Curso de Guias

March 30, 2019 | Author: espadana1 | Category: United Nations Security Council, Republic, Consensus Decision Making, Time, Learning
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Curso de Guias

Estes são os apontamentos que fiz para os Cursos de Guias que realizei. Sessão 1 - O Guia de Patrulha Sessão 2 - O Guia e a Liderança Sessão 3 - O Conselho de Guias Sessão 4 - As Actividades de Patrulha Sessão 5 - Mais além Sessão 6 - Tu e o teu Escutismo Questionários PISTAS PARA O GUIA DE PATRULHA

1ª Sessão O G UIA DE PA PATRULH A O que é o Guia?

Ele é: o melhor Escuteiro da Patrulha o irmão mais velho dos seus Escuteiros o responsável pela Patrulha e pelos seus Escuteiros O que ele faz: dá o exemplo ajuda os seus Escuteiros a tirarem insígnias planeia e organiza as actividades da Patrulha, com os restantes Escuteiros planeia as actividades no Grupo, no Conselho de Guias ajuda a manter a disciplina ajuda o Chefe na realização do programa do Grupo encoraja e anima o espírito de Patrulha põe a Patrulha acima de si

Do Escutismo para Rapazes de Baden-Powell: " Quero que vós, Guias de Patrulha, instruais as vossas Patrulhas inteiramente por vossa iniciativa, porque vos é possível conquistar cada um dos rapazes da Patrulha e fazer dele um

homem bom. De nada serve terdes um ou dois rapazes excelentes, se o resto não prestar para nada. nada . Deveis procurar  torná-los a todos razoavelmente bons. O meio mais eficaz para o conseguir é o vosso próprio exemplo, porque o que vós mesmos fizerdes, os vossos Escuteiros farão também. Mostrai-lhes que sabeis cumprir ordens, quer vos sejam dadas verbalmente, quer  sejam impressas ou escritas, e que as executais, quer o vosso Chefe esteja presente ou não. Mostrai-lhes que podeis a1cançar  distintivos de especialidades, e os vossos rapazes irão atrás de vós sem precisardes de os convencer. Mas lembrai-vos que os haveis de guiar e não empurrar " (E.p.R. PB4)

De Roland E. Phillips: " O Guia não deve ser nem a ama-seca, nem o sargento berrão, nem o domador de feras, mas apenas um irmão mais velho que conduz porque sabe, e a quem se segue porque se gosta"

O melhor Escuteiro da Patrulha

valor técnico – de nada te serve possuíres um distintivo se a tua conduta não corresponde à insígnia que usas na camisa do uniforme. Não são as insígnias que fazem o Escuteiro e menos ainda o Guia de Patrulha. A técnica Escutista mais não é que o conhecimento inteligente das mil e uma maneiras de sair-se bem e ser capaz de ajudar os outros. valor físico – procura desenvolver as tuas forças corporais ao mesmo tempo que a tua capacidade intelectual; o idea da "mente sã em corpo são" não é de outrora, e um corpo ágil e saudável é uma grande preciosidade valor intelectual – o 110 artigo (não oficial, mas reconhecido por todos) da Lei do Escuteiro diz que "O Escuta não é parvo". Embora a inteligência seja independente do estudo, qualquer pessoa com dois dedos de testa tenta desenvolver os seus conhecimentos, pois para dar mais na vida, é preciso também ter mais. valor moral – o teu carácter não deixará de se reflectir em cada um dos teus Escuteiros. Tens a Lei do Escuteiro como a base da tua vida, segue-a e serás o melhor dos homens.

valor religioso – beatices não te levam nem ao Céu nem a lado nenhum. Fé vivida com simplicidade e convicção, traduzida numa piedade simples e espontânea e acompanhada por confiança em Deus terá muito mais influência e relevância para a vida dos teus Escuteiros e para a tua.

"Não se apanham moscas com vinagre"

A Fraternidade Escutista assenta sobre dois fundamentos principais: a confiança mútua e a mútua estima. Estima os teus Escuteiros pelas suas qualidades, e eles admirarão e estimarão as tuas. Estima todos, sem excepção, apesar dos seus defeitos. Dedica-te a criar na Patrulha um espírito de fraternidade e confiança, de tal modo que todos os teus Escuteiros saibam que em qualquer momento podem contar contigo, e tu com eles.  Treina os teus Escuteiros, entusiasma-os e estima-os, e eles seguir-te-ão até ao fim. Nas actividades de Patrulha, não permitas a inacção, e evita o aborrecimento dos teus Escuteiros. Toma parte nas iniciativas da Patrulha, pois não se pode ser bom treinador se não se toma parte no treino. Por vezes poderás ter certos assuntos a tratar com os teus Escuteiros que não lhes interessam muito (e talvez nem a ti) mas que tenham mesmo de ser discutidos. Nesses casos, tenta "dourar a pílula", e torna o assunto menos aborrecido. Pode ser que os teus Escuteiros não percebam para que serve falar disto ou daquilo mas se lhes explicares o porquê poderás despertar-lhes o interesse. Falaremos mais disto quando abordarmos as actividades da Patrulha . Um Guia é um modelador. A chave do Método Escutista é a educação pela pessoa: cada rapaz forma-se a si mesmo porque quer! O Guia ou o Chefe estão presentes para criar o ambiente favorável e dar a

ajuda conveniente. Tu não podes fazer com que o carácter de um rapaz mude, mas podes ajudá-lo a mudar as suas atitudes. Com o teu exemplo, ou algumas palavrinhas em privado na hora certa, podes fazer ver a um moço mais irrequieto que certas coisas não serão toleradas. Se ele perceber porque lhe falas assim e o aceitar, terás uma pequena grande vitória: mudaste a vida de alguém para melhor!  Toma cuidado com o que dizes. É vital que um Escuteiro criticado perceba que o fazes apenas pela tua amizade por ele. Nunca descomponhas um Escuteiro em frente de outros, nem tenhas discussões "animadas" em público. Para tudo isto contribui o teu conhecimento dos Escuteiros – se desde a sua entrada te interessaste por eles, e descobriste os seus gostos, qualidades, defeitos, problemas, etc., estarás numa posição para realmente fazer algo por eles e ter bons amigos. Aqui como em muitas outras situações, tu e o Chefe de Grupo devem trabalhar em conjunto: tu podes conhecer o teu Escuteiro a nível pessoal melhor do que o Chefe que tem outras 31 almas à sua guarda, e ele pode saber mais a nível familiar ou escolar.

Em resumo do que dissemos acima: Condições da tua atitude: ser um exemplo, ser  o irmão mais velho, ser um treinador  Condições da tua acção: conhecer, animar  O teu fim: formar os teus Escuteiros, fazen do deles homens completos, cristãos verdadeiro s e cidadãos perfeitos

2ª Sessão O GUIA E A LIDERANÇA

Não é possível fazer uma lista das funções de Guia e de regras que estes têm que seguir para serem bons Guias. Liderança é um processo em que um grupo de pessoas é orientado por um Líder para a obtenção de um determinado objectivo. Todos os bons líderes possuem certas qualidades e características, muitas das quais eles nem se apercebem que utilizam. Na primeira sessão deste curso de Guias falamos sobre as obrigações de um Guia, e sobre os problemas que esses deveres causam. Vamos agora conversar sobre algumas características necessárias para ser um bom líder. Não são características pessoais, na medida em que também tu as poderás desenvolver, mas tornam-se tal, e ser-te-ão úteis pela vida fora. O Guia preocupa-se com três coisas: a tarefa, a Patrulha e o indivíduo. A responsabilidade do Guia é cumprir a tarefa mantendo a Patrulha unida, usando os talentos específicos de cada Escuteiro. Um bom Guia balança o tempo gasto na execução da tarefa, na manutenção da união da Patrulha e com cada rapaz da Patrulha . Este balanço entre as três responsabilidades é um ponto de partida útil para avaliar uma actividade que corra mal. O Guia que quer assegurar que a tarefa, a Patrulha e o indivíduo são levados em consideração pode usar este "exame de consciência" abaixo, que pode ser aplicado para qualquer actividade, reunião ou programa. A tarefa:

Planeei cuidadosamente o trabalho a fazer com a Patrulha? Acompanhei continuamente a execução do trabalho? A Patrulha:

A Patrulha envolveu-se na tomada de decisões e na execução do plano? Usei os recursos disponíveis dentro da Patrulha? Coordenei a Patrulha eficazmente, e trabalhamos em grupo?

Representei os interesses da Patrulha quando se debateu a tarefa com outros? O Indivíduo:

Contactei com todos os membros da Patrulha? Ajudei os outros Escuteiros a aprender coisas e técnicas novas? Dei o exemplo?

AS CARACTERÍSTICAS DA LIDERANÇA 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Planear Avaliar Partilhar a direcção Utilizar os recursos da Patrulha Coordenar a Patrulha Representar a Patrulha Comunicar Ajudar os outros a aprender Dar o exemplo

PLANEAR "A Patrulha Macaco achou que fazer um Acampamento de Patrulha no próximo fim-de-semana era boa ideia, mas ninguém se "coçou" para o preparara sério. Quando a Patrulha chegou ao local de acampamento, faltavam vários itens de material e comida, embora todos jurassem que os tinham trazido.  À medida que o fim-de-semana continuava, a Patrulha ia de aborrecimento em aborrecimento, pois as coisas continuavam a correr mal. Pensando sobre o acampamento, todos concordaram e compreenderam que o acampamento poderia ter sido muito melhor se o tivessem planeado com mais cuidado. "

Um bom Guia prepara um plano para que seja dada a melhor utilização dos recursos e tempo disponíveis. Quando o fazes, lembra-te: o que tem de ser feito? qual é o nosso objectivo? que equipamento e pessoas ternos disponíveis? quais as alternativas? Escreve o plano, e só quando este for compreendido e concordado por todos é que o podeis por em acção. Estas simples instruções podem ser usadas para planear qualquer actividade ou reunião – quanto maior for o evento, mais cuidadoso e detalhado deve ser o plano. No Grupo, o planeamento das actividades para o ano está a cargo do Conselho de Guias. A tarefa do Guia de representar a Patrulha tem aqui uma das suas mais importantes vertentes: no Conselho de Guias, não estás lá para dar a tua opinião, mas sim para representar a tua Patrulha . Discutiremos este aspecto mais à frente. Por ora, lembra-te que se queres que as actividades do Grupo saíam boas, para bem de todos e teu, tens que participar no planeamento.

 AVALIAR "Na reunião da Patrulha Macaco que se seguiu ao acampamento,

o Guia pediu aos elementos da Patrulha que dissessem o que acharam que correu mal e como poderiam ter feito melhor. O sentimento geral era que o acampamento não tinha sido bem  planeado. Felizmente, eles foram capazes de aprender a lição, e decidiram começar a planear o próximo acampamento com a devida antecedência. "

Fazer avaliações de acampamentos, actividades e reuniões a intervalos regulares permite aos Guias e à Patrulha aprender e melhorar a tempo da próxima actividade. Quando fizerdes isso, lembrai-vos das perguntas seguintes: qual era o nosso objectivo? alcançamo-lo? Se não, porque não? que dificuldades encontramos? corno é que podemos ultrapassar essas dificuldades de futuro? podemos repetir a actividade ou fazer algo similar? que sugestões e comentários temos para melhorar? o que podemos fazer a seguir?  Todos os elementos da Patrulha devem tomar parte do processo de avaliação e todos devem ser encorajados a dar a sua opinião – duas pessoas diferentes têm dois pontos de vista diferentes. O processo de avaliação não precisa de ser complicado nem longo. Bastam alguns minutos na intimidade da Patrulha para obter críticas construtivas.

DELEGAR E PARTILHAR A DIRECÇÃO "Os planos para o acampamento da Patrulha Macaco estavam feitos. As últimas reuniões da Patrulha tinham sido usadas para reunir o material, decidir as ementas e seleccionar a comida necessária. Todos os Escuteiros da Patrulha tiveram a hipótese de ajudar a planear. Cada um tinha um trabalho, e todos aparentavam estar a cumpri-lo a contento. Poucos dias antes do acampamento, o Zé, o Guia, verificou se todos tinham executado os seus trabalhos – estava tudo feito, menos o do Manel, que não havia consertado parte do equipamento a seu cargo. Para tentar salvar a situação, o Zé sugeriu várias maneiras ao Manel como ele poderia remendar o material a tempo. Deu-lhe o endereço de um Pai que talvez pudesse ajudar e pediu ao Manel que lhe telefonasse dentro de poucos dias caso não conseguisse

completar os remendos. "

Embora o Zé fosse o Guia da nossa Patrulha Macaco, ele partilhou a direcção do acampamento com outros membros da Patrulha. Cada Escuteiro foi capaz de participar no planeamento e o Zé aceitou e incorporou as sugestões ao programa inicial. Ele debateu e discutiu com os outros, mas teve de dar a última palavra e fazer certas limitações.  Todos os elementos da Patrulha devem sentir que contribuíram para o sucesso de alguma actividade – todos têm um trabalho a fazer e sentem-se parte de um grupo especial. Como Guia, coube ao Zé verificar que os vários trabalhos atribuídos estavam a ser levados a cabo e tomar providências com aqueles que precisaram de ajuda. Um Guia pode partilhar a direcção da Patrulha com os restantes membros, mas é ele o responsável geral. Se algo corre mal, é a ele que os Chefes e os Pais vão pedir contas. Há ocasiões em que o Guia não tem escolha a tomar uma decisão sozinho, como por exemplo, em matérias de segurança em que uma acção imediata é necessária.

UTILIZAR OS RECURSOS DA PATRULHA " À medida que o acampamento se desenrolava, começaram a aparecer as queixas em relação à qualidade da comida. Quando a hora das refeições chegava, todos os membros da Patrulha se "punham ao fresco": deixando o Henrique, o pata-tenra, para cozinhar. Durante uma conversa depois de uma refeição, o Guia pediu ao David que ajudasse na cozinha. Afinal o David era um perito, e o  Afonso ofereceu-se para ajudar a acender e manter o fogo. "

A nossa Patrulha Macaco estava com problemas porque não estavam a utilizar da melhor maneira os talentos individuais dos membros da Patrulha – não estavam a usar os recursos da Patrulha. Há dois tipos de recursos disponíveis para a Patrulha: humanos – os seus talentos e habilidades (incluindo Chefes, Pais, Amigos, etc.)

materiais - que podem ser usados para levar a cabo o programa (equipamento, transporte, locais, etc.)

Conhecer os recursos disponíveis permite que tudo e todos sejam usados para vantagem da Patrulha– facilita as tarefas, encurta o tempo de preparação e diminui o esforço necessário. Assim, Guia, certifica-te que tens escrita nos teus registos a seguinte informação: lista dos membros da Patrulha, completa com detalhes dos seus passatempos, interesses, talentos, etc. lista de contactos - pais, familiares, amigos, e as coisas em que eles te podem ajudar lista de organizações especializadas em tópicos de interesse para a Patrulha e respectivos contactos lista de locais que podem ser usados para actividades

COORDENAR A PATRULHA "Durante o acampamento, a Patrulha Macaco entreteve-se tanto a nadar no Rio Perto e na brincadeira que se esqueceram de cumprir a tarefa que haviam combinado com o proprietário – limpar-lhe o terreno de lixo. "

Aqui surgiu um problema porque o Guia e os outros membros da Patrulha deixaram-se levar nos jogos e acabaram por se esquecer do que haviam prometido. Como já dissemos atrás, um bom Guia tenta manter um equilíbrio entre a tarefa, a Patrulha e o indivíduo. Isto é feito coordenando a Patrulha e as suas actividades. Ele tem que reter: os membros individuais da Patrulha a Patrulha como um todo a tarefa em mãos Se se dá ênfase demais a uma destas vertentes, as outras duas sofrem. O Guia deve tentar completar a tarefa, mas ao mesmo tempo manter a Patrulha a trabalhar em grupo e velar pelas necessidades individuais de cada um dos seus Escuteiros. Um Guia tem que coordenar a Patrulha de modo a que a tarefa seja cumprida fácil e rapidamente, com todos os Escuteiros da Patrulha a participar e trabalhar

harmoniosamente.

REPRESENTAR A PATRULHA " O Conselho de Guias discutiu os acertos preliminares para o acampamento de Verão. Quando as datas e o local foram anunciados ao Grupo, a Patrulha Macaco não se mostrou muito entusiasta. No entanto, o Chefe lembrava-se que no conselho de Guias, o Zé estava bastante entusiasmado com a decisão. Depressa se tornou claro que o Zé manifestou a sua própria opinião, e não a que a maioria dos elementos da Macaco tinha. " Um bom Guia representa a opinião de todos os membros da Patrulha quando está no Conselho de Guias, que é afinal o órgão executivo do Grupo, e cujas decisões afectam os Escuteiros na Patrulha. Os assuntos a debater no Conselho de Guias devem ser conhecidos pelos Guias para que estes possam por sua vez debatê-los na Patrulha . Após o Conselho, o Guia comunica à sua Patrulha o que lá teve lugar e as decisões tomadas. Para fazer isto, um Guia deve ter um plano de acção, como por exemplo este: Antes da reunião

discute cada tópico com a Patrulha assegura-te q todos os assuntos são discutidos e que todos têm uma opinião formada sobre eles escuta atentamente as ideias de cada elemento, mesmo que sejam diferentes resume as opiniões expressas e obtém um consenso para cada tópico mencionado escreve as ideias consensuais ou da maioria, e outros pontos de vista que devem ser referidos no Conselho de Guias Durante a reunião

Apresenta as ideias da Patrulha Ouve e respeita as ideias das outras Patrulhas Faz concessões dentro dos limites das opiniões q trouxeste da tua Patrulha

 Toma notas sobre as decisões finais e outra informação que pode ser útil Se necessário, pede o adiamento da decisão final até que possas consultar a tua Patrulha Após a reunião

A Patrulha deve ser informada das decisões tomadas que lhe sejam relevantes As decisões devem ser explicadas, com as razões pela sua tomada. Informações úteis devem ser comunicadas à Patrulha A Patrulha, por sua vez, deve estar pronta a aceitar decisões tomadas pelo Conselho de Guias ainda que contrárias às suas próprias ideias – decisões estas em que o Guia da Patrulha participou e representou os seus pontos de vista.

COMUNICAR " A partida para o acampamento de Verão foi anunciado na reunião, e o Grupo estava no sítio combinado à hora certa, com excepção de dois Escuteiros da Patrulha Macaco. Chegados com um atraso de meia hora, ambos chegaram, afirmando que desconheciam o combinado para a partida.  Alguns Escuteiros não trouxeram os seus calções de banho, e ficaram desapontados quando não puderam ir à piscina com os outros. O Guia tinha a certeza que lhes tinha dito toda a informação necessária, mas mesmo assim houve tanta incompreensão"

Estes são só alguns exemplos de um problema comum demais: falta de comunicação. Todos os Guias precisam de ser capazes de comunicar eficazmente. Quando tiveres que comunicar algo aos teus Escuteiros, podes guiar-te por estes pontos: Assegura-te que estão todos a ouvir com atenção enquanto falas Fala claramente, usando termos que sejam percebidos facilmente Reforça a informação com imagens, posters, etc., se disponíveis Faz perguntas para confirmar que a informação foi assimilada

Resume a informação de tempo a tempo É possível comunicar de muitas maneiras: um poster, um jornal, um anúncio televisivo, etc. Um livro de Patrulha e um quadro no vosso Canto comunicarão informação importante, não só aos membros actuais da Patrulha, como _os vindouros. Mas lembra-te que comunicação não é só escrever e ler, ou falar. E também emoções, maneirismos, jogos, canções. A maneira como um aspirante é recebido na Patrulha comunicar-lhe-á algo sobre essa Patrulha – para o melhor e para o pior!

 AJUDAR OS OUTROS A APRENDER "O Zé estava sentado no Canto de Patrulhada Macaco, a tentar  ensinar aos seus Escuteiros como usar a machada. A Patrulha não  parava quieta, e poucos demonstravam algum interesse no que o  Zé estava a dizer."

Um caso típico? Seria muito mais fácil instruir a Patrulha no uso da machada numa actividade ao ar livre. Aí haveria facilidades para todos usarem a machada e experimentarem, ao invés de só olhar e ouvir. Um Guia tem que ensinar os Escuteiros na sua Patrulha, em particular os mais novos. Claro que não podes ensinar o que não sabes, e aqui entram os Chefes para te ajudarem ensinando-te novos truques ou dando instrução a todo o Grupo. Um Guia terá óbvias vantagens conhecendo modos como as pessoas podem ser levadas a aprender algo. Há três maneiras principais de aprender, e se calhar já as usaste na escola ou em outras alturas – aprende-se ouvindo, vendo e fazendo. Lembra-te do ditado: "O que ouço, esqueço; o que vejo, lembro; o que faço, sei"

Isto aplica-se em quase tudo na vida. Desde os nós que aprendes

nos Escuteiros aos exercícios de matemática (se não os praticares, não os aprendes, não é?). Infelizmente, nem sempre é possível por cada Escuteiro de cada vez a aprender um nó ou dar atenção a todos na reunião de Grupo. Na maior parte das vezes, o Chefe demonstrará um nó à frente de todos ou dos Guias, e encarregar-vos-á de por vossa vez o ensinardes aos vossos Escuteiros.

DAR O EXEMPLO "O Zé, Guia da PatrulhaMacaco, veio à Reunião de Piedade de calças de ganga, uma t-shirt, e o lenço de Escuteiro. Na semana seguinte, vários membros da Macaco vieram a uma actividade apenas parcialmente uniformizados, e o Chefe passou-lhes uma descompostura. Os rapazes ressentiram-se porque o Zé não levou "raspanete" na semana anterior por fazer o mesmo, e eles sim,  por lhe seguirem o exemplo"

A nossa Patrulha realmente tinha razão para se queixar! Como escreveu B-P: “o que vós mesmos fizerdes, os vossos Escuteiros farão também”. Os exemplos do Chefe e do Guia são muito importantes; o seu comportamento, a sua maneira de estar na vida, etc., imprimem-se nos seus respectivos Escuteiros. O teu cargo é uma espécie de recompensa pelas tuas qualidades e esforço, mas é também uma responsabilização.  Tal como uma pessoa que se torna uma figura pública, também tu, Guia, serás responsabilizado pelo que fazem os que estão à tua guarda. O bom Guia tem consciência das suas limitações e está sempre alerta para se melhorar, e com o seu exemplo, melhorar os seus Escuteiros!

O que é então liderar?

As características da liderança resumem-se a: o que uma pessoa é e o que uma pessoa faz

Olha para um "líder" que conheças e admires. Compara o que ele faz com a lista que te damos e vê se algumas das suas características se encontram aqui. Claro que poderás lembrar-te de muitas outras características que não estão aqui, mas também nós não somos perfeitos...

3ª Sessão O Conselho de Guias O Conselho de Guias é tão antigo corno o próprio Escutismo, sendo urna parte integral do Sistema de Patrulhas. Foi Baden-Powell quem o inventou: “O Conselho de Guias é formado pelo Chefe do Grupo e pelos Guias de  Patrulha, ou, se o Grupo for pequeno, dos Guias e Sub-Guias. (...) O Conselho de

Guias trata de prémios, castigos, programas de trabalho, acampamentos, e outros problemas relacionados com a administração do Grupo”

Baden-Powell, Escutismo para Rapazes

O que faz o Conselho de Guias?

Reúne-se regularmente Faz o planeamento das actividades do Grupo Interessa-se pelo recrutamento e recepção de novos elementos Assegura que o Sistema de Patrulhas funciona devidamente  Trabalha com os Dirigentes de modo a que os elementos do Grupo usem o Sistema de Progresso eficazmente Mantém a honra e o nível do Grupo

Nota explicativa: o que é o Sistema de Patrulhas? O Sistema de Patrulhas é o método utilizado pelo Movimento Escutista para formar física, mental e espiritualmente jovens, através da participação em actividades formativas no seio de um pequeno grupo de amigos. Em poucas palavras, é isto. Em muitas, é tudo aquilo que tu, Guia, e os Escuteiros de todo o Mundo vivem, dia após dia, a vossa amizade, as vossas experiências e tudo aquilo que tanto prezas no Escutismo. “O Sistema de Patrulhas não é um método de fazer  Escutismo. E O método para o fazer!” (Roland E. Phillips) Os Guias de Patrulha assistem ao Conselho de Guias por direito próprio, para participarem na manutenção da honra do Grupo e nas deliberações e projectos do mesmo Grupo, mas estão lá também como representantes das respectivas Patrulhas. Esta última parte é muitas vezes a parte mais difícil de bem cumprir. Deixemos pois urna coisa bem clara: tu és o delegado da tua Patrulha! Estás lá para fazer valer os interesses, projectos e realizações dela; corno responsável da Patrulha, tens que pôr os Chefes ao corrente dos progressos e dificuldades de cada Escuteiro. Do mesmo modo, o que se decidir no Conselho de Guias e disser respeito à Patrulha (tudo o resto é privado, e não deve ser falado com ninguém que não seja membro do Conselho), deves relatá-lo à tua Patrulha. Assim corno tu tens que estar pronto para aceitar que a opinião dos teus rapazes sobre qualquer assunto pode não ser a mesma que tu

tens – mas que no entanto é a escolha da maioria que terás que apresentar no Conselho – também tu e/ou a tua Patrulha terão que aceitar se o Conselho decidir contrariamente aos vossos desejos. É assim a democracia – a maioria vence! Não encares estes episódios corno derrotas, só porque não partilhas da ideia que foi seleccionada, ou irás ter muitas tristezas na vida. Vê isto corno uma lição – uma lição sobre liberdade, democracia, consenso e alternância. Se incorporares estes conceitos na tua vida, poderás ir longe... Falamos acima em consenso. Isto significa que, ao contrário do que muitas vezes se vê por aí, os Guias cujas ideias foram postas de parte não vão contar a todo os outros Escuteiros "que bando de palermas que eles são, olhem só o que eles querem fazer... ". Consenso significa decidir respeitando as opiniões de todos, e executar respeitando as opiniões de todos! Se o Conselho de Guias decidiu, então a decisão foi de todos os seus membros, e não de alguns "palermas"! A questão do sigilo também merece ser relembrada. Não é porque tenhamos a mania da "sociedade secreta", ou tenhamos medo da "conspiração universal"! E somente uma maneira simples de dar surpresas aos Escuteiros. Se todos souberem exactamente o que se vai fazer em matéria de programa, não tem muita graça, enquanto que se souberem as linhas gerais, mas em vez da conversa do costume, lhes sair uma actividade com o mesmo tema mas de um modo original, verás que os Escuteiros se vão divertir. Além disso, por vezes no Conselho de Guias pode-se falar de algum assunto mais delicado, ou respeitante à vida pessoal de um Escuteiro, e esses assuntos devem-se limitar às pessoas que tem necessidade de saber disso. Como conselho geral nas tuas conversas sobre alguém, lembra-te das seguintes perguntas: O que vou dizer é necessário? O que vou dizer é correcto (próprio)? O que vou dizer vai beneficiar a pessoa em questão? Se a resposta a alguma destas perguntas for não, acho que deves pensar muito bem, e talvez não dizer nada, afinal...

A honra e o nível do Grupo Parece-te uma função estranha para um Conselho de Guias? Pois podes acreditar quando te dizemos que é a sua função mais importante,

porque é a que mais pessoas vêem. Podem não saber que é o Conselho de Guias que toma as decisões sobre esses assuntos, mas todos os notam. Referimo-nos aos comportamentos dos Escuteiros do Grupo. O Conselho de Guias tem autoridade e o dever de fixar os níveis mais elevados quanto à conduta, apresentação, procedimento em público, linguagem. Uma vez que o Conselho de Guias aceite tal responsabilidade, será muito mais fácil incutir nos Escuteiros o verdadeiro espírito Escutista do que seria qualquer soma de recomendações e práticas feitas pelos Chefes. O orgulho associativo (desde que em quantidades saudáveis e não em demasia) é essencial no Escutismo em geral e em cada elemento da Patrulha. Como exemplo conhecido de todos vós, Guias, a apresentação dos Escuteiros. O Conselho pode decidir que calças de ganga são aceitáveis para actividades em campo, onde seja previsível que se sujem, mas que vergonha é ver rapazes que se dizem Escuteiros numa actividade de Núcleo, ou numa Missa, com calças azuis claras! E que humilhação para qualquer Guia ouvir Escuteiros a praguejar em público!

Os procedimentos Seria ideal se todos os Guias pudessem receber a agenda, ou "ordem do dia", de cada Conselho de Guias previamente, de modo a poderem discutir algum assunto aí levantado com as suas Patrulhas. No entanto, se isso é possível por vezes, não o é sempre, e o modo mais simples de remediar esta situação é ter reuniões do Conselho frequentes. Enquanto que é vital que os Guias venham preparados para uma reunião que só acontece uma vez por mês, à qual, obviamente, nenhum pode faltar, num Grupo que reúna o Conselho uma vez por semana, ou quinzenalmente, pode delegar nos Guias a tarefa de sondarem a opinião da Patrulha sobre determinado assunto e de comunicarem a opinião geral na próxima reunião.  Todas as reuniões devem ter um programa (falar-te-emos mais sobre isso na próxima sessão), e isso não é menos verdade no caso do Conselho de Guias. Um programa assegura que tudo que é preciso debater, é-o de facto, e a função de quem preside a qualquer reunião é garantir que assim se passa. Quem quer que seja a presidir ao Conselho de Guias, tem as obrigações de:

Fazer com que o programa acordado se cumpra; Se houver um horário estabelecido que também este seja obedecido; Que ninguém abuse do direito à palavra, e todos tenham a oportunidade de exprimir a sua opinião O Conselho deve também nomear um Secretário, que vá tomando notas dos principais assuntos, argumentos e decisões tomadas no Conselho de Guias. Este procedimento pode, muitas vezes, parecer perfeitamente dispensável, mas sucede que um registo do que se falou e decidiu é muitas vezes precioso, quanto mais não seja para a história do Grupo. Fazei este cargo rotativo, à semelhança da presidência do Conselho.

O Guia de Grupo

Em muitos grupos há a tradição, ou a necessidade, de nomear um Guia de Grupo, cuja função principal é presidir ao Conselho de Guias. Em muitos casos, a presidência é exercida pelo Chefe de Grupo, embora não tenha que o ser – qualquer Guia pode presidir ao Conselho de Guias, ou podeis experimentar rodar o cargo de reunião para reunião. O Guia de Grupo pode também assumir as funções de Guia da Patrulha formada pelos outros Guias, para actividades e formação exclusiva para estes. Do mesmo modo, esta tarefa pode ser alternada por todos os Guias.

O Parlamento O Conselho de Guias é o equivalente ao Parlamento.  Temos urna Constituição no nosso Regulamento Geral, condensada na forma da Lei do Escuta. Os Guias, verdadeiros deputados, representam os seus Escuteiros e decidem sobre a "legislação" que o Grupo deve cumprir.

A Chefia do Grupo, à semelhança do Governo, tem a obrigação de levar a cabo as determinações do Conselho de Guias e de velar pela gestão no dia-a-dia do Grupo. Tem assento no Conselho de Guias, mas não vota, simplesmente expondo e explicando pontos em questão. O Guia de Grupo funciona como o Presidente da Assembleia da República, cumprindo-lhe assegurar a correcção dos processos no Conselho de Guias. O Chefe do Grupo ou do Agrupamento, qual Presidente da República, tem a obrigação de velar pela integridade física, moral e psicológica dos Escuteiros, bem como a de representar o Movimento Escutista, e pode, portanto, vetar decisões do Conselho de Guias.

4ª Sessão AS ACTIVIDADES DE PATRULHA

Em poucas palavras: praticamente infinitas! Uma boa Patrulha tem à sua disposição inúmeras oportunidades de levar a cabo actividades interessantes para os seus membros. O que qualquer Escuteiro quer é acção! E tu também, Guia. Vós quereis ir a sítios e fazer coisas, especialmente sítios onde não costumais ir e coisas que não costumais fazer. A tua escolha como Guia é puramente formal até que faças algo acerca disso. Algo positivo, e prático. Claro que podes começar por berrar ordens e te armar em grande, mas onde é que isso te levará? Provavelmente a uma despromoção e à perda do respeito e da amizade dos teus rapazes... Mas o que são actividades de Patrulha? Reuniões de Patrulha Conselho de Patrulha Saídas Visitas Bivaques Acampamentos Projectos Boas Acções

Vejamos algumas destas possibilidades com um pouco mais de detalhe

Reuniões de Patrulha

Uma reunião de Patrulha é exactamente o que o nome indica: uma reunião dos membros de urna Patrulha. O que fazeis, onde vos reunis, o que gostais de fazer, isso é convosco. O importante é que para ter êxito, uma reunião de Patrulha tem de ser: Preparada Interessante Formativa Organizada Equilibrada  Tudo isto é conseguido pela preparação; se preparares a reunião de forma a que seja tudo o resto, "tens a mala feita". A função do Guia na preparação da reunião deve ser a de "director de cena" – tu não fazes tudo, mas delegas aos teus Escuteiros partes da reunião. Corno fazer isso? Através da preparação! Preparação, esta que tem dois níveis: remota – baseada no programa do Grupo, visa resolver o problema de “O quê?”, “Onde?” e “Quando?". O assunto a debater/ensinar, onde vai ser, e em que data. imediata – visa resolver a questão "Como?". Com o Sub-Guia e/ou outros Escuteiros que vão participar, esclarecerás o tema, as diversas considerações e propostas, as actividades técnicas e quem as realizará, que jogos, e quem os fará, e o que mais houver para falar. Um conselho mais: procura ter sempre actividades e jogos de reserva para tapar espaços vazios imprevistos que possam vir a prejudicar a reunião. Se servires o mesmo prato do dia, todas as semanas, os teus Escuteiros vão-se fartar depressa. A tua ementa vai ter de ter muitos ingredientes, mas acima de tudo variados. Jogos activos, competições, projectos, provas de etapa, etc. Claro que não estamos à espera que mal sejas investido Guia comeces logo com montes de ideias. Por uns tempos, não seria mal pedir aos Chefes que te ajudassem, dando-te ideias, ou dando-te programas para que possas tornar-lhe o gosto, para depois ires dependendo deles cada vez menos. Também a Flor de Lis vai trazendo ideias, e há muitos outros sítios onde podes ir buscar inspiração (por exemplo, provas de etapas, capacidades, etc.). Procura dar um tema geral à reunião, pois isso ajuda a focar atenções. De igual modo, seguir o tópico do Grupo, ou o vosso próprio, ao longo do período que achais adequado.

Conselho de Patrulha

Difere das reuniões de Patrulha normais porque é voltado para temas especiais, como a discussão da posição da Patrulha perante um assunto que irá ser discutido no próximo Conselho de Guias. O fim principal é para que o Guia se ponha a par dos desejos e intenções dos Escuteiros e para que ele proceda de acordo com eles. Tu tens assento no Conselho de Guias não para manifestar as tuas opiniões, mas para representar a Patrulha. Qualquer assunto de importância deve aqui ser discutido e decidido.

Visitas da Patrulha

Morarmos numa cidade, não é desculpa para ter menos actividades. Há uma plétora de oportunidades de interesse na cidade. Entre Patrulhas, podeis fazer uma visita a sítios de interesse, etc. Podeis combinar entre vós um local que seja interessante para todos (ou pelo menos para a maioria) visitar, e ala "por aqui é que é o caminho", passando a expressão. Um jornal, a Junta de Freguesia local, etc. são ideias, mas nada vos impede de visitar pessoas e lugares que vos podem ajudar a tirar capacidades ou Etapas. Fala com os teus Escuteiros, descobre os seus interesses e fala com os Chefes e os outros Guias no Conselho de Guias, e talvez se possa organizar uma visita pelo Grupo.

Saídas

O Canto da Patrulha, apesar de existir fisicamente na Sede, existe espiritualmente ao ar livre. E ao ar livre, na Natureza imensa criada por Deus, o verdadeiro teatro de operações dos Escuteiros, e sempre que se pode, é para lá que se vai. Se sairdes em Patrulha, fazei por ir bem uniformizados, pois inevitavelmente sereis vistos por alguém, e a imagem do Escutismo começa por ti. Não vos esqueçais no entanto de complementar o uniforme com as peças de equipamento necessário, como agasalhos, ou sapatos fortes. O material da Patrulha que for preciso para alguma actividade deve ser dividido por todos, ou então todos carregam o material por um determinado período cada. Numa saída, não está implicado que não se faça mais nada do que

ir ao objectivo combinado e voltar. Podeis fazer saídas com tópicos específicos, como por exemplo, estudo da Natureza (recolher pegadas com gesso, recolher indícios de animais), de um rio (programa "Olhar o Rio", sondar a poluição que tem), estudo cultural (saber quando um edifício de interesse foi construído, porque, quem o mantêm).  Também não diz em lugar nenhum no Regulamento Geral que as saídas têm que ser a pé; podeis ir de bicicleta, de cavalo, ou até mesmo de transporte público. Aqui vão algumas ideias: uma exploração – a Patrulha descobre uma área desconhecida dos seus elementos, fazendo um inventário das coisas de interesse que viu um estudo sobre caminhos de pé posto – as cartas topográficas disponíveis actualmente podem estar algo desactualizadas. A Patrulha tenta encontrar todos os caminhos representados na carta e faz uma nota dos que não estão. um raid arquitectónico – ver alguns edifícios e saber de que época, a que estilo pertencem, quais as suas características, etc. uma saída "selvagem" – não é vestir-vos com peles, mas sim não levar utensílios de cozinha e fazer comida selvagem e construir abrigos uma saída "colectora" – a Patrulha procura trazer elementos para a sua colecção como folhas de árvores, pegadas de animais, desenhos e fotografias de locais e construções peculiares Estas são só algumas ideias. Há muito mais que se pode fazer, e tudo isto num dia. Pensa nas tuas ideias e vê o que os teus Escuteiros gostariam de fazer. E porque não sair...para a cidade? Uma tarde bem gasta num jogo que permite conhecer a vossa área melhor, uma pesquisa sobre o número de carros e o trânsito, entrevistas aos transeuntes sobre algum tópico; tudo isto é ideias úteis e valiosas.

Acampamentos de Patrulha

Escutismo sem acampar não é Escutismo! Pelo menos uma vez por ano, a Patrulha deve estar pronta a acampar por si, e muito mais frequentemente se possível. Nos bons Grupos, as Patrulhas devem acampar sempre semi-autonomamente, isto é, mesmo quando é um acampamento de Grupo ou Agrupamento, cada Patrulha deve funcionar na maior parte do tempo como uma unidade independente. Por uma questão de logística pode ser necessário que todas as refeições sejam preparadas e servidas em comum, e que todos participem em várias actividades, mas no resto, se possível, as Patrulhas devem ser independentes umas das outras (ainda que não da Chefia). Mas fazer um acampamento de Patrulha não é o mesmo que uma saída, ou uma reunião. Implica mais preparação, e mais responsabilidade. Vejamos o que é necessário tomar em consideração: local – se fores para um sítio como um Campo Escutista, não terás muitos problemas. Estes tendem a ser locais vedados, baratos e com boa localização. Com terrenos particulares ou baldios, pode não ser assim, e entram em consideração outros factores; 

água – muita para beber e abluções



solo – com boa drenagem (evita solos argilosos)



relevo – abrigado dos ventos fortes e sol arengo



abastecimentos – verifica se é possível obter suprimentos in

loco, ou se tendes que levar tudo 

proximidade – perto o suficiente para a Patrulha não gastar muito tempo e dinheiro de cá para lá

alimentação – comida que alimente, bem cozinhada faz uma diferença enorme num acampamento. Um acampamento não é uma desculpa para comer mal, nem uma nova dieta para emagrecer. A comida deve ser simples, mas abundante, boa e limpa. Muita proteína sim (carne, ovos, peixe), mas equilibrada com hidratos de carbono (pão, biscoitos), vitaminas e sais minerais (frutas e legumes, leite) e alguns lípidos (azeite, óleo, manteiga). Quanto às bebidas, água, sumos e muito leite material – o equipamento a levar depende das actividades programadas. Se pretendeis fazer pioneirismo, não vos esqueçais das cordas, porque as espias são curtas... programa – “um bom líder anda sempre umas horas adiantado". Um acampamento tem que ter um programa equilibrado: nem demasiadamente sobrecarregado, nem descuidadamente vazio. Equilibrado na quantidade das coisas a realizar e na selecção dessas actividades; os períodos de descanso são necessários, mas é preciso limitá-los ao mínimo. Planeia tudo com a devida antecedência e com a colaboração de todos os elementos da Patrulha – um acampamento de Patrulha é onde se põe em prática o que já se aprendeu, e se aprende o que só aí pode ser feito. A divisão de trabalhos tem que funcionar bem antes e durante o acampamento.  Tudo que te possamos dizer sobre o acampamento de Patrulha será sempre limitado, pois há inúmeros conselhos e pequenos truques que tornam a vida de campo mais divertida, mas estes têm muito mais valor se aprendidos por ti mesmo, nos acampamentos que já fizeste, e nos muitos que, se Deus quiser, ainda hás-de fazer.

Projectos de Patrulha

Os teus Escuteiros têm muitos interesses e passatempos.

Descobre quais são (e já os deverias saber se tens seguido os conselhos que te temos dado neste Curso de Guias e/ou és bom Guia) e usa-os para ideias sobre projectos que podeis fazer. Nem todos os projectos interessarão a todos os Escuteiros, mas se deres oportunidade a todos de fazer algo que cada um goste, ou então tiveres mais do que um projecto a correr ao mesmo tempo, não terás problemas com Escuteiros aborrecidos. Podes ter um leque de actividades tão grande quanto quiseres; desde que o que façais seja educativo e/ou divertido, e o façais em Patrulha, então é Escutismo! Aqui vão algumas ideias: Insígnias de Competência – estas compreendem muitos assuntos e podem fornecer muitas ideias Fazei o vosso próprio equipamento – há livros que ensinam a fazer as várias peças de equipamento necessárias para actividades; se conseguirdes encontrar algum especialista, melhor ainda Comunicação – rádio-amadorismo, Internet, etc. modelismo e coleccionismo cinema e teatro pioneirismo e técnica Escutista Culinária – quer em casa, quer em campo, quer cozinha selvagem... Protecção Civil – uma das mais importantes tarefas dos Escuteiros, e uma onde ao longo dos anos nos temos destacados. Mas a tua Patrulha está alerta para ajudar? Está preparada? Boas Acções – o Escuteiro é útil e pratica diariamente uma boa acção...

5ª Sessão MAIS ALÉM: O GRUPO, O AGRUPAMENTO, O NÚCLEO, A REGIÃO, O PAÍS, O MUNDO...

Falar-te-emos agora do que existe além da Patrulha. Nas outras sessões falamos da vida da Patrulha, e da tua função como Guia, mas agora que conheces melhor o papel da célula básica do Escutismo, queremos apresentar-te o resto. Sabes que as Patrulhas/Equipas estão integradas em Grupos. Um Grupo de Exploradores pode ter entre duas e cinco Patrulhas, assim como o Grupo de Pioneiros pode ter entre duas e cinco Equipas. Uma A1cateia de Lobitos terá os mesmos limites para bandos e um Clã de Caminheiros para Equipas. Para constituir um Agrupamento, é necessário ter pelo menos duas destas Unidades. Componente Bando Patrulha Equipa Equipa

Responsável Guia Guia Guia Chefe de Equipa

Unidade Alcateia Grupo Explorador Grupo Pioneiro Clã

Formam o AGR UPA MEN TO

Cada Unidade tem a sua Equipa de Animação, que inclui:

Chefe de Unidade

Chefes de Unidade Adjunto

Instrutores Estas são as pessoas que gerem a vida da Unidade, com a ajuda do Conselho de Guias (nos casos dos Grupos de Exploradores e de Pioneiros) ou de Chefes de Equipes (no caso do Clã). Como já vimos numa sessão anterior do nosso Curso de Guias, a Equipa de Animação é o Governo da Unidade, enquanto que o Conselho de Guias é o Parlamento desta. Além do Conselho de Guias, as Unidades possuem ainda dois outros tipos de Conselhos: Conselho de Grupo – constituído por toda a Unidade, a quem compete aprovar planos de actividades Conselho de caçada, aventura, empreendimento ou caminhada (conforme a secção) – composto pela Equipa de Animação, os Guias e os responsáveis por actividades individuais

O Agrupamento é a estrutura que enquadra e realiza o Escutismo a nível local de Paróquia/Freguesia. Além das Equipas de Animação de cada Unidade pertencente ao Agrupamento, há ainda outros dirigentes que fazem parte da Direcção do Agrupamento:

o(s) Tesoureiro(s);

o(s) Secretário(s);

o(s) Assistente(s);

o Chefe de Agrupamento

o Chefe de Agrupamento Adjunto. É a estes que compete velar pela boa aplicação do Método Escutista no Agrupamento, bem como tratar de qualquer assunto que afecte o Agrupamento, incluindo a sua gestão, o seu plano de actividades e a disciplina dentro deste. Além do Agrupamento existe o Núcleo, que tem por objectivo a dinamização e apoio ao Escutismo local, exercendo a sua actividade nas áreas correspondentes aos Municípios/ Arciprestados. Em Núcleos de consideráveis dimensões pode-se recorrer à subdivisão deste em Zonas. A Região, corresponde ao Distrito/Diocese, à semelhança do Núcleo, é gerida por uma Junta eleitas pelo Conselho do órgão respectivo. No caso dos órgãos nacionais, a  Junta Central é eleita pelo Conselho Nacional Plenário, que, como nos outros níveis, é constituído por todos os Dirigentes em efectividade de funções e é o orgão máximo do Corpo Nacional de Escutas, tendo competência para

tratar de todos os assuntos que digam respeito à nossa associação. Além deste, existe ainda o Conselho Nacional de Representantes, que se reúne mais frequentemente, e a quem toca tratar de quase todos os assuntos que estão dentro da capacidade do Conselho Nacional Plenário. Existe ainda o Conselho Nacional Permanente.  Todos os níveis do CNE possuem um órgão deliberativo (um Conselho do respectivo nível), um órgão executivo (uma Junta ou Direcção do respectivo nível) e um órgão consultivo.

O Corpo Nacional de Escutas, junto com a Associação dos Escuteiros de Portugal, forma a Federação Escutista de Portugal. Com os objectivos de interligar as acções das Associações-Membros de modo a promover o Movimento Escutista e a sua imagem no nosso país, a Federação representa o nosso país perante a Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME). Esta organização também tem os seus subníveis, as Regiões. Existem seis, e além da Europeia, a que Portugal pertence, temos a Europeia, Eurasiana, a Inter-Americana, a Árabe, a Asiática-Pacífico e a Africana. Os órgãos da Região Europeia são nos moldes dos da OMME, que são revistos mais abaixo.

A OMME foi criada em 1922, em Paris, França, e tem por finalidade promover o Movimento Escutista por todo o Mundo.  Todas as organizações Escutistas estão filiadas na OMME, e nenhuma associação se pode reclamar Escutista sem o aval da OMME, dado pela sua Conferência. São condições para adquirir a qualidade de membro da OMME: apenas será reconhecida uma única organização nacional. Esta pode ser uma Federação baseada no propósito Escutista comum, agregando várias associações, todas elas preenchendo as condições exigidas Dar provas do seu funcionamento a nível nacional Adoptar e permanecer fiel às finalidades e princípios do Escutismo Mundial Conservar a Organização com carácter de movimento voluntário, independente e apartidário, de honestidade e eficácia Inscrever-se junto do Bureau Mundial, pagando as suas quotizações e

submetendo um relatório anual a este Os organismos dirigentes da OMME são: Conferência Mundial - a Assembleia Magna do Escutismo, onde cada país envia seis delegados. Reúne de dois em dois anos para tratar de assuntos de interesse comum e elege os membros da Comissão Mundial Comissão Mundial - é a comissão executiva da Conferência e exerce os poderes desta nos intervalos das suas reuniões. E composta por 12 membros de 12 países diferentes, eleitos pelo prazo de seis anos. Nomeia o Secretário-Geral do Secretariado Mundial Secretariado (Bureau) Mundial - executa as normas estabelecidas pela Conferência e pela Comissão, e é presidida pelo Secretário-Geral do Movimento Escutista

No CNE, em Portugal, somos perto de 67.000, e no mundo quase 30 milhões. Só não existem Escuteiros em cinco países do mundo (todos eles sob regimes ditatoriais: Birmânia, República Popular da China, República Popular de Cuba, República Popular Democrática da Coreia do Norte e República Popular do Laos). Desde a fundação do Escutismo, em 1907,  já passaram pelas nossas fileiras quase 350 milhões de jovens, de todas as nacionalidades, origens, crenças e raças. O Movimento Escutista é, de longe, a maior associação de jovens do Mundo inteiro. Por todo o Mundo, jovens aprendem coisas úteis, e, de uma forma agradável e por vezes sem mesmo darem conta, desenvolvem-se física, intelectual, social e espiritualmente, tornando-se membros valiosos das suas comunidades locais, nacionais e internacional. Por todo o Mundo, o Movimento Escutista baseia-se nos três ideais, que te devem ser tão familiares: Dever para com Deus Dever para com os outros Dever para consigo mesmo

 Todos os Escuteiros aderem voluntariamente a uma Promessa e uma Lei que reflectem, em linguagem apropriada, estes três deveres, inspiradas nas concebidas pelo Fundador do Escutismo, Lorde Robert Baden-Powell.

Como vês, não estás sozinho. Além de ti e daqueles teus Irmãos Escuteiros que conheces, há muitos mais, que todos os dias se melhoram através da sua vivência Escutista.

6ª Sessão Tu e o te u Esc utism o Por todo o nosso Curso de Guias, leste e ouviste-nos falar dos teus

direitos e deveres como Guia, de como havias de "guiar" a Patrulha, de como havias de ensinar (e, porque não dizê-lo, educar) os teus Escuteiros, etc...E que tal se falássemos um pouco contigo...sobre ti? Vieste para os Escuteiros há algum tempo, se calhar entraste para os Lobitos porque a tua mãe te trouxe, ou então juntaste-te aos Pioneiros porque havia um "galfarro" na tua turma que te disse para ires ter com ele num Sábado à tarde à porta da sede e acabaste por ficar...mas não interessa! É como ser cristão: depois de te teres arrependido dos teus pecados (e se possível feito reparação por eles), Deus perdoa-te. Nos Escuteiros, desde que te dediques, não importa que tenhas entrado aos 6 ou aos 16. Mas adiante! Vieste, gostaste (esperamos) e ficaste. Fizeste a Promessa, e agora és Guia. Tens responsabilidades. Tens a confiança dos teus Chefes, e dos Escuteiros da tua Patrulha. Mas o Escutismo, para ti, não acaba aqui. Só porque tens aspirantes a quem ensinar a Lei e os nós não quer dizer que pares o teu próprio progresso pessoal. Muito pelo contrário. À medida que te fores familiarizando com o Sistema de Progresso poderás ver que algumas das provas implicam exactamente o assumir de responsabilidades na vida da Unidade, e que não tens que abandonar a esperança de chegar ao Ouro (ou mesmo a ser Cavaleiro da Pátria) só porque te deram duas fitas para pores no bolso esquerdo da camisa do uniforme. Vamos a uma apresentação do Sistema de Progresso. Um dos trunfos do Sistema de Progresso é a sua uniformidade inter-secções. Quer isto dizer que as etapas que um Escuteiro atravessa são iguais, quer ele seja Lobito, Explorador, Pioneiro ou Caminheiro. As provas, essas sim são diferentes, conforme a secção e adequadas aos grupos etários que se pretendem atingir, mas a estrutura geral é igual. Senão, vejamos:

O Sistema de Progresso, possui quatro níveis ou Etapas: Etapa de Adesão - o Aspirante/Noviço trava conhecimento com o Movimento e/ou com a Secção em que se insere. No final destas provas realizar-se-á a Promessa/Compromisso Etapa de Bronze (autonomia) – o Escuteiro aprofunda e alarga os conhecimentos individuais, aprende a fazer com os outros, integrado na Patrulha Etapa de Prata (responsabilidade) – o Escuteiro assume funções, fazendo com os outros e para os outros, aceitando a responsabilidade e desenvolvendo as competências necessárias

Etapa de Ouro (animação) – o Escuteiro põe o seu conhecimento ao serviço dos outros, fazendo fazer, ajudando outros no seu desenvolvimento

Cada etapa, com excepção da Fase de Adesão, está dividida em dez áreas: Saúde/Socorrismo Desenvolvimento Físico Cultura/Comunidade  Natureza/Vida em campo Técnica Prevenção e Segurança Arte e expressão Os outros e a Boa Acção Escutismo/ a Patrulha/Equipa Vivência da Fé Em cada área, o Escuteiro cumpre uma prova obrigatória e escolhe uma facultativa das sugestões apresentadas em cada área. Além das 20 provas por etapa que isto perfaz, cada Escuteiro terá ainda que realizar uma tarefa livre em cada etapa. Esta tarefa livre  poderá ser uma actividade escutista ou não, a combinar com o Chefe de Unidade, e que se espalhe ao longo de um período considerado aceitável por ambos. Cada etapa (à excepção da etapa de Adesão, que não deve prolongar-se por mais de seis meses nem menos de três) deverá ter a duração (média) de um ano, mas isto não impede que as consigas fazer em menos tempo, ou que demores mais porque te concentraste noutras coisas. Como complemento das Etapas, a segunda componente do Sistema de Progresso são as Insígnias de Competência, que te permitem personalizar o Sistema de Progresso ao teu gosto. Só depois de concluir a Etapa de Bronze/ Autonomia é que um Escuteiro deve trabalhar no domínio das Insígnias de Competência. Na IVª Secção, recebem o nome de Especialidades, e possuem um nível de exigência aprofundado. As Insígnias de Competência distribuem-se por sete grupos, correspondendo a outras tantas grandes áreas de progressão, identificadas pelas cores do arco-íris, a saber: Vermelho – Competências ligadas ao socorrismo e ao serviço dos outros Laranja – Competências ligadas à comunicação, animação, informação e ao

relacionamento Amarelo – Competências ligadas ao desporto e ao desenvolvimento físico Verde – Competências ligadas à natureza, vida de campo, agricultura, solo e ambiente Azul – Competências ligadas ao céu, ao ar, ao mar e à água Anil – Competências ligadas à habilidade manual, criatividade e à vida profissional Violeta – Competências ligadas à vida religiosa e à animação religiosa Cada Escuteiro é encorajado a obter, no mínimo, uma Competência em cada uma das sete áreas referidas. Tendo obtido essas sete insígnias, o Escuteiro terá direito a usar  uma “Insígnia de Mérito”, até à conquista da sua primeira Especialidade nos Caminheiros. Aos Caminheiros é permitido obter apenas três Especialidades, pelo nível de exigência.

E que mais?

O primeiro juiz das suas faltas é o próprio Escuteiro. O primeiro juiz das boas obras é Deus. Uma boa acção é a sua própria recompensa, e um bom Escuteiro é-o porque sim, e não porque outros o querem, ou outros estão a ver. Uma má acção é má com ou sem testemunhas, e uma boa acção também é independente dos dotes de observação dos outros.  No entanto, dar reconhecimento a quem o merece é apenas justo. Os teus Chefes não te dão Insígnias de Competência só porque lhes apetece, mas sim porque as mereces! Do mesmo modo, também o Corpo Nacional de Escutas tem sistemas para reconhecer bons Escuteiros.  Na tua vida de Escuteiro, poderás receber as seguintes distinções: Cabeça de Lobo - destina-se a premiar a assiduidade, bom comportamento e bom

aproveitamento de Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros do CNE. Os requisitos mínimos para a atribuição desta distinção são a Insígnia de Prata, três anos de actividade Escutista e três Insígnias de Competência ou uma Especialidade Cavaleiro da Pátria é o Pioneiro ou Caminheiro que, com persistência, tenha cuidado da sua formação e se coloca ao serviço do Bem Comum. Os seguintes requisitos são necessários para a atribuição do grau: três anos de bom serviço Escutista; a Etapa de Ouro; a Insígnia de Mérito para Pioneiros ou duas especialidades para Caminheiros; ser  considerado digno de tal distinção pelos Chefes de Unidade e de Agrupamento; e ter  dado provas de sólida formação espiritual e integridade moral, e evidenciado qualidades de trabalho e competência.

Nó de Mérito - concedido a Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros do CNE

que demonstrem fidelidade à Lei, Princípios e Promessa, serem exemplo de atitudes em favor da comunidade, terem competência reconhecida e estarem disponíveis para servir. Medalha de Campo - atribuída a associados do CNE que, pelo seu espírito de serviço, se distingam em grandes acontecimentos da vida de campo

A insígnia de Cavaleiro da Pátria

Além das supracitadas, podes também receber louvores. Um louvor é apenas uma maneira mais significativa dos teus Chefes te dizerem "Obrigado, fizeste um bom trabalho. Continua assim.". Estas são as distinções para as quais podes trabalhar - por trabalhar não queremos dizer que elas são o teu objectivo no Escutismo, muito pelo contrário, mas sim que se te esforçares para ser bom Escuteiro, poderás ter o teu esforço reconhecido. Mas nunca recompensado. "A virtude é a sua própria recompensa", diz o povo, e muito bem. Ter uma condecoração não é só um prémio; é acima de tudo uma responsabilidade. A partir da sua atribuição, tu serás o modelo dos Escuteiros que te conhecem, e se antes, como Guia, tinhas responsabilidades, e tinhas que dar o exemplo, descobrirás que essa situação é mais verdadeira ainda agora. Mas vê também o lado positivo: serás capaz de ter  mais efeito nos que te vêem agir.

QUESTIONÁRIO Nº1 - LIDERANÇA

Este questionário é para tu responderes em casa (ou onde quiseres) e diz respeito ao que falamos na primeira sessão do nosso curso de Guias. Não tens que o trazer, nem que dizer a mais ninguém os resultados - é apenas para tua própria informação. 1) Quando estás com os teus amigos:

a) falas tu?  b) falais todos? c) nunca tens muito para dizer 

2) Quando algo se parte em tua casa, os teus pais: a) acusam-te?  b) perguntam o que se passou? c) limpam os cacos e não falam no assunto

3) Achas a vida: a) difícil?  b) interessante? c) chata?

4) Quando precisas de um favor, os teus amigos: a) oferecem-se?  b) desaparecem? c) hesitam?

5) Quando precisas de um aumento na semanada/mesada, tu: a) pedes e apresentas razões?  b) pedes e re-pedes até te aumentarem? c) desistes se a resposta for negativa?

6) Crianças com menos de 12 anos: a) gostam de brincar contigo?  b) evitam-te? c) chateiam-te?

7) Se te castigam na escola, é porque: a) pegam sempre contigo?  b) fizeste algo de errado? c) foste o que foi apanhado?

8) Quando estás aborrecido, tu: a) não fazes nada?  b) arranjas algo para fazer? c) arranjas alguém sem nada para fazer?

9) Se fizeste algo errado, tu: a) deitas a culpa para outro?  b) admites? c) pedes desculpa?

10) Se te pedem para ensinar um nó que não sabes, tu: a) pedes ao Chefe?

 b) fazes de conta que sabes, mas escusas-te? c) pegas num livro e aprende-lo com o teu aprendiz?

11) Se a tua Patrulha/Equipa não faz o que tu mandas, tu: a) dizes a um Chefe?  b) desistes? c) tentas outra táctica?

12) Os Escuteiros na tua Patrulha são: a) abaixo da média?  b) medianos? c) acima da média?

13) Na tua opinião, a reunião de Grupo é: a) muito curta?  b) duração adequada? c) muito longa?

14) Tu gostas de fazer: a) coisas novas?  b) coisas que tu e a tua Patrulha já experimentaram? c) um bocado de ambas?

15) Alguma vez foste delegado de turma? a) Sim  b) Não

Pontuação Pergunta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Resposta a) 1 1 1 2 2 2 0 1 0 1 1

b) 2 2 2 0 1 0 2 2 1 0 0

c) 0 0 0 1 0 1 1 3 2 2 2

12 13 14 15

2 2 1 3

2 1 2 0

0 0 3 -

Que tal? < 10 - precisas de toda a ajuda que o Curso te puder dar  10 - 20 - tens muito que aprender  20 - 30 - precisas de treino e práctica > 30 - foste mesmo honesto? Então parabéns

A conclusão a tirar daqui é que estes testes são muito falhos. Servem para te dar  uma indicação do teu estado, mas não deixes que te tornem arrogante ou desesperado. Queres um exemplo? Vê a pergunta 1. Pode ser que sejas calado, e escolhas a alínea c), mas se calhar, na hora do "vamos ver", é para ti que todos se viram!

QUESTIONÁRIO N° 2 - RESPONSABILIDADE

Este questionário é para tu responderes em casa (ou onde quiseres) e diz respeito ao que falamos na primeira sessão do nosso curso de Guias. Não tens que o trazer, nem que dizer a mais ninguém os resultados - é apenas para tua própria informação.

1) Da última vez que chegaste a casa mais tarde do que esperavas, tu: a) discutiste com os teus pais?  b) explicaste porque te atrasaste? c) entraste sem dizer nada?

2) Como conheces os Escuteiros da tua Patrulha? Eles são: a) amigos pessoais  b) malta que só vês nos Escuteiros c) malta a quem dizes "olá" na escola

3) Se te dessem troco a mais quando foste às compras para a tua mãe, tu: a) devolvias ao lojista o excesso?  b) davas o excesso à tua mãe? c) ficavas com o excesso?

4) A tua semanada/mesada: a) acaba antes da semana/mês?  b) dura mesmo até ao fim da semana/mês? c) sobra?

5) As roupas que tu usas são: a) escolhidas pelos teus pais?  b) escolhidas pelos teus pais e por ti? c) escolhidas por ti?

6) Os teus pais: a) estão-te sempre a mandar cortar/pentear o cabelo?  b) estão satisfeitos com o teu corte de cabelo? c) deixam que o teu corte te cabelo seja um problema teu?

7) Alguma vez te "esqueceste" de pagar uma dívida de propósito? a) sempre que podes  b) nunca c) só quando o emprestador não pede

8) És castigado injustamente na escola por algo que outro fez. Tu: a) dizes aos teus pais/ professores?  b) não dizes nada?

c) tentas resolver o assunto - com quem fez a asneira?

Pontuação

Pergunta 1 2 3 4 5 6 7 8

a) 1 2 2 0 0 0 0 0

Que tal? Abaixo de 8 – tens muito que aprender! 9 a 15 – continua a tentar  16 – muito bom 17 – és quase bom demais para seres verdade!

b) 2 0 1 1 1 1 3 1

c) 0 1 0 2 2 2 0 2

Um Agrupamento em formação possui 12 Escuteiros dos quais é preciso seleccionar 3  para serem os Guias das três Patrulhas a criar. Imagina que fazes parte da Equipa de animação da Unidade, e que tens que os escolher. A seu tempo, as próprias Patrulhas elegerão o seu Guia, mas por enquanto a responsabilidade é tua. Escolhe os três que preferirias, fundamentando a tua escolha.

1. Filipe Queirós Razoável no geral, mas sem ser particularmente bom a nada em particular. Sempre impecável, mesmo depois de uma corrida de obstáculos. Leal aos seus amigos, mas um  bocado intolerante em relação aos outros.

2. Chico Fernandes Cheio de energia, entusiasma-se com o trabalho mais insignificante e infecta os outros com a sua boa disposição. Tem muito para aprender mas está a aprender depressa.

3. Hugo Teixeira Sempre de bom humor, está no seu elemento quando as coisas correm mal. Aproveita o Escutismo mas progride lentamente porque vê tudo como uma anedota.

4. João Lemos Bom nas actividades fisicas e óptimo na escola. Um bom Escuteiro, mas com vários hobbies. Não tem sentido de humor.

5. Luis Franco Gosta de estar no lado que ganha, e esforça-se pela sua equipa. Popular no geral, mas

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