Conheça como funciona a Bateria de uma Escola de Samba
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DOMINGO,22 DOMI NGO,22 DE FEVE FEVEREIR REIRO O DE 2009
O ESTADO DE S. PAULO
CID CIDADE ADES/M S/METR ETR POLE POLE PO LE C5 C5 CIDADES/METRÓPOLE CIDADES/METRÓ
CARNAVAL
Bateria, o coração de uma escola Com Co m vi vira rada das, s, pa para radi dinh nhas as e re recu cuos os,, os ri ritm tmis ista tas s fa faze zem m da tr tril ilha ha so sono nora ra do dos s de desf sfil iles es um es espe petá tácu culo lo de pe perc rcus ussã são o
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Mônica Cardoso
Ele levanta um braço. Levanta osdois.Ergueoindicador.Gira as mãos. Os movimentos podemparecercódigosindecifrá-demparecercódigosindecifrá veisaosleigos,maséessacomunicação nicaç ão gestu gestual al que permi permite te ao mestredebateriacomandaros maisde200ritmistasdapercussãodeumaescoladesamba,tal comoummaestroregeumaorquestra. Alguns gestos são universaise adota adotadospelas dospelas escol escolas.A as.A maioria, no entanto, faz parte de uma linguagem criada pelo mestreecombinadacomosritmistasdur mis tasdurant antee osmesesde ensaio. Com os movimentos das mãos,omestrepodepedirpara alguns instrumentos pararem de tocar, sinalizar o próximo movimentoeatéaceleraroudiminuir o passo da bateria de acordocomorelógio. “Osgestosvariamdeumaescolaparaoutra.Àsvezes,omesmo gesto pode ter significados diferentespara difer entespara as escolas”,diz escolas”,diz omestredebateriadaAcadêmicosdoTucuruvi,AndréLuizda Silva, de 28 anos, um dos mais jovens das escolas do carnaval paulistano e que comanda 230 ritmistas. Emgeral,elesusamum api api-to para chamar a atenção para o próximo movimento. Alguns preferemusarumavaretapara ficar mais visíveis aos ritmistas. Mesmo assim, o mestre transmiteas trans miteas instr instruçõesaos uçõesaos diretores, que ficam perfilados entre os ritmistas, e assim a informaçãodopróximomo vimentopodeserrecebida portodos. Asparadinhas–também chamadas de breques ou bossas – são ensaiadas à exaustão nos ensaios. Surgida de um escorreg cor regão ão deum rit ritmis mista ta nabateriada escol escolaa carioc cariocaa Mocid Mocidaade Independente de Padre Miguelháexatos50anos,asparadinhas foram definitivamente incorporadas nas apresentações.Elas são criad criadas as espec especialialmente para o desfile para que brar o ritmo e incrementar o samba. Algumas paradinhas inovam e trazem afoxé, funk e outross ritmospara a aveni outro avenida. da. “A paradinha é um arranjo musicalquevalorizaosamba.É como se um instrumento perguntasse e outro respondesse. Nesteano,faremosduasparadinhas na avenida”, conta Marcos Resende, o Sombra, de 39 anos,mestre da Mocidad Mocidadee Alegre,que dirig dirigee 240 ritmi ritmistas. stas.
NO COMPASSO
A orquestra do samba Quando ela entra na avenida, é impossível ficar indiferente. De fato, a bateria é uma estrutura complexa de percussão, e comandá-la exige o comportamento de um maestro
No ínicio da apresentação, todos os instrumentos (veja ao lado) tocam juntos até o mestre sinalizar. Então, todos fazem uma rápida pausa e recomeçam a tocar. Nessa fase, o surdo de primeira tem a batida tum!...tum!...tum!
A apresentação da bateria é dividida em diferentes compassos. As viradas representam o início de cada uma dessas partes. São elas:
Os Instrumentos VIRADA DE SEGUNDA
Assim como na virada de primeira, a bateria para de tocar de novo e retoma seu compasso, só que, desta vez, sem os instrumentos agudos, como chocalho, agogô e cuíca. Em algumas ocasiões, os tamborins fazem um arranjo marcante e param de tocar também
APITO
É usado sempre que o mestre de bateria vai fazer uma mudança de comando ou pedir uma manobra
GRAVE Surdo Os surdos são como o coração da bateria. Têm batida e não param nunca (exceto nas viradas e nas paradinhas). Eles podem ser de 1ª, 2ª e 3ª marcação. Cada um tem um tamanho e produz uma sonoridade diferente
VIRADA DE TERCEIRA
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Após uma sequência de sons que indica a finalização de um trecho do samba, a bateria recomeça seu ritmo com caixas, repiques, agogôs e chocalhos. Os surdos de primeira e terceira se unem num só som, dando uma espécie de atrasada no ritmo, o chamado suspiro. O surdo de segunda dá resposta às batidas. Sai o seguinte som: tum, tum!...tum, tum!...tum, tum! Depois o ritmo é retomado
VIRADA DE BATERIA
Com um gesto, o mestre pode pedir que voltem os instrumentos agudos. É a chamada virada da bateria
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MÉDIOS Apoiam os surdos e ficam posicionados sempre perto deles
Outros sinais
Existem sinais com as mãos que são usados para solicitar determinados arranjos previamente combinados com a bateria. São as chamadas paradinhas, que quebram o ritmo do samba. Por exemplo, na figura 1, os dedos em L indicam um certo arranjo com instrumentos já combinados. Seguidos por um movimento de giro dos indicadores (2), mostra que essa execução será feita na próxima vez que o mesmo trecho do samba se repetir
Caixa
Os demais gestos representam outras paradinhas, com diferentes instrumentos ou arranjos
Repinique (ou repique)
Os músicos do espetáculo
AGUDOS Responsáveis pela variação do ritmo. Dão personalidade ao samba-enredo
Centenas de percussionistas têm a missão de fazer a trilha sonora da festa e conquistar os jurados Surdo
Chocalho
F O T O S : S E R G I O
Mestre da bateria
Cuíca
Caixa
Repiques
Agogô
Tamborim
Chocalho
Diretor de bateria
N E V E S / A E
Agogô
Mestre André Luiz, da Acadêmicos do Tucuruvi
O recuo
R E C U O FONTES: MESTRE ANDRÉ LUIZ E LIVRO APRENDENDO A TOCAR O BATUQUE CARIOCA, DE GUILHERME ODILON COSTA E MESTRE ODILON COSTA
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Os quatro mais importantes sinais do mestre
COMO O CORAÇÃO CORAÇÃO
Cadainstrumentotem suafunCadainstrumentotem ção dentro da bateria. O surdo de primeira é responsável pela marcação do ritmo e tem uma afinaçãomaisaltadoqueosoutros surdos. O surdo de segunda responde ao de primeira, com uma afinação mais grave. “Écomosefossemocoraçãodo corpo humano. Eles têm uma batida seca que garante a sustentação da bateria”, compara mestree AndréLuiz. Osurdo de mestr terceira, por sua vez, tem uma batida mais “solta” e intermediáriaa entreos dois. diári A caixa ou tarol dá apoio ao surdo de terceira e suingue ao samba.Orepique,ourepinique, dáoritmoeétocadoparaintroduzir as paradinhas. Já os instrumentos de naipe leve, cujo som é mais agudo, são chocalho, agogô, tamborim e cuíca. Sãoeles quedão perso personalid nalidade ade ao samba.●
VIRADA DE PRIMEIRA
INFOGRÁFICO: ROBERTA ZAWIT E RUBENS PAIVA/AE
A bateria precisa ocupar um espaço reservado na avenida para que possa tocar enquanto o restante da escola desfila. Para isso, é necessário fazer o recuo. O diretor posicionado no final da bateria avisa ao mestre o ponto exato de começar a recuar. Ao sinal do mestre, os ritmistas se viram de costas para ele e começam a fazer a curva em direção à área reservada. A dificuldade da manobra é que, enquanto os ritmistas se deslocam, o restante da escola tem de avançar para que não fique um buraco vazio na avenida
Tamborim
Cuíca Partituras de um samba da Portela reproduzidas do livro Aprendendo Apr endendo a tocar o batuque carioca
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