CRATO, Nuno - O Eduquês Em Discurso Direto - Uma Crítica Da Pedagogia Romântica e Construtivista (Ed. Gradiva, Portugal)

April 4, 2019 | Author: Rudy Souza | Category: Portugal, John Dewey, Ciência, Sociology, Pedagogy
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Neste livro, o autor, um português, faz duras críticas às pedagogias mais recentes, baseadas em ideologia, sócio-constru...

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O «EDUQUÊS» EM DISCURSO DIRECTO Uma Crítica da Peagogia Romântica e Construtivista

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© Nuno Crato/Gradiva Publicações, S. A.

Revisão de texto: Maria de Fátima Carmo Capa: Armando Lopes Fotocomposição: Gradiva Impressão e acabamento: Multitipo -Artes Gráficas, L.ª Reservados os direitos para Portugal por: Gradiva Publicações, S. A.

Rua Almeida e Sousa   r/c esq  - isboa Telef     - Fax     Dep comercial: Telefs    / - Fax     geral@gradivamailpt / wwwgradivapt  edição: Fevereiro d   • edição: Setembro de  Depósito legal n  / ISBN: ----

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Editor: Gulherme Valente

Uma versão reimiar deste traalho oi aresetada um ecotro sore educação romovido ea Sociedade ortuguesa de Matemática, em Caaride. O ivro-sítese das iterveções e deates desse ecotro, icuido uma versão muito code sada deste teto, sairá em reve a coecção SM/Gradiva com o títuo  Ensino a Matemática: Recuperar o Tempo Perio

O autor ão é resosáve eos erros de sitae das cita ções. Os etractos são iemete reroduzidos, matedo-se os erros, as amiguidades e as rases iiteligíveis de agus dos tetos origiais.



ln dic Diagnóstico da situação                                  Cultua e conhecimento face a cultua popula fagmentada................................................................................  Disciplina   A polémica dos exames   A destuição do cuículo e dos conteúdos cuiculaes   Competências, contextualização e apendizagens significativas............................................................................  A teoia das competências conta os conteúdos   O fascínio pela motivação e pelas aplicações conta o teino e os autoatismos.........................................................  Romantismo e aogância constutivista   Ensino da matemática.......................................................  A tabuada e a motivação   Dogmatismo constutivista e omantismo ousseauniano  Algumas conclusões    Recomendações bibliogáficas Índice onomástico ............................................................. 

Devido aos curiosos métodos de ensino da Escola Expe rimental, não se aprendia muito Francês nem Matemá tica nem Latim ou coisas desse tipo; mas aprendiase muito sobre a maneira de passar despercebido. C. S. Lewis, As Crónicas de árnia   rono de Prta 1953.

Não é possível perceber o que se passa na Educação em Porugal sem conhecer um debae de deas  umas vezes surdo, ouras agressvo  que dvde a opnião públca, cria desconforo enre profssonas de educação e paua omadas de posção de políicos e decisores. De um lado, surgem pessoas, deas e audes que êm do um papel domnane na políca educava. Ideias que habualmene se denfcam, nem sempre de forma correca, com a «escola moderna», com o «ensino pro gresssa» ou com o «ensno cenrado no aluno». Ideas que se esendem por váras áreas polícas, que veram uma influênca crescene no Minsério da Educação ao longo dos anos 80 e 0, que, porano, vngaram sob a acção de governanes de pardos ão dversos como o CDS/PP, o PPD/PSD e o PS. Ideas que êm smpaias em odos esses pardos e nouros. Do ouro lado surge uma opnão pública difusa, que se manfesa desconene com o esado acual da educação e que em a noção nuiva de erem sido os eóricos da pedagogia dia moderna a conduzrem à siuação presene. 9

Nessas opiniões críicas incluemse vozes ingénuas ou menos sofisicadas, como as que acusam as «Ciências da Educação» no seu odo, sem perceberem que a pedagogia é necessáia, que a reflexão pedagógica é imporane e que a invesigação pedagógica é imprescindível para ulrapassar os problemas do ensino. Nas opiniões críicas incluemse ambém professores e inelecuais que discordam dos exage ros da ideoogia pedagógica dominane. Umas vezes, essa discordância incide sobre aspecos reaivamene secundários, como a inguagem herméica seguida por muios eó ricos da pedagogia. Eses são enão acusados de falarem «eduquês»  um nome casiço e feliz que o enão minisro Marçal Grilo usou para classificar essa linguagem esoérica. Ouras vezes, a discordância é mais profunda e em raízes na deecção, mesmo que inuiiva, de ideias pósmodernas, consruivisas e românicas que êm influen ciado a educação. No enano, apesar dessa consciência, a críica ideológica em sido dispersa e essencialmene limiada a inervenções em conferências e na imprensa. Pessoas como nónio Barreo, Jorge Buescu, José Manuel Fernandes, Carlos Fiolhais, Maria Filomena Mónica, João Queiró, Guilherme Valene e ouras êm inervindo sisemaicamene em debaes e em arigos dados à esampa no Públc, no Ex e nouras publicações. nálises parce lares êm sido apresenadas por Luís Valadares Tavares e ouros. Um livro de Mihá Ribeiro apresena um relao  Ve o ecete Melho Eudo d Meátic e Potugl

policopiado, Ob seatio de Pospectia da Egehaia e da Tecno logia, ulho de 2005 

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pessoal e emotivo Um estudo da polémica de divulgação pública dos esultados das escolas (k) fi ecente mene publicado po David Justino s intevenções anteroes mais extensas paecem limarse, no entanto, a um lvo de Maia Flomena Mónica de 1.  inspiado, entetano, toma contacto com o debate processado nou ros países, nomeadamene nos Estados Undos, onde Chall, Hirsch e Ravitch, ente outos, têm feito uma cítca sistemá tica à pedagoga dta pogessista No Reno Undo, tem sdo desenvolvido um debae semelhante, nomeadamente  Gabriel Mithá Ribeiro, A Pedagogia da Avestruz isboa, Gradiva,

2004. Ver ainda Santana Castilho, Manifesto para a Educação em Portuga Cacé, Texto, 1999, e Ri Baptista,  Leito de Procusta Crónicas sobre o Sistema Educativo isboa, SNP, 2005  David Jstino, o Siêncio Somos odos Iguais, isboa, Gradiva, 2005. 4 Maria Fioena Mónica, s Fihos de Rousseau Ensaios sobre os Exames isboa, Relógio D' Ága, 1997.  Ver, por exeplo,  a listage esagadora da investigação peda gógica epírica qe desonta o efeito do ensino centrado no alno no livro da grande pedagoga norteaericana Jeanne S Chal, he Academic Achievement Chaenge What Reay Works in the Cassroom Nova orqe, Gilfrd Press Ver a claríssia síntese crítica e E D Hirsch, he Schoos We eed and Why We Dont Have hem Nova orqe, Dobleday, 1999. Ver ainda a docentada história do debate norte -aericano e Diane Ravitch, Left Back A Century of Battes over Schoo Reform Nova orqe, Sion & Schster, 2000. 6 É interessante, por exeplo, o insspeito estdo de qe foi nspectorChefe das Escoas tanto e governos de John Maor coo de Tony Blair: Chris Woodhead, Cass War he State of British Education ondres, ttle, Brown, 2002.

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por Woodhad  OHar, al como m França, ond pro fssors do scundário  superior s êm manifsado conra o «poliicamn corrco» pdaggco,  m Espanha, ond sobrssam os rabalhos d Quinana Cabanas, profssor d pdagoga muo críico da corrne românica Qum quira prcbr os conornos  as raízs da polémica m, no nano, grands dfculdads, pois as dias aprsnams disprsas  não é fácil nconrarlhs uma linha d rumo  uma corênca. O prsn o prnd dscorinar, por drás d posiçs avulsas  documnos confusos, algumas das das essnciais qu aparcm assocadas a ssa corrn pdaggca d inspração psmodrna  românca. s razs dsa classicação são claras.  corrn m uma inspiração psmodrna, pos sublinha a nrvnção, a nrpração  o procsso, não os facos, os currículos, 7 A extensão do debate em rança, mesmo que parcial, pode ser

avaliada no livro da Commission du Débat National sur l' Avenir de l' École, Les Français et eur écoe: e miroir du débat aris, Dunod, 2004. Um texto crítico interessante é o de Eizabeth Altschull, Lécoe des ego: contre es gourous du pédagogiquement correct» aris, Albin Michel, 2002. Outro, com o interesse adicional de ser centrado na matemática, é o de Stella Baruk, Si   : quees mathématiques pour écoe aris, Odile Jacob, 2004 Os documentos de aurent aforgue e as referências que este aponta são também muito esclarecedoras ( http:.ihes.fr/lafforgue)  Ver, por exemplo, José María Quintana, La Educación Está Enferma: Informe Pedagógico sobre a Educación Actua Valência, Nau Llibres, 2004.

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os conúdos  os rsulados ducavos. Dscrê da obj cvdad, da capacdad d aprndr a raldad  da possb ldad d o conhcmno cníco chgar a concluss, anda qu qusonávs  possvlmn provsras.  s nconra a ra do dspro plos conúdos cnícos  procssos cognvos, a par da arrogânca consruvsa, qu magna os alunos capas d crcar  consrur conh cmno a parr do nada.  corrn m uma nspração românca, não por propagar das lunácas  ao madas  qu muas vs são, d aco, lunácas  aolmadas , mas porqu s nquadra num movmno losco  pdaggco anraconalsa qu m JanJacqus Roussau ( 11218)  ouros como prcursors.  9 É curioso notar, por exemplo, que António Sérgio (131969)

considerava ousseau « mais sinistro dos autoritários» Ensaios, isboa, Sá da Costa, 1971, vol 1, p 201) e pensava que o «erro de Emílio, em poucas palavras, foi o individualismo sentimental,  ro mântico e desagregativo», como escreveu em 1917 No entanto, no prefácio que redigiu para uma selecta do Emio por si organizada Emíio, isboa, Inquérito, 1940) é muito menos mordaz, como aliás compete ao prefaciador de uma o bra que se pretende lida Sérgio é um dos intelectuais portugueses mais influentes da primeira metade do século  possivelmente o mais influente entre os opositores ao regime de Salazar oi discípulo de Claparde no Instituto Jean-Jacques ous seau, em Genebra, e figura central no movimento Educação Nova Muitos estudiosos consideram-no precursor das teses românticas, mas Sérgio é muito mais complexo do que isso, como mostram as duas breves referências acima As críticas políticas e pedagógicas de Sérgio a ousseau são semelhantes às de outros pensadores, nomeadamente às de Isaiah Berlin, no seu Rousseau e utros Cinco Inimigos da Liberdade isboa, Gradiva, 2005

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Paa meho se pecebe que este epíteto está onge de se abitáio, vejamos o ue diz, po exemplo, o Phl hcl Dcy0 de aio Bunge: «Romantismo. ovimento cutua complexo que começou com Vico e Rousseau e cuminou com Hege. Pogessivo na ate, etgado na fiosofia e ambivaente na poítica. Caac teísticas pincipais: iacionaismo, obscuidade, hoismo, desegamento, subjectivismo, misticismo, excesso, nostal gia, desejo de associa a histia natua (e não a ciência) à fiosofia, à eigião e à ate.» Não é s a influência de Rousseau na pedagogia dita modena que a associa ao omantismo (como coente inteectua e não estética, cao): são muitas outas das suas caacterísticas «etgadas na osoia » , nomeadamente o epúdio da tadição acionaista cítica, o despezo pea cu tura clássica, a defesa do pedomínio da natueza, o apelo à espontaneidade em detimento do intelectualismo e a des vaoização dos conteúdos e do conhecimeto substantvo. O epíteto «omântico», aiás, não é novo em pedago gia teica. Vejamse, po exempo, os textos sobe a «escoa centada na ciança» de G. Staney Ha (1844 1 924) ,  pofesso de ohn Dewey ( 1 85 919 52 ) em ohns Hopkins, e de outos. Tampouco as ideias associadas à   Amherst, Promethes Books, 2003, tradção nossa  G. S Hall, «The ideal school as ased on child study», Forum

32-24, 1901.  V. Diane Ravic h, Left Back A entury of Battles over School Reform Nova Iore, Simon and Scser, 2000, secção «Romantic Pedagogy Versus te Academic Cricm»,  69.

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pedagogia omântica são novas. lém da efeência natual a Rousseau, cuja obra pedaggica Éml data de 12, o repúdio dos currículos e a sua substituição po projecos, assim como quase odas as ideias da dia escola modena, emontam a intepetações dogmáticas de Dewey e de ouos, mas sobeudo a William Head ilpatick ( 1 8 11 9 5) e às suas propostas expressas no célebe ensaio « The poject method» ( 1 9 1 8 ) . Vale a pena le alguns dos documenos destes pensadoes para ecebe que a «escoa nova» va pouco além dessas poposas velhas. tes ainda de inicia a análise, são necessárias algumas precauções meodolgicas. m pimeiro lugar, ã há um gu m um t ftmt hmgé qu m  tmd cm bjct ufm d tud. Há ideas difeetes e muas vezes contradiias. as há, como veemos, um conjuto de ideiaschave que foam defedidas umas vezes po uns, ouas po ouros, umas vezes expressamene, outas de forma subentendida, e que 3 Muitas vezes, a influência de ousseau é inconsc iente ou mesmo

negada, mas nem por isso se torna menos importante. Ver, por exemplo, António M. Magalhães e Stephen  Stoer, rguhosamente Fihos de Rousseau orto, rofediçes, 199, e A. eis Monteiro, História da Educação: Uma Perspectiva orto, orto Editora, 2005 Segundo este último, « É mie é [ . . . a obra-prima da história do pensamento pedagógico, talvez o texto fundador da pedagogia moderna' » (p . 57 )  Como sempre, h á qu e distinguir os pensadores do s seus leitores apressados. Dewey, por exemplo, reconhecia que «o perigo da nova educação está em considerar as forças e interesses da criança como coisas de significação definitiva» (John Dewey, he Chid and the Curricuum University of Chicago ress, 1902, -10)

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estão subj acentes ao essencia do discuso educativo domi nante. O objectivo deste estudo é pecisamente caactei za essas ideias e mosta agumas das suas impicações. m segundo uga, este texto cd b  d x, mesmo ue ma, e ue taduzem infuências ue consideamos eneas e pejudiciais. Não constitui um estudo empíico nem uma síntese dos esutados ou das influências páticas das ideias. Quando foi apesen tada pubicamente uma pimeia vesão deste tabaho, houve uem o acusasse de se imita à etica. Pois é de facto disso ue aui se tata. stáse a anaisa a etica, ou seja, os conceitos expessos po paavas. s ideias ue citicamos são sempe apesentadas sem estudos empíicos nem dados científicos ue as sustentem. São ideias epetidas à exaustão em discusos intepetativos, apesentados numa espia discusiva centada em si ppia. Po isso, a cítica da etica é uma taefa muito impotante. São as ideias ue iniciam ou impedem as mudanças e são eas ue justificam as páticas. m teceio uga, m-  cçõ  ubl hm-  d, o ue não é fáci, pois eas têm de se descotinadas, paa não dize adivinhadas, ao ongo de eituas epetidas e pacientes. Como se tonaá cao ao ongo deste texto, uma das caacteísticas mais macadas do duquê é a fata de caeza. O ponto meece se subinhado, pois essa confusão evease na atonia do discuso, na mistua de ideias e na incapacidade paa expimi caamente o ue se defende. Há anos, ea hábito binca com as dicotomias dos ditos popuaes, anuandoos. ssim, po exempo, en 1

quato um conhecido ditado afimava que a saúde é mais vaiosa do que o diheio, ioizavase dizedo que « mais vae te saúde  diheio do que se doete  pobe» . Da mesma foma actuam os ossos duqu que se esqui vam sempe às dicotomias, po exempo, dizedo que é meho a discipia cosetida do que a idisciplia po vocada pea autoidade, ou que ão são desejáveis os exames epetitivos que apeas fazem apeo à memoiza ção. O pobema, cao, é se é meho a discipia do ue a idiscipia, se se dá pioidade ao coseso sobe a dscipa, se se ejeita po picípio a autoidade e assim po diate. Ou seja, o poblema está as cotadições. s atiomias têm de se efetadas: devemse ou ão se devem faze exames? azedoos, é possível evita o apelo à memoização? Todo o apeo à memoização é egativo? stes pobemas devem se ecaados de fete, mas aamete o são.  impotate te pesete este aspecto etico quado se êem agus textos.  ecusa das atiomias ão é, evidetemete, euta. o se dize, po exemplo, que ão se petede o imobiismo que pode se causado peo autoitaismo cego (alguém o deseja ? ) ão se está a dize ada de peciso, mas a codease impictamete a auto idade o execício da discipia. Paa aaisa agus textos é ecessáio faze este execício de igo aaítico, quase exegético, pois aos são os mometos em que as teses são caamete apesentadas. m quato uga,  qu m ã  d  ã   . Há quem defenda de foma cosciete e assumi da as ideias citicadas este esaio. Mas são eativamen 1

te aos os que o fazem. E há quem po vezes defenda ou apesente cetas ideias de foma pouco consciente, apenas peo facto de eas teem sido tão epetidas e episa das que paecem ugaescomuns. Não nos ineessam as pesonagens ou as suas convicções, mas sim as ideias. Tampouco inteessam, em gea, os autoes dos textos citados. dmitimos que possam esvaa expessões infe izes da pena deste ou daquee auto, sem que quem as esceveu as defenda ao imite. Mas é impotante ve, no imite, aonde podem eva as ideias expessas. equentemente, em debates sobe educação, os inteocutoes sentem que atibuem à ideia que apesen tam uma intepetação difeente daquea que é citicada. Paa da um exempo, efiase o estafado «ensino centado no auno» que, paa muitos, é viso apenas como uma vontade de educa o jovem tendo atenção às suas capacidades e gostos, ao invés de o obiga a apende as matéias sem consideação peas suas necessidades futu as, peo seu desenvovimento ou peos seus gostos e caacteísticas. Todas estas peocupações são ouváveis, mas com a modeação de não as tona centais, ou seja, de não pemiti que se esqueçam os objectivos e coneú dos cuicuaes, e tudo o que o jovem necessita paa se chamado a uma vida activa cítica e infomada. No entanto, o «ensino centado no auno» tem uma oigem e um conteúdo bastante pecisos em peda  Apesar de haver antecedentes, como á se mostrou, a expressão foi

soretudo difundida a parti da pulicação da ora de H. O. ugg, he ChidCentered Schoo Nova Iorque, orld Book Company, 192.

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gogia. Tatase da vesão modena de um peceito de Rousseau e de outos, que ecomenda deixa desenvolve o jovem sem «intefeência tianizante do indivíduo adulto», paa cita um pensado potuguês devidamente efeenciado mais adiante. O desenvolvimento live do educando, seguindo apenas os seus inteesses e gostos, desembocaia no adulto live e fomado. Muitos dos que falam em «ensino centado no aluno» epudiam esta visão extema. Mas todos deveos se confontados com a oigem e significado desta e doutas expessões, de foma a temos cuidado com o seu uso e, sobetudo, de foma a podemos dialoga conscientes do significado das ideias.  esse o nosso pincipal objectivo.

6 Ver uma discussão em edro Sales uís osário e eandro

S. Almeida, «eituras construtivisas da aprendizagem», in Guilher mina obato Miranda e Sara Baía (orgs., Psicoogia da Educação emas de Desenvovimento Aprendizagem e Ensino isboa, elógio D' Água, 2005 , pp. 1 4 1-1 65.

1

Diagnóstico da situação té há pouco tempo, podeia dizese ue um dos temas geadoes de mais aceso debate púbico ea o diagnstico da situação do ensino. nuanto patica mente todos os agentes sociais se peocupavam com a situação, os esponsáveis diziam ue os aames esuta vam de uma anáise enea, uando não de uma tenta tiva encapotada de povoca o egesso ao ensino eitista do passado. Comecemos po uma das mais caas e espantosas decaações escitas e publicadas: Não tenho nada uma visão miseabilista da nossa escola básica e, pemitamme que afime, que os indicadoes de pefomance ou outos indicadoes estatísticos, que nos colocam em posições compaativamente desfavoáveis com outos países, não me petubam nada, emboa alimentem mediaticamente a opinião pública.  que eles epesentam

21

ua fora ão reduora de er a educação ue deixa de lado o ue é erdadeiraene porane e ue se passa na escola Nese peueno país não soos ne elhores ne piores do ue outras regiões da Europa, ou da Coreia ou dos EUA Soos diferenes1 7

Podeia pensase que se tata de afimações de aguém sem esponsabiidades, mas a autoa ea, na atua, pesidente do Conseho Naciona de Educação. Outa esponsáve, desta vez Secetáia de Estado da Educação, dizia numa decaação púbica de 2000: Ora foi possíel aeriguar ue os alunos do  ano são capazes e compreener a ieia principal e um texto ou e ientificar personagens e elementos centrais a nar rativa as ê dificuldade e utilizar ocabulário di

versificado e e idenificar ensagens não explícitas, e revela u conhecieno insuficiene das regras de ponuação Por ouro lado, e aeática os esos alunos do  ano] ostra u muito razoável conhe cimento os conceitos e proceimentos as tê u de sepenho enos bo uando se traa da resolução de probleas não roneiros ou de uesões de geoeria itá licos nossos]18

7 Maria Teresa Ambrósio, «Educação para o desenvolvimento»,

in Escoa Diversidade e Currícuo Departamento d a Educação Básica, Ministério da Educação, 1999, p. 34. 8 Ana Benavente, «As provas de aferição ao serviço da organização das práicas pedag ógicas», Púbico, 28 de Dezem bro de 200, p. 28

22

D ond s dduziia qu o nsino não staia tão mal como s podia pnsa. Apnas xistiiam poblmas num nívl cognitivo supio. Ainda m 2002, quando foi dvulgado o Mf   Educçã d Rúblc diigido m spcial ao Psdnt da Rpública, as acçõs oficiais foam ngativas. Sgundo o Ex d 1 d Fvo d 2002, Jog Sampaio «consida o su diagnóstco [do ani fsto] catastofista ' » (p.  ). , sgundo lata um dos pomotos dssa tomada d posição, Pela voz de uma assessora o Presidente da Reública] disse que «não subscrevia diagnósticos de desastre».2º

Igualmnt cuosa é a sgunt acção ao msmo Manfso: Trata-se de um discurso que reflecte os valores da classe média, muito reocuada com o facto de a escola não ser 9 Esta ideia, repetida vezes sem conta pelos ue menosprezam os

automatismos, a memorização e os correlativos treinos preparatórios, mereceria ser mais bem discutida. A fazer fé nos discutíveis estudos divulgados pelo Ministério sobre as provas de aferição, os alunos teriam maior dificuldade nas tarefas mais complexas De onde se deduziria ue é nos aspectos não rotineiros ue se deveria centrar esforços, menosprezando os níveis cognitivos preparatórios. Ora ma ideia não se deduz da outra. É natural ue haa maiores dificuldades nas tarefas mais complexas; de outra forma não seriam mais comple xas .. . É um erro grave deduzir daí ue não vale a pena insistir em ca pacidades cognitivas inferiores. Ver adiante, a secção «ompetên ia s, contextualização e aprendizagens significativas».  Guiherme Valente, «A uestão central da educação>>, Púbico, 31 de Julho de 2004, p. 9

2

hoje um factor de distinção, como era antes do  de Abril [...  os signatários analisam a situação ortuguesa como se Portugal ossuísse tradições de escolarização de um século ou século e meio, como se, entre nós, o rocesso de massificação escolar não tivesse ocorrido num temo extre mamente curto, dos anos  ara cá [... . 21

Nstas dclaaçõs conhcs um agumnto muo ptdo: a massfcação do nsno. Esqucs o msmo agumnto do facto d outos paíss, nomadamn a Espanha, tm alzado um pocsso d massfcação do nsno compaávl ao nosso, mas mas ápdo  com mas sucsso. Sob sto, vjams os dados dos studos TIMMS  PISA. O agumnto é ptdo à xaustão: Tantos zeros e tantas negativas é um sinal de crise no ensino da Matemática? Não me arece. [...  Se se isolar o gruo dos  % melhores alunos da actualidade, obtemos um gruo comarável ao que no temo do liceu [? acedia a estes cursos [ciências e engenharia. Os deseme nhos em Matemática destes  % de alunos não são sensivel mente iores que os do assado.23  António Teodoro, entrevista à Visão, 6 de Junho de 2002,

pp. 1517  Uma síntese clara desses estudos encontra-se no artigo de M uísa A. Ferreira e Pedro J.  de ima «Portugal: Educação em números  Um a perspectiva internacional» in  Ensino da Matemá tica: Recuperar o empo Perdido isboa, SPGradiva, no prelo.  João Pedro da Ponte, «Ü ensino da matemática em Portugal: uma prioridade educativa ? » , Lisboa, NE,  Ensino da Matemática: Situação e Perspec tivas, 2003,

24

pp.

43-44.

Esta ngação pmptóia d sinais d cis é spantosa, mas muito difundida m tomadas d posição antios a 2005. Ptndias msmo idiculaiza o discuso sob a cis no nsino colocando, com ptnsa ionia, a palava «cis» nt aspas. Mas talvz o mais intssant sja tnta pcb o agumnto: a scola não stá mal, pois agoa consgu t um sucsso m  % dos sus alunos compaávl ao sucsso qu antiomnt consguia m quas todos os tudants qu faziam sss xams! E msmo ssa compaação não s nconta dfndida com claza, pois é qualifi cada com «snsivlmnt». Facto cuioso: logo após a nova minista da ducação, Pofssoa Maia d Louds Rodigus, t fito um diagnóstico muito cítico da conjuntua, a msma font consguiu scv o sguint. O ensino da Matemática em Portugal não vai bem.  um dado da exeriência de todos os que lidam de erto com alunos e rofessores e que os resultados dos exames (. ano), das rovas nacionais de aferição (., . e 9. anos) e

 Vejase, por exemplo, Stephen . Stoe e António M. Maga

lhãe s, «As provas de aferição e o desenvolvimento da escola paa todos», Púbico 6 de Janeiro de 2001, p. 24.  No discso de divlgação dos resltados do PISA 2003 na E. S. da Amadora em 27 de Abil de 2005, a ministra reconhece, para srpresa dos qe associavam esse tipo de declaações ao consevadorismo, qe «Ü défice de competências em matemática re velado pelos resltados do PISA é m poblema de enorme gravidade e tem expressão quantitativa consistentemente confirmada pelos re sltados de otras avaliaçes».

25

os estuos internaconas não fazem mas o que corrobo rar Um fenómeno semelhante exste noutros aíses  or exemlo, no estuo PS, Esanha, tála e Estaos Unios têm resultaos semelhantes aos nossos [  é necessário re conhecer que a situação actual os alunos ortugueses tem mutos asectos reocuantes6•

Tm d s bm cbida, é clao, a mudança d posição qu muitos sponsávis  spcialistas, ou ditos spcialis tas, adoptaam, mboa sja lgítimo coloca m dúvida a capacidad d apnsão da aidad po pat dos qu ngaam sistmaticamnt a xistência d poblmas Mas atntmos nas fências intnacionais A xistência d cis gav na ducação m Potugal é uma idia qu os sponsávis ducativos têm d tal foma stigmatizado como sndo uma cítica accionáia  saudosista qu msmo pssoas pocupadas com a ducação matmática fazm afimaçõs como a sguint, pofida numa ntvista.   Mas há um roblema crónico com a Matemática ou não?  N.  á, mas o roblema a Matemátca não é exclu sivamente ortuguês  conveniente sabermos que, a nível eroeu, ele também exste e ecerto não é menor o que no nosso aís27 6 João Pedo d Ponte, «Ü ensino d mtemátic em Potgl>>,

eCiência 28005, p  27  «Vence o inscesso», enteist de Fenndo Nnes  Mi João Mtins, orna de Letras  de etembo de 2002, plemento JLdcção, pp 5

2

Estas últias dclaaçõs são datadas d 2002, ants d o studo PISA t vindo osta coo a situação ducativa potugusa é gav no panoama uopu  intnacional, as já dpois d os sultados do TIS t vlado Potugal no fundo da tabla dos paíss uopus paticipants. As copaaçõs intnacionais , contudo, ostam qu xistm alguns paíss ais avançados qu têm poblmas smlhants. E nossa opinião,  na d muitos studiosos do pobla, isso apnas vidncia a xistência d uma cis d ointação no sistma ducativo  o facto d os nossos poblmas não s dutívis a poblmas d cscinto divados da docatização do acsso ao nso. Cuiosant, paa a idologia ducativa dominant ssa assificação não constitui uma opotunidad paa chama novas camadas sociais à cultua  ao conhcimnto. Vjamos m pomno o qu s tm dfndido.

27

Cutura e conhcimento face a cutura popuar fragmentada A scola paa todos, assocada a uma «scola inclusva» é uma das palavas d odm da dologa domnant. Alguém podá dscoda? Vjamos mlho o qu s tm scto. Têm então grande influência na Sociologia da Educação as teorias Marxistas e Neo-Marxistas ... . A Escola ...  assa a ser considerada como um instrumento ao serviço das classes dominantes ... . O insucesso escolar é agora interretado como rocesso e consequência de fenómenos de estratificação social e económica ... . A esquisa vai-se entretanto enriquecendo com outra vertente de análise ...  com o conceito de violência simbó lica de Bourdieu e Passeron chamase a atenção ara quanto

29

o fnionameno a eoa é eonáe elo ineo e gro oiai qe no aiham o abere, noma, a loe iilegiao ea a e ae ominane e qe o o únio aeie elo meanimo eagógio a iniiço E analiae omo o gro ominane êm aim o oe e imo na Soieae o e aoe or meio, no ó o oneúo eeionao na eola omo imoane, ma ambém a meoologia aa, o meio a eaço eabeleia e o eoineo qe aí ela. ... ] Enfaiza-e qe não há la eriore e in feriore ... ] eerá eer-e a alação ee gr o obre o e abee, o e ineee e o e alo re ... ]. Ea eoaçõe fazem om qe os eenho e rojeo eaio ea éoa já não osam e rígio ... a] reiênia à inoaço ... ] erá agora inerreaa omo relao a leira qe fazem a realiade o ife renes aore oiai ...  iniiaias omaa à Periferia o Siema no eerão er inerreaa elo Cenro omo fenómeno e eiênia à inoaço e orar-e-á analisar e aé or eze aloriza o e ignifiao.2 8

Apacm aq váas das cntas: o nsucsso é dctamnt atbuído à statfcação socal; a scola, ao tansmt o sab  a cultua, não stá a chama todos 28 Liza otso, ontxto  poctos d mdança m edca

ço», m Stphn R Sto og, Educação Ciências Sociais e Rea idade Portug uea Uma bordagem Puridiscipinar, Poto, Afontamnto, 11 pp 13810

0

a patlha ssa cultua, mas a polonga a opssão; não há cultuas nfos (nm msmo a da class dom nant? ) ; a scola dva valoza ( ? ) os sabs populas. A msma tónca, d foma apantmnt mnos polt zada, tm sdo sustntada po sponsávs máxmos do sstma ducatvo: Os modelos escolares doinates de «cultura», de «sa ber», de «sucesso», de «bo aluno», o modelo dominante de escola, afinal, criam dificuldades e constituem obstáculo ao sucesso dos aluos que pertencem a meios de cultura não letrada.29

E anda: Ultrapassar esta situação supõe abandonar o conceito formal de «igualdade de oportunidades» reconhecedo que a «indiferença às diferenças», que esse conceito implicita mente contém, é produtora de insucesso, é necessário reco nhecer que a heterogeneidade social presente na Escola exige a diversificação das práticas escolares e pedagógicas.  29 Ana Benavente, «Dos obstáclos ao scesso ao niveso sim

bólico das pofessoas. Mdança e esistência' à mdança», em Ste phen . Stoe (og.), Educação Ciências Sociais e Reaidade Portu guesa Uma Abordagem Puridiscipinar, Poto, Afontamento, 11, p. 173.   Ana Benavente, «evisitando das ideias», Confeência no PofMat88, agoa em Heniqe Manel Gimaães, Dez Anos de Pro(Mat Intervenções Associação de Pofessoes de Matemática, 1  6, p 26.

31

Daqui ssaltam duas idias impotants Pimiamnt, como a scola é stanha aos mios d cultua não ltada, a culpa do insucsso dos hos dsss mios é atibuída p cisamnt a ss afastamnto Consquntmnt, m vz d pocua lva os jovns d mios não ltados ao conh cimnto  à cultua (dos mios tados, clao), popõs qu a scola tnha páticas difnciadas (polongando o afastamnto dos filhos da cultua não ltada?) A idia é ptida à xaustão, com maio ou mno adicalismo: A abertura à comunidade [ ] sendo que não é possível fazer uma educação ambiental no meio rural com temas de um universo desconhecido, assim como, no meio urbano ou à beira mar, será absurdo fazer educação ambiental com temas de uma outra realidade31

Lvando stas idias às suas natuais consquências, não s dvia fala da dstuição da flosta amazónica, poqu s tata «d um univso dsconhcido». Em vz d um sfço pa abtua d pspctivas cultuais dos stu dants, dfnds pois a sua limitação ao «univso» qu conhcm  Pouco falta paa qu s diga qu os j ovns 3 An Benvente, «Intervenção d Secretári de Estdo d Edc

ção e Inovção», in Escoa Diversidade e Curruo Deprtmento de Edcção Básic, Ministério d Edcção, 1, p. 2 3 Bsil Bernstein (1242000) revoltrsei cd vez qe os ses escritos são citdos em pretenso poio  est tese retrógrd e nti cltrl. Deste sociólogo, eise, por eempo, Cass Codes and Contr Nov orqe, Schocken, 1 74, em especil «A critiqe of the concept of compenstory edction», pp 10201, onde se torn

2

oriundos d mios mnos favorcidos não dvm ultrapassar o método d contagm plos ddos. Tudo isto como mio d os dfndr da oprssão da cultura dominant . . . Prcbs, pois, o qu s  advoga subliminarmnt m txtos como o sguint: A ecessidade de aumentar as oportuidades de sucesso das criaças proveietes de culturas ou de sectores sociais mais despotegidos implica que, em vez da escola oocul tural que «reforça as posturas uiformes e uiformizates da cultura domiante e cosidera as culturas populares deicitárias» (Leite, 1997: 145), se promova «a educação itercultual ...  »33

Contrasts st rtrocsso d fachada progrssista com a visão d um marxista sclarcdo, o taliano Antonio Gramsci, um dos pnsadors d squrda qu cdo prcbram qu a scola romântica condnava as classs trabalhadoras à ignorância. O coceito de escola ova está a sua fase româtica, com um exagero a sustituição dos métodos 'mecâicos pelos 'aturais ]Atigamete, os aluos ao meos alca çavam uma certa agagem de factos cocretos Agora, já ão há ehuma agagem para pôr em ordem ] O aspecto mais paradoxal de tudo isto é que a escola ova é apreseclara a necessidade de chamar os estudantes a códigos mais elabora dos ( « elaborated codes give access to universalistic orders of meaning»,   197) 3 3 Margarida amires Fernandes, Mudança e Inovação na PósMo dernidade: Perspectivas Curricuares Porto, Porto Editora, 2000,  132



tada como democrática, uando na eaidade está destinada a perpetuar as difeenças sociai34

Ouças ainda um pnsado libal, o inglês Michal Oakshott (19011990). Povnint d um quadant político compltamnt divso, faz também a apologia da lvação do studant às conquistas cultuais da hu manidad.  paticulamnt fliz o su logio à duca ção clássica. «Aprender» estava pois identificado com atingi a com preensão do ue é sugerido pela vida humana espehada numa cutura histórica de notáve esplendo e lucidez, era o convite para se reconhecer a si próprio em termos dessa cutura Era uma educação ue prometia e trazia a liberta ção do lugar e do momento, das restrições imediatas, da lama, da crueza, do sentimentalismo, da pobreza inteectual e dos pntanos emocionais da vida vulgar E assim continua a ser até aos dias de hoje35

Igualmnt intssant é a insstncia d Oakshott na chamada dos jovns à cvçã com a cultua.  ] o convite da educação liberal, ou seja, o convite para se abstair por algum tempo das pressões do momento e do 34 Antonio Gramsci Cadernos da Prisão,  1 32, citado po

Hisch op. cit., p  Paa pecebe melhor o pensamento deste ato pode le-se Haod Entwiste Antonio Gramsci Conservative Schooing for Radica Poitics Londes Rotede 17 3 5 Ensaio « A pace of earning» de 1975, in Michael Oakeshott he Voice of Liberal Learning, Indianápolis Liber t Fund 2 00 1 , p 1 8 .

34

lugar e para ouvr a conversação em que o ser humano, desde sempre e para sempre, tem procurado compreender-se a s própro.36

 Idem ibidem

 3

3

Disciina Talvz a dscplna não sja hoj um problma ão qun como ra há alguns anos, quando uma lgslação absurda (D.L. 20/98), hoj flzmn rvogada, crava grands dfculdads à acuação dscplnadora dos profssors  da scola. as as auds pran a nds cplna connuam a dvdr os pdagogos. Cmos uma longa omada d posção, m muos aspctos sclarc dora das das româncas. Quando se tomam medidas alegadamente para reforçar a disciplina pergunto-me se se terá feito uma reflexão sobre as causas mais profundas da indisciplina.37

Nos a ípca mistura d argumnos já crtcada na nrodução: «Quando s tomam mddas ldm 37 Lcinda Atalaia, declarações à revista Visão, Setembro de 2002 

 48

3

paa foça a discipina. » Cao quando s actua l dm, tudo é citicáv. E s s tomam mdidas l m paa combat a indiscipina? Nssa altua o agu mnto sá difnt? Casiga-s o mau comporano», a fala d rspio, as provocaçõs, qu afinal são sinais xriors d algo qu vai mal na inrioridad mocional e afciva dos alunos.

Admitamos . . .  qu s tia daí? Aond lva sta idia ? Po sm sinais xtios dvm s ignoados? [...] Assnar a disciplina na escola sobreudo na burocraização de procssos disciplinars, aravés da cagorização das falas,  nas correspondnes sanções é privilgiar um modelo rpressivo.

Qu isto diz o quê? Qu não s dvm usa san çõs? Aguém quá assnta a dscipina «sobtudo na buocatização » ? Mas vjamos as mdidas altnati vamnt popostas. Dfndo u sisma qu promova a rsponsabilidad do indivduo pran a comunidad. Cada um m o dirio d s consiuir como elmno acivo na organização dessa comunidad, na elaboração das normas plas quais la m d s rgr. O fim úlimo dssas normas é o rspio  o bm-sar d odos, ano no convvio como no rabalho. O não cumprimno das normas sablcidas impõ, naural mn, uma anális das moiaçõs  das consequências dos acos comios, enando ulapassá-las ou pnalizá-las numa prspcia  dsa os valors humanos.

38

A altnativa à disciplina é, pois, clc  lu  tc  dfçã d g  qu  cl  dv dv  g.  xactamnt isto qu aqui stá scito. Posto isto, nada mais é dito  o txto prossgu dictamnt para um outo tópico. Gostaia Gostaia de efei um u m outo foco ue também pode po voca indisciplina Na escola, nem sempe está associado o paze à actividade poposta Quando digo praze não e cluo o esfoço ue lhe está ligado A difeença está em despendemos esfoço numa acção de ue se gosta ou, pelo contáio, se detesta Não se tata de só faze auilo de ue se goste  mas do ue tem significa significado do paa o sujeito sujeito e ue constituiá caminho paa a elaboação de novas ideias e de novos conhecimentos Não é com eoganizações eoganizações cuiculaes nem com efoços disciplinaes, disciplinaes, nem com aulas de cinuenta ou noventa minutos, ue constuímos uma escola ue ata vés da sua paisagem ubanística e do fevilha de um taba lho assente na epessão, na comunicação, na ate e na ciência, faculte a todos os humanos ue nela cesçam «o paze de escita»

E assim tmina sta dclaação d alguém sponsávl po uma scola  qu aqui scv com gnalidad, paa pa a todos os gaus d d  nsino. nsino . Val Val a pna l st xtacto. A indisciplina pod s povocada pla falta d paz. Mas o sfço não stá xcluído, só qu tm d s um sfoço com paz. paz. . . Finalmnt Finalmnt, , num stilo quas panfltáio panfltáio tam tam bé típico do discuso omântico, mistuas tudo. A scola qu s ptnd não é constuída com aulas d 50 ou d 90 minutos ( s fm 57 minutos  mio?), nm com 9

oganizaçõs cuiculas ou foços disciplinas. Isso paa quê, s o impot impotant ant é o «paz « paz da scita scita » ? Estas idias omânticas são ptidas d um  m scos divsos, mostando a foma pocupant como s difundiam. Quando os professores se queixa que os alunos não se sabe coportar, coportar, significa qu q u e elesalunos] elesalunos] nã n ã o estão estão socia socia lizados para o trabalho escolar Então] a grande ruptura que há a fazer é iaginar ua educação que se distancie do odelo de aulas de  minutos, co  alunos e u pro fessor a fornecer informação3 8

Outa vz uma mstua d idas díspas, mboa vinda d outo tóico da pdagogia. Fica smp algo subntndido: qus dz qu as aulas não dvm tr 0 minutos? Nm 0 alunos? Então como sia? E o pofsso não dv fonc infomação?  cuioso como, paa algumas pssoas, stas visõs podm pod m s idn idnti tiicadas icadas com o pogsso pogsso  com a squda. squd a. as lias Gamsci, po xmplo,  lmbs qu s spitado intlctual  sistnt comunista, pso  acompanhando a ducação dos filhos atavés d cos pondência, s indignava com os métodos laxistas qu comçavam a s intoduzidos m algumas scolas.  ] o s rapazes rapazes   ]] precisa de contrair certos hábitos de diligência diligência,, exactidão exactidão,, copost copostura ura  tabé tabé  físic físicaa  e de orn a d e Letras Letras,, Entrevis anár i o , jorna ntrevis ta a  Ricard  R icardo  Ru  R u i C anári o D u a r te, to JL /E d ca ento le m en c a ç ão,  . 7 em b ro de 2 0 0 3 , S  lem Se t emb 3 de Set 38

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concentração psquica sobre determinadas matérias, o que sem uma repetição mecânica de disciplinas e métodos apro priados não poderá adquirirse39

Cuiosamn, m Pougal  m 2005 há qum con sid sid  pogssisa adopa adop a uma posua adicalmn adi calmn dif dif n  acia a indisciplina como algo inviávl. Talvz sja po isso qu é comum ncona posiçõs _ pouco claas. Indisciplina e violência são duas realidades e dois con ceitos muito distintos O processo educativo implica um espaço de conflito e de transgressão O confronto faz parte do crescimento e da conquista de um lugar como pessoa Esta «indisciplina» é bem conhecida dos professores ( ) Totalmente diferente é a situação de violência que começa a existir em muitas escolas Esta, sim, é uma realidade nova com a qual não sabemos lidar  ] ] Em educação, a autori dade não se impõe, conquista-se0

Não s pcb xacamn o qu iso qu diz. A palava «indisciplina» é colocada n aspas. D qu s sá não a ala? E a auoidad não á d s simulanamn conquisada  imposa? Não s dvá 39 Cf «Em bsca do princp edcativo», António Gramsci,

A Formação dos Inteectuais Amador Amadora, a, Fron Fronte teira, ira, 1 976, p. 1 1 8.   António Nóvoa, «A atoridade não se impõe, conqistase», entevista ao Diário de otícias 1 1 de Novem Novembr bro o d e 2005. Os paên paên teses crvos e as reticências são do ornalista, o qe leva a cer qe a entevista possa ter sido eita po escrito.

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impôla quando não s consgu conquistála? Liams outos autos: ... ] prémios ... ] aos alunos «bem comportados» nas aulas. Como se se «bem comportado» fosse apenas uma escolha de ordem do ndividua.4

 impotant pcb ond pod lva st agu mnto: não s dv pmia o bom compotamnto nm pnaliza o mau? Então, talvz não s dva actua nunca, pois o indivíduo pod smp dsculpas com outm ou com algum outo facto pévio ao su compotamnto . . . A sociedade impõe às crianças a frequência da escola, por um tempo cada vez mais longo. Mas, para muitas crian ças e para muitas famílias, a escola não tem qualquer sen tido. Nem sentido pessoal, nem sentido social. As promessas da democratização ficaam por cumprir e a escola deixou de ser, na maioria dos casos, um factor de mobilidade social. Nem sequer conseguimos concretizar o objectivo mais óbvio assegurar que todos os alunos, cada um à sua medda, te nham verdadeiramente sucesso. Não se pode obrigar um jovem a esta na escola, condenandoo a um destino de insucesso.42

 Stephen . Stoer e António M. Magalhães, «As provas de afe

rição e o desenvolvimento da escola portuguesa » , Púbico, 6 de Janei  ro de 2001, p 24  A. Nóvoa, oc cit.

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 d novo difícil pcb. A nossa scola foi, «na maioia dos casos » , um « facto d mo bilida d social » ? E dvá smp sêo ou sá já bom qu constitua uma udd d moblidad social, qu uns podm apo vita  outos não? Dixou po complto d o s? E não sá ialista spa qu «todos os alunos» tnham «vdadiamnt sucsso» ? Não sá j á bom qu muitos tnham pacial sucsso? Isso dixou d acontc? Final mnt, obiga um jovm a fica na scola sá condná lo «a um dstino d insucsso » ? Hoe exse uma escola mulculual (com gene vnda das excolónas e do Lese) e o País não fo capaz de a ona aacva paa muos dos seus uenes. Iso gea problemas de indiscplna, sendo os prncipas visados os pofessoes.43

Pac consnsual, mas ants paa ond podm svala sts agumntos. ais uma vz  cl é  d cm cu d dcl;  apnas po não s t tonado atactiva paa muitos dos sus utnts. Psums, aliás, qu os implicados são os imigants, quando sts não constitum um gupo homogéno. Há imgan ts d famílias  oigns cultuais qu valoizam mais a ducação  outos qu valoizam mnos. Os pimios

43 Palo Scena, SecretárioGera da Federação Nacional de Pro

fssores, Fenprof, declaração ao Diário de otícias 5 de Agosto de 2002, p 21

43

não s quixam d a scola não sr atractiva, mas sim d sr pouco xignt.  Os sgundos podm tr sntimntos contrários. Não sria ncssário citar spcialistas  matéria d disciplina scolar para concluir sta scção com uma nota d bom snso. as citar spcialistas talvz d ais autoridad ao simpls bom snso. O sucesso no ensino requer muito mais do que manter os alunos so controlo. No entanto, sem um controlo razoável sore o comportamento dos estudantes na sala de aula o professor não pode ter sucesso no ensino.5

44 Curiosamente, um inquérito recente da DirecçãoGeral de De

senvolvimento e Inovação Curricuar feito a mil estabelecimentos do ensino Básico e Secundário, mostra que é praticamente nulo o aban dono escolar por parte dos estudantes cuja lngua materna não é o português, em contraste com uma elevada taxa de abandono da po plaç ão escolar no seu conjnto V « Escolas portuguesas têm alunos de 120 nacionalidades», Púbico, 28 de Dezembro de 2005 4 «Effective teaching requires much more than keeping students under control. Yet, without reasonable control over studentes' class room behavior, a teacher will have no chance of being effective», James M. Kauffman, Mark P Mostert, Stanley C. Trent e Patricia  Pullen, Managing Cassroom Behavior: A Reective CaseBased Approach, Prentic e-Hall, 2.ª edição 1 997, p. 4.

44

A poémica dos exames Os xams, como todos os procssos d avaliação  divulgação da avaliação, consttuíram um dos tópicos d mais acso dbat dos últimos anos.  polémica racndus m 200, m torno da dcisão do inisto Davd Justino (govrno PSD) d institui xams finais a atmática  Português no 9. º ano d scolardad, ompndo com a prática d mutos anos d dixar os studants concluírm todo o nsino obrigatório sm um único xam nacional. A instra do msmo patido qu lh sucdu, aa do Carmo Sabra, dcidiu avança com sss xams, atribuindolhs apnas a pondação d 25 % na nota final dos alunos  com a rstant pacla da nota a s dtminada pla avaliação fita pla scola . Como fo dstacado pla mpnsa diáa, a Socdad Potugusa d atmátca foi a única agmação qu na altua s ponunciou publcamnt a favo da alzação dos xams  as assocaçõs d pofssos, os sndcatos 45

 as associaçõs d pais ponunciaams conta sta dci são.  Pouco dpois, quando o govno do PSD caiu, muitos acndam as spanças d qu sss xams siam anu lados. as m Abil d 2005, a inista da Educação  o Pimioinisto do ntão cnt govno do PS tona am clao qu iam mant a dcsão do antio govno. Est nquadamnto é ncssáio paa pcb qu os xams d 20 05, dvido à sua diminuta pondação, iiam t, como d facto tivam, um impacto mínimo no po gsso scola dos studants. A oposição aos xams foi pois uma oposição d pincípio  idológica, como s tona clao pla litua das intvnçõs na polémica. Alguns agumntos são tão incongunts qu é difícil considálos siamnt. O mais frqunt tm sido o sguint:  Não são os xams,  sim a qualidad d nsino, aquilo qu pod gaanti a apndizagm. O agumnto tm tanto sntido como diz qu o mé dico não dv indica análiss clínicas aos donts, pois não são as análiss  sim os tatamntos qu conduzm à cua. No ntanto, há qum o avanc: mas o ue a aalação sumatia externa, é o rerço a ua lae as prátas e ensno e e aprenzagem ue poe ga rantr aeuaos níves e esempenho por parte os alunos.7 Ve, p exempl,  Público em 23 e 24 de Nvemb de 200 4 . 47 Pece d Cnselh Ncinl de Educçã de 1 5  de Dezemb de 2005, Pú blico, 17 de Dezemb ro de 005 . 46

4

Em nossa opinião, os agumntos mais conts dos oponnts aos xams duzms a dois: A povação não ajuda os alunos a pogdi, ou sja, a tnção não s taduz mais tad num acés cmo d conhcimntos dos alunos, plo qu falhaa os sus objctvos;  Os xams não consgum avala todas as «comptêncas» qu s ptnd dsnvolv nos lunos, pivilgando os aspctos d mmoização  mca nização, plo qu pjudcaam o dsnvolvmnto das «comptêncas» dsjadas, qu inclum a capacdad d aplca conhcmntos, a xpssão oal  o acocíno, nt outos. -

Há uma pacla d vdad nsts agumntos, mas são argumntos ncompltos  tndncosos. Em pmo luga, os xams stablcm mtas , po sso, podm ncntva os alunos a luta paa ultapassa ssas mtas. Nss sntido, opõms à ptênca. Mas msmo qu assm não foss, o facto d a tnção não t um fito positvo sob o pcuso scola do aluno sgnifca qu 4  Há m argmento historicamente anterior, peo menos em Por

tga, qe reslta de ma leitra dos estdos docimológicos dos anos 60 Leiase sobretdo João António Nabais Faência de um Sistema de Cotação de Provas Estdos de Pedagogia Experimental, Cadernos de Psicoogia e de Pedagogia 1- e 4, 165) É o argmento mais primário, felizmente hoje poco sado, qe recorre à impossibilidade da objectividade absolta dos sistemas de cotação para afirma e eles são absoltamente arbitrários

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tem necessaamente um eeito negativo? Na realidade, os exames odem execer uma inluência ositiva nos estudantes no seu conjunto, mesmo que haja exceções. Além disso, os exames odem ser orientadores de ercur sos escolares, levando, or exemlo, a encaminhar estu dantes com diiculdades ara vias alternativas, com o mesmo ou com outro término escolar. Em segundo lugar, uma coisa é a listagem das insuiciências dos exames, outra a justificação do seu abando no.  essa ligação que nunca é eita elos críticos da avaliação externa. Em terceiro ugar, é necessário considerar a realidade ortuguesa, os alunos, os rofessores e a cultura social redominante, que se reflecte obviamente na escola. Enquanto noutras sociedades e noutras situações se odem abolir exames nacionais, que são substituídos or outros sistemas de avaliação credíveis, não necessariamente menos exigentes, em Portugal e em 2005 arecem ser imrescindíveis «juízes de fora», ou seja, sistemas de avaliação externos à escola. 49 A magníica institição dos jízes de oa, estabeecida pelo

ei D Aonso IV, possivemente concebida e iniciada po se pai, D Dinis, tinha precisamente como pessposto o acto de os jízes ocais terem ciado no meio oca amizades e conivências e seem po isso pemeáveis a pressões Paece se essa ma das azões sb jacentes à deesa po Ana Maia Morais da «avaiação extena» Esta catedática em Edcação aima peemptoiamente qe «os exames são ma necessidade absolta» C « A edcação qe não temos  e a investigação qe não samos » , Púbico 7 d e Janeiro de 2006

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inalmente, os exames odem ser bem feitos ou mal feitos. Podem rivilegiar a memorização ou odem rivilegiar o raciocínio. Podem dirigirse à solução mecâni ca de exercícios ou odem dirigirse à alicação criativa de técnicas e conceitos. 50 Ideia semelhante foi exressa a certa altura elo então Ministro David Justno. Fico relativamente surpreso quando se diz que um esino assente em competências não é susceptível de ter aaliação extera... .A chamada avaliação externa tato avalia com petências como avalia conhecimentos, tudo depende de se saber como se faz a avaliação.5 1

Concordamos, em geral, com este argumento, mas ensamos que a actual aresentação da noção de cometências, bem como as suas formulações vagas, confusas e contraditórias, nem semre ermtem uma avaliação objectiva. Por vezes, as «cometências» são tão vazias que não odem ser avaliadas  mas também nesse caso não odem servir ara orientar o estudo. Ou seja, indo mais longe ode ôrse em causa a rória nova teoria e  Neste, como em mitos otros aspectos práticos, vale a pena ler

as considerações de professores experimentados. ecomendase, em especial, Steven G. Krantz, Como Ensinar Matemática: Uma Perspec tiva Pessoa Lisboa, SPM, Colecção Leitras em Matemática, 2000, e Elon Lages Lima, Matemática e Ensino Lisboa, SPGradiva, Colecção Temas Matemáticos, 2004.  Intervenção em A Francisco Cachapz et a Saberes Básicos de todos os Cidadãos no Sécuo XXI Lisboa, Conselho Nacional de Edcação, 2004, p 10.

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rática das com etêncas. Vejase mais à frente a discus são deste tóico Voltemos aos exames, ctando vários textos ara me lhor se comreenderem algumas das ideias mais dfundi das no meio. Comecemos or uma osição que tem o grande mérito de ser clara, o que constitui manifestação de honestidade e de coragem a saudar numa área em q ue as intervenções são habitualmente ambíguas [  ] é ipossível aravés de exaes avaliar a qualidade do ensino de aeáica5

Admitamos que há aqui alguma verdade. Será razão ara abolir os exames ? Não se vê orquê, mas a ideia de que os exames são núteis ou rejudiciais reetese continuamente. Do eso odo são necessaas ovas foras e no vos ecanisos de avaliação. Os resulados da aplicação de insruenos radicionais eses, exaes, quesioná rios) poderão dar, na elhor das hipóeses e ediane ela borados odelos de inerpreação, inforações parciais e pouco relevanes sobre a qualidade do sisea coo u odo. Alé do ais, não se pode ransforar o ensino secun dário e rês anos de preparação de provas e exaes: odos eos a noção de que eses e exaes cria deforações na práica educava, alé de consiuíre u fore oivo Eduardo Veloso , « Matemátic a: talvez ajude reflectir um pouo . . . » , Público, 14 d A gosto d 200 1 . 52

50

para se esueer auilo ue realmente interessa na edua ção, ou seja, a preparação de idadãos apazes de assumir um papel útil e interveniente na soiedade, exercendo ple namente os seus direios de idadania e ompreendendo as uestões fundamentais do seu tempo.53

Reconhecese uma reocuação edagógica, mas aresentamse outra vez argumentos incomletos. Os exames dão «informações arciais» . Quanto a isto, todos ·estaremos de acordo. Mas serão ouco relevantes sobre o estádio alcançado elo estudante?  ue ees não têm como objectivo avaliar «a ualidade do sistema no seu todo», o ue uer ue isso seja. A ideia de ue os exames são incaazes de realizar uma avaliação fiável é muio difundida. O exame, a única coisa que diz é ue, naquele dia, na quela hora, naquelas ondições, o aluno respondeu daquela maneira.5

53 Branca Silveira, Lus eis e Maria José Costa, «Exames, ava

liação e educação: (mais) um contribto para o debate», APMinfor mação 59. 54 Marçal Grilo, in Dulce Neto, Difíci é Sentáos Lisboa, Oficina do Livro, 2001 É curioso, e sintomático da difusão destas ideias sobre os exames, que a rase citada tenha provindo de m Ministro a quem se deve, entre outras coisas positivas, os exames nacionais no 12º ano, exames que tiveram um papel importante na avaliação do sistema e em alguma moraização do ensino secndário e do acesso à niversidade. Estes exames tinham sido institudos peo anterior governo, mas apenas foram realizados com este Ministro

1

Tratase de uma verdade evidente que o exame diz o que diz. O roblema é saber se há correlação entre o que o aluno resondeu e o que sabe.  claro que sim, que há uma correlação ortíssima. A corroborálo estão, or exemlo, os dados reiteradamente obtidos sobre estudantes, gruos de estudantes e escolas em rocessos de avaliação dierentes. Se os exames nada dissessem sobre os conhecimentos dos alunos seria muito estranho que se veriicasse essa conirmação. A este roósito, é curioso relembrar as semelhanças e dissemelhanças entre as avaliações internas e externas do 12.º ano veriicadas nos dados diundidos através dos  k. Nas escolas que aresentam alunos mais bem rearados, as avaliações médias internas e externas são muito semelhanes. Em contraste, nas escolas que aresentam alunos mais mal rearados, os valores nas avaliações internas são geralmente bastante mais elevados do que os obtidos nos exames nacionais. Este contraste é muito signicativo. O mais grave é que estes argumentos contra os exa mes omentam uma atitude irresonsável. Se não houves se correlação entre os conhecimentos e os resultados das avaliações, de nada valeria aos estudantes estudarem e reararemse ara os exames.  esta a simles realida de. Mas há quem reira antasiar. . .    ] estos e pesenç de dois conceitos de vlição totlente contáios,  visndo o péio/cstigo e o outo  eglção  ]  tepo de nos ibetos! Po ito qe nos cste pede  bói de svção, ebo ilusói, que nos z pens qe  esoção dos pobes d edcção pss

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por uma avaiação que cotroa, pue, cupa e que tamém desresposaiiza, é tempo de apostar um processo em que todos estão ievitavemete impicados, são resposáveis e têm de traahar coectivamete para um ojectivo comum.55

Por falar em argumentos românticos... E or lar em rovas de aferição, vale a ena ler o que airmou uma antiga Secretária de Estado da Educação, exlicando que essas rovas, que ela rória romoveu, não servem ar nada. Dissemos, e matemos, que estas provas de arição do 4. ao de escoaridade] ão servem para avaiar auos, ão servem para avaiar professores e ão servem para avaiar escoas.  preciso acrescetar que as provas ão avaliam tam ém todas as competêcias que se espera que a escoa dese vova, desde ogo porque ão aragem a totaidade das matérias, mas tamém porque pea atureza de provas de «pape e ápis», aragem somete uma parte das aptidões e capacidades reacioadas com a produção e a comuicação iguística e o desevovimeto do raciocíio matemático.

, no mesmo documento, de novo o argumento da retenção. Ficámos tamém a saer, aaisado os resutados médios por idade, que a «repetêcia» ão cotriui para mehorar o desempeho dos auos.56  Leonor Santos, «Sem bóia é qe não afndamos!», Educação e

Matemática 6 Janeiroevereiro de 200  6 Ana Benavente, « As provas d e aferição a o serviço d a organização das práticas pedagógicas » , Público 28 de Dezembro de 2000 p. 28

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A terminar, um dos agumentos mais curiosos e carac terísticos. [ ] a Matemática enquanto disciplina escolar) contri bui fortemente para a exclusão escolar  e, consequentemente, exclusão social em inúmeras situações)5

Pelo que, segundo outro autor:  um programa de combate ao insucesso em Matemá tica deverá   Reduzir o papel que a Matemática tem como instrumento de selecção [ 58

Pode arecer estranho ara quem não leia os documentos dos resonsáveis elas olíticas educativas, mas este argumento aarece vezes sem conta: a matemática deveria deiar de ter o so que tem na avaliação, ois se tivesse um eso menor isso faria com que os alunos tivessem menos insucesso Mesmo entre rofessores dedicados é habitual ouvirse esta ideia. Há quem se mostre 5 João Filipe Matos, «Matemática, edcação e desenvolvi

mento social», in Leonor Santos, Ana Pala Canavarro e Joana Brocado ( orgs ) , Educação Matemática: Caminhos e Encruzi lhadas: Actas do Encontro Internacional em Homenagem a Paulo Abrantes Lisboa, Associação dos Professores de Matemática, 2005, p 77 58 João Pedr o da Ponte, «Ü ensino da matemática em Portuga: ma prioridade edcativa?»,  Ensino da Matemática: Situação e Perspectivas, Lisboa , CNE, 203, p. 52.

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desgostado com a «sobrevalorização da discilina de Matemática» e diga que a Matemátia não pode ontinuar a ser olhada por muitos alunos e pais omo a disiplina que é utilizada para seleionar, mas anes uma disiplina ue, a par de outras, lhes permite ompreender melhor o mundo (e os seus pro blemas) e lhes dá formas de pensar para exererem uma idadania onsiente e rítia.60

Não se ercebe a oosição entre as duas coisas ( « seleccionar» não se oõe a «comreender o mundo», ois colocamse em níveis diferentes). Talvez, elo contrário, a valorização que a escola atribui a ua discilina ossa ajudar a que a sua imortância seja mais bem ercebida or alunos, ais e rofessores. Indeendentemente das intenções, arecenos que esta ideia ode desembocar numa cedênca ao facilitismo. Não devemos exigir, como alguns fazem, que os alunos recebam classificações aceitáveis quando não o merecem, mas sim que o sistema seja exigente e que os alunos traba lhem ara merecer boas classificações.

59 Isabe Azevedo ocha, « A qestão das competências » , jornal de

Letras Splemento JLdcação, 27 de Otbro de 2004 p 2 6 dem ibidem.



A dstruição o currícuo  dos contúdos curricuars Ao reúdio ela avaliação externa associase o reúdio elas metas e conteúdos curriculares. Aesar de retender uma uniformização comleta de horários, contratações, métodos, rocessos, discilinas e ercursos escolares, a ideologia dominante sonha or vezes com uma gestão do currículo feita criativamente elos rofessores e caaz de se adatar aos alunos.  curioso, ois em vez de ser dada liberdade nos rocessos e ser controlado o resultado, o Ministério tem retendido controlar os rocessos e esque cer os resultados. Vejamos algumas das justificações que são adiantadas or elementos intervenientes no debate educativo. O novo papel da escola iplica u novo odo de ser professor A sua fnão principal já não é dar o proraa

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as inerprear gerir e aapa  rrí às araerísias e necessidaes dos seus alunos. 61

«Dar o rograma» arece ser algo condenável e ultraassado.



preis qesinar a ieia e qe «uprir  pr graa» é «ar a aéria» qe e n ana es que s ans nuna enha pr exep reaiza aiida es experienais isia a expsiçã  i u n62

Não se estará a misturar as coisas? Dar a matéria, mesmo a «que vem no manual», ode recisamente in cluir actividades exerimentais, visitas a exosições ou leituras de contos. Não é ois essa a reocuação deste autor; o que se revela aqui é uma oosição ao conheci mento estruturado.  Prossigamos. [ ]  nheien é hanaene nsruíd reque ren pr iss a pariipaçã aia  sujei  i men de resruraçã ê s auns  aures d seu press e nsrçã  nheien e s prfessres 6 Jã Pedr d Pnte, «Ensn d mtemátc n sciedde d

nfrmçã», Eduação e atemátia 45. 62 Pl Abrntes, DrectrGer d Ensn Básc, «Sgnfcd e lcnce d Cícl Ncnl d Ensn Básc'», Públio, 31 de Otbr de 2001 6 3 Fct pnt d pr derss res e sbre dverss píses Ver, v. g Hrsch Op. it.

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coo responsáves pela plancação  desenvolvento do currículo e não coo seus eros executores64

Os alunos constroem o conhecimento e os rofessores lanificam o currículo, alicandose isto dogmaticamente a todas as idades e graus de ensino. Percebese? O que está aqui em causa é uma versão vaga do construtivismo. Estas afirmações sobre «construção do conhecimento» oscilam entre banalidades  ois não há conhecimento que sej a meramente assivo  e exage ros que se transformam em erros graves  or exemlo, concluir que não há transmissão de conhecimeno, mas aenas construção do aluno. O construtivismo modera do é mais raro nestes debates. E esse, como dizia Quintana referindose à teoria de Piaget, «ao fim e ao cabo é o que semre se havia dito e ensado  . . . ] o que ensinou a filosofia tradicional (e medieval), já desde Aristóteles (doutrina do lc cv) » . Ou, como defendem

 Magaida Ramies Fenandes, udança e Inovação na Pós odernidade: Perspectivas Curriculares Pt, Pt Edita, 2 , p. 6    Cm já  ecnhecia, p exempl, Kal Pppe. Cmentand a apendizagem p «epetiçã u «pática dizia ue «thee is n genuine epetitin', but athe (b) change thugh e eliminatin (fllwing they fmatin). V. Kal Pppe, Unended Quest Ln des, Rutledge, 22, p. 52. Tatase de ma eediçã de «utbigaphy by Kal Pppe, in P. . Schilpp (g.), The Philo sophy of Karl Poppe Open Cut, La Salle, IL, 1974.  Op cit. p. 59.

9

alguns, críticos, « a afirmação construtvsta de que o conhecimento é activo é menos radical do que arece, uma vez que todo o conhecimento (tanto fisicamente activo como assivo) é activo no sentido construtivista». De onde se oderia concluir que «as afirmações constru tivistas têm ouco interesse edagógico». De forma radical ou moderada, as consequências da visão da matemática como algo centrado nos alunos reer cutemse nos discursos de muitos intervenientes no deae sore educação. Leiase outro autor. [   algumas coisas importantes: tentar adaptar a Mate mática aos interesses dos alunos (em última análise, o ideal seria haver uma Matemática para cada aluno) e aos cursos que frequentam [    68

Aqui surge uma ideia que arece consensual: é imortante ir ao encontro dos interesses dos alunos. De uma forma moderada, tem alguma razão de ser: é de facto imortante tentar chegar aos assuntos que interessam aos jovens. Mas uma coisa é tentar erceer os estudantes 6 «t is said that the claim that learning is active is less radical

than it appears , since all learning ( whether physically active r passive) is active in the cnstructivist sense. Hence little f pedaggical inte rest can arise fm cnstructivist claims, Christpher Wirch e Jhn Gingell, Key Concepts in the Philosophy of Education Lndres, Rutledge, 1999, p. 43 68 Fernand Nunes, «encer  insucess, entrevista a Maria Jã Martins, Jornal de Letras 4 de Setembr de 22 Suplement JL/Educaçã, pp. 45

0

ara conseguir eválos s ormulações matemáticas, ou seja, artir de coisas concretas ara elevar o seu grau de abstracção  sendo assim, tratarseia de uma actuação dagógica rente a um objectivo ixado; outra coisa é exagerar a ideia («uma Matemática ara cada auno») e romover a ragmentação do conhecimento Nesta versão radical, não há objectivos nem conteúdos curriculares ixados: cada auno avança or si, ois naturalmente aenas se retende o desnvolvimento ds seus interesses  a redução ao concreto, numa atitude antiintelectual tiicamente rousseauniana Como resutado tohese, naturamente, a caacidade de abstracção dos estudantes Lvando até s útimas consequências estas ideias românticas, chegase ao absurdo Mas, or vezes, arece qu não se receia o aradoxo ou que não se tem consciência do alcanc das alavras: Se a sala de aula deve ser o viveiro das ideias matemá ticas dos alunos, então deverá haver espaço para a argu mentação, para a experimentação, para a tolerância perante a dissensão Esta visão confronta a perspectiva platónica de um currículo da Matemática referente para o conhecimento dos alunos A sala de aula deverá dar espaço para o surgimento de visões matemáticas alternativas e será da competição entre o seu poder de convencimento que os conceitos matemáticos se formarão69 69 Jsé Manuel Mats, «Revisitand duas ideias, in Heniue

Manuel Guimaães (g), Dez Anos de ProfMat Intervenções ss ciaçã de Pfesses de Matemática, 1996,  14.

1

Lease este arágrafo uma segunda vez: abandonar as referêncas, que seram «atóncas», esquecer o currículo, que dexara de traçar objectvos, e ncentvar võ m mác lv. Abandonar os crtéros de verdade matemátcos e substtuílos elo oder de convencmento dos dversos ntervenentes. Abandonar também, natural mente, os crtéros científcos, culturas e o smles reseto eos ctos. Estamos erante a «verdade negocada» . . .  dfícl saber se estas deas são avançadas com lena conscênca das suas mlcações. Consttuem uma fusão entre o construtvsmo edagógco e o construtvsmo estemológco ou ontológco: o aluno constró o seu conhecmento  essa construção é vre, os todo o conhecmento sera uma construção soca sem corresondênca com a realdade obj ectva ou com o conhecmento acumulado (aqu consderado «referente latónco » ) . São deas radcas, abusvas e ergosas. Levadas a séro conduzem os alunos  gnorânca, em vez de os trazer s rquezas matemátcas, centífcas, lteráras e culturas cradas ela Humandade. Artcuemse estes roóstos com a dea de que « Üs modelos escolares domnantes de cultura' [ . . .] consttuem obstáculo ao sucesso dos alunos que ertencem a meos de cutura não etrada», junte se a nsstênca na « gualdade de culturas»  e ercebese aonde se oderá chegar. Não é necessáro, contudo, fazer eseculações. Alguns académcos são erfetamente exlíctos. Vejamos o  A . Benvente, 1991 ve cim  citçã cmpet.  L. Ctesã, 1991 Ve citçes cim.

2

que escreve um roessor universitário, membro de um Centro de Investigação em Educação, e, ortanto, alguém em rincíio consciente do alcance das suas airmações. ... ] a ênfase na Mateática escolar deve ser colocado [sic] na educação ateática dos jovens) e não no ensino de eleentos de) Mateática.

Mais uma vez, a oosição entre educação e instrução. Mas vejamos onde isto conduz, ainda no mesmo autor: ...] a disciplina de Mateática deve ser urgenteente eliinada dos currículos do ensino básico. ... ] e vez da disciplina de Mateática seja criada a disciplina ou área disciplinar de educação ateática ... ] o essencial da dis ciplina não será a Mateática mas o seu uso.72

Esará a exagerarse quando se ala das ergosas consequências das ideias da edagogia romântica?

7 ã Fiipe Mats, Ibidem pp. 7273 Send dici acedita

ue aguém tenha escit  ue este aut esceveu, ecmenda-se a eitua cmpeta d seu tet, de ue se pde encnta uma vesã em w.educ..u.pt/dcentes/jfmats.

3

Comtências, contxtuaização  arndizagns sigificativas Todos os educadores que merecem esse nome aceita rão que o conhecimento acrítico, uramente memorizado e mecânico é insuficiente. Antigamente, falavase deste roblema condenando o ensino livresco ou a memorização sem comreensão. Modernamente, alguns edagogos ortugueses, baseandose sobretudo em ideias do soció logo suíço Philie Perrenoud e de outros, que mesmo na Suíça e em rança são menos infuentes do que or vezes se afirma, reintroduziram o termo «cometências» na inguagem curricular, mas de uma forma que nos arece desafortunada. Infeizmente, não olharam ara a abor dagem mais rática e recisa seguida elos estudiosos  e, p eempl, Pilippe Peenud, Porquê Corur Co petêcas a parr da Ecola? Pt, sa, 21

6

angosaxónicos, que faam em «kwld d kll». Enquanto, ara estes, os termos aarecem juntos, de rma que «kwld» está semre resente, muitos edagogos ortugueses, na esteira de aguns anceses, começaram a usar unicamente a aavra «cometências», com que re tendem designar atitudes e caacidades que imlicitamente julgam incuir o conhecimento aam, or vezes, de «co nhecimento em uso ou em acção» Mas, aesar de terem corrido rios de tinta sobre estes conceitos, o termo está ainda ma deinido e o seu uso eivado de equívocos  Lendo Perrenoud ou aguns teóricos ortugueses, er cebese que a aresentação da teoria das cometências na sua forma resente assenta em ura retórica Esta litera tura é estranhamente omissa em dados observacionais, em referências científicas e em eementos de sicologia exerimental Abundam os argumentos iterários e citações de citações Aarecem aelos ao emenhamento olítico e referências a argumentos tão ouco científicos como os das «angústias e desejos de controlo» da sica  David Justino tinha j á chamado a atenção paa este ponto eja  -se a sua intevenção em . Fancisco Cachapuz et a. Saberes Bási cos de todos os Cidadãos no Século XXI isboa Conselho Nacional de Edcação 24, p 15.  eja-se po exemplo uma análise cítica em Maia Helena Damião « (inda) sobe a noção de competência na educação escola básica Gazeta de Física 273, 24, 3133.  eja-se po exemplo Maia do Céu Roldão Gestão do Currí culo e Avaliação das Competências As Questões dos Professores isboa Pesença 23, e nbal Baeia e Mendes Moeia Peda gogia das Competências Da Teoria à Prática Poto sa 24.

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nálise. Mas é seme bom le os ogais. Peenoud, o exemlo, conessa algo que os cíticos da teoia das cometências têm aimado e que os seus deensoes otugueses têm negado:

 cero ue ua escola orenada para o desenvolveno de copeêncas preparará enos be os fuuros aeá cos uícos hsoradores ou flósofos E depos?7 8

E conessao com um menosezo ela omação de intelectuais que é altamente evelado e signiicativo. Um acto a ondea. Mas caminhemos até s oigens. A vesão actual da teoia das cometências i imotada do mundo da gestão emesaial onde teve alguma oulaidade nos incíios da década de 90. O conceito é esteitamente agmático e coloca a tónica no sabe ze e no contibuto do desemenho individual aa o sucesso da oganização. Emboa de uma ma utilitaista e muito limitada, está em causa a fêc do sabe, que é um oblema comlicado e lagamente em abeto em sicologia. 80  Philippe Peenud, Op. i. 21, p. 14. 8 Idem ibidem p. 2.  e p exempl, Lyle M Spence e Signe M. Spence, Compeenes a Work: Models for Superior Performane Nva Ique, Wiley, 1993. 8 eja-se, p exempl, Guilhemina Lbat Mianda, « pendi zagem e tansfeência de cnheciments, in Guilhemina Lbat Mianda e Saa Baa (gs), Psiologia da Eduação: Temas de Desen volvimeno Aprendizagem e Ensino Lisba, Relógi D Água, 25, pp. 235262. ejase também a efeência básica de Mak K. Singey

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Ao contraro as recomenações e aguns antigos teóricos a gestão, a chave o «saber fazer esecífico» não oe estar num ensino virao ara as alicações finais articuares, tais como são exigidas elo mercado e trabaho As universiades anglosaxónicas ercebe ramno há muito Na realiae, iscilinas tão funamentais como a lite ratura, a matemática e a osoia oem ser essenciais ara rearar um jovem ara o mercao e trabalho Por essa razão, os rogramas as universiades anglosaxónicas concentramse em áreas básicas A tentação ortuguesa, elo contrário, tem sido a e estreitar conteúdos, orientanoos ara as alicações e escolheno de forma bastante arbitrária aquelas que se imagina serem imortantes Em edagogia, um arente directo da visão das come tências defendia or Perrenou é uma tendência que sobrevaoriza a «contextualização das arendizagens», tema que constituiu uma moda nos Estaos Unidos na década de 80 (ud l) e que actualmente revive serodiamente em Portuga Segundo essa tendência, a cometência ara a acção só se desenvolveria quando integrada num contexto, e o treino abstracto teria ouca utilidade, ois a veradeira arenzagem só ocorreria em situações reais Aós cerra

e Jhn R ndesn, Transfer of Cognitive Skill Cambidge, Massachsetts, Havad Univesity Pess, 1989. 8  Ve, p exep, an Cins, Jhn Seey Bwn e Ssan E. Newman, «Cgnitive appenticeship: Teaching stdents the cat  eading, witing, and mathematics, in Laen B Resnick (g.), Knowing Learning and Instrution Essays in Honor ofRobert Glase

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das críticas , o movime nto da contextuaização as arendizagens erdeu a sua grande inuência internacional, ois veriicouse que o conhecimento ica mais imitado ao con texto em que é introduzido se não se derem aicações variadas e se se recusar a sua formuação mas abstracta. Os dos exemos cássicos das arendizagens não formas eficientemente arendidas em contexto  os cálcuos reativamente comlexos que as donas de casa califor nianas conseguem fazer sobre reços nos suermrcados e as contas ráidas feitas eas crianças da rua brasileiras nas vendas que reaizam  vieram a revear, aós estu dos mais sistemáticos, que aenas refectiam arendiza gens muito imitadas e restringidas a um contexto singular. O treino na abstracção e na caacidade de concretização do conhecimeto em situações variadas continua a ser indisensáve na rearação dos estudantes ara enfren tarem contextos esecíficos. Hillsdale, NJ, Elbam e também Jhn Seey Bwn, Alan Cins e Pal Dgid, Sitated cgnitin and the clte f eaning, Educational Researcher 181, 322, 1989.   Jhn R. Andesn, Lynne M Rede e Hebet A Simn, Sitated eaning and edcatin, Educational Researcher 4, 511, 1996, , ds mesms ates,  elatói Applicatins and misapplicatins f cgnitive psychlgy t matematics edcatin, 2, acessvel em http:/actpsycmed/papes/misappliedhtm 3 Jean Lave, Cognition in Practice: Mind Matheatics and Culture in Everyday Life Nva Ie, Cambidge Univesity Pess, 1988, e T. N Caahe, D W e A D Schliemann, Matematics in the steets and in the scs  , British ournal of Developent Psycho logy 3, 2129, 1985.

69

A moda da «contextuaiação das arendizagens», ta como outras modas, tem introduido exageros no desen vovimento curricular que são atamente rejudiciais O ressuosto mais comum é o de que aenas as aren diagens significativas são duradouras e formativas ou, dito de outro modo, que o ensino aenas ode ser cria tivo e formador quando reaiado em contexto Na base desta tendência está a ideia de que as aren dizagens, tal como os conhecimentos, não odem ser decomostas em equenas arceas No entanto, a sico ogia cognitiva actual, ultraassando a ideia behaviorista de uma corresondência directa entre as comonentes do conhecimento e os eementos do comortamento, não nega a decomosição do conhecimento em arcelas, antes estuda as s ua s interacções  A imossibiidade de decomosição é evidentemente um mito, ois ela ocorre e tem sucesso nas mais diversas arendizagens s estu dantes de música não melhorariam a sua técnica rati cando escalas e as crianças nada arenderiam treinando somas elementares ou siabando palavras se essa decom-

osição fosse imossíve Tave surreendentemente ara muitos, um contraexempo escarecedor é fornecido peo ensino lúdico: brincando com situações abstractas afas-

tadas da reaidade (que oderá existir mais removido de um contexto rea do que um jogo ? ) , as crianças podem treinar a desco difcação de palavras, a  aritmét ica e diversos conc eitos mate máti cos .

84 Ver os referid os raaos de Andes on Reder e Simon.

70

Afirmase também que o ensino eórico descontextualizado não se traduz em alicações ráticas, ou seja, que os alunos não conseguem transferir as arendizagens ara situações diversas e que, ortanto, odo o ensino eria de ter um significado. O roblema da transferência é um roblema real. Mas o ensino excessivamente contextualizado dificulta recisamene a transferência ara siuações ráicas diversas. Reetidos estudos exerimenais mostram que o conhecimento tende a ser mais l  miado quando aresentado num contexo único .  Dito or ouras alavras, crianças que aenas arenderam a somar usando laranjas têm mais dificuldade em calcular a soma de horas do que as crianças que arenderam a soar usando laranjas, auzinhos, desenhos e, finalmente, aenas núeros.  també habitual ouvir a tese, comlementar da anerior, de que o treino absracto em ouco significado e não se traduz nua arendizagem real caaz de enfrentar situações concreas. Na realidade, o ensino eórico ode ser bastante ineficaz se o que se transite nada tem a ver com as necessidades fuuras do estudante. Mas esse roblema é o da adequação do conteúdo do ensino s necessidades do ensinado, e não um roblema geral do ensino eórico. O ensino abstracto ode ser bastane eficaz, como mostram inúmeros estudos exerimentais que comaram ensino rático não orientado com ensino teórico. Em ouco temo, a instrução teórica ode evar o sujeito a adquirir um conhecimento que demoraria anos 85 Idem.

a adquirir se o izesse aenas ea rática diária.  O mais eficaz, como se imagina, é uma aliança ecléctica entre o ensino teórico e o ensino alicado, sendo este reerido a contextos diversos e não demasiadamente restrito a alica ções articulares. O «arender zendo» tem sucesso quando há uma combinação entre a instrução abstracta e diversas ilustrações concretas que conseguem desertar o estudante e motiválo ara erceber, imaginar e realizar alicações. Mas o «arender azendo» não tem sucesso quando está coninado a alicações muito limitadas e não é acoma nhado de uma generalização ela abstracção. Julgamos que a análise das rovas de aerição do Ensino Básico, dos exames e dos estuos TIMMS e PISA reorça o que dizemos.  habitua dizerse que essas rovas e estudos revelam que os jovens têm mais diiculdade na resolução de roblemas, na adatação de conceitos a contextos reais e noutros rocessos cognitivos suerio res; e menos diiculdades nos intens de resolução mecâ nica, ou seja, nos rocedimentos mais elementares. Con cluirseia daí, de acordo com um argumento muito reetido, que não há roblemas com a arendizagem das rotinas e com a memorização e que é imortante, elo contrário, insistir rioritária e quase exclusivamente na resoução de roblemas e noutro tio de desafios ormati vos. Parecenos ma concusão aressada e tendenciosa. 86 Ve, por e xeplo, o clássico estudo de

Bierderman e M. Schiffa, «Seing dayld chicks  case stdy and epet systems analysis f a difficlt peceptal leaig tas , ]ournl of Experimen tl Psycholoy ernin emory n onition 13, 1987, 64645.

72

1.

Em rimeiro lugar, é natural que haja ee mas dificuldade em níveis cognitivos sueriores. O que sea surreendente seria o contrário. Em segundo ugar, con tinuam a revelarse falhas em asectos básicos que arrastam inseguranças ara as etaas osteriores. Em terceiro lugar, a análise das dificuldades na resolução de roblemas revela limitações na caacidade de abstracção dos alunos. Sem essa abstracção, roblemas situados em contetos diversos não odem ser enfrentados com scesso. A ecessiva contetualização do ensino elementar da matemática tem sido um obstáculo ao sucesso dos estu dantes em níveis cognitivos sueriores e ode ter influên cia negativa de maior imortância do que se suõe. 

87 e p exempl  elatói «Resultads d Exame de Mate

mática d 9. an 25-1 chamada GE Ministéi da Educa çã Janei de 26 É típica a insistência desse elatói ns temas acima efeids. Mas é inteessante ve as dificuldades ds estudantes nas espstas epduzidas n elatói. Sã dificuldades típicas de uem está habituad a acicina em cntexts específics e nã cnsegue p exempl imagina ue  ai de uma esfea pssa se simplesmente  necessitand de cncetiza vales numéics paa pssegui  acicíni. e em especial pp 21-22

73

A toria das comtências contra os contúdos Sem retender entrar em ormenores técnicos, é imor tante discutir aguns roblemas criados na rática educa tiva ortuguesa eo actua conceito de cometências. Primeiramente, o uso de cometências como conceito uniicador e ubíquo tem vindo a romover a substituição da istagem recisa de objectivos educativos or ormula ções ambíguas, vagas e aavrosas. Percebese que haja essa tendência. Enquanto é inequívoco, reciso e áci, or exemo, dizer que o estudante deve saber resover equações do segundo grau, tornase muito diíci, ara não dizer imossíve, recisar esse objectivo num «sabe em acção», aém do mais contextuaizado e aicado, ou noutra categoria que contente as cometências genéicas. O resutado é a diuição e objectivos veriicáveis e men suráveis, acomanhaa o correativo axismo eucativo. 7

 imortante questionar, or exemlo, se a concreti zação das «cometências» num sstema em que o currí culo desaarece ermite garanti que alguns conteúdos essenciais são cobertos. Parecenos que não e que a insis tência de alguns na incaacidade das escolas e dos rofessores ara a «oeracionalização das cometências» revela, afinal, o fracasso dessa teoria. Em segundo lugar, há a tentação, que tem sido exlícita em muitos documentos e ráticas, de rocurar desenvolver os níveis sueriores de uma «cometência» rejudicando os níveis rimários e intermédios. Nomeadamente, há a tendência ara evitar a mecanização e a memorização e ara ultraassar a arendizagem de técnicas e o domínio de automatismos. Aesar de, mais recentemente, se ter assa do a insistir em que esses asectos estão incluídos nas «cometências», a verdade, como mostraremos na secção se guinte, é que na sua frmulação se revela uma resistência  memorização,  mecanização e a outros asectos essenciais do ensino, com o retexto de que eles rejudicam graus de comreensão mais elevados. Para erceber como as actuais teoria e rática das cometências se oõem aos objectivos educativos concretos e aos conteúdos recisos, e como os retendem diluir, é indisensável ler um documento intitulado Cuícul Nacal d E Bác: Ceêca Eeca Este documento foi aresentado em 2001, com grande aa 88 e, p eemp, a discssã em  Fancisc Cachapz et a

Saberes Básicos de todos os Cidados o Século XXI Lisba, Cn seh Nacina de Edcaçã, 24 em especia pp 113 e segs.

7

rato, e condensa de facto u trabalho longo e orfiado ara destruir os conteúdos curriculares e substituílos or rincíios gerais, não verificáveis ne ensuráveis Em nossa oinião, e contrariaente s já referidas boas as ingénuas intenções dos ue dize ue o al está no facto de os rofessores não tere arendido a trabalhar co as coetências e a traduzilas e conteúdos e acti vidades, os receitos desse docuento são iossíveis de trabalhar, a não ser ue interretados coo algo a ue se resta culto verbal, as não se usa coo referência A introdução deste docuento norativo criou ua abigudade legal Segundo os seus roósitos, deiarsea de usar o currículo naconal do ensino básco de 10. Mas este não oi legalente revogado ne as «coetêncas» era utlizáveis Iaginase ue o resultado rático seja uitos rofessores refugiarese nos anuais escolares Ou seja, a nstituição das «coetências» teve o efeito erverso de auentar o alo acrítco aos recursos sobrevventes, transforados e uletas do ensino O melhor será ler cuidadosaente o docuento ue se encontra disonível na Internet  Aui aresentaos aenas alguns etractos

A saída da educação ásica, o aluno deverá ser capaz de: 1 . Moilizar saeres culturais, cientíicos e tecnoló

gicos para compreender a realidade e para aor dar prolemas e situações do quotidiano; 89 ttp:/www. sitismi u s . pt/imprimiveis/imagens/pais_imp/

cmpetencias.pdf.

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2. Usar adequadaente linguagens das diferentes

áreas do saber ultural, ientífio e tenológio para se expressar;  . . .] 10. Relaionar haroniosaente o orpo o o es

paço  . . .] Estatística e probabilidades

No doínio da estatístia e probabilidades, a opetê ia ateátia que todos deve desenvolver ilui os se guintes aspetos: Ao longo de todos os ilos  . ] O sentido rítio fae ao odo oo a iforação é apresetada  . . .] 2.º ilo

A sensibilidade para ritia arguentos baseados e dados de atureza quantitativa90

O ocumento rossegue na mesma forma ao longo e uas centenas e ágnas  mossível reroduzlo aqu 9 0 Po bn coodndo iniéio d Edcção Dp

mno d Edcção Bic rrílo Naional do Ensino Básio: ompeênias Esseniais 200

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integramente como é evidente mas vae a ena êo ara erceber que o estio não é dierente do atenteado acima. É notoriamente vazio e tavez sobretudo em matemática. Um exercício que se ode azer quando se anaisa um documento deste tio é veriicar se o que ee diz não se aica,  vb noutras circunstâncias. Pensese, or exemo num curso e actuaização ara gestores e emresas e vejase, do citado acima se tudo, até mesmo a harmonia corora, não ode ser aicado na deinição das metas desse curso. Ou ensese numa escoa de detectives ou num retiro de meditação... Quando o que se diz é tão gera que nada restringe, então o que se diz é inúti. Mas eiase o texto integral e avaiese o roblema.

79

O fascíno pea motivação e peas apcações contra o treno e os automatsmos 



Uma das teses defendidas no Cuícul Nacal d E Bác  Ceêca Eeca é a de que tudo tem de ser imediatamente justificado elo seu sen tido e ela sua necessidade. Vejase o documento: ... ] evienciar que se trata e pomover o esenvolvi mento integao e conhecimentos, capaciaes e atitues e não e aicionar capaciaes e resolução e problemas, raciocínio e comunicação. (p. ) A resolução e problemas constitui, em matemtica, um contexto universal e aprenizagem e eve, po isso, estar sempre presente, associaa ao aciocínio e à comnicação e integraa natralmene nas iversas aciviae  

81

A pática de pocedenos não deve constitui ua actividade pepaatóia, epeitiva, isolada e se signifi cado; poé, ua pática copeensiva pode pomove a aquisição de destezas tilizáveis co seguança e auto noia O cálculo ental, o doínio de u algoito, a utilização de ua fórula, a resolução de ua equação, ua constução geoética, a anipulação de um instu ento, ente uitos ouos pocedientos, são destezas úteis que se adquirem com pática desde que não seja descuada a sua copreensão e a sua integação e expe iências ateáticas significativas p. 

As citações são ongas, recisaente ara ue se erceba exactaente o ue o texto retende:  le  areensão de conceitos, fóruas, rotinas, ráticas e caacidades, dizendo ue tal doínio e treino aenas te sentido se for integraente coreendido e integra do e «exeriências ateáticas significativas». Nua rimeira eitura, o que está no texto das Ceêca Eeca arece de elementar bo senso  si, é re ciso que os alunos coreenda a ateática; si, é reciso que ees integrem os conhecientos . . . Mas que tenha agua rática de ensino ou que se recorde be da escoa rearará que estas etas são irreaistas. Que rerseá semre o «desenvovimento integrado de concei tos » ? Qual é o ma de « adicionar caacidades de resou ção de robeas» ? ão há aturas em que a ateática tem de ser « trabahada de orma soada» ? As « destrezas úteis» aenas se odem adquirir desde que «não seja descurada a sua comreesão » ? Aenas ? Não há aturas 82

em ue o treino reetitivo é útil? Será reciso comreender a tabuada, roduto a roduto? Qual o mal da «resolução mecânica e reetitiva» de eercícios? A julgar elo teto é um mal absoluto, a evitar em todas as circunstâncias. E constituirão os «roblemas» e «situações não rotineiras» obrigatório «conteto universal de arendizagem»? Não é limitando a automatização ue se desenvolve o raciocínio indeendente. Este é um erro caital d docu mento das «Coetências Básicas» ue desliga e coloca em oposição a criatividade e a aprendizagem de rotinas, como se a rimeira udesse ser desenvolvida sem a se gunda.

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Romantismo e arrogânca construtivista A olémica é velha e já há muio que os ensadores mais lúcidos, de odos os secores olíicos, erceberam que as roinas e a acumulação de conhecimenos não se oõem  educação reflexiva e alicada. Gramsci, já ciado a roósio do romanismo edagógico, escrevia em 12: Não é totalente exacto que a instrução não comporte e si tabé a educação; o facto de ter insistido deais nesta diferenciação foi o erro grave da pedagogia idealista e os seus efeitos aprecia-se já na escola reorganizada.9 1 9 Idem ibidem, p 1 1 4  continção do txto citdo é ig

mnt crcdor: «Pr   intrção não incí tmbém  ducção ri ncrio u o uno fo m r pivo [    ] »  Qr dizr  crític à «mr trnmião d concimnto» é into pr  cpcidd d crinç poi  é rmnt cpz d trnformr  intrção m dcção

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Escrevendo em 1969, Karl Poer sera igualmente drecto. Deenda que há semre dos asectos ou duas ases da arendzagem. Prmeramente, acumulamse conhecimentos de orma sobretudo acrítca. Em seguda, questonase o arendido. Escreve este lósoo no seu habtual estlo olemsta:    a erdade é ue nã pde haer ua fase críca se ua fase dgáca precedene, ua fase e ue alg se fra  ua expecaa, ua regulardade, u cpr aen , de al anera ue se pssa ceçar a rabalhar na elnaçã d err92

O não reconhecmento da necessdade de uma «ase dogmática» recedente da «ase crítca» é um dos erros mais graves da edagoga romântca. Para racocinar criticamente sobre um assunto é reciso começar or conhecêlo. Pretendendose ormar «estudantes crítcos» sem lhes ornecer a necessára normação e treno, ae nas se ormam gnorantes alabarato. Se, or exemlo, um roessor do Ensno Básco dz aos seus alunos ara vsitarem um mercado oular e azerem uma crítca ao unconamento desse mercado (exemlo real) , ele deve começar or se assegurar de que os jovens vão ser caazes de reunr as normações mín mas sobre o unconamento do mercado. Deos, deve vercar se essas normações oram comreenddas e se os jovens adqurram os conhecmentos necessários ara 9 Ide ibide   54 

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raciocinar. Em seguida, deve guiálos, tornando claro o que retende com a «crítica do mercado». Se não fizer nada disto (continuação do exemlo real), os j ovens fazem uma visita, quase certamente ouco arendem sobre o funcionamento do mercado e em seguida esforçamse or alinhar meia dúzia de ideias disersas, mal informadas e eseculativas, em que rocuram satisfazer o que imaginam serem as oiniões do rofessor sobre esse mesmo mercado (término real e triste do mesmo exeml real, Lisboa, 2005 )  Ou sej a, um rofessor que aja desta forma está aenas a incentivar nos seus alunos o esírito acrítico  o contrário do que diz defender. Os exemlos odem multilicarse, mas basta acrescentar um outro, este de física e também real. Uma rofessora da área de ciências do terceiro ciclo do Ensino Básico (Sintra, 2005) ede aos seus alunos ara inventarem uma exeriência em que onham  rova o seu esírito científico. Uma aluna, naturalmente motivada or alguma coisa que ouviu sobre a velocidade de queda dos coros, resolve fazer exeriências ara verificar se bolas de diferentes esos caem de formas diferentes. az a exeriência com bolas de ingueongue e bolas de ferro e conclui que as segundas caem mais raidamente. A rofessora fica muito contente, diz  aluna ara aresentar o trabalho num concurso de ciências ara jovens e a raariga aresenta em úblico os seus resultados. Ora, o que a estudante acabou de fazer foi regredir até Aristóteles (8422 a. C) A rofessora, evidentemente, não conhecia a olémica sobre a queda dos coros nem a célebre lei da queda dos graves. 87

No século V a. e Aistótees dizia que os corpos caem tanto mais apidamente qanto mais pesados são. Qase dois milénios depois, numa séie de expeiências célebes, muio conhecidas, sobetudo, atavés do episó dio, natualmente omanceado, da tore incinada de Pisa, Gaieu Galilei (1564162) mostou ue os copos em queda ive caem independenemente do seu peso, e expi cou que a obsevada difeença de veocidades se deve ao ato,  esistência do a. Esas expeiências clásscas de Galeu desempenaram um pape na evoução cientíica que apenas em paaeo nas conjectuas e obsevações asonómicas que oiginaam a evolução heliocênica. Evidentemene, a pofessora nada saba deste assunto e ajudou a nculcar n auna e nos seus coegas uma ideia errada e agora cusá mas a apaga.  expeiênca poderia er dado eslados altamene posiivos se a pofessoa, ao nvés de abandona por completo a aluna, vesse sabido guála, sugerndolhe uma expeiência que pdesse eva a conclusões pedago gicaente útes e, finamene, sobesse crticar os esuados. O ensno expermenta em que os jovens devem se eguhados deve estar adequado ao temo, recusos e conhecmenos imados de qe os esudantes dispõem. As expeiências pessupõem planeamento e conhecimen tos, sobeudo po pae do pofesso, e não são sinónimo de espontaneidade nem devem se uma promoção da falta de rigo. Po detás de tudo isto, aém de ignoância  r, por xmpo, Simn Drk, History of Free Fal Aristotle to Galileo Torono, 1989 .

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científica e pedagógica, está u desespeito pea ciência e peo sabe e ua extaodináia aogância. Aceditan do, ou fingindo acedita, ue os jovens são capazes de desenvove u espíito cítico e expeiental ue se inspia no vazio e não no coneciento, o omantiso pedagógico ue faze ce ue u jove, sem pepaação de algua espécie, é capaz de cega a concusões cien tíficas ue custaa  umanidade muitos anos e muito esfoço a conuista. Este salto de etapas pedagógicas é outa anifestação de uma atitude oântica antiinte ectua inspiada no natuaiso de Rousseau. O constutiviso ingénuo pensa ue o ensino ecapi tua a evoução da ciência e ue o aluno pode po si s, desde ue devidaente ibetado ou estiulado, cega  econstução do conecimento. Afia ue as cianças são «investigadoes natuais» e ue á uma uase identidade enre a invesigação científica e as «actividades investigatvas » na sala de aula . Daí a estana insisênca 94 «Aprender ciência  fazer ciência procam da mma ma

nira»  «Learning cinc and doing cinc procd in t a way »  Wynn Harln The Teaching of Science in Primary Schools Londr David Flton 1996, p.   95 «Armaç como a criança ão cintita nato'  odo no nvolvmo m actividad cintífica no noo dia-a-dia' não ão ap na falamnt dtora do ponto d vita da dcação cintífica ão nganadora»  «caim c a cildrn ar natral cintit' and vryon ngag in cintific activity dring t cor of tir vryday activiti ar not only bgiling bt from t poin of viw of cinc dcaion milading»  E W. Jnkin «Conrctivim in coo cinc dcation» Science  Education 96, 000 p. 601

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em identifica as pesqsas dos estudantes com nves tigação» , como se esta paava não devesse esta esevada  obtenção de esultados oiginais. Não é despopositado fae um paaeo co uma desaceditada teoia biológica do século r condensada na céebe fase a ontogenia ecapitua a filogenia». Segundo essa teoia, no decoe do seu cescimento em bionáio cada indivíduo passa po uma séie de fases que equivalem a estágios adutos das espécies antecesso as. Mesmo depois de se ejeitada em bioogia, essa teoia da ecapituação teve alguma infuência em psicoogia sob o impuso de Sigmund Feud ( 1 85 19 9 ) e de outos. Mais odenamente, numa visão extema da teoia das etapas de cescimento de Piage, o constutivismo ingénuo vê a ciança a ecapitua uma sequência de fases de desenvoviento da huanidade e da ciência. Insiste então de foa dogmática na ideia de te de se o aluno a constui ee pópio o conhecimento e a edescobi a matemática e as ciências. Muitos teóicos da pedagogia apesentam estas ideias adicais como tendo sido indiscutivemente conmadas pea investigação pedagógica ecente. ada mais eado. Como eata o canadiano Steven Pinke, u dos mais bihantes psicólogos da actuaidade, eud e Piaget esistiam a pe cebe que os factos conaiam a teoia evoucionista de Lamack, não só na biologia, mas também na psicoogia 9 6  Stepen Jy Gold, ntogny and Phylogny Cmbridge,

M, Hrvrd University Press, 1977. V. tmbém, do mesmo tor, « Fred's evoltionry fntsy» , in I Hav Landd Londres, Jontn Cpe, 00.

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O constutivismo actua, diz o mesmo auto, «é uma mistua de psicoogia de Piaget com contacutua e ideoogia pósmodena» de uma ma que evela como o «etablh ment na educação é ignoante»   também muito eucidativo ve como a investigção mais ecente nas ciências cognitivas evea insuficiências gaves no constutivismo pedagógico, com especia incidência no ensino da matemática Os tabahos de Stanisas Dehaene, ente outos, mostam como é necessái admiti na ciança carcteísticas inatas e não constuíds, e distingui a apendizagem natua d não natua Limit o ensino  «descobeta natua» da ciança condena ao insucesso O constutivismo rdicl vi epistemoogicmente mis onge do que o constutivismo pedgógico ingénuo: deende que todo o conhecimento, mesmo o cientíico, é uma constução socil essenciamente abitári, pelo que menospreza as eerêncs cientícas e académicas, concluindo que o ponto de chegd é pouco importne Que num caso que nouto, s consequências pedagógicas são desastosas 9 7 Steven Pinker, How the Mind Works Nova Iorque, W. W. Norton,

1997, pp. 206 e 341. 9 8 Stanislas Dehaene, he umber Sense: How the Mind Creates Mathematics Nova orque, Oxford University Press, 1997 Ver em especial o capítulo 2 e a secção «Piaget's Errors», pp. 41-63. 99 Seria uma «perspectiva patónica» a consideração «de m cur rículo da Matemática referente para o conhecimento dos alunos>>, segundo a j á criticada expressão de José Manel Matos, « Revisitando duas ideias>>, in Henriue Manuel Gimarães, Dez Anos de Pro(Mat: Intervenções Associação de Professores de Matemática, 1 9 6,  104.

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Promover a cee e a edecbea  va da exeeaç eada  guided experimental discovery») é uma prática pedagógica fundamental para a compreensão aplicada dos fenómenos e para a formação do espírito crítico Mas essa acertada prática pedagógica não se pode confundir com a defesa construtivista da descoberta espontânea

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Ensino da matemática No nsno d mtmátc, m ptculr, é ncssáo lv o studnt  pogrd tp  p, comçndo  prcb os conctos, dos ms lmntrs os ms complxos. llmnt, é ncssáo formlzálos m suçõs gs. nlmn, é dsjávl plcálos ct vmnt. Ms  pdgog omânc pnd lcnç st últmo objctvo cndo lmtçõs às ps qu ncssrmnt o pcdm ou compnhm. odms stblc mrcos no domíno d um concto mtmáco ou d um conjunto d conctos rlco ndos. o muto lmtdo qu  tpolog sj, l dá nos um ndcção do qu s pss. Em prmo lug, o luno é ntoduzdo num conco  imgnmos o cso d popoconldd dct. Um bom profssor sbá d um xmplo qu s poss ton cntl. Sbá fl d vnd d btts  ou d um xmplo mlho   xplc aos lunos qu o qu s pg n comp d btts é diectmnt popo 93

cionl o seu peso, most que compndo dois quilo gms se pg o dobo do que se pg compndo um quilogma, e po í dinte Um bom pofesso exemplificaá imeditmente o poblem com quntiddes e fá com que os lunos fçm lgums conts té o poblem lhes pece tivi Pode, o mesmo tempo, d outos exemplos, com comp de cebols ou com distân cis pecoidas po um utomóvel num detemindo intevo de tempo Em segundo g, o  no é intoduzido num fomlizção do poblema, fomlizção que depende do nível de escolidde Pode, po exemplo, se levdo  um equção do tipo despes = quntidde x peço Ness ltur, éhe solicitdo que epita lguns dos cálclos nteioes pa veific  tilidde d fómul E que fç outos que não consegi seque enc ntes de conhece ess expessão mtemátic e de sbe tblhál Pode ind se levdo  vefic que há elções que não são popocionis e confont difeentes fómls p difeentes eções ente viáveis Finlmente, o luno pode se evdo  um compeensão plicd d popocionlidde, pecebendo s sus implicções p o cálculo de impostos, po exemplo, ou descobindo elções ente quntiddes que enc no didi, vendo como elções não popocionis podem conduz  esultdos semehntes em detemindo intevlo de vloes e po í diante Em tudo isto há pecedêncis cs, que em mtemátic são inevitáveis Não se pode lev lunos que não 4

sabam um mnimo de tabuada a faze cetas contas men talmente, não se pode apca uma fómua antes de enten de os símboos, e po aí adante Mas as poidades são muto dfeentes das que o documento das Cometência Eenciai estabeece Leiase de novo este documento e pensese Não seá úti aos aunos fazeem agumas con tas «de esolução mecânca e epettva» com a fómua da popoconaldade decta ? ão vaeá a pena « adcona essa capacidade de esoução de pobemas», ndependentemente de a «intega numa expeênca matemá tca sgnfcatva» ? Seá que todos os tenos se devem evta pos não são, afnal, as almejadas «stuações não otneas», as úncas e as que seiam obgatóo «contexto univesal de apendzagem» ? A pedagoga omântca petende salta etapas e concentase naquela que é menos contoáve e, po sso, de avalação pedagógca mas dfícl A únca peocupa ção é a da apendzagem apicada Anda o auno não pecebeu a fómula da popoconaldade decta e já gostaam que se lhe peguntasse «seá que os mpostos popoconas são justos?» O pobe estudante não pe cebeu anda a semehança ente o exemplo da compa de batatas e o da dstânca pecoda peo automóvel e já gostaam de lhe ped um ensao escto sobe as suas «expeêncas matemátcas sgnfcatvas»100 00 ara se perceber que este exemplo não é pura fantasia e verificar

que há quem defenda que o ensino da matemática deve processarse desta maneira vejase o exemplo do «casal Silva» em João Filipe Matos «Matemática educação e desenvolvimento social» in  San-

9

Ideias semelhantes apaecem no discuso de muitos intevenientes no debate educativo. É habitual subodi nar tudo às aplicações, o que é um eo e uma impossi bilidade pedagógica que intodu imiações gaves no enso. Meso que o aluno aprenda para o bem dele,  ] ele deve, nu cero senido,  logo esse be, para que possa senir que vale a pena o rabalo que realiza 101

Sobe este aspecto é impeioso sese diecto. Po muito que queiamos motivar os aunos e leváos a inteessa emse pelo estudo  objectivo mais que ouvável  é impossíve, em geal, que cada aluno veja a uldade de cada aprendiagem e ue sna ue cada pacela do seu tabaho vale a pena. O pedagogo falharia se condicio nasse a sua acividade a esse pressuposto. A maioria das coisas que as cianças aprendem não pode te na atura oura justificação aém de «é bom saber». Não se pode expicar a utiidade prática de sabe uem eam os Romanos nem a vantagem de treina a abuada. Serve paa sabe, seve paa fae contas. Não há outra justificação tos A. P. Canaao e J Bocado Educação Matemática: Caminhos e Encruzilhadas Actas do Encontro Internacional em Homenagem a Paulo Abrantes) Lisoa Associaço de Pofessoes de Matemática  6981 2005 0 Henie Manel Gimaes Noa década noos desafios» cofeêcia no PofMat90 agoa in Henie Manel Gimaes Dez Anos de ProfMat Intervenções ssociaço de Pofessoes de Matemática 996.

96

nm o posso dv cai na amadiha d ngocia a apndizagm com os aunos, subodinandoa ao su convncimnto da sua utilidad. 102 A msma idia sug com oupagns dints. Umas vzs agumntas qu o pobma stá m a scoa não consgui motiva os aunos, como vimos na pimia scção dst txto. Outas vzs, com ptxto nsss agumntos, pocuas caminha a vocidad xcssiva paa as aplicaçõs, satando tapas. Sguindo ss caminho, cntando udo na compn são apicada, dscuando  dspzando a fomação d bas, subodinando tudo a mtas gandiosas incontoávs, dixams os alunos a navga num ma de indfinçõs. Paaasando um humoisa, não dão mpo aos studans paa apnd factos, pois ocupamnos dmasiado m aciocina sob s . . . Como sutado, os aunos não assimiam padõs d aciocínio, não têm mpo paa sabc anaogias n dduzi gas ógicas d apicação mais ga. Oa, a capacidad d soução d pobmas nunca s constó com dsafos dispsos  divsos, sm paaos qu  02  próprio Dewey reconhecia e a perspectia ai criticada,

a e chamaa «teoria do interesse, podia ser caricatrada da se ginte forma: «Ü facto de dois mais dois serem atro é m facto n, e tem de ser aprendido em si mesmo e por si mesmo. A criança não se conence dele melhor se lhe pendrarmos histórias diertidas de passarinhos. Nes se caso a criança não dá atenção à reação nmérica. A sa associação foge daí para se ligar somente às imagens engraça das e associamos ao facto. Cf. John Dewey Inere and Effor Hoghton Miffin, 1913, n, 1 , 3 

97

vem a peebe o esqeeto dos métodos de ataqe e de esoção. O aoíno de apação mas gea desenvo vese atavés do teno de asos onetos qe apesen am aaterísas omns. Satando etapas e apesentando aos anos problemas onde estes não vêem qaqe padão de abodagem, mas apenas m emaranhado de amnhos, não é possível desenvove o aoíno. Os estdantes efgamse então naqo qe hes paee mas segro: memoza agmas egas e otnas . E fazemno om a agravante de as egas e otnas qe memozam seem onsrídas ad hoc e não oespondeem a mas do qe eações apaentes ente as osas. Não é sso qe se qe qe os estdantes façam. Com o ombate ego à memorzação e à mean zação podzse presamente o onáro do qe se dz petende.

 03 Qaer professor experimentado sabe como os estdantes se

tendem a refgiar em regras empíricas Dizem, por exemplo, «para probemas de antidades mltipica-se, para velocidades dividese». O s professores têm de fazer sempre  m esforço para sblinhar qe é preciso compreender a mecânica das relaçes e o contexto dos proble mas, ao invés de aplicar regras empírcas, aparentes, imitadas e s perficiais

8

A tabuada

e

a motivação

Muio se em escio sobe alguns asecos aiculaes, ais como a memoização da abuada e o uso das calcua doas. Deois de uma auênica evola da oinião pública cona a incaacidade da escola aa ensina a abuada a pae signiicaiva dos esudanes pougueses, ninguém se aeve a defende abeamene que a memoização desse insumeno é desnecessáia. Mas oi nesse essuposo que se acuou duane muios anos. Vae a ena e o que diz o Pogama de Maemáica do 1 ciclo        [ ] na saa de aula eve have materas de apoo e o po fesso peitiá que ada iana utiize, o libedade, o que he fo ais onveniente [] A máquna de calcular não poe deixa de te luga no 1. ilo [ . . . ] .

Ou seja, na saa de aula o oesso deve deixa que o aluno use os meios de cálculo que ese deseja e a 99

calculadora deve estar pesete É exactaete isto ue está aui escrito. Cohecese Cohecese algu cai caiho ho mais rápido r ápido para ão apreder a tabuada e exercitar o cálculo etal? É adissível que o legislador teha deixado escapar o docueo curricula algo de dierete do ue pre tedia. tedia. E a tabuada é apeas apeas a pota pota do icebergue icebergue  é auilo ue ualquer adulto percebe ão estar a ser devidamee esiado e é co esse aco que as gerações ais avaçadas se revolta. O ue abé é verdade é ue esa pota do icebergue ão é casual, é a coseuêcia lgica de ua ilosoia educaiva. ease o eso docueto uado estabelece as prioridades dos proessores. Picípis Picípis ietades

A tarefa prcpal que se mpõe aos professores é cose gur que as craças, desde cedo, apredam a gostar de matemátca  . .  ] . Objectivs geais 1  Mafestar curosdade e gosto pela exploração e

resolução de problemas smples do uverso famlar;  . ] . Pblemas

A resolução de problemas, quer a fase de exploração e descoberta, quer a ase de aplcção, deverá costtuir a actvdade fundametal desta disciplia.

100

lgumas desas armações já ram encontadas nouros documenos. O que há aqui de espanoso é o pincípio orienado para odo o 1º 1º ciclo, que consiui a primeira linha do progama: o essencial, a are principal é conseguir qu as crianças gosem de maemá maemáica. ica. É uma inversão ol de objecivos. Cusa a percber, e apens o ambien ainda pouco críico vivido n alura pode jusicr qu a inervenção pública enha dixado escapar ese dsasrado romansmo pedgógico. A rea principal é quela à ual odas as ouras se subordinm. De onde se concluiri que, mis imporane do qu ensinar, seria azr com u as crianças gosassm de maemáica. Enão, no os conúdos como os méodos d ensino se dvriam subordinar  ese objecivo. quilo que mnos agrdávl possa sr, l como a memorizção da buada ou o domínio de algorimos de dição ou muliplicção, jusiicarsi ue osse vido ou, plo mnos, qu apenas osse ensinado n medida em qu não dsgosase os jovns. O documeno oicial é muio claro: a ordenação de objecivos não é «prendizgm primeiro, goso depois», nm «ao msmo mpo». É «goso primiro, aprendizagm depois» (se possível, subenendese). Logo Logo  seguir seguir à insisência n o spco spco lúdico d a escola, dsacase a ideia ds aprendizagens significativas, oura xpressão já arás enconrada e que é aparenemene benevolene, mas muias vezes errónea. Vejamos de novo o que nos diz o Programa do 1 ciclo (1990)     ] a verdadeira arendizagem é ouco signiicativa quando o objectivo é aenas o treino de uma habilidade

101

Deste modo, a aprendizagem dos algoritmos deve surgir sempre como o resultado de longo trabalo com os números e as operações.

D novo osáculos o snvolvmno  rons  uomtsmos D novo rcocínos prcpos (não sá cro como s uz  sgun   prmr) N rl,  prnzgm os lgormos nm smpr org  um comprnsão prév  su jusfcão pormnorz Os suns pom prnr um rgr  mutplcão  frcõs sm  prcrm com pormnor pormnor E não n ão prcsm prcs m  fctur fctur prmro prm ro um longo long o trlo fzno ss mupcão, sm um lgormo, pr qu pos  prnzgm s orn sgnctv Há prnzgns mcncs, não sgnfcvs, qu s ncontrm nr s ms úts pr  v fuur  mporn qu s comprn o qu s fz, sm úv, ms á coss ms mporns o qu prcr odos os pssos  um lgormo Rcocnr cso  cso sor o « v um» , por xm xmpo, po, é um ostácuo ostácuo o su uomsmo  mlor qu s oprõs rmécs s fm uomcmn o qu rcocnno  c psso Pr qus toos nós, é mlor fzr mcnc mn s oprõs o qu não consgur fzêls, ms pnsr sor ls so não qur zer, d form gum, qu não s v prcr o funmento d mupcão, ou  our oprão rtméc Qur pens dzr qu um cos é prcbr o su sgnfcdo, outra é percbr os pssos o gormo qu se prc Podes tngr  prmr sm 102

g  segud E ms do ue sso: o uomsmo, poo um cvdde cíc e mecâc sobe um lgomo, cosu um jud p  coceção de esoços  compeesão de spcos mpors s opções Não se pss lgo d smele em ods ou use ods s osss cvddes? O uomsmo ue desevolvemos  leu ão os jud  coc sobe o exo? Como ser  oss vd s véssemos de coc le  le p escofc s plvs? us vees, podese c pes plo uomsmo  ms o ms gve, e ue os cosuvss dogmácos esuecem, é ue ão poe ve compeesão sm sss mesmos uomsmos ssocd à de omâc  u s os são pejudcs p  compesão, suge um ou ese: s os sem pejudcs p  movção dos esuds Os poblms d mmác sm, fl, o edo dos luos po seem obgos  p xecícos mooos ue ão eedem Es ese é um pu veção, sem ulur udmeo  eldde  escol cul  url ue os luos dsceguem o seu desgdo com o blo escol formuldoo e mes eleculmee ceáves  dem, po exemplo, u ão eedem  uldde d memá c , e os ecos omâcos cevm ess deupção  eldde, como ulu pofesso expemedo sbe, é ue o desespero dos estudantes se desen volve, sobretudo, perante a incapacidade de terem sucesso nas actividades que lhes são propostas e não é provocado pelas rotinas. 103

Os mpos duros d bud nrmnvlmn rcd d cor, sob  mç d rguds, são mpos qu já pssrm. Não é ncssáro connur  vuprr conr sss mpos nm m sndo bs s prács pdgógcs n conrposção  sss méodos. O dsqu xgrdo no sgnfcdo ls o dsqu xgrdo n movção.  comum ouvrs  s d qu os lunos não consgum sudr porqu os profssors não os movm, não lhs xplcm  mpornc do qu s sá  sudr nm s sus plcçõs. Já flámos dss ms, ms é mporn qusonr o sndo d cusldd prssupos ns rcocíno. Exs um corrlção nr os dos spcos. Ms será que os alunos não estudam porque não estão motivados ou não se motivam porque não percebem as matérias?  vdn qu hvrá nfluêncs nos dos sndos, mbor o sgundo sj hbulmn gnordo. Or  pscolog xprmnl m vndo  rvlr qu o sndo prdomnn é qul qu hbulmn s dspr. Vrdos sudos d pscólogos cndnos  norm rcnos ndcm qu  corrlção nr  uosm  os rsuldos posrors é xmmn pqun, n ordm dos 0%, nquno  corlção nr  prndgm num no  os suldos m nos posrors é muo lvd, qus 90%, o qu lv  conclur qu  prprção cdémc é o fco dcsvo pr o sucsso. Igulmn curos é  dscobr dos spcos ngvos d uosm  d uoconfnç. Comprndo sudns qu rcbrm mnsgns dsnds  moválos com sudns qu rcbm mnsgns dsnds  104

esponsabiizos, os investgadoes chegaa  concusão que os pieios tende a desotivase sepe que obtê us esultados e que os segundos, na esa stuação, tende a assui esponsablidades e a elho a o seu estudo Mais ipotante ainda: os segundos adopta estatégias de contolo do seu tabaho e obtê, e édia, elhoes esutados  Conclusão: nsist na idea de que os aunos não obtê sucesso poque os pofessoes não consegue otválos é inssi u aspecto pacela do poblea e foenta a dea eada de que nada se pode faze se pevaente os entusas a Na ealidade, o aluno demotivam-e e deani mam obretudo por não coneguirem perceber a maté ria e, conequentemente, não coneguirem ter uceo na actividade ecolare  aí, a ajuda etdca e pesistente, que se deve ceta a actvdade do poeso

04 Ver Roy  Bameister, Jennifer D. Campbell, Joachim I . Kreger

e Kathleen D. Vohs, « Does Hig SelfEsteem Case Better Perfrmance, Interpersonal Sccess, Happiess, or Healthier Lifestyles?», Psychological Science in the Public Inteest, 41 14 2003, e, dos mesmos atores, «Explodig the selfesteem myth», Scientific Ameican 292291, 7077, 2005 Ver ainda ma longa discssão do problema em Mareen Stot, The FeelGood Cuiculum Cambridge, MA, Perses, 2000

10

Dogatiso construtivista  roantso roussaun1ano .

.

Jean Paget ( 1 89 619 80 ) é, sem dúda, um dos ultos ue mas contbuíam paa a pscologa educata. Fgua espetada em todos os meos académcos, mutas das suas obseações, teoas e ecomendações foam poste omente ctcadas, como é natua acontece em cên ca. As etapas obgatas do desenolmento nfantl e outas deas de Paget têm sdo postas em causa pea pscologa expemental mas ecente. Os tabalhos de Le Vygotsky (1896194) e dos seus segudoes, nomeadamente a sua teoa da za d deevlve x mostam ue já na pmea metade do século  haa psclogos ue pecebiam bem a mpotânca do estímulo exteno, em patcula da comundade educata, paa faze poged o estudante. 105 5 Uma síntese recente das recomendaçes e conseências da inves

tigação de Vygotsky para a pedagogia encontrase em ary Daniels, Vygotsky nd Pedgogy Londres, Rotledge, 001 Uma discssão

17

O poblma pincipal da influência d iag m óicos da pdagogia pouguss sá, no nano, muio para além dsss dbas ciníficos O póprio iag, u rconcia não s um pdagogo,  u o su scráio cinífico considava apnas um «amado sclacido» m maéria d pdagogia, ficaria naualmn cocado com muio do u é dio m su om Não é prciso  uma formação avançada m psicologia para pcbr u algumas ss disparaaas aprsnadas como piagianas mais não são do u uma caricaua

particularmente interessante para o caso português encontra-se em uísa Araújo, « Piagetianos e ygotskianos: Mitos Pedagógicos e Práti cas Promissoras», a publicar em Nuno rato (org), O Ensino da Ma temática: Recuperar o empo erdido isboa, SM/Graiva (no preo)  06 árias vezes, nomeaamente em 1971 em Ou va /'éducation? afirmava não ser «um profissional de pedagogia, mas sim um psicó logo » ( « point un éducateur de métier, mais un psychologue» ), Paris, Denel, 1988, p 42. 07 R  Droz, antigo assistente e secretário científico de Piaget, escre via que «em matéria de pedagogia, Piaget não é mais do que um ama dor esclarecido, todos os textos pedagógicos de Piaget estão recheados de provas da sua ignorância do mundo das ideias e das práticas peda gógicas » ( «en matire de pédagogie, Piaget n'est gure plus qu'un amateur éclairé, tous les textes pédagogiques de Piaget sont parsemés de preuves de son ignorance du monde des idées et des pratiques pédagogiques» ), R  Droz, «De la nécessité et de limpossibilité d'exploiter les travaux de Jean Piaget en pédagogie», É ducation et Recherche 2, 1 980, p 7. 08 Pode ler-se, por exemplo, uma recolha de textos pedagógicos de Piaget em Constantin Xypas, Piaget et 'éducation Paris, Presses Universitaires de France, 1997, ou os dois textos coligidos em Jean Piaget, sychologie et pédagogie Paris, Denol, 1969.

08

dogmática das ideias do meste suío  Vejamos extactos de um livo dedicado à pepaaão de pofessoes do ensino básico e muito ecomendado em Escolas Supeio es de Educaão. A autoa apesentase desde o início como apoiante da pespectiva constutivista, que explicitamente econhece inspia os fundamentos do pogama de matemática do . ciclo (990. O papel do proessor não é pois o de transmiir ideias eitas aos alunos mas de os ajudar, através das tareas apre sentadas, a construi os seus próprios conhecimentos   Sendo assim, o proessor deverá respeitar sempre a opinião do aluno e, mesmo quando esta é incorrecta, evitar eitir sobre esta u juízo de valor11 0

Cuiosa esta designaão paa o conhecimento: «idias feitas » . . . Mais uma ez, paece sensato que o ensino não seja a tansmissão de peconceitos. Mas não devem os pofessoes tansmiti aos alunos a «ideia feita» de que a Repúbica foi implantada em 90, nem a «ideia feita» de que um tiângulo tem tês vétices? E devem «evita emiti um juízo d valo» ? A cassificaão de ceto ou 09 Por contraste, vale a pena ler a visão eilibrada, conhecedora

e atenta de Orlando Lorenço e de outros Desse autor vease, por exemplo, «Piaget e Vygotsky, mitas semelhanças, ma diferença crcial» in Gilhermina Lobato Miranda e Sara Baía (orgs), Psicolo gia da Educação: emas de Desenvolvimento Aprendizagem e Ensino Lisboa, Relógio D Ága, 2005 pp 235262 0 Lísa ara de Almeida Morgado, O Ensino da Aritmética: Perspectiva Construtivista Coimbra, Almedna, 1993  25

09

rrado não consiui um juío d valor? Dv sr viada plo docn? É isso qu qur dir rspiar smpr a opinião do aluno » ? los visos, há qum o dfnda  dê um significado dogmáico ao aplo ao rspio». Piaget considera igualmente que os conceitos matemáti cos se desenvolvem espontaneamente nas crianças, não ha vendo necessidade de seem ensinados directamente pelos professores No entanto, existe uma parte do conhecimento matemático que é do tipo convencional e terá de ser ensi nada (Nota de pé de página da autora:  o caso de todos os símbolos aritméticos [ ...]. ) 11

ara além do abuso inlcual qu é rclamar sa idia absurda para iag, sm qualqur rfrência aos sus scri os, dsaqus a conclusão ds parágrafo: para rspiar o dsnvolvimno da criança, os prossors nada l dvm nsinar d conúdo mamáico. pnas as convnçõs grácas  ouras. nss um pouco. Dvrsá dixá la dscobrir por si própria os númros primos, as rgras d proporcionalidad  o orma d iágoras? A aprendizagem da simbologia escrita deve ser feita depois de efectuada a compeensão oral dos problemas [ .  2

Traas d uma práica condnada pla psicologia modrna, qu vrificou o vidn: a simbologia pod ajudar  dscobra   comprnsão. Em cro grau, a    Idem ibidem, p. 2 Idem ibidem, p.



 

apedizagem dos símboos ode mesmo eede a om peesão do seu sigifiado. A iaça pode ve pimeio a lea «i» e bia om ea e só mais ade peebe o seu som e sabe que se aa de uma vogal. Pode faze o mesmo om o zeo ou om o sia de adição. E pode omeça a usa a simbologia esia omo ajuda paa a ompeesão dos pobemas. O epúdio pea esia oveioa pemeou iúmeos exos ofiais. Po exempo o ogama de Maemáica do 11. ao (ajusameo de 1995) afimase a popósio de sucessões que «Só depois de seem expemeadas vaadas edações devem se ioduzdas as edações simbóias osagadas». Quaque pofesso expeiee sabe ue peo oáio é meo ioduzi desde o iío simboogias e emioogias osagadas e apopiadas. Assm ajudase os auos a ogaiza a apeesão dos oeios. A expoação de emioogias aeaivas e múipas fomea abualmee a ofusão. A passagem dos exercícios orais aos escritos deve somen te efectuar-se quando o aluno á domina a compreensão e decomposição numérica, compreende o sistema de base dez e á construiu as propriedades inerentes às operações que estamos a estudar Esta passagem ao registo escrito deve ser sentida pelo aluno como uma necessidade 1 3

Oua visão adial. Como quaque essoa eebeá o egiso esio ode se feio aes de o auo sei a sua 3 Idem ibidem p 64

111

ncssidad  rória rática do gsto  da scrita msmo qu na altura não sja cabalmnt ntndida od ajudar o aluno no raciocínio  rarálo para tapas ostriors Não incenivar a memorização de regras embora nau ralmene o aluno, ao longo do empo, acabe por as rans formar em roinas 11 

qui vmos como a visão radical  dogmática do construtivismo s o à mcanização  mmorização Na ralidad as rgras odm comçar a sr mmoriza das ants ou dpois da sua comrnsão Dnd dos 4 dem ibidem p 30 Para se avaliar o ível e rigor a

simbologia matemática esta autora vejase o ue está escito a ota 39 a p 69: «  

=

0  

=

1  

=

10  

=

»

e ode se euz e     =   5 Um problema ue mereceria ser mais bem iscutio é o as iversas versões o costrutivismo Ver, por exemplo, uma crítica epistemológica ao costrutivismo raical e Glasersfel em W A. Suchtig, «Costructivism ecostructe», Science  Education 1, 34, 1 99 ; um a breve súmula crítica em Stuart Rowlas, «Two marks out of te for costructivism » , L. Bills ( org ), Proceedings of the British Society for Research into Learning Mathematics 19, 7378, 1 99 9; e uma crítica sistemática em William J Matthews, « Costructi vism i the classroom: Epistemology, history, a empirical eviece» , eacher Education Quarterly, 003 Uma crítica ao costrutivismo peagógico o cotexto do esino as ciêcias encontra-se em Michael R Matthews, Science eaching he Role o History and Philosophy of Science Nova Iore, Rotedge, 1994

112

casos E, em muitas situa ções, a eza deve e cevada. epende dos casos, das matéias e das ida des Mas os peceitos dogmáticos acima citados apaecem sem quaque estição e são estendidos a todo o ensino básico Faá agum sentido? Há algumas décadas, Agostinho da Slva ( 1 9061 99 6), um fiósofo potuguês que mantinha uma attude omân tica sobe a educação, escevia ago mais poético Pode mos êo hoje com mas toeância do que aquea que se pode te paa com os teócos que, em pincípios do século  contnuam a defende dogmatcamente deias tão pouco azoávis  ] da criança nada há a exigir senão que se desenvolva segundo o seu ritmo e toda a interferência tiranizante do indivíduo adulto, que vive conforme um ritmo completa mente diverso, não lhe pode ser senão prejudicial; o respeito pela personalidade infantil, a recusa de toda a acção modeladora decorrem naturalmente da ideia de que o im pulso vital da criança é soberano 11 6

Alguém pode duvda da ubqudade e da infuência do omantismo pedagógco ? Em Potuga e noutos países, este pensamento conseguiu uma poeza espantosa: uma pefeita aliança ente o ideaismo omântico mas ingénuo, o constutvsmo mais atávico e o mais cego dogmatismo da veha e caduca «escoa nova» 6 Agostinho da Silva, O Méodo Monessori Lisboa, Inéito, s/d, p   

113

Agumas concusões Cntrámos até agora a argumntação na crtca às concpçõs  propostas da dooga pdagógca romântca. Era ss, aás, o nosso propósto.  fnazar, apontamos m poucos parágrafos scos agumas das sobr o u consdramos u s v adoptar a ducação. Em prmro ugar, julgam que  enin nã precia de refrmulaçõe drática nem de reviravolta pedagógi ca revlucinária. É possív u o século XXI vnha a produzr uma scoa nova  métodos d nsno radca mnt dfrnts. Mas nada va a crr u sso acontça d mdato. o nvés d procurar smpr atrnatvas magrosas  souçõs radcas, pnsamos u é ncssáro consodar métodos provados  adoptar mudanças apnas para o u a xprência mostra podr funcionar. Como dza Dan Ravtch na ntrodução do su já cta do Left Back no sécuo  tudo o u s aprsntou como movmnto d mudança radca da scoa dvra 11

ter sido evitado como uma praga. s mudanças devem ser graduais, experientadas e avaiadas. Frank Swetz, estudando a didáctica da matemática em textos da Babilónia, Egipto, Grécia e China antigas, con cluiu ue «desde os primórdios, os autores e professores inventaram técnicas para faciitar a compreensão da sua disciplina». Revelou que já na ntiguidade eram feitos esforços diácticos «empregando diagramas, cores e auxiliares visuais e físicos, incorporando os sentidos da visão e do tacto». Conclui, ironicamente, dizendo: «Ü ensino operacional concreto não é um produto do século ! » .  Quem acreditar que o ensino activo e os meios auxiliares são uma inovação competa está, pois, redondamente enganado. Em segundo lugar, é preciso cenrar força no apec o eenciai do enino, ou seja, na formação cienífica de profeore no enino da maéria báica na avalia ção conane e na valorização do conhecimeno, da di ciplina e do eforço. Em particular, é necessário que os professores, tano preparados nas Escolas Superiores de Educação como nas Universidades, tenham uma formaçãobase coerente nas matérias básicas e nas matérias da sua especialidade. É indesculpável ue um professor  ualquer profes sor!  não saiba escreve, cometa erros de ortografia  Frank Swez, «aemaia Pedagog: An Hisoria

Perspeive», in Vior Kaz org, Using History to Teach Mathema tics: An International Perspective, Wasingon, D C, The ae matia Assoiation of Ameria, 000 p 15



gaves, teha imitações séias o vocabuáio, ã o faça ideia do que é a ei da queda dos gaves, ão saiba soma facções ou cofesse «hoo à matemática». Apesa de have muitos e muitos pofessoes compe tetes e dedicados, as ossas escoas cotiuam a foma iceciados que ão espodem aos equisitos míimos de fomação. Muitas vezes, são estes que eam o esio oficia, em detimeto dos mehoes. ma das azões é o sistema de ecutameto usado peo Esado, que apeas cosidea a ota fia de cuso. No mometo em que há tatas escolas e com citéios tão divesos, seia idis pesáve um mometo de avaiação exteo, um exame de etada a caeia de pofesso.  ecessáio eafima que  essencal na fraçã de prfessres é  cnhecent da atéra que ensna. Isso é váido as tês gades etapas do esio: os dois pimeios ciclos do Básico, o teceio cco e o Secudáo, e o Esio Supeio. Mesmo paa esia matéias básicas do pimeio cico, os pofessoes ecessitam de e cohe cimetos das matéias, omeadamee de Potuguês, de Matemática, de Históia, de Geogafia e de Ciêcias, e cohecimetos que tascedem os estitamete cuicuaes. Paa eem àvotade o esio e podeem patica métodos activos  po exempo, evovedo os auos em pojectos e actividades mais ives  ecessitam de te uma boa cutua gea, seem cidadãos ifomados e coheceem bem as matéias. Ifeizmete, muitas escoas supeioes seguem o cami ho cotáio e cocetamse o esio de teoias e métodos pedagógicos, esquecedo os coteúdos discipi 117

naes Se é vedade que a fomação pedagógica é útil e necessáia, também é peciso econhece que ela não se pode tona o aspecto cental dos cusos de pofessoes A pimeia e indispensáve qualidade de um bom meste é o conhecimento da matéia que ecciona Também nos cuículos e páticas do ensino básico e secundáio  e mesmo univesitáio, mas essa é uma outa batalha  é indispensável a concentação nas matéias e temas essenciais, de que são exemplo a Matemática e o Potuguês, a Históia, a Geogafia e as Ciências Em todas estas áeas seia bom que se estabelecessem pata maes mínimos  tandad  e se concentassem esfoços, sendose ambicioso e exiente no doínio do íni o essencas A avaliação é fundaental mesmo paa a entada na pofissão de pofesso, como foi efeido acima Paa os estudantes, temse evelado indispensável  peciso an te o exae no  º e    º ano de ecolaidade, lutano conta a oposição que lhes é movida po muitos quadan tes (algumas associações de pofessoes, alguns sindicatos, algumas oganizações de pais, muitos teóicos da educação) Admitese que um outo exame nacional se venha a tona necessáio, possivelmente no 4.º ou no . ano de escoaidade Os alunos devem sabe que há metas e devemse i pepaando paa as ultapassa sequencialmente A avaliação deve tabé incidi obe o anuai ecolae onde existem eos e insuficiências gaves  eito de dicilina tabalho efoço eitên cia e concentaço deve se desenvolvido nos estudantes de foma sistemática e pogessiva O ensino tem e 

formar eites, mas tem também de acompanhar os menos favorecidos ou menos dotados e apresentarhes vias a ternativas. ão se pode passar sistematicamente aunos ma preparados, mas também não se pode retêos sem hes oferecer ajudas especiais e vias aternatvas, profissionaizantes ou com ritmos menos exigentes. Mas o princípio invioáve deve ser sempre o de registo hones to dos patamares acançados por cada estudante. É indispensável adptar expectativas exigents para os estudantes e o seu trabalho. Dentro de limites muito vstos, os aunos adaptamse às expectativas que dees se formam. Tratáos como ncapazes, como acontece muits vezes nos currículos e manuais escoares, apenas os orna realmente incapazes. Na feliz expressão nglsa, é uma self-fulfilling prophecy uma profecia que se concreza peo simpes facto de ser formuada. Peo contrário, currícuos ambiciosos e avaiações rigorosas e contnuads trabham a favor de estudantes mais bem preparados. Finamente, é necessário adptar métodos provados, que são naturalmente eclécticos.118 ão se pode partir sempre do concreto para o gera, ta como não se pode partir sempre do gera para o partcuar. Não se podem esquecer as apicações, ta como não se pode subordnar tudo a eas. Devese desenvolver o gosto pelas disciplinas 8 Ver m a abordagem moderna e eiibrada em Jaes P. Byrnes,

Cognitie Deelopment and Learning in ntructional Context Boston, Alyn and Bacon, 2001, 2ª ed, em especial pp 211229 Ver também a deesa das «pedagogias mistas» e Ana ar ia orais, loc cit

119

e tenta motiva os alunos, mas  e de la  e  àul de ue  alu a nem se deve baliza o pogesso cuicula pelo sentimento positivo dos alu nos. Não se pode deixa de toduzi os estudantes no método hipotéticodedutivo, tal como não se pode esquece a intuição, nem os exemplos e o desenvolvimento de con ceitos a pati de uma sentida necessdade de genealização. Não se pode memoiza tudo, tal como não se deve esque ce a memoização. Devese desenvove o aciocíno e o gosto pela compeensão de conceitos complexos, tal como se deve desenvolve a memóia e a automaização de aguns pocedmeos. u sea, devemse usa técnicas vaiadas e aponta obctivos vaiados, ao conáio do que defendm os tócos do costruivismo dogmático. A simultânea ofta de abodagens, técnicas  méo dos vaiados é a maneira cocta de fntar a divsidade de modos de apendizagem dos alunos. Enquano uns são mais sensíveis a ilustações gáficas, outros pe cebem melho a manipuação de equações, outos ainda são despetados por exempos. Uns pecebm um concito quando contastado com conceitos paalelos num enquadamento geal, outros pecebemno pela descção de pomeno. Uns são analíticos, outos são sintéticos. Uns têm melho memóia visua, outos auditiva. A todos os alunos, no entanto, devem se ofeecidos os dvesos pecusos e as divesas abodagens. Nenhum deve se estingido àquilo que mais facilmente atinge. Todos devem pecoe, com maio ou meno insistência as vias divesas de compeensão das ciências e das huma 120

nidds. Limitáos todos às pioidds do constutivismo dogmático é imit qus todos o insucsso. Os bons pofssos sbm o qu s dv fz  tn tm fêo. S muits vzs não o fzm mis  mo, ss imitção não s s dv. Dvs sim às imposi çõs vuss do Ministéio, os cuícuos dsconxos, os mus mnuis scos, sc os,  um mbin d dsspi to p cutu  pl ducção. Os bons pofssos sbm á muio qu o nsino xpimn é imotnt, qu não s pod squc  motivção dos unos, qu  tbud   mcnição ds opçõs são ncssáis, qu  otogfi não dv s dsixd  qu  compnsão dos bons txtos it áios é cuci. Os bons pofssos sbm á mio o qu os icos d pdgogi omântic qum qu s squçm.

121

Recomendações bibiográficas Idicam-se aqui algumas, poucas, oras de referêcia  uma lista muito mais reduzida do que a dos livros, artigos e etre vistas referidos ao logo do texto e devidamete assiala dos as otas Soressaem aqui oras de mais fácil cosulta ou aquisição O que se pretede é apeas facilitar uma pri meira aordagem crítica de prolemas do esio, omea damete da matemática, e o cohecimeto das ideias que aqui criticámos

Ddáta da Matemáta

Elo Lages Lima, Matemática e Ensino, colecção «Temas de Matemática», Lisoa, SPMGradiva, 2004 Trata-se de uma colectâea de itervenções de um grade pedagogo e matemático rasileiro em que são aordados múltiplos prolemas de matemática elemetar e de nível pré-uiversitário e iúmeras sugestões didcticas Lages Lia

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defende aqui ua visão equilibraa de u ensino baseado no tripé conceptualização anipulação e aplicação Steven G Krantz Como nsnar Mamáca Uma Prspciva Pssoal, colecção «Leituras e Mateática» Lisboa Socieda de Portuguesa de Maeática  Tratase de ua obra centrada nos probleas de enso universitário as cheia de sugestões úteis para todos os professores desde a fora de preparar as aulas e lidar co situações difíceis até à aneira de escrever no quadro e utilizar u anual escolar Particularente interessantes são as reacções de bo senso do auor a alguas tendências dogáticas Luísa Maria de Aleida Morgado  Ensno da Artméca: Perspctva Construivsta, Coimbra Aledina 1993. Tratase de ua interpretação radical da pedagogia de Piaget onde se faz a apologia de u construtiviso dogático Vale a pena ler para conhecer uitas das ideias extreistas defendidas pela teoria pedagógica doinante e perceber o seu fundaento ou falta de fundaento Karen Budd et a., n Myhs abou Mah ducaion and Why Yu Shouldn' Blv hm,  http://wwwnycholdco ythshtl Alé de ser ineressante e si esa esta página te apon tadores para uitos recursos ue se pode encontrar na Internet incluindo artios e psicóloos experientais iló

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sofos, mateáticos e educadores. Com estes recursos fica-se com uma ideia bastante completa do debate actual sobre educação.

Pscooga e cêncas cogntvas

Steven inker, How the Mind Works, Nova Iorque, W W Norton, 1997 e The lank Slate The Modern Denial o Human Nature, Nova Iorque, Viking, 2002. Duas obras de um dos mais importantes psicólogos e cien tistas da cognição modernos. rofessor no MIT, depois em Harvard, inker explica como a investigação mais recente mostra a existência de capacidades inatas a ter e conta no ensino. Na segunda obra, em especia, depois de uma crtica às versões modernas da teoria do bom sevagem de John Dryden e de Jean-Jacques Rousseau, explica como a inves tigação moderna põe em causa o construtivismo pedagógico. Considerando a nossa história evolutiva, inker realça que há aptidões cuturais, não naturais, que necessitam de ser trabahadas especificamente no ambiente escolar. Sanislas Dehaene, The Number Sense: How the Mind Creates Mathematics, Nova Iorque, Oxford University ress, 1997 Matemático que se transformou em neuropsicólogo e que é um dos maiores cientistas da cognição modernos, Dehaene discute as implicações na educação mateática das inves tigações recentes sobre o funcionamento do cérebro. arti cuarmente interessante é a sua crtica de iaget e a sua defesa da memorização.

12

Históia e debates teóicos

Diane Ravitc, Let Back A Century o Battles over School eorm, Nova oe, Sion & Scste, 2000

 a extraodináia istóia dos debates sobe edcação nos Estados Unidos dante o séclo xx endo-a, percebe -se ito sobe os nossos pópios debates e fica-se a cone ce a aiz de itas posições exteistas. icase tabé a saber e as ideias da «escola nova» são velas de ais de  séclo.

E. D. isc, The Schools We Need and Why We Dont Have Them Nova Ioe, Dobeday, 1999.



 livo e fez fo nos Estados Unidos. Depois da pblicação do se Cultural Literacy de 1 9 8 7 le ter cstado iniigos no establishment do ensino e ataqes e foa na ipensa, irsc é agora visto coo  pedagogo a te e conta. Neste livo, pocede a a cítica sisteática do «ensino centado no alno» e do constrtiviso dogático.

eanne S. Call, The Academi Achievement Challenge What eally Works in the Classroom, Nova Iore, Gilford, 2000 Ua pofessoa de avad ecenteente falecida, grande investigadoa de edcação especializada e leita, evê neste se últio livo a iensidão de estdos e dados de inves tigação científica sobe pocessos de apendizage, salien tando a esagadoa aioia de esltados epíricos con táios às teses do ensino centad no alno.

12

osé María Qintana, La Educación Está nferma Informe Pedagógico sobre la ducación Actual, Valência, Nau Llibres, 2004

Uma exposição crítica sistemática sobre os grandes temas de debate actal em pedagogia: cognitivismo, edcação intercltral, disciplina, memorização Com a vantagem de ser feita por m professor de pedagogia, catedrático de Ciências da Edcação em Espanha

Textos teócos de constutvsmo adcal

Ernst von Glasersfeld, Construtivismo Radical Uma Forma de Conhecer e Aprender Lisboa, nstitto Piaget, 1996. Ao defender ma visão pedagógica e filosófica radicalmente sbjectivista, Glasersfeld revela que a filosofia pós-moderna tem na pedagogia romântica m prolongamento natural oão Filipe Matos, «Matemática, edcação e desenvolvimento social», in Leonor Santos, Ana Pala Canavarro e oana Brocardo, Educação Matemática Caminhos e Encruzilhadas (Actas do Encontro Internacional em Homenagem a Paulo Abrantes), Lisboa, Associação de Professores de Matemática, 69-81 , 2005

 notoriamente difícil encontrar ma exposição sistemática das ideias pedagógicas românticas qe criticamos Mas qem qeira começar a perceber o que defendem os ses promoto res mais ipdentes tem neste texto e nalgns otos deste volme m ponto de partida  preciso, conto, faer stiça

17

a outros autores neste voue, ue adpta posições ais oderadas e sensatas O teto destacado é reveador do ex treo a ue pode cegar a pedagogia roântica Mas, insisti os, o elor eso será procurar os uitos textos citados

128



Indic onomástico antes, Paulo, 58n, 78n lmeida, Leandro S., 19n ltshull, lizaeth, 12n mósio, Maia Teesa, 22n ndeson, John R., 68n, 69n, 70n aújo, Luísa, 108n talaia, Luinda, 37n Baía, Saa, 19n, 67n, 109n Baptista, Rui, l l n Baeto, ntónio, 1 O Bauk, Stella, 12n Baumeiste, Roy F , 105n Benavente, Ana, 22n, 3 ln, 32n, 53n, 62n Belin, Isaiah, 13n Benstein, Basil, 32n Bierdeman, 1. 72n

Bills, L., 12n Boado, Joana, 54n, 96n, 12 7 Bown, John Seely, 68-69n Budd, Kaen, 124 Buesu, Joge, 1 0 Bunge, Maio, 14 Bynes, James P., 119n Cahapuz, . Faniso, 49n, 66, 76n Campell, Jennife D. 105n Canáio, Rui, 40n Canavaro, na Paula, 54n, 96n, 127 Caahe, D . W. 69n Caaher, T. N., 69n Castilho, Santana, 1 ln Chall, Jeanne S., , 126 Collins, Allan, 6869n

129

Commission du Débat National sur l'Avenir de 'École, 2 Conselho Nacional de Educação, 22, 46 Corteso, Luiza, 30, 62 Costa, Maria José, 5   Crato, Nuno, 0 Damião, Maria Heena, 66 Daniels, Harry, 107 Dehaene, Stanilas, 9, 25 Dewey, John, 45, 97 Drake, Stilman,  Droz, R.,  0   Duguid, Pau, 69 ntwistle, Harod, 34n Fenandes, José Manue, 1 0 Fenandes, Magarida Ramies, 33, 59 Ferreira, M. Luísa A., 24 Fiolhais, Caros,  O GAVE, 73 Gingel, John, 60 Gasersfed, Erns von, 2, 127 Gould, Stephen Jay, 90 Gramsci, Antonio, 33, 40, 5 Grio, Marçal, 0, 5 Ha, G. Staney, 4, Harlen, Wynne, 9 Hirsch, . D.,  , 34, 5, 26

130

Jenkins, E. W. , 9 usino, David,  1 , 45, 49, 66n Katz, Victor, 6 Kaufman, James M., 44 Kilpatrick, William Heard, 1 5 Krantz, Steven G, 49, 24 Krueger, Joachim ., 05 Lave, Jean, 69 Lima, on Lages, 49, 23 Lima, Pedro J. F de, 24 Lourenço, Orlando, 09 Magahães, Antóno M., 15n, 25n, 42 Matos, João Fiie, 54n, 63n, 95, 127 Matos, José Manue, 6n, 9n Matthews, Michae R.,  l2n Matthews, Wiiam J., 112n Miranda, Guilhermina Lobato, 9, 67, 09 Mónica, aria Fiomena, 0-11 Monteiro, A. Reis, 15 Morais, Ana Mara, 4,   9n Morgado, Luísa Maria de A meida, 09, 24 Mostert, Mark P., 44 Naais, João António, 47n Neto, Dulce, 5   Nwman, Susan E., 6

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