela não bebeu bebe u tant tantoo assim assim ontem à noite, noite , enquanto assistia a estudantes chineses enfurecidos na cidade de Taiyuan queimando bandeiras norte-americanas. Eu nunca ouvira falar de Taiy aiyuan, uan, então, enqu enquanto anto col colocava ocava m ais pedaços de ffruta ruta na fre frent ntee de Luk Lukee com uma das mã mãos os,, m mexi exi nnoo ttablet ablet com a out outra ra..
Wikipédia: Taiyuan é a ccapit apital al e m maior aior cidade da prov província íncia de Shanxi, no norte da China. China. No ce censo nso de 2010, a população total era de 4.201.591. Caramba. Maior do que Los Angeles, a segunda maior cidade dos Estados Caramba. Unidos, e Taiyuan era a vigésima maior da China. Teclando mais um pouco, descobri que a China tinha mais de 160 cidades com população superior a um m il ilhão hão de habit habitantes, antes, enquanto os Es Estados tados Uni Unidos dos ttin inham ham exa exatam tamente ente nove. Olhei para o telejornal. A imagem na tela era agora da vista aérea de um porta-a orta- a viões de aapar parêê ncia e stranha stranha.. Um â ncor ncoraa da CNN desc descre revia via a c ena ena:: “ Aqui, vemos o primeiro e, até agora, único porta-aviões da China, o oL iaoning , iaoning , cercado ce rcado or muitos contratorpede contratorpedeiro iross La Lanzhou nzhou de frente para oo U SS George Geor ge Wa shington shington no estreito de Luzon no mar da China Meridional”. – Peç P eçoo desc desculpas ulpas por m e us pais, quer querido ido – Laure Laurenn suss sussurr urrou ou quando aapar paree ce ceuu atrás de mim, secando os cabelos com uma toalha, vestindo um roupão branco e felpudo. felpud o. – Lem Lembre-se bre-se de que foi su suaa ideia. Inclinando-se para a frente para acariciar Luke, ela o beijou e ele gritou de alegriaa pela aattenção re alegri rece cebi bida, da, e eent ntão ão ela m e abraçou e bei beijj ou me meuu pes pescoço. coço. Eu retrib re tribuí uí o car carinh inho, o, sati satisfeito sfeito com o af afeto eto depois de aalg lguns uns di dias as de tensão. – Eu sei – respondi re spondi.. Um oficial da marinha norte-americana apareceu na CNN: “ Há “ Há menos me nos de cinco anos, o Japão mandou que tirássemos nossos garotos de Okinawa, mas agora estão implorando por ajuda de novo. Os japas têm uma frota de porta-aviões vindo para cá, c á, por que raio raios...” s...”.. – Eu te am o, quer querido. ido. – La Laure urenn havia e scor scorre regado gado um umaa da dass m ãos por baixo da mi m inh nhaa cam iset setaa e ac acarici ariciava ava m eu pei peitto. – Eu tam bém te aam m o. – Você Você pensou m ais sobre irm irmos os par paraa o Ha Havaí vaí no Na Natal? tal? “... e Bangladesh será atingida com força se a China desviar o Brahmaputra. les precisam de amigos agora mais do que nunca, mas nunca pensei que a Sétima Frota fosse parar em Chittagong...” Eu me afastei dela. – Você Você sabe que nã nãoo m mee sin sinto to à vontade com a sua ffaa m ília ília pa pagando. gando. – Então, deixe de ixe que e u pago. – Com Com dinheiro de seu pa pai.i. – Só porque nã nãoo estou trabalhando trabalhando porque pedi dem demiss issão ão para ter o Luke. –
Era um assunto delicado. Ela se virou para pegar uma xícara e a encheu de café. Puro. Sem açúcar naquele dia. Recostando-se no fogão, ela envolveu a xícara do líquido quente com as m mãos ãos,, afast afastando ando-se -se de m miim . “... começando operações cíclicas constantemente, lançamento ininterrupto e missões de recuperação dos três porta-aviões norte-americanos que agora estão em...” – Não Nã o é só o din dinheir heiro. o. Nã Nãoo m mee sentiria à vontade pa passando ssando o Na Natal tal lá ccom om sua m ãe e seu pai pai,, e jjáá pass passam am os o Di Diaa de Açã Açãoo ddee Gra Graças ças com eles eles.. El Elaa m e ignorou ignorou.. – Eu E u tinha a cabado ca bado de fe fecc har a c ordo c om a La Latham tham e passa passado do no exa exam m e da ordem dos advogados – ela falava mais consigo mesma do que comigo –, e agora todo mundo está enxugando o quadro de funcionários. Joguei a oportunidade fora. – Voc Vocêê não j ogou for fora, a, quer querida. ida. – O Olhei lhei pa para ra Luke Luke . – Estam os todos ssofr ofree ndo. Essaa nova re Ess retraçã traçãoo ec econô onôm m ica está pegando ttodo odo m und undo. o. No sil silênc êncio io que se fe fezz, o â ncor ncoraa da CNN com eç eçou ou a a borda bordarr um novo latos os de que os sit sitee s do gove governo rno nort nortee-ame americano ricano e stã stãoo sendo assunto: “ Re “ Relat hackeados e vandalizados. Com as forças navais chinesas e americanas em osição de confronto, as tensões só aumentam. Vamos falar agora com nosso correspondente na sede do Fort Meade Cyber Command...”. – O que a cha de ir irm m os a P Pit ittsbu tsburgh? rgh? – eu propus. – V Vee r m inha fa fam m ília? ília? “... os chineses argumentam que a invasão dos sites do governo norteamericano é o trabalho de cidadãos hacktivistas, e a maior parte da atividade arece se originar de fontes russas...” – Sér Sério? io? Você não que querr ir par paraa o Ha Havaí vaí se sem m pagar paga r na nada da e quer que eeuu vá pa para ra Pittsburgh? – Um músculo do pescoço dela se contraiu. – Seus dois irmãos são criminosos condenados. Não tenho certeza de que quero expor Luke a esse tipo de ambiente. – Fa la sér sério, io, eeles les er eraa m a dolesce dolescentes ntes quando iss issoo ac acontec onteceu. eu. Já c onver onversam sam os sobre isso. Ela não disse nada. – Um de seus prim primos os não foi pre preso so no ver verão ão passado? pa ssado? – e u diss dissee e m autodefesa.
– Pre P reso. so. – Ela bala balançou nçou a c abe abeçç a. – N Não ão condenado condenado.. Há um um a di difere ferença. nça. Olhei fixamente fixam ente nos ol olhos hos ddela. ela. – Nem Ne m todo mundo te tem m a sor sorte te de ter um tio tio no C Congre ongresso. sso. Luke olhava para nós dois. – E e ntão – e u ccom omee ce cei,i, fa falando lando m a is alto –, eem m que seu pai que queria ria que você pensasse ensa sse a respeito? re speito? – Eu j á sabia que er eraa um umaa ofe oferta rta nova pa para ra atr atraa í-la de volt voltaa a Boston. – Com Com o assim assim?? – Não Nã o se lem bra bra?? Ela suspirou e olhou para o café. – Um a of ofer erta ta de socieda sociedade de na Rop Ropee s & Gr Graa y. – Não Nã o sabia que você ti tinha nha se c a ndidatado. – Eu não... – Nã Nãoo vou m e m udar par paraa Bos Boston, ton, La Laure uren. n. P e nsei que a ideia de nos m udarm udarmos os para cá er eraa de que você de dess ssee iní início cio a su suaa própria vi vida. da. – E era e ra.. – Pe P e nsei que estivéssem os tentando da darr um irm irmãã o ou um umaa irm irmãã a o Luk Luke. e. Nã Nãoo era iss ssoo o qu quee você queria? – Era m ais um dese desejj o seu do que m eu. Olhei para ela sem acreditar, minha visão de nosso futuro juntos começando a se desfaz de sfazer er apena apenass com aquelas pal palavra avras. s. M Mas as jjáá tí tínham nhamos os trocado ma mais is do qque ue palavra ala vrass desc desconfor onfortáve táveis is uult ltim imaa m e nte. Senti um nó na ga garga rganta. nta. – Vou Vou ccom ompletar pletar trint trintaa anos este a no. – Ela bate bateuu a xícara xíca ra de c a fé no ba balcã lcão. o. – Opor Oportuni tunida dades des com o e ssa não a par parec ecee m c om fr free quênc quência. ia. P ode ser m inha últ últim a cchance hance de ter uma car carreira. reira. Silêncio enquanto encarávamos um ao outro. – Vou Vou par paraa a entr entrevista. evista. – É essa a c onver onversa? sa? – Meu c ora oraçç ão se a ce celer lerou. ou. – P or quê? O que e stá havendo? – Eu disse disse o por porquê. quê. Nós nos observa obse rvam m os eem m um sil silênc êncio io m mutuam utuam ente ac acusador usador.. Luk Lukee com eç eçou ou a se re rem m exer na cadei cadeira. ra. Lauren Laur en suspi suspirou, rou, aba abaixando ixando ooss om ombros. bros. – Não Nã o sei, está be bem m ? Eu m mee sinto perdida perdida.. Nã Nãoo quero quer o fa falar lar sobre iss issoo agor agora. a.
Eu relaxei e minha pulsação diminuiu. Lauren olhou para mim e então desviou o olhar. – Vou e ncontra ncontrarr o Ri Ricc har hardd par paraa um brunch brunch para conversar sobre algumas ideias qque ue eele le ttin inha ha para m im. Senti m meu eu rosto cora corarr. – Eu acho a cho que ele bate na Sar Sarah. ah. Laurenn ficou ttensa. Laure ensa. – Por que que está dizendo isso? – Você viu os bra braços ços dela no chur churra rasco? sco? Ela os esta estava va c obrindo. Vi hematomas. Balançando a cabeça, incrédula, ela rosnou: – Você está com ciúmes. Não sejaa rid sej ridícul ículo. o. – De que eeuu sentiria cciúm iúmes? es? Lukee com Luk começ eçou ou a cchorar horar.. – Vou m e vestir – ela desc desconver onversou, sou, bala balança nçando ndo a ca cabeç beça. a. – Nã Nãoo fa façç a perguntas er guntas idi idiotas. otas. V Você ocê sabe o que que quero ro diz dizee r. Ela me ignorou, inclinou-se e beijou Luke, sussurrou um pedido de desculpas, dizendo que não queria ter gritado e que o amava. Depois de acalmar Luke, lançou para mim um olhar zangado e partiu para o quarto, onde fechou a porta com força. Suspirando, peguei Luke no colo, recostei a cabecinha dele em meu ombro e passei asse i a m mãã o em suas ccostas. ostas. – Por P or que ela se ccaa sou com igo, hein, Luk Lukee ? Depois de dois ou três suspiros, ele relaxou o corpinho e se aconchegou a mim. – Vam Vam os. V Vou ou leva levarr voc vocêê par paraa visita visita r Ellar Ellarose ose e a tia Susi Susiee .
8 DE DEZEMBRO
– Quantos Qua ntos deste destess você tem aí? – Cinquenta Cinquenta.. E iss issoo é só a água água.. – Você está de brinc brincade adeira ira.. Só tenho m eia hora hora,, e depois pre preciso ciso subi subirr par paraa di disp spensar ensar a babá. Chuck deu de om ombros. bros. – Vou Vou telef telefonar onar par paraa a Susi Susiee . Ela pode c uidar do Luk Lukee . – Mar Maraa vil vilha. ha. – E Euu eestava stava desc descee ndo a e sca scada da com dificuldade dificuldade,, segur segurando ando um galão de quinze litros de água em cada mão. – Então, você está pagando quinhentos dólares por mês para armazenar 760 litros de água? Chuck era proprietário de uma rede de restaurantes cajun em Manhattan, e seria de se pens pe nsar ar que ele pudesse pudesse eest stocar ocar cois coisas as em um deles, ma mass ele di dizzia que precisa re cisava va de tudo por per perto. to. Um m em bro do Virgini irginiaa P re repper ppers, s, um grupo prepar re paraa do pa para ra enf enfre rentar ntar sit situaç uações ões de c rise, não poder poderia ia ser cuida cuidadoso doso dem a is, ele costumava dizer. Tinha certas sensibilidades que definitivamente não eram as de um nova-iorquino. Sua família era do sul da linha Mason-Dixon. Ele era filho único, e os pais tinham morrido em um acidente de carro assim que ele terminara a faculdade; então, quando ele conheceu Susie, os dois decidiram começar do zero e tinham vindo para Nova York. Minha mãe morrera quando eu cursava a universidade, e eu m al conheci m eu pa paii. Ele nos ddeixo eixouu quando eu era pequeno, pportant ortanto, o, foram meus irmãos quem me criaram. Nossas situações familiares parecidas nos uniu quando nos conhecemos. – É ma m a is ou m mee nos do ttaa m anho, e tenho sorte por ter c onseguido esse aarm rm á rio extra. – Chuck Chuck riu riu,, obs obser ervando vando me meus us esforços. – V Você ocê prec preciisa ir à ac academ adem ia, m eu amigo. Eu desci com dificuldade os últimos degraus até o porão. Enquanto as outras partes ar tes de nosso ccondom ondomíni ínioo e ra ram m m uit uitoo bem dec decora oradas das e pre preser servada vadass – j ar ardins dins aponeses podados e do uma queda-d’água interna na e ntra ent rada, da,bem segurança 24perto ho hora rassdapo poracademia r dia –, o sót sótão ão spa, eera ra m ais funci funcional onal.. Os degraus polidos olidos de c ar arvalho valho que desc desciam iam a par parti tirr da entr entrada ada dos fundos leva levavam vam a um
chão de concreto áspero e lâmpadas sem proteção. Ninguém ia ali. Ou melhor, ni ninguém nguém,, a não ser Chuck huck.. Ri me meio io desani desanim m ado de sua críti crítica ca,, sem prest prestar ar m uit uita aatenção. tenção. Eu nnão ão par parava ava de pensar em Lauren. Quando nos conhecemos em Harvard, tudo parecia possível, ossível, m as, a gora gora,, sentia que ela e stava se af afaa stando de m im im.. Na Naquela quela noit noitee , ela havia ido à entrevista em Boston e passaria a noite com a família lá. Luke havia ido para a pré-escola de manhã, mas eu não tinha conseguido encontrar uma babá para o período da tarde, por isso saí do trabalho e voltei para casa. Lauren e eu havíamos discutido por ela ir a Boston, mas havia algo a mais. Te m alguma coisa que ela não me contou. No fim do ccorr orree dor, par paree i e a bri a porta do ar arm m á rio de e sto stocc a gem de Chuc Chuc com o cotovelo. Gemendo, eu ergui os dois galões de água e os coloquei em cima da pilha que ele havia começado a arrumar. – Um a do lado da outra – Chu Chucc k disse, apr aproxim oximandoando-se se por trás trá s com seus galões. Colocou-os ali, e nós nos viramos para voltar e buscar mais. – Você Você viu aque aquele le lanc lancee onli online ne hoj hojee ? – ele per perguntou. guntou. – A Wik WikiLea iLeakks divul divulgou gou os planos do Pentágono para bombardear Beijing. Dei de ombros, ainda ainda pensando em Lauren. Lem brei da pri prim m eira vez em que campus de Harvard, rindo a vi caminhar entre os prédios de tijolos aparentes do campus com as amigas dela. Eu havia acabado de começar o MBA, o qual eu estava start-up rt-up pagando aga ndo ccom om o dinheiro que re rece cebi bi pe pela la venda de m inha par parte te e m um umaa sta de mídia, e ela tinha acabado de começar a estudar direito. Nós dois tínhamos m uit uitoo son sonhos hos ddee torna tornarr o m undo uum m lugar lugar m elhor elhor.. – Estão faz fa zendo m uit uitoo bar barulho ulho c om iss issoo na im impre prensa nsa – Ch Chuck uck c onti ontinuou nuou –, m as ac acho ho qque ue não é nada dem ais. Só ttea eatro. tro. – Ah-hã. Ah- hã. – Logo depois que La Laure urenn e e u nos cconhec onhecee m os, tiv tivee m os cconver onversas sas intensas nos corredores do Harvard Square, onde ficávamos bebendo cerveja, o que levou a noites passionais. Eu fui o primeiro de minha família a frequentar uma fac facul uldade, dade, ai aind ndaa m ais Harvard, e eu sabi sabiaa que ela er eraa de um umaa ffam am ília rica e tradicional, mas, na época, não dei importância. Ela queria escapar do cerco de su suaa ffam am íl ília, ia, e eu queria tud tudoo o qque ue eella eera ra.. Nos casam ca sam os logo depois da for form m a tura (na ve verda rdade, de, fugim fugimos), os), e m udam os para ar a Nova York ork.. O pai de dela la não se surpre surpreende endeu. u. Logo depois do c a sam e nto, eela la
engravidou – um feliz imprevisto, mas que mudou para sempre o mundo novo no qual mal m al havíam os no noss iinst nstalado. alado. – Você Você não eescutou scutou nem um umaa pa palavr lavraa do que e u dis disse, se, nã nãoo é? Olhei para a frente. Chuck e eu tínhamos passado pela porta de trás de nosso prédio ré dio e está estávam vam os na c alç alçada ada da rua 24. Cho Chovia, via, e o c éu cinz cinzento ento e gélido combinavam combin avam com m eu humor humor.. Uma sema semana na antes antes,, o cli clim m a est estava ava quent quente, e, m as a tem peratu peratura ra ccaíra aíra de repent repente. e. Aquelaa parte da rua 24, a m Aquel menos enos de doi doiss qu quar artei teirões rões de Chels helsea ea Piers e do rio Hudson, era como um beco. Havia carros estacionados dos dois lados da rua estreita, logo abaixo de janelas cobertas com grades. Podia-se ouvir o barulho das buzin buzinas as dos ca carr rros os ao lon longe, ge, na Nona aavenida. venida. De um lado de nosso prédio havia uma espécie de oficina de táxis, e alguns homens tinham se reunido do lado de fora, sob o toldo encardido, fumando cigarros e rindo. rindo. Chuck Chuck havi haviaa m andado a eent ntre rega ga da áágua gua ser fe feit itaa na garagem gara gem.. Chuck pous pousou ou a m ão na nass m min inhas has ccost ostas. as. – Você Você e stá bem ? Passamos pelos taxistas e mecânicos até o estrado encostado na lateral da garagem gara gem,, então ppegam egam os m ais al algun gunss gal galões ões de água. – De Desculpe sculpe – e u re respondi spondi depois de um umaa pa pausa, usa, re resm smungando ungando enqua enquanto nto pegava ega va m inha ccaa rga rga.. – La Laure urenn e eu... e u... – Sim Sim,, a Susie Susie m e disse. Ela foi pa para ra a quela entr entrevista evista eem m Boston? Boston? Eu assenti. – Mora Moram m os e m um apa aparta rtam m ento de um m ilhão ilhão de dólar dólares, es, m a s não é o suficiente. Na minha infância em Pittsburgh, eu nem sonhava que moraria em uma casa de um milhão. – A compra do apartamento tinha sido difícil com meu salário, mas ao mesmo tempo eu achava que não podia comprar nada mais barato. ar ato. – Ne Nem m e la, e quer queroo diz dizer er que e la não im imagina aginava va que m ora oraria ria e m um umaa c asa de apenas apenas um milhão de dólares. – Ele riu. – Olha, você sabia no que estava se metendo. – E ela e la se sem m pre está com Ri Ricc har hardd quando eesto stouu tra trabalha balhando. ndo. Chuck par parou ou e ccol olocou ocou os galões de áágua gua no chã chão. o. – P ar aree de pensa pensarr nis nisso. so. Ele é um noj nojee nto, m a s a La Laure urenn não é a ssi ssim m . – Ele passou a identifica identificaçç ão pelo disp disposit ositivo ivo de segur seguraa nça na entr entrada ada dos fundos.
Tentou duas vezes sem sucesso, e então procurou uma chave nos bolsos. – Essa porca orc a ria quase nunca func funciona iona – eele le diss dissee baixinho. Abr Abrindo indo a porta, e le se virou para ar a m im im.. – Dê um tem po e um pouco de e spaç spaçoo par paraa e la pe pensar nsar nas coisas. Para Pa ra as m ul ulhere heres, s, faz fazer er tri trint ntaa anos é difí difícil cil.. Entrei Ent rei na fr frente ente dele enquant enquantoo ele segurava a port portaa aaberta. berta. – Acho Ac ho que voc vocêê te tem m ra razzão. Sobre o que eestáva stávam m os fa falando? lando? – Sobre o noticiár noticiário io hoj hojee . A Ass ccoisas oisas eestão stão ffugindo ugindo do ccontrole ontrole na Chi China. na. Voc ocêê tem acompanhado? Mais bandeiras queimadas em frente de embaixadas, saques em lojas americanas. A FedEx disse que teria que interromper as operações na China, até mesmo a entrega de vacinas para o surto de gripe aviária, e agora o Anony Ano nym m ou ouss est estáá am eaç eaçando ando at atacá acá-lo -loss como retal r etaliiaçã ação. o. Anonymous era o grupo de cidadãos hacktivistas sobre o qual líamos cada vez m ais no noss jornais j ornais.. Chegamos ao armário de estocagem de novo e empilhamos os galões de água. – É por isso que você está esto e stocc a ndo? – per perguntei. guntei. – Só c oincidênc oincidência, ia, m a s tam bém li que os c iber iberaa taque taquess ao Depa De parta rtam m ento de Defesa aumentaram muito. – Chuck vinha pesquisando sobre o mundo cibernético desde que eu tocara no assunto durante o churrasco. – O De Depar partam tam e nto de De Defe fesa sa está sendo a tac tacado? ado? – pe perguntei, rguntei, pr pree ocupa ocupado. do. – É sério? – Ele é ata ataca cado do m mil ilhões hões de vezes aaté té m e sm smoo eem m um dia nor norm m a l, m mas, as, a gora gora,, alguns relatórios apontam que os ataques estão se tornando mais concentrados. Fico nervoso ao pensar que alguém está planejando algo no carnespaço carnespaço.. – Carnespaço? – A Interne Inte rnett fic ficaa no c iber iberee spaç spaço, o, m a s nós nós – ele parou para enfatizar – ficam os no carnespaço carnespaço,, espaço físico, físico, “de ca carne” rne”,, entend entendeu? eu? Abrindo a porta dos fundos, fundos, saím saímos os da chuva. – Pelo P elo aam m or de De Deus, us, você desc descobriu obriu algo novo com o que ffica icarr obc obcee ca cado. do. Chuck riu. – Tudo culpa sua. Na volt voltaa pa para ra a gar garaa gem e ncontra ncontram m os nosso viz vizinho inho Rory conve conversa rsando ndo com um dos home homens ns..
– Está c om sede sede?? – Ro Rory ry pe perguntou rguntou rindo. P rova rovavelm velmee nte nos vira carre ca rregando gando os ggalões. alões. – Pa Para ra que toda toda essa água? – Só gost gostoo de esta estarr pre prepar paraa do – Chu Chucc k re respondeu. spondeu. Ele fe fezz um m e neio c om a cabeça para o homem com quem Rory estava conversando. – Mike, este é o Stan. Ele gerencia a oficina aqui. Apertei a m ão de St Stan. an. – Pra P razzer e m c onhec onhecêê-lo. lo. – Não Nã o sei bem por qua quanto nto ttee m po m maa is c uidar uidarei ei de deste ste lugar lugar,, pelo jjee ito ito com o as coisas estão indo – Stan disse. – Antes, A ntes, tínham os Bob Hope e Johnny Cash – Chu Chucc k dis disse se de m odo solid solidáá rio. – Agora, Agora , não te tem m os m mais ais hope hope n em cash cash.. – Pode P ode ccre rerr – St Staa n riu, e todos os ttaa xis xistas tas aali li re reunidos unidos rira riram m tam bém . – Pre P recc isa de aajj uda? – R Rory ory per perguntou guntou.. – Nã Não, o, vale valeu, u, ca cara ra.. – Ch Chuck uck fe fezz um gesto par paraa a dez de zena de galões ga lões que havia ali,, aproxi ali aproxim m adam ente. – Não fa falt ltaa m uito uito.. Entram Ent ram os na garagem para pegar m ais. ais.
17 DE DEZEMBRO
– Pode P ode m e da darr se seuu ca cartã rtãoo de cré c rédit dito? o? – Por P or quê quê?? – Porque P orque os m mee us estão todos ca cance ncelados lados – Laur Lauree n respondeu re spondeu ccom om irritaç irritação. ão. Ela tinha sido vítima de roubo de identidade logo depois do Dia de Ação de Graças. Alguém havia começado a fazer empréstimos no nome dela, criando contas cont as para paralel lelas as com si sist stem em as de negoci ne gociaç ação ão onl onlin ine. e. Um ca caos os.. – P osso da darr m e u c ar artão tão a você você,, m as nem pe pense nse e m e ncom e ndar a lgum lgumaa coisa – eu e u dis disse. se. Esttávam os toma Es omand ndoo caf caféé da m anhã. Eu co com m ia um m ing ngau au de aavei veia, a, Lauren bebia café ca fé e nave navegava gava pe pela la Inte Interne rnett em e m seu laptop e Luk Lukee e stava na brinc brincaa deir deiraa dos pedaç pedaços os de frutas com o cac cachorro. horro. Ellarose balbuciava em seu colchonete no chão na frente da TV. Luke era um grandalhão, acima da média para a sua idade, mas Ellarose era pequena para um bebê de seis meses. Ainda não tinha muito cabelo, e os poucos fios que tinha parec ar eciam iam esta estarr sem pre a rr rrepia epiados dos pa para ra todos os lados, c om omoo a s palha palhass do ninho de um passarinho. Seus olhinhos estavam sempre observando, arregalados, vendo o que acont ac ontec ecia ia no m mund undo. o. Nós est estávam ávam os cui cuidando dando del delaa por algu algum m as horas par paraa Susie poder ir às compras. Eu estava em casa naquele dia. A semana que antecedia o Natal era completamente morta para os negócios, e um momento bom para ajeitar a papelada ape lada.. O ba balcã lcãoo da c oz ozinha inha à m inha ffre rente nte eestava stava re repleto pleto de pe pedaç daços os de pa papel pel e anotações que eu tentava organizar. Inconscientemente, peguei meu smartphone e deslizei o dedo para checar os feeds das mídias sociais. Nada novo. – O que quer diz dizee r “ nem pe pense nse e m e ncom e ndar a lguma c ois oisaa ” ? – Enqua Enquanto nto eu diminuía o ritmo para as festas, Lauren ainda estava agitada, e havia vestido um terni er ninho nho para as entrevis entrevistas tas.. – Ai Ainda nda tem temos os m ais ddee um umaa sem ana até o Natal. Vou escolher a entrega em um dia. A Amazon disse que este ano... – O problem pr oblemaa nã nãoo é a Am a zon. Peguei Pe guei o cont control rolee re rem m oto oto no bbalcã alcãoo e aum a umentei entei o vvol olume ume da CNN. “ A FedEx Fe dEx e a UPS parara pararam m totalmente hoje de devv ido ao que diz dizee m se serr um vvírus írus em seu software de logística de entregas...” entregas...”
– Que m ara ar a vil vilha. ha. – La Laure urenn fec fe c hou seu laptop. “ ... culparam o grupo Anonymous depois de declararem sua intenção de punir as empresas de entrega por interromperem o envio de vacinas para a gripe na China. Representantes do Anonymous negam o ataque, dizendo que apenas in iniciar iciaram am a negação de serviço...” – Aonde você vai hoj hojee ? – per perguntei. guntei. “... proj “... projee tando a perda de rec receita eita na c asa de centenas ce ntenas de milhões de dólares dólares ara a época de festas, mergulhando ainda mais a economia em direção à recessão...” – Vou e ncontra ncontrarr uns headhunters headhunters no centro. Vou começar a sondar alguns contatos para ver se encontro alguma oportunidade. Forcei um sorriso incentivador. – Que óti ótim m o, quer querida. ida. – P or que e u ha havia via com eç eçado ado a m entir a e la sobre como m e sent sentiia? Ela estava mais retraída desde que voltara de Boston. Eu estava tentando dar a ela espaço para lidar com o que precisava, mas parecia que eu a estava perdendo. er dendo. Eu m e c om omporta portava va c om omoo se nã nãoo m e im importasse portasse,, aapesa pesarr de, no fundo, f undo, sentiir von sent vontade tade de chac chacoalh oalháá-la la e pergunt perguntar ar o que diabos estava aacont contec ecendo. endo. Ela suspirou, olhando na direção da televisão e, então, para mim. Nós nos entreolham entreol hamos os e eeuu desvi desviei ei o olh olhar, ar, para lhe da darr aaquel quelee espaço. La Lauren uren ccont ontin inuou uou ol olhando hando par paraa m im e então se incl inclin inou ou para beija beijarr Luk Luke, e, sus sussu surra rrando ndo al algo go em seu ouvido. Pegou o laptop e rapidamente caminhou até a porta. – Volt Voltoo depois do alm almoço oço – ela e la ccom omentou, entou, olhando par paraa trá trás. s. Ela nem ne m me – Até m ais – eeuu re respondi spondi ppaa ra a porta que j á esta estava va se ffee cha chando. ndo. Ela deu um beijo. beijo. Dei os últimos pedaços de maçã a Luke. Com um sorriso, ele pegou a fruta, e então gritou de felicidade ao jogá-la no chão para o todo grato Gorby. Um dos pedaços eda ços de fruta fr uta aaca cabou bou voando e ca caindo indo no re relatório latório que eeuu estava tentando ler. Eu sorri sorri e rrem em ov ovii o pedaço de m maçã açã.. – Acabou Ac abou de tom tomar ar o café ca fé da m anhã anhã?? Que Querr br brinca incarr ccom om a Ell Ellaa rose rose?? Peguei um guardanapo, limpei o rosto dele e o tirei do cadeirão para colocálo no chão. Luke se manteve de pé um pouco cambaleante por um momento, segura segu rando ndo nnaa perna do bbanco anco eem m que eu eest stava ava para se equil equilib ibrar rar,, antes ddee segu seguir ir
em direção a Ellarose, correndo no estilo à beira de um desastre que ele
vinha praticando. Esticou os braços, segurou-se no sofá e parou como um esquiador sem firmeza. Olhou para baixo, para Ellarose e então para mim, escancar esca ncarando ando uum m sorriso sorriso.. Ellarose, por sua vez, não tinha dominado a arte de se virar de barriga para baixo. Estava deitada de c ost ostaa s no tape tapete, te, e olhou par paraa Luke Luke com os olhos arregalados. Luke gritou e caiu de joelhos para engatinhar até ela e colocou a m ão em seu ros rostto. – Cuidado, Cuidado, Luk Luke, e, ccom om c ar arinho inho – e u avisei. Ele olhou nos olhos de Ellarose e então se sentou ao lado dela, de modo protetor, rotetor , e olhou par paraa a televisão. “ A dimensão do surt surtoo de gri gripe pe aviária na China China ainda não e stá clara, mas o Depart De partame amento nto de Estado dos Estado Estadoss Unidos publi publicc ou um alerta para quem v ai viajar. Um movimento de boicote à China também tem ganhado força...” – Mundo louco, não? – e u dis disse se a Luk Luke, e, observando obser vando e nquanto e le assistia assistia à televis elevisão. ão. Gorby se aproximou e se encolheu atrás dele. Voltei a ler um relatório sobre o potencial do mercado para realidade aumentada na Internet. Eu havia acabado de receber um novo par de óculos de realidade aumentada enviado por uma das grandes empresas de tecnologia. Era start-up rt-up,, uma tecnologia que me fascinava, e eu queria me envolver em uma sta m as a La Lauren uren di dizzia qu quee eera ra m uito uito ar arris risca cado. do. Depois de passar quinze minutos lendo e fazendo minhas contas, percebi que Luke estava quieto demais e olhei para a frente para ver se ele havia dormido encostado em Gorby. Eu bocejei. Tirar um cochilo me pareceu uma ótima ideia, então coloquei Ellarose em seu cercadinho perto da janela. Peguei Luke, e a cabeça dele pendia feito um saco de batatas, e me deitei no sofá, aninhei meu filho fil ho em m eu peit peitoo e dorm dormi.i. A CNN continuava ligada ao fundo. “ Em que mome momento nto a cibe ciberespionagem respionagem se tor torna na um cibe ciberata rataque? que? Para saber mais sobre isso, vamos ao nosso correspondente...” * Uma batida forte na porta me acordou. Enquanto meu cérebro emergia de seu estado nebuloso, nebuloso, uma voz rouca se unia às ba bati tidas. das. – Eu bufo, estufo, e stufo, sopro e de derr rrubo ubo sua ccasa asa!!
Luke havia babado em toda a minha camiseta. Meus músculos estavam preguiçosos. re guiçosos. Por quanto tempo dormi dormi?? Resmunguei, esforçando-me para me sentar, segurando Luke com cuidado. – Sim Sim,, sim sim , só um segundo – eeuu gritei. Segurando Luke com um dos braços, fui até a porta e a destranquei. Chuck entrou de um umaa ve vezz, com sacolas ddee pape papell ma marrom rrom nas m mãos. ãos. – Alguém a fim de a lm lmoça oçar? r? – ele per perguntou guntou entusia entusia smado, sm ado, indo até o ba balcã lcãoo da coz c ozin inha, ha, no qu qual al com começ eçou ou a desem pacotar aass coi coisas. sas. Luke observou Chuck com olhos semiabertos. Voltei para o sofá e o deitei, cobri com um cobertor e voltei para perto de Chuck. Ele já tinha colocado tudo nos pratos. – Já é hora de alm oça oçar? r? Apa Apaguei. guei. – Esfr Esfregue egueii os olhos e m e espr espree guice guicei.i. – O que é isso? – Foie gras gras e fritas, meu amigo. – Chuck balançou uma baguete no ar como se fosse fosse uma varin varinha ha m mági ágica. ca. – E um po pouco uco ddee ccam am arã arãoo à creol cr eolee aacompanhado companhado de mol m olho ho ddee m antei anteiga. ga. Não ã o er eraa à toa que eeuu estava e ngorda ngordando. ndo. – Já c onsi onsigo go se senti ntirr m inhas aarté rtéria riass entupi e ntupindo. ndo. – Da Dando ndo a volt voltaa no ba balcã lcão, o, aabri bri uma gaveta para tirar dois garfos; entreguei um a ele enquanto espetava as batatas ata tas fr frit itaa s com o outro. – V Você ocê não pre precc isa fic ficar ar no restaura re staurante nte ne nesta sta éépoca poca do ano? – É o pe período ríodo m a is aagit gitado ado do aano. no. – Chu Chucc k pegou um peda pedaçç o gr grande ande de de foi foiee ras de cima das batatas fritas. – Mas tenho coisas para fazer aqui. ras – Coloca Colocarr m a is coisas em seu eestoq stoque ue pa para ra o fim dos ttee m pos? Ele riu e enfiou o pedaço inteiro de fígado gorduroso na boca. Balancei a cabeç cabeça. a. – Você Você a cha mesmo mesmo que as coisas se descontrolarão? Chuck li lim m pou os lábio lábioss ol oleosos eosos com a latera laterall de um umaa da dass m mãos. ãos. – Você Você acha mesmo mesmoq ue isso isso nun nunca ca vai acontece acontecer? r? – As pessoa pessoass e stão sem pre diz dizendo endo que o m undo está a ca cabando, bando, m a s não acaba ac aba nunca. A sociedade sociedade eest stáá aavançada vançada dem demais. ais. – Diga isso aos mora m oradore doress da IIlha lha de P ásc áscoa oa e para pa ra os índios índios ana anasazi sazi.. – Eles era e ram m grupos isol isolaa dos.
– E os rom anos, entã então? o? E você e stá m e diz dizendo endo que não e stam stamos os isol isolados ados nesse grãoz grã ozinh inhoo azu azull cham ado T Ter erra ra?? Peguei um camarão e comecei a descascá-lo. sua sugestão – Chuc – Te nho pesquisado o m undo c iber ibernético, nético, seguindo a sua disse –, e você está certo. Eu me arr arrependi ependi ddee ter dit ditoo algu algum m a ccoi oisa. sa. – O que e stá ac acontec ontecendo endo a gora – ele suss sussurr urrou ou – fa fazz a Guerr Gue rraa Fria par paree ce cer r uma época de trans transparência parência e ccompree ompreens nsão. ão. – Você Você e stá sendo dr draa m á ti ticc o. – Ao longo de toda a hist história ória hum humana ana,, a ca capac pacidade idade que um país tinha tinha de afetar outro se baseava no controle do território físico. Adivinhe o que quebrou esse paradi para digma gma pela pri prim m eira vez? – A cciber ibernética nética?? – Enfie Enfieii o c am ar arão ão na boca boca,, sabor saborea eando ndo o gost gostoo for forte te da m anteig anteigaa e das especiarias da coz cozin inha ha caj ca j un. un. Hum, Hum, que gost gostoso. oso. – Não. Sistemas espaciais. Desde que Sputnik foi lançado em 1957, o espaço si sidera derall tem tem si sido do o ppont ontoo m mais ais iim m port portante ante para as forç forças as ar arm m adas. – O que iss issoo tem que ve verr ccom om a cciber ibernética nética?? – P orque a c iber ibernética nética é a segunda coisa que quebr quebrou ou e sse paradigm par adigma. a. Está substituindo o espaço como o novo novo ponto mais importante para as forças armadas. – Chuck enfiou um monte de batatas fritas gordurosas na boca. – E o espaço sidera siderall já fa fazz part partee do ciber ciberespaço. espaço. – O que iss issoo quer diz dizee r? – Que a m a ioria dos sist sistem em as eespac spaciais iais são ba basea seados dos na Inte Interne rnet.t. Pa Para ra nós, as coisas cois as no espaço pare parece cem m dist distantes, antes, m as no ciberespaç ciberespaçoo não ttem em dife difere rença. nça. – Então, qual qua l é a dife difere renç nça? a? – Enqua Enquanto nto o espaço espaço exige uma quantia enorme de dinheiro, para entrar no ciberespaçoo só ppre ciberespaç recis cisam am os ddee um lapt laptop. op. Trocando Troca ndo o cam ar arão ão pelas bbatatas, atatas, escolh escolhii um pe pedaço daço de de foi foiee gras gras.. – Você Você tem se pr pree ocupa ocupado do com iss isso? o? Ele negou, balançando a cabeça. – O que tem m e pre preocupa ocupado do são e ssas bom bombas bas lógi lógicc as na re rede de de e ner nergia gia sobre a qual você falou. Os chineses queriam que nós as encontrássemos, para que soubéssemos que eles podem produzi-las. Caso contrário, nós nunca as
teríam os lo loca cali lizzado.
– Então, você está diz dizendo endo que a CIA, a NSA, todas e ssas agê agência nciass de trê trêss letras que você ama odiar, nenhuma delas teria visto as bombas? – perguntei com ceticismo. Elee negou com a ca El cabeça. beça. – As pe pessoas ssoas a dora doram m a ideia de um umaa guer guerra ra cibe ciberné rnéti ticc a, e elas ela s pensa pensam m em vi videogam deogames es e em tudo ssendo endo llimpo, impo, ma mass não vai sser er assim assim . – E com c omoo vai ser ser?? – Em 1982, a CIA a rm ou um umaa bom bomba ba lógi lógicc a que e xplodi xplodiuu um oleoduto siberiano; causou uma explosão de três quilotons, como uma bomba nuclear de pequena eque nass propor proporçç ões. Só pre precc isara isaram m alter alteraa r um código de um umaa e m pre presa sa canadense ca nadense que o cont controlava. rolava. Três quilot quilotons? ons? As bombas nucle nucleares ares não eentra ntram m nos m megatons? egatons? – Não Nã o par paree ce tão tão r uim uim . – Isso foi há trint trintaa a nos. As novas c iber iberar arm m a s de destruiçã destruiç ã o em m assa que eles estão criando, ninguém testou ainda – Chuck continuou, mas não estava mais sorrindo. – Pelo menos com as armas nucleares, sabemos que elas são assustadoras, como em Hiroshima e Bikini, mas, com as ciberarmas, ninguém sabe o tamanho dos danos que elas causarão se forem lançadas, e eles as têm espalhado na infraestrutura uns dos outros como luzinhas em árvores de Natal do fim do mundo. – Você Você a cha m esm o que eestá stá tão rruim uim assim assim?? – Você Você sabia que qua quando ndo ele eless detonar detonaram am a bomba bom ba a tômica tôm ica pela prim primee ira vez, durante o Projeto Manhattan, os físicos que gerenciavam o lance fizeram uma aposta para ver se ela incendiaria a atmosfera? Fiz que não, balançando a ca cabeça beça.. – A eesti stim m a ti tiva va er eraa de 50% de c hanc hancee de que toda a vida no plane planeta ta fosse extinta, mas foram em frente mesmo assim. O planejamento do governo não mudou, meu amigo, e ninguém sabe o que esses brinquedos podem causar se forem lib ibera erados dos.. – Então, não tem os m maa is par paraa onde c orr orrer er se a s ccois oisaa s de dere rem m er erra rado, do, é iss issoo o que está dizendo? – perguntei. – Se algo drástico acontecer, você quer lutar pela sobrevivência ou vai simplesmente observar todo mundo morrer? Eu preferiria escapar depres depressa. sa. Ele apont a pontou ou par paraa Luk Lukee no sofá.
– Você não lut lutaa ria com todas a s suas for forçç as, até seu últ últim imoo suspi suspiro, ro, para par a protegê-lo? rotegê -lo? Olhei para Luke. Chuck tinha razão. Eu assenti com a cabeça, concordando com o argumento dele. – Voc Vocêê tem c onfia onfiança nça dem ais na segur seguranç ançaa – eele le diss dissee . – Desde De sde que os ser seres es humanos começaram a criar coisas, perdemos mais tecnologias do que ganhamos ganham os.. A so sociedade ciedade re regri gride de de tem tempos pos em tem tempos pos.. – Te Te nho ce certe rtezza de que voc vocêê te tem m exem exe m plos plos.. – Nã Nãoo adia adiantava ntava tentar fa fazze r ccom om que ele parass para ssee na naquel quelaa eexcit xcitaç ação ão to toda. da. – Em um ponto na P om ompeia peia,, ele eless e ncontra ncontrara ram m tec tecnologi nologiaa de um aque aqueduto duto melhor do que a que usamos hoje em dia. – Chuck pegou mais batatas fritas. – E aindaa não conhece aind conhecem m os a tecnol tecnologi ogiaa da ccons onstrução trução das pirâm pirâmid ides. es. – Agora esta estam m os fa falando lando sobre hom homee ns do espaç espaçoo da aanti ntiguidade guidade?? – Estou E stou fa falando lando sér sério. io. Qua Quando ndo o Alm Almira irante nte Zhe Zheng ng lider liderou ou sua fr frota ota par paraa fora for a de Suzhou, na China, em 1405, ele tinha navios do tamanho de porta-aviões modernos e levou quase trinta mil tropas com ele. – É me m e sm smo? o? – P e squi squise. se. Zhe Zheng ng prova provavelm velm ente e steve e m c ontato c om nossos índi índios os da Costa Oeste quatrocentos anos antes de Lewis e Clark levarem Sacajawea para passar assa r as féria fé riass lá. Aposto que os c hineses fum ar aram am c ac achim himbos bos da paz c om caciques do Oregon em navios maiores do que os modernos cruzadores de batalha, ata lha, ccee m anos a ntes de Col Colom ombo bo ““de descobr scobrir” ir” a Am é ric ricaa . V Você ocê sabe qual eera ra o tamanho da famosa nau Ni nau Niña ña,, de Cristóvão Colombo? Dei de ombros om bros.. – Era um umaa e m bar barca caçç ão de cinque cinquenta nta pés, e ele prova provavelm velm ente e sta sta va acompa ac ompanhado nhado ppor or cinqu cinquenta enta home homens ns.. – Ele não nã o ti tinha nha trê trêss naus? Chuck espetou as batatas ccom om o gar garfo. fo. – Antes de seque sequerr c onseguirm os sa sair ir re rem m ando da Europa com bar barquinhos quinhos,, a China já estava navegando pelo mundo em frotas de navios de guerra do tam anho de porta-a porta-avi viões, ões, ca carre rregando gando ttrin rinta ta m il tropas. Parei Pa rei de come comerr. – Aonde você quer che chega gar? r? Não eesto stouu ente entendendo. ndendo.
– Só que a socie sociedade dade re regride gride de vez eem m quando, e que toda essa c ois oisaa c om a China... tenho a sensação de que estamos nos enganando. – Eles não nã o são o inimigo? sejam o – Per P erspec specti tiva va eerr rrada ada – ele diss disse. e. – N Nós ós estam os fa fazzendo ccom om que eeles les sejam inimigo, mas principalmente porque nós nós p recis rec isam am os ddee um ini inim igo. igo. – Então, você voc ê está diz dizee ndo que eestá stá eengana nganado do a rree speito da cciber iberam am e aç aça? a? – Não, Nã o, m maa s... – C Chuck huck deixou seu ga garf rfoo nas ba batatas tatas e pegou um c am ar arão ão ccom om os dedos. – Mas o quê? – Ta Ta lvez não eestej stejaa m os vendo o ver verdade dadeiro iro ini inim m igo. – Que ini inim m igo é e sse, m eu am igo que a dora um umaa c onspi onspira raçç ã o? – pe perguntei, rguntei, revirando os olhos, esperando uma retórica a respeito da CIA ou da Segurança acional. Chuck term termin inou ou de desca descascar scar o ccam am ar arão ão e o apont apontou ou ppar araa m im. – O m edo. O m e do é o ve verda rdadeir deiroo inim inimigo. igo. – Ele olhou par paraa o teto. – Medo e ignorância. Eu ri. – Com todas e ssas coisas que você anda ar arm m a zena enando, ndo, nã nãoo é você você que está com medo m edo?? – Nã N ã o ccom om m edo – eele le re retruc trucou ou de m odo de deli liber berado, ado, olhando be bem m nos m mee us olhos. – Preparado.
DIA 1: 23 DE DEZEMBRO 8:55 – Fa Fa lt ltaa m dois dias par paraa o N Nata atal.l. Não eestá stá na hor horaa de da darr um tem po? Lauren franziu o cenho para mim do outro lado do balcão da cozinha. – P rec re c iso ir a e ssa re reunião. união. Ri Richa chard rd se e sfor sforçou çou m uit uitoo par paraa fa fazze r c om que o cara m e recebess recebesse. e. A porta do quarto estava fechada, mas ouvimos Luke chorando pela babá eletrônica em cima do balcão, e Lauren parou de falar. Ela pegou o aparelho e o desligou, desli gou, com comoo vi vinha nha m e de desl slig igando ando no úl últi tim mo m mês. ês. Levantei as mãos mã os.. – Bom Bom , se o Ri Ricc har hardd m maa rc rcou, ou, entã então, o, cla claro, ro, aabandone bandone sua ffam am ília ília m a is uum m dia. – Não Nã o ccom omec ece. e. – Ela ce cerr rrou ou os de dentes. ntes. – P Pelo elo m e nos, o Ri Ricc har hardd eestá stá tenta tentando ndo me ajudar. Respirando fundo, contei até dez mentalmente. Já estávamos quase quase no Natal, e não faz fa zia sent sentiido bri brigar gar.. Laure Laurenn ficou m mee enca encara rando ndo.. Pass Pa ssei ei a m ão pelos cabelos e sus suspi pire reii. – Ac Acho ho que o Luk Lukee está fic ficaa ndo doe doente. nte. P re recc isam isamos os ccom ompra prarr c om omida ida pa para ra a ceia e, como eu disse, preciso terminar de entregar esses brindes dos clientes. – Minha nova assistente administrativa tinha se esquecido de entregar uma dezena de brindes personalizados que havíamos preparado para os nossos clientes. Ela haviaa se esquecido ddos havi os de de Manhatt Manhattan an porque eles não eest stavam avam na m ala-direta de long ongaa dis distânci tância. a. Quando descobri descobrim m os o erro, ela eest stava ava se prepa preparando rando para viaj viaj ar para ar a passa passarr as festas fe stas ccom om a fa fam m íl ília, ia, e sem os ser serviços viços da Fe dEx e da UP UPS S, eeuu ffiz iz a besteira besteira de m e ofere oferecer cer para eent ntregá-lo regá-los. s. Claro, estávamos em cima da hora. No dia anterior, Luke e eu havíamos entregado metade m etade deles, pper ercorre correndo ndo ooss bairros de Lit Litttle Italy e Chinato hinatown wn aattrá ráss de alguns de nossos parceiros de sta start-ups rt-ups de menor participação, mas eu ainda tinha que entregar alguns para nossos clientes mais importantes. Luke gostou de sair... ele era muito simpático e gostava de balbuciar para qualquer um que encontrass encontra ssee no ca cam m in inho. ho. – A e ntre ntrega ga de a lguns portaporta-ca caneta netass c om o nom nomee da e m pre presa sa vai fa fazzer di dife ferenç rençaa ou aum entar seus negóci negócios os?? – Não Nã o é eessa ssa a questão.
Ela respirou r espirou fundo e sol solto touu os om ombros. bros. – Eu me m e eesquec squeci.i. S Sint intoo m muit uito. o. Mas iss issoo é muito muito i mportant mportantee par paraa m im . Obviamente, mais importante do que nós, nós, eu pensei, mas controlei minha língua e tentei tirar aquele pensamento de minha mente. Os pensamentos negati nega tivos vos conseguiam se m ult ultipl iplicar icar.. Lauren olhou para o teto. – Você Você não pode pedir pa para ra a Susie Susie ... – Eles passar pa ssarãã o o dia for foraa . – E os Borodin? Borodin? Ela não desistiria. Uma pausa pesou entre nós enquanto eu inspecionava a minúscula árvore de Natal de plástico que havíamos colocado na mesinha ao lado do sofá sofá.. – Beleza. Dou um j e it ito. o. – Consegui Consegui sorrir sorrir.. – P Pode ode ir ir,, vá. – Obrigada Obr igada.. – Ela pe pegou gou o ca casac sacoo e a bols bolsaa . – E se ffor or sair sa ir ccom om o Luk Lukee , não se esqueça dos agasalhos... para vocês dois. Vou acalmá-lo antes de sair. Assenti Ass enti e vol volttei a navegar por algu algum m as novas ferr ferram am entas de m ídia dia social. A Internet estava incrivelmente lenta. Demorava muito tempo para carregar novas páginas. ágina s. Lauren entrou em nosso quarto, e eu a ouvi falando com Luke. Ela o pegou no colo e caminhou com ele, e o choro cessou. Ela apareceu um pouco depois vestindo o casaco e se aproximou de mim no balcão para me dar um abraço rápido e um beijo no rosto. Eu me afastei dela. Ela me deu um tapinha de brincadeir rinca deira, a, e e ntão saiu pe pela la por porta. ta. Assim que saiu, fui ver como Luke estava no berço. Ainda choramingava, mas havia se acalmado e estava enrolado no cobertor. Voltei para o laptop e tentei fazer umas pesquisas, mas a conexão lenta tornou a tarefa quase impossível. Não quis checar o roteador, então desisti e decidi fazer outra coisa. Deixando a porta da frente encostada para poder ouvir Luke, fui até a casa dos vizinhos, os Borodin. Nosso apartamento ficava no fim de um corredor estreito e acarpetado, iluminado por lâmpadas pouco potentes. Susie e Chuc moravam no apartamento à nossa esquerda, e os Borodin à direita. O apartamento vizinho ao de Chuck era de Pam e Rory, do outro lado de outro corredor que levava à direita para os elevadores. A saída de emergência era
perto er to da porta de Rory, e a e sca scada da se este estendia ndia por seis anda andare ress aba abaixo. ixo. Ha Havia via
mais cinco apartamentos no resto do corredor, terminando na entrada do triplex de Richard na extremidade oposta ao nosso. Irena abriu a porta assim que bati. Eles sempre estavam em casa, e ela deveria estar perto da porta, cozinhando, como sempre. O cheiro de batatas e carnes ca rnes assadas, al além ém de pão, sai saiuu ass assim im que a port portaa ffoi oi aber abertta. – Mi Mih-k h-kaa h-y a l, privy privyet et – Irena me cumprimentou, o sorriso caloroso m arca ar cando ndo as rugas profun profundas das de seu ros r ostto. Com quase noventa anos, ela era encurvada e caminhava com dificuldade, mas seus olhos sempre brilhavam. Apesar de ser muito velha, eu pensaria duas vezes antes de aprontar alguma com ela, pois havia servido no Exército Vermelho que derrotara os nazistas nas terras congeladas do norte da Rússia. Como eela la gos gostava tava de diz dizer “Troia caiu, c aiu, R Roma oma ca caiiu, m mas as Lening Leningra rado do não ca caiu iu”. ”. Ela vestia um avental xadrez verde, levemente manchado, e segurava um pano de pra prato to am assa assado do eem m uma um a das m ãos. Com a outra m ã o, fe fezz um gesto pa para ra que eu ent e ntra rass sse. e. – Entre, Entre , entre entre.. Eu olhei para o batente da porta e para a mezuzah mezuzah presa ali, uma caixa minúscula, mas muito bem entalhada, de mogno decorado. Antes, eu pensava que eles eram como “talismãs” judeus para dar sorte, mas acabei aprendendo quee servi qu serviam am m ais para aafast fastar ar o mal ma l. Resis esisti ti e não entrei. Quando ent entra rava, va, sem sempre pre ac acabava abava ganhando uum m prato de linguiças e a reprimenda por estar magro demais. Eu adorava a comida dela, e gostava ainda mais do simples prazer de ser paparicado. Eu me sentia como um menino, protegido e mimado, e nenhuma avó russa de respeito agia de outro modo. – De Desculpe, sculpe, e stou stou com um pouco de pre pressa. ssa. – O que e la e stava cozi cozinhando nhando exalava um cheiro ótimo, e me dei conta de que deixar Luke com ela me daria a desculpa perfeita para voltar mais tarde e ser bem tratado. – Não quero atrapalhar, m as a senho senhora ra poder poderiia cuid cuidar ar do Luk Luke por algu algum m as horas? El Elaa deu de u de om ombros bros.. – Cla Cla ro, Mi-k Mi-kaa y -y al, voc vocêê sabe que nã nãoo pre precisa cisa pedir, da da?? – Obr Obrigado. igado. P re reciso ciso fa fazze r algum algumas as e ntre ntregas. gas. – Espiando dentr dentroo da ca casa, sa, vi o marido dela, Aleksandr, dormindo na poltrona na frente da televisão com uma
novela russa sendo transmitida. Gorbachev estava encolhido no chão ao lado dele, dormindo. Irena assentiu. – Você Você tra trazz Luk Lukee ? Eu assenti em resposta. – E você se aagasa gasalhar lhar.. Está m mais ais baixo que zer zeroo hoje. hoj e. Eu ri. Duas mulheres já tinham dito para que eu me agasalhasse e eu ainda nem ti tinha nha saído. Talvez eu ainda aindas ej ejaa um meni me nino. no. – Usa Usam m os Fa hre hrenheit nheit a qui, Ir Irena ena... ... e stá fr frio, io, m a s não a baixo de ze ro. Ac Acho ho que est e stáá ffazendo azendo un unss dez gra graus us aind ainda. a. – Ah, A h, voc vocêê ente entendeu. ndeu. – A Apontando pontando ccom om o que queixo ixo par paraa indi indica carr que e u de dever veria ia m e m exer exer,, ela vol volttou a ccoz ozin inhar, har, deixando a port portaa eent ntre reaber aberta. ta. De volta ao apartamento, vasculhei o armário da entrada, procurando casacos, ca sacos, lluvas uvas e ca cachec checói óis. s. E Ent ntão, ão, eu m mee lem brei: o cli clim m a aandava ndava tão qu quente ente que Lauren só havia levado nossos casacos à lavanderia no dia anterior, e eles não conseguiram entregar as peças no mesmo dia por conta do aumento no movimento na época de Natal. Suspirando, eu tirei uma jaqueta preta e fina de um cabide, peguei a mochila com os brindes dentro e entrei no quarto para vestir uma bl blus usaa de lã. Lukee estava desperto, com o rost Luk rostoo bem verm elho elho.. – Você não está se sentindo m uit uitoo be bem m , não é, am igo? – per perguntei, guntei, e m e abaixei para pegá-lo. Sua testa estava quente, e ele suava. Também havia molhado a fralda, então eu o troquei, vesti um macacão com meias brancas e cam ca m is iseta eta de algo algodão, dão, e o levei à ca casa sa da viz vizin inha. ha. Mesmo se sentindo indisposto, Luke abriu um sorriso cheio de dentes ao ver Irena. – Ah, dorogoy dorogoy!! – ela disse, pegando o Luke ainda sonolento de meu colo. – Elee eest El stáá ccom om ffebre, ebre, nyet ? Pousei a mão na cabeça de Luke, sentindo o suor em seus cabelos embaraçados. – Sim Sim,, acho ac ho que sim sim.. Ela pegou Luke no colo. – Não Nã o se pr pree ocupa ocupar, r, eeuu tomo cconta. onta. P Pode ode ir ir..
– Obr Obrigado. igado. Volt oltoo na hora do alm oço. – Ergui a s sobra sobrance ncelhas, lhas, e pelo m odo com que ela sorriu para mim, eu sabia que haveria um banquete a minha espera quando eu vol voltass tasse. e. El Elaa ri r iu e fe fechou chou a port porta. a. Um filho era algo incrível. Durante toda a minha vida antes do nascimento de Luke, tentei imaginar como era, tentando avaliar minhas expectativas, sonhos e medos. E então, de repente, ali estava uma versão pequena de mim mesmo, e tudo se tornou claro. O sentido de minha vida era proteger e cuidar daquela nova vi vida, da, am á-l á- lo e eens nsiinar a ele tud tudoo o qu quee eu sabia. – Você Você se eesquec squeceu eu de a lgum lgumaa ccois oisaa ? – Quê? Quê ? Pam estava de pé no corredor, na frente da porta de seu apartamento. Ela era enfermeira, e estava de avental, a caminho do trabalho. Nós havíamos feito amizade com ela e seu marido, Rory, mas não tínhamos desenvolvido o tipo de elo e relacionam r elacionamento ento fácil qu quee tí tínham nhamos os com Susi usie e Chuck huck.. O probl problem em a era que Pam e Rory eram veganos convictos, e isso nos distanciava, de certo modo. Eu me sentia meio culpado quando comia carne perto deles, por mais que eles deixassem deix assem claro que não se iim m portavam portavam e que a eescol scolha ha pelo veganis veganism m o era algo pessoal. essoa l. Eu gostava muito de Pam. Era uma loira muito atraente, de quem era difícil não gostar. Enquanto Lauren era considerada uma beleza clássica, Pam era mais voluptuosa. – Não, Nã o, só estava deixa deixando ndo Luk Lukee . – Eu vi isso isso – ela rriu. iu. – Pe Pensando nsando m muit uito, o, hein? – Ne Nem m tanto. – Ne Neguei guei c om a c abe abeçç a e c am inhei na dire direçã çãoo dela dela.. Ela trabalhava para a Cruz Vermelha e seu posto de trabalho era em um banco de sangue a poucos quarteirões dali. – Ainda está esvaziando veias, mesmo antes do atal? – É a époc épocaa de doar doar,, ce certo? rto? Ser eráá que você você finalmente vai aparecer por lá? O elevador e levador chegou ao nos nosso so and andar ar,, e a port portaa se abriu. Eu es estava tava encurra enc urralado lado.. – Ah, sabe com o é – eeuu despist despistee i. – T Tee nho m muit uitoo o que ffaa ze r. – É na époc épocaa de fe festas stas quando m a is pre precc isam isamos os de doador doadores es – ela ins insist istiu iu com sua voz melodiosa.
Deixei que ela entrasse no elevador antes de mim. Agora, eu me sentia duplamente culpado. Sem conseguir me controlar, eu disse: – Quer saber? Vou lá agora mesmo. m esmo. –– Ei, Ei, é Natal Natal , eu pensei. pe nsei. Por Por que não? – Sé Sé rio? – Ela se a nim nimou. ou. – V Vou ou fa fazzer um e nca ncaixe. ixe. Corei ao im imagin aginar ar uma in insi sinuação. nuação. – Se Se ria óti ótim m o. Sil ilêncio êncio enquant enquantoo esperá esperávam vamos os o elevador descer ao térr térreo. eo. – Você Você vai pr prec ecisar isar de m ais do que só iss isso. o. – Oi? El Elaa est e stava ava olh olhando ando ppar araa a m inha inha j aqueta fina. – Está c ongela ongelando ndo lá for fora. a. Você viu os ale alerta rtass de tem pestade pestade?? O Na Natal tal m ais frio fr io desde desde 1930. Aquec Aquecime iment ntoo gl global? obal? Que nada nada.. – Eles dever de veriam iam c ham ar de avisamento avisamento g lobal. Nós dois rim rimos. os. El Elaa se virou para m im. – Você Você m exe c om Inte Interne rnet,t, ce certo? rto? Ergui os om om bros e assenti assenti.. – Você Você per percc e beu que esta estava va qua quase se im impossí possível vel na nave vegar gar na rrede ede hoj hojee ccee do? Aquillo cham ou minha atençã Aqui atenção. o. – P er ercc e bi. V Voc ocêê tam bém usa o Roadr Roadrunner unner?? –– De Deve ve ser um tipo tipo de problem problemaa de servidor no prédio. prédio. – Não Nã o – ela re respondeu. spondeu. – Na CNN, estã estãoo diz dizendo endo que é um vírus ou algo assim. O elevador parou par ou nnoo ttérr érreo eo e se abriu. – Um vírus?
11:55
Doar sangue sangue dem demoro orouu ma maiis ddoo qu quee eeuu previ previra. ra. P Pam am m e passo passouu em pri prim m eiro na fila, mas já eram 9:55 quando eu finalmente saí da Cruz Vermelha, com um donut don ut nnaa m ão, para pegar um táxi para Mi Midt dtown. own. Pens Pe nsei ei em pass passar ar em quat quatro ro de noss nossos os cl client ientes es no ce cent ntro ro da ccid idade, ade, de deiixar os brindes – cum prim primenta entarr se a lguém estivesse por lá –, e e ntão volt voltaa r cor corre rendo ndo para ar a com pra prarr a lguma lgumass ccois oisaa s no m er ercc ado. Volt oltar aria ia pa para ra c asa asa,, deixar de ixaria ia a com ida lá e veria o Luke, aproveitando para comer alguma coisa enquanto estivesse na casa de Irena, e então iria ao Centro Financeiro para deixar os brindes de dois clientes que faltavam e talvez conseguisse beber alguns drinques. Eu estava tomado pela boa sensação de doar sangue, ou talvez estivesse curtindo um barato pela falta de oxigênio e glóbulos vermelhos, e meu percurso a Midtown ganhou uma aura cinemática. Olhava pela janela do meu táxi, observando as pessoas fazendo as compras para as festas, tomadas pela animação de Nova York no Natal. Todo mundo usava chapéus e cachecóis no frio int ntenso, enso, carre ca rregando gando ssac acol olas as de ccompra ompras. s. Minha primeira parada foi perto do Rockefeller Center, e depois de deixar o brinde, passe passeii dez m inut inutos os olhando par paraa a ár árvore vore m ontada ali for foraa , e até m e ofereci ofere ci para foto fotografa grafarr algu alguns ns tturis uristas, tas, curt curtin indo do a m ovi ovim m entaçã entaçãoo das pesso pessoas. as. Continuei meu percurso e passei pelo Plaza Hotel, pelo Central Park, e então voltei para o centro. Eu estava trocando mensagens de texto com Lauren a respeito de quais mantimentos precisávamos comprar, mas ela havia parado de responder às minhas mensagens. Depois de terminar minhas tarefas em Midtown, peguei um táxi e pedi que me levasse de volta a Chelsea, no mercado Whole Foods. Depois de percorrer os corredores de um lado a outro por meia hora, enchendo enc hendo o car carrinh rinhoo e entrando no cl clima ima natal natalin ino, o, fin finalm almente ente ccheguei heguei à ffil ilaa do caixa. Esttava enorme Es enorme.. Esperei dez minutos, tentando, sem sucesso, conferir os e-mails pelo celular algumas vezes, e perguntei a uma mulher com cara de frustrada a minha frente: – O que está aacc ontec ontecendo? endo?
– Nã Nãoo sei – e la re respondeu spondeu olhando par paraa trá trás. s. – P a re rece ce que e les e stão tendo problem as ccom om os com putadore putadores. s. – Pode P ode ccuidar uidar de m eu ccaa rr rrinho inho para e u conf confer erir? ir? Ela concordou. Deixei meu carrinho na fila e caminhei em direção aos caixas registradores. A agitação da multidão aumentou conforme avancei, terminando em um grupo de cli c lientes entes ira irados dos.. – P or que não pode simple simplesm smente ente a ce ceit itar ar o paga pagam m e nto em dinheiro? – um deles perguntava. – Senhor, não podem os per perm m it itir ir que ninguém saia do m mer erca cado do se os produtos não passarem pelo scanner – a caixa respondeu assustada, uma adolescente que balança ala nçava va um sca scanner nner de m ã o. Eu me enfiei atrás dos caixas para abordar a garota diretamente. – O que e stá have havendo? ndo? – per perguntei. guntei. Virando-se pa para ra m im, eela la dis disse: se: – Ain Ainda da nã nãoo está ffuncion uncionando, ando, senhor senhor.. El Elaa est e stava ava ne nervos rvosaa e deve ter pensado qque ue eu er eraa um gere gerent nte. e. – Explique Explique pa para ra m im exa exatam tam e nte o que aacc ontec onteceu, eu, de desde sde o ccom omeç eço. o. – Os scanne sc anners rs pa para rara ram m de func funcionar ionar.. Estam os espe espera rando ndo o suporte técnico téc nico há uma hora, m mas as até aagora gora nada. – Aos su suss ssurros, urros, ela ela ac acre rescento scentou: u: – Mi Minha nha prima prima,, no Upper East Side, enviou uma mensagem de texto contando que está do m esmo j eit eitoo na lloja oja em qu quee eella trabal trabalha. ha. Um cliente irritado, um hispânico corpulento, segurou meu braço. – Só Só quer queroo sair da daqui, qui, ca cara ra.. Nã Nãoo podem a c eitar paga pagam m e nto em dinheiro? Eu levantei as mãos. – Não Nã o depe depende nde de m im im.. El Elee olhou olhou ppar araa m im . Eu espera esperava va ver rraiva, aiva, ma mass ele parec parecia ia ass assus ustado tado.. – Que se dane dane.. Estou eesper speraa ndo há um umaa hora hora.. – Ele j ogou algum algumas as notas de vi vint ntee dól dólare aress em cim cimaa do bal balcã cãoo à nos nossa sa fre frent nte. e. – Pode fica ficarr ccom om o troco, cara. cara . Ele pegou as sacolas de compras e abriu caminho em meio à multidão. As pessoas essoa s a o redor re dor dele obser observar varaa m e algum algumaa s dela delass c om omee ça çara ram m a ava avança nçar r pretende re tendendo ndo deixa deixarr o dinheiro no balc balcão ão tam bém . Outra Outrass simple simplesm smente ente começaram a sair, levando o que tinham pegado sem pagar. – O que e stá aaconte contece cendo? ndo? – Nã Nãoo com binava c om os novanova-iorquinos iorquinos rouba roubarr.
Sã Sã o as notícias, senhor senhor,, os chinese chinesess a ga garota rota do ca caixa ixa rree spondeu.
– Que notí notícia cias? s? – Aque Aquela la c ois oisaa com o porta porta-a -aviões viões – foi só o que ela c onseguiu diz dizer er,, m a s a essa altura eu já estava caminhando em direção à porta, repentina e irra rracion cionalm almente ente tem temendo endo pel pelaa segu segura rança nça de Luk Luke. e.
02:45
– Por P or que você não m e ccontou ontou antes? Eu andava de um lado a out outro ro na fr frente ente da eenorme norme tel televis evisão ão de tela pl plana ana que tom omava ava uma pare parede de int inteira eira do apartam ento ddee Chuck huck.. – P e nsei que você diria que e u e stava sendo pa para ranoico noico – Chu Chucc k re respondeu. spondeu. Imagens borradas de um porta-aviões envolto em fumaça tomaram a tela atrás de mim mim . Eu havia voltado correndo para a casa dos Borodin e bati à porta com força. Enquanto percorria depressa os poucos quarteirões do Whole Foods até a minha casa, eu havia procurado as notícias em meu smartphone, que demorou séculos para ar a rree sponder sponder.. Ocorrera um incidente no mar da China Meridional. Um avião de guerra chinês havia caído. Os chineses afirmavam se tratar de um ataque das forças americanas, mas os norte-americanos negavam ter qualquer conexão com o fato, afirmando se tratar de um acidente. O governador da província de Shanxi, no norte norte da Chi hina, na, eest stava ava em todos todos ooss not noticiários iciários di dizzendo ser um ato de gue guerr rra. a. Luke estava bem quando cheguei, mas a febre piorara. Ele suava muito, e Irena disse que ele havia chorado durante a maior parte do tempo em que fiquei fora. Eu o deix de ixei ei com os B Borodi orodin, n, para que desca descans nsasse, asse, e fui ao apa apartam rtamento ento ddee Chuck. – Voc Vocêê não pensou que talvez fosse im importa portante nte o suf suficiente iciente par paraa m e conta contar? r? – perguntei, er guntei, iincr ncréé dulo. – Naquele Na quele m om omee nto, não. Podia-se ouvir a CNN ao fundo. “ Fontes no Pe Pentágon ntágonoo negam qualqu qualquee r re responsab sponsabil ilidade idade pela queda do avião de guerra chinês, dizendo ter sido o resultado da inexperiência das forças chinesas ao realizar operações em porta-aviões no mar...” – Não Nã o entre entregar garam am a li lim m entos em seus rresta estaura urantes ntes nos úl últi tim m os di dias as e você não pensou que eu m e inter interessa essaria ria em sabe saber? r? “... o trojan Poison já infectou os servidores DNS no mundo todo. Os chineses negam responsabilidade, mas o maior problema agora é o vírus Scramble, que
infec inf ectou tou sis sistemas temas de logí logísti sticc a...
– Nã Nãoo pense penseii que fosse re releva levante nte – Chu Chucc k re respondeu. spondeu. – Enfr Enfree ntam ntamos os problem as ccom om com putadore putadoress o ttee m po todo. O vírus que havia derrubado a FedEx e a UPS avançara e infectara os softwares de quase todas as empresas de transporte comercial, e a cadeia de fornecimento mundial começava a parar. – Esti Estive ve lendo os ffóruns óruns de hac hackker erss – Chu Chucc k diss disse. e. – Eles e stão diz dizendo endo que a UPS e a FedEx são sistemas proprietários, e que a velocidade do vírus significa que deve ter ccentenas entenas de dias-z dias-zer eroo neles. – O que é um diadia-zzer ero? o? – Su Susie sie per perguntou, guntou, sentada no sof sofáá ao lado de Ch Chuck uck.. Ela segurava Ellarose, que mexia a cabeça de um lado a outro enquanto me observava andar em círculos. Susie era uma beldade sulista, morena com sardinhas claras e um corpo esguio, mas seus belos olhos castanhos estavam agora tomados de preocupação. – É um vírus novo, ce certo? rto? – C Chuck huck palpitou palpitou.. Eu não era especialista em segurança, mas tinha conhecimento de engenharia elétrica, e redes de computadores eram meu campo de especialização. – Mais ou m enos – tentei e xpli xplica carr. – Um diadia-zze ro é um umaa vulnera vulnerabil bilidade idade e m um so software ftware que aind aindaa não ffoi oi docume document ntada, ada, e um ataque di diaa-zzer eroo us usaa eess ssaa ffalha alha para ar a eentra ntrarr eem m um sis sistem tem a . É um a taque que aainda inda nã nãoo teve com o ser ana anali lisado. sado. Todo sistema tinha pontos fracos. Os conhecidos normalmente tinham patches ou correções, e a lista de novas vulnerabilidades de software se expandia à velocidade de centenas por semana pelos milhares de fornecedores comerciais em todo o mundo. Com uma empresa grande, que usava milhares de programas individuais de software, a lista de vulnerabilidades podia figurar em dezenas de milhares a qualquer momento. Era um jogo de pega-pega inimaginável contra um adversário que só precisava de uma brecha entre literalmente milhões delas, que uma empresa tinha sempre que consertar. Enquanto todos, empresas privadas e o governo, se esforçavam para se manter por dentro da lista de vulnerabilidades conhecidas, a situação era pior ainda contra vulnerabilidades desconhecidas, ou dias-zero. Quase não havia defesa, principalmente porque os vetores de ataque eram, por definição, desconhecidos.
Chuck e Sus Susie ie olh olhava avam m para par a m im inexpre inexpressi ssivos vos..
– Quer Que r diz dizer er que se tra trata ta de um ata ataque que ccontra ontra o qua quall não tem os def defee sa. Stuxnet, o vírus que se acreditava ser o responsável por derrubar as usinas de proce roc e ssam ento nucle nuclear ar ira iraniana nianass e m 2010, havia usado c er ercc a de dez dias-zero dias-zer o para ar a e ntra ntrarr nos sis sistem tem a s que ata atacc ou. Era um umaa das prim primee ira irass var varieda iedade dess de um novo tipo de ciberarmas sofisticadas. Custavam muito tempo e dinheiro para serem desenvolvidos, de modo que uma pessoa não os usaria se não tivesse um propósito ropósito em m e nte. – O que iss issoo que querr diz dizee r, um ti tipo po de a taque c ontra o qua quall nã nãoo te tem m os de defe fesa? sa? – Susi usiee pergunto pe rguntou. u. – Quantos desses há? O gov gover erno no não tem com o impe impedi dir? r? – O gover governo, no, na m aior par parte te do tem po, c onta com o setor privado par paraa se proteger rotege r de dessas ssas ccois oisaa s – re respondi spondi.. A CNN mostrava agora uma discussão entre quatro comentaristas e analistas. “O que mais me preocupa, Roger, é o fato de que os vírus de computador, rincipalmente os sofisticados como esse, normalmente são feitos para infiltrarem redes para conseguir informações. Esses não parecem estar fazendo isso. Estão apenas derruban de rrubando do os sist sistem emas.” as.” – O que iss issoo sig significa nifica?? – S Susi usiee pe perguntou, rguntou, ol olhando hando pa para ra a tela te la da TV TV.. Como se respondesse à pergunta dela, o analista olhou diretamente na câmera. “ A única c ois oisaa que posso afi afirmar rmar é que estamos sendo atacados deliberadamente, com o único objetivo de infligir o máximo de danos possível.” Susie levou uma mão aos lábios, cobrindo-os. Calado, eu permaneci sentado ao lado deles deles e tent tentei ei ttelefonar elefonar para a La Lauren uren pela déc décima ima vez vez.. Onde ela e la est está? á?
05:30
– Me desculpa. de sculpa. Lauren segurava Luke no colo, com os nós dos dedos brancos. Quando nós o pegam ega m os na ccasa asa dos B Borodin, orodin, ele c hora horava va aaos os ber berros. ros. Eu ha havia via tenta tentado do alim alimentá entá-lo, mas ele não quis nada. Sua testa estava queimando. – P edir desc desculpas ulpas nã nãoo c orta a fe febre bre – eu re recc lam e i. – Vam os, de devolva-o volva-o par paraa mim. Vou tentar alimentá-lo de novo. – Sint intoo m uit uito, o, am or – La Laure urenn suss sussurr urrou, ou, fa falando lando com Luk Lukee , não c om omigo. igo. O rosto dela estava vermelho devido ao frio de fora e os cabelos estavam desgrenhados. – P or que diabos você passou quatro hora horass sem re responder sponder à s m inhas m ensagens de texto texto?? Estávamos de novo em nosso apartamento, e a escuridão tomava o lado de fora. Eu havia passado a tarde toda tentando entrar em contato com Lauren. Às cinco e meia, ela finalmente aparecera na casa do Chuck, perguntando o que estava est ava acont ac ontec ecendo, endo, qu quer erendo endo saber ond ondee Luk Lukee est estava. ava. – Desli De sliguei guei m mee u ce celul lular. ar. Eu me esque esquecc i. Evitei perguntar o que ela estava fazendo. – E você nã nãoo per percc ebe ebeuu que tudo is isso so estava a conte contece cendo? ndo? – Nã Não, o, Mi Mikke, não per percc ebi. Ne Nem m todo m undo passa o dia ligado ligado na CNN. Quando fiquei sabendo, vim direto para casa, mas não havia táxis nas ruas e as linhas Dois e Três não estavam operando, por isso tive que andar por vinte quarteirões neste frio de rachar. Você já tentou correr de salto alto? Revirei os olhos. Os nervos de todos estavam à flor da pele e de nada ajudaria brigar. Suspi Suspira rando, ndo, re relaxe laxeii os om ombros. bros. – P or que não tenta dar com ida a ele ele?? – per perguntei. guntei. – Talve alvezz, se a m am ã e tent entar, ar, eelle ccoma oma.. Luke tinha parado de chorar e estava fungando. Peguei um lenço umedecido de uma embalagem de plástico em cima da mesa de canto e tentei limpar o rosto dele. Ele resmungou e virou a cabeça de um lado a outro, jogando o corpo para trás.
Laurenn ol Laure olhou hou para ele e levo levouu a m ão a sua sua test testa. a.
– Ele rea r ealm lmente ente está ar arde dendo ndo em fe febre bre.. Olhei Olh ei para ele de nov novo. o. – É só um resfr re sfriado iado de inver inverno. no. – Ele pa pare recc ia indis indispost posto, o, m mas as nã nãoo m muit uitoo ruim ruim.. Meu celular apitou indicando a chegada de uma mensagem de texto. O telefone de Lauren também apitou, e, pela porta aberta de nosso apartamento, ouvi os ttelef elefones ones de Chuck e Susi usiee apitare apitarem m tam também bém . F Fra ranz nzind indoo o ccenho, enho, peguei o telefone do bolso e deslizei o código para liberar a tela, e cliquei em abrir nova mensagem. Era do NY-ALERT, o serviço de notificação de emergência da cidade, que Chuck havia nos incentivado a assinar: “ Av “ Aviso iso do De Depart partame amento nto de Saúde: surt surtoo de grip gripee aviária H5N1 N Nova ova York Connec Connecti ticut. cut. Altamente patogênico. conselha-se que as pessoas fiquem dentro de casa nas áreas críticas do condado de Fairf Fairfield, ield, do dist distrit ritoo finance financeiro iro de M Manhatt anhattan an e adjacê adjacênc ncias ias” ”. – O que é iss isso? o? Olhando para a frente horrorizado, observei Lauren limpar o muco do rosto de Luke com a mão, beijando o rosto dele. Lembrei-me de ter levado Luke para a rua comigo para encontrar clientes há poucos dias, e minha mente foi tomada por im image agens ns de pessoa pessoass da dando ndo be beij ijos os ne nele le e m Chi China natown, town, Litt Little le Ita Italy. ly. E tam bém havia a família de chineses do fim do corredor – os pais da esposa tinham e u o ex expus pus a al alguma guma coisa coisa?? acabado ac abado de chega chegarr da Ch Chiina. Será que eu – O que foi? – La Laure urenn per perguntou guntou,, fa falando lando m maa is a lto lto quando viu m meu eu rrost osto. o. – Querida Que rida,, sol solte te um pouco o Luk Lukee e vá lava lavarr aass mãos. m ãos. As palavras que eu disse pareceram estranhas, como se estivessem sendo ditas por um ser desconhecido. Minha mente funcionava a mil por hora, meu coraçãoo bat coraçã batiia aacelerado celerado em m eu pei peitto. É o. É só um alarme alarme fal falso, so, é só um re resfr sfriado iado.. O medo irracional que eu sentira no Whole Foods percorreu minhas veias de novo. – Como Com o aassi ssim m , soltar um pouco o Luk Lukee ? – La Laure urenn pe perguntou. rguntou. – Mi Mikke ! Sobre o que você você está falando? O que estava escrit escr itoo na m mensagem ensagem ? Chuck apar aparec eceu eu à port portaa de nos nosso so apartam apartamento ento,, e La Lauren uren olhou olhou para ele. Eu jjáá havia me aproximado de Luke e Lauren, segurando um cobertor que peguei do sofá. Eu estava envolvendo meu filho com ele, tentando pegá-lo dela. – É só um umaa pre precc auç aução ão – Chuck explicou, eentra ntrando ndo lenta lentam m e nte na sala com as m ãos erguid erguidas as a fre frent ntee do peit peito. o. – C Cer ertam tamente, ente, é só coin coincidência. cidência. Não sabem os o que está acont ac ontec ecendo. endo.
– O que você vocêss não sa sabem bem , o que eestá stá ac acontec ontecee ndo?
Laure n ol Lauren olhou hou ppar araa m im ee,, confiando confiando,, m mesm esmoo sem entend entender er,, so solt ltou ou Lu Lukke. – Notícias de um surto de gr gripe ipe aaviár viária ia – eeuu suss sussurr urrei. ei. – O QUÊ? QU Ê? – Não Nã o sa saiu iu nada no noticiár noticiário... io... – Chuck com eç eçou ou a diz dizer er,, ee,, eentão, ntão, ouvim ouvimos os a voz do repór repórter ter da televis televisão ão vindo ddoo apa apartam rtam ento ao lado. “ Últimas notícias... registros de um surto de gripe aviária foram feito de hospitai hospi taiss da áre áreaa de Co Connec nnecti ticc ut...” Lauren Laur en se levantou e pegou Luk Luke. e. – Devolva-o De volva-o pa para ra m im im!! Eu não não re resi sist sti.i. El Elaa m e eencar ncarou ou e eu m mee re retraí. traí. – Ele e stá c er erto, to, La Laure urenn – Chu Chucc k ins insist istiu, iu, seguindo em fr free nte par paraa se aproximar dela. – Tenho certeza de que não é nada, mas isso não tem que ver apenas com c om ele ou com você. Est Estam am os todo todoss corre correndo ndo ri riscos scos.. – Então, fique f ique longe de nós! – Ela se virou par paraa m im c om as ve veias ias do pesc pescoço oço saltadas. sal tadas. – E Ent ntão ão foi aquela a sua sua prim primeira eira re reaç ação? ão? Isol Isolar ar seu bebê? “... O CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta, não foi capaz de confirmar ou negar o surto, dizendo que não sabem onde o alerta foi originado, mas que os agentes de emergência da região...” – Eu não e stava fa fazze ndo isso. E Euu e stava pre preocupa ocupado do c om você você.. – Balanc Balancee i o cobertor no ar. – Não sei... qual é a reação adequada quando um vírus mortal é anunciado? Lauren estava prestes a rebater quando Susie apareceu atrás de Chuck. Ela segurava segura va Ell Ellarose arose ccom om um dos braç braços os.. – Pessoa P essoal,l, m mante antenham nham a c alm a. Nã Nãoo é hora de briga brigarm rm os uns ccom om os outros. Sei que as coisas estão difíceis entre vocês dois ultimamente, mas isso tem que parar. ar ar. Susie entrou na sala, mantendo a mão livre levantada, com a palma virada para ar a a fre fr e nte eem m um ge gesto sto pedindo ca calm lmaa . – Susie, Susie, aacc ho que você deve deveria ria leva levarr a Ellarose de volt voltaa par paraa o... – com c omec ecei ei a dizer. – Nã Não, o, nã nãoo – e la discordou. – Se j á ac acontec ontecee u, a gora esta estam m os todos j untos nessa. Ellarose viu Luke e gritou. Luke, ofegante e com o nariz entupido, olhou para
ela e tentou sorrir.
– Nã Nãoo va vam m os ffazer azer tem pestade e m copo d’á d’á gua – Susie continuou. – Luk Lukee só estáá re est resfriado sfriado.. Hoj Hojee o di diaa está estranho estranho,, então vam vamos os ttodo odoss nos m anter ccalm almos os.. Com a atitude firme dela, a tensão começou a desaparecer. – O que acha ac ha de eu leva levarr o Luk Lukee par paraa o pronto-soc pronto-socorr orro, o, só pa para ra ter c er erteza? teza? – eu pergun per guntei tei ddepoi epoiss de um umaa pausa. – El Elee eest stáá doent doente, e, e eu não m e im import portoo em ir. ir. – Eu sorri para pa ra La Laure uren. n. – Só Só par paraa ffica icarm rm os tranquilos. – Espere Esper e , is isso so poder poderia ia aaca cabar bar sendo a pior atitude – C Chuck huck dis disse. se. – Os hospit hospitais ais são os pi piores ores lu lugare garess para se estar eem m ca caso so ddee surto surto.. – Mas e se ele e sti stiver ver infe infecc tado? – per perguntei, guntei, c om a voz aalt ltee ra rada. da. – P re recc iso saber, independent independentem em ente do que ac acont onteç eça, a, para cuid cuidar ar dele. Lauren olhou para mim. – Vam Vam os jjuntos untos.. – Vou busca buscarr um umas as m ásc áscar aras as lá em baixo – Ch Chuck uck disse disse . – Voc ocês ês deve devem m , no m íni nim m o, uusar sar m máscara áscaras. s. Sus usiie olh olhou ou ppar araa eele le com ca cara ra ffeia. eia. – Estou se se ndo prá práti ticc o. A gripe aviá aviária ria é duas ve vezzes m ais m morta ortall do que a peste bubônic ubônic a. – Qual Qua l é o seu pr problem oblemaa ? – S Susi usiee per perguntou, guntou, e xaltada xaltada.. – Nã Não, o, é um umaa boa ideia – La Laure urenn conc concordou, ordou, a gar garra rando ndo Luk Luke. e. – P e gue as máscaras.
19:00
Chuck desceu as escadas até seu estoque enquanto voltávamos para o apartamento deles para assistir à CNN. Ele voltou com bolsas de hóquei cheias de equipamentos e provisões. Depois de colocá-las no meio da sala, vasculhou o conteúdo e puxou sacos de comida congelada e equipamentos de camping até encontrar as máscaras médicas. Pareciam aquelas que usamos quando vamos pintar algo com tinta spray. Ele as entregou para nós e então começou a distribuir algumas para os vizinhos. Chuck tentou fazer com que usássemos luvas de látex, mas Lauren se recus rec usou, ou, e eeuu ttam am bém bém.. S Segurar egurar nos nosso so bebê ccom om luvas, luvas, pprot rotegendo egendo a nós me mesmos smos comoo ssee ele com e le fos fosse se um ti tipo po ddee pár pária, ia, era de dem m ais ppar araa se ccons onsiidera derarr seriam ente. S See ele tinha a doença sobre a qual estavam falando nos jornais, nós já estávamos infectados, então não fazia sentido usá-las. Colocar as máscaras era mais para proteger rotege r outra outrass pessoas. Mas lá fora, como saber? Luke provavelmente só estava resfriado, e nós poderíam oder íam os esta estarr a ndando no m eio de um umaa m ult ultidão idão de pessoas pessoa s infe infecta ctadas das em um hospital. Era impossível saber, mas tínhamos que nos certificar de que Luke ficaria bem. Coloquei algumas das luvas de látex nos bolsos de minha calça eans. Sus usiie foi até até o fim do corredor para ver se P Pam am , a enfer enferm m eira, jjáá eest stava ava em casa. Eu queria que ela desse uma olhada no Luke, ou nos levasse para dentro do hospital por alguma porta dos fundos, mas não tive sorte. Ela e Rory não estavam em casa. Tentamos telefonar para eles, mas as redes de celular estavam to totalme talmente nte ccongest ongestio ionada nadas. s. Enquanto Chuck falava sobre como reconhecer os sinais de doenças infecciosas, dando conselhos para que não tocássemos nem esfregássemos o rosto, folheei uma lista telefônica à procura de clínicas e hospitais na região, anotando a informação em um pedaço de papel. Senti alívio ao encontrar o caderno ca derno de tel telef efones ones ddentro entro ddaa últ últiim a ga gaveta veta de um ar arm m ár ário io da ccoz oziinha. Há aanos nos não via via um daquel daqueles. es. Meu prime primeiro iro iim m pul pulso so ttin inha ha sid sidoo pesqu pesquis isar ar o mapa m apa em m eu
smartphone, mas a tela continuava em branco. Eu não estava recebendo dados
do feed de notícias. O fluxo comum de mensagens, depois de muitos e-mails de amigos preocupados, também havia cessado. Eu não conseguia acessar a Internet. Nem meu smartphone nem meu laptop carregavam páginas da Web, pelo m e nos na nada da que fosse int inteligível. eligível. Qua Quando ndo tente tenteii o G Google, oogle, ou na nada da apa apare recc ia ou um um a m ensagem de er erro ro su surgia rgia na ttela, ela, ou aind aindaa um umaa págin páginaa aaleató leatória ria se abria: um site de turismo africano ou o blog de algum estudante universitário. Então, anotei no papel. Quando saímos do apartamento, metade dos nossos vizinhos estava no corredor, corre dor, conv conver ersand sandoo aos su suss ssurros, urros, com m áscaras ásca ras aaoo redor do pescoço. Eles ssee afastaram de nós enquanto saíamos, principalmente de Lauren, que segurava Luke. A família chinesa do fim do corredor foi sábia o bastante e ficou dentro de seu apartamento. Richard havia chamado o carro de sua empresa para nos levar, e eu quis agradecer a ele, mas quando estendi a mão ele se retraiu e ajeitou a máscara no rosto, dizendo que deveríamos nos apressar. Do lado de fora, fora , o Escalade preto de Ri Richar chardd e seu mot m otoris orista ta estavam à nos nossa sa espera. O motorista, Marko, já estava usando uma máscara. Era a primeira vez que eu o encontrava, mas Lauren parecia conhecê-lo. Primeiro, fomos à clínica presbiteriana na esquina da rua 24. Deveria estar aberta, mas quando chegamos as pessoas estavam saindo e nos disseram que estava fechada. Demos a volta até a Clínica Beth Israel ali perto, mas já havia uma fil filaa ccomprid ompridaa na rua. Nem chegam chegamos os a para pararr. Lauren aninhara Luke em vários cobertores, e cantava canções de ninar a ele, que parara de chorar, só fungava e se remexia. Ele sentia que havia algo errado, que estávamos assustados. A peça mais quente que conseguimos encontrar em nosso armário para Lauren fora uma jaqueta de couro e um cachecol, e eu ainda estava usando a aqueta fina e a blusa de lã que vestira pela manhã. Estava quente dentro do Escalade, mas m as m mui uito to frio lláá ffora. ora. Comecei a me preocupar, pensando se Marko poderia nos abandonar em algum lugar se demorássemos demais. Ele também dev devee ter famíl família ia por aqui aqui.. Seria impossível encontrar um táxi, com tudo o que estava acontecendo, e Lauren dissera que os metrôs também não estavam funcionando. Tentei falar sobre isso com Marko, mas ele disse para eu não me preocupar, porque estava
tudo bbem em , que podí podíam am os confi confiar ar nele.
Ainda assim, continuei preocupado. As ruas de Nova York, antes cheias com a agitação da proximidade das festas, agora estavam frias e vazias. Longas filas serpenteavam para fora de lojas de conveniência e mercados, diante de caixas eletrônicos e também em postos ostos de ga gasol solina. ina. As pessoa pessoass desc desciam iam a s rua ruass c orr orrendo, endo, c a rr rree gando sac sacolas olas e pacotes, ac otes, ninguém fa falava lava,, todos olhava olhavam m par paraa o chã chão. o. Ne Nenhum nhum dos pac pacotes otes se parec ar ecia ia ccom om pre presente sentess de Na Natal. tal. Os nova nova-iorquinos -iorquinos sem pre tinham tinham a sensa sensaçã çãoo de que a ci c idade onde viv viviam iam er eraa um alvo alvo;; agora, ao que se pod podia ia entender por conta dos ombros curvados e dos olhares furtivos que eu via nas ruas, o monstro m os ostrava trava sua ca cara ra de nov novo. o. Era uma ferida coletiva que nunca havia se fechado, afetando a todos que chegavam. Quando Lauren e eu nos mudamos para o apartamento em Chelsea, ela temeu por estarmos muito perto do distrito financeiro. Eu disse a ela para não ser tol tola. a. Será que eu e u havia come cometi tido do um terrí terríve vell erro? Paramos no pronto-socorro do Greater New York Hospital na rua Nove, entre as ruas Quinze e Dezesseis. O lugar estava lotado, e não apenas com pessoas que parec ar eciam iam doente doentes, s, m a s c om outra outrass que pa pare recc iam m a luca lucas. s. O pior da cida cidade de estava aparecendo. Eu saí e tentei conversar com os policiais e seguranças da entrada, mas eles balançaram a cabeça e disseram que a cidade toda estava daquelee m odo daquel odo.. Laure Laurenn esperou dentro do car carro, ro, segui seguindo ndo me meus us movime moviment ntos os com os olhos, enquanto eu tentava encontrar alguém com quem conversar, qualquer pessoa que pudesse m e a j udar. Um U m dos policiais suger sugeriu iu o St. Jude Ch Chil ildre dren’ n’ss na Penn Pe nn Plaz Plaza, a, na rrua ua 34. Voltei para o carro. No pe perc rcurso urso a té o St. Jude’ Jude’s, s, Luk Lukee c om omeç eçou ou a c hora horarr de novo, a os ber berros ros dessa vez, com o rosto ficando muito vermelho a cada grito estridente que soltava. Lauren estremeceu e começou a chorar também. Abracei os dois, dizendo com insistência que tudo ficaria bem. Quando finalmente chegamos ao St. Jude, vimos que não havia um monte de pessoas do lado de fora da em ergência, então então saí saím m os do carro e correm os para dent dentro, ro, ma mass nnos os deparam deparamos os com um umaa m ul ulti tidão dão do llado ado de de dent ntro. ro. Umaa eenferm Um nferm eira da tri triagem agem fez uum m exam e rá rápi pido do,, ttrocando rocando nnos ossas sas máscar máscaras as por outra outrass que ela cha cham m ou de N95, e fom os im imee diatam ente re restringi stringidos dos a um
conjunt conj untoo de salas repletas ddee pais e ffil ilhos hos.. Eu encont encontrei rei um umaa ca cadeira deira par paraa La Lauren uren
se sentar em um canto, ao lado de uma fonte d’água vazando, perto de cartazes am arel are lados qu quee rretrat etratavam avam a im po portânci rtânciaa da pirâm pirâm ide ali alim m ent entar ar para a saúde de crianças pequenas. Pareceu que tivemos de esperar por horas. Finalmente, outra enferm enfe rm eira aapare parece ceuu e nos levou ppar araa dentro ddaa sala de exa exam m es, di dizzendo qque ue não poderíam oder íam os fa falar lar com um m é dico, m mas as que ela nos aj udar udaria. ia. Depois de examinar Luke rapidamente, ela disse que ele parecia estar resfriado e que não houvera nenhum caso de gripe aviária naquele hospital. Ela nos garantiu que eles não tinham ideia do que estava sendo dito nos noticiários e nos receitou Tylenol infantil, pedindo educadamente, mas de modo enfático, para que fôssem fôssem os ppara ara ca casa. sa. Não ti tinha nha m mais ais nnada ada que pud pudéssem éssemos os faz fazer er.. Eu me senti impotente. Conforme havia prometido, Marko estava esperando do lado de fora quando saímos. Ao abrir a porta do carro para Lauren e Luke, percebi que minhas mãos estavam adormecidas. O vento entrava pela minha jaqueta fina, e o vapor saía de minhas narinas toda vez que expirava com cansaço. Alguns flocos minúsculos de neve começaram a cair. Imaginar um Natal com neve costumava me deixar animado, mas a situação toda agora parecia nefasta. No cam c am inho de volt volta, a, N Nova ova Y York ork e stava silenc silencios iosaa com o um nec necroté rotério. rio.
3:35
– Não Nã o vou deixádeixá-los los a qui! – esc escutei utei S Susie usie gritar pela e ntra ntrada. da. – Não Nã o é isso o que eestou stou diz dizendo! endo! – C Chuck huck re respondeu spondeu ccom om a voz m mais ais baixa baixa.. Esper Esp erei, ei, hesi hesitei tei,, m mas as aaca cabei bei bat batendo endo à port porta. a. Ouvi pass passos os em m inha di dire reçã çãoo e a porta porta se aabriu briu,, il iluminando uminando o corre corredor dor com uma luz luz forte. – Ah, olá! – C Chuck huck diss dissee de m odo estra estranho, nho, esf esfre rega gando ndo a nuc nucaa ccom om um umaa m ã o. – Acho Ac ho que voc vocêê ouviu tudo, não é? – Não Nã o tudo tudo.. Ele sorriu. – Sei, sei. Você e stá bem ? Que Querr um umaa xíca xícara ra de chá chá?? Cam Camom omil ilaa ou outra coisa? Balancei a ca cabeça beça e eent ntrei. rei. – Não, Nã o, obrigado. A casa deles, um apartamento de dois quartos pouca coisa maior do que o nosso, estava cheia de caixas e sacolas. Susie estava sentada no sofá, um oásis no meio da confusão espalhada a seu redor, e parecia envergonhada. Eles não estavam est avam us usando ando má máscar scaras, as, ent então ão ti tirei rei a m in inha. ha. – Você Você c onseguiu um umaa m á sca scara ra nova? – Chuck Chuck per perguntou. guntou. – Eles nos dera der a m m á sca scara rass N95 ou coisa aassi ssim m . Nã Nãoo sei o que isso quer dize dize r. Chuck riu. – N95, c redo! re do! A que eu de deii a você vocêss eera ra bem m e lhor do que um umaa 95%. Você não deveria ter deixado deixado que eles a levassem evassem.. V Vou ou pegar m ais. – P ar aree c e que ele está se pre prepar parando ando par paraa a Ter erce ceira ira Gue Guerr rraa Mundi Mundial al – Susi Susiee di diss sse, e, rriindo ndo.. – T Tem em ce certez rtezaa de que não quer um umaa xícara xícar a de algum algum a cois coisaa quente? – Não Nã o quente quente,, m mas as ta talvez lvez algo for forte. te. – Ah, sim – Ch Chuck uck dis disse, se, ca cam m inhando em dire direçç ã o à cozi cozinha. nha. Ele pegou um umaa garrafa garra fa de uí uísq sque ue e doi doiss copo coposs ddee um arm ár ário io.. – Com Com gelo ou sem ? – Pode P ode se serr pur puro. o. Ele serviu ser viu do doses ses gene generosas rosas nos doi doiss copos. – Com Com o está o Luk Lukee ? – S Susi usiee per perguntou guntou.. – O que os m méé dicos dis disser seram am ?
– Nã Nãoo cconseguim onseguimos os pa passar ssar com um m é dico. Um a enf enfee rm e ira o exa exam m inou e não diss dissee m ui uitta cois coisa, a, só di diss ssee que não par parec eciia gri gripe pe aavi viár áriia. Ele eest stáá com fe febre bre de 39°C 39°C. A Laure Laurenn o llevou evou para a ccam am a e eest stáá de deit itada ada com ele. Est Estão ão dorm dormin indo. do. – Isso é bom , não éé?? P a m volt voltou ou enqua enquanto nto você vocêss estava estavam m fora for a , dis disse se que você pode ac a c ordá ordá-la -la,, se quiser quiser.. Ela é for form m a da eem m m edic edicina ina tropica tropical,l, ac acho. ho. Eu não sabia como a medicina tropical poderia nos ser útil naquela situação, m as sabi sabiaa que Chuck estava tent tentando ando m mee cconfort onfortar ar.. Era bom ter Pa Pam m por perto. – Dá par paraa eesper speraa r aaté té am a m anhã ce cedo. do. – Então, Entã o, o que ac acha ha de um umaa s fféé ria riass na Virgíni irgíniaa ? – C Chuck huck perguntou, eenquanto nquanto m e passava o copo. – Virgíni Virgíniaa ? – Sim im,, a c a sa a nti ntiga ga de nossa fa fam m íl ília ia nas m ontanha ontanhass pe perto rto de Shena henandoah? ndoah? Fica no parque nacional, tem poucos chalés na montanha toda. – Ahhh – respondi re spondi,, ente entendendo ndendo a lógi lógicc a. – Está na hora de da darr o ffora ora?? El Elee cam c am in inhou hou em dire direçã çãoo à televi televisão são qu quee ccont ontin inuava uava li ligada, gada, m mas as sem som som . A notícia transmitida na CNN era sobre um surto de gripe aviária registrado na Califórnia. – Ninguém sabe que diabos e stá stá ac acontec ontecee ndo. Meta Metade de do país a c ha que são terroristas, a outra metade acha que é um ataque dos chineses, e outra metade acha qu quee não é nada. – Te Te m m e tade tadess dem a is a í. – Que bom que voc vocêê te tem m senso de hum humor or.. Bebendo um gole de seu drinque, ele pegou o controle remoto do balcão da cozinha e aumentou o volume da CNN. “ Re Relat latos os não confi confirmados rmados de gripe av aviári iáriaa têm surgido em todo o paí país, s, e o mais recente foi feito em São Francisco e em Los Angeles, onde oficiais de saúde isolaram dois grandes hospitais...” Suspirei e tomei um bom gole de minha bebida. – Eu não vej ve j o gra graçç a ne nenhum nhumaa nisso. – Os ser serviços viços de em er ergênc gência ia do país e stão fe ferr rrados, ados, a s re redes des de telef telefonia onia m óvel estão ccongest ongestio ionada nadass – Ch Chuck uck dis disse. se. – Está um a bagunça tot total. al. – Nã Nãoo pre precisa cisa m e diz dizee r. Você ti tinha nha que ve verr os hospi hospitais. tais. O CDC confirm c onfirm ou algum algu m a ccoi oisa? sa?
– Eles conf confirm irmaa ra ram m a s notifica notificaçç ões de em e rgê rgência ncia,, m as ninguém c onseguiu descobrir o que está havendo. – Está dem de m ora orando ndo tanto assim? Já fa fazz dez hora horas. s. Chuck balançou a ca cabeça beça.. – Sem Inte Interne rnett e com esse vírus Sc ra ram m ble bagunç bagunçaa ndo a logí logísti sticc a , ninguém sabe onde os outros estão nem o que devem fazer. Esfreguei os olhos, tomei mais um gole e olhei pela janela. Estava nevando forte, e uma corrente constante de flocos aparecia na escuridão, girando e flutuando no vento. Chucc k seguiu m eus olhos Chu olhos.. – Essas tem pestade pestadess estã estãoo vindo, va vaii ser pior do que o Na Natal tal de alguns anos atrás, como com o um S Sandy andy de gelo gelo.. Eu não estava em Nova York na grande nevasca de 2010, quando caíra 60 centímetros de neve um dia depois do Natal, mas tinha ouvido falar: acúmulo de 2 metros de neve no Central Park, com neve na altura da cintura no meio das ruas. Ocorriam tempestades de neve quase tão pesadas todos os anos desde então. Eu estava na cidade quando o Furacão Sandy atingiu, e uma versão congelada daquilo me assustava. Nova York havia se tornado um ímã de grandes nevascas. – Voc Vocês ês deve deveria riam m ir logo – eu diss dissee , obse observa rvando ndo a neve neve.. – Não Nã o pode podem m os sair sair.. ão com o Luke tão mal. Ele precisa descansar, e nós precisamos ficar perto de hospitais. – Nã Nãoo va vam m os deixá deixá-los -los a qui – Susi usiee dis disse, se, dec decidi idida, da, olhando par paraa Ch Chuck uck.. Ele deu de ombros om bros e term termin inou ou ssua ua bebid bebida. a. – Charles Char les Mum Mumfor fordd – eela la cconti ontinuou nuou de depois pois de um umaa pausa –, nã nãoo se sejj a ridículo. Tudo iss issoo vai passar log logo. o. V Você ocê está sendo dra dram m ático. – Dra Dr a m á ti tico? co? – C Chuck huck re respondeu, spondeu, qua quase se la lança nçando ndo o copo ccontra ontra a te televisão levisão aaoo apontar. – Será que você está assistindo às mesmas coisas que eu? A China está declarando guerra, um ataque biológico se espalhou pelo país, a comunicação está afetada... – Nã Nãoo e xage xagere re.. Eles não dec declar laraa ra ram m guer guerra ra.. Aquilo foi só um m ini inistro stro estufando o peito para as câmeras – Susie argumentou. – De qualquer modo, veja tudo isto. – Ela gesticulou indicando o apartamento. – Por Deus, nós
próximo Natal. poderíam oder íam os nos ttra ranca ncarr aaqui qui e sobrevivería sobre viveríam m os até o próximo
Term er m in inando ando m miinha bebid bebida, a, tentei aca acalma lmarr os âni ânim m os. os. – Não N ão quer queroo que você vocêss br briguem iguem . Eu a cho que iss issoo va vaii pa passar ssar e a m a nhã c edo as coisas estarão mais calmas. – Eu me virei em direção a Chuck. – Se vocês quiserem ir, entenderei totalmente. Faça o que for o melhor para a sua família. Estou Est ou fa falando lando sério. – Olhei dentro dos olh olhos os dele, sorr sorrin indo, do, tent tentando ando m ost ostra rarr que estava falando sério. Suspirei e emendei: – Eu preciso dormir um pouco. Chuck coçou a cabeça e colocou o copo no balcão da cozinha. – Eu tam bém . Até de depois pois,, am igo. Ele se aproximou e me abraçou, pegando meu copo. Susie se levantou e me deu um beijo no rosto. – Até a m anhã ce cedo do – ela suss sussurr urrou ou em m eu ouvido enquanto e nquanto m e a bra braça çava va forte. – Por P or ffaa vor, se e le quiser quiser,, vá – eeuu re respondi spondi.. Fechei a porta quando saí e abri a porta de nosso apartamento sem fazer barulho. ar ulho. De Depois pois de tra tranca ncarr a porta porta,, e u e ntre ntreii no quar quarto to e fe feche cheii a porta com cuidado. Meu mundo inteiro estava na cama à minha frente. Sob o brilho fantasmagórico do display de LED do rádio-relógio no criado-mudo, eu vi Lauren e Luke deitados. O quarto tinha uma atmosfera úmida e caseira, como um ninho, e sorri ao pensar isso. Fiquei parado e os observei, sentindo alegria e encant enca ntam am ento ento,, e a re resp spiraçã iraçãoo rít rítm m ica dos do dois is ac acalm almou ou me meus us ssenti entidos dos.. Luke tossiu e respirou fundo duas ou três vezes, como se não conseguisse respira respi rarr direit direito, o, m mas as eent ntão ão sus suspi pirou rou e se aaca calmou. lmou. Sil ilencios enciosam am ente, eu m e despi e m e enfiei em baix baixoo das cobertas. Luk Lukee est estava ava no meio da cama, então eu me acomodei ao redor dele, com Lauren do outro lado. Inclinei-me e afastei uma mecha de cabelo da testa dela, e a beijei. Ela resmung resm ungou ou e a beije beijeii nnovam ovamente; ente; ent então, ão, com um susp suspiiro profund profundo, o, enfiei uum m dos travess ra vesseiros eiros em embaix baixoo da ccabeç abeçaa e fe fechei chei os oolh lhos os.. Tudo vai ficar bem.
DIA 2: VÉSPERA DE NATAL, 24 DE DEZEMBRO 7:05 Ac ordei aassu Acordei ssust stado. ado. Meus sonhos foram repletos de imagens confusas de homens irados em florestas. Eu estava voando, quase soltando Luke, e Lauren havia caído, deslizando por uma escada, em direção à terra, enquanto eu não parava de flutuar. Um grito me tirou da visão, as camadas de sonhos se desfizeram, até eu m e sent sentar ar na ca cam m a, ofegant ofegante. e. Ofegante, olhei ao redor. Estava muito escuro. Espere escuro. Espere,, não totalmente totalmente.. Um a luz fraca estava pendurava como uma auréola cinza ao redor das cortinas do quarto. Luke e Lauren ainda estavam ao meu lado. Prendendo a respiração, eu respirando, graças a De Deus us.. me inclinei para Luke. Ele Luke. Ele ainda está respirando, Tudo estava silencioso. Lauren se remexeu um pouco. Tudo estava bem. Tremendo, eu puxei os cobertores para me cobrir e recostei a cabeça no travesseiro. Lentamente, meu coração se acalmou, e um silêncio mortal tomou conta. Está e scuro dem demais. ais. Olhei para o relógio ao lado da cabeceira. Estava estejamos jamos sem e letri letricidade cidade.. Peguei meu celular do apagado, preto. Pode preto. Pode ser que este criado-mudo: 7:05. Estava cedo, e muito frio. Silenciosamente, saí pela lateral da cama, vasculhei o cesto de roupas em busca do m e u rroupão, oupão, e entã entãoo ta tatee teeii ccom om os pé péss aatrá tráss de m e us cchinelos hinelos no cchão. hão. Envolvendo o corpo com o roupão, estremeci e deixei o quarto. A sala principal de nosso apartamento estava igualmente silenciosa. Nenhuma luz familiar, nenhum dos displays acesos nos equipamentos. A arvorezinha de atal na mesa m esa de ca cant ntoo est estava ava tot totalm almente ente apa apagada. gada. Do llado ado de fora fora,, a neve bati batiaa nas janelas à meia-luz, o vento batendo contra o vidro era a única coisa que se ouvi ou via, a, um m artel artelar ar surdo a ccada ada ra rajj ada de neve. Ao caminhar para a entrada, toquei o termostato digital na parede. Também estava apagado. Voltei ao quarto, silenciosamente peguei um cobertor extra do armário, cobri Luke e Lauren, e então peguei uma blusa para mim, sentindo-me despre desp repara parado do para o qu quee quer que eest stiv ivesse esse ac acont ontec ecendo. endo. Decidi ver se Susie e Chuck estavam de pé. Vesti uma calça jeans, tênis e
uma blusa, e saí do apartamento na ponta dos pés.
No c orr orredor edor,, a luz de e m er ergênc gência ia e stava a ce cesa, sa, um umaa luz bbra ranca nca for forte te que se espalhava pelos refletores acima da escada de saída, lançando sombras compridas atrás de mim no espaço vazio. Na frente da casa de Chuck, hesitei, m as eentão ntão bati bati,, e insi insist stii depoi depoiss de um umaa pausa. Ninguém a tende tendeu. u. Será que eles foram embora? embora? Era difícil imaginar que eles pudessem udesse m ter ido em embora bora daque daquele le j e it ito, o, m maa s er eraa possível... Bati mais uma vez, com firmeza, exigindo a atenção deles, mas ninguém atendeu. Tentei Tentei a m maç açaneta aneta ee,, gi girando-a rando-a ccom om fa facil cilid idade, ade, a port portaa se aabri briuu à m inha frente silenciosamente. Do lado de dentro, as cortinas tinham sido fechadas, e sob a luz fraca, consegui ver o monte de sacolas ainda no chão. Olhei nos quartos e no banheiro, m as nã nãoo vi C Chuck huck,, S Susi usiee nem Ell Ellar arose. ose. Será que eles deixaram todas essas coisas para nós? Tirei o cobertor da cama deles, enrolei-o em meu corpo e fui para a sala de estar, onde me joguei no sofá. Senti o medo na boca do estômago. O que aconteceu? Por que estamos sem eletricidade? E por que Chuck não me acordou e algo aconteceu? Pensei em tentar telefonar para meus irmãos, para saber se estavam bem. Eles tinham uma caldeira a óleo na casa antiga e combustível suficiente para todo o inverno, então, pelo menos, se manteriam aquecidos se alguma coisa acontecesse por lá. Meus irmãos tinham recursos, eu não deveria me preocupar com eles eles.. O vento batia forte nas janelas, ecoando pela sala sem vida. Sem vid v idaa. Era a impressão que a falta do reconfortante zumbido baixinho dos aparelhos passava, sem as luzinhas piscando, sem o murmurar dos motores ocultos mas presentes, envolvendo envol vendo-m -m e eem m m eu ca casu sulo lo eletrôn eletrôniico. Mas uma luz ainda funcionava. Meu celular ainda tinha bateria, pelo menos por e nquanto. Eu sentia sua pre presenç sençaa com o um m e m bro fa fantasm ntasma. a. Talvez eu devesse olhar o celular, ver se tenho mensagens e tirar a bateria, economizar carga, só para garantir . Talvez as redes de telefonia celular não estivessem mais tão congestionadas. Ou talvez um telefone fixo? Eles têm energia própria? própria? Eu acreditava que sim, tentei lembrar-me se havia usado um telefone fixo durante um queda de energia no passado, mas não conseguia me lembrar de ninguém
que ainda tivesse um.
Eu precisava descobrir o que estava acontecendo, mas como? Um rádio. rádio. Ainda haveria transmissão. Eu não tinha rádio de pilha, mas estava certo de que Chuck deveria ter deixado um em uma daquelas sacolas. Graças a Deus ele deixou todas essas coisas. coisas. Olhei Olh ei pelas jjanelas anelas de novo novo.. Lá ffora, ora, a si sittuaçã uaçãoo pare parecia cia sér sériia. No dia anterior deatal. manhã, meu maior problema era ddepre decidir atal... .. com como oom mund undoo havi havia a m udado epress ssa! a!como entregar alguns brindes de E se Luke estive estivesse sse realme realmente nte doente doente?? E se uma epide epidemia mia e sti stive vesse sse se espalhando naquela nevasca? – Pode P ode m e da darr um a fforç orçaa ? Eu vire vireii a ccabeç abeçaa e vi C Chuck huck na porta, ca carre rregando gando muit muitas as sac sacol olas as e m ochi ochilas. las. Ele est e stava ava tent tentando ando eent ntra rarr. Parado na entrada, Chuck franziu o cenho. – Ei, você e stá bem ? O Luk Lukee eestá stá be bem m? Acho que nunca me senti tão feliz por ver alguém na minha vida. Sequei os ol olhos hos com as cost costas as de um umaa m ão. – Está tudo bem. bem . – Se você e stá diz dizee ndo... – Ma Mais is um umaa vez, eele le tentou pa passar ssar pe pela la por porta, ta, e m ais uma vez perguntou: – Pode me dar uma força? Chacoalhando a cabeça para limpar a mente, levantei-me para pegar algumas sacolas. Susie, que também carregava sacolas, apareceu atrás dele com Ellarose presa com amarras em seu peito. Tony, nosso porteiro, estava atrás dela e carregava ainda mais sacolas do que Chuck. Todos suavam, e largavam suas cargas a esmo ao entrar. – Quer Q uer que e u ffaa ça outra viage viagem m? – T Tony ony per perguntou, guntou, ofe ofegante gante,, inc incli linandonando-se se para ar a a fre fr e nte. – P or que não de desca scansa nsa um pouco com Susie e Ellarose Ellarose?? – Ch Chuc uckk sus suspirou, pirou, passando assa ndo um bra braço ço na testa. – Que tal fa fazze r um pouco de c a fé no fogão fogã o a gá gás? s? Eu e Mike pegaremos o gerador. O gerad ge rador or ? Fiquei confuso. – Par P aree ce pesa pesado. do. – É pesado pe sado – Chuck riu. – V Vam am os, gorducho, eestá stá na hora de se exe exerc rcit itar. ar. Deixando os outros ali, Chuck e eu fomos até a saída de emergência para
descer a escada. Os elevadores não estavam funcionando. Era a primeira vez
que eu entrava naquela escada, e o som de nossos pés nos degraus de metal ecoava ec oava nas pare paredes des de bl blocos ocos ddee cconcreto. oncreto. – Então, o que a conte contece ceu? u? – per perguntei guntei a ssi ssim m que c om omee ça çam m os a desc descee r o primeir rim eiroo lanc lancee de eesca scada das. s. – A eletricidade ele tricidade foi ccorta ortada da à s ccinco inco e e sto stouu subindo e desc descendo endo desde e ntão, pegando ega ndo o m máá xim ximoo de ccois oisaa s antes que os out outros ros aacor cordem dem . – Antes que os out outros ros aacc orde ordem m? – Pode P ode m e c ham ar de par paranoic anoico, o, m mas as pr pref efiro iro que o m míni ínim m o de pessoa pessoass saiba quanta coisa temos estocadas no Forte Mumford. O apartamento dele já era uma base militar. Eu me perguntava até onde ia o perím er ímee tro. – Per P erguntei guntei o que aconteceu aconteceu c om a eelet letricid ricidade? ade? Por que eest stáá tão frio fr io?? – Está frio fr io por porque que a ele eletricidade tricidade foi cor cortada tada,, e este pré prédio dio é todo ccontrolado ontrolado vi viaa Interne I nternet.t. T Tem em com bus bustí tível vel na ccaldeira aldeira,, m mas as todo todoss os cont controles roles são dig digit itais ais e as as redes não estão funcionando. – Ah. – Le Lem m bre breii de que um umaa ca cara racte cterísti rísticc a m uit uitoo im importa portante nte no aato to da ve venda nda daquele novo prédio tinha sido a série de controles modernos que funcionavam via Internet, permitindo que você controlasse a temperatura de cada cômodo da casa à distância, até de Hong Kong, se quisesse. O problema era que os comandos eram transmitidos por redes de IP, e, pelo que Chuck estava dizendo, elas estavam estavam fora do ar ar.. – O gerador re reserva serva não deveria dever ia tter er sido sido acion acionado? ado? – De Dever veria, ia, m a s não foi, e nã nãoo a ciona cionaria ria a s saída saídass de a quec quecim imento. ento. Todos os funcionários do prédi funcionários prédioo se fora foram m . Já tem os ttrin rinta ta ce cent ntíme ímetros tros de neve neve,, e vai nevar m ais ain ainda. da. A Guarda Nac Nacio ional nal foi cham chamada, ada, e eles estão m mandando andando ttodo odo m und undoo ficar em casa. Temos que fazer isso sozinhos. – Por P or que o T Tony ony fic ficou? ou? – Ele m a ndou a m ã e par paraa Ta m pa par paraa visi visitar tar a irm irmãã dela e passa passarr a s fe festas stas por lá, lem le m bra bra?? Eu assenti. – Então, o que que acont acontec eceu eu com a eletricidade? Chuck parou no tter erce ceiro iro llance ance,, na m etade do cam inho. inho. – Eu esta estava va vendo os ca canais nais de notí notícc ias a proxim proximaa dam e nte às quinz quinzee par paraa as cinco quando começaram a anunciar queda de energia em Connecticut e então,
logo depois das cinco, as luzes se apagaram.
– Foi Foi por ca causa usa da neva nevasca sca?? – As alter alternativas nativas eera ram m a ssus ssustador tadoras. as. – Ta Ta lvez lvez.. – Eles disser disseraa m a lgum lgumaa ccois oisaa sobr sobree a gripe aaviár viária? ia? – Está um a bagunç bagunçaa tot total al – eele le rree spondeu, da dando ndo de om ombros. bros. – N Ninguém inguém sabe o que está acontecendo. – Ele desceu mais alguns degraus. – As fronteiras estão fechadas, os voos internacionais foram cancelados – ele prosseguiu, detalhando uma crise mundial, como itens de um cardápio. – O CDC não confirma nem nega nada, mas os hospitais de todos os lados estão repletos de pessoas com sintomas. Eles estão dizendo se tratar de um tipo de ataque biológico coordenado, mas não acredito. – Por P or quê quê?? A mente de Chuck, dada às conspirações, estava sempre analisando as notícias à procura da história “real”, mas, pela primeira vez, eu estava disposto a ouvir suas teorias. Chegamos ao térreo e saímos para o hall para descermos a escada que levava ao porão. Paramos na salinha de mármore branco ao lado do ardi ar dim m j aponês, agora il iluminado uminado fort fortem em ente pelas luz luzes es de em er ergência. gência. – Você sabia que quase 90% dos sistem sistemas as de notific notificaa çã çãoo de em e rgê rgência ncia nos Estados Est ados Uni Unidos dos são m manti antidos dos pela m esm esmaa em presa? – E daí? da í? – Se Se e ssa eem m pre presa sa sof sofre rerr ccom om a a çã çãoo de hac hackke rs, pr pronto, onto, abr abree-se se a porta par paraa o caos no país todo. – Por P or que algué alguém m fa faria ria isso? isso? – Caos, ter terror ror.. Mas tenho outra teor teoria. ia. – Ele abriu abr iu a porta par paraa o porã porão. o. – Invasão. – Ele Ele sai saiuu na m in inha ha ffre rent nte. e. Corri atrás dele. – Invasão? Inva são? Chuck abriu a port portaa do prime primeiro iro arm armár áriio e ccome omeçou çou a ccheca hecarr aass etiquet etiquetas as das caixas com com uma lant anterna. erna. – P e nse be bem m . Inte Interr rrom ompa pa os ser serviços viços do gover governo, no, c orte a s linhas linhas de fornecimento e de transporte, elimine as comunicações e então confine os civis em suas casas antes de dizimar a base industrial, nesse caso, interrompendo o fornecimento de eletricidade. É o mesmo perfil de ciberataque que os russos usaram quando entraram na Geórgia, em 2008, mais ou menos.
– Não Nã o fa fazz o m menor enor sentido.
El Elee encont e ncontrou rou a ca caiixa que est estava ava proc procurando urando e a aarra rrast stou ou ppar araa fora fora.. – Quero Que ro diz dizee r G Gee órgia na Ásia, nã nãoo Ge Geórgia órgia eem m Atlanta. – Entendi isso. isso. El Elee abri a briuu a ca caix ixaa e olhou olhou para m im . – Venha Venha,, filho, ssee gure um umaa ponta ponta.. Inclinando-me, peguei uma ponta do gerador na caixa, grunhindo para suportar o peso enquanto ele erguia o outro lado, e começamos a levá-lo em direção à escada. Durante os minutos seguintes, nós nos esforçamos para subir. ão era tão tão pesado, mas era desajeitado, e parecia que estávamos carregando um corpo. Eu precisei de um tempo quando chegamos ao terceiro lance de escadas. – P a re – e u dis disse, se, ofe ofegando gando e pousando o ger geraa dor no chã chão, o, re resm smungando ungando enquanto alongava as costas. – Quanto essa coisa pesa? – Na c aixa aixa,, e stá e scr scrit itoo c inquenta e c inco quil quilos. os. É um umaa bele belezza, funciona func iona a gasolina, gasol ina, diesel, ou qualqu qualquer er coisa que explod exploda. a. – Vodca Vodca?? – Isso nós bebem bebe m os. – El Elee rriu. iu. Respirando fundo, sequei o suor que descia pelas minhas têmporas. – Ninguém nunca invadiu os Estados Unidos. Você não pode e star fa falando lando sério. Chuck riu. – Os cana c anadense densess iinvadir nvadiram am . Che Chegar garam am a té a incendiar ince ndiar a Casa Bra Branca nca.. – Isso foi há m uit uitoo tem tempo, po, e ffoi oi m maa is um truque do que um umaa invasão. – A his história tória c ost ostum umaa se re repe peti tirr. – Ele fe fezz um gesto indi indica cando ndo o ger gerador. ador. – Vam os, rapaz rapa z. Respirei fundo, alonguei as costas de novo e me abaixei para pegar o gerador. – Então, a sua gr grande ande ideia é que eestam stamos os sendo invadidos pelos ca canade nadenses? nses? – Explicaria Explica ria a ne neve, ve, não? – Ele riu. – Ta lvez não liter literaa lm lmee nte a m e sm smaa c ois oisaa , m as é uma idei deia. a. – É uma um a ide ideia. ia. – Rol Rolei ei m mee us ol olhos. hos. Cul Culpa pa do Canadá Canadá.. Grunhi e resmunguei enquanto subia mais dois lances de escada e implorei por outra pausa pausa.. Chuck suava suava,, m as par paree cia bem , e e stava fa fazzendo a quil quiloo há horas. Eu não conseguia ouvir nem mesmo a respiração dele, mas percebi que
seria difícil reparar em qualquer coisa além da minha própria respiração
ofegante e do meu m eu coraçã cora çãoo ace acelerado. lerado. Decidi que a prom promessa essa de Ano No Novo vo sser eria ia me matricular em uma academia, e, mais do que isso, começar a frequentar de verdade. Naquele a quele m om omee nto, a porta ao nosso lado, no quint quintoo anda andar, r, a briu-se e bate bateuu com força em Chu huck ck.. Na abertura, eu dei de cara ca ra ccom om a lant anterna erna de aallgu guém ém . – Puxa, P uxa, m e de desculpe! sculpe! – quem quer que ffosse osse eexcla xclam m ou. Chuck gritou de dor no momento do impacto, saiu pulando e chacoalhando a m ão. O hom homem em piso pisouu na eescada, scada, olh olhando ando ao re redor dor.. – Me desculpe, de sculpe, eeuu não pe pensei... nsei... – Não N ão se pre preocupe ocupe – Chuck diss disse, e, re recc ompondo-se om pondo-se,, m a s aainda inda m a ssage ssageaa ndo a mão atingida pela porta. Nós todos nos entre entreolham olham os por um segundo. – Você Vocêss sabe sabem m o que aacc ontec onteceu eu ccom om a ele eletricidade tricidade?? – Sa Sa bem os ttaa nto qu quaa nto você – re respondi spondi.. – S Sou ou o Mi Mikke , e eest stee é o Chuck Chuck.. – Sim Sim,, conheç conhe ç o você vocês. s. Já vi você vocêss entra entrando ndo e sa saindo indo algum algumas as ve vezzes. Eu não o reconheci, mas havia muitas pessoas no prédio. – Sou Sou o Pa Paul ul – ele se apr apree sentou, e, eentão, ntão, de depois pois de um a pausa pausa:: – do 51 514. 4. Ele estendeu a mão, e eu comecei a estender a minha, mas Chuck me puxou para ar a tr tráá s. – De Desculpe sculpe – Chu Chucc k eexpli xplicou, cou, e streitando os olhos sob a luz da lanter lanterna na de Paul. – Todo cuidado é pouco com essa história do alerta da gripe aviária e tal. Ei, pode desli de sligar gar iss isso? o? – Cla Cla ro. – P Paul aul de desli sligou gou a la lanter nterna na e olhou ppaa ra o gerador. ger ador. – O que é isso? Chuck hesitou. – É um ge gera rador dor.. – Tipo, do prédio ou algo assi a ssim m? – Não, Nã o, é nosso. – Te Te m a lgum lgumaa ccoisa oisa que pode poderia ria e m pre prestar? star? – Desculpe De sculpe,, m maa s ac acaba abam m os de cconseguir onseguir isto – C Chuck huck m e nti ntiu. u. – S Sobrou obrou de um lugar eem m que ttra rabalh balhei. ei. – É me m e sm smo? o? Chuck ol olhou hou para ele fixam ente. A pausa se tornou tornou desconfor desconfortável. tável. – É. E se não nã o se im importa porta,, pre precisa cisam m os ir ir..
Paul Pa ul deu de om ombros bros..
– Tudo bem , só e stava proc procura urando ndo um umaa a j uda dos viz vizinhos inhos.. O que e stá acontecendo é bem esquisito. Vocês viram a neve lá fora? Mal dá para ver os carros. Mais um ou doi doiss segundos ddee silêncio silêncio desconfor desconfortável. tável. – Bem Bem,, boa sorte – Chu Chucc k conc conclui luiu, u, fa fazze ndo um gesto par paraa que eu pega pegasse sse m in inha ha pont pontaa de novo novo.. El Elee pegou a dele ccom om apena apenass uma m ão dessa vez vez.. – T Tenho enho certeza de que a eletricidade voltará logo e estamos apenas perdendo nosso tempo. Começamos a subir e Paul desceu, abriu a porta do quarto andar e desapareceu. Assim Assi m que cchega hegam m os ao noss nossoo anda andar, r, Chu Chuck ck solto soltouu a ponta que se segurava gurava.. – Você Você viu a ccalç alçaa de dele? le? Eu neguei balançando a cabeça. – Por P or quê quê?? – Ensopada dos j oelhos par paraa baixo, e os tênis tam bém esta estavam vam e nsopados. Ele deve ter saído. – E daí? da í? Talve alvezz e le tenha saído par paraa da darr um a olhada olhada.. – Às À s se sete te da m anhã anhã?? Nunca vi eesse sse ca cara ra a ntes. T Tony ony de deve ve ter de deixado ixado aaber berta ta a porta da frente do prédio. E por que diabos ele foi direto para o quarto andar daquelee j eit daquel eito? o? – Talve alvezz sej a só um viz vizinho inho que você não c onhec onhecee – re respondi spondi,, m a s senti um invasor r . arrepio arr epio nnoo pescoço. Um invaso – Le Leve ve ist istoo pelo re resto sto do c a m inho a té nosso apa aparta rtam m ento. Vou de desce scerr par paraa trancar tudo. Chuck desceu a escada, de dois em dois degraus, e eu o observei se afastar conforme os ecos de seus passos diminuíam. Abri a porta de nosso andar, inclinei-me, resmunguei e puxei o gerador.
10:05
Apesar de tu tudo, do, o re rest stoo da m anhã ganhou uum m ar fe fest stiv ivo. o. Assim que Chuck trancou a porta de entrada, fui ao apartamento de Pam pedir par paraa e la da darr um umaa olhada em Luk Lukee . T Tony ony desc desceu eu e c onferiu onfe riu nova novam m e nte se a porta da fre fr e nte esta estava va tra tranc ncada ada e deixou um bil bilhete hete a vis visaa ndo que esta estaria ria na ca casa sa de Chuck Chuck.. Chuck estabele estabelece ceuu a re regra gra rígi rígida da de que aapena penass nos nosso so grupo, qque ue incluí incluíaa Tony, poderia oder ia entr entrar ar no aapar partam tam e nto dele deles. s. Abr Abriu iu um umaa e xce xceçã çãoo pa para ra P a m , e depois de algumas reclamações, também ao marido dela, Rory. Depois que ele acendeu um aquecedor a querosene, o apartamento esquentou depressa, acordamos Lauren Laur en e Luk Lukee e fom fomos os para o quarto de vis visit itas as de Chuck e Susi usie. e. Depois de um exame rápido, Pam disse que Luke de fato não parecia apresentar sintomas da gripe aviária, pelo menos até onde ela sabia, e que a febre estava cedendo. Ele ainda estava com 39°C, o que era perigoso, mas controlável cont rolável,, e eella prome prometeu teu qu quee est estar aria ia por perto e fica ficaria ria de olho nele. Pam passara a noite toda acordada no banco de sangue da Cruz Vermelha. Ele havia sido transformado em uma clínica de emergência, com médicos voluntários aparecendo quase tão depressa quanto as pessoas que diziam estar com os sintomas. Um dos médicos de lá havia trabalhado no CDC realizando pesquisa sobre a gripe a viár viária. ia. P a m c onver onversou sou c om ele por m uit uitoo tem po a respeito do que estava acontecendo, e ele havia explicado que as notícias não faziam o menor sentido – incubação, transmissão, sintomas e assim por diante. Parec Pa reciia m esmo ser um alarme alarm e fa fallso so,, ou fals falsiificado ficado.. Nosso encontro e ncontro com o supost supostoo invasor logo foi eesquec squecido, ido, e Chu Chucc k insi insisti stiuu eem m abrir uma garrafa de champanhe para servir coquetéis de mimosa a todos. Era vésper vésp eraa de Na Natal tal,, ele dis disse, se, e um Natal nevado, acre acrescento scentou, u, ol olhando hando ppela ela j anela para ar a a neva nevasca sca inclem e nte. T Todos odos ac acaa bam os rindo. Juntos na sala naquela manhã, aquecidos, seguros e tirando os equipamentos das sacolas de Chuck como se estivéssemos em um acampamento indoor , a sensação de perigo desapareceu. Meu filhinho estava com febre, mas tamanho era o alívio em saber que era apenas uma gripe ou resfriado normal que eu
quasee m e sent quas sentii radiant radiante. e.
Deixamos um rádio ligado com o volume baixo. O repórter dava detalhes sobre as estradas que tinham sido fechadas: I-95, I-89, a rodovia expressa para ova Jersey; e as residências sem energia elétrica, um número estimado de dez m il ilhões hões em to todo do o no nordest rdeste. e. As li linhas nhas do me metrô trô est estavam avam fec fechadas. hadas. Diss Dissera eram m que a falta de eletricidade era um tipo de cascata elétrica na rede, como já tinha acontecido alguns anos antes, e a tempestade de neve deixava tudo pior. A voz do repórter, uma pequena ligação com o mundo lá fora, dava à manhã uma sensação de familiaridade, a mesma de qualquer outro dia fatídico sofrido pelos novanova-iorquinos iorquinos a par parti tirr do qual ter teriam iam de c om omeç eçaa r o proc processo esso de reconstrução. Os relatos que vinham sobre o pânico com a gripe aviária reforçavam essa sensação – o CDC não podia confirmar nenhum caso, e eles não tinham conseguido identificar a fonte do alerta. Animado pelo álcool dos coquetéis, fui ao apartamento do lado para ver como estavam os Borodin. Eu me lembrei de que a filha e a família de Irena, que moravam em um prédio vizinho, tinham viajado de férias, por isso eles estavam sozinhos. O rádio nos lembrava de cuidar dos idosos, mas eu tinha a sensaç sens ação ão de que os B Borodi orodinn est estavam avam bem bem.. Fui me mesmo smo aass ssiim . Bati à porta e escutei Irena dizendo para eu entrar. Entrei e os encontrei como sempre. sem pre. Ir Irena ena est estava ava sent sentada ada em sua sua ccadeira adeira de balanço, ttricot ricotando, ando, e Alek Aleksandr sandr estava adormecido na poltrona na frente da TV desligada, com Gorbachev ao lado. A única diferença é que eles estavam envolvidos em cobertores. Estava gelado dentro dentro do aapartam partamento ento.. – Quer Que r um pouco de chá chá?? – Ir Iree na of ofee re rece ceu. u. Observando-a terminar mais um ponto cuidadosamente, pensei que gostaria de ter mãos tão ágeis quanto as dela aos noventa anos. Eu anos. Eu ficaria feliz se chegasse c hegasse aos noventa. – Sim Sim,, por favor. f avor. Eles tinham montado o que parecia ser um fogão de acampamento antigo na cozinha, e havia uma chaleira com chá quente sobre ele. Os Borodin eram udeus, mas tinham uma grande árvore para as festas, muito bem decorada, ocupando quase metade da sala de estar. No ano anterior, fiquei surpreso quando eles me pediram ajuda para conseguir uma árvore, mas logo descobri que não
era uma árvore de Natal, mas sim de Ano Novo. Era a mais bacana do nosso andar, independentemente de como fosse chamada. Irena foi até o arm ário ddaa despens despensaa e o abri abriuu para pegar um po pouco uco de açúca açúcar r para ar a o cchá, há, ee,, pe pela la pr prim imee ira vez, eu pe perc rcee bi que a despe despensa nsa eestava stava che cheia, ia, do cchão hão ao teto, teto, de latas e sac sacos os ddee aarroz rroz e ffeij eijão. ão. Ela Ela perc percebeu ebeu que eeuu est estava ava olhando olhando.. – É a for força ça do hábito – e la com entou, sorr sorrindo indo aaoo volt voltaa r par paraa servir ser vir o chá chá.. – Como está o principezinho? – Está be bem m . Ou m elhor elhor,, e stá doente doente,, m as vai fic ficaa r bem – re respondi spondi,, envolvendo envol vendo a xí xíca cara ra de cchá há ccom om as m mãos. ãos. – Não est estáá m uito uito frio aqui aqui?? Quere Querem m ir para ar a a casa ca sa de Chu Chucc k? – Ah A h – e la diss dissee , fa f a ze ndo um gesto de despre spreoc ocupado upado –, isso nã nãoo se serr fr frio. io. P Paa ssei invernos em casebres na Sibéria depois da guerra. Peço desculpa, mas abri as anelas para para ent entrar rar um pouco ddee aarr fr fresco. esco. Aleksandr Alek sandr solt soltou ou um ronco m ais alto. Nós rimos. – Voc Vocês ês pr prec ecisam isam de algum algumaa c ois oisaa ? – F Fiz iz um gesto ccom om o polega polegarr indica indicando ndo o apartamento de Chuck. – É só nos procurar, a qualquer momento. Elaa balançou a ccabeça El abeça.. – Ah, nã não. o. Fica icare rem m os bem . Fica icare rem m os quietos, sem incom incomodar odar ninguém ninguém.. – Tomando um gole de chá, ela pensou em algo e olhou para mim. – Se vocês precisa re cisare rem m de a lgo, Mih-k Mih-kahah-yy a l, lem bre brem m , podem vir a qui, da da?? Estaremos de olho. Eu disse que faria isso, e conversamos um pouco. Fiquei surpreso com a calma de Irena. A falta de eletricidade havia me afetado profundamente, dando a impressão de que eu havia perdido um de meus sentidos, como se estivesse cego ce go ou ssurdo urdo ssem em o zzuni unirr da dass m máqui áquinas. nas. No apartam ento ao lado lado,, ce cerc rcado ado pelos equipamentos e bugigangas de Chuck e pelo som constante das notícias no rádio, eu me sentia quase normal de novo. Mas na casa de Irena, a sensação era diferente: estava mais frio, claro, mas havia uma sensação maior de calma e segurança. seg urança. Ela Ela eera ra de uma geraç geração ão di difere ferent nte. e. Achei qu quee aass máqu má quiinas nnão ão era eram m parte ar te de deles les ccom omoo er eraa m de nós. Agra decii pelo chá e vol Agradec voltei tei para ver com o Luk Lukee eest stava ava.. Vá Vários rios viz vizin inhos hos ttinh inham am se reunido no hall. Encapotados, vestindo jaquetas de inverno e cachecóis, eles parec ar eciam iam m uit uitoo m menos enos ffeliz elizee s do que eeuu m mee se senti ntia. a.
– Maldita Maldita adm ini inistraç straçãã o! – Richa Richard rd rresm esm ungou quando eeuu saí do aapar partam tam ento dos Borodin. – Alguém vai perder o emprego por isso. Vocês têm aquecimento? – Nã Não, o, m as Chu Chucc k ttee m uns e quipam quipamee ntos de a quec quecim imee nto. V Você ocê sabe c om omoo el elee é. é. – Se rá que e le tem par paraa vende vender? r? – Ri Ricc har hardd pe perguntou, rguntou, vindo e m m inha di dire reçã ção. o. – M Meu eu aapartam partamento ento est estáá congeland congelando. o. Levantei a m ão e ffaz azendo endo uum m gesto gesto para aafastá-lo fastá-lo.. – De Desculpe, sculpe, m a s com essa c ois oisaa da gripe aviá aviária ria,, é m elhor nos m a nter nterm m os afastados. af astados. V Vou ou perguntar aaoo C Chuck huck,, m mas as aacho cho que nã não. o. Richard franziu o cenho, mas parou. Eu me m e virei e aabri bri a port portaa do aapartam partamento ento ddee Chu Chuck ck,, sent sentiindo o ca calo lorr eem m m eu rosto, rost o, pron pronto to para rir com ele depois de ccont ontar ar sobre sobre m eu eencont ncontro ro com Richard, m as vi ttodo odo m und undoo sent sentado ado sem se m mexer exer,, ol olhando hando ppar araa o rrádio ádio.. – O que foi? – per perguntei, guntei, fe fecha chando ndo a por porta. ta. – Shhhh Shhhh – Laur Lauren en or ordenou denou de m odo tenso. Nãoo se sabe ainda a eexte xtensão nsão da batida, tampouco se foi um de descarril scarrilame amento nto “ Nã ou uma colisão’” colisão’”,,o radia r adiali lista sta diz dizia. ia. – O que a conte contece ceu? u? Chuck se virou no sofá, afastando as caixas e sacolas. Ele estava tomando cuidado com a mão que tinha sido atingida pela porta, e a mantinha contra o peito. A neve batia c om for forçç a nos vidros da dass j a nela nelass e o ve vento nto uivava do la lado do de fora. Eu não conseguia conseguia ver nem m esm esmoo o ppré rédi dioo ao lado lado,, a vin vinte te m metros etros.. Tudoo estava bra Tud branco. nco. – Houve um umaa batida – Ch Chuc uckk expli explicc ou. – Um a cide cidente nte de trem tre m . Am tra trakk. No caminho entre Nova York e Boston logo cedo, mas eles só descobriram agora. Pelo menos, foi o primeiro anúncio. “... grande número de mortos, por volta de uma centena, se não pelo acidente em si, si, por congelamento na nev nevasca...” asca...” 12:30 – Por P or que não de deixam ixam os iisto sto lláá dentro? Mesmo com luvas grossas, minhas mãos estavam adormecidas, e eu estava ficando cansado por ter de me debruçar para fora de uma janela a quase trinta
m etros ddoo chão. Por m ais que que tent tentasse asse evit evitar, ar, a neve cobri c obriaa m eu rost rostoo e pescoço, se derreti derr etiaa e entrava pela m in inha ha roupa de m odo desconfort desconfortável. ável.
– Nã Nãoo tem os tem po par paraa sol soldar dar nem pre prender nder nenhum a par parte te – Ch Chuc uc respondeu. Colocar o gerador do lado de fora da janela da sala de estar se provou ser mais difícil do que imaginamos. Ainda mais porque Chuck praticamente usava uma m ão só só.. A m ão m mac achu hucada cada havi haviaa inch inchado ado e agora pare parecia cia uma beri berinje njella. Tony havia saído para ajudar alguns moradores do segundo andar, e Pam retornara ao post postoo da Cruz Verm elha. Pe Pedi dim m os a Laure Laurenn e Susie usie que levass levassem em as crianças ao quarto de visitas para brincar enquanto abríamos as janelas. O apartam apar tamento ento est estava ava congel congelante ante e in inund undado ado por neve derreti derre tida. da. – Um a m orte lenta de devido vido a enve envenena nenam m ento por m onóxido de ca carbono rbono é tranquila – Chuck disse –, mas não é bem o que eu tinha em mente para o Natal. – Você Você j á está ter term m inando? – re resm smunguei. unguei. – Só Só estou cone conecc tando uns ca cabos. bos. Ouvi Chuck mexendo nos fios e xingando. – Certo, pode soltar. soltar. Com um suspiro aliviado, soltei a plataforma de compensado na qual havíamos colocado o gerador e me inclinei para dentro do apartamento, fechando a janela. Ao meu lado, Chuck sorriu, a mão machucada pousada delicadamente sobre o gerador. Ele puxou o acionador com a mão boa, e o gerador roncou e ligou. – Esper Esperoo que essa c ois oisaa não conge congele le ali for foraa – Ch Chuc uckk com entou, fe fecc hando a anela com o gerador do lado de fora, deixando uma fresta para que os cabos de força passassem para dentro. O apartam apa rtamento ento não ti tinha nha vara varanda, nda, e não qui quisem semos os correr o ris risco co de ccol olocáocá-lo lo na saída de emergência, pois alguém poderia roubá-lo. Por isso, nós o equilibramos do lado de fora de uma janela em uma plataforma improvisada. – Esto E stouu m ais pr pree ocupa ocupado do ccom om a água que pode e ntra ntrarr nele – eeuu disse. – N Nãã o sei se foi feito para ficar em espaços abertos e aguentar trinta centímetros de neve derretida. – Ve Ve rem re m os, nã nãoo é m e sm smo? o? – Rec Recost ostaa ndo-se na j a nela nela,, eele le ra rasgou sgou pe peda daços ços de fita adesiva de um rolo e os entregou a mim para que eu pudesse fechar a fresta. – Com fita ade adesiva siva o suficie suficiente, nte, podem os c onser onsertar tar qualque qualquerr c ois oisaa – e le disse, disse, rindo.
– P e rfeito. rf eito. Vou lhe dar m il rolos de fita e m anda andarr você par paraa a Con Edison para ar a voc vocêê rree stabe stabelec lecer er o forne for necim cim ento de ene energia rgia.. Nós dois rim rimos os di disso. sso. O rádio fazia atualizações constantes a respeito do trem acidentado, da intensidade crescente da tempestade e da falta de eletricidade. Toda New England estava paralisada. Era mais uma Frankenstorm – nesse caso, uma poderosa oder osa tem pesta pestade de do norde nordeste ste que se choc chocou ou c ontra um sis sistem tem a de baixa pressão re ssão vindo do sudeste. Eles pre previam viam que ca cairia iria pouco m ais de um m etr etroo de neve na área de Nova York quando chegasse à costa. Mais de quinze milhões de pessoas essoa s nã nãoo ti tinham nham ene energia rgia e létric létrica, a, e m uit uitas as não tinham tinham com ida, a quec quecim imento ento nem ace acess ssoo a servi serviços ços ddee eem m ergência. As notícias sobre o acidente de trem eram uma confusão de informações conflitantes. Algumas testemunhas disseram que o exército chegou quase imediatamente, mas os canais de notícia só falaram sobre o acidente horas depois, levantando especulações de que o exército estava tentando esconder o ocorrido por por aalg lgum um m oti otivo, e não fforam oram divul divulgadas gadas as ccausas. ausas. Conforme as proporções da tempestade se tornavam mais claras, e os boatos a respeito do trem acidentado foram se espalhando, o clima no apartamento deixou deix ou de ser alegre e pass passou ou a ser tens tenso. o. Tirei o chapéu e o cachecol, abri o zíper da parca que Chuck havia me emprestado e tirei a crosta de neve que havia se alojado em minhas costas pela gola da blusa. Chuck foi até o balcão da cozinha, desviando de caixas e sacolas, para ar a acende ac enderr o a quec quecee dor m ovido a quer querosene osene,, e e ntão com e ç ou a procura proc urar r extensores. Naquele a quele m om omee nto, ou ouvim vimos os um umaa batida na porta e P am a par parec ecee u. – Já de volt volta? a? – per perguntei. guntei. Lauren e Sus usiie eescu scuttara aram m a batida batida e foram para a sala. Pam olhou ao redor como se estivesse encurralada. – Pre P recc isei iirr eem m bora bora.. – O que a conte contece ceu? u? – eu pe perguntei. rguntei. – Apenas Ape nas um m édic édicoo e m e tade das eenfe nferm rm e ira irass apa apare rece cera ram m hoj hoje. e. Fizem izem os o melhor que conseguimos, mas as coisas acabaram passando de pessoas preocupa re ocupadas das c om a gripe a viár viária ia a pessoa pessoass pe pedindo dindo rrem em édios e e xigi xigindo ndo aabrigo, brigo,
até que o gerador da em e m er ergência gência parou de funcio funcionar nar..
– Meu Deus De us – Laur Lauree n exc exclam lam ou, cobr cobrindo indo a boca c om um umaa das m ãos. – Te ntam ntamos os fe fecha char, r, m a s as pessoa pessoass se re recc usar usaraa m a sair. sair. As luz luzes es de emergência que funcionavam a bateria se acenderam, mas quando nós tentamos tirar todo mundo dali, as pessoas entraram em pânico e começaram a pegar qualquer coisa que conseguiam alcançar... – Pam começou a chorar, estremecendo e cobrindo o rosto com as mãos. – As pessoas não estão prepar re paraa das, porque ela elass a c re redit ditaa m que outras pessoa pessoass sem pre re resolv solvee rã rãoo o problem a, e norm alm ente é o que a c ontec ontece. e. – Ela sol soluçou. uçou. – Ma Mass de dessa ssa vez, nã nãoo tem os aj ud uda. a. Era verdade. De certo modo, os nova-iorquinos se sentiam invencíveis, por mais dependentes que fossem de sua infraestrutura complexa para sobreviver. a cidade pequena perto de Pittsburgh, onde eu havia nascido, o fornecimento de energia podia ser interrompido a qualquer momento devido a tempestades, ou mesmo depois de um carro bater em um poste, mas em Manhattan um blecaute por qualque qualquerr per período íodo que fosse er eraa quase incom incompre preensível. ensível. As listas listas de com pra prass de emergência dos moradores de Nova York incluíam coisas como vinho, pipoca de microondas e sorvete Häagen-Dazs, e o maior problema que enfrentavam durantee um desast durant desastre re costuma costumava va ser o ttédio édio.. – Há aj uda aqui, P Pam am – Chuck diss disse. e. – V Venha enha,, sente sente-se -se e tom tomee um umaa xíca xícara ra de chá. Estamos prestes a começar o show. – Ele segurava uma extensão e a balançou ala nçou no aarr. Lauren abraçou Pam, falando baixinho, e levou-a para a cozinha para esquentar água no fogão portátil. Chuck e eu voltamos a conectar os extensores no gerador. Tentaríamos acender umas luzes e ligar a TV para ver o que estava acont ac ontec ecendo endo na CNN. – As fof fofoca ocass no c orr orredor edor diz dizee m que tem m ais coisas alé além m do a cide cidente nte de trem – Chuck sussurrou para mim. – Estão dizendo que houve um acidente aéreo no JFK, JFK, e m ais coisas pelo país. – Que Quem m dis disse se iss isso? o? – per perguntei guntei com c om a voz bem ba baixa, ixa, senta sentando-m ndo-m e e m um umaa caixa. – Não disseram nada no rádio. – Eu permaneci em silêncio por um m om omento ento.. – Não di diga ga nada a ningu ninguém ém . Chuck ol olhou hou para Laur Lauren. en. – A fam fa m íl ília ia de dela la pa partiu rtiu antes do aaler lerta ta de gripe aaviár viária? ia?
A m ãe e o pai dela vi viaj aj ar ariam iam para o Havaí no ddia ia anterio anteriorr.
– Nã Nãoo ti tivem vem os notí notícc ias – re respondi spondi,, per perce cebendo bendo que não havia c om omoo receber rec eberm m os not notíci ícias. as. – Esper Esperoo que o GP GPS S não tenha ca caído ído c om toda e ssa ba bagunça gunça – Chu Chucc resmungou. – Há mais de meio milhão de pessoas voando a todo momento e, sem GPS, ooss ppil ilot otos os vvoando oando ssobre obre m are aress tteriam eriam de opera operarr m anualme anualment nte. e. Conec onectei tei o úl últi tim m o ca cabo. bo. – Vam Vam os lligar igar na CNN. D Devo evo ffaa ze r aass honras? honra s? Chuck m e de deuu a ré régua gua de forç forçaa na qual haví havíam am os ligado ligado a TV e cconectado onectado as lâmpadas. Ele foi até o sofá e pegou o controle remoto da televisão com a mão boa. – P e ssoal! – c ham ei. – Estam Estamos os prontos. Va m os fa fazze r um umaa c ontage ontagem m regressiva? Laurenn entrou nnaa sala. Laure – Ligue logo, Mic Mic hae hael.l. Deixe de eenrola nrolaçã ção. o. Eu dei de ombros. – Certo, vam os lláá . Quando liguei o cabo de força no gerador, várias das luzes que havíamos espalhado pela casa se acenderam, e a TV ligou. Ao mesmo tempo, todas as outras luzes na casa se acenderam, e os equipamentos da cozinha começaram a em it itir ir sons. Olhei Olh ei para o pl plugu uguee eem m m in inha ha m mão, ão, estu estupefa pefato to.. – Com Com o is isso so é possível? Chuck apontou para que eu olhasse para trás. Eu me virei e vi luzes acesas no prédio ré dio a nossa fre fr e nte, brilhando fr frac acaa s e m m e io a ra rajj a das de neve, neve , e então entã o e u perce er cebi: bi: – A e letricida letricidade de voltou? Chuck assentiu enquanto apertava os botões do controle. Todo mundo pegou uma xícara de chá e se reuniu no sofá. A tela da TV brilhou quando Chuc encontrou encont rou o ca canal nal ce certo rto.. Eu me preparei para o pior, esperando ver os destroços ardentes de algum avião em uma paisagem tomada por neve. A imagem tremeu, apareceu em blocos, pixelada, pixelada , ficou fic ou pre preta, ta, voltou e ffinalm inalmee nte se esta estabil biliz izou. ou. Um ca cam m po ver verde de apareceu, instável como se estivesse sendo filmado de um helicóptero, e, então, o que parecia um campo de casas destruídas. Casas destruídas. destruídas. Diminuíram o
zoom e a imagem aberta revelou uma cena de devastação em um vale verde,
com as encostas rochosas de um cânion subindo até o topo das montanhas a distância. – Onde é iss isso? o? P a re rece ce Mont Montaa na – eeuu dis disse, se, tenta tentando ndo ente entender nder o que eestáva stávam m os vendo. A legenda embaçada embaixo da imagem parecia trazer algo sobre a Chi hina. na. – Os cchi hineses neses ffiz izer eram am isso? isso? – Não Nã o – C Chuck huck re respondeu. spondeu. – Aí é a China. A imagem tremeu de novo. O som vinha em intervalos. Eu li o que estava escrito: Falha escrito: Falha na represa repre sa da Província Provínc ia Shanxi na China China de destr strói ói a ccidade, idade, ccente entenas nas odem ter morrido. Então, o som ficou claro. “... alertando as forças norte-americanas para recuarem. Os dois lados negam qualquer responsabilidade. Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU foi marcada, mas a China se recusou a participar, enquanto os stados sta dos Unidos já invoc invocaram aram o Arti Artigo go Ci Cinco nco do tratado tratado de de defesa fesa cole coleti tivv a da OTAN.” – Eles e st stãã o dec declar laraa ndo guer guerra ra?? – Ch Chuck uck per perguntou. guntou. Ele se leva levantou, ntou, caminhou até a televisão e bateu no decodificador. A imagem cheia de blocos se estabilizou. “ Este é o Professor Grant L Latham, atham, de Annapoli Annapolis, s, um eespec special ialist istaa eem m gue guerra rra de informação”,, o âncora da CNN apre informação” O que o senhor pode nos falar sobre apresent sentou. ou. ““O o que está acontec acontecendo, endo, prof professor? essor?” ” “Isso é éc iberescalada básica” básica”,, o professor Latham disse. “Ouvimos “ Ouvimos relatos de quedas de energia e nergia ppor or ttoda oda a C Chi hina, na, e eess ssee acidente na represa parece ser uma de várias falhas falhas de inf infraestrut raestruturas uras críti críticas, cas, mas não faz fazee mos ide ideia ia da abrangênc abrangência” ia”.. “Ciberescalada?”, “Ciberescalada ?”, o âncora perguntou. “Um ataque total c ontr ontraa sis sistemas temas e rede redess de com computador putador.” .” O âncora ânc ora pensou uum m pou pouco. co. “ O senhor tem alguma recomendação sobre como a população pode se reparar? Há algo que possa ser feito?” Oam professor respirou fundo e fechou os olhos antes de abri-los e olhar di diret retam ent entee paraLatham a ccâm âmera. era. “Rezar.”
19:20
– A febre fe bre dele fina finalm lmee nte ce cedeu deu – P a m diss disse, e, olhando par paraa o viso visorr no termômetro. Ela o mostrou a mim – 38 °C – e então o passou a Lauren, que se inclinou no berço er ço par paraa aca ac a lm lmaa r Luk Luke. e. O rosto dele a inda e stava bem ver verm m elho, m as ele se m os ostrava trava m enos iinqu nquiet ietoo e cchorava horava m enos. – E tenho certeza certeza que essa aí está está quebrada uebrada – Pam acr acrescent escentou ou,, exam examiinand nandoo a m ão eesq squerda uerda e inchada de Chuck huck.. Chuck fez fe z uma ca care reta. ta. – Não Nã o dá pr praa ffaa zer m uit uitaa coisa aagora gora – ele re resm smungou. ungou. – Posso P osso fazer um c ura urati tivo vo – Pa Pam m suger sugeriu. iu. – Ta Ta lvez depois. Nã Nãoo está tão ruim . Nós havíam ha víam os convidado P Paa m e Rory, alé além m de Chu Chucc k e Susie, pa para ra j anta antarr eem m nosso apartamento. Com a eletricidade restabelecida, o clima era animado, embora ainda nervoso, e a nevasca estava piorando. Quase 60 centímetros de neve tinham caído nas últimas 24 horas, e, segundo a CNN, mais uma tempestade estava a caminho. O clima lá fora, no entanto, era menos preocupante do que o drama surreal transmitido nas redes de notícias do mundo. Imagens do vilarejo destruído na China e da embaixada norte-americana dos Estados Unidos em Taiyuan tinham sido substituídas por imagens de bandeiras dos Estados Unidos em chamas no Teerã. Um vídeo denigrindo Maomé havia aparecido em uma rede iraniana e rapidamente se espalhou, criando conflitos no Paquistão e em Bangladesh. Pare Pa recia cia que o m mund undoo havi haviaa se vol voltado tado cont contra ra nós. nós. A fonte do vídeo era desconhecida, e os iranianos diziam ser do governo norte-americano. O presidente do Irã dizia que as tempestades na Costa Leste, a falta de eletricidade e o surto de gripe aviária eram a mão divina de Deus punindo unindo os m malignos alignos Est Estados ados Unidos. Pensar que o vídeo tinha sido enviado pelo governo americano era um absurdo completo, e claro que negaram tal acusação, mas era apenas um item
na longa lista de coisas que os governos do mundo estavam negando naquele dia. inguém assumia responsabilidade pelos acontecimentos recentes; ainda assim,
alguém tinha causado aquele caos ao mundo. A Internet de todo o planeta se alguém arrastava, derrubando serviços de empresa e de comunicação. A Europa foi quase tão afetada quanto os Estados Unidos – o caos havia causado problemas em bancos e filas intermináveis para a compra de alimentos, além de manifestações na Espanha e em Portugal. As únicas áreas relativamente não afetadas a Internet Halal doacesso Irã, a China atrás de ea Coreia doeram Norte, que mal tinha à Internet. Masseua Grande AméricaFirewall, era a mais conectada, e era a que mais sofria com o que quer que estivesse acontecendo. Teorias de conspiração entupiam as ondas de rádio e TV. Apesarr de tud Apesa tudoo is isso, so, ou ttalvez alvez po porr ccausa ausa dis disso, so, S Susi usiee insi insist stira ira eem m pre prepar parar ar uma um a ceia de Natal adequada. Tony iria ao nosso apartamento. Eu até sugeri convidar Richar chardd e sua eesp spos osa, a, m as a Laure Laurenn não se sent sentiu iu à von vontade tade com a sugest sugestão. ão. – P or que, de re repente pente,, você não quer o Ri Richa chard rd aqui? – pe perguntei, rguntei, provocando. rovoc ando. Chuck re revirou virou os olho olhoss par paraa m im im,, m mas as eeuu não conse consegui gui re resis sisti tirr. – Ele tem si sido do uum m am ig igão ão ul ulti tim m am ente. – Nã Nãoo acho ac ho um umaa boa ideia – e la re respondeu. spondeu. Na Naquele quele m om omee nto, Chu Chucc balança ala nçava va a c a beç beçaa e m sinal de re reprova provaçç ão, e Susi usiee olhava par paraa m im tam bém , então deixei deixei para lá. Estávamos ceando em nosso apartamento, uma vez que o deles estava atulhado de sacolas e garrafas de água. Dividíamos a tarefa de preparar a comida, assistir à CNN e beber cerveja. A imagem da TV aparecia em blocos e pixelada o dia todo e o som e stava int intee rm itente itente,, m a s não e ra a pena penass um problem a da região. re gião. A CNN inform ar araa que a s re redes des de tra transm nsmiss issão ão a ca cabo bo de todo o paí paíss enfre enfrent ntavam avam probl problem em as técni técnicos cos com a ba banda nda llar arga. ga. Imagens de tanques de guerra cercando o prédio da CNN apareciam de vez em quando, aparentemente para destacar como a operação constante da CNN era essencial à naçã nação. o. Tentei Tentei iim m agin aginar ar onde onde os tanq tanques ues est estavam avam em nos nossa sa cciidade. Seria bom ter te r uns tanq tanques ues por pe pert rtoo agora. – Está neva nevando ndo c om omoo nunca lá for foraa – Rory c om omee ntou. Dur Durante ante o dia, e le havia se esforçado para ir ao prédio do New York Times imes,, onde ele trabalhava com o jjornali como ornalist sta, a, um umaa profis profissão são ppar aralela alela à de rroma omancis ncistta. A CNN continuava transmitindo as notícias no fundo, enquanto
conversávamos.
“O Pentágono deixou muito claro, anos atrás, que se os Estados Unidos ofressem um ciberataque que resultasse na perda de vidas, o exército norteamericano responderia responderia com um ataqu ataquee cinético.” Eu passar passaraa a m aior parte do di diaa tentando aj udar os vi vizzinhos inhos a ffaz azer er com que o sistema de aquecimento funcionasse. A eletricidade havia voltado, mas a Internet estava congestionada, e o prédio todo era comandando por redes de IP. Os corredores já estavam aquecidos, então, grande parte da solução era si sim m pl plesm esmente ente deixar aabertas bertas as portas do doss apar apartam tamento entos. s. “... ataque cinético significa o uso de armas convencionais, bombas e tanques...” Claro, os Borodin estavam bem e não precisavam de ajuda. Quando fui vêlos, novelas russas estavam sendo transmitidas de novo, enquanto Aleksandr dormia em frente da televisão. Depois do jantar, eu levaria um prato de comida para ar a eeles. les. – Eles estã estãoo re rem m ovendo a neve ape apenas nas das a venida venidass princ principais ipais – Rory continuou. – A neve acumulada na calçada da rua Oito está mais alta do que eu. A autoridade portuária e a Penn Station já estão cheias de pessoas. presidente ac acaba aba de de declara clararr estad estadoo de em emergênc ergência ia na nacional cional,, invocando “ ... o presidente o Ato de Staf Staffor fordd para trazer o eexx érc ércit itoo para territ território ório...” ...” Eu havia acabado de ir até a porta da frente de nosso prédio. Além do toldo da entrada, a neve chegava quase à altura da cintura, a temperatura estava abaixo de zero e o vento era forte. Não era o tipo de clima que me atraía para fora de casa, e fiquei impressionado por Rory ter enfrentado praticamente vinte quarteirões quartei rões para chegar ao trabalho num dia com comoo aquel aquele. e. A CNN pr prosseguia. osseguia. “ Sessenta milhões de pessoas são afetadas por essa tempestade na Costa Leste, e, apesar de a eletricidade ter sido restaurada em diversos locais, vários milhões de pessoas ainda estão sem energia elétrica, e os serviços de emergência estão totalmente tot almente int interrompidos.” errompidos.” Olhei Olh ei para a tel televis evisão, ão, e então para Rory. – Estam os eem m guer guerra ra?? El Elee s j á estã estãoo bom bar bardea deando ndo a Chi China na?? – Eu nã nãoo eestava stava brincando. rinca ndo.
Rory deu de ombros.
– Nosso m aior ini inim m igo no m om omento ento é essa tem pestade pestade.. Aque Aquele le prof professor essor Latham que deu entrevista para a CNN hoje de manhã estava só sendo dramáti dram ático co di diant antee das câm era eras. s. – Ah, fala fa la sér sério! io! – Eu aponte aponteii par paraa a televisão. – Você está m e diz dizendo endo que tudo isso é uma coincidência? A China estava declarando guerra ontem depois de nos acusar de afundar um de seus aviões. Em seguida, a falta de eletricidade, a batida do trem tre m ... – Ele tem raz ra zão – Chuck c oncor oncordou. dou. – Alguém e stá fa fazze ndo algum algumaa ccoisa. oisa. – Sim – Rory re respondeu spondeu –, algué alguém m está fa fazze ndo algum algumaa c oisa, m as não se pode bom bar bardea dearr todo m mundo undo no pl plane aneta ta qua quando ndo a IInter nterne nett ca cai.i. – Deve De ve se serr a Ch China ina – insi insisti sti,, bala balança nçando ndo a ccaa beç beça. a. – P Por or qua quall out outro ro m oti otivo vo nós os teríam teríamos os cont contra ra-atac -atacado? ado? – Está se refe re ferindo rindo ààquele quele vil vilaa re rejj o de destruído struído pela re repre presa? sa? – Rory pe perguntou. rguntou. Eu assenti, e ele coçou a nuca, contraindo os lábios. – O exército norteamericano não admitiu ter atacado. E a China não declarou guerra. Eles estão negando tudo. Aquele cara na TV era apenas o governador da província de Shanxi tentando chamar a atenção. Ele tinha sido tirado do processo do Politburo... – Ninguém e stá a dm dmit itindo indo nada nada!! P ode ser um ata ataque que virtual – e u proteste protestei,i, m in inha ha voz ficando m mais ais al alta ta quand quandoo m mee levantei e aapon pontei tei ppela ela j anela a neve que caía ca ía –, ma mass pess pessoas oas de verdade verdade estão morrendo morr endo po porr aaí! í! – Rapazes! – alguém a lguém c ham ou noss nossaa aatenç tençãã o. Era Susie, olhando par paraa nós com c om os olhos arregalados. – Fiquem quietos, por favor! As crianças estão dormindo. – Desculpa De sculpa – eeuu dis disse, se, eenca ncabulado. bulado. – P odem desligar iss isso, o, por fa favor? vor? Ac Acho ho que j á vim vimos os o suficie suficiente nte por hoj hojee – ela acrescentou. – Mas podem os per perder der algum algumaa notícia notícia... ... – Mik Mike, e, se você não desligar desligar,, vai per perder der uma um a re refe feiçã içãoo m uit uitoo boa – La Laure urenn diss disse. e. – V Venham, enham, vocês arrum am a m esa. Peguei Pe guei o cont control rolee re rem m oto oto e olhei olhei para a tel televis evisão. ão. “ ... neste momento, a questão é o que constitui uso de força, mas com certeza houve perda de vidas. Houve a confirmação de mais de cem mortos no acidente
da Amtrak nesta manhã, e dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas; oito
mortes por suspeita de gripe aviária; e outras doze devido à falta de eletricidade e dos saques.” Desliguei.
21:00
Velas lançavam uma luz fraca e estávamos de mãos dadas. No silêncio, o vento uivava pela escuridão lá fora, balançando as persianas e querendo entrar. Tentei iim m agin aginar ar o qu quee seria das pob pobre ress alma almass qu quee estavam estavam presas lá fora naquele momento, nos caminhos intrincados que as obrigava a lutar contra a natureza, sozinhas e passando frio. Os dedos de Lauren apertaram os meus, e eu sorri para ela, para que não se sentisse sozinha. – Deus, De us, por fa favor, vor, ccuide uide de nós e m ante antenha nha eestas stas pessoas, nossas ffaa m ílias, ílias, eem m segurança – Susie orou. – Agradecemos por esta comida, e pelo dom da vida. Rezam ezamos os pela segura segurança nça de todos todos,, e que o S Senhor enhor nos gui guiee aaté té a luz luz. Silêncio de novo. Estávamos sentados nos banquinhos do nosso bar, dispostos em semicírculo ao redor do balcão preto de granito da cozinha. Era a coisa mais próxima róxim a de um umaa m esa de j anta antarr que tí tínham nham os. Eu havia posi posicc ionado nossa pequena eque na á rvor rvoree de Na Natal tal eem m um umaa ponta do ba balcã lcão, o, per perto to da pa pare rede. de. Ela pisca piscava va com suas lâmpadas vermelhas, amarelas e azuis sob a iluminação do teto. Lauren havia acendi ac endido do al alguma gumass vvelas elas com perf perfume ume de bauni baunilh lhaa que trem ulavam ulavam entre nós. – Am ém ! Va m os com er er!! – Chu Chucc k exc exclam lam ou com entusiasm entusiasmo, o, e o ruído de seres humanos hum anos ssendo endo sser eres es huma humanos nos tom tom ou a sala eenqu nquanto anto comíam os. os. Eu não estava sentindo muita fome, mas quando começaram a dispor os pratos ra tos sobre o balc balcãã o c om pe peru, ru, fa farof rofa, a, purê de bata batata ta doce e batata bata ta a ssada e mais, meu estômago começou a roncar. Pelo modo como os outros estavam enchendo seus pratos, eu não era o único. – Você ocêss têm fr freque equentado ntado a igre igrejj a nos últ últim imos os tem pos? – Chu Chucc k pe perguntou rguntou com um sorriso, pegando uma das coxas do peru. Ele notara minha hesitação quando Susie pediu para que todos dessem as mãos para rezarmos. El Elee est estava ava m e prov provocando. ocando. A ig igrej rej a tra trazzia lem lembrança brançass de m manhãs anhãs tedi tedios osas as de domingo quand domingo quandoo eu er eraa ccriança, riança, sentado iirre rrequi quieto eto no noss bancos com m eus iirm rm ãos. Enquant Enq uantoo o past pastor or fa fallava sem para pararr sobre ccoi oisas sas qu quee eu não eent ntendi endia, a, eeuu puxava puxava
as costuras das almofadas, balançando as perninhas acima do piso de linóleo desgastado.
– Ta Ta lvez sej sejaa o ccaa sti stigo go de De Deus us aaos os pe pecc ador adores es de Nova York – Chuck brincou enquanto colocava molho no prato. – Aposto que tem um bando de amish na Pensilvânia neste exato momento que está rindo por último. Prestando pouca atenção ao que ele dizia, apenas assenti. À minha direita, Pam perguntava a Lauren se a família dela havia chegado no Havaí. Lauren respondeu respon deu que ac acre redi ditava tava que si sim m, m mas as deu de om ombros bros,, e P Pam am pergunt perguntou ou ppor or que ela não havia ido com eles. Lauren hesitou, e então mentiu, dizendo que não teve vontade de ir. Lauren havia praticamente implorado para que eu fosse; eu me perguntei er guntei se e la e stava a pena penass c ontando um umaa m e nti ntira ra inofe inofensi nsiva va par paraa m e proteger, rotege r, ou se esta estava va enve envergonha rgonhada da dem ais par paraa dizer dizer a ver verda dade. de. Se eu tivesse tivesse deixado a família dela pagar a viagem, poderíamos estar a milhões de quilômetros, assistindo ao desenrolar de todo esse drama em alguma praia ensolarada, e Chuck provavelmente teria se trancado em segurança em seu esconderijo. Mas estávamos estávam os ppre reso soss em Nova Y York ork,, e er eraa m inha inha ccul ulpa. pa. Ao ouvir Luke gorgolejar pela babá eletrônica, senti o estômago revirar e pousei o garfo gar fo cche heio io de ccaa rne de pe peru ru no pr praa to. – Você Você c onseguiu fa fazzêê-la la funciona f uncionar? r? Hesitei. – O quê? quê ? – A Inte Interne rnet,t, você c onseguiu fa fazzêê-la la ffunciona uncionarr hoj e à ta tarde rde?? – R Rory ory pe perguntou rguntou do outro outro lado do balc balcão. ão. Dem orei um in inst stante ante par paraa pensar pensar.. – Sim im,, hum hum... ... bem , não – ga gaguej guej e i. – Co Consegui nsegui ac acesso, esso, m a s e stava extrem ext rem am ent entee lent enta. a. Rory assentiu. – O pessoa pessoall de T.I. do New York Times imes diz que a Internet está totalmente afetada, afe tada, de pont pontaa a pon ponta. ta. El Eles es terã terãoo de troca trocarr tudo e re rein iniiciar pon ponto tos, s, um por um , no mundo to todo, do, com comoo llimpar impar uma cidade ca casa sa por casa. Eu assenti, assenti, ssem em entender m uito uito bbem em . – Qua Quando ndo foi a últ últim imaa vez que você c om omeu eu ca carne rne?? – Ch Chuc uckk per perguntou, guntou, apontando o frango falso, feito com vegetais, no prato de Rory. Susie havia feito alguns pratos especiais para eles.
– Há m ais de um umaa déc década ada – Rory re respondeu. spondeu. – Ac Acho ho que não c onseguiria mais comer.
– Carne é assassinato. – Chuck riu. – Assassinato saboroso, bem saboroso. Você se surpreenderia se soubesse o que é capaz de comer em caso de necessidade. Rory sorriu. – Ta Ta lvez lvez.. – O que e stão diz dizee ndo no Times Times?? – Laur Lauren en pe pergunto rguntouu a Rory. – Ei! – Susie Susie re resm smungou, ungou, contra contraria riada. da. – Pe P e nsei que nã nãoo fa falar laríam íam os sobre isso. – Só quer queria ia sabe saberr se e les sabe sabem m de algo que não foi a nuncia nunciado do no noticiá noticiário, rio, sabe? Aviões... Todo odoss se ccalara alaram m. – Nada Na da a respeito re speito de ne nenhum nhum a cide cidente nte aaér éree o ou de outros m meios eios de tra transporte nsporte – Rory explicou. – Mas m al e stam stamos os re recc ebe ebendo ndo inform a ç ões, e o que esta estam m os ouvindo é uma baita contradição. – Com Com o assim assim?? – Mesm Mesmoo depois do 11 de Sete etem m bro, dem ora orara ram m sem a nas par paraa e ntende ntenderr o que estava acontecendo. Esses ciberataques parecem estar vindo da Rússia, do Oriente Médio, da China, do Brasil, da Europa, até mesmo de dentro dos próprios Estados Unidos U nidos... ... – Chega! Chega ! – Sus Susie ie eexcla xclam m ou, eergue rguendo ndo o ga garf rfo. o. – P or fa favor, vor, podem os fa falar lar de outra coisa? – Eu só... – Rory Rory com eç eçou ou a diz dizee r, m a s S Susi usiee o inter interrom rom peu. – A e letricida letricidade de volt voltou, ou, algo pe pelo lo que m e e squec squecii de aagra gradec decer er a Deus De us – ela o interrompeu, sorrindo –, e tudo isso provavelmente terminará amanhã e vocês poderã oder ã o falar fa lar sobre o a ssunt ssuntoo até se ca cansar nsaree m . Mas e u gost gostar aria ia de fa fazzer um umaa ceia ce ia de Natal baca bacana na e norma normal,l, então, ppor or fa favor vor.. – Esse per peruu nã nãoo e stá incr incrível? ível? – Ch Chuc uckk pe perguntou rguntou e m voz a lta, lta, m udando o assunto. assunt o. – V Vam am os fazer um brinde a nos nossas sas li lindas ndas esposas! Ergui m in inha ha taç taçaa j unt untam am ente ccom om Chuck e Rory. – À m inha linda eesposa sposa – eeuu diss dissee a La Laure uren. n. Ela fixou f ixou o ol olhar har em m e us olho olhos, s, mas logo o desviou. Estiquei o braço e tentei virar o queixo dela para mim, mas ela se afa a fast stou. ou. – O que foi? – suss sussurr urree i.
– Não Nã o foi nada nada.. – Ela olhou em m e us ol olhos. hos. – F Fee liz liz Na Natal. tal.
Eu bebi bastante vinho da taça que estava segurando, mas Lauren mal beberic ebe ricou ou o dela dela.. – Fe Fe li lizz Na Natal tal par paraa você tam bém , quer querida. ida. * – Só Só por um m inut inuto? o? – per perguntei guntei de novo. Lauren suspirou e pegou uma tigela da pia da cozinha, cheia de água com sabão. Ela começou a esfregá-la. Nós havíamos mandado todos embora, oferecendo-nos para lavar a louça, já que Susie havia preparado todo o jantar. Estávamos tomando uma taça de vinho à luz de velas enquanto lavávamos os pratos ra tos.. Eu queria ligar na CNN para ver o que estava acontecendo. Passara a noite to toda da ansi a nsioso oso para fa fazzer isso. isso. – Certo, só um m inut inuto, o, m as quer queroo c onver onversar sar logo – e la ce cedeu, deu, olhando ins nsis istent tentem em ente par paraa m im. – P Pre recis cisam am os conv conversar ersar,, Mi Mikke. Aquilo pareceu ser ruim, e eu parei de secar a panela que estava segurando. Depoiss de eencher Depoi ncher o prato de ccomida omida durante o j antar, tinha tinha perdido ttot otalm almente ente o apetite. Lauren permanecera calada, evitando meu olhar, mas podia estar só preocupa re ocupada da ccom om sua ffam am íl ília... ia... – Sobre o que quer conve conversa rsar? r? – pe perguntei, rguntei, tentando par parec ecer er c asua asual.l. Meu couro cabelu cabe ludo do formigava. Ela respirou r espirou fundo. – Vam Vam os ttee rm inar de la lavar var a louç louçaa pr prim imee iro. Olhei para eela, Olhei la, ssegurando egurando a panela com uma das mã mãos os e o pano de prato com a outra, mas ela voltou a atenção para a pia, esfregando cuidadosamente. Balançando a cabeça, guardei as últimas panelas e tigelas, coloquei os últimos copos na lava-louça, e então joguei o pano de prato em cima do balcão. Sequei as mãos na calça jeans e peguei o controle remoto. Lauren Laur en suspi suspirou rou aalt ltoo de novo. Imedi Im ediatam atament ente, e, a CNN ap apare areceu. ceu. “ Esta é a quart quartaa v e z na hist históri óriaa que as for forçç as armadas ele elevaram varam o nível níve l de .” alerta para DEFCON para DEFCON 33.” – Como Com o éé?? – Eu m e sente senteii em nosso sofá sofá.. La Laure urenn ha havia via la larga rgado do a pane panela la que
estivera esfregando. Imagens de um porta aviões tomaram a tela gigante na parede ar ede da sa sala. la. De Dessa ssa ve vezz er eraa um dos nos nossos. sos.
“ As outr outras as três v eze ezess e m que nosso e x érc ércit itoo e stev stevee em DEFCON 3 fora foram ma Crise dos Mísseis de Cuba em 1962, quando chegamos à beira de uma guerra nuclear com a Rússia...” – O que e stá aaconte contece cendo? ndo? – Laur Lauree n per perguntou. guntou. “... a Guerra do Yom Kippur, de 1973, quando Síria e Egito fizeram um ataqueurpresa em e m IIsrael, srael, quase dando início a outra guerra nucle nuclear ar...” ...” – Não Nã o sei – re respondi spondi,, bala balança nçando ndo a ccabe abeçç a . La Laure urenn se se sentou ntou ao m meu eu la lado. do. “... e, é claro, no 11 de Setembro, quando fomos atacados por forças desconhecida desconhec idass que se provara provaram m vvin indos dos da Al Al-Qae -Qaeda da.” .” Com omec ecei ei a m mee levantar para ir ao apartam ento de C Chuck huck para ver se eelle sabia de mais alguma coisa, mas Lauren esticou o braço e me segurou. Sem questi ques tionar, onar, eu m e sent sentei ei e vol voltei tei minh minhaa atençã atençãoo para a tel televis evisão. ão. informaç ormação ão que rec recee bem bemos os é que o CENT CENTCOM, uma das redes rede s de “ A única inf comunicação do Comando e Controle do exército dos Estados Unidos, foi comprometida...” – Mik Mike , podem os desli desligar gar iss issoo um pouco? Franzi o cenho ao olhar para a televisão, tentando entender o que estava acontecendo. Várias redes secretas tinham sido infiltradas, desde a NSA (a Agência de Segurança Nacional) até as unidades militares em posições avançadas. Eles não sabiam a extensão da infecção, nem seu propósito. Nosso exércit exér citoo ssee pre prepara parava va para algu algum m ti tipo po ddee aataqu taque. e. Eu – Por P or vor, para Mik Mikee ,ela, desligue – La Laure uren repetiu. re petiu.sem acreditar. meffaavirei balançando a ncabeça, – Está falando fa lando sér sério? io? Que Querr c onver onversar sar agor agora? a? O m undo eestá stá pr pree stes a explodir e você qu quer er conv conversar? ersar? Os olhos olhos dela se enc enchera heram m de lágrima lágrimas. s. – Então, deixe o m undo se ince incendiar ndiar,, m as e u pre precc iso ffaa lar com você agora mesmo.. Precis mesmo Pre cisoo llhe he contar um umaa ccoi oisa. sa. Meu coração se acelerou. Eu sabia o que ela ia dizer, e não queria ouvir. Cerrei os dentes e balancei – Isso não pode e sper speraa r?a–cabeça. pergunte perguntei.i. – Não. Nã o. – Lá Lágrim grimaa s e scor scorria riam m por seu rosto. – Eu... – ela gague gaguejj ou. – Eu,
hum... “ Ac Acabamos abamos de rec recee ber um alerta de em emee rgênc rgência ia do De Depart partame amento nto de
Segurança Nacional. Ai, meu Deus...” O âncora da CNN não sabia o que dizer. Lauren e eu nos viramos para a televisão. “... o DHS (o Departamento de Segurança Nacional) está relatando vários alvos aéreos desconhecidos e não identificados sobre o território americano, e está pedindo pe dindo ao públ público ico quaisquer infor informaç mações...” ões...” E ent e ntão, ão, tudo fi ficou cou eescuro. scuro. O ruído das máquinas ao fundo parou, e fiquei olhando para a escuridão na qual o âncora âncor a da CNN eest stiv iver eraa um segundo ant antes. es. S Sóó consegui ou ouvi virr aass batidas batidas de meu coração e o sangue correndo em meus ouvidos. Esperei prendendo a respiração, uma parte de mim esperando que o flash de uma explosão termonuclear queimasse minhas retinas. Mas só ouvi o uivo baixo do vento do lado de fora, enquanto meus olhos se ajustavam à luz fraca das velas ainda acesas no balcão da cozinha. Os segundos se passavam. – Vam os pega pegarr o Luk Lukee e ir par paraa o apa aparta rtam m ento a o lado, está bem ? – fa falei, lei, vacilante. – Vamos descobrir o que está acontecendo. Lauren segurou segurou me meuu braço. – Por P or ffaa vor – eela la im implorou. plorou. – Pr Prec eciso iso c oloca olocarr isso par paraa ffora ora.. – Sér ério? io? – A ra raiva iva e o m e do que eu sentia fe fervilhava rvilhavam m . – Você pre precc isa conversar conv ersar agora? – Sim Sim.. – Nã Nãoo quer queroo ouvir iss issoo – re rebati. bati. – Nã Nãoo quer queroo ouvir que você e stá dorm indo com o R Riichar chard, d, qu quee sent sentee m uito uito,, que nun nunca ca qui quiss m magoar agoar ningu ninguém ém . Ela começou a chorar. – Você Você e scolhe este este momento – gritei –, este maldito momento... – Não Nã o sej a um c re reti tino, no, Mi Mikke – eela la disse aaos os pra prantos. ntos. – P Por or ffaa vor, nã nãoo fique tã tãoo bravo. ra vo. – Eu sou o ccre reti tino? no? V Você ocê está dorm indo com outra pessoa e e u sou o c re reti tino? no? Vou matar aquele filho da puta. – Por P or ffaa vor vor... ... Eu a encar e ncarei, ei, e ela olh olhou ou ppar araa m im de m odo desafiador desafiador..
– O QUE FOI OI?? – eu gritei, er erguendo guendo as m ã os. Luk Lukee com e ç ou a chor choraa r a o fundo.
À luz instável da vela, ela cobriu a boca com uma mão trêmula e respondeu: – Estou Estou grá grávida. vida.
DIA 3: DIA DE NATAL, 25 DE DEZEMBRO 9:35 – Você Você não pe perguntou rguntou se eera ra seu, perguntou? pe rguntou? Parei Pa rei ddee ca cavar var e bufei bufei.. – Você Você per perguntou, guntou, nnéé ? – C Chuck huck riu. – V Você ocê é u m cr creti etino. no. Abaixei a cabeça e esfreguei o rosto com a luva cheia de neve. – E digo isso isso da m melhor elhor m a neir neiraa possível, m meu eu aam m igo. – Obr Obrigado. igado. – Suspi uspire rei,i, ba balanç lançaa ndo a ca cabeç beçaa , e m e a baixe baixeii par paraa tira tirarr m ais uma pá de neve. Chuck recosto re costou-se u-se na porta. – Não Nã o se torture tanto. Ela va vaii per perdoar doar você você.. É Na Natal. tal. Resmunguei e me dediquei a terminar de cavar. Pam havia enfaixado a mão de Chuck, por isso sua mão estava imobilizada, e ele, incapaz de cavar. Sorte minha. – Você pre precc isa par parar ar de im imaa ginar coisas – Chu Chucc k continuou –, para pa rarr de ver coisas onde não existem. A mulher é louca por você. – Se Se i – mur murm m ure urei,i, nem um pouco cconvenc onvencido. ido. Ainda estava nevando, não tão forte quanto o dia anterior, mas ainda assim... era o Natal mais branco que Nova York já tinha visto. Tudo do lado de fora estava coberto, e mal se podia adivinhar que os montes embaixo do grosso carpete de neve eram os carros estacionados na rua 24. Essa Nova Yor silenciosa e coberta era horripilante. Depois do blecaute, não vimos nuvens em formato de cogumelo no horizonte, então acreditamos que o pior não havia acontecido. Alguns de nós saíram e atravessaram atravessara m doi doiss qu quar artteirões que levavam até os pí píer eres es de Chel Chelsea, sea, fforça orçando ndo ooss olhos para ver na escuridão nevada além do rio Hudson. Eu esperava ver ou ouvir alguma coisa, um avião de combate lutando contra um inimigo invisível, mas não. Depois de algumas horas tensas, nada aconteceu, a não ser a neve que ficara cada vez mais alta. Quando a eletricidade caíra, Chuck acionara o gerador. O cabo de fibra óptica da Verizon em nosso prédio deveria ter funcionado mesmo em caso de blecaute
– a ssumindo que fosse possí possível vel for forne nece cerr ene energia rgia par paraa ligar ligar a TV e o decodificador. Quando tentamos a CNN, a imagem e o som ficaram
embaralhados por algumas horas, e, então, a imagem sumiu totalmente. Era a mesma coisa com todos os canais. As estações de rádio ainda transmitiam, mas as notícias eram conflitantes demais. Algumas diziam que os alvos aéreos não drones que tinham invadido o espaço aéreo norte-americano; ident dentifi ifica cados dos eram drones outras diziam que eram mísseis e que cidades inteiras tinham sido destruídas. Pertoum de ti meia-noite, oataque. presidente fez umoupronunciamento breve dizendo que houvera houvera tipo po de ccib iber erataque. Ele in inform form qu quee a extens extensão ão aain inda da eest stava ava sendo avaliada, e que o governo ainda não tinha informações a respeito dos alvos aéreos não identificados, exceto que não haviam recebido notícias de cidades do país que ti tivesse vessem m sido aatac tacada adass ffisi isicc a m e nte. Ele não diss dissee nada sobre drones drones.. A eletricidade havia voltado em muitas regiões; pelo menos, era o que dizia o pronunciam ronunc iam e nto. M Maa s nós ainda eestáva stávam m os sem e letric letricidade idade.. – Tem c e rte rtezza de que pre precc isam isamos os fa fazze r iss isso? o? – per perguntei. guntei. – Ontem , a eletri eletricidade cidadetivera volt voltou oua depoi depois aalg lguma umas s horas. Pr Provavel ovavelm m entedavol voltará taráNão até tiraríamos de tarde tarde.. Chuck ideia sdedetirar o combustível dos carros rua. tudo de um carro só, ele argumentara, e, de qualquer modo, os veículos não iriam a lugar nenhum no futuro próximo. Precisávamos de mais combustível para ar a o ge gera rador dor.. Ga Gasoli solina na não er eraa a lgo que e ra per perm m itido itido se estoca estocarr e m loca locais is fechados, e imaginamos que os postos de combustível estariam fechados. – O preve pr evenido nido vale por dois, dois, m mee u avô se sem m pre diz dizia ia – Chuck re respondeu. spondeu. Enquant Enq uantoo est estávam ávam os ddentro entro de ca casa, sa, o pl plano ano pare parece cera ra bom; do lado lado de ffora, ora, a história era outra. A simples tarefa de abrir a porta dos fundos foi uma aventura, por conta da neve ac acum umulada ulada c ontra e la. Mal conse consegui gui em purr purráá -la -la,, e passei passe i 20 minutos tirando a neve do lado de fora da porta, apenas o suficiente para ser capaz de abrir o resto. – Muito Muito be bem m , va vam m os lá – eeuu diss dissee a Chuck e nquanto ter term m inava de tira tirarr o re resto sto da neve. Ele abriu a porta, pisou na neve do lado de fora e caminhamos com a neve na altura da cintura até o carro mais próximo. Por baixo de todas as camadas de roupa, eu estava suando, minha pele pinicava e a sensação predom re dominante inante er eraa a de desc desconfor onforto, to, enqua enquanto nto m eu rosto e m e us pés e stava stavam m adormec adorm ecid idos os pel peloo fr frio io.. – Me lem bre de c om ompra prarr botas de anda andarr na neve par paraa o próximo próxim o desa desastre stre –
Chuck comentou, rindo.
Depois de tirar sessenta centímetros de neve de cima do primeiro carro, descobrimos que a tampa do compartimento de combustível estava trancada, então passamos para o veículo seguinte. Com ele, tivemos mais sorte. Depois de passar assa r c inco m inut inutos os aafa fastando stando a neve neve,, ccoloca olocam m os o ga galão lão va vazzio na posi posiçç ão m ais baixa que c onseguim onseguimos os e ins insee rim rimos os um tubo de borr borraa cha no tanque de combustível. – Eu m e lem bro de ter com pra prado do esse tubo par paraa proce proc e dim dimentos entos m é dicos e , na ocasião, fiquei tentando imaginar como iria usá-lo – Chuck recordou, aj oelh oelhando-s ando-see na neve. – Ago Agora ra,, eu sei. Segurei a ponta do tubo para ele. – Eu esca e scavei. vei. Ac Acho ho que puxa puxarr é c om você você.. – Eu nunca tinha tinha ffee ito ito aquilo. – Tá bom bom.. – Ele se a baixou e e ncostou os lábios no tubo. De Depois pois de tentar algumas vezes, ele parou para tossir, mantendo o polegar firme na ponta do tubo. Por fim, eele le consegu conseguiiu. – Fe li lizz Na Natal! tal! – provoque provoqueii e nquanto ele c onti ontinuava nuava c urva urvado, do, tos tossindo sindo e cuspindo gasolina. Ele se abaixou e enfiou a ponta do tubo no galão, e tirou o polegar. O som agradável do líquido ecoava do galão. Estava dando certo. Eu fiquei impressio impr essionado. nado. – Nada Na da m a u. Ele secou a saliva no canto da boca com a mão enfaixada e sorriu para mim. – Aliás, para par a béns pe pela la gra gravidez videz.. Sentado ali na neve, um lampejo de memória da minha infância me veio à m ente, de quando me meus us iirm rm ãos e eeuu saí saíam am os ppela ela porta dos fund fundos os ddee nossa nossa ca casa sa pequena eque na e m P it ittsbu tsburgh rgh pa para ra c onst onstruir ruir for fortes tes de neve depois de um umaa tem pestade pestade.. Eu era o mais jovem, e me lembrei de minha mãe saindo de casa para nos ver. a verdade, ela ficava de olho em mim, conferindo se meus irmãos travessos não tinham me enterrado na neve. Agora eu tinha minha própria família a proteger. Talvez, sozinho, eu pudesse parti ar tirr em dire direçç ão a o m undo host hostil il com um umaa m oc ochil hila, a, sobreviver sobre viver e enf enfre rentar ntar o que surgisse, mas com filhos tudo se tornava totalmente diferente. Respirei fundo e olhei para a neve que caía.
– É sér sério, io, pa para rabéns. béns. Se i que é o que você quer queria. ia. – Chu Chucc k se inclinou inclinou e colocou a mão no meu ombro.
Olhei dentro do galão de doze litros apoiado na neve. Cerca de 30% dele já tinha sido cheio. – Mas não nã o é o que ela quer queria. ia. – O quê? quê ? Quanto quero contar? contar?M as não fazi f aziaa senti sentido do guarda guardarr aaqui quilo. lo. – Ela ia fa f a zer um a borto. Chuck tirou a mão de meu ombro. Flocos de neve caíam ao nosso redor. – Um abor aborto? to? Senti me meuu rost rostoo cora corando. ndo. – Se Se i lá lá . F Foi oi o qu quee ela m e dis disse. se. Ela esta estava va eesper sperando ando aass fe festas stas passar passarem em . – De quantos m mese esess ela está está?? – Talvez alve z de dezz sem a nas. Ela soube quando fiz fizem em os a fe festa sta do Dia de Ação Aç ão de Graças, quando a família dela estava aqui e seu pai ofereceu aquela vaga na firma de Boston. Chuck contraiu os lábios, sem nada dizer. – Você sabe que o Luk Lukee foi um a cide cidente... nte... um a c idente fe feli lizz, m a s, a inda assim, um acidente. O pai de Lauren queria que ela fosse a primeira mulher no Senado por Massachusetts ou coisa assim. Ela estava sob forte pressão, e acho que eu não est e stava ava prest prestando ando atenção. – E ter outro bebê a gora gora... ... – Ela não nã o ia ccontar ontar a ninguém ninguém.. Ia a Boston no Ano Novo. – Você Você c oncor oncordou dou em ir a Bo Boston ston?? – Ela iria soz sozinha, inha, e se se sepa para raria ria se eeuu não ffosse. osse. Chuck desviou o olhar quando uma lágrima desceu pelo meu rosto. Ela congelou no meio do caminho. – Sint Sintoo m muit uito, o, ca cara ra.. Eu me endi endireit reitei ei e balancei a ccabeça abeça.. – Bem, Bem , is isso so tu tudo do ac acaa bou, pelo m mee nos por eenquanto. nquanto. O galão estava quase cheio c heio.. – Ela vai c om ompletar pletar 30 anos no m ês que vem – Chu Chucc k lem brou. – Da Datas tas importantes assim podem causar muita confusão nas pessoas, sobre o que é realmente importante.
– Está c lar laroo que e la dete determ rm inou o que e ra im importa portante. nte. – Eu tire tireii o tubo do galão, e a gasolina esguichou em mim, molhando minha luva. Soltei um palavrão
e comecei a rosquear a tampa para fechar o galão. Ela emperrou e xinguei de novo. Chuck se inclinou para a frente e apoiou a mão com luva na minha para me deter. – Va Va i com c alm a, Mi Mikke . V Vaa i com ca calm lmaa com você m e sm smoo e ainda m a is com ela. Ela não fez f ez nnada. ada. A Apenas penas pensou pensou em fazer alguma coisa. Aposto que você já pensou e m faz fa ze r m uit uitas as c ois oisaa s que não de deixar ixariam iam m uit uitaa gente be bem m impressionada. – Mas pensar pe nsar e m fa fazze r aalgo lgo assim... – Ela está c onfusa onfusa,, e não fe fezz nada nada.. Ela Ela prec precisa isa de você agora. O Luke precisa de você agora. – Ele pegou o galão com a mão boa e se levantou, voltando a afundar-se na neve e escorregando para o lado. Ele olhou para mim e emendou: – Eu preciso pre ciso de voc vocêê , agor agoraa . Balancei a cabeça, peguei o galão dele. Começamos a voltar para o nosso prédio. ré dio. – P or que você a cha que a CNN não volt voltou ou ao ar ontem à noit noite? e? – Ch Chuc uc perguntou. er guntou. – As redes re des de tra transm nsmis issão são loca locais is prova provavelm velmee nte estã estãoo conge congesti stionada onadass – especulei. – Ou os geradores ficaram sem energia. – Ou a CNN foi bom bomba barde rdeada ada – Ch Chuck uck ffalou alou de brinc brincade adeira ira.. – Não Nã o que e u sejaa to sej total talm m ente ccont ontra ra is isso so.. – Os gra grandes ndes c entr entros os de proc procee ssam ento de dados c ost ostum umam am m ante anter r combus com bustí tível vel o su suficient ficientee par paraa ffaz azer er os gera geradores dores reserva reservass ttraba rabalh lhar arem em uma umass cem horas. Não foi isso o que o Rory tinha dito? – Acho Ac ho que eele le diss dissee que oo New New York Ti Time mess tem tudo isso. – Ele olhou ao redor para ar a a neve a cum ulada nas rua ruas. s. – Nã Nãoo have haverá rá com o re reaa bastec bastecee r por um bom tempo. Ao chegarm chegar m os ao prédio, vim vim os que a neve j á ti tinha nha se ac acum umul ulado ado na port porta. a. É É melhor virmos limpar essa saída com frequência se quisermos sair. sair. Tony ainda estava em seu posto do outro lado do saguão. Ele acenou para nós. De modo reconfortante, escutamos o ronco de um grande trator limpa-neve descendo a rua Nove e o vimos passar ao longe entre os prédios. Era
prati ra ticc a m e nte a única evidê evidência ncia de que a ccidade idade a inda eestava stava ffunciona uncionando. ndo.
Quando a elet e letricid ricidade ade ca caiu iu ppela ela segunda vez vez,, as em e m isso issora rass de rá rádi dioo da rregião egião ainda estavam transmitindo, mas, naquela manhã, muitas delas estavam estáticas. As emissoras que ainda se mantinham no ar especulavam sobre o que haviaa aacont havi contec eciido, m as, assi assim m como com o nó nós, s, es estavam tavam às escura escuras. s. A única única inform inform aç ação ão real era que o segundo blecaute não havia afetado apenas New England, mas todos pelo menoslist cem de pessoas sem energi ener giaaoseellEstados étrica. OUnidos, m elho elhorr eque os jorna jornali stas as damilhões rá rádi dioo po podi diam am fa fazzer estavam er eraa rrelatar elatar as as condições locais. Não fazíamos ideia do que estava acontecendo no mundo, nem m esmo se aaiind ndaa havi haviaa um m un undo do lláá ffora. ora. Era como se Nova York tivesse sido desconectada do resto do planeta e flutuasse sozinha, silenciosamente, em uma nuvem cinza de neve.
20:45
Os rosto rostoss à m min inha ha fr frente ente bri brilh lhavam avam em um tom tom forte de verde, ver de, e, então, a lu luzz verde atravessou o corredor, revelando os batentes das portas. –– Bacana Bac , não? Muiana, Muito to bac bacana ana.. –Tire –Tireii os óculos de visão noturna noturna.. – Luz Luzes, es, por fa favor? vor? Com um clique, as luzes que havíamos improvisado no corredor, ligadas ao gerador gera dor de Ch Chuck uck,, vol voltaram taram a ser aace cesas. sas. – Não N ão a c redit re ditoo que você gastou de dezz mil dólar dólaree s eem m óc óculos ulos de visão noturna e lanternas com infravermelho. – Olhei para a parafernália militar espalhada ao redor de Chuck. – E você não tem um rádio de ondas curtas. – Te Te nho um um,, m mas as eestá stá eem m Virgíni irgíniaa , no esc esconder onderij ijo. o. No exato e xato lugar onde eele le de dever veria ia estar, e star, m a s não aacr cresc escentou entou isso. isso. – Mais uma um a ve vezz, obrigado por ter fic ficaa do – eu disse ba baixi ixinho. nho. – Sim, obrigado por ter fic ficaa do – re repetiu petiu Ry an. Ele e ra um de nossos viz vizinhos inhos do fim do corredor. Ergueu uma xícara fumegante de rum amanteigado. Seu parc parceiro, eiro, R Rex, ex, tam também bém ergueu seu copo. – Um brinde a nosso am amigo igo preve prevenido, nido, C Chuck huck!! – Tim Tim-tim -tim!! – Foi a re respost spostaa m eio desa desanim nimaa da do re restante stante das pe pessoas ssoas que abarrotavam o corredor, quase vinte de nós reunidos em cadeiras e sofás re reti tira rados dos ddos os apa apartam rtam entos entos.. T Todos odos levantam os nos nossos sos copos par paraa bebe beberr. Susie havia decidido fazer uma festa do rum no Natal, e todos os nossos vizinhos estavam encasacados e amontoados, segurando copos da bebida alcoólica alcoól ica e quent quente. e. O prédio retivera o calor, mas estava esfriando depressa. Nós havíamos começ com eçado ado a usar aaquece quecedores dores elétri elétricos cos no apar aparttam ento de Ch Chuck uck.. O aquece aquecedor dor a querosene era mais forte, mas produzia níveis baixos de monóxido de carbono, e Susie estava preocupada com as crianças. Para aquela reunião, nós havíamos colocado o aquecedor a querosene para fora, bem no centro do corredor. As pessoas essoa s se aaquec queciam iam a o re redor dor de dele le ccom omoo se ffosse osse um umaa ffogueir ogueira. a. O hall havia se tornado nossa sala de estar comunitária, um lugar onde
podíamos odíam os nos reunir re unir e ba bater ter papo. Ha Havíam víam os ligado ligado um rá rádio dio que tra transm nsmit itia ia notícias ao fundo, e, na maior parte do tempo, relacionava locais para abrigo
emergencial na cidade e dizia que a eletricidade voltaria em breve e que deveríamos ficar em casa. A maioria das ruas e estradas estava inacessível, de todo modo. Todos estavam distribuídos mais ou menos na mesma posição de localização de seu apartamento no hall. A família chinesa do fim do corredor, vizinhos de Richard, finalmente saídopara e sevisitar acomodado em tudo um sofá com os Era pais um da esposa, que tinham havia chegado antes de acontecer. momento ruim para se visitar pela primeira vez os Estados Unidos, e nenhum deles falava inglês muito bem. Ao lado da família chinesa, havia uma família japonesa – Hiro era o nome do marid ma rido; o; eu não havi haviaa entendi entendido do o da espos esposaa – e na frente f rente deles estavam Rex e Ryan. Os Borodin estavam sentados à minha direita. Para variar um pouco, Aleksandr estava acordado, mas ainda meio sonolento enquanto bebericava o rum, com Irena a seu lado. Chuck, Susie, Pam e Rory estavam à minha esquerda, e a pequena Ellarose estava sentada no colo de Tony. A única ausente era Lauren. Eu não soube bem o que dizer a ela, e ela também não quisera conversar. Tentei abraçá-la e pedir para que saísse do apartamento, mas ela queria ficar sozinha. Ela ficara no quarto de Susie, dormindo. Luke não fazia ideia do que estava acontecendo. Para ele, aquilo era uma grande brincadeira, uma festa, e ele corria por ali, com seu macacão de neve, cumprimentando todo mundo e mostrando o caminhão de bombeiros vermelho que ganhara de Natal. O brinquedo se acendia e fazia barulho, e teria sido irritante, mas, de certo modo, era confortante. Eu não sabia quanto tempo as pilhas ilhas dur duraa ria riam m. Richard saiu de onde estava, na outra ponta do grupo, e se sentou no braço da poltrona oltrona de ccouro ouro que eu ha havia via leva levado do de nosso apa aparta rtam m e nto. – E então, e ntão, podem os pegá pegá-lo? -lo? Ele estava nos perturbando o dia todo, querendo pegar o aquecedor a querosene. – Te Te nho um pouco de com ida, pode poderia ria troc trocaa r. De alguma maneira, ele havia adquirido uma carga grande de comida em
lata e mantimentos, provavelmente oferecendo uma pequena fortuna a alguém.
– Se c onti ontinuar nuar esf esfria riando, ndo, vam os m orr orree r c ongela ongelados dos se fic ficaa rm os dentro dos apartamentos. Vou acomodar aquela família chinesa, o casal gay, Hiro e a esposa dele. Sarah e eu organizaremos um abrigo do nosso lado, e vocês podem fazer a m esm esmaa ccoi oisa sa do sseu eu lado. Só preciso ddoo aquece aquecedor dor a querosene e de m ais algumas coisas. impressionado ele estar seu Fiquei apartamento. Talvez eupor o julgue mal. se oferecendo para criar um abrigo em – Você Você pre precc isa cconver onversar sar c om o C Chuck huck – re respondi spondi.. Richard olhou para Chuck, e eu tinha certeza de que ele estava ouvindo a conversa. Ele insistia que deveríamos guardar as coisas para nosso próprio uso, mas Susie insistia que deveríamos dividir. – Charles Char les Mum for fordd – Susie sussurr sussurrou ou a Ch Chuck uck –, não pre precisa cisam m os de dessa ssa coisa. Vá em frent frente. e. Chuck suspiro suspirou. u. – Certo, tudo be bem m . – Ele se virou pa para ra Ri Richa chard. rd. – E vou pe pegar gar m ais a lguma lgumass outras out ras ccoi oisas sas para vocês. M Mont ontar ar um abrigo nnoo andar é um a boa ideia. – E podem os pega pegarr ta tam m bém um c abo pa para ra eletricidade ele tricidade?? Chuck sus suspi pirou rou m ais fundo dessa ve vezz. Nós havíam havíamos os passado um umaa extensão na casa de Pam e Rory para ligar um pequeno aquecedor elétrico e a luz. O apartamento deles era minúsculo, menor do que o meu e de Lauren, então deu certo, mas havíamos criado outro problema. Agora todo mundo queria uma conexão. – O gera ge rador dor tem só seis mil wa watt tts, s, e j á tem os ttrê rêss aque aquecc edor edores es cconec onectados. tados. Susie chutou o pé dele. – Ah, esque esquecc e. Tudo bem . Só par paraa a luz luz?? À noit noitee ? E todo m undo busca gasolina? – Co Com m c er ertez tezaa – Ri Ricc har hardd conc concordou. ordou. – Cara bacana bac ana.. – Ele se leva levantou ntou pa para ra sair, sai r, m as antes pergunt perguntou ou para m im : – A Laure Laurenn est estáá be bem m? – Sim Sim,, está bem be m – re respondi spondi sem e ntus ntusiasm iasmo. o. Richard franziu o cenho, mas deu de ombros e voltou para perto da esposa, que tentava conversar com a família chinesa. Luke estava com eles, e o avô admirava seu novo brinquedo. Sorri para eles e eles retribuíram. Concluímos que
o boato boato ssobre obre a grip gripee aavi viár ária ia era m enti entira. ra.
Naquele a quele m om omee nto, a por porta ta da e sca scada da se aabriu, briu, e todos se sobr sobree ssaltara ssaltaram m . Um rosto apareceu, sorrindo de um jeito estranho. Era Paul, o suposto invasor do dia anterior. Chuck estreitou os olhos. Sussurrou a Tony, que olhou para Paul e então deu de ombros para Chuck. – Ei, pessoa pessoall – P a ul cum prim primentou, entou, ac acee nando dis discc re retam tam ente ente.. A luz da lanterna deleando eest stava ava dioollretam ente eem m eus olhos Estáá confortável aqui aqui.. Sem icerr icerrando osdiretam hos hos,, levant levantei eimum uma a m ol ão.hos.. – Uau. Est – Você Você poder poderia ia de desli sligar gar iss isso? o? – Desculpa, De sculpa, m e eesquec squeci.i. V Você ocêss são os únicos com luze luze s de ve verda rdade. de. – Paul, P aul, do 514, ce certo? rto? – Isso. Chuck in inclino clinou-se u-se na m inh inhaa dire direçã çãoo e sus sussurrou. surrou. – Tony tra trancou ncou a porta da fr frente ente há a lguma lgumass hora horas, s, e e stá diz dizee ndo que esse cara é meio familiar. Acho que eu estava errado. Todo mundo se calou, esperando que falássemos. Eu sorri para Paul. – Aceita Ac eita um a bebida bebida?? – Se Se ria óti ótim m o. As conversas foram retomadas, e eu apresentei Paul às pessoas enquanto Susie buscava rum para ele. Paul apertou a mão de todos, desejando feliz Natal efusivam efusi vamente, ente, até cchegar hegar a Ire Irena na e Alek Aleksandr sandr.. – Fe Fe li lizz Na Natal! tal! – eele le disse, eestendendo stendendo a m ão. Irena olhou para ele, contraindo os lábios e franzindo o cenho. – Bo Boaa s festas fe stas – e la re respondeu, spondeu, asse assenti ntindo ndo c om a ca cabeç beça, a, m as ne nem m e la nem Aleksandr apertaram a mão dele. Será que ele os ofendeu por achar que eles comemoram o Natal? Eu Natal? Eu não os vi viaa irri irritado tadoss com fre frequência, quência, m mas as o eest stre ress ssee est estava ava afe afetand tandoo a todos todos.. Paul Pa ul abaixo abaixouu a m ão, aind aindaa sorrind sorrindo, o, e aapon ponttou para um espaço per perto to ddeles eles no sofá. Irena deu de ombros e foi mais para o lado. Ele se espremeu ao lado dela, segura segu rando ndo a xí xíca cara ra que Sus Susie ie lh lhee de dera ra com as duas m mãos. ãos. El Elee soprou soprou e to tom m ou um gole. – Você Vocêss par parec ecem em m uit uitoo orga organiz nizaa dos. Têm ideia do que e stá aconte a contece cendo? ndo? Eu balancei balancei a cabeç cabeça. a.
– Sa Sa bem os ttaa nto qu quaa nto ttodo odo m mundo. undo.
– Mas Ma s todo m undo tem um palpite – Ch Chuck uck di disse, sse, er erguendo guendo a xíca xícara ra –, eentão, ntão, o que acham de discutirmos as opiniões? – Ele fez um gesto a Paul. – Você começa. – Fácil Fác il,, de devem vem ser os chine chineses. ses. Estam os ensa ensaiando iando um conf confronto ronto ccom om e les há anos. – Ele Ele olhou na direç direção ão dos asiáti asiáticos. cos. – S Sem em quere quererr of ofende enderr. A família chinesa sorriu, provavelmente sem entender, mas Hiro balançou a cabeça. – Som Somos os jjaa ponese poneses. s. Chuck riu alto. vocês a cham? – Prova P rovave velm lmee nte nã nãoo for foram am você vocêss dessa ve vezz, m mas as o que vocês Hiro olhou olhou ppar araa a espos esposa, a, segurando a m ão dela. – A Chi China? na? – Con Concc ordo plena plenam m ente ente,, irm irmão ão – P aul conc concordou, ordou, leva levantando ntando sua bebida bebida.. – Espero que eles estejam bombardeando aqueles malditos para mandá-los para a Idade da Pedra P edra de no novo vo.. Dessa vez, vez, ele nem se preoc preocupo upouu em pedi pedirr desculpas desculpas.. – Índia e Chi China na estã estãoo no m e io da daquela quela briga e norm e por ca causa usa das re repre presas sas no Himalaia – Chuck argumentou. – Como podemos saber se os indianos não causaram aquel aquelaa fa fallha na represa? – É possíve possíve l que os indi indiaa nos estej a m e nvolvi nvolvidos dos – R Rory ory contra contrapôs pôs –, m maa s par paraa os chineses, destruir os Estados Unidos seria como incendiar sua própria casa para ar a se li livra vrarr dos inqui inquili linos. nos. El Elee s são donos de m etade. eta de. – Líderes Líder es polít políticos icos fa fazzem burr burraa das o tem po todo – eu os lem bre brei.i. – Nã N ã o os chine chineses ses – Chuck ob obser servou. vou. – Eles têm a quele plane planejj a m e nto de m il anos. – Nã Nãoo se deixe im impre pressi ssionar onar tanto – Ro Rory ry re retruc trucou. ou. – Os polí políti ticos cos dele deless são tão ruins quanto os nossos. Mas meu palpite são os iranianos. Vocês viram o aiatolá deles na TV um pouco antes do blecaute? Tony gostou da sugestão. – Se tem os c om ompra prado do briga c om a lguém lguém,, é com os ár áraa bes. Eles e stão nos provocando rovoc ando de desde sde que fiz fizer eraa m nossa eem m ba baixada ixada de rref eféé m , em 1979. – De D e rrubam rr ubam os o gove governo rno que e les eelege legera ram m de dem m ocr ocratica aticam m ente e c oloca olocam m os
um ditador que os aterrorizou – Rory recordou. – E eles não são árabes, são persas. er sas.
Tony pare parecia cia cconfus onfuso. o. – Pense P enseii que voc vocêê ac acre redit ditasse asse que eeles les ti tinham nham fe feit itoo iss isso. o. – Ta Ta lvez – R Rory ory suspi suspirou. rou. – É difíc difícil il sabe saberr. – Russos Russos – Ri Ricc har hardd suger sugeriu. iu. – Fora oram m os russos. Que Quem m m a is ter teria ia invadido nosso nos so espaç espaçoo aé aére reo? o? –– Ah, sim –sabia C Chuck huckque riu. –e les Os com unis unistas stão mativar todos os llugar ugares. Você a ca cabar baraatas m eestão de eem re reativar voos ees. stra stratégicos tégicos de bomba om barde rdeiros iros no Ártico? – Richa Richard rd disse a Chu Chucc k. – As m mee sm smas as m anobr anobraa s de voo reali rea lizzadas durante a Guerr Guerraa Fria. – Não Nã o sabia disso – C Chuck huck a dm dmit itiu. iu. – É, eles e les fiz fizee ra ram m iss issoo m mee sm smoo – R Rory ory conf confirm irmou. ou. – Os russos fic ficar aram am sem dinheiro dura durante nte a lguns aanos nos na déca déc a da de 1990 – Richard prosseguiu –, mas pode apostar que eles não gostam de ficar atrás dos Estados Unidos e da China. Provavelmente estão atacando os dois ao mesmo tempo. – Uma pausa. – Aposto que metade dos Estados Unidos virou uma cratera fumegante. fum egante. É por is isso so qque ue nin ninguém guém do exérc exérciito aparec apareceu. eu. Est Estam am os ferr ferrados. ados. – Você não pre precc isa a ssus ssustar tar todo m undo – diss dissee algué alguém m de voz fina fina.. – Acre Ac redit ditoo que tudo iisso sso não pa pass ssaa de algum ti tipo po de aacidente. cidente. Era a eesp spos osaa de Ri Richar chard, d, S Sar arah, ah, e ele se virou ppar araa eela la irrit irritado. ado. – Como se você soubesse de a lguma coisa – e le rosnou. – Os portaporta-aa viões, aquele vilarejo destruído na China, DEFCON 3, acidentes com trens, mais de cem ce m m il ilhões hões de pesso pessoas as sem eletri eletricidade. cidade. Não é aacident cidentee nenhum. Todo odoss ol olhara haram m para eles, e eella se re retraiu traiu.. Eu me m e vi vire reii ppar araa IIre rena na e Alek Aleksandr, sandr, ttentando entando tira tirarr a atenção atençã o de S Sara arah. h. – Você Vocêss ac acha ham m que ffora oram m seus com c ompatr patriot iotaa s que nos ata atacc ar araa m ? – Isto – Ire Ir e na gar garaa nti ntiu, u, m ovendo a s m ã os e m dire direçç ão a o teto e funga fungando ndo – não é um ataque. Um ataque é quando alguém aponta uma arma para sua cabeça ca beça.. Ist Istoo ser ccriminos riminosos os,, rastej rastejando ando no escuro. – A ssenhor enhoraa ac acha ha que c rim riminos inosos os pode poderia riam m aba abalar lar os Estados Unidos inteiros e in invadi vadirr noss nossoo espaço aaér éreo? eo? Ire na deu de ombros, ssem Irena em se impre impress ssio ionar nar.. – Muitos Muitos c rim riminos inosos. os. C Crim riminos inosos os até m e sm smoo no gover governo. no.
– Finalm Finalmente ente,, cche hegam gam os às te teoria oriass de cconspi onspira raçç ão – obser observei, vei, e m e vire vireii par paraa Chuck. – Então, tudo isso é coisa interna?
– De um j eito ou de outro, prova provavelm velmee nte causamos causamos isso a nós mesmos. – Pense P enseii que voc vocêê gost gostasse asse da te teoria oria c ana anade dense. nse. – Ne Neve ve c om omoo a rm a estra estratégica tégica é a c ar araa do Canadá – Ch Chuck uck conc concordou, ordou, so sorrindo rrindo.. – Mas eu cconcordo oncordo com Ire Irena... na... a úni única ca m aneira de is isso so faz fazer er sentid sentidoo é pensando ensa ndo que se tra trata ta de um e lem ento ccrim riminoso inoso.. – Alguém m a is pe pensa nsa a ssi ssim m ? – per perguntei. guntei. Ninguém N inguém diss dissee nada nada,, então entã o e u m e levantei para recapitular. – Temos os russos e um acidente com um voto cada, Irã e criminosos com dois votos. – Fui levantando meus dedos à minha frente para contabiliz contabil izar ar os vot votos. os. – E a ve vence ncedora, dora, a China, hina, ccom om três voto votos! s! A porta do apartamento de Chuck se abriu e Lauren apareceu, com uma expressão aterroriz a terrorizada. ada. O que acontec aconteceu? eu? Dei um um pas passo so em direç direção ão a ela. – Você Você e stá bem ? O be bebê bê eestá stá bem ? Foi a prim primeira eira ccoi oisa sa que m mee veio à m mente. ente. – Bebê? – Susie Susie diss disse. e. – Q Que ue be bebê? bê? Chuck balançou a ca cabeça beça,, levantando levantando uma m ão para que ela se ca callasse. Lauren mostrou o telefone celular para mim. – Sã Sã o m meus eus pa pais. is. – Eles estão e stão no telef telefone? one? – Nã Não, o, e les deixa deixara ram m um umaa m ensa ensagem gem . Meu c elular deve ter re recc e bido aantes ntes de as redes de telefonia sofrerem a pane. – Houve um a cide cidente? nte? – Nã Nãoo houve um a cide cidente, nte, m as o voo de deles les par paraa o Ha Havaí vaí foi ca cance ncelado lado no último minuto quando o surto de gripe aviária começou. Eles estavam em ewark ewa rk e li ligara garam m para saber se podí podíam am os ac acom omodá-lo odá-los. s. Precisei de um momento para entender. – Eles ainda a inda eestão stão eem m Ne Newa wark rk?? – Eles estão e stão presos presos e m Newark Newark..
DIA 4: 26 DE DEZEMBRO 07:35 – Acorde Ac orde.. Abri os olhos olhos na eescuridão. scuridão. – Você Você e stá aacor cordado? dado? – Chuck Chuck per perguntou, guntou, ba ba ixi ixinho, nho, m mas as ccom om urgê urgência ncia.. – Agora estou – re resm smunguei, unguei, aapoiando-m poiando-m e eem m m e us cotovelos. Lauren estava adormecida ao meu lado, segurando Luke. Ainda estava escuro lá fora. No escuro, só consegui ver Chuck ajoelhado ao meu lado. Nós tí tínham nham os do dorm rm ido no quarto de hóspedes. – Está tudo bem? bem ? – Não, Nã o, tudo não não está stá bem . O medo despertou meus sentidos, e eu saí da cama, ainda totalmente vestido. – O que a conte contece ceu? u? – Alguém roubou nossas ccoisas. oisas. Calcei meus tênis. – Daqui Da qui de dentr dentro? o? Elee balançou a ccabeça El abeça.. – Lá e m baixo. Pelo lo me menos, nos, Respirei fundo, e minha pulsação começou a se acalmar. Pe ninguém entr e ntrou ou aqui enquanto dormíamos. Assentindo, Chuck me levou para a sala de estar. O ruído baixo do gerador se fe fezz not notar ar novam novamente ente pe pelo loss m meus eus senti sentidos dos.. T Tony ony estava dorm dormind indoo no sofá. Chuck o cutucou cutu cou para que aacordasse. cordasse. – Está tudo bem? bem ? – T Tony ony per perguntou, guntou, sobre sobressaltado. ssaltado. – Nã Nãoo – Chuck re respondeu, spondeu, aj oe oelhando-se lhando-se par paraa pe pegar gar a lguns c a sac sacos os e uma um a bolsa. olsa. Ele j ogou as j a queta quetass par paraa nós. – Vist istam am ist istoo e ca calce lcem m a s botas. – Ele pegou seu se u rifle de ccaa ça ça.. – V Vam am os sair. sair. * – Maldição! Maldiçã o! Chuck segurava um cadeado arrebentado e olhava para seu estoque quase vazio. Todos os armários tinham sido arrombados, mas enquanto na maioria dos
outros eram armazenadas bicicletas e caixas com roupas e livros velhos, no de Chuck aind aindaa eest stava ava m etade dos equi equipam pamento entoss de em er ergência gência e m anti antim m ento entos. s.
– Ac A c ho que aquilo eera ra m uit uitoo pe pesado sado par paraa levare leva rem m e m bora – T Tony ony obser observou, vou, apontando os galões de água. á gua. Ele usava um capacete com lanterna acoplada, e a luz me cegou quando Tony se virou na minha direção. Eu desviei o olhar e olhei para o armário de novo. –Nós Souhavía Sou tão idi idiota Chuck disse, xingando baixi ixinho. nho.da fr havíam mota os –c hec heca a dodis o se, tér térre reo, o, e a ba entr entrada ada free nte esta estava va tra tranca ncada da e protegida, rotegida , m as a porta de trá tráss e stava abe aberta rta.. Ch Chuck uck tinha tinha a s c have haves, s, e provavelm rova velm ente e ra a única pe pessoa ssoa no pré prédio, dio, alé além m de Tony, a ter c ópias das chaves. Acho Ac ho qu quee nos esquecem os ddee tra rancar ncar a port portaa depoi depoiss de vol voltarm tarmos os,, no di diaa anterior anter ior.. Eu estava ccom om tanto fr frio io e tão exa exaust ustoo que nem pensei nis nisso. so. – É m inha culpa tam bém – fa falei. lei. – P elo m e nos, j á leva levam m os m uit uitas as c oisa oisa s para ar a ccim imaa . – A m a ior par parte te do que leva levam m os er eraa só equipam ento – Chu Chucc k suspi suspirou. rou. Enquanto descíamos, paramos no quinto andar e batemos à porta do apartamento 514, onde Paul disse que morava. Ninguém atendeu. Num acesso de ira, Chuck Chuck arrom ar rombou bou a port porta. a. O lugar eest stava ava vaz vazio io.. Quem quer que m orasse aali li tinha viajado. Procuramos contas antigas nas gavetas da cozinha e só encontra encont ram m os os nomes nome s ddee Na Nath than an e Beli Belinda nda Dem ar arco. co. Nada de P Paul. aul. Depois disso, decidimos bater em todas as portas do quinto andar. Ninguém atendeu na maioria dos apartamentos. Em um deles, os moradores se recusaram a abrir a porta, apesar de termos tentado explicar quem éramos. Em outro, um casal ca sal jovem e com ca cara ra de ass a ssus ustado tado,, vest vestiindo rou roupas pas gros grossas sas de inv inverno, erno, penso pensouu que éram ér am os agent agentes es do resgate ou da pol políci ícia. a. Eles no noss di diss sser eram am que a m aiori aioriaa da dass pessoas essoa s da daquele quele anda andarr ha havia via viaj ado por c ausa da dass fe festas stas ou par parti tido do quando souberam da nevasca que atingiria a região. Eles mesmos iriam aos abrigos de emergência naquela manhã, para conseguir transporte para sair da cidade. A maior parte do prédio já estava vazia. Nosso andar era o único cheio de pessoas, essoa s, pr provave ovavelm lmente ente gra graçç as a todo o equipa equipam m e nto que Chu Chucc k tinha. tinha. Ninguém com qu quem em conv conversam ersamos os ssee lem lembrava brava de aallgu gum m Pa Paul ul qu quee m orass orassee aalli. Chuck ol olhou hou dent dentro ro de um ar arm m ár ário io ao lado do ddele. ele. – Eles deve devem m ter usado os tre trenós nós dos filhos dos Ru Ruther therfor ford, d, e levara leva ram m
algum as botas de neve de Mik algumas Mikee e Chris Christi tine. ne. P Pelo elo m menos, enos, deixara deixaram m alguns esquis esquis.. Havia uma um a dúz dúzia ia de aarm rmár ário ios, s, e ele cconh onhec ecia ia to todo do mundo qque ue os us usava. ava.
– Pre P recc isam isamos os par parti tirr de depre pressa ssa se quiserm quiser m os iirr aatrá tráss dele deles. s. Nós tí tínham nham os vist vistoo pega pegadas das que iam a té a porta dos ffundos undos a par parti tirr do lobby, um rastro qu quee m ostrava ostrava por onde aass cois coisas as ti tinham nham sido sido arr arrast astadas adas pela neve pura que ainda ainda ccaía. aía. O rrastro astro llogo ogo sser eriia coberto po porr m ais nneve. eve. – Ir a trá tráss dele deles? s? – pe perguntei, rguntei, surpre surpreso. so. – Va m os per persegui-los segui-los e , se encontrarmos vamos pedir devolvam tudo? Chuck ti tirou rouquem um umaa pegou pist pistol olaa nossas de um umaacoisas, bol bolsa sa que leva levava va noque om ombro. bro. – Pode P ode aapost postar ar que sim sim.. – Ele eentre ntregou gou um umaa a Tony e of ofee re recc e u outra a m im im.. – Ficou m aluc aluco? o? – Le Levante vanteii aass m ã os, rree cusa cusando-m ndo-m e a pega pegarr a a rm a. – Ne Nem m sei como usar ess e ssaa cois coisa. a. Eu não havia dito nada sobre o rifle de caça, mas o fato de Chuck ter revólveres me deixou chocado. Criminosos conseguiam armas com facilidade em Nova York, mas era quase impossível para um cidadão comum comprar uma legalmente. Nem me dei ao trabalho de perguntar se ele tinha porte de arma. – Está na hora de aapre prender nder – C Chuck huck re resm smungou. ungou. – T Tony, ony, você sabe atira atirar? r? – Sim Sim,, senhor. senhor. S Ser ervi vi no Ira Iraque. que. Olhei Olh ei para eele. le. – Sé Sé rio? De repente, percebi que eu sabia muito pouco sobre Tony. Ele era sempre o caraa j ov car oviial qu quee ficava na ent entrada rada do prédi prédio, o, al algu guém ém em qu quem em confi confiar ar e sem pre disposto a ajudar, mas nunca tinha conversado a sério com ele. Ele foi o único funcionário funcio nário do ppré rédi dioo a ficar ali ali,, e eu ti tinha nha a sens sensaç ação ão de que ele só havi haviaa ficado por nossa ca c a usa e pelo Luk Lukee . – Sé Sé rio. – Mik Mike , por que você não sobe e nquanto T Tony ony e eu saím sa ímos? os? Respirei fundo, acalmei meus pensamentos. Nã Nãoo posso me e sconde sconderr lá e m cima. Quero saber o que está acontecendo aqui. aqui. Talvez eu fosse capaz de descobrirr o que aacont descobri contec ecera era em Newa Newark rk,, se as pesso pessoas as ti tinham nham sido sido llevada evadass para a cidade, alguma alguma cois coisaa que pudess pudessee aani nim m ar La Lauren. uren. Senti que prec precis isava ava fa fazzer algum algum a cois coisa. a. – Que Querr sabe saber? r? Ac Acho ho que e u m e sentiria m ais segur seguroo se o Tony fic ficaa sse aqui,
onde est onde estão ão aass criança crianças. s. – Te Te m c er ertez tezaa , sr sr.. Mi Mitche tchell ll?? Com toda essa his história tória de La Laure urenn estar grá grávida? vida?
Todo mundo jjáá sabia. – Tenho Tenho c er erteza. teza. – Eu sa sabia bia que e le c uidaria de todos com o se fosse fossem m de sua família, e para ser sincero, se eles precisassem de proteção física, ele era uma opção melhor do que eu. – Não acho que conseguiremos encontrar os ladrões, e quero visi visitar tar um dos abrigo abrigoss de eem m er ergência. gência. Meu tom de voz não deixou espaço para discussão, então Tony deu de ombros. Subimos e fomos ao lobby, onde Chuck e eu vestimos as calças para andar na neve que havíamos trazido, enquanto Tony explicava o mecanismo de acionamento das armas. Enfiou alguns cartuchos nos bolsos da parca que eu vestiia. Um a sensaç vest sensação ão de irre rreali alidade dade tomou conta da si situ tuaç ação. ão. – Está pronto? – C Chuck huck per perguntou, guntou, coloca colocando ndo as luvas grossa grossas. s. Concordei com a cabeça e calcei as minhas luvas, notando que elas não tinham secado totalmente do dia anterior. E que fediam a gasolina. Tony abriu o cadeado da porta dos fundos e empurrou com o ombro, afastando a neve que havia se acumulado de novo. O lobby foi invadido pelo ar frio e pela neve. Chuck olhou para mim e saiu pela abertura. Eu respirei fundo e o segui segui em m eio à neve.
09:45
Caminhando com dificuldade pela neve funda na rua 24, seguimos os rastros dos trenós até chegar na beirada íngreme dos bancos de neve que ladeavam a ona avenida. Chuck Chuck est estava ava determ in inado ado a encont encontra rarr os ladrões e m e apre apress ssava, ava, mas eu torcia para que não os achássemos, com medo do que poderia acontecer caso conseguíssemos. Meus medos se provaram infundados quando chegamos à Nona. As marcas dos trenós se misturaram com os passos dos transeuntes. Qualquer esperança de seguir segu ir adiant adiantee se evaporou na neve que não ce cess ssava. ava. Chuck par parou ou irrit irritado, ado, olhando de um lado a out outro ro da rua rua.. Sombras escuras se materializaram a partir do ar branco e passaram por nós, caminhando ao longo da ravina formada à margem dos prédios onde os bancos de neve terminavam. Assenti com a cabeça para um deles, mas não obtive resposta. Bati uma bota na outra e senti um arrepio. – Va Va m os subir aaté té a P e nn St Staa ti tion? on? – Eu que queria ria leva levarr notí notícia ciass pa para ra La Laure uren. n. Eu m e sent sentia ia culpado culpado.. Desisti Desis tindo ndo,, C Chuck huck concordou com um ac aceno eno e com começ eçam am os a sub subir, ir, escalando com as mãos, a ladeira do banco de neve ao longo da Nona avenida. Eu o segui até o topo, topo, e desce descem m os escorregando pelo oout utro ro lado, ond ondee a neve m al chega chegava va à altura dos tornoz tornozelos. elos. Ao longe, faróis brilhavam em meio ao granizo, e senti uma vibração baixa ressoando sob meus pés. Pe pés. Pelo lo menos, eeles les ainda estão rretirando etirando a nnee ve. ve . Seguimos em m eio às lluz uzes es que vi vinham nham em nos nossa sa di dire reçã ção. o. – Você é tão obce obceca cado do c om suas coisas que ar arrisca riscaria ria nossas vidas? – perguntei er guntei a Chuck ca cam m inhando aaoo lado de dele. le. – Estar Estaríam íam os ar arrisca riscando ndo as nossas vidas se não não fôssemos obcecados em relação relaç ão a prot proteger eger nos nossas sas coi coisas. sas. – Fala sér sério. io. A eletric eletricidade idade volt voltou ou eem m m e nos de um dia na véspe véspera ra do N Nata atal,l, e, mesmo depois do Sandy, a maior parte de Nova York voltou ao normal depois
e, mesmo depois do Sandy, a maior parte de Nova York voltou ao normal depois de alguns dias. Não houve alagamentos nem ventos fortes, só essa neve.
– As pessoas pe ssoas não apr apree ndem . – Chuck olhou para baixo e bala balançou nçou a ca cabeç beça. a. – Todos os sistemas críticos estão interligados, e isso não é apenas apenas u ma tem pest pestade. ade. – Então, você ac acha ha que vai de dem m ora orarr um umaa sem ana ana?? Até m esm o a m aior par parte te de Long Island.. Island.... – Te m algum algumaa c ois oisaa ac acontec ontecee ndo a qui que nunca ac acontec ontecee u a ntes. – Ele parou ar ou e olhou par paraa m im im.. – Você Você é sem pre tão dra dram m ático. A eletricidade ele tricidade prova provavelm velmee nte volt voltar aráá dentr dentroo de algumas alguma s ho hora ras. s. – Você Você j á ouviu fa falar lar do Auror Auroraa Te st? – C Chuck huck per perguntou, guntou, volt voltando ando a a ndar. Neguei, e guei, ba balanç lançando ando a c abe abeça ça.. – Em 2007, o Ida Idaho ho Na Nati tional onal La Labs bs re reaa li lizzou um umaa sim simulaç ulaçãã o de um c iber iberata ataque que com o DOE, o Departamento de Energia. Enviaram um vírus dentro de um email, que consistia em um pacote de 21 linhas de código de software, para um pelétrico ré dio do rédio a 1.600 quil quilôm ômee tros rapidamente de dis distânc tância. ia.seus Ele interruptores fe fezz com quedeumcircuito. ger gerador ador se DOE autodestruisse, reciclando – É só arra ar ranj njaa r um novo ger geraa dor dor.. – Nã Nãoo dá par paraa com pra prarr e sses ger gerador adores es no supe superm rm e rc rcaa do. E Eles les são gra grandes, ndes, pesam esa m c ente entenas nas de tonelada toneladass e de dem m ora oram m m ese esess par paraa ser c onstruídos. onstruídos. – O DOE DO E nã nãoo re resolveu solveu o problem a qua quando ndo o detec detectou? tou? – Não Nã o e xata xatam m e nte. A m a ioria dos ger geraa dore doress é for form m a da por e quipam quipamentos entos antigos, construídos antes do advento da Internet, e são praticamente insubstituíveis. – Se Se for foraa m construídos antes da Interne Inte rnet,t, não de dever veriam iam ser im imunes unes a e la? – Cos Costum tumava avam m ser ser,, m a s a lguém teve a brilhante ideia de re reprogr program am á -los para ar a a cessar ce ssar a Inte Interne rnett pa para ra e conom iz izar ar dinheiro, assim com o eem m nosso pré prédio. dio. Economizaram dinheiro, mas agora tudo pode ser atacado v ia ia Internet. – Ele suspirou. – Mas a coisa piorou. O limpa-neve se aproximava de nós, por isso fomos mais para o lado e su subi bim m os nnoo banco de neve neve,, ond ondee espera esperam m os a m máqui áquina na passar rros osnando nando.. Um Umaa luz fraca fra ca aci ac im a da ccabeç abeçaa do m mot otori orist staa il iluminava uminava o llado ado de dent dentro ro da ca cabi bine ne atravé atravéss das janelas manchadas pela neve derretida. Ele estava curvado para a frente,
usando uma máscara, e eu vi uma foto presa no painel, que imaginei ser da fam íli ília de dele, le, uum m a ffam am íl íliia da qual ele eest stava ava long onge. e. O lim lim pa-neve se af afasto astou. u.
– Piorou P iorou com o? – Os Estados Unidos j á não nã o fa fazze m m a is ge gera radore doress com o aque aqueles. les. – E quem faz fa z? Chuck cam ca m in inhou hou em silêncio silêncio por um m omento, om ento, e eent ntão ão diss disse: e: – Adivi Adivinhe. nhe. Já sabia onde onde ele quer queria ia che chegar gar.. – China? China? – É. – Então, ele eless podem ser destruídos re rem m otam ente ente,, e talvez não sej a m os ca capazes pazes de subst substit ituí-los? uí-los? já tenham sido destruídos. Talvez não tenhamos rede elétrica – P ode ser que que já durante meses ou anos. E isso piora ainda mais. Eu suspirei. Chuck chutou um m ont ontee de gelo. – gens, É m ais msenos aam es,sm sma ansporte hist história óriae cna omvegaçã todos sis sistem tem a s, ceríti rític os:ncia á gua,e barra ar ragens, rea re aou tore tores nucle nuclea re res, tra transporte navega ção, o,osalime alim e ntos ntos, m ecrgê rgência serviços governamentais, até mesmo o exército. Diga algo que não está ligado à Inter Int ernet net e que não use peç peças as chines chinesas. as. – Eles não nã o diriam a m esm a coisa sobr sobree nós? Af Afinal, inal, se eles e les nos ata ataca care rem m , não farííam os a m far mesm esmaa ccoi oisa sa com eles? Cib iberde erdest struição ruição bi bilat later eral al gara garant ntid ida? a? – Não Nã o a m e sm smaa c ois oisaa . S Som omos os o país m ais ligado à Inte Interne rnett em todo o pl plaa neta neta.. Tudo aqui é acessível via Internet, muito mais do que para qualquer outro, e muito mais do que os países com os quais estamos em conflito. Estamos totalmente vulneráveis a ciberataques em grande escala, mas eles estão muito m enos eexpos xpostos tos.. – Mas e ntão, nós simple simplesm smente ente iríam os bom bombar barde deáá-los, los, ccer erto? to? – obser observe vei.i. – Quem correria eess ssee rriisco? – Nã Nãoo é tão simple simples. s. Co Com m o desc descobrir obrir quem a tac tacou? ou? Me Metade tade do m undo tem algum algu m a di divergência vergência conos conosco, co, por um m oti otivo ou oout utro. ro. Não podem podemos os bbomba ombardea rdear r o mundo todo. – E esse e sse tem sid sidoo o plano até a gora gora,, não? Chuck riu. – Eu realm re alm ente gost gostoo com o você conse consegue gue m a nter seu se senso nso de hum humor or..
Chegamos à rua 31 e começamos a percorrer o quarteirão para chegar à entrada traseira da Penn Station. Buscando apoio nas paredes de concreto do
enorme prédio dos correios de Nova York, passando primeiro pelas portas da doca de cargas, e então ao longo de um muro baixo que formava a margem de um fosso de proteção ao redor do prédio. O topo escuro do Empire State Building se avul a vulttava so sobre bre o Madi Madiso sonn S Square quare Gar Garden den conform e nos aproxi aproxim m ávam os. os. A guarita no meio do prédio estava vazia, mas havia luzes acesas em muitas anelas. Olhando Olhando ppara ara um umaa da dass jjanelas anelas quando ppassam assamos os,, pergunt perguntei: ei: – C Como omo é o di ditado? tado? – Eu eest stava ava pensando no sl slogan ogan dos corr correios eios na fr frente ente do pr prédio. édio. Chuck entendeu o que eu queria dizer. – Ne Nem m a neve neve,, nem a chuva chuva,, ne nem m o c alor alor,, nem ... não sei. P odem os volt voltar ar para ar a ve ver, r, se você quis quiser. er. – Nã Não, o, m a s a cho que o c orr orreio eio vai se atr atraa sar hoj hojee . Nã Nãoo m e lem bro de ter vi vist stoo cib c iber erataque ataque naquela li list sta. a. Chuck riu, e continuamos andando. Escalando o banco banco de neve na ca calçada lçada da rua Oito Oito,, vi vim m os ppela ela prim primeira eira vez o que os serviços de emergência tinham conseguido realizar até então. Senti um aperto no peito. Centenas de pessoas estavam reunidas nas entradas dos fundos da Penn Station e do Madison Square Garden, e havia mais uma multidão na rua 31. – Meu Deus, De us, ttaa ntas pessoa pessoass assim assim?? – Estamos Estam os aqui, não e stam stamos? os? – Chu Chucc k rresponde espondeu. u. – As pessoa pessoass e stão com medo, querem saber o que está havendo. Depois de mais alguns passos, descemos do banco de neve, atravessamos a rua Oito, subimos para o outro lado para nos unir à multidão. Enquanto passávam assá vam os, ouvimos pessoa pessoass fa falando lando sobre guer guerra ra e bombar bom bardeios. deios. Hom ens da Guarda Nacional estavam na entrada, tentando colocar um pouco de ordem no caos. Uma fila de pessoas serpenteava a extensão da rua Oito sob a proteção de andaimes e grandes placas de plástico presas de qualquer jeito para proteger do vento. Cobertores cinza com os símbolos da Cruz Vermelha estavam sendo dados às pessoas que esperavam. Reunida na entrada havia uma multidão enfurecida; algumas pessoas gritavam e choravam, todas querendo entrar. Os homens da Guarda se mantinham firmes, balançando a cabeça com reprovação, indicando o fim da fila que se tornava cada vez mais comprida. Chuck esperou por alguns momentos
num canto c anto e eent ntão ão se m ist sturou, urou, pux puxando-m ando-mee ccom om ele.
– De Desculpe, sculpe, senhor senhor,, fim da fila – um guar guarda da j ovem diss disse, e, e rgue rguendo ndo a m ã o para ar a nos im impedir pedir e aponta apontando ndo em dire direçç ão à rua Oito. – Não Nã o quer querem em os entra entrarr – Chuck diss dissee eem m voz a lta. lta. – Esta Estam m os em guer guerra ra?? – Não Nã o estam os em guer guerra ra,, senhor senhor.. – Então, não nã o estam os bom bomba barde rdeando ando ninguém ? – Até onde sei, não, se senhor nhor.. – Você Você m e dir diria ia se eesti stivésse véssem m os? O guarda suspirou e olhou para a longa fila de pessoas. – Só sei que a a j uda está a ca cam m inho, a ele eletricidade tricidade deve volt voltaa r em bre breve, ve, e vocês devem permanecer dentro de casa, aquecidos e seguros. – Ele olhou nos olhos de Chuck e acrescentou: – Senhor . Chuck se aproximou, e o guarda ficou tenso, segurando com firmeza sua M16. – Másc Máscaa ra, ra , senhor – ele diss disse, e, indi indica cando ndo um c a rta rtazz aaler lertando tando sobre a gripe aviária. – De Desculpe sculpe – Chuck m urm urou, pega pegando ndo a s m ásc áscaa ra rass que havia leva levado. do. Ele m e deu uma uma,, e eeuu a ccol oloqu oquei. ei. – En Enttão, essa his histó tória ria de gri gripe pe aavi viár áriia é rrea eal? l? – Sim Sim,, senhor . – Mas você voc ê nã nãoo sabe m uit uitoo m maa is do que eeuu sei, ce certo? rto? O guarda encolheu os oom m bros. bros. – Mantenha-se Mantenha -se a quec quecido ido e eem m segur seguraa nça nça,, senhor senhor,, e, por fa favor, vor, aafa fast stee -se -se.. – Não Nã o tem ninguém a í dentro ccom om quem e u poss possaa fa falar lar que sa saiba iba aalgo lgo m mais? ais? El Elee negou ne gou balançando a ccabeç abeça, a, e sua sua eexpress xpressão ão se torno tornouu m mais ais ssuave. uave. – Você Vocêss poder poderiam iam espe espera rarr na fila, m as eestá stá um umaa bagunç bagunçaa lá de dentro. ntro. O rapaz parecia já ter chegado ao limite. – Obr Obrigado igado – Ch Chuck uck dis disse se com simpa simpati tiaa . – Aposto que gost gostar aria ia de e star com su suaa fam íl ília. ia. O guarda hesitou e olhou para o céu. – Ver Verdade dade.. P Pee ço a De Deus us par paraa que ele eless estej am bem . – Como e les te cha cham m a ra ram m ? – Ch Chuc uckk per perguntou. guntou. – As linhas linhas telef telefônica ônicass caíram, não tem Internet...
Eu j á esta estava va a ser serviço. viço. Nã Nãoo c onseguim onseguimos os c onvoca onvocarr m uit uitos os m a is qua quando ndo a ordem veio. E a coordenação está infernal... algumas linhas fixas de rádio, mas pouca c ois oisaa alé além m diss disso. o.
– Devem De vem os vol voltar tar a m anhã anhã,, par paraa ve verr qua quais is ssão ão aass novi novidade dades? s? – Podem P odem tentar tentar,, senhor senhor.. – Você soube de pessoa pessoass que for foraa m tra trazzidas pa para ra c á , vindas do ae aeropor roporto to de ewark? – perguntei. Umaa m ul Um ulti tidão dão nos em purrou, na direçã direçãoo del dele. e. – P ara ar a trá trás! s! – e le gritou, com o rosto m a is sér sério io c onfor onform m e nos em purr purraa va com sua M16. Olhou em meus olhos e balançou negativamente a cabeça antes de gritar gritar de novo: – Pa Para ra trá rás, s, ddroga! roga! Chuck puxo puxouu m minh inhaa roupa por trá tráss e m e af afastou astou ddali. ali. – Vam Vam os, ac acho ho que j á eestá stá na hor horaa de sa sairm irmos os daqui.
15:40
– Qual? Qua l? – O preto, pr eto, ccinco inco fileira fileirass par paraa ccim imaa . – Aquele? Aque le? – per perguntei, guntei, apontando pa para ra o alto. Estava escurecendo e a neve se adensara, quase se tornando uma nevasca. Atravessamos com esforço quase 30 quarteirões para chegar à vaga de garagem de Chuck no Meatpacking District. A cidade estava quase deserta no nível da rua, exceto pelo moderno Hotel Gansevoort pelo qual passamos na rua Nove. Ainda estava iluminado como uma árvore de Natal, e havia uma multidão do lado de fora tent tentando ando entrar entrar.. Vá Vário rioss port porteiros eiros robu robust stos os bal balança ançavam vam a ca cabeça beça,, re reprovand provando. o. Todos grit gritava avam m . Pa Pass ssam am os e tentamos tentam os iignorar gnorar.. – Não, Nã o, o do llado ado da daquele quele – Ch Chuck uck diss disse. e. Estreit Estre itei ei os olhos. – Ah, uau! ua u! A Aquela quela é um a ccam am inhonete ba baca cana. na. P ena e star a quinz quinzee m e tros do chão. Estávamos na frente de um estacionamento vertical, bem na esquina do Gansevoort com a rua Dez, na saída para a West Side Highway. O local perfeito para ar a sair depr depressa essa de Nova York ork,, se o ccaa rr rroo de fuga não estivesse pre preso so eem m um umaa vaga cinco cinco andares acima acima.. Chucc k rosnou e xingou de novo. Chu – Eu mande m andeii o pessoal desc descee r a ca cam m inhonete pa para ra o primeir prim eiroo anda andarr. O estacionamento era um conjunto de plataformas abertas – cada plataforma grande o bastante para acomodar um carro – suspensas entre vigas verticais de metal que acomodavam os veículos contra a parede do prédio logo atrás. Cada conjunto de vigas verticais de metal tinha elevadores operados hidraulicamente, que podiam erguer e baixar as plataformas para que os manobristas tirassem os carros, ca rros, ma mass é claro que os cont control roles es do elevador precisavam de eelet letricid ricidade ade pa para ra funcionar. – Ninguém virá agor agora. a. Nã Nãoo podem os fa fazzer uma um a ligaç ligação ão dire direta ta em um umaa cam ca m in inhon honete ete di difer ferente? ente? Alg Alguma uma que est estej ej a na rrua? ua?
cam ca m in inhon honete ete di difer ferente? ente? Alg Alguma uma que est estej ej a na rrua? ua? A neve havia coberto totalmente todos os carros do térreo.
– De j e it itoo nenhum . P re recisa cisam m os da m inha ca cam m inhonete. Ne Nenhum nhum outro veículo vai nos tirar daqui, não com toda essa neve e esse gelo. – Ele olhou para cima, cim a, par paraa a neve que ca caía ía em sua sua querid queridin inha. ha. – Land R Rover over W Wol olff 1994 XD 110 110,, blindada lindada,, snork snorkel, el, ccaa bre brestante, stante, pne pneus us par paraa ne neve ve IIROK ROK Radial de 36 polega polegadas... das... – É bonit bonitaa – conc concorde ordei.i. – Bem alta. Ainda que conse conseguís guíssem sem os tr traa zêê-la la par paraa baixo, você a cha que poder poderíam íam os passa passarr por cim a daque daquele le banc bancoo de neve neve?? – Apontei na direção do monte de dois metros e meio de neve e gelo margeando a rua Dez. Era o único obstáculo para que pudéssemos chegar à West Side Highway Hig hway a par parti tirr do est estac acio ionam namento ento,, m mas as er eraa gig gigantesco. antesco. Ele analis a nalisou ou o m mont onte. e. – De D e um j eito ou de outro. Ma Mass nã nãoo pode podem m os de descê scê-la -la par paraa cá cá.. N Nem em m e sm smoo a Wolf Wolf so sobreviv breviver eria ia a um a queda assi assim m. – Melhor irm irmos. os. – A tem per peraa tura havia c a ído, e e u tre trem m ia m uit uito. o. – Va m os pensar ensa r. P Pee lo m menos, enos, nã nãoo foi rouba roubada da.. Chuck olhou para sua caminhonete uma última vez e se virou. Saímos do estacionamento e começamos a subir a rua Nove. Grande parte da multidão que estava na Gansevoort havia se dispersado na escuridão. Quando passamos, m ui uittas das pesso pessoas as ainda do llado ado de ffora ora nos ob observava servava com atençã atenção, o, claram ente interessadas nas mochilas que carregávamos. Chuck enfiou a mão no bolso de sua parca e, com sua .38 em punho, olhou para elas de novo, mas nada aconteceu. Suspirando aliviado enquanto nos afastávamos delas, passamos pela Apple Store. Todas as vitrines estavam quebradas, e a neve havia entrado. – Um m om omento ento e squi squisit sitoo par paraa dec decidi idirr c om ompra prarr um iPa iPadd novo. – Eu ri. E então, notei outra coisa. – A neve está ficando mais funda. Estávamos no meio da Nona avenida. Havíamos passado o dia subindo e descendo avenidas, e os limpa-neves iam de um lado a outro. Nas ruas pelas quais eles haviam passado, a neve mal chegava à altura do tornozelo. Naquele m om omento ento,, ela pass passava ava de noss nossaa pant panturril urrilha. ha. Apertei os olhos para enxergar na escuridão, mas não consegui ver nenhum farol far ol vvin indo do em nos nossa sa direçã direção. o. – Se e les par paraa ra ram m de re reti tira rarr a neve neve,, é porque os ser serviços viços da c idade de devem vem
estar to totalme talmente nte fe ferr rrados ados C Chuck huck disse. disse. A coisa vai fica ficarr ffeia. eia. – Ta Ta lvez sej a aapena penass um umaa pa para rada. da. – Ta Ta lvez – C Chuck huck re respondeu spondeu sem c onvicç onvicçãã o.
Dec idimos Decid imos que seria m elho elhorr levar levarm m os o qu quee pud pudéssem éssemos os ddos os rest restaura aurant ntes es de Chuck antes que alguém o fizesse, então voltamos ao centro, paramos no restaurante mais próximo de nossa casa e enchemos as sacolas com o máximo de alimentos enlatados e calóricos que conseguimos encontrar. Quando saímos de novo, a rua estava quase totalmente tomada pelo breu. Subimos o resto da rua 24, e eu imaginei as chaves não funcionando, nos deixando presos do lado de fora. O frio era inacreditável. Poderíamos morrer aqui fora. fora. Apertei Aper tei o pass passo. o. Quando chegamos à porta dos fundos de nosso prédio, eu estava congelado. Quando Chuck enfiou a chave na fechadura, a porta se abriu por dentro, e o rosto de Tony Tony apar aparec eceu, eu, sorrin sorrindo do para nós de m odo bbrin rinca calh lhão. ão. – Puxa! P uxa! Como eestou stou fe feli lizz por ve verr voc vocêê s! – Não Nã o tão fe feli lizz quanto nós estam os por ver ve r voc você! ê! Chuck e eu estávamos com a lanterna acesa, mas Tony estava sentado no escuro. Nós per pergun gunttam os o pporquê. orquê. Ass Assim, im, eelle não cham aria atençã atenção, o, ele di diss sse, e, e deixam deix am os ass assim. im. Tony ficou para trás, para trancar a porta e limpar o piso, dizendo para que subíssemos, que todos estavam muito preocupados. De modo animado, começamos a subir a escada, tirando nossas peças de roupa, toucas e luvas, aproveitando o calor ali dentro e pensando em uma refeição quente com um café e uma cam c amaa aqu aquecid ecida. a. Ao chegarmos no sexto andar, paramos e respirando fundo, então abri a porta. Esper E speraa va ouvir Luk Lukee vir cor corre rendo, ndo, e de deii um salto par paraa sur surpre preendê endê-lo. -lo. Mas fui recebido por um grupo de pessoas desconhecidas com caras assustadas. Um homenzarrão sem-teto estava jogado no sofá do lado de fora de meu apartamento, enquanto uma mãe e duas crianças estavam encolhidas no sofá dos Borodin. Havia pelo menos mais uma dúzia de pessoas que eu não conhecia reunida no corredor. Um jovem enrolado em um dos cobertores caros de Richard se levantou e estendeu a mão a mim, mas Chuck saiu porta afora e apontouu seu .38 bem no rost aponto rostoo do ra rapaz paz.. – O que você fe fezz c om Susie e L Laa ure uren? n?
O rapaz ra paz ergueu er gueu as mã mãos os e ffez ez um gest gestoo em dire direçã çãoo ao apar apartam tamento ento de Ch Chuck uck.. – Está tudo bem. bem . Elas estão e stão aali li dentr dentro. o. Atrás de nós nós,, T Tony ony veio su subin bindo do a eesca scada. da.
– Espere Esper e , espe espere re,, eu m e eesquec squeci! i! Chuck ainda apontava a arma para o rosto do garoto quando Tony apareceu na porta porta aatrás trás de nós nós,, ofegante. El Elee ccol olocou ocou uma das m mãos ãos na ar arm m a de Chuck e a abaixou. – Eu deixei deixe i que eeles les eentra ntrassem ssem.. – Você o quê? – Ch Chuck uck gr grit itou. ou. – Tony, não c abe a você tom tomaa r e sse tipo tipo de decisão... – Não, Nã o, a dec decisão isão foi m inha – Sus Susie ie eexpli xplicc ou, saindo do apa aparta rtam m e nto deles. Ela abraçou Chuck. Lauren apareceu na porta, com Luke logo atrás dela. Ela correu para me abraçar. – P e nsei que algum algumaa coisa ti tivesse vesse a conte contecido cido com você vocêss – e la sussu sussurr rrou ou e m m eu ouvid ouvidoo enquanto so solu luça çava va ali a liviada. viada. – Estou be bem m , quer querida, ida, eesto stouu bem . Respirando fundo, ela me soltou, e eu me inclinei para a frente para beijar Luke, Luk e, que estava aagarra garrado do a uma de m in inhas has pernas. – Tudo c er erto? to? – o gar garoto oto pe perguntou, rguntou, c om as m ãos a inda leva levantada ntadas. s. Ele parec ar ecia ia aassus ssustado. tado. – Acho Ac ho que sim – Ch Chuck uck re respondeu, spondeu, gua guarda rdando ndo a aarm rm a. – Q Qua uall é o seu nom e? – Da Dam m on – o ra rapaz paz dis disse, se, este estendendo ndendo a m ã o par paraa m e cum prim primenta entarr. – Damon Indigo.
DIA 5: 27 DE DEZEMBRO 09:00 A luz do sol entrava pela janela. Era cedo, mas eu não fazia ideia de que horas ser seriam iam.. Meu ttelefone elefone eest stava ava sem bateria e ffaz aziia aanos nos que eu não usava um relógio de pulso. Foi então que me dei conta: céu azul. Eu estava vendo o céu azul pela janela. Lauren estava encolhida embaixo dos cobertores, com Luke aninhado entre nós dois. Eu me inclinei por cima deles, beijei o rosto dela e tentei puxar o braço que estava embaixo de sua cabeça. Ela protestou sonolenta. – Desculpa, De sculpa, am or, pre preciso ciso m e leva levantar ntar – suss sussurr urrei. ei. Ela fe fezz um bico, m as deixou que eu saísse, e me ergui da cama, ajeitando os cobertores cuidadosam cuid adosamente ente ao re redor dor do doss do doiis. T Tre rem m endo, vvest estii minh minhaa ccalça alça j ea eans ns ddura ura e fria e uma blusa e rapidamente saí do quarto de visitas de Chuck, que agora era nosso quarto. O gerador ger ador ccont ontin inuava uava rronron onronando ando do llado ado de ffora ora da j anela, m as os pequ pequenos enos aquecedores elétricos ligados a ele não conseguiam mais afastar o frio como antes. Mesmo assim, admirei o céu azul de novo. Peguei Pe guei uum m copo do arm armár áriio de Ch Chuck uck,, m mee incli inclinando nando ssobre obre a pia pia para enchê enchê-lo com água. Abri a torneira, mas nada aconteceu. Franzindo o cenho, fechei a torneira e vol voltei tei a gi girá rá-la, -la, e então ttentei entei us usar ar a torneira torneira de áágua gua quent quente. e. Na Nada. da. A porta da frente se abriu com um rangido, e som de um programa de rádio tomou o espaço. A cabeça de Chuck apareceu, e ele me viu mexendo nas torneiras. – Nã N ã o te tem m m ais áágua gua – eele le c onfirm ou, ccoloca olocando ndo dois ga galões lões de quinz quinzee litros litros cada ca da no chão. – P Pelo elo me menos nos,, não nas ttorneiras. orneiras. – Você Você não dor dorm m e? Ele riu r iu.. – Ac Acabou abou a á gua à s c inco, quando a cor cordei. dei. Nã Nãoo sei se a pressão pre ssão da di dist strib ribui uidora dora do m muni unicípi cípioo não é suficient suficientee para traz trazer er a água aqui a qui em cim cimaa com as bombas desligadas, se os canos estão congelados ou se os reservatórios da cidade cid ade eest stão ão fec fechado hados, s, mas uma coi coisa sa é ccerta. erta.
– O quê? quê ?
– Está conge congelando lando lá for fora; a; no m íni ínim m o, dez gra graus us a baixo de ze ro e venta ventando ndo demais. dem ais. C Céu éu aazzul ttra razz m ais frio frio.. Pr Pref efiro iro a neve neve.. – Podem P odem os dar um j e it itoo na áágua? gua? – Acho Ac ho que nã não. o. – Quer Que r que eu vá busca buscarr áágua gua com c om você você?? – Acho Ac ho que nã não. o. Esperei. Notei que ele tinha algo desagradável para me dizer. – Pre P recc iso que você voc ê busque ga gasol solina ina pa para ra o gera ger a dor dor.. Resmunguei. – E o Ric Ric har hard, d, todas essa essass pessoas aaíí fora fora?? – Eu pedi par paraa o Ri Ricc har hardd ir ontem à noit noite, e, e não deu c er erto. to. E Ele le é bem inút inútil il para ar a ccois oisaa s assim assim.. Le Leve ve o ga garoto. roto. – O garoto? ga roto? – Ei,–IIndy ndy ! –uma Chu Chuc c k gritou, eespiando spiando orr orredor. edor. Ao longe, umaventura. “ Oi? Oi?”” ec ecoou oou na sala. Vista roupa de frio. Você enoo cMike partirão em uma Chuck vi virou-se rou-se para sai sair, r, m as parou e sorriu sorriu para m im . – E encha e ncham m dois dois g alões de qui quinz nzee li litros tros ca cada, da, pode ser? * – De onde ve vem m o sobre sobrenom nomee Indigo? Eu estava agachado, tentando me proteger do vento, deixando o garoto trabalhar. Ele se mantivera calado no caminho, só olhando para o horizonte. Quando pedi a ele para escavar o primeiro carro, ele começou a trabalhar sem questionar. – Minha fam fa m íl ília ia é de Louisi Louisiana ana.. Co Costuma stumavam vam plantar coisas lá. De Dera ram m a nós os nom nom es de dess ssas as ccoi oisas. sas. Ele não parecia afro-americano, mas também não parecia caucasiano – negro, cabelos curtos e características exóticas, quase asiáticas. A coisa que mais chamava a atenção nele, pelo menos por ser incomum, era uma corrente de ouro com pingente de cristal que usava no pescoço. – Vene Venenoso, noso, não éé?? – per perguntei, guntei, re refe ferindo-m rindo-m e aaoo índi índigo, go, tentando cconver onversar. sar. Estávamos na rua 24, do outro lado da rua, alguns prédios depois do nosso. osso grupo já havia retirado a gasolina da maioria dos carros perto dali.
O rapa r apazz assenti assentiuu e ccont ontin inuou uou ca cavando. vando. – É o que pare pa recc e.
Olhei para os dois lados da rua e imaginei os milhões de pessoas que estavam presas re sas naque naquele le de deser serto to c onosco. Da Dali li,, a cida cidade de par paree cia aba abandonada ndonada,, m a s e u sentia a presença da enorme quantidade de pessoas escondidas nos monolíticos prédios ré dios a cinz cinzee ntados que se este estendiam ndiam lado a lado à dist distânc ância ia – um dese deserto rto congelado congel ado entre torres de cconcreto. oncreto. Ouvi um som sibilante e temi que fosse um vazamento de gás, até perceber que era o ruído das partículas finas de gelo sendo carregadas pelo vento através da super superfície fície da neve. – Então, por que você dec decidi idiuu bate baterr à nossa porta porta?? Ele apont a pontou ou nos nossas sas jjane anelas las no sexto andar andar.. – Não Nã o ha havia via m uit uitas as luz luzee s aacc esa esass em e m outros lugar lugares. es. Eu nã nãoo ter teria ia te tentado, ntado, m as Vicky e a família dela precisavam de ajuda. Ele estava se referindo à mãe e aos dois filhos ainda adormecidos no sofá do corre corredor Eles pare pareciam ciam exaust exaustos – dor. Ela. não nã o está ccom om você você? ? os.. Ele negou balançando a cabeça. – Mas eles e les eestava stavam m no trem com igo. – Qual Qua l tre trem m? Ele enfiou a pá na neve e se abaixou para tirar o gelo da tampa do comparti com partim m ento ddee ga gaso soli lina, na, deu um umaa bati batida da leve e a aabri briu. u. – No Am tra trakk. – Você Você e stavam nele nele?? Fica icara ram m fe feridos? ridos? – Eu não esta estava... va... – Ele fic ficou ou visi visivelm velmee nte incom incomodado, odado, fe fechou chou os olhos olhos.. – Podemos falar de outra coisa? – Ele pegou um dos galões. Olhou para mim, o céu era refletido em seus olhos azuis cristalinos. – Seu prédio não tem um gerador de de em ergência? Assenti. – Não Nã o conse consegui gui lligáigá-lo. lo. Por quê? Acha que cconseguiria? onseguiria? – Não Nã o ac acionar ionaria ia o sis sistem tem a de aaquec quecim imee nto me mesm smoo se eeuu conse conseguis guisse. se. – Então, por que você per perguntou guntou?? Apoiando-se em um joelho, ele apontou nosso prédio.
– O Ch Chuc uckk di disse sse que o ger gerador ador dele é m ovido à ga gasol solina ina ou ou a a diesel. Vocês conferiram confer iram quant quantoo di diesel esel havi haviaa no ttanque anque do gera gerador dor de em er ergência gência do prédio prédio?? O vent ve ntoo assovi assoviou ou ao pa pass ssar ar por nós.
– Não, Nã o, não cconfe onferim rimos. os. – Eu ri. Menos de cinco minutos depois, estávamos no porão do prédio, ouvindo o barulho ar ulho do segundo galã galãoo e nche nchendo. ndo. Estava fr frio, io, m a s m uit uitoo m e nos do que lá fora. Nem sequer precisamos sugar o combustível, porque havia uma válvula de escape no fundo do tanque. – Oitoce Oitocentos ntos litros! – exc exclam lam ei, anim animaa do, lendo a later lateral al do tanque tanque.. – Nosso pequeno eque no ger gerador ador poder poderáá se serr aali lim m enta entado do por se sem m ana anas. s. Damon sorriu, fechando a válvula de escape e rosqueando a tampa do galão de plástico. Eu queria saber o que havia acontecido no acidente do Amtrak, mas ele parec ar ecia ia se sensí nsíve vell em re relaç lação ão aaoo assunto, por iss issoo pre precisa cisaria ria ir com c om c uidado. – Só Só peç peçoo um umaa ccois oisaa – suss sussurr urree i, ape apesar sar de nã nãoo have haverr ninguém m a is a li. li. – Isso será nosso segredinho, certo? fr anziu franz o cenho. –EleQue Quero ro iu pedir par paraa não c ontar a ninguém a re respeito speito do tanque do ger gerador. ador. Vamos assumir a tarefa de conseguir combustível. Enquanto todo mundo pensa que estamos por aí sugando gasolina de carros na neve e no frio, podemos nos sentar sent ar aaqui qui em baix baixoo e re relaxar, laxar, bater um pa papo. po. O que vo você cê ac acha? ha? Ele riu r iu.. – Cl Clar aro. o. Mas ser seráá que não vão per percc e ber que esta estam m os volt voltaa ndo c om diese diesell e não com gasolina? O garoto era ligeiro. – Ac Acho ho que ninguém a lém do Ch Chuck uck va vaii per percc e ber ber,, e e le é bom e m guar guardar dar segredos. Damon assentiu. – Está a fim de cconver onversar sar a gora gora?? – per perguntei. guntei. – Acho Ac ho que nã não. o. – Vam Vam os lláá , conve converse rse com igo.
15:45
– Posso P osso ssubir? ubir? Olhei para o carpete, evitando os olhos dela. – Já tem os m ais pessoa pessoass do que conse conseguim guimos os m ante anterr – Ch Chuc uckk re respondeu spondeu por mim. A mulher do apartamento 315, Rebecca, parecia assustada. Todo mundo no andar dela jjáá havi haviaa pa parti rtido. do. E Ela la vest vestia ia um umaa j aqueta preta, pre ta, gros grossa sa e bri brilh lhante, ante, com uma gola de pele falsa. Mechas de cabelos loiros escapavam das beiradas do capuz que ela havia puxado para cobrir a cabeça, dando a seu rosto pálido um halo etér etéreo eo na lu luzz que vi vinha nha por trás dela. P Pelo elo m menos, enos, ppar arec ecia ia estar aaquecida. quecida. – Você não deve deveria ria fic ficaa r a qui soz sozinha inha – fa falei, lei, im imaa ginando-a ali à noit noite, e, no escuro fr io,nosem fri sem ningu ninguém . a ccom El Elaa emno exeu batent batente e daémport porta om a m ão eenvo nvollta pela lu luva. va. Eu cedi. – O que a cha de subi subirr par paraa passa passarr a tar tarde de c onosco, toma tom a r um ca café fé quente quente,, ee,, m ais ttar arde, de, nós ac acompa ompanharm nharmos os vvocê ocê até o Javit Javits? s? – Muito Muito obrigada obrigada!! – Ela quase com eç eçou ou a cchora horarr. – O que devo le levar var?? – Le Leve ve o m á xim ximoo de roupa roupass quente quentess que puder – Chuck re respondeu, spondeu, balança ala nçando ndo a ccaa beç beçaa –, e pr pree cisa se serr um a bols bolsaa que você consiga carregar . Na c idade idade,, a inda havia quatro e staç stações ões de rá rádio dio tra transm nsmit itindo indo notí notícia cias, s, e aquela que fazia a cobertura de emergência no centro da cidade anunciara que o Centro de Convenções Javits, entre a rua 34 e a 40, tinha sido transformado em um abrigo ppar araa a região oest oestee de Manhat Manhattan. tan. – P odem os pega pegarr alguns c ober obertore toress e m pre prestados, stados, qualque qualquerr c ois oisaa quente quente?? – perguntei. er guntei. Ela assentiu. – Levar Le varee i tudo tudo o que tiver tiver.. – E qualquer qualque r aali lim m e nto de que nã nãoo pre precise cise – ac acre resce scentei. ntei. Ela assentiu mais uma vez e voltou a seu apartamento, fechou a porta e nos
deixou no escuro. Ainda estava claro lá fora, mas, sem janelas para o mundo exterior, os corredores eram como cavernas sombrias, com metros de
corredores iluminados apenas pelas duas luzes de emergência, uma acima dos elevadores elevad ores e a out outra ra aacima cima da escada. Estávamos batendo de porta em porta, fazendo uma lista para termos uma “consciência situacional”, como Chuck chamara. A maioria dos moradores do prédio ré dio havia par parti tido. do. Aque Aquela la tare tar e fa m e fe fezz lem bra brarr de sem ana anass a ntes, quando batem ate m os às por portas tas pa para ra c onvidar nossos am amigos igos para o cchurr hurraa sco do Dia de Aç Açãã o de Graça Gra çass – pou pouca cass ssem em anas antes, m as um m und undoo ttot otalm almente ente di dife fere rent nte. e. – Cinquenta Cinquenta e seis pessoa pessoass no pré prédio dio – Ch Chuck uck inform ou quando a brim brimos os a porta da e sca scada da e c om omee ça çam m os a subi subirr – e c er ercc a de m e tade de delas las eestão stão eem m nosso andar. – Por P or qua quanto nto ttee m po você ac acha ha que o grupo no segundo aandar ndar vai dura durar? r? O apartamento 212 tinha um pequeno gerador funcionando. Um grupo de novee pe nov pess ssoas oas havi haviaa se unid unidoo em uma versão m menor enor do qu quee tí tínham nhamos os lláá eem m cim cima, a, masCnão equipada. hucktão deubem de om ombros. bros. – Não Nã o sei. Nosso andar a ndar esta estava va se torna tornando ndo um a brigo de em er ergênc gência ia c onfor onform m e pe pessoas ssoas de outros andares subiam. Richard continuou me impressionando. Ele havia conseguido sair e encontrar outro aquecedor a querosene e muito combustível, além de mais alimentos. O dinheiro continuava comprando coisas lá fora, pelo menos por enquanto. – Não Nã o há á gua em lugar ne nenhum nhum–– eu dis disse. se. Não Nã o e ra um umaa per pergunta. gunta. Soub oubem em os os,, pelo rádi rádio, o, qu quee nã nãoo havi haviaa água eem m nenhu nenhum m a pa parte rte da ccid idade. ade. – Em sit situaç uações ões de sobre sobrevivênc vivência, ia, a orde ordem m de im importânc portância ia é aque aquecc im imee nto, depois água e então alimentos – Chuck explicou. – Uma pessoa consegue passar semanas ou meses sem alimentos, mas apenas dois dias sem água, e pode morrer congelada em poucas horas. Precisamos nos manter aquecidos e separar quatro litros de água por dia para cada pessoa. Subimos a escada, nossos passos ecoavam ao nosso redor. A temperatura na escada estava caindo e ficando a mesma do lado de fora, e nossa respiração produzia roduzia um umaa nuvem espe espessa ssa e bra branca nca à fr frente ente de nosso rosto. Co Com m um bra braçç o
em uma tipoia para proteger a mão machucada, Chuck estava usando a outra para ar a se segur segurar ar no cor corrim rimãã o, subi subindo ndo um degr degrau au por vez.
– Há um m e tro e m eio de neve lá fora. for a. Com c er ertez tezaa , não fic ficar arem em os sem água. – Os explorador e xploradoree s do Ár Árti tico co sentiam tanta sede quanto os do de deser serto to do S Saa ar araa – Chuck Chuck dis disse. se. – É pre pr e ciso der derre reter ter a ne neve ve pr prim imeir eiro, o, e, pa para ra isso, isso, gastagasta-se se eene nergia rgia.. Comer neve baixa a temperatura corporal e dá cãibras, o que pode ser fatal. A diarreia e a desidratação são inimigos tão grandes quanto o frio. Eu subi m ais alguns degra degraus. us. A A hidratação hidratação é o de me menos. nos. Como vvamos amos mante manter r nossa higiene, a limpeza dos banheiros e de todo o resto? resto? Eu ainda me sentia culpado por Chuck ter ficado ali por nós. – Você a c ha que deve devería ríam m os par parti tir? r? Le Levar var todo m undo a o c entr entroo de evacuação? Apesar de a maioria dos apartamentos estarem vazios, todo mundo do nosso andar continuava ali, juntamente com os refugiados, e só porque tínhamos o gerador e o aquecimento. Talvez estivéssemos cometendo um erro terrível. Não tínhamos alimentos para manter as quase 30 pessoas de nosso andar por muito tem po. F Fiq iquei uei su surpreso rpreso aaoo perc perceber eber que vi viaa as pessoas qu quee tinham inham m igra igrado do para o noss nossoo andar com comoo “re “refugi fugiados”. ados”. – Luk Lukee a inda nã nãoo e stá m uit uitoo bom par paraa viaj a r, e Ellarose é peque pequena na dem ais para ar a eenfr nfrenta entarr m uit uitaa ccoisa. oisa. Ac Acre redit ditoo que os ccee ntros de eeva vacua cuaçç ão se serã rãoo desa desast stre ress enormes. Se formos embora, perderemos o que temos aqui, e se ficarmos sem saída saí da lá fora fora... ... est estar aríam íamos os em sério sérioss pro probl blem em as. Escutei o ritmo metódico botas enquanto continuávamos subindo. devia ter subido aquelas escadasdas umas vinte vezes nos últimos dois dias. Então dias. EntãoEué isso que precisa acontecer para me obrigar a fazer exercícios. exercícios . Apesar de tudo, sorri. No sexto se xto anda andar, r, Chuck se virou pa para ra m im im.. – Estam Estamos os ne nessa ssa a gora gora,, Mik Mikee , e pre precisa cisam m os fa fazze r a c oisa oisa dar ce certo, rto, independentemente do que acontecer. Você está comigo? Respirei fundo. C – huck Estouest c om você você. . ão para a m aç estendeu endeu am açaneta, aneta, m mas as antes ddee ccons onsegui eguirr alca alcançánçá-la, la, a
porta se abr abriu, iu, e eele le qua quase se de despenc spencou ou esc escada ada a baixo. A cabeça de Tony apareceu. – Mas que diabos! dia bos! – Chuck xingou xingou.. – V Você ocê poderia poder ia se serr m ais cuida cuidadoso? doso?
– É o P resby re sbyter terian ian – Tony exc exclam lam ou, ofe ofegante gante.. – Estão pedindo a aj uda de voluntários no rádio. Nós olhamos olham os par paraa ele sem ente entender. nder. – O hospita hospita l no fim da rrua. ua. P essoa essoass estão m orr orrendo endo aali li..
20:00
– Conti Continue nue ve venti ntilando. lando. A escadaria do hospital parecia um pesadelo. Corpos inertes estavam abandonados em macas sob as luzes de emergência nas portas, com tubos e bolsas olsas de sangue suspensas e m um umaa flore floresta sta de hastes e suportes de m e tal. Em m eio à lu luzz fra fraca ca,, as pess pessoas oas gri gritavam tavam e se rrem em exiam exiam,, reluz reluziindo com lanternas de mão e capacetes com lâmpadas, todos correndo loucamente para baixo, em di dire reçã çãoo ao fr frio io con congelant gelante. e. Desesperadamente, tentei manter o ritmo enquanto descíamos as escadas depressa, segurando um respirador manual de plástico azul entre os dedos, equilibrando-o sobre a boca e o nariz de um bebezinho. A cada cinco segundos, eu o apertava, um r,sopro de ardefresco. bebê era da unidade neonatal, neonat al, nascid nascidoofornecendo na noit noitee anterio anterior, pre prem m aturo sete m O eses. Onde está o pai dele? O que aconteceu com a mãe? Uma enfermeira aninhava o bebê nos braços, descendo a escada comigo o mais rápido que conseguíamos. Quando chegamos ao térreo, corremos em di dire reçã çãoo à eent ntra rada da princi principal. pal. – Par P araa onde va vaii le le vává-lo? lo? – per perguntei guntei à eenfe nferm rm eir eiraa . El Elaa est e stava ava cconcentrada oncentrada no cam in inho ho a sua sua ffre rent nte. e. – Não Nã o sei. Dissera Disseram m que o Ma Madison dison Squar quaree Garde Ga rdenn está aatende tendendo. ndo. Pass Pa ssam am os ppelas elas port portas as dup duplas las ddaa entrada princip principal al e então esperam os at atrá ráss de uma maca que dois funcionários tentavam levar para fora. O senhor na cama olhou para mim, com os braços retorcidos ao redor do corpo, tentando dizer algo. Fiqu iquei ei olh olhando ando par paraa eele, le, tentando adiv adivin inhar har o que eele le quer queria. ia. – Eu cuido c uido ddiss isso. o. Um policial da delegacia de Nova York estava esticando o braço para pegar o respirador de mim. Graças a Deus, o Presbyterian ficava quase na Sexta avenida, uma das únicas vias principais que o limpa-neve continuava a desobstruir. Saindo, vi alguns carros de polícia e ambulâncias, além de veículos
civis ppor civi or m meio eio de uma abertu abertura ra feit feitaa eem m um eeno norm rmee banco de neve às m margens argens da Sexta avenida.
A enfermeira e o policial seguiram, e uma onda de pessoas passou por mim. Ao ver que a enfermeira estava apenas com uma blusa de mangas curtas, corri atrás deles, tirando minha parca e colocando-a sobre os ombros dela, e voltei correndo corre ndo ppara ara dent dentro ro do lob lobby, by, ttre rem m endo. Ao ver aquele recém-nascido enquanto descíamos a escada, eu só conseguia pensar ensa r em La Laure uren. n. Era c om omoo se a quele bebe bebezzinho nos bra braçç os da enf enfer erm m e ira fosse meu filho ainda não nascido. Eu estava prestes a chorar, com a respiração rápida e curta. – Você Você e stá bem , am igo? Era m ais um pol policial. icial. R Respirei espirei fundo e aassent ssenti.i. – P rec re c isam isamos os de pessoa pessoass a qui for foraa par paraa leva levarr os pac pacientes ientes à P enn Station. Pode fazer isso? Eu não tinha tinha ce certez rteza, a, m as aass ssenti enti de novo me mesmo smo aass ssim. im. Você Você um uma j aque aqueta? –– Dei De i a tem m minha inha àa enf enfe e rmta? eir eiraa – expliquei, apontando a porta. El Elee fez f ez uum m gest gestoo em dire direçã çãoo a um cont contêiner êiner aaoo llado ado das port portas as de saída. – Pe P e gue algum algumaa coisa na seç seção ão de ac achados hados e pe perdidos rdidos e vá lá par paraa fora for a . Ele Eless dirão o que você deve fazer. Minutos depois, eu estava empurrando uma maca subindo a Sexta avenida, usando um sobretudo desbotado vermelho-cereja, com mangas de babados brancos ra ncos m anc ancha hadas das e m eia eias-luvas s-luvas de lã cinz cinzaa . Eu havia deixa deixado do aass luvas grossas que Chuck Chuck havi haviaa m e dado no noss bo bols lsos os ddaa pa parc rcaa que dei à eenferm nferm eira. O casaco era um número bem menor que o meu, e feito para uma mulher, por iss issoo ti tive ve que for forçç ar o zíper pa para ra subi subi-lo -lo pela m inha bar barriga riga.. Eu m e sentia igual a um salsichão. O mundo dentro do hospital estava frenético, mas a tranquilidade do lado de fora era surreal. Quase totalmente escura e silenciosa, a rua estava iluminada apenas pelas lanter lanternas nas do doss veí veículo culoss iint nter erm m itent tentes es que passavam para cim cimaa e para baixo, leva levando ndo os e nfe nferm rm os. Um a am bulância bulânc ia passou por m im im,, ilum iluminando inando a prociss roc issão ão fantasm fa ntasmaa góric góricaa à fr free nte, um desf desfil ilee hete heterogê rogêne neoo de e quipam quipamentos entos e pessoas essoa s se aarr rrasta astando ndo pela ne neve. ve.
Na prim primeir eiraa m eta etade de do quar quarteirã teirão, o, o fr frio io e stava suportáve suportável,l, m a s quando cheguei à esquina da rua 25, dois quarteirões depois, ele estava cortante. Caminhando contra o vento forte, esquentei meu rosto pressionando as meias
luvas de lã nele, e quando tirei uma delas, senti algo duro na minha face. Será que ti tinha nha ulce ulcerado rado por conta do fri frioo? Meus ppés és eest stavam avam dorme dorment ntes. es. Neve e ve grossa e gelo c obria obriam m a rua rua,, e pre precc ise ise i m e c once oncentra ntrarr pa para ra e vit vitar ar que as rodas da maca se prendessem nos sulcos do caminho, recuando e avançando com frequência sempre que elas enroscavam. A mulher na maca estava enrolada fei fe ito uum m a m úmia, eenvo nvollta em ca cam m adas de fin finos os llençóis ençóis az azui uiss e bra brancos ncos.. Ela estava consciente, acordada e olhava para mim com olhos assustados. Eu conversava com c om ela, di dizzendo para não se preoc preocupar upar.. Uma bolsa com fluídos estava pendurada em um suporte ao lado da maca, balança ala nçando ndo pa para ra c á e par paraa lá, o tubo ser serpe pentea nteando ndo por deba debaixo ixo dos cobe cobertore rtores. s. Tentei estabilizá-lo, xingando por não ter ninguém para segurá-lo, tentando imaginar o que havia ali dentro. Será que vai congelar? O que acontece se cair? Vai arrancar o tubo da veia dela? A maca atolou na neve de novo, quase virou, e a mulher soltou um gritinho. Com toda a m min inha ha força, forç a, aj eit eitei ei a m mac aca, a, ofega ofegant nte, e, e ccont ontin inuei. uei. No int intee rva rvalo lo de tem po entr entree as luz luzee s dos c ar arros ros e da dass a m bulânc bulâncias ias que passavam assa vam , m eu m undo se torna tornava va um c asulo eescur scuroo de gelo e fr frio, io, m meu eu cor coraa çã çãoo acelerava e meus olhos se esforçavam para enxergar na luz fraca da lanterna em minha cabeça. Éramos apenas eu e aquela mulher, unidos entre a vida e a morte. A fin finaa lua cr crescent escentee no cé céuu escuro ppare arecia cia uma foi foice, ce, e eu não m mee lem brava de ter vi vist stoo a lu luaa em Nova Y York ork antes. perdi rdi a entrada? entrada? Com Sete quarteirões se tornaram uma eternidade. Eu pe esforço, espiei na escuridão. Ainda havia pessoas à minha frente, e então, dois quarteirõess adiante, avist quarteirõe avistei ei o azul e o br branc ancoo de um a va vann da polí polícia cia de Nova York ork.. Segurando com força o metal frio da maca, segui em frente. Enquanto meu rosto, rost o, as mã mãos os e os pés cong congelavam elavam , os braç braços os e aass pernas ardiam ardiam.. – Assumim Assum imos os a pa partir rtir da daqui, qui, am amigo. igo. Doiss ppol Doi olici iciais ais dera deram m a volta volta na m mac acaa par paraa segurar sua sua eext xtrem rem idade. idade. Eu estava encharcado de direção suor. a uma abertura no banco de neve na rua 31, Enquanto era levada em
a mulher murmurou um obrigado com fraqueza, mas eu estava cansado demais para ar a rree sponder sponder.. C Curva urvado do e of ofee gante gante,, sorri pa para ra ela. ela . Endire Endireit itee i-m i-mee e desci de sci a rrua ua na escuridão, em di dire reçã çãoo ao hospi hospital tal ma mais is uma vez vez..
02:25
– Gostaria Gostar ia de poder ofe ofere rece cerr m a is – o sar sarge gento nto Wil Willi liaa m s di disse. sse. Balancei a cabeç cabeça. a. – Já está óti ótim m o, m muit uitoo obriga obrigado. do. – Segure Segureii a tigela de sopa ccom om as dua duass m mãã os, deleitando-me com o calor. Meus dedos formigavam de modo dolorido quando o sangue voltou, mas meus pés continuavam adormecidos. Ao entrar, eu me olhei no espelho espelho ddoo banheiro banheiro.. Est Estava ava inchado inchado e verm elho elho,, m mas as não havia ulcera ulceraçã çãoo de frio, ou pelo menos nada que parecesse o que eu acreditava ser ulceração de frio. Na fila do refe re feit itório, ório, pegue pegueii um pão duro e um poti potinho nho de m a nteiga. Nã Nãoo havia nada na da aalém lém de aalgu lguns ns bi biscoit scoitos os e uns pacotes de salgadinhos salgadinhos.. O segundo andar do prédio ao PenndoStation e do Madison Square Garden havia sido transformado emlado um da quartel departamento da polícia de ova York, e estava lotado. Depois de eu ter feito mais algumas viagens indo e voltando, o sargento Williams me deteve, vendo que eu estava à beira de um colapso, e se ofereceu para me levar ao refeitório deles. Ninguém achou estranho quando entrei vestindo meu casaco vermelho de babados. Eles estavam exaustos demais. Procurando entre as pessoas, não vi ninguém que eu conhecesse. Chuck havia perm er m ane anecc ido e m nosso apa aparta rtam m ento. Ele não e sta sta va sendo m uit uitoo úti útill com sua mão quebrada. Richard havia desaparecido quando anunciamos a intenção de ajudar. Tony, Damon e eu fomos ao hospital, mas eu havia me perdido dos outros na confus c onfusão. ão. Todo odoss us usavam avam m ásca áscara rass du dura rant ntee a evac evacuaçã uaçãoo do ho hosp spit ital, al, m mas, as, no ref refeit eitório ório,, ninguém estava de rosto coberto. Ou eles sabiam de algo que a população não sabia, ou tinham desistido. O sargent sarge ntoo Wil Willi liam am s iindi ndicou cou um lu lugar gar vaz vazio io às me mesas, sas, e passam passamos os em m eio à multidão para nos sentarmos. Desviando de alguns policiais, coloquei a tigela de sopa quente na mesa para cumprimentar as pessoas ao meu redor. O sargento
Williams se sentou à minha frente, tirou o quepe e o cachecol e os jogou em cima de um monte de roupas pesadas sobre a mesa. Coloquei a minha jaqueta sobre a pilha. O cheiro ali era igual ao de um vestiário.
– Está um umaa baita ba bagunça gunça lá for foraa – um dos policiais rrec eclam lam ou, inc incli linandonando-se se para ar a tom tomaa r a sopa. – O que a conte contece ceu? u? – outro per perguntou guntou.. – Os chine chineses ses a conte contece cera ram m – o prim primeir eiroo hom homee m re resm smungou ungou e m re respost spostaa . – Esper Esp eroo qu quee eeles les nnão ão deixem pedra sobre pedra eem m Beij eijiing. – Chega dis disso so – o sar sargento gento Willi William am s re retruc trucou. ou. – Já tem m uit uitaa c ois oisaa ruim acontecendo e não precisamos piorar a situação. Ainda não sabemos o que aconteceu, e não quero mais ouvir esse tipo de papo. – Nã Nãoo sabe sabem m os o que ac acontec ontecee u? – outro poli policia ciall diss dissee . – É c omo om o se estiv est ivéssem éssemos os nnoo m meio eio de um umaa m aldi alditta guerra na nos nossa sa própri própriaa cciidade. O sargento olhou olhou para o po poli licial cial com ca cara ra feia. – P a ra cada ca da pessoa que e stá ca causando usando tra transtornos, nstornos, há outra outrass cinc cincoo c om omoo o Michael – ele acenou com a cabeça na minha direção –, que estão arriscando a vi vida daOpara ajaludar udar. . policial polici balançou a ca cabeça beça.. – Tra Transt nstornos? ornos? Vou da darr um tra transto nstorno rno par paraa você. você . P odem todos ir pa para ra o inferno. Já me cansei disso. – Ele se levantou, pegou a tigela de sopa e partiu depressa para outro canto do refeitório. Os policiais ao redor dele desviaram o olhar, olhar, mas, m as, uum m de ca cada da vez vez,, tam tam bém se llevant evantara aram m e saíram. saíram . – P er erdoe doe o poli policia ciall Roma Romales les – o sar sargento gento Willi William am s diss disse. e. – P e rde rdem m os algumas pessoas hoje em um tiroteio na Quinta avenida. Uns idiotas decidiram saquear as lojas chiques por lá, uma multidão inteira. Inclinei-me para a frente, desamarrei os cadarços de minhas botas e as afroux afr ouxei, ei, m mexendo exendo os ddedos edos ddoo pés. El Eles es ar ardi diam am e doíam doíam.. – Tire a s botas – o sa sarge rgento nto Willi Williaa m s suger sugeriu. iu. – A Aqui qui dentro e stá que quente, nte, m as suas botas são térmicas. Se você mantiver seus pés nelas, eles continuarão gelados. – Ele suspirou e olhou ao redor. – Corpos e sangue por todos os lados depois do tiroteio na Quinta, e nenhum lugar para colocá-los, nem os carros do serviço funerário nem as ambulâncias conseguiam chegar lá, por isso tivemos que deixá-los congelando na rua. Coisa pesada. Tirei as botas, dobrei uma das pernas sobre a outra e comecei a massagear
m eus dedos dedos.. – Sint intoo m uit uitoo por iss isso. o. – Eu não sabia o que eu deveria deve ria diz dizee r, e talvez nada fossee aadequado. foss dequado. Troqu Troquei ei de per perna na par paraa m exer nos dedos ddoo out outro ro pé.
– Os nec necroté rotérios rios da c idade e stão lot lotaa dos, e os hospitais hospitais e stão se tornando torna ndo frigoríficos. Senti um umaa dor aagud gudaa no ppéé que estava m massageando. assageando. F Fiz iz uma ca care reta. ta. – O que a conte contece ceuu no Pr Pree sby sbyter terian? ian? O sargento Will Williiam s bbalançou alançou a ccabeç abeça. a. – Um a e m enda explodiu na bom bomba ba de c om ombust bustível ível do ger geraa dor quando e les estavam trocando os tanques. Oitenta hospitais grandes na cidade, mais centenas de clí c líni nica cass vão fe fechar char lo logo. go. Es Estam tamos os hháá quase três di dias as sem eletri eletricidade. cidade. Mesmo sem fa falh lhaa nos equi equipam pamento entos, s, nnenhum enhum deles po poss ssui ui reservas par paraa sobreviv sobreviver er m ais de cinco dias com o gerador, e há pouco combustível. – Ele mergulhou o pão na sopa. – Pior ainda é a questão da água. O Departamento de Proteção Ambiental fechou os túneis 2 e 3 no reservatório Hillview quando um defeito no sistema indicou que esgoto havia vazado, mas quando descobriram que era apenas uma falha técnica, conseguiram túneis de novo. Genial. Os sistemas de controle estão não ferrados, ou algo reabrir absurdoosassim. – Eles não nã o podem fa fazze r algum a lgumaa ccois oisaa ? – Noventa N oventa por c e nto da á gua da cida cidade de vem de lá. Eles ter terãã o que m e xer nos controles do túnel, mas, mesmo assim, sem água corrente há alguns dias a essas temperaturas, os canos menores provavelmente já congelaram. Não vai demorar para as pessoas começarem a pegar o gelo do rio East e beber aquela porca orc a ria poluí poluída. da. Oito m il ilhões hões de pessoa pessoass desta ilha ilha m orr orrer erão ão de sede ante antess de morrerem congeladas. Parei de tomar minha sopa e apoiei os dois pés de novo no chão, apesar da dor que senti ssubi ubindo ndo m minh inhas as pe perna rnas. s. – Onde e stá a ca cavala valaria ria?? FEMA?? – Ele riu, mas logo se controlou. – Eles estão fazendo o melhor – A FEMA que podem, mas não há contingente para resgatar sessenta milhões de pessoas. As redes de comunicação pararam de funcionar e eles nem sabem onde encontrar seus funcionários e seus equipamentos. Boston está tão mal quanto nós, e ainda teve aquela nevasca vinda do nordeste, e é a mesma história em Hartford, Ha rtford, Fi Filadélfia, ladélfia, Balt Baltimor imore. e.
– O presidente pr esidente não ccham ham ou o exé exérc rcit ito? o? Ele suspirou.
– Até m e sm smoo Washington e stá stá num numaa pior, filho. Nã Nãoo tem os notí notícia cia dele deless há um dia, é como se eles tivessem caído em um buraco negro. Desde o pânico com a gripe aviária, o país se tornou um caos. Pelo menos até onde sabemos, e sabemos muito pouco. – O senhor se nhor viu o exé exérc rcit ito? o? – Eles a par paree ce cera ram m , m a s eestão stão foc focaa dos nos a lvos não identifica identificados, dos, pe pensando nsando que estamos em um tipo de guerra com drones drones e ainda estão em DEFCON 2 para ar a prote proteger ger um pa país ís que e stá se de desi sintegr ntegraa ndo. Idiotas estã estãoo c onseguindo causar uma guerra do outro lado do mundo enquanto estamos passando fome e congelando. E, ainda assim, ninguém faz ideia do que diabos aconteceu. – Mas alguém a lguém fe fezz a lguma coisa. alguém f eezz algum – Sim Sim,, alguém algum a cois coisa. a. Olhei ao redor na sala lotada. – Minha Minha ffam am íl ília ia eestá stá eem m ca casa. sa. D Deve evem m os sair e proc procura urarr um abr abrigo? igo? – Abr Abrigar igar-se -se onde? Lá for foraa virou um dese deserto rto c ongela ongelado, do, e a inda que você vocêss tivessem ivessem um lugar aaond ondee ir, com comoo chega chegariam riam lá? – El Elee re resp spiro irouu fundo e eest sticou icou o braço ra ço par paraa segur seguraa r um umaa de m inhas m ã os. Fo Foii um gesto ínti íntim m o que e u nã nãoo eestava stava esperando espera ndo.. – V Vocês ocês têm um lu lugar gar seguro e aaquecido quecido?? Assenti Ass enti,, bal balança ançando ndo a ccabeç abeça. a. – Então, fique lá, c onsi onsiga ga água potáve potável,l, e sper speree . Vam os re resol solve verr isso. isso. A Con Edison disse que o fornecimento de energia será reestabelecido em alguns dias, e, disso, o os resto se resolverá. – Ele soltou a minha mão e se reclinou para trásdepois para esfregar olhos. – Mais uma coisa. Soltei a colher e esperei. – Mais uma um a te tem m pe pestade stade eestá stá vindo, qquase uase tão pe pesada sada quanto a prim primee ira ira.. – Quando? Qua ndo? – Am anhã anhã.. Fiq iquei uei olh olhando ando par paraa ele. Quase sus sussurra surrando, ndo, ele dis disse: se: – Que De Deus us aj ude todo todoss nós nós..
DIA 6: 28 DE DEZEMBRO 08:20 O bebê gritava sem parar em meus braços. Tentei segurá-lo, mas ele escorregava, ainda envolto em placenta. Eu estava sozinho na mata, minhas mãos imundas, folhas, comando terrasegu embaixo das ,unhas. as m ãos sem para parar, r,cobertas tent tentando andopor llimpáimpá-l las, tent tentando segura rarr o bebê bebê, m mas as eleEsfreguei ccont ontin inuava uava escorregando. Me escorregando. Meuu De Deus, us, não permita qque ue ele e le ccaia. aia. Por favor favor,, alguém me ajude. Ofegando, eu me sentei na cama. Do lado de fora, havia uma luz fraca e acinzentada. Nubl acinzentada. Nublado ado.. Nenhum som além do ronronar do aquecedor elétrico ao lado da cama. Lauren estava dormindo comigo, Luke acomodado entre nós. Ele estava acordado, olhava para mim e sorria. – Oi, am igão – eeuu dis disse se a ele delica delicadam dam e nte. Eu estava suando, meu coração aindaconsciência. acelerado, enquanto a visão do bebêa escorregando ainda perturbava minha Eu me abaixei, beijei bochec oche c ha gor gordinha dinha de Luk Lukee e e le ba balbuciou lbuciou e gr grit itou. ou. Estava ccom om fom e . Laurenn se rrem Laure em exeu, aabri brindo ndo ooss ol olhos hos.. – Você e stá be bem m ? – ela per perguntou, guntou, pisca piscando ndo e a poiando-se em um dos cotovelos. Ela vestia uma blusa com capuz cinza e estava coberta com vários cobertores. Eu me in incli clinei, nei, pprocure rocureii em embaix baixoo das cobertas e eela la se retraiu re traiu ddee leve quando toquei sua pele quente com meus dedos frios. Delicadamente, escorreguei a mão para acariciar sua barriga. Onze semanas, talvez, mas a barriga ar riga de gr gráá vida aainda inda nã nãoo apa apare recc ia. Ela sor sorriu riu e de desvio sviouu o olhar olhar.. – Ontem à noit noite... e... – Eu suspire suspirei.i. – F Foi oi horríve horrível.l. Não cconseguia onseguia pa para rarr de pensa pensar r em vo você. cê. – Porque P orque sou horríve horrível? l? O aquece a quecedor dor elétri elétrico co zzuni uniu. u. Eu escorreguei a m ão pelas cost costas as de La Lauren uren e a puxei na m inha dire direçç ã o, beij beijando ando se seuu rosto. Ela estre estrem m ec ecee u. – Não, Nã o, porque você é m ar araa vil vilhosa. hosa. – Sou Sou horr horrível, ível, Mi Micc hae hael.l. M Mee de desculpe. sculpe.
– Eu pre precc iso pe pedir dir desc desculpa. ulpa. Eu nã nãoo esta estava va ouvind ouvindoo o que você diz dizia ia e e u te acusei de modo injusto. Os ol olho hoss del delaa ffiicar caram am m are arejj ados ados..
– Não Nã o é sua c ulpa. – Aquele Aque le rapaz, ra paz, o Da Dam m on, pe perde rdeuu a noiva no a cide cidente nte do Am tra trakk. Ele m e contou enquanto estávamos lá fora, cavando. – Meu Deus. De us. – E me m e ffez ez pensa pensarr que se eeuu per perdesse desse você você... ... Lukee gr Luk grit itou ou entre nós. Eu so sorr rrii para ele, lut lutando ando ccont ontra ra m inhas inhas lágrim lágrimas. as. – Um segundinho, aam m igo, pr pree ciso conve conversa rsarr um pouco c om a sua m ãe ãe,, e stá bem ? – V Volt oltee i a olhar par paraa La Laure uren. n. – Você é tudo para par a m im im.. Si Sinto nto m muit uitoo por não ter te escutado. Quando tudo isso acabar, se você quiser voltar para Boston, vou com você. Fico em casa com as crianças, você aceita o emprego que quiser, sejaa eele sej le qual for for.. S Sóó qu quer eroo qu quee fiq fiquem uemos os junt juntos os,, que sej sejam am os uum m a fa fam m ília. ília. – Ta Ta m bém quer queroo is isso. so. S Sint intoo m muit uito. o. O abi a bismo smo eent ntre re nós desapar desaparec eceu, eu, e ela se esti esticou cou para m e beija beijarr. Luk Lukee volto voltouu a gritar. – Certo, vam os pre prepar paraa r seu c a fé da m anhã anhã.. – La Laure urenn riu e m e beij ou de novo. * O corredor principal havia se tornado um espaço comunitário, com sofás servindo servi ndo como ccam am as dos ddoi oiss llados ados e ccadeiras adeiras dis dispos postas tas ao re redor dor de duas m esas no centro. Alguém havia puxado uma estante, que servia como apoio para algumas luminárias, para o rádio e para a cafeteira. O aquecedor a querosene estava est ava so sobre bre um a da dass m mesas, esas, aquece aquecendo ndo o lugar lugar.. O morador de rua havia partido, mas a jovem e suas crianças ainda estavam ali, dormindo em um ninho de cobertores no sofá em frente ao apartamento dos Borodin. Rebecca, a mulher do 315, passara a noite lá. A família chinesa estava na casa de Richard, e Tony passava as noites na sala principal da casa de Chuck, no sofá sofá em fre frent ntee de noss nossoo quarto quarto.. Quando me levantei, o rapaz, Damon, já havia improvisado um sistema de cordas e polias na escada, e havia organizado uma equipe de trabalho. O corredor do elevador estava cheio de galões com neve que eles estavam subindo para ar a de deixar ixar der derre reter ter e se separ paráá -los par paraa bebe beberr.
Esfregando os olhos para me livrar do sono, acenei para Tony quando ele apareceu pela porta da escada com dois baldes de neve. Eu parti em direção à cafeteira ca feteira quente na est estante. ante.
Pa m est Pam estava ava enchendo uma xícar xícara, a, e eella a ent entregou regou a mim. – Podem P odem os conve conversa rsarr por um m inut inuto? o? – ela suss sussurr urrou. ou. – Cla Cla ro – m urm ure urei,i, pegando pega ndo a xíc xícar araa enqua enquanto nto ela m e puxa puxava va pa para ra um lado. Bebi uum m grande gol golee de ccaf afé. é. – Você vai pre precisa cisarr tom tomaa r m uit uitoo cuida cuidado do com La Laure uren. n. Desid De sidra rataç taçãã o e desnutrição moderadas podem causar um aborto. – Cla Cla ro que tom tomaa re reii cuidado. – T Tom omei ei m ais um gole de c a fé fé.. – O bebê be bê de depende pende de voc vocêê . – Eu sei dis disso, so, P a m . – Na Naquele quele m om omento, ento, e u m e senti irritado. Eu e sta sta va fazendoo tu fazend tudo do o qu quee pod podia. ia. – E agra agradeço deço pe pela la preoc preocupaçã upação. o. Ela olhou em meus olhos. – Você Você pode m e pr procur ocurar ar se algum a lgumaa ccoisa... oisa... – Pode P ode de deixar ixar.. Ela assentiu e voltou a puxar a neve. Rory e Chuck estavam sentados no sofá perto de nossa porta, brincando com seus telefones. – Os c elular elularee s estã estãoo func funcionando? ionando? – per perguntei guntei c om espe espera rança nça enqua enquanto nto enchia a xícara de novo, feliz por mudar de assunto. – Não Nã o exa exatam tam ente – C Chuck huck re respondeu spondeu sem olhar par paraa m im im.. “ Mais hospitai hospitaiss dev devee m se serr fec fechados hados hoj hoje” e”,, dizia o locutor do rádio, “e “ e a polícia de Nova York está chamando voluntários...”. Nãrapaz Não o paz exa exatam tam ente? ?rou Como aassi ssim m ?r um a pli –– O ra m mee ente m ost ostrou c om omo o usa usar plicc ativo de m e nsage nsagem m ponto a ponto. Estou instalando no telefone de Rory. – Um aplica aplicati tivo vo de m ensa ensage gem m ponto a ponto? – Cha Cha m a -se mesh network . “... neve e ventos fortes são esperados, atrapalhando os esforços do exército...” Bebi um gole de ccaf aféé e m e sentei ao lado ddeles, eles, incli inclinando nando o corpo para ver o queChuck eles estavam estpegou avam fazend fazendo. o. de memória pequeno de trás do telefone de Rory, um chip
encaixou a bateria de novo e o ligou. – Reunimos Reunim os um m onte de coisa coisass úteis nist nistoo – Chuck Chuck disse, disse, se segura gurando ndo o c ar artão tão de memória entre os dedos. – O aplicativo de mensagens do cara é demais.
Podemos enviar mensagem de texto um ao outro, diretamente de telefone a telefone, e também em uma rede de telefones, desde que estejamos a uma di dist stância ância de aalg lguma umass dez dezenas enas de m etros. Não prec precis isaa da rede r ede do cel ce lular ular.. T Tem em até uma versão W Wi-F i-Fii ddele. ele. “ Esta emissor e missoraa de rádi rádioo será de desl sligada igada às quatr quatroo da tarde tarde de hoje de devido vido ao tempo ruim que se aproxima e também à falta de alimentação de nossa estação de transmissão. Para continuar acompanhando as notícias de emergência, sintonize a...” – Pode P ode ba baixáixá-lo lo em m e u telef telefone? one? Chuck fe fezz um gest gestoo em dire direçã çãoo a um a ccaixa aixa de plást plástiico ccheia heia de celul c elular ares es na estante, embaixo da cafeteira. Cada um deles estava marcado com fita crepe. – Já fiz no seu e deixe deixeii ele c ar arre regando, gando, e vam os inst instala alarr no m á xim ximoo de telefones que pudermos. Eles precisam estar destravados, e não funciona em todo odoss os modelo modelos, s, ma mass em boa parte deles. – Acho Ac ho que voc vocêê j á ouviu fa falar lar sobre a nova te tem m pestade pestade?? Ele assentiu. – Mais 30 ou 60 c e ntí ntím m e tros de ne neve ve vindo em nossa dire direçç ão. V Vam am os sair logo para ar a a j udar a eva evacc uar o Beth IIsra sraee l e o Ve Ve ter teraa ns pa para ra Bell Bellevue evue.. – Ele olhou eem m m eus ol olhos hos.. – Eles precisam de qualquer qualquer aj uda que ccons onsegui eguire rem m. V Você ocê pod podee vir? vir? Ele estava falando sobre vários hospitais grandes no lado leste, perto do Stuy tuyve vesant sant T Town own e do Alphabe Alphabett C Cit ity. y. Pens po por r um m ome oment nto. o.portar,, sim. –Pe Snsei Se e aeiL Laur aure e n não se im importar O telefone que Chuck segurava emitiu um bipe. Ele começou a digitar algo. – Te Te m c er ertez tezaa de que está a ffim im de ir? – per perguntei guntei a eele. le. – Sim. O gar garoto oto va vaii ffica icarr aqui, a j e it itaa ndo todos os telef telefones ones e fa falando lando c om os vizinhos. Ele tentava usar a mão quebrada para segurar o telefone enquanto teclava com a ou outtra. A m ão m achucada eest stava ava roxa e inchada. Balancei a cabeça e então pensei em algo. – Você Você foi ve verr IIre rena na e Alek Aleksandr sandr??
– Já faz fa z um tem po. P or que não vai ver com o ele eless e stão a ntes de sair? – Chuck apontou com a cabeça em direção à porta deles. – Ah, e mais uma coisa. Você sabe esquiar?
15:30
Começou a nevar de novo conforme o dia se transformava em escuridão absoluta. Evacuar os hospitais Beth Israel e Veterans para o Bellevue foi uma tarefa muito mais metódica se comparada ao que enfrentamos no Presbyterian, na noite anterior. Foi um fechamento organizado, ou o mais organizado possível naquelas condições. Recursos de emergência e combustível estavam sendo concentrados em alguns dos maiores centros médicos. Os hospitais sabiam quando o gerador deixaria de funcionar e providenciaram as transferências com antecedência. antece dência. Apenas os ccasos asos graves estavam send sendoo transferido transferidoss ao Bell Bellevue, evue, e o resto era encaminhado a centros de evacuação. Chuck e eu esquiamos até lá, usando o equipamento que os ladrões tinham deixado nos armários. Não fomos os primeiros a ter aquela ideia. Um grupo grande de esquiadores havia aparecido nas ruas. Os nova-iorquinos estavam se adaptando depressa, e vimos todos os tipos de equipamento improvisado de neve no caminho, e até pessoas de bicicleta descendo a rua Seis. Havia carros soterrados, mas algumas almas aventureiras tinham desenterrado os seus e se arriscavam na rua, mas a maioria voltava a ficar presa. Depois dos pedidos no rádio, centenas de pessoas apareceram no Beth Israel para ar a aj udar a polí polícc ia de Nova York e os ser serviços viços de em e rgê rgência ncia,, deixa deixando ndo a Primeira avenida bastante movimentada. A cidade parecera deserta antes, mas a m is issão são daquel daquelee di diaa havi haviaa inspi nspirado rado um sens sensoo de ccam am ar aradage adagem m e uni união. ão. A cidade ainda não fora derrotada. Fui ao apartamento dos Borodin antes de sair. Parecia que nada havia acontecido. Irena e Aleksandr estavam sentados nos lugares de sempre – Aleksandr Alek sandr dormindo nnoo so sofá fá com Gorby ao lado dele, Ire Irena na tricot tricotando ando um par de meias. Ela até me ofereceu umas linguiças que havia preparado para o café da m anhã, e claro qque ue eu ace aceiitei, j un unttam ent entee ccom om um umaa xí xícar caraa fum fumegant egantee de cchá. há. Os Borodin não queriam se unir a nós. Irena explicou que eles ficariam no
canto deles, que já tinham passado por aquilo. Na e vac vacuaç uaçãã o de hospit hospitaa l, enc encontre ontreii o ssar arge gento nto Wil Willi liaa m s de novo. Ele buzi buzinou nou e acenou de uma viatura da polícia enquanto eu subia a Primeira avenida e ele
descia no senti sentido do contrá contrário. rio. * – Está na hora de volt voltaa r? – Ch Chuc uckk per perguntou guntou quando os prim primeir eiros os floc flocos os de nevee ccomeça nev omeçaram ram a ca caiir. Nós havíam havía m os fe feit itoo sete via viagens gens de ida e volt voltaa , e eeuu estava esta va eexausto. xausto. Eles – Se Se mainda dúvida. estavam limpando a neve da Primeira avenida, e nós descemos até a esquina da Stuyvesant Town. Suas torres se assomavam no céu acima de nós. A placa de bronze na entrada relacionava uma centena de prédios residenciais naquele complexo, cinquenta mil pessoas dentro de suas paredes de tijolos à vista. Eu sentia muita sede. A Cruz Vermelha havia chegado para entregar cobertores e mantimentos, mas tinham pouca água. Conseguimos uma garrafa cada, mas mesmo com a água que havíamos levado, não foi suficiente. O tempo haviaa esquent havi esquentado ado ce cerca rca de qui quinz nzee graus durant durantee o di diaa – aind aindaa est estava ava frio, em embora bora não tanto quanto antes, e eu estava suando, mas meu corpo esfriou depressa quando o sol sol com começ eçou ou a se pôr pôr.. Pegamos nossos esquis do armário dentro do lobby do VA Hospital, no meio do caminho entre o Beth Israel e o Bellevue, nos preparamos e partimos de volta ao lado oeste. Tínhamos uma distância de pouco mais de 3 quilômetros pela rua 23. A nevasca se tornava mais pesada. Pela milésima vez, resisti à vontade de checarr m eu tel checa telefone efone ce cellular ular para ver se havi haviaa rrece ecebi bido do e-m e-mail ails. s. A evac evacuaçã uaçãoo ti tinha nha se tornado uma fá fábri brica ca de boatos boatos,, e eu ouvia ouvia várias teori teorias as di dife ferentes rentes a respeit respeitoo do qu quee estava aacont contec ecendo. endo. – O que você ouviu? – Ch Chuck uck per perguntou guntou.. – Que o Air Forc orcee One foi aabatido, batido, e que os rrussos ussos e cchineses hineses se unira uniram m par paraa invadir – eu disse. Com uma nova camada de neve, os caminhos para os esquis no meio da rua eram rápidos, e Chuck estava impondo um ritmo acelerado à minha frente. – As pessoas querem saber por que ninguém teve notícias de Washing ashingto ton, n, por que o eexér xército cito não está na nass ruas. – Foi m a is ou m e nos o que e u ouvi, m as a m inha teor teoria ia pre prefe ferida rida é a dos
alienígenas – Chuck gritou, olhando para trás. – Eu estava com um grupo do Village que estava prestes a usar capacetes de papel alumínio para impedir os ETss de lere ET lerem m nos nossa sa m ente.
– Se Se ria tão eefic ficaz az quanto qualquer c ois oisaa que este estejj a sendo ffeita eita no m om omee nto. – A ma m a ioria das pessoa pessoass que querr sabe saberr onde diabos eestá stá a a j uda de em e rgê rgência ncia.. E estão estão com m edo da próx próxiim a tem pestade. pestade. Esquiamos em silêncio por alguns segundos, olhando para a neve que caía e se intensificava intensificava.. – Está me m e aassus ssustando tando pra ca cara ram m ba tam ta m bém – conf confee ssei. À frente, a rua 23 parecia um cânion congelado. Uma pista dupla de esqui, flanqueada por marcas de passos, desaparecia à distância para o centro da passagem assa gem . No m eio da rua rua,, a neve se ac acum umulava ulava m a is nas beir beirada adas, s, ccobrindo obrindo os carros estacionados e era soprada em direção aos bancos de neve contra os prédios ré dios,, à s vezes cobr cobrindo indo os tol toldos dos sobre o prim primeir eiroo a ndar e tam bém os andaimes. Canais eram cavados na neve em intervalos irregulares para portas e entradas, buracos feitos pelos animais humanos que lutavam para sobreviver no sofrimento. Ao passarmos pela esquina da Segunda avenida, escutamos o barulho de vidro sendo quebrado, e uma multidão se materializou no escuro. Algumas delas tinham quebrado a vitrine de um supermercado, e o restante esperava enquanto os líd líder eres es re reti tira ravam vam os cac cacos os nnas as beiradas. Além da vitrine quebrada da Apple Store em Chelsea, eu não tinha visto nenhum saque, mas as pessoas deveriam estar ficando sem alimentos e sem água. Enquanto algumas se aproveitavam da situação, a maioria dos novaiorquinos estava se controlando. Mas sem qualquer ajuda à vista, os amedrontados e famintos esperaram quatro dias para infringir a lei. Sob aquelas circunstâncias, era algo inevitável, e ver a situação acontecer dava asas a horrores que se escondiam em minha mente – as histórias de Irena sobre Lening Leni ngrado, rado, qquand uandoo gru grupo poss de nô nôm m ades com começa eçaram ram a atacar e a come c omerr pess pessoas, oas, e a pol políci íciaa ffoi oi forç forçada ada a dar iní início cio a um umaa unid unidade ade anti antica cani nibali balismo smo para com combater bater tal ação. Paramos e observamos à distância. Longe de ser um grande empurra-empurra, aquele saque foi organizado, quase com pesar. Dois homem pararam para ajudar uma senhora a passar por
cima do vidro quebrado da vitrine. Ao ver que observávamos, um deles deu de ombros.
– Fa ze r o quê? – ele gritou em m e io à ne neve ve que c aía aía.. – P re reciso ciso alim alimenta entar r minha família. Voltarei para deixar um pouco de dinheiro quando tudo acabar. Chuck ol olhou hou para m im. – O que você a cha cha?? – O quê? quê ? De Deve vem m os tentar im impedi-los? pedi-los? Ele riu, balançando a cabeça. – Quer Que r pe pegar gar a lgum lgumaa ccoisa? oisa? Eu olhei para o branco à nossa frente, em direção à minha casa e à minha família. – Sim Sim,, devem deve m os pega pegarr tudo o que pude puderm rm os. Nós solt soltam am os os esquis, pre prendem ndem os os e quipam quipamentos entos na m oc ochil hilaa e e ntra ntram m os na fila de pessoas que esperava para entrar no mercado. Chuck pegou nossas lanternas de cabeça, e entramos pela vitrine. Pegamos sacolas de plástico e fom os ppar fomos araa a parte dos fun fundos dos,, on onde de eest stava ava m ais escuro e havia m enos ppesso essoas. as. – Qualquer Qua lquer a li lim m e nto c alór alórico, ico, m a s tente não pega pegarr junk food – Chuck me orientou. Mesmo com as lanternas, foi confuso, e eu peguei o que consegui. Queria sair dali. Em poucos minutos, saímos pela vitrine da frente, carregando tudo o que conseguí cons eguíam am os os.. Meus dedos já estavam doend doendoo de segurar as sacolas. – Isso I sso não vai se serr divertido – rree cla clam m e i. O ve vento nto estava m a is for forte, te, sopr soprando ando a neve em nosso rosto. Talve alvezz tenhamos pe pegado gado ccois oisas as dem demais ais.. – Não sei se consigo carre ca rregar gar tudo is isso so at atéé a nos nossa sa ca casa. sa. – Não Nã o fa fazz sentido ttee ntar esquiar com tudo iisto sto – C Chuck huck re respondeu. spondeu. – V Vaa m os ter que caminhar, e talvez deixemos uma ou outra sacola no caminho, se ficarem pesada esa dass dem a is. Aquilo me deu uma ideia. Coloquei as sacolas no chão e peguei, embaixo das camadas de roupa, meu telefone, e tirei uma das luvas com os dentes. Abri um aplicativo de caça ao tesouro que havíamos usado no verão passado em uma excursão com a pré-escola de Luke. Soprando meus dedos para esquentá-los, to toquei quei em alguns ícones. – P rec re c is isaa m os desc descer er a rua 23 – Chuck dis disse, se, fr fraa nz nzindo indo o ce cenho. nho. – P osso
mostrar a você como mexer na bússola mais tarde, mas é melhor irmos... Balançando a cabeça, eu olhei para ele.
– Deixe De ixe suas sa sacc olas aqui e e ntre par paraa pegar pe gar m a is. Ti Tive ve um a ideia. V Você ocê diss dissee que o GPS ainda está funcionando, certo? Ele assentiu. – Qual Qua l é a ideia? – Confie Confie e m m im im,, e entre e ntre de novo aantes ntes que o luga lugarr se sejj a esva esvazziado. El Elee deu de u de om ombros bros,, llar argou gou as sacolas e vol volto touu para a loja loja.. Guardei meu telefone e peguei as sacolas dele e as minhas. Voltando para a Segund egundaa avenida, llong ongee das pess pessoas oas na loja loja,, ca cam m inhei inhei com dificul dificuldade dade ccom om neve na altura dos joelhos, carregando as sacolas. Parei na frente de uma loja de telefone celu ce lular lar que aain inda da ti tinha nha um umaa plac placaa visí visível, vel, fi fizz um buraco gra grande nde na neve e cuidadosamente olhei ao redor para ter certeza de que não havia ninguém olhando. Quando me senti seguro, enfiei algumas sacolas no buraco e as enterrei, e então tirei uma foto da frente da loja usando o aplicativo de caça ao tesouro. Repeti o procedimento algumas vezes, em alguns pontos diferentes, até ter escondi esc ondido do tod todas as aass sac sacol olas. as. Chuck esperava por mim, com mais sacolas, quando voltei. – Está pronto para par a explica explicar? r? Peguei as sacolas da mão dele. – Nós a s eenter nterra ram m os na neve e m a rc rcam am os a loca locali lizzaç açãã o com e ste aplica aplicati tivo vo de caça ao tesouro que tenho. Se pudermos adicionar uma imagem do local aos dados de localização, conseguiremos escavá-las depois. Ele riu r iu.. – Cibe Cibere resqui squilos, los, he hein? in? – Alguma Algum a ccois oisaa aassi ssim m. O vent ve ntoo sop soprou rou for forte, te, quase nos derr derrubou. ubou. – É me m e lhor nos apr apree ssar ssarm m os. Depois de entrarmos mais duas vezes no mercado, o local ficou totalmente vazio vaz io,, e, cconforme onforme segui seguim m os ppara ara ca casa, sa, vim vim os lloj ojas as sendo ssaqueada aqueadass em todas todas as partes. ar tes. Aque Aquela la tem pesta pestade de e stava ger gerando ando m e do nas pe pessoas, ssoas, despe desperta rtando ndo seu instinto de sobrevivência. A lei havia sido infringida, mas não a ordem. Regras eram feitas para manter uma comunidade, e, naquele momento, a comunidade
precisa re cisava va infringir as re regra grass par paraa sobre sobreviver, viver, e stava aplica aplicando ndo seus própr próprios ios recurs rec ursos os de em ergência.
Paramos em todos os lugares em que vimos saques, e pegamos todas as coisas úteis e comestíveis que encontramos e as enterramos do lado de fora conform confo rmee seguí seguíam am os em frente. A escuridão e a neve teriam nos deixado amedrontados se não tivéssemos o software de mapas que Chuck havia instalado em nossos telefones. Ele nos dava uma ligação confortante, uma telinha brilhando que podíamos abrir de vez em quando para ver o pequeno ponto onde estávamos e, mais importante, onde estava est ava a nos nossa sa casa. ca sa. Perto das dez da noite, chegamos à nossa porta dos fundos. Eu estava exausto e com o corpo dormente por causa do frio. Tony e Damon estavam à nossa espera, mantendo a entrada desobstruída. Lá em cima, Lauren ainda estava acordada, e preocupada, claro, claro, ma mass eu caí na cam a sem nada di dizzer e do dorm rmii.
DIA 7: 29 DE DEZEMBRO
– A de degra gradaç dação ão gr graa ciosa é o problem a. Peguei Pe guei uma ti tigela gela de cim cimaa do bal balcã cão. o. – Com Com o um umaa eest stre rela la por pornô nô enve envelhec lhecee ndo? Chuck franzi fr anziuu o ce cenho, nho, ttentando entando entender a associação. associaç ão. – Se você voc ê vir a tec tecnologi nologiaa c om omoo se sexo xo – eele le dis disse se depois de um umaa pausa –, sim sim,, talvez alvez.. P Prec recis isaa cont contiinuar ffunci uncionand onandoo m mesm esmoo se fficar icar velh velho. o. mais de tecnol – E muit m uitaa s pessoas gostam mais tec nologi ogiaa do que de sexo. – Você Você,, por e xem plo – eele le rree spondeu sor sorrindo. rindo. P Pee gou um umaa tigela tigela e gesti ge sticc ulou com ela na m inha di dire reçã ção. o. – T Tenho enho no notado tado ssua ua impa impaciência ciência par paraa ler seus e-m e-mail ails. s. – Rapa Rapazzes, rapa ra pazzes, tem os cr crianç ianças as a qui – Susie dis disse, se, bala balança nçando ndo a c abe abeçç a , m as sorrin sorrindo, do, cobri cobrindo ndo as orelh orelhas as de El Elllar aros osee com as m ãos. Estávamos todos juntos na casa de Richard, o único lugar grande o bastante para ar a a com odar 28 pessoa pessoass a o m esm o tem po. Havíam Ha víamos os re recc ebido m a is três trê s refugiados de outros andares, mas Rex e Ryan decidiram ir para os abrigos de emergência, para tentar encontrar uma saída. Richard se oferecera para prepar re paraa r o alm oço par paraa todo m undo, por iss issoo e stáva stávam m os re reunidos unidos no prim primee iro andar amplo de seu apartamento. – Qua Quanto nto tem po você vocêss ac acham ham que a inda fic ficar arem em os sem e ner nergia gia elé elétrica trica?? – Sarah perguntou, adminha tigela com enc o ensopado in incr crív íveis eis aass coisas enchendo que Richar ichard ti tinha nha ccons onseguido eguido encont ontra rarr. que ela fizera. Eram – Eu diria m a is um umaa sem ana ana.. Essa nova neva nevasca sca ter term m ina a té a m anhã anhã,, e o sargento da delegacia de Nova York disse que a Con Edison já tinha resolvido as coisas, pelo menos em Manhattan. Devemos ter luz de novo para o Ano Novo. Chuck ergueu as sobrancelhas. Eu dei de ombros. Ele era um pessimista, eu era um otimista, e não fazia sentido assustar as pessoas com as teorias dele. – Pra P ra m im im,, par paree ce bom – T Tony ony diss disse. e. Estávamos tentando revezar a guarda na entrada, mas ele estava fazendo turnos ali mais do que qualquer pessoa. Eu havia acabado de enviar uma
mensagem de texto a ele usando o aplicativo de mensagem de Damon, para que su subi biss ssee e pegass pegassee um prato de com comid ida. a.
O vento soprava forte e uivava lá fora. Algumas emissoras de rádio ainda estavam transmitindo, e, por consenso, sintonizamos na New York Public Radio para ar a ouvir aass notícias cconst onstante antess dos aanúncios núncios de e m e rgê rgência ncia.. Muit Muitaa s de delas las eera ram m pedidos de aj a j uda, m as ne nenhum nhum lugar eera ra perto per to o bastante pa para ra nós, e, de qualque qualquer r forma, form a, eera ra perigo perigoso so ddem em ais sair sair.. – O que quer queroo diz dizer er com degr degraa daç dação ão gra gracc ios iosaa – Ch Chuc uckk continuou enqua enquanto nto Sarah enchia seu prato –, é que não há mais maneiras de revertermos para tecnologias tecnologi as aanteriores nteriores se algo fa falh lhar. ar. – Por P or eexem xem plo? – Como e ssa c ois oisaa da logí logísti stica ca que pre prejj udicou as entr entrega egas. s. Tudo é e ntre ntrega ga “imediata”, com alguns depósitos centrais localizados no meio do nada que não estocam est ocam qu quase ase nada. – Então, não nã o há eesto stoque que loc local al se a ca cadeia deia de fforne ornecc im imee nto for pr prej ej udica udicada? da? – Exa Exatam tam ente ente.. Os sis sistem tem a s com plexos que alim alimee ntam a s c idade idadess fic ficaa m por um fio. Se uma perna de apoio for retirada, a logística, por exemplo, puf – Chuc disse, soprando a própria mão. – Tudo cai. O ataque à cadeia de fornecimento é o pont ponto m mais ais frac fraco. o. – Então, de dever veríam íam os volt voltaa r aos ca cavalos valos e às c ar arroç roças? as? – Ri Ricc hard har d pe perguntou, rguntou, sentado ao balcão da cozinha com Damon, Chuck, Rory e eu. As crianças estavam est avam espalh espalhadas adas nos ssofás ofás com Laure Laurenn e Su Susi sie. e. Chuck riu. – Onde e stão os ca cavalos? valos? – No cam c am po? – Nã Nãoo há m ais c a valos, não c om omoo antigam e nte. A populaç populaçãã o quint quintupli uplicou cou desde a época em que seres humanos usavam cavalos para o transporte, e talvez tenhamos um quinto dos cavalos daquela época. E antes, oitenta por cento das pessoas essoa s m ora oravam vam na zona rur ruraa l e ti tinham nham com o se sust sustee ntar ntar.. A Agora gora,, eesses sses oitenta por ce c e nto mor moraa m nas ccidade idades. s. – Cavalos? – eu disse. – Está m e sm smoo fa falando lando sobre ca cavalos? valos? Richard balançou a cabe cabeça ça e sorriu sorriu.. – Vou deixar deixa r você vocêss se diver diverti tire rem m . P re recc iso ir ao banheiro. banhe iro. – Ele se leva levantou ntou
para ar a sa sair ir.. Sem água encanada, começamos a usar apartamentos que arrombamos no quinto andar como latrina comunitária para manter um pouco a higiene.
Recolhíamos a água que usávamos em baldes para acionar a descarga nos vasos sanitários. Richard pegou um balde de água que estava perto da porta quando saiu. – Vou diz dizer er qual é o problem a – Da Dam m on dis disse. se. – Nã Nãoo e xis xiste te um umaa estrutura urídica. – Você a cha que a dvogados poder poderiam iam c onter essa tem pestade de neve neve?? – Chuck riu. – Não Nã o a ne neva vasca sca,, ma m a s a cciber ibertem tem pestade pestade,, talvez. Era a primeira vez que eu ouvia o termo “cibertempestade”. Todo odoss se ccalara alaram m. – Nova York nã nãoo está sendo venc vencida ida pela neve neve.. Já sofr sofreu eu outras outra s neva nevasca scass – Damon prosseguiu. – Está sendo vencida pela cibernética. – E você a c ha que a dvogados poder poderiam iam conte conterr isso? Dam Da m on ol olhou hou para o teto e então de volta volta a Chuck huck.. – Você Você sabe o que é um umaa botnet ? – Um a rede re de de c om omputadore putadoress que foi infe infecc tada par paraa ser usada e m um ciberataque? – Isso, m as não a pena penass infe infecc tada tada.. As pessoa pessoass podem per perm m itir, itir, voluntariamente, que seus computadores sejam usados como parte de uma botnet . – Por P or que faria fa riam m iss isso? o? – C Chuck huck per perguntou, guntou, franz fra nzindo indo o ce cenho. nho. Rory balançou a ccol olher her no ar ar.. – Há bons m moti otivos vos alguém fa fazze r pa parte rte de um a botnet . Rory e Chuck podiam ser descritos como liberais, mas Chuck pendia um pouco m a is par paraa a dire direit itaa . – Está cur curti tindo ndo a c om omida ida de coe coelho? lho? – Ch Chuck uck per perguntou, guntou, er erguendo guendo a s so sobrance brancelh lhas. as. R Rory ory estava tent tentando ando ma mant nter er a dieta vegana, com endo uum m prato ddee cenouras e feijões. – Talvez seja um bom momento para optar por uma fonte alimentar com mais octano. – A dieta dieta vege vegetar tariana iana é a m elhor opçã opçãoo eem m sit situaç uações ões de sobre sobrevivênc vivência ia e, por
enquanto, ainda temos outros alimentos além de salgadinhos Rory respondeu, sorrindo. – E voltando às botnets botnets,, ataques de negação de serviço são uma forma ustificável de desobediência civil, como uma versão cibernética de uma m anifest anifestaç ação ão pa pacífica cífica dos ano anoss 196 1960. 0.
– Voc ocêê é o blogueiro do Times Times que cobriu o Anonym Anonymous ous,, certo? – Damon perguntou. er guntou. Rory assentiu. – Então, você a poia o que o Anonym Anonymous ous fez fez às empresas de logística, o que nos enfiou nessa bagunça? – Chuck perguntou de modo incisivo. – Apoio o direit dire itoo que ele eless têm def defende enderr e expr expressa essarr seu ponto de vis vista ta – Rory respondeu –, mas não acho que eles tenham sido... – Ve Ve rem re m os o quanto voc vocêê os apoia quando tr tranc ancar arm m os você no topo do pré prédio dio no meio me io dest destaa tem pest pestade. ade. – Ei, vam os com c alm a – eeuu dis disse, se, eergue rguendo ndo as m mãã os. – É crim c riminos inoso, o, is isso so si sim m – Chuck Chuck dis disse. se. – Na ver verdade dade,, não é – Da Dam m on obj objetou. etou. – E é iss issoo o que quer queroo diz dizee r com estrutu est rutura ra j urí urídi dica ca.. – Então, é lega legall gere gerencia nciarr um a botnet e usá-la usá-la para ataca atacar? r? – É il ilega egall ge gerenc renciar iar uma botnet – Damon explicou –, mas é perfeitamente legal unir-se a uma, como indivíduo. Em ataques de negação de serviço, cada computador lança um comando ping a um alvo algumas vezes por segundo, e não tem nada de errado em instruir o computador a fazer isso. Mas controlar centenas de milhares de computadores e direcioná-los para fazer a mesma coisa é quando quando o pprob robllem a come c omeça. ça. – Então, é il ilee gal ge gere rencia nciarr um umaa botnet , mas legal unir-se a uma? Isso não faz m uit uitoo se senti ntido. do. Damon deu de ombros. – E o que é il ilega egall em um lugar é lega legall e m outro. É possí possível vel c ontrata ontratarr um umaa botnet pela Internet, pagar via PayPal, para atacar um concorrente. Como o FBI vai prender alguém no Khuzistão? Eles têm leis internacionais para lavagem de dinheiro, drogas, terroristas, mas poucas para o que envolve a cibernética. Chuck franzi fr anziuu o ce cenho nho ol olhando hando par paraa D Dam am on. – P rec re c isam isamos os cuida cuidarr par paraa que quem m exe c om e ssas coisas saiba que ser seráá localizado. Precisamos assustar essa gente.
– Usa Usarr o m e do ccom omoo ar arm m a ? – Rory deu de om ombros. bros. – A diss dissuasã uasãoo com base no medo me do é um resq re squí uício cio ddaa Gue Guerra rra Fria. É essa a sua id ideia? eia? – Funcionou Funcionou bem pra ca cara ram m ba por quar quaree nta aanos. nos.
– E vej ve j a aonde nos levou – Rory dis disse, se, ffala alando ndo m mais ais aalt lto. o. – Um a dem oc ocra racc ia basea ase a da no m e do nã nãoo é um umaa dem ocr ocraa c ia. Medo dos c om omunis unistas, tas, m edo dos terroristas... nunca termina! Você sabe quem mais usou o medo para manter o controle sobre as pe pessoas? ssoas? Stalin, Hit Hitler ler... ... – Que m onte de ba babaquic baquicee de e squer squerda. da. Você quer culpa culparr a lguém lguém?? – Chuc Chuc apontou a família chinesa agrupada na escada no canto da sala. Então, ele abaixou a mão. – Quer saber? Estou com medo – ele continuou. – Estou com m edo do que di diabos abos po poss ssaa estar aacont contec ecendo endo lláá fora. fora. Estou Estou c om m edo edo.. Todos ficaram em silêncio, o único som era o do vento soprando lá fora. – Você Vocêss quer queree m a lgo ma mais is concr concree to para ter m e do? Todo odoss ol olhara haram m para a port porta. a. Era Paul, o invasor de alguns dias atrás, e ele apontava uma arma na cabeça de Richard. Um grupo de homens apareceu atrás dele. Stan, o dono da oficina, estava est ava com eelles, tam bém aarm rmado. ado. – De Desculpem sculpem – Stan diss disse, e, olhando na dire direçç ã o de Chuck e Rory. – Mas tam bém tem temos os fa fam m íl ílias. ias. Nin Ninguém guém prec precis isaa se fe ferir rir.. Paul empurrou Richard para dentro da sala e apontou a arma diretamente a Tony. – Não Nã o quer querem em os nenhum her herói ói aqui, ce certo? rto? * – Sint Sintoo m muit uito. o. O vento uiv uivava ava lá fora. Estava escure escurece cendo ndo.. – Não Nã o é sua cculpa, ulpa, T Tony. ony. Eu pe pedi di par paraa você subi subir, r, le lem m bra bra?? E eeu, u, ccom om c er erteza, teza, não queria um tirot tiroteio eio com as cr crianças ianças aqui aqui.. Ele assentiu, sem se convencer. Eles tinham entrado no prédio durante os poucos minutos em que ele ficou lá em cima e a eent ntrada rada ficara vaz vaziia. Ao ent entrare rarem m no apartam apartam ent entoo de R Riichard, eles logo renderam Tony e tirara tiraram m o .38 de seu bol bolso so.. Dever Deveriam iam estar de olho em nós há m ui uitto tem tempo. po. – Poder P oderíam íam os colocá colocá-los -los par paraa ccorr orree r – Chuck suss sussurr urrou. ou. – Está maluc m aluco? o?
Lauren segurava Luke no colo e olhava fixamente para mim, pedindo para que eu ficasse parado. A ideia de levar um tiro na frente de meu filho era algo assustador. Tínhamos que deixar que eles levassem o que quisessem. Ainda que
levassem tudo, ainda tínhamos o que havíamos escondido lá fora. Era melhor esperar tudo aquilo acabar. – Calem a boc bocaa aaí! í! – P Paa ul grit gritou. ou. Ele estava sentado na porta com Stan, e eles tinham nos encurralado no canto oposto do apartamento. Conseguíamos ouvir o resto do grupo arrastando e puxando cois c oisaa s pelo cor corre redor dor.. No Nossas ssas c ois oisas as.. – Nã Nãoo pode podem m os pe perm rm it itir ir que e les leve levem m tudo – Chu Chucc k diss dissee baixinho. A ca cada da barulho ar ulho de obj objetos etos sendo a rr rraa stados e batidos, e le fic ficava ava m a is tenso, xingava e olhava para Paul. – Chuck Chuck,, não ffaç açaa na nada da – sussurr sussurrei. ei. – Está m e ouvindo? Chuck assentiu. – Eu m a ndei você vocêss CALAREM A B BOCA! OCA! – P a ul gr grit itou, ou, a git gitaa ndo a a rm a na nossa nos sa di dire reçã ção. o. Do lado de fora, ouvimos um grunhido, e algo pesado bateu no chão. Parecia que eles estavam arrastando o gerador. E então, silêncio. Paul mexeu no re revól vólver ver,, sorrind sorrindo. o. A port portaa foi ent entrea reaberta berta e Pa Paul ul ssee virou virou na direç direção ão dela. – Você Vocêss ac acaa bar baraa m ? não. – Inda não. O cano comprido de um rifle apareceu na fresta da porta, abrindo-a. Irena apareceu, segurando uma escopeta antiga de dois canos. Ela ainda vestia o avental de cozinha, manchado como sempre, com um pano de prato jogado sobre um dos ombros. Inclinada sobre a arma, ela passou pela porta, e o cano trem re m ia enqu enquanto anto ela tent tentava ava m antê-lo firm firme. e. Paul Pa ul e St Stan an se af afast astar aram am da port porta, a, separa separando ndo-se. -se. – Larga La rga iss isso, o, vovó – Pa Paul ul di disse sse lenta lentam m ente ente,, aponta apontando ndo seu rree vólver na dire direçã çãoo dela. del a. – Não qu quero ero ter que aca acabar bar com vo você. cê. Aleksandr apareceu na escuridão atrás de Irena. As luzes estavam apagadas no corredor. corredor. El Elee segurava o m ac achado hado da da ccaixa aixa de em er ergência, gência, e estava pi pingand ngandoo sangue.
Irena m irou a arm a bem no ppeit eitoo de Pa Paul ul.. – Sabe quanta quantass ve vezzes leve leveii ti tiros? ros? – Ela riu. – Os nazi nazistas stas e Stalin nã nãoo consegui cons eguiram ram m e m atar atar.. Acha que um verm vermee ccomo omo você ccon onseg segui uiria? ria?
– Aba Abaixe ixe e ssa m aldita ar arm m a , senhor senhoraa ! – Stan gritou, bala balança nçando ndo a a rm a na nossa nos sa dire direçã ção. o. – V Vou ou ati atira rarr eem m um deles, juro por De Deus us.. Grunhindo, Aleksandr fez uma careta e parou ao lado da esposa. – Acer Ac erte te um fio de ccaa belo de dela la e eu ccom omoo seu ffígado ígado no jjaa ntar enqua enquanto nto você observa. Eu já matava idiotas como você antes de a vaca da sua mãe nascer. – Estou a visando, vovó, aba abaixe ixe eessa ssa aarm rm a ! – P Paa ul grit gritou, ou, a voz hesit hesitaa nte. Ele apontava a arma para a cabeça de Irena, mas olhava para a lâmina do m achado ac hado su sujj a de sangue que Alek Aleksandr sandr segu segurava rava.. Irena riu riu.. Tupoy.. Tão burro. Quer matar, não atire cabeça. – Ela estreitou os olhos. – – Tupoy Mire peito, mais doloroso, menos arriscado. – Sorrindo, ela expôs os dentes de ouro e ccome omeçou çou a ape apertar rtar o gati gatilh lhoo da arm a. – Di Diga ga adeus, dolboeb durak ...... – Certo, certo, ppar aree – Pa Paul ul choram in ingou gou,, erguendo a arm a. Irena fez um gesto com o queixo para que ele soltasse a arma, e ele a largou no chão chão com um baque. – O que e stá fa fazze ndo, porr porra? a? – Stan gritou. Ele a pontou a ar arm m a a Ir Iree na. – Você nunca di diss ssee nada sob sobre re esses psicopa psicopatas. tas. – Nã Nãoo aponta apontarr iss issoo m inha e sposa – Alek Aleksandr sandr rosnou, dando dois passos decididos na direção de Stan, com o machado erguido. Stan largou a arma que segura segu rava va e se aafasto fastou, u, llevantando evantando as m mãos ãos para se proteger proteger.. – Certo, certo! ce rto! – e u gritei, leva levantei-m ntei-m e e c orr orrii na dire direçç ão deles. dele s. Esti Estica cando ndo o braço, ra ço, ffec echei hei a porta aatrá tráss de Ire I rena. na. – O Onde nde eestão stão os out outros? ros? – Um , fim do cor corre redor dor – IIre rena na disse. – Morto, ac acho. ho. Outros fugira fugiram m. – Te Te m os que te terr ccee rte rtezza de que ele eless não eestão stão m mais ais aaqui qui dentro – Chuck fa falou, lou, pegando ega ndo aass duas aarm rm a s do chã chãoo e enf enfiando iando a m ã o na j aque aqueta ta de P a ul par paraa tira tirarr o .38 que ele pegara de Tony, e o entregou a mim. – Fique de olho nestes caras enquantoo T enquant Tony ony,, R Richard ichard e eeuu ssaím aímos os para ver se eeles les re realm almente ente foram em bora. Chuck olhou para as pernas de Paul e sorriu de modo irônico. vovó fez você molhar as calças. – Par P aree ce que a vovó
DIA 8: 30 DE DEZEMBRO
Alguma cois Alguma coisaa ccheirava heirava m uito uito m al. – Conti Continuem nuem anda andando. ndo. Estávamos levando nossos prisioneiros à Penn Station, para entregá-los nas tendas da polícia de Nova York que tinham sido montadas ali. A nevasca se estendera noite adentro, e ainda nevava, mas bem pouco. Flocos de neve m in inús úsculo culoss ca caíam íam suavem suavem ente do cé céuu nebul nebulos oso, o, e Nova York se transform transformar araa em uma tu tum m ba hib hiber ernal nal em tons tons ddee cinz cinzaa e brancos. O lixo começava a aparecer em meio à neve pristina, a maioria em sacos verdes e pretos, mas também coisas descartadas sem qualquer cuidado. Embalagens de papel e plástico rodopiavam em meio à neve nas rajadas de vento. Eu cheirava alguns sacos de lixo à beira da rua, tentando encontrar a fonte do cheiro nauseante, quando quase fui atingido por um esguicho de neve suja e amarronzada. Percebi o que era, as pessoas estavam jogando seus dejetos pelas janelas: urina, fez fe zes e qualquer ccoi oisa sa de que pre precisassem cisassem se li livra vrarr. A neve esc escondi ondiaa o li lixo, xo, não o cheiro. As temperaturas naquele dia estavam abaixo de zero, e pela primeir rim eiraa vez fiquei fe feli lizz por eestar star ffrio. rio. Paul riu quando me encolhi para não ser atingido. Quem jogou isso? isso? Eu ol olhei hei ppar araa ccima ima.. O prédio à m inha inha fr frente ente desapare desaparecia cia no céu branco depois de vinte andares. Não era possível ver ninguém na parede imensa de janelas que se estendia sem fim. – Continue Continue rindo, idiot idiotaa – Chuck dis disse. se. – A Algo lgo m mee diz que você vai se a funda fundar r na sua própri sua própriaam erd erdaa em breve. breve. Eu não diss dissee na nada, da, só fi fiquei quei oolh lhando ando para as j anelas. Não eera ra frequent fre quente, e, par paraa mim, olhar para cima enquanto andava na rua, e a imensidão do mundo acima de mi m im era su surpreendent rpreendente. e. Tantas pessoas. Meu Deus, tantas pessoas. – Você Você e stá bem , Mi Mikke ? – T Tony ony pe perguntou. rguntou.
Respi espire reii fund fundoo e m e conce concent ntrei. rei. – Mais ou me m e nos. Depois de verificar nosso andar, Chuck liderara um grupo pelo prédio, para termos certeza de que os invasores tinham partido. A gangue de Paul invadira
quase todos os apartamentos, levando o que podiam, e tinham tirado muitos alimentos e equipamentos de nosso andar. Irena e Aleksandr tinham conseguido impedi-los de levar tudo, e o gerador continuava ali. O homem que Aleksandr acertara com o machado não havia morrido. Ele estava se remexendo e gemendo em uma poça escura de sangue quando nos aproximamos dele. Paul havia conseguido cobrir com faixas o ferimento profundo rof undo entre o om ombro bro e o pesc pescoço oço de dele, le, m maa s ele ha havia via pe perdido rdido m muit uitoo sangue sangue.. Era o irmão irmã o de Pa Paul ul.. Richard e Chuck tinham forçado Paul e Stan a dar seus nomes e endereços. Aleksandr e Irena haviam permanecido ali conosco, sem dizer nada, só olhando enquanto nós os interrogávamos. Paul estava claramente aterrorizado com a possibil ossibilidade idade de nós os deixa deixarm rm os soz sozinhos inhos c om os Borodin Borodin.. Ele re responder sponderaa a todas as nossas perguntas quase de imediato. Eles não tinham arrombado o prédio; ré dio; e le ha havia via rroubado oubado aass cha chaves ves do aarm rm á rio da eentra ntrada da aalguns lguns dias aantes. ntes. – Quer Que r subir a rua Nove Nove?? – C Chuck huck per perguntou, guntou, par paraa ndo no cr cruz uzam am e nto. Eu balancei a cabeça, negando. – De j eito ne nenhum nhum.. Vam os atra a travessa vessarr a rua Se te e ir re reto. to. A entra entrada da para par a as tendas da polí polícia cia ffica ica na naquel quelee lado, e nã nãoo quero ficar preso no me meio io ddaa m ulti ultidão dão na Penn Pe nn.. – Certez Certe za? – Não Nã o vam os subi subirr a Nove Nove.. Chuck diante de. si. Damon também estava conosco, aj udand udando o o empurrava iirm rm ão fe ferido ridoPaul de P Paul aul a andar andar. Chuck, Tony e alguns outros se aventuraram, quando o dia raiou, até um endereço dobrando a esquina, que Paul havia fornecido. Eu me recusara a ir. A defesa havia se armado. Claro, as pessoas que estavam na entrada se recusaram a deixar Chuck entrar enquanto continuasse empunhando a arma e gritando por causa da com comiida roub roubada. ada. Tony sussurrou para mim que Chuck havia ameaçado levar Paul e Stan para a frente do prédio para executá-los se não devolvessem nossas coisas. Mas as
pessoas essoa s pedir pediram am a Ch Chuc uckk pa para ra ir em e m bora bora,, diz dizee ndo que não sabiam de nada nada,, e que haviaa ffam havi am il iliares iares e cr criiança ançass do llado ado de dentro. O prédio fica ficava va na rrua ua Nove, e de j eit eitoo nenh nenhum um eu passaria por ele em nos nossa sa marcha em direção à Penn. Chuck estava de mau humor.
Seguimos em fila indiana pelo caminho cheio de neve no meio da rua 24 e então começamos a subir a Sete em direção à Penn. Todos os vidros do andar térreo estavam quebrados, e os montes de neve estavam cheios de lixo e resíduos. Havia muitas pessoas na rua naquele momento, agasalhadas, carregando mochilas e bolsas, indo para algum lugar, qualquer lugar. Esse tráfego humano se misturava a um rio de pessoas que subia a rua Sete. Ao nos verem com armas nas mãos e levando os prisioneiros, todos nos evitavam, mas ni ningu nguém ém para parava va para nos obs observa ervarr ou para pergunt perguntar ar o que que eest stava ava aacont contec ecendo. endo. Quando chegamos à esquina da rua 31 com a Penn Station, vimos uma multidão. Milhares de pessoas estavam reunidas, gritando e se acotovelando. Alguém gritava em um megafone, tentando direcionar todo mundo. Em uma faixa pendurada aci ac im a da eent ntra rada da nort norte, e, estava escr escrit itoo Ali Alime mentos ntos de e me mergênc rgência ia.. A fila dobrava o quarteirã quarteirão. o. Tony e Chuck tinham amarrado as mãos de Paul e Stan para trás, e eles os seguravam com cordas. Chuck se inclinou para Paul e disse: – Quero ver você correr, corre r, imbec imbeciil, para eu dar um tiro nnaa sua ccabeç abeça. a. T Tente ente fugir fugir par paraa ver ver.. Paul Pa ul ol olhava hava pa para ra os pés. pés. – Sigam igam-m -m e – e u dis disse, se, fa fazzendo um gesto par paraa e les se e nfia nfiare rem m entr entree a s pessoas. essoa s. V Vii um grupo de poli policc iais na por porta ta pr principal incipal do pr prédio édio ccom omer ercc ial na P enn. Pass Pa ssando ando pel pelaa m ulti ultidão, dão, cons consegui eguim m os chega chegarr à pri prim m eira ba barrica rricada. da. – Pre P recc iso falar fa lar c om o sar sargento gento W Wil illi liaa m s! – eeuu gritei par paraa o policial que e stava ali. Apontando Paul e Stan, acrescentei: – Estes homens nos atacaram, assalto à mão armada. O policial levou a mão à arma enquanto observava Damon segurando o irmão ferido de Paul. – Você Vocêss pre precisa cisam m a baixa baixarr eessas ssas arm a rm as! – Por P or ffaa vor, pode e ncontra ncontrarr o sa sarge rgento nto Will William iam s? – pedi de novo. – Ele é m e u amigo. Meu nome é Michael Mitchell. O polici policial al sacou a aarm rm a do cold coldre re.. – Você Vocêss pre precisa cisam m ...
– Ele é m eu aam m igo. Por fa favor, vor, ccham ham e -o. O policial deu um passo para trás e falou no walkie-talkie walkie-talkie,, e olhava para nós de vez em quando. Ele assentiu e então guardou a arma, acenou em nossa direção e abriu caminho.
– Sigam -m e! – e le gritou m ais a lt ltoo que o bar barulho. ulho. – Você ocêss tê têm m sorte por e le estar aqui. Mas terão que me entregar suas armas. Chuck e Tony ofereceram as deles, e eu entreguei a ele o .38 que eu havia enfiado em m eu ca casaco. saco. El Elee nos ggui uiou ou ppor or uma esca escada da e pelo lobby lobby prin principal cipal at atéé o refeitório em que eu já estivera. Deixamos o irmão de Paul aos cuidados de um dos paramédicos. O sargento Williams estava à nossa espera. O policial disse algum algu m as palavras para eele le e então deu um passo para trás. O sargento sar gento Wil Willi liam am s ol olhou hou para nós com olhos olhos cansados. – Você Vocêss ti tiver veraa m a lgum pr problem oblemaa ? Pensei que ele nos levaria a algum lugar formal, para nos sentarmos a uma mesa e preencher papéis, e que levaria nossos prisioneiros a uma sala de concreto com vidro. Mas ele só fez um gesto para que nos sentássemos. – Estes home hom e ns nos a tac tacar araa m ontem à noit noite... e... – Nós a tac tacam am os você vocês? s? Você ocêss re retalhar talharam am o m eu irm irmãã o, Vinny, c om um maldito machado! – Paul gritou. – Animais malditos. – Cale a boca – o sa sarge rgento nto Will William iam s orde ordenou. nou. Ele se virou para pa ra m im im.. – IIsso sso é verdade? Eu assenti. – Mas ele eless e stavam m a ntendo a nós, nossas e sposas e filhos, sob a m ira de uma arm ar m a, rroub oubando ando as noss nossas as ccoi oisas. sas. Não ti tivem vemos os escol escolha... ha... Levantando a m ão, o sargento Will William iamss m mee int inter errom rompeu. peu. Ac Acre redit dito oo eprome m você você, filho,no de mom ver verdade dade, ntê-los los por um tem po, m as –não po poss sso prometer ter, nada ento ento.,. e podem os m a ntê – Com Com o assim assim?? – C Chuck huck per perguntou. guntou. – P Pre rendanda-os. os. V Vaa m os dar depoim depoimee ntos ntos.. O sarge sargento nto Wil Willi liam am s susp suspirou. irou. – Vou Vou ccolher olher os de depoim poimentos, entos, m a s nã nãoo te tem m os onde c olocá olocá-los. -los. Esta m a nhã, a Penitenciária do Estado de Nova York está soltando os presos de crimes mais brandos. ra ndos. Te m os alim alimee ntos ntos,, á gua, func funcionár ionários ios,, gerador ger adoree s e não dá par paraa a brir e fechar as celas de modo eletrônico. Tiveram que soltá-los. Quase trinta prisões esvaziadas. Deus nos proteja se eles soltarem algum dos malditos da Attica ou da
Sing Sing. – Então, você voc ê s vão solt soltar ar e stes ca cara ras? s? – Vam Vam os pre prendêndê-los los lá eem m c im imaa por eenquanto, nquanto, m mas as ta talvez lvez tenha tenham m os que solt soltáálos, dependendo de quanto isso durar. Mas se nós o soltarmos, não serão
perdoados, er doados, a pena penass ter terãã o a sit situaç uação ão posterga postergada da.. – Ele fr franzi anziuu o ce cenho nho a o olhar para ar a P a ul e St Stan. an. – IIsso sso ou da dam m os um ti tiro ro na c abe abeçç a de deles les no porã porão. o. Ele está e stá fal falando ando sério sério?? Prendi Pr endi a re resp spiraçã iração, o, esp esper erando. ando. O sargento Will Williiam s bbateu ateu a m ão na m esa e riu al alto to.. – Você ocêss de deve veria riam m ter vist vistoo a c ar araa que fiz fizee ra ram m . – Ele riu par paraa P a ul e Stan. – Idiotas do inferno. – Ele voltou a olhar para nós. – O exército está aqui agora, tomando controle dos pontos de emergência. Mais tarde, a lei marcial será declarada. A partir de agora, se isso acontecer, vocês levarão levarão um tiro, entenderam? – ele disse, voltando a olhar para Paul e Stan. Os dois dois ass assenti entira ram m , e ficar ficaram am m enos pál pálid idos os.. – Certo, Ramire Ram irezz, leve e sses dois da daqui. qui. O policial que nos recebera segurou Paul e Stan pelos braços e os puxou da mesa, e os levou para fora do refeitório. Ele deixou nossas armas na mesa do sarge ntoo Will sargent William iams. s. – Desculpem De sculpem , ra rapazes, pazes, é o m á ximo xim o que podem os fa fazzer a gora gora.. Acontec Ac ontecee u mais alguma coisa? – o sargento Williams perguntou. – A família de vocês está bem ? – Estamos Estam os bem , sim – rrespondi. espondi. Pela primeira vez desde que entrei, olhei ao redor no refeitório. Antes, o lugar era muito movimentado, cheio de coisas, mas limpo, no entanto, em poucos dias, ele havia ficado imundo. Estava quase vazio. Ao ver a minha cara, o sargento Williams imaginou o que eu estava pensando. ensa ndo. – Per P erdi di a m aior aioria ia de m e us hom homee ns. Eles nã nãoo m orr orrer eram am ... aalguns lguns,, sim sim,, m a s a maioria foi para casa. Não dormimos, não temos equipamentos. Graças a Deus, o exército chegou, mas, por enquanto, eles não contam com um décimo dos homens de que precisam. – Você Você não va vaii fica ficarr ccom om sua ffaa m íl ília? ia? Ele riu r iu.. – A ccorpor orporaa ç ão é m inha fa fam m íl ília. ia. Sou divorcia divorciado, do, m e us filhos m e odeia odeiam m e
vivem em qualquer lugar que seja longe de mim. – Sint Sintoo m muit uitoo – m murm urm ure urei.i. – Aqui é o m e lhor lugar par paraa m im im,, no m om omento ento – ele c onti ontinuou, nuou, dando um tapa na mesa. – E pode ser que eu precise da ajuda de vocês vocês antes que tudo isso
termine. – Te Te m os um umaa coisa que talvez pos possa sa usa usarr – Chuck dis disse. se. – É m e sm smo? o? – o sar sargento gento Willi William am s pe perguntou. rguntou. – Tê Têm m a lgo que pode nos aj ud udar ar nes nessa sa bagunça? bagunça? Chuck pegou um pequeno chip de memória de dentro do bolso. – Te Te m os.
DIA 9: VÉSPERA DE ANO NOVO, 31 DE DEZEMBRO
– Vontade de se a rr rrisca iscarr – Chuck diss disse, e, m eio e m bria briagado. gado. – É e sse o problem a ccom om os Est Estaa dos Unidos Unidos,, é por iss issoo que eestam stamos os nessa ba bagunça gunça.. – Por P or se arrisca ar riscar? r? – pergunte perguntei.i. – Sim – foi a re respost spostaa m e io a rr rraa stada –, ou, m e lhor diz dizee ndo, nossa fa falt ltaa de vontade de se arriscar. Estávamos no apartamento de Richard para uma festa de Ano Novo, com quase todo mundo do prédio, mais de quarenta pessoas. Depois da invasão e do drama do dia anterior, fixamos turnos de duas pessoas para vigiar a portaria, cada uma delas armada com um .38 e um celular que poderia transmitir m ensagens ddee aalerta lerta a tod todos os nnoo prédi prédioo po porr m eio ddaa rrede ede de Da Dam m on. Uma luz, finalmente, havia aparecido no fim do túnel. As duas emissoras de rádio que ainda estavam transmitindo, a New York Public Radio e a New Yor Public Services, previam que a energia voltaria à região mais baixa de Manhattan dentro de um dia. O Corpo de Engenheiros do Exército havia chegado e eles estavam se dedicando ao conserto do que quer que fosse. Helicópteros grandes do exército sobrevoavam a cidade o dia todo, e o barulho e a comoção davam uma sensação de segurança, a sensação de que os caras importantes estavam est avam aqui aqui.. Continuávamos para derreter nosso andar, buscar usca r suprim suprimee ntos trazendo e fa fazzíamneve os per perm m utas c om em pré prédios dios viz vizinhos inhos..saíamos Do ladopara de dentro, dent ro, fazí fazíam am os o me melh lhor or que podí podíam am os ppar araa limpar limpar,, decora decorarr e coz cozin inhar har com comid idaa boa. Chu Chucc k li ligou gou o ger geraa dor a o rá rádio dio e à televisão na ca casa sa de Ri Richa chard rd e e stava passando assa ndo ví víde deos os e toca tocando ndo m música úsica a pa partir rtir do telef telefone one de Da Dam m on. Ha Havia via fflâm lâm ulas pendurada endur adass no ttee to. Nós havíam ha víam os cconvidado onvidado o grupo do se segundo gundo aandar ndar,, nove pessoa pessoas, s, pa para ra subi subir r para ar a a festa. fe sta. Na invasã invasão, o, dois dias a ntes, a gangue de P a ul tam bém havia roubado roub ado um umaa par parte te dos suprime supriment ntos os ddeles. eles. El Eles es estavam com comem em orando ppor or Ir Irena ena
e Aleksandr terem sido heróis a ponto de impedi-los, um papel com o qual o casal de idosos não se sentia à vontade, mas aceitava com sorrisos e meneios de cabeça.
As pessoas estavam espalhadas em grupos, conversando; algumas até dançavam dançava m . Ao fec fechar har os ol olhos hos,, era quas quasee com comoo se tu tudo do est estiivess vessee norm al.. al.... quase. inguém in guém tom omava ava banho hháá cinco di dias. as. – Vontade de se a rr rrisca iscar? r? – Rory per perguntou. guntou. – Ontem , você e stava diz dizee ndo que precisamos de mais medo, e hoje você está dizendo que precisamos nos arriscarr m ais arrisca ais?? – Estou c oncor oncordando dando ccom om você – C Chuck huck re respondeu. spondeu. – Está? – R Rory ory per perguntou, guntou, surpr surpree so. – Pe P e nsei no a ssunt ssunto, o, e você e stá ccee rto. O m edo nã nãoo é a re respost spostaa . Se tive tiverm rm os m edo de tud tudo, o, ent então ão tere terem m os me medo do de fa fazzer o que que quer que sej seja, a, e isso isso qquer uer diz dizer er que vamos abrir mão mão de nossa liberdade. Você estava certo! Além de onde Chuck estava, vi Susie e Lauren sentadas no carpete da sala de estar, segurando Luke e Ellarose juntos, ajudando-os a dançar. Todos pareciam felizes. Chuck sorriu, pegou uma garrafa do meio da mesa e se serviu de novo. Estávamos sentados à mesa da cozinha de Richard, com vários de seus uísques m ais refinados no me meio io.. – Há algum algumas as sem a nas, em um de m eus re restaura staurantes ntes – Chu Chucc k dis disse se –, adivin adiv inhem hem quem entrou entrou?? Lá Lá ve vem m uma das hist história óriass dele dele.. – Quem Que m ? – Gene Ge ne K Kra ranz nz.. Todo odoss deram de om ombros bros,, exce exceto to Dam Damon. on. – O chef c hefee de m iss issão ão da Apollo Apollo?? – Isso! I sso! Na é poca do Ge Gene, ne, ele eless se af afivelava ivelavam m a foguetes fogue tes e a c endia endiam m o pavio pa vio com um charuto. Vocês sabem qual era a idade média de um chefe de missão durante o programa Apollo? Ninguém sabia sabia,, m maa s aque aquela la eera ra uma um a pe pergunta rgunta rree tórica tórica.. – Vint Vintee e sete sete!! – E daí? da í?
– E daí que, a tualm tualmee nte, as pessoa pessoass m a l conf confiam iam que um c ar araa de 27 a nos consiga fritar um bife, muito menos pousar na Lua. Tudo precisa ser avaliado por um milhão de comitês, e sentimos medo de praticamente tudo. Simplesmente não estamos mais dispostos a aceitar riscos, e isso está matando este país.
– Exatam Exa tam e nte – Rory conc concordou. ordou. – Te m os m edo de ter terror rorist istas, as, e ntão deixamos o governo começar a reunir informações pessoais sobre onde estamos e o que estamos estam os faz fazendo, endo, col colocando ocando câ câm m er eras as eem m todos todos os llados. ados. – Nã Nãoo cor corre rerr riscos – Chu Chucc k di disse, sse, ba balanç lançaa ndo um dedo – é a m e sm smaa coisa que não ter li liberdade berdade.. – Mas Ma s se você nã nãoo eestá stá fa fazzendo nada de e rr rraa do – e u disse –, nã nãoo te tem m nada a temer. Não me importo em perder um pouco de privacidade em troca de segurança. – É aí que você se enga engana na – Rory c ontrapôs. – Você tem tudo tudo a temer. Para ondee essa in ond inform form aç ação ão eest stáá in indo? do? Eu dei de ombros. No negócio de contratos de mídia no qual eu trabalhava, nós reuníamos enormes quantidades de informação a respeito de consumidores onliine e as vendí onl vendíam am os às em presas. Eu não vi viaa nada de er erra rado do ni niss sso. o. – Você sabia que e xis xistem tem re regra grass novas que dão ao governo gover no o dire direit itoo de ver tudo o que você faz online, ver tudo o que você acessa? Neguei e guei ba balanç lançaa ndo a ccaa beç beçaa . – Sem pre que e xis xiste te o m enor indí indícc io de que o gover governo no e stá lim lim itando itando a possibil ossibilidade idade de os ccidadã idadãos os ccom ompra prare rem m a rm as, a s pe pessoas ssoas eenlouquec nlouquecem em porque sentem que sua liberdade está sendo tirada, mas sobre essa nova lei que dá ao governo o direito de espionar todos os aspectos de sua vida, sem sua permissão... nem um pio. Uma violação clara da terceira e da quarta emendas, mas ninguém diz nada. – Ele respirou fundo. – Você Você sabe o que é li liber berda dade, de, de ver verdade dade?? – Rory pe perguntou. rguntou. – Liber Liberdade dade é a liberdade civil, e a base da liberdade civil é a privacidade. Não ter privacidade signi significa fica não ter autonomia ccivi ivil,l, qque ue sign significa ifica nã nãoo ser livre. V Você ocêss sabem por que eles não nã o ti tira ram m as im impre pressõ ssões es digi digitais tais de todo mundo? – Me pare pa rece ce um umaa boa ideia – Chuck riu. – Porque P orque um umaa vez que e les fficha icham m suas impre im pressões ssões digi digitais tais – Rory c onti ontinuou, nuou, ignorando Chuck –, você instantaneamente se torna um suspeito de todos os crimes. Eles vão cruzar suas impressões digitais em tudo que eles encontram em
uma cena de crime. Você deixa de ser um cidadão livre e passa a ser um suspeit sus peitoo criminal. cr iminal. – E as im impre pressões ssões digi digitais tais são a pena penass um umaa m ane aneira ira de identifica identificarr você – Damon disse. – Localização, seu rosto em uma câmera, coisas que você
com pra... to compra... todas das as suas iinform nformaç ações ões pess pessoais oais criam um umaa impre impress ssão ão dig digit ital al digital . Chuck não se convenc convenceu. eu. – Mas Ma s que quem m se im importa porta de fa fato to se o gove governo rno tiver tiver um m onte de inform a çõe çõess sobre mim? Para que eles as usarão? – P ar araa que e les as usar usarãã o? A pe pergunta rgunta é exatamente exatamente essa. essa. E se eles as têm, qualquer pessoa pode roubá-las – Rory respondeu. Ele apontou para mim. – E os aplicativos de novas mídias com os quais você trabalha são ainda piores. Ergui m in inha ha m mão. ão. – Ah, esper e speraa um pouco. Estava claro que Rory agora estava ainda mais bêbado do que Chuck. Os ol olhos hos dele não se ffiixara xaram m quando quando ele olh olhou ou para m im. – Se você não e stá paga pagando ndo por um produto, você é é esse produto. Não é? Você não está vendendo toda a informação particular que consegue sobre os consumid consum idores ores a em presas de m ark arketi eting? ng? Chuck balançou a ca cabeça beça,, ccont ontra rariado. riado. – Aonde você quer che chega garr ccom om iss isso? o? – Aonde quer queroo c hega hegar? r? – Rory per perguntou guntou,, leva levantando-se ntando-se da ca cadeir deira. a. Hesi He sitou tou e tomou mais um gole de sua bebida. – Vou dizer aonde quero chegar. Nossos avós avançaram pela costa da Normandia para proteger nossa liberdade. E agora, porque temos medo e não estamos dispostos a aceitar o risco pessoal, estamos abrindo mão das mesmas liberdades pelas quais eles lutaram e m orre orrera ram m . Es Estam tamos os entregando a llib iber erdade dade porque ssenti entim m os m edo. El Elee tinha tinha um bom aargume rgument nto. o. Dam on as assen senttiu com a ccabeça abeça.. – Não Nã o se pode protege protegerr a li liber berda dade de aabrindo brindo m mão ão de dela. la. – Exatam Exa tam ente – R Rory ory dis disse, se, se sentando-se ntando-se de novo. Naquele a quele m om omee nto, a m música úsica par parou ou e um a voz foi ouvi ouvida da no rrádio. ádio. “A cena é inacreditável, não sei nem como descrevê-la...” descrevê-la... ” – Você ocêss estã estãoo bonz bonzinhos inhos,, m eninos? – Susi usiee per perguntou, guntou, segur segurando ando Ellarose Ellarose..
Susie havia aparecido atrás de Chuck durante nossa conversa animada. – Estamos Estam os ape apenas nas ba batendo tendo pa papo po – re respondi spondi.. Chuck ol olhou hou para cim cimaa e passou uum m braço bra ço pela pe la ccin intu tura ra de Susie, Susie, incli inclinando-se nando-se para ar a be beij ijaa r Ellar Ellarose. ose.
– Ve nham se senta sentarr c onosco – Susie diss dissee a m im e a Ch Chuck uck.. – Estam os acompa ac ompanhand nhandoo a ccont ontagem agem re regressi gressiva va pelo rádi rádio. o. “... milhares de pessoas estão de pé na neve, segurando velas, lanternas, tudo o que c onseguiram eencontrar ncontrar...” ...” Eu me levantei, franzindo o cenho. – De onde? Ela riu r iu.. – Da Tim Times es Squar Square, e, cclar laro. o. Peguei minha bebida, fui até os sofás e me enfiei ao lado de Lauren, peguei Lukee e o sentei em m eu ccol Luk olo. o. “ Pe Pela la primeira vvee z eem m mais de c em anos, de desde sde que a Ti Time mess Square passou a er chamada Times Square”, Square ”, o radialista continuou , “estamos tendo te ndo um Ano Nov Nov o escuro, mas apesar de os letreiros de neon estarem apagados, a luz ainda arde orte nos corações dos nova-iorquinos. As pessoas saem da escuridão por toda a arte...”. A sala ficou silenciosa, como se estivesse encantada. Do lado de fora, grandes flocos de neve apareceram na escuridão, iluminados brevemente pela luz de nosso nos so santu santuár ário io,, e então su sum m iram iram,, desapare desaparece cera ram m na noi noite te out outra ra vez. vez. “... a celebração oficial foi cancelada, e as autoridades recomendaram que as essoas não se reunissem, mas multidões continuam chegando. Uma estrutura improvisada foi montada no meio da neve, uma tela de projeção e geradores...” – Lem Le m bre bre-se -se desse m om omento ento – sussu sussurr rree i a Luk Luke. e. “Falt Faltando ando um m minut inutoo para a me meia-noit ia-noitee , a multidã multidãoo se reuniu eespont spontaneam aneamente ente ara a execução de nosso hino nacional. Tentarei posicionar meu microfone...” Nós j á conse conseguíam guíamos os esc escutar utar,, ac acim imaa do bar barulho ulho e da e státi stática ca,, o som inconfundível de The Star-Spangled Banner . Todo mundo foi tomado pela emoção. Era o nosso hino, de outra época em que este país estava sob sítio, outra ocasião em que estávamos alquebrados, mas não caídos. As palavras se estendiam através do tempo, conectando-nos com o passado e com o futuro ao
mesmo tempo. E, então, o barulho de palmas e gritos. “ De Dez... z... nove nove... ... oit oito... o...”” – Am o você você,, Luk Lukee – e u diss disse, e, a per pertando tando e beij a ndo m e u filho. La Laure urenn também o beijou. – E também amo você, Lauren. – Eu a beijei e ela também
me beijou. “ ... dois... um... Feli Fe lizz Ano Novo! Novo!”” O côm c ômodo odo foi ttoma omado do po porr grit gritos os ddee com comem em oraç oração, ão, e todo todo mundo ssee levantou para ar a tr troca ocarr be beij ijos os e aabra braços. ços. – Ei – alguém gritou –, ol olhem hem pa para ra lá! Eu estava ocupado beijando Ellarose quando Chuck me cutucou no ombro. As pessoas essoa s se reuniam re uniam per perto to da j a nela do outro lado do apa aparta rtam m ento. Da Dam m on apontava. – As luze luze s estão aacc esa esas! s! – eele le gr grit itou, ou, aponta apontando ndo par paraa ffora ora da j a nela nela.. Onde antes só havia a escuridão, os flocos de neve do outro lado da janela estavam sendo iluminados por trás com um brilho suave. Eu peguei Luke e me aproximei. Não ã o er eraa só um umaa únic únicaa lanter lanterna na ou poste: a rua int inteir eiraa e o pr préé dio a nossa ffre rente nte estavam iluminados. Daquele ângulo, entre os prédios, não conseguíamos ver as luzes, apenas o reflexo tremeluzente. Mas quando olhei para cima, eu vi que até o céu estava iluminado. A eletricidade do quarteirão vizinho deveria ter sido restabelecida, conforme conform e havi haviaa si sido do prome prometi tido. do. – Vam Vam os! – Chuck gritou. – V Vam am os desc descer er e olhar! – Vou Vou fica ficarr aaqui qui com as ccria riança nçass – Laur Lauree n dis disse. se. – V Voc ocês ês pode podem m olhar olhar.. Eu a beijei beij ei de novo novo.. – Não, Nã o, venha venha,, quer queroo que o Luk Lukee ve vejj a! Num a cor corrida rida m aluc alucaa alim alimenta entada da pelo álc álcool ool em nosso orga organismo, nismo, todo mundo procurou um agasalho para vestir. Não estava tão frio lá fora, então peguei egue i o que c onsegui eencontr ncontrar ar,, tom tomee i o ccuidado uidado de aga agasalha salharr Luk Lukee m uit uitoo be bem m, e então desci a escada com todos. No lobby, a porta da frente estava emperrada por causa ca usa da neve neve,, porta portanto nto saím saímos os c om dificuldade dificuldade,, um a um um,, pe pela la porta dos fundos fund os,, qu quee dava para a rrua ua 24. Lukee eest Luk stava ava cconfus onfuso, o, ma mass ssorria orria em m eio àquel àquelaa m ovi ovim m entaçã entação. o. Segurando o capacete com a lanterna, fui para o meio da rua 24. O caminho
ali to tom m ado pela neve eera ra difícil di fícil desegurando aatravess travessar ar, , e nacom semi semfirmeza. iescuridão, ssegui egui comestava calma, olhando bem poreonde pisava, Luke Chuck e Tony estavam bem à minha frente, e Damon estava logo atrás. A luz se estendia pela Nona ave avenida nida à nossa fr free nte, e j á havia um umaa m ult ultidão idão na rua, rua , olhando em direção à rua 23.
Começou a nevar mais pesado, e o vento também se intensificou. Ao dobrar a esquina, passei por Chuck, enfiei-me em um espaço aberto e olhei para cima, esperando espera ndo vver er lu luzzes da rua, letreiros em neon. Fui rec recebi ebido do ppor or fuma fumaça ça e cham chamas. as. O edifício alto na esquina da rua 23 com a Nona estava em chamas. Luke olhou para cima, seu rostinho refletindo as chamas. Ao ver o fogo, ele sorriu e apontou, no exato momento em que alguém pulou entre a fumaça de uma janela do andar m ais alt alto, o, navegando ssil ilencios enciosam am ente pelo ar, batend batendoo na ne neve ve do cchão hão com um baqu baque. e. As pessoas se afastaram, e então duas pessoas correram para tentar ajudar quem havia saltado. Lauren estava atrás de nós, e eu olhei em sua direção enquanto ela caminhava na nossa direção, ainda no escuro. Ela estava sorrindo, pois não conseguia c onseguia ver o que e u via, m a s quando olhou pa para ra m e u rosto, eela la soube que havia algo de muito errado acontecendo. Pulei sobre a neve até ela, segurei Dam on e pergunt perguntei: ei: – Pode sub subir ir com Laure Lauren, n, llevar evar Luk Lukee par paraa ccima ima?? Olhando Olh ando para cciim a, horroriz horrorizada, ada, La Lauren uren finalme finalment ntee viu as cham chamas. as. Eu a vi vire reii e olhei bem dentro de seus olho olhos. s. – Volt oltee pa para ra dentro, a m or. or. P or fa favor, vor, volt voltee par paraa dentr dentroo com o Luk Luke. e. – Eu o entreguei a ela. Não ã o era er a ape apena nass um pré prédio. dio. Outra Outrass c onst onstruç ruções ões no quar quarteirã teirãoo j á e stava stavam m incendiadas. A fumaça preta subia em meio à neve branca, uma nuvem ominosa iluminada pelo inferno que a alimentava. de pessoashipnotizadas estavam reunidas nas ruas, estendendo-se ao longe até ondeMilhares a vista alcançava, pelas chamas. Não havia sirenes, nenhum barulho, apenas o rosnado e o crepitar do fogo em confli conflito to com o frio e a neve neve.. Nova York conge congelava lava e aardia rdia ao m e sm smoo tem tempo. po.
DIA 10: A ANO NO NOVO, 1º DE JANEIRO
– Tente Tente não se m e xer. – O hom homem em no ccolchã olchãoo ge gem m e u e olhou para par a m im im.. Seu rostoo est rost estava ava m ui uito to quei queim m ado. – V Vam am os cham chamar ar aj uda. El Elee fe fechou chou os oolh lhos os,, fa fazzendo uma ca careta. reta. Nós havía havíam m os tra transfor nsform m ado o lobby de nosso pré prédio dio e m um umaa e nfe nferm rm a ria improvisada, pegando os colchões dos apartamentos vazios e os colocando no chão. Pam cuidava das coisas com um médico e paramédicos dos prédios vizinhos. O odor forte de fumaça e de fogo se misturava com o cheiro de suor e de ferimentos não tratados. Levamos um aquecedor a querosene para o lobby, mas estávamos com pouco combustível, por isso começamos a usar diesel. Na queim quei m a, o fedor de fuli fuligem gem e petról petróleo eo er eraa fforte. orte. Havíamos aberto a porta de trás para ventilar a área, e pelo menos o lado de fora estava mais quente. Pela primeira vez na semana, as temperaturas estavam acima de zero, e havia parado de nevar. O sol havia aparecido pela primeira vez em dias. dias. O incêndio do lado de fora ainda não tinha sido apagado, e agradeci a Deus por nosso prédio pré dio não ser do lado da cconst onstruç rução ão aati tingida. ngida. Um vento constante soprara a noite toda, levando as chamas de prédio a prédio. ré dio. E aque aquele le não er eraa o único incê incêndio. ndio. A Ne New w York Publi P ublicc Radio anunc anunciou iou que dois outros tinham começado em Manhattan durante as comemorações de Ano Novo – lareiras e velas não combinavam com álcool. As autoridades agora alertavam as pessoas para que não acendessem fogo dentro de casa e para que tomassem cuidado com velas e aquecedores. É me meio io tarde agora, e além dis disso, so, o que as pessoas dev devem em faz fazee r se estive estiverem rem com fr frio io e no eescuro scuro?? Muitas pessoas tinham saído correndo dos prédios em chamas na noite anterior. Muitas estavam sofrendo com intoxicação por fumaça, e algumas
estavam masteto, a maioria ilesa. Mas todas elas m orre orrendo ndogravemente de m edo deferidas, ficar sem nnoo frio saíra e no escuro, agarra agarrando ndo-se -se aestavam todos todos os pertenc er tencee s que cconseguiam onseguiam ca carr rree gar, gar , tentando eencontra ncontrarr um lugar pa para ra ir. ir. Um comboio de utilitários militares Humvee havia aparecido da escuridão, passando assa ndo por c im imaa da neve pela rua 23, vindo da We st Side Highwa Highway. y. Eles não
podiam faz fa ze r nada em re relaç lação ão aos incê incêndios ndios.. Nã Nãoo havia água água,, não havia c orpo de bombeiros nem serviços de emergência. Eles pegaram as informações que conseguiram, carregaram os feridos, e meia hora depois, eles já tinham partido, substituídos por um segundo comboio cerca de uma hora depois. Um terc erceiro eiro comboi comboioo não aparece apareceu. u. Um grupo com compos postto por di diversos versos bbombe ombeiiros, mé médi dicos, cos, enfer enferm m eiras da re regi gião ão e policiais de folga havia começado a tentar reestabelecer um pouco de ordem em meio ao caos. Sem saber o que mais poderíamos fazer, começamos a levar alguns dos feridos para o nosso prédio, e tentamos convencer os moradores de edifícios próximos a fazerem a mesma coisa. Os novos sem-teto tinham pedido, chorosos, para serem levados aos apartamentos de seus vizinhos. Alguns tinham encontrado pessoas dispostas a recebê-los, e nós havíamos concordado em aceitar dois casais, mas os pedidos eram muitos. Parados, vimos pessoas começarem sua marcha solitária em direção ao Javits e à Penn, desesperançadas, aterrorizadas, muitas com filhos pequenos. eque nos. Um fluxo cconst onstaa nte de novos re refugia fugiados dos havia desa desapar parec ecido ido esc escuridã uridãoo e neve adentro, implorando abrigo a quem passava, muitos com apenas o telefone para usar como lanterna para afastar o breu. Um barulh barulhoo na entrada dos fun fundos dos cham ou minh minhaa aatenção tenção para o present presentee de novo. Damon apareceu na porta com um rapaz de um dos prédios vizinhos. Ele fez um um si sinal nal ppara ara que Pa Pam m e eeuu no noss aprox aproximá imáss ssem em os. os. S Segurava egurava o que pare parecia cia ser um cachi cachimbo mbo eno enorm rme. e. – Andei Ande i por aaíí pedindo ana analgésicos lgésicos e a nti ntibiót bióticos icos – Da Dam m on dis disse se num suss sussurr urroo para ar a P am . – Qua Quase se tudo o que c onsegui foi só Advil e aaspirina. spirina. – Ele a briu a m ã o e mostrou alguns frascos. – Foi difícil convencer o pessoal a nos dar até mesmo is isto to,, mas m as tive outra ideia. ideia. – E qual é? é? – P Pam am per perguntou. guntou. Damon hesitou. – P odem os fa fazze r com que ela elass fum e m e rva rva.. É um óti ótim m o ana analgésico. lgésico. – Ele fez um si sinal nal para o ra rapaz paz atrás dele, que de devi viaa ter cer c erca ca de dezess dezesseis eis anos anos.. Ele riu
de um j eit eitoo esqu esquis isit itoo e m mos ostro trouu um sac sacoo enorm enormee de m ac aconh onha. a. – Essas pessoa pessoass e stão sofr sofrendo endo de int intoxica oxicaçç ã o ca causada usada pela fum a ç a, a té queimaduras nos pulmões – Pam sibilou, com os olhos arregalados e fazendo um fumem?? gestoo para as vi gest vint ntee ccam am as espalhadas no chão –, e você quer que elas elas fumem
Dam on ppare areceu ceu desan desaniim ar ar.. – Esper E speree ! – o gar garoto oto disse. disse. – P oder oderíam íam os ffazer azer,, tipo, brownies brownies,, ou não... chá! Poderíamos fazer chá. E acrescentaríamos um pouco de álcool para dissolver o tetraidrocanabino tetraidroca nabinol.l. Deve funcionar funcionar.. A expressão de Pam se suavizou. – É uma um a ide ideia ia eexce xcelente. lente. Alguém em uma cama gritou de dor. – Você Você c onsegue fa fazze r aagora gora m e sm smo? o? – P Pam am per perguntou. guntou. O garoto assentiu, e Damon o instruiu a ir ao sexto andar e pedir a Chuck o que fosse preciso. Naquele a quele m om omento, ento, o te telef lefone one c elular de Da Dam m on aapit pitou. ou. V Vinha inha apitando dia e noitte indi noi ndica cando ndo as pess pessoas oas que entravam na rrede ede que eelle iniciara niciara.. Depois de mostrar ao sargento Williams como instalar o software, nós havíamos pedido a ele para fazer com que o máximo de pessoas começasse a usá-lo. Quanto mais gente estivesse conectada, mais longe as mensagens chegariam. Damon também havia ido a prédios vizinhos com chips de memória para ar a explica explicarr o proc procee dim dimento. ento. A jjulgar ulgar por todas a s m e nsage nsagens ns que che chegava gavam m, Dam on e sar sargent gentoo Wil Willi liam am s se m manti antivera veram m ocupados ocupados.. A rede havi haviaa se eesp spalhado. alhado. Centenas de pessoas já tinham entrado, e mais dezenas se conectavam a toda hora. As pessoas estavam encontrando maneiras de carregar seus telefones, fosse por meio de geradores, células solares ou desenterrando e ligando carros. Alguém havia postado uma mensagem de longo alcance para todos os conectados, explicando como tirar a bateria de um carro e usá-la para carregar telefones. – Pode P ode tra transm nsmit itir ir um umaa m ensa ensagem gem pedindo m maa is m a conha à s pessoas de nossa região? –perguntei a Damon. Ele ass a ssentiu entiu e pegou o ttelef elefone. one. – Podem P odem os pegá pegá-la -la no ca cam m inho de volt voltaa – aacc re resce scentei. ntei. Íamos à Penn com os feridos em estado mais grave. Duas pessoas em nosso
lobby precisavam de prendendo cuidados especializados, além do que conseguíamos oferecer. Tony estava mochilas com cordões a trenós improvisados que pudéssemos puxar pela neve, e eu me aproximei da escada do porão para ver com c omoo ele estava se sain saindo. do.
Quando cheguei, ele estava subindo, puxando a carga atrás de si. Luke o estava “ajudando”; na verdade só estava correndo por ali e juntando montes de garrafas vazias de água, mas ele adorava ficar perto do Tony, que o segurava com um braço enquanto subia a escada. – As luz luzee s de e m e rgê rgência ncia se apa apagar garam am – ele dis disse se quando m e viu. Co Colocou locou Luke no chão e Pam se aproximou para levá-lo para cima. – É melhor começar come çarm m os a cont control rolar ar a carga c arga das llâm âm padas ddos os capacetes. Não ttem em os mui muittas pilhas. ilhas. Eu me abaixei para ajudá-lo a puxar os trenós. Nós os deslizamos até o lobby. – Você é o m e lhor e squi squiaa dor – Tony dis disse, se, pega pegando ndo a m oc ochil hilaa que e le havia prendido re ndido j unto, dem onst onstra rando ndo c om omoo usáusá-la. la. – Ac Acho ho que você e eu devería deve ríam m os puxar os ttre renós nós e tra trazze r D Dam am on com o subst substit ituto, uto, para gar garantir antir.. Damon deu de ombros. – Posso P osso ttenta entar, r, ccaa ra ra,, m maa s surfa surfarr te tem m m ais a ver com igo do qu quee esquiar. Como um cara de Louisiana, que estuda em Boston, acaba aprendendo a urfar? Eu susp suspirei. irei. Qu Quando ando vest vestii minha ca calça lça j ea eans ns nnaquela aquela m anhã, prec preciisei prender o cinto um furo acima do normal. O lado bom é que eu parecia estar perdendo um pouco do peso ssobre obre o qua quall Laure Laurenn vi vinha nha ffazendo azendo pi piadinha. adinha. P Por or outro llado, ado, eeuu estava est ava com fome – morre morrend ndoo ddee fom fome, e, na verdade. Morrendo Morre ndo de fome fome.. Assustado, percebi que poderia sentir na pele o que isso realme rea lment ntee si signi gnificava. ficava. Tony, Damon e eu vestimos nossos casacos enquanto alguns dos paramédicos levavam os trenós para perto de duas pessoas com queimaduras graves que levaríamos à Penn. Apesar dos gemidos e queixas abafadas dos feridos, eles começaram a agasalhá-los para enfrentar o frio e fizeram o melhor que pudera uder a m par paraa pre prendêndê-los los nos ttre renós. nós. Abrimos a porta dos fundos e subimos no monte de neve acumulada do lado de fora. O céu estava cinza, e o ar parecia quente. Era incrível ver quão
rapidamente corpo se ajustava ao mas frio.agora, Duasalguns semanas estariao reclamando dao temperatura, tremendo, grausantes, acima eu de zero, clim cli m a eera ra quase ttropi ropica cal.l. De pé no monte de neve, nossas botas estavam no mesmo nível das cabeças das pessoas dentro do lobby. Alguém abriu a porta, e o resto empurrou para o
topo do monte de neve os trenós com pacientes. Foi um trabalho desajeitado, e cada sacudida dos trenós rendia um grito de dor de seus ocupantes. Em pouco tempo, calçamos os esquis e estávamos descendo a rua 24 em fila indiana, com Damon atrás. Os caminhos duplos abertos pelos esquis e pelos pés á estavam bem marcados, abertos nos montes de neve que margeavam as árvores, por isso nosso ritmo era rápido. Virando a esquina da Nona, paramos para olhar para baixo. O prédio na esquina da Nona com a 23 era agora uma casca queimada, mas os incêndios ainda tomavam prédios mais abaixo na avenida e dobrando a esquina da rua 22. Umaa fum Um fumaça aça pret pretaa e gro gross ssaa m anchava o céu cin cinzza. Conforme continuamos pela rua 24, o tráfego de pedestres se tornou mais pesado, esa do, com pessoa pessoass seguindo e m todas a s dire direçõe ções, s, a rr rrasta astando ndo e c ar arre rega gando ndo o que consegui conseguiam . O lixo que eu havia notado pela primeira vez dois dias antes se acumulava em pilhas ilhas nas c a lça lçada dass e, c om omoo o tem po esta estava va m ais quente quente,, c ada ra rajj a da de vento trazia o fedor de excremento humano em meio à neve que se derretia. Nos montes maiores perto dos cruzamentos, ratos competiam com grupos de catadores humanos, vasculhando o lixo, à procura de alimentos. Como se estivesse em transe, passei por aquela paisagem de degradação urbana, observando os rostos das pessoas, inspecionando suas sacolas, fascinado pelo que e las de decc idi idiaa m levar: leva r: um a c a deir deiraa aqui, um a bols bolsaa de livros livros aali li.. Algué Alguém m, ao longe, carregava uma gaiola dourada. Espiando pelas vitrines destruídas das lojas, vi pessoas reunidas ali dentro ao redor de barris de combustível e a fumaça preta saía pelas vitrines, escurecendo a lateral dos prédios. Apesar de tudo isso, fazia silêncio, só se ouvia o som de passos na neve ne ve e os m murm urm úrios dos fer feridos idos que nã nãoo ti tinham nham pa para ra onde ir. ir. – Espere Esper e um pouco! – Da Dam m on gritou. Olhei para trás enquanto dobrava a esquina da Sétima avenida para começar a subir subir em di dire reçã çãoo à P Penn, enn, e vi Dam on agachado no me meio io-fio -fio pper erto to de um m ont ontee de sacos de lixo, usando o telefone para tirar uma foto de alguém que estava
sentado ali. O que ele está fazendo? fazendo? Não era o momento para começar se distrair. Eu diminuí o passo, sem querer deixá-lo para trás. Alguns segundos depois, ele voltou em nossa direção, correndo para nos alcançar e então nos passou e
atravessou a neve para o meio-fio de novo. Procurou nos sacos, mas não encontrou encont rou o qque ue procura procurava. va. Em segu seguid ida, a, corr correu eu par paraa segui seguirr aaoo meu m eu lado. – Aque Aquele le c ara ar a a li a trá tráss está m orto – e le e xpli xplicc ou, ofe ofegante gante.. Mexe Mexeuu no telefone, digitou algo, enquanto caminhava do meu lado. Muita gente vai morrer morrer,, e se morrere morrerem, m, não há nada que possamos fazer por elas.S elas. em m e im impressi pressionar, onar, eu não di diss ssee nada nada.. – De D e ver veríam íam os ffaa ze r um re regis gistro tro do que a conte contece ceu. u. A Aquela quela pessoa pode ser o ente querido de alguém – Damon continuou, terminando de digitar, guardando o telefone. – Criei um endereço de rede, conectado a meu laptop em nossa casa, para ar a que a s pessoa pessoass envie enviem m fotos e digi digitem tem m e nsage nsagens ns e explica explicaçç ões de onde, quando e o quê. Quando tudo isso acabar, talvez possamos ajudar a unir as peças, encontra encont rarr algu algum m as sol soluções. uções. Respirando fundo, percebi que estava enganado. Ainda havia algo que podíamos odíam os fa fazzer. er. Podem Podemos os dar uma resposta aos e ntes queridos dessas pessoas. pessoas. – Ótima ideia. P Pode ode m e m anda andarr o eender ndereç eço? o? – Já m ande andei.i. Outra Out ra cois coisaa ccham hamou ou a atenção dele, e eelle saiu correndo. – Garoto Ga roto espe esperto rto – T Tony ony diss dissee aatrá tráss de m im im.. Mais à frente, a multidão na Penn Station estava muito maior do que dois dias antes. A neve estava escura e toda pisada, coberta por lixo e excremento, e milhares de pessoas se amontoavam nas entradas. Soldados fardados tinham substit subst ituíd uídoo os po poli liciais ciais de Nova York que ccui uidava davam m das barrica bar ricadas, das, com as aarm rm as à vista e um posto de comando feito com sacos de areia escondendo armamento mais pesado logo atrás. Conforme nos aproxi aproxim m am os, os, um m urm urmúrio úrio baix baixoo ssee torno tornouu uma algaz algazar arra ra de vozes, sirenes e instruções dadas com megafones. Paramos e observamos as pessoas. essoa s. – Não Nã o vam os conse conseguir guir entr entrar ar a li de j e ito ito nenhum – Tony dis disse. se. – Talve alvezz devêssemos tentar a Autoridade Portuária ou seguir para a Grand Central ou
Javits? – Esses loca locais is eestarã starãoo tão ruins quanto a qui. – Tive um umaa ideia e pe peguei guei m e u telefone. – Vou mandar uma mensagem para o sargento Williams. Talvez ele possa enviar e nviar aalguém lguém a qui.
Enquanto eu enviava a mensagem, Damon e Tony soltaram as cordas, verificaram as condições de nossos passageiros e explicaram o que estávamos fazendo. Poucos segundos depois do envio da mensagem, antes mesmo de eu guardar o telefone, ele apitou apitou iindi ndica cando ndo que uma m ensagem havi haviaa cchegado. hegado. – Ele e stá m a ndando algué alguém m a té nós – e u diss disse. e. A rede de c om omunica unicaçã çãoo e ra salvadora. Tony ajustou os cobertores em um dos trenós e sussurrou que alguém estava chegando. – Você rec re c ebe ebeuu m inha m e nsage nsagem m sobre sobre... ... – c ome om e ce ceii a pe perguntar rguntar a Da Dam m on, mas fui interrompido por um grito na multidão à nossa frente. – Dê Dê-m -m e e ssa bolsa, c a dela dela!! – um hom homem em gra grande nde gritou, puxando um umaa mochila de uma pequena mulher asiática. Os cabelos loiros do homem estavam ensebados e cheios de dreadlocks dreadlocks que se balançavam ao redor da cabeça dele enquanto ele puxava a bolsa. A mulher se agarra agar rava va a um umaa das alça alçass ddaa bol bolsa, sa, e ele a ar arrasto rastouu pel pelaa neve eenqu nquanto anto pegava um revól re vólver ver de um bol bolso. so. A m ult ultidão idão ao rredor edor de deles les se dis disper persou sou.. – Estou avisando a visando – e le rosnou, puxa puxando ndo a bols bolsaa c om um umaa m ã o e aponta apontando ndo a armaa com a ou arm outtra. A mulher olhou para ele, gritando algo em coreano ou chinês, mas soltou a mochila e caiu na neve. – É a m inha bolsa – eela la cchorou horou ffaa lando ingl inglêê s, com a ca cabeç beçaa baixa baixa.. – É tudo o que tenho. – Maldita Maldita ccade adela, la, eeuu devia dar um ti tiro ro eem m você agor agoraa m esm o. Ao meu lado, Tony puxou seu .38 e o manteve escondido entre nós. Olhando para ar a e le, bala balance nceii a ca cabeç beçaa e e stendi a m ã o, im impedindo-o. pedindo-o. Co Com m m inha outra m ão, llevantei evantei o tel telefone, efone, ac aciionei a ccâm âm er eraa ccom om o pol polegar egar,, e ti tire reii uum m a foto. O hom hom em so sorriu rriu para m im . – Você Você gost gostou? ou? Tirei mais uma foto e toquei em alguns botões.
– Não, Nã o, inã não o gostei. Ac Acabe abei iara de tira tirar envie i por ee-m -m a il ppaa ra o oficial ofic ial da delegaci delegac a que eest stáá vin vindo do ppara cá cá.. r sua foto e a enviei O sorriso dele desapareceu, substituído por um semblante confuso. – Nenhum Ne nhum telef telefone one eestá stá func funcionando. ionando. – É aí a í que voc vocêê se enga engana, na, e o que voc vocêê está fa fazzendo é e rr rrado. ado.
A confusão se transformou em raiva. Eu não era muito afeito a conflitos, e nunca nun ca havi haviaa brigado nnaa vid vida, a, m as o qu quee é ce certo rto é ce certo. rto. – O fato fa to de esta estarm rm os passa passando ndo por um m om omento ento ruim nã nãoo é desc desculpa ulpa par paraa começar a machucar as pessoas. O homem hom em se eendi ndire reit itou. ou. E Ele le er eraa m uit uito m mais ais alt altoo do qu quee eu havia pensado. – Você c ham a iss issoo de momento ruim? ruim? Está brincando? É o fim dos tempos, irmão, e os chineses... – O que você e stá fa fazze ndo não va vaii adianta adiantarr de nada nada.. – Vai Vai aadiantar diantar par paraa m im im.. – Ele riu. r iu. – As pessoa pessoass sa saber berãã o o que você fe fezz. Come Cometeu teu um cr crim imee , e eu o re regist gistre rei.i. – Levantei o telefone. telefone. – Um dia dia isso isso vvai ai ac acabar abar,, e você terá ter á que re resp spond onder er.. Ele riu r iu ddee novo novo.. – Com toda essa m e rda a c ontec ontecendo, endo, você ac acha ha que a lguém vai se im importar portar por eu e u ter rouba roubado do um umaa bolsa? – Eu m e im importo porto – Tony diss disse, e, a inda e sconde scondendo ndo a ar arm m a . Um a peque pequena na m ult ultidão idão havia se rreunido eunido ao nosso redor redor.. – Mais Ma is aalguém lguém aqui se im importa porta com essa c ade adela? la? – o hom homem em gritou, olhando ao redor para todos. A maioria das pessoas olhava sem nada dizer, mas muitas assentiram, concordando com Tony. – Não Nã o está ccee rto – algué alguém m gritou da pa parte rte de tr trás. ás. – Devolva De volva a bols bolsaa pa para ra a senhora se nhora – outra pe pessoa ssoa diss dissee na par parte te da fr free nte. O home homem m bal balançou ançou a ccabeça. abeça. – Danem Da nem -se todos você vocês. s. Elee se aafast El fastou ou ddee nós nós,, e T Ton onyy com começou eçou a eergu rguer er a arm a, m mas as o ho hom m em j og ogou ou a bolsa bolsa de vol volta ta para a senho senhora ra depois depois de pega pegarr aalg lgum umas as ccoi oisas sas de dentro. – Deixe De ixe que e le se vá – fa falei lei de m odo hesitante, se segura gurando ndo T Tony. ony. Eu tre trem m ia. – ão vale vale a pena. Tony resmungou, não concordava comigo, mas guardou a arma mesmo assim. A multidão começou a se dispersar de novo, e duas mulheres foram
aj udar ul ulher her sestállevantar evantar. pess pessoas oas–sseeum aaproxi proxim m ara aram m nós nós. . – Se Seaumtelef telefone onea eestá m mee sm smo.oVárias func funcionando? ionando? uma a aadolesce dolescente ntedepe perguntou. rguntou. – Mais Ma is ou m mee nos – rrespondi, espondi, fa fazze ndo um gesto na dire direçç ão de Da Dam m on. – V Voc ocêê vai ter ter que pergunt perguntar ar a ele. e le.
Minutos depois, muitas pessoas tinham se reunido ao redor de Damon. A maioria ainda tinha seus telefones celulares, mas descarregados. Ele começou explicando modos como as pessoas podiam carregar os aparelhos, e então começou a tirar os chips de memória de alguns dos telefones para copiar a rede de comunicação neles. – Foi Foi um umaa boa ideia ffotograf otografaa r o ccar araa – T Tony ony diss dissee . Observamos Damon orientar as pessoas a respeito da rede de comunicação. Elee eera El ra com comoo uma versão ci cibernét bernétiica de Jo Johnn hnnyy Appl Applesee eseedd. – Sem polí polícia cia,, aass pe pessoas ssoas aacc ham que podem se saf safaa r de tudo – Tony dis disse. se. – Ti Tira rarr ffot otos os ppode ode fa fazzer com que elas pensem duas vvez ezes. es. – Ta Ta lvez – suspi suspire rei.i. – M Mee lhor do que na nada da.. – Be Bem m me melhor lhor do que que nada, e m elho elhorr do qque ue com eç eçar arm m os a trocar tiros. tiros. Em meio às pessoas perto da barricada na entrada da Penn, vi certa comoção, e então o policial Ramirez apareceu, desviando de todos com dois polic olic iais a seu lado. Qua Quando ndo ele se a proxim proximou, ou, bala balança nçava va a ca cabeç beçaa negativamente. – Não Nã o podem os re recc ebe eberr m a is ninguém ninguém.. Apontei os trenós. – Essas E ssas pe pessoas ssoas sã sãoo vítima vítimass do incê incêndio ndio da noit noitee passa passada. da. Elas vão m orr orrer er se não consegui conseguirem rem aj ud uda. a. – Mui Muitas tas pe pessoas ssoas m orr orree rã rãoo – Ram Ramire irezz m urm urou, aj oe oelhando-se lhando-se ao lado de um dos trenós e af afast astando ando os coberto cobertores. res. Ao ver a extensão extensão das queima queimaduras, duras, ele fez uma care ca reta ta e fe fechou chou os oolh lhos os,, levant levantando-s ando-se. e. – Certo, pe pessoal, ssoal, pegue peguem m e stes tre trenós nós – e le diss dissee a os ofic oficiais iais que o acompanhavam. Ele se virou para mim e acrescentou: – Vamos levar estes dois, mas depois deles, mais ninguém. Está tão mal ou pior lá dentro. – Ele apontou na di dire reçã çãoo da Madis Madison on S Square quare Gar Garden. den. – C Com ompree preende? nde? Eu assenti. Já assenti. Já está e stá ttão ão mal ass assim im?? – Mais Ma is um umaa c ois oisaa – eele le diss dissee a o se vira virarr. – Sabe aque aquele le tal de P a ul que você vocêss
trouxeram? O irmão dele morreu ontem à noite devido aos ferimentos, e talvez tenhamos tenham os que sol soltá-lo. tá-lo. – SoltáSoltá-lo? lo? – Eu m e lem bre breii do que o sar sargento gento W Wil illi liaa m s havia dit dito, o, m mas as aainda inda assim não consegui acreditar. Ram ire rezz deu de om bros bros..
– Eles solta solta ram ra m todos os dete detentos ntos de risco m é dio hoj hoje. e. Nã Nãoo tem os onde de deixáixálos. Estamos segurando, por um ou dois dias, todo mundo que está sendo trazido. Estamos colhendo os depoimentos, mas precisamos soltá-los até que tudo termine. Esfregando o rosto, olhei em direção ao céu. Me Meuu De Deus, us, se o irmão do Paul morreu e eles o sol morreu solta tarem... rem... – Quando? Qua ndo? – Ta lvez am a nhã, talvez depois de a m anhã anhã... ... – Ramire Ram irezz dis disse se ante antess de desaparec des aparecer er eem m m eio à m ult ultidão. Eu o obs obser ervei vei ssee aafa fast star, ar, e sent sentii uum m desconforto desconforto em m eu estô estôm m ago fam into. nto. – Você Você e stá bem ? Era Damon. As pessoas ao redor dele haviam partido. Ele tinha encerrado a aulaa sob aul sobre re a re rede de de com comun uniica cação. ção. – Não Nã o m muit uito. o. Tony tam também bém havi haviaa eescut scutado ado o que R Ram am ire rezz diss disser era, a, e vi que ele levou a m ão ao revólver que mantinha no bolso. Dam on nnos os oobs bser ervou vou por um m om omento ento.. – Um U m pouco a ntes de aque aquele le ca cara ra ataca ata carr a senhor senhora, a, você esta estava va per perguntando guntando algum algu m a ccoi oisa, sa, ssee eeuu hhavia avia rec recebid ebidoo m mensagens ensagens ddee aallguém guém?? Eu ri. – Ah, sim. sim . – O que quer queria ia sa saber ber?? – Alguém e nviou um ee-m m a il diz dizee ndo ter eerva rva pa para ra nós? – Sim Sim,, rec re c ebi dua duass m mensa ensagens. gens. – Ótimo, porque por que eeuu ador adoraa ria fum a r um base baseado ado aagora gora..
DIA 11: 2 DE JANEIRO
– Dois dias. dias. T Talve alvezz trê três. s. – Só Só dois dias? Chuck assentiu. – E Ell Ellaa rose a inda nã nãoo c om omee de tudo – Susie ac acre resce scentou, ntou, aaninhando ninhando o bebê em seus braços. – Ela parou de mamar fórmula infantil há pouco tempo. – Ela suspi sus pirou rou e olh olhou ou para baixo. – Não que tenham os ttid idoo opçã opção. o. Eu pensei em mencionar o aleitamento materno, mas era esquisito. De qualquer qual quer m modo odo,, as calori calorias as seriam de S Sus usie, ie, e ela jjáá eest stava ava m uito uito m agra agra.. Lauren havia notado a falta de algumas coisas no dia anterior, quando saímos, e descera para ajudar Pam com as vítimas queimadas. Estávamos no apa rtam ento de Ch apartam Chuck uck e Susi usiee ffazendo azendo um inventário, sentados no so sofá fá que ficava fic ava no meio da sala de estar. Luke corria de um lado a outro com os óculos de visão noturna de Chuck, gritando e apontando para nós. – Cuidado Cuidado ccom om iss isso, o, Luk Lukee – eeuu dis disse, se, pe pegando gando os óc óculos ulos.. Ele tentou pegá-los de volta, então vasculhei uma bolsa que estava perto do so sofá fá à proc procura ura de out outro ro obje objeto to.. Pe Peguei guei uum m tubo ddee pa papelão pelão e eent ntreguei reguei a eele, le, qu quee o enfiou na boca. Um dos celulares estava ligado servindo de rádio, usando um aplicativo que Damon havia encontrado. No dia anterior, Manhattan tinha apenas duas rádios oficiais ainda em transmissão, mas, naquele dia, nós havíamos descoberto que dezenas de emissoras locais haviam surgido; eram estações “piratas”, operadas por c idadã idadãos os da re região, gião, e c ada um umaa dela delass tra transm nsmit itindo indo e m um ra raio io de a lguns quarteirões. “O país todo está em ruínas”, ruínas”, dizia Jike Mike, o locutor da rádio pirata na qual sintonizamos, ao fundo. Chuck ol olhou hou para m im, pe perplexo. rplexo.
V ocêe ,viu aaca cabou bou dar sin sinaa li lizza dor a seu ilho, ce certo? –– Você Mike Mik porque fa favor, vor, sej ademda a isr um c uidadoso! – La Laure urennffil eho, xcla xclam mrto? ou, passa passando ndo por mim para pegar o sinalizador de Luke. El Elee gritou, gritou, ma mass ent então ão viu Tony no corre corredor dor e ccorre orreuu até eele. le. Lauren balançou a cabeça ca beça ol olhand handoo ppara ara m im .
– Me desc desculpe ulpe – eeuu disse, a inda e m choque choque.. E Euu ainda não tinha tinha a ce ceit itaa do que aquilo poderia se arrastar por mais tempo; uma parte de mim estava convicta de que a eletricidade voltaria a qualquer momento e poria fim ao jogo de sobrevivência que estávamos jogando. – Só temos comida para mais dois dias? Chuck silenciou o celular sobre a mesa de centro. – Cerca Cerc a de dois dias se continuar continuarm m os divi dividindo dindo nossos alim alimentos entos c om todo mundo de nosso andar. – Temos... – ele olhou para o teto, fazendo um cálculo de cabeça –, trinta e oito pessoas aqui agora, mais quatro no andar térreo, na enfermaria. Não podemos continuar dividindo o que temos. As pessoas andam roubando nossas coisas. Isso tudo não vai terminar em um, dois ou três dias, apesar ape sar do que está sendo dit dito. o. A emissora de rádio oficial do governo ainda anunciava que a companhia de eletricidade de Nova York voltaria a abastecer a Con Edison e a parte baixa de Manhattan no dia seguinte, embora mais ninguém acreditasse nisso. Nas a s prim primee ira irass notí notícc ias re reaa is que ti tivem vem os a re respeito speito do que e stava acontecendo fora de Nova York, soubemos que um grande incêndio havia arrasado o sul de Boston, e que Filadélfia, Baltimore e Hartford estavam quase tão destruídas. Mas Nova York era a única cidade sem água, pelo menos por enquanto. Não tivemos notícias sobre Washington, mas boatos davam conta de que a Europa também estava em maus lençóis, ainda sem Internet. Haviam confirmado que um tipo de ciberataque à infraestrutura fora a causa principal rincipa l da queda dos sist sistee m as, m a s ninguém sabia pre precisa cisarr de onde vinham os ataques. Os servidores do comando e controle, espalhados por todo o mundo, a maioria dentro dos próprios Estados Unidos, estavam sendo desligados, um por um.. um O exérc e xércit itoo no norte-a rte-am m er ericano icano aind aindaa m antinha antinha o DEF DEFC CON 2, um umaa condi condiçã çãoo que indicava forte possibilidade de ataque iminente, mas não determinava a origem nem a autoria de tal ofensiva. O exército continuava procurando entidades desconhec desconh ecid idas as que haviam in invadi vadido do o esp espaç açoo aé aére reoo nort nortee-am am erica ericano no po pouco uco antes
das pri eiras ocorrê ocorrências ncias de falta de eenergia. nergia. As em emis isso soras ras piratas espec ecul ulavam avam que prim as mcidades do centro-oeste tinham sido invadidas como em umesp Amanhe Amanhec c er violento cibernético. violento A notícia era interessante, mas havia se tornado irrelevante para a nossa si sittuaçã uaçãoo naquele m mome oment nto. o.
– Algum Algumaa c ois oisaa e stá e rr rraa da – Chu Chucc k c onti ontinuou. nuou. – Qua Quando ndo P a ul e a quele queless caras entraram aqui, Paul disse que havia roubado as chaves na entrada. Mas nenhuma chave sumiu, o Tony foi confirmar. Alguém deve tê-los deixado entrar. – Então, o que vam os fa fazzer er?? – per perguntei. guntei. – P rec re c isam isamos os ccom omee ça çarr a nos pr pree par paraa r par paraa o que vem por aí. Não Nã o pode podem m os mais tentar salvar o mundo. – Chuck ergueu a mão, impedindo uma objeção de Susie. – Precisamos nos nos s alvar a lvar.. – Nã Nãoo podem os assum assumir ir tudo. Com Começ eçar aríam íam os um umaa guer guerra ra e m nosso pr próprio óprio prédio. ré dio. – Não Nã o eesto stouu sugerindo suger indo is isso. so. Ac Acho ho que deve devem m os divi dividir dir o que tem os e explica explicar r para ar a as pessoa pessoass que ela elass eestão stão por c onta própr própria ia daqui e m diante. Com a s ccoisas oisas que enterram enterra m os lá lá ffora, ora, cons c onsegui eguire rem m os nnos os ma mant nter er.. – Se nós c onseguirm os enc encontráontrá-las las – re respondi spondi.. P a re rece cera ra um umaa ideia inteligente no momento, mas depender daquilo para sobreviver parecia muito arriscado. – Então, vam os sair e ver se c onseguim onseguimos os re recupe cuperá rá-la -las. s. Mas não podemos dividi-las nem contar a ninguém. – Isso não está e stá ce certo rto – S Susie usie diss disse, e, m as ccom om m enos cconvicç onvicçãã o dessa vez. – A c ois oisaa vai fic ficaa r feia feia – Chuck disse. – Já está feia, e até aqui fomos bonzinhos onzinhos.. Nã Nãoo podem os m ais c onti ontinuar nuar a ssi ssim m . – Ele olhou pa para ra m im im.. – P e ça a Damon para enviar uma mensagem convocando uma reunião no hall. – Par P araa quando? – Pa P a ra o ffim im do dia dia,, qua quando ndo o sol se puser puser.. – Estic Estic ando um de dedo, do, eele le volt voltou ou a li ligar gar o rá rádio dio.. “ ... Acho que não estamos recebendo notícias de Washington e Los Angeles orque eles foram arrasados por um ataque biológico, uma nova forma daquela ripe aviária. Não vou sair de Nova York, de jeito nenhum, e se alguém bater à minha porta, tenho a minha escopeta...” *
Dam da on hhavia avia m casa ont ontado adoe seu ce cent ntro rodadecasa ccont ontrole role no fi fim m edeSusie. nosso nosso corredor, entre a porta minha a porta de Chuck Dois telefones celu ce lulares lares eest stavam avam presos à parte de trá ráss de um lapt laptop op com ca cabos bos US USB B. – Agor Agoraa , ele eless estã estãoo li liga gados dos à nossa re rede de – e le explicou. – Fui a pré prédios dios vizinhos, e temos pessoas por perto mantendo os telefones celulares ativos na
rede em pontos fixos. – Ele apontou para um bloco de papel com anotações e diagramas esboçados. – Normalmente, no terceiro andar dos prédios nas esquin esqu inas as dos quartei quarteirões, rões, e m ais oouu m menos enos a ca cada da ccem em m etros etros.. Alg Algoo com comoo no noss ssas as torres de celular. Elas nos dão pelo menos alguns pontos fixos próximos da rede, m as o re rest stoo é tot totalm almente ente di dinâm nâmico. ico. Eu havia havia pe pedi dido do ppar araa eele le expl explicar icar o qu quee eest stava ava fa fazzendo, ma mass há m mui uito to eu não estudava est udava eengenh ngenhar aria. ia. – Nã Nãoo se tra trata ta de um umaa re rede de de dis distribui tribuiçã çãoo ra radial, dial, ou hub and spoke, spoke , como estamos acostumados, mas ponto a ponto, e usa um roteamento reativo em vez de proativo proativo.. Não ã o ente entendi. ndi. – Com Com o as pe pessoas ssoas apr aprende endem m a usáusá-lo? lo? – Funciona com o um proxy proxy transparente na parte inferior da pilha de rede – ele explicou, rindo ao ver meu rosto. – É totalmente transparente ao usuário. Ele simplesmente usa seu telefone celular normalmente, mas precisam acrescentar um nov novoo endere endereço ço de rede para as pesso pessoas as de sua li list staa de contatos contatos.. – Quantas Qua ntas pessoa pessoass estão cconec onectada tadass até a gora gora?? – Difícil dize dize r ccom om e xatidão, m as j á são m ais de m il. il. Damon havia criado um endereço de texto “rede 911”, enviando-o para os telefones celulares do grupo do sargento Williams. Estava recebendo dezenas de chamadas cham adas po porr hora. – E as a s pessoas têm e nviado fotos? Estávam Est ávam os ppedin edindo do a tod todos os na re rede de par paraa envi enviar ar imagens ima gens de pesso pessoas as fe feridas ridas ou mortas, e de crimes que estavam sendo cometidos, juntamente com bilhetes, detalhes, qualquer coisa em que pudessem pensar. Tudo estava sendo arquivado no hard drive drive do laptop de Damon. – Sim – ele re respondeu spondeu –, j á são dezena dezenas. s. Estou anim ado por esta estar r funcionando funcio nando,, m mas as aass fot fotos os... ... – El Elee abaixo abaixouu a ca cabeça beça.. – Ta Ta lvez você deva par paraa r de vêvê-las. las.
Ele suspirou. – Difícil não ver ve r. Pousei a mão m ão no oom m bro del dele. e. Damon se mantivera ocupado. Também havia criado um repositório de rede no qual as pessoas pudessem compartilhar dicas úteis, técnicas de sobrevivência
para ar a o inver inverno, no, e a pli plicc ativos de ce celul lular ar,, c om omoo um umaa rá rádio dio de e m e rgê rgência ncia,, lanterna, bússola e mapa da cidade de Nova York, tratamento de queimaduras, e primeir rim eiros os socor socorros. ros. A prim primeir eiraa dica de sobre sobrevivênc vivência ia foi envia enviada da pelo própr próprio io Dam on: com comoo dest destil ilar ar m ac aconh onhaa pa para ra usar usar como com o analgési analgésico co lí líqui quido. do. – Você Você e stá ffazendo azendo m uit uitas as ccoisas oisas boas, D Daa m on, salvando salva ndo vidas. Nã Nãoo há m ais nada que possa fa fazzer er.. – Ta lvez pudésse pudéssem m os ter evitado tudo iss issoo se tivésse tivéssem m os sid sidoo ca capazes pazes de prever re ver o futuro. – Não Nã o se pode pre prever ver o futuro, Da Dam m on. Ele olhou em meus olhos, totalmente sério. – Um dia, vou m mudar udar iss isso. o. Parei, sem saber o que fazer, e então decidi simplesmente nos levar de volta ao presente. – Você poder poderia ia e nviar um umaa m ensa ensage gem m de texto a todos que e stão em nosso andar, e pedi pe dirr a eles para virem para uma re reuni união ão aqui aqui,, ao pô pôr-do-sol r-do-sol?? – Reunião para pa ra quê? Respirei fundo e olhei para o fim do corredor. Tony estava brincando com Luke, um tipo de esconde-esconde. – Cha Cha m e todo mundo. P Pre recc isam isamos os conve conversa rsarr. * – Ne Nenhum nhum de nós pe pensou nsou que dura duraria ria tanto te tem m po a ssi ssim m – Chu Chucc k e xpli xplicc ou. – Vamos continuar dividindo a eletricidade, o aquecedor e as ferramentas, mas vocês terão que assumir mais responsabilidade sobre si mesmos. – E o que isso significa significa?? – R Rory ory pe perguntou. rguntou. Contei trinta e três pessoas, todas espremidas no hall. Apesar de nosso esforço, o local estava ficando sujo. Havia manchas nos montes de cobertores e lençóis que cobriam os móveis. Ninguém tomava banho há uma semana ou mais, e a maioria ali não trocava de roupa desde então. O cheiro forte de suor perm er m eava ea va o aarr. A á re reaa da latrina no quint quintoo aandar ndar j á havia se tornado um umaa gra grande nde sujeira, e o fedor parecia passar pelas paredes e pelo piso. O carpete estava
ensopado po ensopado porr traz trazer er neve para par a o hall hall,, e eess ssaa umidade havia se aalo lojj ado nos m óvei óveiss e nas almofadas. O bolor subia pelos rodapés. – Estam os tentando diz dizer er que você vocêss ter terãã o que com eç eçar ar a procura proc urarr seus alimentos – eu disse, olhando para a sujeira embaixo de minhas unhas. – Não
podem os continuar dividi dividindo ndo o que tem os. O que Chuck tinha seria o mais correto de se dizer, e todos compreendiam o que estava sendo dito. As pessoas com quem Chuck e Susie dividiriam suas coisas, cois as, e as pesso pessoas as ccom om quem eles não div diviidiriam diriam nada. – Então, é c ada um por si? É iss issoo que voc vocêê eest stáá diz dizee ndo? – R Richa ichard rd pe perguntou. rguntou. Ele havia abrigado vários refugiados do fogo e ainda estava hospedando a família chinesa. Eu havia começado a sentir algum respeito por ele, ainda que relutantemente. – Nã Não, o, a inda pre precc isam isamos os divi dividir dir a s tar taref efaa s de proteção proteç ão do pré prédio, dio, de á gua e limpeza, mas no caso da comida, precisamos começar a racionar o que temos aqui. – Eu apontei os alimentos que havíamos empilhado na mesa de canto. – Dividimos o que podemos oferecer. Acrescentem isso ao que já têm. Vocês precisa re cisarã rãoo com e ça çarr a proc procura urarr aass filas de ali a lim m enta entaçç ão de em er ergênc gência. ia. Mais cedo, Chuck e eu havíamos saído e usado meu aplicativo de caça ao tesouro para recuperar parte dos mantimentos que havíamos escondido. Tinha funcionado. Conseguimos desenterrar três sacolas na primeira tentativa. – Cada pessoa leva um pac pacote ote – Chuck dis disse, se, aapontando pontando de novo a pil pilha ha sobre a mesa –, e então, vocês se tornam responsáveis pelo tempo que levarão para consumi-lo. Depois disso, terão que sair para encontrar mais. Balançando a cabeça, Richard caminhou até a mesa e pegou um monte de pacotes. ac otes. Chuck o observou. – O que você e stá fa fazze ndo? – Som omos os de dezz pessoa pessoas. s. – Ri Richa chard rd indi indicou cou a fa fam m ília ília c hinesa e os rref efugiados ugiados no canto do hall. – Nós – Nós vamos dividir o que temos. – Ele voltou a seu apartamento de m au hum humor, or, e seu grupo o ssegui eguiu. u. Rory pegou quatro pacotes, olhando para Chuck enquanto o fazia. Ele e Pam haviam havi am abrigado uum m ca casal sal ddoo andar de baix baixo. o. – Acho Ac ho que aagora gora sabe sabem m os quem são nossos am amigos igos..
– Sint Sintoo m muit uitoo – eu disse –, m maa s pre precc isa isa m os estabe estabelec lecee r um lim lim ite ite . Rory olhou para Damon, mas virou-se em silêncio e voltou para seu apartamento, levando Pam e o outro casal com ele. Das nove pessoas que restaram, três eram da jovem família que Damon havia levado com ele e seis pessoas dos apartamentos dos andares inferiores.
Eles El es murm uraram um agra agradecimento decimento e pegaram os pacotes. pacotes. Chuck, Damon e eu entramos no apartamento de Chuck para preparar o antar, e Tony Tony desceu aass escadas. – Tudo corre cor reuu bem – fa falei lei depois de um a pausa pausa.. – Quero Que ro e rgue rguerr um umaa bar barric ricada ada no nosso lado no hall – Chu Chucc k diss disse. e. – Nã Nãoo quero que ningu ninguém ém além de nós vvol olte te a eent ntra rarr aaqui qui.. – Você Você a cha que isso é um a boa ideia? – Dam on per perguntou. guntou. Meu telefone apitou indicando a chegada de uma mensagem do sargento Williams. Tivemos de libertar Paul e Stan. Nós os alertamos para que não se aproximem de vocês, mas fiquem atentos. Eu não pude fazer mais nada. nada . – Sim – rree spondi ao Da Dam m on, le lendo ndo a m ensa ensagem gem de novo aantes ntes de e ntre ntregar gar o telefone a Chuck huck.. – Acho qque ue um umaa bar barricada ricada é um a boa ideia. Dam on ol olhou hou ppar araa m im eenqu nquanto anto C Chuck huck lia a m ensagem ensagem,, tens tenso. o. – E precisa pre cisam m os de m ais aarm rm as – Chuck diss dissee eentre ntredente dentes. s.
DIA 12: 3 DE JANEIRO
Estávamos reunidos ao redor da mesa de centro no apartamento de Chuck, ol olhando hando par paraa a tela do lapt laptop op ddee Dam on. L Laure aurenn est estava ava sent sentada ada ao m eu lado com Luke acomodado entre seus joelhos. Ele brincava com uma espátula. Ellarose estava chorando no colo de Susie, mas ficou quieta e então soltou um pum. Ela começ com eçou ou a gri gritar tar de nov novo. o. – Acho Ac ho que é sua ve vezz de li lim m par – Su Susie sie disse pa para ra Chuc Chuc k, eentre ntregando gando Ell Ellaa rose a ele. – Vou tentar encontrar roupas limpas e água. Chuck cheirou o traseiro de Ellarose, mas deu de ombros quando não sentiu cheiro nenhum. Haví Ha víam am os cont contornado ornado os prime primeiro iross di dias as sem fra frald ldas as desca descartáveis rtáveis usando toalhas, mas não estávamos conseguindo reciclar as fraldas improvisadas. Ellarose se aquietou quando Chuck a embalou, murmurando uma canção de ninar, com um locutor de rádio falando de um modo monótono ao fundo. “Se “ Se você pretende sair em busca de auxílio de emergência hoje na região central, a Cruz Vermelha avisa para que evite a Penn e o Madison e procure uma das estações menores.” Nós tí tínham nham os um ba balde lde de fr fraa ldas e m um dos a par partam tam e ntos de latrina no andar de baixo, cheio de alvejante, mas para secá-las, era preciso pendurá-las perto er to do aquec aquecedor edor a quer querosene osene.. Nã Nãoo er eraa um a sol soluçã uçãoo agr agradá adável vel a todos todos.. – Usa Usando ndo a for força ça do sinal dos telef telefones ones ce celul lulaa re ress que esta estabele belecc i em pontos fixos – Damon explicou –, posso triangular a posição de qualquer pessoa na rede de comunicação em nosso bairro. – Você Você os enc encontrou? ontrou? – per perguntou. guntou. Damon Dam on m eneo eneouu a cabeça. – Mais ou m e nos, supondo que ele eless este estejj a m conecta cone ctados, dos, o que podem os supor. – Ele apontou vários pontos pulsantes na tela do mapa no qual ele vinha trabalh ra balhando ando a noi noite te to toda. da. – Os endere endereços ços de re rede de são ccomo omo núm números eros de telefone,
e quando as pessoas os criam, elas normalmente ligam seus nomes. É uma rede aberta, aber ta, ent então, ão, qualq qualquer uer pe pess ssoa oa ccom om um pou pouco co de habi habili lidade dade téc técni nica ca consegu conseguee ve ver r todo mundo no momento. Os endereços de rede que estou localizando usam nomes como “Paul” ou “Stan” e recentemente estiveram em nosso bairro.
– Eles não desc desconfia onfiarã rãoo de que poder poderem em os locali loca lizzá -los se e stabele stabelece cera ram m conexão? Damon deu de ombros. – Duvido que e les saiba saibam m que nós dem os iní inícc io à re rede. de. As pessoas pe ssoas estã estãoo apenas compartilhando agora... tornou-se viral por conta própria. De qualquer modo, as pessoas costumam não pensar nesse tipo de coisa. – E ele eless não par paree ce cem m ser m uit uitoo e sper spertos tos – Chu Chucc k ac acre resce scentou. ntou. – Você pode criar um tipo de alerta para o caso de algum deles chegar a uma distância de m enos ddee um quartei quarteirã rãoo daqu daqui? i? Dam Da m on desvi desviou ou os ol olhos hos da tela. – Posso P osso fazer iss isso, o, m maa ndar um umaa m e nsage nsagem m de texto te xto a todos todos.. – Não Nã o pa para ra todos – C Chuck huck diss disse. e. – Só par paraa o nosso grupo. Nã Nãoo cconfio onfio eem m todo mundo. – Então, você voc ê s ac acham ham m e sm smoo que aalguém lguém de nosso aandar ndar e stá eenvolvi nvolvido do com Paul e o grupo dele? – Lauren perguntou. – Não consigo imaginar quem... – Alguém A lguém pe perm rm it itiu iu a e ntra ntrada da ele – Chuck re respondeu. spondeu. – N Não ão de dem m os a fa falt ltaa de nenhum nenhu m a cchave, have, ce certo, rto, Tony ony?? Tony assentiu. – E com c omoo ele eless sabiam que nós eestaría staríam m os no apa aparta rtam m e nto de Ri Ricc har hardd naquele naque le grupo? Sorte Sorte?? Acho difícil. – Quem Que m você ac acha ha que foi? – Nã Nãoo sei – Ch Chuc uckk diss disse, e, bala balança nçando ndo a ca cabeç beça. a. – Não Nã o c onheç onheçoo os ca casais sais dos andares de baixo, e Rory... – Rory Rory ? – La Laure urenn perguntou. per guntou. – Está fa falando lando sér sério? io? – Ele E le é am igo do Stan, e c onhec onhecee bem a quele lanc lancee de de Anonym Anonymous ous,, hackers, criminosos... – Eles não nã o são ccrim riminos inosos os – eu diss dissee . Chuck balançou a ca cabeça beça.. – Bem, Bem , o que voc vocêê s ac acham ham ?
– E o Ric Ric har hard? d? Laurenn bufou Laure bufou.. – Qual Qua l é o seu pr problem oblemaa , Mi Mikke ? Ainda eestá stá ccom om c iúm iúme? e? – Foi Foi ele que quem m nos re reuniu uniu na ccasa asa dele – re respondi spondi.. – E ali a lim m e ntou ttodo odo m mundo, undo, com m uit uitaa gene generosidade rosidade,, pelo que m e lem bro.
Chuck levantou uma mão, segurando Ellarose com a outra. – Ei! Estam os só espe especula culando. ndo. S Sóó eestou stou di dizzendo que algum algumaa c ois oisaa está er erra rada, da, e precisamos manter segredo sobre essa ferramenta de localização. – Ele se virou para Damon. – Então, podemos encontrar qualquer pessoa, até mesmo em nosso prédio? Lauren balançou balançou a cabeç cabeça. a. – Esse é o ti tipo po de com portam e nto idi idiota ota que c olocou o m undo ne nesse sse ca caos, os, para ar a com eço eç o de c onver onversa. sa. – Ela pegou Luk Lukee no c olo e saiu do a par partam tam e nto. Chuck coçou a cabeça, esperando a porta se fechar depois da saída de Lauren, e ol olhou hou par paraa Dam on de nov novo. o. Dam on oollho houu para eelle tam também bém.. – Enquanto Enqua nto ele eless eesti stiver veree m em nosso bairr bairroo e na re rede, de, sim, podem os loca locali lizzálos. O rosto de Ellarose ficou vermelho, e ela recomeçou a gritar. Chuck a levantou e cheirou seu traseiro de novo. – O que foi? – e le suss sussurr urrou ou a e la, e e ntão virou-se par paraa nós. – Você ocêss se importam? Ele queria conferir a fralda dela. – Cla Cla ro que não – D Daa m on e eeuu m murm urm ura uram m os. Chuck deitou Ellarose na mesa de centro ao lado do laptop. Quando ele afast afa stou ou a fra frallda, pen pensei sei qque ue veria uma m ancha m arrom , m mas as só vvii uum m a aass ssadura adura feia e bem vermelha. Parecia dolorida e inflamada, e Ellarose gritou. Chuc fechou os olhos e então disse: – Vocês podem me dar alguns minutos? Precisamos conversar mais sobre isso, mas eu tenho que... – Ele titubeou. – Se Se m proble problem m a – Da Dam m on dis disse, se, pe pegando gando o laptop. Assaduras naquelas condições sem higiene era perigosas. Susie não conseguia produzir roduzir m uit uitoo leite devido ao estre estresse, sse, e o orga organismo nismo de Ella Ella rose não e stava se adaptando aos alime aliment ntos os qque ue ofe oferec recíam íamos os.. Est Estava ava perdendo m mui uitto peso, ma mass não havia muito que pudéssemos fazer. Eu conseguia enfrentar qualquer dor ou
desconfort desconforto, o, ma mas as criança crianças. s..... Olhei para a sporta fechada. – Acho Ac ho m mee lhor eu cconver onversar sar c om a L Laa ure uren. n. – E eu que queria ria ver o Luk Lukee .
DIA 13: 4 DE JANEIRO
– P onha iss issoo sobre seu nar nariz iz e sua boca – ofe ofere recc i a Chuc Chuckk, este estendendondendo-lhe lhe uma bandana. Eu já havia amarrado uma em meu rosto, e não era por causa do frio, mas ma s pel peloo fedor que eest stava ava do llado ado de ffora. ora. A temperatura havia subido para quase dez graus acima de zero, e sob o céu claro e sob a luz do sol, a neve derretida havia transformado os caminhos m arc arcados ados no me meiio das ruas em rio rioss ddee su sujj eira aam m arronz arronzada. ada. Nós havía havíam m os deixa deixado do os esquis de lado par paraa aque aquela la explora exploraçç ã o, optando pelas ela s grossa grossass botas de borr borraa cha cha.. O c heir heiroo e ra tão for forte te quanto nas latrinas latrina s do quinto andar. – O a rgum ento que La Laure urenn leva levantou ntou ontem é válido – c onti ontinuei nuei enqua enquanto nto observava obser vava Chu Chuck ck am arr arrar ar o tecido. tecido. C Com om bandana e ócul óculos os ddee sol, sol, el elee pare parecia cia um criminoso. Lauren havia me passado um sermão, na noite anterior, a respeito de montarmos nossa própria agência de espionagem. Apesar de precisarmos ficar de olho em Paul e Stan, ela foi incisiva em dizer que não deveríamos espiar outras pessoas sem que estas soubessem. Por mais que eu tentasse, não consegui afastar a desconfiança a respeito dos motivos dela, pensando que ela poderia estar est ar tentando esconder aallgo de m mim. im. El Elaa m e ffez ez prome prometer ter que eu cconv onver ersaria saria com Chuck huck.. – É er erra rado do e spi spiaa r nossos viz vizinhos inhos – continuei m eio desa desanim nimaa do. – É exatam ente o que eest stávam ávam os di dizzendo ser o probl problem em a do go governo. verno. – Você Você não que querr sa saber ber onde P Paa ul e St Staa n estã estão? o? Demos mais alguns passos na neve granulada às margens do caminho encharcado, afundando nela até o tornozelo, a cada passo. De vez em quando, meu pé descia ainda mais e eu tinha que tirá-lo com cuidado, geralmente acabando com um monte de neve suja dentro da bota. Meus pés estavam
ensopados. – Cla Cla ro, m a s não é a m e sm smaa ccois oisaa de eespiar spiar nossos vi vizzinhos inhos.. – Qual Qua l é a dife difere rença nça se sa sabem bem os que um dele deless está do la lado do dos vi vilões? lões? – P orque você não não sabe – respondi. – Está vendo conspirações, tirando a liberdade de alguém para alimentar sua paranoia.
– Par P araa noia, né né?? Olha que quem m e stá fa falando. lando. V Você ocê a inda eestá stá aacc hando que La Laure urenn está tramando algo pelas suas costas. Suspirei, mas não disse nada. Caminhamos em silêncio por um quarteirão. O tempo quente havia motivado as pessoas a saírem, e algumas andavam sem rumo, mas a maioria procurava alimentos. Pelas vitrines quebradas das lojas, vimos pessoas vasculhando as prateleiras vazias, procurando coisas deixadas para trás. Os moradores estavam se esforçando para deixar os sacos de lixo empilhados, e havia montes deles crescendo nos cruzamentos, unidos pela neve sop sopra rada da pe pelo lo vvento ento e pelos detri detritos tos.. Percebi que havia cabos saindo de carros enterrados e entrando pelas janelas do primeiro andar de alguns apartamentos mais adiante naquela rua. Era outra ideia de Damon: ligar os carros e usá-los como geradores. A ideia havia se espalhado pela rede de comunicação. – Sa Sa be de um umaa ccois oisaa ? P re recisa cisam m os de ccrim riminos inosos os – eu disse. – Prec Precisa isamos mos de criminosos? – A so sociedade ciedade prec precis isa. a. Sem eles, est estar arííam os arruinado arruinados. s. Chuck riu. – Sou Sou obrigado a ouvir is isso. so. – Qualquer Qua lquer j ogo que simula a socieda sociedade de é m a is robusto quando um e lem ento criminoso cr iminoso é in incluíd cluído. o. – Sim Simulaç ulaçãã o, é? – Os cr crim iminos inosos os for força çam m a socie sociedade dade a m elhor elhorar. ar. Eles ata atacc a m os fr frac acos, os, obrigando-nos obrig ando-nos a ffortalec ortalecer er nossas nossas in inst stit itui uiçõe çõess e rrede edes. s. – Então, eles e les são os lobos e nós somos os ca carne rneiros? iros? – Mais ou me m e nos iisso. sso. O marcador mais próximo que apontava os mantimentos enterrados no meu aplicativo de caça ao tesouro era na esquina da Oitava avenida com a rua 22, e peguei egue i m eu telef telefone one par paraa c onfe onferir rir o m a pa outra vez. O vento c om omee ça çara ra a fic ficar ar m ais fort forte, e, e est estre rem m ec eci,i, in indi dica cando ndo que que tí tínham nhamos os qque ue desce descerr a Oit Oitava. ava.
– Sem um umaa dete determ rm inada quantidade de pe pessoas ssoas pa para ra se aproveitar apr oveitar das outras, a so sociedade ciedade si sim m pl plesm esmente ente não aavança vança – cont contin inuei. uei. – Par P aree ce um negóc negócio io ruim par paraa quem sofr sofree na m ã o dos cr crim iminos inosos. os. – Mas é um bom ne negócio gócio pa para ra a socie sociedade dade de m odo ge gera ral.l. Nã Nãoo eesto stouu diz dizendo endo para ar a não pega pegarm rm os e punirm punirmos os os cr crim iminos inosos. os. Só estou diz dizee ndo que pre precisa cisam m os
deles. Estávamos nos aproximando do ponto onde as sacolas estavam enterradas. Chuck balançou a ca cabeça beça.. – Boa teor teoria, ia, m a s e sper speree a té e ncontra ncontrarr um c rim riminos inosoo em um bec becoo e scur scuro. o. Depois disso, pode me dizer o que acha, de verdade. – Os cr crim iminos inosos os a j udam a socie sociedade dade a se desenvolver – continuei. – A escravidão era legalizada quando Colombo chegou aqui, por isso você não o ulga, mas ele seria um criminoso nos dias de hoje. E Gandhi foi um criminoso quando infringiu as leis do sal na Índia. Os dois são heróis agora. Os criminosos ajudam a aumentar os limites. – Então, você voc ê está com pa para rando ndo P Paul aul a Ga Gandhi? ndhi? Bufei. – Não, Nã o, m maa s há ccrim riminos inosos os que aadm dmiro. iro. – Quem Que m , o Al C Capone apone?? – Ch Chuck uck riu. – Ta Ta lvez aque aqueles les hac hackke rs do do Anonym Anonymous ous – respondi. Chuck balançou a ca cabeça beça.. – Pode P ode ffica icarr ccom om seus ccrim riminos inosos. os. Nós havía havíam m os che chegado gado ao loca local,l, e pegue pegueii m inha c âm e ra e a foto que e u haviaa tirado do llocal havi ocal ond ondee haví havíam am os enter enterrado rado nos nossa sa ca carga. rga. P Peguei eguei a pá da m inha inha mochila. – Aqui. – Caí de j oelhos e com ec ecei ei a c ava avarr. Depois De pois de re reti tira rarr basta bastante nte neve com movimentos rápidos, a pá bateu em alguma coisa. Afastei a neve com a mão protegida pela luva e encontrei a ponta de uma sacola de plástico, e puxei. Uma sacola lotada de mantimentos apareceu. Chuck riu e pegou a sacola de mim. – Legal. Le gal. Eu m e le lem m bro de dessa... ssa... ccaa rne e sa salsi lsicha chas. s. Pote de our ouro! o! Escavei a neve com as mãos, encontrei mais duas sacolas e as puxei. Eu estava prestes a dizer a Chuck que acreditava que as outras estivessem cheias com os mesmos produtos, quando vi que uma multidão havia se reunido ao nosso
redor. – Co Com m o você vocêss sabia sabiam m que iss issoo e stava a í? – um dele deless pe perguntou. rguntou. Ele par parec ecia ia não se alim alim entar há um a sem ana. – Dou um m ilhão ilhão de dól dólare aress ppor or essas ssac acol olas. as. Sou gere gerent ntee de ffundo undoss de m ulti ultim m er erca cados dos.. Juro que poss possoo paga pagarr.
Chuck levava o .38 no bolso da parca. Quando ele se virou, vi que ele segurava seg urava a arm a rma, a, prest prestes es a sacásacá-lla. – Chuck Chuck,, não... – ccom omee ce ceii a diz dizee r qua quando ndo vi, ppee lo ca canto nto do oolho, lho, algo brilh brilhaa r. Com um golpe firme, acertaram uma tora de madeira na cabeça de Chuck, que tombou para a frente, caindo de cara no chão como uma boneca de pano. A sacola que ele segurava se abriu e o conteúdo se espalhou, e a multidão atacou como cães famintos, segurando a mochila de Chuck para arrastá-lo para fora do caminho, deixando uma mancha vermelha e escura na neve no ponto em que a cabeçaa dele bateu cabeç bateu..
DIA 14: 5 DE JANEIRO
– Ele perde pe rdeuu m muit uitoo sangue sangue.. – Vai Vai ffica icarr be bem m ? – O rosto de Susi Susiee esta estava va ba banhado nhado eem m lágr lágrim imaa s. Chuck retomara e voltara a perder a consciência várias vezes ao longo do dia, e mal sabia quem éramos quando acordou de vez. Nós o havíamos deitado na cama que ele dividia com Susie no quarto do casal, depois de levá-lo de volta ao prédio. ré dio. – Ac Acho ho que sim – P a m re respondeu, spondeu, sentindo a puls pulsaa çã çãoo de dele. le. – Seus batime atim e ntos ca cardía rdíacos cos e stão fforte ortess e re regular gulares, es, o que é bom bom.. Ele precisa pre cisa dorm ir e ingerir m uit uitoo líq líquido... uido... – Ela he hesit sitou. ou. – O que foi? – per perguntei. guntei. – E ele e le pr prec ecisa isa ccom omee r o m áxim áximoo que pude puderr. Por um m ome oment nto, o, nniingu nguém ém diss dissee nada. – Obrigado, Obr igado, P Paa m , vam os cuidar par paraa que ele c om omaa – re respondi spondi,, por ffim im.. Deixando Susie com Chuck, acompanhei Pam até a porta e passamos pela barric ar ricaa da no nosso lado do hall. O hall permanecera vazio o dia todo. Nos últimos três dias, desde que havíam haví am os ddeixado eixado clara a gravid gravidade ade da sit situaçã uaçãoo da ccomida, omida, to todos dos estavam sain saindo do cedo para esperar na fila da comida e da água em um dos postos de auxílio. A Cruz Vermelha estava distribuindo um pacote de comida por pessoa por dia, aproximadamente o índice calórico indicado para um dia, e depois de três dias, as outras pessoas de nosso andar – o grupo do hall, aqueles com Rory e aqueles com Richard – haviam aumentado os mantimentos, sobrevivendo com porções muito pequenas, enquanto os nossos alimentos já estavam quase esgotados. Com omoo a si situ tuaç ação ão havia m udado ddepre epress ssa. a. Sus usiie est estava ava prepar preparando ando um m in ingau gau de aarroz rroz para o jjantar, antar, usand usandoo quase to todo do o resto de nossa comida, e ninguém no resto do andar estava disposto a
compartilhar depois Chuck claro que ento não dividiríamos com eles. Nós tí tínham nham os a edesper spera a nça ter dedeixado re recupe cupera rar r o alim alimento que havía havíam m os ente enterr rraa do na rua, mas perdemos tudo no ataque do dia anterior. Entre os cuidados com as crianças, com Chuck, Damon controlando a rede de comunicação e Tony se responsabilizando pela segurança, ninguém no grupo tinha as cinco ou seis horas
necessárias para ficar nas filas de alimentos ou procurar mais uma de nossas sacolas. Ninguém nunca ti tinha nha m e dit ditoo que a fom e c ausa ausava va dor. dor. Eu e stava cuida cuidando ndo para ar a que La Laure urenn e Luk Lukee consum iss issee m a m a ior par parte te dos m e us alim alimee ntos ntos,, e , às vezes, a fome era só um incômodo, mas, com frequência, era uma dor intensa que fazia meu estômago arder, impossibilitando a concentração. O pior era à noite. noi te. A falt fa ltaa de aali lim m ento estava se traduzind traduzindoo em fa falt ltaa de sono sono.. Suspirando, eu me sentei em uma cadeira perto de Damon. Ele estava quase grudado ao laptop que usava como centro de controle da rede de comunicação. Parecia que ele só precisava de uma ingestão constante de café para sobreviver, m as o caf caféé também j á est estava ava qu quase ase aca acaband bando. o. – Então, a s pessoa pessoass sim sim plesm plesmee nte pega pegara ram m o telef telefone one e com eç eçar araa m a tira tirar r fotos? – ele perguntou. – Isso prova provavelm velm ente salvou nossa vida – re respondi spondi,, bala balança nçando ndo a ca cabeç beçaa . – Você salvou a nossa vida. Quando Chuck fora golpeado na cabeça, eu jogara minha comida para a m ul ulttid idão ão e m e aajj oelh oelhei ei para aajj udá-lo udá-lo,, agarr agarrando ando uum m a de suas pernas enqu enquanto anto os agressores arrancavam sua mochila. Mexendo nos bolsos dele, eu havia tentado pegar ega r a a rm a, m a s ela c aiu na ne neve. ve. O c ar araa que havia ac acer ertado tado Chuck com a tábua ttent entara ara m e aagredi gredirr tam também, bém, e eu m mee eencol ncolhera hera na neve, ergu erguendo endo as m mãos ãos para ar a m e pr protege otegerr. Naquele a quele inst instante ante,, algué alguém m havia gritado “ P ar are! e!”” , er erguendo guendo o telef telefone one par paraa tirar uma foto. O homem se agigantara à minha frente, segurando o pedaço de madeira acima da cabeça, hesitando, e então, outra pessoa acabou registrando uma foto, também com o celular. Por estar sendo observado, o agressor se afast afa star ara, a, largando a ttora ora e se apre apress ssar araa a pegar os ali alim m ento entos. s. Procurando na neve, eu havia encontrado a arma enterrada embaixo de Chuck huck,, e ac acabei abei gu guar ardando dando-a -a eem m m eu bol bolso so.. Eu envi enviara ara uma m ensagem de text textoo dizendo que precisávamos de ajuda. Tony e Damon chegaram poucos minutos
depois depois. . Até a m ulti ulum tidão dão j á havia se ento nós evam os C Chuck huck de volt voltasem a aaoo apartament apartam entoolá,como saco de bat batata, ata,dispersado, e o ferime feriment o delleva sua suamccabeça abeça san sangrara grara parar. ar ar. – Mídia Mídia social ccom omoo ffer erra ram m e nta pa para ra salvar vidas... nã nãoo se seria ria a prime prim e ira vez. A propósito, tenho fotos do cara que atacou você e o Chuck.
– É me m e sm smo? o? A rede de comunicação era incrível, mas, até ali, a conexão estava lenta e instável. – Alguns hack hac ke rs no East Ea st V Vil illage lage e ncontra ncontrara ram m um umaa m a neir neiraa de fa fazzer o upload do software de rede sem fio, e agora se espalhou. Dezenas de milhares de pessoas essoa s jjáá se cconec onectar taram am . No dia a nter nterior, ior, não apa apare recc er eraa im image agem m a lguma de nosso incidente. Eu m e levantei e observei a tela. – Você Você o re recc onhec onhece? e? As im im agens est estavam avam granul granuladas, adas, m mas as re reconhecívei conhecíveis. s. Um homem grande com uma jaqueta xadrez vermelha e preta e um chapéu de lã ameaçando uma figura patética, encolhendo-se na neve. Minha cabeça estava virada na imagem, e eu mantinha uma das mãos erguidas para tentar conter o golpe, mas o rosto do homem estava totalmente exposto. Damon aplicou o zoom. – Som Somos os nós. – Eu não tinha visto di dire reit itoo no m mom omee nto do ocorr ocorrido. ido. Onde eu já tinha visto o homem antes? antes? – Ei Ei!! Ele é um dos ca cara rass da ofici oficina na lá eem m baix baixo. o. Eu me lembrava de tê-lo visto perto do armário de Chuck quando nós o esvaziamos. Ele estava conversando com Rory. – Te Te m c er ertez tezaa ? Olhei de novo com mais cuidado. É, sem dúvida, o c ara com quem Rory estava falando naquele dia. – Absoluta Absoluta . Dam on bal balançou ançou a ca cabeça. beça. – Os Os m maa ldi lditos tos estão nos pe perse rseguindo. guindo. V Vou ou aabrir brir um m apa de re rede de par paraa ver se consig cons igoo fil filtrar trar eess ssee ccar ara, a, par paraa ver se um dess desses es nós coin coincidem cidem com a locali localizzaç ação ão de Stan Stan ou P Paul. aul. – O Rory j á volt voltou ou da ffil ilaa da c om omida? ida? Dam Da m on dig digit itou ou dura durante nte aalgu lguns ns segundo segundoss aant ntes es de re respo sponder nder..
– Ainda não, nã o, por quê quê?? – Por P or na nada. da. – Eu nã nãoo quer queria ia aali lim m e ntar m a is bboatos. oatos. Damon olhou para mim com uma cara estranha, mas deu de ombros e continuou trabalhando.
– Pode P ode a cre cr e sce scentar ntar um ale alerta rta de texto se algum desse dessess ccaa ra rass eesti stiver ver a m enos de cem ce m m etro etross ddee nós? nós? – Va i ser com pli plica cado do fa fazze r em tem po re real, al, com toda a dem ora ora,, m a s, sim, m ais oouu m menos. enos. Eu est estrem rem eci e me cocei. Uma rajada de vento frio entrou pelo hall, mesmo com o aquecedor a querosene ligado no máximo. A temperatura voltara a cair. Eu não tinha saído, mas depois da neve derretida no dia anterior, a queda repentina para menos de zero de novo havia transformado as ruas em rinques de patinação, como uma pista ista congela c ongelada da de obst obstáá c ulos ulos.. – O que m a is e stá aconte a contece cendo? ndo? – Eu m e c onec onectei tei ccom om aque aqueles les ha hacc ker erss no E Eaa st V Vil illage lage,, e eles ele s j á cr criar iaraa m um tipo de Twitter de rede e estabeleceram outras estações-base como a minha. As pessoas essoa s e stão c ria riando ndo vigi vigilânc lância ia nos bair bairros, ros, post postos os de troca troc a , esta estaçõe çõess de c ar arga, ga, denúncias denún cias de crim crimes... es... a ccom omuni unica caçã çãoo é a cchave have par paraa a civili civilizzaç ação. ão. – Hack Ha ckee rs, huh? Damon balançou a cabeça de um lado para o outro, ainda digitando no tec ecllado, e então pparou arou para coça coçarr a ccabeça abeça e ol olhar har para m im . – Estou usando o ter term m o “ha “hacc ke r” e m seu sentido original de brinc brincar ar com códigos, de criar, não abusar. Os hackers têm fama ruim. Eles não tiveram nada que ver com c om is isso so.. – Aque Aqueles les c ar araa s do Anonym Anonymous ous admitiram ter atacado as empresas de logística, o que causou metade dessa bagunça. Dam on co coçou çou a ca cabeça beça de no novo vo.. – Eles não nã o fiz fizer eraa m iss isso. o. Ele parec pare c e be bem m se seguro guro di disso. sso. Chacoalhei a cabeça e deixei para lá. – Está c ongela ongelando ndo a qui – re recc lam ei, m e coc cocei ei de novo e estre estrem m ec ecii quando outra out ra raj ra j ada de vent ventoo m mee aati tingi ngiu. u. – A j ane anela la no fim do ha hall ll ainda e stá abe aberta rta,, desde ontem ontem,, quando e stava
quente – Damon respondeu, inserindo códigos em sua máquina. – Por que não vai fechá-la? Assenti e me levantei. Fiquei tentando imaginar até que ponto Damon estava Anonymous ous.. envolvido envolv ido com o Anonym
DIA 15: 6 DE JANEIRO
Havia um tet tetoo de eest stre rellas bril brilhant hantes es aacim cimaa de nós. – Não Nã o pe pensei nsei que houvesse estre estrelas las eem m Nova York – Da Dam m on disse, inclinando a cabeç c abeçaa par paraa trás para ver tod todas as elas. – Pe Pelo lo m enos, não essas do céu. Olhei Ol hei ppara ara cima. – Toda a Cos Costa ta Le Leste ste não tem produzi produzido do m uit uitaa polui poluiçã çãoo na nass últ últim imas as duas semanas sema nas,, e o tempo frio aj ud uda. a. Aquela era a primeira vez que eu subia à cobertura desde que tudo começara, e a camada densa de estrelas que nos recebeu era surpreendente. A noite sem lua era um fator a ser levado em consideração, mas, ainda assim, eu só tinha visto tantas estrelas em noites no interior do Estado. Parecia que os deuses olhavam para baixo, regozijando-se por verem a luta de Gotham logo abaixo. – Te Te m c er ertez tezaa de que quer fa fazze r isso hoj hojee à noite noite ? – Da Dam m on per perguntou. guntou. Olhei Olh ei para a escuridão entre os prédio prédios. s. – Esta é a noit noitee per perfe feit itaa . E, além a lém diss disso, o, não te tem m os m muit uitaa esc escolha, olha, nã nãoo é? Lembranças das aulas de catecismo tomaram minha mente. Aquela noite era a epifania, a noite em que os reis magos seguiram as estrelas para trazerem seus tesouros ao menino Jesus. Estaríamos usando nossa própria magia para encontrar o tesouro naquela noite, e eu esperava que as estrelas, e os deuses, fossem gentis. – Você Você é um hom homee m sábio, Da Dam m on? – Sou Sou espe esperto, rto, ccom om ce certe rtezza, só nã nãoo sei se sou sábio. Tremendo de frio, puxei o zíper de meu casaco até o pescoço. Irena e Aleksandr tinham tirado a neve da cobertura para derreter e armazenar água potável; otáve l; er eraa m a is fá fácil cil c ar arre regar gar um ba balde lde um lanc lancee de e sca scada da a baixo do que subir seis. A temperatura havia caído; estava bem abaixo de zero. Um vento forte começou come çou a so soprar, prar, e ca cam m inh nham am os em direç direção ão ao m muro uro nnoo fi fim m da cobertura cobertura para
nos protegermos. – Pre P recc iso de um hom homee m sábio hoj hojee . Damon riu. – Então, sou sábio. Observeii Nova Y Observe York ork lá eem m baixo.
– Nã N ã o te tem m luz em lugar ne nenhum nhum – sussurr sussurree i a m im m e sm smo. o. D Daa quele ângulo, a única evidência de que existia uma cidade ao nosso redor eram os trechos escuros que ocultavam as estrelas, os prédios próximos. Com a luz de sua lanterna de cabeça, Damon se ajeitou em um banco encostado no muro e começou a mexer em meu celular, ligando cabos nele e em meus olhos de realidade aumentada. Quando a empresa de tecnologia mandou os óculos para mim, antes de tudo aquilo começar, pensei que poderia m e di diverti vertirr ccom om eles; ao que par parec ecia, ia, eles po poderiam deriam salv salvar ar nossas nossas vi vidas. das. Eu me sentei ao lado de Damon, encolhendo-me para me proteger do frio, e olhei para a escuridão, imaginando os milhões de pessoas espalhadas por ela. – Você Você sabe o que guiou o séc século ulo 20, eestabe stabelec leceu eu a base par paraa o m undo ccom omoo está hoje? – perguntei. Dam on m exeu em seu ttelefon elefone. e. – O dinheiro? – Bem, Bem , si sim m , iss issoo e a il ilum uminaç inaçãã o ar arti tific ficial. ial. Sem a iluminação artificial, os seres humanos eram animais assustados que se recolhiam em seus ninhos quando o sol se punha. A escuridão acordava os monstros que existiam em nosso imaginário coletivo primitivo, as criaturas em baix baixoo da ca cam m a, que desapar desaparec eciam iam com um toque toque no iint nter errupt ruptor or e a luz luz quent quentee de uma lâmpada incandescente. As cidades modernas eram repletas de estruturas enormes e surpreendentes, mas sem a iluminação artificial, quem desej aria habi desejaria habitar tar seus int interiores eriores eescuros scuros?? – Você Você sabia que ffoi oi a luz que tornou Rock Rockef efeller eller um titã? titã? Como empresário, sempre tive fascínio pelo modo com que os homens de negócios negóci os ttiinham com começ eçado. ado. – Não Nã o foi o petróle petróleo? o? Damon havia colocado os óculos de realidade aumentada e virava a cabeça de um lado para outro, resmungando em voz baixa. Alguma coisa não estava dando cert cer to.
– O petr petróleo óleo foi a m oe oeda, da, m a s a luz foi o produto. Foi o dese desejj o da Am ér érica ica pela luz que ccolocou olocou Rock Rockef efeller eller,, bem , nos hol holofotes. ofotes. Dam on ri riuu com m inha pi piada ada eesp spont ontânea ânea.. – Antes de e le c om omee ça çarr a for fornec necee r quer querosene osene a Nova York nos a nos 1870, quando o sol se punha, os Estados Unidos ficavam no escuro. Querosene foi o
primeir rim eiroo m odo bar barato ato e li lim m po de cr criar iar ilum iluminaç inaçãã o a rtificia rtificial.l. Antes diss disso, o, Rockefeller era só um empresário comum com um poço de petróleo em Cleveland, ssem em saber o que fazer com ele. – Não Nã o sabia disso – Dam on dis disse, se, se sem m pre prestar star aatenç tençãã o. – Sim im,, Cl Cleve eveland land foi a Ar Aráá bia Saudita da Am é ric ricaa dura durante nte a e ra do Velho Oeste, e no início do século 19, ele produzia mais querosene do que podia ser consumido só para a iluminação, então, adivinhe o que veio em seguida? – Roc Roc k Center Center?? – Os carr ca rros. os. Você sabia que os prim primee iros ca carr rros os er eraa m elé elétricos? tricos? Em 1910, havia mais carros movidos a eletricidade nas ruas de Nova York do que carros movidos a gasolina, e todo mundo, naquela época, acreditava que os carros elétricos fossem o futuro... o que era algo muito mais sensato do que os motores malucos acionados com explosões controladas de produtos químicos voláteis e tóxicos. Mas Rockefeller patrocinou a Ford para garantir que os carros movidos a gasolina, e não os elétricos, fossem o meio de transporte do futuro, para que ele tivesse ivesse um lu lugar gar para vender seu pe petról tróleo. eo. – Ac Acho ho que c onsegui fa fazzer funcionar func ionar – Da Dam m on diss dissee . Ele e stava com os óculos ócul os de no novo vo e bal balançava ançava a ca cabeça beça para a frente e para trás. – E, puf, vier vieraa m o ca caos os do séc século ulo 20, o Or Oriente iente Médio, todas a s guer guerra ras, s, a dependência do mundo no petróleo, e uma boa parcela de aquecimento global. Talvez até o que está acontecendo agora. Tudo nasceu do desejo por luz. – Isso I sso porque fic ficaa r no eescur scuroo é um sac sacoo – Da Dam m on disse, senta sentando-se ndo-se ao m e u lado, entregando os ócul óculos os de reali re alidade dade aum aumentada entada pa para ra m im. – Col Coloqu oquee-os os.. Respirando fundo, eu os coloquei e acendi minha lanterna de cabeça. Olhando para o leste, vi pequenos pontos brilhantes vermelhos na escuridão no nível da rua, espalhados pela cidade. – Carr Ca rree guei os da dados dos do m a pa de nosso aapli plica cati tivo vo de ca caça ça a o te tesouro souro a e stes óculos – Damon explicou. – Eles estão conectados agora, sem fio. Então, os locais onde você escondeu aquelas sacolas aparecerão como pontos vermelhos
pelos óculos de re r e alidade aum enta entada da qua quando ndo você olhar por eeles. les. – É, esto e stouu vendo. Depois do que aconteceu com Chuck, decidimos que era perigoso demais sair durante o dia para pegar a comida que havíamos enterrado. Lauren me implorou para ar a que e u nã nãoo ffosse, osse, e prom e ti que não iria. Mas havía havíam m os aacc aba abado do de com er
o resto de alimentos que tínhamos. Houvera conflitos nos centros de emergência, e eu e u não qu quer eria ia que ni ningu nguém ém foss fossee aaté té eles. Ap Apesar esar diss disso, o, ppre recisávam cisávamos os come comer, r, e Lauren e Susie estavam planejando ir à Penn e ao Javits com as crianças no dia seguin segu inte te para espera esperarr na fil filaa de ali alim m ento entos. s. A menos que eu fosse buscar o que havíamos escondido à noite. Nós havía havíam m os subi subido do à c ober obertura tura par paraa conf confirm irmaa r se a s rua ruass e stava stavam m tão escuras quanto imaginávamos, e para ver se havia luzes acesas. Tudo estava envolto no breu. – Te Te m c er ertez tezaa de que não que querr que Tony vá ccom om você você?? – Só tem os um par de óculos de vis visãã o noturna. Dua Duass pessoa pessoass anda andando ndo no escuro correm riscos se uma delas não consegue enxergar. E, dos dois que enterraram os alimentos, sou o único disponível, então tenho mais chances de encontra encont rarr o lug lugar ar ce certo. rto. – F Fiiz um umaa pa paus usa. a. – De qual qualquer quer m odo odo,, com a lei m mar arcial cial vi vigorando gorando,, devem devemos os arris arrisca carr aapenas penas um de nós nós.. Dam on ddeu eu de om bros bros,, concordando concordando.. – De Dessa ssa for form m a, você não pre precisa cisa olhar e m seu telef telefone. one. É só ca cam m inhar na direção dos pontos vermelhos. Na esc escuridã uridãoo tot total al nas rua ruas, s, m e u telef telefone one brilhar brilharia ia c om omoo um fa farol, rol, atr atraa indo atenção indes indesej ej ada. – Quando Qua ndo c hega hegarr pe perto rto de um dos pontos pontos,, toque a tela em seu bols bolsoo e os óculos de realidade aumentada vão passar as fotos que você tirou quando enterrou as sacolas. Se colocar os óculos de visão noturna sobre elas, poderá so sobrepor brepor as ima imagens gens com fac facil iliidade. Pegu Pe guei ei m meu eu tel telefone efone da m ão dele, ttoq oquei uei e uma séri sériee de im agens es esm m aec aeciidas e sobrepostas das fotos que eu havia tirado quando escondi as sacolas apareceu. – O que você e stava ffala alando ndo é inter interee ssante, m as é passa passado do – Da Dam m on dis disse. se. Brinquei com o brinq brinquedo uedo novo, uusando sando o zzoom oom e rrodando odando as imagens. ima gens. – Estou m a is iinter nteree ssado no futuro, eem m c onseguir pr pree vêvê-lo. lo. – Você Você tem obsessão pe pelo lo futuro, não?
Dam Da m on su suspi spirou. rou. – Se Se eu tivesse cconseguido onseguido ver só um pouquin pouquinho ho do futuro, talve talvezz pudesse têtê-la la salvado. Às vezes, vezes, eu m mee eesq squecia uecia do qu quee ha havi viaa aacont contec ecid idoo com ele. – Peç P eçoo desc desculpas, ulpas, Da Dam m on, não quis... bem bem... ...
– Nã Nãoo se desc desculpe. ulpe. A ppropósito, ropósito, tenho um umaa ideia de com o pode podería ríam m os tira tirarr o carro ca rro de Chuck daquela gara garagem gem verti vertica cal.l. Eu estava sentindo muito frio, e me dei conta de que teria que me agasalhar Melhor lhor e u mais se pretendesse passar algumas horas lá fora em minhas buscas. Me egar o .38 do Tony, só para garantir. – É me m e sm smo? o? Qua Quall é a ideia? Em ter term m os ger gerais. ais. Sob a lu luzz da m inha inha lant lanter erna na de ca cabeça beça,, Dam on ssorriu. orriu. – Com Com um guincho, tudo é possí possíve vel.l. * Caminhei lentamente pela paisagem congelada. Demorei meia hora para percor er corre rerr dois quar quarteirõe teirõess aaté té a s sa sacola colass eenter nterra radas das m a is próxim próximaa s. P Pelo elo m enos, com o frio intenso, as ruas não estavam fedidas, e não estava preocupado em cair num monte de fezes humanas se escorregasse. Os óculos de visão noturna usavam uma combinação de imagens pouco iluminadas com iluminação quase infravermelha, então, mesmo no breu, eu consegui cons eguiaa eenxergar nxergar bem bem.. C Com om a lanterna de infra infraverm verm elho nnoo bol bolso so,, eu podi podiaa aaté té ilum lum in inar ar o m mund undoo com um verde bril brilhant hante, e, se pre precisass cisasse. e. O ponto vermelho indicando a localização da sacola mais próxima havia aumentado aum entado ddee tam anho confo conform rm e m e aaproxi proxim m ei, exp expandi andindo ndo-se -se até se tornar um círculo vermelho de cerca de seis metros – a margem de erro aproximada do GPS. Damon era um garoto esperto. No m eio do cír círcc ulo, eeuu c hutei um sac sacoo de lixo lixo pa para ra o lado e toquei a tela do telefone no meu bolso. A imagem associada com aquele ponto apareceu nos óculos ócul os de re reali alidade dade aaume ument ntada. ada. Co Com m binava binava ccom om a fre frent ntee da loja e o pos postte que eeuu via com os óculos de visão noturna. Quando voltei alguns passos e andei para a esquer esqu erda, da, as iim m agens de ali alinharam nharam . Pe Perf rfee it itoo. Ajoelh Aj oelhei-m ei-me, e, ti tire reii minh minhaa m ochi ochila la e pe peguei guei a pá dobrável de dentro del dela. a. Co Com m o cabo da pá, eu bati na superfície congelada algumas vezes até ela rachar, e
então puxei de geloeme uma neve.esp Cavei nacêntrica. neveca.mais macia por baixo, aument aume ntando ando apedaços áárea rea escavada espi iral con concêntri Foi uum m trabalho ppesado, esado, e quando m miinha pá bateu na prim primeira eira sacola, m min inhas has costas estavam muito doloridas. Afastei a neve com a mão protegida pela luva e
puxei duas sac sacolas olas par paraa for foraa . Sob a luz fa fantasm ntasmaa górica dos óculos de vis visãã o noturna, olhei dentro de uma delas. – Dorit Dor itos os – eu rri,i, balanç balançaa ndo a ccaa beç beçaa . – Adoro D Doritos. oritos. Enfiei a mão e puxei as outras sacolas, e comecei a enfiá-las em minha m ochi ochila la enquant enquantoo ol olhava hava par paraa o próxi próxim m o círculo verm elho elho,, a ccer erca ca de ccin inquent quentaa metros. No céu, c éu, aass estre estrelas las brilhava brilhavam m int intensa ensam m e nte eentre ntre os pré prédios dios..
DIA 16: 7 DE JANEIRO
Inquieto, tentei encontrar uma posição confortável. Meus sonhos tinham sido agitados, e eu passara a maior parte da noite meio acordado e meio dormindo. Eu havia me deitado um pouco antes do amanhecer. Exausto, afofei o travesseiro, trave sseiro, ttentando entando outra posição nos llenç ençói óiss sujos. Ouvia um choro em meu sonho... e então, voltei à consciência e percebi que não era um so sonho nho.. Abrindo os olhos, vi Lauren sentada em uma cadeira ao lado da cama, enrolada no cobertor de estampa de flores ao qual estava apegada. As pernas estavam dobradas sob seu corpo e ela estava se apoiando no berço de Luke, onde ele dormia profundamente. Ela puxava mechas de cabelo diante do rosto e as examinava, uma a uma, à luz fraca do início da manhã. Ela chorava, balançando-se para a frente e para trás. Respirando fundo, tentei afastar a confusão causada pelo sono de minha mente. – Am or, voc vocêê eestá stá bem ? O Luk Lukee eestá stá bem ? Ajeitando os cabelos, ela secou as lágrimas dos olhos e fungou. – Estamos Estam os bem . Eu eesto stouu bem . – Te Te m c er ertez tezaa ? Venha par paraa a ca cam m a pa para ra conversa conve rsarr ccom omigo. igo. Ela olhou olhou para o chã chão. o. Eu respirei fundo de novo. – Está brava bra va por porque que eeuu saí ontem à noit noitee ? Ela balançou a cabeça, negando. – Eu ia lhe dize dize r, m a s... – Eu sabia que você e sta sta va pla planej nej a ndo sair sair.. – Então, não nã o está cchate hateaa da por iss isso? o? Elaa balançou a ca El cabeça beça m ais uum m a vez vez.. – Você Você e stá m mac achuca hucada, da, nã nãoo está se sentindo bem bem??
El Elaa deu de u de om ombros bros.. – Laure La uren, n, o que ffoi? oi? Fale c om omigo... igo... – Não Nã o m mee sinto bem bem,, e m e us dentes doe doem m. – É por ca c a usa da gra gravidez videz?? Olhando para o teto, ela assentiu e começou a soluçar de novo.
– E esto e stouu com piol piolho. ho. Na ca cabeç beçaa int inteir eiraa . Toda a coceira da última semana ganhou novas proporções. Levei a mão à cabeça para coçar minha nuca, e senti o corpo todo infestado com a presença de in invasore vasoress desconhec desconhecido idos. s. – O Luke Luke tam bém está ccheio heio de piol piolhos hos – ela disse, cchora horando. ndo. – Meu be bebê. bê. Eu me levantei e sentei ao lado dela na cadeira, abraçando-a e olhando para Luke. Pelo menos, ele parecia tranquilo. Depois de respirar fundo algumas vezes, ela se aquietou e endireitou o corpo. – Se Se i que é só pi piolho, olho, não o fim do mundo, m undo, e eesto stouu sendo um umaa tol tola... a... – Você Você não eestá stá sendo tola. – Ac Acho ho que nunca passe passeii um único dia sem tom tomar ar banho ante antes, s, pelo m e nos não m e lembro. – Eu tam bém não. – Eu a beij e i. – E Luke Luke e Ell Ellaa rose e stão com a ssadura ssadurass horror horrorosas. osas. Nós dois pe perm rm ane anecc em os senta sentados dos obser observando vando Luk Luke. e. Eu m e vire vireii e olhei nos olhos dela. – Você Você sabe qual é o proj e to de hoj hojee ? Ela suspirou. – Um novo sis sistem tem a de poli poliaa s par paraa tra trazze r á gua par paraa c im ima? a? Ouvi Da Dam m on fa falando lando ssobre obre is isso so on ontem tem... ... – Não Nã o – eeuu ri –, o proj e to de hoj hojee é um be belo lo banho que quente nte de ba banheira nheira par paraa a m in inha ha espo esposa. sa. Elaa aabai El baixo xouu a ccabeça abeça.. – Te Te m os coisas m muit uitoo m mais ais im importa portantes. ntes. – Nada Na da é m ais im importa portante nte do que voc você. ê. – Enc Encostei ostei m meu eu na nariz riz nela nela.. Ela rriu. iu. – Estou falando fa lando sér sério. io. Dê Dê-m -m e um umaa ou duas hora horass e vou pre prepar parar ar um umaa banheira anhe ira bem quentinha. – É sério? sér io? – Ela com eç eçou ou a c hora horarr de novo, m as, dessa vez, lágr lágrim imaa s de felicidade.
– Sé rio. P ode fic ficar ar no banho quanto tem po quis quiser er,, re relaxa laxarr e lim lim par Ell Ellaa rose de modo adequado, pode também levar Luke com o patinho de borracha dele. Quando vocês acabarem, usaremos a água para lavar roupas. Será ótimo. – Eu a abracei, e ela me apertou, ainda chorando.
– Por P or que não re relaxa laxa?? – continu continuee i. – V Vou ou cconver onversar sar com o Da Dam m on pa para ra saber sabe r com o to todos dos est estão. ão. Ela se deitou na cama, enrolando-se embaixo dos cobertores. Eu saí e fechei a porta. Na sala princ principal, ipal, T Tony ony ronc roncaa va no sofá sofá,, cobe coberto rto por um a pilha de cobe cobertore rtores. s. Ele sempre fazia vigia à noite e estava na porta quando eu voltei, antes do amanhecer. As cortinas estavam fechadas, mantendo a sala escura, e eu não o acordei. No c orr orredor edor,, quase todo m undo j á havia par parti tido do em dire direçã çãoo às e staç stações ões de auxílio à procura de alimentos e água. Estava silencioso. Rory estava enfiando a m ão dentro de um dos barris de água no ca cant ntoo do hall hall do elevador, enchendo uma garrafa de água. Acenei com a cabeça para ele, e ele olhou para mim sem reação, mas em seguida também meneou e sussurrou um bom-dia antes de descer pela escada de emergência. Duas pessoas ainda dormiam sob um monte de cobertores do outro lado do hall. Damon estava adormecido atrás da barricada de caixas que demarcavam nossa área, então passei por cima e bati à porta dos Borodin para ver como eles estavam. Segundos depois, Irena abriu a porta. Aleksandr estava dormindo na cadeira, e Irena preparava um chá. Ela me disse que eles estavam bem, perguntou er guntou se eu pre precisa cisava va de a lgum lgumaa c ois oisaa , e e ntão per perguntou guntou com o La Laure urenn estava se sentindo. Comentei sobre os piolhos, e ela disse que prepararia um unguento para Lauren e que seria mais fácil se os homens raspassem a cabeça. Era curioso que ninguém pedisse nada aos Borodin. Eles pareciam ter um suprimento infinito de chá e biscoitos, mas deixavam claro que não importunariam ninguém, e ainda mais claro que não queriam que ninguém os importunasse. Ainda assim, frequentemente, eu flagrava Irena entregando um bisc isc oit oitoo a um a da dass cr crianç ianças as no ha hall ll.. Depois de dez minutos e quase a mesma quantidade de biscoitos, enchi minha xícara de chá e voltei para o hall. Damon estava acordado, mas parecia
atordoado. – Você Você e stá bem ? – per perguntei. guntei. – Nã Nãoo – e le re resm smungou. ungou. – Min Minha ha c a beç beçaa e stá stá latej a ndo, m inhas ar arti ticc ulaç ulações ões doem... acho que estou doente.
Dei um passo para trás involuntariamente. Gripe aviária? Talvez estivéssemos enganados. Damon riu. – Nã Nãoo j ulgo você você.. Vá pega pegarr a s m á sca scara ras. s. Ainda que sej a só um umaa gripe comum, não é o momento de corrermos riscos. – Olhando para mim, ele coçou a cabeça ca beça,, son sonol olento ento.. Devv o fal De falar ar sobr sobree os pi piolhos olhos?? – Quer Que r que eu tra traga ga um pouco de água água,, talvez uma a spi spirina rina,, se eencontra ncontrar? r? Ele assentiu e voltou a se sentar, ainda se coçando. – E um pouco de bac bacon on com ovos? – eu br brinquei. inquei. – Ta Ta lvez am a nhã. – Ele riu eem m baixo da dass cobe coberta rtas. s. No apa aparta rtam m ento de Ch Chuck uck,, eu c a m inhei a té onde Tony ronc roncava ava e o c utuquei no ombro. – Dam Da m on não e stá se sentindo bem , e nem a La Laure urenn – suss sussurr urrei ei enqua enquanto nto Tony despertava. – M Mantenh antenhaa eess ssaa porta fe fechada chada,, e use um umaa m ásca áscara ra se for sair. sair. Esfregando os olhos, ele assentiu. Eu peguei algumas máscaras e uma aspirin aspi rinaa do banhei banheiro, ro, e uma garr garrafa afa de áágua gua de noss nossoo esto estoque, que, e então su suss ssurrei urrei o m esm esmoo alerta a Susie, usie, qu quee dorm dormiia com Chuck huck.. Damon estava sentado ao computador quando voltei, já usando a máscara. Despejei Despej ei água em uma xíca xícara ra ao lado do do llapto aptop, p, e ele pegou a aspi aspirin rinaa de m inha inha m ão, e ent então ão col colocou ocou a m áscara áscara.. – Os car c araa s m maus aus eestão stão longe? – per perguntei. guntei. Ele pegou alguns mapas. – Até agora a gora,, si sim m. Pare Pa reii, um pouco encabulado por ter ter que pedir pedir aj uda. – Você Você se se sente nte be bem m o suficiente suficie nte pa para ra m e aajj udar com a lgo? El Elee coçou c oçou a ca cabeça beça e sus suspi pirou. rou. – Cla Cla ro. D Dee que você pre precisa cisa?? – De um ba banho. nho.
* – Posso P osso entra entrar? r? – Ah-hã Ah- hã – ffoi oi a rresposta esposta aabaf bafada ada.. Abri a porta do banheiro, sorri quando encontrei minha esposa relaxando sob as bolhas dentro de uma banheira quente.
Irena havia me dado um unguento e um pente de dentes finos, e me orientou quanto à melhor técnica para tirar piolhos dos cabelos: eu deveria começar nas raízes, raíz es, e pent pentea earr de fr frente ente para trás. Eu havia demorado bem mais do que o prometido para conseguir uma banheira anhe ira che cheia. ia. P a ra c om omeç eçaa r, os bar barris ris de água conge congelada lada no hall do e leva levador dor estavam vazios. Fiquei irritado, e Damon permanecera em silêncio enquanto eu corria para fora acompanhado por ele, pronto para encher mais baldes e levá-los para ar a ccim imaa . Lá fora, compreendi por que os barris estavam vazios. A neve estava imunda e coberta por uma grossa camada de gelo sujo. Toda a neve perto das entradas da frente fr ente e de trás ti tinha nha si sido do reti retira rada, da, e tent tentar ar pegar m ais nneve eve lim lim pa não foi uma taref ar efaa si sim m pl ples. es. Para aquele dia, eu não precisava de água para beber, só água em que fosse possível ossível se banha banhar, r, entã entãoo c om omee ce ceii a e nche ncherr balde baldess e nquanto Da Dam m on os leva levava va para ar a dentr dentro. o. Ao a r li livre vre,, Da Dam m on c om omee ça çara ra a se sentir m e lhor, m a s tra trabalha balhar r com as m máscara áscarass era difí difícil cil.. Richard estava de guarda no lobby naquela manhã, mas não me senti à vontade para dizer a ele que estava preparando um banheiro para Lauren. Só disse que estávamos enchendo os barris de água e mais nada. Ele dava a impressão de estar pensando que estávamos aprontando alguma, mas só nos observou enquanto subíamos com os baldes. Eu não havia considerado tudo o que teria de ser feito. A banheira de Chuc era de tamanho médio, mas descobri que para enchê-la, precisaria de 190 litros. Derreter neve diminuía dez vezes o volume da água, por isso, para encher a banheira anhe ira,, ser seriam iam nec necee ssár ssários ios doz dozee bar barris ris de ne neve. ve. Damon aqueceu a água em nosso velho apartamento, usando um dos tambores de 180 litros sobre uma armação com chama a óleo que ele vinha testando, test ando, usando o com bus bustí tível vel do aque aquece cedor dor principal do porão. No fim das c ontas, dem ora oram m os sete hora horass par paraa subi subirr a neve neve,, der derre retêtê-la la e
aquecer a água, mas ver Lauren em meio às bolhas de sabão, sorrindo, fez tudo valer val er a pena. – Vou Vou fica ficarr só m mais ais um pouco – eela la disse quando eentre ntreii no banheir banheiro. o. Estava quente, e os espelhos estavam cobertos pelo vapor. O banheiro estava il ilum uminado inado por ve velas. las.
O que havia começado como uma ideia apenas para Lauren, acabou se transformando em um plano para que nosso grupo todo conseguisse se lavar. Nós ví vínham nhamos os llavando avando as m mãos ãos e o rost rosto, o, ttentávam entávamos os ttoma omarr banho com espon esponjj a, m as nos 11 dias desde que estávamos sem água, nenhum de nós havia tomado um banho direit dire ito. o. – Fique o quanto quis quisee r, am or or.. – Eu m ost ostre reii o pente e o unguento que Ir Irena ena haviaa m e da havi dado. do. – E ttenho enho uma surpresin surpresinha ha para você. Ela sorriu e escorregou para trás para mergulhar a cabeça e os cabelos na água. Ao fazer isso, seu corpo emergiu pela superfície da água, deixando exposta a barriga com uma leve, mas inconfundível, protuberância. Eu me lembrei dos livros sobre o desenvolvimento dos bebês de quando esperávamos Luke. Catorze emanas, do tamanho aproximado de uma laranja, já tem braços, pernas, olhos e dentes, uma pessoa completa, tota totalmente lmente de dependente pendente de mim. Lauren se sentou na banheira e passou a mão nos olhos, sorrindo para mim. Havia semanas que eu não via minha esposa nua, e ao vê-la naquele momento, quentee e m ol quent olhada, hada, senti um ar arre repi pioo por dent dentro. ro. – Voc ocêê vai m e da darr e ssa surpre surpresa sa tot totaa lm lmee nte vestido? – Ela riu, sorr sorrindo indo sedutoramente. Inclinou-se na lateral da banheira e mexeu no telefone. Os acordes jazzísticos de uma canção de Barry White começaram a tocar. – Não, Nã o, senhor senhora. a. – Abr Abrii m e u c int into, o, que esta estava va trê trêss fur furos os a cim a do que e u usava antes de todo o caos começar. Tirei minha blusa, as meias e a calça jeans, e as segurei na ffre rent ntee do ros rosto to ant antes es de colo colocá cá-las -las so sobre bre o balcão. balcão. Nos Nossa! sa! Minhas roupas estão fedendo. fedendo. Seminu e de pé dentro da banheira de água quente, que ve rdade, quem e stá exalava a fragrância do sabão de lavanda, eu me cheirei. Na cheirei. Na verdade, edendo sou eu. Tranquei a porta do banheiro, tirei o resto de minhas roupas e me sentei atrás de Lauren. A sensação da água quente envolvendo meu corpo foi indescritível. Gemi baixo de prazer enquanto a voz grave de barítono de Barry nos contava so sobre bre o aam m or do qqual ual ele não se ca cans nsava. ava.
– Bom Bom , não éé?? – Laur Lauree n m murm urm urou, rrec ecostando-se ostando-se em m im im.. – Muito Muito bom. Peguei o unguento e o pente e comecei a aplicar o creme nos cabelos m ol olhados hados de Laure Lauren, n, e então os pent pentee eeii ppar araa trás, exam inando inando com cuid cuidado ado para encontrar os piolhos. Lauren se manteve parada enquanto eu mexia em seus
cabelos. Nunca pensei que procurar piolhos pudesse ser tão sensual. Pensei em macacos em uma floresta em algum lugar, tirando carrapatos do pelo de seu amado, e dei risada. – Por P or que está rindo? – Por P or na nada. da. A Am m o você você.. El Elaa suspi suspirou rou e se re recost costou ou em m im. – Mike Mike , eestou stou m muit uitoo or orgulhos gulhosaa de você você.. – Co Com m um m ovim ovimento, ento, ela se virou e m e deu um bei beijj o molh molhado. ado. – Am Amoo vo você. cê. Abaixei a mão e apertei as nádegas dela, e a puxei contra meu corpo. Eu estava excitado, e ela sorriu, mordendo meu lábio. Naquele momento, ouvimos uma bati batida da aalt ltaa na port porta. a. É sério? sério? – Que Quem m é ? – rree sm smunguei. unguei. La Laure urenn enc encosto ostouu o rrost ostoo em m eu pesc pescoço. oço. – P ode nos dar dar um m in inut uto? o? Por Por favor ? – Odeio Ode io ttee r que incom incomodáodá-los los – Da Dam m on dis disse se –, m a s é m e io urgente urgente.. – Com Com o assim assim?? Lauren lambeu meu peito. – Acaba Ac abara ram m de aanuncia nunciarr que há um surto de ccóler óleraa na P e nn S Station. tation. Cólera?? Pa Cólera Parec reciia grave, m as. as..... – O que posso fazer a rree speito? Saio da daqui qui a pouc pouco. o. – Então, o proble problem m a é que Ri Richa chard rd e stá stá lá em baixo com um umaa ar arm m a, recusando-se a permitir a entrada das vinte e poucas pessoas que vieram da Penn. Acho que ele vai atirar em alguém. Lauren se sentou na banheira no mesmo instante. Eu fechei os olhos e respirei fundo. De fundo. Deus us me ode odeia ia.. – Tudo bem be m – re respondi spondi c om a voz trê trêm m ula. – Já vou sair sair.. – Le Levanta vantando-m ndo-m e da banheira anhe ira,, eu disse a La Laure uren: n: – V Vaa m os term inar ist istoo depois? Ela assentiu, mas desligou a música e se levantou comigo. – Vou Vou com você você..
Por um momento, eu me permiti o prazer de observá-la nua, com o corpo molhado saindo da banheira. – Não Nã o se eesqueç squeçaa de ccoloca olocarr um a m ásc áscaa ra ra..
DIA 17: 8 DE JANEIRO
– Com Com o está se sentindo? – Gr Grogue, ogue, m as be bem m – Chuck re respondeu. spondeu. – Voc ocêê a inda ac acha ha que pre precisa cisam m os de crim crimin inos osos os na sociedade? Eu ri. – Não Nã o tanto, ttalve alvezz não. Depois de passar três dias perdendo e recobrando a consciência, Chuck havia retornado à terra dos vivos. Estava de pé e falante, brincando com Ellarose e Luke. Nós o havía havíam m os de deixado ixado de for foraa das tar taref efaa s de propósito propósito,, enqua enquanto nto e le se recuperava, e eu esperava que sua “fraqueza e dor” não fossem causadas pela m esm esmaa ccoi oisa sa que eest stava ava ac acom ometendo etendo o rest restoo das pess pessoas oas em nos nosso so pprédio. rédio. – Então, o que eu pe perdi? rdi? Susie estava sentada atrás dele na cama, segurando Ellarose e acariciando o pescoç esc oçoo de Chuck Chuck.. La Laure urenn estava e stava a o lado de dela, la, e Luk Luke, e, cla claro, ro, ccorr orria ia de um lado a outro. – O de sem pre pre:: pra praga, ga, peste peste,, um a taque a m ã o ar arm m a da, e a ruína da civili civi lizzação aç ão oc ocident idental, al, m mas as na nada da que eu nã nãoo consi consiga ga rresolver esolver.. A noite passada tinha sido uma mistura surreal, desde uma cena dos sonhos com vapor, velas e Barry White a um pesadelo saído de um apocalipse zumbi: um lobby escuro, mal iluminado por lanternas de cabeça, gritos e xingamentos, armas em punhos, um grupo de pessoas sujas e desgrenhadas que forçava as portas, batendo, ba tendo, im implora plorando ndo par paraa eentra ntrarr. Feli elizzm ente, quando pperm erm iti iti qu quee eles entrassem entrassem,, nenhum cé cére rebro bro foi com comid ido. o. Mas Richard tinha razão. Se a cólera tivesse aparecido na Penn Station, e aquelas pessoas tinham estado ali, deixá-las entrar no prédio era correr o risco de infeccionar todo mundo. Por outro lado, forçá-las a ficar do lado de fora era o
mesmo que deixá-las para morrer. No fim fim,, eu havia conve convencido ncido Ri Richa chard rd de que podíam podíamos os isolar a s pe pessoas ssoas que tinham retornado – Vicky e seus filhos estavam entre eles – no primeiro andar por dois dias, um per período íodo m mais ais longo do que o de incuba incubaçã çãoo da cóle cólera ra.. Eu havia
pesquisado e m um aplica aplicati tivo vo de telef telefone one sobre doenç doenças as infe infecc c ios iosaa s que Ch Chuc uc havia me dado. Havíamos voltado a usar máscaras e luvas de borracha, levamos um aquecedor a querosene para baixo, e isolamos os moradores em risco em uma das salas maiores do térreo perto do lobby de entrada. Quando fora vê-los naquela manhã, todo mundo estava mal e com dores, assim como todos os abrigados no hall do sexto andar. Mas os sintomas não eram os de cólera; eram m ais ppar arec ecid idos os com os de um re resfriado sfriado,, ou de um umaa gripe. Expliquei a situação a Chuck, e ele balançou a cabeça. – Voc Vocêê tem de deixado ixado o anda andarr ventilado? T Tem em m ist istura urado do diese diesell ccom om quer querosene osene para ar a ffaa ze r dur duraa r m a is, c e rto? – Tive que fecha fe charr a s j ane anelas las ontem por c ausa do ffrio rio – a dm dmit iti,i, pe perc rcebe ebendo ndo o que havia feito. Como pude ser tão idiota? idiota? A fome dificultava o raciocínio coerente. Chucc k respi Chu re spirou rou fundo. f undo. – A int intoxica oxicaçç ã o por m onóxid onóxidoo de c ar arbono bono tem sint sintom omaa s m muit uitoo pa pare recidos cidos ccom om os da gripe. Não estamos doentes aqui, porque estamos usando os aquecedores elétricos, mas todas as outras pessoas estão usando os aquecedores a gás. Abri a porta por ta do quarto e gr grit itei. ei. – Dam Da m on! Mesmo doente, ele estava mexendo no computador que era a estação de controle, monitorando as centenas de imagens que chegavam toda hora da cidade intei inteira ra,, e rretransm etransmit itin indo do me mens nsagens agens de eem m er ergência gência aaoo sargento Wil Willi liam am s. Damon espiou pela porta da frente. Eu havia deixado claro que ele não podia entrarr aali entra li,, por is isso so ele olho olhouu pela ffre rest sta, a, os olh olhos os iincha nchados dos e ver verm m elhos. – Você e stá m a l, prova provavelm velm e nte e m dec decorr orrêê ncia da int intoxica oxicaçç ã o por m onó onóxi xido do ddee ccar arbon bonoo – expl expliq iquei. uei. – Abra aalg lgum umas as jjanelas anelas e eenvi nviee m ensagem de texto a todos lá embaixo. E conte ao Tony. Damon esfregou os olhos e assentiu, e então fechou a porta sem dizer nada.
Estava Est ava cans ca nsado. ado. – Eles e starã starãoo m e lhores am a nhã. Nã Nãoo sofr sofree rã rãoo proble problem m a s dura duradouros douros – Chuck disse. – Mas foi uma boa ideia manter as pessoas que vieram da Penn Stati tation on eem m is isol olam am ento. Assenti Ass enti com a ccabeç abeça, a, aain inda da m e senti sentindo ndo um imbec imbecil il..
Chuck coçou a parte de trás do ppescoço escoço eenqu nquanto anto ssee sentava na ca cam m a. – Meu Deus, De us, cóler cóleraa . Susie esfregou as costas dele quando ele se inclinou para a frente. – Te Te m c er ertez tezaa de que está se se senti ntindo ndo m mee lhor, quer querido? ido? – Um pouco aatordoado, tordoado, m a s não m e sinto m mal. al. – Foi por pouco – e u dis disse. se. – O ca cara ra que nos ata atacc ou... não foi um a c idente aleatório. Ele era do grupo do Paul. Chuck se recostou. – O quê? quê ? – Te Te m os um umaa foto do ata ataque... que... – Você Você par parou ou par paraa tira tirarr um a fot fotoo? Eu havia me esquecido de que, depois de ficar apagado por alguns dias, Chuck vira apenas o início da rede de comunicação. Damon estimava que mais de cem ce m m il pess pessoas oas est estiv ivessem essem conec conecttadas agora. – Não, N ão, não fui eu. Alguém que esta estava va obser observando vando o aataque taque tirou tirou um umaa foto. É o que as pessoas fazem agora, o modo com que estamos ajudando a manter as coisas sob cont c ontrole. role. Chuck demorou um instante para absorver o que eu estava dizendo. – Ta Ta lvez você deve devesse sse m mee explica explicarr o que e stá ac acontec ontecee ndo. – Quere Que rem m um chá quente quente?? – La Laure urenn ofe ofere recc e u. – De Depois pois,, podem os deixa deixar r vocês conversando conversando.. – Se Se ria óti ótim m o. Sus usiie pegou El Ellaros larosee da ccam am a. Eu expliquei a Chuck que a vigilância da vizinhança vinha se desenvolvendo na rede, as ferram fer ram ent entas as de em ergência e ccomo omo est estávam ávamos os m ant antendo endo uum m regist registro ro de tudo o que acontecia em laptops centralizados, como o de Damon. – Você Você c onseguiu pega pegarr m ais ccom omida? ida? Comida era um assunto sobre o qual todo mundo pensava, principalmente depoiss de os ce depoi cent ntros ros de eem m ergê ergência ncia tere terem m si sido do iiso solado lados. s. A fom fomee fa fazzia com que o
cérebro se concentrasse em qualquer migalha. – Te m os a li lim m e ntos par paraa c e rc rcaa de trê trêss dias – inform ei. Nós havía havíam m os nos tornado especialistas em racionar comida. – Saí ontem à noite, usando os óculos de visão visão no notu turna rna e as lent lentes es de re reali alidade dade aaume ument ntada ada para m e locom locomover over.. – Você Você fez fe z o quê? Deixo você vocêss soz sozinhos inhos por uns dias ee... ...
Eu sorri. – E tem m a is. – Ovos e bacon? ba con? Balance alanceii a ca cabeça beça,, negando, m as ainda so sorrind rrindo. o. – Quem Que m m e der deraa . – O que é ? – O ca c a ra bolou um j eito de de desce scerr sua c a m inhonete. – Está na hora de sa sairm irmos os daqui, não éé?? Eu assenti. – Qual Qua l é a ideia? Comecei a explicar o plano de Damon, mas antes de conseguir terminar, ouvimos o garoto gritar nossos nomes do lado de fora. Abri a porta do quarto, e a cabeçaa de Dam cabeç Damon on ap apare areceu ceu de nov novoo na po porta rta da frente. – Eles morr m orrer eraa m . – Quem Que m m orr orreu? eu? – per perguntei, guntei, ate aterr rroriz orizaa do, im imaa ginando um surto re repentino pentino de cóleraa que ti cóler tivesse vesse leva levado do ttodos odos do iisol solam am ento. – As ppessoas essoas do prime primeiro iro andar andar?? Dam on abaix abaixou ou a ccabeça abeça.. – O grupo do se segundo gundo aandar. ndar. Fui ver com o e stão, e e stão todos m mortos. ortos. – Ele fez uma careta. – O aquecedor a querosene estava ligado no máximo, e todas as anelas estavam estavam fec fechadas hadas.. Eu havia descido para visitar aquelas pessoas no dia anterior, e elas estavam esquentando o llugar esquentando ugar com um ge gera rador dor elét elétrico rico fora da j anela, com comoo nó nós. s. – Onde e les cconseguira onseguiram m o aque aquece cedor dor a quer querosene osene?? – Não Nã o sei, m mas as te tem m os um problem a m a ior ior.. Um problema maior do que nove pessoas mortas? mortas? O olhar de Damon me deu um nó na garganta. – Paul P aul eestá stá a ca cam m inho.
DIA 18: 9 DE JANEIRO
– Eles estão e stão vindo. Meu estômago roncou. Em uma parte maluca de minha mente, torci para que eles estivessem trazendo comida. Se temos que lutar, pelo menos que haja um rêmio de comida no fim. fim . Um pensamento aleatório e ilógico – como perceber, enquanto estamos dirigindo, que poderíamos virar o volante e bater nos carros que vinham na direção oposta. Normalmente, não conseguia explicar por que ideias ass assim im m e oc ocorriam orriam.. Mas, dess dessaa ve vezz, eu sabi sabia. a. A fom fomee eest stava ava sobrepuj sobrepujando ando o fato de de eeuu est estar ar sendo ca caça çado, do, de m miinha fam ília ília est estar ar sendo caç caçada. ada. Eu comia cada vez menos, fingindo para Lauren que estava comendo normalmente, mas guardava pedaços e migalhas. Quando Luke e eu brincávam rincá vam os, e u dava os alim alimentos entos que e scondia a e le. Va lia lia tudo par paraa ve verr um sorriso no rostinho dele. – Você e stá pre prestando stando ate atençã nção? o? – Ch Chuck uck pe perguntou. rguntou. – P a re rece ce que ele eless estã estãoo em seis. Assenti com a cabeça, observando uma série de pontos movendo-se na tela do laptop de Damon, e, então, peguei uma conta de vidro de uma tigela decorattiv decora ivaa do balcão da coz coziinha, enfiei nnaa boca e com comec ecei ei a chupar chupar.. Um vento frio entrou pela janela aberta no quarto de Chuck. Susie, Lauren e as crianças cr ianças jjáá tin tinham ham saíd saídoo pela jjanela anela pa para ra a cobertu c obertura ra do prédio prédio vi vizzinho inho para se esconderem escon derem em um aapart partam am ent entoo aband abandon onado, ado, e Da Dam m on es esttava aajj ud udando ando Irena e Aleksandr a saírem. Dali, poderíamos descer pela escada de emergência e adentrar o prédio de novo em um andar mais baixo, pelas portas de fora que havíam haví am os dei deixado xado entreabe entreabertas. rtas. Íamos encurralar Paul e seu grupo. Os caçadores estavam virando caças. Damon havia bolado o plano, e tinha sido decisivo para a nossa permanência por m ais um dia, em ve vezz de busca buscarm rm os a c am inhonete. Nós quer queríam íam os tentar
descê-la e escapar, mas, como não sabíamos quando Paul e seu grupo viriam, decidimos ficar e lutar. Quando tomamos a decisão, dissemos a todos do sexto andar, e ao grupo de isolados no primeiro andar, que faríamos uma festa de aniversário a Luke. Era
uma festa particular, dissemos, apenas nosso grupo tinha sido convidado, que não poderíam oder íam os vi vigiar giar e ffica icaría ríam m os iindis ndisponíveis. poníveis. Se pare parece ceuu esqui esquisi sitto, ni ningu nguém ém diss dissee nada, e rec recebem ebem os apenas aalg lguns uns oollhare haress torto ortoss de pess pessoas oas qu quee aachava chavam m que fa faríam ríamos os um banqu banquete ete sem convi convidá-las. dá-las. A desculpa tinha sido ideia de Chuck. Eu tinha certeza de que não daria em nada, mas um pouco antes das cinco da tarde, bem quando havíamos dito que a festa de Luke começaria, o grupo de pontos se reuniu no mapa de localização da rede de Damon. Aparentemente, alguém no nosso andar estava conversando com as pesso pessoas as que nos pperseguiam erseguiam.. Os pon ponttos começa com eçaram ram a segui seguirr eem m uma direç direção. ão. – Eles deixa deixarã rãoo pelo m enos um hom homee m na entr entraa da quando vier vierem em – Tony disse. Ele era o único entre nós com treinamento para combate, por isso estava liderando a missão. – Vamos pedir a Irena e Aleksandr que cuidem dele. Nós quatro espera quatro esperare rem m os até o resto subi subirr a est estee aandar, ndar, e eent ntão, ão, apar aparec ecer erem em os por ttrá ráss deles. – Ele olhou para Chuck e para mim. – Vocês devem ficar na retaguarda, certo? Tínhamos crianças e esposas, ele insistira, então ele e Damon ficariam na frente. Damon não foi contra, mas permaneceu calado durante todo o tempo em que planej planej am os aqui aquillo. Já estávamos vestidos para sair, e Tony e Chuck foram diretamente para a anela aberta e depois para a cobertura. – E se eles e les se dividi dividire rem m ? – per perguntei. guntei. Damon saiu para colocar o laptop de volta em seu lugar, e então, rapidamente, voltou, abrindo o smartphone e entregando a mim os óculos de reallidade aume rea aument ntada. ada. – É a qui que você e ntra ntra.. Você j á está a costum costumaa do a usar este estess óculos par paraa localizar sacolas enterradas. Agora, as sacolas são os vilões. Coloquei os óculos e olhei pela janela. Na escuridão, seis pequenos pontos vermelhos se moviam pela Nona avenida em nossa direção. O prédio à nossa
frente encobria a Nona, então, os pontos estavam sobrepostos para indicar onde Paul Pa ul e seu grup grupoo est estavam avam , com comoo se eu ccons onsegui eguiss ssee eenxergar nxergar através do prédio prédio.. – P ontos e m um umaa tela são bons, m a s c om os óculos, você conse conseguirá guirá ver através das paredes. – E se nem ne m todos ti tiver verem em sm smar artphones tphones na rree de?
Damon pensou por um momento. – Fa Fa rem re m os um umaa cchec hecage agem m vis visua uall do ttelha elhado. do. Subi na laje, onde a neve chegava à minha cintura, em seguida, ajudei Damon a sair. Estava escuro lá fora, mas ainda não havia anoitecido totalmente, conseguíamos enxergar. Nós nos escondemos no topo do prédio, na neve, e ol olham hamos os para baix baixo, o, ppar araa a rua 24, esp espera erando ndo que os home homens ns aparec apar ecessem essem.. Assim que apareceram, fiz sinal de positivo com a mão. Cada um dos pontos de realidade aumentada correspondia à posição de um dos homens que dobra dob ravam vam a eesq squi uina. na. Ao observá-los subir nossa rua, percebi que eu não estava respirando, e prati ra ticc a m e nte ti tive ve que m e for forçç ar a puxar o a r algum algumas as ve vezzes, em ins inspira piraçç ões rápidas e curtas. Pela primeira vez em dias, eu me esqueci da fome. O grupo chegou à eent ntrada rada de trás de nos nosso so prédio, prédio, a m enos ddee ccem em m etros ddee onde estávamos. Conseguia ver o rosto deles. Paul pegou chaves do bolso e se incli nclinou nou nnaa direç direção ão da fe fechadura. chadura. – Eu dei de i folga par paraa o Manue Manuell – T Tony ony suss sussurr urrou. ou. – Nã Nãoo tem ninguém cuida cuidando ndo da escada. Assim que os homens entraram no prédio, saímos do local onde estávamos escondidos e descemos depressa pela escada de emergência. Minha respiração estava pesada, meu coração batia forte. Eu conseguia ver os pontos vermelhos pelo muro m uro de nosso pré prédio. dio. – Um dele deless eestá stá ccom om um umaa esc escopeta opeta – T Tony ony suss sussurr urrou. ou. – V Você ocê a inda cconsegue onsegue vê-lo vêlos? s? Onde estão? – Ainda no lobby. Nosso plano e ra c ruzar da e sca scada da onde está estávam vam os a té a do nosso pr prédio, édio, no terce er ceiro iro and andar ar.. Os ppont ontos os come começa çara ram m a se m over over.. – Não, Nã o, espe espere rem m , ele eless estão ccom omeç eçaa ndo a subir aagora gora.. Como Tony havia previsto, um dos pontos permaneceu na entrada. Naquele momento, havíamos chegado ao terceiro andar. Enquanto os outros pulavam até
a escada de emergência de nosso prédio, parei para enviar uma mensagem de localização do homem que ficou de guarda para Aleksandr e Irena, que estavam escondidos no segundo andar. Quando me aproximei dos outros, Tony perguntou: – Eles pararam no isolamento no primeiro andar? – Estávamos todos preocupados com Vicky e seus
filhos. Eu balancei a cabeça, negando. Enquanto observava, os pontos vermelhos se tornaram maiores, parecendo subir diretamente pelo muro de tijolos aparentes à m in inha ha fre frent nte, e, até eele le ficar tod todoo verm vermelho elho.. – Eles estão e stão be bem m à nossa fr frente ente – suss sussurr urree i. Todo m mundo undo ssee pre prepar parou. ou. A massa vermelha pulsante à minha frente se moveu e foi subindo, separando separa ndo-se -se de nov novoo em pon ponto toss indi indivi viduai duaiss ac acima ima de m inha inha ccabeç abeça. a. – Eles não e stão par parando ando e m nenhum dos outros a ndar ndaree s. P a re rece ce que e les sabem exatam ente ond ondee eest stão ão in indo. do. Chuck e Tony assentiram, e quando dei o sinal, nós seguimos, imitando o movimento deles escada acima. O quinto andar era o máximo que poderíamos subir pelo lado de fora, por isso esperamos ali, atrás da porta da escada de emergência que levava diretamente para a escada, até que os homens entrassem em ação. – Fa Fa le o que está vendo – T Tony ony suss sussurr urrou. ou. – Par P aree ce que eeles les eestão stão do lado de ffora ora da por porta ta no sexto aandar ndar,, espe espera rando. ndo. – Eles ser serãã o rá rápidos pidos – Tony diss dissee –, prova provavelm velm e nte m anda andarã rãoo um ou dois deles para o apartamento de Richard e o resto para o de Chuck. Assim que eles abrirem aquela porta, você precisa dizer para entrarmos. O vento assoviava enquanto esperávamos. Chuck afastou com a mão um pouco de neve que havia se a c um umulado ulado desde que havía havíam m os lim lim pado aque aquele le lugar algumas horas antes. Olhei para o muro, observando os pontos vermelhos. Finalmente, eles se moveram, avançando pela porta e se dispersando no hall do outro lado. – Agora! Agora ! Chuck empurrou a porta. Tony entrou primeiro, seguido por Damon, com Chuck e eu aatrás. trás. – Um dele deless foi na dire direçã çãoo do a par partam tam e nto de Ric Ric har hardd – suss sussurr urree i enqua enquanto nto
subíamos a escada para o sexto andar. – Parece que o resto está esperando na frente do apartamento de Chuck. Respirando com dificuldade, nós nos colocamos atrás da porta do sexto andar. Todo m und undoo segu segura rava va um umaa aarm rm a, e procurei a m inha inha dentro ddee m eu bol bolso so..
– Assim que ele eless eentra ntrare rem m no aapa parta rtam m ento de Chuck Chuck,, você nos aavis visaa – Tony disse. – Damon vai para o lado de Richard enquanto nós três surpreenderemos os quatro fora da ccasa asa de Chuck Chuck.. T Todo odo m mundo undo ent entende endeu? u? Assenti, bem como os outros, mas mantive os olhos nos pontos vermelhos à minha direita. Eles eram grandes e se misturavam uns aos outros. São três ou quatro pessoas? pessoas? Então, ouvi os invasores entrarem no apartamento de Chuck, gritando. grit ando. Eu não precisei pre cisei diz dizer nada. nada . T Tony ony abr abriu iu a porta e entrou no hall hall.. Esperei, assustado, mas me forcei a sair a tempo de ouvir Chuck gritar: – Os cuzões cuz ões estão estão à nos nossa sa procura? Larguem as ar arm m as! Corri até a porta de Chuck, tirando os óculos de realidade aumentada e segurando minha arma bem à minha frente. Três homens levantaram os braços, olhando com cara de idiotas para nós. Reconheci um deles, era o agressor de Chuck huck.. Um a um , eles ssol olttar aram am as ar arm m as. Tony pass passou ou correndo ppor or m miim , para ver Dam on. – Tudo lim lim po! – eele le gr grit itou ou ins instantes tantes de depois pois.. – Você Vocêss estão ccom om P a ul? – Ch Chuck uck gritou. – Não, Nã o, m maa s estam os com Stan! Paul não estava entre os homens diante de nós. Será que, de alguma forma, ele passou por por nó nóss e de desce sceuu a escada? – Onde e st stáá o sexto c a ra ra?? – Da Dam m on per perguntou, guntou, apr aproxim oximandoando-se se por trá tráss de m im. Ele apont apontou ou ooss ócul óculos os ddee rrea eali lidade dade aaum umentada entada que eeuu segu segura rava. va. Eu voltei a colocar os óculos. Três pontos vermelhos estavam à minha frente quando olhei para os três caras na sala, e virando, eu vi o ponto que representava Stan do outro lado do hall. Olhei para a esquerda e vi outro ponto vindo em nossa direção, que deveria ser Irena e Aleksandr subindo com o homem que tinham capt ca pturado urado lá em baix baixo. o. São cinco. Onde est e stáá o sexto? sexto? – Só Só vej o cinc cincoo – eu disse, de depois pois de cchec hecaa r dua duass vezes. – Merda! Mer da! – Ch Chuck uck gritou. – Am Amar arre rem m eles. ele s. Pa Paul ul está aaqui, qui, em a lgum luga lugarr.
Levam os os quatro quatro ho hom m ens capturados para dent dentro ro de m meu eu apar aparttam ento ento,, e os amarramos em nosso quarto pequeno. Enquanto isso, Aleksandr e Irena tinham chegado, empurrando diante deles o homem que haviam surpreendido lá embaixo. – Onde está o P a ul? – Ch Chuc uckk per perguntou, guntou, olha olhando ndo fixa fixam m e nte par paraa os hom homens ens re reuni unidos dos nnoo chã chão. o.
Stan e os outros só nos olharam com cara feia, mas o homem que havia atacado Chu Chuck ck não era tão val valent entee sem uma arm a na m ão. – Ele fic ficou ou lá for foraa – e le re respondeu, spondeu, re retra traindo-se. indo-se. P a re recia cia sabe saberr que nós o havíam haví am os recon reconhecid hecido. o. – Por favor, não me m atem atem.. – É um pouco ta tarde rde par paraa pedir iss issoo – Chuck dis disse. se. – P or que o P Paa ul ficou pa para ra trás? – Ele disse que c uidaria par paraa que ningué ninguém m fosse a trá tráss de nós. Ele se eesconde scondeuu em uma porta, do outro lado do hall. Chuck xi xingou, ngou, coça coçando ndo a nuc nucaa com o .38. – Por P or que você vocêss vol voltar taraa m a qui? – ele per perguntou guntou a S Stan. tan. Stan deu de ombros. – Paul P aul diss dissee que você vocêss ainda tinham m uitas uitas ccois oisaa : com comida, ida, eequipam quipamee nto... – E vocês você s se aarr rrisca iscara ram m a vir aaqui qui de novo par paraa isso? Stan olhou para os próprios pés. – E pelo pe lo llaptop. aptop. Ele disse que ti tinha nha fotos f otos ddee todos nnós ós ali. – Ele olhou nos ol olhos hos de Chuck. Chuck. – Por term os feito coi coisas, sas, sabe, ccont ontra ra as pess pe ssoas... oas... Dam on ssocou ocou a parede. – Merda! Mer da! – Ele olhou no hall e fic ficou ou tenso. – Ele levou o laptop. Tony e Chuck passaram por Damon, para procurar Paul no prédio, mas eu sabiaa que eles não o eencont sabi ncontra rariam riam.. Eu ti tinha nha o pressent pressentime iment ntoo de que ele tam bém se mant ma nteria eria fora da re rede de de comuni comunicaç cação. ão. – Então, o que fa fare rem m os com esse essess ca cara ras? s? – per perguntei guntei a Chuck Chuck.. – De Deixa ixa iss issoo c om omigo, igo, Mih-k Mih-kaa h-y al – Ir Irena ena re respondeu, spondeu, c utuca utucando ndo Stan com a boca de se seuu rifle velho. – T Tee m os ce certa rta expe experiê riência ncia de de gulag gulag . – É bom, bom , fina finalm lmee nte, eestar star do outro lado – A Alek leksandr sandr a cr cresc escentou entou sorr sorrindo. indo.
DIA 19: 10 DE JANEIRO
Revirei a conta de vidro em minha boca. Quem disse que chupar pedrinhas diminuiria minha fome? fome ? Eu a cuspi. A neve caía de novo e, dessa vez, eu fiquei contente. Chuck e eu estávamos indo até sua caminhonete, para ver se a ideia de Damon funcionaria. Era bem cedo quando descemos a Nona avenida, e um carpete imaculado de neve branca cobria toda a dor e o caos nos quais a cidade havia se tornado. Mal conversamos, ambos estavam distraídos pelos passos rítmicos na neve recém-caída. Uma mensagem na rede de comunicação enviada na noite anterior dizia que os no nort rte-a e-am m ericanos j og ogavam avam fora m etade do doss ali alim m ent entos os qque ue levav levavam am para casa – norm alm ente ente,, eu c onsi onsider deraa ria iss issoo um gra grande nde despe desperdíc rdício, io, m as a gora e ra inimaginável. Atravessando pela neve, pensei a respeito de todos os alimentos comestíveis que eu costumava jogar fora depois de permanecerem na geladeira por alguns a lguns dias, sonhando aacor cordado dado ccom om ele eles. s. Eu me sentia envergonhado por nossas refeições minguadas, com a impressão de que não estava sustentando minha família, mas Lauren sempre me beij ava a ntes de com er erm m os, com o se estivéssem os diante de um ba banquete nquete incrível. Um único Doritos havia se tornado um grande prêmio, e sempre que podia, eu e u esc escondia ondia aalgum lgumaa ccoisa oisa par paraa da darr a e la. Tenho que perder uns quilos, quilos, pensei , , então, por que não? não? Mas pass passar ar ffome ome era uma situação nova para mim, e, subconscientemente, eu me flagrava comendo algo que que dever deveriia ter guardado, m meu eu est e stôma ômago go ssabot abotando ando m min inha ha fforça orça de vont vontade ade quandoo eu não eest quand stava ava prest prestando ando atençã atenção. o. – Olha ali – Chu Chucc k dis disse se quando c hega hegam m os à esquina da rua Catorz Catorzee . Ele apontouu o que aant aponto ntes es eera ra o hotel hotel Ga Gansevoort. nsevoort.
Não ã o íam os a o c entr entroo da c idade havia duas sem ana anas, s, de desde sde o dia depois do atal, quando fomos para ver a caminhonete. A cidade estava quase irreconhecível. Na esquina da Nona com a 14, na frente da Apple Store, havia um parque urbano que eu sempre visitava para beber um café e observar o movimento de pedestres chegando e saindo de Chelsea. Agora, as copas das
árvores baixas do parque apareciam no meio da neve a nossos pés, e semáforos cobertos por neve eest stavam avam à nos nossa sa altu altura ra,, ac aciim a de m ont ontes es de li lixo xo cong congelado. elado. O prédio triangular na esquina da Nona com a Hudson se estendia como a proa de um navio, a neve e o li lixo xo que se em pil pilhava havam m c ontra e le e ra ram m c om omoo a água que subia das profundezas escuras de uma cidade subterrânea. Projetandose do que parecia ser o centro do navio, estava a fachada queimada do Gansevoort. Gansevoo rt. Os vi vidros dros est estavam avam quebrados e m mancha anchass escuras se eest stendi endiam am pelas laterais do prédio, e as paredes escurecidas eram provas de que um incêndio havia ocorrido oc orrido ali ddentro. entro. Na frente fr ente do hotel, havia um outdoor , ainda perfeito e intacto. Era uma propaganda ropa ganda de um umaa vodca pre prem m ium ium,, m ostrando um hom homem em sorr sorridente idente tra trajj a ndo um smok smokin ingg e um umaa m ulher ulher ccom om um vest vestid idoo preto e jjus ustto. El Eles es pare pareciam ciam cr criat iaturas uras de outro mundo, rindo enquanto observavam as ruínas a seus pés e curtindo drinques às nossas custas. Percebi algo se movendo no canto de meus olhos, me virei e vi alguém olhando para nós do segundo andar da Apple Store. Havia lixo empilhado contra as janelas que iam do chão ao teto. Enquanto eu observava, outra pessoa apareceu. P uxei o bra braço ço de Chuck huck.. – É me m e lhor irm irmos. os. Ele ass a ssentiu entiu e nós conti continuam nuam os. Levávamos pouca coisa, nada que parecesse valer a pena roubar. Nenhuma mochila, nenhum pacote. Vestíamos roupas desgrenhadas. As armas estavam à vista, meu .38 em um coldre de couro e o rifle de Chuck atravessado atrás de suas costas. As armas eram um alerta para quem nos observasse. Eram a mensagem de que não queríamos ser perturbados. Eu me senti um pistoleiro do Velho Oeste em uma cidade sem lei e ccong ongelada. elada. A situação no hall havia piorado repentinamente quando o surto de cólera fora anunciado na Penn três dias antes, e todos os abrigos de emergência tinham sido
isolados. Aquelas idas às filas de alimentos e água tinham dado aos dias uma rotina, um padrão, um motivo para que a maior parte das pessoas em nosso andar acordasse e agisse. Agora, elas permaneciam inertes nos sofás, nas cadeiras ca deiras e nas ca cam m as, to total talm m ente desli desligadas gadas de qual qualquer quer ccont ontato ato externo.
Mas não era só a ausência de apoio de fora. Até alguns dias antes, nós estávamos nos dando bem. As pessoas estavam conseguindo sobreviver com o que tinham dentro do prédio: pouca comida, roupas, lençóis e cobertores limpos. Mas tais artigos estavam quase no fim: as peças de vestuário, roupas de cama e cobertores estavam cheirando mal e infestados de piolhos, e não havia mais comida no prédio. Mais crítica ainda era a situação de nosso sistema de pegar e derreter neve para ar a ter term m os á gua par paraa bebe beberr e cozi cozinhar nhar;; tinha tinha func funcionado ionado bem na prim primee ira semana, sido administrável na segunda, mas entrávamos na terceira semana e a coisaa eest cois stava ava ffeia. eia. Os barris e cont contêineres êineres de áágua gua est estavam avam suj suj os, os, e a neve do llado ado de fora, fora , imunda. Nós hhavíam avíamos os ttentado entado iirr aaoo rio Hu Huds dson, on, ma mass a áágua gua à beira dos píeres íer es eestava stava ccom ompletam pletam e nte ccongela ongelada. da. Inicialmente, havíamos isolado as pessoas que voltavam da Penn no andar de baixo, m as desisti desistim m os depois de pe pegar gar o grupo de P a ul. Meia dúz dúzia ia de nós mantinha trinta pessoas sob a mira de armas; e além disso, tinha sido impossível saber se elas estavam apresentando sintomas de cólera. Quase todo mundo estava est ava doente, ddee um j eit eitoo ou out outro, ro, a m maiori aioriaa ccom om diarre diarreia ia po porr beber água suja suja.. As latrinas no quinto andar estavam mais do que nojentas, e as pessoas passara assa ram m a ir de banhe banheiro iro a ba banheiro nheiro e m ca cada da a par partam tam e nto aabandona bandonado, do, a ndar por a ndar ndar,, proc procura urando ndo um que estivesse li lim m po. Todos os a par partam tam e ntos eestava stavam m imundos. E tínhamos nove pessoas mortas no segundo andar. Até então, eu só vira mortos em velórios, cuidadosamente preparados para que parecessem dormir um sono pacífico. Mas aquelas pessoas... a aparência delas não era de tranquilidade. Nós havía havíam m os a ber berto to a s j ane anelas, las, tra transfor nsform m ando o apa aparta rtam m ento do segundo andar, com eles dentro, em uma área fria. Eu torci para que carniceiros não entrassem entrass em – hu hum m anos oouu não. Nossa sit situaç uação ão c ala alam m it itosa osa se re refle fleti tiaa no re restante stante da c idade. idade . A espera espe ranç nçaa
evaporava no ar invernal, apesar de as emissoras de rádio do governo continuarem insistindo, dia após dia, que a eletricidade e o fornecimento de água seriam restaurados em breve, e para que as pessoas permanecessem dentro de suas casas, seguras e aquecidas. A frase já havia virado piada. “A energia vem
logo ogo,, m mantenh antenhaa-se se aaquecid quecidoo e em segurança! segurança!”” eera ra o qu quee diz dizíam os uuns ns aos oout utros ros comoo cum com cumpri prim m ento ento.. A piada piada j á ti tinha nha perdid perdidoo a gra graça ça.. * – Ali está ela e la – Chuck dis disse, se, aapontando pontando sua ccam am inhonete. Era a prime primeira ira vez em dias dias qu quee eeuu o vviia aani nim m ado. Um com boi boioo do exé exérc rcit itoo passou po porr nós, sub subind indoo par paraa o ce cent ntro ro pe pela la W West est S Side ide Highway. Antes, a presença deles era confortante, mas agora, só me deixava ajudando ? irritado. O que diabos eles estão fazendo? Por que não estão nos ajudando? A rede de comunicação relatava boatos de que pacotes de emergência estavam sendo lançados por helicópteros, mas era muito difícil acreditar no que quer que fos f osse. se. Quando o comboio desapareceu, olhei para a caminhonete de Chuck, ainda estacionada a quinze metros acima do solo. Sua posição acabou sendo excelente. Os carros estacionados mais abaixo tinham sido arrombados para que baterias, peça eç a s, qua qualquer lquer c ois oisaa úti útill pude pudessem ssem ser pil pilhada hadas, s, m a s a ca cam m inhonete dele a inda parec ar ecia ia intac intacta. ta. – Voc Vocêê acha ac ha que podem os pre prender nder o ccabo abo do guincho ali? – Ele aapontou pontou um umaa plataform lataf orm a de outdoor presa na lat later eral al de um prédio próxi próxim m o. – Nã Nãoo m a is do que seis m e tros, talvez m e nos. Seu guincho a guenta dez toneladas, certo? – O c a bo de m eia polega polegada da ague aguenta nta doze tone tonelada ladas, s, m maa s pode suportar m uit uitoo mais do que isso por um instante. Minha belezinha está mais leve para melhorar o rendimento, mas ainda deve pesar três toneladas e meia com a grade de proteção. roteç ão. – Vai Vai ser por pouc pouco. o. Eu era o único engenheiro entre nós. Pelo que eu podia estimar, a energia da queda vertical seria convertida em uma velocidade para a frente quando balança ala nçasse, sse, com for forçç a m á xim ximaa na par parte te infe inferior rior do ar arcc o. Só c om omee ça çaria ria a balança ala nçarr quando a ca cam m inhonete fosse e m purr purraa da par paraa for foraa da plataf plataform orm a , e
minimizaríamos o quanto ela balançaria puxando o veículo com o guincho conforme ele caía. Pelos meus cálculos, ainda que fôssemos cuidadosos, a cam ca m in inhon honete ete exe exerc rceria eria um umaa forç forçaa pelo me menos nos cinco vvez ezes es m maior aior do que seu ppeso eso em seu vetor para baixo. Era muito mais do que o guincho aguentaria. E ainda que ele não cedesse, havia outra variável com a qual contávamos: precisávamos
que a plataforma do outdoor se soltasse da parede enquanto tudo isso acontecesse. – Então, Da Dam m on se ofe ofere rece ceuu par paraa c om omaa ndar e ssa fe festa? sta? – Chu Chucc k perguntou, balança ala nçando ndo a ccaa beç beçaa enqua enquanto nto passáva passávam m os por ba baixo ixo do outdoor . Seria melhor se alguém estivesse dentro do caminhão para controlar o guincho se quiséssemos que aquilo desse certo – e nossas vidas dependiam do sucesso dessa empreitada. Acionar o guincho e soltá-lo sem ninguém dentro era arriscado, pois ele podia emperrar ou quebrar. Ainda assim, eu não teria me oferecido, mas Damon estava mais confiante em meus cálculos do que eu. – E em e m troc troca, a, nós tería teríam m os de levá levá-lo -lo à ca casa sa dos pa pais is dele, per perto to de Ma Manassa nassass – respondi re spondi,, asse assenti ntindo. ndo. – Pe Pensei nsei que, aafina finall de ccontas, ontas, é be bem m per perto to de onde va vam m os passar assa r. Ainda Ain da olh olhando ando para cim cima, a, Ch Chuck uck com começ eçou ou a planej ar ar.. – Hoj H ojee à noit noitee , voc vocêê pode sair par paraa pega pegarr m a is alim alimee ntos ntos,, e eu vou ccom omeç eçar ar a embalar o máximo de equipamentos que pudermos carregar. Peguei meu smartphone. Nós ainda tínhamos conexão na rede de comunicação, mesmo tão longe. Damon estava cuidando das coisas usando um novo laptop, mas as milhares de imagens perdidas eram insubstituíveis. Eu estava enviando uma mensagem de texto a Damon, dizendo que parecia que seu plano funcionaria, quando recebi uma mensagem dele. – Vam Vam os pre precisa cisarr de m uit uitaa áágua gua – Chuck c onti ontinuou nuou –, e... – O pre presidente sidente va vaii fa falar lar à naç naçãã o aam m a nhã c edo – aanuncie nunciei,i, lendo a m e nsage nsagem m em meu telefone. – Será transmitido em todas as estações de rádio. Eles nos contar cont arão ão o que est estáá havendo. Chuck suspirou longa e lentamente. – Já estava e stava na hora hora.. Guardei meu telefone. – E se não der pa para ra desc descer erm m os essa ca cam m inhonete, vam os ffaa ze r um umaa ligaç ligaçãã o
di dire retta em algu algum m out outro ro na rrua, ua, ce certo? rto? Prec Pr ecis isam am os ssair air daqui daqui.. – De um j eito ou de outro. Mas m inha be belezi lezinha nha a qui ainda é a m elhor a post postaa para ar a cchega hegarm rm os à m inha ccaa sa pe perto rto do par parque que na naciona cionall de Shenandoa Shenandoah. h. No c éu, um zum umbido bido ccom omee çou, e nós nos af afasta astam m os do e stac stacionam ionamee nto pa para ra poderm oder m os olhar par paraa cim a. O bar barulho ulho se tornou m a is for forte te quando o helicópte helicóptero ro militar apareceu, sobrevoando o topo dos prédios. A tampa traseira estava
abaixada, e enquant enquantoo obs obser ervávam vávam os, os, um um pall pallee t enorme norm e ffoi oi em pu purrado rrado de lá. Um paraque ar aquedas das se abr abriu iu ssobre obre e le cconfor onform m e ccaa ía. Chuck corre correuu pel pelaa ne neve ve em dire direçã çãoo à Nona aaveni venida. da. – Eles estão e stão lanç lançando ando m antim antimee ntos ntos!! Eu o segui. Dobrando a esquina, olhando para a frente, vi uma fila comprida de caixas descendo em paraquedas. O vento arrastou a mais próxima de nós contra um prédio, e ela bateu nas janelas. Dezenas de outros helicópteros zuniam à di dist stância, ância, tod todos os llar argando gando car cargas gas em partes di dife ferentes rentes da ccid idade. ade. Obser Obs ervei, vei, enca encant ntado. ado. – Não Nã o sei se de devo vo fica ficarr ffee li lizz ou pre preocupa ocupado. do. A caixa mais próxima bateu na neve, e dezenas de pessoas apareceram do nada, seguindo seguindo em sua sua dire direçã ção. o. – Vam Vam os lá – Chuck di disse, sse, a ssentin ssentindo do –, vej a m os o que c onseguim onseguimos os pe pegar. gar. – Ele puxou o rifle das costas e correu para o meio da multidão, balançando a armaa à frent arm frentee del dele. e. Balança alançando ndo a ccabeç abeçaa de um lado para o ou outro, tro, eu o ac acompa ompanhei nhei..
DIA 20: 11 11 D DE E JAN JANEIRO EIRO
– Você sabia que som somos os os únicos a nim nimaa is af afli ligidos gidos por trê trêss espé espécie ciess de piolhos? iolhos? Coçando a cabeça, respondi: – Não sabia disso. – E cocei o ombro. Damon estava ocupado observando sua blusa. – É ve verda rdade, de, vi um espe especc ial do Discove Discovery ry Channel sobre piol piolhos hos há a lgum lgumas as semanas. Nós havía havíam m os re reunido unido todo m undo pa para ra ouvir o pronunc pronunciam iam ento do presid re sidee nte, m a rc rcado ado par paraa as dez da m a nhã. O hall esta estava va c om omee ça çando ndo a esquentar. Desligávamos o aquecedor a querosene à noite. Era muito perigoso deixá-lo ligado enquanto dormíamos. Vinte e sete pessoas se reuniram no hall, e Irena e Aleksandr vigiavam os cinco prisioneiros dentro do apartamento deles. Trinta e quatro almas em nosso prédio, ré dio, a té onde tí tínham nham os conhe conhecim cim ento, todas no sexto a ndar ndar,, alé além m dos nove m ortos no segund segundo. o. Os Borodin tinham se oferecido para deixar o grupo de Paul no banheiro do apartamento deles. Lauren queria que nós os mantivéssemos em algum lugar mais distante das crianças, mas não era prático nem seguro espalhá-los. Havíamos desistido de guardar a entrada e a escada e começamos a patrulhar só o noss nossoo llado ado do corredor ccom om a bar barricada ricada.. Irena Ire na di diss ssee a Laure Laurenn para nã nãoo ssee pre preocupar, ocupar, poi poiss ssee aallguém m exesse na port portaa do quarto deles, eles atirariam, e que em um ou dois dias, os prisioneiros estariam fracos demais para reagir. – O piol piolho ho dom doméstico éstico e o piol piolho-doho-do-púbis púbis,, ou c hato, não são tão ruins – Damon prosseguiu –, mas o piolho do corpo – observando sua blusa com atenção, ele pegou algo e o segurou para que eu o visse –, esses são uns diabinhos. – Amassou Am assou o pi piolh olhoo com os dedos.
As rádios piratas especulavam muito sobre o que o presidente nos diria – que estávamos em guerra, que tínhamos sido invadidos, que eram os russos, terroristas estrangeiros, os chineses, os terroristas do próprio país, os iranianos. Todos ttin inham ham um umaa teoria.
Ainda m ais ssin Ainda inis istros tros er eram am os relato relatoss da rrede ede de comunicaç c omunicação ão que diz diziam que centenas ou milhares de pessoas estavam mortas dentro da Penn e da Javits, e que a cólera havi haviaa se eesp spalhado alhado para a Grand Gra nd C Central entral S Stat tatio ion. n. Havia rum rumores ores de febre ti tifoid foide. e. – Acho Ac ho que aainda inda nã nãoo tenho cchato hato – Da Dam m on dis disse, se, olhando pa para ra baixo. ba ixo. – Ac Acho ho que não seria um grande probl problem em a se ti tivess vesse. e. Nã Nãoo tenh tenhoo us usado ado m uito uito ess essaa re regi gião, ão, ul ulti tim m am ente. – El Elee rriu iu e olho olhouu para m im. Eu so sorri rri e ba ballance anceii a ca cabeça beça.. Richard olhou para nós com os olhos arregalados. – Podem P odem par paraa r de fa falar lar sobre piol piolhos? hos? Estou ttee ntando ouvir ouvir.. Se o ambiente físico havia se tornado péssimo, o interpessoal estava pior ainda. Estava envenenado. – É só eespec speculaç ulação ão idi idiota ota – Da Dam m on rree bate bateu. u. O pronunc pronunciam iam ento do pre presidente sidente não havia começado ainda, e estávamos ouvindo um comentarista falar sobre o que o chefe da nação poderia dizer. Tentei diminuir a tensão. – Ele só estava e stava br brinca incando, ndo, tentando de deixar ixar a ccoisa oisa m maa is. is..... – Já e stam stamos os c ansa ansados dos de suas a ti titudes tudes – Ri Ricc hard har d re resm smungou ungou –, usando a gente como iscas e nos espionando. A informação de que vínhamos usando a rede de comunicação de Damon para ar a acom ac ompanha panharr os m ovime ovimentos ntos de todos havia va vazzado, e tam bém que nós havíamos planejado a captura do grupo de Paul sem contar o que estava acontecendo. Richard e Rory estavam lívidos, mas Chuck se sentia igualmente irritado. – Co Com m m oti otivo! vo! – Chu Chucc k não se c onteve onteve.. – Um de vocês você s é espião a serviço deles. Ele não fez questão de se controlar, porque sabia que partiríamos na manhã seguinte. Era apenas mais um segredo que estávamos escondendo de nossos companheiros com panheiros ddee andar andar..
Um e spi spiãã o? A ser serviço viço deles deles??
Rory perguntou.
Quem são eles eles?? Está
ouvindo o que está dizendo? Chuck apontou uum m dedo acusador a cusador a Rory. – Não Nã o quer queroo ouvir ne nem m m ais um pio. Voc ocêê é o único que este esteve ve per perto to do apartam apar tamento ento de P Paul, aul, e aaquel quelas as m mensagens ensagens ddaqui aqui para lá.. lá....
– Eu j á diss disse, e, e u par paree i par paraa c onfe onferir rir o li lixo xo per perto to daque daquele le aapar partam tam e nto. Eu não sabia que est e stáva ávam m os ssendo endo vig vigiados. iados. – Seu mentiroso. m entiroso. Aque Aquela la ccoisa oisa toda de hac hackker erss do do Anony Anonymous mous,, e eu v i você lá embaixo conversando com o Stan antes de tudo isto começar. – Voc ocêê quer sabe saberr quem é am igo do Stan? – Ro Rory ry a pontou Ri Richa chard. rd. – Conv onver erse se com ele. – Não Nã o m mee eenfie nfie nisso – R Richa ichard rd disse, ba balanç lançaa ndo a ccaa beç beça. a. – Por P or que não? – pergunte perguntei.i. Richar ichardd riu. – Aposto que você e stava usa usando ndo aque aquele le sist sistee m a par paraa vigiar La Laure uren, n, não éé?? Eu não consegui me conter. – Cala a boca boca.. Lauren estava sentada a meu lado. Ela afastou a mão da minha e olhou para o teto. – E o novo am igo? – Ri Richa chard rd prosse prosseguiu, guiu, aapontando pontando Da Dam m on. – O que você vocêss sabem sobre ele? Que do nada apareceu aqui, ninguém sabe de onde ele é. Se tem alg alguém uém qu quee é... Chuck ficou de pé. garotoo salvou sua vida, salvou muitas vidas. Sem nós, vocês todos – Esse garot estariam nas ruas, talvez morrendo na Penn agora, ou Paul teria roubado tudo que é seu. Mostrar Mostrar um pou pouco co de grati gratidão dão seria bac bacana. ana. – Oh, de dever veríam íam os ser gra gratos tos a você você?? Eu Eu estou cuidando de pessoas. – Ele gesticulou na direção do grupo que agora habitava seu apartamento. – E vocês estão se fechando em seu palácio. Sabemos que vocês têm um suprimento secreto de alimentos. E desde quando são a polícia? Por que não nos dão armas com as quais possamos nos proteger? Aquele era um ponto sensível. Desde o começo, nós havíamos controlado as armas, e quando Chuck começou a suspeitar de nossos vizinhos, ele proibiu todo
mundo de se armar. No sofá no m mee io do hhaa ll ll,, os filho filhoss peque pequenos nos de V Vick ickyy c om omee ça çara ram m a cchora horarr. – Vou diz dizee r por que som somos os a polí polícia cia – Chu Chucc k diss dissee , sorr sorrindo. indo. – P orque tem os as armas arma s! Rory riu riu..
– Então, caiu ca iu a m ásc áscaa ra ra.. Os que têm ar arm m a s c riam ria m a s re regra gras. s. Você é paranoic ar anoico, o, is isso so si sim m. – Vou Vou m mostrar ostrar o par paraa noico – Ch Chuc uckk re resm smungou. ungou. favor , parar com isso? – Susie segurou o braço de Chuck, – Você Vocêss podem , por favor pedindo para pa ra que e le se senta sentasse. sse. – Já tem os briga brigass de dem m a is ocor ocorre rendo ndo aaqui qui e não precisa re cisam m os piora piorarr a s coisas. Este é o nosso lar , e, gostando ou não, estamos untos, unt os, po porr isso ssugi ugiro ro que você vocêss apre aprendam ndam a conviver conviver.. Ellarose começou a gritar. Susie olhou para Chuck com raiva e levou a bebê para ar a dentro do a par partam tam e nto, ac acaa lm lmaa ndo-a ndo-a.. Chu Chucc k se sentou, c om os om ombros bros caídos, e a tensão no hall foi diminuindo. No silênc silêncio, io, ouvi ouvim m os o rá rádio. dio. “ De Dentr ntroo de alguns mome momentos ntos,, o presidente fal falará ará com o país país.. Por favor favor,, esperem. espere m. Começarem Começaremos os em um in inst stant ante.” e.” As crianças criança s no ssofá ofá solu soluça çavam vam,, assu assust stadas adas e incom ncomodadas. odadas. Olhei para a família chinesa sentada no canto atrás de Richard. Em três semanas, eles não tinham se dirigido a nenhum nós além de Richard. No começo, eram magros, mas agora estavam macilentos. Eles olhavam para nós com a mesma expressão vaga que muitos outros refugiados tinham começado a demons dem onstrar trar.. Pe Pens nsei ei qu quee eeles les ttem em essem as circunst circunstâncias, âncias, m mas, as, naqu naquele ele m ome oment nto, o, minha perspectiva havia mudado. Sempre vi o nosso grupo como o grupo dos provedore rove dores, s, os prote protetore tores, s, m a s par paraa e les, nós ér éraa m os a s pessoa pessoass das a rm as, dos equipamentos, da informação... do poder. Aquele era o nosso espaço, a nossa casa, e escondíamos coisas deles, e os vigiávamos e acompanhávamos. Nós havíam haví am os nnos os ttornado ornado qquem uem eles ttem em iam iam.. “ Me Meus us irmãos ame americanos ricanos”, ”, disse a voz grave do presidente. Damon se inclinou para a frente para aumentar o volume do rádio enquanto Susie e Ellarose volttavam para perto de nós vol nós.. “É ccom om grand grandee tr tris isteza teza que faço este pro pronunciamento nunciamento a voc vocês ês ne nest stee momento,
que talvez seja o pior que esta nação já enfrentou. Sei que muitos de vocês estão com medo, com frio, fome, no escuro, tentando entender o que está acontecendo, e sinto muito por termos demorado tanto para falar com vocês.” A voz pausou, e a lâmpada no corredor piscou quando o gerador pareceu fa falhar lhar.. Ch Chuck uck se leva levanto ntouu par paraa che checa carr.
“ As comunicaç c omunicações ões for foram am quase tot totalmente almente de derrubad rrubadas as no que agora passa passamos mos a chamar de ‘o evento’, algo que descobrimos se tratar de um ciberataque coordenado à infraestrutura deste país e à Internet do mundo todo.” – Diga a lgo que não sabe sabem m os – Da Dam m on diss dissee baixinho. O gerador ger ador volt voltou ou a funcionar norm normalm almente, ente, e a luz luz vol voltou tou.. Ch Chuck uck estava ao lado de Sus Susie, ie, aapoi poiando ando a mãoo em seu ombro mã ombro.. “Ainda não compreendemos sua dimensão, nem a dimensão da invasão de nossos limites territoriais por intrusos desconhecidos. Falo com vocês agora não de Washington, mas de uma localização secreta até que consigamos entender nossos adve adversár rsários ios de m modo odo mais claro.” Isso fez as pessoas começarem a cochichar na sala. Apesar sar de todo o territ território ório nort nortee -am -amee ricano, na v erdade todo o mundo, ter “ Ape ido afetado por esse evento, nem todas as áreas foram afetadas de modo igual. A queda de energia foi temporária a oeste de Mississippi, e já foi restaurada na maior parte do Sul, mas New England e Nova York foram muito atingidas, e a ituação se tornou indescritivelmente pior devido a uma série de intensas nevascas.” nevascas .” Era consolador, de certo modo, saber que nem todo o país se encontrava na m esma si sittuação em qu quee eest stávam ávamos os.. “ O exército de nosso país decretou o nível DEFCON 2 durante o evento, o mais alto de nossa história, mas já baixamos para o DEFCON 4. Muitos de vocês odem estar tentando entender por que nosso exército não conseguiu ajudar com mais homens por região. O motivo é: precisamos ficar atentos a ataques.” ataques.” – Eu E u disse – Chuck ssussurrou. ussurrou. – E Estam stamos os m orr orree ndo aaqui qui de dentro ntro eenquanto nquanto eeles les guardam as m maldi alditas tas front fronteiras. eiras. “ A única c ois oisaa que podem podemos os dizer dizer,, depois de semanas sem anas de investi inve stigação, gação, é que arece que muitos dos ataques, senão todos, tiveram origem em organizações associadas ao Exército de Libertação do Povo Chinês, ou controladas por ele.” ele. ”
Aquilo causou mais cochichos. Todo mundo olhou para a família chinesa, mas, em seguida, desviamos o olhar quando percebemos o que estávamos fazendo. “ No momento, mome nto, temos quatro grupos de c ombate posi posicc ionados no mar do sul da China, esperando a resolução de um impasse multinacional na ONU e na OTAN. ão vamos nos submeter, nem permitir que nossos cidadãos continuem sofrendo.
Tenho boas notícias – mobilizei forças emergenciais especiais para restabelecer a energia e os serviços de abastecimento a Nova York e à Costa Leste dentro dos róximos dias, não importa o que aconteça.” Comemoramos. “ Mas”, Mas”, ele prosseguiu, “ sin “ sinto to em inf informar ormar os c idadão idadãoss novanova-iorq iorquinos uinos que o CDC pediu, no curto prazo, um isolamento temporário da ilha de Manhattan devido a uma série de surtos de doenças transmitidas pela água, e eu aprovei essa medida. Esse isolamento não durará mais do que um ou dois dias, e imploro aos cidadãos de Nova York que fiquem dentro de casa, aquecidos e em segurança, e vamos socorrê-los em breve. Que Deus abençoe todos nós”. nós”. O rádio r ádio se sil silenc encio iou. u.
DIA 21: 12 DE JANEIRO
Estava nevando de novo. Eu havia subido no telhado de manhã com Tony para brincar com Luke e enfiar neve limpa em um barril para transformá-la em água para bebermos. Flocos de neve caíam do céu silenciosamente, cobrindo uma cidade que parecia ter si sido do ext extiirpada do mundo como um tu tum m or ca cancer nceros oso. o. Mas ali estáva estávam m os nó nós. s. Depois da mensagem do presidente, nós permanecemos juntos no hall pelo resto do dia, ouvindo a discussão na rádio pirata. Primeiro, vieram o choque e a negação, mas depois de ouvirmos sobre barricadas que o exército montara para impedir que pessoas saíssem da ilha, começamos a sentir raiva e a pensar. Uma boa par parte te dos m e lhores a dvogados dos Estados Unidos e stava pre presa sa e m Manhattan, e ameaças de processos por violação dos direitos humanos e da Cons onsti titu tuição ição to tom m avam a rede de ccomunicaç omunicação ão e as ond ondas as do rádio rádio.. Ainda assim, o mais interessante de se ouvir eram as reclamações cheias de conspirações. Se os norte-americanos eram bons em alguma coisa, era em criar teorias da conspiração. Os teoristas a respeito da invasão desconhecida eram meus preferidos – “Isso não tem nada que ver com os chineses, iranianos, ou qualquer pessoa da Terra; o governo está escondendo uma invasão alienígena, ura e simplesmente” simplesmente” –, mas nem mesmo essas teorias conseguiam melhorar o humor. Chuck declarou que passaria pela fronteira, armado, e queria ver quem o im pediria. pediria. A nos nossa sa impot impotência ência na naquel quelaa si sittuaçã uaçãoo com começ eçou ou a fficar icar clara quand quandoo as primeir rim eiraa s notí notícia ciass de conf confli litos tos e incidente incidentess na ponte Ge George orge Wa shington shington começaram a surgir na rede de comunicação. À noite, Nova York havia deixado de lado a raiva e passado a ficar deprimida e desanimada. As pessoas se viram
forçadas a esperar, e quando anunciaram que elas não podiam podiam sair, que que estavam presas re sas c om omoo a nim nimais, ais, re repe penti ntinam nam ente todo m undo prec precisa isavv a sair. Fotos de pessoas essoa s ccaindo aindo na neve no rio Ea East st apa apare rece cera ram m no laptop de Da Dam m on, im imaa gens de pequenos eque nos bar barcos cos pr presos esos no gelo, de pessoa pessoass se aafoga fogando ndo com o ra ratos tos.. Os túneis subterrâneos não serviram. Sem eletricidade, a maioria dos túneis de Lower Manhattan, e além de Chelsea, inundou depois de alguns dias. Com as
temperaturas baixas, a maioria deles também estava congelada. Algumas pessoas essoa s deve deveria riam m esta estarr tentando se e sconde sconderr a li, li, m a s não ouvimos nada a respeito, e não fomos explorar para descobrir. De manhã, uma grande agitação tomou conta do hall. Eu havia dormido ali fora, e Lauren e Luke se aconchegaram comigo e com Damon. Por nos sentirmos abandonados pelo mundo, queríamos ficar juntos. Nem e m seque sequerr c onver onversam sam os sobr sobree os planos par paraa re reaa ver a c am inhonete. Se ria inútil. Chuck ficou sentado, olhando para as paredes, enquanto Damon estava grudado à tela de seu laptop. Já era quase meio-dia, e eu mexia no aplicativo de rádio em meu smartphone, passando de estação em estação. “Não acredito em nenhuma palavra dita pelo presidente. Acho que está acontecendo mais alguma coisa e eles não querem nos contar. Aquilo foi só um ronunciamento para Nova York, para nos manter em ordem, para explicar por que eles estão nos mantendo aqui...” Troquei Troqu ei de eest staç ação. ão. “ ... leve esses malditos para o East Village e mostre a eles o que está acontecendo. Como podem nos deixar aqui? Por que ninguém está ajudando...?” Troquei de novo novo.. “ ... acreditam? Se o restante dos Estados Unidos estivesse bem, vocês acham que o presidente estaria se escondendo? Podemos curar o câncer, pelo amor de Deus, De us, por que eestão stão com tant tantoo me medo do de um umaa doenç doençaa anti antiga...” ga...” – P ode sint sintoniz onizar ar a rá rádio dio públi pública ca?? – Da Dam m on per perguntou guntou,, a j eitandoeitando-se. se. – Depressa. Troquei de emissora e ajustei o volume. Rory aumentou o volume no rádio principal. rincipa l. P Pam am pe perm rm a necer nec eraa a cor cordada dada a noit noitee toda, ccuidando uidando do m odo que podia de nossas infecções, problemas estomacais e gripes, e estava dormindo ao lado de Rory, mas remexeu-se levemente quando aumentamos o volume.
... o grupo Ashiyane iraniano está assumindo a responsabilidade pelo vírus Scramble, que derrubou os sistemas de logística, e o grupo declara que eles iniciaram...” – Vira Viram m ? Eu diss dissee que for foram am os ár áraa bes – T Tony ony diss dissee , sentandosentando-se. se. – Eles não nã o são áára rabes bes – Rory dis disse. se.
“ ... vingança do ataque dos Estados Unidos ao Irã com os ciberataques Stuxnet e Flame dos anos anteriores...” Susie se acomodou ao lado de Chuck. Ellarose e Luke estavam dormindo untos unt os em um pequeno berço im improvi provisado sado nnaa ffre rent ntee dela. – Então, não nã o for foraa m os chinese chineses? s? “ ... o ataque inicial tinha como alvo as redes do governo norte-americano. apidamente se espalhou a sistemas secundários...” – Ira Ir a nianos são per persas, sas, não á ra rabe bess – Ro Rory ry re repetiu. petiu. – Eles pra prati tica cam m ente inventaram a ciência e a matemática. E o grupo Ashiyane sobre o qual estão falando não é o governo iraniano. “ ... a OTAN ainda está pensando em uma atitude de defesa coletiva, enquanto o overno norte-americano está prestes a adotar uma ação unilateral...” – Você Você par paree c e sa saber ber m uit uitoo sobre esse essess ca cara rass – C Chuck huck diss dissee a Rory. Rory deu de ombros. – Eu escr e screvo evo sobre iss issoo no Times Times.. É o meu trabalho. A GRI tem uma unidade de assunt assuntos os ciber cibernéti néticos cos m uito uito so sofist fisticada icada.. “... apesar de a Internet no mundo estar muito lenta, a Europa começou a agir e a conex c onexão ão a rádio fo foii restaura restaurada da na maior parte da Cost Costaa Leste...” – GRI? Rory di dim m in inuiu uiu o vol volum umee do rádio. – O e xér xércc it itoo ira iraniano, niano, a Gua Guarda rda Revolucionár Revolucionária ia Ir Iraa niana niana.. É um umaa m ist istura ura de Partido Comunista, de KGB e de máfia. Imagine se Halliburton e a Gestapo se casassem... a GRI seria filho deles. – Eles são tão tã o bons assim? Pode Poderia riam m ter fe feit itoo tudo iisso? sso? – per perguntei. guntei. – Ta lvez tenha sid sidoo um umaa tática tática.. Um grupo do Or Oriente iente Médio assum assumindo indo responsabilidade por algo além de sua capacidade, fazendo barulho para nos distrair do que deveria ser nosso foco. Rory riu riu..
– O Co Com m a ndante Rafa Rafal,l, que cuida da divi divisão são c iber ibernética nética,, é de prim primee ira ira.. Você ocêss ttêm êm que eentender ntender que os Es Estados tados Uni Unidos dos nnão ão têm habil habilid idade ade técnica no que diz respeito à cibernética. Nossa mentalidade militar se baseia na ideia de su superiori perioridade dade téc técni nica ca e numé numérica, rica, m as no ciberm cibermund undo, o, ttudo udo isso isso ddesapar esaparec ece. e. – Mas nós inve inventam ntamos os a IInter nternet, net, nã nãoo foi?
– Cl Claa ro que sim, m as a gora ela é m undial. Você pode gasta gastarr bil bilhões hões de dólares em um equipamento militar moderno, mas um cara esperto com um laptop pode desativá-lo. – Então, você voc ê está diz dizee ndo que pode ter sido ele eles? s? – Os ira iranianos nianos m udar udaram am as re regra grass do j ogo ata ataca cando ndo alvos c ivi iviss por m e io de ciberarmas... o ataque Shamoon que arrasou cinquenta mil computadores na Saudi Aramco... isso não estaria muito fora das operações deles, principalmente comoo vi com vingança ngança pe pellos ci cibera berataqu taques es nort nortee-am am er ericanos icanos.. – Então, você voc ê ac acha ha que é j ust ustifica ificado? do? – Ch Chuck uck per perguntou guntou,, incr incrédulo. édulo. – Cla Cla ro que não. Só estou diz dizendo endo que fa faria ria sentido. Mas o que você não perce er cebe be é a importância importância de alguém admitir algo. Talvez eles possam começar a desfazer desfaz er esse nó. – Então, é c iber iberguer guerra ra – eu disse. – Suja, Suja , fedore fe dorenta, nta, doe doente, nte, eem m quar quaree ntena ntena... ... Rory assentiu sem nada dizer. Estava muito magro e parecia frágil. Não comia com ia di dire reit itoo há sem anas, enlou enlouquecidam quecidamente ente tent tentando ando m manter anter sua diet dietaa vegana. Eu tive dificuldade para imaginar que era ele quem andava passando inform nformaç ações ões a P Paul, aul, qque ue eelle ti tinha nha algu algum m m otiv otivoo secre secreto to.. – P ode aum enta entarr o volum volumee de novo? – Ri Ricc har hardd pe pediu diu do outro lado do ha hall ll.. – É bom ouv ouviir a opi opini nião ão de vocês, m mas as quero descobrir o que eest stáá ac acont ontec ecendo. endo. Rory ajustou o rádio, e caminhei até a metade do hall. Vicky havia saído com um dos filhos, e o outro, um menino que não tinha mais do que quatro anos, estava sentado no sofá, brincando com o caminhão de bombeiros do Luke. Eu não havia havia ccons onsegui eguido do falar ccom om ele aain inda. da. – Com Com o você e stá? El Elee ol olhou hou ppar araa m im de m odo ddesafiador esafiador.. – A m a m ã e disse pa para ra e u não ffala alarr ccom om e stranhos. – Mas esta estam m os... – com e c ei a diz dizee r, e entã entãoo bala balance nceii a ca cabeç beça, a, sorrindo, sorr indo, e estendi a mão. – Sou o Mike.
O menininho olhou para a minha mão, pensando. Seu rosto estava descascando, e as roupas pareciam ser dois tamanhos maiores do que o adequado, como se ele e le foss fossee um m enin eninoo de rua. Est Estava ava com olheiras olheiras escuras por não dormir direito. direito. Ele Ele aper aperttou a m in inha ha m ão. – Sou Sou o R Rick icky. y. P Pra razze r eem m conhec conhe c ê -lo. – O prazer pr azer é m eu. – Eu rri.i.
No fundo, ouviaouvia-se se pelo rá rádio: dio: “ O exército norte-americano agora está ensando na possibilidade de agir em três frontes, algo que estava preparado para azer, mas que nunca foi testado...”. – Meu pai pa i é da Mar Marinha. inha. Está lutando – Ri Rick ckyy diss dissee de m odo ca casual. sual. – V Vou ou ser da Marinha, Marinha, um dia. dia. – É me m e sm smo? o? Ele assentiu e começou a brincar com o caminhão de bombeiros de novo. A porta da e sca scada da se a briu, e V Vick ickyy a par paree ce ceu, u, segur segurando ando a irm irmãã de dele le nos bra braçç os. – Está tudo bem? bem ? – ela per perguntou guntou ao m mee ver per perto to de Ric Ric ky. – Está tudo bem, bem , Vick Vicky. y. S Sóó estam os batendo um papo. Ela sorriu. – Espero Esper o que eele le eestej stejaa bonzi bonzinho. nho. – Ele é um gar garoto oto forte – eeuu dis disse, se, de despente spenteado ado os ccaa belos de Rick Ricky. y. – C Com omoo o pai dele. de le. O sorriso de Vicky desapareceu. – Espero Esper o que nã não. o. Eu disse disse algo errado errado.. Nós nos entreolhamos num silêncio desconfortável. Naquele a quele m om omee nto, re recc e bi um umaa m ensa ensagem gem de texto do sar sarge gento nto Willi William am s perguntando er guntando ccom omoo eestáva stávam m os. Eu m mee despe despedi di de V Vick ickyy e volt voltei ei pa para ra o nosso llaa do no hall, respondendo à mensagem, perguntando se ele tinha alguma ideia de comoo pod com poderíam eríam os ssair air da ilh ilha. a.
DIA 22: 13 DE JANEIRO
Levantei os óculos, parei e hesitei, observando a noite a olho nu. A noite estava muito escura e silenciosa, e minha mente parecia desligada. Sozinho, olhando para o vazio, me tornei um pontinho de vida flutuando solitário no universo. A princípio, a sensação foi aterrorizante, minha mente em confusão, mas logo ficou reconfortante. Talvez a morte seja assim. Solitária, pacífica, lutuando, lut uando, fl flutuando, utuando, sem me medo... do... Ao colocar os óculos de visão noturna diante dos olhos de novo, vi flocos verdes fant fa ntasm asmagóricos agóricos de neve ccaind aindoo del deliica cadam damente ente ao m meu eu re redor dor.. Minha fome tinha sido grande de manhã, a ponto de quase me fazer sair durante o dia. Chuck me impediu, conversou comigo, me acalmou. Eu expliquei que não era por mim, era por Luke, Lauren e Ellarose – qualquer coisa que me perm er m it itiss issee conse conseguir guir um umaa dose, ccom omoo se eeuu fosse um viciado. Eu ri. Sou viciado em comid c omidaa. Os flocos de neve que caíam eram hipnóticos. Fechando os olhos, respirei fundo. O que é real? O que é a realidade, afinal? afinal?E u sentia sentia que estava alucinando, minha mente não conseguia se fixar em nada e vagou. Segure a onda, Mike. L Luke uke está contando com v ocê ocê.. L Lauren auren eest stáá contando com voc vocêê . Abri os olhos, forcei-me a me concentrar no momento e toquei o telefone que estava em meu bolso para abrir o display display de realidade aumentada. Um campo de pontos vermelhos se abriu a distância e, respirando fundo mais uma vez, coloquei cuidadosamente um pé na frente do outro, e segui pela rua 24, na di dire reçã çãoo de um am ont ontoado oado de pont pontos os nnaa Sexta aaveni venida. da. Em saídas anteriores, na pressa de desenterrar as sacolas de comida e ir para casa, eu não havia pensado em marcar os locais já visitados. Nós havíamos m arca ar cado do qu quar arenta enta e sei seiss po pont ntos os nnoo to total tal,, e, aaté té aquele m ome oment nto, o, eu havia tent tentado ado
chegar a catorze deles em quatro viagens. Em quatro pontos, não consegui encontrar nada. Talvez as pessoas tivessem nos visto escondendo as sacolas ali e se servido, ou talvez os produtos tivessem ficado expostos, ou talvez eu até já tivesse passado por ali. Minha mente não estava clara. De qualquer modo, eu imaginava que um quarto dos pontos restantes estaria vazio. Mesmo assim, significava que cerca de vinte locais ainda guardariam algo para nós nos
alimentarmos. Eu encontrava três ou quatro sacolas por local, e cada sacola represent repre sentava ava um dia dia de ali alim m entaçã entaçãoo para nos nosso so grupo grupo.. Os números rodopiavam em minha mente. L Lauren auren prec precisa isa de duas mil calorias, e as crianças precisam dessa quantidade também. Mas eu preciso comer mais. Eu havia me sentido zonzo o dia todo, febril. Eu não ajudaria ninguém se morresse de fome. Comia apenas poucas centenas de calorias por dia, mas certa vez eu lera que exploradores do Ártico precisavam de até seis mil calorias di diar ariiam ente no frio. E estava estava frio. O vento piorava as coisas, e eu tinha a impressão de que ele poderia oder ia m e le levanta vantarr e m e ccar arre regar gar c om omoo um umaa ffolha. olha. Olhando para cima, estreitei os olhos tentando identificar uma placa de rua quando passei. Oitava Oitava avenida avenida.. A plac placaa aatrás trás dela zzom ombava bava de m im: im: Burger Burger King King . Imagine Im agine um be belo lo hambúrguer suculento, c om todos os tempe temperos, ros, maionese e catchup.. Tive que me controlar para não entrar pela porta aberta e escavar pela catchup neve que chegava à metade da parede do lado de dentro. Será que alguém deixou assar um hambúrguer por ali? Será que eu conseguiria acender uma grelha de ropano? Afastando meus pensamentos dos hambúrgueres, continuei andando. Nós havíamos enterrado comida em oito pontos na neve da Sexta avenida. Era prati ra ticc a m e nte um a m ina de ouro, e er eraa onde eu esta estava va indo ca caça çarr. V Volt oltee i a pensa pensar r nos números. Se eu pudesse reaver todas elas, de todos os vinte pontos, teríamos um est estoqu oquee de doz dozee dias antes ddee fficarm icarm os como eeles. les. Como eles eles.. Com omoo as out outra rass pesso pessoas as eem m nos nosso so andar andar.. Já fazia cinco dias desde que as estações de emergência tinham se fechado, onde os outros grupos de nosso andar conseguiam o único alimento confiável. Eu imaginava que já fazia cinco dias desde que eles tinham comido algo
consider consid erável. ável. Na m aior parte do ttem em po, eles só dormiam . Pela manhã, eu havia ido ver Vicky e seus filhos, afastando os cobertores do sofá no meio do hall. As crianças piscaram ao me verem à luz fraca, com os lábios rachados e inchados, vermelhos e infectados. A desidratação era pior do que a inanição.
Damon e eu havíamos passado a maior parte do dia reunindo o máximo de neve que conseguíamos, puxando-a para cima com as polias. Chuck tentara aj ud udar, ar, m as ele não hhavi aviaa se re recuperado cuperado ddoo go gollpe na ca cabeça, beça, e a m ão qu quebrada ebrada estava inchada de novo. O hall cheirava a excrementos humanos. Por piores que as condições tivessem se tornado, ainda havia pequenos gestos de gentileza. Susie oferecia água a todos, surrupiava restos de comida, fazia o que podia. Eu vi Da Dam m on leva levarr um cobe cobertor rtor que passa passara ra hora horass lim lim pando par paraa dar a Vicky e seus filhos. Ele dividia comida com eles também. Durante todo o dia, a porta do apartamento de Richard não tinha sido aberta nem uma vez vez.. F Fomos omos checar para ter ccertez ertezaa de que eles est estavam avam bem bem,, ma mass el elee nos mandou embora. Ao chegar na Sétima avenida, olhei para os dois lados da rua, mas a vi visi sibi bili lidade dade eera ra li lim m itada itada a ce cerc rcaa de vin vinte te m metros etros nnaa neve que ca caíía. Qua Quando ndo ttoqu oquei ei a tela do telefone, o display display de meus óculos de realidade aumentada passou a mostrar uma visão aérea de onde eu estava. Posso subir subir SSéé ti tima ma e e então dar a volta na Sexta Sex ta pela 23. Quando caminhei para o cruzamento dos caminhos abertos por passos no meio das ruas, minha mente foi tomada por imagens dos corpos mortos que havíamos empilhado no apartamento do segundo andar. Durante o dia, as emissoras de rádio tinham retransmitido uma parte de um noticiário da CNN, transmitido nas redes de televisão do mundo. Descrevia as condições em Nova York como difíceis, mas estáveis, e dizia que mantimentos estavam sendo entregues, que os surtos de doenças estavam sendo contidos. A verdade era bem diferente disso. A diferença gritante alimentava a especulação de que o governo estava escondendo algo. Como eles não conseguem ver ve r o que está acont acontec ecendo endo aqui aqui?? Eu não me m e im import portava ava m ais. Mi Minha nha vi vida da havia se rreduz eduzid idoo a ccui uidar dar de Laure Laurenn
e Luke, e depois, de Susie, Ellarose e Chuck. Nossa situação deixava minhas prioridades riorida des m uit uitoo cla clara ras. s. Eu deixa deixara ra de lado qualque qualquerr a rtificia rtificiali lidade dade,, ignorando todas as cois coisas as sem importância que aant ntes es eeuu vi viaa com comoo essenciai essenciais. s. Fui tomado por uma forte sensação de déjá vu, vu, mas não por nada que eu já tivesse vivido. Parecia que eu estava vivendo as histórias que Irena me contara a respeito do sítio a Leningrado, setenta anos antes. Aquela ciberguerra não parecia
ter nada que ver com o futuro, mas, sim, ser parte do passado, como se estivéssemos retrocedendo em direção à infindável habilidade que os seres humanos huma nos ttêm êm de infli infligi girr sofr sofrime iment ntoo uns aos out outros. ros. Para Pa ra ver o futuro, bast bastava ava olhar olhar par paraa o passado passado.. Chegando à esquina da Sexta com a 23, encontrei os restos de uma caixa lançada por um helicóptero. Nós havíamos saído para pegar tudo o que conseguíssemos quando cada carga era anunciada, mas tais eventos tinham se tornado guerras violentas por comida. Rory havia se ferido reunindo poucos suprimentos, e a metade deles era composta por itens inúteis, como mosquiteiros. Um grande círculo vermelho brilhava à minha frente. Eu toquei no telefone em busca da imagem que marcaria a localização exata que eu procurava, encontrei o ponto e, então, cai de joelhos e comecei a cavar. Depois de cerca de dez minutos, fui recompensado. Batatas. Castanhas de caju. Itens aleatórios que tínham ínhamos os pegado das pratelei prateleira rass em out outro ro m und undo. o. Salivei enquanto me imaginava comendo um pouco das castanhas – só algumas, ninguém vai notar –, mas enfiei tudo na mochila e segui em direção ao próximo róxim o cír círculo culo ve verm rm e lho, desce descendo ndo a Sexta aavenida venida.. Uma hora depois, eu havia recuperado todas as sacolas daquele ponto. Descansei, servindo-me de alguns amendoins e de uma garrafa de água que Lauren havia colocado em minha mochila, e segui em frente. O grande círculo vermelho seguinte brilhou sob um andaime à margem de um prédio incendiado. Quando me aproximei, um cheiro forte de madeira e plástic lástic o m e for forçç ou a coloc colocar ar a banda bandana na sobre o na nariz riz.. D Depois epois de a lguns m minut inutos, os, encontrei os prêmios e os tirei da neve: sacolas e sacolas de frango. Isso frango. Isso me mesmo... smo... de quando invadimos o açougue na rua 23. Minhas costas doíam de ficar curvado. A mochila estava cheia, provavelm rova velm ente pesa pesava va 25 quilos quilos.. Hora de ir para casa... casa... frang frangoo no café da manhã. Umaa voz su Um surgi rgiuu repenti repentinam namente ente em m eio à escuridão.
– Quem Que m está aí? Desequilibrado, ainda ajeitando a mochila, eu me virei, procurando minha arma. Rostos fantasmagóricos apareceram à luz esverdeada de meus óculos de visão noturna – rostos e mãos estendidas. Na pressa de começar a escavar quando cheguei àquele ponto, não olhei ao redor. Eu estava em um
acampamento improvisado. As pessoas que viviam ali deveriam ter fugido do prédio ré dio iinc ncendia endiado. do. – Ouvimos Ouvim os você c ava avarr. O que e ncontrou? Eu me afa afast stei ei at atéé eencos ncosttar na madeira m adeira com compens pensada ada do and andaime aime.. – É nosso, se se j a o que for. for. Dá Dá i sso aqui! – outra voz sib sibil ilante ante foi ouvida. Dezenas de rostos verdes me rodearam no escuro. Eles não conseguiam me ver – estava muito escuro –, mas conseguiam me ouvir, sentir que havia alguém ali.. S ali Suas uas m mãos ãos se esti estica cavam vam no esp espaç açoo entre nós nós,, seus ppés és se aarra rrast stavam avam na neve neve,, seus olhos não enxergavam. Eu mantinha a arma em meu bolso. De Deve veria ria ati atirar rar em um deles? de les? Soltei minha mochila e procurei dentro dela. As mãos mais próximas estavam est avam a po poucos ucos m etro etross de m miim . – Afa Af a stem stem-se -se!! Estou ar arm m a do! Isso os deteve, mas temporariamente. Peguei um pacote de castanhas de caju e o joguei contra uma das pessoas m ais próx próxima imas. s. O rost rostoo dela eera ra m agro, com olhos olhos fundo fundoss e eencol ncolhi hidos dos,, e ela não nã o usava luvas. Suas mãos pareciam pretas e sangrando sob a luz fosforescente de meus óculos. O pacote de castanhas bateu em seu corpo e pousou em algum lugar ponto atrás dela. Ela se virou e mergulhou para pegá-lo, colidindo com outras duas pessoas. Joguei mais alguns pacotes atrás delas, e todos se viraram de costtas para m im . cos Corri para longe da emboscada, arrastando a mochila comigo. Em poucos segundos, eu estava de volta à rua, ocultado pela neve que caía. Respirando fundo para ar a aaca calm lmaa r m eu ccora oraçã çãoo ac acee ler leraa do, segui par paraa ca casa. sa. Enquanto eu fugia, olhei por sobre meu ombro uma vez e os vi brigando como uma matilha de cães selvagens pela comida. As lágrimas vieram do nada. Eu estava soluçando, tentando ao máximo fazer silêncio enquanto atravessava a neve no breu – sozinho, mas cercado por milhões de pessoas.
DIA 23: 14 DE JANEIRO
“A Empresa de Energia de Nova York afirma que o fornecimento de eletricidade será restaurado em muitas partes de Manhattan dentro de uma emana”, prometeu emana”, rom eteu o locut locutor or da rá rádi dio, o, ac acresce rescent ntando: ando: “ Mas todos nós já ouvimos ouv imos is isso so ant antes, es, não éé?? Mantenham-se aquecidos e em seguran segurança...” ça...”.. – Você Vocêss quer queree m um pouco m ais de cchá há?? – Laur Lauree n per perguntou. guntou. Pam assentiu, e Lauren se aproximou dela com a chaleira e encheu sua xícara. – Mais alguém ? Não quero mais c há, mas adorar adoraria ia c ome omerr uns bisc bisc oit oitos. os. Sentado Sentado em um dos sofás no hall, eu sonhava acordado com biscoitos. Biscoit Biscoitos os c obertos com chocol choc olate, ate, como os que minha avó ccost ostumava umava fazer na época époc a de fest festas. as. – Sim Sim,, ma m a is c há, por fa favor vor – o j ovem chinê chinêss di disse sse no fim do hall. Lauren caminhou, pisando entre pernas, pés e cobertores enquanto seguia. A barriga ar riga de grá grávida vida er eraa per percc e ptí ptível vel m esm o sob a blus blusaa de lã, pelo m e nos par paraa mim – quinze semanas. semanas. Eu já havia diminuído quatro furos do cinto, e estava tão magro quanto era na época da faculdade. A minha barriga diminuía e a dela aumentava. Um alerta da rede de comunicação fez meu telefone apitar, anunciando uma reunião para troca de re rem m édio édioss nnaa eesq squi uina na da Sext Sextaa ccom om a 34. 34. É É me melhor lhor que haja roteção roteç ão ali ali.. Muitas pessoas queriam o que estava sendo trocado. O chá na hora do almoço foi ideia de Susie. Ferver a água significava que a estaríamos esterilizando, e Lauren e Susie queriam ter contato com todos pelo menos uma vez por dia. O hall havia se tornado um tipo de ala de convalescência para ar a gre grevist vistas as de fom e, c om m uit uitos os rostos m a cilentos e spi spiaa ndo por ba baixo ixo de cobertores manchados. No chá, havia pedacinhos de sujeira flutuando, mas ele
hi hidratava dratava e esquent esquentava ava o corpo e tam também bém a aalma lma,, com comoo era a int intençã ençãoo ddee Su Susi sie. e. Chuck disse que unir corpos quentes em uma sala ajudava a aquecer. Cada corpo humano, ele explicou, emitia quase tanto calor quanto uma lâmpada de 100 watts. Então, 27 corpos equivaliam a 2.700 watts de calor, metade do calor que nosso gerador gera dor produz produzia. ia.
Não ã o ffaa láva lávam m os de onde toda aaquela quela ene energia rgia vinha. U Usáva sávam m os m mee nos ene energia rgia se nos movêssemos o menos possível, mas usávamos muito mais, se estivesse frio, ele ele m e di diss sse. e. Depois de três semanas, mesmo com a nossa frugalidade, todo o suprimento de querosene de Chuck havia terminado, e quase não tínhamos mais diesel. O tanque de 760 litros lá embaixo estava quase vazio depois de três semanas alim ali m entando doi doiss pequeno pequenoss geradore geradores, s, al além ém de aaquece quecedores dores e ffogõ ogões, es, m mais ais o qque ue os ladrões tinham levado. Não ã o eestávam stávam os m maa is ac acionando ionando o ge gera rador dor eelétric létricoo ccom om a m e sm smaa fr frequê equência ncia.. O hall era iluminado por lamparinas movidas a óleo da fornalha do porão. Era prati ra ticc a m e nte a única c ois oisaa par paraa a qual podíam podíamos os usa usarr o óle óleo, o, j á que e ra viscoso demais para ser usado no gerador. Acionar os aquecedores de querosene apenas com óleo diesel gerava calor, mas também liberava fumaças insuportáveis, por isso tínhamos que deixar as janelas abertas, o que anulava o propósito. “ Em poucos pouc os minut minutos, os, passa passarem remos os as úl últi timas mas nov novidades idades sobre a inve investi stigação gação do ciberataque, ciberata que, com...” Susie diminuiu o volume do rádio. – Acho Ac ho que isso jjáá é o suficie suficiente. nte. – Eu não nã o aacho cho – L Laa ure urenn diss disse, e, apoiou a c hale haleira ira no balc balcão ão e se se sentou ntou ao m mee u lado. Nós havía havíam m os ti tira rado do m e tade da bar barric ricada ada,, m as ainda m antínham os par parte te dela ali: uma mesa de canto virada e algumas caixas demarcavam qual lado do hall estava fechado para outras pessoas. Lauren estava fazendo o melhor que podia par paraa m a nter nosso la lado do li lim m po, deixa deixando ndo roupa roupass e c ober obertore toress no a lvej ante de roupas, o qu quee ccausava ausava um cheiro forte qu quee quase fa fazzia os ol olhos hos lacrim lacrimej ej ar arem em . Laurenn se in Laure incli clinou nou para a ffre rent ntee para olhar olhar pa para ra todos todos.. – Por P or que ele eless si sim m plesm plesmee nte nã nãoo tornar tornaram am a IInter nternet net m ais segur seguraa ? Era uma um a pergunt perguntaa que rodava pel pelaa rrede ede de comuni c omunicaç cação, ão, feit feitaa ccom om cada vez
mais raiva, e a maior parte da culpa estava sendo jogada sobre o governo inapto que deveria ter nos protegido. – Vou diz dizer er o porquê – Rory re resm smungou ungou em baixo dos c ober obertore tores. s. – Você ocêss podem tentar j ogar a culpa em quem quis quisee re rem m, m mas as o pr principal incipal m moti otivo vo pelo qua quall a Int I nter ernet net não é segura é porque porque nós nnão ão queremos queremos que ue ela sej seja. a. Chucc k se aalt Chu lter erou. ou.
– Com Com o assim assim,, “nós” “nós”?? Eu sou ttotalm otalmee nte a fa favor vor da Inte Interne rnett segura segura.. Rory se endireitou um pouco. – Você pode pensa pensarr que quer um umaa Inte Interne rnett se segura gura,, m as não quer quer,, de fa fato, to, e isso é parte do que impossibilita a segurança. No fim, uma Internet realmente segura segu ra não é in interesse teresse do púb públlico em gera gerall nem dos produ produto tore ress de soft softwar ware. e. – Por P or que os consum consumidore idoress não de desej sej a ria riam m um umaa Inte Interne rnett segura segura?? – P orque um umaa Inte Interne rnett ver verdade dadeira iram m e nte segur seguraa não ser serviria viria o int intee re resse sse comum da li liberdade. berdade. – Pa P a rec re c e que a gora gora,, se serviria rviria – T Tony ony diss disse. e. Luke Luke esta estava va deitado, dorm indo em cimaa dele no col cim colchão chão aaoo llado ado de Lauren e eu. – Agor Agora, a, sim, m a s tem a ver com o que e stávam os fa falando lando ante antes, s, sobre a privacidade rivac idade ser o m a rc rcoo da li liber berda dade. de. Cada vez m ais, nossa vida está sendo levada para o ciberespaço, e precisamos preservar o que temos no mundo físico para ar a entr entrar arm m os no cibe ciberm rm undo. Um Umaa Inte Interne rnett per perfe feit itaa m ente segur seguraa im impli plica ca um umaa série de informações em algum lugar, sempre acompanhando o que você está fazendo. Eu não havia pensado naquilo daquele modo. Uma Internet completamente segura seria a mesma coisa que o mundo com câmeras em todos os cantos e em todas as casas, gravando todos os nossos movimentos, mas seria ainda mais intrusiva. Um registro perfeito de toda toda interaç nteração ão que ti tivéss véssem em os ddar aria ia a aalg lguém uém a capacidade ca pacidade de espi espiar ar nosso nossoss pensam pensamento entos. s. – Eu est e staa ria disp disposto osto a abr abrir ir mã m ã o de m inha priva privacc idade onli online ne pa para ra evitar essa bagunça agunç a – Tony diss dissee . Luk Lukee se re rem m e xeu nos c ober obertore toress e m cim a dele dele,, e Tony sussurrou sus surrou par paraa eele, le, pedind pedindoo desculpas. – Esper Esperee a í, iss issoo não contr contradiz adiz o que você diss dissee ante antess a re respeito speito de prec pre c isar deixar deix ar a IInt nter ernet net mais mais s egura? egura ? – per pergunt guntei. ei. – O problem a é que esta estam m os tentando usar a m esm a tec tecnologi nologia, a, a Interne Inte rnet,t, para ar a a s rree des sociais e para administrar as usinas nucleares. São duas atividades
diferentes. Precisamos torná-la o mais segura possível sem colocar toda a responsabilidade em um poder centralizado – Rory respondeu com uma voz cansada. – Estamos falando sobre um ato de equilíbrio, uma tentativa de di dificult ficultar ar o abuso aos direitos de indiví indivíduos duos nnoo ciber ciberm m undo do fut futuro. uro. Até m esm o isto – Rory balançou os braços sob a luz da vela. – O que está acontecendo agora será con c onsert sertado ado em breve.
Rory parecia fraco demais para ficar de pé, mas, mesmo assim, falava com muita confiança. – O m aior proble problem m a é que a s e m pre presas sas de softwa software re não quer querem em que os consumidores fiquem seguros – Damon disse. Ele estava inclinado sobre o laptop, o rosto iluminado pelo brilho suave. O aparelho continuava ligado em modo econô ec onôm m ico, e ele o ccarr arregava egava durant durantee a noit noite, e, quando llig igávam ávam os o gger erador ador.. – Você Você está diz dizendo endo que as em pre presas sas de tec tecnologi nologiaa quer querem em um umaa Inte Interne rnett que não sej a segura? – pper ergun guntei tei.. – Elas Ela s que quere rem m que a Inte Interne rnett sej a prote protegida gida dos hac hackke rs – D Daa m on rree spondeu deles.. Eles criam –, m as não quer queree m que os c onsum onsumidores idores sej am prote protegidos gidos deles portas par paraa a tualiz tualizaa r e m odifica odificarr o sof softwar twaree re rem m otam otamee nte. É um risco básico de segurança que eles criam de propósito. A ciberarma Stuxnet explorou isso. – Cla Cla ro que não quer querem em que os consum idore idoress sej a m protegidos. – Rory riu. – Eles nos dão todos aqueles softwares gratuitos especificamente para que nós não estejamos protegidos deles... para que possam nos observar, ver nossas estejamos informações. Dam on ol olhou hou ppar araa a tel telaa de seu ccomputado omputadorr. – Se Se você não pa paga ga por um produto, entã entãoo você é é o produto. – Como a lguém que a com panha m inhas c om ompra prass onli online ne pode af afee tar a segurança segura nça?? – S Susi usiee per pergunt guntou, ou, perplexa perplexa.. Damon deu de ombros. – São a s peque pequena nass bre brecc has, todos os ganc ganchos hos e m odos de a com panha panharr sua atividade e entrar em seu computador que são colocados ali por empresas de software. São as coisas que os hackers exploram. – E você e ntende do que e stá fa falando, lando, c er erto? to? – Ri Ricc har hardd re resm smungou ungou do outro lado do hall. Nós o ignoram os. No dia ante anterior, rior, soubem os que ele ti tinha nha dado o a quec quecee dor a quer querosene osene a o
grupo do segundo andar em troca do gerador deles, que pusera dentro de seu quarto. Ele foi incisivo ao dizer que os havia orientado para que ventilassem o local, mas não parecia pedir desculpas, como seria o esperado de alguém que talvez talv ez ttiv ivesse esse sido responsável pela m orte de nove pessoas. – Mas e o gover governo? no? Ele nã nãoo de dever veria ia nos prote proteger ger dis disso? so? – La Laure urenn perguntou per guntou.. – O que está está aacont contec ecendo endo agora não é só uum m a cont c ontaa banc bancária ária hac hackkea eada. da.
– Prote P roteger ger o que, eexata xatam m e nte? – R Rory ory pe perguntou. rguntou. – Par P araa com eç eçar ar,, eeletricida letricidade de e á gua. – O governo gove rno nã nãoo com anda m a is essas ccois oisaa s. Não é re responsabil sponsabilidade idade de dele. le. – Não Nã o é ta tare refa fa do exé exérc rcit itoo nos protege proteger? r? – Em teor teoria, ia, sim, o exé exérc rcit itoo de um país deve prote proteger ger seus cida cidadãos dãos e sua indústria de outras nações, estabelecer um limite e proteger o que estiver dentro dele, mas isso não funciona mais. É difícil definir as fronteiras no ciberespaço. – Rory respirou fundo. – Antes, o governo e o exército eram eram responsáveis por proteger rotege r um umaa fábric fá bricaa de ata ataques ques de gover governos nos e strange strangeiros, iros, m as, a gora gora,, estão estã o pedindo à indús indústria tria privada par paraa a ssumir e ssa rree sponsabil sponsabilidade idade no cciber iberee spaç spaço. o. – Ele deu de ombros. – Mas quem vai pagar por isso? E até que ponto uma empresa privada pode se proteger de uma nação hostil? Podemos, como cidadãos,, agir com cidadãos comoo nos nossas sas próp próprias rias força forçass arm adas? E o que ac acont ontec ecee quando as em presas são tão pod poder eros osas as quant quantoo as naç nações? ões? Damon assentiu. – Nós rec re c lam a m os dos c hineses e ira iranianos, nianos, m a s usam os cibe cibera rarm rm as avançadas, como Stuxnet e Flame, neles primeiro. Podemos mesmo ficar tão surpresos porque agora são eles quem as estão usando contra nós? Aquilo pareceu familiar, e me fez pensar em algo. – “ Se você de decidir cidir usar fogo e m bata batalha, lha, c uide par paraa que tudo de que você precisa re cisarr nã nãoo sej a inflam á vel.” – Sun Sun Tz Tzu? u? – R Rory ory per perguntou. guntou. Eu assenti com a cabeça, pensando: Quanto mais as coisas mudam, mais continuam iguais. – Bem Bem,, e ntão – Ro Rory ry riu –, deve devería ríam m os ter sid sidoo m ais c uidadosos, porque so som m os o país ma mais is ci ciberinfl berinflam am ável do m und undo. o. Ninguém a lém dele a chou gr graa ça no com entá entário. rio.
DIA 24: 15 DE JANEIRO
– Você Você tem c om omida? ida? A voz me assustou, e quase larguei a carga de neve que estava puxando para cima. Reconheci a voz. Era Sarah, a esposa de Richard, e eu me virei, mas me assustei assus tei de novo. A voz er eraa de Sara Sarah, h, m mas as o rrost ostoo e o cor corpo... po... À luz fraca da escada, olhos desesperados me encaravam a partir de órbitas fundas. Encurvada, ela ajeitou um cobertor rasgado e manchado ao redor dos ombros. Vi que os cabelos dela estavam empesteados de lêndeas. Ela olhou furtivamente para trás, e então se virou para mim, tentando sorrir com os lábios inchados e rachados. Os dentes estavam amarelos, sujos, e, com a mão esqueléti esqu elética ca,, ela tocou uma lesão aver averm m elhada na lat later eral al do rost rosto. o. S Sua ua pele est estava ava tão fina e re ress ssec ecada ada que eeuu iim m agin aginei ei qu quee ra rasg sgar ariia se eela la se se ccoçasse. oçasse. – Por P or ffaa vor, Micha Michaee l – ela sussurrou. – Hum , cclar laroo – m urm ure urei,i, horr horroriz orizaa do. Am a rr rree i a cor corda da par paraa que a c ar arga ga de neve não caísse. No bolso, eu tinha um pedaço de queijo que estava guardando para ar a Luk Lukee . E Euu o entr entregue egueii a e la, que o eenfiou nfiou na boca boca,, a ssentin ssentindo do ccom om a ca cabeç beçaa em agradecimento. – SARAH! SARAH! El Elaa se retraiu r etraiu com comoo um aani nim m al assu assust stado. ado. R Richard ichard apar aparec eceu eu na porta, e eela la se afast afa stou ou ddele, ele, enc encos ostand tando-se o-se no corrimã corrimãoo da escada. esca da. – Ve nha, Sa ra rah, h, você não e stá bem – Ri Ricc har hardd diss disse, e, estendendo este ndendo a m ã o e m e ignorando. El Elaa levantou levantou um braç braço, o, qque ue estava com hematoma hem atomass e era só pele e osso, osso, ppar araa se defender. – Não Nã o quer quero. o. Richard olhou para ela com os olhos arregalados, e então se virou para mim,
so sorrindo rrindo.. Usava um umaa blu blusa sa quent quentee e apar aparentem entemente ente confortável e ca calças lças da North Face, ac e, e seu ros rosto to cora corado do e barbea barbeado do radi radiava ava saúd saúde. e. – Ela está e stá doente – ele e xpli xplicc ou, dando de om ombros. bros. Ele deu um passo à frente e agarrou o cobertor que a envolvia. Ela choramingou quando ele se abaixou e a pegou no colo. Ele se virou para mim, com a eesp spos osaa nos bbraç raços os..
– Você a cha que poder poderia ia deixa deixarr um pouco de água do nosso lado quando terminar? Obser Obs ervei vei em embasbaca basbacado do qquando uando el elee se aafasto fastou. u. – O que foi isso? – Chuck subi subiaa a e sca scada da leva levando ndo um galã galãoo de quinz quinzee litros litros de diesel diesel com a m ão boa. boa. – Sa Sa rah ra h quer queria ia ccom omida. ida. – Ela e todo m undo. – Chu Chucc k rriu iu bem -hum ora orado. do. Ele balanç bala nçou ou o galã galãoo a o começar a subir o último lance de escada. – Só mais alguns destes e ficaremos sem. – Ela não nã o está be bem m – eu disse, ainda a inda olhando pa para ra a porta aber a berta. ta. – Nenhum Ne nhum de nós está bem – Ch Chuck uck re respondeu, spondeu, subi subindo. ndo. – Você viu o que estão comendo no hall? Alguns dos refugiados tinham começado a pegar ratos no lobby do térreo. Irena havia ensinado a fazer isso, e disse que eles deveriam esmigalhar comprimidos para dormir e outros venenos nos montes de lixo; os ratos eram rápidoss e agre rápido agress ssiv ivos os dem demais ais ppar araa se pega pegarr ccom om as m mãos. ãos. E ssee aass ppesso essoas as estavam comendo os ratos, estavam comendo também os venenos dados aos ratos. Eu havia encontrado uma grande pilha de ossos de ratos em um canto de um dos apartam apar tamento entoss us usados ados com comoo latri latrina. na. Ouvi m ais um umaa porta se fec fechar: har: a do apartam apartamento ento de R Riichar chard. d. – Você Você foi aaoo apa aparta rtam m e nto deles ult ultim imam am e nte? – eu pe perguntei rguntei a Chu Chucc k. Ele parou, par ou, po pousando usando o ggalão alão no cchão. hão. – Você Você,, com ce certe rtezza , não pa pare rece ce nada bem . Eu não estava estava me sentindo bem, mas ninguém estava. O mundo começou a girar, e segurei o corrimão com força para me equilibrar. – Ei, você e stá bem ? Respirando fundo, eu assenti. – Só pre precc iso leva levarr e ssa neve par paraa c im imaa e c olocá-la olocá -la em balde baldess pa para ra que sej a
derretida, e então vou me deitar. Chuck me observou. – Por P or que não se deita e proc procura ura a lgo para c om omer er?? Naquela a quela m a nhã, nós ha havíam víam os eem m pana panado do um pouco do fr fraa ngo. P ensa ensarr niss nissoo me fez salivar a ponto de eu sentir dor. Tentamos esconder o que estávamos fa fazzendo, coz cozin inhando hando em um pequeno ffogão ogão a but butano ano no ca cant ntoo do quarto de Ch Chuc uc
e Susie, mas eu tinha certeza de que o cheiro havia se espalhado pelas paredes. Pr Provavel ovavelm m ente foi o qu quee fez S Sar arah ah sair de seu eescon sconderij derijo. o. – Fala alando ndo sér sério, io, por que você não vai pe pegar gar a lgo para pa ra com e r? D Dee ixa que e u termino isto – Chuck disse. Ele pousou o galão de combustível no chão e olhou, por cima do corrimão, para ar a m e u balde de neve neve.. Da Dam m on e eu e stá stá vam os tentando pega pegarr o m áxim áximoo de neve que conseguíamos. Precisávamos de mais água. Quando saí de nosso apartamento naquela manhã, quase vomitei ao sentir o fedor. Se eu achava que já estava acostumado, que não tinha como piorar, eu estava errado. Duas das pessoas que dormiam no hall tinham defecado nas calças, embaixo dos cobertores, e estavam em péssimas condições. Pam havia dito que era por conta da desidratação, e eu torcia para que não fosse nada além disso. Ela havia tentado limpá-los, mas foi uma tarefa impossível. Nós havíamos cham ado ttodo odoss qu quee eest stavam avam disp disponí oníveis veis para aj udar a bus busca carr m ais águ água. a. Uma onda de náusea sobrepujou a fome que fazia meu estômago arder. Eu me preparei e esperei que ela passasse. – Você Você a inda eest stáá pensa pensando ndo em ir aatrá tráss de Paul? P aul? – per perguntei. guntei. Chuck assentiu. – Mas deixe que Tony e e u c uidam uidamos os dis disso. so. Rea Reaver ver o laptop é a lgo que devemos a todos. Ele estava falando muito sobre o laptop, sobre como era importante ter todos os registros e documentos dos acontecimentos guardados ali. Mas nós sabíamos que era uma questão pessoal, que Chuck tinha sede de vingança. Com o colapso da autoridade do governo, a responsabilidade pela justiça havia passado para os grupos tribais que espontaneamente criamos. Controlar os esquentadinhos de nosso grupo exigia poder e autoridade, mas e se essa autoridade foss f ossee o esquentadinho esquentadinho?? A única coisa que tínhamos em abundância era tempo para pensar, e saber
que Paul estava solto por aí não saía da cabeça de Chuck, como uma fome que substituía a outra. Eu não conseguia mais reunir energia para discutir com ele. Precisávamos nos concentrar em sobreviver, não em buscas infrutíferas, mas acabei não dizendo nada. – Vou m e deitar um pouco. – Sorr orrindo indo par paraa Ch Chuc uckk, eu m e vire vireii par paraa volt voltar ar para ar a o nosso apa aparta rtam m e nto.
– E não – Chu Chucc k diss dissee –, e u não estive no apa aparta rtam m ento de Richa Richard. rd. Ele diss dissee que, por por term os ergui erguido do a barr barricada, icada, eelle nã nãoo vai pper erm m itir itir a eent ntrada rada de Su Susi siee ne nem m de ninguém na casa dele. Assenti com a cabeça sem me virar, respirei fundo e fui para o hall. O rádio estava ligado com o volume baixo. “ ... segundo relatos, pelo menos uma dezena de pessoas se afogou enquanto os rupos de resgate fazem o melhor que podem para salvar...” Que piada – fazem o melhor que podem para nos salvar. A quarentena que de deveria veria ter durado um ou do dois is dias dias j á estava no quarto quarto,, e as pessoas essoa s tentava tentavam m esc escaa par da c idade pelos rios. Um a am pla ca cam m ada de gelo circundava a ilha de Manhattan, impossibilitando a passagem de barcos, então as pessoas essoa s esta estavam vam ca cam m inhando e m cim a das banquisas, e m purr purraa ndo e ar arra rastando stando o que conseguissem fazer flutuar. Muitas estavam caindo em buracos no meio do gelo e emborcavam nas águas congelantes. O desespero delas mostrava como a situação havia se tornado insustentável. Com os grandes centros de emergência fechados, a população sem-teto nas ruas havia aumentado. Alguns novos centros tinham sido abertos, mas era tarde demais. Mais prédios tinham se incendiado, e sem aquecimento, água e alim ali m ento entos, s, a brig brigaa pelo peloss m manti antim m ento entoss llança ançados dos pela forç forçaa aé aére reaa eera ra int intensa. Nós não íam ía m os par paraa a rua de j e it itoo nenhum . Dezenas De zenas de milhar milhares es de mortos mortos.. As emissoras de rádio não estavam dizendo nada, mas eram esses os números mencionados nas mensagens da rede de comunica comuni cação. ção. Um Umaa epi epidem demiia m ort ortal al se espal espalhava. hava. Quando voltei para o apartamento de Chuck, encontrei Lauren ajudando a prepar re paraa r o chá do m eioeio-dia dia par paraa todos todos.. Ela olhou par paraa m im im,, e seu sorr sorriso iso desapareceu. – Meu Deus, De us, Mi Mikke , você e stá bem ? Assenti Ass enti.. M Min inhas has pernas est estavam avam fra fraca cass e qu quase ase ccediam ediam com m eu peso.
– Estou be bem m. S Sóó vou m mee de deit itaa r um pouco. Meu telefone bipou no bolso, e o peguei. Era uma mensagem do sargento William Will iams. s. ““ Enc Encontr ontrei ei um m modo odo de tirar sua ffamíli amíliaa da il ilha, ha, mas prec preciso iso ir at atéé aí.” Eu tiv tivee di dificul ficuldades dades para ler o que estava na tel tela, a, m as m e re recost costei ei no batent batentee para ar a rree sponder sponder,, pedindo a eele le que nos vi visit sitaa sse.
Um modo de sair daqui! daqui! Eu quis contar a Lauren e dei um passo à frente. Quando dei por mim, meu rosto estava batendo no chão. Ouvi Susie e Lauren gritando. Meu m undo foi engol engolid idoo pelas tre trevas. vas.
DIA 25: 16 DE JANEIRO
O bebê gritava gritava eem m m eus braços de no novo. vo. Com as mãos sujas, tentei limpá-lo, passando a mão sem parar. Eu estava vagando por uma floresta, pisando em um carpete de folhas amarelas entre os caules brancos de bétulas. O bebê estava molhado, eu estava molhado, e estava frio. Onde está todo mundo? Eu entrei entrei em um vil vilare arejj o de ca casebres sebres ddee palha e ruas enl enlam am eadas. A fuma fumaça ça su subi biaa das foguei fogueira ras, s, e ccrianças rianças apa apare reciam ciam com os rost rostos os suj suj os de terra terra,, parec pareciam iam animaiz anim aizin inhos hos curios curiosos. os. O próxi próxim m o vil vilar arej ej o estava m uito uito llonge. onge. Será que eu deveria parar ? Eu precisava continuar andando. E então, eu estava voando, deixando o vilarejo para trás. Abaixo de mim, as copas das bétulas bétulas bbalança alançavam vam ao vento, e as úl últi tim m as folh folhas as se m anti antinham nham firm firmes es nos galhos mais altos. O bebê desapareceu, ficou no vilarejo. Umaa cciidade aparec Um apareceu eu à m inh nhaa fr frent ente, e, um ccast astelo elo de pedra cer cercado cado po porr ca casas sas de pedra, agigantando-se sobre as florestas contra um fundo de montanhas cobertas por neve. Com mais dois passos amplos, voei pelo céu, pousando em pedra edr a s m olhada olhadass em um be beco. co. Um hom homee m dist distra raído ído passou por m im im,, puxando um cavalo preso a uma carroça, e ou não me viu ou não se importava com minha presença. A carroça estava cheia de cadáveres empilhados como palitos de fósforo, f ósforo, e os grit gritos os ssil ilenc encio iosos sos dos am amaldiçoados aldiçoados ressoava ressoavam m pelas rua ruass vaz vazias. ias. Tudo na vida deles depende de mim, e ainda assim, eles não se importam. A so sociedade ciedade havia ruíd ruído, o, ma mais is uma Idade das Tre Trevas vas começ com eçara ara.. Seguindo rua acima, subi por degraus de pedra na lateral do castelo. Gaivotas
guinchavam ao longe quando o sol começou a se pôr, e eu ouvia homens na floresta, lenhadores, golpeando as árvores. Uma a uma, as árvores caíam, e a queda reverber re verberava ava pelo peloss m muros uros ddos os castel castelos os.. Chegando ao topo da escada, abri uma porta de madeira e entrei. Estava quente; eu senti o calor. Uma televisão estava ligada em uma sala vazia. “ As “ As últimas previsões do tempo erraram novamente, ou pelo menos não conseguiram
dar resultados concretos”, concretos”, dizia o âncora do telejornal. “ Parec “ Parecee que seremos sere mos afetados pelas emissões lançadas há vinte anos, e os cientistas agora preveem um aumento na temperatura mundial de cinco a sete graus no fim do século. O Ártico está sem gelo pela primeira vez em um milhão de anos. Ninguém sabe o que acontecerá...” Toc! Eu sabia o que aconteceria. Éramos uma nação de aproveitadores, 98% de nós não produzíamos alimentos e dependíamos dos 2% que produziam qualquer coisa comestível. Havia chegado o momento de os 98% pagarem sua parte, e isso seria feito com sangue. Squawk! Eu estava do lado de fora de novo, entre os lenhadores. Onde antes ficava a floresta, agora havia uma paisagem sem fim de tocos, e suas sombras se estendiam na terra ao pôr-do-sol. Apenas uma árvore restava, e um dos homens cortava seu tronco, rindo. Squawk! – Entre. Entre . Squawk! Abrindo os olhos, vi Chuck passar pela porta. A porta do nosso quart quarto. o. Laurenn est Laure estava ava sent sentada ada à m inha inha fr frente, ente, com os oolh lhos os tom tom ados ddee pre preocupaçã ocupaçãoo e medo. Quando abri os meus, ela colocou uma mão sobre seus próprios lábios e lágrimas desceram por seu rosto. No fundo da mente, eu ainda ouvia o som do m achado, uum m m etrô etrôno nom m o des desaparec aparecendo endo.. – Você Você nos assust assustou, ou, am igo – C Chuck huck diss dissee . Ele eestava stava se sentado ntado na ca cam m a ao a o lado de Lauren. – Beba um pouco de água – La Laure urenn suss sussurr urrou. ou. Minha boca estava muito seca, e eu tossi. Estou tossi. Estou muito muito ffraco raco..
Gemendo, eu me apoiei em um cotovelo. Segurando minha cabeça, Lauren levou um copo a meus lábios. A maior parte da água vazou pelas laterais, molhando meu rosto, mas consegui beber um pouco, e senti que ela desgrudava m in inha ha lí língu nguaa e lavava m inha inha gar gargant ganta. a. Eu m mee sentei, ppeguei eguei o copo ddaa m ão dela e bebi mais m ais.. – Viu? Viu? – C Chuck huck dis disse. se. – Eu disse que ele esta estava va m e lhora lhorando. ndo.
– Que Querr com er alguma algum a c ois oisaa ? – La Laure urenn per perguntou guntou.. – Ac Acha ha que c onsegue comer? Eu pensei pensei na ffrase. rase. Conseguiria comer? Queria comer? – Não N ão sei – re respondi spondi.. Eu esta estava va nu sob os le lençóis nçóis e enc enchar harca cado do de suor suor.. Olhe Olheii pcomeçavam ar a ba ara baixo ixo ae aparecer. m al re reconhe conheci m eu tentar. cor corpo. po. Eu e stava m a gér gérrim rimo. o. Os ossos – Masci vamos – Você poder poderia ia pega pegarr um pouco do ar arroz roz c om fr frango? ango? – La Laure urenn pediu a Chuck. Ele assentiu. – Vam Vam os dar um j eito em você a gora m e sm smo. o. – Você Vocêss tiv tivee ra ram m notíc notíc ias do... – com ec ecei ei a diz dizee r, m a s toss tossii ante antess de conse conseguir guir terminar. Chuck parou à porta. – De quem ? – William William s. Do sar sargento gento W Wil illi liam am s. Ele balançou a cabeça, negando. – Por P or que que,, deve devería ríam m os ttee r rree ce cebido? bido? Eu queria queria eexpl xplicar, icar, m as estava m mui uito to fra fraco. co. – Shh Shh – Laur Lauren en m urm urou. – De Desca scanse, nse, que querido. rido. De Desca scanse nse por enqua enquanto. nto. – Ele vai va i vi virr pa para ra nos tira tirarr da il ilha. ha. Fechando os olhos, ouvi Chuck dizer: – Vou ficar de olho. Você deve descansar. E então, os sonhos começaram outra vez, de saltos e voos sobre florestas enquantoo o mundo morria aabaix enquant baixoo de m mim. im.
DIA 26: 17 DE JANEIRO
Ouvi gritos. Estou sonhando? sonhando? Conforme Conforme tentei acordar, o teto de nosso quarto entrou em são? Estava escuro. De foco, e pisquei, ouvindo o silêncio. Que horas são? escuro. Devv e ter sido um sonho. sonho. – FOI FOI ELE! Lukee ccome Luk omeçou çou a chora chorarr no berço ao m eu lado lado.. Não foi um sonho sonho.. Por puro reflexo, estendi o braço, procurando Lauren, mas ela não est estava ava ali ali.. – Se Se ntente-se, se, aaca calm lmee -se – ouvi a lguém diz dizee r no ha hall ll.. É a Lauren. Lauren. Maiss vo Mai vozzes abafa abafadas das e então então,, com clarez clareza: a: – Dê-m e a arm a. É o Chuc Chuc k . Eu me sentei, mas me senti tonto e precisei deitar de novo. Rolando na direção de Luke, falei com ele, dizendo que tudo estava bem, mas não o toquei. Eu não sabia ao certo o que havia de errado comigo, mas também não tinha certeza de que estava tudo bem. Reunindo todas as minhas forças, me sentei lent entam am ent entee com as ppernas ernas ppara ara fora da cam a. Meu smartphone estava ligado na tomada ao lado da cama. Eu o peguei. 20:13. Nenhuma Nenhuma me mensag nsagem em.. A gritaria havia parado, substituída por alguém soluçando de tanto chorar. Lá fora estava escuro, mas eu conseguia ver minúsculos flocos cristalinos passando pela j a nela sob a luz fr fraa ca da lum luminár inária. ia. Nosso quar quarto to estava tom tomaa do por ccaa ixas e montes de roupas largadas, além de lençóis e cobertores. Ouvi o ronronar do gerador gera dor ao fundo.
Eu me inclinei para a frente e encontrei minha calça jeans. Estava imunda, mas a vesti mesmo assim, procurando as meias mais limpas para calçar. Peguei uma blusa de lã, fiquei de pé e me firmei, testando o equilíbrio, e então saí para ir à sala sa la principal, qque ue eest stava ava vazi vazia, a, e espiei no hhall. all. Chuck, Susie e Lauren rodeavam Sarah, que estava no sofá à frente do nosso apartam apar tamento ento.. El Eles es ol olhara haram m para m im surpresos quand quandoo abri a port porta. a. – O que foi? – ofe ofeguei. guei. – V Você ocêss estava estavam m e sper speraa ndo o Luk Lukee ? O que ac acontec onteceu? eu?
Chuck se leva levant ntou ou de onde eest stava ava.. S Segura egurava va um a pist pistol olaa gra grande. nde. – Vam os deixá deixá-la -lass soz sozinhas inhas por um m inut inutoo – e le diss dissee par paraa m im im,, abrindo abr indo a porta na qual eeuu m mee rree c ost ostaa va. O Olhou lhou para as nossas eesposas. sposas. Ellarose estava nos braços de Susie. Os olhos dela estavam inchados e vermelhos, e encrustados com pus, e a pele estava enrugada, descascada, fina como papel. Permanecia calada, mas parecia assustada, e parecia minúscula, encolhida. – O que está a conte contece cendo? ndo? – per perguntei guntei de novo ao passa passarr pela porta par paraa dentro dent ro do apartam ento ma mais is uma vez vez.. – El Ellarose larose está bem bem?? Chuck parecia ter envelhecido dez anos na última semana. – Pam P am dis disse se que e la eest stáá bem , m maa s per perdendo dendo m uit uitoo peso, e nã nãoo quer com er. – Onde e stão Da Dam m on e T Tony ony ? – Na c asa do R Richa ichard... rd... ou o que c ost ostum umaa va se serr a c asa do R Richa ichard. rd. – Como assim assim?? – Eu o segui a té o ba balcã lcãoo da c oz ozinha, inha, onde e le e nche ncheuu um umaa chaleira com c om água e li ligou gou a ccham hamaa do fogão port portáti átill. – Qua Quase se sem butano – e le m urm urou. Olhou par paraa m im im.. – A S Saa ra rahh m atou o Richard. – O quê? – Min Minha ha m ente teve dificuldade par paraa processa proc essarr aquela aque la inform a çã ção. o. – Com Como? o? – Com Com ist isto. o. – Ele ccolocou olocou a aarm rm a sobr sobree o ba balcã lcão. o. Nã Nãoo er eraa um a das nossas. – Ela diz que ele roubou o laptop, não P a ul, e e ra ele quem os e sta sta va ajudando. Eu me sentei em um dos bancos da cozinha, ainda tonto. – Então, o Richa Richard rd eestá stá m morto? orto? Chuck assentiu. – E e ra e le quem e stava c onver onversando sando c om o P aul? Foi e le quem aj udou a organizar organiz ar os ataques a nós nós?? Ele ass a ssentiu entiu de novo. Eu nun nunca ca ac acre redi ditei tei qu quee alguém de nosso ppré rédio dio esti estivesse vesse
aj udand udandoo Pa Paul ul.. P Par arec ecia ia m melho elhorr que aqui aquilo lo con conti tinuas nuasse se sendo fruto ddaa paranoi para noiaa de Chuck. – Por P or quê quê?? – Nã Nãoo está cla claro ro ainda ainda,, m as par parec ecee que ele esta estava va deixa deixando ndo a s pessoa pessoass do lado dele com fome, inclusive a esposa. Guardava tudo para si. Sarah disse que
ele estava envolvido em um esquema de roubo de identidade com Paul e Stan, e que as coisas saíram do controle. Suspirei e me encostei no balcão, esfregando os olhos. Sentia uma dor de cabeça muito forte. – É bom ver você de pé, a m igo – C Chuck huck a j usto ustouu a chaleira cha leira c om a m ão boa. – Você ficou fora de combate por mais de dois dias. Tossindo, olhei para ele. – Com Com o você vocêss estão se vira virando? ndo? – Da Dam m on tam bém e steve doente doente.. La Laure urenn e Susi usiee têm a ssumido a s ta tare refa fas, s, e Tony saiu e buscou mais comida ontem à noite. Mas o hall está ficando muito pior, e a c idade idade... ... – Ele não ter term m inou, a pena penass obser observou vou a á gua da cha chaleira leira começar começ ar a ferver ferver.. Ficando muito pior? pior? – Seu am a m igo Will William iam s aapar parec ecee u. – Ele e sfr sfree gou os olhos e a pontou um umaa pil pilha ha de objetos de plástico amarelo no sofá. – Ali está nossa passagem. Estreitando os olhos, observei com mais atenção. – Traj Tra j es de prote proteçã ção? o? – Isso. – Ele coloc colocou ou um sac sacoo de c há na cha chaleira leira e desligou o butano. – Ele di diss ssee que, se consegui conseguirm rm os ddesce escerr a ca cam m in inhon honete, ete, eele le pod podee colo coloca carr noss nossos os nnom omes es na lista de operários de emergência e nos levar à barricada na ponte George Washington. Todo mundo que entra e sai usa macacões de proteção, então, se us usar arm m os est estes, es, estarem os nnaa list listaa e sairem sairemos os.. Faz sentido, de desde sde que e le cconsi onsiga ga nos colocar na li list sta, a, mas... – E as a s cr crianç iançaa s? – Te Te rem re m os que eescondê scondê-la -las. s. – Escondê-la Escondê -las? s? Ele assentiu. – La Laure urenn é tot totaa lm lmee nte contr contra. a. Ela ac acha ha que é ar arrisca riscado do dem ais. Eu
compree com preendo ndo.. – El Elee olho olhouu para o tteto. eto. – No rá rádi dio, o, di diss sser eram am que a ener energi giaa e a água á gua volttaram vol ar am a aalg lgum umas as ár área eass de Manh Manhatt attan, an, m mas as nos nossas sas ttorneiras orneiras não ttêm êm nada. Eu não confiava no rádio. – E a rede re de de c om omunica unicaçç ão? – Aos poucos, ela está m orr orrendo. endo. As pessoa pessoass não c onsegue onseguem m m a is ccar arre regar gar seus telefones. Alguns dizem que a água está voltando, mas talvez seja história.
Talvez eles queiram nos manter aqui. – O que você a cha cha?? – Acho Ac ho que de devem vem os sair da daqui. qui. B Basta astam m a lguma lgumass hora horass de viage viagem m e podem os chegar à m inha inha ca casa sa nas m mont ontanhas anhas so sobre bre o par parque que S Shenandoah. henandoah. – Ta Ta m bém a cho. – Você Você vai pr prec ecisar isar ffaa lar c om a L Laa ure uren. n. Assentindo, eu apoiei a cabeça no balcão. Ele pegou a chaleira e me serviu uma xícara. Eu olhei para a mão quebrada dele. Estava Estava péss péssiim a. – Você Você nos assustou de ve verda rdade. de. – Ele m e deu um tapa nas ccostas ostas ccom om a m ã o boa. – Por P or que não se deita de novo? Levantando a ccabeç abeça, a, pedi: – Pode pedir à Laure Laurenn para ffalar alar ccomigo omigo qquando uando,, bem , você sabe sabe.. Os soluços no hall ficaram mais altos. – Tivem T ivemos os que af afaa star dois grupos de re refugia fugiados dos ontem sob a m ira de a rm a s – Chuc Chuc k diss dissee , leva levantando-se ntando-se par paraa leva levarr o chá à s m ulher ulheres. es. – Conve Converse rse com a Lauren. Preci Prec isamos iirr eem m bo bora. ra. – Pode P ode de deixar ixar.. – E desca de scanse nse m ais. – Pode P ode de deixar ixar.. – Fico Fico ffee li lizz por ve verr que você está se se senti ntindo ndo m mee lhor lhor.. – Som Somos os doi dois. s.
DIA 27: 18 DE JANEIRO
– O que a conte contece ceu, u, quer querida? ida? Lauren estava encolhida posição fetal cadeira perto da ecama. manhã, e o céu nublado lá foraemenchia a sala comnauma luz monótona fraca.Era Eu estava me sentindo melhor naquele dia, mas, quando acordei, percebi que ela estava chorando. Luke ainda dormia. Ela não respondeu. – Está brava bra va ccom omigo? igo? Na noit noitee a nter nterior, ior, nós ha havíam víam os briga brigado. do. Ela se re recusa cusara ra a pensar pensa r e m sair da cidade,, di cidade dizzendo que a eletricidade log logoo vol voltaria, taria, que a água estava vol voltando, tando, e que era perigo perigoso so dem demais ais iirr eem m bora. De j eit eitoo nenhu nenhum m ela enfiaria e nfiaria Luk Lukee de dent ntro ro de um umaa bolsa olsa par paraa e scondê scondê-lo -lo e nquanto passá passássem ssem os pela bar barric ricaa da na ponte Ge George orge Washington. Elaa est El estava ava com m edo, e eu também . – O que a conte contece ceu? u? É por ccaa usa do Ri Ricc har hard? d? Por mais chato que ele fosse, ele tinha sido amigo de Lauren. Eu não fazia id ideia eia do que eela la eest stava ava senti sentindo. ndo. El Elaa balançou a ccabeç abeça, a, nega negando ndo.. R Respi espira rando ndo fun fundo, do, el elaa engol engoliu iu em seco. – Eu fui leva levarr um pouco de á gua a ele eles. s. P a m e Rory... – Foi só o que e la consegui cons eguiuu di dizzer antes de com eç eçar ar a chorar out outra ra vez. vez. – Acontec Ac onteceu eu aalgum lgumaa ccois oisaa com e les? Ela balançou a cabeça para negar, mas deu de ombros ao mesmo tempo. Alguma coisa a havia assustado. Como um soldado exaurido pela batalha, descobri que o desconhecido não me assustava mais da mesma maneira de antes, então decidi ver se conseguia descobrir o que a havia abalado. Vesti algumas roupas e fui para a sala principal. Tony e Damon estavam no
sofá, e ambos dormiam com o zunido constante do gerador ao fundo. Tony abriu os olhos, mas sussurrei que estava tudo bem. Peguei uma lanterna de cabeça e, depois de hesitar por um segundo, também levei a arma de Tony. Ele abriu os ol olhos hos de novo novo,, e m ais uum m a vez murm urei para que ele não se preoc preocupass upasse. e. Sempre deixávamos uma luz noturna fraca acesa no hall, e mantive minha lanterna desligada ao passar pelos corpos inertes e pelos cobertores. O hall
cheirava como um esgoto a céu aberto. Como não ligávamos mais os aquecedores a querosene à noite, estava tão frio, que eu conseguia ver minha respiração. Ao passar pelas estantes no meio do hall, algo embaixo do rádio me fez uma de eu sempre ao escritório lembrar pessoal. essoa l. A Apesa pesarcaixa r do fe fedor, dor,donuts e u m eque pe peguei guei pensa pensando ndolevava eem m donuts che cheios ios depara c re rem mmeu ee cobertos com chocolate, e xícaras de café bem quente. Pelo Pe lo menos, me nos, e st stou ou sentindo fome de novo novo.. Eu sentia aquela dor familiar no estômago. E estômago. E estou e stou muito ssede edento. nto. O fundo de de m inha inha gar gargant gantaa eest stava ava resseca ressecado, do, e, passando assa ndo a língua pe pelos los lláá bios bios,, pude se senti ntirr aass bolhas. bolhas. Chegando ao apartamento de Rory, acendi minha lanterna, respirei fundo e entrei, empurrando a porta com força para afastar qualquer lixo que estivesse acumulado atráso dela. Ali dentro, cheiro era diferente, não tão forte quanto o do hall. Ainda era um cheiro ddee excrem ent entos os,, m mas as ttam am bém um po pouco uco m metál etáliico. Eu me lem brei ddos os di dias as que passei, passei, na aadol dolescê escência, ncia, aj udand udandoo m meu eu ti tioo a ccons onser ertar tar o enc encanam anam ento nnoo bairro, air ro, e pense penseii que que,, talvez, Rory e P a m ti tivesse vessem m tentado pega pegarr água água.. O c heiro heir o também me fez pensar em outra coisa. Eu havia encontrado uma sujeira fedorenta em um dos apartamentos de latrina nos andares inferiores, um pouco até nas paredes, e o fedor ali deixara o mesmo ressaibo metálico no fundo da garganta. Será que eles e les sof sofreram reram um acidente? O apartamento deles era um estúdio. Duas pessoas, vizinhos do quarto andar, estavam se abrigando ali e deviam estar sob os montes de cobertores que vi no sofá. A cama de Rory e Pam ficava em uma plataforma elevada no lado mais distante do apartamento. Também estava cheia de cobertores, e dava para ver as cabeça ca beçass del deles es para fora fora.. El Eles es estavam imundo imundos, s, o rost rostoo m mancha anchado do ddee pre preto to..
Cutuquei Rory. – Você Vocêss estão be bem m? Ele estreitou os olhos sob a luz de minha lanterna de cabeça. – Mik Mike , é voc você? ê? – Sim Sim.. Você Vocêss estão be bem m? Olhando com mais atenção, vi que as manchas no rosto deles não eram pretas, re tas, aafina final.l. El Elee eestava stava ccober oberto to por algo ver verm m e lho...
– Vá e m bora bora.. – Ele ccolocou olocou a m ão sobr sobree a m inha lante lanterna rna e m e em purr purrou. ou. A camisa dele também estava manchada, e não era de um vermelho fraco. Era verm ve rm elho elho-sangu -sangue. e. Afa Afast stei ei os cobertores. R Rory ory est estava ava deit deitado ado atrás de P Pam am , e os dois estavam todos sujos de sangue, inclusive no rosto. –– Você V s se m ac achuca ram m ? Ovol que a conte contece u? os dois. – P or favor. Váocês em bora – hucara ele re repetiu, petiu, voltando tando a c ceu? obrir f avor. Pisei em algo que fez um barulho sob meus pés. Olhei para baixo, e vi uma bolsa olsa de plásti plásticc o grosso che cheia ia de um lí líquido quido pre preto. to. Nã Nãoo é preto... é v e rme rmelho lho.. Havia dezenas de bolsas espalhadas pelo chão ao redor da cama. Onde eu já tinha visto aquelas bolsas antes? No banco banco de sangue da Cr Cruz uz V Vee rme rmelha, lha, on onde de P Pam am trabal trabalhava. hava. El Eles es estavam bebendo ssangue angue huma humano. no. Nausea a useado, do, eu m e a fa fastei. stei. O sofá e stava tom tomaa do por bols bolsaa s com o aque aquelas, las, e, na parede mais distante, vi dezenas de outras empilhadas, cheias e inchadas como sanguessugas. Apesar de minha repulsa, uma parte de mim se sentiu atraída a elas. Talvez não para beber, mas poderíamos cozinhar, talvez fazer salsichas de sangue. O angue tem bastante ferro e proteína, não tem? tem? Luke não saberia o que era, e Lauren precisava de ferro. Meu estômago roncou, mas então estremeci. Eu estremeci. Eu doei angue no dia em que toda aquela confusão começou. começou. Eu imaginei Pam bebendo meu sangue, seu rosto pálido, com as presas para fora, os olhos felinos me observando... – Pre P recc isam isamos os sair – aalguém lguém sibi sibilou lou atrá atráss de m im im.. – P Pre recc isam isamos os sair logo. Eu me vi vire reii, m meio eio esp esper erando ando ver um umaa ccriatu riatura ra da noite, noite, ma mass a lu luzz da lant lanter erna na revelou o rosto de Chuck. – Eles estão e stão be bebendo bendo sa sangue ngue – sussurre sussurrei.i. – Eu sei.
– Você Você sabe sabe?? – Nã N ã o é um umaa ideia tot totaa lm lmee nte ruim ruim,, m a s te tenho nho te tentado ntado guar guardar dar segr segree do pa para ra não assustar as pessoas. O sangue se conserva por quarenta dias no frio, e tem fe feit itoo mui m uito to frio aaqui qui.. Como ele sabe dessas coisas? A coisas? A sensação de irrealidade ficou mais forte, e tive ive a sens sensaç ação ão de que per perdi diaa a consci consciência. ência.
– Mike Mike – Chuck diss dissee . – Ac Acorde orde e m e ouça ouça.. V Voc ocêê está for foraa de com bate há um tem po, e aass coi coisas sas ppio iora raram ram muito muito.. Pioraram Piorar am muito. muito. Pelo jeito como ele dizia... – O que você não m e ccontou? ontou? – Você Você pre precc isa cconvenc onvencee r a La Laure urenn a ir irm m os em bora bora.. Agora. Fiq iquei uei olh olhando ando par paraa ele. – O que mais mais?? Chucc k respi Chu re spirou rou fundo. f undo. – Sa Sa be aaquela quelass nove pe pessoas ssoas m morta ortass no segundo anda andar? r? – O que tem e las? – Agora só ttee m c inco ccorpos. orpos. Não ã o pr prec ecisei isei pe perguntar rguntar o que havia a conte contecido cido ccom om e las. O Oss ccorpos orpos hum a nos eram a última fonte de calorias restante em Nova York. Encostei na parede, empalidecendo, com os dedos formigando. Irena havia mencionado isso quando conversamos sobre Leningrado, de grupos de carniceiros atacando e comendo pessoas. essoa s. – E o Ric Ric har hardd desa desapar parec ecee u – C Chuck huck suss sussurr urrou ou –, ou, pelo m menos, enos, pa parte rtess dele. Partes dele. dele . Tremi horrorizado. – Você Você sabe quem ? Ele negou balançando a cabeça. – Que Quem m pa pare recc e m a is saudá saudável? vel? Ta lvez a s pessoa pessoass a qui, talvez a s pessoa pessoass lá fora. Esse seria o meu palpite. – Soltando o ar, ele acrescentou em voz baixa: – Ou minha minha eesp spera erança. nça. – Não Nã o conte a L Laa ure uren. n. Ela provavelmente provave lmente já sa sabe. be. – Então, convenç c onvençaa-aa a ir em bora bora.. O sangue voltava a meu rosto, que ardia. Eu ainda não estava me sentindo
bem . Chuck ol olhou hou bem em m eus olho olhos. s. – Vam Vam os em bora a m anhã ce cedo. do.
DIA 28: 19 DE JANEIRO
– Te Te m c er ertez tezaa de que quer fa fazze r isso? Damon assentiu. Por cima da estrutura do estacionamento, parecia bem mais longe do que olhando do chão. Chuck teria se virado melhor lá em cima do que eu, mas ele ainda ain da não po podi diaa usar um umaa das m ãos ãos.. Dam Damon on e eu dem oram oramos os m eia hora só ppara ara tirar a neve e o gel geloo da ca cam m in inhon honete. ete. Tony tinha acabado de voltar ao chão depois de subir na plataforma do outdoor , arrastando o cabo do guincho. Ele era o único forte o bastante para puxá-lo uxá- lo – o ca cabo bo de 24 m etr etros os pesava pesa va m a is de 50 quilos. Prendemos o cabo perto da parede para minimizar a força que tentaria arrancar o outdoor do prédio. A parede ficava a noventa graus da plataforma do estac est acio ionam namento ento,, e o outdoor se projetava a partir dele, portanto balançaríamos o cabo em um espaço aberto. Quando chegou lá embaixo, Tony fez sinal de positi ositivo vo com a m ã o, re retribuí tribuí o si sinal nal e a ssenti ppaa ra Dam Da m on. Colocando a caminhonete em ponto morto, Damon acionou o guincho. O veículoo foi para a ffre veícul rent nte. e. – De Devaga vagar! r! – gritei quando e le puxou o fr freio eio de m ão e desligou o guincho. – Por que você nã nãoo pu puxa xa o fr freio eio de m mão ão e deix deixaa o guin guincho cho fa fazzer o tra trabalh balho? o? – Boa ideia – Da Dam m on re respondeu. spondeu. Ele esta estava va usando um ca capac pacee te de m oto que havíamos encontrado na garagem. Junto com um cachecol comprido enrolado no pescoço pescoço e j ogado ppara ara trá rás, s, el elee eest stava ava hilário hilário.. – V Vou ou em empurrá-la purrá-la pa para ra a frente. f rente. Na teor teoria, ia, a quil quiloo par paree c er eraa a rr rrisca iscado, do, m a s possí possíve vel,l, poré porém m na prá práti tica ca... ... guinchar uma caminhonete de três toneladas e meia de um guindaste de ponte quinze metros acima do solo era ridículo. Depois de subir e ter uma noção da
enormidade da tarefa, eu disse a Chuck que era maluquice, insistindo que deveríamos desistir. Mas não havia volta, não mais. Damon ligou o guincho de novo e logo em seguida desligou, olhando para m im par paraa ter ccer ertez tezaa de que est e stava ava tud tudoo cer certo to.. – Fa lt ltam am cerc ce rcaa de trint trintaa c entím entímee tros par paraa que os pneus da fr free nte passe passem m ! – gritei.
Ele ass a ssentiu entiu,, aacionando cionando o botão de novo. O dia ant a nter erio iorr tin tinha ha sido cheio. Nós hhavíam avíam os consegui conseguido do água suficiente pa para ra nos lavarmos e barbearmos. Lauren havia cortado os cabelos de todos, e Susie e Chuck vasculharam os apartamentos à procura de roupas limpas. Tínhamos que pquando ar ecee r chegássemos arec tra trabalha balhadore doress àbem a ssea sseados, dos, não para m ora oradore s em ondiçõe ondições s pre precá cária rias barricada militar, odores caso de celes decidirem noss revistar. Tony saiu à noite para reaver todos os mantimentos que conseguisse. Ele os havia deixado ali perto da caminhonete, escondidos na neve. Carregar alimentos pelas ela s rua ruass ter teria ia aum enta entado do a cha chance nce de ser serm m os a tac tacados ados no ca cam m inho de volta volta . Carr arregar egar o resto de di diesel esel jjáá ser seria ia bem perigo perigoso so.. Com um baque, os pn pneus eus di diantei anteiros ros da ccam am inhon inhonete ete pa pass ssar aram am pela eest strut rutura. ura. O veículo tom tombou bou al algun gunss ce cent ntíme ímetro tross para a fre frent nte, e, e então parou. Dam on ol olhou hou para ar a m im e sorr sorriu. iu. – Você e stá bem ? – pe perguntei, rguntei, bala balança nçando ndo a ca cabeç beçaa . Meu c ora oraçç ão e sta sta va acelerado. Damon estava incrivelmente calmo. – Per P erfe feit itoo – ele re respondeu. spondeu. Ele sorria, mas a mão no botão do guincho tremia. Ele o acionou e desligou de novo, novo, movi movim m entand entandoo a ccam am in inhon honete ete m ais al algun gunss centí centím m etros ppar araa a frent fre nte. e. O trajeto até ali tinha sido surreal. A última vez em que qualquer um de nós havia se aventurado além da rua 24, além de nossa porta dos fundos, tinha sido quando Chuck e eu havíamos ido ver a caminhonete dez dias antes. Naquele dia, ova York York pare parecia cia um ca cam m po deso desolado lado e congelado, chei cheioo de li lixo xo e eexcre xcrem m ento humano, mas, desde então, havia se transformado em uma zona de guerra. A neve estava pisada e suja, coberta por imundície. Prédios incendiados emolduravam o cânion da Nona avenida, com janelas quebradas e os restos de
caixas lançadas pelos helicópteros. A temperatura estava acima de zero, e cadáveres apareciam entre a neve derretida, amontados com o lixo. – Mais trinta trinta ccentím entímee tros e eestare starem m os nos ppneus neus tra traseiros! seiros! A cam ca m in inhon honete ete de desl sliizou ma mais is um pou pouco co par paraa a frent fre nte, e, par parando ando com os ppneus neus de trás a poucos poucos centí centím m etros da borda da pl plataform ataform a de m etal, e a parte da frente fr ente da caminhonete estava suspensa e balançava no ar. O Land Rover se estendia a alguns centímetros além dos pneus de trás, então, mesmo quando os pneus
passassem assa ssem,, a ponta de trá tráss da c a m inhonete deve deveria ria per perm m ane anecc er na plataf plataform orm a, até a parte ffin inal al do para para-choque -choque passar passar.. Pello m Pe menos enos,, era o pl planej anej ado. Matilhas cada vez maiores de cães e gatos de rua haviam se unido aos ratos nos montesos decadáveres, lixo. Chuck a esmo quando viu os primeiros animais comendo masatirara precisávamos economizar munição, e os tiros cham avam atençã atenção. o. De qual qualquer quer m modo odo,, os anima animaiis ssee dis dispersavam persavam quand quandoo vi viam am pessoas essoa s se apr aproxim oximando, ando, talvez por sentire sentirem m que tam bém cor corria riam m o risco de serem devorados. Nós éra é ram m os um grupo eesqui squisit sito. o. Eu ha havia via voltado a usar o sobre sobretudo tudo fe fem m ini inino no com babados que pegara no hospital. Até aquele momento, nós havíamos saído de dois em dois, no máximo, mas agora, todos precisávamos de casacos, então não podíamos escolher. Nós caminhamos olhando para o chão, com as armas à mostra. A jornada tinha sido longa, e eu ainda não estava totalmente recuperado. Subir na plataforma do estacionamento esgotara quase todas as minhas forças, m as a aadrenali drenalina na corr corria ia pel pelas as m miinhas vveias. eias. Damon acionou o guincho de novo. Os pneus de trás escorregaram da plataform lataf orm a, e a s 3,5 tonelada toneladass da c am inhonete a ter terrissar rissaram am na e strutura de trás trá s com uma batida forte que chacoalhou toda a estrutura do estacionamento. Ela escorregou um pouco para a frente e então parou. A caminhonete estava inclinada com a parte da frente a cerca de 30 graus, e Damon estava suspenso no espaço pelo menos 2,5 metros da beira da estrutura de estacionamento, no banco do motorista. A ponta da caminhonete estava a m enos ddee 3 m metros etros da pl plataform ataform a do outdoor . – Isso! – grit gr itee i par paraa D Dam am on. – Quais são sua suass úl últi tim m a s palavr palavras? as? – Espere Esper e m um segundo.
Essas são suas sua s últi últim m as pa palavr lavraa s? Dam on ssorriu orriu para m im , e eu re rettribu ribuí.í. No c hão, La Laure urenn e Susi usiee olhava olhavam m par paraa c im imaa . Elas par paree cia ciam m tão pe pequena quenas. s. Luke parecia menor ainda. Um grupo de cerca de dez curiosos havia se reunido, e vi outros se aproximando. Tony e Chuck gritavam, apontando as armas, mandando todos se afastarem, dizendo que não tínhamos comida.
– O tem po é só um umaa il ilusão usão – Da Dam m on diss dissee . E com iss isso, o, eele le volt voltou ou a ac acionar ionar o guincho. Que rapaz esquisi esquisito. to. Um lado ddoo para para-c -choq hoque ue saiu da pl plataform ataform a aant ntes es do ou outro, tro, fa fazzendo com que o veículoagirasse de cabeça paraarco baixo. Combaixo, o repuxo, outro lado se livrou, virando caminhonete num para mas otambém lateralmente enquanto ia em direção à parede do prédio que segurava a plataforma do outdoor . Eu não havia levado em consideração a possibilidade daquele movimento em meus cálculos apressados, e isso provavelmente salvou tudo, transferindo muita da força inicial para o prédio. O som do metal rangendo foi ouvido, e a plataforma do outdoor se curvou com o peso conforme a caminhonete descrevia um grande arco para baixo. Bang! Primeiro, uma escora de metal saiu da parede que apoiava a Bang! plataform lataf orm a, e spalhando pe pedaç daços os de ti tijj olos olos,, e , e ntão – bang! bang! –, –, uma segunda se solto sol touu quando a cam ca m inh inhonete onete aati tingi ngiuu o zzênite ênite de sua virada virada.. Damon havia guinchado a caminhonete em direção à plataforma para minimizar a força pendular, mas quando ela se moveu na minha direção, com a frente do veículo quase na plataforma, ele reverteu a função do guincho e começou a descer a caminhonete. Foi bem na hora. A plataforma começou a se soltar da parede. O outdoor lentamente se soltou da parede quando a caminhonete, girando, desceu em direção ao chão. Com um baque, a ca cam m in inhon honete ete pous pousou ou ssobre obre o par paraa-choqu choquee traseiro, ggirando irando na neve. Felizmente, enquanto Damon a descia pelos últimos metros, ela parou com as rodas no chão, nnão ão ccom om o ca capô. pô. A plataform plataform a do outdoor c aiu ao me messm o tempo, e a ponta presa ao cabo do guincho bateu na neve a poucos metros do veículo, veícul o, enquant enquantoo a out outra ra pont ponta aind aindaa ficou preca precariam riamente ente presa ao pré prédi dio. o. E então, silêncio.
– Isso I sso foi incrível ! – Damon gritou, aparecendo pela janela da caminhonete, ol olhando hando par paraa m im ccom om o pu punho nho em ris riste. te. A plataforma tremeu e rangeu. – Mik Mike , desç desçaa aqui! – Chuck gritou. O grupo de ccuriosos uriosos cr cresc escia. ia. – P Pre recisa cisam m os sair daqui da qui!! Expirando, percebi que não havia respirado durante o número de Damon. Retoma etomando ndo os ssenti entidos dos,, ca cam m in inhei hei pel pelaa plataform plataformaa de m etal até a eescada scada na parte
de trás da estrutura. Quando desci, Susie e Lauren já estavam no banco de trás com as crianças, e Tony colocava as últimas sacolas de alimentos e galões de diesel na parte traseira. Damon estava no teto da caminhonete, soltando o cabo do guincho. Corri pela neve,naescorregando quando Damon estava entrando de novo caminhonete.e deslizando, Chuck abriue acheguei porta para mim, e entrei. O guincho grunhiu, e o cabo rolou de volta para a frente do veículo. Tony havia dirigido tanques militares no Iraque. Ligando a caminhonete, ele ol olhou hou para nós nós.. – Todos Todos prontos prontos?? – Prontos P rontos – C Chuck huck re respondeu. spondeu. Prend Pre ndii a re resp spiiração. raç ão. Os curiosos rodeavam a caminhonete, e Tony avançou com ela, dispersando quem havia se posicionado na frente. Algumas pessoas bateram nas janelas, implorando para que parássemos, para que as levássemos conosco, implorando por com c omida. ida. Conforme saíamos pela rua Gansevoort, o único obstáculo à nossa liberdade foi o enorme banco de neve na beira da West Side Highway. Era mais alto do que um homem, mas tinha sido desgastado no meio pela passagem de pessoas. Tony pisou isou no ace ac e ler leraa dor dor.. – Ela vai passa passarr – Chu Chucc k dis disse, se, ince incenti ntivando vando Tony a seguir em fr frente ente.. – Pessoal, segurem-se! A caminhonete chegou ao banco e começou a subir, dando a leve impressão de que est e stávam ávam os caind caindoo para trá rás. s. En Então, tão, ppassam assamos os para o out outro ro lado. Descendo o monte, deslizamos e paramos na pista em direção ao norte da West Side Highway... Hig hway... no asfalt asfaltoo rece re cent ntem em ente li lim m po. Tony mudou de marcha, virou a caminhonete e seguiu para o norte em
direção à ponte George Washington. Encontraríamos sargento Williams no lado sudeste sud este do Ja Javit vitss C Center enter.. Ele nos levar levaria ia da dali li até a bar barrica ricada da m ilit ilitar ar.. – Vam Vam os vesti vestirr os tra trajj es – eeuu dis disse se a todos todos.. Luke estava ao meu lado, entre Lauren e eu na terceira fileira de assentos. Seu rostinho expressava medo. Olhando para seus lindos olhos azuis, soltei seu cintoo de segurança e o sent cint sentei ei em m eu ccol olo. o. – Quer Que r br brinca incarr de e sconde sconde-e -esconde sconde??
Os operários da emergência não podiam estar acompanhados de crianças. Luke sorriu para mim. Como vou colocá-lo dentro de uma bolsa? bolsa? Minha mente trabalhava de modo frenético, mas Lauren o pegou de mim, deu um beijo em m im e out outro ro nele. – Você Você deve vestir seu m ac acaa cã cão. o. Eu cuido do Luk Luke. e. Franz ra nzii o cenho olhando ppar araa ela. – Fiz Fiz um ber berçç o par paraa eeles, les, seu bobo. V Vist istaa -se -se.. Soltando o cinto, eu vesti a roupa de proteção amarela. A pont pontee Ge George orge Washing ashington ton apar aparec eceu eu aaoo lo longe. nge.
DIA 29: 20 DE JANEIRO
– Com Com a um pouco disto. IrenaHavia me entregou um fervendo prato de no carne quente. aceitei. um caldeirão fogão dela, eMorrendo encantado,deeufome, a seguieuemo direção a ele enquanto observava o que havia em meu prato. Havia ossos grandes na panela, e a água fervia ao redor deles. Esses ossos são grandes, randes demais... – P rec re c isam isamos os sobre sobreviver, viver, Mi Mih-k h-kaa h-y a l – Ir Iree na diss dissee , sem c er erim imônia, ônia, m exendo o cont conteúdo eúdo da panela. Não, o, não estava sentado sentado.. Era Havia alguém sentado na despensa atrás dela. Nã do Paul, e ele estava cortado Só seu torso da cintura Stan, para ar a ccim imagrupo a aindadeesta estava va inteiro, e os ol olhos hos m meepela enc encaametade. ra ravam vam , sem e nxer nxergar gar, , opac opacos. os. Uma trilha de sangue se estendia pelo chão, empoçando-se sob os pés de Irena. – Voc Vocêê pre precc isa aacor cordar dar – IIre rena na dis disse, se, cobe coberta rta de sangue sangue,, m exe exendo ndo os ossos –, se quiser sobreviver. – Acorde Ac orde.. Acorde Ac orde.. – Você Você e stá sonhando, quer querido ido – Laure Laurenn dis disse. se. – Ac Acorde orde.. Abrindo os olhos, percebi que ainda estava no banco de trás da Land Rover, envolto por cobertores. Estava escuro. O sol nascia. A luz de dentro da caminhonete estava acesa, e Susie estava no assento da frente, alimentando Ellarose. Os caras estavam do lado de fora, conversando, encostados em um m uro de concreto concreto.. Cocei m meu eu pescoço e rresm esmung unguei. uei.
– Você Você e stá bem ? – La Laure urenn perguntou per guntou.. – V Você ocê esta estava va ffala alando. ndo. – Estou be bem m , só estava sonhando. Sonhando com os Borodi Borodinn. Irena e Aleksandr pareciam ter entrado em um tipo de modo hibernação, mal se mexiam, sobreviviam com seus biscoitos e raspando a neve do lado de fora das janelas. Eles permaneciam na sala de estar com sua arma e seu machado, cuidando da porta que levava ao quarto deles, onde os prisioneiros estavam.
Quando dissemos a eles que sairíamos da cidade, Irena pegara a mezuzah mezuzah da porta da fre fr e nte par paraa m e dar dar,, pedindo par paraa que e u a m antivesse c om omigo igo e pendurasse endur asse na porta de onde quer que fic ficáá ssem ssemos. os. Foi a prime prim e ira vez que e u a vira discutir com Aleksandr, e eles não falaram em russo, mas em uma língua que me pareceu arcaica, que talvez fosse hebraico. Ele ficou incomodado, não mezuzah dali. Eu tentei rec queria que ela tira tirass ssee a mezuzah recusar, usar, m as IIre rena na insist insistiu iu.. Estava Est ava no bbol olso so ddee m inha inha ccalça alça j ea eans ns.. – Onde e stam stamos? os? Meu cérebro ainda estava organizando o que havia acontecido no dia anterior. Cruzar a barricada militar na ponte George Washington tinha sido tenso, mas no fim, quase anticlimático. Nós havíamos encontrado o sargento Williams conforme o combinado. Ele colara alguns adesivos da polícia de Nova York nas latera aterais ccam amsido inho nhonete, nete, e enós passam am oso.pela pela m ulti ulos tidão dão o pont ponto de ccheca hecagem Não ãisodati tinha nha tot totaa lm lme nte pass tra tranquil nquilo. Tivem queatée sper spera a r opor um uma a gem. hora hora,., aproximadamente. Nossos nomes não estavam na lista, e as carteiras de habilitação indicavam que éramos moradores de Nova York, mas depois de um pouco de discussão e a lgum lgumas as ligaç ligaçõe õess par paraa o Ja Javit vits, s, ele eless nos deixar deixaraa m pa passar ssar.. Lauren havia feito um berço com caixas de papelão, e o forrou com cobertores, escondendo Luke e Ellarose dentro dele. Nós os havíamos alimentado e calcul c alculado ado bem o ttem em po, de m modo odo que eles ddorm ormiira ram m durante durante tod todoo o ttraj raj eto. – Estam Estamos os aaoo lado de um viaduto de ac acesso esso par paraa a entrada entr ada da II-78 78 – La Laure urenn respondeu, Eu estivera meio entorpecido na hora da travessia no dia seguinte, fraco, mas fazendo o melhor que podia para sorrir e parecer normal. Lembranças da ponte George Washington, como uma catedral sobre o rio Hudson, flutuavam em minha mente, e então, a sensação de alívio quando nos liberaram. Já era fim de tarde quando conseguimos passar. Nós havíamos seguido pela I-
95, a única estrada principal que havia sido mantida desobstruída, até Nova Jersey em direção ao aeroporto de Newark. O pináculo do Empire State Building era visível ao longe, a Torre da Liberdade mais para baixo, com Nova Yor aninhada ent e ntre re os do dois is.. Estamos livre livress, eu me m e lem lembrei brei de tter er pe pens nsado, ado, e então, ddevo evo tter er adormec adorm ecid ido. o. – Eu m e lem bro de ter term m os che chega gado do a qui. O que a conte contece ceu? u? P ense enseii que a id ideia eia fosse nos af afastarm astarm os o m máxim áximoo poss possív ível el de Nova Y York ork..
– Qua Quando ndo saím saímos os da 95 e pega pegam m os o ac acee sso pa para ra a 78, a estrada estra da fic ficou ou bem pior, e o sol esta estava va se pondo. Em ve vezz de nos a rr rrisca iscarm rm os no e scur scuro, o, Ch Chuc uc escolheu este lugar para passarmos a noite. Você estava dormindo. – Com Com o estão L Luk ukee e E Ell llar arose? ose? –Graças Eles estão e stão pe perf rfeitos. a Deus. Deus . eitos. Eu me espreguicei. – Vou c onver onversar sar c om os ra rapazes, pazes, o.k o.k.? .? – Eu m e inclinei par paraa a fr frente ente e, afastando os cobertores, peguei uma garrafa de água e a beijei. – Com Com o está se sentindo? – ela per perguntou guntou,, devolve devolvendo ndo o beij beijo. o. – Bem Bem.. – Respirei fundo. – Mui Muito to be bem m . – Eu a beij e i de novo e abr abrii a porta porta,, ol olhando hando na direç direção ão do horiz horizont onte. e. O sol nascia sobre o Financial District. A Torre da Liberdade brilhava a distância, além dos conveses congelados e das gruas do porto de Nova York. Olhando para a esquerda, tentei identificar os prédios familiares dos píeres de Chelsea perto de nosso apartamento, nossa prisão no último mês. Estamos livre livres, s, mas... – Com Com o estão aass estra estradas? das? Pode Podem m os atra atravessá vessá-la -las? s? Os rapaz rapa zes se virara viraram m , dist distra raíd ídos os nnum umaa conversa. – Oi, Be Be la Ador Adorm m e c ida! – Chuck brinc brincou. ou. – De Decc idi idiuu se unir a nós, hein? – Pois P ois é. – Está se senti se ntindo ndo bem ? Assenti. Talvez fosse só o ar fresco, mas eu estava me sentindo bem, como não me sen senttia há sema semanas. nas. – Estão cobe coberta rtass de neve neve,, m as dá par paraa passa passarm rm os – Chuck re respondeu spondeu –, pelo m enos a m in inha ha belez belezin inha ha ccons onsegue. egue. P Pre repare pare-se. -se. V Vam am os ppar arti tirr eem m cinco min m inut utos os.. Eu me afastei deles, espreguiçando-me, dei a volta na caminhonete para
despertar. A neve cobria o acostamento da estrada, mas a pista estava marcada pelos pneus. Outra Outrass pessoa pessoass ti tinham nham passa passado, do, m e sm smoo depois de o lim lim papa-neve neve ter deixado de passar, e a neve derretia depressa. Desviando o olhar do sol que nascia em Nova York, eu olhei para o viaduto na I-78, além de um depósito de contêineres e em direção à Nova Jersey e Pensilvânia. * Estávam Est ávam os na eest strada rada..
Apesar das objeções de Lauren, nós havíamos parado no aeroporto de ewark. Chuck insistira para que pelo menos procurássemos o pai e a mãe dela. Lauren repetiu que tinha certeza de que eles tinham saído dali, mas tentamos mesmo assim. Ao passarmos por um dos guichês de entrada abandonados e o os viaduto acesso eenquanto paramosChu noc kterminal cobertos principal. rincipa l. pela Da Dam mneve, on e eatravessamos u per perm m a nec necee m na ca cam mdeinhonete Chuc e Tony entraram. Do lado de fora, o local parecia abandonado. Em menos de uma hora, eles voltaram. Ninguém havia se aproximado de nós enquanto esperávamos, e eles não encontraram os pais de Lauren. Mas Chuck e Tony estavam muito calados. Só ficamos imaginando o que eles tinham visto, e o trajeto de volta à estrada foi feito em silêncio. A estrada estava tomada por veículos de construção abandonados – niveladores, roladores e caminhões – todos cobertos por uma grossa camada de neve. Casas Casas e áárvores rvores pon pontu tuavam avam a eest stra rada, da, e passam passamos os por um grupo de pess pessoas oas que rachavam o que parecia ser lenha. Eles acenaram para nós, e retribuímos. A I-78 era uma estrada profunda naquele trecho, e passamos por baixo de vários viadutos, todos eles com bandeiras dos Estados Unidos – algumas novas, outras em trapos –, e faixas nas quais se lia “Não vamos ceder” e “Sejam fortes”. Imaginei as pessoas famintas e com frio que as haviam colocado ali, escrevendo suas mensagens com spray nos lençóis velhos. Eram mensagens para ar a m im im,, par paraa nós. Vocês não estão sozinhos, sozinhos, elas diz diziam iam.. Eu agrade agradeci ci a eellas eem m si sillêncio, des desej ej ando qu quee est estiv ivessem essem bem ond ondee se encont encontra rass ssem em . Seriam cerca de 110 quilômetros pela I-78 até Phillipsburg e a fronteira de ova Jersey com a Pensilvânia, e então, mais 110 quilômetros até onde a I-78 encontrava a I-81 ao sul, em direção a Virgínia. Depois dali, seriam pouco menos de 270 quilômetros até as montanhas Shenandoah e à casa da família de Chuck. Em condições normais, a viagem toda seria feita em quatro horas, mas
conform e atravessávam os as pi conforme pist stas as com obs obstáculo táculoss no me meio io ddaa estrada, ima imagi ginei nei que demoraríamos cerca de dez. Isso se as condições das estradas não piorassem iorasse m . Ma Mass Chuck e stava dec decidi idido do a che chegar gar em um dia. Inde Independe pendentem ntem ente do que acontecesse, estaria escuro quando chegássemos, por isso ele cuidou para que Tony seguisse o mais rápido possível. Foi uma viagem difícil, turbulenta, e aninhei Luke em meu colo.
Ele estava feliz. Parecia uma aventura de novo, e acho que ele estava feliz por term ter m os saído de nosso apa aparta rtam m ento fe fedore dorento. nto. Pa Pare recc ia um sonho, na ve verda rdade de.. O sol brilhava, e as janelas estavam abertas, e aproveitávamos o clima mais quente. Chuck estava tocando Pearl Jam. paisagem se abriu, estrada ao nível solo, revelando montes e aa zonaArura rural. l. Passam Passamos os ppor or accham hami inés,voltou ca caix ixas-d’ as-d’água água do eelevadas levadas e torre torress de telefoni telefonia que pontuavam o local – e nenhuma delas funcionava. Fiquei checando meu celular, mas não havia sinal em nenhum ponto. As torres de energia eram as m ais al altas, tas, seus ca cabos bos se estend estendiam iam pela estrada e além . Pequenas cidades e vilarejos começaram a aparecer, e a fumaça saía das cham inés inés aaoo lo longe. nge. Víam Víamos os ppesso essoas as ccam am in inhando hando nnas as rua ruas. s. Pelo Pe lo me menos, nos, eeles les tê têm m muito a que queimar imar . As florestas pareciam infinitas. A infinitas. A vida está normal aqui? Então, passamos por uma fazenda onde vacas mortas estavam sobre manchas vermelhas contra os campos brancos. Um grupo de pessoas com machadinhas atingiam a carcaça ao lado de um depósito de grãos, e uma delas agitou agit ou a fa faca ca enorm enormee par paraa nós qquando uando pass passam am os, os, pedi pedindo ndo para que pará paráss ssem em os. os. Não ã o par param am os e nã nãoo ac acena enam m os de volta. Damon mexia no rádio enquanto seguíamos, alternando entre música e procura roc urando ndo aass onda ondass de rá rádio dio pa para ra enc encontra ontrarr e m iss issora orass em e m tra transm nsmiss issãã o, m as só conseguimos sintoni sintonizzar as em e m issoras issoras do gover governo no de Nova York e as rrádios ádios pi pira ratas. tas. Quando encontrávamos rádios assim, ouvíamos, às vezes um anúncio da comunidade, às vezes uma reclamação, mas ficou evidente que também não haviaa eelet havi letricid ricidade ade ne nem m com comuni unica caçã çãoo ali ali.. Mas havia pessoas em todas as partes, caminhando pelo acostamento, puxando carga ca rgass em e squi squis, s, m as não passa passam m os por nenhum outro veíc veículo. ulo. Cochil ochilei ei de novo, minha m ente regist r egistra rava va aapena penass iim m age agens ns – McDonald’s de beira
de estradas e outdoors outdoors da Quiznos, um trem descarrilado na encosta de um m on ontte, e verm vermelh elhoo e o aam m are arello de uma rod roda-gig a-gigant antee eem m um parqu parquee de diversão diversão.. As condições da estrada melhoravam conforme nos afastávamos da costa. Quando chegamos à I-81 no meio da tarde, estávamos dirigindo no asfalto. A I81 não tinha sido limpa já fazia algum tempo, mas havia bem menos neve ali. Paramos uma vez para completar o tanque do carro com diesel que havíamos levado em contêineres. Tínhamos pouco mais de 320 quilômetros a percorrer,
menos do que a capacidade do tanque cheio da caminhonete, mas era melhor prevenir re venir.. Começamos a ver motoristas seguindo no sentido contrário quando a noite chegou, com faróis aparecendo no breu e passando por nós. O mundo quase ar ecia arec ia ,norm l, msom a s abras zona rur ruraa l esta estava va totalm alm ente na mesc escuridã o. A lua c heia bprilhava, rilhava lanç lançaaando sombra s fantasm fa ntasmagór agórica icastot s pela paisage paisagem . uridão. Chuck anunciou que estávamos quase chegando quando escureceu, e pegou uma saída da estrada principal. Seria um trajeto de meia hora montanha acima, segundo ele, que estava animado, falando sobre todos os mantimentos que tinha escondido, sobre a ótima refeição que faríamos, e sobre o conforto de sua casa. Damon disse que estava ansioso para usar o rádio de ondas curtas, para ouvir as estaç est ações ões do m mund undoo to todo do e descobri descobrirr o que eest stava ava ac acont ontec ecendo. endo. Lauren se aconchegou em mim. Segurávamos Luke, que estava envolto em um cobertor. Um peso enorme estava sendo retirado de meus ombros. Re Refeição feição quente, cama c ama li limpa mpa.. Mais à frente, pela luz dos faróis, vi que estávamos seguindo por um a e strada de ter terra ra estre estreit itaa e c ober oberta ta por ge gelo. lo. Ha Havia via ne neve ve na flore floresta, sta, m a s só em algumas partes. Quando estacionamos na frente da casa dele, Chuck me contava sobre a pesca esc a no rio She henandoa nandoah, h, sobre com o aque aquele le per período íodo se seria ria quase igual a fé féria rias. s. Saímos e começamos a pegar nossas bolsas, e Chuck subiu a escada da frente. Era uma bela casa de madeira. Rapidamente, Chuck entrou, com a lanterna de m ão e a de cabeç cabeçaa aacesas. cesas. C Come omeçam çam os a ccol olocar ocar aass coi coisas sas na varanda. – Não! Nã o! – Chuck gritou de de dentro. ntro. Todos paramos, e Tony puxou seu .38. – Você Você e stá bem ? – Malditos! Malditos! – Chuck Chuck,, você e stá bem ? – T Tony ony re repetiu. petiu.
Peguei Luke e Ellarose e me afastei em direção à caminhonete, que ainda estava ligada. Lauren e Susie me seguiram, todos olhando a porta. Chuc aparec apar eceu, eu, com o rost rostoo cont contorcido orcido e irrit irritado. ado. – O que foi? – S Susi usiee per perguntou guntou.. – Levar Le varaa m tudo. – O quê? quê ? Chuck abaixou a cabeça.
– Tudo.
DIA 30: 21 DE JANEIRO
– Espera Esper a m os tem tempo po dem ais. – Não Nã o é aassi ssim m que você voc ê de deve ve pe pensar nsar.. Era o meio da manhã, e estávamos na parte de trás da casa, enchendo uma acuz ac uzzzi m ovi ovida da a lenha com pedaç pedaços os de m madeira. adeira. Só o Chuck para ter uma jacuzzi à lenha... lenha...E u ri pensando. pe nsando. O ar fresco da montanha era incrível, e estava quente, pelo menos dez graus acima de zero. Entre as bétulas e os pinheiros, o sol brilhava acima de nós. Havia aves cantand c antando. o. – Estam Estamos os todos aqui, quase saudá saudáveis veis – c onti ontinuei. nuei. – E daí se não tem os algumas Haviacoisas? água limpa, neve da montanha derretida, descendo em um pequeno riacho perto de nós, e tínhamos comida para alguns dias. Chuck havia mostrado como usar um aplicativo para identificar plantas comestíveis na mata, e podíamos odíam os pesc pescar ar e pega pegarr aanim nimais ais tam bém . Eu não fazia ideia de como preparar armadilhas para animais, mas também havia um apli aplica cati tivo vo que eensi nsinava nava isso. isso. Chuck pegou outro pedaço de madeira com uma das mãos, segurando a mão machucada contra o corpo. Jogou a madeira dentro do compartimento de lenha na lateral da jacuzzi. A casa ficava em um terreno relativamente plano. Estávamos pegando lenha de uma pilha embaixo do deque nos fundos, sobre as folhas. – Você Você tem ra razzão. – Ele riu e bala balançou nçou a ca cabeç beçaa . – Ina Inacc re redit ditáve ável,l, não éé?? Luke estava perto de nós. Ele havia encontrado um graveto e corria de um lado a outro, batendo alegremente nas folhas. Com seu vocabulário de dez
palavra ala vras, s, eele le não conse conseguia guia desc descre rever ver sua fe feli licida cidade de por e star for foraa daque daquele le hall, mas seu sorriso dizia tudo. Eu também sorria enquanto o observava. Seu rosto estava sujo de lama, com a cabeça raspada e roupas desgrenhadas, gritando na m ata, ccom omoo um anima animalz lzin inho ho sselvagem elvagem.. Mas, ppelo elo m menos, enos, ppar arec eciia fe felliz. iz. Quem quer que tivesse entrado na casa de Chuck não levara tudo tudo.. A sala de estocagem tinha sido arrombada, mas ainda havia roupas nos armários do andar de cima, e os quartos estavam intactos. A maior parte dos alimentos e do
equipamento equipam ento ddee eem m ergê ergência ncia dos ar arm m ár áriios ddee eest stocagem ocagem tinha inha si sido do llevada evada,, assi assim m como o combustível do gerador e os galões de propano. Mas o café havia sido deixado. Depois de dormir como um bebê em lençóis limpos, acordei cedo e passei a manhã na poltrona suspensa na varanda, fervendo uma jarra de café em uma chama aberta de uma fogueira. Estávamos a mais de seiscentos metros acima do nível do mar e, da varanda da frente, tínhamos uma bela vista para o leste, por sobre a cadeia de montanhas em direção a Maryland. Já fazia mais de uma semana sema na des desde de m meu eu úl últtim o café café,, e beber uma xícar xícara, a, sent sentado em uma cadeira de balanço, ala nço, rrespira espirando ndo o ar da m ontanha sob um cé céuu azul er eraa aalgo lgo má mágico. gico. Lembrei-me de ter lido que algumas pessoas achavam que o Renascimento se devia, em parte, à introdução do café na Europa, graças ao revigorante efeito que a cafeína tinha na psique. Eu ri. Naquela manhã, podia acreditar naquilo. Foi quase o suficiente para me fazer esquecer o horror pelo qual nós havíamos passado, assa do, par paraa que eeuu par paraa sse de m e pe perguntar rguntar se o m undo esta estava va rruindo uindo ao nosso redor. Sentado com minha xícara, percebi uma fumaça preta subindo ao longe. Chuck m e dis disse se que deve deveria ria se serr da cha cham m iné de seus vi vizzinhos, inhos, ooss B Bay ay lor lor.. – Quanto Qua nto ttem em po você ac acha ha que o T Tony ony vai de dem m ora orar? r? – perguntei pergunte i a Chuck Chuck.. Nós havía havíam m os prom e ti tido do a Da Dam m on que o leva levaría ríam m os à ca casa sa de seus pais. Tony havia se oferecido para levá-lo a Manassas, onde eles viviam, ou o mais perto er to que c onseguisse che chega garr c om segur seguraa nça nça.. Eles tinham tinham par parti tido do há ce cerc rcaa de duas horas, depois de despedidas chorosas e promessas de que manteríamos contato. Se Damon não tivesse entrado em nossa vida, as coisas teriam terminado de outro jeito, e provavelmente bem piores. Sob muitos aspectos, nós devíamos a ele a nossa nossa vi vida, da, e a part partiida del delee eera ra ccomo omo perder um m em bro ddaa fa fam m ília. Chuck e eu discutimos se um de nós também deveria ir, mas eu não queria
deixar Laure deixar Laurenn e Luk Luke, e, e Chuck se sent sentiia da m esm esmaa m aneira em relaç relação ão a Susi usie e Ellarose. O GPS da caminhonete estava funcionando, por isso Tony não teria di dificul ficuldade dade pa para ra encont encontra rarr o ccam am in inho ho de vol volta. ta. – De Deve ve che chegar gar a qualque qualquerr m om omee nto, depe dependendo ndendo de quão longe e le conseguiu chegar chega r. – Chu Chuck ck er ergueu gueu aass sob sobra rance ncelh lhas. as. – Se Se e le voltar voltar.. Chuck achava que Tony poderia tentar partir para a Flórida, onde sua mãe estava.
Naquele a quele m om omee nto, ouvim ouvimos os o ronc roncoo de um m otor otor.. Ch Chuck uck pegou pe gou a esc escopeta opeta sobre o monte de lenha, mas logo relaxou. Era o barulho da nossa nossa caminhonete. Tony estava de volt volta. a. Eu ri. – Se Se ele voltar, né? – Vocês estão esquentando isso para mim? – Ouvimos uma voz musical coment come ntar ar confo conform rmee a port portaa de trás da ccasa asa se aabri briu. u. Era Lauren. Ela riu, deliberadamente passando a mão na cabeça raspada. Quando chegamos na noite anterior, depois de acalmarmos Chuck, tiramos nossas roupas infestadas de piolhos e as deixamos em uma pilha na lateral da varanda, vara nda, e vesti vestim m os o qque ue eencont ncontram ram os nnos os arm armár ário ioss lláá de dent ntro. ro. Todo odoss raspam raspamos os as cabe cabeça ças, s, at atéé aass mulheres. – Isto é só par paraa você você,, a m or. or. – Eu ri, ba batendo tendo na later lateral al da j a c uz uzzzi. Era a primeir rim eiraa vez na vida que e u ha havia via rraa spado a ca cabeç beçaa , e passei passe i a m ão pela c ar arec ecaa suada. A jacuzzi estava coberta e ainda cheia de água quando chegamos. Aquilo foi uma benção, porque não havia água no sistema de abastecimento da cidade que serpenteassee e su serpenteass subi biss ssee pela eest stra rada, da, e eencher ncher a j ac acuz uzzzi com a água do riacho tter eria ia demorado um ou dois dias. Não estávamos aquecendo a água da jacuzzi para relaxar dentro dela. Chuck havia feito uma checagem na despensa, e os tabletes de cloro ainda estavam isso estávamos preparando a água para tentar lavar nos nossas sas roupas roup as e tom tomali, ar arm mpor os uum m banho. banho . Ouvi a caminhonete passar pela entrada da garagem, e o motor sendo desliigado. Uma port desl portaa se abriu e se ffec echou hou.. – Estamos Estam os aqui atrá atrás! s! – gritei. Depois de alguns segundos, Tony apareceu sob a luz mosqueada pela lateral da casa. Ele estava hilário. Tony era alguns centímetros mais alto e bem mais
robusto do que Chuck, então as roupas do armário mal serviam nele. A calça eans era cin cinco co ce cent ntíím etro etross ma maiis curt curtaa e j us ustta dem ais ais,, e a j aquet aquetaa e a cam iset setaa também eram pequenas. Com a cabeça recém-raspada, ele mais parecia um fugitivo da cadeia. Ele nos viu sorrindo e riu. – Estou m e sentindo c om omoo se ti tivesse vesse e ntra ntrado do par paraa um umaa seita: ca cabeç beças as raspadas se escondendo nnas as m ont ontanhas. anhas.
– Só não beba o suco batiz batizaa do. – Ch Chuc uckk riu, indi indicc ando a j ac acuz uzzzi c om um meneio de cabeça. Ele se inclinou para a frente e observou o compartimento da lenha, que agora quei queim m ava vigoros vigorosam am ente. Luke viu Tony e correu para seus braços. – Está tudo bem? bem ? – per perguntei. guntei. Tony assentiu. – Tinha m uit uitaa ge gente nte por lá, e eu não quer queria ia conf confusão, usão, e ntão assim que chegam os pper erto to da ccasa asa dele na est estra rada da prin principal cipal,, ele desce desceu. u. – Você Você viu algum algumaa ccois oisaa ? – S Susi usiee per perguntou. guntou. – Co Conver nversou sou com algué alguém m? – Ninguém N inguém tem ele eletricidade tricidade,, ne nem m sin sinaa l no ce celul lular. ar. Nã Nãoo quis ccorr orrer er o risco r isco de parar ar ar pa para ra c onver onversar sar,, não soz sozinho. inho. Não ã o havia e m iss issora orass de rá rádio dio pa para ra ouvirm ouvirmos os ali, nem re rede de de com unica unicaçã çãoo nem de telefoni telefonia. a. Est Estar ar ali er eraa m elho elhorr do qu quee fficar icar preso pre so na arm ar m adil adilha ha m ort ortal al de ova York, mas estávamos desconectados de qualquer contato com o mundo. Nós havía havíam m os deixa deixado do o ger geraa dor no apa aparta rtam m e nto – ele e ra pesa pesado do dem ais para ar a carr ca rree gar garm m os –, eentão, ntão, a única m ane aneira ira de ger gerar arm m os eeletricida letricidade de e ra com a caminhonete. Chuck havia ligado todos os nossos telefones no carregador veicular, por isso todos estavam com as baterias cheias. Podíamos usar os telefones para nos comunicarmos uns com os outros, como uma minirrede de comunicação, e eles ainda serviam como lanternas e para os guias de sobrevivência que havíamos guardado neles. – Qual Qua l é o plano? – T Tony ony per perguntou guntou.. – Va m os tom tomaa r um banho, lava lavarr a s rroupas, oupas, fa fazze r um umaa lista lista do que tem os... e relaxar – Chuck disse. – Amanhã, iremos à casa de nossos vizinhos ali embaixo, para ar a ve verr ccom omoo as ccois oisaa s estão aaqui qui na re região. gião. – Ótim Ótimo. o. Mas tem um umaa coisa. Ac Acho ho que o e sca scapam pam e nto e stá sol solto, to, provavelm rova velm ente por ter ca caído ído de tra traseira seira na neve neve.. – Tony riu. – Aquilo foi bem
espetacular. – P e gar garei ei as fe ferr rram am e ntas do porã porãoo par paraa dar um umaa olhada – fa falei. lei. Eu sabia algum as cois algum coisas as sob sobre re ca carros. rros. – Per P erfe feit itoo – C Chuck huck diss disse, e, sor sorrindo. rindo. – V Vaa m os ao tra trabalho, balho, eentão. ntão. Nunca unc a m a is tí tínham nham os fa falado lado sobre os c orpos desa desapar paree c idos do segundo andar, mas agora a lembrança vinha à tona. Eu queria me esquecer, fingir que não tinha acontecido. Tudo parecia tão distante agora.
Segui em direção ao porão, olhando para o carpete amarelo de folhas sob as bétulas. De c e rto m odo, a lgum lgumaa c ois oisaa não par paree cia bem . Re spirei fundo e balance ala nceii a c abe abeçç a, a tribui tribuindo ndo a sensa sensaçã çãoo aaoo eestresse stresse,, e abri abr i aass por portas tas ba bam m bas do porão. orã o.
DIA 31: 22 DE JANEIRO
– Você Vocêss vão aadora dorarr eesse sse pessoal! pe ssoal! Lauren e eu caminhávamos com Chuck em direção à casa dos Baylor. A família de Chuck havia construído aquele chalé antes de a área ter sido declarada flore flo rest staa nacional nacional,, e havi haviaa pou pouca cass ca casas sas na m ont ontanha. anha. Vimos fumaça saindo da chaminé dos Baylor mais uma vez naquela manhã e, depois de tomarmos um café da manhã completo e de lavar e pendurar todas as nossas nossas roup roupas as velhas atrás da ca casa, sa, est estava ava na hora de desce descerm rm os ppar araa diz dizer er oi. oi. – Eles passa passam m o a no todo aqui – Ch Chuck uck c onti ontinuou. nuou. – Randy é m ilit ilitaa r aposentado, talvez até da CIA. Se tem alguém que pode saber o que está acontecendo, é ele. Eles são tão bem equipados que provavelmente nem sequer perce er ceber beraa m que a e ner nergia gia ffoi oi corta cortada. da. Não ã o e ra longe, m enos de um quil quilôm ômee tro, por iss issoo de decidim cidimos os ir a pé. Susie e Ton onyy ficaram na ca casa sa para ccome omeçar çar a m isturar sturar a água da jjacuz acuzzzi, ago agora ra chei c heiaa de cloro, com água do riacho, para que as crianças pudessem nadar. O dia estava bonito. onito. O ffrio rio fforte orte do Na Natal tal der deraa espa espaçç o a um ca calor lor incom um pa para ra a quela é poca do ano, além disso, estávamos mais ao sul. A vegetação rasteira nas laterais da estrada de terra que desciam a encosta estava tomada por insetos e vida, e a umidade dela se misturava ao cheiro da terra sob nossos pés. Com o sol, eu suava. Queria poder passar protetor solar na cabeça,, ri sozinho. Minha cabeça sozinho. Minha carec care c a nunca tomou sol . Chutando algumas pedras pelo caminho, Chuck estava animado. Eu me sentia um novo homem, e Lauren e eu estávamos caminhando de mãos dadas, balança ala nçando-a ndo-as. s. Qua Quando ndo dobra dobram m os um umaa e squi squina, na, a ca casa sa dos Bay lor a par parec ecee u entre as árvores desfolhadas. Subimos o caminho serpenteante até a entrada, na
di dire reçã çãoo de doi doiss car carros ros est estac aciionado onadoss na fre frent nte, e, e subi subim m os nnaa va vara randa. nda. Chuck bateu à porta. – Randy ! – eele le gr grit itou. ou. – C Cindy indy!! Sou eu, Char Charles les Mum Mumfor ford! d! Ninguém respondeu, re spondeu, m a s havia a lguém e m c asa asa.. Um a m úsica country tocava na parte de trás da casa. – Randy ! Sou eu, Chuck Chuck!! – eele le gr grit itou ou m maa is alt alto. o. Eu senti o cheiro de algo sendo cozido.
– Vou Vou olhar lá a trá trás. s. Pode P ode ser que e les eestej stejaa m no quintal, ccorta ortando ndo lenha lenha,, ou coisa ass a ssim. im. Fi Fiquem quem aqui. Ele pulou a varanda e desapareceu. Lauren apertou minha mão. Caminhamos até o outro lado da varanda, sentindo o cheiro do que estava sendo prepar re paraa do. Espiando pela pelass j ane anelas las com c ortinas na c oz ozinha, inha, vi que havia um umaa panela ane la gra grande nde – um caldeirão caldeirão – com vapor saindo de dentro. Havia ossos aparecendo aparec endo nnaa bo borda. rda. Senti uma dor na mão e, quando olhei para baixo, vi os nós dos dedos de Lauren brancos, as unhas me afundando em minha carne. Segui o olhar dela para ar a dentr dentroo da sala de j anta antarr pe perto rto da cozi cozinha, nha, e vi um umaa bagunç bagunçaa . T Tee ntei entender ente nder o que estava olhando, virando a cabeça para ter uma visão melhor entre as cortinas. – Que Quem m vidro é você você? ? –fundos Ouvi Chu Chuc c k diz dize e r ocom um umaa voz aos baf bafa a da. Ppara e la olhar porta corrediça de nos da casa, eu vi protegendo olhos para ar a aalguém lguém.. – Faço Faç o a m e sm smaa per pergunta gunta a você você.. – Ouvi outra voz re responder sponder de a lgum ponto nos fundos. – Vam Vam os sair da daqui qui – Laure Laurenn dis disse. se. – Pre P recc isam isamos os espe espera rarr o Chuck – eu sussurr sussurrei ei rresponde espondendo. ndo. As unh unhas as del delaa se aafund fundara aram m ain ainda da m mais ais em m inh nhaa m ão. Mexi a cabeça para ter uma visão mais clara da sala de jantar. Parecia que alguém estava deitado no chão – coberto coberto de sangue, desmembrado. desmembrado. O cheiro da carne ca rne fe fervendo rvendo me envol envolveu, veu, e qu quase ase vom vomit itei. ei. – Cai fora daqui, porr porraa ! – m ais um umaa voz voz,, dife difere rente, nte, gr grit itou ou da pa parte rte de trá trás. s. Chuck estava segurando a arma agora, um de seus .38, e a apontava na di dire reçã çãoo de alg alguém uém subi subindo ndo a eescada scada pa para ra a parte de trás. Esse Es se alg alguém uém apon aponttava uma arm a para ele.
– Onde estã estãoo os Bay lor? – C Chuck huck gritou, af afaa sta sta ndo-se ndo-se,, aapontando pontando a a rm a par paraa uma pess pessoa oa e eent ntão ão para a out outra ra.. – O que vo você cêss fi fizzer eram am com eles? Aquela sensação de irrealidade me tomou de novo diante do terror da situação. – Dissemos Dissem os par paraa você você sai sair r daqui, cara! – Não Nã o vou sair! Diga o que você vocês... s...
Com um crack e um boom boom,, a arma de Chuck e a escopeta da outra pessoa atiraram quase ao mesmo tempo. Chuck levou um tiro à queima-roupa, e, mesmo de longe, vimos o sangue espirrar quando ele foi erguido no ar e caiu girando no chão. Lauren gritou ao meu lado, e nós nos abaixamos. – Corr Corra! a! – eu sussurr sussurree i a La Laure uren, n, em purr purrandoando-aa à m inha ffre rente. nte. – COR CORRA! RA! Nós nos aba abaixam ixam os e c orr orrem em os pelos ca carr rros os e stac stacionados ionados e desc descee m os pelo caminho, e então nos endireitamos, correndo de volta para a estrada, mexendo braços ra ços e per pernas. nas. Meus pulm pulmõe õess aardia rdiam m . Eu m e sentia m eio de descone sconecc tado do que estava est ava acont ac ontec ecendo. endo. Eu dev devee ria ter tra trazido zido uma arma. Por que não vim armado? armado? Se estivesse arm ado, prov provavelmente avelmente ttam am bém j á eest staria aria m mort orto. o. Corra. Atrás mim, ouvi a comoção, os gritos. Eles deveriam ter nos visto. Corra de mais rápido! Depois do que pareceu uma eternidade, chegamos ao caminho da casa de Chuck. Maroon 5 tocava no rádio da caminhonete, cujos vidros estavam abaixados, e Adam Levine cantava “Moves Like Jagger”. Ao longe, ouvi mais alguma coisa. Um motor. Eles estavam vindo atrás de nós. Pare Pa reii nnaa ccam am in inhon honete ete par paraa pe pegar gar o ou outro tro ..38 38 do port portaa-lu luvas. vas. – Vá por trá trás! s! Eles de devem vem e star na j a cuzz cuzzi! i! Nós fom os cor corre rendo ndo e enc encontram ontram os S Susie usie da danç nçando ando ccom om Luk Lukee , e Tony e stava aj oelh oelhado ado segurando as mã mãos os de de El Ellarose. larose. – Abaixem Aba ixem -se -se!! P Pre recc isam isamos os sair da daqui! qui! – eu gr grit itei. ei. Tony ol olhou hou para nós choca chocado. do. – O que a conte contece ceu? u? – Abaixem Aba ixem -se -se!! P Pre recc isam isamos os che chega garr à ca cam m inhonete! Laurenn jjáá pegava Luk Laure Luke. e.
– Onde está o Ch Chuck uck?? – Susi usiee per perguntou, guntou, com a voz tom tomada ada de m e do. Ela pegou Ellarose Ellar ose de Tony, e eeles les de desce scera ram m o deque na nossa dire direçç ão. – Vam Vam os! – gritei. Mas era tarde demais. Sobrepondo a música vinda da caminhonete, escutei um veícul veículoo pass passando ando pel peloo ca cascalho scalho nnaa fre frent ntee da ca casa. sa. O que eu devo fazer? – Onde e stá o Ch Chuck uck?? – S Susie usie per perguntou guntou de novo, im implora plorando. ndo.
– Ele levou um ti tiro. ro. Está na outra ca casa sa – re respondi spondi,, tentando pensa pensarr. – Tony, pegue a ar arm m a e leve todo mundo o por porão, ão, vou cconver onversar sar com e les. – Conver Conversar sar com quem quem?? O que diabos aconteceu? Ouvim Ouvi m os portas portas de ca carros rros ssendo endo fecha fechadas das na fre frent ntee da ccasa. asa. Susie estava à beira das lágrimas. – Leve Le ve Ellarose – ela diss dissee ofe ofegante gante a Tony, entr entrega egando ndo a bebê bebê.. Beij Beijou ou a filha, com lágrimas escorrendo por seu rosto. – Preciso encontrar o Chuck. – O que você e stá fa fazze ndo? Ele eestá stá m morto, orto, está está... ... Mas ela saiu correndo pelo outro lado da casa, longe de nós. Empurrei Em purrei T Tony ony e La Lauren uren à m in inha ha fre frent nte, e, e m e aabaix baixei ei para aabri brirr aass portas portas do porão, orã o, e e les desc descee ra ram m , qua quando ndo trê trêss pe pessoas ssoas aapar paree c er eraa m no ccaa nto da c a sa, duas delas arm adas. Deixando um umaa da dass po portas rtas do pporão orão aaberta, berta, fiqu fiquei ei de guarda. Talvez isso tenha sido só um acidente. Talvez aqueles ossos... – O que você vocêss quer queree m ? – gritei, em punhando m inha a rm a. Se m nada diz dizer er,, um deles atirou, e senti um baque horrível quando o tiro passou por mim. Aterrorizado, saltei da escada para o porão e fechei as portas, passando uma tábua de madeira pelas alças em uma tentativa de mantê-las fechadas. Precisa Prec isamos mos de algo para mantê-los afas afastados tados.. Ao lado da escada, havia uma estante de metal cheia de lenha. Com as mãos trêmulas, eu comecei a arrastá-la de modo que ela bloqueasse as portas se estas fossem fos sem forçadas. Devv e hav De haver er um je jeit itoo de sair daqui por ttrás. rás. Mas quando puxei a estante, ela caiu para a frente, em cima de mim. Lauren gritou. – Estou be bem m – re resm smunguei, unguei, tentando sa sair ir.. – Pelo P elo aam m or de De Deus, us, não pe perm rm it itaa que eeles les leve levem m a s cr crianç ianças! as! Lauren segurava Ellarose, agachada em um canto, o mais longe da porta que
conseguia. Estava escuro ali, e o cheiro era de serragem e óleo, além de ferramentas antigas. Luke estava ao lado dela, com o rosto sujo de lama, mudo de medo. m edo. Eu m e re rettorci para tirar a perna pre presa sa debaix debaixoo da pi pilh lhaa de lenha. – Nã N ã o se pre preocupe ocupe,, Mik Mikee , nã nãoo vou deixa deixarr ninguém e ntra ntrarr aqui. – Tony e stava de pé na eescada, scada, eesp spiand iandoo pelas frestas na port portaa de m adeira, pe pelas las qquais uais a lu luzz do sol passava. – Eles são quatro. – Matam os seu aam m igo – uma voz estride estridente nte ffoi oi ouvi ouvida. da.
Lauren começ com eçou ou a chorar, agarra agarrand ndoo as crianças ain ainda da m ais ais.. – Sa Sa ibam que nã nãoo quer queríam íam os fa fazzer isso isso – a voz prosseguiu. – Isso ttudo udo foi um umaa confusão. – De Deixem ixem -nos em pa pazz! – gritei. Tony deu um passo pa para ra trás trá s na esc escada ada,, apontando o rifle para a porta do porão. – Mande e ssas cr crianç iançaa s e sua m ulher sa saíre írem m. Eu me esforcei de novo para puxar a perna presa, sentindo uma dor lancinante. Lauren balançava a cabeça sem parar, pedindo para que eu não obedecesse. E então, silêncio – só meu coração batendo em meus ouvidos e o som de folhas sendo amassadas por passos do lado de fora. Eu tentei me firmar, bloqueando loquea ndo a dor, ve verific rificando ando se a tra trava va havia sid sidoo ti tira rada da do .38. T Tony ony olhou para m im, aass ssentin entindo, do, iindi ndica cando ndo que eest stava ava pronto pronto.. Com um rugido aterrorizante, uma das portas do porão foi destruída. Tony caiu para trás, apoiado em um dos joelhos. Mais um tiro, e ele caiu de lado, mas ainda assim conseguiu levantar o rifle e puxar o gatilho. Gritos de dor foram dados do lado lado de fora fora,, seguid seguidos os po porr m ais um tiro tiro e out outro, ro, pela porta do porão. Tony gemeu e tentou sair do caminho, caindo à minha frente. Segurei a mão dele e o puxei na minha direção, mas era tarde demais. Seu corpo convulsionou. Olhando em meus olhos, ele piscou, as lágrimas escorreram e ele parou de se mexer. – Tony ! – e u gritei, tentando puxápuxá-lo lo na m inha dire direçã ção. o. Os olhos dele se viraram para mim, sem ver. Me Meuu De Deus, us, voc vocêê não pode e star star morto, Tony! corde! Vamos... – Se u m a ldi ldito, to, voc vocêê a rr rraa ncou a ore orelha lha do H Henr enryy ! – um umaa voz de for foraa dis disse. se. – Ou você tira sua mulher e essas crianças daí, ou vamos botar fogo na casa inteira!
Em pânico, tentei me livrar de novo, rasgando a carne de minha perna, mas não consegui consegui. Laure Laurenn chorava de m edo, Luk Lukee m e obs obser ervava vava de olhos olhos ar arre regalado galadoss ao lado dela. – E então, e ntão, ccar araa , com o vai ser ser?? Rangendo os dent dentes, es, so solt ltei ei a m ão de Tony e m e abaixei em cim cimaa da pil pilha ha de madeira. Isso madeira. Isso não pode estar e star aconte acontecc endo, não pode e star star acontec acontecee ndo... Um tiro foi dado do lado de fora, batendo na terra.
– Que m erda er da é essa essa?? – a voz estridente ffoi oi ouvi ouvida da de novo. Ouvi pessoas correrem para a mata, confusas e aos berros. – Te Te m a lguém na ccaa sa! Mais tiros, o barulho de vidro se despedaçando. E então, um crack forte ecoou pelas árvores, uma arma diferente, mais distante, e mais tiros e estampidos. Depois de um silêncio curto, ouvi o motor de um carro e o ronco rouco de nossa nossa ca cam m in inhon honete. ete. Com um último esforço aflitivo, puxei minha perna da pilha de lenha e subi a escada mancando. O ronco do motor da caminhonete ficou mais alto, e, pela porta do porã porão, o, e u a vi passa passarr. Bateu no deque dos fundos, destruindo-o. A ca casa sa estrem est rem ece eceuu so sobre bre nós nós,, e os bbarul arulho hoss come começa çaram ram a desap desapare arecer cer.. Espiei Esp iei e eent ntão ão aabri bri as pportas ortas ddoo po porã rão, o, col colocando ocando a ccabeç abeçaa pa para ra fora. fora . Susie arou arma nain mão, olhando m ont ontanha anha estava aabaix baixo. o.ali, El Elaacom se vi virou em m inha ha direçã direção. o. para o caminho que levava – Tudo bem . Eles se ffora oram m – ela diss dissee a algué alguém m que eestava stava no ca canto nto da ccaa sa. Essaa pesso Ess pessoaa segurava um a eescopet scopeta. a. – Ele está a rm a do! – gritei pa para ra Susi usiee , a baixa baixando ndo a ca cabeç beçaa de novo. – Sa ia daqui! Silêncio. – Sou Sou eu, idiot idiotaa – C Chuck huck dis disse se ccom om a voz rouc rouca. a. Senti um grande alívio, mas voltei para o lado de Tony, abrindo sua camisa. Devo De vo fazer respiração boca a boca? boca? Seu corpo estava todo ensanguentado. Lauren ainda estava no canto do porão, agarrada às crianças e olhando fixam fix am ent entee para m im e para T Ton ony. y. Ele tem puls pulsação? ação? Com as mãos tremendo, estendi dois dedos cheios de sangue e os encostei no pescoço dele para ver se estava respirando. Não tem ulsaçç ão. Não eestá ulsa stá respirand respirando. o.
– Desça De sçam m a qui! – gritei.
DIA 32: 23 DE JANEIRO
Laurenn escolh Laure escolheu eu um lu lugar gar bon bonit itoo para enterra enterrarr T Tony ony.. F Foi oi em uma clare clareiira na mata, ao norte do chalé, ao lado de cornisos, que estavam desfolhados agora, mas em pouco tempo, na primavera, floresceriam e se abririam, segundo Susie. Seria um lugar bonito para descansar. Bonito, sim, mas sob alguns centímetros de folhas caídas, a terra estava repleta de raízes em nós, além de pedras. Para escavar o necessário para enterrarmos Tony, tivemos que cortar as raízes e nivelar as pedras. Foi um trabalho difícil, piorado pela situação em que nos encontrávamos. Tony havia se oferecido para ficar em nosso prédio, mesmo podendo ter pe arti ar tido doLuke. par paraa oSeBrook Brookly n. Eu ficado, ti tinha nha ccer erteza teza de ele ha havia viacalor, fic ficado ado porsua nossa ausa, pelo não lyn. tivesse estaria naque Flórida, no com mãe.ccausa Mas, em vez disso, nós estávamos cavando sua cova. Não ã o c onseguim onseguimos os fa fazze r nada por Tony. Ele havia m orr orrido ido quase instantaneamente. Eu tentara limpá-lo, mas me conformei em cobri-lo com um cobertor. Eu me sentei e chorei nos degraus do porão, conversando com o corpo inerte dele, agradecendo por ter tentado nos proteger. Não tolerava a ideia de deixá-lo ali, soz sozin inho, ho, po porr iss issoo levei um colchonete pa para ra baixo e dorm i a seu lado. O sol brilhava no céu azul e os pássaros piavam animados acima de nós enquanto Susie e eu puxávamos o cadáver de Tony pelas folhas. Ele era pesado, tinha mais de cem quilos, por isso o arrastamos no cobertor com o qual eu o cobrira. Quando chegamos à clareira, a algumas dezenas de metros da casa, eu estava suando, arqueado e ofegante pelo esforço feito. Susie e eu fizemos o melhor que conseguimos para colocá-lo na cova, mas ele escorregou de um m odo esq esqui uisi sito to,, com as per pernas nas dob dobrada radass para um lado lado..
– Vou Vou aj e it itáá -lo – S Susie usie se of ofee re rece ceu. u. Agilme Agi lment nte, e, eela la entrou no bburac uracoo e aajj eit eitou ou T Tony ony em um umaa posi posiçã çãoo confort confortável. ável. Eu me m e sent sentei ei nas folh folhas, as, ol olhando hando ppar araa o cé céuu enquant enquantoo re recupera cuperava va o ffôl ôlego. ego. – Está tudo bem? bem ? – La Laure urenn per perguntou guntou a o longe. Susie saiu da cova, esfregando as mãos sujas na calça jeans. Ela assentiu para ar a m im im.. – Estamos Estam os bem ! – eeuu re respondi spondi gritando, pe pensando nsando o ccontrá ontrário. rio.
Recompondo-me, fiquei de pé. Pelas árvores desfolhadas, vi Lauren segurando Ellarose, e Chuck caminhando lentamente em nossa direção. Então, vi Luke, correndo com seus passos desengonçados. Ele havia perguntado sobre Tony naquela m anhã anhã.. Eu não soube o que diz dizer er.. Pass Pa ssei ei a m ão imun imunda da por min minha ha ca cabeça beça car careca eca e senti senti o calor do so soll em m eu rosto. Minha mente ainda estava entorpecida, eu não sabia o que sentir além de medo. Mas estávam estáva m os vi vivos. vos. * A noite caía, e a lua crescente aparecia. Eu me sentei na varanda da frente, na cadeira de balanço, vigiando com uma arma. Uma chama estava acesa na lareira ar eira da sala de est estar ar.. Pelo Pe lo m enos, estávam estávamos os aqu aquec ecid idos os.. Chuck usara um colete à prova de balas que o sargento Williams havia dado a ele quando entregou os macacões de proteção. Ele não tinha certeza por que o vestira – disse que estava só sendo cuidadoso –, mas talvez por isso tivesse sido tão corajoso, encarando aquelas pessoas, seja lá quem fossem, na casa dos Baylor. Mesmo com o colete, ele havia se ferido gravemente, e ficou com fragment fragm entos os de bal balaa eem m seu bbraç raçoo e om ombro bro.. O ferimento na minha perna não tinha sido tão sério, apenas hematomas e um corte profundo onde um prego me atingira. Susie havia feito um curativo, e eu quase quase não ma mancava. ncava. O que diabos vamos fazer agora? agora? Não tínhamos carro, quase não tínhamos alimentos – metade de nossos suprimentos estava na caminhonete. Dias antes, aquele lugar parecera mágico, mas agora parecia diabólico, ameaçador. Eu acreditara que talvez a loucura estivesse apenas em Nova York, que o resto do mundo ainda estava bem, mas parecia que em outros lugares, a situação era a
mesma. E então, uma das estrelas se moveu. E piscou. Seguindo a luzinha, eu a vi descer enquanto meu cérebro tentava compreender o que estava vendo. É um avião! avião! Tinha que ser. Encantado, vi quando ele desceu em uma parte brilhante no hor horiz izonte, onte, e algo m e deu um clique. Saí da c a deir deiraa de ba balanç lanço, o, ccorr orrii para ar a a porta da fre fr e nte, aabri bri e subi a esc escaa da ccorr orree ndo. – Eles voltar voltaraa m ? – C Chuck huck gritou enqua enquanto nto eu subi subiaa .
– Nã Não, o, não – fa falei lei ra rapidam pidamente ente.. La Laure urenn e as cr crianç ianças as esta estavam vam dorm indo. – Está tudo bem. Abri a porta de um quarto e encontrei Chuck deitado, coberto com panos cheios de sangue. Susie estava inclinada sobre ele, com uma pinça em uma mão e um frasco de álcool esterilizador na outra. – O que foi? – ele per perguntou. guntou. – O que você vocêss conse conseguem guem ver no horiz horizonte, onte, da daqui? qui? Chuck olhou para Susie e então para mim. – À noit noite, e, podepode-se se ver Wa shi shington, ngton, que fic ficaa a c e rc rcaa de c em quil quilôm ômetr etros os daqui.. Pe daqui Pelo lo m enos, dá par paraa ver quando as lluz uzes es da ccid idade ade est estão ão aace cesas. sas. Por quê? – Porque P orque eu cconsi onsigo go ver Wa shi shington. ngton.
DIA 33: 24 DE JANEIRO
– O que a conte contece ce se voc vocêê nã nãoo volt voltar ar?? – La Laure urenn me m e pe perguntava rguntava.. – Eu vou volt voltar ar,, a questã questãoo é e ssa. Fi Ficc ar arei ei ffora ora um ou dois di dias, as, e prom e to que não conversarei com ninguém. Sentada em um tronco ttom ombado, bado, ela segurava Luk Lukee ffirme irmem m ente em seu col colo. o. – Prom P rom e ta que não va vaii conve conversa rsarr ccom om ninguém ninguém.. – Eu prom e to. V Vou ou direto aaoo C Caa pit pitóli ólio, o, e se a lguém m e im pedir, m ost ostra rare reii isto isto a eles, certo? – Ergui a carteira de habilitação dela. Ela era uma Seymour, a sobrinha do congressista Seymour, e sua identidade deveria bastar para trazer a cavalaria ca valaria para nos aj udar udar.. A fa fam m íl ília ia dela dever deveria ia est estar ar preocupadíssi preocupadíssim m a. ElaNã a aind ainda a não os estava onvencida. –El Não o podem fic ficar arcconv a quiencida. se sem m fa fazze r nada – a rgum ente entei.i. – Aque Aqueles les im imbec becis is volttarão vol ar ão depoi depoiss qu quee lam bere berem m suas suas fe ferid ridas, as, e o que vai acontecer acontecer?? – Não Nã o sei. Nós nos esconde escondere rem m os? – Não Nã o podem os nos esconde esconderr aaqui qui para sem pre pre,, La Laure uren. n. Usando uma lona, nós havíamos feito um acampamento improvisado na mata, longe da casa. Dali, tínhamos uma boa vista da rua e da estrada abaixo. Era apenas uma solução temporária. Precisávamos agir, por isso decidi ir a Washington. Era uma atitude desesperada, mas as nossas alternativas eram desesperadoras. Chuck havia discutido comigo, dizendo que era arriscado demais. Ele acreditava que deveríamos esperar, mas isso me assustava mais. O pouco alimento que tínhamos terminaria em alguns dias, e depois? Ele demoraria a se recuperar, então eu teria que pescar e caçar para nós? E talvez ele não se recuperasse. Precisava de cuidados médicos, assim como Ellarose, que estava
cada vez mais debilitada. O tempo havia se tornado nosso inimigo, e eu estava cansado de não saber o que estava estava aacont contec ecendo. endo. – Um dia, só isso. C Chego hego lá e m um dia, e nã nãoo ccorr orree re reii riscos, não nã o cconver onversar sarei ei com ning ninguém uém.. Laurenn segu Laure segurou rou Luk Lukee ccom om m ais força. – Prom P rom e ta que vai voltar pa para ra nós. Prom Pr omee ta, por ffaa vor vor..
DIA 34: 25 DE JANEIRO
Saí aant ntes es do aam m anhec anhecer er.. Em toda a minha vida, não conseguia me lembrar de ter andado mais do que alguns quilômetros de uma vez, talvez uma caminhada à tarde aqui e ali, mas tinha certeza de que poderia andar 100 quilômetros: 6,5 quilômetros por hora, 15 horas, 100 qui quilô lôm m etros. Eu poderia poderia ccam am inhar inhar 100 qui quilô lôm m etros em um dia. dia. Um dia. Em um dia, eu poderia descobrir o que estava acontecendo com o mundo, por que aquilo havia a conte contecido cido conosc conosco. o. P e las últ últim imaa s notí notícia ciass que havía havíam m os recebido, presidente deixado do Washington, luzes alichegar estavam acesas, e ootio de Laurenhavia era membro Congresso. mas Eu sóasprecisava ao Capitólio, explicar quem eu era, quem era a família de minha esposa. Apenas um dia e eu e u cons consegui eguiria ria aj uda. A lua ainda estava no céu quando saí de casa. Percorri a rua de terra na semiescuridão com a lanterna de cabeça acesa. Passei pela casa dos Baylor, com o coração na boca, mas as luzes não estavam acesas, não havia movimento nenhum. Quando cheguei à estrada principal, descendo a montanha, a luz do dia se esp e spalhava. alhava. Estabeleci um ritmo apressado, apesar de mancar um pouco. Lá embaixo, não nevava mais. Montes, campos e florestas se espalhavam à minha frente. Aos poucos, a escuridão deu lugar a uma explosão de cores conforme o sol aparecia no horizonte diante de mim. Gotas de orvalho enfeitavam a grama que emoldurava a estrada, e me senti energizado, revigorado.
Depois de tudo pelo que havíamos passado, eu só tinha que aguentar mais um dia. Não ã o havia c om omoo eu m e per perder. der. Tinha que desc descee r as m ontanha ontanhass e seguir a leste, seguindo a I-66 até chegar ao centro de Washington, até eu ver o Monumento a Washington. Então, deveria passar pelo Mall e subir até o Capitólio. Estava levando meu telefone celular comigo e o GPS estava funcionando, mas sem uma base de dados não tinha como consultar os mapas, apenas aqueles
de Nova York que Chuck havia instalado manualmente. Mesmo assim, eu o levei comigo, por precaução... talvez as redes de telefonia funcionassem em algum lugar. Cam inhei nhei,, ca cam m in inhei, hei, cam in inhei. hei. O sol estava alto no céu, banhando-me com seu calor. No meio da manhã, comecei a ver carros pela estrada. Eu estava seguindo uma estrada que corria parale ar alela la à I-66, I- 66, tentando m mee m a nter eescondido. scondido. Abaixe a cabe cabeça, ça, não cchame hame atenç atenção, ão, continue andando. De vez em quand quando, o, um ccar arro ro zzuni uniaa aaoo llong onge, e, aaproxi proxim m ando-se para pass passar ar por m im na est estrada rada pri princi ncipal pal.. Por um lado, eu qqueri ueriaa aacenar, cenar, para pararr e conv conversar, ersar, m mas as por outro lado, m ais for forte, te, sentia m edo. Luk Lukee e Laure La urenn conta contavam vam com igo, e e u prom ete etera ra que nã nãoo conve conversa rsaria ria c om ninguém ninguém.. N ã o podia ão m mee andar... ar arrisca riscarr.Quantos quilôme Andar, andar, quilômetro tross já percorri pe rcorri?? Eu fixava os olhos em um morro, algum lugar no horizonte, e então observava. Durante muito, muito tempo, ele permanecia do mesmo tamanho, mas depois começava a aumentar e eu passava por ele, e escolhia um novo mezuzah de Irena e, de vez em morro para o qual olhar. Em um bolso estava a mezuzah quando, eu a segurava, imaginando que algum poder secreto nos protegia. Meuss pés ddoí Meu oíam am , e a ferida em m inh nhaa per perna na ardia. a hora domochila aalm lmoço, oço,cheia o solde m meegarrafas fustigava eu esta estava va banha banhado do eem m suor suor. . Le Levava vava uma Npequena de eágua. A mochila me dava tanto calor que eu a tirava de vez em quando para esfriar o rio de suor que descia pelas minhas costas. Depois de cinco semanas de frio congelante, não pensei que pudesse esquentar tanto. Vou. Por que não? não? Com certo embaraço, tirei a calça jeans e
olhei para minha panturrilha direita. Toquei a beirada do ferimento. Doía. Calçando os tênis de novo, examinei as pernas pálidas e magricelas e as meias quee não combin qu combinavam avam . Minha cueca estava larga no quadril. Eu havia perdido tanto peso, que havia feito mais um furo no cinto para segurar a calça – cinco furos no total. Eu provavelm rova velm ente ti tinha nha per perdido dido c er ercc a de quinz quinzee ce centí ntím m etr etros os de c int intura ura.. P re recise ciseii enrolar o elástico da cueca para que ela não caísse, mas o vento fresco nas pernas er nas ffaa zia tudo valer a pe pena. na.
Eu tinha um pouco de comida, uns amendoins, mas também levava dinheiro e cartões de crédito. Se as luzes estivessem acesas, e a cidade viva, eu poderia comprar alguma coisa. Fiquei pensando na minha primeira compra, talvez um hambúrgu ham búrguer er be bem m suculent suculento, o, oouu ttalvez alvez eu para parass ssee eem m algum algum lugar para com comer er um filé. Então, pensei na carne sendo fervida na panela ontem, e meu estômago embrulhou. Quem fizera aquilo conosco? Quem nos transformara em animais? animais? Não podia ser apenas um acidente, não do modo com que havia se desenrolado: o ataque à logística, a queda da Internet, os alertas de gripe aviária, e então uma invasão do espaço esp aço aére a éreoo no norte-am rte-americano ericano e a derrubad derrubadaa das redes ddee energi energia. a. Não pod podiiam ser criminosos... o que eles ganhariam? Terroristas? Aquilo era coordenado demais, planejado demais. À tarde, a dor em m inhas pperna ernass era int intensa, ensa, e a ccanali analizzei em ra raiiva. Só podia er a China. China. O combate no mar do sul da China, todas as notícias da infiltração deles em nossas redes de computadores, roubando de nós. nós. Conforme eu me aproximava de Washington, a pergunta se tornava mais insistente, e a resposta, m ais clara. Mal podia esperar para que o sol se pusesse, para que o ar esfriasse. A paisagem aisage m m udou de sopés de m ontanha ontanhass pa para ra c oli olinas nas ondulantes, e as flore florestas stas e cam ca m pos ti tinham nham se torn tornado ado fa fazzendas e perifer periferias ias ddee pequenas cidades. No fi fim m da tarde, vi outra pessoa pela primeira vez. Mantive a cabeça abaixada quando passam assa m os um pelo outro na estra estrada. da. Mais tar tarde, de, par paree i e volt voltee i a vestir a ca calça lça.. Quando o sol se pôs, havia várias outras pessoas na estrada comigo, caminhando à m inha fre frent ntee e tam também bém atrás de m mim. im. T Todo odo m und undoo ssee m anti antinha nha afa afast stado. ado. Não ã o ha havia via e letric letricidade idade em lugar nenhum . A m a ioria das ca casas sas que e u conseguia ver estava escura, mas algumas janelas brilhavam com luzes fracas
que eu imagin im aginava ava serem de velas. No hori horizzont onte, e, de descendo scendo a II-66, -66, o cé céuu bril brilhava, hava, e a lu luzz est estava ava m ais próx próxiim a, m uito uito ma mais is próxi próxim m a. Masv oainda longe me demais. De Dev continuar e sf sforçando? orçando? A dor havia se tornado quase insuportável. Minhas pernas, meus pés, minhas costas... tudo doía. Eu rangi os dentes. Consigo caminhar cam inhar a noit noitee toda? Olhei para o horizonte. Era longe demais. Eu precisava descansar. Che hegarei garei lá amanhã.
A lua crescente voltara ao céu, lançando sombras fracas na noite. Mais adiante, uma massa escura se confundia com as árvores que demarcavam a estra est rada. da. Mancando, eu m mee aaproxi proxim m ei dela, obs obser ervando vando.. Era um ce celei leiro ro aant ntig igoo ou um galpão, com placas de madeira desgastadas pelo tempo. Não havia porta. Tirei minha lanterna de cabeça da mochila e a acendi. – Olá! – eu ccham ham e i. O interior estava repleto de itens descartados de maneira descuidada – quadros,, sapato quadros sapatoss velh velhos os,, um tri triciclo ciclo enfer enferruj rujado. ado. Havia um umaa ca cam m inhon inhonete ete Chevy antiga anti ga eem m um cant ca nto, o, ssem em rodas e sobre sobre blocos, blocos, cob cober ertta por li lixo. xo. – Olá! Minha voz ecoou sem resposta. Eu estava exausto. Mais do que exausto. Caminhei para o fundo do galpão. À luz da lanterna de cabeça, passei por algo que parecia um cobertor velho – Talvez fosse uma cortina? cortina? – e o peguei. Estava duro de de tão sujo, m mas as eu o sacodi e li lim m pei ddaa m elho elhorr m aneira que cons consegui egui.. Estre Est rem m eci, ec i, o su suor or fr frio io aind aindaa eem m m in inhas has cost costas, as, resfriando m meu eu corpo c orpo ssob ob o ar gélido da noite. Chegando à Chevy, subi e abri a porta. Havia um banco comprido ali dentro, e sorri, entrando. Posicionei minha mochila para servir de travesseiro, fechei a porta e m e de deit itee i, puxando a ccortina ortina sobre m eu ccorpo. orpo. Algo em meu bolso me incomodou, e percebi que era a mezuzah mezuzah dos Borodin. medaapoi apoiei eiinhonete. em um ccot otov ovelo elo e acomo eenfi nfiei eiporta, em um nferrujado ado nnaa lat latera erall ddaa Eu porta c am inhonete. Isso Isso c onta conta nã nãooburaco conta conta??eenferruj Quando deitei deitei a ccabeç abeçaa na m ochi ochila, la, o so sono no vei veioo depressa.
DIA 35: 26 DE JANEIRO
O Monumento a Washington. Pude ver sua ponta acima das árvores à frente quando saí debaixo de um viaduto. Eu havia acordado durante a madrugada, morrendo de frio e com a garganta seca. Depois de tomar o resto da água e comer os amendoins, voltei para a estrada para prosseguir com a caminhada. Quasee m e eesq Quas squeci ueci ddaa mezuzah mezuzah,, mas voltei para pegá-la um pouco depois de sair do abrig abr igo. o. Quando me aproximei de Washington, comecei a ver postos de gasolina e loj ojas as de conveni conveniência ência pon pontu tuando ando a estrada. A m aiori aioriaa estava aabando bandonada, nada, m as vi uma fileira de carros vazios estacionados à frente de um daqueles estabelecimentos. Sem conseguir conter a curiosidade e a fome, eu me aproxim aproxi m ei da ccons onstrução. trução. Ali dent dentro, ro, as prateleiras estavam vaz vazias, ias, e um home homem m atrás do balcão me informou que haveria combustível no dia seguinte. El Elee encheu e ncheu m min inhas has ggar arra rafa fass ddee áágua gua e, quand quandoo eu est estava ava saind saindo, o, oofe fere rece ceuu um sanduíche, provavelmente seu almoço. Eu aceitei e o devorei. Ele disse que não havia nada para mim em Washington, e que eu não deveria ir, pois seria mais seguro permanecer na zona rural. Eu agradeci e segui meu caminho. O tráfego de pedestres a pé tomava uma pista da estrada enquanto nos aproximávamos da cidade, e eu caminhava em meio aos outros. Já era meio-dia. À minha direita, prédios de escritório se estendiam em direção ao céu cinzento acima, com equipamentos de construção abandonados entre eles. À minha esquerda, havia uma fileira de árvores muito finas, com vinhas verdes. Havia placas indicando a ponte Roosevelt à frente, e placas indicavam o Pentágono e Arlington à direita.
Eu estava quase lá. O que eles estão fazendo no Pentágono? Pentágono? Estava bem ali, a menos de um quilômetro e meio. Há um plano? Home Homens ns e mulhere mulheress corajosos e stã stãoo sendo enviados para defender nossa nação? Eu nunca havia feito nada corajoso na vida, não no sentido físico, pelo menos. Isso é ter corage coragem? m? Caminh Caminhar ar por ce cem m quilômetros nnoo desc desconhec onhecido? ido? O medo me levara a fazer aquilo, mas o que mais me assustara fora deixar Luke e
Lauren, principalme principalment ntee de depoi poiss de ela m e im plorar plorar para não ir ir.. Caminhei com cada vez mais pessoas no acostamento da estrada, um corredor marcado por muros altos e cobertos por vinhas. Éramos um rio de refugiados quando passamos por Fairfax e Oakton e também por Vienna a cam ca m in inho ho ddaa ccid idade. ade. Meu am or po porr Laure Laurenn e Luk Lukee foi, em grande parte, o qu quee m e fez seguir em frente naquela manhã, o que fez com que minhas pernas se movessem apesar da dor, o que fez com que eu colocasse um pé na frente do outro. Outra coisa que me guiava era minha raiva. Antes, eu só tentava sobreviver, mas conforme me aproximava de Washington, e a perspectiva de aquilo chegar ao fim se tornava real, comecei a pensar em vingança. Alguém v ai pagar por isso, por ferir minha família. família. Segui a estrada subindo a ponte sobre o rio Potomac. A maré estava baixa, e as gaivotas voavam ao longe. À frente, o Monumento a Washington rasgava o céu. Segui a multidão pela Lincoln Memorial, afunilando em direção a um destino desti no desconhe desconhecido. cido. Estávamos sendo pastoreados. Uma chuva leve começou a cair. Nuvens baixas e pesadas tinham substituído o sol forte da manhã. Os veículos iam e vinham na estrada, metade deles do exércit exér cito. o. R Resi esist stii ao íím m peto ddee eest stender ender o braç braçoo e pa para rarr um deles. Mase,quem qde uemqualquer para pararia ria modo, por m mim? im? Eu era apena apenas s ma mais isquase um entre tant tantos os,,Só andando na chuva minha missão estava completa. mais uns cinco quilômetros. Vistas familiares e confortantes apareceram: a Casa Branca, visível entre as árvores e o topo do Smithsonian mais à frente, na rua. Mas à minha direita, o National Mall, o espaço aberto de verde que se
estendia do Lincol Memorial até o Capitólio, estava totalmente obscurecido por uma cerca alta com arame farpado. A cerca estava coberta, mas eu conseguia ver entre os espaços que havia m uita uita ati ativi vidade dade aatrás trás dela. O que eles estão escondendo? escondendo? A polícia estava posicionada nos cruzamentos, fazendo o trânsito seguir, mas como eu havia prometido a Lauren, não conversei com ninguém. Quando me aproximei do museu de História Natural, no Mall, vi andaimes montados em uma das latera lateraiis. Eu qqueria ueria ver o que havi haviaa atrás das ccerc ercas, as, por iiss ssoo pass passei ei a um lado
da rua e, conferindo se ninguém estava me observando, caminhei ao longo da cerca ce rca e passei ppor or baix baixoo do andaime andaime.. Um pano azul cobria o andaime, então, quando me abaixei, fiquei escondido. Subi um andar e depois mais um, ascendendo pela lateral do prédio. Quando já estava bem acima, subi à laje e me deitei perto da beirada para observar. O National Mall era uma cidade imensa de tendas de lona, veículos militares e estruturas de alumínio. Ele se estendia até o prédio do Capitólio e, à minha direita, cercava o Monumento a Washington e continuava ao longe, engolindo o Espelhoo D’ Espelh D’água água e o Lincol Lincolnn Mem Memorial. orial. De Devv e se serr a mobil mobilização ização mili militar tar . Mas havia algo errado. Os caminhões não pareciam do exército americano. Quando tentei entender aquilo que estava vendo, um helicóptero decolou do meio da área á rea m il iliitar, eerguendo rguendo uum m equi equipam pamento ento.. E eent ntão, ão, olh olhei ei para os ssol oldados dados at atrá ráss da cerca ce rca,, a m menos enos de trez trezento entoss me mettros. ros. Aquil Aquiloo não é um uniforme ame americano ricano.. Eles eram chineses. Fiquei olhando sem acreditar, meu corpo formigava. Esfreguei os olhos, respirei fundo e olhei de novo. Todos, até onde consegui ver, eram asiáticos. Alguns usavam uniformes cáqui, outros usavam um uniforme cinza e muitos outros vestiam roupas de camuflagem, mas todos tinham identificação vermelha na lapela. E todos usavam bonés com uma estrela vermelh verm elhaa no m meio eio.. Eu estava vendo uma base do exército chinês, bem no centro de Washington. uma mureta, dificuldade para assimilar oo queConforme tinha visto.me Osabaixei intrusosatrás não de identificados no tive espaço aéreo norte-americano, motivo pelo qual o presidente havia deixado Washington, o motivo por que havíamos sido largados em Nova York, o porquê de só haver eletricidade em Washington, todas as mentiras e informações confusas, tudo fazia sentido. Nós tí tínham nham os sido iinvadidos. nvadidos.
Remexendo-me, peguei o telefone do bolso e tirei umas fotos. Não ã o faz fa zia sentido ir ao Capit Capitóli ólio. o. Nã Nãoo have haveria ria a j uda ali. Se e u fosse pre preso, so, nunca nun ca consegu conseguiri iriaa vol voltar tar par paraa Laure Lauren. n. Pre Precisava cisava sair dali dali.. A adrenalina tomou conta de mim enquanto eu descia do andaime, e voltei para ar a a rua rua,, de volt voltaa a o fluxo de re refugiados, fugiados, tentando não c ham ar a tenç tençãã o. inguém in guém pare parecia cia m e not notar ar,, po porr is isso so pare pareii ddee aandar ndar e obs obser ervei vei as cer cerca cass ao llong ongoo do Mall. Havia um policial a alguns metros de mim, e não consegui me conter.
– O e xér xércc it itoo e stá ali? – pe perguntei, rguntei, a pontando as c er ercc a s, ccham ham a ndo a a tenç tençãã o dele. Ele assent a ssentiu iu.. – O eexér xército cito chinês chinês?? – Eles Ele s eestão stão aaqui qui – eele le rree spondeu, aapar paree ntem ntemee nte cconfor onform m a do. – E não vão a lugar aallgum. As palavras dele me acertaram como um soco no estômago. Olhei para ele sem acreditar, o Monumento a Washington atrás dele sob a chuva que caía. – Você só pre precc isa se a costum costumaa r c om iss isso, o, am igo – e le a cr cree sce scentou ntou quando m e vi viuu ol olhando. hando. – Agora, ccont ontin inue ue aandando. ndando. Balançando a cabeça, incrédulo, continuei a olhar, querendo fazer alguma coisa. O que essas pessoas estão fazendo? fazendo? Elas caminhavam de cabeça baixa. inguém falava. Derrotadas, como se tivessem desistido. Os Estados Unidos desistiram? desistiram? Comecei a andar e depois, a correr. Não é ossível. Como pode ser? Eu precisava voltar para Lauren e para Luke. Era só o que importava. Confuso, caminhei sob a chuva, de volta ao rio Potomac, e então atravessei, deixando DC para trás. Mas em vez de voltar pela I-66, em meu estupor, subi a ponte a lguma lgumass centena ce ntenass de m e tros a o sul e m e vi na entr entrada ada do ce cem m ité ité rio Arlington. Eu estava à beira de um grande gramado na ponta do caminho. Estava tomado por gansos canadenses. Eles grasnaram quando passei por eles. A rua ampla era pontuada por arbustos altos e bem cuidados, cheios de frutinhas pequena eque nass e ve verm rm elha elhas. s. Será que posso comê-las? comê-las? Elas provavelmente fariam com que eu passasse mal. Atrás dos arbustos, galhos desfolhados de árvores se estendiam ao céu. Passei por um m em oria oriall ao 101st Ai Airbour rbourne, ne, um a ááguia guia de bronze voando aacc im imaa dele dele,, e tentei imaginar onde aqueles homens estavam agora. Nossa bandeira ainda
estava a meio mastro em cima da construção de colunas beges no meio do cem ce m it itér ério io,, no ttopo opo de um umaa eelevaçã levaçãoo no m eio. Preciso Prec iso continuar aandando, ndando, ganhar c erta dis distância. tância. Chegando à beira do cem itér itériio, parei na ffrente rente de uma font fontee circular circular.. Est Estava ava vazia, vaz ia, e não havia m ais nnin inguém guém ali ali.. Havia quatro ent entra radas das arquea arqueadas das ao eesp spaç aço, o, e escolhi uma à minha esquerda. Eu me aproximei de uma escada e descobri que a parte de dentro do arco era uma construção com paredes de vidro. Vi uma parede ar ede int intee rior c heia de fotos e quadr quadros, os, um umaa hom homena enagem gem visu visuaa l à “ Maior
Geração”, como estava escrito em um pôster. Homens como o meu avô, que haviam lutado nas praias da Normandia, me observavam enquanto eu subia a escada. Quando cheguei ao topo, fui recebido por fileiras e mais fileiras de lápides de m árm ore branco em um gram gramado ado ai aind ndaa perfe perfeiitam ent entee bem cui cuidado dado.. Cada lápide era decorada com uma guirlanda fresca e um laço vermelho. Pareciam muito bem cuidadas. As lápides se erguiam no monte à minha frente, espalhadas entre os carvalhos e eucaliptos. Nos Nossos sos heróis jaz jaziam iam ali ali,, testemunhando essa abominação. abominação. Andei entre os túmulos, lendo os nomes. Subi o monte, passando pelos túmulos dos irmãos Kennedy e pela Arlington House. Parei no topo para olhar ao redor.. Na chuva deprim redor deprimente, ente, o Pot P otom omac ac se eest stendi endiaa lang langui uidam damente ente à dist distância, ância, e Washington ficou atrás. Balancei a cabeça e comecei a descer pelo outro lado. O que devo fazer? Percebi como estava sedento. Chovia mais pesado agora, e minha língua estava grudando no céu da boca. Nas ruas atrás do cemitério, a água corria pelo bueiro, e e u m mee aj oelhe oelheii com um umaa de m inhas ga garr rraa fa fass va vazzias, tenta tentando ndo eenchê nchê-la -la.. Alguém se aproximou de mim na calçada mas abriu uma boa distância conform confo rmee pass passava. ava. Como deve estar minha aparência, prostrado feito um animal, com as roupas rotas e sujas, cabeça raspada? raspada? Senti vontade de gritar com a pessoa, essoa , m minha inha ra raiva iva eextra xtravasa vasada. da. Por que e la está ccaminhando aminhando tão dev devagar? agar? Aonde está indo? indo? Será que ela não perce er cebia bia que o m mundo undo havia te term rm inado? A adrenalina começou a diminuir quando voltei para a estrada, e a longa ornada à minha frente pesou. Eu estava fraco e encharcado. Não conseguiria voltar andando à casa de Chuck. O frio e a exaustão tomavam meus ossos,
músculos, e a raiva diminuiu. Além de não ser capaz de voltar andando, eu duvidava duvi dava de que ccons onseguiria eguiria sobre sobreviv viver. er. Chegando à eest stra rada, da, dec deciidi qque ue tent tentar aria ia pegar uma ca carona. rona. T Ter eriia que ar arris risca carr. Com a cabeça baixa, segui mancando, fazendo um sinal com o dedo para pedir iso e ncontrar um abri abrigo go logo. logo. carona. Eu tremia sem parar. Prec parar. Preciso Perdi Pe rdido do em m eus pens pensam am ento entos, s, ma mall nnot otei ei quand quandoo uma ca cam m inhon inhonete ete diminu diminuiu iu a velocidade e parou bem à minha frente. Um homem colocou a cabeça para fora da janela.
– Pre P recc isa de ccar arona? ona? Fiz o melhor que pude para me aproximar da janela, assentindo. A temperatura caía, e eu estava ensopado. – P ar araa onde? – um dos ra rapazes pazes na fr free nte per perguntou. guntou. Eles er eraa m trê três, s, e uma um a música country country tocava no rádio. Que rapazes bacanas. bacanas.E u me m e eencol ncolhi hi.. – Eu, você está bem , am igo? – S-sim S-sim – gague gaguejj e i. – S Saa ída 18, depois de G Gaa inesvil inesville. le. Ele se virou para os outros no carro, conferindo com eles. Fiquei na chuva, esperando. – Você está soz sozinho? inho? – e le per perguntou, guntou, voltando a fa falar lar c om omigo igo e e sti stica cando ndo o pescoç esc oçoo par paraa for foraa da j a nela par paraa olha olharr no aacc ostam ostamento. ento. Assenti. El Elee in indi dicou cou a parte de trás da ccam am inho nhonete nete ccom om o pol polegar egar.. – Podem P odem os deixa deixarr voc vocêê lá. N Não ão te tem m os espa espaçç o aqui, só lá aatrá trás. s. V Você ocê fica fic a rá na caçam caç am ba com m ais alg alguma umass pes pesso soas, as, ma mass ppelo elo menos é coberta. Pod Podee ser? Eu não tinha escolha. Dei a volta por trás e vi que alguém já tinha aberto a traseira, ra seira, então entrei e a ca cam m inho nhonete nete parti partiu. u. À luz fraca, vi os outros reunidos atrás: cinco pessoas aglomeradas, sentadas sob lençóis e roupas sujas. Eu me sentei num canto da caçamba, longe de todo mundo. Permaneci em silêncio por um tempo, e pretendia me calar, mas não consegui. – Há quanto tem po os chine chineses ses e stão aqui? Há quanto tem po e les invadira invadiram m Washington? Ninguém m e diss dissee nada nada,, m a s um dele deless j ogou um c ober obertor tor par paraa m im im.. Murmurei um agradecimento e me cobri, ainda tremendo. Posso c onfi onfiar ar nessas pe pessoas ssoas?? Não tinha muita escolha. Molhado e
congelando, eu morreria se ficasse sozinho. Aquela caçamba era a única salvação para mim no momento. Precisava voltar para as montanhas. – Há quanto tem po ele eless estão aaqui? qui? – per perguntei guntei de novo, ba batendo tendo os dentes. Silêncio. Eu estava prestes a desistir quando um rapaz de cabelos loiros e um boné respondeu. – Há a lgum lgumas as se sem m ana anas. s. – O que a conte contece ceu? u?
– Um a cibe ciberte rtem m pesta pestade, de, foi iss issoo o que a conte contece ceuu – um ra rapaz paz de m oica oicano no disse. Ele tinha cerca de dez piercings, e eram só os que eu conseguia ver. – De onde você veio? – Nova York ork.. Uma pausa. – As cois c oisaa s estava estavam m bem int intee nsas por lá lá,, não? Eu assenti... todo o horror resumido em um gesto. – Onde está o nosso exé exérc rcit ito? o? – per perguntei. guntei. – Com omoo ele eless per perm m itira itiram m que fôssemos invadidos invadidos?? – Estou c ontente por e les eestare starem m aqui – Moi Moicc ano rresponde espondeu. u. – Você Você e stá contente contente?? – grit gritei. ei. – Qual é o se seuu probl problem em a? O loiro se ajeitou. – Ei, cara ca ra,, ac acalm alm ee-se. se. N Nãã o quer querem em os problem as, tudo bem ? Abismado, balançando a cabeça, eu puxei o cobertor ao redor do corpo. sses garot garotos os são o fut futuro? uro? Não era à toa que tudo aquilo tinha acontecido. Semanas atrás, os Estados Unidos pareciam indestrutíveis, mas agora... De al a lgum m odo odo,, nó nóss haví havíam am os fra fraca cass ssado. ado. O mais importante agora era encontrar minha família, mantê-los em segurança. Suspirando, fechei os olhos e me virei, encostando o rosto no metal frio, ouvindo o ronco que me puxava noite adentro. Quando dei por mim, alguém cutucava meu ombro. – Ei, am a m igo – um dos ca caubóis ubóis da pa parte rte da fr frente ente dis disse. se. A tam pa de trá tráss eestava stava abaixada e ele e le est estava ava no ac acos ostam tamento ento.. Estávam Est ávam os em um umaa saída. Es Estariam tariam m e eenxo nxotand tandoo ant antes es da hora? – Esta é a sua sa saída. ída. Balançando a cabeça, percebi que tinha dormido. Não havia mais ninguém
na caçamba da caminhonete. Os rapazes tinham partido. Eu estava coberto por muitos cobertores, e um deles estava até dobrado embaixo de minha cabeça. deveriam tê-loccom colo coloca do al alii ppar araa m im eenqu nquanto anto eu dorm dormia. ia. Eu m e senti m al El pEles orester m e ir irritado ritado om ecado les. – Obr Obrigado igado – m urm ure urei,i, aafa fastando stando os cobe cobertore rtoress e pe pegando gando m inha m ochila. Desci. Já Já havia para parado do ddee cchov hover er,, ma mass escurec escurecia ia de no novo. vo. Ele viu quando olhei para o céu.
– De Dem m ora oram m os um pouco m a is do que e u pre previa. via. Tivem os que deixa deixarr aque aquele le pessoal essoa l pelo ca cam m inho... – Obrigado Obr igado – eeuu dis disse. se. – Muit Muitoo obrigado. Ele olhou para as montanhas. – Você Você vai pa para ra lá? – Não Nã o – eu disse, aapontando pontando a ba base se da dass colinas. – Ali. Eu tem tem ia que eeles les me segui seguiss ssem em , ou pior, pior, qu quee ffos ossem sem na m inha inha fr frente. ente. El Elee ol olhou hou ppar araa m im de um j eit eitoo esqui esquisi sito to,, deu de om bros e se aaproxi proxim m ou. Eu me retraí, pensando que ele pegaria minha mochila, mas só me abraçou. – CuideCuide-se, se, eestá stá be bem m ? – o ca caubói ubói di disse. sse. Eu perm perm aneci iim m óv óvel el enq enquant uantoo el elee m e aabraça braçava va com força. – Certo. – Ele riu r iu e me m e soltou. – T Tom omee ccuidado. uidado. Calado, eu o ob observei servei entrar na ccam am in inhon honete. ete. Eles ssee foram . Eu não não havia no notado tado,, ma mass me meus us olhos olhos est estavam avam m ar arej ej ados. Colocando a mochila nas costas, olhei para a estrada que subia a montanha. Estava escurecendo, e eu teria dificuldade para encontrar o caminho. Naquela noitte, a luz da lu noi luaa ser seria ia iins nsufi uficiente ciente para m e aajj udar udar.. C Com omec ecei ei a aandar ndar em dire direçã çãoo à casa, c asa, com o coraçã coraçãoo pes pesado, ado, mas fe felliz porqu porquee eem m breve est estaria aria com Lauren e Luke. Havia mais uma coisa, algo em que eu estava procurando não pensar. Era o trigésimo aniversário de Lauren. Eu queria levar um presente a ela, algo que prom ete etesse sse li liber bertaç taçãã o de toda a dor e do m edo das últim últimas as sem a nas, m a s e u voltava vol tava de m ãos vazi vazias. as. P Pio iorr do que va vazzias. M Mas, as, pelo m menos, enos, eu eest stava ava vol voltando. tando. Torci para que tu tudo do est estiivess vessee be bem m lá em cim cima. a. Apesar da dor, aapressei pressei o pas passo so..
DIA 36: 27 DE JANEIRO
O brilho no horizonte parecia zombar de mim. Eram quase dez da noite, e estávamos na varanda na frente da casa de Chuck, olhando para Washington que reluzia ao longe. Alguns dias antes, o brilho parecera um farol da salvação; agora, ele e le havia se tornado um símbol símboloo de desespero. Susie olhou para as luzes. – Não Nã o poss possoo ac acre redit ditar. ar. Estendi Est endi me meuu ttelefone elefone a ela. – Vej Vej a as ffotos. otos. Elaa balançou a ccabeça El abeça.. – Eu j á vi as ffotos otos.. O que quer queroo diz dizee r é que não posso ac acre redit ditaa r que iss issoo tenha acontecido, de fato. Luke ainda estava de pé, e brincava perto da fogueira. Enfiava um graveto nas cham chamas. as. – Luke Luke – La Laure urenn cham cha m ou, com e ça çando ndo a se leva levantar ntar da ccaa deir deiraa –, nã não... o... Segurei o braço dela, para que permanecesse sentada. – Ele pre precisa cisa apr aprende enderr soz sozinho. inho. De Deixeixe-o. o. P ode ser que nem sem pre estej est ej am os aqui para prot protegêegê-llo. Ela pareceu querer discordar e me afastar, mas parou. Sentou-se, ainda observando Luke, mas em silêncio. Na noit noitee a nter nterior, ior, e u havia m e per perdido dido ao tentar e ncontra ncontrarr o c am inho no escuro, mesmo com a lanterna de cabeça. Tudo parecia igual e, no fim, eu me deitei ao ar livre, cobri meu corpo com as folhas na tentativa de me aquecer, esperando o sol nascer. Choveu de novo, mas consegui dormir, e quando acordei,
quase não consegui me mexer, meus braços e minhas pernas estavam quase paralisados ar alisados por ccausa ausa do fr frio. io. Quando encontrei nosso acampamento improvisado à luz da manhã, Susie quase atirou em mim. Eles estavam esperando um comboio de resgate, helicópteros e comida quente, mas cheguei sozinho, meio morto de frio e delirando. Eu estava com hipotermia, exausto, murmurando algo sobre os chineses, dizendo bobagens.
Voltamos para a casa e acendemos o fogão a lenha, e eles me deitaram na frente dele em um sofá, com alguns cobertores por cima. Deixaram que eu dormissee até o ffiim da tarde. Quando acordei, a prim dormiss primeira eira cois coisaa que fiz foi di dizzer a Lauren o quanto eu a amava, e então brinquei com Luke no sofá por um tempo, tentando ima imagi ginar nar ccom omoo seria o futu futuro ro para ele. Todo mundo queria saber o que havia acontecido, mas pedi um tempo para mim, para que eu conseguisse processar e encontrar uma maneira de dizer que não haveria ajuda, que estávamos sozinhos. Que talvez nós não mais vivêssemos nos Estados Unidos. Por fim, simplesmente mostrei a todos as fotos em meu telefone. Havia muitas perguntas, mas eu não tinha respostas. – Então, eles e les simple simplesm smee nte de deixar ixaram am você ir eem m bora bora?? – C Chuck huck per perguntou. guntou. Os ferimentos dele não estavam sarando muito bem, e passar dois dias na mata deixaram as coisas muito piores. Susie não havia conseguido tirar todos os estilhaços de seu braço, e a mão quebrada também parecia estar bem dolorida. El Elee m anti antinha nha o braço eem m um umaa ti tipoi poia. a. – Sim Sim,, deixara deixa ram m. – Você Você viu nos nosso so exé exérc rcit ito, o, a nossa polícia lá lá?? E ninguém esta estava va ffazendo azendo na nada? da? Pensei em minha ida a Washington. Tudo o que eu tinha visto ganhara novo sentido ao encontrar a base do exército chinês. Repassando tudo em minha mente, tentei perceber a verdade das coisas que tinha visto, mas que talvez não ti tivesse vesse eent ntendido endido na oc ocasião. asião. – Nossa polí polícia cia e stava a li li,, ce certa rtam m e nte norte norte-a -am m e ric ricanos anos que e stava stavam m direcionando o fluxo de refugiados. Vi alguns soldados na estrada, mas acho que eram era m chi chineses neses.. – Você Você viu brigas?
Neguei e guei ba balanç lançaa ndo a ccaa beç beçaa . – Todo Todo m mundo undo par parec ecia ia de derr rrotado, otado, ccom omoo se tudo jjáá tivesse tivesse a ca cabado. bado. Luke havia parado de brincar com o graveto e subiu a escada correndo em di dire reçã çãoo ao col coloo de Lauren. – Então, não nã o havia c onst onstruç ruções ões bom bar bardea deadas? das? Es Estava tava tudo iintac ntacto? to? Assenti Ass enti com a ccabeç abeça, a, tent tentando ando me lem lembrar brar de tu tudo do o que vi vira ra.. – Como e les podem ter desisti desistido do sem lut lutar ar?? – Chu Chucc k pe perguntou. rguntou. Ele e stava tendo di dificul ficuldade dade par paraa aace ceit itar ar.. Acr Acredit editava ava em m im , m mas as não ccons onsegui eguiaa assi assim m ilar ilar
que tudo tudo ttiv ivesse esse ac acabado abado tão depressa. Eu ttam am bém aind aindaa nã nãoo ac acredit reditava. ava. – Ser eria ia difícil re reaa gir se os chine chineses ses inca incapac pacit itasse assem m a s c om omunica unicaçç ões do exército e os sistemas de armas eletronicamente. – Eu havia pensado naquilo. – Passaríamos a ser homens das cavernas tentando lutar contra um exército moderno. – Então, Wa shi shington ngton par paree cia norm a l? – La Laure urenn per perguntou guntou,, ac aconche onchegando gando Lukee , tenta Luk tentando ndo eentende ntenderr. – V Você ocê foi aaoo Capitól Capitólio? io? – Nã Não. o. Como e u diss disse, e, fique fiqueii com m e do. P e nsei que ele eless estivessem nos levando a um cam ca m po de detençã detenção. o. Achei que não ccons onsegui eguiria ria vol voltar tar.. – Mas havia pessoa pessoas, s, norte norte-a -am m e ric ricaa nos, simple simplesm smente ente anda andando ndo por a li. li. Dirigindo Diri gindo?? – Chuck perguntou. Eu havia descrito as pessoas que vi nas ruas, algumas delas caminhando com o se nada tiv como tivesse esse ac acont ontec ecid ido, o, e ccont ontei ei so sobre bre os caubói caubóiss qu quee m e trouxeram de volta. Susie suspirou. – É difícil im im a ginar, m as aacho cho que a vida c onti ontinua. nua. – A vid vidaa c onti ontinuou nuou na Fra rança nça ocupa ocupada da dura durante nte a Se gunda Gue Guerr rraa Mundi Mundial al – argumentei. – Paris também desistiu sem resistir. Sem bombardear, sem lutar; livre um dia e, então, ocupada no dia seguinte. As pessoas continuavam a comprar com prar baguet baguetes, es, bebi bebiam am vinho vinho... ... – Deve De ve ter acontec ontecido ido que quando está estávam vam os e m Nova – La Laure uren diss disseede . – Fazia Fazia mais de ac um mês estávamos isolados. IssoYork explica a nfalta informaç nformação, ão, o modo como as cois coisas as ac acon onttec ecera eram m. Explicava Expl icava m ui uito to,, si sim m. Não ã o neva nevava va m ais, m a s ainda er eraa inver inverno, no, e não havia ins insee tos nem grilos emitindo sons nas florestas escuras. O silêncio era ensurdecedor.
Suspirei. – Não Nã o impor importa ta o que ac aconteç onteça, a, ffoi oi m mee lhor ter saído de N Nova ova Y York ork.. P Paa re rece ce que eles deixarão tudo por lá apodrecer. – Maldit Malditos! os! – Chuck gritou, le leva vantando-se ntando-se da ca cadeir deiraa . Ele bala balança nçava va o bra braçç o sadio contra contra a luz no hori horizzont onte. e. – Nã Nãoo vou me entre entregar gar sem lut lutar. ar. – Aca Ac a lm lmee-se, se, quer querido ido – S Susie usie sussurrou, e fic ficou ou de pé par paraa abra abr a çá çá-lo. -lo. – Na Nada da de luta por enquant e nquanto. o. – Mal conseguim conse guimos os sob sobre reviver viver.. – Eu ri. – Co Com m o vam os re rebate bater? r?
Chuc k olhou par Chuc paraa o hor horiz izonte. onte. – As pessoas pessoa s jjáá ffiz izee ra ram m iss issoo ante antes. s. O underground , a resistência. Lauren Laur en olhou par paraa Sus Susie. ie. – Acho Ac ho que j á basta por hoj hojee , não éé?? Susie concordou. – Acho Ac ho que de dever veríam íam os dorm dormir ir.. Chuck abaixou a ccabeç abeça, a, e virou-se virou-se em dire direçã çãoo à porta. – Avis Avisee quando qua ndo você for pa para ra a ca c a m a , Mi Mikke , que eeuu desç desçoo par paraa vigi vigiaa r. Lauren se abaixou para me beijar. – Sint intoo m uit uitoo por ter deixa deixado do seu anive aniversá rsário rio passa passarr em bra branco nco ontem – e u disse. – Você Você ter volt voltaa do em segur seguranç ançaa foi o m maa ior pre presente sente de todos. – Eu queria quer ia tanto... – Eu sei, Mik Mikee , m as o im importa portante nte é que esta estam m os j untos untos.. – Ela beij ou Luk Lukee e ficou de de pé, aaconchegando-o conchegando-o em seus braç braços os.. El Elee dorm ia. Permaneci em silêncio. Olhando para o batente, vi que alguém havia coloca colo cado do a mezuzah mezuzah dos Borodin ali. – Quem Que m coloc colocou ou aquilo ali? – per perguntei, guntei, apontando. – Eu – Laure La urenn dis disse. se. – Um pouco ta tarde rde,, não aacc ha? – Nunca Nunc a é tar tarde de de dem m ais, Mi Mikke. Suspirei e voltei a olhar para o horizonte. – Vou Vou fica ficarr um pouco aaqui qui em embaixo. baixo. Tudo bem ? – per perguntei guntei a eela. la. – Não Nã o dem ore m uit uito. o. – Pode P ode de deixar ixar.. Fiquei sentado e olhando para a luz de Washington ao longe, repassando as
imagens da viagem de ida e de volta na mente. Eu havia ficado fora por apenas dois dias, mas pareceram anos. Uma eternidade havia se passado em minha cabeça, e o mundo havia mudado. Perm Pe rmaneci aneci ali po porr um umaa hora, aprox aproxiim adam ent ente, e, e a rraiv aivaa aaume ument ntava ava dent dentro ro de m im. P Por or fim fim,, m mee levant levantei, ei, dei as cost costas as par paraa Washi ashingt ngton, on, e eent ntre rei.i.
DIA 40: 31 DE JANEIRO
O céu estava outra vez nublado e o clima, úmido... péssimo para sair, mas bom par paraa pe pesca scarr. – Eles não nã o deve devem m ter ti tido do esc escolha olha – Sus Susie ie disse, aainda inda tenta tentando ndo ente entender nder o que havia acontecido. Estávamos descendo até o rio Shenandoah, pela montanha e em direção ao vale a oeste. Uma Um a névoa fi f ina pairava no ar ar.. Espero que não com comee ce a chov chovee r . Qualquer coisa que se molhasse perm er m ane anecc er eria ia m olhada por dias. A neblina se este estendia ndia à dis distânc tância ia e ntre a s árvores. Havia apenas mais dois chalés naquele lado da montanha, e ficamos long ongee de delles, segu seguiindo uma tri trilh lhaa ccer erca cada da por ár árvores vores conform conformee de descí scíam am os. os. – Ta lvez você e ste ste j a c er erta ta – re respondi spondi.. – Ta lvez a guer guerra ra sej a a ssi ssim m a gora gora.. Gosttaria Gos ar ia de tter er m e pre prepara parado do me melh lhor or.. Conflito moderno terminava antes de o primeiro tiro ser dado. Minha mente não parava de revolver minhas memórias, o que já lera sobre ciberameaça, e me arrependia por não ter levado nada daquilo a sério. Eu deveria ter feito muitas coisas de outro modo, deveria ter protegido Lauren e Luke de modo m elho elhorr. Era m in inha ha ccul ulpa. pa. Chegando no rio, a trilha se tornava lamacenta, e procurei por outras pegadas. enhuma parecia recente. – Não Nã o é possí possível vel se pre prepar paraa r par paraa tudo – Susi usiee dis disse se depois de pensa pensarr um pouco. – E talvez talve z tenha sido m elhor de dessa ssa fform orm a. A pele no rosto dela estava pálida, fina como papel e translúcida, mesmo sob a luz m ais frac fraca. a. De Descasca scascava va per perto to do couro cabelud cabeludo. o. El Elaa rrepar eparou ou qque ue eeuu estava estava
observando, e desviei o olhar, percebendo frutos ovais e marrons pendurados em arbust ar bustos os per perto to da trilh trilha. a. – Podem P odem os com e r eesses sses frutos fr utos?? – per perguntei. guntei. – São m am ões – Sus Susie ie disse. – Muit Muitoo m e surpr surpree ende os esquilos não os te tere rem m comido. Nós nos aproxima apr oximam m os do ar arbust busto, o, e eela la os puxou. – Mas estã estãoo estra estragados. gados. A éépoca poca dele deless é no outono. – Mesm Mesmoo a ssi ssim m , e la os guardou no bolso.
– Então, o que quer diz dizee r com talvez tenha sid sidoo m e lhor? – per perguntei guntei eenquanto nquanto pegava ega va m ais m mam am ões. – Que Quero ro diz dizer er que um cibe cibera rataque taque é m e lhor do que ser inciner incineraa do por um umaa bomba om ba.. Permaneci calado enquanto voltávamos para o rio. Pensei em como os Borodin estariam, tentei imaginar como os capturados estavam – se os Borodin os haviam havi am so solt ltado ado ou ssee eeles les ttin inham ham m orrid orridoo de fom e. Susie se abaixou e puxou uma das linhas de pesca que havíamos colocado nos arbustos. Ela balançou a cabeça, e nós avançamos à seguinte. Bétulas altas e finas fin as se estend estendiam iam além das m marge argens ns ddoo S Shenandoah. henandoah. F Fol olhas has am amar arelas elas cobriam o chão da floresta. Passamos por uma série de corredeiras que borbulhavam e gorgolejavam. Nós havíamos disposto várias linhas nas piscinas naturais para onde a água fluía. O guia de sobrevivência de meu telefone explicava que elas eram era m bon bonss llocais ocais ppar araa se pe pescar scar.. – Ta Ta lvez devê devêssem ssem os nos e ntre ntregar gar – S Susi usiee dis disse. se. – A quem , exa exatam tam e nte? – Aos chineses? chine ses? – Você Você quer ca cam m inhar ccem em quil quilôm ômetr etros os para par a se e ntregar ntre gar?? – Deve De ve ha haver ver algué alguém m c om quem possam possamos os fa falar lar.. – Acho Ac ho que nã nãoo é um a boa ideia. Depois do que havia acontecido em nosso primeiro dia ali, ficamos com medo de nos aproximar de outras casas. Às vezes, víamos outras pessoas pelas árvores, árvore s, ma mass m mantí antínham nhamos os ddis istânci tância. a. – Se m pre há espe espera rança nça,, Mi Mikke – Susie dis disse, se, c om omoo se tivesse tivesse lido lido m inha mente. Ainda que nos entregássemos, para onde iríamos? Um acampamento chinês
para ar a pre presos sos ser seria ia m e lhor? Lem bre brei-m i-mee dos gr grupos upos de re refugia fugiados dos pe perto rto dos qua quais is eu havia caminhado enquanto seguia para Washington. Aonde eles estavam indo? Minha Mi nha m mente ente foi ttom omada ada por im imagens agens vagas de fil film m es anti antigos gos de guerr guerra, a, ccam am pos de concentraçã c oncentraçãoo em florest florestas as quent quentes es no V Viet ietnã. nã. Era m ais sseguro eguro ficar ficarm m os oonde nde estávam est ávam os os.. Tín Tínham hamos os qu quee nos escon esconder, der, sobrevi sobreviver ver e fa fazzer o que pudéssem pudéssem os. os. – Eles aca ac a bar barão ão indo e m bora – e la ac acre resce scentou, ntou, pensa pensando ndo o que eu e sta sta va pensando. ensa ndo. – Eles têm que sair sair.. De j e it itoo nenhum a ONU ou a OTAN OTAN pe perm rm itirã itirãoo que eles fiquem fiquem..
Subi em uma rocha na água, no fim das correntezas, e puxei uma das linhas. Senti um peso, com comoo se ela eest stiv ivesse esse presa. Em segui seguida, da, ela ccome omeçou çou a re repux puxar ar.. – Opa! Opa ! P Pee gam os um um!! E pa pare rece ce gra grande! nde! O peix pe ixee-gato gato no S Shena henandoah ndoah podi podiaa pe pesar sar entre nove e treze qui quilo los. s. – Viu? Viu? – S Susi usiee dis disse, se, sorr sorrindo. indo. – Sem pre há eesper speraa nça nça.. Puxei o peixe-gato peixe-gato para ffora ora da água, e eele le balançou à nos nossa sa frent fre nte, e, pre preso so por algo que ele não compreendia. Eu de deve veria ria estar mais bem preparado. Não deveria ter permitido que isso acontecesse à minha família. família. Quando o peixe girou na linha, olhei em seus olhos, agarrei-o pela cauda e bati sua cabeça contra uma pedra edr a .
DIA 47: 7 DE FEVEREIRO
A floresta ga ganhou nhou vvida ida à luz da lua ccheia. heia. Pass Pa ssei ei si silencio lenciosam samente ente pelas árvores. Pe Pequenas quenas criatura criaturass corriam no escuro e uma coruja arrulhava, um som assombroso que ecoava no ar frio. Uma tapeçaria de estrelas se estendia acima de mim, visível pelos galhos nus das árvores. As estrelas não pareciam distantes; pareciam próximas, como se eu pudesse subi subirr no topo das áárvor rvoree s e tocá tocá-la -las. s. Eu aprendera a respeito dos ciclos da lua. Dormindo em nosso quarto, eu sentia as mudanças na pressão do ar e os ventos que sinalizavam a iminência de uma chuva. Semanas antes, meus sentidos estavam adormecidos, alheios à naturezza, m as eu eest nature stava ava m udand udando. o. Estava Est ava m e tornando um aani nim m al. A violência que vimos não deveria ter me surpreendido. Os seres humanos eram violentos. Éramos os maiores predadores, e cada um de nós só estava vivo porque nossos anc ancestra estrais is ttinham inham m a tado e c om omido ido out outros ros aanim nimaa is, venc vencido ido to todo do o resto para sobreviver. Todas as criaturas de quem descendemos, desde os primórdios rim órdios da Te rr rraa , ti tinham nham sobre sobrevivi vivido do m a tando ante antess de ser seree m m ortos. Éram os o úúlt ltimo imo eello em uma corr corrente ente de m ilhões ilhões de assass assassin inos os.. A tecnologia não podia regredir, mas os seres humanos sim, e com uma facilidade e rapidez surpreendentes quanto os vestígios do mundo moderno desapareciam. O animal tribal sempre esteve ali, escondido por baixo da su superf perfíci íciee de noss nossaa exis existênci tência, a, dos ca café fés, s, ddos os ttelefones elefones ce celu lulares lares e da TV a ca cabo. bo. Passei a dormir durante o dia: em meus sonhos, estava preso no hall imundo e cheio de piolhos de nosso prédio. Lauren flutuava à minha frente na banheira
cheia de espuma, limpa e intocável. E sempre havia o bebê, escorregadio e frio. Durante o dia, eu dormia para espantar a fome, mas quando o sol se punha e a lua chegava, minha fome e minha raiva voltavam. A lua cheia havia me despertado naquela noite. Senti que ela me arrastava para ar a for foraa c om omoo um a m ã o invis invisível, ível, e os pe pelos los de m inha nuca se ar arre repiar piaraa m . Ela me levou à casa dos Baylor com uma faca na mão, pronto para esfaquear e matar. Mas não havia ninguém ali.
Peguei o caminho da floresta descendo e dando a volta na montanha, em di dire reçã çãoo a um chalé que notara por entre aass árvores, durant durantee noss nossas as id idas as ao rrio io.. Eu voltava ali, noite após noite, para observar, como um caçador espreitando sua presa. re sa. A c a sa brilhava à m inha ffre rente, nte, e m e aba abaixei ixei na m a ta, eesper speraa ndo. V Vii um umaa vela acesa ac esa eem m uma das jjanelas, anelas, ssua ua cham a trem eluz eluzin indo do ddee m odo hipnó hipnóti tico. co. Um homem apareceu, o rosto refletido na luz da vela. Será que ele é um dos que estavam na casa dos Baylor? Baylor? Não sabia. Ele olhou pela janela na minha direção, e prendi pre ndi a rrespi espiraç ração. ão. Mas ele não m e viu, nnão ão podi podiaa m e ve verr. El Elee est e stava ava faland fa lando. o. Havi Haviaa m ais alg alguém uém ali ali.. Eu havia passado por um espelho no quarto naquele dia e fiquei assustado com o que vi. Outra pessoa olhava para mim – rosto magro, cabeça raspada, costelas aparecendo, pele flácida nos braços. Vi um detento de alguma prisão, e só os olhos eram meus, observando, chocados. A lua que se erguia todas as noites me dava forças, alimentando uma raiva que crescia gradualmente. Por que e u dev devee ria desisti desistir r ? Meu avô havia lutado na Segunda Guerra Mundial. Como saber quais horrores ele teve que encarar para sobreviver? Minha avó dizia que ele nunca falava sobre a guerra, e eu começava a entender o porquê. orquê . O homem na janela se inclinou para a frente e soprou a vela. Apertei a faca que segurava. Não contei a ninguém que o caubói que me levara de volta havia me abraçado ao se despedir. Ele tinha sido gentil, mas o ol olhar har tri trist stee dele m e deix deixou ou iirado rado naquele m oment ome nto. o. Eu não não prec precis isava ava de pe pena. na. Agachado Agacha do no es escuro, curo, com m in inha ha intui intuiçã çãoo alertando ppar araa que eu vol voltass tassee para a casa, pensei naquele jovem caubói e em sua delicadeza comigo.
Olhando para a casa, imaginei pessoas dormindo ali dentro e comecei a chorar. O que vou fazer? Matá-las? Matá-las? Talvez tivessem crianças ali e, ainda que não fosse o caso, o que aquelas pessoas tinham feito contra mim? O que estava se passando assa ndo pela m inha ca cabeç beçaa ? Meu e stô stôm m ago ronc roncou ou de fom e. Afa Af a stei-m stei-mee , parti ar tindo ndo pela noit noitee . Eu era um ani anim m al, m as ttam am bém eera ra humano.
DIA 53: 13 DE FEVEREIRO
Eu só queria dorm ir ir.. – Te Te m c e rte rtezza ? – Laur Lauren en pe perguntou. rguntou. Ela quer queria ia que eu viss vissee a s aarm rm a dil dilhas has de esquilos com ela. – O Luke vem comigo. Antigamente, eu teria questionado a necessidade de levar nosso filho de dois anos para encontrar roedores presos em armadilhas, mas só rolei para o lado, de costas cost as para ela. Olh Olhar ar para ela eera ra difícil difícil.. – Nã Nãoo – respondi re spondi depois de um umaa pausa pausa,, re revira virando-m ndo-m e e m baixo dos cobertores. – Estou bem cansado. Esperei que ela saísse. – Você Você e stá dorm indo há dias. T Tee m ce certe rtezza ? Você sabe que dia é am anhã anhã?? Eu não fazia ideia, e puxei os cobertores para cobrir a cabeça, tentando bloquear loquea r o sol que br bril ilhava hava e cuj a luz entr entrava ava pela pelass jjane anelas. las. – Por P or ffaa vor, só eesto stouu ca cansado, nsado, tudo bem ? Por muito tempo, ela ficou ali – tive a impressão de que ela queria me dizer que dia era amanhã –, mas, por fim, ouvi os passos dela ao se afastar e o ranger das escadas enquanto ela descia. Eu me contorci, tentando encontrar uma posiçã osiçãoo c onfor onfortáve tável,l, m as os piol piolhos hos havia haviam m volt voltaa do, infe infestando stando tudo. Se e u ficasse bem para parado, do, o ssono ono vviri iriaa e eu os ig ignoraria. noraria. Eu queria ig ignorar norar tudo. tudo. Sempre fui alguém que consertava as coisas, alguém que resolvia os problem as. Se você m e dis dissesse sesse a lgo que o incom incomodava odava,, eu e ncontra ncontraria ria um umaa solução. Mas não havia como consertar aquilo, minha mente não conseguia encontrar um jeito de sair daquele labirinto. Eu me imaginava andando para o
su sul,l, ppara ara o nort norte, e, procura procurando ndo uum m a bicicleta, bicicleta, conversando com algu alguém ém na eest strada rada – mas m as toda opç opçãã o er eraa tom tomaa da pe pelo lo perigo e pe pela la ince incerte rtezza. Então, Ent ão, eu dorm ia. Eu só me levantava para comer, mas já tinha me cansado de comer “verdes da floresta”, como Susie as chamava. Estávamos comendo ervas. De vez em quando, comíamos um peixe-gato. Tínhamos que comer tudo em um ou dois dias, para não apodrecer. Susie estava tentando salgar o que não comeríamos im ediatam ediatam ente, m mas as os resu result ltados ados nnão ão er eram am promiss promissores. ores.
A carne de esquilo era melhor, mas eles não eram fáceis de pegar. Nós havíamos conseguido alguns, mas eles eram espertos e tinham aprendido uma m aneira de eevi vitar tar nos nossas sas arm adil adilhas. has. Não ã o ér éraa m os os úúnicos nicos lut lutando ando pa para ra sobreviver sobre viver.. Mas não importava. Tudo o que eu encontrava para comer, tentava guardar para ar a La Laure uren. n. Enquanto a m inha ba barr rriga iga continuava ronc roncando, ando, a dela c onti ontinuava nuava crescendo. cre scendo. A barriga de grávid grávidaa dela agora er eraa tot totalm almente ente vi visí sível, vel, me mesmo smo sob as roupas. Tentei me lembrar de que dia era, de que semana. Que dia é amanhã? amanhã? P or que ela havia me perguntado isso? As baterias dos telefones tinham acabado, e, comoo ni com ningu nguém ém ti tinha nha um rrelóg elógio io,, o ttem em po começa come çava va a perder o sent sentid ido. o. Vinte e duas semanas. Ela está na vigésima segunda semana de gravidez. etade do camin c aminho. ho. E depois de pois?? O que faremos quando ela entrar em trabalh trabalhoo de parto? Ela tinha tinha rrazão. azão. N Nós ós dev devee ría ríamos mos ter feito um abor aborto. to. M as era tarde demais dem ais.. Virando-me, fechei os olhos com mais força, encolhendo-me em posição fetal. Dormi.
DIA 59: 19 DE FEVEREIRO
O cheiro c heiro me ac acordou ordou – um cheiro in incrível crível e deli delicios cioso. o. Ele quase me fez levitar da cama. Estava frio, por isso fui ao armário ver o que poderia vestir. Encontrei fileiras de roupas dobradas, e peguei uma blusa. Ela ficou larga como um saco em meu corpo magro. Vi que nosso quarto havia sido varrido e estava organizado. Os lençóis embolados na cama eram a única bagunça agunç a – aalém lém de m im im.. O que é esse cheiro? Bacon? Do lado de fora, ouvi o barulho de alguém cortando lenha, e fui até a janela, puxei as a s cor corti tinas. nas. V Vii m minha inha eesposa sposa grá grávida, vida, aass m maa ngas da c a m iseta eenrolada nroladass e os cabelos presos para trás com um lenço, pegando lenha e equilibrando-a em um tronco maior por baixo. O sol brilhava no céu azul. Com as costas de uma mão, ela secou o suor da testa. Com a outra, segurava um machado. Afastando as toc!! –, –, o pernas, er nas, e la girou a fe ferr rram am e nta, e entã então, o, toc o machado pousou no centro da m adeira adeira,, di divi vidi dindo ndo-a -a ao m eio. Pela primeira vez em mais tempo do que conseguia me lembrar, senti minha mente desanuviada, e eu estava com muita fome. Pela porta aberta de nosso quarto, ouvi algo algo cchi hiando ando e estalando. estalando. Ainda Ainda estou sonhando sonhando?? Até o barul bar ulho ho er eraa de bacon ac on na ffrigideira rigideira.. Calçando os tênis, desci o corredor escuro. Sem pensar, levei a mão ao int nterr errupt uptor or na pare parede de e ri de m miim m esm esmo. o. O iins nsti tint ntoo de ac acender ender aass lluz uzes es e ccheca hecar r meu telefone ainda persistia. No fim da e sca scada, da, havia um e spaç spaçoo a ber berto to com c om piso de m a deir deira, a, tapetes tape tes no chão e quadros de tinta a óleo de paisagens e velhos sapatos de neve nas paredes.
Havia uma lareira de pedra de um lado, e Chuck estava sentado de pernas cruzadas na frente dela enquanto as brasas ardiam na grelha. Quando me ouviu, ele virou, segurando umaboa, haste comprida de ferro que sobredeasprato. brasas. Ele se a segurava com a mão com o cabo envolvido porestava um pano A mão ferida ainda estava apoiada em uma tipoia. – P e nsei que iss issoo a cor cordar daria ia você – e le diss dissee , sorr sorrindo. indo. – Ve nha m e aj udar a virá-los. Acho que estão queimando. – O que é ?
– Bacon. Bac on. Praticamente saí voando pela sala. Chuck deixou a haste no chão de madeira e m e deu uum m garfo garfo.. – Bem Bem,, não é e xata xatam m e nte ba bacon, con, porque não foi de defum fum a do e c ura urado, do, m as é pele e gor gordura dura de por porcc o. Que Querr um peda pedaço? ço? Eu me agachei perto dele, sentindo o calor do carvão em meu rosto. Hesitei. Devo De vo guardar is isto to par paraa a L Lauren, auren, para o bebê bebê.. – Vá e m frente fr ente – C Chuck huck m e inc incee nti ntivou. vou. – V Você ocê prec pre c isa ccom omer er,, am igo. Garfei uma faixa de carne fumegante. Eu estava desidratado e me retraí sentindo dor quando comecei a salivar, mas o sabor se espalhou por minha língua. – Não Nã o pre precc isa cchora horarr – Chuck riu. Lágrimass rol Lágrima rolar aram am por m meu eu rost rostoo pela iint ntensi ensidade dade da eexperiência. xperiência. – P ode c om omee r m ais. P egue a pa panela nela toda. Eu esta estava va fr frit itando ando iss issoo par paraa conseguir um pouco de gordura para fritar o restante da carne. E pegue pão também. Inclinando-se para o balcão ao lado, ele pegou uma casca de pão queimada. Eu peguei peguei ou outro tro ppedaç edaçoo de bacon e o eenfi nfiei ei na boca ccom om o pão. – Onde você conse conseguiu guiu esse ba bacon? con? E o pão? – O pão pã o é de fa farinha rinha de ti tifa fa.. Posso P osso m mostrar ostrar c om omoo fa fazze r, e c om um umaa de nossas armadilhas pertoselvagens do rio, pegamos um porco pequeno. sabendo que havia muitos porcos nessas matas. Os jornais deFiquei Gainesville reclamavam deles nos nos úl últi tim m os anos anos,, m mas as hoje não esto estouu re reclam clam ando, ddee j eit eitoo nenhu nenhum m. – Um porc porcoo int inteir eiro? o? Ele assentiu. – Na ver verdade dade,, um filhot filhotee de porc porco. o. Susi usiee e stá no porã porãoo destrinc destrinchandohando-oo
agora. Frit Fritei ei esses ppedaç edaços os ddee pe pele le para com começ eçar ar.. Susie o – Susie o está cortando? – Sempre pensei que ela fosse enjoada para essas coisas. Chuck riu. – Quem Que m você a c ha que eestá stá ccuidando uidando da dass coisas por aqui? Eu sou um ale aleij ijaa do e você... – ele disse, pausando –, bem, você esteve de folga. Nossas mulheres têm caçado e pescado, cortado lenha, mantido a casa aquecida e de pé. E ainda nos ali alim m entam entam..
Eu não tinha pensado nisso. – P egue algum algumaa s eerva rvass dali da li – Chu Chucc k diss disse, e, indica indicando ndo um m onte de folhas folha s no so sofá fá.. – V Vam am os fri fritá-las tá-las com a gordu gordura ra do bac bacon, on, ali alim m entar você m uit uito bem bem.. Peguei dois punhados e os despejei na panela. Elas começaram a fritar conforme ele devolveu a panela ao fogo. Soltou o cabo, o pano de prato e olhou para ar a o cchão, hão, ccoça oçando ndo a ccaa beç beçaa . – Sa Sa bem os que, ààss vezes, você sai à noite – eele le disse. Eu havia havia quase m e esquecid esquecido. o. – P a ra ser since sincero, ro, e sto stouu m e c ansa ansando ndo de pedir pa para ra a m inha esposa ir a trá tráss de você. Você precisa parar, Mike. – Me desculpa, de sculpa, nã nãoo sei... – Não Nã o pre precisa cisa se desc desculpar ulpar – Chuck diss dissee . – Mas eesto stouu fe feli lizz por vê vê-lo -lo de volt volta. a. Você esteve m mort ortoo para o m mund undoo durant durantee duas sem semanas. anas. Eu não soube direito o que dizer. – Por P or que não m e tirou da ca cam m a, m e m andou pa para rarr ccom om iss isso? o? El Elee m exeu aass fol folhas. has. – Cada um e stá enf enfre rentando ntando seus própr próprios ios proble problem m a s. IIm m agina aginam m os que você estava enfrentando os seus. Não podíamos consertar você. você . Você precisava se consertar sozinho. – Você ocêss vira viram m algum algumaa c ois oisaa a conte contece cer? r? Conver Conversar saraa m c om a lguém lguém?? – perguntei. er guntei. Talvez as ccoi oisas sas ttiv ivessem essem m udado des desde de que eu m e afa afast star ara. a. – Te Te m os observa observado do W Waa shi shington ngton à noite. Nã Nãoo há sinal de luta, ne nem m eva evacua cuaçç ões em m assa. Não sei se algum algum a ccoi oisa sa m mudo udou. u. E não conversam conversamos os com ningu ninguém ém . – Qual Qua l é o plano, eentão? ntão? El Elee m exeu aass fol folhas, has, ppegou egou uum m a par paraa que eu eexperime xperiment ntasse. asse.
– Esper Esperam am os. De Deve ve have haverr um umaa Resis Resistênc tência ia ou um underground ou coisa assim. Talvez apenas a Costa Leste esteja ocupada. C – huck Então, va mpara vam os espe espera rar? r? ol olhou hou m im. – P odem os fa fazze r iss isso, o, Mi Mikke. Estam Estamos os sobre sobrevivendo. vivendo. E a La Laure urenn é incr incrível. ível. – El Elee aass ssenti entiuu em di dire reçã çãoo à port porta. a. – Por que não vai falar com ela? Respi espira rando ndo fun fundo, do, eu m mee espregui espreguice ceii, sent sentin indo do o ar enche encherr m eus pul pulm m ões.
– Nã Nãoo é sua c ulpa, Mi Mikke . Você não pode c onser onsertar tar iss isso. o. Vá ver sua fa fam m ília. ília. Saia. Olhei na direção da porta e vi partículas de poeira girando na luz. Aquilo era a vi vida, da, e est e stava ava na hora de segui seguirr ccom om ela. – Certo – respondi re spondi,, e m e leva levantei. ntei. Pela janela, Lauren me viu e sorriu. A barriga de grávida bem proeminente. Acenei, e ela largou o machado, correndo em direção à porta. Ela est e stava ava tão li linda. nda.
DIA 63: 23 DE FEVEREIRO
– Podem P odem os com e r isso? – per perguntei guntei a Chuck Chuck.. Eu estava observando um cogumelo embaixo de um tronco de árvore podre ao lado do rio. Eu o cheirei e cutuquei sua base, revelando um monte de minhocas. – Não Nã o sei, não – eele le rresponde espondeu. u. Por algum motivo, lembrei-me de ter lido que o corpo tinha dois cérebros. Um na cabeça, aquilo que chamamos de cérebro, e o outro ao redor das ví víscera sceras, s, qque ue ccham hamam am os ddee si sist stem em a nervoso ent entér ériico, nosso nosso cér cérebro ebro m ais ant antiigo. Do mesmo modo com que havia me tornado consciente do céu, do clima e das fases da lua, também sentia que havia começado a ouvir essa parte antiga de mim, e, naquele momento, ela mandava uma mensagem a minha mente consciente: Nã consciente: Nãoo com comaa esse essess cogume cogumelos los.. Mas as minhocas... Com uma colher que levava no bolso, comecei a escavar as criaturas para guardá-las em um saco pl plásti ástico. co. Estávamos no rio, conferindo as linhas de pesca e as armadilhas. Outros animais desciam dos montes até a água de vez em quando, por isso aquele era o melhor lugar para caçar e montar armadilhas. O rifle estava sobre meu ombro, para ar a o ccaa so de ve verm rm os um vea veado do ou um porc porcoo e, cclar laro, o, par paraa nos protege protegerm rm os em um conflit conflito. o. Àquela altura, todas as outras casas em nossa área estavam vazias, até mesmo aquela que eu havia visitado durante minhas incursões noturnas. Estáva Est ávam m os ssoz ozinh inhos, os, com exc exceç eção ão da luz luz no horiz horizont ontee que obs obser erváva vávam m os ttodas odas as noites, esperando por sinais de atividade ou mudança enquanto tentávamos
sobreviver. – P ar araa que ser servem vem os sa sacos cos de li lixo xo que e stão na var varaa nda? – per perguntei. guntei. Eu os vira naquela manhã quando saímos. Estávamos fazendo a compostagem de qualquer coisa orgânica, e não tínhamos lixo, propriamente dito. – É um dos pr proj ojetos etos de sua e sposa. Am a rr rree roupa roupass e lenç lençóis óis dentr dentroo de sac sacos os de lixo por duas semanas para matar todos os piolhos, até mesmo os ovos. Eles nascem ascem e m orrem.
Assenti enquanto analisava a floresta em busca de qualquer coisa comestível. Havia muitas possibilidades: frutos, castanhas, folhas, brotos. Sempre pensei que fora o cé cére rebro bro huma humano no qu quee nos perm it itira ira cconq onqui uist star ar o planeta, planeta, m as fora foram m nosso nossoss estômagos, nossa capacidade de comer quase qualquer coisa. O problema era que comer determinadas coisas podia nos matar. Ou nos deixar doentes, o que era a m esm esmaa ccoi oisa, sa, dadas as no noss ssas as circunstâncias. circunstâncias. – Ta Ta lvez eu nã nãoo m mee im porte eem m ser chinê chinêss – fa falei. lei. Eu vinha pensando nisso cada vez mais. Que diferença faria? A China havia se tornado mais ocidental, com o dinheiro e riquezas advindas de bens materiais, enquanto os Estados Unidos se tornaram mais parecidos com os chineses, espiando nossos cidadãos. Talvez tivéssemos chegado a um meio-termo; talvez não importasse mais quem estivesse no controle. – Sino-am e ric ricaa no ou am e ric ricaa no-c no-chinês, hinês, he hein? in? – Chuck riu. – É niss nissoo que e stá pensando? ensa ndo? – Não Nã o conse conseguire guirem m os sobrevive sobreviverr aaqui qui por m muit uitoo m maa is tem po – re respondi spondi.. O riacho perto da casa havia secado quando o resto da neve derreteu, reduzindo-o a um caminho lamacento pela floresta. Para conseguirmos água, tínhamos que caminhar até o rio, que ficava a quilômetros da casa. Chuck havia encontrado um pouco de iodo para desinfetar a água, mas já havia acabado, e agora tínhamos que fervê-la. Era difícil ferver tudo o que precisávamos diariamente, por issoenfraquecendo começamos a e, beber água nãomorrendo tratada e de a sofrer diarreia. Estávamos lentamente, fome.acessos de Não ã o enc encontra ontram m os na nada da em nossas li linhas nhas de pesc pescaa e a rm adilhas, por iss issoo enchemos garrafas de água e nos sentamos à beira do rio perto da área das corrent corre ntez ezas. as. Tí Tínham nhamos os qque ue desca descans nsar ar um pou pouco co aant ntes es de ccom omeç eçar ar a longa longa sub subid idaa de volta à montanha, de mãos vazias.
– Com Com o você e stá se se senti ntindo? ndo? – Ch Chuck uck per perguntou guntou depois de um longo ssil ilênc êncio. io. O ruído ruído ssuave uave das corr correntez entezas as ac acalm almava. ava. – Bem – m e nti nti.. Eu m e sentia m al, m a s pe pelo lo m mee nos m inha ca cabeç beçaa volt voltaa ra a o mundo. – Com Com fom e ? – Não Nã o m muit uitaa – m e nti de novo. – Você se lem bra daque daquele le dia, ante antess de tudo isto com eç eçar ar,, quando fui a sua casa com o al alm m oço?
Minha mente buscou aquela lembrança. Pensar em Nova York era como me lembrar de um filme sobre um local fictício no qual eu imaginara viver por um tem po. O m mund undoo rea reall er eraa aali li,, aquele m mund undoo de do dorr e fom fome, e, de m edo e dúv dúvid ida. a. – Quando Qua ndo eu eestava stava dorm indo nnoo sofá c om o Luk Luke? e? – Isso. – Quando Qua ndo você levou ba batatas tatas ffritas ritas ee foi foiee gras gras?? – Exatam Exa tam ente ente.. Nós perm per m a nec necem em os em sil silêê ncio, lem bra brando ndo dos m montes ontes de pa patês, tês, re revivendo vivendo o sabor. – Nossa, N ossa, que delícia – Chuck re resm smungou, ungou, im imagina aginando ndo a m e sm smaa coisa que e u, e nós dois rimos. Rangendo os dentes, senti dor na boca. Esfreguei o rosto; meus dentes estavam moles, e meu dedo saiu com sangue. – Sa Sa be de um umaa ccois oisaa ? – O quê? quê ? – Acho Ac ho que eesto stouu com e scor scorbuto. buto. Chuck riu. – Eu tam bé bém m . Nã Nãoo quis diz dizee r nada nada.. Qua Quando ndo a prim primave avera ra vier vier,, talvez encontre encont rem m os frut frutas. as. – Você Você sem pre tem um plano, hein? – Pois P ois é. Fizemos silêncio de novo. – E ac a c ho que eest stou ou com ver verm m es – C Chuck huck dis disse se ccom om um suspi suspiro. ro. Sil ilênc êncio io ma mais is um umaa ve vezz. – Sinto into m uit uitoo por você ter fic ficado ado c onosco, Ch Chuck uck.. P oderia oder ia ter che chegado gado aqui antes. Toda Toda aquela pre prepara paraçã ção, o, est estra raguei guei as cois coisas as par paraa você.
– Não Nã o diga iss isso. o. V Voc ocês ês sã sãoo nossa fa fam m íl ília. ia. Estam os jjuntos untos.. – Você poder poderia ia ter par parti tido do m ais par paraa oeste oeste.. Te nho c e rte rtezza de que os Estados Unidos ainda funcionam lá. Um gemido de dor me interrompeu, e eu olhei para Chuck. Ele segurava seu braço. ra ço. – Você Você e stá bem ? – per perguntei. guntei. – O que ffoi? oi? Ele fez uma careta ao tirar o braço da tipoia. Ele o mantinha coberto. Vi que a mão estava inchada, e a pele, enegrecida.
– Está infe infecc ciona cionado. do. Ac Acho ho que algum estil estilhaç haçoo fic ficou ou na m inha pele pele,, infec nfeccion cionou ou minh minhaa m ão. A mão dele não havia se curado da pancada sofrida na escada de nosso prédio ré dio e m Nova York ork.. Estava trê trêss vezes m aior do que deve deveria ria,, c om m a ncha nchass escuras subindo pelo braço sob a pele clara. – Isso com e ç ou há aalguns lguns dias, e eestá stá fic ficando ando be bem m fe feio. io. – Ta Ta lvez possam possamos os enc encontrar ontrar um umaa ccolm olmeia eia de aabelha belhass na fflore loresta. sta. Eu lera no aplicativo de sobrevivência que o mel era um antibiótico potente. Chuck não respondeu, e ficamos em silêncio de novo, dessa vez por mais tempo. Uma águia voou acima das árvores ao longe. Nuvens brancas se espalhavam pelo cé c é u azul azul.. – Você vai ter que am putar m inha m ão, talvez todo o bra braçç o a baixo do cotovelo. Obser Obs ervei vei a áágui guia. a. – Não Nã o poss possoo fa fazzer isso, isso, C Chuck huck.. Meu De Deus, us, não ffaa ç o ideia... Elee m e agarr El agarrou ou.. – Você Você tem que fa fazzer isso, isso, Mik Mikee . A infe infecç cção ão está se espa espalhando. lhando. Se cchega hegarr a o m eu cora coraçã ção, o, vvai ai m mee m atar atar.. – O ro rost stoo del delee eest stava ava banhado em lágrim lágrim as. – Com Com o? – O arc a rcoo de se serr rraa no porã porão. o. Ele pode cor cortar tar o osso osso... ... –– Aquela Aque la orr ccoisa oisa eenfe nferr rruj ujaa da? Vai ai piora piorar infec infe cou, çã ção. o.rindo, E você m orr orreepar ria ria..a o outro Vou m orre e r de qualque qualquer r mV odo – erlea chorou, chor olhando para lado. A águia voava em círculos à distância. – Cuide Cuide de Ell Ellaa rose par paraa m im im,, e de Susie. T Tente ente c uidar de delas. las. P Prom rom ete ete?? – Você Você não va vaii m morr orree r, Chuck Chuck..
– Prom P rom e ta que c uidar uidaráá de delas. las. A águi águiaa fficou icou em baça baçada da atra através vés de m miinhas llágrim ágrimas. as. – Prom P rom e to. Respirando fundo, ele colocou o bra braço ço na tipoi tipoiaa de novo. – Já c hega diss dissoo – ele dis disse se e se leva levantou. ntou. O rio gorgolej ava e espirr espirraa va. – Vamos voltar. Secando ec ando os ol olhos hos,, eu m e levantei e volt voltam am os pela tril trilha. ha. O sol estava estava se pondo.
DIA 64: 24 DE FEVEREIRO
Eu estava fora de casa quando ouvi o barulho das caminhonetes. Lauren havia encontrado pacotes velhos de sementes, de cenoura, pepino e tomate, escondidos em um canto do porão. Os pacotes eram antigos e estavam amarelados, mas talvez as sementes ainda estivessem boas. Então, saímos e escavamos uma área que recebia mais luz do sol, e começamos a plantá-las. Chuck estava em casa, descansando, e Lauren preparava uma fogueira para fazer chá de casca de árvore. Ellarose estava deitada de costas na grama, olhando para as nuvens e mordiscando um raminho que Susie havia dado a ela. Ela parecia um bebê de cem anos, enrugada e pequena, com pele vermelha e descasca ndo.. Es descascando Estava tava com febre e cchorava horava a noi noitte toda. S Sus usie ie est estava ava sem pre per perto to dela. del a. Era de ccort ortar ar o coração. coraçã o. Nós havía havíam m os da dado do a Luk Lukee um umaa e spátula par paraa que ele usasse com o pá pá,, e e le cavava concentrado, sorrindo para mim toda vez que tirava terra, e então, um rosnado estranho surgiu entre as árvores. Uma brisa suave farfalhou as folhas, e eu parei par ei o que eest stava ava fa fazzendo para escutar escutar.. – O que é iss isso? o? – S Susie usie per perguntou. guntou. O vento parou de soprar, e escutamos de novo... um ronco baixo, um ronco mecânico. mecânico. – Leve Le ve aass cr crianç ianças as pa para ra o porão. porã o. Agora Agora!! Ela também escutou o ronco, e se levantou, pegou Ellarose e Luke. Eu corri até a casa, passando pela varanda destruída dos fundos. – La Laure uren, n, vá par paraa o porã porão! o! – gritei ao e ntra ntrarr pela porta dos fundos. – Te m alguém algu ém vi vindo ndo!! A Apague pague eess ssaa foguei fogueira! ra!
Ela olhou para mim, chocada, e peguei uma garrafa de água do balcão e a despejei nos gravetos em chamas na fogueira. – Quem Que m é? – ela pe perguntou. rguntou. – O que eestá stá aacc ontec ontecendo? endo? – Nã Nãoo sei – ber berre reii enqua enquanto nto subia a esc escaa da c orr orrendo endo par paraa cha cham m a r Ch Chuc uckk. – Desça com as crianças e Susie. Chuck est estava ava ac acordado ordado e espi espiando ando pela j anela. – Par P aree cem ce m ca cam m inhões do exé exérc rcit itoo – ele dis disse se qua quando ndo entre entreii no qu quaa rto. – Eu os vi por uum m m ome oment ntoo lláá eem m baix baixo. o. E Eles les chegarã chegarãoo em um m inut inuto. o.
Eu o ajudei a descer a escada, pegando o rifle enquanto passávamos para a varanda da frente. Não conseguia vê-los, mas ouvia o barulho, que ficava cada vez mais alto. – DeixeDe ixe-m m e aqui – Chu Chucc k diss disse. e. – V Vou ou conve conversa rsarr ccom om e les, ver o que que quere rem m. Neguei, e guei, ba balanç lançando ando a c abe abeça ça.. – Nã N ã o, va vam m os pa para ra o por porãã o. Ele Eless nã nãoo pode podem m sabe saberr que esta estam m os aaqui. qui. V Vaa m os nos esconder para tentar ver quem é. Chuck assentiu e fomos até o porão. Susie havia feito um bom trabalho conser cons ertand tandoo as portas com compensado com pensado.. Noss Nossas as eesp spos osas as olh olhar aram am para nós do fim da escada. Susie segurava um .38, assim como Lauren. Fechamos as portas assim que escutamos as caminhonetes passarem pelas pedras da entrada. Subi a escada, esca da, ttentando entando ver o que est estava ava aacont contec ecendo endo lláá fora fora,, através de uma fre frest sta. a. – São duas dua s ccaa m inhonetes – suss sussurr urree i. Ouvim Ouvimos os o som de pés no c asc ascaa lho e a s portas se fec fe c hando. P Paa re recia cia ha haver ver m uit uitas as pe pessoas ssoas ali. – Sã Sã o sol soldados dados de nosso ppaa ís? – C Chuck huck per perguntou guntou a pre pressado. ssado. – O que ele eless quer querem em ? – S Susie usie pe perguntou, rguntou, segur seguraa ndo Ella Ella rose rose,, tentando m antê antê-la ccalma. alma. Virei a cabeça para ver pela fresta minúscula. Os homens na frente do chalé vestiam uniformes cáqui, mas sem identificação. Então, vi um rosto – de um asiático asiáti co –, que logo ssee virou. virou. Eu m mee aabaixei. baixei. –Peguei Sã o osmeu Sã chinese chineses sibil bilei, ei, de desce scendo ndo a eesca scada. rifles e– si me ajoelhei no chão deda. terra. Ouvimos vozes abafadas e passos de botas dando da ndo a volta pe pela la ccasa asa ac acim imaa de onde eestáva stávam m os. Chuck estreitou os olhos sob a luz fraca, prestando atenção. – Sã Sã o os chinese chineses? s? Ouvim Ouvi m os alguém alguém subi subirr a eescada scada e então vvol oltar tar para a var varanda. anda.
– Ta Ta lvez ele eless só estej estejaa m va vasculhando sculhando – La Laure urenn disse disse ccom om espe espera rança nça.. E então... – Mik Mike ! – aalguém lguém gritou de lá de for fora. a. Ele está grit gritando ando me meuu nome nome?? A voz parecia familiar. Olhei para Chuc franzindo o cenho e ele deu de ombros, sem entender. – Mik Mike ! Chuck Chuck!! V Você ocêss estão aaqui? qui? – a voz foi ouvi ouvida da de novo. Olhei para to todos dos no pporã orão. o. É É o Damon? Damon ? – Estamos Estam os aqui em baixo – S Susi usiee dis disse. se.
– Shh! – protestei, pr otestei, bra bravo, vo, m maa s eera ra tar tarde de dem ais. Ouvim Ouvimos os passos na gra gram m a, e então, uma das portas do porão se abriu. Afastando-me, estreitando os olhos para ver sob sob a lu luzz, apo apont ntei ei a ar arm m a para a port porta, a, e a cabeç cabeçaa de Dam Damon on ap apare areceu. ceu.
29 DE JUNHO
A bebê gritava sem parar em meus braços, escorregadio e ainda molhada. Mas eu a segurei... e sorri. – É uma um a m enina – anunc anunciei, iei, pre prestes stes a cchora horarr. – É um umaa m e nina! Laurenn est Laure estava ava banhada em suor, suor, m mas as eu eest stava ava quas quasee igual igualm m ente ensop ensopado. ado. – Ela é tão li linda. nda. – Eu a coloque coloqueii nos bra braços ços de La Laure uren. n. – Q Qual ual ser seráá o nom nomee dela? Laurenn ol Laure olhou hou ppar araa a bebê, rindo rindo,, chorando. – Antonia Antonia . Sequei alguma algumass lágrim lágrim as. – Tony Tony é um bom nom nomee . – P odem os levá levá-la -la?? – a e nfe nferm rm eir eiraa pe perguntou, rguntou, inclinando-se pa para ra pega pegar r Antonia de Lauren. – Ela par parec ecee per perfe feit itam am ente saudá saudável vel – o m édic édicoo disse. Ele se apr aproxim oximou ou da dass anelas. ane las. – Posso Posso?? Assenti com a cabeça e ele afastou as cortinas, revelando os muitos rostos; Damon, Chuck, sargento Williams, a mãe e o pai de Lauren. Estávamos no Pr Presby esbyterian terian Hos Hospi pittal, em Nova Y York ork,, o m mesm esmoo lu lugar gar que havíam havíamos os evacua evacuado do no que parecera mundo diferente,com meses antes.mãos, Susiee levantava Luke paraa ele poder ver.ser Fizumsinal de positivo as duas todos começaram comemorar. – Você Você e stá bem ? – per perguntei guntei a La Laure uren. n. A enfermeira e o médico limparam Antonia e fizeram exames rápido antes de devolvê-la a nós. Depois de tudo o que havíamos enfrentado, decidimos não
descobrir o sexo do bebê antes da hora. Ela era um presente que queríamos desembrul desem brulhar har um pou pouco co por vez. – Chame Cham e m seus aam m igos igos,, se quiser quiserem em – o m méé dico disse. – Está tudo per perfe feit ito. o. É um pequeno milagre depois de tudo pelo que ela passou. Eu sorri para o médico, e então para Antonia, antes de fazer um sinal para que todos entrassem. Chuck veio primeiro, trazendo uma garrafa de champanhe na mão artificial, e quatro taças na outra. Por fim, a mão dele teve de ser amputada, mesmo
depois de ter recebido tratamento no hospital, mas ele tinha dinheiro e um bom plano de saúde saúde.. A prótese robótica que coloc colocar aram am no lugar de sua m ã o er eraa in incr crív ível. el. Aind Aindaa m elhor do que a m ão ant a ntig iga, a, Chuck gost gostava ava de diz dizer er brincando. Ele tirou a rolha enquanto todos entravam na sala para parabenizar Lauren e conhecer Antonia. Caminhei em sua direção enquanto ele enchia duas taças, e o cham panhe transb transbordo ordouu e ccaiu aiu nnoo chão. – Um brinde a nunca de desis sisti tir! r! – Ele riu, entr entrega egando ndo um umaa taç taçaa a m im. im . – E, claro, a Antonia. Dam on ssee aaproxi proxim m ou, ppegando egando uma taça de Ch Chuck uck.. – E um brinde a eestar star eerr rrado. ado. Ri e balan balancei cei a cabeç cabeça. a. – A e star eerr rraa do. Era a primeira vez que ríamos sobre tudo aquilo, e foi bom. Bebendo, obser obs ervam vamos os os oout utros ros am amiigos se re reuni unirem rem ao re redor dor de Lauren e da bebê. Eu estiv estiver eraa err errado, ado, m mas as o m mund undoo ttodo odo er errou rou com comig igo. o. No c e ntro de Wa shi shington, ngton, D.C., havia e não havia um umaa ba base se do exé exérc rcit itoo chinês. Os chineses tinham sido convidados para montar um acampamento temporário no meio da cidade. Permaneceram ali por algumas semanas, como parte ar te de um esf esforç orçoo de aj uda hum humaa nit nitár ária ia int intee rna rnaciona cionall par paraa auxiliar a Cos Costa ta Lestee a sai Lest sairr da ““C Cib iber ertem tempest pestade” ade”,, com comoo a impre imprens nsaa passo passouu a se re refe ferir rir ao ca caso so.. O tamanho não ficara aparente nas duas primeiras menos não foradodedesastre Nova York. As comunicações do mundo todosemanas, tinham pelo sido desligadas e as poucas notícias que conseguiam ser transmitidas indicavam que a eletricidade, a água e os serviços de emergência seriam restaurados rapidamente. E foi o que aconteceu na maior parte do país, menos na Costa Leste, Lest e, e pri princip ncipalm almente ente eem m Manh Manhatt attan. an.
Em qualquer desastre, sempre ocorre uma reação atrasada, um intervalo que a mente coletiva precisa para compreender algo nunca visto antes, e não foi diferente com os acontecimentos em Nova York. As ciberinterrupções por si só teriam sido ruins por um período curto, mas houve também o problema da infraestrutura em ruínas de Nova York, em que o encanamento antigo, corroído pela á gua do m a r, estourou quando c ongelou dura durante nte a int intee rr rrupçã upçãoo do fornecimento de água e por conta das baixas temperaturas, somado à ação da neve pesada e do gelo que derrubou a rede elétrica e as linhas de telefone, além
de bloquear as estradas. Tudo isso combinado criou uma armadilha mortal que m atou ddez ezenas enas de m il ilhare haress de pesso pessoas. as. – Você Você e stá bem , Mi Mikke ? – C Chuck huck per perguntou. guntou. Eu sorri. – Você Você não eestá stá m maa is bbra ravo? vo? – Nunca Nunc a fiquei br braa vo com você, você , mas sim com a situação. Eu só precisava de um pouco de tem po. T Todos odos nós ppre recisam cisamos. os. Fazia quatro meses que tínhamos sido resgatados, e foram quatro meses difíceis. Ellarose tinha sido hospitalizada por desnutrição depois de perder prati ra ticc a m e nte m eta etade de de seu peso cor corpora poral,l, e Chu Chucc k passou m ais de um m ê s no hospi hos pital tal tam também bém . T Todos odos nó nóss eest stáva ávam m os doentes. Eu me virei virei para Dam on. on. – Ainda não nã o sei ccom omoo te aagra gradec decee r. Na c asa da fam fa m íl ília ia de Da Dam m on, a e ner nergia gia tinha sid sidoo rresta estaura urada da dentr dentroo de um umaa semana e as coisas tinham começado a voltar ao normal. Ele havia tentado nos encontrar e, por fim, fez contato com a família de Lauren. Ninguém tinha notícias nossas, por isso eles procuraram o chalé de Chuck, mas os registros eletrônicos de território não tinham sido reestabelecidos na Internet e ninguém conseguiu descobrir o endereço. Damon tinha uma vaga ideia de como chegar lá, por isso teve que liderar um grupo de buscas pelas montanhas. Dam on oolh lhou ou ppar araa o cchão. hão. – Eu é quem deve deveria ria agr agraa dec decee r a você vocês. s. Você ocêss tam bém salva salvara ram m a m inha vi vida da quando permit perm itiira ram m que eu ficasse f icasse no prédio prédio.. Do porão, eu vira vira o que que ac acre redi ditei tei sser er um sold soldado ado chin chinês, ês, m mas, as, na verda verdade, de, er eraa um so sold ldado ado asiát asiático-am ico-amer ericano, icano, ddesce escendent ndentee de j aponeses, como se provou ma mais is tarde. ar de. Mas minh minhaa m ente para paranoi noica ca só consegu conseguiu iu ver um umaa ccoi oisa. sa.
A mesma coisa havia acontecido quando caminhei até Washington. Concluí que os chineses tinham nos atacado, então minha mente moldou tudo o que vi Engenheiros para ar a refor re forçç a rChineses. tal ideia. Eles No telhado useu, eau China tinha tinha vist visto Corpor orporaç ação ãocom de estavamdoalimporque eraooa único país substitutos para os geradores elétricos de vinte toneladas que tinham sido destruídos, e a mão de obra qualificada para instalá-los. Se eu tivesse me dado o trabalho de olhar além do Mall enquanto estava em cima do telhado, teria visto soldados indianos, japoneses, franceses, russos e
alemães também. Toda a comunidade internacional havia se unido para ajudar os Estados Unidos quando a dimensão do desastre ficou clara, principalmente quando os fatos a respeito r espeito do que que havia avia aacont contec ecid idoo com começ eçar aram am a surgi surgirr. Deixei a taça em uma mesa de canto. Depois de passar a noite sem dormir, o álcool estava m e deixando zzonz onzo. o. – Acho Ac ho que vou pe pegar gar um ca café fé.. Alguém quer quer?? – Não, Nã o, obrigado – Chuck re respondeu. spondeu. – Que Querr que e u vá ccom om você você?? – Por P or que não ffica icam m com a La Laure uren? n? Já volto. Chuck e Damon assentiram e se aproximaram do grupo ao redor da cama, e eu saí. Fechei ec hei a port portaa e ca cam m in inhei hei até a m áqui áquina na de ccaf afé. é. A edição daquele dia dia do ew York Times Times estava em uma mesa de canto, e a manchete era: “Conselho de Segurança da ONU Divulga Ciberarmistício e Anistia”. Eu a peguei. Ironicam ente, foram os irani Ironicamente, iranianos anos qque ue salv salvar aram am o di diaa aaoo sser erem em os prim prim eiros a assumir parte da responsabilidade do ciberataque. Claro, eles provavelmente não tiveram a intenção intenção de nos salvar, mas era difícil saber qual seria a reação neste novoo m nov mund undo, o, em que nada eera ra o que que pa pare recia cia ser ser.. Com omoo so soubem ubemos os ppelo elo rádio nnoo que pare parecia cia ter sido sido em out outra ra vida, vida, no com começ eçoo da terceira semana da Cibertempestade, o grupo Ashiyane assumira ter lançado o vírus Scramble para atacar os sistemas de logística dos Estados Unidos, em re retali taliaç ação ão pe pelo lo uuso so das cibera ciberarm rm as St Stuxnet uxnet e Fl Flam am e que os Es Estados tados Uni Unidos dos ttinh inham am usado contra o Irã, alguns anos antes. Para piorar as coisas, eles o haviam lançado ao m mesmo esmo tem tempo po em qu quee a rede hac hackker er Anonym Anonymous ous h avia avia ccome omeçado çado seu ataque de negação negaç ão de servi ser viço ço contra a FedEx. Investigadores forenses na China conseguiram desvendar uma série de eventos, incluindo um ciberataque realizado na mesma época contra os Estados
Unidos por um grupo di Unidos diss ssid idente ente de se seuu próprio Exérc Exércit itoo de Liber Liberaç ação. ão. Segui Seguindo ndo o caminho de volta à origem, os investigadores descobriram que tudo havia começado com uma queda de energia em Connecticut, e relacionaram isso a um ataque de um grupo criminoso russo. Os russos haviam invadido os sistemas de backup de empresas de fundos multimercado em Connecticut, inserindo um backup worm feito para modificar os backups worm backups de registros financeiros quando a energia elétrica das sedes das empresas fosse interrompida. Aquele grupo criminoso haviaa in havi inici iciado ado as prim primeiras eiras int inter errupções rupções de eelletrici etricidade dade eem m Connec onnecti ticut cut em uma tentativa tent ativa de de desvi sviar ar dinheiro dinheiro dos fundo fundoss m mul ulti tim m er erca cado. do.
Os administradores dessas empresas teriam descoberto, provavelmente mais depressa do que os criminosos teriam sido capazes de extrair os fundos, e os russos sabiam disso. Então, para aumentar a chance de sucesso, eles fizeram duas coisas: iniciaram o ataque na véspera de Natal, quando poucas pessoas estariam trabalhando, e lançaram um alerta falso de emergência sobre um surto de gripe aviária. O alerta da gripe aviária havia criado mais pânico do que eles esperavam, assim como o corte de fornecimento da energia, que se espalhou rapidamente pelo sis sistem tem a. O grupo russo ti tinha nha sido muito muito bem-sucedido, e eles deixaram de ser crimino c riminoso soss e se to tornar rnaram am terroris terroristas. tas. A CIA estava atrás deles. Naquela a quela é poca poca,, ccom om porta porta-a -aviões viões cchineses hineses e a m e ric ricaa nos apinhando o m a r do sul da China, foi impossível não encarar o corte de eletricidade em Connecticut, a epidemia de gripe aviária e o ataque à logística como sendo um ataque coordenado coord enado pel pelos os ch chiines neses es em retal retaliiaç ação ão às força forçass am americanas ericanas qu quee am eaç eaçavam avam seu “prot “ protetorado”. etorado”. Quando o trem da Amtrak colidiu, resultando na morte de civis, o Comando Cibernético dos Estados Unidos iniciou um ataque à infraestrutura chinesa em resposta. Mesmo assim, o Politburo Chinês emitiu um alerta rígido que impedia a ação retaliatória: eles sabiam que não haviam atacado os Estados Unidos primeir rim eiroo e eestavam stavam tentando eentende ntenderr o que havia a c ontec ontecido. ido. Os boatos online diziam que o governador da Província de Shanxi havia ordenado um grupo dissidente do Exército de Libertação a iniciar um ataque de resposta à infraestrutura norte-americana depois do ataque norte-americano à China. Parecia que o oficial também teria sabotado a represa em sua região, destrui dest ruindo ndo uum m vi vilarej larej o para tent tentar ar j ust ustifi ifica carr suas aç ações. ões.
Já se sabia que o grupo dissidente havia derrubado os geradores elétricos e comprometido os sistemas de fornecimento de água a Nova York. Sob condições normais, aquilodeteria causado mas acom uma das mais intensas séries nevascas que grandes atingiramproblemas, a Costa Leste, Cibertempestade se transformou em um desastre mortal. Por fim, a Cibertempestade foi uma confusão de eventos simultâneos tanto no domínio cibernético como no físico. Se pareceu uma enorme coincidência, não foi. Milhões de ciberataques ocorriam na Internet todos os dias, como ondas no
mar. Por leis simples de probabilidade, uma série de ondas de ciberataques havia coalescido, assim como ondas gigantescas apareciam de vez em quando no mar, aparentem apar entemente ente vi vindas ndas de lu lugar gar ne nenhu nhum m, m mas as ca caus usando ando grandes prej prejuí uízzos. os. Na sala de e sper speraa c om omigo, igo, ha havia via vár vários ios j orna ornali listas. stas. Eles não esta estavam vam a li por minha causa... estavam atrás de Damon, que ficara famoso por ser o fundador da rede de comunicação que salvara inúmeras vidas, ajudando a manter a ordem quando tudo ruiu. Milhões de chamadas desesperadas e mensagens de socorro tinham sido registradas na rede, bem como centenas de milhares de im agens. As pessoas pessoas agora vascul vasculhavam havam esses arqui arquivos vos à procura de im imagens agens de seus entes queridos, tentando entender o que havia acontecido no caos. As autoridades as estavam usando como recurso para encontrar pessoas que tinham cometido crimes. A DamonNet, como eles a chamaram, ainda estava em operação. Peguei umas moedas no meu bolso, enfiei algumas na máquina de café e escolhii uum escolh m a opçã opção. o. J Jornal ornalis istas tas.. Eles tinham sido a metade do problema, parte do motivo pelo qual havia demorado tanto para que a dimensão da emergência fosse compreendida. Sem comunicação e com as nevascas atingindo a cidade, os jornalistas não tinham como saber o que estava acontecendo em Manhattan. A CNN e outros canais haviam se estabelecido no Queens e em outros locais mais afastados, transmitindo as condições desses lugares. Mas ninguém sabia, de fato, quão desesperadora a situação estava em Manhattan. Então, o mundo ouvia relatos de que Nova York estava passando por dificuldades, mas a impressão era de que Manhattan dormia sob um cobertor de neve. A extensão da catástrofe só ficou clara quand quandoo a il ilha ha eent ntrou rou “tem “temporariam porariamente” ente” eem m quarentena e o mund m undoo assi assist stiu iu,, horrorizado, às pessoas morrendo afogadas e congelando, tentando escapar pelos
rios Hudson e East. Peguei meu café com leite e o soprei para esfriar. desastreessa em parte natural e em causado Alguns pelo homem, apesar de queFoi atéummesmo diferenciação eraparte discutível. climatologistas declararam que as tempestades foram o resultado de uma mudança climática. esse caso, o clima também fora modificado pelo homem, assim como a Cibertempestade que havia colidido com ele. E se todos tinham culpa, ninguém era culpado?
4 DE JULHO
– Quer Que r ve verr o tio Dam on? – per perguntei guntei a Antonia. Ela enfiou e nfiou algu alguns ns dedin dedinhos hos na boca boca.. – Vou Vou consider considerar ar isso isso com o um sim. Eu ri e a coloquei no baby baby sling sling contra meu peito. Ela era tão pequenininha, e aquele seria seu primeiro prime iro ppassei asseioo fora de ca casa, sa, a prime primeira ira vez que ela veria Nova York. Eu queria que fosse especial. Íamos ao Central Park para ver as comem com em oraç orações ões ddoo 4 ddee Jul Julho. ho. Nosso apa aparta rtam m e nto esta estava va re repleto pleto de ca caixas ixas de m udanç udança, a, e com Antonia acomodada, parei, reservando um momento para me despedir. A energia e a água tinham sido restauradas a nossa área alguns dias depois de parti ar tirm rm os par paraa Virgíni irgíniaa . A água água,, na ver verdade dade,, j á tinha tinha sid sidoo re restaura staurada da quando parti ar tim m os, m maa s os ca canos nos de nosso pré prédio dio ttinham inham e sto stoura urado. do. De Dever veríam íam os tter er ficado, fic ado, mas todos os dias, desde o início, eles diziam que o fornecimento se restabeleceria. Não havia como sabermos se aconteceria de fato. As temperaturas tinham começado a subir antes mesmo de nós termos saído da cidade, e quando voltamos a Nova York, na primeira semana de março, eles á tinham energia e serviços há quase seis semanas, não mais nevava e a cidade havia sido quase totalmente limpa. As únicas coisas que nos lembravam da tragédia eram os prédios incendiados que pontuavam a paisagem, e um clima pesado esa do de pe perda rda.. A maioria das pessoas de nosso prédio havia conseguido partir antes de Nova York ser isolada. Quando voltaram, encontraram o que parecia ser uma zona de guerra, mas agora o lixo já tinha sido coletado, as portas e as janelas tinham sido
conser tadas, e tu consertadas, tudo do estava sendo pi pint ntado. ado. Houve uma urgência quase doentia de abafar o ocorrido e deixá-lo no assauravam assado, do,vam fingir que nada havia alguém conte contecido. cido. pa pais isnosso de La Laure uren, n,menqua enquanto nos pprocura roc , ha haviam viam contra contratado tado aalguém par paraa Os lim lim par apa aparta rtam ento ento o ha hall ll.. Quando voltamos, tudo estava igual ao que era antes da Cibertempestade, como se tudo não ti tivesse vesse pa passado ssado de um pesade pesadelo. lo. Tudo como com o er eraa aant ntes... es... tu tudo, do, m menos enos T Tony. ony.
Suspirei e olhei mais uma vez. Os funcionários da empresa de mudança levariam nossas coisas para um novo apartamento no Upper West Side. Fechei a porta a o sair e bati à porta dos Bo Borodin. rodin. Eu havia tentado devolve devolverr a mezuzah mezuzah,, m as Ir Irena ena ins nsis isti tiuu para que eu a colo coloca cass ssee na eent ntrada rada de noss nossaa nova ccasa. asa. – Ah, Mih Mih-k -kahah-yy a l, Antonia – IIre rena na diss dissee . A Alek leksandr sandr havia liga ligado do a televisão, m as não eest stava ava dormindo dormindo.. Ass Assenti entiuu para m im , so sorrind rrindo, o, e eeuu ac acenei. enei. – F Fiica carr par paraa comer? – Outra hora – prom e ti ti.. – S Sóó quer queria ia m e de despedir spedir e a gra gradec decer er de novo. Eles mantiveram o grupo de Paul em sua casa até o sargento Williams leválos ppre reso sos. s. Os ppris risio ioneiros neiros quase m morre orrera ram m de fom e, ccom omoo ttodo odo mundo mundo,, m mas, as, no fim, saíram nas me mesma smass con condi dições ções que nó nós. s. Os Borodin pareciam não ter sido afetados, como se não compreendessem tanta comoção, mas eles já tinham sobrevivido a algo muito mais horripilante. o sítio a Leningrado, a população de 3 milhões de pessoas da cidade havia passado assa do por um eve evento nto que durou 900 dias, enqua enquanto nto a populaç população ão norte norte-americana havia enfrentado apenas 36 dias de sofrimento. Mais de 600 mil pessoas essoa s m morr orrer eram am em Le Leningra ningrado, do, m maa s só 70 m il m orr orrer eraa m nos Estados Estados Unidos. Só 70 mil . Mas poderia ter sido muito pior. – Ver Veree m os você vocês, s, si sim m ? Vam os vi visit sitar ar Antonia e Luk Lukee – Ir Iree na disse, ffica icando ndo na ponta dos pés par paraa beij a r m inha boche bochecc ha e dar um be beij ijinho inho na c abe abeçç a rosada rosa da de Anto Antoni nia. a. – Quando Qua ndo quis quiser eree m – re respondi spondi.. Nós nos e ntre ntreolham olhamos os por um m om omento, ento, e e ntão, ela volt voltou ou a cozi cozinhar nhar,, deixando a porta entreaberta. Eu segui pelo hall. O hall .
Em minhas lembranças, eu ainda conseguia ver os sofás e as cadeiras ali, tom omados ados ddee pe pess ssoas oas em baix baixoo de cobertores. A lem lembrança brança m ais vviiva eera ra o cheiro. Os carpetes tinham sido arrancados, o papel de parede trocado, mas eu ainda conseguia sentir o cheiro. Mesmo assim, ali havia sido nosso santuário, e uma parte ar te de m im se lem bra brava va dos dias e m que havía havíam m os passa passado do j untos untos,, divi dividindo dindo m edos e m ig igalhas, alhas, com um to toque que de sens sensiibili bilidade. dade. Pam e Rory tinham sobrevivido; na verdade, todo mundo que ficou no prédio quando deixamos Nova York ficou bem. Visitamos os dois, mas não falamos sobre o sangue. Não era necessário. De um modo estranho, eles haviam se
mantido fiéis aos princípios veganos do modo que conseguiram – o sangue tinha sido doado voluntariamente, portanto eles não prejudicaram ninguém. A única pessoa que não vimos foi Sarah. Ela havia desaparecido quando voltamos. O sargento Williams fez questão de cuidar do caso de Paul pessoalmente, um caso que se tornou um homicídio múltiplo com base nas evidências da rede de comunicação. Quando ele foi preso, a história toda veio à tona. Apesar de Richard ser de família abastada, ele tinha dívidas, por isso dera início a um esquema de roubo de identidade com Stan e Paul, tendo como alvos os empresários de fora da cidade que usavam os serviços de limusine da oficina. inguém nos perguntou onde Richard estava, e ele se tornou apenas mais um dos m il ilhare haress ddee de desapare saparecido cidos. s. Richard tinha sido o responsável pelo roubo de identidade de Lauren, e era por esse m oti otivo vo que e le gosta gosta va de papa paparic ricar ar a fa fam m ília ília dela, dela , para par a obter informações. Tudo saiu do controle quando o desastre teve início. Paul havia ameaçado Richard, dizendo que contaria às pessoas o que ele fizera se Richard não o aj udass udassee a roubar m anti antim m ento entos. s. S Sus uspeit peitávam ávam os ddee que as m ortes ddas as nove pessoas essoa s do segundo anda andarr não ti tinham nham sido tã tãoo inoce inocentes ntes quanto Ri Richa chard rd quis quisee ra fazer faz er parece parecer, r, m mas as era só es especul peculaç ação ão nos nossa. sa. Chegando aos elevadores, apertei o botão para descer, mas mudei de ideia e fui pela escada. O som familiar de passos na escada de metal ecoou em meus ouvidos enquanto eu descia. No lobby, o jardim japonês havia sido restaurado. Mas saí pela porta dos fundos. Lá fora, f ora, fui rec recebid ebidoo po porr um umaa rraj aj ada de ar quent quentee e pelo burburi burburinho nho de Nova York. Era possível ouvir uma britadeira ao longe, além de uma cacofonia de buzinas uzinas e um helicópte helicóptero ro sobre sobrevoando voando a ár áree a. Olhando na dire direçã çãoo do Hudson, vi
um barco a vela navegando. A normalidade parecia ter voltado, mas as coisas nunca mais seriam como antes. Ao caminhar pela 24, atravessei a Nona avenida e olhei na direção do Financial District. Os criminosos russos estavam mirando apenas as empresas de fundos multimercado em Connecticut, mas tinham derrubado todo o sistema. Surpreendentemente, quando a energia voltou e as redes foram limpas, a maior parte ar te da indús indústria tria ffinanc inancee ira conse conseguiu guiu com comee ç ar de novo.
A fileira de prédios incendiados já havia sido demolida, e andaimes tinham sido montados para novas construções. Em poucos meses, a cidade havia voltado quase totalmente ao normal, mas ainda víamos cicatrizes por todos os lados – prédios ré dios dem oli olidos dos e da danifica nificados, dos, ár áree a s ainda rrestritas. estritas. O prejuízo da Cibertempestade estava estimado na casa das centenas de bilhões ilhões de dólar dólares, es, e clipsando qualque qualquerr outro de desastre sastre a nter nterior ior na his história tória norte norte-americana, isso sem falar nas dezenas de bilhões de dólares de lucro perdido e nos custos de limpeza das redes e da restauração da Internet. Mas o maior prej re j uíz uízoo foi em vidas hum humana anas. s. Com m a is de sete setenta nta m il m ortos, foi m ais fa fatal tal do que a Guerra do Vietnã. A impre imprens nsa, a, no ent entanto anto,, já j á eest stava ava ffaz azendo endo com compara parações ções ccom om guerra guerrass e out outros ros desastres climáticos, como a onda de calor na Europa em 2003, que matou setenta mil pessoas; em Paris, foi preciso abrir galpões refrigerados para manter os cadáveres, cadáver es, porq porque ue os necr necrot otér ério ioss est estavam avam lotado lotados. s. E Euu me m e lem brava de ter lido ido sobre aquilo, algumas linhas pelas quais passei os olhos certa manhã enquanto tomava café para começar o dia. Agora, pessoas de todo o mundo provavelm rova velm ente e stavam fa fazzendo a m esm a coisa eem m re relaç lação ão ààss not notícias ícias a re respeito speito de Nova York ork;; era só uma not notícia ícia eem m m eio a todas as outras de todos todos ooss di dias. as. Chegando à eesq squi uina na da Oit Oitava ava avenida, vi vire reii em dire direçã çãoo ao norte e cconferi onferi as horas ho ras em m eu tel telefone. efone. Duas Duas e dez. de z. Eu me encon e nconttraria com Dam on e Lauren na entrada do Central Park na Columbus Circle às três da tarde. Tínhamos tempo suficiente para curtir um passeio. Subi e caminhei por alguns quarteirões, e logo passei pelo Madison Square Garden. Estava fechado e provavelmente nunca mais reabriria, mas o local estava repleto de pessoas. O quarteirão foi cercado por um enorme memorial de
flore flo ress qu quee aatu tulh lhava ava a rrua, ua, com fot fotos os e ca cartas rtas presas do llado ado de fora dos m uros uros.. Damon e seus seguidores tinham criado uma ciberversão da mesma coisa, um site-memorial no qual centenas de milhares de imagens registradas por celular Cibertempestade tinham organizadas. As pessoas obtinham respostasdasobre o paradeiro de entes sido queridos, até entravam em contato com quem tirara as fotos para descobrir o que havia acontecido. Milhares de pessoas estavam sendo levadas à justiça pelos crimes cometidos, e as testemunhas eram chamadas através de suas contas na rede de comunicação.
No m undo físico, m uit uitos os c am inhões da FEMA ainda oc ocupava upavam m o quar quarteirã teirãoo do memorial improvisado. A FEMA fez tudo o que pôde, mas não existia um plano de conti c ontingênc ngência ia pa para ra re resgata sgatarr se sessenta ssenta m ilhões ilhões de pessoa pessoass em m e io à ne neve ve,, sem energia, sem comida, e muitas sem água. O que piorava o problema era a perda er da de com unica unicaçç ã o e das re redes des de com putadore putadores; s; aass e quipes de re resgate sgate não sabiam onde estavam os recursos, como chegar a eles, nem como entrar em contato cont ato com as pesso pessoas, as, e as eest strada radass est estavam avam cheias de neve e intra ntrans nsit itáveis. áveis. Foram necessárias duas semanas para que os sistemas de informação e a capacidade de comunicação fossem recuperados para obter uma resposta significativa, e os esforços tinham começado em Washington e em Baltimore. Apenas quando quando parti partim m os, os, com começ eçar aram am a da darr aatenção tenção a Nova Y York ork.. Uma quantidade exorbitante de recursos e esforços humanos foi dedicada a ova York quando ficou claro o que havia acontecido, mas não havia como chegar à cidade nas primeiras semanas. Não eram apenas os ciberataques: milhares de linhas de telefone, de eletricidade e torres de celular tinham sido derrubadas pela neve e pelo ggelo. elo. Os princip principais ais ssiist stem em as de água ha havi viam am ficado desabastecido desabastecidoss por apena apenass uma semana, mas, nesse tempo, os canos estouraram em todas as partes devido ao frio extremo. Quando a água voltou a ser fornecida, uma quantidade ínfima chegava a Manhattan, por isso decidiram interromper o fornecimento para fazer reparos. Em uma cidade coberta por metros de neve e gelo, sem comunicação, sem operár operário ioss e sem eletri eletricidade, cidade, aquela tare tarefa fa se tornou tornou iim m pos possí sível. vel. Depoi De poiss das fa falh lhas as ini iniciais, ciais, o presidente invo invocou cou de ime imedi diato ato o Ato de St Staf afford, ford, para ar a que o e xér xércc it itoo pudesse oper operar ar dentro de nossas fr fronteira onteiras, s, m as dura durante nte algumas semanas, estivemos à beira da guerra com a China e com o Irã, e o
exército ficara de m ãos atad exército atadas. as. Além disso, somou-se as leituras dos radares que indicaram uma brecha no espaço aér a éreo eo norte-am er ericano icano no pprime rimeiro iro dia dia do ataqu ataque. e. A m aiori aioriaa dos analis analistas tas acredit ac reditava ava ser um ti tipo po de ataque aaut utoma omattiz izado ado de drones drones,, uma nova ameaça que eles começavam a compreender. Foi preciso um mês para confirmar que os alertas dos radares tinham sido criações de uma infecção viral dos sistemas de radares da força aérea em McChord Field, no estado de Washington. Quando um esboço do ocorrido foi delineado, quatro semanas depois da catástrofe, e as equipes de cibersegurança norte-americana e chinesa puderam
discutir alguns pontos, um resgate de ampla escala foi iniciado. Este incluiu equipes chinesas que tinham trazido peças de substituição e homens para conser cons ertar tar a re rede de de eenergia nergia elétri elétrica ca da C Cos osta ta Lest Leste. e. Passando pela rua 47, vi os ônibus vermelhos de dois andares da empresa ew York Sig ight htsee seein ingg na rrua. ua. Estavam re repleto pletoss de turis turistas, tas, m mas as nã nãoo com o antes – aqueles eram “turistas sombrios”, que queriam ver a reconstrução de nossa cidade,, o m cidade mesm esmoo ti tipo po de vis visit itantes antes que fficava icavam m fa fascinados scinados iindo ndo a Auschwitz Auschwitz.. Ao longe, na direção de Midtown, as placas de neon da Times Square brilhavam rilhava m m e sm smoo à luz do dia, e a cim a de m im im,, um outdoo outdoorr digi digital tal m ost ostra rava va a ias de Inv Investigação estigação no Senado Se nado Come Começç am Abordando seguinte manchete: Audiênc manchete: Audiências Por Que a Ciberameaça Ciberame aça Não Foi Le Le vada M Mais ais a Sério Sério.. Eu ri baixinho, balançando a cabeça ao ler. O que eles vão discutir? discutir? O governo, na verdade, havia levado a sério a ciberameaça, mas antes da Cibertempestade, o termo “ciberguerra” tinha um sentido mais metafórico, como “a guerra contra a obesidade”. Não era mais o caso, agora que o prejuízo ti tinha nha sido calculado, os custo custoss re relacionados lacionados e os horror horrores es testem testemunhados. unhados. Tudo não passou de uma série improvável de acontecimentos? acontecimentos? Talvez, mas eventos incomuns estavam acontecendo no mundo com uma regularidade assustadora. Mesmo com todas as análises posteriores, ninguém conseguia entender entend er com comoo ttudo udo havi haviaa dado er erra rado do ddee um a vez. Tudo estava interconectado, e as cidades grandes dependiam de sistemas complexos em pleno funcionamento o tempo todo. Quando os sistemas não funcionavam bem, os cidadãos começavam a morrer depressa. A perda de algumas fundações criava problemas grandes demais para se consertar, terminando em uma pane sem uma degradação graciosa para sistemas e
tecnologias m ais aant tecnologias ntig igas. as. Uma geração atrás, para conter o perigo assustador das armas nucleares, os políti olíticos cos e m il ilit itaa re ress cr criar iaraa m re regra grass de e nvolvi nvolvim m e nto com base e m diss dissuasã uasão. o. Mas não havia um protocolo similar para lidar com os ciberataques. Qual era o alcance de uma ciberarma? Como saber quem a havia manejado? O vácuo de regras e acordos internacionais tinha sido tão culpado quanto as circunstâncias para ar a ccria riarr a Ci Cibe berte rtem m pestade pestade.. As pessoas, claro, sempre encontravam uma maneira de sobreviver. A mídia chegou a falar sobre canibalismo, e de fato ocorrera, mas ao invés de execrá-lo,
a imprensa começou a normalizá-lo, citando incidentes históricos comparáveis. Houve um a investi investigaç gação ão nos cchalés halés próxim próximos os ao noss nossoo na Virgí irgíni nia. a. Os B Bay ay lor lor estavam de férias, e as pessoas que tínhamos encontrado eram intrusas. Elas provavelm rova velm ente ti tinham nham rouba roubado do equipa equipam m e ntos e m antim antimee ntos da c asa de Ch Chuck uck,, mas nós também havíamos roubado aquilo de que necessitamos de nossos vizinhos de Nova York. Não havia evidência de canibalismo por lá, apenas os ossos de porcos que eles deveriam ter pegado, como nós fizemos. Nós havíamos tirado conclusões precipitadas por conta de nossos medos e dos horrores que havíam haví am os test testem em unh unhado. ado. Cheguei ao Columbus Circle, e fiquei observando carros e caminhões passare assa rem m . Mais ac acim ima, a, a s á rvor rvores es do Centra Centrall P ar arkk par paree c iam um câ cânion nion ver verde de entre os arranha-céus, e o monumento no meio do cruzamento se agigantava à nossa frente enquanto as fontes espirravam água ao redor. Havia pessoas sentadas nos bancos, banc os, aproveitando o sol sol.. A vida se seguia. guia. Esperando que o farol mudasse, olhei para o muro cinza do Museu de Arte e Design à minha direita. Uma mensagem pichada com letras enormes e cheias de floreios estendia-se do chão ao teto. Podia-se ler: “Às vezes, as coisas dão errado para ar a que c ois oisaa s m e lhore lhoress a conte conteça çam m ”. E m ais aba abaixo, ixo, a fr fraa se e ra a tribuída tribuída a “Marilyy n M “Maril Monroe”. onroe”. Apontei a mensagem: – Viu aquilo, Antonia? Você acha que coisas melhores estão vindo? Eu esperava que viessem, pelo bem dela, mas uma intranquilidade profunda havia tomado minha alma. Como acontecia com coisas horrorosas, alguma coisa boa poderia ser tirada
da catástrofe, aparentemente. Mudanças nas leis internacionais eram uma prom essa essa.. P e lo m enos, e ra o que os j orna ornais is diz diziam iam . Ve ría ríam m os se algo aconteceria, de fato. A separação entre o mundo cibernético e o mundo físico estava desaparecendo. Ciberbullying era só bullying , e a ciberguerra era só guerra; a verdadeira era cibernética começaria quando parássemos de usar ciber como prefixo. re fixo. Caminhando pelo Columbus Circle, vi Lauren perto de Damon e acenei. Ela segurava uma trela com o cão que havíamos acabado de adotar, Buddy. Os
abrigos estavam lotados com animais depois do desastre, e aquela era uma pequena eque na m a neir neiraa de re reduz duzirm irmos os o so sofr frim imee nto. – Olha lá a m a m ã e! Eu não conseguia acreditar que tinha sido tão cego, tão limitado a ponto de acreditar que Lauren estivesse sendo infiel quando ela só tentava melhorar sua vida e a minha. Era o mesmo tipo de pensamento ilusório e limitado que quase custara nossas vidas quando não consegui entender o que vira em Washington comoo alg com algoo além de um umaa inv invasão asão chin chinesa. esa. – Oi, querida! quer ida! – fa falei. lei. – Antoni Antoniaa e eu ffiz izem em os um óti ótim m o passe passeio! io! Lauren correu até nós e me beijou. Damon apareceu em seguida, empurrando Luke em um carrinho. O dia estava lindo, com um céu azul perfeito. Bandeiras americanas decoravam a entrada do Central Park. Estávamos ali para assistir às comemorações do Dia da Independência e para ver Damon receber a chave da cidade de Nova York das m mãos ãos do pre prefe feit ito. o. Entramos no parque. Perto da multidão que se reunia ao redor do palco à espera da cerimônia, encontramos Chuck e Susie. – Va m os – e u dis disse se a Da Dam m on e nquanto nós nos c um umprim primentá entávam vam os. – Se u tem po de fam famaa com começou. eçou. Ele riu r iu.. – Te Te m po é, se sem m dúvida, a pa palavr lavraa de orde ordem m. Continuava sendo um garoto esquisito. esquisito. Balancei a cabeça quando ele correu em direção aos bastidores. Muitas pessoas se aproximaram, e peguei Antonia do baby sling baby sling para segurá-la segurá-la em m eu col colo. o. – Ve j a – falei, fa lei, e rgue rguendo ndo a bebê e a pontando o pa palco. lco. Da Dam m on par parec ecia ia
encabulado na frente das pessoas. – Aquele é seu tio Damon. Antonia bocejou e babou em mim. Ri, maravilhado ao perceber como uma coisinha coisi nha tão pe pequena quena podi podiaa ser tão li linda. nda. Um limite havia sido cruzado, e o mundo nunca seria o mesmo. Apesar de todos os apertos de mãos e rostos sorridentes na TV, já havia rumores de novos conflitos, e eu, de certo modo, duvidava que as lições que tínhamos aprendido seriam lembradas por muito tempo. Olhando ao redor, poderia se imaginar que tudo aquilo não tinha acontecido. Lembrei-me de uma viagem que fiz a Varsóvia, certa vez. Quando saíram da
cidade no fim da guerra, os nazistas destruíram todo o centro urbano, arrasando o máximo de construções que conseguiram: Hitler estava determinado a varrer a Varsóvia do mapa. No entanto, depois, seus moradores a reconstruíram, tijolo por tijolo ijolo,, apa apagando gando Hi Hitl tler er do mesm m esmoo m modo odo como eele le havia tent tentado ado apa apagá-los gá-los.. Nova York par paree cia a m e sm smaa , m mas as nã nãoo er eraa e nunca volt voltar aria ia a ser. ser. De pé, à luz do sol com as pessoas que tinham sido minha família durante o desastre desast re,, me meus us ol olhos hos se encher encheram am de lágri lágrim m as. Antonia riu em meus braços. Setenta mil pessoas tinham morrido, mas pelo menos uma vida havia sido salva. Se nada daquilo tivesse acontecido, Lauren talvez tivesse feito um aborto, e eu nunca ficaria sabendo. Eu nunca teria Antonia em minha vida, nunca saberia que ela havia existido, e provavelmente teria perdido er dido Laure Laurenn tam també bém m. Olhando nos olhos de Antonia, percebi que minha vida também tinha sido salva.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer às muitas pessoas que emprestaram tempo e conheciment conhecim entoo e m mee aj ud udara aram m a cri cr iar um cenário reali realist staa para um caso ddee grave conflito cibernético, incluindo: Richard Marshall, ex-diretor mundial de Cibersegurança, US Department of Homeland Security [Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos]; Curtis Levinson, agente de ligação de ciberdefesa dos Estados Unidos com a OTAN; Major Alex Aquino, diretor de ciberoperações do US Air Force Western Air Defense Sector [Defesa Aérea do Setor Oc Ocid idental ental da dass F Forç orças as Aér A érea eass dos Est Estados ados Unidos Unidos]; ]; e Erik Mon Montcalm tcalm,, diretor de Tecnologias de Segurança, SecureOps. Muito oobrigado Muito brigado à Ha Harpe rperr Col Colli lins ns C Cana anada da – a Loriss Lorissaa Sengar Sengaraa e a Noelle Zitser Zitser – por todo o esforç esfor ç o para par a pr prepa epara rarr o Cyberstorm Cyberstorm p ara o mundo, mundo, e também a m eu editor da primeira edição, Gabe Robinson, e a Allan Tierney e Pamela Deering, quee tam qu também bém aj ud udara aram m no process processoo de edi ediçã ção. o. Obrigado a todos os meus leitores-beta (e me desculpem por não saber o sobrenome de todos): Adam, Adi, Alison Hodge, Amber, Amit, Ashvin, Barry Sax, Bill Mather, Bill Parker, Brian Lomax, Charles, Chrissie, Colby Zoeller, Craig Haseler, Daryl Clark, David King, Sra. Dayfield, Ed Grbacz, Edwina, Eri Montcalm, Em, Harold Kelsey, Haydn Virtue, Hector, Jim Duchek, John Jarrett, Jon, Josh Brandoff, Joy Lu, Julie Parsons, Julie Schmidt, Junko, Justin, Kimmerie, Lance Barnett, Leonard, Leonardo, Lowell, Luke, Marjolein, Matt, Max Zaoui, Michelle, Mike, Mircea, Mog, Naveen, Niels Pedersenn, Niki, Or Shoham, Peter, Philip Graves, Rob Linxweiller, Robin, Sam Romero, Samantha, Shabnam Penry,
Sohna Ravindran, Stefano, Tara, Tim McGregorus, Tom Giebel, Warrick Burgess, William e William McClusky. E, claro, por último, mas igualmente importante, minha linda e inteligente namorada Julie por aguentar todos os serões noturnos e por todas vezes que não passee pass eeii Ruthven, com os ca cachorros. chorros.
MATTHEW MATHER
É um entu entusi siast astaa de tec tecnol nologi ogia. a. Já tra rabalh balhou ou com segurança de ccomputado omputadore res, s, criação de games, nanotecnologia e até sistemas de inteligiencia social. É conhecido pela série best-seller de ficção científica The Atopia Chronicles. Chronicles. Em 2013, autopublicou Cyberstorm Cyberstorm.. A obra obteve um sucesso tão grande que será adaptada para par a o cinem cinemaa pela 20t 20thh C Centu entury ry Fox.
Hope e cash cash,, em in ingl glês, ês, respec respecti tivam vamente, ente, são esperanç esperançaa e dinhei dinheiro. ro. (N. Hope T.) DEFCON: DEFCON: DEFCON é um acrônimo para Defense Condition. É usado para ar a m e dir o nível de disponi disponibil bilidade idade e ale alerta rta das fforç orçaa s ar arm m a das nor norteteam ericanas em caso ddee eem m ergência, e sseus eus nníívei veiss vvariam ariam de acordo com a gravidade gravid ade da sit situaçã uaçãoo (DEF (DEFC CON 5 é consi considera derado do um estado nnorm ormal, al, e o DEFC DEF CON 1, eest stado ado de ataque iminente). (N. de T.) FEMA FEMA:: Federal Emergency Management Agency, agência de auxílio em casos de emergência. (N. de T.) John Applesee Appleseedd (1774 – 1845): John Chapman, também conhecido comoo JJoh com ohnn Ap Ap plesee leseedd [se [sem m ente de m ac acieira ieira], ], ffoi oi um am a m e ric ricaa no que in introduz troduziu iu o cult cultiv ivoo de m ac acieiras ieiras eem m vár várias ias re regi giões ões dos Est Estados ados Unidos Unidos.. Tornou-se uma lenda em razão de sua gentileza e generosidade, por dar Tornou-se valorr à cons valo conser ervaçã vaçãoo das ár árvores vores e pela importância si sim m ból bólica ica que atrib atribuí uíaa às maç m açãs. ãs. [N. de T T.] .] Amanhe Amanhecc er viol v iolento ento:: Filme norte-americano de 1984, no qual, durante a Terce er ceira ira Guerr Guerraa Mund Mundial ial,, um grupo de jjovens ovens cr cria ia uma m ilíci ilíciaa pa para ra defende def enderr o país dos ataques dos sovi soviéticos. éticos. [N. de T.] Gulag : Cam Cam po de cconce oncentra ntraçã çãoo par paraa onde diss dissidentes identes do re regim gimee da antiga anti ga U Uni nião ão Sov Soviéti iética ca er eram am levados e, m uitas uitas vez vezes, es, eexec xecutados utados.. (N. de T.)
CYBERSTORM TÍTULO ORIGINAL:C ybersto y berstorm rm CAPA, PROJETO E DIAGRAMAÇÃO ORIGINAL: D esenho Editorial PREPARAÇÃO DE TEXTO: Opus Serviços Editoriais REVISÃO:A na Cláudi Cláudiaa de Mauro | Isadora P Prosp rospero ero VERSÃO EL ELET ETRÔNIC RÔNICA: A: Natalli Tami EDITORIAL: EDITO RIAL: D aniel Lam eira | Mateus Duque Erthal | Katharina Cotrim | Bárbara Pr Prin ince ce | Júl Júlia ia Mend Mendonça onça DIREÇÃO EDITORIAL: Adriano Fromer Piazzi COPY RIGHT © MA COPYRIGHT MATTHE TTHEW W MA MATHER, THER, 2013 COP OPYRIGHT YRIGHT © EDI EDITORA TORA ALEP ALEPH, H, 2015 (EDIÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA O BRASIL) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO, NO TODO OU EM PARTE, ATRAVÉS DE QUAISQUER MEIOS. ALL RIGHTS RESERVED INCLUDING THE RIGHTS OF REPRODUCTION IN WHOLE OR IN PART IN ANY FORM.
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PUBLICAÇÃO (CIP) (Câm (C âmara ara B r asi asileira leira do Li Livro, vro, SP, B Brr asil) asil) Mat her, Matthew Math Cyber Cyb erstorm storm [l [liv ivro ro eeletr letrôn ônico] ico] / M Matthew atthew M Math ather er ; ttradu radução ção Car Carol olin inaa Cairess Coe Caire Coelh lho. o. ---- São Paul Pauloo : Aleph Aleph,, 2015. 750 Kb; ePUB Título original: Cyberstorm ISBN: 978-85-7657-234-3 1. Ficção inglesa I. Título. 15-08112 CDD-823 Índices para catálogo sistemático:
1. Ficçã Ficçãoo : Li Litera teratu tura ra ingl inglesa esa 823
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