Construção Civil - Relatório de Estágio
March 6, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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SABRINA LANGARO COMELLI
RELATÓRIO DE ESTÁGIO I
ENGENHARIA CIVIL
2014/02
Professoras orientadoras: Andrea Resende Débora Felten Geovane Duarte Pinheiro Janaína Bedin Karina Sanderson Ligia Eleodora Francovig Rachid Maria Vânia Peres Thalyta Mayara Basso
Cascavel – PR 2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................ ...................................... ............................................. ....................... 2.1 ALVENARIA ALVENARIA DE VEDAÇ O....... O.............. ............... ................ ................ ................. ................. ................ ............. .....
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2.1.1 Conceitos e materiais utilizados........................................................ utilizados............................... ............................ ... 2.1.2 Execução.................................................................. Execução....................................... ..................................................... .............................. 2.1.2.1 Marcação da alvenaria................................................................ alvenaria................................... .................................... ....... 2.1.2.2 Assentamento de alvenaria de vedação............................................ vedação.......................................... .. 2.1.2.3 Encunhamento Encunhamento............... ........................................ .................................................. ........................................... .................. 2.2 CHAPISCO.................................. CHAPISCO..................................................... ........................................... ......................................... ................. 2.3 EMBOÇO INTERNO.................................................................. INTERNO....................................... ......................................... .............. 2.4 CONTRAPISO....................................... CONTRAPISO................................................................... .................................................. ...................... 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. FINAIS...................................................... .......................................... .................
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REFERÊNCIA REFER ÊNCIAS S BIBLIO BIBLIOGR GR FICAS .......... .................. ................ ................ ................. ................ ............... .......... ..
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1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, a construção civil vem sendo o setor responsável por alavancar o desenvolvimento das civilizações. Ela começa a ser necessária quando o homem ao iniciar práticas de agricultura e criação de animais, passou a procurar por um lugar fixo surgindo assim, as primeiras casas para servir de proteção e abrigo. Levando em consideração a importância dessa prática, surgiram as primeiras construtoras responsáveis pelo desenvolvimento construtivo e econômico do Brasil, estando entre elas a Jota Ele Construções Civis Ltda, a qual foi responsável pela aptidão da prática do presente estágio. Foi com a perspectiva de atender à qualidade que o engenheiro João Luiz Félix fundador da Construtora JL juntamente com seus dois irmãos, José Luiz Félix e Joacir Luiz Félix, transformou-a em uma das maiores construtoras do Brasil. O organograma da empresa está demonstrado na Figura 1.
DIP DIT ENG MOT LEV
ADM
EST MED
APE CAR
MDO RH
APO ARM
AIV
HID
Figura 1 – Organograma da empresa Fonte: Construtora JL DIP – Diretor Presidente ADM – Setor Administrativo DIT – Diretor Técnico APO – Apontador
ENG – Engenheiro RH – Setor de Recursos Humanos MOT – Mão de Obra Terceirizada MDO – Mestre de Obras
EIE
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EST – Setor de Estagiários CAR – Setor de Carpintaria LEV – Setor de Levantamentos ARM – Setor de Armação MED – Setor de Medições ALV – Setor de alvenaria/Acabam.
APE – Setor de Análise de Procedimentos de Execução HID – Setor de Hidráulica ELE – Setor de Elétrica
Tendo como local de realização o Edifício Privilege Residence, torre II, contou-se com a supervisão do engenheiro responsável pela obra, Ciro Neves, o qual teve papel fundamental para a realização deste estágio bem como o acréscimo de conhecimento que pode ser adquirido em função de sua ampla experiência na construção civil.
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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O objetivo deste estágio supervisionado é demonstrar através prática e observação, os processos executivos referentes ao assentamento de alvenaria de vedação, o chapisco e emboço da mesma, além da execução de contrapiso sobre laje.
2.1 ALVENARIA DE VEDAÇÃO
2.1.1 Conceito e materiais utilizados
A alvenaria de vedação vertical, apesar de não desempenhar nenhuma função estrutural a não ser suportar seu próprio peso, exerce papel importante em uma edificação. Segundo a Revista Téchne (2006):
O subsistema vedação vertical é responsável pela proteção do edifício de agentes indesejáveis (chuva, vento etc.) e também pela compartimentação dos ambientes internos. A maioria das edificações executadas pelo processo construtivo convencional (estrutura reticulada de concreto armado moldada no local) utiliza para o fechamento dos vãos, paredes de alvenaria (Revista Téchne, edição 112, Junho/2006).
Segundo Silva (2007), para que a alvenaria de vedação desempenhe o papel para a qual foi direcionada, se faz necessária a utilização dos seguintes materiais indispensáveis: a argamassa de assentamento, o bolo cerâmico e a tela de amarração. O bloco de cerâmica é um bloco composto principalmente por argila, na sua fabricação ele passa por um processo de queima que lhe dá uma característica de queima e dureza. Deve apresentar facilidade de manuseio pelo pedreiro devido ao formato adequado e pelo peso reduzido (AZEREDO, 1997).
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O bloco cerâmico utilizado na obra possuía dimensão de 9x14x24 cm e eram transportados até os pavimentos superiores pelo elevador de carga com cuidado para que se mantivessem boas condições de utilização. A argamassa utilizada para o assentamento da alvenaria segundo Silva (2007) é o item responsável pela aderência dos blocos entre as fiadas e da parede na estrutura, além disso, deve possuir boa plasticidade e consistência, e também boa capacidade de retenção de água e trabalhabilidade. Já as argamassas industrializadas, devido à adição de aditivos, têm como principal diferencial o módulo de elasticidade maior que a dosada in loco. A argamassa utilizada no assentamento era composta por cimento, areia, incorporador de ar e cal hidratada, dosada in loco com a utilização da betoneira. Em algumas alvenarias internas foi utilizada também, argamassa pré-fabricada, visando redução de custos e maior produtividade. produtividade. Segundo Silva (2007), a tela de amarração é uma pequena tela metálica de espessura igual à do bloco de cerâmica, a qual é fixada no pilar a fim de que proporcione melhor ligação entre a estrutura e a alvenaria, evitando o aparecimento de fissuras verticais nesse ponto proveniente da movimentação estrutural. Durante o processo do assentamento da alvenaria foram utilizadas as telas de amarração de acordo com a necessidade.
2.1.2 Execução
2.1.2.1 Marcação da alvenaria
Para Silva (2007), a marcação é uma etapa muito importante, pois é nesta etapa que se determina a locação das paredes de acordo com as medidas especificadas em projeto. O primeiro trabalho a ser executado na marcação é riscar o eixo de referência, pois é dele que são extraídas todas as medidas necessárias para a
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locação das paredes. Inicialmente é adotado o eixo utilizado para locação dos pilares e vigas da estrutura que podem variar de acordo com a necessidade de cada obra. Para a marcação do eixo, é necessário um fio de nylon que serve como referência. Ele é estica esticado do de uma ex extremidade tremidade à outra da laje no sentido transversal e no sentido longitudinal. Depois de esticadas as linhas é verificado o esquadro do eixo. Tendo o eixo já sido verificado e marcado na laje, inicia-se a locação das paredes, de acordo com as medidas de projeto. Cota-se uma determinada medida do eixo e se demarca o local onde estará localizada a parece. O processo é repetido quantas vezes forem necessárias até o fim da locação de todas as paredes (SILVA, 2007). A marcação da alvenaria na obra se deu a partir dos eixos dos pilares e das vigas da estrutura utilizando-se fios de nylon esticados para a materialização dos eixos de referência para a posterior locação das paredes (Figura 2).
Figura 2 – Marcação do eixo de referência Fonte: A autora Deu-se início então, a partir do eixo de referência já marcado, a locação das paredes, também se utilizando fios de nylon esticados, de acordo com as medias necessárias do projeto. A estagiária nessa etapa além da observação dos procedimentos colaborou com a verificação do esquadro dos eixos e também com a verificação das medidas relacionadas à locação das paredes.
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A marcação de alvenaria, de acordo com a bibliografia e teoria vista em sala de aula, se deu de forma correta seguindo todos os critérios necessários, visto que os funcionários que a executaram, tinham experiência expe riência na prática.
2.1.2.2 Assentamento de alvenaria de vedação
Para a execução de paredes de meio tijolo, devem-se cumprir algumas orientações segundo Azeredo (1997): Antes do assentamento, o tijolo deve ser molhado para eliminar a camada de pó que envolve o tijolo, além de impedir que o tijolo absorva umidade da argamassa. A partir da demarcação da alvenaria, deve-se espalhar a argamassa de assentamento e assentar dois tijolos a espelho em cada extremidade, tomando como referência o escantilhão responsável pelo alinhamento da alvenaria. Estende-se então, uma linha pela aresta superior dos tijolos já assentados à espelho do lado da futura face da parede. Depois, deve-se completar a primeira fiada com tijolos inteiros, iniciar a segunda fiada com meiotijolo e assentá-la deixando um intervalo na parte central da futura parede. Repete-se a primeira e a segunda fiada, até doze fiadas nas extremidades, sempre prumando e aumentando sucessivamente o intervalo central, deixando assentada somente a primeira fiada. Para finalizar, completar a segunda fiada repetindo até o respaldo obedecendo as amarrações, afim de que se evite a superposição de juntas, obtendo-se um plano de parede plano, vertical e com fiadas em nível. Vale ressaltar que vão situados diretamente sobre o solo levarão vergas em se tratando de portas e vergas e contravergas em vãos de janelas (AZEREDO, 1997). O assentamento das alvenarias internas acompanhadas na obra se deu sobre laje utilizando argamassa moldada in loco ou argamassa industrializada, não havendo divergências no processo executivo, há não ser que, no assentamento com argamassa industrializada não houve a utilização da mesma entre as juntas dos blocos cerâmicos, apenas entre fiadas.
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Primeiramente, foi umedecido o local da locação a partir da marcação, assentado dois tijolos a espelho, esticada uma linha de nylon pela aresta superior dos tijolos e então assentada a primeira fiada por completa, conforme Figura 3.
Figura 3 – Primeira fiada assentada com argamassa industrializada Fonte: A autora
Iniciou-se a segunda fiada com meio tijolo garantindo a amarração entre as fiadas, em seguida completada por inteiro. Repetiu-se sucessivamente a primeira e a segunda fiada sempre atendando-se ao prumo, ao nível e ao alinhamento pelo escantilhão, conforme Figuras 4 e 5.
Figura 4 – Assentamento de alvenaria com argamassa convencional Fonte – A autora
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Figura 5 – Assentamento de alvenaria com argamassa industrializada Fonte – A autora
Nas paredes em que alvenaria fez ligação com pilar foram utilizadas telas metálicas a cada duas fiadas, as quais foram fixadas depois que o pilar havia sido chapiscado com argamassa colante, utilizando rolo para textura, melhorando assim, a ligação da alvenaria com a estrutura. Vale ressaltar também, que nas alvenarias assentadas com argamassa industrializada, a tela de amarração foi fixada, na fiada, com argamassa convencional para melhor aderência entre o tijolo e a tela (Figura 6).
Figura 6 – Fixação da tela de amarração Fonte – A autora O processo foi repetido até que se chegasse à cota das vergas sobre as portas, no caso da alvenaria interna observada. Foram montadas as formas das vergas, as quais posteriormente foram concretadas in loco. Após o período de cura do concreto, deu-se então continuidade ao assentamento deixando, na
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última fiada, um espaço para realizar a ligação da alvenaria na estrutura, o encunhamento, recomendado pela norma NBR 8545/1984, em torno de 30 mm, podendo haver variações dentro do aceitável. Nas paredes que não possuíam vãos, o assentamento teve continuidade até o respaldo, deixando também na última fiada o espaço necessário para a realização do encunhamento. O assentamento finalizado com argamassa convencional é demonstrado pela Figura 7.
Figura 7 – Assentamento finalizado Fonte – A autora Nesse procedimento, a estagiária auxiliou na verificação quando ao prumo, ao alinhamento e ao nível durante o assentamento, além de observar o processo executivo. Notou-se que a partir da segunda fiada não foi deixado um intervalo central até o respaldo, segundo manda a teoria, porém, pode-se observar que não houve prejuízos quanto a esse procedimento, pois obedecia à amarração, além de apresentar um plano alinhado, prumado e com fiadas em nível.
2.1.2.3 Encunhamento
Segundo Silva (2007), o encunhamento é uma etapa de grande importância para o bom funcionamento da vedação, pois é ela a responsável pela
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ligação direta da alvenaria com a estrutura, além de absorver cargas provenientes da movimentação estrutural. De acordo com a norma 8545/1984 o prazo mínimo para o encunhamento após o assentamento é de sete dias, e o pavimento superior deve estar com toda sua alvenaria pronta. Esse prazo se faz necessário para que a estrutura tenha uma acomodação após seu carregamento. Inicialmente deve-se umedecer o local de aplicação e posteriormente é aplicada a argamassa com o auxilio da bisnaga no vão entre a alvenaria e a estrutura. Paredes que compõe a parte interna de um pavimento devem ser encunhadas em suas duas faces e 100% do vão deve ser preenchido (SILVA, 2007). A argamassa utilizada no encunhamento era composta por cimento, areia e aditivo expansor. A execução se deu com a utilização de uma colher de pedreiro (Figura 8).
Figura 8 – Execução do encunhamento Fonte – A autora Nesse processo a estagiária apenas observou a execução do encunhamento, e constatou que não houve contradições de execução durante o processo executivo.
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2.2 CHAPISCO
O chapiscado, segundo Azeredo (1987), é uma argamassa de aderência, a qual tem por finalidade proporcionar condições de aspereza e fixação em superfícies quase sem poros, como os tijolos, criando condições de receber outro tipo de argamassa. A alvenaria de tijolo de barro cozido que irá receber o chapisco deve ser umedecida antecipadamente para retirar o pó e evitar que a superfície absorva água do traço, visto que a argamassa de chapisco é bastante fluida, em estado quase líquido, não chegando a plástico, a qual é composta por cimento e areia, maior ou menor quantidade de aglomerante, e água (AZEREDO, 1987). Azeredo (1987), recomenta a execução do chapisco da seguinte maneira: Deve-se lançar a argamassa de aderência a uma distância de um metro, com certa violência à superfície que irá receber o chapisco. Devido ao impacto com a superfície, tem-se uma grande perda de material, portanto, aconselha-se limpar o piso para posterior recolhimento da sobra que cai, podendo ser reaproveitada para outra finalidade menos importante. Antes de se iniciar o revestimento argamassado, deverão ser testadas as instalações hidrossanitárias, as quais já devem ter sido instaladas após o assentamento da alvenaria. O correto é a instalação das tubulações condutoras de fluidos em geral, testar e revestir (AZEREDO, 1987). O traço utilizado no chapisco foi de 1:3 (cimento:areia) que foi lançado contra a alvenaria com a utilização de uma colher de pedreiro formando uma superfície rugosa variando entre 3 mm e 5 mm (Figura 9).
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Figura 9 – Chapisco finalizado Fonte – A autora Houve recolhimento de material no piso, devido ao impacto, para posterior utilização em outras finalidades. Nessa prática, a estagiária observou os procedimentos executivos para a realização do chapisco, notando que, antes da aplicação da argamassa o tijolo de barro cozido não foi umedecido, podendo vir a absorver água do traço da argamassa, fato que pode comprometer a qualidade final do serviço.
2.3 EMBOÇO INTERNO
Segundo Azeredo (1987), o emboço é uma argamassa de regularização que deve evitar a infiltração das águas das chuvas, sem, portanto, impedir a ação capilar que transporta a umidade de material da alvenaria à superfície exterior desta. O emboço é também um regularizador e uniformizador da superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis. Inicialmente deve-se molhar o necessário a alvenaria que irá receber o emboço para que a alvenaria não retire a água da argamassa (emboço), e também retire o pó existente no painel. Em seguida serão fixadas pequenas taliscas, ou seja, a espessura do emboço com argamassa mista de cimento e areia. Feito isso, preenche-se no sentido vertical os intervalos entre as taliscas formando guias distantes não mais que 2 metros, com o mesmo prumo das taliscas, ou seja, a mesma espessura das mesmas. Após a execução das guias,
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lança-se com certa violência a argamassa de baixo para cima como se procede com o chapisco. Comprime-se com a colher a fim de melhor fixar a argamassa no painel e retirar as bolhas de ar que foram arrastadas pela argamassa. Procedese, então, o sarrafeamento, que é um movimento de zique-zague de baixo para cima para retirar o excesso de argamassa entre as guias. Não há necessidade de desempenar, pois a rusticidade irá melhorar a fixação do revestimento de acabamento (AZEREDO, 1987). Para regularização das alvenarias internas, foi utilizado o emboço desempenado, pois essa técnica, comumente utilizada no Paraná, já serve como revestimento de acabamento. Foram fixadas as taliscas de acordo com a espessura final de acabamento, conforme Figura 10.
Figura 10 – Taliscas finalizadas Fonte – A autora Feito isso, foram feitos o lançamento da argamassa de regularização e a compressão para melhor fixação da mesma, conforme Figura 11.
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Figura 11 – Lançamento da argamassa de regularização Fonte – A autora
Logo após foi feito o sarrafeamento do painel, como mostra a Figura 12).
Figura 12 – Sarrafeamento Fonte – A autora E em seguida, o pedreiro umedeceu o painel e desempenou o revestimento (Figuras 13).
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Figura 13 – Desempeno do painel Fonte - A autora Finalizando, assim, o revestimento argamassado (Figura 14).
Figura 14 – Revestimento argamassado finalizado Fonte – A autora Durante o processo, a estagiária observou os procedimentos de execução do revestimento. Pode-se notar que o painel não fora umedecido antes da realização do emboço podendo favorecer o aparecimento de fissuras no revestimento se os tijolos que compõe a alvenaria absorverem água da argamassa. O pedreiro que realizava o revestimento não executou as guias, pois segundo ele, as guias atrapalham o sarrafeamento o que compromete o acabamento final do revestimento. Mesmo as guias não terem sido executadas,
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conforme manda a teoria, o revestimento argamassado final não foi comprometido quanto à qualidade.
2.4 CONTRAPISO
O contrapiso é uma argamassa lançada sobre uma laje estrutural ou lastro de concreto magro. São diversas as funções do contrapiso, sendo que Barros e Sabbatini (1991) apresentam como principais: possibilitar desníveis entre ambientes; proporcionar declividades para escoamento de água; regularizar a base para o revestimento de piso; ser suporte e fixação de revestimentos de piso e seus componentes de instalações, podendo ter ainda outras funções como: barreira estanque ou impermeável e isolante térmico e acústico. A argamassa seca comumente utilizada na execução de contrapiso tem seu emprego generalizado nos ambientes internos de edifícios, sendo também utilizada nas áreas externas que receberão revestimentos. Em função desse baixo teor de umidade é, muitas vezes, denominada de “argamassa tipo farofa”, ou simplesmente “farofa”, principalmente no vocabulário usual da obra (BARROS;
SABBATINI, 1991). A base para a execução do contrapiso deve estar totalmente livre de detritos de argamassa ou outros materiais. A marcação do nível das mestras é tradicionalmente executada utilizando-se o nível de mangueira, podendo ser utilizado o aparelho de nível, e, nas áreas onde haverá escoamento de água, prever um caimento de no mínimo 1% (BARROS; SABBATINI, 1991). Procede-se com a execução das taliscas conforme nível determinado, dois dias antes da execução do contrapiso e com a mesma argamassa tipo “farofa”. Anteriormente à execução, molhar o local onde será colocado a talisca e
polvilhar com cimento para garantir a aderência. (BARROS; SABBATINI, 1991). Antes da execução das das mestras a base é então molhada abun abundantemente dantemente e removido toda a água empoçada. Para garantir a aderência do contrapiso à base, imprescindível no caso de utilização de argamassa “farofa”, é executada
uma camada de nata de cimento. Para isto, deve-se espalhar cerca de 0,5 kg/m²
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de cimento e aspergir água em quantidade suficiente para que se obtenha a camada desejada. Preenche-se a faixa entre as taliscas compactando a argamassa. Em seguida é feito o sarrafeamento dessas faixas que constituem as mestras. Retiram-se as taliscas, preenchendo o vazio com argamassa, nivelandoa com régua.
Imediatamente após a execução das mestras, deve-se a
argamassa do contrapiso sobre a base preparada compactando-a com um soquete manual. A compactação deverá ser feita em camadas com no máximo 50 mm de espessura. Logo após, sarrafear a argamassa fazendo o acabamento de acordo com o tipo de revestimento que será utilizado. Se necessário, fazer o desempeno com desempenadeira de madeira (BARROS; SABBATINI, 1991). A execução do contrapiso na obra se deu inicialmente com a limpeza do local que seria realizado o contrapiso. Marcou-se então, o nível do contrapiso com um aparelho eletrônico de nível, e em seguida, o local das taliscas foi molhado e polvilhado com cimento, para garantir a aderência da argamassa. Executaram-se as taliscas levando em consideração o caimento necessário, conforme Figura 15.
Figura 15 – Taliscas executadas Fonte – A autora Dois dias após a fixação das taliscas, o local foi novamente molhado e polvilhado com cimento, formando uma nata de cimento, necessária para a aderência da argamassa com a base. As faixas entre taliscas foram preenchidas
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com a argamassa, depois compactadas e sarrafeadas, formando as mestras (Figura 16).
Figura 16 – Execução das mestras Fonte – A autora Após a realização das mestras, a argamassa do contrapiso foi distribuída sobre a base, compactada com um soquete manual e em seguida sarrafeada. Optou-se para acabamento final o desempeno para o alisamento da superfície (Figura 17).
Figura 17 – Contrapiso finalizado Fonte – A autora
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A estagiária teve por função observar os procedimentos e conferir os níveis. Durante o processo, os prazos necessários entre os procedimentos foram respeitados, porém, não foi observada a retirada das taliscas após a execução das mestras, fato que mesmo não sendo o recomendado, não comprometeu a qualidade final do contrapiso.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O período de estágio oferece a oportunidade de envolver-se em situações práticas e aplicar o conhecimento teórico visto em sala de aula do dia-a-dia da obra o que possibilita comparar as maneiras mais adequadas de acordo com a teoria, para a execução da alvenaria de vedação, do chapisco, emboço e do contrapiso, com os processos executivos seguidos em obra. Com a pesquisa realizada, constatou-se que a importância correta da execução dos procedimentos é de grande valia para que se consiga um resultado satisfatório do produto final. Na obra de realização do estágio, a execução dos serviços estava muito bem consolidada em relação à teoria adotada, aos prazos executivos e a mão de obra empregada a qual era bem treinada atendendo as determinações que classificavam o serviço de boa qualidade mesmo que alguns procedimentos não fossem executados. Sem dúvida, além do conhecimento técnico, o estágio supervisionado propiciou ao estagiário, uma série de outras experiências, como a interação com diferentes classes sociais e níveis de conhecimento, e a própria gestão e administração da obra. Essas experiências contribuem significativamente para o aperfeiçoamento profissional e inserção do acadêmico no mercado de trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8545: Alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos. Rio de Janeiro, 1984. AZEREDO, Hélio Alves de. O Edifício até sua Cobertura. São Paulo, 1997. _____. O Edifício e seu Acabamento. São Paulo, 1987. BARROS, M.M.S.B.; SABATINI, F.H. Tecnologia de Produção de Contrapisos para Edifícios Habitacionais e Comerciais. São Paulo: USP, 1991. SILVA, Lindoaldo Deodato da. Técnicas e procedimentos para assentamento de alvenaria de vedação e estrutural . São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2007.
Téchne. São Paulo, n. 112, edição 112, 14 jun. 2006.
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