Cura Pela Agua Richard Lewis

January 14, 2017 | Author: Talita Correa | Category: N/A
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MADRAS

Richard Lewis

CURA PELA ÁGUA

O FLUIDO UNIVERSAL DA

MADRAS

© Madras Editora Ltda. Supervisão Editorial e Coordenação Geral. Wagner Veneziani Costa Produção e Capa. l í q u i p c Técnica Madras

Revisão; A t l i i a n a Cristina Bairrada Ana Lúcia Scsso

Agradecimento ISBN 85-7374-263-1

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, sem permissão expressa do editor (Lei n" 9.610, de 19.2.98). Todos os direitos desta edição, para a língua portuguesa, reservados pela

MADRAS EDITORA LTDA. Rua Paulo Gonçalves, 88 Santana 02403-020 São Paulo SP Caixa Postal 12299 CEP 02098-970 SP Tel. (0__11) 6959.1127 Fax. (0_ _1 1) 6959.3090 http://www.madras.com.br

Agradecemos à consultoria da dra. Terezinha Diniz Farmacêutica e Bioquímica —, sobre os processos alimentares e dietas.

ÍNDICE INTRODUÇÃO

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BREVE HISTÓRICO

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PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DA ÁGUA

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Água natural Água potável Água de consumo industrial Água de processo Água pesada Água dura Água desmineralizada Água dessalinizada Proteção e tratamento da água Água de irrigação

24 25 26 29 29 30 30 31 32 33

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS DO HOMEM 35 Introdução Consumo diário de água pelo organismo Composição da água e eletrólitos no corpo humano Troca de líquidos entre os diversos compartimentos Formas de aquisição de água, sede, água endógena Sede Água endógena

35 36 36 38 39 39 39

O Fluido Universal da Vida

Cura Pela, Água

Perdas de água corporal de forma despercebidas, através da sudorese, da urina e do aparelho digestivo 40 Perdas despercebidas 40 Perdas através da sudorese 40 Perdas através da urina 41 Perdas através do aparelho digestivo 41 Balanço hidroeletrolítico e equilíbrio ácido-base 41 Quantidades diárias de água e eletrólitos necessárias para a saúde do corpo humano 43 Equilíbrio da água corporal 43 Perda de água 44 Perda de sódio 44 Desequilíbrio ácido-base 45 Acidose metabólica 45 Alcalose metabólica 45 Outros íons 46 Acidose respiratória 47 Alcalose respiratória 47 Equilíbrio energético 48 Alimentação parenteral 48 Possíveis complicações da alimentação parenteral.... 49 Desnutrição 50 Alterações bioquímicas causadas pela desnutrição .... 50 O QUE DEVEMOS COMER E BEBER

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TIPOS DE DIETAS 59 Tabela de calorias 63 Alimentação diferenciada pelas cores, temperamento e pelo signo astrológico 74 A escolha do regime de dieta individual 76 Regime acidificante e alcalinizante 78 Regime hipoglicídico 79 Regime hipolipídico 80

l\cj',imr lii|KT|>iok'-iro ou de superalimentação 80 Regime hipopmtéico 81 Regime redutorde líquidos 81 Regime lácteo 82 Regime de frutas 82 Regime vegetariano de Bircher Brenner 82 Regime de Gerson 82 Regime de Sauerbruch-Herrmannsdorfer 82 Dieta nutritiva, com muitos cereais e líquidos 82 Dieta com um cardápio alternativo 83 Dietas comumente apresentadas nos spas 85 Dieta de sanduíches 90 Receitas de vários molhos que podem ser escolhidas na dieta de sancuíches 94 Dieta de frutas 95 Dieta líquida 96 Dieta higienizadora 97 Dieta de limpeza com suco de cenoura 98 Dieta do Instituto Nacional de Nutrição do México 98 Dieta vegetariana 102 Dieta para ganhar peso 107 CURA PELA ÁGUA

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Principais pontos de controle Usos externos da água Banho normal de asseio Banho manual expedito Banho quente de chuveiro Banho dos pés Banho quente-frio de energização Banho frio Banho de vapor Compressas de água

115 119 119 120 120 121 121 122 125 126

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Cura Pela Água,

Tratamento com lençol molhado Tratamento do lençol molhada com suadouro Tratamento do tronco com lençol molhado Tratamento do tronco acompanhado de fricções Banho de assento com fricções Banho de semi-assento com fricções Banho de Sol Uso interno da água Lavagens intestinais Importância de beber água durante o dia Tomar água energizada pelo Sol Tomar um copo de água quente (morna) em jejum Tomar água após exercícios físicos Tomar água leve para evitar o envelhecimento das células

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126 130 130 130 131 132 133 134 134 137 138 138 139 139

ALGUMAS DOENÇAS QUE PODEM SER PREVENIDAS OU CURADAS PELA ÁGUA 141 Alegria Anemia Atritismo e má circulação das pernas Asma Cálculos (rins, Vesícula) Câncer Céfaleia e dores de cabeça agudas Cólicas intestinais e dores de barriga Colite do lactante Convulsões Coqueluche (tosse comprida) Coração Desnutrição e raquitismo Diarréia Diabetes

145 145 146 146 147 148 149 150 151 151 152 153 154 155 156

l >r.iuil>io do romporliimcnlo

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íc/rniiis incopresc (perda involulária de fezes) ínjôo c vômitos ínurese (urina involutária durante o sono) vbre I lemorróidas Impotência masculina Indigestão Intranqüilidade Insônia Lesões e ferimentos Mãos e pés frios Medos (síndrome do medo) e pesadelos noturnos Otites Pneumonia IVisão de ventre kesfriado, sinusite Sudose Tiques nervosos Traqueíte

157 158 158 160 161 162 163 164 165 165 166 167 168 168 169 170 171 172 173 174

CONCLUSÃO

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GLOSSÁRIO

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HIHLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO Os cientistas consideram que a vida na Terra teve origem no mar, que provavelmente apresentava uma composição química diferente da atual, com maior porcentagem de potássio, e que com o (empo foi evoluindo para uma concentração eletrolítica mais elevada até atingir a composição atual (1.000 mOsf). Van't Hoff & Arrhenius descobriram, no século passado, as leis que regem o comportamento das substâncias em soluções aquosas e, conseqüentemente, a base de todas as funções fisiológicas vitais, todos os processos enzimáticos do homem, no qual o líquido extracelular apresenta uma composição hidroeletrolítica diferente cia apresentada pelo líquido intracelular. A água extracelular apresentada pelos animais de hoje provavelmente tem uma composição semelhante à que apresentava a água dos oceanos na época em que a vida animal abandonou o meio aquáI ico para se desenvolver em solo firme, milhões de anos atrás. Desde então todos os animais necessitam da água para a conservação da vida, criando uma série de mecanismos que lhes permite manter o nível de água extracelular constante, com exceção de alguns animais, que obtêm água por processos metabólicos. Assim, o meio fxlracelular dos animais é mantido constante em sua composição ri-lular, seja na concentração do pH dos seus diversos íons, sua osmolaridade, sua temperatura, etc., seja para permitir que se toriii-iii possíveis os diversos processos enzimáticos intracelulares e a manutenção do equilíbrio energético e hidroeletrolítico das células. As funções celulares somente se tornam possíveis quando existe a estabilidade extracelular. Nas células primitivas que viviam nos mvanos, essa constância era mantida através de uma concentração drliolítica e de um pH constantes, e pela manutenção de uma teml>rialnra inalterada ou com flutuações mínimas. Tanto antes como .iji.oia na vida animal existe uma estreita relação na composição

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Cura Pela Água,

hidroeletrolítica do meio extracelular, tanto nas alterações da concentração eletrolítica e osmosidade como nas alterações do volume dos líquidos orgânicos. As variações do volume dos líquidos orgânicos podem ser o resultado da perda de água, de eletrólitos ou da administração de soluções eletrolíticas. Assim, no homem, a administração de excesso de água pode resultar na diminuição da concentração eletrolítica e da osmolaridade dos líquidos orgânicos, trazendo sérias perturbações funcionais; p o r o u l m lado, a perda de água ou a ingestão de sais pode resultar na elevação cia osmolaridade dos líquidos orgânicos trazendo também uma séria perturbação funcional do organismo como um todo. A distribuição da água e dos eletrólitos entre os diversos tecidos do corpo deve manter-se dentro de uma certa faixa de tolerância para que os diversos compartimentos do organismo funcionem perfeitamente. A pressão osmótica corporal causada por um determinado líquido é função da sua concentração no corpo, de tal forma que neste se mantenha a uniformidade osmótica dos líquidos do organismo obtida devido à permeabilidade das membranas que permitem a livre passagem dessa solução ao longo de todo o corpo. A ciência sabe hoje que a manutenção da pressão osmótica e do volume dos líquidos deve-se à existência de um estreito equilíbrio entre os diversos líquidos corporais compostos pelas soluções de cálcio, cloro, magnésio, sódio, potássio, ácidos orgânicos, bicarbonatos, fosfatos, sulfates, proteínas, glicose, uréia, especialmente por essas duas últimas, que são responsáveis por diversos quadros clínicos patológicos do ser humano. O íon mais importante para o controle da pressão osmótica dos líquidos extracelulares do corpo é o sódio, assim como o potássio é o mais importante para os líquidos intracelulares. Outro parâmetro que deve ser mantido dentro de uma estreita faixa de controle para o bom funcionamento do organismo é o nível de concentração de pH do hidrogênio. Dessa forma, o organismo humano pode sofrer de algumas alterações específicas de determinados íons, que podem produzir perturbações orgânicas como hípermagnesemia, hiperpotassemia etc. O estado de saúde de um indivíduo pode ser determinado com maior exatidão pelos exames laboratoriais do estado nutritivo do paciente, pelos exames clínicos e avaliação dos diversos sistemas orgânicos, como, por exemplo, o cardíaco, o gástrico, os renais, os pulmonares, etc. Logo, quando o corpo é submetido circunstancial-

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mente a um estado de subnutrição, ele consumirá rapidamente suas reservas energéticas, e sua sobrevivência dependerá exclusivamente da sua capacidade de mobilizar nutrientes fundamentais como as proteínas, carboidratos, nitrogênio, etc., cuja capacidade de armazenamento no tecido adiposo geralmente é bastante reduzida por serem consumidos rapidamente, sobrevindo a falência dos sistemas e a morte do indivíduo por inanição, porque nesse caso os diversos organismos corporais entraram num desequilíbrio hidroeletrolítico e insuficiência de recursos energéticos de tal forma que a alimentação por via oral se torna ineficaz devido ao seu lento processamento natural de reposição de energias, sendo necessário recorrer a meios mais rápidos de fornecimento de energias, como a administração de forma intravenosa de água, eletrólitos, proteínas e outras fontes de energias.

BREVE HISTÓRICO A palavra água vem do sânscrito udan, que derivou para as línguas indo-teutônicas, dentre elas o dinamarquês, que a designa como vand, o norueguês como vatn, o sueco como vatten, o alemão como Wasser, o inglês como water, e o latim usa as palavras linda para onda e aqua para o líquido, que origina as línguas latinas. As fontes naturais de suprimento de água são as precipitações atmosféricas, as águas subterrâneas e as águas superficiais, nas quais se incluem os oceanos, como fonte direta (que depende da viabilização e progresso das técnicas de dessalinização). Calcula-se que, do lotai de precipitações sobre a terra, apenas 7,3% são utilizados pelo homem e dessa percentagem 3,35% na irrigação, 3,35% são usados na indústria e 0,6% no consumo doméstico. Verifica-se que o consumo doméstico é insignificante quando comparado com o consumo na agricultura e na indústria. Comparando-se também o consumo anual de uma pessoa para satisfazer suas necessidades com 0 consumo no mesmo período para a produção de um produto ,i)',rícola, verificamos que um homem consome em média um volume de água dez vezes maior que seu peso; assim, uma pessoa 1 um 75 kg consumirá 750 kg de água por ano, e na agricultura são nivi-ssários l .500 g de água para obter l kg de trigo, 4.500 kg de ;i)'u;i para obter l kg de arroz e 10.000 kg de água para obter l kg tlc nlgodão; na indústria, então, são necessários 300 kg de água para piodu/ir l kg de aço, 250 kg de água para l kg de papel, 600 kg de .i)',u;i para l kg de adubos. Existem estatísticas que medem o grau de desenvolvimento de um país pelo consumo de água por habitante. N,i metrópole de um país desenvolvido, o consumo médio por hah i i a n l e poderá ultrapassar os 2.000 litros de água por dia, incluindo M- o material utilizado pelo indivíduo da indústria, do comércio c dos serviços públicos, enquanto na maioria dos países menos desenvolvidos o consumo diário por habitante não ultrapassa alguns

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Cura Pela Água

poucos litros de água, dos quais 45% são para o consumo doméstico, 45% para a indústria e comércio e 10% para os serviços públicos. As mesmas estatísticas demonstram que o consumo urbano por pessoa durante o ano vem aumentando regularmente, de modo que deverá dobrar em menos de um século, considerando as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), estipulando que a metade dos consumidores urbanos dos países subdesenvolvidos não possui serviços públicos de abastecimento de água e apenas uma quarta parte dispõe de água potável fornecida em domicílio. A Terra é um planeta cujos dois terços de sua superfície estão praticamente cobertos pelas águas dos oceanos, dos rios, dos lagos e das geleiras dos pólos Norte e Sul, e também, através do seu ciclo hidrológico contínuo, em que, devido ao calor da superfície, a água se evapora formando vapor de água que na atmosfera se condensa em nuvens que precipitam, contribuindo com um considerável volume de água cuja parcela principal escoa pela superfície para engrossar os rios, lagos e mares e parcela restante se infiltra no solo circulando as diversas profundidades perto da superfície em direção às redes hidrográficas que escoam para o mar. Através desse ciclo hidrológico, a Terra mantém um grau de umidade ideal que permite o desenvolvimento da vida em sua superfície. Desde a antigüidade o homem sabe a importância da água para sua vida e procurou desde os primeiros agrupamentos erguer suas moradias perto de cursos ou fontes de água que garantissem primeiramente o fornecimento de água para suas necessidades vitais e posteriormente que suprisse as necessidades restantes como agricultura, paisagismo, lazer, etc. Um exemplo disso, entre os antigos, são as famosas termas de Carcalla, em Roma, e os jardins suspensos da Babilônia; da mesma forma, no Brasil existem inúmeras cidades que se destacam pelas suas fontes de águas minerais e termais, que são muito procuradas pelas suas qualidades terapêuticas ou digestivas; podemos destacar Águas da Prata, Água de Lindóia, Águas de São Pedro, Caxambu, Poços de Caldas, São Lourenço, muito procuradas pelos turistas, de forma que desenvolveram uma infra-estrutura turística e hoteleira que praticamente vive em função da qualidade de suas águas. A cura pela água não é uma coisa nova para o Ocidente; vários pesquisadores ocidentais já expuseram a importância de seu uso e elaboraram métodos específicos que pretendem curar as pessoas. Os

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orientais, em especial os indianos, também sempre deram um valor excepcional ao uso da água para obter excelentes resultados de cura. Podemos então concluir que primeiro os orientais e depois os ocidentais elaboraram sistemas de cura pela água, que em geral apresentam muitos pontos em comum, ainda que os hindus exponham que muitos dos resultados terapêuticos positivos da cura pela água se devem pela atuação de uma energia sutil, que chamam de Prana, desconhecida pela maioria dos ocidentais. A compreensão do princípio do Prana em seus diversos aspectos, que atua através da água como um agente terapêutico, pode esclarecer muitas coisas sobre esse sistema da cura, que normalmente é aplicado pelos indianos para corrigir as diversas desordens físicas e várias moléstias. Prana é um princípio universal de energia que interpenetra todas as coisas e manifesta-se através de vários aspectos, um dos quais é conhecido como Força Vital, presente em todos os seres vivos. Assim, encontramos a Força Vital no corpo do homem, circulando no seu sangue; encontram-se também outros aspectos de Prana na água e no ar, e essa energia é usada pelos seres vivos que a transmutam em Energia Vital para suprir suas necessidades energéticas, e podem sei transmutadas e convertidas em outras formas de energia, que tendem a vigorar e fortalecer o corpo humano, reparar seus desequilíbrios energéticos, minimizar as desordens físicas e promover a saúde e a força. Não é necessário que alguém acredite na existência do Prana para obter os benefícios da cura pela água, porque as virtudes desta s; 10 incontestáveis, quer se acredite nela, quer não, mas parece que, l H-Io lato de a mente reconhecer a presença do Prana no ar, na água e nos alimentos, existe uma espécie de maior receptividade à sua influência, o que não acontece naqueles que não sentem a sua presença. Aparentemente a razão para isso está nos processos de causas e efeitos, nos quais a mente tem uma atuação maior quando percebe ,i presença do Prana, tornando mais intensos efeitos que ela produz no corpo. Devido a esses conceitos podemos entender, então, que a ;i)',na corrente sempre contém uma maior porção de Prana do que a estagnada; da mesma forma, a água contida em cisternas, tanques ou vasos (água parada) perdeu muito de sua original carga de Prana, coiiio também a água fervida. Essa perda deve ser reparada passando se a água pelo ar para carregá-la com o Plara deste, transferindo-

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se a água de um vaso para outro ou, em outras palavras, arejando-a. A água destilada no processo de destilação também perde muito do seu Prana, porém este pode ser readquirido passando-a pelo processo de aeração. Uma compreensão deste fato explicará a razão por que a água destilada parece perder uma certa porção de sua vida, o que é fato notório entre os que bebem água destilada para saciar a sede e o seu organismo não a tolera, tornando-se até indigesta. Da mesma forma, a água fervida parece sempre insípida demais, a menos que seja passada pelo processo de aeração. Pelo exposto, é interessante desenvolver o hábito de sempre que se pretende beber água passá-la várias vezes (um mínimo de quatro) de um copo para outro para que, assim pranizada, essa água produza efeitos estimuladores e revigorantes mais intensos do que os da água comum. Os que aderirem a essa prática descobrirão um novo prazer em beber a água e perceberão rapidamente o resultado dos seus efeitos benéficos no próprio corpo e na sua saúde. A água que escoa pelos encanamentos da rede d'água da cidade também apresenta deficiências de Prana; portanto, é aconselhável que, se esta for usada para saciar a sede, se faça antes uma aeração dessa água pelo processo que já apontamos (o de passar a água de um copo para outro) antes de ingeri.-Ia. Como a água, além de ser um grande remédio da natureza, possui uma grande força restauradora, pode ser aplicada no corpo à vontade, tanto interna como externamente. Assim, por exemplo, se alguém deseja tomar um banho quente, para energizar (pranizar) essa água, ela deve ser colocada numa tina ou recipiente e ser remexida ou entornada um certo número de vezes até que se revigorize com o Prana existente no ar.

PROPRIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DA ÁGUA A água pode ser considerada como o grande solvente da natureza, pois dissolve em seu seio uma enorme quantidade de substâncias de forma que sua composição química de dois volumes de hidrogênio por um de oxigênio (H2O) não se encontra pura na natureza. A purificação da água para uso doméstico vem preocupando o homem desde épocas remotas, razão pela qual muitos cientistas se i-specializaram no estudo do seu comportamento e das suas propriedades químicas, físicas e processos tecnológicos para sua captação e •.eu transporte, pois cada dia suas fontes de abastecimento estão mais afastadas dos grandes centros urbanos, bem como os custos de puriI u ação para torná-la potável. A poluição das águas naturais precisa ser cuidadosamente conimlada, preservando-se as bacias hidrográficas do desmatamento iri acionai, em especial nas nascentes dos rios e das fontes de água, p.ii.i atender à crescente demanda não somente do consumo humano, mas também da evolução industrial nos seus diversos setores de i • 11 iteração, produção de vapor e águas de processo. Na implantação de uma indústria qualquer é preciso considei .n a disponibilidade da água, pois implantar um complexo industrial | n < » x i m o a uma fonte de vazão inferior ao necessário pode inviabili/ a i o projeto; a localização do ponto de abastecimento determinará i | i u - a localização da indústria seja o mais próximo possível deste, l )c vi- se observar também a qualidade da água disponível, pois esta P. K leia conter substâncias indesejáveis para os processos industriais • |iic poderão acarretar custos muito elevados dos tratamentos a sei i ni dispensados, que poderá tornar inviável pelos altos custos do

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seu tratamento, sendo mais econômica às vezes a compra de água em outros locais, mesmo que distantes. A molécula da água não é linear, pois seus átomos de hidrogênio e oxigênio estão ligados por uma covalência normal, apresentando um caráter polar com um ângulo de ligação de 104°40'entre as duas partículas de H e a partícula de O. Esse ângulo é devido à repulsão dos núcleos dos átomos de H, assim, quando existem diversas moléculas polares, ocorrem atrações de natureza elétrica entre o lado positivo de uma molécula e o lado negativo da outra, formando uma espécie de ponte de H. Por esse motivo a água apresenta algumas anomalias, entre elas seu ponto de ebulição ser mais elevado que outros compostos de peso específico e fórmula próximos à água. Sua densidade varia com a temperatura, sendo seu valor máximo d = 4 °C; submetida à pressão de uma atmosfera, seu ponto de fusão é O °C e o ponto de ebulição é de 100 °C. Para que a água entre em ebulição precisa ceder energia para vencer as forças de atração intermoleculares (forças de Van Der Waals) e também quebrar as pontes de hidrogênio, que são os enlaces que mantêm unidas as moléculas associadas de água que, embora mais fracas que as ligações covalentes normais, são mais fortes que as forças intermoleculares. A água pode passar por várias transformações químicas pelas quais pode funcionar como solvente e como reagente. Sua ação como solvente consiste num processo físico pelo qual solubiliza os reagentes, permitindo um contato mais íntimo entre eles e acelerando as reações entre os compostos sólidos e gasosos. Sua elevada constante dielétrica (80 a 20 °C) torna-a o solvente ideal para a dissociação dos eletrólitos, porque a energia requerida para separar duas partículas de cargas opostas em H2O é um oitenta avôs da energia necessária para separar essas partículas no vácuo. Dessa forma, a água diminui as forças eletrostáticas que estabilizam os compostos iônicos, e as soluções aquosas que resultam são boas condutoras de eletricidade. A água possui também uma forte ação ionizante, em especial sobre alguns compostos covalentes de caráter polar, que em soluções aquosas podem reagir passando de moléculas a íons, cujo exemplo caraterístico é a ação ionizante da água sobre os ácidos.

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A ação da água sobre algumas substâncias pode provocar um desprendimento de hidrogênio, como é o caso dos metais alcalinos, cuja reação é bastante violenta, inclusive acompanhada de explosão; com os metais alcalino-terrosos, no entanto, a reação é mais controlada, podendo ser usada em laboratório para a obtenção de hidrogênio; com outros metais, como carbono (coque), obtém-se uma mistura de monóxido de carbono com hidrogênio, que é chamada j',;ís de água ou gás de síntese; pela ação da água sobre os óxidos básicos e ácidos formam-se bases e oxiácidos, respectivamente; a ação da água sobre os sais produz a hidrólise, que consiste nas reai.oes que ocorrem entre os íons de alguns sais com a água para formar soluções básicas ou ácidas, decorrentes do processo comum de solubilização de um sal em água, essas soluções aquosas devem ser neutras, pois o processo fundamental envolve somente uma dissociação iômca, fato que ocorre com vários sais, como o NaCl, KCI, KNO3, ao passo que, com o sal Na2CO3, por exemplo, a solução aquosa resultante é alcalina, acusando um pH maior que 7, e a solução aquosa de A1C13 é ácida, acusando um pH menor que 7 Os íons que têm maior facilidade para hidrolisar-se são alguns positivos ou negativos de Al, Fe, N, Zn, Ti e C, Cl, H, Na. A água pode i ea» ir também com alguns sais para formar compostos contendo um numero definido de moléculas de água ligadas quimicamente aos mus dos sais, esses compostos são chamados de hidrates e a água que os contém é chamada água de hidratação ou de cristalização. Ouando se dissolve um sal em água e essa solução é evaporada logo em seguida, nota-se uma cristalização do sal nas regiões laterais do 11 -c ipiente, como, por exemplo, uma reação entre um soluto e um .olveute; o sal assim obtido é chamado de hidrato. O hidrato é um > i imposto que contém uma quantidade definida e constante de água, e a perda dessa água de hidratação ou cristalização forma o sal anidro, 11 ue por sua vez poderá absorver a água do meio ambiente para fori n . u um hidrato, ou continuar a absorver água até dissolver-se nela. isso fenômeno é chamado de deliqüescência e é apresentado por i l " n n i a s substâncias e sais, entre elas o tiocianato de sódio. Chama-se aj'.ua de higroscopicidade aquela que é absorvida da atmosfera pelas Mibslâncias higroscópicas, e as substâncias deliqüescentes são higroscópicas, mas nem todas as substâncias higroscópicas são • l' ln|iiescentes, como, por exemplo, o sal comum de cozinha absorve normalmente uma quantidade de umidade do ar sem chegar a deliqüescer

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Cura, Pela Água,

Em um outro fenômeno chamado de eflorescência alguns hidrates expostos a um meio ambiente seco perdem sua água de hidratação quando o hidrato tem uma pressão de vapor de água maior que a pressão parcial presente na atmosfera. Existe ainda a água de constituição, que normalmente não se apresenta como tal, mas como hidroxila ou como hidrogênio, quimicamente ligados num composto. A água de decomposição, embora seja substância bastante estável, pode decompor-se com a elevação da temperatura, absorvendo grande quantidade de energia. Essa decomposição pode ser térmica ou elétrica, e a decomposição pode ser feita por meio da corrente elétrica, usando-se um eletrólito para permitir a condução da corrente, obtendo-se hidrogênio no cátodo e oxigênio no ânodo. A água possui uma constante de ionização muito pequena que provém de uma auto-ionização, admitindo-se seu caráter ácido ou básico; experiências mostram que em temperatura ambiente pode considerar-se que, de 555 milhões de moléculas de água, somente uma estará ionizada. As águas podem ser classificadas em função da sua utilização como água natural, potável, industrial e de processo.

Água natural As águas naturais são classificadas, quanto às fontes de origem, em águas superficiais, que são as águas provenientes da chuva, dos rios e do degelo; águas profundas, que são as águas subterrâneas. Quanto à composição, a água natural pode ser contaminada pelos terrenos por que passa, possuindo uma composição semelhante ao terreno círcunvizinho; poluída, quando contém material orgânico em decomposição e substâncias diferentes das que compõem o terreno natural. A poluição das águas destinadas ao consumo humano, quer pela ação bacteriológica, resultante do contato com os detritos humanos, quer pela ação química, resultante das substâncias tóxicas despejadas nos cursos de água pelas indústrias, tornou-se um dos maiores problemas da atualidade. Especialistas norte-americanos calcularam que no ano 2000 as águas poluídas pelos efluentes ín-

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(lustriais, urbanos e agrícolas somente nos EUA representarão um volume total de 3 bilhões de metros cúbicos por ano. As substâncias capazes de contaminar ou poluir a água são (•(instituídas de sólidos, líquidos e gasoso. Os sólidos podem ocorrer cm suspensão coloidal, constituídos de matéria mineral (argilas) e matéria orgânica, viva ou não; os seres vivos são os mono e policelulares, denominados plâncton; os sólidos em suspensão grosseira podem ser facilmente filtrados pelos métodos normais, o que não acontece com os sólidos em suspensão coloidal, cuja retirada requer tratamentos químicos; entre os sólidos dissolvidos, os mais comuns são os alcalinos, os alcalino-terrosos, os halógenos, os derivados de enxofre, de carbono, do silício (argilas), os metais pesados e os derivados do nitrogênio. Ocorrem, também, águas com vestígios de titânio, cobre, cobalto, bromo e iodo (com exceção da água do mar, onde esses componentes são normais), vestígios de cromatos, dii K «inatos e fósforo. Entre os líquidos capazes de contaminar a água, o mais impori.mlc é o ácido sulfúrico, decorrente da oxidação da pirita, que é limito comum nas regiões pirítico-carboníferas de Santa Catarina, l N nlcin ser encontrados ainda o ácido clorídrico e o nítrico, provenii - i i i o s de despejos industriais. Entre os gasosos, são encontrados com maior freqüência o mmióxido de carbono (CO), o oxigênio (O) e, em casos mais raros, • • .mioníaco (NH3), o anídrido sulfuroso (SÓ) e o gás sulfídrico (H2S).

igua potável O tratamento da água destinada ao consumo humano começa • "in os ensaios de turbidez (ou turvação), cor e pH. A turbidez da - i r n . i c ocasionada pelas argilas, matérias orgânicas e microrganisIDOI mono e pluricelulares. A cor é devido à presença de tanino, inovciiiente dos vegetais e, em geral, varia do incolor ao castanho intenso, li interessante realçar que cor e turbidez são conceitos complri.imcnte diferentes; a água pode apresentar cor escura e turbidez I | I I . I M - nula. l'ara tornar a água potável é preciso submetê-la a operações de t l i » nl.u.;i, decantação e filtração.

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A floculação é um fenômeno bastante complexo que consiste essencialmente em agregar flóculos às partículas coloidais que não são capazes de se sedimentar naturalmente. A adição de flóculos é provocada pela atração de hidróxidos (provenientes dos sulfatos de alumínio e ferro) por íons cloreto e sulfato existentes na água, que são chamados de floculantes. Não existe uma regra geral, para prever o melhor floculante utilizam-se os ensaios de laboratório para determinar qual floculante satisfaz economicamente às exigências previstas. O sulfato de alumínio floculante é o mais utilizado porque sua dissolução produz o hidróxido de alumínio e o ácido sulfúrico quando a alcalinidade da água for suficiente para neutralizar este último. Sua aplicação é restrita para quando o pH da água se situar entre 5,5 e 8; caso o pH da água não se encontra nessa faixa, adiciona-se cal ou aluminato de sódio, para elevar o pH, permitindo assim a formação dos flóculos de hidróxido de alumínio. Outro produto utilizado é o aluminato de sódio, que é empregado juntamente com o sulfato de alumínio; sua faixa de aplicação está restrita a um pH elevado e, em muitos casos, torna-se necessária a remoção do íon magnésio. O sulfato ferroso, outro floculante comum, é aplicável quando a faixa do pH da água está entre 8,5 e 11, portanto não é usado para as águas brasileiras. Uma vez removidas a cor e a turbidez pelas operações de floculação, decantação e filtração, processa-se então a cloração da água. Nessa operação, o cloro tem função bactericida e clarificante, podendo ser utilizado sob várias formas, mas em geral a dissolução do cloro na água fornece os ácidos clorídrico e hipocloroso, que, por sua vez, liberam oxigênio que promove a oxidação do grupamento sulfidrila, SH, de enzimas essenciais, que possuem um efeito letal sobre os microrganismos. Devido à cloração são removidos também H2S, fenol e cianetos. A água para ser considerada potável deve possuir vários elementos dissolvidos, e cada um deve obedecer a uma determinada faixa máxima de concentração medida em ppm (partes por milhão).

Água de consumo industrial A água apropriada para o consumo industrial deve possuir caraterísticas especiais de acordo com a finalidade de seu uso; para

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i;il, essa água deve ser analisada e submetida a algumas correções necessárias para sua utilização industrial no sistema de água de reli igeração ou água para produção de vapor. A aplicação da água de refrigeração no campo industrial vai desde os trocadores de calor e torres de refrigeração até as máquinas c compressores mais complexos, sendo utilizada como elemento refrigerador na troca de calor com um corpo quente qualquer submetido a um processo industrial. Em geral, a indústria utiliza a água de refrigeração mediante ires sistemas: Sistema aberto. A água entra no sistema, troca calor e é jogada fora. Sua passagem no interior dos intercambiadores ocasiona a formação de depósitos e sedimentos na tubulação do sistema, sendo os principais os carbonatos de cálcio e os óxidos de ferro. Esses óxidos formam-se devido ao ataque químico a que é submetido o material metálico da instalação pelo oxigênio e pelo dióxido de carbono. Esses depósitos se foemam em virtude da elevação da temperatura, da quantidade de sólidos dissolvidos e do pH da solução líquida que circula no sistema, que não admite fenômenos decorrentes da evaporação, pois nesses sistemas não permitem tais fenômenos. Assim, a formação desses depósitos pode ser analisada através de curvas de solubilidade nas quais as solubilidades dos carbonatos diminuem à medida que cresce a temperatura. Sistema semifechado. Nesse sistema, a água circula várias vezes no interior dos equipamentos de troca de calor e, como o sistema permite que parte dessa água se vaporize quando diminui o volume de água disponível no sistema, diminui também a solubilida;, indo as moléculas do D2O para o resíduo, que devido a essa < nncentração fica bastante enriquecido; pode obter-se também água

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pesada pela destilação fracionada ou ainda a partir de descargas elétricas sobre o gás deutério e o oxigênio.

Água dura A dureza da água decorre da presença de sais de cálcio e magnésio e, com menor freqüência, sais de ferro e manganês dissolvidos na água. A dureza da água não permite a formação de espuma do sabão, mas o mesmo efeito pode ser provocado também por um alto índice de acidez e alcalinidade. A dureza da água é uma das responsáveis pela formação de incrustações nas caldeiras e tubulações por onde a água circula; pode ser permanente, quando os íons metálicos se ligam aos ânions fixos, como sulfatos e cloretos, ou temporária, quando os íons metálicos se ligam ao íon bicarbonato. O processo usual de eliminação da dureza da água é chamado de amolecimento, que provoca a precipitação dos íons cálcio, magnésio, ferro e manganês. Porém, quando a eliminação não é total, o precesso de alimentação da dureza chama-se abrandamento, que pode ser efetuado com a permuta de base, onde os íons metálicos são trocados pelo sódio nos zeólitos ou nas resinas iônicas. A remoção do ferro pode ser feita por aeração, tratamento com cal, cloro, hidróxido de sódio e resinas trocadoras. O ferro produz alguns inconvenientes como manchas na louça sanitária, depósitos nas tubulações, manchas nos tecidos nas lavanderias industriais, trazendo ainda inconvenientes nas indústrias de papel, de bebidas, nos sistemas de refrigeração e produção de vapor. Estudos recentes mostram que certas bactérias e grupos de bactérias associados a algas e limo utilizam o ferro como fonte de energia no seu metabolismo. Esse fenômeno tem acarretado a elevação de cor e turbidez na água, e pode ainda ocasionar o entupimento de tubulações e válvulas.

Água desmineralizada Muitas vezes os processos industriais não admitem na água certos metais como íons de cálcio, cloro, sulfatos, magnésio, que devem ser substituídos por outros. Essa operação consiste em passar a água i sobre um leito de resinas catiônicas, as quais têm a capacidade de

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I roçar esses íons, porém sua capacidade de troca é limitada e as resinas precisam ser regeneradas constantemente. Essas resinas são constiluídas de material insolúvel e consistem de polímeros de estireno (')()%) e divinilbenzeno (10%) sulfonados, resinas fenólicas e resinas com grupamentos amino. A pureza de uma água desmineralizada é (|iiimicamente superior à de uma água tridestilada. Seu emprego nos dias atuais está intimamente ligado às indústrias que requerem nas •.nas especificações uma quantidade mínima de sólidos.

Igua dessalinizada A água é o elemento cada vez mais indispensável à vida por suas propriedades químicas e físicas. Apesar de facilmente enconI1 ada na natureza, pois ocupa 71 % da superfície terrestre, sua capta\ ao, tratamento e distribuição exigem grandes investimentos até sua transformação em artigo de consumo generalizado. Devido à cres> ' n 11- falta de fontes de abastecimento próximas aos centros de con•.imio, o homem tem se esforçado em aperfeiçoar inúmeras técnicas l'.n a (ornar a dessalinização da água do mar economicamente viável, l >c lato, a operação é, às vezes, proibitiva para a capacidade que se • l' < ) km e o consumo não é muito grande. Até 1945, os aparelhos de transformação da água salgada em i M.i doce somente existiam em fase experimental nos laboratórios "n • onio equipamentos de reserva nos grandes transatlânticos; dei Ia Segunda Guerra Mundial passou-se das pesquisas para a moni i i de instalações experimentais em diversos países. Atualmente i l' -.salinização passou da fase experimental para a implantação de u mas, especialmente nas regiões áridas do planeta como o Kuwait, i"in.itulo-se praticamente a única fonte de abastecimento de água i " > i . i v r l mi região, com uma produção aproximada de 100.000 m3 de .iru.i dcssalinizadapor dia. Outra grande usina, localizada ao sul de \ii)'cles, produz 568.000 m3 de água doce por dia. O objetivo l n 11 K 11 >a l das pesquisas, em que a tecnologia mundial estáempenha' l i . i i n . i l i i i c n i c , é a redução dos custos de produção, os quais ainda n . i . i .iiiiij',ir;im um nível razoável que permita o uso generalizado das .1 ilc dessalinização.

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Os principais métodos de dessalinização que estão sendo estudados atualmente são a destilação, a eletrodiálise, o congelamento, o método dos hidrates cristalinos e a osmose reversa. Mesmo os processos aparentemente simples são bastante complexos, pois necessitam de uma série de medidas para evitar corrosão e formação de incrustações nos equipamentos e tubulações. A escolha do método empregado dependerá da dureza inicial, da exigência de um limite mínimo de dureza e da economia de custo no tratamento.

Proteção e tratamento da água As águas liberadas para o consumo das populações em sua maioria são alcalinas, por serem mais de acordo com o gosto e preferência dos consumidores. Essa alcalinidade provém do bicarbonato de cálcio ou de compostos semelhantes, enquanto a acidez pode ser produzida pela presença de ácidos orgânicos existentes em terrenos pantanosos ou dos sulfates transportados pelas chuvas quando atravessam uma atmosfera poluída pelas chaminés industriais. Os teores máximos admissíveis estipulados por Lei para as substâncias presentes nas águas distribuídas para o consumo público em alguns países são: carbonates de sódio e potássio gás carbônico cloro livre cloretos cobre detergente ferro fluoretos magnésio nitratos fenóis chumbo sulfates zinco matérias sólidas em suspensão

0,015% 0,002% 0,0001% 0,025% 0,0003% 0,0001% 0,00003% 0,00015% 0,0125% 0,001% 0,0000001% 0,00001% 0,025% 0,0015% 0,5%

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Para proteger a água que será consumida das várias formas de poluição, é necessário realizar análises físicas, químicas e bacteriológicas, algumas muito simples, outras bastante complexas. Pelas análises químicas se determinam o teor de azoto e oxigênio (testemunhos da poluição orgânica), o teor do carbonato de cálcio (para determinar a dureza da água) e a existência dos elementos que compõem a água (flúor, ferro, manganês, chumbo, cobre, zinco, etc.). < icralmente as águas límpidas estão saturadas de oxigênio, o qual é consumido pelos-organismos aquáticos que descarregam gás carbônico produzindo também detritos que são oxidados, em parte pelas reações químicas, em parte, pelas bactérias aeróbias, em detrimento do oxigênio dissolvido. Por outro lado, as plantas aquáticas ivoxigenam a água, consumindo o gás carbônico, fixando ainda os sais resultantes da decomposição dos dejetos animais. Portanto, para conhecer o grau de pureza da água é necessário medir com certa irgularidade o peso do oxigênio absolvido num dado volume de água, n u m determinado tempo, à temperatura normal. Devido aos riscos cada vez mais freqüentes das várias formas i K- poluição, o controle das águas para o consumo da população é uma operação cada dia mais importante. O tratamento da água para lornar-se potável exige, além das constantes análises, uma série de i >lu-rações dentre as quais: a filtração, a sedimentação, a aeração, a l li unlação e a esterilização, de forma que a água potável resultante destinada ao consumo não possua nem sabor, nem odor.

de irrigação Desde as primeiras técnicas de irrigação de cinco milênios atrás iiiih/ailas nos jardins suspensos da Babilônia, no Egito antigo ou ii" , ii-rraços ou tabuleiros, na China e nos altiplanos peruanos dos Aiulc-s, desde incontáveis gerações até os nossos dias, essas técnicas l IN 11111 i vás de irrigação têm feito grandes progressos; porém, em mui!»•, países, esses antigos métodos primitivos de irrigação são usados li. hoje, embora ao longo dos séculos alguns aperfeiçoamentos tenham sido introduzidos. O escoamento pela gravidade permaneceu m.iliciado ao longo do tempo, tornando-se o primeiro método adotailn pelos nossos ancestrais. Esse método requer a existência de um .npi nncnU) de água em níveis superiores, que pode ser um represa-

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mento das águas recolhidas na estação chuvosa ou a elevação das águas de um córrego, rio ou lago mediante a construção de diques ou barragens. A partir desses reservatórios de abastecimento, são feitos os canais que transportarão a água para as regiões dos cultivos, geralmente em níveis mais baixos. Mais tarde os povos primitivos começaram a utilizar rodas de madeiras com pequenas caçambas para a elevação mecânica da água; esse foi o princípio da roda hidráulica, para transformar a força das águas correntes em energia mecânica, tornando-se base de uma das grandes inovações tecnológicas realizadas no século XIX, a turbina hidráulica, geradora de eletricidade. Sua descoberta contribuiu para a redução dos custos de produção de energia e para a considerável ampliação dos recursos energéticos de numerosos países, sendo a responsável pela rápida expansão industrial de grandes regiões do globo que, até então, estavam estagnadas durante mais de um século pela falta de reservas de combustíveis, como o carvão, que era a principal fonte de energia no mundo; foi então se que generalizou a utilização das turbinas hidráulicas e dos equipamentos mecânicos, como as bombas de sucção e elevação. Dessa forma, milhões de hectares de terras áridas foram transformados em terras férteis para a agricultura, sendo utilizados hoje no mundo mais de 200 milhões de hectares nos diversos cultivos, o que representa menos de 5% das terras disponíveis para a agricultura. Resumindo, a irrigação consiste em transportar a água até a área de irrigação através de um canal principal ou uma adutora, que distribui essa água através de uma série de canais secundários, que em geral acompanham os contornos do solo. Isso permite uma distribuição permanente da água no sentido de cima para baixo, ao longo dos vários canais, de forma que toda a área acaba sendo irrigada. A melhor área para ser irrigada por gravidade são os vales com ligeiros declives, formados por um solo aluvional próximo a um rio, onde a terra é fértil e há povoações. Nas terras planas, a irrigação por gravidade torna-se bastante difícil, de forma que hoje costuma-se usar a irrigação artificial. Atualmente existem vários sistemas mecânicos de irrigação, sendo um dos mais usados a distribuição no terreno de uma rede tubos, que são alimentados por uma potente bomba de recalque que fornecerá a água necessária para a irrigação. Esses tubos são dispostos em grandes quadriláteros cobrindo todo o terreno e suas ramificações são compostas de tubos furados que permitem a irrigação de todo o cultivo.

IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS DO HOMEM Introdução A água é o elemento essencial para a vida tanto humana como animal e vegetal, sendo ingerida principalmente através dos alimentos e das raízes enquanto absorvem os nutrientes da terra. Como sabemos, a água é um composto químico de duas partes de hidrogênio e uma de oxigênio, representa dois terços do corpo humano e ccica de 75% do seu protoplasma, que é a matéria que envolve o núcleo das células. Uma das funções do elemento líquido no corpo humano é o transporte dos elementos nutritivos até as células do i>)'.anismo, como também o transporte dos dejetos e resíduos produ/ulos pelos rins e todo sistema urinário, das glândulas sudoríparas, ' li IN pulmões e dos intestinos. Às vezes o corpo é acometido de aipins distúrbios que provocam a diminuição na produção de certos 11 pôs de hormônios pelas glândulas, o que ocasiona transtornos na ihsli ibuição da água e soluções salinas no corpo, que podem provoi .11 perdas excessivas de água pela urina, anomalia que pode causar .1 ilrsidratação do organismo. A água natural, quando ingerida sem us devidos tratamentos, pode permitir a penetração de bactérias p.iioj^ênicas em nosso organismo, especialmente as causadoras da I r h i c tiíóide, da cólera e da disenteria, e, por isso, não se deve ingei n .i.r.ua sem conhecer sua procedência. Devemos sempre ter certeza i Ir i|iu- a água que ingerimos passou por um tratamento público ou MI ' mínimo uma filtragem, e quando surgirem dúvidas devemos as-

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segurar-nos de sua pureza fervendo essa água, ou purificá-la dissolvendo nela uma pílula ou tablete de cloro. A água proveniente das nascentes só deverá ser usada após uma análise bacteriológica e a sua devida purificação, caso esteja contaminada. As fontes pouco profundas devem ser rodeadas de paredes e dotadas de um adequado sistema de bombeamento. A água das fontes profundas geralmente é boa para o consumo, mas mesmo assim deverá ser comprovado o seu grau de pureza através de exames bacteriológicos. Quanto às cisternas, é preciso protegê-las contra os mosquitos e sua água deve ser purificada de alguma maneira antes de seu uso, inclusive através da fervura. No Brasil, a maioria das cidades e populações médias possui um bom sistema de purificação da água a ser consumida pela população, dispondo dos seus dispositivos de drenagem, bem como das redes de serviços de coleta de águas pluviais e de esgoto. "

Consumo diário de água pelo organismo O homem tem um consumo diário aproximado de água distribuído da seguinte forma: o ideal é a igestão de 3.000 ml por dia, dos quais uma parte irá para os intestinos (150 ml), outra parte para a pele (750 ml), outra para os pulmões (300 ml) e uma parte para os rins (l .750 ml). Do ciclo acima apontado, a maior parte é eliminada pelos rins, mas certa quantidade volta ao exterior pelos pulmões, juntamente com o dióxido de carbono, e outra parte menor é expelida pelas fezes, sendo considerável também a perda de água através da pele, em forma de suor.

Composição da água e eletrólitos no corpo humano A água é o componente mais abundante do organismo humano, formando os líquidos extracelular e intracelular. O primeiro circula pelo corpo de acordo com uma certa distribuição nos diversos

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compartimentos que são separados, no sangue e nos espaços intercelulares, por membranas. O volume extracelular de cada um dos diversos compartimentos do organismo pode ser avaliado com algumas técnicas especiais e depois pode ser deduzido o volume dos líquidos intracelulares. O volume plasmático pode ser medido através da utilização de substâncias que permanecem em quantidades apreciáveis nos compartimentos intravasculares. As substâncias utilizadas para a avaliação da água corpórea total são o oxido de tritium, o oxido de deutério e a antipirina, e a avaliação é feita de acordo com uma fórmula desenvolvida pelos doutores Edelman e Liebman, cujas proporções são dadas na tabela que segue: Água Corpórea Total (em porcentagem do peso corpóreo) Acima de 60 anos

Idade

0-1 mês

1-12 meses

1-10 anos

10-16 anos

17-39 40-59 anos anos

Sexo masculino

75,7

64,5

61,7

58,9

60,6

54,7

51,5

Sexo feminino

75,7

64,5

61,7

57,3

50,2

46,7

45,5

O volume plasmático pode ser avaliado através do mesmo prinrípio para determinar a média da água corpórea total, utilizando-se o corante azul de Evans, para marcar a albumina plasmática com n u l o radiativo, que deve permanecer no compartimento intravascular. O volume do líquido extracelular tem sido avaliado por uma •,ciic de métodos que determinam aproximadamente esse volume, pois ainda não existe um método confiável que possa avaliar exataiiu-nle esse volume, pois as diversas substâncias utilizadas penetram de modo heterogêneo nos diferentes tecidos do organismo, ou seja, irndões, fáscias, pele e músculos, dando resultados diversos. Assim, parle de líquidos extracelulares, como o líquido contido no interior do lubo digestivo, é omitido neste método.

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Em geral, o volume do líquido extracelular é em média 16% do peso corpóreo. A composição do líquido intracelular varia de célula para célula e com seu estado funcional, pois dentro da própria célula existem diferenças de composição entre cada compartimento, que são mantidas através de uma série de processos que envolvem um gasto energético. O líquido intracelular pode ser avaliado e sua composição iônica deduzida através da análises dos tecidos e através de cálculos. Em geral, a dosagem dos eletrólitos se faz no soro. O sódio, por exemplo, é dosado em alíquota do soro e como normalmente a fração de água é bastante grande e se mantém constante, a referência da concentração se faz em relação ao volume. O líquido intersticial só difere do plasmático, quanto ao baixo teor de proteínas e lipídios. As concentrações dos diferentes íons não são exatamente iguais às do plasma. Sabe-se hoje que 98% do líquido intersticial está sob forma de gel devido à presença de mucopolissacárides, permanecendo somente uma pequena porcentagem em forma de líquido, que aumenta bastante quando os tecidos se tornam edematosos.

Troca de líquidos entre os diversos compartimentos Estima-se que a concentração total dos solutos nos diversos compartimentos do organismo se mantém costante porque as membranas que separam esses compartimentos são permeáveis. Esse fato se reveste de grande importância não só no entendimento das alterações hidroeletrolíticas, mas também na avaliação e no planejamento terapêutico de inúmeras situações clínicas. Assim, uma alteração na osmolaridade de um compartimento implicará a redistribuição da água para manter isotônicos os diversos setores hídricos do organismo. Como o sódio é o íon de maior presença e concentração no líquido extracelular, qualquer variação deste acarretará automaticamente a redistribuição de água entre os compartimentos intra e extracelulares. Assim, uma hipernatremia, por exemplo, causada por um excesso de administração de sódio, provocará um movimento de água diminuindo os líquidos intracelulares para au-

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mentar os líquidos extracelulares. Por outro lado, devido a uma hiponatremia, haverá um movimento da água em sentido oposto, provocando a diminuição do volume dos líquidos extracelulares. A comparação do líquido intersticial acusa uma maior presença de concentração de proteína no plasma devido à constante passagem através do sistema linfático de líquidos e proteínas do interstício para o plasma e à menor permeabilidade da membrana capilar para as proteínas plasmáticas. Dessa forma, os líquidos e pequenos íons passam para o espaço intersticial, enquanto as moléculas protéicas são retidas no compartimento intravascular. As diferenças de composição entre o plasma e o líquido intersticial são uma maior concentração de proteínas no plasma e maior quantidade de íons no plasma, causados pela maior concentração de proteínas.

tormas de aquisição de água, sede, água endógena Sede O ingresso da água no organismo se dá por via oral e é controlado pelo mecanismo da sede. O centro regulador da sede se situa no lnpotálamo, e uma maior ou menor demanda corporal de água depende do nível de sódio. Assim, quando existe excesso deste, haverá mu aumento de ingestão de água para normalizar a osmolaridade Nérica, por outro lado, um aumento de uréia no corpo não provoca Mctle, porque ela se difunde facilmente e não provoca diferenças enIre os meios intra e extracelular. É provável que a diminuição do volume do líquido intracelular tanto isotônico (choque hemorrágico) forno hipotônico (perda de sódio) sejam os principais fatores que desencadeiam o mecanismo da sede; pode haver o caso de existir Ncde mesmo quando o volume celular não está diminuído, podendo, meliisivc, ter aumentado. Neste caso se a pessoa ingere muita água jinde caminhar para um estado de hiponatremia.

Água endógena Água endógena é a água de oxidação produzida pelo metaboIIMIIO de uma série de nutrientes. Nas pessoas doentes que não se

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alimentam naturalmente, a água endógena é produzida pelo catabolismo das proteínas e gorduras e reveste-se de grande importância, especialmente nos casos de traumatismos cirúrgicos, insuficiência renal, infecções graves e queimaduras acentuadas. Um homem normal chega a produzir 300 ml de água endógena em 24 horas, podendo mesmo atingir até l .000 ml em 24 horas quando acometido de uma doença aguda.

Perdas de água corporal de forma despercebida, através da sudorese, da urina e do aparelho digestivo Perdas despercebidas O corpo humano perde constantemente um certo volume de água que se evapora no ar por exsudação direta da pele. Essa água perdida por evaporação geralmente é isenta de solutos e pode atingir aproximadamente de 600 a l .000 ml por dia. A maior ou menor intensidade dessa perda varia em função da temperatura ambiente, da umidade do ar e da superfície corpórea exposta. Aumentando-se a freqüência respiratória é possível que aconteça uma perda maior de água pelos pulmões, o mesmo acontecendo com doentes que são submetidos a uma respiração artificial.

Perdas através da sudorese O suor é outra forma de perda de água, mas com solutos. Em indivíduos normais, a sudorese acontece devido a um acentuado esforço físico e elevadas condições da temperatura ambiental; os indivíduos acometidos de alguma doença, especialmente quando estas vêm acompanhadas de febres altas ou aqueles acometidos de insuficiência renal ou mucoviscidose, geralmente apresentam um elevado teor de solutos no suor. A composição aproximada do suor: amônia 3,5 mM/1, cloro 40,0 mEq/1, sódio 48,0 mEq/1, potássio 5,9 mEq/1 e uréia 8,6 mMq/1.

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Perdas através da urina Em condições normais, a perda de água através da urina depende muito da quantidade de água ingerida durante o dia. Quando o indivíduo bebe menos água do que o necessário para suprir suas funções vitais, o resultado será uma diminuição do volume de urina excretada, pois os rins não podem concentrar uréia e outros solutos além de um certo limite; portanto, um maior volume urinário será necessário para a excreção desses solutos. Se estiver instalado um quadro com uma lesão renal, o rim terá alterada sua capacidade de regular a excreção de água e sódio; nessas condições, os rins poderão contribuir para as perdas de água e solutos em vez de regular o metabolismo hidroeletrolítico.

Perdas através do aparelho digestivo A perda de secreções digestivas para o exterior normalmente representa uma porcentagem considerável das perdas de água, porém assume grande importância nos estados patológicos pois pode provocar uma rápida desidratação do corpo e conseqüentemente a morte. Todas as secreções digestivas como a bílis, sucos gástrico, pancréatico e do intestino delgado são isosmóticas com o plasma, excetuando-se a saliva, que é hipotônica. Os cátions mais importantes são os do sódio, comum em todas as secreções menos no suco gástrico, onde o íon que se apresenta com maior concentração é o 11+ (hidrogênio).

ISalanço hidroeletrolítico e equilíbrio ácido-base Balanço hidroeletrolítico O estudo do balanço hidroeletrolítico consiste em analisar todas as substâncias que entram e saem do organismo, especialmente .il^uns eletrólitos e a própria água, porque na realidade a ingestão de ,ij'ua não oferece grandes dificuldades, mas as possíveis perdas desta poderão trazer sérios problemas para a saúde corporal.

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É possível corrigir com certa margem de segurança a maioria das alterações hidroeletrolíticas que podem ocorrer nas trocas de líquidos no organismo, decorrentes do metabolismo dos principais eletrólitos hidrogenados e nitrogenados, quando associadas a dados clínicos. Torna-se, portanto, possível avaliar os ganhos e perdas de água e eletrólitos (sódio e potássio) de um paciente através de dados clínicos e conhecimentos fisiopatológicos, medindo-se a água ingerida, os soros recebidos, a urina, as perdas gastrointestinais, etc., e as perdas despercebidas e a água endógena são avaliadas através de tabelas de acordo com o peso do paciente. Assim, um aumento ou diminuição de peso superior a 300 g num adulto, em geral, não é decorrente de perdas ou ganhos de tecido sólido, mas de uma modificação da quantidade de água do seu organismo.

Equilíbrio ácido-base O equilíbrio ácido-base é de extrema importância para as funções corporais do homem, pois todas as reações químicas conseqüentes dos fenômenos metabólicos ocorrem no interior das células. Por esse motivo é importante estudar o equilíbrio ácido-base. As reações químicas que se dão nas soluções aquosas do organismo são muito sensíveis às variações da concentração hidrogeniônica, sendo que o próprio metabolismo celular produz os íons de hidrogênio, cuja tendência é alterar a composição do meio interno. Para manter a concentração hidrogeniônica do seu meio interno, o organismo se utiliza de uma série de mecanismos compensadores. Por definição podemos chamar uma substância de ácida quando é capaz de doar prótons; da mesma forma, podemos chamar uma substância de básica quando é capaz de se combinar com prótons. O íon hidroxila tem tendência a unir-se com o íon H+ proveniente de uma molécula de água, o qu eo torna uma base. Dessa forma, pequenas alterações numéricas do pH correspondem a grandes variações na concentração real dos íons de hidrogênio. Hoje podemos medir diretamente a concentração hidrogeniônica do sangue, avaliando-se com precisão seu estado ácido-base. Porém, não é suficiente conhecer apenas o pH do sangue para termos uma idéia completa de como o equilíbrio foi estabelecido; para obter tal informação é preciso conhecer também as concentrações de um dos sistemas auxiliares cuja finalidade no organismo é manter o pH dos líquidos orgânicos relativamente constante.

Quantidades diárias de água e eletrólitos necessárias para a saúde do corpo humano Equilíbrio da água corporal O corpo humano, para manter-se em perfeita saúde, deve apresentar um perfeito equilíbrio no volume da água corpórea entre os vários compartimentos. Qualquer alteração desse volume provoca de imediato distúrbios hidroeletrolíticos, que podem ocorrer em um ou em vários compartimentos corporais. Assim, se houver aumento ou diminuição do líquido extracelular, poderá acontecer uma redui,.io ou concentração das proteínas plasmáticas, com ou sem alterações da concentração de sódio. Da mesma forma, a administração de soluções hipertônicas de sódio provocará a saída de água do interior das células (reduzindo o volume intramolecular e aumentando o volume do líquido extracelular) com aumento da concentração de sódio, diminuição do hematócrito e das proteínas do plasma. Por outro lado se a perda de sódio for maior que a da água, é pmduzido uma queda da osmolaridade e do volume do líquido exn.nvlular, resultando uma movimentação da água para dentro das ' rlulas, aumentando o volume do líquido intracelular, o que ocasioii.i naves problemas clínicos. As necessidades diárias de água podem ser avaliadas através .l.i perdas corporais. Assim, as perdas despercebidas num adulto i n t i m a i , dependendo das condições ambientais, estão por volta de MIO ,i l .000 ml/dia. Da mesma forma, o volume diário de urina, ne• ' .mo para a excreção de todos os solutos provocados pela ingestão M I - i m,il dos alimentos, está por volta de 1.000 ml/dia. As necessidades calóricas básicas por dia do organismo humaM" i M I . i a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico r i i . i m cm torno de: •100 g de glicose, •7.S inHq/1 de sódio, • 10 a 70 mEq/1 de potássio; • l SOO a 2.000 ml de soro glicosado a 5%, conlnulo U) ml < ! < • N.iCI .1 .'0% (100 mEq) e 20 ml de KCI ;\ l < ) . l % (SÓ ml < | i

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Perda de água Em geral a água proveniente da oxidação dos alimentos ingeridos (300 a 400 ml/dia) não é suficiente para repor as perdas contínuas de água do organismo pelos pulmões e pele (500 a l .000 ml/dia), pela excreção urinaria (500 a l .000 ml/dia) e pela excreção intestinal (500 a l .000 ml/dia), e pode provocar um déficit contínuo de água no corpo que deverá ser suprido pela ingestão de l .000 a l .500 ml de água entre as refeições. Essa ingestão deve ser controlada normalmente pela sede, que é o sintoma primordial para suprir a deficiência de água no organismo e é desencadeada pela diminuição do volume do líquido intracelular ou aumento da concentração do líquido extracelular.

Perda de sódio As deficiências de sódio são resultantes das perdas dos líquidos do organismo com os eletrólitos, uma vez que os rins têm a capacidade de manter o sódio e não permitem essas perdas através das excreções urinárias, defendendo dessa forma o organismo; a perda de sódio causa a diminuição do volume do líquido extracelular no organismo em virtude de ser o sódio o íon mais importante do líquido extracelular. Em geral os sistemas que podem provocar as perdas de sódio são: — secreções gastrointestinais, provocadas por diarréias, vômitos, sondas gástricas e fístulas digestivas; — perdas de líquidos através da pele, provocadas por sudorese excessiva e queimaduras, — perdas de líquidos através da urina, provocadas por cetose diabética e acidose metabólica, doenças endocrinológicas, ingerência de drogas diuréticas, insuficiência adrenocortical, perdas metabólicas e doenças renais como fase diurética da insuficiência renal aguda, insuficiência renal crônica e nefrites com perda de sódio; — perdas de cavidades serosas, provocadas por paracentese em grandes ascites. Quando constatado um caso de déficit de sódio leve, moderado ou grave, a pessoa deve submeter-se a um estrito controle médico, que inclui controles periódicos de peso e medida de todos os líquidos ingeridos e excretados pelo corpo do paciente.

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Desequilíbrio ácido-básico Acidose metabólica A grande maioria dos desequilíbrios dos volumes dos líquidos corpóreos é devida à acidose metabólica, que é produzida quando ncontece um acúmulo de íons de hidrogênio em virtude da formação metabólica de ácidos orgânicos, ou à dificuldade de excreção urinaria desses ácidos. Outras condições que favorecem a acidose metabólica é a administração excessiva de certos aminoácidos ou de cloreto de amônio, ingeridos através da alimentação parenteral, perdas de bicarbonato através de diarréias ou em fístulas digestivas; alterações do metabolismo celular devido à anóxia podem também ter como conseqüência a produção excessiva de íons hidrogênio no líquido extracelular. Assim, as principais causas que produzem acidose melabólica são: acidose diabética, cetose de jejum; insuficiência renal .iguda e crônica, choque devido ao excesso de ácido láctico e diariv i a aguda.

Alcalose metabólica A alcalose metabólica consiste na diminuição da concentração ludrogênica dos líquidos internos extracelulares, com aumento do pi l e concentração dos bicarbonatos, provocados pela perda no orC.nnismo de íons de hidrogênio, excesso de bicarbonatos, ou perda de potássio. Nesse processo, o organismo não consegue compensar essas pmlas pelos seus mecanismos normais através dos pulmões ou dos i ms, de forma que não consegue manter o pH dentro de uma determinada faixa considerada normal. As principais causas que produ• m alcalose metabólica são: - vômitos ou sonda gástrica, que provocam uma perda de secreção c|iic vem acompanhada de uma perda de íons de hidrogênio e hipocloremia, perda de potássio, uma das principais causas de alcalose metabólica, causando geralmente a hipopotassemia, cujas caraterísticas principais são perdas gastrointestinais através de diarréias e vômitos, administração de corticoasteróides, déficit de ingestão e uso de diuréticos.

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O potássio é excretado predominantemente pelos rins. Esse íon é o mais abundante no meio intramolecular participando de vários processos fisiológico, especialmente na fisiologia nervosa, na função dos músculos esqueléticos e principalmente na atividade do miocárdio. A manutenção do nível de potássio no interior das células é função da membrana celular, que pode ser afetada por uma série de fatores como: a hiponatremia, anóxia, alterações do equilíbrio ácido-básico, ação hormonal dos corticoesteróides. Assim, a deficiência do potássio pode provocar hipopotassemia com problemas renais como: ácidos tubular, pielonefrite crônica; perdas renais devido a ação hormonal dos corticoesteróides, hiperaldosterismo, doença de Cushing, síndrome de Fanconi e nos processos de pôstraumatismos como queimaduras e pós-operatórios.

Outros íons Magnésio é um íon que se encontra geralmente no meio intracelular, com uma concentração em tomo de l ,6 a l ,9 mEq/litro, sendo que mais da metade dele se encontra nos tecidos ósseos; participa ativamente na função muscular, constituindo-se num importante fator nos processos enzimáticos. Atua também com efeitos sedativos na função neuromuscular, bloqueando a liberação de acetilcolina, cujos efeitos são controlados pelo cálcio. O excesso de magnésio pode provocar a queda da pressão sangüínea e, às vezes, até uma parada cardíaca. Por outro lado, o déficit de magnésio pode provocar diarréias prolongadas, ileostomias e hiperaldosteronismo; no caso de doentes mantidos por longo tempo sob alimentação parenteral (aplicação de soro na veia) pode se apresentar um quadro de hipomagnesemia, com irritabilidade do sistema nervoso, alterações cardiovasculares e até tremores do tipo atetóide ou coreiforme. Quando o doente é portador de insuficiência renal, cuidados especiais devem ser tomados, pois a administração de qualquer dose de magnésio, laxativos ou antiácidos contendo magnésio pode provocar uma depressão do sistema nervoso central, podendo levar o paciente a morte. Cálcio é um íon que existe nos tecidos ósseos e em pequenas concentrações no líquido extracelular do organismo; possui uma atuação marcante nas funções do sistema nervoso central, no tecido muscular, principalmente nos músculos cardíacos, uma função relevante nos mecanismos de coagulação do sangue. Normalmente se

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apresenta sob três formas: cálcio ligado às proteínas (albumina), que geralmente varia de acordo com o pH do plasma; cálcio iônico (5,9 6,5 mg) e cálcio total do plasma (de 9,2 a 10,4 mg); seu nível é controlado pela atividade dos hormônios paratireóide e pela lirocalciotonina. O cálcio participa também de várias soluções complexas, que podem interagir com diversas substâncias, entre elas com o ácido cítrico. Os problemas que podem ocorrer no organismo devido à estrutura e ao metabolismo do cálcio e das suas alterações nos níveis plasmáticos que estão estreitamente ligadas às alterações do (ccido ósseo, podem ser diarréia grave, doenças renais crônicas hiperparatireoidismo e hipoparatireoidismo, mal-absorção intestinal, osteoporose, raquitismo primário e secundário (osteomalácia nutricional), ressecção gástrica ou intestinal maciça, síndrome de '/ollingcr-Ellison, etc.

Acidose respiratória As causas mais comuns de acidose respiratória consistem em defeitos na ventilação ou alterações da fisiologia pulmonar, que resultam na retenção anormal de CO2 e, portanto, na queda do pH do sangue arterial, comum quando se apresentam casos de cifoescoliose grave, depressão do centro respiratório, doenças neuromusculares, iMifisema pulmonar, infecções broncopneumônicas, obesidade avançada, traumas torácicos, etc. A acidose respiratória pode dar-se também em pacientes submetidos a respiração pulmonar mecânica ou durante a aplicação de anestesia. Quando acontece a acidose respiratória, o organismo aciona uma série de mecanismos compensadores, cuja função é reduzir a altera\MI do pH provocado pela retenção do CO2, entre eles o estímulo do irntro respiratório para corrigir as alterações do pH e do CO2, aumeni.ii a secreção de ácidos na urina e a excreção de cloretos e amônia.

Alcalose respiratória A alclose respiratória pode aparecer em doentes ansiosos causando desde tonturas até espasmos corporais; pode também apare( cr na fase inicial de doenças cárdio-pulmonares, em certas doenças do sistema nervoso central, na intoxicação pelo ácido acetilsalicílico c na fase inicial do coma hepático, causado pela à eliminação puli m i n a r de quantidades excessivas de CO2, que provoca a redução ilcsit- no meio extracelular e aumenta seu pH.

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Equilíbrio energético O equilíbrio energético pode ser obtido através da:

Alimentação parenteral A alimentação parenteral, seja hipercalórica, seja hiperprotéica, administrada através das veias, foi introduzida na prática da medicina em 1968 pelo dr. Dudrick e seu grupo, que estudaram e desenvolveram esse método de administração de nutrientes que pudessem suprir rapidamente as necessidades do organismo. Esses autores verificaram que com esse método era possível obter rapidamente o equilíbrio nitrogenado, o anabolismo protéico e o estímulo do crescimento dos organismos jovens, acelerando a cicatrização das anastomoses e das feridas em geral. — Administração dos nutrientes: os diversos nutrientes (calorias, proteínas, sais e vitaminas) devem ser administrados simultaneamente e de modo contínuo durante 24 horas, mantendo-se as proporções naturais do corpo, isto é, uma relação de 25 cal/g de proteína ou aminoácidos administrados de tal forma que obtenham a síntese protéica adequada, pois se administrados isoladamente ou em doses inadequadas os aminoácidos são desarrumados e utilizados para a produção de calorias. As transfusões de sangue e plasma também fazem parte da alimentação parenteral, pois possuem inúmeros micronutrientes essenciais que não se encontram disponíveis de outra forma; hoje o único meio de fornecê-los é através da administração periódica de sangue ou plasma. — Locais de administração: geralmente a nutrição parenteral é aplicada através de cateteres colocados nas veias centrais (por exemplo, a veia cava superior) e, quando se estima que essa alimenta- | cão deverá ser utilizada por um período mais prolongado, utilizase a veia subclava. A utilização da alimentação parenteral sempre envolverá riscos de possíveis infecções graves, bem como a ocorrência de hemotórax, hemomediastino e pneumotórax. E necessário que todas as pessoas que dependem da alimentação parenteral mais prolongada sejam submetidas periodicamente, como rotina clínica, a controles laboratoriais e radiológicos.

Possíveis complicações da alimentação parenteral Como a nutrição parenteral é efetuada por um meio invasivo, ;ilravés de cateter, freqüentemente ocorrem contaminações decori entes das soluções empregadas, sendo mais freqüentes em crianças de baixa idade quando se empregam aminoácidos cristalinos e mais i aro quando se utilizam hidrolisados protéicos. Por esse motivo, l'aintuch, em 1974, propõe a troca do cloreto de sódio proposto em l%8 por Dudrick pelo bicarbonato de sódio na solução nutritiva. Recentemente surgiram fórmulas mais atualizadas de aminoácidos sob a forma de acetato, que substituem o uso de bicarbonato de sódio sem contra-indicações ou efeitos colaterais. Outras complicações metabólica são a hipofosfatemia acompanhada de discreta hipocalcemia, que geralmente se manifestam nlravés de uma acentuada fraqueza muscular generalizada, que pode ser diminuída clinicamente com a adição de fosfato plasmático nas soluções dos nutrientes a serem aplicados via parenteral. É freqüente o coma hiperosmolar, que resulta do aumento dos níveis glicêmicos nos portadores de diabetes, nos que possuem poui ;i tolerância à glicose e nos que são acometidos de algum forte proi esso infeccioso. Outra complicação pode ser a síndrome da deficiência de ácidos r i a x o s , provocada pela prolongada administração de nutrição jMienleral carente de ácidos graxos poliinstaurados em sua formula(,.!(). Os sintomas dessa deficiência são alterações na cicatrização, alterações dermatológicas, hemorragias freqüentes e queda de cabelo. Recentes pesquisas têm revelado que doentes submetidos ànuN i> .10 parenteral prolongada podem apresentar também a síndrome i Li deficiência de zinco, cujos sintomas característicos são diarréias .r.snciadas a lesões cutâneas, alterações na cicatrização de feridas, n.niscas e vômitos. Hm resumo, as principais complicações da alimentação parenfcul são: 1. Causadas pelo cateter: embolia do cateter, hemotórax, heiiiniiiediastino, infecção, perfuração cardíaca, pneumotórax. 2. Causadas pelas solução nutriente: septicemias. .}. Causadas pelas complicações metabólicas: acidose metabólica, l i i | H 11'liccinias, hipofosfatemia, hipopotassemia; síndrome de deliciên. i i ile ,ieidos graxos essenciais, síndrome da deficiência de zinco.

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Desnutrição Alterações bioquímicas causadas pela desnutrição Quando existe um quadro de deficiência alimentar crônica, como em situações de pós-operatório ou queimaduras graves, poderá ocorrer um déficit do balanço de nitrogênio, com perda de lipídios e proteínas. Quando essas perdas ocorrem durante períodos prolongados, podem conduzir o organismo a um estado de desnutrição acentuada, que geralmente tem conseqüências bastante graves para esse organismo como um todo, e deve ser feito o tratamento lento, através de uma dieta hipercalórica e hiperprotéica via oral, com uma complementação eventual de nutrição parenteral quando se torna necessária a rápida correção do estado de desnutrição, mas que será devidamente prescrita pelo clínico. Em resumo, as principais complicações da desnutrição são: 1 — Enfraquecimento dos músculos com acentuada diminuição da força muscular. 2 — Diminuição da tolerância à administração de água e sódio. 3 — Diminuição da tolerância a modificações da volemia. 4 — Pouca produção de enzimas para os processos normais do corpo. 5 — Pouca resistência orgânica às infecções. 6 — Déficit renal de concentração, devido à diminuição da osmolaridade da medula renal. 7 — Outras alterações bioquímicas, como: — Diminuição da densidade óssea (osteoporose). — Diminuição de hematócrito. — Diminuição do líquido intracelular e aumento do líquido extracelular (edema). — Hiperpotassemia. — Hipoglicemia. — Hipoproteinemia. — Hipocolesterolemia. — Hiponatremia (hipoosmolaridade).

O QUE DEVEMOS COMER E BEBER A infinita inteligência do universo se manifesta desde o macroc osmo até o microcosmo; assim como o universo foi criado a partir i K- gigantescas explosões que deram origem a constelações, galáxias c nebulosas, o mesmo se processa no interior do corpo humano, onde ns impulsos de inteligência operam múltiplas transformações de fusão do material genético dentro de um embrião gerado por um ato de amor e desejo dos pais. Dessa forma, surgimos de uma mistura de compostos químicos como açúcar e ácido nucléico, cujas reações ir i n uma complexidade suficiente que codificou toda a inteligência derivada do amor e do desejo que nossos pais imprimiram na priii u-i rã célula no DNA, que, embora microscópico, nele está impres'.!> o código genético que contém o nosso destino, que em última •m.ilise é uma transformação que provém da matéria bruta denomiii.nl.i alimento. Esse ato sublime de ingerir e assimilar alimentos, n.msfbrmar seus nutrientes e componentes químicos para que pos•..nn entrar em nossas células e fazer parte de nós, deve-se a uma mii-ligência superior que opera constantemente através de um ato i liíiinado criação, cuja complexidade e poder organizador transforIM.i n alimento em seres humanos e em todas as criaturas da Terra, l M . | >ai ando-os para que participem do seu destino. As pessoas que se alimentam mal, com pressa ou com exagero • KliH> atuando de uma forma inconsciente e irresponsável com seu • w pó, que afinal é o templo pelo qual devem zelar. Assim, violando • . l' .respeitando as leis naturais e o fluxo natural da organização • l" processos biológicos que operam em canais predeterminados, luas disfunções orgânicas podem acontecer associadas aos maus i ' i i ü i n s alimentares. Assim, as doenças em geral são provenientes de lima alimentação irracional ou de uma supernutrição que acaba dei-

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xando como resíduos substâncias estranhas que se instalam no organismo especialmente no baixo ventre. Diariamente recebemos uma infinidade de informações alimentares, algumas dos fabricantes de alimentos, outras têm por objetivo a prevenção de doenças, mas todas devem ser desconsideradas quando se consegue perceber que as células do seu corpo somente querem que lhes seja fornecida dia a dia uma pequena quantidade de vários nutrientes para suprir suas necessidades energéticas, pois o corpo é inteligente e sabe o que é bom para ele. Essa inteligência deverá ser canalizada através de uma decisão consciente de adotar hábitos alimentares salutares e corretos para que os riscos da má alimentação desapareçam, o que ocorre quando o organismo ganha peso partindo de pequenos ajustes na quantidade de comida ingerida e da forma inversa o mesmo ajuste atuará na direção oposta, provocando o emagrecimento. Adotando uma postura mental de ajuste racional, a qual respeita principalmente a inteligência do corpo, ninguém precisará de dietas espetaculares ou dos conselhos de nutricionistas para alimentar-se corretamente, de acordo com as necessidades do seu corpo; hábitos novos que apontem nessa direção valem mais do que qualquer conselho. Os poucos conhecimentos que temos sobre alimentos e nutrição vêm do estudo de estados fisiológicos anormais, feitos através de experiências de laboratório em que se utilizam cobaias que são deixadas sem comida até que apresentam alguma deficiência, ou do acompanhamento e observação de pessoas portadoras de doenças. Dessa forma se obteve a informação de que as células selecionam somente a parcela de alimentos de que precisam para seu crescimento. Quanto mais um alimento é indigesto, mais o corpo deve trabalhar para digeri-lo; assim, se ingerimos qualquer alimento, devemos esperar que ele esteja suficientemente digerido para poder ingerir outros alimentos, pois de outra forma sobrecarregamos o bom funcionamento do estômago. O homem geralmente não observa o jejum prescrito pela natureza, como, por exemplo, onde o inverno é rigoroso, hábitos alimentares completamente errados são adotados porque se esqueceu de observar a natureza. No frio a digestão se torna mais difícil, portanto deve-se comer menos seguindo o exemplo, da maioria dos animais selvagens, entre os quais o urso que simplesmente não se alimenta no inverno, pois permanece "hibernando"; no entanto, a opinião po-

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pular aconselha comer muito no inverno, especialmente comidas gordurosas, pois é comum as pessoas pensarem que esses alimentos MIO melhores para suportar os rigores do inverno. Isso é um erro, pois assim se introduz no corpo uma quantidade considerável de substâncias que são semidigeridas, e não oferecem ao organismo condições de aproveitá-las de imediato pelo processo da assimilação e acabam sendo depositadas primeiramente no baixo ventre e junto com elas estarão instalados todos os germes das doenças que .iparecem quando a primavera chegar. As refeições devem ser ingeridas com calma, num ambiente iranqüilo e arejado; infelizmente, nos nossos dias raramente observamos essa regra, de modo que quase não prestamos atenção ao alimento que ingerimos e, como não podia deixar de acontecer, aos poucos somos acometidos de problemas gástricos. Transcrevemos a seguir algumas recomendações do dr. Deepack Chopra, retiradas do sni livro Conexão saúde, que, como ele diz, embora não sejam recomendações oficiais nem científicas, tem a certeza de que os médicos i nticordam com elas. Os pontos que enumera possuem, em comum, pieparar o corpo e a mente para se unirem num fluxo de inteligência i|iic, uma vez estabelecido, só nos resta desfrutar da boa saúde. Os vários pontos são: "l. Prestar atenção aos alimentos. 2. Parar por um momento diante da comida, ficando em silêncio, i Ir modo que a consciência absorva a refeição com tranqüilidade. 3. Comer somente quando tiver fome; não comer se não tiver «me. 4. Abster-se de comer se estiver contrariado; seu corpo estará melhor assim. 5. Comer devagar, mastigando bem os alimentos. (•>. Usufruir de companhia agradável à mesa e elogiar sempre i|uc possível o cozinheiro. 7. Evitar comer na companhia de pessoas que o irritam ou perh i i h a m e, na medida do possível, fazer as refeições na companhia de ,imi,",os ou membros da família." ()s nossos ancestrais sempre tiveram nos seus costumes uma | M i ' . i u r a de agradecimento, quase reverência e respeito, pelo alimenin'. que recebiam, considerando um bom sinal do céu quando a colheita e a comida eram fartas. Em reconhecimento eram celebradas

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ilas esposas sobre os filhos, sobre o andamento da casa ou problemas com a empregada, etc., e as esposas ouvem as reclamações dos maridos sobre os negócios que vão mal, sobre problemas na empresa, sobre dificuldades de relacionamento com os colegas ou superiores, etc. H se não bastasse isso, ainda temos a influência dos efeitos perniciosos que a televisão proporciona ao invadir nosso espaço no chamado "horário nobre" (deles), martelando nossa mente com novelas, que apresentam mais problemas emocionais, seguidas de noticiários que só apresentam todas as desgraças que ocorrem pelo mundo, e ainda lemos os intervalos comerciais, que quase sempre são transmitidos K >m um considerável aumento de volume, quando não trazem inseridas mensagens subliminares para influenciar nossos filhos e parentes a eonsumir este ou aquele produto. Dentro desse quadro caótico não há estômago que agüente. Deixando o ambiente onde são feitas as refeições, tratemos do assunto que é mais importante para nós, que consiste em saber como se deve evitar a supernutrição, pois desta deriva a doença, mesmo i|iie a maioria das pessoas seja indiferente ao que come, de que forma come e em que lugar come, mesmo. De acordo com o que dissemos, quando se come ao ar livre, digere-se mais facilmente que quando se come em recintos fechados, pois ao mastigar absorvemos lambem ar puro que opera de um modo diverso na digestibilidade dos alimentos do que o ar corrompido de um ambiente fechado. Em gei ai, os alimentos mais fáceis de digerir são sempre os mais proveitoMIS para o corpo, evitando-se assim a supernutrição. Da mesma forma, todos os alimentos que em seu estado natural nos apetecera são lambem aqueles que são mais fáceis de digerir e nos fornecem mais energia vital que os outros; especialmente aqueles que alteramos •.na substância natural através do cozimento, pelo tempero ou adi« imiaiido produtos que retardam a sua transformação ou decomposi',.m como colocá-los em salmora, defumá-los, secá-los ao sol, tornam se mais difíceis de digerir. Muito se fala em revistas e livros sobre dietas e a forma correta
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