Conforto Termico Em Suinos - Alessandro Bueno de Mendonca

September 1, 2017 | Author: Rafael Cunha | Category: Heat, Temperature, Humidity, Natural Environment, Metabolism
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Artigo sobre conforto térmico em suínos....

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESPECIALIZAÇÃO “LATO SENSU” EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL

Alessandro Bueno de Mendonça

Campinas 2010

Alessandro Bueno de Mendonça Aluno do curso de Especialização “lato sensu” em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem animal

CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL

Trabalho monográfico de conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, apresentado à UCB, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, sob orientação da MS. Carolina Maroco Corneta.

Campinas 2010

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CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL

Elaborado por: Alessandro Bueno de Mendonça e Rebeca Freire de Pontes Alunos do Curso de Especialização “Lato Sensu” em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal

Foi analisado e aprovado com grau:______________

Campinas, ____ de ______________ de ______

____________________________________ Membro ____________________________________ Membro ________________________________ Ms. Carolina Maroco Corneta Orientadora

Campinas 2010 2

AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos àqueles que me proporcionaram a ajuda para conclusão deste trabalho. Principalmente à Carolina Maroco Corneta, pela dedicação e ajuda na conclusão deste trabalho. Aos meus amigos e familiares pelo apoio

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RESUMO O ambiente do sistema de criação intensivo possui influência direta na condição de conforto e bem-estar animal, promovendo dificuldade na manutenção do balanço térmico no interior das instalações, na qualidade química do ar e na expressão de seus comportamentos naturais, afetando o desempenho produtivo e reprodutivo dos suínos. A produção brasileira de suínos tem crescido muito nos últimos anos, em todas as regiões do país. O rebanho nacional hoje está estimado em 37,5 milhões de cabeça (SOUZA, 2002). No Brasil, a carne suína representa apenas 15% do consumo total de carnes, isso mostra o grande potencial que o setor tem (SOUZA, 2002). As técnicas de criação podem contribuir efetivamente para a conquista de competitividade no mercado, bem como o controle sanitário e a eficiência de produção dos animais. A preocupação em fornecer ao animal um ambiente de conforto requer conhecimento dos fatores ambientais. Este trabalho tem por objetivo mostrar o impacto de algumas variáveis climáticas sobre o desempenho produtivo e reprodutivo de suínos, bem como noções sobre o mecanismo termorregulatório destes animais. Palavras-chave: bem-estar-animal, conforto térmico, suinocultura

ABSTRACT The environment of intensive production system has a direct influence in the animal comfort and welfare, causing difficult in the maintenance of thermal balance in the installations interior, in the air chemical quality and in the expression of natural behavior, affecting the productive and reproductive performance of the swine. Brazilian swine production has been growing a lot in the last few years, in all the regions of the country. Today, the national herd is estimated in 37, 5 millions of heads (SOUZA, 2002). In Brazil, the swine’s meat represents only 15% of total consumption of types of meat; this shows us the big potential that this sector has (SOUZA, 2002). The creation techniques can contribute effectively for competition in the business market, as well the sanitary control and the efficient animal production. The worry about supplying the animal a comfortable environment requires knowledge of the environmental factors. This work has the objective of showing the impact of some climate changes on productive and reproductive performance of the swine, as well as basic notions on the temperature regulator mechanism of these animals. Key words: Animal welfare, thermal comfort, swine production

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SUMÁRIO LISTA DE TABELAS………………………………………………………………………...vi LISTA DE FIGURAS………………………………………………………………………...vii 1.INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….......8 2.REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………..10 2.1 Mecanismo de termorregulação dos suínos.........................................................................10 2.1.1 Termogênese.....................................................................................................................12 2.1.2 Termólise..........................................................................................................................12 2.2 O ambiente térmico.............................................................................................................13 2.2.1 O ambiente térmico na maternidade.................................................................................14 2.2.2 O ambiente térmico na creche..........................................................................................16 2.2.3 O ambiente térmico nas fases de crescimento e terminação............................................16 2.3 Variáveis ambientais e seu(s) efeito(s) nos suínos..............................................................17 2.3.1 Temperatura......................................................................................................................17 2.3.1.1 Interação temperatura e nutrição...................................................................................21 2.3.2 Umidade relativa do ar.....................................................................................................22 2.3.3 Nebulização......................................................................................................................23 2.3.4 Ventilação.........................................................................................................................24 2.4 O microclima e a reprodução dos suínos.............................................................................26 3. CONCLUSÃO.......................................................................................................................29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................30

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Temperatura de conforto, temperatura crítica inferior e superior...................................20 Tabela 2 – Condições ambientais ótimas propostas para o interior das edificações........................26

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Constituintes de uma maternidade...................................................................................15 Figura 2 – Abrigo escamoteador e posicionamento do sistema de aquecimento (1) e da microcâmera (2)................................................................................................................................16 Figura 3 – Zona de termoneutralidade dos suínos............................................................................19 Figura 4 – Abertura lateral totalmente aberta...................................................................................25 Figura 5 – Abertura lateral semi-aberta............................................................................................25 Figura 6 – Abertura lateral totalmente fechada.................................................................................25

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1.INTRODUÇÃO A suinocultura pela sua capacidade de reprodução e facilidade de criação, é uma das principais atividades, para fazer frente ao desafio de produzir proteína animal de alta qualidade, e para atender à crescente necessidade da população mundial. No mundo, 44 % do consumo é de carne suína; 29 %, carne bovina; 23 %, aves, e 4 %, demais carnes. Em 1998 o consumo mundial de carne suína atingiu 14,52kg/habitante/ano. No Brasil, a carne bovina representa 52% do consumo total; a carne de frango, 34%, e a suína, apenas 15% (SOUZA, 2002). Segundo Mendes (2005), o Brasil é o único país da América do Sul entre os dez maiores produtores de carne suína. Sua posição é crescente, ano após ano, e até o final desta década, deverá tornar-se membro do seleto grupo dos quatro maiores produtores mundiais. O aumento da população humana acarreta a necessidade de maiores quantidades de alimentos para satisfazer suas crescentes demandas alimentícias, particularmente as protéicas. É por isso que, a partir da década de 1960, as antigas criações extensivas passaram a se intensificar e ter como característica principal o alojamento de grande número de animais em espaço reduzido. Essa mudança no sistema de criação tornou possível grande aumento na produção de alimentos de origem animal para consumo humano. Por outro lado, trouxe incremento no desconforto dos animais. O suíno é um exemplo de animal cujo conforto vem sendo prejudicado pela intensificação da produção, caracterizada pela restrição do espaço, movimentação e interação social (PUTTEN, 1989), o que traz consigo o detrimento de seu conforto térmico, assim como da sua produtividade. A determinação das exigências de bemestar animal em relação à saúde e à economicidade da produção constitui grande desafio para a simplificação do manejo, redução de custos e aumento da produtividade (ENGLISH & EDWARDS, 1992). O desempenho produtivo e reprodutivo dos animais depende do manejo utilizado, que envolve o sistema de criação escolhido, a nutrição, a sanidade e instalações. As instalações, maior volume de investimento inicial fixo, são construídas em função dos custos e facilidades para o produtor, ficando negligenciado o conforto do animal. A instalação zootécnica, condizente com cada espécie, deve visar o controle de elementos climáticos, como a temperatura, umidade relativa, ventilação, insolação, além de higiene, alimentação e bem-estar que possibilitam o conforto térmico, pois segundo a categoria animal, a produção será favorecida numa determinada condição do ambiente. As variações ambientais podem e devem ser controladas. Quando se fala em ambiência, é esperado o entendimento do ambiente no qual o animal vive. A preocupação em fornecer ao animal um ambiente de conforto requer o conhecimento 8

dos fatores que definem esta adequação ambiental. O efeito de um ambiente climático adequado ao animal, não representa uma melhora significativa na produção, pois há fatores como a genética, a nutrição e a sanidade do rebanho a serem considerados. A sinergia desses fatores permite estudos muito interessantes, pois não se pode isolar facilmente os fatores que atuam nesse dinamismo. Derrubando-se os limites que possam existir entre as áreas envolvidas, certamente as respostas serão mais completas e possibilitarão outras descobertas, tornando muito empreendedor esse conhecimento (SOUZA, 2002).

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2. Revisão de Literatura 2.1 Mecanismo de termorregulação dos suínos Os suínos, como animais homeotérmicos, possuem um sistema de controle da homeostase, que é acionado quando o ambiente externo apresenta situações desfavoráveis (FERREIRA, 2000). Esta espécie possui o aparelho termorregulador pouco desenvolvido, são animais sensíveis ao frio quando pequenos e sensíveis ao calor quando adultos, dificultando sua adaptação aos trópicos (CAVALCANTI, 1973). Quando são submetidos a um ambiente com temperatura inferior à temperatura corporal, ocorre dissipação do calor de seu corpo para o ambiente, processo normal quando tomadas como base as leis físicas de transferência de calor, pelas quais se pode concluir que há tendência ao equilíbrio. Essas situações são percebidas pelos termorreceptores periféricos (células localizadas na pele) e analisadas por mecanismos neurais, que tomam a decisão adequada e ativam os agentes específicos (FERREIRA, 2000). Durante a vida uterina, a temperatura corporal do leitão é bastante alta e constante, em comparação com a vida extra-uterina. Ao nascer, o leitão está neurologicamente bem desenvolvido, porém fisiologicamente ainda é considerado imaturo e sua capacidade de controlar eficientemente a temperatura corporal está pouco desenvolvida, não podendo compensar imediatamente a intensa perda de calor logo após o parto (SOBESTIANSKY et al., 1998). A temperatura corporal do recém-nascido cai de 1,7 a 6,7º C (em média 2,2º C), logo após o parto. O tempo que o leitão leva para alcançar novamente valores fisiológicos normais de temperatura corporal depende diretamente da temperatura ambiente, de seu peso corporal e do momento em que começa a mamar. A temperatura ambiente ideal é de 32 a 30°C para leitões de zero a duas semanas de vida; de 28 a 25°C para leitões de três a quatro semanas; e 18 a 15 °C para leitões com mais de quatro semanas de vida (MENDES, 2005). Porém, a faixa de conforto térmico pode variar de acordo com a linhagem genética. O hipotálamo é o órgão responsável pelo controle da produção e dissipação de calor através de diversos mecanismos como, por exemplo, o fluxo de sangue na pele (mecanismo vasomotor), ereção de pêlos, modificações na freqüência respiratória e no metabolismo (MULLER, 1982). Segundo Ferreira (2000), os hormônios produzidos pela hipófise são agentes químicos no processo de termorregulação da temperatura. A partir desses agentes, podem ser iniciadas as respostas fisiológicas e também alteradas as taxas de ocorrência a determinadas reações. Os hormônios são carreados pelo sangue para todo o corpo, o que facilita a termorregulação. Resultados de pesquisas nos mostram que é alterada a atividade da tireóide quando os animais são expostos a temperaturas acima e abaixo das recomendadas, o ambiente quente diminui o 10

metabolismo e as temperaturas frias aumentam, em várias espécies. Alguns estudos com monogástricos têm mostrado que a motilidade do trato gastrointestinal é reduzida pelo hipotiroidismo e aumentada pela administração de hormônios da tireóide. Tal fato evidencia que a mudança na atividade da tireóide, por causa da exposição do animal às diferentes temperaturas ambientais, pode estar associada à mudança da motilidade intestinal, o que influencia a taxa de passagem da digesta e resulta em alteração na digestibilidade dos nutrientes da ração. De maneira geral, segundo o autor supracitado, existe uma relação inversa entre a atividade da tireóide e a temperatura ambiente, em várias espécies. Dessa maneira, os hormônios tireoideanos, entre outros, aumentam a produção de calor pelo metabolismo, estando envolvidos no processo de adaptação dos suínos ao frio, por elevar a taxa metabólica. Dentre outros fatores fisiológicos que afetam os suínos em baixas temperaturas, destacam-se o aumento do estímulo da secreção de tiroxina, e a produção da epinefrina e norepinefrina, os quais propiciam maior oxidação dos alimentos, com o conseqüente aumento da produção de energia e incremento do metabolismo celular. Os centros nervosos dos suínos são extremamente sensíveis a mudanças na temperatura do sangue que passa através deles, e aos impulsos nervosos que chegam da superfície do corpo em contato com o ar ou alguns objetos cuja temperatura seja capaz de influenciá-los (LEE & PHILLIPS, 1948, citados por SOUZA, 2002). Entre os fatores ambientais responsáveis pelo pior desempenho animal, estão aqueles relacionados com estresse ambiental e o esforço que os animais fazem para se adaptarem a esta condição (CURTIS, 1983). Existem sensores de temperatura nos suínos designados como estruturas neurais específicas para temperatura sensível, na pele, regiões da medula espinhal e em muitas áreas localizadas no hipotálamo. Nessas regiões são encontrados sensores em alta concentração comparado com outras partes do corpo. O efeito termoregulatório inclui processos de comportamento específico nos animais e processos automáticos como produção ou perda de calor. No caso de perda de calor, podendo ser evaporativas ou não evaporativas (mecanismos de transferência de calor descritos posteriormente). No caso dos suínos, são animais que sofrem com o calor, pois, são incapazes de transpirar quando a temperatura do ambiente se aproxima da temperatura corporal, pois, sob essas condições o calor só pode ser perdido por evaporação (YOUSEF, 1985). Devido ao fato dos suínos terem glândulas sudoríparas afuncionais, o maior componente para aumentar a perda de calor ainda é aumentando a taxa respiratória visto que os suínos são pouco adaptados a condições quentes, (LE DIVIDICH et al., 1998). Os suínos, submetidos a altas temperaturas, apresentam mudanças de comportamento, como, por exemplo, deitam-se de lado com o focinho em direção ao vento, para aumentar a 11

taxa de troca térmica por convecção através da respiração. Outra mudança de comportamento é que, normalmente defecam em local mais isolado, porém, ocorrendo o calor excessivo, eles deitam sobre seus excrementos para fugir dessas condições (MULLER, 1982). 2.1.1 Termogênese Um dos fatores mais importantes na variação da termogênese (produção de calor ou termogênese), no suíno é a temperatura ambiente (MENDES, 2005). O suíno por ser homeotérmico mantém sua temperatura interna dentro dos limites estreitos de variações significativas de temperatura ambiente (COSSINS & BOWLER, 1987). Esta manutenção da temperatura corporal mais ou menos constante é permitida pela termorregulação a qual assegura o equilíbrio dinâmico entre o calor produzido pelo organismo e cedido ao meio ambiente (perdas de calor ou termólise) (MENDES, 2005). Segundo Henken et al. (1993), as condições climáticas exercem uma grande influência na produção de calor pelo animal, a qual é proveniente dos processos metabólicos associados à manutenção, crescimento e reprodução dos animais. Conforme Holmes & Close (1977), a produção de calor é expressa em relação à massa metabólica do animal. Mais recentemente, Sallvik et al. (1995) desenvolveram equações que expressam a produção total de calor para diferentes fases de criação de suínos, expressadas em relação à ingestão diária de energia através dos alimentos (W), dissipação total de calor do animal na instalação (W), dissipação de calor devido a mantença (W), peso do animal (kg) e coeficiente da eficiência do ganho de peso. Nienaber & Hahn (1988), estimaram a relação entre a produção de calor em suínos com peso vivo compreendido entre 40 e 90 kg e temperatura ambiente variando entre 5 e 30°C. Conforme Mount (1979) a produção de calor de suínos em fase de crescimento deve ser referida também à quantidade de alimento ingerido, sendo afetada pela ingestão de energia na zona de termoneutralidade. 2.1.2 Termólise A temperatura ambiental é o fator fundamental na determinação da taxa de perda de calor pelo suíno. Dentro da zona de termoneutralidade o plano nutricional tem um efeito importante, pois à medida que a ingestão alimentar aumenta, a produção de calor também aumenta e conseqüentemente as necessidades de dissipação de calor. Abaixo da zona de termoneutralidade, a temperatura ambiente é o fator primário, pois à medida que esta diminui, aumentam as perdas de calor (termólise) (CLOSE et al., 1971). As perdas de calor, por sua vez, processam-se por duas vias: via sensível e via latente. Estas perdas podem também ser denominadas: não evaporativas (sensível) ou evaporativas 12

(latente). Os mecanismos de transferência de calor sensível ocorrem em três processos: condução, convecção e radiação, que seguem as leis da física. Como o suíno não possui glândulas sudoríparas funcionais, recorre a dois processos básicos para a liberação de calor latente: a respiração ou passagem de água através da pele e a evaporação de água proveniente dos dejetos líquidos ou existente sobre os pavimentos em que se deitam. Para outras espécies, que não a suína, a sudação (transpiração) também é considerada como um mecanismo de transferência de calor sensível (MENDES, 2005). Para Ingram (1965), o suíno é uma das espécies que registram menores perdas de água através da pele, em situações de altas temperaturas ambientais, motivo pelo qual o ofego torna-se dominante na liberação de calor nestas condições de temperatura (MENESES, 1985). Bruce & Clark (1979), encontraram que em condições de termoneutralidade as perdas por radiação e por convecção são mais importantes. Quando a temperatura sobe acima da temperatura crítica superior, as perdas de calor latente aumentam com o incremento da temperatura ambiente, podendo, para valores baixos de temperatura ambiente, tornarem-se constantes. As perdas de calor sensível dependem fundamentalmente do gradiente de temperatura entre a superfície do animal e o ambiente, a medida que estas temperaturas se aproximam por aumento da temperatura ambiente, o fluxo de calor sensível vai diminuindo. O animal no intuito de aumentar as suas perdas de calor, para manter sua temperatura corporal constante, passa a utilizar as vias evaporativas de perda de calor. 2.2 O Ambiente térmico É importante lembrar que o ambiente térmico envolve a interação de um complexo de fatores para determinar a magnitude dos processos de troca de calor entre o animal e o ambiente. O efeito que a temperatura exerce sobre os animais pode ser modificado por umidade relativa, vento, precipitação, radiação térmica e superfícies de contato. Deste modo, o ideal seria tentar descrever o impacto do ambiente térmico em termos de temperatura efetiva, que, teoricamente, expressa o efeito total combinado dos elementos do clima e ambiente (como temperatura, umidade, radiação e vento) sobre o balanço térmico animal (CURTIS, 1983). Para cada espécie animal existe uma faixa de temperatura de conforto, conhecida como zona termoneutra, que é definida como a faixa de temperatura ambiente efetiva, onde a produção é ótima, sendo limitada inferiormente pela temperatura crítica inferior, onde o animal necessita aumentar a taxa de produção de calor para manter a homeotermia. Superiormente é limitada pela temperatura crítica superior, região onde o animal deve perder calor para manter a temperatura corporal constante (SOUZA, 2002). 13

O ambiente térmico ótimo para o suíno, ou seja, a zona de conforto térmico dentro da termoneutralidade, ocorre quando a produção de calor é transferida ao ambiente sem requerer ajustes dos mecanismos homeotérmicos do próprio animal, (ASHRAE, 1985). O ambiente térmico afeta as necessidades de ingestão e manutenção alterando a taxa de eficiência de ganho de peso, bem como performance reprodutiva (SOUZA, 2002). Estudos têm demonstrado que o desempenho térmico das instalações comumente utilizadas pelos produtores vem apresentando um quadro de desconforto ambiental, associado a altas temperaturas, altas umidades relativas e ventilação deficiente. Esse quadro torna-se responsável por uma queda na qualidade do ar, culminando em um aumento na incidência de doenças do rebanho e conseqüente queda na produtividade (PERDOMO, 1995). 2.2.1 O ambiente térmico na maternidade O leitão recém-nascido possui os sistemas de termorregulação e imunitário pouco desenvolvidos, tornando-se sensível às temperaturas ambientais baixas. Nestas condições o leitão reduz sua atividade motora e, conseqüentemente, diminui a ingestão de colostro, acarretando maior incidência de doenças, maior número de leitões esmagados e alta taxa de refugos na desmama, sendo necessário alguns cuidados especiais. A regra básica é fornecer aos leitões um ambiente limpo, desinfetado, seco e aquecido (32°C). O que significa investir em piso adequado e sistemas de aquecimento (PERDOMO et al., 1987). O efeito das temperaturas baixas sobre o leitão recém-nascido resulta na redução da ingestão de colostro que determinará uma baixa concentração de anticorpos sangüíneos, concorrendo para uma maior susceptibilidade do leitão às doenças. Ao nascer, os leitões sentem-se imediatamente atraídos por uma fonte de calor artificial, e, abaixo de 15,5°C de temperatura ambiental, passam a praticar o chamado “calor de comunidade”, amontoando-se numa tentativa de conservar e de evitar as perdas de calor corporal (SOBESTIANSKY et al., 1998). Segundo Mendes (2005) na maternidade o controle das condições ambientais é mais complexo que nas demais instalações. O projeto deve atender a microambientes específicos para as matrizes e para os leitões, além de protegê-los contra possível esmagamento. Para evitar o esmagamento, normalmente, são projetadas gaiolas, com proteções e delimitações de áreas destinadas aos leitões, que possibilitam pouco movimento à fêmea (Figura 1).

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Figura 1- Constituintes de uma maternidade (Fonte: MENDES, 2005)

Pandorfi et al. (2005) avaliaram a eficiência dos diferentes sistemas de aquecimento em abrigos escamoteadores para leitões, adotando-se 4 diferentes sistemas de aquecimento: piso térmico, lâmpada incandescente, resistência elétrica e lâmpada infravermelho. As variáveis ambientais (temperatura de bulbo seco, temperatura de globo negro e umidade relativa do ar) apontaram que o uso de aquecimento para os leitões no período de inverno é indispensável. Em virtude das baixas temperaturas registradas nessa etapa, os sistemas de aquecimento que se mostraram mais adequados do ponto de vista térmico, foram lâmpada incandescente e resistência elétrica. Em outro estudo, Pandorfi et al. (2004) observaram o comportamento de leitões sob os diferentes sistemas de aquecimento acima citados por meio da análise de imagem. A avaliação comportamental utilizando a análise de imagem (Figura 2), indicou o piso térmico como o mais eficiente nas trocas de calor sensível por condução (contato), promovendo melhor condição de conforto aos animais.

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Figura 2 - Abrigo escamoteador e posicionamento do sistema de aquecimento (1) e da microcâmera (2). (PANDORFI et al., 2005)

2.2.2 O ambiente térmico na creche Creche é a edificação destinada aos leitões desmamados. Deve-se prever a instalação de cortinas nas laterais para permitir o manejo adequado da ventilação. É necessário dispor de um sistema de aquecimento, que pode ser elétrico, a gás ou a lenha, para manter a temperatura ambiente ideal para os leitões, principalmente nas primeiras semanas após o desmame. Em regiões frias é recomendado o uso de abafadores sobre as baias, com o objetivo de criar um microclima confortável (FERREIRA, 2000). Além do agrupamento correto dos leitões e da adequação de espaço para os animais, é importante que nesta fase inicial de crescimento, o leitão tenha condições de temperatura e renovação de ar compatíveis com as suas exigências. Sabe-se que um leitão desmamado precocemente necessita de um ambiente protegido e que um número excessivo de animais em pequenas salas causam problemas de concentração de gases nocivos e odores desagradáveis. Recomenda-se a construção de baias para 4 a 5 leitegadas, respeitando-se a uniformidade dos leitões nas baias, em salas com um sistema de renovação de ar, preferentemente com ventilação natural (MENDES, 2005).

2.2.3 O ambiente térmico nas fases de crescimento e terminação Essa edificação destina-se ao crescimento e terminação dos animais desde a fase que vai da saída da creche até a comercialização.

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As paredes laterais podem ser ripadas, em placas pré-fabricadas em cimento ou outro material, para facilitar a ventilação natural. As instalações nesta fase necessitam de pouca proteção contra o frio (exceto correntes prejudiciais que podem ser controladas por meio de cortinas), e de grande proteção contra o excessivo calor, razão pela qual devem ser ventiladas, levando em consideração a densidade e o tamanho dos animais. Nesta fase há uma formação de grande quantidade de calor, gases e dejeções que poderão prejudicar o ambiente (FIALHO et al., 1997). Para o sistema de ventilação mecânica pode ser adotada a exaustão ou pressurização (ventilação negativa ou positiva). O correto dimensionamento do equipamento de ventilação deve atender à demanda máxima de renovação de ar nos períodos mais quentes. Pode-se também adotar o sistema de resfriamento evaporativo por nebulização para evitar estresse térmico em dias quentes (MENDES, 2005).

2.3 Variáveis ambientais e seu(s) efeito(s) nos suínos Os efeitos de temperatura, umidade relativa, radiação solar e ventilação, atuando direta ou indiretamente sobre o animal, podem levá-lo a uma situação de estresse climático, com queda na produtividade. Segundo Sydenstricker (1993), Selye, em 1936, foi o primeiro pesquisador a descrever algumas das reações envolvidas no estresse. Observou que diversos agentes nocivos ao organismo, causam dilatação no córtex da adrenal como conseqüência da “síndrome de estresse”. O suíno estressado apresenta um desequilíbrio hormonal decorrente da excessiva atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Esses hormônios servem para adaptar o organismo a ação de estressores. Várias funções fisiológicas e metabólicas são alteradas por causa deste desequilíbrio hormonal, como é o caso do crescimento, reprodução e produção. A zona termoneutra varia segundo o estágio de desenvolvimento em que se encontra o animal. Em condições de manutenção, pouco calor está envolvido no metabolismo, com isto, a temperatura crítica alta, é mais elevada (SOUZA, 2002). 2.3.1 Temperatura De acordo com Lee & Phillips (1948), os suínos são os mais sensíveis a altas temperaturas dentre os animais domésticos. Isso se deve ao seu metabolismo elevado, à capa de tecido adiposo que possuem, além de seu sistema termorregulatório pouco desenvolvido. Os suínos não suam, quando sua temperatura retal atinge 44,4°C, eles morrem por hipertermia. A conversão alimentar e a taxa diária de ganho de peso para suínos em crescimento são afetadas pela temperatura do ar. Temperaturas entre 15 e 21°C produzem as máximas taxas de 17

ganho de peso. A conversão alimentar de suínos declina a partir de temperaturas maiores que 15°C (ASHRAE , 1985). Quando os suínos são mantidos em ambientes com temperaturas maiores ou menores que 21°C há diminuição no ganho de peso, tanto para altas como para baixas temperaturas, porém temperaturas altas são mais prejudiciais. Quando os suínos são submetidos a uma temperatura de 43,2° C todos os suínos perdem peso e poucos são os que sobrevivem (SOUZA, 2005). Segundo Clark (1981), em condições de calor os suínos necessitam minimizar a resistência à perdas de calor, e se for necessário, podem reduzir sua produção de calor, diminuindo o consumo de alimentos o que não é tecnicamente desejável. Como constataram Mangold et al. (1967), condições ambientes inadequadas afetam negativamente a produção. Com temperatura ambiente muito baixa, abaixo das temperaturas de conforto, o crescimento dos animais torna-se lento. Ocorre também nessa situação uma piora de qualidade da carne com o acréscimo de gordura e aumento da espessura de toucinho. Temperaturas muito altas, por outro lado, também causam redução na performance produtiva, assim como na qualidade de carcaça de suínos. Em situações de estresse térmico, o estado imunológico dos suínos fica deprimido, resultando numa menor resistência às infecções. Doenças gastrintestinais são facilmente transmitidas e pode ser evitado com o simples controle de temperatura e umidade nos galpões. Também a diarréia suína tem seu aparecimento no rebanho quando este está sujeito a grandes variações de temperatura e umidade. Vários autores apresentam o diferencial de temperatura máxima e mínima como um fator negativo para a produção. Ainda doenças do aparelho respiratório surgem entre o rebanho, quando estes se encontram em condições fora da região de termoneutralidade (SOUZA, 2002). Grzegorzak et al. (1985) concluíram que condições térmicas durante o verão tropical com temperatura do ar acima de 25°C e com intensiva radiação solar, produziu claramente sintomas de hipertermia em porcas gestantes, durante as primeiras e últimas semanas de gestação. Características das reações termorregulatórias em porcas submetidas a condições de estresse térmico foram as seguintes: aumento da temperatura retal e temperatura da pele, aceleração da freqüência respiratória, diminuição na emissão de calor sensível, aumento da vasodilatação, diminuição dos tecidos e insolação externa. O mesmo autor constatou que de todos os métodos utilizados para o resfriamento de porcas durante dias quentes, o mais efetivo foi molhar os animais com água fria, enquanto apenas os ares provenientes dos ventiladores não foram suficientes para resfriar o ambiente. Segundo Fialho et al. (1997), os suínos possuem uma série de mecanismos para manter a homeotermia. A zona de termoneutralidade é definida como sendo ao limite das condições do ambiente sob o qual o metabolismo do animal e as perdas de calor por evaporação são 18

mínimos. Qualquer alteração nesse limite de temperatura causa mudanças no metabolismo e na produção de calor dos animais. Se a temperatura do ambiente estiver abaixo da zona de termoneutralidade o metabolismo aumenta com o objetivo de incrementar a produção de calor. Mas se a temperatura subir acima da zona de termoneutralidade, a perda de calor por evaporação aumenta, através de mudanças na taxa do sistema respiratório e evaporação da água na pele. Existe também uma aceleração nas reações químicas devido à alta temperatura corporal, que responde com o aumento no metabolismo. A Figura 3 mostra a Zona de Termoneutralidade em suínos. Segundo FERREIRA (2000) o conceito de conforto térmico tem sido definido como a faixa de temperatura ambiente, dentro da qual a taxa metabólica está em seu nível mínimo. A zona de conforto térmico pode ser considerada como a faixa de temperatura ambiente na qual o esforço termorregulatório é mínimo. Nesta faixa de temperatura não há sensação de frio ou calor, e o desempenho do animal é otimizado. Abaixo da Temperatura Crítica Inferior (TCI), o animal aciona seus mecanismos termorregulatórios para incrementar a produção e retenção de calor corporal, compensando a perda de calor para o ambiente, que se encontra frio. Acima da Temperatura Crítica Superior (TCS), o animal aciona os seus mecanismos termorregulatórios para dissipação do calor corporal para o ambiente. Nessa faixa mecanismos como a ofegação, a vasodilatação periférica e a sudorese entram em ação, auxiliando o processo.

Figura 3 - Zona de termoneutralidade dos suínos (Fonte: SOUZA, 2002)

Chagnon et al. (1991), observaram um alto índice de mortalidade de matrizes durante os meses de verão em granjas comerciais, uma vez que, matrizes em confinamento total são 19

altamente susceptíveis ao estresse pelo calor. De acordo com outros autores, dentre outros fatores as altas temperaturas de verão contribuem para o aumento do batimento cardíaco e conseqüente mortalidade dos animais. CLARK (1981), constataram que em caso de animais mantidos confinados em altas temperaturas, os ventiladores e em alguns casos até, sistemas de resfriamento evaporativo, gotejamento e jatos de água sobre os animais podem ser usados como alternativas para reduzir o estresse pelo calor e conseqüentemente diminuir a mortalidade dos animais. Segundo FERREIRA (2000), é importante enfatizar que as temperaturas críticas superior e inferior (Tabela 2) são influenciadas por vários fatores, como: a) Nível de alimentação: quanto maior for o consumo de alimento, menor será a temperatura crítica inferior em função do calor fornecido ao animal pelo alimento, possibilitando-o suportar temperaturas efetivas ambientais mais baixas; b) Manejo dos animais: O tipo de alojamento, individual ou em grupo, poderá influenciar a dissipação de calor do animal para o ambiente; c) Temperatura do alimento: A temperatura da ração e da água consumida pode ter efeito, principalmente quando grande quantidade de água fria é consumida no período de inverno; d) Temperatura e tipo de piso: A temperatura e o tipo de cama utilizada poderão influenciar a troca de calor animal-ambiente, modificando conseqüentemente, as temperaturas críticas dos leitões.

Tabela 1 - Temperatura de conforto, temperatura crítica inferior e superior Temperatura de

Temperatura crítica

Temperatura crítica

conforto

inferior (ºC)

superior (ºC)

Recém-nascidos

32-34

-

-

Leitões até a desmama

29-31

21

36

Leitões desmamados

22-26

17

27

Leitões em crescimento

18-20

15

26

Suínos em terminação

12-21

12

26

Fêmeas gestantes

16-19

10

24

Fêmeas em lactação

12-16

7

23

Fêmeas vazias e machos

17-21

10

25

Categoria

Fonte: Perdomo et al. 1985

20

2.3.1.1 Interação temperatura e nutrição A temperatura ambiente, o consumo alimentar e energético e o desempenho estão intimamente interligados. Esta interação é de grande importância na formulação de dietas para suínos, nas diferentes estações do ano e localização geográfica, ou ainda, para a combinação econômica ótima entre nutrição e temperatura ambiente (SAKOMURA et al, 1993). Em razão da dificuldade em controlar a perda de calor, o animal modifica a produção de calor metabólico. A resposta imediata dos suínos ao estresse por altas temperaturas consiste na redução do consumo voluntário e atividade física (NIENABER et al., 1987), o que representa um esforço do organismo para reduzir a produção de calor. A proporção de redução no consumo voluntário varia entre estudos, o que pode ser associado a muitos fatores, incluindo genótipo, variação de peso vivo, dieta e variação de temperatura. O menor consumo determina ainda redução nas taxas de ganho de peso, o que pode resultar em grande impacto econômico devido ao maior tempo necessário para atingir o peso de abate. O efeito prejudicial da temperatura aumenta com o peso vivo. QUINIOU et al. (2000) observaram que existe uma relação direta entre temperatura, consumo de ração e peso vivo. Suínos mais pesados são os mais afetados pelas temperaturas altas. Isto ocorre pela maior dificuldade dos animais adultos para perderem calor. Os autores também constaram que a redução do consumo se dá pelo menor tempo total usado para ingestão, ou seja, o tempo individual de cada refeição diminui. Outro aspecto importante relacionado com a menor ingestão de ração é a diminuição no peso do trato gastrointestinal e das vísceras. Com isto há uma redução considerável da produção de calor, uma vez que estes são responsáveis por uma parcela significativa do calor produzido pelo animal (FIALHO, et al., 2001). Por outro lado, esta redução do peso dos órgãos, acarreta um aumento no rendimento de carcaça, conforme observado por RINALDO et al. (2000). Animais submetidos a ambientes com altas temperaturas consomem menos energia o que resulta em carcaças com menor teor de gordura. Contudo, estes resultados podem estar relacionados com o efeito da temperatura por si só, pois nessas condições parece haver uma redução na eficiência de utilização da energia ingerida. Da mesma forma, têm-se observado que há uma redistribuição anatômica da gordura depositada pelos suínos quando são submetidos a períodos prolongados de altas temperaturas. Há um maior acúmulo de gordura nos depósitos internos (gordura interna e vísceras) em detrimento a gordura subcutânea (FIALHO et al., 2001). Por definição, Incremento Calórico (IC) é representado pelo aumento da produção de calor após o consumo do alimento pelo animal. O IC é constituído basicamente do calor de 21

fermentação e a energia gasta no processo digestivo, assim como o calor de produção resultante do metabolismo dos nutrientes. Como se sabe, o IC aumenta com a quantidade de alimento consumido e é inversamente relacionado com a concentração energética da dieta sendo que o aumento da fibra das dietas proporciona altos incrementos calóricos e dietas contendo óleos e ou gorduras proporcionam baixo incremento calórico (HOLMES & CLOSE, 1977 citado por FIALHO et al., 2001). O IC varia dentre os diferentes nutrientes, desta forma os lipídios contém aproximadamente 9%, os carboidratos 17%, as proteínas 26% e uma ração de 10 a 40%. Este alto poder de incremento calórico das proteínas é devido principalmente às séries de complexas reações metabólicas características do metabolismo dos aminoácidos. A utilização de níveis crescentes de proteína para suínos submetidos a estresse calórico não tem propiciado bons resultados, principalmente devido às proteínas serem nutrientes de alto incremento calórico. A inclusão de gorduras às dietas de suínos em épocas de verão intenso (calor) tem demonstrado redução na quantidade de produção de calor, principalmente pelo menor IC e aparentemente devido à direta deposição de gordura corporal. É importante também enfatizar que as gorduras apresentam uma alta densidade calórica, sendo que sua incorporação às dietas ajudam a compensar a redução de consumo de energia durante altas temperaturas, propiciando desta forma um melhor desempenho aos animais. Recentemente vem sendo pesquisada a utilização de dietas formuladas à base de proteína ideal para suínos expostos ao estresse térmico a altas temperaturas. Estas dietas possivelmente reduzem o excesso de aminoácidos que serão catabolizados pelo organismo animal, possibilitando assim um adequado desempenho aos mesmos (FIALHO et al., 2001). 2.3.2 Umidade Relativa do Ar O limite de tolerância dos suínos à umidade está intimamente ligado à temperatura ambiental já que as taxas elevadas de umidade relativa, diminuem a capacidade de dissipação do calor corporal por meios evaporativos de suínos submetidos à altas temperaturas A umidade relativa também está associada com a viabilidade de agentes infecciosos nas partículas aerolizadas. (MENDES, 2005). A umidade do ar é um fator que aparentemente exerce pequeno efeito sobre a eficiência de crescimento dos suínos, a não ser quando associado ao estresse e/ou outros fatores (SOBESTIANSKY et al., 1998). De acordo com Morrison et al (1969), a umidade do ar influenciando nas perdas evaporativas de calor, particularmente pelos pulmões, afeta o ganho de peso dos animais quando a temperatura ambiente se encontra acima das temperaturas recomendadas aos suínos. A umidade afeta o consumo de alimentos em temperaturas altas, porém não afeta a eficiência 22

alimentar exceto em condições extremas. O fator umidade possui pouca influência também na temperatura retal e na temperatura de pele em suínos. LE DIVIDICH (1982) observou que em ambientes termoneutros, taxas de umidade relativa do ar de 50% a 85,5% exercem pouco efeito sobre o metabolismo energético dos suínos. HEITMAN & HUGHES (1949) compararam suínos de vários pesos num período de 7 dias com a temperatura ambiente variando de 15 a 40º C com uma umidade relativa constante e encontraram que, quando a temperatura aumentava, havia também um aumento na freqüência respiratória e na temperatura do corpo e uma redução na pulsação dos animais. O aumentando da umidade relativa de 30 para 95% propiciou um rápido aumento na freqüência respiratória e na temperatura corporal.

2.3.3 Nebulização Dentre os sistemas de resfriamento os nebulizadores são os mais eficientes para o resfriamento do ar. O resfriamento evaporativo reduz a temperatura por vaporização da água causando um aumento na umidade relativa. O sistema de resfriamento com água, molha a pele dos animais facilitando as trocas de calor por evaporação. O sistema de gotejamento sobre a nuca é preferido em maternidade, neste caso os leitões permanecem secos, (BECKER et. al., 1997). O sistema de nebulização, permite a formação de gotículas extremamente pequenas, que aumentam a superfície de contato de uma gota d’água exposta ao ar, assegurando uma evaporação mais rápida. A nebulização associada à movimentação de ar ocasionada pelos ventiladores acelera a evaporação, e evita que a pulverização ocorra em um só local, e venha molhar a cama do animal. Um nebulizador bem calibrado com água limpa é capaz de dividir uma gota d’água em 611 gotículas de acordo com Perdomo (1995). O mesmo autor constatou que ao passar do estado líquido para o gasoso, a água retira do ambiente cerca de 584 Kcal para cada Kg de água evaporada, dependendo da temperatura do ambiente. Os nebulizadores são normalmente ligados e desligados automaticamente para promoverem molhar e secar intermitentemente. A duração de cada período de nebulização depende da taxa de água e das condições climáticas do local. A nebulização com um ciclo de 30 minutos ligada, para 5 até 15 minutos desligada promove uma boa refrigeração com um mínimo uso de água. O fluxo de ar deve ser na forma de ar fresco e seco vindo do exterior da edificação, do que o ar reciclado que logo se tornará saturado. A distribuição de ar em áreas de confinamento não será crítica se todo animal tiver acesso aos nebulizadores e a movimentação de ar, (CURTIS, 1983).

23

2.3.4 Ventilação A importância da ventilação resulta da intensidade com que afeta as perdas de calor, dissipando o calor de radiação, condução e convecção, sendo de grande importância para o conforto térmico e para higiene em geral. A renovação do ar permite não só a dissipação de calor, como também a desconcentração de vapores, fumaça, poeira e gases poluentes. A ventilação também se torna importante na remoção do vapor d’água proveniente da respiração dos animais e fermentação dos dejetos, além de processos de lavagens das baias. (PANDORFI et al., 2005). A qualidade do ar no interior das instalações é influenciada pela ventilação podendo contribuir de forma positiva, se bem planejada. Ventilação insuficiente é responsável por aumentar os níveis de poluentes aéreos como a amônia (NH ) e o dióxido de carbono (CO ). 3

2

Estudos sobre a relação entre o conforto térmico e concentração de gases (TAKAI et al., 1998) evidenciaram uma relação direta entre o ambiente externo e a formação de gases dentro da instalação, sendo também uma função direta da ventilação e da temperatura dentro e fora da instalação, geometria da construção, número de animais alojados, manejo entre outros. A eficiência da ventilação pode ser avaliada pela velocidade do ar incidente sobre os animais, pelo número de renovações por hora e pela concentração de gases (GORDON, 1962). De maneira geral, a recomendação para velocidade incidente diretamente sobre os animais, é de -1

-1

0,1 a 0,2 m.s para leitões lactentes e de 0,1 a 0,3 m.s para matrizes em lactação, com um 3 -1

-1

fluxo de ventilação adequado da ordem de 0,03 m .s . animal (LE DIVIDICH et al., 1998). Na tabela 2 encontram-se as condições ambientais ótimas propostas para o interior das edificações para suínos em diferentes fases de desenvolvimento. MENDES (2005) em um estudo avaliou o efeito da ventilação natural no ambiente interno de salas de maternidade para suínos, através de mudanças microclimáticas induzidas por diferentes aberturas: totalmente aberta (figura 4), semi-aberta (figura 5) e totalmente fechada (figura 6) para entrada de ar. Observou também o efeito da ventilação natural em escamoteadores equipados por dois tipos de fontes de aquecimento: piso térmico e lâmpada incandescente. A variação das temperaturas de pele de matrizes e leitões, em relação às diferentes aberturas para entrada de ar também foi mensurada. O manejo das aberturas para a entrada de ar em salas de maternidade para produção intensiva de suínos, influencia significativamente o ambiente térmico resultante afetando a distribuição da temperatura, umidade relativa e velocidade do vento no interior da sala de maternidade. Como conclusão de seu trabalho, o autor supracitado verificou que o manejo da ventilação natural afeta a distribuição da temperatura de superfície dos pisos dos 24

escamoteadores aquecidos por pisos térmicos e lâmpadas incandescentes. A magnitude deste efeito é influenciada pela condição externa de temperatura, pela condição de manejo da cortina e pelo tipo de aquecimento. Os escamoteadores aquecidos por pisos térmicos mostraram uma distribuição de temperatura superficial mais homogênea independentemente do manejo da cortina adotado. A temperatura de pele das matrizes foi afetada significativamente pela condição de manejo da cortina adotada. Já para os leitões, esse efeito não foi observado. Os sistemas de aquecimento para leitões na maternidade são altamente afetados pela ventilação natural, proveniente dos diferentes manejos da cortina, sugerindo a necessidade de um controle conjugado de ventilação natural com o sistema de aquecimento adotado.

Figura 4 - Abertura lateral totalmente aberta

Figura 5 - Abertura lateral semi-aberta

Figura 6 - Abertura lateral totalmente fechada (Fonte: MENDES, 2005)

25

Tabela 2 - Condições ambientais ótimas propostas para o interior das edificações Fase

Temp. (°C)

Umidade relativa %

Concentração

Ventilação

Vel. do ar

3

m/seg.

admissível (ppm)

Vazão (m /h suíno) NH3

H2S

CO2

verão

inverno

350

50

12-18

70-80

10

20

3500

1 semana

28-32

70-80

10

20

3500

0,1-0,2

2 semanas

27-28

70-80

10

20

3500

0,1-0,2

3 semanas

26-27

60-70

10

20

3500

0,1-0,2

4 semanas

25-26

60-70

10

20

3500

0,1-0,2

5 semanas

24-25

60-70

10

20

3500

0,1-0,2

6 semanas

23-21

60-70

10

20

3500

0,1-0,2

10-20 kg

20-23

60-70

10

20

3500

50-70

10-15

0,1-0,2

20-35

18-20

60-70

10

20

3500

50-70

10-15

0,1-0,2

35-60

15-18

60-70

10

20

3500

50-70

10-15

0,2-0,3

mais de 60 kg

12-15

60-70

10

20

3500

80-150

20-30

0,2-0,5

Reprodução

10-16

60-70

10

20

3500

200

50

0,2-0,4

Maternidade

0,1-0,3

Leitões

Creche

Crescimentoterminação

* Os valores mais baixos são recomendados para o inverno e os mais altos para o verão. Se não houver incidência direta sobre os animais, poderão ser aumentados. Fonte: Benedi, 1986

2.4 O microclima e a reprodução dos suínos Atualmente sabe-se que o estresse calórico pode comprometer as funções reprodutivas como ocorrência e intervalo entre ovulações, demonstração de estro, viabilidade dos gametas, sobrevivência dos embriões, e desenvolvimento fetal. Como conseqüência, o desempenho reprodutivo, isto é, demonstração de cio, intervalo entre parto e concepção, e taxa de concepção são afetados pela temperatura, bem como pela estação do ano (RAY et al., 1993). A função reprodutiva é afetada negativamente pelas temperaturas acima das temperaturas críticas máximas, isso é descrito por diversos autores. Em machos observam-se mudanças comportamentais, como diminuição da libido sexual. A espermatogênese é afetada em condições de altas temperaturas devido ao aquecimento local dos testículos e ao desequilíbrio hormonal e metabólico decorrente do estresse, comprometendo a qualidade do sêmen, com diminuição do volume espermático, diminuição na concentração e na mobilidade de espermatozóides, bem como o aparecimento de células anormais (SYDENSTRICKER, 1993).

26

As fêmeas também têm sua função reprodutiva afetada sob condições de calor excessivo. Segundo EDWARDS (1968), em várias espécies verificou-se a ocorrência de mortalidade pré-natal na fase inicial da prenhez, em fêmeas expostas a elevadas temperaturas. As temperaturas críticas inferior são de 7°C e superior de 20 a 23°C, para porcas prenhas são citadas por PERDOMO et al. (1995). A temperatura ótima recomendada para as porcas em gestação varia entre 12,8 e 18,3°C. Elevadas temperaturas comprometem a duração do ciclo estral em porcas (WETTEMAN & BAZER, 1985). A concentração de estradiol diminuiu e a de progesterona aumentou quando as porcas em gestação foram expostas as altas temperaturas (35,10°C). Isto sugere que o estresse térmico pode inibir o desenvolvimento folicular durante o começo do ciclo estral, e conseqüentemente, estender o período de anestro. O crescimento dos fetos é reduzido, quando as fêmeas são expostas a elevadas temperaturas, sendo o grau de redução proporcional ao período de exposição da fêmea (HAFEZ, 1973). Ainda segundo o mesmo autor, a ovulação é o que mais sofre com o calor. O calor provoca um maior número de ovulações, porém com cios silenciosos, o que dificulta detectá-los, sendo inconveniente para a produção industrial, principalmente quando se utiliza inseminação artificial. Outra conseqüência do calor é a displasia placentária, propiciando o aborto nas fêmeas (MULLER, 1982). Há evidências que a temperatura pode afetar a reprodução em várias fases, desde o desenvolvimento da puberdade, à concepção. Particularmente, as temperaturas elevadas atrasam o início da puberdade, diminuem a taxa de concepção e aumentam a mortalidade de embriões. Alguns desses efeitos ocorrem diretamente nos órgãos reprodutivos, testículos e o útero. Além disso, a temperatura pode agir via hormônios, atuando sobre o período estral, no comportamento sexual, na concentração de progesterona e LH de fêmeas submetidas a altas temperaturas, (CLARK, 1981). Em machos, o excesso de calor faz com que os testículos percam peso e os túbulos seminíferos degenerem, fazendo com que o volume total do sêmen seja reduzido, afetando negativamente sua concentração e motilidade (JOHNSON & GOMES, 1969). A mortalidade embrionária em algumas espécies pode estar ligada à exposição da mãe a temperaturas elevadas, principalmente nos países tropicais (DERIVAUX, 1989). Segundo o mesmo autor, a ação da temperatura elevada pode aumentar a freqüência de ciclos estrais prolongados, queda de porcentagem de partos e redução do número de leitões por leitegada, assim como o aumento do índice de abortos e diminuição do peso dos leitões ao nascer. A taxa de concepção de suínos decresce em até 30% do normal quando a temperatura do ar atinge 32°C. São notadas também dificuldades no nascimento e decréscimo no número de embriões 27

vivos em altas temperaturas. PRUNNIER et al. (1997) concluíram que elevada temperatura ambiente induz a adaptações metabólicas e endócrinas de matrizes no qual possuem conseqüências negativas no consumo de alimento, produção de leite e na performance reprodutiva. Ocorre também modificação nas reservas corporais com o objetivo de limitar a produção de calor. A redução do consumo de alimentos das fêmeas em lactação submetidas à alta temperatura implica no atraso do retorno ao estro após o desmame. Becker et al., (1997) constataram respostas endócrinas e termorregulatórias em suínos expostos no verão (34° C) e no inverno (10° C). Registrou-se que concentrações de cortisol aumentaram significativamente durante o calor e o frio, mostrando melhor resposta no calor do que no frio. A resposta da prolactina ocorreu durante a exposição aguda de calor. A secreção de hormônios de crescimento aumentou durante a exposição aguda ao frio. Os mesmos autores compararam as duas rotinas de exposição de animais em diferentes temperaturas, e mostraram que não houve nenhuma diferença na temperatura corporal entre as horas medidas. No entanto, a amplitude do dia influenciou na temperatura corporal em apenas 0,5° C nos animais submetidos a 27-32° C, comparado com 0,8° C para os animais submetidos a 21° C. Einarsson et al. (1996), definiram as manifestações de estresse como distúrbios de homeostase, que estão normalmente relacionados com o aumento da atividade do Hipotálamopituitary-adrenal (HPA) e com a ativação do sistema simpático adreno-medular (SA). A ativação do sistema HPA resulta na secreção de peptídeos do hipotálamo, principalmente liberação do hormônio corticotropina (CRH), no qual estimula a liberação de hormônios β endorfina e adrenocorticotropico (ACTH) do hipotálamo e pituitária. O ACTH induz a secreção de corticoesteróides do córtex adrenal, no qual pode ser verificado em suínos quando estes são submetidos a agudo estressores físicos e/ou fisiológicos. O estresse está relacionado com a redução das funções reprodutivas e dentro outras causas, uma inadequada termorregulacão contribui para um impacto negativo nas primeiras semanas de gestação em fêmeas suínas. Os suínos são muito sensíveis a elevadas temperaturas ambientais, por sua inabilidade em perder calor por evaporação. A ativação do sistema HPA é somente um de vários mecanismos envolvidos, quando os suínos são submetidos a temperaturas extremas (SOUZA, 2002).

28

3. CONCLUSÃO Os suínos são animais homeotérmicos e, portanto, mantém uma temperatura corporal relativamente constante, ajustando o calor produzido no metabolismo com o calor ganho do ambiente. Suínos em crescimento e terminação criados no Brasil estão mais sujeitos aos efeitos do estresse térmico devido as elevadas temperaturas que ocorrem na maioria das regiões do país durante os meses de verão. Altas temperaturas são associadas com redução no desempenho devido a diminuição no consumo e ao custo energético associado a dissipação do calor. Existem basicamente três fatores que devem ser considerados para solucionar ou amenizar os problemas relacionados com o estresse ambiental (frio ou calor): a) Controlar ou melhorar o ambiente térmico através do manejo dos animais (aspecto físico ou fatores sociais); b) Selecionar as raças que suportam melhor as condições de clima tropical; c) Modificar tecnicamente a composição das dietas (suprimento de aminoácidos), energia ou fibra) dos suínos visando amenizar os efeitos prejudiciais causados pelo estresse calórico.

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