Crónica de D.João I

June 11, 2019 | Author: mts.sofi | Category: Portugal
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Análise e resumo da Crónica de D.João I...

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Crónica de El-Rei D. João A Crónica de D. João I foi escrita por Fernão Lopes, por volta de 1450, e constitui, após as crónicas de D. Pedro e de D. Fernando, a terceira e mais perfeita das três grandes crónicas compostas pelo primeiro cronista régio. Esta crónica, impressa pela primeira vez em Lisboa, em 1644, foi deixada incompleta por Fernão Lopes, sendo de sua autoria a primeira (o interregno entre a morte de D. Fernando e a eleição de D. João I) e a segunda parte (o reinado de D. João I até 1411), não se sabendo se terá legado manuscritos para a terceira parte, redigida pelo seu sucessor, Gomes Eanes de Zurara, conhecida como Crónica da Tomada de Ceuta. É no prólogo da Crónica de D. João I que o cronista expõe o seu objetivo e método de historiar inovador. O seu desejo é "em esta obra escrever verdade sem outra mistura", para o que faz concorrer toda a gama de documentos possível, desde narrativas a documentos oficiais, confrontandoos entre si para assegurar a veracidade dos registos existentes. Ao mesmo tempo, esta crónica estabelece, de certa forma, o ponto de chegada das duas crónicas precedentes, na medida em que estas preparam os acontecimentos que culminam com a sublevação popular e consequentemente, com a entronização de D. João I. A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo de Lisboa. Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição do Mestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação do doutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontade da população. Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação de retratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se na composição de uma personagem coletiva, o povo, verdadeiro protagonista que influi sobre o devir dos acontecimentos históricos. Na segunda parte, o ritmo narrativo diminui, tratando-se agora de reconhecer o rei saído das cortes, e é de novo pela ação do povo que a glorificação do monarca é transmitida, como, por exemplo, no modo como o acolhe a cidade do Porto. Um outro momento de maior relevo é consagrado, nesta parte, à narrativa da Batalha de Aljubarrota, embora aí não ecoe o mesmo tom de exaltação com que, na primeira parte, colocara em cena o movimento da massa popular. Fernão Lopes Fernão Lopes escreveu sobre a história do País desde as origens até à época em que viveu. Foi apelidado de “pai” da história de Portugal. Cronista-mor do reino de D. Duarte, foi incumbido de relatar as histórias dos reis anteriores e os feitos do rei D. João I Nascido por volta de 1380 numa família humilde de Lisboa, Fernão Lopes viveu uma das épocas. A sua obra como cronista decorreu: - durante o reinado de D. Duarte,

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a regência do infante D. Pedro:

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a aposta de Infante D. Henrique nos Descobrimentos.

mais importantes da história de Portugal. Fernão Lopes conta os acontecimentos na primeira pessoa. E interpreta-os. Da sua história de vida retira-se, pelo menos, um ensinamento. Para progredirmos, só temos dois caminhos: ou o esforço ou o esforço. Fernão Lopes conheceu muitas alterações políticas e sociais durante o seu longo período de actividade: assistiu à sucessão de D. João I por D. Duarte, viu crescer o poder feudal dos filhos de D. João I, testemunhou a guerra civil que sucedeu à morte de D. Duarte, testemunhou a insurreição contra a rainha viúva D. Leonor, testemunhou a eleição e, mais tarde, a queda e morte do infante D. Pedro na batalha de Alfarrobeira. Assistiu ainda ao início da expansão ultramarina. Segundo documentos históricos, Fernão Lopes foi: -

- guarda-mor da Torre do Tombo e escrivão de D. Duarte,( o TOMBO era um arquivo / cartório localizado numa das torres do castelo de Lisboa. ) Redigiu a crónica dos sete primeiros reis de Portugal, além da crónica de D. Pedro, D. Fernando e parte da de D. João I.

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Homem de confiança e secretário particular do infante D. Fernando;

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O Fernão Lopes distinguiu-se por descrever os factos históricos com imparcialidade e rigor.

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Recusa-se a deixar-se corromper pelo facto de ser português.

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Evidencia-se ainda por dar voz ao povo nas suas crónicasO Fernão Lopes torna a sua crónica ainda mais viva e narrativa com diálogos entre personagens e frases exaltadas, que pretendem gerar sentimentos no leitor, e utiliza sempre uma linguagem simples.

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