Como Passa em Concurso Cespe - 7000 Questões - 2016.pdf

April 23, 2017 | Author: ferabr | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Download Como Passa em Concurso Cespe - 7000 Questões - 2016.pdf...

Description

Um dos maiores especialistas em Concursos Públicos do País

cordo com o De a

CONCURSOS

EM

CESPE 2016 5ª EDIÇÃO

7.000

QUESTÕES COMENTADAS

SUMÁRIO 1. Língua Portuguesa 2. Geografia

1 49

1. História da Geografia......................................................................................................................................................................................................................................49 2. A geografia da população...........................................................................................................................................................................................................................52 3. Geografia econômica......................................................................................................................................................................................................................................55 4. Geografia agrária..............................................................................................................................................................................................................................................57 5. Geografia urbana...............................................................................................................................................................................................................................................59 6. Geografia política.............................................................................................................................................................................................................................................62 7. Geografia e gestão ambiental...................................................................................................................................................................................................................65

3. História do Brasil

73

1. O período colonial............................................................................................................................................................................................................................................73 2. O processo de independência.....................................................................................................................................................................................................................80 3. O Primeiro Reinado (1822-1831)....................................................................................................................................................................................................................83 4. A Regência (1831-1840)........................................................................................................................................................................................................................................85 5. O Segundo Reinado (1840-1889) ..................................................................................................................................................................................................................87 6. A Primeira República (1889- 1930)................................................................................................................................................................................................................93 7. A Era Vargas (1930-1945)...................................................................................................................................................................................................................................98 8. A República Liberal (1945-1964)................................................................................................................................................................................................................. 101 9. O Regime Militar (1964-1985)........................................................................................................................................................................................................................ 106 10. O processo democrático a partir de 1985....................................................................................................................................................................................... 111

4. História Mundial

113

1. Estruturas e ideias econômicas............................................................................................................................................................................................................ 113 2. Revoluções............................................................................................................................................................................................................................................................ 121 3. As Relações Internacionais: Modelos e interpretações...................................................................................................................................................... 126 4. Colonialismo, imperialismo, políticas de dominação........................................................................................................................................................... 143 5. A evolução política e econômica nas Américas........................................................................................................................................................................ 150 6. Ideias e regimes políticos............................................................................................................................................................................................................................ 153 7. A vida cultural................................................................................................................................................................................................................................................... 159

5. Política Internacional

163

1. Relações internacionais: conceitos básicos, atores, processos, instituições e principais paradigmas teóricos.................... 163 2. A política externa brasileira: evolução desde 1945, principais vertentes e linhas de ação..................................................................... 167 3. O Brasil e a América do Sul........................................................................................................................................................................................................................ 172 4. A política externa argentina; a Argentina e o Brasil............................................................................................................................................................ 182 5. A política externa norte-americana e relações com o Brasil ....................................................................................................................................... 185 6. Relações do Brasil com os demais países do hemisfério .................................................................................................................................................... 186 7. A Política externa francesa e relações com o Brasil........................................................................................................................................................... 188 8. A União Europeia e o Brasil........................................................................................................................................................................................................................ 188 9. A África e o Brasil............................................................................................................................................................................................................................................. 190 10. A política externa da China, da Índia e do Japão; relações com o Brasil............................................................................................................... 191 11. Oriente Médio: a questão palestina; Iraque; Irã......................................................................................................................................................................... 196 12. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa...................................................................................................................................................................... 198 13. A agenda internacional e o Brasil...................................................................................................................................................................................................... 199

SUMÁRIO

III

14. O Brasil e a formação dos blocos econômicos......................................................................................................................................................................... 213 15. A dimensão da segurança na política exterior do Brasil ................................................................................................................................................ 215 16. O Brasil e as coalizões interna­ci­onais: o G-20, o IBAS e o BRIC.......................................................................................................................................... 216 17. O Brasil e a cooperação sul-sul........................................................................................................................................................................................................... 219 18. Questões Combinadas................................................................................................................................................................................................................................... 220 19. Oficial de Chancelaria................................................................................................................................................................................................................................. 221

6. Ética Profissional

223

1. Atividade de advocacia e mandato .................................................................................................................................................................................................... 223 2. Direitos do advogado.................................................................................................................................................................................................................................. 225 3. Inscrição na OAB............................................................................................................................................................................................................................................... 227 4. Sociedade de advogados........................................................................................................................................................................................................................... 228 5. Advogado empregado.................................................................................................................................................................................................................................. 230 6. Honorários........................................................................................................................................................................................................................................................... 230 7. Incompatibilidades e impedimentos..................................................................................................................................................................................................... 231 8. Processo administrativo disciplinar................................................................................................................................................................................................ 231 9. Deveres dos advogados, infrações e sanções........................................................................................................................................................................... 233 10. OAB e eleições...................................................................................................................................................................................................................................................... 235 11. Ética do Advogado ........................................................................................................................................................................................................................................ 239 12. Questões de conteúdo variado............................................................................................................................................................................................................. 241

7. Direito do Idoso

243

1. Direitos Fundamentais.................................................................................................................................................................................................................................. 243 2. Medidas de Proteção..................................................................................................................................................................................................................................... 245 3. Política de Atendimento ao Idoso....................................................................................................................................................................................................... 245 4. Acesso à Justiça................................................................................................................................................................................................................................................. 247 5. Crimes........................................................................................................................................................................................................................................................................ 248 6. POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO/Conselho nacional dos direitos do idoso................................................................................................................ 248 7. Temas variados................................................................................................................................................................................................................................................... 250

8. Direito da Pessoa com Deficiência

251

1. POLÍTICA NACIONAL PARA INTEGRAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (LEI 7.853/1989 E DEC. 3.298/1999)........................................................ 251 2. ACESSIBILIDADE (LEI 10.098/2000 E DEC. 5.296/2004)............................................................................................................................................................................ 252 3. SAÚDE MENTAL....................................................................................................................................................................................................................................................... 253 4. ACESSO À JUSTIÇA................................................................................................................................................................................................................................................. 253 5. TUTELA PENAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA......................................................................................................................................................................................... 253 6. TEMAS COMBINADOS E OUTROS TEMAS DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA................................................................................................................................... 253

9. Direito Processual Civil

256

1. Princípios do Processo Civil..................................................................................................................................................................................................................... 256 2. Partes, Procuradores, Ministério Público e Juiz....................................................................................................................................................................... 258 3. PRAZOS PROCESSUAIS. ATOS PROCESSUAIS.............................................................................................................................................................................................. 265 4. Litisconsórcio, Assistência e Intervenção de Terceiros...................................................................................................................................................... 269 5. Jurisdição e Competência........................................................................................................................................................................................................................... 274 6. Pressupostos Processuais e Condições da Ação...................................................................................................................................................................... 283 7. Formação, Suspensão e Extinção do Processo. Nulidades............................................................................................................................................... 284 8. Tutela Antecipada e Liminar em Cautelar ..................................................................................................................................................................................... 288 9. Processo de Conhecimento. Ritos Sumário e Ordinário...................................................................................................................................................... 291 10. Sentença. Liquidação. Cumprimento de Sentença. Coisa Julgada................................................................................................................................ 306 11. Ações Anulatória e Rescisória................................................................................................................................................................................................................ 313 12. Recursos................................................................................................................................................................................................................................................................. 316 13. Execução................................................................................................................................................................................................................................................................ 329 14. Cautelar.................................................................................................................................................................................................................................................................. 337 15. Procedimentos Especiais ............................................................................................................................................................................................................................ 343

IV

SUMÁRIO

16. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, FEDERAL E DA FAZENDA PÚBLICA........................................................................................................................................................... 348 17. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AÇÃO POPULAR E AÇÃO DE IMPROBIDADE.................................................................................................................................................. 350 18. MANDADO DE SEGURANÇA E HABEAS DATA.............................................................................................................................................................................................. 350 19. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE............................................................................................................................................................................................ 352 20. DEMAIS QUESTÕES DE Legislação Extravagante........................................................................................................................................................................... 352 21. Temas Combinados .......................................................................................................................................................................................................................................... 354

10. Língua Inglesa

367

11. Língua Espanhola

386

12. Economia

389

1. Microeconomia.................................................................................................................................................................................................................................................. 389 2. Macroeconomia................................................................................................................................................................................................................................................ 393 3. Economia internacional............................................................................................................................................................................................................................ 397 4. História Econômica do Brasil................................................................................................................................................................................................................. 400 5. Economia brasileira contemporânea............................................................................................................................................................................................... 403 6. Matemática Financeira................................................................................................................................................................................................................................. 405 7. Tópicos de Contabilidade........................................................................................................................................................................................................................... 406

13. Contabilidade

407

1. Teoria da Contabilidade.............................................................................................................................................................................................................................. 407 2. Contabilidade Geral...................................................................................................................................................................................................................................... 410 3. Contabilidade comercial........................................................................................................................................................................................................................... 436 4. Contabilidade de custos............................................................................................................................................................................................................................. 443 5. Análise das demonstrações financeiras....................................................................................................................................................................................... 446 6. Contabilidade Pública.................................................................................................................................................................................................................................. 456

14. Direito de Trânsito

457

1. Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997)......................................................................................................................................................................... 457 2. Perfil constitucional e funções institucionais do DPRF................................................................................................................................................... 471 3. Lei nº 9.654/1998.................................................................................................................................................................................................................................................... 472 4. Decreto nº 1.655/1995...................................................................................................................................................................................................................................... 472

15. Legislação Institucional de Carreiras

474

1. MINISTÉRIO PÚBLICO............................................................................................................................................................................................................................................ 474 2. DEFENSORIA PÚBLICA.......................................................................................................................................................................................................................................... 476 3. ANVISA........................................................................................................................................................................................................................................................................ 483 4. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (ANS).......................................................................................................................................................................................................... 487 5. ANATEL....................................................................................................................................................................................................................................................................... 491 6. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E COMBATE À FOME (MDS).................................................................................................................................................... 494 7. MINISTÉRIO DA SAÚDE E SUS............................................................................................................................................................................................................................ 496 8. INSS.............................................................................................................................................................................................................................................................................. 497 9. TCU............................................................................................................................................................................................................................................................................... 498 10. TRIBUNAIS SUPERIORES...................................................................................................................................................................................................................................... 499 11. Legislação Aplicada ao MPU.................................................................................................................................................................................................................... 503

1. Língua Portuguesa Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima*

1. Interpretação de Texto

(STM – 2011 – CESPE) Acerca dos aspectos estruturais e dos

1

(1) A forma verbal “aflora” (l.4) poderia ser substituída por

Paulo Guedes. “Os mercados são demasiado humanos”. In: Época, 21/7/2008 (com adaptações). (Analista – STJ – 2008 – CESPE) A partir da organização das

ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item subsequente.

(1) O período inicial do texto, “Em minha opinião (...) descon-

tinuidade” (l.1-5), explicitando um juízo de valor, apresenta o formato adequado, no teor e na correção gramatical, para compor o texto final de um parecer, se no final deste for acrescida a frase É o parecer. (2) Seria mantida a correção gramatical do trecho “Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos” (l.10), caso ele fosse assim reescrito: Os mercados não são perfeitos; são, isto sim, poderosos. 1: o período é, claramente, introdutório, pois deixa em aberto os fundamentos para a afirmação feita pelo autor, que serão delineados no decorrer do texto, além de tratar de uma questão secundária no contexto argumentativo (a percepção ingênua a respeito do mercado como munição para seus críticos). O cerne do texto refere-se à imperfeição dos mercados, por sujeitarem-se às falibilidades humanas, questão que não é abordada nesse período inicial e constaria, muito provavelmente, da conclusão de um parecer. Finalmente, quanto à forma, o período final de um parecer seria algo como “Por essas razões, entendo que ....”; 2: as duas orações são equivalentes. Há correspondência semântica.

desencadeia, sem prejuízo nem alteração do sentido original do texto.

1: aflorar nesse contexto tem a acepção de “tornar-se visível”, “dar a conhecer”. Desencadear é provocar uma reação súbita. Em um primeiro momento pode-se imaginar que a substituição é possível, porém devemos prestar atenção ao sujeito do verbo aflorar. Seu sujeito é crise. A crise aflora nos picos de viagens. O pico de viagens desencadeia a crise: “toda essa crise (...) aflora nos momentos de pico de viagens”.

1

O mundo do trabalho tem mudado numa velocidade

vertiginosa e, se os empregos diminuem, isso não quer dizer que o trabalho também.

4

Só que ele está mudando de cara. Como também está mudando o perfil de quem acaba de sair da universidade, da mesma forma que as exigências da sociedade e — por que 7 não? — do mercado, cada vez mais globalizado e competitivo. Tudo indica que mais de 70% do trabalho no futuro 10 vão requerer a combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos; um coquetel capaz de fornecer às pessoas compreensão dos processos, capacidade 13 de transferir conhecimentos, prontidão para antecipar e resolver problemas, condições para aprender continuamente, conhecimento de línguas, habilidade para tratar com pessoas 16 e trabalhar em equipe.

Revista do Provão, n.º 4, 1999, p. 13 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima, julgue

o item subsequente.

(1) Da organização das ideias do último parágrafo do texto, é

correto que se interprete “coquetel” (l.11) como “conhecimentos específicos” (l.11).

1: A palavra coquetel, nesse contexto, refere-se à “combinação de uma sólida educação geral com conhecimentos específicos”. Gabarito 1E

fenômenos de mercado, como a crença nos mercados perfeitos, fornece exatamente o que seus críticos mais 4 utilizam como munição nos momentos de crise e descontinuidade. O argumento da suposta infalibilidade dos mercados em bases científicas e a pretensão de transformar 7 economia e finanças em ciências exatas produzem uma perigosa mistificação: confundir brilhantes construções mentais para entender a realidade com a própria realidade. 10 Os mercados não são perfeitos. São, isto, sim, poderosos instrumentos de coordenação econômica em busca permanente de eficiência. Mas são também o espelho de 13 nossos humores, refletindo nossa falibilidade nas avaliações. São contaminados por excesso de otimismo e de pessimismo. São humanos, demasiado humanos.

sentidos do texto acima, julgue o item a seguir.

Gabarito "E"

Em minha opinião, uma percepção ingênua dos

Gabarito 1E, 2C

1

A expressão caos aéreo já faz parte da linguagem corrente quando o assunto é a aviação comercial brasileira. A rigor, toda essa crise latente no sistema de terminais aeroportuários – que aflora nos momentos de pico de viagens e a qualquer maior instabilidade meteorológica em regiões chave – já foi prevista há muito tempo. Não era preciso ser médium para, mesmo antes do desastre com avião na Amazônia no final de 2006, perceber que a leniência das autoridades federais diante dos gargalos no setor iria, cedo ou tarde, desembocar na atual situação: pistas saturadas, salas de espera repletas, infraestrutura dos aeroportos, principalmente os maiores, sobrecarregada.

Nó dos aeroportos poderá ser desatado. In: O Globo, 5/12/2010 (com adaptações).

Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa 4 qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é do que puro desgaste da vida. Na sociedade capitalista, a 7 produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho de forma que já não há nada que mais 10 nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar. 13 Nossa capacidade de trabalho, a potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar pão. Capacidade, potência,

* Henrique Subi comentou as questões dos concursos Policiais, de Enfermagem e Bancários, Eloy Gustavo de Souza comentou as questões de Diplomacia e Oficial de Chancelaria, Fernanda Franco comentou as questões de Assistente de Chacelaria, Diego Amorim comentou as questões dos concursos da Polícia Militar, Fernanda Franco e Rodrigo Ferreira de Lima comentaram as questões dos concursos Federais e Magally Dato comentou as demais questões.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Emir Sader. “Trabalhemos menos, trabalhemos todos”. In: Correio Braziliense, 18/11/2007 (com adaptações). (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens a

respeito do texto acima. (1) A argumentação do texto se organiza em torno de duas ideias opostas de trabalho: o trabalho como “puro desgaste da vida” (l.6) e o trabalho como capacidade de “transformação e emancipação de todos” (l.14). (2) As substituições de “Preferimos” (l.10) por Prefere e de “temos” (l.11) por tem preservam a correção gramatical do texto, mas enfraquecem a argumentação de que é a maioria de nós “homens” (l.5) que prefere “comer, dormir,descansar, acasalar” (l.12). 1: essa oposição é o cerne do texto. A capacidade de trabalhar, que é o principal diferencial do ser humano, foi transformada, pelo capital, em instrumento de alienação; 2: de fato, o uso da primeira pessoa do plural inclui o autor no contexto, enquanto o uso da terceira pessoa afasta-o do conjunto daqueles que se igualam aos “outros animais”. Nesse sentido, a ideia de “nós homens” (o autor incluído), como sujeitos, ficaria enfraquecida pelas substituições propostas. Gabarito 1C, 2C

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. Vários processos foram experimentados, todos deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos, era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens, felizmente extinta, a que chamam pela língua do país, kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares, assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes, quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim, muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não acudiam às urnas.

Machado de Assis. “A semana”. Obra completa, v.III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p.757. (Analista – TSE – 2006 – CESPE) De acordo com o texto, julgue

os itens a seguir.

I.

A reiteração da palavra “votos” (l.14) confere ênfase à ideia apresentada no período. II. Pelos sentidos do texto, conclui-se que a palavra “esbirros” (l.18) está sendo empregada com o mesmo significado que tem atualmente a palavra capanga. III. A expressão “lhe foram dados” (l.24-25) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele. IV. A palavra “corrupção” (l.25) está sendo empregada como sinônima de “fraude” (l.26).

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4.

Somente a assertiva em IV é errada, pois a afirmação de que “A corrupção era menor que a fraude” indica que são conceitos distintos. Não há como haver gradação sem distinção.

Caro eleitor, 1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranquila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o Brasil como modelo nessa área. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. O país, mais do que nunca, conta com você. Democracia é algo que lhe diz respeito e que se aperfeiçoa no dia a dia. É como uma construção bem-preparada, erguida sobre fortes alicerces. Esses alicerces são exatamente os votos de todos os cidadãos. Quanto mais fiel você for no exercício do direito de definir os representantes, mais sólidas serão as bases da nossa democracia. Por isso, é essencial que você valorize essa escolha, elegendo, de modo consciente, o candidato que julgar com mais condições para conduzir os destinos do país e de seu estado. Você estará determinando o Brasil que teremos nos próximos quatro anos. Estará definindo o amanhã, o seu próprio bem-estar e de sua família, o crescimento geral, a melhoria do emprego, da habitação, da saúde e segurança públicas, do transporte, o preço dos alimentos. O momento é decisivo e em suas mãos — entenda bem, em suas mãos — está depositada a confiança em dias felizes. Compareça, participe. Não se omita, não transfira a outros uma escolha que é sua. Pense e vote com a firmeza de quem sabe o que está fazendo, com a responsabilidade de quem realmente compreende a importância de sua atitude para o progresso da nação brasileira. Esta é a melhor contribuição que você poderá dar a sua Pátria.

Ministro Marco Aurélio de Mello. “Pronunciamento oficial”. Internet: (com adaptações). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação ao texto anterior, assinale a opção correta. (A) Considerando-se o gênero textual, é correto afirmar que o emprego de “você”, no decorrer do texto, indica um interlocutor único. (B) Na linha 3, a substituição do sinal de dois-pontos por ponto final e o emprego de inicial maiúscula em “além” provocam truncamento sintático, o que prejudica a coerência do texto. (C) A expressão “nessa área” (l.7) retoma a ideia implícita, no parágrafo, de processo eleitoral. (D) A substituição da expressão “serão definidos” (l.8) por definir-se-ão garante a correção gramatical do período.

A: o emprego do pronome de tratamento “você” indica que o autor quer proximidade com seus interlocutores, mas não, no caso, interlocutor único, pois se trata de carta aberta a todos os eleitores; B: não haveria alterações sintático-semânticas; C: o parágrafo refere-se ao processo eleitoral, embora não mencione explicitamente essa expressão; D: o uso da expressão “serão definidos”, no caso, é gramaticalmente correta. Gabarito "C"

16 criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se o instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: o ato de entregar ao outro o que é nosso, 19 nosso tempo de vida.

Gabarito "C"

2

1. Língua Portuguesa A ética é o dia a dia de uma sociedade. Sociedades não existem no abstrato: elas precisam de alguma espécie de cimento que mantenha as suas peças bem-ajustadas e sólidas. Antigamente, esse cimento era fornecido pelos valores religiosos. Uma das diferenças entre o Ocidente moderno e os países islâmicos é que lá o cimento continua a ser religioso; enquanto aqui, chegou-se à conclusão de que era melhor laicizar a política, deixando as crenças para a consciência ou a convicção de cada um. E assim, o que nos mantém unidos em torno deste ou daquele projeto político é a ideia — concreta ou difusa — de uma ética; de um tipo de comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública.

(Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Tendo o texto prece-

dente como referência inicial e considerando o atual cenário educacional brasileiro, julgue os itens que se seguem. (1) Em linhas gerais, os procedimentos administrativos e

(2)

(3)

O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações). (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Em relação às ideias do texto

acima, assinale a opção correta.

(A) O cimento que mantém a sociedade ocidental bem-ajustada

e sólida são os valores religiosos.

(4)

(5)

(B) Os países islâmicos laicizaram a política em busca de um

princípio ético.

(C) O princípio da coisa pública resume os princípios a que uma

ética que embasa um projeto político presta homenagem.

(D) Os países islâmicos relegam as crenças à consciência ou

à convicção de cada um.

A, B e D: os valores religiosos deixaram de ter função de cimento da sociedade no Ocidente moderno (houve laicização da política, deixaram-se “as crenças para a consciência ou a convicção de cada um”), embora nos países islâmicos “o cimento continu[e] a ser religioso” (não houve laicização); C: o cimento da sociedade ocidental moderna, segundo o autor, “é a ideia — concreta ou difusa — de uma ética; de um tipo de comportamento que preste homenagem a certos princípios. Esses princípios poderiam ser resumidos em um só: o da coisa pública”. Gabarito "C"

4

7

10

13

16

19

22

pedagógicos adotados nas escolas pernambucanas citadas no texto assemelham-se significativamente aos que são praticados na maioria das redes estaduais e municipais de educação brasileiras. Os mecanismos de avaliação hoje existentes demonstram a persistência de graves problemas na educação brasileira, os quais, ainda que atingindo mais fortemente a escola pública, também afetam a rede privada. Infere-se do texto que a melhoria do desempenho na educação resulta de um conjunto de ações e de atitudes, entre as quais se situam o planejamento e a avaliação sistemática de alunos e docentes. O texto confirma uma verdade conhecida há tempos: no Brasil, o principal problema da educação básica é a falta de vagas nas escolas públicas. Muitos especialistas acreditam que a inexistência de uma lei geral da educação, que estabeleça as diretrizes e fixe as bases para a organização do sistema educacional, seja a razão principal dos problemas vividos pelo setor.

1: infelizmente os procedimentos administrativos e pedagógicos não são adotados na maioria das escolas públicas brasileiras: “Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira”; 2: pelo contexto social brasileiro, verificamos que a assertiva está correta; 3: pela análise do contexto social e pelas informações fornecidas pelo texto, infere-se o que a assertiva descreve; 4: em momento algum o texto nos fornece essa informação. A assertiva está errada; 5: a razão não é a inexistência de lei (há a Lei de Diretrizes e Base da Educação) e sim sua efetiva aplicação. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E

1

3

Um lugar sob o comando de gestores, onde os funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo — menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas das práticas implantadas com sucesso em um grupo de escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A experiência chama a atenção pelo impressionante progresso dos estudantes depois que ingressaram ali. Como é praxe no local, o avanço foi quantificado. Os alunos são testados na entrada, e quase metade deles tirou zero em matemática e notas entre 1 e 2 em português. Isso em uma escala de zero a 10. Depois de três anos, eles cravaram 6 em tais matérias, em uma prova aplicada pelo Ministério da Educação. Em poucas escolas públicas brasileiras, a média foi tão alta. De saída, há uma característica que as distingue das demais: elas são administradas por uma parceria entre o governo e uma associação formada por empresários da região. Os professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é concedido bônus no salário.

1

Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem distante das estatísticas que apontam para uma taxa de desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu 4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais, formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da 7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador. E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas 10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza, diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Com relação ao texto

acima, julgue os itens a seguir.

(1) Segundo os dados estatísticos apresentados no texto, os bene-

ficiados pelos programas e transferência de renda integram o contingente de empregados.

(2) O primeiro período do texto tem natureza nominal. (3) De acordo com as informações do texto, há cerca de 30

cidades que não são contabilizadas nas estatísticas oficiais sobre desemprego.

1: trata-se de uma reportagem baseada em fatos reais (não ficcionais) veiculada em revista informativa – texto dissertativo.

1: segundo o texto, a taxa de 9% corresponde aos desempregados que se beneficiariam dos programas de transferência de renda; 2: o primeiro período “Um Brasil com desemprego zero.” não apresenta verbo, somente nome. Tem natureza nominal; 3: de acordo com o texto, há cerca de 30 cidades contabilizadas que estão fora das estatísticas sobre desemprego: “Cerca de 30 cidades devem integrar esse Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da força empreendedora do interior e de seu papel empregador.”

Gabarito 1E

Gabarito 1E, 2C, 3E

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Com referência às ideias

e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a seguir.

(1) Predomina no fragmento o tipo textual narrativo ficcional.

4 1

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A 4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da 7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. 10 O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar 13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa.

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

1

4

7

10

13

16

(Técnico Judiciário – STF – 2008 – CESPE) Considerando o texto

O Estado de S.Paulo, 25/7/ 2008 (com adaptações).

acima, julgue o item a seguir:

passado até hoje, houve uma modificação nas perspectivas para a economia brasileira no que se refere ao consumo.

1: a assertiva está correta, pois, de acordo com o texto, “o consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano (...) em dezembro do ano passado (...) o aumento do consumo foi estimado em 6,2%.”. Gabarito 1C 1 A noção de tempo é uma das que imediatamente atraem nossa

atenção, em vista de ser o tempo uma das categorias básicas do conhecimento construído pelo pensamento científico ocidental. 4 Tempo, espaço e movimento são atributos da matéria. Para os índios maxacalis, o tempo é circular. Sua marcação de tempo, seu calendário, está associada aos ciclos de chuva e seca, aos interesses 7 de plantio e de colheita, a conflitos internos e externos, às doenças e à morte. A presença dos espíritos da terra confere plena harmonia e grande felicidade aos humanos. Porém, ocorrendo qualquer 10 distúrbio, interrompem-se os ciclos. Então, é possível considerar que as interpretações de tempo para os maxacalis são circunstanciadas de muitas relações, de muitos fenômenos, como tudo em sua vida. 13 Por contraste, fica-nos o nosso conceito de tempo – uma coisa medida, fragmentável em outras menores, com nomes, com dimensões cada vez mais precisas. Nossa vida, pensada e escalada, 16 segundo os valores e atributos dessa ciência ocidental, está cada vez mais fragmentada em ações programadas e confinadas a horários, a prazos.

Lilavate I. Romanelli. Encontros e desencontros entre a cultura acadêmica e a cultura indígena. In: Linguagem, cultura e

(Técnico Judiciário – STJ – 2008 – CESPE) Com referência ao texto

acima, julgue o item subsequente.

(1) O desenvolvimento das ideias do texto leva a concluir que a

“economia de hoje” (l.1-2) tem força, e não entra em colapso, porque cria forças de autocorreção no seu declínio.

1: observar o trecho: “Assim como as expansões levam, afinal, à autodestruição, da mesma maneira, os declínios tendem a criar forças de autocorreção.” Gabarito 1C

(1) De acordo com os sentidos do texto, de dezembro do ano

Dar o peixe ou ensinar a pescar? 1

Ainda é muito comum o argumento de que, no combate à pobreza no Brasil, não se deve dar o peixe, mas ensinar a pescar. Os resultados de pesquisas recentes, no entanto, indicam 4 que ensinar a pescar pode ser muito pouco para uma grande massa de população que já se encontra em situação de extrema privação. 7 A pobreza é uma metáfora para o sofrimento humano trazido à arena pública, e pode ser definida de maneiras distintas. Muita energia é despendida na busca de uma definição rigo10 rosa, capaz de distinguir com clareza o sofrimento suficiente do sofrimento insuficiente para classificar alguém como pobre, mas aqui isso não é necessário: apenas para conduzir a argumen13 tação, vamos tratar pobreza como uma situação extrema, na qual se encontram os indivíduos pertencentes a famílias que não dispõem de renda para adquirir uma cesta de alimentos e outros 16 bens de consumo, como vestimentas e medicamentos.

19

cognição. Belo Horizonte: Autêntica e Ceale, 2001, pp. 159-60 (com adaptações).

22

(Técnico Judiciário – STJ – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, a respeito da organização das ideias do texto acima.

25

(1) O texto mostra, por contraste, duas concepções de tempo:

a dos índios maxacalis, relacionada aos fenômenos da vida humana, e a das civilizações ocidentais, fragmentada pelas medições científicas e associada, textualmente, a “Nossa vida” (l.15).

1: para os índios, a concepção de tempo “está associada aos ciclos de chuva e seca, aos interesses de plantio e de colheita, a conflitos internos e externos, às doenças e à morte.”. Para as civilizações ocidentais o “conceito de tempo – uma coisa medida, fragmentável em outras menores, com nomes, com dimensões cada vez mais precisas”.

O que há de paradoxal a respeito da economia de hoje é a sua força. É certo que há paralelos com a Grande Depressão norte-americana. As pessoas temem aquilo que não compreendem ou não esperam. No início da década de 30, ninguém sabia por que, afinal, a economia havia se deteriorado com tanta rapidez. Da mesma maneira, boa parte das más notícias eram, em geral, inesperadas. As pessoas temem o que virá a seguir. Elas se preocupam com a estabilidade dos mercados financeiros e da economia globalizada. Essas ansiedades são legítimas. Os prazeres da prosperidade geram complacência e inspiram equívocos que, algum tempo depois, incidem sobre os mercados financeiros, sobre a geração de empregos e a produção. Assim como as expansões levam, afinal, à autodestruição, da mesma maneira, os declínios tendem a criar forças de autocorreção.

28

31

34

37

Pesquisas embasadas nesse tipo de definição estimam que uma fração entre um terço e a metade da população brasileira possa ser considerada pobre. Essa é uma definição forte; e estimativas subjetivas de linhas de pobreza demonstram que boa parte da população brasileira ainda consideraria insuficientes as rendas de famílias que se encontram em níveis superiores aos usados nessas pesquisas como linha de pobreza. Vamos assumir, também, que a existência desse tipo de pobreza é socialmente inaceitável e, portanto, que desejamos erradicá-la o quanto antes. É óbvio que o horizonte de tempo proposto define que tipos de mudança na sociedade serão necessários. Provavelmente, um prazo mais curto exigirá políticas mais drásticas. Para manter a argumentação em torno das propostas mais debatidas, atualmente, para a erradicação da pobreza no país, vamos definir como limite razoável algo entre uma e duas décadas. A insuficiência de recursos nas mãos de parte da população pode ser entendida como resultado ou de uma insuficiência generalizada de recursos ou de má distribuição dos recursos existentes. Logo, o combate à pobreza pode tomar dois rumos básicos: aumentar o nível de recursos per capita da

Gabarito 1C

1. Língua Portuguesa

(Técnico Judiciário – STJ – 2004 – CESPE) Acerca do texto acima,

julgue os itens a seguir.

(1) O texto, apesar de falar em “argumentação” (l.12 e 30),

(2)

(3)

(4)

(5)

é predominantemente descritivo, uma vez que apresenta os contornos e as características da parte da população brasileira considerada “pobre”. No primeiro parágrafo, a ideia central pode ser resumida da seguinte forma: é necessário dar bens de subsistência para quem já se encontra em situação de miséria extrema. Do segundo ao quinto parágrafos, é apresentada, entre distintas acepções de pobreza, a que será adotada pelo autor e mediante a qual devem ser entendidas as suas ideias. Nos parágrafos sexto e sétimo, o autor associa a pobreza, fundamentalmente, a aspectos econômicos e financeiros, argumentando que, para saná-la, é imperioso elevar a renda per capita. No último parágrafo, a proposta de diminuição da taxa demográfica de pobres, com o estímulo ao controle e à redução da natalidade, é defendida pelo autor.

1: o texto é predominantemente dissertativo: há um encadeamento lógico e ordenado e o raciocínio se realiza pela formulação sequencial de uma ideia a outra; 2: observe o trecho: “pescar pode ser muito pouco para uma grande massa de população que já se encontra em situação de extrema privação”; 3: observe o 5º parágrafo: “Para manter a argumentação em torno das propostas mais debatidas, atualmente, para a erradicação da pobreza no país, vamos definir como limite razoável algo entre uma e duas décadas.” É nesse parágrafo que o autor define a acepção que irá adotar; 4: no sexto parágrafo, o autor diz “o combate à pobreza pode tomar dois rumos básicos: aumentar o nível de recursos per capita da sociedade ou distribuir melhor os recursos existentes.” A assertiva está errada; 5: o autor não defende a argumentação da diminuição da taxa demográfica de pobres com o estímulo ao controle e à redução da natalidade. Ele apenas expõe a ideia e diz: “Embora esse argumento, ainda hoje, encontre algum eco fora dos meios acadêmicos, todas as evidências empíricas disponíveis rejeitam a viabilidade da erradicação da pobreza por meio da redução no ritmo de reprodução da população.” Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E

1 4 7

O S u p e r i o r Tr i b u n a l d e J u s t i ç a ( S T J ) c o m p õ e - s e de, no mínimo, 33 ministros nomeados pelo presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal. Os ministros são escolhidos por meio de listas tríplices, por voto secreto, pela maioria do plenário, que se reúne para tal fim. Podem ser ministros do STJ os brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, conforme determina o

Internet: (com adaptações). (Técnico Judiciário – STJ – 2004 – CESPE) A respeito das infor-

mações e da estrutura do texto acima, julgue os itens que se seguem. (1) Se houver 36 ministros no STJ, então pode-se garantir

que 24 deles foram escolhidos, em partes iguais, entre os juízes de TRFs e entre os desembargadores dos tribunais de justiça. (2) De acordo com a Constituição brasileira, qualquer brasileiro que tenha entre 35 e 65 anos de idade pode ser ministro do STJ. 1: de acordo com o texto, o STJ compõe-se de no mínimo 33 ministros. Desse modo, é possível que haja 36 ministros. Na suposição da assertiva, 24 ministros corresponderiam a 2/3 das vagas. Sabe-se que: “Um terço das vagas é preenchido por juízes dos tribunais regionais federais (TRFs) e um terço é composto por desembargadores dos tribunais de justiça; o terço restante é reservado, em partes iguais, a advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios (...)”. A assertiva está correta; 2: de acordo com a Constituição Brasileira “Podem ser ministros do STJ os brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada”.

1 Ti r a r u m c o c h i l o d e p o i s d o a l m o ç o m e l h o r a o desempenho do cérebro, especialmente no que diz respeito às funções de aprendizagem e memória. Segundo uma pesquisa 4 realizada na Universidade da Califórnia, Berkeley, jovens que cochilaram à tarde tiveram um desempenho 10% melhor nesses quesitos. O mesmo estudo revela que aqueles que perderam 7 uma noite de sono tiveram a capacidade de armazenar novas informações diminuída em até 40%. A explicação residiria no fato de que, durante o sono, o cérebro faz uma espécie de 10 f a x i n a n a m e m ó r i a d e c u r t o p r a z o p a r a f a c i l i t a r o armazenamento de novas informações. “Medidas como essa não só melhoram a capacidade cognitiva como são 13 extremamente importantes para compensar a restrição ao sono, cada vez mais comum na vida moderna”, diz o neurologista Sergio Tufik, diretor do Instituto do Sono da Universidade 16 Federal de São Paulo.

Anna Paula Buchalla. Aquela sonequinha... In: Veja, 1.º/12/2010 (com adaptações). (Técnico – STM – 2011 – CESPE) Julgue os itens abaixo, referentes aos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima. (1) Infere-se do texto que, para o diretor do Instituto do Sono

da Universidade Federal de São Paulo, a má qualidade do sono é um dos males da vida moderna. (2) O texto tem por objetivo principal alertar para os prejuízos causados ao organismo em decorrência da má qualidade do sono.

1: pelo contexto e pelo trecho “compensar a restrição de sono, cada vez mais comum na vida moderna” podemos inferir que a má qualidade de sono é um dos males da vida moderna; 2: o texto tem como objetivo apresentar uma pesquisa realizada sobre como a qualidade do sono interfere na aprendizagem. Gabarito 1C, 2E

Marcelo Medeiros. In: UnB Revista, dez./2003-mar./2004, p. 16-9 (com adaptações).

10 texto constitucional. Um terço das vagas é preenchido por juízes dos tribunais regionais federais (TRFs) e um terço é composto por desembargadores dos tribunais de justiça; o 13 terço restante é reservado, em partes iguais, a advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, desde que 16 tenham mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e sejam indicados, em listas sêxtuplas, pelos seus órgãos de representação.

Gabarito 1C, 2E

sociedade ou distribuir melhor os recursos existentes. Nada 40 impede, é claro, que as duas coisas ocorram simultaneamente. Os caminhos para o aumento dos recursos per capita encontram-se entre dois extremos: diminuir a população ou fazer 43 com que a economia cresça mais rápido que ela. Como as estratégias de diminuição da população existente, em um prazo razoável, beiram o absurdo, a proposta de crescimento da 46 economia, maior do que a do crescimento da população, é geralmente muito mais debatida no Brasil. Dadas as dificuldades que se colocam para o 49 crescimento acelerado de qualquer economia, durante muito tempo se sugeriu que o problema da pobreza no Brasil poderia ser enfrentado pela via do controle de 52 natalidade. Embora esse argumento, ainda hoje, encontre algum eco fora dos meios acadêmicos, todas as evidências empíricas disponíveis rejeitam a viabilidade 55 da erradicação da pobreza por meio da redução no ritmo de reprodução da população.

5

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

André Petry. Adultério e a desonesta. In: Veja, 22/9/2004, p. 93 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue os seguintes

itens, a respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima.

(1) O desenvolvimento do texto apresenta como deve ser

entendido o significado do verbo “pegam” (l.2) a respeito de algumas leis: sair do papel. (2) Na argumentação do texto, o termo “jabuticaba” (l.3) está servindo como exemplificação para algo que é tão tipicamente brasileiro como as leis que podem pegar ou não pegar; isto é, dar certo ou não dar certo. (3) A oração “É uma injustiça” (l.3) classifica qualquer opinião que restrinja o Brasil às suas características agrícolas, ou a um simples cultivador de jabuticabas. (4) A expressão “o mesmo problema” (l.4) retoma a ideia introduzida pela expressão “É comum ouvir” (l.1) e mostra que em outros países também são ditas muitas coisas que não correspondem à verdade. 1: nesse contexto, o verbo pegar é intransitivo e tem a acepção de “firmar-se”; 2: a argumentação faz um paralelismo entre um termo que é tipicamente brasileiro e o fato de as leis firmarem-se ou não. Como se a falta da efetiva aplicação de algumas leis fosse algo tipicamente do Brasil; 3: “É uma injustiça.” expressa a opinião do autor em relação à temática tratada: a ideia de que a falta da efetiva aplicação de algumas leis seja algo tipicamente do Brasil; 4: a expressão “o mesmo problema” retoma a ideia das “leis que pegam e leis que não pegam”. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E

1

Filhos malcriados e agressivos... O problema da autoridade em crise não é do vizinho, não acontece no exterior, não é confortavelmente longínquo. É nosso. Parece 4 que criamos um bando de angustiados, mais do que seria natural. Sim, natural, pois, sobretudo na juventude, plena de incertezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose 7 de angústia é do jogo e faz bem. Mas quando isso nos desestabiliza, a nós, adultos, e nos isola desses de quem estamos ainda cuidando, a quem 10 devemos atenção e carinho, braço e abraço, é porque, atordoados pelo excesso de psicologismo barato, talvez tenhamos desaprendido a dizer não, nem distinguimos 13 quando se devia dizer sim. Te r u m f i l h o é n e c e s s a r i a m e n t e s e r r e s p o n s á v e l . Ensinar numa escola é ser responsável. Estar vivo, enfim, é 16 uma grave responsabilidade.

Lya Luft. Sobre pais e filhos. In: Veja, 16/6/2004, p. 21 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Considere as ideias

e as estruturas linguísticas do texto acima para julgar os itens a seguir.

(1) A argumentação do texto opõe “vizinho” (l.2) e “exterior”

(l.3) a “Filhos” (l.1) para reforçar que o problema “É nosso” (l.3).

(2) Ao intensificar com o advérbio “mais” (l.4) o que deveria ser

a medida “natural” (l.5), a autora demonstra que a angústia na juventude deve ser evitada.

1: a argumentação busca o paralelismo com o objetivo de reforçar suas ideias; 2: a autora não diz que a angústia na juventude deve ser evitada, e sim que a angústia é inerente à juventude: “na juventude, plena de incertezas e objeto de pressões de toda sorte, uma boa dose de angústia é do jogo e faz bem.”

1

Sempre que um crime violento envolvendo menores abala a sociedade, ressurge a discussão sobre a necessidade de alterar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo 4 seus defensores, diminuir a responsabilidade penal para 16 anos inibiria a ação delituosa de rapazes e moças. Segmentos da população, assustados com o aumento da 7 violência, imaginam ser esse o caminho para a reconquista da segurança perdida. Encarar o Estatuto da Criança e do Adolescente 10 como bode expiatório das mazelas nacionais é solução cômoda, mas ineficaz. Ninguém de bom senso pode crer que situar em faixa etária mais baixa a imputação criminal seja a 13 fórmula mágica capaz de devolver a paz às ruas e aos lares. Bandidos que hoje usam jovens menores de 18 anos como escudo, com a mudança, recorrerão a menores de 16 anos. 16 Depois virão os de 14, 12, 10.

Correio Braziliense. Opinião. 13/7/2004, p. 16 (com adaptações). (Técnico Judiciário – STM – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item,

a respeito do texto acima. (1) O último período sintático do texto constitui um argumento a

favor da ideia expressa no primeiro parágrafo: a diminuição da idade para a responsabilidade penal.

1: o período “Depois virão os de 14, 12, 10.” constitui um argumento contra a diminuição da responsabilidade penal.

1

Pesquisas constatam doses crescentes de pessimismo diante do que o futuro esteja reservando aos que habitam este mundo, com a globalização exacerbando a 4 competitividade e colocando os Estados de bem-estar social nos corredores de espera de cumprimento da pena de morte. É preciso “investir no povo”, recomenda o Per 7 Capita — um centro pensante, criado recentemente na Austrália —, com seus dons progressistas. Configurar um mercado no qual as empresas levem em consideração o 10 interesse público, sejam ampliados os compromissos de proteção ao meio ambiente e tenham como objetivo o bem-estar dos indivíduos. A questão maior é saber como 13 colocar em prática essas belezas, num momento em que as lutas sociais sofrem o assédio cada vez mais agressivo da globalização e as próprias barreiras ideológicas caem por 16 terra.

Newton Carlos. Má hora das esquerdas. In: Correio Braziliense, 20/11/2007 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) A partir do texto acima,

julgue o item subsequente.

(1) O desenvolvimento da argumentação do segundo parágrafo

do texto propõe algumas soluções para se combaterem as “doses crescentes de pessimismo”, citadas no primeiro parágrafo.

1: o segundo parágrafo sugere “investir no povo; levar em consideração o interesse público; ampliar os compromissos de proteção ao meio ambiente; ter como objetivo o bem-estar dos indivíduos”. Esses argumentos correspondem a propostas para combater as “doses crescentes de pessimismo”. Gabarito 1C

É comum ouvir que o Brasil é um país onde há leis que pegam e leis que não pegam, como se isso fosse uma originalidade brasileira como a jabuticaba. É uma injustiça. 4 Há muitos países que sofrem com o mesmo problema. As leis, principalmente as que interferem na vida cotidiana dos cidadãos, requerem uma sintonia fina entre 7 vários componentes: aparato policial, comportamento coletivo, grau de escolaridade etc. Do contrário, elas tendem a não sair do papel. No Brasil, existe muita lei que não pega 10 por falta dessa sintonia. Ou não há polícia suficiente para fazê-la ser cumprida. Ou a lei destoa fortemente de arraigados hábitos coletivos. E assim por diante.

Gabarito 1E

1

Gabarito 1C, 2E

6

1. Língua Portuguesa

In: Galileu, out./2005, p.43 (com adaptações). (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto

acima, julgue o item a seguir.

(Técnico Judiciário – TRT/17ª – 2009 – CESPE) Com relação às ideias, à organização e à tipologia do texto, julgue o item que se segue. (1) A linguagem empregada no texto permite caracterizá-lo

como predominantemente informativo.

1: trata-se de um texto informativo, publicado em jornal, com o objetivo de prestar informações objetivas. Gabarito 1C

1 Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e carros que chegam a mais de 200 km/h transformam o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice 4 no País das Maravilhas. Sempre apressado, eternamente atrasado. E doente. Literalmente. A velocidade, símbolo do desenvolvimento tecnológico e de um modo de produção e 7 consumo cada vez mais vorazes, criou um sentimento de urgência que poucos conseguem administrar. Se é que conseguem mesmo. O resultado é um novo mal que é a cara 10 do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse que foi descrito pelo médico americano Larry Dossey como uma resposta ao fato de o nosso relógio interno 13 ter virado o relógio de pulso e o despertador. I n i c i a t i v a s q u e p r i v i l e g i a m o b e m - e s t a r, a s i m p l i cidade, a tradição local, o resgate da história e a 16 hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo de uma revolução cultural, uma mudança radical na forma como vemos o tempo e como lidamos com a 19 velocidade e a lentidão.

Texto para a questão a seguir: 1

4

7

10

(1) Pela organização das ideias do texto, a frase nominal “Sempre

apressado, eternamente atrasado” (l.4-5) qualifica o comportamento do “Coelho Branco” (l.3) e do “homem moderno” (l.3).

1: o texto apresenta paralelismo de ideias entre as qualidades do “Coelho Branco” e do “homem moderno”. Gabarito 1C (Técnico Judiciário – TST – 2008 – CESPE) Com relação ao texto

acima, julgue os itens a seguir.

13

16

19

(1) Conclui-se do desenvolvimento das ideias do texto que, nos

tempos atuais, “o relógio de pulso e o despertador” (l.13) foram substituídos pelo “nosso relógio interno” (l.12). (2) A expressão “Esse é o começo” (l.16-17) refere-se à ideia inicial do texto, expressa por “Trabalho demais, agenda cheia” (l.1).

1: pelo contrário, de acordo com o texto, o “nosso relógio interno” foi substituído pelo “relógio de pulso e o despertador”: “O resultado é um novo mal que é a cara do nosso tempo: a doença da correria, uma espécie de superestresse (...) uma resposta ao fato de o nosso relógio interno ter virado o relógio de pulso e o despertador.”; 2: o sintagma “Esse é o começo” refere-se à ideia expressa no período anterior: “Iniciativas que privilegiam o bem-estar, a simplicidade, a tradição local, o resgate da história e a hospitalidade começam a pipocar pelo globo. Esse é o começo”.

22

25

28

31

Gabarito 1E, 2E

1 Podem ser fios demais caídos no travesseiro. Ou fios de menos percebidos na cabeça ao se olhar no espelho. No fim das contas, o resultado é o mesmo: você está perdendo 4 cabelo. E não está sozinho. “A calvície atinge 50% da população masculina”, diz o dermatologista Ademir Carvalho 7 Leite Jr. Se tanta companhia não vale como consolo, a vantagem de ter muita gente sofrendo com o problema é que isso 10 estimula as pesquisas científicas. “Há equipes estudando o uso de células-tronco para tratamento da calvície”, conta Leite Jr. Também já foi descoberto que são oito os pares de 13 genes envolvidos no crescimento dos cabelos, segundo ele, o que abre possibilidades à pesquisa genética. “Entre as perspectivas, está o desenvolvimento de testes 16 genéticos para diagnóstico da alopecia androgenética, ou seja, a ausência de cabelos provocada pela interação entre os genes herdados e os hormônios masculinos. O teste pode 19 determinar o risco e os graus de calvície antes de sua manifestação, permitindo o tratamento precoce”, diz Arthur Tykocinski, dermatologista da Santa Casa de São Paulo, que 22 aponta ainda, entre as novidades na área, os estudos para uso de robôs no processo de transplante de cabelos.

Iara Biderman. Folha de S.Paulo, 29/8/2008 (com adaptações).

7

34

Uma decisão singular de um juiz da Vara de Execuções Criminais de Tupã, pequena cidade a 534 km da cidade de São Paulo, impondo critérios bastante rígidos para que os estabelecimentos penais da região possam receber novos presos, confirma a dramática dimensão da crise do sistema prisional. A sentença determina, entre outras medidas, que as penitenciárias somente acolham presos que residam em um raio de 200 km. Segundo o juiz, as medidas que tomou são previstas pela Lei de Execução Penal e objetivam acabar com a violação dos direitos humanos da população carcerária e “abrir o debate a respeito da regionalização dos presídios”. Ele alega que muitos presos das penitenciárias da região são de famílias pobres da Grande São Paulo, que não dispõem de condições financeiras para visitá-los semanalmente, o que prejudica o trabalho de reeducação e de ressocialização. Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob a alegação de que, se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro. Além disso, as autoridades carcerárias alegam que a decisão impede a distribuição de integrantes de uma quadrilha por diversos estabelecimentos penais, seja para evitar que continuem comandando seus “negócios”, seja para coibir a formação de facções criminosas. Com um deficit de mais de 40 mil vagas e várias unidades comportando o triplo de sua capacidade de lotação, a já dramática crise do sistema prisional de São Paulo se agrava todos os dias. O mérito da sentença do juiz de Tupã, que dificilmente será confirmada em instância superior, é o de refrescar a memória do governo sobre a urgência de uma solução para o problema.

In: Estado de S. Paulo, 13/1/2008, p. A3. (com adaptações). (Fiscal de Tributos/V. Velha-ES – 2008 – CESPE) Com referência às

ideias do texto, julgue os itens de 1 a 7.

(1) De acordo com o texto, não ocorrem crimes violentos, como

homicídio, latrocínio, sequestro e estupro, na cidade de Tupã.

(2) Depreende-se do texto que a crise do sistema prisional de

(3) (4)

(5)

(6)

(7)

São Paulo pode ser resolvida com a adoção de medidas que restrinjam o deslocamento dos presos e dos seus familiares. Infere-se do texto que o juiz mencionado, ao proferir sua sentença, preocupou-se com a reabilitação dos presos. Subentende-se da leitura do terceiro parágrafo que o governo de São Paulo considera inviável cumprir a sentença e recorrerá à instância superior. De acordo com o terceiro parágrafo do texto, o encarceramento de criminosos em diferentes penitenciárias possibilita a desmobilização de quadrilhas. Segundo o autor do texto, a sentença salienta a necessidade de uma solução para a grave situação do sistema prisional de São Paulo. O texto caracteriza-se como texto descritivo devido à sua complexidade e à apresentação de fatos que ocorreram com personagens reais.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5C, 6C, 7E

1

Vi a j a n d o p e l a s b o c a s d o s r i o s J u r u á e P u r u s n o início do século XIX, os naturalistas alemães Spix e Martius anotaram, em seus diários, a presença de “índios selvagens”

4

e a falta de “civilização”, que, segundo os autores, caracterizavam a região. Além da exploração da região e de suas riquezas naturais, as primeiras expedições oficiais ao

7

Purus e ao Juruá, lideradas, respectivamente, por João Rodrigues Cametá e Romão José de Oliveira, em meados do século XIX, tinham como objetivo a atração e a pacificação

10 dos índios.

Essas entradas permaneceram limitadas, subindo os rios apenas parcialmente, mas inauguraram uma série de 13 explorações da região durante as décadas de 50 e 60 do século XIX. Entre essas expedições, destaca-se a viagem, a mando da Royal Geographical Society de Londres, do 16 geógrafo inglês William Chandless, que subiu o Purus em 1864/65 e o Juruá em 1867. Todavia, a historiografia regional consagrou os nomes de Manoel Urbano, explorador 19 do Purus em 1858, e de João da Cunha Corrêa, que percorreu o Juruá em 1861, como os primeiros “desbravadores” e “descobridores” das terras acreanas.

Idem, ibidem (com adaptações). (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Considerando

o texto acima, julgue os itens a seguir.

(1) De acordo com o texto, os alemães Spix e Martius integraram

as primeiras expedições oficiais aos rios Juruá e Purus.

no texto como itálico ou as aspas indica que o termo não está sendo usado no seu sentido literal ou usual; 4: A oração “que subiu o Purus em 1864/65 e o Juruá em 1867” é subordinada adjetiva explicativa. O pronome relativo que retoma o termo anterior “William Chandless” com o objetivo de explicá-lo; 5: A conjunção todavia pode ser substituída por outra adversativa (porém, contudo, entretanto, no entanto) que transmitem a ideia de contraste. Não pode, porém, ser substituída pela conjunção causal porquanto ou pela concessiva conquanto.

1

Os heróis existem em todas as culturas e em todas as épocas. Cada povo tem seus heróis, que vão de fundadores de cidades ou civilizações a mártires de causas voltadas ao bem 4 coletivo. Os tipos de heróis são muitos. Há o herói social, aquele que luta pelas necessidades de um grupo ou de um 7 povo; há o herói velho, experiente, que tem a missão de ensinar; há o herói jovem, intrépido, que enfrenta desafios por impulso; há o herói cotidiano, que enfrenta o trânsito e 10 luta para sustentar com dignidade a sua família; há o herói de ocasião, que, diante do perigo ou de uma situação limite, reúne forças tiradas não se sabe de onde; há o herói 13 equivocado, que luta por causas enganosas; há o herói justiceiro; o vingativo; o de dupla personalidade, que é metade homem-comum, metade super-homem etc.

Moacyr Scliar. Um país chamado infância. Português: linguagens. 2002, p. 57 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) Assinale a opção

correta de acordo com as ideias do texto.

(A) Para ser um herói é preciso enfrentar perigos, lutar por uma

causa injusta e escapar de muitas armadilhas.

(B) Muitas vezes, o jovem quer ser um verdadeiro super-herói,

o que consiste em participar de grandes aventuras e fazer o bem. (C) Os heróis vivem em mundos hipotéticos, às vezes paradisíacos, construídos basicamente pela linguagem. (D) O fato de haver heróis em todas as culturas e épocas faz que a tipologia desses personagens tenha contornos variados. A: de acordo com o texto existem vários tipos de heróis; B: dentre os diversos tipos de heróis, “há o herói jovem, intrépido, que enfrenta desafios por impulso”; C: os heróis são homens comuns, do cotidiano: “Os heróis existem em todas as culturas e em todas as épocas.”; D: é a assertiva correta. Gabarito "D"

1: De acordo com o texto, “se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro.” (linhas 19 a 22); 2: De acordo com o texto, restringir o deslocamento dos familiares dos presos “prejudica o trabalho de reeducação e ressocialização” (linha 16); 3: O juiz alega “que muitos presos das penitenciárias da região são de famílias pobres da Grande São Paulo, que não dispõem de condições financeiras para visitá-los semanalmente, o que prejudica o trabalho de reeducação e de ressocialização.” (linhas 13 a 16); 4: O governo do Estado de São Paulo “anunciou que irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob a alegação de que, se os estabelecimentos penais não puderem receber mais presos, os juízes das varas de execuções não poderão julgar réus acusados de crimes violentos, como homicídio, latrocínio, sequestro ou estupro.” (linhas 17 a 22); 5: De acordo com o texto, “as autoridades carcerárias alegam que a decisão impede a distribuição de integrantes de uma quadrilha por diversos estabelecimentos penais, seja para evitar que continuem seus ‘negócios’, seja para coibir a formação de facções criminosas.” (linhas 23 a 27); 6: “O mérito da sentença (...) é o de refrescar a memória do governo sobre a urgência de uma solução para o problema.” (linhas 31 a 34); 7: O texto é dissertativo com inserções descritivas que confirmam os argumentos do autor.

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E

8

Texto para as duas questões seguintes 1 4 7

(2) Os objetivos das expedições lideradas por João Rodrigues

Cametá e Romão José de Oliveira, de acordo com o texto, circunscreviam-se à pacificação dos índios da região. (3) O emprego de itálico em “entradas” (l.11) indica que essa expressão está sendo utilizada com sentido adaptado ao contexto, pois seu sentido original não abrange expedições da região Norte. (4) O uso de vírgula após “Chandless” (l.16) justifica-se por isolar oração subordinada adjetiva explicativa. (5) O termo “Todavia” (l.17) pode, sem prejuízo para a correção gramatical e para as informações originais do período, ser substituído por qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Entretanto, No entanto, Porquanto, Conquanto. 1: As primeiras expedições oficiais ao Purus e ao Juruá foram lideradas por “João Rodrigues Cametá e Romão José de Oliveira” (linhas 6 a 8); 2: As primeiras expedições oficiais “tinham como objetivo a atração e a pacificação dos índios” (linhas 9 e 10); 3: A utilização de destaques

10 13 16 19 22 25

Em dezembro de 2000, quando tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Ellen Gracie Northfleet obrigou a corte a uma reforma insólita: a construção de um banheiro feminino ao lado do plenário. Até então, em 172 anos de história, tal peça não tinha sido necessária. Ellen foi a primeira mulher a integrar a Suprema Corte do país. Na quarta-feira, dia 15 de março, a juíza quebrou mais um tabu. Pelo sistema de rodízio dos ministros, foi escolhida para a presidência do Supremo. Todos os seus 40 antecessores no cargo foram homens. A chegada de uma mulher ao cargo mais alto da justiça brasileira não é um fato isolado. Uma pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros mostra que a presença feminina na Justiça cresceu muito. Até o final dos anos 60, apenas 2,3% dos magistrados eram mulheres. Hoje são 22,4%. Elas estão principalmente nos juizados especiais, a área mais moderna do Poder Judiciário brasileiro. Ocupam 37,1% dessas cortes. Segundo a pesquisa, as juízas são mais críticas em relação à atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e da justiça. São mais éticas e preocupadas com as questões humanas, tendendo à individuação das sentenças. Os juízes seguiriam a lei, de forma prática. As juízas seriam mais preocupadas com as questões sociais e econômicas que cercam os casos.

1. Língua Portuguesa Como presidente do Supremo, Ellen Gracie passa a ser a quarta pessoa na linha de sucessão presidencial, atrás do vice-presidente e dos presidentes da Câmara e do Senado. A expectativa é de que ela assuma interinamente o Palácio do Planalto durante uma das viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira oportunidade poderá ser no dia 12 de maio, quando o presidente Lula estará em Viena, para o encontro de cúpula entre União Europeia e América Latina. Se, na mesma data, estiverem viajando Alencar, Renan e Aldo, Ellen Gracie poderá ser a primeira mulher a ocupar a presidência da República do Brasil.

9

Texto I – O retrato do Brasil em 10 anos 1

O censo demográfico é a mais importante fonte de informações sobre as condições de vida da população brasileira. A parte divulgada agora refere-se ao questionário básico que foi

4

respondido em todos os domicílios visitados. Por ser a única pesquisa que abrange os 5.507 municípios do país, é um instrumento precioso para o planejamento de todas as políticas

7

voltadas para o bem-estar social. A conclusão desse calhamaço — são 500 páginas de informações colhidas por 200.000 recenseadores entre agosto e novembro do ano 2000 — é que o

10

país avançou. Os 169 milhões de brasileiros registrados no Censo 2000 vivem, em linhas gerais, melhor do que se vivia em 1991. A questão é que é preciso avançar mais e mais rápido

13

para pôr fim à injustiça social. “É como um copo com água pela metade. Alguns dirão que está meio cheio e outros dirão que está meio vazio”, resume o presidente do IBGE. De qualquer

16

história da Suprema Corte, a partir da distribuição sexista dos membros titulares do STF, praxe quebrada pela juíza, que mandou construir um sanitário novo, para seu uso exclusivo. (B) O segundo e o terceiro parágrafos abordam, respectivamente, o significativo aumento da presença feminina entre os magistrados e a diferença da atuação das mulheres em relação aos homens, na esfera judicial. (C) O quarto parágrafo situa a presença da juíza, doutora Ellen Gracie, como presidente do STF, no quarto lugar na linha hierárquica da substituição presidencial. (D) O último parágrafo antevê a possibilidade de, em maio, pela primeira vez na história, o Brasil ficar sob a presidência de uma mulher, desde que os três homens que a antecedem na linha de sucessão presidencial estejam ausentes do país.

maneira, há meio copo a ser preenchido. Trata-se de um desafio para uma década, ou duas, ou mais ainda do que isso. Mas é bom lembrar que, se dez anos é prazo curto para eliminar

19

problemas estruturais, é também tempo mais que suficiente para agravá-los de forma drástica. Aí está a Argentina a servir de exemplo. Em 1991, apostou todas as fichas no plano econômico

22

que prometeu vida de Primeiro Mundo à população. Dez anos depois, o resultado é pobreza e caos em um país que sempre se orgulhou, com motivo, de suas conquistas sociais.

A distribuição dos membros titulares do STF não é sexista: “Pelo sistema de rodízio dos ministros foi escolhida para a presidência do Supremo.” (linhas 8 e 9).

(2)

28

31

34

37

Época, n.º 409, 20/3/2006, p. 22 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) Com base nas

ideias desenvolvidas nos parágrafos do texto, assinale a opção incorreta.

(A) O primeiro parágrafo apresenta uma visão retrospectiva da

Lucila Soares. Veja, 26/12/2001, p. 33 (com adaptações). (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Analisando as

ideias explícitas e implícitas do texto I, julgue os seguintes itens. (1) O censo demográfico pode ser considerado a mais

Gabarito "A" (Fiscal de Tributos Estaduais/AC – 2006 – CESPE) De acordo com

o texto, assinale a opção correta.

(3)

(A) O texto faz um percurso tipológico singular: partindo de uma

sequência narrativa, no início, passa para o predomínio da estrutura dissertativa, ao meio, até chegar ao predomínio da descrição, no último parágrafo. (B) A palavra “peça” (l.5) está empregada no sentido de documento incorporado aos autos para instruir um processo. (C) Uma mulher ocupar o cargo mais elevado do Poder Judiciário brasileiro é um fato singular, apesar de a percentagem de pessoas do sexo feminino no STF ter aumentado muito no último sesquicentenário. (D) Ao afirmar que as juízas são “mais éticas e preocupadas com as questões humanas, tendendo à individuação das sentenças” (l. 21-22), o texto deixa implícita uma comparação com os juízes, que refletem menos a respeito da essência dos valores e das normas humanas.

(4)

(5)

importante fonte de informações sobre as condições de vida da população brasileira, já que a parte divulgada refere-se ao questionário respondido em todos os domicílios visitados. A parte divulgada do censo pode ser considerada um calhamaço, uma vez que compreende meio milhão de páginas de informações colhidas por duas centenas de milhar de recenseadores que laboraram, por quatro meses, para provar que o país avançou. O Censo 2000 demonstrou, a partir da análise dos dados coletados, que a totalidade dos brasileiros registrados vive, em linhas gerais, melhor do que vivia há uma década. Segundo a análise feita pela autora do texto, realizar um recenseamento periodicamente é necessário mas insuficiente, porque é preciso avançar muito mais, e rapidamente, para se pôr fim à injustiça social. De acordo com a analogia com o copo com água pela metade, feita pelo presidente do IBGE, os resultados do Censo 2000 podem ser alvo de um julgamento favorável ou desfavorável, conforme o ponto de vista adotado.

A: trata-se de um texto informativo em que predomina a estrutura dissertativa; B: “tal peça” refere-se a banheiro feminino; C: o fato de uma mulher ocupar o cargo mais elevado do Poder Judiciário brasileiro é realmente um fato singular. Ellen Gracie foi a primeira mulher a ser nomeada nos últimos 150 anos (sesquicentenário), ou melhor, nos últimos 172 anos. De zero o STF passou a ter uma ministra. D: é a assertiva correta.

1: O fato de a parte divulgada referir-se a questionário respondido em todos os domicílios brasileiros não é indicado explicitamente como a razão pela qual o censo é a mais importante fonte de informação sobre as condições de vida da população brasileira. Segundo o texto, esse fato é a razão pela qual o censo é um instrumento precioso para o planejamento de todas as políticas voltadas para o bem-estar social; 2: O trabalho dos censores não foi feito para provar que o país avançou, embora essa tenha sido a conclusão a que a autora chegou, com base na análise dos dados coletados; 3: Ver o trecho que se inicia com “Os 169 milhões de brasileiros...”; 4: A autora não afirma que o recenseamento periódico é necessário ou insuficiente em relação ao avanço social; 5: Esse é o significado da conhecida figura do “copo pela metade”.

Gabarito "D"

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E, 5C

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) No texto I, cor-

responde à circunstância de

(1) superioridade o termo “sobre” (l.2), que pode ser substituído

por a respeito de.

(2) causa o termo “Por” (l.4), que pode ser substituído por

Devido a.

(3) finalidade o termo “para” (l.6), que pode ser substituído por

a fim de que.

(4) adversidade o termo “Mas” (l.17), que pode ser substituído

por Todavia.

(5) tempo a expressão “Em 1991” (l.21), que pode ser substi-

tuída por Há pouco mais de uma década.

1: O termo sobre em “informações sobre as condições” significa em relação a, acerca de, e não tem sentido de superioridade; 2, 4 e 5: As assertivas são corretas; 3: “Para” em “instrumento precioso para o planejamento” não pode ser substituído por a fim de que, sem alteração sintático-semântica. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C

1 4 7 10 13 16 19

Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e conflitantes. Para muitos, os carros de luxo que trafegam pelos bairros elegantes das capitais ou os telefones celulares não constituem indicadores de modernidade. Modernidade seria assegurar a todos os habitantes do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo, bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2009 – CESPE) Considerando a argu-

mentação do texto acima bem como as estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue o item a seguir.

(1) Infere-se da leitura do texto que o futuro de um país seria

“obra do acaso” (l.3) se a modernidade não assegurasse um padrão de vida democrático a todos os seus cidadãos.

1: incorreta, porque o texto não passa essa mensagem. O autor afirmar taxativamente que o futuro de um país nunca será “obra do acaso”, sendo sempre construído. A divergência ocorre apenas na forma de construção da modernidade. Gabarito "E"

1

Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a 4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos 7 de refletir um pouco a respeito do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas, mas de um processo que, apesar de constituir formas 10 institucionais, não se esgota nelas. É tempo de voltar ao filósofo Espinosa e imaginar a democracia como uma potencialidade do social, que, se de um lado exige a criação 13 de formas e de configurações legais e institucionais, por outro não permite parar. A democratização no século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema 16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as chamadas sociedades ocidentais.

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

(Agente de Polícia Federal – 2009 – CESPE) Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas do texto acima, julgue o item a seguir. (1) Depreende-se da argumentação do texto que o autor con-

sidera as instituições como as únicas “características fixas” (l.8-9) aceitáveis de “democracia” (l.1 e 7).

1: incorreta, pois o autor é categórico ao afirmar que a democracia não pode ser reduzida a “características fixas”. Pretende, com sua argumentação, demonstrar que o conceito de democracia não prescinde das instituições, mas vai além delas. Gabarito "E"

10

O valor da vida é de tal magnitude que, até mesmo nos momentos mais graves, quando tudo parece perdido dadas as condições mais excepcionais e precárias — como nos conflitos internacionais, na hora em que o direito da força se instala negando o próprio Direito, e quando tudo é paradoxal e inconcebível —, ainda assim a intuição humana tenta protegê-lo contra a insânia coletiva, criando regras que impeçam a prática de crueldades inúteis. Quando a paz passa a ser apenas um instante entre dois tumultos, o homem tenta encontrar nos céus do amanhã uma aurora de salvação. A ciência, de forma desesperada, convoca os cientistas a se debruçarem sobre as mesas de seus laboratórios, na procura de meios salvadores da vida. Nas salas de conversação internacionais, mesmo entre intrigas e astúcias, os líderes do mundo inteiro tentam se reencontrar com a mais irrecusável de suas normas: o respeito pela vida humana. Assim, no âmago de todos os valores, está o mais indeclinável de todos eles: a vida humana. Sem ela, não existe a pessoa humana, não existe a base de sua identidade. Mesmo diante da proletária tragédia de cada homem e de cada mulher, quase naufragados na luta desesperada pela sobrevivência do dia a dia, ninguém abre mão do seu direito de viver. Essa consciência é que faz a vida mais que um bem: um valor. A partir dessa concepção, hoje, mais ainda, a vida passa a ser respeitada e protegida não só como um bem afetivo ou patrimonial, mas pelo valor ético de que ela se reveste. Não se constitui apenas de um meio de continuidade biológica, mas de uma qualidade e de uma dignidade que faz com que cada um realize seu destino de criatura humana. Internet: . Acesso em ago./2004 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2004 – CESPE) Com base no texto

acima, julgue os itens a seguir.

(1) O texto estrutura-se de forma argumentativa em torno de

uma ideia fundamental e constante: a vida humana como um bem indeclinável. (2) O primeiro parágrafo discorre acerca da valorização da existência e da necessidade de proteção da vida contra a insânia coletiva, por intermédio de normas de convivência que impeçam a prática de crueldades inúteis, principalmente em épocas de graves conflitos internacionais, quando o direito da força contrapõe-se à força do Direito e quando a situação se apresenta paradoxal e inconcebível. (3) No segundo parágrafo, estão presentes as ideias de que a paz é ilusória, não passando de um instante apenas de trégua entre dois tumultos, e de que, para mantê-la, os cientistas se desdobram à procura de fórmulas salvadoras da humanidade e os líderes mundiais se encontram para preservar o respeito recíproco. (4) No penúltimo parágrafo, encontra-se uma redundância: a afirmação de que o soberano dos valores é a vida humana, sem a qual não existe a pessoa humana, sequer a sua identidade.

1. Língua Portuguesa

dido no último parágrafo do texto, que discorre acerca da vida não só como um meio de continuidade biológica, mas como a responsável pelo destino da criatura humana.

1: correta. A estrutura argumentativa, própria dos textos dissertativos, é aquela que pretende convencer o leitor através de argumentos, científicos ou emotivos, de que o autor tem razão. No caso, busca-se sacramentar que a vida humana, ainda que diante das arbitrariedades e crueldades dos conflitos, é um bem maior e deve ser sempre protegido; 2: correta. A assertiva parafraseia, sem perda de conteúdo, o que consta do primeiro parágrafo; 3: incorreta. Na verdade, o parágrafo expõe que, apesar da paz ser transitória durante os períodos de conflito, ainda assim o ser humano, espontaneamente ou contrariado, não deixa de buscar formas de salvar vidas ou evitar mais perdas humanas; 4: correta. Ocorre redundância (ou pleonasmo) quando verificamos que a conclusão ou o objeto da frase é uma obviedade. Naturalmente, sem a vida humana, não se pode falar em pessoa humana; 5: incorreta. Não se conclui no texto que a vida é a responsável pelo destino da criatura humana, mas sim que a ética que ela reveste o é. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E

Os novos sherlocks 1 4 7 10 13 16 19 22 25

Dividida basicamente em dois campos, criminalística e medicina legal, a área de perícia nunca esteve tão na moda. Seus especialistas volta e meia estão no noticiário, levados pela profusão de casos que requerem algum tipo de tecnologia na investigação. Também viraram heróis de seriados policiais campeões de audiência. Nos EUA, maior produtor de programas desse tipo, o sucesso é tão grande que o horário nobre, chamado de prime time, ganhou o apelido de crime time. Seis das dez séries de maior audiência na TV norte-americana fazem parte desse filão. Pena que a vida de perito não seja tão fácil e glamorosa como se vê na TV. Nem todos utilizam aquelas lanternas com raios ultravioleta para rastrear fluidos do corpo humano nem as canetas com raio laser que traçam a trajetória da bala. “Com o avanço tecnológico, as provas técnicas vêm ampliando seu espaço no direito brasileiro, principalmente na área criminal”, declara o presidente da OAB/SP, mas, antes disso, já havia peritos que recorriam às mais diversas ciências para tentar solucionar um crime. Na divisão da polícia brasileira, o pontapé inicial da investigação é dado pelo perito, sem a companhia de legistas, como ocorre nos seriados norte-americanos. Cabe a ele examinar o local do crime, fazer o exame externo da vítima, coletar qualquer tipo de vestígio, inclusive impressões digitais, pegadas e objetos do cenário, e levar as evidências para análise nos laboratórios forenses.

Pedro Azevedo. Folha Imagem, ago./2004 (com adaptações). (Agente de Polícia Federal – 2004 – CESPE) A respeito do texto

acima, julgue os itens subsequentes.

(1) De acordo com o presidente da OAB/SP, as provas técnicas

têm sido ampliadas, principalmente na área criminal, com o avanço tecnológico no espaço do direito brasileiro. (2) Está explícita no último parágrafo do texto a seguinte relação de causa e consequência: o perito examina o local do crime, faz o exame externo da vítima e coleta qualquer tipo de vestígio porque precisa levar as evidências para análise nos laboratórios forenses. 1: incorreta. A paráfrase não equivale ao trecho original. A assertiva dá a entender que foi o avanço tecnológico que ganhou espaço no direito brasileiro, sendo que o entrevistado afirma que a prova técnica ganhou espaço, por conta do avanço tecnológico; 2: incorreta, porque a relação está implícita. O texto, puramente, não trata como uma relação de causa e consequência, porque “levar as evidências para análise” também é uma de suas atribuições e não o objetivo delas. A relação causal é uma dedução possível, resultado do exercício de interpretação.

Texto 1 4 7 10 13 16 19 22 25

A maioria dos comentários sobre crimes ou se limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por excitar a imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a inveja e o sentimento de nulidade nas pessoas. Não podemos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem comum; não podemos tentar mudar nossas relações afetivas, porque isso é assunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque isso é coisa de “obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático”, e o mundo é dos fazedores de dinheiro. Somos uma espécie que possui o poder da imaginação, da criatividade, da afirmação e da agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem sabe e pode usar — com firmeza, agressividade, criatividade e afirmatividade — a sua capacidade de doar e transformar a vida, raramente precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil outras maneiras de nos sentirmos potentes, de nos sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa.

Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações). (Escrivão de Polícia Federal – 2002 – CESPE) Acerca das ideias do

texto acima , julgue os seguintes itens.

(1) Muitos acreditam que a censura aos meios de comunica-

ção seria uma forma de reduzir a violência entre jovens.

(2) A argumentação do texto põe em confronto atitudes possí-

veis: uma que se caracteriza por passividade e impotência, outra, por resistência criativa.

(3) O trecho “Não podemos (...) dinheiro” ( .7-14) apresenta

exemplificações que funcionam como argumentos para a afirmação do período que o antecede. (4) Infere-se do texto que o autor culpa a violência do cinema e da televisão pela disseminação da violência nos dias atuais. (5) De acordo com as ideias defendidas no texto, as formas positivas de dar sentido à vida e experimentar a sensação de poder vinculam-se à maneira como se usa a capacidade de doação e de transformação. 1: correta. É o que se pode deduzir, em interpretação a contrario sensu, dos fatos expostos no primeiro parágrafo; 2: correta. A passividade é exposta nos primeiros parágrafos, resumindo o ideal da maioria de que não podemos interferir nos grandes temas sociais. A “resistência criativa” é descrita a partir da linha 20, ao dizer que podemos usar nossas características humanas como armas para nos sentirmos potentes, sem precisar da violência gratuita; 3: correta. Os exemplos esclarecem o argumento do autor sobre a razão da passividade da maioria das pessoas; 4: incorreta. Ao contrário, os argumentos expostos evidenciam que, para o autor, culpar o cinema e a televisão é evitar olhar sobre o real problema: a passividade das pessoas; 5: correta. Para o autor, apenas através do uso daquilo que nos faz humanos é que podemos lutar, positivamente, contra a passividade e dar sentido à vida. Gabarito 1C, 2C ,3C, 4E, 5C

(5) O comprometimento ético para com a humanidade é defen-

11

Um desafio cotidiano Recentemente me pediram para discutir os desafios políticos que o Brasil tem pela frente. Minha primeira dúvida foi se eles seriam diferentes dos de ontem. Os problemas talvez sejam os mesmos, o país é que mudou e reúne hoje mais condições para enfrentá-los que no passado. A síntese de minhas conclusões é que precisamos prosseguir no processo de democratização do país.

Gabarito 1E, 2E

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Kant dizia que a busca do conhecimento não tem fim. Na prática, democracia, como um ponto final que uma vez atingido nos deixa satisfeitos e por isso decretamos o fim da política, não existe. Existe é democratização, o avanço rumo a um regime cada vez mais inclusivo, mais representativo, mais justo e mais legítimo. E quais as condições objetivas para tornar sustentável esse movimento de democratização crescente? Embora exista forte correlação entre desenvolvimento e democracia, as condições gerais para sua sustentação vão além dela. O grau de legitimidade histórica, de mobilidade social, o tipo de conflitos existentes na sociedade, a capacidade institucional para incorporar gradualmente as forças emergentes e o desempenho efetivo dos governos são elementos cruciais na sustentação da democratização no longo prazo. Nossa democracia emergente não tem legitimidade histórica. Esse requisito nos falta e só o alcançaremos no decorrer do processo de aprofundamento da democracia, que também é de legitimação dela. Uma parte importante desse processo tem a ver com as relações rotineiras entre o poder público e os cidadãos. Qualquer flagrante da rotina desse relacionamento arrisca capturar cenas explícitas de desrespeito e pequenas ou grandes tiranias. As regras dessa relação não estão claras. Não existem mecanismos acessíveis de reclamação e desagravo. (Agente de Polícia Federal – 2000 – CESPE) Com relação às ideias

do texto, julgue os seguintes itens.

(1) O autor considera que o modelo de democracia do Brasil (2)

(3) (4)

(5)

não resolverá os problemas políticos do país. Um regime democrático caracteriza-se pela existência de um processo contínuo de busca pela legitimidade, justiça, representatividade e inclusão. Democracia é uma das condições de sustentação do desenvolvimento, mas não a única. Enquanto não houver mecanismos acessíveis de reclamação e desagravo, as relações entre poder público e cidadãos não serão regidas por meio de regras claras. De acordo com o desenvolvimento da argumentação, o pedido estabelecido no primeiro período do texto, e que deu origem ao ensaio, não pode ser atendido, razão pela qual o texto não é conclusivo.

1: incorreta. O autor aponta que o modelo de democracia no país realmente tem problemas históricos, mas conclui que somente a continuidade do processo de democratização é que poderá resolver nossos problemas políticos; 2: correta. É o que se infere das lições de Kant expostas no terceiro parágrafo; 3: correta. O autor elenca, ainda, “o grau de legitimidade histórica, de mobilidade social, o tipo de conflitos existentes na sociedade, a capacidade institucional para incorporar gradualmente as forças emergentes e o desempenho efetivo dos governos” como condições de sustentação do desenvolvimento; 4: correta. Essa relação pode ser extraída dos dois últimos períodos do texto; 5: incorreta. O autor apresenta suas conclusões sobre o pedido realizado. O que ocorre é uma determinação do ponto de vista a ser abordado, adaptando a pergunta à realidade percebida pelo autor. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5E (Agente de Polícia Federal – 2000 – CESPE) Com relação às ideias

do texto, julgue os seguintes itens.

(1) A decretação do “fim da política” (l. 9) traria, como con-

(2) (3) (4) (5)

sequência, a satisfação dos praticantes da democracia – representantes e representados. A ideia de “democracia” está para um produto acabado assim como “democratização” está para um processo. Relações entre poder público e cidadãos incluem-se no processo de aprofundamento e legitimação da democracia. Cenas explícitas de desrespeito aos cidadãos têm como causa imediata a emergência de nossa democracia histórica. Não havendo busca do conhecimento como sustentação histórica, não há democracia e, consequentemente, não há política.

1: incorreta. O autor destaca que a democracia não é um valor realizável em si mesmo. O contínuo processo de democratização é que traz melhorias e vantagens para o povo; 2: correta. Isso pode ser inferido do texto, destacando a impossibilidade de se atingir esse “produto acabado”; 3: correta. Segundo o autor, tais relações são parte integrante do processo de democratização; 4: incorreta. Tal conclusão não é possível a partir da leitura do texto. No máximo, a pouca idade de nossa democracia é um fator indireto, mediato, do desrespeito aos direitos humanos pelo poder público, interação que deve ser melhorada dentro do processo de democratização; 5: incorreta. A busca do conhecimento, no conceito kantiano, é citado como instrumento de retórica para sustentar o argumento que vem em seguida (tal qual a busca do conhecimento, o processo de democratização também não tem um fim). Ela não se relaciona com a existência ou inexistência da democracia e da política. Ademais, há outros sistemas políticos diferentes da democracia, não sendo essa, portanto, seu pressuposto. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E

12

A Revolução Industrial provocou a dissociação entre dois pensamentos: o científico e tecnológico e o humanista. A partir do século XIX, a liberdade do homem começa a ser identificada com a eficiência em dominar e transformar a natureza em bens e serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo. Perde importância a prática das artes e consolidam-se a ciência e a tecnologia. Relega-se a preocupação ética. A procura da liberdade social se faz sem considerar-se sua distribuição. A militância política passa a ser tolerada, mas como opção pessoal de cada um. Essa ruptura teve o importante papel de contribuir para a revolução do conhecimento científico e tecnológico. A sociedade humana se transformou, com a eficiência técnica e a consequente redução do tempo social necessário à produção dos bens de sobrevivência. O privilégio da eficiência na dominação da natureza gerou, contudo, as distorções hoje conhecidas: em vez de usar o tempo livre para a prática da liberdade, o homem reorganizou seu projeto e refez seu objetivo no sentido de ampliar o consumo. O avanço técnico e científico, de instrumento da liberdade, adquiriu autonomia e passou a determinar uma estrutura social opressiva, que servisse ao avanço técnico e científico. A liberdade identificou-se com a ideia de consumo. Os meios de produção, que surgiram no avanço técnico, visam ampliar o nível dos meios de produção. Graças a essa especialização e priorização, foi possível obter-se o elevado nível do potencial de liberdade que o final do século XX oferece à humanidade. O sistema capitalista permitiu que o homem atingisse as vésperas da liberdade em relação ao trabalho alienado, às doenças e à escassez. Mas não consegue permitir que o potencial criado pela ciência e tecnologia seja usado com a eficiência desejada. (Cristovam Buarque, Na fronteira do futuro. Brasília: EDUnB, 1989, p. 13; com adaptações) (Agente de Polícia Federal – 2000 – CESPE) Julgue os itens abaixo,

relativos às ideias do texto acima.

(1) O conceito de “liberdade” é tomado como sinônimo de

(2)

(3) (4) (5)

consumo e de eficiência no domínio e na transformação da natureza em bens e serviços. O autor sugere que o sistema capitalista apresenta a seguinte correlação: quanto mais tempo livre, mais consumo, mais lazer e menos opressão. Depreende-se do primeiro parágrafo que a ética foi abolida a partir do século XIX. No segundo parágrafo, a expressão “Essa ruptura” retoma e resume a ideia central do parágrafo anterior. O emprego da expressão “as vésperas da liberdade” (l. 29) sugere que a humanidade ainda não atingiu a liberdade desejada.

1. Língua Portuguesa 1: correta. É correta tal correspondência entre as ideias apresentadas no primeiro parágrafo; 2: incorreta. Ao contrário, o autor coloca as distorções geradas pelo esforço do homem em dominar a natureza: aumentar o consumo tornou-se o grande objetivo, mesmo em detrimento do uso do tempo livre para a prática da liberdade; 3: incorreta. A ética não foi abolida. Diz o autor, apenas, que ela deixou de ser uma preocupação em face do crescente desejo de consumo; 4: correta. A ruptura em questão é a dissociação do pensamento científico-tecnológico do humanista; 5: correta. “Véspera” é o dia anterior. O autor quis dizer que estamos muito próximos à liberdade, mas ainda não chegamos a ela.

13

A: incorreta. O caráter social da democracia não é a causa do primeiro salto na definição dos direitos humanos, mas sua principal característica; B: incorreta, pois, segundo o autor do texto, a fragilidade dos direitos liberais foi a causa da afirmação dos direitos sociais, não sendo sinônimos; C: correta, uma vez que o autor expõe a contraposição dos direitos liberais e dos direitos sociais, pois este nasceram da insuficiência daqueles; D: incorreta. O autor define os direitos sociais como o “primeiro grande salto na conceituação dos direitos humanos”, deixando claro que estes já eram reconhecidos, mas não ainda em sua completa extensão. “Salto”, no texto, tem o sentido de “avanço”.

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C, 5C

Gabarito "C"

É voz corrente que a humanidade está vivendo um momento de crise. A excessiva exaltação dos objetivos econômicos, com a eleição dos índices de crescimento como o padrão de sucesso ou fracasso dos governos, estimulou a valorização exagerada da busca de bens materiais. Isso foi agravado pela utilização dos avanços tecnológicos para estimular o consumismo e apresentar maliciosamente a posse de bens materiais supérfluos como padrão de sucesso individual. A consequência última desse processo foi a implantação do materialismo e do egoísmo na convivência humana, sufocando-se os valores espirituais, a ética e a solidariedade. Dalmo Dallari. Internet: .

Texto para a questão seguinte. As mudanças e transformações globais nas estruturas políticas e econômicas no mundo contemporâneo colocam em relevo as questões de identidade e as lutas pela afirmação e manutenção das identidades nacionais e étnicas. Mesmo que o passado que as identidades atuais reconstroem seja, sempre, apenas imaginado, ele proporciona alguma certeza em um clima que é de mudança, fluidez e crescente incerteza. As identidades em conflito estão localizadas no interior de mudanças sociais, políticas e econômicas, mudanças para as quais elas contribuem. Tomaz Tadeu da Silva (Org.). Stuart Hall e Kathryn Woodward. Identidade e diferença – A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2004, p. 24-5 (com adaptações).

(Escrivão de Polícia/PA – 2006 – CESPE) Assinale a opção que não

está de acordo com as ideias do texto acima.

(A) A crise que a humanidade está vivendo envolve o abafa-

dos índices de crescimento como padrão de sucesso das nações. (C) O consumismo foi estimulado por meio dos avanços tecnológicos que apresentam os bens materiais como forma de sucesso individual. (D) O processo de valorização exagerada dos bens materiais atenua a manifestação do egoísmo na convivência entre as pessoas.

A única alternativa que não está de acordo com o disposto no texto é a letra “D”, que deve ser assinalada. Com efeito, o texto exalta justamente o contrário: que a valorização da posse de bens materiais é responsável pelo surgimento do egoísmo na sociedade. Gabarito "D" (Escrivão de Polícia/PA – 2006 – CESPE) A dimensão social da

democracia marcou o primeiro grande salto na conceituação dos direitos humanos. A afirmação dos direitos sociais surgiu da constatação da fragilidade dos direitos liberais, no sentido de que o homem, a favor do qual se proclamavam liberdades políticas, não satisfez ainda necessidades primárias: alimentar-se, vestir-se, morar, ter condições de saúde, ter segurança diante da doença, da velhice, do desemprego e de outros percalços da vida. Idem, ibidem (com adaptações). Assinale a opção que está de acordo com as ideias do texto acima.

(A) Do primeiro salto na definição dos direitos humanos decorre

o caráter social da democracia.

(B) A fragilidade dos direitos liberais constitui a dimensão social

da democracia.

(C) A afirmação dos direitos sociais proveio da constatação

de que o homem, para o qual se propunha o direito à liberdade, ainda não havia conquistado suas necessidades primárias. (D) Alimentar-se, vestir-se, morar, ter saúde, ter segurança diante dos percalços da vida foram os primeiros direitos humanos a serem requeridos na história.

(Agente e Escrivão de Polícia/PB – 2008 – CESPE) A argumentação

textual se apoia na ideia de que

(A) as transformações globais decorrem de conflitos de identi-

dades nacionais e étnicas.

(B) as lutas pela afirmação e manutenção das estruturas globais

são necessárias.

(C) as identidades atuais padecem de incerteza porque são

apenas imaginadas.

(D) as identidades não são fixas e integram as mudanças sociais

e políticas.

(E) as lutas pelas transformações sociais são o conflito de

identidades.

A: incorreta. Segundo o autor do texto, aumenta-se a atenção sobre as identidades nacionais e étnicas por conta das transformações, não o contrário; B: incorreta, pois o autor em momento algum destaca a necessidade de conflitos; C: incorreta. O argumento esposado é de que o passado no qual se fundam as identidades atuais é imaginado, mas mesmo assim é um horizonte fixo em tempos de incerteza; D: correta, sendo um resumo da ideia geral proposta no texto. As identidades nacionais mudam com o tempo, visto que o passado é sempre imaginado, e contribuem para as mudanças sociais e políticas; E: incorreta. O autor não coloca os eventos como sinônimos, mas sim como complementares. Gabarito "D"

mento de valores espirituais, da ética e da solidariedade.

(B) A busca de bens materiais provém da excessiva valorização

1

As mudanças na economia global têm produzido uma dispersão das demandas ao redor do mundo. Isso ocorre não apenas em termos de bens e serviços, mas também de 4 mercados de trabalho. A migração dos trabalhadores não é, obviamente, nova, mas a globalização está estreitamente associada à aceleração da migração. E a migração produz 7 identidades plurais, mas também identidades contestadas, em um processo que é caracterizado por grandes desigualdades em termos de desenvolvimento. Nesse 10 processo, o fator de expulsão dos países pobres é mais forte que o fator de atração das sociedades pós-industriais e tecnologicamente avançadas.

Idem, ibidem, p. 21 (com adaptações).

14

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Agente e Escrivão de Polícia/PB – 2008 – CESPE) Assinale a opção correspondente a relação de causa e efeito que se depreende da argumentação do texto acima.

(E) A atração que sociedades tecnologicamente avançadas

(A) A migração dos trabalhadores tem como causa a aceleração

O autor do texto argumenta que as mudanças na economia são um fator de aceleração na migração de mão de obra. Atesta que ela (a migração) aconteceria de qualquer maneira, mas não na velocidade permitida pela globalização. Aduz, ainda, que a miscigenação de culturas cria identidades plurais e, ao mesmo tempo, desequilíbrio de desenvolvimento, porque os países pobres tendem a exportar mais trabalhadores do que os países ricos conseguem absorver. A única alternativa que resume perfeitamente a ideia é a alternativa “D”. Gabarito "D"

dos movimentos de globalização. (B) A formação de identidades plurais provoca mais resistência dos trabalhadores às mudanças na economia global. (C) A migração gera desigualdade de desenvolvimento e confronto entre países pobres e ricos. (D) A dispersão das demandas ao redor do mundo acelera a migração e a constituição de identidades plurais.

exercem sobre os migrantes acarreta a expulsão de trabalhadores dos países pobres.

Texto para as três questões seguintes. Brinkmanship 1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

Em 1964, o cineasta Stanley Kubrick lançava o filme Dr. Strangelove. Nele, um oficial norte-americano ordena um bombardeio nuclear à União Soviética e comete suicídio em seguida, levando consigo o código para cancelar o bombardeio. O presidente norte-americano busca o governo soviético na esperança de convencê-lo de que o evento foi um acidente e, por isso, não deveria haver retaliação. É, então, informado de que os soviéticos implementaram uma arma de fim do mundo (uma rede de bombas nucleares subterrâneas), que funcionaria automaticamente quando o país fosse atacado ou quando alguém tentasse desacioná-la. O Dr. Strangelove, estrategista do presidente, aponta uma falha: se os soviéticos dispunham de tal arma, por que a guardavam em segredo? Por que não contar ao mundo? A resposta do inimigo: a máquina seria anunciada na reunião do partido na segunda-feira seguinte. Pode-se analisar a situação criada no filme sob a ótica da Teoria dos Jogos: uma bomba nuclear é lançada pelo país A ao país B. A política de B consiste em revidar qualquer ataque com todo o seu arsenal, o qual pode destruir a vida no planeta, caso o país seja atacado. O raciocínio que leva B a adotar tal política é bastante simples: até o país mais fraco do mundo está seguro se criar uma máquina de destruição do mundo, ou seja, ao ter sua sobrevivência seriamente ameaçada, o país destrói o mundo inteiro (ou, em seu modo menos drástico, apenas os invasores). Ao elevar os custos para o país invasor, o detentor dessa arma garante sua segurança. O problema é que de nada adianta um país possuir tal arma em segredo. Seus inimigos devem saber de sua existência e acreditar na sua disposição de usá-la. O poder da máquina do fim do mundo está mais na intimidação do que em seu uso. O conflito nuclear fornece um exemplo de uma das conclusões mais surpreendentes a que se chega com a Teoria dos Jogos. O economista Thomas Schelling percebeu que, apesar de o sucesso geralmente ser atribuído a maior inteligência, planejamento, racionalidade, entre outras características que retratam o vencedor como superior ao vencido, o que ocorre, muitas vezes, é justamente o oposto. Até mesmo o poder de um jogador, considerado, no senso comum, como uma vantagem, pode atuar contra seu detentor. Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação às suas consequências extremas. Um exemplo usado por Schelling é o bem conhecido jogo do frango, que consiste em dois indivíduos acelerarem seus carros na direção um do outro em rota de colisão; o primeiro a virar o volante e sair da pista é o perdedor. Se ambos forem reto, os dois jogadores pagam o preço mais alto com sua vida. No caso de os dois desviarem, o jogo termina em empate. Se um desviar e o outro for reto, o primeiro será o frango, e o segundo, o vencedor. Schelling propôs que um participante desse jogo retire o volante de seu carro e o atire para fora, fazendo questão de mostrá-lo a todas as pessoas presentes. Ao outro jogador caberia a decisão de desistir ou causar uma catástrofe. Um jogador racional optaria pelo que lhe causasse menos perdas, sempre perdendo o jogo.

Fabio Zugman.Teoria dos jogos. Internet: (com adaptações). (Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta com relação às ideias do texto e às palavras e expressões nele

empregadas.

(A) Se o trecho “não deveria haver retaliação” (l.4) estivesse flexionado no plural, a forma verbal “deveria” teria de ser substituída

por deveriam.

(B) O período “É então (...) desacioná-la” (l.4-6) esclarece que a informação dada ao presidente norte-americano era falsa. (C) Nas linhas 5 e 6, as orações introduzidas por “quando” permitem uma leitura em que são interpretadas como condição para

que a “arma de fim do mundo” (l.4) funcione automaticamente.

(D) No texto, não há como se identificar o sujeito da oração “Por que não contar ao mundo?” (l.7). (E) O complemento da palavra “inimigo” (l.7) está subentendido, artifício que evidencia que o autor do texto assumiu a perspectiva

norte-americana segunda a qual a União Soviética é inimiga.

A: incorreta. O verbo “dever”, no caso, é usado como auxiliar do verbo “haver” que, por estar empregado no sentido de “existir”, é impessoal e não deve ser flexionado. Consequentemente, o seu auxiliar também permanece como está; B: incorreta. O trecho relata a forma de funcionamento da arma; C: correta. O pronome “quando” foi utilizado no mesmo sentido de “se”; D: incorreta. O sujeito está implícito e pode ser inferido do texto: os soviéticos; E: incorreta. O autor do texto não assumiu qualquer posição. Ao relatar o filme de Stanley Kubrick, ele o faz da mesma perspectiva que o personagem principal, um estrategista americano. Gabarito "C"

1. Língua Portuguesa

às estruturas linguísticas do texto, assinale a opção correta.

(A) No trecho “lançada pelo país A ao país B” (l.9-10), a subs-

tituição de “ao” por “no” altera o significado do texto, mas não a sua correção gramatical. (B) O trecho “adotar tal política” (l.11) tem, no texto, o sentido de “destruir a vida no planeta” (l.10). (C) Os “custos” a que o narrador se refere na linha 13 são os de se construir “uma arma de fim do mundo” (l.4). (D) No trecho “denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia” (l.22), o “a” deveria levar a marca gráfica de crase. (E) A pontuação do texto permaneceria correta se, no trecho “o primeiro a virar o volante e sair da pista é o perdedor” (l.25), fosse inserida uma vírgula logo após a palavra “pista”. A: correta. O verbo lançar pode reger tanto a preposição “a”, indicando o lançamento em determinada direção (ex.: “lancei o papel ao lixo”), como a preposição “em”, hipótese em que indica um lançamento sobre algo ou alguém (ex.: “lancei a bola nele”); B: incorreta. A “política” adotada é a de “revidar qualquer ataque com todo seu arsenal”; C: incorreta, pois os “custos” são as perdas de vidas humanas; D: incorreta. “Denominar” é verbo transitivo direto, cujo complemento, portanto, não deve ser preposicionado. Se não há preposição, não há crase; E: incorreta. A oração “O primeiro a virar o volante e sair da pista” é sujeito da oração “é o perdedor” e não se separa com vírgula o sujeito do verbo. \ Gabarito "A"

(Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Com base no texto, assinale

a opção correta.

(A) Infere-se da leitura do texto que os soviéticos estavam a

ponto de disparar a “arma de fim do mundo”.

(B) As expressões “o primeiro a virar o volante e sair da pista

perde” e “quem virar o volante e sair da pista perde” estabeleceriam a mesma regra descrita no penúltimo parágrafo do texto para determinar o resultado do jogo do frango. (C) Conclui-se da leitura do texto que, em 1964, a capacidade nuclear da União Soviética era menor do que a norte-americana. (D) De acordo com a teoria de Schelling, a situação narrada no filme terminaria com a derrota soviética, se o governo daquele país se comportasse como um ser racional. (E) Segundo o texto, um oficial norte-americano propôs o emprego da estratégia denominada brinkmanship para desmoralizar politicamente o governo da União Soviética. A: incorreta. Não se pode inferir tal conclusão. O texto narra que os soviéticos alegavam possuir uma “arma de fim do mundo”, mas que sua existência chegava mesmo a ser questionada pelos americanos; B: incorreta, porque a segunda expressão não estabelece uma ordem para que o evento aconteça, possibilitando a interpretação de que qualquer dos competidores que sair da pista perde, independentemente se o fez em primeiro ou segundo lugar; C: incorreta. Os soviéticos tentavam, justamente, provar o contrário: que tinham poder nuclear suficiente para deflagrar o fim do mundo; D: correta. Uma vez determinado o bombardeio americano e sem chances de abortá-lo (por conta da morte do oficial), racionalmente caberia à União Soviética não revidar, porque seu contra-ataque mataria todos, inclusive eles mesmos; E: incorreta. Não houve essa proposição dentro do evento hipotético narrado. A teoria do “brinkmanship” aparece como explicação dos possíveis resultados dentro da situação-limite apresentada. Gabarito "D"

Texto para as duas questões seguintes. O jargão 1 4 7

Nenhuma figura é tão fascinante quanto o Falso Entendido. É o cara que não sabe nada de nada, mas sabe o jargão. E passa por autoridade no assunto. Um refinamento ainda maior da espécie é o tipo que não sabe nem o jargão. Mas inventa. — Ó Matias, você, que entende de mercado de capitais... — Nem tanto, nem tanto...

(Uma das características do Falso Entendido é 10 a falsa modéstia.) — Vo c ê , n o m o m e n t o , a c o n s e l h a r i a q u e t i p o d e aplicação? 13 — B o m . D e p e n d e d o y i e l d p r e t e n d i d o , d o throwback e do ciclo refratário. Na faixa de papéis top market — ou o que nós chamamos de topi-marque —, o 16 throwback recai sobre o repasse e não sobre o release, entende? — Francamente, não. 18 A í o F a l s o E n t e n d i d o s o r r i c o m t r i s t e z a e a b r e os braços como quem diz: “É difícil conversar com leigos...”. 21 U m a v a r i a ç ã o d o F a l s o E n t e n d i d o é o s u j e i t o que sempre parece saber mais do que ele pode dizer. A conversa é sobre política, os boatos cruzam os ares, mas 24 ele mantém um discreto silêncio. Até que alguém pede a sua opinião e ele pensa muito antes de se decidir a responder: 27 — H á m u i t o m a i s c o i s a p o r t r á s d i s s o d o q u e vocês pensam... Ou então, e esta é mortal: 30 — Não é tão simples assim... Faz-se aquele silêncio que precede as grandes revelações, mas o falso informado não diz nada. Fica 32 subentendido que ele está protegendo as suas fontes em Brasília. E há o Falso que interpreta. Para ele, tudo o que 35 acontece deve ser posto na perspectiva de vastas transformações históricas que só ele está sacando. — O avanço do socialismo na Europa ocorre 38 em proporção direta ao declínio no uso de gordura animal nos países do Mercado Comum. Só não vê quem não quer. 41 E , s e a l g u é m q u e r m a i s d e t a l h e s s o b r e a s u a insólita teoria, ele vê a pergunta como manifestação de uma hostilidade bastante significativa a interpretações 44 não ortodoxas, e passa a interpretar os motivos de quem o questiona, invocando a Igreja medieval, os grandes hereges da história, e vocês sabiam que toda a Reforma 47 se explica a partir da prisão de ventre de Lutero?

Luis Fernando Verissimo. As mentiras que os homens contam. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (com adaptações). (Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Com base no texto, julgue

os itens a seguir. I.

II.

III. IV. V.

A substituição de “nem” (l.5) por “sequer” não altera essencialmente o significado do texto nem prejudica a sua correção gramatical. A oração “que entende de mercado de capitais...” (l.6-7) é uma oração restritiva e restringe a referência de “Matias” (l.6). No texto, o sentido de “Francamente, não” (l.18) é o mesmo de “Não entendo de maneira franca”. A expressão “ciclo refratário” (l.14) é um exemplo de nonsense usado pelo “Falso Entendido”. Pela leitura de “É difícil conversar com leigos” (l.20-21), conclui-se que o “Falso Entendido” (l.9) não se considera um leigo.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1.

(B) 2.

(C) 3.

(D) 4.

(E) 5.

I: correta. Ambas as expressões são sinônimas; II: incorreta. Trata-se de oração subordinada adjetiva explicativa, pois dá mais detalhes em relação aos conhecimentos de Matias; III: incorreta. “Francamente” pode ser substituído por “sendo franco”, “sendo honesto”. “Não entendo de maneira franca” significa que a pessoa não conhece abertamente o assunto, mas apenas parte dele; IV: correto. “Nonsense” é estrangeirismo que significa “palavra ou raciocínio sem sentido”; V: correta, exatamente por isso que ele é chamado pelo autor de falso entendido. Gabarito "C"

(Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Com relação às ideias e

15

16

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Com base no texto, julgue

III. Segundo o que defende o “Falso que interpreta” (l.36), se

A: correta. É exatamente a mensagem passada por Ferreira Gullar ao relatar sua experiência poética; B: incorreta. Ao contrário, o próprio autor comenta que tal situação é corriqueira, mas naquele momento especial causou-lhe espanto; C: incorreta. Ferreira Gullar não explica a experiência poética através dos planos espiritual e material, mas entre o corriqueiro e o espantoso, entre o explicável e o incompreensível; D: incorreta. A menção ao intervalo de tempo é feita para justificar a demora de se ter tantos “espantos poéticos” para compor um livro de poesias; E: incorreta. O texto não autoriza essa interpretação. Ao dizer que é Ferreira Gullar somente às vezes, significa que expressa seu lado poético apenas quando o lirismo exsurge, independentemente de sua vontade.

IV. A palavra “insólita” (l.44) tem o sentido de normal ou

(Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Com relação às estruturas linguísticas e às ideias do texto, assinale a opção correta.

II. Não há elementos no texto, para além daqueles apresen-

tados pelo “Falso que interpreta” (l.36), que corroborem a ideia de que o socialismo avança na Europa. o uso de gordura animal nos países do Mercado Comum Europeu diminui, o socialismo avança na Europa. comum.

V. A pergunta expressa nas linhas 48 e 49 pressupõe que o

narrador do texto acredita que toda a Reforma se explica a partir da prisão de ventre de Lutero.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5.

I: incorreta. A menção a Brasília é feita para indicar a elevada percepção que os interlocutores têm sobre o alcance das informações do Falso Entendido, não que a conversa se refira expressamente a Brasília; II: correta. Salvo o absurdo argumento invocado, não há qualquer outra indicação no texto sobre o avanço do socialismo; III: correta. Se considerarmos que o argumento do Falso Entendido é verdade, a alternativa expressa corretamente o seu sentido; IV: incorreta. “Insólita” significa “extraordinário”, “incrível”, “incomum”; V: incorreta. A pergunta é lançada para causar surpresa ao leitor, dando ares humorísticos ao texto, porque o autor passa a se comportar como um falso entendido após criticar a conduta deste. Gabarito "B"

Texto para as três questões seguintes. 1

O poema nasce do espanto, e o espanto decorre do incompreensível. Vou contar uma história: um dia, estava vendo televisão e o telefone tocou. Mal me ergui 4 para atendê-lo, o fêmur de uma das minhas pernas roçou o osso da bacia. Algo do tipo já acontecera antes? Com certeza. Entretanto, naquela ocasião, o atrito dos ossos 7 me espantou. Uma ocorrência explicável, de súbito, ganhou contornos inexplicáveis. Quer dizer que sou osso? — refleti, surpreso. Eu sou osso? Osso pergunta? 10 A parte que em mim pergunta é igualmente osso? Na tentativa de elucidar os questionamentos despertados pelo espanto, eclode um poema. Entende agora por que 13 demoro 10, 12 anos para lançar um novo livro de poesia? Porque preciso do espanto. Não determino o instante de escrever: hoje vou sentar e redigir um poema. A poesia 16 está além de minha vontade. Por isso, quando me indagam se sou Ferreira Gullar, respondo: às vezes.

Ferreira Gullar. Bravo, mar./2009 (com adaptações). (Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta

a respeito do texto.

(A) Pelo desenvolvimento do texto, depreende-se que, segundo

Ferreira Gullar, o poema tem origem no desconhecido.

(B) Infere-se do texto que um atrito de ossos como o descrito

nas linhas de 3 a 7 já havia causado espanto a Ferreira Gullar antes. (C) Infere-se do texto que, para Ferreira Gullar, aquilo que, usualmente, é denominado espiritual se reduz ao plano material. (D) Segundo o texto, Ferreira Gullar só experimenta o espanto poético a cada 10 ou 12 anos. (E) Está explícito no texto que Ferreira Gullar é um nome fictício.

(A) No trecho “Mal me ergui para atendê-lo,” (l.3-4), o autor

informa que se ergueu incorretamente.

(B) Em “Uma ocorrência explicável, de súbito, ganhou contornos

inexplicáveis” (l.7-8), a expressão “de súbito” modifica o adjetivo “explicável”. (C) De acordo com o texto, são afirmativas as respostas para todas as perguntas contidas em “Quer dizer que sou osso? (...). Eu sou osso? Osso pergunta? A parte que em mim pergunta é igualmente osso?” (l.8-10). (D) Infere-se do texto que o episódio do atrito dos ossos (l.3-5) tornou-se deflagrador de um processo poético. (E) O trecho “Não determino o instante de escrever: hoje vou sentar e redigir um poema” (l.14-15) contradiz o argumento de Ferreira Gullar de que a poesia está além de sua vontade (l.15-16). A: incorreta. O advérbio “mal” não se refere ao verbo “erguer”, mas traz a ideia de tempo, equivalente a: “havia acabado de me erguer (...)”; B: incorreta. “De súbito” é locução adverbial de tempo, equivalente a “de repente”, não se ligando ao adjetivo “inexplicável”; C: incorreta. As perguntas são ilações filosóficas que acabarão culminando em um poema, não havendo respostas corretas para elas, quer positivas, quer negativas; D: correta. A história é usada como um exemplo da necessidade de Ferreira Gullar de passar por algo espantoso ou inexplicável para escrever; E: incorreta. O trecho após os dois-pontos tem função de aposto, explicando o que seria “o instante de escrever”, que, segundo o autor, não acontece com ele. (Agente de Polícia/RN – 2008 – CESPE) Assinale a opção que

apresenta um título que melhor resume o tópico desenvolvido no texto.

(A) Como extrair do cotidiano um episódio surpreendente (B) O óbvio nunca é óbvio (C) O indivíduo são indivíduos (D) Poesia não é inspiração (E) A poesia surge do espanto

O título deve relacionar-se com a ideia desenvolvida no texto. O único que o faz com perfeição é “A poesia surge do espanto”, fato que Ferreira Gullar explica com exemplos e experiências vividas como poeta. Os demais fogem a esse argumento principal, não se relacionando com os tópicos abordados. Gabarito "E"

Com base no período “Fica subentendido que ele está protegendo as suas fontes em Brasília” (l.33-35), conclui-se que o “falso informado” (l.33) em questão foi instado a emitir uma opinião sobre a política brasiliense.

Gabarito "D"

I.

Gabarito "A"

os itens abaixo.

1

É essencial que as autoridades revejam as providências referentes ao tratamento e à custódia de todos os presos, a fim de assegurar que os mesmos sejam tratados com humanidade 4 e em conformidade com a legislação brasileira e o conjunto de princípios da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre proteção de todo indivíduo sob qualquer forma de detenção ou 7 reclusão, as regras mínimas da ONU sobre o tratamento de prisioneiros e o artigo 10 do Acordo Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (ICCPR), que reza que todo 10 indivíduo privado de liberdade deve ser tratado com humanidade e respeito pela dignidade inerente à pessoa humana.

Anistia Internacional. Tortura e maus-tratos no Brasil, 2001, p. 72 (com adaptações).

1. Língua Portuguesa

referência e considerando o tema por ele tratado, julgue os itens seguintes.

(1) A expressão “dignidade inerente à pessoa humana” (L.11-

12) pode ser interpretada como: qualquer pessoa, pelo simples fato de se tratar de um ser humano, possui valor essencial e intrínseco que exige e merece respeito. (2) A lei brasileira, como a de quase todos os países, não aplica o conceito de direitos humanos a prisioneiros que tenham cometido crimes violentos. (3) Na tentativa de reverter os crescentes níveis de violência dos dias de hoje, o sistema penitenciário brasileiro está sendo modernizado e já é considerado modelo, uma vez que oferece altos níveis de segurança e conforto para os detentos. 1: correta. “Dignidade” é sinônimo de “respeito”, “decência”. Logo, a dignidade da pessoa decorre de sua natureza humana e, como tal, merecedora de respeito pelos demais; 2: incorreta. O Brasil é signatário de diversos tratados internacionais sobre direitos humanos e nenhum deles, dada o absurdo sugerido, determina a exclusão de qualquer pessoa, sob qualquer razão, de sua proteção; 3: incorreta. Infelizmente, falta muito para que as unidades prisionais brasileiras possam servir de modelo. O que vemos, na verdade, são locais insalubres, superlotados e sem qualquer segurança para os presos ou para os servidores públicos e cidadãos que por eles transitam.

sumário aos direitos humanos; 2: incorreta. O texto expõe que o desrespeito aos direitos humanos no Brasil data do início de sua história, toda ela marcada por “desmandos, violências, arbitrariedades, desigualdades e injustiças”; 3: correta. A má distribuição de renda ainda é uma mácula na crescente economia brasileira, situação que nem mesmo o Plano Real, bem sucedido em sua proposta de conter a inflação, pôde resolver. Gabarito 1C, 2E, 3C

(Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Tendo o texto acima por

1

A adoção, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, constitui o principal marco no desenvolvimento 4 da ideia contemporânea de direitos humanos. Os direitos inscritos nessa Declaração constituem um conjunto indissociável e interdependente de direitos individuais e 7 coletivos, civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, sem os quais a dignidade da pessoa humana não se realiza por completo. A Declaração transformou-se, nesta última 10 metade de século, em uma fonte de inspiração para a elaboração de diversas cartas constitucionais e tratados internacionais voltados à proteção dos direitos humanos. 13 Esse documento, chave do nosso tempo, tornou-se um autêntico paradigma ético a partir do qual se pode medir e contestar a legitimidade de regimes e governos. 16 Os direitos ali inscritos constituem hoje um dos mais importantes instrumentos de nossa civilização, visando assegurar um convívio social digno, justo e pacífico.

Gabarito 1C, 2E, 3E

4

7

10

13

16

19

Falar em direitos humanos no Brasil é falar de lutas sociais que se desenrolam em uma sociedade que carrega marcas históricas de desmandos, violências, arbitrariedades, desigualdades e injustiças. Os resultados não poderiam ser outros, senão o quadro de violações aos direitos humanos que permeiam as relações sociais em praticamente toda a sociedade brasileira e que atingem com maior brutalidade as populações empobrecidas e socialmente excluídas. O importante avanço institucional que conquistamos com o fim do ciclo totalitário, a redemocratização do país e a volta das instituições democráticas, não foi acompanhado de correspondente avanço no que se refere aos direitos econômicos, sociais e culturais. Perpetuam-se no Brasil os modelos econômicos que aprofundam o escandaloso quadro de concentração de renda e contrastes sociais. O agravamento da situação de desesperança de nosso povo, atingido duramente pela exclusão social, pela falência dos serviços públicos e pela violência crescente, seja no campo seja nas grandes cidades, exige da sociedade civil brasileira uma atuação consciente, transformadora e efetiva.

Internet: (com adaptações). (Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Considerando o texto acima

como referência e tendo em vista o que ele aborda, julgue os itens que se seguem.

(1) A Constituição de 1988, claramente identificada com

a defesa dos direitos sociais e individuais, é exemplo significativo daquilo que o texto chama de “importante avanço institucional que conquistamos com o fim do ciclo totalitário” (L.9-10). (2) De acordo com o texto, as flagrantes desigualdades existentes no Brasil são recentes, frutos do processo de urbanização e industrialização que o país veio a conhecer no século XX. (3) O Plano Real, embora tenha obtido importante vitória sobre uma inflação descontrolada, não conseguiu promover o fim da concentração de renda e dos elevados contrastes sociais. 1: correta. A Constituição de 1988, apelidada de “Constituição-cidadã”, é um marco importante na evolução dos direitos humanos no Brasil, principalmente se considerarmos que ela representa a ruptura com o sistema político anterior, pautado no totalitarismo e no desrespeito

Internet: (com adaptações). (Agente de Polícia/RR – 2003 – CESPE) Com base no texto acima e considerando o tema por ele focalizado, julgue os itens subsequentes. (1) O termo “Esse documento” (L.13) refere-se a “tratados

internacionais” (L.11-12).

(2) A palavra “paradigma” (L.14) está sendo utilizada com o

sentido de conjunto dos termos substituíveis entre si em uma mesma posição dentro da estrutura a que pertencem. (3) Entre outros fatores, as atrocidades cometidas na Segunda Guerra Mundial levaram governos e sociedades a se preocuparem com a adoção de princípios considerados fundamentais à dignidade humana, entre os quais os chamados direitos humanos. (4) Com a chancela da ONU, os direitos humanos foram incorporados pela legislação de todos os países do mundo, cujos governos a eles foram obrigados a se submeter. 1: incorreta. “Esse documento” refere-se a “A Declaração”; 2: incorreta. “Paradigma”, no trecho, é utilizada no sentido de “padrão”, “exemplo”; 3: correta. A Segunda Guerra Mundial foi um dos fatores preponderantes para o avanço do reconhecimento dos direitos humanos pelo mundo; 4: incorreta. Ainda há países que não respeitam integralmente os direitos humanos consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Isso porque o Direito Internacional não tem poder de coagir os Estados a adotar, em suas legislações, os princípios adotados nos tratados. Basta que um país não queira assiná-lo que nenhum outro país, nem mesmo a ONU, possa suplantar sua soberania e obrigá-lo a aplicar as diretrizes estabelecidas. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

1

17

Autobiografia desautorizada Olá! Meu nome não é Fidalgo. Fidalgo é meu sobrenome. O nome é Luiz Antonio Alves. Minhas atividades como cidadão comum... não sei se isso interessa, 4 m a s . . . v a i l á : s o u f u n c i o n á r i o p ú b l i c o . Tr a b a l h o (e como trabalho) com análise de impressões digitais, ou seja, sou um papiloscopista (nesse momento o computador 7 fez aquele serrilhadinho vermelho embaixo da palavra “papiloscopista”). Tudo bem, a palavra ainda não consta no dicionário interno do mané. 10 B o m , c o m b a s e n a s m i n h a s a t i v i d a d e s a r t í s t i c a s , pode-se dizer que eu sou um poeta curitibano. Não fui eu quem disse isso. Vejam bem, existe um livro intitulado 1

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Luiz Antonio A. Fidalgo. Autobiografia desautorizada. Internet: (com adaptações). (Agente de Polícia/TO – 2008 – CESPE) Julgue os itens a seguir,

referentes ao texto acima.

(1) As expressões “Olá!” (l.1) e “Vejam bem” (l.12) indicam que

o autor está se dirigindo ao leitor.

(2) A palavra “Autobiografia”, no título do texto, indica que o autor

está falando a respeito da vida de uma terceira pessoa.

(3) A palavra “Fidalgo” (l.1) é formada a partir da expressão filho (4) (5)

(6)

(7)

de algo e costuma ser usada no português como sinônima de nobre. O termo “mané” (l.9) faz referência aos cidadãos comuns de que trata o texto. Em vez de “Não fui eu quem disse isso” (l.11-12), estaria igualmente correto escrever “Não fui eu aquele que disse isso.” A partir da leitura do texto, é possível concluir que um “hai-kai” (l.16) é um tipo de poema que se caracteriza pelo tamanho pequeno. A palavra “microcontista” (l.19) também poderia ter sido grafada corretamente com hífen (microcontista).

1: correta. Trata-se da função fática da linguagem; 2: incorreta. O prefixo “auto” indica que o termo seguinte refere-se a própria pessoa, como em “autorretrato”; 3: correta; 4: incorreta. “Mané”, no trecho, foi usado em tom pejorativo, com o sentido de “tolo”, “burro”; 5: correta. Na oração, “quem” tem valor de prenome demonstrativo, sendo perfeitamente

possível sua substituição por “aquele”; 6: correta. O autor compara seus poemas a um “hai-kai”, colocando como semelhança o tamanho diminuto, pequeno; 7: incorreta. Quando prefixo termina com vogal e o termo principal começa com consoante, não se admite o uso do hífen. Papiloscopista quer esclarecer profissão O Sindicato dos Profissionais da Ciência da Papiloscopia realiza amanhã palestras de conscientização sobre o trabalho desses profissionais, que comemoram em 4 cinco de fevereiro o seu dia. De acordo com a presidente do sindicato, Lucicleide do Espírito Santo Moraes, apesar de desenvolver atividades 7 essenciais nas áreas civil e criminal, o papiloscopista não é um profissional reconhecido pela população. A maioria das pessoas não sabe, diz ela, que o 10 profissional da papiloscopia realiza desde a expedição da carteira de identidade e atestado de antecedentes, até perícias para a identificação da autoria de delitos e também dos 13 cadáveres que são levados ao Instituto Médico Legal. É o papiloscopista que busca e pesquisa as impressões digitais que são fundamentais para desvendar crimes. “A população 16 necessita diariamente desse serviço, mas em geral ela desconhece o profissional que o realiza”, observa Lucicleide Moraes. 1

Internet: (com adaptações). (Agente de Polícia/TO – 2008 – CESPE) Com referência aos aspectos semânticos e gramaticais do texto acima, julgue o item que se segue. (1) Segundo o texto, o fato de a população desconhecer o

profissional que presta serviços de papiloscopia justifica a realização de palestra de conscientização.

1: correta, pois tal fato pode ser inferido do texto. Gabarito 1C

13 A n t o l o g i a d e P o e t a s C o n t e m p o r â n e o s d o P a r a n á , II Concurso Helena Kolody. Pois eu estou nesse livro, juntamente com três poemas que, por causa do tamanho 16 diminuto, lembram um hai-kai. Pois é, fechada essa questão de eu já poder ser tratado como um poeta curitibano, quero dizer que agora 19 estou estreando como contista, digo microcontista, uma vez que se trata de um livro com miniestórias chamadas por mim (talvez exageradamente) de microcontos.

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C, 6C, 7E

18

1 Ah, o brasileiro mata e morre por uma frase. Há um velho e obtuso preconceito segundo o qual todas as frases querem dizer alguma coisa. Nem sempre. Certas frases vivem, precisamente, de mistério e de suspense. A nitidez seria fatal. Escrevi isso para chegar a uma verdade eterna, ou seja: a pequena 4 causa, ou o motivo irrelevante, pode produzir um grande efeito. Não sei se vocês acompanharam, pelos jornais, o episódio do paletó. Era em Brasília. E para lá embarcou uma comissão dos “Cem mil” que ia avistar-se com o presidente Costa e Silva. Um dos seus membros era meu amigo, que pôs o seu melhor terno e a 7 sua melhor gravata. A comissão ia resolver problemas de alta transcendência, ia propor nobilíssimas e urgentíssimas reivindicações. E lá chegam os intelectuais e estudantes. Entra a comissão e vem o assessor da presidência espavorido. Os dois estudantes não têm paletó, nem gravata. E, como o protocolo exigia uma coisa e outra, era preciso que ambos se compusessem. 10 Pode, não pode, e criou-se o impasse. O diabo é que o problema era aparentemente insolúvel. Felizmente, surgiu a ideia: — dois contínuos emprestariam tanto o paletó como a gravata. Mas os estudantes não aceitaram. Absolutamente. Queriam ser recebidos sem paletó e sem gravata. Outros assessores vieram. Discute daqui, dali. Apelos patéticos. 13 Vejam como um nada pode mudar a direção da História. De repente, os estudantes presos, o Calabouço, as Reformas, tudo, tudo passou para um plano secundário ou nulo. Os dois estudantes faziam pé firme. O paletó e a gravata eram agora “O inimigo”. Vesti-los seria a abjeção suprema, a humilhação total, a derrota irreversível. 16 O rádio e a TV pediam paletós e gravatas, assim como quem pede remédios salvadores. Paletós de luxo e gravatas de Paris, de Londres, de Berlim foram doados. Mas os dois permaneciam inexpugnáveis. Gravata, não! Paletó, jamais! O Poder os esperava e, dócil ao protocolo, de gravata e paletó. 19 Se um de nós por lá aparecesse, haveria de imaginar que tudo estava resolvido, e tinham sido atendidas as reivindicações específicas da classe. Claro! Uma vez que se discutiam paletós e gravatas, como se aquilo fosse uma assembleia acadêmica de alfaiates, a “Grande Causa” estava vitoriosa. Libertados os estudantes, aberto, e de par em par, o Calabouço, e substituída toda a 22 estrutura do ensino. E continuava a “Resistência”, muito mais épica e muito mais obstinada do que a francesa na guerra. Até que, de repente, veio do alto a ordem: — “Manda entrar, mesmo sem paletó, mesmo sem gravata.” Era a vitória. E, por um momento, os presentes tiveram a vontade de cantar o Hino Nacional.

Nelson Rodrigues. A frase. In: A cabra vadia – novas confissões. Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 267-70 (com adaptações). (Diplomacia – 2012 – CESPE) Considerando os aspectos linguísticos e estilísticos do texto, bem como a argumentação nele desenvolvida, julgue (C ou E) os próximos itens. (1) O cronista ironiza tanto a causa dos estudantes quanto a decisão das autoridades, como comprovam os trechos “O paletó

e a gravata eram agora ‘O inimigo’” ( l.14) e “O rádio e a TV pediam paletós e gravatas, assim como quem pede remédios salvadores” ( l.16).

1. Língua Portuguesa

1: Certo (Interpretação) A ironia dirige-se contra o fato de questões sem importância ganharem uma relevância indevida. No caso, trata-se da inflexibilidade dos estudantes e das autoridades, destas até um certo ponto, em ceder em relação à uma questão menor de protocolo, havendo problemas maiores a serem discutidos; 2: Certo (Interpretação) A rescrita mantém o sentido; 3: Errado (Verbo: emprego de modos e tempos) No quarto parágrafo, o presente realça fatos passados. No primeiro, expressa fatos considerados como verdadeiros e conceitos; 4: Certo (Interpretação) A letra maiúscula de fato destaca a atitude rebelde dos estudantes. Logo a seguir ocorre a comparação, ainda que irônica, com o movimento de resistência francês na Segunda Guerra. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

Texto para as próximas duas questões. 1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

31

Desde 1934 — Lampião à solta, 1 Antônio Silvino preso no Recife, Sinhô Pereira arribado para os lados de Minas Gerais — Clarival Valladares despertava para o mundo de significados que o cangaceiro carregava penduradas, afiveladas, cravadas ou costuradas no conjunto do traje e nos equipamentos, como ainda hoje se vê no aguadeiro das feiras do Marrocos, as cartucheiras envernizadas e bem ajoujadas ao corpo, a não deverem homenagem — senão a requerê-la — à guarda de um Ibn-Saud. Com a população portuguesa drenada para a aventura da Índia, foi o moçárabe, em boa parte, que veio povoar o Brasil. Presença viva na cultura brasileira, a árabe, por suas muitas composições, teve aulas a dar em maior número a um sertão de 500 mm de chuva anual que a uma faixa litorânea de fáceis 1.500 mm. O que Valladares percebeu foi a raiz pastoril da estética do cangaço, encantando-se por ver que a do guerreiro ia muito além da que pontuava as alfaias magras do pastor, por não se ver empobrecida pelo teto limitador da funcionalidade, capaz de explicar tudo na vestimenta do vaqueiro. Para ele, assim: O traje do cangaceiro é um dos exemplos demonstrativos do comportamento arcaico brasileiro. Ao invés de procurar camuflagem para a proteção do combatente, é adornado de espelhos, moedas, metais, botões e recortes multicores, tornando-se um alvo de fácil visibilidade até no escuro. Lembremo-nos, entretanto, que, no entendimento do comportamento arcaico, o homem está ligado e dependente ao sobrenatural, em nome do qual ele exerce uma missão, lidera um grupo, desafia porque se acredita protegido e inviolável e, de fato, desligado do componente da morte. Esta explicação, embora sumária, de algum modo justifica a incidência da superfluidade ornamental no traje do cangaceiro, que, antes de sua implicação mística, deriva do empírico traje do vaqueiro.

Frederico Pernambucano de Mello. Estrelas de couro – a estética do cangaço. São Paulo: Escrituras, 2010, p. 48-9 (com adaptações).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Em relação às ideias do texto, julgue (C ou E) os itens que se seguem. (1) Pelas relações estabelecidas no texto, conclui-se que a

cultura árabe influenciou a cultura brasileira do sertão, tendo deixado marcas em acessórios de que se valeram os cangaceiros brasileiros. (2) Pela análise da vestimenta do cangaceiro, pretende-se demonstrar o caráter profundamente místico desse combatente “dependente ao sobrenatural”, que contrasta com o vaqueiro, caracterizado pelo “teto limitador da funcionalidade”, sem qualquer anseio místico ou submissão às crenças relacionadas ao sobrenatural. (3) Dos trechos “Lampião à solta” e “Sinhô Pereira arribado para os lados de Minas Gerais” depreende-se que a mobilidade dos cangaceiros devia-se ao exercício da missão mística de ampliação dos limites geográficos dos estados brasileiros. (4) Depreende-se da leitura do texto que Clarival Valladares iniciou o estudo sobre o significado das vestimentas e do comportamento dos cangaceiros a partir de 1934, quando ocorreram os sinais de que o cangaço havia deixado de ser uma ameaça ao poder local. 1: Certo (Interpretação) O trecho “Presença viva na cultura brasileira, a árabe, por suas muitas composições, teve aulas a dar em maior número a um sertão de 500 mm de chuva anual que a uma” e a afirmação de que os acessórios são também encontrados no Marrocos permitem a conclusão: esses acessórios foram usados pelos cangaceiros devido à influência árabe; 2: Errado (Interpretação) O fato de a vestimenta do vaqueiro se pautar pela funcionalidade não permite a inferência de que ele não tenha anseio místico ou não seja submisso a crenças relacionadas ao sobrenatural; 3: Errado (Interpretação) Além de não haver no texto elementos que permitam tal inferência, é sabido que a mobilidade dos cangaceiros se devia à necessidade de se esquivar das forças policiais; 4: Errado (Interpretação) O fato de na época dois dos mais famosos cangaceiros, Lampião e Sinhô Pereira, estarem ainda à solta não permite que se afirme que o cangaço deixou de ser uma ameaça ao poder local. (Diplomacia – 2012 – CESPE) No texto, a “superfluidade” ( l.31), que caracteriza o traje do cangaceiro, contrapõe-se (A) à “funcionalidade” ( l.18) da vestimenta do vaqueiro. (B) à “visibilidade” ( l.24) do combatente. (C) à “raiz pastoril” ( l.15) do traje. (D) ao adorno com “recortes multicores” ( l.23-24). (E) à “implicação mística” ( l.32) de seus acessórios.

A: (Interpretação) A superfluidade do traje do cangaceiro diz respeito aos adornos que não apenas não possuem efeito prático como também acabam sendo prejudiciais, uma vez que aumentam sua visibilidade. Já a funcionalidade da vestimenta do vaqueiro refere-se a ausência desses adornos, pois cada elemento está ali para cumprir uma determinada função, ou seja, todos têm efeito prático. Gabarito “A”

produzir um grande efeito” ( l.3-4) poderia ser reescrito, sem prejuízo para a correção gramatical ou para os sentidos do texto, da seguinte forma: a causa pouco significativa, ou o pequeno motivo, pode provocar um resultado de extensa repercussão. (3) No segundo e no quarto parágrafos do texto, emprega-se o presente do indicativo com a mesma finalidade: a de realçar fatos ocorridos no passado. (4) A letra inicial maiúscula e as aspas na palavra “Resistência” ( l.22) são recursos estilísticos empregados para destacar a atitude insurgente dos estudantes, comparada, no texto, à dos franceses na Segunda Guerra.

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E

(2) O trecho “a pequena causa, ou o motivo irrelevante, pode

19

Texto para as próximas três questões. Fragmento I Macunaíma 1

No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande 4 escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro 7 passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: — Ai! Que preguiça!... 10 e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho 13 e Jiguê na força do homem.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima Fragmento II Carta pras icamiabas

1

4

7

10

13

16

Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas. Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis, São Paulo. Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo — a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes — não sois conhecidas como “icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da erudição, porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais heroicas e mais conspícuas, tocadas por essa plátina respeitável da tradição e da pureza antiga. (...) Macunaíma, Imperator

Mário de Andrade. Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 13, 97 e 109. (Diplomacia – 2012 – CESPE) Considerando os aspectos linguísticos e a estrutura da narrativa nos fragmentos apresentados, extraídos da obra Macunaíma, o Herói Sem Nenhum Caráter, julgue (C ou E) os itens subsequentes. (1) Ambos os fragmentos apresentam a estrutura textual típica

da narrativa, recurso empregado pelo autor como forma de manter a coerência dos fatos narrados. (2) Em ambos os fragmentos, encontram-se traços de subjetividade: no primeiro, do narrador; no segundo, do autor da carta. (3) Na linha 12 do fragmento I, a oração “que tinha”, sintática e semanticamente dispensável para o texto, caracteriza-se por ter um pronome relativo como sujeito sintático. (4) Observa-se, nos fragmentos apresentados, que o narrador onisciente do primeiro fragmento não se faz presente no segundo. 1: Errado (Gêneros textuais) O segundo fragmento possui a estrutura epistolar: cabeçalho, vocativo e assinatura. Além disso, o texto é de caráter informativo e dirige-se, a todo momento, a um leitor, características que, embora não sejam exclusivas do gênero epistolar, são bastante comuns nele; 2: Certo (Interpretação) No primeiro texto, o emprego do possessivo em primeira pessoa na seguinte passagem “Macunaíma, herói da nossa gente (...)” constitui um traço de subjetividade. No segundo texto, a indicação de autoria da carta “Macunaíma, Imperator” é o maior traço de subjetividade, reforçam-na a presença de pronomes em primeira pessoa: “Às mui queridas súbditas nossas (...)”; 3: Errado (ASPC: oração adjetiva) A retirada da oração adjetiva não causaria prejuízo sintático ao texto, mas não ficaria claro que Maanape e Jiguê são irmãos de Macunaíma. Além disso, o relativo exerce a função sintática de objeto direto da forma verbal “tinha”, sendo o sujeito dela oculto: Macunaíma; 4: Certo (Gêneros textuais) A carta constitui-se de um longo período de discurso direto dentro do romance, que é escrito em terceira pessoa, portanto a voz do narrador nela não está presente. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C (Diplomacia – 2012 – CESPE) Considerando a coerência, a pro-

gressão temática e as marcas de referencialidade do fragmento II do texto, julgue (C ou E) os seguintes itens.

(1) O advérbio “assim” ( l.12 e 14) reporta-se, em ambas as

ocorrências no fragmento, a “apelativo de Amazonas” ( l.11), termo que pode substituir esse advérbio nas duas linhas, sem prejuízo para as estruturas sintáticas ou os sentidos do texto. (2) A formalidade da linguagem, na carta endereçada às icamiabas, é adequada ao texto e coerente com as características do remetente, “Macunaíma Imperator”, e das destinatárias, as icamiabas.

(3) O conteúdo semântico do fragmento II é suficiente para que

dele se infira quem não conhecia as icamiabas no trecho “não sois conhecidas como ‘icamiabas’” ( l.9-10): os mesmos indivíduos que as chamavam de Amazonas. (4) Na expressão “voz espúria” ( l.10), o adjetivo empregado tem, no contexto, sentido de não castiça.

1: Errado (Coesão) Na sua segunda ocorrência, o advérbio “assim” tem como referente o termo “dislates de erudição”; 2: Errado (Gêneros textuais) O primeiro fragmento revela que Macunaíma não é uma personagem sofisticada ou nobre, trata-se antes de uma espécie de malandro. Além disso, essa personagem e as icamiabas pertencem ao folclore indígena, sendo que na carta se reconhece ser um equívoco a filiação destas últimas à tradição clássica. O extremo formalismo da carta, portanto, não condiz com as características do seu remetente e do seu destinatário, essa inadequação cumpre no romance o papel de reforçar o caráter malandro da personagem, pois se percebe nela o embuste de se querer passar por aquilo que não se é; 3: Certo (Interpretação) O adjunto adverbial “na boa cidade de São Paulo” permite a inferência de que quem desconhece o termo “icamiabas” e emprega “Amazonas” no seu lugar são os habitantes de São Paulo; 4: Certo (Vocabulário) Segundo o Dicionário Houaiss, um dos sentidos de “espúrio” é “não pertence ao vernáculo, não castiço”. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C

20

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Considerando os aspectos morfos-

sintáticos e semânticos dos fragmentos apresentados, assinale a opção correta.

(A) Na linha 5 do fragmento I, destaca-se, por meio da partícula

expletiva “é que”, o sujeito simples da oração absoluta “Essa criança é que chamaram de Macunaíma”. (B) Os trechos “filho do medo da noite” ( l.2) e “Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba” ( l.10-11) exemplificam a linguagem conotativa que caracteriza o fragmento I. (C) No fragmento II, os termos “o endereço” ( l.5) e “a literatura desta missiva” ( l.6), no trecho “Não pouco vos surpreenderá,por certo, o endereço e a literatura desta missiva” ( l.5-6), são complementos do verbo surpreender, assim como “vos”, que exerce a função de objeto indireto desse verbo. (D) No fragmento I, o período iniciado em “Si o incitavam a falar” ( l.7) inclui uma frase em discurso direto como complemento deverbo dicendi, seguida de oração coordenada, que se inicia em outra linha do texto. (E) No fragmento II, o autor da carta às icamiabas utiliza com ironia as expressões “voz espúria” ( l.10) e “dislates da erudição” ( l.14) para mostrar a posição degradante dessas guerreiras em face do epíteto que o homem branco lhes atribuiu. A: (ASPS: partícula expletiva) O termo “é que” de fato constitui uma partícula de expletiva, contudo o termo realçado “Macunaíma” cumpre a função de objeto direto do verbo “chamaram”, cujo sujeito é indeterminado pelo fato de ele estar na terceira pessoa do plural e não haver menção ao sujeito na frase ou no contexto; B: (Figuras de linguagem: denotação e conotação) O trecho “Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba” não apresenta linguagem figurada, ou seja, trata-se de linguagem denotativa; C: (ASPS: complementos verbais) Os termos “o endereço” e “a literatura dessa missiva” constituem o sujeito composto da forma verbal “surpreenderá”, que está no singular pela concordância atrativa com o primeiro núcleo desse sujeito. Além disso, o verbo é transitivo direto e, portanto, o pronome “vos” exerce a função de objeto direto; D: (Tipos de Discurso) A frase em discurso direto é “Ai! Que preguiça!...”, que está subordinada como complemento verbal (OD) do verbo dicendi “exclamava”. Os verbos que introduzem discurso direto não possuem um nome oficial, entre os termos mais comuns que os designam estão dicendi, verbo de fala, de elocução e locucional. A oração “e não dizia mais nada” por iniciar-se, por letra minúscula, constitui uma continuação da frase anterior, ela está coordenada de forma aditiva com a oração constituída pelo forma verbal “exclamava”; E: (Figuras de linguagem: ironia) Existem vários erros. Não há ironia,

1. Língua Portuguesa

Gabarito “D”

Texto para a próxima questão. 1 Através de grossas portas, 31 Atrás de portas fechadas, sentem-se luzes acesas, à luz de velas acesas, — e há indagações minuciosas entre sigilo e espionagem, 4 dentro das casas fronteiras: 34 acontece a Inconfidência.

olhos colados aos vidros,

mulheres e homens à espreita, E diz o Vigário ao Poeta: 7 caras disformes de insônia, “Escreva-me aquela letra vigiando as ações alheias. 37 do versinho de Vergílio...” Pelas gretas das janelas, E dá-lhe o papel e a pena. 10 pelas frestas das esteiras, E diz o Poeta ao Vigário, agudas setas atiram 40 com dramática prudência: a inveja e a maledicência. “Tenha meus dedos cortados, 13 Palavras conjeturadas antes que tal verso escrevam...” oscilam no ar de surpresa, 43 LIBERDADE, AINDA QUE TARDE, como peludas aranhas ouve-se em redor da mesa. 16 na gosma das teias densas, E a bandeira já está viva, rápidas e envenenadas, 46 e sobe, na noite imensa. engenhosas, sorrateiras. E os seus tristes inventores 19 Atrás de portas fechadas, já são réus — pois se atreveram à luz de velas acesas, 49 a falar em Liberdade brilham fardas e casacas, (que ninguém sabe o que seja). 22 junto com batinas pretas. Uns são reinóis, uns, mazombos; E a vizinhança não dorme: e pensam de mil maneiras; 52 murmura, imagina, inventa. 25 mas citam Vergílio e Horácio, Não fica bandeira escrita, e refletem, e argumentam, mas fica escrita a sentença. falam de minas e impostos, 28 de lavras e de fazendas, de ministros e rainhas e das colônias inglesas.

Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977, p. 450-2 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Com relação às ideias e às estruturas

linguísticas do texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir.

(1) Entende-se da leitura do poema que os inconfidentes foram

sentenciados por atuarem contra os interesses da Coroa portuguesa, mas não por haverem registrado, na bandeira criada, o anseio por liberdade. (2) Nos dois primeiros versos, o eu lírico alude ao sigilo dos inconfidentes por meio de paradoxo e sinestesia. (3) No trecho “Uns são reinóis, uns, mazombos; / e pensam de mil maneiras; / mas citam Vergílio e Horácio, / e refletem, e argumentam,” (v.23-26), fica evidenciado que, independentemente da origem social, os inconfidentes compartilhavam o mesmo grau de erudição. (4) Da leitura da quarta estrofe (v.35-50) depreende-se que a palavra liberdade é o fulcro vital da bandeira dos inconfidentes e representa a finalidade do engajamento político daquele grupo.

1: Errado (Interpretação) Os seguintes versos deixam claro que a inscrição na bandeira foi também motivo da prisão dos inconfidentes: “E a bandeira já está viva, / e sobe, na noite imensa. / E os seus tristes inventores / já são réus — pois se atreveram / a falar em Liberdade”; 2: Certo (Figuras de linguagem) O paradoxo, figura que se caracteriza pela contradição de termos, reside no fato de as luzes do local onde se encontravam os inconfidentes serem vistas apesar das “grossas portas” que os guardavam. A sinestesia, figura que se caracteriza pela mistura das sensações, encontra-se no trecho “sentem-se luzes”, no qual se empregou o verbo “sentir”, mais apropriado para sensações táteis, no lugar de verbos como “enxergar” ou “ver”; 3: Errado (Interpretação) A afirmação de que os inconfidentes citam “Vergílio” e

“Horácio” comprova que eles conheciam a cultura clássica, o que não era incomum na época, que se passa em pleno Neoclassicismo. Disso se inferir que eles possuam o mesmo grau de erudição nessa cultura ou em outros campos do conhecimento constitui uma extrapolação; 4: Certo (Interpretação) O fato de o verso de Vergílio que enaltece a liberdade ser escrito na bandeira mostra que essa ideia é a que ela visa a representar. Por outro lado, a aclamação do verso pelos que estão na mesa mostra ser esse o ideal que os anima. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

pois o emprego das expressões no texto não permite um entendimento oposto do que significam. A expressão “voz espúria” refere-se ao emprego da expressão “icamiabas”, termo indígena, ou seja, não é o homem branco que a utiliza. Por fim, o epíteto Amazonas, segundo o autor da carta, valoriza as icamiabas.

21

Texto para a próxima questão 1 Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o arquiteto, 4 o artigo poderá passar por uma defesa em causa própria — o revide normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem querem bater. Mas, para 7 quem conhece o homem, o artigo assume proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o avesso do causídico, como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em 10 minha vida. Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem nada a ver com o conhecimento 13 realista — que Oscar tem — de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a 16 perder, é preciso construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e precário. Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará 19 um dia construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da 22 Terra; no exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o homem feliz 25 dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver. Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num depoimento como o de Oscar 28 Niemeyer, velho e querido amigo, como não me emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Com relação às ideias desenvolvidas

no texto, assinale a opção correta.

(A) Vinicius de Moraes, na condição de causídico de Oscar

Niemeyer, alerta para a injusta ausência de reconhecimento da capacidade de luta do arquiteto para a implementação de projetos que visem ao bem comum, dos quais a construção de Brasília é exemplo. (B) Infere-se do texto que Oscar Niemeyer, em razão das severas críticas a seu trabalho arquitetônico realizado em Brasília, contrariou sua “mansidão costumeira” e escreveu um artigo em que faz a apologia da obra criada nessa cidade. (C) Vinicius de Moraes atribui a emoção nele despertada pela leitura do mencionado artigo-reportagem não só à forma dramática de relato dos fatos, mas, principalmente, à afinidade entre ele e Niemeyer no que concerne a crenças sobre a vida e a morte, parte delas referidas no depoimento do amigo Oscar. (D) Por ser um indivíduo consciente de sua fragilidade e da precariedade de ser mortal, Oscar Niemeyer, segundo afirma Vinicius de Moraes, manifesta modéstia incomum, desprovida de hipocrisia. (E) Vinicius de Moraes ressalta a conduta de Niemeyer, que, fundamentada em concepção materialista e visão social de seu trabalho, está pautada na busca de condições sociais benéficas para os cidadãos. A: Errado (Interpretação) A leitura do texto não permite afirmar que não há nenhum reconhecimento da capacidade de luta do arquiteto para a implementação de projetos que visem ao bem comum; B:

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Gabarito “E”

CARTA PARA ANTONIO CARLOS JOBIM Porto do Havre [França], 7 de setembro de 1964 Tomzinho querido, 1 Estou aqui num quarto de hotel que dá para uma praça que dá para toda a solidão do mundo. São dez horas da noite e não se vê viv’alma. Meu navio só sai amanhã à tarde, 4 e é impossível alguém estar mais triste do que eu. E, como sempre nestas horas, escrevo para você cartas que nunca mando. 7 Deixei Paris para trás com a saudade de um ano de amor, e pela frente tenho o Brasil, que é uma paixão permanente em minha vida de constante exilado. A coisa ruim 10 é que hoje é 7 de setembro, a data nacional, e eu sei que em nossa embaixada há uma festa que me cairia muito bem, com o Baden Powell mandando brasa no violão. Há pouco 13 telefonei para lá, para cumprimentar o embaixador, e veio todo mundo ao telefone. Vo c ê j á p a s s o u u m 7 d e s e t e m b r o , To m z i n h o , 16 sozinho, num porto estrangeiro, numa noite sem qualquer perspectiva? É fogo, maestro!

Vinicius de Moraes. Querido poeta. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, organização de Ruy Castro, p. 303-4 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens seguintes,

relativos às ideias do texto acima.

(1) Pelo emprego da expressão “todo mundo” ( l.14), pressupõe-

-se que, além do embaixador, outros amigos e colegas de trabalho de Vinicius de Moraes, sem que se possa saber quantos, telefonaram-lhe do Brasil. (2) Infere-se da carta de Vinicius de Moraes a Antonio Carlos Jobim que o poeta brasileiro, também diplomata, estava em missão profissional na cidade do Havre por ocasião de uma data nacional brasileira, embora manifestasse preferência por estar em outro lugar. (3) Na carta a Antonio Carlos Jobim, a menção a correspondências que nunca eram enviadas sugere que havia temas confidenciais que só poderiam ser tratados pelo remetente e pelo destinatário da carta de 7 de setembro de 1964 em encontro pessoal. (4) O emprego, no texto, das expressões coloquiais “cairia muito bem” ( l.11) e “mandando brasa” ( l.12) indica a informalidade com que Vinicius de Moraes escreve a seu destinatário. 1: Errado (Interpretação) A expressão no contexto em que aparece indica que todos os que estavam na embaixada para a qual o autor ligou vieram ao telefone para falar com ele; 2: Errado (Interpretação) Da carta, infere-se que seu autor está retornando ao Brasil depois de cumprir missão diplomática em Paris. A permanência no Havre é puramente incidental, ele apenas aguarda nessa cidade portuária o momento de embarque para seu país; 3: Errado (Interpretação) Pelo conteúdo do texto, pode-se entender que as mencionadas cartas que nunca são mandadas são, na verdade, escritos em que o autor extravasa os sentimentos que o dominam, em especial a solidão, dirigindo-se ficcionalmente ao seu saudoso amigo. O fato de não

serem enviadas se explica por não trazerem de fato algo para ser necessariamente transmitido, são puro exercício de lirismo; 4: Certo (Tipo de linguagem) As expressões “cairia muito bem” e “mandando brasa”, no lugar, respectivamente, de “seria muito adequado” e “tocando muito bem”, são exemplos de expressões coloquiais, que de fato dão ao texto um tom de informalidade. Texto para a próxima questão 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31

Deixei os braços pousarem na madeira inchada e úmida, abri um pouco a janela a pensar que isso de olhar a chuva de frente podia abrandar o ritmo dela, ouvi lá embaixo, na varanda, os passos da avó Agnette, que se ia sentar na cadeira da varanda a apanhar ar fresco, senti que despedir-me da minha casa era despedir-me dos meus pais, das minhas irmãs, da avó e era despedir-me de todos os outros: os da minha rua, senti que rua não era um conjunto de casas mas uma multidão de abraços, a minha rua, que sempre se chamou Fernão Mendes Pinto, nesse dia ficou espremida numa só palavra que quase me doía na boca se eu falasse com palavras de dizer: infância. A chuva parou. O mais difícil era saber parar as lágrimas. O mundo tinha aquele cheiro da terra depois de chover e também o terrível cheiro das despedidas. Não gosto de despedidas porque elas têm esse cheiro de amizades que se transformam em recordações molhadas com bué de lágrimas. Não gosto de despedidas porque elas chegam dentro de mim como se fossem fantasmas mujimbeiros* que dizem segredos do futuro que eu nunca pedi a ninguém para vir soprar no meu ouvido de criança. Desci. Sentei-me perto, muito perto da avó Agnette. Ficamos a olhar o verde do jardim, as gotas a evaporarem, as lesmas a prepararem os corpos para novas caminhadas. O recomeçar das coisas. — Não sei onde é que as lesmas sempre vão, avó. — Vão pra casa, filho. — Tantas vezes de um lado para o outro? — Uma casa está em muitos lugares — ela respirou devagar, me abraçou. — É uma coisa que se encontra. *Mujimbeiro: fofoqueiro.

Ondjaki. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007, p. 145-6 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Assinale a opção em que a inter-

pretação apresentada, com relação ao estado de espírito do narrador do texto, está de acordo com o que se pode depreender do parágrafo indicado.

(A) Quinto parágrafo: entusiasmo na contemplação gratuita da

natureza.

(B) Primeiro parágrafo: regozijo diante do início de uma nova

fase da vida.

(C) Segundo parágrafo: tristeza por não conseguir conter o

choro.

(D) Terceiro parágrafo: desconforto ao ter de lidar com um

momento de ruptura.

(E) Quarto parágrafo: insegurança por ser obrigado a se afastar

da família.

A: Errado (Interpretação) Não há entusiasmo na contemplação da natureza, e sim certa melancolia, pois elas figurativizam a situação vivida pelo narrador de mudança de casa; B: Errado (Interpretação) Não se pode falar em regozijo, uma vez que sua preocupação com a despedida daquilo que lhe é familiar lhe traz certo sofrimento; C: Errado (Interpretação) O choro é consequência, não causa da tristeza; D: Certo (Interpretação) No caso, o momento de ruptura são as despedidas que dão a entender, junto com o restante do texto, que o narrador está prestes a mudar de endereço e enfrentar os desafios de uma nova fase de sua vida; E: Errado (Interpretação) O fato de o narrador ter se sentado perto da avó não permite que se infira que isso foi feito por insegurança, outros sentimentos, como o de ternura ou de saudade antecipada, podem tê-lo motivado. Gabarito “D”

Errado (Interpretação) Essa afirmação pode ser considerada errada por exagerar as afirmações do texto. Pela sua leitura, fica claro que houve críticas ao seu trabalho em Brasília, mas não quer dizer que elas tenham sido severas nem mesmo que se dirijam de fato à questão puramente arquitetônica; C: Errado (Interpretação) Embora haja uma clara demonstração de simpatia pelo ateísmo de Niemeyer, que o leva a trabalhar pela felicidade de seu semelhante, não se pode afirmar que o autor também seja ateu. Além disso, a dramaticidade referida deve ser interpretada pelo paradoxo de alguém que, embora modesto, se sente compelido a sair em defesa de sua obra; D: Errado (Interpretação) Não há no texto relação causal entre, por um lado, a consciência da fragilidade e precariedade de ser mortal e, por outro, a modéstia; E: Certo (Interpretação) Essa informação se encontra no terceiro parágrafo do texto.

Gabarito 1E, 2E, 3E 4C

22

1. Língua Portuguesa Texto para a próxima questão 1 4 7 10 13 16 19 22

Nos países novos, nas terras ainda sem tipo étnico absolutamente definido, onde o sentimento d’Arte é silvícola, local, banalizado, deve ser espantoso, estupendo o esforço, a batalha formidável de um temperamento fatalizado pelo sangue e que traz consigo, além da condição inviável do meio, a qualidade fisiológica de pertencer, de proceder de uma raça que a ditadora ciência d’hipóteses negou em absoluto para as funções do Entendimento e, principalmente, do entendimento artístico da palavra escrita. Deus meu! Por uma questão banal de química biológica do pigmento ficam alguns mais rebeldes e curiosos fósseis preocupados, a ruminar primitivas erudições, perdidos e atropelados pelas longas galerias submarinas de uma sabedoria infinita, esmagadora, irrevogável! (...) Ah! Esta minúscula humanidade, torcida, enroscada, assaltando as almas com a ferocidade de animais bravios, de garras aguçadas e dentes rijos de carnívoro, é que não pode compreender-me. Sim! Tu é que não podes entender-me, não podes irradiar, convulsionar-te nestes efeitos com os arcaísmos duros da tua compreensão, com a carcaça paleontológica do Bom Senso.

Cruz e Sousa. Emparedado. In: Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961, p. 659-60 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Com relação às ideias desenvolvidas

no texto acima, assinale a opção correta.

(A) Ao mencionar “a carcaça paleontológica do Bom Senso”

( l.21-22), Cruz e Sousa indica que o estudo dos fósseis poderia derrubar os mitos científicos sobre a raça que vigoravam na sua época. (B) Nesse texto, Cruz e Sousa questiona o rigor das explicações científicas e menciona uma “ciência d’hipóteses” ( l.7) para mostrar o relativismo do conhecimento e as distorções a que muitos analistas podem chegar ao defenderem as suas teses. (C) Cruz e Sousa demonstra que a ciência ainda não se desenvolveu plenamente nos países novos, o que impede a explicação de alguns fatos que ocorrem somente ali. (D) Ao empregar a expressão “Esta minúscula humanidade” ( l.15), o poeta faz referência a um grupo específico de pessoas que, como menciona no parágrafo anterior do texto, não pode ser confundido com o grupo constituído de “alguns mais rebeldes e curiosos fósseis preocupados” ( l.11-12). (E) Na linha 19, o pronome pessoal “Tu” refere-se ao leitor, tratado de modo respeitoso pelo escritor com o objetivo de convencê-lo quanto à veracidade dos argumentos mencionados sobre a questão racial e aspectos do entendimento artístico.

1

4

7

10

13

16

19

22

25

23

É uma tecla muito batida pelos que procuram estudar o caráter dos brasileiros o gosto que estes revelam pela improvisação em todos os ramos de atividade. A cada passo, se verifica o pendor deles para as tarefas improvisadas, de que, não raro, se saem com brilho e galhardia. Isso de se preparar longa e pacientemente para resolver os problemas próprios a uma especialidade não vai muito com eles. Improvisam-se os nossos sociólogos, improvisam-se os nossos estadistas, improvisam-se os nossos linguistas. Os nossos grandes poetas podem se contar pelos dedos, e nenhum tivemos até hoje capaz de uma destas obras de fôlego, como a Divina Comédia, o Fausto ou Os Lusíadas, onde, escolhido o tema capital, o seu autor põe, ao lado das ideias-mestras da cultura do seu tempo, toda a sua inteligência e toda a sua sensibilidade. Agora, abancai ao zinco de um bar em dias de carnaval e, aparecendo um violão, vereis com que facilidade o malandro mais desprovido de letras inventa um despotismo de quadrinhas de desafio ou de embolada. Isso na cidade. No sertão, então, nem se fala. Para os matutos do Nordeste, “poeta” só é o sujeito capaz de improvisar na boca da viola. Não sei quem foi o literato que, de uma feita, recitou para uns cantadores do sertão algumas poesias de Bilac. Os homens ouviram calados, mas depois indagaram se Bilac era “poeta” mesmo. — Como poeta mesmo? — Nós queremo sabê se ele é capaz mêmo de improvisá na viola...

Manuel Bandeira. O dedo de Deus, o dedo do alemão e o dedo do brasileiro. In: Crônicas inéditas II, 1930-1944. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p.16. (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação ao texto I, julgue C ou E. (1) Nesse texto, o autor considera a improvisação um traço

característico da produção literária brasileira, que a distingue da literatura de outros países, bem como de outras artes e de outros ofícios nacionais. (2) No texto, os traços da cultura brasileira destacados servem de contraponto à apologia do pendor literário dos estrangeiros, sustentada nas premissas de que estes são mais sensíveis que os autores brasileiros e de que empenham plenamente sua inteligência na produção de suas obras. (3) O emprego de verbos flexionados na segunda pessoa do plural, evidência do apego do autor ao rigor do uso formal da língua escrita, destoa da impessoalidade e da objetividade que caracterizam o texto. (4) O autor do texto não se exime de emitir julgamento de valor em relação a obras literárias e a escritores, o que se conforma com o gênero do texto: a crônica.

A: Errado (Interpretação) O termo “carcaça paleontológica do Bom Senso” é uma metáfora depreciativa para as teorias que estabelecem diferenças intelectuais entre indivíduos baseando-se na “raça” a que pertencem; B: Certo (Interpretação); C: Errado (Interpretação) O texto afirma que, nos países novos e sem tipo étnico definido, há preconceito racial que se vale de uma pseudociência. Entender, contudo, que, com isso, a ciência no geral não tenha se desenvolvido nesses países constitui extrapolação; D: Errado (Interpretação) Embora se proponha atualmente o emprego das formas de primeira pessoa do demonstrativo (este(a)(s), isto) com valor catafórico, na época em que o texto foi escrito, não havia tal recomendação. Ele foi empregado, portanto, com valor anafórico, retomando o termo “alguns rebeldes e mais curiosos fósseis”; E: Errado (Interpretação) Como é apresentado apenas um fragmento do texto de Cruz e Souza, não é possível se afirmar inequivocamente que o “tu” se refere a qualquer leitor do texto, pode ser que um destinatário específico tivesse sido indicado. Além disso, a afirmação de que a compreensão do receptor possui “arcaísmos duros” e o emprego da metáfora “carcaça paleontológica” caracterizam de modo contundente as ideias desse receptor como ultrapassadas.

1: Errado (Interpretação) Segundo o texto, a improvisação no Brasil está presente em todos os ramos de atividade, ao contrário do que diz o item 1, que a atribui apenas à atividade literária, dando a entender que ela não se aplicaria a outras artes e ofícios nacionais; 2: Errado (Interpretação) A afirmação de que alguns autores estrangeiros põe toda a sua sensibilidade na produção de obras de fôlego não permite inferir que eles sejam mais sensíveis que os autores nacionais; 3: Errado (Interpretação) A presença da segunda pessoa do plural não é uma evidência de rigor no uso formal da língua escrita. Na verdade, esse emprego foge ao que seria mais usual e pode ser interpretado como um mecanismo de humor, uma vez que, apesar de ser uma forma para situações solenes, foi usado, no caso, na descrição de uma situação trivial: uma cena de bar. Além disso, o texto não é impessoal (Não sei quem foi...) nem objetivo, pois há juízos de valor; 4: Certo (Interpretação) Os juízos de valor ocorrem, por exemplo, na afirmação de que há poucos grandes poetas no Brasil e de que nem eles produziram obras de fôlego como as citadas no texto.

Gabarito “B”

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C

24

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima Pernambucano em Málaga 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31

A cana doce de Málaga dá domada, em cão ou gata: deixam-na perto, sem medo, quase vai dentro das casas. É cana que nunca morde, nem quando vê-se atacada: não leva pulgas no pelo nem, entre folhas, navalha. A cana doce de Málaga dá escorrida e cabisbaixa: naquele porte enfezado de crianças abandonadas. As folhas dela já nascem murchas de cor, como a palha: ou a farda murcha dos órfãos, desde novas, desbotadas. A cana doce de Málaga não é mar, embora em praias, dá sempre em pequenas poças, restos de uma onda recuada. Em poças, não tem do mar a pulsação dele, nata: sim, o torpor surdo e lasso que se vê na água estagnada. A cana doce de Málaga dá dócil, disciplinada: dá em fundos de quintal e podia dar em jarras. Falta-lhe é a força da nossa, criada solta em ruas, praças: solta, à vontade do corpo, nas praças das grandes várzeas.

João Cabral de Melo Neto. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 149-50. (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação ao poema, julgue C ou E. (1) O contraste entre a “cana de Málaga” e a “nossa” cana,

explícito na última estrofe, é prenunciado pelo título do poema e pelas construções negativas usadas na caracterização da cana de Málaga. (2) A polissemia da palavra “doce” presta-se à construção do sentido global do poema, pois permite caracterizar tanto o sabor da cana como sua docilidade, sua brandura. (3) O ufanismo expresso na última estrofe é marca do estilo de época a que pertence o poema. (4) O poeta contrasta características do espaço geográfico da Espanha e do Brasil, para demonstrar que, neste país, as condições são mais favoráveis que naquele para o cultivo da cana-de-açúcar. 1: Certo (Interpretação) O adjetivo pátrio do título aponta para uma região que historicamente se destaca pela produção canavieira. Construções negativas em orações adjetivas como “é cana que nunca” deixam implícita a existência de outros tipos de cana; 2: Certo pelo gabarito oficial (Interpretação) Discordo do gabarito. São referidos no texto dois tipos de cana, e as qualidades de docilidade e brandura constituem aspectos apenas da de Málaga, portanto a afirmação de que a polissemia “permite caracterizar tanto o sabor da cana como sua docilidade” peca por extrapolação por permitir a generalização desses atributos para todos os tipos de cana; 3: Errado (Literatura) João Cabral faz parte da terceira geração do modernismo, que não tem entre suas características o ufanismo. Pertencem a ela tendências estilísticas e temáticas bastante variadas, incluindo algumas que se opõem ao ufanismo como a poesia engajada e a de crítica social dos anos 60 e 70. Além disso, o sentido geral do poema não permite afirmar que de fato a última estrofe seja ufanista; 4: Errado (Interpretação) O contraste se faz entre dois tipos de cana e dois tipos de cultivo, mas não se pode afirmar que as condições de cultivo sejam mais favoráveis num ou noutro país.

1 Que a obra de boa qualidade sempre se destaca é uma afirmação sem valor, se aplicada a uma obra de qualidade realmente boa e se por “destaca” quer-se fazer referência à 4 aceitação na sua própria época. Que a obra de boa qualidade sempre se destaca, no curso de sua futuridade, é verdadeiro; que a obra de boa qualidade mas de segunda ordem sempre se 7 destaca, na sua própria época, é também verdadeiro. Pois como há de um crítico julgar? Quais as qualidades que formam não o incidental, mas o crítico competente? Um 10 conhecimento da arte e da literatura do passado, um gosto refinado por esse conhecimento, e um espírito judicioso e imparcial. Qualquer coisa menos do que isto é fatal ao 13 verdadeiro jogo das faculdades críticas. (...) Quão competente é, porém, o crítico competente? Suponhamos que uma obra de arte profundamente original 16 surja diante de seus olhos. Como a julga ele? Comparando-a com as obras de arte do passado. Se for original, afastar-se-á em alguma coisa — e, quanto mais original, mais se afastará 19 — das obras de arte do passado. Na medida em que o fizer, parecerá não se conformar com o cânone estético que o crítico encontra firmado em seu pensamento. (...) 22 De todos os lados, ouvimos o clamor de que o nosso tempo necessita de um grande poeta. O vazio central de todas as modernas realizações é uma coisa mais para se sentir do 25 que para ser falada. Se o grande poeta tivesse de aparecer, quem estaria presente para descobri-lo? Quem pode dizer se ele já não apareceu? O público ledor vê, nos jornais, notícias 28 das obras daqueles homens cuja influência e camaradagens tornaram-nos conhecidos, ou cuja secundariedade fez que fossem aceitos pela multidão.

Fernando Pessoa. Fernando Pessoa – obras em prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986, p. 284-85. (Diplomacia – 2010 – CESPE) Acerca do texto IV e das ideias nele desenvolvidas, julgue C ou E. (1) O adjetivo “judicioso” ( l.11), que significa o mesmo que

opinioso, é empregado com sentido irônico no texto.

(2) O autor enumera algumas qualidades necessárias ao

exercício competente da crítica de arte e literatura, mas não suficientes para o julgamento de “uma obra de arte profundamente original” ( l.15). (3) O autor mostra-se cético não apenas quanto à capacidade da crítica de reconhecer o “grande poeta” ( l.23) de seu tempo, mas também quanto à modernidade. (4) Segundo o autor do texto, as obras de arte do passado não servem de parâmetro para a crítica, porque elas atenderam a cânones estéticos da época em que foram produzidas.

1: Errado (Interpretação) O adjetivo “judicioso” significa “que julga de forma sensata”, já “opinioso” é sinônimo de “teimoso”. Além disso, não há ironia no trecho. O autor está elencando, de fato, características que julga indispensáveis a um crítico, ainda que depois se possa perceber que ele considera que algumas delas podem ser insuficientes ou mesmo prejudiciais na avaliação de uma obra profundamente original; 2: Certo (Interpretação) O conhecimento artístico oriundo do estudo das obras do passado não é suficiente para se avaliar uma obra profundamente original, porque esta não segue os cânones que guiaram a realização daquelas; 3: Certo pelo gabarito oficial (Interpretação) A afirmação, porém, possui problemas. A leitura do trecho “De todos os lados, ouvimos o clamor de que o nosso tempo necessita de um grande poeta. O vazio central de todas as modernas realizações é uma coisa mais para se sentir do que para ser falada.” pode levar a se supor que o autor mostra-se cético quanto à modernidade. Esse trecho, contudo, destina-se a apresentar algo que será contestado: o autor coloca em xeque a afirmação peremptória de que não existe esse poeta, considerando que talvez ele exista, mas a crítica é que não o consegue enxergar ainda. Por esse mesmo raciocínio, podemos interpretar que Fernando Pessoa questiona se esse vazio central de todas as modernas

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E / Gabarito nosso: 2E

1. Língua Portuguesa

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E / Gabarito nosso: 3E

TEXTO PARA AS TRÊS PRÓXIMAS QUESTÕES Texto I 1 4 7 10

13

16

19

22

25

28

31

34

As turmas povoadoras que para lá [Acre] seguiam deparavam com um estado social que ainda mais lhes engravecia a instabilidade e a fraqueza. Aguardava-as, e ainda as aguarda, a mais imperfeita organização do trabalho que ainda engenhou o egoísmo humano. Repitamos: o sertanejo emigrante realiza, ali, uma anomalia sobre a qual nunca é demasiado insistir: é o homem que trabalha para escravizar-se. Ele efetua, à sua custa e de todo em todo desamparado, uma viagem difícil, em que os adiantamentos feitos pelos contratadores insaciáveis, inçados de parcelas fantásticas e de preços inauditos, o transformam as mais das vezes em devedor para sempre insolvente. A sua atividade, desde o primeiro golpe de machadinha, constringe-se para logo num círculo vicioso inaturável: o debater-se exaustivo para saldar uma dívida que se avoluma, ameaçadoramente, acompanhando-lhe os esforços e as fadigas para saldá-la. E vê-se completamente só na faina dolorosa. A exploração da seringa, neste ponto pior que a do caucho, impõe o isolamento. Há um laivo siberiano naquele trabalho. Dostoiévski sombrearia as suas páginas mais lúgubres com esta tortura: a do homem constrangido a calcar durante a vida inteira a mesma “estrada”, de que ele é o único transeunte, trilha obscurecida, estreitíssima e circulante, ao mesmo ponto de partida. Nesta empresa de Sísifo a rolar em vez de um bloco o seu próprio corpo — partindo, chegando e partindo — nas voltas constritoras de um círculo demoníaco, no seu eterno giro de encarcerado numa prisão sem muros, agravada por um ofício rudimentar que ele aprende em uma hora para exercê-lo toda a vida, automaticamente, por simples movimentos reflexos — se não o enrija uma sólida estrutura moral, vão-se-lhe, com a inteligência atrofiada, todas as esperanças, e as ilusões ingênuas, e a tonificante alacridade que o arrebataram àquele lance, à ventura, em busca da fortuna.

Euclides da Cunha, 1866-1909. Um clima caluniado (fragmento). In: Um paraíso perdido: reunião de ensaios amazônicos. Seleção e coordenação de Hildon Rocha. Petrópolis: Vozes, Brasília, INL (coleção Dimensões do Brasil, v.1), 1976, p. 131-2 (com adaptações). Texto II 1

Sobretudo naturalista e positivista, Euclides foi rejeitado pelo Modernismo. A retórica do excesso, o registro grandíloquo, o tom altíssono só poderiam ser avessos ao 4 espírito modernista. Acrescente-se a isso sua preocupação com o uso de uma língua portuguesa castiça e até arcaizante, ao tempo em que Mário de Andrade ameaçava todo mundo 7 com seu projeto de escrever uma Gramatiquinha da fala brasileira. No entanto, mal sabiam os modernistas que, em 10 Euclides, contavam com um abridor de caminhos. As numerosas emendas a que submeteu as sucessivas edições de Os Sertões, enquanto viveu, apontam para um progressivo 13 abrasileiramento do discurso. No longo processo de emendar seu próprio texto, a prosódia ia, aos poucos, sobrepujando a ortoepia, esta, sim, portuguesa, mostrando que o ouvido do 16 autor ia desautorizando sua sintaxe e, principalmente, sua colocação de pronomes anterior.

Ainda mais, o Modernismo daria continuidade a 19 algumas das preocupações de Euclides com os interiores do país e com a repulsa à macaqueação europeia nos focos populacionais litorâneos. Partilharia igualmente com ele a 22 reflexão sobre a especificidade das condições históricas do país, na medida em que, já em Os Sertões, Euclides realizara um mapeamento de temas que se tornariam centrais na 25 produção intelectual e artística do século XX, ao analisar o negro, o índio, os pobres, os sertanejos, a condição colonizada, a religiosidade popular, as insurreições, o 28 subdesenvolvimento e a dependência. Aí fincaram suas raízes não só o Modernismo, mas também o romance regionalista de 1930 e o nascimento das ciências sociais no país na década de 31 40 do século passado. Muitas dessas preocupações não eram, evidentemente, exclusivas de Euclides, mas comuns às elites ilustradas nas quais ele se integrava e das quais se destacou ao 34 escrever Os Sertões.

Walnice Nogueira Galvão. Polifonia e paixão (fragmento). In: Euclidiana: ensaios sobre Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 28-9 (com adaptações). (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto I, assinale a opção correta. (A) As expressões “de todo em todo” ( l.8-9) e “para logo”

( l.14) poderiam ser substituídas por ao todo e logo mais, respectivamente, sem prejuízo para o conteúdo semântico do texto. (B) Depreende-se do texto que os sertanejos, desprotegidos, tornam-se devedores dos seus contratantes logo após terem iniciado o trabalho no seringal. (C) Ao afirmar que “Há um laivo siberiano naquele trabalho” ( l.20), o autor compara o isolamento que o trabalho impõe ao sertanejo com o exílio a que foram submetidos intelectuais e políticos que se revoltaram contra o regime soviético em século passado. (D) Ao metaforizar o trabalho no seringal denominando-o “empresa de Sísifo” ( l.25), o autor ressalta estar o sertanejo condenado a repetir, perpetuamente e sem alento, um labor penoso e embrutecedor. (E) Da argumentação do autor, no período final do texto, conclui-se que, dotados de firme espírito de luta, os sertanejos que trabalham na exploração da seringueira mantêm, durante a execução dessa atividade, a esperança e a motivação que os levaram a empreender a viagem em busca de riqueza. A: Errado (Interpretação) “para logo” = sem demora, para já // “logo mais” = mais tarde; B: Errado (Interpretação) O endividamento já começa nos adiantamentos feitos aos trabalhadores para as viagens até os locais de trabalho; C: Errado (Interpretação) No momento da escrita do texto, a União Soviética não existia. Nos dados bibliográficos, está indicado o ano da morte do autor, 1909, ocorrida oito anos antes da Revolução Russa; D: Certo (Interpretação) Na mitologia, Sísifo foi um homem muito astuto, que por conta de suas ações foi condenado na terra dos mortos a rolar uma enorme rocha até o cume de uma montanha. O árduo trabalho, contudo, nunca cessava, pois, assim que a rocha se aproximava de seu destino, ela rolava montanha abaixo, obrigando Sísifo a reiniciá-lo; E: Errado (Interpretação) Segundo o texto, apenas uma parte dos sertanejos, os fortalecidos “por uma sólida estrutura moral”, mantém o ânimo, e não todos eles, como a questão sugere. Gabarito “D”

realizações existe de fato ou se ele é decorrente da incapacidade dos seus contemporâneos de enxergar aquilo que o preenche. O ceticismo, portanto, dirige-se à capacidade de se perceber as grandes realizações contemporâneas (da modernidade) e não sobre a existência delas; 4: Errado (Interpretação) Está errada, porque se pode entender “servir de parâmetro” apenas como meio de comparação para se perceber as especificidades da obra moderna, portanto essa comparação não só é possível como desejável.

25

(Diplomacia – 2010 – CESPE) A respeito das ideias, das estruturas

linguísticas e da organização do texto II, julgue C ou E.

(1) No primeiro parágrafo do texto, são mencionadas caracterís-

ticas da obra de Euclides da Cunha que, segundo a autora, teriam ensejado a rejeição desse autor pelos escritores do Modernismo. (2) O período “No entanto, mal sabiam os modernistas que, em Euclides, contavam com um abridor de caminhos” ( l.9-10) poderia ser reescrito, sem prejuízo para as informações do texto, da seguinte forma: Entretanto, não percebiam os modernistas que, em Euclides, tinham um precursor.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(3) A recorrente citação de Os Sertões, a descrição dos pro-

cessos de reescritura dessa obra pelo autor e a enumeração dos temas nela abordados evidenciam que o objetivo central do texto VI é a reapresentação desse livro aos leitores. (4) Na oração “Partilharia igualmente com ele a reflexão sobre a especificidade das condições históricas do país” ( l.21-23), a referência do sujeito elíptico é a expressão “o Modernismo” ( l.18), e a do pronome “ele” é o termo “Euclides” ( l.19). 1: Certo (Interpretação) As características são “a retórica do excesso, o registro grandíloquo, o tom altíssono” e “a preocupação com o uso de uma língua portuguesa castiça e até arcaizante”; 2: Certo (Interpretação) O sentido original de “precursor” é justamente o de “abridor de caminhos”; 3: Errado (Interpretação) A autora do texto não tem como objetivo central a reapresentação da obra aos leitores; faz-se, inclusive, necessário um certo conhecimento dela para que se possa entender o texto. O objetivo central é o de apresentar a tese de que, ao contrário do que seria de se supor, Os Sertões é em parte precursor do Modernismo; 4: Certo (Coesão) O termo “Modernismo” já havia sido empregado metonimicamente na frase anterior por “modernistas” e ocupava a posição de sujeito. Na frase em questão, a presença do advérbio “igualmente” e o sentido do predicado fazem com que se atribua ao verbo “partilharia” o sujeito oculto “o Modernismo”. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação aos textos I e II,

julgue C ou E.

(1) No texto I, o emprego de “engravecia” ( l.3) e de “vão-se-lhe”

( l.32) ilustra a afirmação da autora do texto II a respeito da preocupação de Euclides da Cunha “com o uso de uma língua portuguesa castiça e até arcaizante” ( l.5). (2) No texto I, a adjetivação recorrente e o recurso a referências eruditas na descrição do trabalho do sertanejo no seringal são exemplos de características do estilo euclidiano que, no entender da autora do texto II, são avessas “ao espírito modernista” ( l.3-4). (3) Por serem trechos de ensaios, os textos I e II apresentam-se em linguagem desprovida de informalidade, predominando, no texto I, a função poética da linguagem e, no texto II, a função conativa. (4) No texto I, corrobora-se a análise da autora do texto II no que concerne às preocupações de Euclides da Cunha acerca das condições do interior do país. 1: Certo (Interpretação) A presença de um verbo de uso incomum (engravecer) e da contração de oblíquos átonos “se-lhe” dão ao texto um tom castiço se comparado com o que os modernistas defendiam: o cultivo de um estilo despojado mais próximo do coloquial; 2: Certo (Interpretação) A adjetivação recorrente e o tipo e o modo como são feitas as citações (Dostoiévski, Sísifo) caracterizam, de fato, o que a autora chama de “a retórica do excesso, o registro grandíloquo, o tom altíssono; 3: Errado (Interpretação) Ambos os textos são ensaísticos e, portanto, neles há o predomínio da função referencial, ainda que no de Euclides, dada a sua preocupação estilística, esteja também presente a função poética; 4: Certo (Interpretação) Euclides está analisando as condições de vida das populações pobres que migraram para o Acre em busca de trabalho nos seringais. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

Texto para as próximas duas questões Canção do Ver (fragmento) 1 4 7 10

Por viver muitos anos dentro do mato Moda ave O menino pegou um olhar de pássaro – Contraiu visão fontana. Por forma que ele enxergava as coisas Por igual como os pássaros enxergam. As coisas todas inominadas. Água não era ainda a palavra água.

13 16 19

Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. As palavras eram livres de gramáticas e Podiam ficar em qualquer posição. Por forma que o menino podia inaugurar. Podia dar às pedras costumes de flor. Podia dar ao canto formato de sol. E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a [palavra abelha e entrar dentro dela. Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. (Diplomacia – 2009 – CESPE) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

(A) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apre-

ciações críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por determinado grupo humano em um dado momento histórico. (B) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades semânticas de “pegou” (v.4). (C) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de originário, gerador, causal, seminal. (D) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado alude a regras gramaticais. (E) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase. A: Errado (Interpretação) A definição de ‘moda’ presente na alternativa está correta: contudo, essa palavra foi empregada metaforicamente no texto de forma que o seu sentido adquirido difere do usual. Ela deve ser entendida em combinação com o substantivo ‘ave’ que lhe serve de adjetivo, ou seja, ela indica os modos que o menino adquiriu decorrente do seu isolamento: ele passou a se comportar como uma ave (moda ave); B: Certo (Interpretação) O verbo “pegar” é bastante polissêmico, na passagem em questão poderia significar, por exemplo, “flagrar”: “o menino flagrou um olhar de pássaro”, ou seja, percebeu que uma ave olhava para ele. A ocorrência do verbo “contrair”, contudo, torna claro o sentido do verso pretendido pelo poeta e, consequentemente, o valor com que foi empregado o verbo “pegar”: “o menino passou a olhar as coisas como uma ave olharia”, ou seja, contraiu a visão de uma ave; C: Certo (Interpretação) A interpretação do sentido de ‘fontana’ na alternativa é plausível, uma vez que descreve como se dá o olhar do menino sobre as coisas – ele as vê de um modo original, como se as observasse pela primeira vez; D: Certo (Interpretação) Uma vez que a ‘visão pássaro’ dotou o menino de uma liberdade na língua que lhe permitiu eliminar o significante ou subverter o significado consensual dos signos linguísticos, podemos supor que essa mesma potência poderia subverter as regras gramaticais; E: Certo (Interpretação) A possibilidade de as palavras ficarem em qualquer posição pode ser interpretada como uma daquelas liberdades que a linguagem do menino adquiriu e que a livrou das regras gramaticais, ou seja, nesse caso a de não seguir os impositivos da chamada sintaxe de colocação. Gabarito “A”

26

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Com base no texto, julgue (C ou

E) os itens seguintes.

(1) Em “Por viver muitos anos/dentro do mato” (v.1-2) e “ele

enxergava/as coisas/Por igual” (v.7-9), a preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de modo nos períodos em que se insere. (2) No trecho “era só abrir a palavra abelha e entrar dentro dela” (v.19-20), verifica-se redundância de efeito estilístico. (3) As ideias expressas nos versos de 17 a 19 ilustram o sentido de “inaugurar” (v.16). (4) O verso final — “Como se fosse infância da língua” — equivale semanticamente a: Como se fosse reinvenção da língua. 1: Errado (Análise sintática) Na primeira ocorrência, a preposição “por” introduz circunstância de causa, devendo inclusive a oração ser classificada como adverbial causal: o fato de ter habitado durante muito tempo o mato é a causa de sua visão peculiar das coisas. Na segunda ocorrência, a preposição introduz circunstância de modo; 2: Certo (Figura de Linguagem) A redundância encontra-se no emprego da locução prepositiva “dentro de” com o complemento do verbo

1. Língua Portuguesa

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E

A diferença na linguagem 1 “Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de 7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido 10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à modulação da voz significa estar cego às modalidades do sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que 19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Com relação às ideias do texto, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) Segundo o texto, na fala, a altura e a intensidade da voz

contribuem, no entender de Rousseau, para as possibilidades de sentido. (2) A palavra “acentos” ( l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento” ( l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação. (3) O autor do texto afirma que Rousseau valoriza o caráter melódico da palavra falada, mas considera que a palavra escrita é mais apta a desvendar as sutilezas do sentido. (4) Ao caracterizar como “treinado” ( l.8) o olho do “Gramático” ou do “Lógico”, o autor dá a entender que estes consideram a leitura como decodificação mecânica. 1: Certo (Interpretação) A altura e a intensidade da voz são elementos que entram na pronúncia das palavras, e, segundo Rousseau, essa dimensão sonora do texto escrito deve ser recuperado pelo leitor, pois ele é um elemento que confere significado; 2: Certo (Interpretação) O trecho em que ocorre a palavra “acentos” trata da representação gráfica dos sons da fala, portanto trata-se de notações gráficas. Já, no momento em que aparece a palavra “acento”, está-se tratando de uma percepção auditiva de um texto durante a sua leitura, quer dizer, deve-se ler procurando perceber como o texto seria pronunciado O “acento” aqui, portanto, seria um dos elementos da pronúncia; 3: Errado (Interpretação) Segundo o texto, deve-se ler procurando reproduzir o modo pelo qual o texto seria pronunciado, pois a pronúncia é responsável pela criação de sentido; 4: Certo (Interpretação) Ao dizer que o “olho treinado do Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido atento à melodia que dá vida aos signos”, o autor sugere que a leitura feita por esses especialistas, ainda que dotada de método e técnica, é insuficiente, o que poderíamos caracterizar como “decodificação mecânica”. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

“entrar”; 3: Certo (Interpretação) O olhar pássaro referido no texto leva a uma percepção livre dos objetos, de modo que se lhes pode atribuir livremente características, ainda que absurdas. Isso é o ato de inaugurar, e algumas das suas possibilidades são as que vêm arroladas nos versos 17, 18 e 19; 4: Errado (Interpretação) A infância da língua seria o momento da invenção (não o da reinvenção como está na questão), ou seja, o momento em que o homem pela primeira vez passou a estabelecer signos linguísticos para designar sua realidade.

27

As primeiras cartas O importante não é a casa onde moramos. Mas onde, em nós, a casa mora. Avô Mariano 1

4

7

10

13

16

19

22

Escapo-me dali, me apressando entre os atalhos. Quando reentro em casa não encontro vivalma. Todos foram para o caminho da areia assistir à desgraça, consolando Ultímio. De soslaio, parece-me ouvir um ruído. Entro na sala fúnebre e nada vejo, senão o aquietado corpo do velho Mariano. Lá está o desfinado, entre flores e velas. Subo para o quarto. De novo, sobre a cabeceira, uma outra carta. A tremência em minhas mãos não me ajuda a ler: Estas cartas, Mariano, não são escritos. São falas. Sente-se, se deixe em bastante sossego e escute. Você não veio a esta Ilha para comparecer perante um funeral. Muito ao contrário, Mariano. Você cruzou essas águas por motivo de um nascimento. Para colocar o nosso mundo no devido lugar. Não veio salvar o morto. Veio salvar a vida, a nossa vida. Todos aqui estão morrendo não por doença, mas por desmérito do viver. É por isso que visitará estas cartas e encontrará não a folha escrita mas um vazio que você mesmo irá preencher, com suas caligrafias. Como se diz aqui: feridas da boca se curam com a própria saliva. Esse é o serviço que vamos cumprir aqui, você e eu, de um e outro lado das palavras. Eu dou as vozes, você dá a escritura. Para salvarmos Luar-do-Chão, o lugar onde ainda vamos nascendo. E salvarmos nossa família, que é o lugar onde somos eternos. Comece em seu pai, Fulano Malta. Você nunca lhe ensinou modos de ele ser pai. Entre no seu coração, entenda aquela rezinguice dele, amoleça os medos dele. Ponha um novo entendimento em seu velho pai. Às vezes, seu pai lhe tem raiva? Pois lhe digo: aquilo não é raiva, é medo. Lhe explico: você despontou-se, saiu da Ilha, atravessou a fronteira do mundo. Os lugares são bons e ai de quem não tenha o seu, congênito e natural. Mas os lugares nos aprisionam, são raízes que amarram a vontade da asa. A Ilha de Luar-do-Chão é uma prisão. A pior prisão, sem muros, sem grades. Só o medo do que há lá fora nos prende ao chão. E você saltou essa fronteira. Se afastou não em distância, mas se alonjou da nossa existência. Antes, seu pai estava bem consigo mesmo, aceitava o tamanho que você lhe dava. Desde a sua partida ele se tornou num estranho, alheio e distante. Seu velhote passou a destratá-lo? Pois ele se defende de si mesmo. Você, Mariano, lhe lembra que ele ficou, deste lado do rio, amansado, sem brilho de viver nem lustro de sonhar.

Mia Couto. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 64-5.

28

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Diplomacia – 2008 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens a seguir, de acordo com o texto. (1) Assim que voltou a Luar-do-Chão para o funeral do pai, ao reentrar na casa, Mariano deparou com os mortos. (2) Mariano encontrou cartas, que mais pareciam relatos e comentários orais do que mensagens escritas, e cuja leitura lhe causou

assombro.

(3) Quando voltou para a Ilha, Mariano percebeu que a saudade do pai havia-se transformado em tristeza e desapontamento. (4) Na Ilha de Luar-do-Chão, a prisão psicológica vivenciada pelos habitantes os tornava impotentes para dali saírem, por medo

do desconhecido.

1: Errado (Interpretação) Extrapolação: há a informação de que ele se deparou apenas com um morto, o velho Mariano; 2: Anulado (Interpretação); 3: Errado (Interpretação) Extrapolação: em nenhum momento do texto, é dito que Mariano ou seu pai tenham sentido saudade do que quer que seja; 4: Certo (Interpretação) O seguinte trecho comprova a veracidade da afirmação: A Ilha de Luar-do-Chão é uma prisão. A pior prisão, sem muros, sem grades. Só o medo do que há lá fora nos prende ao chão. Gabarito 1E, 2 Anulada, 3E, 4C

TEXTO PARA AS DUAS PRÓXIMAS QUESTÕES 1

4

7

10

13

16

19

22

25

Ciro dos Anjos escreveu, faz pouco tempo, uma de suas páginas mais belas sobre as antigas fazendas mineiras. Ele dá os requisitos essenciais a uma fazenda bastante lírica, incluindo, mesmo, uma certa menina de vestido branco. Nada sei dessas coisas, mas juro que entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora Caloca, Aldari, Jorge Moreira e Ernâni, pobres arquitetos profissionais, achem que não. Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa é que ela deve ter um porão, um bom porão com entrada pela frente e saída pelos fundos. Esse porão deve ser habitável porém inabitado; e ter alguns quartos sem iluminação alguma, onde se devem amontoar móveis antigos, quebrados, objetos desprezados e baús esquecidos. Deve ser o cemitério das coisas. Ali, sob os pés da família, como se fosse no subconsciente dos vivos, jazerão os leques, as cadeiras, as fantasias do carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os sapatos que outrora andaram em caminhos longe. Quando acaso descerem ao porão, as crianças hão de ficar um pouco intrigadas; e como crianças são animais levianos, é preciso que se intriguem um pouco, tenham uma certa perspectiva histórica, meditem que, por mais incrível e extraordinário que pareça, as pessoas grandes também já foram crianças, a sua avó já foi a bailes, e outras coisas instrutivas que são um pouco tristes mas hão de restaurar, a seus olhos, a dignidade corrompida das pessoas adultas. Convém que as crianças sintam um certo medo do porão; e embora pensem que é medo do escuro, ou de aranhas-caranguejeiras, será o grande medo do Tempo, esse bicho que tudo come, esse monstro que irá tragando em suas fauces negras os sapatos da criança, sua roupinha, sua atiradeira, seu canivete, as bolas de vidro, e afinal a própria criança. O único perigo é que o porão faça da criança, no futuro, um romancista introvertido, o que se pode evitar desmoralizando periodicamente o porão com uma limpeza parcial para nele armazenar gêneros ou utensílios ou mais facilmente tijolo, por exemplo; ou percorrendo-o com uma lanterna elétrica bem possante que transformará hienas em ratos e cadafalsos em guarda-louças. Ao construir o porão deve o arquiteto obter um certo grau de umidade, mas providenciar para que a porta de uma das entradas seja bem fácil de arrombar, porque um porão não tem a menor utilidade se não supomos que dentro dele possa estar escondido um ladrão assassino, ou um cachorro raivoso, ou ainda anarquistas búlgaros de passagem por esta cidade. Um porão supõe um alçapão aberto na sala de jantar. Sobre a tampa desse alçapão deve estar um móvel pesado, que fique exposto ao sol ao menos duas horas por dia, de tal modo que à noite estale com tanto gosto que do quarto das crianças dê a impressão exata de que o alçapão está sendo aberto, ou o terrível meliante já esteja no interior da casa.

Rubem Braga. Um pé de milho. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1982, p. 129-31 (com adaptações). (Diplomacia – 2008 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens a seguir, que se referem à compreensão, à interpretação e aos aspectos

sintático-semânticos do texto.

(1) No segundo parágrafo, tanto o emprego da palavra “cemitério” ( l.7) quanto a comparação entre o porão e o “subconsciente

dos vivos” ( l.8) evidenciam que o sentido produzido, nesse trecho do texto, é o de fim completo das coisas.

(2) Na linha 10, a substituição do vocábulo “acaso” por caso prejudicaria o sentido do período, mas a substituição do mesmo

vocábulo por porventura manteria a coerência textual do trecho.

(3) Conclui-se da leitura do texto que nenhuma criança que more em casa sem porão se transformará em um romancista intro-

vertido.

(4) Depreende-se do texto que moralizar o porão significa mantê-lo razoavelmente limpo e iluminado.

1: Errado (Interpretação) Um cemitério e o subconsciente não se prestariam a representar metaforicamente o fim completo das coisas, pois elas continuam a existir ainda que no estado precário de restos mortais ou de existência aquém da consciência. No texto, eles representam a guarda de objetos sem utilidade num local em que acabem sendo esquecidos. Eles, contudo, estão lá preservados e podem ser redescobertos e, com isso, o tempo a que pertenceram pode ser evocado; 2: Certo (Vocabulário) Os advérbios “acaso” e “porventura” são sinônimos e conferem fortuidade às ações a que se relacionam. Já a o termo “caso” prejudicaria a estruturação sintática por tender a ser interpretado como conjunção num contexto em que já há a presença de outra: quando; 3: Errado (Interpretação) A afirmação extrapola o texto: este dá a entender que o porão é um elemento possível de transformação de uma criança num romancista introvertido (5º parágrafo), mas não que o porão seja indispensável para que isso ocorra; 4: Errado (Interpretação) Pelo que consta no texto, a limpeza e a iluminação desmoralizam o porão (5º parágrafo), entendido isso como a retirada do seu poder de impressionar a imaginação da criança e causar-lhe medo. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

1. Língua Portuguesa

29

(Diplomacia – 2008 – CESPE) A crônica de Rubem Braga (A) parafraseia as páginas de Ciro dos Anjos. (B) contém recomendações arquitetônicas dignas de profissionais. (C) exige que toda casa tenha um porão que vá da frente aos fundos do terreno. (D) confere ao porão grande relevância para as crianças. (E) define o porão como um espaço de horror e repulsa infantil.

A: Errado (Interpretação) A afirmação extrapola: o texto de Ciro dos Anjos serve apenas de mote ao de Rubem Braga; B: Errado (Interpretação) A afirmação extrapola: as apreciações sobre arquitetura são de caráter poético e psicológico; C: Errado (Interpretação) A afirmação extrapola: o porão deve ir da frente ao fundo da casa, não do terreno; D: Certo (Interpretação) O porão no texto cumpre um papel relevante no imaginário da criança, seja como meio que permite que ela reflita sobre a vida pregressa de seus parentes, seja como elemento que lhe serve de percepção e consequente temor, ainda que não de todo consciente, da passagem do tempo; E: Errado (Interpretação) A afirmação extrapola: de acordo com o texto, as crianças devem sentir “um certo medo”; além disso ele dá a entender que elas o visitariam, portanto o porão deve causar mais fascínio do que repulsa. Gabarito “D”

Origem das culturas 1

4

7

10

13

16

19

22

25

O soldado e o marinheiro permutaram bofetadas, mais ou menos teóricas, numa esquina de minha rua por causa da namorada comum, que devia chamar-se Marlene. O duelo durou vinte minutos e cinquenta pessoas assistiram. A dificuldade total foi reconstituir o delito, porque tanto no inquérito policial quanto na formação de culpa perante o juiz as espontâneas e numerosas testemunhas prestaram depoimentos inteiramente contraditórios. Como começara e como findara a luta foi impossível apurar. E todos tinham assistido... Esse processo transfigurador da memória, desajustando e confundindo os elementos formadores do episódio, antecipando ou postergando a sucessão temática, interfere como autodefesa inconsciente e instintiva, perturbando a sequência lógica da narrativa. Imagine-se há milênios... A visão do homem pré-histórico padece dessas dificuldades. Reerguer as cidades em ruínas sem a orientação do plano anterior. Paisagens de intermitências que antes eram continuidades lógicas. Possuímos documentos da atividade humana desde o Pleistoceno, ou seja, do Paleolítico inferior, período chelense. A velha divisão de Thomsen (Chistian Jungensen Thomsen, 1788-1865) data de 1835; estudando o Homem pelas indústrias iniciais — Idade da Pedra Lascada, Idade da Pedra Polida, Idade dos Metais —, fixa a origem insofismável das culturas. Creio que do ponto de vista didático o nascimento da cultura humana iniciou-se com os vestígios materiais da indústria lítica, enfrentando pela inteligência o complexo atordoador da natureza hostil e virgem. Articulá-la com o esforço animal, na plenitude do instinto defensivo, é apenas um exercício intelectual em favor da ditadura biológica. Essa exaltação do orgânico em detrimento do social reduz a tenacidade do esforço humano, em centenas e centenas de séculos, ao humilhante plano da causalidade ou do fatalismo, inaceitáveis ambos. Não sendo conhecida de doutrina alguma contemporânea a explicação, mesmo primária, do processo diferenciador dos primatas superiores ao Homo sapiens, porque justamente o tipo menos biologicamente resistente foi o escolhido para a vitória fisiológica de todas as forças brutas, bestiais e telúricas, ensinar-nos da aprendizagem pela observação zoológica jamais provará por que o Rei da Criação, senhor das técnicas, não conseguiu a perfeição maquinal das formigas, das abelhas e dos castores. E continua tendo problemas de organização e de acomodação no meio dos semelhantes, inquietos e desconfiados. Creio que a cultura nasce do útil-necessário, no ambiente do real-imediato. Diante da premência da fome, frio e desabrigo, o primeiro material foi o mais próximo e a primeira técnica improvisada pela urgência vital. Luís da Câmara Cascudo. Civilização e cultura: pesquisas e notas de etnografia geral. 2.ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1983, p. 65-6 (com adaptações).

(Diplomacia – 2008 – CESPE) De acordo com as ideias apresentadas no texto, julgue (C ou E) os seguintes itens. (1) Por não estarem sujeitas a testemunhos divergentes, as narrativas de episódios longínquos do passado são mais fiáveis que

as de eventos mais recentes. (2) Os estudos de Thomsen, que datam da primeira metade do século XIX, dedicam-se às culturas do início da Revolução Industrial. (3) A explicação meramente biológica dos primórdios da cultura humana não faz jus ao engenho humano. (4) O termo “o Rei da Criação” ( l.21) refere-se a um ente divino.

1: Errado (Interpretação) Contradição: se o texto afirma que a memória tem um efeito transfigurador sobre os fatos vividos, o que comprometeria sua fiabilidade, que dirá daqueles que são transmitidos por gerações e, portanto, sofrem o efeito da memória daqueles que os vivenciaram e dos que dele tomam contato por documentos ou relatos; 2: Errado (Interpretação) Troca de informação: os estudos de Thomsen dedicam-se a fatos pertencentes à Pré-História; 3: Certo (Interpretação) Segundo o autor, a cultura humana é produto da sua inteligência e, ainda que nos primórdios esta tenha se empenhado a dar conta do desafio representado por uma natureza hostil e virgem (causa biológica), a gênese da cultura humana não pode ser explicada apenas como resultante do instinto defensivo animal; 4: Errado (Interpretação) Troca de informação: o termo refere-se ao ser humano. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Texto para as duas próximas questões 1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

Há algo que une técnicos e humanistas. Ambos se crêem marcados por um fator distintivo, inerente a seus cérebros: o dom da inteligência, que os apartaria do trabalhador manual ou mecânico. Gramsci percebe nessa crença um ranço ideológico da divisão do trabalho: “Em qualquer trabalho físico, até no mais mecânico e degradado, existe um mínimo de qualificação técnica, um mínimo de atividade intelectual criadora. Todos os homens são intelectuais, pode-se dizer, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais. Não se pode separar o Homo faber do Homo sapiens.” O que distingue, portanto, a figura pública do homem da palavra é a rede peculiar de funções que os intelectuais costumam desempenhar no complexo das relações sociais. À medida que o técnico se quer cada vez mais técnico, restringindo-se a mero órgão do sistema, e à medida que o humanista é deixado avulso do contexto, um e outro se irão fechando em suas pseudototalidades. O seu conhecimento político decairá. E o sistema, contentando-se com alguns profissionais mais à mão, alijará dos centros de decisão a maior parte dos intelectuais. Um Gramsci puramente historicista talvez não pudesse dizer mais nada. Os fatos têm a sua razão, os intelectuais são o que são, e ponto-final. Mas Gramsci foi um pensador revolucionário. Por isso, via uma possibilidade de projeto no intelectual moderno, que sucederia, nesse caso, o apóstolo e o reformador de outrora.

(D) O sistema estabelecido afasta de tal forma parte dos inte-

lectuais da tomada de decisão, que se restringe a recrutar somente técnicos mais disponíveis. (E) Embora fosse um historicista, Gramsci admitiu a possibilidade de projeto no intelectual moderno, que superaria a prevalência do técnico na sociedade. A alternativa “B” está certa (Interpretação) O trecho que prova que a alternativa B é a correta é o seguinte: “À medida que o técnico se quer cada vez mais técnico, restringindo-se a mero órgão do sistema, e à medida que o humanista é deixado avulso do contexto, um e outro se irão fechando em suas pseudototalidades. O seu conhecimento político decairá.” Gabarito “B”

30

As três almas do poeta 1 4 7 10 13 16

Alfredo Bosi. Céu, inferno: ensaios de crítica literária e ideológica. São Paulo: Ática, 1988, p. 242-3 (com adaptações).

19

(Diplomacia – 2007 – CESPE) Com base no texto acima, julgue

22

(1) Segundo Gramsci, quanto mais complexa for a relação

25

(C ou E) os itens seguintes.

social, mais tênue será a distinção entre Homo faber e Homo sapiens. (2) De acordo com o Gramsci historicista, as funções desempenhadas pelos intelectuais na sociedade distinguem-nos dos trabalhadores manuais tanto quanto o dom da inteligência. (3) A especialização pode comprometer a competência política tanto dos intelectuais quanto dos técnicos. (4) Na atividade intelectual, a competência política é mais relevante que a competência técnica do profissional. 1: Errado (Interpretação) O aumento da complexidade da relação social pressupõe um aumento da especialização profissional, o que tenderia a separar aqueles que se dedicam a atividades intelectuais daqueles que exercem trabalhos manuais ou mecânicos; 2: Errado (Interpretação) Segundo Gramsci, o dom da inteligência não é exclusivo dos intelectuais ou técnicos (1º parágrafo); 3: Certo (Interpretação) A afirmação pode ser validada pela seguinte passagem: “À medida que o técnico se quer cada vez mais técnico, restringindo-se a mero órgão do sistema, e à medida que o humanista é deixado avulso do contexto, um e outro se irão fechando em suas pseudototalidades. O seu conhecimento político decairá.”; 4: Errado (Interpretação) Em nenhuma parte do texto são estabelecidos graus comparativos de relevância para essas duas competências, o que se defende é a importância do conhecimento político. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E (Diplomacia – 2007 – CESPE) Assinale a opção em que a relação

lógica estabelecida no período traduz, de forma coerente, ideia apresentada no texto.

(A) Porquanto técnicos e intelectuais creiam serem marcados

por um fator distintivo, há algo que os discrimina.

(B) Quando técnicos e intelectuais se isolam, há comprometi-

mento de seu conhecimento político. (C) À proporção que o trabalho manual se torna menos mecânico, mais degradado ele se torna.

28 31 34 37 40 43

Ênio, poeta latino do século II a. C., falava três línguas: o grego, que ele tinha aprendido por ser, na época, a língua de cultura dominante no sul da Itália; o latim, em que escreveu suas obras; e o osco (uma língua aparentada com o latim), que era, com toda a probabilidade, sua língua nativa. O mais provável é que o latim fosse usado nas relações com as autoridades romanas; o grego, nas grandes cidades; e o osco, nas regiões rurais. E Ênio, que sabia as três, costumava dizer que tinha “três almas”. É curioso observar que ele exprimiu com isso uma coisa muito importante relativa ao conhecimento de uma língua: não se trata simplesmente de “uma outra maneira de dizer as coisas” (table em vez de mesa, te quiero em vez de eu te amo), mas de outra maneira de entender, de conceber, talvez mesmo de sentir o mundo. A ideia de que a diferença entre as línguas se resume em maneiras distintas de se referir aos objetos do mundo natural pode ser chamada a “teoria ingênua” da relação entre a língua e a realidade. E, como a maior parte das teorias ingênuas, é, ao mesmo tempo, simples, evidente e incorreta (não é óbvio que o Sol nasce no leste? Mas não é o Sol que nasce, é a terra que gira). Examinemos um exemplo, quanto ao significado das palavras nas línguas. Temos, em português, a palavra dedo, que nos parece muito concreta; Diríamos que é simplesmente o nome que damos, em nossa língua, a um objeto que nos é dado pelo mundo real: um dedo é uma coisa, ou seja, uma parte definida do corpo, e o que pode variar é a maneira de designar essa coisa. No entanto, em inglês há duas palavras para “dedo”: finger e toe, que não são a mesma coisa. Um finger é um dedo da mão, e um toe é um dedo do pé; para nós são todos dedos, mas para um inglês são coisas diferentes. Esse é um pequeno exemplo de como duas línguas recortam diferentemente a realidade. Agora podemos ver que a palavra portuguesa dedo não é simplesmente a designação de uma coisa — porque, antes de designar essa coisa, a nossa língua a definiu de certa maneira. Tanto é assim que o inglês fez uma definição diferente, e precisou de duas palavras. O exemplo das distintas maneiras que as línguas têm de designar as cores também é bastante ilustrativo disso. Falar uma língua é, portanto, ver o mundo de certa maneira, e falar três línguas é, até certo ponto, ter a 43 capacidade de ver o mundo de três maneiras diferentes. Talvez fosse isso que o velho Ênio estivesse tentando dizer, quando afirmou que tinha três almas.

Mário A. Perini. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola Editorial, 2004, p. 41-52 (com adaptações). (Diplomacia – 2007 – CESPE) Julgue (C ou E) os próximos itens com relação aos sentidos do texto. (1) Depreende-se do texto que há dúvidas quanto aos lugares

e às circunstâncias em que cada uma das três línguas mencionadas era usada por seus falantes. (2) Segundo o autor do texto, a definição das coisas precede a designação delas por meio de signos linguísticos.

1. Língua Portuguesa

pressupõe que as línguas recortem a realidade, ou seja, categorizem-na, da mesma maneira. (4) O autor do texto alude ao fato de o poeta latino afirmar que tinha três almas — por falar três línguas — para comprovar que o domínio de língua estrangeira compromete a autenticidade do indivíduo. 1: Certo (Interpretação) O caráter duvidoso se constrói pelo emprego das orações indicativas de circunstância ou lugar como predicativas da oração “o mais provável é”; 2: Certo (Interpretação) Comprova-se essa afirmação com o seguinte trecho: “Agora podemos ver que a palavra portuguesa dedo não é simplesmente a designação de uma coisa — porque, antes de designar essa coisa, a nossa língua a definiu de certa maneira.”; 3: Certo (Interpretação) A categorização da mesma maneira diz respeito ao fato de palavras de idiomas diferentes que nomeiam um mesmo referente conferirem a ele o mesmo significado, tese que será refutada ao longo do texto; 4: Errado (Interpretação) Segundo o texto, o domínio de línguas estrangeiras amplia o conhecimento do mundo. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

A imaginação foi sempre o húmus do jardim de Clio. No caso da África, antes do século XVII, é particularmente válido o definir-se a história como o adivinhar do passado. Dele, abstraídas a Etiópia, a franja sudanesa infiltrada pelo Islão e as cidades-estado do Índico, áreas que conheceram a escrita e nos deixaram alguns poucos documentos — poucos, muitas vezes tardios e também contaminados por lendas —, sabemos apenas o que nos devolve uma arqueologia que mal arranhou as imensas extensões africanas, o que anotaram, a partir do século IX, viajantes e eruditos árabes e, mais tarde, os portugueses e outros europeus, bem como o que nos chegou das tradições e das crônicas orais dos povos negros. Se, nos textos em que se profetiza às avessas, ainda que fundados sobre o registro, o depoimento e a memória escrita, o rigor de quem os compõe não afasta de todo o mito e deixa que ele frequente a narrativa e nela se imiscua, é porque é também importante contar, ao lado do que se julga ter realmente acontecido, as imaginações que se fizeram fatos e os fatos que se vestiram de imaginário, porque se incorporaram ao que um povo tem por origem e rastro, e, por isso, o marcam, definem e distinguem. Oraniã, Xangô, Tsoede, Cibinda Ilunga aparecem como personagens neste livro de história porque pertencem iniludivelmente à realidade dos iorubas, dos nupês, e dos lundas e quiocos. Eles estão aqui como Enéias e sua viagem de Tróia ao Lácio, e como Réia Sílvia, a loba, Rômulo e Remo, nos compêndios sobre História romana, cujos autores os sabem mitos, mas não ignoram que fecundaram um destino.

Alberto da Costa e Silva. A enxada e a lança: A África antes dos portugueses. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996, p. 3-4. (Diplomacia – 2007 – CESPE) Com base, exclusivamente, no texto,

julgue (C ou E) os seguintes itens. (1) O autor do texto procura transmitir a seguinte mensagem:

o historiador deve ignorar as narrativas mitológicas em benefício da objetividade e da precisão de suas pesquisas. (2) A historiografia referente à África de antes do século XVII vale-se de fontes como crônicas orais autóctones e relatos de viajantes provenientes de outros continentes. (3) Na alusão a “textos em que se profetiza às avessas” ( l.13), o autor refere-se à transcrição de mitos transmitidos oralmente pelos povos negros. (4) Conclui-se do texto que “Tsoede” e “Cibinda Ilunga”, citados na linha 22, são importantes figuras históricas pertencentes, respectivamente, aos povos lunda e quioco.

1: Errado (Interpretação) Ao contrário disso, é proposta a inclusão das lendas como material historiográfico; 2: Certo (Interpretação) O seguinte trecho comprova a afirmação feita na questão: “sabemos apenas o que nos devolve uma arqueologia que mal arranhou as imensas extensões africanas, o que anotaram, a partir do século IX, viajantes e eruditos árabes e, mais tarde, os portugueses e outros europeus (relatos de viajantes provenientes de outros continentes), (crônicas orais autóctones) bem como o que nos chegou das tradições e das crônicas orais dos povos negros”. Nota: caso a afirmação contivesse, após a forma “vale-se”, um termo de exclusão como “apenas”, isso a tornaria errada, pois o texto registra a existência de áreas africanas em que há documentos escritos anteriores ao século XVII; 3: Errado (Interpretação) A alusão é sobre os textos historiográficos: a forma “profetizar às avessas” significa estudar (profetizar) o passado (às avessas: o passado no lugar do futuro); 4: Errado (Interpretação) Ao dizer que tais figuras estavam lá como “Enéias” (personagem mítico presente na Ilíada e na Eneida) na sua viagem, fica claro o caráter mítico de tais figuras. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

(3) A “teoria ingênua” da relação entre a língua e a realidade

31

Texto para as duas próximas questões 1 A maior contribuição da América Latina para a cultura ocidental vem da destruição sistemática dos conceitos de unidade e pureza*: esses dois conceitos perdem o contorno exato do seu 4 significado, perdem seu peso esmagador, seu sinal de superioridade cultural, à medida que o trabalho de contaminação dos latino-americanos se afirma, se mostra mais e mais eficaz. 7 A América Latina institui seu lugar no mapa da civilização ocidental graças ao movimento de desvio da norma, ativo e destruidor, que transfigura os elementos feitos e imutáveis que os 10 europeus exportavam para o Novo Mundo. Em virtude do fato de que a América Latina não pode mais fechar suas portas à invasão estrangeira nem reencontrar sua condição de paraíso, de isolamento 13 e inocência, constata-se com cinismo que, sem essa contribuição, seu produto seria mera cópia — silêncio —, uma cópia muitas vezes fora de moda. Sua geografia deve ser uma geografia de 16 assimilação e de agressividade, de aprendizagem e de reação, de falsa obediência. A passividade reduziria seu papel efetivo ao desaparecimento por analogia. Guardando seu lugar na segunda 19 fila, é, no entanto, preciso que assinale sua diferença, marque sua presença, uma presença muitas vezes de vanguarda. O silêncio seria a resposta desejada pelo imperialismo cultural, ou ainda o eco 22 sonoro que apenas serve para apertar mais os laços do poder conquistador.

* Em artigo de significativo título, Sol da Meia-Noite, Oswald de Andrade percebia, por detrás da Alemanha nazista, os valores de unidade e pureza e, no seu estilo típico, comentava com rara felicidade: “A Alemanha racista, purista e recordista precisa ser educada pelo nosso mulato, pelo chinês, pelo índio mais atrasado do Peru ou do México, pelo africano do Sudão. E precisa ser misturada de uma vez para sempre. Precisa ser desfeita no melting-pot do futuro. Precisa mulatizar-se.” (Ponta de Lança, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972, p. 62.) Silviano Santiago. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. São Paulo: Perspectiva: Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, 1978. p. 18-9 (com adaptações). (Diplomacia – 2007 – CESPE) Com relação ao texto, julgue (C ou

E) os seguintes itens.

(1) Depreende-se do texto que a tradição cultural do Ocidente

valoriza positivamente os conceitos de “unidade” e “pureza”.

(2) No período “Sua geografia deve ser uma geografia de assi-

milação e de agressividade, de aprendizagem e de reação, de falsa obediência” ( l.15-17), a palavra “geografia” deve ser entendida como estudo do espaço físico, pois se relaciona com a ideia de “lugar no mapa da civilização ocidental” ( l.7-8). (3) O termo “o eco sonoro” ( l.21-22) retoma a ideia anteriormente expressa em “mera cópia” ( l.14). (4) O trecho citado na nota do texto revela que Oswald de Andrade considerava benéfica a miscigenação.

32

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

1: Certo (Interpretação) Como foi dito que a maior contribuição da América Latina para a cultura ocidental foi a destruição sistemática dos conceitos de unidade e pureza, subentende-se que tais conceitos eram valorizados pelo Ocidente; 2: Errado (Interpretação) Tanto “geografia” quanto “lugar no mapa da civilização ocidental” dizem respeito ao papel que cabe a América Latina desempenhar para as nações ocidentais, e não ao seu espaço físico; 3: Certo (Interpretação) Os termos “eco sonoro” e “mera cópia” são metáforas que se referem à recepção passiva, não transfiguradora, dos elementos que os europeus exportam para o Novo Mundo; 4: Certo (Interpretação) Ao afirmar que a Alemanha nazista precisa mulatizar-se, ele revela não apenas a valorização da miscigenação, mas um repúdio ao conceito de pureza e superioridade raciais.

25 “Sei que esta não é a única maneira de pôr um fim à discriminação, mas é preciso começar de algum lugar”, defende a ministra da Justiça Social. Para a socióloga Radhika 28 Chopra, a oferta é uma forma de sinalizar que esses casamentos não devem ser condenados. “Com a medida, o governo apoia os indivíduos que transgrediram barreiras 31 sociais e mostra que podem funcionar como exemplos”, acrescenta a socióloga.

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C

pessoas pertencentes a castas diferentes é abonada pelos intelectuais hindus, especialmente pelos sociólogos. (B) Algumas pessoas indianas de castas mais baixas não se casam com as de castas mais altas para não perderem direito de acesso automático à universidade. (C) Apesar de, na Índia, a organização social em castas ter ruído há mais de uma década, os comportamentos sociais pouco se alteraram. (D) O tema principal que se depreende da notícia veiculada é a dificuldade de superação de valores sociais em sociedade marcadamente tradicionalista e rigorosamente hierarquizada. (E) É correto concluir do texto que a recompensa estabelecida na Índia para casamentos entre indivíduos pertencentes a castas diferentes é um benefício que não contempla casamentos realizados anteriormente à vigência da lei.

a interpretação correta do texto.

(A) A verdadeira vocação da cultura latino-americana é a de

reencontrar a inocência que prevalecia antes da invasão estrangeira. (B) A produção cultural da América Latina, dado o seu alto nível, assemelha-se progressivamente à da Europa, tornando-se impossível a distinção entre uma e outra. (C) A cultura da América Latina deve ser impermeável aos valores da cultura dominante. (D) Ao incorporar elementos da cultura europeia, a América Latina os altera e os transfigura. (E) A assimilação dos elementos da cultura dominante deve implicar a reação contra a pureza indígena latino-americana. A: Errado (Interpretação) O texto afirma que isso é impossível: “(...)a América Latina não pode mais fechar suas portas à invasão estrangeira nem reencontrar sua condição de paraíso, de isolamento e inocência(...)”; B: Errado (Interpretação) Ao contrário, por ser diferente da europeia, a produção cultural latino-americana tem interesse para os europeus; C: Errado (Interpretação) Ao contrário, ela deve recebê-la e transfigurá-la; D: Certo (Interpretação) Pode-se constatar isso na seguinte passagem: “A América Latina institui seu lugar no mapa da civilização ocidental graças ao movimento de desvio da norma, ativo e destruidor, que transfigura os elementos feitos e imutáveis que os europeus exportavam para o Novo Mundo”; E: Errado (Interpretação) Se há proposta de transfiguração da influência europeia em moldes próprios, não se pode criticar qualquer tipo de valorização do que é autóctone, até por ser isso uma medida de defesa contra uma força muito maior. Além disso, em nenhum momento do texto se menciona “pureza indígena”.

(Diplomacia – 2007 – CESPE) Com base no texto, assinale a

opção correta.

(A) Na Índia, a recompensa estabelecida para casamentos entre

A: Errado (Interpretação) É dito no texto que o “esquema está sob ataque de todos os lados”; B: Errado (Interpretação) O texto dá a entender que é a aceitação da recompensa que leva à perda do acesso preferencial (não “automático”) à universidade; C: Errado (Interpretação) Não é dito no texto que a organização social em castas ruiu, mas sim que os casamentos entre castas foram permitidos há dez anos. A leitura do texto também não permite afirmar que os comportamentos sociais pouco se alteraram; D: correto; E: Errado (Interpretação) A recompensa destina-se não aos que casaram, mas aos que formalizarem sua união; pode, portanto, ser entregue aos que anteriormente casados decidam formalizá-la. Gabarito “D”

(Diplomacia – 2007 – CESPE) Assinale a opção que corresponde

Jornal do Brasil, 17/12/2006 (com adaptações).

Contos de vigário 1

Gabarito “D”

1 4 7 10 13 16 19 22

Frente à tradição hindu que há 2.500 anos divide a sociedade indiana em mais de 2.000 castas, os 60 anos dos ideais liberais de Gandhi e os 10 anos da legalização do casamento entre castas revelam-se impotentes para transformar a organização hierárquica da sociedade. Em confronto direto com o costume milenar, o governo da Índia oferece uma recompensa de R$ 2.400 para homens e mulheres de diferentes grupos sociais que formalizem sua união. O dinheiro equivale ao dobro da renda per capita anual do país. O governo justifica que a medida é um passo para a reacomodação das desigualdades. Para grande parte da sociedade, é um passo no escuro. O governo — que já enfrenta protesto contra cotas em universidades — vê-se, agora, diante de um desafio maior. O esquema está sob ataque de todos os lados. Os conservadores alegam que a medida é gatilho para o caos social. Os liberais sustentam que poucos vão receber a oferta porque o dinheiro vai desaparecer no bolso de autoridades corruptas. Indianos de castas mais baixas dizem que rejeitariam a recompensa, pois perderiam o acesso preferencial às universidades, garantido pelas já controversas cotas. Hoje, o governo oferece 22,5% das vagas aos intocáveis, os últimos na hierarquia hindu, mas pretende aumentá-las para 50%.

4 7 10 13 16 19

Passam-se tempos sem que ouçamos falar em contos de vigário. Muito bem. Tornamo-nos otimistas, imaginamos que, se a reportagem não menciona esses espantosos casos de tolice combinada com safadeza, certamente os homens ficaram sabidos e melhoraram. Pensamos assim e devemos estar em erro. Provavelmente esse negócio continua a florescer, mas as vítimas têm vergonha de queixar-se e confessar que são idiotas. Raras vezes um cidadão se resolve a afrontar o ridículo, e vai à polícia declarar que, não obstante ser parvo, teve a intenção de embrulhar o seu semelhante. O que ele faz depois de logrado é meter-se em casa, arrancar os cabelos, evitar os espelhos e passar uns dias de cama, procedimento que todos nós adotamos quando, em consequência de um disparate volumoso, nos sentimos inferiores ao resto da humanidade. Convenientemente curado, cicatrizado, esquecida a fraqueza, o sujeito levanta-se e adquire consistência para realizar nova tolice. E assim por diante, até a hora da tolice máxima, em que ninguém reincide porque isto é impossível.

Graciliano Ramos. Linhas tortas: obra póstuma. 11.a ed. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 1984. p. 154. (Diplomacia – 2006 – CESPE) Considerando os sentidos do texto, julgue (C ou E) os seguintes itens. (1) O autor considera que existe má-fé no comportamento da

vítima do conto-do-vigário.

1. Língua Portuguesa

abordados pela imprensa por serem assunto tabu. (3) Na linha 10, a substituição de “não obstante” por além de não acarretaria alteração no sentido da frase. (4) O vocábulo “procedimento” ( l.14) resume, de forma irônica, a sequência de ações descritas nas orações que o precedem no período. 1: Certo (Interpretação) A vítima é iludida pela perspectiva de um lucro ou benefício indevido sobre aquele que se valerá disso para enganá-la; 2: Errado (Interpretação) A imprensa não trata desses casos, porque as vítimas não se manifestam, por estarem com vergonha; 3: Errado (Análise sintática – conector) O termo “não obstante” tem valor concessivo; o “além de”, de inclusão; 4: Certo (Figura de linguagem) A ironia reside no emprego da palavra “procedimento” – palavra que está muito associada à ideia de técnica, método – para designar um conjunto de atos decorrentes de um descontrole emocional. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

À época da independência, a economia colonial podia ser descrita de maneira simplificada. Era composta por: latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis, como o açúcar, o tabaco, o algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz. Milho) e à criação de gado, estas sobretudo no norte e no sul; E centros mineradores já em fase de decadência. Acrescente-se ainda, grande número de agricultura e a pecuária de subsistência. Nas cidades costeiras, capitais de províncias, predominavam o grande e o pequeno comércio. Os comerciantes mais ricos eram os que se dedicavam ao tráfico de escravos. A única alteração importante nessa economia deu-se com o desenvolvimento da cultura do café. Já na década de 30, o produto assumira o primeiro lugar nas exportações. Mas o café não mudou o padrão econômico anterior: era também um produto de exportação baseado no trabalho escravo. Esse modelo sobreviveu ainda por mais cem anos. Só começou a ser desmontado após 1930. As consequências da hegemonia do café foram principalmente políticas. O fato de se ter ela estabelecido a partir do Rio de Janeiro ajudou a consolidar o novo governo do país, sediado nesta província. Se não fosse a coincidência do centro político com o centro econômico, os esforços da elite política para manter a unidade do país poderiam ter fracassado. J. M. de Carvalho. Fundamentos da política e da sociedade brasileiras. In: Avelar e A. O. Cintra (org.) Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro. Fundação Konrad. Adenauer Stilling. São Paulo: Fundação UNESP, 2004. p. 21 (Diplomacia – 2005 – CESPE) Assinale a opção em que, na

reescrita do segundo período do texto ( l. 2-8), mantém-se a informação original e a correção gramatical.

(A) Era composta por latifúndios voltados para a produção

de mercadorias exportáveis como: o açúcar, o tabaco, o algodão, fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz, milho) e criação de gado, estas sobretudo no norte e no sul; e centros mineradores já em fase de decadência. (B) Era composta por: latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis, como o açúcar, o tabaco, o algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno, feijão, arroz, milho, e à criação de gado. Estas sobretudo no norte e no sul, e centros mineradores já em fase de decadência. (C) Era composta por latifúndios, voltados para a produção de mercadorias exportáveis, como o açúcar, o tabaco, o algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno – feijão, arroz, milho – e à criação de gado, estas sobretudo no norte e no sul; e centros minerados já em fase de decadência.

(D) Era composta por latifúndios voltados para: produção de

mercadorias exportáveis como, açúcar, tabaco, algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno como, feijão, arroz, milho e criação de gado, sobretudo no norte e no sul; e em centros mineradores já em fase de decadência. (E) Era composta por latifúndios. Voltados para a produção de mercadorias exportáveis (o açúcar, o tabaco, o algodão), fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz, milho, criação de gado), sobretudo, no norte, e no sul e centros mineradores, já em fase de decadência. A alternativa “C” não possui erro, as demais são transcritas abaixo e o sublinhado indica os erros de pontuação: A) Era composta por latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis como: o açúcar, o tabaco, o algodão, fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz, milho) e criação de gado, estas sobretudo no norte e no sul; e centros mineradores já em fase de decadência; B) Era composta por: latifúndios voltados para a produção de mercadorias exportáveis, como o açúcar, o tabaco, o algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno, feijão, arroz, milho, e à criação de gado. Estas sobretudo no norte e no sul, e centros mineradores já em fase de decadência; D) Era composta por latifúndios voltados para: produção de mercadorias exportáveis como, açúcar, tabaco, algodão; fazendas dedicadas à produção para o mercado interno como, feijão, arroz, milho e criação de gado, sobretudo no norte e no sul; e em centros mineradores já em fase de decadência; E) Era composta por latifúndios. Voltados para a produção de mercadorias exportáveis (o açúcar, o tabaco, o algodão), fazendas dedicadas à produção para o mercado interno (feijão, arroz, milho, criação de gado), sobretudo, no norte, e no sul e centros mineradores, já em fase de decadência. Gabarito “C”

(2) Depreende-se do texto que os contos-do-vigário não são

33

Texto I – para as próximas duas questões Que outras lições poderia eu receber de um português que viveu no século XVI, que compôs as rimas e as glórias, os naufrágios e desencantos pátrios de Os Lusíadas, que foi um gênio poético absoluto, o maior de nossa literatura por muito que isso pese a Fernando Pessoa, que a si mesmo se proclamou como o Super – Camões dela? Nenhuma lição que estivesse à minha medida, nenhuma lição que eu fosse capaz de aprender, salvo as mais simples que me poderia ser oferecida pelo homem Luis Vaz de Camões na sua extrema humanidade, por exemplo, a humildade orgulhosa de um autor que vai chamando a todas as portas à procura de quem esteja disposto a publicar – lhe o livro escreveu, sofreu por isso o desprezo dos ignorantes de sangue e de casta, a indiferença desdenhosa de rei e da sua companhia de poderosos, o escárnio com que, desde sempre, o mundo tem recebido a visita dos poetas, dos visionários e dos loucos. Ao menos uma vez na vida, todos os autores tiveram ou terão de ser Luís de Camões, mesmo se não escreveram as redondilhas entre fidalgos da corte e censores do Santo Ofício, entre os amores de antanho e as desilusões da velhice prematura, entre a dor de escrever e a alegria de ter escrito, foi a este homem doente que regressa pobre da Índia, aonde muitos só iam para enriquecer, foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma, foi a este sedutor sem fortuna que não voltará nunca mais a perturbar os sentidos das damas do paço, que eu pus a viver no palco da peça de teatro chamada: Que Farei com Este Livro?, em cujo final ecoa uma outra pergunta, aquela que nunca saberemos se alguma vez chegará a ter resposta suficiente: “ Que farei com este livro?” José Saramago. Discurso por ocasião do recebimento do Prêmio Nobel de Literatura. Estocolmo, 1998 (com adaptações. )

34

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Diplomacia – 2005 – CESPE) No discurso de José Saramago, a obra Os Lusíadas seu autor, Luís de Camões, são mencionados com admiração e reverência. Julgue ( C ou E ) os itens a seguir, com base no texto I. (1) O trecho “as rimas e as glórias, os naufrágios e os desencan-

tos pátrios de Os Lusíadas” ( l.2 – 4 ) refere – se a episódios do período das grandes navegações portuguesas. (2) José Saramago alude a Fernando Pessoa como o “Super – Camões” ( l. 7) relativizando o sentido do predicado “ um gênio poético absoluto” (3) O trecho “que não voltará nunca mais a perturbar os sentidos das damas do paço” (l . 29 – 30) caracteriza – se pelo emprego dos recursos da redundância e do eufemismo. (4) Pelo que se depreende o texto, José Saramago examinou a obra camoniana no drama Que Farei com Este Livro? Representado no palco do paço português.

1: Certo pelo Gabarito oficial (Interpretação) Questão problemática: na enumeração destacada, indiscutivelmente, três termos fazem referências a episódios das grandes navegações: glórias, naufrágios e desencantos; o termo “rima”, contudo, faz referência à atividade artística de Camões: fazer versos; 2: Errado (Interpretação) O autor cita o epíteto de Super-Camões, que Fernando Pessoa dava a si mesmo, para contestá-lo, portanto o caráter “absoluto” atribuído antes ao gênio poético de Camões é ratificado; 3: Certo (Figuras de linguagem) O emprego em conjunto das expressões “não”, “nunca” e “mais” caracterizam a redundância de efeito estilístico. O emprego da expressão “perturbar os sentidos” em vez de “seduzir” caracteriza o eufemismo; 4: Errado (Interpretação) Pelo texto, percebemos que a peça tratará da vida do poeta e não de sua obra. Além disso, não é especificado qual é o teatro em cujo palco se representará a peça. Gabarito Oficial 1C, 2E, 3C, 4E / Gabarito Nosso: 1E, 2E, 3C, 4E (Diplomacia – 2005 – CESPE) Quanto a descrição gramatical de

elementos do texto I, assinale a opção correta.

(A) Em “por muito que isso pese a Fernando Pessoa” ( l. 5 – 6), a

forma “pese” remete a peso e está empregada como verbo transitivo direto. (B) É opcional a regência como transitivo ou transitivo indireto do verbo chamar com o sentido empregado em “ que vai chamando a todas as portas ” ( l. 12 – 13). (C) O emprego da conjunção alternativa em “todos os autores tiveram ou terão de ser Luís Camões” ( l. 20 – 21) implica alusão a fases do fenômeno temporal. (D) Os vocábulos “redondilhas” ( l. 22) e “antanho” (l . 24) estão em desuso no português contemporâneo. (E) No último parágrafo a menção a Luís de Camões está construída por meio de paralelismo sintático introduzido pela forma “foi a este”. A: Errado (Analise sintática) A forma “pese” remete a “desgoste” e está empregada como verbo transitivo indireto, sendo “a Fernando Pessoa” seu complemento – objeto indireto; B: Errado (Analise sintática) No contexto em que aparece, o verbo “chamar” foi empregado como intransitivo: que (pronome relativo empregado como sujeito) vai chamando (locução verbal intransitiva) a todas as portas (adjunto adverbial de lugar); C: Errado (Interpretação) Esta alternativa poderia ser escolhida como a certa, não fosse a maior correção da alternativa E. Podemos contestá-la, argumentando que a conjunção alude à inevitabilidade da condição que todo escritor terá que enfrentar: a luta para que sua obra seja publicada; D: Errado (Vocabulário Ainda que se possa afirmar isso do termo “antanho” (antigamente), no caso de “redondilha” (versos pentassílabos ou heptassílabos), trata-se de um termo técnico de versificação ainda utilizado pelos que estudam, mesmo no ensino médio, a poesia do Humanismo e do Classicismo português; E: Certo (Paralelismo) Pelo esquema abaixo, pode-se perceber a repetição das seguintes estruturas sintáticas: foi + a + este + substantivo + adjetivo ou locução adjetiva + oração adjetiva 1) foi a este homem doente que regressa pobre da Índia, aonde muitos só iam para enriquecer, 2) foi a este soldado cego de um olho e golpeado na alma, 3) foi a este sedutor sem fortuna que não voltará nunca mais a perturbar os sentidos das damas do paço

Texto II O Estado – nação brasileiro tem suas raízes na expansão mercantil – colonial europeia do século XVI. Naquele momento histórico, as burguesias mercantis, aliadas às monarquias, sobretudo portuguesa e espanhola, empreendiam a busca, para além – mar, do ouro da prata ou de produtos que, de alto valor comercial nos mercados europeus, pudessem ser transacionados com muito lucro. O pau – Brasil, que abundava em nossas terras tropicais, ao longo da costa atlântica, foi o primeiro alvo do saque aos recursos naturais, até então manejados por diversos povos indígenas e nômades e seminômades. Ironicamente, a espécie que acabou por dar origem ao nome do país tornou – se a primeira vítima: o pau – Brasil, madeira de coloração avermelhada que os europeus utilizavam na produção de tinturas, hoje só existe nos jardins e museus botânicos. Carlos Walter Porto Gonçalves. Formação sócio-espacial e questão ambiental no Brasil. In: Becker et al. (org.). Geografia e meio ambiente no Brasil. 3ª ed. São Paulo: Ana Blume – Hucitec, 2002, p. 312 (com adaptações). (Diplomacia – 2005 – CESPE) Assinale a opção incorreta a res-

peito do texto II.

(A) Caso fosse omitida a vírgula logo após “mercantis” ( l.

3), o texto não sofreria prejuízo do ponto de vista estritamente sintático, mas a informação expressa no trecho de ocorrência da vírgula ficaria prejudicada do ponto de vista histórico. (B) Se acatado o rigor gramatical, os adjetivos “portuguesa” ( l. 4) e espanhola ( l. 5) deveriam estar flexionados no plural. (C) Contribuiria para precisão da informação expressa no segundo período do texto a seguinte reescritura do texto “ou de produtos (...) lucro” ( l. 6 – 8): ou de outros produtos de alto valor comercial que pudessem ser, também, transacionados com muito lucro nos mercados europeus. (D) Há elementos no texto, em especial, o emprego do advérbio “ironicamente” ( l. 13) e da expressão “a primeira vítima”( l. 14), que permitem a interferência de que o Brasil, desde que se tornou Estado – Nação, assim como o produto de que se originou seu nome, pode ser percebido como vítima de seu saque. (E) No período situado nas linhas de 8 a 12, há uma comparação subjacente que enaltece os “diversos povos indígenas nômades e seminômades” ( l. 11 – 12) e que está marcada linguisticamente pelo contraste de “[recursos naturais] manejados” ( l. 11) com “alvo do saque aos recursos naturais” ( l. 10 – 11), expressão atribuída aos europeus.

A: Certo (Pontuação) A vírgula após o termo “mercantis” confere à oração adjetiva que lhe segue um valor explicativo. Embora, com a omissão da vírgula, o texto continue gramaticalmente correto, o sentido sofreria alteração: na frase original, afirma-se que toda a burguesia mercantil estava aliada à monarquia; na alterada, afirma-se que apenas uma parte se aliaria; B: Errado (Concordância Nominal) Como existe apenas uma monarquia portuguesa e uma espanhola, ou se pluraliza o substantivo, como foi feito; ou se empregam demonstrativos que retomem o substantivo: “aliadas à monarquia, sobretudo a portuguesa e a espanhola”. Nota: A pluralização dos adjetivos proposta na questão não é incorreta gramaticalmente, mas gera o sentido incoerente de se haver mais de uma monarquia espanhola e mais de uma portuguesa; C: Certo (Análise sintática) A alteração da ordem do termo “de alto valor comercial” e a inclusão dos termos “outros” e “também” deixam claro que a oração adjetiva presente no trecho se refere apenas ao substantivo “produtos”; D: Certo (Interpretação) O termo “ironicamente” revela que o comércio do produto que viria dar nome ao país foi feito dentro dos princípios da expansão mercantil-colonial europeia, ou seja, destinava-se a enriquecer a metrópole em detrimento da colônia. A expressão “vítima” dada ao pau-brasil expressa metaforicamente que o seu comércio além de ter sido feito em prejuízo para o país levou ao esgotamento desse bem

Gabarito “E”

1. Língua Portuguesa natural. O ordinal “primeiro”, por outro lado, sugere que à exploração desse bem seguiram outras. Essas interpretações aliadas à afirmação inicial de que o Estado-nação brasileiro tem suas raízes nesse estado de coisas e ao conhecimento do papel que a ele coube no comércio internacional permitem afirmar que o Brasil, como nação independente, foi também alvo de saque; E: Certo (Interpretação) Em tempos de consciência ecológica e busca do chamado “desenvolvimento sustentável, a ideia de manejo de recursos naturais em oposição a saque ganha uma conotação laudatória ao tipo de interação dos índios com a natureza. Gabarito “B”

Os acontecimentos que convulsionaram o país na primeira metade dos anos 60 e que culminaram com os atos de força que depuseram Goulart não podem ser adequadamente compreendidos sem que se leve em conta o processo de transformação experimentado pelo Brasil desde 1930. Com efeito, a Era Vargas (1930-1945) havia iniciado o esforço de modernização nacional que, sob a ditadura do Estado Novo (a partir de 1937), atingira dimensão mais acentuada. Essa modernização foi bastante impulsionada na segunda metade de 50: era o desenvolvimentismo dos anos JK, sintetizado no Plano de Metas e consagrado pelo lema “50 em 5”. Nessa conjuntura, a Política Externa Independente refletia um quadro internacional favorável à obtenção de margens mais amplas de autonomia por parte das áreas periféricas – com a consolidação das independências na Ásia, o surto de descolonização na África e o advento de novas posições (pan-africanismo, pan-arabismo, neutralismo, pacifismo) alicerçadas no conceito de Terceiro Mundo – e, ante a acentuada radicalização interna, passou a ser alvo da máxima atenção dos grupos em choque. A. J. Barbosa. Parlamento, política externa e o golpe de 1964. In: E. C. de R. Martins (Org.). Relações internacionais: visões do Brasil e da América Latina. Brasília: IBRI, 2003, p. 251 e 254 (com adaptações). (Diplomacia – 2005 – CESPE) Assinale a opção correta com relação a aspectos linguísticos do texto VI. (A) Nas linhas 2 e 3, atenderia à prescrição gramatical a escolha

da seguinte regência verbal: culminaram nos atos de força.

(B) Entre as expressões “Com efeito” ( l. 6) e “Nessa conjuntura”

( l. 14), encontra-se uma explicitação dos acontecimentos que constituem o tópico inicial do texto. (C) Em “à obtenção” ( l. 16), o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório. (D) Nas linhas 20 e 21, os parênteses sinalizam uma retificação. (E) Sem que ocorra erro de pontuação, a vírgula que aparece logo após “e” ( l. 22) pode ser deslocada para imediatamente antes dessa conjugação.

35

Texto VII – texto para as próximas três questões A localidade opõe-se à globalidade, mas também se confunde com ela. O mundo, todavia, é nosso estranho. Pela sua essência, ele pode esconder-se; não pode, entretanto, fazê-lo pela sua existência, que se dá nos lugares. No lugar, nosso Próximo, superpõem-se, dialeticamente, o eixo das sucessões, que transmite os tempos externos das escalas superiores, e o eixo dos tempos internos, que é o eixo das coexistências, onde tudo se funde, enlaçando, definitivamente, as nações e as realidades de espaço e de tempo. No lugar – um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas e instituições -, cooperação e conflito são a base da vida em comum. Porque cada qual exerce uma ação própria, a vida social individualiza-se; E, porque a contiguidade é criadora de comunhão, a política se territorializa, com o confronto entre organização e espontaneidade. O lugar é o quadro de uma referência pragmática ao mundo, do qual lhe vêm solicitações e ordens precisas de ações condicionadas, mas é também o teatro insubstituível das paixões humanas, responsáveis, por meio da ação comunicativa, pelas mais diversas manifestações da espontaneidade e da criatividade. Milton Santos. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, p. 258 (com adaptações) (Diplomacia – 2005 – CESPE) Analisando a relação entre as informações veiculadas pelo texto VII e a articulação dos elementos textuais, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) Na linha 15, o enunciado causal que antecede e em que

se sustenta a afirmação “a vida social individualiza-se” é insuficiente para justificar o paradoxo “social/individual”, o que, considerando-se as ideias desenvolvidas no primeiro parágrafo, gera incoerência na linha argumentativa do texto. (2) No trecho “do qual lhe vêm solicitadas e ordens precisas de ações condicionadas” ( l. 20-21), há uma sucessão de vocábulos do campo semântico de determinação, o que é produtivo para a defesa do autor de seu ponto de vista determinista da política mundial, confirmado no apelo romântico às “paixões humanas” ( l. 22) ao caracterizar “lugar” ( l. 19). (3) Predomina, no texto, a função referencial da linguagem e verifica-se, também, a utilização pontual da linguagem em sua função poética, como recurso para expressar o conceito de “lugar” por meio da metáfora “o teatro insubstituível das paixões humanas” ( l. 21-22) (4) A forma verbal prevalente no texto é o presente do indicativo, o que equivale a dizer que o texto se compõe de enunciados categóricos, os quais produzem o tom de certeza na abordagem do tema.

A: Certo (Regência verbal) O verbo “culminar” rege objeto indireto com as preposições “em” ou “com”; B: Errado (Interpretação) Os acontecimentos (modernização da era Vargas e da era JK) são anteriores aos acontecimentos presentes no tópico inicial do texto (crises da primeira metade da década de 60); C: Errado (Crase) A retirada da crase seria possível pela retirada do artigo, isso implicaria uma alteração de sentido; D: Errado (Interpretação) Eles constituem um aposto enumerativo do termo “novas posições”, são, portanto, a explicitação de um termo genérico; E: Errado (Pontuação) A vírgula junto com a que lhe segue marcam a intercalação de um adjunto adverbial (“ante a acentuada radicalização interna”) numa oração coordenada sindética aditiva, portanto a primeira vírgula deve estar após o conector.

1: Errado (Interpretação) A ideia do exercício de uma ação própria é um dos fatores que permite que, em meio ao fator coercitivo da vida social sobre seus integrantes, irrompa um espaço para a individualidade; 2: Errado (Interpretação) No texto, a ideia expressa pelo termo “paixões humanas” se opõe como um fator arbitrário e imprevisível ao determinismo, de modo a atenuá-lo como móbil das ações humanas; 3: Certo (Funções da linguagem) A função referencial é a centrada no referente, pede clareza e impessoalidade, tem como exemplo típico o texto ensaístico. A função poética e marcada pelo emprego de recursos expressivos – como a metáfora –, que dão ao texto valor estético; 4: Certo (Emprego dos tempos verbais) O presente do indicativo, entre outros valores, expressa processos vistos como verdadeiros, como nas formulações científicas.

Gabarito “A”

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C

36

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Diplomacia – 2005 – CESPE) Considerando as ideias e as estruturas morfossintáticas do texto VII, julgue (C ou E) os seguintes itens.

10 um mundo prive palácio de cristal à prova de balas: 13 bunker blau durando para sempre – festa estática 16 (ainda que sustente sobre fictas palafitas 19 e estas sobre uma lata de lixo)

(1) No primeiro período do texto, a noção de oposição é pro-

1: Certo (Interpretação) A oposição entre “localidade” e “globalidade” se faz pelo valor já presente nos termos. A de “opõe” e “confunde” fica clara quando se percebe o sentido que este último termo tem no texto: identifica, integra; 2: Errado (Concordância) A primeira reescrita confere um valor de reciprocidade que não está de todo claro no trecho original; a segunda apresenta solecismo de concordância: o verbo “confundem-se” deveria estar no singular já que o sujeito é o termo “localidade”; 3: Certo (Interpretação) A essência define aquilo que se é, independentemente da aparência. Já a existência pode casualmente mascarar a essência com estados que, por não serem essenciais, não são imutáveis; 4: Errado (Emprego dos tempos verbais) A sincronia corresponde ao enfoque das ações e estados num tempo determinado; a diacronia trata das suas modificações ao longo do tempo. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E (Diplomacia – 2005 – CESPE) Julgue ( C ou E ) os itens que se

seguem, a respeito das ideias e das estruturas lexicais, morfossintáticas e semânticas do texto VII.

(1) O conteúdo desse excerto resume-se em conceituar e

explanar a localidade como uma manifestação próxima, cotidiana, pragmática da globalidade. (2) A coexistência tem lugar no “mundo”, e não, no “lugar”. (3) A expressão “nosso Próximo” ( l. 5-6) exerce a mesma função sintática que o trecho entre travessões nas linhas 12 e 13. (4) No texto, dois campos semânticos confrontam-se: de um lado: “localidade” / “existência” / “eixo da coexistência” / “cooperação”; de outro: “globalidade” / “essência” / “eixo dos tempos internos” / “conflitos”.

1: Certo (Interpretação) Os seguintes trechos comprovam a afirmação: “A localidade opõe-se à globalidade, mas também se confunde com ela.”; “O lugar é o quadro de uma referência pragmática ao mundo...”; 2: Errado (Interpretação) O seguinte trecho desmente a afirmação: “No lugar, nosso Próximo, superpõem-se, dialeticamente, o eixo das sucessões, que transmite os tempos externos das escalas superiores, e o eixo dos tempos internos, que é o eixo das coexistências...”; 3: Certo (Análise sintática) Ambos são apostos; 4: Errado (Coesão) O eixo dos tempos internos é o eixo da coexistência, ele se opõe ao eixo das sucessões.

Haroldo de Campos. Poema inédito. In: Folha de S. Paulo. 12/6/1998 (Diplomacia – 2005 – CESPE) Haroldo de Campos lançou, em

1956, o movimento nacional e internacional de Poesia Concreta. Julgue (C ou E) os itens a seguir, considerando o contexto histórico, cultural e temático do poema acima (texto VIII)

(1) O poeta, carioca que ainda vive em sua cidade natal, lançou

o movimento concretista com o irmão Humberto de Campos e com o artista plástico Décio Pignatari. (2) A Poesia Concreta foi o movimento literário que acendeu a consciência plástica da linguagem poética da linguagem poética, nas dimensões sonora e visual. (3) A expressão “admirável mundo fixo” (v. 2 e 3) remete a conhecida obra do escritor inglês Aldous Huxley. (4) A temática do poema é a apologia ao neoliberalismo, programa econômico globalizante identificado a partir da década de 80 do século passado. 1: Errado (Literatura) Os três principais mentores e poetas do movimento concretista na literatura foram os irmãos Campos (Haroldo e Augusto) e Décio Pignatari. Todos os três paulistas e fundadores na cidade de São Paulo da revista Noigrandes, órgão de difusão das ideias do movimento; 2: Certo (Literatura) A Poesia Concreta passou a se valer, por exemplo, da disposição das palavras no texto, a qual passou de simples meio de transmissão do texto poético para possuir ela própria significado e valor estético; 3: Certo (Literatura) Trata-se da obra Brave New World, em português Admirável Mundo Novo, romance que narra um futuro em que a ciência e a técnica se desenvolveram a ponto de criarem uma sociedade “perfeita”. Nela, os seus cidadãos, pelo condicionamento bio-psicológico, desempenham satisfeitos funções pré-determinadas, não havendo espaço para a livre escolha ou crítica; 4: Errado (Interpretação) A temática do poema é a crítica ao neoliberalismo, por associá-lo a práticas de exploração econômica (argentário, coronéis políticos) e a miséria dela decorrente (palafitas, lata de lixo). Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E

duzida, via semântica, pelo emprego de duas antíteses: “localidade”/”globalidade” e “opõe”/confunde” (2) Atenderiam aos princípios de coesão e ás prescrições gramaticais as duas seguintes alterações do primeiro período do texto: A localidade e a globalidade confundem-se. Opõe-se e confundem-se também a localidade à globalização. (3) As considerações iniciais do autor a respeito da essência e da existência do mundo ( l. 2-5) encontram seu correlato, no sistema linguístico, na distinção semântica do par verbal ser/estar. (4) É possível estabelecer uma analogia entre “tempos externos das escalas superiores” ( l. 7-8) e sincronia e, entre “eixo dos tempos internos” ( l. 8) e diacronia.

1 4 7 10

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E

circum-lóquio (pur troppo non allegro) sobre o neoliberalismo terceiro mundista 7. 1 4 7

o neoliberalismo sonha um admirável mundo fixo de argentários e multinacionais terratenentes terrapotentes coronéis políticos milenaristas (cooptados) do perpétuo status quo:

13 16 19

Axé, afoxé e babalorixá são termos bastante comuns na fala dos brasileiros. Eles foram incorporados à nossa cultura pelo candomblé nagô, que tanto foi divulgado nos trabalhos de Roger Bastide e Pierre Verger. Mas outra forma de candomblé vem experimentando expansão e popularidade desde o final da década de 80 do século XX: a da nação angola ou, simplesmente, o candomblé angola. Valorizada pelo ativismo dos movimentos negros e reforçada por iniciativas como a criação de um curso de língua quicongo na Universidade da Bahia, essa vertente passou a ganhar atenção e estudos. E isso dentro de um contexto de resgate do papel do povo banto na construção da afro-brasilidade. A sequência de eventos que vai do primeiro desembarque português no rio Congo, em 1482, até o início da colonização do Brasil e de Luanda, no século XVI, determinou a precedência dos africanos bantos na formação da civilização brasileira. Assim, é fácil intuir que, bem antes de orixás, voduns e bonçus — divindades específicas da região do golfo da Guiné —, os baculos (antepassados) e inquices bantos (nome que designa espécies de forças sobrenaturais e também os objetos que as contêm) já seriam cultuados no Brasil.

Nei Lopes. Novidade ou tradição? Subestimado por etnólogos como Verger, o candomblé angola emerge e se expande pelo Brasil. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n.º 62, nov./2010, p. 38 (com adaptações).

1. Língua Portuguesa

(1) De acordo com o autor do texto, as tradições religiosas de

(2)

(3)

(4) (5) (6)

origem banto foram negligenciadas por estudiosos no Brasil, argumento que justifica o emprego de “resgate” ( l.11). As palavras de origem africana empregadas ao longo do texto são conhecidas do leitor brasileiro; por isso, prescinde-se do uso de aspas ou recursos explicativos. Em “à nossa cultura” ( l.2), é facultativo o uso do acento grave, o que permite sua omissão sem que ocorra erro gramatical. Em “a da nação angola” ( l.6), o pronome “a” retoma o elemento “forma de candomblé” ( l.4). O texto indica que a religião banto está presente no Brasil desde o início da colonização portuguesa. Infere-se da leitura do texto que Roger Bastide e Pierre Verger eram estudiosos das práticas religiosas de origem africana.

1: Certo (Interpretação de texto) Segundo o texto foi o candomblé de origem nagô o estudado por teóricos e que apresenta maior relevância no vocabulário brasileiro. É apenas a partir da década de oitenta do século XX que o banto recebe atenção. O termo resgate se deve ao fato de a atenção se iniciar no referido período, mas a presença dessa vertente na formação da cultura brasileira é até mesmo anterior a do nagô, como se lê em “Assim, é fácil intuir que, bem antes de orixás, voduns e bonçus — divindades específicas da região do golfo 19 da Guiné —, os baculos (antepassados) e inquices bantos (nome que designa espécies de forças sobrenaturais e também os objetos que as contêm) já seriam cultuados no Brasil.” 2: Errado (Vocabulário/pontuação) Apesar de não serem termos usuais de algumas parcelas da população, o texto se insere em um contexto de estudo da africanidade e candomblé em que os termos referentes ao candomblé nagô são comuns, como argumenta o texto. Trata-se, portanto, de termos inseridos no contexto de maneira natural, não representando estrangeirismos, estranhezas ou sentidos figurados. Explicá-los seria prejudicial à própria argumentação do autor, de que o candomblé nagô é mais bem representado. É por isso que os termos advindos da cultura banto são explicados entre parênteses, a saber, “os baculos (antepassados) e inquices bantos (nome que designa espécies de forças sobrenaturais e também os objetos que as contêm)” já que é uma cultura em resgate e ainda não totalmente inserida no cotidiano linguístico de que se fala. 3: Certo (Crase) A regência do adjetivo “incorporado” exige o uso da preposição “a” para introduzir seu complemento. O termo que funciona como complemento é feminino, “cultura” e admite o uso do artigo feminino para acompanhá-lo, o que resultaria na forma craseada “à”. No entanto, o substantivo “cultura” vem determinado pelo pronome possessivo “nossa” e já é por ele determinado, o que torna facultativo o uso do artigo. Caso a escolha fosse pelo não uso do artigo, teríamos a forma “incorporados a nossa cultura”, uma vez que permanece a preposição da regência de incorporados, mas se optou pela ausência do artigo. 4: Certo (Coesão) O artigo “a” com valor de pronome demonstrativo (há caráter de pronome demonstrativo atribuído ao artigo, e há divergências entre os teóricos quanto à classificação do termo. Esse comentário segue a análise de BECHARA, 2006, em que o artigo recebe valor de pronome demonstrativo), usado na expressão “a da nação angola” é um elemento de coesão que retoma o termo anterior e evita a repetição, criando relação entre as partes do texto e tornando a leitura mais clara e objetiva. Por se tratar de uma forma feminina singular, remete corretamente ao substantivo “forma”, relação facilmente percebida pelo contexto do trecho. 5: Certo (Interpretação de texto) De acordo com o texto, a necessidade do resgate cultural é justamente devido ao grande papel que a cultura banto tem na formação da cultura brasileira desde o início. Apesar de não aprofundar os fatos, o texto diz: “A sequência de eventos que vai do primeiro desembarque português no rio Congo, em 1482, até o início da colonização do Brasil e de Luanda, no século XVI, determinou a precedência dos africanos bantos na formação da civilização brasileira.”, ou seja, os bantos precedem os nagôs, apesar de não haver datação no texto da presença dos últimos na cultura brasileira. 6: Certo (Interpretação de texto) É possível inferir que se trata de estudiosos uma vez que o texto diz que ambos publicaram trabalhos em que o candomblé nagô de que derivam os termos que iniciam o

texto é ratificado justamente por estarem presentes nesses trabalhos, como se lê no trecho “candomblé nagô, que tanto foi divulgado nos trabalhos de Roger Bastide e Pierre Verger.” Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C, 5C, 6C

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2010 – CESPE) Acerca das relações morfossintáticas, semânticas e discursivas do texto acima, julgue os itens que se seguem.

37

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31

A Convenção para a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais lida com campos temáticos específicos mencionados na Declaração Universal da UNESCO para a Diversidade Cultural. São documentos cuja existência aponta para a necessidade de se reconhecer que os bens e os serviços culturais comunicam identidades, valores e significados e, por isso, não podem ser considerados meras mercadorias ou bens de consumo quaisquer. Por sua vez, também os Estados precisam tomar todas as medidas apropriadas para proteger e promover a diversidade das expressões culturais, garantindo o livre fluxo de ideias e obras. Finalmente, é necessário redefinir a noção de cooperação internacional, elemento central da Convenção, na medida em que cada forma de criação traz em si as sementes de um diálogo contínuo. A Convenção lida com muitas formas de expressão cultural que resultam da criatividade de indivíduos, grupos e sociedades, enquanto comunicam conteúdos culturais com sentido simbólico, bem como valores artísticos e culturais que se originam de identidades culturais ou as expressam. As expressões culturais — qualquer que seja o meio ou a tecnologia usada — são transmitidas pelas atividades, pelos bens e pelos serviços culturais, que, conforme reconhecido pela Convenção, têm uma natureza dupla (econômica e cultural). Por esse motivo, tais bens e serviços não podem ser tratados como objetos de negociações comerciais. Ao enfocar a proteção e a promoção da diversidade das expressões culturais, a Convenção reconhece que, em um mundo cada vez mais interconectado, cada indivíduo tem direito a acessar, livre e imediatamente, uma rica diversidade de expressões culturais, tanto as do seu país quanto as de outros. Entretanto, esse potencial ainda não se materializou totalmente no atual contexto global.

Revista Ciência e Cultura. Ano 57, n.º 2, abr-maio-jun/2005 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2010 – CESPE) Com base no texto, julgue

os itens subsecutivos. (1) Os bens culturais são apresentados como sendo de livre

acesso a todos, o que não significa que eles sejam sempre gratuitos. (2) É correto concluir da leitura do texto que a globalização é o principal elemento motivador da diversidade de bens culturais e da circulação desses bens nos países em desenvolvimento. (3) O texto classifica-se como informativo, sendo o assunto nele tratado o programa de proteção e promoção da diversidade cultural imposto às nações em nível mundial. 1: Certo (Interpretação de texto) De acordo com o texto, bens culturais muitas vezes representam a união entre a representação econômica e a cultural. Ao mesmo tempo que não podem ser tratados como meros bens de consumo, devido ao seu caráter simbólico de valores culturais, possuem valor comercial. É justamente o papel da Convenção proteger o duplo aspecto dos bens culturais: “são transmitidas pelas atividades, pelos bens e pelos serviços culturais, que, conforme reconhecido pela Convenção, têm uma natureza dupla (econômica e cultural)”. Devido ao seu caráter cultural e levando em conta seu valor econômico, a Convenção procura garantir que esses bens sejam amplamente divulgados e disponíveis para todos aqueles que se interessarem em adquiri-los: “a Convenção reconhece que, em um mundo cada vez mais interconectado, cada indivíduo tem direito a acessar, livre e imediatamente, uma rica diversidade de expressões culturais” 2: Errado (Interpretação de texto) A diversidade cultural representa diversas identidades localizadas e é papel de cada um dos Estados proteger e promover essas expressões, promovendo o diálogo internacional entre

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

elas, ou seja, não há comunicação generalizada entre elas. Ao contrário do que propõe o item, essas expressões não atingiram divulgação universal, ou seja, as muitas expressões não são acessíveis a todas as pessoas, apesar de o mundo ser cada vez mais conectado. 3: Errado (Interpretação de texto) O caráter informativo do texto fica claro pela exposição do conteúdo e da função da Convenção em um suporte comunicativo que cumpre tal função, a saber, uma revista. No entanto, o texto não apresenta qualquer caráter impositivo da Convenção, mas sim indicativo. A sua função é orientar as nações nos meios de proteção e na promoção dos bens culturais sem qualquer regra explícita de obrigatoriedade, o que fica claro pelo último trecho do texto, que afirma que a intencionalidade dos objetivos da Convenção não atingiram caráter global. (O documento completo da convenção em português encontra-se no link http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001502/150224por.pdf) Gabarito 1C, 2E, 3E

1

Os indivíduos, evidentemente, não existem à margem da sociedade. O próprio Robinson Crusoé, antes de sobreviver isolado na sua ilha, precisou formar-se no 4 convívio organizado com outras pessoas: teve de se socializar, aprendendo uma série de coisas imprescindíveis à sua capacidade de subsistir, sozinho. O indivíduo, então, 7 como dizia Marx, é o ser social; ele é tão intrinsecamente social que somente ao longo de sua história em sociedade é que o homem, depois de muitos séculos, chegou a se 10 individualizar (já que, nas comunidades mais primitivas, os indivíduos não contavam e existiam exclusivamente em função da coletividade a que pertenciam). Essa compreensão 13 que os indivíduos estão adquirindo cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco não enfraquece o reconhecimento da necessidade de se associarem, mas cria 16 importantes exigências, novas, quanto ao caráter das associações.

Leandro Konder. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 79-80 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) No que se refere ao uso

das estruturas linguísticas na organização das ideias no texto acima, julgue os itens subsequentes.

(1) O sinal indicativo de crase em “à margem” ( l.1-2) indica

que o sentido com que está empregado o verbo existir exige a preposição a na sua complementação. (2) A relação entre a citação de que o “indivíduo, (...), é o ser social” ( l.6-7) e as ideias do texto mostram que, de forma resumida, a argumentação trata da relação entre homem e sociedade, destacando os processos de individualização e de socialização ao longo da história. (3) O fato de que “os indivíduos não contavam” ( l.10-11) nas sociedades primitivas configura a razão pela qual a humanidade vivia em função da coletividade. (4) Preservam-se a coerência e a correção gramatical do período ao se trocar de lugar os termos nas linhas de 12 a 14, iniciando-se assim o período sintático: Os indivíduos estão adquirindo essa compreensão cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco (...). (5) O desenvolvimento dos argumentos permite a inserção da preposição de antes do trecho “que os indivíduos estão adquirindo” ( l.13), sem se prejudicar a coerência nem a correção gramatical do texto. (6) O uso de duas vírgulas demarcando o adjetivo “novas” ( l.16), gramaticalmente opcional, sugere ênfase à qualidade da ideia expressa em importantes exigências. 1: Errado (Crase) O verbo existir tem como sujeito a expressão “os indivíduos”. Trata-se de um verbo intransitivo, ou seja, seu sentido está completo em si só e não exige complemento algum. A locução “à margem da sociedade” traz à oração uma circunstância de lugar, é onde os indivíduos não existem. As expressões com essa função chamamos de adjunto adverbial de lugar. A locução, por ser centrada em uma palavra feminina, exige internamente a presença da crase: o “a” preposição com valor semântico de lugar se une ao “a” artigo feminino que acompanha o substantivo “margem” 2: Certo (Interpretação de texto) Durante todo o texto é possível notar, devido aos exemplos literários e históricos e referências teóricas, que

o texto tem como tese a necessidade do ser humano de se associar, mesmo em tempos de exaltação do indivíduo. O trecho “O indivíduo, então, como dizia Marx, é o ser social” vem acompanhado de uma expressão enfática, “então”, que explicita a ideia de Marx como a central do texto. 3: Errado (Interpretação de texto) Todo o trecho entre parênteses, tanto o fato de os indivíduos não contarem, como da existência ser exclusivamente em função da coletividade (fatos unidos em relação de coordenação pela conjunção aditiva “e”) vem introduzido pela conjunção “já que”, que o une ao anterior indicando a causa do que foi primeiro dito, ou seja, todo o trecho entre parênteses é causa de a individualização só ocorrer depois de muitos séculos da história da humanidade. 4: Errado (Coerência/coesão) A redação do trecho apresenta duas orações em relação de subordinação, sendo a oração principal “Essa compreensão não enfraquece o reconhecimento da necessidade de se associarem” que tem como subordinada adjetiva intercalada a oração “que os indivíduos estão adquirindo cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco”, que funciona como qualificadora do termo “compreensão”. A redação proposta pelo item exclui a relação de coesão entre as orações, feita pelo pronome relativo “que” e transforma a subordinada em oração principal, o que tornaria incoerente a leitura do trecho que se segue e que originalmente tinha a função de principal, já que fica sem referente de sujeito. Teríamos: “Os indivíduos estão adquirindo essa compreensão cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco não enfraquece o reconhecimento da necessidade de se associarem 5: Errado (Regência) Como visto no item anterior, o trecho “Essa compreensão que os indivíduos estão adquirindo cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco não enfraquece o reconhecimento da necessidade de se associarem” é constituído por uma oração principal e uma subordinada adjetiva. A relação entre as orações é feita pelo pronome relativo “que”, que cumpre duas funções: a de ligar as orações e a de substituir o termo de que a oração subordinada fala nela mesma, uma vez que ele é referenciado apenas na oração principal. No caso, o termo de que trata a subordinada é “compreensão” e o pronome relativo admite a função sintática que o termo teria na oração subordinada. Se desmembrarmos as orações, teríamos: “Essa compreensão não enfraquece o reconhecimento da necessidade de se associarem” e “os indivíduos estão adquirindo compreensão cada vez mais concretamente do seu valor intrínseco”, Na oração isolada, vemos que o termo “compreensão” cumpre função sintática de objeto direto do verbo “adquirir” e, como tal, não vem acompanhado de preposição. Como no trecho combinado o “que” assume o papel de objeto direto, seria incorreto pela regência do verbo que viesse acompanhado de preposição. 6: Certo (Pontuação) O adjetivo “novas” é qualificador do termo “exigências”. Pela construção natural do texto, o adjetivo deveria aparecer antes do substantivo, juntamente com o outro qualificador “importantes”. O deslocamento da posição esperada do adjetivo exige seu isolamento por vírgulas, para desfazer qualquer possível má interpretação resultante dessa irregularidade da distribuição dos adjetivos para um mesmo nome. O efeito desse isolamento é que o termo ganha destaque, já que exige do leitor uma pausa mental para seu entendimento. O fato de as exigências serem novas é, de fato, o foco central da argumentação do texto e justifica esse isolamento de ênfase. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E, 5E, 6C

38

1

Os primeiros anos do século XIX assistiram à consumação de um processo iniciado dois séculos antes, de reestruturação das instituições políticas a partir do conceito, 4 cada vez mais central, de cidadania. Nesse processo, toda a concepção de mundo que legitimava a velha ordem, fundada na subordinação dos indivíduos e seus interesses ao conjunto 7 da sociedade, na desigualdade e na hierarquia, foi sendo substituída pela visão individualista, pela ideia fundamental de os indivíduos serem livres e iguais em direitos. 10 Concomitantemente, a ideia de a ordem social ser dada, preexistindo aos seus integrantes, destituídos de poder sobre seus fundamentos, foi sendo substituída pela imagem do 13 contrato social. A sociedade surge por decisão consciente dos contratantes, interessados em escapar dos inconvenientes do isolamento.

Roberto Freire, Vilma Figueiredo e Caetano E. P. de Araújo. Contemporâneos do futuro. Brasília: EdUnB, 1997, p. 50 (com adaptações).

1. Língua Portuguesa

(1) Representa uma reescrita gramaticalmente correta do

(2)

(3)

(4) (5)

(6)

(7)

(8)

primeiro período sintático do texto o seguinte: No início do século XIX, as pessoas participaram do processo de reestruturação das instituições políticas, que tinha como foco a noção de cidadania. Para que o texto utilize linguagem mais clara e adequada ao tipo argumentativo, deve ser explicitado o sujeito da estrutura sintático-semântica da primeira oração, inserindo, por exemplo, as pessoas antes de “assistiram” ( l.1). Na linha 6, a inserção da preposição de antes de “seus interesses” preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, além de ressaltar que se trata de elemento coordenado com “dos indivíduos” e não com “subordinação”. No desenvolvimento da argumentação, a ideia de “velha ordem” ( l.5) opõe-se a “visão individualista” ( l.8). A retirada do gerúndio em “foi sendo” ( l.7) preservaria a correção gramatical do texto, mas deixaria de ressaltar a ideia de processo gradativo da ação e enfraqueceria a relação entre os argumentos. Na linha 9, não se usa a contração da preposição “de” com o artigo, formando dos, porque o termo “os indivíduos” tem a função de sujeito sintático. Preservam-se a correção gramatical e a coerência textual, na linha 9, ao se usar o infinitivo não flexionado em lugar de “serem”, já que a estrutura sintática deixa clara a referência a “indivíduos”. O uso do termo “Concomitantemente” ( l.10) ressalta a ideia de que a “imagem do contrato social” ( l.12-13) deve ser considerada equivalente a “visão individualista” ( l.8), no que se refere ao valor semântico e argumentativo das duas expressões no texto.

1: Certo (Interpretação de texto) A reescrita retoma os elementos principais do texto clara e corretamente no aspecto gramatical, portanto cumpre com as exigências do enunciado. No entanto, essa reformulação não mantém o foco, designado pela personificação do início do século XIX como observador de fatos generalizados, indicado pelo texto de que a transformação possui uma datação histórica que remete a fatos anteriores e que vinha acontecendo paulatinamente, e não feita por indivíduos declarados com uma determinada intenção, a cidadania, como deixa entender a reformulação. 2: Errado (Valor semântico/análise sintática) Como indicado no item anterior, o sujeito do verbo assistiram é a expressão “Os primeiros anos do século XIX”, personificados com a intenção argumentativa de revelar a importância do período e da passagem do tempo no processo de transformação. Caso o sujeito fosse “as pessoas” o foco seria alterado dos fatos em si e de seus posicionamentos históricos para a generalização sem nome e sem ação propriamente dita. 3: Certo (Regência/coesão) O substantivo “subordinação” rege complementos com a preposição “a”, indicando a que se subordina, e com a preposição “de”, o que se subordina. Essa relação está corretamente indicada pela introdução com “dos” (de+os) no trecho “dos indivíduos e seus interesses” e “ao” (a+o) em “ao conjunto da sociedade”. No primeiro caso há dois complementos regidos pela mesma preposição (indivíduos e interesses) e a supressão dela não resulta em prejuízo gramatical, principalmente pela presença do pronome possessivo que designa os interesses como aqueles que são dos indivíduos. No entanto, é possível e correto que a preposição seja duplicada e apareça introduzindo cada um dos complementos do substantivo “subordinação”. Apesar de desnecessário, esse excesso facilita a leitura do paralelismo entre os dois complemento. 4: Certo (Interpretação de texto) Se retiradas as orações intercaladas que explicam a velha ordem, temos como resultado “Nesse processo, toda a concepção de mundo que legitimava a velha ordem foi sendo substituída pela visão individualista”. Essa leitura torna mais clara a visão de que houve um processo de transformação, de troca de uma velha ordem por algo diferente e novo. Ao se ler as definições da velha ordem, notamos que se trata de uma ordem em que a sociedade tem maior valor do que o indivíduo, notamos que não são apenas diferentes, mas opostas. Todo o texto se dirige neste sentido: demonstrar que a mudança, apesar de paulatina, foi drástica.

5: Certo (Interpretação de texto) Como indicado nos itens anteriores, já desde o início do texto fica claro que as mudanças ocorreram ao longo do tempo. A ideia do gerúndio é justamente de demonstrar um processo em andamento, no caso, no passado e ao longo dos séculos. Retirá-lo causa no texto uma mudança semelhante à do item 1. 6: Certo (Análise sintática/preposição) Diz a norma culta da língua que o sujeito tem função hierarquicamente superior e os outros termos do discurso quese organizam em torno dele. Se a preposição fosse unida ao determinante do núcleo do sujeito essa relação seria invertida e o sujeito seria visto primeiramente como parte de um trecho anterior e não como um termo essencial. No trecho, o sujeito do verbo “serem” é “os indivíduos”. A oração completa é subordinada substantiva completiva nominal do termo “ideia”. Para que fique clara a função dessa ligação geral e a função de cada termo da oração, não se deve contrair preposição e artigo. 7: Errado (Conjugação verbal) O uso do infinitivo flexionado se faz obrigatório em casos em que o sujeito léxico está expresso. O sujeito do verbo, como analisado no item anterior é “os indivíduos”, sintagma da 3ª pessoa do plural, que aparece logo à frente do verbo, obrigando a sua flexão em concordância. 8: Errado (Vocabulário) O termo “concomitantemente” é sinônimo de “simultaneamente”, ou seja, indica que ao mesmo tempo em que a visão coletiva foi substituída pela individualista, a visão social pré-determinada foi substituída pela construída pelos indivíduos. “Concomitantemente” não possui valor de equivalência de sentido, mas sim apenas temporal. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C, 5C, 6C, 7E, 8E

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) A partir da organização das ideias do texto acima, julgue os próximos itens.

39

1 4 7 10 13 16 19

Os grandes centros urbanos sempre foram considerados os maiores vilões das relações interpessoais. Mas agora há uma corrente de pensadores que sustenta o oposto. Liderados pelo psicólogo norte-americano John Cacioppo, um grupo de acadêmicos tem defendido que metrópoles do porte de Nova Iorque, Tóquio e São Paulo não contribuem para o distanciamento de seus moradores. Pelo contrário, estimulam a vida em sociedade graças à sua efervescência. Segundo Cacioppo, assim como a fome, a solidão é um tipo de alarme, que soa sempre que a coesão do grupo se torna necessária. “Nossos ancestrais reuniam-se para se defender de ataques de predadores”, diz o pesquisador. “Hoje, nos estressamos por razões diferentes e precisamos dos outros por motivos distintos, como para o r g a n i za r n o ssa r o ti n a , p a r a p r o sp e r a r o u m e sm o sobreviver”. Viver só não significa estar condenado à solidão. O saudável é equilibrar os momentos de isolamento e reclusão com os de interação com a família e amigos. Assim, é possível ser feliz sozinho.

Istoé. 28/10/2009 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) Julgue os seguintes

itens, a respeito da organização das estruturas linguísticas do texto acima.

(1) A argumentação desenvolvida no texto mostra, resumida-

(2)

(3)

(4)

(5)

mente, como os grandes centros urbanos, antes considerados “vilões das relações interpessoais” ( l.2), contribuem para minimizar a sensação de solidão nas grandes metrópoles. Seriam mantidas a correção gramatical e a coerência textual se, em lugar da flexão de plural em “Liderados” ( l.4), fosse usada a flexão de singular. Por meio do conectivo “assim como” ( l.9), o texto estabelece uma comparação entre a vida efervescente em sociedade e os estados de fome e solidão. O desenvolvimento das ideias do texto permite que se considere o termo “sua efervescência” ( l.8-9) de maneira generalizada; nesse caso, a ausência do sinal indicativo de crase em “à” ( l.8) preservaria a coerência e a correção gramatical do texto. Apesar de seu caráter predominantemente argumentativo, o texto apresenta trechos descritivos na reprodução das falas de Cacioppo, nas linhas 11-12 e 13-16.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(6) Na linha 16, o deslocamento de “só” para depois de

“significa” preservaria a correção gramatical do texto e a coerência entre as ideias, apesar de deslocar a ênfase para “estar condenado” ( l.16).

1: Certo (Interpretação de texto) O texto apresenta a teoria defendida pelo estudioso Cacioppo, que centra-se exatamente em desmistificar a ideia de que as grandes metrópoles geram solidão. O ponto central da argumentação está na expressão “(as metrópoles) estimulam a vida em sociedade graças à sua efervescência”. 2: Certo (Concordância) O termo “liderados” qualifica “acadêmicos” e, assim, concorda com ele no plural. Podemos notar que o próprio termo “acadêmicos” é o núcleo de uma locução adjetiva, “de acadêmicos”, que restringe o sentido do termo “grupo”, que funciona como núcleo do sujeito da oração. Trata-se de um caso especial de concordância, pois o núcleo sintático é o termo no singular, mas ele apenas indica que se trata de uma determinada quantidade de acadêmicos, que é de fato o núcleo semântico, ou seja, é nele que reside o significado do enunciado. Esse caso admite dupla regência, podendo, portanto, “liderados” concordar no plural com “acadêmicos”, como no original, levando em conta o caráter semântico, ou concordar no singular, “liderado”, com “um grupo”, privilegiando o caráter sintático. 3: Errado (Conjunção/coesão) A conjunção de fato estabelece uma relação comparativa, no entanto, a comparação é feita entre os termos “fome” e “solidão”, ambos funcionam da mesma forma, como um alarme. O próprio fato de ambos os termos comparados estarem no mesmo período facilita o entendimento. 4: Certo (Crase) A efervescência é característica das grandes metrópoles e, apesar de aparecer no singular, se refere a mais de uma cidade. O sinal da crase indica que existe a união da preposição “a”, exigida pela regência de “graças” em uma expressão fixa, “graças a”, e o artigo feminino singular “a” que antecede o substantivo “efervescência”, que determina o termo como específico dentre um grupo. Por se tratar de um termo que possui referente genérico, a determinação feita pelo artigo é não só dispensável como recomendável. 5: Errado (Interpretação de texto/gênero textual) A fala do pesquisador é tão argumentativa quanto o resto do texto. É usada, inclusive, como um argumento de autoridade em que um especialista, por meio da comparação histórica, defende seu estudo. Até mesmo a própria descrição no texto de opinião tem papel argumentativo, uma vez que serve de embasamento para o ponto de vista. 6: Errado (Coesão) O termo só no contexto constitui um caso de alteração de significado em função da posição. Na posição original tem acepção de “sozinho”, “em solidão”, ou seja, é a maneira como se vive. Se colocado após o não, passa a significar, na composição da expressão “não só”, que o texto proporá uma dição de ideias ao que é “viver sozinho”. Há ainda a possibilidade de significado proposta pelo item, em que o deslocamento é feito para após o verbo “significa”, em que assume o significado de “somente”, ou seja, o significado de “viver sozinho” vai além do que é proposto logo após o verbo. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E, 6E

1

As relações sociais institucionalizadas pela participação do homem nas diversas comunidades da contemporaneidade não degradam ou deformam a 4 consciência individual, porém interagem e pressionam o nível e o caráter da sua socialização, o que conserva, para sua sobrevivência, o potencial individual do eu dentro dos 7 fatos, deveres, direitos, níveis de conhecimento e da ética, sempre em correspondência com as características das sociedades, em um processo de interação estabelecido pelas 10 condições concretas de tempo, espaço, desenvolvimento sociocultural e posturas políticas dos envolvidos nele.

Juan F. S. Mederos. Essência, possibilidades e projeções da comunicação política na sociedade. In: Polifonia. Mato Grosso: FAPEMAT, n.º 11, 2005-2006, p. 92 (com adaptações).

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) Julgue os itens a seguir,

a respeito da organização do texto acima.

(1) A argumentação desenvolvida no texto centra-se na ideia

(2)

(3)

(4)

(5)

de que a identidade individual do homem encontra-se em constante interação com as identidades coletivas no seio da sociedade. Depreende-se, a partir das ideias desenvolvidas no texto, que as “relações sociais institucionalizadas” ( l.1) contribuem para a manutenção do status da individualidade, uma vez que são vitais para o indivíduo. A preposição por, usada em “pela participação do homem” ( l.1-2), tem a função de introduzir um agente para a institucionalização das “relações sociais” ( l.1). Por fazer parte de uma estrutura sintática negativa, a conjunção “ou”, em “não degradam ou deformam” ( l.3), equivale semanticamente a nem. Nas relações de coesão textual, o vocábulo “nele” ( l.11) retoma, como antecedente, “desenvolvimento” ( l.10).

1: Certo (Interpretação de texto) A informação do item resume genericamente a argumentação do texto: a formação da individualidade em meio à coletividade, como demonstra o trecho “não degradam ou deformam a consciência individual, porém interagem e pressionam o nível e o caráter da sua socialização” 2: Certo (Interpretação de texto) “As relações institucionalizadas” é a primeira informação do texto, ou seja, tem posição de privilégio na conceituação que o autor pretende criar. Além da posição de destaque, funciona essencialmente como sujeito das ações do texto e é, portanto, a medida teórica da formação do indivíduo e de suas relações sociais. 3: Certo (Preposição) As relações são caracterizadas como “institucionalizadas”, termo de formação do particípio que indica tratar-se de algo que sofreu o processo de se transformar no que. É possível atribuir no texto a realização de tal processo ao agente “participação do homem nas diversas comunidades da contemporaneidade”. A relação de agente do termo paciente vem geralmente intermediada pela preposição por e suas contrações, como no texto, a contração entre a preposição de agente e o artigo que acompanha o núcleo “participação” (por+a) 4: Certo (Conjunção) A conjunção “nem” tem caráter aditivo para sentenças de cunho negativo. No trecho “não degradam ou deformam a consciência individual”, a conjunção que une as duas orações coordenadas é “ou”, de caráter alternativo equivalente, ou seja, apesar de indicar a ideia de opção uma alternativa não exclui a outra, o que permite o uso de uma conjunção aditiva sem qualquer prejuízo à semântica do trecho. 5: Errado (Coesão) A forma “nele” (em, preposição regida pelo adjetivo “envolvidos” mais “ele”, pronome) tem papel coesivo, pois retoma um termo anterior do texto e evita a repetição dele estabelecendo relações de sentido entre as partes do texto. O referente do pronome é “processo”, e não há qualquer margem para dupla interpretação. “Processo” é o único termo masculino singular, portanto, concorda com o pronome na forma “nele”, que aparece no trecho isoladamente semanticamente. Os outros termos de mesma concordância aparecem encadeados em uma enumeração e não são representações fortes para se tornarem referentes. Além disso, o termo “processo” aparece introduzido no discurso pela preposição “em”, exatamente a mesma que antecede o pronome. Essa equivalência pode aparentar uma mera coincidência de regência, no entanto, tem o mesmo propósito: mostrar que todo o contexto analisado se insere nesse processo. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4C, 5E

40

Texto para a próxima questão 1

O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. 4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe. 7 Lugo assumiu recentemente a presidência temporária do MERCOSUL. Sob suas ordens, a delegação do Paraguai já havia impedido a aprovação de duas medidas 10 impulsionadas pelo Brasil por serem consideradas essenciais para o aprofundamento da união aduaneira do MERCOSUL

1. Língua Portuguesa

explicações concretas para essas obstruções. Ao ser questionado se a dívida de Itaipu faz parte 16 dos débitos ilegítimos que seu país pretende reavaliar, Lugo afirmou que Itaipu era intocável e, agora, será possível entrar nas contas da hidrelétrica, com a auditoria na parcela 19 paraguaia da dívida, de US$ 9,8 bilhões.

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às

estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens de 1 a 10.

(1) A dívida do Paraguai com o Tesouro Nacional já está em

US$ 19,6 bilhões.

(2) Infere-se das informações do texto que o próprio Fernando

Lugo já havia apoiado a obstrução de medidas em relação às quais o Brasil era favorável. (3) O Brasil apoiou medidas consideradas essenciais para o aprofundamento da união aduaneira do MERCOSUL. (4) O fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum e a aprovação do Código Aduaneiro Comum prejudicariam a união aduaneira do MERCOSUL. (5) Para Lugo, os termos do Tratado de Itaipu e os débitos de seu país devem passar por uma reavaliação, porque são considerados ilegítimos. (6) O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” ( l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular. (7) A expressão “essas obstruções” ( l.14) retoma a informação antecedente: “a delegação do Paraguai já havia impedido a aprovação de duas medidas” ( l.8-9). (8) A substituição de “Ao ser” ( l.15) por Quando foi prejudica a correção gramatical e a informação original do período. (9) Trata-se de trecho do gênero reportagem em que predomina o tipo textual dissertativo/argumentativo. (10) De acordo com as escolhas lexicais e sintáticas feitas pelo autor, é correto afirmar que este se coloca explicitamente no texto de forma subjetiva e pessoal. 1: Errado. O valor de US$19,6 bilhões é da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. A dificuldade na compreensão do sentido é devida à ordem em que os termos se apresentam. A frase poderia ser reescrita da seguinte maneira para diminuir tais problemas: “O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida da hidrelétrica com o Tesouro Nacional, no valor de US$19,6 bilhões”. A informação do item pode ser comprovada também como errada ao se observar as linhas 18 e 19 em que se afirma que a parcela paraguaia da dívida da hidrelétrica está em US$9,8 bilhões. Um elemento que facilita a compreensão do texto é o conhecimento prévio sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu, que é localizada no rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, e produz energia renovável aos dois países e, portanto, é de responsabilidade dos dois países. Como se lê na política da empresa: “Integração binacional – Comprometimento constante na busca conjunta de soluções concretas das necessidades dos dois países, internas ou externas à empresa, simétricas ou não, constituindo-se um exemplo de binacionalidade e instrumento de integração da América do Sul.”; 2: Certo. É possível inferir tal informação pelo texto da linha 8 e 9: “Sob suas ordens, a delegação paraguaia já havia impedido a aprovação de duas medidas (...)”. O pronome possessivo “suas” tem como referente o agente da oração anterior, Lugo, sendo, portanto, parte do processo de obstrução anterior; 3: Certo. A informação é dada nas linhas 10 e 11: “(medidas) impulsionadas pelo Brasil por serem consideradas essenciais para o aprofundamento da união aduaneira do MERCOSUL”. No entanto, é preciso notar que a redação do texto permite que a interpretação seja mais sutil do que a proposta no item. De acordo com o texto original, o que impulsionou o apoio do Brasil às medidas é que o país as considerou essenciais. No item se lê que as medidas eram consideradas essenciais e o Brasil as apoiou. Não é claro, então, no texto que as medidas são vistas por todos os países que compõem o MERCOSUL como essenciais, o que

pode ser lido no item, uma vez que a indefinição de quem considera tais medidas necessárias torna essa qualificação genérica, e, portanto, de acordo geral entre os países; 4: Errado. As informações apresentadas no item aparecem no texto como aposto da informação das linhas 10 e 11 e explicam porque as medidas são consideradas essenciais para o aprofundamento da união aduaneira do MERCOSUL, exatamente o oposto do apresentado no item; 5: Errado. O item apresenta uma relação de causa e consequência na fala de Lugo: a razão para que passem por uma reavaliação é porque são ilegítimos. No texto original tal relação é estabelecida pela questão feita a Lugo. Sua resposta tenta, inclusive, se esquivar de estabelecer tal relação, afirmando apenas que Itaipu era intocável; 6: Certo. Trata-se de um caso de regência nominal em que o advérbio “paralelamente” exige a preposição “a”. O termo regido é feminino singular e introduzido pelo artigo “a”. A crase consiste no encontro de duas vogais “a”. Quando temos um caso como o apresentado no item, podemos comprovar a presença das vogais ao se substituir o termo regido por um masculino, por exemplo, “grupo”, teríamos “paralelamente ao grupo”. A presença do artigo masculino “o” unido a uma preposição “a” mostra que no original deveríamos ter “aa”, que em português se transcreve por “à”, uma vez que a palavra subsequente era feminina; 7: Certo. O pronome demonstrativo “essa” retoma uma informação anterior, algo que já foi dito e precisa ser retomado, evitando assim a repetição, tornando o texto mais dinâmico. Ao se observar atentamente a que se refere o pronome, notamos que as obstruções previamente mencionadas são as informações apresentadas na linha 9, “impedido a aprovação de duas medidas”. Reconhecer os elementos de coesão do texto, ou seja, aqueles que conectam as partes e estabelecem relações entre informações, é parte essencial do trabalho de seu entendimento; 8: Errado. O item pode ser considerado errado por uma sutil diferença na relação estabelecida pelos conectivos. “Ao ser” indica a relação temporal entre o que foi perguntado e a resposta dada, mas também estabelece que a pergunta foi a causa de um certo comportamento, no caso, Lugo ter se esquivado de responder diretamente o que foi perguntado. Já o conectivo “quando foi” não carrega essa relação de consequência na resposta, indicando apenas que ele foi questionado e apresentou uma resposta; 9: Errado. Trata-se, na verdade, de um texto do gênero informativo, publicado em um jornal, uma vez que a informação é apresentada de maneira objetiva e não há a defesa explícita de qualquer ponto de vista. O texto tem por objetivo apenas fazer com que o leitor conheça fatos, sem apresentar conclusões a respeito deles; 10: Errado. As escolhas lexicais (de vocabulário) e sintáticas (de combinação dos termos) segue a tradicional escrita do gênero informativo. Não há a presença da primeira pessoa do discurso na apresentação do texto ou qualquer adjetivação que indique pessoalidade na escrita. A organização sintática do texto é clara e objetiva. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E, 6C, 7C, 8E, 9E, 10E

— o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum e o

13 Código Aduaneiro Comum. Os paraguaios não deram

41

1 4 7 10 13 16 19 22

N o c o m e ç o d a m o d e r n i d a d e , To r q u a t o A c c e t t o defendeu a ideia de uma “dissimulação honesta” como a necessidade, própria do caráter precário da condição humana, de adiamento da verdade na esfera pública. Não seria necessariamente a sustentação da mentira, mas um jeito de sobreviver em um mundo de paixões. Um mundo que deseja a honestidade, mas ao mesmo tempo a teme e, portanto, se especializa em contatos indiretos com ela. Enquanto simular é mostrar o que não está presente, dissimular é não deixar aparecer aquilo que está presente. A hipervalorização da vida privada como algo passível de “aparição” (blogs, fotologs, videologs, culto às celebridades ou a si mesmo) corresponde ao extermínio do espaço público que se sustenta em caricaturizações da política, da arte e do próprio conhecimento. Essa hipervalorização resulta de uma espécie de mutilação existencial. A privação de biografia leva à caricaturização da vida privada. A experiência pessoal não aparece na parafernália impressa ou virtual senão como fantasmagoria. A biografia da qual somos privados ressurge em sua versão larval nesses meios como promessa de identidade, de inserção, de contemplação por parte do outro.

Márcia Tiburi. Neobovarismo: a correspondência entre a insatisfação e a dissimulação nossa de cada dia. In: Cult, 139, ano 12, p. 41 (com adaptações).

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) A partir da argumenta-

ção do texto acima, bem como das estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os itens a seguir.

(1) Na organização das ideias do texto, o pensamento defen-

dido por “Torquato Accetto” ( l.1) é citado para justificar a ideia na qual se apoia a argumentação: não há dissimulação honesta. (2) O uso das aspas, tanto na linha 2 quanto na linha 12, sinaliza um uso irônico de expressões não peculiares ao vocabulário característico do autor ou do teor do assunto do texto. (3) O caráter explicativo do aposto nas linhas 3 e 4 permite que

sejam inseridos os termos que é antes de “própria” ( l.3), transformando-o em oração subordinada, sem se prejudicar a correção gramatical nem a coerência do texto.

(4) De acordo com a argumentação do texto, a busca por “um

jeito de sobreviver em um mundo de paixões” ( l.5-6) justificaria a necessidade de “mostrar o que não está presente” ( l.9).

(5) Vocábulos como “blogs, fotologs, videologs”( l.12) são

exemplos de como a variedade de morfemas da língua portuguesa é usada para formar novas unidades significativas, construídas a partir de unidades já existentes.

(6) Na organização do texto, a troca da preposição em “resulta

de” ( l.16) por em preservaria a correção gramatical, mas provocaria mudanças nas relações de sentido que prejudicariam a coerência da argumentação.

(7) Sem que sejam necessárias quaisquer outras alterações

no texto, preservam-se a correção e a coerência textuais ao se substituir o termo “senão” ( l.19) por porém.

1: Errado (Interpretação de texto) O pensamento do teórico é citado como o objetivo de demonstrar como a dissimulação é um fato e uma necessidade da sobrevivência no mundo moderno. A argumentação central do texto é justamente em torno das necessidades de “aparição” da vida privada, ou seja, da simulação e dissimulação. O teórico aparece como um argumento de autoridade de ponto de partida para uma discussão não mais sobre a necessidade da dissimulação ou sua honestidade, mas sim de como o mundo atual se relaciona com tais conceitos. 2: Errado (Valor semântico/pontuação) São as expressões entre aspas “dissimulação honesta” e “aparição”. Em ambos os casos, as aspas foram usadas para indicar que os termos são usados de maneira figurada. No primeiro caso, a autora resumiu o conceito de Torquato Accetto em uma expressão que deve ser entendida com o cuidado do aparato teórico. Já no segundo caso, o termo é originalmente próximo de “surgimento”, no sentido de que algo novo vem à tona. No texto, é usado figurativamente como a necessidade de estar à mostra. Apesar da nova significação, não há qualquer traço de ironia nos sentidos que os termos assumem. 3: Certo (Análise sintática) O aposto tem como função explicar um termo anterior, trazendo informações que podem facilitar o entendimento do leitor e a contextualização do tema. Essa mesma função pode ser cumprida por uma oração subordinada adjetiva explicativa, que é essencialmente diferente do aposto pela presença de um verbo como centro sintático e por se ligar ao termo que explica na estrutura de um período composto. A sugestão feita pelo item leva em conta justamente a semelhança de objetivo e a diferença sintática entre o aposto e a oração explicativa, ou seja, trata-se de uma possibilidade que, pela adaptação com a presença do pronome relativo e do verbo, mantém a intenção e a correção gramatical do trecho. 4: Errado (Interpretação de texto) O texto define dissimular como “não deixar aparecer aquilo que está presente”. Diz ainda que, devido ao caráter precário da condição humana, é necessário adiar a verdade na esfera pública. Sobreviver em um mundo de paixões justifica, então, esconder o que está presente (dissimular), e não mostrar o que não está (simular) 5: Errado (Morfologia) Os termos em questão são resultantes da apropriação que a língua portuguesa faz de termos originários de outras línguas, é o processo de formação de novas palavras por estrangeirismo, ou seja, trata-se de termos que são apropriados e adaptados à morfologia do português. Esse é um mecanismo legítimo e típico da necessidade do surgimento de um novo vocabulário para coisas novas,

em geral, originárias também do estrangeiro. O advento da virtualização e da globalização facilita a inserção de termos estrangeiros na língua, muitas vezes em caráter excessivo, e que deve ser evitado, em que se usa um termo em inglês para substituir um que já existia previamente em português. 6: Certo (Regência) O verbo resultar é transitivo e admite dupla regência: “resultar em” indica que o complemento será o resultado do processo, e “resultar de” indica que o complemento é a origem dele. Ao se fazer a substituição proposta no item, mantém-se a correção, uma vez que o verbo permite ambas as possibilidades, no entanto o sentido será alterado e argumentação prejudicada. 7: Errado (Coesão) O termo “senão” é usado no texto como preposição e significa “com exceção de, a não ser; salvo, exceto”. Ou seja, a experiência pessoal não é “aparece” e sua única possível aparição, exceção à regra, é como fantasmagoria. “Porém” é uma conjunção adversativa, ou seja, indica que a ideia a seguir será oposta a anterior, é não de exceção como no original. Para seu uso, seria necessário reformular o trecho, retirando o “não”, “A experiência pessoal aparece na parafernália impressa ou virtual, porém como fantasmagoria.”, e ainda assim, apesar de correto gramaticalmente e textualmente coerente, altera-se a intenção argumentativa. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E, 5E, 6C, 7E

42

1

A relação que acontece entre valores e avaliações necessita de um procedimento genealógico (avaliar um valor no próprio surgimento) para que saibamos o que são tais 4 construções. O pressuposto válido é um só, porque a vida não está centrada em nenhum lugar além dos fenômenos entendidos como aquilo que é aparente, ou melhor: como 7 aquilo que aparece. Portanto, um projeto ético desponta de tudo isso e pretende fundar-se em uma cosmologia que diz o seguinte: não há outra vida fora desta e, se existe uma vida 10 eterna, a mesma é a própria vida terrena. Aquilo que seria “vir-a-ser” é transformado imediatamente em “ser”: o ser que se é, que não indica outra coisa fora a vida como vontade de 13 poder (relações de forças). Por esse olhar temos o ser no devir.

Filosofia contemporânea e a existência humana. In: Ciência e Vida, n.º 8, edição especial, ano II, p. 36 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2009 – CESPE) Com base no texto acima,

julgue os itens de 1 a 6.

(1) A argumentação do texto centra-se na ideia de que um

(2)

(3)

(4)

(5)

(6)

projeto ético válido deve ter dois focos: a relação entre os “valores e avaliações” ( l.1) e a pressuposição de que a vida está centrada em fenômenos pertencentes ao aqui e ao agora. Os parênteses utilizados nas linhas 2 e 3 têm a função de inserir uma informação que explicita como “um procedimento genealógico” ( l.2) deve ser compreendido; por isso, a sua substituição por dois travessões preservaria a correção e a coerência do texto. Subentende-se, no desenvolvimento das ideias do texto, que a expressão “tais construções” ( l.3-4) retoma dois antecedentes: “valores” e “avaliações”, ambos na linha 1. Preserva-se o respeito à correção gramatical e à coerência entre os argumentos ao se utilizar o sinal de dois-pontos em lugar da vírgula depois de “só” ( l.4). No desenvolvimento do texto, os valores semânticos e argumentativos de “além” ( l.5) e “fora” ( l.12) estão tão estreitamente relacionados que a troca de posição entre as duas palavras preservaria tanto a coerência quanto a correção gramatical do texto, desde que “a vida” ( l.12) fosse substituída por da vida. A expressão “ou melhor” ( l.6), seguida de dois-pontos, estabelece uma relação de significados entre “aquilo que é aparente” ( l.6) e “aquilo que aparece” ( l.7) que, no desenvolvimento da argumentação, torna as duas estruturas intercambiáveis.

1. Língua Portuguesa 1: Certo (Interpretação de texto) O conteúdo do item resume a argumentação aos seus fatores essenciais, a saber, o ponto em discussão per se e seu pressuposto, ambos fundamentadores da necessidade do projeto ético do ser no devir. 2: Certo (Pontuação) A função dos parênteses é a de isolar um aposto, termo sintático que especifica, exemplifica ou explica um termo anterior que pode ser desconhecido do leitor ou que exija aprofundamento para o contexto. O aposto deve ser isolado do resto do texto e normalmente isso é feito pelo uso das vírgulas, mas são válidas as opções dos parênteses ou dos travessões sem qualquer prejuízo ao enunciado. 3: Certo (Coesão) “Tais construções” retoma dois termos do trecho anterior que possuem função semelhante na construção da argumentação, já que são referenciados em um termo genérico e plural. A única situação em que isso acontece é nos elementos que compõem a relação, ou seja, “os valores” e “as avaliações”. Além disso, o contexto deixa claro que é necessário que esses dois elementos sejam analisados pela genealogia com a finalidade de entender a relação entre eles e suas consequências. 4: Errado (pontuação/coesão) A presença dos dois pontos seria indicativo de que a seguir seria apresentado um aposto, ou seja, uma explicitação do significado de “um só”. No entanto, o trecho subsequente apresenta a causa de ser apenas um. O valor dessa relação é estabelecido pela conjunção “porque”, o que impede o uso das vírgulas. 5: Certo (valor semântico/interpretação de texto) Os dois termos, “além” e “fora” são fundamentais no processo argumentativo, pois colaboram para a definição da vida como única e exclusivamente a vida corpórea e social. São equivalentes no aspecto de exclusão de outras formas e na localização da vida centrada no “aparecer”. Apesar da equivalência semântica, os termos possuem regência diferente, o que exige a adaptação gramatical com a regência da preposição “de” no uso do termo “além” 6: Certo (interpretação de texto/aposto) O termo que aparece apresentado pelos dois-pontos, “como aquilo que aparece”, é aposto e cumpre a função de explicitar o sentido da expressão anterior “aquilo que é aparente”. Por se tratar de um aposto de caráter explicativo, e uma vez estabelecida a relação, a substituição de um pelo outro ao longo do texto já está fundamentada nessa relação gramatical.

28 cada vez mais ficam evidentes? Por que nos condenar a viver “como se não fosse possível outro destino senão o de viver à mercê dos grandes donos do mundo? Este é, amigos, o 31 tamanho da nossa solidão.” A Vi l a I s a b e l d e s f i l o u e s t e a n o , n a p a s s a r e l a d o Sambódromo, com o tema Soy loco por ti, América, 34 originalmente na música de Capinam e de Gil, reatualizando as citações do discurso com que García Márquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 8 de dezembro de 1982 –— 37 já lá vai um quarto de século.

Emir Sader. Jornal do Brasil, 26/2/2006 (com adaptações). (Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Com referência ao texto “Soy loco por ti, América”, julgue os itens seguintes. (1) Evidencia-se, no trecho selecionado, a intertextualidade,

(2)

(3)

(4)

(5)

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5C, 6C

Soy loco por ti, América 1

4

7

10

13

16

19

22

25

“A interpretação da nossa realidade com esquemas alheios só contribui para tornar-nos cada vez mais desconhecidos, cada vez menos livres, cada vez mais solitários.” Fomos “descobertos” ou reinventados pelos colonizadores, que impuseram o sentido que mais lhes convinha à nossa história. “Insistem em medir-nos com o metro que se medem a si mesmos” e assim se consideram “civilizados” e a nós, “bárbaros”. Não se dão conta de que “os estragos da vida são iguais para todos” e que a busca da identidade própria é tão árdua e sangrenta para nós como foi para eles. Talvez os ex-colonizadores — hoje imperialistas — fossem mais compreensivos conosco — os “bárbaros” —, se olhassem melhor para o seu próprio passado, sem a mistificação com que o envolveram antes de exportá-lo para nós. A América Latina e o Caribe reivindicam o direito de ter uma história própria, assim como temos uma cultura e um esporte próprios — tão admirados por eles. “A solidariedade com nossos sonhos não nos fará sentir menos solitários, enquanto não se concretize com atos de apoio legítimo aos povos que assumam a ilusão de ter uma vida própria na divisão do mundo.” “Por que a originalidade que nos é admitida, sem reservas na literatura, nos é negada com todo tipo de suspeitas em nossas tão difíceis tentativas de transformação social, que os colonizadores tiveram tanta dificuldade — eles também — para encontrar e, ainda assim, com defeitos, que

43

(6)

(7)

marcada explicitamente pelo emprego das aspas, estabelecendo-se, no discurso, a relação entre a voz do autor do texto e a do escritor Gabriel García Márquez bem como a remissão ao texto de Capinam e Gilberto Gil e ao desfile da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. Há elementos no texto que permitem a inferência de que o processo de emancipação do povo latino-americano não sofreu significativas alterações no período de dezembro de 1982 a fevereiro de 2006. No discurso de García Márquez, o emprego dos pronomes de primeira e terceira pessoa expressa a tensão entre os interesses dos povos latino-americanos, “bárbaros” ( l.8 e 12) — nós —, e os dos povos “civilizados” ( l.8), os “grandes donos do mundo” ( l.30) — eles. Com correção gramatical, a ideia principal desse texto assim poderia ser expressa: É necessário a ruptura com interpretações baseadas em esquemas alheios aos povos latino-americanos, tal como a mistificação do passado colonial, visto que elas constituem impecilho à compreensão da identidade destes povos bem como a sua efetiva emancipação. O trecho “que impuseram o sentido que mais lhes convinha à nossa história” ( l.5-6) constitui uma restrição ao sentido do antecedente nominal “colonizadores” ( l.5), o que justifica o emprego da vírgula após este vocábulo. A expressão “à nossa história” ( l.6) é complemento do verbo impor, e, nela, é facultativo o emprego do acento indicativo da crase. Seria correta a substituição da forma verbal ‘Insistem’ ( l.6) por Insiste-se, dado que tanto a partícula se quanto a flexão do verbo na terceira pessoa do plural são procedimentos legítimos de indeterminação do sujeito.

1: Certo. (Interpretação de texto) Embora o texto possua muitas passagens entre aspas que sugerem intertextualidade, não há uma indicação clara de que sejam citações de Gabriel García Márquez. O item 3 desta questão, contudo, esclarece a dúvida e permite que se afirme que de fato se trata da retomada do discurso do escritor colombiano. 2: Certo. (Interpretação de texto) O ano de 1982 é o do discurso de Gabriel García Márquez, o de 2006 é o do texto de Emir Sader. Este cita trechos do discurso, ligando-os por meio de um texto com verbos no presente, atualizando, portanto, o conteúdo dos trechos como o de uma situação ainda válida em 2006. 3: Certo. (Coesão) Gabriel García Márquez fala em nome da América Latina e do Caribe, sendo ele próprio um colombiano, temos o emprego da primeira pessoa do plural. O termo “bárbaros” constitui a depreciação que o autor diz esses povos sofrerem pelos antigos colonizadores – eles –, que se julgam civilizados. 4: Errado. (Concordância; ortografia; Coesão) O texto apresenta algumas transgressões de norma: É necessária a ruptura com interpretações baseadas em esquemas alheios aos povos latino-americanos, tais como a mistificação do passado colonial, visto que elas constituem empecilho à compreensão da identidade desses povos bem como a sua efetiva emancipação.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5E, 6C, 7E

1 O menos que se pode dizer é que a simbiose cultural França/Brasil é coisa do passado, história, aliás, mais interessante do que sugerem os enfoques superficiais e 4 fragmentários que, em geral, lhe têm sido consagrados, quase sempre preocupados com o pitoresco. Lembremos, a título de curiosidade, que, no século XVI, era o Brasil que exercia 7 influência sobre a França, seja como terra de missão, seja por projetos de geopolítica, seja pelo tradicional atrativo que o exótico exerce sobre o ideário francês, passando pelas 10 contaminações de vocabulário, como as palavras indígenas que, segundo Lévi-Strauss, incorporaram-se à língua francesa sem intermediação do português. 13 Do lado brasileiro, era um exemplo de bovarysmo intelectual, que, nos oitocentos e novecentos, resultava em inquietante, e não raro ridícula, desnacionalização mental, 16 repetindo-se, em nossos dias, com relação ao inglês e aos Estados Unidos. Contudo, desde os começos do século XIX, Ferdinand Denis aconselhava aos escritores que, para criar 19 uma literatura brasileira, era preciso abandonar os modelos estrangeiros em favor da temática nacional. Acrescentemos a tradicional “visão tropicalista” que 22 condiciona o “horizonte de expectativa francês” com relação às literaturas latino-americanas e que nós, de nossa parte, fazemos de tudo para encorajá-la com a imagem folclórica 25 sobre nós mesmos. Daí decorre, para lembrar apenas um caso, que Machado de Assis seja visto no exterior como pouco brasileiro, pois o protótipo brasileiro é Jorge Amado.

Wilson Martins. Jornal do Brasil, 19/11/2005 (com adaptações). (Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Em relação ao texto acima,

julgue os próximos itens.

(1) O texto permite inferir-se que “os enfoques superficiais e

fragmentários” ( l.3-4) sobre a relação entre a cultura brasileira e a francesa privilegiam a forma como esta se apresenta nos séculos XIX e XX. (2) Depreende-se da argumentação do autor do texto que a literatura produzida por Jorge Amado atende à expectativa dos franceses, visto que reproduz a imagem folclórica do povo brasileiro. (3) No segmento “era o Brasil que exercia influência sobre a França” ( l.6-7), foi empregada a expressão de realce “era (...) que”, compatível com o conteúdo da informação aí expressa. (4) Mantendo-se os sentidos do texto e preservando-se a correção gramatical, o trecho “aconselhava aos escritores que (...) era preciso” ( l.18-19) poderia ser substituído por alertava aos escritores de que (...) precisavam. 1: Certo. (Interpretação de texto) Quando o autor, ao criticar “os enfoques superficiais e fragmentários”, pede que se lembre que no século XVI o Brasil exercia influência sobre a França, pode-se pressupor que o superficial se explica na ideia de que sempre a influência era de lá para cá e que o fragmentário, por sua vez, se explica pela concepção de que ela é fenômeno dos séculos XIX e XX. 2: Certo. (Interpretação) A parte final do texto justifica esta afirmação: “Acrescentemos a tradicional “visão tropicalista” que condiciona o “horizonte de expectativa francês” com relação às literaturas latino-americanas e que nós, de nossa parte fazemos de tudo para encorajá-la com a imagem folclórica sobre nós mesmos. Daí decorre, para lembrar

apenas um caso, que Machado de Assis seja visto no exterior como pouco brasileiro, pois o protótipo brasileiro é Jorge Amado.” 3: Certo. (ASPS: partícula de realce) A possibilidade da estrutura “é que” ser retirada, sem que isso acarrete problemas na estrutura sintática, revela ser essa estrutura uma partícula de realce ou expletiva. 4: Errado. (Regência) A reescrita proposta faria com que o verbo “alertar” fosse empregado com dois objetos indiretos (o termo “aos escritores” e a oração iniciada por “de que...”), o que a norma condena no caso desse verbo. (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Consciente de que, em um contexto organizacional, a redação deve apresentar correção, clareza, objetividade, coerência, adequação e concisão, considere que o seguinte trecho faça parte de um texto a ser revisto:

“Em resposta a seu estimado pedido de 10 de novembro, que lemos com atenção, pedimos-lhe a fineza de dizer a quantidade exata de cada item solicitado.” A respeito dos padrões de qualidade do texto, julgue os itens a seguir. (1) Nesse trecho, a mensagem pode ser compreendida, mas

a linguagem não é objetiva.

(2) O fragmento “Em resposta a seu estimado pedido” estaria

mais adequado à comunicação oficial caso fosse reescrito da seguinte forma: Em resposta a sua prezada solicitação. (3) Retirar a oração “que lemos com atenção” juntamente com a vírgula que a sucede torna o texto mais conciso. (4) Há erro no emprego da forma verbal em “pedimos-lhe”. O correto seria pedimo-lhes. (5) No que se refere ao emprego de “dizer”, é correto afirmar que esse verbo, no contexto em que aparece, apresenta o problema de ser genérico. Em seu lugar seria mais adequado o verbo especificar. 1: Certo. (Gêneros textuais) A presença do adjetivo “estimado”, por exemplo, revela marcas de subjetividade na mensagem, uma vez que revela envolvimento emocional do enunciador. 2: Errado. (Gêneros textuais) A troca do adjetivo “estimulado” por “prezado” mantém a subjetividade. 3: Certo. (Pontuação: oração adjetiva) A oração adjetiva em questão traz uma informação de caráter explicativo que, além disso, não possui nenhuma dado importante para o entendimento do texto. 4: Errado. (Emprego de pronomes) O pronome “lhe(s)” não acarreta nenhuma alteração fonética nos verbos em que aparecer enclítico ou mesoclítico. 5: Certo. (Adequação vocabular) A variação e a precisão vocabulares são itens importantes para se obter um bom texto. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C

5: Errado. (Pontuação: oração adjetiva) Ao contrário, a presença da vírgula confere à oração adjetiva um valor explicativo, ou seja, a informação que ela contém se aplica a todos os colonizadores. 6: Certo. (Crase) A presença do pronome possessivo torna a presença do artigo facultativa e, consequentemente, a da crase também. 7: Errado. (ASPS: voz passiva) A forma verbal “insistem” não possui sujeito indeterminado, uma vez que é possível depreendê-lo pelo contexto. A substituição proposta, que geraria um sujeito indeterminado, não é, portanto, cabível.

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

44

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Um dos mecanismos de concisão textual consiste em eliminar ou em substituir por construções mais curtas vocábulos, expressões e até orações. Com base nessa prática, julgue a adequação e a correção gramatical das reescrituras propostas, na 2.ª parte de cada item, para os trechos apresentados a seguir. (1) Espero que me respondas, a fim de que seja feito o escla-

(2) (3)

(4)

(5)

(6)

recimento das dúvidas. — Espero sua resposta, para que sejam esclarecidas as dúvidas. Será apresentado oportunamente o que programamos. — Será apresentado oportunamente os programas. Pediu a ele a devolução do documento que fora enviado por ocasião do término da auditoria. — Pediu-lhe a devolução, ao término da auditoria, do documento enviado. Não há qualquer coisa que possibilite a nós proceder ao pagamento que nos foi solicitado. — Não há possibilidade de nosso procedimento do pagamento solicitado. Na ocasião em que o expediente tiver início, é devido que os memorandos sejam preparados logo em seguida. — No momento que o expediente for iniciado, é devido que os memorandos se preparem logo em seguida. Nada mais havendo a tratar, subscrevemo-nos. — Atenciosamente,

1. Língua Portuguesa

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5E, 6C

1

Há uma diferença fundamental entre a concepção econômica do novo grupo dirigente cubano, à frente o presidente Raúl Castro, e o modelo que está sendo 4 implantado na China. Na economia chinesa, a base é o crescimento do PIB, enquanto na cubana é o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) — mecanismo 7 que foi criado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo Prêmio Nobel Amartya Sen para avaliar outras dimensões que não apenas o PIB e que é utilizado pela ONU 10 para medição da qualidade de vida de um povo. Segundo o ex-assessor especial de Lula, Frei Betto, que chegou recentemente de Cuba, onde esteve com Raúl Castro, de 13 quem é amigo pessoal, os cubanos fazem sérias ressalvas ao processo chinês, exatamente por valorizar o crescimento econômico sem levar em conta o desenvolvimento social. 16 Além do PIB per capita corrigido pela paridade do poder de compra de cada país, o IDH leva em conta a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o 19 indicador se vale da expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino.

4: Errado (Período Composto) O trecho “que chegou recentemente de Cuba” qualifica o termo Frei Betto, presente em outra oração, e é centrado em torno de um verbo (chegou), e, por isso é uma oração subordinada adjetiva. A presença das vírgulas faz com que a relação entre a oração e o seu referente seja de explicação, ou seja, sabe-se quem é Frei Betto e apenas explica-se algo do contexto a respeito dele, não sendo necessário restringir o significado do termo em relação a outros. A oração em questão é, portanto, uma subordinada adjetiva explicativa, que deve vir isolada por vírgulas. As orações subordinadas adjetivas restritiva não são isoladas por vírgulas. 5: Errado (Análise sintática/sujeito) Lê-se no trecho “o indicador se vale da expectativa de vida ao nascer”. O sujeito do verbo “valer” é o indicador e, por estar explícito e possuir um núcleo, é classificado como sujeito simples. A partícula “se” que acompanha o verbo tem valor de torná-lo pronominal, ou seja, trata-se de uma atitude própria do sujeito. A partícula “se” cumpre diversas funções na língua dentre elas a de apassivadora, como é incorretamente sugerido pelo item. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E

1: Certo. (Concisão) Reescrita adequada. 2: Errado. (Concordância) Serão apresentados oportunamente os programas. 3: Certo. (Interpretação de texto) A reescrita acarreta mudança de sentido: o “término da auditoria” indicava o momento do envio do documento, passa a indicar o do pedido de devolução. O gabarito, portanto, deveria ter sido alterado para ERRADO. 4: Errado. (Interpretação de texto) A reescrita acarreta prejuízo semântico: o trecho “possibilidade de nosso procedimento do pagamento solicitado” não faz sentido. 5: Errado. (ASPC) Ambas as frases apresentam problemas de estruturação sintática que prejudicam o entendimento: No momento que o expediente for iniciado, devem-se preparar em seguida os memorandos. 6: Certo. (Interpretação de texto) O termo “atenciosamente” deixa implícita a ideia de não haver mais nada a tratar e antecede tradicionalmente a assinatura.

1 4 7 10 13 16 19

Julgue os itens que se seguem, relativos às ideias e a aspectos gramaticais do texto acima. (1) A forma verbal “atravessam” ( l.2) está no plural para concor-

(1) Cuba adota a mesma concepção econômica posta em (2) (3)

(4)

(5)

prática pela China, sem maiores diferenças. O IDH é a base do modelo econômico adotado em Cuba. O trecho “que não apenas o” ( l.9) pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituído por além do. O trecho “que chegou recentemente de Cuba” ( l.11-12) está entre vírgulas por tratar-se de oração subordinada adjetiva restritiva. Em “se vale” ( l.19), o “se” indica sujeito indeterminado.

1: Errado (interpretação de texto) Toda a estruturação do texto se deve exatamente à diferença essencial entre os modelos cubano, baseado no IDH e o chinês, baseado no PIB, como demonstra o trecho inicial “Há uma diferença fundamental entre a concepção econômica do novo grupo dirigente cubano (...) e o modelo que está sendo implantado na China. 2: Certo (Interpretação de texto) O texto explica detalhadamente o que é e como funciona o modelo cubano. O trecho que comprova a informação do item é “na cubana (o modelo) é o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”. 3: Certo (Conjunção) O trecho introduzido pela locução conjuntiva “que não apenas” acrescenta uma informação semelhante às outras do contexto, numa enumeração do que é considerado para a medição do IDH. Estabelece-se, então, entre as partes do trecho uma relação de adição. É exatamente esse valor que traria a locução conjuntiva “além do”. Ambas as estruturas, do original e da sugerida pelo item, seguem a mesma estruturação gramatical, não sendo necessária qualquer adaptação.

As relações financeiras do Brasil com o restante do mundo atravessam um momento excepcional. A passagem do país para a condição de credor internacional é apenas um marco simbólico dessa evolução, mas desperta tamanha euforia que pode passar a falsa impressão de que o país superou definitivamente a sua crônica dependência externa. O Brasil tornou-se emprestador líquido porque o Banco Central acumulou aplicações em dólares (reservas) mais que suficientes para honrar toda a dívida externa — a pública e a privada. Em uma situação hipotética extrema, em que as fontes de crédito externo ao Brasil de súbito secassem, haveria meios para saldar os compromissos assumidos. Países que equacionaram suas contas externas tendem a ser vistos como menos arriscados pelos investidores globais. Quando, além disso, as perspectivas de crescimento da economia são favoráveis e a expectativa de retorno de aplicações em ações e títulos públicos é elevada, forma-se um caldo de cultura para a entrada maciça de dólares sob diversas rubricas. É o caso do Brasil.

Folha de S.Paulo, 26/2/2008.

Merval Pereira. O Globo, 26/2/2008. (Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os próximos itens.

45

(2) (3) (4) (5)

dar com a expressão “do Brasil com o restante do mundo” ( l.1-2). O trecho “dessa evolução” ( l.4) se refere à ideia antecedente expressa na primeira frase do texto. Subentende-se das informações do texto que o Brasil já superou completamente a sua dependência externa. A forma verbal de subjuntivo “secassem” ( l.12) se justifica por se tratar da citação de uma situação hipotética. A entrada maciça de dólares no país decorre do equacionamento das contas externas, das perspectivas de crescimento e da expectativa de retorno de aplicações em ações e títulos públicos.

1: Errado (Concordância) O sujeito do verbo “atravessam” é “As relações financeiras do Brasil com o restante do mundo” e seu núcleo é o substantivo “relações”. Trata-se de um termo no plural e a regra básica de concordância verbal diz que o verbo deve acompanhar seu referente em número. 2: Certo (Coesão) O pronome demonstrativo tem função coesiva entre as partes do texto, retomando ideias anteriores e relacionando-as a informações seguintes. O primeiro período do texto tem função introdutória e situa o assunto de que se fala de maneira positiva. O pronome dessa (de+essa) une a informação do segundo período àquela apresentação e retoma a ideia positiva na palavra que acompanha “evolução” 3: Errado (Interpretação de texto) O texto trata justamente da diferença entre independência econômica e possibilidade de honrar dívidas. Como se vê no trecho “passar a falsa impressão de que o país superou definitivamente a sua crônica dependência externa”, pensar em independência é uma ideia falsa.

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

4: Certo (Interpretação de texto) O subjuntivo é considerado o modo verbal que ao invés de expressar uma certeza, como faz o indicativo, expressará uma ideia de dúvida, exprime uma ação irreal, hipotética. De acordo com o início do período, é exatamente essa a função do verbo e do trecho em que ele se insere. 5: Certo (Interpretação de texto) O equacionamento gera uma baixa taxa de risco que associada ao crescimento e expectativa de retorno, segundo o texto, gera “um caldo de cultura para a entrada maciça de dólares sob diversas rubricas.”

claro que o autor se envolve pessoalmente com o assunto. A primeira pessoa é a marca mais clara de subjetividade, uma vez que deixa claro qual é o sujeito que exprime a opinião. Além disso, termos como “romanticamente”, “imaginação” e “mobilizou” tratam de valores sentimentais, outra marca da subjetividade. 5: Errado (Valor semântico) O verbo “engendrar” significa criar, gerar, produzir. Não há qualquer possibilidade de relação semântica de negação com o termo como propõe o item. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5E

46

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C

O afastamento de Fidel Castro, como quer que deva ser analisado de diversos pontos de vista, tem certamente significado simbólico. Ele aponta para o fim de uma singular 4 experiência revolucionária no hemisfério, que, não obstante o que aparece como sobrevida melancólica nas condições de hoje, ao nascer incendiou romanticamente a imaginação 7 de muitos de nós e nos mobilizou. Eram os tempos provavelmente mais quentes da Guerra Fria, e a fantasia de uma alternativa socialista e revolucionária atraía muitos 10 jovens generosos, estimulados pela visão sartriana de um furacão benigno sobre Cuba, protagonizado igualmente por jovens abnegados e heróicos. A movimentação resultante 13 concorreu, naturalmente, para que o processo político brasileiro desaguasse no desastre de 1964, enquanto em plano mundial se evidenciava a face bárbara da 16 experimentação com o socialismo e se engendrava a dinâmica que terminaria por inviabilizá-lo. Felizmente, as circunstâncias do presente permitem, quando nada, evocar 19 com bom humor algo do clima do imediato pós-Revolução Cubana — e quem sabe procurar refletir de novo sobre importantes e perenes temas políticos.

Fábio Wanderley Reis. Valor Econômico, 24/2/2008 (com adaptações). (Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Com base no texto

acima, julgue os seguintes itens.

(1) O pronome “Ele” ( l.3) retoma o antecedente “Fidel Castro”

( l.1).

(2) O termo “não obstante o” ( l.4-5) pode, sem prejuízo para

a correção gramatical e para as informações originais do período, ser substituído por apesar do ou a despeito do. (3) A palavra “incendiou” ( l.6) está sendo empregada em sentido conotativo, com o significado de estimulou. (4) O trecho “incendiou romanticamente a imaginação de muitos de nós e nos mobilizou” ( l.6-7) confere um traço de subjetividade ao texto. (5) A expressão “se engendrava” ( l.16) está sendo empregada com o sentido de rejeitava, recusava. 1: Errado (Interpretação de texto) O pronome “ele” retoma o termo “afastamento” de que fala, tanto a locução adjetiva “de Fidel Castro” como todo o conteúdo do primeiro período. O pronome funciona como elemento coesivo entre os dois períodos e retoma todo o conteúdo anterior para continuar o desenvolvimento da argumentação. A estrutura do texto não deixa margem para dupla interpretação, já que o texto como um todo vai desenvolver qual é o caráter simbólico do afastamento. 2: Certo (Conjunção) A relação estabelecida entre as partes do texto pela conjunção “não obstante” é de concessão, ou seja, indica um obstáculo que não impedirá ou modificará a declaração da oração principal. As conjunções apresentadas pelo item possuem o mesmo valor e, pela presença da preposição, podem substituí-la sem qualquer prejuízo gramatical ou de sentido. 3: Certo (Valor semântico) O campo semântico do verbo incendiar é originalmente o do sentidos táteis, o fogo, e seu significado é “fazer arder ou arder, inflamar(-se), incender(-se)”. É de uso recorrente a ideia de incendiar associada aos ânimos pessoais, no sentido de aumentar o desejo de algo. Essa acepção, apesar de conotativa, encontra-se inclusive dicionarizada por derivação figurada, de acordo com o dicionário Houaiss: “tornar(-se) vivo, caloroso; Excitar(-se), acalorar(-se), animar(-se)” 4: Certo (Interpretação de texto) A presença dos pronomes de primeira pessoa do plural dão caráter pessoal à argumentação, ou seja, deixa

O preço do saneamento Falta saneamento básico para 2,6 bilhões de pessoas, ou 41% da população mundial. A ONU afirma que o problema poderia ser solucionado em duas décadas, com investimentos anuais de 10 bilhões de dólares. A falta de saneamento causa: a morte de 42.000 pessoas por semana no mundo; a morte de uma criança a cada 20 segundos. Seria possível solucionar o problema com: o equivalente a 1% dos investimentos militares feitos anualmente no mundo; o equivalente ao dinheiro gasto pelos europeus com sorvete. Holofote. In: Veja, 13/2/2008, p. 42 (com adaptações). (Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) A partir do texto acima,

julgue os itens que se seguem.

(1) Infere-se do texto que a população mundial é formada por

mais de 6 bilhões de pessoas.

(2) Considere que, em cada ano das próximas duas décadas,

não se consiga investir o total necessário para solucionar os problemas da falta de saneamento, mas apenas 60% do que for conseguido no ano anterior, e que, no primeiro ano das próximas duas décadas, seja investido o valor máximo estimado de 10 bilhões de dólares. Dessa forma, o valor investido no 5.º ano corresponderá a menos de 1 bilhão de dólares. (3) Considerando que uma semana equivale a 7 dias de 24 horas cada, é correto afirmar, de acordo com o texto, que, das 42.000 mil pessoas que morrem por semana no mundo tendo como causa da falta de saneamento, mais de 70% são crianças. (4) O texto permite concluir que o valor dos investimentos militares por ano, no mundo, é de cerca de 1 trilhão de dólares. 1: Certo (Interpretação de texto) O dado numérico do texto é “2,6 bilhões de pessoas”, que vem acompanhado do aposto explicativo “41% da população”. Se 2,6 bilhões de pessoas equivale a 41%, com cálculos rápidos é possível perceber que 100% é mais que 6 bilhões. 2: Errado (Interpretação de texto) Se a cada ano o valor diminui a 60%, temos 1º ano – 10 bilhões, 2º ano – 6 bilhões, 3º ano – 3,6 bilhões, 4º ano – 2,16 bilhões, 5º ano – 1,296, ou seja, no quinto ano o investimento ainda será maior que 1 milhão. 3: Certo (Interpretação de texto) O texto afirma que morre uma criança a cada vinte segundos, ou seja, são três crianças por minutos, 180 por hora, 4320 por dia e 30240 por semana, número que equivale a mais de 70% de 42 mil. 4: Certo (Interpretação de texto) 1% dos investimentos militares equivale a 10 bilhões, portanto 100% é igual a 1 trilhão Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C

1

1

É fato reconhecido que a semelhança ou mesmo a similitude perfeita entre pares de coisas não faz de uma a imitação da outra. As imitações contrastam com a realidade, 4 mas não posso usar na análise da imitação um dos termos que pretendo esclarecer. Dizer “isto não é real” certamente contribui para o prazer das pessoas com as representações 7 imitativas, de acordo com um admirável estudo de psicologia escrito por Aristóteles. “A visão de determinadas coisas nos causa angústia”, escreve Aristóteles na Poética, “mas 10 apreciamos olhar suas imitações mais perfeitas, sejam as formas de animais que desprezamos muito, sejam cadáveres”. Esse tipo de prazer pressupõe o conhecimento de que seu 13 objeto é uma imitação, ou, correlativamente, o conhecimento

1. Língua Portuguesa

16 19 22 25 28

de que não é real. Há, portanto, uma dimensão cognitiva nessa forma de prazer, assim como em muitos outros prazeres, inclusive os mais intensos. Suponho que o prazer de comer determinadas coisas pressupõe algumas crenças, como a de que elas são realmente o que pensamos estar comendo, mas a comida pode se tornar um punhado de cinzas quando se descobre que isso não é verdade — que é carne de porco, para um judeu ortodoxo, ou carne de vaca, para um hindu praticante, ou carne humana, para a maioria de nós (por mais que o sabor nos agrade). Não é preciso sentir a diferença para haver uma diferença, pois o prazer de comer é geralmente mais complexo, pelo menos entre os seres humanos, do que o prazer de sentir o gosto. Saber que algo é diferente pode fazer diferença para o gosto que sentimos. Se não o fizer, é que a diferença de gostos talvez não seja uma coisa que preocupe o bastante para que as respectivas crenças sejam um requisito do prazer.

Arthur C. Danto. A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte. Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 49-50 (com adaptações). (Enfermeiro – TJ/AL – 2012 – CESPE) Em relação aos aspectos

22 muito mais longe que os trezentos metros quadrados do galpão sufocante da associação dos catadores. “Quem nunca teve voz agora vai ter, agora vão nos ouvir”, diz ele.

Sebastião Carlos dos Santos. Do lixo ao Oscar. In: Época, 31/1/2011, p. 12 (com adaptações). (Enfermeiro – TJ/ES – 2011 – CESPE) Com referência às ideias

do texto acima e às estruturas nele empregadas, julgue os itens seguintes.

(1) Nos trechos “chegou à sala de aula” (l.7) e “uma referên-

(2)

(3)

(4)

interpretativos do texto apresentado, assinale a opção correta.

(A) No texto, defende-se a ideia de que as imitações opõem-se

A: correta. Essa é justamente a ideia central defendida pelo autor; B: incorreta. O autor afirma que “saber que algo é diferente pode fazer diferença para o gosto que sentimos”, ou seja, não é algo fundamental, obrigatório; C: incorreta. Essa afirmação, presente nas últimas linhas do texto, ali também está inserida em um contexto condicional. As crenças, segundo o autor, podem ou não ser um requisito do prazer; D: incorreta. Ao contrário, o texto fala de imitações e da diferente abordagem do ser humano frente a elas; E: incorreta. Essa conclusão não pode ser inferida do texto. As imitações referem-se às coisas em si, não ao sentimento do ser humano sobre elas. Gabarito "A"

1 O começo foi lá atrás e não foi fácil. A profissão que hoje dá orgulho a Tião, aos 32 anos de idade, já foi motivo de vergonha. Ele começou a catar lixo com onze anos, com a 4 família. “Para mim, catar lixo era natural”, diz. Para os outros, não. Sua mãe deu uma entrevista e ele passou a ser perseguido pelos colegas da escola. No dia seguinte ao da entrevista, 7 chegou à sala de aula e viu escrito na lousa: “Tião, filho da xepeira”, uma referência à xepa, prática de pegar os restos de feiras para levar para casa. Em uma festa da escola, Tião 10 dançava com a namoradinha, quando um menino anunciou pelo microfone: “Olha, ela está dançando com o filho da xepeira.” Humilhado, Tião saiu da festa correndo. Saiu também da 13 escola. Ficou cinco anos sem estudar. Agora cursa o segundo ano do ensino médio. Seu sonho é cursar sociologia. No documentário Lixo Extraordinário, Tião diz que 16 gosta de Nietzsche e Maquiavel. Ele encontrou um exemplar de O Príncipe, de Maquiavel, no meio do chorume do aterro. Depois de ler, ficou comparando os príncipes descritos por 19 Maquiavel com líderes do tráfico. Ele conta que a obra foi fundamental quando estava começando sua própria liderança. Depois da indicação ao Oscar, ele acha que sua voz vai chegar

(5)

cia à xepa” (l.8), o emprego do sinal indicativo de crase, opcional em ambos os casos, justifica-se pela regência, respectivamente, da forma verbal “chegou” e do substantivo “referência”. O trecho “prática de pegar os restos de feiras para levar para casa” (l.8-9) é uma expressão apositiva empregada para explicar o termo “xepa” (l.8). No trecho “descritos por Maquiavel” (l.18-19), a expressão “por Maquiavel” designa o agente da ação expressa pela forma nominal “descritos”. Sem prejuízo para a correção gramatical, o trecho “mais longe que os trezentos metros” (l.22), no qual se estabelece relação de comparação, admite a seguinte reescrita: mais longe do que os trezentos metros. Pelas relações de sentido que se estabelecem no texto, subentende-se, no trecho “Para os outros, não” (l.4-5), a retomada, por coesão, do enunciado ‘catar lixo era natural’ (l.4).

1: incorreta. Na verdade, o único erro da assertiva está na classificação dos casos de crase como facultativos, quando ambos são obrigatórios; 2: correta. Realmente o trecho destacado exerce função sintática de aposto explicativo; 3: correta. O verbo está na voz passiva e “Maquiavel” é classificado como agente da passiva na oração; 4: correta. É indiferente escrever, quando estabelecemos uma comparação, “mais que” ou “mais do que”; 5: correta. A supressão do período “catar lixo era natural” pode ser depreendida pela coesão do texto, não sendo necessária sua repetição. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5C

à realidade e, certamente por isso, o ser humano as aprecia, porque detém o conhecimento de que não são reais. (B) O autor afirma que a diferença é fundamental para se determinar o prazer que sentimos ao comer algo. (C) Para o autor, saber que algo é diferente faz diferença para o gosto que sentimos, razão pela qual as crenças que cada indivíduo tem sobre as coisas determinam a forma de sentir prazer. (D) No texto, o autor defende a igualdade entre as coisas presentes no mundo. (E) O autor defende que o prazer que o ser humano sente pelas coisas da vida é uma imitação.

47

1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos, 4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade, 7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes 10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem 13 depara-se com seus limites. Ora, aceitando-se que o objetivo, visto como bom para o labor de investigar, é o benefício do homem e nunca seu prejuízo, dificilmente se admitiria que 16 a caminhada com vistas a esse benefício, ou seja, os procedimentos destinados a fazer progredir o saber, pudesse fazer-se sem o respeito aos valores maiores do homem, tais 19 como sua vida, sua saúde, sua liberdade, sua dignidade.

Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.). Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações). (Enfermeiro Tecnologista – INCA – 2010 – CESPE) A partir da argu-

mentação do texto acima, bem como das estruturas linguísticas nele utilizadas, julgue os itens que se seguem.

(1) Subentende-se da argumentação do texto que vários

aspectos notáveis fizeram parte da “aventura do homem ao longo da história” (l.1-2).

Diego Amorim, Eloy Gustavo de Souza, Fernanda Franco, Henrique Subi, Magally Dato e Rodrigo Ferreira de Lima

como a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma verbal “é”; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos mencionados. (3) O desenvolvimento do texto mostra que as expressões “constante anseio de buscar novas perspectivas” (l.2-3), “ininterrupta e incansável luta pelo saber” (l.8-9) e “insaciável afã de descobrir, criar, conquistar” (l.11) referem-se à ideia expressa em “uma das mais significativas forças impulsoras da humanidade” (l.7-8). (4) A oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10) apresenta uma causa para o homem deparar-se “com seus limites” (l.13). (5) A repetição da preposição “a” em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que complementam “afã de” (l.11). 1: correta. O autor anuncia, logo na primeira oração, que a busca pela ampliação do conhecimento é apenas “um dos aspectos mais notáveis” dessa aventura, deixando subentendido que há outros; 2: correta. A alteração realmente não causaria qualquer prejuízo ao sentido e correção do texto, porém deixaria de lado a imagem de continuidade que o autor pretendeu expressar; 3: correta. As expressões destacadas remetem à busca pelo aumento do conhecimento, tema central do texto que é resgatado, por coesão, nessas passagens e expresso como uma das forças motrizes mais importantes da humanidade; 4: incorreta. A relação não é de causa e consequência, mas de tempo (o homem encontra seus limites no momento em que dá vazão ao seu afã de descobrir); 5: correta. A repetição da preposição marca o encerramento da enumeração dos complementos de “afã de” e resgata o eixo principal da oração ao estabelecer um outro marco temporal. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5C

1

4

7

10

13

16

19

22

O interesse fundamental do dono de escravos era obter destes o maior rendimento possível, visando ao maior lucro. Como maximizar a produção de um escravo? Imagine-se um caso simples: a produção consistiria em cavar buracos, e cada escravo poderia cavar, digamos, cinco buracos por hora. Para obter o máximo de produção, bastaria garantir que cada operário trabalhasse o maior número possível de horas. No caso da mão de obra escrava, esse objetivo poderia ser facilmente atingido por um feitor que organizasse e controlasse a produção. Pela coação do chicote, ele faria que os escravos trabalhassem o número de horas desejado, com a intensidade desejada. De fato, era comum que os escravos tivessem jornadas de trabalho próximas do máximo biológico — algo como dezoito horas —, nos engenhos e cafezais brasileiros, especialmente em picos de produção, como na colheita. Isso aponta para uma lógica do tratamento coercitivo. Pode ser difícil obter de um assalariado rendimento equivalente ao de um trabalhador escravo — a não ser mediante um salário tão alto que prejudicasse o lucro do patrão. Assim, em igualdade de condições, o trabalho escravo é mais produtivo que o trabalho livre, em determinados tipos de tarefa. A coerção garante esse resultado e tem, portanto, um significado econômico.

Flávio Versiani. A lógica econômica do trabalho escravo. In: Darcy, nov.-dez./2010, nº 5 (com adaptações). (Enfermeiro – STM – 2010 – CESPE) Acerca de aspectos estruturais

e interpretativos do texto acima, julgue os itens abaixo.

(1) O autor do texto argumenta que, sob certas condições,

o trabalho livre poderia ser tão ou mais produtivo que o trabalho escravo. (2) A expressão “esse objetivo” (l.8) refere-se ao resultado final obtido por meio da maximização da produção de um escravo.

1: correta. O autor reconhece que a produtividade do trabalho livre poderia se equiparar à do escravo se o salário daquele fosse suficientemente alto; 2: incorreta. A expressão destacada remete a garantir o trabalho pelo máximo possível de horas.

1

4

7

10

13

16

19

22

25

28

É fato reconhecido que a semelhança ou mesmo a similitude perfeita entre pares de coisas não faz de uma a imitação da outra. As imitações contrastam com a realidade, mas não posso usar na análise da imitação um dos termos que pretendo esclarecer. Dizer “isto não é real” certamente contribui para o prazer das pessoas com as representações imitativas, de acordo com um admirável estudo de psicologia escrito por Aristóteles. “A visão de determinadas coisas nos causa angústia”, escreve Aristóteles na Poética, “mas apreciamos olhar suas imitações mais perfeitas, sejam as formas de animais que desprezamos muito, sejam cadáveres”. Esse tipo de prazer pressupõe o conhecimento de que seu objeto é uma imitação, ou, correlativamente, o conhecimento de que não é real. Há, portanto, uma dimensão cognitiva nessa forma de prazer, assim como em muitos outros prazeres, inclusive os mais intensos. Suponho que o prazer de comer determinadas coisas pressupõe algumas crenças, como a de que elas são realmente o que pensamos estar comendo, mas a comida pode se tornar um punhado de cinzas quando se descobre que isso não é verdade — que é carne de porco, para um judeu ortodoxo, ou carne de vaca, para um hindu praticante, ou carne humana, para a maioria de nós (por mais que o sabor nos agrade). Não é preciso sentir a diferença para haver uma diferença, pois o prazer de comer é geralmente mais complexo, pelo menos entre os seres humanos, do que o prazer de sentir o gosto. Saber que algo é diferente pode fazer diferença para o gosto que sentimos. Se não o fizer, é que a diferença de gostos talvez não seja uma coisa que preocupe o bastante para que as respectivas crenças sejam um requisito do prazer.

Arthur C. Danto. A transfiguração do lugar-comum: uma filosofia da arte. Trad. Vera Pereira. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 49-50 (com adaptações). (Enfermeiro – TJ/AL – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta a

respeito das estruturas linguísticas do texto.

(A) A coerência do quarto período do primeiro parágrafo do

texto seria prejudicada caso o trecho “escreve Aristóteles na Poética” (l.9) fosse deslocado para o final do período, mesmo com os devidos ajustes na pontuação. (B) A supressão da preposição “de”, em “o conhecimento de que”, (l.13-14), manteria a correção gramatical e o sentido original do período. (C) Na linha 2, a substituição da expressão “similitude perfeita” por igualdade não prejudicaria os sentidos originais do texto. (D) Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto caso o termo semelhança fosse introduzido imediatamente após “uma” (l.2). (E) O vocábulo “mas” (l.4) poderia ser corretamente substituído por visto que, pois ambos introduzem oração de caráter contrastivo. A: incorreta. A oração foi apenas deslocada de sua ordem direta, não havendo qualquer prejuízo à coerência colocá-la ao final; B: incorreta. A palavra “conhecimento” rege a preposição “de”, portanto sua supressão traria incorreção gramatical; C: correta. Esse é justamente o sentido dado pela expressão destacada; D: incorreta. A colocação da palavra “semelhança” após “uma” tornaria o texto incoerente; E: incorreta. “Visto que” tem valor explicativo, expressa a ideia de que a oração seguinte vai justificar a primeira. Gabarito "C"

(2) Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem

Gabarito 1C, 2E

48

2. Geografia Felipe Ferreira Ramos

1. História da Geografia 1.1. A Geografia moderna e a questão nacional na Europa (Diplomacia – 2011 – CESPE) Com relação à geografia moderna, estruturada no século XIX, julgue (C ou E) os itens subsequentes. (1) A guerra franco-prussiana é considerada episódio central

para o desenvolvimento da geografia na França, visto que a derrota francesa foi creditada, em parte, à superioridade da reflexão e do conhecimento geográfico alemães. (2) O surgimento de escolas nacionais decorreu da necessidade de criação de identidades culturais no âmbito da geografia e da dificuldade de integração entre geógrafos de nacionalidades distintas. (3) A motivação colonial foi uma das bases do desenvolvimento dos estudos de geografia, visto que cada metrópole pesquisava o espaço das respectivas colônias. (4) A geografia moderna, desenvolvida principalmente por autores alemães (e prussianos), foi impulsionada pelo processo de unificação nacional tardio da Alemanha. 1: Certo. A chamada Escola Francesa é posterior à Escola Alemã. Em meio ao processo de formação do Estado alemão, entre as diversas disciplinas estimuladas, estava a Geografia, que estudava não apenas o território alemão, como também aquele em seu entorno. Após a guerra, verificadas as vantagens que se podem obter por meio de um bom conhecimento geográfico, o Estado francês começou a incentivar estudiosos a desenvolverem no país um entendimento geográfico, principalmente sobre a França e suas colônias. O geógrafo francês Paul Vidal de La Blache, nesse sentido, desenvolve o conceito de gêneros de vida para contestar a teoria alemã de Friedrich Ratzel, segundo a qual a população nacional se deveria garantir um espaço-vital. O possibilismo de La Blache, em que os homens podem transformar o meio em que vivem, opõem-se, assim, ao determinismo de Ratzel, onde as relações homem e meio são determinadas pelas condições naturais; 2: Errado. O surgimento de escolas nacionais decorreu não da necessidade de formação de identidades culturais, mas da necessidade de conhecer o terreno dos Estados nacionais que se consolidavam. Embora tal conhecimento ajudasse a formar uma identidade cultural, não se pode afirmar que essa fosse a razão para a criação das escolas nacionais, já que se tratava mais de um contexto histórico de solidificação dos Estados nacionais, em que era necessário ter a maior quantidade possível de informações acerca dos componentes do Estado; 3: Certo. Entre os vários motivos que fomentaram o desenvolvimento da Geografia no final do século XIX, está a motivação colonial: cada metrópole estudava sua respectiva colônia tanto para fins militares (garantir a segurança e posse do território) como para fins econômicos (maximizar a potencialidade de suas terras); 4: Certo. A Alemanha, até sua unificação, em 1871 – considerada tardia em relação à dos demais Estados europeus –, era composta de vários Estados. No momento da unificação, a Geografia teve um papel importante para ajudar a definir o território do Estado que se formava. Os dois maiores expoentes da primeira geração da Geografia moderna foram os alemães Carl Ritter e Alexander von Humboldt. O primeiro concentrou-se no lado histórico e filosófico da nova ciência, enquanto o segundo dedicou-se mais ao entendimento da relação do homem com a natureza.

Os primeiros anos da modernidade são marcados pela produção de uma enorme quantidade de dados e de informações dificilmente tratáveis de maneira sistemática pela ciência da época. A ausência de segmentação no seio da ciência impossibilitava a análise de certos temas particulares nascidos desses dados. Assim, a partir do início do século XIX, os domínios disciplinares específicos organizaram-se definindo seu objeto próprio em torno dessas questões. Paulo César da Costa Gomes. Geografia e modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007, p. 149 (com adaptações). (Diplomacia – 2010 – CESPE) A partir do texto acima, assinale a opção correta acerca da história do pensamento geográfico e da institucionalização da geografia como ciência. (A) A institucionalização da geografia como disciplina aca-

dêmica originou-se na França, com os estudos regionais empreendidos pelos herdeiros do Iluminismo do século XVIII, como Vidal de La Blache. (B) A geografia firmou-se como domínio disciplinar específico na Antiguidade, com obras de geógrafos como Estrabão e Ptolomeu, que delimitaram o objeto de estudo próprio da nova disciplina que surgia: o espaço terrestre. (C) Grande parte dos historiadores da geografia atribui a Alexander von Humboldt a responsabilidade pelo estabelecimento das novas regras do pensamento geográfico moderno, visto que ele rompeu com o enciclopedismo francês e abandonou as narrativas de viagens e as cosmografias. (D) A geografia moderna tornou-se científica com a ascensão do possibilismo, cujos ideais, já em meados do século XIX, superaram as ideias deterministas e naturalistas em voga no início do século. (E) A geografia científica, que surgiu a partir do século XIX, com as obras de Alexander von Humboldt e Carl Ritter, foi influenciada pelo saber geográfico anteriormente produzido e pelo sistema filosófico de Emmanuel Kant, que considerava a geografia uma ciência ao mesmo tempo geral/sistemática e empírica/regional. A: Incorreto. A institucionalização da Geografia ocorreu na Alemanha, a partir da segunda década do século XIX, com os trabalhos de Alexander von Humboldt e Carl Ritter, herdeiros da filosofia de Emmanuel Kant, que já se preocupava com a necessidade de criar uma ciência geográfica. Os trabalhos do francês Vidal de La Blache surgiram como resposta à Geografia alemã após a guerra franco-prussiana; B: incorreto. A Geografia nunca se firmou como domínio disciplinar na Antiguidade. Porém, Estrabão de fato se dedicou largamente à Geografia, escrevendo uma obra monumental intitulada “Geographia”, em que descreve os diferentes locais do mundo que eram conhecidos em sua época. Ptolomeu, por sua vez, também estudioso de fatores geográficos, pouco fez para delimitar o objeto de estudo da Geografia, como o espaço terrestre, pois foi grande entusiasta da investigação dos astros. Ressalte-se ainda que a geografia já era matéria de estudo dos pré-socráticos séculos antes de Estrabão e Ptolomeu; C: Incorreto. Alexander von Humboldt não rompeu com o enciclopedismo francês; ao contrário, sua grande obra, “Kosmos”, é em grande parte uma continuação das ideias do século XVIII. Viajante incansável, Humboldt chegou a visitar até as Américas, onde trabalhou em relatos de sua expedição e dedicou-se à descrição do espaço que via, inaugurando a pesquisa de campo na nova disciplina;

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C

Felipe Ferreira Ramos

D: Incorreto. A Geografia moderna surgiu na Alemanha décadas antes do possibilismo do francês Vidal de La Blache. Apesar de essa linha de pensamento exercer até hoje grande influência nos trabalhos geográficos, é incorreto dizer que o possibilismo, que nasceu como resposta ao determinismo de Friedrich Ratzel, tenha superado as ideias do alemão, visto que as duas correntes continuam presentes na academia; E: Correto. A Geografia científica surgiu na Alemanha sob influência da obra filosófica de Emmanuel Kant, o que explica em parte o desenvolvimento das ideias deterministas pelos primeiros geógrafos modernos. Gabarito E

1.2. As principais correntes metodológicas da Geografia (Diplomacia – 2006 – CESPE) O geógrafo Milton Santos define espaço como acumulação desigual de tempos. Conforme sejam compatíveis com essa definição, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) O espaço é fixo e permanente. (2) O espaço atual não revela o passado – só o presente. (3) O espaço transcende o contexto social. (4) A cada momento da história, há um espaço diferente.

1: Errado. Em seu livro “Metamorfoses do espaço habitado”, Milton Santos fala sobre a “remodelagem” do planeta no período que ele denomina “técnico-científico”, em que o espaço vai se transformando de acordo com alterações comandadas pela natureza e especialmente pela sociedade; 2: Errado. Ainda em seu livro “Metamorfoses do espaço habitado”, Milton Santos dedica o segundo capítulo à procura do objeto de estudo da Geografia: o espaço. Entre as inúmeras considerações feitas pelo geógrafo baiano, ressalta-se a afirmação de que o espaço pode ser considerado de três modos: em sentido absoluto; como espaço relativo; e como espaço relacional, percebido como conteúdo que revela outros tipos de relação, como a de tempo passado e presente; 3: Errado. É incorreto dizer que o espaço transcende o contexto social, pois, na verdade, o social é, junto com a natureza, um dos elementos constituintes do conceito de espaço para Milton Santos. O espaço contém diferentes formas, cada uma composta de partes da sociedade em movimento; 4: Certo. Para Milton Santos, o espaço é formado por um conjunto de objetos, naturais e sociais, e pela vida que anima tais objetos. Desse modo, o espaço muda ao longo da história, dependendo dos objetos existentes (por exemplo, as construções que os homens erguem) e das atividades exercidas nele e nas demais localidades naturais (por exemplo, um campo com fim recreativo ou com fim produtivo). Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C (Diplomacia – 2005 – CESPE) Segundo Bertha Becker, “o rompimento da divisão do espaço e do poder mundiais em dois blocos e a distensão daí decorrente trouxeram à luz as diferenciações espaciais, significando a definição de territórios”. Considerando essa análise e demais aspectos significativos do atual processo de globalização, julgue (C ou E) os itens que se seguem. (1) A globalização econômica ajuda a manter a unidade dos

territórios nacionais rompida durante a Guerra Fria e marcada pelo esgotamento do padrão de acumulação e de relações de poder calcado tanto na centralização quanto na produção em larga escala. (2) Entre as causas de instabilidade no mundo atual, estão a revolução científico-tecnológica e a crise ambiental. (3) O Estado deixou de ser a principal representação política, e o território nacional tampouco é a única escala de referência de poder, lacunas que foram preenchidas pelo poder técnico-econômico.

(4) Nas novas relações geopolíticas entre Estado, território e

movimentos sociais, estes, cujo expoente é o movimento ambientalista, apresentam-se como perenes.

1: Errado. A afirmativa alude ao mito da “aldeia global”, de Marshall McLuhan, segundo o qual a globalização traria uma unicidade ao mundo, acabando com as fronteiras culturais e políticas entre os povos. Hoje, porém, observa-se que essa ideia não reflete a realidade, tendo em vista a instabilidade social gerada quando os interesses de atores externos são impostos à população de uma localidade. A globalização, nesse caso, não traz a “unidade dos territórios nacionais”, mas ressalta a singularidade das localidades nacionais; 2: Certo. No livro Geografia: conceitos e temas, organizado por Iná Elias de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes e Roberto Lobato Corrêa, Bertha Becker explica como a revolução científico-tecnológica (que causou alterações na organização da produção e do trabalho) e a crise ambiental (que gerou mudanças e impôs novas formas de relacionamento com a natureza) distorceram a dinâmica sociopolítica e a organização do espaço e do território, provocando instabilidade e imprevisibilidade no mundo globalizado de hoje; 3: Certo. O gabarito oficial é taxativo ao dizer que o “Estado deixou de ser a principal representação política”. Berta Becker defende que o Estado não pode mais ser considerado como unidade exclusiva de poder, pois tal entendimento omitiria a importância de outros atores, como empresas, organizações internacionais e movimentos da sociedade civil. É neste sentido que devemos interpretar a afirmativa do item: o Estado não perdeu sua importância, mas a viu relativizada em virtude dos novos atores da geopolítica atual. Também é interessante levar em conta o resto da afirmativa: segundo Becker, o território nacional de fato não é mais a única escala de referência de poder, juntando-se ao espaço a questão do tempo, isto é, da logística que potencializa a utilização do espaço territorial (é o que se deve entender por “poder técnico-econômico”). 4: Errado. Os movimentos sociais não apresentam extensa longevidade, pois eles refletem os interesses e inquietações do momento. É falacioso também afirmar que os ambientalistas são expoentes entre os inúmeros movimentos sociais, visto que o tema ambiental entrou na agenda reivindicatória da sociedade civil apenas em meados do século XX, enquanto outras reivindicações sociais datam do final do século XVII. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E

50

Texto para as próximas duas questões A localidade opõe-se à globalidade, mas também se confunde com ela. O mundo, todavia, é nosso estranho. Pela sua essência, ele pode esconder-se; não pode, entretanto, fazê-lo pela sua existência, que se dá nos lugares. No lugar, nosso Próximo, superpõem-se, dialeticamente, o eixo das sucessões, que transmite os tempos externos das escalas superiores, e o eixo dos tempos internos, que é o eixo das coexistências, onde tudo se funde, enlaçando, definitivamente, as nações e as realidades de espaço e de tempo. No lugar – um cotidiano compartido entre as mais diversas pessoas, firmas e instituições –, cooperação e conflito são a base da vida em comum. Porque cada qual exerce uma ação própria, a vida social individualiza-se; e, porque a contiguidade é criadora de comunhão, a política se territorializa, com o confronto entre organização e espontaneidade. O lugar é o quadro de uma referência pragmática ao mundo, do qual lhe vêm solicitações e ordens precisas de ações condicionadas, mas é também o teatro insubstituível das paixões humanas, responsáveis, por meio da ação comunicativa, pelas mais diversas manifestações da espontaneidade e da criatividade. Milton Santos. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2a ed. São Paulo: Hucitec, p. 258 (com adaptações).

2. Geografia (Diplomacia – 2005 – CESPE) Tendo o texto como referência

inicial, assinale a opção incorreta.

(A) O entendimento do conteúdo geográfico permite perceber

a relação entre o espaço e os movimentos sociais, construídos a partir dos objetos que nos cercam.

(B) Na atualidade, vive-se a mobilidade dos homens, que

mudam de lugar, assim como de produtos, mercadorias, imagens e ideias, o que evidencia transformações na relação espaço-tempo.

(C) O entendimento de lugar como eixo de sucessões, eixo

de tempos internos, de coexistências de tempo e espaço conduz às ideias de desterritorialização ou de desculturalização.

(D) O texto refere-se ao espaço cotidiano como marca iden-

titária entre pessoas. Nesse sentido, o lugar, por se opor à globalidade, mantém a integridade, o que permite que sejam compostos espaços geográficos singulares.

(E) Enquanto a globalidade se identifica nos processos cole-

tivos que se distribuem em diferentes espaços, o mundo é composto pela singularidade de cada local.

A: Correto. Entender o conteúdo geográfico, segundo Milton Santos, é justamente conseguir perceber a relação entre o natural e o social, sempre com ênfase nos fluxos sociais;

51

(Diplomacia – 2005 – CESPE) Milton Santos, em uma de suas obras, afirma que os países subdesenvolvidos conheceram pelo menos três formas de pobreza e, paralelamente, três formas de dívida social, na segunda metade do século passado. Segundo o autor, essas formas de pobreza, de dívida social, são a pobreza-marginalidade, a pobreza incluída e a pobreza estrutural globalizada. Essa classificação está atrelada ao processo de globalização perversa. Tendo em mente as características desse tipo de globalização, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) Associada ao processo econômico da divisão social do

trabalho internacional ou interna, a pobreza-marginalidade é considerada a doença da civilização e o consumo apresenta-se como centro da explicação das diferenças e das percepções das situações. (2) A pobreza incluída iniciou-se como um processo associado a problemas privados, assistencialistas e locais, porém a globalização tem mudado o perfil dessa forma de pobreza. (3) A pobreza estrutural globalizada impôs-se como natural nos tempos atuais, pois há uma produção globalizada da pobreza, mais presente, sem dúvida, nos países pobres. (4) Com relação à dívida social, os pobres já foram incluídos; posteriormente, foram marginalizados; e, atualmente, estão sendo excluídos.

E: Correto. Milton Santos admite a contradição entre o local e o global, pois cada lugar é extremamente diferente dos outros, mas todos são ligados entre si de forma clara.

1: Certo. Em seu livro “Por uma outra globalização”, capítulo III, Milton Santos afirma que os países subdesenvolvidos passaram, ou passam, por no mínimo três tipos de pobreza: o primeiro tipo é o da “pobreza incluída”, que o geógrafo caracteriza como “pobreza acidental”, gerada em virtude de algum desastre natural ou fato parecido; o segundo tipo é identificado como a “doença da civilização”, isto é, a marginalidade, a pobreza produzida pela estrutura econômica e pela divisão do trabalho (no plano internacional ou interno), aquela que se buscou sanar ao longo dos últimos séculos; o terceiro tipo de pobreza é o que existe hoje, “a pobreza estrutural”, que Milton Santos define como uma “dívida social”, uma pobreza globalizada; 2: Errado. A “pobreza incluída”, primeiro tipo de pobreza identificada por Milton Santos, não teve seu perfil alterado pela globalização. Na verdade, pode-se afirmar que ainda existe a “pobreza acidental”, como também é chamada, pois esta ocorre em virtude de forças maiores, como, por exemplo, uma safra ruim ou um desastre natural. Assim, sua solução é que pode ser “assistencialista e local”, e não sua causa; 3: Certo. Para Milton Santos, a “pobreza estrutural” é o mal dos nossos tempos e caracteriza-se por ser global e resultar diretamente de um sistema de ações deliberadas. A crítica do geógrafo brasileiro à globalização refere-se ao entendimento da pobreza nos dias de hoje como algo “natural”, o que banaliza a dívida social da qual são vítimas os que antes eram “incluídos”, foram “marginalizados” e hoje são “excluídos”; 4: Certo. A resposta está ainda no capítulo III do livro “Por uma outra globalização”, em que, antes de falar do papel dos intelectuais como importantes atores para a criação de um discurso de inclusão, Milton Santos explica como os pobres, objeto da dívida social, já foram incluídos, passaram a marginalizados e hoje são excluídos, uma exclusão que obedece a um processo racional que a Geografia deve se esforçar para mudar.

Gabarito D

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C

B: Correto. Podemos entender aqui o que Milton Santos chama de “meio técnico-científico-informacional”, que começou após a Segunda Guerra Mundial e se consolidou nos anos 1970. A natureza deixa de ser a parte mais significativa do nosso meio ambiente, já que o domínio que exercemos sobre ela é considerável. É ele que permite, por exemplo, modificar o solo de uma região pouco fértil ou irrigar outra região seca. Assim, os homens não estão mais limitados a plantar “onde a natureza mandar”; C: Correto. Em seu livro “Metamorfose do espaço habitado”, no segundo capítulo, Milton Santos define o lugar como um ponto no planeta onde se realizam algumas possibilidades do mundo, o que, em última análise, leva ao entendimento de que o mundo é formado por uma infinidade de pontos, que podem ser entendidos como pontos de desterritorialização e desculturalização; D: Incorreto, devendo ser assinalada. A primeira frase do texto já afirma: “A localidade opõe-se à globalidade, mas também se confunde com ela”. A análise de Milton Santos não se coaduna com os mitos da aldeia global, da redução das distâncias ou da morte do Estado, porém reconhece o fenômeno da globalização, o que torna difícil falar em oposição à globalidade e manutenção da integridade;

52

Felipe Ferreira Ramos

2. A geografia da população 2.1. Distribuição espacial da população no Brasil e no mundo

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2007 – CESPE) Com relação ao crescimento da população brasileira, ilustrado no mapa acima, e ao padrão

de distribuição territorial dessa população, julgue os itens a seguir.

(1) Quanto à distribuição da população brasileira no território, verifica-se a ocorrência de um processo de interiorização de seu

contingente.

(2) A construção de estradas teve influência direta nos fluxos de migração e no povoamento de determinadas áreas do país,

favorecendo o surgimento de cidades.

(3) A região Norte apresenta, de acordo com o mapa, o maior contingente de população do país. (4) O crescimento da população verificado em determinadas áreas está ligado ao processo de desconcentração das atividades

industriais vivido pelo país na atualidade.

(5) A partir dos dados do mapa em questão, é correto inferir que o Sudeste deixou de ser uma região de saldo positivo em relação

aos fluxos migratórios.

1: Certo. Verifica-se pelo mapa um crescimento populacional maior no interior do país, em especial em Boa Vista, Macapá, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Palmas, Brasília e Goiânia. O Censo de 2010, elaborado pelo IBGE, confirma que as taxas mais altas do crescimento populacional no Brasil encontram-se nas Regiões Norte e Centro-Oeste, devido, em grande parte, às migrações e ao processo de interiorização do país. As regiões Norte e Centro-Oeste são também as que apresentam as maiores taxa de crescimento urbano do país; 2: certo. A construção de estradas sempre ajuda para o aprofundamento dos fluxos migratórios e, como consequência, no povoamento de áreas da cercania por onde passa. No Brasil, vale lembrar a importância da rodovia BR-116 na intensificação dos fluxos migratórios do século passado, ao ligar o Nordeste do país ao Sul e Sudeste; 3: Errado. O mapa mostra não a quantidade de pessoas por região, mas a taxa de crescimento entre os anos 1991 e 2000. O Norte do país é uma das regiões menos habitadas do Brasil. Segundo o Censo 2010, os estados mais populosos do Brasil são: São Paulo; Minas Gerais; Rio de Janeiro; Bahia; Rio Grande do Sul; e Paraná, juntos concentram cerca de 58% da população total do País.; 4: Certo. Exemplo disso está no Norte do país, com a cidade de Manaus representada em uma tonalidade de cinza mais escura, e no Sudoeste, com a cidade de São Paulo representada em uma cor próxima ao branco, o que indica dois polos industriais do Brasil - o primeiro ser recente e o segundo ser mais antigo - com taxa de crescimento alta e baixa, respectivamente. O processo de desconcentração industrial, bem como a modernização da agricultura, incentiva o crescimento das cidades-médias, onde os custos do território e da mão de obra são mais baixo; 5: Errado. Apesar de não mostrar o fluxo migratório, o mapa apresenta dados de crescimento populacional que podem, no mínimo, ser um indício de que o Sudeste tem saldo positivo em relação aos fluxos migratórios, visto que as taxas de crescimento populacional são positivas na região. Para além do que refletem os dados do mapa, o Sudeste continua sendo um destino atrativo de migrantes, mesmo que hoje existam outros destinos para a migração nacional. Gabarito: 1C, 2C, 3E, 4C, 5E

2. Geografia

As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e das miscigenações, levando à definição das etnias. A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com adaptações). (Diplomacia – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima, julgue

(C ou E) os itens seguintes.

(1) A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma reali-

dade em determinados países desenvolvidos, dada a carência de mão de obra em setores das atividades econômicas. (2) A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez que a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores. (3) Com a miscigenação e o multiculturalismo – atualmente presentes em diversos países –, as diferenças étnicas deixaram de ser causa para migração e conflitos sociais. (4) O Brasil apresenta tanto a saída de população como a entrada de migrantes estrangeiros em busca de emprego e melhor nível de qualidade de vida. 1: Certo. Enquanto países centrais da Europa têm fechado suas fronteiras para a entrada de imigrantes, e os Estados Unidos da América seguem pelo mesmo caminho, países desenvolvidos, como o Canadá ou a Nova Zelândia, abrem suas fronteiras a migrantes para que eles trabalhem em setores da economia em que há carência de mão de obra; 2: Errado. Não se pode falar em diminuição nos fluxos migratórios; o que há é uma alteração no padrão migratório, com a prevalência das migrações entre países periféricos, a chamada migração “sul-sul”. A facilidade da circulação de mercadorias não deve ser vista como um fator que substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores. Tal movimentação está muito mais ligada a fatores de repulsão e atração de indivíduos (como desastres naturais, conflitos armados e subdesenvolvimento) do que a necessidades dos processos produtivos e comerciais (apesar de estes fazerem parte dos fatores de atração e repulsão). Vale assinalar ainda que a própria afirmativa acerca da globalização do mercado de trabalho é questionável, uma vez que a globalização, por um lado, facilita a circulação de bens, mas, por outro, vem colocando empecilhos à circulação de mão de obra; 3: Errado. No decorrer do século XX e no início do XXI, os incontáveis conflitos interétnicos que forçaram as populações perseguidas a fugir, foram um dos principais fatores de repulsão populacional. Ainda que o multiculturalismo esteja presente em muitas sociedades e em diversos discursos políticos, ele ainda não é uma realidade efetiva no mundo; 4: Certo. Considera-se hoje que, no Brasil, o saldo migratório aproxima-se de zero. Em outras palavras, há um “empate técnico” entre a quantidade de migrantes que entram e a dos que saem do país. Estima-se que atualmente existam cerca de 2 milhões de emigrantes brasileiros, com os maiores contingentes concentrados nos Estados Unidos, no Paraguai e no Japão, por ordem de grandeza. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

2.3. Dinâmica populacional e indicadores da qualidade de vida das populações (Diplomacia – 2012 – CESPE) No que se refere ao desenvolvimento socioeconômico brasileiro e às questões a ele relacionadas, assinale a opção correta. (A) Nos grandes centros, os fatores que provocam doenças

mudaram: antes eram circunscritos à falta de saneamento e de vacinação; no presente, à deterioração do meio ambiente urbano. (B) As desigualdades espaciais no território nacional ainda são evidentes, e seu contínuo aumento se deve à concentração crescente da atividade industrial no centro-sul do país.

(C) A despeito do grande contingente de analfabetos ainda

existente no Brasil, a taxa de anafalbetismo no país tende a diminuir. (D) O maior empecilho ao combate da pobreza nas diferentes regiões do Brasil, representada pela baixa renda mensal, reside na má distribuição territorial dos recursos naturais que geram insumos econômicos para a atividade produtiva. (E) A chamada migração de retorno — definida como volta ao espaço rural — constitui, na atualidade, o principal fluxo populacional, o que comprova que a desigualdade das condições de vida entre o campo e a cidade e entre a população urbana e a população rural diminuiu. A: Incorreto. Não é possível afirmar que os fatores que provocam doenças nos grandes centros urbanos brasileiros sejam a deterioração do meio ambiente urbano (a própria afirmativa de que existe uma “deterioração do meio ambiente urbano” é pouco lúcida, já que o meio ambiente urbano é caracterizado por uma constante mutação), nem muito menos é correto afirmar que a falta de saneamento e vacinação deixaram de ser motivos de doenças nas cidades brasileiras. O Atlas do Saneamento do IBGE é uma ferramenta útil para a obtenção de números precisos da evolução dos índices de saneamento do país, deles pode-se concluir que, apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, o Brasil como um todo ainda carece de serviços básicos de saneamento. B: Incorreto. As desigualdades espaciais ainda são uma realidade no país, todavia, é incorreto afirmar que estas sofrem um “contínuo aumento”, ao contrário, as últimas décadas têm sido marcadas por um esforço do Estado brasileiro em descentralizar a atividade industrial do centro-sul do país. Até o final da década de 1970, a tentativa de descentralização da economia pelo Estado brasileiro parecia passar necessariamente por superintendências regionais, como a exemplo da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, criada em 1966, que por meio de diversos incentivos, fiscais e financeiros, buscava atrair investidores para a região) e da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, criada em 1959, cujos projetos incluíam a revitalização da agricultura da região, com tentativas de superar as fortes secas características do agreste nordestino). A partir da década de 1990, porém, o Estado brasileiro tem procurado qualificar a desconcentração econômica, optando por investir mais em zonas de maior competitividade. C: Correto. Na geografia o analfabetismo é visto como uma questão a ser superada e não combatida, assim, diferente de outros males socioeconômicos, como, por exemplo, a pobreza ou o desemprego, acabar de vez com o analfabetismo é meta realizável no médio e longo prazo. Parte-se do princípio de que existe uma evolução irreversível no processo, que se fundamenta na premissa de que famílias que contam com pais alfabetizados não toleram filhos analfabetos, reduzindo de vez a taxa nacional de analfabetismo. Segundo dados do IBGE, o analfabetismo entre indivíduos maiores de 15 anos caiu de 13,6%, em 2000, para 9,6%, em 2010. Os estados do nordeste continuam com os piores índices, e as áreas rurais continuam concentrando mais analfabetos que os centros urbanos. D: Incorreto. A afirmativa utiliza-se de uma visão determinista da geografia, isto é, que as características naturais são determinantes nos resultados econômicos e sociais da população que habita o território. A Banca do concurso já se manifestou inúmeras vezes contrária a tal visão determinista, bem como grande parte dos geógrafos brasileiros e daqueles que elaboram as políticas de gestão de recursos naturais. É também impreciso afirmar que há no Brasil uma “má distribuição territorial dos recursos naturais”, embora inegável que nem toda região desfruta das mesmas riquezas naturais, é possível encontrar riquezas naturais por todo o território nacional. E: Incorreto. O termo “migração de retorno” refere-se não à volta ao espaço rural, mas, sim, a um retorno do imigrante ao seu local de partida, isto é, trata-se de um conceito ligado mais à relação dos migrantes com seu local de origem, do que de eventuais contrastes entre condições de vida no campo e na cidade. Vale ressaltar que esta volta ao local de origem pode estar associada: ao fracasso do migrante em seu primeiro destino, o que o obriga a voltar; a um eventual sucesso, em que o indivíduo conseguiu consolidar seus objetivos econômicos e retorna vitorioso ao conforto de sua terra; ou, ainda, graças a melhoras nas condições de vida no seu local de retorno. Gabarito C

2.2. Os grandes movimentos migratórios internacionais e intranacionais.

53

54

Felipe Ferreira Ramos

Em todos os países da América Latina, a partir de meados da década de 70 do século passado, retoma-se a tendência de queda da mortalidade, tanto a geral como a infantil. No caso do Brasil, como consequência da generalização dos serviços de saúde e do aumento da escolarização, começa a observar-se uma redução significativa nos padrões históricos da desigualdade regional relativa à mortalidade no país. Além desses fatores, a ampliação dos serviços de saneamento básico a áreas até então excluídas, os programas de saúde materno-infantil – sobretudo os voltados para o pré-natal –, a ampliação da oferta de serviços médico-hospitalares, as campanhas de vacinação, entre outras medidas, em muito colaboraram para a continuidade da redução dos níveis de mortalidade infantil e infantojuvenil, principalmente a partir dos anos 80 do século XX. Oliveira Simões, 1997 (com adaptações). (Diplomacia – 2009 – CESPE) O gráfico a seguir apresenta a evolução da população brasileira de acordo com os censos demográficos,

além de uma projeção dessa evolução até o ano de 2050.

Tendo as informações apresentadas acima como referência, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à evolução da população brasileira. (1) A projeção de desaceleração da taxa de crescimento da população brasileira evidenciada no gráfico tem como um de seus

fatores a queda da fecundidade.

(2) Verifica-se, com base no gráfico, que, no Brasil, haverá aumento da mortalidade geral a partir de 2040, razão pela qual a

população entrará em processo de decrescimento.

(3) Considerando-se o quadro de altas taxas de mortalidade infantil no Brasil no período compreendido entre 1950 e 1970,

conclui-se que o crescimento populacional registrado no gráfico para esse período deveu-se principalmente aos grandes fluxos imigratórios. (4) No momento histórico correspondente ao ponto mais alto da curva correspondente ao gráfico mostrado, a média etária do conjunto da população brasileira será inferior à atual.

1: Certo. A projeção do gráfico é de que, a partir de 2040, haja uma desaceleração na taxa de crescimento da população brasileira. Tal projeção reflete o que hoje vem sendo identificado como a “quinta fase” da transição demográfica. O modelo original de transição demográfica de uma nação pré-industrial elaborado pelo demógrafo norte-americano Warren Thompson nos anos 1920 consiste apenas em quatro fases: a primeira apresenta taxas de natalidade e mortalidade altas e é uma fase ainda pré-industrial; na segunda, com os avanços na medicina, as melhores condições sanitárias e a urbanização, a taxa de mortalidade cai, mas a taxa de natalidade permanece alta, o que leva a um rápido crescimento populacional, relacionado à Revolução Industrial; na terceira fase, a taxa de natalidade cai devido a métodos anticoncepcionais e ao aumento do planejamento familiar; e na quarta fase, as taxas de natalidade e mortalidade se estabilizam. A quinta fase, já amplamente aceita nos dias de hoje e prevista no gráfico, ocorre em diversos países desenvolvidos, sobretudo na Europa, e define-se pela redução da população, com uma taxa de mortalidade superior à de natalidade (morrem menos pessoas do que nascem), o que se explica pela diminuição da fecundidade feminina no país (nascem menos crianças por mulher), e não pelo aumento da taxa de mortalidade; 2: Errado. Como explicado no item anterior, a queda do crescimento demográfico previsto para 2040 associa-se à redução da taxa de fecundidade, e não no aumento da mortalidade geral; 3: Errado. Não é correto falar em “altas taxas de mortalidade infantil” nos períodos referidos, já que o próprio texto citado na questão afirma que houve “continuidade da redução dos níveis de mortalidade infantil” a partir dos anos 1980. Outro erro está em atribuir o crescimento populacional aos fluxos imigratórios do período de 1950 a 1970, quando na verdade observa-se um declínio nos fluxos migratórios para o Brasil a partir dos anos 1940, com uma ressalva necessária ao momento do pós-guerra; 4: Errado. A expectativa normal para o ponto mais alto da curva é que a média etária do conjunto da população brasileira seja superior à atual, pois trata-se do momento em que a taxa de mortalidade será mais baixa (as pessoas viverão mais, aumentando a idade média da população), assim como a taxa de natalidade (o número de novas crianças se reduzirá, também contribuindo para uma média etária mais alta). Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E

2. Geografia

(1) Atualmente, o Brasil assemelha-se a muitos países desen-

volvidos, pois, desde meados do século XX, vem avançando em aspectos econômico e social, graças à superação das desigualdades regionais, alcançada após a industrialização e a integração produtiva e financeira do mercado interno.

1: Errado. Além de ser delicado falar que o Brasil “assemelha-se a muitos países desenvolvidos”, é impossível afirmar que o país superou as desigualdades regionais, considerando que em 2005, ano da prova, a região Norte representava 5% do PIB nacional; e a região Sudeste, mais de 50%. Gabarito 1E

3. Geografia econômica 3.1. Globalização e divisão internacional do trabalho (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 –  CESPE) Julgue o item que se

segue, referentes a geopolítica.

(1) Com a homogeneização crescente dos espaços, os lugares,

e mesmo a região, já não são elementos essenciais para explicar a produção, o comércio ou a política mundiais.

1: Errado. O lugar é um dos elementos mais importantes para explicar a produção, o comércio ou a política mundiais, pois estes são, de certo modo, o elo entre todos os lugares do globo.

2: Errado. A Alca nunca foi criada, sendo apenas uma proposta dos Estados Unidos da América, a qual contou, inclusive, com oposição do Estado brasileiro, que considerava injustas as vantagens que o acordo traria para os diferentes países; 3: Certo. Existe um erro quanto ao ano de criação do MERCOSUL, 1991, e não 1994, porém, por se tratar de uma questão de geografia, o ano deve ser um detalhe ao analisar o item.

3.3. Energia, logística e reordenamento territorial pós-fordista O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a tendência de industrialização das economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração espacial. Lemos et al. A organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005. (Diplomacia – 2008 – CESPE) Com relação às indústrias no Brasil,

julgue (C ou E) o item seguinte.

(1) As indústrias de alta tecnologia localizam-se, preferencial-

mente, onde existem sistema acadêmico e de pesquisa bem organizado, serviços urbanos modernos e base industrial.

1: Certo. Por via de regra, as indústrias de alta tecnologia situam-se perto de polos acadêmicos, universidades e instituições de pesquisa. A lógica é simples: aproveitar o conhecimento gerado em tais instituições para a produção industrial. No Brasil, as indústrias de alta tecnologia encontram-se majoritariamente no interior paulista, perto das duas maiores universidades do estado, USP e Unicamp, nas cidades de São Carlos e Campinas. Gabarito 1C

fios da sustentabilidade é o fato de que o tipo de mundo que criamos, principalmente a partir do século XX, poderá entrar em colapso. Por essa razão, há necessidade de mudanças. Essa constatação apresenta uma dimensão ambiental, em relação à deterioração dos sistemas ecológicos básicos para a manutenção da vida, e dimensões socioeconômicas, relacionadas à marginalização, já que parte crescente da comunidade humana, cerca de um bilhão e meio de pessoas, o equivalente a um quarto da população mundial, vive abaixo de padrões aceitáveis de qualidade de vida. Os modelos de consumo, os estilos de administração e o comportamento político não são adequados para uma comunidade de seis bilhões de pessoas. Considerando os processos de produção e de ocupação do território brasileiro, bem como problemas relacionados ao meio ambiente, julgue o item seguinte.

Gabarito 1C, 2E, 3C

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 – CESPE) Um dos principais desa-

55

Todas as fontes devem ser aproveitadas, dentro de suas especificidades. (...) o Plano Nacional de Energia 2030 mostra exatamente isso: a existência de só uma ou duas fontes não significa uma solução. O Brasil necessita, principalmente, daquelas fontes que geram energia em grande escala e têm alta disponibilidade, dando segurança ao sistema e tranquilidade aos consumidores. Internet: .

Gabarito 1E

3.2. Formação e estrutura dos blocos econômicos internacionais

(Diplomacia – 2008 – CESPE) Com relação a fontes de energia,

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 – CESPE) Julgue os itens que se

(1) A exploração de petróleo em águas profundas e ultrapro-

seguem, referentes a geopolítica.

(1) O Brasil busca inserir-se na economia global a partir do

reforço e da ampliação dos vínculos com a migração maciça de corporações transnacionais. Nesse sentido, como resultado do papel do Estado na regulação da atividade econômica e na formação da renda interna, o mercado nacional ganhou mais autonomia no contexto mundial. (2) Alguns dos reflexos da criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) foram o aumento de trocas entre corporações e o crescente processo de transnacionalização de empresas nacionais, fatos que levaram ao crescimento da participação do Brasil no comércio latino-americano. (3) O Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), criado em 1994, favoreceu as trocas comerciais entre os países envolvidos e se consolidou como o primeiro passo para a mundialização da ação de empresas nacionais desses países. 1: Certo. A ampliação dos vínculos econômicos tem sido uma estratégia do Estado brasileiro a fim de se inserir definitivamente e com peso na economia global. Quanto maior for o número de empresas com interesses econômicos no Brasil, maior será a voz do país no contexto mundial, pois a geopolítica hoje está muito mais ligada a interesses de corporações transnacionais do que a conquistas territoriais, como ocorria outrora;

julgue (C ou E) os próximos itens.

fundas foi possível graças à tecnologia desenvolvida no Brasil, a qual, hoje, é exportada para outros países. (2) Em razão de ter-se tornado autossuficiente em petróleo em 2006, o Brasil deixou de importar esse produto e seus derivados. (3) Sendo o etanol uma fonte de energia limpa, sua produção e seu consumo não acarretam danos ambientais ou sociais. (4) No Brasil, a biomassa tem sido bastante explorada para a geração de energia, o que resulta no fortalecimento da agroindústria brasileira.

1: Certo. Mais da metade da área dos blocos exploratórios da Petrobras encontra-se em águas com profundidade maior que 400 metros. A perspectiva de descobrir petróleo em tais profundidades levou a Petrobras, nos últimos anos, a aumentar cada vez mais suas atividades de pesquisa na área, de forma que a empresa brasileira é hoje referência mundial e vem assinando parcerias de exploração e produção de petróleo em águas brasileiras e estrangeiras; 2: Errado. O Brasil efetivamente se tornou autossuficiente em petróleo no ano de 2006; porém, tal feito não é o bastante para que o país deixe de importar esse recurso, visto que a qualidade do petróleo é tão importante quanto a quantidade explorada. O Brasil ainda é deficitário no que diz respeito ao petróleo leve, mas a expectativa é de que esse quadro venha a se alterar com o petróleo extraído da camada pré-sal;

Felipe Ferreira Ramos

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

3.4. Disparidades regionais e planejamento no Brasil O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência, em uma região ou em outra, de fronteira de povoamento, viu, com o processo de industrialização do campo, o aparecimento de fronteiras de modernização nas quais se verificaram profundas transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros de comercialização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como reservatórios de uma força de trabalho temporária. R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com adaptações). (Diplomacia – 2012 – CESPE) A partir das informações apresenta-

das no texto acima, julgue(C ou E) os itens seguintes.

(1) A implantação, na região amazônica, de atividades industriais

e agrárias exploradas por empresas públicas e privadas exemplifica o processo de desenvolvimento descrito no texto. (2) Dado o processo de industrialização do campo, resultante da modernização das técnicas e das relações sociais de produção, a maior parte da força de trabalho da produção agrícola concentra-se nas grandes propriedades, o que reduz o índice de subemprego e atenua a baixa produtividade rural. (3) Sob o impacto da globalização, as transformações mencionadas no texto provocam uma menor diferenciação entre os centros urbanos, que passam a desempenhar as mesmas funções na rede urbana, ou seja, a de reservatórios de força de trabalho temporária. (4) Contraditoriamente, a criação de novos centros urbanos acentuou a concentração espacial da população brasileira,o que se evidencia na distribuição populacional ainda marcada por vazios populacionais e pela existência de um processo de fragmentação da rede urbana. 1) Certo. O desenvolvimento da região amazônica realiza-se por um esforço conjunto dos setores públicos e privados, que se fazem presente tanto no setor industrial quanto agrário, ambos setores de grande relevância para a economia amazônica. Nesse sentido, vale a pena mencionar os esforços do governo Lula, que em 2007 recriou a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) como uma autarquia com a finalidade de promover o desenvolvimento includente e sustentável dos estados do Norte, bem como a integrá-los de forma competitiva na economia a nível nacional e internacional. 2) Errado. O processo de industrialização do campo faz com que a maior parte da mão de obra rural se concentre nas propriedades familiares. A concentração fundiária, com maior capacidade de investimentos, maquinário avançado, e técnicas mais eficientes de produção, vem, na verdade, reduzindo a sua força de trabalho relativa e contribuindo para aumentar o índice de subemprego nas áreas rurais. 3) Errado. Se é bem verdade que se pode considerar a globalização como fator que ajuda a destacar muitas semelhanças entre os diferentes centros urbanos, não é prudente, contudo, afirmar que ela provoca uma menor diferenciação entre os mesmos, como afirma o item, visto que o “mito da aldeia global”, é rejeitado pela Geografia Crítica de Milton

Santos, corrente teórica muitas vezes defendida nas questões elaboradas pela banca. No entanto, o erro categórico da afirmativa é dizer que os centros urbanos passam a desempenhar a mesma função na rede urbana, ao contrário, embora não se possa falar em uma lógica de especialização do território, deve-se ressaltar que cada centro urbano exerce uma função diferenciada de acordo com seu papel dentro da economia (o próprio conceito de “rede urbana” significa um conjunto funcionalmente articulado de cidades, em que cada cidade tem uma função diferente, havendo uma complementaridade entre elas). No Brasil, se tomarmos exemplos dentro do estado de São Paulo, fica claro que a função exercida pelo tecnopolo que é São José dos Campos não é a mesma daquela exercida pela cidade portuária de Santos, nem pelo importante centro do comércio agropecuário do país que é a cidade de Barretos. Vale lembrar que a urbanização no mundo periférico tem sido caracterizada pela “macrocefalia urbana”, em que algumas cidades acabam assumindo todas as funções. A macrocefalia não é recente e, apesar de presente no Brasil, não caracteriza as tendências atuais do país. A partir de 1970, o Brasil passa por um processo de desmetropolização, com o crescimento maior das cidades-médias. As metrópoles do Brasil não estão encolhendo, mas algumas crescem abaixo da média nacional, em verdade, a maior parte das metrópoles nacionais crescem menos que as cidades médias. Reduzindo-se assim o processo de macrocefalia, as áreas metropolitanas acumulam menos funções, compartilhando-as com as cidades médias na rede urbana. 4: Errado. É impossível falar atualmente de um “processo de fragmentação da rede urbana”, ao contrário, atualmente o processo que se verifica no Brasil é o de uma malha urbana que se adensa. Com o crescimento das cidades médias e a desaceleração do crescimento das grandes metrópoles, as cidades pequenas e os novos centros urbanos preenchem o espaço entre as mais antigas aglomerações urbanas, tornando pouco aceitável a afirmativa de que há uma acentuação na concentração espacial da população brasileira. (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2007 – CESPE) Os dados do Censo de

2000 não confirmaram a ideia do Centro-Sul brasileiro rico, mas apontam para uma disparidade intrarregional, bem como macrorregional, quando se compara essa região ao Norte e Nordeste brasileiros. Acerca dessas disparidades socioeconômicas, julgue os itens que se seguem.

(1) O processo de industrialização no Brasil promoveu a dimi-

nuição das disparidades socioeconômicas inter-regionais.

(2) A atual dinâmica econômica do país, apesar do crescimento

do produto interno bruto (PIB) de outras regiões, revela uma concentração no Centro-Sul. (3) O Norte e o Nordeste brasileiros são áreas agrícolas estagnadas economicamente, com baixo índice de renda per capita.

1: Errado. O processo de industrialização no Brasil não fez senão aumentar as disparidades socioeconômicas do país. O Sudeste, que comandou o processo de industrialização com o capital privado nacional, atraía migrantes de todo o país em busca de melhores condições de vida para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro; 2: Certo. O Centro-Sul brasileiro continua concentrando a maior parte da atividade econômica do Brasil, mesmo com a crescente participação de outras regiões no PIB nacional, sendo possível afirmar que o comando da atividade econômica do país é exercido no Centro-Sul; 3: Errado. Não se pode falar em estagnação econômica nas áreas agrícolas do Norte e sobretudo do Nordeste, as quais, ao contrário, assumem um papel importante no agronegócio brasileiro e internacional, com a presença da soja no interior e da fruticultura no médio São Francisco, bem como no Vale do Açu. Gabarito 1E, 2C, 3E

3: Errado. O etanol não deve ser considerado “energia limpa”. Na verdade, ele é uma alternativa mais limpa aos tradicionais combustíveis fósseis, mas sua produção e seu consumo geram danos ambientais (na produção, a prática de queimadas e a mecanização da colheita, assim como a emissão de CO2 no consumo, colaboram para a poluição do ar) e danos sociais (a produção em larga escala exige a concentração de grandes propriedades, o que contribui para o êxodo rural e o crescimento desregulado das cidades); 4: Certo. O etanol brasileiro é o exemplo mais nítido de tal exploração. Produzido a partir da biomassa da cana-de-açúcar, o bioetanol nacional tem ganhado espaço no mercado mundial, concorrendo com os biocombustíveis norte-americanos a base de milho e contribuindo para o crescimento da agroindústria brasileira.

Gabarito 1C, 2E, 3E 4E

56

(Diplomacia – 2008 – CESPE) Acerca da estrutura agrária e de

questões ambientais atuais no Nordeste brasileiro, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

(1) Na região Nordeste, apesar da semiaridez predominante, é

possível encontrar ilhas de umidade, nas quais se registra desenvolvimento agrícola intenso. (2) Verifica-se que, nos últimos anos, houve aumento de área irrigada no Vale do São Francisco, o que está associado ao destaque dado à produção de frutas in natura para exportação.

2. Geografia

brasileiro reduz a produção agrícola e causa desemprego generalizado no campo. Esse condicionamento dos problemas sociais por questões ambientais é característico das regiões áridas e semiáridas de todo o mundo. (4) O agreste nordestino, região de transição entre a zona da mata e o sertão, é a parte mais povoada do interior do Nordeste brasileiro, registrando-se variações populacionais nos períodos mais secos.

1: Certo. Os chamados brejos ou ilhas de umidade são comuns em meio à aridez da caatinga nordestina. O solo é fértil e proporciona intenso desenvolvimento agrícola, a exemplo da Serra de Baturité ou de Ibiapaba, no Ceará; 2: Certo. Os maiores exemplos de tal produção são as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), às margens do rio São Francisco. É interessante lembrar a importância da Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e Parnaíba (Codevasf) nos projetos de infraestrutura e irrigação do vale do São Francisco. Dos nove polos de desenvolvimento da região, sete resultaram em grande parte da irrigação promovida pela Companhia (norte de Minas, Guanambi, Formoso/ Correntina, Barreiras, Irecê, Juazeiro/Petrolina e baixo São Francisco); 3: Errado. O item apresenta dois problemas fundamentais que não podem passar despercebidos: ao afirmar que os problemas sociais estão “condicionados” a questões ambientais, oferece uma justificativa determinista para os problemas do Nordeste, o que não é nem a explicação da banca nem do Estado para a condição atual da região; o segundo problema é que, ao dizer que esse determinismo é “característico” das demais regiões áridas e semiáridas do mundo, o texto negligencia regiões como o Estado de Israel, entre outras; 4: Certo. O agreste nordestino pode ser entendido como uma região de transição da Zona da Mata (região mais populosa e próspera do interior Nordeste, com o solo mais rico e as melhores condições ambientais) para o sertão (interior seco, com baixos índices de desenvolvimento humano e que sofre sistematicamente com as secas).

2: Errado. Apesar de nas últimas décadas participar de um processo sério de desenvolvimento social, fruto de investimentos em infraestrutura por parte do Estado, o Nordeste brasileiro ainda apresenta os índices de desenvolvimento mais baixos do país, enquanto o Centro-Sul continua a liderar os números nacionais; 3: Errado. O cerrado brasileiro é um bioma com solo deficiente em nutrientes, o que dificulta o plantio de bens agrícolas em suas terras. Apenas a partir dos anos 1970, com os trabalhos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, é que o cerrado tornou-se viável como local de produção agrícola e passou a se articular mais estreitamente com o mercado do Centro-Sul do país e com o resto do mundo; 4: Certo. A interiorização do país, que implica a desconcentração das indústrias do Sudeste, entre várias outras consequências, está intimamente ligada à modernização da agricultura brasileira. Quando pensamos na soja, por exemplo, que pode ser plantada no interior de Mato Grosso e Goiás graças ao desenvolvimento tecnológico, tal relação torna-se evidente, pois as áreas até então com pouca atividade econômica passam a gerar mais riquezas e a requerer mais bens industriais, tanto para o processo produtivo quanto para sua população. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C

(3) A escassez de chuvas durante as secas no Nordeste

57

O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a tendência de industrialização das economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração espacial. Lemos et al. A organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005.

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

(Diplomacia – 2008 – CESPE) Com relação às indústrias no Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.

4. Geografia agrária

(1) O desenvolvimento da indústria e da agroindústria resultou

(Diplomacia – 2008 – CESPE) A análise da dinâmica da moderniza-

ção da agricultura brasileira é importante para o entendimento da sociedade do Brasil contemporâneo. A esse respeito, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

(1) Atualmente, observa-se, nas áreas de expansão da fronteira

agrícola no Brasil, um sistema produtivo intenso e mecanizado, que gera poucos empregos diretos e baixo índice de urbanização e de migrações. (2) Devido à consolidação da agricultura irrigada – parcialmente voltada para a exportação – e da produção moderna de grãos, bem como à modernização dos empreendimentos voltados para a produção de têxteis, a região Nordeste do Brasil apresenta, atualmente, bons índices de desenvolvimento no que se refere a indicadores sociais, superando, inclusive, índices do Centro-Sul. (3) O cerrado brasileiro é um bioma propício à atividade agrícola, como comprova sua alta produtividade nas últimas décadas, graças, especialmente, à fertilidade do seu solo, que não exige corretivos. (4) O fato de as indústrias deixarem de se concentrar no Sudeste do Brasil tem relação com o processo de modernização da agricultura brasileira.

1: Errado. Atualmente observa-se que a expansão da fronteira agrícola no Brasil baseia-se em diversas atividades econômicas. A Amazônia, como última fronteira agrícola do país, reflete bem os diferentes padrões e atividades envolvidos nesse processo: na pecuária, predomina uma produção extensiva e desenvolvida em grandes propriedades, com baixo nível de mecanização, enquanto a mineração gera uma quantidade de empregos diretos que não deve ser considerada baixa. A ideia de que os fluxos migratórios para as regiões relacionadas à expansão da fronteira agrícola são pequenos tampouco pode ser confirmada, visto que contraria o conceito de fronteira agrícola;

na diferenciação e especialização do espaço regional brasileiro por meio da criação de novas estruturas produtivas, como observado na Amazônia brasileira.

1: Certo. O item refere-se indiretamente à Zona Franca de Manaus, modelo de desenvolvimento econômico implementado no coração da Amazônia com três diferentes polos econômicos: o comercial, cujo maior êxito ocorreu na década de 1980, quando o regime econômico ainda era o de uma economia fechada; o industrial, que é considerado a base da Zona Franca, possui cerca de 600 indústrias, gera mais de meio milhão de empregos e produz de geladeiras a celulares, passando por motocicletas; e o polo agropecuário, com projetos voltados para a alimentação, turismo, agroindústria e outros. Gabarito 1C

4.1. Estruturação e funcionamento do agronegócio no Brasil e no mundo

(Diplomacia – 2008 – CESPE) Acerca das transformações globais, nacionais e locais relacionadas ao desafio do desenvolvimento ambiental sustentável, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) A integração mundial do mercado dos produtos agrope-

cuários favorece o comércio agroexportador do Brasil com outros países ou blocos de países, pois o mercado articula-se em torno de blocos que possuem interesses comerciais comuns. (2) Na Amazônia, o crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de commodities têm sido observados em um grande número de pequenas propriedades, o que se justifica por serem tais empreendimentos prioritários para a desconcentração da propriedade da terra. (3) Influenciada pelo agronegócio, a agricultura familiar ou de subsistência praticada atualmente na Amazônia tem sido apoiada por inovações tecnológicas e pela utilização dos créditos ambientais subsidiados por políticas públicas de preservação, que objetivam recompensar o abandono da prática de derrubada ou queimada da floresta ou da vegetação secundária.

58

Felipe Ferreira Ramos

1: Errado. O mercado mundial de produtos agropecuários não favorece o comércio exportador do Brasil, que, ao contrário, na atual Rodada de Doha da OMC, é um dos principais atores a exigir um novo acordo em torno da agricultura; 2: Errado. Não é correto falar em “grande número de pequenas propriedades” no que se refere ao crescimento do agronegócio e à expansão das culturas de commodities, visto que esses empreendimentos ainda são fundamentalmente baseados nas grandes propriedades e têm como objetivo não a desconcentração de terra, mas sim interesses econômicos; 3: Errado. Não é correto associar “créditos ambientais subsidiados” pelo governo com agricultura familiar ou de subsistência, pois tal incentivo limita-se à agricultura em grande escala. Gabarito 1E, 2E, 3E (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2007 – CESPE) Considerando que as informações contidas no gráfico abaixo ajudam no estabelecimento

de algumas conclusões a respeito da produção agrícola nacional, julgue os itens seguintes.

(1) O aumento na produção, conforme mostrado no gráfico, é decorrente tanto do incremento da área cultivada quanto da moder-

nização tecnológica da agricultura.

(2) Quanto à mecanização das áreas agrícolas, as características do relevo brasileiro, como no caso das chapadas, impedem o

aumento em ritmo maior das terras incorporadas à agricultura.

(3) De modo geral, a expansão de determinados setores industriais no país tem demandado maior quantidade de produtos da

agricultura, fomentando a agroindústria.

1: Certo. O gráfico mostra um pequeno aumento da área cultivada, mas o crescimento brutal da produção não é proporcional ao primeiro dado. Por isso, a maior eficiência agrária e o aproveitamento do espaço estão ligados, sobretudo, à modernização tecnológica da agricultura; 2: Errado. O cerrado do Centro-Oeste é o local onde se verificam, ao mesmo tempo, a maior concentração de chapadas do país e a constante modernização do agronegócio brasileiro. Portanto, não se poderia presumir que a afirmativa fosse correta; 3: Certo. Mesmo que o agronegócio represente apenas 6% do total do PIB brasileiro, ele tem participação importante em vários setores produtivos da economia nacional, como, por exemplo, na indústria de sucos de laranja, em que, para atender ao crescimento da demanda por essa bebida, a fábrica de sucos pressiona o produtor da fruta a aumentar seu cultivo. Gabarito 1C, 2E, 3C

quentes, relativos à agricultura no Brasil.

(1) O aproveitamento integral do calendário agrícola, o encur-

tamento dos ciclos vegetais, a velocidade da circulação de produtos e de informações e a maior disponibilidade de crédito são alguns dos fatores que indicam o início do período técnico-científico-informacional na agricultura brasileira. (2) A modernização da agricultura no Nordeste do Brasil vem ocorrendo em áreas contínuas e especializadas no cultivo de frutas, legumes e soja. (3) As fronteiras agrícolas do Brasil, a partir da segunda metade do século XX, vincularam-se à expansão das vias de circulação, aos movimentos espontâneos de imigração e à colonização oficial e privada, à especialização da produção nos diversos ramos agropecuários e às diferenças quanto ao grau de tecnificação. 1: Certo. O conhecimento que permite elaborar um sistema de crédito mais acessível, bem como o aproveitamento integral do calendário agrícola com o encurtamento dos ciclos vegetais, são evidências de que a informação está tendo um papel estruturador

do espaço geográfico. Da mesma forma, a velocidade da circulação de produtos e as demais modernizações específicas da agricultura são indícios de que a técnica está modificando o espaço geográfico tanto da cidade como do campo, caracterizando, assim, o chamado “período técnico-científico-informacional”, termo cunhado pelo geógrafo Milton Santos; 2: Errado. A modernização da agricultura no Nordeste é uma realidade, porém não ocorre em áreas contínuas; o que há são “polos de modernidade”, como no caso das cidades de Juazeiro e Petrolina, ilhas de modernidade no médio São Francisco; 3: Certo. A partir da segunda metade do século XX, o Brasil caminhou para se tornar o país integrado de hoje, e o papel da expansão da fronteira agrícola nesse processo não pode ser minimizado. Na verdade, trata-se de um movimento interdependente: ao mesmo tempo que era necessário preencher o vazio demográfico no Centro-Oeste, por exemplo, era preciso desenvolver uma atividade produtiva para a população que iria se instalar ali, produção essa que não se destinaria (ao menos não de imediato) à região recém-povoada. Assim, a expansão das vias de circulação de pessoas e sobretudo de mercadorias vincula-se intimamente à expansão da fronteira agrícola. Gabarito 1C, 2E, 3C

(Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 – CESPE) Julgue os itens subse-

2. Geografia

59

4.2. Estrutura fundiária, uso da terra e relações de produção no campo brasileiro

5. Geografia urbana

(Diplomacia – 2010 – CESPE) No que se refere ao espaço rural

no Brasil, assinale a opção correta.

(Diplomacia – 2011 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens que se seguem, relativos à região Nordeste do Brasil.

(A) A revalorização do espaço rural como lugar para se tra-

(1) Durante todo o século passado, a cidade de Recife exerceu

A: incorreta. A revalorização do espaço rural brasileiro não pode ser tida como consenso. Apesar disso, quando consideramos que ela existe, não podemos deixar de relacioná-la às demandas por terra e, como consequência, aos assentamentos rurais, visto que tal revalorização leva indiscutivelmente ao aumento da busca por terras rurais; B: incorreta. O Pronaf é um programa de crédito rural voltado à agricultura familiar e aos assentados da reforma agrária. Ao contrário do que assinala a questão, ele deve ser considerado um programa de sucesso, pois oferece as taxas de juros mais baixas dos financiamentos rurais e tem os menores índices de inadimplência. O resultado é um aumento da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e médio porte, onde os alimentos básicos são fornecidos pela agricultura familiar; C: incorreta. A questão indica que houve uma substituição das grandes plantações cafeeiras pela agricultura familiar, algo que não se pode afirmar porque, apesar de a agricultura familiar representar mais de 80% dos estabelecimentos rurais, a área ocupada por ela não chega aos 25% da área total usada por estabelecimentos rurais. O que é inegável é o esforço do Estado ao longo das últimas décadas em aumentar a participação da agricultura familiar na economia, facilitando-lhe o crédito e quitando-lhe as dívidas; D: incorreta. O termo “pluriatividade” é utilizado para explicar o fenômeno de diminuição do peso das atividades agrícolas na renda das famílias rurais. Se antes o agricultor plantava feijão e sua renda dependia inteiramente dos lucros obtidos com a safra do ano, hoje, além de lucrar com o feijão, é comum que a unidade familiar tenha um ou mais membros que se empenhem em alguma atividade extra-agrícola para trazer mais rendimentos à família, como ocorre com famílias em que um dos indivíduos é pedreiro, caseiro, jardineiro, faxineiro ou cozinheiro, por exemplo; E: correta. Historicamente, a economia brasileira caracterizou-se pela agroexportação latifundiária, com as políticas públicas privilegiando as grandes plantações. Em meados dos anos 1960, um conjunto de transformações apontou para um novo padrão de desenvolvimento rural, a chamada “modernização conservadora”, que, com a constituição do Complexo Agroindustrial (CAI), levou à modernização da agropecuária do país e contribuiu efetivamente, em maior ou menor grau, para o êxodo rural.

papel preponderante na rede urbana nordestina, permanecendo, ainda neste século, como a única cidade global da região. (2) A colonização da região que atualmente corresponde ao Nordeste do Brasil ocorreu, de modo geral, do litoral para o interior, relacionando-se a ocupação das zonas mais próximas do litoral à produção açucareira, e a de áreas mais interiores, à pecuária e à cultura do algodão. (3) No Brasil, durante o período marcado pelo nacional desenvolvimentismo, os problemas identificados na região Nordeste estimularam a criação da Sudene pelo governo de Juscelino Kubitscheck, com o objetivo de implantar políticas de fomento regional. (4) Durante o ciclo de produção da borracha na região amazônica, centenas de milhares de nordestinos transferiram-se para aquela região, em grande medida, em consequência de anos de grande seca no Nordeste. 1: Errado. É inegável que o Recife sempre exerceu um papel fundamental na rede urbana nordestina, porém é incorreto afirmar que a capital pernambucana é uma cidade global, termo empregado para estabelecer certa hierarquia no sistema econômico global, denominando uma cidade que concentre uma rede de atores cujas ações possam ter forte impacto na economia mundial. No Brasil, a cidade de São Paulo é um excelente exemplo das dimensões de uma cidade global, comparável a Tóquio, Nova Iorque e Londres; 2: Certo. O Nordeste brasileiro foi uma das primeiras regiões do Brasil a serem colonizadas pelos portugueses, que rapidamente começaram o plantio de cana-de-açúcar por lá. O açúcar logo tornou-se a espinha dorsal da economia e da sociedade nordestinas, concentrando a população da região no litoral, onde ficava a maior parte das terras mais propícias para a plantação de cana. O predomínio da cana, no entanto, não impossibilitou que outros setores prosperassem no lugar, apenas tirando-lhes o privilégio de estar no litoral e levando a pecuária e o algodão para o interior da região; 3: Certo. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi criada em 1959, no governo de Juscelino Kubitscheck, pelo economista Celso Furtado, secretário executivo da autarquia subordinada à presidência que foi a Sudene durante os primeiros anos. O órgão tinha o intuito de promover o desenvolvimento do Nordeste (região então definida como a que abrangia Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e parte de Minas Gerais), que não havia engrenado no processo de desenvolvimento no qual já estavam envolvidas as regiões do Centro-Sul; 4: Certo. A região do Nordeste é responsável pelos maiores fluxos migratórios inter-regionais do Brasil devido a fatores de repulsão como clima, economia estagnada e concentração de grandes propriedades nas mãos de poucos. No final do século XIX e início do século XX, o Nordeste sofria com as secas no mesmo período em que na Amazônia começava-se a extrair borracha. Assim, a proximidade das duas regiões e a perspectiva de uma vida melhor foram os fatores de atração que levaram milhares de nordestinos a tentar a sorte nos seringais amazônicos. Gabarito 1E, 2C, 3C 4C

balhar e para se viver, uma das recentes transformações ocorridas no campo, não se relaciona diretamente com as demandas pela terra e com os assentamentos rurais. (B) O Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PRONAF), ao fragmentar o espaço rural, provocou a redução da produtividade agrícola e, como consequência, a redução da oferta de alimentos nas cidades de pequeno e médio porte. (C) Na primeira metade do século XX, o espaço rural brasileiro caracterizou-se pelas grandes plantações cafeeiras, a que se seguiu a agricultura familiar com sua pluriatividade e o processo de modernização da base técnica na agropecuária, que caracterizou o final do século. (D) A pluriatividade, realidade da nova concepção de espaço rural adotada pelo agronegócio, ainda não se incorporou à agricultura familiar, baseada na agricultura de subsistência. (E) Historicamente, as políticas públicas, visando à exportação, privilegiaram a agricultura de larga escala, o que forçou o processo de modernização da agropecuária e contribuiu para o êxodo rural.

5.1. Processo de urbanização e formação de redes de cidades

Em algum momento, daqui a um ou dois anos, uma mulher vai dar à luz na favela de Ajengunle, em Lagos, na Nigéria; um rapaz fugirá de sua aldeia, no oeste de Java, para as luzes brilhantes de Jacarta ou um fazendeiro partirá com a família empobrecida para um dos inumeráveis pueblos jovenes de Lima. O fato exato não importa e passará totalmente despercebido. Ainda assim, representará um divisor de águas na história humana, comparável ao Neolítico ou às revoluções industriais. Pela primeira vez, a população urbana da Terra será mais numerosa do que a rural. Mike Davis. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, 2006, p. 13.

Gabarito E

Felipe Ferreira Ramos

(Diplomacia – 2010 – CESPE) A partir desse texto e no que concerne à dinâmica de urbanização observada, no mundo, nas últimas décadas, julgue C ou E. (1) Apesar de o continente africano apresentar importante fluxo

migratório para áreas urbanas, a precariedade da situação econômica impede a formação, naquele continente, de importantes conurbações, dado o excessivo fluxo de emigrantes que se dirigem para os países ricos. (2) A urbanização dos países pobres, a partir da segunda metade do século XX, ocorreu de maneira mais intensa que o processo de urbanização ocorrido na Europa Ocidental, no século XIX, o que explica a inclusão de cidades das regiões mais pobres do mundo entre as maiores cidades do planeta. (3) Nos países pobres, a migração para as cidades deve-se à grande oferta de empregos formais em indústrias realocadas pelo processo de globalização, evidência de que o setor secundário da economia rapidamente suplanta, nos países de intensa migração interna, os setores primário e terciário. (4) Comparando-se os dados referentes à população e ao produto interno bruto (PIB) relativos ao final da década de 90 do século XX com os correspondentes ao início do século XXI, observa-se que, coincidentemente, as cinco maiores aglomerações urbanas do planeta apresentam também os maiores PIBs. 1: Errado. O continente africano de fato apresenta um fluxo migratório para áreas urbanas, mas esse fluxo não impede a formação de conurbações (conjunto urbano constituído por uma cidade grande e uma aglomeração de cidades limítrofes; no Brasil, o exemplo mais expressivo é o de São Paulo e do ABC paulista, enquanto na África há o caso da capital nigeriana, Lagos). Outro dado a ser lembrado é que as migrações entre países pobres continuam proporcionalmente maiores do que as de países pobres para países ricos. Assim, um dos fluxos migratórios mais importantes no continente africano é aquele que vai da África central e meridional para a África do Sul; 2: Certo. O fenômeno da urbanização é o crescimento da população urbana em um ritmo superior ao crescimento da população rural, de forma que, ao pensarmos na urbanização de países como a Inglaterra – onde a população urbana demorou mais de 150 anos para ultrapassar a rural – e a compararmos com a de países do sudeste asiático – onde em menos de 50 anos a população urbana já ultrapassou em muito a rural –, fica fácil perceber a celeridade do processo nos países pobres que começaram seu projeto desenvolvimentista na segunda metade do século XX. Nota-se ainda que, entre as cidades mais populosas do mundo, figuram principalmente cidades do terceiro mundo (Bombaim, Xangai, Istambul, Nova Déli, Karachi, São Paulo, Moscou, Pequim, Jacarta e outras); 3: Errado. Nos países pobres, a migração para as cidades é feita, em geral, por indivíduos pouco qualificados para atuar no setor secundário, que costuma exigir um conhecimento técnico específico. Portanto, nesses países, o destino inicial da maioria dos migrantes que deixam suas atividades no setor primário em direção à cidade é o setor terciário do trabalho informal; 4: Errado. A lógica da pergunta não exige o conhecimento das maiores aglomerações urbanas do planeta nem de seus PIBs. O importante é ter em mente que a relação entre PIB e população raramente é proporcional: enquanto o PIB diz respeito à produção de determinada região, as aglomerações urbanas dizem respeito ao tamanho das cidades, sobretudo à quantidade de pessoas que vivem em determinada extensão territorial. Embora em alguns casos os dados coincidam (como no Brasil, em que a maior aglomeração urbana é também a que tem o maior PIB do país, São Paulo) por via de regra, as maiores aglomerações urbanas estão nos países em desenvolvimento e os maiores PIBs são os de países desenvolvidos. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E (Diplomacia – 2009 – CESPE) Rede urbana pode ser definida como

um conjunto funcionalmente articulado que reflete e reforça as características sociais e econômicas de um território. Em cada região do mundo, a configuração da rede urbana apresenta especificidades. Com relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) o item subsequente.

(1) O avanço das fronteiras econômicas, como a agropecuária

na região Centro-Oeste e a mineral na região Norte, contribuiu para a expansão do sistema de cidades.

1: Certo. Ao longo do século XX, o Brasil passou por um processo de interiorização que vem contribuindo para a expansão do sistema de cidades do país. À medida que a população cresce e a necessidade de ocupar novos espaços se materializa, as fronteiras econômicas são levadas cada vez mais para o interior do país. Cabe lembrar, porém, que a fronteira agrícola ainda é uma realidade no Brasil, notadamente na Amazônia. Ao mesmo tempo, o processo de desmetropolização no qual nos encontramos vem aumentando a importância das cidades médias no país, ampliando o sistema de cidades. Gabarito 1C

60

(Diplomacia – 2006 – CESPE) Tendo o gráfico abaixo como referência e considerando o processo de urbanização do mundo contemporâneo, assinale a opção correta.

(A) O aumento contínuo da participação da África e da América

Latina no conjunto das cem maiores cidades do mundo ao longo do período representado no gráfico reflete o processo de globalização da economia, que enseja a inserção de países periféricos e a superação de seu passado colonial. (B) O aumento da participação da América Latina no conjunto das cem maiores cidades do mundo indica o rápido processo de urbanização calcado na industrialização, que não se faz acompanhar de adequada e suficiente oferta de empregos urbanos no setor secundário da economia. (C) O declínio na participação de determinados continentes é justificado pela interposição de barreiras à entrada de migrantes e, principalmente, pela diminuição de suas populações, tendo eles já realizado sua transição demográfica. (D) No Brasil, o crescimento urbano e a urbanização foram alimentados por um forte êxodo rural e fluxos migratórios entre regiões, o que possibilitou melhor distribuição da população no território. (E) O caráter urbano e metropolitano do Brasil, com o estabelecimento de bem distribuída rede de cidades, está restrito ao Sul e Sudeste do país, uma vez que estas foram as regiões que experimentaram o maior desenvolvimento industrial ao longo da história do país. A: Incorreto. O fenômeno da macrocefalia – em que os centros urbanos são grandes demais e concentram a população mais carente, na maioria das vezes de forma desorganizada e pouco segura – é uma característica do desenvolvimento dos países do terceiro mundo,.e o aumento da participação dos continentes das antigas colônias no conjunto das cem maiores cidades do mundo está intimamente relacionado ao seu passado., Com a industrialização tardia desses países de terceiro mundo, todo o processo de urbanização foi acelerado e, em vez de surgirem, como na Europa e nos Estados Unidos, diversas cidades espalhadas pelo território, capazes de assimilar com o passar do tempo o crescimento da demanda por um espaço urbano, as pessoas se aglomeram em uma cidade que cresce de modo rápido e desordenado. Para exemplificar tal fenômeno, podemos comparar a população de 70 milhões da Alemanha e os apenas 4 milhões da cidade de Berlim aos 40 milhões de habitantes

2. Geografia

(1) No Brasil, o processo de urbanização foi acelerado após a

Segunda Guerra Mundial, apresentando mudanças no uso do território resultantes da integração dos meios de comunicação, o que facilitou fluxos de população, mercadorias e ideias. Os ritmos distintos dessa urbanização levaram às diferenciações regionais. (2) A expansão urbana ocorrida nas últimas décadas caracterizou-se pela ocupação desordenada do solo. Contudo, por coincidir com significativa melhora das finanças públicas, esse processo foi acompanhado do atendimento das demandas sociais, razão pela qual foram minimizados os problemas das metrópoles. (3) O fenômeno da metropolização, presente em diferentes estados brasileiros, se deu, geralmente, a partir da junção de municípios a uma grande cidade, concentradora de modernidade, de população e de recursos econômicos e financeiros. 1: Certo. A unificação do território brasileiro e a urbanização acelerada evidenciaram-se após a Segunda Guerra Mundial, havendo até então uma interligação entre as regiões do país extremamente precária. Assim, os investimentos em sistemas de transporte e comunicação, a construção de Brasília, o projeto do nacional-desenvolvimentismo e o Plano de Metas facilitaram os fluxos de pessoas, a aproximação de mercados e a circulação de ideias; 2: Errado. Não se pode falar em minimização dos problemas das metrópoles se as demandas sociais ainda não foram atendidas. As metrópoles brasileiras têm sérios problemas com a criminalidade, oriunda da marginalização das camadas mais pobres da sociedade; 3: Certo. A metropolização é uma realidade em todos os estados brasileiros. Nesse fenômeno, certas cidades crescem mais do que as outras e terminam por concentrar grande parte da atividade econômica e da população da região. A legislação brasileira adotou o conceito de região metropolitana para facilitar a administração dos municípios. Quando se pensa em uma cidade como o Rio de Janeiro, que conta com mais da metade de sua força trabalhadora residindo fora do município, fica clara a necessidade de tal instrumento legal para coordenar os fluxos da “migração pendular”, onde uma metrópole polariza as atividades profissionais de todo um conjunto de municípios nos quais, em um movimento diário, pendular, milhares de indivíduos migram de um município para o outro.

O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a tendência de industrialização das economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração espacial. Lemos et al. A organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005. (Diplomacia – 2008 – CESPE) Com relação às indústrias no Brasil,

julgue (C ou E) os itens seguintes.

(1) A industrialização brasileira conheceu um processo de

dispersão que, por ter ocorrido de forma ordenada, evitou a metropolização dos novos centros industriais. (2) Depois de décadas de concentração econômica na cidade de São Paulo, observa-se um processo inverso, determinado, entre outras causas, pelas chamadas deseconomias de aglomeração.

1: Errado. A industrialização brasileira, assim como a da maioria dos países do terceiro mundo, não foi nada ordenada e não passou por um processo de dispersão; ao contrário, concentrou-se em demasia no Sudeste do país, notadamente em São Paulo. A metropolização do país foi uma realidade ao longo do século XX e hoje há, segundo o IBGE, 12 Metrópoles no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre; 2: Certo. A industrialização do Brasil fundamentou-se em uma economia de aglomeração que, por diversos motivos, concentrou em São Paulo a maioria das indústrias do país. Hoje, porém, com o fenômeno da desmetropolização no país, a cidade de São Paulo está deixando de ser apenas um polo produtivo e passando a exercer muito mais a função de comando financeiro da economia nacional do que a de local primário da produção. Nesse contexto, as empresas estão deslocando cada vez mais fábricas para o interior do país atrás de preços mais cômodos para sua produção: é o fenômeno da “deseconomia de aglomeração”.

5.3. Dinâmica intraurbana das metrópoles brasileiras (Diplomacia – 2009 – CESPE) Rede urbana pode ser definida como

um conjunto funcionalmente articulado que reflete e reforça as características sociais e econômicas de um território. Em cada região do mundo, a configuração da rede urbana apresenta especificidades. Com relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) o item subsequente.

(1) Ainda hoje, verifica-se a polarização exercida pelas metró-

poles Rio de Janeiro e São Paulo, por meio da concentração de indústrias e de serviços.

1: Certo. Apesar de essa polarização estar sendo reduzida, a concentração de indústrias e serviços nas duas maiores metrópoles do país ainda é uma realidade, assim como em boa parte dos países em desenvolvimento. Gabarito 1C

Gabarito B (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 – CESPE) Julgue os itens seguintes, relativos a aspectos e definições que caracterizam o processo de urbanização brasileira.

5.2. Conurbação, metropolização e cidades-mundiais

Gabarito 1E, 2C

da Argentina e os cerca de 15 milhões que vivem em Buenos Aires; B: Correto. A atual urbanização da América Latina relaciona-se ao setor terciário da economia. Isso porque o êxodo rural, que leva migrantes do campo para a cidade, é um fenômeno que, nos países periféricos como um todo, atinge majoritariamente indivíduos com pouco conhecimento técnico para serem integrados ao setor secundário da economia; diante disso, ao chegarem às cidades, eles dedicam-se ao chamado setor terciário inferior; C: Incorreto. O declínio de continentes como a América do Norte e a Europa no contingente das maiores cidades do planeta pouco ou nada tem a ver com questões de política migratória. Na realidade, esse declínio está ligado ao fato de os países desses continentes terem começado seu processo de urbanização nos séculos XVIII e XIX, o que lhes rendeu uma rede de cidades mais espalhadas e menor concentração urbana que as dos países da Ásia, África e América do Sul; D: Incorreto. O crescimento urbano e a urbanização no Brasil não favoreceram a melhor distribuição da população no território nacional. Ao contrário, isso levou os migrantes da área rural a se concentrarem no Sudeste do país ou, em menor escala, nas grandes cidades de suas regiões (por exemplo: os migrantes do Ceará dividem-se entre os que podem deslocar-se até o Sudeste do Brasil e os que limitam sua migração à metrópole mais próxima, principalmente por motivos econômicos; em ambos os casos, tais migrações contribuem para concentrar a população, em vez de distribuí-la); E: Incorreto. Não é possível falar em uma rede de cidades “bem distribuída” no Sudeste do país, pois basta lembrar a macrocefalia dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

61

5.4. O papel das cidades médias na modernização do Brasil (Diplomacia – 2009 – CESPE) Rede urbana pode ser definida como

um conjunto funcionalmente articulado que reflete e reforça as características sociais e econômicas de um território. Em cada região do mundo, a configuração da rede urbana apresenta especificidades. Com relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

(1) No século XXI, tem-se observado crescente fluxo migratório

das cidades médias para as grandes metrópoles nacionais, que ainda se mantêm como os maiores polos de atração populacional do país.

Gabarito 1C, 2E, 3C

Felipe Ferreira Ramos

(2) Tal como ocorre com países desenvolvidos e altamente

industrializados, no espaço urbano brasileiro predominam as atividades do setor terciário, que emprega a maior a parte da população ativa.

1: Errado. O enunciado da pergunta refere-se às redes urbanas no Brasil, o que facilita a resposta, pois hoje o país passa por um processo de desmetropolização, que representa não o encolhimento das metrópoles – as quais seguem crescendo, ainda que a um ritmo menor que a média nacional –, mas o crescimento proporcionalmente maior das cidades médias, que se tornaram o novo polo de atração populacional do país. Enquanto a média nacional de crescimento populacional é de 1,17%, a cidade de São Paulo tem um crescimento de 1%, enquanto sua vizinha Ribeirão Preto apresenta um crescimento anual de 3%; 2: Certo. Dos três setores, efetivamente o terciário é aquele que mais emprega trabalhadores brasileiros, atraindo cerca de 70% da população economicamente ativa. Vale lembrar, porém, que há quem faça uma separação do setor terciário em superior (aquele a que pertencem advogados e médicos) e inferior (o que emprega camareiras e motoristas). Gabarito 1E, 2C

6. Geografia política 6.1. Teorias geopolíticas e poder mundial Na aurora dos tempos, os grupos humanos retiravam do espaço que os circundava, isto é, do pedaço da natureza que lhes cabia, os recursos essenciais à sua sobrevivência. Na medida em que a divisão do trabalho se acentua, uma parte cada vez maior das necessidades de cada grupo, de cada comunidade, tem de ser procurada na área geográfica de uma outra coletividade. A noção de espaço como suporte biológico dos grupos humanos, de suas atividades, exige agora uma interpretação menos literal. Essa noção não pode mais aplicar-se corretamente, com a expansão da área de atividade indispensável à existência, a um grupo isolado, mas à humanidade em geral. Milton Santos. Por uma geografia nova. São Paulo: Ed. Hucitec/EDUSP, 1978, p. 167 (com adaptações). (Diplomacia – 2011 – CESPE) Assinale a opção em que se

expressa corretamente a ideia apresentada pelo autor nesse fragmento de texto.

(A) O imperialismo advém da necessidade de domínio tecno-

lógico de meios naturais diferenciados.

(B) Os recursos naturais disponíveis para a coletividade são fini-

tos, e o crescimento populacional inevitavelmente provoca seu escasseamento, gerando um desequilíbrio na relação entre a população e seu território. (C) A concepção de Estado está intimamente relacionada à defesa dos recursos essenciais para a sobrevivência das sociedades, aspecto do qual decorrem as guerras, que são, por isso, inevitáveis. (D) A situação de isolamento garante a uma comunidade a manutenção do equilíbrio na relação de um grupo humano com sua base espacial. (E) Conforme as sociedades se tornam mais complexas, as relações humanas intensificam-se e a explicação da vida social, então, extrapola a escala local. A: incorreta. Embora seja possível relacionar o segundo período do fragmento à ideia de imperialismo, não devemos considerar esse conceito como o ponto principal, uma vez que foi utilizado apenas de forma passageira para apresentar o verdadeiro objeto de análise do texto; B: incorreta. O texto não trata de proporcionalidade entre a população mundial e o espaço físico do globo. Embora a noção de espaço seja uma das principais ideias contidas no texto, ela está relacionada não ao crescimento populacional, mas sim ao desenvolvimento técnico ou à evolução das relações entre os grupos; C: incorreta. O Estado não é o objeto de análise do texto; ao contrário, pode-se argumentar que a “defesa dos recursos essenciais para a sobrevivência das sociedades” é função não mais de um único grupo, mas da “humanidade em geral”;

D: incorreta. Em momento algum o texto fala em isolamento; em vez disso, indica que cada vez mais os diferentes grupos têm suas ações e necessidades complementadas por outras comunidades, de forma que a expansão no espaço físico das atividades de cada grupo é que eventualmente traria o equilíbrio da “humanidade em geral”, e não de cada grupo individual; E: correta. Nos primeiros dois períodos do texto, há uma breve descrição histórica de como eram as relações entre homem e natureza e entre os próprios homens. No terceiro período, Milton Santos problematiza essa interpretação em referência aos dias de hoje e, enfim, no quarto período, afirma que o entendimento das relações entre o homem e seu espaço não pode mais limitar-se ao espaço local de sua atuação, mas deve levar em conta a escala global. De forma simplificada, trata-se da relação indivisível das atividades praticadas entre as diferentes comunidades humanas: o caso da fabricação de um avião, por exemplo, cujas infinitas peças são produzidas em diversos locais, montadas em outro e vendidas para um terceiro lugar, circulando pelo mundo e servindo a diferentes sociedades, evidencia que “a explicação da vida social, então, extrapola a escala local”. Gabarito E

62

6.2. Formação territorial do Brasil (Diplomacia – 2012 – CESPE) Julgue (C ou E) os próximos itens, relativos à formação histórica do território brasileiro. (1) A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com

a assinatura do Tratado de Madri, que determinou, por meio da criação de uma linha imaginária, o primeiro limite territorial da colônia portuguesa nas Américas. (2) No início do século XX, o governo brasileiro assegurou a posse de novas terras por meio de acordos diplomáticos que envolveram questões fronteiriças com a Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru e Suriname, nos quais se destacou a figura do Barão do Rio Branco. (3) Os séculos XVII e XVIII constituem marcos da exploração de imensas propriedades rurais, com limites mal definidos, doadas pela Coroa portuguesa a aristocratas portugueses. (4) Mesmo após cinco séculos de ocupação e povoamento, a configuração atual do território brasileiro permanece conforme a implantação das capitanias hereditárias. 1: Errado. O item nomeia o Tratado de Madri, mas refere-se ao Tratado de Tordesilhas. O Tratado de Madri (1750) foi assinado entre Portugal e Espanha, tendo Portugal seus interesses defendidos pelo santista Alexandre de Gusmão que, utilizando por base o Mapa das Cortes, consagrou o princípio do uti possidetis (segundo o qual reconhecia-se a cada Coroa ibérica a posse dos territórios segundo a ocupação efetiva dos mesmos) e utilizou-se de rios e montanhas a fim de demarcar os limites entre as posses. Assim, o Tratado de Madri não se confunde com o Tratado de Tordesilhas que estabelecia, em 1494, um meridiano que vulgarmente veio a ser conhecido por “dividir o mundo entre Portugal e Espanha”. 2: Errado. O gabarito provisório fornecido pelo CESPE dizia que a afirmativa estava certa, porém ele foi alterado devido à impossibilidade de afirmar que o Brasil “assegurou a posse de novas terras” em todos os casos citados, sendo a justificativa oficial do CESPE para a alteração da questão: “A questão fronteiriça com a Argentina que assegurou ao Brasil a posse de novas terras foi resolvida em 1895. O Tratado de 1910 é para fins de demarcação, tendo em vista que as fronteiras com a Argentina já estavam definidas desde o final do século XIX, e não do início do século XX, conforme afirmado no item. Portanto, opta-se pela alteração do gabarito desse item”. Com relação à Bolívia não há dúvida de que o Barão do Rio Branco assegurou novas posses ao Brasil, pois o território em litígio com aquele país, que mais tarde viria a fazer parte do atual estado do Acre, há décadas era tido como boliviano. Com a Colômbia e o Peru poder-se-ia admitir que novas terras foram asseguradas, pois os tratados de 1907 e 1909 respectivamente, lidavam com territórios reclamados tanto pelo Brasil quanto por seus vizinhos. A impossibilidade de falar em novas posses está no que diz respeito à Argentina e ao Suriname: com relação à Argentina o erro é cronológico, visto que a atuação do Barão do Rio Branco para assegurar novas terras ao sul deu-se ainda no século XIX, na questão de Palmas, resolvida favoravelmente ao Brasil em 1895; já para o Suriname, que era então

2. Geografia

Gabarito 1E, 2E, 3C 4E

Texto para as próximas duas questões O Estado-nação brasileiro tem suas raízes na expansão mercantil-colonial europeia do século XVI. Naquele momento histórico, as burguesias mercantis, aliadas às monarquias, sobretudo portuguesa e espanhola, empreendiam a busca, para além-mar, do ouro, da prata ou de produtos que, de alto valor comercial nos mercados europeus, pudessem ser transacionados com muito lucro. O pau-brasil, que abundava em nossas terras tropicais, ao longo da costa atlântica, foi o primeiro alvo do saque aos recursos naturais, até então manejados por diversos povos indígenas e nômades e seminômades. Ironicamente, a espécie que acabou por dar origem ao nome do país tornou-se a primeira vítima: o pau-brasil, madeira de coloração avermelhada que os europeus utilizavam na produção de tinturas, hoje só existe nos jardins e museus botânicos. Carlos Walter Porto Gonçalves. Formação sócio-espacial e questão ambiental no Brasil. In: Becker et al. (org.). Geografia e meio ambiente no Brasil. 3a ed. São Paulo: Ana Blume–Hucitec, 2002, p. 312 (com adaptações).

(Diplomacia – 2005 – CESPE) Tendo o texto como referência inicial

e considerando aspectos históricos e geográficos marcantes da colonização brasileira, julgue (C ou E) os itens a seguir.

(1) No início do processo da colonização brasileira (1530), a

introdução das plantations de cana-de-açúcar marcou a forma de apropriação dos recursos naturais e a formação territorial do país. (2) No Brasil atual, o latifúndio, uma das principais marcas socioambientais do período colonial, mantém-se como traço do poder. (3) A Lei de Terras, promulgada no Brasil em 1850, tinha como similar, nos Estados Unidos da América (EUA), o Homestead Act, que democratizou o acesso à terra naquele país. (4) A disponibilidade de vasta extensão de terras nas mãos de elites rurais respondeu, e ainda responde, às demandas do mercado mundial.

1: Certo. Apesar de as primeiras embarcações portuguesas terem chegado ao Brasil em 1500, o processo de colonização demorou cerca de 30 anos para se efetivar. A partir de 1534 foram feitas as primeiras doações de capitanias hereditárias (prática já adotada pelos portugueses na Madeira e em Cabo Verde), nas quais de imediato, a exemplo das experiências anteriores de Portugal, começou-se a plantar cana para a agromanufatura do açúcar. O termo “plantations” serve, assim, para descrever o sistema agrícola brasileiro dos primeiros anos de colonização, o qual baseava-se na monocultura latifundiária, explorava a mão de obra escrava e voltava-se para a exportação; 2: Certo. Um latifúndio é uma propriedade rural extensa, característica marcante da colonização brasileira, desde as doações de capitanias hereditárias até as de sesmarias, e importante na dinâmica da economia rural, já que é sinal de poder ser proprietário de tanta terra. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, 15,6% do total dos estabelecimentos rurais do país ocupam mais de 75% de toda a área rural, confirmando que a estrutura latifundiária persiste no país; 3: Errado. Realmente se pode dizer que o Homestead Act (1862) dos Estados Unidos democratizou o acesso à terra naquele país, atraindo a mão de obra do continente europeu para comprar terras do Estado norte-americano. Já o objetivo da Lei de Terras brasileira era justamente o contrário, pois visava prender o imigrante europeu às grandes propriedades e dificultar-lhe a compra de terras. Enquanto o Homestead Act fora elaborado com o intuito de “conquistar o oeste”, a Lei de Terras brasileira surgiu como maneira de substituir a já escassa (e cara) mão de obra escrava pela mão de obra de imigrantes ingleses, sem que isso implicasse possíveis perdas aos latifundiários brasileiros; 4: Certo. No início do processo de colonização brasileiro, as grandes propriedades rurais eram voltadas para a exportação do açúcar. Essa estrutura econômica para a exportação sobreviveu ao declínio do açúcar e se impôs com a ascensão do café. Hoje, as vastas extensões de terras concentradas nas mãos de elites rurais acompanham a interiorização do país, de forma que o cultivo da soja e a pecuária nos estados centrais e do norte do país preservam a lógica da agroexportação presente na economia nacional desde o século XVI. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

colônia dos Países Baixos, o erro é afirmar que o Barão assegurou novas posses, uma vez que o acordo diplomático entre o Brasil e os Países Baixos datado de 5 de maio de 1906, nada mais é do que um compromisso entre os dois países visando a demarcação das fronteiras já definidas desde os século XVII. 3: Certo. Esse gabarito também foi alterado pelo CESPE que o considerou, inicialmente, Errado. A justificativa oficial dada pela banca foi: “A dinâmica de doação de terras para exploração certamente prevaleceu na colônia entre os séculos XVI e XVIII. As grandes extensões de terras cedidas aos homens de bem da Corte pela monarquia portuguesa receberam o nome de sesmarias, que eram cedidas à aristocracia portuguesa; [...] deveria haver uma ocupação efetiva da terra produzindo mercadorias. Somente quem tivesse laço com alta ou baixa nobreza portuguesa era contemplado e era comum o aristocrata deter sozinho diversas sesmarias. As cartas de doação demonstram a desorganização, a irregularidade e a ilegalidade da definição de limites, dificultando o controle da demarcação. Esse sistema perdurou até 1822. Portanto, opta-se pela alteração do gabarito desse item.” Vale ainda ressaltar que a ocupação do território brasileiro iniciou-se pelo litoral, mas aos poucos, em especial a partir do século XVII, foi adentrando e ocupando o interior do país. Inúmeros fatores contribuíram para explicar as peculiaridades da ocupação do território, o que facilita em muito a aceitação do item como certo, mas um fator que deve ser enfatizado para compreensão da afirmativa é a contribuição do Estado português para a ocupação do território da colônia que passa, naturalmente, pela distribuição da posse de terra. A Coroa portuguesa, tendo que lidar com a extrema dificuldade em administrar um território tão vasto quanto o Brasil, resolve, ainda no século XVI, doar “Capitanias Hereditárias” à nobres portugueses, seguindo uma lógica de terceirização da ocupação. Já no século XVII, com a ocupação do território mais avançada, a Coroa começa a comprar de volta tais capitanias hereditárias para transforma-las em “Capitanias Gerais”, em um esforço para ter maior controle sobre a terra. Já no final do século XVIII, sob a administração do Marques de Pombal, Portugal extingue o sistema de capitanias hereditárias a fim de conseguir um controle ainda maior das terras do interior. 4: Errado. O sistema implementado pelas capitanias hereditárias extinguiu-se ainda no Brasil colônia. Vale resaltar que tal sistema ainda levava em consideração o meridiano estabelecido no Tratado de Tordesilhas, assim, no que diz respeito à ocupação do território segundo o sistema das capitanias hereditárias basta que o candidato se lembre do tradicional mapa de Tordesilhas em que uma linha reta corta o Brasil de norte a sul, mais ou menos da Ilha de Marajó até a atual Florianópolis, e que imagine as divisões entre as capitanias como linhas perpendiculares ao meridiano. Ao longo da história, além da superação do limite de Tordesilhas, que expandiu o mapa do Brasil consideravelmente para o oeste, as linhas artificiais das capitanias hereditárias foram sendo substituídas por limites mais naturais, tanto topográficos quanto demográficos.

63

(Diplomacia – 2005 – CESPE) Considerando o assunto abordado no texto , julgue (C ou E) os itens seguintes, relativos à temática ambiental do Brasil. (1) O empobrecimento dos solos, o desequilíbrio ecológico e a

perda da biodiversidade tiveram início no período colonial.

(2) A rápida urbanização brasileira, principalmente a partir do

século passado, é um dos fatores que têm contribuído para a degradação ambiental em diferentes biomas brasileiros.

1: Certo. O empobrecimento dos solos ocorreu desde os primórdios da colonização, devido ao fato de a cana-de-açúcar ser uma planta que cresce rapidamente, o que exige muito da terra. A monocultura também é associada a tal empobrecimento, bem como as eventuais queimadas. É possível considerar que em virtualmente todo processo de colonização há um desequilíbrio ecológico inevitável, uma vez que a presença de uma nova forma de vida em um ecossistema implica mudanças no ambiente. Quanto à perda da biodiversidade, o caso mais evidente é o do quase extinto pau-brasil, a ibirapitanga dos tupis; 2: Certo. A rápida urbanização, e o crescimento acelerado das metrópoles do país contribuíram para a degradação de diferentes biomas,

Felipe Ferreira Ramos

no século passado, os casos mais perceptíveis foram o da Amazônia, e do Cerrado, notadamente com as metrópoles Brasília e Goiânia, e demais cidades médias da região. Porém o bioma mais desmatado do país é a Mata Atlântica, que conta hoje com cerca de 10% de sua vegetação original. Gabarito 1C, 2C (Diplomacia – 2005 – CESPE) Considerando o Brasil em sua

divisão regional na década de 60 do século XX, julgue (C ou E) os seguintes itens.

(1) O Sudeste do Brasil, região que emergira com o crescimento

cafeeiro e com a industrialização, representava a área core do país naquele década. (2) O Sul do país era uma região rica e populosa em razão do desenvolvimento da agricultura voltada para a exportação de alimentos e de matérias-primas para outras regiões do Brasil. (3) O Nordeste pertencia às chamadas áreas deprimidas, embora apresentasse estrutura industrial incipiente, a qual lhe assegurava alguma autonomia econômica. (4) No Centro-Oeste, na vegetação do bioma cerrado, iniciava-se o processo de desmatamento, resultante da abertura da fronteira agrícola e da urbanização. 1: Certo. A região do Sudeste emergiu com o cultivo do café e mais tarde com a industrialização, sendo inegável que na década de 1960 representava (como ainda representa, o que não invalida a afirmativa) o core do país. Tal fato pode ser traduzido pelo termo “região concentrada”, escolhido por Milton Santos para denominar a região que concentra a maior quantidade de pessoas, dinheiro e meios técnico-científicos, definição em que se enquadram os estados do Sul e do Sudeste; 2: Certo. Na década de 1960, prevaleceu a divisão regional elaborada pelo IBGE em 1942, na qual São Paulo fazia parte da região Sul; apenas no último ano da década é que São Paulo foi incorporada à nova região Sudeste. Assim, é possível afirmar que, naquela época, o Sul era a região mais rica do país e com a maior densidade populacional, além de grande exportador de matérias-primas para o Brasil e o mundo; 3: Errado. Não é possível afirmar que havia no Nordeste uma “autonomia econômica” na década de 1960. A região apresentava de fato uma indústria incipiente, com investimentos em infraestrutura e na produção de bens de consumo, mas tais iniciativas estavam intrinsecamente ligadas aos interesses e às verbas provenientes do centro-sul do país. Como exemplo, há o progresso gerado pelos investimentos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene, criada em 1959), que realmente surtiram efeito no decorrer dos anos 1960, mas cujos recursos ainda eram provenientes dos capitais do centro-sul; 4: Certo. Os anos 1960 começaram com a inauguração de Brasília e, consequentemente, com a migração e o desmatamento gerado nas cercanias da nova cidade. A “diáspora gaúcha”, migração de populações rurais do Sul para terras também rurais do Centro-Oeste, especialmente do Mato Grosso, é outra característica do período que levou ao esperado desmatamento. Vale lembrar que a lavoura da soja aparece apenas nos anos 1970, não contribuindo para o fenômeno descrito no item. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C (Diplomacia – 2005 – CESPE) Quanto à dinâmica da industrializa-

ção brasileira, julgue ( C ou E ) os itens subsequentes.

(1) A expansão da indústria brasileira, em diferentes estados

do país, dá-se em estreita relação com a concentração demográfica. (2) Transporte e estrutura agrária têm sido obstáculos à circulação de mercadorias e, portanto, empecilhos ao desenvolvimento industrial de certas áreas do país. (3) As indústrias mais desenvolvidas do país localizam-se em áreas onde houve implantação de ferrovias de estradas de rodagem. (4) Os estados que mais se destacaram na cumulação industrial na década de 60 do século XX foram Rio de Janeiro e São Paulo; os produtos eram daí exportados para a região Sul e para o eixo Norte-Nordeste. 1: Certo. A expansão da indústria brasileira em diferentes momentos históricos esteve relacionada à concentração demográfica, como se nota pela industrialização das cidades de Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e outras metrópoles do país. Não é prudente, no

entanto, afirmar que tal relação é direta ou que uma é causa da outra. Na verdade, hoje podemos observar o caso da capital paulista, cuja concentração demográfica segue crescendo enquanto as indústrias têm deixado a cidade em direção ao interior do estado e do país; 2: Certo. Hoje já não se defendem como outrora as teses de “Localização industrial”, de Alfred Webber – segundo as quais a indústria teria de se estabelecer no local mais próximo da matéria-prima, do mercado consumidor e da fonte energética –, uma vez que os avanços tecnocientíficos vêm permitindo a relativização dessa proximidade. No Brasil, além de as dificuldades de transporte devidas à extrema densidade vegetal de certas áreas do país atrapalharem a circulação de mercadorias e de matérias-primas e, portanto, o desenvolvimento industrial, a estrutura agrária latifundiária, em vez de contribuir para encurtar as distâncias, também gera empecilhos para a circulação de mercadorias; 3: Certo. Milton Santos, em parceria com Maria Laura Silveira, no livro “O Brasil: território e sociedade no início do século XXI”, discorre sobre como as estradas de ferro, as rodovias, os portos e as usinas de eletricidade foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria em certas regiões do país. No Sul e no Sudeste, esses avanços tecnológicos foram se incorporando ao meio natural e transformando-o aos poucos em um meio tecnocientífico. Por outro lado, na Amazônia, fortemente dominada pelo meio natural, verificou-se a enorme dificuldade que era conseguir estabelecer um sistema de estradas de ferro e rodovias, de modo que a industrialização não pôde ocorrer com o mesmo sucesso; 4: Errado. A construção de Brasília, em 1960, e a transferência da capital foram responsáveis pela alteração do eixo de exportação para o Centro-Oeste e marcaram o início do declínio econômico do Rio de Janeiro, que, vale lembrar, dividiu-se em dois, com a cidade do Rio de Janeiro tornando-se o estado da Guanabara. Em razão disso, a acumulação industrial deixou de ser uma realidade no estado fluminense. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

64

(Diplomacia – 2005 – CESPE) Segundo Bertha Becker e Cláudio Egler, as premissas do projeto geopolítico do regime militar instaurado em 1964 não foram determinadas pela geografia do país nem se restringiram à apropriação física do território. O marco desse novo projeto foi a intencionalidade do domínio de vetor científico-tecnológico moderno para o controle de tempo e do espaço, entendido pelas Forças Armadas como condição para a constituição do Estado-nação na nova era mundial.

Considerando as observações apresentadas no texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir, tendo em vista a modernização conservadora e a reestruturação do território brasileiro. (1) O projeto geopolítico de modernização brasileira, iniciado

no pós-guerra, não atendia prioritariamente ao plano de ação das Forças Armadas. (2) A integração territorial brasileira, na perspectiva da modernização conservadora, foi um recurso ideológico utilizado para ampliar o controle do território nacional e encobrir as políticas seletivas espaciais e sociais. (3) A modernização brasileira gerenciou a pobreza por meio de políticas sociais massificadas e qualidade nos serviços oferecidos. (4) A modernização conservadora reconheceu que eram necessárias a autonomia tecnológica e a instrumentalização de espaço como bases para a acumulação de riqueza e a legitimação do Estado; por isso, o espaço foi dotado de operacionalidade. 1: Certo. O presidente Dutra (1946-1951) manteve um alinhamento militar e ideológico com os Estados Unidos desde os primeiros dias de seu mandato, e tal alinhamento não condizia com o projeto geopolítico de modernização brasileira defendido pelos militares e nacionalistas da época, que pregavam maior independência para os projetos militares e desenvolvimentistas do país; 2: Certo. O termo “modernização conservadora”, originalmente utilizado para descrever o processo capitalista na Alemanha e no Japão, é usado no Brasil para falar do desenvolvimentismo brasileiro do pós-1964, que se realizou sem retirar do poder a antiga sociedade pré-industrial. A integração territorial do regime militar, sob forte influência das teorias elaboradas pela Escola Superior de Guerra, pautava-se nos princípios de segurança e integridade do território nacional, e, a política adotada para assegurar esses fatores era a ocupação das regiões de fronteira.

2. Geografia O objetivo era ocupar e desenvolver os “espaços vazios”, a chamada “fronteira oca”, levando para as regiões dois elementos básicos para seu progresso: mão de obra e capital; 3: Errado. O velho jargão do regime militar, “Aumentar o bolo para depois dividi-lo”, pode ser útil para pensar as políticas sociais da época. Na visão dos governos militares, o combate, a inflação e o aumento da competitividade da economia brasileira eram mais importantes para o país do que, por exemplo, o valor do salário real dos trabalhadores; 4: Certo. Podemos citar o caso da Amazônia, que foi peça fundamental na política de integração territorial do regime militar e no qual a instrumentalização do espaço com enorme emissão de títulos de propriedade tinha o intuito de ocupar de forma legal a região e combater a oposição, como a Guerrilha do Araguaia. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2005 – CESPE) Acerca da organização

e das características de espaços regionais brasileiros, julgue os próximos itens. (1) A partir dos anos 70 do século XX, a região da Amazônia

brasileira sofreu significativa mudança: à estruturação baseada nos rios e nas cidades nodais acrescentaram-se a implementação de rodovias e a melhoria de hidrovias e de redes de telecomunicações, o que favoreceu o aumento de fluxos migratórios e econômicos. (2) A exploração das terras amazônicas tem favorecido estratégias geopolíticas, militares, demográficas e de desenvolvimento econômico congruentes com o paradigma do desenvolvimento sustentável, o que assegura a conservação da biodiversidade local, a melhoria das condições de vida de suas populações e a inserção dessa região na economia global. (3) Os processos sociais e econômicos que interferiram na organização espacial brasileira a partir da década de 50 do século XX influenciaram a formação de três grandes regiões: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste, divisão geoeconômica que expressa, entre outros aspectos, as transformações operadas no capitalismo mundial e brasileiro. (4) A região Nordeste do Brasil padece de vulnerabilidades socioeconômicas, geoambientais, científico-tecnológicas e político-institucionais. No campo geoambiental, considera-se como problema mais grave e insolúvel a escassez de recursos hídricos. 1: Certo. A década de 1970 foi o ponto culminante de uma política de integração da região Norte (Amazônia) ao resto do país, a qual já se delineava desde os anos 1950. Diversas políticas públicas foram implementadas nesse sentido, incentivando grandes projetos agropecuários e minerais, bem como a construção de estradas, tudo impulsionado pelos resultados da criação da Zona Franca de Manaus em 1967; 2: Errado. A exploração de terras amazônicas não vem sendo congruente com o paradigma do desenvolvimento sustentável, visto que grande parte dessa exploração é feita por meio do desmatamento e das queimadas, deixando as áreas em questão em um estado do qual não podem ser recuperadas. Do mesmo modo, falar em “conservação da biodiversidade local” não é correto, apesar dos esforços federais nesse sentido. É importante, porém, frisar que o Programa de Prevenção e de Controle do Desmatamento, implementado em 1995, vem provocando a queda substantiva no desmatamento: em 1995, 27000 km2 eram desmatados, 0,5% da Amazônia, hoje os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE) apontam para um desmatamento de 6000 km2, 0,12% do território da Amazônia brasileira; 3: Certo. Essa divisão corresponde à elaborada pelo geógrafo Pedro Geiger, em 1967, para melhor representar os complexos regionais do Brasil segundo regiões geoeconômicas. Anos depois, devido ao aumento significativo do agronegócio nos estados do Centro-Oeste e à alteração da dinâmica econômica, Milton Santos propôs uma divisão em quatro unidades: Região Amazônica, Nordeste, Centro-Oeste e Região Concentrada; 4: Errado. A transposição do rio São Francisco, independentemente dos possíveis efeitos negativos que produza, é uma solução para as secas do semiárido nordestino.

65

7. Geografia e gestão ambiental 7.1. O meio ambiente nas relações internacionais: avanços conceituais e institucionais (Diplomacia – 2012 – CESPE) A proteção à biodiversidade e aos ecossistemas ameaçados pela atividade humana tem mobilizado governos, agências multilaterais, organismos internacionais de financiamento e organizações não governamentais em direção à elaboração de políticas públicas e à definição de estratégias de conservação. Acerca dessa atual tendência da gestão ambiental, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) Desde que a questão ecológica adquiriu importância

econômica, as estratégias de gestão ambiental passaram a ser de competência exclusiva do Estado por meio de legislação pertinente, ressalvada a gestão de projetos de pesquisa e de conservação da natureza estabelecidos por agências de cooperação internacional sob a perspectiva do desenvolvimento sustentável. (2) Políticas ambientais internacionais têm estabelecido direcionamentos para a internacionalização de áreas de grande biodiversidade que se destinem à preservação da natureza, sob a gestão de instituição supranacional mantida com provisão de fundos oriundos de organismos internacionais. (3) O modelo de gestão característico da política brasileira de recursos hídricos elegeu a bacia hidrográfica como unidade espacial de planejamento, visando à resolução de conflitos entre usuários, à solução de problemas de poluição das águas e à restrição, de modo a conservar a cobertura vegetal, do desmatamento de áreas de mananciais. (4) A proteção do Cerrado, prevista nas metas do plano estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica, justifica-se pela necessidade de recuperação de áreas desmatadas ou degradadas pelas pastagens. 1: Errado. Política ambiental, como quase toda política social nos dias de hoje, não pode ser considerada como “competência exclusiva do Estado”, ao contrário, a questão ecológica é uma que depende da intensa cooperação entre os diversos setores da sociedade. Organizações não governamentais desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na divulgação de informações relevantes ao complexo debate ecológico que sustenta as estratégias de gestão ambiental. O erro categórico da questão, porém, encontra-se na afirmativa de que agências de cooperação internacional teriam competências maiores do que o Estado no que diz respeito à gestão de projetos de pesquisa e de conservação da natureza. Embora seja possível afirmar que a cooperação internacional entre Estado e agências internacionais exista, não se pode admitir que o Estado não tenha competência para elaborar e estabelecer seus projetos de pesquisa e, sobretudo, de conservação da natureza (vale lembrar o papel do Ministério do Meio Ambiente e de seus inúmeros órgãos vinculados como a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) ou ainda o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). É também errôneo atribuir ao crescente interesse econômico o maior empenho do Estado para lidar com a questão ecológica. Embora se possa aceitar que efetivamente a questão ecológica tenha adquirido nas últimas décadas maior relevância econômica, e que o Estado tem ampliado sua competência para atuar frente aos novos desafios ambientais, é inválido afirmar que exista uma correlação entre os dois fatos, visto que o interesse primário do Estado pela questão ecológica deve ser entendido antes de tudo como uma preocupação social e não econômica. 2: Errado. É impossível falar em qualquer tipo de política ambiental que sinalize para a “internacionalização de áreas de grande biodiversidade”. Ao contrário, a atuação histórica do Estado brasileiro sempre foi contrária a tal possibilidade, sobretudo no que diz respeito a presença de interesses estrangeiros na floresta amazônica, e hoje, mais do que nunca, tal internacionalização não é cogitada em nenhuma instância do debate internacional. 3: Certo. O modelo de gestão de recursos hídricos no Brasil passa pelo sistema de Comitês de Bacias Hidrográficas, que fazem parte do “Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”, presentes no país desde 1988. Os Comitês objetivam conciliar os diversos interesses existentes relacionados às águas dos rios. Para tal, os Comitês

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E

Felipe Ferreira Ramos

Gabarito 1E, 2E, 3C 4C (Diplomacia – 2010 – CESPE) Em relação à questão ambiental internacional, assinale a opção correta. (A) As primeiras tentativas de estabelecimento de tratados inter-

nacionais que regulassem a ação humana sobre o ambiente remontam a 1900, quando se realizou, em Londres, a Convenção para a Preservação de Animais, Pássaros e Peixes da África, cujo objetivo era discutir a caça indiscriminada nas então colônias europeias no continente africano. (B) O Tratado Antártico, firmado em 1o de dezembro de 1959, é exemplo de que os interesses voltados para a questão ambiental superaram a disputa geopolítica bipolar no âmbito da Guerra Fria, destacando-se o papel central da Organização das Nações Unidas, que mediou a assinatura do referido acordo. (C) A Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, marcou a inclusão da temática ambiental na pauta de interesse mundial, o que se confirmou pelo comparecimento de grande número de chefes de Estado àquela reunião. (D) O chamado Clube de Roma, a partir de uma releitura de Malthus, segundo o qual a produção de alimentos cresce em escala maior que a população, defendeu medidas de planejamento familiar nas décadas de 70 e 80 do século XX. (E) Estabelecido em 1972 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) passou a funcionar em 1973, tendo sua autonomia sido minada com a criação do Fundo Mundial para o Meio Ambiente, órgão independente que, sob supervisão do Banco Mundial, arrecadaria recursos para a preservação ambiental. A: Correto. Antes da Convenção de Londres, houve diversas outras tentativas de regulamentar a ação humana sobre o meio ambiente, mas a Convenção de 1900 é uma das mais significativas por sua abrangência, assim como a Convenção de 1911 entre onze países sobre a preservação e proteção das focas, considerada por muitos o primeiro caso bem-sucedido de proteção internacional de um animal. Vale ainda ressaltar a dificuldade em estabelecer o início da preocupação ambiental dos homens, visto que, desde os tempos da antiga Babilônia e passando pela Revolução Industrial, percebe-se um interesse pela proteção ambiental, porém a questão normativa só começou a se materializar de forma cada vez mais internacional a partir do final do século XIX e início do século XX; B: Incorreto. O Tratado Antártico, firmado efetivamente em 1959, não tem cunho ambiental. Seu propósito era deter as pretensões territoriais relativas ao continente ao mesmo tempo que permitia e regulamentava a exploração científica. A organização por trás das negociações do tratado não foi a ONU, mas o Conselho Internacional da União Científica. O Brasil aderiu ao tratado apenas em 1975, e em 1984 inaugurou a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF); C: Incorreto. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (UNCHE), ou a Conferência de Estocolmo, é um marco internacional para a inclusão da temática ambiental na pauta de interesse mundial, sendo a primeira conferência multilateral sobre o meio ambiente, com a presença de 103 países, mas com pouquíssimos chefes

de Estado. Nos anos 1950, a FAO promoveu duas conferências para discutir o uso do solo que indiretamente trataram do meio ambiente, e a UNESCO, em 1968, realizou uma Conferência Internacional de Especialistas em Biosfera, na qual se reconheceu a interdependência entre a sociedade humana e os sistemas naturais da Terra. Contudo, foi em Estocolmo que o debate internacional sobre o meio ambiente contou com a presença maciça dos Estados; D: Incorreto. Malthus argumenta justamente o contrário, sendo um dos primeiros, ainda no século XVII, a propor a adoção de uma política de controle de natalidade, pois temia que o crescimento populacional não fosse acompanhado por um aumento da produção de alimentos. O Clube de Roma, criado em 1968 por cientistas, políticos e membros da sociedade civil, assumiu como sua principal bandeira o congelamento do crescimento demográfico e do capital industrial do planeta a fim de preservar o bem estar de todos. Essa tese foi severamente criticada por teóricos de países em desenvolvimento, que viam nela uma retórica ecologista que buscava limitar o crescimento do chamado terceiro mundo; E: Incorreto. O Fundo Mundial para o Meio Ambiente em nada atrapalhou os trabalhos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Ao contrário, junto com o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o PNUMA é um dos três administradores do Fundo, que, formado por mais de 150 países, é um mecanismo financeiro internacional voltado para a preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. (Diplomacia – 2009 – CESPE) Uma das reservas da biosfera existentes no Brasil, reconhecida pela Unesco em 1991, é a da Mata Atlântica, cuja área é de 350 mil km2. Acerca das características desse bioma e da utilização de reservas da biosfera, julgue (C ou E) o item subsequente. (1) O conceito de reserva tem sido internacionalmente adotado,

como forma de se destacar a necessidade de conservação, recuperação, desenvolvimento sustentável e, consequentemente, melhoria da qualidade de vida.

1: Certo. O conceito de reserva, que no debate político internacional é discutido por preservacionistas e conservacionistas (os primeiros defendem que o meio ambiente é intocável, sob o risco de extinção total de espécies da flora e fauna do planeta, e os segundos advogam o uso racional do meio ambiente, pautado na apropriação cautelosa da natureza pelo homem), vem tornando-se unanimidade nas ações ambientais dos Estados. No Brasil, duas figuras jurídicas foram criadas para limitar a exploração plena do meio ambiente: as Reservas Legais (área delimitada dentro de uma propriedade rural, onde a vegetação nativa deve ser obrigatoriamente mantida e preservada) e as Áreas de Preservação Permanente (onde, diferentemente das Reservas Legais, a vegetação não precisa ser nativa e o objetivo da preservação é assegurar a estabilidade geológica, a biodiversidade e o bem estar da população, assim como proteger os recursos hídricos, a paisagem e o solo). É importante lembrar que as APPs podem abranger tanto propriedades privadas como públicas. Gabarito 1C

contam com uma composição “diversificada e democrática”, sendo o seu colegiado formado por diferentes representantes da sociedade civil e dos poderes públicos. Além das competências citadas no item, podemos ainda elencar como competências dos comitês: a aprovação do Plano de Recursos Hídricos da Bacia; e ainda gerenciar mecanismos de cobrança pelo uso da água advinda dos rios da bacia. Por fim, vale ressaltar que os Comitês podem ser estaduais ou interestaduais. 4: Certo. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, (Rio 92), em que o Brasil assumiu compromissos para a preservação de seus biomas, inclusive do Cerrado (bioma brasileiro rico em biodiversidade, apesar do que pode levar a crer o senso comum). Nesse intuito, em 1994, o país adotou o Programa Nacional da Diversidade Biológica (PRONABIO), que busca promover a conservação da biodiversidade e o uso sustentável de seus componentes nos biomas: Amazônia; Cerrado e Pantanal; Caatinga; Mata Atlântica e Campos Sulinos; Zona Costeira e Marinha. Vale, ainda, citar o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado, de 2009, que elenca como causas do desmatamento do bioma a agricultura, a pecuária, bem como os danos advindos da demanda por carvão vegetal em regiões de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul.

Gabarito A

66

(Diplomacia – 2006 – CESPE) A propósito do tratamento internacional ao tema do meio ambiente nas três últimas décadas do século XX, julgue (C ou E) os seguintes itens. (1) Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,

realizada em Estocolmo, em 1972, ganhou relevo a tese que atribuía a existência dos problemas ambientais do planeta à explosão demográfica dos países pobres. (2) O documento “Nosso Futuro Comum”, produzido pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento e publicado em 1987, procurou isolar o tratamento da temática ambiental das questões demográficas e sociais. (3) O desenvolvimento sustentável é aquele em que a maior parte da população mundial se vê privada do atendimento de suas necessidades básicas – alimento, vestuário, moradia e saneamento – para sustentar elevados níveis de consumo de uma parcela da população, concentrada nos países desenvolvidos. (4) A Agenda 21 – programa de ações de curto, médio e longo prazos aprovado pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 – prevê, além da adequação ambiental dos novos investimentos produtivos, a recuperação de áreas degradadas pelo uso predatório dos recursos naturais.

2. Geografia

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

A cidade de Edo, atualmente Tóquio, tornou-se a capital do Japão em 1603. Sua população chegou a um milhão de habitantes, a maior cidade do mundo. Era uma cidade próspera, tanto do ponto de vista econômico como cultural, embora não dispusesse das tecnologias mais modernas da época. A razão desse sucesso pode ser, em parte, atribuída a movimentos de nutrientes entre o mar, a cidade e as áreas agrícolas, mediados pela ação humana. A baía de Edo recebia grandes quantidades de nutrientes provenientes dos rios que desciam das montanhas e das águas usadas pela população urbana. Entretanto, pescadores e agricultores contribuíram para que as águas da baía não se tornassem eutrofizadas. Os primeiros, ao trazerem peixe fresco, algas e outros produtos marinhos para a população de Edo, eficientemente deslocavam, contra a gravidade, materiais de volta para as partes altas da região. Os agricultores coletavam regularmente os excrementos da população urbana e os transportavam, também contra a gravidade, para as terras onde praticavam a agricultura.

(2) Práticas modernas de tratamento de esgoto, como, por

exemplo, aquelas que envolvem a tecnologia do lodo ativado, em que a matéria orgânica é decomposta aerobicamente por micro-organismos, permitem que os esgotos continuem a servir como fertilizantes de terras agrícolas. (3) De acordo com o texto, o processo de eutrofização, decorrente do aumento da concentração de nutrientes, ocorreu em Edo graças à ação de pescadores e de agricultores. (4) No texto, as referências à força da gravidade sugerem que processos como preparação do solo para agricultura, produção e distribuição de alimento requerem investimento de energia. Para realizar essas atividades, a agricultura moderna adota, em vez da energia obtida a partir da força muscular de homens e animais, a oriunda de combustíveis fósseis.

1: Certo. Sustentabilidade é o que se espera obter por meio do desenvolvimento sustentável, política de desenvolvimento que une os anseios de progresso do presente com o cuidado de preservar recursos naturais e o meio ambiente para gerações futuras. No texto verificamos a presença dessa ideia em trechos como “mediados pela ação humana (...)”, “pescadores e agricultores contribuíram para que as águas da baía não se tornassem eutrofizadas” e “Essa troca desempenhou papel fundamental tanto na higienização da maior cidade do mundo, mesmo sem sistema de coleta e tratamento de esgotos, como no enriquecimento dos solos suburbanos, que não tinham fertilidade significativa antes da era Edo”; 2: Errado. Além de conter erros técnicos quanto ao processo de decomposição da matéria orgânica, a tecnologia do lodo ativado não pode ser considerada moderna, visto que está prestes a completar cem anos de existência; 3: Errado. O texto afirma justamente o contrário: as ações dos pescadores e dos agricultores ajudaram a evitar o indesejado processo de eutrofização, isto é, o excesso de nutrientes em uma massa de água; 4: Certo. Todo trabalho que requeira qualquer tipo de movimento físico demanda o investimento de energia, e quanto maior for o esforço, como no caso do trabalho do campo, maior será a energia ou força muscular gasta para realizar a tarefa. Para maximizar os resultados e reduzir o esforço físico de homens ou animais, a agricultura moderna tem utilizado cada vez mais máquinas para realizar o trabalho duro do campo, e o combustível que nutre os tratores e caminhões no meio rural são os combustíveis fósseis, como o petróleo, por exemplo. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

1: Certo. Nas reuniões preparatórias para a Conferência de Estocolmo, o Clube de Roma e técnicos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) publicaram um relatório (“Limites para o crescimento”) que teria grande influência na Conferência. Segundo esse documento, o crescimento da economia mundial e sobretudo o crescimento descontrolado dos países do terceiro mundo são os grandes responsáveis pelos impactos danosos ao meio ambiente; 2: Errado. O documento “Nosso futuro comum”, publicado pela Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, caracteriza-se fundamentalmente por defender a adoção do desenvolvimento sustentável e julgar que as questões demográficas e sociais são intrinsecamente ligadas aos desafios referentes ao meio ambiente. Entre as medidas defendidas pelo relatório, estão a contenção do crescimento demográfico, o controle da urbanização acelerada e desordenada, e a implementação de um programa voltado ao desenvolvimento social; 3: Errado. O desenvolvimento sustentável é um conceito apresentado pelo relatório “Nosso futuro comum”, ou Relatório Bruntdland, de 1987, e que passa a ser mais empregado no início dos anos 1990, em especial após a Conferência Rio 1992. Ele abarca o comprometimento com gerações futuras sem abrir mão do desenvolvimento necessário para as gerações do presente. Quando falamos em desenvolvimento sustentável, falamos de uma política norteada pela máxima de não privar gerações futuras dos recursos dos quais dispomos hoje, ao mesmo tempo reconhecendo a importância do desenvolvimento para os dias atuais; 4: Certo. A “Agenda 21” é um dos cinco documentos normativos que resultaram da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio 92. Trata-se de um plano de ação multitemático (entre seus tópicos, destacam-se o desmatamento, a biodiversidade e o financiamento para projetos) em que foram estabelecidas datas e orientações para diversos problemas ambientais.

67

7.2. Macrodivisão natural do espaço brasileiro: biomas, domínios e ecossistemas Figura para as próximas duas questões

Embora o potencial dos excrementos humanos como fertilizantes tivesse sido reconhecido ocasionalmente pelos agricultores japoneses na Idade Média, seu uso sistemático começou durante a era Edo. De fato, a população fazia contratos com os agricultores para que estes retirassem regularmente o material acumulado nas latrinas e o levassem para as montanhas e terraços. Como pagamento, recebia vegetais frescos, grãos ou dinheiro. Essa troca desempenhou papel fundamental tanto na higienização da maior cidade do mundo, mesmo sem sistema de coleta e tratamento de esgotos, como no enriquecimento dos solos suburbanos, que não tinham fertilidade significativa antes da era Edo. (Diplomacia – 2005 – CESPE) Com o auxílio do texto acima, julgue

(C ou E) os itens seguintes.

(1) Sustentabilidade é um conceito que envolve sinergia entre

fenômenos naturais e ações humanas, como ilustra o desenvolvimento de Edo. Ali, ciclos naturais de nutrientes tornaram-se ativos parceiros nas atividades econômicas.

Internet: Acesso em: 05 de setembro de 2012.) Gabarito “A”

o juiz. Já não se trataria de normas de conduta para os litigantes, mas de normas de julgamento para o juiz. Pelos seus exageros, por renegar a então florescente e já vitoriosa teoria da relação jurídica processual e especialmente por conflitar com o dogma da autonomia do direito processual, essa doutrina não sobreviveu por muito tempo (Liebman)”. (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. Vol. III. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 45) [grifos no original].

257

258 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira (OAB – CESPE – 2008.3) Com relação ao princípio da investidura ou do juiz natural, assinale a opção correta.

(4) Há preclusão consumativa quando o ato processual é rea-

(A) O órgão jurisdicional, uma vez provocado, não pode

(5) Segundo o Código de Processo Civil, para efeito de rea-

(A) Das ordálias. (B) Da livre convicção (ou íntimo ou moral). (C) Do livre convencimento motivado. (D) Da prova legal.

Art. 131 do CPC e art. 93, IX, da CF, ou seja, o juiz é livre para apreciar a prova (deve levar em conta o conjunto probatório como um todo), mas deve fundamentar sua decisão. Assim, não há hierarquia entre as provas. Gabarito “C”

2. Partes, Procuradores, Ministério Público e Juiz (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) Julgue os próximos itens de acordo com a jurisprudência dominante acerca da atuação da DP no processo civil. (1) Segundo entendimento do STJ, e necessária a intervenção

da DP como curadora especial do menor em ação de destituição de poder familiar ajuizada pelo MP. (2) E prerrogativa da DP a intimação pessoal dos seus membros de todos os atos e termos do processo. A presença do DP na audiência de instrução e julgamento na qual seja proferida a sentença não retira o ônus da sua intimação pessoal, que somente se concretiza com a entrega dos autos com abertura de vistas, em homenagem ao principio constitucional da ampla defesa. (3) A contagem dos prazos para a interposição de recursos pelo MP ou pela DP começa a fluir da data do recebimento dos autos com vista no respectivo órgão, e não da ciência do respectivo membro no processo. 1: errado, pois o STJ firmou entendimento no sentido de ser desnecessária a intervenção da DP como curadora especial do menor na ação de destituição de poder familiar ajuizada pelo MP (informativo 492, REsp 1.176.512-RJ, julgado em 1º/3/2012.); 2: correto (informativo 491, REsp 1.190.865-MG, julgado em 14/2/2012); 3: correta (informativo 507, REsp 1.278.239-RJ, julgado em 23/10/2012). Gabarito 1E, 2C, 3C (Técnico Judiciário – TJDFT – 2013 – CESPE) Com relação aos

sujeitos do processo civil e aos atos processuais, julgue os itens seguintes.

(1) Ao atuar na defesa do interditando, o Ministério Público (MP)

age como representante da parte, e não como custos legis.

(2) Os deveres do juiz incluem a celeridade da prestação

jurisdicional.

(3) O oficial de justiça, no cumprimento de suas obrigações,

somente responderá civilmente se praticar ato nulo com dolo.

(Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Com relação ao compareci-

mento em juízo, assinale a opção correta.

(A) A ausência do advogado em audiência de prova testemu-

nhal implica a perda do direito de ser ouvida a testemunha arrolada pela parte cujo patrono é o advogado faltante. (B) Em se tratando de procedimento ordinário, é imprescindível a presença de advogado na audiência de conciliação. (C) Deve o juiz recusar-se a ouvir testemunha que chegue tardiamente à audiência em curso e que não atenda ao chamado no momento em que seja apregoada. (D) A ausência do réu na audiência de procedimento sumário implica a sua revelia, ainda que à audiência compareça seu advogado e este apresente defesa. (E) Tratando-se de procedimento sumário, as partes não estão obrigadas a comparecer pessoalmente para a tentativa de conciliação. A: incorreta, porque a ausência do advogado, se justificada, acarreta o adiamento da audiência (art. 453, II, CPC). Se a ausência do advogado for injustificada, pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas por ele requerida (§ 2º do art. 453, CPC); B: incorreta, porque não há qualquer sanção prevista para a ausência do advogado na audiência preliminar; C: incorreta, porque nada impede que o juiz proceda à inquirição da testemunha, mesmo diante das circunstâncias mencionadas; D: incorreta, porque se admite que o réu seja representado por advogado que apresente contestação; E: correta (§ 3º do art. 277 do CPC). (Magistratura/ES – 2011 – CESPE) Assinale a opção correta acerca da atuação do MP no processo. (A) Como parte no processo, o MP não terá direito a prazo em

dobro para recorrer.

(B) Quando atuar como custos legis no processo, o MP,

objetivando o descobrimento da verdade, poderá produzir qualquer prova, mas não requerer medidas ou diligências. (C) Ao atuar como parte, o MP deverá ser intimado de todos os atos do processo. (D) Caso atue como custos legis em razão de interesse de menor, o MP só apresentará recurso se em favor deste. (E) O MP terá vista dos autos sempre depois das partes quando atuar, no processo, como custos legis. A: incorreta, porque o art. 188 não faz qualquer distinção, no que toca ao prazo em dobro para o MP recorrer, quanto à qualidade de parte ou de fiscal da lei; B: incorreta, porque pode requerer medidas e diligências (art. 83, II, CPC); C: incorreta, em termos. Não é falsa a afirmação de que o MP, como parte, tenha que ser intimado de todos os atos do processo. Porém, como sua intimação também é obrigatória quando atua como fiscal da lei (art. 83, I), o examinador considerou errada a afirmação; D: incorreta, também em termos, porque se trata de questão controvertida. No sentido de que o MP pode recorrer contra os interesses do incapaz: RSTJ 200/359. Em sentido contrário, RJTJESP 114/336; E: correta (art. 83, I, CPC). Gabarito “E”

Gabarito “C” (OAB – CESPE – 2008.1) No que se refere às provas, adota-se,

no CPC, o sistema

1: correto. Em princípio sim (art. 82, CPC), mas pode o MP em casos excepcionais ser representante da parte; 2: correto conforme art. 125, II, CPC; 3: incorreto conforme art. 144, II, do CPC que estabelece também a culpa; 4: correto, conforme definição de doutrina; 5: incorreto conforme art. 172 do CPC; 6: incorreto conforme arts. 41, 42, 43 e 264 do CPC.

Gabarito “E”

Todas as afirmações são verdadeiras, mas o foco do princípio do juiz natural é a vedação do tribunal de exceção (CF, art. 5º, XXXVII), ou seja, a previsão – na CF e na lei processual – do juízo responsável por julgar a lide antes da sua ocorrência. Cabe destacar que, apesar de, em nosso entender, a questão ser interessante por trazer diversas afirmações corretas, mas apenas uma efetivamente se refere ao princípio em questão, ela foi ANULADA pela banca examinadora. Mas a mantemos, com seu gabarito original, para fins didáticos.

lização dos atos processuais, consideram-se feriados os sábados, os domingos e os dias assim declarados por lei. (6) No curso de um processo, para que uma das partes seja substituída basta a expressa autorização da outra parte.

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E, 6E

recusar-se a dirimir os litígios, tampouco delegar a outro essa função. (B) A jurisdição é atividade equidistante e desinteressada do conflito. (C) A jurisdição só pode ser exercida por juízes ou órgãos previstos na CF. (D) Os limites da jurisdição, que são traçados na CF, não podem ser ampliados ou restringidos pelo legislador ordinário.

lizado, de modo que não poderá ser realizado novamente.

9. Direito Processual Civil

259

(Ministério Público/AM – 2008 – CESPE) Acerca das hipóteses em que o MP tem legitimidade para atuar como parte ou intervir no processo como fiscal da lei, assinale a opção correta.

(Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Acerca da disciplina jurídica das partes e de seus procuradores e da intervenção de terceiros no processo civil, assinale a opção correta.

(A) A presença de interesse da pessoa jurídica de direito

(A) Em processo de execução, é cabível a intervenção de

Gabarito “E” (Ministério Público/RN – 2009 – CESPE) Acerca do juiz, do MP,

dos órgãos auxiliares da justiça, do processo de execução e cumprimento da sentença, assinale a opção correta.

(A) É vedado ao juiz exercer as suas funções no processo

contencioso ou voluntário quando receber, antes ou depois de iniciado o processo, dádivas das partes. (B) No processo civil, o MP não pode renunciar ao poder de recorrer nem desistir de recurso por ele interposto. (C) No processo civil, compete ao oficial de justiça a prática dos atos processuais de documentação e guarda dos autos. (D) Cabe a execução forçada da sentença declaratória se, nesta, for reconhecida a existência de relação jurídica já violada pelo devedor. (E) Na execução por quantia em face do devedor solvente, emprega-se o meio executório denominado coerção patrimonial. A: incorreta, porque se trata de hipótese de suspeição (art. 135, IV, CPC), e não de impedimento do juiz; B: incorreta, porque não incide, no processo civil, tal vedação; C: incorreta, uma vez que tais incumbências são do escrivão (art. 141, IV, CPC); D: correta (art. 475-N, I, CPC); E: incorreta, porque na execução por quantia fica sujeita aos atos de expropriação dos bens do executado (as medidas de coerção ficam reservadas para execução das obrigações de fazer, não fazer e de entrega de coisa).

com enfoque na célere solução da lide e na facilitação da defesa do réu. (C) No caso de a nomeação à autoria ter sido requerida de modo temerário, sem que o réu originário também tenha ofertado contestação, o indeferimento da nomeação, pelo juiz, importará em revelia. (D) A ausência de citação de todos os litisconsortes, na hipótese de litisconsórcio passivo necessário, torna a sentença passível de anulação. (E) É vedada a substituição voluntária das partes no curso do processo. A: incorreta, porque a assistência tem espaço quando o terceiro tem interesse jurídico na prolação de sentença que favoreça uma das partes do litígio, o que é incompatível com o processo de execução; B: correta (parágrafo único do art. 46 do CPC): C: incorreta, porque rejeitada a nomeação à autoria, por mais absurda que ela tenha sido, deve ser restituído ao nomeante o prazo para a contestação (art. 62 do CPC e STJ-RT 705/227); D: incorreta, porque o art. 47 estabelece que a consequência da falta dos litisconsortes será a ineficácia da sentença; E: incorreta, porque é permitida, nos casos expressos em lei, a substituição voluntária das partes no curso do processo (art. 41 do CPC). (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Com relação às causas em que o MP é chamado a intervir como custos legis, assinale a opção correta. (A) O fato de a fazenda pública ser parte caracteriza o interesse

público justificador da intervenção do MP.

(B) Em causa na qual a parte seja incapaz, a intervenção do

MP não poderá contrariar os interesses daquele.

(C) O MP tem legitimidade processual para alegar a incompe-

tência relativa.

(D) A intervenção obrigatória do MP se satisfaz com sua inti-

mação, ainda que não haja sua expressa manifestação nos autos. (E) É necessária a atuação do MP como custos legis mesmo quando este já atue como parte. A: incorreta, porque “não cabe ao MP, como fiscal da lei, velar pelos interesses das pessoas jurídicas de Direito Público” (STJ-RT 671/210); B: incorreta, ao menos de acordo com parte da doutrina e da jurisprudência. “A intervenção do MP não se subordina aos interesses do incapaz” (RSTJ 180415); C: incorreta, porque em se tratando “de competência territorial relativa, e não tendo sido oposta exceção declinatória do foro pela parte ré, falece ao MP legitimidade para, na qualidade de ‘custos legis’, arguir a incompetência” (STJ-RT 835/164). Deve-se registrar, contudo, que há decisões no sentido contrário (STJ, REsp 100.690); D: correta (RSTJ 43/227); E: incorreta (STJ-RT 796/207). Gabarito “D”

A: incorreta (arts. 82 e 83 do CPC); B: incorreta (art. 84 do CPC); C: incorreta. O MP atua como fiscal da lei, sendo suficiente um promotor para fiscalizar o cumprimento da lei dentro do processo mesmo que haja dois incapazes, um em cada polo; D: incorreta, pois caso o MP entenda desnecessária sua atuação no processo, o juiz não devolverá os autos para manifestação acerca do mérito da questão; E: correta (art. 84 do CPC).

terceiros, na modalidade da assistência.

(B) O juiz pode limitar a formação do litisconsórcio facultativo

Gabarito “B”

público em um determinado processo justifica por si só a intervenção obrigatória do MP no feito, notadamente quando se trata de interesse patrimonial ou decorrente de atividade administrativa e, ainda, em razão do elevado valor da pretensão deduzida contra o ente público. (B) Nas causas em que há interesse público, evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte, é obrigatória, ab initio, a atuação do MP. No entanto, a intervenção em grau de recurso afasta a nulidade, ficando, portanto, convalidado o vício mesmo que tenha havido prejuízo para a parte assistida pelo parquet. (C) No processo que tratar de direito indisponível, caso haja incapazes em ambos os polos, o MP atuará como fiscal da lei e, obrigatoriamente, promoverá a defesa dos interesses daquele que justificou a sua atuação no processo. Como essa é uma situação em que as defesas são conflitantes, haverá necessidade da intervenção de dois promotores, um na defesa da parte autora e outro, na da parte ré. (D) Em todas as ações em que a lei considera obrigatória a intervenção do MP, a falta de sua manifestação sobre o mérito da lide de interesse público é causa de nulidade absoluta e insanável do processo, a partir do momento em que deveria intervir. Se, apesar de provocada essa intervenção, o promotor sustentar sua desnecessidade ou se limitar a requer o prosseguimento da ação, o juiz deverá determinar o retorno dos autos para a manifestação sobre o mérito da causa. (E) No processo em que o interesse em litígio é privado e de expressão econômica e no qual há interesse de pessoa relativamente incapaz, ainda que essa tenha representante legal ou curador nomeado à lide, é obrigatória a intervenção do MP no feito na qualidade de custos legis. A falta dessa intervenção no momento devido causa prejuízo ao interesse público, impondo a nulidade dos atos subsequentes.

(Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) É nulo o processo quando o

MP não é intimado para se manifestar nos casos em que deveria intervir. A respeito dessa nulidade, assinale a opção correta.

(A) A intervenção do MP em segundo grau não supre a ausência

de sua intimação em primeiro grau, quando for obrigatória, implicando a nulidade do processo. (B) A manifestação do MP como custos legis não enseja o direito ao contraditório pelas partes, ainda que haja manifesta contrariedade à tese jurídica defendida por uma delas. (C) O fato de o parecer apresentado pelo MP estar sem assinatura implicará a impossibilidade de aproveitamento da referida manifestação.

Gabarito “D”

260 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira (D) Se, regularmente intimado, o MP não se fizer presente a

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) Vítor, menor de idade,

A: incorreta (STJ, REsp 175.181); B: correta, mesmo porque o MP manifesta-se após as partes; C: incorreta, porque “a simples falta de assinatura no parecer do MP não constitui motivo para que se declare nulo o processo” (RSTJ 100/85); D: incorreta (STJ, REsp 85.276); E: incorreta, porque “não se declara nulidade, por falta de audiência do MP, se o interesse dos menores ser acha preservado, posto que vitoriosos na demanda” (STJ, REsp 26. 898-2).

(A) determinar a intimação do autor, para que especifique as

Gabarito “B” (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Tendo em vista que o

membro do MP está sujeito às mesmas regras de impedimento e suspeição dos juízes, assinale a opção correta.

(A) Na ação rescisória, estará impedido de intervir o membro do

MP que tiver atuado no processo do acórdão rescindendo.

(B) A participação de membro do MP em inquérito civil não

impede a sua atuação na ACP.

(C) As causas de impedimento e suspeição somente se aplicam

ao MP quando este atua como parte.

(D) A suspeição de membro do MP pode ser alegada mesmo

por quem não é parte no processo.

(E) O rol de hipóteses de suspeição de membro do MP previsto

no CPC não é taxativo, admitindo-se sua extensão.

A: incorreta, porque não há, na lei, tal vedação; B: correta; C: incorreta, porque também são aplicáveis quando atua como fiscal da lei (art. 138, II, CPC); D: incorreta; E: incorreta. Gabarito “B” (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Se o prefeito de um município desviar, para fins particulares, verba pública federal incorporada ao patrimônio da municipalidade, o MP poderá pleitear a condenação do prefeito pelo referido ilícito administrativo. Nesse caso, para encaminhar seu pleito, o MP deverá ajuizar (A) ACP por improbidade administrativa na justiça federal. (B) mandado de segurança na justiça estadual de primeiro grau. (C) mandado de segurança no respectivo tribunal de justiça

estadual.

(D) ação popular na justiça estadual de primeiro grau. (E) ACP por improbidade administrativa na justiça estadual.

A: incorreta, porque não há qualquer motivo para que ser determinada a competência da justiça federal; B: incorreta, porque o mandado de segurança não se presta para essa situação; C: incorreta, pelo mesmo motivo; D: incorreta; E: correta. Gabarito “E” (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Considerada apenas a

natureza da ação ou do processo, o MP deve atuar na condição de custos legis nos casos de

(A) suspensão de execução, justificação quando o interessado

não puder ser citado pessoalmente, ação de alimentos, carta de ordem e protesto. (B) sequestro de execução contra a fazenda pública, arrolamento, uniformização de jurisprudência, entrega de coisa vaga e testamento. (C) carta precatória, ação rescisória, curatela de interditos, dúvida de registro público, renúncia do encargo pelo testamenteiro e posse em nome do nascituro. (D) ação popular, mandado de segurança, ação de usucapião, ação demarcatória e ação de divisão. (E) conflitos de competência, execução de obrigação de fazer, inventário, procedimentos especiais de jurisdição voluntária e ACP. A: incorreta, por falta de previsão legal; B: correta; C: incorreta; D: incorreta, porque não atua nas ações de divisão e demarcação; E: incorreta, porque não participa na execução de obrigações de fazer.

representado por sua genitora, ingressou com ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos contra Roberto. Após a realização de inúmeras diligências citatórias frustradas, o juiz deferiu a citação editalícia, que foi realizada conforme as formalidades legais. O requerido, entretanto, não apresentou resposta no prazo legal. Nessa situação hipotética, o juiz deve, imediatamente, provas que pretenda produzir em audiência.

(B) determinar a realização de novas diligências citatórias, sob

pena de nulidade do processo, já que a lei exige a citação pessoal do réu nesse tipo de ação. (C) decretar a revelia do réu e considerar verdadeiros os fatos articulados pelo autor, proferindo desde logo sentença que confira total procedência ao pedido. (D) nomear curador especial ao réu, encargo que poderá recair sobre a DP. (E) determinar a intimação pessoal do representante do MP e, em seguida, com ou sem pronunciamento, decidir quanto à aplicação dos efeitos da revelia. A alternativa D é a correta (arts. 9º, II, do CPC e 4º, XVI, da Lei Complementar 80/1994). As demais assertivas estão incorretas por destoarem dos aludidos repositórios legais. Gabarito “D”

audiência, essa ausência acarretará a nulidade do ato. (E) Julgada a causa em benefício de incapaz, sem a intervenção do MP, mesmo assim deve ser reconhecida a nulidade do processo.

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Com relação à capacidade postulatória e aos atos processuais, assinale a opção correta. (A) O julgamento de recurso interposto por defensor público

estadual deve ser acompanhado no STJ exclusivamente pela DPU, que deve ser intimada das decisões e acórdãos proferidos, constituindo a atuação da DPU impedimento à ação da respectiva DPE. (B) Outorgado mandato por menor devidamente representado, o instrumento permanece válido até que o mandante atinja a maioridade e, se ainda em curso o processo após o aniversário de dezoito anos do mandante, nova procuração deverá ser juntada aos autos, sob pena de se considerar inadmissível eventual recurso interposto. (C) O pleito de fornecimento de medicamentos a menor carente deve ser postulado pela DP, em ação individual, ou pelo MP, em ação civil pública. (D) O pedido de assistência judiciária gratuita formulado no curso da ação deve ser deduzido em petição a ser proposta em separado e autuada em apenso aos autos principais, podendo a proposição no corpo de petição de recurso ser considerada erro grosseiro. (E) Conforme súmula do STJ, os honorários advocatícios não são devidos à DP quando ela atua contra qualquer pessoa jurídica de direito público. A: incorreto. A Defensoria Pública do Estado poderá acompanhar o processamento e julgamento, perante o STJ, dos recursos interpostos por seus defensores, desde que, mediante autorização legal, institua representação em Brasília municiada do aparato necessário para o recebimento das intimações do Superior Tribunal de Justiça. Essa é a tônica da jurisprudência consolidada do STJ: “Processual civil. Embargos de declaração em questão de ordem em agravo de instrumento. Contradição. Omissão. Inexistência. Efeito aclaratório. (...) A Defensoria Pública da União, que atua perante o STJ, deverá ser intimada, pessoalmente, para acompanhar o processo e julgamento dos recursos interpostos por Defensores Públicos Estaduais, exclusivamente nos de natureza civil, porque a Questão de Ordem em julgamento se refere a resolução de litígio oriundo de contrato de abertura de crédito. – Exceção à regra só se verificará na hipótese em que a Defensoria Pública Estadual, mediante lei própria, mantenha representação em Brasília-DF com estrutura adequada para receber intimações das decisões proferidas pelo STJ. Embargos de declaração acolhidos, sem efeito modificativo.” (EDcl na QO no Ag 378.377/RJ, rel. Min. Nancy Andrighi, Corte Especial, j. 05.11.2003, DJ 19.12.2003, p. 302) [grifos nossos] B: incorreto. Nesses casos, o relator, vislumbrando defeito de representação da parte em juízo, deve determinar, em primeiro lugar, a suspensão do processo, a fim de que seja regularizada a situação dentro do prazo assinalado, por se tratar de nulidade

Gabarito “B”

9. Direito Processual Civil

Gabarito “D” (Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) A respeito dos aspectos processuais da atuação do curador especial, assinale a opção correta com base no que dispõem o CPC e a jurisprudência do STJ. (A) O réu preso tem direito a curador especial, ainda que tenha

contestado a ação por intermédio de advogado constituído.

(B) A nomeação de curador especial ao incapaz só ocorrerá se

este não tiver representante legal ou se os interesses do incapaz forem colidentes com os do representante legal. (C) A natureza jurídica do curador especial é a de substituto processual. (D) O curador especial, excetuado o dever de contestar especificadamente os fatos, atua, em geral, segundo sua convicção profissional, não sendo obrigado a interpor recurso. (E) É imprescindível a intervenção da DP como curadora especial de menor em ação de destituição de poder familiar ajuizada pelo MP, sob pena de nulidade da ação. A: incorreto, eis que somente será dado curador especial ao réu preso que não tenha constituído patrono nos autos. Ao menos, esse é o entendimento que dimana do aresto a seguir: “Processo civil. Execução.

Praça. Intimação por edital. Possibilidade, desde que comprovada a existência de circunstância razoável que impeça a intimação pessoal. Réu preso. Nomeação de curador especial. Necessidade, desde que a parte não tenha advogado nomeado nos autos. [...] – Se a parte, mesmo estando presa, tem patrono nomeado nos autos, torna-se absolutamente despicienda a indicação de um curador especial para representá-la. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, REsp 897.682/MS, rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., j. 17.05.2007, DJ 04.06.2007, p. 353); B: correto (art. 9º, I, do CPC); C: incorreto. A curadoria especial – múnus público, por excelência – exsurge como função institucional da Defensoria Pública (art. 4º, XVI, da Lei Complementar 80/1994). O curador especial ostenta natureza jurídica de representante processual da parte assistida e atua com vistas a integrar a capacidade processual do incapaz (art. 9º, I, do CPC) ou para equilibrar o contraditório no caso de réu preso ou citado fictamente (art. 9º, II, do CPC). Avulta observar que tal representação perdura somente durante o processo em que foi nomeado, distinguindo-se, nesse ponto, da representação de direito material. Com efeito, parte é sempre o representado, motivo porquanto não há cogitar-se de substituição processual, eis que o curador especial não atua em nome próprio na tutela de interesses alheios, ainda quando ajuíze embargos à execução (Súmula 196 do STJ). Ao abono de tal posicionamento, note-se o magistério de Fredie Didier Jr.: “b) o curador especial é representante judicial, e não material, pois sua atuação se restringe aos limites o processo: encaixa-se a figura na teoria da representação. [...] e) o curador especial não é parte no processo, nem mesmo quando apresenta embargos à execução (enunciado 196 da súmula do STJ), ajuíza ação cautelar ou impetra mandado de segurança contra ato judicial; parte é o representado, cuja incapacidade foi regularizada com a nomeação do curador especial. Trata-se de representante processual” (DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I. 11. ed. Salvador: Juspodivm, 2009, p. 241-242); D: incorreto. A doutrina de Nelson Nery Jr. e de Rosa Maria de Andrade Nery assevera que o curador especial tem a obrigação de defender os interesses do réu, seja contestando ou ajuizando embargos do devedor (Súmula 196 do STJ), conforme a natureza do processo, sob pena de ser destituído, a fim de que outro seja nomeado em seu lugar para efetivamente apresentar defesa. Todavia, dispõe da faculdade de interpor recurso, podendo, inclusive, renunciar ao prazo recursal ou desistir daquele interposto. Vale ressaltar que a reação oferecida pelo curador especial pode se dar inclusive de modo genérico, porquanto se acha desvencilhado do ônus da impugnação especificada dos fatos articulados pelo autor (art. 302, parágrafo único, do CPC). Nessa direção: “Atividade do curador especial. É destinada à defesa do réu, em face da possibilidade de não ter ciência de que contra ele corre ação judicial. A curadoria especial é múnus público, incumbindo ao curador o dever de, necessariamente, contestar o feito. Na falta de elementos, pode contestar genericamente (CPC 302, parágrafo único), não se lhe aplicando o ônus da impugnação especificada. Contestando genericamente, o curador especial controverte todos os fatos descritos na petição inicial, incumbindo ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito (CPC 333 I). Não há, neste caso, inversão do ônus da prova, mas aplicação ordinária da teoria do ônus da prova. Caso o curador não conteste, o juiz pode destituí-lo e nomear outro para que efetivamente apresente contestação na defesa do réu [...] Não é obrigado a recorrer, mas pode renunciar ao poder de recorrer bem como desistir do já interposto [...]” (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 9. ed. São Paulo: Ed. RT, 2006, p. 164); E: incorreto. Nessa direção: “Agravo regimental. Agravo de instrumento. Processo civil. Ação de destituição do poder familiar manejada pelo Ministério Público. Nomeação de curador especial à lide. Desnecessidade. Ausência de prejuízo aos menores. Representação adequada do parquet. 1. A ação de destituição do poder familiar, movida pelo Ministério Público, prescinde da obrigatória e automática intervenção da Defensoria Pública como curadora especial. 2. ‘Somente se justifica a nomeação de Curador Especial quando colidentes os interesses dos incapazes e os de seu representante legal’. (REsp 114.310/SP) 2. ‘Suficiente a rede protetiva dos interesses da criança e do adolescente em Juízo, não há razão para que se acrescente a obrigatória atuação da Defensoria Pública.’ (REsp 1.177.636/RJ) 3. Agravo Regimental Desprovido.” (AgRg no Ag 1.369.745/RJ, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 3ª T., j. 10.04.2012, DJe 16.04.2012). Gabarito “B”

sanável. Persistindo a irregularidade, deve inadmitir o recurso interposto (art. 13 do CPC). No mesmo sentido, confira-se antigo precedente do STJ: “Processo civil. Não conhecimento da apelação por irregularidade na representação postulatória do apelante. Relevante justificativa. CPC, arts. 13, 37 e 38. Representação. Orientação da corte. Inocorrência de impugnação da cópia. Poderes ad judicia. Precedentes. Recurso conhecido e provido. I ‑ em face da sistemática vigente (CPC, art. 13), o juiz não deve extinguir o processo por defeito de representação antes de ensejar a parte suprir a irregularidade. O atual Código de Processo Civil prestigia o sistema que se orienta no sentido de aproveitar ao máximo os atos processuais, regularizando sempre que possível as nulidades sanáveis. II- A procuração com poderes ad judicia habilita o advogado a praticar todos os atos em juízo, salvo os excetuados em lei. (REsp 68.478/MG, rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª T., j.10.06.1996, DJ 01.07.1996, p. 24057)”; C: incorreto, porquanto a Defensoria Pública, por força dos comandos insertos no art. 4º, X, da Lei Complementar 80/1994, e art. 212, caput, do ECA, poderá “promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela” [grifamos]. Logo, não se limita ao aforamento de ação individual para salvaguardar a tutela do interesse de menor necessitado, como posto pelo examinador. Todavia, a assertiva está correta no que tange à legitimidade ativa do Parquet para ajuizar ação civil pública com vistas a lograr o fornecimento de medicamento a menor carente. Observe-se o acórdão a seguir: “Ação civil pública. Ministério público. Legitimidade. Estatuto do Idoso. Medicamentos. Fornecimento. 1. Prevaleceu na jurisprudência deste Tribunal o entendimento de que o Ministério Público tem legitimidade ativa ad causam para propor ação civil pública com o objetivo de proteger interesse individual de menor carente, ante o disposto nos artigos 11, 201, V, e 208, VI e VII, da Lei 8.069, de 13.07.90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 2. Essa orientação estende-se às hipóteses de aplicação do Estatuto do Idoso (artigos 74, 15 e 79 da Lei 10.741/2003). Precedentes de ambas as Turmas que compõem a Seção de Direito Público. 3. Agravo regimental improvido.” (AgRg nos EREsp 837.591/ RS, rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, j. 23.05.2007, DJ 11.06.2007, p. 259) D: correto. A esse respeito, observe-se o seguinte aresto da Corte Superior: “Processual civil. Agravo regimental no recurso especial. Ação de busca e apreensão. Contrato de financiamento com garantia de alienação fiduciária. Assistência judiciária gratuita. Pedido formulado no corpo da petição de recurso. Impossibilidade. Erro grosseiro. Não provimento. Capitalização dos juros. Prequestionamento. Ausência. Caracterização da mora. Encargos da normalidade regulares. Prosseguimento. 1. O pedido de assistência judiciária gratuita formulado no curso da ação deve ser deduzido em petição a ser atuada em separado e processada em apenso aos autos principais (Lei 1.060/1950, art. 6º), configurando erro grosseiro a proposição no corpo da petição do recurso. Precedentes deste Tribunal. [...]” (AgRg no REsp 1272746/RS, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 4ª T., j. 11.12.2012, DJe 19.12.2012) E: incorreto (Súmula 421 do STJ, in verbis: “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”.

261

262 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

1: incorreto (vide art. 38 do CPC); 2: correto, porque nos termos do art. 10 do CPC. Quando o autor for casado, salvo no caso do regime da separação absoluta de bens, será suficiente a autorização do cônjuge para a propositura da demanda (não se exige a formação de litisconsórcio ativo entre eles); 3: incorreto. O oficial de justiça cumpre o mandado de citação nos termos em que fora esse expedido. Compete à parte autora indicar corretamente o representante legal da pessoa jurídica ré, e não ao oficial de justiça verificar se a indicação foi feita adequadamente. Gabarito 1E, 2C, 3E (Procurador/DF – 2013 – CESPE) Acerca da trilogia estrutural, dos princípios gerais e das partes que podem atuar em um processo, julgue os itens a seguir. (1) Sindicatos possuem legitimação anômala, devido ao fato de

agirem na defesa de direito alheio e em nome de terceiros.

(2) O juiz não deverá declarar-se impedido quando for órgão

de direção ou de administração de pessoa jurídica parte na causa, em processos de jurisdição voluntária. (3) As causas relacionadas ao estado da pessoa são exemplo de causas nas quais o MP deve atuar como custos legis. (4) Em uma acepção substancial, entende-se que o princípio do devido processo legal representa a exigência e garantia de que as normas processuais sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas, gerando uma correspondência com o princípio da proporcionalidade, na visão de muitos estudiosos. 1: errada, porque os sindicatos têm legitimação extraordinária, uma vez que demandam em nome próprio, direito de seus filiados. Nesse sentido: “Os sindicatos agem na qualidade de substitutos processuais na fase de conhecimento e na de liquidação e execução das ações em que se discutem direitos coletivos e individuais homogêneos de seus filiados” (STJ, Corte Especial, ED no REsp 1.079.671/RS, Rel. Min. Fernando Gonçalves); 2: errada, porque é o oposto que prevê o art. 134, inc. VI, do CPC; 3: correta (art. 82, II, do CPC); 4: correta, porque, segundo Nelson Nery Jr., do “substantive due process” é que “decorre a imperatividade de o Legislativo produzir leis que satisfaçam o interesse público, traduzindo-se essa tarefa no princípio da razoabilidade das leis. Toda lei que não for razoável, isto é, que seja a law of the land, é contrária ao direito e deve ser controlada pelo Poder Judiciário” (Princípios do Processo na Constituição Federal, Ed. RT, 10. ed., p. 85).

(Analista – TJDFT – 2013 – CESPE) Com relação à capacidade

processual e postulatória e ao serventuário da justiça, julgue os itens subsequentes.

(1) O serventuário da justiça é considerado impedido de exercer

sua função em processo no qual seja parte, ainda que a parte contrária não alegue tal impedimento. (2) A capacidade processual, definida como a capacidade de a pessoa estar em juízo na defesa de seus interesses, distingue-se da capacidade postulatória, atribuída ao advogado para que ele defenda em juízo os interesses do jurisdicionado. 1: correto conforme artigo 138, § 1º do CPC; 2: correto conforme arts. 7º e 8º, do CPC e Lei 8.906/94. (Analista – TST – 2008 – CESPE) Representação, assistência e

substituição são institutos que dizem respeito à capacidade processual e à legitimidade. Com relação a esse tema, julgue os seguintes itens.

(1) A representação e a assistência são formas de integração

da capacidade processual, que só ocorre em relação a pessoas físicas, jamais em relação a pessoas jurídicas. (2) A substituição processual pode ser inicial ou superveniente, exclusiva ou concorrente. (3) O substituído pode ingressar no processo como assistente simples nos casos de substituição processual concorrente. 1: art. 8º do CPC; 2: a substituição processual é inicial quando se move a ação pelo ou em face do substituto; é superveniente quando, no curso do processo, dá-se a substituição. É exclusiva quando somente o substituto tem a titularidade do direito de ação; é concorrente quando também o substituído tem legitimidade para agir em juízo; 3: quando se tratar de substituição processual exclusiva, o substituído pode intervir no processo como assistente simples; quando a substituição processual for concorrente, o substituído poderá ingressar no processo como assistente litisconsorcial. Gabarito 1C, 2C, 3E

seu advogado, entre outros, a receber citação inicial, a ser intimado dos atos processuais e a reconhecer a procedência do pedido. (2) Em causas que versem sobre direitos reais imobiliários, os cônjuges são litisconsortes necessários se réus, mas não o serão se autores. (3) Ao proceder à citação da pessoa jurídica, é dever do oficial de justiça exigir prova da representação legal ou contratual da empresa para reputar válida e eficaz a diligência efetuada.

Gabarito 1C, 2C

(1) A procuração geral para o foro, assinada pelo réu, habilita

A: incorreta. Essa é a regra (CPC, art. 12, V), mas com inventariante dativo, há uma especificidade (vide “D””); B: incorreta. No caso, não há preclusão quanto à representação, que o juiz pode conhecer de ofício (CPC, art. 13); C: incorreta: Questão envolvendo “matéria de alta indagação” envolve a partilha e não pode ser debatida no bojo do próprio inventário (CPC, art. 984) – o que não é a hipótese apresentada do problema; D: correta: Sendo inventariante dativo, todos os herdeiros e sucessores devem figurar no polo da relação processual (CPC, art. 12, § 1º). Gabarito “D”

(Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que concerne ao direito

processual civil, julgue os itens:

(Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE) Acerca da capacidade, do

intercâmbio, dos sujeitos, das cartas e dos prazos processuais, assinale a opção correta.

(A) Os protestos, as notificações e as interpelações não cons-

tituem modalidades de comunicação de atos processuais.

(B) O nascituro não detém capacidade de ser parte processual. (C) O prazo peremptório não pode ser prorrogado pelo juiz. (D) Aplica-se o princípio da identidade física do juiz aos man-

dados de segurança.

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C (Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) Em ação sob

(E) No Brasil, o cumprimento da carta rogatória citatória estran-

Nessa situação hipotética, assinale a opção correta quanto à representação processual.

A: de fato, protesto, notificação e interpelação não são formas de comunicações de atos processuais, mas sim modalidades de medida cautelar (arts. 867 e seguintes do CPC); B: art. 7º do CPC; C: art. 182 do CPC; D: o princípio da identidade física do juiz não se aplica aos mandados de segurança, uma vez que não há produção de provas em audiência; E: art. 211 do CPC.

(A) O inventariante representa o espólio, de modo que nada

poderá ser observado acerca da representação processual do autor.

(B) Deverá o réu apontar a existência de defeito de represen-

tação, sob pena de ocorrer a preclusão. (C) Deverá o réu verificar se a ação trata de matéria considerada de alta indagação pelo juiz condutor do inventário, caso em que o inventariante dativo pode representar o espólio em juízo. (D) Na hipótese apresentada, ocorre vício de representação processual, situação que deve ser alegada pelo réu em preliminar.

geira independe de exequatur.

Gabarito “A”

o rito ordinário movida pelo espólio de Vítor contra determinado município, citado o réu, o procurador municipal observou que o autor estava representado por inventariante dativo.

(Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) A respeito da capacidade de ser parte processual e de estar em juízo, assinale a opção correta. (A) Nas representações processuais, o representante legal

ou voluntário, sob o enfoque estritamente processual, é considerado parte. (B) No regime de separação absoluta de bens, o cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários.

9. Direito Processual Civil

Gabarito “C” (Analista – TJ/RJ – 2008 – CESPE) A respeito das partes no pro-

cesso civil, assinale a opção correta.

(A) A ilegitimidade passiva de parte acarreta a extinção do

processo sem resolução do mérito, por carência de ação e ausência de um dos pressupostos processuais, qual seja, a legitimidade para a causa. (B) A capacidade de ser parte relaciona-se com a capacidade processual, ou seja, a aptidão de participar da relação processual, em nome próprio ou alheio. Têm capacidade de ser parte as pessoas naturais, as jurídicas e os entes despersonalizados. (C) A penalidade para aquele que praticar um ato atentatório ao exercício da jurisdição é de multa de até 20% sobre o valor da causa, ressalvados os advogados; e o valor dessa multa reverterá para a fazenda pública. (D) Ocorre a substituição processual voluntária quando o objeto litigioso é transferido a outrem por negócio jurídico, entre vivos ou por causa mortis, firmados concomitantemente à formação do processo ou durante a tramitação do feito. (E) As pessoas casadas não têm capacidade processual, pois elas dependem do consentimento do outro cônjuge para agirem judicialmente em defesa de seus direitos ou para se defenderem em juízo, salvo quando litigarem entre si. A: art. 267, VI, do CPC; B: a capacidade de ser parte refere-se à possibilidade de a pessoa apresentar-se em juízo como autor ou réu, já a capacidade processual pressupõe que a pessoa possa atuar no processo sem representante; C: art. 14, p. único, do CPC; D: art. 42 do CPC; E: art. 10 do CPC. Gabarito “C” (Analista – TJ/RJ – 2008 – CESPE) Acerca da atuação do Ministério

Público no processo civil, assinale a opção correta.

(A) É obrigatória a intervenção do Ministério Público nas causas

em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte. O parquet, como fiscal da lei, deve ser intimado de todos os atos do processo, podendo, ainda, requerer medidas ou diligências necessárias ao descobrimento da verdade. (B) O Ministério Público tem legitimidade ativa e passiva. Pode propor ações em nome próprio ou, nos casos expressos em lei, como representante de terceiros, bem como ser demandado, com os mesmos ônus e poderes que têm as partes litigantes. (C) O processo em que se verificou a falta de intimação do Ministério público, quando sua intervenção era obrigatória, mesmo que a sentença seja favorável à parte tutelada pelo parquet, será declarado nulo de ofício ou a requerimento de qualquer das partes. (D) É obrigatória a intervenção do Ministério Público, na qualidade de fiscal da lei, sempre que, em qualquer dos polos da relação processual, estiver uma pessoa portadora de deficiência, um enfermo ou um idoso. (E) O Ministério Público, quando atua como parte, quer seja ele autor quer seja réu, tem os mesmos poderes e ônus das partes. Pode confessar, transigir e prestar depoimento pessoal; no entanto, sendo vencido ou vencedor, não responde pelas despesas processuais nem por honorários de advogado.

(Analista – TJ/RJ – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta. (A) O juiz dará curador especial ao réu preso, ao revel e também

ao incapaz, ainda que este já tenha representante legal.

(B) A procuração geral para o foro habilita o advogado a ser

intimado dos atos dos processos; a transigir pela parte, desde que os direitos sejam disponíveis; e a receber, em nome do réu, a citação para o processo. (C) Os absolutamente incapazes não podem ser partes em processo judicial. No entanto, os relativamente incapazes podem participar da relação processual, como autores ou réus, mediante seu representante legal, que praticará os atos da vida civil em nome deles, substituindo-os. (D) Ao curador especial é permitido propor ações incidentais e provocar incidentes processuais destinados ao exercício da ampla defesa. (E) Com a suspensão do processo, nenhum prejuízo sofrem os atos processuais anteriormente praticados, que permanecem íntegros e válidos. Os prazos iniciados antes da suspensão não ficam prejudicados na parte transcorrida. Cessada a causa que motivar a paralisação do processo, o prazo se reinicia pelo restante necessário a completar o lapso legal. A: art. 9º do CPC; B: art. 38 do CPC; C: toda pessoa tem capacidade de ser parte, que decorre da capacidade de direito, mesmo os absolutamente incapazes (art. 8º do CPC); D: ao curador especial somente é permitido representar o incapaz, preso ou réu citado por edital na sua defesa, ele não tem poderes para propor ação; E: a alternativa está correta, eis que a mera suspensão do processo não acarreta qualquer modificação dos atos já praticados (art. 265 do CPC). (OAB - CESPE – 2009.3) Com base no disposto no CPC a respeito de honorários advocatícios, assinale a opção correta. (A) Nas causas de pequeno valor, os honorários serão fixados

consoante apreciação equitativa do juiz, levando-se em conta o zelo do advogado, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa e o tempo exigido para o seu serviço. (B) Os honorários devem ser fixados entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da causa indicado na petição inicial. (C) A verba honorária não é devida quando o advogado, ao atuar em causa própria, for vencedor na demanda. (D) Na jurisdição voluntária, as despesas serão pagas exclusivamente pelo requerente. Todas as alternativas têm por base as regras do CPC a respeito de sucumbência. A: correta, art. 20, § 4º, do CPC; B: incorreta, a fixação, em caso de procedência, leva em conta o valor da condenação (art. 20, § 3º, do CPC); C: incorreta, a expressa previsão legal é no sentido inverso (art. 20, caput, do CPC); D: incorreta, como não há lide na jurisdição voluntária, as despesas são rateadas entre os interessados, mas adiantadas pelo requerente (art. 24 do CPC). Gabarito “A”

A: o representante não é parte; B: art. 10 do CPC c.c. art. 1.647 do CC; C: o incapaz, que tem capacidade de direito, tem aptidão para ser parte no processo (art. 7º do CPC); D: o substituto processual age em nome próprio defendendo direito próprio, diferentemente do legitimado extraordinário.

A: arts. 82 e 84 do CPC; C: art. 249, § 2º, do CPC; D: a mera enfermidade não gera a necessidade de intervenção do Ministério Público; B e E: há algumas mitigações ao princípio constitucional da isonomia quando se trata do Ministério Público como parte, eis que não pode confessar, prestar depoimento pessoal, adiantar despesas e nem é condenado em honorários e despesas processuais quando vencido na ação.

Gabarito “E”

processual. (D) O substituto processual age no processo judicial em nome da parte substituída.

Gabarito “A”

(C) O incapaz detém legitimação ou capacidade de ser parte

263

(OAB - CESPE – 2009.2) Mariana ajuizou ação contra Raimundo,

com o objetivo de ver declarada a titularidade que o réu afirmava possuir sobre um bem móvel. Após devidamente citado, Raimundo ofereceu contestação. Posteriormente, ele vendeu o bem a Jorge. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Se Jorge quiser ingressar no processo como assistente de

Raimundo, deverá fazê-lo, por exigência legal, antes de proferida a sentença. (B) Raimundo poderá continuar no processo na condição de substituto processual.

264 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2009.1) Determinada ação foi ajuizada por um

município contra uma empresa de construção, estando o autor, no entanto, representado pelo secretário de obras, e não pelo prefeito ou procurador. A ação foi recebida, e a citação do réu, regularmente realizada. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Caso o autor, após lhe ter sido conferida oportunidade

para sanar o vício de representação detectado, omita-se, deixando de tomar qualquer providência, serão anulados os atos do processo, sendo este extinto, dada a ausência de pressuposto processual de validade. (B) Caberá à empresa ré, se assim o entender, apontar o defeito de representação do autor, visto que, na situação descrita, o juiz não poderá atuar de ofício. (C) Comprovada a regular nomeação do secretário de obras para o cargo que ocupa, o vício de representação detectado constituirá mera irregularidade e, portanto, não acarretará qualquer consequência para o processo. (D) O autor será excluído do processo caso não regularize a sua representação no prazo concedido pelo juiz para tanto. Diante da incapacidade processual, o juiz permite a regularização pelas partes. Se não houver regularização pelo autor, o processo será extinto (art. 13, I, do CPC). Gabarito “A” (OAB - CESPE – 2009.1) Em determinada ação processada sob

o rito comum ordinário, o réu, ciente da ausência de interesse processual do autor, deixou de suscitar essa preliminar na sua contestação, fazendo-o apenas nas alegações finais, após o encerramento da instrução. Na sentença, o juiz reconheceu a carência de ação e extinguiu o processo, sem julgamento do mérito. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) O juiz, com fundamento no princípio da causalidade, deverá

atribuir ao réu as custas de retardamento, já que o vício deveria ter sido alegado desde a primeira oportunidade. (B) Com relação à distribuição das despesas processuais, vigora, no sistema processual brasileiro, o princípio da sucumbência, segundo o qual caberá sempre ao autor sucumbente a integralidade das despesas do processo. (C) Como, de início, o processo teve curso normal, as despesas deverão ser proporcionalmente distribuídas entre as partes. (D) Na hipótese narrada, autor e réu exerceram regularmente seus respectivos direitos de ação e de defesa, devendo ser as despesas, portanto, divididas de forma igual entre eles. Matérias de ordem pública podem ser alegadas a qualquer tempo e grau de jurisdição. Porém, se o réu não alegar na primeira oportunidade, há consequência processual (art. 267, § 3º, do CPC). Gabarito “A”

(OAB - CESPE – 2008.3) O dever de imparcialidade do magistrado é inerente ao exercício da jurisdição. A legislação processual civil prevê dois institutos por meio dos quais é possível afastar o juiz da demanda: o impedimento e a suspeição. Não se enquadra nas hipóteses de suspeição previstas no CPC o fato de (A) o juiz conhecer o processo contencioso ou voluntário em

primeiro grau de jurisdição e ter-lhe proferido sentença ou decisão. (B) o juiz ser herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes.

cônjuge ou de parentes deste, em linha reta ou na colateral até terceiro grau. (D) o juiz ser interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.

As situações de impedimento são de hipóteses mais objetivas (o juiz é cônjuge ou parente da parte), conforme art. 134 do CPC. Já as de suspeição, hipóteses mais subjetivas (o magistrado é amigo ou inimigo da parte), nos termos do art. 135 do CPC. A alternativa A descreve hipótese de impedimento (art. 134, III, do CPC). (OAB - CESPE – 2008.3) A respeito das despesas e honorários,

assinale a opção correta.

(A) Se o réu não arguir fato extintivo do direito do autor, dila-

tando o julgamento da lide, será condenado nas custas a partir do saneamento do processo. (B) Se o autor decair de parte mínima do pedido, o juiz fixará os honorários advocatícios de forma equitativa. (C) Havendo diversos autores ou diversos réus, todos responderão solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais. (D) As despesas dos atos processuais efetuados a requerimento do MP serão pagas pelo autor. Novamente as alternativas têm por base o texto legal, sendo que as respostas erradas têm uma pequena variação em relação à legislação. A: correta, art. 22 do CPC; B: incorreta, decaindo o autor de parte mínima, o vencido arcará com os honorários (art. 21, parágrafo único, do CPC); C: incorreta, a condenação será proporcional (art. 23 do CPC); D: incorreta, serão pagas pelo vencido, ao final (art. 27 do CPC). (OAB - CESPE – 2008.2) A respeito da capacidade processual, assinale a opção correta. (A) Atualmente, não existe hipótese em que um cônjuge precise

de autorização do outro para propor ação judicial.

(B) Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos

tem capacidade para estar em juízo.

(C) Se os interesses do incapaz colidirem com os do repre-

sentante legal, será dispensável a representação, a critério do juiz. (D) A sociedade sem personalidade jurídica será representada em juízo por qualquer dos sócios. A: incorreta, tratando-se de direitos reais, há necessidade de litisconsórcio ou autorização (outorga uxória ou marital – art. 10 do CPC); B: correta, a capacidade processual é apurada com base na lei civil (art. 7º do CPC); C: incorreta, não pode o incapaz ficar sem representação (interesse da coletividade); assim, se necessário, será nomeado um curador (art. 9º, I, do CPC); D: incorreta, a representação, na hipótese, será de quem administra os bens. Sendo sociedade de fato, não há como se falar tecnicamente em sócios (art. 12, VII, do CPC). Gabarito “B”

A alienação de coisa litigiosa não altera a legitimidade para a causa; mas, a partir da venda, Raimundo defenderá o direito de Jorge (substituição processual). Porém, se Mariana concordar, Jorge pode ingressar no processo, sucedendo Raimundo (art. 42, caput, e §§, do CPC).

(C) alguma das partes ser credora ou devedora do juiz, de seu

Gabarito “A”

estenderá seus efeitos a Jorge. (D) Jorge não poderá substituir Raimundo no processo.

Gabarito “A”

(C) Proferida a sentença entre as partes originárias, esta não

(OAB - CESPE – 2008.1) A respeito das partes e dos procuradores, assinale a opção correta. (A) A alienação da coisa litigiosa, no curso do processo, altera

a legitimidade das partes, devendo prosseguir a demanda entre adquirente em substituição ao alienante e a parte contrária originária. A decisão proferida na causa em que atua o substituto processual faz coisa julgada para o substituído. (B) A outorga de procuração para o foro, em geral, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo em nome da parte, podendo ele receber e dar quitação, reconhecer a procedência do pedido e firmar qualquer compromisso. (C) Ao réu preso, ainda que tenha sido citado pessoalmente, deve ser nomeado curador especial, que tem a incumbência de contestar o feito, sendo-lhe vedado manifestar-se contrariamente àquele que representa.

9. Direito Processual Civil (D) No caso de falecimento do procurador do réu, ainda que

iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz deve determinar a suspensão do processo e marcar prazo para que o réu constitua novo mandatário. Findo o prazo, se o réu não cumprir a determinação, o juiz deve determinar o prosseguimento do processo e garantir ao réu curador especial.

A: incorreta, não há alteração da legitimidade, sob pena de tumulto processual (art. 42 do CPC); B: incorreta, além da procuração geral para o foro, existem os poderes especiais (que envolvem situações mais relevantes para a parte, como dar quitação), que devem ser expressamente concedidos (art. 38 do CPC); C: correta, art. 9º, II, do CPC; D: incorreta, se não houver nova indicação de advogado, o processo não tem como prosseguir, por falta de capacidade postulatória (art. 265, § 2º, do CPC). Gabarito “C”

3. PRAZOS PROCESSUAIS. ATOS PROCESSUAIS

(Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Considerando que, na legislação processual civil, há prazos especiais para contestar, para recorrer ou para qualquer outra manifestação nos autos, assinale a opção correta. (A) O MP, quando é parte, dispõe de prazo em quádruplo para

recorrer.

(B) Para as fundações públicas, conta-se em dobro o prazo

para recorrer.

(C) A defensoria pública dispõe de prazo em quádruplo para

contestar.

(D) Em mandado de segurança, conta-se em dobro o prazo

para o impetrado apresentar informações.

(E) A fazenda pública dispõe de prazo em dobro para contestar.

A: incorreta, porque o art. 188 do CPC prevê prazo em dobro para recurso do MP; B: correta, porque as fundações públicas estão abrangidas pelo conceito de fazenda pública previsto no art. 188 do CPC; C: incorreta, porque os prazos para defensoria pública, inclusive para contestar, são em dobro; D: incorreta, porque o prazo é simples; E: incorreta, porque dispõe de prazo em quádruplo.

(Analista TJ/CE – 2013 – CESPE) Acerca das decisões e comu-

Gabarito “B”

(A) A lei classifica expressamente os atos do juiz em sentenças,

processuais, assinale a opção correta.

nicações e dos atos processuais, assinale a opção correta. decisões interlocutórias e despachos.

(B) Em regra, no julgamento da lide, cabe ao juiz recorrer à

265

(Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Com relação aos atos (A) Auto é um termo processual que se refere à narração, por

escrito, das audiências.

analogia, aos costumes, à equidade e aos princípios gerais do direito. (C) Documento redigido em língua estrangeira prescinde de formalidades para ser juntado aos autos. (D) As partes podem, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo peremptório quando o pedido fundar-se em motivo legítimo. (E) A citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo.

(B) É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo,

A: correta, conforme artigo 162, CPC (a despeito de que seriam melhor categorizados como “pronunciamentos”); B: incorreta conforme artigo 126, CPC que estabelece essas fontes como método subsidiário. A despeito de sua previsão na Lei, o artigo 126 é considerado pela moderna doutrina como ultrapassado em tempos de neoconstitucionalismo; C: incorreta, pois deve ser trazido ao processo por meio de tradução juramentada (art. 157, CPC); D: incorreta. Os prazos peremptórios não podem ser prorrogados por convenção das partes (art. 182, CPC); E: Incorreta. Essa é a definição de intimação (art. 234, CPC).

A: incorreta, porque esse é conceito de termo; B: incorreta, porque tal vedação só se aplica aos prazos peremptórios (art. 182 do CPC), mas não atinge os prazos dilatórios (art. 181 do CPC); C: incorreta, porque o prazo será em quádruplo (art. 188 do CPC); D: correta (art. 184, § 1º, II do CPC); E: incorreta, porque o princípio não pode ser aplicado quando a lei estabelecer uma determinada forma, sob pena de nulidade do ato (art. 244 do CPC).

Gabarito “A”

processuais, assinale a opção correta.

(A) Se a petição for encaminhada por fac-símile, o juiz só emitirá

o pronunciamento a respeito do ato após o recebimento do original. (B) O prazo para as partes apresentarem o rol de testemunhas é dilatório. (C) Citação realizada em desconformidade com a lei é nula de pleno direito. (D) Tratando-se de discussão de direito a imóvel, considera-se absolutamente nulo o ato processual ajuizado por um dos cônjuges sem o consentimento do outro. (E) Atos processuais solenes praticados sem observância das formalidades legais são nulos. A: incorreta (art. 3º da Lei 9.800/99); B: incorreto, porque se trata de prazo peremptório; C: incorreta, porque o comparecimento espontâneo do réu supre o vício; D: incorreta, porque o vício decorrente da falta de consentimento é a anulabilidade, nos termos do que prevê o art. 1.649 do CC; E: incorreta, porque, “quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado por outro modo, lhe alcançar a finalidade” (art. 244, CPC). Obs.: tendo em vista que a questão não apresenta alternativa correta, foi ela anulada.

subsequente quando o expediente forense for encerrado antes da hora normal. (E) A estrutura processual baseia-se no princípio da instrumentalidade das formas, de modo que, de acordo com o CPC, não se pode mitigar a incidência desse princípio em nenhuma hipótese.

Gabarito “D”

(Magistratura/PA – 2012 – CESPE) No que diz respeito aos atos

reduzir ou ampliar os prazos.

(C) O prazo para o MP contestar deve ser computado em dobro. (D) Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) À luz da legislação e da jurisprudência do STF, assinale a opção correta acerca dos prazos processuais. (A) Nas ações reivindicatórias propostas contra um casal, ainda

que os cônjuges estejam representados por procuradores diferentes, o prazo para os litisconsortes apresentarem contestação é de quinze dias, contados da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido. (B) Se, em uma ação contra dois demandados representados por advogados diferentes, apenas um deles sucumbir, o prazo para o sucumbente recorrer será contado em dobro. (C) Em ações em que atue apenas como fiscal da lei, o MP terá dez dias para interpor agravo de instrumento. (D) Nas ações em que a parte se encontra assistida pela DP, o prazo para contestar será computado em quádruplo e o prazo para recorrer será computado em dobro. (E) Se, proposta ação em desfavor de diversos litisconsortes facultativos e representados por diferentes procuradores, um deles requerer, no prazo da contestação, a limitação no número de demandados, o prazo para contestar deverá ser computado em dobro a partir da intimação da decisão do pedido de limitação. A: incorreto. A respeito, observe-se o seguinte precedente do STJ: “Processual civil. Recursos especiais. Réus com diferentes advogados. Prazo em dobro para oferecimento de contestação. Exceção de incompetência. Suspensão do processo. Reinício do prazo remanescente com a

ANULADA

266 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

representantes do Ministério Público, advogados ou procuradores da Fazenda Pública, seja para dar ciência, seja para convocar as partes ou suas testemunhas, poderá ser feita por via postal, por oficial de justiça, por edital ou por meio eletrônico. (2) É ônus das partes manter atualizado o respectivo endereço nos autos, pois são consideradas válidas as comunicações e intimações dirigidas ao endereço indicado pelas partes nos autos.

1: Errado. Em qualquer processo e grau de jurisdição, os membros do Ministério Público gozam da prerrogativa de ser intimados pessoalmente, através da entrega dos autos com vista (arts. 236, §2º, do CPC e 41, IV, da Lei 8.625/1993). 2: Correto (art. 238, parágrafo único, do CPC). 3: Errado, pois a citação das pessoas capazes também pode ser efetivada através de procurador legalmente autorizado (art. 215, caput, do CPC). (Procurador/DF – 2013 – CESPE) Tendo em vista que os atos processuais podem estabelecer arranjos necessários ao prosseguimento da ação entre as partes envolvidas no processo, gerando consórcios e(ou) a intervenção de terceiros, entre outros, assim como podem levar à produção de repercussões de comunicação ou até de nulidade dos atos, julgue os itens que se seguem. (1) Em uma situação de evicção, o adquirente, para exercer o

(2)

(3) (4)

(5)

direito de ser ressarcido que da evicção lhe resulta, deverá denunciar o alienante à lide. A nulidade relativa deve ser arguida na primeira manifestação da parte nos autos, sob pena de preclusão, exceto se essa parte demonstrar a existência de justo impedimento. Uma obrigação solidária implica necessariamente em formação de litisconsórcio unitário. Constitui exemplo de litisconsórcio necessário unitário uma ação de anulação de casamento proposta pelo MP. Nesse caso, o marido e a mulher formam um litisconsórcio necessário, e, se a sentença julgar procedente o pedido, o casamento será nulo para ambos. Não há óbice legal à intervenção de terceiros nas ações de controle de constitucionalidade.

1: correta (art. 70, inc. I, do CPC); 2: correta (art. 245 do CPC); 3: errada, porque é possível que um dos devedores solidários tenha, em face do credor, alguma defesa pessoal, o que demonstra a possibilidade de a decisão vir a ter conteúdo diferente em relação a ele, do que teria em relação aos demais devedores solidários; 4: correta. O litisconsórcio passivo é necessário nesse tipo de ação, e a sentença deve ser uniforme para ambos os réus, ao menos no que tange à invalidade do casamento; 5: errada (art. 7º da Lei 9.868/1999 – “não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade”; art. 18, do mesmo diploma legal: “não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade”). (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) A respeito dos atos processuais transmitidos por fax e do processo eletrônico, assinale a opção correta. (A) Interposta petição de apelação por fax, no curso do prazo,

inicia-se, nessa data, a contagem do quinquídio para entrega do original em juízo. (B) Deve ser considerada tempestiva apelação transmitida por meio eletrônico, se a transmissão ocorrer até o último minuto do último dia do prazo, ainda que se tenha encerrado o expediente forense. (C) No âmbito do processo civil, ao contrário das intimações, a citação da fazenda pública não pode ser efetuada por meio eletrônico, sob pena de nulidade. (D) Considera-se praticado o ato processual eletrônico no dia seguinte ao do seu envio ao sistema do Poder Judiciário. (E) Se a petição com pedido de tutela antecipada for transmitida por fax, o juiz somente deverá apreciar o pedido após a entrega do original, haja vista a efetividade de tal provimento. A: incorreta. O prazo de 5 dias para a juntada do original é contado a partir do final do prazo para interposição do recurso, e não da data da interposição (L. 9.800/1999, art. 2º); B: correta (L. 11.419/2006, art. 10, § 1º; C: incorreta. A lei do processo eletrônico permite todas as citações e intimações por meio eletrônico, mesmo da Fazenda (L. 11.419/2006, art. 9º); D: incorreta. No momento do envio (L. 11.419/06, art. 3º); E: incorreta. Além de violar o acesso à justiça, a lei assim não prevê (L. 9.800/1999, art. 3º). Gabarito “B”

Gabarito “E” (1) A intimação dos atos processuais, ainda que se trate de

pessoa do réu; a do incapaz, seja a incapacidade absoluta ou relativa, é feita na pessoa do representante legal ou, na falta deste, na pessoa do curador especial.

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E

(Delegado/AC – 2008 – CESPE) A respeito da “comunicação dos atos processuais” julgue os itens que se seguem.

(3) A citação das pessoas capazes deve fazer-se na própria

Gabarito 1E, 2C, 3E

intimação do réu acerca do recebimento dos autos pelo juízo declarado competente. 1. Os réus fazem jus ao prazo em dobro para oferecimento de suas contestações – independentemente de requerimento –, por terem patronos distintos, mesmo sendo casados e constando como promitentes compradores no contrato de promessa de venda e compra de imóvel. 2. Conforme iterativa jurisprudência deste Tribunal, a melhor interpretação a ser conferida ao artigo 306 do Código de Processo Civil é a de que, acolhida a exceção de incompetência, o processo permanece suspenso, só reiniciando o prazo remanescente para contestar após a intimação do réu acerca do recebimento dos autos pelo Juízo declarado competente. 3. Recursos especiais providos.” (REsp 973.465/SP, rel. Min. Luis Felipe Salomão, 4ª T., j. 04.10.2012, DJe 23.10.2012); B: incorreto. Nesse sentido: “Agravo regimental. Agravo em recurso especial. Recurso especial intempestivo. Inexistência de litisconsórcio. Prazo em dobro. Art. 191 do CPC. Não aplicação. Sucumbência apenas do agravante. Decisão agravada mantida. 1.– O prazo em dobro para recorrer se aplica quando os litisconsortes, com diferentes procuradores, sucumbirem diante da decisão recorrida. Não havendo interesse recursal por um dos litisconsortes, por não haver sucumbência, não incide a regra do art. 191 do Código de Processo Civil. 2.– Agravo Regimental improvido.” (AgRg no AREsp 218.330/PR, rel. Min. Sidnei Beneti, 3ª T., j. 23.10.2012, DJe 09.11.2012); C: incorreto (art. 188 do CPC). Corroborando o que ora se afirma, observe-se o seguinte aresto da Corte Superior: “Recurso especial. Estatuto da Criança e do adolescente. Ministério Público. Prazo em dobro para recorrer. Prerrogativa. Arts. 188, CPC, e 198, II, do ECA. Na linha da jurisprudência desta Corte, o Ministério Público tem prazo em dobro para recorrer, seja nos casos em que atua como parte, seja naqueles em que oficia como fiscal da lei. O art. 198, do ECA, aplica-se somente na parte expressamente diversa do Código de Processo Civil, que continua a ser adotado no atinente à sistemática recursal, na qual inclui a prerrogativa prevista no art. 188, do CPC. Recurso especial conhecido e provido.” (REsp 706.704/SC, rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, 5ª T., j. 04.08.2005, DJ 05.09.2005, p. 472); D: incorreto, visto que o defensor público goza da prerrogativa de contagem em dobro de todos os prazos processuais (arts. 44, I, 89, I e 126, I, da LC 80/1994). Na mesma direção: “Processual civil. Litisconsórcio passivo. Citação. Réus representados por defensor público. Início do prazo para contestar. Art. 241 do CPC vs. Art. 128, I, da LC 80/1994. Prevalência do primeiro dispositivo. 1. Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão que manteve a intempestividade de contestações apresentadas por certos réus. 2. Nas razões recursais, sustentam os recorrentes ter havido violação ao art. 128, I, da Lei Complementar 80/1994, ao argumento de que, no caso, o prazo em dobro para oferecer a contestação não pode ser contato da data da juntada do último mandado de citação, na forma do art. 241 do Código de Processo Civil – CPC, pois os recorrentes eram assistidos por Defensoria Pública – o que atrai o início da contagem para a vista pessoal do defensor. 3. Em primeiro lugar, o art. 128, I, da Lei Complementar 80/1994 não fala em citação, mas em intimação. Daí porque não é aplicável ao caso. 4. Em segundo lugar, o ato citatório é personalíssimo, sendo realizado sempre na pessoa do réu, e não da seu [sic] defensor (mesmo quando o réu é representado por advogado particular), contando-se o prazo na forma do art. 241 do CPC. Esta regra só é afastada quando o réu é revel. 5. Em terceiro lugar, admitir a tese da Defensoria Pública importaria em contemplar, por via indireta, uma espécie de interrupção do prazo para apresentação de contestação que não está prevista no ordenamento jurídico. 6. Recurso especial não provido.” (REsp 660.900/MS, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 19.11.2009, DJe 27.11.2009); E: correto (arts. 46, parágrafo único, e 191 do CPC).

9. Direito Processual Civil

(A) A ação de nulidade do ato processual denominada pela

doutrina querela nullitatis se diferencia da ação rescisória pelo prazo de ajuizamento, embora ambas as ações se dirijam ao tribunal. (B) A coisa julgada material não atinge a invalidade do ato processual das partes, de modo que resta aberta a via da ação rescisória para aquele que tenha ficado prejudicado por qualquer invalidade não examinada. (C) Antes de encerrado o procedimento de primeiro grau, é sempre possível, por simples petição, pedir a anulação de ato processual inválido do juiz. (D) Nada impede que a parte aponte uma invalidade de ato processual do juiz via simples petição, o que não obstará eventual preclusão do seu direito de voltar a fazê-lo por meio próprio. (E) Os atos processuais dos auxiliares da justiça são invalidáveis, de ofício ou a pedido, nos próprios autos, sem que se faça necessário, ou seja possível, requerer tal providência via ação autônoma. A: incorreta. Ainda que o prazo de fato seja diferente – 2 anos de prazo decadencial para a AR (CPC, art. 495) e a querela é imprescritível -, a competência para a AR é do tribunal, ao passo que da querela, primeiro grau; B: incorreta. Pela eficácia preclusiva da coisa julgada, presumem-se analisados e afastados todos os possíveis argumentos de uma causa (CPC, art. 474); C: incorreta. A nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão, exceto quando se tratar matéria de ordem pública (CPC, art. 245); D: correta, desde que se trate de matéria de ordem pública. Exemplo: a incompetência absoluta deve ser alegada em preliminar de contestação (CPC, art. 301, II), mas pode ser apresentada por simples petição (CPC, art. 113); E: incorreta, sendo possível apontar a nulidade nos próprios autos (cf, por exemplo, art. 247 do CPC). Gabarito “D” (Analista – TRT/10ª – 2013 – CESPE) Com relação aos atos processuais no âmbito do processo civil, julgue os itens subsequentes. (1) A extinção, por decurso de prazo, do direito de praticar o

ato deve ser declarada judicialmente.

(2) A citação daquele réu cujo primo faleceu só pode ser rea-

lizada dez dias após o falecimento.

(3) Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu para realizar

a citação, sendo o endereço da petição inicial meramente indicativo. (4) No sistema de nulidades dos atos processuais, adota-se o princípio do pas de nullité sans grief. (5) Na fixação dos prazos judiciais, o magistrado deve sempre considerar a complexidade da causa e do ato a ser realizado. 1: incorreto, pois independe de decisão judicial (art. 183, CPC); 2: incorreto pois o artigo 217, II, do CPC estabelece a impossibilidade de citação até o 7º dia após o falecimento; 3: Correto, pois a citação será feita onde se encontre o réu (art. 216, CPC); 4: correto. O Brasil, assim como o direito Francês adota o princípio da não decretação da nulidade diante da ausência de prejuízo (art. 250, parágrafo único do CPC); 5: Apesar de o gabarito asseverar como incorreta a questão está correta conforme artigo 177, parte final, do CPC.

III. No caso de a carta com aviso de recebimento retornar com

a informação de que foi frustrada a diligência, ocorrerá nova intimação, feita por oficial de justiça. IV. Na intimação por carta registrada com aviso de recebimento, o prazo começa a correr na data em que a parte efetivamente recebeu a intimação. V. Tem-se a parte como intimada da sentença se esta foi proferida durante a audiência em que esteve ausente a parte, apesar de regularmente intimada para a audiência. A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5.

I: correta (art. 236 do CPC); II: correta (art. 237 do CPC); III: correta (art. 239 do CPC); IV: incorreta (art. 241, I, do CPC); V: correta (art. 242, I, do CPC). (Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Com relação aos atos processuais, seus prazos e sua comunicação, julgue os itens subsequentes. (1) A superveniência de férias suspende o curso do prazo dos

atos processuais, ou seja, o prazo recomeçará a correr integralmente do primeiro dia útil seguinte ao termo de férias. (2) Para a validade do processo, é indispensável a intimação inicial do réu, a qual, mesmo ordenada por juiz incompetente, tornará prevento o juízo e interromperá a prescrição. (3) Em regra, os atos processuais são públicos e dependem de forma determinada para reputarem-se válidos. 1: errado. O prazo recomeça a correr pelo tempo que faltava, já que a superveniência de férias é hipótese de suspensão e não de interrupção dos prazos processuais (art. 179 do CPC); 2: errado. É indispensável a citação válida do réu e não a sua intimação (art. 219, caput, do CPC). É a citação válida e não a sua intimação que se consubstancia como pressuposto de validade processual; 3: errado, visto que os atos processuais, salvo quando a lei expressamente exigir, não dependem de forma determinada (art. 154, caput, do CPC). Gabarito 1E, 2E, 3E

invalidação dos atos processuais, assinale a opção correta.

Gabarito “D”

(Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) A respeito da

(Analista – TJ/AP – 2008 – CESPE) Quanto à forma dos atos pro-

cessuais, julgue os itens seguintes.

(1) O uso de sistemas de transmissão magnética de dados, do

(2)

(3)

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Acerca da disciplina legal das intimações, julgue os itens a seguir. I.

As intimações nas capitais dos estados e no DF serão consideradas realizadas pela só publicação dos atos no órgão oficial, desde que desta constem os nomes das partes e de seus advogados. II. Nas comarcas em que não houver órgão de publicação dos atos oficiais, competirá ao escrivão intimar as partes por meio de seus advogados, pessoalmente ou, conforme o local de domicílio, por carta registrada com aviso de recebimento.

267

(4) (5)

tipo fax ou outros similares, é autorizado para a prática de atos processuais que dependam de petição. Considerar-se-á tempestivamente cumprido o ato sempre que a mensagem fac-similar chegar ao órgão judicial dentro do prazo legal, incumbindo a apresentar o original da petição em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu término. O processo civil brasileiro rege-se pela instrumentalidade das formas, princípio segundo o qual consideram-se válidos os atos que cumprem a sua finalidade essencial, mesmo que realizados de forma diversa da estabelecida em lei. No intuito de preservar a intimidade das partes e de respeitar o interesse público que justifica o segredo de justiça, considera-se válida a publicação em que os litigantes e seus advogados são indicados abreviadamente apenas pelas iniciais dos nomes. Não é permitido ao advogado examinar quaisquer autos se não juntar o devido instrumento procuratório. A desistência da ação pelo autor provoca imediata extinção do feito sem julgamento do mérito, independentemente de homologação judicial, uma vez que o juiz não pode opor-se à desistência manifestada pelo autor.

1: arts. 1º e 2º da Lei 9.800/99; 2: a alternativa está correta, de fato, o princípio da instrumentalidade das formas, presente no processo civil brasileiro, consiste no aproveitamento dos atos processuais, quando, realizados de uma determinada forma, ainda que não sendo aquela

268 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

da forma determinada em lei, ainda que tenha alcançado a sua finalidade. (B) Na hipótese de nulidade absoluta do ato processual, a parte prejudicada deverá, sob pena de preclusão, arguir a nulidade na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos. (C) A distribuição dos processos por dependência, sempre autorizada pelo juiz distribuidor, será cabível em caso de continência e conexão com outra causa já ajuizada, de reconvenção, de intervenção de terceiro, e quando, tendo havido desistência, o pedido for reiterado, mesmo que em litisconsórcio com outros autores. (D) A publicidade dos atos processuais é um dos princípios fundamentais do processo. Qualquer restrição ou limitação a essa garantia constitucional acarreta a nulidade do ato praticado. Por isso, as audiências se realizam a portas abertas, com acesso franqueado ao público, independentemente da matéria discutida no processo. (E) Nos atos processuais complexos, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes. A: art. 244 do CPC; B: art. 245, parágrafo único, do CPC; C: art. 253 do CPC; D: art. 444 do CPC; E: art. 248 do CPC. Gabarito “E” (Analista – TJ/RJ – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta, com relação aos prazos dos atos processuais. (A) Quando o juiz não estabelecer prazo para o cumprimento

de determinado ato processual, aplica-se a regra do prazo ordinário de 48 horas. (B) Nos feriados, nas férias forenses ou fora de horário legal, não se praticarão atos processuais, salvo no caso de citação e intimação; e ainda em caráter excepcional em razão da notória urgência e para evitar graves riscos de prejuízos e outras medidas, tais como penhora, arresto, sequestro e abertura de testamento. (C) Se o ato processual for daqueles que se pratica por meio de petição, a parte terá de protocolar a petição em dia útil e dentro do horário legal, ou seja, até as vinte horas do último dia do prazo, prorrogando-se, no entanto, para o dia seguinte, e no horário do expediente bancário, o recolhimento das custas processuais. (D) O prazo peremptório é aquele que, embora fixado na lei, admite ampliação pelo juiz ou modificação por convenção das partes, desde que requerida antes do vencimento do prazo e fundamentada em motivo legítimo. (E) Os prazos processuais são contínuos e contados com exclusão do dia do começo e do vencimento, impedindo-se, assim, a redução do prazo legal. Se a intimação for feita por meio da imprensa e a publicação ocorrer no sábado, o termo inicial da contagem do prazo ocorrerá no primeiro dia útil, ou seja, na segunda-feira. A: art. 185 do CPC; B: arts. 172 e 173 do CPC; C: art. 172, § 3º, do CPC; D: art. 182 do CPC; E: art. 184 do CPC. Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2010.1) Com relação aos atos processuais, assinale a opção correta. (A) Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade da

citação e sendo esta decretada, será considerada feita a citação na data em que for juntado aos autos o mandado de nova citação, devidamente cumprido, com os requisitos legais.

A: incorreta, se o réu alega a nulidade de citação, não há necessidade de uma nova citação, mas sim da devolução do prazo para defesa - que se contará a partir da intimação da decisão do juiz nesse sentido (art. 214, § 2º, do CPC); B: incorreta, o prazo será de vinte a sessenta dias (art. 232, IV, do CPC) – alternativa muito ruim, envolve simplesmente decorar um prazo; C: incorreta, não cabe citação por correio nas ações de estado (art. 222, “a”, do CPC); D: correta, art. 241 do CPC. (OAB - CESPE – 2009.3) Assinale a opção correta acerca dos

prazos processuais.

(A) Havendo litisconsortes ativos com diferentes procuradores,

o prazo em dobro previsto no art. 191 do CPC aplica-se também ao réu que não se encontre em situação de litisconsórcio com diferentes procuradores. (B) Para a prorrogação dos prazos processuais peremptórios, em qualquer hipótese, é suficiente a concordância das partes, com a correspondente aceitação do juiz. (C) A contestação apresentada antes de vencido o prazo pode ser aditada até o último dia do prazo que lhe restar. (D) Em ação proposta contra um réu apenas, nula a citação, poderá o autor emendar a inicial para modificar o pedido ou a causa de pedir, independentemente do consentimento do réu, desde que a emenda se opere até o momento da nova citação. A: incorreta, só há prazo em dobro aos litisconsortes com diferentes procuradores (art. 191 do CPC), aqui não há que se falar em violação à igualdade, visto que se está tratando desigualmente os desiguais; B: incorreta, são prazos peremptórios exatamente os que não podem ser alterados (art. 182 do CPC); C: incorreta, uma vez apresentada a contestação, não cabe mais qualquer aditamento, por força da preclusão consumativa; D: correta, como a citação é nula, deve-se considerar que ainda não foi realizada – hipótese em que cabe o aditamento da inicial (art. 264 do CPC). (OAB - CESPE – 2009.1) Assinale a opção correta a respeito dos

atos processuais.

(A) Caso tenha sido realizada a citação do réu durante as férias

forenses, o prazo para se contestar a ação só começará a correr no primeiro dia útil seguinte às férias. (B) A citação somente pode ser realizada em dias úteis. (C) O prazo estabelecido pelo juiz é interrompido nos feriados. (D) O prazo para oferecimento da contestação, em comarca de fácil transporte, poderá ser prorrogado, desde que autor e réu, de comum acordo, o requeiram, antes do vencimento do prazo. A: correta, art. 173, parágrafo único, do CPC (cabe lembrar que após a EC 45/2004 só existem férias forenses nos Tribunais Superiores); B: incorreta, havendo autorização, pode ser realizada aos domingos e feriados (art. 172, § 2º, do CPC); C: incorreta, o prazo é prorrogado nos feriados (art. 178 do CPC); D: incorreta, os prazos peremptórios não podem ser alterados por vontade das partes; em comarcas de difícil acesso, pode ser alterado pelo juiz (art. 182 do CPC). Gabarito “A”

suais, assinale a opção correta.

(A) É nulo o ato processual quando praticado sem a observância

nação, pelo juiz, do prazo, que variará entre vinte e quarenta dias, a partir da data da primeira publicação. (C) Tratando-se de ações de estado, a citação será feita pelo correio, nas localidades atendidas pela entrega domiciliar de correspondência. (D) Para a fixação do termo inicial da contagem de prazo processual, se a comunicação for feita por edital, o prazo para a prática do ato processual terá início a partir do termo final do prazo previsto no próprio edital para aperfeiçoamento da citação.

Gabarito “D”

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E, 5E (Analista – TJ/RJ – 2008 – CESPE) Ainda quanto aos atos proces-

(B) São requisitos da citação por edital, entre outros, a determi-

Gabarito “D”

prescrita em lei, tenham atingido sua finalidade e não causem prejuízo a qualquer das partes ou ao interesse público; 3: apenas o nome das partes poderá ser abreviado, não dos advogados; 4: art. 40, I, do CPC; 5: art. 158, p. único, do CPC.

(OAB - CESPE – 2008.1) Assinale a opção correta acerca dos

atos processuais.

(A) Nas ações de estado, a citação pelo correio é inadmissível. (B) A superveniência de férias interrompe o curso do prazo.

9. Direito Processual Civil

A: correta, art. 222, a, do CPC; B: incorreta, as férias suspendem o prazo (art. 179 do CPC – lembrando que, após a EC 45/04, somente há férias nos Tribunais Superiores); C: incorreta, o prazo em quádruplo para contestar é da Fazenda Pública e do MP (art. 188 do CPC). O prazo da Defensoria Pública é em dobro (Lei 1.060/1950); D: incorreta, o CPC não Inclui as empresas públicas ou sociedades de economia mista no benefício de prazo diferenciado (art. 188 do CPC). Gabarito “A”

4. Litisconsórcio, Assistência e Intervenção de Terceiros (Analista TJ/CE – 2013 – CESPE) No que tange ao litisconsórcio,

à assistência e à intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(A) Cabe denunciação da lide àquele que for obrigado a inde-

nizar, em ação regressiva, o que se despendeu em juízo, mesmo quando isso demandar a análise de fato diverso dos envolvidos na ação principal. (B) Na ação em que o fiador for réu, a nomeação do devedor à autoria poderá ser requerida em qualquer fase do procedimento. (C) Contar-se-á em dobro o prazo para recorrer quando só um dos litisconsortes for sucumbente. (D) O assistente simples, em nome próprio, atua no processo como legitimado extraordinário, auxiliando na defesa de direito alheio. (E) A oposição pode ser oferecida antes ou depois da audiência, cabendo ao juiz decidi-la sempre simultaneamente com a ação principal e desta primeiro conhecer. A: incorreta conforme gabarito. Mas a questão é controversa. Discute-se na doutrina e jurisprudência a possibilidade ou não de inserção de fatos novos trazidos pelo terceiro. Havendo quem defenda sua possibilidade (Cândido DINAMARCO) e quem entenda que não seja possível (Vicente GRECO FILHO); B: Incorreta. Não se trata, no caso de nomeação a autoria, mas sim chamamento ao processo (art. 77, I, CPC); C: Incorreta. A súmula 641 do STF excepciona a regra do artigo 191 e o prazo, no caso será simples; D: correta conforme artigo 52 do CPC; E: incorreta. Se ofertada após a audiência de instrução, correrá em separado podendo ser decidida sem prejuízo do julgamento da causa principal (art. 60, CPC). Gabarito “D” (Cartório/DF – 2014 – CESPE) Acerca de litisconsórcio, assistência

e intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(A) Na hipótese de nomeação a autoria, ainda que o autor

recuse o nomeado, o nomeante deve ser retirado do pólo passivo da demanda e, em seu lugar, entrar aquele que foi nomeado. (B) Na denunciação da lide, modalidade de intervenção de terceiro, fundada em direito de regresso, ha apenas cumulação de ordem subjetiva. (C) Nos feitos que tramitem no rito sumario, inadmite-se qualquer modalidade de intervenção de terceiros. (D) Nos litisconsórcios facultativos, o numero de litigantes e ilimitado, sem possibilidade de restrição pelo juiz. (E) A posição do assistente simples deve ser a mesma do assistido, podendo, portanto, o assistido formular pedido de desistência da ação sem que o assistente se oponha a esse requerimento.

A: incorreta, porque nesse caso o processo prosseguirá entre autor e o réu originário, que terá novo prazo para contestar (CPC, art. 67); B: incorreta. A cumulação subjetiva é a pluralidade de partes (litisconsórcio), ao passo que a cumulação objetiva é a pluralidade de causas de pedir ou pedidos (como pedido cumulado). Na denunciação, surge o litisconsórcio, e também há mais um pedido: além do

pedido do autor contra o réu, há o pedido do réu-denunciante contra o denunciado; C: incorreta, pois se admite assistência e intervenção fundada em contrato de seguro (denunciação – CPC, art. 280); D: incorreta, considerando ser possível limitar o litisconsórcio ativo facultativo com muitos autores – o chamado litisconsórcio plúrimo ou multitudinário (CPC, art. 46, parágrafo único); E: correta. O assistido é quem dispõe da lide, não o assistente simples. – que, portanto, não pode ir além do assistido. (Cartório/PI – 2013 – CESPE) A respeito do litisconsórcio, da assis-

tência e da intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(A) Nas ações de improbidade administrativa, o ente estatal

lesado devera ingressar no polo ativo do feito, sob pena de nulidade. (B) Conforme a jurisprudência pacificada do STJ, e solidaria a condenação da seguradora interveniente por meio da assistência litisconsorcial. (C) Em atenção a celeridade e a eficiência processual, o STJ considera ser cabível o chamamento ao processo em fase de execução. (D) De acordo com o STJ, nas ações de indenização fundadas na responsabilidade civil objetiva do Estado, e vedada a denunciação a lide do agente público supostamente responsável pelo ato lesivo. (E) De acordo com entendimento do STJ, não ha óbice ao deferimento de assistência simples em mandado de segurança. A: incorreta. Na improbidade, o ente lesado pode abster-se de contestar ou atuar no pólo ativo (L. 8.429/92, art. 17, § 3º); B: correta (informativo 490/STJ, REsp 925.130-SP e 962.230-RS, julgados em 8/2/2012 – tratam de seguradora em caso de acidente de veículo); C: incorreta, pois as intervenções de terceiro são típicas do processo de conhecimento; D: incorreta, pois a própria CF prevê que quem causou o dano possa ser acionado (CF, art. 37, § 6º: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”); E: incorreta (informativo 370/STJ: “Não cabe assistência em mandado de segurança, instituto que não se harmoniza com o rito célere dessa ação”, REsp 1.065.574-RJ, julgado em 2/10/2008). Gabarito “B”

pública é contado em quádruplo. (D) O benefício do prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer é extensivo às sociedades de economia mista.

Gabarito “E”

(C) O prazo para a contestação realizada pela defensoria

269

(Cartório/RR – 2013 – CESPE) A respeito do litisconsórcio, da assis-

tência e da intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(A) Para o julgamento de ação proposta por litisconsortes ativos

voluntários domiciliados em distintos estados da Federação, quando o pedido se originar de natureza comum, são competentes tanto o foro da sede da ré quanto o do domicílio de um dos autores. (B) A recusa pelo autor da nomeação à autoria pleiteada pela ré impede a abertura de novo prazo para que a nomeante apresente contestação, dada a violação do princípio da igualdade de tratamento às partes. (C) De acordo com entendimento do STJ, não há óbice ao chamamento ao processo dos devedores solidários da dívida comum em fase de execução do título executivo extrajudicial cujo crédito tenha sido discutido em processo de conhecimento prévio à execução. (D) No mandado de segurança, somente se admite o litisconsórcio ativo voluntário quando postulado no momento do ajuizamento da ação, sob pena de violação do princípio do juiz natural. (E) O assistente litisconsorcial, embora não seja considerado interveniente secundário e acessório, uma vez que a relação discutida entre o assistido e o seu adversário também lhe pertence, não terá tratamento processual idêntico ao do conferido ao assistido. A: incorreta. O critério de fixação de competência, no caso, seria a sede da ré (CPC, art. 94), pois não há qualquer indicativo de competência no domicílio dos autores (que é exceção, não a regra); B: incorreta. Recusada a nomeação, abre-se novo prazo para que o réu conteste (CPC, art. 67); C: incorreta, pois descabe intervenção de terceiros em execução; D:

270 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) O reconhecimento da nomeação à autoria depende da

aceitação do autor e do nomeado, que pode ocorrer por presunção. (B) A denunciação à lide requerida pelo réu é uma forma de correção da legitimidade passiva da causa. (C) O litisconsórcio e a assistência são modalidades previstas pelo CPC como forma de ingresso no processo definida como intervenção de terceiros. (D) O chamamento ao processo caracteriza-se pela necessidade de citação nos casos em que, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes. (E) Sendo o réu revel na ação principal, a citação, na oposição, deve ser realizada apenas em relação ao autor da ação principal.

A: correta (arts. 66, 67 e 68 do CPC); B: incorreta, porque a afirmação seria correta para a nomeação à autoria; C: incorreta, porque o litisconsórcio não é modalidade de intervenção de terceiros; D: incorreta, porque esse é o conceito de litisconsórcio passivo necessário; E: incorreta, porque também nesse caso será necessária a citação do réu do processo principal. Gabarito “A” (Magistratura/ES – 2011 – CESPE) Acerca do litisconsórcio, assi-

nale a opção correta.

(A) O juiz pode desmembrar de ofício o litisconsórcio ativo,

respeitando o máximo de dez litisconsortes.

(B) Independentemente do regime de litisconsórcio, a conduta

determinante de um litisconsorte não pode prejudicar o outro. (C) No litisconsórcio eventual, a procedência de um dos pedidos formulados não implica a improcedência do outro. (D) Deve ser unitário o litisconsórcio formado entre devedores solidários. (E) No litisconsórcio simples, a contestação apresentada por um litisconsorte não beneficiará o litisconsorte revel. A: incorreta, porque não há previsão do número máximo de litisconsortes (art. 46, parágrafo único do CPC); B: correta (art. 48 do CPC); C: incorreta, porque no litisconsórcio eventual, ou alternativo, a procedência do pedido em relação a um dos réus, torna prejudicado o pedido em relação ao outro; D: incorreta, porque pode ser as quotas entre eles sejam distintas, e porque é possível que haja alguma defesa pessoal que só favoreça um dos devedores solidários. Logo, o litisconsórcio entre eles é simples; E: incorreta, porque se a defesa alegada for comum ao revel, ele também será beneficiado, ainda que o litisconsórcio seja simples. Gabarito “B” (Magistratura/SE – 2008 – CESPE) Acerca da assistência e da

intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(A) Pela denunciação verifica-se a ampliação do objeto do pro-

cesso, surgindo uma demanda paralela entre denunciante e denunciado. Com a nova demanda e o superveniente vínculo jurídico formado entre o denunciado e o autor originário, surge uma obrigação de um em favor do outro, autorizando o juiz, ao julgar procedente a ação, a condenar o denunciado em face do autor. (B) Na assistência simples ou adesiva, o interesse do assistente não é vinculado diretamente ao litígio. A atuação desse assistente é meramente complementar à atuação do assistido. Todavia, se o assistido for revel, o assistente será considerado gestor de negócios.

ameaçado em virtude de pretensão discutida em juízo poderá ingressar na ação e nomear-se como legítimo detentor do direito disputado pelos litigantes, por meio do incidente denominado nomeação à autoria. (D) A oposição ocorrerá sob forma de intervenção de terceiro em processo alheio, objetivando defender pretensão própria sobre o mesmo objeto litigioso disputado pelas partes do processo, de que resulta a formação de litisconsórcio passivo necessário entre os sujeitos da ação principal. (E) A assistência litisconsorcial se admite em todos os procedimentos de jurisdição contenciosa e em todos os graus de jurisdição, e ocorre quando a sentença não influir na relação jurídica entre o assistente e o adversário da parte assistida.

A: incorreta, pois a denunciação não amplia o objeto do processo eis que trata somente da relação existente entre denunciante e denunciado, sem envolver o autor da demanda, sendo, na verdade, uma lide secundária; B: correta (art. 52 do CPC); C e D: incorretas (art. 56 do CPC); E: incorreta (art. 54 do CPC). (Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta a respeito da intervenção de terceiros no processo. (A) A modalidade de intervenção de terceiros consistente no

chamamento ao processo pode ser determinada de ofício pelo juiz. (B) O autor pode suscitar o chamamento ao processo, enquanto o réu pode provocar a denunciação da lide, a nomeação à autoria e o chamamento ao processo. (C) No procedimento sumário, são admissíveis, em regra, a denunciação da lide, a oposição, a nomeação à autoria, a assistência e o recurso de terceiro prejudicado. (D) A oposição, cujo objetivo é corrigir vício de legitimidade passiva, determina a extinção do processo sem resolução de mérito, por falta de condição da ação. (E) A nomeação à autoria, a denunciação da lide e o chamamento ao processo constituem espécies de intervenção de terceiros forçadas ou impositivas. A: incorreta, porque há necessidade de manifestação do réu; B: incorreta, porque o chamamento ao processo é de iniciativa exclusiva do réu; C: incorreta, porque só se admite, no sumário, assistência, recurso do terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro; D: incorreta, porque corrigir o vício de legitimidade passiva é objetivo da nomeação à autoria; E: correta. Gabarito “E”

Gabarito “D” (Magistratura/BA – 2012 – CESPE) A respeito da intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

(C) O terceiro que se sentir prejudicado ou que tiver seu direito

Gabarito “B”

correta. Uma vez ajuizado o MS (ou qualquer outra medida judicial), com a identificação do juiz, impede a formação de litisconsórcio ativo ulterior facultativo. Seja pela violação do princípio da estabilização subjetiva da demanda (CPC, art. 264 – se já tiver havido a contestação), sea pela “escolha” do juiz, o que viola o princípio do juiz natura; E: incorreta. O assistente litisconsorcial considera-se parte (CPC, art. 54).

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) Fernando ingressou, contra

João e JJJ Locadora de Veículos Ltda., com ação de reparação de danos, sob o argumento de que João, conduzindo um veículo locado pela JJJ, provocou um acidente que causou a ele, Fernando, danos de ordem material e moral. A locadora possuía contrato de seguro do veículo locado. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) A jurisprudência do STF entende que, em situações como

essa, a responsabilidade deve recair somente sobre a locadora do veículo. (B) Qualquer dos demandados pode chamar ao processo a seguradora, para que seja responsabilizada pelos danos causados ao autor. (C) Diante da existência de um contrato de seguro, a locadora de veículos deve nomear à autoria a seguradora, para que esta assuma a condição de sujeito passivo da relação processual. (D) A JJJ Locadora de Veículos Ltda. deverá proceder à denunciação da lide à seguradora, no prazo da contestação, sob pena de preclusão. (E) A JJJ Locadora de Veículos Ltda. deverá ser excluída da relação processual por ilegitimidade passiva, devendo a responsabilidade pelos danos causados recair unicamente sobre o causador do acidente.

9. Direito Processual Civil

com relação ao litisconsórcio e à intervenção de terceiros.

(A) Se o assistido for revel, o assistente deverá ser excluído do

processo. (B) A ação de oposição proposta antes da audiência deve seguir o procedimento ordinário, podendo ser julgada depois da causa principal. (C) Tratando-se de denunciação da lide, ordenada a citação, o processo fica suspenso. (D) No caso de nomeação à autoria, o autor é obrigado a aceitar o nomeado. (E) O juiz pode limitar o litisconsórcio necessário em relação ao número de litigantes caso este comprometa a rápida solução do litígio ou dificulte a defesa. A: incorreto (art. 52, parágrafo único, do CPC); B: incorreto (art. 59 do CPC); C: correto (art. 72, caput, do CPC); D: incorreto (art. 65 do CPC); E: incorreto, visto que a limitação do litisconsórcio multitudinário só se afigura possível quando se cuidar de litisconsórcio facultativo (art. 46, parágrafo único, do CPC). Gabarito “C” (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Considerando que o locador

de um imóvel comercial seja citado para responder a uma ação em que terceira pessoa, dizendo-se legítimo possuidor, pleiteie a posse do bem locado, julgue os itens a seguir. (1) Ao locador, da mesma maneira que ocorre quanto ao evicto,

cabe promover a denunciação à lide do locatário para garantir o seu direito a eventual indenização por perda da posse do bem locado, sob pena de perder o direito de regresso. (2) Caso o locador, ou outra parte do feito, não promova a denunciação do locatário à lide, este não poderá ingressar no feito em tal condição, até porque se cuida de hipótese de intervenção de terceiros provocada. Resta, porém, a possibilidade de o locatário ingressar no feito como assistente, provado o seu interesse jurídico no julgamento favorável ao locador. 1: incorreto. A denunciação da lide – modalidade de intervenção provocada de terceiros – tem natureza de ação condenatória que surge, seja por provocação do autor ou do réu, no bojo de outra ação condenatória. Presta-se à obtenção de sentença que reconheça o direito de regresso do denunciante em face do terceiro alienante, proprietário, possuidor indireto ou responsável civil, tudo, insista-se, dentro da mesma relação processual travada originariamente entre autor e réu. Antes de mais nada, cremos que o examinador incorreu em ligeiro equívoco ao inverter a ordem das palavras locador e locatário, visto que, num contrato de locação, quem detém a posse direta do bem é o locatário, e não o locador. Posta tal premissa, a denunciação da lide ao locador (e não ao locatário, insista-se) é facultativa e não obrigatória (como se dá nos casos de denunciação da lide ao alienante, na forma do art. 70, I, do CPC). Logo, o inquilino que se sagrar sucumbente na lide originária, poderá, em demanda autônoma,

(Delegado/PB – 2009 – CESPE) Assinale a opção correta a respeito de jurisdição, litisconsorte, oposição, litisconsórcio, nomeação à autoria e competência jurisdicional. (A) A jurisdição contenciosa se apresenta como atividade estatal

primária, em que o juiz realiza gestão pública em torno de interesses privados. (B) É dado ao opoente, no prazo legal, oferecer a exceção de incompetência relativa do juízo. (C) Ocorre a hipótese de litisconsórcio comum ou não unitário quando a decisão da causa deva ser uniforme em relação a todos os litisconsortes. (D) A nomeação à autoria é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os demais co-obrigados pela dívida. (E) A competência relativa, em casos de direitos e obrigações patrimoniais, admite a sua modificação por meio da instituição do foro contratual ou do domicílio de eleição. A: incorreto, já que a administração pública de interesses privados é atividade típica da jurisdição voluntária. B: incorreto, visto que a oposição é distribuída por dependência aos autos principais (art. 57, caput, in fine, do CPC). C: incorreto, porquanto o litisconsórcio simples ou não unitário tem cabimento quando houver possibilidade de o juízo decidir a lide de modo diverso para cada litisconsorte. D: incorreto, uma vez que tal conceito diz respeito à outra modalidade de intervenção de terceiros, qual seja o chamamento ao processo (art. 77 do CPC). E: correto, dado que o juízo nunca poderá ser eleito, mas tão somente o foro e isso quando não se tratar de competência absoluta (art. 111, caput, do CPC). Gabarito “E”

Gabarito “D” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

exercer seu direito de regresso perante o locador (art. 70, II, do CPC). Cumpre registrar, por oportuno, que, quando o evicto não denunciar a lide ao alienante, fica impossibilitado tão somente de pleitear a indenização (danos emergentes e lucros cessantes) decorrentes da evicção. Porém, isso não o privará de, posteriormente, reaver o preço pago ao vendedor, sob pena de enriquecimento ilícito deste. Nesse sentido, observe-se o seguinte precedente da Corte Especial: “Evicção. Denunciação da lide. Precedentes da Corte. 1. Já assentou a Corte, em diversos precedentes, que o direito que o evicto tem de recobrar o preço, que pagou pela coisa evicta, independe, para ser exercitado, de ter ele denunciado a lide ao alienante, na ação em que terceiro reivindicara a coisa. 2. Recurso especial não conhecido.” (REsp 255639/SP, rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, 3ª T, j. 24.04.2001, DJ 11.06.2001, p. 204) [grifos nossos]; 2: correto. O locador tem interesse jurídico bastante para pleitear sua admissão como assistente do locatário, visto que sua esfera patrimonial pode ser indiretamente atingida caso o julgamento da lide originária seja desfavorável ao locatário, hipótese em que este terá direito de regresso em face do locador, com fulcro no art. 70, II, do CPC. A assistência, além de ser admitida apenas quando demonstrado interesse jurídico pelo assistente, tem cabimento em qualquer tipo de procedimento e em todos os graus de jurisdição (art. 50 do CPC). Gabarito 1E, 2C

A e E: incorretos (Súmula 492 do STF: “A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado”); B: incorreto, visto que se revela incabível o chamamento ao processo, à míngua de implemento das hipóteses delineadas no art. 77 do CPC; C: incorreto. A nomeação à autoria é mecanismo provocado de intervenção de terceiros que se destina à correção do polo passivo da demanda. É cabível quando a ação é aforada em face do detentor da coisa móvel ou imóvel, o qual, justo por não ser o titular do direito material afirmado pelo autor, aponta o verdadeiro titular do bem (proprietário ou possuidor); cabe, ainda, quando o réu de ação indenizatória promovida pelo proprietário ou por quem detenha direitos sobre a coisa assevera obedecer ordens ou seguir instruções de terceiro. O objetivo em ambos os casos é fazer com que haja a substituição de quem figura no polo passivo da lide – eis que parte ilegítima – pelo verdadeiro legitimado, a fim de que o mesmo assuma o processo. De qualquer sorte, nenhum desses escopos se coaduna com o descrito na assertiva (arts. 62 e 63 do CPC); D: correto. A locadora deverá denunciar da lide à seguradora, com fulcro no art. 70, III, do CPC, no prazo de contestação (art. 71 do CPC), sob pena de preclusão.

271

(Delegado/AC – 2008 – CESPE) Acerca do litisconsorte, da assistência e da intervenção de terceiros, julgue os itens que se seguem. (1) Tratando-se de litisconsórcio necessário, seja ele ativo ou

passivo, o juiz poderá limitar o número de litigantes quando restar provado que o excessivo número de litigantes compromete a rápida solução do litígio ou dificulta a defesa. (2) Os litisconsortes que tenham diferentes procuradores têm o prazo em dobro para todas as manifestações das partes no processo. (3) Na oposição, o opoente, que visa à exclusão de ambas as partes litigantes, ingressa no processo que se encontra pendente, apresentando uma pretensão, sobre a coisa ou o direito objeto da lide, diversa e contrária a ambos os litigantes. (4) Tanto o autor quanto o réu têm legitimidade para requerer o chamamento ao processo do devedor principal ou dos demais codevedores solidários pela dívida objeto da demanda, objetivando o exercício do direito de regresso.

272 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

sórcio, da intervenção de terceiros e da assistência, assinale a opção correta.

(A) Na ação de cobrança de dívida líquida e certa em que haja

dois credores solidários, bem como na ação de nulidade de casamento, as partes só poderão agir em conjunto, com a formação do litisconsórcio ativo unitário e necessário. (B) A denunciação à lide, forma de intervenção de terceiro, consiste no ajuizamento, pelo denunciante, de lide paralela, processada simultaneamente com a principal, envolvendo direito de garantia, de regresso ou de indenização que o denunciante pretende exercer contra o denunciado. (C) Na assistência litisconsorcial, caso a intervenção ocorra antes da sentença, o assistente tem direito de deduzir o que lhe interessa e promover a renovação de provas de que não tenha participado. (D) Em ação em que as partes disputam a posse de bem imóvel, o terceiro amparado em propriedade do imóvel poderá oferecer oposição contra autor e réu, e requerer a imissão de posse. (E) Chamamento ao processo consiste no incidente pelo qual o demandado, sob a alegação de não ter legitimidade para responder à ação, chama ao processo o verdadeiro legitimado passivo, objetivando transferir-lhe a posição de réu. A: incorreta. No caso de credores solidários, poderá ingressar em juízo somente um deles. Acaso fossem devedores solidários e um só acionado, caberia chamamento (CPC, art. 77, III); B: correta. Trata-se de uma ação de regresso (CPC, art. 70); C: incorreta. O assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra (CPC, art. 50, p.u.); D: incorreta. Enquanto se debate posse, não se debate propriedade (CPC, art. 923); E: incorreta. A figura narrada mais se assemelha a uma nomeação (CPC, art. 62).

(Magistratura Federal/1ª Região – 2011 – CESPE) A respeito do litisconsórcio e da intervenção de terceiros, assinale a opção correta. (A) Legitimado extraordinário coletivo sem relação jurídica

com a parte autora pode ingressar, segundo o STF, como assistente simples. (B) De acordo com o STJ, a denunciação à lide pode ampliar o objeto apresentado na inicial. (C) A recusa pelo autor da nomeação à autoria pleiteada pela parte ré impede a abertura de novo prazo para que a nomeante apresente contestação. (D) Em todas as opções que versem sobre ação de fornecimento de medicamento, a União deverá ser chamada ao processo. (E) Caso seja disputada por dois particulares a posse de determinado imóvel particular em terras ocupadas por comunidade indígena, a União deverá ser citada.

A: correta, especialmente por exclusão das demais alternativas (enunciado muito amplo, sem especificar em qual demanda, contra quem); B: incorreta. Entende o STJ em sentido inverso, de modo a evitar maior demora na tramitação da causa, em prejuízo do autor (quanto mais temas debatidos, maior a demora – princípios da razoável duração e celeridade); C: incorreta (CPC, art. 67); D: incorreta, pois é possível acionar o Estado ou Município, considerando a responsabilidade de todos esses entes pelo acesso à saúde; E: incorreta, pois nesse caso, a princípio, trata-se apenas de lide entre particulares, sem interesse da União. Gabarito “A”

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E (Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) A respeito do litiscon-

A: incorreta, porque a jurisprudência em regra não admite chamamento na execução; B: incorreta. Para isso, bastaria um litisconsórcio passivo; C: incorreta. Se o objeto da prestação for divisível, não se tratará de litisconsórcio unitário; D: correta. Por exclusão e considerando que, diante da solidariedade, há relação jurídica entre denunciado e parte contrária; E: incorreta, porque essa não é uma das hipóteses descritas no art. 77 do CPC. Gabarito “D”

1: Errado. A hipótese de limitação do litisconsórcio em razão do número de litigantes (litisconsórcio multitudinário, na visão de Dinamarco) ocorre tão somente nos casos de litisconsórcio facultativo, consoante à redação do art. 46, parágrafo único, do CPC. 2: Correto (art. 191 do CPC). 3: Correto (art. 56 do CPC). Cuida-se de modalidade de intervenção espontânea de terceiros, em que o opoente ajuíza demanda contendo pretensão incompatível com aquela deduzida pelos opostos no processo principal. Como a oposição é exercida perante autor e réu da ação originária, a doutrina a denomina demanda bifronte, tendo em vista a formação de um litisconsórcio passivo necessário entre tais partes. Ademais, insta salientar que a oposição configura a inserção de uma nova lide em processo pendente, daí por que há um acréscimo tanto subjetivo (de parte) quanto objetivo (de pedido). 4: Errado. Somente o réu poderá realizar o chamamento ao processo, desde que dentro de seu prazo de resposta (art. 78, in fine, do CPC).

(Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) Julgue os itens que se seguem, a respeito dos sujeitos do processo, do litisconsórcio e da intervenção de terceiros. I.

II.

Gabarito “B” (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) Assinale a opção

correta quanto à intervenção de terceiros.

(A) Diante da execução de dívida solidária, é viável que o exe-

cutado se sirva do chamamento ao processo para trazer aos autos da execução o devedor solidário. (B) O chamamento ao processo é modalidade de intervenção de terceiro que existe para proteger o credor de dívida solidária, ao permitir que este busque, em um mesmo processo, seu crédito de mais de um devedor. (C) Por meio do chamamento ao processo, forma-se entre o chamador e o chamado um litisconsórcio passivo e unitário, já que se trata de dívida solidária. (D) Na hipótese de ser possível o chamamento ao processo, há, entre o chamado e a parte adversa, uma relação jurídica direta. (E) É viável o chamamento ao processo do fiador quando o devedor principal for réu em processo movido apenas contra ele pelo credor.

III.

IV.

V.

Em caso de a controvérsia envolver litígio coletivo em que se busque proteção possessória de imóvel rural, sob o fundamento de turbação levada a efeito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, para fins de assentamento rural, é indispensável a intervenção do MP. O juiz pode, no caso de dúvida a respeito da situação de beneficiário do requerente e de ausência de documentos necessários ao deslinde da ação, determinar a intimação da autarquia previdenciária (requerida) a juntar documentos e prestar informações relativas ao benefício, em vez de indeferir a petição inicial por ausência de documentação e extinguir o processo sem resolução do mérito, haja vista os poderes instrutórios que lhe são atribuídos pela lei processual, notadamente ante o dever do INSS de manter os dados relativos aos segurados do RGPS. Segundo entendimento jurisprudencial assente na justiça federal, há prazo em dobro para a defensoria pública no âmbito dos juizados especiais federais. Em ação de indenização por acidente de veículo em via terrestre, não cabe ao réu denunciar a lide à seguradora, devendo exercer seu direito de regresso em ação autônoma, pois não se admite intervenção de terceiros no procedimento sumário. Em ação de usucapião de imóvel urbano contra pessoa casada sob o regime da comunhão universal de bens, ambos os cônjuges devem ser necessariamente citados para a ação, uma vez que há a formação de litisconsórcio passivo necessário.

Estão certos apenas os itens (A) I, II e III. (B) I, II e V.

9. Direito Processual Civil

273

(C) I, IV e V. (D) II, III e IV. (E) III, IV e V.

(Analista – TRE/MT – 2010 – CESPE) Acerca da capacidade de ser parte e da intervenção de terceiros, assinale a opção correta.

I: correta (CPC, art. 82, III): II: correta, considerando os poderes instrutórios do juiz (CPC, art. 130) e, principalmente, uma postura protetiva em relação ao segurado; III: incorreta, por ser simples o prazo para a prática dos atos processuais (Lei 10.259/2001, art. 9º – aplicado analogicamente); IV: incorreta, sendo a única hipótese de denunciação no procedimento comum, rito sumário (CPC, art. 280); V: correta (CPC, art. 10).

só são admitidas se forem expressamente previstas na lei ou no contrato. (B) Apresentada a nomeação da autoria pelo réu, o juiz suspenderá o processo e mandará citar o nomeado para integrar o feito como autor. (C) O litisconsórcio multitudinário pode ser limitado pelo juiz. (D) Para causas que versem acerca de direitos reais imobiliários, os cônjuges são litisconsortes necessários se autores. (E) Assistência, nomeação a autoria e denunciação à lide são formas de intervenção espontânea de terceiros.

(1) A oposição consiste na intervenção de terceiro em processo

alheio, para excluir tanto o autor como o réu. A oposição é uma nova ação, conduzida em apartado e decidida simultaneamente com a ação principal, em razão da conexão com o pedido mediato. (2) Se o réu, no prazo para apresentar a resposta, apresentar incidente de nomeação à autoria, o juiz suspenderá o processo e determinará a citação do nomeado para integrar a lide, como autor. (3) O chamamento ao processo consiste na admissibilidade de o réu fazer com que codevedores solidários passem a integrar o polo passivo da demanda junto com ele, em litisconsórcio, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a responsabilidade de cada um.

1: a questão trouxe o conceito correto de oposição (arts. 56 e 57 do CPC); 2: art. 64 do CPC; 3: art. 77, III, do CPC. Gabarito 1C, 2E, 3C (Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) Acerca do procedimento especial da ação de consignação em pagamento, do litisconsórcio e da prova testemunhal, julgue o item seguinte. (1) Na demanda em que se pretende a declaração de invalidade

do ato administrativo que anulou um concurso público, é obrigatória a citação dos demais candidatos como litisconsortes necessários.

1: Errado. A assertiva traz em seu bojo hipótese que poderia ensejar litisconsórcio ativo facultativo, dada a afinidade existente entre os candidatos que, igualmente, pretendessem ver declarado nulo o ato que invalidou o certame (art. 46, I, do CPC). Porém, não há como se vislumbrar o litisconsórcio passivo necessário, seja por expressa determinação legal, seja por imposição da própria natureza da relação jurídica, visto que os candidatos que obtiveram alguma vantagem com a anulação do concurso poderiam intervir, no máximo, como assistentes simples do ente público responsável pelo ato administrativo – isso se demonstrassem algum interesse jurídico (art. 50, caput, do CPC) – a considerar que não foram responsáveis por sua edição. Sendo assim, os demais candidatos não podem ser tidos como partes, eis que não ostentam legitimidade passiva ad causam (art. 3º do CPC). Gabarito 1E (Analista – TRT/17ª – 2009 – CESPE) Julgue o item abaixo, acerca

da intervenção de terceiros.

(1) Apesar de ser obrigatória a denunciação à lide no caso do

evicto que tem o direito de reaver o preço da coisa e demais prejuízos dela decorrentes, não ocorrerá a perda do direito de regresso caso a ação em que controvertem o adquirente e terceira pessoa seja processada sob o rito sumário.

1: de fato, esse é o entendimento do STJ: Evicção. Denunciação da lide. Precedentes da Corte. 1. Já assentou a Corte, em diversos precedentes, que o “direito que o evicto tem de recobrar o preço, que pagou pela coisa evicta, independe, para ser exercitado, de ter ele denunciado a lide ao alienante, na ação em que terceiro reivindicara a coisa”. 2. Recurso especial não conhecido. (REsp 255.639/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/04/2001, DJ 11/06/2001 p. 204)

A: incorreto, visto que tanto a substituição processual quanto a substituição de partes processuais só serão admitidas se houver autorização legal (arts. 6º e 41 do CPC); B: incorreto, de vez que o juiz determinará a suspensão do processo e intimará o autor para que ele, consentindo com a nomeação, promova a citação do nomeado, que, por sua vez, deverá integrar a lide como réu, e não como autor (arts. 64 e 65 do CPC); C: correto (art. 46, parágrafo único, do CPC); D: incorreto, pois os cônjuges, nas demandas que versem sobre direitos reais imobiliários, serão citados na qualidade de litisconsortes passivos necessários. Logo, são réus nessa condição, não autores (art. 10, §1º, I, do CPC); E: incorreto, já que a nomeação à autoria e a denunciação da lide são modalidades de intervenção provocada de terceiros. (Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Acerca do litisconsórcio e da

assistência, julgue os itens subsequentes.

(1) No litisconsórcio necessário simples, sua formação é obri-

gatória, mas a decisão não será uniforme para todos os litisconsortes. (2) Na ação de despejo promovida pelo locador contra o locatário, o sublocatário poderá ingressar na lide ao lado do réu na qualidade de assistente litisconsorcial. 1: apenas no litisconsórcio necessário unitário a decisão será uniforme para todos os litisconsortes; 2: no caso de sublocatário será o caso de assistência simples e não litisconsorcial, eis que a sentença atingirá reflexamente o sublocatário e não diretamente, como é o caso da assistência litisconsorcial (art. 54 do CPC). Gabarito 1C, 2E

relativos à intervenção de terceiros.

Gabarito “C”

Gabarito “B” (Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) Duas empresas (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os itens subsequentes,

(A) A substituição processual e também a substituição de parte

(Analista – MPU – 2010 – CESPE) A mais moderna doutrina vê o direito processual civil como o complexo de normas e princípios que regem o exercício conjunto da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa do demandado. A. C. Cintra, A. Grinover,. & C. R. Dinamarco, Teoria geral do processo. 12.ª ed. São Paulo: Malheiros, 1996 (com adaptações). Com relação ao texto acima, acerca do direito processual civil, julgue os itens a seguir. (1) Em ação de oposição, cria-se litisconsórcio passivo neces-

sário entre os sujeitos da demanda originária, que passam a ser denominados opostos. (2) O chamamento ao processo constitui modalidade de intervenção de terceiros que se configura em demanda incidental de garantia, por meio da qual se forma pretensão em face de terceiro convocado a integrar o processo. (3) Em ação de anulação de casamento proposta pelo Ministério Público, a presença das partes constitui litisconsórcio facultativo. 1: Certo. A oposição é a ação do opoente contra os opostos, que correspondem às partes da demanda originária, reunidas em litisconsórcio passivo necessário. Cuida-se de ação em que um terceiro – o opoente – pugna pela coisa ou direito disputado na demanda principal pelos opostos (art. 57, caput, do CPC). Vale lembrar que os opostos serão citados na pessoa de seus advogados, com prazo comum de 15 dias para apresentar defesa. Trata-se de regra especial que excepciona a norma geral prevista nos arts. 191 e 215, caput,

Gabarito 1C

274 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

contrato de locação de imóvel, foi citado para responder ação de cobrança de aluguéis devidos ao locador e verificou que o primo não está no polo passivo da demanda. Nessa situação hipotética, para fazer que o locatário integre a lide, Marcelo poderá valer-se de

(A) denunciação da lide. (B) chamamento ao processo. (C) nomeação à autoria. (D) oposição.

Quando não há necessidade de se provar que o terceiro deve, utiliza-se o chamamento (Art. 77, I, do CPC). Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2008.3) De acordo com o Código de Processo

Civil (CPC), na hipótese de afinidade de questões por um ponto de fato ou de direito, duas ou mais pessoas podem litigar em conjunto no mesmo processo, tanto no polo ativo como no passivo. Nessa situação, verifica-se o fenômeno denominado

(A) litisconsórcio necessário. (B) assistência simples. (C) litisconsórcio unitário. (D) litisconsórcio facultativo.

Conforme o disposto no art. 46, IV, do CPC, corresponde ao litisconsórcio facultativo. Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.3) Suponha que Antônio, empregado de Carlos, tenha cumprido ordens deste para retirar madeira na fazenda de Celso, que, diante disso, tenha proposto a ação de reparação de danos materiais contra Antônio. Nessa situação, no prazo para a defesa, é lícito a Antônio (A) requerer a denunciação da lide contra Carlos. (B) deduzir pedido de chamamento ao processo contra Carlos. (C) requerer a nomeação à autoria contra Carlos. (B) requerer a citação de Carlos na qualidade de litisconsorte

passivo necessário.

Na hipótese em que o réu atua como um “dedo-duro” e quer sair do polo passivo, tem-se a nomeação à autoria (art. 63 do CPC). Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2008.3) José alienou a Antônio um veículo anteriormente adquirido de Francisco. Logo depois, Antônio foi citado em ação proposta por Petrônio, na qual este reivindicava a propriedade do veículo adquirido de José. Na situação hipotética apresentada, para a defesa de seus direitos, além de contestar, Antônio poderia (A) propor ação judicial contra José, pedindo que fosse decla-

em contrato de locação de um apartamento residencial, em caráter solidário e mediante renúncia ao benefício de ordem. Como André não pagou os últimos três meses de aluguel, o locador ajuizou ação de cobrança contra o locatário e Carla. Considerando a situação hipotética apresentada, é correto afirmar que Carla agirá corretamente se

(A) promover o chamamento ao processo de Renata, haja vista

que as duas são fiadoras.

(B) denunciar Renata à lide, visto que ela também está obrigada

pelo contrato.

(C) nomear Renata à autoria, pois se trata de fiança dada pelas

duas conjuntamente.

(D) requerer a suspensão do processo até que André conteste a

ação, a fim de obter elementos para apresentar a sua defesa.

Não havendo necessidade de se provar a responsabilidade da outra fiadora (em virtude da solidariedade), utiliza-se o chamamento (art. 77, II, do CPC).

5. Jurisdição e Competência (Analista STF – 2013 – CESPE) A respeito de competência em

direito processual civil, julgue os itens a seguir.

(1) Reconhecida a conexão entre os processos, o juiz poderá

determinar a remessa dos autos ao juízo prevento, mesmo após a prolação da sentença, a fim de evitar decisões contraditórias. (2) As partes podem derrogar a competência em razão do valor e do território, por meio de contrato escrito, que obrigará herdeiros e sucessores. (3) A despeito de ser absoluta, a competência da justiça federal pode ser prorrogada, por continência, para abranger ação civil pública em que ente federal não seja parte. 1: Errado. Não se pode proceder a conexão se um dos processos já foi sentenciado (súmula 235, STJ); 2: Correto conforme art. 111, CPC; 3: Súmula 183/STJ (CANCELADA): compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da justiça federal, processar e julgar Ação Civil Pública, ainda que a União figure no processo. Gabarito 1E, 2C, 3C

Gabarito 1C, 2E, 3E (OAB - CESPE – 2009.3) Marcelo, fiador de seu primo André em

(OAB - CESPE – 2008.2) Carla e Renata eram fiadoras de André

Gabarito “A”

do CPC; 2: Errado. O chamamento ao processo, como elucidado acima, implica apenas ampliação subjetiva da lide (há o acréscimo de mais partes ao polo passivo da demanda); não inaugura qualquer relação processual, daí por que não tem natureza de ação incidental, ao contrário da denunciação da lide, em que há o aforamento da ação de regresso pelo denunciante; 3: Errado. Cuida-se de hipótese de litisconsórcio passivo necessário unitário, porquanto a lei determina a indispensável citação de ambos os cônjuges para as ações pertinentes a fatos que lhes digam respeito, a exemplo da demanda de anulação do enlace matrimonial aforada pelo Ministério Público (Art. 10, §1º, II, do CPC).

(Cartório/ES – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta acerca da

competência em direito processual civil.

(A) Regem a competência dos tribunais as normas do Código

de Processo Civil e de organização judiciária.

(B) O reconhecimento da conexão não gera modificação de

competência se um dos processos já tiver sido julgado.

(C) Excluído do feito o ente federal, cuja presença levou o juiz

estadual a declinar da competência, deve o juiz federal suscitar o conflito, sendo incabível mera restituição dos autos. (D) A presença da União na ação de usucapião especial afasta a competência do foro da situação do imóvel, deslocando a causa para a justiça federal. (E) A decisão do juiz federal que exclui a União do processo não vincula a justiça estadual, a qual pode suscitar o conflito de competência em caso de discordância.

A hipótese narrada é de evicção. E Antônio deverá provar a responsabilidade de José, em ação de regresso, sendo, portanto, o caso de denunciação da lide (Art. 70, I, do CPC).

A: incorreta (CPC, art. 93: “Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização judiciária (...)”); B: correta (Súmula 235/STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”); C: incorreta (Súmula 224/STJ: “Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar o conflito”); D: incorreta. (Súmula 11/STJ: “A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do foro da situação do imóvel”); E: incorreta, conforme Súmula 224/STJ, reproduzida na alternativa “C”.

Gabarito “C”

Gabarito “B”

rada a nulidade da compra e venda do veículo reivindicado.

(B) propor ação judicial contra Petrônio, pedindo que fosse

declarada a inexistência da compra e venda do veículo reivindicado. (C) denunciar a lide contra José. (D) oferecer reconvenção contra Francisco.

9. Direito Processual Civil

(A) A competência em razão da matéria e da hierarquia é

derrogável por convenção das partes.

(B) Se o autor de uma herança for estrangeiro, a competência

da autoridade judiciária brasileira concorrerá com a da autoridade estrangeira para o inventário e a partilha de bens situados no Brasil. (C) Em caso de surgimento de controvérsia entre dois órgãos jurisdicionais acerca da reunião ou separação de processos, configurar-se-á conflito negativo de competência. (D) Compete exclusivamente ao juiz de direito processar e julgar o processo de insolvência e as ações concernentes ao estado e à capacidade das pessoas. (E) Nas ações conexas que tramitarem em separado perante juízes que tenham a mesma competência territorial, o foro será determinado em favor do território onde tiver ocorrido a primeira citação válida. A: incorreta (CPC, art. 111: “A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável”, ou seja, não pode ser alterada por vontade das partes); B: incorreta, pois nesse caso de inventário, a competência é exclusiva da autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra (CPC, art. 89, II); C: incorreta. Nesse caso (CPC, art. 115, III), uma hipótese é de conflito positivo (reunião de processos) e outra é de conflito negativo (separação de processos); D: correta (CPC, art. 92). Mas vale destacar que este dispositivo caiu em desuso; a ideia dele foi permitir somente ao juiz vitaliciado julgar essas causas; porém, a LOMAN (LC 35/79, art. 22, § 2º) permitiu que mesmo os juízes em estágio probatório julgassem todas as demandas. Assim, a alternativa é correta por reproduzir o CPC, mas não traduz nada do ponto de vista prático; E: incorreta. Tratando-se de conexão de causas com a mesma competência territorial, prevento será o juízo em que foi proferido o primeiro despacho (CPC, art. 106 – aplicando-se o art. 219 quando se tratar de comarcas distintas; ou seja, com competência territorial distinta). Gabarito “D” (Magistratura/PI – 2011 – CESPE) Acerca de competência, assinale

a opção correta.

(A) A competência para o julgamento da ação de interdição é

o foro do domicílio do interditando, de forma que, se este mudar de domicílio, o processo deverá ser deslocado. (B) A superveniente criação de vara federal no município onde tenha sido ajuizada e julgada a ação, na época da execução do julgado, não acarretará nova fixação de competência. (C) Se, ajuizada a ação de alimentos, o filho menor do autor mudar de domicílio, haverá, por força de lei, modificação da competência de foro. (D) Caso o réu cujo domicílio tenha servido de base para fixação da competência seja julgado parte ilegítima, impor-se-á o reconhecimento da incompetência do juízo. (E) Intervindo a União, como assistente, em ação indenizatória em curso na justiça estadual, em fase de liquidação, a competência se deslocará para o foro federal. A: incorreta, porque, em razão da regra da perpetuação da competência, prevista no art. 87 do CPC, “são irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente” à propositura da ação; B: incorreta, porque esta é uma das exceções à regra da “perpetuatio” (“... salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia” – art. 87); C: incorreta; D: incorreta; E: correta, uma vez que, “intervindo a União, como assistente, em ação indenizatória em curso na justiça estadual, em fase de liquidação, a competência se desloca para o foro federal, inaplicando-se o princípio da perpetuatio jurisdicionis” (STJ, REsp 586/PR, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 20/11/1990, DJ 18/02/1991, p. 1041).

(Magistratura/PI – 2008 – CESPE) A respeito da ação e da compe-

tência, segundo as disposições do Código de Processo Civil, assinale a opção correta. (A) Ocorre a continência quando duas ou mais ações têm as

mesmas partes, a mesma causa de pedir, mas o objeto de uma delas tem conteúdo mais amplo, abrangendo o das outras. Nesse sentido, é correto afirmar que toda vez que houver continência de causas elas serão conexas e que a consequência processual advinda da existência de conexão ou continência será a modificação da competência, ocasionando a reunião de processos para decisão conjunta. (B) A ação declaratória tem por fim a obtenção de uma sentença, que não faz coisa julgada material, que declare a existência ou a inexistência de uma determinada relação jurídica. Nessa ação, o juiz se limita a emitir uma declaração sem qualquer juízo de valor; por isso, depois de violado o direito, é cabível ação condenatória e não a propositura de sua pretensão por meio da ação declaratória. (C) Na cumulação de ações, a causa da pretensão é única, dirige-se à satisfação de um só interesse e, embora o autor formule vários pedidos diversos, apenas pretende a procedência de um dos pedidos que foram cumulados. Nessa cumulação de ações, existe identidade quanto às partes, bem como relativamente à causa de pedido; todavia, o pedido pode ser diverso e eventualmente alternativo. (D) O réu poderá opor a exceção de incompetência relativa perante o juízo de seu domicílio, que, se estiver convencido de sua competência, suscitará conflito positivo de competência, determinando a remessa dos autos ao tribunal competente para dirimir o conflito. Quando se tratar de conflito entre juízes estaduais e federais, o processo deverá ser remetido ao STJ. (E) Proposta a ação e firmada a competência de um juiz, ela perdura até o final da demanda, pois quaisquer modificações de fato e de direito ocorridas supervenientes são irrelevantes na estabilidade da perpetuação da jurisdição. Aplica-se essa regra a todos os processos, independentemente de o juiz ser competente ou do critério observado para a fixação da competência, ou, ainda, de alteração dos critérios da determinação da competência funcional ou territorial. A: correta (art. 105 do CPC); B: incorreta, pois mesmo na ação meramente declaratória o magistrado emitirá um juízo de valor acerca da existência ou não da relação jurídica que se pretende declarar, de modo que a sentença proferida faz, sim, coisa julgada material; C: incorreta (art. 292 do CPC); D: incorreta (art. 305, parágrafo único, do CPC). E de fato, em caso de conflito de competência entre justiça federal e estadual caberá ao STJ decidir o conflito; E: incorreta (arts. 102 e 111, ambos do CPC). Gabarito “A”

(Cartório/PI – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta acerca das

regras de competência.

275

(Ministério Público/AM – 2008 – CESPE) A respeito da competência,

assinale a opção correta.

(A) Ao MP, como órgão interveniente em razão da natureza da

lide ou da qualidade de parte, facultam-se todos os recursos e instrumentos processuais oferecidos às partes, o que inclui a legitimidade para arguir exceção de incompetência, ainda que relativa. (B) O juízo do domicílio do menor é competente para apreciar ação de guarda proposta por um dos pais contra o outro. No entanto, por ser relativa, essa competência pode ser prorrogada e não autoriza declinação da competência de ofício. (C) A competência para o inventário é definida em razão do lugar onde ocorreu a morte do autor da herança. Quando o autor da herança for servidor público, o juízo competente para processar seu inventário, por força de lei, é o do local onde ele presta serviços ou do lugar de sua última lotação. (D) A interposição de embargos de terceiros por uma empresa pública federal ou mesmo quando manifesta seu interesse em ingressar em ação que tramita perante a justiça estadual,

Gabarito “E”

276 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(Defensor Público/ES – 2012 – CESPE) Acerca dos princípios da

jurisdição, julgue o item abaixo.

(1) O principio da inafastabilidade diz respeito à vinculação

obrigatória das partes ao processo, que passam a integrar a relação processual em um estado de sujeição aos efeitos da decisão jurisdicional.

Incorreto. A assertiva aponta o conceito da inevitabilidade, enquanto princípio imbricado à jurisdição. Já a indeclinabilidade ou inafastabilidade, expressa no art. 5º, XXXV, da CF, tem a ver com a garantia de acesso à justiça, sendo assegurado a todos a proteção contra lesão ou ameaça a direito. Gabarito 1E

A: incorreta, pois o Ministério Público não goza de legitimidade para opor exceção de incompetência quando atua como fiscal da lei, eis que, no caso, não é parte do processo (art. 304 do CPC); B: incorreta, pois a ação de guarda não tem o menor como parte e, assim, sua competência reger-se-á pela regra geral (art. 94 do CPC); C: incorreta (art. 96 do CPC); D: correta, pois, de fato, o princípio da perpetuação da jurisdição comporta exceções, dentre as quais a hipótese tratada de intervenção de empresa pública federal em processo que tramita perante a justiça estadual, sendo fator que desloca a competência para a justiça federal, necessariamente (art. 87 do CPC); E: incorreta, porque não é o caso de suscitar conflito de competência, mas somente arguir a existência de continência para que o juiz ordene a reunião dos processos, conforme disposto no art. 105 do CPC.

Na hipótese em questão, verificou-se a litispendência parcial, porque na segunda ação foi repetido um dos pedidos que já havia sido formulado no primeiro processo. Gabarito “D”

na qualidade de litisconsorte, assistente ou opositor, acarreta o vício de incompetência absoluta superveniente na ação principal, determinando o deslocamento de ambos os feitos para a justiça federal. (E) Propostas ações em separado, ocorrendo a continência entre as ações, qualquer das partes poderá suscitar o conflito de competência, perante qualquer um desses juízos, em virtude da proibição da existência de mais de um órgão judiciário competente para julgar duas causas que devam receber a mesma solução jurídica.

(Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

a respeito da jurisdição.

(A) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, prepondera o

princípio inquisitivo.

(B) De acordo com o CPC, no âmbito da jurisdição voluntária, o

MP só deve ser intimado em caso de direitos indisponíveis.

Gabarito “D” (Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Acerca de jurisdição,

(C) O direito brasileiro admite o controle externo da atividade

(A) O princípio da indelegabilidade estabelece que a autoridade

(D) O poder instrutório nunca pode ser delegado a outro órgão

dos órgãos jurisdicionais, considerados emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. (B) A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, não pode ser declarada de ofício pelo juiz, o qual, somente quando provocado, pode declinar de competência para o juízo de domicílio do réu. (C) O direito brasileiro adota, quanto à causa de pedir, a chamada doutrina da substanciação. (D) O princípio da inércia, um dos princípios basilares da jurisdição, não admite exceção. (E) A competência é determinada no momento em que a ação é proposta; portanto, segundo o princípio da perpetuação da jurisdição (“perpetuatio jurisdictionis”), não há alteração da competência quando ocorrem modificações irrelevantes do estado de fato ou de direito efetuadas posteriormente à propositura da ação. A: incorreta, porque o enunciado trata do princípio a inevitabilidade, e não da indelegabilidade da jurisdição; B: incorreta (parágrafo único do art. 112 do CPC); C: correta, pois essa é a doutrina adotada; D: incorreta, porque há casos em que o juízo pode agir de ofício (inventário, por exemplo); E: incorreta, porque há casos em que fica afastada a perpetuação (art. 87 do CPC), embora a redação do enunciado não tenha sido muito feliz. Gabarito “C” (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Pedro ajuizou ação em face da empresa de telecomunicações TC, motivado por supostas cobranças de pulso indevidas e postulou, ao final: declaração de inexistência de débito; repetição do indébito, em dobro; danos morais no valor de R$ 5.000,00. Dois meses após a distribuição do feito e da citação da ré, Pedro ajuizou nova ação, contra a mesma empresa, postulando, com base na mesma causa de pedir, danos morais no valor de R$ 5.000,00. Com base nessa situação hipotética, o instituto que corretamente define o enquadramento jurídico-processual da segunda ação ajuizada é denominado (A) litigância de má-fé. (B) continência. (C) coisa julgada. (D) litispendência parcial. (E) incompetência em razão do valor da causa.

jurisdicional, a exemplo do indulto e da anistia. do Poder Judiciário.

(E) A mediação é exemplo de exercício de jurisdição por auto-

ridade não estatal.

A: correto (arts. 130 e 1.107 do CPC). O juiz, de acordo com seus poderes instrutórios, tem papel ativo – e não de mero espectador – quanto à realização, de ofício, das provas que reputar necessárias à instrução do feito. Essa atividade probatória do juiz se dá com plenitude nos procedimentos de jurisdição voluntária e nas causas que versem sobre direitos indisponíveis. Cuida-se de aplicação no processo civil dos ditames da verdade material e do princípio inquisitivo, visto que o juiz, atento ao escopo de pacificação social do processo, bem assim à necessidade de outorga de um provimento jurisdicional justo e atrelado à realidade dos fatos, tem o poder-dever de ordenar a produção das provas imprescindíveis ao esclarecimento da controvérsia fixada, sobretudo quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida; B: incorreto, pois o art. 1.105 do CPC não distingue os feitos em que o Parquet deve atuar; C: incorreto, visto que, conquanto a Carta da República tenha instituído mecanismos de controle externo do Poder Judiciário – mister este incumbido precipuamente ao Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B da CF) – o indulto e a anistia não são corolários de tal atividade; representam, a rigor, modalidades de indulgência outorgadas por Órgãos alheios ao Poder Judiciário, as quais implicam renúncia estatal ao direito de punir. Cuida-se, a rigor, de causas extintivas da punibilidade (art. 107, II, do CP), ambas concedidas a critério do Presidente da República (art. 84, XII, da CF) e do Congresso Nacional (art. 48, VIII, da CF), respectivamente; D: incorreto (arts. 201, primeira parte, do CPC e 102, I, m, da CF); E: incorreto. A conciliação é uma espécie de mediação voltada para o acordo. Difere, pois, da mediação tradicional, de vez que o conciliador não se cinge a conclamar as partes a buscar, elas mesmas, uma solução para o problema; avessamente, participa ativamente do processo de discussão e desate do impasse, aconselhando os envolvidos, formulando propostas e retificando as que forem feitas, tudo em prol da resolução do conflito. Nesse sentido, eis a doutrina de Carlos Eduardo de Vasconcelos: “Portanto, a conciliação é uma atividade mediadora focada no acordo, qual seja, tem por objetivo central a obtenção de um acordo, com a particularidade de que o conciliador exerce uma autoridade hierárquica, toma iniciativas, faz recomendações, advertências e apresenta sugestões, com vistas à conciliação” (VASCONCELOS, Carlos Eduardo. Gestão extrajudicial de conflitos e práticas restaurativas. São Paulo: Método, 2008, p. 39). Logo, cuida-se de forma de autocomposição – enquanto legítimo meio alternativo de pacificação dos conflitos de interesses – e não de jurisdição, como destacado no comando da questão. Gabarito “A”

competência, processo e ação, assinale a opção correta.

9. Direito Processual Civil

(A) No CPC, não se adota a regra da kompetenzkompetenz. (B) O STJ não admite a reunião, em razão da conexão por

prejudicialidade, de ação de conhecimento e ação de execução. (C) Não há conexão na instância recursal. (D) A existência de competências implícitas é indispensável para a garantia da completude do ordenamento jurídico. (E) Reconhecida a incompetência absoluta, remetem-se os autos ao juiz competente e reputam-se nulos todos os atos até então praticados. A: incorreto. O CPC adotou tal princípio, segundo o qual compete ao próprio juízo processante reconhecer ou rechaçar a sua competência para o julgamento da lide. A respeito, observe-se interessante fragmento colhido da decisão monocrática proferida pelo Min. Hermann Benjamin em sede de conflito de competência: “O conflito ocorre, por conseguinte, quando duas ou mais autoridades judiciárias negam, ou afirmam, expressamente, sua competência para apreciar a espécie. As origens desse preceito remontam ao princípio da Kompetenz-Kompetenz, de inspiração do Direito de Organização Judiciária germânico (Gerichtsverfassungsrecht), segundo o qual todo juiz é competente para afirmar sua competência, ou rejeitá-la; uma vez admitida, caberá ao juízo aplicar o direito à espécie (§ 17, item 2, da Gerichtsverfassungsgesetz). Importa registrar que esse preceito não é novidade no nosso ordenamento e já foi reconhecido por este Superior Tribunal (AgRg no MS 11.308/DF, rel. Min. Luiz Fux, 1ª Seção, j. 28.06.2006, DJ 14.08.2006 p. 251). Nessa linha, para que haja conflito, é necessário o pronunciamento controverso de dois ou mais juízos. No caso, verifica-se que não há propriamente um conflito a ser dirimido por este Tribunal, nos termos constantes do art. 105, inciso I, alínea d, da Carta da República, visto que nenhuma manifestação expressa sobre essa questão de qualquer dos Juízos – Comum, Trabalhista ou Federal ‑ consta nos autos. Houve, simplesmente, uma especulação da suscitante, no sentido de que haveria um risco de possíveis e futuras decisões contraditórias entre juízos daqueles ramos”. (CC 108.690/RS, rel. Min. Herman Benjamin, DJ 03. 02 2010) [grifos nossos]; B: incorreto. Nesse sentido: Processual civil. Conflito de competência. Processo judicial tributário. Exacional (execução fiscal) x antiexacional (ação declaratória de inexistência da relação jurídica tributária da qual deflui o débito executado). Conexão. Artigo 103, do CPC. Regra processual que evita a prolação de decisões inconciliáveis. 1. A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução (§ 1º, do artigo 585, do CPC). 2. A finalidade da regra é não impedir a execução calcada em título da dívida líquida e certa pelo simples fato da propositura da ação de cognição, cujo escopo temerário pode ser o de obstar o processo satisfativo desmoralizando a força executória do título executivo. 3. À luz do preceito e na sua exegese teleológica, colhe-se que a recíproca não é verdadeira, vale dizer: proposta a execução torna-se despiscienda e, portanto, falece interesse de agir à propositura de ação declaratória porquanto os embargos cumprem os desígnios de eventual ação autônoma. 4. Conciliando-se os preceitos, tem-se que, precedendo a ação anulatória à execução, aquela passa a exercer perante esta inegável influência prejudicial a recomendar o simultaneus processus, posto conexas pela prejudicialidade, forma expressiva de conexão a recomendar a reunião das ações, como expediente apto a evitar decisões inconciliáveis. 5. O juízo único é o que guarda a mais significativa competência funcional para verificar a verossimilhança do alegado na ação de conhecimento e permitir que se prossiga o processo satisfativo ou se suspenda o mesmo. 6. Refoge à razoabilidade permitir que a ação anulatória do débito caminhe isoladamente da execução calcada na obrigação que se quer nulificar, por isso que, exitosa a ação de conhecimento, o seu resultado pode frustrar-se diante de execução já ultimada (Recentes precedentes desta Corte sobre o tema: REsp 887.607/SC, rel. Min. Eliana Calmon, 2ª T., DJ 15.12.2006; REsp 722.303/RS, desta relatoria, 1ª T., DJ 31.08.2006; REsp 754586/RS, rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1ª T., DJ 03.04.2006). 7. In casu, a execução fiscal restou ajuizada enquanto pendente a ação declaratória da inexistência da relação jurídica tributária, o que reclama a remessa dos autos executivos ao juízo em que tramita o pleito ordinário, em razão da patente conexão. 8. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo da 7ª Vara

Federal de Campinas/SP. (CC 81.290/SP, rel. Min. Luiz Fux, 1ª Seção, j. 12.11.2008, DJe 15.12.2008); C: incorreto. À guisa de exemplo: Processual civil e administrativo. Serviço público. Telefonia. Recurso especial em agravo de instrumento interposto em face de decisão antecipatória dos efeitos da tutela. Conexão entre recursos especiais advindos da mesma decisão proferida pelo juízo da 1ª instância. Redes de interconexão. Valor de uso de rede móvel (VU-M). Ambiente de relativa liberdade de iniciativa embora submetido à regulação da ANATEL. Diminuição dos preços destas tarifas geram benefícios aos consumidores à competição no mercado relevante. [...] 1. Trata-se de recurso especial interposto pela Tim Celular S/A e outro contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região que, ao confirmar liminar deferida na primeira instância, entendeu-se pela fixação de um Valor de Uso de Rede Móvel (VU-M) diferente do originalmente pactuado entre as partes, neste caso com a intervenção da ANATEL por meio do processo de arbitragem 53500.028193/2005 em trâmite naquela autarquia, em razão da implementação de um sistema de interconexão fundado exclusivamente na cobertura de custos, que não possibilita excesso de vantagens econômicas para as operadoras que permitem o uso de suas redes por terceiros. 2. Os recursos especiais 1.334.843/ DF, 1.275.859/DF e 1.171.688/DF, todos submetidos a minha relatoria, são conexos porque resultantes do inconformismo em face da mesma decisão proferida pelo Juízo da 4ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal no âmbito da ação ordinária 2007.34.00.027093-3. Por essa razão, nos termos do art. 105 do Código de Processo Civil, devem as presentes demandas serem julgadas simultaneamente, a fim de evitar decisões contraditórias entre si. [...] (REsp 1334843/DF, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 27.11.2012, DJe 05.12.2012); D: correto. As competências implícitas se prestam a tornar efetivas as normas constitucionais que estabelecem competências expressas ou privativas. Segundo André Ramos Tavares: “A competência implícita é de caráter excepcional e deve ser amplamente justificada a partir de competência expressamente reconhecida pela Constituição, diante da realidade viva, de hipóteses concretas que exigem o reconhecimento de um plus em relação àquilo que foi reconhecidamente admitido pela Constituição, sob pena de desfalque ou irracionalidade do sistema expresso de competências” (TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 1182). Como exemplo de competência implícita, confira-se a respeito: Reclamação. Ação de improbidade contra desembargador de Tribunal Regional do Trabalho. Foro por prerrogativa de função. Usurpação de competência do STJ. Precedente do STF em caso análogo. Procedência da reclamação. 1. Por decisão de 13 de março de 2008, a Suprema Corte, com apenas um voto contrário, declarou que “compete ao Supremo Tribunal Federal julgar ação de improbidade contra seus membros” (QO na Pet. 3.211-0, rel. Min. Menezes Direito, DJ 27.06.2008). Considerou, para tanto, que a prerrogativa de foro, em casos tais, decorre diretamente do sistema de competências estabelecido na Constituição, que não se compatibiliza com a viabilidade de conferir a juiz de primeira instância competência para processar e julgar causa promovida contra ministro do Supremo Tribunal Federal cuja procedência pode acarretar a sanção de perda do cargo. Esse precedente afirma a tese da existência, na Constituição, de competências implícitas complementares, deixando claro que, inobstante a declaração de inconstitucionalidade do art. 84 e parágrafos do CPP, na redação dada pela Lei 10.628, de 2002 (ADI 2.860-0, Min. Sepúlveda Pertence, DJ 19.12.2006), a prerrogativa de foro, em ações de improbidade, tem base para ser sustentada, implicitamente, na própria Carta Constitucional. 2. À luz dessa orientação, impõe-se a revisão da jurisprudência do STJ sobre o tema. Com efeito, as mesmas razões que levaram o STF a negar a competência de juiz de grau inferior para a ação de improbidade contra seus membros, autorizam a concluir, desde logo, que também não há competência de primeiro grau para julgar ação semelhante, com possível aplicação da pena de perda do cargo, contra membros de outros tribunais superiores ou de tribunais de segundo grau, como no caso. 3. Agravo regimental provido para julgar procedente a reclamação. (AgRg na Rcl 2.115/AM, rel. Min. Teori Albino Zavascki, Corte Especial, j. 18.11.2009, DJe 16.12.2009) [grifos nossos]; E: incorreto. Reputam-se nulos somente os atos decisórios praticados pelo juízo absolutamente incompetente (art. 113, § 2º, do CPC). Gabarito “D”

(Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) No tocante à competência,

assinale a opção correta.

277

278 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) Há prorrogação da competência da justiça federal ainda que

de uma das causas conexas não participe ente federal.

(B) A conexão pode ensejar a reunião de processos, se assim

considerar adequado o juiz, a pedido da parte, ainda que um dos processos já tenha sido sentenciado, sendo necessário, nessa situação, que ainda esteja pendente o recurso de apelação. (C) Caso entenda a parte que os processos devem ser reunidos, ela deve provocar os juízos envolvidos, interpondo, se for o caso, os recursos cabíveis, havendo conflito de competência se, entre dois ou mais juízes, surgir controvérsia acerca da reunião ou separação dos processos. (D) O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo MP ou pelo juiz, devendo ser dirigido ao presidente do tribunal, devidamente instruído com os documentos necessários à prova do conflito. Nesse caso, além de apreciar o conflito, o tribunal poderá conhecer de ofício as questões de ordem pública, tais como ilegitimidade de partes e coisa julgada. (E) Se acolhida a alegação de conexão, a competência para o julgamento das demandas reunidas é do juiz que primeiro ordenou a citação, sendo irrelevante, conforme o CPC, a data em que tenha sido validamente citado o réu. A: incorreto. A prorrogação da competência por força de conexão só se dá nos casos de competência relativa, sendo inaplicável, pois, na hipótese de competência absoluta, tal qual aquela verificada segundo o critério ratione personae. A esse respeito: “Agravo regimental no conflito de competência. Justiça federal. Justiça comum. Ação anulatória de ato administrativo. Ausência de ente federal. Conexão. Modificação de competência. Incompetência absoluta. Impossibilidade. ‑ Somente os juízos determinados pelos critérios territorial ou objetivo em razão do valor da causa ‑ competência relativa ‑ estão sujeitos à modificação de competência por conexão. Art. 102 do CPC. ‑ A reunião dos processos por conexão, como forma excepcional de modificação de competência, só tem lugar quando as causas supostamente conexas estejam submetidas a juízos, em tese, competentes para o julgamento das duas demandas. ‑ Sendo a Justiça Federal absolutamente incompetente para julgar a ação anulatória de ato administrativo, não se permite a modificação de competência por conexão. Agravo regimental improvido. (AgRg no CC 117.259/SC, rel. Min. Cesar Asfor Rocha, 1ª Seção, j. 27.06.2012, DJe 06.08.2012); B: incorreto (Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado”); C: correto (arts. 115 e 118, II, do CPC); D: incorreto. Ao decidir o conflito, o tribunal se limitará a declarar qual o juízo competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos praticados pelo juízo incompetente. De qualquer sorte, é vedado à corte imiscuir-se na apreciação de questões alheias à competência dos órgãos envolvidos (art. 122, caput, do CPC); E: incorreto. Se as demandas correrem entre juízos localizados em comarcas distintas, a citação válida é que funcionará como critério para a identificação do órgão jurisdicional prevento (art. 219, caput, do CPC). Se situados na mesma comarca, todavia, incide o disposto no art. 106 do CPC para efeitos de determinação da prevenção. Gabarito “C” (Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Acerca da competência,

assinale a opção correta.

(A) A competência estabelecida na EC nº 45/2004 não alcança

os processos já sentenciados.

(B) Compete ao STJ decidir os conflitos de competência entre

juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. (C) Caso a União manifeste interesse em processo em curso perante a justiça comum, a esse juízo compete decidir sobre a existência de interesse jurídico.

(D) Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domi-

cílio do executado desloca a competência já fixada para seu novo domicílio. (E) A existência de vara privativa instituída por lei estadual altera a competência territorial resultante das leis de processo. A: correto. Nesse sentido: “Conflito negativo de competência. Execução de multa por infração à legislação do trabalho. Competência. Alteração introduzida pela Emenda Constitucional nº 45/2004. Causa não sentenciada antes da entrada em vigor da referida emenda. Competência da Justiça do Trabalho. 1. As ações de cobrança de multa por infração à legislação do trabalho, como é a prevista no art. 23, § 1º, I, da Lei 8.036/1990, passaram, após a vigência da EC 45/2004, a ser da competência da Justiça do Trabalho. 2. Todavia, a nova regra de competência somente se aplica às causas não sentenciadas na data da entrada em vigor da EC 45/2004, como é o caso. Precedentes. 3. Conflito conhecido, declarando-se a competência do Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Natal ‑ RN, o suscitante. (CC 89.411/RN, rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1ª Seção, j. 28.11.2007, DJ 17.12.2007, p. 119); B: incorreto. Cabe ao Tribunal Regional Federal o julgamento do conflito de competência entre juízes federais a ele vinculados (art. 108, I, e, da CF, e Súmula 428 do STJ: “Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária”); C: incorreto (Súmula 150 do STJ: “Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da união, suas autarquias ou empresas públicas.”); D e E: incorretos. A perpetuatio jurisdictionis – estabilização da competência – ocorre com o aforamento da demanda. Em função desse princípio, a competência é determinada no momento em que a ação é ajuizada, de forma que as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas após o ajuizamento da demanda não têm o condão de modificar a competência, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia (art. 87 do CPC). Gabarito “A”

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) De acordo com o CPC, havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. A respeito das causas de modificação de competência e das declarações de incompetência, assinale a opção correta.

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Com relação à fixação da competência, julgue os itens seguintes. (1) O valor da causa é um dos critérios utilizados para determi-

nar a competência, sendo que a lei processual determina que, estabelecida por tal critério, será a competência sempre relativa, podendo assim se modificar por escolha das partes, seja quando o valor da causa ficar aquém do limite legal, seja quando tal valor for estabelecido além do referido limite. (2) Instituída por lei estadual vara privativa para processar as causas em que a fazenda pública local integre um dos polos da lide, as ações nas quais tal ente figure deverão ser processadas apenas nas comarcas em que as referidas varas privativas estejam instaladas. (3) Se o comprador de um imóvel detecta que o bem imóvel adquirido possui defeitos que lhe diminuem o valor, poderá propor ação estimatória para exigir abatimento no preço pago, ação que poderá ser processada no juízo do domicílio do réu, pois não incide na hipótese a regra geral de competência absoluta para ações reais imobiliárias. 1: incorreto. A competência em razão do valor da causa é relativa apenas para fins de eleição do foro, isto é, da comarca onde a demanda deve ser aforada (art. 111, caput, do CPC). Todavia, quando destacada pela respectiva lei estadual de organização judiciária como parâmetro de fixação da competência, o valor da causa se transmuta em critério para apuração da competência de juízo, a qual, por essência, é sempre absoluta, não podendo ser derrogada por vontade das partes. Em síntese, as partes podem – em se tratando de competência relativa – eleger o foro (comarca), mas não o juízo em que irão litigar. Nesse sentido, a boa doutrina de Marcus Vinícius Rios Gonçalves: “A competência de juízo é sempre absoluta e não está sujeita a prorrogação ou derrogação, mesmo quando apurada pelo critério territorial ou do valor da causa. O CPC admite a eleição de foro, mas não de juízo”. (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol 1. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 87). À vista disso, a afirmação tecida no comando da questão está equivocada ao registrar que a competência

9. Direito Processual Civil

tente não é vinculado diretamente ao litígio. A atuação desse assistente é meramente complementar à atuação do assistido. Todavia, se o assistido for revel, o assistente será considerado gestor de negócios.

1: correta. V. art. 52, parágrafo único, do CPC. Gabarito 1C (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que concerne ao direito

processual civil, julgue o item:

(1) Na conexão de causas em que haja incompetência em razão

do território no tocante à causa conexa, o juiz, em vez de declarar-se incompetente, poderá determinar a reunião das ações propostas separadamente e julgá-las, prorrogando a competência.

1: correta. V. art. 102 do CPC. Gabarito 1C (Procurador do Estado/CE – 2008 – CESPE) A respeito da compe-

tência, assinale a opção correta.

(A) Quando se tratar de junção de causas conexas, em uma

mesma comarca, por causa da prevenção, considera-se prevento, não o juiz de onde tenha sido feita a citação, mas o que despachou em primeiro lugar, desde que ambos tenham a mesma competência territorial. (B) Apresentada reconvenção ou denunciação da lide, prorroga-se a competência do juiz da causa principal para que ele tome conhecimento daquelas ações, ainda que inicialmente o juiz da causa fosse absolutamente incompetente para conhecê-las, uma vez que o juiz da causa principal é também competente para a ação acessória e incidental. (C) Compete ao juízo federal do foro do domicílio do autor ou do local do fato processar e julgar ação que tenha por objeto benefício previdenciário devido em razão de doença adquirida no desempenho de atividade profissional ou de indenização por danos materiais e morais fundada em acidente de trabalho.

A: correta. A prevenção em relação a juízos da mesma comarca (mesma competência territorial) é para quem despachou primeiro – segundo a jurisprudência, primeiro despacho positivo, não sendo suficiente a determinação de emenda da inicial (CPC, art. 106); B: incorreta. A acessoriedade só se refere à competência relativa, não absoluta (CPC, arts. 109 e 113); C: incorreta. Com a EC 45/2004, ficou definido que dano moral decorrente de questão trabalhista (ou acidente do trabalho) é da competência da Justiça do Trabalho (CF, art. 114, VI); D: incorreta. Prorrogação é o fenômeno pelo qual o juiz incompetente de forma relativa passa a ser competente em virtude da não apresentação de exceção de incompetência relativa (CPC, art. 114). No caso, é possível que as partes estipulem foro de eleição (CPC, art. 111); E: incorreta. Há possibilidade de alteração, nesse caso (CPC, art. 475-P, p.u.). (Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) Acerca da competência,

julgue o item subsequente.

(1) No caso de uma pretensão dirigida à anulação de obrigação

firmada no exterior, mas cujo cumprimento esteja previsto para ocorrer no Brasil, há, conforme o CPC, competência concorrente da autoridade judiciária brasileira e da autoridade judiciária estrangeira, sendo somente a homologação de sentença estrangeira obstáculo ao processamento da causa pela autoridade local.

1: correta (CPC, arts. 88, II e 90). (Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) No curso do cumprimento de sentença homologatória de acordo entre as partes, o juiz determinou a expedição de carta precatória para penhora de veículo em outra comarca. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) A situação descrita configura hipótese em que foi excepcio-

nado o princípio da indelegabilidade da jurisdição.

(B) Na situação em questão, já que a ordem emitida pelo juiz

deverá ser cumprida em comarca diversa, existe exceção à territorialidade da jurisdição. (C) Em acordos realizados pelas partes, mesmo que homologados judicialmente, é possível a qualquer uma delas fugir à chamada inevitabilidade da jurisdição. (D) Na situação descrita, não há delegação da jurisdição, mas, sim, exceção ao princípio do juiz natural ante o estabelecimento de poder de comissão. (E) Uma vez que o juiz não pode atuar fora do território de sua jurisdição, não se configura qualquer hipótese de delegação na situação apresentada. A questão trata de vários aspectos da jurisdição. A: incorreta. O uso de cartas precatórias não significa quebra da indelegabilidade, mas cooperação entre juízos com competências territoriais distintas; B: incorreta. Ainda que a jurisdição seja uma, cada magistrado tem uma parcela do poder jurisdicional (competência). Mas, principalmente, a territorialidade se refere ao país como um todo (CPC, art. 1º); C: incorreta, o acordo homologado torna-se obrigatório e pode ser executado – logo, não há como ser afastado; D: incorreta. Não se trata de exceção ao princípio, pois o próprio CPC prevê a hipótese de precatória (CPC, art. 202 e ss.) – lembrando que o juiz natural é o juiz previsto em lei; E: correta. Na linha dos comentários anteriores (especialmente “A”), trata-se da conclusão correta quanto ao uso das cartas. Gabarito “E”

(1) Na assistência simples ou adesiva, o interesse do assis-

sobre bens imóveis serão propostas no foro do domicílio do réu ou, não sendo esse conhecido, no domicílio do autor. Por se tratar de competência relativa, admite-se a prorrogação por convenção das partes, mesmo que o litígio recaia sobre direito de propriedade e posse. (E) O juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição é competente para o cumprimento da sentença que condena o réu ao pagamento de quantia. Essa competência é fixada pelo critério funcional e, por isso, não pode ser modificada por acordo entre as partes ou por conveniência do credor.

Gabarito 1C

Gabarito 1E, 2E, 3C (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que concerne ao direito

processual civil, julgue o item:

(D) As ações fundadas em direito pessoal ou em direito real

Gabarito “A”

em função do valor da causa é sempre relativa. Muito cuidado, amigo candidato, com os advérbios de cunho generalizante! Por último, Destefenni, endossando os ensinamentos de Athos Gusmão Carneiro, faz interessante observação acerca do valor da causa, registrando que o juízo que pode conhecer das causas de maior valor – a exemplo dos juízos comuns – também é competente para conhecer das de menor montante, sendo que a recíproca não é verdadeira, o que, de fato, também macula a proposição ora em comento. Observe-se tal lição, aplicável mormente aos Juizados Especiais Cíveis: “Aqui se aplica o conhecido ditado de ‘que quem pode o mais, pode o menos’. Ou seja, quem pode conhecer de causas de valor ilimitado pode também conhecer de pequenas causas. Porém, quem tem competência para julgar pequenas causas não pode julgar causas que não sejam consideradas pela lei, em razão do valor, pequenas” (DESTEFENNI, Marcos. Curso de Processo Civil. Vol. 1. Tomo I. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 60). [grifos no original]; 2: incorreto. O Estado não goza de foro privilegiado, de modo que sua figuração num dos polos da lide não altera as regras gerais estabelecidas pelo CPC quanto à apuração da competência de foro. Assim sendo, nas demandas que versem sobre direitos reais imobiliários, o foro competente será o da situação da coisa (forum rei sitae). De igual sorte, nas ações fundadas em direito pessoal ou em direitos reais sobre bens móveis em que o Estado é autor, segue-se a regra geral do foro do domicílio do réu, a teor do que dispõe o art. 94, caput, do CPC. Todavia, se o Estado for réu, deverá ser demandado em seu próprio domicílio, qual seja o foro de sua capital (art. 99 do CPC), nos juízos privativos da fazenda pública, onde houver; 3: correto. A natureza da ação estimatória (quanti minoris) é de direito pessoal, daí por que se afasta a regra do art. 95 do CPC (foro da situação da coisa), incidindo, por conseguinte, a regra geral do art. 94, caput, do CPC (foro do domicílio do réu).

279

280 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira (Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) Empresa con-

juiz se encarregue do processo e julgamento das demandas interligadas (processo de conhecimento e processo executivo; processo principal e processo cautelar etc.). As regras de competência funcional determinam que, automaticamente e sem perquirições de qualquer natureza, o juiz prevento em um desses processos se repute tal também para os outros processos, que ao primeiro estejam ligados por um desses vínculos funcionais” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. Vol. I. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 629).

Considerando a situação hipotética relatada, assinale a opção correta quanto à competência para apreciar o pedido cautelar.

(Magistratura Federal/2ª Região – 2011 – CESPE) Assinale a opção

A: Súmulas n. 634 e 635 do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conceder medida cautelar para dar efeito suspensivo a recurso extraordinário que ainda não foi objeto de juízo de admissibilidade na origem e Cabe ao Presidente do Tribunal de origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda pendente do seu juízo de admissibilidade. Gabarito “A” (Procurador – Banco Central – 2009 – CESPE) O art. 253, inciso II, do CPC determina que haja distribuição por dependência quando for reiterado o pedido após a extinção do processo sem julgamento do mérito. Com base nessa regra, assinale a opção correta. (A) Trata-se de regra de fixação da competência em razão da

matéria, pois, se já examinado o caso por um juízo, este se manterá competente para examinar o mesmo quando repetido. (B) Cuida-se de regra de competência territorial, pois visa manter o exame do caso no juízo mais próximo dos fatos. (C) A norma em apreço não guarda qualquer relação com as normas de fixação da competência porque visa apenas o controle da boa-fé processual diante da possibilidade de múltipla distribuição. (D) Trata-se de regra de fixação de competência territorial que estabelece um privilégio de foro para o autor, o qual poderá, se assim o desejar, propor a ação em juízo diverso. (E) Tem-se exemplo de competência funcional em processos diferentes, que, na hipótese, visa, entre outras finalidades, proteger o princípio do juiz natural. O critério que justifica a distribuição por dependência é realmente o funcional. Segundo tal proposição, a descoberta do juízo competente não demanda maiores esforços mentais, bastando que se observe quem foi o órgão jurisdicional que primeiro atuou no feito, já que ele será automaticamente prevento para os demais processos interligados por algum nexo funcional com o inicial (reconvenção, ação declaratória incidental, cautelar, embargos à execução, aquele ligados por conexão ou continência etc), ainda quando o originário haja sido extinto sem resolução do mérito (art. 253, II, do CPC). Com efeito, a referida regra visa a evitar o direcionamento de processos, conduta esta que seria permitida acaso a parte autora, ao se deparar com um julgador avesso à tese invocada, pudesse desistir da ação e intentá-la novamente, no afã de lograr um magistrado simpático aos seus desígnios. Ao obstaculizar a burla, a norma garante a observância do princípio constitucional do juiz natural. Ratificando tal posicionamento, confira-se o magistério de Dinamarco: “A prevenção do juiz em relação ao processo pendente (distribuição) expande-se, em virtude das regras de competência funcional, a outros processos a serem instaurados depois e relativos ao mesmo contexto litigioso. Tal expansão é reflexo da coordenação funcional entre dois ou mais processos, que constitui razão suficiente para exigir que o mesmo

processamento do inventário será da justiça federal.

(B) O fato de o INSS ter interesse na matéria não é suficiente

para atrair a competência da justiça federal.

(C) É da justiça federal a competência para processar e julgar as

ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. (D) É da justiça federal a competência para processar e julgar execução de dívida ativa inscrita pela fazenda nacional para cobrança de custas processuais oriundas de reclamatória trabalhista. (E) A possibilidade de ação em curso no juízo federal repercutir no resultado de lide em que figure pessoa jurídica de direito privado, ainda que não incluída no rol constitucional, modifica a competência para o julgamento. A: incorreta, pois a discussão relacionada à sucessão (foco do inventário) não envolve a União; B: incorreta, porque a participação do INSS (autarquia federal) no feito, diante de interesse jurídico, atrai a competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I); C: incorreta, pois a competência é da Justiça do Trabalho (CF, art. 114, VII); D: correta, pois nesse caso a credora é a União (CF, art. 109, I); E: incorreta, pois essa prejudicialidade não altera a competência, diante da inexistência de interesse de ente federal (CF, art. 109, I). (Magistratura Federal/3ª Região – 2011 – CESPE) Assinale a opção

correspondente à situação que é de competência da justiça federal. (A) pedido de modificação do registro de brasileiro naturalizado (B) ação de alimentos proposta em favor de alimentando resi-

dente em outro país contra alimentante residente no Brasil, conforme a Convenção de Nova Iorque (C) qualquer causa que verse a respeito da violação de direitos humanos (D) pretensão reparatória decorrente da aplicação da Convenção de Montreal, que regula o transporte aéreo internacional (E) pedido de abertura de inventário realizado por indígena para tratar de bens deixados por antecessor falecido

A: incorreta, pois a hipótese não está no rol do art. 109 da CF; B: correta. Nesse caso, a sentença estrangeira terá de ser homologada no STJ para ser executada perante a JF (CF, art. 109, X); C: incorreta, pois só cabe se cogitar da federalização em casos de “grave violação de direitos humanos” (CF, art. 109, § 5º); D: incorreta, pois a hipótese não está no rol do art. 109 da CF (e é típica situação entre particular e empresa aérea); E: incorreta, pois a hipótese não está no rol do art. 109 da CF. Gabarito “B”

recurso extraordinário, caberá ao presidente do tribunal de origem a competência para decidir a medida cautelar. (B) Interposto o recurso extraordinário, a competência para decidir qualquer medida referente ao processo será do ministro relator desse recurso no STF. (C) A competência para apreciar a medida cautelar em processo sob exame do STF caberá sempre ao presidente do tribunal de origem, uma vez que aquela corte tem competência exclusiva para julgar a matéria constitucional. (D) As medidas cautelares incidentes serão requeridas ao juiz da causa, independentemente da interposição de recurso, cabendo apenas a comunicação do ajuizamento da cautelar ao tribunal competente.

correta no que se refere à competência da justiça federal.

(A) Se a União for credora do de cujus, a competência para o

Gabarito “D”

(A) Enquanto estiver pendente o juízo de admissibilidade do

Gabarito “E”

denada a ressarcir os cofres públicos por dano na execução de contrato assinado com município interpôs recurso extraordinário contra a decisão do tribunal de justiça que confirmou a decisão de primeiro grau. Pendente o juízo de admissibilidade e diante da prova cabal da dilapidação do patrimônio que garantiria a dívida, a procuradoria municipal resolveu requerer medida cautelar, objetivando a vedação da prática de determinados atos de disposição patrimonial pela empresa.

(Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) Assinale a opção

correta acerca da competência no processo civil.

(A) Caso um morador do município de Juiz de Fora não tenha

pago o IPTU referente a imóvel de sua propriedade, situado no município de Belo Horizonte, o foro da comarca de Belo Horizonte não será competente para processar a execução fiscal contra esse contribuinte. (B) O STF, segundo sua jurisprudência, entende ser da sua competência o julgamento de mandado de segurança contra alegado ato omissivo consubstanciado na não nomeação do impetrante para cargo público efetivo da Câmara dos Deputados, uma vez que o ato seria da mesa diretora da Câmara dos Deputados.

9. Direito Processual Civil

A: incorreta, porque a execução fiscal pode ser proposta no foro do domicílio do executado; porém, poderá a Fazenda optar pelo foro da situação dos bens, quando a dívida deles se originar (CPC, art. 578, parágrafo único); B: incorreta, competindo à Justiça Federal apreciar tal Mandado de Segurança (STF, MS 23977); C: incorreta, sendo possível o ajuizamento na Justiça Estadual, se no local não houver vara federal (CF, art. 109, § 3º); D: correta, pois nesse caso a discussão envolve o particular e a empresa de telefonia privada, sem que exista interesse da ANATEL (Súmula Vinculante 27: “Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente”); E: incorreta, pois, no caso, inexiste litispendência (CPC, art. 90).

(Analista – TST – 2008 – CESPE) A jurisdição é a atividade desen-

volvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes.

(1) A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária. (2) A jurisdição pode ser classificada em comum ou especial. (3) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é

exemplo claro de jurisdição comum.

(4) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil,

a justiça comum é dividida em federal e estadual.

1: a jurisdição é uma e não pode ser dividida em ordinária e extraordinária; 2: de fato, pode-se falar em jurisdição comum (civil e penal) e especial (trabalhista, militar e eleitoral); 3: a justiça trabalhista é exemplo de jurisdição especial; 4: a jurisdição comum possui âmbito de atuação nas esferas federal e estadual. (Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) A respeito das condições

da ação, das partes, da competência e dos atos processuais, julgue o item que se segue.

(1) Se for ajuizada ação de separação judicial perante vara do

trabalho, o juiz deverá conhecer da incompetência de ofício.

Correto. A Justiça do Trabalho é absolutamente incompetente ratione materiae para processar e julgar as ações de separação judicial, a contrario sensu do que dispõe o art. 114 da Carta Magna, razão por que o juízo do trabalho deve reconhecer sua incompetência de ofício e remeter os autos à Justiça Comum Estadual, juízo natural do feito (art. 113, caput e § 2º, do CPC). Gabarito 1C

ciária federal, a competência é exclusiva do juízo federal do domicílio do segurado. (D) O julgamento de ação movida por particular, usuário de serviço de telefonia, contra concessionária de serviço público federal, em que se discuta ser indevida a cobrança de pulsos além da franquia, será da competência da justiça estadual, carecendo de legitimidade para compor o polo passivo a Agência Nacional de Telecomunicações, por não figurar na relação jurídica de consumo. (E) A propositura de demanda perante tribunal estrangeiro a respeito de causa que poderia, por competência concorrente, ser conhecida pela jurisdição brasileira obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça do mesmo litígio ainda processado em outro país.

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

(C) Na ação movida por segurado contra a autarquia previden-

281

Gabarito “D” (Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os itens que se seguem, acerca da competência em matéria civil.

jurisdicional, julgue o próximo item.

(1) A competência para o inventário é definida em razão do

(1) Cuidando-se de ação de indenização por acidente de tra-

Gabarito 1E, 2E (Analista – STJ – 2008 – CESPE) No que concerne às regras de fixação da competência, julgue os itens subsequentes. (1) A competência é fixada no instante em que a ação é pro-

posta, não importando as alterações de fato ou de direito supervenientes, salvo supressão do órgão judiciário ou alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia. (2) Considere a seguinte situação hipotética. Ana, residente em Brasília, adquiriu imóvel na cidade de Belo Horizonte, que estava ocupado por Carla. Como Carla não desocupou o imóvel, após devidamente notificada, Ana ajuizou ação de imissão na posse no foro de Brasília. Devidamente citada, Carla ofereceu contestação, sem, no entanto, alegar a incompetência do juízo. Nessa situação, após instrução processual, e sendo proferida sentença de mérito, haverá prorrogação da competência, que consiste em tornar competente um juízo originariamente incompetente. 1: art. 87 do CPC; 2: a prorrogação da competência ocorre logo após o esgotamento do prazo para a exceção declinatória (art. 114 do CPC).

Correto. “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04”. Súmula Vinculante nº 22 do STF. (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) A respeito da jurisdição e competência, assinale a opção correta. (A) Nas hipóteses de competência concorrente ou cumulativa,

a existência de uma ação ajuizada sobre a mesma lide perante um tribunal estrangeiro induz litispendência e, portanto, obsta que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas. (B) À luz do princípio da perpetuatio jurisdictionis, permite-se excepcionalmente a modificação da competência jurisdicional quando ocorrerem modificações substanciais futuras do estado de fato ou de direito da causa de pedir. (C) A competência em razão da matéria pode ser derrogada se as partes instituírem o foro de eleição. (D) Jurisdição é a função do Estado de declarar e realizar, de forma prática, a vontade da lei diante de uma situação jurídica controvertida. A: art. 90 do CPC; B: art. 87 do CPC; C: art. 111 do CPC; D: correta a definição de jurisdição. Gabarito “D”

1: De fato, a competência territorial é relativa, porém a competência para o inventário, de acordo com o disposto no art. 96 do CPC, é o local do domicílio do autor da herança; 2: Arts. 105 e 106 do CPC.

balho fundada na culpa do empregador, compete à justiça do trabalho o julgamento da lide. A competência da justiça comum estadual remanesce apenas nos casos em que haja sentença de mérito exarada em data anterior à vigência da Emenda Constitucional n.º 45.

Gabarito 1C

lugar onde ocorrer a morte do autor da herança, trata-se de competência relativa. Por isso, quando o autor da herança for servidor público, será competente para processar o seu inventário o juízo do local onde ele tinha seu domicílio necessário, ou seja, o lugar em que exercia permanentemente suas funções, ou o juízo do lugar de sua última lotação. (2) Nas hipóteses de prorrogação da competência por continência, caso as ações já estejam em curso, ainda que a causa menor seja proposta depois da continente, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinará a reunião das ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente pelo juízo prevento.

(Analista – TRE/BA – 2010 – CESPE) Acerca da competência

(Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Julgue os seguintes itens,

relativos a direito processual civil.

(1) A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta

também denominada graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições são exercidas por juízes, cuja atividade é regulada pelo Código de Processo Civil, muito embora a

Gabarito 1C, 2E

282 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1C, 2E, 3C (Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) João, brasileiro, viúvo, empre-

sário e sem domicílio certo no Brasil, empregava sua vida em viagens pelo mundo para comercializar pedras preciosas, sendo proprietário de diversos bens, todos localizados em São Paulo. Durante uma dessas viagens ao exterior, João faleceu. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

(1) Caso João tenha uma única filha e herdeira, que resida na

cidade do Rio de Janeiro, então, por conveniência e dada a regra de competência relativa, o inventário de João poderá ser aberto na referida cidade. (2) O foro competente para o inventário de João será, preferencialmente, a cidade de São Paulo. 1 e 2: certos. Regra geral, o inventário e a partilha serão processados no foro do último domicílio do autor da herança (art. 96, caput, do CPC). Subsidiariamente, caso este não tenha domicílio certo, o inventário e a partilha correrão no foro onde se encontrem os bens deixados aos sucessores (art. 96, parágrafo único, I, do CPC), o que na hipótese trazida pela questão corresponde ao foro da comarca de São Paulo. Havendo bens em diferentes foros (comarcas) e não tendo o autor da herança domicílio certo, o feito deverá ser ajuizado naquele onde se deu o óbito (art. 96, parágrafo único, II, do CPC). De qualquer forma, insta salientar que se cuida de regra de competência territorial, e, por isso, relativa, a qual é derrogável pela vontade das partes (art. 111, caput, do CPC). Logo, o inventário pode ser instaurado na comarca do Rio de Janeiro.

competência e à capacidade de ser parte, julgue os itens que se seguem.

(1) A jurisdição, como função soberana do Estado, é regulada

pelo direito processual civil, que pertence ao grupo das disciplinas que constituem o denominado direito privado. (2) A capacidade de ser parte em um negócio jurídico não se confunde com a capacidade processual de estar em juízo. (3) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusividade, proceder a inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. (4) Os incapazes não têm capacidade de ser parte por faltar-lhes a capacidade de estar em juízo. 1: incorreta - o direito processual civil pertence ao grupo do direito público, pois suas normas disciplinam a relação entre as partes e o poder estatal no curso do processo; 2: incorreta - de fato, a capacidade de ser parte é diferente da capacidade processual, que está ligada à capacidade de direito (art. 7º do CPC); 3: incorreta - art. 89, II, do CPC; 4: incorreta - os incapazes têm capacidade de direito e, consequentemente, capacidade de estar em juízo. O que se faz necessário ao incapaz é um representante para integrar a sua capacidade processual. (OAB - CESPE – 2010.1) João ajuizou ação em que pretende a

anulação de título de crédito emitido em favor de sua ex-esposa. Ao despachar a inicial, o juiz descobriu que a ré já havia ajuizado, em outro juízo da mesma comarca, ação cautelar de arresto fundada no mesmo título. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

(A) Dadas as partes envolvidas na lide, a competência para

processá-la será da vara de família instalada na referida comarca. (B) Será considerado prevento o juízo em que tramita a ação cautelar caso nesta já tenha sido citado o réu em primeiro lugar. (C) A competência do juízo, no caso, será fixada em razão da matéria, de modo que caberá o julgamento a uma vara cível, a ser definida, entre as instaladas na comarca, pelo critério da prevenção. (D) Caso a cautelar já tenha sido despachada em primeiro lugar, o juiz que proferiu o despacho estará vinculado a seu julgamento e será, por isso, competente para o julgamento do processo principal. O caso envolve duas demandas conexas (já que, pelo que se infere do enunciado, está-se diante das mesmas partes e causa de pedir – art. 103 do CPC) e como se daria a competência. A: incorreta, na vara de família não se discute lide envolvendo título de crédito; B: incorreta, tratando-se de juízos da mesma competência territorial, prevento será o que despachou em primeiro lugar (art. 106 do CPC); a prevenção pela citação ocorre quando são duas causas tramitando em comarcas distintas (art. 219 do CPC); C: correta, opção indicada como correta pela OAB – contudo, (i) o problema não traz nenhum subsídio para que se leve em consideração a competência em “razão da matéria” e (ii) o enunciado aponta que já houve a distribuição, sendo que a resposta, ao afirmar em competência “a ser definida”, leva a crer estar-se diante de livre distribuição a uma das varas da comarca; D: alternativa indicada como incorreta tendo em vista que o princípio da identidade física do juiz é aplicável a partir da instrução e não da citação (art. 132 do CPC) – tema não debatido na questão. A questão, mal formulada, no meu entender deveria ter sido anulada. Mas não foi. Gabarito “C”

1 e 3: certos. A questão reproduz algumas características das denominadas jurisdição contenciosa e voluntária, respectivamente. Por jurisdição contenciosa entende-se a atividade estatal cujo escopo é solucionar uma lide – conflito de interesses identificado por uma pretensão resistida – instalada, necessariamente, dentro de um processo. Em suma: não há que se falar em jurisdição contenciosa sem discussão judicial, ou melhor, sem processo em curso (este em sua acepção jurídica). Logo, a jurisdição contenciosa pressupõe um litígio, o qual será solucionado por um órgão investido de tal função estatal, imparcial e preexistente ao conflito, que irá, a considerar a substitutividade inerente à jurisdição, impor a justa aplicação do direito ao caso concreto, independentemente da vontade das partes. Em contrapartida, na jurisdição voluntária, não há falar-se em lide, isto é, em conflito de interesses. De acordo com a doutrina de Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery: “Como nos procedimentos de jurisdição voluntária não há lide, mas simples controvérsia, não há partes, mas interessados, não há sucumbência, entre outras circunstâncias, não há falar-se em revelia, tampouco em ‘contestação’, já que inexiste lide. A inexistência de lide acarreta prolação de sentença que não faz coisa julgada material (CPC 1.111). Como neles não há lide, entre procedimentos de jurisdição voluntária não há litispendência” (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 1.252) [grifos nos original]; 2: errado. Via de regra, somente com o requerimento da parte ou do interessado é que o órgão jurisdicional poderá prestar a tutela jurisdicional. Cuida-se do princípio da inércia da jurisdição (art. 2º do CPC). Todavia, excepcionalmente, o juízo poderá determinar, de ofício, a instauração de processo, a exemplo do inventário (art. 989 do CPC), da exibição de testamento (art. 1.129 do CPC), da arrecadação de bens de ausente (art. 1.160 do CPC) e da arrecadação de bens de herança jacente (art. 1.142 do CPC).

(Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Com relação à jurisdição, à

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E

jurisdição voluntária se caracterize pela administração de interesses privados pelos órgãos jurisdicionais, ou seja, não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. (2) Uma das características da atividade jurisdicional é a sua inércia, razão pela qual, em nenhuma hipótese, o juiz deve determinar, de ofício, que se inicie o processo. (3) A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a vontade privada por uma atividade pública.

(OAB - CESPE – 2010.1) Considere que Laura, menor absolu-

tamente incapaz, representada por sua mãe, ajuíze ação de investigação de paternidade no foro de seu domicílio. Nessa situação hipotética, caso more em outro estado da Federação, o réu poderá

(A) apenas contestar a ação, visto que a competência para

o conhecimento da ação, nessa hipótese, é do foro do domicílio de Laura, haja vista ser absolutamente incapaz.

Gabarito 1C, 2C

9. Direito Processual Civil

283

(B) alegar a incompetência do juízo, mediante simples petição,

(B) Tratando-se de competência relativa, proposta a ação em

A: incorreta. Direito pessoal, a regra é a competência do foro do domicílio do réu (CPC, art. 94); B: incorreta. A competência territorial é relativa (CPC, art. 111); C: correta. Incompetência relativa deve ser apontada por meio de exceção (CPC, art. 112 c.c art. 94); D: incorreta. O prazo da exceção é o prazo da defesa, sob pena de preclusão (CPC, art. 114).

A questão envolve diversos aspectos da competência previstos na legislação. A: incorreta. Na ação fundada em direito real competente é o foro do local da coisa (art. 95 do CPC); B: correta. A existência de consumidor e cláusula de foro de eleição é que permite a atuação de ofício do juiz (art. 112 do CPC); C: incorreta. Tratando-se de acidente do trabalho contra o INSS, a competência é da Justiça Estadual (art. 109, I, parte final da CF, quando se fala em “exceto as de acidente do trabalho” e entendimento jurisprudencial) – vale destacar que se for acidente do trabalho em face do empregador, a competência é da Justiça do Trabalho (art. 114, VI, da CF e Súmula Vinculante 22); D: incorreta. Trata-se de competência territorial e, portanto, relativa (art. 100, I, do CPC).

foro e juízo, assinale a opção correta.

(A) Modifica-se a competência absoluta do foro pelo critério da

prevenção, na hipótese de imóvel situado em mais de um estado ou comarca. (B) A competência relativa do foro e juízo para a ação principal não impõe, necessariamente, a mesma competência para as ações acessórias e incidentes processuais. (C) A incompetência relativa pode ser arguida por qualquer das partes. (D) A violação de competência relativa pode ser declarada de ofício. A questão envolve diversos aspectos da competência. A: correta. Prevenção é a fixação da competência entre dois ou mais juízes igualmente competentes para decidir causas conexas (art. 107 do CPC); B: incorreta, acessoriedade significa dizer que a competência da ação acessória segue a da principal (art. 108 do CPC); C: incorreta, a incompetência relativa é arguida pelo réu (art. 112 e 304, CPC); D: incorreta, em regra, a incompetência relativa não pode ser declarada de ofício (art. 112 do CPC). Gabarito “A” (OAB - CESPE – 2008.3) No curso de um processo no qual se

discute o cumprimento de obrigação firmada entre brasileiro e estrangeiro domiciliado em seu país natal, e cuja execução teria de ocorrer em território nacional, o réu noticiou, nos autos, a existência de ação intentada no exterior com o mesmo objetivo. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Apurado que a citação tenha ocorrido primeiro na ação

intentada em outro país, o juiz deverá extinguir o processo, sem julgamento do mérito. (B) O fato de existir ação idêntica no exterior e o de uma das partes ser estrangeiro domiciliado em seu país natal implica a incompetência da autoridade brasileira para julgar a causa. (C) A existência de ação idêntica em trâmite perante órgão judiciário estrangeiro não interfere no processamento do feito, no Brasil, podendo a autoridade judiciária local, inclusive, julgar causas que a ele sejam conexas. (D) A existência de duas ações idênticas tramitando em países distintos impõe o deslocamento da competência relativa ao julgamento da ação que tramita no Brasil para o STJ, que decidirá acerca de sua admissibilidade. A questão envolve competência concorrente e exclusiva entre um juiz brasileiro e estrangeiro. Na competência concorrente (art. 88 do CPC), tanto o juiz brasileiro como estrangeiro podem conhecer da matéria. E não há litispendência (art. 90 do CPC). Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2008.3) A respeito da competência, assinale a

opção correta.

(A) No caso da ação de adjudicação compulsória de bem

imóvel, é competente o foro do domicílio de qualquer das partes.

(OAB - CESPE – 2008.1) Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo. (A) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a

coisa julgada; por conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material. (B) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela jurisdicional por juiz independente e imparcial. (C) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido são considerados elementos da ação. (D) A convenção de arbitragem não é pressuposto processual negativo. A: incorreta, a sentença sem resolução do mérito (art. 267 do CPC) e a sentença proferida na jurisdição voluntária (art. 1.111 do CPC) não são cobertas pela coisa julgada – mas há jurisdição; B: correta, o princípio do juiz natural (juiz previsto em lei antes da ocorrência da lide) busca, exatamente, assegurar a imparcialidade do magistrado (art. 5º, XXXVII, da CF); C: incorreta, são elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido (art. 301, § 2º, do CPC); D: incorreta, a existência de cláusula compromissória acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito - ou seja, sua presença é que impede o processo (art. 267, VII, do CPC). Gabarito “B”

Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2008.3) Acerca de competência de jurisdição,

foro diverso do competente, não pode o juiz reconhecer a sua incompetência de ofício, ainda que haja incapazes envolvidos. (C) A intervenção de autarquia federal na condição de assistente em ação de acidente do trabalho desloca a competência para a justiça federal. (D) O foro da residência da mulher para a ação de separação e de anulação de casamento, por ser especial, tipifica hipótese de competência absoluta.

Gabarito “B”

a qualquer tempo, independentemente de exceção, haja vista tratar-se de incompetência absoluta. (C) apresentar exceção de incompetência de juízo, no prazo da resposta, uma vez que a competência para o conhecimento da ação, nesse caso, é do foro do domicílio do réu. (D) apresentar exceção de incompetência de juízo, a qualquer tempo, desde que o faça antes da sentença, visto que a competência, na referida hipótese, é do foro do domicílio do réu.

6. Pressupostos Processuais e Condições da Ação (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Considerando a forma, os prazos, a comunicação e a nulidade dos atos processuais, assinale a opção correta. (A) Pronunciada a nulidade do ato processual pelo juiz, todos

os demais atos realizados a partir do declarado nulo serão repetidos ou retificados. (B) A parte que requerer a desistência da ação, mediante petição nos autos, não poderá retratar-se posteriormente, ainda que antes da sentença homologatória. (C) As partes podem decidir prorrogar, por convenção, o prazo para manifestação sobre laudo pericial, desde que haja motivo legitimo para a prorrogação e o pedido seja feito dentro do prazo originalmente concedido. (D) As intimações as partes, no DF e nas capitais dos estados e territórios, consideram-se feitas pela simples publicação dos atos no órgão oficial. (E) Nos casos de pluralidade de litisconsortes com procuradores distintos, o prazo para recurso conta em dobro, mesmo que apenas um haja sucumbido.

284 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) Qualquer das partes pode recorrer a fim de pleitear a anu-

lação da sentença ilíquida, proferida a despeito de ter sido formulado pedido líquido e certo. (B) Considera-se intempestivo o recurso se o advogado devolve os autos fora do prazo para interposição de recursos. (C) A carta precatória não poderá ser apresentada a juízo diferente do que dela consta, a fim de praticar o ato. (D) O juiz deprecado recusará cumprimento à carta precatória, entre outras situações previstas em lei, quando considerar ilegal ou inconstitucional o ato deprecado. (E) Na citação por correio, são diferentes as exigências formais para a validade da citação de pessoa física e de pessoa jurídica. A: incorreta (Súmula 318/STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em argüir o vício da sentença ilíquida.); B: incorreta, pois se o recurso foi interposto no prazo e os autos devolvidos posteriormente, a conseqüência processual é penalizar o advogado (CPC, art. 196, parágrafo único); C: incorreta, por expressa previsão legal (CPC, art. 204); D: incorreta, pois as hipóteses de recusa ao cumprimento da precatória (CPC, art. 209), são as seguintes: “I quando não estiver revestida dos requisitos legais; II - quando carecer de competência em razão da matéria ou da hierarquia; III - quando tiver dúvida acerca de sua autenticidade”; E: correta, pois o entendimento jurisprudencial é que (i) a pessoa jurídica pode ser citada na pessoa do porteiro; (ii) não é válida a citação de pessoa física realizada na pessoa do porteiro. Gabarito “E” (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Acerca da ação declara-

tória, assinale a opção correta.

(A) A ação declaratória é apropriada para se obter declaração

de falsidade ideológica.

(B) O direito subjetivo declarado pela sentença meramente

declaratória constitui título executivo judicial. (C) Cabe o ajuizamento de ação declaratória para o reconhecimento de relações futuras meramente prováveis. (D) A ação declaratória pode ser extinta pela prescrição. (E) Admite-se o ajuizamento da ação declaratória mesmo quando já é possível ao autor ajuizar ação condenatória ou constitutiva.

(1) Para propor ação é necessário ter interesse e legitimidade.

Para contestar, basta ter legitimidade.

(2) Os pressupostos processuais, diferentemente do que ocorre

com as condições da ação, não podem ser aferidos de ofício pelo magistrado, haja vista que o sistema processual brasileiro assenta-se no princípio dispositivo que confere apenas às partes litigantes o poder de provocar o juiz para o exame de tais pressupostos.

1: incorreto, porque o art. 3º do CPC estabelece que “para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade”; 2: incorreto, pois os pressupostos processuais constituem matéria de ordem pública, como o são as condições da ação, motivo pelo qual podem ser aferidos de ofício pelo juiz. (Analista – MPU – 2010 – CESPE) A mais moderna doutrina vê o direito processual civil como o complexo de normas e princípios que regem o exercício conjunto da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa do demandado. A. C. Cintra, A. Grinover,. & C. R. Dinamarco, Teoria geral do processo. 12.ª ed. São Paulo: Malheiros, 1996 (com adaptações). Com relação ao texto acima, acerca do direito processual civil, julgue o item a seguir. (1) Em ação de cobrança, o legitimado ativo corresponde

àquele que o autor da ação aponta como devedor.

Errado. A legitimidade ativa para a ação de cobrança é atribuída a quem se afirma credor da obrigação, ou seja, àquele que assevera possuir o direito material invocado na petição inicial. É a quem assiste o direito subjetivo – a faculdade – de provocar a Jurisdição, pretendendo o adimplemento da dívida. Sendo assim, o credor é o autor da demanda de cobrança e o devedor é o réu, visto que ostenta legitimidade passiva para a causa. Gabarito 1E

Gabarito “C” (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Assinale a opção carreta com relação a forma, prazos, comunicação e nulidade dos atos processuais.

(Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que concerne ao direito

processual civil, julgue os itens:

Gabarito 1E, 2E

A: incorreta, pois os atos que não dependentes, não são considerados nulos (CPC, art. 248); B: incorreta. O art. 158, parágrafo único, destaca que apenas após a homologação a desistência surte efeitos. Sendo assim, até aquele momento é possível que a parte mude de ideia; C: correta, pois não se trata de prazo peremptório (CPC, art. 158); D: incorreta para a banca. O art. 236 tem a seguinte redação: “No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial”. A banca provavelmente considerou a alternativa errada pois o artigo não faz a restrição “as partes” que consta do enunciado. de qualquer forma, alternativa poderia ter anulado a questão; E: incorreta. Segundo entendimento jurisprudencial, nessa situação de apenas uma parte ter sucumbido, não mais persiste o prazo em dobro do art. 191 do CPC.

7. Formação, Suspensão e Extinção do Processo. Nulidades (Analista TJ/CE – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta acerca do processo e do procedimento. (A) As obrigações periódicas exigem pedido expresso na

petição inicial.

(B) As ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas

obedecem ao procedimento sumário.

(C)  A atividade jurisdicional de execução sempre depende da

fase cognitiva para exaurir a prestação jurisdicional.

(D) O processo independe da existência do direito substancial

da parte que o invoca, de modo que a função jurisdicional atua sem se subordinar à procedência ou não das razões de mérito arguidas pela parte requerente. (E) Nas ações de revogação de doação, as partes podem convencionar a substituição do procedimento sumário pelo ordinário.

A: incorreta, porque é tradicional o entendimento de que a falsidade ideológica demanda uma ação de natureza constitutivo-negativa, a fim de que seja rescindido no negócio estampado no documento ideologicamente falso, daí porque não é correto afirmar que o meio processual adequado seria uma ação declaratória; B: incorreta, porque se a sentença for meramente declaratória, em geral, não há o que executar, não se falando, por isso, em título executivo. Registre-se, no entanto, que há entendimento no sentido de que, caso se trate de sentença declaratória do direito a um crédito, seria possível reconhecer a eficácia executiva da sentença declaratória; C: incorreta, porque nesse caso falta interesse de agir para a declaração; D: incorreta, porque as pretensões declaratórias são imprescritíveis; E: correta (art. 4º, parágrafo único, do CPC).

A: incorreta conforme artigo 290 do CPC; B: incorreta. Estas ações são vedadas no procedimento sumário conforme artigo 275, § único, CPC; C: incorreta. Existem as execuções fundadas em título executivo extrajudicial em que, dada sua eficácia abstrata, prescinde de atividade cognitiva; D: correta. Apesar de o processo exercer uma relação de instrumentalidade com o direito material sua existência não depende da dele. Tanto que o ordenamento Brasileiro de há muito não adota as teorias imanentista e concreta do direito de ação que pressupõe, cada uma ao seu modo, da existência do direito material; E: incorreta. A ação de revogação segue o rito sumário (art. 275, II, g, CPC) e não é possível as partes convencionarem em decorrência do princípio da indeclinabilidade do procedimento.

Gabarito “E”

Gabarito “D”

9. Direito Processual Civil

(A) Trata-se de decisão interlocutória, portanto o recurso cabível

será o agravo de instrumento.

(B) Como não se trata de inexatidões materiais ou erros de

cálculo, não é dado ao juiz retratar-se da decisão ao despachar o recurso, pois não pode mais inovar no processo. (C) Considerando a possibilidade de ser provido o recurso interposto, o tribunal deverá mandar citar o réu para apresentar resposta. (D) É possível o entendimento de que o tribunal poderá não só deferir a inicial como também conceder a antecipação dos efeitos da tutela. (E) Ante o fenômeno da preclusão, a causa que levou ao indeferimento da inicial não pode ser novamente arguida pelo réu em defesa. A: incorreta, pois a decisão que coloca fim ao processo, como é o caso de decisão que indefere a petição inicial, é uma sentença e o recurso cabível é o de apelação; B: incorreta (art. 463, I, do CPC); C: incorreta, pois não há necessidade de citação, por ora, do réu, eis que, caso o recurso fosse provido o tribunal devolveria os autos ao juiz para dar regular andamento ao processo; D: correta, pois, de fato, é cabível sim a concessão, se o caso, da antecipação dos efeitos da tutela diretamente pelo tribunal. A antecipação de tutela pode ser requerida e deferida estando o processo em grau de recurso, sendo então o pedido (mais frequentemente pela incidência do art. 273, II, CPC) formulado ao relator; E: incorreta, pois a sentença que indefere petição inicial por ilegitimidade de parte faz coisa julgada, e não preclusão. Gabarito “D” (Magistratura/ES – 2011 – CESPE) A respeito da extinção e da

suspensão da execução, assinale a opção correta.

(A) A suspensão do módulo executivo para cumprimento da

obrigação pelo credor limita-se a seis meses.

(B) Ainda que suspenso o módulo executivo, é possível que o

juiz determine a citação do executado.

(C) A ausência de bens penhoráveis é causa de extinção do

módulo executivo.

(D) Durante a suspensão do módulo executivo, somente medi-

das cautelares podem ser determinadas.

(E) Oferecidos embargos para alegar excesso de execução, o

módulo executivo ficará parcialmente suspenso.

A: incorreta, primeiro porque não faz sentido a suspensão para o “cumprimento da obrigação pelo credor” (!). Além disso, o prazo para suspensão para o cumprimento da obrigação pelo devedor não é fixado pela lei (art. 792 do CPC), podendo, por isso, exceder os 6 meses apontados na alternativa; B: incorreta, porque durante a suspensão, só se admite a prática de providências cautelares consideradas urgentes (art. 793 do CPC). Ademais, as hipóteses de suspensão previstas em lei pressupõem a citação do devedor; C: incorreta, porque, nos termos do art. 791, III, do CPC, esse é um dos motivos para a suspensão da execução; D: incorreta, porque só as medidas cautelares urgentes é que podem ser determinadas; E: incorreta, porque os embargos não têm efeito suspensivo automático, logo, se tal efeito não for concedido, a execução prosseguirá normalmente. Anulada (Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) No que se refere à formação, à suspensão e à extinção do processo, assinale a opção correta. (A) Em atendimento ao princípio do contraditório, é vedado ao

juiz conceder, antes da citação válida do réu, provimento em favor do autor.

(B) O juiz pode, a qualquer tempo e em qualquer grau de

jurisdição, conhecer e declarar de ofício a litispendência e a coisa julgada, motivos para a extinção do processo sem resolução do mérito. (C) Se, no curso do processo, o autor da ação falecer, o juiz deve declarar a extinção do processo sem resolução de mérito assim que a certidão de óbito for juntada aos autos do processo. (D) Se o tipo de procedimento indicado na petição inicial não se encontrar adequado à natureza da lide, o juiz deverá indeferir a petição inicial e extinguir o processo sem resolução de mérito. (E) Após a resposta do réu, constatado que o autor não promoveu os atos e diligências que lhe competiam, tendo abandonado a causa por mais de trinta dias, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução de mérito, condenando o autor tão somente ao pagamento das custas processuais. A: incorreto. Apenas para ilustrar alguns dos casos em que o órgão jurisdicional poderá conceder liminarmente a providência requestada pelo autor, confiram-se os arts. 273, 461, § 3º, e 804, todos do CPC. Note-se que, em tais hipóteses, não há falar-se em ofensa ao contraditório, mas sim de sua efêmera postergação; B: correto (arts. 267, V e § 3º, e 301, V, VI e § 4º, ambos do CPC); C: incorreto (art. 265, I e § 1º, do CPC); D: incorreto (art. 295, V, do CPC); E: incorreto. Em tal circunstância, o juízo não deverá extinguir o processo antes de intimar pessoalmente a parte autora para que promova, no prazo de 48 horas, os atos e diligências que lhe competem (art. 267, III e § 1º, do CPC). (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Ajuizada ação com o objetivo de reconhecimento de paternidade atribuída a Antônio, falecido pai dos réus, verificou-se que o autor também falecera em momento posterior ao término da instrução do processo. Com relação a essa situação, julgue o item abaixo. (1) Comprovado o óbito do autor, o processo não deve ser

extinto sem julgamento do mérito, porque, apesar de se tratar de questão de estado, o falecimento ocorreu depois do fim da instrução.

1: incorreto. O processo, de fato, não deve ser imediatamente extinto sem resolução do mérito, visto que a morte do autor não é, de per si, motivo bastante para dar causa a um desfecho prematuro do feito. Todavia, o fundamento de tal conclusão não guarda qualquer relação com o início ou o fim da audiência de instrução e julgamento. Conquanto a filiação tenha caráter pessoal, a própria norma civil confere legitimidade ad processum aos herdeiros do investigante para que, uma vez iniciada, deem prosseguimento à demanda investigatória, em caso de morte daquele. Advirta-se, ainda, que, excepcionalmente, a ação de investigação de paternidade poderá ser ajuizada pelo representante legal do investigante, se este morrer menor ou incapaz (art. 1.606 do CC). Gabarito 1E

em face de Raimundo, visando à sua condenação em danos morais e materiais, decorrentes de acidente de trânsito provocado por pessoa que conduzia o veículo do réu; pediu, ainda, antecipação dos efeitos da tutela para que o réu passasse a pagar, de imediato, as despesas médicas do autor. O juiz, sem citar o réu, indeferiu a inicial sob o fundamento de que restava caracterizada a ilegitimidade passiva ad causam. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

Gabarito “B”

(Magistratura/AL – 2008 – CESPE) Paulo ajuizou ação ordinária

285

(Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) Com relação à formação,

suspensão e extinção do processo, assinale a opção correta.

(A) Estabilizada a relação processual, não pode o autor modi-

ficar unilateralmente os elementos objetivos da demanda; entretanto, com a aquiescência do réu, é possível modificar o pedido e a causa de pedir, mesmo depois da fase de saneamento do processo. (B) Caso seja reconhecida a perempção, o autor fica privado de propor ação contra o réu com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir da ação perempta; entretanto, o direito material pode ser suscitado em defesa, pois a perempção atinge o direito de ação e, não, o direito material, que poderia ser alegado por meio da ação. (C) As partes podem convencionar a suspensão do processo pelo prazo máximo de seis meses, mas esta ficará condicionada à aquiescência do juiz, que poderá deferir ou não o acordo, visto que o impulso do procedimento é oficial, isto é, o andamento do processo não fica na dependência da vontade ou colaboração das partes.

286 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: incorreta. Após o saneamento, não é possível, mesmo que haja concordância do réu (CPC, art. 264, parágrafo único); B: correta. CPC, art. 268, parágrafo único e entendimento doutrinário; C: incorreta. A suspensão independe da concordância do magistrado, pois a lei assim não determina (CPC, art. 265, II); D: incorreta. A extinção por abandono somente pode ocorrer se houver intimação pessoal da parte (CPC, art. 267, III e § 1º); E: incorreta. A desistência da ação, que depende da concordância do réu, acarreta extinção sem resolução de mérito – e, portanto, possibilita novo ajuizamento; a renúncia ao direito é hipótese de sentença de mérito e, assim, fica impedida a repropositura, por força da coisa julgada (CPC, arts. 267, VIII e 269, V). Gabarito “B” (Procurador do Município/Aracaju – 2008 – CESPE) Quanto a formação, suspensão e extinção do processo, julgue os itens a seguir. (1) No caso de suspensão do processo, nenhum prejuízo

sofrem os atos processuais já praticados, e os prazos iniciados antes da suspensão têm a fluência restabelecida apenas pelo restante necessário a completar o prazo legal. (2) O juiz pode, de ofício, sustar o curso de ação de indenização por danos materiais e morais por ato ilícito e determinar o apensamento de ação ao processo criminal para julgamento simultâneo, em razão da conexão por prejudicialidade, caso a defesa do réu seja fundamentada na alegação de legítima defesa. Nessa hipótese, ocorrerá a suspensão da ação cível. 1: certo, pois, de fato, em caso de suspensão, diferentemente da interrupção, os prazos voltam a correr pelo tempo que faltava no momento em que se iniciou a suspensão. 2: errado, porque não há falar em apensamento da ação de indenização e da ação criminal, eis que se trata de competência material, ou seja, absoluta. No mais, existe, no caso, uma questão prejudicial e poderia o juiz, de acordo com o disposto no artigo 110 do CPC, determinar o sobrestamento do andamento do processo até pronunciamento da justiça criminal. Gabarito 1C, 2E (Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) Assinale a opção

correta acerca do processo de conhecimento.

(A) A exceção de impedimento ou de suspeição pode ser exer-

cida em qualquer tempo ou grau de jurisdição, respeitado o prazo preclusivo de quinze dias, contado do fato que ocasionou o impedimento ou a suspeição. (B) Por meio da transação, as partes decidem extinguir o litígio deduzido em juízo, dispensando-se, assim, o pronunciamento do juiz sobre o mérito da lide, negócio que só produz efeitos depois de homologado por sentença, que extinguirá o processo sem resolução do mérito. (C) A relação processual não terá existência válida quando ausente a capacidade processual das partes, ou quando esta não for devidamente integrada; constatado o defeito da capacidade, o juiz deverá ensejar sua regularização, marcando prazo razoável, com a suspensão do processo. (D) Admite-se a reconvenção apenas no caso de haver conexão entre ela e a ação principal, e a desistência da ação impede o prosseguimento da reconvenção, ou seja, a ação acessória tem o mesmo destino da ação principal. (E) Citado o réu, a lide se estabiliza e ao autor não é mais permitido alterar os elementos da causa, sem o consentimento do réu, salvo quando ocorrer a revelia, pois, nesse caso, dispensa-se a intimação do réu para a prática de qualquer ato processual subsequente à decretação da revelia.

A: incorreta. Apesar de ser esse o prazo previsto no art. 305 do CPC, considerando que cabe rescisória para o caso de juiz impedido, é de se reconhecer inexistir a preclusão em relação ao impedimento (CPC, art. 485, II); B: incorreta. A hipótese é de resolução de mérito (CPC, art. 269, III); C: correta. CPC, art. 13; D: incorreta. A reconvenção prossegue se houver extinção da principal (CPC, art. 317); E: incorreta. Para alteração, há necessidade de nova citação (CPC, art. 321). (Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) A respeito da

suspensão do processo, assinale a opção correta.

(A) Em regra, a decisão que determina a suspensão do pro-

cesso é de natureza constitutiva, embora se lhe confiram efeitos retroativos. (B) O falecimento do autor da ação de reparação de danos morais implica extinção do processo. (C) Exceção de incompetência relativa não provoca a suspensão do processo, já que os atos processuais praticados no juízo original poderão ser aproveitados. (D) A suspensão do processo ocorrerá quando outro processo tiver de solucionar questão da qual dependa o seu exame, mesmo que seja possível reunir os dois processos no mesmo juízo. (E) No caso de falecimento do representante legal do autor, a comprovação do fato no curso da audiência de instrução e julgamento importará a imediata suspensão do processo. A: correta, pois a suspensão é a partir daquele momento. B: incorreta. O processo será suspenso para que o herdeiro assuma o polo passivo (CPC, art. 265, I). Haverá extinção se for direito intransmissível (CPC, art. 267, IX), o que não é o caso de indenização; C: incorreta (CPC, art. 265, III); D: incorreta. Se for possível a reunião por conexão para julgamento conjunto (CPC, art. 103), não se fala em suspensão por prejudicialidade (CPC, art. 265, IV, “a”); E: incorreta. Se a audiência já estiver em curso, inclusive por força da celeridade não haverá necessidade de imediata suspensão. Gabarito “A”

despacho judicial que determine manifestação sobre as preliminares arguidas pelo réu em contestação, caracteriza a contumácia processual, o que autoriza a extinção do processo sem resolução do mérito. (E) O autor poderá, com a anuência do réu, desistir da ação, renunciando, com isso, ao direito material sobre o que se funda a sua pretensão; no entanto, poderá o autor, futuramente, propor nova ação contra o mesmo réu, com o mesmo pedido e causa de pedir, posto que, no caso, inexiste a eficácia da coisa julgada.

Gabarito “C”

(D) O fato de o autor deixar, por mais de 30 dias, de atender

(Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) Realizada a cita-

ção em ação processada sob o rito comum ordinário, a autora da ação, antes de apresentada a resposta do réu, notou que havia deixado de incluir um pedido de seu interesse, vindo a requerer o aditamento desse novo pedido à inicial ou a desistência da ação, caso o réu não concordasse com o primeiro requerimento. Ouvido a respeito do assunto, o réu se manifestou contrário a ambos os requerimentos da autora. Em face da situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

(A) É viável o acolhimento dos pedidos de aditamento ou de

desistência somente se os interesses tratados na ação forem patrimoniais e disponíveis.

(B) Dada a estabilidade da lide e realizada a citação do réu,

não é viável o acolhimento de qualquer dos pedidos, uma vez que importaria inovação indevida ou ato de disposição incompatível com o interesse do réu em ver dirimida a lide. (C) Sendo a cumulação de pedidos uma opção à disposição do autor, tal como ocorre na hipótese do litisconsórcio facultativo, o juiz pode limitar o número de pedidos caso entenda restar comprometida a defesa ou a rápida solução do pedido, independentemente da oposição do réu. (D) Com a citação, torna-se inviável acolher o aditamento ao pedido sem o consentimento do réu, dada a estabilidade da lide. Contudo, o pedido de desistência pode ser acolhido, desde que isso ocorra antes de a resposta do réu ser apresentada. (E) É direito do réu, após a citação, ver a lide dirimida, de modo que não seria possível deferir o pedido de extinção da ação. Entretanto, nada pode se opor ao pedido de aditamento, visto que não se esgotou o prazo de defesa, sendo viável a resistência do réu a essa nova pretensão do autor. A: incorreta, porque a viabilidade dos pedidos está ligada à anuência do réu, e não à natureza dos interesses discutidos no processo; B: incorreta, porque a citação acarretou apenas a estabilização da lide, sendo viável alterações caso houvesse concordância do réu (CPC, art. 264); C: incorreta, porque não há qualquer previsão legal quanto à limitação dos pedidos – diferente do que ocorre em relação ao litisconsórcio

9. Direito Processual Civil

287

multitudinário (CPC, art. 46, parágrafo único); D: correta, porque (i) após a citação, necessária concordância do réu para alterar a causa de pedir ou pedido (estabilização objetiva da demanda – CPC, art. 264) e (ii) a desistência depende de concordância do réu somente se já decorrido o prazo de contestação (CPC, art. 267, § 4º); E: incorreta, conforme comentário anterior.

(OAB - CESPE – 2009.1) Acerca de suspensão e extinção do

Gabarito “D”

do processo, sem resolução do mérito. Entretanto, caso não indefira liminarmente a inicial por falta de interesse processual, o juiz, em face da preclusão, não poderá, posteriormente, extinguir o processo. (C) Se o autor renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, haverá a extinção do processo, sem resolução do mérito. (D) Falecendo o advogado do réu, o juiz marcará o prazo de 20 dias para que seja constituído novo mandatário. Se, transcorrido esse prazo, o réu não tiver constituído novo advogado, o processo prosseguirá à sua revelia.

vícios da sentença, assinale a opção correta.

(A) É nula a sentença proferida por juiz que deixe de apreciar

questões suscitadas nos autos.

(B) Nos casos de extinção do processo sem julgamento do

pedido, o juiz não precisa expor suas razões.

(C) É nula, em princípio, sentença em que o juiz rejeite liminar-

mente os embargos à execução sem possibilitar emenda da inicial. (D) O juiz não pode proferir sentença ilíquida. (E) Ao apreciar a apelação, o tribunal deve declarar nula a sentença ultra petita.

A: incorreta, pois a nulidade é em relação a pedidos não analisados (CPC, art. 128 e 460) e não em relação a todas as questões suscitadas – a jurisprudência do STJ é firme ao apontar que o juiz não precisa apreciar todos os fundamentos se encontrar argumentos suficientes para acolher ou rejeitar o pedido; B: incorreta, pois o juiz deve fazê-lo, ainda que de forma concisa (CPC, art. 459); C: correta, pois o juiz deve determinar a emenda da inicial, antes de indeferi-la (CPC, art. 283); D: incorreta (CPC, arts. 286 e 459, parágrafo único); E: incorreta, porque é possível apenas afastar aquilo que a decisão foi além do pedido.

a petição inicial quando esta não contiver o pedido, devendo, nesse caso, extinguir o processo, sem resolução do mérito.

(B) A ausência de interesse processual acarreta a extinção

A: incorreta, o juiz deverá permitir a emenda (art. 284 do CPC); B: incorreta, a falta de condição da ação pode ser apreciada a qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 267, § 3º, do CPC); C: incorreta, renúncia é hipótese em que há mérito: a parte abre mão do direito, não do processo (art. 269, V, do CPC); D: correta, art. 265, § 2º, do CPC. Gabarito “D”

(Magistratura Federal/2ª Região – 2011 – CESPE) A respeito dos

processo, assinale a opção correta.

(A) O juiz não poderá conferir ao autor a possibilidade de emendar

(OAB - CESPE – 2008.3) A interrupção da prescrição operada em razão da citação válida é o efeito material dessa espécie de comunicação dos atos processuais, o qual

Gabarito “C”

(A) não retroage. (B) retroage à data do despacho que ordena a citação. (C) retroage à data da propositura da ação. (D) retroage à data da propositura da ação somente se o réu

(Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) No que diz respeito à invalidade dos atos processuais, assinale a opção correta.

O tema é regulado no art. 219, § 1º, do CPC.

independentemente do grau do defeito. (C) O juiz pode reconhecer de ofício a qualquer tempo, antes da sentença, a sua incompetência em razão da abusividade de uma cláusula de foro de eleição. (D) Decisão judicial proferida à revelia de réu que não foi citado não poderá ser invalidada após o prazo da ação rescisória. (E) A revogação da confissão pode ser feita por meio de petição dirigida ao juiz da causa, antes de proferida a sentença. A: incorreta. Se a questão já tiver sido apreciada, há preclusão (CPC, art. 473); B: correta, considerando princípio da instrumentalidade e conservação (CPC, art. 249, § 1º e 250, caput e parágrafo único.); C: incorreta, pois o juiz deve fazê-lo tão logo tiver o contato com o processo, sob pena de prorrogação (CPC, arts. 112, parágrafo único e 114); D: incorreta, pois nesse caso a hipótese é de inexistência do processo, não existindo prazo para que seja feita tal impugnação; E: incorreta, pois nesse caso deve ser utilizada a ação anulatória (CPC, arts. 352, I e 486). Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2009.3) Assinale a opção correta no que se refere à extinção do processo. (A) Havendo o reconhecimento da prescrição, o processo é

extinto sem julgamento de mérito.

(B) A desistência da ação bem como a renúncia do direito acar-

retam a extinção do processo sem julgamento de mérito.

(C) A existência de coisa julgada anterior acarreta a extinção

do processo com julgamento de mérito.

(D) A extinção do processo sem julgamento de mérito acarreta

a coisa julgada formal.

(OAB - CESPE – 2008.1) De acordo com o Código de Processo Civil

(CPC), extingue-se o processo sem resolução de mérito quando

(A) O juiz reconhece a prescrição ou a decadência. (B) As partes transigem. (C) O autor renuncia ao direito sobre o qual se funda a ação. (D) O juiz acolhe a alegação de perempção.

As hipóteses de extinção sem resolução do mérito estão no art. 267 do CPC. As hipóteses de resolução de mérito (em que a lide é decidida) estão no art. 269 do CPC (prescrição, transação e renúncia). Gabarito “D”

qualquer tempo, antes da sentença.

(B) O juiz deve tentar aproveitar o ato processual defeituoso,

Gabarito “C”

(A) A citação pode ser invalidada de ofício pelo magistrado a

contestar.

(OAB - CESPE – 2008.1) Quanto às nulidades processuais, assi-

nale a opção correta.

(A) A nulidade relativa deve ser arguida pela parte interessada

em sua decretação, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, depois do ato defeituoso, sob pena de preclusão, isto é, de perda da faculdade processual de promover a anulação. (B) Anulado um ato processual, mesmo que se trate de um ato complexo, todos os atos subsequentes a ele serão também anulados, ainda que sejam independentes entre si e que a nulidade se refira a apenas uma parte do ato. (C) O ato processual praticado em desconformidade com a norma que disciplina sua produção é inválido, devendo o juiz, de ofício, decretar sua nulidade e determinar sua repetição, ainda que não cause prejuízo à regularidade processual ou às partes. (D) Deve ser decretada a nulidade do processo em que se tenha constatado, afinal, a falta de outorga uxória, ainda que se possa decidir o mérito a favor do cônjuge ausente, visto que todas as nulidades processuais são insanáveis.

A: incorreta, haverá resolução do mérito (erro frequente dos candidatos em exames da OAB – art. 269, IV, do CPC); B: incorreta, desistência é extinção sem mérito (art. 267, VIII, do CPC) e renúncia, com mérito (art. 269, V, do CPC); C: incorreta, art. 267, V, do CPC; D: correta, a extinção do processo sem resolução de mérito permite a repropositura (art. 268 do CPC) e, assim, não produz coisa julgada material, mas apenas formal (ou seja, veda a discussão no próprio processo, mas não em outro).

A: correta, art. 245 do CPC; B: incorreta, pelo princípio da conservação, os atos processuais posteriores que forem independentes não são anulados (art. 248 do CPC); C: incorreta, pas de nullitè sans grief: não há nulidade se não houver prejuízo (art. 249, § 1º, do CPC); D: incorreta, se é possível decidir no mérito a favor da parte a quem aproveita a nulidade, esta deve ser desconsiderada (art. 249, § 2°, do CPC).

Gabarito “D”

Gabarito “A”

288 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

ao procedimento comum ordinário ou sumário, não se apresenta viável em ações sob procedimento especial.

1: incorreta, pois não há vedação à concessão de antecipação de tutela nos procedimentos especiais (aos quais se aplicam subsidiariamente as regras do procedimento comum, rito ordinário). Gabarito 1E (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) João, menor absoluta-

mente incapaz representado por José, seu pai, ajuizou ação declaratória de inexistência de relação jurídica contra a Escola Arco-íris Ltda., tendo como causa de pedir o pagamento regular de todas as mensalidades do ano letivo, injustamente cobradas pela instituição de ensino. O autor postulou, a título de antecipação da tutela jurisdicional, a sustação liminar do protesto das cambiais vinculadas ao contrato, pois, segundo ele, já teriam sido pagas. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) A providência liminar requerida pelo autor tem nítido conte-

údo cautelar e, com esse fundamento, deve ser indeferida pelo juiz. (B) A antecipação da tutela deve ser indeferida com o fundamento de que, nesse caso, há perigo de irreversibilidade. (C) A antecipação da tutela deve ser indeferida com o fundamento de que, nesse caso, não há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. (D) Se o autor não tivesse postulado a antecipação da tutela, o MP, ao intervir obrigatoriamente no processo como custos legis, também não poderia fazê-lo. (E) É cabível ao juiz conceder a antecipação da tutela nesse caso, ainda que o pedido final seja de sentença meramente declaratória. A: incorreta, não só porque a medida tem natureza antecipatória, mas também porque, em razão da fungibilidade entre as tutelas de urgência, o juiz poderia conceder a medida, ainda que tivesse natureza cautelar (art. 273, § 7º, do CPC); B: incorreta, porque não há que se falar em irreversibilidade nesse caso, já que protesto poderá ser renovado, caso a liminar venha a ser cassada; C: incorreta, porque é evidente que o protesto indevido representa risco de dano irreparável ou de difícil reparação; D: incorreta, porque o MP, como fiscal da lei, também pode formular pedido de antecipação; E: correta, porque está superado o entendimento no sentido de que seria incabível a antecipação em processo cujo pedido final fosse declaratório ou constitutivo. Gabarito “E” (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) A respeito da tutela antecipada e da tutela específica, julgue os itens seguintes. (1) Ajuizada ação na qual pretende o autor obter pronun-

ciamento judicial que produza os efeitos do contrato não concluído pelo réu, será necessário que este mesmo autor cumule com o pedido principal um pedido subsidiário de cumprimento da obrigação derivada da conclusão do contrato, pois a tutela específica da obrigação de prestar declaração de vontade não abrange as demais obrigações derivadas dessa declaração independentemente de pedido. (2) A nota mais essencial da antecipação da tutela na forma como está prevista pelo CPC é a cognição sumária, ou seja, o conhecimento ainda rarefeito da situação trazida pelas partes, de modo que não existe entre as hipóteses legais previstas no mencionado diploma exemplo de antecipação da tutela fundada em cognição exauriente. 1: correto. Tal questão se resolve pelo próprio princípio da correlação, congruência, ou da adstrição, de modo que o juiz, na sentença, deve se cingir ao pedido e à causa de pedir, sob pena de julgamento citra, ultra ou extra petita. Sendo assim, o autor deve fixar os limites objetivos da lide, especificando em que consiste o provimento pleiteado

(Defensor Público/PI – 2009 – CESPE) Um cidadão juridicamente

necessitado procurou a DPE/PI para o ajuizamento de ação declaratória de inexistência de relação jurídica em face de determinada empresa de telefonia fixa. No atendimento inicial, o cidadão alegou urgência em razão da possível inclusão de seu nome em cadastros restritivos de crédito e alegou ter pagado toda a dívida. Considerando essa situação hipotética e a jurisprudência do STJ, é correto afirmar que o DP

(A) não pode pleitear a tutela antecipada, porque a certificação

de um direito ou de uma relação jurídica não pode ser antecipada. (B) não pode pleitear a tutela antecipada, por expressa vedação legal nessa situação. (C) deve pleitear a tutela antecipada, já que é possível sua concessão em qualquer ação de conhecimento, seja ela declaratória, constitutiva ou mandamental, desde que presentes os requisitos e pressupostos legais. (D) deve pleitear a tutela antecipada, já que estaria vinculado ao pedido formulado pelo necessitado. (E) somente poderia pleitear a tutela antecipada caso o necessitado postulasse também a condenação da empresa de telefonia em danos morais.

A: incorreta, porque nada impede que a tutela antecipada seja concedida com o fim exclusivo de evitar que haja a inclusão do nome do autor em cadastros restritivos de crédito; B: incorreta, porque não há qualquer vedação expressa na lei para essa hipótese; C: correta; D: incorreta, porque o Defensor Público, se não convencido da viabilidade do pedido feito pelo assistido tem liberdade de não o formular em juízo (art. 128, XII da LC 80/1994); E: incorreta, porque as pretensões não estão relacionadas. (Procurador do Município/Aracaju – 2008 – CESPE) Quanto à ante-

cipação da tutela, julgue os itens subsequentes.

(1) Ao apreciar o pedido de antecipação da tutela, o julgador

procede a um juízo de probabilidade pelo qual o autor terá direito ao provimento jurisdicional definitivo. A tutela antecipada tem como limite o pedido inicial, e tem como objetivo conceder, de forma antecipada, total ou parcialmente, a própria pretensão deduzida em juízo ou os seus efeitos. (2) Não obstante indeferida na fase postulatória do processo, a tutela antecipada pode ser concedida na própria sentença. O recurso interposto contra essa decisão será recebido apenas no efeito devolutivo, o que enseja a eficácia imediata da decisão. 1: certo. CPC, art. 273 e o próprio conceito de TA; 2: certo. CPC, art. 520, VII. Gabarito 1C, 2C

às tutelas de urgência.

(1) A antecipação dos efeitos da tutela, por ser medida voltada

Gabarito “C”

(Delegado Federal – 2013 – CESPE) Julgue o item a seguir, relativo

junto ao Estado-Juiz (art. 128 do CPC). Ressalvadas as hipóteses em que são admitidos os pedidos implícitos (Súmula 256 do STF e arts. 290 e 293 do CPC), a parte deve declinar com precisão a providência jurisdicional almejada; 2: incorreto. A antecipação da parte incontroversa do pedido versada no § 6º do art. 273 do CPC cuida de hipótese de decisão fundada em cognição exauriente. Para Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, tal circunstância encerra verdadeiro julgamento antecipado da lide, proporcionando decisão definitiva e de mérito. Confira-se a respeito: “Assim, pode o juiz, a requerimento do autor, antecipar os efeitos executivos da parte não contestada da pretensão do autor, com fundamento no CPC 273 II. Nessa parte, a decisão é de mérito e definitiva (julgamento antecipado da lide – CPC 330), motivo pelo qual subsiste, ainda que haja decisão diferente quanto ao restante do pedido (extinção com ou sem resolução do mérito) […] Não há necessidade de a lei permitir expressamente o julgamento antecipado da lide nesse caso, pois isso decorre do sistema: a antecipação de parte não controvertida é de mérito e definitiva. Já era assim antes da L 10444/02”. (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: Ed. RT, 2007, p. 530). Gabarito 1C, 2E

8. Tutela Antecipada e Liminar em Cautelar

9. Direito Processual Civil (Advogado da União/AGU – CESPE – 2012) Julgue os itens que se

seguem, acerca da tutela antecipada.

(1) Ajuizada ação contra a fazenda pública com vistas a forçá-la

ao cumprimento de obrigação de fazer consistente no fornecimento de medicamento, há possibilidade de concessão de antecipação dos efeitos da tutela ao autor bem como de imposição de multa diária para o caso de descumprimento da decisão. (2) Considere que Pedro, após adquirir um imóvel que esteja na posse de André, ajuíze ação de imissão de posse. Nessa situação, não cabe pedido de tutela antecipada, haja vista o procedimento específico da ação. 1: correta: A jurisprudência do STJ admite a aplicação de multa diária contra a Fazenda, para o cumprimento de obrigação de fazer; 2: errada: A imissão de posse não é um procedimento especial previsto no CPC. Assim, aplica-se o ordinário, sendo possível a concessão de tutela antecipada (CPC, art. 273). Gabarito 1C, 2E (Advogado – CEF – 2010 – CESPE) Com base na jurisprudência do

STJ acerca da conexão, do procedimento de cumprimento de sentença, da prova, das espécies de execução, da antecipação de tutela e do procedimento cautelar, assinale a opção correta.

(A) Não são conexas a ação consignatória em que se discutam

os critérios de reajuste de prestação subjacente a contrato de mútuo hipotecário para aquisição de residência própria e outra ação postulando a execução da hipoteca dada em garantia do mesmo contrato, por não lhes ser comum o objeto nem a causa de pedir. (B) A multa no percentual de 10%, prevista no art. 475-J do CPC, é inteiramente aplicável ao procedimento da execução provisória. (C) A análise da existência de anatocismo na tabela Price deve ser feita com uma detida incursão no contrato; portanto, é matéria de direito e, como tal, não pode ser objeto de prova pericial contábil, devendo ser indeferida pelo juiz. (D) As hipotecas vinculadas a garantir empréstimos pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), mesmo que sob discussão judicial em sede de ação revisional proposta pelo mutuário, estão sujeitas ao procedimento de execução extrajudicial previsto no Decreto-lei n.º 70/1966. (E) Nas ações que tenham como objeto da controvérsia os contratos celebrados no âmbito do SFH, a proibição da inscrição ou manutenção em cadastro de inadimplentes, requerida em antecipação de tutela e(ou) medida cautelar, somente poderá ser deferida pelo juiz se, cumulativamente, houver ação fundada na existência integral ou parcial do débito; ficar demonstrado que a alegação da cobrança indevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada do STF ou STJ; for depositada a parcela incontroversa ou prestada a caução fixada conforme o prudente arbítrio do juiz. A: incorreto, já que a jurisprudência do STJ é assente quanto ao reconhecimento de conexão em tais casos, consoante deriva da análise do seguinte aresto: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE A JUSTIÇA ESTADUAL E A JUSTIÇA FEDERAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO – SFH. EXECUÇÃO DE HIPOTECA E AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. CONEXÃO. PRESENÇA DA CEF NA LIDE. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. [...] 2. In casu, a conexão entre a ação consignatória e a execução de hipoteca resta evidenciada, eis que, em ambas, discute-se os critérios de reajuste de prestação subjacente a contrato de mútuo hipotecário para aquisição de residência própria, balizado pelas regras do Sistema Financeiro da Habitação – SFH. Portanto, a prolação de decisões parcialmente contraditórias é o suficiente para impor o julgamento simultâneo. 3. A competência da Justiça Federal ressoa inequívoca para processar e julgar ação consignatória ajuizada em desfavor da Caixa Econômica Federal – CEF, empresa pública federal, na qual se litiga a respeito de contrato de mútuo hipotecário pelas regras do SFH, ex vi do art. 109, I, da Carta Magna. 4. Consectariamente, a remessa dos autos da ação executiva ao Juízo Federal é mister, posto a conexão determinar a

289

unidade do julgamento, prevalecendo, in casu, na Justiça Federal. 5. A jurisprudência emanada pela Primeira Seção deste sodalício é uníssona ao assentar a competência da Justiça Federal para processar e julgar, por conexão, execução hipotecária e consignação em pagamento tratando de contrato de financiamento para aquisição de casa própria, regido pelo SFH, com a presença da Caixa Econômica Federal – CEF na contenda. (Precedentes: CC 16.317 – SP, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, Primeira Seção, DJ de 03 de junho de 1.996; CC 15.381 – SC, Relator Ministro DEMÓCRITO REINALDO, Primeira Seção, DJ de 06 de maio de 1.996; CC 13.888 – RS, Relator Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Primeira Seção, DJ de 06 de fevereiro de 1.996). 6. Conflito conhecido para julgar competente o JUÍZO FEDERAL DA 4ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA. (CC 55.584/ SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 05/10/2009); B: incorreto. A multa do art. 475-J, caput, do CPC, não se aplica à execução provisória por incompatibilidade lógica com o direito de recorrer do executado, eis que inexiste trânsito em julgado da condenação proferida. A respeito, vide o seguinte precedente do STJ: PROCESSUAL CIVIL – MULTA DO ART. 475-J DO CPC – INCIDÊNCIA NA EXECUÇÃO PROVISÓRIA – IMPOSSIBILIDADE – INCOMPATIBILIDADE LÓGICA – NECESSIDADE DE AFASTAMENTO DA MULTA. 1. O art. 475-J, com redação dada pela Lei n. 11.232/2005, foi instituído com o objetivo de estimular o devedor a realizar o pagamento da dívida objeto de sua condenação, evitando assim a incidência da multa pelo inadimplemento da obrigação constante do título executivo. 2. A execução provisória não tem como escopo primordial o pagamento da dívida, mas sim de antecipar os atos executivos, garantindo o resultado útil da execução. 3. Compelir o litigante a efetuar o pagamento, sob pena de multa, ainda pendente de julgamento o seu recurso, implica obrigá-lo a praticar ato incompatível com o seu direito de recorrer (art. 503, parágrafo único do CPC), tornando inadmissível o recurso. 4. Por incompatibilidade lógica, a multa do art. 475-J do CPC não se aplica na execução provisória. Tal entendimento não afronta os princípios que inspiraram o legislador da reforma. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1126748/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 29/03/2011); C: incorreto. O anatocismo pode ser comprovado por meio de prova pericial. O indeferimento do exame técnico pelo órgão julgador em tal hipótese configura cerceamento de defesa. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA ALTERAR A DECISÃO AGRAVADA. ANATOCISMO. NECESSIDADE DE AFERIÇÃO EM CADA CASO CONCRETO. PROVA PERICIAL. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA OCORRIDO 1. A agravante não trouxe argumento novo capaz de infirmar os fundamentos que alicerçaram a decisão agravada, razão que enseja a negativa do provimento ao agravo regimental. 2. Cerceamento de defesa configurado. In casu, as instâncias ordinárias impossibilitaram a comprovação de eventual prática de anatocismo, bem como a comprovação acerca do cumprimento do contrato por parte da recorrida, de forma que o processo deve retornar oportunizando a produção da prova requerida. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1159667/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 18/04/2011); D: incorreto. A respeito, confira-se o julgado assim ementado: SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO – SFH. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. DECRETO-LEI N. 70/66. EXISTÊNCIA DE AÇÃO REVISIONAL DO CONTRATO DE MÚTUO. SUSPENSÃO DOS ATOS EXPROPRIATÓRIOS. I – “A execução extrajudicial, tal como prevista no Decreto-Lei nº 70, de 1966, pressupõe crédito hipotecário incontroverso, sendo imprestável para cobrar prestações cujo montante está sob discussão judicial” (EREsp nº 462.629/RS, Segunda Seção desta Corte, Relator o Ministro ARI PARGENDLER, DJ de 9/11/05). II – Admite-se a suspensão dos atos executivos da execução fundada no Decreto-Lei nº 70/66 durante o trâmite da ação revisional conexa. III – Agravo Regimental a que se nega provimento. (AgRg nos EDcl no REsp 1123528/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/05/2010, DJe 31/05/2010); E: correto. Observe-se o teor do julgado a seguir: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. JULGAMENTO NOS MOLDES DO ART. 543-C DO CPC. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL DE QUE TRATA O DECRETO-LEI Nº 70/66. SUSPENSÃO. REQUISITOS. CADASTROS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. MANUTENÇÃO OU INSCRIÇÃO. REQUISITOS. 1. Para efeitos do art. 543-C, do CPC: 1.1. Em se tratando de contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, a execução extrajudicial de que trata o Decreto-lei nº 70/66, enquanto perdurar a

290 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

julgue os itens subsequentes.

(1) Segundo jurisprudência do STF, é vedada a concessão de

tutela antecipada contra a fazenda pública em questões previdenciárias. (2) A reversibilidade do provimento é um dos requisitos para a concessão da tutela antecipada. (3) Após preclusa a decisão que confere a tutela antecipada, esta só poderá ser revogada ou alterada na sentença. 1: errado (Súmula 729 do STF: A DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE NÃO SE APLICA À ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM CAUSA DE NATUREZA PREVIDENCIÁRIA). A propósito, confira-se: “Reclamação: descabimento: antecipação de tutela que, quanto à questão de fundo – integralidade de pensão de servidor público – está de acordo com a jurisprudência reiterada do Supremo Tribunal, além de se tratar de questão previdenciária, que não é alcançada pelas vedações da L. 9.494/1997 objeto da ADC 4-MC. Precedentes” (Rcl 3935 AgR, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 03/05/2006, DJ 10-08-2006 PP-00020 EMENT VOL-0224102 PP-00369); 2: certo (art. 273, § 2º, do CPC), registrando-se que a irreversibilidade que se afigura como óbice intransponível à outorga da medida é aquela que se erige no plano fático, a exemplo da demolição de um prédio histórico (ainda que se construa outro, este não será igual ao original). Todavia, a irreversibilidade que se impõe apenas no campo jurídico não impede a concessão da antecipação, visto que eventuais prejuízos se resolvem em perdas e danos, devendo o sujeito beneficiado pela antecipação indenizar a parte contrária pelos danos que lhe foram causados com a efetivação da decisão. Nesse sentido, note-se a seguinte lição: “Irreversibilidade impeditiva. Caso haja real perigo de irreversibilidade ao estado anterior, a medida não deve ser concedida. É o caso, por exemplo, de antecipação determinando a demolição de prédio histórico ou de interesse arquitetônico; derrubado o prédio, sua eventual reconstrução não substituirá o edifício original. Aqui existe a irreversibilidade de fato, que impede a concessão da tutela antecipada. Quando houver irreversibilidade de direito, ou seja, quando puder resolver-se em perdas e danos, a tutela antecipada pode, em tese, ser concedida” (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 529) [grifos do autor]; 3: errado (art. 273, § 4º, do CPC). Gabarito 1E; 2C; 3E (Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) Ajuizada ação em desfavor da fazenda pública, o autor realizou pedido de antecipação da tutela jurisdicional para suspender a exigibilidade do crédito tributário que pretende ver anulado. Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Ausente vedação expressa à antecipação dos efeitos

da tutela jurisdicional nessa hipótese, aplica-se a regra geral, de modo que, presentes os requisitos constantes no Código de Processo Civil, o juiz pode deferir o pedido para desconstituir antecipadamente o crédito.

o objeto da ação, por isso será impossível a concessão de tutela antecipatória dos efeitos do provimento final almejado ante a irreversibilidade do provimento de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. (C) Não é viável a concessão de qualquer tipo de decisão liminar em desfavor da fazenda pública que implique, direta ou indiretamente, vantagem pecuniária para a outra parte, conforme interpretação corrente da Lei n.º 9.494/1997. (D) Se, além de provado o risco de dano irreparável correspondente à demora na entrega da prestação jurisdicional, restar também provada a verossimilhança da alegação por prova que indique claramente o direito do autor, será possível a concessão da medida em caráter irrevogável. (E) Em princípio, não é viável provimento antecipatório que desconstitua uma situação jurídica, mas é viável provimento que adiante somente os efeitos da tutela pretendida, o que autorizaria o juiz, no caso hipotético, a suspender antecipadamente a exigibilidade do crédito, se provados os requisitos necessários. A: incorreta. Apesar de não existir vedação expressa, prevalece o entendimento de que o juiz não pode antecipadamente desconstituir o crédito; contudo, cabe a suspensão da exigibilidade do crédito em sede liminar (vide alternativa “E”); B: incorreta, porque não há qualquer irreversibilidade do provimento de suspensão da exigibilidade do crédito tributário; C: incorreta, porque tal restrição não consta da Lei 9.494/1997 (o que referida lei veda é a antecipação que implique vantagens pecuniárias para servidores – arts. 1º e 2º-B); D: incorreta, porque a antecipação é sempre revogável (CPC, art. 273, § 4º); E: correta, nos termos do exposto em relação ao item “A”. (OAB - CESPE – 2009.2) Uma limitação expressa à possibilidade de o autor de uma ação requerer a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional é que esta não importe em provimento irreversível, fazendo a doutrina e a jurisprudência, a respeito desse limite, referência ao fenômeno da irreversibilidade recíproca. Acerca desse tema, assinale a opção correta. (A) A irreversibilidade recíproca deverá ser objeto de análise

caso a caso, momento em que o juiz deve-se ater à proporcionalidade para determinar a solução possível. (B) Em regra, é possível o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela antes mesmo da oitiva do réu, no entanto a detecção da chamada irreversibilidade recíproca torna obrigatória a oitiva. (C) Haverá irreversibilidade recíproca apenas nas situações em que for possível admitir-se reconvenção ou pedido contraposto, momento em que o réu também poderá pedir antecipação dos efeitos da tutela. (D) Ocorrendo irreversibilidade recíproca, sempre prevalecerá a situação fática que já estiver constituída e cuja alteração dependa de provimento definitivo precedido de ampla dilação probatória. A lei afirma que se, houver risco de irreversibilidade, não deverá ser concedida a tutela antecipada (art. 273, § 2º, do CPC). Contudo, há casos em que, se a tutela antecipada NÃO for concedida, perecerá o objeto pleiteado. Daí o que alguns autores chamam de irreversibilidade recíproca. Nesses casos, deverá ser feita uma ponderação para conceder ou não a tutela (proporcionalidade). Se houver risco de falecimento da parte, por exemplo, é preferível a concessão à irreversibilidade do provimento. Gabarito “A”

Gabarito “E” (Cartório/DF – 2008 – CESPE) A respeito da tutela antecipada,

(B) É legalmente vedada a emissão de liminares que esgotem

Gabarito “E”

demanda, poderá ser suspensa, uma vez preenchidos os requisitos para a concessão da tutela cautelar, independentemente de caução ou do depósito de valores incontroversos, desde que: a) exista discussão judicial contestando a existência integral ou parcial do débito; b) essa discussão esteja fundamentada em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal (fumus boni iuris). 1.2. Ainda que a controvérsia seja relativa a contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, “a proibição da inscrição/manutenção em cadastro de inadimplentes, requerida em antecipação de tutela e/ou medida cautelar, somente será deferida se, cumulativamente: i) houver ação fundada na existência integral ou parcial do débito; ii) ficar demonstrado que a alegação da cobrança indevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência consolidada do STF ou STJ; iii) for depositada a parcela incontroversa ou prestada a caução fixada conforme o prudente arbítrio do juiz”. 2. Aplicação ao caso concreto: 2.1. Recurso especial prejudicado, diante da desistência do autor na ação principal. (REsp 1067237/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 23/09/2009).

(OAB - CESPE – 2008.1) A antecipação dos efeitos da tutela é

concebida como forma de obtenção da tutela jurisdicional em momento anterior à prolação da sentença. Para a sua concessão, é necessária a presença de pressupostos gerais e alternativos. São exemplos de pressupostos gerais

(A) A prova inequívoca, a verossimilhança das alegações e o

perigo da demora.

(B) A prova inequívoca, o abuso de direito e o manifesto pro-

pósito protelatório do réu.

9. Direito Processual Civil

291

(C) A prova inequívoca, a verossimilhança das alegações e a

(Magistratura/AL – 2008 – CESPE) Considerando as regras atinen-

Pergunta que avalia não o conhecimento, mas a memória fotográfica da lei. O examinador colocou como correta a resposta que reproduz integralmente os exatos termos constantes do art. 273, caput e § 2º, do CPC. Em relação ao item “A”, a lei fala em “receio de dano irreparável ou de difícil reparação” (art. 273, I, do CPC) e não em “perigo da demora”. Ou seja, trata-se de pergunta que não deveria ser formulada.

(A) Por ficção legal, admite-se que o pedido condenatório

Gabarito “C”

9. Processo de Conhecimento. Ritos Sumário e Ordinário 9.1. PETIÇÃO INICIAL (Cartório/PI – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta no que se

refere à congruência entre sentença e pedido.

(A) Haverá julgamento extra ou ultra petita, caso o juiz ou tribu-

nal pronuncie-se de ofício sobre matéria de ordem pública.

(B) A correção monetária é matéria de ordem pública, integrando,

portanto, o pedido de forma implícita, o que torna prescindível a congruência entre o pedido e a decisão judicial. (C) Em matéria de ordem pública, é defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida. (D) Nos pedidos implícitos, é imprescindível a aplicação da regra da congruência ou da correlação entre a sentença e o pedido. (E) A correção monetária não é matéria de ordem pública, não integrando, portanto, o pedido implícito. A: incorreta, pois se é matéria de ordem pública, o juiz deve se manifestar de ofício (CPC, art. 267, § 3º); B: correta. Juros e correção monetária, para sua concessão, independem de pedido expresso da parte (CPC, art. 293 – apesar de a lei fazer menção apenas aos juros, a jurisprudência é firme ao se incluir também a correção monetária); C: incorreta, considerando o exposto em “A”; D: incorreta, pois a congruência, correlação ou adstrição do juiz ao pedido não se aplicam às matérias de ordem pública ou aos pedidos implícitos; E: incorreta, considerando o exposto em “B” (inclusive, como “E” é alternativa oposta a “B”, uma delas obrigatoriamente teria de ser a alternativa correta). Gabarito “B” (Técnico – TJ/CE – 2013 – CESPE) Chegou à vara uma petição inicial, pelo procedimento ordinário, com pedido de gratuidade de justiça, desacompanhada de qualquer documento e sem menção ao valor da causa. No fim da petição, o autor protestou pela juntada posterior de documentos que comprovariam cabalmente suas alegações. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) O juiz deve indeferir imediatamente a petição inicial devido

à falta de um de seus elementos obrigatórios, que é a indicação do valor da causa. (B) O juiz deve determinar ao autor que emende a inicial e junte os documentos que mencionou, no prazo de 10 dias. (C) O juiz deve primeiro mandar citar o réu e só depois analisar a petição inicial, em conjunto com a defesa, para prestigiar sua imparcialidade e o contraditório. (D) Quando há pedido de gratuidade de justiça, como no caso apresentado, não se dá valor à causa. (E)  A parte pode optar por juntar os documentos comprobatórios de suas alegações só na fase de produção de provas. A: incorreta, a falta de valor da causa é caso de emenda (art. 284, CPC e leitura a contrario sensu do artigo 295, CPC); B: correta conforme artigo 284, CPC; C: incorreta. O controle da petição inicial deve ser feito (apesar de ato não preclusivo) no início do processo (art. 285, CPC); D: incorreta. A toda causa é dado valor (art. 258, CPC); E: incorreta. Os documentos essenciais a demonstrar o direito da parte devem estar na petição inicial (art. 283, CPC).

tes aos pedidos encaminhados pelo autor na inicial, assinale a opção correta.

abranja prestações futuras, que ainda não se venceram ou não foram adimplidas. (B) Como exceção à regra de que o pedido deve ser certo e determinado, admite-se que o pedido imediato seja genérico. (C) Se o devedor puder cumprir sua obrigação de mais de um modo, o autor deverá formular pedido sucessivo, de forma que seja permitido ao devedor escolher o modo pelo qual deseja cumpri-la. (D) É possível a cumulação, em um único processo, de vários pedidos contra o mesmo réu, desde que haja conexão. (E) Na cumulação alternativa, o pedido formulado em segundo lugar somente deve ser apreciado na hipótese de procedência do primeiro, ou seja, quando o primeiro pedido for prejudicial ao segundo. A: correta (art. 290 do CPC); B: incorreta, pois se admite que o pedido mediato seja genérico (art. 286 do CPC); C: incorreta (art. 288 do CPC); D: incorreta (art. 292 do CPC); E: incorreta (art. 289 do CPC). Gabarito “A”

reversibilidade dos efeitos do provimento. (D) A verossimilhança das alegações e o perigo da demora.

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) Acerca dos requisitos de petição inicial, da contestação e das medidas cautelares, assinale a opção correta. (A) Considere que João, citado a apresentar-se em juízo para

se defender em ação ordinária proposta por Carlos, deixe escoar o prazo sem apresentar qualquer manifestação processual, e que, quatro dias após o encerramento do termo, protocole contestação por meio de defensor público. Nessa situação hipotética, sendo concedido à defensoria pública prazo dobrado para responder, a defesa do réu deverá ser aceita como tempestiva. (B) No que se refere aos requisitos intrínsecos e extrínsecos da petição inicial, prevalece o entendimento de que, no CPC, se adota a teoria da substanciação, ou seja, exige-se que o autor formule sua pretensão ao juízo de forma clara, narrando o fato gerador do seu alegado direito e os fundamentos jurídicos do pedido. (C) O pedido, como requisito essencial da petição inicial, revela aquilo que a parte deseja obter com a demanda; por essa razão, não se deve extraí-lo de tudo que se argumentou na inicial, mas, exclusivamente, do capítulo especial comumente denominado dos pedidos. (D) Considere que Maria e Décio, companheiros por vários anos, com dois filhos em comum, resolvam propor ação de reconhecimento e dissolução da união estável, e que depois, inconformado com o fim do relacionamento e com a provável partilha do patrimônio comum, Décio passe a estragar os bens da família, como móveis, eletrodomésticos e obras de arte. Nessa situação hipotética, Maria poderá utilizar-se do provimento cautelar denominado arresto para tolher as atitudes de Décio. (E) Dada a busca da simplicidade e celeridade processual, é vedado ao réu, no rito sumaríssimo dos juizados especiais, deduzir pedido contra o autor. A: incorreta, porque, de acordo com a jurisprudência do E. STJ, “aos beneficiários da assistência judiciária, a teor do disposto no artigo 5º, § 5º, da Lei nº 1.060/50, é assegurado o direito de ver contados em dobro os prazos processuais, exigindo-se, contudo, a cientificação prévia do juízo antes do decurso do respectivo lapso temporal. Precedentes.” (REsp 401.979/MG, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 19/09/2002, DJ 11/11/2002, p. 304); B: correta, uma vez que a doutrina brasileira amplamente majoritária afirma que foi adotada pelo CPC a teoria da susbstanciação (e não a teoria da individuação); C: incorreta, porque muito embora possa existir um “capítulo” da petição inicial denominado “dos pedidos”, a verdade é que o juiz deve

Gabarito “B”

292 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Nessa situação hipotética, (A) o juiz deve ordenar a emenda da inicial, para que se subs-

titua Lauro por Júlio.

(B) a inicial deve ser indeferida, visto que Lauro carece de

legitimidade ad causam. (C) o juiz deve determinar a inclusão de Júlio no polo ativo da ação. (D) a inicial deve ser indeferida por ausência de possibilidade jurídica do pedido. (E) a inicial não apresenta defeitos e deverá ser recebida, e o réu, citado. A questão deve ser resolvida com tendo em vista a legitimidade de parte, que é uma das condições da ação. De acordo com e enunciado, quem celebrou o contrato com o réu Elias foi Júlio. Logo, somente ele é que seria parte legítima para propor a ação anulatória do negócio. Logo, Lauro é parte ilegítima, exceto se houvesse previsão legal expressa de substituição processual (ou legitimação extraordinária) para a hipótese, que autorizasse Lauro a agir em nome próprio para a defesa do interesse de Júlio (art. 6º do CPC). A falta de uma das condições da ação deve ser verificada de ofício pelo juiz. Por isso, está correta a alternativa “B”. Gabarito “B” (Ministério Público/ES – 2010 – CESPE) Em processo que tramita

sob o rito comum ordinário, após a citação do réu e passados dez dias da juntada do mandado devidamente cumprido aos autos, o autor protocolou petição na qual manifestou sua desistência do prosseguimento do feito. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Nessa situação, o réu não precisa ser ouvido, mesmo

porque não apresentou defesa ainda, apesar de citado.

(B) Nesse caso, não é possível desistir do processo após a

citação.

(C) A desistência posterior à citação deve ser entendida como

renúncia.

(D) No caso em tela, após a citação, o réu necessariamente

deve ser ouvido sobre a desistência.

(E) A desistência, nessa situação, não demanda a oitiva do réu

porque é ato unilateral.

A alternativa A é a única correta, porque só se exige a concordância do réu para a desistência da ação se já apresentada contestação (art. 267, § 4º do CPC). As demais alternativas, porque incompatíveis com tal regra, estão incorretas. Gabarito “A” (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta quanto ao procedimento de emenda da petição inicial. (A) Só é possível a emenda da petição inicial, por determinação

do juiz, antes da citação do réu. (B) A emenda da petição inicial por determinação do juiz é vedada, por afrontar o princípio constitucional da inércia, da demanda ou da ação. (C) Contestada a ação, a petição inicial já não pode ser emendada, quer por iniciativa da parte, quer por determinação do juiz.

realizadas todas as citações, desde que com o consentimento dos litisconsortes já citados. (E) A emenda à petição inicial pode ser determinada pelo juiz mesmo após a contestação e ainda que acarrete alteração no pedido ou na causa de pedir. A: incorreta, porque é admitida a emenda da inicial até mesmo depois de apresentada a contestação (STJ, REsp 239.561; REsp 101.013, dentre outros); B: incorreta (art. 284 do CPC); C: a alternativa está incorreta, de acordo com os julgados apontados. Porém, foi considerada como sendo correta, uma vez que existem julgados nos quais foi adotado entendimento divergente, como por exemplo, STJ, REsp. 674.215. A questão, portanto, não foi bem formulada, porque trata de assunto controvertido; D: incorreta, uma vez que não se exige o consentimento dos litisconsortes já citados, porque sequer iniciado o prazo para as respostas (art. 241, III, CPC); E: incorreta, porque no caso de alteração do pedido ou da causa de pedir, é exigida a concordância do réu. (Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Considerando que as alega-

ções e documentos da petição inicial estabelecem o âmbito da lide e assumem relevância especial nos casos de decretação da revelia e nas hipóteses de cabimento de pedidos contrapostos, assinale a opção correta.

(A) Caso o juiz indefira a petição inicial antes da citação do réu,

por motivo de decadência ou prescrição, há encerramento do processo sem julgamento do mérito, cabendo, nesse caso, apelação. (B) A indicação do valor da causa é elemento essencial da petição inicial; portanto, de acordo com o que determina o CPC, se o autor não indicar o valor, deve o juiz indeferir de plano a petição inicial, cabendo apelação contra a referida decisão. (C) Por constituírem ônus processual, os efeitos da revelia são aplicáveis ainda que a petição inicial não esteja acompanhada de instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato. (D) Em razão do rito abreviado que caracteriza o procedimento sumário, não é permitido ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor. (E) Os efeitos da revelia não incidem sobre o direito da parte, mas sobre a matéria de fato; por essa razão, o revel pode intervir no feito em qualquer fase do processo, apelando e invocando prescrição, por exemplo, caso tal matéria não tenha sido reconhecida de ofício pelo juiz da causa.

A: incorreto, pois haverá extinção do processo com resolução de mérito, na forma do art. 269, IV, do CPC; B: incorreto. Ainda que o autor não atribua valor à causa, o juízo deverá, primeiramente, facultar-lhe a emenda da inicial, visto que a parte goza de direito subjetivo à correção de meras irregularidades, como já dito anteriormente (art. 284, caput, do CPC); C: incorreto (art. 320, III, do CPC); D: incorreto (art. 278, § 1º, do CPC); E: correto (art. 322, parágrafo único, do CPC). Recebendo o processo no estado em que se encontra, o revel poderá apelar e invocar a prescrição da pretensão do autor perante o órgão ad quem. Além do mais, tal defesa pode ser conhecida de ofício pelo órgão jurisdicional competente (219, § 5º, do CPC). Cumpre ressaltar que, segundo o verbete sumular 231 do STF, o réu revel pode, inclusive, produzir provas, desde que se manifeste em momento processual adequado. Note-se a redação do referido enunciado: “O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno”. Gabarito “E”

Gabarito “B” (Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Lauro ajuizou contra Elias ação sob o procedimento comum ordinário, com o objetivo de anular contrato que este assinara com Júlio para a construção de uma casa. Afirmou, na peça inicial, que, sendo sócio de Júlio, a execução dos serviços poderia levar seu sócio a dificuldades financeiras capazes de prejudicar sua atividade empresarial. Alegou, ainda, que o contrato seria nulo por erro substancial.

(D) É possível a emenda da petição inicial enquanto não forem

Gabarito “C”

extrair o pedido de tudo o que foi dito ao longo da petição inicial; D: incorreta, porque a medida cautelar de arresto não se destina para a situação descrita na alternativa, conforme o art. 813 do CPC; adequada para a hipótese seria a medida cautelar de sequestro, nos termos do inciso III do art. 822 do CPC; E: incorreta, porque “é lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial” (§ 1º do art. 278 do CPC, que prevê o chamado pedido contraposto).

(Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

com referência à petição inicial.

(A) Os juros legais não constituem exemplos de pedido implí-

cito.

(B) Segundo o STJ, o prazo de dez dias fixado pelo juiz para

que o autor emende a inicial é improrrogável.

(C) Se o requerimento para a citação do réu não estiver

expresso na petição inicial, ele deve ser presumido pelo juiz.

9. Direito Processual Civil

A: incorreto (art. 293 do CPC); B: incorreto. Nesse sentido: “Recurso especial repetitivo (art. 543-C do Código de Processo Civil) ‑ medida cautelar de protesto interruptivo de prazo prescricional ‑ negativa de prestação jurisdicional ‑ Omissão ‑ Não ocorrência ‑ Prazo do art. 284 do Código de Processo Civil ‑ Natureza jurídica ‑ Dilatório ‑ Irrelevância, na espécie ‑ Determinações judiciais de emenda à petição inicial ‑ Descumprimento reiterado pelas recorrentes ‑ desídia configurada, in casu ‑ Indeferimento da inicial ‑ Justa causa ‑ Aferição ‑ Entendimento pautado na análise do conjunto fático-probatório ‑ Reexame nesta via recursal ‑ Impossibilidade ‑ Óbice do enunciado 7 da Súmula/ STJ ‑ Recurso especial improvido, no caso concreto. [...] II ‑ Para fins do disposto no art. 543-C, o prazo do art. 284 do Código de Processo Civil não é peremptório, mas dilatório, ou seja, pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por determinação do juiz, nos termos do art. 181 do Código de Processo Civil; III ‑ In casu, contudo, independentemente da natureza jurídica do prazo prescrito no art. 284 do Código de Processo Civil, tendo em conta as duas anteriores concessões de prazo para a regularização da inicial, ambas não atendidas, e a ausência de justificativa plausível para o pedido de nova dilação do prazo, restou configurada a conduta desidiosa e omissiva das recorrentes, estando correta a sentença de indeferimento da inicial e de extinção do processo sem o julgamento do mérito; [...]” (REsp 1.133.689/PE, rel. Min. Massami Uyeda, 2ª Seção, j. 28.03.2012, DJe 18.05.2012); C: incorreto. Acaso o demandante não tenha pleiteado expressamente a citação do demandado, o juízo deverá facultar ao autor a emenda da inicial, sob pena de seu indeferimento, visto que o requerimento de citação do réu é requisito indispensável da exordial, conforme dimana do art. 282, VII, do CPC. Na mesma direção: Processual civil. Ação rescisória. Art. 485, VII, do CPC. Ausência de indicação do réu e de requerimento de sua citação. Falta de comprovação do trânsito em julgado. Resolução apresentada como “documento novo” editada após a prolação do julgado rescindendo. Inviabilidade. Extinção do processo, sem julgamento de mérito. 1. A ausência de indicação da parte integrante do polo passivo da relação processual, de pedido expresso de citação da parte requerida e de comprovação do trânsito em julgado do acórdão rescindendo são irregularidades que ensejam o indeferimento da petição inicial, nos termos dos arts. 282, II e VII, e 488 do Código de Processo Civil. [...] (AR 2.481/PR, rel. Min. Denise Arruda, 1,ª Seção, j. 13.06.2007, DJ 06.08.2007, p. 446); D: incorreto. O pedido imediato (natureza do provimento jurisdicional almejado) é sempre determinado, ao passo que o pedido mediato (bem da vida pretendido) é que excepcionalmente pode ser indeterminado, genérico ou ilíquido, quando não for possível a exata quantificação do bem jurídico material requestado (art. 286 do CPC). Corroborando tal ensinamento, note-se a doutrina de Marinoni: “O pedido no seu sentido imediato e mediato deve ser certo e determinado (art. 286, caput, do CPC). Admite-se, contudo, como exceção, que o pedido mediato seja indeterminado (ou genérico): i) nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; ii) quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito; iii) quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu (art. 286, I, II e III, do CPC)”. (MARINONI, Luiz Guilherme. Processo de conhecimento. 6. ed. São Paulo: Ed. RT, 2007, p. 82); E: correto (art. 295, parágrafo único, II, do CPC). Gabarito “E” (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que se refere ao processo de conhecimento, julgue os itens a seguir. (1) Oposta exceção de incompetência de juízo, o processo

ficará suspenso até o trânsito em julgado da decisão que o apreciar. (2) Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, podem-se substituir os debates orais, na audiência de instrução e julgamento, pelos memoriais, que serão oferecidos em dia e hora designados pelo magistrado. (3) A petição inicial será considerada inepta quando contiver pedidos incompatíveis entre si, mas o mesmo não se pode afirmar quando o tipo de procedimento escolhido pelo autor não corresponder à natureza da causa.

(4) Não obtida a conciliação na audiência preliminar, o proce-

dimento do juiz se limitará a fixar os pontos controvertidos, decidir as questões prejudiciais pendentes e, se necessário, designar audiência de instrução e julgamento. (5) A complementação de prova, na hipótese de perplexidade probatória, poderá ser feita em qualquer fase, uma vez que a iniciativa probatória do juiz não se sujeita à preclusão. (6) O juiz proferirá a sentença, julgando procedente ou improcedente, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor. Nos casos de extinção sem resolução de mérito, o juiz decidirá de forma concisa. Quando o autor tiver formulado pedido certo, será vedado ao juiz proferir sentença ilíquida. 1: incorreta, porque a suspensão do processo dura até que a exceção seja julgada, ainda que caiba recurso contra tal decisão. É que o recurso cabível (agravo) não terá efeito suspensivo, o que possibilita a imediata retomada do curso do processo; 2: correta (art. 454, § 3º, CPC); 3: correta (art. 295, parágrafo único, CPC); 4: incorreta, uma vez que juiz decidirá as questões processuais pendentes, e não as questões prejudiciais pendentes (art. 331, CPC); 5: correta; 6: correta (art. 459, caput e parágrafo único, do CPC). (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Julgue os itens que se

seguem no que concerne ao pedido.

(1) O pedido deve ser certo e determinado, contudo, há

situações em que a determinação do quantum debeatur é inviável ao autor por força das peculiaridades do direito almejado, fixando a lei processual as hipóteses em que se admite pedido genérico de modo restrito, não se admitindo interpretação ampliativa dessa regra. (2) São requisitos essenciais da possibilidade de haver cumulação de pedidos a abrangência da competência do juízo, a identidade de ritos ou redução ao rito comum ordinário, e a compatibilidade entre os pedidos formulados, de modo que é inviável a cumulação que não atenda a todos estes, a exemplo do que ocorreria na cumulação do pedido de revisão e nulidade do mesmo contrato. (3) No caso de o autor formular mais de um pedido, sendo o primeiro de imissão na posse de determinado imóvel e o segundo de reparação dos danos gerados pela ocupação injustificada do bem, há cumulação própria sucessiva, não cumulação subsidiária. 1: correto. Os pedidos devem ser certos e determinados. Essa é a regra geral. Excepcionalmente, admite-se pedido genérico, não comportando tal regra interpretação extensiva, por se tratar de norma de direito estrito. Nesses casos, a enumeração prevista no dispositivo legal é taxativa, numerus clausus (art. 286 do CPC); 2: incorreto. Na hipótese, poderá haver a cumulação dos pleitos de revisão e de reconhecimento da nulidade do contrato, desde que se trate de cumulação alternativa ou eventual/subsidiária, já que em tais casos o acolhimento de um pedido obstará a apreciação dos demais. Só há falar-se em incompatibilidade objetiva quando se cuidar de cumulação simples ou sucessiva, situações estas em que, para que a inicial não seja indeferida, o juiz facultará ao autor a escolha de um deles, quando esta lhe couber (art. 288, caput, do CPC); 3: correto. Evidencia-se, nesse particular, que o autor pretende obter ambos os provimentos: o executivo lato sensu (imissão na posse) e o condenatório (perdas e danos), sendo que o segundo é decorrência lógica da procedência do primeiro, já que patente a existência de conexão entre os fundamentos invocados. Gabarito 1C, 2E, 3C

mediato é sempre determinado. (E) O pedido não concludente em relação à causa de pedir implica inépcia da petição inicial.

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5C, 6C

(D) O pedido imediato pode ser indeterminado, enquanto o

293

(Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) Quanto ao indeferimento

da inicial e à cumulação de pedidos, julgue os itens a seguir.

I.

Em caso de cumulação de pedidos, pode haver o indeferimento parcial da inicial. II. O indeferimento da inicial deve ter como fundamento a inépcia. III. Na cumulação simples de pedido, as pretensões não têm entre si relação de precedência lógica. IV. Não haverá error in procedendo se o juiz examinar o pedido sucessivo sem ter examinado o principal.

294 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

teoria da ação, à inicial e ao pedido, julgue os seguintes itens.

(1) Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da

ação, adotada pelo CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à tutela requerida. (2) Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota. 1: correta. Pela teoria da ação condicionada abstrata (eclética), a falta de uma das condições da ação leva à carência. O interesse de agir é o binômio necessidade/adequação. No caso, quem detém título executivo não precisa propor demanda de conhecimento – que busca, exatamente, formar um título executivo (CPC, art. 267, VI); 2: correta. Pela teoria da substanciação, a causa de pedir é composta por fatos e fundamentos jurídicos do pedido (CPC, art. 282, III). Pela teoria da individuação, bastaria a indicação da relação jurídica, sem necessidade de se especificar os fatos. Gabarito 1C, 2C (OAB - CESPE – 2010.1) Considere que, ajuizada ação de cobrança,

entre partes capazes, para recebimento de dívida já prescrita, o juiz, ao analisar a exordial, a indefira, de pronto, devido à consumação da prescrição. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta a respeito da decisão do magistrado. (A) Sendo a prescrição preliminar de mérito, o momento proces-

sual de sua apreciação deveria ocorrer na sentença final.

(B) A prescrição não poderia ser declarada de ofício visto que

a ação trata de direitos patrimoniais.

(C) A petição inicial deve ser indeferida quando o juiz verificar,

desde logo, a decadência ou a prescrição.

(D) O juiz não pode reconhecer de ofício a prescrição.

A: incorreta, a prescrição, por ser matéria de ordem pública, pode ser alegada em qualquer fase do processo; B: incorreta, pois o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição; C: correta, cabe o indeferimento da inicial em virtude da prescrição (art. 295, IV, do CPC); D: incorreta, a prescrição pode ser reconhecida de ofício, em qualquer hipótese (art. 219, § 5°, do CPC). Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2009.3) Cláudia ajuizou ação contra Eleonora,

requerendo a condenação desta em danos materiais, morais e pensão alimentícia em decorrência da morte de João, marido da autora, em acidente de trânsito provocado pela ré. Nessa situação hipotética, caracteriza-se a cumulação de pedidos

(A) simples. (B) alternativa. (C) sucessiva. (D) subsidiária.

(A) a citação por oficial de justiça e a citação por meio eletrônico. (B) a citação com hora certa e a citação por oficial de justiça. (C) a citação por via postal e a citação por edital. (D) a citação com hora certa e a citação por edital.

Citação ficta é aquela que se presume ter ocorrido (fictícia). Ou seja, é aquela na qual não houve efetivamente a entrega da citação para o réu (por isso, no caso de ausência de contestação, há necessidade de curador especial – vide art. 9º, II, do CPC). (OAB - CESPE – 2008.1) De acordo com a legislação processual

civil, ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações

(A) De locação de bem móvel. (B) Possessórias, em qualquer caso. (C) Pessoais. (D) Que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição

ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges.

A participação dos cônjuges no processo é necessária quando se tratar de direitos reais imobiliários – mas, nas possessórias, somente se for ato por ambos praticado (art. 10, § 1º, do CPC).

9.2. DEFESA E REVELIA (Cartório/DF – 2014 – CESPE) No que se refere às modalidades de resposta do réu e suas especificidades legais, assinale a opção correta. (A) A decisão que julga o incidente de exceção deverá ser

desafiada por recurso de apelação.

(B) A arguição de questões preliminares de litispendência, coisa

julgada e defeito de representação constituem modalidades de defesa de natureza dilatória, apresentadas sempre no bojo da contestação. (C) Aplica-se o ônus da impugnação especificada, inerente ao instrumento petitório da contestação, ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do MP. (D) O meio adequado para que se combata eventual incompetência do juízo, independentemente de sua natureza, é a oposição de exceção de incompetência, que necessariamente deverá ser fundamentada e devidamente instruída, indicando-se o juízo para o qual ela se declina. (E) Conforme a jurisprudência do STJ, caso a parte apresente incidente de exceção, o processo será suspenso no momento em que a exceção for oposta. A: incorreta, pois se tratando de incidente, cabível agravo (CPC, arts. 311 e 522); B: incorreta, pois (i) essas matérias não precluem e, portanto, podem ser apresentadas após a contestação (mas, de fato, o momento usual para alegação é na própria contestação, em preliminar – CPC, art. 301) (ii) conforme a divisão da doutrina, litispendência e coisa julgada são defesas peremptórias, pois acarretam a extinção do processo (CPC, art. 267, V); C: incorreta, pois nesses casos cabe a contestação por negativa geral (CPC, art. 302, parágrafo único); D: incorreta, porque a incompetência absoluta se alega em preliminar de contestação (CPC, art. 301, II), de modo que somente a incompetência relativa é alegada em exceção de incompetência (CPC, art. 112); E: Correta, conforme já se posicionou o STJ nos precedentes: AgRg no REsp 1.045.568-RS, DJe 13/4/2009; REsp 649.011-SP, DJ 26/2/2007; REsp 73.414-PB, DJ 5/8/1996, e AgRg no REsp 771.476-DF, DJe 27/8/2010. REsp 973.465-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/10/2012. Gabarito “E”

Gabarito “B” (Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) No que concerne à

(OAB - CESPE – 2009.2) São modalidades de citação ficta

Gabarito “D”

I: correta. Pois apenas um dos pedidos pode ser impossível, por exemplo (CPC, art. 267, VI e 295, p.u., III); II: incorreta. Toda inépcia acarreta o indeferimento da inicial, mas o indeferimento da inicial pode se dar por várias outras razões, além da inépcia (CPC, art. 295, caput e p.u.); III: correta. Na cumulação simples, os pedidos são independentes; na cumulação sucessiva é que existe a necessidade de procedência de um para se avançar ao outro; IV: incorreta. O pedido sucessivo (na verdade, mais técnico seria se falar em subsidiário – CPC, art. 289) só pode ser analisado quando rejeitado o principal.

A cumulação de pedidos é prevista do art. 292 do CPC. No pedido alternativo, não há preferência entre o pedido “A” ou “B” (mas apenas um deles será concedido – art. 288 do CPC). No pedido subsidiário ou sucessivo, prefere-se o pedido “A”; mas, se não for possível, aceita-se o pedido “B” (art. 289 do CPC).

Gabarito “D”

(A) I e II. (B) I e III. (C) II e IV. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV.

Gabarito “A”

Estão certos apenas os itens

9. Direito Processual Civil

(1) Oferecida contestação intempestiva em processo sobre

direitos disponíveis, aplicam-se os efeitos da revelia, transcorrendo os demais prazos contra o réu revel, independentemente de intimação. (2) Ofertada contestação por negativa geral pelo procurador de determinado ente público, caberá ao autor, na fase de provas, comprovar os fatos constitutivos de seu direito. (3) Pela própria natureza do provimento almejado, a reconvenção em ação declaratória é inadmissível. (4) Antes que se discuta o mérito da ação, compete ao réu alegar, entre outras defesas processuais, perempção, inépcia da inicial, coisa julgada formal ou material e compromisso arbitral.

1: Errado. Pois se a parte ofertou contestação ela possui patrono nos autos e, portanto, será intimada (art. 322, CPC); 2: anulada; 3: Errado. É cabível conforme entendimento cristalizado na Súmula 258 do STF; 4: Errado. O réu não pode alegar em preliminar a coisa julgada formal, pois esta permite a nova propositura da demanda (art. 268, CPC) a não ser nas hipóteses do artigo 267, V, CPC. Gabarito 1E, 2 ANULADA, 3E, 4E (Técnico – TJ/CE – 2013 – CESPE) Acerca da resposta do réu,

assinale a opção correta.

(A) O advogado dativo do réu deve fazer impugnação especi-

ficada de todos os argumentos do autor.

(B) Verificando que o autor não pagou as custas iniciais, o réu

deve alegar carência de ação na contestação, antes de discutir o mérito da causa. (C) A exceção de incompetência absoluta é processada em apenso aos autos principais. (D) Se houver vários réus com advogados diferentes, o prazo para contestação será dobrado. (E) Cabe ao réu informar na contestação se existe coisa julgada, ou seja, se existe outra ação idêntica já julgada, ainda que pendente de recurso. A: incorreta. O advogado dativo poderá fazer defesa por negativa geral conforme artigo 302, § único, CPC; B: incorreta. O caso não é de carência, mas de falta de prestação que a lei exija para o ato (art. 301, XI, CPC); C: incorreta, a exceção de incompetência é sempre relativa (art. 112, CPC); D: correta conforme artigo 191, CPC; E: incorreta. Primeiro porque a coisa julgada pode ser verificada de ofício (art. 301, § 4º, CPC), segundo porque a coisa julgada pressupõe o exaurimento das vias recursais com o consequente trânsito em julgado da decisão.

(Magistratura/ES – 2011 – CESPE) Em ação de cobrança ajuizada contra dois réus em litisconsórcio passivo facultativo, o primeiro apresentou, no décimo quarto dia da juntada do último mandado de citação, apenas reconvenção, e o segundo, no décimo sétimo dia, apresentou contestação e reconvenção elaboradas por patrono diverso. Na contestação, o segundo réu alegou inexistência da dívida e pagamento parcial.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) A reconvenção do segundo réu só será admitida se apre-

sentada simultaneamente à contestação.

(B) As peças apresentadas pelo segundo réu são consideradas

intempestivas por desrespeito ao prazo legal para apresentação da defesa.

(C) O primeiro réu não poderia ter apresentado reconvenção

sem ter apresentado, também, contestação.

(D) A defesa do segundo réu é contraditória e, por isso, inábil

para rebater a pretensão inicial.

(E) A reconvenção apresentada pelo primeiro réu só deve ser

admitida porque o segundo réu também se utilizou desse meio de defesa.

A: correta (art. 299 do CPC); B: incorreta, porque incide, nesse caso, o art. 191 do CPC que prevê que os prazos serão em dobro quando houver litisconsortes patrocinados por advogados diferentes, como no caso em apreço; C: incorreta, porque a apresentação de contestação não é requisito para a admissibilidade da reconvenção. O que a lei exige é que ambas sejam apresentadas simultaneamente, desde que o réu tenha interesse na apresentação de ambas; D: incorreta, porque vigora no processo civil o princípio da eventualidade, segundo o qual todas as alegações, ainda que incompatíveis do ponto de vista lógico, devem ser apresentadas na contestação, sob pena de preclusão. Logo, o réu, sabedor da possibilidade de rejeição de sua principal tese defensiva, pode veicular uma tese subsidiária, ainda que incompatível com a primeira; E: incorreta, porque a admissibilidade da reconvenção do primeiro réu não está subordinada à utilização desse tipo de resposta pelo segundo réu. Gabarito “A”

(Analista STF – 2013 – CESPE) Ainda acerca de resposta do réu, com base na doutrina, na legislação e na jurisprudência dos tribunais superiores, julgue os itens subsequentes.

295

(Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Com relação às exceções,

assinale a opção correta.

(A) É possível a sua apresentação pelo autor, inclusive no que

se refere à incompetência relativa.

(B) Por serem defesas processuais típicas, as exceções podem

pôr termo prematuro à relação processual.

Gabarito “D”

(C) As exceções referem-se a pressupostos processuais sub-

(Magistratura/AL – 2008 – CESPE) Quanto às regras concernentes

(D) Como são formas de resposta típicas do réu, o autor pode

(A) Dependendo das circunstâncias, o prazo para oferecimento

(E) Sua apresentação deve ocorrer no prazo da resposta, sob

da resposta do réu no procedimento sumário pode ser maior ou menor que aquele previsto no procedimento ordinário.

(B) Se caracterizada a revelia, será dispensada a nova citação

do réu revel diante da alteração objetiva da demanda por parte do autor. (C) Caso o réu reconheça o pedido, cabe ao juiz extinguir o processo sem julgamento de mérito por perda superveniente de uma das condições da ação. (D) Contestação e reconvenção devem ser apresentadas simultaneamente, de modo que, se o demandado não apresentar contestação, não poderá apresentar reconvenção. (E) O autor somente pode renunciar ao direito material, sem consentimento do réu, até o decurso do prazo para resposta. A: correta, pois no procedimento sumário o réu deverá apresentar sua contestação em audiência, sendo certo que deverá ser citado e intimado da designação da audiência de conciliação com antecedência mínima de 10 (dez) dias (art. 277 do CPC). Assim, por consequência lógica, dependendo da data da audiência, o réu poderá ter mais ou menos que 15 (quinze) dias para apresentar a contestação, prazo para defesa no procedimento ordinário; B: incorreta (art. 321 do CPC); C: incorreta (art. 269, II, do CPC); D: incorreta (arts. 299 e 315, ambos do CPC); E: incorreta (art. 269, V, do CPC).

recorrer a elas apenas na hipótese de reconvenção. pena de preclusão.

A: incorreta, porque é o autor que define a competência territorial no ato do ajuizamento da demanda. Logo, não tem ele interesse, ou legitimidade, para opor exceção de incompetência; B: incorreta, uma vez que a finalidade das exceções nunca será a extinção do processo. Através delas, busca-se o reconhecimento da incompetência relativa do juízo, impedimento ou suspeição do juiz; C: correta, em termos, uma vez que a incompetência é do juízo, e não do juiz propriamente (embora passível de crítica, foi essa a alternativa considerada como correta); D: incorreta, porque o autor pode fazer uso das exceções de impedimento ou suspeição; E: incorreta, porque a exceção de impedimento pode ser oferecida a qualquer tempo, inclusive por ação rescisória. Gabarito “C”

à resposta do réu, assinale a opção correta.

jetivos atinentes à pessoa do juiz ou à sua competência.

(Procurador/DF – 2013 – CESPE) Com referência aos parâmetros definidos no CPC para os procedimentos a serem realizados em razão de direito material de sujeito de direito, julgue os próximos itens. (1) As ações dúplices admitem reconvenção. (2) Se, em uma ação reivindicatória, o réu se defender e arguir

a prescrição aquisitiva, a sentença que apreciar os fundamentos do pedido sem se manifestar sobre a usucapião será ultra petita.

Gabarito “A”

296 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E 5C (Procurador/DF – 2013 – CESPE) Com relação às espécies e às fases de um processo, julgue os itens subsecutivos. (1) Sentença proferida em processo cautelar também estará

sujeita à coisa julgada material, haja vista a natureza dos seus efeitos. (2) Para o réu evitar os efeitos da revelia, não lhe será bastante defender-se; deverá ele impugnar os fatos narrados na petição inicial, sob pena de estes serem presumidos verdadeiros. (3) Admite-se prova testemunhal em caráter de exclusividade para fazer prova de contratos cujo valor não seja excedente ao décuplo do salário-mínimo. (4) Qualquer que seja a natureza da prestação executada, o prazo para o devedor opor embargos contar-se-á da juntada do mandado de citação aos autos. 1: errada, em termos. De fato, a regra geral é a de que a sentença proferida em processo cautelar não faça coisa julgada, não propriamente pela natureza de seus efeitos, mas muito mais pela superficialidade da cognição exercida pelo juiz nesse tipo de processo (cognição sumária, não exauriente). Deve-se atentar para o fato de que, caso na medida cautelar o juiz reconheça prescrição ou decadência, haverá coisa julgada (art. 810 do CPC); 2: correta, porque, em razão do princípio do ônus da impugnação especificada, em regra, o fato não impugnado expressamente pelo réu na contestação será presumido verdadeiro (art. 302 do CPC); 3: correta, porque de acordo com o art. 401 do CPC; 4: correta, porque nos termos do art. 738 do CPC. Uma nota merece destaque, no entanto. O art. 621 do CPC, ao disciplinar a execução para a entrega de coisa, fala em prazo de 10 dias, a contar da segurança do juízo. Tem-se entendido, no entanto, que em razão da revogação do art. 737, inc. II,

(Cartório/DF – 2008 – CESPE) Com relação ao réu e sua resposta

ao processo, julgue os itens que se seguem.

(1) A revelia é espécie do gênero contumácia. (2) Depois da contestação, é lícito ao réu deduzir novas ale-

gações quando competir ao juiz conhecer delas, de ofício.

(3) Qualquer que seja a modalidade de incompetência, deve o

réu argui-la por meio de exceção.

1: certo. Contumácia é sinônimo de omissão que pode ser irrogada a qualquer das partes, no que diz respeito à prática de um determinado ato processual ou ao exercício de uma dada faculdade. A revelia é, pois, a contumácia total do réu, que não apresenta defesa ou o faz intempestivamente; 2: certo (art. 303, II, do CPC); 3: A incompetência relativa (ou territorial) deve ser atacada através de exceção, ou seja, por meio de petição distinta, que será processada em apenso aos autos principais (arts. 112, caput, 299 e 304 do CPC). Vale ressaltar, por outro lado, que a incompetência absoluta será arguida por meio de preliminar em contestação, e não através de exceção (Art. 301, II, do CPC). (Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) Assinale a opção

correta em relação às regras que disciplinam a resposta do réu.

(A) Dispensa-se procuração com poderes especiais para o

advogado do excipiente opor exceção de impedimento.

(B) As exceções constituem modalidade de resposta do réu,

razão pela qual é incabível que sejam também opostas pelo autor. (C) Ocorrendo a revelia, o autor pode alterar o pedido sem promover nova citação. (D) Pacificou-se na doutrina que, havendo mais de um réu no polo passivo da ação principal, pode um réu sozinho ajuizar reconvenção, ainda que exista necessidade litisconsorcial ativa na demanda reconvencional. (E) Se acolhida a exceção de incompetência, os autos deverão ser remetidos para o juízo competente e deverão ser anuladas todas as decisões proferidas pelo juízo relativamente incompetente, inclusive a que determinou a citação do réu. A: correta, porque a procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, salvo os que exijam poderes especiais – e a exceção não se insere entre os atos que dependem de poderes especiais (CPC, art. 38, parte final); B: incorreta, porque cabe exceção de impedimento e suspeição pelo autor – pois o juiz pode ter algum vínculo com a parte ré (CPC, art. 304): C: incorreta (CPC, art. 321); D: incorreta, porque se houver necessidade de formação de litisconsórcio ativo na reconvenção (questão polêmica na doutrina), não poderá ser ajuizada apenas por um dos réus reconvintes titulares do direito objeto da demanda reconvencional; E: incorreta, porque a incompetência relativa não acarreta a invalidação dos atos praticados. Gabarito “A”

1: errada, de acordo com o gabarito oficial. Deve-se, no entanto, fazer um esclarecimento. De fato, como regra geral, nas ações dúplices (são aquelas em que o réu pode formular certos pedidos – pedidos contrapostos, em face do autor, na própria contestação) não que o réu faça uso da reconvenção para buscar tutela jurisdicional que poderia ser pleiteada através de pedido contraposto. Ora, se naquele caso, o pedido contraposto tem cabimento, fica afastado o interesse de agir para a reconvenção. Daí, ser ela incabível. Ocorre que, nas ações dúplices, os temas que podem ser objeto de pedido contraposto são sempre claramente delimitados pela lei. Caso o réu tenha uma pretensão em face do autor que tenha por objeto tutela diferente daquela que caracteriza a duplicidade daquele tipo de ação, a reconvenção pode ser utilizada, se presentes os seus requisitos. Nesse sentido, já decidiu o E. STJ: “Ação possessória. Reconvenção (…) 1. A natureza dúplice da ação possessória, no rastro do art. 922 do Código de Processo Civil, não tem o condão de afastar, em tese, a possibilidade de reconvenção” (REsp 119.775/SP, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, 3.ª T., julgado em 12/05/1998, DJ 22/06/1998, p. 73). Como se pode concluir, ao examinador escapou essa possibilidade de cabimento de reconvenção em ação de natureza dúplice; 2: errada, porque “ultra petita” é a sentença capaz de gerar efeitos mais abrangentes, mais amplos, dos que foram pretendidos pelo autor. A sentença que se omite sobre questão levantada seja para o acolhimento, seja para a rejeição do pedido, é “citra” ou “infra petita”; 3: correta, porque “é competente a autoridade judiciária brasileira quando: I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; (...)” (art. 88, inc. I, do CPC); 4: errada, porque a arguição da incompetência absoluta deve ser feita por meio de preliminar de contestação e não acarreta a suspensão do processo (art. 301, II, do CPC); 5: correta (art. 343, § 2º, do CPC).

do CPC, que declarava não serem admissíveis embargos do devedor antes de seguro o juízo pelo depósito em execução para a entrega de coisa, deixou de ter incidência o prazo diferenciado. Assim, qualquer que seja a natureza da prestação executada, o prazo para os embargos fica regulado pelo art. 738 do CPC.

Gabarito 1C; 2C; 3E

mulher argentina em solo francês e que ambos residam atualmente em Belo Horizonte. Caso queira divorciar-se, o brasileiro pode propor a ação de divórcio na jurisdição brasileira. (4) A arguição de incompetência absoluta deve ser realizada por meio de exceção e provoca a suspensão do processo. (5) Em uma audiência, se ausente a parte que deveria prestar depoimento pessoal, desde que intimada de modo regular, por requerimento da parte contrária, a ela será aplicada, pelo juiz, a pena de confissão.

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C

(3) Considere que um brasileiro tenha se casado com uma

(Analista – TJ/DF – 2008 – CESPE) Quanto à defesa do réu no processo civil, julgue os próximos itens. (1) A incompetência do juízo, independentemente de sua

natureza, deve ser arguida pelo réu por meio da exceção de incompetência. (2) A alegação de existência de coisa julgada, de convenção de arbitragem e de carência de ação são defesas peremptórias, enquanto a alegação de conexão é meramente dilatória. (3) Contra o revel, ainda que ele tenha patrono constituído nos autos, os prazos correrão, independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. (4) Não pode o réu, em seu nome próprio, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.

9. Direito Processual Civil

(A) não poderá aplicar os efeitos da revelia, pois a ação versa

sobre direito indisponível.

(B) deve reconhecer e aplicar os efeitos da revelia, presumindo

verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

(C) deve ordenar nova citação do requerido, obrigando-o a

apresentar resposta.

(D) deve designar audiência preliminar para tentar conciliar as

partes.

A ausência de contestação não importa em presunção de veracidade em hipóteses de direitos indisponíveis (art. 320, II, do CPC). A discussão a respeito da interdição (estado da pessoa) é hipótese de direito indisponível. Gabarito “A” (OAB - CESPE – 2008.2) Considere que Raimundo, citado para

tomar conhecimento de ação ajuizada contra si, tenha deixado de apresentar contestação, restando caracterizada a revelia. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Os prazos contra Raimundo correrão independentemente

de intimação, salvo se ele tiver patrono nos autos.

(B) O autor da ação poderá alterar o pedido sem necessidade

de citar Raimundo novamente.

(C) Raimundo poderá intervir no processo apenas até o encer-

ramento da fase de instrução.

(D) Como a defesa é ato privativo do réu, reputar-se-ão verda-

deiros os fatos afirmados pelo autor, ainda que, havendo pluralidade de réus e sendo litisconsórcio unitário, um deles conteste a ação.

A: correta, art. 322 do CPC; B: incorreta, se houver alteração do pedido, deverá ser realizada nova citação (art. 321 do CPC); C: incorreta, o réu revel pode ingressar a qualquer momento, mas recebe o processo no estado em que se encontra (art. 322, parágrafo único, do CPC); D: incorreta, no caso de litisconsórcio, se um dos réus contestar e a defesa dos fatos for comum, afasta-se a presunção de veracidade (art. 320, I, do CPC). Gabarito “A” (OAB - CESPE – 2008.1) Acerca da resposta do réu, assinale a

opção correta.

(A) Caso o réu compareça em juízo para apontar a inexistência

ou a invalidade da citação e esta não seja acolhida, o juiz deve, no mesmo despacho, determinar nova citação do réu e a reabertura do prazo para resposta, de modo que este deduza o restante da defesa. (B) Em obediência ao princípio da concentração das defesas, o réu deve alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, exceto aquelas que devem ser veiculadas através de exceção, ainda que uma somente possa ser acolhida caso outra seja rejeitada. (C) No caso de a incompetência do juízo, absoluta ou relativa, não ser alegada como preliminar na contestação, ocorrerá a chamada prorrogação de competência. (D) Ocorrendo a conexão de ações propostas em separado, o juiz pode, a pedido do réu como preliminar da contestação e, não, de ofício, determinar a reunião das ações para que sejam decididas na mesma sentença.

9.3. PROVA E INSTRUÇÃO PROBATÓRIA (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Acerca do valor das provas e de

seus ônus, assinale a opção correta.

(A) Do registro no boletim de ocorrência decorre presunção

júris tantum de veracidade dos fatos nele consignados.

(B) A descrição que o perito policial faz dos vestígios que

encontra no local de acidente tem presunção de veracidade, servindo de elemento de convicção para o julgamento de processo. (C) Se o juiz determinar, a sociedade comercial e obrigada a exibir seus livros em juízo, ainda que não seja parte no litígio. (D) Nas ações que se refiram a direitos sobre imóveis alheios, a validade da confissão de um conjuge independe da do outro. (E) A escritura pública feita por oficial incompetente, ainda que assinada pelas partes no contrato, não tem eficácia probante, pois a competência e um dos requisitos de validade do ato administrativo.

A: incorreta, pois o boletim de ocorrência, do ponto de vista processual civil, é prova documental de que houve a narrativa daquele fato; B: correta, conforme entendimento do STJ quanto à presunção (EDcl no Ag 1135699/SP, DJe 03/05/2011) e princípio do livre convencimento motivo (CPC, art. 131); C: incorreta para a banca, considerando a redação do art. 382, que faz menção à “parte” exibir os seus livros e do art. 381, que faz menção a livros em demanda onde se discute o interesse da sociedade que, portanto, é parte; D: incorreta, pois a lei prevê o oposto (CPC, art. 350, parágrafo único), inclusive considerando a necessidade de participação de ambos no processo judicial a respeito do tema (CPC, art. 10); E: incorreta (CPC, art. 367: “O documento, feito por oficial público incompetente, ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.”). Gabarito “B”

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C (OAB - CESPE – 2010.1) Fabrício ajuizou ação de interdição contra José, seu pai, alegando, em síntese, que este sofria de demência senil. José foi, então, citado para comparecer ao interrogatório, ocasião em que respondeu às perguntas feitas pelo juiz e externou seu inconformismo com a ação ajuizada pelo filho. Aberto o prazo de cinco dias, após o interrogatório, para o interditando impugnar o pedido de sua interdição, este se quedou inerte, em que pese não ser portador de doença mental alguma, além de não haver, nos autos, prova da suposta demência. Na situação hipotética apresentada, em face dos fatos apresentados, o juiz

A: incorreta, há devolução de prazo, mas não nova citação (art. 214, § 2º, do CPC); B: correta, princípio da eventualidade (art. 300 do CPC); C: incorreta, só há prorrogação na incompetência relativa (art. 114 do CPC); D: incorreta, cabe a reunião dos processos de ofício em virtude da conexão (art. 105 do CPC). Gabarito “B”

1: art. 113 do CPC; 2: a coisa julgada, convenção de arbitragem e carência de ação acarretam a extinção da ação (art. 267 do CPC) e a conexão é causa apenas de reunião dos processos conexos, daí falar-se em dilatória; 3: art. 322 do CPC; 4: art. 315, p. único, do CPC.

297

(Cartório/PI – 2013 – CESPE) No que se refere as provas no processo civil, assinale a opção correta. (A) Tratando-se de contestação de assinatura de documento

particular, o ônus da prova caberá a parte que apresentou a impugnação. (B) A confissão, enquanto meio de prova, conduz a uma presunção absoluta da veracidade dos fatos alegados pelo autor e confessados pelo réu. (C) Para que o documento seja considerado autentico, basta que o tabelião reconheça a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença. (D) Se o vicio do documento particular for de natureza material, poderá ser instaurado incidente de falsidade, havendo possibilidade de condenação do vencido em honorários advocatícios. (E) O documento público prova a autenticidade da sua formação, mas não os fatos que o escrivão declarar que ocorreram, ainda que tenham ocorrido na sua presença. A: incorreta (CPC, art. 389, II: “II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento.”); B: incorreta. Não existe mais a tarifação das provas, nem prova absoluta (está superada a afirmação que a confissão é a “rainha das provas”). Existe o livre convencimento motivado (CPC, art. 131). Assim, se houver confissão, mas a prova dos autos levar a outra conclusão, o juiz pode afastar a confissão; C: correta (CPC, art. 369: “Reputa-se autêntico o documento, quando o tabelião reconhecer a firma do signatário, declarando que foi aposta em sua presença.”); D: incorreta. Cabe o incidente de falsidade documental em relação à falsidade material; contudo, não há previsão de condenação em honorários (CPC, art. 395 – e AgRg

298 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) O depoimento pessoal da parte é meio de prova, de forma

que cada parte pode requerer o depoimento pessoal da outra; no entanto, se houver tal requerimento, não haverá lugar para a aplicação da pena de confissão caso a parte intimada se recuse a depor, uma vez que as partes já terão exposto suas versões em suas peças. (B) Nos procedimentos de jurisdição voluntária, não é aplicável de forma estrita a regra da distribuição do ônus da prova. (C) A confissão judicial espontânea não admite mandatário com poderes especiais: a própria parte deverá fazê-la, sob pena de nulidade. (D) A apresentação de documento que contenha, sem ressalvas, rasura ou entrelinhas determinará a sua rejeição como meio de prova. (E) Caso a parte requeira expedição de carta precatória para ouvir testemunha que resida em outra cidade, o curso do processo deverá ficar suspenso até o retorno da carta, cumprida ou não. A: incorreta (art. 343, § 2º, do CPC); B: correta (art. 1.107 do CPC); não há ônus, mas faculdade das partes em provar o alegado; C: incorreta (art. 349, parágrafo único, do CPC); D: incorreta, pois não existe tal vedação legal, sendo admissível, desde que não contestada, nos termos do art. 388 do CPC; E: incorreta (art. 338 do CPC). Gabarito “B” (Magistratura/CE – 2012 – CESPE) No que se refere às regras processuais relativas a provas, assinale a opção correta. (A) Nas situações que demandarem perícia judicial, será

prescindível, de acordo com a lei, a assinatura de termo de compromisso do perito judicial, devendo este, contudo, cumprir o encargo com escrúpulo e ética; nessas situações, os assistentes técnicos que forem contratados pelas partes não se sujeitarão a impedimento ou suspeição. (B) Considere que Enésio, réu em ação de indenização, pessoalmente intimado a comparecer à audiência de instrução e julgamento, na qual teria de prestar depoimento pessoal, sabedor de que sua recusa ao depoimento ou o seu não comparecimento implicariam o fato de se presumirem verdadeiros os fatos contra ele alegados, resolva outorgar poderes especiais a Caio para que este compareça, em seu lugar, à cerimônia judicial. Nessa situação hipotética, é válida a outorga de poderes especiais, podendo, de fato, o outorgado prestar depoimento em nome do outorgante. (C) Considere que Gervásio, réu em ação de execução de nota promissória, impugne a pretensão executória mediante embargos, afirmando já ter adimplido a sua dívida, e solicite ao juízo que colha o depoimento de três vizinhos que comprovariam a sua tese de quitação do título de crédito. Nessa situação hipotética, em homenagem à verdade real, o juízo deverá deferir a prova testemunhal requerida. (D) Incumbe ao autor da ação declaratória de inexistência de débito o ônus de provar que o débito não existe. (E) Considere que Prudêncio, portador de título de crédito extrajudicial, proponha execução contra Tibério, devedor do título, e que este, por sua vez, impugne a pretensão executória por meio de embargos, alegando nada dever àquele, por inexistência de causa debendi. Nessa situação hipotética, caberá a Prudêncio, por ser o autor da execução, o ônus de provar o alegado na inicial executória. A: correta, porque de acordo com o art. 422 do CPC; B: incorreta, em termos. Há divergência doutrinária e jurisprudencial a respeito do tema. Por um lado, há quem afirme que o “depoimento pessoal é ato personalíssimo (...). Assim, nem o mandatário com poderes especiais pode prestar depoimento pessoal no lugar da parte” (RSTJ 191/321).

(Ministério Público/RR – 2012 – CESPE) No tocante às audiências

previstas no CPC, assinale a opção correta.

(A) A produção de provas na audiência de instrução e julga-

mento segue a seguinte ordem: depoimento pessoal do autor; inquirição das testemunhas; esclarecimentos dos peritos, dos assistentes técnicos; e depoimento pessoal do réu. (B) No CPC, é expressamente prevista a possibilidade de o juiz, finda a fase de instrução e oferecidas as razões finais, em vez de sentenciar, converter o julgamento em diligência probatória. (C) No procedimento comum ordinário, a designação da data e da hora da audiência de instrução e julgamento é ato pessoal do juiz. (D) A audiência de instrução e julgamento é ato processual essencial. (E) A conciliação em juízo, por não constituir ato postulatório, exige a participação de advogado. A: incorreta (art. 452 do CPC); B: incorreta, porque não há previsão expressa nesse sentido, embora seja possível que o juiz assim aja; C: correta; D: incorreta, porque se não for necessária a produção de provas orais, ficará dispensada a realização de audiência de instrução; E: incorreta, porque não se exige a participação de advogado exatamente porque não se trata de ato postulatório. Gabarito “C”

Gabarito “C” (Magistratura/AL – 2008 – CESPE) No que concerne à prova no processo civil, assinale a opção correta.

Em sentido contrário, há decisões em que foi admitido o depoimento pessoal por parte de procurador, desde que tenha ela recebido poderes para confessar, e tenha conhecimento próprio dos fatos discutidos; C: incorreta, porque o pagamento, de acordo com o art. 320, prova-se pelo instrumento de quitação, que deve ser, obviamente, escrito. Assim, como a lei processual veda a prova testemunhal sobre fatos que só podem ser provados por documentos (art. 400, II, CPC), a oitiva de testemunhas, no caso narrado, deveria ser indeferida; D: a alternativa foi considerada incorreta pelo examinador, embora não o esteja. É bem provável que se tenha levado em conta, para tanto, a tradicional afirmação de que seria impossível produzir prova sobre fato negativo, o que não corresponde à verdade. Se o autor afirma que um determinado débito não existe, pode fazer prova de sua afirmação por vários meios. Pode provar, por exemplo, que o débito já está extinto, seja pelo pagamento, compensação, ou outra causa de extinção. Pode provar, ainda, que o débito fora contraído por outra pessoa. Por aí se vê que é possível a prova do fato negativo, ao contrário do que provavelmente imaginou o examinador; E: incorreta, porque o título executivo, ainda que extrajudicial, traz em si uma presunção de que a obrigação nele representada exista. Caberá ao executado, caso não admita a dívida, fazer prova de que não existe causa para a obrigação representada no título (nesse sentido: “Instruída a execução com título formalmente em ordem, é do devedor o ônus de elidir a presunção de liquidez e certeza – STJ, REsp 190.753/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 28/10/2003, DJ 19/12/2003, p. 467). Gabarito “A”

no Ag 1381247/RJ, DJe 30/05/2012); E: incorreta (CPC, art. 364. “O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença”).

(Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Com relação aos atos

processuais, ao processo, aos procedimentos de cognição e à fase probatória, assinale a opção correta.

(A) O fato negativo não pode ser objeto de prova. (B) A prova pericial trasladada para os autos de outro processo

pela parte interessada, como prova emprestada, não pode ser admitida pelo juiz. (C) Ao juiz é defeso, em qualquer hipótese, com base no art. 399 do CPC, requisitar informações sujeitas a sigilo bancário ou fiscal, como quanto ao endereço para localização do devedor ou quanto às contas bancárias e aos bens penhoráveis que lhe pertencem e que podem submeter-se à execução. (D) A existência, em um contrato, de cláusula que preveja a cobrança de juros sobre juros, ou anatocismo, é matéria de direito e, como tal, não pode ser objeto de prova. (E) O prazo de cinco dias previsto no art. 421, § 1.º, do CPC, para que as partes indiquem assistente técnico e formulem quesitos, não é preclusivo, podendo estas fazê-lo até o momento do início da realização da perícia.

9. Direito Processual Civil

A: incorreta, porque o que não se admite é prova sobre fato incerto, indeterminado; fato negativo pode ser provado através da demonstração de um fato positivo que, por lógica, exclua a possibilidade de ocorrência do fato negado; B: incorreta, porque a prova emprestada, se observado o contraditório quando de sua produção, ao menos em relação à parte contra quem se pretende utilizar a prova, pode ser admitida, ainda que se trate de perícia; C: incorreta, porque sobre esse assunto deve ser aplicado o princípio da proporcionalidade, o que permite que, em certos casos, sejam solicitadas tais informações; D: incorreta, porque a previsão de tal disposição no contrato deve ser provada, ainda que a prova em questão seja a documental; E: correta (STJ, AI 381.069-AgRg).

299

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Em determinado processo, a autora requereu, na petição inicial, a produção de todos os meios de prova em direito admitidas, incluindo-se o depoimento pessoal dos réus, seus genitores, contra quem postulava indenização, sob o argumento de abandono afetivo. Os réus, em contestação, juntaram farta documentação escrita e fotográfica e protestaram genericamente pela produção de provas. Na fase de especificação de provas, apenas a autora insistiu no depoimento pessoal dos réus e na oitiva de testemunhas que indicou. Diante da designação de audiência de instrução, o juiz determinou, de ofício, o comparecimento pessoal da autora, a fim de interrogá-la sobre os fatos da causa. Houve intimação regular de todos.

Gabarito “E” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Em relação às provas,

Com base na situação hipotética acima apresentada, assinale a opção correta.

(A) O documento produzido por oficial público sem a obser-

(A) Constitui violação do princípio da isonomia das partes a

vância das formalidades legais, ainda que subscrito pelas partes, não tem eficácia probatória. (B) No CPC, acolhe-se, como regra, a teoria estática do ônus da prova. (C) A prova emprestada tem eficácia vinculante em relação ao magistrado que a admitir. (D) Determinada a produção de prova de ofício pelo juiz, poderá ele, em momento posterior, desistir de sua produção. (E) A confissão é, em regra, divisível, podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe seja desfavorável. A: incorreto (art. 367 do CPC); B: correto (art. 333 do CPC). No que tange às regras de distribuição do ônus da prova, explicitando a diferença havida entre as teorias da carga dinâmica e da carga estática, note-se trecho do judicioso voto proferido pelo E. Min. Herman Benjamin: “[...] Daí por que entendo que há que diferenciar entre a sistemática probatória que diz respeito à comprovação da fraude no equipamento e a comprovação da autoria. A primeira cabalmente se submete à regra insculpida no art. 333 e ss. do CPC, no qual o fato alegado cabe a quem alega, segundo a clássica teoria estática da distribuição da prova, há muito adotada pelo sistema processual vigente. Por outro lado, no que é pertinente à autoria da fraude, negada pelo consumidor, o sistema aceito excepcionalmente é o da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, na qual o dever será atribuído a quem puder suportá-lo, retirando o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente debilidade de suportar o ônus. Portanto, a distribuição será a posteriori, segundo a razoabilidade, de tal maneira que se evite a diabolização da prova – aquela entendida como impossível ou excessivamente difícil de ser produzida – como a prova de fato negativo.” (REsp 1,135.661/RS, rel. Min. Herman Benjamin, 2ª T., j. 16.11.2010, DJe 04.02.2011) [grifos nossos]; C: incorreto, porquanto o ordenamento pátrio não adotou como regra o sistema da prova legal ou tarifada, mas sim o do livre convencimento motivado ou da persuasão racional do juiz (art. 131 do CPC); D: incorreto. Nas hipóteses de deferimento de provas (sejam elas requeridas pelas partes ou determinadas de ofício), de concessão ou de denegação de pleitos antecipatórios ou de liminares em cautelares, bem assim de decretação ou de rejeição de nulidades relativas, a decisão proferida pelo juízo não pode mais ser revista, salvo se houver fato novo que justifique sua modificação superveniente. Nesses casos, portanto, opera-se a preclusão pro judicato, não podendo o magistrado rever o decisório proferido, sob pena de causar tumulto à marcha processual e de vulneração da própria segurança jurídica. Todavia, em se tratando de provimentos que indefiram provas (dado que o juiz poderá determiná-las de ofício, na forma do art. 130 do CPC), ou, igualmente, de hipóteses que importem em nulidade absoluta (condições da ação, pressupostos processuais, juízo de admissibilidade recursal, prescrição, decadência, impedimento do juiz etc.), o órgão jurisdicional pode e deve rever as decisões anteriormente proferidas, por se tratar de questões de ordem pública (arts. 219, § 5º, 267, § 3º, e 301, § 4º, do CPC), de modo que, em tais circunstâncias, não há falar-se em preclusão pro judicato; E: incorreto (art. 354, caput, primeira parte, do CPC).

determinação de ofício, pelo juiz, do comparecimento pessoal da autora em audiência, visto que esse requerimento é ônus da parte, não tendo o réu solicitado o depoimento pessoal da autora na fase de especificação de provas. (B) Caso a autora não compareça, na data marcada, à audiência de instrução, o juiz, se ainda interessado no depoimento, deverá designar nova audiência e determinar a condução coercitiva da autora. (C) Não é possível colher o depoimento pessoal das partes por carta precatória, razão por que a autora e os réus deverão comparecer pessoalmente à comarca em que se situa a sede do juízo, sob pena de arcarem com os ônus decorrentes de suas ausências. (D) A confissão judicial faz prova contra o confitente e também contra seus litisconsortes. (E) Não se deve confundir o protesto genérico, feito na contestação, pela produção de provas com o requerimento específico, em resposta ao despacho de especificação. Nesse segundo momento processual, é imprescindível a justificativa da necessidade da prova, pois, com base nessa informação, o juiz decidirá entre as diligências realmente necessárias à instrução da causa e as despiciendas ou meramente protelatórias. A: incorreto, já que o depoimento pessoal da parte pode ser determinado de ofício pelo juiz. Cuida-se do denominado interrogatório da parte (art. 342 do CPC); B: incorreto. Nesse caso, ser-lhe-á aplicada a pena de confissão (art. 343, § 2º, do CPC); C: incorreto (arts. 344, caput, e 410, II, do CPC; D: incorreto (art. 350, caput, do CPC); E: correto. Conquanto o despacho para especificação de provas não esteja previsto pela lei ritual – à exceção do art. 324 do CPC – sua reiteração na praxe forense contribui significativamente para a boa instrução do feito, vez que permite o indeferimento de diligências inúteis e protelatórias, sem prejuízo de que confere maior segurança ao juízo no momento julgar antecipadamente a lide (art. 130 do CPC). Gabarito “E”

assinale a opção correta.

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue os itens seguintes, relativos à audiência de instrução e julgamento. (1) O denominado princípio da carga dinâmica da prova deter-

mina a possibilidade de o ônus da sua produção recair sobre a parte que detém condições para dele se desincumbir; contudo, a concepção adotada no Código de Processo Civil é a da distribuição estática desse ônus. (2) A preclusão, fenômeno processual que pode decorrer do transcurso do prazo estabelecido para a prática de determinado ato, também pode ser identificada por meio da prática de ato incompatível com o ato seguinte, momento em que atinge também a prática de atos judiciais. (3) Havendo razões para crer que a testemunha arrolada pela outra parte é sua amiga íntima, o momento adequado para apresentar a contradita será o imediatamente posterior a sua oitiva, oportunidade em que essa situação poderá ser comprovada.

Gabarito “B”

300 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1C, 2ANULADA, 3E (Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) Com relação à disciplina das provas no CPC, julgue os itens a seguir.

(Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) A disciplina

legal das provas no CPC estabelece disposições gerais acerca da matéria. Considerando essa disciplina, assinale a opção correta.

(A) A confissão do administrador público quanto à culpa da

administração pela falta do serviço torna desnecessária a produção de outras provas nesse sentido. (B) Ao autor cabe provar a ausência de fato extintivo de seu direito, cabendo ao réu a prova dos fatos impeditivos e modificativos. (C) Prevalece a convenção que desonera o autor de provar o fato constitutivo de seu direito, mesmo que isso imponha ao réu ônus excessivamente difícil. (D) Se o fato alegado pela parte for de conhecimento geral da sociedade no tempo e no local em que a ação é proposta, não é necessária a prova de sua existência.

A: incorreta. Não há, no sistema processual brasileiro, hierarquia entre as provas, mas sim o livre convencimento (CPC, art. 131); B: correta (CPC, art. 333); C: incorreta (CPC, art. 333, p.u., II); D: incorreta. O fato notório independe de prova (trata-se do fato de conhecimento dos litigantes). Gabarito “B”

1: correto. No que tange às regras de distribuição do ônus da prova, explicitando a diferença havida entre as teorias da carga dinâmica e da carga estática, note-se trecho do judicioso voto proferido pelo E. Min. Herman Benjamin: “[...] Daí por que entendo que há que diferenciar entre a sistemática probatória que diz respeito à comprovação da fraude no equipamento e a comprovação da autoria. A primeira cabalmente se submete à regra insculpida no art. 333 e ss. do CPC, no qual o fato alegado cabe a quem alega, segundo a clássica teoria estática da distribuição da prova, há muito adotada pelo sistema processual vigente. Por outro lado, no que é pertinente à autoria da fraude, negada pelo consumidor, o sistema aceito excepcionalmente é o da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova, na qual o dever será atribuído a quem puder suportá-lo, retirando o peso da carga da prova de quem se encontra em evidente debilidade de suportar o ônus. Portanto, a distribuição será a posteriori, segundo a razoabilidade, de tal maneira que se evite a diabolização da prova ‑ aquela entendida como impossível ou excessivamente difícil de ser produzida ‑ como a prova de fato negativo.” (STJ, REsp 1.135.661/RS, rel. Min. Herman Benjamin, 2ª T., j. 16.11.2010, DJe 04.02.2011) [grifos nossos]; 2: conquanto anulada a questão, sua primeira parte trata da preclusão temporal e a segunda parte da preclusão lógica. Parece-nos que foi prudente a banca examinadora ao invalidar tal assertiva, visto que a preclusão pro judicato nem sempre se verifica. Explicamos. Nas hipóteses de deferimento de provas requeridas pelas partes, de concessão ou de denegação de pleitos antecipatórios ou de liminares em cautelares, bem assim de decretação ou de rejeição de nulidades relativas, a decisão proferida pelo juízo não pode mais ser revista, salvo se houver fato novo que justifique sua modificação superveniente. Nesses casos, portanto, opera-se a preclusão pro judicato, não podendo o magistrado rever o decisório proferido, sob pena de causar tumulto à marcha processual. Todavia, em se tratando de provimentos que indefiram provas (dado que o juiz poderá determiná-las de ofício, na forma do art. 130 do CPC), ou, igualmente, de hipóteses que importem em nulidade absoluta (condições da ação, pressupostos processuais, juízo de admissibilidade recursal, prescrição, decadência, impedimento do juiz etc.), o órgão jurisdicional pode e deve rever as decisões anteriormente proferidas, por se tratar de questões de ordem pública (arts. 219, § 5º, 267, § 3º, e 301, § 4º, do CPC), de modo que, em tais circunstâncias, não há falar-se em preclusão pro judicato; 3: incorreto, pois a contradita deverá ser suscitada quando da qualificação da testemunha, ou seja, antes de sua inquirição (art. 414, § 1º, do CPC).

(Procurador – Banco Central – 2009 – CESPE) Proposta ação em

determinado município, a parte ré invocou como fundamento de sua pretensão de provar fato modificativo do direito do autor norma vigente em outro município do mesmo estado. Nessa situação, assinale a opção correta.

(A) Seguindo a orientação resumida no brocardo iura novit curia

(o juiz conhece o direito), não será necessária a qualquer das partes prova sobre matéria de direito. (B) Constitui exceção à desnecessidade da prova de matéria de direito a alegação de direito estadual, municipal ou estrangeiro, hipótese em que sempre será necessária a prova da sua vigência. (C) Caso o juiz não determine que a parte comprove a vigência da norma municipal invocada, não será necessária a produção desta. (D) Tratando-se de norma vigente em município pertencente à mesma unidade da Federação em que o caso será julgado, não será necessária a prova da vigência. (E) É ônus da parte contrária comprovar a existência ou derrogação da lei municipal invocada, se o juiz determinar ser necessária a prova da vigência.

1: correta. Quanto ao ônus, vide art. 333 e incisos, do CPC. Contudo, uma vez levada aos autos a prova, tem-se o princípio da comunhão, segundo o qual a prova será levada em conta pelo juiz, independentemente de quem a produziu; 2: errada. A prova emprestada não vincula o juiz. Tem-se no Brasil o princípio do livre convencimento motivado, em que não há hierarquia entre as provas (CPC, art. 131).

A: correto (art. 337 do CPC); B: incorreto. A máxima jura novit curia se aplica igualmente às normas de direito estadual e municipal. Nesse sentido, tem-se o seguinte precedente, o qual serviu de base para a elaboração do informativo de nº 434 do STJ: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APLICAÇÃO DE LEI ESTADUAL DE OFÍCIO. PRINCÍPIO IURA NOVIT CURIA. COMPROVAÇÃO DO TEOR. DESNECESSIDADE, SALVO DETERMINAÇÃO PELO MAGISTRADO. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 337 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Não se arguindo a própria aplicação de legislação estadual no âmbito deste Tribunal Superior, mas, sim, a violação do artigo 337 do Código de Processo Civil, que determina que “A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz”, não há falar na incidência do enunciado nº 280 da Súmula do Pretório Excelso. 2. “O princípio jura novit curia aplica-se inclusive às normas do direito estadual e municipal. A parte não está obrigada a provar o conteúdo ou a vigência de tal legislação salvo quando o juiz o determinar (CPC, art. 337)” (AgRg nº 698.172/ SP, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, in DJ 19/12/2005). 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1174310/DF, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/05/2010, DJe 25/05/2010); C: correto, consoante descrito no comentário da assertiva anterior; D: incorreto. O juízo pode determinar que a parte que invocou o direito municipal faça prova de seu teor e vigência (art. 337 do CPC); E: incorreto. O ônus da prova de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário recai sobre a parte que o alega (art. 337 do CPC).

Gabarito 1C, 2E

Gabarito “C”

(1) A regra geral da distribuição do ônus da prova é a de que

cabe ao autor provar o fato constitutivo de seu direito, enquanto ao réu cabe provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Contudo, em determinada hipótese, se o próprio réu contribuiu de forma definitiva para a comprovação do fato constitutivo do direito do autor, nada impede que o juiz julgue procedente o pedido deste último, visto que as regras de distribuição dos ônus da prova não determinam quem deve produzir a prova, mas apenas quem deve arcar com as consequências de sua não produção. (2) No CPC, admite-se a prova emprestada, visto que não há proibição de meios que sejam legais e moralmente legítimos. Exige-se, por outro lado, que seja respeitado o contraditório, de modo que a prova emprestada deve ter sido produzida entre as partes envolvidas no novo processo, até porque vincula o juiz, nesse caso, à conclusão alcançada em processo anterior que tenha sido encerrado por sentença transitada em julgado.

9. Direito Processual Civil

correta no que tange à prova.

(A) Ausente a parte intimada pelo juiz para interrogatório, serão

presumidos verdadeiros os fatos da causa sobre os quais ela seria interrogada. (B) A confissão gera presunção de veracidade sobre o fato confessado, o que impede o juiz de chegar a conclusão distinta da que dela decorra. (C) A notoriedade de um fato deve estar relacionada com o momento da decisão. (D) Para obtenção de benefício previdenciário, a prova exclusivamente testemunhal é suficiente à comprovação da atividade rurícola. (E) O juiz pode nomear perito a pedido das partes, mas não pode formular quesitos. A: incorreta. A lei afirma que “que se presumirão confessados os fatos contra ela alegados” (CPC, art. 343, § 1º); B: incorreta, pois ainda que haja confissão, o juiz apreciará livremente a prova produzida, devendo fundamentar sua decisão (CPC, art. 131). Não se está mais no regime da prova tarifada, em que a “confissão é a rainha das provas”; C: correta, pois o fato notório, que independe de prova, deve ser de conhecimento das partes litigantes quando do surgimento da lide – e isso deve ser apreciado pelo juiz no momento da decisão; D: incorreta (Súmula 149 do STJ: A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito de obtenção de benefício previdenciário”); E: incorreta, pois o juiz sempre poderá formular quesitos – além de deferir ou não os formulados pelas partes (CPC, art. 426). Gabarito “C” (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) O CPC admite que o juiz,

(B) Caso se oponha à oitiva das testemunhas não arroladas,

o autor deverá apresentar contradita tão logo estas sejam chamadas a depor. (C) A apresentação espontânea das testemunhas supre a falta de arrolamento, tanto que este ocorre justamente para viabilizar a intimação delas. (D) O arrolamento viabiliza o prévio conhecimento das testemunhas pela outra parte, o que é importante para instrumentar possível contradita. O arrolamento tem a finalidade de (i) permitir, mediante requerimento, a intimação da testemunha (art. 412 do CPC) e (ii) possibilitar que a parte contrária saiba quem é a testemunha, de modo a se preparar eventual contradita (art. 414 do CPC), permitindo, assim, o exercício do contraditório. Gabarito “D”

(Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) Assinale a opção

301

(OAB - CESPE – 2008.2) Paulo, em ação que ajuizou em face de José, arrolou como testemunha Fábio, que contraiu enfermidade que impossibilitou seu comparecimento à audiência. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta. (A) Paulo não poderá substituir Fábio por outra testemunha

dada a preclusão.

(B) Se Paulo não tiver arrolado o máximo de testemunhas

permitidas, será possível substituir Fábio.

(C) Fábio poderá ser substituído por outra testemunha, pois,

provada a enfermidade, a lei processual lhe garante tal possibilidade. (D) Não será possível substituir Fábio caso já tenha sido recebida a intimação para a audiência de instrução.

desde que estritamente necessário, ouça como informante a testemunha que não pode depor. No entanto, existe vedação legal expressa quanto à possibilidade de prestar depoimento em juízo para

“Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte só pode substituir a testemunha (...) II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor” (art. 408, II, do CPC).

(A) o inimigo capital de uma das partes do processo. (B) o menor de 16 anos. (C) o parente colateral de 3.º grau de uma das partes do processo. (D) aquele que, por seus costumes, não for considerado digno

(OAB - CESPE – 2008.1) Quanto às provas no processo civil, assinale a opção correta.

Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2009.3) Acerca da confissão, assinale a opção

correta.

(A) A confissão judicial faz prova contra o confitente e contra

os litisconsortes.

(B) A confissão espontânea só pode ser feita pela própria parte. (C) A ação para revogação da confissão judicial viciada por erro,

dolo ou coação pode ser proposta pelo próprio confitente ou por seus herdeiros. (D) Nas ações que versem sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a confissão só terá valia se ambos os cônjuges confessarem. A: incorreta, a confissão (admitir um fato contrário ao seu interesse) só faz prova em relação a quem realizou (o confitente – art. 350 do CPC); B: incorreta, pela parte ou por mandatário com poderes especiais (art. 349, parágrafo único, do CPC); C: incorreta, a legitimidade é do confitente – cabe a sucessão pelos herdeiros apenas após o início da tramitação (art. 352, parágrafo único, do CPC); D: correta, art. 350, parágrafo único, do CPC. Gabarito “D”

(OAB - CESPE – 2009.2) Considere que, em uma ação intentada sob

o rito comum ordinário para discutir direitos disponíveis, o réu não tenha arrolado as testemunhas que pretendia apresentar. Considere, ainda, que, no dia da audiência de instrução e julgamento, ele tenha comparecido em companhia de duas dessas testemunhas. Em face dessas considerações, assinale a opção correta. (A) A oitiva das testemunhas não arroladas será permitida se

o autor não demonstrar expressamente a ocorrência de incapacidade ou impedimento, já que o arrolamento serve à outra parte.

(A) A arguição de falsidade pode verificar-se, no cível, com

finalidade preventiva, por meio de ação autônoma, ou como incidente no curso do processo em que o documento foi oferecido. (B) É admissível a convenção que distribua de maneira diversa o ônus da prova quando o litígio versa sobre direitos indisponíveis das partes. (C) Tanto os fatos controvertidos como os fatos notórios afirmados pelas partes precisam ser demonstrados para que sobre eles forme o juiz a sua convicção. (D) Qualquer das partes pode requerer que o juiz tome o seu próprio depoimento pessoal. Nesse caso, o requerente não poderá recusar-se a responder ao que lhe for interrogado sobre as questões de fato da causa, ainda que houver motivo justificado. A: correta, art. 390 do CPC; B: incorreta, a lei veda tal possibilidade (art. 333, p. único, I, do CPC); C: incorreta, fatos notórios independem de prova (art. 334, I, do CPC); D: incorreta, o objetivo de depoimento pessoal é a confissão. Assim, somente o juiz ou a parte contrária podem requerer tal prova (art. 343 do CPC). Gabarito “A”

Art. 405, § 1º, III, do CPC.

Gabarito “C”

de fé.

9.4. RITOS SUMÁRIO E ORDINÁRIO (Cartório/DF – 2014 – CESPE) Acerca do procedimento sumário, segundo a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. (A) Conforme o entendimento do STJ, nas causas submetidas

ao procedimento sumário, a desistência da ação em relação a corréu não citado altera o prazo para o comparecimento dos demais réus à audiência de conciliação. (B) De acordo com entendimento atual do STJ, nas causas submetidas ao procedimento sumário, o não comparecimento injustificado do réu regularmente citado à audiência de conciliação, ainda que ele tenha oferecido sua resposta em momento anterior, ensejará o reconhecimento da revelia.

302 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: incorreta (informativo 523/STJ: “Nas causas submetidas ao procedimento sumário, a desistência da ação em relação a corréu não citado não altera o prazo para o comparecimento dos demais réus à audiência de conciliação”, EAREsp 25.641-RJ, julgado em 12/6/2013); B: incorreta (informativo 523/STJ: “Nas causas submetidas ao procedimento sumário, o não comparecimento injustificado do réu regularmente citado à audiência de conciliação, caso não tenha oferecido sua resposta em momento anterior, pode ensejar o reconhecimento da revelia.”, igualmente o EAREsp 25.641-RJ, , julgado em 12/6/2013); C: incorreta (informativo 523/STJ: “  No procedimento sumário, não pode ser reconhecida a revelia pelo não comparecimento à audiência de conciliação na hipótese em que tenha sido indeferido pedido de vista da Defensoria Pública formulado, dias antes da data prevista para a referida audiência, no intuito de garantir a defesa do réu que somente tenha passado a ser assistido após a citação.”, REsp 1.096.396-DF, julgado em 7/5/2013); D: incorreta, pois a legislação veda a reconvenção, não o pedido contraposto (CPC, art. 278, § 1º); E: correta (informativo 519/STJ: “Não é possível ao juiz converter, de ofício, o procedimento ordinário em sumário sem dar oportunidade às partes para que exerçam o direito de apresentação do rol de testemunhas a serem ouvidas na audiência de instrução e julgamento.”, REsp 698.598-RR, julgado em 2/4/2013). Gabarito “E” (Cartório/RR – 2013 – CESPE) A respeito do procedimento sumário,

assinale a opção correta.

(A) Não é permitida a liquidação de sentença nas causas

que discutam acidente automobilístico e tramitem pelo procedimento sumário, dado o objetivo da aceleração do processo. (B) Em sede de procedimento sumário, o réu pode deduzir pedido na peça contestatória, ainda que não se relacione com fatos articulados pelo autor na petição inicial. (C) O fato de a parte autora não apresentar os quesitos na exordial obsta a realização da prova pericial por ela requerida. (D) A nulidade processual decorrente da adoção do rito ordinário em lugar do sumário justifica-se pela ofensa ao princípio da máxima eficiência do processo. (E) Será decretada a revelia se, frustrada a tentativa de acordo, o réu não apresentar contestação na audiência preliminar, ainda que presidida apenas por juiz conciliador. A: correta (CPC, art. 475-A, § 3º); B: incorreta, pois só cabe pedido contraposto, na contestação, “desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial” (CPC, art. 278, § 1º); C: incorreta, pois no sumário, se não forem apresentados quesitos e rol de testemunha, haverá preclusão (CPC, art. 276); D: incorreta, pois a conversão do sumário em ordinário é prevista na própria legislação (CPC, art. 277, § 4º), o que demonstra não se falar em nulidade nesse caso – especialmente considerando o princípio da ampla defesa (há mais atos no ordinário); E: incorreta. Para o STJ, se a audiência for apenas perante o juiz conciliar, descabe a revelia (informativo 492/STJ: “(...) afastar a revelia reconhecida em desfavor do réu ora recorrente, que não apresentou a contestação na audiência de conciliação presidida por conciliador auxiliar, no rito sumário”, REsp 1.166.340-RJ, julgado em 1º/3/2012.).

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) Em relação ao procedimento sumário, assinale a opção correta. (A) É possível a cumulação de pedidos nas causas sob o rito

sumário, que tramitem nesse procedimento em decorrência do valor da causa, desde que a soma dos valores correspondentes a cada pedido seja igual ou inferior a sessenta vezes o valor do salário-mínimo. (B) Como o procedimento sumário se destina aos feitos de menor complexidade, a lei processual só faz referência específica às provas testemunhal e documental, vedando a produção de perícia técnica. (C) Com vistas a uma prestação jurisdicional célere, o legislador promoveu reformas no CPC, modificando alguns requisitos de admissibilidade dos recursos nas causas de procedimento sumário e vedando os embargos infringentes nas causas sob esse rito. (D) Com relação ao processamento dos recursos, não há nenhuma singularidade dos feitos sob o rito sumário em comparação aos das causas ordinárias, havendo, inclusive, previsão legal para a designação de revisor para a apelação. (E) Objetivando a celeridade processual, o legislador, ao criar o procedimento sumário, simplificou o rito, concentrou atos processuais na audiência e assinalou prazos máximos de tramitação dos feitos na primeira instância. A: correta, porque não há qualquer óbice à cumulação de pedidos no procedimento sumário, desde que, para todos os pedidos, seja cabível o procedimento sumário; B: incorreta, porque o CPC faz referência expressa à prova pericial (art. 276); C: incorreta, porque não é verdadeira a afirmação de que os embargos infringentes sejam vedados nas causas que são processadas sob o rito sumário; D: incorreta, porque não existe a figura do revisor nos recursos interpostos nas causas de procedimento sumário, nos termos do art. 551, § 3º do CPC; E: correta, em termos, de acordo com os arts. 275 a 281 do CPC. Uma ressalva, no entanto, deve ser feita: o CPC fixa prazos máximos para a prática dos atos processuais em primeira instância, e não propriamente para a tramitação do feito na primeira instância. (Magistratura/DF – 2011) Assinale a alternativa correta, con-

siderando as disposições legais, bem como a doutrina e a jurisprudência prevalentes, na questão a seguir:

Tício propõe ação subordinada ao procedimento ordinário contra Caio, pedindo a condenação deste ao pagamento de indenização por dano moral no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais). O pedido é resolvido por sentença de mérito em que Caio é condenado a pagar a Tício indenização por dano moral no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais). Neste caso: (A) a condenação em indenização de valor inferior ao pleiteado

na inicial não implica sucumbência recíproca, devendo Caio pagar a totalidade das custas processuais e os honorários advocatícios, estes considerados o valor da condenação; (B) a condenação em indenização de valor inferior ao pleiteado na inicial implica sucumbência recíproca, equivalente, devendo cada parte arcar com os honorários do seu advogado e com metade das custas processuais; (C) a condenação em indenização de valor inferior ao pleiteado na inicial implica sucumbência proporcional, majoritária de Tício, que deverá pagar a maior parte das custas processuais (60%) e os honorários advocatícios, estes considerada a sucumbência havida de 60%; (D) nenhuma das alternativas anteriores (a, b, c) é correta. A alternativa “A” está correta, porque é aquela que está de acordo com o verbete de n. 326 do STJ (“na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca”). Gabarito “A”

STJ, será reconhecida a revelia diante do não comparecimento do réu à audiência de conciliação na hipótese em que tenha sido indeferido pedido de vista da defensoria pública, formulado dias antes da referida audiência, para garantir a defesa do réu, o qual passa a ser assistido somente após a citação. (D) No procedimento sumário, não se admite que o réu formule pedido contraposto em face do autor, em qualquer hipótese. (E) Conforme entendimento atual do STJ, não é possível ao juiz converter, de ofício, o procedimento ordinário em sumário sem dar oportunidade às partes para que estas exerçam o direito de apresentação do rol de testemunhas a serem ouvidas na audiência de instrução e julgamento.

ANULADA

(C) No procedimento sumário, conforme inteligência recente do

(Magistratura/ES – 2011 – CESPE) A respeito da audiência preli-

Gabarito “A”

9. Direito Processual Civil

(A) Quando a causa versar sobre direitos disponíveis, a audi-

ência preliminar não será obrigatória se a avaliação do juiz apontar improvável conciliação. (B) À audiência preliminar é obrigatória a presença das partes, sob pena de extinção ou revelia. (C) Somente será considerada conciliação a realização de transação entre as partes, ou seja, a existência de concessões mútuas aos interesses conflitantes. (D) No saneamento, o juiz decidirá as questões pendentes e aquelas que já tenham sido alvo de decisão anterior em que tenha ocorrido a preclusão. (E) Não havendo audiência preliminar, a declaração de saneamento e a fixação dos pontos controvertidos ocorrerão, necessariamente, na audiência de instrução e julgamento. A: correta (art. 331, § 3º); B: incorreta, porque para a audiência preliminar não se exige a presença das partes, sendo suficiente a presença dos advogados (art. 331, caput, parte final); C: incorreta, porque nada impede que da conciliação sejam alcançadas outras espécies de autocomposição das partes, além da transação, tais como, reconhecimento jurídico do pedido ou renúncia ao direito em que se funda a pretensão; D: incorreta, porque as matérias já acobertadas pela preclusão não poderão ser novamente enfrentadas; E: incorreta, porque se não for realizada a audiência, caberá ao juiz proferir a decisão saneadora por escrito, nos termos do § 3º do art. 331 do CPC. Gabarito “A” (Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Em ação iniciada sob o rito

ordinário, o autor requereu a condenação do réu ao pagamento do preço previamente ajustado pela entrega de uma máquina agrícola. De acordo com a inicial, fora firmado contrato para venda da máquina e de um automóvel. No entanto, mesmo após a entrega do primeiro objeto, o comprador não teria cumprido a obrigação de pagar o preço. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Como o contrato envolve prestação periódica, o juiz pode

incluir na condenação o pagamento do valor ajustado pela venda do automóvel. (B) Se não houver, na inicial, pedido de condenação a pagamento de juros legais, não pode o juiz incluir tal condenação na sentença. (C) Dada a natureza da obrigação, o juiz deve assegurar ao réu a possibilidade de cumprir sua prestação de outro modo. (D) Trata-se de situação de descumprimento de obrigação contratual, e o juiz pode proferir sentença ilíquida, por lhe ser impossível prever as consequências da inadimplência. (E) Diante do pedido, o juiz deve, em caso de procedência, ater-se à condenação do réu ao pagamento do valor ajustado. A: incorreta, porque em razão do princípio da adstrição da sentença ao pedido, o juiz não poderia incluir na condenação o cumprimento de prestação que o autor não pretendeu na inicial, sob pena de proferir sentença “ultra petita”; B: incorreta, porque os juros legais podem ser incluídos na sentença, mesmo que não pleiteados expressamente pelo autor (art. 293, CPC), uma vez que se consideram pedidos implícitos; C: incorreta, porque não se trata de hipótese em que poderia ser formulado pedido alternativo (art. 288 do CPC); D: incorreta, porque não se trata de caso em que seria possível o pedido genérico (art. 286 do CPC); E: correta (reler o comentário sobre a assertiva C). Gabarito “E” (Ministério Público/ES – 2010 – CESPE) Em ação que tramita sob

o rito comum ordinário, o autor pretende cobrar de dois réus, com o mesmo procurador, o cumprimento das obrigações contratuais que alega existir entre as partes e que determinariam a cada uma destas a realização de serviços atinentes aos seus ofícios de pedreiro e pintor, respectivamente. Com a fase postulatória encerrada, o juiz designou data para a realização de audiência de instrução e julgamento, intimando as partes dessa decisão. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Caso não arrolem suas testemunhas no prazo correto, as

partes terão de trazê-las no dia da audiência, independentemente de intimação. (B) O prazo para arrolamento das testemunhas é de dez dias contado em dobro para os réus, já que são litisconsortes passivos. (C) Considerada a espécie de litisconsórcio existente, cada um dos réus pode arrolar até dez testemunhas. (D) O arrolamento deve-se sujeitar ao prazo mínimo de dez dias, caso o juiz não determine outro, contado da data da intimação da decisão que designou a audiência. (E) Os réus podem arrolar juntos, no máximo, dez testemunhas, considerando que são litisconsortes passivos. A: incorreta, porque o prazo para o depósito em cartório do rol de testemunhas é preclusivo, o que significa dizer que se não forem elas arroladas oportunamente, perde a parte o direito de produzir a prova oral; B: incorreta, porque o prazo para a apresentação do rol de testemunhas será aquele que o juiz fixar, e, no silêncio, 10 dias, mas no caso em questão não há prazos em dobro, primeiro porque não se trata de ato que dependa de vista dos autos para ser praticado, e, segundo, porque os réus têm advogado comum; C: correta, porque houve cúmulo de demandas, e cada litisconsorte tem direito a utilizar o número máximo de testemunhas previsto em lei para a demonstração de suas alegações; D: incorreta, porque o prazo para a apresentação do rol de testemunhas é contado da data designada para a audiência; E: incorreta, porque se trata de litisconsórcio simples, tendo cada um dos réus direito de arrolar 10 testemunhas. Gabarito “C”

minar, assinale a opção correta.

303

(Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta acerca da ação de conhecimento proposta pelo rito do procedimento comum ordinário, à luz do CPC. (A) Caracteriza a revelia substancial o fato de o réu contestar,

mas não proceder à impugnação específica dos fatos afirmados pelo autor; verifica-se a revelia material quando o réu não comparece, não contesta ou, quando contesta, o faz intempestivamente. (B) Verificada a hipótese de nomeação à autoria, o réu poderá optar por fazê-la ou apresentar a contestação. (C) Sendo a teoria da individualização o arcabouço da sistemática adotada no CPC, a petição inicial formulada pelo autor deve individualizar cada um dos pedidos conforme a causa de pedir. (D) Caso o réu não tenha certeza de quem deva nomear, ele deverá valer-se da nomeação sucessiva, sendo-lhe vedada a nomeação alternativa. (E) A revelia ulterior ocorre quando, a princípio, o réu não é revel, mas passa a ser considerado como tal no curso do processo. A: incorreto. No procedimento comum ordinário, a revelia se dá quando o réu não apresenta contestação, após ter sido validamente citado, ou, ainda, caso a ofereça intempestivamente. No procedimento comum sumário, tal fenômeno tem lugar na hipótese de o réu e de seu patrono deixarem, injustificadamente, de comparecer à audiência de conciliação (art. 277, § 2º, do CPC). Ocorre também quando, presente em audiência conciliatória ao menos o advogado habilitado pelo réu na forma do art. 277, § 3º, do CPC, este não oferta defesa. Nesse sentido: “Processo civil. Ação indenizatória. Procedimento sumário. Audiência de conciliação. Presença do advogado e ausência do réu regularmente citado. Inocorrência de contestação. Revelia. Debates orais. Ausência. Nulidade afastada. CPC, arts. 278, 281 e 319. Recurso especial. Prequestionamento. Súmula/STJ, Enunciado n. 211. Dissídio não demonstrado. Doutrina. Recurso desacolhido. I ‑ A citação no procedimento sumário é para que o réu compareça à audiência inicial a fim de que, em um primeiro momento, se procure a conciliação e, em caso negativo, seja apresentada sua defesa, sob pena de revelia. II ‑ Dentre outras hipóteses, tem-se como caracterizada a revelia do réu, nas causas de procedimento sumário, quando, apesar de regularmente citado o réu, deixa de comparecer à audiência de conciliação, se faz considerando que, no caso, seu advogado, regularmente constituído e com poderes para

304 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) Caso o magistrado julgue procedente o pedido do autor,

proferindo uma sentença ilíquida, deve a parte autora promover a liquidação de sentença antes de requerer o cumprimento de sentença. (B) O magistrado poderá convolar o procedimento em ordinário. (C) No caso em apreço, tal como ocorre no rito ordinário, a intervenção de terceiros é admissível. (D) Não é cabível, na hipótese, pedido contraposto, que é inerente às causas propostas nos juizados especiais. (E) É necessário que o autor da ação aponte, na petição inicial, o rol de testemunhas e os quesitos de perícia, bem como indique o assistente técnico, sob pena de preclusão temporal. A: incorreto. Nas causas submetidas ao procedimento comum, rito sumário, por força do inciso II do art. 275 do CPC, é vedado ao juízo proferir sentença ilíquida (art. 475-A, § 3º, do CPC); B: correto (art. 277, §§ 4º e 5º, do CPC); C: incorreto, à exceção da assistência, do recurso de terceiro prejudicado e da intervenção fundada em contrato de seguro (art. 280 do CPC); D: incorreto (art. 278, § 1º, do CPC); E: incorreto. Caso o autor não decline, na petição inicial, o rol de testemunhas nem ofereça a quesitação concernente à prova técnica postulada, ou, ainda, deixe de indicar seu assistente técnico, haverá preclusão consumativa, e não temporal, como denotado na assertiva. Em outras linhas, o ato não poderá mais ser realizado, em virtude de já haver sido praticado (art. 276 do CPC).

Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens. (1) Admitindo-se que o juiz condutor do processo aceite o

procedimento comum sumário como adequado ao caso, a necessidade da prova técnica para comprovar a existência de nexo causal e a extensão dos danos não obriga o juiz à conversão do rito ao comum ordinário, sem análise prévia da complexidade da prova. (2) O valor da indenização pleiteada supera o limite de sessenta salários-mínimos, de modo que o procedimento a ser seguido na ação deve ser, obrigatoriamente, o comum ordinário. 1: correto. A conversão do rito sumário em ordinário ocorre somente quando houver a necessidade de produção de prova técnica de maior complexidade (art. 277, § 5º, do CPC); 2: incorreto. Se o objeto da lide disser respeito a uma das hipóteses elencadas no art. 275, II, do CPC, a demanda correrá pelo procedimento comum, rito sumário, independentemente do valor atribuído à causa. No caso trazido pela questão, cuida-se de ação em que o autor pleiteia indenização por danos causados em seu imóvel, situação esta que se amolda àquela tratada no art. 275, II, c, do CPC, não havendo, portanto, qualquer óbice à tramitação do processo pelo rito sumário. (Magistratura Federal/3ª Região – 2011 – CESPE) Em relação ao

procedimento comum sumário, assinale a opção correta.

(A) Durante a audiência de conciliação, o réu deve apresentar

tanto a contestação quanto a reconvenção, em aplicação subsidiária do rito ordinário. (B) Finda a instrução, as alegações finais devem ser apresentadas na forma oral, vedada a possibilidade de memoriais. (C) O não comparecimento do autor à audiência de conciliação importa em extinção do feito sem julgamento do mérito. (D) A ausência do réu à audiência de conciliação não gera revelia, ainda que seu advogado, presente ao ato, não tenha poderes para transigir. (E) Ausentes o réu e seu advogado à audiência de conciliação, operam os efeitos da revelia do mesmo modo que o reconhecimento do pedido. A: incorreta, pois não há reconvenção no sumário, mas pedido contraposto na própria contestação (CPC, art. 278, § 1º); B: incorreta, pois apesar da possibilidade de debates orais (CPC, art. 281), nada impede que as alegações sejam realizadas por escrito (CPC, art. 454, § 3º, que regula o ordinário, mas que a jurisprudência estende para o sumário); C: incorreta, pois a lei assim não prevê (CPC, art. 277); D: correta, pois a lei não imputa revelia se o advogado do réu estiver sem poderes para transigir (CPC, art. 278); E: incorreta, pois não necessariamente a revelia importará em procedência do pedido (CPC, art. 277, § 2º). Gabarito “D”

Gabarito “E” (Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Considerando a proposição de ação de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo em via terrestre, pelo rito sumário, assinale a opção correta em conformidade com o que dispõe o CPC.

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Luiz ajuizou ação, sob o rito comum sumário, contra uma empresa de prestação de serviços de telefonia móvel de abrangência nacional, objetivando a condenação desta ao pagamento de indenização, no valor de R$ 34.000,00, por danos causados a imóvel de sua propriedade, parcialmente destruído pela queda de uma antena de propriedade da ré.

Gabarito 1C, 2E

transigir, compareceu ao ato, mas não apresentou contestação. [...]” (REsp 149.729/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª T., j. 23.03.1999, DJ 21.06.1999, p. 161). Deveras, cuida-se de ato-fato processual cujos efeitos nem sempre se produzem. A ausência de impugnação específica dos fatos descritos na exordial rende ensejo à aplicação da pena de confissão ficta, ressalvado o disposto no art. 320 do CPC (art. 302, caput, do CPC); B: incorreto. A nomeação à autoria é mecanismo provocado de intervenção de terceiros, que se destina à correção do polo passivo da demanda. É cabível quando a ação é aforada em face do detentor da coisa móvel ou imóvel, o qual, justo por não ser o titular do direito material afirmado pelo autor, aponta o verdadeiro titular do bem (proprietário ou possuidor); cabe, ainda, quando o réu de ação indenizatória promovida pelo proprietário ou por quem detenha direitos sobre a coisa assevera obedecer ordens ou seguir instruções de terceiro. O objetivo em ambos os casos é fazer com que haja a substituição de quem figura no polo passivo da lide – posto que parte ilegítima – pelo verdadeiro legitimado. De qualquer sorte, é dever do réu proceder à nomeação, sob pena de responder por perdas e danos (art. 69 do CPC); C: incorreto. Em razão de o sistema processual civil brasileiro haver adotado a teoria da substanciação – do que é decorrente a máxima do jura novit curia – o autor deverá declinar corretamente e o juiz deverá se ater tão somente aos fatos que embasam a pretensão deduzida em juízo, sendo irrelevante o equívoco cometido quanto à qualificação jurídica do fato narrado. Para a teoria da individualização – não encampada pelo ordenamento pátrio – os pedidos devem ser postulados com base nos fundamentos jurídicos arguidos na prefacial, e não na descrição fática; D: incorreto. O nomeante poderá apontar de modo alternativo ou sucessivo aqueles em nome de quem exerce a posse da coisa (art. 62 do CPC) ou daqueles de quem obedece a ordem ou segue instruções (art. 63 do CPC), tudo com base nos arts. 288 e 289 do CPC – notadamente para a corrente doutrinária que atribui natureza de ação à nomeação à autoria – não havendo, pois, qualquer vedação para a formulação de pedidos sucessivos ou alternativos; E: correto. O conceito fornecido pela assertiva está perfeito; é comum que a revelia ulterior se dê nos casos de defeito de representação em juízo (art. 13, II, do CPC), morte de procurador de algum dos litigantes (265, § 2º, do CPC) ou de falecimento da própria parte (art. 265, § 1º, do CPC). Nessas hipóteses, se o requerido, dentro do prazo assinalado pelo juízo, respectivamente, não corrigir o respectivo defeito, deixar de constituir novo patrono ou, ainda, não habilitar os sucessores ou o espólio, será considerado revel pelo juízo, ainda que já haja oferecido tempestivamente sua defesa.

(Analista – TRE/MA – 2009 – CESPE) Com base no procedimento

comum ordinário, assinale a opção correta.

(A) O juiz excepto pode julgar improcedente a exceção de

impedimento.

(B) Os pressupostos processuais podem tipificar a questão

prejudicial a ser decida na ação declaratória incidental.

(C) O pedido cominatório não tem caráter indenizatório. (D) Da decisão que indefere parcialmente a petição inicial cabe

recurso de apelação.

(E) A apreciação da conexão processual pelo juiz depende de

arguição do réu.

Gabarito “B”

9. Direito Processual Civil

A: art. 313 do CPC; B: art. 5º do CPC; C: o pedido cominatório tem caráter de obrigação de fazer e só será convertido em indenizatória em caso de impossibilidade de sua execução específica; D: da decisão que indefere parcialmente, eis que não põe termo ao processo, caberá agravo; E: art. 105 do CPC. Gabarito “C” (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) A respeito do procedimento comum ordinário, assinale a opção correta. (A) Na ação de cobrança de dívida em dinheiro, submetida ao

procedimento comum ordinário, o fundamento jurídico do pedido do autor será o inadimplemento do réu. (B) Na petição inicial do procedimento comum ordinário, o autor deve indicar os fundamentos legais de direito civil e de direito processual civil aplicáveis ao litígio, sob pena do indeferimento da petição inicial, ressalvada a possibilidade de emenda. (C) Pedido imediato é a providência jurisdicional, o bem da vida solicitado pelo autor. (D) No procedimento comum ordinário, após o saneamento do processo, o autor poderá alterar o pedido, desde que haja consentimento do réu. A: o fundamento jurídico, juntamente com os fatos, formam a causa de pedir e, no caso, o inadimplemento é o fundamento jurídico; B: o autor deverá indicar os fundamentos legais de direito civil (art. 282 do CPC), mas o juiz poderá alterar a qualificação jurídica dos fatos, eis que são os fatos que vinculam o pedido; C: o bem da vida solicitado pelo autor é o pedido mediato e o imediato é a prestação jurisdicional, ou seja, a sentença; D: art. 264, p. único, do CPC. Gabarito “A” (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) A respeito do procedimento comum sumário, assinale a opção correta. (A) No procedimento comum sumário, é cabível a propositura

da ação de reconvenção pelo réu.

(B) No procedimento comum sumário, recebida a petição inicial,

o juiz deve mandar citar o réu para, querendo, apresentar resposta no prazo de quinze dias, nos termos do art. 297 do Código de Processo Civil (CPC). (C) No procedimento comum sumário, torna-se incabível a intervenção de terceiro fundada em contrato de seguro. (D) Compete à parte autora na petição inicial e à ré na contestação especificar a prova testemunhal e a pericial, sob pena de preclusão. A: no procedimento sumário caberá apenas o pedido contraposto (art. 278, § 1º, do CPC); B: art. 278 do CPC; C: art. 280 do CPC; D: arts. 276 e 278, caput, do CPC. Gabarito “D” (Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Julgue os seguintes itens,

relativos a direito processual civil.

(1) Sentença é ato processual do juiz, mediante o qual se

resolve ou não o mérito da causa, pondo fim ao processo, em qualquer das duas hipóteses. (2) De acordo com a sistemática processual, um dos requisitos da petição inicial é que nela conste o pedido com as suas especificações. A petição inicial a que falte o pedido é considerada inepta e será indeferida de plano pelo juiz. (3) A revelia é a ausência de contestação do réu e tem como principal efeito o fato de se reputarem verdadeiros os acontecimentos afirmados pelo autor. Assim, salvo no caso de direitos indisponíveis, ocorrida a revelia, o juiz proferirá sentença julgando antecipadamente a lide e decidindo, sempre, o mérito da causa pela procedência do pedido. (4) Os sujeitos da relação processual são, em regra, as partes e o juiz. O autor deve ser o titular do direito por ele reclamado em juízo, sob pena de não ter o seu pedido examinado; entretanto, de acordo com a sistemática processual, o autor pode postular em nome próprio direito de terceiro, sempre que isso representar um benefício para o terceiro em defesa de quem postule.

305

(5) A respeito da divisão do ônus da prova, a regra geral é que

ao autor incumbe provar o fato constitutivo do seu direito e, ao réu, os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. É permitida, entretanto, a convenção entre as partes para distribuir o ônus da prova de maneira diversa, desde que a prova não recaia sobre direito indisponível e que a convenção não torne extremamente difícil a uma das partes exercer o seu direito de defesa. (6) A citação é o ato processual pelo qual se chama o réu ou interessado para ir a juízo a fim de se defender. Em atenção ao princípio do devido processo legal, a validade do processo depende da citação, de maneira que o processo será nulo na ausência da regular citação, ainda que o réu tenha exercido regularmente o seu direito de defesa. 1: Errado. A reforma operada no sistema processual civil brasileiro com o advento da Lei 11.232/05 levou em consideração o conteúdo e a finalidade do pronunciamento judicial para definir o que é sentença. Nos termos do art. 162, §1º, do CPC, sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei (conteúdo) e que, ao mesmo tempo, extingue o processo ou a fase de conhecimento em primeiro grau de jurisdição (finalidade). Entretanto, há hipóteses em que o juiz pode decidir parcela do mérito da causa, sem que, contudo, tal decisão necessariamente ponha fim ao processo, ou seja, há decisões que possuem conteúdo de sentença, mas, por não finalizarem o processo ou a fase de conhecimento em primeiro grau, são decisões interlocutórias. Tal situação ocorre, por exemplo, quando o juízo verifica a ocorrência da prescrição da pretensão de cobrança de parcela da obrigação exigida pelo credor. Embora ostente o conteúdo do art. 269, IV, do CPC, cuida-se de decisão interlocutória, visto que o processo marchará quanto à fração da obrigação cuja pretensão não foi atingida pela prescrição. Outro exemplo interessante é aquele em que o órgão jurisdicional, liminarmente, decide por excluir um dos litisconsortes da lide por ilegitimidade de parte. Tal pronunciamento contém a hipótese vertida no art. 267, VI, do CPC, mas, por não extinguir o processo ou a fase de conhecimento em primeiro grau, não pode ser tido como sentença. A esse respeito, note-se o magistério de Nelson Nery Jr. e de Rosa Maria de Andrade Nery: [...] o pronunciamento do juiz somente poderá ser classificado como sentença se contiver uma das matérias expressas no CPC 267 ou 269, mas não extinguindo o processo, o pronunciamento do juiz será decisão interlocutória recorrível por agravo. Embora com conteúdo de sentença, são decisões interlocutórias: a) exclusão de um litisconsorte do processo por ilegitimidade de parte (CPC 267 VI) – julga-se a ação quanto ao litisconsorte excluído, mas o processo continua quanto ao outro litisconsorte; b) indeferimento liminar de reconvenção (CPC 315) ou de ação declaratória incidental (CPC 5º e 325) – julga-se a ação (CPC 267 ou 269) secundária, mas o processo (conjunto formado pelas várias ações cumuladas: in casu, ação principal e reconvencional ou ADI) continua quanto à ação principal [...] Todos são exemplos de pronunciamentos com conteúdo do CPC 267 ou 269, que pela tão só literalidade do CPC 162 §1º poderiam ser classificados como sentença, mas que, por não encerrarem também o processo no primeiro grau de jurisdição, têm de ser classificados como decisão interlocutória, e, consequentemente, são impugnáveis por meio do recurso de agravo (CPC 162 §2º E 522). (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 429) [grifos nos original]. Logo, há pronunciamentos judiciais que contêm uma das situações descritas nos arts. 267 e 269 do CPC, e, no entanto, não extinguem o processo; 2: Errado. O juiz deverá determinar a emenda da exordial antes de extinguir o processo (art. 284, caput, do CPC); 3: A regra é a de que a revelia (ausência de contestação) tem como consequência a pena de confissão ficta, isto é, de presunção de veracidade dos fatos articulados pelo autor, bem como a desnecessidade de intimação do revel para os subsequentes atos do processo. Todavia, o CPC, no art. 320, estabelece algumas exceções à regra (além da hipótese de direitos indisponíveis). São elas: havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação (art. 320, I, do CPC), ou, ainda, de a petição inicial não estar acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato (art. 320, III, do CPC). Sobremais, nem sempre a revelia conduzirá à procedência automática do pedido do autor, a teor que do que dispõe o art. 324 do CPC; 4: Errado. Antes de mais nada, é preciso alertar o candidato para a diferença havida entre

306 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira cabimento do procedimento sumário previsto no CPC

(A) a cobrança de honorários profissionais liberais, ressalvado

o disposto em legislação especial.

(B) o arrendamento rural e de parceria agrícola. (C) a interdição de pessoa idosa. (D) o ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico.

A: correta, art. 275, II, “f”, do CPC; B: correta, art. 275, II, “a”, do CPC; C: incorreta, devendo ser assinalada, pois não cabe discussão envolvendo estado da pessoa no sumário (art. 275, parágrafo único, do CPC); D: correta, art. 275, II, “c”, do CPC.

10. Sentença. Liquidação. Cumprimento de Sentença. Coisa Julgada (Analista STF – 2013 – CESPE) A respeito da citação e do recurso,

julgue o item a seguir.

(1) O ato judicial que decide a exceção da coisa julgada pode ser

classificado como decisão com força de definitiva e, consequentemente, pode ser objeto de recurso em sentido estrito.

Gabarito 1E

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E, 5C, 6E (Analista – TJ/ES – 2011 – CESPE) Com relação a processo e

(OAB - CESPE – 2008.3) Não se inclui entre as hipóteses de

Gabarito “C”

substituição de partes (também denominada sucessão processual) e substituição processual. Tais noções não se confundem. A primeira trata da substituição de uma parte por outra no processo, ou seja, a parte originária se retira da lide, dando vez para que outrem assuma a sua condição, seja em decorrência da vontade dos litigantes ou de um outro evento, a exemplo da morte de um deles. Deve-se destacar que tal fenômeno é excepcional no processo civil e só se afigura possível nas hipóteses previstas em lei, a exemplo da substituição voluntária das partes prevista no art. 42, §1º, do CPC. Via de regra, as partes não podem substituir-se, visto que, com a citação válida (art. 219 do CPC), ocorre a estabilização subjetiva da lide, isto é, o processo marchará até o seu final, passando por suas diversas fases, sem que haja alteração nos polos da demanda. Já na substituição processual, não há ingresso nem saída de qualquer das partes; o que existe é o fenômeno da legitimação extraordinária, em que a parte – o substituto processual – defende, em nome próprio, direito alheio: o do substituído processual (art. 6º do CPC). Tal dispositivo, em verdade, ao enunciar que, salvo autorização legal, ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, está proclamando que a regra, no processo civil, é a legitimação ordinária, onde o titular do direito material coincide com o sujeito que postula tal direito em juízo, isto é, a parte processual é justamente a detentora do direito substantivo invocado. Excepcionalmente, somente em razão de disposição expressa de lei ou em decorrência do próprio sistema jurídico, é que se admite a legitimação extraordinária, por substituição processual, onde o titular do direito material – substituído processual – não se confunde com o titular da ação: o substituto processual. Sendo assim, o art. 6º do CPC consagra numa única frase os dois tipos de legitimação: ordinária e extraordinária, esta por substituição processual; 5: Certo (art. 333, parágrafo único, I e II, do CPC); 6: Errado. O comparecimento espontâneo do réu supre a falta de citação (art. 214, §1º, do CPC).

(Analista TJ/CE – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta em relação à sentença e à coisa julgada. (A) Quando o autor tiver formulado pedido certo, será permitido

ao juiz proferir sentença ilíquida.

(B)  A sentença proferida na ação de jurisdição graciosa produz

a coisa julgada material após o seu trânsito em julgado.

(C) No procedimento comum ordinário, o relatório, os fundamen-

tos e o dispositivo são requisitos essenciais da sentença.

procedimento, procedimento sumário e revelia, julgue os itens seguintes.

(D) Será definitiva a sentença que resolva o processo por falta

(1) Na hipótese de revelia da fazenda pública, a indisponibili-

(E) A coisa julgada formal consiste no fenômeno da imutabili-

1: certo. Nesse sentido, tem-se a jurisprudência do STJ, nos termos do aresto colacionado a seguir: TRIBUTÁRIO, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – FAZENDA PÚBLICA – DIREITOS INDISPONÍVEIS – INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA – ART. 320, INCISO II, DO CPC – IPTU – LANÇAMENTO – ATO ADMINISTRATIVO – PRESUNÇÃO DE VERACIDADE – MODIFICAÇÃO POR LAUDO TÉCNICO UNILATERAL – IMPOSSIBILIDADE – PROVA INEQUÍVOCA. 1. Não se aplicam os efeitos da revelia contra a Fazenda Pública uma vez que indisponíveis os interesses em jogo. 2. O ato administrativo goza da presunção de legalidade que, para ser afastada, requer a produção de prova inequívoca cujo valor probatório não pode ter sido produzido unilateralmente – pelo interessado. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1137177/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2010, DJe 02/03/2010); 2: certo (art. 273, §7º, do CPC); 3: certo. Primeiramente, vale recordar o conceito de ações dúplices. Trata-se daquelas ações em que, por razões de ordem material ou processual, faculta-se ao réu, na própria contestação, apresentar pedido contraposto, isto é, formular uma pretensão contra o autor – e não tão somente resistir àquela deduzida por ele na petição inicial – independentemente de reconvenção. São exemplos de ações dúplices: prestação de contas, possessórias, desapropriação, declaratórias, aquelas submetidas aos juizados especiais cíveis, consignação em pagamento, renovatórias, etc. No procedimento comum, rito sumário, o réu poderá formular pedido contraposto no bojo da contestação, daí por que lhe é vedado o ajuizamento de reconvenção (art. 278, §1º, do CPC). Caso o réu de demanda submetida ao rito sumário fizesse uso de reconvenção, seria carecedor de ação nesse tocante, por lhe faltar interesse processual, modalidade interesse-necessidade. Afinal de contas, qual a necessidade de o réu aforar reconvenção se nas ações dúplices o requerido pode apresentar pedido contraposto na própria contestação?

dade da sentença, que adquire força de lei para as partes e para todos os juízos.

A: Incorreta. Se o pedido for certo a sentença deve ser líquida (art. 459, parágrafo único, CPC); B: incorreta conforme art. 1.111, CPC; C: correta conforme art. 458, CPC; D: incorreta. Constitui sentença terminativa (art. 467, IV, CPC); E: incorreta. Essa é a definição de coisa julgada material. Gabarito “C”

dade do interesse público impede que o juiz repute como verdadeiros os fatos alegados pelo autor. (2) A título de antecipação de tutela, pode ser requerida providência de natureza cautelar. (3) No procedimento sumário, é lícito ao réu formular pedido em seu favor, sendo incabível, entretanto, a reconvenção.

de pressuposto processual.

(Cartório/PI – 2013 – CESPE) A respeito da sentença e da coisa

julgada, assinale a opção correta.

(A) De acordo com o entendimento do STF, enseja revisão da

coisa julgada a modificação superveniente do entendimento jurisprudencial. (B) De acordo com o STJ, havendo diferença no que diz respeito a possibilidade de produção de provas, não sera possível a ocorrência de coisa julgada entre mandado de segurança e ação ordinária. (C) A alteração dos parâmetros para a apuração do montante devido definidos no titulo judicial executivo transitado em julgado não configura ofensa ao instituto da coisa julgada. (D) A antecipação de tutela para o levantamento da parte incontroversa não e suscetível de imunidade pela coisa julgada. (E) Caso acórdão proferido por tribunal ofenda a coisa julgada, caberá recurso especial, conforme previsão na Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro. A: incorreta (Súmula 343/STF: “Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”). Porém, há diversos julgados do próprio STF afastando essa súmula, de modo que a alternativa deveria ter sido anulada; B: incorreta. A própria legislação do MS permite o uso da ação ordinária somente se não houver decisão de mérito (L. 12.016/09, art. 19: “A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais”); C: incorreta

Gabarito 1C, 2C, 3C

9. Direito Processual Civil

Gabarito “D” (Magistratura/AC – 2008 – CESPE) A respeito da sentença no

processo civil, assinale a opção correta.

(A) Nas ações de reparação de danos provocados por acidente

de veículos em via terrestre, pelo procedimento sumário, ainda que o pedido do autor seja genérico, compete ao juiz proferir a condenação em valor determinado, segundo a prova disponível, ou quando seja difícil ou dispendiosa a dita prova, cabendo, portanto, ao sentenciante fixar o valor devido a seu prudente critério. (B) A liquidação de sentença condenatória genérica tem natureza jurídica de ação, e a decisão que resolve a pretensão de liquidação contém julgamento de mérito, na parte ainda não resolvida, ou seja, a extensão da obrigação e a apuração do valor quantitativo da condenação fazem coisa julgada material e são impugnáveis por apelação, que será recebida no efeito devolutivo. (C) A execução de sentença que reconheça a existência de obrigação de fazer ou de não fazer e a de entregar coisa será realizada no mesmo processo. No entanto, essa execução não é imediata, visto que depende de requerimento do credor. (D) O julgamento será extra petita quando o juiz deixar de examinar pretensões expressamente formuladas ou quando examinar causa de pedir diversa daquela deduzida na inicial. Em ambos os casos, tais vícios podem ser corrigidos em embargos de declaração ou em apelação, bastando, para tanto, que o tribunal ad quem faça a devida adequação da decisão ao pedido do autor. A: correta (art. 475-A, § 3º, do CPC); B: incorreta (art. 475-H do CPC); C: incorreta (art. 461 do CPC); D: incorreta, pois segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves: “a sentença é extra petita, e nula, sempre que o juiz aprecia pedido ou causa de pedir distintos daqueles apresentados pelo autor na inicial”, de outro lado, são sentenças infra (ou citra) petita aquelas em que o juiz não apreciou um dos pedidos formulados. Gabarito “A” (Magistratura/ES – 2011 – CESPE) No que concerne à impugnação ao cumprimento da sentença, assinale a opção correta. (A) A possibilidade da oposição de objeção de executividade é

excluída pela impugnação supracitada.

(B) Impugnação ao cumprimento da sentença é meio de defesa

exclusivo do devedor.

(C) Por meio da referida impugnação, não se impede a discus-

são da existência do título em ação autônoma.

(D) Não se permite a discussão de nulidade processual por

meio da mencionada impugnação.

(Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Lucas, advogado de Leila, requereu em juízo o cumprimento de sentença que condenara Paulo a lhe pagar honorários advocatícios de 20% do valor da condenação em ação de reparação de danos movida por Leila. No requerimento, Lucas fez referência ao valor pretendido e apontou a desnecessidade de cálculos em planilha, por ser o valor apurável mediante simples operação matemática.

Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta. (A) O pedido de Lucas deve ser deferido mesmo sem cálculos

em planilha, porque o valor pretendido foi explicitado na sentença favorável a Leila. (B) O juiz deve determinar que Lucas apresente a planilha de cálculos, documento necessário ao procedimento. (C) O juiz deve indeferir o pedido de Lucas devido à ausência da planilha de cálculos, já que não é possível emendar o pedido nessa etapa do processo. (D) O juiz deve conferir a Lucas prazo para requerimento de prévia liquidação da sentença proferida em favor de Leila. (E) O requerimento de cumprimento de sentença é inapropriado, pois esse tipo de ação não se presta à cobrança de honorários advocatícios. Nos termos do art. 475-B, “quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo”. Por isso, a única alternativa correta é a “B”. Gabarito “B”

(Súmula 344/STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.”); D: correta. A antecipação de tutela é uma decisão provisória, que precisa ser posteriormente confirmada por sentença (CPC, art. 273, § 5º– assim, não há coisa julgada (cognição exauriente) em relação à antecipação de tutela (cognição sumária); E: incorreta. Apesar de ser possível se falar em REsp (por violação ao CPC), a previsão desse recurso não está na LINDB, mas no CPC (art. 5411) e na CF (art. 105, III).

307

(Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Um locador ajuizou contra

seu locatário ação com o objetivo de revisão dos aluguéis previstos no contrato. Após obter êxito na sentença, da qual não foi interposto recurso, o locador vendeu o imóvel para outra pessoa, que, tão logo assumiu a posse indireta do bem, propôs nova ação revisional contra o locatário, sob a alegação de que o índice apontado na primeira sentença não resultara em correção economicamente interessante do aluguel. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) A nova demanda não é admissível, porque não é funda-

mentada em modificação capaz de justificar revisão dos aluguéis. (B) A admissibilidade da nova demanda justifica-se pelo fato de o autor ser terceiro em relação ao julgado anterior. (C) A pretensão de nova revisão não pode ser deferida, porque deveria ter sido feita por simples petição anexada aos autos da primeira ação. (D) A nova demanda não encontra óbice na coisa julgada, porque se trata de relação de trato sucessivo. (E) A nova demanda será impossível se já tiverem decorrido mais de dois anos do trânsito em julgado da primeira sentença.

A: incorreta, porque é possível que a objeção de executividade seja oposta, mesmo diante da previsão legal de cabimento da impugnação; B: incorreta, embora a redação da alternativa não seja das melhores. O examinador, provavelmente, quis dizer que a impugnação é o único, exclusivo, meio de defesa do qual poderia se valer o executado, quando, na verdade, pode ele valer-se, também, da objeção de executividade; C: correta, porque é possível, por exemplo, a propositura de ação rescisória, ou querella nulitatis, a fim de discutir a existência da dívida; D: incorreta, porque o inciso I, do art. 475-L prevê que se pode alegar, através da impugnação, “falta ou nulidade de citação, se o processo correu à revelia; E: incorreta, porque o entendimento doutrinário amplamente majoritário, nesse assunto, é no sentido de reconhecer que as matérias apontadas pelo art. 475-L representam rol taxativo.

Como regra geral, a formação da coisa julgada impede que aquilo que a decisão de mérito proferida em uma demanda venha a ser rediscutida em outra. Há exceções, contudo. Uma delas é a que diz respeito às ações que versam sobre relação jurídica continuativa, como é o caso do contrato de locação. Ocorre, no entanto, que só fica autorizada, nesses casos, a propositura de nova demanda com o objetivo de se buscar a revisão do que foi estatuído na sentença, se após esta sobrevier modificação no estado de fato ou de direito (art. 471 do CPC). É necessário, portanto, que os fundamentos da nova demanda sejam relativos a fatos posteriores à sentença já proferida. Na hipótese da questão, o que se pretende através da segunda demanda é a discussão sobre a eventual injustiça do que foi decidido, sob o argumento de que teria sido aplicado índice incorreto. Não se trata, como se vê, de fato novo. Logo, a coisa julgada não pode ser afetada por ação nova, exceto por rescisória, se ainda não esgotado o prazo de 2 anos do trânsito em julgado. Assim, está correta apenas a alternativa “A”.

Gabarito “C”

Gabarito “A”

(E) As hipóteses de impugnação ao cumprimento da sentença

listadas no Código de Processo Civil estão em rol não taxativo.

308 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: incorreta (art. 267, § 3º, do CPC); B: correta (art. 285-A do CPC); C: incorreta (art. 469 do CPC); D: incorreta (art. 469, III, do CPC); E: incorreta (art. 42, § 3º, do CPC). Gabarito “B” (Ministério Público/RR – 2008 – CESPE) Julgue os itens seguintes, quanto à sentença e à coisa julgada. (1) Depois de publicar a sentença de mérito e fazer a entrega da

prestação jurisdicional, o juiz não pode, de ofício, alterá-la, salvo para sanar omissões ou contradições. (2) As questões prejudiciais decididas incidentalmente fazem coisa julgada, se a parte o requerer, o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 1: errado (art. 463 do CPC); 2: certo (art. 470 do CPC). Gabarito 1E, 2C (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Acerca do instituto da coisa

julgada, assinale a opção correta.

(A) Para a doutrina majoritária, a eficácia preclusiva da coisa

julgada, prevista no art. 474 do CPC, abrange todas as possíveis causas de pedir que poderiam ter embasado o pedido formulado. (B) Pela nova sistemática, estabelecida pela Lei n.º 12.016/2009, a sentença proferida no mandado de segurança coletivo faz coisa julgada erga omnes. (C) Para a jurisprudência do STJ, havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalece a que se formou em primeiro lugar. (D) Não são extensíveis ao condomínio edilício os efeitos da coisa julgada formada em ação reivindicatória de que foi ou foram parte apenas um ou alguns dos condôminos. (E) A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença ofende a garantia da coisa julgada.

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) De acordo com o art. 128 do Código de Processo Civil, o juiz deve decidir a lide nos limites em que ela tiver sido proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito à lei exija a iniciativa da parte e, conforme o art. 460 do mesmo diploma legal, é defeso ao juiz proferir sentença extra, ultra e citra petita.

A partir dessas informações, assinale a opção correta. (A) Nas obrigações de dar, fazer e não fazer, se tornar-se difícil

o cumprimento da tutela desejada, o juiz deve convertê-la em perdas e danos. (B) Apenas sobre questões de ordem processual não suscitadas pela parte pode o juiz conhecer de ofício. (C) O juiz pode conhecer e declarar de ofício a convenção de arbitragem, e, em consequência, determinar a extinção do processo sem resolução de mérito. (D) Havendo foro de eleição em contrato firmado entre duas pessoas físicas e tendo o autor ajuizado a ação em foro diverso daquele indicado no contrato, o juiz poderá conhecer e declinar da incompetência territorial de ofício. (E) Em uma ação de cobrança, mesmo que a parte vencedora não tenha requerido expressamente, o juiz deve condenar o vencido ao pagamento de honorários sucumbenciais. A: incorreto. A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente (art. 461, § 1º, do CPC); B: incorreto (art. 219, § 5º, do CPC e 210 do CC); C: incorreto (art. 301, § 4º, do CPC); D: incorreto (Súmula 33 do STJ: A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício); E: correto (Súmula 256 do STF: “É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários, com fundamento nos arts. 63 ou 64 do Código de Processo Civil”). Cuida-se de pedido implícito, na mesma esteira dos juros legais e da condenação do réu ao pagamento das prestações que se vencerem no decorrer da lide, ex vi dos arts. 290 e 293 do CPC. (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) No que concerne ao direito

processual civil, julgue os itens:

(1) Quando a matéria controvertida for unicamente de direito,

e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida a sentença, reproduzindo-se o teor da sentença anteriormente prolatada. Essa regra será aplicável apenas quando o juiz prolator da sentença for também o autor da sentença que será reproduzida, visando manter uniforme o entendimento para os casos repetitivos. (2) Sem caracterizar ofensa ao princípio do juiz natural, admite-se que o cumprimento da sentença seja requerido no juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou no atual domicílio do executado. 1: incorreta, porque o art. 285-A menciona o fato de já ter sido proferida sentença de total improcedência em casos semelhantes pelo juízo, e não pelo juiz; 2: correta, nos termos do art. 475-P, parágrafo único, CPC. Gabarito 1E, 2C

processo, considerar as partes legítimas, mesmo estando presentes as demais condições da ação e os pressupostos processuais, não poderá tal matéria ser objeto de qualquer outra decisão dentro desse mesmo processo. Assim, não poderá o juiz, ao proferir a sentença, reconhecer a carência da ação. (B) Se as ações repetitivas versarem sobre questão exclusivamente de direito, desde que existam precedentes do mesmo juízo referentes a casos idênticos, julgando totalmente improcedente o pedido, o juiz, ao receber a inicial, já sentenciará o feito, reproduzindo o teor da sentença paradigma, sem que seja necessária a citação do réu para o oferecimento da contestação. (C) Quando ocorrer o processo com pluralidade de lides será considerado que todos os pedidos e todas as questões suscitadas pelas partes foram resolvidos, ainda que implicitamente, pois a coisa julgada atinge as alegações e defesas que as partes deduziram. Assim, ocorrendo a coisa julgada, o autor somente poderá renovar o pedido rejeitado com novas alegações e o réu pretender a rejeição do pedido com defesa diversa da anteriormente manifestada. (D) As decisões que resolvem as questões incidentes discutidas no curso processual fazem coisa julgada material, portanto, operando-se a preclusão, não sendo lícito à parte reabrir qualquer discussão ou deduzir pretensão sobre a questão decidida. (E) A autoridade da coisa julgada prevalece somente entre as partes do processo no qual a sentença foi proferida, não podendo beneficiar ou prejudicar aquele que não integrou a relação processual. O terceiro prejudicado, ou seja, o sucessor na coisa litigiosa, a título singular ou universal de uma das partes, em qualquer fase do processo ou grau de jurisdição, pode manejar embargos de terceiro ou mandado de segurança para fugir às consequências do julgado.

Gabarito “E”

(A) Se as partes não recorrem da decisão que, ao sanear o

A: incorreta, porque a eficácia preclusiva da coisa julgada só atinge a causa de pedir que fora apresentada pelo autor na demanda; B: incorreta, porque “no mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante” (art. 22, “caput”, da Lei 12.016/2009); C: incorreta, “porque no conflito de sentenças, ambas produzindo coisa julgada, deve prevalecer a segunda, enquanto não rescindida esta” (STJ, REsp 598.148 – com a ressalva de que existem decisões em sentido de que deveria prevalecer a primeira); D: correta (STJ, REsp 1.015.652); E: incorreta (Súmula 344 do STJ). Gabarito “D”

(Magistratura/PI – 2008 – CESPE) A respeito da sentença cível e da coisa julgada, assinale a opção correta.

9. Direito Processual Civil

309

(Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) Acerca do processo civil

brasileiro, julgue o item subsequente.

(Procurador do Município/Aracaju – 2008 – CESPE) Julgue os itens que se subseguem, acerca da sentença e da coisa julgada.

(1) A sentença faz coisa julgada para as partes entre as quais

(1) A sentença terminativa que encerra o processo sem julga-

1: incorreta, porque a regra do art. 472 do CPC é da eficácia apenas entre as partes da coisa julgada. Por isso, a coisa julgada, como regra geral, não beneficia ou prejudica terceiros. Gabarito 1E (Defensor Público/PI – 2009 – CESPE) A DP assistiu juridicamente

mento do mérito, por reconhecimento de litispendência, faz coisa julgada formal, por isso não impede o autor de renovar a propositura de idêntica ação. (2) A coisa julgada pode ser conhecida de ofício em qualquer grau de jurisdição, e a sua violação enseja a propositura de ação rescisória. 1: errado. Apesar de inexistir coisa julgada material (por não ser sentença de mérito), a lei veda, nesse caso, a repropositura (CPC, art. 268); 2: certo. (CPC, art. 267, V e § 3º e art. 485, IV). Gabarito 1E, 2C

é dada, podendo beneficiar ou prejudicar terceiros, à semelhança do que ocorre nas causas relativas ao estado das pessoas, em que a sentença produz coisa julgada em relação a terceiros, desde que tenham sido citados no processo, em litisconsórcio necessário.

a parte autora de uma ação que tramitou pelo rito comum ordinário. Na fase do julgamento conforme o estado do processo, o juiz proferiu julgamento antecipado da lide e rejeitou o pedido inicial, sob o argumento de ausência de documento indispensável à propositura da demanda. Diante dessa situação hipotética e à luz da jurisprudência do STJ, em suas razões de apelação, o DP deve alegar

(Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) Marcos foi con-

(A) error in procedendo, pois o estado do processo comportava

(B) não há interesse de agir, uma vez que, diante do trânsito

(B) error in procedendo, pois o estado do processo comportava

(C) está presente o interesse de agir, pois, apesar de não haver

(C) error in procedendo, pois o juiz deveria ter saneado o pro-

(D) não há interesse de agir, pois, em razão de o bem estar na

(D) ocorrência de preclusão pro iudicato. (E) cerceamento de defesa, pois o juiz deveria ter oportunizado

(E) está presente o interesse de agir, pois, mesmo não havendo

cesso.

a juntada do documento tido como essencial antes de rejeitar o pedido inicial.

A: incorreta, porque a audiência preliminar seria inútil no caso em questão; B: incorreta, porque não seria interessante para a parte que o processo fosse extinto sem resolução do mérito; C: incorreta, pois o saneamento não seria suficiente para solucionar o problema da parte; D: incorreta, porque não há preclusão pro iudicato, em especial no que diz respeito à produção de provas; E: correta (art. 398 do CPC). Gabarito “E” (Procurador do Estado/PI – 2008 – CESPE) Acerca da sentença e

da coisa julgada, assinale a opção correta.

(A) Os motivos de fato e de direito contidos na sentença, e

a verdade desses fatos — estabelecida como motivo ou fundamentação na qual o juiz decide o pedido, proferindo um comando que deve ser obedecido pelos litigantes — tornam-se indiscutíveis e fazem coisa julgada material. (B) A sentença proferida por juiz absolutamente incompetente, uma vez transitada em julgado e transcorrido o prazo para a rescisória, é válida e eficaz para todos os efeitos. (C) O julgamento será extra petita quando o juiz deixar de examinar pretensões expressamente formuladas ou quando examinar causa de pedir diversa daquela deduzida na inicial. Tal vício pode ser corrigido pelo tribunal ad quem, desde que faça a devida adequação da sentença ao pedido do autor. (D) A sentença que cria, modifica ou extingue um estado ou relação jurídica produz efeitos retroativos à época em que se formou a relação jurídica reconhecida naquela decisão ou em que se modificou ou extinguiu a situação jurídica declarada. (E) Proferida a sentença de mérito, o juiz fica impedido de praticar qualquer ato decisório no processo. No entanto, essa proibição não atinge as sentenças terminativas, em virtude da inexistência da autoridade da coisa julgada material. A: incorreta. Só o dispositivo é coberto pela coisa julgada (CPC, art. 469, I e II); B: correta. CPC, art. 485, II, a contrario sensu; C: incorreta. Sentença extra petita é aquela que decide fora do que foi pedido (art. 460 do CPC). Se o juiz deixou de apreciar um pedido, a decisão é infra petita; D: incorreta. A sentença constitutiva tem eficácia ex nunc, ou seja, a nova situação não retroage; E: incorreta, pois não há impedimento ao juiz de emitir atos decisórios após a prolação da sentença de mérito (isso ocorre, por exemplo, com o recebimento e efeitos da apelação).

está in re ipsa.

em julgado, não está presente a necessidade. necessidade, há utilidade e adequação.

posse de terceiro, não há utilidade da jurisdição.

utilidade, estão presentes a necessidade e a adequação.

A: correta. “in re ipsa” significa que decorre “da própria coisa”. No caso, se Marcos não está mais com o veículo, pode-se afirmar que há necessidade do provimento jurisdicional; B: incorreta, nos termos do acima exposto; C: incorreta, nos termos do exposto em “A”; D e E: incorretas, nos termos já expostos. A banca entendeu que o interesse de agir seria necessidade + adequação + utilidade do provimento jurisdicional. Cabe esclarecer que a maior parte da doutrina destaca que o interesse é a necessidade + adequação. (Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) Carla ajuizou contra Jorge ação ordinária para pleitear a condenação deste ao pagamento de R$ 5.000,00, valor da cláusula penal devida pela inexecução de contrato firmado para compra e venda de safra futura, além das correspondentes perdas e danos que entendeu ter suportado. Jorge apresentou sua contestação, e, encerrada a instrução processual, foram os autos conclusos para sentença. Carla, antes de proferida a sentença, apresentou petição para requerer a exclusão do pedido atinente às perdas e danos, por entender que não conseguiu provar a ocorrência de prejuízo.

À luz do CPC, assinale a opção correta acerca dessa ação judicial hipotética. (A) Não é possível a pretendida alteração do pedido de Carla,

na fase processual dessa ação, uma vez que já ocorreu o saneamento do processo. (B) A petição para requerer a exclusão do pedido referente a perdas e danos poderá ser deferida pelo juiz se houver expressa concordância de Jorge, uma vez que já houve a citação deste. (C) Considerando que a alteração do pedido é favorável ao réu, o juiz deverá deferir o requerimento. (D) Na fase processual descrita somente poderia ocorrer alteração na causa de pedir. A: correta (CPC, art. 264); B a E: Incorretas, exatamente por força do dispositivo acima indicado. Gabarito “A”

a extinção sem julgamento de mérito.

(A) existe interesse de agir, pois a necessidade do provimento

Gabarito “A”

a realização de audiência preliminar.

denado, por sentença transitada em julgado, a restituir a outra pessoa veículo que, agora, se encontra na posse de terceiro. Por entender preenchido um dos requisitos necessários, Marcos ajuizou ação rescisória do julgado. Nessa situação hipotética,

(Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) A respeito da sentença

e da coisa julgada no processo civil, assinale a opção correta.

(A) A resolução de questão prejudicial, por ser motivo da funda-

mentação da sentença, não faz coisa julgada material, salvo quando o réu requer essa questão mediante reconvenção ou quando decidida incidentalmente no processo.

Gabarito “B”

310 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira sentença com resolução de mérito julgando procedente ou improcedente a pretensão do autor sem a oitiva da parte ré, quando a causa proposta for idêntica a uma anteriormente julgada por aquele juízo, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. (C) A sentença que dispõe sobre relação jurídica continuativa não faz coisa julgada material, podendo ser revista, a qualquer tempo, na mesma ação e no mesmo processo, integrando-se a sentença proferida à decisão anterior, em nova situação jurídica. (D) Não estão sujeitas ao reexame necessário as sentenças proferidas contra a União, o estado, o DF, o município e as respectivas autarquias e fundações de direito público, quando a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a sessenta salários-mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (E) A proibição de inovar veda ao juiz a prática de qualquer ato no processo depois da publicação da sentença; entretanto, quando verificada a ocorrência de nulidade da sentença proferida, poderá o juiz anulá-la e determinar o prosseguimento regular do processo. A: incorreta. Há necessidade de decisão expressa, mediante propositura de declaratória incidental (CPC, arts. 469 e 470). Parte da doutrina também admite a reconvenção para essa finalidade; B: incorreta. Cabe decisão sem citação do réu somente no caso do art. 285-A do CPC; C: incorreta. Cabe a revisão, mediante nova ação, se surgir situação nova (CPC, art. 471, I); D: correta (CPC, art. 475, § 2º); E: incorreta. O juiz só pode alterar a sentença nos casos do art. 463 do CPC (e em alguns casos excepcionais de apelação – CPC, art. 295 e 285-A, § 1º). Gabarito “D” (Procurador – Banco Central – 2009 – CESPE) O juiz julgou procedente pedido encaminhado por meio de ação civil pública contra empresa de exploração de petróleo e condenou a ré a desfazer as obras de instalação de oleoduto em área de proteção ambiental. Essa sentença foi objeto de recurso de apelação, no qual foi repelida a pretensão de reforma, sendo mantida integralmente a condenação pelo tribunal, após o que houve trânsito em julgado da decisão. Diante da situação hipotética, assinale a opção correta quanto ao cabimento de ação rescisória. (A) Será rescindível a sentença se for comprovado que o juiz

prolator era proprietário de terras nas proximidades da área em que seria construído o oleoduto, sendo suspeito por ser seu interesse que esse não fosse construído. (B) Ainda que a ação tenha sido julgada por juiz diferente, se aquele que foi responsável por qualquer dos atos de instrução do feito estiver impedido por ser casado com uma das procuradoras nomeadas pela empresa para promover sua defesa no processo, será cabível a rescisória. (C) Caso um dos desembargadores que participou do julgamento do recurso tenha oficiado no feito como representante do MP, seu impedimento será suficiente para justificar a rescisória, ainda que tenha proferido voto vencido. (D) Se o juiz que tiver julgado a causa não for aquele que concluiu a audiência e se estiverem ausentes quaisquer das exceções legais à regra da identidade física, será o caso de rescisória fundada na incompetência absoluta do juiz prolator da sentença, ainda que por força de equiparação dos institutos envolvidos. (E) Apurando-se que a ação foi proposta e julgada no domicílio do autor, quando deveria tê-lo sido no domicílio do réu, será o caso de rescisória fundada na incompetência relativa do juízo, pois terá sido violada norma expressa da lei processual. A e B: incorretos. A suspeição do juiz não se afigura como hipótese de cabimento de ação rescisória; apenas o impedimento do magistrado dá ensejo à rescisão do julgado (art. 485, II, primeira parte, do CPC). De qualquer sorte, o juiz que proferiu sentença poderá determinar a repetição das provas colhidas por seu antecessor, se assim entender necessário (art. 132, parágrafo único, do CPC), hão havendo falar-se em nulidade automática dos atos de instrução praticados. Nesse

sentido: PROCESSO CIVIL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE COMBUSTÍVEIS. SUSPEIÇÃO DO JUIZ. ALEGAÇÃO. NULIDADE AUTOMÁTICA DOS ATOS DE INSTRUÇÃO. INEXISTÊNCIA. REVISÃO DE CONTRATOS. IMPOSSIBILIDADE. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. VENDA DE COMBUSTÍVEL EM VOLUME MENOR QUE O CONTRATADO. PRONTA VERIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE. DECADÊNCIA RECONHECIDA. [...] 2. O fato de o juízo que presidiu a instrução do processo ter se declarado suspeito antes de proferir sentença não gera, de modo automático, a nulidade de todos os atos de instrução. Se o juiz que posteriormente assumiu a condução do processo não verifica a necessidade de repetição das provas, é possível corroborar os atos praticados por seu antecessor. O CPC traça uma diferença fundamental entre as hipóteses de impedimento e suspeição do juiz. As hipóteses de impedimento geram nulidade de pleno direito do ato praticado, possibilitando até mesmo o ajuizamento de ação rescisória para impugnação do ato judicial. As hipóteses de suspeição, contudo, não dão lugar a ação rescisória, de modo que, para serem reconhecidas, devem ser arguidas na forma do art. 304 do CPC, sob pena de preclusão. [...] (REsp1330289/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 30/08/2012) [grifos nossos]; C: incorreto, já que o voto proferido pelo desembargador impedido não influenciou no julgamento da causa. Sendo assim, não se mostra útil o ajuizamento de ação rescisória. Ao menos, esse é o entendimento perfilhado por Alexandre Freitas Câmara: “No caso de ser impedido o juiz de primeiro grau, não se poderá rescindir a sentença por ele proferida se a mesma tiver sido substituída por acórdão prolatado em grau de recurso quando neste inexiste qualquer vício. Do mesmo modo, tratando-se de julgamento colegiado, é preciso, para que se considere rescindível o provimento, que o magistrado impedido tenha proferido voto vencedor, não havendo interesse em rescindir o provimento se o juiz impedido proferiu voto vencido” (FREITAS CÂMARA, Alexandre. Ação rescisória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 65); D: correto. O subprincípio da identidade física do juiz – oriundo do princípio da oralidade – determina a vinculação do magistrado que concluiu a audiência de instrução e julgamento ao julgamento do feito, quando colhida a prova oral. Por óbvio, cuida-se de princípio relativo, a considerar as exceções contidas no art. 132, caput, do CPC, das quais são exemplos a promoção, aposentadoria, licença ou afastamento do juiz atrelado ao processo. Todavia, uma vez que encerra hipótese de competência funcional – e, portanto, absoluta –, os impropérios cometidos em face do art. 132, caput, do CPC, acarretam a nulidade absoluta do julgado. Pelo exposto, reputa-se cabível a rescisória com fulcro no art. 485, V, do CPC. Confirmando tal entendimento: PROCESSO CIVIL. IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. SE HOUVE PRODUÇÃO DE PROVA EM AUDIÊNCIA, O JUIZ QUE A PRESIDIU FICA VINCULADO, DEVENDO SENTENCIAR O FEITO, SALVO NAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 132 DO CPC. CUIDA-SE DE COMPETÊNCIA FUNCIONAL, DE CARÁTER ABSOLUTO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (REsp 56119/PE, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/05/1995, DJ 04/09/1995, p. 27829); E: incorreto. Não cabe ação rescisória fundada em incompetência relativa; apenas em incompetência absoluta (art. 485, II, do CPC). Ademais, não oposta a exceção declinatória de foro pelo réu no prazo legal, opera-se a prorrogação da competência do juízo antes relativamente incompetente, não havendo cogitar-se, pois, de afronta a literal dispositivo de lei (art. 485, V, do CPC). Gabarito “D”

(B) Nas ações genéricas, o juiz poderá proferir, liminarmente,

(Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) Quanto à liquidação e

ao cumprimento da sentença, assinale a opção correta.

(A) A liquidação de sentença por cálculo do credor é feita

incidentalmente nos autos da ação principal; quando os elementos contábeis estão em poder do devedor, o juiz determinará a sua apresentação, fixando data e impondo multa diária pelo descumprimento da ordem judicial. (B) A liquidação de sentença deve guardar estrita consonância com o decidido na fase cognitiva, portanto, se a sentença for omissa em relação à condenação em juros moratórios e correção monetária, esses índices não podem ser incluídos na liquidação, por ofensa ao princípio da imutabilidade da coisa julgada. (C) Caso a apuração do montante da dívida ou a individuação do objeto da prestação dependam de alegação e comprovação de fato novo, podem as partes convencionar que a liquidação seja feita por arbitramento, bem como decidir quanto à indicação do perito.

9. Direito Processual Civil

A: incorreta. A lei não menciona multa-diária para a hipótese (CPC, art. 475-B, § 2º); B: incorreta. O art. 293 do CPC prevê a inclusão de juros mesmo sem pedido – a jurisprudência alargou isso para a correção; C: incorreta. Para fato novo, tem-se a liquidação por artigos, não arbitramento (CPC, art. 475-E); D: incorreta. A execução provisória permite a total satisfação do crédito – para a adjudicação ou levantamento de dinheiro, a lei em regra prevê a necessidade de caução (CPC, art. 475O); E: correta. CPC, art. 475-P, II e parágrafo único. Gabarito “E” (Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) Acerca da impugnação

ao cumprimento da sentença, julgue o item a seguir.

(1) Ultrapassado o prazo para impugnação do cumprimento

da sentença, não será mais possível manejá-la para alegar prescrição; contudo, essa defesa poderá ser alegada via objeção de executividade, independentemente de segurança do juízo.

1: correta. O prazo da impugnação é preclusivo (CPC, art. 475-J, § 1º). Apesar de não haver previsão legal, a doutrina e jurisprudência admitem a exceção ou objeção de pré-executividade, de modo a se alegar uma defesa que o juiz pode conhecer de ofício e não há necessidade de dilação probatória – como é o caso da prescrição (CPC, art. 219, § 5º). Gabarito 1C (Procurador – Banco Central – 2009 – CESPE) Para elaborar os

cálculos necessários à liquidação da sentença, o credor identificou que precisava de dados que se encontravam em poder do devedor, razão pela qual requereu ao juiz prolator da sentença que intimasse o devedor para apresentá-los. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Estivessem os documentos necessários aos cálculos em

poder de terceiro, a recusa em apresentá-los ou a rejeição das justificativas carrearia aos cálculos apresentados pelo próprio credor apenas presunção relativa de correção. (B) Caso o devedor deixe de apresentar os documentos ou tenha suas justificativas julgadas insuficientes, serão considerados corretos os cálculos que o credor apresentar, sendo isso um caso de presunção absoluta erigida pela lei processual. (C) Se o juiz entender que os cálculos apresentados pelo devedor diante da não apresentação dos documentos pelo credor aparentemente excedem o valor devido, poderá solicitar cálculos do contador judicial e decidir qual valor será cobrado no cumprimento da sentença. (D) Apesar de haver similaridade entre o procedimento descrito e o procedimento da exibição de documentos, não é dado ao devedor escusar-se de apresentar os documentos por alegar que estes dizem respeito a negócios da vida familiar. (E) Dirigindo-se contra o devedor, o pedido de apresentação dos documentos necessários será simples incidente do processo no qual foi proferida sentença condenatória, passando a ser necessário o ajuizamento de ação cautelar de exibição se a pretensão se dirigir contra terceiro. A: Incorreto (arts. 475-B, §2º, e 362 do CPC); B: Incorreto. Embora o gabarito tenha tachado de incorreta tal assertiva, a doutrina de Nelson Nery Jr. e de Rosa Maria de Andrade Nery afirma que se cuida de presunção absoluta de correção. Corroborando o que ora se aduz, observe-se a seguinte passagem: Presunção absoluta de correção. Como a norma reputa como corretos os cálculos apresentados pelo credor na hipótese de recusa injustificada do devedor em fornecer os dados necessários à elaboração da memória do cálculo, isso quer significar que o devedor fica impedido de opor impugnação por excesso de execução (CPC

475-L V). Trata-se de presunção iuris et de iure, que não admite prova em contrário. Não sendo dessa forma, ao admitir-se nova discussão dos valores pelo devedor faltoso, o processo civil desmoralizar-se-ia. Quanto ao terceiro desidioso, pode responder, em tese, nos âmbitos, civil, penal e administrativo (v. CPC 339) (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 632). De qualquer forma, o próprio STJ, bem como a doutrina de Fredie Didier Jr., esclarecem se tratar de presunção juris tantum, já que o juízo poderá requisitar a intervenção do contador judicial quando os cálculos formulados pelo credor aparentemente excederem os limites da decisão exequenda (art. 475-B, §3º, do CPC). Nesse norte: REsp 767.269/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJ 22/11/2007, p. 191. Fredie Didier Jr. remata: “Se a ordem judicial não for respeitada, sem justo motivo, pelo devedor, militará em favor do credor uma presunção de que são corretos os cálculos por ele apresentados (§2º). ressalte-se, todavia, tratar-se de presunção relativa (juris tantum), que não precisa ser acolhida pelo magistrado, se entender como manifestamente incorretos os valores alcançados pelo credor; poderá, por exemplo, determinar a ouvida da contadoria judicial para esclarecer o assunto (DIDIER JR. Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 5. Salvador: Juspodivm, 2009, p. 129); C: incorreto. O juízo poderá se valer do contador judicial quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exequenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária (art. 475-B, §3º, do CPC); D: correto, já que os arts. 362 e 363 do CPC só incidem na hipótese de o terceiro se recusar a fornecer os dados requisitados pelo juízo. Se o devedor, injustificadamente, impuser óbices à apresentação dos documentos ordenados, a sanção para o respectivo descumprimento será a presunção relativa de correção da conta elaborada pelo credor (art. 475-B, §2º, do CPC); E: incorreto, visto que o pedido de exibição de documentos deverá ser formulado de modo incidental, estejam os dados em poder do devedor ou de terceiro, revelando-se prescindível o aforamento de cautelar com tal propósito. Cumpre destacar que o autor seria, nesse particular, carecedor de ação por ausência de interesse processual, modalidade interesse-necessidade (art. 475-B, §§1º e 2º, do CPC). (Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) A respeito da

sentença, da coisa julgada e da ação rescisória, assinale a opção correta.

(A) O MP, quando atua como fiscal da lei, não tem legitimidade

para propor ação rescisória.

(B) Considera-se a sentença extra petita quando, em qualquer

caso, o juiz reconhece abusiva uma cláusula contratual e declara sua nulidade, sem o pedido da parte. (C) Ação rescisória é o instrumento apropriado para desconstituir sentença proferida por juizado especial federal e acobertada pela autoridade da coisa julgada. (D) Em caso de julgamento de apelação cuja causa de pedir verse acerca de reforma de decisão proferida em face de lei posteriormente declarada inconstitucional pelo STF, não é admissível que o tribunal julgue o mérito e afaste preliminar de coisa julgada, haja vista o princípio maior da estabilidade e segurança das relações jurídicas. (E) É cabível ao autor de ação rescisória postular a antecipação da tutela para suspender os efeitos da sentença rescindenda, em caso de dano irreparável ou de difícil reparação e se demonstrar a verossimilhança do fundamento da ação. A: incorreta (CPC, art. 487, III); B: incorreta, considerando o termo “em qualquer caso”. Há corrente que defende a possibilidade de reconhecimento de ofício de cláusulas contratuais abusivas, especialmente em favor do hipossuficiente (parece ser essa a posição da banca); C: incorreta, porque descabe AR nos juizados (Lei 9.099/2005, art. 59, aplicável ao JEF por força do art. 1º da Lei 10.259/2001); D: incorreta, porque no caso de decisões baseadas em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo STF, há corrente que defende a mitigação ao instituto da coisa julgada – e por força de aplicação analógica do art. 475-L, § 1º (parecer ser essa a posição da banca); E: correta (CPC, art. 489). Gabarito “E”

cutivos de transferência e adjudicação do bem ou dinheiro penhorado, ficando a satisfação do credor subordinada ao trânsito em julgado da sentença exequenda objeto de recurso. (E) A competência para a execução de decisão judicial de primeiro grau de jurisdição é do juízo que processou a causa, mas admite-se que o credor faça opção pelo foro do domicílio do devedor ou do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação.

Gabarito “D”

(D) A execução provisória da sentença compreende os atos exe-

311

312 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1C, 2E (Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) A respeito das condições

da ação, das partes, da competência e dos atos processuais, julgue o item que se segue.

(1) A ação rescisória permite ao tribunal desconstituir a sen-

tença com trânsito em julgado, assim como, em determinadas hipóteses, promover novo julgamento da causa nela decidida.

Certo. Cuida-se, propriamente, do juízo rescindendo (pedido de desconstituição da decisão anterior) e do juízo rescisório (pedido de novo julgamento da causa, em substituição à decisão desconstituída), a teor do que dispõe o art. 494, primeira parte, do CPC. Gabarito 1C (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Marcelo, juiz de direito, conduziu audiência de instrução e julgamento e, com o término da coleta de prova e manifestação final das partes, proferiu sentença naquele mesmo momento. No dia seguinte, o escrivão, ao observar que não foi analisado e decidido um dos pedidos encaminhados pela inicial, devolveu os autos ao juiz.

Com base na situação hipotética apresentada e na disciplina dos requisitos e efeitos da sentença do CPC, assinale a opção correta. (A) Caso as partes ainda não tenham aposto seu “ciente” na

sentença, o juiz pode corrigir a omissão apontada, substituindo a sentença original. (B) A correção da omissão poderá ser feita se a parte prejudicada interpuser embargos de declaração, nos quais aponte a falha e requeira sua correção. (C) Tratando-se de erro material, a lei permite ao juiz que este corrija a falha, de ofício ou a requerimento da parte. (D) Por ter sido publicada a sentença em audiência, deverá o juiz designar nova audiência na qual as partes poderão, caso não o tenham feito, manifestar-se acerca do pedido não analisado, proferindo o juiz, em seguida, nova sentença. (E) A sentença não foi devidamente publicada, de modo que a correção da falha apontada poderá ser realizada. Art. 463 do CPC. Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2010.1) Paulo ajuizou ação contra Aldo. Ao receber a inicial, o juiz verificou que a matéria controvertida era unicamente de direito e que já havia sido proferida sentença de total improcedência em casos idênticos e, por isso, proferiu sentença reproduzindo o teor das anteriormente prolatadas, sem a citação de Aldo. Nessa situação hipotética, de acordo com o CPC, (A) a sentença é nula, por não ter havido a citação de Aldo. (B) o juiz poderá retratar-se caso Paulo apele da sentença. (C) caberá reclamação ao tribunal competente, sob o argumento

de que houve error in procedendo.

(D) a sentença não faz coisa julgada material.

não requeridas pelas partes.

(B) Fazem coisa julgada a motivação, a verdade dos fatos e a

fundamentação utilizada no julgamento da causa.

(C) Somente a parte dispositiva da sentença é imutável, razão

por que faz coisa julgada.

(D) A coisa julgada atinge a parte dispositiva da sentença bem

como a motivação utilizada no respectivo julgamento.

A coisa julgada é a imutabilidade e indiscutibilidade da decisão de mérito transitada em julgado (art. 467 do CPC). Por limites objetivos entende-se a parte da sentença que é coberta pela coisa julgada (não é a sentença na íntegra). A sentença é composta de relatório, fundamentação e dispositivo (art. 458 do CPC). E somente o dispositivo é coberto pela coisa julgada (art. 469 do CPC). (OAB - CESPE – 2009.2) De acordo com o CPC, faz coisa julgada

material

(A) a resolução de questão prejudicial, se a parte o requerer,

o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. (B) a verdade dos fatos estabelecidos como fundamento da sentença. (C) o motivo importante que determine o alcance da parte dispositiva da sentença. (D) a apreciação de questão prejudicial decidida incidentalmente no processo. Como visto na questão anterior, em regra somente o dispositivo faz coisa julgada. Assim, usualmente a questão prejudicial (questão de mérito que, do ponto de vista lógico, deve ser decidida antes da questão principal), que somente é apreciada na fundamentação, não é coberta pela coisa julgada. Mas, se houver a apresentação de ação declaratória incidental, a questão prejudicial então também será coberta pela coisa julgada (arts. 469 e 470, do CPC). Ou seja, há uma ampliação dos limites objetivos da coisa julgada. (OAB - CESPE – 2009.2) Com base na legislação processual civil, assinale a opção correta acerca da sentença. (A) É vedado ao juiz considerar, no momento de proferir sen-

tença, fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito ocorrido depois da propositura da ação, ainda que influa no julgamento da lide. (B) É permitido ao juiz, na sentença, condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. (C) O juiz pode modificar sentença já publicada para correção de erro material. (D) A sentença deve ser certa, com exceção da hipótese em que se julga relação jurídica condicional. A: incorreta, o juiz deve levar em consideração, ao sentenciar, o fato superveniente (art. 462 do CPC); B: incorreta, princípio da adstrição do juiz ao pedido (arts. 128 e 460, do CPC); C: correta, cabe a correção até mesmo de ofício (art. 463, I, do CPC); D: incorreta, a sentença sempre deve ser certa (art. 460, parágrafo único, do CPC). Gabarito “C”

1: art. 475-J do CPC; 2: art. 475-L, I, do CPC.

(A) Fazem coisa julgada as questões prejudiciais, ainda que

Gabarito “A”

à condenação no prazo de 15 dias, sob pena de haver acréscimo de multa de 10% do montante, e, a requerimento de Tereza, ser expedido mandado de penhora e avaliação. (2) Caso Regina venha a oferecer impugnação, poderá alegar nulidade de citação, mesmo que o processo não tenha corrido à sua revelia, já que se trata de norma processual de ordem pública.

(OAB - CESPE – 2009.3) Assinale a opção correta com relação aos limites objetivos da coisa julgada.

Gabarito “C”

(1) Regina deverá efetuar o pagamento do montante relativo

Nos termos da questão anterior, trata-se de hipótese de sentença de improcedência liminar (art. 285-A do CPC). Interposta a apelação, é possível ao juiz reconsiderar sua decisão, afastando a improcedência liminar (art. 285-A, § 1º, do CPC). Gabarito “B”

(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Regina foi condenada, em sentença transitada em julgado, a pagar a Tereza R$ 200,00 a título de danos morais, R$ 900,00 a título de danos materiais e R$ 100,00 a título de honorários advocatícios. Com base nessa situação hipotética e de acordo com a disciplina legal relativa a esse assunto, julgue os itens seguintes.

(OAB - CESPE – 2009.1) Assinale a opção correta a respeito da

sentença.

(A) A sentença deve ser certa, salvo quando decida relação

jurídica condicional.

(B) Na ação que tenha por objeto obrigação de fazer, para a

efetivação da tutela específica, o juiz poderá, somente a requerimento da parte, impor multa diária em caso de atraso.

9. Direito Processual Civil

313

(C) Todas as sentenças devem ser fundamentadas, mas apenas

(B) Caso haja prova de que a decisão de mérito transitada em

A: incorreta, a sentença sempre deve ser certa (art. 460, parágrafo único, do CPC); B: incorreta, cabe a aplicação de multa diária de ofício (art. 461, § 4º, do CPC); C: correta, arts. 458 e 459, do CPC; D: incorreta, somente nas sentenças de indeferimento liminar ou improcedência liminar, cabe ao magistrado reconsiderar, diante da apelação (arts. 285-A, § 1°, e 296, do CPC).

As hipóteses para o cabimento da ação rescisória estão nos incisos do art. 485 do CPC. Trata-se de um rol taxativo, e uma das hipóteses é a decisão proferida por juiz corrupto (art. 485, I, do CPC).

as terminativas podem ter fundamentação concisa. (D) Publicada a sentença de indeferimento liminar da petição inicial, o juiz não pode mais alterá-la, em face do princípio da inalterabilidade da sentença pelo juiz.

julgado tenha sido proferida por prevaricação, concussão ou corrupção do prolator. (C) Se a sentença de mérito transitada em julgado se fundar em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo administrativo. (D) Caso o julgamento da apelação interposta tenha resultado de acórdão não unânime.

Gabarito “C”

Gabarito “B”

(OAB - CESPE – 2008.3) A respeito da coisa julgada, assinale a

(OAB - CESPE – 2008.1) A respeito da sentença e da coisa julgada

(A) As eficácias da sentença determinam a natureza da coisa

(A) Com o trânsito em julgado da sentença que encerra a rela-

julgada que dela emergirá. Tratando-se de sentença que tem eficácia formal e material, configura-se a coisa julgada formal. (B) A coisa julgada formal tem eficácia restrita aos limites do processo extinto, porém, ressalvadas as hipóteses de perempção, litispendência ou coisa julgada, não impede a apreciação da matéria em outra relação processual. (C) Faz coisa julgada material a apreciação da questão processual decidida incidentemente no processo. (D) O terceiro pode ser alcançado pela imutabilidade e indiscutibilidade, que emanam da coisa julgada material. A questão foi anulada pela banca examinadora. A alternativa “A”, realmente, foi formulada de maneira não muito adequada, confundindo eficácia da sentença (a aptidão da sentença em alterar o que acontece no mundo dos fatos) com coisa julgada (imutabilidade e indiscutibilidade da sentença de mérito, em virtude do trânsito em julgado), o que poderia induzir a erro o candidato. De qualquer forma, essa alternativa “A” está errada, bem como “C” e “D”. E apenas “B” está correta – por isso reproduzimos a questão. A: incorreta, se a sentença aprecia o mérito (decide a lide) e transita em julgado, haverá coisa julgada formal (indiscutibilidade no mesmo processo) e material (indiscutibilidade nos demais processos), impedindo a rediscussão da causa (art. 467 do CPC); B: correta, art. 268 do CPC; C: incorreta, a coisa julgada material apenas recai sobre o mérito (art. 467 do CPC); D: incorreta, em relação aos limites subjetivos, a coisa julgada atinge apenas as partes (art. 472 do CPC).

no processo civil, assinale a opção correta.

ção processual, sem resolução do mérito, ocorre a coisa julgada formal, o que torna imutáveis, porque indiscutíveis, as questões decididas na sentença. (B) Após o trânsito em julgado da sentença, consideram-se deduzidas e repelidas as alegações que o autor tenha deixado de apresentar para o acolhimento de seu pedido. (C) A fundamentação da sentença fica coberta pela coisa julgada material. (D) A apreciação e resolução de questão prejudicial decidida incidentalmente no processo não faz coisa julgada material, ainda que a parte expressamente o requeira. A: incorreta, a sentença terminativa, em regra, admite a repropositura (art. 268 do CPC); B: correta, esta é a denominada eficácia preclusiva da coisa julgada (art. 474 do CPC); C e D: incorretas, em regra, a fundamentação não é coberta pela coisa julgada – salvo no caso de procedência de ação declaratória incidental (arts. 469 e 470, do CPC). Gabarito “B”

opção correta.

11. Ações Anulatória e Rescisória (Magistratura/AC – 2008 – CESPE) Quanto à ação rescisória,

assinale a opção correta.

(A) São cabíveis embargos infringentes contra a decisão que,

(OAB - CESPE – 2008.2) Eduardo ajuizou ação em face de Márcia,

por maioria, julga improcedente a ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, sob o entendimento de que a decisão rescindenda se baseou em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais superiores. (B) O termo inicial do prazo decadencial para a propositura da ação rescisória é contado da publicação da última decisão da causa, salvo em caso de o recurso não ter sido conhecido por intempestividade ou por absoluta falta de previsão legal. (C) Na ação rescisória, o autor poderá formular pedido de desconstituição da sentença, e não, do acórdão que confirmou a decisão e julgou improcedente a apelação, desde que fundamente o seu pedido na existência de provas e documentos que não foram analisados quando da prolação da sentença e requeira, além da rescisão, o retorno dos autos à instância de origem para novo julgamento da causa. (D) Na ação rescisória de decisão por violação a literal disposição de lei, não é autorizado o reexame dos fatos e das provas que lastrearam a decisão, devendo restar demonstrado, claramente, que a interpretação dada pela referida decisão rescindenda violou o dispositivo legal em sua literalidade, independentemente das divergências e controvérsias que existirem sobre o correto entendimento da lei.

(A) Se a sentença de mérito transitada em julgado tiver sido

A: incorreta (art. 530 do CPC); B: incorreta (art. 495 do CPC); o dies a quo é do trânsito em julgado da decisão rescindenda; C: incorreta, pois é possível ação rescisória visando desconstituição do acórdão, desde que ele tenha conhecido do recurso, negando-lhe ou dando-lhe provimento, eis que ele substitui a sentença (art. 512 do CPC); D: correta, pois, de fato, a má apreciação da prova ou a injustiça da sentença não autorizam o exercício de ação rescisória.

(A) Para ter força de lei nos limites da lide e das questões

decididas, a sentença deve conter julgamento total da lide.

(B) Os motivos da sentença fazem coisa julgada se forem

importantes para determinar o alcance da parte dispositiva.

(C) A verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da

sentença, não faz coisa julgada.

(D) Apreciação de questão prejudicial fará coisa julgada se

decidida incidentemente no processo, mesmo que as partes não o requeiram.

A: incorreta, o que for apreciado pela sentença terá força de lei (art. 468 do CPC); B: incorreta, os motivos não são cobertos pela coisa julgada (art. 469, I, do CPC); C: correta, art. 469, II, do CPC; D: incorreta, a questão prejudicial poderá ser coberta pela coisa julgada se houver ação declaratória incidental (art. 470 do CPC). Gabarito “C”

pedindo sua condenação em danos morais e materiais. O juiz de primeiro grau julgou improcedente o pedido, condenando Eduardo por litigância de má-fé. Não satisfeito, Eduardo apelou. No entanto, o tribunal manteve a sentença, havendo trânsito em julgado da decisão. Na situação hipotética apresentada, caso Eduardo queira ajuizar ação rescisória, esta caberá proferida por juiz relativamente incompetente.

Gabarito “D”

Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2008.2) A respeito da coisa julgada, assinale a

opção correta.

314 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

II.

III.

IV.

V.

Se a rescisória é proposta contra acórdão proferido por tribunal de justiça, contra o qual se havia interposto recurso especial, que foi conhecido para confirmar a decisão a quo, mantendo-a em todos os seus termos, a competência para o seu julgamento é do próprio tribunal que proferiu a decisão confirmada. Na ação rescisória julgada improcedente por maioria, são cabíveis embargos infringentes para prevalecer a decisão do voto minoritário que julgou procedente a ação rescisória. Na ação rescisória, é indispensável a citação de todos os integrantes da relação processual originária cujo julgado se pretende desconstituir, uma vez que a decisão proferida pelo juízo rescindendo atingirá a todos indistintamente, formando-se, no polo passivo da rescisória, litisconsórcio passivo necessário unitário. O autor da ação rescisória deverá, na petição inicial, cumular ao pedido de rescisão da sentença de primeiro grau pleito específico para que o feito seja julgado novamente. Se, para isso, alegar a existência de documento novo, este deve ser entendido como aquele que, mesmo existindo na época da instrução probatória da ação principal, não foi utilizado por desconhecimento da parte ou, embora conhecido, não foi possível à parte dele fazer uso, apesar de ele apresentar-se bastante para alterar o resultado da causa. Somente as causas expressamente arroladas em lei ensejam o ajuizamento da rescisória, na qual se pretende a modificação da sentença transitada em julgado, para sanar vícios da sentença ou erros do juízo, seja com fundamento na má apreciação da prova ou do direito ou na injustiça da sentença proferida na ação originária.

Estão certos apenas os itens (A) I e II. (B) I e V. (C) II e III. (D) III e IV. (E) IV e V.

I: incorreta, pois a competência para julgar a ação rescisória, nesse caso, é do STJ, porque conheceu do recurso e o acórdão proferido tem efeito substitutivo (art. 512 do CPC); II: incorreta (art. 530 do CPC); III: correta, pois, de fato é necessária a citação de todos que participaram da relação jurídica rescindenda, uma vez que não pode o autor escolher contra qual dos réus irá demandar, já que a coisa julgada é una e, para ser desconstituída, todos os envolvidos deverão ser citados, para que não se proceda à rescisão sem que algum tenha podido se defender. Assim, na ação rescisória, o litisconsórcio é necessário quanto ao polo passivo; IV: correta (art. 488, I, do CPC); V: incorreta (art. 485 do CPC). Gabarito “D” (Magistratura/SE – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta quanto

à ação rescisória.

(A) O autor poderá postular tutela antecipatória para suspender

os efeitos da decisão rescindenda, desde que demonstre a verossimilhança do fundamento da ação rescisória e que o cumprimento da sentença rescindenda poderá causar-lhe dano irreparável ou de difícil reparação. (B) É carecedor de ação o autor de rescisória que pretende rescindir a sentença definitiva por mera violação de norma de cunho processual ou de questão preliminar, pois somente questões relativas ao mérito podem dar ensejo à rescisória. (C) A ação rescisória pode ser proposta pela parte prejudicada, pelo terceiro juridicamente interessado, ou ainda pelo Ministério Público nas causas em que intervém como fiscal da lei. O autor, ainda que beneficiário da justiça gratuita, deverá, concomitantemente com a propositura da ação, fazer o depósito prévio da multa, que será revertida em favor do réu caso a ação seja declarada inadmissível ou improcedente.

votos, indefira a petição inicial de ação rescisória, é admissível a interposição de embargos infringentes. (E) O prazo para o ajuizamento da ação rescisória será contado em dobro quando esta for proposta pela fazenda pública, pelo Ministério Público, ou ainda quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, dispensando-se o depósito prévio quando a ação for ajuizada pela União, pelo estado, pelo município ou pelo Ministério Público.

A: correta (art. 489 do CPC); B: incorreta (art. 485, V, do CPC): C: incorreta (art. 487 do CPC); D: incorreta (art. 530 do CPC); E: incorreta, pois mesmo quando o autor da rescisória for a fazenda pública o prazo será comum de dois anos. A previsão de prazo em dobro para a propositura de ação rescisória contida no artigo 188, I, do CPC, foi revogada porque o STF entendeu inconstitucional o privilégio unilateral concedido à fazenda pública (STF, Pleno, ADIn 1910-1, Rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 23/04/1999). (Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

a respeito da ação rescisória.

(A) Cabe ação rescisória contra acórdão proferido em ação

direta de inconstitucionalidade.

(B) O sistema processual brasileiro não admite o ajuizamento

de nova ação rescisória promovida com o objetivo de desconstituir decisão proferida no julgamento de outra ação rescisória. (C) Não se admite ação rescisória contra sentença transitada em julgado quando não se tenha esgotado todos os recursos contra ela. (D) O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. (E) É necessário o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS. A: incorreto (art. 26 da Lei 9.868/1999); B: incorreto. O acórdão proferido em rescisória anteriormente julgada, sobretudo quando acolhidos o juízo rescindendo (pedido de desconstituição da decisão anterior) e o juízo rescisório (pedido de novo julgamento da causa, em substituição à decisão desconstituída), autoriza o aforamento de nova rescisória, desde que preenchidos os requisitos legais; C: errado. A ação rescisória é, por natureza, uma demanda autônoma de impugnação (assim como o mandado de segurança contra ato judicial e os embargos de terceiro), com requisitos bem definidos, quais sejam: 1) sentença ou acórdão de mérito (embora se admita ação rescisória contra as interlocutórias de mérito); 2) transitado em julgado; 3) revestido de coisa julgada material; e 4) preenchimento de uma das hipóteses de cabimento previstas taxativamente no art. 485 do CPC. O escopo de tal demanda é desconstituir sentença de mérito já transitada em julgado. Sendo assim, para efeitos de admissibilidade da rescisória, não se exige sequer que a decisão transitada em julgado tenha sido impugnada mediante recurso; D: correto (Súmula 401 do STJ: “O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial.”); E: incorreto (Súmula 175 do STJ: “Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS.”). Gabarito “D”

I.

(D) Contra a decisão proferida pelo STJ que, por maioria de

Gabarito “A”

(Magistratura/PI – 2008 – CESPE) Quanto à ação rescisória, julgue

os itens a seguir.

(Procurador do Estado/ES – 2008 – CESPE) Em relação à ação

rescisória, julgue os itens seguintes.

(1) Impedimento, suspeição e incompetência do juiz são hipó-

teses de cabimento de ação rescisória. Em todos esses casos, autoriza-se a revisão da decisão proferida que se tornou imprestável em razão da atuação do juiz no processo em caso de violação a disposição expressa em lei. (2) Uma sentença de mérito somente pode ser rescindida em razão de violação de norma de natureza material, não se admitindo rescisão em razão de violação de norma processual. (3) Para que uma ação rescisória seja processada e julgada, exige-se a ocorrência de coisa julgada material sobre a sentença rescindenda e que o autor tenha utilizado todos os recursos admissíveis contra a sentença, antes de seu trânsito em julgado.

9. Direito Processual Civil

(A) A sentença transitada em julgado, resultante de colusão

entre as partes, com o escopo de fraudar a lei não pode ser objeto de rescisória, haja vista a ausência do dolo específico. (B) A ação rescisória por violação de súmula do STJ exige que esta tenha sido mencionada na decisão que se pretende rescindir. (C) É admissível a ação rescisória quando um documento não utilizado, por ser desconhecido ou por não ter sido utilizado anteriormente, for relevante para alterar a concepção dos fatos envolvidos no litígio, ainda que não possua o condão de gerar resultado favorável ao autor da ação rescisória. (D) A ação rescisória visa obter a anulação da coisa julgada material ou formal constituída sobre decisão judicial (sentença ou acórdão) transitada em julgado, permitindo, assim, a revisão do julgamento. (E) A ação rescisória, tendo por finalidade elidir a coisa julgada, não é meio idôneo para desfazer decisões proferidas em processos de jurisdição graciosa, não suscetíveis de trânsito em julgado. A: incorreta (CPC, art. 485, III); B: incorreta. Não é caso de AR violação de súmula (não consta do CPC, art. 485); C: incorreta. A prova nova que autoriza a rescisória é aquela que seria capaz, por si só, de assegurar um provimento favorável (CPC, art. 485, VII); D: incorreta. A AR busca desconstituir a coisa julgada material – não a formal (CPC, art. 485); E: correta (CPC, art. 1.111). Gabarito “E” (Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) Acerca dos recursos

e da ação rescisória previstos no CPC, julgue os itens que se seguem.

(1) No caso de julgamento realizado por órgão colegiado em

sede de apelação, o crime de prevaricação cometido por um dos membros componentes desse órgão viciará o acórdão mesmo que o voto do citado membro tenha sido vencido, independentemente da interposição de embargos infringentes. (2) Diz-se na doutrina que existe presunção da existência de repercussão geral nos recursos extraordinários, o que se comprova pela necessidade de quórum diferenciado para o não conhecimento do recurso com base na ausência de tal requisito e na dispensa da demonstração da sua presença na peça de interposição do recurso, cabendo ao recorrido demonstrar a ausência. (3) Em regra, não existe contraditório nos embargos de declaração, uma vez que é recurso destinado a suprir omissão, obscuridade ou contradição da decisão recorrida. Parte majoritária da doutrina e da jurisprudência, entretanto, entende pela necessidade de intimação da outra parte para apresentação de contrarrazões, caso os embargos tenham sido interpostos visando a efeitos modificativos, também chamados infringentes.

(A) Para que seja cabível ação rescisória com fundamento

em erro de fato, é necessário, entre outros pressupostos, que o erro seja apurável independentemente da produção de novas provas e que, sobre o fato, não tenha havido controvérsia entre as partes nem pronunciamento judicial. (B) Embora presentes os pressupostos necessários para o seu deferimento, não é admissível a antecipação de tutela em ação rescisória, sob pena de se afrontar a coisa julgada e de se desvirtuar a referida ação, tornando-a uma espécie de recurso. (C) O ajuizamento da ação rescisória suspende a execução ou o cumprimento da sentença rescindenda. No entanto, essa sentença poderá ser objeto de execução provisória, desde que o exequente preste caução em caso de eventual desconstituição do título, para assegurar a reparação de danos ao executado, autor da rescisória. (D) Em se tratando de ação rescisória, a demanda deve ser proposta contra todos os que participaram da ação originária, a ausência da citação de um dos litisconsortes acarreta a nulidade da ação e a revelia de qualquer um dos litisconsortes opera seus efeitos, dispensando o autor do ônus de provar o fato constitutivo da rescindibilidade. (E) A ação rescisória constitui meio de impugnação da coisa julgada e tem por objetivo a apreciação da justiça e da correção da decisão rescindenda, bem como da interpretação dos fatos ou da valoração da prova que o juiz empregou para formar o seu juízo de convencimento. A: correta (CPC, art. 485, IX, §§ 1º e 2º); B: incorreta (CPC, art. 489); C: incorreta. Somente se deferida liminar há suspensão da execução / cumprimento de sentença (CPC, art. 489); D: incorreta. Se houver contestação de um dos réus, não há presunção de veracidade (CPC, art. 320, I); E: incorreta. Não se trata da justiça da decisão, mas sim da presença de um dos requisitos objetivos constantes do art. 485 do CPC. (Analista – STF – 2008 – CESPE) Acerca da ação rescisória, julgue

os itens que se seguem.

(1) A legitimidade ativa para a propositura da ação rescisória

é conferida não apenas a quem foi parte no processo originário ou seu sucessor, ainda que o processo tenha corrido à revelia do réu, mas também ao Ministério Público ou ao terceiro juridicamente interessado. (2) Para o cabimento da ação rescisória com fundamento em erro de fato, é necessário, entre outros pressupostos, que o erro seja apurável independentemente da produção de novas provas; que sobre o fato não tenha havido controvérsia entre as partes nem pronunciamento judicial. 1: art. 487 do CPC; 2: art. 485, IX, § 2º, do CPC. Gabarito 1C, 2C

Gabarito 1E, 2E, 3E (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) Acerca da ação resci-

sória, assinale a opção correta.

(Procurador do Estado/PI – 2008 – CESPE) Em relação à ação

rescisória, assinale a opção correta.

Gabarito “A”

1: errado. O art. 485, II, do CPC só menciona impedimento e incompetência absoluta; 2: errado. O art. 485, V, do CPC trata de violação a dispositivo de lei – não excluindo, portanto, normas de ordem processual; 3: errado. Basta o trânsito, não sendo necessário o esgotamento dos meios recursais antes do trânsito (CPC, art. 485, caput) – isso é necessário para usar o recurso especial ou extraordinário.

315

(OAB - CESPE – 2010.1) A ação rescisória (A) não pode ser ajuizada por terceiro, ainda que juridicamente

interessado.

(B) será admitida no âmbito dos juizados especiais cíveis

quando houver sentença transitada em julgado.

(C) deverá ser ajuizada até dois anos após o trânsito em julgado

da última decisão, sob pena de prescrição.

(D) é admitida ainda que não se tenham esgotado todos os

recursos contra a sentença transitada em julgado.

1: errada. Nesse caso, o vício de um dos julgadores não foi capaz de influenciar no julgamento do recurso (CPC, art. 249, § 1º); 2: errada, porque a repercussão geral só será presumida nos casos do § 3º do art. 543-A do CPC; 3: correta, conforme entendimento jurisprudencial majoritário no STJ.

A: incorreta, o terceiro tem legitimidade para a ação rescisória (art. 487, II, do CPC); B: incorreta, não cabe ação rescisória no JEC (art. 59 da Lei 9.099/95); C: incorreta, o prazo é decadencial, conforme interpretação da doutrina e jurisprudência a partir do art. 495 do CPC; D: correta, o esgotamento dos recursos é requisito para o recurso especial e extraordinário, não para o ajuizamento da ação rescisória (Súmula 514/ STF: “Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.”)

Gabarito 1E, 2E, 3C

Gabarito “D”

316 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: incorreta, no sistema da ação rescisória, o prazo para o ajuizamento é de 2 anos (art. 495 do CPC); B: incorreta, não há previsão legal nesse sentido (Súmula 514 do STF: Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.); C: correta, art. 489 do CPC; D: incorreta, somente a incompetência absoluta é motivo de rescisão (art. 485, II, do CPC). Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2008.1) No que se refere à ação rescisória,

assinale a opção correta.

(A) O depósito prévio de 5% sobre o valor da causa será

revertido em benefício do réu somente quando a ação rescisória for declarada, por unanimidade, inadmissível ou improcedente. (B) A incompetência relativa do juízo constitui fundamento para a propositura de ação rescisória. (C) Em se tratando de ação rescisória sob o fundamento de colusão entre as partes, o Ministério Público não detém legitimidade para atuar no processo como custos legis. (D) A turma recursal dos juizados especiais cíveis tem competência para processar e julgar ação rescisória. A: correta, art. 488, II, do CPC; B: incorreta, somente a incompetência absoluta é motivo de rescisão (art. 485, II, do CPC); C: incorreta, o MP detém legitimidade em tais hipóteses (art. 487, III, “b”, do CPC); D: incorreta, não cabe ação rescisória no JEC (art. 59 da Lei 9.099/95). Gabarito “A”

12. Recursos 12.1. TEORIA GERAL DOS RECURSOS (Cartório/DF – 2014 – CESPE) Acerca de recursos, assinale a

opção correta.

(A) A renuncia ao direito de recorrer depende da aceitação da

outra parte. (B) Segundo a jurisprudência do STJ, quando a interposição do recurso ocorrer em horário posterior ao do encerramento do expediente bancário, admite-se a juntada da guia de recolhimento do preparo no primeiro dia útil seguinte. (C) O recurso na modalidade adesiva será interposto no prazo de que a parte dispõe para responder e, segundo entendimento do STJ, estará condicionado a apresentação das contra-rasures ao recurso principal. (D) De acordo com a jurisprudência do STJ, aplica-se o principio da fungibilidade recursal, para que se supere a tempestividade com vistas a receber o recurso principal como recurso adesivo. (E) Na hipótese de interposição de recurso de agravo de instrumento, o relator poderá, entre outras providencias, converter o recurso em agravo retido. Nessa situação, o agravante poderá, caso deseje reformar de imediato essa decisão, interpor recurso de agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso.

(Cartório/PI – 2013 – CESPE) Acerca de recursos cíveis, assinale

a opção correta.

(A) Pelo efeito translativo, devolve-se a matéria impugnada ao

órgão judiciário prolator da decisão recorrida.

(B) No procedimento sumário, são cabíveis todas as espécies

de recursos previstas no direito processual brasileiro.

(C) A falta de preparo implicará a deserção do recurso caso a

interposição deste ocorra após o encerramento do expediente bancário. (D) Formulado pedido certo e determinado, o réu terá interesse recursal para arguir o vício da iliquidez da sentença. (E) O princípio da singularidade refere-se à possibilidade da interposição do recurso de agravo de instrumento caso seja cabível o recurso de apelação. A: incorreta. O efeito translativo (para a doutrina, seria a aptidão para o tribunal avaliar matérias que não foram impugnadas no recurso) devolve algumas matérias ao Tribunal, independente de impugnação (ex: CPC, art. 515, §1º e §2º); B: correta, pois não há óbice, na legislação, a respeito de recurso no rito sumário (o que existe é, por exemplo, restrição às intervenções de terceiro – CPC, art. 280); C: incorreta (Súmula 484/STJ: “Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário”); D: incorreta, porque o interesse seria apenas do autor. (Súmula 318/ STJ: “Havendo pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em arguir o vício de sentença ilíquida”); E: incorreta. O princípio da singularidade, unirrecorribilidade ou unicidade se refere à ideia de que para cada ato judicial existe um recurso próprio. O uso de um recurso por outro decorreria do princípio da fungibilidade. (Magistratura/PA – 2012 – CESPE) Acerca dos prazos para a

interposição de recursos, assinale a opção correta.

(A) No curso do prazo, se a parte contrária criar obstáculo, o

prazo recursal será integralmente restituído à outra parte.

(B) Partes sucumbentes representadas por advogados do mesmo

escritório não têm direito à duplicação do prazo recursal.

(C) A duplicação do prazo recursal prevista para a Defensoria

Pública não se estende a escritórios que prestem assistência gratuita. (D) Esses prazos podem ser suspensos ou interrompidos por acordo expresso das partes, celebrado na audiência em que tenha sido proferida a decisão recorrível. (E) Em situação em que haja litisconsórcio, caso mais de uma pessoa sucumba, o prazo será em dobro.

A: incorreta; B: incorreta, porque é irrelevante o fato de serem advogados do mesmo escritório. O que importa, para a dobra dos prazos, é o patrocínio das partes por advogados diferentes; C: correta; D: incorreta, já que se trata de prazos peremptórios e insuscetíveis de prorrogação voluntária; E: incorreta, porque além da sucumbência de mais de um dos litisconsortes, é necessário que estejam os sucumbentes assistidos por advogados diferentes, para que o prazo seja dobrado. Gabarito “C”

à outra e cuja decisão tenha transitado em julgado, mesmo que essa segunda ação seja decidida, ela não fará coisa julgada, e contra essa sentença pode ser ajuizada ação rescisória sem a submissão ao prazo estabelecido em lei. (B) Caso a parte não tenha interposto todos os recursos cabíveis contra decisão que lhe tenha sido desfavorável, ela não pode, após o trânsito em julgado da decisão, propor ação rescisória, haja vista a obrigatoriedade do exaurimento das instâncias recursais. (C) O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença rescindenda, ressalvada a concessão de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela. (D) A sentença proferida por juiz incompetente, seja a incompetência absoluta ou relativa, padece de vício insanável, razão pela qual pode ser contestada por meio da ação rescisória.

Gabarito “B”

(A) Havendo a propositura de uma segunda demanda idêntica

A: incorreta (CPC, art. 502); B: correta. (Súmula 484/STJ: “Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário”); C: incorreta. Segundo o STJ, o recurso adesivo não está condicionado à apresentação de contrarrazões, porque ambos são independentes (EDcl no REsp 171543/RS, DJ 14/08/2000 e CPC, art. 500); D: incorreta. O princípio da fungibilidade não autoriza que se afaste a tempestividade para receber o recurso – assim, a se se quer que uma apelação seja recebida como agravo, deve-se interpor o recurso em 10 dias (“por isso, um recurso com prazo de interposição menor é admissível se interposto no lugar daquele cabível, cujo prazo de oferecimento é mais alongado. A recíproca, contudo, não é verdadeira”. EDcl no REsp 464.425/SP, DJ 11/09/2006); E: incorreta, pois nesse caso a lei veda o uso do agravo regimental, admitindo apenas pedido de reconsideração (CPC, art. 527, parágrafo único). Gabarito “B”

(OAB - CESPE – 2008.1) Acerca da ação rescisória, assinale a

opção correta.

9. Direito Processual Civil

317

(Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) A respeito da liquidação de

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca dos recursos pre-

(A) O efeito extensivo ou expansivo do recurso evidencia-se

(1) A lei enumera taxativamente os recursos admissíveis no

1: correto. O pedido de reconsideração não é recurso e, por isso, não interrompe nem suspende o prazo para interposição de recurso previsto em lei. Todavia, a doutrina assevera ser cabível o pedido de reconsideração – mesmo o puro e simples –, desde que se invoque questão de ordem pública, posto que tal matéria deve ser conhecida de ofício pelo órgão julgador (arts. 219, § 5º, 267, § 3º, e 301, § 4º, do CPC). Sobremais, a jurisprudência do STJ tem admitido, com lastro nos princípios da fungibilidade, da instrumentalidade das formas e da economia processual, o recebimento de pedido de reconsideração como agravo interno, sem que isso configure vulneração à taxatividade e à singularidade, enquanto requisitos de admissibilidade recursal. Confira-se o precedente a seguir: “Processual civil. Petição de reconsideração recebida como agravo regimental. Mandado de segurança. Pedido liminar. Anistia política. Anulação. Instauração de processo administrativo. Ilegitimidade passiva ad causam da autoridade apontada como coatora. Incompetência do STJ para o julgamento do writ of mandamus. Juntada de documento posterior. Impossibilidade. 1. O pedido de reconsideração pode ser recebido como agravo interno, nos termos da jurisprudência desta Corte, em homenagem aos princípios da economia processual, da instrumentalidade das formas e da fungibilidade. [...] (AgRg no MS 17.493/DF, rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, j. 28.09.2011, DJe 04.10.2011). (Analista – TRT/17ª – 2009 – CESPE) A respeito das disposições gerais dos recursos, julgue os itens a seguir. (1) A lei enumera todos os recursos admitidos no processo,

contudo, veda a interposição de duas espécies diversas de recurso contra a mesma decisão, não por força da enumeração taxativa dos recursos, mas, sim, por força da, assim chamada, unirrecorribilidade ou singularidade. (2) Desde o Código de Processo Civil de 1939, admite-se a chamada fungibilidade dos recursos, de modo que hoje, mesmo não havendo mais disposição específica acerca do tema, a interposição equivocada de um recurso por outro poderá ser desconsiderada quando houver ausência de erro grosseiro decorrente de dúvida objetiva. Isso autoriza que se tome uma apelação por agravo de instrumento se houver, por exemplo, divergência doutrinária acerca de qual dos recursos é cabível no caso. 1: de fato, as espécies de recursos são aquelas previstas em lei, em rol taxativo e, segundo o princípio da unirrecorribilidade, com algumas exceções, contra uma decisão é cabível apenas um recurso; 2: realmente, ainda que não expresso no CPC de 1973, o princípio da fungibilidade recursal ainda é aceito em casos de dúvida objetiva do recurso cabível. (Analista – TRE/GO – 2008 – CESPE) É pressuposto recursal

extrínseco o(a)

(A) inexistência de fato extintivo do direito de recorrer. (B) legitimidade recursal. (C) cabimento. (D) tempestividade.

Constituem pressupostos recursais extrínsecos, ligados ao modo de exercer o recurso, a tempestividade, regularidade formal e preparo. Gabarito “D”

A: incorreto. O efeito expansivo consiste na possibilidade de a decisão proferida em grau recursal estender sua eficácia para além da matéria invocada nas razões recursais, isto é, o julgamento do recurso ultrapassa aquilo que foi efetivamente postulado pelo recorrente; B: incorreto. Por força do efeito devolutivo – corolário do princípio dispositivo – o órgão ad quem só poderá examinar as matérias efetivamente impugnadas pela parte recorrente. Tal princípio encontra-se proclamado na máxima tantum devolutum quantum appellatum. Por outro lado, o princípio recursal regressivo (também denominado iterativo ou diferido) consiste na faculdade conferida ao próprio órgão a quo de reconsiderar a decisão proferida. No processo civil brasileiro, materializa-se no recurso de agravo, seja ele retido, por instrumento ou interno; C: correto. O princípio recursal da taxatividade prevê que são recursos apenas os meios de impugnação expressamente indicados no Código de Processo Civil e na legislação extravagante; D: incorreto. Da decisão que resolve a fase de liquidação de sentença, delimitando o quantum debeatur, cabe o recurso de agravo de instrumento (art. 475-H do CPC). Todavia, na hipótese de a aludida decisão extinguir o processo, sua natureza será de sentença (art. 162, § 1º, do CPC), desafiando, portanto, o recurso de apelação (art. 513 do CPC). Corroborando tal assertiva: “Processo civil. Recurso especial. Provimento judicial que, em incidente de liquidação de sentença, extingue o processo. Recurso cabível. Recurso especial improvido. 1. Ao dispor que ‘Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento’, o art. 475-H do CPC está disciplinando o que comumente ocorre, ou seja, que a decisão se limite a resolver o incidente de liquidação, fixando o quantum debeatur a ser objeto da execução forçada subsequente. Todavia, se o ato judicial proferido no âmbito do incidente de liquidação extingue o próprio processo, determinando inclusive o arquivamento dos autos, sua natureza já não será de simples decisão interlocutória que ‘decide a liquidação’, mas de verdadeira sentença (CPC, art. 162, § 1º), contra a qual o recurso cabível será o de apelação (CPC, art. 513). 2. Recurso Especial improvido. (STJ, REsp 1.090.429/RJ, rel. Min. Teori Albino Zavascki, 1ª T., j. 20.05.2010, DJe 26.05.2010); E: incorreto. Segundo a jurisprudência do STF, a garantia do duplo grau de jurisdição não foi acolhida pela Carta Magna, embora haja doutrina que entenda que o referido princípio, por força de interpretação sistemática, tenha sido albergado pela Lei Fundamental. Nesse sentido: “Constitucional. Promotor de justiça. Crimes dolosos contra a vida. Competência do tribunal de justiça. Matéria fática. Súmula 279-STF. Prequestionamento. Princípio do duplo grau de jurisdição. [...] III. ‑ A alegação de ofensa ao inciso LIV do art. 5º, CF, não é pertinente. O inciso LIV do art. 5º, CF, mencionado, diz respeito ao devido processo legal em termos substantivos e não processuais. Pelo exposto nas razões de recurso, quer a recorrente referir-se ao devido processo legal em termos processuais, CF, art. 5º, LV. Todavia, se ofensa tivesse havido, no caso, à Constituição, seria ela indireta, reflexa, dado que a ofensa direta seria a normas processuais. E, conforme é sabido, ofensa indireta à Constituição não autoriza a admissão do recurso extraordinário. IV. ‑ Não há, no ordenamento jurídico-constitucional brasileiro, a garantia constitucional do duplo grau de jurisdição. Prevalência da Constituição Federal em relação aos tratados e convenções internacionais. V. ‑ Compete ao Tribunal de Justiça, por força do disposto no art. 96, III, da CF/1988, o julgamento de promotores de justiça, inclusive nos crimes dolosos contra a vida. VI. ‑ Agravo não provido. (AI 513044 AgR, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª T, j. 22.02.2005) [grifos nossos].

processo civil e prevê um tipo de recurso para cada tipo de decisão, sendo uma característica comum a estes a capacidade de ensejarem reforma, invalidação, esclarecimento ou integração da decisão judicial impugnada. Contudo, mesmo que se constate ser possível que um simples pedido de reconsideração enseje a reforma de uma decisão também passível de agravo, essa possibilidade não representa quebra dos princípios da taxatividade e da singularidade dos recursos.

Gabarito 1C, 2C

no fato de uma nova decisão expandir os seus efeitos para atingir a decisão recorrida. (B) O efeito regressivo e o efeito devolutivo têm o mesmo significado e, portanto, os mesmos efeitos. (C) De acordo com o princípio da taxatividade, consideram-se recursos somente aqueles designados por lei federal. (D) O recurso cabível contra decisão em liquidação de sentença é a apelação. (E) O princípio do duplo grau de jurisdição está explicitamente previsto na CF.

vistos no CPC, julgue o próximo item.

Gabarito 1C

sentença e dos recursos, assinale a opção correta.

Gabarito “C”

318 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

em que é parte.

(B) A desistência do recurso interposto pelo recorrente depende

da concordância do recorrido.

(C) Havendo sucumbência recíproca e sendo proposta apela-

ção por uma parte, será cabível a interposição de recurso adesivo pela outra parte. (D) A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, habilita o advogado a desistir do recurso.

A: incorreta, o MP tem legitimidade para recorrer quando é parte e fiscal da lei (art. 499, § 2º, do CPC); B: incorreta, a desistência do recurso (diferentemente da desistência do processo) independe de concordância da parte contrária (art. 501 do CPC); C: correta, art. 500 do CPC; D: incorreta, há necessidade de poderes especiais (art. 38 do CPC). Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2008.3) A respeito dos recursos, assinale a

opção correta.

(A) O recebimento do recurso de apelação pelo juiz comporta

a interposição de recurso de agravo de instrumento.

(B) Tratando-se de sentença ultra ou extra petita, o autor não

detém interesse em recorrer.

(C) Cabe ação direta de inconstitucionalidade contra súmula

vinculante, nas mesmas hipóteses relacionadas à lei em sentido formal. (D) Ocorre o efeito expansivo subjetivo quando o julgamento do recurso atinge outras pessoas além do recorrente e do recorrido. A: incorreta, pela letra da lei, cabe o agravo de instrumento quando a apelação não for admitida ou em relação aos efeitos da apelação (art. 522 do CPC); B: incorreta, considerando o vício/risco de nulidade, há também interesse recursal do autor; C: incorreta, cabe ADI de lei, e súmula vinculante não é lei (art. 102, I, “a”, da CF); D: resposta correta de acordo com a posição da doutrina que se manifesta quanto ao “efeito expansivo” (vale destacar que não são todos os autores que enfrentam esse efeito). No caso, a forma mais fácil para se chegar à resposta correta seria por exclusão das demais alternativas. Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.1) Com base na teoria geral dos recursos,

assinale a opção correta.

(OAB - CESPE – 2008.1) A respeito dos recursos no processo civil,

assinale a opção correta.

(A) Caso o recorrente alegue no recurso de apelação e seja

reconhecida a nulidade da citação, o tribunal determinará o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, o qual, por sua vez, deve determinar a repetição do ato citatório. (B) Com a oposição dos embargos de declaração, ocorre a interrupção do prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo se for ele intempestivo. (C) Não cabe interposição de recurso ordinário para o STJ contra decisão proferida por juiz que atua em primeiro grau de jurisdição. (D) Caso haja sucumbência recíproca, admite-se, na apelação, no agravo de instrumento, nos embargos infringentes, nos recursos especial e extraordinário, o recurso adesivo, ao qual se aplicam as mesmas regras do recurso independente.

A: incorreta, se o réu já está nos autos e é reconhecida a nulidade de citação, não há necessidade de novo ato citatório, mas sim de devolução do prazo para defesa (art. 214, § 2º, do CPC); B: correta, no CPC, a oposição dos embargos de declaração acarreta a interrupção do prazo (art. 538 do CPC), mesmo que o recurso seja negado; contudo, isso não ocorre na intempestividade; C: incorreta, há hipótese excepcional em que a sentença de juiz federal é atacada por recurso ordinário para o STJ (art. 539, II, “b”, do CPC c/c arts. 105, II, “c”, e 109, II, ambos da CF); D: incorreta, não cabe adesivo no agravo (art. 500, II, do CPC). Gabarito “B”

(A) O MP tem legitimidade para recorrer somente no processo

Parte da doutrina diferencia os requisitos de admissibilidade recursal em extrínsecos (análise formal externa) e intrínsecos (análise formal mediante a leitura do recurso). Para verificar a regularidade formal, não há necessidade de se analisar o recurso em seu conteúdo. Gabarito “B”

(OAB - CESPE – 2009.1) Considerando o que dispõe o CPC a respeito de recursos, assinale a opção correta.

(OAB - CESPE – 2008.1) No que concerne à teoria geral dos

recursos, assinale a opção correta.

(A) Para que a desistência do recurso produza efeitos, são

necessárias a concordância do recorrido e a homologação judicial. (B) Admite-se, excepcionalmente, a interposição de recurso contra despacho proferido pelo magistrado. (C) O prazo para a interposição do recurso conta-se a partir da data da leitura da sentença em audiência, da intimação da decisão judicial ou da publicação do dispositivo do acórdão no órgão oficial. (D) Exige-se o preparo na interposição do agravo retido.

(A) O agravo interposto contra decisão que nega seguimento

A: incorreta, a desistência do recurso independe de concordância da parte contrária (art. 501 do CPC), diferentemente do que ocorre com a desistência da ação; B: incorreta, os despachos são irrecorríveis, até porque não têm carga decisória (art. 504 do CPC); C: correta, art. 506 do CPC; D: incorreta, o agravo retido independe de custas (art. 522, parágrafo único, do CPC).

A: incorreta, esse agravo, por expressa previsão legal, não tem preparo (art. 544, § 2º, do CPC); B: incorreta, a renúncia ao direito de recorrer impede que tal recurso seja posteriormente interposto (art. 502 do CPC); C: incorreta, renuncia-se ao recurso antes de sua interposição; desiste-se do recurso já interposto (arts. 501 e 502, do CPC); D: resposta correta de acordo com a doutrina, que conceitua o direito potestativo como aquele que confere, ao seu titular, o poder de produzir efeitos apenas pela manifestação de vontade (ou seja, basta a parte manifestar sua vontade de recorrer para que haja o recurso – observados, por certo, os requisitos de admissibilidade recursal). No caso, a forma mais fácil para se chegar à resposta correta seria por exclusão das demais alternativas.

12.2. AGRAVO

(A) O interesse recursal. (B) A regularidade formal. (C) A inexistência de fato impeditivo ou extintivo. (D) A legitimidade.

(OAB - CESPE – 2009.1) A respeito do agravo, assinale a opção

correta.

(A) O novo regime jurídico de impugnação das decisões interlo-

cutórias estabelece como regra que o recurso contra essas decisões é o agravo de instrumento. (B) O agravo será na forma retida quando interposto contra decisão que não tenha admitido a apelação. (C) Não se admite juízo de retratação no agravo retido. (D) O recurso cujo objetivo seja o reexame da decisão do juiz sobre os efeitos em que foi recebida a apelação é o agravo de instrumento. A: incorreta, a regra é o cabimento do agravo retido (art. 522 do CPC); B: incorreta, hipótese em relação à qual a lei expressamente prevê o agravo de instrumento (art. 522 do CPC); C: incorreta, cabe ao juiz reconsiderar a decisão atacada pelo agravo retido (art. 523, § 2º, do CPC); D: correta, art. 522 do CPC. Gabarito “D”

Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.1) Não constitui requisito intrínseco de

admissibilidade recursal

Gabarito “C”

aos recursos especial e extraordinário não dispensa o preparo. (B) A renúncia do recurso não impede a interposição posterior de outro recurso. (C) É possível desistir do recurso antes da sua interposição. (D) O direito de recorrer é um direito potestativo processual.

9. Direito Processual Civil

seguintes, e apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com relação a procedimento ordinário e recursos.

(1) Tribunal de justiça estadual, ao julgar recurso de apelação,

conferiu provimento para cassar a sentença de extinção do processo, determinando o prosseguimento do feito. Nessa situação, a interposição do recurso especial deve observar o procedimento de subida imediata do recurso. (2) João, em sede de contestação, suscitou a preliminar de pedidos incompatíveis entre si, e o juiz, convencido, pelos argumentos do réu, da caracterização da preliminar de inépcia da petição inicial, extinguiu o processo. Inconformado, o autor interpôs recurso de apelação. Nessa situação, o juiz poderá retratar-se e reformular a decisão. 1: errado, pois o acórdão estadual exarado ostenta natureza interlocutória. Precedente do STJ: (REsp 1.150.629/AM, rel. Min. Marco Buzzi, 4ª T., j. 12.06.2012, DJe 19.06.2012). Logo, incide o disposto no art. 542, § 3º, do CPC, razão pela qual, em princípio, o apelo especial interposto ficará retido nos autos; 2: incorreto. A faculdade de o juízo se retratar da sentença proferida está autorizada apenas nas hipóteses versadas nos arts. 285-A, § 1º, e 296, caput, do CPC; 3: prejudicada. Gabarito 1E, 2E (Defensor Público da União – 2010 – CESPE) Acerca dos recursos e da ação rescisória, julgue o próximo item. (1) O direito processual civil acolhe o princípio da vedação

à reformatio in pejus, mas, na hipótese de a apelação interposta pelo autor evidenciar, por exemplo, a ausência de condição da ação, o órgão ad quem poderá extinguir o processo, sem julgamento do mérito, o que é decorrência do chamado efeito translativo dos recursos.

1: correta, porque o reconhecimento de uma matéria de ordem pública, pelo Tribunal, ainda que em prejuízo do recorrente, decorre mesmo do efeito translativo dos recursos, efeito esse que está baseado no princípio inquisitório, ao contrário da regra da vedação à reformatio in pejus que surge em razão do princípio dispositivo. Gabarito 1C (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) Acerca do processo civil

brasileiro, julgue o item subsequente.

(1) O juiz receberá o recurso de apelação quando a sentença

estiver em conformidade com súmula do STJ ou do STF, cabendo ao 1º vice-presidente do tribunal de origem realizar o juízo de admissibilidade.

1: errada, porque o § 1º do art. 518 estabelece que nesse caso o recurso não deverá ser recebido pelo juiz. Em razão dessa regra é que se tem falado em “súmula impeditiva de recurso”. Gabarito 1E (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) No curso do julgamento de

uma apelação, o primeiro componente da turma a se manifestar verificou que já havia divergência entre turmas do tribunal na interpretação de questão de direito processual presente no caso analisado, razão pela qual suscitou incidente de uniformização de jurisprudência. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

(1) A lei processual determina que o incidente de uniformiza-

ção de jurisprudência caberá apenas diante da divergência ocorrida entre órgãos do mesmo tribunal ou quando for verificada a divergência entre o julgamento recorrido e a interpretação já fixada por outra turma, câmara ou grupo de câmaras, de modo que, inexistente ainda uma efetiva divergência entre o posicionamento da turma que julga o recurso e aquele adotado por outra, não será possível admitir o incidente.

uniformização de jurisprudência não transfira ao órgão especial ou ao pleno a atribuição de julgar a questão principal, a decisão acerca da sua admissibilidade deverá ser objeto de acórdão proferido pelo próprio órgão em que o incidente foi suscitado.

1: incorreto. Embora a primeira parte da questão esteja correta ao apontar que o incidente de uniformização de jurisprudência tem por objetivo a harmonização da interpretação do direito entre órgãos judicantes pertencentes ao mesmo tribunal, cumpre esclarecer que a admissibilidade de tal incidente – que se presta a discutir apenas questões de direito – depende de uma divergência efetiva ou potencial entre seus órgãos fracionários. A divergência potencial se revela quando membro do órgão fracionário vislumbrar que o julgamento propende pelo acolhimento de tese jurídica diferente daquela já assentada, em pronunciamento anterior, por outro órgão judicante da corte. Nessa direção: “Na hipótese do inciso I, basta que haja divergência de interpretação a respeito de uma mesma tese jurídica no tribunal. Para demonstrá-la, basta que o suscitante apresente decisões divergentes do mesmo tribunal sobre a tese discutida. Ou, então, que se demonstre que o julgamento caminha para o acolhimento de uma tese jurídica diferente ou oposta àquela que já foi acolhida no mesmo tribunal. Mas, conforme tem sido decidido: OÉ preciso que a divergência seja atual ou potencial. Se os juízes que proferiram as decisões divergentes já não integram o tribunal, inexiste razão para ser suscitado o incidente de uniformização de jurisprudência. (RSTJ, 57:67) (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol 2. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 175) [grifos nossos]. Destarte, a parte final da afirmativa está errada; 2: correto. O primeiro juízo de admissibilidade do incidente a que alude o art. 476 e ss. do CPC é realizado pelo próprio órgão fracionário (turma, câmara ou grupo de câmaras), conforme dispõe o art. 477 do CPC. Reconhecido o dissídio, será lavrado acórdão pelo referido órgão e os autos serão encaminhados ao presidente da corte para que este designe sessão em que o receptivo plenário ou órgão especial, onde houver, determine a orientação jurisprudencial que será adotada. Vale ressaltar que tais órgãos poderão analisar novamente a existência ou não de divergência. Não conhecido o incidente, o caderno processual será devolvido ao órgão competente para julgamento da questão principal. Se, por outro lado, o incidente for conhecido, o próprio plenário do tribunal ou seu órgão especial definirá qual das teses jurídicas divergentes deverá prevalecer, deliberação esta após a qual os autos serão encaminhados ao órgão fracionário competente para que prossiga no julgamento da causa. Destaque-se, por último, que a turma, câmara ou grupo de câmaras suscitantes estarão vinculados ao que restou decidido pelo plenário ou pelo órgão especial da corte. (Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) Acerca dos efeitos

da apelação, assinale a opção correta.

(A) Julgados conjuntamente processos cautelar e principal, a

apelação deverá ter duplo efeito.

(B) A lei confere ao juiz discricionariedade no juízo de admis-

sibilidade para atribuir efeito suspensivo à apelação.

(C) A apelação de sentença proferida em processo cautelar que

condene autarquia federal a pagar vantagens pecuniárias a servidor público será recebida no duplo efeito. (D) Em execução definitiva de sentença condenatória, a apelação da sentença que julgar improcedentes os embargos à execução opostos pela União será recebida no duplo efeito. (E) Será recebida no efeito suspensivo a apelação de sentença que confirmar a antecipação dos efeitos da tutela, em parte, mediante juízo de procedência. A: incorreta, em relação ao capítulo da sentença do processo cautelar (CPC, art. 520, IV); B: incorreta. No Código de Processo Civil, as hipóteses são específicas, previstas em lei (CPC, art. 520); contudo, em outros diplomas, a lei confere essa possibilidade ao juiz (ex: Lei 7.347/1985, art. 14); C: correta. Apesar do exposto na explicação da alternativa “A”, há regra específica para o caso de pagamento a servidor sendo devido, somente, após o trânsito em julgado (Lei 9.494/1997, art. 2º-B); D: incorreta (CPC, art. 520, V); E: incorreta (CPC, art. 520, VII). Gabarito “C”

(Defensor Público/ES – 2012 – CESPE) Em cada um dos itens

(2) Ainda que a admissão do processamento do incidente de

Gabarito 1E, 2C

12.3. APELAÇÃO

319

320 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: incorreta, porque não há ônus da impugnação especificada em relação à resposta dos recursos, só quanto à contestação (CPC, art. 302); B: incorreta, porque não houve indeferimento da petição inicial (CPC, art. 295), e, por isso, não se pode falar em juízo de retratação por parte do juiz (CPC, art. 296); C: correta, porque a apelação é juntada aos autos, onde já consta a qualificação das partes (seja na inicial ou contestação), aplicando-se o princípio da instrumentalidade; D: incorreta, porque a exigência de apresentação das razões, que decorre do princípio da dialeticidade dos recursos, aplica-se também à Fazenda Pública (lembrando que, no reexame necessário, inexistem razões); E: incorreta, porque (i) a arguição de tema novo não acarreta a inadmissibilidade na origem (pois envolve análise do mérito recursal, de competência do órgão ad quem) e (ii) a alteração na qualificação jurídica dos fatos não é vedada. Gabarito “C” (OAB - CESPE – 2010.1) Ajuizada ação de indenização por danos

morais, o autor foi devidamente intimado para apresentar emenda à inicial, haja vista não estarem presentes os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283 do CPC. O autor, contudo, não apresentou a devida emenda, tendo sido indeferida a petição inicial. Nessa situação, caso entenda que sua petição inicial preenche os requisitos, o autor poderá interpor

(A) agravo de instrumento, independentemente da citação do

lide uma das partes, por ilegítima, prosseguindo o processo em relação à outra. (B) Do acórdão que reformar sentença terminativa, por maioria de votos, caberão embargos infringentes. (C) Se o relator deferir, em antecipação de tutela, a pretensão recursal, da decisão caberá agravo. (D) O recorrente pode desistir, parcial ou totalmente, do recurso interposto. A: incorreta, como o processo prossegue, o recurso cabível será o agravo (art. 522 do CPC); B: incorreta, só cabem infringentes em relação a decisão definitiva (de mérito) – e não terminativa (processual – art. 530 do CPC); C: incorreta, em regra, da decisão monocrática do relator cabe agravo regimental (art. 557 do CPC); porém, tratando-se de antecipação de tutela em agravo de instrumento, a decisão é irrecorrível (art. 527, parágrafo único). Como o enunciado não especifica essa situação, a questão deveria ter sido anulada; D: correta, art. 501 do CPC. (OAB - CESPE – 2008.2) No que se refere à apelação, assinale

a opção correta.

(A) Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal

sempre devolverá os autos ao juiz prolator da sentença para que este tome medidas que possam saná-las. (B) Se o pedido ou a defesa possuírem mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação não poderá devolver ao tribunal o conhecimento dos demais. (C) Quando o processo tiver sido extinto sem julgamento de mérito, é defeso ao tribunal julgar desde logo a lide, devendo devolver o processo para julgamento pelo juiz de primeiro grau. (D) O tribunal apreciará e julgará todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença recorrida não as tenha julgado por inteiro. Todas as alternativas envolvem o art. 515 do CPC. A: incorreta, § 4º; B: incorreta, § 2º; C: incorreta, § 3º; D: correta, § 1º. (OAB - CESPE – 2008.1) Relativamente aos recursos em espécie, assinale a opção correta. (A) No âmbito dos juizados especiais cíveis, os embargos de

declaração, quando interpostos contra sentença, interrompem o prazo para a interposição do recurso inominado. (B) A apelação interposta contra sentença que confirma a antecipação dos efeitos da tutela não tem efeito suspensivo. (C) Contra as decisões interlocutórias é cabível, em regra, a interposição de agravo de instrumento. (D) O Código de Processo Civil não autoriza a interposição de recurso especial e extraordinário na forma retida. A: incorreta, no CPC há a interrupção dos prazos; no JEC, há a suspensão (art. 50 da Lei 9.099/95); B: correta, art. 520, VII, do CPC; C: incorreta, em regra, cabe o agravo retido (art. 522 do CPC); D: incorreta, do REsp que atacar acórdão que tem origem em decisão interlocutória ficará retido (art. 542, § 3º, do CPC). Gabarito “B”

admissibilidade, será conferida vista dos autos ao apelado para oferecimento de contrarrazões, hipótese em que lhe compete o mesmo ônus da impugnação especificada dos fatos imposto ao réu quando da sua resposta. (B) Tratando-se de sentença que acolheu preliminar de ausência de uma das condições da ação, motivo também suficiente para o indeferimento da inicial, é dado ao juiz prolator retratar-se e até mesmo julgar desde logo o mérito, estando a causa madura para tanto. (C) Apesar de a lei exigir como requisito formal da apelação que, na peça de interposição, constem o nome e a qualificação das partes, a falta de qualificação pode ser considerada mera irregularidade quando a interposição é feita por uma delas, o que não ocorre se o apelante for um terceiro prejudicado. (D) Se o recorrente for a União, em vista da natureza do interesse discutido e das prerrogativas processuais da fazenda pública, pode ser dispensada a apresentação das razões da apelação quando houver referência expressa às razões de uma peça anterior, o que não se aplica no caso de o apelante ser ente de direito privado. (E) A arguição de tema novo pelo apelante não será permitida pelo juiz prolator da decisão recorrida, de modo que a eventual alteração da qualificação jurídica de qualquer um dos fatos já apresentados poderá redundar no não recebimento do recurso.

opção correta.

(A) Caberá apelação da decisão do juiz singular que excluir da

Gabarito “D”

(A) Caso o juiz entenda que estão presentes os pressupostos de

(OAB - CESPE – 2009.3) Com relação aos recursos, assinale a

Gabarito “D”

(Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) Proferida sentença em que o juiz acolheu a preliminar de impossibilidade jurídica de um dos pedidos e julgou parcialmente procedentes os demais, o autor interpôs apelação, no prazo legal, fazendo que constassem, na peça, seu nome, a referência aos fundamentos da inicial como razões de recurso e o pedido de reforma, tendo sido os autos remetidos ao magistrado para exame. Com base na situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

réu, sendo possível a retratação pelo juiz.

12.4. RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO E OUTROS RECURSOS EXTREMOS

réu e sem possibilidade de retratação pelo juiz.

(Magistratura/AC – 2008 – CESPE) Ainda a respeito dos recursos

(B) apelação, processada com a determinação de citação do (C) agravo retido, com a determinação de citação do réu, sendo

possível a retratação pelo juiz. (D) apelação, processada independentemente da citação do réu, sendo possível a retratação da decisão pelo juiz. De qualquer sentença cabe apelação. Na apelação que ataca sentença que indefere liminarmente a inicial, excepcionalmente pode o juiz reconsiderar sua decisão (art. 296 do CPC).

contra as decisões proferidas no processo civil, assinale a opção correta.

(A) É cabível recurso extraordinário ou especial, na forma retida,

contra decisão interlocutória proferida em agravo de instrumento, em medida cautelar, em cumprimento de sentença ou em processo de execução. Esse recurso somente será processado se for reiterado pela parte no momento da interposição do recurso contra a decisão final.

Gabarito “D”

9. Direito Processual Civil

Gabarito “B” (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Assinale a opção correta

acerca do sistema recursal do CPC.

(A) Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, nas instâncias

extraordinárias, o recurso interposto sem a assinatura do advogado é considerado inexistente. (B) Segundo entendimento do STJ e do STF, não se conhecerá do recurso extraordinário ou especial quando inexistir, respectivamente, a alegada violação ao texto constitucional ou à legislação federal. (C) Para a jurisprudência do STJ e do STF, é possível apreciar, em recurso extraordinário ou especial, matéria de ordem pública não prequestionada, ainda que ultrapassado o juízo de admissibilidade por outro fundamento. (D) O STJ tem entendimento pacífico no sentido de que o tribunal pode agravar a condenação imposta à fazenda pública na remessa necessária, já que sua natureza jurídica é não recursal, de condição de eficácia da sentença. (E) Na linha do entendimento jurisprudencial do STJ, contra a antecipação de tutela deferida na sentença, é cabível a interposição simultânea do recurso de agravo, do capítulo da antecipação, e de apelação, relativamente às outras matérias. A: correta (STJ: “consoante entendimento desta Corte, na instância especial, é inexistente o recurso interposto sem a assinatura do advogado” – EDcl no AgRg no REsp 594.130/SP); STF: A jurisprudência majoritária desta Suprema Corte continua firme no sentido de que a ausência de assinatura do advogado na petição do recurso acarreta a sua inexistência, não configurando mera irregularidade sanável. (AI 743595); B: incorreta, porque nesses casos o recurso deve ser conhecido, mas a ele deve ser negado provimento (a violação à lei federal ou à Constituição representa o mérito de tais recursos); C: incorreta, porque para o STF não há efeito translativo no recurso extraordinário, motivo pelo qual as matérias de ordem pública não prequestionadas não podem ser apreciadas (“1. Ausência de prequestionamento do dispositivo constitucional tido como violado (...) Súmulas STF 282 e 356. 2. Exigência do cumprimento desse requisito recursal, ainda que a questão suscitada seja de ordem pública. Precedentes RE 567165 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 28/09/2010). No STJ, a questão tem sido decidida de modo diferente (“Em sede de recurso especial, é possível examinar, de ofício, questões que envolvam a declaração de nulidade absoluta do

(Procurador – Banco Central – 2009 – CESPE) Quanto à repercus-

são geral exigida como pressuposto de cabimento do recurso extraordinário, assinale a opção correta.

(A) Diante da necessidade de quorum qualificado para que

o tribunal deixe de conhecer o recurso por ausência de repercussão geral, não se exige que o recorrente a aponte na peça recursal, pois haverá presunção relativa de existência. (B) A repercussão geral foi definida pela norma infraconstitucional, que se valeu de conceitos jurídicos indeterminados para tanto, de modo que não se admite situação que importe presunção absoluta da sua existência. (C) Sendo o exame da repercussão geral realizado mediante a interpretação de conceitos jurídicos indeterminados, evidencia-se a possibilidade da avaliação de critérios como a conveniência de discutir a matéria, sendo, por isso, dispensáveis a motivação e a publicidade da decisão. (D) Caso a decisão recorrida esteja conforme jurisprudência dominante do STF, presume-se a falta de repercussão geral, o que afasta a necessidade do quórum qualificado para que se deixe de conhecer o recurso. (E) Apesar de ser do pleno do STF a competência de deixar de conhecer o recurso por ausência de repercussão geral, pode o presidente ou o vice-presidente do tribunal local deixar de admiti-lo se o recorrente não tiver incluído em sua peça considerações que busquem demonstrar a presença da repercussão. A: incorreto (art. 543-A, § 2º, do CPC); B: incorreto (art. 543-A, §3º, do CPC); C: incorreto (arts. 93, IX, da CF e 543-A, § 7º, do CPC); D: incorreto (art. 102, § 3º, da CF); E: correto. Essa é a tônica do informativo de n º 473 do STF: “Questão de ordem. Recurso extraordinário, em matéria criminal e a exigência constitucional da repercussão geral. [...] II. Recurso extraordinário: repercussão geral: juízo de admissibilidade: competência. 1 . Inclui-se no âmbito do juízo de admissibilidade – seja na origem, seja no Supremo Tribunal – verificar se o recorrente, em preliminar do recurso extraordinário, desenvolveu fundamentação especificamente voltada para a demonstração, no caso concreto, da existência de repercussão geral (C.Pr.Civil, art. 543-A, § 2º; RISTF, art. 327). 2. Cuida-se de requisito formal, ônus do recorrente, que, se dele não se desincumbir, impede a análise da efetiva existência da repercussão geral, esta sim sujeita “à apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal” (Art. 543-A, § 2º). [...] (AI-QO 664567, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 18/06/2007, publicado em 06/09/2007, Tribunal Pleno). (Analista – STF – 2008 – CESPE) A respeito dos recursos para o STF, julgue os itens subsequentes. (1) Os requisitos de admissibilidade do recurso ordinário para

o STF contra decisão que denegue ação de mandado de segurança, de habeas data ou de mandado de injunção são comuns aos exigidos para o recurso extraordinário. (2) É cabível recurso extraordinário, desde que preenchidos os demais pressupostos de admissibilidade, contra sentença terminativa proferida em causa decidida, em única instância, por ofensa a norma expressa da CF. (3) A decisão da turma recursal do juizado especial pode ser impugnada por recurso extraordinário quando violar norma expressa da CF. 1: art. 540 do CPC; 2: art. 102, III, a, da CF; 3: Súmula 640 do STF. Gabarito 1E, 2C, 3C

A: incorreta (art. 542, § 3º, do CPC); B: correta (art. 498, caput e parágrafo único, do CPC); C: incorreta (art. 541, parágrafo único, do CPC); D: incorreta (art. 543-A do CPC). O juízo acerca da existência de repercussão geral é exercido pelo STF.

processo, ainda que tal exame esteja subordinado ao conhecimento do recurso especial, dado o efeito translativo dos recursos. Nesse sentido: REsp 609.144/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, RDR, vol. 30, p. 333; REsp 701.185/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 3.10.2005, p. 210” – REsp 1195441/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/08/2010, DJe 30/09/2010); D: incorreta, porque é o contrário que estabelece a Súmula 45 do STJ; E: incorreta, porque, nesse caso, cabe um único recurso, que é a apelação.

Gabarito “E”

maioria de votos e julgamento unânime e, embora cabíveis, não forem interpostos embargos infringentes, será da data do trânsito em julgado da decisão proferida por maioria de votos que começará o prazo comum para a interposição dos recursos de natureza extraordinária. Havendo decisão sobre questão constitucional e federal no acórdão, a parte deverá interpor, simultaneamente, os recursos extraordinário e especial. (C) Para que o recurso especial pela divergência seja admitido, exige-se a demonstração da existência de decisões divergentes, na mesma turma, acerca da mesma tese jurídica. Para tal admissão, exige-se, ainda, que os acórdãos paradigma e recorrido sejam oriundos do julgamento de recurso especial, mandado de segurança ou recurso ordinário constitucional. (D) Compete ao presidente do tribunal a quo exercer o juízo de admissibilidade dos recursos extraordinários, devendo ele analisar todos os requisitos legais, inclusive quanto à repercussão geral, ou seja, verificar se os efeitos da decisão são capazes de atingir os interesses jurídico e social da coletividade. No entanto, para que seja negada a existência desse requisito, exige-se a manifestação de dois terços dos membros integrantes daquele tribunal.

Gabarito “A”

(B) Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por

321

322 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

1: Súmula 211 do STJ; 2: art. 544 do CPC. Gabarito 1E, 2C (Analista – STJ – 2008 – CESPE) A respeito dos embargos de divergência, julgue os itens que se seguem. (1) Não cabem embargos de divergência em relação à questão

já pacificada em repetidos julgados, firmando-se a orientação jurisprudencial do tribunal no mesmo sentido do acórdão embargado. (2) Os embargos de divergência devem ser opostos contra decisões proferidas pelas turmas, sendo que, em caso de divergência entre uma turma do STJ e uma turma do STF, o julgamento do recurso caberá ao Plenário do STF. 1: Súmula 168 do STJ; 2: a divergência deve ser entre turmas do mesmo Tribunal. Não cabem embargos de divergência entre uma turma do STJ e uma turma do STF. Gabarito 1C, 2E (OAB - CESPE – 2008.3) Da decisão recorrida que julgar válida,

em única ou última instância, lei local contestada em face de lei federal, é cabível recurso

(A) extraordinário. (B) ordinário ao STF. (C) ordinário ao STJ. (D) especial.

Questão que induz o candidato a erro, mas que enfrenta uma alteração decorrente da EC 45/04. Por expressa previsão legal, a hipótese deve ser apreciada pelo STF, considerando que a questão envolve a interpretação das competências legislativas, previstas exatamente na CF e não na legislação inferior (art. 102, III, “d”, da CF). Gabarito “A”

12.5. EMBARGOS INFRINGENTES (Defensor Público/PI – 2009 – CESPE) A 1ª Câmara Especializada Cível do TJ/PI, em acórdão não unânime, reformou, em grau de apelação, sentença de mérito que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais proposto por João em face de Caio. O voto vencido entendia pela manutenção da sentença de improcedência, em razão da contundência da prova testemunhal. Após a intimação do acórdão, Caio interpôs recurso de embargos infringentes, e as câmaras reunidas cíveis, ultrapassando o juízo de admissibilidade recursal, decidiram de ofício por extinguir o processo, sem julgamento de mérito, pela falta de uma das condições da ação. Nessa situação hipotética, as câmaras reunidas cíveis (A) podem analisar de ofício as condições da ação, apesar de o

recurso de embargos infringentes possuir efeito devolutivo limitado ao voto vencido, desde que ultrapassado o juízo de admissibilidade, em razão do efeito translativo do recurso. (B) não podem analisar de ofício as condições da ação, uma vez que os embargos infringentes têm extensão limitada ao voto vencido. (C) não poderiam ultrapassar o juízo de admissibilidade do recurso interposto, uma vez que os embargos infringentes só têm cabimento quando o acórdão não unânime houver julgado procedente ação rescisória.

A: correta, pois o efeito translativo do recurso permite que as câmaras civis assim procedam; B: incorreta, porque o efeito translativo permite ao tribunal, mesmo nos casos de embargos infringentes, a análise das matérias de ordem pública; C: incorreta (art. 530 do CPC); D e E: incorretas, porque era caso mesmo de embargos infringentes. (Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) Em ação ordinária, foi proferida sentença que condenou Pedro a pagar a Maria R$ 5.000,00 a título de danos materiais e R$ 2.000,00 a título de danos morais. Pedro, inconformado, interpôs apelação. O tribunal, por maioria de votos, deu parcial provimento à apelação, mantendo apenas a condenação ao ressarcimento dos danos materiais.

Nessa situação hipotética, caso Maria queira recorrer da decisão do tribunal, seu advogado deverá: (A) interpor agravo interno. (B) interpor embargos infringentes. (C) interpor nova apelação. (D) pedir ao colegiado que reconsidere a decisão, antes de

interpor qualquer recurso.

A: incorreta. Não cabe agravo interno (ou regimental) de acórdão, mas só de decisão monocrática (CPC, art. 557, § 1º); B: correta. Como houve reforma de decisão de mérito, cabem os infringentes para buscar a prevalência do voto vencido (CPC, art. 530); C: incorreta. Não cabe apelação de acórdão, mas só de sentença (CPC, art. 513); D: incorreta. A apresentação de reconsideração (que não é recurso) não altera o prazo recursal.

12.6. OUTROS RECURSOS E TEMAS COMBINADOS (Cartório/DF – 2014 – CESPE) No que tange as respostas do réu, a

revelia e as regras de competência, assinale a alternativa correta.

(A) Caso ocorra a revelia, o autor poderá alterar o pedido for-

mulado na petição inicial, sem necessidade de promover nova citação. (B) Segundo entendimento do STJ, quando ha duas ações conexas em juízos de competência territorial distinta, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar, entendido como despacho o pronunciamento judicial positivo que determina a citação. (C) A competência, em razão da matéria, do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência. (D) O juiz poderá reconhecer de oficio qualquer das matérias denominadas de questões preliminares, elencadas no art. 301 do CPC. (E) Na hipótese de existirem ação e reconvenção, caso o autor desista da ação, essa desistência não obsta o prosseguimento da reconvenção. A: incorreta, porque há necessidade de nova citação para isso (CPC, art. 321); B: incorreta. Entende o STJ que o art. 106, que fala em primeiro despacho, é aplicável à situação de ações conexas perante juízos na mesma comarca; e que o art. 219, que fala em citação, então, se aplica a comarcas distintas (CC 39.595/DF, DJ 09.02.2005); C: incorreta. A competência relativa (valor e território) é que se altera pela conexão ou continência (CPC, art. 102); D: incorreta, pois não cabe conhecer de ofício a existência de cláusula arbitral (CPC, art. 301, § 4º); E: correta, por expressa disposição legal (CPC, art. 317). Gabarito “E”

peito de o tribunal a quo não ter apreciado questão proposta no recurso especial, deve-se admiti-lo caso tenha havido prévia oposição de embargos de declaração. (2) Caso o recurso especial não seja admitido ante a alegação de que o acórdão recorrido está em consonância com jurisprudência dominante do STF, o recorrente poderá interpor agravo de instrumento, no prazo de 10 dias, para o STJ.

recurso interposto, uma vez que a espécie recursal cabível seria o recurso extraordinário. (E) não poderiam ultrapassar o juízo de admissibilidade do recurso interposto, uma vez que a espécie recursal cabível seria o recurso especial.

Gabarito “B”

(1) De acordo com entendimento sumulado pelo STJ, a des-

(D) não poderiam ultrapassar o juízo de admissibilidade do

Gabarito “A”

(Analista – STJ – 2008 – CESPE) Considerando que um indivíduo, insatisfeito com acórdão proferido pelo TRF da 1.ª Região em sede de apelação, interponha recurso especial para o STJ, julgue os itens a seguir.

(Cartório/ES – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta com relação a petição inicial, resposta do réu e julgamento conforme o estado do processo. (A) É requisito imprescindível da inicial a indicação dos fatos e

dos fundamentos legais do pedido.

9. Direito Processual Civil

323

(B) Todas as objeções que incumbem ao réu alegar em con-

(B) Conforme entendimento sumulado do STJ, são cabíveis

A: incorreta, pois o CPC prevê os fatos e fundamentos jurídicos (conseqüência jurídica) e não fundamentos legais (artigos de lei) – que compõem a causa de pedir (CPC, art. 282, III); B: incorreta, pois nem todas as matérias preliminares podem ser conhecidas de ofício (CPC, art. 301, § 4º exclui a cláusula arbitral); C: incorreta. Apesar de a parte inicial quanto ao início do prazo ser correta (CPC, art. 241, III), somente há prazo em dobro se forem advogados diferentes (CPC, art. 191); D: incorreta. O entendimento prevalecente é que, apresentada a peça de defesa mais importante (contestação), está precluso o direito de apresentar outras defesas (como a reconvenção ou impugnação ao valor da causa); E: correta para a banca – e, principalmente, porque as anteriores estão erradas. É possível a reforma da sentença para reformar a sentença e julgar procedente o pedido. Mas o enunciado não trouxe mais informações para que se possa verificar qual foi o motivo da extinção e se seria, no caso, cabível isso.

A: incorreta (Súmula 168/STJ: “Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado”); B: correta (Súmula 255/STJ: “Cabem embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito”); C: incorreta (Súmula 211/STJ: “Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal “a quo”.”); D: incorreta. É possível ao juiz atribuir antecipação de tutela na sentença, hipótese em que o efeito será somente o devolutivo (CPC, art. 520, VII); E: incorreta. Cabível agravo nos próprios autos, porém deverão ser interpostos dois, um para cada inadmissão (CPC, art. 544, § 1º).

da revelia e das nulidades processuais, assinale a opção correta.

(A) O fato de um dos litisconsortes ter apresentado contestação

e suficiente para afastar os efeitos da revelia ao litisconsorte revel. (B) Embora seja aplicável a fazenda pública o efeito material da revelia, isto e, a presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor, serão aplicáveis os efeitos processuais. (C) Não se produzem os efeitos da revelia em embargos a execução fundados em titulo executivo extrajudicial quando o embargado deixa de impugnar a petição inicial dos embargos. (D) A omissão, no mandado de citação, acerca dos efeitos da revelia gera nulidade processual e impede a presunção ficta consequente da revelia. (E) Ao procedimento sumário aplicam-se as regras do procedimento ordinário referentes a decretação da revelia e seus efeitos. A: incorreta. Apesar de o CPC mencionar essa situação (CPC, art. 320, I), (i) a interpretação do dispositivo é que, somente se a defesa for comum a ambos os litisconsortes, é que estará afastada a presunção de veracidade e (ii) não se trata de afastar os dois efeitos da revelia, mas a apenas a presunção de veracidade; B: incorreta, pois não há a presunção de veracidade da revelia, pois se trata de direito indisponível (CPC, art. 320, II); C: correta, segundo jurisprudência do STJ (“Não se produzem os efeitos da revelia em sede de embargos à execução fundado em título executivo extrajudicial quando o embargado deixa de impugnar a petição inicial dos embargos”. AgRg no Ag 1229821/ PR, DJe 09/04/2012); D: incorreta, porque a menção deve ser a apenas um dos efeitos, e não a ambos (CPC, art. 285: “do mandado constará que, não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor”); D: incorreta, pois a citação, no sumário, não é para contestar, mas para comparecer à audiência (CPC, art. 277) – essa seria a diferença (mais específica quanto ao procedimento do que efetivamente a revelia). Gabarito “C” (Cartório/DF – 2014 – CESPE) No que tange aos recursos, assinale

a opção correta.

(A) De acordo com o entendimento do STJ, caberão embargos

de divergência quando a jurisprudência da Corte se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado.

(Magistratura/AC – 2008 – CESPE) A respeito dos recursos, assi-

nale a opção incorreta.

(A) A cognição na fase recursal é feita em duas etapas: juízo

de admissibilidade e juízo de mérito. Na primeira, o órgão julgador aprecia se estão presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos; sendo verificada a presença de todos eles, o órgão passa à segunda etapa, na qual a cognição volta à pretensão recursal do recorrente. (B) Cabe o recurso de agravo contra as decisões interlocutórias proferidas pelo juízo de primeiro grau, sob o regime do instrumento ou da retenção. A parte recorrente deve optar pela retenção quando não houver urgência, e pode o relator, feita equivocadamente a opção, converter o agravo de instrumento em retido por meio de decisão da qual cabe agravo interno ou regimental. (C) Não serão cabíveis embargos infringentes se o acórdão proferido no julgamento da apelação, embora por maioria, mantiver sentença definitiva recorrida, confirmar ou anular sentença terminativa ou não conhecer o recurso. (D) Para que sejam cabíveis os embargos declaratórios, a decisão judicial, ainda que interlocutória, deve ser obscura, contraditória ou omissa e, uma vez interpostos, tais embargos suspendem o prazo recursal. A: correta, pois, de fato, antes de apreciar o mérito dos recursos, é preciso que sejam examinados os requisitos de admissibilidade, que são pressupostos indispensáveis para que o recurso possa ser conhecido; B: incorreta (art. 522 do CPC); C: correta (art. 530 do CPC); D: correta (arts. 535 e 538, do CPC). Gabarito “B”

Gabarito “E” (Cartório/PI – 2013 – CESPE) Acerca da citação, da resposta do réu,

embargos infringentes contra acórdão, proferido por maioria, em agravo retido, quando se tratar de matéria de mérito. (C) Conforme entendimento jurisprudencial do STF e do STJ, basta que haja oposição de recurso de embargos de declaração para que esteja satisfeito o requisito de prequestionamento para fins de interposição de recurso extraordinário e recurso especial. (D) A apelação tem, via de regra, entre outros efeitos, o efeito suspensivo. Nos casos previstos no Código de Processo Civil (CPC) em que a apelação não será dotada de efeito suspensivo, o juiz não poderá atribuir-lhe tal efeito no recebimento da apelação, mesmo no caso em que vislumbre possibilidade de a produção imediata de efeitos da sentença causar dano irreparável ou de difícil reparação à parte recorrente. (E) Caso a parte tenha interposto recurso extraordinário e recurso especial e ambos não tenham sido admitidos, a parte recorrente poderá interpor agravo nos próprios autos, no prazo de dez dias. Nessa hipótese, bastará a interposição de apenas um agravo contra as inadmissibilidades descritas.

Gabarito “B”

testação antes de pronunciar-se acerca do mérito podem ser conhecidas de ofício pelo juiz e serem alegadas em qualquer fase procedimental e grau de jurisdição. (C) Concretizada a citação do último dos litisconsortes passivos, terá início o prazo comum para que se ofereçam suas respostas, incidindo, ainda, o benefício do prazo em dobro devido à pluralidade de réus. (D) Não ocorre a preclusão consumativa quando, ainda no prazo da resposta, contestação e reconvenção são ofertadas, embora a reconvenção tenha sido entregue depois da contestação. (E) Ao ser citado para responder recurso, o réu deve elaborar a resposta com manifestação precisa dos fatos narrados na inicial, pois é possível a reforma do julgado para que se dê como procedente o pedido.

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) A respeito da legitimidade ativa,

da sentença e do reexame necessário, assinale a opção correta.

(A) Considere que Frederico e Josias, réus em determinada

ação ordinária, atuem como litisconsortes com diferentes advogados, utilizando-se de prazo dobrado por todo o rito ordinário, e que, em determinado momento procedimental, o juiz proferira decisão interlocutória apenas em desfavor de Frederico, excluindo qualquer ônus de Josias. Nessa situação hipotética, o réu prejudicado poderá valer-se de agravo no prazo duplicado.

324 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “C” (Magistratura/PI – 2008 – CESPE) Quanto aos recursos interpostos

contra as decisões proferidas no processo civil, assinale a opção correta.

(A) De acordo com o princípio da proibição de reforma para

pior, o recurso interposto poderá beneficiar ao recorrente, sem, contudo, agravar a situação de quem não recorreu, sob pena de violação do princípio dispositivo. (B) Os agravos, na forma retida ou por instrumento, passaram a ser interpostos diretamente perante o juízo ad quem, por isso não mais subsiste a possibilidade do juízo de retratação, isto é, de se rever a decisão agravada, antes de determinar a remessa dos autos à instância superior. (C) A interposição dos embargos de declaração, ainda que não sejam conhecidos por serem intempestivos ou inadmissíveis, interrompe os prazos para a interposição de outros recursos, inclusive para que a outra parte intente embargos de declaração contra o mesmo acórdão, até o trânsito em julgado da decisão nele proferida. (D) Os embargos infringentes são cabíveis para fazer prevalecer a conclusão do voto vencido, podendo o embargante utilizar-se de outro fundamento além ou diferente daquele que embasou o referido voto. Os limites de sua devolução são aferidos a partir da diferença havida entre a conclusão dos votos vencedores e do vencido no julgamento da apelação ou da ação rescisória. (E) Com fundamento no princípio da celeridade processual, quando houver sucumbência recíproca, poderá o pedido de reforma parcial da decisão ser feito na mesma peça de contrarrazões da parte contrária. Nesse caso, deve o recorrente requerer, além da reforma da decisão, sua manifestação como recurso adesivo.

(Ministério Público/ES – 2010 – CESPE) Considerando que, ao

examinar uma inicial, o juiz tenha detectado a ausência de uma das condições da ação e indeferido seu processamento, antes mesmo de levar ao conhecimento do réu a existência do pedido, e que o autor tenha interposto apelação a essa sentença no prazo legal, assinale a opção correta.

(A) Somente após juízo de admissibilidade positivo o juiz prola-

tor da decisão recorrida pode exercer o juízo de retratação.

(B) A interposição do recurso cabível, por si só, já autoriza o

juiz prolator da decisão recorrida a proceder ao juízo de retratação. (C) Admitido o recurso, o relator pode afastar a causa do indeferimento da inicial e julgar o mérito da ação. (D) A interposição da apelação determina necessariamente a citação do réu para apresentação de contrarrazões. (E) O prazo de 48 horas que o juiz prolator da decisão recorrida tem para exercer o juízo de retratação é próprio, de modo que ele não pode mais se retratar se esse prazo for ultrapassado. A: correta, porque se o juiz considerar inadmissível a apelação, não haverá espaço para o juízo de retratação; B: incorreta, porque é necessário que o recurso preencha os requisitos de admissibilidade para que surja a possibilidade de retratação; C: incorreta, porque a previsão de julgamento per saltum (art. 515, § 3º, do CPC) requer que a causa esteja em condições de julgamento (causa madura), e se ainda não houve o implemento do contraditório, não é possível que o tribunal já aprecie o mérito da causa; D: incorreta, porque não se exige a citação do réu para responder a apelação contra a sentença de indeferimento da petição inicial; E: incorreta, porque se trata de prazo impróprio, ou seja, não preclusivo. (Ministério Público/RO – 2008 – CESPE) Ainda no que tange a

recursos, assinale a opção correta.

(A) É permitida a “reformatio in pejus” no reexame necessário. (B) Segundo o entendimento do STF, admite-se a interposição

de embargos infringentes no processo de reclamação constitucional quando a decisão de mérito não for unânime. (C) A apelação interposta contra sentença que julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem tem efeito suspensivo. (D) Segundo o entendimento do STJ, não cabem embargos de divergência contra acórdão que, em sede de agravo regimental, decide recurso especial. (E) O acórdão proferido em mandado de segurança, decidido em única ou última instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos estados ou do DF, que simplesmente negue o pedido liminar, confirmando a decisão monocrática do relator, em julgamento de agravo regimental, não pode ser impugnado por recurso ordinário. A: incorreta, pois no reexame necessário é admitida a plena atividade cognitiva do tribunal e, como não há, na verdade, uma parte recorrente, não há falar em reformatio in pejus; B: incorreta (art. 530 do CPC); C: incorreta (art. 520, VI, do CPC); D: incorreta (súmula 316 do STJ); E: correta (art. 539 do CPC). Gabarito “E”

A: incorreta, porque, de acordo com a Súmula n. 641 do STF, “não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando um só dos litisconsortes haja sucumbido”; B: incorreta, porque no reexame necessário também está presente o efeito translativo, segundo o qual ficam transferidas para o Tribunal as matérias de ordem pública, o que autoriza a apreciação, de ofício, das condições da ação e dos pressupostos processuais; C: correta, porque nos termos do art. 460, parágrafo único, CPC; D: incorreta, porque o recurso cabível é o agravo de instrumento, uma vez que não houve extinção do processo; E: incorreta, porque a publicação da sentença ocorre a partir do momento que ela se torna acessível a quem quer que seja, nos autos, o que não se confunde com a intimação das partes do seu conteúdo.

A: incorreta. Ora, quando o Tribunal dá provimento ao recurso, em tese, beneficia o recorrente, o que traz, em consequência, agravamento da situação daquele que não recorreu, não sendo o caso de reformatio in pejus; B: incorreta (art. 523, § 2º, do CPC); C: incorreta (art. 538 do CPC), mas não com relação à interposição de embargos de declaração contra a mesma decisão pela parte contrária; D: correta (art. 530 do CPC); E: incorreta (art. 500 do CPC); deverá a outra parte lançar mão do recurso adesivo feito em peça autônoma.

Gabarito “A”

ria contra Caio, requerendo danos materiais na ordem de R$ 100.000,00, e que, na sentença, na qual seja julgado procedente o pedido, o réu seja condenado a indenizar apenas R$ 60.000,00. Considere, ainda, que, sem recurso voluntário, a causa suba ao tribunal competente por homenagem ao reexame necessário, dado o entendimento de ter a fazenda pública sido sucumbente em R$ 40.000,00. Nessa situação hipotética, é correto afirmar que o TJAC só poderá reexaminar, no mérito da causa, aquilo em que o estado sucumbiu, nada podendo fazer caso detecte ausência de pressuposto processual ou condição da ação. (C) A lei prevê a prolação de sentença condicional em que o juiz reconheça direito sujeito a evento futuro, certo (termo) ou incerto (condição), fazendo-se necessário, para a execução da sentença, que o credor prove que se perpetrou o termo ou a condição. (D) Suponha que José e Carlos proponham ação ordinária contra Terêncio e que, ao apreciar a petição inicial, o juiz a indefira em relação a José, sob o argumento de ilegitimidade ativa para a causa, e a admita em relação a Carlos. Nessa situação hipotética, o recurso de José deverá ser o de apelação, visto que, em seu caso específico, o processo foi extinto sem resolução de mérito, por indeferimento da inicial. (E) A publicação de uma sentença, se não prolatada em audiência, ocorre quando seu teor é publicado em jornal oficial ou quando as partes comparecem em cartório e tomam conhecimento de seu conteúdo.

Gabarito “D”

(B) Suponha que o estado do Acre proponha ação indenizató-

(Ministério Público/RR – 2012 – CESPE) Em relação ao juízo de admissibilidade dos recursos, assinale a opção correta. (A) A legitimidade recursal do MP, dada a sua qualidade de

custos legis, é subsidiária, ou seja, depende do comportamento das partes.

9. Direito Processual Civil

A: incorreta, porque o MP, na qualidade de fiscal da lei, tem autonomia para a interposição de recursos, e poderá fazê-lo ainda que a parte esteja assistida por advogado e não tenha interposto recurso voluntário (v. Súmulas 99 e 226 do STJ); B: incorreta, porque nos casos em que a coisa julgada é “secundum eventum probationis (litis)”, a improcedência do pedido por ausência de provas autoriza que a demanda venha a ser novamente proposta, caso surja a prova. Por isso, o réu, embora vitorioso, pode, ao apelar, buscar a alteração do fundamento da sentença, a fim de que se reconheça a efetiva inexistência do direito pleiteado, a fim de, com isso, garantir que seja formada a coisa julgada material sobre a improcedência; C: correta; D: incorreta, porque a ausência de procuração faz com que o recurso especial seja considerado como inexistente (Súmula n. 115 do STJ), entendimento esse também adotado pelo STF em relação ao recurso extraordinário; E: incorreta, porque há exceções ao principio da unirrecorribilidade, como, por exemplo, o cabimento simultâneo de recurso especial e extraordinário contra a mesma decisão. Gabarito “C” (Ministério Público/RR – 2008 – CESPE) A respeito dos recursos

no processo civil, julgue os itens a seguir.

(1) É cabível recurso especial pela forma retida contra acórdão

que julga improcedente agravo interposto contra a decisão que concedeu a antecipação de tutela em ação civil pública. O requerente pode, ainda, ajuizar ação cautelar perante o STJ, objetivando destrancar o recurso, com fundamento no periculum in mora, que se traduz na urgência da prestação, bem como no fumus boni juris consistente na plausibilidade do direito alegado. (2) Começa a correr o prazo para recorrer da sentença proferida em audiência no dia útil seguinte ao da audiência em que foi proferida a decisão. (3) Caso seja indeferida liminarmente a petição inicial, por falta de interesse processual, e o autor apele da sentença, pode o tribunal julgar o mérito, se a causa versar sobre questão exclusivamente de direito. (4) É possível interpor recurso ordinário ao STJ contra acórdão do tribunal estadual que, julgando improcedente apelação, confirmou sentença de primeiro grau, denegatória de mandado de segurança. 1: certo (art. 542, § 3º, do CPC). Contudo, entende o STJ que, nesses casos, quando se tratar de antecipação dos efeitos da tutela (concedendo ou denegando, frise-se), há que se processar imediatamente o recurso especial, para evitar o esvaziamento da prestação jurisdicional, presentes os requisitos típicos da medida cautelar, exatamente o fumus boni juris e o periculum in mora. Nesse sentido: “Medida cautelar. Recurso especial. Retenção. Art. 542, § 3º, do Código de Processo Civil. Tutela antecipada. Indisponibilidade total de bens. 1. Na hipótese de requerimento de tutela antecipada, o pedido de mérito pode ser deferido, ou não, prematuramente, antes do resultado final da demanda. Nesse caso, o recurso especial interposto em decorrência do indeferimento, ou não, da referida tutela deve ser apreciado de imediato, também antecipadamente. Não tem aplicação, no caso, a regra do art. 542, § 3º, do Código de Processo Civil, que disciplina a retenção de recurso especial relativa à decisão interlocutória. 2. Presente, ainda, no caso dos

autos, o periculum in mora, que não pode ser totalmente descartado, já que o não processamento, imediato, do recurso especial, relacionado à reintegração de posse, poderá causar eventuais prejuízos ao requerente. 3. Medida cautelar procedente em parte” (MC n. 3.638/SP); 2: certo (art. 506, I e 184, § 2º, do CPC); 3: errado (art. 515, § 3º, do CPC); 4: errado (art. 539, II, a, do CPC). (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

com referência a recursos.

(A) O reconhecimento expresso da sentença, pela parte,

impede o recurso de apelação do MP na qualidade de custos legis. (B) O princípio da unirrecorribilidade – unicidade ou singularidade recursal – é a regra geral e implica a impossibilidade de interposição de mais de um recurso, simultaneamente, contra a mesma decisão. (C) O recurso interposto pode ser aditado, desde que isso seja feito no próprio prazo recursal. (D) Para que o recurso adesivo seja conhecido, é necessário que o recorrente tenha apresentado contrarrazões ao recurso principal. (E) O MP não poderá desistir do recurso que interpuser na qualidade de fiscal da lei. A: incorreta, porque a legitimidade recursal do MP é autônoma; B: correta; C: incorreta, porque, em razão do princípio da consumação, uma vez interposto o recurso, não pode mais o recorrente adita-lo ou o alterar; D: incorreta, porque a efetiva apresentação de contrarrazões não é requisito para a interposição de recurso adesivo (art. 500 do CPC); E: incorreta, porque no processo civil o MP pode desistir de recurso por ele interposto, seja na qualidade de parte ou de fiscal da lei. Gabarito “B”

probationis fundada no reconhecimento da ausência de provas, em nenhuma hipótese o réu tem interesse recursal para impugnar o fundamento da decisão. (C) De acordo com a Lei Federal n.º 9.800/1999, é possível a prática de qualquer ato processual escrito por meio de sistema de transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile ou outro similar, entendendo o STJ que o prazo de juntada dos originais em juízo deve ser contínuo, não se interrompendo nos sábados, domingos e feriados. (D) Caso o recurso extraordinário ou especial seja interposto sem procuração nos autos, deve-se intimar o advogado para que regularize a representação, sob pena de não ser admitido o recurso. (E) O princípio da unirrecorribilidade não comporta exceções.

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E

(B) Nos casos em que a coisa julgada é secundum eventum

325

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) Em ação de obrigação de

fazer cumulada com indenização por danos materiais e morais por ele ajuizada contra Judite e Tiago, Matias requereu, após a apresentação da defesa, antecipação de tutela quanto à obrigação de fazer, tendo o juiz se reservado o direito de apreciar o pedido após a instrução processual. Ao proferir sentença, o juiz acolheu parcialmente os pedidos de dano material e moral formulados pelo autor, tendo condenado os réus solidariamente, e acolheu o pedido de obrigação de fazer, concedendo a antecipação de tutela requerida por Matias. Contra a sentença, apenas Judite interpôs recurso de apelação contra a sentença, alegando prescrição do direito de ação. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Provido o recurso de Judite e, portanto, declarada a pres-

crição, os efeitos dessa decisão se estendem a Tiago.

(B) Tiago poderá interpor recurso adesivo, desde que o faça

no prazo de que Matias dispõe para responder o recurso interposto por Judite. (C) Matias não poderá interpor recurso adesivo, já que a sentença foi-lhe favorável. (D) O juiz não poderia antecipar os efeitos da tutela quando da prolação da sentença, fase essa inadequada para a concessão de liminar antecipatória, por ter a sentença decidido o próprio mérito da causa. (E) Enquanto não for julgado o recurso de apelação, Matias não poderá, ainda que parcialmente, executar provisoriamente a sentença. A: correto, por influxo do efeito expansivo subjetivo, porquanto presentes tanto o litisconsórcio quanto a solidariedade passiva entre Judite e Tiago (art. 509 do CPC). Saliente-se que a prescrição invocada por Judite é defesa que aproveita igualmente a Tiago. Com efeito, o efeito expansivo consiste na possibilidade de a decisão proferida em grau recursal estender sua eficácia para além da matéria invocada nas razões recursais, isto é, o julgamento do recurso ultrapassa aquilo que foi efetivamente postulado pelo recorrente. In casu, sobeja à esfera jurídica da apelante e do apelado para beneficiar o litisconsorte que não recorreu, em manifesto contraste com o princípio da personalidade do recurso. Perfilhando o mesmo entendimento: “Ainda que o litisconsórcio não seja unitário, há o feito expansivo subjetivo do

326 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “A” (Delegado/PB – 2009 – CESPE) Acerca dos recursos e suas espé-

cies, da ação rescisória, do juiz, do MP e do defensor, assinale a opção incorreta.

(A) Dá-se a desistência quando, já interposto o recurso, a parte

manifesta que não pretende o seu prosseguimento, procedimento esse que independe de aquiescência do recorrido e do litisconsorte. (B) Na hipótese de provimento do recurso para a invalidação da decisão impugnada, não ocorre a substituição da decisão recorrida, mas anulação ou cassação desta. (C) A sentença que homologa o pedido de desistência da ação não pode ser rescindida por meio da ação rescisória. (D) Na ação de improbidade promovida pelo MP, torna-se obrigatória a integração à lide da pessoa jurídica de direito público interessada, de modo a configurar hipótese de litisconsórcio necessário. (E) Não se aplica o princípio da identidade física do juiz aos procedimentos de jurisdição voluntária, aos mandados de segurança e às justificações de posse. A: correto (art. 501 do CPC); B: correto. Se a decisão atacada pelo recorrente estiver impregnada de nulidade, o órgão competente para o julgamento do recurso deve anulá-la e não reformá-la. Nesse sentido, determina-se a retorno dos autos para que o órgão originário profira outra decisão em lugar daquela invalidada, sob pena de supressão de instância. Veja-se o julgado abaixo transcrito: Anulação da decisão. O acórdão que dá provimento a recurso para anular a decisão impugnada (error in procedendo) não substitui o ato recorrido, mas apenas o cassa para que novo julgamento se profira no juízo de origem. Neste sentido: RTJ 99/79 (NERY JR., Nelson. Comentários ao Código de Processo Civil e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 849); C: correto, pois o interessado deverá se valer da ação anulatória prescrita pela lei civil (art. 171, II, do CC) para anular a sentença meramente homologatória (art. 486 do CPC). Ademais, não se mostra cabível a rescisória, porquanto não há julgamento de mérito em

tal hipótese. A doutrina de Marcos Destefenni é precisa nesse sentido: “Julgada procedente a ação, a sentença homologatória não é rescindida, mas não subsistirá, perdendo sua eficácia”. Consoante à lição de Sérgio Rizzi: ‘a ação anulatória não objetiva anular a decisão de mérito, pois tem em mira tão somente o ato homologado. Considerando que o ato homologado é próprio do conteúdo da decisão, caindo aquele esvazia-se esta, pois ex nihilo, nihil. ‘Mas a sentença, em si, não é rescindida’”. [grifos no original] (DESTEFENNI, Marcos. Curso de Processo Civil. Vol. 1. Tomo II. 2. Edição. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 306). D: incorreto, pois só quem detém legitimidade passiva para a ação de improbidade administrativa são as pessoas naturais pretensamente responsáveis pela prática da conduta. Nessa direção, observe-se o magistério de Carvalho Filho: “O sistema adotado na lei da ação popular, contudo, tem que adequar-se à ação de improbidade; daí a expressão ‘no que couber’ prevista na Lei de Improbidade. Assim, não haverá ensejo para a ‘abstenção de contestar o pedido’, já que na ação de improbidade apenas a pessoa física pode figurar como ré. Restar-lhe-á, pois, atuar ao lado do Ministério Público para reforçar o pedido de reconhecimento da improbidade e de aplicação das sanções (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23. Edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 1.199) [grifos nossos]; E: o subprincípio da identidade física do juiz – oriundo do princípio da oralidade – determina a vinculação do magistrado que concluiu a audiência de instrução e julgamento, mormente quando colhida a prova oral, ao julgamento do feito. Por óbvio, cuida-se de princípio relativo, a considerar as exceções contidas no art. 132, caput, do CPC, a exemplo da promoção, aposentadoria, licença ou afastamento do juiz atrelado ao processo. No caso do mandado de segurança, como não existe ulterior dilação probatória (colheita de prova testemunhal e pericial), não há falar-se na aplicação de tal princípio. Quanto à justificação de posse, tal audiência se presta, sobretudo, para formar o convencimento do juiz a respeito da medida liminar requerida em ação possessória, antes mesmo da apresentação de resposta pelo réu, de modo que tal sessão não se confunde com a audiência de instrução e julgamento. Por último, nos procedimentos de jurisdição voluntária, em razão de militar o princípio da investigação de ofício (contrariando o princípio dispositivo), bem como por não haver lide nem coisa julgada material (justo por isso, será carecedor de ação aquele que intentar rescisória para atacar sentença proferida em procedimento especial de jurisdição voluntária), o órgão julgador, diante da existência de fatos que alterem o panorama sobre o qual se fundou a decisão anterior, poderá modificar o que restou deliberado, inclusive de ofício. Logo, a inteligência que fundamenta a existência do art. 132, caput, do CPC, qual seja a de que o juiz que encerrou a instrução deve julgar a lide por estar mais familiarizado com a prova oral colhida, não se aplica aos procedimentos especiais de jurisdição voluntária, em que o juiz pode reabrir a instrução ou alterar o que restou decidido. Não é demais registrar o seguinte precedente: Prova oral. O pressuposto para a aplicação do princípio da identidade física do juiz é a realização de prova oral em audiência, onde o magistrado tem participação ativa na tomada de dados que podem influenciar sua convicção. A sentença proferida por outro juiz, diverso daquele que presidiu a audiência, só acarreta nulidade se tiver havido colheita de prova oral naquela audiência (JTACivSP 109/356). No mesmo sentido: TRF-5ª, JSTJ 3/430. (NERY JR., Nelson. Comentários ao Código de Processo Civil e legislação extravagante. 10. Edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 395) Gabarito “D”

recurso interposto por apenas um dos litisconsortes, quando as defesas deles forem comuns. O recurso do litisconsorte se estende ao outro, ainda que este tenha aquiescido à decisão ou renunciado ao recurso [Barbosa Moreira, Coment., n. 214, pp. 386/387] (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: Ed. RT, 2007, p. 843); B: incorreto (art. 500, I, do CPC). Tiago poderia recorrer de forma adesiva se Matias houvesse interposto apelação, eis que o recurso adesivo é aviado no prazo conferido para que o recorrido ofereça contrarrazões; C: incorreto, por conta da existência de sucumbência recíproca (art. 500, caput, do CPC); D e E: incorretos. Avulta observar que a execução provisória não pode ser iniciada enquanto penda recurso recebido com efeito suspensivo (arts. 475-I, § 1º, e 521 do CPC). Sob outro prisma, a concessão da tutela na sentença retira o efeito suspensivo ope legis de eventual recurso de apelação, no que tange especificamente àquilo que restou antecipado pelo juízo no provimento final. Logo, em tal hipótese, interposta a apelação, o juízo monocrático tem uma dupla tarefa: a) deve receber o apelo no duplo efeito com relação àquelas matérias estranhas à antecipação outorgada; e b) declarar o efeito meramente devolutivo ao recurso, no que concerne os pontos que foram objeto da antecipação. Ao abono de tal entendimento, note-se a lição de Nelson Nery Jr. e de Rosa Maria de Andrade Nery: “Concessão na sentença. Apelação. Efeitos. A apelação interposta da sentença que extingue o processo, na qual foi concedida também a tutela antecipada, pode ser recebida no efeito meramente devolutivo, quanto à parte em que decidiu sobre a tutela antecipada, e no duplo efeito, quanto às demais matérias. A possibilidade da cisão dos efeitos da apelação, por exemplo, nas ações conexas e, agora, também na sentença que concede a tutela antecipada, é matéria já assentada na doutrina e na jurisprudência. […] A mesma solução (efeito meramente devolutivo) deve ser dada à apelação da sentença que confirmar a tutela antecipada anteriormente concedida (CPC 520 VII)”. (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: Ed. RT, 2007, p. 528) [grifos nos original]. Nesses termos, é possível que Matias promova a execução provisória de sentença (mesmo quando o apelo seja recebido com efeito suspensivo), desde que o objeto da execução coincida com a providência resultante da tutela nela concedida.

(Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) Em ação promovida

por três pessoas contra outras duas, em que o MP atuou em razão do evidente interesse público envolvido, foi proferida sentença de procedência parcial. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta quanto à interposição dos recursos cabíveis.

(A) Mesmo que haja litisconsórcio necessário e unitário entre as

partes que compõem o polo passivo, o fato de uma parte ser representada pela defensoria pública e outra por advogado não dobra o prazo recursal para ambas as partes. (B) Protocolizado o recurso dentro do prazo correto, a devolução dos autos em momento posterior não é razão suficiente para que se deixe de admitir como tempestivo o recurso. (C) Será em dobro o prazo recursal para os autores da ação, ainda que tenham o mesmo procurador, pois a contagem desse modo depende da existência de mais de uma parte sucumbente no mesmo polo.

9. Direito Processual Civil

A: incorreta. CPC, art. 191; B: correta. CPC, art. 195; C: incorreta. O prazo em dobro só existe se houver litisconsórcio com procuradores distintos (CPC, art. 191); D: incorreta. CPC, art. 507; E: incorreta. Se somente houver interesse de um dos litisconsortes, não há o prazo em dobro do art. 191 do CPC. (Súmula 641/STF: Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando um só dos litisconsortes haja sucumbido). Gabarito “B” (Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) Ainda acerca dos

recursos, assinale a opção correta.

(A) O relator pode converter em retido o agravo de instrumento,

salvo quando se tratar de medida de urgência ou houver perigo de lesão e de difícil ou incerta reparação; contra essa decisão cabe agravo regimental interposto no órgão colegiado competente ou pedido de reconsideração. (B) Na hipótese de o juiz verificar que os embargos de declaração possam acarretar a modificação do julgado em sua substância, ele deverá indeferir liminarmente o recurso, pois tais embargos não admitem efeitos infringentes, em virtude da violação do princípio do contraditório e da caracterização do cerceamento de defesa. (C) A parte que já tenha interposto recurso pela via principal pode recorrer adesivamente ao recurso da outra parte, desde que a impugnação recaia sobre a parte da decisão que não tenha sido objeto do recurso autônomo. (D) O recurso de apelação contra sentença denegatória de mandado de segurança possui apenas efeito devolutivo, ficando revogada a liminar, ainda que o juiz não declare expressamente essa revogação na sentença. (E) No julgamento do recurso de apelação, não pode o órgão ad quem manter a sentença de extinção do processo sem resolução do mérito, modificando, entretanto, a fundamentação adotada pelo juiz a quo. A: incorreta. A decisão é irrecorrível (CPC, art. 527, p.u.); B: incorreta. Em casos excepcionais, admitem-se efeitos infringentes aos embargos de declaração. Quando isso for ocorrer, a jurisprudência do STJ afirma que deverá ser aberto prazo para manifestação do embargo, de modo a garantir o contraditório (apesar de ausência de previsão legal nesse sentido); C: incorreta, pela preclusão (CPC, art. 500); D: correta (L. 12.016/09, art. 14, § 3º); E: incorreta, pois não há vedação nesse sentido no CPC. Gabarito “D” (Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) A respeito do recurso no processo civil, assinale a opção correta. (A) O prazo recursal para o revel que não tenha advogado cons-

tituído começa a correr a partir de sua intimação, isto é, da publicação da sentença no órgão oficial, sendo assegurado àquele, intimado por edital, o prazo em dobro para recorrer. (B) Segundo o princípio da unitariedade, não é possível a interposição de mais de um recurso contra a mesma decisão; por isso, não será admitida a interposição simultânea de agravo e de pedido de suspensão da segurança contra decisões liminares em mandado de segurança. (C) Com a interposição dos embargos de declaração, todos os demais prazos recursais são suspensos, e essa suspensão valerá para o embargante, para a parte contrária e para terceiros prejudicados. (D) Cabe agravo contra decisão que defira pedido de relevação de pena de deserção e fixe novo prazo para o recorrente efetuar o preparo, acolhendo-se a justificativa de justo impedimento. (E) A retenção de recurso especial interposto contra acórdão proferido no agravo de instrumento, deduzido em face de decisão interlocutória de primeiro grau, impõe ao recorrente reiterá-lo no prazo para a interposição do recurso contra a decisão final, ou para as contrarrazões.

A: incorreta. O revel sem advogado constituído nos autos não precisa ser intimado (CPC, art. 322); B: incorreta, pois esse princípio (ou da unirrecorribilidade) se refere a recurso – e a suspensão de segurança não tem natureza recursal (princípio da taxatividade – CPC, art. 496); C: incorreta. Os embargos de declaração, no CPC, interrompem o prazo (CPC, art. 538). Vale destacar que no JEC há a suspensão do prazo para os demais recursos(L. 9.099/95, art. 50); D: incorreta. Essa decisão que afastar a deserção é irrecorrível (CPC, art. 519, parágrafo único); E: correta. CPC, art. 542, § 3º. (Procurador do Estado/PI – 2008 – CESPE) Quanto aos meios de

impugnação das decisões judiciais, assinale a opção correta.

(A) Os embargos de declaração não se caracterizam como

um recurso de fundamentação vinculada, podendo-se neles exigir a manifestação do julgador sobre todos os argumentos trazidos pela parte, bem como as razões de seu convencimento, salvo quando se destinarem ao prequestionamento. (B) É cabível o recurso especial na forma retida contra acórdão que julga improcedente agravo interposto contra a decisão que concedeu a antecipação de tutela em ação civil pública. No entanto, é admissível o ajuizamento de ação cautelar diretamente no STJ, com o objetivo de destrancar o recurso, requerendo a sua remessa imediata ao destinatário. (C) Se o recorrente pede apenas a anulação da decisão que é caso de reforma, o órgão jurisdicional ad quem poderá reformá-la, ainda que a matéria discutida no recurso seja de fato e de direito, pois, no âmbito recursal, os pedidos não são interpretados restritivamente, permitindo-se assim uma interpretação extensiva ou ampliativa ao que foi pedido pelo recorrente. (D) No julgamento de um recurso interposto por ambas as partes de um processo, o tribunal não poderá piorar a condição de qualquer um dos recorrentes, trazendo para eles, por exemplo, uma situação mais prejudicial do que aquela existente antes da interposição do recurso. (E) No caso de ser interposto agravo de instrumento, o recorrente deverá comunicar o fato ao juízo prolator da decisão impugnada e requerer a juntada de cópia da petição do agravo aos autos do processo de origem, sob pena de o relator, de ofício, não conhecer do recurso. A: incorreta, pois a jurisprudência já firmou entendimento de que o juiz não está obrigado a responder todas as questões das partes; B: correta. A retenção está prevista no CPC, art. 542, § 3º. Mas a jurisprudência do STJ afasta a retenção em casos de urgência – como na hipótese narrada; C: incorreta, pois o princípio da congruência (CPC, art. 128 e 460) também se aplica aos recursos – especialmente em respeito ao âmbito da devolutividade (CPC, art. 515); D: incorreta. Se há recurso de ambas as partes, não se fala em reformatio in pejus; E: incorreta. Somente se a parte contrária apontar o fato poderá o relator não conhecer do agravo (CPC, art. 526, parágrafo único). Gabarito “B”

mas ainda durante o prazo recursal, a manutenção do mesmo procurador pelos sucessores fará que não se devolva a estes o prazo para interposição do recurso cabível. (E) Em razão da possibilidade de qualquer das partes interpor embargos de declaração, mesmo que apenas um dos autores tenha sucumbido, o prazo será contado em dobro, se todos tiverem procuradores diversos.

Gabarito “E”

(D) Falecendo uma das partes depois de prolatada a sentença,

327

(Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) Acerca do juízo de mérito dos recursos, assinale a opção correta. (A) Diz-se haver error in procedendo quando ocorre infração a

norma de procedimento em prejuízo das partes, de modo que o recurso de agravo é o mais adequado a sua correção, sendo, inclusive, inviável pretender corrigir error in iudicando por meio dessa modalidade recursal. (B) O fato de o recurso abordar decisão acerca da legitimidade ad causam de uma das partes do processo determina que não haverá questão de mérito do recurso, já que esse tema é pertinente à admissibilidade da causa. (C) Ao realizar julgamento rescindente, o órgão julgador do recurso acolhe alegação de error in procedendo e determina que o órgão a quo profira novo julgamento, o que não ocorre quando se verifica julgamento extra ou ultra petita.

328 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira do benefício comum a possibilidade de o órgão julgador examinar a decisão recorrida naquilo que contraria a expectativa das duas partes; no direito nacional, essa regra vige desde o CPC de 1939. (E) A vedação à reformatio in pejus atinge os recursos, de modo que institutos apenas similares, como é o caso do reexame necessário, a ela não se vinculam, tanto que é possível ao órgão responsável pelo reexame decidir agravando a posição da fazenda pública. A: incorreta, porque o tipo de erro é irrelevante para a identificação do recurso cabível – o cabimento é apurado pela natureza da decisão impugnada; B: incorreta, porque se a legitimidade for o objeto do recurso, isso será o mérito recursal (a admissibilidade é o cabimento, tempestividade etc. do recurso em análise); C: correta. No caso de sentença ultra petita, cabe ao tribunal cancelar o excesso verificado na sentença, e no caso de sentença extra petita, o tribunal pode reformar a sentença para adequar o julgamento aos elementos da causa, sem necessidade de ser determinada a prolação de nova sentença pelo julgado; D: incorreta. O tribunal só está autorizado a apreciar as matérias que tenham sido alegadas pelo recorrente (CPC, art. 515), e, em regra, descabe piorar a situação do recorrente (vedação da reformatio in pejus), caso somente haja seu recurso; E: incorreta. Súmula 45/STJ: No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação da Fazenda Pública. Gabarito “C” (Procurador do Estado/ES – 2008 – CESPE) Quanto a recursos e

(D) São cabíveis embargos de declaração com caráter infrin-

gente quando o recurso for utilizado com a finalidade de prequestionamento ou para rever decisão anterior, reexaminando ponto sobre o qual já houve pronunciamento, com inversão, em consequência, do resultado final. (E) No exame de recurso especial, não poderá ser apreciada questão de inconstitucionalidade de lei federal ou local a ser aplicada na solução do caso concreto, devendo-se, caso ocorra dúvida quanto à constitucionalidade de lei, suspender o julgamento, remetendo-se os autos ao STF. A: incorreta (CPC, art. 515, § 4º, do CPC); B: correta (CPC, art. 543-A, caput, e § 2º); C: incorreta. Trata-se de uma hipótese em que não cabe o agravo regimental ou interno (CPC, art. 527, p.u.); D: incorreta. Os embargos para fins de prequestionamento se prestam a suprir uma omissão de modo a permitir recurso para tribunal superior, não alterar a decisão (CPC, art. 535); E: incorreta. No sistema brasileiro, qualquer juiz pode exercer o controle difuso da constitucionalidade – porém, sendo em tribunal, deverá ser suscitado o incidente de inconstitucionalidade (CPC, art. 480 e CF, art. 97). Gabarito “B”

(D) No que tange ao juízo de mérito recursal, diz-se ser regra

(Cartório/DF – 2008 – CESPE) Acerca de recursos e ação resci-

sória, julgue os seguintes itens.

(1) O terceiro juridicamente interessado e o Ministério Público

têm legitimidade para propor ação rescisória.

(2) Em regra, o autor de ação rescisória deve depositar a

a outros meios de impugnação das decisões judiciais, julgue os itens que se seguem.

1: errado. Há o reexame necessário, que independe de vontade da parte (CPC, art. 475); 2: certo. Súmula 7/STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial; 3: certo (CPC, art. 296); 4: errado. O recurso é cabível contra a decisão do caso concreto, não do incidente (CPC, arts. 480 e ss.). Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E (Procurador do Estado/CE – 2008 – CESPE) Quanto aos recursos

no processo civil, assinale a opção correta.

(A) É possível a convalidação das nulidades sanáveis, por

decisão do colegiado, no âmbito recursal, admitindo-se a determinação da correção de tais nulidades, além da apelação, no julgamento de outros recursos, inclusive nos recursos especial e extraordinário. (B) Para a admissibilidade dos recursos extraordinários, exige-se, além dos demais requisitos legais, a demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas. A existência da repercussão geral deve ser demonstrada, em preliminar do recurso extraordinário, para apreciação exclusiva do STF. (C) Cabe juízo de retratação, bem como o denominado agravinho ou agravo regimental, contra decisão monocrática do relator que determine a conversão do agravo de instrumento em retido ou a concessão de efeito suspensivo ao recurso.

(3)

(4)

(5)

(6)

1: certo (art. 487, II e III, do CPC); 2: certo (art. 488, II, do CPC); 3: certo (art. 515, § 2º, do CPC); 4: errado. Cabem embargos infringentes contra o acórdão que julga procedente o pedido contido na ação rescisória (art. 530 do CPC). Do mesmo modo, os embargos infringentes dirigem-se contra acórdão não unânime que houver reformado, em grau de apelação, sentença de mérito ou definitiva (art. 530, primeira parte, do CPC); 5: errado (art. 542, § 2º, do CPC); 6: errado (arts. 508 e 536 do CPC). (Analista – TJ/DF – 2013 – CESPE) No que se refere a provas e

recursos, julgue os itens subsequentes.

(1) O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sen-

tença estiver em conformidade com súmulas do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (2) A parte que, no prazo legal, apresentar recurso autônomo poderá, também, interpor recurso adesivo. (3) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. (4) Estarão legalmente impedidas de depor como testemunhas pessoas cegas e surdas quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 1: correto, conforme artigo 518, § 1º do CPC; 2: incorreto, pois é pressuposto do recurso adesivo a conformação inicial com o julgado. Faltaria interesse recursal para o segundo recurso; 3: correto conforme artigo 501 do CPC; 4: incorreto, pois a despeito da impossibilidade de prestar depoimento, não se trata de impedimento, mas de incapacidade, conforme artigo 405, § 1º, IV do CPC. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E

voluntários, internos à relação processual em que se forma o ato judicial atacado e objetivam a anulação, a reforma ou o aprimoramento do ato recorrido. (2) No recurso especial, não é possível o novo exame da prova da causa, ou seja, a formação de nova convicção sobre os fatos, pois tal recurso tem âmbito restrito, permitindo apenas o reexame da solução que pode ter violado a lei federal. (3) Contra decisão que indefere uma petição inicial é cabível recurso de apelação, cujo processamento se dá independentemente de citação do réu e com possibilidade de retratação do decidido pelo juiz sentenciante. (4) Se for suscitado incidente de arguição de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, e sendo ele julgado procedente, pelo pleno ou pelo órgão especial do respectivo tribunal, com a respectiva declaração de inconstitucionalidade, contra essa decisão é cabível interposição de recurso extraordinário no STF.

Gabarito 1C; 2C; 3C; 4E; 5E; 6E

(1) Todos os meios de impugnação de decisões judiciais são

importância de 5% do valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Cabem embargos infringentes contra acórdão não unânime que, em grau de recurso extraordinário, reformar o resultado da apelação. Em regra, os recursos especial e extraordinário são recebidos no efeito suspensivo quando interpostos contra a fazenda pública. O prazo para a interposição dos embargos de declaração é o mesmo previsto para a apelação.

9. Direito Processual Civil

1: arts. 499 e 500 do CPC; 2: os embargos infringentes só são cabíveis no caso de procedência da ação rescisória (art. 530 do CPC). Gabarito 1E, 2E (Analista – STJ – 2008 – CESPE) José, residente em Maceió,

ajuizou ação ordinária contra a União, no foro do DF, visando obter indenização por prejuízos que sofreu em virtude da colisão de veículo oficial com o seu. O juiz de primeira instância julgou improcedente o pedido. Insatisfeito, José apelou, e o tribunal manteve a sentença. José interpôs, então, recurso especial. Distribuído o recurso no STJ, o relator negou-lhe seguimento após verificar que era intempestivo, já que fora interposto 16 dias após a publicação do acórdão recorrido. Com referência à situação hipotética acima e à disciplina dos recursos nos tribunais, julgue os itens seguintes.

(1) A decisão proferida pelo relator do processo observou as

normas processuais relativas ao julgamento dos recursos nos tribunais, uma vez que ao relator cabe negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível. (2) Caso queira recorrer da decisão mais recente, José poderá interpor agravo de instrumento ao órgão competente para julgamento do recurso, providenciando, para isso, cópia da decisão agravada, da certidão de intimação e das procurações outorgadas aos advogados das partes. (3) Mesmo que o recurso fosse admissível, seria defeso ao relator, em decisão monocrática, dar-lhe provimento, ainda que a decisão recorrida esteja em manifesto confronto com súmula do STJ, por invadir competência privativa de órgão colegiado. 1: art. 557 do CPC; 2: art. 557, § 1º, do CPC; 3: art. 557, § 1º-A, do CPC. Gabarito 1C, 2E, 3E (Analista – TST – 2008 – CESPE) As decisões proferidas por juiz

singular, em regra, são recorríveis por meio de embargos, agravo de instrumento e apelação. A esse respeito, julgue os itens subsequentes.

(1) Uma vez distribuído o agravo de instrumento a um relator, o

magistrado prolator da decisão agravada não mais poderá reformá-la em juízo de retratação. (2) Se, no prazo de três dias, o agravante não requerer a juntada nos autos principais do comprovante de interposição do agravo, o mesmo deverá ser inadmitido pelo relator. (3) A apelação é um recurso cabível somente das sentenças proferidas em ações de conhecimento e nas cautelares com natureza satisfativa. (4) Ao apelante, não basta que proteste de forma genérica contra o teor da sentença, é fundamental que deduza o pleito de uma nova decisão, que pode ser a reforma ou mesmo a anulação do decisum, conforme o caso. 1: art. 529 do CPC; 2: art. 526, p. único, do CPC; 3: art. 513 do CPC; 4: art. 514 do CPC. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E (Analista – TJ/AP – 2008 – CESPE) Julgue os itens que se seguem,

relativos aos atos do juiz e aos recursos.

(1) A decisão do juiz que põe fim ao processo com julgamento

do mérito é chamada sentença. Por outro lado, é chamado despacho saneador a decisão do juiz que põe fim ao processo sem julgamento do mérito.

1: despacho saneador é a decisão que fixa os pontos controvertidos, decide questões processuais pendentes e determina as provas a serem produzidas (art. 331, § 2º, do CPC); a decisão que põe fim ao processo sem julgamento do mérito é sentença; 2: correto, o recurso cabível contra decisão que indefere liminarmente a reconvenção, como não coloca fim ao processo, é o agravo; 3: art. 542, § 2º, do CPC; 4: de fato, o interesse de recorrer não existe no caso de o mérito da questão ser a favor da parte. (Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Com relação aos recursos e

ação à rescisória, julgue os seguintes itens.

(1) Será constitutiva negativa a sentença no caso de procedên-

cia do pedido rescisório, quando apenas se visa à anulação da sentença rescindenda. (2) A parte recorrente poderá, a qualquer tempo, renunciar ao recurso já interposto.

1: de fato, o pedido de rescisão dá ensejo ao juízo rescindendo, que objetiva desconstituir uma decisão prolatada e, nesse caso, a natureza da ação será desconstitutiva negativa. Todavia, se houver também o pedido de rejulgamento, que dá causa ao juízo rescisório, a natureza da ação será de acordo com esse pedido: constitutiva, condenatória ou meramente declaratória; 2: após a interposição do recurso caberá a desistência (art. 501 do CPC). (Analista – TJ/DF – 2008 – CESPE) Com respeito aos recursos e suas espécies, julgue os itens a seguir. (1) O recorrente pode, a qualquer tempo, sem a anuência do

recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.

(2) Cabem embargos infringentes quando o acórdão não

unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado improcedente a ação rescisória. (3) A apelação será recebida só no efeito devolutivo quando interposta de sentença que julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem ou confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 1: art. 501 do CPC; 2: art. 530 do CPC; 3: art. 520, VI e VII, do CPC. Gabarito 1C, 2E, 3C

em primeiro grau, na qualidade de assistente, poderá interpor recurso objetivando amparo a direito próprio, ou, adesivamente, recorrer visando à vitória de seu assistido. (2) O autor da ação rescisória julgada improcedente poderá interpor embargos infringentes se a decisão se der por maioria de votos.

da reconvenção, apesar de a decisão equivaler, em sua natureza, à sentença que põe fim ao processo sem julgamento do mérito. (3) O recurso especial não tem efeito suspensivo, razão pela qual admite-se a execução provisória do acórdão proferido pela corte estadual. (4) A parte que sucumbe no tocante à alegação de prescrição e vence no mérito não tem interesse em recorrer.

Gabarito 1C, 2E

(1) O terceiro prejudicado que deixar de intervir no processo

(2) O agravo é o recurso próprio contra indeferimento liminar

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C

(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os próximos itens, relativos aos recursos contra as decisões proferidas no processo civil.

329

13. Execução 13.1. EXECUÇÃO EM GERAL E ESPÉCIES DE EXECUÇÃO (Magistratura/PI – 2011 – CESPE) Assinale a opção correta com

referência ao processo de execução.

(A) Proposta a execução, o credor perderá a legitimidade para

cessão do crédito a partir da citação válida do devedor.

(B) A prescrição ficará interrompida a partir da data em que for

devidamente cumprido o mandado de citação.

(C) A prevenção será determinada a partir da citação, tanto

para juízos da mesma competência territorial, quanto para os de distinta competência territorial. (D) A constituição do devedor em mora a partir da sua citação será inócua, pois a afirmação do inadimplemento é pressuposto da execução. (E) O devedor perderá a disponibilidade patrimonial a partir da citação, tornando-se inválido qualquer negócio posterior a esse limite.

330 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “D” (Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) No que se refere à tutela jurisdicional específica e à tutela do processo de execução, assinale a opção correta. (A) Na hipótese de obrigação de entregar coisa fundada em título

extrajudicial, aplica-se o procedimento de tutela específica.

(B) A exceção de pré-executividade enseja ao executado

apresentação de defesa, sem necessidade de oposição de embargos ou impugnação, mas circunscrita às matérias de ordem pública ligadas à admissibilidade da execução. (C) A execução de sentença arbitral pressupõe homologação judicial para a formação de título apto à instauração de processo executivo. (D) A conversão de obrigação de fazer e de entrega de coisa certa em perdas e danos substitui a tutela específica somente na hipótese de impossibilidade de cumprimento da obrigação. (E) Em se tratando de obrigações de fazer e não fazer estabelecidas em título judicial, os embargos do executado consubstanciam instrumento processual idôneo para a defesa ou discussão de excessos de execução e nulidades dos atos processuais. A: incorreta, de acordo com o examinador, provavelmente porque tenha ele considerado que o procedimento de tutela específica fica restrito para as obrigações de entrega previstas em título executivo judicial (art. 461-A do CPC). Não se pode, no entanto, entender que na execução para a entrega de coisa fundada em titulo extrajudicial não se garanta ao credor a tutela especifica da obrigação; B: correta, de acordo com entendimento doutrinário e jurisprudencial, uma vez que não há previsão legal para a exceção de pré-executividade; C: incorreta, porque a sentença arbitral é título executivo judicial, sem a necessidade de homologação pelo juiz; D: incorreta, porque a conversão também pode ocorrer por opção do credor (art. 461, § 1º do CPC, c/c art. 461-A, também do CPC); E: incorreta, porque no caso de obrigações de fazer e não fazer estampadas em título executivo judicial, a defesa do devedor pode ser manifestada por petição simples, e não por embargos do executado. Gabarito “B” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) No que diz respeito ao

processo de execução, à liquidação e ao cumprimento de sentença, bem como aos recursos, assinale a opção correta.

(A) A correção monetária do valor da indenização do dano moral

incide desde a data do ajuizamento da ação.

(B) É admissível a interposição de recurso especial contra a

decisão objeto de embargos de declaração cujo acórdão ainda não tenha sido publicado. (C) É legítima a penhora da sede de estabelecimento comercial. (D) Ofende a coisa julgada a liquidação de sentença por forma diversa da estabelecida na sentença liquidanda. (E) Os honorários sucumbenciais, se omitidos na decisão transitada em julgado, podem ser cobrados em execução ou em ação própria. A: incorreto (Súmula 362 do STJ: “A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento”); B: incorreto (Súmula 418 do STJ: “É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação”); C: correto (Súmula 451 do STJ: “É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial”); D: incorreto (Súmula 344 do STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada”); E: incorreto (Súmula 453 do STJ: “Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”).

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Com relação ao processo de execução, julgue os itens abaixo. (1) A Lei nº 11.382/2006, ao modificar neste particular o CPC,

conferiu à adjudicação a condição de meio preferencial de satisfação do crédito executado. Contudo, diante do silêncio do executado e de todos os demais legitimados a requerê-la, e com a publicação dos editais da hasta pública para alienação dos bens, torna-se inviável o requerimento de adjudicação dos bens. (2) A possibilidade de ser requerido ao presidente do tribunal competente o sequestro de importância suficiente ao pagamento do precatório preterido na ordem cronológica não importa exceção ao entendimento de que a atividade dessa autoridade nesse particular — exame dos aspectos formais do precatório e controle de seu pagamento — é administrativa, não jurisdicional. (3) No cumprimento de sentença homologatória de transação entre as partes, considerando as peculiaridades desse título, o executado poderá se servir da impugnação para buscar a anulação da sentença, caso entenda presente um dos vícios de vontade que justifique tal iniciativa. 1: incorreto. Dentre os meios de expropriação do patrimônio do devedor, o legislador elencou a adjudicação em primeiro lugar. Cuida-se do meio expropriatório preferencial. Nessa direção, não há cogitar-se de preclusão em tal hipótese, porquanto o exequente não perde propriamente a oportunidade de requerer a adjudicação dos bens penhorados, ainda quando oponha manifestação fora do prazo legal. Com a reforma operada pela Lei 11.382/2006, os interesses do credor gozam de primazia na ordem jurídica, daí por que a doutrina comumente assinala que a execução se destina primeiramente a satisfazer o direito do exequente, observados, por óbvio, outros princípios também incidentes sobre a execução como o da proporcionalidade, o da menor onerosidade possível e o próprio respeito à dignidade da pessoa humana, enquanto fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, da CF). Postas tais premissas, se o credor entende conveniente incorporar o bem penhorado ao seu patrimônio por meio da adjudicação (art. 685-A do CPC), a simples publicação dos editais de hasta pública não pode servir de entrave à satisfação do crédito ostentado, até por influxo dos princípios constitucionais da efetividade da jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF) e da celeridade processual (art. 5º, LXXVIII, da CF). Ao abono de nosso entendimento, note-se o ensinamento de Marcos Destefenni: “Sendo a adjudicação o meio executório preferencial, nada impede que o credor venha requerê-la posteriormente, após ter tentado a alienação por iniciativa particular ou em hasta pública. Não há qualquer razão para impedir que ocorra posteriormente, não se operando preclusão se o credor não quis proceder à adjudicação quando do início da expropriação”. (DESTEFENNI, Marcos. Curso de Processo Civil. Vol. 2. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 238). 2: correto. O presidente do tribunal, ao determinar o sequestro de rendas públicas, não realiza atividade materialmente jurisdicional (Súmulas 311 do STJ e 733 do STF), o que se justifica em razão dos óbices decorrentes da garantia constitucional da coisa julgada material (art. 5º, XXXVI, da CF), porquanto o direito se encontra proclamado no próprio dispositivo da sentença transitada em julgado. Em outras linhas, sua atividade se limita a coordenar e executar o pagamento dos precatórios, de acordo com o que determina o art. 100 da CF, podendo, no máximo, antes do pagamento ao credor, corrigir os valores constantes dos cálculos de atualização do precatório (arts. 463, I, do CPC, e 1º-E da Lei 9.494/1997). Precedentes do STJ: RMS 27.478 e RMS 28.366; 3: incorreto. O interessado deverá se valer de ação rescisória, com lastro no art. 485, VIII, do CPC. Gabarito 1E, 2C, 3E

A: incorreta, porque ainda assim será possível a cessão do crédito em execução, não havendo qualquer restrição a esse respeito; B: incorreta, porque o art. 617 diz que a propositura da execução é que interrompe a prescrição, desde que a citação do devedor observe o que dispõe o art. 219 do CPC; C: incorreta, porque quando se trata de juízos da mesma competência territorial, o que determina a prevenção é o despacho da petição inicial (art. 106 do CPC); D: correta, porque se houve inadimplemento da obrigação estampada no título, a mora do devedor já estará caracterizada quando da propositura da execução; E: incorreta, porque não é todo o patrimônio do devedor que sujeito à execução, mas apenas o necessário para cobrir o principal e os acessórios da dívida.

(Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) No que diz respeito à

tutela específica das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa, assinale a opção correta.

(A) Na ação que tenha por objeto obrigação de fazer, caso seja

deferida tutela específica que não seja cumprida no prazo fixado, o juiz, para a obtenção de resultado pecuniário equivalente ao do adimplemento, converterá a obrigação em perdas e danos e fixará multa pelos dias de atraso, ou seja, pela mora.

Gabarito “C”

9. Direito Processual Civil

Gabarito “B” (Magistratura Federal/3ª Região – 2011 – CESPE) No curso de processo de execução, tendo o exequente manifestado intento de desistir do feito, este foi extinto, independentemente da anuência do executado, que opusera embargos para discutir a legitimidade do exequente. Com base nessa situação, assinale a opção correta. (A) A extinção do processo executivo e dos embargos seria o

destino correto e ocorreria independentemente da matéria neles discutida. (B) A viabilidade da providência tomada pelo condutor do feito guarda relação direta com o princípio do desfecho único do processo de execução. (C) A situação descreve equívoco do condutor do feito, que deveria extingui-lo apenas com a anuência do executado. (D) O encerramento precoce do feito principal não afeta o apenso, no qual seguem tramitando os embargos. (E) Nada de errado há no pronunciamento judicial, que se fez com suporte no princípio do menor sacrifício possível do executado. B: correta. Só há sentido da tramitação de embargos (processo de conhecimento autuado em apenso ao principal, de execução – CPC, arts. 736 e 745) se em trâmite o processo de execução. Por isso, correta a “B”, ao falar em “princípio do desfecho único”. Gabarito “B” (Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) Assinale a opção

correta a respeito do processo de execução.

(A) A fraude de execução somente se caracteriza quando o

devedor aliena bens durante o processo de execução.

(B) O devedor de obrigação de entrega de coisa pode opor-se

ao pedido de efetivação da respectiva sentença judicial, valendo-se da impugnação, por simples petição, ou da exceção ou objeção de pré-executividade. (C) A legislação processual civil estabelece regime especial para a execução contra a fazenda pública, quando o objeto é o pagamento de quantia certa, o cumprimento de obrigação de fazer e não fazer ou entrega de coisa.

extrajudicial, mas a petição inicial não esteja acompanhada dos documentos indispensáveis à sua propositura, o juiz deverá indeferi-la de plano, pois é incabível emenda à petição inicial no processo de execução. (E) A ação de homologação de sentença estrangeira, bem como a respectiva execução da sentença estrangeira, é da competência originária do STJ.

A: incorreta, porque a fraude de execução se configura pela alienação de bens na pendência de processo – inclusive o de conhecimento (CPC, art. 593) – capaz de reduzir o alienante / devedor à insolvência; B: correta, pois é possível ao executado se valer desses meios de defesa (princípio da ampla defesa e contraditório); C: incorreta, pois a “execução contra a Fazenda” prevista no Código de Processo Civil se refere apenas à execução por quantia certa (CPC, art. 730); D: incorreta, pois cabe a emenda à inicial na execução (CPC, arts. 284 e 616); E: incorreta. Apesar de competir ao STJ a homologação de sentença estrangeira, a competência para a sua execução é do juízo federal de primeiro grau (CF, art. 109, X). (OAB - CESPE – 2009.2) Assinale a opção correta a respeito do

processo de execução.

(A) Caracteriza-se a fraude de execução somente quando o

devedor aliena bens durante o processo de execução.

(B) Caso o exequente proponha execução fundada em título

extrajudicial sem que a petição inicial venha acompanhada dos documentos indispensáveis à sua propositura, o juiz deverá, de plano, indeferir o pedido, pois, no processo de execução, é incabível emenda à inicial. (C) A legislação processual civil estabelece regime especial para a execução contra a fazenda pública, podendo o objeto ser o pagamento de quantia certa, o cumprimento de obrigação de fazer e não fazer ou a entrega de coisa. (D) Constitui título executivo extrajudicial a certidão de dívida ativa da fazenda pública da União, dos estados, do DF, dos territórios e dos municípios correspondente a créditos devidamente inscritos na forma da lei. A: incorreta, erro comum aos candidatos, a fraude à execução pode ocorrer a partir da citação no processo de conhecimento (art. 593 do CPC); B: incorreta, cabe a emenda (art. 616 do CPC); C: incorreta, a execução por quantia contra a fazenda pública é feita mediante precatório (art. 730 do CPC); D: correta, art. 585, VII, do CPC. (OAB - CESPE – 2009.1) Segundo a lei processual civil, no pro-

cesso de execução,

(A) aplica-se o princípio do menor sacrifício possível ao execu-

tado.

(B) o devedor responde, para o cumprimento de suas obriga-

ções, apenas com seus bens presentes.

(C) o fiador que pagar a dívida pode executar o afiançado, desde

que em autos distintos do processo de execução contra o devedor. (D) é lícito ao credor cumular várias execuções contra o mesmo devedor quando fundadas em títulos diferentes, independentemente da competência do juiz e da forma do processo.

A: correta, o CPC prevê o princípio do menor sacrifício ou da menor onerosidade ao devedor (art. 620 do CPC); B: incorreta, bens presentes e futuros (art. 591 do CPC); C: incorreta, é possível a execução nos mesmos autos (art. 595, parágrafo único, do CPC); D: incorreta, é possível a cumulação desde que seja a mesma competência e procedimento (art. 573 do CPC). Gabarito “A”

A: incorreta. A multa é para o cumprimento da obrigação de fazer (CPC, art. 461, § 5º); B: correta. CPC, art. 626 ; C: incorreta (CPC, art. 461, § 1º); D: incorreta. A jurisprudência admite a fixação contra a Fazenda. Mas a lei aponta que a multa e as perdas e danos são cumuláveis (CPC, art. 461, § 2º); E: incorreta (CPC, arts. 631 e 627).

(D) Caso o exequente proponha execução fundada em título

Gabarito “D”

a tutela específica e não cumprida a obrigação no prazo fixado, em razão da alienação da coisa, o credor poderá optar entre pleitear a conversão da prestação em perdas e danos ou pleitear que se expeça ordem para que o terceiro entregue a coisa, sob pena de busca e apreensão ou imissão na posse, conforme se trate de coisa móvel ou imóvel. (C) A conversão da obrigação de fazer será convertida em perdas e danos, independentemente da vontade do credor, quando a prestação se tornar impossível por causa superveniente e for decorrente de fato alheio à vontade e à conduta do devedor. (D) A multa coercitiva, que pode ser utilizada contra a Fazenda Pública em caso de descumprimento de ordem judicial ou com o objetivo de servir de instrumento à efetivação de decisão judicial, tem caráter indenizatório e punitivo, por isso o seu valor não pode cumular-se ao das perdas e danos. (E) Nas obrigações de dar ou restituir coisa incerta, a perda ou deterioração da coisa, antes da sua individualização, com culpa do devedor, acarreta a conversão da obrigação em perdas e danos, ou, ainda, no caso de ter-se ela deteriorado, o credor poderá exigir o abatimento do preço.

Gabarito “B”

(B) Na ação que tenha por objeto a entrega da coisa, deferida

331

(OAB - CESPE – 2008.3) A alienação de bem imóvel penhorado

requerida pelo exequente constitui

(A) fraude de execução. (B) fraude contra credores. (C) adjudicação de bem. (D) alienação de bem por iniciativa particular.

332 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

fazer, assinale a opção correta.

(A) Quando se tratar de obrigação de fazer com prestação

infungível, caso o devedor não a satisfaça ou oponha embargos à execução com efeito suspensivo, é facultado ao exequente requerer que o terceiro realize a prestação, à custa do executado. (B) Tratando-se de obrigação de fazer embasada em título executivo judicial, é cabível a oposição de embargos à execução, no prazo de quinze dias. (C) Tratando-se de obrigação de não fazer com prestação fungível lastreada em título executivo extrajudicial, é incabível a imposição da astreinte. (D) Na efetivação de obrigação de não fazer com prestação infungível, não sendo possível desfazer-se o ato, resolve-se a obrigação em perdas e danos. A: incorreta, se a obrigação é infungível, não pode ser realizada por terceiro; B: incorreta, sendo título executivo judicial, a defesa se dá via impugnação (art. 475-J, § 1º, do CPC); C: incorreta, cabe multa-diária em caso de título judicial ou extrajudicial (art. 645 do CPC); D: correta, art. 461, § 1º, do CPC. Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.1) Quanto à ação e ao processo de execu-

ção cível, assinale a opção correta.

(A) No âmbito da execução por quantia contra o devedor sol-

vente, o executado, nos três dias subsequentes à citação, além da opção de efetuar o pagamento do crédito reclamado, terá o ônus ou o direito de nomear bens à penhora. (B) Excesso de execução ocorre quando o valor dos bens penhorados é superior ao crédito reclamado. (C) Emprega-se a hasta pública na modalidade leilão para a alienação judicial de bem imóvel. (D) A arrematação válida transfere o domínio ou a propriedade do bem arrematado ao arrematante, mediante a tradição deste, tratando-se de bem móvel, e do registro em cartório da carta de arrematação, no caso de bem imóvel. A: incorreta, não há opção de o executado indicar bens à penhora (art. 652 do CPC); B: incorreta, a situação narrada é a de excesso de penhora (excesso de execução – art. 743 do CPC); C: incorreta, hasta pública é gênero do qual são espécies o leilão (bem móvel) e a praça (bem imóvel – art. 686, IV, do CPC); D: correta, a arrematação é o resultado da hasta pública positiva. Assim, aplicam-se as regras do Código Civil quanto à transmissão da propriedade (arts. 1.245 e 1.267, ambos do CC). Gabarito “D”

13.2. PENHORA, AVALIAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO DE BENS (Magistratura/PI – 2008 – CESPE) Quanto à execução, assinale

a opção correta.

(A) Na execução por quantia certa contra devedor solvente, o

bem penhorado poderá ser adjudicado por preço não inferior ao da avaliação, não só pelo exequente, pelo credor com garantia real ou pelos credores concorrentes que tenham penhorado o mesmo bem, mas, também, pelo cônjuge e pelos descendentes ou ascendentes do executado. (B) O devedor poderá opor embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que garanta o juízo com o depósito de 30% do valor em execução, requerendo a suspensão dos atos executivos.

enquanto pendente recurso contra a sentença que julgou improcedentes os embargos do executado, recebidos no efeito devolutivo. Todavia, a concessão de duplo efeito aos embargos impedirá o prosseguimento da execução e a efetivação dos atos de penhora e dos demais atos executórios. (D) O devedor, ou responsável, ou o terceiro interessado poderão requerer a substituição do bem penhorado por dinheiro ou aplicação financeira, a qualquer tempo antes da arrematação ou da adjudicação, desde que reste comprovado que, para a penhora do bem, não se observou a ordem legal estabelecida e que a substituição não trará prejuízo ao exequente e será menos onerosa para o devedor. (E) Se o devedor não tiver bens no foro da causa, a execução será feita por carta precatória, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação. Também, os embargos do devedor, a exceção de incompetência do juízo, bem como a de suspeição ou impedimento do juiz deprecante, serão oferecidos, impugnados e decididos pelo juízo deprecado. A: correta (art. 647, I, do CPC); B: incorreta (art. 736 do CPC); C: incorreta (art. 587 do CPC); D: incorreta (art. 668 do CPC); E: incorreta (art. 747 do CPC). (Ministério Público/RR – 2012 – CESPE) Em relação ao processo de execução, assinale a opção correta. (A) Após a penhora, eventual alienação ou oneração do bem

é nula de pleno direito.

(B) O seguro de vida é penhorável. (C) Segundo a jurisprudência do STJ, ultimada a arrematação,

não há possibilidade de alegação da impenhorabilidade do bem de família. (D) A responsabilidade civil do exequente será subjetiva, quando a sentença passada em julgado declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que deu lugar à execução. (E) É excepcionalmente possível a execução sem o título executivo.

A: incorreta, porque é possível que o adquirente do bem penhora esteja de boa-fé e desconheça o gravame que pesava sobre o bem, hipótese em que não poderá ser reconhecido qualquer vício na aquisição; B: incorreta (art. 649, VI, CPC); C: correta, em termos, uma vez que “arrematado o bem penhorado, impossível a invocação do beneficio da Lei 8.009/1990” (STJ, REsp 468.176). Registre-se, contudo, a existência, no âmbito do STJ, de decisões no sentido que a alegação poderia ser feita através de embargos à arrematação, por se tratar de proteção de ordem pública (STJ-RT 787/215); D: incorreta, porque se trata de responsabilidade civil objetiva (art. 574 do CPC); E: incorreta, porque, em matéria de execução vigora o princípio do “nulla executio sine titulo”, ou seja, não há execução sem título executivo. Gabarito “C”

Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.3) A respeito das obrigações de fazer e não

(C) A execução de título extrajudicial é definitiva, mesmo

Gabarito “A”

No momento da alienação do bem penhorado, é possível: adjudicação (o exequente recebe o bem objeto da penhora - art. 685-A do CPC), alienação por iniciativa particular (o processo é suspenso e tenta-se que um particular adquira o bem – art. 685-C do CPC) ou hasta pública (alienação em juízo – art. 686).

(Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Assinale a opção correta

com referência à execução.

(A) O depositário, por exercer uma função pública, não pode

ser responsabilizado criminalmente pelos atos praticados em detrimento da execução e de seus objetivos. (B) A objeção de pré-executividade é um incidente processual que pode ser utilizado para arguir a falta de uma das condições da ação ou a ausência de pressupostos processuais. (C) A sentença arbitral, por ser um título executivo extrajudicial, ocorre fora do Poder Judiciário. (D) O que formaliza e aperfeiçoa a adjudicação é o auto de adjudicação, que somente será extraído após a sentença de adjudicação. (E) Quando a nomeação dos bens é feita em juízo, por petição deferida pelo juiz, não há a diligência do oficial de justiça para realizar a penhora. Nessa hipótese, o ato processual será realizado pelo escrivão, que lavrará o auto de penhora e, posteriormente, providenciará a sua juntada.

9. Direito Processual Civil

Gabarito “B” (Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) Realizada a alienação dos bens penhorados em uma execução, com o depósito da importância obtida, verificou-se a instalação de um concurso singular de credores. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Garantida a preferência daqueles que possuem em seu

favor garantias gerais ou especiais, entre os credores quirografários deve ser observada ordem de preferência conforme a penhora ou mesmo o arresto executivo. (B) Por servir como garantia ao pagamento do crédito, o arresto cautelar gera, para o credor quirografário, preferência em relação aos demais da mesma categoria. (C) Para fim de estabelecimento de preferência no recebimento do valor apurado pela venda dos bens penhorados, independentemente da ordem das penhoras, vale a data em que cada exequente tenha proposto a respectiva execução. (D) Instaurado o incidente para definição da ordem de pagamento, se o valor apurado for insuficiente para o pagamento de todos os exequentes, o juiz decretará de ofício a insolvência civil do executado. (E) Sendo atrelado à decisão do direito de preferência e à ordem das penhoras, o incidente instaurado entre os diversos credores que pretendem o recebimento do valor depositado se encerra por sentença da qual caberá apelação. A: correta, tendo em vista a aplicação dos arts. 613 e 711 do CPC; B: incorreta, porque o arresto cautelar (CPC, art. 813) não gera direito de preferência – o que se obtém principalmente com a penhora, nos termos da alternativa anterior; C: incorreta, porque a hipótese diverge do art. 711 do CPC; D: incorreta, porque a insolvência civil depende de requerimento dos credores (CPC, art. 753), não podendo ser decretada de ofício; E: incorreta, porque essa decisão não põe fim ao processo, tratando-se de mero incidente, portanto é decisão interlocutória agravável (CPC, art. 713). Gabarito “A” (Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) No que concerne ao instituto

da penhora no processo de execução e na execução em geral, julgue os itens a seguir considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.

(1) A impenhorabilidade do bem de família abrange também o

imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

(2) A penhora do bem de família pertencente ao fiador de

contrato de locação viola o direito constitucional à moradia.

(3) A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro

de imóveis constitui bem de família e, portanto, não pode ser penhorada. (4) É válida a penhora realizada por oficial de justiça em comarca contígua se, ainda que realizada de outro modo, alcançar a finalidade do ato sem causar prejuízos. (5) A regra da impenhorabilidade dos livros, máquinas, ferramentas, utensílios, instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão não pode ser estendida às pequenas e microempresas, mesmo que administradas pessoalmente por um sócio apenas. 1: Correto. Observe-se o teor da Súmula 364 do STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”; 2: Errado. “Continua a ser passível de penhora o bem de família pertencente a fiador em contrato de locação. [...] Entendeu-se que a penhora do bem de família do recorrente não viola o disposto no art. 6º da CF, com a redação dada pela EC 26/2000 (“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”), mas com ele se coaduna, já que é modalidade

de viabilização do direito à moradia — o qual não deve ser traduzido, necessariamente, como o direito à propriedade imobiliária ou o direito de ser proprietário de imóvel — porquanto, atendendo à própria ratio legis da exceção prevista no art. 3º, VII, da Lei 8.009/90, facilita e estimula o acesso à habitação arrendada, constituindo reforço das garantias contratuais dos locadores, e afastando, por conseguinte, a necessidade de garantias mais onerosas, tais como a fiança bancária. [...] RE 407.688/SP, rel. Min. Cezar Peluso, 8.2.2006. (Informativo 415 do STF); 3: Errado. É justamente o contrário, conforme enuncia a Súmula 449 do STJ: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora”; 4: Correto. “PENHORA. OFICIAL. JUSTIÇA. COMARCA DIVERSA. Trata-se de REsp em que se discute a legalidade da penhora realizada por oficial de justiça pertencente à comarca diversa daquela em que se localiza o bem imóvel penhorado. Inicialmente, observou-se que acarretaria reexame do conjunto fático-probatório (Súm. n. 7-STJ) rever a conclusão das instâncias ordinárias no sentido de que a diligência realizada pelo oficial de justiça, embora fora da comarca em que serve, não trouxe qualquer prejuízo às partes, bem como de que atingiu o fim colimado para o ato. Por outro lado, o acórdão recorrido, ao decidir pela manutenção da penhora efetivada, com fundamento nos arts. 244 e 245 do CPC, levando em conta o princípio da instrumentalidade, não divergiu do entendimento deste Superior Tribunal, que, em hipótese análoga, considerou válidos os atos que, se realizados de outro modo, alcançam a finalidade, caso a lei não preveja cominação de nulidade. Quanto à alegada violação do art. 1º da Lei n. 8.009/1990 (impenhorabilidade do bem de família), constatou-se a falta do necessário prequestionamento, incidindo, assim, as Súmulas ns. 282 e 356 do STF. Diante disso, a Turma não conheceu do recurso. Precedente citado: REsp 68.264-RS, DJ 30/6/1997. REsp 523.466-MG, Rel. Min. Fernando Gonçalves, julgado em 23/2/2010. (Informativo 424 do STJ); 5: Errado. Consoante restou consignado no item 9 do REsp 1.114.767/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe 04/02/2010, “O Tribunal de origem, por seu turno, assentou que: ‘O inc. V do art. 649 do CPC não faz menção a imóveis como bens impenhoráveis. Tanto assim que o § 1º do art. 11 da Lei 6.830/1980 autoriza, excepcionalmente, que a penhora recaia sobre a sede da empresa. E, no caso, o próprio agravante admite não ter outros bens penhoráveis”. [grifos nossos] No mesmo sentido: PROCESSO CIVIL. PENHORA DE IMÓVEL DE PROPRIEDADE DO EXECUTADO, NO QUAL ESTÁ INSTALADA SUA CLÍNICA MÉDICA. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DO BEM FUNDAMENTADA NO ART. 649, VII, DO CPC. AFASTAMENTO. - Consoante precedente da 3ª Turma do STJ, o imóvel onde se instala o estabelecimento no qual trabalha o devedor – seja ele um escritório de advocacia, uma clínica médica ou qualquer outra sociedade – não está abrangido pela impenhorabilidade determinada pelo art. 649, VI, do CPC (com a redação anterior à Lei nº 11.382/2006). Tal dispositivo legal somente atribui impenhorabilidade aos livros, máquinas, utensílios e instrumentos necessários ou úteis ao desempenho de qualquer profissão. Recurso especial conhecido e provido (REsp 857327/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/08/2008, DJe 05/09/2008) [grifos nossos]. Logo, a impenhorabilidade tratada no art. 649, V, do CPC, conforme a iterativa jurisprudência do STJ, estende-se, sim, às pequenas e microempresas, mesmo que administradas pessoalmente apenas por um sócio. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C, 5E

A: incorreta, pois o depositário pode sim ser responsabilizado criminalmente (art. 168, § 1º, II, CP); B: correta, pois, de fato, a objeção de pré-executividade pode ser utilizada nas situações explicitadas na assertiva; C: incorreta, porque a sentença arbitral é considerada pela lei como título executivo judicial (art. 475-N, CPC); D: incorreta, porque o auto de adjudicação não depende de sentença para que seja extraído; E: incorreta, porque nesse caso haverá termo (e não auto) de penhora.

333

(Analista – TJ/AP – 2008 – CESPE) No que se refere à execução,

julgue os itens subsequentes.

(1) Quando a penhora recai sobre bem imóvel, a lei exige que

se proceda ao seu registro, não sendo este requisito de validade da constrição, mas de eficácia do ato para oponibilidade contra terceiros de boa-fé. (2) É vedada a assunção, pelo executado, do encargo de depositário. (3) A execução contra a fazenda pública deve seguir o rito da execução para entrega de quantia certa, empregando-se como técnicas de expropriação a penhora e a alienação em hasta pública, sendo indispensável a prévia avaliação dos bens penhorados. (4) A fazenda pública deve ser citada para embargar a execução no prazo de 60 dias, aplicando-se-lhe a regra de artigo do CPC que duplica o prazo de 30 dias previsto em lei.

334 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) Penhora de bens de propriedade do executado. (B) Arresto de bens de propriedade do executado. (C) Adjudicação de bens penhorados. (D) Arrematação de bens penhorados.

Para a ocorrência da penhora é necessária a prévia citação do executado. Se o oficial de justiça não encontrar o devedor, mas encontrar bens, procederá ao arresto (art. 653 do CPC). Não se deve confundir esta providência do processo de execução com o arresto cautelar (art. 813 do CPC). Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2008.1) O ato processual por meio do qual se buscam e se apreendem bens do executado para empregá-los, de modo direto ou indireto, na satisfação do crédito exequendo denomina-se (A) Adjudicação. (B) Penhor. (C) Penhora. (D) Usufruto.

A constrição judicial do bem é a penhora. Gabarito “C”

13.3. EMBARGOS DO DEVEDOR (Magistratura/SE – 2008 – CESPE) No que concerne à execução e aos embargos à execução, assinale a opção correta. (A) Na execução por quantia certa contra devedor solvente, o

bem penhorado poderá ser adjudicado por preço não inferior ao da avaliação, não só pelo exequente, pelo credor com garantia real ou pelos credores concorrentes que tenham penhorado o mesmo bem, mas, também, pelo cônjuge e pelos descendentes ou ascendentes do executado. (B) Na execução por quantia certa contra devedor solvente, para que sejam admitidos os embargos à execução e concedido o efeito suspensivo, exige-se a garantia do juízo pela penhora, o depósito ou a caução suficiente e a demonstração da relevância dos fundamentos apontados nos embargos. (C) Na execução contra a fazenda pública, os embargos à execução serão recebidos no duplo efeito, não se admitindo, portanto, o prosseguimento da execução, ainda que os embargos sejam parciais. (D) Na execução contra a fazenda pública fundada em título judicial, a sentença que julga improcedente os embargos opostos pela executada está sujeita a remessa necessária. (E) Os alimentos provisórios subsistem em favor do alimentado desde a sua fixação até o trânsito em julgado da decisão final proferida na ação de alimentos. Por isso, é possível a execução desses alimentos mesmo quando proferida sentença de mérito, que julgou improcedente a pretensão do autor. A: correta (art. 685-A, § 2º, do CPC); B: incorreta (art. 739-A, § 1º, do CPC). Além da possibilidade de grave dano de difícil ou incerta reparação; C: incorreta (arts. 739-A e 741 do CPC); D: incorreta, pois quando se tratar de execução fundada em título judicial, ou seja, de cumprimento de sentença, cabível é a impugnação (art. 475-J do CPC), e não os embargos; E: incorreta, pois no caso de a sentença

gos de devedor, assinale a opção correta.

(A) É possível a efetivação de atos de penhora e avaliação dos

bens, ainda que tenha sido atribuído efeito suspensivo aos embargos. (B) Em regra, os embargos não têm efeito suspensivo. Contudo, o juiz pode, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, sem que, para isso, seja necessário que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficiente. (C) A decisão relativa aos efeitos dos embargos pode, de ofício, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que a motivaram. (D) Os embargos à execução são distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias de todas as peças processuais. (E) A execução deve ficar suspensa por completo, ainda que o efeito suspensivo atribuído diga respeito a apenas uma parte do objeto daquela execução. A: correta (CPC, art. 739-A, § 6º); B: incorreta, uma vez que a garantia do juízo é requisito para que seja atribuído efeito suspensivo aos embargos (CPC, art. 739-A, § 1º); C: incorreta, porque há necessidade de requerimento da parte para que o juiz modifique ou revogue a decisão quanto aos efeitos dos embargos (CPC, art. 739-A, § 2º); D: incorreta, porque os embargos só serão instruídos com as peças processuais relevantes (CPC, art. 736, parágrafo único); E: incorreta, porque, “quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esse prosseguirá quanto à parte restante” (CPC, art. 739-A, § 3º, CPC). (Procurador do Estado/ES – 2008 – CESPE) Quanto ao processo

de execução, julgue os próximos itens.

(1) A contagem do prazo para os embargos do devedor, em

qualquer modalidade de execução de título extrajudicial, inicia-se com a citação do executado. O termo inicial é determinado pela juntada aos autos do mandado com que se cumpriu a citação. (2) No processo de execução, quando a citação ocorrer por meio de carta precatória, conta-se o prazo para o oferecimento dos embargos a partir da juntada da carta precatória aos autos. (3) Quando, no processo de execução, a penhora, a avaliação ou a alienação de bens forem feitas por meio de carta precatória, os embargos poderão ser oferecidos tanto no juízo deprecante quanto no juízo deprecado; e a competência para processar e julgar os embargos é distribuída segundo a origem do ato impugnado. Assim, o juízo deprecado é competente para julgar os embargos que tratem de impugnação da penhora, avaliação ou alienação de bens. 1: certo. CPC, art. 738; 2: errado. CPC, art. 738, § 2º; 3: certo. CPC, art. 747. Gabarito 1C, 2E, 3C

treada em nota promissória, contra Antônio. O juiz recebeu a petição inicial e determinou a citação do executado. O meirinho, nas diligências empreendidas, não tendo localizado Antônio, apreendeu um veículo automotor de propriedade deste, o qual foi removido ao depositário público, lavrando-se o respectivo auto. Na situação hipotética apresentada, o ato processual executivo praticado pelo oficial de justiça denomina-se

(Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) A respeito dos embar-

Gabarito “A”

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E (OAB - CESPE – 2008.1) Pedro propôs ação de execução, las-

julgar improcedente e revogar a decisão que havia fixado os alimentos provisórios, terá ela efeito imediato e caso a parte interponha recurso de apelação, o recurso terá apenas efeito devolutivo nesse ponto. Gabarito “A”

1: art. 659, § 4º, do CPC; 2: art. 666, §1º, do CPC; 3: art. 730 do CPC; 4: o prazo para a fazenda pública apresentar embargos é de 30 (trinta) dias e foi alterado pela Lei 9.494/97. Não se aplica à regra do dobro porque não se trata de contestação ou recurso e é considerado prazo especial.

(Analista – TRT/10ª – 2013 – CESPE) Com relação ao processo

de execução, aos embargos do devedor e aos embargos de terceiro, julgue os itens seguintes.

(1) A interposição dos embargos de terceiro, espécie de

intervenção de terceiros, acarretará, automaticamente, a suspensão do processo de execução. (2) Com a interposição dos embargos da execução, ocorre a suspensão da execução, já que a decisão no processo de embargos pode prejudicar o processo de execução.

9. Direito Processual Civil

1: incorreta. É necessária a prova da posse para a concessão da medida liminar de suspensão (art. 1.051, CPC); 2: incorreta. A regra é a não suspensividade dos embargos que somente podem ter efeito suspensivo em hipóteses especiais (art. 739-A, CPC); 3: correta de acordo com o gabarito, mas no sistema, nem toda nulidade absoluta gera a extinção do processo (ex. incompetência absoluta acarreta remessa ao juízo competente – art. 113, § 2º, CPC); 4: incorreto, pois é necessário também que seja idêntica a forma do processo (art. 573, CPC); 5: correta, conforme artigo 649, V, do CPC que estabelece a impenhorabilidade dos instrumentos de profissão; 6: incorreto conforme artigo 736, CPC. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E, 5C, 6E (Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) Acerca de processo de execução, julgue os itens subsequentes. (1) A execução deve-se processar na forma menos gravosa ao

executado, portanto, na execução provisória, a penhora em dinheiro fere o direito líquido e certo do executado ainda que não exista a nomeação de outros bens à penhora. (2) Os embargos à execução devem ser opostos no prazo de cinco dias a contar da juntada aos autos do mandado de penhora e avaliação ou da ciência pelo executado de que o juízo se encontra integralmente garantido.

1: Errado. Os princípios da proporcionalidade e da menor onerosidade possível (art. 620 do CPC) devem ser aliados aos interesses do credor, no sentido de que a execução seja marcada pela efetividade e pela celeridade. Na hipótese trazida à baila, o devedor não nomeou qualquer outro bem à penhora, salvo dinheiro. Logo, para que o executado se insurja contra tal ato de constrição, insistindo em sua onerosidade, afigura-se imprescindível que ele demonstre cabalmente que o ato não trará prejuízo algum ao exequente. Além do mais, o dinheiro, em espécie, depositado ou aplicado em instituição financeira, conforme a ordem estabelecida pelo art. 655, I, do CPC, é o que detém maior preferência para a penhora, embora a súmula 417 do STJ aponte que a penhora de dinheiro não possui caráter absoluto na ordem de nomeação de bens. Desse modo, o mencionado ato de constrição patrimonial não fere direito algum do executado, mas antes assegura o direito do exequente de ver satisfeita sua pretensão ao recebimento do crédito. (art. 668, caput, do CPC); 2: Errado. Os embargos à execução devem ser opostos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação cumprido (art. 738, caput, do CPC). Além do mais, independem de prévia garantia do juízo (art. 736, caput, do CPC). Gabarito 1E, 2E (OAB - CESPE – 2010.1) Assinale a opção correta no que diz

respeito aos embargos à execução.

(A) No prazo para embargos, reconhecido o crédito do exe-

quente e comprovado o depósito de 30% do valor em execução, incluindo-se custas e honorários de advogado, deve o juiz parcelar o referido valor em seis parcelas mensais, acrescidas apenas de correção monetária. (B) Pode o executado, no prazo de cinco dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora. (C) Sendo vários os executados, o prazo para oposição de embargos é comum a todos eles. (D) O efeito suspensivo concedido em favor de apenas um dos executados a todos aproveita, razão por que a execução deve ficar suspensa.

A: incorreta, cabe o parcelamento, incluídos juros de 1% a.m. e correção (art. 745-A do CPC); B: correta, art. 746 do CPC; C: incorreta, o prazo para embargar é contado individualmente, a partir da juntada do mandado de citação (art. 738, § 1º, do CPC); D: incorreta, em regra, se concedido o efeito suspensivo em favor de um dos embargantes, a execução não será suspensa contra os demais - salvo se o fundamento que acarretou a suspensão for comum aos demais (art. 739-A, § 4º do CPC). (OAB - CESPE – 2008.2) Com relação aos embargos do devedor, assinale a opção correta. (A) O executado poderá ajuizar os embargos à execução desde

que satisfaça o requisito da garantia do juízo, mediante penhora, depósito ou caução. (B) Diante da execução de devedores solidários, o prazo para a oposição de embargos para cada um deles é contado da juntada dos respectivos mandados de citação. (C) Um devedor citado mediante carta precatória deverá opor seus embargos à execução no prazo de 15 dias contado da juntada do mandado no juízo deprecado. (D) Se cada um dos executados for representado por procurador diverso, contam-se em dobro os prazos para falar nos autos. A: incorreta, os embargos independem de penhora (art. 736 do CPC); B: correta, art. 738, § 1º, do CPC; C: incorreta, o prazo começa a contar da comunicação realizada no juízo deprecante, ou seja, o juízo onde tramita a execução (art. 738, § 2º, do CPC); D: incorreta, por expressa previsão legal, não se aplica o prazo em dobro do art. 191 do CPC nos embargos (art. 738, § 3º, do CPC). Gabarito “B”

cução impõe a extinção do processo de execução. (4) É lícito ao autor cumular várias execuções fundadas em títulos diferentes, sendo necessário, para tanto, apenas que o juízo competente seja o mesmo. (5) O oficial de justiça não pode penhorar as máquinas de costura de uma costureira empresária individual, pois essas máquinas são consideradas impenhoráveis. (6) Para apresentar os embargos do devedor, o executado deve garantir o juízo.

Gabarito “B”

(3) O acolhimento de alegação de nulidade absoluta da exe-

335

13.4. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E IMPUGNAÇÃO (Cartório/DF – 2014 – CESPE) O chamado sincretismo processual introduzido pelas recentes alterações promovidas no CPC buscou dotar o sistema processual civil brasileiro de meios de efetivação que proporcionem um tramite mais célere no que diz respeito a satisfação de determinado direito já reconhecido por sentença judicial. A respeito dessa sistemática, assinale a opção correta. (A) Segundo a jurisprudência dominante do STJ, em nenhuma

hipótese, a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC poderá ser aplicada nos casos em que a sentença tenha transitado em julgado anteriormente a entrada em vigor da Lei n.o 11.232/2005. (B) Impugnação que seja apresentada pelo devedor em cumprimento de sentença terá, em regra, efeito suspensivo. (C) Por meio da propositura de execução provisória, o credor poderá satisfazer seu credito e, em alguns casos, ser dispensado de prestar caução suficiente e idônea, tendo, contudo, o exeqüente responsabilidade objetiva por eventuais danos sofridos pelo executado, caso a decisão exeqüenda seja reformada. (D) A decisão que aprecia a impugnação apresentada pelo devedor em cumprimento de sentença e recorrível mediante agravo de instrumento, inadmitida a interposição de apelação em qualquer hipótese. (E) Segundo a jurisprudência da Corte Especial do STJ, apos o transito em julgado e retorno dos autos a origem, e desnecessária a intimação do devedor na pessoa de seu advogado, para efetuar o pagamento de quantia liquida e certa, sendo do devedor a obrigação de efetuar o pagamento espontâneo, no prazo de quinze dias. A: incorreta, pois entende o STJ que se o cumprimento de sentença teve início no novo sistema (com a intimação do devedor), cabível a multa de 10% do art. 475-J (REsp 1032436/SP, DJe 15/08/2011); B: incorreta, pois a regra é que não haja o efeito suspensivo (CPC, art. 475-M); C: correta, pois o exequente responde por eventuais danos (CPC, art. 475-O, I) e, desde que presentes alguns requisitos, a caução pode ser dispensada (CPC, art. 475-O, § 2º); D: incorreta, pois se a impugnação extinguir o cumprimento de sentença, será cabível a

336 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Nessa situação hipotética, (A) para que o patrono possa receber a intimação para o cum-

primento de sentença pelo devedor, e necessária a outorga de procuração com poderes específicos. (B) o impugnante não se desincumbiu do ônus processual de declarar de imediato o valor que entendia correto. (C) a inclusão, nos cálculos de cumprimento de sentença, do percentual de 10% do valor da condenação a titulo de honorários, na fase de conhecimento, esta de acordo com o que estabelece o Código de Processo Civil (CPC). (D) a apelação deve ser considerada deserta. (E) a venda do único imóvel do executado caracterizaria fraude a execução e tornaria nula a alienação. A: incorreta, considerando que não há previsão legal de esse ser um dos poderes especiais, sendo suficiente, então, a procuração ad judicia (CPC, arts. 38 e 475-J, § 1º); B: correta, pois na impugnação por excesso, já se deve indicar o valor devido desde logo (CPC, art. 475-L, § 2º); C: incorreta, pois os honorários que não foram fixados na fase de conhecimento não podem ser incluídos no cálculo quando do cumprimento de sentença (Súmula 453/STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria); D: incorreta para a banca, mas especialmente, considerando a correção da alternativa “B”. Porém, faltam informações para que se possa apontar como errada a deserção da apelação – como, eventualmente, a gratuidade de justiça; E: incorreta, pois no caso o único bem de família é bem impenhorável (L. 8.009/90, art. 1º). Gabarito “B” (OAB - CESPE – 2009.2) Celina ajuizou ação contra Beatriz,

requerendo a condenação da ré ao pagamento de danos morais e materiais que esta lhe teria causado. Após instrução processual, o juiz proferiu a sentença, julgando procedente o pedido para condenar Beatriz aos danos causados a Celina. A sentença transitou em julgado, tendo sido a ré intimada a pagar o montante de R$ 20 mil, conforme fixado pelo juiz. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Não sendo efetuado o pagamento espontâneo da dívida,

incidirá, sobre o valor da condenação, multa de 10%, a ser cobrada mediante processo executivo autônomo. (B) Se Celina não requerer a execução do julgado em um prazo de seis meses contados do trânsito em julgado da decisão, o juiz extinguirá o processo e determinará o seu arquivamento. (C) Se Beatriz não efetuar o pagamento, Celina deverá requerer ao juiz a expedição de mandado de penhora e a avaliação dos bens da devedora, devendo, também, desde já, indicar os bens passíveis de penhora. (D) Somente após a penhora e a avaliação dos bens é que Beatriz será intimada para oferecer impugnação. A: incorreta, a multa é cobrada no próprio cumprimento de sentença (art. 475-J, § 1º, do CPC); B: incorreta, o processo será arquivado, mas não extinto - sendo possível o desarquivamento para o cumprimento da sentença (art. 475-J, §5º, do CPC); C: incorreta, não é obrigatória a indicação de bens pelo credor (art. 475-J, caput, do CPC); D: correta, art. 475-J, § 1º, do CPC.

(A) impugnação da execução. (B) remição da execução. (C) usufruto de bens. (D) remissão de bens.

Houve, no caso, o pagamento pelo executado. Trata-se da REMIÇÃO da execução (art. 651 do CPC). Não confundir com a REMISSÃO da dívida, que é o perdão dado pelo credor ao devedor (art. 385 do CC). (OAB - CESPE – 2008.3) No que se refere à liquidação de sen-

tença, assinale a opção correta.

(A) A sentença, ainda que ilíquida, constitui título executivo judicial,

figurando a liquidação como pressuposto do seu cumprimento.

(B) A liquidação tem natureza jurídica de ação de conhecimento

preparatória à fase do cumprimento da sentença.

(C) A liquidação só poderá ser requerida pelo credor. (D) A liquidação antecipada da sentença mostra-se cabível

somente quando a sentença tiver sido impugnada por meio de recurso recebido apenas no efeito devolutivo.

A sentença é título executivo judicial (art. 475-N do CPC) e, caso ilíquida, deve ser realizada sua liquidação (art. 475-A e ss., do CPC). (OAB - CESPE – 2008.1) José, em sede de execução por quantia lastreada em sentença judicial, foi intimado da formalização da penhora e avaliação no dia 31 de julho de 2008, na pessoa do seu advogado, por meio de mandado postal. Nessa situação hipotética, para que se cumpra o devido processo legal, José poderá (A) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à exe-

cução, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a intimação. (B) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à execução, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados da juntada do mandado devidamente cumprido. (C) Opor-se à execução por meio de ação de embargos à arrematação, a ser proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a intimação. (D) Oferecer impugnação no prazo de quinze dias, contados da data da intimação da formalização do auto de penhora e de avaliação. A questão quer induzir o candidato a erro. Após a criação da fase de cumprimento de sentença, não há mais “execução lastreada em sentença judicial”. Ou se tem execução de título extrajudicial ou cumprimento de sentença. Tratando-se de título executivo judicial, tem-se o cumprimento de sentença - cuja defesa se dá via impugnação (art. 475-J, § 1º, do CPC). Gabarito “D”

pelo banco XY, o réu, Divino, viúvo e sem dependentes, foi condenado a pagar R$ 1 milhão a instituição financeira. Apos o transito em julgado, iniciada a fase de cumprimento de sentença, o banco XY acrescentou, na planilha de cálculos do valor da condenação, 10% a titulo de honorários advocatícios ― omitidos na decisão transitada em julgado. Ademais, indicou a penhora o único imóvel do devedor, no qual ele residia. Divino impugnou a execução por excesso, tendo ocorrido a rejeição liminar da impugnação. Ainda insatisfeito, Divino recorreu, juntando a guia de preparo no dia seguinte ao do protocolo.

intimado da formalização da penhora e da avaliação de bens, requereu ao juiz a expedição de guia para consignar a importância atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios. Nessa situação hipotética, segundo entendimento doutrinário, o ato processual requerido denomina-se

Gabarito “A”

Gabarito “C” (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Em ação de cobrança promovida

(OAB - CESPE – 2008.3) O executado José, logo depois de

Gabarito “B”

apelação (CPC, art. 475-M, § 3º); E: incorreta, porque o STJ pacificou exatamente a necessidade de intimação, na origem, para que haja a fluência do prazo de 15 dias para a imposição da multa (REsp 940.274/ MS, DJe 31/05/2010).

13.5. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (Procurador do Município/Natal-RN – 2008 – CESPE) Ricardo ajuizou ação ordinária contra o município de que era servidor para pleitear o pagamento de gratificação que lhe havia sido negada administrativamente. Após a contestação e a posterior instrução do processo, o juiz, entendendo que era devida a gratificação, proferiu sentença condenando o município a pagar, retroativamente, os valores da gratificação a Ricardo. Transitada em julgado a sentença, Ricardo promoveu a sua execução, no decurso da qual, o município verificou que o cálculo do crédito contra a fazenda pública estava incorreto, pois havia resultado em quantia superior à devida.

Com referência à situação hipotética acima descrita, assinale a opção correta à luz das normas do CPC. (A) O município estará sujeito a multa se não efetuar o paga-

mento a Ricardo no prazo de 15 dias.

Gabarito “D”

9. Direito Processual Civil

A: incorreta. Não se aplica a multa do art. 475-J à Fazenda Pública; B: correta (CPC, art. 741, V); C: incorreta. Os embargos são apresentados e julgados antes da expedição do precatório (CPC, art. 730); D: incorreta. Impugnação é defesa no cumprimento de sentença, dependente de penhora – isso não se aplica ao Estado. A defesa se dá via embargos (CPC ,art. 741). Gabarito “B” (Magistratura Federal/1ª Região – 2011 – CESPE) Considerando o

trânsito em julgado de decisão que reconheça a determinada categoria de servidores públicos o direito ao recebimento mensal de gratificação retirada da folha de pagamento, assinale a opção correta.

(A) Promovida a execução, o valor devido, por se tratar de

crédito alimentar, deverá ser, ao final, pago mediante requisição. (B) Promovida a execução, ainda que os embargos parciais opostos pela fazenda pública sejam recebidos no efeito suspensivo, poderá a execução prosseguir com relação aos valores incontroversos. (C) De acordo com entendimento do STJ, se o valor devido a cada servidor for inferior a vinte salários-mínimos, deverá ser adotado o procedimento de cumprimento de sentença. (D) Promovida a execução, a sentença que rejeitar os embargos à execução não produzirá efeitos enquanto não houver o reexame pelo tribunal. (E) Promovida a execução, o juiz não poderá rejeitar liminarmente os embargos opostos pela fazenda pública. A: incorreta, pois, conforme o valor, pode ser devido o pagamento por precatório (CF, art. 100, §§ 1º e 3º); B: correta, pois a jurisprudência admite a expedição de precatório em relação à parte incontroversa – ou seja, que não foi objeto de embargos (STJ, EREsp 638597); C: incorreta, pois descabe o cumprimento de sentença em face da Fazenda, somente sendo utilizável a execução contra a Fazenda (CPC, arts. 730 e 741); D: incorreta, porque há casos em que não há reexame necessário na rejeição de embargos (CPC, art. 475, §§ 2º e 3º); E: incorreta, pois não há previsão legal nesse sentido, sendo cabível a rejeição liminar de embargos (vide CPC, art. 520, V).

(Súmula Vinculante 17: “Durante o período previsto no § 1º do art. 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos”. Cabe destacar que a menção é à anterior redação do referido parágrafo da Constituição Federal); E: incorreta, porque há casos em que não há reexame necessário na rejeição de embargos (CPC, art. 475, §§ 2º e 3°).

13.6. EXECUÇÃO FISCAL (Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Acerca do processo de

execução, assinale a opção correta.

(A) Na execução fiscal, não cabe citação por edital. (B) Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propo-

situra da ação não pode ser decretada de ofício, por ser direito disponível. (C) Autoriza a prisão civil do alimentante o débito alimentar que compreenda as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo. (D) Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano e, finda a suspensão, inicia-se o prazo da prescrição quinquenal intercorrente. (E) Na execução civil, a penhora de dinheiro conforme a ordem de nomeação de bens tem caráter absoluto. A: incorreto (Súmula 414 do STJ: “A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades”); B: incorreto, nos termos da Súmula 409 do STJ: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC); C: incorreto (Súmula 309 do STJ: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”); D: correto (Súmula 314 do STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente”); E: incorreto (Súmula 417 do STJ: “Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto”). Gabarito “D”

município deverá interpor embargos à execução. (C) O município deverá aguardar manifestação do presidente do tribunal quanto ao pagamento por precatório ou requisição de pequeno valor, para, então, manejar o recurso cabível, haja vista que matéria de defesa já foi deduzida no processo originário. (D) Caso pretenda deduzir matéria relacionada à nulidade do processo ou excesso de execução, o município deverá apresentar impugnação no prazo de 10 dias da intimação da penhora.

Gabarito “D”

(B) Já que os cálculos de liquidação apresentam incorreção, o

337

14. Cautelar (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Acerca de processo cautelar, medidas cautelares e procedimentos cautelares específicos, assinale a afirmação correta. (A) O despacho do juiz que determina a citação na ação cautelar

expedir precatório quanto à parcela incontroversa, sob pena de configurar fracionamento. (B) Se tempestivos, não pode o juiz rejeitar liminarmente os embargos à execução opostos pela fazenda pública. (C) A fazenda pública pode alegar qualquer matéria nos embargos à execução. (D) De acordo com a jurisprudência dominante, não cabe a inclusão de juros moratórios no período entre a data de expedição e a do efetivo pagamento do precatório. (E) A sentença que rejeita os embargos à execução opostos pela fazenda pública sujeita-se ao reexame necessário.

preparatória não tem o condão de interromper o prazo prescricional referente à pretensão principal a ser futuramente exercida. (B) A oposição de exceção de incompetência suspende o curso do processo e, portanto, o prazo para ajuizamento da ação principal após efetivação de medida liminar deferida em ação cautelar preparatória. (C) Cessada por qualquer motivo a eficácia da medida cautelar, poderá a parte renovar o pedido se novamente estiver configurada a situação de periculum in mora, uma vez que não se forma coisa julgada no processo cautelar. (D) O arresto atinge somente a posse do bem, de modo que este se mantém sob o domínio do proprietário, que, inclusive, poderá aliená-lo, sendo a compra válida em relação ao alienante e ao adquirente, mas ineficaz em relação ao processo de execução. (E) O ajuizamento tardio da ação principal, depois de 30 dias da efetivação da medida, implicará a perda da eficácia da medida liminar, mas não a extinção do processo cautelar, pois cabe recurso.

A: incorreta, pois a jurisprudência admite a expedição de precatório em relação à parte incontroversa (STJ, EREsp 638597); B: incorreta, porque cabe a rejeição liminar de embargos (CPC, art. 520, V), não havendo regra própria para a Fazenda Pública; C: incorreta, sendo cabível alegar somente o que estiver previsto em lei (CPC, art. 741), sob pena de violação à coisa julgada formada no processo de conhecimento; D: correta

A: incorreta, tendo em vista, inclusive, que o reconhecimento da prescrição na cautelar acarreta a extinção do principal (CPC, art. 810); B: incorreta, pois o prazo de ajuizamento do art. 806 se refere ao processo principal, sendo irrelevante eventual suspensão na cautelar; C: incorreta, porque só se admite a repropositura se houver fatos novos (CPC, art. 808, parágrafo único); apesar disso, há divergência quanto à formação

Gabarito “B” (Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) Assinale a opção

correta quanto à execução de título judicial em face da fazenda pública.

(A) Sendo parciais os embargos à execução, não se pode

338 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

medidas cautelares, assinale a opção correta.

(A) A concessão de busca e apreensão executiva está condi-

cionada ao fumus boni iuris e ao periculum in mora.

(B) O juiz, em quaisquer situações, poderá determinar provi-

mentos cautelares inaudita altera pars, dada a urgência das ações cautelares. (C) É autorizada a aplicação do princípio da fungibilidade às medidas cautelares, sendo permitido ao juiz assegurar providência cautelar diversa daquela demandada pelo autor. (D) No processo cautelar, a decisão é de índole definitiva, dado repousar em fatos imutáveis. (E) O arresto é medida cautelar que assegura a eficácia de futura execução para a entrega de coisa. A: incorreta. A busca e apreensão executiva é aquela deferida no âmbito da execução para a entrega de coisa (CPC, art. 625), cujo requisitos são o título executivo e inadimplemento; B: incorreta, pois só em casos excepcionais, previstos em lei, pode o juiz conceder a medida sem ouvir as partes (CPC, art. 797); C: correta para a banca, considerando o poder geral de cautela do juiz (CPC, art. 798) – mas, cabe esclarecer, o tema é polêmico; D: incorreta, pois a cautelar é concedida com base em um juízo provisório (fumaça de direito) e não em um juízo de certeza – tanto que pode ser revogada a qualquer tempo (CPC, art. 807); E: incorreta, pois o arresto assegura futura execução de quantia certa contra devedor solvente (o sequestro é que assegura futura execução para entrega de coisa). Gabarito “C” (Cartório/RR – 2013 – CESPE) Acerca do processo cautelar,

assinale a opção correta.

(A) A parte deve demonstrar o perigo de dano com base em

comprovados elementos subjetivos.

(B) No processo cautelar, o juiz decide com base em convicção

de verossimilhança preponderante.

(C) Concedida a cautelar, o assistente litisconsorcial perde o

legítimo interesse em integrar o polo ativo da demanda.

(D) Não é o fato novo que acarreta a revogação da cautelar

antes da sentença, mas a prova nova.

(E) O arresto visa garantir a autoridade da jurisdição.

A: incorreta, pois o perigo de dano deve vir acompanhado de fumaça do bom direito – e não de uma situação comprovada; B: correta para a banca, pois a decisão na cautelar é fundada num juízo de probabilidade, não de certeza (contudo, parte da doutrina aponta que a verossimilhança é típica da antecipação de tutela, ao passo que na cautelar se estaria diante de fumaça do bom direito – assim, nessa perspectiva, a alternativa poderia estar incorreta); C: incorreta, pois o assistente pode ingressar nos autos a qualquer tempo e grau de jurisdição, mas recebe o processo no estado em que se encontra (CPC, art. 50, parágrafo único); D: incorreta, pois a cautelar pode ser revogada a qualquer tempo (CPC, art. 807) – assim, seja por fato ou prova nova; E: incorreta, pois o objetivo do arresto é garantir o êxito de uma futura ação de execução, que é o processo principal (CPC, art. 818). Gabarito “B” (Cartório/DF – 2014 – CESPE) Acerca da ação cautelar e dos

procedimentos cautelares específicos, assinale a opção correta.

(A) De acordo com o entendimento dominante da jurisprudência

do STJ, aplica-se na ação cautelar de produção antecipada de provas, caso seja deferida liminar, o prazo de trinta dias previsto no art. 806 do CPC para propositura da ação principal. (B) Na hipótese de a ação principal ser julgada procedente, para que o arresto se resolva em penhora, há necessidade de pedido expresso da parte autora.

situra da ação principal no prazo decadencial de trinta dias enseja a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar. (D) A lei e a jurisprudência do STJ determinam que a data inicial para o cálculo do prazo decadencial de trinta dias para a propositura da ação principal é a data da concessão da liminar concedida. (E) Conforme entendimento dominante na doutrina, caso, por exemplo, a sentença no processo principal seja desfavorável ao requerente, a sua responsabilidade pelos danos causados ao requerido será subjetiva.

A: incorreta, pois se trata de cautelar não constritiva, hipótese em que não se aplica o art. 806; B: incorreta, porque a própria lei prevê essa consequência, de modo que independe de pedido (CPC, art. 818); C: correta – a dúvida era se a falta da ação principal acarretaria a extinção ou apenas a revogação da cautelar (Súmula 482/STJ: “A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar”); D: incorreta, porque a previsão legal é a efetivação da liminar (CPC, art. 806); E: incorreta, pois a previsão legal é de responsabilidade objetiva no caso de improcedência no principal (CPC, art. 811, I). (Magistratura/AL – 2008 – CESPE) A respeito do procedimento

comum das cautelares estabelecido no CPC, assinale a opção correta.

(A) A interposição de agravo por instrumento contra decisão

interlocutória tomada no curso de um processo desloca a competência para julgamento da eventual cautelar incidental para o tribunal. (B) Proferida sentença no processo cautelar, esta é, em geral, incapaz de alcançar a estabilidade da coisa julgada material, porque não declara a existência ou inexistência de um direito substancial, baseando-se em um juízo de probabilidade. (C) A não apresentação de defesa não importa revelia nas cautelares, porque estas se baseiam no exame de um juízo de probabilidade acerca do direito afirmado pelas partes, que será alvo, ainda, de investigação profunda no processo principal. (D) Em razão da função precípua da ação cautelar, sempre será requisito essencial da petição inicial desta espécie a descrição da demanda principal cuja eficácia se visa preservar. (E) Havendo pedido de concessão de medida liminar, o juiz poderá determinar a realização de justificação prévia, que seguirá o rito definido pela lei para esta medida, impondo-se sempre a citação do réu para preservação do contraditório. A: incorreta (art. 800 do CPC); B: correta, pois, de fato, na sentença proferida na ação cautelar, em regra, não há um juízo de mérito propriamente dito, mas uma análise superficial acerca dos requisitos para a concessão da medida que poderão, após a instrução necessária, ser revista e cassada ou confirmada conforme o caso; C: incorreta (art. 803 do CPC); D: incorreta (art. 801, parágrafo único, do CPC); E: incorreta (art. 804 do CPC). Gabarito “B”

Gabarito “D” (Cartório/PI – 2013 – CESPE) Com relação a processo cautelar e

(C) Conforme entendimento sumulado do STJ, a falta da propo-

Gabarito “C”

da coisa julgada na cautelar, a maior parte da doutrina afirmando que não ocorre; D: correta, porque (i) a propriedade somente será transferida em eventual execução para a entrega de coisa e (ii) o sistema regula a alienação de objeto litigioso (CPC, art. 42); E: incorreta (Súmula 482/ STJ: “A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar”).

(Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Acerca do processo cautelar,

assinale a opção correta.

(A) O ajuizamento de ação cautelar preparatória, com o pos-

terior ajuizamento da respectiva ação principal, impede o ajuizamento de ação cautelar incidental com objeto diverso da primeira cautelar. (B) A decisão de competência do juiz na ação cautelar vincula a definição de sua competência na ação principal. (C) A inspeção judicial é uma modalidade de cautelar de produção antecipada de prova. (D) O terceiro que não integra a relação processual na ação principal pode ajuizar ação cautelar incidental. (E) A ação cautelar, seja preparatória, seja incidental, deve ser julgada simultaneamente com a ação principal.

9. Direito Processual Civil

Gabarito “B” (Magistratura/ES – 2011 – CESPE) Assinale a opção correta com referência à análise das condições da ação na cautelar de arresto. (A) O fiador só será legitimado passivo na ação de arresto

depois de proposta a execução contra o devedor principal.

(B) A existência da situação de risco quando da formação

da obrigação não afeta o interesse de agir necessário à propositura do arresto. (C) O avalista de uma obrigação é parte legítima para propor ação de arresto contra o devedor principal. (D) Caso o crédito já seja exigível, carecerá o credor de interesse para propor o arresto. (E) A impenhorabilidade de um bem não afeta a possibilidade jurídica da propositura de uma ação de arresto.

A: incorreta, porque não há qualquer exigência de que a cautelar de arresto contra o fiador seja precedida de execução contra o devedor principal. Tendo em vista que ambos são devedores, o credor pode propor a cautelar em questão contra qualquer um deles; B: incorreta, C: correta, tendo em vista que o avalista, quando verifica que o devedor principal corre o risco de tornar-se insolvente, pode requerer o arresto de seus bens, a fim de que fique viabilizado o eventual exercício do benefício de ordem, caso venha a ser o avalista executado; D: incorreta, porque mesmo já vencida a dívida, o arresto pode ser deferido; E: incorreta, porque se o bem não pode ser objeto de penhora, seria inócuo o seu arresto. Gabarito “C” (Magistratura/PB – 2011 – CESPE) Ao propor ação cautelar de

arresto, o requerente argumentou que o requerido tentava ausentar-se furtivamente do domicílio.

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Além de comprovar a tentativa do requerido de ausentar-se

de seu domicílio, o requerente deve apresentar prova de estar em curso demanda executiva contra aquele. (B) A medida cautelar de arresto impede a alienação dos bens atingidos, pois retira a sua disponibilidade. (C) Por estar fundado em uma das hipóteses legais de deferimento da medida, que é a transferência furtiva do domicílio, a procedência do pedido não depende da prova do risco da demora. (D) Embora se verifique que a transferência de domicílio por parte do requerido é motivada por caso fortuito ou força maior, não há óbice ao deferimento da medida cautelar. (E) Caso seja deferida a medida cautelar, o requerente terá a fruição plena dos bens arrestados até que se encerre a ação principal ou que ocorra fato novo.

A: incorreta, porque a existência de execução em curso não é requisito para a ajuizamento do arresto cautelar; B: incorreta, porque a alienação do bem arrestado é considerada apenas ineficaz em relação ao exequente (JTA 105/79); C: incorreta, porque o arresto é cautelar típica e, por isso, fica sujeito ao requisito do “periculum in mora” para que seja concedida; D: correta, pois, de fato, não se configura óbice ao deferimento da medida cautelar; E: incorreta, porque ao arresto aplicam-se as disposições referentes à penhora (art. 821 do CPC), e a penhora não garante ao credor a fruição dos bens penhorados.

das condições dessa medida, que têm um fim em si mesmas, permite ao autor deixar de fazer qualquer menção quanto à eventual ação principal, fundamentando o seu pedido somente no periculum in mora. (B) Se a ação principal e a cautelar forem julgadas na mesma sentença, a apelação que impugnar a sentença relativamente a ambas as ações deve ser interposta em peça única e será recebida no duplo efeito. (C) Quando restar demonstrado, além do perigo da demora, a probabilidade do êxito da pretensão do requerente, será concedida a antecipação dos efeitos da tutela, inclusive a recursal, com a finalidade de impedir o perecimento do direito, ou de assegurar a efetividade da tutela pretendida. No entanto, por ter caráter provisório, não é possível antecipar totalmente a prestação jurisdicional que se pretende obter em definitivo. (D) Nas causas que tenham por objeto direito indisponível, não se admite a antecipação dos efeitos da tutela, porque eventuais danos serão irreparáveis e, portanto, irreversíveis. No entanto, se o juiz conceder a tutela antecipada, seja initio litis, seja ao prolatar sentença, contra essa parte da decisão é cabível o recurso de agravo, por se tratar de decisão interlocutória e ter natureza de incidente processual. (E) A medida cautelar e a tutela antecipatória representam providências de natureza emergencial e são adotadas de caráter provisório. A sentença cautelar ou antecipatória não produz a coisa julgada material, porque o juiz nada declara, limitando-se, em casos de procedência, a afirmar a probabilidade de um direito e a ocorrência da situação de perigo. Assim, proposta a ação principal, e aprofundada a cognição do juiz sobre o direito afirmado, o enunciado de sentença sumária poderá ser revisto. A: incorreta (art. 801, parágrafo único, do CPC); B: incorreta (art. 520, IV, do CPC); C: incorreta (art. 273 do CPC – “total ou parcialmente”); D: incorreta. A tutela antecipada também é cabível em ações que tenham por objeto direitos indisponíveis, desde que presentes os requisitos legais. Acerca do recurso cabível em caso de tutela antecipada no bojo de sentença, há grande debate doutrinário. Alguns entendem que se trata, embora no corpo da sentença, de decisão interlocutória, cabível recurso de agravo. Outros são da opinião de que, sendo deferida no corpo da sentença, será cabível recurso de apelação; E: correta, pois, de fato, a semelhança entre a tutela antecipada e a medida cautelar é a urgência do provimento e, nos casos de urgência não há um juízo de mérito propriamente dito, mas uma análise superficial acerca dos requisitos para a concessão da medida que poderão, após a instrução necessária, ser revista e cassada a medida de urgência ou confirmada, conforme o caso. Gabarito “E”

A: incorreta, uma vez que se os objetos das cautelares são diferentes, nada impede que ambas sejam manejadas; B: correta, porque as cautelares previnem preparatórias previnem a competência para a ação principal. Logo, se o juiz se declara competente para a cautelar, também o será para a principal; C: incorreta, uma vez que a inspeção judicial é espécie de prova, e não medida cautelar típica, ou nominada; D: incorreta, porque falta legitimidade para o terceiro propor medida cautelar incidental; E: incorreta, porque é possível que ambas sejam julgadas em separado.

(Magistratura/SE – 2008 – CESPE) Julgue os itens abaixo, relativos

ao processo cautelar.

I.

II.

III.

IV.

Gabarito “D” (Magistratura/PI – 2008 – CESPE) A respeito do processo cautelar,

assinale a opção correta.

(A) Tratando-se de cautelar preparatória, o seu pressuposto é

a existência do perigo da demora, servindo essa pretensão como tutela do direito pretendido pelo autor. A autonomia

339

V.

Ao conceder a liminar no curso do procedimento cautelar, o juiz poderá determinar que o requerente preste caução real ou fidejussória a fim de garantir a efetiva indenização dos prejuízos que eventualmente o requerido venha a sofrer. O poder geral de cautela do juiz significa a permissão legal de determinar providência cautelar ainda que a parte não a tenha requerido, quando presentes nos autos os requisitos autorizadores, ou seja, a probabilidade do direito alegado por uma das partes e o perigo da demora. O arrolamento de bens destina-se a documentar a existência e o estado de bens sempre que houver fundado receio de extravio ou de dissipação, com o objetivo de conservá-los, até a partilha ou a resolução da demanda. O atentado é medida que se destina a evitar que a parte possa inovar no estado da causa, a fim de prejudicar a perfeita análise dos fatos envolvidos ou para frustrar a efetividade de decisões judiciais. Se a ação principal e a cautelar forem julgadas na mesma sentença, a apelação que impugnar a sentença relativamente a ambas as ações deve ser interposta em peça única e será recebida no duplo efeito.

340 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

I: certo (art. 804 do CPC); II: errado. O poder geral de cautela consiste na possibilidade de o juiz determinar as medidas provisórias (medidas cautelares atípicas ou inominadas, ou seja, medidas que não estão previstas nominalmente no CPC) que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave ou de difícil reparação; III: certo (art. 855 do CPC); IV: certo (art. 879 do CPC); V: errado (art. 520, IV, do CPC). Gabarito “C” (Ministério Público/ES – 2010 – CESPE) Carlos deseja separar-se

judicialmente de seu cônjuge e, já afastado do lar, teve notícia de que os bens amealhados pelo casal correm o risco de dilapidação. Nessa situação hipotética, para proteger-se contra o referido risco, a medida adequada a ser tomada por Carlos será

(A) o (B) o (C) o (D) a (E) a

sequestro. arrolamento. arresto. busca e apreensão. justificação.

A única alternativa correta é a “B” (art. 855 do CPC). Gabarito “B” (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Assinale a opção correta

com relação às medidas cautelares específicas e aos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, seguindo a orientação jurisprudencial do STJ.

(A) Na ação cautelar de exibição de documentos, é cabível a

aplicação da multa cominatória prevista no art. 461, § 4.º, do CPC. (B) O arresto cautelar não assegura ao credor que o efetiva, providenciando o devido registro, direito de preferência em relação ao credor que posteriormente penhora o mesmo imóvel. (C) É cabível ação de depósito para entrega de bens fungíveis em contrato de depósito clássico. (D) O direito de retenção por benfeitorias, no procedimento especial das ações possessórias, pode ser pleiteado tanto na resposta ao pedido inicial, quanto na fase executiva, pela via dos embargos. (E) Na ação cautelar de exibição de documentos, aplica-se a presunção de veracidade prevista no art. 359 do CPC, respeitante à confissão ficta quanto aos fatos afirmados. A: incorreta (Súmula 372 do STJ): B: incorreta, porque o art. 821 do CPC prevê que são aplicáveis ao arresto as disposições referentes à penhora, e uma de tais disposições é aquela que estabelece o direito de preferência em favor do credor que tiver realizado a penhora (art. 612 do CPC); C: correta (RSTJ 106/313); D: incorreta, porque, “nas possessórias, o pedido de indenização por benfeitorias deve ser feito quando da contestação, sob pena de preclusão” (RJTAMG 40/107 e STJ, REsp 424.300); E: incorreta, pois “na ação cautelar de exibição, não cabe aplicar a pena prevista no art. 359 do CPC, respeitante à confissão ficta quanto aos fatos afirmados, uma vez que ainda não há ação principal em curso e não se revela admissível, nessa hipótese, vincular o respectivo órgão judiciário, a quem compete a avaliação da prova, com o presumido teor do documento” (STJ, REsp 1.094.846). Gabarito “C” (Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta,

com relação a medidas cautelares.

(A) Equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para

efeito de concessão de arresto, a sentença, líquida ou ilíquida, desde que transitada em julgado, condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de prestação que em dinheiro possa converter-se.

(B) O juiz poderá decretar de ofício o sequestro de bens imóveis,

quando lhes for disputada a propriedade ou posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações devido ao interesse público envolvido. (C) De acordo com a jurisprudência do STJ, tendo a medida cautelar de arresto a finalidade de assegurar o resultado prático e útil do processo principal, as hipóteses de cabimento do arresto listadas no CPC não são exaustivas, mas exemplificativas, bastando, para a concessão dessa medida, o risco de dano e o perigo da demora. (D) Desde que seja comprovada a má-fé ou culpa do requerente de processo cautelar e que a sentença, no processo principal, lhe seja desfavorável, ele deverá responder pelos prejuízos que a execução da medida causar ao requerido. (E) Se, durante o curso de ação de separação judicial, o DP verificar dilapidação, pelo cônjuge, de bens domésticos e veículos automotores do casal, ele deverá requerer ao juiz da causa cautelar de busca e apreensão, medida adequada aos casos em que os bens litigiosos sejam coisas móveis. A: incorreto, pois a sentença, ainda quando pendente de recurso, equipara-se à prova literal da dívida líquida e certa, para efeito de concessão de arresto (art. 814, parágrafo único, do CPC); B: incorreto (art. 822, caput, do CPC); C: correto. Nesse sentido: “Processual civil. Ação cautelar preparatória. Termo “a quo” para a propositura da ação principal. Data da ciência ao autor do cumprimento da medida. CPC, art. 806. Exegese. Entendimento da T. Arresto. Requisitos. Precedentes. CPC, art. 813. Recurso desacolhido. I – Nos termos do posicionamento da Turma, ‘o prazo para a propositura da ação principal conta-se, em princípio, da data em que o autor teve ciência da efetivação da medida’. II – Considerando que a medida cautelar de arresto tem a finalidade de assegurar o resultado prático e útil do processo principal, é de concluir-se que as hipóteses contempladas no art. 813, CPC, não são exaustivas, mas exemplificativas, bastando, para a concessão do arresto, o risco de dano e o perigo da demora.” (REsp 123659/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª T., j. 09.06.1998, DJ 21.09.1998, p. 175); D: incorreto. O art. 811 do CPC retrata as hipóteses em que o autor será responsabilizado objetivamente pelos danos processuais causados ao réu durante a execução da medida cautelar, de modo que se revela prescindível a apuração de culpa ou dolo; E: incorreto. Em tal hipótese, reputa-se cabível a cautelar de sequestro (art. 822, III, do CPC). (Procurador do Estado/ES – 2008 – CESPE) Quanto ao processo

cautelar, julgue os itens a seguir.

(1) Caso o juiz julgue uma ação cautelar e uma principal na

mesma sentença, e caso seja interposta apelação única que impugne a sentença relativamente a ambas as ações, esta apelação deve ser recebida com efeitos distintos. Quanto à cautelar, o apelo deve ser recebido no efeito devolutivo. Quanto à parte que impugnar a ação principal, nos efeitos legais, o apelo pode ser suspensivo e devolutivo ou apenas devolutivo. (2) A cessação de eficácia de medida liminar acarreta extinção do direito de propor uma ação principal, pois a decadência de medida cautelar implica perda da pretensão material a ser deduzida na ação principal. (3) O processo cautelar preparatório visa assegurar a eficácia e a utilidade de futura prestação jurisdicional satisfativa perseguida no processo principal. São requisitos obrigatórios da petição inicial da medida cautelar preparatória: indicação da ação principal a ser proposta e o seu fundamento. 1: certo. O CPC, art. 520, IV, dispõe que a apelação da sentença que decide processo cautelar será recebida apenas no efeito devolutivo; quanto ao mais, regra geral de duplo efeito; 2: errado. Apenas se, na cautelar, for reconhecida prescrição e decadência é que haverá influência em relação ao principal (CPC, art. 810); 3: certo. CPC, art. 801, III. Gabarito 1C, 2E, 3C

(A) I, II e III. (B) I, II e V. (C) I, III e IV. (D) II, IV e V. (E) III, IV e V.

Gabarito “C”

Estão certos apenas os itens

9. Direito Processual Civil

autor ajuíze a ação principal — mesmo quando tenha sido acolhida naquela a alegação de prescrição ou decadência — nem influi em seu julgamento, pois, conquanto dependentes no plano da existência, guardam autonomia no que vier a ser decidido acerca do mérito de ambas as demandas. (B) A tutela cautelar deve ser objeto de processo distinto, não sendo permitida a introdução de pedidos cautelares em processos que tenham outro objeto. Por isso, não se pode postular medidas cautelares nos próprios autos da execução ou de procedimentos ordinário ou sumário. (C) O requerente da execução da medida cautelar, se a sentença lhe for desfavorável no processo principal, responde objetivamente pelos prejuízos que a medida causar ao réu. Nesse caso, a indenização será a mais ampla possível e será liquidada nos autos do procedimento cautelar. (D) Concedida a liminar na ação cautelar preparatória, a parte deve propor a ação principal em até trinta dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido, sob pena de extinção do processo por perda da eficácia da liminar concedida. (E) O arresto é medida cautelar que garante a execução para entrega de coisa certa. O arresto assegura, também, a viabilidade da futura penhora e consiste no desapossamento judicial de determinado bem, com o objetivo de preservá-lo de danos, de depreciação ou de deterioração por parte do devedor. A: incorreta (art. 810 do CPC); B: incorreta (art. 273, § 7º, do CPC); C: correta (art. 811, I, e parágrafo único, do CPC); D: incorreta (arts. 806 e 808, II, do CPC); E: incorreta (art. 813 do CPC). Gabarito “C” (Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) O arresto é uma

das ações cautelares típicas previstas no CPC e destina-se a assegurar pretensões creditícias ante o risco da impossibilidade de sua efetivação no plano material. Diante do que a lei determina e acerca dessa ação cautelar, assinale a opção correta.

(A) Pessoa que é titular de pretensão indenizatória pode ajuizar

ação cautelar de arresto, se já estiver comprovada por inquérito policial a ocorrência do dano. (B) Ao autor da ação cautelar de arresto incumbe provar o elemento subjetivo da intenção de furtar-se à possível execução nos casos em que aponte a tentativa de o insolvente alienar bens. (C) A lei processual, ao exigir que o autor exiba prova literal da dívida líquida e certa, aponta que o arresto é via possível somente a quem tenha título executivo. (D) O fiador, embora não seja credor ou devedor principal, também pode ocupar o polo ativo ou passivo de uma ação cautelar de arresto. (E) Aquele que tem em seu favor título executivo judicial ou extrajudicial não tem interesse em propor ação cautelar de arresto, já que tem acesso à via executiva. A: incorreta, porque o inquérito policial não é suficiente para demonstrar a existência da dívida, e a lei exige prova literal da dívida líquida e certa (CPC, art. 814); B: incorreta, porque a lei não faz tal exigência; C: incorreta, porque não se exige que tenha o requerente título executivo – mas sim prova literal da dívida (CPC, art. 814); D: correta, considerando ser, também, credor e devedor; E: incorreta. A jurisprudência permite o arresto, considerando a sua agilidade e efetividade – ainda que seja possível já na execução a penhora, esta acaba não sendo tão ágil. Gabarito “D” (Magistratura Federal/1ª Região – 2011 – CESPE) Acerca do pro-

cesso cautelar, assinale a opção correta.

(A) A temporariedade da medida cautelar reside no fato de ela

equivaler ao provimento almejado de forma definitiva no processo principal.

ao processo cautelar o fato de o requerente não propor a ação principal no prazo de trinta dias do ajuizamento do primeiro. (C) Apenas no caso de extinção do processo principal sem julgamento do mérito, existe a possibilidade de a parte prejudicada requerer medida cautelar ao relator do eventual recurso. (D) Cabe ao Poder Judiciário providenciar meios para o cumprimento da medida cautelar deferida, sendo a inércia da parte beneficiada indiferente à contagem do prazo de trinta dias para a execução. (E) A medida cautelar deferida deve ser cumprida em trinta dias a partir da citação da outra parte, sob pena de extinção do processo. A: incorreta, pois a finalidade da cautelar é resguardar o direito debatido no processo principal – e neste haverá a efetiva decisão quanto à lide; B: correta, pois a lei prevê a ineficácia da liminar concedida, caso não proposta a principal em 30 dias da efetivação da referida liminar (CPC, arts. 806 e 808, I); C: incorreta, pois a partir da interposição do recurso, a competência para a apreciação da cautelar é do relator (CPC, art. 800, parágrafo único); D: incorreta. Como exposto na alternativa “B”, o prazo de 30 dias previsto em lei é para o ajuizamento da principal após a efetivação da medida (e não para a execução da medida deferida); E: incorreta, nos termos da alternativa anterior. (Magistratura Federal/2ª Região – 2011 – CESPE) Acerca da legitimidade ativa para a propositura da ação cautelar de arresto, assinale a opção correta. (A) O avalista, porquanto só assume a dívida diante do inadim-

plemento do devedor, não é parte ativa legítima.

(B) Somente o credor da obrigação a ser garantida é parte

legítima ativa.

(C) O fiador não é parte legítima porque depende do surgimento

do direito de regresso.

(D) Qualquer um que tenha interesse econômico no pagamento

da dívida é parte ativa legítima.

(E) O MP será parte ativa legítima, ainda que atue como custos

legis.

A: incorreta, pois o avalista responde pelo débito, por isso pode ingressar com o arresto; B: incorreta, considerando as demais alternativas; C: incorreta, na linha do exposto na alternativa “A”; D: incorreta, pois não basta o interesse econômico, mas deve existir o liame jurídico entre o requerido e o requerente (como nos casos do avalista e fiador); E: correta, especialmente considerando as medidas de constrição previstas na lei de improbidade e lei de liquidação de instituições financeiras (Lei 8.429/1992, art. 16 e Lei 6.024/1974, art. 45). Gabarito “E”

(A) O indeferimento de medida cautelar não impede que o

(B) Indeferida a medida requerida liminarmente, é indiferente

Gabarito “B”

(Procurador do Estado/PI – 2008 – CESPE) A respeito do processo

cautelar, assinale a opção correta.

341

(Magistratura Federal/3ª Região – 2011 – CESPE) Antes de encerrado o processo cautelar de arresto no qual foi deferida medida liminar, o requerido pediu ao juiz que a medida constritiva cautelar fosse substituída por caução. Considerando essa situação, assinale a opção correta. (A) Dado o pedido e considerado o motivo de substituição da

medida por outra menos gravosa, aplica-se a fungibilidade.

(B) O pedido importa em transmudar a natureza da medida

cautelar em antecipatória, processo admitido atualmente pela lei processual. (C) É impossível o atendimento do pleito se esgotado o prazo para a interposição de agravo da decisão que deferiu a medida. (D) Cuida-se de pedido de revogação da medida cautelar com base na possibilidade de garantir o resultado jurídico-substancial por meio diverso. (E) Apenas se o autor concordar, será possível a modificação requerida, visto que a medida cautelar constritiva se fez em seu interesse. A: correta (CPC, art. 805); B: incorreta, pois a substituição da constrição não altera a natureza de conservação da medida (especialmente porque o arresto busca garantir a existência de patrimônio, não o bem arrestado em si); C: incorreta, porque cabe alteração da medida a qualquer tempo

342 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

A: correta. Existem diversas situações na legislação em que se prevê a “busca e apreensão”, algumas de natureza cautelar, outras não; B: incorreta, pois a lei determina que o requerente indique a “ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado”, e não prova inequívoca nesse sentido (CPC, art. 840); C: incorreta, porque é possível que a justificação ocorra sem a ciência do réu (CPC, art. 841); D: incorreta, pois tratando-se de medida cautelar, pode ser deferida sem juízo de certeza (com base em periculum in mora); E: incorreta, pois isso vai depender da previsão constante da lei especial. Gabarito “A” (Analista – TRT/10ª – 2013 – CESPE) Julgue os próximos itens, rela-

tivos ao processo cautelar e à antecipação dos efeitos da tutela.

(1) Ajuizado processo cautelar em que se requeira a exibição

de documento que esteja em poder de instituição de ensino, caso o autor não indique a lide principal e seus fundamentos, será lícito ao juiz indeferir a inicial. (2) A decisão que antecipar a tutela quando, após a contestação, um dos pedidos se mostrar incontroverso será, na verdade, definitiva, por fundar-se em cognição exauriente. 1: Incorreta. A cautelar de exibição não é constritiva e não observa a regra dos artigos 806 e 808, II do CPC. Ademais será possível a não necessidade de ação principal, pois o documento por si não ensejará a propositura de ação (o que fará a cautelar de exibição se transmudar em ação cognitiva de exibição, já que a demanda cautelar sempre exigirá ação principal – art. 796, CPC); 2: Correta. A despeito de o gabarito asseverar como incorreta. Isso porque a decisão que antecipar a tutela nessa hipótese não exige posterior cognição já que os fatos incontroversos independem de prova (art. 334, III, CPC). Tanto que parcela autorizada da doutrina defende o posicionamento de se tratar de um verdadeiro julgamento antecipado parcial da lide. Trata-se de decisão (sentença ou interlocutória a depender da corrente doutrinaria) que julga parte do pedido. Gabarito 1E, 2C (OAB - CESPE – 2010.1) No que se refere ao procedimento cautelar, assinale a opção correta. (A) Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar cessa

a sua eficácia durante o período de suspensão do processo.

(B) Tratando-se de medida cautelar, o indeferimento da medida

não obsta a que a parte intente a ação nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência do direito do autor. (C) Cabe ao requerente da cautelar propor ação principal no prazo prescricional de trinta dias, contado da data da efetivação da medida, quando esta tiver sido concedida em procedimento preparatório. (D) Somente quando admitido recurso, eventual medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal.

(OAB - CESPE – 2009.1) Acerca do processo cautelar, assinale a opção correta de acordo com a legislação processual civil. (A) Não se admite, no procedimento cautelar, qualquer das

espécies de intervenção de terceiros.

(B) No procedimento cautelar, exige-se a cognição exauriente

do alegado.

(C) Para a concessão de medida cautelar, não se exige prova

inequívoca do direito invocado.

(D) A medida cautelar não faz coisa julgada material, ainda que

o juiz acolha alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor.

A: incorreta, cabe assistência (art. 50, parágrafo único, do CPC); B: incorreta, exatamente por ser uma tutela de urgência, a cognição é sumária – a cognição exauriente será realizada no processo principal; C: correta, o termo “prova inequívoca” é típico da antecipação de tutela; no processo cautelar, fala-se em fumus boni iuris / direito ameaçado (art. 801, IV, do CPC); D: incorreta, art. 810 do CPC. (OAB - CESPE – 2008.1) De acordo com a legislação processual

civil, a interposição de ação cautelar preparatória obriga o autor a propor a ação principal no prazo de 30 dias, contados da data

(A) Da efetivação da medida cautelar. (B) Da interposição da medida cautelar. (C) Em que o mandato de citação foi juntado aos autos. (D) Do deferimento da medida cautelar.

“Cabe à parte propor a ação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da efetivação da medida cautelar, quando esta for concedida em procedimento preparatório” (art. 806 do CPC) (OAB - CESPE – 2009.2) Assinale a opção correta com relação aos procedimentos cautelares específicos. (A) Na busca e apreensão, cabe audiência de justificação prévia. (B) Os alimentos provisionais têm por finalidade prover o sus-

tento definitivo da parte postulante.

(C) Denomina-se arresto a apreensão cautelar de bens com

a finalidade de garantir futura execução para entrega de coisa certa. (D) O sequestro é medida cautelar destinada a apreender tantos bens quantos forem necessários para garantir futura ação de execução. A: correta, arts. 804 e 841 do CPC; B: incorreta, como toda cautelar, os alimentos provisionais têm por objetivo tutelar uma situação de urgência – e não de forma definitiva (art. 853 do CPC); C: incorreta, na linha do exposto na questão anterior, a medida com tal finalidade é o sequestro (art. 822 do CPC); D: incorreta, na linha do exposto na questão anterior, a medida com tal finalidade é o arresto (art. 813 do CPC). Gabarito “A”

abarcadas por lei especial, a adoção do rito específico previsto pelo CPC independe de se tratar de medida de cunho tipicamente cautelar. (B) Na busca e apreensão, exige-se que o requerente apresente desde o início prova inequívoca da localização daquilo que pretenda buscar e apreender. (C) Ausente a prova para a convicção do juiz quanto à necessidade da medida liminar, é possível a designação da audiência de justificação para oitiva de testemunhas, desde que com prévia intimação do réu. (D) Seja a busca e apreensão de cunho cautelar ou satisfativo, o exame dos pressupostos necessários ao deferimento deve ser feito de idêntica forma, exigindo-se mais que a probabilidade do direito, em razão das consequências da medida. (E) Na busca e apreensão prevista em lei especial, o rito é aquele definido no livro do processo cautelar, desde que o cunho da medida seja assecuratório e não antecipatório.

Gabarito “A”

(A) Na busca e apreensão de bens, com exceção de situações

Gabarito “C”

Gabarito “A” (Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) No que diz respeito à busca e apreensão, assinale a opção correta.

A: incorreta. “Salvo decisão judicial em contrário, a medida cautelar conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo” (art. 807, parágrafo único, do CPC); B: correta, art. 810 do CPC; C: incorreta, não se trata de prazo prescricional, visto que apenas há a perda de eficácia da cautelar (art. 808, I, do CPC), sendo possível debater o direito no processo principal; D: incorreta, a partir da interposição do recurso a competência é do tribunal (art. 800, parágrafo único, do CPC) - salvo tratando-se de REsp e RE (Súmulas 634 e 635 do STF). Gabarito “B”

(CPC, art. 807); D: incorreta, considerando não se tratar de revogação, mas modificação dos termos da medida antes concedida; E: incorreta, pois a legislação não condiciona a substituição à concordância do requerente (CPC, art. 805).

(OAB - CESPE – 2008.2) João, que recentemente adquiriu

automóvel para utilização em serviço de taxista, foi citado em ação cautelar de sequestro movida contra si por pessoa que se apresenta como proprietária do seu veículo. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

(A) Deverá ser apresentada contestação ao pedido de seques-

tro no prazo de quinze dias contado da juntada do mandado de citação, devidamente cumprido, aos autos.

9. Direito Processual Civil (B) Apresentada a contestação no prazo legal, João deverá

ficar atento ao prazo que o autor tem para propor a ação principal, qual seja, trinta dias a contar do ajuizamento da cautelar. (C) A inércia de João em apresentar a defesa não surtirá efeitos até que o juiz condutor do feito designe audiência de justificação para avaliar a possibilidade de concessão da medida cautelar. (D) Caberá a João requerer ao juiz condutor do feito que o bem lhe seja confiado em depósito, desde que preste caução idônea e ofereça maiores garantias que o autor da ação. A: incorreta, o prazo de contestação na cautelar é de 5 dias (art. 802 do CPC); B: incorreta, o prazo para propositura da ação principal é de 30 dias contados da efetivação da cautelar (art. 806 do CPC); C: incorreta, a revelia do réu importa em presunção de veracidade dos fatos, não sendo necessária a audiência de justificação (art. 803 do CPC); D: correta, art. 824, II, do CPC.

343

(Advogado da União/AGU – CESPE – 2009) No que diz respeito à ação discriminatória, julgue os itens subsequentes. (1) O processo discriminatório pode ser administrativo ou judi-

cial, sendo certo que, frustrado o processo administrativo por presumida ineficácia, será intentada a ação discriminatória, que deverá seguir o rito sumário previsto no art. 275 do CPC e se encerrará por sentença cuja eventual apelação não será recebida com efeito suspensivo. (2) As ações sob o rito especial da divisão e da demarcação revestem-se de natureza real e cabem, prioritariamente, aos proprietários, sendo via possível também aos possuidores, desde que tenham posse atual, justa e de boa-fé. 1: Correta, porque de acordo com os arts. 1º, 20 e 21 da Lei 6.383/76 que regula a ação discriminatória de terras devolutas; 2: Errada, porque não se reconhece o direito do mero possuidor à propositura das ações de divisão e demarcação. Trata-se de ações que só poderão ser ajuizadas por quem é proprietário do bem.

Gabarito “D”

Gabarito 1C, 2E

(OAB–CESPE – 2008.1) João, que não tem domicílio certo e é

(Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) Sentindo-se pre-

(A) A busca e apreensão. (B) O sequestro. (C) O arresto. (D) O arrolamento de bens.

A cautelar em questão buscará evitar a dilapidação do patrimônio do devedor (art. 813, I, do CPC). Gabarito “C”

15. Procedimentos Especiais 15.1. POSSESSÓRIAS (Defensor Público/PI – 2009 – CESPE) No procedimento especial das ações possessórias, à luz da jurisprudência do STJ, o direito de retenção por benfeitorias (A) deve ser exercido já na resposta ao pedido inicial, sob pena

de preclusão.

(B) somente pode ser exercido no início da fase executiva. (C) pode ser exercido a qualquer tempo e grau de jurisdição,

antes do trânsito em julgado.

(D) não pode ser exercido, devido à natureza especial do

procedimento.

(E) não pode ser exercido, já que as defesas do réu, nesse pro-

cedimento especial, são aquelas taxativamente previstas.

A alternativa “A” está correta, porque “nas ações possessórias, o pedido de indenização por benfeitorias deve ser pleiteado já na resposta ao pedido inicial, sob pena de preclusão” (STJ, REsp 424.300/MA). As demais alternativas, porque contrárias ao entendimento transcrito, estão incorretas.

judicado pela obra realizada na casa de seus vizinhos, Mário, casado com Suzana, resolveu propor ação de nunciação de obra nova contra os proprietários do imóvel em reforma. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) Se Mário e Suzana forem proprietários e casados sob o

regime da comunhão parcial de bens, então o polo ativo da ação deverá ser composto, necessariamente, por Mário e Suzana. (B) Caso o casamento de Mário e Suzana seja sob o regime da separação de bens, não se exigirá a participação de ambos, ao contrário do que ocorreria caso se tratasse de separação legal de bens. (C) Provado o consentimento de Suzana por meio da assinatura de procuração específica ao advogado de Mário, restará suprida a exigência legal para o fim de viabilizar a demanda. (D) Se forem apenas possuidores, tanto Mário quanto Suzana possuirão legitimidade para ajuizar a ação sem a participação do outro, constatação que decorre da natureza da posse. (E) Caso não participe na ação intentada por Mário, Suzana poderá valer-se tanto da ação rescisória quanto da ação denominada pela doutrina querela nullitatis. A: incorreta, não se exige litisconsórcio ativo para a propositura de ação de nunciação de obra nova, sendo suficiente a autorização do cônjuge (CPC; art. 10); B: incorreta. Conforme exposto acima, não há necessidade de litisconsórcio; C: correta, nos termos do já exposto – a assinatura na procuração pode ser entendida como autorização do cônjuge; D: incorreta. No caso de composse, ambos devem participar (CPC, art. 10, § 2º); E: incorreta. A doutrina, em geral, não reconhece a possibilidade do uso das duas medidas. A querela é para as hipóteses de inexistência do processo (como inexistência de citação), ao passo que a rescisória é para situações em que o processo existiu – com vício rescisório previsto nos incisos do art. 485 do CPC. Gabarito “C”

devedor de uma obrigação de dar, tenta ausentar-se ou alienar os bens que possui para alterar a sua situação patrimonial e obrigacional, com o objetivo de prejudicar seus credores. Nessa situação, a medida judicial cabível para evitar que João prejudique o credor da obrigação é

Gabarito “A”

(Magistratura Federal/1ª Região – 2009 – CESPE) Com relação aos procedimentos especiais, assinale a opção correta.

(Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) Acerca do processo civil

(A) A decisão concessiva de medida liminar na ação posses-

brasileiro, julgue os itens subsequentes.

(1) No que tange à usucapião especial urbana, é correto afirmar

que, via de regra, o condomínio instituído por força da ação de usucapião especial coletiva é indivisível, não sendo passível de extinção. (2) Para a concessão da liminar na ação possessória de força nova, submetida ao procedimento especial, dispensa-se a comprovação do periculum in mora. 1: é correta a afirmação, tendo em vista a regra do art. 10, § 4º da Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade); 2: correta, porque essa é uma hipótese de tutela antecipada cuja concessão não se sujeita ao requisito da urgência.

sória é irrecorrível.

(B) Sob o enfoque da legitimidade, é incabível ao réu postular

a antecipação dos efeitos da tutela de mérito em ação possessória. (C) O procedimento extrajudicial para o depósito em consignação previsto na legislação processual civil é válido também para as consignações de débitos fiscais, por se tratar de obrigação em dinheiro. (D) A sentença, nos procedimentos de jurisdição voluntária, assim como na jurisdição contenciosa, deve basear-se na estrita legalidade, não sendo facultado ao juiz decidir por equidade, ante a inexistência de previsão legal. (E) Na ação monitória, ao réu é cabível, além dos embargos monitórios, propor ação de reconvenção.

Gabarito 1C, 2C

344 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira A: incorreta, porque se trata de interlocutória e, assim, cabível agravo de instrumento (CPC, art. 522); B: incorreta, porque pode o réu, na possessória, formular pedido contraposto na própria contestação (CPC, art. 922) – e, assim, cabe pleitear a liminar possessória ou antecipação de tutela; C: incorreta, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial – e diante de ausência de lei expressa permitindo o depósito extrajudicial envolvendo crédito fiscal (CPC, art. 890); D: incorreta, considerando a previsão expressa de maior liberdade ao julgador na jurisdição voluntária (CPC, art. 1.109); E: correta (Súmula 292 do STJ: “A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário”).

15.3. SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO, INVENTÁRIO E PARTILHA

Gabarito “E”

que esta seja feita extrajudicialmente por meio de escritura pública. (B) Se optarem pela separação extrajudicial, os cônjuges terão de, imediatamente, cumprir a exigência de partilha somente dos bens imóveis comuns do casal, não se admitindo que ela seja feita posteriormente. (C) A separação consensual do casal pode ser realizada extrajudicialmente por escritura pública. (D) Optando pela separação extrajudicial, os cônjuges não poderão fazer-se representar por um único advogado, em razão da natureza dos direitos em discussão.

(A) A ação de reintegração de posse é cabível, por lei, quando

o possuidor simplesmente sofrer turbação em sua posse.

(B) A decisão concessiva da liminar na ação possessória é

recorrível mediante apelação.

(C) Na ação possessória, o réu pode, em sede de contestação,

pedir a proteção possessória e a indenização por perdas e danos resultantes da turbação ou esbulho cometido pelo autor. (D) Quando intentada dentro de ano e dia da turbação, a ação de manutenção de posse seguirá o procedimento ordinário.

A: incorreta, vide resposta à questão anterior; B: incorreta, concessão de liminar é decisão interlocutória, impugnável via agravo de instrumento (art. 522 do CPC); C: correta, na possessória – que é ação dúplice – eventual pedido contraposto deve ser formulado na contestação e não via reconvenção (art. 922 do CPC); D: incorreta, dentro de ano e dia cabe a liminar possessória (art. 924 do CPC). Gabarito “C”

15.2. MONITÓRIA (OAB - CESPE – 2009.3) Daniela adquiriu, na Loja Z, um tele-

visor e efetuou o pagamento por meio de cheque. Como o cheque foi devolvido pelo banco, a referida loja tentou obter o pagamento por tratativas extrajudiciais e o cheque terminou prescrevendo. A loja Z, então, não tendo logrado êxito em receber a dívida, ajuizou ação monitória em face de Daniela. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

(A) Se Daniela pretender opor-se por meio de embargos, deverá

segurar o juízo.

(B) Os embargos porventura opostos por Daniela seguirão o

procedimento da monitória.

(C) A Loja Z deverá deixar explícita a causa da dívida, sob pena

de indeferimento da inicial.

(D) Sendo apta a petição inicial, o juiz deferirá a expedição do

mandado de pagamento sem ouvir Daniela.

A: incorreta, os embargos monitórios – a defesa na monitória – são como uma contestação e independem de garantia do juízo (art. 1.102-C, § 2°, do CPC); B: incorreta, uma vez opostos os embargos, a monitória passa a seguir o procedimento comum, rito ordinário (art. 1.102-C, § 2°, do CPC); C: incorreta, considerando que a monitória depende de documento escrito sem força de título, não há necessidade de se explicitar a causa da dívida; D: correta, art. 1.102-B do CPC. Gabarito “D” (OAB - CESPE – 2008.1) Constitui requisito exigido para a propo-

situra da ação monitória

(A) Prova documental que seja título executivo extrajudicial. (B) Prova testemunhal que ateste a veracidade do fato. (C) Prova escrita pré-constituída sem eficácia de título execu-

tivo. (D) Prova documental que demonstre a existência de crédito de natureza infungível. Art. 1.102-A do CPC.

(A) Se o casal optar pela separação litigiosa, nada impede

Não havendo litígio nem filhos menores, é possível a separação via cartório, que pode ser realizada por um único advogado (art. 1.124-A do CPC). Vale lembrar que a EC 66/2010 acabou com a necessidade de separação prévia ao divórcio – que pode ser realizado extrajudicialmente. (OAB–CESPE – 2008.3) Um casal ajuizou ação requerendo a

separação judicial na forma consensual. Realizada audiência de ratificação do pedido, as partes se desentenderam apenas quanto à forma ajustada para a partilha dos bens comuns. Com relação à situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

(A) Diante do desentendimento quanto à partilha de bens, a

única solução adequada ao caso é a extinção do feito por perda superveniente do interesse de agir, abrindo-se às partes a possibilidade de ajuizar ação de separação litigiosa. (B) Havendo dissenso quanto à partilha, é permitido que esta seja feita à parte, sem prejuízo da separação consensual. (C) Se as partes não alcançarem consenso quanto à forma diversa de partilhar os bens, o juiz deverá homologar exatamente aquilo que foi disposto na inicial da ação, cabendo a quem se julgar prejudicado o recurso devido. (D) A inexistência de acordo quanto à partilha determina a suspensão do feito, a fim de que as partes apresentem, nos autos, os fundamentos de suas pretensões e o feito possa ser cindido em dois, sendo um relativo à parte do acordo de separação, e o outro, à lide estabelecida quanto à partilha de bens. Reitera-se o exposto na questão anterior, em relação à possibilidade de divórcio sem separação (art. 1.121, § 1º, do CPC). Gabarito “B”

ações possessórias.

em 1990, sob o regime da comunhão parcial de bens e não tiveram filhos. Após 18 anos de convivência matrimonial, o casal, que adquiriu bens móveis e imóveis durante esse período, separou-se. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca do procedimento da separação.

Gabarito “C”

(OAB - CESPE – 2009.3) Assinale a opção correta acerca das

(OAB–CESPE – 2009.2) Um homem e uma mulher casaram-se,

(OAB–CESPE – 2008.2) Paulo e Maria resolveram separar-se judicialmente na forma consensual tão logo Paulo deixou o lar conjugal. Eles eram casados sob o regime da comunhão parcial de bens e viveram juntos por três anos, nos quais tiveram dois filhos e adquiriram um imóvel. Dividiram, ainda, as atribuições inerentes ao casamento entre si, de modo que a Paulo coube angariar os recursos necessários às despesas da família e a Maria, a administração do lar e a criação dos filhos menores. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Por não haver litígio entre as partes, maiores e capazes,

Paulo e Maria poderão separar-se mediante escritura pública, da qual constarão todas as disposições atinentes à partilha do patrimônio, guarda dos menores, visitas e alimentos. (B) Será condição imprescindível à homologação do acordo de separação a existência de acordo quanto à partilha dos bens do casal.

Gabarito “C”

9. Direito Processual Civil

Reitera-se o exposto na questão anterior, em relação à possibilidade de divórcio sem separação. A: incorreta, art. 1.124-A do CPC; B: incorreta, art. 1.121, § 1º, do CPC; C: correta, art. 1.122, caput e § 1º, do CPC; D: incorreta, art. 1.122, § 1º, do CPC. Gabarito “C”

15.4. EMBARGOS DE TERCEIRO (Magistratura/AC – 2008 – CESPE) Acerca dos embargos de terceiro, segundo a jurisprudência do STJ, assinale a opção correta. (A) Aquele que sofrer turbação na posse de seus bens por ato

de apreensão judicial determinada no processo de conhecimento ou de execução do qual não seja parte poderá opor embargos de terceiros, visando à liberação do bem constrito. Esses embargos têm natureza repressiva, não se prestando, portanto, como interdito proibitório contra ato judicial. Por isso, o terceiro terá de demonstrar a efetiva apreensão judicial para, só depois, ajuizar a ação. (B) O credor hipotecário poderá, a qualquer tempo, no processo de execução, opor embargos de terceiro contra a arrematação de imóvel gravado com hipoteca; portanto, poderá fazê-lo mesmo depois da assinatura da respectiva carta, desde que comprove que não foi intimado da realização da praça. (C) Aquele que exercer a posse sobre o imóvel objeto de ação de reintegração de posse dispõe da ação de embargos de terceiros para se opor ao cumprimento do mandado. O prazo para a oposição dos embargos de terceiro que não fez parte do processo nem tinha conhecimento dele inicia-se na data da efetiva turbação de sua posse sobre o referido bem. (D) Nos embargos de terceiro, são discutidas as questões referentes à defesa da posse ou da propriedade de coisa do embargante que seja objeto litigioso de uma relação jurídica discutida em processo pendente ou contra execuções alheias. Pode, para isso, o terceiro requerer o reconhecimento de seu direito sobre a coisa disputada pelos litigantes e, ainda, a nulidade da sentença que determinou o esbulho e a liberação do bem da apreensão judicial. A: incorreta, pois não só o esbulho ou a turbação autorizam a propositura de embargos de terceiro, mas também a ameaça, desde que séria e referente a uma constrição iminente, ocasião em que os embargos de terceiro terão função preventiva (STJ, RT, 659:184); B: incorreta (art. 1.048 do CPC); C: correta, pois a ação de embargos de terceiro é atribuída àquele que não é parte no processo com o objetivo de fazer cessar a constrição judicial que indevidamente recaiu sobre bem de sua propriedade; D: incorreta, pois nos embargos de terceiro o embargante busca apenas afastar a constrição judicial que recaiu indevidamente sobre bem que lhe pertence. O acolhimento dos embargos não implica improcedência da ação principal e entre elas não existe relação de prejudicialidade. Gabarito “C” (Procurador de Contas TCE/ES – CESPE – 2009) Ajuizados embar-

gos de terceiro, o juiz deixou de apreciar de imediato o pedido de manutenção da posse e determinou a realização de audiência preliminar para que o embargante pudesse comprovar a alegada situação de possuidor e a citação do embargado. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta quanto ao tempo adequado para a prática dos atos processuais.

(A) Se a ameaça à posse do embargante tiver ocorrido em data

que anteceda feriado forense e se não houver interesse público envolvido, então será necessário aguardar a passagem do feriado para que os atos desse processo possam ser praticados. (B) A eventual medida judicial de manutenção da posse do embargante somente será cumprida por ato do oficial de justiça se houver risco de perecimento do direito reconhecido na decisão que a determinar.

(C) Independentemente da natureza do pedido encaminhado

pela referida ação, será válida a citação, mesmo que ela ocorra entre 6 h e 20 h de sábado. (D) Considerada a exceção legal quanto à prática de atos processuais nos embargos de terceiro, o eventual cumprimento de ordens emanadas desse processo poderá ocorrer em horário superior às 20 h, que é o limite, já que se pressupõe autorização judicial para tanto. (E) Havendo expressa autorização legal para a prática de atos processuais em embargos de terceiro durante os feriados forenses, o prazo para a resposta do réu correrá da data da juntada do mandado, mesmo que essa data ocorra em feriado. A: incorreta, porque não há nada que justifique a espera pela passagem do feriado para a concessão de liminar (vide, também, art. 173, II, do CPC); B: incorreta, pois a liminar possessória não exige prova de perigo, mas sim o prazo da invasão (CPC, arts. 924 e 928); C: correta. CPC, arts. 172 e 175; D: incorreta, O prazo para a resposta do réu somente começará a correr depois do feriado (CPC, art. 184, § 1º). (Magistratura Federal/5ª Região – 2009 – CESPE) No que se refere

aos embargos de terceiro, assinale a opção correta.

(A) Os honorários advocatícios devidos ao embargante serão

pagos por ambas as partes do processo em que tenha ocorrido a penhora, independentemente de quem tenha dado causa à constrição indevida. (B) Os embargos de terceiro, forma de intervenção de terceiros, permitem a qualquer pessoa estranha ao processo discutir a titularidade dos direitos disputados pelas partes. (C) Será sempre do juízo deprecado a competência para processar os embargos de terceiro opostos à penhora realizada sob sua jurisdição. (D) Ainda que intimado da penhora, o cônjuge poderá opor embargos de terceiro em defesa de sua meação no bem penhorado de propriedade do casal. (E) Não existe hipótese em que um terceiro não possuidor possa utilizar os embargos de terceiro, dado o nítido caráter possessório dessa ação. A: incorreta (Súmula 303 do STJ: “Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios”); B: incorreta, porque os embargos de terceiro são uma ação (prevista no art. 1.046 e ss. do CPC) e, ainda que possibilitem a atuação daquele que é terceiro, não pode ser usado por “qualquer pessoa”, mas por quem for senhor (proprietário) ou possuidor (CPC, art. 1.046, § 1º); C: incorreta (Súmula 33 do extinto TFR: “O Juízo deprecado, na execução por carta, é o competente para julgar os embargos de terceiro, salvo se o bem apreendido foi indicado pelo Juízo deprecante”; STJ, REsp 1033333); D: correta (Súmula 134 do STJ: “Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação”); E: incorreta, porque são admitidos os embargos, por exemplo, do doador “na defesa do direito de ver declarada a nulidade da penhora incidente sobre bem por ele gravado com cláusula de inalienabilidade” (STJ, REsp 856699). Gabarito “D”

visitas e pensão devida aos filhos e ao cônjuge virago, será possível a homologação do acordo de separação. (D) Assinada a petição por ambos os cônjuges, a ausência de um destes à audiência designada pelo juiz não impedirá a homologação do acordo.

Gabarito “C”

(C) Havendo acordo quanto à guarda dos menores, regime de

345

(Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) Acerca de processo de execução, julgue o item subsequente. (1) O principal objetivo dos embargos de terceiro consiste na

proteção da posse ou da propriedade de quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho em decorrência de atos de apreensão judicial. Assim, são também legitimados ativos para a ação de embargos de terceiro o cônjuge e o credor hipotecário, pignoratício ou anticrético, bem como os sócios das empresas executadas.

Errado. A legitimidade ativa para a ação de embargos de terceiro é conferida por lei ao cônjuge do executado para a defesa dos bens da meação (Súmula 134 do STJ) e para o credor com garantia real (hipoteca, penhor ou anticrese). Em regra, os sócios de determinada sociedade não possuem legitimidade ativa para opor embargos de terceiro, visto que, enquanto responsáveis executivos secundários

346 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1E

15.5. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (Magistratura/SE – 2008 – CESPE) No que concerne aos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, assinale a opção correta. (A) Na ação de consignação em pagamento, o credor não é

obrigado a receber prestação menor pela qual se obrigou o devedor. Por isso, a insuficiência do depósito efetuado pelo autor da consignatória acarreta a improcedência do pedido. (B) Na ação de depósito, a oferta da coisa pelo réu obriga o autor a sua aceitação, com a consequente decretação da extinção do processo sem resolução do mérito. (C) Na ação de consignação em pagamento, a sentença de procedência do pedido tem eficácia declaratória de que o depósito preenche e satisfaz os requisitos legais para substituir o pagamento e para liberação do devedor. (D) A ação de depósito será proposta contra aquele que esteja na posse da coisa sujeita à custódia do depositário. Assim, o legitimado passivo é o depositário infiel, aquele a quem se confiou a guarda da coisa e que não a entregou no momento oportuno, ou contra a pessoa que esteja na posse do bem, quando ocorrer a sua alienação. (E) Não é cabível a ação consignatória quando houver divergência das partes quanto à interpretação de cláusulas contratuais acerca de índices ou reajustes de parcelas de obrigações por elas assumidas. A: incorreta (art. 899, § 2º, do CPC); B: incorreta (art. 902 do CPC); C: correta (art. 897 do CPC); D: incorreta. A parte legítima em caso de ação de depósito é o depositário, e não quem eventualmente esteja na posse da coisa dada em depósito; E: incorreta, porque é possível a consignação quando houver litígio sobre a prestação (art. 335, V, do CC).

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Julgue os itens seguintes

com relação à ação de consignação em pagamento.

(1) Conforme doutrina majoritária acerca do tema, caso o

devedor não proponha a ação de consignação em pagamento no prazo de trinta dias a contar da recusa do credor em levantar a importância depositada extrajudicialmente, haverá a perda da possibilidade de ajuizar esta ação de rito especial em face da preclusão. (2) Cuidando-se de tema de natureza processual, a competência para julgamento da ação de consignação em pagamento não considera a natureza quesível ou portável da dívida, prevalecendo a norma geral de competência territorial segundo a qual será competente o foro do demandado.

A: incorreto. Caso a ação de consignação não seja intentada em trinta dias – a contar da ciência dada pela instituição financeira ao consignante a respeito da recusa comunicada pelo credor – ficará tão somente sem efeito o depósito realizado, devendo o banco restituir tal quantia ao devedor que se valeu da consignação extrajudicial (art. 890, § 4º, do CPC). Todavia, tal fato não impede posteriormente que este mesmo devedor faça uso de nova consignação. Observe-se a doutrina de Marcus Vinícius Rios Gonçalves: “Caso não seja proposta nos trinta dias, o depósito ficará sem efeito, e o dinheiro será restituído ao devedor. Isso não impede que, no futuro, ele ou terceiro insistam na consignação. A não propositura no prazo não faz perecer o direito de o devedor consignar. Apenas retira do depósito a sua eficácia liberatória. Desde que o depósito seja efetuado, o devedor estará livre das consequências da mora, como a incidência de juros (salvo se a ação vier a ser julgada improcedente). Não proposta, porém, a ação em trinta dias, o depósito perde a eficácia liberatória, e os encargos terão de ser suportados pelo devedor, como se aquele depósito jamais se tivesse realizado” (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol. 2. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 207) [grifos nossos]; B: incorreto. Sendo a obrigação quesível, o foro competente é o do domicílio do devedor consignante (art. 327, caput, 1ª parte, do CC); se for portável, o foro competente será o do domicílio do credor (art. 327, caput, 2ª parte, do CC). Essa é a inteligência do art. 891, caput, do CPC, quando se refere ao lugar de pagamento. Gabarito 1E, 2E

pelo cumprimento das obrigações sociais, são tidos como parte e não como terceiros, de modo que a lei lhes confere os embargos à execução como mecanismo de reação à execução. A mesma inteligência se aplica aos demais responsáveis enumerados no rol do art. 592 do CPC. (arts. 1.046, §3º, e 1.047, II, do CPC). Entretanto, tal regra não é absoluta. Chamamos a atenção do amigo leitor para casos especiais em que os sócios podem opor embargos de terceiro, na hipótese de negarem a condição de responsáveis civis. Para tanto, basta imaginarmos uma execução movida em face de sociedade limitada com capital social totalmente integralizado, fundada em obrigação contraída no exercício de suas atividades sociais, cujo título não aponta nenhum sócio como corresponsável. Em tal caso, permite-se a oposição de embargos de terceiro que teve seu bem particular indevidamente penhorado, porquanto não há que se cogitar de sua responsabilização subsidiária (art. 1.052 do CC), razão por que a constrição se revela inadequada, a considerar que não é responsável, in casu, pelas dívidas sociais.

(Defensor Público/PI – 2009 – CESPE) Segundo o art. 892 do CPC,

no procedimento especial da consignação em pagamento, sendo o caso de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo. O direito previsto nesse dispositivo poderá ser exercido

(A) somente no primeiro grau de jurisdição. (B) desde que os depósitos sejam efetuados em até trinta dias,

contados da data do vencimento de cada prestação.

(C) desde que os depósitos sejam efetuados em até quinze

dias, contados da data do vencimento de cada prestação.

Gabarito “C”

(D) mesmo após a publicação da sentença e até o seu trânsito

(Defensor Público da União – 2010 – CESPE) Acerca da consigna-

(E) independentemente de autorização judicial.

(1) Se, citado para apresentar resposta em ação de consig-

nação em pagamento, o credor alegar que não há litígio a respeito da coisa devida e que o depósito não foi integral, o juiz condutor do feito não poderá conhecer do primeiro fundamento, pois a lei enumera, taxativamente, os temas que podem ser abordados na defesa, e a inexistência de litígio não é um deles. (2) Estão à disposição do credor, na ação de consignação em pagamento, todas as respostas previstas na lei processual, exceto a reconvenção, visto que não existe a possibilidade de esse tipo de procedimento assumir caráter dúplice. 1: incorreta, porque o rol das matérias que o réu pode alegar na contestação, previsto no art. 896 do CPC, é exemplificativo; 2: incorreta, porque “a reconvenção é cabível na consignatória, desde que atendido o disposto no art. 315” (RT 548/161).

A: incorreta, porque “os depósitos das prestações periódicas podem ser feitos até o trânsito em julgado da decisão final” (RSTJ 82/275); B: incorreta, porque o prazo para o depósito previsto em lei é de 5 dias, contados da data do vencimento (art. 892 do CPC); C: incorreta, pelo mesmo motivo; D: correta (reler o comentário à alternativa “A”; E: incorreta, pois é necessária a autorização judicial. Gabarito “D”

ção em pagamento, julgue os itens a seguir.

em julgado.

(Analista – TRT/21ª – 2010 – CESPE) Acerca do procedimento especial da ação de consignação em pagamento, do litisconsórcio e da prova testemunhal, julgue o item seguinte. (1) Na ação de consignação em pagamento, é compulsória a

procedência do pedido quando decretada a revelia do réu, sendo esta uma imposição do próprio Código de Processo Civil ao juiz.

1: Errado. A revelia não induz, automaticamente, à presunção de veracidade dos fatos articulados pelo autor. A própria redação do art. 897, caput, do CPC é clara a respeito quando expressa que “não oferecida a

Gabarito 1E, 2E

9. Direito Processual Civil

contestação, e ocorrentes os efeitos da revelia, o juiz julgará procedente o pedido [...]”, de modo que há casos em que, por insuficiência probatória, ou, ainda, havendo pluralidade de réus, se um deles contestar a demanda (art. 320, I, do CPC), os efeitos do art. 319 do CPC não se produzirão (art. 897, caput, do CPC).

(Ministério Público/RO – 2008 – CESPE) Acerca dos procedimentos especiais no processo civil, julgue os seguintes itens. I.

Gabarito 1E (Analista – TRT/1ª – 2008 – CESPE) Antônio, devedor de obrigação em dinheiro, para a qual foi estabelecido como lugar do pagamento o domicílio do credor, depositou a importância devida e seus acréscimos legais em estabelecimento oficial próximo à casa do credor, cientificando-o mediante carta com aviso de recepção do prazo de 10 dias para manifestação da recusa em levantar o valor depositado.

II.

Considerando a atitude de Antônio diante da disciplina da ação de consignação em pagamento, assinale a opção correta.

V.

A e C: art. 890, § 2º, do CPC; B e D: art. 890, §§ 3º e 4º, do CPC; E: art. 890, § 1º, do CPC. Gabarito “C”

15.6. USUCAPIÃO (Defensor Público da União – 2010 – CESPE) Acerca da ação de

usucapião, julgue o item a seguir.

(1) Serão obrigatoriamente intimadas, na ação de usucapião, as

fazendas públicas (federal, estadual e municipal). Apenas no caso de efetiva intervenção de uma das pessoas jurídicas de direito público citadas ou de incapazes, o Ministério Público deverá intervir nos atos do processo.

1: incorreta, porque o Ministério Público sempre intervém nas ações de usucapião (art. 944 do CPC). Gabarito 1E

15.7. OUTRAS AÇÕES DE RITO ESPECIAL (Delegado Federal – 2013 – CESPE) No que se refere ao habeas data e ao habeas corpus, julgue os itens seguintes. (1) De acordo com o STJ, o habeas data é instrumento idôneo

para a obtenção de acesso aos critérios utilizados em correção de prova discursiva aplicada em concursos públicos. (2) O habeas corpus constitui a via adequada para o devedor de pensão alimentícia pedir o afastamento de sua prisão, alegando incapacidade de arcar com o pagamento dos valores executados. 1: incorreta, pois o STJ decidiu exatamente o contrário, pelo não cabimento de habeas data em relação a critérios de concurso (AgRg no HD 127/DF, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/06/2006, DJ 14/08/2006, p. 250); 2: incorreta, porque nesse caso de incapacidade de pagamento, há necessidade de instrução probatória, o que é inviável de se apurar no âmbito do HC (HC 239.691/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 05/03/2014).

IV.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5.

I: correta (art. 800, parágrafo único, do CPC); II: correta (Súmula nº 259 do STJ); III: correta (Súmula nº 331 do STJ); IV: correta (Súmula nº 149 do STF); V: correta (Súmula nº 195 do STJ). (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) No que tange aos

procedimentos especiais, assinale a opção correta.

(A) A ação de prestação de contas pressupõe a possibilidade

da ocorrência de duas sentenças de conhecimento: uma relativa à primeira fase, que decide sobre o dever de prestar, ou não, as contas; outra relativa ao julgamento das contas prestadas ou oferecidas, em que é apurada a existência, ou não, de saldo credor. Em algumas hipóteses, é possível que essas duas fases sejam decididas em uma única sentença. (B) Na ação monitória, mesmo que o réu cumpra voluntariamente o mandado, deve arcar com o pagamento das custas e dos honorários advocatícios. (C) Para a concessão de liminar nas ações possessórias de força nova, submetidas ao procedimento especial, é necessária a comprovação do periculum in mora. (D) Opostos os embargos de terceiro, o juiz deve determinar o prosseguimento do processo principal até a eventual alienação dos bens apreendidos. (E) No arrolamento de bens do espólio, a existência de credores impede a homologação da partilha. A: correta, porque cada uma das fases do procedimento da ação de prestação de contas é encerrada por sentença (CPC, art. 914 e ss.); B: incorreta. Se pagar no prazo, ficará isento de custas e honorários advocatícios (CPC, art. 1.102-C, § 1º); C: incorreta, pois o critério para a liminar possessória é o tempo (CPC, arts. 924 e 928); D: incorreta, porque a oposição dos embargos de terceiro pode acarretar a suspensão do processo principal (CPC, art. 1.052); E: incorreta. CPC, art. 1.035. Gabarito “A”

deixar de recusar o pagamento, sem que isso importe em liberação do devedor, pois, nesse caso, não existia o direito de consignar. (B) Manifestada a recusa por qualquer meio admitido em direito, Antônio deverá, em 30 dias, propor ação de consignação, desde que traga aos autos prova da recusa. (C) A ausência de recusa no prazo consignado libera o devedor da obrigação, ficando à disposição do credor o valor depositado. (D) Não proposta a ação de consignação no prazo de 30 dias a contar da recusa, poderá o credor valer-se do depósito para propô-la, assumindo, no entanto, os acréscimos decorrentes de sua demora. (E) A validade do depósito consignatório independe de ele ter sido feito ou não no lugar do pagamento, dado que a lei processual garante ao devedor a forma mais cômoda de liquidação do débito.

III.

Se a causa principal estiver no tribunal, em grau de recurso, a medida cautelar será interposta perante o juízo de segundo grau, e não perante o juízo a quo que tenha decidido a causa. A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente bancária. Segundo o entendimento do STJ, a apelação interposta contra sentença que julga embargos à arrematação tem efeito meramente devolutivo. Segundo o entendimento do STF, é imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas o mesmo não ocorre em relação à ação de petição de herança. Segundo o entendimento do STJ, os embargos de terceiro não constituem meio idôneo para o reconhecimento de eventual fraude contra credores.

Gabarito “E”

(A) Havendo prova de que houve mora em pagar, o credor pode

347

(Procurador do Estado/PB – 2008 – CESPE) A respeito dos procedimentos especiais, assinale a opção correta. (A) As questões relativas à validade de casamento e ao

reconhecimento de filiação comportam decisão judicial no processo de inventário, em razão da via atrativa desse juízo. (B) Na ação de reintegração de posse ajuizada, antes de um ano e dia contados da turbação da posse, será concedida a proteção possessória; depois desse prazo, o possuidor perderá tal proteção, podendo, no entanto, valer-se de ação reivindicatória ou petitória. (C) A ação de interdito proibitório é de preceito cominatório, tem por fundamento a ameaça de turbação ou esbulho da posse, capazes de causar no possuidor justo receio de que sua posse venha a ser molestada. Para essa ação, exige-se, ainda, que a ameaça seja de agressão iminente.

Gabarito 1E, 2E

348 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “C”

16. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, FEDERAL E DA FAZENDA PÚBLICA (Magistratura/AC – 2008 – CESPE) Acerca dos juizados especiais

cíveis (JECs), assinale a opção incorreta de acordo com a Lei nº 9.099/1995.

(A) Nos procedimentos submetidos a julgamento pelo JEC,

o autor poderá formular pedido genérico e o juiz poderá, se não for possível definir o valor da condenação, proferir sentença ilíquida e determinar a liquidação por arbitramento ou por artigos. (B) A execução da sentença condenatória transitada em julgado será feita nos próprios autos e na mesma relação jurídica processual, desde que haja solicitação do credor, dispensando-se nova citação do requerido. (C) Se o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências, o juiz extinguirá o processo e, se não for provado que a ausência decorreu de força maior, o condenará ao pagamento das custas processuais. (D) Caso o devedor seja condenado ao pagamento de quantia certa e não o efetue no prazo legal, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de 10%. A multa moratória incide na execução, ainda que o total ultrapasse o valor de 40 salários-mínimos. A: incorreta (art. 38, parágrafo único, da Lei 9.099/95); B: correta (art. 52 da Lei 9.099/95); C: correta (art. 51, I, § 2º, da Lei 9.099/95); D: correta, pois, de fato, a multa prevista no art. 475-J do CPC, quando somada ao valor da execução, poderá ultrapassar o valor de alçada do Juizado Especial. Gabarito “A” (Magistratura/AL – 2008 – CESPE) Com base nas disposi-

ções legais relativas aos juizados especiais cíveis (Lei n.º 9.099/1995), assinale a opção correta.

(A) Caso a sentença transitada em julgado não seja cumprida

voluntariamente, proceder-se-á à sua execução, mediante nova citação, se houver solicitação da parte interessada. (B) Considerando-se os princípios da celeridade e economicidade, a arguição de suspeição ou impedimento do juiz deverá ser deduzida na peça de contestação. (C) Os embargos contra execução de título executivo extrajudicial deverão ser opostos na audiência de conciliação, após efetuada a penhora. (D) Ante a complexidade inerente ao seu exame, não é possível a formulação de pedido genérico nas causas de competência do juizado especial cível. (E) Considerando-se a presença das partes em todos os atos processuais, admite-se a outorga de mandato verbal ao advogado, ainda que seja com poderes especiais.

(Magistratura/SE – 2008 – CESPE) Com referência ao juizado especial cível (JEC), instituído pela Lei n.º 9.099/1995, assinale a opção correta. (A) Contra a decisão proferida em última instância pelo JEC que

afronta a lei infraconstitucional, é cabível o recurso especial para o STJ. (B) O recurso contra a sentença será recebido somente no efeito devolutivo e, como consequência, a decisão só será efetivada ao final, após o trânsito em julgado da decisão, mesmo quando se tratar de causa de natureza alimentar. (C) Os embargos de declaração, no âmbito do JEC, interrompem o prazo para apresentação de eventual recurso contra sentença. Ocorrendo causa de interrupção de prazo, e uma vez cessada a causa, o mesmo recomeça do início, como se nunca tivesse começado a fluir. (D) Compete ao JEC homologar acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial. Sendo de valor superior a quarenta salários-mínimos, optando a parte pela execução no JEC, terá que renunciar ao excedente do crédito. (E) Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o julgamento nos JECs, qualquer que seja o valor da causa, a parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, poderá recorrer da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal. A: incorreta, pois não é cabível recurso especial contra decisão do Juizado Especial (súmula 203 do STJ); B: incorreta, pois, de fato o recurso terá apenas efeito devolutivo (art. 43 da Lei 9.099/95) e, como consequência, a parte poderá executar o seu comando independentemente do trânsito em julgado; C: incorreta (art. 50 da Lei 9.099/95); D: correta (art. 57 da Lei 9.099/95); E: incorreta (art. 41, § 2º, da Lei 9.099/95). (Defensor Público da União – 2010 – CESPE) Acerca dos juizados especiais federais cíveis, julgue os itens subsequentes. (1) Ajuizada ação de consignação em pagamento em juizado

especial federal, este será incompetente se, na consignatória, além das prestações vencidas, estiverem sendo cobradas as prestações vincendas que, no curso da lide, possam vir a superar o limite de 60 salários-mínimos. (2) As leis que disciplinam os juizados especiais vedam o acesso das partes à ação rescisória, mas essa vedação não atinge a possibilidade de ajuizamento de ação declaratória da inexistência de ato processual. Por causa disso, diante de vício grave e de tal natureza, a parte prejudicada terá acesso à “querella nullitatis”. 1: incorreta, porque nesse caso o que não pode exceder o valor de 60 salários-mínimos é a soma de 12 parcelas, e não a soma dos valores das prestações vencidas e das vincendas; 2: incorreta, porque é possível a utilização da ação de querella nullitatis, ainda que se trate de processo que tramitou perante os juizados especiais. Gabarito 1E, 2C

A: incorreta (art. 984 do CPC); B: incorreta. Ainda será ação possessória, eventualmente cabível a antecipação de tutela (CPC, arts. 273 e 926); C: correta (art. 932 do CPC); D: incorreta, pois somente os juros compensatórios são devidos desde a perda da posse; E: incorreta. A fungibilidade é entre as 3 possessórias (CPC, art. 920), e não entre possessória e petitória (ação reivindicatória).

A: incorreta (art. 52, III, da Lei 9.099/95); B: incorreta (art. 30 da Lei 9.099/95); C: correta (art. 53, § 1º, da Lei 9.099/95); D: incorreta (art. 14, § 2º, da Lei 9.099/95); E: incorreta (art. 9º, § 3º, da Lei 9.099/95).

Gabarito “D”

ção, em juízo, deve ser feita em dinheiro, devendo o valor ser corrigido monetariamente até o efetivo pagamento, sendo devidos, ainda, juros compensatórios e moratórios desde a perda da posse, quando se tratar de imóvel produtivo. (E) Na inicial da ação possessória, o autor pode cumular o pedido possessório com perdas e danos e, caso seja proposta, equivocadamente, ação possessória em vez de ação reivindicatória, o juiz pode aceitar uma pela outra e outorgar a proteção legal correspondente àquela, desde que presentes os requisitos legais.

Gabarito “C”

(D) Na desapropriação direta por utilidade pública, a indeniza-

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) No que se refere ao

procedimento dos juizados especiais, julgue os itens a seguir.

(1) A regra geral da capacidade para ser autor de uma ação pro-

cessada nos juizados especiais cíveis é a de que somente pessoa física capaz pode ocupar tal posição, no entanto, existe exceção à atuação das microempresas, que também poderão propor ação perante os juizados. (2) A lei atribui à parte capacidade postulatória nas causas de valor até vinte salários-mínimos, o que não exclui a possibilidade de que qualquer das partes se faça acompanhar de advogado, hipótese em que, considerando a complexidade da matéria e a situação particular dos envolvidos, o juiz poderá facultar à outra a assistência judiciária.

9. Direito Processual Civil

Gabarito 1C, 2E (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) Acerca de procedimen-

tos dos juizados especiais, assinale a opção correta.

(A) Estando o incapaz devidamente representado por seus pais

e observada a necessária intervenção do MP, é viável que proponha ação perante o juizado especial. (B) Tratando-se de causa que envolva valor compatível, é possível ajuizar ação do juizado especial contra entidades componentes do sistema financeiro, sejam elas privadas ou públicas, como, por exemplo, a Caixa Econômica Federal. (C) Considerando que é vedado às pessoas jurídicas propor ação nos juizados cíveis, uma microempresa que se veja nas condições de ré em ação processada nesta sede não pode fazer pedido contraposto, sob pena de burlar a citada proibição. (D) Nada impede que uma pessoa física seja cessionária de um crédito de pessoa jurídica para o fim específico de viabilizar o ingresso de ação nos juizados especiais, desde que se respeite o limite de valor que determina o conceito de causa de menor complexidade. (E) Ainda que se verifique no juizado especial ser de alta complexidade a matéria discutida entre autor pessoa física e réu entidade bancária, o juiz não pode determinar ao primeiro a assistência de um advogado.

(Magistratura Federal/2ª Região – 2009 – CESPE) Considerando que determinada pessoa tenha seu automóvel abalroado por veículo de propriedade da União utilizado em serviço e que, com a finalidade de alcançar a reparação de seu patrimônio, ajuíze contra a União ação sob o rito sumaríssimo previsto na Lei dos Juizados Especiais Cíveis Federais, assinale a opção correta. (A) Caso entenda necessário à prova de seu direito documento

que se encontre em poder da entidade pública, deve o autor requerer na inicial a exibição do documento, conforme procedimento definido pela lei processual. (B) Após receber a inicial, o juiz deve, de ofício, determinar que a entidade pública apresente, até a audiência de instrução e julgamento, os documentos necessários ao exame da lide que estejam em seu poder. (C) Na situação considerada, a necessidade de esclarecimento técnico determina a conversão do rito em ordinário e a consequente remessa dos autos ao juízo competente. (D) Somente após frustrar-se a tentativa de conciliação durante a audiência designada para esse fim é que será possível a realização de exame técnico, cuja apresentação ocorrerá até a audiência de instrução e julgamento. (E) Independentemente de pedido, a entidade pública deve juntar aos autos a documentação em seu poder que seja importante ao esclarecimento da causa, até a instalação da audiência de conciliação. A: incorreta, considerando a previsão de apresentação, pelo réu, dos documentos até a audiência de conciliação (Lei 10.259/2001, art. 11); B: incorreta, nos termos do item anterior; C: incorreta, pois a competência do JEF é absoluta (Lei 10.259/2001, art. 3º, § 3º), não existindo remessa em virtude de questões envolvendo prova (somente há extinção em causas que não podem ser julgadas no JEF – art. 3º, § 1º); D: incorreta, pois o “exame técnico” será apresentado antes da audiência de instrução (Lei 10.259/2001, art. 12); E: correta, nos termos do item “A”. Gabarito “E”

1: correto (art. 8º, § 1º, II, da Lei 9.099/1995); 2: incorreto, pois o juiz facultará à outra parte a assistência de advogado, independentemente da complexidade da matéria e da situação particular dos envolvidos. Para tanto, basta que, nos casos de assistência facultativa, uma das partes compareça acompanhada de advogado, ou, ainda quando desacompanhada, o réu seja pessoa jurídica ou empresário, hipóteses em que a parte adversa poderá contar, se quiser, com a assistência judiciária de órgão que atue perante o Juizado Especial (art. 9º, § 1º, da Lei 9.099/1995).

349

A: incorreta, porque o incapaz não pode ser parte no JEC (art. 8º da Lei 9.099/95); B: incorreta, porque não podem figurar como parte no JEC as empresas públicas da União (art. 8º da Lei 9.099/95); C: incorreta, porque “é admitido o pedido contraposto no caso de ser a parte pessoa jurídica” (Enunciado 31 do FONAJE – fórum nacional dos juizados especiais); D: incorreta (art. 8º, § 1º, I, da Lei 9.099/95); E: correta. Pode o juiz alertar as partes da conveniência do patrocínio por advogado (art. 9º, § 2º, da Lei 9.099/95), mas não determinar que o autor seja assistido por advogado.

(Analista – STF – 2008 – CESPE) Julgue os seguintes itens, acerca dos juizados especiais cíveis.

Gabarito “E”

1: art. 8º da Lei 9.099/95; 2: art. 31 da Lei 9.099/95.

por seus genitores, poderá ser parte no juizado especial cível. (2) É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia, mas não se admitirá a reconvenção. Gabarito 1E, 2C

(Magistratura Federal/3ª Região – 2011 – CESPE) Com referência

(1) O civilmente incapaz, desde que regularmente representado

à obrigação de fazer, determinada por sentença de juizado especial federal, assinale a opção correta.

(OAB - CESPE – 2008.1) Acerca da Lei dos Juizados Especiais Cíveis (JEC), Lei 9.099/1995, assinale a opção correta.

(A) O início do procedimento de cumprimento da sentença

(A) Como regra, deve ser decretada a revelia do réu que não

necessariamente depende de pedido da parte interessada. (B) O cumprimento mediante ofício torna a expedição, por exemplo, de mandado de busca e apreensão, incompatível com o procedimento. (C) Descumprida a ordem emanada da sentença, cabe a imposição de multa à autoridade comunicada por ato atentatório ao exercício da jurisdição. (D) A intimação dirigida à autoridade citada no processo não supre a necessidade específica de ofício, em se tratando de cumprimento da decisão. (E) A pendência de recurso interposto da sentença que determine a obrigação não afeta o cumprimento da decisão. A: incorreta, pois a lei assim não condiciona (Lei 10.259/2001, art. 16); B: incorreta, porque são medidas complementares que podem ser utilizadas na tutela específica da obrigação de fazer (CPC, art. 461, § 5º); C: correta, nos termos da fundamentação do item anterior; D: incorreta, nos termos do item “A” e considerando o princípio da instrumentalidade; E: incorreta, pois o art. 16 da Lei 10.259/2001 menciona decisão transitada em julgado.

compareça à audiência de instrução e julgamento, ainda que compareça o seu advogado ou que seja apresentada defesa escrita, pois a presunção de veracidade dos fatos alegados no pedido inicial decorre da ausência do demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução. (B) No sistema recursal dos juizados especiais, contra as decisões interlocutórias é cabível o agravo na forma retida, que impede a interrupção da marcha do processo, atendendo aos princípios da celeridade e concentração dos atos processuais, com a finalidade de assegurar a rápida solução do litígio. (C) Segundo os princípios da simplicidade e da informalidade que regem o julgamento nos juizados especiais, qualquer que seja o valor da causa, a parte vencida, ainda que não possua capacidade postulatória, pode recorrer da decisão monocrática e requerer a sua revisão pela turma recursal. (D) O pedido do autor e a resposta do réu podem ser feitos por escrito ou oralmente; as provas orais produzidas em audiência, entretanto, devem ser necessariamente reduzidas a termo escrito, pois nessas demandas não se exige a obediência ao princípio da identidade física do juiz.

Gabarito “C”

350 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito “A”

17. AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AÇÃO POPULAR E AÇÃO DE IMPROBIDADE

civil pública; E: incorreta, porque, “a Defensoria Pública possui legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública na defesa de interesses transindividuais de hipossuficientes” (REsp. 1275620/ RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/10/2012, DJe 22/10/2012). Gabarito “D”

A: correta, art. 20 da Lei 9.099/95; B: incorreta, não há previsão legal de agravo no JEC; C: incorreta, para recorrer há necessidade de advogado (art. 41, § 2º, da Lei 9.099/95); D: incorreta, é possível a gravação de trechos da audiência (art. 36 da Lei 9.099/95).

(Analista – TRE/BA – 2010 – CESPE) Tendo em vista a disciplina

(Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta a

respeito da ação civil por improbidade administrativa.

jurídica da tutela coletiva de direitos por meio de ação civil pública ou do mandado de segurança coletivo, julgue os itens que se seguem.

(A) Nas ações de improbidade administrativa, é de cinco anos o

(1) Um partido político que possua representação no Congresso

Gabarito “D” (Magistratura/PA – 2012 – CESPE) Acerca da ação civil pública,

assinale a opção correta.

(A) O MP não pode propor esse tipo de ação para a defesa

de direitos individuais homogêneos porque estes são de exclusivo interesse de seus titulares. (B) Entidades da administração pública podem ajuizar esse tipo de ação, desde que possuam personalidade jurídica. (C) É requisito indispensável para a legitimação de associações à propositura de ação a constituição da entidade há pelo menos um ano. (D) O fato de determinada situação legitimar o MP e a Defensoria Pública para a propositura de ação justifica o entendimento favorável à possibilidade de haver entre os dois entes apenas um litisconsórcio facultativo. (E) A Defensoria Pública detém legitimidade para propor a ação em qualquer situação que, em tese, justifique o seu ajuizamento, mesmo que não repercuta em interesse dos necessitados. A: incorreta, porque a jurisprudência tem reconhecido que o MP tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa de interesse individual homogêneo (STJ-RDA 207/282); B: incorreta, porque não se exige que tenham as entidades em questão personalidade jurídica (art. 82, III, CDC); C: incorreta, porque já se decidiu que “a associação não constituída regularmente é parte legítima para mover ação civil pública (RT 753/245); D: correta, porque não se pode falar em litisconsórcio necessário no polo ativo da ação

1: Errado, já que é dispensável a autorização do parlamentar para que o partido político com representação no Congresso Nacional impetre mandado de segurança coletivo (art. 21, caput, in fine, da Lei 12.016/09); 2: Errado. O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública fundada em direito difuso, coletivo e individual homogêneo (art. 21 da Lei 7.347/85 e arts. 81 e 82, I, do CDC); 3: Certo (art. 18 da Lei 7.347/85).

18. MANDADO DE SEGURANÇA E HABEAS DATA (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) Julgue os seguintes itens con-

forme a jurisprudência dominante nos tribunais superiores acerca do mandado de segurança.

(1) Os efeitos patrimoniais resultantes da concessão de man-

dado de segurança somente abrangem os valores devidos a partir da data da impetração mandamental, excluídas, em conseqüência, as parcelas anteriores ao ajuizamento da ação de mandado de segurança, que poderão, no entanto, ser vindicadas em sede administrativa ou demandadas em via judicial própria. (2) De acordo com a jurisprudência do STJ, em caso de conduta omissiva ilegal da administração, envolvendo obrigação de trato sucessivo, o prazo decadencial estabelecido pela Lei do Mandado de Segurança se renovara de forma continuada. 1: correto (Súmula 271/STJ: “Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.”); 2: correto (informativo 517/STJ: “De acordo com a jurisprudência do STJ, cuidando-se de conduta omissiva ilegal da Administração, que envolve obrigação de trato sucessivo, o prazo decadencial estabelecido pela Lei do Mandado de Segurança se renova de forma continuada. AgRg no AREsp 243.070-CE, julgado em 7/2/2013). Gabarito 1C, 2C

A: incorreta, porque a pretensão ao ressarcimento do dano causado ao erário é imprescritível, nos termos do art. 37, § 5º, parte final; B: incorreta, porque “a jurisprudência desta Corte Superior [STJ] é no sentido de que os Prefeitos Municipais, apesar do regime de responsabilidade político-administrativa previsto no Decreto-Lei 201/67, estão submetidos à Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), em face da inexistência de incompatibilidade entre as referidas normas” (AgRg no REsp 1326492/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2012, DJe 26/09/2012); C: incorreta, porque há atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito, bem como os que atentam contra os princípios da administração publica, além dos atos que causam dano erário; D: correta, uma vez que nesse ponto não vigora o princípio da congruência entre a sentença e o pedido (STJ, REsp 842.428); E: incorreta, porque a rejeição da ação depende do efetivo convencimento, por parte do juiz, da inexistência do ato de improbidade (art. 17, § 8º da Lei 8.429/92). Logo, se houver dúvida, caberá ao juiz receber a petição inicial, e determinar a citação do réu para que ofereça contestação.

Nacional está autorizado a impetrar mandado de segurança coletivo desde que devidamente autorizado por aqueles cujos direitos se pretenda tutelar. (2) O Ministério Público tem legitimidade para propor, no regime de substituição processual, ação civil pública para a defesa dos consumidores apenas no que se refere aos direitos de natureza difusa, excluindo-se da sua legitimação extraordinária os direitos individuais homogêneos. (3) Quando determinada associação, que se proponha a promover a defesa dos direitos de consumidores, for derrotada em ação civil pública por ela movida, não serão devidos honorários advocatícios sucumbenciais, salvo se comprovada má-fé.

Gabarito 1E, 2E, 3C

prazo de prescrição para ressarcimento do dano ao erário. (B) Por ser agente político, o prefeito municipal não está sujeito à sanção de perda do cargo e(ou) de perda dos direitos políticos, submetendo-se, por sua vez, às sanções de ressarcimento ao erário. (C) O dano ao erário é condição indispensável à caracterização dos atos de improbidade administrativa. (D) Pode o juiz condenar os réus em penas diversas das pleiteadas pelo autor, como também pode o magistrado dar ao fato capitulação legal diversa da descrita pelo autor. (E) Após a manifestação prévia do requerido e tendo o juiz dúvidas quanto à prática de ato de improbidade administrativa, deverá ele rejeitar a ação, em decisão fundamentada.

(Cartório/ES – 2013 – CESPE) Com relação a aspectos processuais

do mandado de segurança, assinale a opção correta.

(A) O STJ é competente para processar e julgar, originariamente,

mandado de segurança contra ato de outros tribunais.

(B) Para que sejam cabíveis recursos especial e extraordinário

contra acórdão não unânime em mandado de segurança, proferido em única instância pelos tribunais, deve haver prévia interposição de embargos infringentes. (C) A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.

9. Direito Processual Civil

Gabarito “C” (Cartório/ES – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta acerca dos aspectos processuais do mandado de segurança. (A) A pendência de apreciação de recurso administrativo sem

efeito suspensivo represa o prazo decadencial para impetração de mandado de segurança. (B) Cabe recurso ordinário das decisões concessivas em mandado de segurança proferidas em única instancia pelos tribunais. (C) Com exceção de habeas corpus, os processos de mandado de segurança tramitam com prioridade sobre todos os demais atos judiciais, inclusive os feitos eleitorais. (D) A decisão denegatória de mandado de segurança não faz coisa julgada material, pois não impede que o impetrante busque, mediante via apropriada, novamente, a satisfação do direito. (E) No writ coletivo, a liminar só poderá ser concedida apos a audiência da autoridade impetrada, que devera manifestar-se no prazo de setenta e duas horas. A: incorreta, conforme a jurisprudência do STJ (“Consoante entendimento jurisprudencial, o pedido de reconsideração (Súmula 430) e o recurso administrativo destituído de efeito suspensivo não têm o condão de interromper o prazo decadencial do mandado de segurança” (AgRg no MS n. 14.178/DF, DJe 17/4/2009); B: incorreta, pois só cabe recurso ordinária de decisão denegatória de MS (CPC, art. 539); C: correta (L. 12.016/09, art. 20: “Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus”); D: incorreta. . A própria legislação do MS permite o uso da ação ordinária somente se não houver decisão de mérito (L. 12.016/09, art. 19: “A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais”); E: incorreta (L. 12.016/09, art. 22, § 2º “No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas”.) Gabarito “C” (Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Com relação a mandado de segurança, assinale a opção correta. (A) Não acarreta os efeitos da revelia a apresentação de infor-

mações fora do prazo.

(B) Não havendo, no mandado de segurança, citação do

impetrado, mas sua notificação, o impetrante pode aditar a inicial após a prestação de informações. (C) A perempção, ou caducidade da liminar deferida, decorrente da inércia do impetrante quanto a seu cumprimento, depende de requerimento do impetrado. (D) Ato praticado por dirigente de sociedade de economia mista não pode, em nenhuma hipótese, ser enfrentado por mandado de segurança. (E) É cabível o mandado de segurança para impugnar ato de empresa pública estadual praticado por delegação da União, sendo competente para o julgamento, nesse caso, a justiça estadual. A: correta, porque, “segundo assente na jurisprudência desta colenda Corte [STJ], ‘a intempestividade das informações prestadas pela

(Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) Acerca do mandado

de segurança, assinale a opção correta.

(A) O impetrante pode valer-se de todos os meios de prova em

direito admitidos para comprovar suas alegações.

(B) No mandado de segurança, é lícito ao impetrante postular

— e, ao juiz, deferir — providência liminar de natureza assecuratória do objeto pretendido na impetração. (C) O juiz pode deixar de determinar a remessa dos autos ao MP, quando verificar que o tema versado nos autos é objeto de súmula dos tribunais superiores. (D) A decisão do mandado de segurança impede que o impetrante, por ação própria, pleiteie os seus direitos e respectivos efeitos patrimoniais. (E) O pedido de mandado de segurança pode ser renovado, mesmo quando a decisão denegatória lhe apreciar o mérito. A: incorreta, pois não há dilação probatória no MS (somente prova documental, quanto ao direito líquido e certo); B: correta (art. 7º, § 1º, da Lei 12.016/2009); C: incorreta. A participação do MP é cogente – ainda que, por vezes, na prática, o MP diga inexistir interesse público a justificar (como em casos de MS contra multas de trânsito); D: incorreta, porque o MS não é ação de cobrança, mas ação tendente a garantir direito líquido e certo; E: incorreta, porque só será possível a renovação do pedido, quando na decisão denegatória não houver sido apreciado o mérito da impetração. (Magistratura Federal/1ª Região – 2011 – CESPE) Assinale a opção

correta considerando a impetração de mandado de segurança contra ato de autoridade pública federal.

(A) O juiz decretará de ofício a caducidade da medida liminar

quando o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo. (B) Se for interposto agravo de instrumento contra liminar concedida, não poderá a parte se valer do pedido de suspensão de segurança. (C) Ao despachar a inicial, o juiz determinará a notificação do representante judicial para prestar informações. (D) Despachada a inicial, somente poderá haver ingresso de litisconsorte ativo antes da sentença. (E) Desde que dentro do prazo decadencial, não haverá óbice quanto à renovação do pedido de mandado de segurança. A: correta (Lei 12.016/2009, art. 8º); B: incorreta, pois o uso do AI não obsta a utilização da SS, que não é recurso (Lei 12.016/2009, art. 15, § 2º); C: incorreta. A lei determina a notificação da autoridade coatora e a “ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada” (Lei 12.016/2009, art. 7º, II); D: incorreta, pois, a partir do despacho da inicial, descabe o ingresso de qualquer litisconsorte (Lei 12.016/2009, art. 10, § 2º); E: incorreta, pois somente é cabível a renovação “pelas vias ordinárias” (ou seja, via outro procedimento que não o MS, usualmente o comum ordinário), e não nova impetração do MS (Lei 12.016/2009, art. 19). Gabarito “A”

A: incorreta (Súmula 41/STJ: “ O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos Respectivos órgãos.”); B: incorreta, pois não cabe infringentes em MS (L. 12.016/09, art. 25); C: correta (L. 12.016/09, art. 21); D: incorreta, o prazo decadencial só se aplica quando já ocorrida a lesão ao direito (L. 12.016/09, art. 23); E: incorreta (Súmula 177/STJ: “O Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, originariamente, mandado de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de Estado.”).

autoridade apontada coatora no mandado de segurança não induz a revelia, uma vez que ao impetrante cumpre demonstrar, mediante prova pré-constituída dos fatos que embasam a impetração, a ocorrência do direito líquido e certo’” (RMS 26.170/RO, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/12/2008, DJe 15/12/2008); B: incorreta, porque, “em mandado de segurança, após as informações da autoridade tida como coatora, não se admite o aditamento à petição inicial” (RMS 22.801/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2007, DJ 18/05/2007, p. 316); C: incorreta, por o juiz pode agir de ofício, nessa questão (art. 8º da Lei 12.016/09); D: incorreta, porque “é pacifico nesta Corte Superior que os atos praticados por dirigentes e representantes de sociedade de economia mista, no âmbito de concurso público de seleção de pessoal, são considerados atos de autoridade impugnáveis pela via mandamental” (AgRg no AREsp 32.788/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/06/2012, DJe 18/06/2012); E: incorreta, porque embora seja cabível, em tese, a impetração do mandado de segurança, a competência será da justiça federal, porque o ato for praticado por delegação do poder publico federal (nesse sentido, RTFR 104/177).

Gabarito “B”

conta do fato que ensejou temor ao impetrante. (E) Compete ao STJ processar e julgar mandado de segurança contra ato de ministro de estado na qualidade de presidente de órgão colegiado.

Gabarito “A”

(D) Para o writ preventivo, o prazo de 120 dias para impetração

351

352 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) A fluência do prazo decadencial para a propositura de

mandado de segurança tem início com a ciência, pelo interessado, do ato impugnado. No entanto, nas prestações de trato sucessivo, o prazo decadencial para a impetração do writ é renovado mês a mês. (B) É cabível recurso ordinário ao STJ contra acórdão do tribunal que, julgando improcedente apelação, confirma sentença de primeiro grau, denegatória de mandado de segurança. (C) Denegada a segurança, sem que o juiz expressamente casse a liminar que a tenha concedido, havendo recurso voluntário, a liminar prevalece até o trânsito em julgado da decisão final. (D) As informações, por constituírem defesa judicial, devem ser prestadas pela autoridade coatora ou pelo representante legal ou judicial da pessoa jurídica, transferindo-lhe, por encampação, a responsabilidade pelo ato objeto do mandamus. A: correta, art. 23 da Lei 12.016/09; B: incorreta, o recurso ordinário cabe de decisão denegatória de MS ORIGINÁRIO do tribunal (art. 105, II, “b”, da CF) – desse acórdão, seria cabível REsp ou RE; C: incorreta, Súmula 405 do STF: “Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária”; D: incorreta, o MS envolve ato de autoridade coatora. Se o ato é realizado pela autoridade “x”, mas a inicial aponta como impetrado a autoridade “y” (superior hierárquico) a qual, em juízo, defende o ato, tem-se a chamada encampação. Ou seja, o superior hierárquico encampa o ato da autoridade inferior. Gabarito “A”

19. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (Procurador do Estado/PI – 2008 – CESPE) Com relação ao processo e julgamento da ADI, assinale a opção correta. (A) A revogação da lei cuja validade se discute em controle

abstrato de constitucionalidade não impede, para o fim de afastar a aplicação da lei impugnada no período de sua vigência, a declaração da sua inconstitucionalidade. (B) A concessão da medida cautelar em ADI suspende provisoriamente a eficácia, mas não a vigência da lei impugnada. No entanto, se, no julgamento do mérito dessa ação, for reconhecida a inconstitucionalidade da norma impugnada, essa decisão produz efeito retroativo à data de origem da lei, suspendendo a sua vigência. (C) A decisão que declara a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta é irrecorrível, podendo, no entanto, ser objeto de ação rescisória, desde que preenchidos os seus requisitos legais. (D) Somente a parte dispositiva da decisão do STF, proferida no controle abstrato de constitucionalidade, tem efeito vinculante quanto aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (E) Na ADI, a causa de pedir é aberta, e a decisão de mérito proferida nessa ação tem natureza dúplice, ou seja, produz eficácia jurídica, seja quando é dado provimento à ação, seja quando lhe é negado provimento.

20. DEMAIS QUESTÕES DE Legislação Extravagante (Cartório/DF – 2014 – CESPE) No que se refere as ações constitucionais, assinale a opção correta. (A) De acordo com a jurisprudência do STF, a entidade de

classe tem legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança, mesmo que apenas parte da categoria tenha interesse no objeto da demanda. (B) No rito da ACP, se o MP não intervier como parte, atuara facultativamente como fiscal da lei. (C) Segundo entendimento sumulado do STJ, em mandado de segurança, são incabíveis os embargos infringentes, mas os honorários advocatícios serão devidos pela parte sucumbente. (D) As coisas julgadas formadas na ACP e na ação popular tem as mesmas abrangências, com eficácias oponíveis contra todos erga omnes, nos limites da competência territorial dos respectivos órgãos prolatores, exceto nos casos de julgamento de improcedência por insuficiência de provas. (E) Segundo entendimento mais recente do STF, cabe mandado de segurança contra decisões interlocutórias preferidas no âmbito do juizado especial, por inexistir previsão de interposição de agravo de instrumento na Lei n.o 9.099/1995. A: correta (Súmula 630/STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.”); B: incorreta, pois se MP não for autor, será obrigatoriamente fiscal da lei (L. 7.247/85, art. 5º, § 1º); C: incorreta. Descabem ambos (Súmula 169/STJ: “São inadmissíveis embargos infringentes no processo de mandado de segurança.” e Súmula 105/STJ: “Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatícios.” – vale destacar que esses dois temas foram positivados na L. 12.016/09, art. 25); D: incorreta. Somente a coisa julgada na ação civil pública tem a limitação territorial (L. 7.347/85, art. 16); E: incorreta, conforme a jurisprudência do STF (informativo 547/STF: “Não cabe mandado de segurança contra decisão interlocutória proferida em Juizado Especial. Essa foi a orientação firmada pela maioria do Tribunal”, RE - 576847) – mas cabe salientar que o tema é polêmico. Gabarito “A”

(OAB - CESPE – 2008.1) Quanto ao mandado de segurança, assinale a opção correta.

(Cartório/PI – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta no que se refere ao mandado de segurança, à ação popular e à ação civil pública. (A) Em ação popular, caberá ao MP assumir a defesa dos

autores dos atos impugnados.

(B) A inércia da associação autora em promover a execução do

julgado em ação civil pública obrigará o cidadão a requerê-la, se decorrido o prazo de sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória. (C) Reconhecida a continência, as ações civis públicas propostas na justiça estadual e na justiça federal deverão ser reunidas nesta. (D) É admissível a ação de mandado de segurança coletivo para proteger direito líquido e certo, caso haja outra ação específica para impugnar a decisão jurisdicional. (E) O STJ tem competência originária para julgar ação de mandado de segurança contra ato ou decisão do plenário do TCU.

A: incorreta. A revogação do dispositivo após o ajuizamento da ADI prejudica a sua análise, independentemente da verificação dos efeitos concretos que o ato haja produzido (pois se tratar de controle abstrato); B: incorreta (art. 11, § 1º, da Lei 9.868/99); C: incorreta (art. 26 da Lei 9.868/99); D: incorreta (art. 28, parágrafo único, da Lei 9.868/99) ; E: correta (art. 24 da Lei 9.868/99).

A: incorreta, pois isso é expressamente vedado pela lei (L. 4.717/65, art. 6º, § 4º); B: incorreta, porque não há qualquer obrigação de o beneficiário requerer a execução (a previsão é para ajuizamento pelo MP – L. 7.347/85, art. 15); C: correta, pois a competência da JF atrai as causas, especialmente considerando que ente federal não pode ser julgado na Estadual; mas não há a vedação em sentido inverso, no caso de reunião de causas (CF, art. 109, I); D: incorreta, pois descabe MS se há meio específico para impugnar determinada decisão judicial (L. 12.016/09, art. 5º, II); E: incorreta. A competência do STF para processar e julgar, originariamente, o mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União decorre de expressa previsão no art. 102, I, ‘d’, da CF.

Gabarito “E”

Gabarito “C”

9. Direito Processual Civil

Gabarito “E” (Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) Assinale a opção correta acerca dos sistemas não judiciais de composição de litígios. (A) Na arbitragem, as partes podem escolher, livremente, as

regras de direito que serão aplicadas, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. (B) As pessoas maiores de dezoito anos de idade e capazes podem celebrar arbitragem para dirimir conflitos de interesses relativos a direitos patrimoniais, da personalidade, materiais ou imateriais. (C) O árbitro, embora livre para dirimir o conflito no caso concreto, não pode valer-se de regras internacionais de comércio. (D) A negociação direta admite a presença de um terceiro mediador, que, para dirimir o conflito de interesses, busca o entendimento entre as partes. (E) A conciliação consiste em forma de solução de conflitos na qual um terceiro neutro e imparcial auxilia as partes a conversar, refletir, entender o conflito e a buscar, elas próprias, a solução. A: correto (art. 2º, § 1º, da Lei 9.307/1996); B: incorreto (art. 1º da Lei 9.307/1996); C: incorreto (art. 2º, § 2º, da Lei 9.307/1996); D: incorreto. A negociação direta, por imperiosidade até semântica, compreende apenas a participação das partes implicadas no conflito; E: incorreto. A conciliação é uma espécie de mediação voltada para o acordo. Difere, pois, da mediação tradicional, de vez que o conciliador não se cinge a conclamar as partes a buscar, elas mesmas, uma solução para o problema; avessamente, participa ativamente do processo de discussão e desate do impasse, aconselhando os envolvidos, formulando propostas e retificando as que forem feitas, tudo em prol da resolução do conflito. Nesse sentido, eis a doutrina de Carlos Eduardo de Vasconcelos:

(1) Caso determinado desembargador federal conceda tutela

antecipada em agravo de instrumento, poderá a fazenda pública insurgir-se contra a decisão, mediante a interposição de suspensão de segurança dirigida ao presidente do STJ, sendo a matéria infraconstitucional. (2) Se determinado juiz, em ação civil pública, conceder liminar desfavorável à fazenda pública, esta poderá interpor pedido de suspensão de segurança, ainda que esteja pendente de julgamento agravo de instrumento interposto contra a mesma decisão. 1: correta. L. 8.437/92, art. 4º; 2: correta. L. 8.437/92, art. 4º, § 6º. (Procurador do Estado/CE – 2008 – CESPE) Acerca da reclamação perante o STF e o STJ, assinale a opção correta. (A) Cabe embargo infringente contra decisão não unânime

proferida em ação de reclamação. Contra a referida decisão, cabem embargos de declaração quando houver, no acórdão, omissão, obscuridade ou contradição. (B) O procedimento da reclamação prevê a concessão de medida preventiva pelo relator, que, para evitar dano irreparável, determinará a suspensão do processo ou do ato impugnado, podendo, ainda, no uso do poder geral de cautela, ordenar a providência liminar adequada ao caso concreto. (C) A legitimidade ativa para propor reclamação contra ato judicial ou administrativo que atentar contra a competência do STF ou do STJ ou que descumprir o conteúdo dos julgados proferidos por esses tribunais é exclusiva do procurador geral da República. (D) A reclamação para o STF é cabível contra decisão de segundo grau de jurisdição, para assegurar o efeito vinculante das decisões proferidas no recurso extraordinário, não se admitindo o referido incidente na defesa de decisões proferidas em ação declaratória de constitucionalidade nem na ação direta de inconstitucionalidade. (E) Julgada procedente a reclamação, o STF ou o STJ cassará a decisão impugnada para preservar a competência daqueles tribunais ou para garantir a autoridade das suas decisões, mesmo que o ato impugnado já tenha transitado em julgado. A: incorreta. Em reclamação não cabem infringentes (CPC, art. 530); B: incorreta. Há previsão de liminar (L. 8.038/90, art. 14, II); C: incorreta. L. 8.038/90, art. 13; D: incorreta. CF, art. 103-A, § 3º; E: correta (L. 8.038/90, art. 17). (Advogado da União/AGU – CESPE – 2012) A respeito da reclama-

ção constitucional, julgue os itens a seguir.

(1) Por ter natureza jurídica de direito constitucional de petição,

a reclamação não se sujeita à coisa julgada material.

(2) Interposta reclamação em face de ato judicial que tenha

contrariado preceito consagrado em súmula vinculante do STF em matéria constitucional, esse tribunal poderá anular ou reformar a decisão exorbitante.

1: errada. O entendimento doutrinário majoritário é que a reclamação tem natureza de ação; 2: errada. O STF poderá cassar a decisão determinando a prolação de nova – e não reformá-la (L. 11.417/06, art. 7º, § 2º). Gabarito 1E, 2E

A: incorreta, pois a situação importaria em violação do princípio da estabilização subjetiva da demanda (não é possível alterar as partes após a citação – CPC, art. 264); B: incorreta. A Lei de Improbidade (L. 8.429/92) é expressa ao apontar que (i) é ato de improbidade negar publicidade a atos oficiais (art. 11, IV) e (ii) não depende de dano a configuração da improbidade (art. 21, I); C: incorreta, pois não há essa limitação na lei, mas apenas a previsão de anulação de “anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio” (L. 4.717/65, art. 1º); D: incorreta, pois a nulidade em regra depende de comprovação de prejuízo (CPC, art. 249, § 1º); E: correta. Se houver atraso injustificado na execução do contrato, cabe multa, que somente será aplicada após procedimento administrativo (L. 8.666/93, art.86, caput e § 2º). Assim, para impugnar essa situação, em regra há necessidade de dilação probatória, sendo que não se admite isso no âmbito do MS, onde só se discute direito líquido e certo (L. 12.016/09, art. 1º)

(Advogado da União/AGU – CESPE – 2012) Com relação à suspensão de segurança, julgue os itens subsequentes.

Gabarito “E”

mação do litisconsórcio ativo no mandando de segurança, após obtida liminar, em razão da economia processual e harmonização dos julgados. (B) Para a caracterização da conduta de negar publicidade aos atos oficiais como ato de improbidade, deve ser comprovada a ocorrência de dano à administração pública. (C) Embora a lesão ao patrimônio público possa decorrer de ato omissivo, este não enseja o manejo de ação popular, haja vista a natureza da sentença a ser proferida. (D) O prejuízo pela falta de intimação do MP em ACP é presumido, de forma que a declaração de nulidade independe da comprovação do prejuízo. (E) A multa imposta à contratada, por autoridade administrativa, em decorrência de atraso na execução do contrato, não enseja impetração de mandado de segurança.

Gabarito 1C, 2C

(A) De acordo com a atual posição do STJ, é possível a for-

“Portanto, a conciliação é uma atividade mediadora focada no acordo, qual seja, tem por objetivo central a obtenção de um acordo, com a particularidade de que o conciliador exerce uma autoridade hierárquica, toma iniciativas, faz recomendações, advertências e apresenta sugestões, com vistas à conciliação” (VASCONCELOS, Carlos Eduardo. Gestão extrajudicial de conflitos e práticas restaurativas. São Paulo: Método, 2008, p. 39). Gabarito “A”

(Cartório/RR – 2013 – CESPE) A respeito do mandado de segurança, da ACP, da ação popular e da ação de improbidade administrativa, assinale a opção correta consoante a jurisprudência do STJ.

353

354 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(Analista STF – 2013 – CESPE) No que concerne a litisconsórcio

e competência, julgue os itens que se seguem.

(1) Em caso de conflito de competência, a parte que não o

suscitou fica impedida de arguir a exceção declinatória de foro. (2) O juiz poderá limitar o litisconsórcio necessário quando o número de litigantes acarretar o comprometimento da rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. 1: Errado. Apenas a parte que ofertou exceção de incompetência (art. 117, parágrafo único); 2: Errado. Apenas o litisconsórcio facultativo (art. 46, parágrafo único, CPC). Gabarito 1E, 2E (Analista STF – 2013 – CESPE) No que se refere à resposta do réu e aos recursos, julgue os seguintes itens. (1) A exigência de a sentença ser combatida por recurso

específico adequado à impugnação da situação decorre do princípio da taxatividade. (2) O efeito obstativo impede a preclusão e a formação da coisa julgada na pendência de prazo recursal ou de julgamento de recurso interposto. 1: Errado. Decorre do princípio da adequação (também denominado correspondência ou cabimento); 2: Correto. Se aplica a todos os recursos, pois este prolonga a vida útil do processo. Gabarito 1E, 2C (Cartório/RR – 2013 – CESPE) A respeito da liquidação de sentença, do cumprimento de sentença e do processo de execução no âmbito do processo civil, assinale a opção correta. (A) A coisa julgada oriunda da ação coletiva de conhecimento

ajuizada por sindicato de servidores abarca todos os servidores da categoria, tornando-os partes legítimas para propor a execução individual da sentença, desde que comprovada a filiação. (B) O dinheiro é contemplado pela legislação como garantia preferencial no processo de execução, posicionado em primeiro lugar na ordem legal, de forma que não contraria a lei a penhora via BACENJUD, mesmo sem o exaurimento das diligências. (C) A fase de liquidação de sentença ocorre, hoje, em processo já existente e julgado, de forma que não haverá outra sentença a ser proferida; o juiz apenas homologará os cálculos ao final, podendo a parte que se sentir prejudicada interpor agravo de instrumento. (D) Como o cumprimento de sentença que condenou a parte à obrigação de pagar quantia em dinheiro tem o condão de expropriar bens do devedor, caso não seja voluntariamente pago o valor devido, a intimação para que o julgado seja cumprido será na pessoa do devedor. (E) A sentença constitutiva em face da qual seja interposto recurso recebido apenas no efeito devolutivo está sujeita à execução provisória, ficando o exequente responsável, comprovada sua culpa, a reparar os danos que o executado tenha sofrido se a decisão for reformada. A: incorreta, pois a jurisprudência é no sentido de a filiação não ser requisito para a liquidação individual; B: correta. O dinheiro é o primeiro bem na ordem de preferência de bens penhoráveis (CPC, art. 655, I) e não há qualquer previsão legal no sentido de se tentar outros bens antes da penhora online (CPC, art. 655-A). Além disso, à luz da alteração decorrente da L. 11.382/06 (no sentido indicado), deixou o STJ de exigir a busca de outros bens; C: incorreta, pois a liquidação – se for por arbitramento ou artigos – não depende de mera análise de cálculo (CPC, art. 475-C e 475-E). Apesar disso, vale destacar que a decisão da liquidação é interlocutória (CPC, art. 475-H), de modo que de fato não há outra sentença; D: incorreta, pois o entendimento jurisprudencial é de que, havendo advogado constituído, será possível a intimação no próprio advogado (CPC, art. 475-J); E: incorreta, porque a responsabilidade decorrente da execução provisória independente de culpa – qualquer que seja a natureza da sentença exequenda (CPC, art. 475-O, I).

(Magistratura/BA – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta com

referência a assistência judiciária, condenação em honorários de advogado, competência, suspeição e prazos processuais.

(A) A exceção de suspeição do juiz pode ser arguida por quem

não seja parte no processo.

(B) A contagem, em dobro, do prazo para recorrer não persiste

quando apenas um litisconsorte haja sucumbido.

(C) A assistência judiciária gratuita não pode ser concedida a

pessoas jurídicas, e a declaração de necessitado opera efeitos juris et de juri. (D) Os honorários de advogado, nos casos em que for julgado improcedente o pedido, podem ser definidos em salários-mínimos. (E) Declinando o tribunal, ao juiz de primeiro grau, da competência para o julgamento de ação originária, e entendendo o juiz, de modo diverso, que seja competente o próprio tribunal, cabe ao juiz suscitar conflito negativo de competência.

A: incorreta, porque apenas as partes podem opor exceções de impedimento, suspeição ou de incompetência relativa (art. 304 do CPC); B: correta (Súmula n. 641 do STF); C: incorreta (Súmula n. 481 do STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais”); D: incorreta, porque não se admite que os honorários de advogado sejam fixados em salário-mínimo (Súmula n. 201 do STJ); E: incorreta, porque “inexiste conflito de competência entre juiz de primeiro grau de jurisdição e o tribunal ao qual se encontra vinculado, cumprindo ao juiz de primeiro grau, tão somente, acatar a deliberação o órgão ad quem acerca da determinação da competência” (STJ, CC 31.862). Gabarito “B”

21. Temas Combinados

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) A respeito das condições de ação, da competência e dos recursos, assinale a opção correta. (A) Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, servidor

público estadual, inconformado com ato tido por ilegal de secretário de Estado, que, sem justificativa, indeferiu o seu pedido de férias, resolveu impetrar, no tribunal de justiça competente, mandado de segurança contra essa decisão administrativa. Nesse colegiado, houve acórdão acolhendo a preliminar, de forma que a ação mandamental se extinguiu sem resolução de mérito. Inconformado, o impetrante propôs recurso ordinário, oportunidade em que o STJ superou a preliminar e adentrou ao mérito do pedido. Nessa situação hipotética, agiu acertadamente o STJ, com base em previsão do CPC, segundo a qual, nos casos de extinção do processo sem julgamento de mérito, o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar sobre questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (B) Como regra, a legitimação ativa para a ação popular é do cidadão, exigindo a lei específica que o ajuizamento se faça acompanhar, necessariamente, do título de eleitor ou de documento equivalente do autor; a jurisprudência pretoriana, entretanto, já tende a aceitar a proposição do eleitor com menos de dezoito anos de idade, sem assistência ou suprimento judicial, assim como a da pessoa jurídica e a do português equiparado. (C) Haja vista a previsão constitucional da competência dos juizados especiais cíveis para causas de menor complexidade, turma do STF definiu a incompetência desses juizados para causas em que tabagistas habituais proponham ações indenizatórias em face de empresas produtoras de cigarros, pugnando ressarcimento pela utilização do produto por anos, por estarem em jogo valores a gerar complexidade que extravasa a simplicidade buscada na CF. (D) Na atual fase de evolução da lei processual brasileira, nos termos da teoria da asserção, deve-se considerar, na aferição das condições da ação, tanto o que foi alegado pelo autor na inicial quanto o que foi apurado, em concreto, após a instrução da causa. (E) Considere que Paulo, proprietário de um lote na zona rural de Cruzeiro do Sul – AC, tenha proposto ação real reivindicatória em face de Raimundo, sob o argumento de este deter o imóvel de forma injusta, e que Raimundo, citado, tenha

Gabarito “B”

9. Direito Processual Civil

Gabarito “C” (Magistratura/CE – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta acerca da competência, da prescrição, dos títulos executivos, dos recursos e de procedimentos ordinários. (A) No processamento do agravo de instrumento, há situações

em que o relator profere decisão monocraticamente, e não de forma colegiada. Assim, da decisão monocrática do relator que converte o agravo de instrumento em agravo retido, a parte inconformada poderá interpor agravo para a turma. (B) Nos termos do art. 285-A do CPC, havendo precedentes no juízo, e mesmo sem que o réu seja ouvido, é possível o acolhimento do pedido, inaudita altera pars, desde que a questão jurídica apresentada pelo autor seja exclusivamente de direito. (C) Considere que Felício, residente em Rio Branco – AC, firme contrato de adesão com instituição bancária de nível nacional, sendo eleita a cidade de Brasília – DF como foro. Considere, ainda, que, por inadimplência contratual alegada, o banco promova ação contra Felício no foro eleito. Nessa situação hipotética, o juiz, em Brasília, verificando as peculiaridades do contrato de adesão e julgando que o foro eleito irá prejudicar em demasia o réu, poderá, de acordo com a legislação em vigor, decretar de ofício a nulidade da cláusula de eleição de foro e remeter a ação para o foro de residência de Felício. (D) De acordo com o que dispõe o CPC, o juiz só poderá declarar, de ofício, a prescrição se for para beneficiar menor de idade ou incapaz. (E) Para terem eficácia no território brasileiro, os títulos executivos extrajudiciais estrangeiros devem ser homologados, satisfazer os requisitos de formação exigidos pela lei do país onde se constituíram e, ainda, conter a indicação do Brasil como lugar de cumprimento da obrigação.

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) Em cada uma das opções a

seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva acerca da atuação profissional do juiz. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

(A) Juca, credor de Márcio, propôs, contra este, ação de exe-

cução baseada em cheque prescrito. Ao apreciar a inicial, o juiz da causa converteu, de ofício, a pretensão executória em ação monitória. Nessa situação, a manifestação judicial tem natureza de despacho, uma vez que não lesou, em momento algum, qualquer interesse do autor. (B) Arnaldo, professor de uma faculdade estadual de economia, impetrou mandado de segurança contra ato administrativo que lhe negara progressão na carreira, fazendo-o quarenta dias após ter sido oficialmente cientificado. Tendo sido a autoridade coatora indicada erroneamente no processo, o juízo extinguiu o mandamus sem resolução de mérito e a publicação dessa sentença ocorreu sessenta dias após a impetração do mandado. Inconformado com o equívoco de seu advogado, Arnaldo contratou, no dia seguinte, outro causídico, que, trinta dias após a contratação, impetrou novo mandado de segurança, indicando, dessa vez, a correta autoridade coatora. Nessa situação, cabe ao juiz dar prosseguimento ao rito, pois o prazo decadencial da segunda ação mandamental começaria a contar da data de extinção do primeiro mandado de segurança. (C) Gisele, servidora pública estadual, ajuizou ação com o fim de assegurar o gozo de tratamento de saúde que lhe fora administrativamente negado pela fazenda pública, tendo juntado os devidos documentos comprobatórios da referida decisão administrativa. Após a citação, e antes de apresentada qualquer defesa, a própria autora peticionou a extinção do feito, dada retratação, de ofício, da administração pública, que lhe deferiu o afastamento outrora negado; a fazenda pública se limitou a apresentar petição concordando com a desistência. Nessa situação, haja vista a perda superveniente do interesse de agir, caberá ao juiz extinguir o feito sem resolução de mérito e, na sentença, impor condenação à ré sobre honorários advocatícios. (D) A Fox Leasing S.A. ajuizou, contra Lúcio, ação por descumprimento contratual. Dois dias depois de promulgada a sentença de procedência da ação, as partes solicitaram ao juízo a homologação de um acordo que haviam firmado entre si. Nessa situação, deverá o juiz rejeitar a homologação do acordo por já ter prolatado a sentença de mérito. (E) Jonas, credor de um título executivo extrajudicial prescrito, propôs ação de execução em face do devedor. Nesse caso, ao juiz não cabe extinguir, de ofício, o processo, devendo aguardar a arguição da parte, por se tratar de direitos patrimoniais. A: errada, porque se trata de decisão interlocutória, sendo notório o conteúdo decisivo do ato, motivo pelo qual não pode ele ser considerado mero despacho; B: errada, porque o ajuizamento do primeiro mandado de segurança não suspendeu, ou interrompeu o prazo de decadencial de 120 dias; C: correta. Em razão do princípio da causalidade, caberá à autora arcar com os ônus da sucumbência; D: incorreta, porque o acordo pode ser homologado depois de proferida a sentença, desde que não tenha havido trânsito em julgado (JTJ 152/200); E: errada, porque o juiz pronunciará de ofício da prescrição, em qualquer caso (art. 219, § 5º, CPC). Gabarito “C”

A: incorreta, porque embora algumas decisões em sentido contrário já tenham sido proferidas, o fato é que mais recentemente o E. STJ tem afastado a aplicação da teoria da causa madura em recurso ordinário (“...é inaplicável à hipótese dos autos a teoria da ‘causa madura’, prevista no art. 515, § 3º, do CPC, no intuito de possibilitar a apreciação do próprio mérito da causa por esta Corte Superior. Isto porque tal procedimento é vedado em sede de recurso ordinário em mandado de segurança, porquanto importaria supressão de instância, transformando a competência recursal do Superior Tribunal de Justiça em originária, em afronta ao próprio art. 105 da Constituição Federal. Precedentes do Supremo Tribunal Federal: RE 621473/DF, Primeira Turma, rel. Min. Marco Aurélio, DJe 23/03/2011; Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 24.309/DF, Primeira Turma, rel. Ministro Eros Graus, DJe de 15.5.2009 – EDcl no RMS 31.102/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/06/2011); B: incorreta, porque a pessoa jurídica não pode propor ação popular (Súmula 365 do STF). Além disso, o eleitor menor deverá ser assistido; C: correta (“A excludente da competência dos juizados especiais – complexidade da controvérsia – artigo 98 da Constituição Federal – há de ser sopesada em face das causas de pedir constantes da inicial, observando-se, em passo seguinte, a defesa apresentada pela parte acionada. COMPETÊNCIA – AÇÃO INDENIZATÓRIA – FUMO – DEPENDÊNCIA – TRATAMENTO. Ante as balizas objetivas do conflito de interesses, a direcionarem a indagação técnico-pericial, surge complexidade a afastar a competência dos juizados especiais” – RE 537427, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 14/04/2011); D: incorreta, porque pela teoria da asserção, a análise das condições da ação deve ser feita hipoteticamente, com base nas afirmações feitas na inicial. A não comprovação das alegações do autor, acarreta a improcedência do pedido, e não a carência da ação; E: incorreta, porque diante da controvérsia fática, e diante do princípio do direito fundamental à prova, o autor tem o direito de produzir as provas necessárias à demonstração de suas alegações.

A: incorreta, porque não cabe recurso da decisão monocrática sobre o efeito suspensivo em agravo de instrumento, bem como daquela que o converte em agravo retido (art. 527, parágrafo único, CPC); B: incorreta, porque o julgamento liminar da lide só é possível para a hipótese de improcedência total do pedido, e nunca o contrário; C: correta (art. 112, parágrafo único, CPC); D: incorreta (art. 219, § 5º, CPC); E: incorreta, uma vez que a homologação é dispensável (art. 585, § 2º, CPC). Gabarito “C”

apresentado contestação, alegando jamais ter ocupado o imóvel e nem mesmo nunca ter estado na referida zona rural. Considere, ainda, que, tendo o juiz determinado, por cautela, que o oficial de justiça fosse ao local, tenha sido comprovado que o bem se encontrava sem nenhum sinal de ocupação recente ou edificações. Nessa situação hipotética, caberá ao juiz anunciar o julgamento antecipado e prolatar sentença de improcedência da ação.

355

356 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

(A) No âmbito da jurisdição civil, a lei permite que o MP desista

de ação civil pública que tenha proposto, ou mesmo renuncie ao direito de interpor recursos. (B) A fazenda pública dispõe de prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, podendo o Estado estrangeiro que figure como parte beneficiar-se, igualmente, dessa regra processual, em face do princípio constitucional da igualdade entre os Estados. (C) A legislação processual civil prevê, como regra geral, que a procuração para o foro, denominada ad judicia, seja outorgada por instrumento público ou particular; entretanto, caso o outorgante seja pessoa incapaz, a procuração só poderá ser outorgada mediante instrumento público. (D) Considere que João ajuíze, contra José, ação de cobrança por falta de quitação de dívida no prazo de vencimento. Considere também que José tenha uma segunda dívida, com Maria. Nessa situação hipotética, a lei permite que Maria ingresse no feito como assistente simples de José, no interesse de manter o patrimônio do réu sem nenhum desfalque, visando, com o seu auxílio, uma sentença de improcedência na dita ação de cobrança proposta pelo primeiro credor. (E) Suponha que a BS Arrendamento Mercantil mova ação de cobrança contra Paulo e que este, ao se defender, apresente nomeação à autoria, sob o argumento de que, de fato, negociara um veículo com a autora, mas o fizera em nome de seu patrão, que, por utilizar o veículo, se encarregara de quitar as prestações mensais. Nessa situação hipotética, é correta a aceitação da nomeação à autoria, por ter sido formulada por réu que se declara parte ilegítima. A: correta, porque não há nenhuma restrição quanto à prática de tais atos pelo MP; B: incorreta, porque o disposto no art. 188 não se aplica ao Estado estrangeiro (STJ, Ag. 297.723); C: incorreta, porque a procuração será válida, ainda que outorgada por instrumento particular (STF – RE 86.168-SP); D: incorreta, porque o interesse de Maria é meramente patrimonial, sendo que para a assistência simples ser admitida, há de estar presente o interesse jurídico do assistente; E: incorreta, porque não se trata de mero detentor de coisa alheia, e sim do próprio devedor, tendo em vista que foi ele que negociou a compra do veículo.

legitimados para a causa o litisconsórcio é facultativo, porém, unitário (por exemplo, os condôminos para a propositura de ação reivindicatória sobre a coisa comum). (Ministério Público/RN – 2009 – CESPE) Acerca da ação, da legitimidade e do litisconsórcio, assinale a opção correta. (A) Para que um cônjuge proponha ação fundada em contrato

de comodato sobre bem imóvel, é necessário o consentimento do outro, devendo tal permissão ser suprida pelo juiz, sob pena de o processo se tornar inválido. (B) Ao vencedor da demanda judicial pode ser imputada condenação por litigância de má-fé. (C) Para se contestar uma ação, é necessária a existência de interesse e legitimidade. (D) A legitimidade de qualquer condômino para a proposição de ação de cobrança em benefício do condomínio configura hipótese legal de sucessão processual. (E) Tratando-se de litisconsórcio necessário, o juiz pode limitar o número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. A: incorreta, porque comodato é direito pessoal, e a lei só exige o consentimento do cônjuge quando o objeto da demanda for direito real (art. 10 do CPC); B: correta; C: incorreta, porque essas são exigências para a propositura de uma demanda. O réu, ainda que seja parte ilegítima para a causa, tem direito a apresentar contestação; D: incorreta, porque se trata de substituição processual, ou legitimação extraordinária; E: incorreta, porque a limitação do litisconsórcio multitudinário fica restrita aos casos de litisconsórcio facultativo (art. 46 do CPC). Gabarito “B”

assistência, nomeação à autoria, desistência da ação e prazos processuais, assinale a opção correta.

Gabarito “C”

(Magistratura/CE – 2012 – CESPE) Em relação à procuração,

(Ministério Público/RN – 2009 – CESPE) No que se refere a processo de conhecimento, processo de execução, atos e fatos processuais, nulidades processuais e intervenção de terceiros, julgue os itens subsequentes. I.

II.

Gabarito “A”

III.

(Ministério Público/RN – 2009 – CESPE) Com relação a provas,

IV.

I.

II.

III.

IV. V.

Apesar de o Código Civil brasileiro arrolar vários meios de provas, vigora, na lei processual, a regra da atipicidade dos meios de provas. A proibição do insolvente civil de figurar como parte no processo regulado pela Lei n.º 9.099/1995, que dispõe acerca dos juizados especiais cíveis e criminais, configura hipótese de exclusão da capacidade de gozo ou de direito. Impõe-se a nomeação de curador especial tanto aos réus incertos quanto aos réus desconhecidos citados na ação de usucapião. A petição da exceção de incompetência pode ser protocolizada pelo excepto no juízo deprecado. O litisconsórcio unitário nem sempre é necessário.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5.

I: correta (art. 332 do CPC); II: incorreta, porque o insolvente civil, embora não possa ser parte do processo do JEC, ainda conserva, para todos os efeitos, a capacidade de gozo ou de direito, expressões essas que são sinônimas à personalidade jurídica; III: incorreta, porque não há nomeação de curador especial em favor deles; IV: correta (art. 305, parágrafo único, do CPC); V: correta, porque no caso de vários

V.

Estão certos apenas os itens (A) I e II. (B) I e V. (C) II e III. (D) III e IV. (E) IV e V.

I: certa (art. 77 do CPC); II: errada, por se trata de preclusão temporal; III: errada, porque mesmo diante de nulidades absolutas, haverá necessidade de pronunciamento judicial; IV: errada, porque se trata de fato (e não de ato) processual; V: certa (art. 587 do CPC). Gabarito “B”

capacidade, procedimentos especiais, litisconsórcio e juizado especial civil, julgue os itens subsequentes.

O chamamento ao processo caracteriza-se como a medida por meio da qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os demais coobrigados pela dívida. Observa-se a incidência da preclusão consumativa quando, esgotado o prazo recursal, a parte sucumbente não interpõe o recurso processual cabível. As nulidades processuais absolutas independem de declaração judicial a respeito de sua existência e efeitos. O decurso do tempo caracteriza-se como espécie de ato processual. É provisória a execução lastreada no título executivo extrajudicial enquanto pendente de julgamento a apelação da sentença de improcedência dos embargos à execução, quando recebidos com efeito suspensivo.

(Ministério Público/RN – 2009 – CESPE) Com relação à capacidade

processual, aos recursos e à ação, julgue os seguintes itens.

I.

Constitui hipótese de incapacidade processual relativa a proibição do indigno de participar da sucessão do autor da herança. II. No âmbito do STJ, conta-se em dobro o prazo para interposição, pelo MP, do agravo regimental. III. É cabível a propositura de reconvenção em ação declaratória cujo objetivo seja pleitear outra espécie de tutela jurisdicional.

9. Direito Processual Civil

Estão certos apenas os itens (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) I, IV e V. (D) II, III e V. (E) III, IV e V.

I: errada, porque a indignidade opera no plano do direito material, porque representa uma pena civil consistente na perda do direito hereditário pelo indigno, o que não se relaciona com qualquer hipótese de incapacidade processual; II: certa (Súmula n. 116 do STJ); III: certa (Súmula n. 258 do STF); IV: errada, porque a contestação não se relaciona com o princípio da demanda; V: correta, em particular quando o réu ofereceu reconvenção, quando formulou pedido contraposto. Gabarito “D” (Ministério Público/RR – 2012 – CESPE) No tocante à interpretação

do STJ a respeito do processo civil, assinale a opção correta.

(A) A lei que rege a interposição de recurso é a vigente à época

da sessão de julgamento na qual tenha sido anunciado o resultado da decisão. (B) A inclusão de juros remuneratórios e moratórios capitalizados nos cálculos de liquidação, sem a devida previsão no título executivo, não implica violação da coisa julgada, sendo considerada mero erro de cálculo. (C) Não é possível a extinção de execução ajuizada por exequente pertencente à estrutura do Estado caso seja irrisório o valor em vista do interesse público. (D) Compete à justiça estadual conhecer execução ajuizada pelo MPE em conjunto com o MPT contra um município, por meio da qual se busque dar efetividade a termo de ajustamento de conduta cujo objeto seja o cumprimento de obrigações inerentes às relações de trabalho. (E) A isenção de custas e emolumentos deferida a crianças e adolescentes que estejam na condição de autores ou réus perante os juizados da infância e da juventude não são extensíveis aos demais sujeitos processuais que eventualmente figurarem no feito. A: incorreta, porque, “o recurso rege-se pela lei do tempo em que proferida a decisão” (STJ-RF 385/263); B: incorreta, porque, nos termos da Súmula n. 254 do STF, “incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação”; C: incorreta, porque é possível a extinção por esse motivo, desde que haja manifestação do órgão exequente; D: incorreta, porque a competência, nesse caso, é da Justiça do Trabalho (STJ, CC 120.175/ RJ); E: correta, uma vez que , “certo é que a jurisprudência desta Corte Superior assentou o entendimento de que a isenção de custas e emolumentos prevista na Lei 8.069/1990 é deferida tão somente às crianças e aos adolescentes quando autoras e réus nas ações movidas perante a Justiça da Infância e Juventude, não alcançando outras pessoas que eventualmente possam participar dessas demandas” (STJ, AgRg no REsp 996558/RJ). Gabarito “E” (Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) No que concerne aos

princípios processuais, aos poderes instrutórios do juiz, aos direitos fundamentais processuais, à atuação do MP no processo civil, aos requisitos e vícios da sentença, aos recursos em espécie, ao ônus da prova e ao processo de execução, aos sujeitos da relação processual e à ação rescisória, assinale a opção correta.

(A) Na fase instrutória, o juiz pode excepcionar o princípio dis-

positivo quando tratar de causa que tenha por objeto direito indisponível ou na qual haja significativa desproporção econômica ou sociocultural entre as partes. (B) A sentença que apenas transcreve, em sua fundamentação, trecho do parecer do MP como fiscal da lei ofende os princípios da ampla defesa e da motivação das decisões judiciais.

(C) Conforme exigência do CPC, a parte deve juntar, em primeiro

grau, a relação dos documentos que instruíram o recurso de agravo de instrumento. Assim, é imprescindível também, sob pena de não conhecimento, a juntada de cópias de todas as peças e documentos que acompanharam o recurso. (D) O ônus de provar a penhorabilidade, decorrente da natureza não salarial, dos depósitos em conta-corrente do executado é do autor da execução. (E) Para propor ação rescisória, o advogado pode se valer da procuração que lhe foi outorgada para propor a ação original do feito em que foi sucumbente. A: correta, com a ressalva de que não só nesses casos o juiz pode determinar de ofício a produção de provas (art. 130 do CPC); B: incorreta, pois não é verdade o dito na alternativa; C: incorreta, porque o agravo, acompanhado dos documentos, deve ser interposto diretamente no tribunal; D: incorreta, porque será do executado o ônus de provar a natureza salarial dos valores depositados, e sua consequente impenhorabilidade; E: incorreta, pois é necessária uma nova procuração. (Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Com relação ao processo

cautelar, ao processo de execução e aos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, assinale a opção correta.

(A) Como a execução provisória realiza-se, no que couber, do

mesmo modo que a definitiva, é aplicável ao devedor, em seu bojo, a multa prevista no CPC, de 10% sobre o valor da condenação para a hipótese de atraso no pagamento. (B) A ausência de ajuizamento da ação principal no prazo legal de trinta dias implica, necessariamente, a extinção do processo cautelar. (C) É incompatível com o procedimento especial da ação monitória o oferecimento, pelo réu, de reconvenção concomitante aos embargos. (D) A propositura da ação de usucapião pelo cônjuge masculino depende do consentimento do cônjuge feminino, sob pena de nulidade do processo. (E) Sob o argumento de aplicação da fungibilidade, não pode o juiz modificar a medida cautelar postulada pela parte autora ou eleger a medida que julgar adequada diante do caso concreto, sob pena de violação do princípio da inércia. A: incorreta, porque não incide a multa de 10% nas execuções provisórias; B: incorreta, porque a consequência da não observância do prazo é a perda da eficácia da medida cautelar, mas não necessariamente a extinção do processo cautelar; C: incorreta (Súmula 292 do STJ); D: correta, desde que se trate de bem imóvel; E: incorreta (art. 798 do CPC). Gabarito “D”

cípio da demanda em relação à contestação da parte ré. V. A parte ré detém legitimidade para requerer a antecipação de tutela de mérito.

Gabarito “A”

IV. Na ação de cobrança de dívidas, sempre se aplica o prin-

357

(Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) Assinale a opção correta em relação aos recursos cíveis e ao procedimento do mandado de segurança individual e coletivo. (A) A remessa necessária prevista no CPC tem natureza jurídica

recursal, a ela se aplicando os princípios da teoria geral dos recursos cíveis. (B) É inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação. (C) A fundamentação levantada pela parte para a demonstração da repercussão geral da questão constitucional debatida no recurso extraordinário vincula o STF, não podendo esse tribunal admiti-lo por fundamento diverso. (D) A gravidade do ato coator pode determinar o cabimento de mandado de segurança contra ato judicial, mesmo que seu conteúdo não seja teratológico. (E) O pedido de segurança não pode ser renovado, mesmo que dentro do prazo decadencial de cento e vinte dias e nos casos em que a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

358 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira A: incorreta, porque a natureza da remessa necessária é de condição de eficácia da sentença, e não recursal; B: correta (Súmula 418 do STJ); C: incorreta (art. 543-A do CPC); D: incorreta, porque o que autoriza o uso do mandado de segurança contra ato judicial é, além da ilegalidade, o fato de não haver recurso previsto para a sua impugnação; E: incorreta(art. 6º, § 6º, da Lei 12.016/2009).

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) A DP, muitas vezes, atua em

Gabarito “B”

petições iniciais de mandado de segurança e ação popular, sob pena de inépcia. (B) Se intervier na causa, ainda que na condição de fiscal da lei e não em nome próprio, o MP poderá juntar documentos e certidões, produzir prova em audiência e requerer medidas ou diligências, inclusive perícias, necessárias ao descobrimento da verdade. (C) Em causa que verse sobre interesses exclusivamente patrimoniais em favor de menor relativamente incapaz, com idade entre dezesseis e dezoito anos, sendo o menor assistido por genitor e não havendo entre eles conflito de interesses, não há necessidade de o DP requerer a intimação do MP. (D) Havendo obrigatoriedade legal de intervenção do MP, a parte deve intimá-lo, sob pena de nulidade do processo, que poderá ser arguida em qualquer instância, não sendo admissível convalidação mediante aplicação do princípio pas de nullité sans grief. (E) Para a validade dos processos em que seja obrigatória a intervenção do MP, não basta a intimação deste; a intervenção deve ser eficaz, sendo causa de nulidade a omissão ou displicência do representante do em detrimento da parte tutelada.

(Ministério Público/RO – 2010 – CESPE) A respeito da assistência

judiciária, do procedimento comum sumário, da execução da prestação alimentícia, do pedido, da coisa julgada, do princípio da publicidade e da comunicação dos atos processuais, assinale a opção correta.

(A) Imposta multa à parte como forma de forçar o cumprimento

de medida liminar, é desnecessário que conste do mandado de intimação o prazo assinalado para o atendimento da ordem, já que os autos do processo são públicos e estão à disposição dos advogados para carga. (B) Para que sejam deferidos à pessoa jurídica os benefícios da assistência judiciária gratuita, basta que a interessada declare não ter condições de arcar com as despesas inerentes ao exercício da jurisdição. (C) É desnecessária a presença do advogado na audiência de conciliação do procedimento sumário, podendo a parte ré, nessa ocasião, ofertar a contestação elaborada e assinada pelo seu defensor. (D) É cabível a prisão civil por inadimplemento de pensão alimentícia estabelecida por acordo extrajudicial entre as partes. (E) Com o trânsito em julgado de decisão omissa em relação à fixação dos honorários sucumbenciais, pode o advogado da parte vencedora valer-se ainda de ação própria para pleiteá-los. A: incorreta, porque a parte tem o direito a ser pessoalmente informada do prazo para o cumprimento da ordem; B: incorreta, porque no que toca às pessoas jurídicas, é exigida a prova de tal alegação; C: incorreta, porque não se dispensa a presença do advogado para a apresentação da contestação em audiência no rito sumário; D: correta, desde que se trate de verba fundada no direito de família; E: incorreta (“o trânsito em julgado da decisão omissa quanto à questão dos honorários advocatícios impede que estes venham a ser estabelecidos pelo juízo da execução” – REsp 886178/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Corte Especial, julgado em 2.12.2009, DJe 25.2.2010). Gabarito “D” (Ministério Público/SE – 2010 – CESPE) Em atenção à disciplina

jurídica da lei processual no tempo, do regime de cumprimento da sentença e da execução de títulos extrajudiciais, assinale a opção correta.

(A) A multa de 10% sobre o montante da condenação, prevista

no art. 475-J do CPC, aplica-se também às sentenças condenatórias transitadas em julgado antes da sua vigência, pois as leis processuais têm aplicação imediata. (B) A superveniência de sentença fixando alimentos definitivos em montante inferior ao dos provisórios não prejudica o direito à execução destes, tal como anteriormente arbitrados. (C) O fato de se ter alterado a natureza da execução de sentença, que deixou de ser tratada como processo autônomo e passou a ser mera fase complementar do mesmo processo em que o provimento é assegurado, importou em que não são devidos honorários advocatícios na fase de cumprimento da sentença. (D) O novel art. 655, I, do CPC, com a redação dada pela Lei n.º 11.382/2006, exige que o credor comprove haver procurado outros bens penhoráveis para, só então, requerer a penhora de depósito ou aplicação em instituição financeira. (E) Na execução de título extrajudicial, a concessão, pelo juiz, de efeito suspensivo aos embargos do executado impede a efetivação dos atos de penhora e de avaliação dos bens. A: incorreta (STJ, REsp 1.019.057, dentre outros); B: correta, porque a sentença tem eficácia “ex nunc” nesse caso; C: incorreta, porque os honorários são devidos na fase de cumprimento da sentença; D: incorreta, porque tal exigência não consta da lei; E: incorreta (art. 739-A, § 6º, do CPC).

causas em que é obrigatória a participação do MP, devendo o DP requerer a intimação do MP sempre que a lei o exigir, a fim de evitar desgastantes debates sobre nulidades processuais. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.

(A) É imprescindível que a parte requeira a intimação do MP nas

A: incorreto. Ainda que o autor não requeira, prima facie, a intimação do MP, o juízo deverá facultar-lhe a emenda da inicial, visto que a parte goza de direito subjetivo à correção de meras irregularidades. Nesse sentido, desponta a jurisprudência do STJ: “Processo civil. Citação e contestação da empresa ré. Sentença, extinguindo o processo sem julgamento do mérito, por inépcia da inicial. Apelação provida, determinando a emenda da inicial, mesmo que apresentada a contestação. Possibilidade. Direito subjetivo do autor. Art. 284 do CPC. Observância aos princípios da economia, efetividade e instrumentalidade do processo. Precedentes do STJ. Recurso especial conhecido, mas improvido. 1 – Inviável a extinção do processo sem julgamento do mérito por inépcia da exordial, sem dar oportunidade à parte para proceder à sua emenda, por se tratar de direito subjetivo do autor. Art. 284 do CPC. 2 – Incompatível com a interpretação sistemática e teleológica do sistema processual civil brasileiro o procedimento adotado pelo MM. Juiz monocrático que, sem realizar o exame prévio da exordial quando da propositura da ação, deu prosseguimento ao feito, para então, após a contestação da recorrente, decidir pela extinção do processo sem julgamento do mérito pela inépcia da petição inicial. 3 – Em observância aos princípios da economia, da efetividade e da instrumentalidade do processo, esta Corte vem admitindo a emenda da petição inicial considerada inepta, ainda que contestada a ação. Precedentes: REsp 239.561/RS, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 15.05.2006; REsp 837.449/MG, rel. Min. Denise Arruda, DJ 31.08.2006; REsp 480.614/ RJ, rel. Min. José Delgado, DJ 09.02.2004; REsp 101.013/CE, DJ 18.08.2003; e REsp 390.815/SC, rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 29.04.2002. 4 – Recurso conhecido, mas improvido.” (REsp 674215/ RJ, rel. Min. Jorge Scartezzini, 4ª T., j. 19.10.2006, DJ 20.11.2006, p. 314); B: correto. Como fiscal da lei, o Parquet intervém necessariamente no bojo de uma lide pendente, ou seja, no seio de um conflito instaurado entre outros litigantes. De qualquer sorte, uma vez que não defende o interesse de nenhuma das partes envolvidas na conflito, oficia na condição de interveniente especial. Sua missão institucional, nesses casos, é tão somente a de fazer valer o interesse público por meio da correta aplicação da norma jurídica ao caso concreto. Corroborando o que ora se aduz, confira-se a boa doutrina de Cândido Rangel Dinamarco: “Nos processos em que o Ministério Público ingressa como puro fiscal da lei, ele é um interveniente – lembrando que toda intervenção se caracteriza como ingresso em processo pendente entre outros sujeitos (supra, n. 585). Mas nesses casos ele é um interveniente especial, que não se enquadra em qualquer das figuras interventivas ordinariamente indicadas pela doutrina e configuradas pela lei (supra, n. 588) – uma vez que nada pede para si nem para sua Instituição ou para outros sujeitos ou grupos, nem acrescenta pedido algum em prol

Gabarito “B”

9. Direito Processual Civil

pode render ensejo à decretação da nulidade processual é a ausência de intimação do Órgão Ministerial (desde que, como já antes ponderado, revele-se inequívoco o prejuízo às partes ou à apuração da verdade material), e não a inexistência de sua manifestação, quando regularmente intimado. Nesse sentido: “Processual civil. Recurso especial. Banco em liquidação extrajudicial. Participação do Ministério Público. [...] Não se decreta nulidade sem demonstração concreta do prejuízo; ademais, é a falta de intimação do MP que enseja nulidade do processo e não a ausência de sua manifestação quando lhe foi aberta vista dos autos.” (REsp 1.035.809/RJ, rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª T., j. 04.09.2008, DJe 16.09.2008) Gabarito “B”

de quem quer que seja, nem atua com o objetivo de ajudar algum dos litigantes” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. Vol. II. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 432) [grifos nossos]. O Ministério Público é parte processual mesmo quando intervém como fiscal da lei, daí por que lhe são conferidas as mesmas prerrogativas inerentes às partes, tal qual o direito de produzir prova documental, pericial, testemunhal, enfim, tudo em busca do descobrimento da verdade (art. 83, II, do CPC); C: incorreto. Segundo a dicção do art. 82, I, do CPC, a intervenção do Parquet se revela obrigatória quando houver interesse de incapazes, fazendo-se necessária a sua intimação, sob pena de nulidade (arts. 84 e 246 do CPC), a qual deverá ser reconhecida acaso sobrevenha prejuízo ao incapaz. Nessa direção, note-se a lição de Costa Machado: “Há interesses de incapazes toda vez que um incapaz (absoluta ou relativamente), pouco importa for sujeito ativo, passivo, interveniente em qualquer tipo de processo ou procedimento. [...] A falta de intervenção torna nulo o processo, mas a nulidade só será reconhecida se o tribunal entender que houve efetivo prejuízo para o incapaz [...] Por esses motivos intervém o MP em favor dos incapazes: para reequilibrar o contraditório, vale dizer, para tornar realidade concreta a oportunidade de contradição; para fazer valer a igualdade das partes, suprindo de forças o polo da relação processual em que se encontre o incapaz.” (MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. Código de processo civil interpretado e anotado. 4. ed. Barueri: Manole, 2012, p. 368). A jurisprudência da Corte Superior tem igualmente perfilhado tal posicionamento: “Administrativo e processual civil. Desapropriação por interesse social. Intervenção do ministério público (Art. 18, § 2º, da LC nº 76/93). Supressão. apuração do preço do imóvel expropriado (art. 12, § 2º, Da medida provisória nº 1.577/97, Que alterou a redação da Lei nº 8.629/93). Ausência de prequestionamento. 1. Dispõe o art. 18, § 2º, da LC nº 76/93, ser obrigatória a intervenção do Ministério Público nas desapropriações diretas. 2. Inaplicabilidade da aludida norma, tendo em vista que: a) os autos foram conclusos para sentença em 10 de abril de 1992, época em que ainda não vigia a referida Lei Complementar (não obstante a sentença ter sido prolatada somente em 14 de março de 1995); b) mesmo já vigorando a aludida LC, nas suas razões de recurso apelativo, o INCRA sequer apontou a nulidade que agora pretende ante a falta de intervenção do MP; e c) ao chegarem os autos no Egrégio Tribunal a quo, foram eles ao Ministério Público Federal para oferecimento de Parecer. Sanada, dessa forma, a falta de participação do MP, visto que apresentou seu pronunciamento, tendo, inclusive, adentrado no mérito da demanda. 3. O Superior Tribunal de Justiça, em homenagem ao princípio da economia e celeridade processual, vem decidindo que a não intervenção do MP no primeiro grau, por força de lei, tem-se por suprida com a sua integração à lide no segundo grau, desde que não ocasione às partes prejuízo, o que, no caso dos autos, inexistiu. (REsp 289231/SC, rel. Min. José Delgado, 1ª T., j. 13.02.2001, DJ 26.03.2001, p. 390) D: incorreto. É de rigor ressaltar que a jurisprudência do STJ tem se posicionado no sentido de que a ausência de intimação do Parquet não conduz, de per si, à nulidade do processo, a considerar que se trata de nulidade relativa, a qual, como cediço, não deverá ser pronunciada, salvo quando sobrevier prejuízo para as partes ou para o deslinde da controvérsia posta em juízo, por influxo da máxima pas de nullité sans grief. Ao abono de tal entendimento, confiram-se os seguintes julgados do STJ: “Processual civil e econômico. Recurso especial. Alínea a do permissivo constitucional. Ausência de indicação do dispositivo considerado violado. Fundamentação deficiente. Aplicação analógica da Súmula n. 284 do STF. Intervenção do Ministério. Nulidade relativa. comprovação de prejuízo. necessidade. [...] 5. Em segundo lugar, é pacífico nesta Corte Superior entendimento segundo o qual a ausência de intimação do Ministério Público em ação civil pública para funcionar como fiscal da lei não dá ensejo, por si só, a nulidade processual, salvo comprovado prejuízo. Precedentes. [...]” (REsp 1207855/SE, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 06.09.2011, DJe 14.09.2011); “Administrativo – Improbidade Administrativa – Ministério Público Como autor da ação – Desnecessidade de intervenção do Parquet como custos legis – Ausência de prejuízo – Não ocorrência de nulidade [...] 2. Ademais, a ausência de intimação do Ministério Público, por si só, não enseja a decretação de nulidade do julgado, a não ser que se demonstre o efetivo prejuízo para as partes ou para a apuração da verdade substancial da controvérsia jurídica, à luz do princípio pas de nullités sans grief. [...]” (REsp 1183504/DF, rel. Min. Humberto Martins, 2ª T., j. 18.05.2010, DJe 17.06.2010) E: incorreto. Em verdade, o que

359

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Um município, por intermédio de seu órgão de fiscalização de obras, ajuizou ação demolitória contra uma construtora que ludibriara a fiscalização para erigir prédio em desacordo com o projeto para o qual obtivera aprovação do poder público. Finalizada a obra, verificou-se que o edifício se caracterizava como prédio residencial formado de quitinetes, embora o projeto aprovado e a área ocupada se referissem a hotel. Citada, a construtora contestou e reconveio. Na contestação, alegou que a destinação da área estava prestes a ser alterada por uma lei que passaria a admitir, no local, prédios de quitinetes. Na reconvenção, alegou litisconsórcio necessário com todos os locatários que ocupavam o prédio, sendo imprescindível a citação de todos para a validade do processo. Argumentou, ainda, que os locatários seriam atingidos pela sentença e que a construtora não poderia ser obrigada a demolir o edifício, ocupado por terceiros. Sobreveio acórdão que confirmou a sentença, julgando procedente a ação demolitória e improcedente a reconvenção. Foi interposto recurso especial, pendente de juízo de admissibilidade.

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Terceiros prejudicados podem ajuizar demanda própria para

defesa de seus direitos eventualmente atingidos pelo ato judicial produzido em demanda, ainda que já tenha sido produzida a coisa julgada. (B) Para defenderem eventual direito que julguem ter, os locatários devem adotar as medidas cabíveis antes que o referido acórdão transite em julgado, pois, uma vez formada a coisa julgada, seu conteúdo passa a ser imutável, nos termos do CPC, tornando-se-lhes impossível afastar sua aplicação. (C) Nesse caso, é imprescindível a inclusão dos locatários na lide, pois, de acordo com o CPC, a sentença faz coisa julgada apenas às partes envolvidas, não podendo beneficiar nem prejudicar terceiros. (D) A necessidade de citação dos locatários para a eficácia da sentença decorre do disposto no CPC acerca das condições para o litisconsórcio necessário, entre as quais se inclui o fato de o juiz ter de decidir a lide de maneira uniforme para todas as partes, tal como no caso apresentado, em que a demolição do prédio pela construtora é indissociável da desocupação deste pelos locatários. (E) A coisa julgada, assim considerada a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença, conforme disposto no CPC, inibe que o julgado produza efeitos naturais de amplitude subjetiva mais alargada. A: correto. A doutrina se divide entre o cabimento dos embargos de terceiro e/ou de ação rescisória. Segundo a primeira corrente, a ordem de demolição do encimado prédio pressupõe que os ocupantes do imóvel sejam previamente despojados da posse da coisa, fato que consubstancia inequívoco esbulho judicial. Sendo assim, os locatários podem embargar de terceiro, mesmo após o trânsito em julgado da sentença proferida, eis que não integraram a lide originária. Por conta de seus limites subjetivos, a coisa julgada tem aplicação restrita às partes entre as quais a decisão foi prolatada (arts. 472 e 1.046, caput, do CPC). Nesse sentido: “Ação rescisória. Execução. Embargos de terceiro. Nova lide. Limites da coisa julgada. Inexistência de ofensa. A oposição de embargos de terceiro faz surgir uma nova lide, subjacente à principal, vale dizer, instaura-se uma ação de conhecimento incidental à de execução. A sentença faz coisa julgada entre as partes a qual é dada, não beneficiando nem prejudicando terceiros (art. 472, CPC).

360 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira da sentença, identificando-os com os legitimados para intervir como assistentes simples. ‘Se os terceiros desta categoria não forem intimados regularmente da existência do litígio, ou não ingressarem nela espontaneamente, a sentença não lhes poderá ser oposta, podendo eles valerem-se contra a mesma da ação de embargos de terceiro (art. 1.046 do CPC), ou promover ação rescisória’. (BAPTISTA DA SILVA, Ovídio apud DIAS, Maria Berenice. O terceiro no processo. Rio de Janeiro: Aide, 1993, p. 142). B: incorreto, consoante apontado na alternativa anterior; C, D e E: incorretos. A assertiva traz em seu bojo hipótese em que os locatários não possuem relação jurídica de direito material com o adversário da construtora locadora, isto é, com o Município autor da ação demolitória. Em verdade, o liame jurídico – contrato de locação – encontra-se estabelecido entre aqueles que detêm a posse do imóvel e a empreiteira que lhes locou cada unidade, de forma tal que o sucesso daquela municipalidade em ação demolitória acarreta prejuízos reflexos à esfera jurídica dos locatários. Do contrário, estes seriam parte e não terceiros, porquanto o direito discutido também seria seu. Logo, se não são partes, não há cogitar-se de litisconsórcio passivo necessário ou mesmo facultativo, porquanto não são titulares do direito material debatido; de qualquer sorte, os ocupantes do imóvel poderiam intervir em tal processo como assistentes simples da construtora, ou, ainda, interpor recurso de terceiro prejudicado. Podem, igualmente, optar pelo aforamento dos embargos de terceiro ou de ação rescisória, se não quiserem intervir diretamente na ação demolitória. Doutro giro, o próprio enunciado da questão reproduz os efeitos naturais da sentença sobre aqueles que, conquanto não hajam integrado a lide – in casu, os locatários – são obliquamente atingidos pela eficácia da decisão proferida entre o Município e a construtora, visto que a perpetuação da locação avençada encontra-se subordinada à improcedência da ação demolitória. Nesse sentido, observe-se o ensinamento de Marcus Vinícius Rios Gonçalves: “[…] é preciso que ele seja atingido pelos efeitos da sentença. Naturalmente, só as partes o serão diretamente pela coisa julgada. Mas as relações jurídicas não são isoladas. Ao contrário, elas se ligam umas às outras e, em muitos casos, entretecem verdadeiras teias, sendo difícil mexer em uma sem que outra sofra as consequências reflexas. Há relações jurídicas que são dependentes e subordinadas a outras, e não há como atingir uma sem afetar a outra. O assistente simples não é, nem se alega, titular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo. Se o fosse, não seria terceiro, mas parte. No entanto, ele é titular de relação jurídica que mantém estreita ligação com a que está sub judice, de forma a não ser possível atingir esta sem afetar aquela. (GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. Vol 1. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 169-170). Gabarito “A”

Logo, o terceiro pode sujeitar-se aos efeitos da sentença, porém não à coisa julgada. Com esse entendimento, o acórdão do STJ que acolhe pretensão deduzida em embargos de terceiros não fere a coisa julgada, porquanto proferido em lide diversa da inicialmente instaurada no processo executivo. Pedido improcedente.” (STJ, AR 1.199/SP, rel. Min. Cesar Asfor Rocha, 2ª Seção, j. 28.02.2007, DJ 31.05.2007, p. 317). Ainda na mesma direção: “Processual civil. Coisa julgada. Limites subjetivos. Nada importa que a sentença proferida nos embargos do devedor tenha recusado ao varão, por ser solteiro, o reconhecimento da impenhorabilidade do imóvel que lhe servia de residência; a companheira pode, sem ofensa à coisa julgada, que tem limites subjetivos, ajuizar embargos de terceiro para proteger o bem de família. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 196.415/RN, rel. Min. Ari Pargendler, 3ª, j. 13.09.2005, DJ 17.10.2005, p. 289). Mutatis mutandis, a considerar que a ação demolitória tem natureza executiva lato sensu – tal qual as possessórias – traz-se à baila a lição de Humberto Theodoro Júnior: “Quando for o caso de procedimentos mistos, como os interditos possessórios e a ação de despejo, em que a cognição e a execução se mesclam numa única relação processual, o trânsito em julgado da sentença nem sempre será o marco final da utilização dos embargos de terceiro. É que, se não houver medida liminar, a ação não se encerra enquanto não for expedido e cumprido o mandado cuja expedição determinou a sentença. Aí, cumprido esse mandado, contar-se-ão os cinco dias referidos no art. 1.048 para as execuções forçadas. Se, porém, houve a liminar e a sentença final se limitou a tornar definitiva a reintegração ou manutenção promovida initio litis, o prazo útil do manejo dos embargos se extinguirá com o trânsito em julgado, porque aí a relação processual se exaurirá em tal momento” (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 44. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 293). Já para uma segunda corrente, afigura-se adequada somente a rescisória com lastro no art. 487, II, do CPC, porquanto os terceiros que poderiam ter intervindo na lide originária como assistentes, malgrado sejam atingidos reflexamente pela eficácia natural da decisão proferida, não possuem legitimidade ativa para questionar diretamente a relação jurídica primitiva, eis que, como já alinhavado, não são titulares do direito material discutido. Ratificando o que ora se aduz: “Por fim, há casos em que o terceiro, embora atingido pelos efeitos da sentença, não detém legitimidade para diretamente discutir em juízo, em nome próprio, aquele mesmo objeto processual já decidido. Nesse caso, ele está impedido de propor nova ação sobre a mesma causa não por força da coisa julgada, mas por ilegitimidade ativa. Isso ocorre em hipóteses em que esse terceiro é titular de uma relação jurídica dependente da relação jurídica principal que é objeto do processo (‘relação jurídica principal’). A relação dependente será afetada pelo que for decidido para a relação principal, mas o terceiro não está legitimado para direta e autonomamente discutir em juízo essa relação principal. Por exemplo, a sublocação será atingida pela sentença que extinga a locação (Lei 8.245/1991, art. 15), sem que o sublocatário detenha legitimidade para autonomamente propor ação em face do locador defendendo a subsistência deste contrato. [...] Depois disso [o autor se refere ao trânsito em julgado da sentença proferida na lide principal], em princípio, restará apenas o caminho dos meios de rescisão que o ordenamento admita. Em tais hipóteses, revela-se crucial a legitimidade ativa para a rescisória ex vi do inciso II do art. 487. (TALAMINI, Eduardo. Partes, terceiros e coisa julgada: os limites subjetivos da coisa julgada. in DIDIER JR., Fredie; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (orgs.). Aspectos polêmicos e atuais sobre os terceiros no processo civil (e assuntos afins). São Paulo: Ed. RT, 2004, p. 231-232). O renomado autor colaciona, ainda, o seguinte precedente do STJ: “Processo civil. Recurso especial. Prequestionamento. Imprescindibilidade. Matéria probatória. Inviabilidade. Rescisória. Terceiro. Pressuposto do interesse jurídico. Recurso desacolhido. I – Para o conhecimento do recurso especial impõe-se o prequestionamento. II – A via do recurso especial não autoriza o exame de matéria de prova. III – Segundo escorreita doutrina, ‘tem interesse para a ação rescisória ou o terceiro que, por extensão, sofreu a imutabilidade da coisa julgada, como, por exemplo, o substituído, nos casos de substituição processual, ou aqueles que, em virtude da natureza do inter-relacionamento entre as relações jurídicas (a decidida pela sentença e a sua), não tem, perante o direito material, fundamento para recompor a situação anterior por meio de ação própria”. (REsp 10220/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª T., j. 23.06.1992, DJ 03.08.1992, p. 11.322). Finalmente, Ovídio Baptista da Silva reputa cabíveis tanto os embargos de terceiro quanto a rescisória, conforme deflui da seguinte lição: “Ovídio Baptista da Silva concede ação rescisória aos que se sujeitam à eficácia reflexa

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) No que se refere a recursos, cumprimento de sentença, alimentos e embargo de terceiro, julgue os itens subsequentes. (1) Em sede de embargos de terceiro, não é possível ao embar-

gado discutir a fraude contra credores, visto que essa ação de rito especial é, em regra, incompatível com a ampliação do seu espectro mediante reconvenção. (2) Contra decisão interlocutória proferida em processo de execução, não se admite interposição de agravo na forma retida, visto que a sentença que encerra tal processo apenas declara a satisfação do crédito. (3) A prisão do devedor de alimentos é medida excepcional, que não pode ser admitida, em mais de uma oportunidade, no que se refere a dívida correspondente aos mesmos meses, embora se admita a sua decretação no que diz respeito aos subsequentes. (4) Se, ao proferir sentença, o juiz deixa de reconhecer que a pretensão do autor foi atingida pela prescrição, tal matéria poderá ser objeto de análise na impugnação ao cumprimento da sentença, visto que não é atingida pelos efeitos da coisa julgada. 1: correto. Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores (Súmula 195 do STJ). Em tal demanda, não se admite que o embargado intente a reconvenção por haver incompatibilidade procedimental; 2: correto. Nesses casos, tendo por base o risco de lesão grave ou de difícil reparação à parte prejudicada, o recurso a ser interposto é o de agravo de instrumento, ante a urgência inerente à matéria (art. 522, caput, do CPC); 3: correto. A prisão pode ser renovada, desde

9. Direito Processual Civil

ao procedimento, aos juizados especiais, ao pedido e à resposta do réu no direito processual civil, julgue os itens seguintes.

(1) É indispensável que a litispendência, que pode ser conhe-

(2) (3)

(4)

(5)

cida de ofício e a qualquer momento e grau de jurisdição, tenha sido apreciada nos juízos ordinários, para que possa constituir matéria a ser examinada em recurso especial. Não é cabível no procedimento sumário o provimento antecipatório da tutela pretendida pelo autor. Em ação que corra perante o juizado especial cível, a extinção do processo sem julgamento de mérito, depende de prévia intimação pessoal das partes, em qualquer hipótese. A cumulação de pedidos é admissível desde que os pedidos sejam sempre conexos, compatíveis entre si e dirigidos ao mesmo réu. É necessário, ainda, que o mesmo juízo seja competente para conhecer deles. A intimação do autor reconvindo para contestar a reconvenção pode ocorrer na pessoa de seu procurador, mediante publicação de nota de expediente, sendo necessária a citação pessoal.

1: correta, em termos. Litispendência é matéria de ordem e, por isso, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e não se sujeita à preclusão. Mesmo que não alegada pelo réu, e mesmo que não apreciado o tema em primeiro grau, pode ser reconhecida no julgamento de um recurso, em razão do chamado efeito translativo. É tradicional a lição de que o efeito translativo não existiria nos recursos de natureza extraordinária, quais sejam, especial e extraordinário, em razão da falta de prequestionamento. Foi por esse motivo que o examinador considerou correta a afirmação constante desse item. Ocorre que o posicionamento do STJ a respeito do tema tem sido modificado recentemente, e tem sido reconhecida a possibilidade de que as matérias de ordem pública, ainda que não prequestionadas, venham a ser apreciadas de ofício no recurso especial, desde que ele seja conhecido por outro fundamento. Nesse sentido: “em sede de recurso especial, é possível examinar, de ofício, questões que envolvam a declaração de nulidade absoluta do processo, ainda que tal exame esteja subordinado ao conhecimento do recurso especial, dado o efeito translativo dos recursos. Nesse sentido: REsp 609.144/SC, 1ª T., rel. Min. Teori Albino Zavascki, RDR, vol. 30, p. 333; REsp 701.185/RS, 2ª T., rel. Min. Castro Meira, DJ 03.10.2005, p. 210.” (REsp 1.195.441/SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª T., j. 24.08.2010, DJe 30.09.2010); 2: incorreta, porque não há nada que impeça a concessão de tutela antecipada no procedimento sumário; 3: incorreta, porque é dispensada a intimação prévia das partes em qualquer caso (art. 51 da Lei 9.099/1995); 4: incorreta, porque dentre os requisitos para a cumulação de pedidos (art. 292 do CPC) não se encontra a conexão entre eles; 5: incorreta, porque a intimação se faz por meio do advogado, mas por publicação na imprensa (arts. 316 e 236 do CPC). Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E (Procurador do Estado/PE – CESPE – 2009) O servidor público Renato, maior, casado, foi citado pessoalmente para responder a ação proposta contra si pelo comerciário André, maior, solteiro. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. (A) Em sede de contestação, Renato deve alegar todas as defe-

sas diretas e indiretas, desde que não sejam contraditórias entre si. (B) Caso não possua provas para impugnar cada um dos fatos narrados por André, Renato poderá apresentar contestação por negação geral.

antecipação dos efeitos da tutela quanto a um dos pedidos formulados por André, caso Renato não se insurja quanto a esse pedido. (D) Se Renato não apresentar resposta, ficará configurada a revelia, cuja consequência será a procedência do pedido de André, salvo se se tratar de direitos indisponíveis. (E) Se Renato pretender oferecer reconvenção ao pedido, deve fazê-lo no mesmo prazo fixado para a contestação, independentemente do momento de apresentação desta, sob pena de preclusão. A: incorreta. Pelo princípio da eventualidade, todas as teses de defesa devem ser apresentadas na contestação, ainda contraditórias (CPC, art. 300); B: incorreta. A contestação por negativa geral só cabe para MP, advogado dativo e curador especial (CPC, art. 302, p.u.); C: correta. CPC, art. 273, § 6º; D: incorreta, revelia é ausência de contestação, e um de seus efeitos é a presunção de veracidade – e isso não necessariamente significa procedência (CPC, arts. 319 e 320); E: incorreta. A jurisprudência prevalecente entende que a apresentação da contestação (principal defesa) acarreta a preclusão lógica em relação às demais respostas, como a reconvenção. Mas a apresentação anterior da reconvenção não traz reflexos em relação à contestação. (Procurador do Município/Aracaju – 2008 – CESPE) Julgue os itens seguintes, acerca da tutela específica das obrigações de fazer e de não fazer. (1) A tutela específica das obrigações de fazer e de não fazer

pode ser concedida liminarmente ou mediante justificação prévia, hipótese em que o juiz poderá fixar prazo para o seu cumprimento, cominando multa diária e outras medidas coercitivas ao réu, independentemente de pedido do autor. (2) Para a concessão da tutela específica nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer, exige-se que seja relevante o fundamento da demanda e haja justificado receio da ineficácia do provimento final. 1: certo. CPC, art. 461, § 3º; 2: errado. Nesse caso de tutela específica (CPC, art. 461), não se exigem tais requisitos – necessários para a concessão de tutela antecipada (CPC, art. 273). Gabarito 1C, 2E

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E (Defensor Público/ES – 2009 – CESPE) Com relação ao processo,

(C) Ainda que não haja prova inequívoca, pode o juiz deferir a

Gabarito “C”

que se trate de dívidas diversas. Conforme ensina Araken de Assis: “A prisão é reiterável tantas vezes quantas forem necessárias, no curso do mesmo processo ou em outro, sem embargo de o obrigado obter a liberdade através do cumprimento da obrigação (art. 733, § 3º, do CPC). Exige-se dívida diversa para renovar o aprisionamento, porém, seja quanto à natureza da prestação alimentar, seja quanto ao lapso temporal nela compreendido”. (ASSIS, Araken de. Da execução de alimentos e prisão do devedor. São Paulo: Ed RT, 1993, p. 144) [grifos do autor]; 4: incorreto. Se a rejeição da prescrição constar do dispositivo da sentença transitada em julgado, tal questão não poderá mais ser rediscutida por ocasião de impugnação ao cumprimento de sentença, ante o ensejo da coisa julgada material (arts. 468 e 471, caput, do CPC).

361

(Advogado – Correios – 2011 – CESPE) Acerca da resposta do réu e das exceções; da citação e da nulidade dos atos processuais; da classificação e dos pressupostos de admissibilidade dos recursos; da prisão civil e da competência territorial e funcional, julgue os itens a seguir. (1) O foro competente para julgar ação em que se discuta

o direito real de hipoteca é, necessariamente, o do local onde o imóvel está situado. Logo, cláusula contratual que estipule eleição de foro nessa hipótese será nula, por violar o princípio constitucional do juiz natural e as regras de competência estabelecidas pelo Código de Processo Civil. (2) Por se tratar de modalidade de resposta do réu prevista no Código de Processo Civil, a exceção de impedimento e a exceção de suspeição não podem ser manejadas pelo autor da ação. (3) Declarada, pelo juiz, a nulidade da citação, reputam-se também de nenhum efeito todos os atos processuais a ela subsequentes e que dela dependam; todavia, os atos que dela sejam independentes não são prejudicados. (4) Como ao recurso adesivo se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior, a desnecessidade do recolhimento do preparo concedida ao beneficiário da gratuidade de justiça, quando este é o recorrente principal, estende-se automaticamente ao recorrente adesivo. 1: Errado (art. 95 do CPC). Se a causa fundar-se em direito real imobiliário não discriminado expressamente pela redação do art. 95 do CPC (a exemplo do direito real de hipoteca), a competência será territorial, e, por isso, relativa, razão pela qual é derrogável por vontade das partes e admite, por conseguinte, a cláusula contratual de eleição de

362 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira foro (art. 111, caput, do CPC). Todavia, se o litígio versar sobre direito discriminado de modo inequívoco pelo referido repositório legal, tal qual a propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, a competência será territorial funcional, e, portanto, absoluta. Nesse sentido: RECURSO ESPECIAL – PROCESSO CIVIL – NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL – NÃO OCORRÊNCIA – EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA – AÇÃO DE EXTINÇÃO DE HIPOTECA (AÇÃO QUE NÃO SE ENCONTRA FUNDADA EM DIREITO REAL, ATINGINDO-O APENAS INDIRETAMENTE) – HIPÓTESE NÃO INSERIDA NO ROL CONSTANTE DA SEGUNDA PARTE DO ARTIGO 95 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, QUE VEICULA CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL FUNCIONAL – COMPETÊNCIA TERRITORIAL – CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA RELATIVA – DERROGAÇÃO DAS PARTES – POSSIBILIDADE – CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO INSERIDA EM CONTRATO DE ADESÃO – VALIDADE, DESDE QUE AUSENTES A HIPOSSUFICIÊNCIA DA PARTE ADERENTE E A INVIABILIZAÇÃO DO ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO – PARTES COM CAPACIDADE TÉCNICA, JURÍDICA E FINANCEIRA – VERIFICAÇÃO – RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. I – Nos termos do artigo 95 do Código de Processo Civil, é possível identificar que o critério de competência adotado para as ações fundadas em direito real é territorial, porém, com características híbridas, porquanto, ora com viés relativo (em regra), ora com viés absoluto (nas hipóteses expressamente delineadas). II – O mencionado dispositivo legal deixa assente que as ações reais imobiliárias tem como foro competente a comarca em que se encontra situado o bem imóvel. Trata-se, é certo, de fixação de competência territorial, e, por isso, em regra, relativa, admitindo-se a derrogação do foro pelas partes, ou mesmo sua prorrogação, nos termos dos artigos 111 e 114 do Código de Processo Civil, respectivamente. Entretanto, nos termos legais, caso o litígio recaia sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, a ação correspondente deverá necessariamente ser proposta na comarca em que situado o bem imóvel, já que, de acordo com norma cogente, a competência é, nesses casos, territorial funcional e, portanto, absoluta. III – Por consectário, a ação, ainda que se refira a um direito real sobre imóvel, excluídos aqueles que expressamente ensejam a competência absoluta do foro em que situada a coisa, poderá ser ajuizada pelo autor no foro do domicílio (alternativa, in casu, não adotada pela parte autora) ou, se houver, no foro eleito pelas partes, justamente por se estar diante do critério territorial, de nuance relativa; IV – Para que a ação seja necessariamente ajuizada na comarca em que situado o bem imóvel, esta deve ser fundada em direito real (naqueles expressamente delineados pelo artigo 95 do Código de Processo Civil), não sendo suficiente, para tanto, a mera repercussão indireta sobre tais direitos. V – A cláusula que estipula a eleição de foro em contrato de adesão é, em princípio, válida, desde que verificadas a necessária liberdade para contratar (ausência de hipossuficiência) e a não inviabilização do acesso ao Poder Judiciário. As pessoas jurídicas litigantes são suficientemente capazes, sob o enfoque financeiro, jurídico e técnico, para demandarem em qualquer comarca que, voluntariamente, assim contratem; VI – Recurso Especial improvido. (REsp 1048937/PB, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/02/2011, DJe 03/03/2011); 2: Errado. A parte autora também poderá opor as exceções de impedimento e de suspeição, porquanto a imparcialidade do juiz é pressuposto subjetivo (ou positivo) de validade da relação processual (arts. 304 e 312 do CPC); 3: Correto (art. 248 do CPC); 4: Errado. Ao recurso adesivo, por força do art. 500, parágrafo único, do CPC, se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior. Sendo assim, o recorrente que opta pela forma adesiva deve preencher todos os requisitos de admissibilidade recursal, tal qual o estivesse interpondo de modo independente. Portanto, não se estende à parte que interpõe recurso adesivo o benefício da assistência judiciária gratuita concedido a quem manejou o recurso principal. Nesse sentido, note-se o teor do seguinte precedente da Corte Superior: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL ADESIVO. RECURSO ESPECIAL PRINCIPAL AMPARADO PELA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. BENEFÍCIO QUE NÃO SE ESTENDE AO APELO ADESIVO. PRECEDENTE. I. A assistência judiciária de que goza a parte que interpõe o recurso principal não se estende à parte contrária, que dela não frui, pelo que imprescindível o recolhimento do preparo do adesivo, sob pena de deserção. II. Recurso especial não conhecido. (REsp 912336/SC, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 15/12/2010) [grifos nossos].

(Advogado – Correios – 2011 – CESPE) Julgue os itens seguintes,

a respeito de antecipação de tutela, sujeitos do processo, ação monitória, coisa julgada, processo de execução e de embargos do devedor e audiência.

(1) De acordo com o entendimento consolidado do Superior

Tribunal de Justiça (STJ), na fase de execução de títulos judiciais prolatados sob a vigência do Código Civil de 1916, nos quais tenham sido fixados juros moratórios de 6% ao ano, é vedado ao juiz alterar a taxa de juros para adequá-la às determinações da nova legislação, por ofensa à garantia da coisa julgada. (2) É imprescindível a presença do advogado da parte ré na audiência de conciliação do procedimento comum sumário, sob pena de revelia, uma vez que é nesse ato que ocorrem a defesa propriamente dita e a produção de provas. (3) É possível a alegação de prescrição em sede de embargos a ação monitória. 1: Errado. Nessa direção: PROCESSO CIVIL. JUROS DE MORA. SENTENÇA ANTERIOR AO CÓDIGO CIVIL DE 2002. EXECUÇÃO. CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS. APLICAÇÃO DO NOVEL DIPLOMA LEGAL APÓS SUA VIGÊNCIA. POSSIBILIDADE. 1. Não se discute no apelo a aplicação da Taxa Selic. A divergência suscitada cinge-se à aplicabilidade das normas do Código Civil de 1916 e daquelas instituídas pela codificação de 2002, considerando-se que a sentença foi prolatada em 04.02.1992 e determinou a aplicação de juros moratórios no percentual de 0,5% ao mês, nos termos do art. 1.062 do CC/16. 2. A Corte Especial, no julgamento do REsp 1.111.117/PR, Rel. p/ acórdão Min. Mauro Campbell Marques, DJ. 02.09.10, decidiu que o percentual de 6% ao ano deve incidir até 11 de janeiro de 2003. A partir daí, deve-se observar o disposto no art. 406 do CC/02, “seguindo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional” (atualmente, a taxa SELIC). 3. Os juros moratórios, assim como a correção monetária, são consectários legais da obrigação principal e estão submetidos à cláusula rebus sic stantibus, o que implica reconhecer ter a sentença eficácia futura desde que mantida a situação de fato e de direito na época em que ela foi proferida. Assim, se o título judicial transitado em julgado aplicou o índice vigente à época, deve-se proporcionar a atualização do percentual em vigor no momento do cumprimento da obrigação. 4. Embargos de divergência providos. (EREsp 935.608/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/11/2011, DJe 06/02/2012); 2: Errado. Embora o gabarito tenha certificado a incorreção desta afirmação, a jurisprudência do STJ se inclina em sentido oposto, conforme deflui da análise do aresto a seguir reproduzido: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RITO SUMÁRIO. COMPARECIMENTO DO RÉU À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE SEU PATRONO. APRESENTAÇÃO DE DEFESA ESCRITA, FIRMADA POR ADVOGADO. IMPOSSIBILIDADE. RÉU REVEL. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 36, 37, 277, 278 e 319 DO C.P.C. RECURSO IMPROVIDO. 1. Os atos processuais devem ser praticados por advogados devidamente habilitados, sob pena de serem considerados inexistentes, nos termos do parágrafo do art. 37 do Código de Processo Civil. A não apresentação de defesa por advogado acarreta os efeitos do art. 319 do Estatuto Processual Civil. 2. A presença do patrono da parte ré é imprescindível na audiência de conciliação do procedimento sumário, uma vez que neste momento processual será oportunizada a prática de atos defensivos e outros relativos à produção de prova, os quais jamais podem ser realizados pela própria parte, mas, sim, por intermédio de seu causídico. 3. Conquanto o réu tenha comparecido a audiência conciliatória, a defesa em juízo deve ser praticada por defensor regularmente habilitado, circunstância que não se verifica na espécie, motivo pelo qual evidencia-se o acerto do decisum atacado, pois a apresentação de contestação por pessoa sem capacidade postulatória, ocasiona a inexistência do ato e, por conseguinte, a revelia do réu. 4. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 336.848/DF, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 06/04/2010, DJe 16/04/2010) [grifos nossos]; 3: correto. O réu poderá arguir no bojo dos embargos monitórios – os quais, como cediço, ostentam natureza de defesa – a prescrição da pretensão de cobrança deduzida pelo credor, ressaltando-se que a prescrição desponta como matéria de ordem pública desde a entrada em vigor da Lei 11.280/06, sendo cognoscível de ofício, pois, pelo órgão judicante. Além disso, é articulada no bojo dos próprios autos e não se sujeita à preclusão,

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

9. Direito Processual Civil

podendo ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição pela parte a quem aproveita, salvo nas instâncias excepcionais (STF e STJ), de vez que, por força dos arts. 102, III, e 105, III, ambos da Carta Magna, a matéria precisa ter sido decidida nas instâncias ordinárias, sob pena de não preenchimento do pressuposto de recorribilidade atinente ao prequestionamento (arts. 219, § 5º, e 303, III, do CPC, e 193 do CC). Gabarito 1E, 2E, 3C (Advogado – SERPRO – 2008 – CESPE) Julgue os itens seguintes,

referentes ao direito processual civil.

(1) A decisão do juiz que exclui o litisconsorte do processo por

ilegitimidade configura exemplo de decisão interlocutória.

(2) Na ação de embargos à execução lastreada em título

executivo extrajudicial, é cabível à fazenda pública alegar toda matéria de defesa que lhe seria lícito alegar em sede de processo de conhecimento. (3) A penhora no rosto dos autos é o direito patrimonial litigioso, cuja titularidade é atribuída ao executado, o qual, no processo em que será realizada a penhora, figura como autor, exequente ou herdeiro. (4) Quando oficia na condição de fiscal da lei, o Ministério Público não pode recorrer adesivamente. (5) Sendo sucumbente apenas um dos litisconsortes, havendo diferentes procuradores, a este aproveita o prazo em dobro para recorrer. (6) A obrigação de fazer materialmente infungível pode ser adimplida por meio da propositura de ação consignatória. (7) A ação de prestação de contas tem natureza jurídica de ação dúplice. (8) Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. (9) Na ação civil pública, a sentença de procedência é preponderantemente desconstitutiva e apenas subsidiariamente condenatória, enquanto, na ação popular, a sentença de procedência é preponderantemente condenatória. (10) Entre os de princípios constitucionais do processo civil, encontram-se o da eventualidade ou preclusão, o da publicidade e o da oralidade. 1: correto. Há hipóteses em que o juiz pode decidir parcela do mérito da causa, sem que, contudo, tal decisão necessariamente ponha fim ao processo, ou seja, há decisões que possuem conteúdo de sentença, mas, por não finalizarem o processo ou a fase de conhecimento em primeiro grau, são decisões interlocutórias. Tal situação ocorre, por exemplo, quando o juízo verifica a ocorrência da prescrição da pretensão de cobrança de parcela da obrigação exigida pelo credor. Embora ostente o conteúdo do art. 269, IV, do CPC, cuida-se de decisão interlocutória, visto que o processo marchará quanto à fração da obrigação cuja pretensão não foi atingida pela prescrição. Outro exemplo interessante é aquele em que o órgão jurisdicional, liminarmente, decide por excluir um dos litisconsortes da lide por ilegitimidade de parte. Tal pronunciamento contém a hipótese vertida no art. 267, VI, do CPC, mas, por não extinguir o processo ou a fase de conhecimento em primeiro grau, não pode ser tido como sentença. A esse respeito, note-se o magistério de Nelson Nery Jr. e de Rosa Maria de Andrade Nery: “[...] o pronunciamento do juiz somente poderá ser classificado como sentença se contiver uma das matérias expressas no CPC 267 ou 269, mas não extinguindo o processo, o pronunciamento do juiz será decisão interlocutória recorrível por agravo. Embora com conteúdo de sentença, são decisões interlocutórias: a) exclusão de um litisconsorte do processo por ilegitimidade de parte (CPC 267 VI) – julga-se a ação quanto ao litisconsorte excluído, mas o processo continua quanto ao outro litisconsorte; b) indeferimento liminar de reconvenção (CPC 315) ou de ação declaratória incidental (CPC 5º e 325) – julga-se a ação (CPC 267 ou 269) secundária, mas o processo (conjunto formado pelas várias ações cumuladas: in casu, ação principal e reconvencional ou ADI) continua quanto à ação principal [...] Todos são exemplos de pronunciamentos com conteúdo do CPC 267 ou 269, que pela tão só literalidade do CPC 162 § 1º poderiam ser classificados como sentença, mas que, por não encerrarem também o processo no primeiro grau de jurisdição, têm de ser classificados como decisão interlocutória, e, consequentemente, são impugnáveis por meio do recurso de agravo (CPC 162 § 2º e 522). (NERY JR. Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade.

363

Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 429) [grifos nos original]; 2: correto. Nas execuções ajuizadas contra a Fazenda Pública fundadas em título executivo extrajudicial, esta poderá reagir por meio de embargos, os quais não se sujeitarão às balizas constantes do art. 741 do CPC, visto que tal regra se aplica somente às execuções lastreadas em título executivo judicial donde conste como devedora a Fazenda Pública. Em outras linhas, não há porque se limitar a cognição dos embargos aforados pela Fazenda Pública, a considerar que a obrigação subjacente ao título ostentado pelo credor – por ser extrajudicial – não está acobertada pelo manto da coisa julgada material. Logo, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento (art. 745, V, do CPC), ante a inexistência dos óbices decorrentes da res judicata. Endossando tal ensinamento, eis a doutrina de Fredie Didier Jr.: “Não se deve, entretanto, impor, na execução fundada em título extrajudicial contra a Fazenda Pública, a restrição de matérias prevista no art. 741 do CPC. O art. 741 do CPC restringe as matérias que podem ser veiculadas nos embargos à execução, mas tal disposição confina-se no âmbito da execução de título judicial. Em se tratando de título extrajudicial, não há razão para restringir o âmbito dos embargos, eis que não há preclusão nem coisa julgada material relativamente ao título que impeça a alegação de questões pertinentes à obrigação ou à relação jurídica que deu origem ao crédito. Em outras palavras, o art. 745 do CPC aplica-se aos embargos opostos pela Fazenda Pública na execução fundada em título extrajudicial contra ela movida, de sorte que lhe é franqueada a possibilidade de alegar, em seus embargos, quaisquer matérias, não devendo haver restrição nem limitação. Os limites impostos no art. 741 do CPC, não custa repetir, incidem apenas aos embargos opostos à execução fundada em título judicial” (DIDIER JR. Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 5. Salvador: Juspodivm, 2009, p. 713); 3: correto (art. 674 do CPC); 4: correto (art. 500, caput, do CPC). De par com tal entendimento: RECURSO ESPECIAL – MINISTÉRIO PÚBLICO – LEGITIMIDADE – O MINISTÉRIO PÚBLICO TEM LEGITIMIDADE PARA RECORRER, SEJA COMO PARTE OU FISCAL DA LEI. OS RECURSOS SÃO OS MESMOS DE QUE DISPÕEM AS PARTES. A ÚNICA RESSALVA DECORRE DO ART. 500 DO CPC, QUANTO AO RECURSO ADESIVO. (REsp 6.795/SP, Rel. Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/12/1990, DJ 04/03/1991, p. 1981); 5: errado. Se apenas um dos litisconsortes for sucumbente, o prazo é simples, não se aplicando a regra prevista no art. 191 do CPC. Nesse sentir, observe-se o aresto a seguir: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE DOS LITISCONSORTES REPRESENTADOS POR PROCURADORES DIVERSOS. ART. 191 DO CPC. PRAZO EM DOBRO. NÃO APLICAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS VÍCIOS PREVISTOS NO ART. 535 DO CPC. INCONFORMISMO DO EMBARGANTE. EFEITOS INFRINGENTES. INVIABILIDADE. EMBARGOS REJEITADOS. 1. Os embargos de declaração, a teor do art. 535 do Código de Processo Civil, prestam-se a sanar obscuridade, contradição ou omissão eventualmente presentes no julgado. 2. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, “há prazo em dobro para litisconsortes com diferentes procuradores (artigo 191 do CPC) quando todos possuam interesse em recorrer da decisão impugnada”, o que não ocorreu na espécie (AgRg no Ag 963.283/MG, Min. RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Terceira Turma, DJe de 23/4/12). 3. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no AgRg no REsp 935.542/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/08/2012, DJe 05/09/2012) [grifos nossos]; 6: errado. A consignação em pagamento tem por objeto somente o depósito de determinada quantia ou da coisa devida (art. 890, caput, do CPC); 7: correto. Trata-se daquelas demandas em que, por razões de ordem material ou processual, faculta-se ao réu, na própria contestação, apresentar pedido contraposto, isto é, formular uma pretensão contra o autor – e não tão somente resistir àquela deduzida por ele na petição inicial – independentemente de reconvenção. São exemplos de ações dúplices: prestação de contas, possessórias, desapropriação, declaratórias, aquelas submetidas aos juizados especiais cíveis, consignação em pagamento, renovatórias etc. No procedimento comum, rito sumário, o réu poderá formular pedido contraposto no bojo da contestação, daí por que lhe é vedado o ajuizamento de reconvenção (art. 278, § 1º, do CPC). Caso o réu de demanda submetida ao rito sumário fizesse uso de reconvenção, seria carecedor de ação nesse tocante, por lhe faltar interesse de agir, modalidade interesse-necessidade. Afinal de contas, qual a necessidade de o réu aforar reconvenção se nas ações dúplices o

364 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4C, 5E, 6E, 7C, 8C, 9E, 10E (Analista – TRE/RJ – 2012 – CESPE) Com relação ao direito pro-

cessual civil, julgue os itens seguintes.

(1) De acordo com princípio da competência sobre a compe-

tência, de origem alemã, todo juiz tem competência para apreciar pelo menos a competência do órgão jurisdicional por ele integrado, ou seja, por mais incompetente que o juiz seja, ele tem competência para se declarar incompetente. (2) Extinto o processo com resolução do mérito em decorrência da transação na ação principal, a reconvenção deve ser extinta sem resolução do mérito, caso nada fique acertado na transação da ação principal. (3) De acordo com a teoria da exposição, a parte autora deve provar a existência da legitimidade das partes, a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a capacidade postulatória. (4) O chamamento ao processo, a denunciação à lide e a oposição são cabíveis tanto no processo de execução e no processo cautelar quanto no processo de conhecimento. 1: correto. À vista de tal princípio, compete ao próprio juízo processante reconhecer ou rechaçar a sua competência para o julgamento da lide. A respeito, observe-se interessante fragmento colhido da decisão monocrática proferida pelo Min. Herman Benjamin em sede de conflito de competência: “O conflito ocorre, por conseguinte, quando duas ou mais autoridades judiciárias negam, ou afirmam, expressamente, sua competência para apreciar a espécie. As origens desse preceito remontam ao princípio da Kompetenz-Kompetenz, de inspiração do Direito de Organização Judiciária germânico (Gerichtsverfassungsrecht), segundo o qual todo juiz é competente para afirmar sua competência, ou rejeitá-la; uma vez admitida, caberá ao juízo aplicar o direito à espécie (§ 17, item 2, da Gerichtsverfassungsgesetz). Importa registrar que esse preceito não é novidade no nosso ordenamento e já foi reconhecido por este Superior Tribunal (STJ, AgRg no MS 11.308/ DF, Rel. Ministro Luiz Fux, 1.ª Seção, julgado em 28.06.2006, DJ 14.08.2006 p. 251). Nessa linha, para que haja conflito, é necessário o pronunciamento controverso de dois ou mais juízos. No caso, verifica-se que não há propriamente um conflito a ser dirimido por este Tribunal, nos termos constantes do art. 105, inciso I, alínea “d”, da Carta da República, visto que nenhuma manifestação expressa sobre essa questão de qualquer dos Juízos – Comum, Trabalhista ou Federal – consta nos autos. Houve, simplesmente, uma especulação da suscitante, no sentido de que haveria um risco de possíveis e futuras decisões contraditórias entre juízos daqueles ramos”. (STJ, Conflito de Competência 108.690/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, 03.02.2010 – grifos nossos); 2: incorreto (art. 317 do CPC); 3: incorreto. Pela teoria da exposição (a qual se contrapõe à teoria da asserção), a parte autora deve comprovar a presença das condições da ação: legitimidade das partes, interesse processual e possibilidade jurídica do pedido. A ausência de uma delas implicará inexoravelmente a extinção do processo sem resolução de mérito, na forma do art. 267, VI, do CPC. Seus principais defensores são Dinamarco e Nelson Nery Jr. A capacidade postulatória, por sua vez, tem natureza jurídica de pressuposto de existência do processo e não de condição da ação (art. 37, parágrafo único, do CPC); 4: incorreto. As hipóteses de intervenção de terceiro típicas do processo de conhecimento não se aplicam ao processo de execução (ressalvada a assistência), a considerar a natu-

reza satisfativa que lastreia este tipo de processo. Ademais, enquanto o processo de conhecimento tem por escopo a formação de um título executivo, o processo de execução tem o título como pressuposto. Conforme ressalta Marcos Destefenni: “Na execução não há formação de título executivo, mesmo porque não há sentença sobre a pretensão do credor no processo de execução” (DESTEFENNI, Marcos. Curso de Processo Civil. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. vol. 1, Tomo I, p. 228). Hipótese diversa ocorre nos embargos à execução, posto que tal demanda ostenta natureza de ação de conhecimento constitutiva negativa. Corroborando o que ora se diz: “Excluem-se, em razão da índole satisfativa da demanda executória, as formas intervencionais típicas do processo de conhecimento. Não comporta a execução, a par dos atos executivos, operando no mundo físico, a simultânea resolução da lide trazida por uma das partes. (...) Em última análise, portanto, os dois institutos [o autor se refere à denunciação da lide e ao chamamento ao processo] visam à criação de título executivo. Ora, no bojo da relação processual executiva semelhante escopo se afigura impertinente e esdrúxulo, pois o título antecede e baseia a execução (...) Por isso, a natureza dessas modalidades de intervenção de terceiros desautoriza, nada obstante o silêncio do CPC, sua admissibilidade na execução. Admite-se apenas a assistência. Essas questões se recolocam, todavia, no âmbito dos embargos do devedor (art. 736) e nos embargos de terceiro, e, neles, a resposta pode ser diversa, como a seu tempo se examinará”. (ASSIS, Araken de. Manual da execução. 11. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 387-388). Por fim, as cautelares tem em mira assegurar o resultado útil do provimento final, evitando-se, destarte, o perecimento do objeto do processo principal, escopo este que, como cediço, diverge: a) daquele ostentado pela denunciação da lide, porquanto tal modalidade de intervenção de terceiros se presta à obtenção de sentença que reconheça o direito de regresso do denunciante em face do terceiro alienante, proprietário, possuidor indireto ou responsável civil, tudo, insista-se, dentro da mesma relação processual travada originariamente entre autor e réu; b) da oposição, eis que se trata da ação do opoente contra os opostos, que correspondem às partes da demanda originária, reunidas em litisconsórcio passivo necessário. Cuida-se de ação em que um terceiro – o opoente – pugna pela coisa ou direito disputado na demanda principal pelos opostos (art. 57, caput, do CPC); c) do chamamento ao processo, o qual tem cabimento nos casos de contrato de fiança e de solidariedade passiva. Cuida-se de modalidade de intervenção provocada de terceiros por meio da qual o réu, no prazo de contestação, tem a faculdade de fazer integrar à lide os demais devedores, na condição de litisconsortes. Com tal conduta, o chamador amplia, por assim dizer, o polo passivo da demanda – ampliação subjetiva da relação processual – e evita o ajuizamento de demandas autônomas de reembolso. Por sua vez, a sentença condenatória proferida constitui título hábil para que o credor comum proceda à execução de todos os devedores chamados ao processo. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E

requerido pode apresentar pedido contraposto na própria contestação?; 8: Correto. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública (Súmula 333 do STJ); 9: errado. Por influxo da intercambiariedade existente entre os arts. 3º da Lei 7.347/85 e 83 da Lei 8.078/90, admite-se a dedução de qualquer pretensão nas ações coletivas, seja ela declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental ou executiva lato sensu. Todavia, a questão estaria correta se fosse assim redigida: Na ação civil pública, a sentença de procedência é preponderantemente condenatória e apenas subsidiariamente desconstitutiva (art. 3º da Lei 7.347/85), enquanto, na ação popular, a sentença de procedência é preponderantemente desconstitutiva (art. 11 da Lei 4.717/65); 10: errado. São princípios constitucionais do processo civil: princípio do juiz natural, do devido processo legal, da isonomia, do contraditório, da ampla defesa, da motivação das decisões judiciais, da publicidade do processo e dos atos processuais, ex vi dos arts. 5º, caput, I, LIII, LIV, LV, LX, e 93, IX, todos da CF.

(Analista – TRE/RJ – 2012 – CESPE) Julgue os itens abaixo, relativos a sentença e coisa julgada, liquidação e cumprimento de sentença, recursos e Ministério Público. (1) Como a sentença não pode estar sujeita a evento futuro e

incerto, a procedência de pedido relativo a relação jurídica sujeita a condição depende de essa condição ter-se realizado. (2) No processo civil, o Ministério Público atua como parte ou como custos legis, não podendo atuar como mandatário ou procurador da parte. (3) Em recursos de natureza civil, é proibida a reformatio in pejus, já que é vedada a reforma da decisão impugnada em prejuízo do recorrente e, consequentemente, em benefício do recorrido. No entanto, admite-se a reformatio in melius. 1: incorreto (art. 460, parágrafo único, do CPC). A assertiva confunde os conceitos de sentença condicional e de sentença que decide relação jurídica obrigacional sujeita a condição. A primeira é ilegal e terminantemente repudiada pela jurisprudência, ao passo que a segunda é sistematicamente admitida pelo ordenamento processual pátrio, a teor do que enunciam os arts. 572, 615, IV, e 618, III, todos do CPC, pois empresta curso às regras de modulação dos efeitos do negócio jurídico dispostas na lei civil. A fim de elucidar o ponto, a doutrina traz alguns casos de sentença condicional, a exemplo daquela que condena o réu a arcar com lucros cessantes, desde que sejam

9. Direito Processual Civil

negar provimento ao apelo. A esse respeito, note-se a lição de Dinamarco: “Hoje, reina unanimidade: o recurso interposto, devolvendo ao tribunal somente o capítulo da sentença ou decisão em que desfavorecido o recorrente, só a ele pode aproveitar. Se não trouxer melhora à sua situação, piora não poderá trazer” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do processo civil moderno. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 656). Consectariamente, o tribunal deve julgar o recurso nos limites da matéria impugnada pelo recorrente, daí por que a decisão que – do ponto de vista prático – piora sua realidade deve ser anulada, visto que extra petita. Barbosa Moreira corrobora tal posicionamento: “Não há por que supor que no direito brasileiro o princípio dispositivo, quanto à fixação do objeto do juízo, atue com menor intensidade na instância recursal do que na primeira. Com ressalva dos casos taxativos em que a lei impõe a revisão em grau superior, é dado às partes pré-excluir qualquer novo pronunciamento sobre a matéria decidida: pense-se, v.g., na hipótese de que, havendo embora sucumbimento recíproco, nenhum dos litigantes recorra. Se só uma das partes tem interesse em recorrer, e não recorre, seria absurdo imaginar que pudesse sobrevir algum reexame no tocante àquilo que só a ela interessaria” (BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003. vol. V, p. 428-430). Na mesma direção, como bem ressalta a doutrina de Luiz Orione Neto, há patente ofensa ao princípio da coisa julgada, eis que o tribunal não poderá sonegar ao recorrente a fração da decisão que não foi alvo do recurso. Nesse particular, em não havendo recurso da parte contrária, é forçoso reconhecer o trânsito em julgado da parcela não impugnada da decisão. Nesse sentido: “Deveras, se a impugnação só abrange parte da sentença, o caput do art. 515 basta para excluir a cognição do órgão ad quem no tocante à matéria não impugnada; consequentemente, se o autor que pedira x + y, e só obtivera x, apela sozinho, para tentar obter y, em relação à parcela x, que por hipótese não foi objeto de impugnação do réu, a sentença transitou em julgado, e o tribunal não poder subtraí-la ao apelante”. (ORIONE NETO, Luiz. Recursos Cíveis. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 225). De qualquer sorte, há uma exceção a tal princípio. Cuida-se dos casos em que o órgão ad quem, lastreado no efeito translativo recursal, profere decisão mais prejudicial ao recorrente. Tal hipótese se dá quando o tribunal examinar as matérias de ordem pública (a exemplo dos pressupostos processuais, das condições da ação, da prescrição e da decadência, etc.), as quais, como cediço, são cognoscíveis de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição e não esbarram na preclusão pro judicato. Por exemplo, a ausência de uma das condições da ação constatada pelo órgão ad quem redundará na extinção do processo e, portanto, em maior prejuízo ao apelante que se insurgiu contra sentença que reconhecera em parte sua pretensão. Logo, em se tratando de matéria de ordem pública, a reformatio in pejus é excepcionalmente permitida. Feita tal ressalva, os mesmos fundamentos utilizados para coibir a reformatio in pejus também se aplicam, mutatis mutandis, para elidir a reformatio in melius, porquanto igualmente refoge ao âmbito da devolutividade do recurso. O Judiciário, à exceção dos pedidos implícitos, não pode se substituir à parte para lhe outorgar aquilo que não foi por ela requestado, pena de infringência ao princípio dispositivo consagrado nos arts. 2.º, 128 e 515, caput, do CPC. Gabarito 1E, 2C, 3E (Analista – TJ/CE – 2008 – CESPE) Quanto à citação e à exceção de suspeição, julgue os próximos itens. (1) A interrupção da prescrição tipifica efeito material da citação. (2) Na exceção de suspeição, não se ouve a parte contrária,

pois o excepto é juiz.

1: art. 219 do CPC; 2: arts. 312 a 314 do CPC. Gabarito 1C, 2C

comprovados na fase de liquidação de sentença, ou, ainda, da que julga procedente ação popular, se restar comprovado o efetivo dano ao erário durante a liquidação do julgado. Nesses casos, ou existe dano e a demanda é julgada procedente ou lesão não há e o pedido deve ser imediatamente rejeitado pelo órgão judicante, visto que a postergação do exame probatório para momento posterior à fase de conhecimento significa exarar sentença condicional, conduta esta vedada pelo art. 460, parágrafo único, do CPC. Nesse sentido: “Os dizeres da lei ressalvam desde logo qualquer confusão que se pudesse fazer entre a sentença condicional e aquelas que reconhecem a existência de uma obrigação sujeita a condição ou termo. Essas são legítimas, até porque manipulam conceitos e disposições inerentes ao direito substancial, propiciando sua observância. A lei do processo oferece plena abertura a elas, ao condicionar a execução do crédito que fora objeto de uma condenação condicional ou para o futuro, à realização da condição ou ocorrência do termo (...) A jurisprudência apresenta uma casuística razoável de sentenças condicionais (Theotônio Negrão). É portadora desse vício, por exemplo, (...) a sentença que condena a reparar lucros cessantes, desde que em liquidação fique provada sua ocorrência. Outro ainda seria a procedência da ação popular, dependendo da prova, a ser feita em liquidação de sentença, da existência de dano efetivo causado à Administração. Em todos esses casos, ou existe a prova no processo de conhecimento e a demanda procede, ou inexiste e ela deve ser julgada improcedente. Condicionar a procedência a alguma prova futura é proferir sentença condicional, que a lei proíbe.” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. São Paulo: Malheiros, 2001. vol. III, p. 214-215); 2: correto. Primeiramente, vale registrar que o Órgão Ministerial oficiará na qualidade de parte em todos os casos em que detenha legitimidade para o processo civil, seja na condição de parte principal (ao promover a demanda), de parte secundária e auxiliar (assistindo uma das partes principais em razão de sua especial condição, a exemplo dos incapazes), ou, ainda, de custos legis, ocasião em que atua como interveniente, mas não auxilia nenhum dos litigantes, zelando apenas pela preservação da ordem jurídica e pela boa aplicação do direito objetivo. Em todos esses casos, indiferentemente, o MP é parte, porquanto ostenta todos os poderes, faculdades, ônus e sujeições ínsitos a tal condição. Nesse sentido, note-se o magistério de Cândido Rangel Dinamarco: “Ser fiscal da lei não significa não ser parte, do mesmo modo que ser parte no processo não exclui que o Ministério Público possa sê-lo na condição de mero custos legis. A qualidade de parte, segundo ensinamento definitivamente incorporado na doutrina moderna, consiste em ser titular dessas posições jurídicas ativas e passivas inerentes à relação processual e com isso poder participar ativamente do contraditório instituído perante o juiz (Liebman). Essa é uma noção processualmente pura de parte, que não considera elementos relacionados com a inserção do sujeito no conflito in judicio deducto nem se influencia por elementos de direito material.” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. vol. II, p. 428). De qualquer modo, é defeso ao Parquet – a quem compete a defesa da orem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127, caput, da CF) – se imiscuir em debates que digam respeito a interesses puramente privados. Para tanto, a advocacia exerce missão constitucional de extremo relevo, enquanto função essencial à justiça (art. 133 da CF). Ratificando tal posicionamento, observe-se novamente a lição de Dinamarco: “Fora das hipóteses tipificadas no art. 129 constitucional e em leis compatíveis com a finalidade da Instituição, a Constituição Federal nega legitimidade ao Ministério Público. Ela reserva aos advogados o patrocínio de interesses individuais em geral (art. 133), devendo prevalecer a regra da legitimidade exclusiva de cada qual para a defesa judicial de seus direitos (sempre, representado por advogado) (CPC, art. 6.º). Para a assistência jurídica integral aos necessitados, ela designa as defensorias públicas (art. 134; v. Ainda art. 5.º, inc. LXXIV). Para a defesa do Estado, a Advocacia-Geral da União e as Procuradorias estaduais (art. 134, caput e par.)” (DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. São Paulo: Malheiros, 2005. vol. I, p. 680-681 – grifos no original); 3: incorreto. O princípio que tem por norte a vedação da reformatio in pejus encontra amparo no princípio dispositivo, na sucumbência enquanto requisito de admissibilidade recursal, sem prejuízo da própria devolutividade inerente a todos os recursos. Sendo assim, o órgão ad quem não deverá agravar a situação do recorrente quando do julgamento do recurso por ele interposto; poderá, ao máximo,

365

(OAB - CESPE – 2009.1) Acerca dos procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, assinale a opção correta. (A) Na ação de consignação em pagamento, uma vez alegada

a insuficiência do depósito, o réu pode levantar desde logo a quantia ou a coisa depositada, prosseguindo o processo no que se refere à parcela controvertida. (B) Na ação de depósito, uma vez efetuado o depósito do equivalente em dinheiro, é vedado ao autor promover a busca e apreensão da coisa.

366 Luiz Dellore, Murilo Sechieri Costa Neves, Renato Montans e Tiago Queiroz de Oliveira (C) Tanto na ação de prestar quanto na ação de exigir contas,

dispensa-se a comprovação do vínculo entre autor e réu, dado o caráter objetivo dessas ações. (D) Na pendência de processo possessório, é permitido ao autor e ao réu intentar ação de reconhecimento de domínio.

(OAB - CESPE – 2008.1) A respeito da jurisdição e da ação,

assinale a opção correta.

(A) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer

fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel. (B) É imprescritível a ação de petição de herança. (C) Não é admissível ação monitória fundada em cheque prescrito. (D) A usucapião pode ser arguida em defesa.

identidade de partes, objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá pluralidade de causas de pedir. (B) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei. (C) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo possível transformar o contencioso em voluntário por ato subsequente ou por manifestação de vontade de qualquer das partes. (D) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a extinção do processo sem resolução do mérito.

A: incorreta, cabem embargos de terceiros para proteger a propriedade ou a posse (art. 1.046, § 1°, do CPC); B: incorreta, a petição de herança é demanda patrimonial e, portanto, prescritível (o que é imprescritível é a investigação de paternidade); C: incorreta, essa é umas das principais hipóteses de cabimento da monitória (Súmula 299 do STJ: “É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito”); D: correta, admite-se, na defesa, a alegação de usucapião (art. 300 do CPC e jurisprudência).

A: incorreta, a causa de pedir são os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Fundamentação legal (artigo de lei) não faz parte da causa de pedir (art. 282, III, do CPC); B: incorreta, só há o caráter substitutivo da jurisdição quando houver lide – e não há lide na jurisdição voluntária (administração pública de interesses privados); C: incorreta, é possível que um divórcio litigioso se transforme em consensual (art. 1.123 do CPC); D: correta, as condições da ação podem ser apreciadas a qualquer tempo e grau de jurisdição (art. 267, § 3º, do CPC).

Gabarito “D”

Gabarito “D”

A: correta, art. 899, § 1º, do CPC; B: incorreta, independentemente do depósito do dinheiro, cabe a busca e apreensão – exatamente porque o objetivo da ação de depósito é a restituição da coisa (art. 905 do CPC); C: incorreta, sem vínculo entre as partes, não haveria legitimidade de parte para se pleitear a prestação de contas (art. 267, VI, do CPC); D: incorreta, a legislação veda o ingresso de ação debatendo a propriedade enquanto pendente a discussão possessória (art. 923 do CPC). Gabarito “A” (OAB - CESPE – 2008.3) Acerca dos procedimentos especiais, assinale a opção correta. (A) Não é admissível a oposição de embargos de terceiro

10. Língua Inglesa Mark Hughes e Anthony Rosenberg

Internet: (with adaptations). (Advogado – PETROBRÁS – 2003 – CESPE) According to the text

above, judge the following items.

(1) Free enterprises do not have to follow regulations. (2) State economic policy can only deal with hydrocarbon

operations.

(3) Brazil has some particular guidelines for certain areas of its

market economy.

(4) Free initiative principles can be found in the Brazilian latest

constitution.

(5) The Republican Constitution dated 1891 was the first one to

account for the fundamental principles of the free initiative in Brazil.

(Interpretation) 1: Incorrect – The text explicitly says, “Free enterprise principle nowadays is subject to certain regulations imposed by States”; 2: Incorrect – The text explicitly says, “state economic policy applicable to specific areas of the market economy, such as hydrocarbon operations”, meaning that this is an example of one of the specific areas, but not the only one; 3: Correct – The text explicitly says, “the guidelines of the state economic policy applicable to specific areas of the market economy”; 4: Correct – The text explicitly says, “Brazilian 1988 Constitution, in its first article, when dealing with the fundamental principles of the Brazilian Federative Republic, sets up the social value of the free initiative”; 5: Incorrect – The text explicitly says, “All previous Brazilian constitutions, except the Republican Constitution of 1891, have always considered the free initiative a reflection of human freedom”, meaning the Republican Constitution did NOT account for the fundamental principles of the free initiative in Brazil; Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E (ADVOGADO – PETROBRÁS – 2003 – CESPE) Judge the following

items.

(1) Free initiative is always a way to promote social solidarity. (2) In accordance with article 5, Law 4.137, monopolies are

forbidden, in Brazil.

(3) In Brazil, the state monopoly is allowed for some specific

areas.

(4) Brazilian oil and gas deposits are state-owned. (5) In Brazil, under no circumstances can concessions be

granted to private enterprises regarding the exploration of mineral deposits.

(Interpretation) 1: Incorrect – The text explicitly says, “the free initiative a reflection of human freedom, sometimes a way to build a more just and fraternal society”, not always; 2: Correct – The text explicitly says, “the establishment of a monopoly in the free market is prohibited, as provided by article 5 of Law 4.137”; 3: Correct – The text explicitly says, “a legalized monopoly established exclusively in favor of the State is allowed in certain fields”; 4: Correct – The text says, “Brazilian oil and gas regulation rests upon the concept that deposits are real property, distinct from the soil, to the effect of exploration and benefit”, meaning that the State can explore and benefit from its own oil and gas deposits; 5: Incorrect – The text explicitly says, “This is determined by the Federal Constitution of Brazil, being, nevertheless, granted the product of the mining to concessionaires”. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5E

Free enterprise principle nowadays is subject to certain regulations imposed by States. This is reflected in the guidelines of the state economic policy applicable to specific areas of the market economy, such as hydrocarbon operations. Brazilian 1988 Constitution, in its first article, when dealing with the fundamental principles of the Brazilian Federative Republic, sets up the social value of the free initiative. This free initiative required by the Brazilian Constitution is not new to the Brazilian Constitutional Law. All previous Brazilian constitutions, except the Republican Constitution of 1891, have always considered the free initiative a reflection of human freedom, sometimes a way to build a more just and fraternal society. In Brazil, free competition and free enterprise have given rise to a constitutional principle, according to which the establishment of a monopoly in the free market is prohibited, as provided by article 5 of Law 4.137 about the repression of the economic power abuse, dated October 9, 1962. This prohibition is directly applied to economic monopoly while a legalized monopoly established exclusively in favor of the State is allowed in certain fields. Among these fields, we can mention the right to engage in prospecting and exploration for production, import, export and transportation of oil and natural gas as well as refining of national or foreign oil. Brazilian oil and gas regulation rests upon the concept that deposits are real property, distinct from the soil, to the effect of exploration and benefit. This is determined by the Federal Constitution of Brazil, being, nevertheless, granted the product of the mining to concessionaires.

Text LI-I PETROBRAS became the latest oil group to benefit from last year’s surge in oil prices when the Brazilian company reported that net profits in 2000 had more than quadrupled to R$ 9.94 bn (US$ 4.97 bn) — the highest figure ever recorded by a Brazilian company. The rise in net profits was the result of increases in production and the company’s efforts to scale up bureaucracy. Under the leadership of Henri Philippe Reichstul, who took over as president in 1999, PETROBRAS has embarked on a US$ 33 bn investment plan over five years to virtually double oil and gas production, clean up the company’s financial affairs and expand abroad. In August last year, PETROBRAS boosted its profile in the international investment community with a successful US$ 4 bn share offering, the largest made by a Brazilian company. However, the group’s efforts to modernize its image suffered a setback in December when the government forced it to abandon a plan to change its name to “PETROBRAX” which was designed to reflect its increasing international presence. Internet: (with adaptations). (ADVOGADO – PETROBRÁS – 2001 – CESPE) From text LI-I, it can

be gathered that

(1) it took some time for PETROBRAS to benefit from 2000’s

increase in oil prices.

(2) in 2000, the relation between dollars and reais was, at least

once, one to two, respectively.

(3) US$ 4.97 bn means four billion and ninety-seven dollars. (4) never before last year, had any Brazilian company had the

same financial performance as PETROBRAS did.

(5) PETROBRAS net profit added up to R$ 39.76 bn in 2000.

(Interpretation) 1: Gabarito: Correct / Nosso Gabarito: Incorrect – The text uses the word ‘latest’ to refer to Petrobras’ benefits from the increase in oil prices. This term does not necessarily mean that the firm took a long time to benefit from the increase in prices, but rather that it was the most recent to record such benefits. It suggests that

368 Mark Hughes e Anthony Rosenberg other benefited before Petrobras, but there is nothing explicit in the text that refers to the amount of time Petrobras took to feel such benefits; 2: Correct – The references to the amounts in both dollar and real account for a one to two exchange are (R$ 9.94 bn (US$ 4.97 bn)); 3: Incorrect – US$ 4.97 means four billion and 970 million dollars; 4: Correct – The text explicitly says, “the highest figure ever recorded by a Brazilian company”, meaning that no other company had recorded such a figure; 5: Incorrect – The text explicitly says, “net profits in 2000 had more than quadrupled to R$ 9.94 bn”, meaning that the end result was R$ 9.94 bn. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E (ADVOGADO – PETROBRÁS – 2001 – CESPE) Based on text LI-I,

it can be concluded that

(1) at least three factors contributed to the rise in PETROBRAS’s

(Interpretation) 1: Incorrect – The text explicitly says, “In 1995, the stated-owned PETROBRAS lost the oil monopoly it enjoyed since 1953 and is now starting to face competition”, meaning the loss was 42 years ago, not 48; 2: Incorrect – The text explicitly says, “It still dominates almost every segment of the country’s upstream and downstream oil industry”, which is not every segment; 3: Incorrect – The text explicitly says, “PETROBRAS lost the oil monopoly it enjoyed since 1953 and is now starting to face competition”, meaning that the company didn’t always face competition; 4: Incorrect – The text explicitly says, “But the company is now changing at a fast pace. The new management is grafting modern structures onto the company”; 5: Correct – The text explicitly says, “The new management is grafting modern structures onto the company by dividing it into business units”, which means it is decentralizing its activities.

net profits.

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E, 5C

the year before last.

(Advogado – PETROBRÁS – 2001 – CESPE) In text LI-II,

(3) three goals were settled when Henri Philippe Reichstul took

over PETROBRAS’s presidency. (4) PETROBRAS’s name should be kept as it is according to a special group created to modernize its image. (5) PETROBRAS not only got the highest profit ever recorded by a Brazilian company, but it was also the one to offer the largest share in Brazil.

(Interpretation) 1: Incorrect – The text explicitly says, “The rise in net profits was the result of increases in production and the company’s efforts to scale up bureaucracy”, which presents two factors, not three; 2: Correct – The text explicitly says, “Under the leadership of Henri Philippe Reichstul, who took over as president in 1999”; 3: Correct – The text explicitly says, “plan over five years to virtually double oil and gas production, clean up the company’s financial affairs and expand abroad”, which totals three goals; 4: Incorrect - The text explicitly says, “the group’s efforts to modernize its image suffered a setback in December when the government forced it to abandon a plan to change its name to “PETROBRAX”, meaning the special group suggested the name change; 5: Correct – The text explicitly says, “the Brazilian company reported that net profits in 2000 had more than quadrupled to R$ 9.94 bn (US$ 4.97 bn) — the highest figure ever recorded by a Brazilian company“ and “In August last year, PETROBRAS boosted its profile in the international investment community with a successful US$ 4 bn share offering, the largest made by a Brazilian company”. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5C

Text LI-II 1

In 1995, the stated-owned PETROBRAS lost the oil monopoly it enjoyed since 1953 and is now starting to face competition. It still dominates almost every segment of the 4 country’s upstream and downstream oil industry. But the company is now changing at a fast pace. The new management is grafting modern structures onto the company 7 by dividing it into business units, creating profit centers and introducing benchmarking* for all activities. Though, by law, the government must hold a controlling majority in the 10 company, it plans to sell excess stock, raising a minimum of about US$ 2 billion.

*benchmarking – standard example or point of reference for making comparisons. Internet: (with adaptations).

(1) “stated-owned” (l.1) means owned by the state. (2) “all activities” (l.8) is the same as every activity.

(3) “Though” (l.8) can be correctly replaced by Although. (4) “must” (l.9) is synonymous with can. (5) “it” (l.10) refers to PETROBRAS.

(Grammar) 1: Correct – The compound adjective has this meaning; 2: Correct – ‘all’ is used for the plural form of the noun, while ‘every’ is used for the singular form; however, both refer to the group or plural idea; 3: Correct – ‘though’ is synonymous with ‘although’; however, it is more informal; 4: Incorrect – The modal verb ‘must’, in the text, refers to obligation (the government must hold a controlling majority in the company); the modal verb ‘can’ is used to refer to ability or permission; 5: Incorrect – The text explicitly says, “Though, by law, the government must hold a controlling majority in the company, it plans to sell excess stock’, in which it refers back to the subject used in the first clause (the government). Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5E

(2) Henri Philippe Reichstul became PETROBRAS’s president

1

4

7

10

13

16

19

22

(ADVOGADO – PETROBRÁS – 2001 – CESPE) From text LI-II, it

can be deduced that

(1) PETROBRAS lost the oil monopoly 48 years ago. (2) PETROBRAS controls every segment of Brazil’s up and

downstream oil industry.

(3) PETROBRAS has always been facing competition. (4) the new management is introducing slow changes in the

company.

(5) the modern structures are based on decentralization of

PETROBRAS’s activities.

25

Because we live next door to the United States of America and share some of their programming and commercials, most moviegoers in Ontario are probably more familiar with the American system than our home-grown one. However, our systems are very different. Films and trailers are classified in the United States of America by the Rating Board of the Motion Picture Association of America (MPAA), located in Los Angeles. This industry-sponsored Rating Board consists of 13. members who serve for varying periods of time. There are no special qualifications for Board membership except for having a shared parenthood experience, an intelligent maturity, and an ability to put themselves in the role of most American parents. The Board is funded through fees charged to producers and distributors for the ratings of their films. The MPAA Rating Board members, like those of the Ontario Film Review Board (OFRB), do not classify movies on personal judgements of quality. Their judgements are based on specific guidelines in areas including theme, violence, language, nudity, sexuality, drug use, and others. Like the OFRB, they consider the film in its entirety, and take context into account in classification decisions. The first main area of difference between the Ontario classification system and the American one is that the OFRB is a government body established by statute that requires distributors to submit their films for classification. In the United States of America, the rating system is a voluntary one that is administered by the movie industry through the MPAA. Internet: (with adaptations).

10. Língua Inglesa

programming and commercials.

(2) Possibly the majority of Ontarians moviegoers know more

(3) (4) (5) (6) (7)

about the American System of Films and Trailers Classification than about their own. “However” (l.5) means Nevertheless. American and Ontarian systems are entirely alike. No qualifications whatsoever are required to become a member of the MPAA. “Board” (l.14) refers to “MPAA” (l.8). Both MPAA and OFRB members classify movies according to their personal judgements of quality and some specific guidelines.

(Interpretation) 1: Incorrect – The text explicitly says, “Because we live next door to the United States of America and share some of their programming and commercials, most moviegoers in Ontario”, The text doesn’t state that all Ontarians always follow American programming; 2: Correct – The text explicitly says, “most moviegoers in Ontario are probably more familiar with the American system than our home-grown one”; 3: Correct – ‘however’ and ‘nevertheless’ are conjuncts that both refer to contrast (a meaning similar to the coordinating conjunction ‘but’); 4: Incorrect – The text explicitly says, “our systems are very different”; 5: Incorrect – The text explicitly says, “There are no special qualifications for Board membership except for having a shared parenthood experience, an intelligent maturity, and an ability to put themselves in the role of most American parents”, meaning there is no requirement for special qualification, but there are others; 6: Incorrect – The text explicitly says, “the Rating Board of the Motion Picture Association of America (MPAA)”, meaning that the ‘Board’ is part of the MPAA, but not the entire Association per se; 7: Incorrect – The text explicitly says, “The MPAA Rating Board members, like those of the Ontario Film Review Board (OFRB), do not classify movies on personal judgements of quality”; Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E, 6E, 7E (ADVOGADO – ANCINE – 2005 – CESPE) Judge the following items. (1) Whereas the OFRB is a public institution, the American

Rating System is private.

(2) “one” (l.29) refers to “rating system” (l.28).

(Interpretation) 1: Correct – The text explicitly says, “the OFRB is a government body” and “In the United States of America, the rating system is a voluntary one that is administered by the movie industry through the MPAA”, meaning the former is a public institution (government) and the latter private (movie industry); 2: Correct – The word ‘one’ represents the previous noun (rating system) so as not to repeat it in the same sentence. Gabarito 1C, 2C

Food control systems: integrated farm-to-table concept 1 4 7 10 13 16 19 22

The objective of reduced risk can be achieved most effectively by the principle of prevention throughout the production, processing and marketing chain. To achieve maximum consumer protection, it is essential that safety and quality be built into food products from production through to consumption. This calls for a comprehensive and integrated farm-to-table approach in which the producer, processor, transporter, vendor, and consumer all play a vital role in ensuring food safety and quality. It is impossible to provide adequate protection to the consumer by merely sampling and analyzing the final product. The introduction of preventive measures at all stages of the food production and distribution chain, rather than only inspection and rejection at the final stage, makes better economic sense, because unsuitable products can be identified earlier along the chain. The more economic and effective strategy is to entrust food producers and operators with primary responsibility for food safety and quality. Government regulators are then responsible for auditing performance of the food system through monitoring and surveillance activities and for enforcing legal and regulatory requirements.

Internet: (with adaptations).

(ADVOGADO – ANVISA – 2004 – CESPE) According to the text

above, judge the following items.

(1) To improve food quality, it is really crucial that safety mea-

sures be implemented at the processing stage.

(2) In the farm-to-table approach, products are sold directly by

farmers to consumers.

(3) Transporters and vendors won’t play any significant role

along the food production and distribution chain.

(4) Primary responsibility for food safety and quality should rest

with producers and operators.

(5) Prevention eliminates all potential food hazards.

(Interpretation) 1: Correct – The text explicitly says, “To achieve maximum consumer protection, it is essential that safety and quality be built into food products from production through to consumption”, which includes all stages between production and consumption, that is, processing, too; 2: Incorrect – The text explicitly says, “This calls for a comprehensive and integrated farm-to-table approach in which the producer, processor, transporter, vendor, and consumer all play a vital role in ensuring food safety and quality”, meaning that safety should be a recurring topic in every step of food processing. It does not mean that products are sold directly to consumers; 3: Incorrect The text explicitly says, “This calls for a comprehensive and integrated farm-to-table approach in which the producer, processor, transporter, vendor, and consumer all play a vital role in ensuring food safety and quality”; 4: Correct – The text explicitly says, “The more economic and effective strategy is to entrust food producers and operators with primary responsibility for food safety and quality”; 5: Incorrect – The text explicitly says, “Many but not all potential food hazards can be controlled along the food chain through the application of good practices”, meaning that prevention does NOT eliminate ALL hazards. (ADVOGADO – ANVISA – 2004 – CESPE) Judge the following items,

related to the text above.

(1) The sentence “it is essential that safety and quality be built

into food products” (l.4-5) follows the same structure as it’s vital that he go straight to the house. (2) “their presence” (l.25) refers to food hazards and quality loss. (Grammar) 1: Correct – The structure is known as a cleft sentence, which is used to emphasize the adjective (essential / vital). The structure requires the use of a subjunctive verb structure (be built into / go). Both sentences contain this format; 2: Correct – The text says, “Food hazards and quality loss may occur at a variety of points in the food chain, and it is difficult and expensive to test for their presence” (to test for the presence of food hazards and quality loss). (ADVOGADO – ANVISA – 2004 – CESPE) In the text above, (1) “achieve” (l.3) is to accomplish as “hazards” (l.23) is to

security.

(2) “calls for” (l.6) means requires. (3) “rather than” (l.13-14) could be correctly replaced by instead

of with no change in meaning.

(Vocabulary) 1: Incorrect – ‘achieve’ is a synonym for ‘accomplish’, while ‘hazard’ means ‘danger’ or ‘risk’, and ‘security’ means ‘safety’; 2: Correct – The phrasal verb ‘call for’ means require; 3: Correct – ‘rather than’ and ‘instead of’ are synonymous and interchangeable in this sentence. Gabarito 1E, 2C, 3C

(1) Ontarians and Americans are always watching the same

Food hazards and quality loss may occur at a variety of points in the food chain, and it is difficult and 25 expensive to test for their presence. A well-structured, preventive approach that controls processes is the preferred method for improving food safety and quality. Many but not 28 all potential food hazards can be controlled along the food chain through the application of good practices agricultural, manufacturing and hygienic.

Gabarito 1C, 2C

judge the following items.

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C, 5E

(ADVOGADO – ANCINE – 2005 – CESPE) Based in the text above,

369

370 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

1 In Japan there is no kudos in going to jail for your art. Bending the rules, let alone breaking them, is largely taboo. That was one reason Toshinori Mizuno was terrified as he 4 worked undercover at the Fukushima Dai-ichi nuclear-power plant, trying to get the shot that shows him in front of the mangled third reactor holding up a referee’s red card. He was 7 also terrified of the radiation, which registered its highest reading where he took the photograph. The only reason he did not arouse suspicion, he says, is because he was in regulation 10 radiation kit. And in Japan people rarely challenge a man in uniform. M r. M i z u n o i s p a r t o f C h i m P o m , a s i x - p e r s o n 13 collective of largely unschooled artists who have spent a lot of time getting into tight spots since the disaster, and are engagingly thoughtful about the results. 16 It is easy to dismiss ChimPom’s work as a publicity stunt. But the artists’ actions speak at least as loudly as their images. There is a logic to their seven years of guerrilla art that 19 has become clearer since the nuclear disaster of March 11th 2011. In fact, Noi Sawaragi, a prominent art critic, says they may be hinting at a new direction in Japanese contemporary 22 art. R a d i a t i o n a n d n u c l e a r a n n i h i l a t i o n h a v e s u ff u s e d Japan’s subculture since the film Gojira (the Japanese 25 Godzilla) in 1954. The two themes crop up repeatedly in manga and anime cartoons. Other young artists are ploughing similar ground. 28 Kota Takeuchi, for instance, secretly took a job at Fukushima Dai-ichi and is recorded pointing an angry finger at the camera that streams live images of the site. Later he used public news 31 conferences to pressure Tepco, operator of the plant, about the conditions of its workers inside. His work, like ChimPom’s, blurs the distinction between art and activism. 34 J a p a n e s e p o l i t i c a l a r t i s u n u s u a l a n d t h e n e w subversiveness could be a breath of fresh air; if only anyone noticed. The ChimPom artists have received scant coverage in 37 the stuffy arts pages of the national newspapers. The group held just one show of Mr. Mizuno’s reactor photographs in Japan. He says: “The timing has not been right. The media will 40 just want to make the work look like a crime.”

Internet: (adapted).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) According to the text, judge if the

following items are right (C) or wrong (E).

(1) Toshinori Mizuno was more concerned with the radiation he

was exposed to while he was at the nuclear-power plant than with the fact that his art challenged the Japanese established rules. (2) Some Fukushima Dai-ichi employers have turned into political activists after the accident of 2011. (3) The Japanese in general are enthusiastic about artists who get in trouble for breaking the traditional dogmas prevalent in the artistic milieu. (4) Mr. Mizuno believes the radiation kit protected him from more than the radiation in the area. (Interpretation) 1: Incorrect – It cannot be asserted that he was more afraid of the radiation. He was equally ‘terrified’ of both being caught and of the radiation (lines 3 and 7); 2: Incorrect – The artists deliberately took jobs in order to gain access to the plant. They were not employees of the company before the accident; 3: Incorrect – (Line 1) There is no kudos/acclaim/praise in Japan for going to jail for your art; 4: Correct – (Line 10) He believes it also protected him from being challenged and from arousing suspicion due to Japanese deference to people in official uniforms. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C (Diplomacia – 2012 – CESPE) The words “mangled” (l.6) and “suffused” (l.23) mean respectively (A) ruined and permeated. (B) mutilated and obscured.

(C) subdued and covered. (D) humongous and imbued. (E) torn and zeroed in on.

(Vocabulary) A: Correct – Mangled means mutilated or ruined. Suffused means pervaded or permeated; B: Incorrect – Mutilated means mangled. Obscured means concealed or hidden; C: Incorrect – Subdued means calm or conquered. Covered is too physical to mean suffused; D: Incorrect – Humungous means enormous. Imbued means permeated; E: Incorrect – Torn is the past participle of tear – this could work as a synonym for mangled but not quite as strong. Zeroed in on means to target or to focus on. (Diplomacia – 2012 – CESPE) Based on the text, it is correct to

say that ChimPom

(A) adopts some artistic-political stance which is being largely

ignored by the Japanese media nationwide.

(B) produces art which is dissonant with its members’ attitudes. (C) is unique in mixing art with political protest. (D) is a large group of untrained artists whose work blend art

and political activism.

(E) creates art which is avant-garde, and is setting the path of

modern art in Japan.

(Interpretation) A: Correct – The group adopts a combination of art and politics, but it receives scant/little attention (line 36) from the stuffy/ formal arts pages of national newspapers; B: Incorrect – Dissonant means unharmonious/disagreeing – as the members are so committed, this is a strange assertion to make; C: Incorrect – (Line 28) Kota Takeuchi is also an artist/activist and is not a member of ChimPom; D: Incorrect – Largely means mainly and does not refer to how many people are in the group; E: Incorrect – It is only stated that the group may be hinting at a new direction in Japanese contemporary art. Hinting at - to give a slight indication – setting the path then is too strong an assertion to agree with. Gabarito “A”

Godzilla’s grandchildren

Gabarito “A”

This text refers to the following three questions.

This text refers to the following three questions. Can a planet survive the death of its sun? Scientists find two that did. 1 Natalie Batalha has had plenty of experience fielding questions from both layfolk and other scientists over the past couple of years — and with good reason. Batalha is the deputy 4 principal investigator for the spectacularly successful Kepler space telescope, which has found evidence of more than 2,000 planets orbiting distant stars so far — including, just last week, 7 a world almost exactly the size of Earth. But Kepler is giving astronomers all sorts of new information about stars as well, and that’s what an European 10 TV correspondent wanted to know about during an interview last year. Was it true, she asked, that stars like the sun will eventually swell up and destroy their planets? It’s a common 13 question, and Batalha recited the familiar answer, one that’s been in astronomy textbooks for at least half a century: Yes, it’s true. Five or six billion years from now, Earth will be burnt 16 to a cinder. This old news was apparently quite new to the European correspondent, because when she reported her terrifying scoop, she added a soupçon of conspiracy theory to 19 it: NASA, she suggested, was trying to downplay the story. It was not a proud moment for science journalism, but unexpectedly, at about the same time the European 22 correspondent was reporting her nonbulletin, Kepler scientists did discover a whole new wrinkle to the planet-eating-star scenario: it’s apparently possible for planets to be swallowed 25 up by their suns and live to tell the tale. According to a paper just published in Nature, the Kepler probe has taken a closer look at a star called KOI 55 and identified it as a “B 28 subdwarf”, the red-hot corpse of a sunlike star, one that already went through its deadly expansion. Around it are two planets, both a bit smaller than Earth — and both so close to their home 31 star that even the tiniest solar expansion ought to have consumed them whole. And yet they seem, writes astronomer Eliza Kempton in a Nature commentary, “to be alive and well. 34 Which begs the question, how did they survive?”

10. Língua Inglesa

40 43 46 49 52 55

Internet: (adapted).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Based on the text, judge if the following items are right (C) or wrong (E). (1) The recent discovery of a planet with some features very

similar to those of the Earth is one of the interesting finds of the Kepler space telescope. (2) The European TV correspondent reported a scientific find that had been long known as if it were a recent breakthrough. (3) The researchers seem baffled by the recent find of the probe, since they did not expect planets to survive their sun’s expansion and subsequent shrinkage. (4) The article mocks the European TV correspondent’s disinformation about astronomy. (Interpretation) 1: Incorrect – The discovery was of 2,000 planets and their stars. The world similar in size to Earth was no more interesting than any other discovery made by Kepler. (lines 6-7) This could be just as easily argued to be correct – a tricky question and perhaps worth missing out; 2: Correct – (Lines 13-16) It was old news, the scientist gave a familiar answer, it has been in astronomy books for at least half a century; 3: Correct – Baffled/bewildered/confused – (line 22) to add a new wrinkle – to add a new unknown element. (Line 34) – Which begs the question – which poses the question – this would mean the scientists were confused or baffled; 4: Incorrect – The article does mock the correspondent, i.e. to ridicule her. However, disinformation relates to deliberately giving out false information usually by governments or intelligence services. In this case it was not disinformation. It could be construed as poor use of information, but not disinformation. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E (Diplomacia – 2012 – CESPE) According to the text, judge if the

items below about Natalie Batalha are right (C) or wrong (E).

(1) She is the chief researcher of the space project that involves

the Kepler telescope. (2) She was taken aback by the European TV correspondent’s ignorance about the natural process of a star’s living cycle. (3) Natalie Batalha demonstrated how planets can survive the death of the star they orbit. (4) Natalie Batalha is used to talking about her research to specialists and non-specialists alike.

(Interpretation) 1: Incorrect – She is the deputy principal investigator (line 4), therefore, she is not the chief. Deputy – an assistant to another; 2: Incorrect – Taken aback means surprised/confused. No evidence to suggest how she reacted to the correspondent’s ignorance; 3: Incorrect – Astronomer Betsy Green (line 43) demonstrated this, not Natallie Batalha; 4: Correct – (Lines 2-3) plenty of experience fielding questions/dealing with questions form scientists (specialists) and layfolk (non-specialists).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Each of the options below presents

a sentence of the text and a version of this sentence. Choose which one has retained most of the original meaning found in the text.

(A) “A star like the sun takes about 10 billion years to use up

the hydrogen supply” (l.35-36) / It would take a sunlike star around 10 billion years to supply the necessary hydrogen. (B) “Eventually, those outer layers will waft away to form what’s called a planetary nebula while the core shrinks back into an object just like KOI 55” (l.39-41) / Eventually, those outer layers will spew away to shape what’s called a planetary nebula while the core shrinks back into an object just like KOI 55. (C) “Natalie Batalha has had plenty of experience fielding questions from both layfolk and other scientists over the past couple of years — and with good reason” (l.1-3) / Natalie Batalha was quite adept at discerning which questions were made by layfolk or by other scientists over the past couple of years — and with good reason. (D) “at about the same time the European correspondent was reporting her nonbulletin, Kepler scientists did discover a whole new wrinkle to the planet-eating-star scenario” (l.2124) / at about the same time the European correspondent was reporting her nonbulletin, Kepler scientists did stumble upon a whole new crease to the planet-eating-star scene. (E) “This old news was apparently quite new to the European correspondent, because when she reported her terrifying scoop, she added a soupçon of conspiracy theory to it” (l.16-19) / This old news was apparently quite new to the European correspondent, because when she reported her terrifying scoop, she added a dab of conspiracy theory to it. (Interpretation) A: Incorrect – To ‘use up’ means consume completely; it is the opposite idea of to supply; B: Incorrect – ‘Waft away’ means to go away gently. In contrast, ‘spew away’ means to violently/ with great force go away; C: Incorrect - Adept would mean skillful. It isn’t clear if she was good at it or not, just that she had lots of experience. There is no evidence that she had to discern/distinguish which questions came from scientists or layfolk; D: Incorrect – Crease and wrinkle are synonyms in terms of clothes which are creased or wrinkled – crumbled. In this context, wrinkle means a problem. Stumble upon means to find by accident; E: Correct – Soupçoun is a synonym of dab/a small amount. Gabarito “E”

37

How indeed? A star like the sun takes about 10 billion years to use up the hydrogen supply. Once the hydrogen is gone, the star cools from white hot to red hot and swells dramatically: in the case of our solar system, the sun’s outer layers will reach all the way to Earth. Eventually, those outer layers will waft away to form what’s called a planetary nebula while the core shrinks back into an object just like KOI 55. If a planet like Earth spent a billion years simmering in the outer layers of a star it would, says astronomer Betsy Green, “just evaporate. Only planets with masses very much larger than the Earth, like Jupiter or Saturn, could possibly survive.” And yet these two worlds, known as KOI 55.01 and KOI 55.02, lived through the ordeal anyway. The key to this seeming impossibility, suggest the astronomers, is that the planets may have begun life as gas giants like Jupiter or Saturn, with rocky cores surrounded by vast, crushing atmospheres. As the star expanded, the gas giants would have spiraled inward until they dipped into the stellar surface itself. The plunge would have been enough to strip off their atmospheres, but their rocky interiors could have survived — leaving, eventually, the bleak tableau of the naked cores of two planets orbiting the naked core of an elderly star.

371

This text refers to the following three questions. 1 4 7 10 13 16 19 22

While on their way, the slaves selected to go to the great House farm would make the dense old woods, for miles around, reverberate with their wild songs, revealing at once the highest joy and the deepest sadness. (...) They would sing, as a chorus, to words which to many would seem unmeaning jargon, but which, nevertheless, were full of meaning to themselves. I have sometimes thought that the mere hearing of those songs would do more to impress some minds with the horrible character of slavery, than the reading of whole volumes of philosophy on the subject could do. I did not, when a slave, understand the deep meaning of those rude and apparently incoherent songs. I was myself within the circle; so that I neither saw nor heard as those without might see and hear. They told a tale of woe which was then altogether beyond my feeble comprehension; they were tones loud, long, and deep; they breathed the prayer and complaint of souls boiling over with the bitterest anguish. Every tone was a testimony against slavery, and a prayer to God for deliverance from chains. The hearing of those wild notes always depressed my spirit, and filled me with ineffable sadness. I have frequently found myself in tears while hearing them. The mere recurrence to those songs, even now, afflicts me; and while I am writing these lines, an expression of feeling has already found its way down my cheek. To those songs I

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C

372 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

Frederick Douglass. Narrative of the life of Frederick Douglass, an American slave. Charleston (SC): Forgotten Books, 2008, p. 26-7 (adapted).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) To state that the songs “told a tale

of woe” (l.14) means that the songs

(A) were accounts of intertribal warfare. (B) were hymns praising God. (C) were delusions of grandeur of an African idyllic time. (D) had to do with grief and sorrow. (E) had the purpose of keeping slaves’ minds away from their

hard work.

(Vocabulary) A: Incorrect – There is no mention of warfare in this text; B: Incorrect – Not all hymns tell a tale of “woe”, that is sadness and grief; C: Incorrect – “Woe” makes no reference to grandeur; D: Correct – “Woe” refers to deep distress, grief or sorrow; E: Incorrect – There is no reference as to the purpose of these songs. Gabarito “D” (Diplomacia – 2012 – CESPE) Based on the text, judge if the following items are right (C) or wrong (E). (1) The music produced by the slaves had the power to incite

them to rebel against their appalling condition.

(2) The author of the text ascribes his nascent political aware-

ness regarding slavery to the tunes he heard the slaves sing. (3) The narrator believes that his fellow slaves managed to translate their dire predicament into moving tunes. (4) To outsiders, the music sung by the slaves would probably sound like babbling. (Interpretation) 1: Incorrect – There is no mention of a connection between rebellion and the slave music; 2: Correct – (Line 25) the author traces a first glimmering conception of how dehumanizing slavery was; 3: Correct – They were fellow slaves as he describes them as brethren (line 28) and as being part of their circle (line 13). Dire means desperate/ terrible. The author describes in lines 16-19 how the songs were a cry of anguish against their condition as slaves; 4: Correct – Babbling means to make confusing or meaningless sounds. The author states in lines 6-7 the sound of the singing would be like unmeaning jargon.

(postmodification) usually requires the use of an article before said noun; 3: Correct – In this context, it refers to a circle to be within/ part of or to be without – not part of/outside the circle. It does not refer to without in terms of not possessing, i.e. to be without money; 4: Incorrect – The songs did not annoy him, but stirred him. The wild notes were a representation of the slaves’ sadness and the depression came from the salves’ predicament, not the quality of their singing. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

25 trace my first glimmering conception of the dehumanizing character of slavery. I can never get rid of that conception. Those songs still follow me, to deepen my hatred of slavery, 28 and quicken my sympathies for my brethren in bonds. If any one wishes to be impressed with the soul-killing effects of slavery, let him go to Colonel Lloyd’s plantation, and, on 31 allowance-day, place himself in the deep pine woods, and there let him, in silence, analyze the sounds that shall pass through the chambers of his soul, and if he is not thus impressed, it will 34 only be because “there is no flesh in his obdurate heart.”

This text refers to the following three questions. Darkness and light 1 Caravaggio’s art is made from darkness and light. His pictures present spotlit moments of extreme and often agonized human experience. A man is decapitated in his bedchamber, 4 blood spurting from a deep gash in his neck. A woman is shot in the stomach with a bow and arrow at point-blank range. Caravaggio’s images freeze time but also seem to hover on the 7 brink of their own disappearance. Faces are brightly illuminated. Details emerge from darkness with such uncanny clarity that they might be hallucinations. Yet always the 10 shadows encroach, the pools of blackness that threaten to obliterate all. Looking at his pictures is like looking at the world of flashes of lightning. 13 Caravaggio’s life is like his art, a series of lightning flashes in the darkness of nights. He is a man who can never be known in full because almost all that he did, said and thought 16 is lost in the irrecoverable past. He was one of the most electrifying original artists ever to have lived, yet we have only one solitary sentence from him on the subject of painting — 19 the sincerity of which is, in any case, questionable, since it was elicited from him when he was under interrogation for the capital crime of libel. 22 When Caravaggio emerges from the obscurity of the past he does so, like the characters in his own paintings, as a man in extremis. He lived much of his life as a fugitive, and 25 that is how he is preserved in history — a man on the run, heading for the hills, keeping to the shadows. But he is caught, now and again, by the sweeping beam of a searchlight. Each 28 glimpse is different. He appears in many guises and moods. Caravaggio throws stones at the house of his landlady and sings ribald songs outside her window. He has a fight with a 31 waiter about the dressing on a plate of artichokes. His life is a series of intriguing and vivid tableaux — scenes that abruptly switch from low farce to high drama. Andrew Graham-Dixon. Caravaggio: a life sacred and profane. New York – London: W. W. Norton & Company, 2010 (adapted).

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Based on the text, judge if the following items are right (C) or wrong (E).

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Regarding the text, judge if the items

(1) In the second paragraph, the author suggests that informa-

(1) The fragment “quicken my sympathies for my brethren in

(2) The text is built on images associated with darkness, which

(Interpretation) 1: Incorrect – The idea is not one of speed but one of intensity or awakening. That is, to make the author more deeply sympathetic or to revive the author’s sympathies; 2: Incorrect – If the definite article was omitted, the sentence would have to be changed to – than reading whole volumes – i.e. the preposition ‘of’ would also have to be omitted. Employing the preposition “of” after a noun

(Interpretation) 1: Correct – The information was elicited/brought about under interrogation. If interrogated, it is feasible to say the information was elicited under duress/under threat or coercion; 2: Incorrect – This is a question with many possible interpretations. Shadowy can mean lacking substance or full of dark shadows. Shady can mean full of shade or being of dubious quality. If we accept the second definition in both cases, the question is clearly incorrect as Caravaggio’s art is not of dubious quality. Perhaps it is too much to infer from the information in the text about his life or that darkness in the text represented him, his life

below are right (C) or wrong (E).

bonds” (l.28) means that the narrator is fast when it comes to forging emotional and spiritual bonds with his own real family through music. (2) In “than the reading of whole volumes” (l.9-10), the omission of the definite article would not interfere with the grammar correction of the sentence. (3) The relationship the word “within” (l.13) bears with “without” (l.14) is one of opposition. (4) Although the slaves’ songs touched the narrator’s heart, the uncultured quality of their music sometimes annoyed him, as shown in the fragment “The hearing of those wild notes always depressed my spirit” (l.19-20).

tion collected under duress is not reliable.

suggests that Caravaggio’s life, as well as the quality of his art, was shadowy and shady. (3) The author provides the opening paragraph with a cinematic quality for he attempts to create dynamic scenes. (4) From the passage “He is a man who can never be known in full because almost all that he did, said and thought is lost in the irrecoverable past.” (l.14-16) it can be correctly inferred that the author is of the opinion that the study of history is a futile attempt to reconstruct events from the past.

10. Língua Inglesa

373

and his work. A difficult question requiring a deep understanding of the vocabulary used in the text and question; 3: Correct – It is possible to say that in lines 3-7 the author provides a dynamic, open scene, similar to that of a film; 4: Incorrect – This is too strong an assertion to agree with. We only have information about Caravaggio and not about history and its study on the whole.

40 that is not responsive to timeliness. They are generally accountable to their governing bodies and are heavily influenced by the interests of activist states.

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E

the following items.

(Vocabulary) A: Incorrect – This means without pity/ruthlessly; B: Incorrect – This means quickly and without ceremony; C: Incorrect - This means by accident; D: Incorrect – This means causing death; E: Correct – To shoot someone at point-blank range means at a short distance. Gabarito “E” (Diplomacia – 2012 – CESPE) In the last paragraph of the text,

the cause for Caravaggio’s disagreement with the waiter was

(A) the (B) the (C) the (D) the (E) the

sauce served with the artichokes. inartistic appearance of the food. unaffordable price of the plate. frugality of the dish. lack of freshness of the artichokes.

(Vocabulary) A: Correct – Dressing (noun) refers to a sauce usually for salads; B: Incorrect – No evidence; C: Incorrect – No evidence; D: Incorrect – Frugality refers to meanness/small portion; E: Incorrect – No evidence. Gabarito “A”

1 4 7

13 16 19 22 25 28 31 34 37

As a new form of international diplomacy develops to deal with a number of emerging issues in which science and technology play a central role, the United Nations (UN) risks being relegated to the sidelines. The influence and effectiveness of diplomats and international civil servants will increasingly depend on the extent to which they can mobilize scientific and technical expertise in their work. This need not require the UN to acquire extensive in-house scientific competence, but the organization — especially the 10 office of the secretary general — must learn to tap advisory services to identify, mobilize, and use the best available expertise. Although a large number of UN agencies, programs, and treaties rely on scientific and technological expertise for their work, they are not designed to receive systematic science advice as a key component of effective performance. In most cases, science is used in the UN to support special interests and political agendas that do not necessarily advance the goals of the organization. But this should not come as a surprise. The UN was founded and grew to prominence in the era of the Cold War, when much of diplomacy was devoted to dealing with threats arising from external aggression. Today, attention is turning to issues such as infectious diseases, environmental degradation, electronic crimes, weapons of mass destruction, and the impacts of new technologies, which in the past would have been the concern of individual nations but have now grown to international stature. The UN’s capacity to deal with these questions must also grow. What is notable about the UN is that it includes organizations that cater to a wide range of jurisdictions but not to the growing community of science advisors. Even agencies such as the UN Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) have done little to provide a platform for the world’s science advisors. Specialized agencies such as UNESCO, the Food and Agriculture Organization, the World Health Organization, and the UN Industrial Development Organization relate to the UN secretary general’s office through a bureaucratic hierarchy

(1) Science and technology now play an important role in

(2)

(3)

(4) (5) (6)

(7)

(8)

international diplomacy the same way as uncountable other emerging matters do. Diplomats and international civil servants must now increase their technical and scientific knowledge to cope with the new demands coming from emerging issues. Numerous UN agencies depend upon scientific and technological advice to carry out their tasks, however they are yet to be ready to receive systematic science consultancy as a crucial component of effectual performance. The present use of science by UN does not in every case act in its best interest so as to enforce its goals. When the UN began its activities, its sole concern had to do with dealing with issues concerning the Cold War. Problems that once were coped with by individual nations have now become international subjects which led the UN to devote its time to them. Due to the lack of world’s science consultants, the UN specialized agencies would rather report to their governing staff to escape being influenced by the interest of the activist states. The gist of the text above can be said to be the importance of specialized advice to the UN in a new globalized era.

(Interpretation) 1: Incorrect – There is no clear evidence to substantiate this claim. “Other uncountable emerging matters” is so vague it’s impossible to say they play the same role as science and technology; 2: Incorrect – In the first paragraph, the text clearly states the issue is about how diplomats and civil servants “mobilize scientific and technical expertise in their work”. It is not about increasing knowledge, but rather about how they use and organize the scientific knowledge they have and receive; 3: Correct – In the second paragraph, the text clearly states that a large number of UN agencies “are not designed to receive systematic science advice as a key component of effective performance”; 4: Correct – In the second paragraph, the text clearly states that “science is used in the UN to support special interests and political agendas that do not necessarily advance the goals of the organization”; 5: Incorrect – In the second paragraph, the text clearly states that the “UN was founded (began) and grew to prominence (grew in important) in the era of the Cold War, when much of diplomacy was devoted to dealing with threats arising from external aggression”. “External aggression”, in this context, is not contained to issues related to the Cold War; 6: Correct – In the second paragraph, the text clearly states that the UN’s attention is now on issues “which in the past would have been the concern of individual nations but have now grown to international stature”; 7: Incorrect – In the third paragraph, the text states that the specialized agencies are, in fact, “accountable to their governing bodies”, but the text does not confirm that this is due to the lack of the scientists, nor that it is to escape influence from activist states; 8: Correct – The gist, or the general idea, conveyed in the text involves specialized information (scientific and technological) and the importance of dealing with it as the circumstances have become more international (new globalized era). (Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) In the text, (1) the word “little” (l.34) means not much. (2) the word “heavily” (l.41) is the opposite of roughly.

(Vocabulary) 1: Correct – The collocation “to do little” means “not to do much”; 2: Correct – Within the context, the expression “heavily influenced” means “influenced a great deal” or “very much influenced”. When “roughly” is used together with “influenced”, it means “somewhat influenced”, or “more or less influenced”, taking on an aspect of opposition. Gabarito 1C, 2C

(A) in a cold-blooded manner. (B) summarily. (C) without intention. (D) fatally. (E) within a short distance.

(Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Based on the text, judge

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E, 6C, 7E, 8C

(Diplomacia – 2012 – CESPE) In line 5, “at point-blank range”

means

University of Texas at Dallas (with adaptations).

374 Mark Hughes e Anthony Rosenberg 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28

A personal expression of regret from Pope Benedict XVI over a speech which offended Muslims has proved only partially successful in stemming a torrent of anti-Christian anger, and in some places violence, in the Islamic world. Speaking from the balcony of his residence at Castel Gandolfo outside Rome, the pontiff used his Sunday blessing on September 17th to say he was “deeply sorry” for the “reactions in some countries” to a speech he gave on Tuesday last week. He insisted that the words of a medieval text he quoted — an outburst against Islam by a late Byzantine emperor — “do not in any way express my personal thought”. In Turkey, where a papal visit planned for November has now been called into question, the top Muslim official said the Pope’s expression of respect for Islam amounted to a “civilised position”. But in many Muslim nations people grumbled that the Pope appeared to be regretting the reactions to the speech, but not the speech itself. The Muslim Brotherhood, a powerful international association whose offshoots include the Palestinian movement Hamas, said the Pope’s statement of regret was welcome but would not satisfy all Muslims. A wave of small protests and some violence continued over the weekend in several Muslim countries. On Sunday an Italian nun in Mogadishu, Somalia’s capital, was shot dead at the entrance to a hospital; many feared a link to the papal row. Half a dozen churches in the West Bank were attacked, as the Palestinian prime minister, Ismail Haniya, appealed for restraint.

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28

Internet: (adapted).

31

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Based on the

34

(1) Pope Benedict XVI succeeded in stopping the angry reaction

against Christians. Many countries reacted against the Pope’s speech. The Byzantine Emperor mentioned is still alive. The Pope’s visit to Turkey has been questioned. For many the Pope’s apology refers to people’s reaction against his speech. (6) Several Muslim countries reacted violently to Pope Benedict’s speech during the weekend. (2) (3) (4) (5)

(Interpretation) 1: Incorrect – In the first paragraph, the text clearly states: “A personal expression of regret from Pope Benedict XVI over a speech which offended Muslims has proved only partially successful in stemming a torrent of anti-Christian anger”. There was some success, but not total success; 2: Incorrect - In the first paragraph, the text clearly states that the Pope was “deeply sorry for the reactions in some countries”, not many countries; 3: Incorrect – In the second paragraph, the text clearly states: “an outburst against Islam by a late Byzantine emperor”. In this context, the word “late” means deceased or departed; 4: Correct – In the second paragraph, the text clearly states: “In Turkey, where a papal visit planned for November has now been called into question”. In this context, the collocation “to call something into question” is synonymous with “to question”; 5: Correct - In the second paragraph, the text clearly states: “But in many Muslim nations people grumbled that the Pope appeared to be regretting the reactions to the speech, but not the speech itself”; 6: Correct – In the third paragraph, the text clearly states: “A wave of small protests and some violence continued over the weekend in several Muslim countries”. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5C, 6C (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) In the text, (1) “deeply sorry” (l.7) is the same as dreadfully sorry. (2) “was shot dead” (l.26) means was killed.

(Vocabulary) 1: Correct – Within the context, “dreadfully” has the meaning of “extremely”, which is synonymous with “deeply”; 2: Correct – The collocation “to be shot dead” means that somebody shot the victim, and that the shot killed the victim.

Idem, ibidem. (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) According to

the text, it can be deduced that

(1) Professor Mikesell was 41 when he attended the Bretton

Woods’ Conference.

(2) the Bank’s sole job was to rebuild Europe. (3) the world richness and stability were supported by economic

theory.

(Interpretation) 1: Incorrect – If Professor Mikesell died in 2006 (date of the text) at the age of 93, he was born in 1913. In 1944, when he attended the Bretton Woods’ Conference, he would have been 31, not 41; 2: Incorrect – In the second paragraph, the text clearly states “The bank’s first job was rebuilding Europe”. Rebuilding Europe was the “first” job, not the “only” job; 3: Correct – In the third paragraph, the text clearly states: “Helped by improved economic theory, the world has grown richer and more stable”. Gabarito 1E, 2E, 3C

text, judge the following items.

Raymond Mikesell, a professor of economics at the University of Oregon, died on Thursday September 14th at the age of 93. Mr Mikesell’s old age brought with it a noteworthy achievement. He was thought to be the last surviving economist present at the conference in 1944 at Bretton Woods, New Hampshire, which saw the establishment of the post-war economic regime and with it the birth of the International Monetary Fund (IMF) and the World Bank. As the annual autumn meeting of the two institutions gets underway in Singapore, Mr Mikesell’s death is a reminder to the ageing figures of international finance that they may also have a natural lifespan. The organisations were born into a world torn apart by war. The economists meeting at Bretton Woods also had sharp memories of the international financial crisis of the 1930s, when mercantilist policies and the failure of the international-payments system devastated world trade. They hoped to avert future crises by setting up multilateral institutions to act as a stabilising influence during the postwar reconstruction. The bank’s first job was rebuilding Europe; the IMF oversaw the fixed exchange-rate system established at Bretton Woods. Later on the pair sought new roles as the stewards of global economic development and financial stability. N o w t h e I M F a n d Wo r l d B a n k h a v e f e w e r j o b s t o do. Markets work better, as do other financial institutions. Helped by improved economic theory, the world has grown richer and more stable. As for helping the poorest, a multilateral model of giving poor countries money and advice for running their economies is under fire from both left and right. Conservatives argue that such interventions cause more problems than they solve. The left complains that developing nations get too little money and not enough control over how it is spent. Both sides fear that the institutions’ structures are outdated, hinting, increasingly loudly, that retirement is due.

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) According to

the text, the IMF and the World Bank

(1) began their activities in the late 40’s.. (2) meet once a year. (3) were born to solve the international financial crisis of the

1930’s.

(4) were created to avoid new crises.

(Interpretation) 1: Incorrect – Essentially, these two institutions began work at the conference held in 1944, i.e. before the middle of the decade. Therefore, they did NOT start in the late 40’s; 2: Correct – In the first paragraph, the text clearly states: “As the annual autumn meeting of the two institutions gets underway in Singapore,…” The word “annual” means “once a year”; 3: Incorrect –The institutions were set up in 1944. It was too late to solve the 1930’s crisis; 4: Correct – In the second paragraph, the text affirms that the institutions “hoped to avert future crises by setting up multilateral institutions to act as a stabilising influence during the postwar reconstruction”. The initial job was to

Gabarito 1C, 2C

10. Língua Inglesa

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) In the text, (1) “economic” (l.7) is synonymous with economical.

(Vocabulary) 1: Incorrect – “Economic” is related to the economy, while “economical” is related with the idea of saving or not spending money. Gabarito 1E (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Mrs. Green

calls at the Bank:

— I’d like to cash this check for fifty dollars for me, please. — Have you an account with us? — Yes, my husband and I have a checking account. I also want to deposit these other checks in our account at the same time. — I see. Have you made out a deposit slip? (Mrs Green hands teller deposit slip with checks for deposit) — I hope that I have made it out correctly. — It seems to me all right. How do you want this other check cashed, Mrs. Green? Will five tens be all right? — That will be fine. (Accepts bills) I also want to ask you about starting a savings account. My husband and I have been thinking of opening a small savings account in which we could perhaps put aside a few dollars each week. — The procedure is very simple. You can open a savings account at any time with an initial deposit of five dollars or more. Five dollars is the minimum original deposit. After that you deposit or withdraw money as you wish. You bring your bank book with you each time and the deposit or withdrawal is entered in your book. The amount carries interest of 2½ % and the interest is added to your account every six months. That’s about all there is to it. If you’d like to open an account you can talk with the manager or with one of his assistants. They will be glad to take care of you. Dixson, Everyday Dialogues, p. 1-2 (adapted).

From the text above, it can be concluded that (1) Mrs Green has already started a savings account. (2) to start a savings account you cannot deposit more than five

dollars.

(3) savings accounts carry interest of 2½% every other six

months.

(4) the teller couldn’t open the savings account.

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Juan Gonzales

visits New York City and has to ask his way around:

1

— I’m sorry, sir. I’m trying to find my way to Columbia University. Can you direct me? This is my first time in New York City. 4 (Passerby, looking bewildered) — Let’s see! Columbia University? That’s in the Bronx, isn’t it? — I haven’t the faintest idea. The only thing I know is 7 that someone told me it was “uptown”. — Yeah! That’s right. It’s in the Bronx. Well, you take the subway here. There’s a station on the next corner. You 10 have to walk down the stairs and take the uptown train.

According to the text above, it can be deduced that (1) Juan Gonzales had already been to New York. (2) the passerby was sure that Columbia University was in the

Bronx.

(3) “faintest” (l.6) is synonymous with slightest. (4) “subway” (l.9) is the same as underground.

(Vocabulary) 1: Incorrect – Juan clearly states “This is my first time in New York City”; 2: Incorrect – The passerby uses a tag question (isn’t it?), which suggests a level of uncertainty concerning what he has said. “That’s in the Bronx, isn’t it?”; 3: Correct – Within this context, the word “faintest” means almost none. “Slightest” means a small amount, or almost none. Hence, they are synonymous; 4: Correct – “Subway” is the American term for “underground”. The British use two terms: the “underground”, and the “tube”. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C

rebuild Europe, but the institutions became “the stewards of global economic development and financial stability”, meaning they would manage the economy to avoid financial crises.

375

1

The experience of sending the Strykers to Baghdad indicates that more troops could help in the short term. A growing number of analysts in Washington, including 4 some conservative supporters of the Bush Administration, have called for a substantial increase in U.S. troop levels to stop Iraq’s slide into civil war. But expanding the total U.S. 7 f o r c e i n I r a q r e m a i n s u n l i k e l y — m i l i t a r y o ff i c i a l s interviewed by TIME say that the U.S. command remains reluctant to make a major manpower boost. To some, that 10 reluctance is indicative of the leadership’s broader failure to heed complaints about U.S. troop strength that have been voiced by officers in Iraq for more than three years. “I know 13 I could have used more forces,” says a Lieut. Colonel who served in Iraq. “We could have held more territory... I asked, but I’m not sure the request ever made it.” Internet: (adapted).

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) Based on the

text, it can be said that

(1) it is easy to know who was the “Lieut. Colonel” (l.13) men-

tioned.

(2) the Lieut. Colonel is in doubt whether he is going to get more

troops.

(3) to solve Iraq’s problem is just a matter of sending more

troops.

(4) increasing US troop level is thought to be able to prevent a

civil war in Iraq.

(5) the United States commanders hesitate about increasing

man power in Iraq.

(Interpretation) 1: Incorrect – Mrs. Green clearly asks about starting a savings account: “I also want to ask you about starting a savings account”; 2: Incorrect – The bank teller clearly explains that to start a savings account, the initial deposit is five dollars. The issue of depositing more is not mentioned, but, “five dollars is the minimum original deposit”; 3: Incorrect – The teller clearly explains that “interest is added to your account every six months”, which translates into two interest payments per year. The expression “every other six months” carries the idea that interest payments are made only once a year; 4: Correct – The teller clearly states that “If you’d like to open an account you can talk with the manager or with one of his assistants.” Candidates should infer that his referral to the manager or one of his assistants means that he himself could not open the savings account.

(Interpretation) 1: Incorrect – The title “Lieut. Colonel” is a reference to his rank, not to his name. He served in Iraq, but so did many other Lieut. Colonels. Who this Lieut. Colonel is remains a mystery; 2: Correct – The Lieut. Colonel clearly states that he asked for more troops, “but I’m not sure the request ever made it”; 3: Incorrect – “A substantial increase in U.S. troop levels” is an idea sustained by some analysts in Washington, but military officials have proved to be “reluctant to make a major manpower boost.” There is no clear answer to solve Iraq’s problem; 4: Correct – The text clearly states that some analysts in Washington think that “A substantial increase in U.S. troop levels stop Iraq’s slide into civil war”; 5: Correct – The text clearly states that military officials have proved to be “reluctant to make a major manpower boost.” Within this context, being “reluctant” is synonymous with “hesitate”, while “increase” and “boost” have similar meanings.

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C

376 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

(Vocabulary) 1: Correct – The collocation “in the long run” is synonymous with “in the long term”, the opposite of “in the short term”; 2: Correct – The phrasal verb “call for” can mean “ask for”. Within the context of this text, the meanings are the same; 3: Incorrect – The word “boost” in a synonym for “increase”, not “decrease”. Gabarito 1C, 2C, 3E

1

The idea of the triumph of one people being the tragedy of another is eloquently captured in Sandy Tolan’s book, The Lemon Tree — essential reading for anyone 4 seeking to understand the difficulty in resolving the IsraeliPalestinian conflict. Tolan chronicles the true story of Dalia Eshkenazi, whose family flees post-Holocaust Bulgaria in 7 1948 to live the Zionist dream of building a Jewish state in the Holy Land. The new Israeli government provides them with an abandoned Arab house in the town of Ramla, in 10 which she grows up. One summer morning in 1967, she’s sitting in the garden near the old lemon tree, when Bashir Khairi knocks on the gate. Khairi is the son of the man who 13 planted the lemon tree; he was born in the house and lived there until age 4, when he and his family, and hundreds of others, were forced onto buses by Israeli soldiers and driven 16 to the West Bank, where they have lived as refugees ever since. Idem, ibidem.

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) According to

the text, judge the following items.

(1) Reading Sandy Tolan’s book is basic for those interested in

solving the Israeli and Palestinian conflict.

(2) Sandy Tolan deals with the victory of Israel and the tragedy

of Palestine.

(3) Bashir and Dalia were born in the same house.

(4) Bashir and Dalia have nothing in common. (5) Bashir’s father used to live in Dalia’s house. (6) Khairi’s family abandoned their house in 1967.

(Interpretation) 1: Incorrect – The text states that Sandy Tolan’s book is “essential reading for anyone seeking to understand the difficulty in resolving the Israeli-Palestinian conflict.” This suggests that the book can help people understand and it is highly recommended. However, there is no reference to its level of difficulty, i.e., whether it is basic or complex; 2: Correct – The text clearly states that “the idea of the triumph of one people being the tragedy of another is eloquently captured in Sandy Tolan’s” book. The triumph is clearly attributed to the Israeli people later in the text, when it states Bashir Khairi and his family “were forced onto buses by Israeli soldiers”; 3: Incorrect – The text clearly states that Bashir Khairi “was born in the house and lived there until age 4”, but Dalia, after fleeing post-Holocaust Bulgaria with her family, moves in and grows up there. She was not born there; 4: Incorrect – The text clearly states that they grew up in the same house, albeit at different moments; 5: Correct – The text affirms that Bashir Khairi lived in the house with his family, including his father, who planted the lemon tree there; 6: Incorrect – The text clearly states that Bashir Khairi’s family did not abandon the house; they were forced to leave. This happened well before 1967, because that is the year he returns and meets Dalia who, at this time, is living in the house. “One summer morning in 1967, she’s sitting in the garden near the old lemon tree, when Bashir Khairi knocks on the gate.” (Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) In the text, (1) “chronicles” (l.5) is the plural of chronicle. (2) “he” (l.13) refers to “Khairi” (l.12).

(Grammar) 1: Incorrect – In this text, the word “chronicles” is being used as a verb, not a noun. It is in the 3rd person singular “Tolan chronicles the true story”; 2: Correct – The word “he” is the subject of a secondary clause. The word “he” refers back to the subject in the first clause. The use of the semi-colon in this sentence creates a syntactic-semantic link between the two clauses, reinforcing the reference back to the first subject. “Khairi is the son of the man who planted the lemon tree; he was born in the house …”. Gabarito 1E, 2C

(1) “in the short term” (l.2) is the opposite of in the long run. (2) “have called” (l.5) is the same as have asked. (3) “boost” (l.9) is the same as decrease.

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E, 5C, 6E

(Preparação Oficial de Chancelaria – 2006 – CESPE) In the text,

1

The democratic race has never seemed so intriguing or so close, with each election’s results closely watched and delegates agreed, each vote really does seem to count this time around. Numbers of those turning out to the polls have reached new highs for a primary election, and one of the main drivers is the head-to-head race between Obama and Clinton. After Super Tuesday, 4 Clinton was in the lead and sitting pretty. But since then, election after election has turned to Obama’s favor. Some big elections coming up include Texas and Ohio, both of which have Hillary in the lead. But how different are these two candidates? People seem passionate about their candidates, but when looking at the two 7 side by side, they are overall very similar. There are some who hate Hillary, and would not want her to be president, but the same is not true for Obama. At the same time, if my candidate of choice wasn’t elected president, I think I wouldn’t be opposed to the other winning the nomination. Which raises the question of a joint ticket1 between the two. 10 In the recent California debate Obama and Clinton were asked if they would consider a joint ticket, and both said yes. It seems interesting. They are both strong and successful and wouldn’t back down2 if the other didn’t see eye-to-eye with them. That’s the kind of relationship I want between my President and Vice President, if you pick a pair who agree on everything, what good 13 does that serve? What if no one is looking at the issue from another angle? However, I would be worried about the two partnering together with the red states, I think together they can seem too liberal and might not be the winning ticket. I still think a middle of the road white male would be the best ticket for both. Although, 16 personally I would be all for a joint ticket. 1 joint ticket – agreement. back down – to stop supporting a position. Internet: (adapted). 2

(Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) According to the text, judge the following items. (1) It is the first time that the democratic elections look so interesting. (2) Never before has every single vote been so important for the democratic party. (3) Clinton remains in the lead election after election. (4) Obama and Clinton don’t seem to share any characteristics. (5) People hate both candidates the same way. (6) It is indifferent for the author whether either Clinton or Obama wins the election. (7) According to the author, it would be a good idea to have two candidates with the same point of view.

10. Língua Inglesa

(1) “both of which” (l.5) refers to “Texas and Ohio” (l.5). (2) “coming up” (l.5) is synonymous with happening soon. (3) “who” (l.7) can be correctly replaced by whom.

(Vocabulary) 1: Correct – The collocation “both of which” works as a non-restrictive relative pronoun that refers back to a two-noun phrase (both = two). The only two-noun phrase in the sentence is Texas and Ohio; 2: Correct – The phrasal verb “coming up” means “looming”, “on the agenda”, or “happening soon”; 3: Incorrect – The word “who” in the sentence “There are some who hate Hillary” functions as a relative pronoun referring back to the word or idea “some (people)”. However, it also functions as the subject of the verb “hate”. The relative pronoun “whom” can never function as a subject, but rather as an object, e.g. an unpopular politician is Hillary, whom many people hate. In the example, “many people” is the subject of the transitive verb “hate”. “Whom” represents the object of the transitive verb “hate” (Many people hate Hillary). Gabarito 1C, 2C, 3E

The Golden State Gets Greener 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28

Governor Arnold Schwarzenegger has signed Executive Order S-3-05 which establishes greenhouse gas (GHG) emission reduction targets for California. The California Air Resources Board, which oversees the state’s pollution, has announced a sweeping plan designed to cut the state’s current greenhouse gas emissions 30% by 2020. The proposed rules come after two years of debate, public meetings, and consultations with scientists, economists, and policy experts from around the world. After accepting comments on the plan, the California Air Resources Board will vote on it 1 January 2009. If they approve it, regulations could be in place as early as January 2010. For his part, California Governor Arnold Schwarzenegger said at a Florida climate conference that he wants his state’s citizens to prepare for the long haul. “America did not get into this mess overnight, and we are not going to get out of this mess overnight. We need to change our energy policies and our thinking, and stick with it”. Its emission reduction goals put California in the forefront of efforts to regulate greenhouse gases. The signature proposal is the greenhouse gas cap. It would target 85% of California’s carbon dioxide and other greenhouse gas emissions, mainly from power plants, oil refineries, and factories. The reductions are roughly three times more aggressive than the eight-state Regional Greenhouse Gas Initiative adopted in the U.S. northeast, which goes into force next year. If the rules are enacted, the state’s greenhouse pollution in 2020 will equal its 1990 emissions. Over time, the plans could create jobs and tax revenue by growing new green

Eli Kintisch. Science NOW. Daily News. Internet: (adapted).

(Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) According

to the text, it can be inferred that

(1) California’s Air Resources Board is the state agency respon-

(2)

(3) (4) (5)

sible for monitoring and regulating greenhouse gas emission sources in California. the proposal aims to improve air quality and reduce greenhouse gas emissions throughout the United States of America. one proposal goal is to reduce California greenhouse gas emissions to 1990 levels by 2010. the standards will reduce greenhouse gas emissions by 85 per cent relative to current models. reducing greenhouse gas emissions will be enough to avoid sea level rise.

(Interpretation) 1: Correct – In the first sentence, the California Air Resources Board is clearly stated as the agency “which oversees the state’s pollution” and which is responsible for the “plan designed to cut the state’s current greenhouse gas emissions 30% by 2020”; 2: Incorrect – In the third paragraph, the text clearly states that the proposal “would target 85% of California’s carbon dioxide and other greenhouse gas emissions”. In the third paragraph, the proposal is also compared to “the eight-state Regional Greenhouse Gas Initiative adopted in the U.S. northeast”, suggesting that the proposal is not nationwide; 3: Incorrect – In the fourth paragraph, the text clearly states that “the state’s greenhouse pollution in 2020 will equal its 1990 emissions”, and not in 2010; 4: Incorrect – In the third paragraph, the text states that the standards “would target 85% of California’s carbon dioxide and other greenhouse gas emissions”. Targeting 85% of the state’s emissions does not mean an 85% reduction. It means that 85% of the sources for emissions will be targeted by the standards, but there is no guarantee that they will all be reduced; 5: Incorrect – In the fourth paragraph, the text clearly states that “California also wants to contribute to global efforts to avert potential catastrophes such as sea level rise”, which means that the state will help. It does not mean that the state alone will be able to avoid the sea level rise. (Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) It is correct

to conclude from the text that

(1) the Greenhouse Gas Initiative adopted in the U.S. northeast

is more radical than California’s plan for GHC reduction.

(2) California’s plan to cut greenhouse gas emissions could

create new jobs in coming years.

(3) global warming is expected to raise temperatures between 8

and 10.4 degrees in California if greenhouse gas emissions are not cut. (4) greenhouse gas emissions are mainly from power plants. (5) “The Golden State”, in the title, refers to the State of California. (Interpretation) 1: Incorrect – In the third paragraph, the text clearly states that “The reductions [planned in California] are roughly three times more aggressive than the eight-state Regional Greenhouse Gas in the U.S. northeast”; 2: Correct – In the fourth paragraph, the text clearly states that “Over time, the plans could create jobs and tax revenue by growing new green industries”; 3: Incorrect – In the text, there is no mention of how much global warming would raise temperatures; 4: Incorrect – In the third paragraph, the text clearly states that greenhouse gas emissions are “mainly from power plants, oil refineries, and factories”, thus including more than just power plants; 5: Correct – In the first paragraph, the only state mentioned in California, thus making the connection. Also, California is famously known as the Golden State. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E, 5C

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E, 5E, 6ANULADA, 7E (Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) In the text,

industries like solar power, energy-efficient appliance 31 manufacture, or alternative fuel development. California also wants to contribute to global efforts to avert potential catastrophes such as sea level rise.

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E

(Interpretation) 1: Correct – In the first sentence, the text clearly states that “The democratic race has never seemed so intriguing or so close...” The word “never” implies that the democratic elections that were held before were not as interesting as these [ones]. Therefore, this is the first time they seem so interesting; 2: Correct – In the first sentence, the text clearly states that “each vote really does seem to count this time around”. The importance is reiterated in the second sentence when the author uses the term “head-to-head race”, showing how close the election is and, consequently, how important each vote is; 3: Incorrect – The text clearly states that “election after election has turned to Obama’s favor”, meaning Obama has been in the lead election after election; 4: Incorrect – The text clearly states “…but when looking at the two side by side, they are overall very similar”. The similarities are reiterated later in the text, when the author claims “They are both strong and successful”; 5: Incorrect - Some hate Hillary and do not want her to be president, whereas others hate Obama, but do not state they don’t wish him to be president (lines 7-8); 6: Gabarito Oficial – ANULADA / Nosso Gabarito – Correct – The author affirms that “…if my candidate of choice wasn’t elected president, I think I wouldn’t be opposed to the other winning the nomination.” The author’s lack of opposition to the other candidate can be construed as indifference; 7: Incorrect – The author shows that he is against the idea of two candidates with the same point of view when he writes “if you pick a pair who agree on everything, what good does that serve?”

377

(Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) In the text, (1) “which” (l.2) refers to “Arnold Schwarzenegger” (l.1). (2) “has announced” (l.4-5) can be replaced by talked about.

378 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

(Vocabulary) 1: Incorrect – In the first paragraph, the text clearly states that “Arnold Schwarzenegger signed the Executive Order S-3-05 which establishes greenhouse gas emission reduction targets for California”. The word “which” is a relative pronoun referring back to “the Executive Order S-3-05” and a subject for the verb “establishes”. Schwarzenegger signed the Executive Order, but the order establishes the targets. This is a grammar question. Obviously, Schwarzenegger and his advisors wrote the order, but the word “which” tells you where they have been established; 2: Incorrect – “The verb “to announce” means to proclaim to a large audience, to “publicize” or “make known”. Meanwhile, “talk about” merely means to discuss, but not necessarily with a large audience; 3: Correct – The word “forefront” comes from the combination of the word “fore” (before) and “front”. Together, it is a synonym for “leader”, or “leading position”; 4: Correct – The word “roughly” is an informal synonym for the word “approximately”; 5: Incorrect – The word “enact” means to “ratify” or “endorse”. In Portuguese, this is often translated as “promulgar”, which is, essentially, the opposite of “not approved”.

(2) In early 1864 Lincoln felt he would easily win re-election. (3) The Confederates defeated the states located in the South

of the United States.

(4) President Lincoln formed a new group called the National

Union Party that included Republicans and Democrats.

(Interpretation) 1: Incorrect – In the third paragraph, the text clearly states that “The tide of the war turned in favor of the North shortly before the election”, showing that the war had already begun before the elections were held. This is reinforced in the political cartoon, showing the obvious conflict between the North and South at the same time the elections were being held; 2: Incorrect – In the second paragraph, the text clearly states that “Antiwar feeling was running so high in 1864 that President Lincoln fully expected to be defeated”; 3: Incorrect – In the third paragraph, the text clearly states that “The Union of northern states was fighting the Confederacy of southern states.” The Confederates were the southern states; 4: Incorrect – In the first paragraph, the text clearly states that “many Democrats joined the Republicans to form the Union party. This party chose the Republican Lincoln for the Presidency”. Hence Lincoln did not form the party. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E

(3) “forefront” (l.18) means the same as leading position. (4) “roughly” (l.23) could be replaced by approximately. (5) “enacted” (l.27) means not approved.

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E

The election of 1864

(Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) In the text,

Dissatisfaction over the Civil War split the D e m o c r a t i c P a r t y. I n t h e e l e c t i o n s o f 1 8 6 4 , m a n y Democrats joined the Republicans to form the Union 4 Party. This party chose the Republican Lincoln for the Presidency and Andrew Johnson of Tennessee, a former Democratic member of Congress but an opponent of the 7 Confederacy, for the Vice-Presidency. The Democratic Party responded by naming General George B. McClellan as its candidate for the Presidency. 10 A n t i w a r f e e l i n g w a s r u n n i n g s o h i g h i n 1 8 6 4 t h a t President Lincoln fully expected to be defeated. “We are now on the brink of destruction, and I can hardly see a ray 13 of hope” he wrote to a friend. The Union of northern states was fighting the Confederacy of southern states. The tide of the war turned 16 in favor of the North shortly before the election. As a result, Lincoln won an overwhelming victory.

(1) “Dissatisfaction” (l.1) means Not happy. (2) “chose” (l.4) is the simple past form of the verb to chase. (3) “its candidate” (l.9) refers to the candidate of the Republican

1

Party.

(4) “fully” (l.11) can be correctly replaced by completely. (5) The suffix -ern in “northern” (l.14) and “southern” (l.15) occur

with names of directions like North and South.

(6) “overwhelming” (l.17) is the opposite insignificant.

(Vocabulary) 1: Gabarito Oficial ANULADA / Nosso Gabarito – While the essence of the word “dissatisfaction” means “not happy”, the different morphological classification may have been the reason this question was annulled. “Dissatisfaction” is a noun, while “not happy” is an adjective. Had the option been “unhappiness” or “disappointment”, the question would have been correct; 2: Incorrect – The word “chose” is the simple past form of the verb “to choose”. The verb “chase” is a regular verb, and its simple past form is “chased”; 3: Incorrect – In the first paragraph, the text clearly states that “The Democratic Party responded by naming General George B. McClellan as its candidate for the Presidency”, showing that McClellan was the Democratic Party’s candidate, and not the Republican candidate; 4: Correct – In this context, the meaning of “fully” is synonymous with the meaning of “completely”; 5: Correct – The suffix “-ern” is typically used with nouns of direction to make them adjectives. All the directions can receive the suffix: “eastern”, “western”. These words are usually capitalized when they are acting as names of places; when they are acting as directions, do not capitalize; 6: Gabarito Oficial ANULADA / Nosso Gabarito – Incorrect – The word “overwhelming” in this context means “significant”. The poor wording of the question may have been the reason it was annulled (…is the opposite of insignificant). Gabarito 1ANULADA, 2E, 3E, 4C, 5C, 6ANULADA

This cartoon from the 1864 election seems to favor McClellan, who tries to keep his opponent, Lincoln, and Jefferson Davis from pulling the Union apart. But the voters gave Lincoln 212 electoral votes to McClellan’s 21. Lewis Paul Todd. Rise of the American Nation. Liberty Edition, 1982 (adapted). (Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Based on the information given by the text and shown in the picture above, judge the following items. (1) The election of 1864 was conducted before the Civil War.

1 Parents and guardians are bestowed with the responsibility of protecting and educating children from all the hazards that abound. It is not strange that children are often 4 injured in a familiar environment, such as the home and its surroundings. Accidents could not be completely avoided, but their occurrence could be prevented. Home accidents can be 7 avoided by child-proofing your home, as there are so many different home safety products available today. Reasonable supervision by an adult, and the use of 10 ordinary precautions against accidents, are outstanding as means of prevention. The pictures below illustrate some general instructions for parents and older children in order to prevent 13 home accidents.

10. Língua Inglesa

16 19 22 25

• Children should never play on stairs. • Furniture must be moved away to prevent children placing tep-stones such as a chair next to a window, climbing up and falling out. • Prevent the child from sticking his small fingers in electric sockets and electric fires. • Keep matches and lighters where young children can’t see them or reach them, and also install proper cover to sockets. Children, being less aware of danger, are one of the most vulnerable groups. Younger children are more vulnerable indoors, while older ones are more at risk outdoors. There appear to be gender types of accidents; males tend to have more accidents outdoors while females tend to have accidents indoors. Internet: (adapted).

This text refers to the following items. Blazing a trail with solar power 1 4 7 10 13

(Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) According

to text, judge the items below.

16

(1) At their first years of age, children are more protected from

(3) (4) (5)

(Interpretation) 1: Incorrect – In the last paragraph, the text clearly states that “Younger children are more vulnerable indoors, while older ones are more at risk outdoors”; 2: Correct – In the first paragraph, the text clearly states that “It is not strange that children are often injured in a familiar environment, such as the home and its surroundings”; 3: Correct – In the first paragraph, the text clearly states that “Home accidents can be avoided by child-proofing your home”. This is reinforced in the second paragraph, where the text also clearly states that “Reasonable supervision by an adult, and the use of ordinary precautions against accidents, are outstanding as means of prevention.” These ideas are given as ways to successfully prevent children from injuries and accidents; 4: Correct – In the second paragraph, the text clearly states that “Reasonable supervision by an adult (…) are outstanding as means of prevention”; 5: Correct – In the last sentence, the text clearly states that “males tend to have more accidents outdoors while females tend to have accidents indoors.” Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5C (Preparação Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) In the text, (1) “ordinary” (l.10) could be replaced by special without any

change in meaning.

(2) “their” (l.6) is a possessive pronoun related to occurrence. (3) “being less aware of danger” (l.22) can be replaced by not

perceiving danger as readily.

(4) both “Younger” (l.23) and “older” (l.24) indicate comparisons. (5) “gender” (l.25) refers to the kinds of accidents: indoor and

outdoor accidents.

19 22 25 28

In a hangar outside Zurich, engineers are paring away at the obstacles to a very 21st century challenge: flying a plane around the world powered by nothing but the rays of the sun. If the Solar Impulse project goes to plan, in 2011 a gangly aircraft with the wingspan of an Airbus A380 and the weight of a compact car will attempt to circle the globe in about a month at an average speed of 43 m.p.h. (70 km/h), landing only five times along the way. The challenge, says Piccard, is to keep going until the next sunrise before the batteries are empty: “We have very little margin of error from night into day. Each dawn will be a moment of incredible suspense.” For the 2011 flight, he and Boschberg will do alternating stints of five days and five nights between landings. A day on the ground spent charging in the sunlight should be enough to get the plane back into the air the next morning for another stage in its globe-girdling journey. It’s a delicate enterprise, complicated by meteorological challenges and the ungainliness of a plane this big and light. Even Piccard doesn’t envision solar planes replacing today’s airliners anytime soon, but that’s not the point. To reduce emissions, he believes, aviation will eventually need to wean itself from fossil fuels. “To make reasonable use of any alternative,” he says, “we have to become lighter and more aerodynamic to reduce consumption.” Solar Impulse promises to generate an array of futuristic insights – and some old-fashioned thrills along the way. Internet: (adapted).

(Técnico – ANAC – 2009 – CESPE) Judge the following items

according to the text.

(1) A plane that can fly on solar power has been fully developed. (2) The aircraft will fly powered only by the rays of the sun. (3) The aircraft prototype, which is made of low-density carbon (4) (5) (6) (7)

fiber, will be able to circle the globe in about a month. Despite being big, the airplane is quite heavy. Due to its aerodynamics, the airplane will reduce emissions. Solar planes will replace today’s airliners in the future. The aircraft will fly at around 43 m.p.h.

(Interpretation) 1: incorrect – In line 1 the text states that engineers are, ‘paring away at the obstacles to a very 21st century challenge’. To pare away means to reduce or decrease bit by bit. Therefore the obstacles or problems still need to be overcome; 2: correct – In line 2 the text states that the challenge is,‘flying a plane around the world powered by nothing but the rays of the sun’. Nothing but the rays of the sun means using only the sun’s rays; 3: incorrect – The text does not mention what material the plane is made from; 4: incorrect – The plane is big, (wingspan of an airbus – line 5) but it is in fact light (line 20); 5: incorrect – The plan will reduce emissions due to what it uses for fuel i.e. solar power; 6: incorrect – The text states in lines 20-24 that solar planes are not predicted to replace airliners any time soon and that the key issue is for airliners to reduce their reliance on fossil fuels; 7: correct – (Line 7) An average speed of 43 m.p.h. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E, 5E, 6E, 7C

(2)

accidents that typically happen in the interior of a house or building. Children injuries caused by domestic accidents are very common. Prevention of children injuries and accidents can be successfully achieved when home safety measures are taken. In general, children under adult supervision will suffer fewer injuries. Male and female do not usually have the same types of accidents.

379

(Vocabulary) 1: Incorrect – The word “ordinary” is the opposite of “special”; 2: Incorrect – “The word “their” is a possessive adjective, and it is related to the word “accidents” at the beginning of the sentence. Possessive adjectives are governed by the word they refer in terms of ownership: the occurrence of accidents = their occurrence; 3: Correct – The expression “being less aware of danger” means “not noticing” or “not perceiving danger”. The word “readily” means “easily”; 4: Correct – The words “younger” and “older” contain the suffix “-er”, which is used in English to make comparisons; 5: Incorrect – The word “gender” in English is strictly used when referring to the “sex” (masculinity or femininity) of something or somebody. It is not used to discriminate whether things are “indoor” or “outdoor”.

(Técnico – ANAC – 2009 – CESPE) In the text,

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5E

Gabarito 1C, 2C, 3C

(1) the expression “Blazing a trail” in the title can figuratively

mean avant garde or inventive work in arts or sciences, evoking the literal meaning of going into new territory which has no marked paths. (2) the adjective “gangly” (l.5) means too big or long. (3) the word “stints” (l.13) refers to an unbroken period of time doing a certain job or activity. (Vocabulary) 1: correct – to blaze a trail or to be a trailblazer refers to being innovative or pioneering; 2: correct – It can mean tall, long or slender; 3: correct – Stints means this.

380 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

* Foodborne illnesses are defined as diseases, usually either infectious or toxic in nature, caused by agents that enter the body through the ingestion of food. Internet: (adapted). (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) According to the text above,

judge the following items.

(1) Americans are perfectly conscious of the danger of under-

cooked food.

(2) Foodborne sicknesses are the most serious public health

problem.

(3) The CDC estimates that more than 50 million cases of

foodborne illness are found in the USA every year.

(4) Foodborne disease prevention is among the most important

concerns of the USDA.

(5) For more than a century, the FSIS has been concerned

about three particularly important nutritional items. (6) Public education programs are all that is required to prevent illness coming from food handling, preparation and storage. (7) The Be Food Safe Campaign aims at making Americans aware of food safety problems. (8) The Be Food Safe Campaign intends to provide more information to users about the diseases that can be caused by food.

(Interpretation) 1: incorrect – The text states in line 28 that the campaign seeks, ‘to raise the level of awareness of the dangers associated with improper handling and undercooking of food’. This statement and the fact that 5,000 people die per year illustrate that Americans are nto perfectly conscious about these dangers; 2: incorrect – They are one of the U.S Department of Agriculture’s top priorities but not necessarily the top priority (line 8); 3: correct – (Line 2) According to the CDC approximately 76 million cases are found every year in the U.S.; 4: correct – They are one of the U.S Department of Agriculture’s top priorities. (line 8); 5: correct – (line 9) ‘For more than 100 years, the USDA’s Food Safety and Inspection Service (FSIS) has worked with our Nation’scommercial suppliers to ensure that meat, poultry, and egg products are safe, wholesome, and correctly labeled and packaged for public consumption’; 6: incorrect – Don’t all these come back to forms of education; 7: incorrect – It aims at giving educators they tools to help people change their habits; 8: correct – ‘to raise the level of awareness associated with the improper handling and undercooking of food’. (line 28).

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) In the text, (1) “to ensure” (l.12) means to make (something) certain to

happen.

(2) “which” (l.25) can be correctly replaced by what.

(Vocabulary) 1: correct – to ensure means to make sure or to guarantee something will happen; 2: incorrect – ‘Which’ refers to the subject of the sentence ‘the campaign’. What could not be used in this type of construction. Gabarito 1C, 2E

1 Foodborne illnesses* are a serious public health threat. Each year, approximately 76 million cases of foodborne illness occur in the United States alone, according 4 to the Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Of those cases of foodborne illness, more than 325,000 people are hospitalized and about 5,000 deaths occur. 7 Why Be Food Safe? Preventing foodborne illness is one of the U.S. Department of Agriculture’s (USDA’s) top priorities. For 10 more than 100 years, the USDA’s Food Safety and Inspection Service (FSIS) has worked with our Nation’s commercial suppliers to ensure that meat, poultry, and egg 13 products are safe, wholesome, and correctly labeled and packaged for public consumption. And because research shows that improper handling, preparation, and storage of 16 food can cause foodborne illness, FSIS has conducted – and is a key stakeholder in – many public education programs to prevent foodborne illness. 19 What is the Be Food Safe Campaign? USDA developed the Be Food Safe Campaign in cooperation with the Partnership for Food Safety Education, 22 FDA, and CDC because research shows that Americans are aware of food safety, but they need more information to achieve and maintain safe food handling behaviors. The Be 25 Food Safe Campaign, which is grounded in social marketing, behavior change, and risk communications theories, is designed to provide educators with the tools to inform 28 consumers about foodborne illness and raise the level of awareness of the dangers associated with improper handling and undercooking of food.

Off the radar screen 1 Days after Air France’s ill-fated Airbus A330 plunged mysteriously into the southern Atlantic Ocean four hours after leaving Rio de Janeiro for Paris on May 31st, rescuers were still 4 searching for debris. The wreckage is thought to lie up to some 3,700 metres below the waves, possibly in one of the many trenches that riddle 7 the rocky undersea mountain range west of the Mid-Atlantic Ridge. Its exact location may not be known for several weeks. One of the hazards of flying over oceans is the lack of 10 radar coverage. Even the latest radar equipment can reach out no more than 550 kilometres (300 nautical miles) from land. Once out of radar range, pilots flying intercontinental routes make 13 scheduled radio contact every half an hour or so with air-traffic control stations, behind or ahead of them, to report their positions. The rest of the time, no one knows exactly where they 16 are. A number of countries, especially those surrounded by oceans or by vast expanses of rugged wilderness are none too 19 happy with this. America, Australia and Canada have been among the most active proponents of satellite navigation for commercial aircraft. 22 The Canadian authorities began operation of such a system in January. It uses what is known in aviation circles as ADS-B, short for automatic dependent surveillance-broadcast. 25 The technology combines the precise position of the aircraft, as identified by global-positioning satellites, with data about its flight number, speed, direction and attitude (whether it is 28 climbing, descending or turning). Although ADS-B would not have prevented the crash into the Atlantic Ocean, it might well have helped locate the 31 debris more quickly. Knowing the exact location of the accident would allow rescue craft to be on the scene within hours, pulling any survivors from the water. That too would be a great benefit 34 of the new air-traffic-control technology. Internet: (adapted).

(Analista – ANAC – 2009 – CESPE) Judge the following items about

the ideas and the linguistic structures of the text above.

(1) America, Australia and Canada, which are surrounded

(2)

(3) (4)

(5) (6)

either by oceans or rough wilderness are the most active proponents of satellite navigation for commercial aircraft. The automatic dependent surveillance broadcast would not have prevented the crash into the Atlantic, notwithstanding its technology which combines the precise position of the aircraft with data about its flight number, speed, direction as well as attitude. The word “ill-fated” (l.1) is synonymous with doomed. The verb to plunge in “Airbus A330 plunged mysteriously into the southern Atlantic Ocean” (l.1-2) means to thrust or throw (something or oneself) forcibly or suddenly downwards. The word “wreckage” (l.5) refers to the remaining parts of something that has been wrecked. The wreckage exact location is already known.

(Interpretation) 1: incorrect – The text states in lines 19-20 that ‘America, Australia and Canada have been among the most active proponents’, this signifies they were not the only countries active; 2: correct – The text states clearly in line 29 – the technology would not have prevented the crash. Notwithstanding means the same as In spite of and shows contrast or surprise; 3: correct – Both have the meaning of being destined for misfortune; 4: correct – To plunge is defined in the dictionary exactly in this way. Possible synonyms

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5C, 6E, 7E, 8C

10. Língua Inglesa

381

would be: to drop or to fall; 5: correct – Wreckage (noun) derives from something that has been wrecked; 6: incorrect – In lines 4-5, the text says rescuers are still searching for the debris/wreckage. In line 5, the text states ‘the wreckage is thought to lie’ or that there is no certainty as to where it lies.

S o m e a i r l i n e s , h o w e v e r, a r e w a r y o f g e a r b o x e s . 16 They worry that replacing a simple shaft with a complex gearbox will increase maintenance costs and make it more likely that something will go wrong.

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C, 5C, 6E

(Analista – ANAC – 2009 – CESPE) Judge the following items about

Internet: (adapted).

Shifting gears

the ideas and the linguistic structures of the text above.

1

(1) The aviation industry will have a 50% reduction in fuel

consumption by 2020, thus cutting CO2 emissions in half.

(2) Besides producing fewer greenhouse gases, a modern

turbofan is about 80% quieter than 1960 jets.

(3) The word “rowdy” (l.5) is synonymous with quiet. (4) In “Some airlines, however, are wary of gearboxes” (l.15),

“wary” is synonymous with cautious.

(Interpretation) 1: incorrect – ‘Will have’ implies it is a certainty. Line 9 of the text states “the aviation industry has set itself a tough target.” This means the target is desired, but not a certainty; 2: correct – Besides means also or in addition. The turbofan will produce fewer gases in addition to being quieter; 3: incorrect – Rowdy means loud or disorderly. Rowdy is an antonym of quiet; 4: correct – To be wary means to be cautious. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

That jet engines have evolved over the past few decades will be apparent to any seasoned air traveller. Early jet engines had narrow inlets and were very noisy, 4 but as the diameter of the fans at the front increased, the engines became quieter. Compared with a rowdy 1960s jet, a modern turbofan is some 80% quieter and burns as 7 little as half as much fuel – thus producing fewer greenhouse gases. The aviation industry has set itself a tough 10 target: a 50% reduction in fuel consumption by 2020, to cut CO 2 emissions in half. The solution devised by Pratt & Whitney (P&W), a division of United Technologies, 13 is a “geared turbofan” engine called the PurePower PW1000G.

USS Constitution under sail in Massachusetts Bay, 21 July 1997.

1 USS Constitution is a wooden-hulled, three-masted heavy frigate of the United States Navy. Named after the Constitution of the United States of America by President George Washington, she is the oldest commissioned vessel afloat in the world. Constitution, launched in 1797, was one of the six original frigates authorized for construction by the Naval Act of 1794 to be 4 the Navy’s capital ships, and so Constitution and her sisters were larger and more heavily armed than the standard run of frigate. Built in Boston, Massachusetts, her first duty with the newly formed United States Navy was to provide protection for American merchant shipping during the Quasi War with France and to defeat the Barbary pirates in the First Barbary War. 7 Her most famous era of naval warfare was the War of 1812 against Great Britain, when she defeated five British warships. From the battle with Guerriere, she earned the nickname of “Old Ironsides” because cannon balls glanced off her thick hull. She continued to actively serve the nation as flagship in the Mediterranean and African squadrons and circled the world in the 1840s. 10 From 1853 to 1855 she patrolled the coast of Africa searching for illegal slave traders. During the American Civil War, the sailing frigate gave way to the progress of shipbuilding. For several years “Old Ironsides” was used as a training ship for the United States Naval Academy. Considered unfit to sea, the USS Constitution was rescued from destruction when Oliver Wendell Holmes’s poem 13 “Old Ironsides” launched a preservation movement in 1830. Retired from active service in 1881, she served as a receiving ship until designated a museum ship in 1907, and in 1931 she made a three year 90-port tour of the nation. The frigate was completely overhauled for its bicentennial in 1997 and it sailed under its own power, drawing international attention. 16 Now the oldest U.S. warship still in commission, Constitution remains a powerful reminder of the nation’s earliest steps into dominance of the sea. The Naval Historical Center Detachment of Boston is responsible for planning and performing her maintenance, repair and restoration, keeping her as close to her 1812 configuration as possible. She is berthed at Pier 1 of the 19 former Charlestown Navy Yard, at one end of Boston’s Freedom Trail, and she is open to the public year round. Internet: (adapted).

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Based on the text above, judge the following items. (1) Throughout the last 200 years as Constitution’s purpose and function changed from fighting warship, to training vessel, to

receiving ship, to dock side exhibit.

(2) USS Constitution was the first ship of line built in the United States to defend the young American nation. (3) After minor repair USS Constitution celebrated its 200th birthday in 1997 making passage under her own sail in Massachusetts Bay. (4) USS Constitution returned in 1931after a three-year world circumnavigation scheduled journey.

382 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E, 6C, 7C, 8C, 9C, 10C

This text refers to the following items. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31

Japan and Korea are outstanding markets in terms of the world’s advances in cellular telephony, where multimedia applications have surged into feverish popularity. Users in these countries have demanded velocity and high quality data transmission – such as images, videos and sounds – as the principal distinctive features for the cellular telephone. Although the industry in Brazil is not yet experiencing the same phase as in the Asian countries, innovative third generation services, aligned with world-class technology, are already present, with data transmission speeds of up to 2.4 Mbps. In fact, in some cases, Brazil has held multimedia application launches simultaneously with the United States, tremendously increasing the economic and digital inclusion that cellular telephony has fomented in recent years. The heavy impact of mobile communication on Brazilian society can be measured by the expansion of the customer base, which has been growing at historic rates of 30% a year and now serves over 50 million customers. In other words, four out of every ten Brazilians have a cellular telephone. The importance of mobile telephony has already surpassed that of the traditional fixed telephone system, because the cell phone actually fulfills the function of taking communication to all levels of the population. Its widespread network has opened gateways to regions that formerly had not been benefited by the implementation of a fixed telephone system, such as, for example, many rural areas that are now mobile telephone customers. The responsibility that cellular telephony carries as an instrument for transforming people’s lives tends to increase enormously in the short term. In Brazil, third

Internet: (with adaptations).

(Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Based on the text above,

judge the following items.

(1) Japan and Korea are the two most important countries as

far as mobile telephony market is concerned.

(2) All that Japanese and Korean peoples request in cellular

telephony are images, video and sound.

(3) In terms of cellular telephony, Brazil is far behind the two

Asian countries mentioned in the text.

(4) There are cases when Brazil and USA have launched

multimedia applications at the same time.

(5) Six out of ten Brazilians don’t have a cellular phone yet.

(Interpretation) 1: incorrect – The use of ‘outstanding’ means these markets are prominent or remarkable. These countries are great examples of the popularity of mobile phones, but not necessarily the most important; 2: incorrect – Images, video and sound are given as examples of what people in Japan and Korea demand, which is velocity and high quality data transmission (line 5); 3: incorrect – The text states, in line 8, that Brazil is not yet at the same phase as in Asian countries; it cannot be argued that Brazil is far behind. Indeed, examples are given throughout the text of the Brazilian market being highly developed; 4: correct – Line 13 – Brazil has held simultaneous launches with the U.S.; 5: correct – As line 20 states, 4 out of ten Brazilians have a mobile phone; it is possible to deduce this; (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Judge the following items. (1) The mobile phone system aims at reaching every Brazilian

social class.

(2) Cellular phones have substituted for the fixed telephone

system.

(3) The more people use the cellular telephony the more res-

ponsibility it takes.

1: correct – In lines 24-25, the text states, ‘the cell phone actually fulfills the function of taking communication to all levels of the population’; 2: incorrect – To substitute or replace the fixed telephone system is too strong a statement. Cellular phones have increased access to phones, not replaced fixed telephones; 3: correct – Lines 30-32 – The responsibility that cellular telephony carries as an instrument for transforming people’s lives tends to increase enormously in the short term. This can interpreted as when there is huge growth in the number of cellular phone users the companies bear more responsibility; (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) In the text, (1) “In fact” (l.12) means As a matter of fact. (2) “is already offered” (l.33) can be replaced by has already

been offered without changing the meaning.

1: correct – These are synonymous. Actually can also be used although with a slightly less formal register; 2: incorrect – “is already offered” uses simple present tense; whereas ‘has already been offered’ uses present perfect and carries the idea that the services were offered in the past and continues to be offered. M – I tend to think that this could be correct. The tenses are different, but I think the present perfect wouldn’t changed the meaning. In essence, the service is available. The present perfect, in fact, tends to suggest that it was offered, but there is no reference to the present (It has been offered some time in the past). The simple present tense suggests that it is constantly offered. IN terms of meaning, I think they would be interchangeable. Gabarito 1C, 2E

(Interpretation) 1: correct – All of the above purposes and functions are detailed in chronological order in the text above; 2: incorrect – Line 4 states that the USS constitution was one of six original ships authorized for construction; therefore, she was not the first. In line 4 there is mention of the USS Constitution not being a standard run of frigate – this implies there were already standard frigates in operation; 3: incorrect – The ship was ‘completely overhauled’ line 5 – this signifies major not minor repairs; 4: incorrect – The 1931 tour was of the nation i.e. the United States, not of the world; 5: incorrect – The poem had no impact on considering the ship unseaworthy. The poem served to inspire a preservation movement: lines 13-14; 6: correct – Line 14 – The three year national cruise began in 1931; therefore, 1934 was the end. The text does not mention any other destination after this apart from Boston; 7: When compounded modifiers precede a noun, they are often hyphenated: part-time teacher, fifty-yard-wide field, fire-resistant curtains, high-speed chase. When those same modifying words come after the noun, however, they are not hyphenated: a field fifty yards wide, curtains that are fire resistant, etc. The second-rate opera company gave a performance that was first rate – Gabarito Oficial – Errado/ Nosso Gabarito – Correto; 8: correct – To glance off as used in the text means the same as to bounce off; 9: correct – To be in active service or actively serve means to assist at work, usually in the context of military operations; 10: correct – Served can mean to act in a specific capacity – to serve as proxy/ to be used as a proxy.

generation CDMA 3G EVDO service is already offered and 34 is able to provide handheld resources, similar to CD, DVD and TV, anywhere and at any time, based on Qualcomm’s cutting edge CDMA technology.

Gabarito 1C, 2E, 3C

reported unseaworthy and condemned to be broken up, but the museum helped to raise funds for her overhauling. (6) In 1934, Old Ironsides returns to her place of honor in Boston harbor after a national cruise to ninety American different cities. (7) “wooden-hulled” (l.1) and “three-masted” (l.1), related to “USS Constitution”, are examples of modifying compounds that are often hyphenated when preceding a noun. (8) In the text, “glanced” (l.8) can be replaced by bounced without any change in meaning. (9) “actively serve” (l.9) means assist at work. (10) “was used” (l.11) can be substituted by served, maintaining the same tense.

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5C

(5) Because of an inspirational poem, the USS Constitution was

1 4

The need to transport large volumes of low-value loads across long distances while facing up to harsh competition in the international market led the Brazilian agricultural sector to be punished the hardest by the high costs of transportation and port fees. In 1995, for example, shipping a ton of soy from New Orleans cost just US$ 3.00

10. Língua Inglesa

10 13 16 19 22 25 28

whereas the cost to ship the same product from the Brazilian port of Paranaguá exceeded US$ 14.00 and the cost to transport the product between the production regions of the US and the same port (an average of 2,000 km) by waterways was just US$ 16/t. In Brazil it exceeded US$ 80/t. In order to overcome the problem, the Brazilian Federal Government has decided to encourage the development of multimode transportation corridors based on the use of some waterways and on the privatization of railroads and ports. Considering the prospects for the expansion of agricultural borders, plus the existing trade flows of production, and the main consumer markets (including potential markets) in developing and implementing the transportation policy, the Government has decided to establish five corridors: the Northwest, the Central-North, the Northeast, the Central-East, and the Southwest. The Government had already embarked on a process of rationalisation of the management of port labour (one of the lobbies responsible for the high port charges) and has accelerated concessions of private terminals in the main outlet ports. Since the enactment of the Harbour Law in 1993, more than 100 concessions of private and hybrid terminals have been granted. Internet: (with adaptations).

(Analista – ANTAQ – 2005 – CESPE) Based on the text above, it

can be concluded that

(1) the Government has already rationalized the control of

harbor work.

(2) ten years ago, shipping soy from the port of Paranaguá was

more expensive than doing it from New Orleans. (3) “prospects” (l.17) means likelihood. (4) the cost of transportation is the only setback for the delivery of agricultural products. (5) the use of waterways as a means of transportation of goods can be a costly initiative. (Interpretation) 1: incorrect – (Line 23), ‘The Government had already embarked on a process of rationalisation of the management of port labour’ This means the government has begun the process, but not that it has necessarily completed it; 2: correct – Line 5 – In 1995, for example, shipping a ton of soy from New Orleans cost just US$ 3.00 whereas the cost to ship the same product from the Brazilian port of Paranaguá exceeded US$ 14.00; 3: correct – In this usage, these words can be considered synonyms; 4: incorrect – Port fees are also considered a setback. A setback is a frustration or obstacle; 5: correct Line 11 – The text clearly states that in the US, waterway transportation costs “US$ 16/t”, while “in Brazil it exceeded US$ 80/t.” Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5C

The U.N. and the sea grab of today It was the Maltese delegate to the United Nations (U.N.) who spoke up first, in November 1967, to urge the members of the U.N. to use their collective clout to come to an agreement on fair and responsible use of the world’s oceans. It took 15 years, but an agreement was eventually struck from a nine-year conference that produced the U.N. Convention on the Law of the Sea. The treaty was completed in 1982 and came into force in 1994. Essentially, it codified already established customs, like the Law of the Sea. International waters remained international, “the common heritage of all mankind”. Limitations were set on how much coastal water and seafloor a nation could claim as its own. Other legislation determined by the convention included creating the concept of exclusive economic zones (EEZ). Territorial waters are extensions of a state’s laws and right of defense; EEZs are extensions of a state’s rights to resources offshore. The boundaries of an EEZ go well beyond territorial waters, extending 200 miles (322 km) from shore. All of the organic and mineral resources found in these waters are the exclusive domain of the coastal nation it belongs to. Josh Clark. Who owns the oceans? Internet: (adapted).

(Analista – ANTAQ – 2009 – CESPE) According to the text, judge

the following items.

(1) According to the U.N. Convention on the Law of the Sea, the

boundaries of an exclusive economic zone exceed territorial waters. (2) It has taken nine years for an agreement on fair and responsible use of the world’s oceans to be struck since the Maltese delegate to the United Nations spoke about it. (3) The treaty on fair and responsible use of the world’s oceans was struck in 1982 and came into force right away. (4) Legislation determined by the U.N. Convention on the Law of the Sea included limitations on how much coastal water a nation could claim as its own. (Interpretation) 1: correct – In paragraph 3, the text states, ‘The boundaries of an EEZ go well beyond territorial waters’. To exceed means to be more than, and to go well beyond means to be more than; 2: incorrect – Paragraph 1 – It took 15 years for the agreement to be struck/made; 3: incorrect – Although struck in 1982, the treaty came into force in 1994 (paragraph 2); 4: correct – ‘Limitations were set on how much coastal water and seafloor a nation could claim as its own’. (Paragraph 2). Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

7

383

Text for the next items. Sharks in the water In the last year, Somalia’s pirates have attacked 120 vessels in the Gulf of Aden, choking commerce in a critical shipping lane (the transit route for 20 percent of the world’s oil), blocking aid supplies and driving up transport costs. The last few weeks have shown how hard it will be to defeat the pirates on the high seas, which seems like the international community’s approach. When British Marines tried to board a captured fishing dhow on Nov. 11, they had to go in with guns blazing and killed one possible hostage in the process. A week later, an Indian warship opened fire on what it thought was a pirate mother ship. But the target turned out to be a Thai fishing vessel. When pirates seized their most valuable prize ever on Nov. 15 – the Sirius Star supertanker holding 2 million barrels of Saudi crude – everyone kept their distance. As this suggests, Somalia’s seaborne bandits are making a mockery of all efforts to stop them. Pirates have only increased their efforts, ranging across an area bigger than the Mediterranean. The Sirius Star was taken 450 nautical miles southeast of Kenya, and with it, the Somalis now hold 300 hostages and 15 ships. The Somalia’s internationally recognized transitional government has invited foreign navies to do what’s necessary to stop the pirates, even attacking them ashore if need be. The Security Council has affirmed that option. Moreover, nearly all of Somalia’s pirates come from one region (Puntland), live in a single town (Boosaaso) and stash captured vessels in one of three ports (Eyl, Hobyo or Haradhere) – making interdiction that much easier. Andrew Linington of Nautilus UK, a seaman’s union that has had many of its members taken hostage, says the international community “knows where the pirates are, they know the ports they use, they know the mother ships. Stopping them could be done,” he says. But that would be expensive at a time when U.S. resources are tied up in Afghanistan and Iraq. Rod Nordlant. Sharks in the water. Internet: (adapted). (Analista – ANTAQ – 2009 – CESPE) According to the text, it is

correct to affirm that

(1) a supertanker was the pirates’ most valuable capture. (2) British Marines tried to board a captured pirate ship on Nov

11. In this process, a possible hostage was killed.

(3) an Indian warship attacked a supposed pirate mother ship

which was, nevertheless, a fishing vessel.

(4) All of Somalia’s pirates come from one region, what makes

their interdiction quite easy.

384 Mark Hughes e Anthony Rosenberg

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5E, 6C

Text for the next items. Food control systems: integrated farm-to-table concept 1 4 7 10 13 16 19 22 25

The objective of reduced risk can be achieved most effectively by the principle of prevention throughout the production, processing and marketing chain. To achieve maximum consumer protection, it is essential that safety and quality be built into food products from production through to consumption. This calls for a comprehensive and integrated farm-to-table approach in which the producer, processor, transporter, vendor, and consumer all play a vital role in ensuring food safety and quality. It i s impos s i bl e to prov i d e a d e q u a t e p r o t e c t io n t o the consumer by merely sampling and analyzing the final product. The introduction of preventive measures at all stages of the food production and distribution chain, rather than only inspection and rejection at the final stage, makes better economic sense, because unsuitable products can be identified earlier along the chain. The more economic and effective strategy is to entrust food producers and operators with primary responsibility for food safety and quality. Government regulators are then responsible for auditing performance of the food system through monitoring and surveillance activities and for enforcing legal and regulatory requirements. Food hazards and quality loss may occur at a variety of points in the food chain, and it is difficult and expensive to test for their presence. A well-structured, preventive approach that controls processes is the preferred

Internet: (with adaptations).

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) According to the text above,

judge the following items.

(1) In the farm-to-table approach, products are sold directly by

farmers to consumers.

(2) Transporters and vendors won’t play any significant role

along the food production and distribution chain.

(3) Primary responsibility for food safety and quality should rest

with producers and operators.

(4) Prevention eliminates all potential food hazards.

(Interpretation) 1: incorrect – The farm-to-table approach refers to an approach in which, “the producer, processor, transporter, vendor, and consumer all play a vital role in ensuring food safety and quality’. (line 7); 2: incorrect – As in the question above, the farm-to-table approach identifies a clear role for transporters and vendors; 3: correct – ‘The more economic and effective strategy is to entrust food producers and operators with primary responsibility for food safety and quality’. (line 16); 4: incorrect – In line 25, the text states, ‘many but not all potential food hazards can be prevented’. (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Judge the following items,

related to the text above.

(1) The sentence “it is essential that safety and quality be built

into food products” (l.4-5) follows the same structure as it’s vital that he go straight to the house. (2) “their presence” (l.25) refers to food hazards and quality loss. (Grammar) 1: correct – this is using a subjunctive form where – ‘he go’ and ‘be built’ use the bare infinitive form of the verb. This is brought about by the structures “It is vital that” and “it is essential that”; 2: correct – Line 23 is where we find the subject of ‘their presence’. (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) In the text above, (1) “achieve” (l.3) is to accomplish as “hazards” (l.23) is to

security.

(2) “calls for” (l.6) means requires. (3) “rather than” (l.13-14) could be correctly replaced by instead

of with no change in meaning.

(Vocabulary) 1: incorrect – Achieve and accomplish can be synonymous. However, hazard means a possible source of danger and security means to free from risk; 2: correct – To call for action means to need or require action; 3: correct – In this context, they can be correctly replaced. Gabarito 1E, 2C, 3C

(Interpretation) 1: correct – ‘When pirates seized their most valuable prize ever on Nov. 15 – the Sirius Star supertanker holding 2 million barrels of Saudi crude.’ (paragraph 2); 2: incorrect – Not clear that it was a pirate ship. The text states it was a fishing dhow (a traditional broad hulled fishing vessel); 3: correct – ‘…what it thought was a pirate mother ship. But the target turned out to be a Thai fishing vessel’. Turned out, here, means found to be; 4: incorrect – The text states, ‘nearly all pirates come from one region’. Therefore, it cannot be affirmed that they all do; 5: incorrect – ‘Pirates have only increased their efforts, ranging across an area bigger than the Mediterranean.’ (paragraph 2); 6: correct – Interdicting them means to prevent/prohibit or destroy. The last line of the text states, ‘Stopping them could be done,” he says. But that would be expensive at a time when U.S. resources are tied up in Afghanistan and Iraq’. Tied up means to be occupied or engaged for other purposes.

method for improving food safety and quality. Many but not 26 all potential food hazards can be controlled along the food chain through the application of good practices i.e. agricultural, manufacturing and hygienic.

Gabarito 1C, 2C

shrink the area of their activities. (6) Although the international community may know where the pirates are or the ports they use, interdicting them would be quite expensive for the U.S. at this moment.

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

(5) The efforts to stop the attacks have forced the pirates to

Text for the next items. Law of public biddings 1

According to the Brazilian Federal Constitution, article 37, item XXI: “With the exception of the cases specified in law, public works, services, purchases and disposals shall be contracted by public bidding proceedings that ensure equal conditions to all bidders, with clauses that establish payment obligations, maintaining the effective conditions of the bid, as the law provides, 4 which shall only allow the requirements of technical and economic qualifications indispensable to guarantee the fulfilling of the obligations.” The regulatory law is Law Number 8666, 21st June, 1993. The Law forbids preference to or differential treatment between Brazilian and foreign companies. However, when local 7 and foreign competitors offer equivalent conditions in terms of price, quality and delivery time, the law ensures preference for: goods produced or supplied by a Brazilian firm of national capital; locally produced; and produced or supplied by Brazilian firms. The comments below are a very superficial highlight of some important topics of the law. 10 • Article 1 mentions the entities subject to the law: all the three branches; all the three levels of government (Federal, State, and Municipal); all agencies and foundations; all public companies, including those with private participation (this means that big businesses like PETROBRAS, Banco do Brasil and others are subject to the law). 13 • Article 3 mentions that the nationality of the bidders will be considered only as a tie-breaking criterion: otherwise, Brazilian and foreign companies compete equally. Also, article 3 states that all the bidding process is open to the public, except, of course, for the value of bidding while not disclosed.

10. Língua Inglesa

385

16 • Article 4: all bids are in national currency, except in the cases prescribed in article 42 (international purchases). • Article 24 states the situations where bidding is not mandatory. Some examples: purchases of small value (as defined by law); emergency situations which put people or premises in risk; when previous bidding processes had no bidders; to purchase 19 or rent specific buildings; several others. • Article 25 states situations when a bidding process is not feasible. Examples: there is only one possible contractor for a given product or service (electricity supply, for example); a professional is so outstandingly better than all the others that a 22 bidding competition would be meaningless. • Article 45 states that, besides the price bid, technical factors may also define the winner.

Internet: (adapted).

(Analista – TCU – 2009 – CESPE) Based on the above text, judge the following items about biddings regulated by Law Number 8666,

21st June, 1993. (1) (2) (3) (4)

Contracts to deal with emergency situations may be awarded without a bidding process. However low a price bid may be, it still may not be the winner if technical factors are not up to standards. The Portuguese word for public biddings is alienações. In a public bidding, all conditions being the same, Brazilian companies have preference over foreign ones if there is a tie.

(Interpretation) 1: correct – The text in Article 24 (lines 17-18) clearly states that bidding is not mandatory in “emergency situations which put people or premises in risk”; 2: correct – The text in Article 45 (line 23) clearly states that “besides the price bid, technical factors may also define the winner”; 3: incorrect – The term “public biddings” is the informal term for government procurement; both are translated as “licitações” in Portuguese. “Alienações”, depending on the area and the context, can be translated as “mortgage liens”, “disposal/sale of assets”, “divestment/ divestiture” among many others; 4: correct – The text clearly states that “The Law forbids preference to or differential treatment between Brazilian and foreign companies. However, when local and foreign competitors offer equivalent conditions in terms of price, quality and delivery time, the law ensures preference for: goods produced or supplied by a Brazilian firm of national capital; locally produced; and produced or supplied by Brazilian firms” (lines 6-8); Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C (Analista – TCU – 2009 – CESPE) Judge the following items. (1) Public companies are exempt from the bidding process. (2) Only bidders are allowed in all of the bidding process. (3) By no means shall any bids be expressed in foreign currency.

(Interpretation) 1: incorrect – The text in Article 1 (lines 10-12) clearly mentions “the entities subject to the law: all the three branches; all the three levels of government (Federal, State, and Municipal); all agencies and foundations; all public companies, including those with private participation (this means that big businesses like PETROBRAS, Banco do Brasil and others are subject to the law).”; 2: incorrect – The text in Article 3 (line 14-15) clearly states that “Also, article 3 states that all the bidding process is open to the public, except, of course, for the value of bidding while not disclosed.”; 3: incorrect – The text in Article 4 (line 16) clearly states that “all bids are in national currency, except in the cases prescribed in article 42 (international purchases).” Gabarito 1E, 2E, 3E (Analista – TCU – 2009 – CESPE) In the text, (1) (2) (3) (4) (5)

“others” (l.12) stands for other big businesses. “premises” (l.18) means the building and land that a business or organization uses. “besides” (l.23) can be correctly replaced by in addition to. “shall” (l.2) can be correctly replaced by might. “those” (l.11) refers to “public companies” (l.11).

(Vocabulary) 1: correct – The word “others” refers back to big businesses which precedes the example: “including those with private participation (this means that big businesses like PETROBRAS, Banco do Brasil and others are subject to the law).”; 2: incorrect – The word “premises” has two meanings: 1) the building and land that a business or organization uses; and 2) a basis or argument for reasoning – in the text, the second meaning is correct; 3: correct – In the context of the sentence, these two adverbs are synonymous and interchangeable; 4: incorrect – The modal verb “shall” in the text is used in the legal sense, meaning “must”. In contractual language, “shall” is used to establish obligations. The modal verb “might” expresses an idea of probability, which is not common in this kind of text; 5: correct – In the text, the plural pronoun “those” is used to refer back to the plural noun “public companies”: “(…) all public companies, including those with private participation”. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C

11. Língua Espanhola Rodrigo Goyena Soares

10 13 16 19 22 25 28 31 34 37

Internet: (con adaptaciones).

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) De acuerdo con las ideas del

texto, juzgue los ítems siguientes. (1) La sociedad de la información en el Madrid de hoy se

caracteriza por la carencia de desigualdades. (2) Las inversiones previstas en el Plan Director de Infraestruc-

turas de Telecomunicación comenzarán a ser aplicadas en 2009. (3) En el ámbito de las telecomunicaciones Madrid compite con Londres y Singapur. (Interpretación) 1: incorrecto. En las líneas 7 a 13, el autor explica que el Plan Director de Infraestructura de Telecomunicación ha sido redactado con el fin de extender por igual los beneficios de la sociedad de la información a toda la ciudad, con lo cual se entiende que existen

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) juzgue los ítems siguientes. (1) Las operadoras de telecomunicación ocupan generalmente

el espacio público de una forma desordenada y no respetan las condiciones medioambientales de la ciudad de Madrid. (2) Se puede inferir que el alcalde de Madrid considera que El COI lleva en consideración el estado de las telecomunicaciones a la hora de decidir qué ciudad será sede de los Juegos Olímpicos. (Interpretación) 1: incorrecto. En la línea 31, se explica que las condiciones de implantación de las nuevas tecnologías deberán respetar los criterios de integración urbanística y de respeto al medio ambiente; 2: correcto. En las líneas 34 a 37, se comenta que Ruiz-Gallardón, el alcalde de Madrid, ha relacionado el desarrollo de la tecnología con la aspiración de Madrid a organizar los Juegos Olímpicos de 2016, con lo cual se deduce que el COI reconoce la importancia de la implementación de modernas tecnologías de telecomunicación. (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Con respecto a las estructuras lingüísticas del texto, juzgue los siguientes ítems. (1) La forma verbal “ha redactado” (l.9) puede ser reemplazada

por redactó sin producir alteraciones semánticas o gramaticales en el texto. (2) El uso del modo subjuntivo en la forma verbal “lleguen” (l.11) es debido al hecho de que es el núcleo verbal de una oración subordinada final.

(Gramática) 1: incorrecto. La substitución de la forma gramatical “ha redactado”, en el pretérito perfecto compuesto, por “redactó”, en el pretérito perfecto simple (o pretérito indefinido), implica un cambio de tiempo verbal; con lo cual, ocurre un cambio semántico, más allá del simple cambio gramatical; 2: incorrecto. La forma verbal “lleguen” constituye ejemplo de uso del modo substantivo, pero no está inserida en una oración subordinada final; (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) juzgue los siguientes ítems. (1) El elemento “a” en la estructura “a los que” (l.16) introduce

un complemento indirecto.

(2) El elemento “le” (l.18) tiene como antecedente “Alberto

Ruíz-Gallardón” (l.15).

(3) En varios trechos del texto se utiliza el pretérito indefinido.

(Gramática) 1: correcto. La partícula “a” introduce, en este caso, un complemento indirecto; 2: incorrecto. El elemento “le”, en la línea 18, tiene como antecedente “Madrid”, en la línea 17; 3: incorrecto. El texto se caracteriza por utilizar el pretérito perfecto compuesto, y no el pretérito indefinido (o pretérito perfecto simple). Gabarito 1C, 2E, 3E

7

Gabarito 1E, 2E

4

Las operadoras de telecomunicaciones invertirán 4.000 millones de euros en Madrid entre 2009 y 2016 para cambiar las viejas redes de cobre por fibra óptica y extender la banda ancha en la telefonía móvil, con el objetivo de conseguir velocidades de transmisión de entre 30 y 100 megas. Las empresas ejecutarán esta inversión en el marco de un Plan Director de Infraestructuras de Telecomunicación q u e e l Ay u n t a m i e n t o d e M a d r i d h a r e d a c t a d o e n colaboración con ellas para conseguir que los beneficios de la sociedad de la información lleguen por igual a toda la ciudad y con criterios estéticos y de respeto al medio ambiente. El Plan ha sido presentado hoy por el alcalde, Alberto Ruiz-Gallardón, ante numerosos representantes del sector, a los que ha expresado su voluntad de colocar a Madrid en este ámbito en “una situación de liderazgo en la Unión Europea” que le permita, además, competir con ciudades como Nueva York, Londres, Pekín o Singapur. E l Ay u n t a m i e n t o d e M a d r i d h a q u e r i d o c o n e s t e plan hacer compatible su derecho a velar por un desarrollo equilibrado y sostenible de la ciudad con el derecho de las operadoras a ocupar el dominio público para extender sus redes. Las condiciones en que equilibrará ambos derechos se plasmarán en una Ordenanza para la Implantación de las Nuevas Tecnologías que actualizará la vigente desde 1999 y que ha comenzado su tramitación hoy mismo. Esta Ordenanza reconocerá el “derecho” de los madrileños a acceder a la sociedad de la información y facilitará el despliegue de las redes necesarias “desde el máximo respeto a los criterios de integración urbanística y respeto medioambiental”, según el alcalde. Ruiz-Gallardón ha relacionado el desarrollo de esta tecnología con la aspiración de Madrid a organizar los Juegos Olímpicos de 2016 al decir que sólo una ciudad dotada de las más modernas tecnologías de telecomunicaciones puede convencer al COI de que merece acoger un acontecimiento de esa magnitud.

Gabarito 1E, 2C

1

carencia de igualdad, y no de desigualdad; 2: correcto. En la línea, se explica que las operadoras de telecomunicación invertirán 4.000 millones de euros en Madrid entre 2009 y 2016. En la línea 7, se comenta que esas empresas, es decir, las operadoras de telecomunicación, ejecutarán esa inversión en el marco del Plan Director; 3: incorrecto. Según se lee en las líneas 14 a 19, el alcalde de Madrid ha expresado su voluntad de colocar la ciudad en situación de liderazgo ante Nuevo York, Londres, Pekín y Singapur. En otros términos, se busca competir con esas ciudades, y no hacer que participen en el ámbito de las telecomunicaciones de Madrid; Gabarito 1E, 2C, 3E

Operadoras de telecomunicaciones invertirán 4.000 millones en Madrid

11. Língua Espanhola

387

Texto para los siguientes ítems. La OCU reclama un mayor controlde los alimentos funcionales 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28

La Organización de Consumidores y Usuarios (OCU) ha planteado abiertamente la necesidad de un mayor control y regulación legal de los alimentos funcionales. En boga desde hace dos décadas, centran su peculiaridad en propiedades supuestamente beneficiosas para la salud a través del enriquecimiento con determinados micronutrientes. Pese a ello, las etiquetas de muchos de ellos continúan siendo poco claras, lo que puede causar confusión entre los consumidores, por lo que se hace cada vez más necesario establecer algún tipo de control que garantice una información veraz. En opinión de José María Múgica, director de la OCU, muchos de los productos de esta categoría que actualmente pueden adquirirse en el mercado español utilizan fórmulas que permiten escapar a cualquier normativa. “Lo que pedimos es que se controlen las menciones que se pueden incluir en este tipo de productos y que pueden inducir a la confusión entre los consumidores”. Por ejemplo, cuando se habla de que un determinado producto adelgaza, se establece una relación de causa-efecto, mientras que si se especifica que el producto concreto ayuda a adelgazar, “se está jugando con las palabras”, de modo que se traslada al consumidor el mensaje que espera, cuando en realidad “todo puede ayudar a adelgazar”, dice Múgica. Desde la organización consumerista se exige la regulación de los alimentos funcionales. En caso contrario, explica Múgica, en pocos años entraríamos en el mundo de los alicamentos, alimentos que pretenden tener cualidades terapéuticas y preventivas como algunos medicamentos, pero que deberán ser demostradas a través de análisis científicos. La OCU lamenta, además, que muchas de las indicaciones contenidas en las etiquetas de los alimentos funcionales no son demostrables científicamente. Por otra parte, al igual que en los productos destinados al público infantil, recuerdan la obligatoriedad de mencionar los beneficios de la lactancia materna, en los funcionales debería incluirse un mensaje que recordara que la salud depende de una dieta variada y equilibrada. El objetivo es que no se traslade al consumidor la idea de que un alimento tiene un “efecto beneficioso y directo” sobre la salud, y evitar así que términos como salud o saludable no se empleen “con tanta alegría”. Los alimentos funcionales son “producto del márqueting”. “En muchos momentos se hace pensar a los consumidores que unos productos son superiores a otros”, señala el director de la OCU. Pero detrás de expresiones más o menos afortunadas, añade, la realidad acaba demostrando que en muchos casos se trata de simples “juegos de palabras”. Por ejemplo, “con más sabor, ¿pero a qué?, o producto más rico, ¿en qué?”. Lo que sí ha conseguido la tecnología alimentaria es alcanzar estándares de calidad más homogéneos. Desde la OCU, explica Múgica, cuando se realizan análisis comparativos de productos en alimentación, con mucha frecuencia se observa una homogeneidad en los parámetros de calidad. Desde hace unos años han observado que las diferencias no se encuentran en el producto propiamente dicho, aspecto que ha propiciado la aparición en el mercado de una batería de productos enriquecidos con micronutrientes como elemento diferencial, fundamentalmente en los lácteos, zumos y cereales. “Y cada vez van a aparecer más”, predice. Internet: (adaptado).

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Según el texto, juzgue los

(3) Las palabras “los” (l.13) y “unos” (l.22) son ambas artículos

(1) Los alimentos funcionales son esenciales para la salud. (2) En las etiquetas de un número significativo de productos

(4) La expresión “con tanta alegría” (l.19-20) se refiere a entu-

funcionales, la información que se ofrece no está controlada por la OCU. (3) Hay una base científicamente demostrada a la hora del márqueting de los productos funcionales. (4) En términos de la condición y naturaleza de los productos funcionales, la tecnología alimentaria ha alcanzado una uniformidad. (Interpretación) 1: incorrecto. En las líneas 1 a 4, se aclara que los alimentos deberían ser controlados y regulados debido a sus propiedades supuestamente beneficiosas para la salud. Además de esa suposición, se especifica que las etiquetas de los productos son poco claras y causan confusión; 2: correcto. Si la OCU ha planteado abiertamente la necesidad de un mayor control y regulación legal de los alimentos funcionales, se supone que la información que se ofrece en las etiquetas no está controlada por la OCU. Además, en la línea 7, se comenta que los productos pueden adquirirse en el mercado español sin control de cualquier normativa; 3: incorrecto. Por lo que se entiende en las líneas 21 a 23, el márqueting se vale de juegos de palabras, con los cuales se hace pensar que unos productos son superiores a otros. En ese sentido, no hay comprobación científica del contenido de dichos productos; 4: incorrecto. En la línea 25, se aclara que la tecnología alimentaria ha conseguido alcanzar estándares de calidad más homogéneos, pero no una homogeneidad total. Más adelante, en la línea 26, se comenta que la homogeneidad se refiere a los parámetros de calidad, y no en la tecnología alimentaria (alterado/atualizado).

en el plural.

siasmo, júbilo y alborozo.

(5) la partícula subrayada en “van a aparecer” (l.29) es una

preposición que pertenece al segundo verbo.

(Gramática) 1: incorrecto. El verbo “garantice” está en el modo subjuntivo; 2: correcto. La partícula “se”, en esas situaciones, le agrega un carácter impersonal al verbo; 3: correcto. Los artículos “los” (l. 13) y “unos” (l.22) se refieren, respectivamente, a “alicamentos” y a “productos”; por lo tanto, están en el plural; 4: incorrecto. Aunque “entusiasmo”, “júbilo” y “alborozo” sean sinónimos de “alegría”, en este caso, la expresión “con tanta alegría” se refiere “efecto beneficioso y directo” (l.19); 5: incorrecto. La partícula “a” no pertenece al segundo verbo, sino que introduce un verbo en el modo infinitivo. Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E, 5E

siguientes ítems.

El Gobierno propondrá retrasar la edad de jubilación a los 67 años 1 El Gobierno presentó su propuesta de reforma de las

4

7

10

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) En cuanto a su clasificación,

13

(1) El verbo “garantice” (l.5) está en modo indicativo. (2) La partícula “se”, en las expresiones “se habla” (l.9), “se

16

uso y significado en el texto,

establece” (l.9) y “se especifica” (l.10), le da un carácter impersonal al verbo.

pensiones, que contempla el retraso en la edad de jubilación entre las medidas para garantizar el mantenimiento del sistema a medio y largo plazo. Según fuentes del Ejecutivo, la edad laboral se ampliará de los 65 años actuales hasta los 67. La medida, de salir adelante — tiene que ser debatida con patronal y sindicatos en la Comisión del Pacto de Toledo —, se aplicará de forma progresiva a partir de 2013, año en el que los que cumplan 65 deberán trabajar dos meses más, y en 2025 quedará totalmente implantada. Así, en 2025 habrá que seguir trabajando durante dos años más para poder percibir el 100% de la prestación. De cumplirse los planes del Ejecutivo, en 2025 España será el primer país de la Unión Europea donde todos los trabajadores se jubilarán a los 67 años. La reforma, que el Gobierno espera aprobar en un plazo no demasiado largo, supone que han triunfado las tesis de la vicepresidenta y ministra de Economía, Elena Salgado, que en varias ocasiones se ha mostrado a favor de medidas que

388 Rodrigo Goyena Soares 19 permitan aumentar la llamada edad efectiva de jubilación —

que establece la media a la que la gente se jubila y que está en 63,5 años en España — o bien mojarse y poner sobre la mesa 22 una edad exacta de jubilación.

22

Internet: (con adaptaciones).

(Analista – PREVIC – 2011 – CESPE) Juzgue los ítems siguientes

25

de acuerdo con el texto de arriba.

(1) Del texto es correcto inferir que muchos españoles se jubilan

28

(2)

31

(5) (6)

1: correcta. (Interpretación) En las líneas 7, 8, 9, 10, 11, 12, se lee que los españoles tendrán que trabajar más para alcanzar el 100% de la prestación por jubilación. En la línea 21, se dice que la media de edad de jubilación en España es de 63,5 años. En la línea 4, se afirma que la edad actual de jubilación es de 65 años. De esas tres premisas se puede inferir que muchos españoles se jubilan antes de completar la edad establecida para percibir el 100% de la prestación por jubilación; 2: incorrecta. (Vocabulario) El vocablo “mojarse”, en la línea 21, está empleado en sentido figurado y quiere decir arriesgarse. 3: correcta. (Interpretación) En la línea 5, se afirma que, por el presente sistema de jubilación, la población tiene que alcanzar la edad de 65 para percibir el 100% de las prestaciones. 4: correcta. (Vocabulario) La expresión “de salir adelante”, en la línea 6, significa “con la condición de que realmente se aplique”. 5: incorrecta. (Interpretación) En la línea 8, se afirma que la propuesta tiene que ser debatida con el patronal y los sindicatos de la Comisión del Pacto de Toledo, lo que no quiere decir que esa Comisión este constituida exclusivamente por representantes patronales y por sindicatos. 6: incorrecta. (Interpretación) Según se lee en las líneas 5 y 14, los empleados que quieran percibir el 100% de las prestaciones de jubilación tendrán alcanzar la edad de 67 años trabajados. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C, 5E, 6E

Texto

Telecomunicaciones en Brasil

1 La historia de las telecomunicaciones en Brasil se remonta al siglo XIX y hasta el año de 1962 nada se había hecho para regularlas globalmente en el país. Ese año, con 4 unas 1.200 compañías diferentes ofreciendo servicio telefónico, el Congreso brasileño promulgó el Código Brasileño de Telecomunicaciones que, entre otras cosas, creó 7 el primer regulador nacional (CONTEL). También fue establecido un fondo para financiar infraestructuras, y se establecieron las bases para la formación de una compañía 10 nacional que se hiciera cargo de las redes troncales. De esta forma nació EMBRATEL que, con la ayuda del fondo nacional, se embarcó en la interconexión de las redes 13 existentes y la creación de otras nuevas. En 1967 se estableció el Ministerio de Comunicaciones. El mismo reclamó para sí las contiendas 16 reguladoras, hasta entonces dispersas en la estructura gubernamental brasileña, y se hizo cargo tanto de CONTEL como de EMBRATEL. En 1972 se concibió TELEBRÁS, una 19 nueva compañía nacional que se hizo cargo de parte de los

(Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Con relación a las ideas del

texto, juzgue los siguientes ítems.

(1) A partir de la década de los 90 empieza una ínterligación

entre las redes de telecomunicación.

(2) Hasta 1967 era poca la centralización gubernamental que

existía de las compañías en las telecomunicaciones.

(3) CONTEL y ANATEL tenían las mismas funciones. (4) El fondo nacional fue de poca ayuda para la compra de

otras compañías.

(5) En cuanto a su empleo en el texto, es correcto afirmar que

el presente de “creó” (l.6) es criar.

1: correcto. (Interpretación) Según se lee entre las líneas 28 a 30, a partir de 1990, específicamente en 1995, se estableció un marco legal para liberalizar el mercado de las telecomunicaciones. Bajo esa lógica administrativa, se establecieron, en la década siguiente, las bases para la formación de una compañía nacional que se hiciera cargo de las redes troncales, con lo cual, profundó la inter ligación entre redes de telecomunicación, según se lee en el primer párrafo; 2: correcto. (Interpretación) Se deduce de la línea 14 que, luego del establecimiento del Ministerio de Comunicaciones, se centralizaron las contiendas reguladoras, lo que significa que, antes, había dispersión en la estructura brasileña de telecomunicación; 3: correcto. (Interpretación) En la línea 31, se lee que ANATEL estableció el nuevo marco regulador y, en la línea 7, que CONTEL fue creada como entidad nacional reguladora de las telecomunicaciones. Se infiere, por lo tanto, que hay identidad funcional entre esos dos organismos; 4: incorrecto. (Interpretación) En la línea 10, se advierte que EMBRATEL fue creada gracias al fondo nacional. Con ese nuevo organismo, se embarcó en la interconexión de las redes existentes y en la creación de otras nuevas; 5: incorrecto. (Gramática) El presente de “creó” es crear; (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) juzgue los siguientes ítems. (1) el vocablo “primer” (l.7) se puede intercambiar por primero

sin alterar su significado.

(2) la palabra “aún” (l.21) equivale a todavía. (3) la palabra “alrededor” (l.25) tiene el significado de contorno. (4) el vocablo “bajo” (l.28) significa bajar.

1: incorrecto. (Gramática) El vocablo “primer”, cuando empleado como adjetivo masculino, no puede ser reemplazado por “primero”; 2: correcto. (Vocabulario) “Aún” y “todavía” son sinónimos en castellano; 3: incorrecto. (Vocabulario) La palabra “alrededor” significa en torno a una persona o cosa, rodeándola completamente; 4: incorrecto. (Vocabulario) En este caso, el vocablo “bajo” no deriva del verbo bajar, conjugado en el presente del indicativo. Se trata de la preposición “bajo”, que indica, en la línea 28, situación de dependencia por subordinación. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

(4)

34

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5E

(3)

antes de completar la edad establecida para percibir el 100% de la prestación por jubilación. El vocablo “mojarse” (l.21) es utilizado en el texto en el sentido literal de derramar agua sobre sí mismo. Es correcto inferir del texto que, antes de la reforma propuesta por el Gobierno, para percibir el 100% de la prestación por jubilación hay que trabajar hasta los 65 años. La expresión “de salir adelante” (l.6) tiene sentido condicional. La Comisión del Pacto de Toledo está constituida exclusivamente por representantes de la patronal y de los sindicatos. Quien se jubile en 2013, si quiere percibir el 100% de la prestación por jubilación, deberá haber trabajado 65 años y dos meses.

activos de EMBRATEL. El objetivo era mejorar la calidad del servicio local, aún muy deficiente. Mientras tanto otras compañías quedaban bajo régimen mixto, con participación privada. TELEBRÁS rápidamente comenzó a comprar compañías (con ayuda del fondo gubernamental), y alrededor de los años 90 controlaba al menos el 90% de los teléfonos de Brasil, estando el resto repartidos entre cuatro compañías: tres bajo gobiernos locales y una privada. En 1995 se inició el proceso de modificar la constitución para abrir el marco legislativo, con el objetivo de liberalizar el mercado. En 1997 se instaura el nuevo regulador, ANATEL. En 1998 se produce la partición de TELEBRÁS y la creación de las llamadas Baby Bras que son privatizadas. La entrada de la competencia ha hecho posible que los cargos de acceso a la Red estén entre los más bajos de la región. Internet: (con adaptaciones).

12. Economia André Roncaglia de Carvalho

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Com base na análise das estruturas

dentre outros, o critério de antecedência do pagamento em relação à prestação do serviço. Um mercado competitivo ofereceria a esses clientes alternativas que impediriam uma elevação discriminatória de preços como essa, praticada pelas linhas aéreas1.

(1) A cartelização de determinado mercado é facilitada quando

(Diplomacia – 2012 – CESPE) Com base na teoria microeconômica, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

de mercado, crucial para o entendimento da formação dos preços nos diferentes setores da economia, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

as firmas que o compõem são do mesmo tamanho e se confrontam com demandas elásticas. (2) Alegar que as escolas públicas brasileiras, por serem muito pequenas, apresentam custos médios elevados é um raciocínio consistente com a existência de economias de escala na produção do ensino público. (3) Nos mercados competitivos, a maximização dos lucros no curto prazo, que exige que o preço seja superior ao custo médio de produção, impede uma firma de operar com perdas. (4) O fato de as passagens aéreas compradas com antecedência serem, em geral, mais baratas que as compradas de última hora é compatível com a suposição de que as companhias aéreas atuam como monopólios que praticam discriminação de preços. 1: Incorreta. Um dos aspectos determinantes do poder de mercado reside na baixa possibilidade de substituição do bem ofertado pela firma, o que lhe confere uma demanda pouco elástica, haja vista que, se o preço do bem for elevado, o consumidor não terá como substituí-lo por outro, garantindo uma receita maior ao produtor. Dessa forma, um cartel depende da baixa elasticidade da demanda, de forma que possa elevar o preço dos bens acima do nível de equilíbrio de mercado competitivo. 2: Correta. O argumento é consistente com a existência de economias de escala, segundo a qual o tamanho da firma produtora de bens afeta a produtividade da mesma (nesse caso, a escola pública produz o bem “ensino público”). Nesse caso, um aumento na área útil da escola permitiria uma diversificação das atividades, bem como um aumento no número de alunos. Como a educação tem um elemento indissociável da interação, supõe-se que um número maior de alunos implicará um custo médio menor, haja vista que, até determinado ponto, um aluno a mais na sala de aula, não aumenta proporcionalmente o custo do trabalho do professor. Logo, escolas maiores resultariam, segundo essa abordagem, em maior oferta de ensino público com custo médio reduzido. 3: Incorreta. O equilíbrio no mercado competitivo exige que o custo marginal seja igual à receita marginal, a qual equivale ao preço do bem dado pelo mercado. Dessa forma, a prevenção contra prejuízos, ou a maximização dos lucros, está associada ao custo marginal e não ao custo médio, o qual depende da tecnologia adotada, isto é, quanto de capital fixo (máquinas) e quanto de componentes variáveis (trabalho) é a utilizado na produção. para maximizar os lucros, não é necessário que a empresa tenho um custo médio inferior ao preço, mas sim que Rmg=Cmg. A comparação entre preço e custo médio diz respeito à permanência dessa empresa no mercado no longo prazo. Sendo P o preço e CTME, o custo total médio de produção de uma empresa, se P > CTME, a empresa continua produzindo no mercado; se P=CTME, a empresa permanece no mercado, sendo que a sua produção é o mínimo exigido para sua permanência no mercado; caso P < CTME, a empresa deixa o mercado no longo prazo, mas opera com perdas no curto prazo, onde está o erro do item. 4: Correta. A possibilidade de discriminação de preços caracteriza os monopólios, uma vez que a firma tem o poder de influenciar o preço de mercado. Nesse caso, trata-se de uma estratégia associada à elasticidade da demanda aos preços das passagens. Turistas costumam comprar passagens com antecedência, pois planejam suas férias e buscam preços mais baixos, o que indica a presença de alta sensibilidade a elevações nos preços. Por outro lado, os clientes que compram passagens de última hora geralmente são empresários e/ou executivos cujos compromissos não são plenamente previsíveis, o que os torna menos sensíveis ao preço cobrado pelas passagens. Assim, a firma tem o poder de discriminar o preço pago pelo seu serviço usando,

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

1. Microeconomia

(1) Considere que um consumidor gaste toda a sua renda com a

compra de bens e serviços. Nessa hipótese, não é possível que todos os bens da cesta de consumo desse consumidor sejam bens inferiores. (2) Sabendo-se que a função de serviços administrativos de determinado órgão público exige um computador para cada funcionário, conclui-se que as isoquantas entre esses dois insumos são formadas por linhas retas paralelas, cuja inclinação é igual a – 1. (3) Suponha que o aumento substancial dos preços cobrados para o estacionamento de veículos nas grandes cidades eleve a quantidade demandada de corridas de táxi nesses locais. Dessa forma, conclui-se que esse aumento de preços provoca um deslocamento ao longo da curva de demanda por serviços de táxi. (4) Mudanças legislativas que facilitem a entrada de mão de obra estrangeira especializada na área de eletrônica contribuem para deslocar — para baixo e para a direita — a curva de oferta de longo prazo da indústria eletrônica. 1: Correta. Os bens inferiores são aqueles cuja demanda responde negativamente a um aumento na renda; ou seja, se a renda do consumidor aumentar, ele procurará consumir menos desse bem, dadas as condições inferiores de qualidade que os bens nessa categoria apresentam. Portanto, se o consumidor gasta toda a sua renda em bens e serviços é porque sua demanda incorpora bens como calçados, vestimentas, alimentos, dentre os quais há produtos que, quando sua renda aumentar, ele tenderá a comprar uma maior quantidade, o que define os bens normais. Vale ressaltar aqui que, se a cesta dele fosse composta apenas por bens inferiores, seria impossível completar a cesta após o aumento da sua renda. É obrigatório haver, pelo menos, alguns bens normais na composição de sua cesta. 2: Incorreta. Uma isoquanta representa todas as combinações técnicas de dois insumos que geram a mesma quantidade de bens produzidos. A situação apresentada pela questão nos indica que cada funcionário terá no mínimo um computador, o que nos sugere a presença de “insumos complementares”, isto é, o funcionário apenas pode trabalhar se tiver um computador para lhe servir de apoio. Com efeito, a isoquanta correta assume a seguinte forma:

1 Vale a pena mencionar que, no gabarito preliminar, a banca do CESPE considerou esse item ERRADO e depois mudou o gabarito para CERTO. A justificativa oficial foi: “O item trata de um exemplo clássico de discriminação de preços com base nas elasticidades da demanda, praticada pelos monopolistas. Portanto, opta-se pela alteração do gabarito desse item”.

390 André Roncaglia de Carvalho

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C (Diplomacia – 2010 – CESPE) A análise das demandas individual e

de mercado constitui um dos pilares da teoria microeconômica. Acerca desse assunto, julgue C ou E.

(1) A fixação de um preço mínimo para determinado produto

agrícola resulta em excedentes agrícolas, que serão tanto mais elevados quanto mais inelástica for a curva de oferta de mercado do produto beneficiado por esse tipo de política. (2) Supondo-se que, no Brasil, o uso de transporte coletivo seja um bem inferior, conclui-se que o efeito renda decorrente do aumento do preço das passagens de ônibus contribui para reforçar o efeito substituição, o que reduz a demanda por esse tipo de transporte. (3) Campanhas publicitárias bem-sucedidas, além de deslocarem, para cima e para a direita, a curva de demanda de mercado do produto anunciado, contribuem, quando promovem a fidelização do cliente, para tornar essa curva mais preço-inelástica. (4) Nos mercados competitivos, a escolha ótima a ser feita por determinado consumidor corresponde à escolha em que a taxa marginal de substituição entre dois bens quaisquer é igual para todos os consumidores. 1: Incorreta. Um preço mínimo é aquele estabelecido acima do preço de equilíbrio, conforme a figura abaixo. A Oferta 2 indica uma curva mais inclinada, portanto menos elástica. Nesse caso, a produção apenas responde a elevações de preço mais substanciais, ou seja, o produtor apenas produz uma unidade a mais se o preço subir razoavelmente. Como se vê no gráfico, o excesso de oferta é maior (quantidade demandada = 4 e quantidade ofertada = 10) no caso da Oferta 1, mais elástica, do que na Oferta 2, menos elástica (quantidade demandada = 4 e quantidade ofertada = 8).

2: Incorreta. O efeito renda deriva de um aumento ou uma queda do poder de compra do consumidor como resultado de uma elevação ou queda de preço de algum bem. No caso em questão, um aumento no preço do bem inferior gerará um efeito renda negativo, na medida em que o consumidor do transporte público consomirá menos deste serviço com a mesma renda. Como não há substituto para o transporte público, tem-se que o efeito substituição é, de fato, reforçado pelo efeito renda. A demanda pelo bem permanece a mesma, entretanto, por conta da ausência de substitutos próximos ao transporte público. 3: Correta. As campanhas publicitárias provocam o aumento da quantidade demandada de um bem, bem como torná-la mais insensível a variações do preço, por conta de uma fidelização do cliente. Assim, a elasticidade-preço da demanda é reforçada em outros produtos da cesta de consumo do agente econômico em proveito do bem que detém melhor campanha publicitária. 4: Correta. A taxa marginal de substituição representa a relação entre os valores de dois bens, dentro da estrutura de preferências de um consumidor. Em outros termos, trata-se de quanto um bem vale em termos do outro, o chamado preço relativo dos bens. Nesse sentido, imaginemos dois bens: arroz e cintos de couro; em que se trocam, no mercado, 2 quilos de arroz por um cinto de couro. Neste caso a taxa marginal de substituição é ( 5 kg de arroz / 1 cinto de couro). Em seguida, suponhamos que o cinto de couro custe R$ 20. Se isso ocorrer, cada quilo de arroz custará R$ 4. Se as preferências do consumidor diferirem desse preço relativo, estarei em uma situação sub-ótima, uma vez que haverá sempre a perda de um bem para se ter mais do outro. Por exemplo, imagine que trocaria 10 kg de arroz pelo mesmo cinto. Neste caso, a taxa marginal de substituição, cada quilo de arroz deveria custar R$ 2. Como o preço de mercado é R$ 4/kg, estou visivelmente trocando um bem de R$ 40 por outro de R$ 20, piorando a minha situação. É importante ressaltar que a renda não afeta a maneira como ordenamos a importância de cada bem, deixando inalterada a taxa marginal de substituição. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C

A figura acima representa uma tecnologia de Leontief, a qual nos indica que, se a firma optar por produzir mais, terá de contratar uma unidade adicional de cada fator de produção, a saber, um funcionário e um computador, de forma a saltar da isoquanta Q1 para a isoquanta Q2. A reta que passa pelos pontos mais baixos das isoquantas denota o “caminho de expansão da produção”. Finalmente, o formato indicado pela afirmativa, de retas paralelas com inclinação -1, representa uma tecnologia de insumos substitutos, segundo a qual um computador a mais implicaria um funcionário a menos, o que contradiz a descrição da tecnologia efetivamente adotada. 3: Incorreta. A questão trata de bens substitutos: carro próprio e corridas de táxi. Nesse caso, a elevação do preço do estacionamento implica custos mais elevados à utilização do carro próprio o que pressionaria o consumidor a buscar uma alternativa menos custosa. Assim, um aumento no preço do bem “estacionamento” levaria a um deslocamento da curva de demanda por “corridas de táxi” para a direita - uma vez que foi uma variável externa à relação preço-quantidade do bem “corrida de táxi” -, e não um deslocamento ao longo da curva, o que ocorreria apenas se o aumento na demanda decorresse de um aumento autônomo na oferta de “corridas de táxi”, o que não se verifica pela leitura da questão. 4: Correta. Independentemente da tecnologia de produção adotada pela firma do referido setor de eletrônica, um aumento no insumo “trabalho” ocasiona um aumento na produção total, ainda que seu uso esteja sujeito à “lei” dos rendimentos marginais decrescentes, segundo a qual o aumento na utilização de um insumo, mantidas constantes as quantidades dos outros insumos, ocasiona rendimentos menores a cada unidade adicional do insumo utilizada pela produção. Portanto, mesmo sob a influência dessa “lei”, a produção seria maior, aumentando a oferta total do setor.

(Diplomacia – 2010 – CESPE) Considerando a teoria da produção e dos custos, que fornece importantes elementos para a análise da formação de preços em distintos ambientes de mercado, julgue C ou E. (1) Se, para determinada empresa, trabalhadores sem qualifica-

(2)

(3)

(4)

ção específica e máquinas executam exatamente o mesmo tipo de tarefa, então, para essa empresa, as isoquantas entre esses dois insumos podem ser representadas como linhas retas paralelas. A presença de substanciais economias externas de escala em determinada indústria é compatível com a existência de uma curva de oferta de longo prazo positivamente inclinada. O êxito de um cartel depende não apenas das similaridades — considerando-se tamanho e poder de mercado — entre as diferentes firmas que o compõem, mas também da demanda do mercado em que o cartel opera, a qual deve ser elástica em relação ao preço. Políticas de dumping adotadas por empresas que vendem seus produtos nos mercados internacionais a um preço inferior ao praticado no mercado doméstico podem ser consideradas ações próprias de monopolista discriminador de preços que visa à maximização de lucros.

1: Correta. Uma Isoquanta pode ser definida como o locus geométrico em que a combinação dos fatores de produção (capital e trabalho) geram, o mesmo nível de produto. No gráfico abaixo temos a representação de um mapa de Isoquantas (Q’s). Em termos algébricos, temos a repre. sentação de uma função de produção dada por Sendo, a e b são constantes positivas que são parâmetros para se chegar aos graus de substituição entre capital (K) e trabalho(L). Considerando, como exemplo, a = b = 1 , temos o caso em que uma unidade de trabalho substitui perfeitamente uma unidade de capital no processo produtivo. Considerando estes parâmetros, a = b = 1 , a isoquanta . Note que a isoseria dada por quanta gerada por este tipo de planta de produção é uma reta, onde

Y é um nível dado de produção por conta da definição de isoquanta.

12. Economia

391

Onde as condições de primeira ordem formam o seguinte sistema:

K

Logo, a maximização do lucro requer que:

Q3

L 2: Incorreta. A possibilidade de economia de escala diz que é possível que uma empresa diminua seu custo total médio com a elevação da produção, pois assim o custo fixo (condição de curto prazo) é diluído entre as unidades produzidas pelas empresas. Considerando a curva de custo marginal como representativa da curva de oferta da empresa, temos 3 casos possíveis no longo prazo. • Se a empresa exibir retornos decrescentes de escala, a curva de custo marginal será crescente, pois uma elevação numa dada proporção ‘x’ % de capital e trabalho a produção crescerá menos que ‘x’, no entanto, o custo por adições de capital e trabalho será crescente, logo, o custo marginal será crescente. • Se a empresa exibir retornos constantes de escala, a curva de custo marginal será constante a um nível positivo, pois uma elevação numa dada proporção ‘x’ % de capital e trabalho a produção crescerá exatamente igual a ‘x’ Neste caso, o custo por adições de capital e trabalho cresce a uma taxa constante, logo, o custo marginal será constante. • Se a empresa exibir retornos crescentes de escala, a curva de custo marginal será decrescente, pois uma elevação numa dada proporção ‘x’ % de capital e trabalho a produção crescerá mais que ‘x’ Neste caso, a produção cresce mais rapidamente que o custo, logo, o custo marginal será decrescente. Ressalta-se que economias de escalas estão associadas às condições de curto prazo (pois, necessita da hipótese de custo fixo) e retornos de escala estão associadas mais às condições de longo prazo, pois, considera-se a variação do capital da empresa (que, por hipótese, é dado no curto prazo). 3: Incorreta. Por problemas de coordenação, só faz sentido em falar de formação de cartel num ambiente em que haja poucas firmas operando no mercado e que as mesmas tenham poder de mercado, ou seja, em mercados caracterizados pela presença de Oligopólios, os quais apresentam poucos produtores, produtos homogêneos, formadores de preço (se houve coordenação entre eles) e há barreiras à entrada no mercado. Há dois casos de oligopólio: 1- as firmas produzem bens homogêneos; 2- as firmas produzem bens com algum grau de diferença, porém similares, aos dos seus concorrentes, perante aos demandantes. Contudo, a demanda do cartel é dada pelas demandas individuais de cada empresa que o compõe. O fato é que a demanda de mercado do cartel não importa para o sucesso do cartel, pois é dada a partir das demandas das empresas, o que se torna importante são as condições de oferta no mercado, ou seja, se a oferta de cada empresa que compõe o cartel mercado. As condições de oferta são importantes, pois ali estão as possibilidades das empresas ‘passarem a perna’ no cartel para maximizarem ainda mais os seus lucros considerando que as demais empresas do cartel mantenham as decisões propostas pelo cartel. A coordenação de um cartel é elemento chave para o seu sucesso, logo, a coordenação da oferta de cada firma se torna fundamental para o sucesso do cartel. 4: Correta. Neste caso, considera-se que o monopolista é discriminador de preço de terceiro grau. Este tipo de discriminação é um tipo de caso em que o monopolista tem mais de um mercado de atuação. Para o exemplo de dois mercados, as condições de lucro do monopolista são dadas pela soma da receita total que a firma aufere em cada mercado subtraindo-se o custo total de produção para os dois mercados.

onde: Q=Q1+Q2

A figura abaixo ilustra uma situação em que o produtor é monopolista no mercado interno (vendendo neste mercado ao preço Pd) e vende ser produto a um preço dado no mercado externo (Pnx). Note-se que o monopolista oferta no mercado interno até o ponto em que a sua receita marginal (do mercado interno) se iguala ao Pnx que é sua receita marginal no mercado externo, em tal ponto, passa a ser vantajoso o monopolista ofertar ao mercado externo até a condição em que a Pnx (receita marginal do mercado externo) se iguala ao custo marginal (Cmg), onde temos a condição Rmg1 = Rmg 2 = Cmg .

OB venda ao mercado doméstico ao preço pd

BC venda ao mercado externo pnx

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Uma pequena economia apresenta demanda interna por certo bem descrita por Q = 1000 - 25 P, em que Q e P representam, respectivamente, quantidade (número de unidades) e preço do bem (em R$). Quando não há intercâmbio comercial com o resto do mundo, são consumidas 250 unidades do bem, entendendo o governo ser a oferta interna do bem insuficiente para permitir a satisfação de uma demanda potencialmente maior, haja vista que o preço praticado internacionalmente, no valor de R$ 10, é inferior ao observado no país. Nessa situação hipotética, para atender a uma demanda de 650 unidades, o governo deveria aplicar a tarifa ad valorem de importação correspondente a (A) 10%. (B) 20%. (C) 30%. (D) 40%. (E) 50%.

Primeiramente, devemos organizar os dados do problema: • Demanda interna sem intercâmbio – 250 unidades • O preço de mercado sem intercâmbio com o resto do mundo é facilmente encontrado substituindo-se a demanda pela variável “Q” da equação, de sorte que 250 = 1000 - 25p, isto é, p = 30. Assim, se o governo deseja atender a uma demanda estimada de 650 unidades, o preço do bem no mercado interno deverá ser 650 = 1000 – 25p, isto é, p = 14. Se o preço do bem no mercado internacional é de R$ 10, temos que o governo deve aplicar uma tarifa de 40% sobre o preço do bem no mercado internacional, ou seja, 10 x (1+ 40%) = 14. Portanto, a alternativa D é a correta. Gabarito “D”

Q1

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

Q2

392 André Roncaglia de Carvalho

Nessa situação hipotética, o custo médio total (CMT) da firma na produção de 10 unidades é igual a (A) R$ (B) R$ (C) R$ (D) R$ (E) R$

12. 20. 30. 50. 100.

O custo total (CT) da firma é obtido pela somatória de seus custos fixos (CF) e seus custos variáveis (CV), de modo que a equação de custo total dessa firma é dada, segundo os dados do problema por: CT = CF + CV CT = 100 + 2q2 Para 10 unidades, temos, portanto: CT = 100 + 2 (10)2 CT = 300 O custo total médio (CTMe) também pode ser entendido como custo unitário, ou custo por unidade produzida, sendo encontrado por meio da divisão do custo total pela quantidade produzida. Logo, o custo total médio é dado por CT/Q = 300 / 10 = R$ 30. A alternativa C é a correta. Gabarito “C” (Diplomacia – 2009 – CESPE) Em uma pequena economia, inicial-

mente, sem relações comerciais com o resto do mundo, certo consumidor dispunha de renda de R$ 36 e tinha preferências distribuídas entre dois bens: 1 e 2. A restrição orçamentária do referido consumidor é descrita, no gráfico acima, pela curva AB, cujos eixos representam quantidades (em unidades) dos bens 1 e 2. Posteriormente, em razão da eliminação de barreiras ao comércio, o consumidor se deparou com novas possibilidades de consumo, representadas no triângulo ABC.

Considerando a situação hipotética apresentada e supondo que esse consumidor, sempre maximizando sua utilidade, escolhesse consumir 3 e 4 unidades do bem 1, respectivamente, antes e depois da abertura da economia, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a diferença entre as quantidades do bem 2 consumidas depois e antes da abertura e a proporção entre os preços do bem 2 depois e antes da abertura. (A) 1 (B) 1 (C) 1 (D) 3 (E) 3

e 1/3 e 2/3 e1 e 1/3 e 2/3

Pelo enunciado sabemos que a abertura comercial trouxe melhoria à economia no que diz respeito ao nível de consumo, barateando, devido à concorrência externa, os bens disponíveis internamente. O gráfico nos indica que a abertura beneficiou apenas o consumidor do bem 2, uma vez que aumentou a quantidade acessível de bens caso toda a renda fosse utilizada em seu consumo, como vemos pela rotação para cima da linha de possibilidades de consumo no eixo y. Ou seja, antes da abertura, o máximo que o consumidor conseguiria comprar com R$ 36 seria 18 unidades do bem 2; com a abertura comercial, a renda disponível do consumidor lhe permitira adquirir 27 unidades. Com isso, deduzimos que o preço do bem 2 sofreu redução.

Além disso, o gráfico nos informa que antes da abertura o consumidor escolheu 3 unidades do bem 1, de forma que consumira 12 unidades do bem 2. Após a abertura, passa a consumir 4 unidades do bem 1 e 15 unidades do bem 2. Com isso, eliminamos 3 alternativas, uma vez que apenas as opções D e E assinalam uma diferença de 3 unidades. Cumpre agora encontrar a variação no preço do bem 2. Sabendo-se que a renda deve ser dividida entre o consumo dos dois bens, chegamos à igualdade orçamentária, dada por Renda = Consumo do bem 1 + Consumo do bem 2 O consumo em valores monetários é dado pelo preço do bem multiplicado pela quantidade consumida, de sorte que Renda = [ p(1) x q(1) ] + [ p(2) x q(2) ] Para encontrar o preço do bem 2, basta supor que a quantidade do bem 1 seja nula e atribuir o valor máximo (limite superior do eixo y no gráfico) à quantidade do bem 2. Renda (antes da abertura) = [ p(1) x q(1) ] + [ p(2)a x q(2)a ] R$ 36 = 0p(1) + 18p(2)a p(2)a = 2 O mesmo procedimento deve ser adotado para o segmento CB, o qual representa a cesta de consumo depois da abertura comercial. Renda (depois da abertura) = [ p(1) x q(1) ] + [ p(2)d x q(2)d ] R$ 36 = 0p(1) + 27p(2) p(2)d = 1,33. Dividindo p(2)d por p(2)a, temos que p(2)d equivale a 2/3 de p(2)a, conforme no indica a alternativa E. Gabarito “E”

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Para produzir Q unidades de certo bem, uma firma arca sempre com um custo fixo (CF) de R$ 100, além de um custo variável (CV) que depende da quantidade produzida, sendo marginalmente crescente e assim definido: CV = 2 Q2.

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Considere uma pequena economia com as curvas, abaixo representadas, da oferta e da demanda internas de certo bem internacionalmente comercializado ao preço de R$ 14. Considere, ainda, que o governo cogite aplicar cada uma ou uma combinação das seguintes medidas de política comercial afetas ao bem: livre comércio, apoio ao produtor mediante subsídios à produção ou imposição de quota de importação ou de tarifa de importação.

Com base nessas condições hipotéticas, julgue (C ou E) os itens seguintes. (1) Em livre-comércio com o resto do mundo, sem qualquer

intervenção do governo, o preço do bem em equilíbrio seria de R$ 26, e a demanda do bem, na referida economia, equivaleria a 4 mil unidades. (2) Caso o governo imponha apenas uma tarifa específica de importação, equivalente a R$ 6 por unidade importada, serão importadas 4 mil unidades, e o preço do bem em equilíbrio será de R$ 14. (3) Caso o governo imponha apenas uma quota de importação de 2 mil unidades do referido bem, a parte da demanda atendida pela oferta interna será superior, em mil unidades, à parte provida pela importação. (4) Caso o governo opte por manter o livre-comércio e, ao mesmo tempo, por apoiar o produtor doméstico mediante a provisão de subsídios específicos à produção doméstica equivalentes a R$ 12 por unidade, a demanda total será de 6 mil unidades, e a parte produzida internamente, 2 vezes superior à parte importada.

12. Economia

(1) Em ambas as condições citadas, os preços equivalem ao

custo marginal.

(2) Na condição de mercados sujeitos ao monopólio, a receita

marginal (RMg) equivale ao custo marginal (CMg), ou seja, RMg = CMg. (3) Em concorrência perfeita, o custo total médio (CT/Q) equivale ao custo marginal (CMg). (4) Em concorrência perfeita, o preço é igual à receita marginal, mas inferior ao custo marginal, ou seja, P = RMg < CMg. 1: Incorreta. Em monopólio, o preço se encontra acima do custo marginal. A quantidade escolhida é aquela que iguala custo marginal e receita marginal. Como não há curva de oferta em monopólio, haja vista que a produção se ajusta à demanda, temos um lucro econômico positivo. Já em concorrência perfeita, o preço é igual ao custo marginal, que se equipara à receita marginal, de forma que o lucro econômico é zero. 2: Correta. Explicação teórica conforme item anterior. 3: A questão foi anulada por que está incompleta. O custo total médio pode ser igual, maior ou menor do que o custo marginal. A afirmativa não é conclusiva, o que impede aferir sua veracidade. 4: Incorreta. Conforme já mencionado no item (1), em concorrência perfeita, por definição, tem-se P = RMg = CMg. Caso o custo marginal seja maior do que a receita, o lucro econômico será negativo, expulsando do mercado as empresas menos produtivas, reduzindo a oferta e elevando os preços e a receita marginal, o que restaura a igualdade entre os termos. Gabarito 1E, 2C, 3 ANULADA, 4E (Diplomacia – 2008 – CESPE) Considere-se que, em determinado

mercado, a curva de demanda de um bem seja dada por Qd = 10 - 3p, e a curva de oferta desse mesmo bem seja dada por Qo = 5 + 2p, em que p seja o preço do bem. Nessas condições, é correto concluir que o equilíbrio nesse mercado será atingido para

(A) p = 1. (B) p = 2.

O preço de equilíbrio é aquele que iguala a oferta à demanda. Para encontrá-lo basta igualar as duas funções: Qo = Qd 5 + 2p = 10 – 3p 5p = 5 p=1 Assim, a alternativa correta é a letra A. (Diplomacia – 2008 – CESPE) A elasticidade preço da demanda de um bem é fundamental para se compreender a reação da quantidade demandada a mudanças em seu preço. Com relação a esse tema, julgue (C ou E) os itens seguintes. (1) Quando o módulo da elasticidade preço de demanda de

um bem é superior a 1, esse bem tem demanda elástica, e a receita total se reduz quando seu preço se eleva. (2) Quando o módulo da elasticidade preço da demanda de um bem é igual a 1, a receita total não se altera quando há variações no preço. (3) Bens que têm pequena participação no orçamento tendem a ter uma demanda inelástica em relação ao preço. (4) Bens essenciais têm demanda elástica em relação ao preço. 1: Correta. Quando o módulo da elasticidade é maior do que 1, temos que uma elevação do preço do bem em 1% gera uma queda na quantidade demandada maior que 1% e, logo, o bem tem demanda elástica. Assim, quando o preço sobe, temos que o ganho de receita obtido com o aumento do preço é menor do que a perda de receita por conta da queda no volume vendido. 2: Correta. Pelo mesmo raciocínio descrito anteriormente, a elasticidade-preço da demanda é unitária, de forma que aquilo que se perderia com a queda no volume vendido é proporcional ao ganho de receita resultante do aumento do preço do bem. 3: Correto. Segundo a teoria econômica, quanto maior a importância do bem no orçamento, maior é a sua elasticidade. Assim, quanto menor for a importância relativa do bem, menor será a propensão do consumidor de reduzir o seu consumo, uma vez que a elevação do preço deste bem não tende a gerar grandes impactos no orçamento como um todo. 4: Incorreta. Os bens ditos essenciais são menos sensíveis ao preço cobrado pela sua aquisição. Por terem esse nome, os bens essenciais indicam importância primeira, de forma que o preço do bem não é variável relevante à decisão do consumidor. Exemplos de bens essenciais são água, energia elétrica, medicamentos, hobbies etc. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C (Diplomacia – 2009 – CESPE) Considere as condições de equilíbrio de mercados em concorrência perfeita, de um lado, e, de outro, de mercados sujeitos ao monopólio. Considere, também, que, em ambas as condições, os produtores visem ao lucro (L), que resulta da maximização do excedente da receita total (RT) em relação ao custo total da produção (CT). Considere, ainda, que, ao maximizar o lucro, os produtores levem em consideração, entre outras variáveis, o preço (P), a quantidade produzida (Q), a receita marginal (RMg) e o custo marginal (CMg). Com base nessas considerações, julgue (C ou E) os itens que se seguem.

(C) p = 3. (D) p = 5. (E) p = 10.

Gabarito “A”

1: Incorreta. Em livre comércio com o resto do mundo, os preços internos tendem a convergir aos patamares vigentes no mercado internacional, uma vez que, dado o diferencial de preços (R$ 26 internamente e R$ 14 no mercado exterior), os importadores seriam incentivados a aumentar a oferta de bens até que os preços internos se equiparassem aos externos. O preço de mercado sem abertura comercial é de R$ 26; 2: Incorreta. Se o governo impuser uma tarifa de R$ 6, o preço do bem será de R$ 20 e a demanda a esse preço será de 5.000 unidades. Como a oferta interna, neste nível de preço, apenas garante 3.000 unidades, deduz-se que as importações suprirão as outras 2.000 unidades. 3: Correta. Se o governo permitir a importação de apenas 2.000 unidades, deduz-se que a diferença entre oferta e demanda deverá ter este mesmo valor. Pelo gráfico, notamos que isso ocorre quando o preço é R$ 20, de maneira que as importações permitidas (2.000 unidades) representam 2/3 do abastecimento interno (3.000 unidades). 4: Correta. Um subsídio governamental tem o efeito de reduzir o custo de produção de um determinado bem. Graficamente, o subsídio implica um deslocamento da curva de oferta para a direita até o preço cair na medida do subsídio. Neste caso, a curva de oferta se deslocaria até que o preço fosse R$ 14, ou seja, relativo a 6.000 unidades. Como a oferta interna, na ausência de subsídios, seria de 4.000 unidades, tem-se que as importações seriam, em contexto de livre comércio, de 2.000 unidades. Dessa forma, com o subsídio, a produção interna (6.000 unidades) representa duas vezes a quantidade importada. Em outras palavras, a produção interna engolfará, no gráfico, a diferença entre 6 mil e 2 mil unidades; enquanto a importação atenderá a 2 mil unidades. Portanto, a produção interna representará duas vezes a quantidade importada

393

2. Macroeconomia (Diplomacia – 2012 – CESPE) Com base na teoria macroeconômica, assinale a opção correta. (A) Os lucros das empresas estrangeiras reinvestidos no Brasil

são contabilizados como crédito na conta capital e financeira do balanço de pagamentos brasileiro. (B) Segundo o paradoxo da parcimônia, um aumento da poupança, no curto prazo, contribui para elevar o investimento e o nível de equilíbrio do produto interno bruto. (C) As necessidades de financiamento no setor público, no conceito operacional, incluem a correção monetária, aplicando-se, portanto, a taxa de juros nominal sobre o estoque da dívida pública. (D) Com o aumento dos depósitos à vista nos bancos comerciais, eleva-se o multiplicador monetário, o que contribui para a expansão da oferta de moeda. (E) Em uma economia aberta, caso a propensão marginal para poupar seja igual a 0,25 e a propensão marginal para consumir bens importados, igual a 0,15, então o multiplicador keynesiano será igual a 10.

394 André Roncaglia de Carvalho A opção correta é a afirmativa D. A dinâmica da criação e destruição de meios de pagamento atende a um requisito básico da contabilidade, o equilíbrio das partidas dobradas. Assim, deve-se encontrar uma equivalência entre a variação no passivo monetário do sistema monetário nacional e a diferença entre o passivo não monetário e as operações ativas do sistema monetário, segundo o esquema abaixo.

• ↑ Operações Ativas > ↑ Passivo Não Monetário => ↑ Passivo Monetário • ↓ Passivo Não Monetário > ↓ Operações Ativas => ↑ Passivo Monetário O passivo monetário fará o ajuste dos saldos das operações ativas e da variação do passivo não monetário dos bancos; em suma, aumento dos depósitos à vista. O resultado é, portanto, um aumento na quantidade de moeda. Para facilitar o entendimento, consideremos um desconto de duplicata feito por uma empresa em um banco comercial. Conforme o balancete estilizado abaixo, os bancos ampliam suas operações ativas, comprando o título da empresa e, em troca, creditam na conta da mesma depósitos à vista para o seu uso (aumento do passivo monetário). Ativo +X

Passivo ∆ Operações Ativas ∆ Títulos públicos e particulares

∆ Passivo Monetário

+X

∆ Passivo Não Monetário

Dito isso, podemos compreender, matematicamente, o que diz a afirmativa em questão. O multiplicador dos meios de pagamento é dado por:

Sendo m o multiplicador, d a proporção entre depósitos à vista e o total de meios de pagamento (DV/M1), r a parcela dos depósitos à vista mantida sob forma de reservas bancárias (tanto no próprio caixa dos bancos, quanto sob forma de depósitos voluntários e involuntários junto à autoridade monetária. Portanto, quanto maior for o valor de d, menor será o denominador e, assim, maior será o multiplicador dos meios de pagamento da economia. A: Incorreta. “Lucros reinvestidos”, de acordo com a definição do Banco Central, referem-se aos lucros gerados e não remetidos ao exterior. O registro no balanço de pagamentos corresponde ao momento em que a empresa informa ao Banco Central sua intenção de reinvestir no Brasil os lucros auferidos. O item está incorreto porque, na verdade, os lucros das empresas estrangeiras reinvestidos no Brasil são contabilizados como crédito na conta financeira do balanço de pagamentos brasileiro e não na CONTA CAPITAL E FINANCEIRA, dada a mudança de nomenclatura da Balança de Pagamentos brasileira. Vale ressaltar que lucros reinvestidos são contabilizados como débito na Balança de Rendas das transações correntes. B: O paradoxo da parcimônia (ou da poupança) foi formulado pelo criador da macroeconomia, John Maynard Keynes, e sugeria uma inversão do sentido da causalidade entre poupança e investimento, tal qual o pensamento dominante à sua época, o qual defendia que a poupança determinava o investimento, uma vez que, dada a hipótese de mercados autorregulados, toda a poupança encontraria um uso adequado em alguma oportunidade de investimento. Keynes alterou a direção, defendendo que é o investimento que, ao gerar renda, ocasiona um aumento da poupança exatamente na medida para seu devido financiamento, uma vez que não se pode investir o que foi consumido. Portanto, a identidade entre poupança e investimento se mantém, porém com uma mudança substancial na relação causal entre as duas variáveis agregadas. C: Incorreta. Dado o longo período de inflação no Brasil, o país aprender a conviver pacificamente com a elevação sistemática dos preços, por meio do mecanismo da correção monetária, criada pelo PAEG, durante o governo Castelo Branco (1964-1966). Durante a década de 1980, sob as agruras da crise da dívida externa, a inflação disparou a alturas inéditas, implicando aumentos progressivos no montante destinado ao pagamento do serviço de juros da dívida. Com isso, a correção monetária ocasionava um aumento autônomo da dívida pública, sem que fosse alimentada desregradamente pelo déficit público. Assim, criou-se uma taxonomia que separava o efeito da correção monetária do serviço da dívida, o conceito de déficit operacional. Portanto, a afirmativa é incorreta por que o conceito operacional desconta os efeitos da correção monetária, sendo o conceito nominal aquele que inclui a correção monetária, conforme o exemplo abaixo.

(E) Incorreta. O multiplicador keynesiano da renda, sem governo e numa economia aberta é dado por . Sendo (1-c) = s, e s denotando a propensão marginal a poupar, temos que, se s=0,25 e m=0,15, teremos α = 2,5 e não 10, como alega a afirmativa. Gabarito “D”

12. Economia

395

(B) O produto nacional bruto (PNB) nominal mede o valor da

Dados relativos às contas brasileiras do setor externo em 2010 (em bilhões de dólares) superávit do balanço de pagamentos

49,1

déficit em transações correntes

47,5

déficit na conta de serviços

31,1

remessa líquida de renda

39,6

investimentos estrangeiros diretos

48,5

investimentos brasileiros diretos no exterior

11,5

investimentos estrangeiros em carteira

67,8

saldo de outros investimentos brasileiros no exterior e outros investimentos estrangeiros no país

2,3

reservas internacionais (em 31/12/2010)

288,6

dívida externa total (em 31/12/2010)

255,7

(Diplomacia – 2011 – CESPE) A partir dos dados apresentados

na tabela acima, divulgados pelo Banco Central do Brasil em 25/1/2011, assinale a opção correta.

(A) A principal contribuição para o déficit na conta de serviços

provém de lucros e dividendos e, para as remessas líquidas, de aluguel de equipamentos e viagens internacionais. (B) A dívida externa líquida brasileira é de US$ 32,9 bilhões. (C) A balança comercial apresentou déficit no período considerado. (D) Os investimentos estrangeiros diretos compreendem a formação e o aumento do capital de empresas, incluídas as aquisições de ações em bolsa. (E) O Brasil obteve poupança externa no valor de US$ 47,5 bilhões. A: Incorreta. Pela tabela, não é possível saber quais são os determinantes do déficit da conta de serviços, pois os dados não são mostrados. B: Incorreta. A dívida externa líquida resulta da subtração das reservas internacionais da dívida externa total, de maneira que o resultado correto é (-)US$ 32,9 bilhões, ou seja, dívida líquida negativa. C: Incorreta. Não se pode afirmar nada quanto à balança comercial, uma vez que não se conhecem os dados referentes às transferências unilaterais, a terceira conta que compõe o saldo em transações correntes. O acompanhamento empírico levaria o candidato a falsear automaticamente a afirmativa, uma vez que, desde o ano 2000, a balança comercial vem apresentando superávits crescentes. D: Incorreta, pois os investimentos estrangeiros diretos se referem apenas a capital acionário, isto é, recursos aplicados diretamente no capital de empresas no país, com exceção do ramo de atividade denominado “portfolio” (anexos I a V da Resolução nº 1.289, de 20 de março de 1987), o qual inclui, além de investimentos em ações, aplicações nos Fundos de Renda Fixa - Capital Estrangeiro e Fundos de Privatização. E: Correta, pois reflete uma identidade contábil: todo déficit em transações correntes deve ser financiado por um lançamento positivo na conta financeira. Como o déficit em conta corrente foi de US$ 47,5 bilhões, conclui-se, por truísmo, que a poupança externa foi no mesmo montante, embora com sinal positivo. Gabarito “E” (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação às contas nacionais,

assinale a opção correta.

(A) No caso de um superavit na conta de transações correntes

de um país, o balanço de pagamentos registrará o aumento líquido dos direitos do exterior, ou seja, trata-se de situação em que os residentes no exterior financiam o endividamento desse país.

produção aos preços vigentes no período em que o produto é produzido; a renda nacional, por sua vez, mede as receitas provenientes da venda da produção; logo, desconsiderando-se a depreciação e os impostos, o PNB e a renda nacional são, por definição, iguais. (C) Um aumento no preço dos produtos importados necessariamente causa aumento no deflator do produto interno bruto (PIB). (D) Caso esteja vendendo divisas estrangeiras e reduzindo sua oferta de moeda nacional, o BACEN poderá contrabalançar essa redução por meio de operações de venda de títulos no mercado, visto que os recursos auferidos por tais operações aumentarão a oferta de moeda na economia. (E) A desvalorização da moeda acarreta necessariamente a melhora da balança comercial, tanto no longo quanto no curto prazos. A: Incorreta. A alternativa seria correta se, em vez de “superávit”, mencionasse “déficit”. No primeiro caso, não há endividamento por parte do país, ao menos não como contrapartida de acordos comerciais, uma vez que o país consegue gerar as divisas necessárias para saldar suas compras do exterior. Outra substituição que tornaria a afirmativa verdadeira seria a de “superávit em transações correntes” por “superávit na conta de capital”. B: Incorreta. É o PIB que mede o valor nominal da produção aos preços vigentes. O PNB contabiliza a entrada e saída de rendas auferidas do processo produtivo, como os lucros das empresas estrangeiras remetidos ao exterior e a renda de estrangeiros residentes enviada a seu país de origem (ou de emigrantes de volta a seu país). C: Correta. Dado que o cálculo do deflator do PIB mantém constantes as quantidades de bens e altera apenas os preços destes, podemos notar que uma elevação dos bens estrangeiros impulsiona a inflação interna, um processo chamado de pass-through inflacionário, ou importação da inflação por via do comércio exterior. D: Incorreta. Para contrabalançar o enxugamento da liquidez resultante da venda de divisas estrangeiras, o Banco Central deveria comprar títulos públicos no mercado, cedendo moeda em troca da reapropriação dos títulos anteriormente vendidos, o que aumentaria a oferta de moeda. E: Inconclusiva. A afirmativa é correta e incorreta, dependendo da estrutura de comércio de cada país, da elasticidade-preço e elasticidade-renda das demandas pelos produtos exportados, da pauta de importações e dos termos de troca entre as nações. Assim, a afirmativa é vaga o suficiente para estar correta e incorreta, uma vez que não define adequadamente sob quais condições o fenômeno em questão ocorreria. ANULADA

Texto para a próxima questão

(Diplomacia – 2010 – CESPE) A economia monetária analisa a

oferta e a demanda de moeda, fundamentais para o estudo de importantes variáveis macroeconômicas, tais como taxa de juro e inflação. Com base nessa teoria, assinale a opção correta.

(A) No Brasil, os depósitos especiais remunerados, os depósitos

de poupança e as quotas de fundos de renda fixa integram o agregado monetário M2. (B) Caso as razões reservas/depósito e papel-moeda/depósitos sejam, respectivamente, iguais a 0,2 e 0,1, o multiplicador monetário será igual a 3,67. (C) Embora o uso crescente de cartões de crédito e de cartões de débito automático reduza a demanda de precaução por moeda, diminuindo a razão de deter moeda por motivos precautórios, a disseminação do uso desses tipos de cartão não altera a demanda de transações de moeda. (D) A redução, em 2008, pelo Banco Central americano (Federal Reserve – FED), da taxa de redesconto, de 3,50 para 3,25, indica que se visava reduzir o custo de crédito e, assim, estimular a economia. (E) A hipótese clássica da neutralidade da moeda no longo prazo baseia-se na existência de velocidade crescente de circulação da moeda em relação direta com o aumento do nível da renda.

396 André Roncaglia de Carvalho

em que “R” representa o total de encaixes dos bancos. Nesse caso, o exercício nos diz que R/DV = 0,2 e que a razão (PMPP/DV) é 0,1. Substituindo na fórmula os valores, chegaremos ao resultado 3,67. O problema é que a questão não nos diz se os depósitos são à vista ou se incluem os depósitos a prazo, de forma que não sabemos se se trata de M1 ou M2. O item C é incorreto, pois o uso generalizado de cartão de crédito altera ambos os motivos (precaução e transação) da demanda por moeda, uma vez que substitui a moeda física por transações digitais. Assim, observa-se que o uso de meios eletrônicos de pagamento acelera a velocidade de circulação de moeda. Por fim, a opção E é incorreta, uma vez que a proposição da neutralidade da moeda exige, como pressuposto, que a velocidade de circulação seja constante, de forma que, a partir da equação quantitativa de trocas MV = PT, tenhamos M => P, ou seja, um aumento na quantidade de moeda que circula pela economia gera aumentos proporcionais nos preços das mercadorias.

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Considerando a contabilidade do

balanço de pagamentos do Brasil e das contas nacionais, julgue (C ou E) os itens seguintes.

(1) Os juros registrados na conta de renda de transações

correntes superavaliam os encargos da dívida externa brasileira, porque incorporam todos os gastos relacionados ao pagamento desses juros. (2) A diferença entre a renda nacional bruta e a renda interna bruta é obtida por meio do somatório dos saldos da conta de renda e da conta de transferências unilaterais. (3) Um deficit de 100 dólares na conta de transações correntes implica, necessariamente, a perda do mesmo valor nas reservas internacionais. (4) Remessas de máquinas e equipamentos de uma companhia estrangeira para sua filial no Brasil não precisam ser registradas no balanço de pagamentos, visto que tal operação não envolve entrada ou saída de divisas. 1: Incorreta. Os serviços de juros não superavaliam porque são o registro preciso dos pagamentos dessa natureza efetuados pelo país. 2: Incorreta. A diferença é dada apenas pelo saldo das transferências unilaterais, as quais são emissões ou recebimentos de divisas sem qualquer contrapartida em serviços ou bens. Já a conta de renda, formada pelos lucros (remuneração do capital), juros (remuneração da poupança) e salários (remuneração do trabalho) exige uma contrapartida, seja de serviços financeiros, investimentos, capital intelectual etc. 3: Incorreta. Um déficit em transações correntes implica, pelo princípio das partidas dobradas, um crédito de mesmo montante na conta de capital e financeira, ficando as reservas internacionais inalteradas em função desse resultado. 4: Incorreta. Uma transferência de máquinas gera movimentação financeira e deve ser contabilizada como entrada de capital no país. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4E

A alternativa correta é a letra D. Quando a autoridade monetária reduz a taxa de redesconto está penalizando menos a instituição financeira que recorre ao Banco Central para uma injeção de liquidez, uma vez que essa taxa é a cobrança pela alavancagem excessiva efetuada pelo banco, ou seja, o banco emprestou dinheiro em quantidade e a um prazo maiores do que poderia ter feito. Assim, quando a taxa de redesconto é reduzida, envia-se aos bancos um sinal para tomarem mais riscos, fornecendo mais crédito às empresas e famílias; logo, reduz-se o custo do crédito e, com isso, estimula-se a economia. A opção A é incorreta por agregarem os fundos de renda fixa, os quais são incorporados apenas no M3, bem como por não contar o M1 como parte do M2. Segundo o Banco Central do Brasil, M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos em poupança + títulos emitidos por instituições depositárias (depósitos a prazo, letras de câmbio, letras imobiliárias e letra hipotecárias) + depósitos para investimento. O M3, por sua vez é formado pelo M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas na SELIC (operação de títulos públicos para efeitos de política monetária). A alternativa B é errada, pois o multiplicador dos meios de pagamento é dado pela fórmula

(Diplomacia – 2008 – CESPE) A tabela a seguir apresenta dados

em unidades monetárias (u. m.) do país Alfa em determinado ano.

Gabarito “D” (Diplomacia – 2009 – CESPE) A demanda agregada total (domés-

tica e externa) de uma economia aberta equivale ao seu produto interno bruto (PIB), sendo os seguintes os seus principais componentes: consumo, investimento, compras do governo e exportação líquida de bens e serviços. Supondo-se que essa economia gere um PIB anual de R$ 1 trilhão, mantenha uma taxa de investimento igual a 20% do PIB e que, nessa economia, o consumo e os gastos do governo sejam respectivamente 3,1 e 0,7 vezes superiores ao investimento, é correto concluir que o saldo exportador dessa economia será de

(A) R$ (B) R$ (C) R$ (D) R$ (E) R$

As transações do país Alfa com o resto do mundo nesse mesmo ano são mostradas na tabela seguinte.

38 bilhões. 40 bilhões. 76 bilhões. 80 bilhões. 102 bilhões.

Tomando nota dos dados, temos os seguintes valores: PIB = R$ 1 tri I = R$ 0,2 tri G =0,7 x (I) = R$ 0,14 tri C= 3,1 x (I) = R$ 0,62 tri Pela ótica da demanda, temos que: PIB = C + I + G + (X – M) Substituindo os valores sem as unidades, para facilitar a operação algébrica, temos 1 = 0,62 + 0,2 + 0,14 + (X - M) Rearranjando os termos, conclui-se que o saldo exportador (X-M) = R$ 0,04 tri, ou R$ 40 bilhões, conforme nos indica a alternativa B.

Com base nessa situação hipotética, julgue (C ou E) os itens que se seguem. (1) As poupanças dos residentes no país Alfa foram capazes

de financiar todo o investimento realizado por esse país no ano considerado. (2) No ano considerado, a Renda Nacional de Alfa foi superior à Renda Interna Bruta desse país.

Gabarito “B”

12. Economia

397

(3) No ano considerado, a Renda Nacional de Alfa foi inferior

à Renda Disponível Bruta desse país.

1: Incorreta. Por definição, o investimento é igual à poupança bruta doméstica. Neste caso, a poupança é insuficiente para suprir as necessidades de financiamento agregado do investimento, uma vez que o país sofre uma perda de poupança resultante do envio de rendas para o exterior por parte de não residentes (10) maior do que o recebimento de renda por parte de emigrantes do país Alfa. 2: Incorreta. A diferença entre Renda Nacional Bruta e Renda Interna Bruta é a renda líquida enviada ao exterior. Em termos matemáticos, Renda Nacional Bruta = Renda Interna Bruta – Renda Enviada ao Exterior + Renda Recebida do Exterior Como a renda enviada (pagamentos de salários a não residentes por empresas do país Alfa) é maior do que a renda recebida do exterior (remessas financeiras de emigrantes a seus familiares residentes no país Alfa), a Renda líquida enviada ao exterior é positiva, isto é, o envio é maior do que o recebimento. Com efeito, a renda nacional bruta é menor do que a renda interna bruta. 3: Incorreta. A renda disponível está associada a impostos diretos, desconto de lucros retidos, contribuições previdenciárias e transferências governamentais às famílias, dados que o problema não oferece ao candidato, inviabilizando a conclusão da afirmativa. Gabarito 1E, 2E, 3E

3. Economia internacional (Diplomacia – 2012 – CESPE) No que se refere à economia

internacional e a questões a ela relacionadas, assinale a opção correta.

A: Incorreta. Tarifa é um imposto cobrado pelo país importador quando um bem importado cruza sua fronteira. A aplicação de uma tarifa gera efeitos tanto sobre o excedente do consumidor quanto sobre o excedente do produtor, conforme a figura abaixo. A curva em vermelho representa a oferta da economia aberta. O triângulo retângulo mostra o excedente do consumidor, o qual pode consumir mais numa economia aberta, em que os produtores nacionais concorrem com os produtos importados, reduzindo os preços e permitindo um maior consumo por parte dos cidadãos. A imposição de uma tarifa, reduz o excedente do consumidor e aumenta o ganho do produtor (área verde do gráfico da direita).

(A) Em economias que privilegiam a produção, tarifas são

preferíveis a quotas, porque, embora reduzam o excedente do consumidor, deixam o do produtor inalterado. (B) No modelo ricardiano das vantagens comparativas, os ganhos do comércio são explicados pelas diferenças da produtividade marginal relativa do fator trabalho entre os países. (C) Considere que uma empresa mineradora brasileira compre empresa da área de mineração na Tailândia. Nessa situação, a transação deve ser registrada na conta capital da CCF (conta capital e financeira) do balanço de pagamentos brasileiro. (D) Políticas fiscais expansionistas contribuem para a depreciação da moeda e para o aumento do investimento e das exportações líquidas. (E) Como o contágio que caracterizou as crises de câmbio do período 1980-2000 deveu-se ao canal financeiro, não houve deterioração da balança comercial dos países afetados por esse fenômeno. A alternativa correta é a afirmativa (B). O modelo ricardiano das vantagens comparativas busca mostrar que a diversificação da pauta exportadora é uma solução inferior aos países, uma vez que o comércio internacional permite um aumento da produtividade dos países que concentrarem sua produção nos bens em que apresentam maior capacidade produtiva, isto é, nos bens que custam menos horas de trabalho por unidade. A falha fundamental do modelo ricardiano está na desconsideração do (ou falta de ênfase no) fator tecnologia. Com efeito, o país deve produzir aquilo que lhe custa menos e importar o bem que apresentar maiores custos. Podemos usar o termo “custos comparativos” para sintetizar o problema, porque se trata das diferenças entre os custos comparativos dos países na produção de bens que os motivam a especializar-se em tal ou tal produto. Um país pode ter custos absolutos menores em todos os produtos, mas comparativamente, é melhor especializar-se em alguns, o que lhe permite fazer trocas com outros países. Aí vale ressaltar que o custo comparativo é uma síntese entre custos absolutos de produzir um bem e custos de oportunidades. Com isso, os países ganham com uma maior produtividade da economia mundial, melhorando o bem-estar daqueles envolvidos no comércio internacional. De forma esquemática, podemos entender a teoria das vantagens comparativas da seguinte maneira:

C: Incorreta. A referida transação deve ser debitada (uma vez que se trata de divisa abandonando o país) na rubrica Investimento Direto de Empresas Brasileiras no Exterior, a qual consta da Conta Financeira do Balanço de Pagamentos e não na Conta Capital.

398 André Roncaglia de Carvalho

(1) A ausência de barreiras, em prol da liberalização das trocas

externas, promove, entre outros benefícios, o aumento da autossuficiência dos países no que concerne à disponibilidade de bens e serviços e a redução dos riscos associados às oscilações nas quantidades produzidas e nos preços praticados.

(2) A obtenção de economias crescentes de escala é um

dos benefícios indiretos do estabelecimento de restrições fitossanitárias, o qual, em razão de sua natureza concreta e objetiva, propicia retaliações internacionais.

(3) Um dos argumentos em favor da imposição de barreiras

alfandegárias é o de que, com esse procedimento, se evita a exportação de empregos, que, igualmente, tende a ocorrer quando, por efeito da valorização do câmbio, as exportações de um país se tornam menos competitivas.

(4) De acordo com a teoria cambial básica, com taxas flutuantes

e mercado similar ao de concorrência perfeita, os déficits no balanço de pagamentos provocariam apreciação real da taxa de câmbio, e os superávits, depreciação, o que conduziria ao equilíbrio do balanço de pagamentos.

1: Incorreta. A proliferação do comércio internacional tende a elevar a especialização produtiva nos países e, como consequência, a interdependência entre eles, de maneira que se aprofunda a necessidade de coordenação nas ações produtivas para que se evitem crises de abastecimento de bens específicos, tais como energia, alimentos, minérios etc. 2: Incorreta. As restrições fitossanitárias geram apenas reservas de mercado, as quais são, por definição, resultados ineficientes do ponto de vista econômico, por impedirem a livre concorrência e gerarem estratificação do mercado mundial pelo critério de adequação a essas normas.

(Diplomacia – 2011 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens subsequen-

tes, relativos a conceitos da economia internacional.

(1) Os aumentos do imposto sobre operações financeiras

incidente sobre os investimentos estrangeiros constituem exemplos de controles de capitais de curto prazo, cujo objetivo é neutralizar os impactos decorrentes da volatilidade dos fluxos desse tipo de capital sobre os mercados cambial e de capitais. (2) A imposição de tarifas, além de transferir recursos dos consumidores para o governo, conduz ao aumento dos preços dos bens domésticos e eleva a ineficiência na economia. (3) Nos sistemas de câmbio fixo, as políticas monetárias expansionistas são particularmente eficazes para elevar a demanda agregada porque, nesses sistemas, o efeito deslocamento é minimizado. (4) Por elevar o custo de oportunidade do consumo, a especialização constitui uma das bases do comércio internacional, o que contradiz a lei das vantagens comparativas. 1: Correta. Os fluxos de capitais podem ser divididos entre os de curto prazo (operações com títulos de renda fixa, contratos no mercado futuro, ações e bônus no mercado secundário) e os de longo prazo, estes geralmente associados a investimentos na produção, tais como compra de participação societária em empresas e investimentos diretos. A entrada desmedida de capitais de curto prazo tende a instabilizar o mercado de câmbio, pressionando a taxa de câmbio para baixo e dificultando as vendas de bens no exterior. O IOF permite que se discipline essa entrada por dar preferência ao capital produtivo de médio e longo prazos. 2: Correta. As tarifas de importação têm o efeito de favorecer o produtor nacional às custas do consumidor, pois criam um preço artificial para os bens protegidos contra a concorrência externa. Nesse sentido, a economia se torna menos eficiente, uma vez que o custo de vida se eleva sem gerar estímulos suficientes para melhorias na esfera da produção, tais como investimentos em tecnologia, treinamento da mão de obra, pesquisa e desenvolvimento etc.; 3: Incorreta, pois em um regime de câmbio fixo, a política monetária é passiva, ou seja, depende do comportamento das reservas internacionais que dão lastro à moeda doméstica. Com efeito, uma política monetária expansionista apenas pode ocorrer se houver um saldo positivo nas contas externas. Ademais, o efeito deslocamento é resultante da política de expansão de gastos públicos, os quais, mantido o nível de poupança agregada, geram uma elevação da taxa de juros, por meio da qual se “expulsa” o setor privado do consumo e do investimento, cuja poupança é destinada ao financiamento dos gastos do governo. 4: Incorreta em dois pontos: a especialização não aumenta o custo de oportunidade do consumo; isso é feito pela taxa de juros, cuja elevação implica disponibilizar ao consumidor uma alternativa ao consumo presente, desincentivando o consumo. O segundo erro se refere à doutrina das vantagens comparativas, em que é exatamente a especialização que permite aos países obter ganhos de produtividade, reduzindo custos e ampliando a produção mundial de bens, a qual aprimoraria o bem-estar mundial por meio do comércio entre nações. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E

Gabarito “B” (Diplomacia – 2011 – CESPE) A regulação dos fluxos externos está associada à utilização de instrumentos — cambiais ou não — considerados mais ou menos eficazes, conforme seus objetivos e suas respectivas circunstâncias. A respeito da utilização de tais instrumentos, julgue (C ou E) os próximos itens.

3: Correta. Quando as exportações de um país se tornam menos competitivas, sua demanda agregada é reduzida, destruindo empregos na economia. Simultaneamente, outro país que produz o mesmo bem recebe uma demanda maior por ter custos de produção mais baixos, o que leva ao aumento de sua demanda agregada e, por conseguinte, à multiplicação de empregos nesse país. No caso das barreiras, deve-se considerar a exportação de empregos por meio da importação de bens, que ocorre quando se compram mais bens produzidos em outros países e deixa-se de comprar dos produtores nacionais. Isso desloca a demanda do mercado interno para o mercado externo, transferindo, portanto, impulso econômico para o exterior, com o que se desfazem empregos aqui e se criam novas vagas no país de onde se importa. 4: Incorreta. Sob taxas de câmbio flutuantes e livre comércio, o déficit comercial tende a elevar a taxa de câmbio nominal e, mantidos os preços internos e externos constantes, a aumentar a taxa de câmbio real. No caso de superávit comercial, ocorre o inverso. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

D: Incorreta. Uma política fiscal expansionista, em regime de câmbio flutuante, leva a um aumento da renda que amplia a demanda por investimentos e por importações, ou seja, levam a uma queda das exportações líquidas, uma vez que essas dependem da renda do restante do mundo e da elasticidade-preço das exportações. Assim, mantidas constantes as exportações, o aumento das importações faz com que haja pressão sobre a demanda por moeda estrangeira, levando à desvalorização do câmbio, a qual pode ou não levar a uma melhoria nas exportações líquidas, a depender dos fatores mencionados. Além disso, é válido mencionar que que políticas fiscais expansionistas não têm eficácia em regime de câmbio flutuante. O aumento dos gastos obriga o governo a aumentar os juros para financiar o déficit das suas contas. O aumento dos juros contribui para atrair moeda estrangeira, apreciando a taxa de câmbio, o que resulta em uma diminuição das exportações líquidas. E: Incorreta. Há uma solidariedade entre os fenômenos financeiros e comerciais do balanço de pagamentos, de maneira que se um é afetado, o outro deve ser ativado para compensar os desequilíbrios. Assim, o fato de as crises das décadas de 1980 e 2000 terem um caráter financeiro proeminente, a posição comercial do país é fundamental para que o mesmo consiga sair da crise, haja vista que é o comércio que provê as divisas que propiciarão o pagamento das dívidas, bem como garantirão a conversibilidade da moeda doméstica perante os demandantes de divisas. Nesse tocante, as crises financeiras geralmente têm antecedentes associados a uma abundância de influxos de capitais, os quais promovem uma forte valorização do câmbio, a qual induz a desequilíbrios comerciais e a um acúmulo de passivos perante o restante das economias do mundo. Quando é deflagrada a crise, esse passivo externo se realiza como restrição externa, obrigando as nações em crise a desvalorizar sua taxa de câmbio de forma a operar a transferência líquida de recursos ao exterior, uma vez que o valor relativo do trabalho naquele país sofre redução perante o exterior. Portanto, as crises financeiras estão intimamente relacionadas a desequilíbrios comerciais.

12. Economia

(A) De acordo com o princípio das vantagens comparativas, a

produção mundial total será maximizada se cada bem for produzido pelo país capaz de fazê-lo com os menores custos. (B) De acordo com a visão de Prebisch, as recorrentes crises, nas nações periféricas, causadas pelo desequilíbrio dos balanços de pagamentos, decorreram, em parte, do fato de às elevadas elasticidades-renda da demanda de importações terem-se contraposto as baixas elasticidades-renda das exportações da periferia, o que contribuía para a deterioração dos termos de trocas desses países. (C) Consoante a teoria da paridade do poder de compra, país cuja taxa de inflação é mais elevada que a que prevalece nas demais nações enfrenta pressões para apreciar a moeda nacional. (D) O modelo clássico de comércio internacional, formulado no começo do século XIX, não pode ser aplicado ao comércio de serviços. (E) No longo prazo, a adoção de barreiras comerciais, como, por exemplo, tarifas e quotas à importação, conduz ao aumento da taxa de câmbio real, o que favorece o aumento das exportações líquidas da economia e a redução do deficit de conta-corrente na economia. A: Incorreta. O princípio das vantagens comparativas alega não que a produção mundial será maximizada, o que dependeria do avanço tecnológico em geral (premissa não adotada pelo modelo), mas sim que o bem-estar de todos aqueles envolvidos no comércio internacional é aprimorado pelos ganhos advindos da especialização produtiva, que reduz os custos em termos comparativos (custo absoluto + custo de oportunidade) e aumenta a produção mundial. B: Correta. O problema dos termos de troca entre as nações do centro e da periferia estavam associados ao problema das elasticidades-renda dos produtos exportados e importados pelas nações periféricas. A exportação de bens primários é inelástica à renda, ou seja, conforme melhora o nível de renda no mundo, a demanda tende a se deslocar para os bens manufaturados. Estes, porém, eram importados pelos países periféricos, e não exportados. Assim, a melhoria do padrão de vida tenderia a implicar déficits estruturais cada vez maiores, dada a crescente demanda por bens manufaturados importados. Eis um traço da dependência da periferia em relação ao centro, abordados por Prebisch. C: Incorreta. Segundo a teoria da paridade do poder de compra, um país que enfrenta inflação tem um custo de vida mais elevado e, portanto, tende a demandar mais bens comercializáveis do exterior. No entanto, nada sugere uma valorização do câmbio. Tudo o que a PPC faz é ponderar os indicadores de um país com relação ao custo de vida, ou seja, ao patamar de preços vigente em cada país, de forma que a comparação entre as nações seja mais precisa. D: Incorreta. O princípio do livre comércio poderá ser aplicado a serviços como transporte, seguro, educação e hospedagem virtual, entre outros, se houver mobilidade de recursos e de fatores de produção. No entanto, nem todos os serviços podem ser transacionados (como os de cabeleireiro, manicure, pedreiro etc.), pois enfrentam barreiras geográficas à sua comercialização. E: Incorreta. A adoção de barreiras comerciais implica uma elevação dos níveis dos preços internos abarcados pelas medidas de proteção. Com efeito, o que se nota é uma apreciação da taxa de câmbio real [câmbio nominal x (preços no exterior/preços domésticos)], a qual aumenta as importações e, por conseguinte, deteriora a balança comercial. Gabarito “B” (Diplomacia – 2010 – CESPE) No que concerne à Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), julgue C ou E. (1) A criação, pela ONU, da CEPAL — que depois inclui também

a região do Caribe — contou, desde o início, com o decidido apoio dos EUA. (2) As ideias de Raul Prebisch — o grande mentor da CEPAL — tiveram grande influência e contribuíram decisivamente para a convocação da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês).

(3) Prebisch advogou para a América Latina um modelo de

industrialização agressivamente voltado para a exportação, de modo a corrigir a deterioração dos termos de troca entre os países do Norte e do Sul. (4) No Brasil, entre os economistas que trabalharam na CEPAL e foram influenciados por Prebisch, cabe mencionar Celso Furtado. 1: Incorreta. Criada em 1948, com a liderança do economista argentino Raúl Prebisch, a Cepal nasceu como uma proposta de emancipar economicamente os países da América Latina em relação aos países industrializados. Embora posteriormente tivessem aderido ao corpo de Estados-membros, os EUA dispensaram apoio ao projeto no início, muito embora a Comissão nascesse como resposta ao predomínio dos interesses comerciais dos EUA sobre os de seus vizinhos de continente. Atrelada ao ECOSOC, constitui uma agência especializada da ONU. 2: Correta. Como já dito, Prebisch é o grande idealizador e teórico da deterioração dos termos de troca que prejudicam os países latino-americanos em razão de sua estrutura econômica centrada em bens primários. Ao dividir o mundo em países centrais e periferia do sistema, Prebisch defendeu a importância das políticas regionais − mais adequadas às realidades sociais e econômicas dos países −, em contraposição à proposta de que o livre comércio, por si só, conduziria o mundo a uma convergência de padrões de vida, argumento ratificado pela UNCTAD. 3: Incorreta. Em seu famoso ensaio “O desenvolvimento econômico da América Latina e seus principais problemas”, Prebisch critica a falsa universalidade da ciência econômica, a qual se manifestaria na tentativa de aplicar na periferia categorias analíticas adequadas apenas à realidade socioeconômica dos países centrais. Dada essa inadequação, a Cepal defende a atuação deliberada do Estado como agente promotor do desenvolvimento econômico, por meio da formulação de políticas de desenvolvimento econômico (industrialização voltada ao mercado interno por meio da substituição de importações) que busquem diminuir o hiato entre centro e periferia. Para tanto, o Estado deveria dispor de um corpo técnico eficiente, sendo crucial, nesse tocante, a formação de um corpo de economistas atentos aos desafios peculiares ao desenvolvimento latino-americano. 4: Correta. Celso Furtado, contemporâneo de Raúl Prebisch, foi um ávido debatedor das ideias do economista argentino e com ele formou a dupla mais original em termos de pensamento sobre a América Latina. O debate igualmente fecundo e conflituoso entre os dois economistas coloca-os em equiparado grau de importância na história do pensamento econômico latino-americano. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

(Diplomacia – 2010 – CESPE) A globalização do espaço econômico torna o estudo da economia internacional cada vez mais relevante para o entendimento das relações de comércio entre as nações. A esse respeito, assinale a opção correta.

399

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens que se seguem, relativos a regimes cambiais. (1) Em regime de câmbio fixo, o mercado define o valor da taxa

de câmbio, e a autoridade monetária determina o nível das reservas internacionais do país.

(2) Em regime de câmbio fixo, a autoridade monetária tem

poder limitado na determinação da política monetária.

(3) Em regime de câmbio flutuante, a oferta de divisas é deter-

minada pelas exportações do país.

(4) Nos anos 90 do século XX, em alguns países da América

Latina, foram usadas âncoras cambiais como instrumento de estabilização de preços.

1: Incorreta. A alternativa seria correta se indicasse o funcionamento do regime de câmbio flutuante. Em regime de câmbio fixo, cabe à autoridade monetária ofertar qualquer quantidade de divisas demandada pelo mercado à taxa vigente. 2: Correta. Nesse caso, a política monetária depende da quantidade de divisas internacionais, uma vez que são estas que determinam o lastro da moeda doméstica. Assim, o governo não pode expandir os meios de pagamentos autonomamente, porque isso implicaria uma alteração entre as quantidades de moeda nacional e internacional, levaria a uma desvalorização do câmbio e romperia, portanto, o regime de câmbio fixo. 3: Anulada, pois é parcialmente verdadeira. Além das exportações, os fluxos de capitais de curto e longo prazos também determinam a oferta de divisas internacionais no país em questão.

400 André Roncaglia de Carvalho 4: Correta. Argentina, México e Brasil são exemplos de países que utilizaram âncoras cambiais para promover planos de estabilização, muito embora o formato e os mecanismos adotados difiram entre as experiências. Por exemplo, a Argentina adotou o currency board, ou conselho da moeda, em que a moeda argentina tornou-se plenamente conversível ao dólar, resultando em um forte atrelamento da quantidade da atividade econômica à disponibilidade de divisas estrangeiras, que passaram a complementar a base monetária doméstica. A taxa de câmbio passou, portanto, a regular a política monetária, retirando do país um amplo espaço de manobra em termos de política econômica doméstica.

(Diplomacia – 2010 – CESPE) Com respeito a temas da história econômica brasileira, julgue C ou E. (1) A reforma monetária promovida por Rui Barbosa resultou

(A) o processo de integração, subsequente ao de articulação,

em intenso processo de especulação financeira, obrigando o governo de Deodoro da Fonseca a adotar um conjunto de medidas conhecido como encilhamento. (2) O Plano SALTE foi adotado por Getúlio Vargas, no seu período de governo, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia. (3) Pode-se considerar que o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado por equipe liderada por Celso Furtado, fracassou em sua meta de reduzir a inflação e estimular o crescimento econômico. (4) As sistemáticas valorizações cambiais da moeda brasileira, nos anos 80 do século passado, foram o principal instrumento do governo para produzir os superavit comerciais necessários ao equilíbrio do balanço de pagamentos, dado que a conta de transações correntes era fortemente deficitária em razão dos pagamentos associados à dívida externa.

A: Incorreta. Celso Furtado não destina grande atenção ao processo de articulação voltado para a exportação de excedentes. Além disso, é a exportação que dinamiza o desenvolvimento econômico, de forma que o crescimento voltado para fora tende a atrasar a articulação e a integração da economia brasileira em um mercado interno sólido e dotado de motores próprios. B: Incorreta. A afirmativa é verdadeira quanto aos diferentes momentos de industrialização das regiões brasileiras. No entanto, mesmo com a criação da SUDENE em 1959 e os esforços empreendidos no desenvolvimento regional, foi apenas a partir de 1970 que se iniciou efetivamente uma distribuição espacial do investimento, na esteira do II Plano Nacional do Desenvolvimento, no governo Geisel. Assim, o fenômeno de desconcentração espacial da indústria se iniciou tardiamente no Brasil e continua em movimento, com resultados ainda tímidos. C: Correta. Segundo Furtado, havia uma dinâmica de transferência interna da mão de obra disponível para o crescimento da economia. Conforme a produção do Sudeste crescia, dinamizada fundamentalmente pelo rápido avanço da lavoura cafeeira no oeste paulista, os salários tendiam a subir, atraindo fluxos migratórios dos engenhos do Nordeste e da decadente economia extrativa de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Com efeito, o salário médio aumentava, muito embora houvesse substancial diferença entre os salários pagos em São Paulo e os do restante do Brasil. D: Incorreta. Ao contrário do que é afirmado, a baixa produtividade elevava os preços, implicando perda de poder aquisitivo por parte das camadas assalariadas. E: Incorreta. O crescimento acelerado do setor cafeeiro, espacialmente concentrado em São Paulo, orquestrou uma forte tendência à concentração de renda e do poder político no eixo Rio-São Paulo, a qual perdura até os dias de hoje.

1: Incorreta. O encilhamento não foi um conjunto de medidas, mas o resultado da política monetária de Rui Barbosa, que promulgou a abertura de quatro regiões bancárias facultadas a emitir moeda. Com efeito, a excitação tomou conta do mercado acionário, configurando o fenômeno do encilhamento, termo extraído das corridas de cavalo, em que a ansiedade que precede a largada acirra os ânimos tanto dos jóqueis quanto dos apostadores. 2: Incorreta. O Plano Salte foi formulado em 1949 pelo governo Eurico Gaspar Dutra e, por falta de recursos orçamentários, não chegou a ser implementado. 3: Correta. O Plano Trienal pretendia reduzir a inflação a 25% ao ano e manter o crescimento econômico de 7% ao ano, mas fracassou em ambas as frentes. Ao final de 1963, a inflação já beirava 40% e o crescimento econômico havia sido contraído de 6,3% em 1962 para 0,6%, mostrando a ineficácia do plano em meio ao conturbado período político vivido pelo país. 4: Incorreta. É bem verdade que os saldos negativos da conta corrente eram devidos ao pagamento dos serviços de juros da dívida externa, a qual havia assumido proporções insustentáveis após o segundo choque do petróleo em 1979 e na esteira da moratória mexicana de 1982. Porém, a política cambial do governo Figueiredo foi um ajuste externo recessivo, com duas maxidesvalorizações cambiais de 30% (1979 e 1983) acompanhadas de uma forte contração da demanda interna, a qual tinha o efeito de reduzir as importações. Somados esses fatores, verificou-se a retomada dos superávits comerciais já em 1981. Deve-se dividir o período em três etapas, a partir das orientações da política econômica, a saber: (1) Biênio 79-80: não houve ajuste recessivo. A maxidesvalorização do câmbio de 30% buscava atenuar os desequilíbrios no Balanço de Pagamentos, enquanto a inflação galopava. Ocorre uma expansão da fronteira agrícola, com base no programa “Plante que o João garante”. Para Delfim Netto, então ministro do planejamento, o binômio formado pela desvalorização cambial e investimento agrícola seria suficiente para garantir crescimento com queda da inflação. Com efeito, evita recessão, mas ao custo de perda das reservas internacionais, agravando a situação. (2) Biênio 81-82: reservas internacionais esgotam-se e o Brasil flerta com um iminente colapso. O governo recua e adota ajuste recessivo, pautado pelo contracionismo fiscal (aumenta impostos e queda de subsídios) e arrocho monetário (aumento juros e compulsório). Em 1982, o FMI, por pressão de banqueiros privados dos EUA (particularmente, Rockfeller), socorre o Brasil. A essa altura, é aberta a recessão vivida no Brasil, com uma inflação fora de controle e sérios problemas nas contas externas. Por fim, (3) Biênio 83-84: nota-se uma recuperação do crescimento e melhoria das contas externas, com o fim do aperto monetário presidido pelo Banco Central norte-americano (Fed). Observa-se um amadurecimento dos investimentos do II PND (ex: Itaipu pronta em 1974, queda da dependência com o petróleo), o qual, somado ao ajuste recessivo precedente, inaugura substanciosos superávits comerciais até 1986, quando é implementado o Plano Cruzado.

Gabarito “C”

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

Gabarito 1E, 2C, 3ANULADA, 4C

4. História Econômica do Brasil (Diplomacia – 2011 – CESPE) Celso Furtado, ao analisar o desen-

volvimento brasileiro da primeira metade do século XX, afirmou que houve um processo de articulação das distintas regiões do país em um sistema com um mínimo de integração. De acordo com esse autor,

deveria ter-se orientado no sentido de exportar produtos antes absorvidos pelas regiões mais prósperas. (B) o processo de industrialização teve início em períodos diferentes nas várias regiões brasileiras, tendo-se dispersado fortemente principalmente no pós-guerra. (C) o fluxo de mão de obra da região de mais baixa produtividade para outra região de produtividade mais alta tendeu a pressionar os níveis salariais desta última, que se mantiveram, então, aquém da elevação da produtividade. (D) os preços dos produtos essenciais eram relativamente baixos nas regiões de mais baixa produtividade, o que resultou em salários monetários relativamente baixos em função da produtividade. (E) o rápido crescimento da economia cafeeira no período entre 1880 e 1930 reduziu significativamente as diferenças regionais de renda per capita.

12. Economia (Diplomacia – 2009 – CESPE) No que se refere à industrialização

brasileira antes da Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

(1) Há consenso entre os historiadores econômicos a respeito

dos efeitos favoráveis do encilhamento sobre a indústria brasileira. (2) A produção industrial cresceu significativamente entre os anos 1915 e 1917 a despeito das dificuldades enfrentadas, pelo país, na importação de máquinas e equipamentos, em razão da Primeira Guerra Mundial. (3) A crise de 1929 proporcionou maior influxo de investimentos estrangeiros no Brasil. (4) A desvalorização cambial provocada pela crise de 1929 encareceu as importações de máquinas e equipamentos, o que resultou em declínio considerável da produção da indústria brasileira na década de 30 do século XX. 1: Incorreta. O encilhamento é um dos temas mais controversos na historiografia brasileira, dadas as múltiplas dimensões da realidade histórica em que se insere. Todavia, é razoavelmente estabelecido que o encilhamento implicou uma forte especulação financeira, a qual ocasionou posteriormente a falência de numerosas empresas, a maioria associada à nascente indústria brasileira. Deve-se ressaltar que o encilhamento se segue à Lei Bancária, de 1890, de Rui Barbosa, que outorgava aos bancos o direito de emitir moeda. A terceirização do meio circulante, malgrado os tetos de emissão e o lastro em títulos públicos, teriam redundado na crise do encilhamento. Rui Barbosa via na multiplicação monetária um meio de industrializar o país. Entretanto, é quanto aos resultados dessa política que vigora a divergência historiográfica. 2: Correta. A economia de guerra teve efeitos ambíguos sobre a indústria. Dadas as restrições para importar, a indústria expandiu-se com base em sua capacidade instalada, construída no período prévio de forte crescimento da economia mundial, entre 1906 e 1913, quando intensos investimentos foram efetuados no setor. 3: Incorreta. O estouro da bolha financeira em Wall Street em outubro de 1929 acarretou uma virulenta fuga de divisas estrangeiras do Brasil, levando à completa drenagem de nossas reservas já no início do ano de 1930. Por adotar o regime do padrão-ouro, por intermédio de caixa de estabilização, o governo Washington Luís se viu impotente diante da força dos eventos (interrupção dos fluxos de capital estrangeiro e brusca queda do preço do café no mercado internacional). Os desdobramentos forçaram o governo revolucionário de Getúlio Vargas a abdicar do regime de câmbio fixo no final de 1930. 4: Incorreta. A desvalorização cambial efetuada pelo novo governo empossado encareceu todos os produtos importados, entre os quais estavam as máquinas e os equipamentos industriais. Contudo, a política econômica desempenhou um papel mais importante, haja vista que, ao fomentar a produção interna por meio da defesa dos interesses cafeeiros, dinamizou a demanda interna que levou a indústria a utilizar a ampla margem de capacidade ociosa do ainda incipiente parque industrial brasileiro. Com efeito, a indústria cresceu substancialmente na década de 1930, apoiada pelo protagonismo estatal no planejamento da economia, ainda que de forma pouco sistemática.

401

(B) Dificuldades de importação associadas à conjuntura de

crise nos países industrializados impediram o crescimento da produção industrial brasileira nos anos 30 do século passado, retardando o processo de industrialização no Brasil. (C) A alta elasticidade-renda dos principais produtos brasileiros de exportação, associada à recuperação dos países industrializados, promoveu crescimento significativo dos saldos positivos na Balança Comercial brasileira a partir de 1936. (D) De acordo com Celso Furtado, a alta elasticidade-preço da demanda pelo café permitiu aumento das receitas dos cafeicultores, a despeito de queda substancial nos preços do café. (E) Os efeitos da política de defesa dos cafeicultores sobre o mercado cambial provocaram aumento na demanda dos brasileiros por bens produzidos internamente, incentivando o processo de substituição de importações na década de 30 do século passado. A: Incorreta. O propósito da política econômica pós-crise de 1929 era solucionar o problema das contas externas, resultante da drenagem de divisas sofrida pelo país quando da irrupção da crise. Como o café era o principal produto exportado pelo país, era necessário defender a sua produção, sob pena de criar uma crise generalizada de abastecimento interno, bem como a irradiação da queda da demanda efetiva para outros setores da economia. B: Incorreta. De acordo com a tese de Furtado, a redução das importações dos países centrais gerou o estrangulamento externo da economia brasileira, a qual se valeu dos mecanismos de defesa da cafeicultura, como a desvalorização da taxa de câmbio. Esta teve o resultado de socializar as perdas dos cafeicultores e manter o nível interno da renda, o que, por sua vez, consolidou o mercado interno como centro dinâmico da economia, substituindo os estímulos advindos do setor externo. Com efeito, segundo o autor, foi a crise das exportações que propiciou as condições para a maturação de um eixo industrial na condução da matriz produtiva nacional. C: Incorreta. Residia exatamente na baixa elasticidade-renda dos bens primários o principal problema da exportação brasileira, uma vez que os países de renda elevada já estavam no nível de saturação do café, deixando pouco espaço para o aumento das vendas externas do produto. D: Incorreta. A elasticidade-preço do café era, para Furtado, muito baixa, de modo que uma queda dos preços não levaria a um maior consumo por parte das economias centrais. Essa é uma das formas que o autor encontra para justificar a política de sustentação dos preços do café por parte do governo de Getúlio Vargas. E: Correta. Essa é exatamente a tese de Furtado quanto ao deslocamento do centro dinâmico da economia brasileira do setor externo para o mercado interno. É importante lembrar que Furtado menciona a transferência de capital não do setor externo para a indústria, mas daquele para o mercado interno, tanto para a produção de outras culturas agrícolas, como para o comércio, serviços e indústrias.

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

Gabarito “E”

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Em Formação Econômica do

(Diplomacia – 2009 – CESPE) Graças ao crescimento acelerado

Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da crise de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o autor, a política de defesa do setor cafeeiro implementada no período teria favorecido a rápida recuperação da economia: “É, portanto, perfeitamente claro que a recuperação da economia brasileira que se manifesta a partir de 1933 não se deve a nenhum fator externo e sim à política de fomento seguida inconscientemente no país e que era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros”. Com relação à economia brasileira no período posterior à crise de 1929, assinale a opção que apresenta afirmativa consistente com a análise de Celso Furtado acima resumida.

(A) As alterações na política de defesa do setor cafeeiro intro-

duzidas a partir da crise de 1929 tiveram como principal objetivo manter relativamente estável a demanda agregada pelos bens produzidos internamente, evitando-se, assim, a acumulação de estoques indesejados e a consequente redução nos níveis de produção.

dos preços na primeira metade dos anos 80 do século XX, o combate à inflação transformou-se em meta prioritária da política econômica do governo Sarney (1985- 1989), dando origem a três planos de estabilização consecutivos: o Plano Cruzado, o Plano Bresser e o Plano Verão. Os três planos mostraram-se incapazes de reduzir as taxas de inflação, que apresentaram variação negativa somente no ano de 1986. A taxa anual de crescimento dos preços, medida pelo IGP, praticamente dobrou de 1985 a 1987 e de 1987 a 1988. O fracasso desses planos tem sido atribuído, em especial, a interpretações errôneas e(ou) incompletas das verdadeiras causas da inflação. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta acerca dos planos econômicos citados.

(A) Para os formuladores do Plano Cruzado, os aumentos de

preço resultavam basicamente do excesso de oferta de moeda. Para reverter o processo inflacionário, avaliavam que a principal medida a ser tomada seria dotar o Banco Central de independência.

402 André Roncaglia de Carvalho

A: Incorreta. O Plano Cruzado diagnostica a inflação como sendo exclusivamente inercial, isto é, decorrente da indexação generalizada dos preços. O problema da independência do Banco Central apenas veio à tona com a Medida Provisória que cria a URV, durante a segunda etapa do Plano Real, em 1994. B: Incorreta. Ao contrário, o boom de consumo que se seguiu à implementação do plano se somou ao forte crescimento da economia, que já vinha acontecendo graças ao sucesso do ajuste externo promovido até 1984. Mesmo que posteriormente frustradas, as expectativas eram positivas no início do plano. A estratégia do choque heterodoxo criava entraves como a não neutralidade distributiva, isto é, preços relativos em desequilíbrio, uma vez que, no momento do congelamento, alguns preços haviam sido reajustados recentemente, enquanto outros estavam às vésperas do reajuste. C: Correta. O Plano Bresser é um plano teoricamente híbrido, por contemplar heterodoxia (congelamento de preços) e ortodoxia (ajuste fiscal). Por questões associadas ao calendário político, o ajuste fiscal que sustentava o plano jamais foi implantado, frustrando os esforços do Ministro da Fazenda, que abandonou o cargo no início de 1988. D: Incorreta. Assim como todos os outros planos, o Plano Verão foi um plano híbrido. Por ter incorporado a estratégia do congelamento de preços e salários, ele não pode ser definido como estritamente ortodoxo, muito embora medidas desse tipo já tenham sido tomadas como suporte aos mecanismos heterodoxos de controle de preços. E: Incorreta. Não foi possível a efetivação do ajuste fiscal por ser ano eleitoral e o governo não dispor de apoio do poder legislativo para medidas impopulares. Com efeito, é incorreto afirmar que o suposto ajuste tenha contribuído com a queda da inflação. Ademais, a perturbada campanha eleitoral – as primeiras eleições presidenciais diretas desde 1960 – veio a dificultar ainda mais as medidas do Plano Verão, levando ao descontrole dos preços que, no início de 1990 já passavam dos 50% ao mês. Para que o candidato ganhe clareza quanto ao intenso debate sobre as causas da inflação brasileira no início da década de 1980, elencamos as três as principais vertentes e suas respectivas propostas de terapia antiinflacionária, a saber: i. Pacto Social (Universidade de Campinas), visão marxista: Inflação decorre da luta de classes. A renda mal distribuída ocasiona a luta por maiores salários, a partir de cujo sucesso ocorre um aumento do preço por parte dos produtores, para contrabalançar o aumento dos custos de produção, e assim sucessivamente. A inflação seria, segundo esta vertente, um problema estrutural, associado à distribuição da renda. Como solução, propõe-se o Pacto Social, no qual ambos os lados (empresários e trabalhadores) fariam concessões para se atingir uma distribuição adequada ao crescimento econômico sem inflação. ii. Visão ortodoxa, Fundação Getúlio Vargas: Inflação deriva dos desequilíbrios fiscal e monetário (excesso de emissão e conta movimento do BB). A solução residiria na política fiscal austera e na política monetária disciplinada e restritiva. iii. Visão heterodoxa, UFRJ e parte da PUC-RJ: Problema da inflação é sua inércia. A inércia inflacionária era mentida por causa da indexação dos contratos, que permitiam o repasse automático da inflação passada aos preços presentes. Ex: se 100% de inflação no Ano I, no Ano II, com repasse pela indexação, teríamos inflação do Ano I + inflação do Ano II, ou seja, 100% + inflação do Ano II. Solução: congelamento preços para conter indexação. Duas terapias nasceram desta escola. A primeira foi a proposta do Choque Heterodoxo de Francisco Lopes, o qual preconizava um congelamento de preços surpresa que zeraria a memória inflacionária, eliminando o aspecto inercial da inflação. Esta foi a proposta ancampada pelo Plano Cruzado. A segunda era

o Plano Larida (André Lara Resende e Persio Arida) era a porposta desta escola e sugeria que a Inflação provinha do desequilíbrio fiscal e da inércia inflacionária. Propunha-se, portanto, indexação da moeda, e não dos preços. Esta foi base teórica para a formulação do Plano Real de 1994: 1 URV, no Ano I, = Cr$ 2000, no Ano I. Com correção pelo índice de preços, no Ano II, 1 URV = Cr$ 2.125, por exemplo. Logo, a ideia consistia em substituir, virtualmente, a moeda pelo sua unidade real de valor (URV), até que esta assumisse o poder liberatório na forma de meio circulante, como se deu no primeiro dia de julho de 1994. (Diplomacia – 2008 – CESPE) A crise deflagrada nos Estados Unidos da América no último trimestre de 1929 afetou as políticas econômicas implementadas e o desempenho da economia brasileira. Acerca desse tema, julgue (C ou E) os itens seguintes. (1) A queda de renda nos Estados Unidos da América reduziu

proporcionalmente a quantidade demandada de café brasileiro e provocou redução no volume de exportações brasileiras desse produto. (2) Os efeitos da crise mundial sobre o comércio externo brasileiro não permitiram ao Governo Provisório qualquer interferência no mercado cambial brasileiro. (3) No Brasil, a manutenção de uma política de defesa do setor cafeeiro, a despeito das alterações introduzidas em sua implementação na década de 1930, contribuiu para minorar os efeitos adversos da crise de 1929 sobre a renda nacional. (4) Durante o período de recessão mundial, as atividades voltadas para o mercado interno brasileiro não cresceram, dada a inexistência de capacidade ociosa para o aumento da produção, entre outras condições desfavoráveis. 1: Incorreta. A demanda internacional pelo café era inelástica à renda e ao preço, de maneira que havia certa rigidez para a queda da demanda. Mesmo assim, houve diminuição das compras estrangeiras, porém em menor intensidade do que a queda da renda norte-americana. 2: Incorreta. Com vistas a produzir uma política de caráter anticíclico, Getúlio Vargas efetuou uma agressiva política de desvalorização cambial e de bloqueio de bens supérfluos, além de conceder ao Banco do Brasil o monopólio cambial. Poder-se-ia dizer que foi exatamente a crise que forçou a adoção de controles cambiais, em diametral oposição ao regime fundado no padrão-ouro que vigorava no Brasil até então. De 1906 a 1914, vigora a Caixa de Conversão, e de 1926 a 1930, tem-se a Caixa de Estabilização, ambas as experiências mais sistemáticas do regime do padrão-ouro no Brasil. 3: Correta. Trata-se do mecanismo de defesa da cafeicultura, de que fala Celso Furtado em capítulo de mesmo título. O efeito da socialização dos prejuízos advindos do quadro externo permitiu ao cafeicultor minorar suas próprias perdas, o que lhe garantiu rentabilidade pela lavoura produtiva e manteve o emprego no setor cafeeiro. Dada a ampla dependência do mercado interno em relação a esse setor, a manutenção de seu funcionamento irradiava impulsos por toda a economia, impedindo uma queda maior da atividade econômica. 4: Incorreta. Exatamente ao contrário do que afirma o item, havia elevada capacidade ociosa na indústria nacional, assim como um mercado interno com acesso bloqueado às importações de bens. Essa combinação permitiu a expansão e a consolidação do mercado interno como motor do crescimento econômico, de acordo com o processo que Furtado nomeou de “deslocamento do centro dinâmico” da economia brasileira. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

tativas de lucro dos empresários, provocando redução substancial na produção industrial com consequências adversas no nível de emprego. (C) O diagnóstico da inflação que fundamentou o Plano Bresser atribuía a inflação em vigor não só à indexação geral da economia, mas também a um excesso de demanda. Com base nesse diagnóstico, o plano propunha tanto medidas políticas antiinflacionárias ortodoxas quanto heterodoxas. (D) O Plano Verão foi um plano estritamente ortodoxo de combate à inflação. (E) O severo ajuste fiscal ocorrido em 1989 contribuiu para o relativo sucesso do Plano Verão. As taxas de inflação foram substancialmente reduzidas em 1990.

Gabarito “C”

(B) A política inflacionária do Plano Cruzado reduziu as expec-

(Diplomacia – 2008 – CESPE) A análise da história econômica do Brasil é importante para se entender a situação da economia brasileira. Com relação a esse tema, julgue (C ou E) os itens subsequentes. (1) Na República Velha, a desvalorização cambial usada para

proteger, em moeda nacional, os lucros do setor cafeeiro repassava, por meio da inflação, ao conjunto da sociedade as perdas do setor cafeeiro, o que resultou no que Celso Furtado denominou de socialização das perdas. (2) No pós-guerra, a política econômica adotada pelo governo Dutra foi marcada por políticas fiscais e monetárias mais flexíveis conjugadas com políticas mais restritivas para o comércio exterior.

12. Economia

nômico coexistiram com reduções substanciais do deficit público e da inflação. (4) Para aumentar a eficiência e a competitividade do sistema financeiro, a reforma do período 1964-1967, além de permitir a captação direta de recursos externos pelas empresas privadas nacionais, modificou a legislação, para facilitar remessas de lucros para o exterior, contribuindo, assim, para ampliar a abertura da economia ao capital externo. 1: Correta. A socialização das perdas se dava pelo encarecimento do produto importado, devido à desvalorização do câmbio. Em razão da relevância dos bens importados na estrutura de consumo das classes urbanas, pode-se argumentar que os cafeicultores ganhavam à custa dos consumidores que importavam bens, por meio da elevação dos preços destes. 2: Anulada. O motivo da anulação da está associado ao que alternativa diz sobre o governo Dutra, o qual é marcado por duas fases, tanto na política monetária e fiscal quanto na política cambial. No que se refere às questões monetárias e fiscais, o governo empreendeu enorme esforço de austeridade até 1949, relaxando, com a saída de Corrêa e Casto do Ministério da Fazenda, a política monetária a partir de então. No caso da política cambial, o câmbio foi mantido fixo – segundo os padrões do recém-assinado Acordo de Bretton Woods – até 1947, quando o governo, perante a forte saída de divisas internacionais, adotou os controles cambiais por via de licenças de importação. Portanto, a afirmativa é vaga e não abre possibilidades para uma avaliação criteriosa, o que pode ter sido a causa de sua anulação. 3: Incorreta. Entre 1956 e 1963, houve três governos: Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros e João Goulart. JK e Jango formularam planos econômicos diferentes, mas com efeitos fiscais idênticos, apesar das também diferentes magnitudes. Jânio Quadros não permaneceu tempo suficiente para chamar sua gestão fiscal de austera. Assim, a afirmativa é falsa por que, no período, observa-se um crescente descontrole fiscal, dadas a ineficiência e a irracionalidade do sistema tributário e a incontinência de gastos do governo de caráter desenvolvimentista (no caso de JK) e trabalhista (no caso de Jango). Esse descompasso entre receitas e despesas apenas viria a ser abordado com profundidade em 1964, com a formulação e posterior execução do Plano de Ação Econômica do Governo, no mandato militar do presidente Castelo Branco. 4: Correta. Uma das marcas principais das reformas efetuadas durante o PAEG foi o tratamento dispensado ao capital estrangeiro. Foi revogada a lei de remessa de lucros celebrada por João Goulart, a qual impunha severas restrições à saída de capitais. Assim, buscava-se uma complementação da poupança nacional por meio do ingresso de capitais estrangeiros, que aproveitaram as oportunidades na esteira do processo de internacionalização das empresas norte-americanas, na chamada Era de Ouro do capitalismo no pós-guerra, entre 1945 e 1970. Gabarito 1C, 2ANULADA, 3E, 4C

5. Economia brasileira contemporânea (Diplomacia – 2012 – CESPE) A respeito da economia brasileira,

assinale a opção correta.

(A) O aumento das exportações de borracha e a expansão dos

investimentos europeus nos países periféricos concorreram para o ciclo de crescimento econômico verificado, no Brasil, durante a Primeira República. (B) Centrado na produção de bens duráveis, o rápido crescimento econômico brasileiro decorrente da implementação do Plano de Metas deveu-se à desaceleração dos investimentos em infraestrutura e à redução da produção de bens intermediários. (C) A liberação das taxas de juros e a maxidesvalorização ocorridas em 1979, medidas implementadas, entre outras, no âmbito da política econômica heterodoxa promovida no País pelo economista Delfim Neto, concorreram para a drástica redução da inflação na década seguinte.

(D) A política de industrialização adotada no Brasil, embasada

na substituição de importações, centra-se nas vantagens comparativas, o que a contrapõe à dualidade centro-periferia, defendida por Prebisch. (E) O sucesso do Plano Real explica-se, sobretudo, pela valorização da moeda, particularmente eficaz na contenção dos preços dos bens não comercializáveis, substancialmente reduzidos na vigência desse plano. A alternativa correta é a afirmativa (A). O final do século XIX é marcado pelo crescimento da cultura da borracha, com intenso movimento migratório de contingentes de trabalhadores buscando emprego na região norte do Brasil. Ademais, a estabilidade econômica obtida no governo de Campos Salles (1898-1902) por meio do rigoroso ajuste fiscal e contração monetária de Joaquim Murtinho ofereceram um ambiente econômico atrativo para os investimentos europeus. É válido relembrar que componente fundamental para essa atratividade residiu na contratação do Funding Loan (empréstimo de consolidação) de 1898, que contribuiu para estabilizar a economia, ao congelar o pagamento da dívida. É nesse momento que se observa a grande expansão econômica brasileira, a partir do governo de Rodrigues Alves (1902-1906), celebrando-se o auge do regime do padrão-ouro no país, até o deflagrar da primeira grande guerra em 1914. B: Incorreta. Apesar da intensa controvérsia a respeito das causas da crise dos anos 1960, não se pode dizer que a mesma foi impulsionada por uma desaceleração dos investimentos em infraestrutura e no abastecimento de bens intermediários, o que implicaria ter sido aquela uma crise de oferta. Ao contrário, o que se nota é uma insustentabilidade da demanda efetiva em remunerar os vultosos investimentos empreendidos entre 1957 e 1961. Com efeito, é possível nomear a crise dos anos 1960, ao menos no plano estrutural da economia, como uma crise de escassez de demanda. C: Incorreta. A política econômica de Delfim Netto à frente do ministério do Planejamento do governo Figueiredo não obteve sucesso em redirecionar a demanda agregada para o setor externo, de forma a eliminar a pressão sobre o Balanço de Pagamentos. A maxidesvalorização traduziu-se em inflação interna, a qual atuava para a redução da taxa de câmbio real da economia, dificultando a obtenção do resultado almejado. Adicionalmente, a política de “estatização” da dívida externa imprimiu severo descontrole sobre as contas públicas, culminando na total desordem monetária que se manifestou na ascensão inflacionário dos anos 1980. D: Incorreta. O Programa de Substituição de Importações (PSI) foi um corolário da premissa cepalina, do qual Prebisch é o grande formulador, quanto à existência de uma progressiva deterioração dos termos de troca do setor externo dos países periféricos. Segunda essa visão, estes últimos apresentam uma pauta de exportações concentrada em poucos bens primários, cujos preços sofreriam queda relativa ao longo do tempo, conforme a tecnologia avançada dos países centrais colocasse estes na dianteira do comércio internacional por meio da venda de bens manufaturados, cujos preços tenderiam a aumentar ao longo do tempo, dada a sensibilidade da demanda por esses bens à melhoria da renda dos países. A estratégia da substituição de importações visava, portanto, à superação dessa “armadilha do atraso” a que estavam submetidos os países periféricos, haja vista que, nestes, não estariam reunidas as condições para um alcance espontâneo de sua matriz tecnológica em relação aos países centrais. Esse processo seria capitaneado pelo Estado na indução e no direcionamento dos investimentos com vistas à industrialização das economias, a qual diminuiria a dependência econômica e tecnológica dos países periféricos. E: Incorreta. O Plano Real tem como sustentáculo principal de sua fase inicial (1994-1999) a valorização cambial. No entanto, sob essas condições os bens comercializáveis (manufaturas e produtos tangíveis em geral) são aqueles que sofrem maior queda de preços, uma vez que nesses mercados a produção industrial concorre com as importações de produtos. No caso dos bens não comercializáveis (em geral, serviços), a valorização do câmbio atua no sentido de permitir a majoração dos preços nesses setores, uma vez que os mesmos não sofrem com a concorrência externa. Uma vez reduzidos os preços dos comercializáveis, a renda real dos consumidores aumenta, liberando mais recursos a ser gastos com o setor de bens e serviços não comercializáveis, permitindo a estes, portanto, um aumento nos seus preços. Gabarito “A”

(3) De 1956 a 1963, as elevadas taxas de crescimento eco-

403

404 André Roncaglia de Carvalho

(A) A queda duradoura da inflação foi facilitada pela redução da

demanda agregada e pela expansão da entrada de capitais no período de vigência do plano. (B) O sucesso desse plano deveu-se, em parte, à política monetária expansionista combinada com forte ajuste fiscal. (C) Reservas elevadas, abertura comercial e valorização cam-

bial contribuíram para restringir a alta dos preços internos.

(D) A política cambial caracterizou-se pela fixação da taxa de

câmbio real bem como da taxa de câmbio nominal.

(E) O diagnóstico da inflação, no âmbito desse plano, excluía

o caráter inercial da alta de preços no Brasil.

A: Incorreta, pois afirma que a queda da inflação foi auxiliada pela redução da demanda agregada, mas a verdade é que os planos de estabilização sempre são sucedidos por um aumento intenso da demanda por bens, o chamado processo de “remonetização da economia”, em que as pessoas confiam na moeda e passam a usá-la para consumo. B: Incorreta. Como a demanda reprimida durante os tempos de inflação tendia a se manifestar com virulência, a política monetária não foi expansionista, mas fortemente restringida e controlada, muito embora a liquidez da economia tivesse aumentado para atender a demanda básica pela nova moeda (no início do plano, a taxa de juros básica era de 8% ao mês). Assim, as reservas cambiais elevadas, combinadas à abertura comercial e a uma baixa taxa de câmbio, permitiriam a canalização do consumo para o comércio exterior e facilitaram o controle dos preços, uma vez que os produtores se veriam sob forte concorrência externa caso tentassem obter vantagens por meio da elevação dos preços. C: Correta, pois define a “âncora” do Plano Real: o setor externo da economia. D: Incorreta, pois não houve política de câmbio fixo, nem nominal nem real. A manutenção de câmbio real fixo implicaria o retorno da indexação do câmbio, o que contrariaria as diretrizes gerais do plano, que era fundamentalmente orientado a eliminar o caráter inercial da inflação, decorrente da prática de indexação dos preços, salários, câmbio e juros na economia. E: Incorreta, pois o plano era fundamentalmente orientado a eliminar o caráter inercial da inflação, decorrente da prática de indexação dos preços, salários, câmbio e juros na economia. Gabarito “C” (Diplomacia – 2008 – CESPE) No que diz respeito à análise da

economia brasileira contemporânea, assinale a opção correta.

(A) Apesar do aumento expressivo dos salários reais, a conten-

ção da inflação no período do chamado milagre econômico foi possível graças à existência de capacidade ociosa na economia brasileira.

(B) Na década de 1980, grande parte do deficit em conta-

-corrente deveu-se ao aumento dos encargos da dívida externa, provocado pelos elevados juros vigentes no mercado externo.

(C) O insucesso do Plano Cruzado em conter, de forma dura-

doura, a inflação deveu-se principalmente à adoção de políticas monetárias restritivas, que culminaram na alta das taxas de juros reais e na valorização expressiva dos ativos financeiros.

(D) No início dos anos 90 do século XX, a coexistência de altas

taxas de inflação com deficits fiscais operacionais elevados exemplifica o que se convencionou chamar de Efeito-Tanzi às avessas.

(E) No processo de abertura econômica no governo Collor,

reduziram-se substancialmente as tarifas de importação e adotou-se o câmbio livre, porém não se alterou a miríade de barreiras não tarifárias que impunham sérias restrições ao comércio externo.

A: Incorreta. A política salarial adotada pelo regime militar já em 1965 indexava os salários sempre abaixo da inflação, implicando severas perdas reais aos trabalhadores.

B: Correta. A crise da dívida advém exatamente da incapacidade de honrar os pagamentos dos serviços de juros da dívida externa, obrigando o Brasil a buscar auxílio junto ao FMI, em uma reedição contemporânea dos funding loans do início do século XX. C: Incorreta. O fracasso do Plano Cruzado está associado, entre outros fatores, à política econômica francamente expansionista, que gerou ampla liquidez na economia por meio de baixas taxas de juros e de um reajuste salarial responsável por injetar ânimo na demanda sem considerar o lado da oferta. É na lassidão fiscal e monetária que reside a causa do fracasso do plano. D: Incorreta. O “efeito Tanzi às avessas” demonstra que, sob inflação crescente, o déficit público tende a diminuir, uma vez que as receitas são indexadas à inflação, ao passo que os gastos do governo são medidos em unidades monetárias e corroídos ao longo do ano. No início da década de 1990, o déficit operacional havia sido zerado, exatamente por conta do “efeito Tanzi às avessas”. E: Incorreta. Não só foram reduzidas abruptamente as tarifas de importação, como centenas de produtos tiveram suas alíquotas zeradas, o que resultou em uma rápida e virulenta abertura comercial do país. A economia brasileira tem como uma de suas características básicas o elevado grau de internacionalização de seu sistema produtivo. Desde o início do processo de industrialização, mais particularmente a partir de meados da década de 50, as filiais de empresas estrangeiras estabeleceram liderança em vários setores industriais. Mais recentemente, os investimentos estrangeiros verificados na década passada aumentaram ainda mais o grau de internacionalização do sistema produtivo brasileiro. A. A. et al. Castro. (Org). In: Brasil em desenvolvimento I, Economia, tecnologia e competitividade. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p. 295 (com adaptações). (Bolsa-Prêmio/Itamaraty – 2007) Tendo o texto acima como refe-

rência inicial, julgue os itens seguintes.

(1) O aumento da integração do mercado interno foi promovido

pela industrialização em substituição às importações vividas anteriormente pelo país. (2) Em cifras e volumes, a maior parte das exportações brasileiras ocorre com países da América do Sul devido às barreiras alfandegárias impostas por países de outros continentes. (3) Nos últimos anos, se assistiu no país a um aumento do protecionismo comercial como forma de incentivar a modernização econômica, para facilitar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. 1: Correto. O modelo que substituiu as importações entre 1930 e 1980 foi a estratégia de industrialização adotada na experiência desenvolvimentista vivida pelo Brasil. Com efeito, a fonte desse crescimento industrial estava focada na transferência de tecnologia por meio da incorporação das empresas estrangeiras ao parque industrial. Tais empresas centravam-se nos ramos com maior densidade de tecnologia e menor concorrência, como o setor de bens duráveis e o de bens intermediários e de capital. 2: Incorreto. Ao longo do período em questão, apenas durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu uma elevação sensível da participação da América Latina na pauta de exportações brasileiras. Em geral, porém, Europa e Estados Unidos foram os principais destinos de nossas vendas naquele período, com predominância do último a partir do pós-guerra. 3: Incorreto. O que se observou no Brasil dos anos 1990 foi uma ênfase na ponta do comércio exterior relativa à concorrência, e não na ponta referente à competitividade. A rápida abertura comercial - efetuada por meio da queda sistemática das tarifas de importação – submeteu o empresário nacional a uma acirrada concorrência com empresas estrangeiras, atualizadas conforme o paradigma tecnológico dos anos 1990 e cujos custos de produção eram muito inferiores aos dos produtores brasileiros. Como resultado, a partir dessa década, ocorreu uma significativa entrada de empresas estrangeiras por meio da compra de companhias nacionais à beira da falência ou de empresas fortes, para a ampliação dos mercados nos quais essas grandes corporações atuam. Gabarito 1C, 2E, 3E

destacou, na economia brasileira, por ter sido eficaz no combate à inflação, assinale a opção correta.

Gabarito “B”

(Diplomacia – 2011 – CESPE) A respeito do Plano Real, que se

12. Economia

405

6. Matemática Financeira (Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Com relação a regra de três, porcentagens e juros simples e compostos, cada um dos

próximos itens apresenta uma situação-problema, seguida de uma assertiva a ser julgada.

(1) Cada grupo de empregados do setor de montagem de uma fábrica de veículos recebe gratificação, para ser dividida igualmente

(2) (3)

(4)

(5) (6)

entre os membros do grupo, de R$ 150,00 por cada veículo montado, e um grupo de 5 desses empregados, trabalhando durante 6 horas, consegue montar 3 veículos. Além disso a quantidade de trabalho de cada empregado desse setor é a mesma para todos eles. Nessa situação, se um grupo de 15 desses empregados trabalhar durante 4 horas, ao final, cada empregado desse grupo receberá, de gratificação pelos veículos que conseguirem montar, mais de R$ 70,00. Determinado capital, aplicado à taxa de juros simples de 12% ao mês, ao final de 32 meses, produziu o montante de R$ 9.680,00. Nessa situação, o capital aplicado foi superior a R$ 1.900,00. De seu salário mensal, ao final de cada mês, um indivíduo conseguia economizar X reais. Então ele fez um plano de investimento desses X reais, à taxa de 5% de juros simples ao mês. No dia 1.º de janeiro de determinado ano e a cada dia 1.º dos meses seguintes, até o dia 1.º de novembro desse mesmo ano, ele investiu os X reais. Nessa situação, o montante dos investimentos, no dia 1.º de dezembro desse mesmo ano, corresponde a mais de 15X reais. Uma pessoa necessitará de R$ 48.800,00 daqui a um ano e, para isso, procurou uma instituição financeira que capta investimentos pagando 1,7% de juros compostos ao mês. Nessa situação, considerando 1,22 como valor aproximado para 1,01712, é correto afirmar que a quantia que essa pessoa deverá investir pelo prazo de 12 meses e obter o montante almejado é superior a R$ 38.000,00. Mário tomou um empréstimo de R$ 15.000,00, à taxa de juros compostos de 12% ao mês. Nessa situação, ao final do 3.º mês, a dívida de Mário será superior a R$ 20.000,00. Um capital, investido a determinada taxa mensal de juros compostos, produziu de juros, em dois meses, o equivalente a 44% do capital investido. Nessa situação, a taxa de juros foi superior a 21%.

1: Incorreta. A situação 1 é a retratada pelo exercício. Como a produtividade por trabalhador é a mesma, cada indivíduo acaba ganhando menos, não porque é menos produtivo, mas porque o grupo de 15 pessoas trabalhou menos horas, o que implicou um ganho menor do que $70 para cada. O raciocínio é o seguinte. Cinco empregados trabalhando por seis horas somam 30 horas-homem e, se produzirem 3 automóveis, tem-se que cada automóvel exige 10 horas-homem para ser montado. Como a gratificação é de $ 150 para cada automóvel, temos o resultado de $ 450 a ser divididos por 5 empregados, gerando o resultado de $ 90 por indivíduo que participara da produção. Na situação dois, trata-se de 15 homens trabalhando por 4 horas, o que implica 60 horas-homem. Mantida a produtividade, esse total significa a produção de 6 carros, os quais gratificam o grupo em $ 150, totalizando uma gratificação de $ 900, a qual, dividida pelos 15 integrantes, resulta em $ 60 para cada um. A tabela abaixo dá os resultados. O candidato deve atentar para as operações que devem ser feitas, explicitadas dentro dos parênteses após a descrição em cada linha. Quando constar “dado”, trata-se de elementos oferecidos pelo enunciado. Situação 1

Situação 2

A

Empregados

5

15

B

Gratificação do grupo por veículo produzido (dado)

150

150

C

Gratificação individual por veículo produzido (B/A)

30

10

D

Horas trabalhadas (dado)

6

4

E

Total horas trabalhadas pelo grupo (E x A)

30

60

F

Total de Veículos (dado)

3

6

G

Horas-homem por veículo (F/E)

10

10

H

Gratificação total de cada indivíduo (F x C)

90

60

2: Correta. A operação é a seguinte: Valor Futuro = (Valor Presente) x [1+(taxa de juros x número de períodos)] Assim, queremos saber qual o valor presente que, levado a juros simples por 32 meses, resultará no valor de $ 9.680. Substituindo na fórmula, teremos:

3: Incorreta. Há duas formas de resolver esse exercício. A primeira é mais conceitual e envolve saber que, com juros simples, tudo o que devemos fazer é multiplicar a taxa de juros pelo número de meses que cada aplicação renderá até a data de vencimento que, segundo o enunciado, é 1º. de dezembro. Assim, Sabemos que uma aplicação feita em janeiro, terá 11 meses de rendimento até a referida data, de forma que o valor do primeiro investimento será de {X *[1+(0,05*11)]}= (X*1,55) (o sinal asterisco significa multiplicação simples). Em seguida, basta calcular os valores dos meses seguintes, os quais serão, pela mesma fórmula, respectivamente (X*1,50; X*1,45; X*1,40; X*1,35; X*1,30; X*1,25; X*1,20; X*1,15; X*1,10; X*1,05). Como o valor final será a somatória de todos eles, teremos: X*(1,55+1,50+1,45+1,40+1,35+1,30+1,25+1,20+1,15+1,1 0+1,05) = X * 14,30; logo, menor do que 15 vezes. A segunda forma é mais didática. Supondo X = 100, para efeito de simplificação de cálculo numérico, chegamos ao valor final de cada aplicação, seguindo a fórmula acima. A tabela mostra os resultados. Meses até o final do investimento (a)

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

Total

Mês corrente

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

 

Valor Mensal do Investimento (X=100)

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

100

 

Taxa de Juros Simples (b)

5%

5%

5%

5%

5%

5%

5%

5%

5%

5%

5%

 

Valor da Aplicação Mensal {X * [1+(b*a)]}

155

150

145

140

135

130

125

120

115

110

105

1430

406 André Roncaglia de Carvalho

= (Valor Presente) = 39.862,85 (>38.000) 5: Correta. Novamente, basta substituir na fórmula de juros compostos. Valor Futuro = (Valor Presente) x (1+taxa de juros)(número de períodos) Valor Futuro = (15.000) x (1 + 0,12)3 Valor Futuro = 21.073,92 (>20.000) 6: Incorreta. A resolução desse exercício é inteiramente conceitual. Aplicando-se a fórmula de juros compostos, teremos: Valor Futuro = (Valor Presente) x (1 + taxa de juros)(número de períodos) Queremos saber qual a taxa de juros que gera um valor de 44% do valor investido, ou seja, do valor presente. Rearranjando a fórmula, chegamos à seguinte igualdade: = (1 + taxa de juros)(número de períodos) 1,44 = (1 + taxa de juros)2 => = (1+taxa de juros) 1,20 = (1+taxa de juros) => 1,20 – 1 = taxa de juros O lado direito da equação deve ser igual a 1,44 (100% referente ao valor presente, mais os 44% referentes aos juros). Como passaram-se apenas 2 meses = (1 + taxa de juros) 1,44 = (1 + taxa de juros)2 => 1,20 = (1 + taxa de juros) => 1,20-1 = taxa de juros Portanto, a , menor do que os 21% afirmados na alternativa.

4: Correta. A depreciação refere-se ao desgaste dos bens em função da ação do tempo ou de sua utilização no intento da geração de fluxos de caixa das empresas, nesse sentido o seu saldo tem caráter redutor, buscando evidenciar a parcela consumida dos bens componentes do ativo imobilizado. 5: Correto, com ressalvas. Embora a questão esteja parcialmente correta, cumpre destacar que ativos circulantes e não circulantes são segregados em função da expectativa que se tem com relação à conversão de tais itens em disponibilidades financeiras. Com efeito, caso uma determinada empresa contratasse uma apólice de seguro, cujo prazo de vigência fosse superior a 12 meses, o excedente do período equivalente a este período deveria ser alocado no grupo do Ativo Não Circulante, subgrupo do Realizável a Longo Prazo, ocasionando, dessa forma, uma redução do ativo circulante, pois agora parte das disponibilidades financeiras estariam sendo transferidas para o Não Circulante na perspectiva de Seguros Antecipados. Gabarito 1E, 2ANULADA, 3E, 4C, 5C

4: Correta. Substituindo na fórmula de juros compostos: Valor Futuro = (Valor Presente) x (1 + taxa de juros)(número de períodos) 48.800 = (Valor Presente) x (1+0,017)12

(Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Acerca da contabilização dos eventos de uma empresa comercial, julgue os itens seguintes. (1) O registro de aquisição de ações de outras companhias

(2)

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C, 6E

7. Tópicos de Contabilidade

(3)

(Assistente de Chancelaria – 2008 – CESPE) Acerca da contabilização dos eventos de uma empresa comercial e seus reflexos nas demonstrações contábeis, julgue os itens subsequentes.

(4)

(1) O registro do adiantamento de salários ocorre somente na

(3)

(4)

(5)

1: Incorreta. De acordo com o regime de competência, os registros contábeis são lastreados pelo acontecimento econômico dos eventos e não necessariamente pela liquidação financeira. Nesse caso o evento deverá ser registrado por meio do método de partidas dobradas, quando da realização do adiantamento. 2: A questão foi anulada, pois não existe procedimento padronizado para este lançamento contábil, podendo haver empresas que transitem com os dividendos pelo passivo circulante, tal como outras que realizem o pagamento direto. 3: Incorreta. De acordo com a estrutura proposta da demonstração de resultados trazida pelo pronunciamento CPC 26 (Apresentação das Demonstrações Contábeis), tanto o lucro quanto o prejuízo obtido pela venda de ativos permanentes, deverão ser evidenciados na DRE pelo seu valor líquido, ou seja, os ganhos subtraídas as perdas.

(5)

1: Correta. Quando uma empresa adquire ações com o intento ora mencionado, os valores apenas são transferidos do Ativo Circulante, para o Ativo Nâo Circulante, subgrupo Investimentos. 2: Errada. As despesas foram apropriadas no período anterior, o que equivale dizer que o fator gerador contábil ocorreu também no período passado, logo o patrimônio líquido foi reduzido nessa mesma ocasião. Este atual evento financeiro, promove a redução do passivo, pois liquida-se uma dívida, acompanhado da redução do ativo circulante, em virtude da redução das disponibilidades financeiras. 3: Errada. A baixa de estoque retratada nessa questão demonstra o atendimento a um modelo de estoque permanente, no qual a cada venda se realiza a diminuição do saldo de produtos estocados. No inventário periódico as vendas não geram lançamentos contábeis para diminuição do estoque, dado que tais baixas são feitas no final do período, quando é realizado o procedimento de inventário físico. 4: Errada. Doações e Subvenções à luz do CPC 07 (Subvenção e Assistências Governamentais) não devem transitar pelo resultado e sim serem contabilizadas no patrimônio líquido na conta de Reservas Fiscais. 5: Correta. Tendo que o enunciado nos diz que a empresa não possui créditos tributários suficientes para realizar a quitação integral da dívida, ocorre que o restante ela deverá pagar em espécie, sendo assim debita-se a despesa pelo reconhecimento do valor do tributo, credita-se a conta de impostos antecipados pela baixa dos ativos representantes dos créditos tributários e credita-se o passivo pelo montante excedente que deverá ser purgado nessa ocasião por disponibilidades financeiras. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5C

(2)

data de quitação da despesa de salários e não na data do adiantamento. A contabilização da distribuição de dividendos, com a transferência do montante aos sócios na mesma ocasião, proporciona um débito na conta de lucros ou prejuízos acumulados e um crédito no disponível da empresa. A comercialização de ativos permanentes somente será evidenciada na demonstração do resultado do exercício no caso de lucro obtido. No caso de perda na venda de imobilizado, o registro ocorrerá em conta de ativo permanente. A depreciação representa a parcela redutora do ativo em função do período de sua utilização. Sua correta contabilização proporcionará a obtenção do valor contábil do bem ao se interpretar o balanço patrimonial. A contratação de seguros antecipados não afeta o total do ativo circulante. A utilização do seguro, pago antecipadamente, durante o período de vigência, ocasionará um débito no resultado do exercício e um crédito na conta de seguros antecipados.

sem a intenção de comercialização futura não afeta o total do ativo da empresa investidora. O registro do pagamento de despesas de salários apropriadas no período anterior proporcionará decréscimo no passivo e redução no patrimônio líquido. O registro da venda de mercadorias à vista, considerando o inventário periódico, ocasiona débito no resultado e crédito no estoque de mercadorias, além de débito no disponível e crédito na conta de receita de vendas. O registro do recebimento de doações e subvenções aumenta o valor do ativo disponível e o valor do resultado do exercício. O pagamento de despesas de impostos com a utilização de créditos tributários, no caso de a empresa não possuir créditos suficientes para quitar totalmente a obrigação tributária, ocorre com débito na conta de despesas de impostos, crédito na conta de impostos antecipados e crédito no disponível.

13. Contabilidade Fabrício de Oliveira Barros

(1) Pelo critério da contraposição de receitas e despesas,

todos os custos e despesas incorridos em relação à receita realizada de um determinado período devem ser registrados nesse mesmo período, incluindo-se provisões para revisões, reposições e garantias asseguradas em contratos de fornecimento de bens e prestação de serviços.

O artigo 9º da resolução CFC No 750 passou a vigorar com a seguinte redação: “Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.” Nessas despesas estão incluídas inclusive aquelas que serão objeto de desembolso no futuro, mas que são decorrentes da receita atual. É o caso das garantias, que, apesar de serem pagas em exercício futuro, serão registradas no momento da receita através do cálculo de provisões passivas. Gabarito 1C (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Com relação

aos princípios fundamentais de contabilidade, julgue os itens a seguir. (1) Na aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade

(2)

(3)

(4)

(5)

a situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre os aspectos formais. A continuidade ou não da entidade não deve ser necessariamente considerada quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais quantitativas e qualitativas. A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes. De acordo com o regime de competência, as receitas consideram-se realizadas, nas transações com terceiros, quando estes efetuam o pagamento. Desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

1: A proposição da questão está de acordo com o definido no § 2º do artigo 1º da resolução CFC 750/93, conforme apresentado a seguir: § 2º - Na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas, a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais; 2: A proposição da questão está em desacordo com o definido no do artigo 5º da resolução CFC 750/93, conforme apresentado a seguir: Art. 5º - O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.; 3: A proposição da questão está de acordo com o definido no do artigo 7º da resolução CFC 750/93, conforme apresentado a seguir: Art. 7º - O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. 4: O item está errado, pois o pagamento não é o único momento em que as receitas são consideradas realizadas; 5: A questão descreve o princípio da oportunidade.

O patrimônio é objeto de estudo exclusivo da Contabilidade. A economia estuda os fenômenos que envolvem a escassez e a administração estuda a atividade organizacional e empresarial. Apesar da clara correlação existente entre as três áreas, cada uma possui uma área de atuação distinta. (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) Para o

Conselho Federal de Contabilidade brasileiro, os conceitos de entidade contábil e de continuidade, mais do que princípios, são postulados, axiomas com base nos quais se constrói a teoria contábil.

Inicialmente, vamos diferenciar postulados, princípios e convenções. Apesar de a teoria contábil definir os conceitos de entidade e continuidade como Postulados, que seriam a base da doutrina contábil e portanto superiores aos Princípios, a resolução CFC 750/93 não apresenta esse conceito. Sendo assim, no Brasil, Entidade e Continuidade são princípios. (Analista Judiciário - Contabilidade/STM – 2010 – CESPE) Com

relação à Ciência Contábil e suas características, julgue os itens que se seguem.

(1) No Brasil, a Ciência Contábil, desde as últimas alterações na

Lei n.º 6.404/1976, vem se afastando da escola italiana, ao mesmo tempo em que se aproxima da escola norte americana. (2) O objeto da contabilidade é o patrimônio, constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações próprios de determinado ente. (3) Patrimônio líquido é o conjunto de recursos controlados e utilizados pela entidade, fruto de suas transações passadas e cujo objetivo é a geração de benefícios futuros. 1: O Brasil não possui uma escola de pensamento contábil genuinamente brasileira. Pode-se dizer que em um primeiro instante, a nossa contabilidade foi baseada no método italiano e posteriormente migrou-se para o método norte-americano, na qual persiste até os dias atuais. A contabilidade no Brasil ainda sofre grande influência da legislação tributária, notadamente da legislação do imposto de renda. Pode-se afirmar com certeza que em algumas organizações, principalmente nas micro e pequenas empresas, na maior parte do tempo o contador se dedica a questões tributárias. Nas médias e grandes empresas normalmente existe um departamento ligado a questões fiscais para tratar do assunto. Assim a contabilidade se subdivide em contabilidade financeira, contabilidade fiscal, contabilidade gerencial, contabilidade de custos etc. 2: O artigo 2º da resolução CFC 750 define que o objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades. O patrimônio é formado pelos bens, direitos e obrigações da entidade. 3: A questão apresentou o conceito de ativos. Gabarito 1E, 2C, 3E

doutrina e na legislação contábil, julgue o item a seguir.

mônio não é objeto de estudo exclusivo da contabilidade, haja vista que ciências como a administração e a economia também se interessam pelo patrimônio, mas é a única que restringe o estudo do patrimônio a seus aspectos quantitativos.

Gabarito “E”

(Auditor Fiscal/Limeira-SP – 2006 – CESPE) Com fundamento na

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) O patri-

Gabarito “E”

1. Teoria da Contabilidade

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Conside-

rando os princípios fundamentais de contabilidade e os conceitos gerais referentes ao patrimônio, julgue os itens a seguir.

(1) Enquanto o patrimônio compreende o conjunto dos recursos

e aplicações de uma entidade, o capital autorizado corresponde ao montante dos aportes com que os acionistas já se comprometeram no boletim de subscrição. (2) A situação em que o passivo a descoberto é igual ao passivo caracteriza um processo de liquidação, em que há dívidas remanescentes à realização dos bens e direitos do ativo.

Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5C

408 Fabrício de Oliveira Barros nial mostrada na tabela a seguir (valores em R$ 1.000,00).

ativo

valor

passivo

bens

850

obrigações

direitos

150

patrimôniio líquido

valor 1.200 200

Nessa situação, é correto afirmar que a empresa está insolvente, com falta de liquidez e a caminho da falência. 1: O capital autorizado é o limite estatutário de competência da assembleia geral ou do conselho de administração para aumentar, independentemente de reforma estatutária, o capital social. Ou seja, trata-se de um valor máximo pré-definido para o capital social. 2: A situação descrita na questão é caracterizada pela inexistência de ativos, por esse motivo o passivo a descoberto é igual ao passivo. Nesse caso a empresa não possui mais condições de operar, visto que não possui mais ativos para realizar suas atividades, situação que caracteriza um processo de liquidação. 3: Na situação apresentada pela questão, é notório o fato que a empresa está com passivo a descoberto, visto que os ativos somam um total de R$1.000 e os passivos R$1.200. Isso não quer dizer no entanto que a empresa esteja insolvente, com falta de liquidez ou a caminho da falência. Nessa situação seria possível que parte das obrigações fossem de longo prazo, permitindo tempo para a empresa continuar suas atividades e aumentar seus ativos. Nessa mesma situação a empresa não estaria com falta de liquidez, visto que só pagaria seus passivos no longo prazo. O que é possível falar sobre a empresa apresentada na questão é que ela não se encontra numa situação muito confortável, já que o montante de seus ativos é inferior às obrigações.

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) No caso de uma inversão de lançamento, o balancete continua fechando, e, em qualquer caso, os totais não se alteram.

A inversão de um lançamento consiste em debitar a conta anteriormente creditada e creditar a conta anteriormente debitada, anulando assim o efeito do primeiro lançamento. No caso do lançamento de uma inversão o balancete continuaria fechando, uma vez que seriam efetuados débitos e créditos no mesmo valor (premissa que assegura o fechamento do balancete). Já os totais das contas, ou mesmo dos grupos de contas, se alterariam pois o lançamento da inversão debitará ou creditará seus saldos. Gabarito “E”

(3) Considere que uma empresa tenha a representação patrimo-

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Se uma

empresa oferece um período de garantia e de revisões gratuitas pela venda de um produto, na elaboração da demonstração do resultado do exercício (DRE), pelo conceito do confronto das despesas, tais custos deverão ser apropriados no mesmo período da venda, por estimativa, e não no momento em que houver a substituição das peças ou revisão gratuita. O princípio contábil do confronto das despesas com as receitas está intimamente ligado ao regime de competência. Esse princípio diz que toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser confrontada. Ora, quando as empresas vendem um produto já sabem que uma parte deles apresentará problemas técnicos. Quando a empresa se compromete a oferecer período de garantia e revisões gratuitas incorrerá em despesas, que deveriam ser confrontadas com as receitas geradas na venda dos produtos. A técnica contábil para permitir a confrontação dessas despesas com as receitas é a constituição de provisão passiva.

Gabarito 1E, 2C, 3E

Gabarito “C”

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Com refe-

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) A forma vertical adotada para a apresentação da demonstração do resultado do exercício (DRE) facilita a análise da composição e evidencia a formação dos vários níveis de resultados, confrontando as receitas e os correspondentes custos e despesas.

permutativo. D – lucros acumulados C – capital a integralizar (2) A conta adiantamentos de clientes tem por função o registro da receita diferida com o recebimento antecipado e definitivo do valor da venda de produtos ou serviços já fabricados e estocados, pendentes de entrega. (3) Com o lançamento representado a seguir ocorre o reconhecimento da receita pelo regime de competência, relativo a serviços já prestados e registrados. D – duplicatas a receber C – serviços a faturar

1: As duas contas movimentadas pelo lançamento contábil apresentado pertencem ao patrimônio líquido. Sendo assim, não houve alteração do valor do patrimônio líquido, apenas uma movimentação de valores entre as contas, uma permuta de valores entre as contas. 2: A conta adiantamentos de clientes registra o recebimento dos clientes que contrataram os bens ou serviços, de parcelas em dinheiro antecipadamente à produção dos bens ou execução de tais serviços. Se os produtos já estão fabricados, pendentes apenas de entrega, não há que se falar em adiantamento de clientes. 3: O reconhecimento da receita pelo regime de competência é registrado na contabilidade com o crédito na conta de receita, o que não ocorreu no lançamento apresentado. Gabarito 1C, 2E, 3E (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) De acordo

com o sistema de partidas dobradas, um lançamento de primeira fórmula cujo registro a débito diminua o passivo pode ter como contrapartida um registro a crédito diminuindo o ativo. O lançamento de primeira fórmula consiste em possuir apenas um débito e um crédito. Nesse caso, é realmente possível um lançamento cujo débito reduza o passivo e o crédito reduza o ativo, como por exemplo o pagamento de um empréstimo ou de qualquer outro passivo.

Definição perfeita da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Esse demonstrativo é mesmo apresentado verticalmente (uma conta abaixo da outra) e evidencia a formação dos vários níveis de resultado (receita líquida, lucro bruto, lucro líquido, etc). (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Acerca dos princípios fundamentais de contabilidade e divulgação das demonstrações contábeis, julgue o seguinte item. (1) Ocorrendo o registro dos ajustes a valor de mercado dos

ativos advindos de operações de longo prazo, o princípio do registro pelo valor original não será obedecido.

1: O princípio do registro pelo valor original define que os componentes patrimoniais devem ter seu registro inicial efetuado pelo valor das transações. Existe a possibilidade de modificação desse valor com o passar do tempo, o que não representa modificação do valor original. É o caso da depreciação, amortização, provisões, etc. Esses ajustes entretanto deveriam ser apenas para ajustar o valor dos ativos para menor, em obediência ao princípio da prudência. O uso do valor de mercado não obedece a essa limitação por poder ajustar o ativo para maior ou para menor, representando uma não obediência ao princípio. Gabarito 1C

(1) O lançamento representado a seguir configura um fato

Gabarito “C”

rência aos fatos contábeis e à representação dos fenômenos patrimoniais e suas variações, julgue os itens que se seguem.

(Analista de Comércio Exterior/MDIC – 2008 – CESPE) Com base nos princípios contábeis fundamentais e nos tipos de fatos contábeis, julgue os itens a seguir. (1) Se uma empresa exportadora possuir créditos vincendos

em moeda estrangeira e o real estiver valorizando-se em relação a essa moeda, nessa hipótese, combinando-se o entendimento sobre os princípios da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da atualização monetária, é correto concluir que esses créditos, à data do balanço, deverão sofrer um ajuste para menor em sua escrituração.

Gabarito “C”

13. Contabilidade

409

(2) Caso um bem do ativo imobilizado, adquirido e registrado por R$ 300.000,00, já tiver acumulado uma depreciação corres-

pondente a 40% de sua vida útil, nessa ocasião, a venda à vista desse bem por R$ 150.000,00 caracterizará um fato contábil misto diminutivo.

1: A valorização do real significa um ganho no poder de compra dessa moeda em relação às demais. Quando o real se valoriza em relação a outra moeda significa que essa se desvaloriza em relação ao real. Para representar uma empresa com créditos em moeda estrangeira vamos imaginar uma empresa que tenha contas a receber em dólar no montante de US$1.000,00. Se a moeda americana se desvalorizar e passar de R$2,00 para R$1,50 o contas a receber em dólar passará de R$2.000,00 para R$1.500,00, sendo necessário um ajuste a menor no montante de R$500,00. 2: Os fatos contábeis são assim classificados: - Permutativos: não alteram o valor do Patrimônio Líquido, mesmo que represente troca de valores entre contas desse grupo. - Modificativos: alteram o valor do Patrimônio Líquido para mais (aumentativo) ou para menos (diminutivo). - Mistos: fatos simultaneamente permutativos e modificativos. Os lançamentos da situação apresentada no item são assim representados: Imobilizado Saldo Inicial

300.000,00

Depreciação acumulada

300.000,00

(1)

(1)

120.000,00

 

Saldo Inicial

 

Caixa (1)

120.000,00

Resultado (Perda na alienação)

150.000,00

(1)

30.000,00

 

 

Considerando que a depreciação acumulada correspondia a 40% do valor do ativo imobilizado temos então um saldo de R$120.000,00 (40% x R$300.000,00). O lançamento (1) representa a venda do ativo imobilizado. Nesse caso, a depreciação acumulada do bem deve ser zerada juntamente com a conta do ativo. Ao lançarmos a baixa do ativo e da depreciação e lançar a entrada do valor de venda no caixa ficará faltando um lançamento à débito no valor de R$30.000,00 para completar o total de débitos e créditos. Esse lançamento à débito representa a perda na alienação do imobilizado e está dentro do grupo de resultado não operacional. Como o valor do Patrimônio Líquido foi alterado para menos podemos afirmar que o fato contábil foi modificativo diminutivo. Houve também um lançamento de troca de ativos, pois o ativo imobilizado foi trocado por caixa, representando um fato contábil permutativo. Esses fatos simultaneamente caracterizam um fato misto diminutivo. Gabarito 1C, 2C (A) As informações de natureza contábil são de origem externa

e expressas em valores monetários.

(B) Um dos requisitos exigidos para os sistemas de informações

é definir o nível de acesso permitido a cada indivíduo na organização. (C) O sistema de informações contábil, por ser o mais abrangente, compreende os demais sistemas de informações que fluem no âmbito de uma empresa. (D) A tomada de decisões depende exclusivamente de informações que constem dos registros formais. A letra “a” está incorreta pois as informações contábeis são de origem interna, ou seja, produzidos pela própria empresa através dos registros de suas operações. A incorreção da letra “c” está no fato de que o sistema contábil não é o mais abrangente dentro os diversos utilizados pelas empresas. O sistema contábil é alimentado por dados dos demais sistemas, registrando apenas dados consolidados e de impacto no patrimônio da empresa. Na letra “d” a incorreção reside no fato de que os administradores utilizam as mais variadas informações, internas ou externas, formais ou informais, atuais ou históricas. A letra “b” está correta pois é o nível de acesso dos usuários que garante a segurança da informação. Cada usuário terá um perfil que o permitirá realizar apenas operações referentes a sua área de atuação. Gabarito “B” (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE) Na

sistemática legal de reconhecimento dos efeitos inflacionários introduzida em 1976 pela Lei das Sociedades por Ações, procurava-se preservar a expressão monetária dos chamados itens monetários dos balanços e identificar, em cada conta de resultado, os ganhos e as perdas resultantes das modificações do poder de compra da moeda.

Os efeitos da inflação não afetam os itens monetários, pois esses são demonstrados em valores de poder aquisitivo atual. Já os itens não monetários, como o ativo imobilizado e estoques, são representados nas demonstrações financeiras por valores formados em exercícios sociais anteriores. É por esse motivo que, ao contrário do descrito na questão, os itens não monetários são atualizados pelos índices de medição da inflação. Gabarito “E”

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) De forma simplificada, o conceito de sistema está associado a um conjunto de elementos ordenados com determinado fim. A respeito dos sistemas de informação gerencial e contábil — SIG e SIC —, em uma empresa, assinale a opção correta.

(Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE) Considere os eventos

de I a V listados abaixo. I. II. III. IV. V.

aquisição de veículo à vista para uso na atividade operacional; baixa de bem inservível registrado no imobilizado; apropriação da folha de pessoal do mês; registro da diminuição do valor de dívida a receber em função da variação monetária; pagamento de obrigação com desconto.

Com base nas informações acima, julgue os itens a seguir, relativos à classificação dos fatos administrativos. (1) Os eventos II, IV e V são classificados como fatos mistos, pois, além de provocarem variações no saldo patrimonial, representam a transposição de valores entre os grupos de contas patrimoniais. (2) Os eventos I e III classificam-se como fatos permutativos e não afetam o saldo patrimonial da entidade. 1: Os eventos II, IV e V afetam as contas contábeis conforme demonstrado a seguir: Evento II - baixa de bem inservível registrado no imobilizado Débito – Despesa pela baixa de bem inservível Crédito – Ativo Imobilizado Por reduzir o patrimônio líquido, trata-se de um fato modificativo diminutivo. Evento IV - registro da diminuição do valor de dívida a receber em função da variação monetária Débito – Despesa com variações monetárias Crédito – Empréstimos a receber (ativo)

410 Fabrício de Oliveira Barros

seguem, a respeito dos princípios de contabilidade.

(1) Segundo o princípio da oportunidade, é necessário pon-

derar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação, pois a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância. (2) De acordo com o princípio do registro do valor original, a atualização monetária não representa nova avaliação, mesmo gerando o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante aplicação de indexadores e outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda. 1: O parágrafo único do art. 6º da resolução CFC 750/93 define que “a falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação”. 2: O inciso III do § 2º do art. 7º da resolução CFC 750/93 define que “a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período”. Gabarito 1C, 2C (Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE) A respeito dos registros contábeis das provisões, julgue a afirmativa: (1) As provisões retificadoras do ativo são constituídas

debitando-se uma conta de despesa e creditando-se uma conta patrimonial que represente a respectiva provisão.

1: O objetivo das provisões retiradoras do ativo é ajustar o valor desses ao valor provável de realização. Para tanto, é necessário creditar a provisão, tornando assim seu saldo redutor ao ativo. A contrapartida (débito) é a conta de “despesa com provisão para devedores duvidosos”. Gabarito 1C (Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE) Determinada entidade

apresentou os seguintes eventos no mês de abril de 2012.

I. pagamento de R$ 4.200,00, no mês de abril de 2012,

referentes a aluguel dos meses de abril e maio de 2012;

II. consumo e pagamento de despesas, em abril de 2012,

com serviços de limpeza e conservação, relativos ao mês de abril de 2012, no valor de R$ 1.800,00;

recebimento em maio de 2012, no valor de R$ 5.700,00.

À luz do regime de caixa e do regime de competência, julgue o item a seguir, relativos à apuração de resultado do mês de abril de 2012 da entidade considerada. (1) Na apuração do resultado do mês de abril de 2012, não se

consideram, tanto no regime de caixa quanto no de competência, os eventos III e IV, os quais repercutem na apuração do resultado, respectivamente, dos meses de março e maio.

1: Por se tratar de um recebimento, o evento III é considerado no regime de caixa. Já o evento IV é considerado apenas pelo regime de competência e tem como registro a receita de prestação de serviços no resultado do exercício (mesmo sem o efetivo recebimento no caixa).

2. Contabilidade Geral (Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) A propósito dos princípios

fundamentais de contabilidade e dos fatos e lançamentos contábeis, julgue o item subsequente.

(1) Suponha que o responsável pela contabilidade de uma

empresa registre a venda de um ativo fixo — com valor líquido contábil de R$ 60.000,00 — por R$ 80.000,00, metade à vista, metade a prazo. Esse fato representa uma variação mista aumentativa, que é caracterizada pela troca de ativos, com acréscimo de valor.

Os fatos contábeis são classificados como permutativos (movimentação entre contas contábeis sem alterar o valor do PL), modificativos (alteram o valor do PL) e mistos (simultaneamente permutativo e modificativo). Na situação proposta pela questão houve uma alteração no patrimônio líquido, visto que um ativo registrado na contabilidade por R$60.000 foi vendido por R$80.000. Essa diferença de R$20.000 representa um ganho na alienação de imobilizado e consequentemente um aumento no patrimônio líquido representando um fato modificativo aumentativo. Ao mesmo tempo, essa operação implicou uma alteração entre contas do ativo, do ativo fixo para o disponível e contas a receber, representando também um fato permutativo. Como essa operação representou simultaneamente um fato modificativo e permutativo, é possível dizer que ocorreu uma variação mista aumentativa. (Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) A respeito das normas con-

tábeis aplicáveis a empresas da iniciativa privada, julgue o item seguinte.

(1) As normas contábeis vigentes no Brasil estabelecem que,

quando as autoridades fiscais fazem exigências específicas relativas à apresentação das demonstrações contábeis de um contribuinte, este deve esclarecer, em nota explicativa, o efeito das alterações produzidas nas referidas demonstrações, por ocasião de sua divulgação e publicação.

A questão está errada, pois contraria o dispositivo do § 2o do artigo 177 da lei 6.404/76: § 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. O item afirma que a empresa deverá esclarecer em nota explicativa os efeitos das alterações produzidas nas demonstrações financeiras decorrentes de exigência das autoridades fiscais. Veja que a questão está afirmando que a empresa irá efetuar nas suas demonstrações ajustes exigidos pela autoridade fiscal e que tais ajustes devem ser explicados em nota. No entanto, a Lei 6.404/1976 define que a companhia não modificará sua escrituração mercantil para atender a legislação tributária. Gabarito 1E

Gabarito 1E, 2E (Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE) Julgue os itens que se

prestados no mês de março de 2012, no valor de R$ 3.600,00;

IV. prestação de serviços, no mês de abril de 2012, para

Gabarito 1C

2: Os eventos I e III afetam as contas contábeis conforme demonstrado a seguir: Evento I - aquisição de veículo à vista para uso na atividade operacional Débito – Veículos Crédito – Caixa O evento movimenta apenas contas patrimoniais, tratando-se de fato permutativo. Evento III - apropriação da folha de pessoal do mês Débito – Despesa de salários Crédito – Salários a pagar Por reduzir o valor do patrimônio líquido (despesa), trata-se de fato modificativo diminutivo.

III. recebimento, em abril de 2012, em dinheiro, por serviços

Gabarito 1E

Por reduzir o patrimônio líquido, trata-se de um fato modificativo diminutivo. Evento V - pagamento de obrigação com desconto Débito – Obrigações a pagar (passivo) Crédito – Caixa Crédito – Descontos ativos (receita) Além de movimentar valores entre contas patrimoniais (ativo e passivo), o evento aumentou o patrimônio líquido (receita). Sendo assim, trata-se de um fato misto aumentativo.

13. Contabilidade

411

(Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) Julgue os itens de 1 a 5, relativos à contabilidade avançada. (1) Uma empresa que ofereça, por certo prazo, garantia de manutenção e bom funcionamento de um equipamento que seja objeto

(2) (3)

(4)

(5)



do seu negócio, deve efetuar uma provisão para os prováveis dispêndios que terá em decorrência desse compromisso. Ainda que se trate de uma estimativa, tal valor deverá figurar no passivo do balanço patrimonial dessa empresa. As subvenções para investimentos recebidas pela empresa poderão ser convertidas em reserva de incentivos fiscais, a qual poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório. Com as modificações havidas no texto da Lei das Sociedades por Ações, substituiu-se, na representação do patrimônio líquido, a reserva de reavaliação pelos ajustes de avaliação patrimonial. Tais ajustes constituem contrapartidas tanto de aumentos como de diminuições no valor atribuído a componentes, seja do ativo, seja do passivo. No caso de incorporação de uma companhia à outra, o acionista dissidente não terá direito a retirar-se, mediante reembolso de suas ações, quando estas tiverem liquidez e dispersão no mercado. Há dispersão quando os acionistas controladores, também por meio de sociedades sob seu controle, detêm mais da metade das ações com direito a voto. Considere a seguinte situação hipotética. Para efeito de cálculo das saídas de caixa referentes às atividades operacionais de uma empresa comercial, estavam disponíveis os seguintes dados: • saldo de fornecedores no início do período: R$ 1.600.000,00; • saldo de fornecedores no final do período: R$ 2.300.000,00; • estoque inicial de mercadorias: R$ 350.000,00; • estoque final de mercadorias: R$ 550.000,00; • custo das mercadorias vendidas: R$ 8.500.000,00. Nessa situação, os pagamentos referentes às compras de mercadorias, feitos por essa empresa comercial a fornecedores, foram de R$ 9.400.000,00.

1: Quando a empresa se compromete a oferecer período de garantia e revisões gratuitas incorrerá em despesas, que deveriam ser confrontadas com as receitas geradas na venda dos produtos. A técnica contábil para permitir a confrontação dessas despesas com as receitas é a constituição de provisão passiva. Esse assunto foi apresentado inclusive pela CVM na Deliberação CVM nº 489/2005. 2: A lei 11.638/2007 incluiu à lei 6.404/76 o artigo 195-A, que apresenta a mesma definição da questão, conforme apresentado a seguir: Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). 3: A conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial passou a integrar o patrimônio líquido a partir das alterações introduzidas pela lei 11.941/2009, que substituiu o texto do § 3º do artigo 182 que tratava da reserva de reavaliação. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei”. 4: A lei 6.404/76 não estabelece a restrição de haver liquidez e dispersão no mercado para o reembolso de suas ações. O conceito de dispersão diz respeito à pulverização das ações entre diversos acionistas, o que não ocorreria no caso dos controladores possuírem mais da metade das ações com direito a voto. 5: Considerando que o custo da mercadoria vendida representa a baixa (crédito) no estoque, é possível concluir que as compras no período foram de R$8.700.000, uma vez que esse seria o valor necessário para que a conta atinja o saldo final de R$550.000. Considerando que as compras foram a prazo, esse valor de compras seria creditado na conta fornecedores. A conta fornecedores por sua vez precisa ser debitada no montante de R$8.000.000 para atingir o valor final de R$2.300.000 informado na questão. Esse débito representa o pagamento a fornecedores, sendo esse valor diferente do proposto na questão. Apresentamos a seguir os lançamentos descritos: Pagto. a fornecedores

Fornecedores 8.000.000

Estoque

1.600.000 8.700.000

Saldo Inicial Compras

Saldo Inicial Compras

2.300.000

Saldo Final

Saldo Final

350.000 8.700.000

8.500.000

CMV  

550.000

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5E (Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) Acerca da aplicação dos regimes de apuração do resultado do exercício, julgue o item abaixo.

(Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) A respeito da Lei n.º

(1) Considere que, em um contrato de longa duração, orçado

(1) Em relação às ações preferenciais, o dividendo prioritário

É possível observar que apesar de ter realizado apenas 20% da obra, a empresa incorreu em 30% dos custos totais estimados (R$600.000 x 30% = R$180.000). Como a empresa precisa apropriar a receita para o resultado por já ter incorrido em custos, ela deverá fazer isso proporcionalmente ao percentual executado da obra, nesse caso R$200.000 (20% de R$1.000.000). Se ela fizesse a apropriação proporcionalmente aos custos incorridos, estaria reconhecendo indevidamente uma receita antes de realizar a execução do contrato.

1: A questão contraria o § 4o do artigo 17 da lei 6.404/76, que define que, salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas ser assegurado dividendo igual ao mínimo.” 2: A lei 11.638 /2007 acrescentou ao artigo 179 da lei 6.404/76 o intangível como um novo grupo de contas dentro do ativo permanente. Nesse novo grupo serão classificados os direitos que tenham por objeto bens

em R$ 1.000.000,00, ao final do primeiro exercício apenas 20% da obra tenha sido realizada. Considere, ainda, que, do custo total estimado de R$ 600.000,00, R$ 180.000,00 tenham sido incorridos. Nessa situação, de acordo com os critérios adotados nessas circunstâncias, na opção que permite a apuração do menor lucro no exercício, a receita a ser apropriada deverá ser de R$ 200.000,00.

6.404/1976, alterada pela Lei n.º 11.638/2007, julgue os itens que se seguem.

é cumulativo, a ação com dividendo mínimo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo fixo concorre com as ordinárias na distribuição do lucro, depois de assegurado a estas dividendo igual ao fixo. (2) Os bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou utilizados com essa finalidade, antes classificados no ativo imobilizado, passaram a classificar-se no intangível.

Gabarito 1C

412 Fabrício de Oliveira Barros

(1) Os bens intangíveis, mesmo quando não integram o patri-

(2)

(3)



(4)

(5)

mônio contábil da entidade — como é o caso do fundo de comércio acumulado ao longo do tempo —, podem alcançar considerável valor econômico. Esse valor não está materializado na propriedade física, mas se traduz nos direitos de propriedade, no potencial de utilização e exploração legalmente conferidos aos seus titulares. Os bens recebidos em doação integram o ativo da empresa e são representados no balanço patrimonial. Esse é o caso de imóveis recebidos do poder público como incentivo à instalação de novos empreendimentos, que, se recebidos sem custos ou ônus, serão contabilizados por valor simbólico, cuja contrapartida constitui receita não operacional. Suponha que uma empresa tenha efetuado, ao final do exercício, o seguinte lançamento. D – lucros acumulados C – juros sobre o capital próprio Nesse caso, a empresa está seguindo a orientação da CVM no que diz respeito à contabilização dos juros devidos aos acionistas, e efetuando um lançamento similar ao da atribuição dos dividendos. No Brasil, os juros embutidos nas vendas a prazo são destacados da receita bruta e contabilizados como receita financeira. O fato de sua apropriação estar em consonância com o prazo entre a realização da receita e o vencimento da obrigação do cliente decorre da adoção do regime de competência. Com as alterações promovidas na Lei das Sociedades por Ações a partir deste ano, a demonstração dos fluxos de caixa substituiu, exclusivamente para as companhias abertas, a demonstração das origens e aplicações de recursos, e a demonstração do valor adicionado passou a ser exigida para as sociedades de grande porte.

1: Os ativos intangíveis registrados na contabilidade são, de acordo com o artigo 179 da lei 6.404/76, “os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido”. Nessa concepção, o fundo de comércio acumulado pela empresa ao longo do tempo não seria registrado na contabilidade, mesmo assim continuaria tendo um valor de mercado, possuindo sobre ele direitos de propriedade. 2: Os bens adquiridos por doação devem ser registrados por seu valor real ou de mercado. Cabe ressaltar que a lei 11.638/2007 revogou a alínea “d” do § 1º do artigo 182, a qual definia que as doações ou subvenções governamentais para investimentos seriam contabilizadas no patrimônio líquido. A partir da entrada em vigor da referida lei, essas operações passaram a ser contabilizadas de duas maneiras: Doações e subvenções recebidas de forma incondicional (sem que nenhuma obrigação reste à empresa) – serão registradas diretamente no resultado. Doações e subvenções que para se efetivarem dependem de eventos futuros – serão registradas no passivo para apropriação ao resultado quando do cumprimento das obrigações. 3: O Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) é lançado na DRE como despesa financeira. Por considerar que tal tratamento distorce a apresentação da DRE, a CVM determinou que as companhias abertas façam a reversão do seu valor antes do lucro líquido, excluindo dessa forma o efeito do JSCP na DRE. Como o JSCP é na verdade uma distribuição de lucros, o mais indicado é que seu valor seja evidenciado apenas na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e não na DRE. O lançamento proposto na questão representa justamente o lançamento que reverte da Demonstração do Resultado o valor do JSCP. 4: Justamente pelo fato dos juros estarem embutidos no valor das vendas a prazo as empresas não destacam esse valor da receita bruta, contabilizando todo o valor da venda como receita de vendas. 5: O artigo 176 da lei 6.404/76 define que a demonstração dos fluxos de caixa será obrigatoriamente elaborada Companhia fechada com

doutrina e à legislação contábil em geral, julgue os itens a seguir.

(1) De acordo com a teoria da entidade, nas sociedades em

que o controle está diluído e o sócio não pode dispor sumariamente do lucro ou retirar-se a qualquer momento, a equação patrimonial é representada corretamente a seguir: ativo = passivo + patrimônio líquido. (2) Constituem contas patrimoniais retificadoras: provisão para férias e provisão de 13.º salário. (3) Suponha que uma empresa tenha efetuado uma aplicação em fundo de renda fixa de curto prazo no valor de R$ 10.000,00, com rendimento mensal de 1% e imposto de renda na fonte — a ser retido apenas no resgate da aplicação — de 20%. Nesse caso, o ativo circulante, ao final do primeiro mês, deveria discriminar uma conta de imposto de renda retido na fonte diferido, no valor de R$ 20,00. 1: Em qualquer sociedade a equação patrimonial será Ativo=Passivo+Patrimônio Líquido; 2: Em qualquer sociedade a equação patrimonial será Ativo=Passivo+Patrimônio Líquido; 3: Ao contrário das provisões que representam retificações do ativo, como a provisão para devedores duvidosos, as provisões para férias e 13º salário são registradas no passivo. A deliberação CVM nº 489 apresenta a seguinte definição para as provisões passivas derivadas de apropriações por competência: “são passivos por mercadorias ou serviços que foram recebidos ou fornecidos, mas que não foram faturados ou acordados formalmente com o fornecedor, incluindo montantes devidos a empregados (por exemplo, os montantes relativos à provisão para férias), os devidos pela atualização de obrigações na data do balanço, entre outros. Embora às vezes seja necessário estimar o valor ou o tempo das provisões derivadas de apropriações por competência, o que poderia assemelhar-se conceitualmente a uma provisão, a diferença básica está no fato de que as provisões derivadas de apropriações por competência são obrigações já existentes, registradas no período de competência, sendo muito menor o grau de incerteza que as envolve”. (Fiscal de Tributos/Vila Velha-ES – 2008 – CESPE) A propósito dos

tipos de sociedades, julgue o próximo item.

(1) Na companhia ou sociedade anônima, quando o acionista

adquire ações com ágio, sua responsabilidade está limitada ao valor patrimonial.

1: A lei 6.404/76 define no seu artigo 1º que “a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas”. Gabarito 1E

tabilidade e à legislação aplicável, julgue os seguintes itens:

(Fiscal de Tributos/Vila Velha-ES – 2008 – CESPE) Com relação à

Gabarito 1C, 2C, 3E

Gabarito 1E, 2C (Agente Fiscal/Teresina-PI – 2008 – CESPE) Com relação à con-

patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões e pelas companhias abertas, sendo facultativa para as demais empresas. A demonstração de origens e aplicações de recursos não é mais exigida pela lei. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5E

incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Sendo assim, os ativos intangíveis que anteriormente eram classificados no imobilizado passaram a ter seu próprio grupo de contas dentro do ativo permanente.

(Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Com relação

aos conceitos gerais de contabilidade, do patrimônio e da escrituração, julgue os itens a seguir.

(1) As informações de finalidades genéricas na contabilidade

visam atender o maior número possível de usuários. Para relatórios de finalidade específica, é preciso selecionar as informações relevantes para os vários tipos de usuários, de acordo com os respectivos modelos de predição e tomada de decisões. (2) Segundo a teoria contábil, passivos em geral constituem obrigações ou compromissos de uma entidade, no sentido de entregar dinheiro, bens ou serviços a uma outra entidade ou pessoa, o que não exclui o reconhecimento de perdas em potencial, que são registradas pelo seu valor esperado. 1: A contabilidade possui diversos usuários, tanto internos (administradores, gerentes, etc.) como externos (acionistas, emprestadores de recursos, credores em geral, integrantes do mercado de capitais, etc.). Cada usuário possui um interesse distinto, que pode ser atendido tanto por informações genéricas que podem ser úteis também a outros usuários ou por informações elaboradas para atender necessidades específicas; 2: O conceito de passivos apresentado pela questão está correto. Ao

13. Contabilidade

(1) No plano de contas de uma indústria, classificam-se como

contas de resultado produtos acabados, benfeitorias em bens de terceiros e gastos de expansão e ampliação.

1: Os produtos acabados representam o estoque da indústria e por esse motivo são registrados no ativo. As benfeitorias em bens de terceiros também são registradas no ativo, e amortizadas pelo prazo do contrato de locação. Os gastos de expansão e ampliação, que até o ano de 2008 eram registrados no ativo diferido, passaram a ser registrados como despesas do exercício após a edição da lei 11.941/2009. Gabarito 1E (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Com referência à composição e à apresentação do balanço, julgue os itens que se seguem. (1) Nos termos da legislação societária, os juros creditados

aos acionistas nos períodos de ampliação da capacidade operacional da empresa devem ser classificados no ativo diferido até a utilização plena das novas instalações. (2) Suponha que uma empresa prestadora de serviços esteja com pendência decorrente de dúvida na interpretação da aplicação do ISS, junto ao fisco municipal, e que não tenha sido possível estimar o valor de um eventual débito contra essa empresa, embora haja razoável probabilidade de que o entendimento seja desfavorável a ela. Diante dessa situação, é correto afirmar que o contador, se tiver feito menção a esse fato em nota explicativa, agiu adequadamente. 1: A lei 11.941/2009 revogou todas as referências ao diferido na lei 6.404/76. A partir da sua edição, todos os itens que até então eram classificados no diferido devem ser lançados diretamente no resultado do exercício. A lei ressalta que o saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação até sua completa amortização. 2: A deliberação CVM No 489/2005, que versa sobre provisões, passivos, contingências passivas e contingências ativas, define que nem todas as contingências passivas devem ser provisionadas, devendo seguir o esquema apresentado a seguir: Probabilidade de ocorrência do desembolso

Provável

Tratamento contábil

Mensurável com Provisionar suficiente segurança Não mensurável com Divulgar em notas explicativas suficiente segurança

Possível

Divulgar em notas explicativas

Remota

Não divulgar em notas explicativas

Como a questão informa que não é possível estimar o valor do débito e que a probabilidade é de que o entendimento seja desfavorável a ela, o tratamento recomendável é a divulgação em notas explicativas. Gabarito 1E, 2C (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Com referência

à composição e à apresentação da demonstração do resultado do exercício, julgue o item. (1) As atualizações monetárias prefixadas são classificadas

como variações monetárias, e não compõem as receitas/ despesas financeiras.

1: As atualizações monetárias (prefixadas ou pós-fixadas) de itens do ativo ou do passivo são classificadas como receitas/despesas financeiras.

(1) No que se refere às companhias abertas, são consideradas

em circulação todas as ações em poder dos acionistas majoritários e minoritários, que exerçam ou não funções de direção. Excluem-se dessa situação as ações em tesouraria. (2) A provisão para redução a valor presente de valores a receber, embora não prevista, atualmente, na legislação brasileira, é preconizada pela doutrina contábil e consiste no desconto dos juros embutidos nos montantes esperados de recebimento futuro.

1: O § 2º do artigo 4º-A da lei 6.404/76 define que “consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as em tesouraria”; 2: A prova foi realizada antes das alterações promovidas na lei 6.404/76 pela lei 11.638/2007, e, portanto, informa que a legislação não previa a adoção da provisão para redução a valor presente. Cabe informar que a lei 11.638/2007 passou a prever a existência de tal provisão. (Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) Com relação à constituição de reservas das companhias, julgue o próximo item. (1) Considere que, após a apuração do resultado do exercício



e antes da constituição das reservas, o patrimônio líquido de uma companhia fosse composto como a seguir. capital social . . . . . . . . . . . . . . R$ 5.000.000,00 reserva legal . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00 outras reservas de lucros . . . . . . R$ 500.000,00

Nessa situação, e sabendo-se que o lucro líquido do exercício foi de R$ 2.000.000,00, é correto concluir que a empresa poderá destinar R$ 100.000,00 à reserva legal. 1: As regras de constituição da reserva legal estão apresentadas no artigo 193 da lei 6.404/76. Nesse artigo está definido que, do lucro líquido, 5% serão aplicados na constituição da reserva legal, que não excederá 20% do capital social. Como na companhia fictícia apresentada pela questão a reserva legal já é equivalente a 20% do capital social, não será constituída reserva. (Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) A propósito da apuração

dos resultados contábeis, julgue o item subsequente.

(1) O lucro ou prejuízo apurado com a venda de participações

societárias classificadas no ativo circulante constitui ganho ou perda de capital e integra o resultado não operacional, na demonstração do resultado do exercício.

1: Se a participação não está registrada no subgrupo investimentos dentro do ativo permanente significa que essa não está destinada à manutenção da atividade da empresa, sendo assim, o resultado da sua venda não representa um ganho ou perda de capital. Gabarito 1E

tos e critérios aplicáveis a contas, lançamentos e método das partidas dobradas, julgue o seguinte item:

trina contábil e na legislação societária, julgue os itens que se subseguem.

Gabarito 1E

Gabarito 1C, 2C (Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Com base nos concei-

(Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) Com fulcro na dou-

Gabarito 1E, 2C

tratar do reconhecimento de perdas em potencial, a questão está se referindo a provisões passivas. Essas provisões são bem detalhadas na deliberação CVM No 489/2005.

413

(Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) Com base nos conceitos

e critérios adotados em relação às demonstrações das origens e das aplicações de recursos e do fluxo de caixa, julgue o item que se segue.

(1) Considere que os dados disponíveis para a elaboração do

fluxo de caixa do exercício de uma empresa apresente a situação a seguir. saldo inicial de mercadorias . . . . . R$ 210.000,00 saldo final de mercadorias . . . . . . .R$ 280.000,00 saldo inicial de fornecedores . . . . .R$ 190.000,00 saldo final de fornecedores . . . . . . R$ 170.000,00 Nessa situação, e sabendo que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 1.350.000,00, é correto concluir que os pagamentos a fornecedores corresponderam a R$ 1.440.000,00.

Gabarito 1E

414 Fabrício de Oliveira Barros 1: Com base nos saldos apresentados pela questão, é possível montar os seguintes lançamentos: Estoques Saldo Inicial (2) Saldo Final

210.000

Fornecedores 1.350.000

(1)

(3)

1.440.000

190.000

1.420.000

1.420.000

280.000

170.000

CMV (1)

1.350.000

Saldo Final

1.350.000

Saldo Inicial (2) Saldo Final

Caixa/Bancos 1.140.000

(3)

Lançamento (1): Consiste no lançamento do custo da mercadoria vendida, que tem como crédito a conta de estoques, representando a baixa do estoque. Lançamento (2): Esse lançamento representa a aquisição de estoques a prazo. Consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de estoques atingisse o saldo final de R$280.000. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta fornecedores. Lançamento (3): Consiste no débito que fez com que o saldo final da conta fornecedores atingisse o saldo final de R$170.000 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. Gabarito 1C (Auditor Fiscal/Limeira-SP – 2006 – CESPE) Com fundamento na doutrina e na legislação contábil, julgue os itens a seguir. (1) De acordo com a legislação das sociedades por ações, as demonstrações financeiras obrigatórias para todas as companhias

fechadas são o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das mutações patrimoniais e a demonstração das origens e aplicações de recursos. (2) A retenção de lucros justificada por orçamento de capital pela companhia não pode ser constituída em detrimento do pagamento do dividendo obrigatório. Se os lucros não forem destinados a reservas, deverão ser distribuídos como dividendos. 1: O artigo 176 da lei 6.404/76 apresenta as disposições gerais sobre as demonstrações financeiras, e pode ser assim esquematizado: Demonstrativo

Companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões

Companhia fechada com patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões

Companhia aberta

Balanço Patrimonial

SIM

SIM

SIM

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

NÃO

SIM

SIM

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

NÃO

NÃO

SIM

2: A resposta da questão é encontrada através da combinação dos artigos 196, que define que a assembleia-geral poderá deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado, e 198, que define que a destinação dos lucros para constituição das reservas de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório. Gabarito 1E, 2C (Agente de Tributos/MT – 2004 – CESPE) Julgue os itens a seguir, relativos à Contabilidade. (1) Conforme a Lei n.º 6.404/76, as contas devem ser classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas

de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa. Nesse sentido, os elementos básicos do balanço são o ativo, que representa as aplicações de recursos, e o passivo, que representa as exigibilidades e obrigações. (2) De acordo com a teoria de contas, as contas do ativo devem ser classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez e as contas do passivo, em ordem crescente de prioridade de pagamento das exigibilidades. (3) As demonstrações contábeis ou financeiras, que são regidas pela Lei n.º 6.404/76 e pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, informam a evolução dos fenômenos patrimoniais que, no fim do exercício social, evidenciam o resultado da atividade econômica exercida sobre o patrimônio no período. (4) Considerando que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, e sabendo que o mesmo possui personalidade, componentes e função, podendo ser mensurado e sendo capaz de mutar, é conceitualmente correto concluir que, se uma empresa é imponente, com edificações vistosas, instalações com jardins amplos e conservados e um volume grande de ativos, essa empresa possui um grande patrimônio, equivalentemente àquilo que ostenta. 1: A primeira parte da questão está correta, pois apresenta o texto literal do artigo 178 da lei 6.404/76. O erro da questão está em não apresentar o patrimônio líquido como elemento básico do balanço; 2: A classificação das contas do passivo é feita de forma decrescente de prioridade de pagamento; 3: A descrição dos demonstrativos contábeis está perfeita. Estes informam de que forma ocorreu a evolução patrimonial, sendo que a demonstração do resultado do exercício evidencia o resultado da atividade da empresa no período; 4: A primeira parte da questão está correta, pois define corretamente que o patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações. Sendo assim, mesmo uma empresa que tenha um grande volume de ativos pode ter também grandes valores em obrigações, o que tornaria seu patrimônio pequeno. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

13. Contabilidade

415

(Agente de Tributos/MT – 2004 – CESPE) Com relação a plano de

contas, julgue o item subsequente.

(Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Ainda com relação à contabilidade geral, julgue os itens abaixo.

(1) Um plano de contas bem elaborado deve conter, além

(1) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese de que

da relação das contas devidamente codificadas de forma estruturada e ordenada, a indicação das operações para as quais as contas foram previstas e como cada conta deve ser utilizada nas operações: debitada e(ou) creditada.

A indicação das operações para as quais as contas foram previstas representa a descrição das contas, que é muito importante para garantir a homogeneidade das transações que se enquadrarão em cada conta.

(2)

(3)

Gabarito 1C (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) A respeito da

demonstração de resultado abaixo apresentada, julgue os seguintes itens.

demonstração do resultado (em R$ mil) do exercício social de 2001

(5)

125.800 (23.273)

vendas líquidas

102.527

custo das mercadorias vendidas

(56.492) 46.035

despesas administrativas

(12.500)

despesas comerciais

(10.750)

outras despesas e receitas

(1.250)

receitas/despesas financeiras

(8.750)

lucro antes de IR e CSLL

12.785

IR e CSLL

(4.347)

lucro líquido

8.438

(1) Na demonstração de resultado acima, as contas de receita

possuem saldo devedor, e as de despesa, saldo credor.

(2) Em despesas administrativas, devem ser incluídas apenas

as relativas a serviços de terceiros utilizados na administração da empresa. (3) Seguindo os preceitos da Lei das Sociedades Anônimas, a empresa, após o lucro ou prejuízo líquido do exercício, deve demonstrar o seu montante por ação do capital social. (4) As contas de resultado são transitórias, pois permanecem abertas ao longo do exercício social e são fechadas no encerramento dele, transferindo o seu saldo para a conta de lucros ou prejuízos acumulados diretamente ou utilizando uma conta transitória. (5) As despesas financeiras são escrituradas em contrapartida de uma conta passiva, uma retificadora do passivo ou das disponibilidades. 1: As contas de despesa possuem saldo devedor e as contas de receita possuem saldo credor; 2: O salário dos funcionários está incluído nesse grupo de contas; 3: A Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, se elaborada e publicada pela companhia, conforme definido no artigo 186 da lei 6.404/76; 4: A questão descreve corretamente o procedimento a ser adotado no encerramento de cada exercício social; 5: As despesas financeiras terão como contrapartida uma conta do passivo quando ainda não paga a despesa redutora do ativo quando se tratar de elemento passivo registrado como redutora do ativo (títulos descontados) ou contas de disponibilidade quando o pagamento for efetuado.

1: O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, adotando o menor valor para os componentes do ativo e o maior para os do passivo; 2: Os adiantamentos de clientes representam um passivo para a empresa, registrados no passivo circulante ou exigível a longo prazo. O objetivo do resultado de exercícios futuros é abrigar receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidas em resultados em anos futuros; 3: A apuração do resultado consiste no zeramento das contas de resultado contra uma única conta cujo saldo mostrará se a empresa apurou lucro (créditos maiores que débitos) ou prejuízo (débitos maiores que créditos). Para efetuar o zeramento das contas de resultado será necessário creditar as contas devedoras (despesa) e debitar as contas credoras (receitas); 4: O artigo 187 da lei 6.404/76 define quais itens devem ser apresentados na Demonstração do Resultado do Exercício. Dentre esses estão as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; 5: A Demonstração do Resultado apresenta as operações ocorridas durante todo o exercício e por esse motivo é considerado um demonstrativo dinâmico. Já o Balanço Patrimonial apresenta o saldo dos ativos e passivos em determinada data, em um momento estático. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5E

vendas brutas tributos sobre as vendas

lucro bruto

(4)

resulte maior patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais princípios fundamentais de contabilidade. Serão classificados como resultados de exercício futuro os adiantamentos de clientes recebidos por conta de bens ou serviços a entregar no futuro. A apuração do resultado de um exercício social é feita por meio de créditos às contas de receitas e débitos às contas de despesas, nos valores dos seus saldos, em contrapartida de uma conta transitória de apuração do resultado do período. Na destinação do resultado de uma companhia aberta, as participações de administradores, empregados e debenturistas devem ser registradas como despesa do período a que se referem. O balanço patrimonial evidencia a dinâmica patrimonial, enquanto a demonstração do resultado, a estática patrimonial.

(Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Considerando a

contabilidade geral, julgue os itens a seguir.

(1) Nos razonetes, os movimentos devedores são apresen-

(2)

(3)

(4)

(5)

tados do lado direito, e os credores, do lado esquerdo de quem olha. O balancete de verificação é uma relação de todas as contas com a movimentação devedora e credora, sem conter saldos. Ao assumir um empréstimo bancário com desconto do juro antecipado, referente a um período de seis meses, a empresa deve reconhecer a despesa financeira correspondente como despesa no ato da operação. A contabilidade depende de um plano para a sua escrituração, que é um conjunto de contas compatível com as necessidades de registro das transações da empresa em que cada conta deve ter uma função e as condições de funcionamento (quando deve ser debitada e creditada). Em uma empresa que adote o sistema de inventário periódico, o custo das mercadorias vendidas (CVM) pode ser encontrado pelo critério de cálculo: CVM = estoque inicial + compras - devoluções - estoque final.

1: A convenção contábil é a de registrar as contas devedoras do lado esquerdo e as contas credoras do lado direito; 2: O balancete de verificação tem como objetivo verificar se existe equilíbrio entre os saldos devedores e credores. A não apresentação dos saldos impediria essa verificação;

Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5C

416 Fabrício de Oliveira Barros 3: A apropriação da despesa deve ocorrer proporcionalmente ao período contratado, obedecendo ao regime de competência, mesmo que pago antecipadamente; 4: O plano descrito na questão é o plano de contas; 5: O Custo da Mercadoria Vendida (CMV) é dado pela seguinte fórmula: CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final. Deve ser observado, no entanto, que as compras a serem consideradas devem ser líquidas das deduções (devolução de compras, abatimentos sobre compras e descontos incondicionais obtidos).

Com base nessas informações, julgue os itens a seguir. (1) A aquisição do veículo admite representação no passivo

pela conta financiamentos, com saldo de R$ 56.000,00.

(2) O resultado apurado no mês de dezembro, após as transa-

ções I, II e III, e antes do recolhimento do imposto de renda, é de R$ 32.500,00.

(Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Ainda com

1: Como o valor dos juros é prefixo, a empresa poderá, no momento da contratação do empréstimo, registrar o financiamento pelo seu valor total de R$56.000,00. No entanto, para adequar o valor do passivo, registrará em conta redutora os juros a incorrer no valor de R$11.000,00.

(1) Os fatos contábeis modificativos alteram a situação líquida

2: As informações da questão permitem apurar o resultado do mês de dezembro conforme apresentado a seguir:

Gabarito 1C, 2E (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) O quadro abaixo apresenta, em reais, o balancete de verificação de determinada empresa referente ao mês de dezembro.

caixa e bancos

5.000

duplicatas a receber

55.000

estoques de mercadorias

25.000

Instalações

25.000

Fornecedores

50.000

salários a pagar

1.500

impostos a recolher

500

capital social integralizado

35.000

capital social a integralizar

10.000

vendas realizadas

250.000

impostos sobre vendas

60.000

custo das mercadorias vendidas

100.000

despesas gerais, administrativas e de vendas

57.000

Considere que, após o levantamento desse balancete, e antes do encerramento do referido mês, essa empresa realizou, ainda, as seguintes transações: I.

aquisição de um veículo, para transporte de mercadorias, no valor de R$ 45.000,00, financiado em 24 meses, com juros totais de R$ 11.000,00;

II. desconto de R$ 15.000,00 em duplicatas no banco, pelo

qual a empresa recebeu crédito de R$ 14.500,00 para reforçar seu caixa;

III. integralização do capital restante em mercadorias pelos

sócios da empresa.

(-) Impostos sobre vendas

(60.000)

(=) Receita Líquida

190.000

(-) Custo das mercadorias vendidas (=) Lucro Bruto (-) Despesas gerais, administrativas e de vendas (-) Despesas financeiras (=) Lucro Líquido

(100.000) 90.000 (57.000) (500) 32.500

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) Alvo de constantes críticas, o custo histórico como base de valor sofreu alterações com a aprovação da Lei n.º 11.638/2007.

A Lei 11.638/2007 alterou os artigos 183 (critérios de avaliação dos ativos) e 184 (critérios de avaliação dos passivos) da Lei 6404/76. Na avaliação dos ativos o custo histórico perdeu espaço para outras formas de avaliação, tais como: valor de mercado, a valor presente e valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros. (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) Um conglomerado econômico-financeiro, constituído pela soma dos patrimônios dos entes que o compõem, não constitui entidade contábil.

O artigo 4° da resolução CFC 750/93 trata do princípio da entidade. Seu parágrafo único define que “o Patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza contábil”. (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) Considere que uma empresa, após sucessivos prejuízos, ao atingir passivos superiores a seus ativos, teve a falência decretada. Nessa situação, essa empresa ainda é uma entidade contábil.

Segundo o artigo 219 da Lei 6404/1976, a companhia será extinta pelo encerramento da liquidação ou pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades. Sendo assim, o fato de ter sua falência decretada não extingue a entidade contábil. Gabarito “C”

2: Os bens físicos elencados na questão sofrem depreciação, que conforme definido no § 2º do artigo 183 da lei 6.404/76, é a perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

250.000

Gabarito “C”

1: Os fatos contábeis modificativos são divididos em aumentativos (quando aumentam o valor do patrimônio líquido) e diminutivos (quando diminuem o valor do patrimônio líquido).

Vendas realizadas

Gabarito “C”

patrimonial. (2) A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de amortização, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

Gabarito 1C, 2C

Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5C

referência à contabilidade geral, julgue os itens subsequentes.

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) A demonstração dos lucros e dos prejuízos acumulados, a do resultado do exercício, a dos fluxos de caixa, a do valor adicionado e o balanço patrimonial são obrigatórios para todas as sociedades anônimas que, na data do balanço, tenham patrimônio líquido superior a R$ 2,0 milhões.

O artigo 176 da lei 6.404/76 apresenta as disposições gerais sobre as demonstrações financeiras. As informações desse trecho do artigo 176 podem ser esquematizadas conforme apresentado no quadro a seguir:

13. Contabilidade

417

Companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões

Companhia fechada com patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões

Companhia aberta

Balanço Patrimonial

SIM

SIM

SIM

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

NÃO

SIM

SIM

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

NÃO

NÃO

SIM

Demonstrativo

Como é possível observar, as companhias fechadas com patrimônio líquido superior a R$2 milhões não estão obrigadas a elaborar Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Gabarito “E” Gabarito “C” (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) O saldo

das reservas de lucros para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, pode ultrapassar o saldo da conta capital social. O artigo 199 da lei 6.404/76 define que “o saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social”. Como é possível observar, a lei não impõe limite para as reservas para contingências, podendo portanto ultrapassar o saldo da conta capital social. Gabarito “C”

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível da companhia deve ser registrada periodicamente nas contas de depreciação, de amortização ou de exaustão, sendo vedada qualquer alteração nos critérios utilizados para a determinação da vida útil econômica estimada do bem e para o cálculo da redução de valor a contabilizar.

O § 3º do artigo 183 da lei 6.404/1976 define que a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. Gabarito “E” (Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) Uma empresa cujo processo produtivo dependa de matéria prima controlada por produtor monopolista é considerada empresa coligada da fornecedora de matéria prima, ainda que a participação de uma na outra seja ínfima.

O § 1º do artigo 243 da lei 6.404 define que são coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa. O caso descrito na questão é um exemplo claro de influência, visto que a coligada depende da matéria prima do produtor.

O § 2º do artigo 178 da lei 6.404/76 define que no passivo as contas serão classificadas nos grupos circulante, não circulante e patrimônio líquido. Sendo assim o patrimônio líquido não está incluído no grupo não circulante. (Analista Judiciário - Contabilidade/STM – 2010 – CESPE) Segundo

a Lei n./ 6.404/1976, registram-se no ativo imobilizado “os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens”. A respeito desse assunto, julgue os itens seguintes.

(1) Marcas e patentes devem ser registradas no grupo ativo

imobilizado pelo seu valor efetivo de aquisição, incluídos todos os custos. (2) Veículos e imóveis de uso e máquinas para revenda são exemplos típicos do grupo ativo imobilizado. 1: A lei 11.638 /2007 acrescentou ao artigo 179 da lei 6.404/76 o intangível como um novo grupo de contas dentro do ativo permanente, classificando os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, sendo as marcas e patentes incluídas nesse grupo. 2: Os veículos e imóveis de uso são registrados no ativo imobilizado, no entanto, as máquinas para revenda serão registradas no estoque (ativo circulante). Gabarito 1E, 2E

A alínea “d” do § 1º do artigo 183 da lei 6.404/1976 define que na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro será utilizado: o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares, o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares, ou o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros.

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) No balanço patrimonial, as contas de passivo são classificadas em dois grupos: circulante e não circulante. No grupo não circulante, inclui-se o patrimônio líquido.

Gabarito “E”

(Analista de Contabilidade - Perito/MPU – 2010 – CESPE) O valor justo das aplicações em instrumentos financeiros, na ausência de mercado ativo, é obtido por meio do cálculo do valor líquido atual dos fluxos de caixa futuros de instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares.

(Analista Judiciário - Contabilidade/STM – 2010 – CESPE) Acerca das demonstrações contábeis obrigatórias previstas na Lei n. 6.404/1976, julgue os itens a seguir. (1) A demonstração de lucros e prejuízos acumulados é

complementar à demonstração de mutações do patrimônio líquido. (2) Para determinação do resultado do exercício, as receitas e os rendimentos recebidos no período devem ser confrontados com seus custos, despesas e encargos efetivamente desembolsados. (3) No balanço, as contas de passivo são classificadas em circulantes e não circulantes, incluído, nessas últimas, o patrimônio líquido. (4) Na demonstração do resultado do exercício, o lucro bruto é resultado da dedução dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços da receita de vendas ou prestação de serviços, descontadas as devoluções, abatimentos e impostos sobre vendas.

Gabarito “C”

418 Fabrício de Oliveira Barros (5) Integra o rol de demonstrações obrigatórias o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração

de fluxo de caixa, esta última em substituição à demonstração das origens e aplicações de recursos.

1: O artigo 176 da lei 6.404/76 define quais demonstrações financeiras devem ser elaboradas, dentre as quais está a demonstração de lucros e prejuízos acumulados. O § 2º do artigo 186 define, porém, que tal demonstração poder ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Sendo assim, uma demonstração não é complementar a outra, mas sim uma está contida na outra. 2: O artigo 9º da resolução CFC750/93 define que o Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. Essas despesas são as incorridas, mas não necessariamente desembolsadas. 3: O § 2º do artigo 178 da lei 6.404/76 apresenta como divisão do passivo os grupos: circulante, não circulante e patrimônio líquido. Sendo assim, o patrimônio líquido é um grupo distinto do não circulante. 4: Ao deduzir das receitas brutas as deduções de vendas (devoluções de vendas, vendas canceladas, abatimentos, descontos incondicionais e impostos sobre vendas) encontramos a receita líquida. Ao deduzirmos da receita líquida os custos dos produtos vendidos encontramos o lucro bruto. 5: O artigo 176 da lei 6.404/76 define as demonstrações financeiras a serem elaboradas ao final de cada exercício. O artigo pode ser esquematizado conforme apresentado no quadro a seguir: Companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões

Companhia fechada com patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões

Companhia aberta

Balanço Patrimonial

SIM

SIM

SIM

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

NÃO

SIM

SIM

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

NÃO

NÃO

SIM

Demonstrativo

Sendo assim, é possível verificar que as demonstrações elencadas na questão integram o rol de demonstrações obrigatórias. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5C

os itens as seguir:

(1) Em um plano de contas convencional, os seguintes títulos

são representados como contas retificadoras: custo da venda de bens do ativo fixo; COFINS sobre receitas operacionais; e abatimentos sobre compras. (2) Na hipótese de ser provável uma perda resultante de processo trabalhista, a empresa deverá constituir provisão para as contingências, se o valor for conhecido, ou reserva de contingência, se o valor for calculável. 1: As contas apresentadas são retificadoras da receita bruta. 2: As provisões representam a expectativa de perda, seja o valor conhecido ou calculável, derivada de fatos geradores contábeis já ocorridos. Já a reserva de contingências consiste na destinação de parte do lucro com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável. Na situação apresentada o registro será a constituição de provisão para contingências. Gabarito 1C, 2E (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Com relação à escrituração em geral, a seus livros e ao sistema de partidas dobradas e balancete de verificação, julgue os itens subsequentes. (1) Considere que uma empresa tenha efetuado aplicação



financeira de R$ 500.000,00, em 1.º/7/2007, com resgate em 3 meses. Considere ainda que essa aplicação estava sujeita a indexação e taxa de juros de 5% no período. Nessa situação, e sabendo-se que a variação do indexador foi de 2%, o lançamento correto de resgate, em 1.º/10/2007, é o apresentado a seguir. D – bancos R$ 535.500,00 C – aplicações financeiras R$ 535.500,00

(2) Na escrituração relativa ao fundo fixo de caixa, a cada

desembolso realizado, vão sendo efetuados lançamentos do tipo apresentado a seguir. D – despesas gerais C – bancos – conta movimento (3) Considere que um contador tenha registrado indevidamente um adiantamento efetuado a fornecedor da maneira a seguir. D – fornecedores C – bancos

Nessa situação, o contador deverá efetuar o seguinte lançamento para corrigir o registro indevido. D – adiantamentos a fornecedores C – fornecedores

1: Durante o prazo de aplicação é necessário efetuar os registros contábeis da receita financeira (débito de aplicações financeiras e crédito de receita). O lançamento do resgate da aplicação consistirá em transferir os recursos da conta de aplicação financeira para a conta bancos, tornando a questão correta. 2: O objetivo do fundo fixo de caixa é justamente não ter que fazer lançamentos contábeis a cada desembolso. A contabilização desse caixa fixo consiste em definir um valor disponível para gastos, que periodicamente será prestado contas. Quando dessa prestação de contas serão efetuados os lançamentos nas contas das respectivas despesas realizadas. O lançamento nessa ocasião será mesmo o proposto na questão (débito de despesas gerais e crédito na conta banco movimentos). O erro da questão está em dizer que os lançamentos serão realizados a cada desembolso. 3: O lançamento correto do adiantamento efetuado a fornecedor seria: D – Adiantamento a fornecedores C – bancos Como a conta fornecedores foi contabilizada indevidamente pelo 1º lançamento, seria necessário anular o efeito nessa conta efetuando um crédito (já que havia sido debitada anteriormente), tendo como contrapartida um débito na conta adiantamento a fornecedores. Gabarito 1C, 2E, 3C

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Julgue

13. Contabilidade

(1) As despesas antecipadas, classificáveis no ativo circulante,

geram benefícios a serem usufruídos no exercício seguinte. Em geral, representam pagamentos antecipados, mas há casos em que não significam desembolso imediato de recursos, e, sim, valores ainda a pagar a curto prazo. (2) De acordo com a legislação societária, adiantamentos de viagem para tratar dos negócios da empresa, efetuados a diretores, são classificados no ativo realizável a longo prazo. 1: O conceito apresentado de despesas antecipados está perfeito. Um exemplo de situação que não apresenta desembolso imediato seria o pagamento parcelado do prêmio de seguros. 2: O artigo 179 da lei 6.404/76 define que no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. Conforme observado no texto da lei, apenas os negócios realizados com sócios (e outras partes interessadas) que não dizem respeito às atividades usuais da companhia devem ser registrados no realizável a longo prazo. As demais operações serão registradas de acordo com o seu prazo de realização.

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Suponha

que uma empresa constituía provisão para créditos de liquidação duvidosa regularmente à base de 3% sobre o saldo das contas a receber. Com o aumento da inadimplência no setor, resolveu aumentar esse percentual para 5%. Nesse caso, o contador da empresa procederá corretamente se lançar a diferença de 2% como ajuste de exercícios anteriores por mudança de critério contábil. O § 1º do artigo 186 da lei 6.404/76 define como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. Considerando que o aumento da provisão de 3% para 5% decorre de fato subsequente (o aumento da inadimplência), não há que se falar em ajuste de exercícios anteriores. Esse ajuste só seria necessário caso fosse detectado que na época que empresa utilizava o percentual de 3% essa estimativa estava errada e que deveria ser 5%. Gabarito “E”

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Com relação às demonstrações financeiras — levantamento, classificação e avaliação —, julgue os itens seguintes.

(Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Ainda

com relação às demonstrações financeiras, julgue os itens que se seguem.

(1) Uma entidade obrigada a elaborar a demonstração de

lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) poderá suprir essa exigência incluindo-a na demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Gabarito 1C, 2E (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Considere a seguinte situação. A sociedade controladora X adquiriu ações da controlada Y,participação avaliada em R$ 300.000,00, que corresponde a 10% do patrimônio líquido de X e a 60% do capital de Y. Ao final do exercício, o patrimônio líquido de Y passou para R$ 600.000,00. Nessa situação, o valor contábil da participação não se alterou, permanecendo inalterada a proporção no capital de Y.

O artigo 248 da lei 6.404/76 define que no balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial. Na questão, por se tratar de empresa controlada, o registro do investimento da empresa X em Y será avaliada por equivalência patrimonial. Se a participação é de 60% do capital de Y, então seu valor contábil será de R$360.000,00 (60% do patrimônio líquido de Y, que é de R$600.000,00). Como essa participação estava avaliada em R$300.000,00 a empresa X terá que fazer o registro de R$60.000,00 no ativo para completar o valor atual do investimento.

419

(2) Considere que uma empresa apresente, ao final do exer-



cício, os saldos a seguir. lucro líquido do exercício: R$ 500.000,00 capital social: R$ 800.000,00 reserva legal: R$ 140.000,00 reservas de capital: R$ 100.000,00. Nesse caso, o valor mínimo da reserva a ser calculada obrigatoriamente sobre o resultado do exercício será igual a zero.

(3) O dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% do

lucro líquido ajustado, quando a assembleia-geral resolver introduzir disposição específica em estatuto que não defina percentual ou outras condições.

Conforme observado no texto da lei, as obrigações serão atualizadas para espelhar o saldo atualizado na data do balanço. Não há que se falar portanto em variação média, mas sim na cotação da data do balanço.

1: O § 2º do artigo 186 da lei 6.404/76 define que a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia. 2: A reserva que a questão trata é a legal, que segue as regras de constituição definidas no artigo 193 da lei 6.404. Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social. § 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30% (trinta por cento) do capital social. § 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital. Existem portanto duas regras a serem observadas quando do cálculo da reserva legal. A primeira é o limite de 20% do capital social. Na questão, esse limite seria de R$160.000,00 (20% de R$800.000,00), o que permitiria que se continuasse constituindo a reserva legal até esse limite. No entanto, a segunda regra definida na lei diz que a companhia deixará de constituir a reserva legal quando o saldo dessa reserva somado ao montante de reservas de capital atingir 30% do capital social. Na questão, o somatório das duas reservas é igual a R$240.000,00, o que representa 30% do capital social. Por esse motivo a empresa não constituiria reserva sobre o resultado do exercício. 3: O artigo 202 da lei 6.404/76 define que o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento).

Gabarito “E”

Gabarito 1C, 2C, 3C

Gabarito “E” (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) As obriga-

ções classificáveis no passivo exigível a longo prazo, sujeitas a indexação, serão atualizadas à data do balanço, com base na variação média do índice adotado para o contrato.

O artigo 184 da lei 6.404/76 trata dos critérios de avaliação dos elementos do passivo. Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: I. as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; II. as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; III. as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.

420 Fabrício de Oliveira Barros (Analista Judiciário - Contabilidade/TJDFT – 2007 – CESPE)

Contas

Valor em R$

despesa de assinaturas

120

abatimento sobre compras

125

provisão para desvalorização de estoques

132

despesa de telefone

147

energia a pagar

175

devolução de compras

178

devolução de vendas

185

despesa de juros receita financeira

Considerando o balancete de verificação ao lado, julgue os itens a seguir, acerca do uso da contabilidade para o registro e a evidenciação das informações das empresas. (1) (2) (3) (4)

O lucro líquido apurado corresponde a R$ 9.200,00. O valor do ativo permanente corresponde a R$ 28.677,00. O valor do custo da mercadoria vendida é igual a R$ 4.062,00. Caso a empresa possua saldo inicial de seguro antecipado de R$ 2.600,00 e de seguros a pagar de R$ 100,00, então o valor pago de seguro no período corresponderá a R$ 490,00.

1: Para resolver essa questão é necessário elencar dentre as contas acima quais que compõem o resultado do exercício, sendo essas: Contas

Valor em R$

despesa de assinaturas

- 120

214

despesa de telefone

- 147

251

devolução de vendas

- 185

despesa de juros

- 214

receita financeira

- 251

despesas de impostos e taxas

- 332

despesas de seguros

- 458 - 798

despesas de impostos e taxas

332

Clientes

400

despesas de seguros

458

material de consumo

479

despesa de energia

Fornecedores

489

despesa de depreciação

telefone a pagar

748

despesas de salários e encargos

- 3.250

despesa de energia

798

imposto de renda e contribuição social sobre o lucro

- 3.250

assinaturas antecipadas

870

impostos sobre a venda

- 3.250

despesa de depreciação

875

receita de vendas

25.890

provisão para devedores duvidosos

900

salários a pagar

998

- 875

Além das contas elencadas acima devemos acrescentar o Custo da Mercadoria Vendida (CMV), que é obtido através do encontro de diversas contas. Como o CMV está cálculo na questão 53 a seguir não apresentaremos aqui esse cálculo, mas apenas o seu valor: CMV = 4.062. Somando as contas apresentadas obtemos que o resultado do período foi um lucro de R$9.200,00.

estoque final de mercadorias para revenda

1.140

empréstimos a pagar

1.147

impostos a recolher

1.149

receita antecipada

1.200

Máquinas

3.321,00

aluguel a pagar

1.478

Móveis e utensílios diversos

4.178,00

aluguel antecipado

2.000

Investimento em ações de controladas

4.520,00

compra de mercadorias

2.180

seguros antecipados

2.210

imposto de renda e contribuição social a pagar

2.250

Reservas

2.250

Disponível

2.258

despesas de salários e encargos

3.250

imposto de renda e contribuição social sobre o lucro

3.250

impostos sobre a venda

3.250

Máquinas

3.321

estoque inicial de mercadorias para revenda

3.325

móveis e utensílios diversos

4.178

investimento em ações de controladas

4.520

Compra de mercadorias

2.180

computadores e impressoras

6.658

(-) Abatimento sobre compras

(125)

depreciação acumulada

10.580

(-) Devolução de compras

(178)

Veículos

20.580

Total a ser registrado no estoque

1.877

receita de vendas

25.890

capital social

10.000

lucros ou prejuízos acumulados

??????

2: A resolução dessa questão depende de identificar corretamente todas as contas que compõem o ativo permanente, conforme apresentado a seguir:

Computadores e impressoras Veículos (-) Depreciação acumulada TOTAL DO ATIVO PERMANENTE

6.658,00 20.580,00 (10.580,00) 28.677,00

3:O custo da mercadoria vendida (CMV) é dado pela seguinte fórmula: CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final. O valor das compras é dado da seguinte forma: Compras brutas (+) Fretes (+)Seguros (-) Deduções (Devolução de compras, abatimentos sobre compras e descontos incondicionais obtidos) Sendo assim, o valor das compras a ser considerado no estoque da empresa em questão é dado da seguinte forma:

Colocando os dados na fórmula do CVM, temos: CMV = 3.325 + 1.877 – 1.140 = 4.062 Conforme demonstrado no cálculo acima o custo da mercadoria vendida é realmente de R$4.062,00.

13. Contabilidade

421

4: A situação da questão pode ser representada pelos seguintes lançamentos: Seguros Antecipados Saldo inicial

2.600,00

Saldo Final

2.210,00

Seguros a Pagar

390,00

(2)

(1)

100,00

Caixa/Bancos

100,00

Saldo inicial

-

Saldo Final

Despesa de seguros

100,00

(1)

(2)

390,00

 

68,00

(3)

(3)

68,00

 

168,00

Total pago

458,00

A questão apresenta uma situação hipotética onde a conta seguros a pagar teria um saldo inicial de R$100,00. Como nas contas elencadas no exercício não aparece essa conta devemos supor que o saldo final dela será igual a zero. Sendo assim precisa ter havido um pagamento de seguros no montante de R$100,00 para que a conta seja zerada, representado pelo lançamento (1). Como o saldo inicial para a conta de seguros antecipados é de R$2.600,00 e o saldo final é de R$2.210,00 podemos concluir que houve a apropriação de R$390,00 de seguros para o resultado do exercício, situação representada pelo lançamento (2). Aqui não há que se falar em pagamento pois o fato do saldo estar lançado na conta seguros antecipados já se pressupõe que foram pagos antecipadamente, ou seja, em outro exercício. O exercício informa também o saldo final da conta despesa de seguros tinha saldo de R$458,00. Como até o momento foi lançado apenas o montante de R$390,00 referente ao lançamento (1), pressupõem-se que houve um outro lançamento a débito na conta de despesa de seguros no valor de R$68,00, para completar o saldo de R$458,00. Esse lançamento (3) só pode ter tido como contrapartida a conta caixa, uma vez que as contas seguros antecipados e seguros a pagar já estavam com os seus valor finais corretos. Com base no exposto acima podemos concluir que o valor pago de seguro no período foi de R$168,00 (R$100,00 + R$68,00). Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E (Analista Judiciário - Contabilidade/TJDFT – 2007 – CESPE) A respeito dos lançamentos contábeis e de seus reflexos no patrimônio,

julgue os itens subsequentes.

(1) O registro da provisão para desvalorização de estoques reduzirá o valor do ativo circulante e afetará o saldo do passivo

circulante.

(2) O registro da venda de um veículo, que foi adquirido por R$ 40.000,00 e possuía saldo de depreciação acumulada de R$

20.500,00, proporcionará um lucro de R$ 3.000,00 caso o valor de venda seja igual a R$ 22.500,00.

(3) O fluxo das atividades operacionais apresentado no demonstrativo dos fluxos do disponível não contempla o pagamento de

parcelas vinculadas a seguros antecipados contratados pela empresa.

1: O lançamento da provisão corresponde a um crédito no estoque e débito em despesa. Esse lançamento em nada representa um passivo para a empresa, não fazendo sentido qualquer lançamento no passivo circulante. 2: Um veículo adquirido por R$40.000,00 e com depreciação de R$20.500,00 estaria registrado na empresa pelo valor líquido de R$19.500,00. Ora, se um bem cujo valor contábil é de R$19.500,00 é vendido por R$22.500,00 restará um resultado positivo na venda de R$3.000,00 (R$22.500,00 – R$19.500,00). Apresentamos a seguir os lançamentos da venda; Imobilizado Saldo Inicial

40.000,00

Depreciação acumulada

40.000,00  

Caixa (1)

(1)

(1)

20.500,00

20.500,00

Saldo Inicial

 

Resultado (Ganho na alienação)

22.500,00

3.000,00  

(1)

 

3: O demonstrativo dos fluxos do disponível ou demonstração dos fluxos de caixa (DFC) passou a ser elencado no artigo 176 da lei 6.404/76 como uma demonstração financeira obrigatória a partir da lei 11.638/2007. Essa obrigatoriedade de elaboração da DFC é apenas para as companhias abertas e companhias fechadas com patrimônio líquido igual ou maior que R$2 milhões. Conforme definido no inciso I do artigo 188 da lei 6.404/76 a DFC é dividida em no mínimo 3 fluxos. I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: a) das operações; b) dos financiamentos; e c) dos investimentos; As atividades operacionais envolvem todas aquelas relacionadas com a produção e entrega de bens e serviços e os eventos que não sejam definidos como atividades de investimento ou financiamento, sendo o pagamento de seguros antecipados enquadrado nessa segunda categoria. Gabarito 1E, 2C, 3E

422 Fabrício de Oliveira Barros (Analista Judiciário - Contabilidade/TJDFT – 2007 – CESPE)

saldo em (R$)

Conta

01/01/2008

31/01/2008

salários antecipados

6.500

3.200

receita de vendas

-

12.500

salários a pagar

7.500

5.200

aluguel antecipado

6.500

7.650

receita antecipada

8.500

6.230

clientes

3.200

5.400

fornecedores

3.250

4.800

custo da mercadoria vendida

-

6.200

despesa de aluguel

-

10.200

aluguel a pagar

9.850

6.580

despesa de energia

-

7.850

despesa de manutenção

-

6.658

despesa de depreciação

-

1.145

despesa financeira

-

652

despesa de salários

-

10.850

despesa de combustíveis

-

787

veículos

12.580

2.580

terrenos

6.580

5.252

energia a pagar

1.258

330

estoques

9.000

6.000

Considerando a tabela acima, que apresenta informações contábeis de uma empresa, julgue os itens de 1 a 6, acerca das inter-relações entre as contas e suas peculiaridades. (1) (2) (3) (4) (5) (6)

O pagamento de salários no período corresponde a R$ 13.150,00. O pagamento de aluguel no período corresponde a R$ 13.470,00. A empresa recebeu de seus clientes o montante de R$ 8.030,00 no período avaliado. As compras do período totalizaram R$ 3.000,00. O montante pago a fornecedores corresponde a R$ 6.250,00. O valor pago referente a despesas com energia foi de R$ 8.778,00.

1: O primeiro passo para resolver esse tipo de questão é identificar quais contas estão relacionadas com o item que está sendo pedido. O segundo passo consiste em lançar os saldos iniciais e finais de cada conta, sabendo que ocorreram débitos e créditos que transformaram os saldo iniciais em saldos finais. São esses lançamentos que nos informarão como ocorreram as movimentações nas contas contábeis. Apresentamos a seguir os lançamentos contábeis ocorridos no período e a respectiva explicação. Salários antecipados Saldo Inicial

6.500

Saldo Final

3.200

3.300

Despesa de salários

Salários a pagar (1)

(2)

2.300

7.500

Saldo Inicial

5.200

Saldo Final

Caixa/Bancos

(1)

3.300

2.300

(2)

(3)

7.550

7.550

(3)

Saldo Final

10.850

9.850

Total Pago

Lançamento (1): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de salários antecipados fosse reduzida para R$3.200 ao final do período. O adiantamento de salários representa salários que já foram pagos em períodos anteriores. Sendo assim, sua baixa (por crédito) consiste apenas na apropriação para o resultado do exercício quando chega o momento que o funcionário deveria receber seu pagamento, mas não recebe pois já havia recebido anteriormente, e quita sua dívida perante a empresa. A contrapartida desse lançamento é um débito na conta despesa de salários. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de salários a pagar fosse reduzida para R$5.200 ao final do período. Se a conta teve seu saldo reduzido significa portanto que houve pagamento de salários. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta Caixa/Bancos.

13. Contabilidade

423

Lançamento (3): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de salários atingisse o saldo de R$10.850 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. O pagamento de salários no período foi R$9.850. 2: Apuração do valor pago com aluguel: Aluguel antecipado Saldo Inicial

6.500

(1)

1.150

Saldo Final

7.650

Aluguel a pagar (2)

3.270

Despesa de aluguel

9.850

Saldo Inicial

6.580

Saldo Final

Caixa/Bancos

(3)

10.200

1.150

(1)

Saldo Final

10.200

3.270

(2)

10.200

(3)

14.620

Total Pago

Lançamento (1): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de aluguel antecipado fosse aumentada para R$7.650 ao final do período. O adiantamento de aluguel representa valores que já foram pagos antes da empresa se beneficiar do uso do bem alugado. Sendo assim, seu aumento(por débito) consiste no pagamento de novos adiantamentos. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta Caixa/Bancos. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de aluguel a pagar fosse reduzida para R$6.580 ao final do período. Se a conta teve seu saldo reduzido significa portanto que houve pagamento de aluguel. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta Caixa/Bancos. Lançamento (3): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de salários atingisse o saldo de R$10.200 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. O pagamento de aluguel no período foi R$14.620. 3: Apuração do valor pago a clientes: Receita de vendas

Receita antecipada

2.270

(1)

10.230

(2)

12.500

Saldo Final

(1)

Clientes Saldo Inicial

3.200

(2)

10.230

Saldo Final

5.400

2.270

8.500

Saldo Inicial

6.230

Saldo Final

Caixa/Bancos 8.030

(3)

(3)

8.030

Lançamento (1): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de receita antecipada fosse reduzida para R$6.230 ao final do período. A receita antecipada representa um passivo da empresa pois essa já recebeu os recursos sem ainda ter entregue seu produto/serviço. À medida que os produto/serviço é entregue essa conta é baixada (debitada) contra o resultado, representando a constituição da receita de vendas. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta receita de vendas. Lançamento (2): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta receita de vendas atinja o saldo de R$12.500 ao final do período. Esse lançamento representa as vendas da empresa, sendo sua contrapartida um débito na conta clientes. Lançamento (3): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta clientes (que após o lançamento 2 ficou com saldo igual a R$13.430) atingisse o saldo de R$5.400 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. 4: A conta estoque é movimentada por débitos referentes a compras e créditos referentes à baixa pela venda. O valor da baixa tem como contrapartida o custo da mercadoria vendida (CMV). O próprio exercício já informa que o CMV é igual a R$6.200. Para completar os lançamentos necessários para que o saldo da conta estoques atinja o valor final de R$6.000 é necessário um débito de R$3.200, referente às compras do período, conforme apresentado a seguir. Estoques Saldo Inicial

9.000

Compras

3.200

Saldo Final

6.000

6.200

CMV

424 Fabrício de Oliveira Barros 5: A conta fornecedores é movimentada por créditos referentes à contratação de novas operações a prazo (compras) e débitos referentes à baixa pelo pagamento da dívida. No item 64 calculamos o valor das compras (R$3.200). Para completar os lançamentos necessários para que o saldo da conta fornecedores atinja o valor final de R$4.800 é necessário um débito de R$1.650 (lançamento 1), representando o pagamento a fornecedores, conforme apresentado a seguir. Fornecedores (1)

1.650

Caixa/Bancos 3.250

Saldo Inicial

3.200

compras

4.800

Saldo Final

1.650

(1)

6: Apuração do valor pago com energia: Energia a pagar (1)

928

Despesa de energia 1.258

Saldo Inicial

330

Saldo Final

(2)

7.850

   

Caixa/Bancos 928

(1)

7.850

(2)

8.778

Total Pago

Lançamento (1): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de energia a pagar fosse reduzida para R$330 ao final do período. Se a conta teve seu saldo reduzido significa portanto que houve pagamento de aluguel. A contrapartida desse lançamento é um crédito na conta Caixa/Bancos. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de energia atingisse o saldo de R$7.850 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E, 5E, 6C (Analista Judiciário - Contabilidade/TJDFT – 2007 – CESPE) A respeito da apuração e destinação do lucro, julgue os itens a seguir. (1) No caso de lucro insuficiente para a distribuição aos acionistas detentores de ações preferenciais, com prioridade na distribuição

de dividendo cumulativo, a empresa poderá utilizar recursos das contas de reserva de capital e efetuar a distribuição.

(2) Para efeito de apuração do dividendo obrigatório, será desconsiderado o montante referente a reversão de reserva para

contingência.

1: O artigo 200 da lei 6.404/76 define as situações que as reservas de capital poderão ser utilizadas, sendo essas: I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros; II - resgate, reembolso ou compra de ações; III - resgate de partes beneficiárias; IV - incorporação ao capital social; V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. Conforme observado no inciso V acima, uma das possibilidades de utilização das reservas de capital é para o pagamento de dividendos a ações preferenciais. 2: O artigo 202 da lei 6.404/76 trata de regras sobre o dividendo obrigatório. O artigo define que os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores: a) importância destinada à constituição da reserva legal; e b) importância destinada à formação da reserva para contingências e reversão da mesma reserva formada em exercícios anteriores; II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de lucros a realizar; III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo declarado após a realização. Como é possível observar na alínea “b” do inciso I, a reversão da reserva para contingências é considerada para efeito de apuração do dividendo obrigatório. Gabarito 1C, 2E (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Quanto à contabilização dos eventos patrimoniais e a sua correta evidenciação, segundo a

Lei n.o 6.404/1976 e a legislação complementar, julgue o próximo item.

(1) O registro das doações ou subvenções governamentais para investimentos deve ser efetuado a crédito do resultado do exer-

cício e a débito do ativo circulante.

1: A lei 11.638/2007 revogou a alínea “d” do § 1º do artigo 182, que definia que as doações ou subvenções governamentais para investimentos seriam contabilizadas no patrimônio líquido. A partir da entrada em vigor da referida lei essas operações passaram a ser contabilizadas de duas maneiras: • Subvenções recebidas de forma incondicional (sem que nenhuma obrigação reste à empresa) – serão registradas diretamente no resultado. • Subvenções que para se efetivarem dependem de eventos futuros – serão registradas no passivo para apropriação ao resultado quando do cumprimento das obrigações. Gabarito 1E (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Com relação à destinação do resultado das empresas, julgue o item subsequente. (1) O limite máximo do saldo da reserva de lucros é o valor do capital social, excluída a soma das reservas para contingências,

de lucros a realizar e da reserva de incentivos fiscais.

13. Contabilidade

Gabarito 1C (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Acerca da influência de

tributos no patrimônio e dos indicadores das empresas, julgue os itens a seguir.

(1) A correta contabilização do imposto de renda retido de

funcionários não onera a empresa. O imposto retido faz parte do saldo total de despesa de salário do funcionário, diferentemente do registro do PASEP. Caso a empresa efetue o desconto do funcionário, mas não recolha o valor aos cofres públicos, ocorrerá uma apropriação indébita por parte dessa empresa. (2) A utilização dos créditos tributários advindos de operações de compra de mercadorias para a revenda reduz o valor a ser pago pela empresa no período. Assim, ao contabilizar o crédito tributário advindo de aquisição dessa natureza, a empresa adquirente debitará conta de seu ativo. 1: O imposto de renda retido dos funcionários corresponde à obrigação do funcionário em pagar o imposto. O contribuinte do imposto de renda é o titular da disponibilidade econômica ou jurídica da renda ou dos proventos de qualquer natureza, no caso o funcionário que recebeu o salário. No entanto, para fiscalizar melhor a arrecadação, a Receita Federal atribui às empresas esse recolhimento, que consiste na retenção do imposto na folha de pagamento do funcionário e repasse à Receita Federal. A empresa não incorre em qualquer despesa referente a esse valor. Justamente por se tratar de um recurso do funcionário, caso a empresa não repasse o valor descontado na folha de pagamento para a Receita Federal restará configurado o crime de apropriação indébita. O mesmo não ocorre com o PIS/PASEP pois esse tributo é de competência da empresa. O PIS/PASEP incidirá sobre a receita bruta ou sobre a folha de pagamento, a depender do enquadramento da empresa contribuinte, mas mesmo no caso da incidência ser sobre a folha de pagamento ainda continuará sendo uma despesa da empresa, sem qualquer desconto para o funcionário. 2: Ao adquirir mercadorias para revenda a empresa poderá utilizar o valor pago em tributos não cumulativos nas compras como crédito tributário nas vendas. Suponhamos o caso de uma empresa comercial que adquiriu mercadorias para revenda no valor de R$100, com ICMS de 18% (R$18 de imposto e R$82 de estoque). Ao vender essa mercadoria incidirá o ICMS sobre a receita de vendas, suponhamos que também de 18%. Se a empresa vender as mercadorias por R$150 incidirá sobre esse valor R$27 de ICMS (18% de R$150). Como nas mercadorias adquiridas já houve o pagamento de R$18 de ICMS, a empresa terá que pagar apenas a diferença: R$9 (R$27 – R$18). Conforme verificado no exemplo acima, a empresa ao adquirir mercadorias lançara o valor do imposto não cumulativo em uma conta de impostos a recuperar no ativo, para representar o crédito tributário que será compensado no momento da venda. Gabarito 1C, 2C (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Quanto à avaliação e

contabilização de ativos e investimentos societários no país, julgue os próximos itens.

(1) Os elementos patrimoniais denominados intangíveis com-

põem o saldo da conta do ativo permanente imobilizado e serão avaliados pelo custo de aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização. (2) Os ajustes de avaliação patrimonial permanecerão no patrimônio líquido até a sua realização em receitas ou despesas. Esses ajustes correspondem a contrapartidas de aumento ou diminuição de valores atribuídos a elementos do ativo permanente em consequência da sua avaliação a preço de mercado. (3) Os ajustes advindos de avaliação patrimonial de investimentos não permanentes utilizarão a conta de provisão para ajuste ao valor de mercado e não a conta de ajustes de avaliação patrimonial.

1: A lei 11.638 /2007 acrescentou ao artigo 179 da lei 6.404/76 o intangível como um novo grupo de contas dentro do ativo permanente, classificando os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Sendo assim, os ativos intangíveis que anteriormente eram classificados no imobilizado passaram a ter seu próprio grupo de contas dentro do ativo permanente. A afirmativa está correta apenas no que diz respeito à amortização. O inciso VII do artigo 183 da lei 6.404/76 define que os direitos classificados no intangível, serão registrados pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização. 2: O § 3º do artigo 182 da lei 6.404/76 define que serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei. 3: Esquematizando o inciso I do artigo 183 da lei 6.404/76 teremos, para investimentos não permanentes o seguinte quadro: Ativo

Ajuste

Conta de ajuste

Destinados à negociação

Valor justo

Resultado

Disponíveis para venda

Valor justo

Ajustes de avaliação Patrimonial

Demais aplicações e direitos

Provisão

Resultado

Gabarito 1E, 2C, 3E

O artigo 199 da lei 6.404/76 define que o saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Esse artigo foi alterado pela lei 11.638/2007, que acrescentou a reserva de incentivos fiscais. É importante lembrar que a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial não integra os valores que a lei elenca para cálculo de eventual excedente de capital, por não se tratar de conta de reserva.

425

(Analista de Controle Externo/TCE-AC – 2008 – CESPE) Tabela para

as questões de 1 a 6

saldo (em reais) conta

01/01/2007

31/12/2007

despesa de manutenção

-

2.100

salários a pagar

5.780

2.280

seguros antecipados

8.420

2.580

despesa de energia elétrica

-

3.200

material de consumo

10.500

3.200

contas a receber

12.000

6.000

seguros a pagar

3.210

6.580

adiantamento a fornecedores

6.200

8.100

receita antecipada

12.000

8.500

aluguel antecipado

3.250

8.870

despesa de aluguel

-

10.590

energia a pagar

28.540

12.420

despesa de seguros

-

12.450

adiantamento de salários

10.680

12.540

depreciação acumulada

10.520

12.580

Fornecedores

4.800

18.900

despesa de material de consumo -

20.500

despesa de salários

-

32.500

estoque de mercadorias

45.800

32.800

custo da mercadoria vendida

-

33.580

máquinas e equipamentos

32.850

41.580

Veículos

45.800

52.604

receita de vendas

-

98.500

426 Fabrício de Oliveira Barros (1) Com base nessa tabela, é correto afirmar que o valor do

recebimento de clientes, no ano 2007, é igual a (A) R$ 95.000,00. (B) R$ 98.500,00. (C) R$ 101.000,00. (D) R$ 104.500,00. (E) R$ 110.500,00.

(4) Conclui-se da tabela que o valor referente a energia elétrica

pago no período é igual a 15.200,00. 15.620,00. 16.120,00. 19.320,00. 31.740,00.

(A) R$ (B) R$ (C) R$ (D) R$ (E) R$

(2) O valor pago, em reais, aos funcionários no período é igual a (A) 3.500. (B) 32.500. (C) 37.860. (D) 45.040. (E) 48.540.

(5) O valor pago aos fornecedores, no período, é igual a (A) R$ 1.900,00. (B) R$ 6.480,00. (C) R$ 6.700,00. (D) R$ 8.380,00. (E) R$ 20.580,00.

(3) Assinale a opção que apresenta corretamente o valor pago

(6) Assinale a opção que apresenta o valor correto referente

em aluguéis no período. (A) R$ 10.590,00 (B) R$ 16.210,00 (C) R$ 19.460,00 (D) R$ 22.710,00 (E) R$ 26.790,00

aos seguros pagos no período. 3.240,00 6.610,00 9.820,00 12.450,00 15.030,00

(A) R$ (B) R$ (C) R$ (D) R$ (E) R$

1: O primeiro passo para resolver esse tipo de questão é identificar quais contas estão relacionadas com o item que está sendo pedido. O segundo passo consiste em lançar os saldos iniciais e finais de cada conta, sabendo que ocorreram débitos e créditos que transformaram os saldos iniciais em saldos finais. São esses lançamentos que nos informarão como ocorreram as movimentações nas contas contábeis. Apresentamos a seguir os lançamentos contábeis ocorridos no período e a respectiva explicação. Contas a receber Saldo Inicial

12.000

(2)

95.000

Saldo Final

6.000

101.000

Receita antecipada (3)

(1)

3.500

Receita de vendas

12.000

Saldo Inicial

8.500

Saldo Final

Caixa

3.500

(1)

95.000

(2)

98.500

Saldo Final

(3)

101.000

Lançamento (1): a receita antecipada representa um passivo da empresa, pois essa já recebeu os recursos sem ainda ter entregue seu produto/ serviço. À medida que o produto/serviço é entregue essa conta é baixada (debitada) contra o resultado, representando a constituição da receita de vendas. O saldo da conta receita antecipada reduziu (débito) em R$3.500 no período, sendo esse o valor creditado na receita de vendas referente a receitas antecipadas. Lançamento (2): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de receita de vendas fosse aumentada para R$98.500 ao final do período. Se a conta teve seu saldo aumentado significa portanto que houve venda de produtos/serviços. A contrapartida desse lançamento é um débito no contas a receber, partindo do principio que a venda foi a prazo. Poderíamos ter suposto que a venda foi à vista, mas isso não faria diferença para a resolução da questão. Lançamento (3): consiste no crédito que ajusta o contas a receber para chegar ao saldo final de R$6.000. Se o saldo inicial do contas a receber era de R$12.000 e houve um débito de R$95.000 referente ao lançamento (2), o saldo provisório da conta ficou no valor de R$107.000. Como a questão informou que o saldo final seria de R$6.000, restou creditar a conta em R$101.000, tendo como contrapartida um débito no caixa. Esse débito representa o valor do recebimento de clientes no ano de 2007. 2: Segue o cálculo do valor pago aos funcionários: Adiantamento de salários Saldo Inicial

10.680

(1)

1.860

Saldo Final

12.540

(3)

32.500

Despesa de salários

Salários a pagar (2)

3.500

5.780

Saldo Inicial

2.280

Saldo Final

1.860

(1)

3.500

(2)

32.500

(3)

37.860

Total Pago

Caixa

13. Contabilidade

427

Lançamento (1): a conta adiantamento de salários aumentou seu saldo de um período para o outro em R$1.860. Sendo esse valor a representação de nova concessão de adiantamento, sua contrapartida será um crédito no caixa. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de salários a pagar atinja o valor de R$2.280. Por se tratar de um pagamento efetuado pela empresa, sua contrapartida (crédito) será na conta caixa. Lançamento (3): consiste no débito que ajusta a despesa de salários para chegar ao saldo final de R$32.500. Como as contas de adiantamento de salários e de salários a pagar já estão com seus valores ajustados, a contrapartida desse lançamento de despesa será o caixa, representando o pagamento de salários. O somatório dos três lançamentos na conta caixa totaliza R$37.860, sendo esse o valor pago aos funcionários no período. 3: segue o cálculo do valor pago em aluguéis: Aluguel antecipado Saldo Inicial

Despesa de aluguel

3.250

(1)

5.620

Saldo Final

8.870

(2)

10.590

Caixa 5.620

(1)

10.590

(2)

16.210

Total Pago

Lançamento (1): a conta aluguel antecipado aumentou seu saldo de um período para o outro em R$5.620. Sendo esse valor a representação de novo pagamento antecipado de aluguel, sua contrapartida será um crédito no caixa. Lançamento (2): consiste no débito que ajusta a despesa de aluguel para chegar ao saldo final de R$10.590. A contrapartida desse lançamento de despesa será o caixa, representando o pagamento de aluguel. O somatório dos dois lançamentos na conta caixa totaliza R$16.210, sendo esse o valor pago em aluguéis no período. 4: Segue o cálculo do valor a energia elétrica: Energia a pagar (2)

19.320

Despesa de energia elétrica

28.540

Saldo Inicial

3.200

(1)

12.420

Saldo Final

19.320

(2)

(1)

3.200

Caixa

Lançamento (1): consiste no débito que ajusta a despesa de aluguel para chegar ao saldo final de R$3.200. A contrapartida foi lançada a crédito na conta de energia a pagar, mas nada impediria que tivesse sido lançada diretamente no caixa. Lançamento (2): a conta energia a pagar ficou com saldo de R$31.740 após o lançamento (1). Como seu saldo final é de R$12.420, foi necessário efetuar um débito de R$19.320 na conta de energia a pagar, representando um pagamento do passivo e tendo como contrapartida um crédito no caixa, representando o pagamento. 5: Segue o valor pago aos fornecedores: Estoque

Fornecedores

Saldo Inicial

45.800

4.800

Saldo Inicial

(1)

20.580

33.580

20.580

(1)

Saldo Final

32.800

18.900

Saldo Final

6.200

1.900

(2)

(2)

1.900

6.480

(3)

Saldo Final

8.100 8.380

Total Pago

Adiantamento a fornecedores Saldo Inicial

CMV

(3)

6.480

Caixa

428 Fabrício de Oliveira Barros Lançamento (1): após lançar o valor do custo da mercadoria vendida (CMV) a crédito na conta de estoques, representando a baixa pela venda, a conta ficará com o saldo igual a R$12.220. Como o saldo final da conta estoque é de R$32.800, será necessário efetuar um débito de R$20.580, representando a aquisição e novas mercadorias, tendo como contrapartida um crédito na conta fornecedores. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de adiantamento a fornecedores atingisse o valor de R$8.100. Por se tratar de um pagamento efetuado pela empresa a seus fornecedores, sua contrapartida (crédito) será na conta caixa. Lançamento (3): após o lançamento (1), o saldo da conta de fornecedores ficou no valor de R$ 25.380. Como o saldo final dessa conta era de R$18.900, foi necessário fazer um débito no valor de R$6.480, representando o pagamento de fornecedores e tendo como contrapartida um crédito no caixa. O somatório dos dois lançamentos na conta caixa totaliza R$8.380, sendo esse o valor pago aos fornecedores. 6: Segue o cálculo do valor pago a seguros: Seguros antecipados Saldo Inicial

8.420

Saldo Final

2.580

(1)

5.840

5.840

Seguros a pagar (1)

(3)

3.240

Despesa de seguros

(2)

6.610

Saldo Final

12.450

3.210

Saldo Inicial

6.610

(2)

6.580

Saldo Final

3.240

(3)

Caixa

Lançamento (1): a conta seguros antecipados reduziu seu saldo de um período para o outro em R$5.840. Essa redução (crédito) representa a transferência desse montante para a conta de despesa de seguros pelo tempo decorrido. Lançamento (2): consiste no débito no valor de R$6.610 que ajusta a despesa de seguros para chegar ao saldo final de R$12.450. Como a conta de seguros antecipados já está com seu valor ajustado, a contrapartida desse lançamento de despesa será na conta de seguros a pagar, representando a contratação de novos seguros. Lançamento (3): após o lançamento (2) o saldo da conta seguros a pagar ficou no valor de R$9.820. Como o saldo final apresentado pela questão era de R$6.580, foi necessário um lançamento a débito na conta no valor de R$3.240, representando o pagamento de parte dos seguros e tendo como contrapartida a conta caixa. Gabarito 1C, 2C, 3B, 4D, 5D, 6A (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Com relação a contabilização e avaliação de itens do patrimônio das empre-

sas, julgue o próximo item.

(1) O saldo de reserva para contingências não poderá ultrapassar o valor do capital social. Ao atingir esse limite, a assembleia

deliberará sobre a aplicação do excesso no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.

1: O artigo 195 da lei 6.404/76 trata das reservas para contingências e não apresenta nenhum limite para sua constituição. Gabarito 1E (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE)

conta

valor (R$)

conta

valor (R$)

provisão para créditos de liquidação duvidosa

550

despesas operacionais

9.875

fretes sobre vendas

1.114

amortização acumulada

11.405

banco

1.140

investimentos em controladas

11.460

despesa de exaustão

2.112

mercadorias para revenda

11.470

caixa

2.214

títulos a receber de longo prazo

12.478

reservas

2.250

despesas com manutenção

12.547

despesas de depreciação

2.251

aplicações financeiras de curto prazo

12.580

fornecedores

3.221

estoque inicial de mercadorias

12.580

despesa de amortização

3.320

investimentos em coligadas

13.458

despesas financeiras

3.320

estoque final de mercadorias

14.580

provisão para desvalorização de estoques

3.320

minas de carvão

15.520

debêntures emitidas de curto prazo

3.325

compra de mercadorias

21.114

exaustão acumulada

3.325

depreciação acumulada

22.140

energia a pagar

4.450

investimento em ações

23.210

13. Contabilidade

429

conta

valor (R$)

conta

valor (R$)

contas a pagar

5.547

prejuízos acumulados após a DRE

28.955

transporte de compras

6.320

marcas e patentes

32.418

contas a receber

7.458

capital social

32.520

material de consumo

7.748

empréstimos a pagar

32.540

seguros sobre compras

8.114

contas a pagar de longo prazo

32.580

móveis e utensílios

8.456

máquinas e equipamentos

44.112

abatimento de vendas

8.500

receita de vendas

75.200

tributos a recolher

8.579

financiamentos

75.800

ações de outras companhias para revenda

8.875

Com base nas informações do balancete apresentado na tabela acima, julgue os itens a seguir. (1) O ativo permanente totaliza R$ 150.844,00. (2) O passivo circulante é igual a R$ 133.462,00. (3) O capital circulante líquido apurado é positivo e igual a R$ 85.847,00. (4) O custo das mercadorias vendidas é igual a R$ 34.662,00.

1: Para resolver todos os itens relacionados à tabela acima é necessário classificar todas as contas de acordo com os grupos do ativo, passivo, patrimônio líquido e resultado. Essa classificação está apresentada a seguir: conta

valor (R$)

provisão para créditos de liquidação duvidosa

550

Classificação das contas Ativo Circulante (Redutora)

fretes sobre vendas

1.114

Resultado devedora

banco

1.140

Ativo Circulante Resultado devedora

despesa de exaustão

2.112

caixa

2.214

Ativo Circulante

reservas

2.250

Patrimônio líquido

despesas de depreciação

2.251

Resultado devedora

fornecedores

3.221

Passivo Circulante

despesa de amortização

3.320

Resultado devedora

despesas financeiras

3.320

Resultado devedora

provisão para desvalorização de estoques

3.320

Ativo Circulante (Redutora)

debêntures emitidas de curto prazo

3.325

Passivo Circulante

exaustão acumulada

3.325

Ativo Permanente (Redutora)

energia a pagar

4.450

Passivo Circulante

contas a pagar

5.547

Passivo Circulante

transporte de compras

6.320

apenas para montar o CMV

contas a receber

7.458

Ativo Circulante

material de consumo

7.748

Ativo Circulante

seguros sobre compras

8.114

apenas para montar o CMV

móveis e utensílios

8.456

Ativo Permanente

abatimento de vendas

8.500

Resultado devedora

tributos a recolher

8.579

Passivo Circulante

ações de outras companhias para revenda

8.875

Ativo circulante

despesas operacionais

9.875

Resultado devedora

amortização acumulada

11.405

Ativo Permanente (Redutora)

investimentos em controladas

11.460

Ativo Permanente

430 Fabrício de Oliveira Barros conta

valor (R$)

Classificação das contas

mercadorias para revenda

11.470

Ativo circulante

títulos a receber de longo prazo

12.478

Ativo Realizável a longo prazo

despesas com manutenção

12.547

Resultado devedora

aplicações financeiras de curto prazo

12.580

Ativo Circulante

estoque inicial de mercadorias

12.580

apenas para montar o CMV

investimentos em coligadas

13.458

Ativo permanente

estoque final de mercadorias

14.580

Ativo circulante

minas de carvão

15.520

Ativo permanente

compra de mercadorias

21.114

apenas para montar o CMV

depreciação acumulada

22.140

Ativo Permanente (Redutora)

investimento em ações

23.210

Ativo Circulante

prejuízos acumulados após a DRE

28.955

Patrimônio líquido

marcas e patentes

32.418

Ativo permanente

capital social

32.520

Patrimônio líquido

empréstimos a pagar

32.540

Passivo Circulante

contas a pagar de longo prazo

32.580

Passivo exigível de longo prazo

máquinas e equipamentos

44.112

Ativo permanente

receita de vendas

75.200

Resultado credora

financiamentos

75.800

Passivo Circulante

Somando os valores das contas classificadas como ativo permanente e deduzindo o valor das contas retificadoras temos a seguinte estrutura do ativo permanente: Ativo Permanente

125.424

Ativo Permanente (Redutora)

(36.870)

Ativo Permanente líquido

88.554

2: Nessas questões que exigem a classificação de contas contábeis, o Cespe tem adotado o raciocínio de que quando não for citado se a conta é de curto ou longo prazo será considerada como de curto prazo. É o caso, por exemplo, da conta “financiamentos” que na questão deve ser considerada como de curto prazo. Somando as contas classificadas como passivo circulante é possível observar que o item está correto. 3: O capital circulante líquido é representado pela seguinte fórmula: Capital Circulante Líquido =

Ativo Circulante – Passivo Circulante

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto com recursos também de curto prazo. Quanto maior o valor do índice melhor para a empresa. O cálculo desse indicador na questão é assim apresentado: Ativo Circulante líquido

85.405

Passivo Circulante

133.462

Capital Circulante Líquido

(48.057)

O ativo circulante líquido é encontrado diminuindo das contas classificadas como ativo circulante as contas redutoras. O capital circulante líquido é negativo no montante de R$48.057, representando que os ativos de curto prazo não são suficientes para pagar os passivos também de curto prazo. 4: Conforme observado no item 98, o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 33.548. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

13. Contabilidade

431

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE)

conta

01/03/2008

31/03/2008

adiantamento de salários

10.520

2.519

aluguel antecipado

12.500

6.300 33.610

custo das mercadorias vendidas

-

despesa de aluguel

-

6.500

despesa de salários

-

32.541

despesa de seguros

-

10.520

disponível

58.200

??

estoques

32.500

11.470

fornecedores

6.580

2.150

salários a pagar

12.580

25.120

seguros a pagar

3.200

1.100

seguros antecipados

5.520

3.210

Com base nas informações constantes da tabela acima, cujos valores estão em reais, julgue os itens que se seguem. (1) (2) (3) (4)

O pagamento de salários no período corresponde a R$ 12.000,00. O pagamento de seguros no período corresponde a R$ 2.100,00. O pagamento a fornecedores no período corresponde a R$ 17.010,00. O saldo do disponível no final do período será de R$ 18.280,00.

1: O primeiro passo para resolver esse tipo de questão é identificar quais contas estão relacionadas com o item que está sendo pedido. O segundo passo consiste em lançar os saldos iniciais e finais de cada conta, sabendo que ocorreram débitos e créditos que transformaram os saldo iniciais em saldos finais. São esses lançamentos que nos informarão como ocorreram as movimentações nas contas contábeis. Apresentamos a seguir os lançamentos contábeis ocorridos no período e a respectiva explicação. Adiantamento de salários Saldo Inicial

10.520

Saldo Final

2.519

(1)

8.001

(2)

12.540

(3)

12.000

Saldo Final

32.541

8.001

Salários a pagar (1)

12.580

Despesa de salários

Saldo Inicial

12.540

(2)

25.120

Saldo Final

Disponível 12.000

(3)

Lançamento (1): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de adiantamento de salários fosse reduzida para R$2.519 ao final do período. O adiantamento de salários representa salários que já foram pagos em períodos anteriores. Sendo assim, sua baixa (por crédito) consiste apenas na apropriação para o resultado do exercício quando chega o momento que o funcionário deveria receber seu pagamento, mas não recebe pois já havia recebido anteriormente, e quita sua dívida perante a empresa. A contrapartida desse lançamento é um débito na conta despesa de salários. Lançamento (2): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de salários a pagar fosse aumentada para R$25.120 ao final do período. Se a conta teve seu saldo aumentado significa portanto que houve a apropriação de novos valores de salários. A contrapartida desse lançamento é um débito na conta de despesa de salários. Lançamento (3): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de salários atingisse o saldo de R$32.541 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta Caixa/Bancos. 2: a seguir a apuração do valor pago a seguros: Seguros Antecipados Saldo Inicial

5.520

Saldo Final

3.210

(1) (3)

2.310

3.200

Saldo Inicial

1.100

Saldo Final

2.310

2.100

(2)

8.210

8.210

(3)

10.310

Total Pago

Despesa de seguros

Saldo Final

Seguros a pagar

10.520

(1)

(2)

2.100

Disponível

432 Fabrício de Oliveira Barros Lançamento (1): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de seguros antecipados fosse reduzida para R$3.210 ao final do período. A antecipação de seguros representa o pagamento antes do usufruto da apólice pelo tempo contratado. Sendo assim, sua baixa (por crédito) consiste apenas na apropriação para o resultado do exercício à medida que o tempo do seguro contratado transcorre. A contrapartida desse lançamento é um débito na conta despesa de seguros. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de salários a pagar fosse reduzido para R$1.100 ao final do período. Se a conta teve seu saldo reduzido significa portanto que houve o pagamento da dívida com seguros. A contrapartida desse lançamento é um crédito no disponível, representando a saída de recursos do caixa da empresa. Lançamento (3): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de salários atingisse o saldo de R$10.520 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito do disponível. O somatório dos dois lançamentos no disponível totaliza R$10.310, sendo esse valor diferente do proposto na questão. 3: A seguir o valor pago a fornecedores:  

 

 

 

(3)

 

 

   

(1)

 

CMV 33.610

Estoque 33.610

Fornecedores 17.010

 

6.580

Saldo Inicial

 

12580

(2)

 

 

2.150

Saldo Final

 

 

 

 

  Disponível

 

Saldo Inicial

32.500

(1)

 

(2)

12.580

 

 

 

17.010  

(3)  

Saldo Final

11.470

 

 

 

 

 

Lançamento (1): consiste no lançamento de registro da baixa do estoque(crédito), cuja contrapartida é o registro do custo da mercadoria vendida (CMV). O CMV é dado no exercício, cujo valor é R$33.610. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta de estoques atinja o valor de R$11.470, valor que foi dado pelo exercício. Esse débito representa as compras do período, e sua contrapartida é um crédito na conta fornecedores. Lançamento (3): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta fornecedores atingisse o saldo de R$2.150 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito do disponível. 4: A resolução desse item exige que o candidato tenha acertado todos os lançamentos das questões 102, 103 e 104, uma vez que esses lançamentos afetaram o disponível da empresa. O candidato precisa também calcular os pagamentos referentes ao aluguel da empresa, que, apesar de não solicitado na questão, afeta o resultado da questão pois também foi uma operação realizada pela empresa e que afetou o saldo do disponível. Sendo assim, apresentamos a seguir os lançamentos referentes ao pagamento de aluguel. Aluguel antecipado Saldo inicial Saldo Final

12.500

6.200

Despesa de aluguel (1)

6.300

(1)

6.200

 

(2)

300

 

Saldo Final

6.500

Disponível 300

(2)

Lançamento (1): consiste no crédito que fez com que o saldo final da conta de aluguel antecipado fosse reduzido para R$6.300 ao final do período. O adiantamento de aluguel representa valores que já foram pagos em períodos anteriores. Sendo assim, sua redução (por crédito) consiste na transferência do saldo para o resultado do exercício. A contrapartida desse lançamento é um débito na conta de despesa de aluguel. Lançamento (2): consiste no débito que fez com que o saldo final da conta despesa de alguel atingisse o saldo de R$6.500 ao final do período. Esse lançamento representa valores pagos no período. Sendo assim, sua contrapartida será a crédito da conta disponível. É importante observar que a conta de aluguel a pagar não existe na empresa, representando um trabalho a menos para o candidato. Considerando que toda movimentação contábil que afeta o disponível já foi calculada nos itens anteriores já é possível consolidar todas as informações e montar a variação do disponível no período. Disponível Saldo Inicial

58.200

12.000

Salários

10.310

Seguros

17.010

Fornecedores

300 Saldo Final

Aluguel

18.580

O candidato que se esquecesse de calcular a variação do disponível resultante do pagamento de alugúeis encontraria exatamente o valor proposto pelo item, sendo induzido a marcar a questão como correta. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E

13. Contabilidade

(2) A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação

das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

1: A Deliberação CVM 539, de 14 de março de 2008, aprovou o Pronunciamento Conceitual Básico do CPC que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Essa deliberação assim define liquidez e solvência: Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Como pode ser observado, os compromissos financeiros são considerados no conceito de liquidez. Já o conceito de solvência refere-se à disponibilidade de longo prazo, e não à qualquer obrigação como proposto na questão. 2: A Deliberação CVM 539 define que os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis. Gabarito 1E, 2C (Analista de Comércio Exterior/MDIC – 2008 – CESPE) Uma empresa

obteve um empréstimo prefixado, no valor de R$ 500.000,00, com vencimento para 60 dias, à taxa de juros simples de 5% mensais e despesas bancárias de R$ 5.000,00. Nessa situação, o registro correto seria o seguinte. D banco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 495.000 D despesas de juros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 5.000 C empréstimos obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000 As despesas bancárias e as despesas de juros terão tratamento diferenciado na contabilidade. As despesas bancárias serão lançadas integralmente para o resultado do exercício no momento da contratação do empréstimo. Já as despesas de juros serão apropriadas ao resultado à medida que o prazo do empréstimo for passando, obedecendo o princípio da competência. O lançamento correto nesse caso seria:

C - Empréstimos obtidos

495.000,00 5.000,00 500.000,00

A única diferença entre o lançamento correto e o proposto na questão é o débito de R$5.000. (Analista de Comércio Exterior/MDIC – 2008 – CESPE) As compa-

nhias fechadas, quando efetuarem transações financeiras com o exterior, estarão sujeitas às normas expedidas pela CVM e, consequentemente, terão de elaborar suas demonstrações contábeis em consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. Não existe qualquer legislação obrigando companhias fechadas a seguirem as normas da CVM. O que existe é a possibilidade dessas empresas optarem por observar as normas expedidas pela CVM, conforme definido no §6º do artigo 177 da lei 6.404/76.

(Analista de Comércio Exterior/MDIC – 2008 – CESPE) O fato de

o aumento da inadimplência, em razão do aperto no crédito, fazer que uma empresa reestime as perdas prováveis para efeito de cálculo da provisão para créditos de liquidação duvidosa, elevando seu percentual de 3% para 10%, caracteriza mudança de critério contábil, com quebra de consistência, e constitui ajuste de exercícios anteriores que deve ser representado na demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Segundo o § 1º do artigo 186 da lei 6.404/76, serão considerados como ajustes de exercícios anteriores apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.Sendo assim, é possível observar que a situação descrita na questão não se enquadra como um ajuste de exercícios anteriores. A mudança no percentual da provisão para créditos de liquidação duvidosa ocorreu em relação a uma nova situação apresentada, que no caso foi o aumento da inadimplência. Quando a empresa aplicava 3% de provisão ela adotava o percentual adequado àquela época, sendo a alteração do percentual válida na nova situação. Seria o caso de efetuar ajuste de exercícios anteriores se a empresa descobrisse que a sua estimativa de 3% de provisão à época estava errada e que o correto seria um outro percentual.

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Em deter-

minados tipos de deliberação, a legislação das sociedades por ações exige quórum qualificado — metade, no mínimo, das ações com direito a voto — em suas assembleias gerais extraordinárias. Esse é o caso, por exemplo, na hipótese de

(A) aumento do dividendo obrigatório. (B) incorporação de outra companhia. (C) cisão parcial da companhia. (D) criação de subsidiária.

Dos itens da questão, apenas a cisão está elencada no artigo 136 da lei 6.404/76 como uma das situações que exigem quórum qualificado. Gabarito “C”

-se às disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes.

D - Despesas bancárias

Gabarito “E”

(1) De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-

D - Banco

Gabarito “E”

conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens 1 e 2.

Gabarito “E”

(Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Com base nos

433

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Atualmente, de acordo com o tipo de sociedade por ações, é obrigatória a demonstração (A) das origens e aplicações de recursos, para as grandes

companhias.

(B) do valor adicionado, para as companhias abertas. (C) dos lucros ou prejuízos acumulados, no caso das compa-

nhias fechadas, apenas se o patrimônio líquido for superior a R$ 2 milhões. (D) dos fluxos de caixa, apenas para as companhias abertas.

434 Fabrício de Oliveira Barros O artigo 176 da lei 6.404/76 pode ser esquematizado conforme apresentado no quadro a seguir: Companhia fechada com patrimônio líquido inferior a R$ 2 milhões

Companhia fechada com patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões

Companhia aberta

Balanço Patrimonial

SIM

SIM

SIM

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA)

SIM

SIM

SIM

Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

NÃO

SIM

SIM

Demonstração do Valor Adicionado (DVA)

NÃO

NÃO

SIM

Demonstrativo

O único item que atende a essa definição é o “B”. Gabarito “B” (A) No caso das vendas já faturadas mas não entregues, os

produtos correspondentes devem ser computados nos estoques. (B) É irrelevante o prazo decorrido entre a emissão da nota fiscal e a entrega dos produtos. (C) No caso de serviços, as receitas correspondentes pertencem ao período em que os contratos tiverem sido firmados. (D) No caso de exportações, as diferenças supervenientes em razão de alteração na taxa de câmbio serão incorporadas à receita bruta. A letra “b” está incorreta pois se as duas situações (emissão da nota e entrega dos produtos) ocorrer simultaneamente a receita será reconhecida imediatamente, caso contrário a receita somente será reconhecida no momento da entrega dos produtos. A incorreção da letra “c” está no fato de que a receita nas empresas prestadoras de serviços será contabilizada à medida que o serviço for prestado, mesmo que só ocorra em período posterior a sua contratação. Na letra “d”, a incorreção reside no fato de que as alterações da taxa de câmbio serão contabilizadas como receitas ou despesas de variação cambial. A letra “a” está correta pois o momento do reconhecimento da receita e correspondente baixa do estoque é o do fornecimento de tais bens ao comprador. Além disso, o estoque está fisicamente com a empresa, devendo permanecer como um ativo. Gabarito “A” (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Com relação à legislação societária, julgue os itens a seguir.

(1) As ações ordinárias das companhias fechadas poderão ser

de diferentes classes, tendo como critérios a prioridade na distribuição de dividendos, a exigência de dispersão da propriedade e o direito de voto em separado para determinadas decisões. (2) A operação de reembolso das ações poderá ser efetuada diretamente, mediante redução do capital, ou à conta de lucros ou reservas — exceto a legal —, caso em que as ações ficarão em tesouraria, para recolocação, no prazo máximo de 120 dias. (3) Com as modificações promovidas recentemente na legislação societária, substituiu-se a demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) pela demonstração dos fluxos de disponibilidades, mas esta é obrigatória somente para as companhias abertas com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões na data do balanço. 1: A primeira parte da questão está correta, as ações podem ser divididas em diferentes classes. Essa definição está apresentada no § 1º do artigo 15 da lei 6.404/76.

Já a segunda parte da questão, que trata dos critérios que definem as diferentes classes, está errada. O artigo 16 da lei 6.404/76 apresenta critérios de distinção das classes diferentes dos apresentados pela questão. 2: Os §§ 5º e 6º do artigo 45 da lei 6.404/76 apresentam as regras para reembolso de ações e definem que o valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou reservas, exceto a legal, e nesse caso as ações reembolsadas ficarão em tesouraria. Os artigos trazem também que se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da ata da assembleia, não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montante correspondente, cumprindo aos órgãos da administração convocar a assembleia-geral, dentro de cinco dias, para tomar conhecimento daquela redução. 3: O § 6º do artigo 176 da lei 6.404/76 define que a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é obrigatória para todas as companhias abertas e também para as companhias fechadas com patrimônio líquido superior ou igual a R$ 2 milhões. Gabarito 1E, 2C, 3E

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) A data do reconhecimento da receita é um aspecto que sempre oferece alguma dificuldade e, por vezes, até, divergências. De acordo com os princípios e normas atinentes a esse assunto, assinale a opção correta.

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Com relação aos princípios fundamentais da contabilidade e às demonstrações contábeis das sociedades comerciais, julgue os itens seguintes. (1) O aumento de capital nas companhias, com aproveitamento

de lucros ou reservas, poderá ocorrer sem aumento do número de ações, com distribuição de ações novas ou com alteração do valor nominal das ações. (2) Suponha que uma sociedade comercial tenha apresentado os seguintes saldos ao final do período: - vendas de produtos: R$ 4.500.000,00; - descontos condicionais a clientes: R$ 250.000,00; - descontos incondicionais sobre vendas: R$ 350.000,00; - IPI sobre vendas: R$ 900.000,00 (acrescido às vendas); - ICMS sobre vendas: R$ 675.000,00 (embutido nas vendas). Nesse caso, a receita líquida de vendas corresponderá a R$ 3.475.000,00. (3) As obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, existentes à época do balanço, deverão ser mantidas pelo seu valor em moeda nacional à época da contratação da operação ou da última avaliação, se tiver havido valorização cambial no período, em consonância com o princípio da prudência. 1: O artigo 169 da lei 6.404/76 define que o aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas, na proporção do número de ações que possuírem.Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada sem modificação do número de ações.

13. Contabilidade

4.500.000,00

(-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos

(350.000,00)

(-) Impostos e contribuições sobre vendas

(675.000,00)

(=) Receita líquida

3.475.000,00

3: O inciso II do artigo 184 da lei 6.404/76 define que o critério de conversão das obrigações em moeda estrangeira é à taxa de câmbio em vigor na data do balanço, divergente da metodologia informada na questão. Gabarito 1C, 2C, 3E (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Considere a seguinte situação hipotética.

A Cia. A, controladora de B, detém 26% das ações de B, e sua participação societária estava avaliada em R$ 5.200.000,00. No último balanço, o patrimônio líquido de B passou a ser de R$ 15.000.000,00. Nessa situação, considerando-se que a variação se deu por resultado apurado na controlada, a participação societária de A em B passará a ser avaliada em R$ 3.900.000,00, e o resultado de A foi afetado negativamente em R$ 1.300.000,00. Se a participação na Cia B era de 26% e equivalia a R$5.200.000,00, isso significa que o patrimônio líquido de B no momento era de R$20.000.000,00. Se o patrimônio líquido de B passou a ser de R$15.000.000,00, ao aplicarmos o percentual de participação (26%) de A em B obteremos que o valor da participação passa a ser R$3.900.000,00. Esse redução de R$1.300.000,00 no ativo (investimento) da Cia A tem como contrapartida uma conta redutora do resultado do exercício (despesa – participação no resultado de coligadas e controladas pelo método de equivalência).

O inciso III do § 2º do artigo 178 da lei 6.404/76 define que o patrimônio líquido será dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Com essa redação houve a supressão do trecho que trazia os lucros acumulados como parte da composição do patrimônio líquido. O erro da questão está no fato de existir, além da possibilidade de constituição de reserva ou aumento do capital, a possibilidade de se distribuir o lucro do exercício. (Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE) No que se refere ao disposto no Comitê de Pronunciamentos Contábeis 04 – ativo intangível, julgue os itens seguintes. (1) O valor amortizável de ativo intangível com vida útil indefi-

nida deverá ser amortizado de modo a refletir o padrão de consumo, pela entidade, dos benefícios econômicos futuros. (2) Não deve ser reconhecido como ativo o ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente. 1: O CPC 04 define que “ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado” 2: O CPC 04 define que o ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente “não é reconhecido como ativo porque não é um recurso identificável” Gabarito 1E, 2C

Receita de vendas

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE) Os lucros não destinados à formação ou ao aumento das reservas de lucros deverão ser utilizados para aumento de capital.

Gabarito “E”

Os descontos condicionais referem-se a antecipação de pagamento e portanto são registrados como despesa financeira, não entrando no cálculo da receita líquida. Pelo fato do IPI ter sido acrescido às vendas, este valor não deve ser incluído no cálculo da receita líquida. O cálculo da receita líquida da sociedade em questão fica assim apresentada:

receita de dividendos. No lançamento proposto na questão, a sociedade Alfa debita a conta bancos, o que não pode ocorrer, pois a empresa Beta ainda não está pagando os dividendos, apenas registrando a intenção de distribuí-los. Ao invés de debitar a conta bancos, a sociedade Alfa deveria debitar a conta dividendos a receber. Gabarito “E”

2: A receita líquida é apresentada a partir da seguinte fórmula: Receita de vendas (-) Devoluções de vendas (-) Vendas Canceladas (-) Abatimentos sobre vendas (-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos (-) Impostos e contribuições sobre vendas (=) Receita líquida

435

(Agente da Polícia Federal – 2012 – CESPE)

Contas

Saldos

Bancos

40.000

Créditos a receber

25.000

Gabarito “C”

Despesas de aluguéis

8.000

Empréstimos a pagar

38.500

Receitas de serviços

34.000

Despesas de água, luz e telefone

15.000

Gabarito “C”

Estoque de material de consumo

20.000

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE) Supo-

Móveis e utensílios

12.000

Veículos

24.000

Capital

73.500

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Se uma empresa tiver aplicações temporárias em ações, sem cotação no mercado e sem liquidez, essa participação societária deverá ser classificada como um investimento a longo prazo. Se o investimento não tem liquidez a empresa não conseguirá realizá-la no curto prazo, e portanto deve ser classificado como um investimento a longo prazo.

nha que uma sociedade Alfa tenha participação em uma sociedade Beta, avaliada pelo custo de aquisição, e que esta, ao final do exercício, tenha feito, corretamente, o seguinte lançamento: D – lucros acumulados C – dividendos propostos a pagar Nesse caso, a sociedade Alfa, em correspondência, deverá efetuar, corretamente, o seguinte lançamento: D – bancos C – receita de dividendos A sociedade Beta efetuou o lançamento destinando parcela dos lucros para distribuição de dividendos corretamente (débito de lucros acumulados e crédito de dividendos propostos a pagar). Nesse caso, a sociedade Alfa poderia registrar o direito a receber em contrapartida a

Despesas com material de consumo

2.000

Considerando que os dados acima, em reais, correspondem ao encerramento do primeiro exercício financeiro de determinada entidade, julgue os itens a seguir, acerca da composição do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício dessa entidade. (1) A demonstração do resultado do exercício apresentou

prejuízo de R$ 11.000,00.

(2) Os ativos e passivos somam, respectivamente, R$

121.000,00 e R$ 38.500,00.

436 Fabrício de Oliveira Barros 1: Separando apenas as contas de resultado é possível montar a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício: Receitas de serviços (-) despesas de água, luz e telefone

34.000,00 (15.000,00)

(-) despesas de aluguéis

(8.000,00)

(-) despesas com material de consumo

(2.000,00)

(=) Resultado do exercício

9.000,00

O resultado do exercício foi um lucro de R$9.000,00. 2: O ativo da empresa é composto pelas seguintes contas: Contas

Saldos

Bancos

40.000,00

Créditos a receber

25.000,00

Estoque de material de consumo

20.000,00

Móveis e utensílios

12.000,00

Veículos

24.000,00

Total do ativo

121.000,00

Já o passivo é composto tão somente pela conta “empréstimos a pagar”, no montante de R$38.500,00. Gabarito 1E, 2C

3. Contabilidade comercial (Agente Fiscal/Teresina-PI – 2008 – CESPE) Com relação à conta-

(Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) A propósito da apuração

dos resultados contábeis, julgue o item subsequente.

(1) Considere que os saldos (em R$ 1,00) de algumas contas

de determinada empresa, ao final do período, sejam os apresentados abaixo.



vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450.000 compras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 280.000 ICMS s/ vendas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45.000 ICMS a recuperar. . . . . . . . . . . . . . . . . . 25.000 abatimento s/ compras . . . . . . . . . . . . . 10.000 comissões s/ vendas . . . . . . . . . . . . . . . 18.000 devoluções de compras . . . . . . . . . . . . 15.000 descontos comerciais s/ vendas . . . . . . . 20.000 estoque final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60.000



Com base nos dados apresentados, é correto concluir que o lucro operacional bruto dessa empresa foi de R$ 197.000,00.

1: Para calcular o valor do lucro bruto é necessário primeiramente calcular o custo da mercadoria vendida. Para isso é necessário apurar o valor ajustado das compras, conforme apresentado a seguir: Compras

280.000,00

(-) Devolução de compras

(15.000,00)

(-) Abatimento sobre compras

(10.000,00)

(=) Compras líquidas

255.000,00

Se as compras foram no valor de R$255.000 e o estoque final de R$60.000, é possível concluir que o custo das mercadorias vendidas foi de R$195.000 (R$255.000 – R$60.0000). Organizando as demais informações apresentadas pela questão, apura-se a seguinte demonstração do resultado do exercício:

bilidade e à legislação aplicável, julgue o seguinte item:

Receita de vendas

450.000,00

(1) O ISS, proporcional ou fixo, e independentemente do

(-) ICMS sobre vendas

(45.000,00)

(-) Descontos comerciais sobre vendas

(20.000,00)

1: O ISS fixo, aquele que é apurado sobre um valor fixo mensal independente da receita bruta, não tem característica de dedução da receita. Nesse caso, o ISS seria registrado na Demonstração do Resultado do Exercício como uma despesa. Gabarito 1E (Fiscal de Tributos/Rio Branco-AC – 2007 – CESPE) Com referência à composição e à apresentação da demonstração do resultado do exercício, julgue o item. (1) O ISS incidente sobre receitas não operacionais, bem

como sobre as demais receitas operacionais que não a receita bruta de vendas também constitui dedução da receita bruta.

1: Por não incidir sobre a receita bruta não há que se falar que esse tipo de ISS seja tratado na Demonstração do Resultado do Exercício como uma dedução à receita bruta. O seu tratamento será de despesa, após a apuração do lucro bruto. Gabarito 1E (Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) Julgue o item seguinte,

acerca de classificação das contas.

(1) A conta ISS a recolher, que integra o passivo circulante no

plano de contas de uma empresa de prestação de serviços contribuinte do ISS sobre essas receitas, constitui a contrapartida da despesa com o ISS contabilizada como dedução da receita bruta.

1: O lançamento contábil do ISS é feito a débito da despesa e crédito do valor a recolher. Por ser um imposto cumulativo, diferentemente do ICMS, sua incidência não gera imposto a recuperar.

(=) Receita Líquida (-) CMV (=) Lucro bruto

385.000,00 (195.000,00) 190.000,00

A única conta fornecida pela questão não utilizada no cálculo do lucro bruto foi a comissão sobre vendas. Isso porque essa é uma conta de despesa, que entrará na Demonstração do Resultado do Exercício abaixo do lucro bruto. Gabarito 1E

tipo de receita sobre a qual incida, é uma conta de saldo devedor, cujo valor deve ser deduzido da receita bruta operacional.

(Agente de Tributos/MT – 2004 – CESPE) Determinada empresa

gerou, no mês de agosto de 2003, as seguintes operações com uma determinada mercadoria:

• em 2/8/2003, adquiriu 20 unidades dessa mercadoria ao preço de R$ 25,00 líquidos cada; • em 6/8/2003, adquiriu 10 unidades ao preço de R$ 30,00 líquidos cada; • em 10/8/2003, vendeu 18 unidades; • em 16/8/2003, vendeu 8 unidades; • em 23/8/2003, adquiriu 15 unidades da mercadoria ao preço de R$ 32,00 líquidos cada. Com base no critério PEPS e considerando que essa empresa não tinha saldo inicial de estoque antes da realização das operações acima descritas, julgue os itens seguintes. (1) O valor final dos estoques dessa empresa no mês de agosto

de 2003 foi de R$ 600,00.

(2) O valor do CMV da referida empresa no mês de agosto de

2003 foi de R$ 680,00.

Gabarito 1C

13. Contabilidade

437

1: Com base nos dados apresentados pela questão, é possível montar a seguinte ficha de controle de estoques: Entradas Preço unitário (R$)

Saídas Total (R$)

Qt.

02/08/2003

20

25,00

500,00

20

25,00

500,00

06/08/2003

10

30,00

300,00

20

25,00

500,00

 

10

30,00

300,00

 

30

10/08/2003

Qt.

Preço unitário (R$)

Saldo

Data

18

25,00

Total (R$)

450,00

Qt.

Preço unitário (R$)

Total (R$)

800,00

2

25,00

50,00

10

30,00

300,00

4

30,00

120,00

4

30,00

120,00

 

15

32,00

480,00

 

19

   

12

16/08/2003

2

25,00

50,00

 

6

30,00

180,00

 

8

23/08/2003

15

32,00

350,00

230,00

480,00

600,00

Como pode ser observado, o saldo final do estoque após as operações foi de R$600,00. 2: O custo da mercadoria vendida é dado pelo somatório das saídas do estoque, sendo no caso de R$ 680,00 (R$450,00 + R$230,00). Gabarito 1C, 2C (1) Uma empresa que tenha realizado uma operação comercial

de compra de mercadoria para revenda a prazo, no valor de R$ 10.000,00, com alíquota de 17% de ICMS já inclusa no preço da mercadoria e destacada na nota fiscal deve, de acordo com a legislação fiscal, registrar a seguinte contabilização dessa operação, em que os valores estão em R$.



D – compras/mercadorias....... 8.300,00



D – ICMS a recolher.............. 1.700,00



C – fornecedores....................10.000,00

1: Para ficar correto, o lançamento apresentado deveria debitar “ICMS a recuperar” em vez de “ICMS a recolher”. O ICMS a recolher representa um passivo da empresa, enquanto o ICMS a recuperar representa um ativo. Gabarito 1E (Analista Judiciário - Contabilidade/STM – 2010 – CESPE) Com rela-

ção aos procedimentos de escrituração contábil em empresas comerciais e industriais, julgue os itens subsequentes. (1) Em uma empresa contribuinte do ICMS, o lançamento apre-

sentado abaixo representa um aumento de R$ 40.000,00 em ativos e passivos.



D – Matéria-prima R$ 32.000,00



D – ICMS R$ 8.000,00



C – Fornecedores R$ 40.000,00

(2) Considere o lançamento a seguir.



D – Bancos conta movimento R$ 97.500,00



D – Juros passivos R$ 2.500,00



C – Duplicatas Descontadas R$ 100.000,00



Nesse lançamento, são utilizadas contas patrimoniais e de resultado e há redução da situação patrimonial líquida.

(3) O lançamento abaixo representa a transferência de

estoque dentro de uma empresa industrial, em função do avanço no processo de industrialização.

D – Produtos acabados



C – Produtos em elaboração

1: O lançamento da questão representa a compra de matéria-prima a prazo. Como a empresa em questão é contribuinte do ICMS, ela poderá se creditar do imposto referente a esta compra. Sendo assim, o lançamento a ser efetuado registrará um débito na conta “ICMS a recuperar” no valor de R$8.000, um débito na conta “matéria-prima”no valor de R$32.000,00 e um crédito de R$40.000,00 na conta fornecedores. 2: As contas “banco conta movimento” e “duplicatas descontadas” são patrimoniais e “juros passivos” de resultado. Os “juros passivos” reduzem o valor do patrimônio líquido, o que representa uma redução da situação patrimonial líquida. 3: A conta estoque em uma empresa industrial será dividida nas seguintes contas: matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados. A medida que os produtos forem sendo produzidos essas contas serão movimentadas. O lançamento em questão representa a conclusão da fabricação do produto, que será registrado a partir de então na conta “produtos acabados”. Gabarito 1C, 2C, 3C

(Agente de Tributos/MT – 2004 – CESPE) De acordo com a legislação fiscal, deve ser excluído do custo de aquisição de mercadorias para revenda e de matérias-primas o montante do ICMS recuperável destacado em nota fiscal. Portanto, deve-se registrar em conta própria de ICMS a recuperar ou a débito da C/C de ICMS, se for o caso, o montante desse imposto, independentemente de ter sido pago ou não. Considerando essas informações, julgue o item a seguir.

438 Fabrício de Oliveira Barros (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Considere as operações a seguir, realizadas em um período, em ordem

cronológica.

• venda de 3 unidades, a R$ 600,00 cada • compra de 4 unidades, a R$ 350,00 cada • venda de 2 unidades, a R$ 750,00 cada Com base nesses dados, e supondo que o estoque inicial era de 5 unidades, a R$ 200,00 cada, é correto concluir que o custo das mercadorias vendidas, pelo critério da média ponderada móvel, foi de R$ 1.300,00. Com base nos dados apresentados é possível montar o seguinte controle de estoques: Entradas Qt

Preço unitário (R$)

4

350,00

Saídas Total (R$)

Qt

Saldo

Preço unitário (R$)

Total (R$)

3

200,00

600,00

2

300,00

600,00

1.400,00

Qt

Preço unitário (R$)

Total (R$)

5

200,00

1.000,00

2

200,00

400,00

6

300,00

1.800,00

4

300,00

1.200,00

O custo das mercadorias vendidas (CMV) é apresentado pelo somatório das saídas do estoque pelas vendas, que nesse caso foi de R$1.200,00. Gabarito “E” (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Considere os saldos a seguir, apresentados na escrituração de uma empresa, ao final do exercício.

Sendo assim, segue a resolução da questão:

vendas: R$ 180.000,00

(-) IPI

compras: R$ 130.000,00 impostos sobre vendas: R$ 26.000,00

Faturamento bruto

180.000,00 -

(=) Receita bruta

180.000,00

(-) Devoluções de vendas

-

descontos financeiros sobre compras: R$ 3.000,00

(-) Vendas Canceladas

-

conta corrente do ICMS: R$18.000,00

(-) Abatimentos sobre vendas

-

Nesse caso, e sabendo-se que os estoques inicial e final eram iguais, é correto concluir que o lucro bruto da empresa foi de R$ 22.000,00.

(-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos (-) Impostos e contribuições sobre vendas

(26.000,00)

O lucro bruto é apresentado a partir da seguinte fórmula:

(=) Receita líquida

149.000,00

Faturamento bruto

(-)CMV

(-) IPI

(=) Lucro bruto

(=) Receita bruta (-) Devoluções de vendas (-) Vendas Canceladas

(130.000,00) 19.000,00

(Analista de Controle Externo/TCE-AC – 2008 – CESPE)

(-) Abatimentos sobre vendas (-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos

data

operação

quantidade

valor unitário (em R$)

01/08/2007

saldo inicial

10

8,00

01/08/2007

compra

25

8,30

05/08/2007

compra

15

8,20

10/08/2007

venda

36

16,80

12/08/2007

compra

8

8,10

15/08/2007

venda

6

17,00

(-) Impostos e contribuições sobre vendas (=) Receita líquida (-)CMV (=) Lucro bruto A informação de que os estoques inicial e final são iguais nos permite concluir que o custo das mercadorias vendidas é igual ao valor das compras. Uma informação irrelevante e cujo objetivo é confundir o candidato é o valor dos descontos financeiros sobre compras. Os descontos financeiros referem-se à antecipação de pagamento. Quando concedidos (sobre vendas) representam despesas financeiras e quando obtidos (sobre compras) representam receitas financeiras. Em ambos os casos (receita ou despesa) não aparecem no lucro bruto por estarem abaixo deste na demonstração do resultado. A informação sobre conta corrente do ICMS também é irrelevante já que se trata de conta do ativo ou passivo.

(5.000,00)

Gabarito “E”

descontos comerciais sobre vendas: R$ 5.000,00

17/08/2007

compra

6

8,50

20/08/2007

venda

10

18,10

23/08/2007

compra

5

8,30

13. Contabilidade

439

A partir da ficha de controle de estoques acima, utilizando o sistema de controle de estoques permanente e o PEPS conclui-se que o percentual da margem bruta de lucro é (A) inferior a 20%. (B) superior a 21% e inferior a 30%. (C) superior a 31% e inferior a 40%. (D) superior a 41% e inferior a 50%. (E) superior a 51%.

A questão envolve conceitos de estoque, demonstração do resultado e análise das demonstrações financeiras. O primeiro passo da resolução é montar a ficha de controle de estoque pelo método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai). Qt

Entradas Preço unitário (R$)

25 15

8

8,30 8,20

8,10

Total (R$)

Saídas Preço unitário (R$)

Qt

207,50 123,00

5

8,50

8,30

Saldo Preço unitário (R$)

Total (R$)

10

8,00

80,00

10

8,00

80,00

25

8,30

207,50

10

8,00

80,00

25

8,30

207,50

15

8,20

123,00

8,20

114,80

14

8,20

114,80

8

8,10

64,80

49,20

8

8,20

65,60

-

8

8,10

64,80

8

8,20

65,60

8

8,10

64,80

6

8,50

51,00

8,00

80,00

25

8,30

207,50

1

8,20

8,20

64,80 8,20

Qt

14

10

6 6

Total (R$)

51,00

8

8,20

65,60

6

8,10

48,60

2

8,10

16,20

6

8,50

51,00

6

8,10

48,60

6

8,50

51,00

5

8,30

41,50

41,50

CMV Total

426,70

A composição da receita de vendas está a seguir apresentada: data da venda

quantidade

valor unitário (em R$)

Total (em R$)

10/08/2007

36

16,80

604,80

15/08/2007

6

17,00

102,00

20/08/2007

10

18,10

181,00

TOTAL

887,80

O resultado do exercício a partir dos dados apresentados na questão ficou assim apresentado: Receita líquida

887,80

(-) CMV

(426,70)

(=) Lucro Bruto

461,10

A margem bruta é representada pela seguinte fórmula: Lucro Bruto

Margem bruta =

Receita líquida

Com base na fórmula apresentada temos que a margem bruta da empresa está assim apresentada. Margem bruta =

461,10 887,80

=

0,52

Gabarito “E”

440 Fabrício de Oliveira Barros (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Considere as seguintes informações de uma empresa.

operação

quantidade 30

32

960

compra

à vista

20

35

700

saldo inicial

• • • • •

valor (R$)

modalidade

unitário

total

venda

a prazo

40

110

4.400

compra

a prazo

15

34

510

compra

a prazo

25

36

900

venda

à vista

35

120

4.200

compra

à vista

10

33

330

venda

a prazo

8

118

944

a empresa concedeu abatimentos de R$ 80,00 nas vendas do dia 12; o saldo de despesas operacionais é de R$ 1.200,00 e foi pago no mês de março; o saldo de despesa de depreciação em março é de R$ 800,00; o saldo de despesas gerais e administrativas apropriadas no período é de R$ 2.850,00; o saldo do disponível no dia 1.º/3/2008 correspondia a R$ 12.658,00.

Com base na ficha de controle de estoques e nas informações complementares apresentadas acima, julgue os itens subsequentes. (1) O CMV apurado com o UEPS e o controle permanente é de R$ 2.844,00. (2) Ao se adotar o controle permanente mediante a utilização do PEPS, o lucro antes do imposto de renda e contribuição social

corresponde a R$ 1.876,00.

1: Para resolver o item é necessário efetuar o registro de todas as operações proposta na ficha de controle de estoques. É importante lembrar que a baixa dos itens vendidos ocorrerá pelo método UEPS, ou seja, as últimas unidades de estoque adquiridas serão as primeiras a serem vendidas. Entradas Qt

20

15

25

10

Preço unitário (R$)

35,00

34,00

36,00

33,00

Saídas Total (R$)

Qt

Preço unitário (R$)

Saldo Total (R$)

700,00

20

35,00

700,00

20

32,00

640,00

510,00

900,00

Qt

Preço unitário (R$)

Total (R$)

30

32,00

960,00

30

32,00

960,00

20

35,00

700,00

10

32,00

320,00

10

32,00

320,00

15

34,00

510,00

10

32,00

320,00

15

34,00

510,00

25

36,00

900,00

25

36,00

900,00

10

32,00

320,00

10

34,00

340,00

5

34,00

170,00

10

32,00

320,00

330,00

8

33,00

CMV

264,00

5

34,00

170,00

10

33,00

330,00

10

32,00

320,00

5

34,00

170,00

2

33,00

66,00

2.844,00

O custo da mercadoria vendida (CMV) é representado na ficha de controle de estoques pelo total de saídas, sendo nesse caso o valor de R$ 2.844,00.

13. Contabilidade

441

2: A resolução desse item depende, além da elaboração da ficha de controle de estoques para obter o valor do CMV, da apuração da receita de vendas. Será necessário também considerar os valores de outros itens de resultado apresentados na questão. A ficha de controle de estoques pelo método PEPS, as primeiras unidades de estoque adquiridas serão as primeiras a serem vendidas, está apresentada a seguir: Entradas Qt

Preço unitário (R$)

20

15

25

35,00

34,00

36,00

Saídas Total (R$)

Qt

Preço unitário (R$)

700,00

30

32,00

960,00

10

35,00

350,00

510,00

900,00

10

10

33,00

Saldo Total (R$)

35,00

350,00

15

34,00

510,00

10

36,00

360,00

330,00

8

36,00

CMV

288,00

Qt

Preço unitário (R$)

Total (R$)

30

32,00

960,00

30

32,00

960,00

20

35,00

700,00

10

35,00

350,00

10

35,00

350,00

15

34,00

510,00

10

35,00

350,00

15

34,00

510,00

25

36,00

900,00

15

36,00

540,00

15

36,00

540,00

10

33,00

330,00

7

36,00

252,00

10

33,00

330,00

2.818,00

A receita de vendas decorrente das operações com mercadorias está apresentada a seguir: Qt

Preço unitário (R$)

Receita de vendas

40

110,00

4.400,00

35

120,00

4.200,00

8

118,00

TOTAL

944,00 9.544,00

Com base nos dados já apresentados é possível montar a demonstração do resultado do exercício: Receita de vendas (-) Abatimento sobre vendas (=) Receita líquida (-) CMV

9.544,00 (80,00) 9.464,00 ( 2.818,00)

(=) Lucro bruto 6.646,00 (-) Despesas operacionais (-) Despesa de depreciação (-) Despesas gerais e administrativas (-) Lucro antes do imposto de renda e contribuição social

(1.200,00) (800,00) (2.850,00) 1.796,00

Como podemos observar, o valor do lucro antes do imposto de renda e contribuição social apurado é diferente do proposto pelo item. É importante observar que as informações referentes à modalidade (à vista ou a prazo) e saldo do disponível não foram utilizadas. Gabarito 1C, 2E

442 Fabrício de Oliveira Barros (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Acerca da composição do custo das mercadorias vendidas e de seus reflexos no resultado com mercadorias, julgue os itens que se seguem. (1) O montante pago a título de seguros e transportes sobre

compras de mercadorias será incorporado ao valor do estoque de mercadorias disponíveis para revenda. (2) O recebimento de mercadorias a título de bônus do fornecedor não afetará o saldo unitário das mercadorias disponíveis para venda, afetará apenas o saldo final, que será reduzido. (3) O montante pago ao fornecedor a título de tributos recuperáveis será incorporado ao valor do estoque de mercadorias adquiridas para revenda. 1: O valor das compras, que será considerado para fins de entrada no estoque, é dado da seguinte forma:

O valor das compras que irão compor o estoque é dado da seguinte forma: Compras brutas (+) Fretes (+)Seguros (-) Deduções Devolução de compras; Abatimentos sobre compras; e Descontos incondicionais obtidos. Sendo assim, o valor a ser considerado no estoque da empresa em questão é dado da seguinte forma: Compras (sem o transporte e o seguro) (+) Transporte sobre compras

Compras brutas

(+) Seguro sobre compras

(+) Fretes (transporte sobre compras)

Total a ser registrado no estoque

(+) Seguros

5.000.000,00 300.000,00 200.000,00

vendas (correspondentes à metade das compras)

3.000.000,00

transporte sobre vendas (por conta da vendedora)

100.000,00

seguro sobre vendas (por conta da vendedora)

50.000,00

Nessa situação, sabendo-se que a empresa rateia o transporte e o seguro entre as suas aquisições e os estoques finais, é correto afirmar que o custo das mercadorias vendidas foi de R$ 2.750.000,00.

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) No encerramento do exercício de uma empresa comercial, apuraram-se, entre outros, os saldos a seguir.

- - - - - - - -

faturamento: R$ 700.000,00 devoluções de vendas: R$ 35.000,00 descontos comerciais sobre vendas: R$ 15.000,00 IPI sobre vendas: R$ 50.000,00 descontos financeiros sobre vendas: R$ 25.000,00 ICMS sobre vendas: R$ 108.000,00 comissões sobre vendas: R$ 30.750,00 PIS (cumulativo) sobre vendas: R$ 9.900,00

Com base nesses dados, é correto afirmar que a receita líquida de vendas, nos termos das legislações comercial e tributária, é de (A) R$ (B) R$ (C) R$ (D) R$

522.750,00. 532.100,00. 426.350,00. 482.100,00.

A receita líquida é apresentada a partir da seguinte fórmula: Faturamento bruto (-) IPI (=) Receita bruta (-) Devoluções de vendas (-) Vendas Canceladas (-) Abatimentos sobre vendas (-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos (-) Impostos e contribuições sobre vendas (=) Receita líquida Os valores de descontos financeiros sobre vendas e comissões sobre vendas não entram no cálculo da receita líquida pois são despesas. Sendo assim, segue a resolução da questão: Faturamento bruto

700.000,00

(-) IPI

(50.000,00)

(=) Receita bruta

650.000,00

(-) Devoluções de vendas

(35.000,00)

(-) Vendas Canceladas

-

(-) Abatimentos sobre vendas

-

(-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos (-) Impostos e contribuições sobre vendas (=) Receita líquida Gabarito “D”

Gabarito 1C, 2E, 3E (Analista de Comércio Exterior/MDIC – 2008 – CESPE) Uma empresa comercial, nas operações com mercadorias, apurou os valores, em reais, apresentados na tabela a seguir, relativos às suas compras e vendas (não considerados os valores de tributos).

seguro sobre compras

200.000,00 5.500.000,00

Gabarito “C”

Sendo assim, o valor pago a título de seguros e transportes sobre compras de mercadorias será incorporado ao valor do estoque de mercadorias disponíveis para revenda. 2: Quando uma empresa recebe mercadorias a título de bônus ocorre um aumento na quantidade de itens disponíveis para venda. No entanto, como a empresa não incorreu em recursos para adquirir esses itens, não há que se falar em aumento no saldo financeiro da conta de estoques. O que ocorre nessa situação é exatamente o contrário do proposto pelo item. O saldo final de estoques não sofre qualquer alteração. A quantidade de itens disponíveis para a venda aumenta, importando na redução do valor unitário de cada item disponível para venda. 3: Ao adquirir mercadorias para revenda, as empresas podem utilizar o valor pago em tributos não cumulativos nas compras como crédito tributário nas vendas. Suponhamos o caso de uma empresa comercial que adquiriu mercadorias para revenda no valor de R$100, com ICMS de 18% (R$18 de imposto e R$82 de estoque). Ao vender essa mercadoria incidirá o ICMS sobre a receita de vendas, suponhamos que também de 18%. Se a empresa vender as mercadorias por R$150 incidirá sobre esse valor R$27 de ICMS (18% de R$150). Como nas mercadorias adquiridas já houve o pagamento de R$18 de ICMS a empresa terá que pagar apenas a diferença: R$9 (R$27 – R$18). Como podem ser compensados com os valores de imposto a pagar, esses tributos recuperáveis precisam ser registrados separadamente da conta de estoque de mercadorias.

transporte sobre compras

300.000,00

A questão diz que a empresa obteve R$3.000.000,00 em receita de vendas correspondente à venda de metade das compras. Metade das compras é igual a R$2.750.000,00 (R$5.500.000,00÷2), o que representa o custo das mercadorias vendidas.

(-) Deduções Devolução de compras; Abatimentos sobre compras; e Descontos incondicionais obtidos.

compras (sem o transporte e o seguro)

5.000.000,00

(15.000,00) (117.900,00) 482.100,00

13. Contabilidade (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Assinale

a opção correta com relação ao ICMS, um imposto incidente sobre o valor agregado em cada etapa do processo de produção e circulação, até o consumo final.

(A) O ICMS integra o preço de venda cobrado do comprador. (B) O imposto a ser pago pelas empresas comerciais corres-

ponde à diferença entre o que é pago na aquisição das mercadorias a serem revendidas e o que é cobrado na venda ao consumidor.

(C) O ICMS pago na aquisição das matérias-primas deve ser

Apresentamos a seguir um exemplo numérico da situação apresentada na questão: Custo direto unitário Custo indireto total

R$ 10,00 quantidade produzida R$ 1.500,00 quantidade vendida

Custo total

R$ 25,00 Preço de venda

(Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) Com relação aos conceitos e aplicações de custos, julgue os próximos itens. (1) Na comparação entre os sistemas de custeio direto e por

absorção, a regra geral é que, sendo a quantidade produzida superior à vendida, as despesas, no período, tenderão a ser maiores com o custeio direto, e o lucro operacional, maior com o custeio por absorção.

Custeio direto

Custeio por absorção

Receita de vendas

2.100,00

2.100,00

(-) CMV

(300,00)

(750,00)

(-) Despesas

1: No custeio por absorção todos os custos são alocados aos produtos. Já no custeio direto, apenas os custos diretos (identificados a cada produto sem necessidade de critério de rateio) são alocados ao produtos, os demais custos (indiretos) são lançados diretamente no resultado do exercício. Sendo assim, é possível concluir que no caso de uma empresa que produziu mais do que vendeu terá pelo custeio direto um valor menor de estoques do que se houvesse adotado o custeio por absorção, visto que nessa metodologia um volume menor de custos foi alocado aos produtos, pois os custos indiretos foram lançados diretamente ao resultado como despesa. Ainda pela mesma lógica, é possível concluir que se um volume maior de despesa é lançado no resultado do exercício quando a empresa utiliza o método do custeio direto, o lucro operacional obtido ao utilizar o custeio por absorção será maior que o obtido por esse método. Caso a quantidade vendida tivesse sido maior que a quantidade produzida no período, o resultado apresentado seria diverso.

(1.500,00)

(=) Lucro operacional

300,00

1.350,00

Na demonstração do resultado do exercício, é possível observar a diferença entre o valor do CMV em cada metodologia. Essa diferença se origina no fato de que o custo da mercadoria vendida no custeio direto é composto apenas pelos custos diretos multiplicados pela quantidade vendida, enquanto no custeio por absorção é utilizado o custo direto multiplicado pela quantidade vendida somado ao custo indireto, que foi absorvido pelo estoque através de critérios de rateio. A despesa apresentada no custeio direto é referente ao custo indireto, que nessa metodologia é lançado diretamente no resultado do exercício. No custeio por absorção não foi considerado qualquer valor de despesa, pois todos os custos foram alocados aos produtos. 2: A remuneração do gerente só seria considerada custo direto caso fosse possível dividir de forma objetiva seu custo entre os diferentes produtos produzidos no departamento. (Fiscal de Tributos/Vila Velha-ES – 2008 – CESPE) Com relação à

doutrina e à legislação contábil em geral, julgue o item a seguir.

(1) A depreciação incidente sobre os bens utilizados no pro-

cesso de industrialização deve ser imputada à produção e computada no custo dos produtos vendidos, na demonstração do resultado do exercício.

1: A depreciação deve ser segregada em dois grupos: um será registrado como despesa, pois refere-se à depreciação de itens não ligados à produção de estoques, o outro será registrado como custo, pois refere-se à depreciação de itens ligados à produção de estoques. (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE)

Empresa Z

(2) Em um departamento que produza um bem para o mercado

interno e o mesmo bem, com características diferentes, para exportação, a remuneração do gerente constituirá custo direto em relação a cada tipo desse bem, e indireto em relação ao departamento.

R$ 70,00

Gabarito 1C

Gabarito “A”

4. Contabilidade de custos

30

Gabarito 1C, 2E

do imposto a recolher.

A letra “b” está incorreta pois o imposto a ser pago pelas empresas comerciais corresponde à diferença entre o imposto a recuperar calculado sobre o valor das mercadorias adquiridas e o imposto calculado sobre o preço de venda ao consumidor. Cabe ressaltar que as alíquotas praticadas na compra e na venda podem ser diferentes. A incorreção da letra “c” está no fato de que o ICMS pago na aquisição das mercadorias não integra o custo dos produtos vendidos, mas sim o imposto cálculo sobre o valor da venda. O ICMS da aquisição das mercadorias é registrado como um ativo da empresa, ICMS a recuperar, e quando confrontado com o valor do ICMS sobre a venda resulta no imposto a ser pago (caso onde o ICMS sobre vendas é maior que o ICMS a recuperar). Na letra “d” a incorreção reside no fato de que o saldo devedor da conta corrente do ICMS representa um ativo das empresas, pois corresponde ao imposto a recuperar. A letra “a” está correta pois o valor do ICMS já está embutido no preço do produto. Conforme explanada por Robinson Sakiyama Barreirinhas em seu Manual de Direito Tributário o ICMS é um “imposto por dentro”. Ao contrário do que ocorre com o IPI, o valor do ICMS não é somado ao preço da operação.

100

Demonstração do resultado do exercício

destacado e integra o custo dos produtos vendidos.

(D) O saldo devedor da conta corrente do ICMS indica o saldo

443

capacidade de produção (em unidades)

400.000

nível de produção atual (em unidades)

350.000

custo e despesas unitários variáveis (em R$) custo e despesa fixos total (em R$) preço de venda (em R$)

2,80 320.000,00 4,20

A respeito de contabilidade avançada e dos dados da empresa Z, apresentados no quadro acima, julgue os itens que se seguem. (1) A margem de contribuição unitária para a empresa Z menor

que R$ 1,30.

(2) Para a empresa Z, o ponto de equilíbrio é alcançado com

menos de 230.000 unidades.

(3) Caso a empresa Z apresente um crescimento de 20%

nas suas vendas e de 10% nas suas despesas, deverá, certamente, apresentar lucro no período.

444 Fabrício de Oliveira Barros

1: ANULADA; 2: O ponto de equilíbrio significa resultado do exercício (lucro/prejuízo) igual a zero. Considerando que com a venda de cada produto ingressa na empresa um valor líquido igual a R$1,40 (R$4,20 – R$2,80), para que seja possível pagar os custos e despesas fixas (R$320.000), é necessário vender 228.572 unidades; 3: Com o nível de produção atual de 350.000 unidades, a empresa apresenta um lucro de R$268.000. Nessa situação, sempre que o aumento das vendas for superior ao aumento das despesas, a empresa continuará a ter lucro, visto que as receitas, diretamente ligadas ao volume de vendas, crescerão em percentual superior às despesas; 4: Considerando que o valor de R$ 320.000 de custos e despesas fixos total não se alterará com esse aumento de produção, qualquer que seja o valor que a empresa queira vender seu produto acima do valor do custo unitário variável implicará o aumento do resultado positivo; 5: Se o giro do ativo é de 120%, é possível concluir a partir das vendas brutas (R$1.470.000,00) que o valor do ativo operacional é de R$ 1.225.009,62 (R$1.470.000,00 ÷ 120%). Se a margem líquida é de 20%, é possível concluir a partir das vendas brutas (R$1.470.000,00) que o valor do lucro líquido antes das despesas financeiras é de R$ 294.000,00 (R$1.470.000,00 x 20%). Gabarito 1 ANULADA, 2C, 3C, 4C, 5C (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) A respeito da

contabilidade de custos, julgue os itens subsequentes.

(1) Aluguel e depreciação pelo método linear são dois exemplos

(2)

(3)

(4)

(5)

de custos indiretos, incluídos nos gastos gerais de fabricação, para apropriação aos produtos por meio e critério de rateio. O custo departamental é relevante para a qualidade do rateio de gastos indiretos de fabricação de produtos diversos, quando se tratar de uma indústria com mais de um processo de fabricação. Em um período de inflação elevada, o custo das mercadorias vendidas apurado segundo o critério de avaliação de estoques PEPS deve apresentar valor maior que aquele que seria apurado, caso se adotasse o critério UEPS. Um produto que receba mais custo de mão de obra direta que outro em um mesmo processo deverá, obrigatoriamente, receber proporção maior de gastos indiretos de fabricação. O sistema de custeio por absorção é utilizado, principalmente, para atender necessidades gerenciais; o custeio direto ou variável, para preparar o custo de estoques e de produtos vendidos das demonstrações contábeis oficiais objeto de divulgação.

1: Não existe a possibilidade de se dividir aluguel e depreciação de forma direta aos produtos e esses dois itens permanecerem fixos independente da quantidade produzida, necessitando, portanto, de um critério de rateio. É por esse motivo que esses itens são exemplos clássicos de custos indiretos; 2: O custo de operação de cada departamento que atende os departamentos de produção será rateado pelos produtos de forma proporcional ao esforço despendido na produção de cada produto; 3: A inflação elevada implica um aumento gradual dos preços, inclusive das mercadorias adquiridas pela empresa. Se o valor do estoque adquirido é cada vez maior, as últimas unidades adquiridas possuem valor maior que as primeiras. Sendo assim, caso a empresa use o método PEPS para avaliar seu estoque, as unidades levadas ao resultado como custo da mercadoria vendida serão as primeiras adquiridas, sendo essas as de menor valor. Caso a empresa adotasse o método UEPS, as unidades vendidas seriam as últimas adquiridas, sendo essas as de maior valor;

4: O critério de rateio dos custos indiretos é definido pela empresa e levará em conta as peculiaridades de cada cadeia produtiva. A afirmativa só estaria correta caso a empresa em questão adotasse como critério de rateio dos custos indiretos a proporção de mão de obra direta recebida por cada produto; 5: A ciência contábil exige que todo gasto considerado custo deve ser alocado ao produto, sendo essa a definição de custeio por absorção. Essa sistemática, apesar de exigida para as demonstrações contábeis oficiais objeto de divulgação, não atende as necessidades de informações gerenciais, pois aloca por critérios subjetivos o custo fixo (indireto). Por esse motivo, o sistema de custeio que melhor atende as empresas em suas necessidades gerenciais é o custeio direto. (Analista Judiciário - Contabilidade/STM – 2010 – CESPE) Considere

que determinada companhia metalúrgica fabricante de artefatos para cozinha tenha adquirido cinco toneladas de chapas de aço pelo valor de R$ 250.000,00, a serem pagos em trinta dias. Com base nessa situação, julgue os itens subsequentes.

(1) Tal transação afeta positivamente a situação patrimonial

líquida da entidade.

(2) O momento adequado para contabilização da transação

mencionada independe da data de entrada da mercadoria na metalúrgica. (3) Nessa situação, configura-se um fato contábil modificativo aumentativo. (4) Caso a transação esteja isenta de impostos, o evento será adequadamente representado na contabilidade por um lançamento de primeira fórmula. 1: A transação não afeta o patrimônio líquido, visto que aumenta o estoque (pela aquisição do bem) e aumenta o passivo exigível (pelo registro da dívida). Trata-se portanto de um fato contábil permutativo. 2: O momento adequado da contabilização é quando ocorre a contratação da compra, independentemente de momento que ocorrerá o pagamento ou o recebimento dos bens. 3: A situação configura um fato contábil permutativo, visto que movimenta contas contábeis sem afetar o valor do patrimônio líquido. 4: Lançamentos de primeira fórmula são aqueles formados por um débito e um crédito. O lançamento da questão será débito na conta estoques e crédito na conta fornecedores. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

pondentes à sua capacidade ociosa por R$ 3,00 e, ainda assim, aumentaria o seu resultado positivo. (5) Caso a empresa Z apresente um giro do ativo (vendas brutas sobre o ativo operacional) de 120% e uma margem líquida (lucro líquido antes das despesas financeiras sobre as vendas brutas) de 20% terá um retorno do ativo operacional de 24%.

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E, 5E

(4) A empresa Z poderia vender as 50.000 unidades corres-

(Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE)

componente

valor (em R$)

custos variáveis unitários

2,10

despesas variáveis unitárias

1,70

custos fixos mensais

13.250,00

despesas fixas ao mês (incluindo R$ 8.000 de depreciação)

21.440,00

depreciação mensal fixa das máquinas da fábrica

6.200,00

preço de venda unitário

12,00

Considere que as informações da tabela acima digam respeito a uma empresa cuja capacidade de produção mensal é de 10.000 unidades. Considere também que o imposto sobre a receita é de 10% e que o imposto sobre o lucro é de 20%. Com respeito à situação apresentada, julgue os itens de 94 a 98, acerca da utilização do custeio variável para o gerenciamento de empresas. (1) O ponto de equilíbrio contábil mensal é superior a 5.950

unidades.

(2) O ponto de equilíbrio financeiro mensal é superior a 6.020

unidades.

(3) Com a produção e venda de 8.200 unidades, o lucro após

impostos é de R$ 13.208,00.

13. Contabilidade

além da produção máxima, mantendo a mesma estrutura de custos, o grau de alavancagem operacional será de 4,20.

1: Equilíbrio contábil significa resultado do exercício (lucro/prejuízo) igual a zero. Se o lucro será igual a zero então a informação do imposto sobre o lucro não é relevante para esse item. Para resolver esse item podemos seguir o seguinte roteiro: 1º passo: Achar a margem de contribuição para cada unidade do produto: Preço de venda unitário

12,00

(-) Imposto sobre a receita

(1,20)

(-) Custos variáveis unitários

( 2,10)

(-) Despesas variáveis unitárias

(1,70)

(=) Margem de contribuição unitária

(10% sobre o preço de venda unitário)

7,00

De posse dessa informação é possível saber com quanto cada unidade contribui para pagar os custos e despesas fixos. 2º passo: Definir o total de custos e despesas fixos: Custos fixos mensais

13.250,00

Despesas fixas ao mês

21.440,00

Depreciação mensal fixa das máquinas da fábrica Total de custos e despesas fixos

6.200,00 40.890,00

3º passo: Calcular quantas unidades precisam ser vendidas para pagar todos os custos e despesas fixos e gerar resultado igual a zero: 40.890,00 ÷ 7,00 = 5.841,4 A produção de 5.841 unidades seria suficiente para atingir o equilíbrio contábil, quantidade essa inferior às 5.950 unidades propostas no enunciado do item. 2: Equilíbrio financeiro significa variação no fluxo de caixa igual a zero, ou seja, não deve ser levado em consideração operações que não representam entradas ou saídas de caixa. A depreciação não deve ser considerada no cálculo, uma vez que trata-se de mero ajuste contábil e não representa desembolso para a empresa. Devem ser excluídas do cálculo da questão tanto a depreciação mensal fixa das máquinas da fábrica (R$6.200,00) quanto a depreciação incluída na despesa fixa (R$8.000,00). Nesse item a informação sobre o imposto sobre o lucro também é irrelevante uma vez que o resultado contábil, pressuposto para utilizar a informação, foi negativo, como veremos mais adiante. Sendo assim, o ponto de equilíbrio financeiro seria o resultado necessário para cobrir os custos e despesas fixas, excluídos da depreciação, e demonstrado a seguir: Total de custos e despesas fixos

40.890,00

(-) Depreciação incluída nas despesas fixas

(8.000,00)

(-) Depreciação mensal fixa das máquinas da fábrica

(6.200,00)

Total de custos e despesas fixos

26.690,00

Utilizando os dados do item 94 sabemos que cada produto vendido contribui com R$7,00 para pagar esses custos e despesas fixos. Para obter quantos produtos seriam necessários vender é necessário dividir o total de custos e depesas fixos por essa margem de contribuição, conforme demonstrado a seguir: 26.690,00 ÷ 7,00 = 3.812,8 A produção de 3.812 unidades seria suficiente para atingir o equilíbrio contábil, quantidade essa inferior às 6.020 unidades propostas no enunciado do item. 3: Para responder essa questão o candidato poderia efetuar todo o cálculo da DRE utilizando a quantidade de 8.200 para multiplicar as informações unitárias. No entanto, considerando a importância de racionalizar o tempo de prova, é possível utilizarmos os cálculos

dos itens anteriores para reduzir os cálculos desse item. É possível pegarmos da questão 94 o dado sobre a margem de contribuição unitária (R$7,00), pois nessa informação estão incluídas todos os itens variáveis da questão, e também o total dos custos e despesas fixos mensais (R$40.890,00). Com esses dados montaríamos uma demonstração de resultado com a seguinte estrutura: Margem de contribuição (8.200 unidades x R$7,00) (-) Total de custos e despesas fixas

57.400,00 - 40.890,00

(=) Lucro antes do imposto

16.510,00

(-) Imposto sobre o lucro (20% de R$ 16.510)

- 3.302,00

(=) Lucro Líquido

13.208,00

É possível observar que é necessário apurar uma prévia do resultado e calcular sobre ela o imposto sobre o lucro. Essa prévia foi chamada de “Lucro antes do imposto” e sobre ela incidiu o percentual de 20% definido na questão. 4: O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) revela como a alteração no volume da atividade da empresa (variação na produção ou da receita de vendas) influi no lucro operacional. O GAO é determinado pela estrutura de custos da empresa. Apresenta maior capacidade de alavancar os lucros aquela empresa que apresentar maiores custos/ despesas fixas em relação aos custos/depesas totais. O GAO é dado pela seguinte fórmula: Variação % no lucro operacional

GAO =

Variação % no volume da atividade

Façamos a análise desse item com base nos dados sobre a capacidade de produção mensal da empresa, de 10.000 unidades. Vejamos o que acontece com o lucro líquido, que nesse exemplo é equivalente ao lucro operacional (pois não existem itens não operacionais), ao aumentarmos a produção em 10%. Lembre-se que os custos e despesas fixas serão os mesmo. A seguir estão apresentados os cálculos comparativos entre a capacidade de produção mensal (10.000 unidades) e com o aumento de 10% (11.000 unidades). Quantidade produzida Margem de contribuição (quantidade x R$7,00)

10.000

11.000

70.000,00

77.000,00

(-) Imposto sobre a receita

(40.890,00)

(40.890,00)

(=) Lucro antes do imposto

29.110,00

36.110,00

(-) Imposto sobre o lucro (20%)

(5.822,00)

(7.222,00)

(=) Lucro Líquido

23.288,00

28.888,00

A variação apresentada no lucro líquido foi de 24,05%. Com essa informação temos todos os dados necessário para calcular o GAO da empresa. GAO =

Variação % no lucro operacional Variação % no volume da atividade

=

24,05% 10%

= 2,405

O GAO da empresa é de 3,476. Inferior ao valor de 4,20 informado no enunciado da questão. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E

(4) Caso a empresa resolva aumentar em 10% suas atividades,

445

(Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Ao se utilizar o custeio variável, é possível simular qual o orçamento de lucros da empresa ao longo do período de um ano. Além da simulação de resultados, é possível, ainda, verificar a incidência de rendimentos decrescentes em função do implemento de insumos. O sistema de custeio variável considera tanto os custos quanto as despesas variáveis para a apuração da margem de contribuição unitária.

O custeio variável é uma sistemática utilizada para tomada de decisão e que não pode ser utilizada pela contabilidade societária por tratar os custos fixos como se fossem despesas, ou seja, lançados diretamente

446 Fabrício de Oliveira Barros

Gabarito “C” (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Para efeito de determinação dos custos dos produtos e dos serviços, o método indireto real faz a ligação completa — integrada e coordenada — da contabilidade de custos com a contabilidade geral. Esse método adota o inventário periódico, em que se calculam as saídas dos estoques por meio da contagem e avaliação dos saldos inicial e final desses estoques. O inventário periódico, apesar de menos recomendado para empresas comerciais por não permitir o conhecimento permanente do saldo do estoque e do custo da mercadoria vendida, é a melhor sistemática a se adotar em empresas industriais. Isso porque nas industrias é necessário que periodicamente se faça um corte na produção para verificar a quantidade produzida e em produção e confrontar com os insumos consumidos, permitindo assim identificar o custo unitário dos produtos. O método indireto real consiste em apurar a diferença entre as contas contábeis em um determinado período e assim definir quanto de insumos foram consumidos, confrontando com a quantidade produzida e obtendo assim o custo das unidades produzidas. Gabarito “C” (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

A minimização dos custos de administração dos estoques depende de uma combinação entre seus custos de reposição e de manutenção. A fórmula adotada resulta no pedido econômico de estoques, que se traduz na quantidade máxima de unidades a ser solicitada para que a reposição se dê o menor número possível de vezes. Na administração dos estoques, o administrador deve fazer uma ponderação entre o custo de estocagem e o custo de reposição. O ideal é estocar a menor quantidade possível para evitar os custos de estocagem e fazer pedidos de compra grandes o suficiente para diluir os custos de aquisição (frete, seguro, etc). Sendo assim, o pedido econômico de estoques consiste em adquirir a quantidade mínima de unidades, visando reduzir o custo de estocagem, a ser solicitada para que a reposição se dê o menor número possível de vezes. Gabarito “E” (Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Sabendo-se que, em uma empresa industrial, os custos e despesas fixos são de R$ 540.000,00, e a margem de contribuição unitária, R$ 120,00, conclui-se que a empresa deverá produzir e vender, no mínimo, 4.500 unidades para que não haja prejuízo. Cada produto vendido contribui com R$120,00 para pagar os custos e despesas fixos. Sendo assim, com a produção e venda de 4.500 unidades a empresa obterá uma margem de contribuição total de R$540.000,00. Esse valor é suficiente para pagar os custos e despesas fixos e impedir que a empresa tenha prejuízo.

O ponto de equilíbrio contábil consiste no resultado do exercício igual a zero. A partir do ponto de equilíbrio contábil, basta excluir as contas que não envolvem desembolso para encontrar o ponto de equilíbrio financeiro. Na questão, foi dito que existem despesas (depreciação e amortização) incluídas no ponto de equilíbrio contábil que não representam desembolso. Sendo assim, para encontrarmos o ponto de equilíbrio financeiro basta retirar essas despesas do cálculo. A retirada das despesas tornará necessário um valor menor de receitas (nível de produção inferior) para obter o ponto de equilíbrio financeiro.

5. Análise das demonstrações financeiras (Auditor Fiscal/ES – 2009 – CESPE) Com base nos conceitos e aplicações da análise das demonstrações contábeis, julgue os itens seguintes. (1) Suponha que, em uma análise horizontal, se tenha com-

parado a evolução das despesas operacionais de uma empresa com a das vendas líquidas e que os valores correspondentes ao período-base tenham sido, respectivamente, de R$ 3.000.000,00 e R$ 1.200.000,00. Se, no período seguinte, o índice das despesas aumentou o dobro da proporção das vendas, tendo alcançado R$ 1.800.000,00, então o índice das vendas, nesse período, foi correspondente a 75. (2) Considerando-se que, em uma empresa, a relação entre capitais de terceiros e capitais próprios seja igual a 0,5, é correto afirmar que essa empresa é fortemente capitalizada e que sua situação financeira é cômoda. 1: Se as despesas passaram de R$1.200.000 para R$1.800.000, significa que houve um aumento de 50%, ou seja, o índice na análise horizontal foi de 50. Se esse índice foi o dobro do índice das vendas, significa que as vendas aumentaram apenas 25%, ou seja, seu índice corresponde a 25; 2: A relação entre os capitais de terceiros e capitais próprios diz muito pouco sobre a situação financeira da empresa. Mesmo que a empresa tenha poucas dívidas em relação ao total do patrimônio líquido, como apresentado na questão, é possível que a situação financeira não seja boa, pois existe a possibilidade das dívidas serem de curto prazo enquanto os ativos sejam de longo prazo. (Auditor Fiscal/Vitória-ES – 2007 – CESPE) Com base nos conceitos

e critérios adotados em relação às demonstrações das origens e das aplicações de recursos e do fluxo de caixa, julgue o item que se segue.

(1) Considere que uma dívida de ISS, vencida e registrada, foi

renegociada com um município, mediante parcelamento de 5 anos. Nessa situação, é correto inferir que, à data do balanço, as parcelas vincendas após o encerramento do exercício subsequente, transferidas para o passivo exigível a longo prazo, propiciaram um aumento do capital circulante líquido da empresa devedora.

1: O capital circulante é apurado pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Sendo assim, ao transferir um valor registrado no passivo circulante para o passivo exigível, a empresa está melhorando (aumentando) o capital circulante líquido, pois estará reduzindo o passivo circulante. Gabarito 1C

O conceito de custo de oportunidade foi originalmente empregado por Frederich Von Wieser para mensuração do valor econômico dos fatores de produção. Para ele, o custo de oportunidade de um fator de produção representa a renda líquida gerada por esse fator em seu melhor uso alternativo. Nesse sentido, ao ficar na fila, o contribuinte não está fazendo o melhor uso do seu tempo pois poderia estar trabalhando e consequentemente gerando renda, corretamente abordado na questão.

Considere a hipótese de o ponto de equilíbrio contábil ter sido calculado com base em custos e despesas fixos que incluem depreciação e amortização, que não representarão desembolso. Nesse caso, é correto afirmar que o ponto de equilíbrio financeiro será obtido a um nível de produção superior ao calculado para a obtenção do equilíbrio contábil.

Gabarito 1E, 2E

-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o tempo perdido na fila.

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Gabarito “E”

Gabarito “C” (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Considerando-

O interessante é que se a questão falasse apenas em produzir e não “produzir e vender” a questão estaria errada, pois produção por si só não gera qualquer resultado para a empresa. Gabarito “C”

no resultado do exercício. Essa metodologia de custeamento é bastante utilizada por acabar com o problemas trazidos pela apropriação dos custos fixos aos produtos, o que ocorre muitas vezes de forma arbitrária por não ser possível encontrar um critério mais adequado. Por se tratar de uma ferramenta gerencial pode ser adaptada para atender as necessidades do usuário da informação, permitindo, por exemplo, tratar custos e despesas variáveis como uma única espécie de gastos.

13. Contabilidade

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Uma empresa



com estoque médio de R$ 1.000.000,00 apurou custo das vendas de R$ 5.000.000,00. As vendas foram de R$ 10.000.000,00. Para aumentar as vendas em 20%, a empresa teve de reduzir sua margem de lucro para 40%. Nessa situação, se mantido o mesmo quociente de rotação do estoque médio, conclui-se que o estoque médio será de R$ 1.440.000,00.

Como a empresa aumentou suas vendas em 20%, sua receita de vendas passou de R$10.000.000 para R$12.000.000. Como a margem de lucro reduziu para 40%, o lucro bruto passou a representar 40% da receita líquida, ou seja, R$4.800.000. Com base nessas informações, é possível concluir que o custo da mercadoria vendida foi de R$7.200.000 (R$12.000.000 – R$4.800.000). Como o estoque médio representava, e continuou representando, 20% do custo das vendas (R$1.000.000 de estoque médio para R$5.000.000 de custo das vendas), é possível concluir que o estoque médio é agora de R$1.440.000 (20% de R$7.200.000) Gabarito 1C (Agente de Tributos/MT – 2004 – CESPE) Julgue os itens a seguir,

relativos à Contabilidade.

(1) Os quocientes de estrutura de capitais e de liquidez eviden-

ciam a situação financeira, enquanto a situação econômica é evidenciada pelos quocientes de rentabilidade. (2) A análise horizontal ou análise por índices, por meio da qual se evidencia a variação dos itens das demonstrações contábeis ao longo de um determinado período que tenha apresentado valores homogêneos, tem como principal objetivo acompanhar o desempenho de todas as contas que compõem a demonstração contábil analisada, verificando as tendências de retração ou de evolução em cada uma delas.

(3) O desenvolvimento de uma análise, tanto interna quanto

externa, envolve os seguintes procedimentos: exame detalhado das demonstrações contábeis objeto da análise, coleta de dados, cálculos dos indicadores mediante aplicação de fórmulas já consagradas, interpretação dos quocientes, índices e coeficientes, análise vertical e horizontal, comparação com índices padrões e elaboração e apresentação de informações por meio de relatórios. (4) A representação gráfica a seguir indica uma situação líquida favorável à empresa a que ela se refere.

ATIVO PASSIVO LÍQUIDO (SL)

PATRIMÔNIO

1: Os indicadores de estrutura de capitais e de liquidez permitem identificar se a situação financeira da empresa é favorável do ponto de vista do equilíbrio entre as entradas e saídas de recursos (situação financeira). Já os indicadores de rentabilidade informam se a empresa tem obtido os resultados esperados do ponto de vista de geração de receitas e maximização do investimento (situação econômica); 2: O principal objetivo da análise horizontal é permitir a análise da evolução histórica de cada conta que compõe as diversas demonstrações contábeis, ou seja, esta análise avalia o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado em um determinado período de tempo, podendo indicar a tendência de comportamento dessas contas; 3: A questão apresenta importantes etapas a serem seguidas para uma análise completa das demonstrações contábeis; 4: A situação apresentada na questão demonstra que o valor dos passivos é maior que o dos ativos, sendo essa uma situação desfavorável à empresa, pois a venda de todos os ativos não seria suficiente para liquidar os passivos. Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

(Auditor Fiscal/Limeira-SP – 2006 – CESPE) Com fundamento na doutrina e na legislação contábil, julgue o item a seguir.

Demonstrações contábeis da empresa Y – duas questões a seguir

balanço patrimonial (em R$ mil) ativo circulante disponibilidades

31/12/2001 134.250 1.250

passivo circulante

31/12/2001 100.000

fornecedores

45.000

contas a receber de vendas

85.000

pessoal e encargos a pagar

15.000

estoque de mercadorias

46.000

tributos a pagar

19.000

despesas do período seguinte

2.000

aluguéis e seguros a pagar

realizável a longo prazo

2.000

dividendos

empréstimos

2.000

empréstimos

permanente

102.000

2.500 15.000 3.500

patrimônio líquido

138.250 100.000

investimentos

15.000

capital social

imobilizado

85.000

reservas de capital

2.500

2.000

reservas de lucros

3.000

lucros acumulados

32.750

diferido

total

238.250

447

total

238.250

448 Fabrício de Oliveira Barros Demonstração do resultado do exercício social de 2001 (em R$ mil) vendas brutas (-) tributos sobre as vendas

850.000 (157.250)

(=) vendas líquidas (-) custo das mercadorias vendidas

692.750 (381.705)

(=) lucro bruto

311.045

(-) despesas administrativas

(125.000)

(-) despesas comerciais

(112.000)

(-) outras despesas e receitas

(2.000)

(-) despesas financeiras

(1.000)

(=) lucro antes de IR e CSLL

71.045

(-) IR e CSLL

(24.155)

(=) lucro líquido

46.890

Demonstração das origens e aplicações (em R$ mil) de recursos do exercício de 2001 origens recursos gerados pela operação aumento do capital social total

65.000 3.000 68.000

aplicações aquisição de controlada

15.000

aquisição de bens do imobilizado

38.500

dividendos

15.000

aplicações no diferido

2.000

total

70.500

variação do capital circulante líquido

(2.500)

(Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Acerca de contabilidade avançada e das demonstrações contábeis da empresa Y,

julgue os itens a seguir.

(1) O índice de rentabilidade do capital próprio da empresa Y é menor que 30%. (2) Considerando, para a empresa Y, um ativo líquido de R$ 141.750 mil, o giro do ativo, calculado com a receita bruta, foi maior que 6. (3) O lucro líquido, caso a empresa Y operasse sem capital de terceiros e despesas financeiras, seria de R$ 47.550 mil, consi-

derando uma alíquota de IR e CSLL de 34%.

(4) A rentabilidade do capital próprio da empresa Y foi maior com dívida do que seria caso a dívida onerosa não existisse, porque

o custo dela é inferior ao retorno do ativo, indicando uma alavancagem financeira positiva.

(5) O retorno do ativo líquido de R$ 141.750 mil, caso a empresa Y operasse sem dívida, seria de 33,5%.

1: A rentabilidade do capital próprio também é conhecida como retorno sobre o patrimônio líquido. Sua fórmula é dada pelo lucro líquido do exercício dividido pelo patrimônio líquido. Nesse caso, como valor do lucro líquido é R$46.890 e o patrimônio líquido R$138.250, temos uma rentabilidade do capital próprio de 33,9%; 2: O giro do ativo é calculado normalmente dividindo as vendas líquidas pelo valor do ativo. No entanto, a questão propõe algumas adaptações à fórmula original, sendo proposto dividir a receita bruta (R$850.000) pelo ativo líquido de R$141.750. O resultado dessa divisão é igual a 5,99; 3: Caso a empresa não tivesse despesas financeiras, o lucro antes do IR e CSLL seria de R$ 72.045. Ao aplicarmos sobre esse valor a alíquota de 34% proposta na questão encontraríamos o valor de R$24.495, referente ao IR e CSSL. O lucro líquido seria de R$47.550 (R$72.045 – R$24.495); 4: O grau de alavancagem financeira é dado pela divisão da rentabilidade do capital próprio com a utilização de capitais de terceiros (lucro líquido divido pelo patrimônio líquido) pela rentabilidade do capital próprio sem a utilização de capitais de Terceiros (lucro líquido mais despesas financeiras

13. Contabilidade

449

dividido pelo ativo total). Se esse indicador se apresentar superior a 1,00, a alavancagem financeira é favorável (positiva). Com base nos dados apresentados pela questão, apresentamos a seguir o grau de alavancagem financeira da empresa Y: Lucro líquido/PL

Grau de alavancagem financeira =

(Lucro líquido + despesas financeiras)/ativo total

Grau de alavancagem financeira

=

46.890/138.250 (46.890 + 1000) / 238.250

=

0,34 0,20

= 1,69

5: Se a empresa operasse sem dívida, seu lucro líquido seria de R$47.550, conforme cálculo já apresentado anteriormente no item 3 desta questão. Sendo assim, ao dividirmos esse valor pelo ativo líquido de R$141.750, obteríamos 33,5%. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C, 5C (Fiscal de Tributos Estaduais/AL – 2002 – CESPE) Ainda acerca das demonstrações contábeis da empresa Y, julgue os itens abaixo. (1) De acordo com a demonstração das origens e aplicações de recursos, a empresa fez todas as suas aplicações utilizando

somente recursos próprios.

(2) A demonstração das origens e aplicações de recursos evidencia uma variação negativa do capital circulante líquido, corres-

pondendo a uma situação de capital circulante líquido negativo no balanço de final de período.

(3) A margem de lucro líquido sobre as vendas líquidas é superior a 6%. (4) A margem de lucro bruto sobre as vendas líquidas é maior que 46%. (5) A rentabilidade apresentada pela empresa é muito baixa, considerando o custo do dinheiro no mercado e a rentabilidade média

das empresas no mercado.

1: Como pode ser observado na demonstração de origens e aplicações de recursos, a empresa utilizou como origem apenas recursos gerados pela operação (vendas) e aumento de capital, não tendo utilizado qualquer tipo de recurso de terceiros, como empréstimos e financiamentos; 2: A variação negativa no capital circulante líquido indica que o valor desse indicador é em 2001 menor em R$2.500 do que era em 2000. Como pode ser observado no balança patrimonial, o capital circulante líquido (ativo circulante – passivo circulante) é positivo em R$34.250; 3: A margem de lucro líquido é dada pelo lucro líquido dividido pelas receita líquida. Nesse caso, como o lucro líquido é igual a R$46.890 e a receita líquida é igual a R$692.750, temos que a margem de lucro líquido é igual a 6,8%; 4: A margem de lucro bruto é dada pelo lucro bruto dividido pelas receita líquida. Nesse caso, como o lucro bruto é igual a R$311.045 e a receita líquida é igual a R$692.750, temos que a margem de lucro bruto é igual a 44,9%; 5: A afirmativa está errada, pois não existem dados suficientes para poder fazer esse tipo de afirmativa. Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5E (Analista Judiciário - Contabilidade/TST – 2007 – CESPE) Uma dívida vencida, convertida em obrigação a longo prazo, aumenta o capital de giro próprio pela entrada de novos recursos.

O capital de giro próprio é representado pela seguinte fórmula: Capital de giro próprio =

Patrimônio Líquido – (Ativo permanente + Realizável a longo prazo)

O objetivo desse indicador é demonstrar quanto do capital de giro da empresa é composto por recursos próprios. A situação proposta na questão não afeta nenhum dos itens envolvidos no cálculo do capital de giro próprio, e por esse motivo não o afeta. O impacto da conversão da dívida vencida, e portanto no curto prazo, em obrigação de longo prazo afeta apenas o capital circulante líquido. Gabarito “E” (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Ao apurar o imposto de renda de pessoa jurídica, a empresa pode optar pelo seu pagamento

ou por sua apropriação. No caso do pagamento imediato, a redução do índice de liquidez corrente será imediata. Caso a empresa opte pela apropriação, o índice de liquidez corrente será acrescido no momento do registro. O índice de liquidez corrente é representado pela seguinte fórmula: Liquidez Corrente =

Ativo Circulante Passivo Circulante

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto prazo. Quanto maior o valor do índice melhor para a empresa. O pagamento imediato do imposto de renda, ou qualquer outro desembolso de caixa, reduz o ativo circulante da empresa, e consequentemente seu índice de liquidez corrente. Já a apropriação do imposto para pagamento futuro aumenta o passivo circulante, reduzindo a liquidez corrente. Ou seja, em ambos os casos ocorre variação no índice de liquidez corrente. Gabarito “E” (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) Ao utilizar o índice de solvência, não se considera o volume de recursos disponível no patrimônio

líquido da empresa. Desse modo, a análise restringe-se a recursos econômicos e obrigações de curto e longo prazo. O índice de solvência é representado pela seguinte fórmula: Índice de solvência =

Ativo Total Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

O objetivo desse indicador é representar a capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto e longo prazo com os recursos totais do ativo. Quanto maior o valor do índice melhor para a empresa. É possível observar que o índice de solvência não utiliza em sua fórmula o patrimônio líquido da empresa. Gabarito “C”

450 Fabrício de Oliveira Barros (Contador/DFTRANS – 2008 – CESPE) A utilização do índice de liquidez geral proporciona a visualização da quitação de todas as

obrigações da empresa de curto e longo prazo em função de seus recursos econômicos também de curto e longo prazo. Assim, é possível determinar se a empresa possui recursos suficientes para quitar todas as suas obrigações, desconsiderando-se a possibilidade de comercializar seu ativo fixo. O índice de liquidez geral é representado pela seguinte fórmula: Liquidez Geral =

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto e longo prazo. Quanto maior o valor do índice melhor para a empresa. Nesse indicador desconsidera-se o ativo permanente, uma vez que trata-se do grupo de ativos fixos cujo objetivo não é ser realizado para quitar dívidas. Gabarito “C” (Analista de Controle Externo/TCE-AC – 2008 – CESPE) Balance de verificação para as questões 1 a 6



Conta

1

outras despesas

saldo (em R$) 1.200

2

fornecedores

1.470

3

energia a pagar

2.210

4

contas a pagar

3.200

5

investimento em ações

3.200

6

despesas antecipadas

3.340

7

disponível

8.000

8

despesas de depreciação

8.100 8.410

9

material de consumo

10

móveis e utensílios

8.450

11

participações em controladas

8.900

12

impostos a recolher

9.214

13

despesas financeiras

9.850

14

deduções da receita

10.000

15

provisão para contingências

10.020

16

despesas administrativas

12.500

17

estoque de mercadorias para revenda

12.500

18

contas a receber

12.580

19

salários a pagar

12.850

20

despesas tributárias

13.500

21

prédios

13.850

22

veículos

14.800

23

títulos a receber de longo prazo

15.980

24

máquinas e equipamentos

19.050

25

terrenos

21.500

26

custo da mercadoria vendida

25.000

27

casas

25.800

28

resultados acumulados após a DRE

29.004

29

receita de vendas

80.000

30

financiamentos a pagar de longo prazo

80.000

31

florestas

80.000

32

depreciação acumulada

100.500

33

fazendas

120.000

34

capital social

185.900

13. Contabilidade

451

Para resolver todos os itens relacionados à tabela acima é necessário classificar todas as contas de acordo com os grupos do ativo, passivo, patrimônio líquido e resultado. Essa classificação está apresentada a seguir: Conta

saldo (em R$)

Classificação das Contas

outras despesas

1.200

Resultado devedora

fornecedores

1.470

Passivo Circulante

energia a pagar

2.210

Passivo Circulante

contas a pagar

3.200

Passivo Circulante

investimento em ações

3.200

Ativo Realizável a longo prazo

despesas antecipadas

3.340

Ativo Circulante

disponível

8.000

Ativo Circulante

despesas de depreciação

8.100

Resultado devedora

material de consumo

8.410

Ativo Circulante

móveis e utensílios

8.450

Ativo Permanente

participações em controladas

8.900

Ativo Permanente

impostos a recolher

9.214

Passivo Circulante

despesas financeiras

9.850

Resultado devedora

deduções da receita

10.000

Resultado devedora

provisão para contingências

10.020

Passivo Circulante

despesas administrativas

12.500

Resultado devedora

estoque de mercadorias para revenda

12.500

Ativo Circulante

contas a receber

12.580

Ativo Circulante

salários a pagar

12.850

Passivo Circulante

despesas tributárias

13.500

Resultado devedora

prédios

13.850

Ativo permanente

veículos

14.800

Ativo permanente

títulos a receber de longo prazo

15.980

Ativo Realizável a longo prazo

máquinas e equipamentos

19.050

Ativo permanente

terrenos

21.500

Ativo permanente

custo da mercadoria vendida

25.000

Resultado devedora

casas

25.800

Ativo permanente

resultados acumulados após a DRE

29.004

Patrimônio líquido

receita de vendas

80.000

Resultado credora

financiamentos a pagar de longo prazo

80.000

Passivo Exigível de Longo Prazo

florestas

80.000

Ativo Permanente

depreciação acumulada

100.500

Ativo Permanente (Redutora)

fazendas

120.000

Ativo Permanente

capital social

185.900

Patrimônio líquido

O somatório das contas por grupo está apresentado a seguir: Grupo de contas

Total

Ativo Circulante

44.830

Ativo Realizável a longo prazo

19.180

Ativo Permanente

312.350

Ativo Permanente (Redutora)

(100.500)

Passivo Circulante

38.964

Passivo exigível de longo prazo

80.000

Patrimônio líquido

214.904

Resultado credora

80.000

Resultado devedora

(80.150)

452 Fabrício de Oliveira Barros (1) O índice de liquidez corrente apurado nesse balencete é (A) inferior a 1,20. (B) superior a 1,20 e inferior a 1,91. (C) superior a 1,92 e inferior a 2,42.

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto prazo com os recursos de curtíssimo prazo (caixa, bancos e aplicações de liquidez imediata). Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos:

(D) superior a 2,43 e inferior a 3,13. (E) superior a 3,74.

Liquidez imediata =

8.000 38.964

= 0,20

(2) O índice de liquidez imediata apurado é (A) inferior a 0,15.

3: O índice de endividamento é representado pela seguinte fórmula:

(B) superior a 0,16 e inferior a 0,26. (C) superior a 0,27 e inferior a 0,37. (D) superior a 0,38 e inferior a 0,48.

Passivo Total (Circulante + Exigível a Longo Prazo)

Índice de endividamento =

(E) superior a 0,49.

Patrimônio Líquido

(3) O índice de endividamento apurado é

O objetivo desse indicador é demonstrar a proporção existente entre o capital de terceiros e o capital próprio. Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos:

(A) inferior a 22%. (B) superior a 23% e inferior a 40%. (C) superior a 41% e inferior a 58%. (D) superior a 59% e inferior a 75%.

38.964 + 80.000

Índice de endividamento =

(E) superior a 76% .

= 0,55

214.904

(4) O capital circulante líquido apurado é

4: O capital circulante líquido é representado pela seguinte fórmula:

(A) inferior a R$ 6.000,00. (B) superior a R$ 6.001,00 e inferior a R$ 7.000,00. (C) superior a R$ 7.001,00 e inferior a R$ 8.000,00. (D) superior a R$ 8.001,00 e inferior a R$ 9.000,00. (E) superior a R$ 9.001,00. (5) O índice de liquidez geral apurado é (A) inferior a 0,15.

Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto com recursos também de curto prazo. Quanto maior o valor do índice melhor para a empresa. Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos: Capital Circulante Líquido =

(B) superior a 0,16 e inferior a 0,26.

44.830 – 38.964 = 5.866

(C) superior a 0,27 e inferior a 0,37. (D) superior a 0,38 e inferior a 0,48.

5: O índice de liquidez geral é representado pela seguinte fórmula:

(E) superior a 0,49. (6) Considerando-se que o estoque inicial da empresa cor-

responda a R$ 6.800,00, é correto concluir que o giro do estoque é

(A) inferior a 1,75. (B) superior a 1,76 e inferior a 2,06.

Liquidez Geral =

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto e longo prazo. Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos:

(C) superior a 2,07 e inferior a 2,77. (D) superior a 2,78 e inferior a 3,48.

44.830 + 19.180

Liquidez geral =

(E) superior a 3,49.

38.964 + 80.000

1: O índice de liquidez corrente é representado pela seguinte fórmula: Ativo Circulante

O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto prazo. Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos: Liquidez Corrente =

44.830 38.964

= 1,15

2: O índice de liquidez imediata é representado pela seguinte fórmula: Liquidez Imediata =

6: O giro do estoque é representado pela seguinte fórmula:

Passivo Circulante

Disponível Passivo Circulante

Giro do estoque =

Custo da mercadoria vendida (CMV) Estoque médio

O objetivo desse indicador é demonstrar quantas vezes a empresa renova seu estoque no período analisado. Substituindo na fórmula os valores das contas apresentadas na questão teremos: Giro do estoque =

25.000 (6.800 + 12.500) ÷ 2

Gabarito 1A, 2B, 3C, 4A, 5E, 6C

Liquidez Corrente =

= 0,53

= 2,59

453

13. Contabilidade (Analista de Controle Externo/TCE-AC – 2008 – CESPE) Balancete

de verificação para as questões 1 e 2 contas capital social

saldo (em R$) 87.874

(1) A margem bruta apurada é (A) inferior a 45%. (B) superior a 46% e inferior a 56%. (C) superior a 57% e inferior a 67%. (D) superior a 68% e inferior a 78%. (E) superior a 79%.

deduções da receita

9.000

(2) A margem operacional é (A) inferior a 20%. (B) superior a 21% e inferior a 31%. (C) superior a 32% e inferior a 42%. (D) superior a 43% e inferior a 53%. (E) superior a 54%.

depreciação acumulada

8.500

1: A margem bruta é representada pela seguinte fórmula:

despesas administrativas

2.500

despesas antecipadas

3.340

despesas de depreciação

4.120

clientes contas a pagar custo da mercadoria vendida

6.520 800 18.500

despesas financeiras

6.522

despesas tributárias

10.600

disponível

2.000

energia a pagar

3.200

estoque para revenda financiamentos a pagar de longo prazo

9.500 30.000

fornecedores

1.200

impostos a recolher

3.200

investimentos em ações máquinas e equipamentos

2.100 19.050

Margem bruta =

Lucro Bruto Receita líquida

Com base na fórmula apresentada temos que a margem bruta da empresa está assim apresentada. Margem bruta =

32.500 51.000

=

0,64

2: A margem operacional é representada pela seguinte fórmula: Margem operacional =

Lucro operacional Receita líquida

Como a questão não apresentou resultado não operacional, o lucro líquido equivale ao lucro operacional. Com base na fórmula apresentada temos que a margem bruta da empresa está assim apresentada. Margem operacional =

5.558 51.000

=

0,11

material de consumo

8.410

Gabarito 1C, 2A

móveis e utensílios

8.450

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) Acerca da

outras despesas

3.200

classificação dos itens patrimoniais, da sua movimentação e do reflexo desta no capital circulante líquido, julgue o item seguinte.

participações em controladas

6.520

(1) O aumento do saldo do ativo permanente intangível advindo

provisões para contingências

820 60.000

resultados acumulados após a DRE

29.004

salários a pagar

14.100

terrenos

21.500

títulos a receber de longo prazo

12.300

veículos

21.000

O primeiro passo na resolução das questões relacionadas ao balancete é elaborar a demonstração do resultado do exercício, conforme apresentado a seguir: Receita bruta

60.000

(-) Devoluções de vendas

(9.000)

(=) Receita líquida (-)CMV

51.000 (18.500)

(=) Lucro bruto

32.500

(-) despesas administrativas

(2.500)

(-) despesas de depreciação

(4.120)

(-) despesas financeiras

(6.522)

(-) despesas tributárias

(10.600)

(-) outras despesas (=) Lucro líquido

(3.200) 5.558

1: O capital circulante líquido é representado pela seguinte fórmula: Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante O objetivo desse indicador é demonstrar a capacidade da empresa em pagar suas dívidas de curto com recursos também de curto prazo. A aquisição de ativo permanente com pronto pagamento ocasionaria uma redução no ativo circulante da empresa e consequente redução do capital circulante líquido. Existe a possibilidade de ocorrerem operações envolvendo simultaneamente contas do ativo circulante e passivo circulante mas que não alterem o capital circulante líquido. Ex: recebimento de clientes, aquisição de mercadorias a vista ou a prazo, contratação de empréstimos, etc. Gabarito 1C

receita de vendas

de pagamento por aquisição de marca provocará redução no capital circulante líquido imediatamente.

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) A respeito da constituição das provisões e dos seus reflexos na estrutura patrimonial, julgue os itens a seguir. (1) O registro da provisão para desvalorização de estoques

reduz tanto o capital circulante líquido como o resultado do exercício. (2) O registro da provisão para contingências judiciais aumenta o capital circulante líquido e reduz o resultado do exercício. O pagamento das provisões já contabilizadas não afetará o capital circulante líquido. (3) O registro da provisão para perda de investimentos afetará o saldo do ativo permanente e também o saldo do resultado do exercício de maneira negativa. O registro da perda de investimentos provisionada será a débito da provisão para perda de investimentos e a crédito da conta de investimento.

454 Fabrício de Oliveira Barros

Gabarito “C” (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Considere

que uma empresa apresente, em determinado período, os seguintes dados: vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00 lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00 ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00 Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%. Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos investimentos. A margem de lucro é representada pela seguinte fórmula: Margem de lucro =

Lucro operacional líquido Vendas líquidas

Tendo essa fórmula em mente não é sequer necessário efetuar cálculos. Para manter a margem de lucro aumentando as vendas em 50% é necessário aumentar o lucro operacional líquido na mesma proporção, ou seja, em 50%. Gabarito “C” (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Se, ao analisar

a margem operacional de uma empresa, um consultor verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional, nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não operacionais; aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a capacidade produtiva.

Receita líquida

As 3 operações propostas para melhorar a rentabilidade da empresa não surtiriam o efeito desejado. A redução das despesas não operacionais não afeta a margem operacional, pois tanto o lucro operacional quanto a receita líquida são apurados sem interferência dessas despesas. O aumento das vendas com margem de lucro sacrificada iria aumentar a receita líquida em proporção maior que aumentaria o lucro operacional, impactando em uma margem operacional menor. O aumento da capacidade produtiva implica no aumento das despesas com depreciação, reduzindo o lucro operacional e consequentemente a margem operacional. (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Caso uma

empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de cobrir cinco vezes esses encargos. O índice de cobertura de juros é representado pela seguinte fórmula: Índice de cobertura de juros =

Lucro Operacional Despesas financeiras

O objetivo desse indicador é demonstrar o número de vezes que o lucro da empresa pode diminuir sem afetar a remuneração devida aos recursos de terceiros. Sendo assim, obtemos o seguinte valor para o índice: Índice de cobertura de juros =

1.500.000

= 6 250.000 Se o lucro operacional é capaz de cobrir 6 vezes os encargos financeiros, é capaz de cobrir 5 vezes. (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Na análise dos

índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos passivos. A liquidez de uma empresa é garantida tanto pela exibilidade efetiva dos passivos quanto pela possibilidade de realização dos ativos. Tendo os ativos prazos de realização superiores ao vencimento dos passivos a situação seria desfavorável para empresa. O analista de controle externo deve portanto considerar a exibilidade dos passivos com o mesmo rigor que a realização dos ativos, e assegurar-se que o prazo de realização dos ativos é inferior ao de vencimento dos passivos.

(Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) Considere

que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras: exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00 exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00 exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00 Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal, utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200.

A análise horizontal é a comparação de uma conta em diferentes exercícios sociais. O uso da base móvel consiste na técnica de considerar como comparativo sempre o exercício imediatamente anterior. Na situação apresentada o exercício 3 seria comparado com o exercício 2. O valor da despesa financeira do exercício 3 (R$360.000) representa 200% da mesma despesa no exercício 2 (R$180.000) e por esse motivo índice seria de 200. Gabarito “C”

Robert Kaplan, criador do Balanced Scorecard, definiu que o objetivo dessa ferramenta é “traduzir a missão e a Estratégia das empresas em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão estratégica”. Nesse conceito de abrangência de medidas de desempenho encontra-se o desempenho social, que pode ser objeto de parecer de auditoria, sem é claro eliminar a necessidade da auditoria financeira (de balanço).

Lucro operacional

Gabarito “E”

scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

Margem operacional =

Gabarito “C”

Gabarito 1C, 2E, 3C (Analista de Controle Externo/TCU – 2008 – CESPE) O balanced

A margem operacional é representada pela seguinte fórmula:

Gabarito “E”

1: O estoque é um item que compõem o ativo circulante. Qualquer alteração no seu valor afetará o capital circulante líquido. A provisão para desvalorização de estoques reduz o saldo da conta estoques e consequentemente o capital circulante líquido. A contrapartida da provisão é uma conta de despesa no resultado do exercício. 2: As provisões para contingências compõem o passivo das empresas. O aumento do passivo circulante ocasiona uma redução no capital circulante líquido, o que torna o item errado. A contrapartida do registro da provisão é uma conta de despesa de provisão, que reduz o resultado do exercício. A afirmativa de que o pagamento das provisões já contabilizadas não afeta o capital circulante líquido está correta, pois o pagamento implicará em uma redução do caixa (ativo circulante) e da provisão (passivo circulante) no mesmo montante. 3: O registro da provisão será feito a débito da conta de resultado, representando a despesa referente à diminuição do valor do ativo, e a crédito da conta de provisão, conta essa redutora do ativo. No momento que a perda se realizar não será necessário qualquer lançamento no resultado pois isso já ocorreu no momento do registro da provisão. Tampouco será necessário qualquer lançamento de caixa, uma vez que o registro da perda não representa qualquer desembolso. O lançamento a ser feito é a baixa da provisão (débito) contra o investimento (crédito).

13. Contabilidade

exigível a longo prazo, para evidenciar a dependência da empresa em relação às instituições financeiras. (B) As depreciações, na demonstração do resultado, devem destacar as parcelas que constituem custo e despesa, quando se trata de uma indústria. (C) O capital a integralizar é representado no ativo, para que o capital social represente, no patrimônio líquido, o valor efetivamente à disposição da empresa. (D) As dívidas vencidas e não pagas devem ser excluídas, para não distorcer o montante das obrigações a curto prazo. Para fins de análise econômico-financeira o analista pode efetuar ajustes que permitam uma melhor percepção da situação da empresa, mesmo que esses ajustes não estejam previstos na legislação societária. A letra “a” está incorreta pois a classificação dos títulos descontados no passivo é usual, mas precisa ocorrer de acordo com o prazo de vencimento desses títulos (curto prazo ou longo prazo). A incorreção da letra “c” está no fato de que a reclassificação do capital a integralizar não é usual. Na letra “d” a incorreção reside no fato de que as dívidas vencidas e não pagas ainda representam um passivo da empresa e jamais poderiam ser excluídas. A letra “b” está correta pois essa segregação da depreciação em custos e despesas além de usual do ponto de vista da análise econômico-financeira, é o recomendado do ponto de vista da legislação societária. Gabarito “B” (Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) O retorno

sobre o patrimônio líquido pode ser representado como o produto de três fatores: retorno sobre as vendas; giro do ativo; e estrutura de capitais. Desse modo, utiliza-se a expressão a seguir, em que LL é o lucro líquido, PLm é o patrimônio líquido médio, VL é vendas líquidas, e Atm é o ativo total médio, para estabelecer a relação entre essas variáveis. LL/ PLm = LL/VL × VL/Atm × Atm/PLm A partir dessas informações, é correto afirmar que é possível melhorar esse indicador

(A) expandindo a capacidade de produção, mediante desloca-

Sabendo-se que o lucro operacional de uma empresa antes das despesas financeiras de juros e dos tributos sobre o resultado foi de R$ 4.570.000,00 e que as referidas despesas de juros atingiram R$ 190.000,00, conclui-se que, pelo índice de cobertura de juros, o lucro operacional cobre as despesas financeiras por 25 exercícios sociais. O índice de cobertura de juros é representado pela seguinte fórmula: Índice de cobertura de juros =

Lucro Operacional Despesas financeiras

O objetivo desse indicador é demonstrar o número de vezes que o lucro da empresa pode diminuir sem afetar a remuneração devida aos recursos de terceiros. O lucro operacional da empresa em questão é de R$4.380.000,00 (R$4.570.000,00 – R$190.000,00), visto que as despesas financeiras estão dentro do lucro operacional. Sendo assim, obtemos o seguinte valor para o índice: Índice de cobertura de juros

=

4.380.000,00 190.000,00

= 23,05

(Analista – ANAC – 2009 – CESPE) Julgue os itens que se seguem,

acerca da administração financeira.

(1) Para a apuração da necessidade de capital de giro,

devem-se incluir os saldos das contas erráticas do ativo e passivo circulante. (2) O valor anual equivalente (VAE) é a parcela periódica e constante necessária ao pagamento de uma quantia igual ao valor presente líquido (VPL) da opção de investimento em análise, ao longo de sua vida útil. Desse modo, o VAE transforma o valor atual do investimento ou o seu VPL em fluxo de receitas ou custos periódicos e contínuos, equivalentes ao valor atual, durante a vida útil do projeto.

1: A necessidade de capital de giro é encontrada pela seguinte fórmula: Ativo Cíclico - Passivo Cíclico. Contas erráticas dizem respeito ao Saldo de Tesouraria (Saldo em Tesouraria = Ativo Errático - Passivo Errático). 2: A questão apresenta o exato conceito do valor anual equivalente (VAE), que se refere à parcela anual, que trazida a valor presente é igual ao valor presente líquido (VPL). Gabarito 1E, 2C

(A) Os títulos descontados devem ser classificados no passivo

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

Gabarito “E”

(Analista Judiciário - Contabilidade/STF – 2008 – CESPE) A reclassificação ou padronização das demonstrações contábeis é necessária nos procedimentos de análise econômico-financeira, com vistas a diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas na apresentação dessas demonstrações. Assinale a opção correta com relação a um tipo de reclassificação usualmente efetuada.

455

(Analista Administrativo - Contabilidade/ANTAQ – 2009 – CESPE)

mento de recursos para novos investimentos. (B) convertendo ativos não operacionais em operacionais. (C) aumentando as vendas na mesma proporção de um aumento dos estoques, mediante desimobilizações, sem alteração da margem de lucro. (D) convertendo empréstimos dos sócios em aumento de capital.

Dispõe-se dos seguintes dados obtidos das demonstrações contábeis de uma empresa comercial:

A letra “a” está incorreta pois a expansão da capacidade de produção por si só não altera nenhum dos itens que compõem a fórmula do retorno sobre o patrimônio líquido. A incorreção da letra “c” está no fato de que a conversão de ativos não operacionais em operacionais irá aumentar o valor da despesa de depreciação, e consequentemente reduzirá o resultado. Isso porque os ativos não operacionais não geram depreciação. A redução do resultado impactará em um retorno sobre o patrimônio líquido menor. Na letra “d” a incorreção reside no fato de que converter empréstimos em aumento de capital irá aumentar o valor do patrimônio líquido. Esse aumento, mantido o valor do lucro líquido, impactará em um retorno sobre o patrimônio líquido menor. A letra “c” está correta pois as desimobilizações reduzem o valor da despesa depreciação, aumento o lucro líquido. O aumento das vendas irá marjorar a receita e consequentemente o lucro líquido. Quanto maior lucro, mantido o mesmo patrimônio líquido, maior será o retorno sobre o patrimônio líquido.

Com base nos dados acima e sabendo-se que correspondem a um período de 360 dias, conclui-se que o prazo médio de pagamento das compras é de 72 dias.

- - - - -

fornecedores – saldo inicial: R$ 550.000,00; fornecedores – saldo final: R$ 850.000,00; CMV: R$ 3.400.000,00; EI de mercadorias: R$ 300.000,00; EF de mercadorias: R$ 400.000,00.

O prazo médio de pagamento das compras é representado pela seguinte fórmula: Prazo médio de paga- Fornecedores (Média do período) = mento das compras Compras

x 360

O objetivo desse indicador é demonstrar o tempo médio que a empresa demora para pagar suas compras. Para encontrar o valor das compras é preciso organizar os valores de CMV, estoque inicial e estoque final, conforme apresentado a seguir: CMV = Estoque inicial + Compras – Estoque final 3.400.000,00 = 300.000,00 +Compras – 400.000,00 Compras = 3.400.000,00 - 300.000,00 + 400.000,00 Compras = 3.500.000,00

Gabarito “C”

456 Fabrício de Oliveira Barros O preenchimento da fórmula com os dados da questão está a seguir apresentado: Prazo médio de pagamento das compras =

(550.000,00 + 850.000,00)/2 3.500.000,00

x 360 = 72

Gabarito “C”

que versam sobre a contabilidade aplicada ao setor público.

(1) A contabilidade aplicada ao setor público, assim como

qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se, em sua integralidade, o princípio da competência, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa. (2) Na contabilidade aplicada ao setor público, além do registro dos fatos referentes à execução orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos relativos à execução financeira e patrimonial. Desse modo, os fatos modificativos são levados à conta de resultado, e as informações contábeis permitem o conhecimento da composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de determinado exercício. (3) Ao se efetuar o registro de despesas antecipadas, deve-se proceder ao registro do empenho, da liquidação e do pagamento em contas específicas no momento da ocorrência do fato gerador. 1: artigo 35 da Lei nº 4.320/1964 define que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. No entanto, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos Princípios Fundamentais de Contabilidade. Sendo assim, aplica-se o princípio da competência em sua integralidade, ou seja, tanto para o reconhecimento da receita quanto para a despesa. Assim, conclui-se que o artigo 35 da Lei nº 4.320/1964 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime contábil aplicável ao setor público. 2: art. 104 da Lei nº 4.320/1964 define que “A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício”. Para tanto, é necessário que, além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, efetue-se a evidenciação dos fatos ligados à execução financeira e patrimonial. 3: com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve haver o registro da despesa em função do fato gerador, em observância aos Princípios da Competência e da Oportunidade. No entanto, em alguns casos, como no registro de despesas antecipadas, deve haver o registro do empenho, da liquidação e do pagamento em contas específicas antes da ocorrência do fato gerador. Gabarito 1C, 2C, 3E (Analista – ANAC – 2009 – CESPE) Julgue os itens subsequentes,

referentes à receita pública e a suas características.

(1) A receita orçamentária não efetiva, que constitui fato

contábil permutativo, altera a situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento. Nesse caso, além da receita orçamentária, registra-se, concomitantemente, conta de variação passiva para reforçar o efeito dessa receita sobre o patrimônio líquido da entidade. (2) A receita orçamentária efetiva, no momento do seu reconhecimento, constitui fato contábil modificativo aumentativo, aumentando a situação líquida patrimonial da entidade.

dada a necessidade de autorização legislativa para sua efetivação, há o registro da receita orçamentária mesmo não havendo ingressos efetivos. Transações como aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil-financeiro, por serem consideradas operação de crédito, são registradas como receita orçamentária e despesa orçamentária. (4) A receita orçamentária privada, executada por entidades privadas, deve estar prevista no orçamento anual, prescindindo, no entanto, de aprovação por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução. 1: A Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela que não altera a situação líquida patrimonial no momento do seu reconhecimento, constituindo fato contábil permutativo. 2: A Receita Orçamentária Efetiva é aquela que, no momento do seu reconhecimento, aumenta a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato contábil modificativo aumentativo. 3: O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público da Secretaria do Tesouro Nacional define duas formas de contabilização do leasing financeiro: a) prever-se a despesa orçamentária com a aquisição financiada (despesa com investimento) no Orçamento Público em contrapartida a uma receita orçamentária de capital (Operação de Crédito), mesmo que não haja o ingresso efetivo dessa receita nos cofres públicos. b) não constarão do Orçamento Público receitas orçamentárias que não possuam previsão de efetivo ingresso nos cofres públicos. Nesse caso, apenas a despesa com a amortização (e encargos correspondentes) do financiamento consta do orçamento do ente. 4: A Receita Orçamentária Privada é aquela executada por entidades privadas e que consta na previsão orçamentária aprovada por ato de conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução. A questão está incorreta, pois afirma que tal receita prescinde (não necessita) de aprovação por conselho superior. (Analista – ANAC – 2009 – CESPE) No que se refere à destinação de recursos na contabilidade pública e a suas peculiaridades, julgue os itens a seguir. (1) A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada

por mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação deriva de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos recursos são obtidos com finalidade específica. (2) A destinação ordinária de recursos consiste no processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades. (3) Ocorre destinação desvinculada quando não há o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos. 1: O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público define destinação vinculada como “o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas estabelecidas pela norma”. 2: O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público define destinação ordinária como “o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer finalidades”. 3: No âmbito da contabilidade pública não existe o termo “destinação desvinculada”. Gabarito 1C, 2C, 3E

(Analista – ANAC – 2009 – CESPE) Julgue os seguintes itens,

(3) Em algumas transações realizadas no âmbito da União,

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E

6. Contabilidade Pública

14. Direito de Trânsito Wander Garcia e Eduardo Dompieri

1. Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997) 1.1. Disposições preliminares e conceitos básicos (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Julgue os itens a

seguir, relativos a conceitos utilizados para a interpretação do CTB.

I.

Caminhonete – veículo misto destinado ao transporte de passageiros e carga no mesmo compartimento.

IV. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao Con-

tran, são integradas por especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões daquele colegiado.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 0. (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4.

II. Ilha – obstáculo físico, colocado na pista de rolamento,

I: correta (art. 1º, § 3º, da Lei 9.503/1997); II: correta (art. 5º da Lei 9.503/1997); III: correta (art. 7º da Lei 9.503/1997); IV: correta (art. 13, caput, da Lei 9.503/1997).

III. Tara – peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da car-

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Com relação ao

transporte de carga com peso bruto total máximo superior a 10.000 kg e de passageiros, superior a vinte passageiros.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 0. (B) 1. (C) 2. (D) 3. (E) 4.

I: incorreta, pois a caminhonete não é veículo destinado ao transporte de passageiros e carga no mesmo compartimento, mas destinado ao transporte de carga com peso bruto até 3,5 mil quilogramas (Anexo I da Lei 9.503/1997); II: correta, nos termos do Anexo I da Lei 9.503/1997; III: correta, nos termos do Anexo I da Lei 9.503/1997; IV: correta, nos termos do Anexo I da Lei 9.503/1997. Gabarito “D”

1.2. Sistema Nacional de Trânsito (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Julgue os itens sub-

1: correta (art. 7º, I, da Lei 9.503/1997); é bom ressalvar que o Contran é o órgão máximo normativo e consultivo do SNT; há, também, o órgão máximo executivo de trânsito (art. 19 da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 7º, V, da Lei 9.503/1997). (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Considerando o CTB,

julgue o item seguinte.

(1) Considerando que o CTB determina que compete à PRF,

no âmbito das rodovias e estradas federais, aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, é correto afirmar, com base no referido código, que o policial rodoviário federal pode multar um motorista por excesso de velocidade e, para conferir celeridade ao procedimento, receber em mão o dinheiro relativo à multa, oferecendo ao infrator recibo devidamente assinado.

1: incorreta, pois o art. 20 da Lei 9.503/1997 não prevê que a PRF, por seus policiais, recebam em mãos o dinheiro relativo à multa aplicada. Gabarito 1E

IV. Veículo de grande porte – veículo automotor destinado ao

Sistema Nacional de Trânsito (SNT), julgue os itens a seguir.

(1) O Conselho Nacional de Trânsito é o órgão máximo do SNT. (2) A Polícia Rodoviária Federal (PRF) compõe o SNT.

Gabarito 1C, 2C

roçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas.

Gabarito “E”

destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma interseção.

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Em relação a

sequentes com respeito ao SNT.

composição e competência do Sistema Nacional de Trânsito, assinale a alternativa

I.

(A) Os Cetran, Conselhos Estaduais de Trânsito, são órgãos

II. O SNT é o conjunto de órgãos e entidades da União, dos

estados, do DF e dos municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidades.

III. Compõem o SNT: o Contran, os conselhos estaduais

de trânsito (Cetran) e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal (Contrandife), os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos estados, do DF e dos municípios, os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos estados, do DF e dos municípios, a PRF, as polícias militares dos estados e do DF e as juntas administrativas de recursos de infrações.

máximos normativos e consultivos do Sistema Nacional de Trânsito; (B) Estabelecer as diretrizes da Política Nacional de Trânsito é, entre outras, competência da Polícia Rodoviária Federal; (C) É competência do Contran, Conselho Nacional de Trânsito, zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas no Código de Trânsito Brasileiro; (D) Compete às Jari, Juntas Administrativas de Recursos de Infrações, dirimir conflitos sobre circunscrição e competência do trânsito no âmbito dos Municípios; (E) Compete às Câmaras Temáticas julgar os recursos interpostos pelos infratores. A: incorreta, pois são órgãos normativos, consultivos e coordenadores (art. 7º, II, da Lei 9.503/1997), mas não são o órgão máximo normativo e consultivo do SNT, já que o Contran é quem tem essa incumbência (art. 7º, I, da Lei 9.503/1997); B: incorreta, pois essa competência é do Contran (art. 12, I, da Lei 9.503/1997); C: correta (art. 12, VII, da Lei 9.503/1997); D: incorreta, pois essa é competência do Cetran (art. 14, IX, da Lei 9.503/1997); E: incorreta, pois essa competência é das JARI (art. 17, I, da Lei 9.503/1997). Gabarito “C”

Os órgãos e entidades componentes do SNT respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.

458 Wander Garcia e Eduardo Dompieri (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Considere algumas das atribuições de órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito: I.

Estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de condutores de veículos, a expedição de documentos de condutores e licenciamento de veículos; II. Organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação; III. Efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas; IV. Realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e de terceiros. São de competência da Polícia Rodoviária Federal: (A) somente I; (B) somente I e III; (C) somente II e III;

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Acerca da condução de veículos de tração animal e da circulação de animais isolados ou em grupo nas vias, assinale a opção correta de acordo com o CTB. (A) Os veículos de tração animal terão de ser conduzidos

pelo lado esquerdo da pista, sempre que não houver faixa especial a eles destinada. (B) Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias quando conduzidos por um guia, e, para facilitar os deslocamentos, os rebanhos não devem ser divididos em grupos. (C) Os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser mantidos junto ao bordo da pista. (D) A circulação de animais sobre pontes de rodovias federais, quando em grupo, só pode ocorrer com total paralisação do trânsito de veículos. (E) Compete à PRF, no âmbito das rodovias e estradas federais, aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito e os valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, mas não os valores provenientes da remoção de animais, pois tal competência cabe à autoridade de trânsito estadual.

1.3. Normas gerais de circulação e conduta

A: incorreta, pois tais veículos, caso não haja faixa especial a eles destinadas, devem ser conduzidos pelo lado direito da pista (e não esquerdo), junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento; B: incorreta, pois os rebanhos devem sim ser divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito (art. 53, I, da Lei 9.503/1997); C: correta (art. 53, II, da Lei 9.503/1997); D: incorreta, pois não há regra dessa natureza na Lei 9.503/1997; ao contrário, a orientação da lei é que os rebanhos de animais devem ser divididos em grupos de tamanho moderado e separados um dos outros por espaços suficientes para não obstruir o trânsito (art. 53, I, da Lei 9.503/1997); E: incorreta, pois a competência da PRF também se dá quanto aos valores devidos em razão da remoção de animais (art. 20, III, da Lei 9.503/1997).

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Assinale a opção que está em harmonia com as normas gerais de circulação previstas no CTB.

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Quanto às regras de circulação no trânsito e aos documentos de porte obrigatório, julgue os itens seguintes.

(A) Embora seja recomendável que, antes de colocar o veículo

(1) Apenas os veículos prestadores de serviços de utilidade

Gabarito “D”

em circulação nas vias públicas, o condutor verifique a existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino, não há no CTB previsão expressa a esse respeito. (B) O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação deve ocorrer pelo lado direito da via, não se admitindo exceções quanto a isso. (C) Quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação no mesmo sentido, são as da esquerda as destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles destinada, e as da direita, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade. (D) O trânsito de veículos sobre passeios e calcadas só poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento e tal restrição não se aplica aos acostamentos. (E) Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem, no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela.

A: incorreta, pois há previsão sim desse dever (art. 27 da Lei 9.503/1997); B: incorreta, pois a própria lei admite exceções a essa regra, desde que devidamente sinalizadas (art. 29, I, da Lei 9.503/1997); C: incorreta, pois os veículos mais lentos e de maior parte devem trafegar pela direita (e não pela esquerda), ficando a faixa da esquerda (e não da direta) destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade; D: incorreta, pois a regra em questão abrange os passeios, as calçadas e os acostamentos (art. 29, V, da Lei 9.503/1997); E: correta (art. 29, III, b, da Lei 9.503/1997).

pública podem usar luzes intermitentes rotativas vermelhas.

(2) O condutor de veículo automotor, natural de país estran-

geiro e nele habilitado, desde que penalmente imputável no Brasil, ou seja, possua 18 anos de idade, poderá dirigir no território nacional quando amparado por convenções ou acordos internacionais, ratificados e aprovados pelo Brasil e, igualmente, pela adoção do princípio da reciprocidade, no prazo máximo de 180 dias, respeitada a validade da habilitação de origem.

1: incorreta, pois não só os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento e as ambulâncias podem usar tais luzes, como também os de polícia, fiscalização e operação de trânsito, tudo a demonstrar que uma gama variada de serviços públicos pode ser valer dessa autorização prevista na lei, que não se limita aos serviços de utilidade pública em sentido estrito (art. 29, VII, da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 142 da Lei 9.503/1997). Gabarito 1E, 2C

I: incorreta, pois essa competência é do Contran (art. 12, X, da Lei 9.503/1997); II: incorreta, pois essa competência é do órgão máximo executivo de trânsito da União (art. 19, X, da Lei 9.503/1997); III: correta (art. 20, IV, da Lei 9.503/1997); IV: correta (art. 20, II, da Lei 9.503/1997).

Gabarito “C”

(D) somente III e IV; (E) I, II, III e IV.

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Um veículo parado

no leito da via pode atrapalhar o fluxo de veículos, além de possibilitar a ocorrência de acidentes. Por esse e outros motivos, o CTB prescreve as providências a serem tomadas para a imediata sinalização de advertência, como estabelecida pelo Contran. Acerca dessas providências, assinale a opção correta.

(A) A imobilização de veículo no leito viário, em situação de

emergência, deverá ser sinalizada imediatamente, podendo o veículo, bem sinalizado, permanecer na via por, no máximo, uma hora. (B) Na condição citada, o condutor deverá acionar de imediato as luzes de advertência (pisca-alerta) e colocar o triângulo de sinalização, ou equipamento similar, preso junto ao para-choque traseiro do veículo.

Gabarito “E”

14. Direito de Trânsito

de emergência deverá ser instalado perpendicularmente ao eixo da via, e em condição de boa visibilidade. (D) Na ausência do triângulo de segurança, a resolução referida indica a utilização de galhos vegetais para sinalização do veículo imobilizado no leito da via, já que ambos os dispositivos cumprem formalmente o mesmo objetivo. (E) Ônibus ou caminhões imobilizados temporariamente no leito viário devem usar pelo menos dois triângulos para sinalização dos veículos.

A: incorreta, pois não há essa limitação temporal na Resolução Contran 36/1998 (as resoluções podem ser encontradas no seguinte link: http:// www.denatran.gov.br/resolucoes.htm); B: incorreta, pois o triângulo ou equipamento similar deve ser colocado à distância mínima de 30 metros da parte traseira do veículo (art. 1º, caput, Resolução Contran 36/1998); C: correta (art. 1º, parágrafo único, da Resolução Contran 36/1998); D: incorreta, pois, na ausência do triângulo, a Resolução determina a colocação de um equipamento similar, não se podendo dizer que galhos vegetais são equipamentos simulares (art. 1º, caput, Resolução Contran 36/1998); E: incorreta, pois não há tal previsão na Resolução Contran 36/1998. Gabarito “C” (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Julgue os itens a

seguir quanto a regras de circulação de veículos à luz da legislação de trânsito brasileira.

(1) Em uma rodovia, ao sentir sono, o condutor de um veículo

(2)

(3)

(4)



(5)





(6)

automotor deve imediatamente estacionar o veículo no acostamento, sinalizando adequadamente. Em um cruzamento não sinalizado de uma via coletora com uma arterial, terá preferência de passagem o veículo que vier pela esquerda de um dos dois condutores envolvidos. O condutor de um veículo automotor que estiver circulando pela faixa central de uma via de três faixas, ao perceber que outro veículo à sua retaguarda tem o propósito de ultrapassá-lo, deve deslocar-se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha. Considere a seguinte situação hipotética. Cristina, que conduzia seu automóvel em uma rodovia com duplo sentido de direção e pista única, provida de acostamento, precisava fazer uma conversão à esquerda, para acessar a entrada de sua chácara, em um trecho onde não havia sinalização específica para retorno. Nessa situação, Cristina deveria aguardar no acostamento, à direita, para cruzar a pista com segurança. Considere a seguinte situação hipotética. Antônio, ao constatar a indicação do semáforo autorizando-o a atravessar uma via arterial pela faixa de pedestres, percebeu a aproximação de uma ambulância devidamente identificada, com alarme sonoro e iluminação intermitente acionados. Nessa situação, de acordo com o CTB, Antônio poderá atravessar a via normalmente, pela faixa, uma vez que a prioridade referida no Código para as ambulâncias exclui as faixas de travessia de pedestres. Não havendo linha regular de ônibus, o transporte remunerado de passageiros em veículos de carga, entre localidades de origem e destino que estiverem situadas em municípios limítrofes de um mesmo estado, poderá ser autorizado eventualmente e a título precário, desde que cumpra os requisitos estabelecidos pelo Contran.

1: incorreta, pois o acostamento é a parte da pista destinada à parada ou estacionamento de veículos em caso de emergência, bem como à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim (vide Anexo I da Lei 9.503/1997); o sono vai além de uma situação de emergência, pois é um estado duradouro e que reclama que o motorista descanse com calma; no caso, o indicado é o motorista buscar áreas de descanso, quando houver, ou locais para hospedagem e repouso; 2: incorreta, pois, ressalvadas as exceções (ex.: rotatórias – art. 29, III, b, da Lei 9.503/1997), a preferência, em caso de não sinalização, é do condutor que vier pela direta (art. 29, III, c, da Lei 9.503/1997); 3: incorreta, pois, considerando que o condutor

está na faixa do meio, a faixa à direta é destinada aos veículos mais lentos e de maior porte e a da esquerda destinada à ultrapassagem (art. 29, IV, da Lei 9.503/1997); o condutor deve, assim, ficar onde está, aguardando que o outro veículo o ultrapasse pela esquerda; 4: correta (art. 37 da Lei 9.503/1997); 5: incorreta, pois os pedestres também têm de respeitar a prioridade da ambulância (art. 29, VII, b, da Lei 9.503/1997); 6: correta (art. 108 da Lei 9.503/1997 e Resolução Contran 82/1998). Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C, 5E, 6C

(C) Na situação considerada, o equipamento de sinalização

459

(Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Julgue os itens a

seguir, relativos à circulação de veículos automotores e à conduta dos motoristas no trânsito em vias terrestres nacionais.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Fabrício conduzia

o seu veículo no sentido norte-sul, em pista urbana sinalizada com faixa descontínua e desprovida de acostamento. Nessa via coletora, os veículos circulavam nos dois sentidos, cada qual dispondo de apenas uma faixa de rolamento. Fabrício pretendia entrar à esquerda, em via perpendicular, atravessando o sentido oposto àquele em que transitava. Nessa situação, Fabrício deverá sinalizar, indicando a intenção de entrar à esquerda, e, na hipótese de não haver fluxo de veículos no sentido sul-norte, deverá ceder passagem aos veículos que se deslocam na retaguarda do seu, aguardando que o ultrapassem, para, após, efetuar a conversão. (2) Considere a seguinte situação. O eixo rodoviário oeste, em Brasília – DF, é uma via composta de duas pistas separadas por canteiro – uma para deslocamento no sentido sul-norte e outra, norte-sul –, cada pista dispondo de duas faixas de trânsito. A velocidade máxima permitida para o deslocamento de veículos é de 60 km/h e não existe faixa exclusiva para ônibus. Nessa situação, é correto concluir que o condutor de um veículo que circule na faixa da direita de uma daquelas pistas, ainda que se desloque a 50 km/h, não estará obrigado nem a acelerar nem a ceder passagem ao condutor que o siga e evidencie o propósito de ultrapassá-lo. Todavia, ainda que se desloque a 60 km/h pela faixa da esquerda, o condutor deverá tomar a faixa da direita, na mesma situação de intenção de ultrapassagem mencionada. (3) Considere o que dispunha o art. 83 do CTB de 1966, revogado pela Lei n.º 9.503/1997: “É dever de todo condutor de veículo: (...) Guardar distância de segurança entre o veículo que dirige e o que segue imediatamente à sua frente. Penalidade: Grupo 2”. Sabe-se que, sob a vigência daquela norma, a justiça paulista proferiu julgamento que foi ementado nos seguintes termos: No trânsito pelas avenidas muito movimentadas, não é possível obedecer estritamente à distância de segurança, pois, se alguém o faz, imediatamente é pressionado pelo condutor que trafega à sua retaguarda, ou então é ultrapassado por outro motorista que se coloca à sua frente, anulando a disposição regulamentar. Tais informações justificam o fato de o novo CTB não exigir que o condutor guarde distância frontal de segurança entre o veículo do condutor e o que se lhe segue à frente. 1: incorreta, pois Fabrício deverá aproximar-se o máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da pista (art. 38, II, da Lei 9.503/1997), o que é incompatível com deixar que os veículos que estão atrás o ultrapassem, já que a ultrapassagem pela esquerda ficará inviável; vale lembrar que, durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem (art. 38, parágrafo único, da Lei 9.503/1997); 2: correta; a pista da direita é destinada à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade (art. 29, IV, da Lei 9.503/1997); assim, estando o veículo na pista direita, não há que se falar em deixar ou ceder passagem a veículo que vem atrás, que podem muito bem ultrapassá-lo pela esquerda; também não

460 Wander Garcia e Eduardo Dompieri

I.

trólebus (ônibus elétrico) transitando a 50 km/h em uma via local; II. motocicleta transitando a 80 km/h em via arterial; III. micro-ônibus transitando a 108 km/h em uma via de trânsito rápido; IV. ônibus transitando a 108 km/h em uma rodovia; V. caminhão transitando a 80 km/h em uma via arterial; VI. camioneta transitando a 95 km/h em uma estrada; VII. automóvel transitando a 100 km/h em uma estrada; VIII. caminhão transitando a 60 km/h em uma via coletora. Com relação às situações descritas acima, julgue os itens a seguir, de acordo com o CTB. (1) O tipo de veículo que transita nas vias mencionadas nas

(2) (3) (4) (5)

situações I, II, III e V é irrelevante para efeito de definição da velocidade máxima permitida. As situações correspondentes aos dois maiores percentuais de excesso de velocidade são as de números I e VI. Somente nas situações I, VI e VII teria cabimento medida administrativa de recolhimento do documento de habilitação. As infrações descritas nas situações III e IV são de natureza diversa: grave e gravíssima, respectivamente. A infração descrita na situação VIII sujeita o infrator à penalidade de apreensão do veículo.

1: correta, pois em todas situações mencionadas (I, II, III e V) a velocidade está acima da permitida para as vias, que são 30 km/h na via local, 60 km/h na via arterial e 80 km/h nas vias rápidas (art. 61, § 1º, I, a, b e d, da Lei 9.503/1997); 2: incorreta, pois o excesso de velocidade no item VI é de 58,33% (diferença entre 60 km/h e 95 km/h, por conta do art. 61, § 1º, II, b, da Lei 9.503/1997) e o excesso de velocidade no item VII, por exemplo, é de 66,66% (diferença entre 60 km/h e 100 km/h, por conta do art. 61, § 1º, II, b, da Lei 9.503/1997); 3: correta; o art. 218, III, da Lei 9.503/1997, prevê a apreensão do documento de habilitação quando a velocidade for mais de 50% superior à máxima permitida; no item I, o excesso de velocidade é de 66% (diferença entre 30 Km/h e 50 km/h, por conta do art. 61, § 1º, I, d, da Lei 9.503/1997; nos itens VI e VII, conforme se viu, os excessos são de 58,33% e 66,66%; assim, todos esses três casos têm excesso superior a 50%, justificando a medida de recolhimento do documento de habilitação; 4: incorreta; no item III, o excesso de velocidade é de 35% (diferença entre 80 km/h e 108 km/h, por conta do art. 61, § 1º, I, a, da Lei 9.503/1997); no item IV o excesso de velocidade é de 20% (diferença entre 90 km/h e 108 km/h, por conta do art. 61, § 1º, II, a, 2, da Lei 9.503/1997); assim, temos infração grave no primeiro caso (velocidade superior à máxima em 20% até 50%) e infração média no segundo caso (velocidade superior à máxima em até 20%); assim, temos infrações grave e média (art. 218, II e I, da Lei 9.503/1997), respectivamente, e não grave e gravíssima; 5: incorreta, pois, apesar de o excesso de velocidade na situação ser de 50% (diferença entre 40 km/h e 60 km/h, por conta do art. 61, § 1º, I, c, da Lei 9.503/1997), a apreensão do veículo não está prevista nos casos de excesso de velocidade do art. 218 da Lei 9.503/1997; são casos que ensejam apreensão os seguintes: direção sem CNH, com CNH ou permissão cassada ou com suspensão do direito de dirigir, ou referente a categoria diferente da do veículo conduzido (v. art. 162), dirigir com espírito de emulação (art. 173), eventos para exibir manobras ou exibição de manobras perigosas e outros atos (arts. 174 e 175), transposição de bloqueio viário policial (art. 210), barulhos que perturbem o sossego (art. 229), casos previstos no art. 230, I a VI, e X,

(1) Considere a seguinte situação. Há algum tempo, já na

vigência do atual CTB, alguns telejornais mostraram um senador argentino, em um posto da PRF no estado do Rio Grande do Sul, recebendo uma multa por excesso de velocidade. À ocasião, agindo em conformidade com o comando superior, os policiais condicionaram o prosseguimento do trânsito do veículo, em direção a Camboriú – SC, ao prévio recolhimento da multa. Nessa situação, o procedimento adotado estava em consonância com o CTB, que proíbe o trânsito, pelo território nacional, de veículos licenciados no exterior sem prévia quitação de débitos de multa por infrações de trânsito cometidas no Brasil. (2) Considere a seguinte situação hipotética. Em julho de 1999, após o levantamento das informações necessárias, o órgão competente deliberou construir uma ondulação transversal em determinada rodovia, de modo que, no segmento, a velocidade máxima fosse reduzida. Ademais, em outro segmento, seria colocado um sonorizador. Nessa situação, a colocação da ondulação e do sonorizador não contrariará a legislação de trânsito, mas terá de ser realizada em consonância com os padrões e critérios estabelecidos pelo Contran. (3) Uma mãe que necessite conduzir os seus quatro filhos, com idades entre cinco e nove anos, não poderá transportá-los, todos de uma só vez, em um carro com capacidade para quatro passageiros, pois o CTB proíbe expressamente que crianças com idade inferior a dez anos sejam transportadas no banco dianteiro. (4) Em uma via rural de pista dupla, a circulação de bicicletas, no segmento que atravesse aglomerado urbano, só poderá ocorrer no sentido contrário ao do fluxo dos veículos automotores se o trecho for dotado de ciclofaixa. 1: incorreta; na verdade, o que a Lei 9.503/1997 proíbe não é a circulação de veículos no território nacional sem prévia quitação de débitos, mas a saída do veículo do território nacional sem essa quitação, respeitado o princípio da reciprocidade entre os países envolvidos (art. 119, parágrafo único, da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 94, parágrafo único, da Lei 9.503/1997); 3: incorreta, pois a Resolução Contran 391/2011 (que altera a Resolução Contran 277/2008) permite que crianças com idade inferior a 10 anos sejam transportadas no banco dianteiro (com uso de dispositivo de retenção adequado ao seu peso e altura), quando a quantidade de crianças com esta idade exceder à lotação do banco traseiro, que é justamente o caso da questão; essa autorização também existe quando o veículo for dotado exclusivamente de banco dianteiro e quando o veículo for dotado originalmente (fabricado) de cintos de segurança subabdominais (dois pontos) nos bancos traseiros; 4: correta (art. 58, parágrafo único, da Lei 9.503/1997). (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Visando à segurança

dos usuários de motocicletas, o Código de Trânsito Brasileiro determina o uso das seguintes equipamentos, e define o tipo de infração que sua desobediência causa:

(A) descanso com travas e luz de marcha a ré / infração média; (B) agasalho de couro e freio hidrovácuo / infração grave; (C) capacete com viseira ou com óculos de proteção e faróis

acesos / infração gravíssima;

(D) odômetro parcial e total e porta-bagagens / infração grave; (E) almofada acolchoada para carona e espelho côncavo /

infração leve.

C: correta. Art. 244 da Lei 9.503/1997. Gabarito “C”

situações hipotéticas, envolvendo veículos, velocidades e vias desprovidas de sinalização regulamentadora de velocidade:

(Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Julgue os seguintes itens, relativos ao trânsito nas vias brasileiras, segundo o CTB.

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

Gabarito 1E, 2C, 3E (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Considere as seguintes

e 231, VI, falsificação/adulteração de habilitação/identificação do veículo (art. 234), recusa de entrega de documentos à autoridade de trânsito (art. 238), retirada indevida de veículo retido para regularização (art. 239), 244, IX, bloqueio de via com veículo (art. 253). Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E, 5E

deve permanecer na faixa da esquerda mesmo a 60 km por hora, se alguém desejar ultrapassá-lo, pois essa faixa é a destinada às ultrapassagens; se o condutor que vem atrás vai ou não transgredir os limites de velocidade, é questão que importa às autoridades de trânsito, não podendo um condutor querer fazer “justiça com as próprias mãos”, bloqueando a passagem de alguém que vem em alta velocidade querendo ultrapassá-lo; 3: incorreta, pois o art. 29, II, da Lei 9.503/1997 dispõe que o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos.

14. Direito de Trânsito

Internet: (com adaptações). (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) À luz das informa-

ções contidas no texto e da legislação de trânsito, julgue os itens a seguir.

(1) A propósito do incremento da segurança do trânsito advindo

do adequado uso dos faróis dos veículos, conforme referido no terceiro tópico, é correto afirmar que, exceto ao cruzar e seguir outros veículos, o uso de luz alta à noite é obrigatório nas vias não iluminadas, urbanas ou rurais. (2) A par da recomendação aos motoristas contida no terceiro tópico – cuja inobservância, durante o dia, não caracteriza infração de trânsito –, os pedestres devem observar a regra, também desprovida de sanção, de que devem circular pelos bordos da pista, na ausência de acostamento, em fila única, no sentido contrário ao deslocamento de veículos. (3) Não é absoluta a preferência, referida no quinto tópico, dos pedestres que atravessam a via sobre as faixas delimitadas para esse fim, já que, havendo sinalização semafórica no local, eles só poderão atravessar a via quando o sinal luminoso autorizar. Entretanto, é absoluta a preferência em faixas onde não estejam posicionados agentes de trânsito nem semáforos, requerendo-se, contudo, que os pedestres deem um sinal de advertência aos motoristas antes de iniciarem a travessia. (4) Se a faixa de pedestres estiver localizada em uma esquina, o condutor que desobedecer à ultima recomendação do texto não cometerá dupla infração, haja vista as infrações relativas às condutas descritas no tipo infracional “estacionar o veículo” não serem cumulativas. 1: correta, nos termos do art. 40, II, da Lei 9.503/1997, 2: correta, nos termos do art. 68, § 3º, da Lei 9.503/1997, 3: errada, pois não existe a obrigatoriedade ao pedestre de dar um sinal de advertência aos motoristas antes de iniciar a travessia (art. 70 da Lei 9.503/1997); 4: errada, pois, nos termos do art. 266 da Lei 9.503/1997, serão aplicadas cumulativamente as penalidades. Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Em frente a uma

mercearia, há um cartaz que diz o seguinte.

Entregam-se pedidos feitos por telefone. As entregas são feitas por Alberto, que utiliza uma bicicleta para realizar o serviço.

um passeio em que não fosse expressamente permitido conduzir bicicletas, configuraria infração de trânsito o fato de Alberto, mesmo não estando montado na bicicleta, empurrá-la sobre o referido passeio. (3) Se Alberto conduzir sua bicicleta pelos bordos de uma pista de rolamento, em sentido contrário ao dos carros, então ele cometerá infração para a qual a lei não prevê penalidade específica e, portanto, se um agente de trânsito flagrar Alberto cometendo essa infração, deverá ser-lhe imposta a multa aplicada às infrações de natureza leve. (4) Se Alberto estivesse montado em sua bicicleta, ele não teria prioridade de passagem, em relação aos automóveis, em uma faixa de pedestres sem sinalização semafórica, prioridade essa que somente lhe caberia caso ele não estivesse montado na bicicleta e estivesse empurrando-a. 1: correta, nos termos do art. 59 da Lei 9.503/1997, 2: errada, pois o ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres, nos termos do art. 68, § 1º, da Lei 9.503/1997, 3: errada, pois nos termos do art. 247 da Lei 9.503/1997, configura infração “Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados: Infração - média; Penalidade - multa.”; 4: correta, pois somente quando o ciclista estiver desmontado empurrando a bicicleta será equiparado ao pedestre em direitos e deveres.

1.5. Educação para o trânsito Educação para o trânsito: RS, ES e DF integram o Rumo à Escola 1

Buscando implementar a temática do trânsito nas escolas de ensino fundamental, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) implantou o projeto Rumo à Escola. 4 Até o momento, 165 escolas das capitais de 11 estados estão integradas ao projeto. Nessa quarta-feira (27/2), integram o programa o Rio Grande do Sul e o Espírito Santo. No dia 28, 7 será a vez do DF e, em 14 de março, de São Paulo. Após sua implementação em São Paulo, o projeto terá concluído a adesão de sua primeira de três etapas. No dia 21 10 de março, está prevista uma teleconferência nos estados contemplados pelo programa. Internet: . Acesso em: 10/3/2002 (com adaptações). (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Considerando o texto

acima e o CTB, julgue o item seguinte.

(1) Os programas de educação para o trânsito deveriam ensinar

que constitui infração de trânsito um pedestre atravessar uma rodovia em local proibido. Nesse sentido, se um policial observar a prática desse ilícito, deverá autuar o infrator, que pode ser punido com multa, sanção essa que, em nenhum caso, poderá ser convertida em advertência escrita ou em participação do infrator em curso de segurança viária.

1: Errada. De acordo com o disposto no art. 254, VI, da Lei 9.503/1997, constitui infração a atitude descrita do pedestre, de atravessar a rodovia em local proibido. Tal infração é considerada leve e prevê a penalidade de multa. A multa, nesses casos, de acordo com o art. 267, § 2º, da mesma Lei, poderá ser transformada na participação do infrator em cursos de segurança viária, a critério da autoridade de trânsito. Gabarito 1E

As ações de respeito para com os pedestres • Motorista, ao primeiro sinal do entardecer, acenda os faróis. Procure não usar a meia-luz. • Não use faróis auxiliares na cidade. • Nas rodovias, use sempre os faróis ligados. Isso evita 50% dos atropelamentos. Seu carro fica mais visível aos pedestres. • Sempre, sob chuva ou neblina, use os faróis acesos. • Ao se aproximar de uma faixa de pedestres, reduza a velocidade e preste atenção. O pedestre tem a preferência na passagem. • Motorista, atrás de uma bola vem sempre uma criança. • Nas rodovias, não dê sinal de luz quando verificar um trabalho de radar da polícia. Você estará ajudando um motorista irresponsável, que trafega em alta velocidade, a não ser punido. Esse motorista, não sendo punido hoje, poderá causar uma tragédia no futuro. • Não estacione nas faixas de pedestres.

(2) Caso houvesse grande movimentação de pessoas em

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

1.4. Pedestres e condutores de veículos não motorizados

461

1.6. Sinalização de trânsito (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Assinale a opção

A partir da situação descrita, julgue os itens a seguir.

correta relativa à sinalização de trânsito.

(1) Alberto somente poderia conduzir o referido veículo pelo

(A) A sinalização vertical, quando classificada de acordo com

passeio caso houvesse sinalização adequada autorizando esse tipo de circulação.

sua Função, compreende a sinalização de regulamentação, a sinalização de perigo e a sinalização de indicação.

462 Wander Garcia e Eduardo Dompieri viária cujo meio de comunicação está na posição vertical, normalmente em placa, fixado ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis, por meio de legendas e(ou) símbolos pré-reconhecidos e legalmente instituídos. (C) A forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, e as cores são amarela e preta. (D) A forma padrão dos sinais de perigo é a quadrada, em que nenhuma das bordas fica na posição paralela ao solo. (E) A sinalização horizontal é um subsistema da sinalização viária que se utiliza de linhas, marcações, símbolos e legendas, pintados ou apostos sobre o pavimento das vias, e que não possuem qualquer poder de regulamentação. A: incorreta, pois a sinalização vertical é classificada de acordo com sua função, compreendendo os seguintes tipos: sinalização de regulamentação, sinalização de advertência e sinalização de indicação (item 1 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); B: correta, pois a definição está de acordo com o item 1 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro; C: incorreta, pois a forma padrão do sinal de regulamentação é a circular, mas cores são vermelha, preta e branca (item 1.1.1 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); D: incorreta, pois a forma padrão dos sinais de advertência é quadrada, devendo uma das diagonais ficar na posição vertical (item 1.2.1 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); E: incorreta, pois a sinalização horizontal em alguns casos específicos tem poder de regulamentação (item 2 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro). Gabarito “B” (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Com referência aos

sinais de trânsito mostrados nas figuras abaixo.

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) A utilização de sinais sonoros é importante para o desempenho das funções do policial rodoviário. Ao emitir dois silvos breves, o patrulheiro determina que o motorista: (A) siga com atenção e, quando for necessário, diminua a

marcha do veículo;

(B) siga com atenção e observe com cautela a aproximação de

veículo da Polícia:

(C) pare para a fiscalização de documentos ou outro fim; (D) diminua a marcha devido à aproximação de ambulância; (E) acenda a lanterna, obedecendo ao sinal sonoro.

O sinal sonoro de dois silvos breves é empregado para indicar parada obrigatória (item 7 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro). Gabarito “C”

(B) A sinalização vertical é um subsistema da sinalização

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) As placas quadradas, com uma das diagonais em posição vertical, com símbolos e legendas pretos e fundo amarelo têm a seguinte classificação e objetivo: (A) de advertência – alertam para as condições potencialmente

perigosas;

(B) de regulamentação – indicam proibições e obrigações; (C) indicativas – informam direções e distâncias;

(D) especiais – apontam a ocorrência de situação de emergência; (E) educativas – educam condutores e pedestres quanto ao

seu comportamento no trânsito.

A: correta. As placas quadradas, que devem ficar com uma das diagonais na posição vertical e com as cores associadas amarela e preta, são aquelas para sinalização de advertência, que tem por finalidade alertar os usuários da via para condições potencialmente perigosas, indicando sua natureza (item 1.2 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro). Gabarito “A”

Julgue os itens que se seguem. I. II. III. IV. V.

Em sua forma original, todos os sinais mostrados têm a cor de fundo amarela e as bordas na cor preta. As figuras 1 e 4 ilustram sinais de advertência. O sinal ilustrado na figura 1 alerta o condutor quanto à existência de obras no leito da via de circulação. O sinal mostrado na figura 2 faz parte dos sinais de indicação. A figura 3 ilustra uma marca de sinalização horizontal.

A quantidade de itens certos é igual a (A) 1. (B) 2. (C) 3. (D) 4. (E) 5.

I: incorreta, pois os sinais das figuras 1 e 4 configuram exceção quanto às cores das placas de advertência. No sinal da figura 1, o fundo e a orla externa são na cor laranja, e, no sinal da figura 4, possui símbolo nas cores preta, vermelha, amarela e verde (item 1.2.1 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); II: correta, pois as duas placas configuram sinais de advertência (item 1.2.3 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); III: correta, pois a figura 1 é um sinal de obras, classificada como marca de sinalização vertical de advertência (item 1.2.3 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); IV: incorreta, pois o sinal mostrado na figura 2 é um sinal de advertência – sentido único (item 1.2.3 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro); V: incorreta, pois a figura 3 ilustra uma marca de sinalização vertical de advertência (Cruz de Santo André – item 1.2.3 da Resolução 160/2004 do Contran - Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro).

1.7. Engenharia de tráfego, da operação, da fiscalização e do policiamento ostensivo de trânsito (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Acerca da regula-

mentação do Contran para utilização de sistemas automáticos não metrológicos de fiscalização, nos termos do CTB, assinale a opção correta.

(A) O sistema automático não metrológico de fiscalização não

precisa ter sua conformidade avaliada pelo Inmetro, ou entidade por ele acreditada. (B) A imagem detectada pelo sistema automático não metrológico de fiscalização deve permitir a identificação do veículo e, no mínimo, registrar a placa do veículo e o dia da infração, não sendo necessário, portanto, constar o horário da infração. (C) A imagem detectada pelo sistema automático não metrológico de fiscalização deve permitir a identificação do veículo, mas não é necessário registrar o local da infração. (D) Compete à autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via dispor sobre a localização, instalação e operação de sistema automático não metrológico de fiscalização. Quando utilizado esse tipo de sistema na fiscalização, é obrigatória a presença da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito no local da infração. (E) Antes de efetivar o uso do sistema para a fiscalização de infrações decorrentes da inobservância de sinalização, a autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via deverá verificar se a sinalização de regulamentação de trânsito exigida pela legislação está em conformidade com essa legislação.

Gabarito “B”

14. Direito de Trânsito

1.8.1. Disposições gerais (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Assinale a opção correta com relação à metodologia de aferição do peso de veículos estabelecida em resolução pertinente do Contran. (A) Para efeito da classificação do veículo, o comprimento total

é aquele medido do ponto mais avançado da extremidade dianteira do veículo ao ponto mais avançado da sua extremidade traseira, não incluídos os acessórios. (B) A fiscalização de peso dos veículos deve ser feita por equipamento de pesagem (balança rodoviária) ou, na impossibilidade, pela verificação de documento fiscal. (C) Quando o peso verificado estiver acima do peso bruto total ou do peso bruto total combinado, estabelecido para o veículo, acrescido da tolerância de 5%, aplicar-se-á a multa somente sobre a parcela que exceder essa tolerância, desde que não ultrapasse o limite de 10% do peso máximo permitido, sendo, nesse caso, possível que o veículo prossiga a viagem depois de efetuado o pagamento. (D) Nos casos em que não for possível, no local da fiscalização, o remanejamento ou transbordo da carga, por ser esta perecível, o veículo deverá ser recolhido ao depósito, com a carga, e só serão liberados o veículo e a carga após sanada a irregularidade e pagas todas as despesas de remoção e estada. (E) O agente da autoridade de trânsito competente designado para Lavrar o auto de infração decorrente de excesso de peso não poderá ser servidor civil celetista. A: incorreta, pois os acessórios são incluídos na contagem do comprimento total do veículo (art. 1º da Resolução Contran 258/2007); B: correta (art. 4º da Resolução Contran 258/2007); C: incorreta, pois o veículo, como regra, somente poderá prosseguir viagem depois de efetuar o transbordo (art. 7º da Resolução Contran 258/2007); vale lembrar que existe uma regra de transição relacionada ao assunto, qual seja, “Fica permitida até 31 de dezembro de 2013 a tolerância máxima de 7,5% (sete e meio por cento) sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de veículo à superfície das vias públicas” (art. 17 da Resolução Contran 258/2007, com nova redação determinada pela Resolução Contran 430/2013); D: incorreta, pois, a critério do agente e observadas as condições de segurança, poderá ser dispensado o remanejamento ou transbordo de produtos perigosos, produtos perecíveis, cargas vivas e passageiros (art. 8º, § 2º, da Resolução Contran 258/2007); E: incorreta, por se tratar do exercício de poder de polícia, de rigor que o ato seja praticado por autoridade pública. Gabarito “B” (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Considerando a ter-

minologia e a tipificação de veículos automotores, bem como os requisitos para que estes circulem em vias públicas, julgue os itens subsequentes.

(1) O CTB classifica os veículos em: automotores, elétricos, de

propulsão humana, de tração animal, reboques e semirreboques. (2) Os veículos elétricos não são automotores e, portanto, o seu condutor, ao atropelar um pedestre, não comete crime de trânsito, sendo julgado apenas conforme o Código Penal. (3) Características, especificações básicas, configuração dos veículos e condições essenciais para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo Sistema Nacional de Trânsito por intermédio do Contradife.

der aos requisitos e condições de segurança estabelecidos no CTB e em normas do Detran. (5) O Contran reconhece como acessórios os sistemas de segurança para veículos automotores que, pelo uso de bloqueio elétrico ou mecânico ou por meio de dispositivo sonoro, visem dificultar o seu roubo ou furto. O dispositivo sonoro do sistema poderá emitir sons contínuos ou intermitentes de advertência por período superior a 1 minuto, desde que não ultrapasse a 3 minutos. 1: correta (art. 96, I, da Lei 9.503/1997); 2: incorreta, pois é automotor, nos termos dos arts. 120, caput, 130, caput, 140, caput, 141, caput, e 155, caput, da Lei 9.503/1997; 3: incorreta, pois a competência é do Contran (art. 97 da Lei 9.503/1997); 4: incorreta, pois os veículos devem obedecer ao CTB (da Lei 9.503/1997) e às normas do Contran (art. 103, caput, da Lei 9.503/1997) e não do Detran; 5: incorreta, pois o dispositivo sonoro do sistema não poderá emitir sons contínuos ou intermitentes de advertência por um período superior a 1(um) minuto (art. 2º, II, da Resolução Contran n. 37/1998).

1.8.2. Segurança dos veículos (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Acerca do trans-

porte de passageiros em veículos de carga, assinale a opção incorreta.

(A) O transporte de passageiros em veículos de carga, remu-

nerado ou não, poderá ser autorizado eventualmente e a título precário. (B) A autorização para transporte de passageiros em veículos de carga não pode ser concedida para viagem cuja data ultrapasse a validade do CRLV. (C) As migrações internas decorrentes de assentamento agrícola de responsabilidade do governo e as viagens por motivos religiosos, quando não houver condições de atendimento por transporte de ônibus, são hipóteses tratadas como exceção para fins de transporte de passageiros em veículos de carga. (D) São duas as condições mínimas para a concessão de autorização para o transporte de pessoas em veículos de carga: carroceria, com guardas altas em todo o seu perímetro, fabricadas em material de boa qualidade e resistência estrutural, e cobertura com estrutura em material de resistência adequada. (E) Para o transporte de passageiros em veículos de carga não poderão ser utilizados os denominados basculantes e os boiadeiros. A: correta, pois tal transporte pode ser autorizado se obedecidas as normas da Lei 9.503/1997 e do Contran (art. 108 da Lei 9.503/1997); B: correta (art. 2º, § 1º, da Resolução Contran 82/2008); C: correta (art. 2º, § 2º, II e III, da Resolução Contran 82/2008; D: incorreta, devendo ser assinalada; isso porque há uma terceira condição para essa concessão, qual seja, que haja bancos com encosto, fixados na estrutura da carroceria (art. 3º, I a III, da Resolução Contran 82/2008); E: correta (art. 6º da Resolução Contran 82/2008). Gabarito “D”

Gabarito “E”

1.8. Dos veículos

(4) Um veículo só poderá transitar pela via pública quando aten-

Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E, 5E

A: incorreta, pois precisa sim (art. 2º, I, da Resolução Contran 165/2004); B: incorreta, pois é necessário sim que REGISTRE o horário da infração (art. 4º, I, b, da Resolução Contran 165/2004); C: incorreta, pois é necessário que CONSTE o local da infração (art. 4º, II, a, da Resolução Contran 165/2004); D: incorreta, pois não é obrigatória tal presença (art. 5º, parágrafo único, II, da Resolução Contran 165/2004); E: correta (art. 7º da Resolução Contran 165/2004).

463

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE – adaptada) Acerca dos requisitos de segurança necessários à circulação de combinações para transporte de veículos (CTV), estabelecidos na Resolução n.º 305/2009 do Contran, assinale a opção correta. (A) As CTV, construídas e destinadas exclusivamente ao trans-

porte de veículos, cujas dimensões excedam aos limites regulamentares não poderão circular nas vias públicas. (B) O conceito mais completo para CTV é aquele segundo o qual esta se constitui do veículo ou da combinação de veículos adaptados especialmente para o transporte de automóveis, vans, ônibus e caminhões. (C) A circulação de CTV deverá ocorrer obrigatoriamente sempre do amanhecer ao por do sol e sua velocidade máxima será de 80 km/h.

464 Wander Garcia e Eduardo Dompieri dade máxima de um ano e somente será concedida após vistoria técnica da CTV, expedida pelo órgão executivo rodoviário da União, que fornecerá o cadastro aos órgãos e entidades executivas rodoviárias dos estados, do DF e dos municípios. (E) A partir do momento em que é concedida autorização especial de trânsito para CTV pelo órgão administrativo, o proprietário e o condutor do veículo se tornam isentos de eventuais danos que o veículo venha causar à via, à sua sinalização e a terceiros em decorrência do seu peso bruto total e(ou) das suas demais dimensões. A: incorreta, pois poderão circular nas vias desde que portem Autorização Especial de Trânsito – AET (art. 1º, caput, da Resolução 305/2009); B: incorreta, pois o conceito de CTV abrange os veículos ou combinação de veículos, adaptados ou “construídos” especialmente para o transporte de veículos e chassis (art. 1º, § 1º, da Resolução Contran 305/2009); C: incorreta, pois há exceções a essa restrição (art. 4º, §§ 1º a 4º, da Resolução Contran 305/2009); D: correta (art. 6º, caput, da Resolução Contran 305/2009); E: incorreta, pois não haverá tal isenção de responsabilidade do proprietário por danos causados (art. 9º da Resolução Contran 305/2009). Gabarito “D”

1.8.3. Identificação do veículo (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Entre as autoridades

públicas apresentadas nas opções a seguir, aquela cuja placa em veículo de representação pessoal usa as cores verde e amarela da Bandeira Nacional é o

(A) presidente de tribunal federal. (B) governador de estado.

(C) procurador-geral da República. (D) oficial general das Forças Armadas. (E) prefeito.

De acordo com o art. 115, § 2º, da Lei 9.503/1997, o procurador-geral da República é uma das autoridades cuja placa em veículo de representação usa as cores verde e amarela. Gabarito “C” (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) A Resolução nº 32/1998 do Contran aprovou modelos de placa para veículos de representação de diversas autoridades. Acerca dessas placas, assinale opção correta. (A) Os prefeitos municipais podem determinar os modelos de

placas de veículos oficiais utilizados por ele e sua equipe, o que se explica pelo princípio da separação dos poderes. (B) Os modelos de placas dos veículos oficiais de representação de governador de estado ou do DF serão, necessariamente, diferentes dos modelos de seus vices. (C) Os modelos de placas de representação para veículos oficiais dos ministros dos tribunais serão utilizados mediante solicitação dos presidentes dessas cortes. (D) Nos veículos oficiais utilizados por prefeitos municipais, as placas terão fundo vermelho e letras e números em branco, sendo opcional o emblema da unidade federativa. (E) A resolução mencionada permite que as dimensões das placas de veículo oficial sejam livremente escolhidas pela autoridade que utilizará o veículo. A: incorreta, pois a Resolução 32/1998, mencionada, do Contran, é que tem essa competência, nos termos, inclusive, do disposto no art. 115, § 3º, da Lei 9.503/1997; B: incorreta, pois devem ser utilizados os mesmos modelos (art. 2º da Resolução 32/1998); C: correta (art. 2º da Resolução 32/1998); D: incorreta, pois é necessário o emblema e o fundo preto (anexo da Resolução 32/1998); E: incorreta, pois o anexo da Resolução 32/1998 traz as medidas a serem observadas.

(Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) À luz do CTB, julgue

os itens a seguir.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Roberto solicitou

que Helena parasse seu carro em frente ao caixa eletrônico de um determinado banco, para que ele sacasse algum dinheiro. Helena, então, parou em frente a uma placa que proibia o estacionamento e, enquanto Roberto enfrentava a fila do banco, ela esperou dentro do carro, com o pisca-alerta ligado. Nessa situação, como Helena está esperando dentro do carro com o pisca-alerta ligado, não se configura estacionamento, mas parada, e, portanto, um agente de trânsito não pode multá-la por ter estacionado em local proibido. (2) Se uma camioneta fizer um percurso de 250 km tendo como velocidade media 80% da velocidade máxima permitida para veículos desse tipo em rodovias federais onde não exista sinalização regulamentadora, então ela percorrerá o trajeto em menos de três horas. (3) Considere a seguinte situação hipotética. Após a aprovação de Gil em concurso vestibular para ingresso na Universidade Federal de Minas Gerais, seus pais quiseram presenteá-lo com um automóvel. Dirigiram-se, então, ao órgão executivo de trânsito competente, objetivando efetivar a troca da placa do veículo usado que haviam adquirido. Foram informados, então, que a placa iniciada pelas letras GIL, seguida dos números correspondentes ao ano do nascimento do filho, não estava mais afeta a um veículo em circulação, já que, em decorrência da destruição havida em acidente, fora dada baixa no respectivo registro. Nessa situação, mesmo com a baixa do registro anterior, não será possível atender à solicitação dos pais de Gil. 1: incorreta; a Lei 9.503/1997 define como estacionamento a “imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros” (Anexo I); já a parada é a “imobilização do veículo com finalidade e pelo tempo estritamente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros”; no caso em tela, como Helena ficou esperando Roberto enfrentar a fila de um banco, caracteriza-se verdadeiro estacionamento, de modo que a assertiva é incorreta (art. 47, caput, da Lei 9.503/1997); 2: correta; o limite para o local é de 110 km/h (art. 61, § 1º, II, a, 1, da Lei 9.503/1997) e, 80% desse limite, equivale a 88 km/h, que, mantidos por 3 horas, importam em 264 km; assim, é correto dizer que em menos de 3 horas serão percorridos 250 km; 3: correta, pois, segundo o art. 115, § 1º, “os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento”; como o reaproveitamento é vedado, não será possível atender à solicitação dos pais de Gil. Gabarito 1E, 2C, 3C

(D) A AET, expedida pela autoridade competente, terá vali-

1.9. Registro de veículos (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Todo veículo deve ser registrado perante órgão executivo de trânsito do estado ou do Distrito Federal. Para obter o Certificado de Registro de Veículo (CRV), é preciso estar com o carro em ordem e submetê-lo a vistorias obrigatórias. No tocante à expedição do CRV e de outros certificados, julgue os itens seguintes. (1) Considere a seguinte situação hipotética.



João é proprietário de um automóvel fabricado no ano de 1970, que, com o passar do tempo, teve algumas de suas características originais de fabricação alteradas. Nessa situação, João poderá obter Certificado de Originalidade para fins de registro de veículo de coleção. (2) É obrigatória, para a expedição do CRV, a apresentação da nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento equivalente, expedido por autoridade competente. (3) Ao ser transferida a propriedade do veículo, o CRV acompanha o veículo, segundo a regra de que o acessório segue o principal.

Gabarito “C”

14. Direito de Trânsito

outras hipóteses, for alterada qualquer característica do veículo. (5) O comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas é documento exigido para a expedição de novo CRV. (6) Quando o proprietário de um veículo mudar de residência no mesmo município, deverá comunicar, no prazo máximo de 15 dias, o novo endereço e aguardar o novo licenciamento para alterar o Certificado de Licenciamento Anual. 1: incorreta, pois o veículo de coleção é aquele fabricado há mais de 30 anos e que conserva suas características originais de fabricação, o que não ocorreu no caso (Anexo I da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 122, I, da Lei 9.503/1997); 3: incorreta, pois será expedido novo CRV em caso de transferência da propriedade (art. 123, I, da Lei 9.503/1997); 4: correta (art. 123, III, da Lei 9.503/1997); 5: correta (art. 128 da Lei 9.503/1997); 6: incorreta, pois a comunicação deve se dar em 30 dias (art. 123, § 2º, da Lei 9.503/1997). Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C, 6E (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Considere as seguin-

tes situações:

I. Transferência de propriedade do veículo; II. Mudança do Município de domicílio do proprietário do

veículo;

III. Alteração de qualquer característica do veículo; IV. Mudança de categoria do veículo.

É obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo nas situações: (A) I e II somente; (B) II e III somente; (C) III e IV somente; (D) I e IV somente; (E) I , II , III e IV.

E: Correta. Todas as situações estão previstas no art. 123 da Lei 9.503/1997, como casos que obrigam a expedição de novo CRV. Gabarito “E”

1.10. Condução de escolares

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Considere as seguin-

tes afirmativas sobre veículo a condução de escolares:

I. II. III. IV.

deve estar registrado como veículo de carga; seu condutor deve ter idade mínima superior a dezoito anos; seu condutor deve ser habilitado na categoria D; seu condutor não pode ter cometido infração grave ou gravíssima nos últimos doze meses; V. seu condutor não pode ser reincidente em infrações leves nos últimos seis meses. Pode-se concluir que: (A) somente I e IV estão corretas; (B) somente II e III estão corretas; (C) somente III e IV estão corretas; (D) somente II, III,IV e V estão corretas; (E) todas estão corretas.

I: incorreta, pois deve estar registrado como veículo de passageiros (art. 136, I, da Lei 9.503/1997); II: incorreta, pois a idade mínima é de 21 anos (art. 138, I, da Lei 9.503/1997); III: correta (art. 138, II, da Lei 9.503/1997); IV: correta (art. 138, IV, da Lei 9.503/1997); V: incorreta, pois o condutor não pode ser reincidente em infrações médias no período de doze meses (art. 138, IV, da Lei 9.503/1997). Gabarito “C”

(4) Será obrigatória a expedição de novo CRV quando, entre

1.11. Habilitação (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) No tocante à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e respectivas resoluções, julgue os itens subsequentes. (1) O condutor com mais de 65 anos de idade deve renovar

seus exames de aptidão física e mental a cada 4 anos.

(2) O CTB oportuniza o prazo de 30 dias, contados da data do

(3)

(4)

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) José Carlos pretende

(A) Ter 18 anos, ser habilitado na categoria D, não ter come-

tido infração média ou ser reincidente em infrações leves durante os doze últimos meses, ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran. (B) Ter 21 anos, ser habilitado na categoria C, não ter cometido infração gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os seis últimos meses, ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran. (C) Ter 25 anos, ser habilitado na categoria D, não ter cometido infração grave ou ser reincidente em infrações leves durante os doze últimos meses, ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran. (D) Ter 21 anos, ser habilitado na categoria D, não ter cometido infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias durante os doze últimos meses, ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran. (E) Ter 21 anos, ser habilitado na categoria C, não ter cometido infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações leves durante os seis últimos meses, ser aprovado em curso especializado, nos termos de regulamentação do Contran. D: Correta. Art. 138, V, da Lei 9.503/1997.

(5)

(6)

vencimento da CNH, para a renovação da habilitação. A infração de trânsito estará caracterizada quando o condutor estiver dirigindo com a CNH vencida além do prazo exigível para a renovação. São requisitos para o condutor obter a CNH: idade mínima de 18 anos, conclusão do primeiro ciclo do ensino fundamental e carteira de identidade ou equivalente. Para habilitar-se à condução de veículo automotor, o interessado tem de submeter-se aos seguintes exames: de aptidão física e mental, de legislação de trânsito (escrito), de noções de primeiros socorros e de direção veicular, sendo utilizado neste último um veículo da categoria para a qual o condutor quer se habilitar. Cópias autenticadas da CNH e da Permissão para Dirigir são consideradas documentos válidos quando se está conduzindo um veículo automotor. Após os exames de habilitação, o candidato aprovado recebe uma permissão para conduzir veículos por dois anos. Ao final desse período, a CNH será expedida se o condutor não houver cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima, ou se não for reincidente em infração de natureza média.

1: incorreta, pois deve renovar tais exames a cada 3 anos (art. 147, § 2º, da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 162, V, da Lei 9.503/1997); 3: incorreta, pois basta ler e escrever, não sendo necessária a conclusão de ensino fundamental (art. 140, II, da Lei 9.503/1997); 4: correta (art. 147 da Lei 9.503/1997); 5: incorreta, pois a CNH e a Permissão para Dirigir somente terão validade para condução de veículo quando apresentada em original (art. 159, § 5º, da Lei 9.503/1997); 6: incorreta, pois a CNH será expedida ao término de 1 ano (e não de 2 anos), mantidos os requisitos mencionados na afirmativa (art. 148, § 3º, da Lei 9.503/1997). Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5E, 6E

abrir uma pequena empresa para prestar serviço de condução de escolares. Para ser condutor de veículo destinado à condução de escolares, José Carlos deve satisfazer cumulativamente alguns requisitos. A propósito dessa situação hipotética, assinale a opção que reúne os requisitos que, segundo o CTB, José Carlos deve preencher.

465

1.12. Infrações (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) De acordo com o

CTB, constitui infração gravíssima

(A) atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias. (B) deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de

trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes.

Gabarito “D”

466 Wander Garcia e Eduardo Dompieri (C) dirigir veículo com CNH ou permissão para dirigir de catego-

ria inferior à exigida para a condução do veículo que esteja conduzindo. (D) ter o veículo imobilizado na via por falta de combustível. (E) estacionar o veículo nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal. A: incorreta, pois essa infração é média (art. 172 da Lei 9.503/1997); B: incorreta, pois essa infração é grave (art. 177 da Lei 9.503/1997); C: correta (art. 162, III, da Lei 9.503/1997); D: incorreta, pois essa infração é média (art. 180 da Lei 9.503/1997); E: incorreta, pois essa infração é média (art. 181, I, da Lei 9.503/1997).

(Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Com referência a

velocidade, julgue os itens subsequentes.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Paulo, em uma via

(2)

Gabarito “C” (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) A respeito das infra-

ções de trânsito, julgue os itens a seguir.

(1) É considerada infração de trânsito o uso irregular do cinto

de segurança, como, por exemplo, a colocação do cinto por debaixo do braço. (2) A fiscalização de velocidade com radar móvel só pode ocorrer onde não houver variação de velocidade nos últimos dez quilômetros. 1: incorreta, pois a infração prevista é de “deixar” de usar o cinto, e não colocá-lo de forma irregular (art. 167 da Lei 9.503/1997); a a lei deveria prever como infração de trânsito o uso irregular do cinto de segurança, mas não o fez; quanto ao uso de dispositivos no cinto de segurança que travem, afrouxem ou modifiquem o seu funcionamento normal, a Resolução Contran 278/2008 deu um jeito na questão, proibindo essa conduta e dizendo que ela configura o art. 230, IX, da Lei 9.503/1997, que considera infração conduzir o veículo “sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante”; a pena para o caso é de multa e retenção do veículo para regularização, e a infração é grave; 2: incorreta, pois essa fiscalização só pode ocorrer onde não houver variação de velocidade em trechos menores que 5 (cinco) quilômetros (art. 6º, § 1º, da Resolução 396/2011).

(3) (4)

(5)



(6)

Gabarito 1E, 2E (A) O órgão executivo de trânsito de um município pode estabe-

lecer um calendário diverso do definido pelo Contran, desde que não haja um calendário definido pelo órgão executivo estadual. (B) O órgão executivo de trânsito de um estado pode estabelecer um calendário diverso do definido pelo Contran para a renovação do licenciamento dos veículos registrados sob sua circunscrição, desde que o prazo final para a renovação seja anterior a 1º de julho. (C) Para efeito de autuação e aplicação de penalidades referentes a não renovação de licenciamento anual de veículos, quando o veículo se encontrar em unidade da Federação diferente daquela em que estiver registrado, serão adotados os prazos estabelecidos pela resolução pertinente do Contran. (D) De acordo com o referido calendário, o último dia de janeiro é o prazo final para a renovação do licenciamento dos veículos cujas placas de identificação terminem em 0 e 1. (E) De acordo com o referido calendário, o último dia de junho é o prazo final para a renovação do licenciamento dos veículos cujas placas de identificação terminem em 6. A: incorreta (art. 2º da Resolução Contran 110/2000); B: incorreta, pois há de se obedecer aos limites do art. 1º da Resolução Contran 110/2000; C: correta (art. 2º da Resolução Contran n. 110/2000); D: incorreta, pois com final 0 é até dezembro, e com final 1 é até setembro (art. 1º da Resolução Contran 110/2000); E: incorreta, pois com final 6 é até novembro (art. 1º da Resolução Contran 110/2000).

1: incorreta, pois a velocidade máxima, no caso, é de 60 Km/h (art. 61, § 1º, I, b, da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 61, § 1º, I e II, da Lei 9.503/1997); 3: incorreta, pois o excesso de velocidade não aumenta a pena de infrações, mas impõe aplicação de uma pena autônoma adicional, já que quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades (art. 266 da Lei 9.503/1997); 4: correta (art. 61, § 2º, da Lei 9.503/1997); “5: correta, conforme os arts. 62 e 61, II, a, 1, do CTB”. 6: incorreta, pois a notificação, no caso, será remetida ao Ministério das Relações Exteriores, para providências cabíveis e cobrança de valores, no caso de multa (art. 282, § 2º, da Lei 9.503/1997). Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C, 5C, 6E

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Resolução do Contran estabelece um calendário determinando os prazos finais em que os veículos devem renovar o licenciamento anual. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.

urbana arterial desprovida de sinalização regulamentadora de velocidade, conduzia seu automóvel a 60 km/h, velocidade indicada em radar eletrônico instalado adequadamente no local onde se realizava uma blitz. Nessa situação, por estar trafegando a uma velocidade 50% superior à máxima permitida na via, Paulo cometeu uma infração de natureza gravíssima. O CTB define 4 tipos de vias urbanas e limites de velocidade diferentes para cada uma delas. As rodovias e estradas são consideradas vias rurais. O excesso de velocidade é causa de aumento de pena nos delitos de trânsito. A velocidade máxima permitida para cada tipo de via, quando indicada por sinalização, poderá determinar velocidades superiores ou inferiores aos limites estabelecidos, de acordo com as suas características técnicas e as condições de trânsito. Considere a seguinte situação hipotética. Joana conduzia sua camioneta em uma rodovia com condições normais de circulação, em um trecho que não apresentava regulamentação de velocidade. Cuidadosa com a carga frágil que transportava – louças de porcelana –, desenvolvia uma velocidade de 50 km/h. Nessa situação, Joana transgrediu o estabelecido no CTB. Considere a seguinte situação hipotética. Por meio de equipamento de detecção provido de registrador de imagem, verificou-se que um veículo transitava em velocidade superior à máxima permitida para o local. Posteriormente, constatou-se que o veículo estava registrado em nome de uma representação de organismo internacional. Nessa situação, a autoridade de trânsito deverá remeter, no prazo máximo de 30 dias, contados da data do cometimento da infração, a Notificação da Autuação ao proprietário do veículo, na qual deverão constar a tipificação, o local, a data e a hora do cometimento da infração.

No tocante à embriaguez, o CTB estabelece o seguinte: CAPÍTULO XV DAS INFRAÇÕES 1

4

7

10

13

16

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do Contran, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX. (...) Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool, em nível superior a seis decigramas por litro de sangue, ou de qualquer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica: Infração – gravíssima; Penalidade – multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir; Medida administrativa – retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação.

Gabarito “C”

14. Direito de Trânsito

Alemanha

0,5 mg/mL

Áustria

0,8 g/L

Estados Unidos da América (EUA)

0,1 g/100 mL

França

0,8 mg/mL

Holanda

0,5 mg/mL

Inglaterra

8 mg/100 mL

Lúcio N. G. Mourão et al. A embriaguez e o trânsito: avaliação da nova lei de trânsito no que se refere à abordagem da embriaguez. In: Rev. Psiq. Clín., 27, p. 2. (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) A partir do texto e

considerando o CTB, julgue os itens que se seguem.

(1) Se um agente de trânsito constatar que um condutor apre-

senta oito decigramas de álcool por litro de sangue, ele deve recolher o documento de habilitação desse condutor e reter seu veículo até que se apresente um outro condutor habilitado para conduzir o automóvel. (2) Considere a seguinte situação hipotética. Gustavo, motorista devidamente habilitado, levou seu primo Wilson a um churrasco na casa de um amigo comum, onde o primeiro bebeu um pouco além da conta. Porém, apesar de ter consciência de que Wilson não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nem Permissão para Dirigir, Gustavo sabia que o primo tinha habilidade para dirigir e, percebendo que seus reflexos estavam alterados pelo álcool, Gustavo repassou a Wilson as chaves do carro e pediu que ele os levasse de volta para casa. Nessa situação, Gustavo incorreu não apenas na prática de uma infração gravíssima às leis de trânsito, mas também em um crime que pode ser punido com pena restritiva de liberdade. 1: correta (art. 165 c/c o art. 306, § 1º, I, da Lei 9.503/1997); 2: correta (art. 163 c/c o art. 310, da Lei 9.503/1997). Gabarito 1C, 2C (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Julgue o item

seguinte.

(1) Se Maurício, esquecendo-se de que havia um defeito no

marcador do nível de combustível de seu automóvel, deixasse que o combustível de seu veículo acabasse e, com isso, desse causa a que o automóvel ficasse imobilizado na via, então Maurício cometeria infração leve, à qual deveria ser aplicada pena de multa e medida administrativa de retenção do veículo.

1: incorreta, pois a infração é média, cabendo multa e remoção do veículo (art. 180 da Lei 9.503/1997). Gabarito 1E (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Fazer ou deixar que

se façam reparos em um veículo na via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado, em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido, acarreta as seguintes punições:

(A) remoção do veículo, multa e infração grave; (B) remoção do veículo, multa, apreensão dos documentos,

infração gravíssima;

(C) apreensão do veículo, multa, recolhimento da Carteira

Nacional de Habilitação, infração grave;

(D) apreensão do veículo, multa e infração leve; (E) remoção do veículo, multa e infração leve.

A: correta. No caso, o art. 179, I, impõe remoção do veículo e multa, e a infração é considerada grave.

(A) multar o condutor e liberar o veículo; (B) advertir o condutor e remover o veículo; (C) multar o condutor e apreender o veículo; (D) multar o condutor e reter o veículo para regularização; (E) advertir o condutor e recolher o Certificado de Registro.

D: correta. Segundo o art. 230, XVIII, da Lei 9.503/1997, o caso impõe multa e retenção de veículo para regularização. (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) O condutor de veículo que estiver envolvido em acidente com vítima, que deixar de prestar ou providenciar socorro, podendo fazê-lo, configura uma ação: (A) grave, com multa (5 vezes) e suspensão do direito de dirigir; (B) gravíssima, com multa (5 vezes) e suspensão do direito de

dirigir;

(C) grave, com multa (3 vezes) e suspensão do direito de dirigir; (D) gravíssima, com multa (3 vezes) e suspensão do direito de

dirigir;

(E) gravíssima, com multa (4 vezes)’e recolhimento do docu-

mento de habilitação.

B: correta. Segundo o art. 176, I, a infração é gravíssima, com multa (5 vezes) e suspensão do direito de dirigir. Apesar da a alternativa não mencionar, haverá também o recolhimento do documento de habilitação.

1.13. Penalidades (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE - adaptada) No que se refere às penalidades e medidas administrativas previstas na legislação de trânsito, julgue os itens a seguir. (1) Se um infrator das normas de trânsito for apenado com

suspensão, notificado da penalidade e ainda não tiver entregado a habilitação, não estará com o direito de dirigir suspenso, pois a suspensão só se inicia com o recolhimento do documento de habilitação. (2) Um veículo apreendido fica sob custódia do órgão de trânsito por tempo indeterminado. (3) A remoção do veículo normalmente ocorre por infrações de estacionamento irregular, ou, ainda, por falta de combustível ou reparo do veículo na via pública. (4) Quando o condutor do veículo se recusar a realizar qualquer um dos procedimentos previstos para verificação do teor alcoólico, e verificar-se, mediante os notórios sinais e sintomas de embriaguez, que o condutor se encontra sob influência de álcool, deve ser preenchido termo específico. 1: correta, valendo salientar que a aplicação da sanção de suspensão do direito dirigir depende de processo administrativo e decisão fundamentada, assegurando-se direito de defesa, nos termos do art. 265 da Lei 9.503/1997 e da Resolução Contran 182/2005; 2: incorreta, pois a custódia se dará pelo prazo de até 30 dias (art. 262 da Lei 9.503/1997), valendo salientar que a restituição dos veículos só ocorrerá mediante prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na lei; a Resolução Contran 53/1998 estabelece os procedimentos e os critérios quanto aos prazos de custódia; 3: correta (arts. 179, 180 e 181 da Lei 9.503/1997); 4: correta (art. 5º, § 2º, da Resolução 432/2013). Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C

alcoolemia legal

Gabarito “B”

país

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Ao constatar o mau estado de conservação de um veículo, em uma rodovia, o patrulheiro rodoviário deve:

Gabarito “D”

A tabela abaixo ilustra o nível máximo de alcoolemia – presença de álcool no sangue – aceitável para os motoristas em alguns países.

467

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Um caminhão que transportava carga perigosa foi abordado por um PRF. Durante a abordagem, o PRF constatou irregularidade administrativa que ensejava a apreensão do veículo e seu recolhimento ao depósito. Diante dessa situação, assinale a opção correta acerca dos critérios para a realização da apreensão do veículo e seu recolhimento ao depósito, conforme resolução do Contran. (A) Cabe ao PRF emitir termo de apreensão do veículo, que

discriminará os equipamentos obrigatórios eventualmente ausentes, o estado geral da lataria e da pintura, os danos

Gabarito “A”

468 Wander Garcia e Eduardo Dompieri

vezes; vezes ; vezes: vezes; vezes.

C: correta. De acordo com o art. 193 da Lei 9.503/1997, a multa é aplicada, no caso, com multiplicador de 3 vezes. Gabarito “C” (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) O motorista que tem o

hábito de usar o acostamento para ultrapassar veículos retidos em engarrafamentos está cometendo simultaneamente duas infrações, sujeitando-se a: (A) 230 (B) 360 (C) 540 (D) 660 (E) 840

UFIR em multas e perda de 8 pontos; UFIR em multas e perda de 9 pontos; UFIR em multas e perda de 15 pontos; UFIR em multas e perda de 12 pontos; UFIR em multas e perda de 10 pontos.

D: correta. De acordo com o art. 193, andar pelo acostamento constitui infração gravíssima, com multa multiplicada por 3. Ademais, como houve ultrapassagem de veículo, há outra infração, de natureza grave, com multa simples (art. 202, I, da Lei 9.503/1997). Sendo assim, aplica-se multa de 180 UFIRs (art. 258, I, da Lei 9.503/1997) multiplicada por 3 (chegando-se a 540 UFIRs), mais multa de 120 UFIRs (art. 258, II, da Lei 9.503/1997), de maneira que ficará em 660 UFIRs. Quanto à pontuação soma-se 7 pontos (da infração gravíssima), mais 5 pontos (da infração grave), totalizando 12 pontos (art. 259, I e II, da Lei 9.503/1997).

(Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Em uma “Barreira

Eletrônica” situada em rodovia de mão dupla, um veículo é flagrado e fotografado. Além de ultrapassar a velocidade máxima acima de 20%, registrou-se que estava na contramão, ultrapassando outro veículo que respeitou a sinalização. Considerando que no trecho da barreira há uma marcação dupla amarela contínua, o motorista do veículo infrator está sujeito às seguintes penalidades,

(A) 180 (B) 300 (C) 530 (D) 720 (E) 860

UFIR em multas e perda de 8 pontos; UFIR em multas e perda de 12 pontos; UFIR em multas e perda de 21 pontos; UFIR em multas e perda de 14 pontos; UFIR em multas e perda de 12 pontos.

B: correta. No caso tem-se uma infração grave com multa simples (velocidade – art. 218, II, da Lei 9.503/1997) e outra gravíssima com multa simples (ultrapassagem – art. 186, II), multa de 120 e 180 UFIRs (art. 258, II e I, da Lei 9.503/1997), respectivamente, totalizando 300 UFIRs, e pontuação de 5 e 7 pontos (art. 259, II e I, da Lei 9.503/1997, respectivamente), totalizando 12 pontos.

1.14. Medidas administrativas (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Ao deter um motorista que, na via pública, exibiu manobra perigosa, o policial efetua o recolhimento do documento de habilitação do infrator, mediante: (A) prontuário; (B) nota fiscal; (C) recibo; (D) cálculo de encargos; (E) depósito de multa.

C: correta. Art. 272 da Lei 9.503/1997. (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) À luz da legislação

de trânsito, julgue o item a seguir.

(1) Em uma blitz, se o condutor ouvir o policial emitir sinal de

apito consistente de três silvos breves, então deverá, em atendimento ao comando, interromper o funcionamento do veículo e apresentar os documentos pessoais e de registro do veículo à fiscalização.

1: incorreta, pois a parada obrigatória é determinada por dois silvos breves e não três (item 7 da Resolução Contran 160/2004). Gabarito 1E

(A) 5 (B) 2 (C) 3 (D) 4 (E) 5

emergência.

A: correta (art. 231, VII e IX, da Lei 9.503/1997); B: incorreta, pois essa infração é gravíssima (art. 234 da Lei 9.503/1997); C: incorreta, pois a falta de luz é infração grave (art. 225 da Lei 9.503/1997); D: incorreta, pois é infração leve (art. 224 da Lei 9.503/1997); E: incorreta, pois, apesar de ser infração média, só cabe multa no caso (art. 236 da Lei 9.503/1997).

Gabarito “C”

Gabarito “E” (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) Nos feriados prolongados, ocorrem com frequência grandes engarrafamentos nas rodovias, devido à prática perigosa de transitar pelo acostamento para ultrapassar veículos em marcha lenta. Atento ao perigo dessa ação, o policial rodoviário poderá aplicar multa com multiplicador de:

ou neblina;

(E) rebocar outro veículo com cabo flexível, salvo em casos de

Gabarito “B”

A: incorreta, pois a discriminação dos objetos que se encontrem no veículo também é obrigatória (art. 2º, I, da Resolução Contran 53/1998); B: incorreta, pois esse termo deve ser preenchido em três vias (e não em duas); a terceira via ficará com o agente de trânsito responsável pela apreensão (art. 2º, § 1º, da Resolução Contran 53/1998); C: incorreta, pois haverá sim o recolhimento do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo), nos termos do art. 2º, § 3º, da Resolução Contran 53/1998); D: incorreta, pois nesse caso o prazo de custódia será de 11 a 20 dias (art. 3º, II, da Lei 9.503/1997); E: correta (art. 270, § 1º, da Lei 9.503/1997).

(D) usar facho de luz alta em vias providas de iluminação pública

Gabarito “A”

causados por acidente, se for o caso, a identificação do proprietário e do condutor, quando possível, e dados que permitam a precisa identificação do veículo. A discriminação dos objetos que se encontrem no veículo é opcional. (B) O termo de apreensão do veículo deve ser preenchido pelo PRF, em duas vias: a primeira via será entregue ao proprietário ou condutor do veículo apreendido e a segunda, ao órgão ou entidade responsável pela custódia do veículo. (C) Por ser documento do proprietário do veículo, o PRF não deverá recolher o CRLV. (D) Caso a penalidade aplicada ao abordado pelo PRF tenha sido aplicada em razão de infração para a qual seja prevista multa agravada com fator multiplicador de três vezes, então o prazo da custódia será de 21 a 30 dias. (E) Desde que o veículo ofereça condições de segurança para circulação em via pública, o PRF poderá dispensar sua retenção imediata.

1.15. Processo administrativo 1.15.1. Autuação

(A) lotação excedente e motor desligado ou desengrenado, em

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Em uma capital brasileira foi instalado um aparelho eletrônico que registra e processa dados decorrentes do fluxo de automóveis em velocidade acima do permitido para o local. Esse equipamento registrou duas infrações na manhã do dia 12/8/2008, uma praticada por condutor de veículo registrado em nome de repartição consular de carreira e outra praticada por condutor de veículo registrado em nome de sociedade de arrendamento mercantil.

(B) documento de habilitação ou identificação do veículo falsi-

Diante dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

Gabarito “D” (Policial Rodoviário Federal – 1998 – CESPE) São classificadas como médias, com a penalidade de multa e medida administrativa de retenção do veículo, as seguintes infrações:

declive;

ficado ou adulterado; (C) luzes apagadas à noite e registro do veículo não cadastrado;

(A) Comprovada a ocorrência de infração por equipamento

audiovisual, aparelho eletrônico ou por outro meio ainda

14. Direito de Trânsito

Gabarito “C” (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Considerando o CTB,

julgue o item que se segue.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Um policial



rodoviário federal identificou que um carro movia-se além da velocidade máxima permitida na via e ordenou ao condutor que parasse. Porém, essa ordem não foi obedecida e o policial, embora não tivesse conseguido identificar o motorista, anotou a placa do veículo. Nessa situação, com base no CTB, o policial não deve lavrar auto de infração, mas lavrar ocorrência policial, para que a autoridade competente possa apurar a autoria da infração.

1: incorreta, pois o policial rodoviário federal deve lavrar o auto de infração correspondente ao excesso de velocidade, pois tem competência para tanto (art. 20, III, da Lei 9.503/1997); porém, não poderá lavrar a ocorrência criminal, pois a PRF não tem competência para exercer a polícia judiciária. Gabarito 1E

1.15.2. Julgamento das autuações e penalidades (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Acerca do processo

administrativo referente à aplicação de penalidades por infrações de trânsito, julgue os próximos itens.

(1) Quando o veículo não possui placa, ou seja, ainda não é

registrado, o auto de infração é considerado irregular.

(2) Em relação à lavratura do auto de infração é a notificação

da penalidade que completa o ato.

1: incorreta; nesse caso deve-se lavrar o autor de infração identificando o carro por meio do seu número de chassis, bem como por outros elementos úteis à sua identificação (art. 280, III, da Lei 9.503/1997); não fosse assim, as infrações previstas no art. 230, IV e V, da Lei 9.503/1997 (conduzir veículo sem placas ou sem registro) nunca seriam objeto de autuação; 2: incorreta, pois são necessárias a notificação da autuação e também da aplicação da pena decorrente da autuação, nos termos da Súmula STJ 312.

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) De acordo com o CTB,

assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automotores.

(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de

trânsito de disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais. (B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades. (C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos. (D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a CNH. (E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fianca, se ele prestar pronto e integral socorro àquela.

A: incorreta, pois contraria o disposto no art. 291, caput, do CTB, que estabelece que as disposições previstas na Lei 9.099/1995 (Juizado Especial Criminal) terão incidência no âmbito das infrações penais de menor potencial ofensivo contempladas no Código de Trânsito Brasileiro; B: incorreta, posto que não reflete o teor do art. 292 do CTB; C: incorreta, o art. 293, caput, do CTB estabelece que esta penalidade será imposta pelo prazo de dois meses a cinco anos; D: incorreta, pois o art. 293, § 1º, do CTB fixa o prazo de quarenta e oito horas para o réu promover a entrega de sua permissão para dirigir ou a CNH; E: correta, pois corresponde ao que estabelece o art. 301 do CTB. (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) O CTB, em seu art. 311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos, elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os itens que se seguem. (1) Velocidade incompatível é aquela desenvolvida acima da

máxima permitida para o local de acordo com a sinalização das placas. (2) O CTB indica os locais próximos a escolas, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos e hospitais como locais considerados perigosos. (3) Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, é necessário que ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade incompatível. (4) A prova da velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a prova de radares ou equivalentes. 1: incorreta, a incompatibilidade da velocidade empreendida há de ser aferida em razão das peculiaridades do local em que trafica o condutor; 2: correta, pois corresponde ao que estabelece o art. 311 do CTB; 3: incorreta, por se tratar de crime de perigo concreto, é desnecessária, à consumação do crime tipificado no art. 311 do CTB, a ocorrência de dano; 4: correta, na medida em que a legislação não impõe, para a comprovação deste crime, que a incompatibilidade da velocidade empreendida pelo condutor com o local em que transita seja aferida por sistema de radar ou qualquer outra forma de controle eletrônico de velocidade. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

A: incorreta, pois é necessário que os equipamentos sejam regulamentados pelo Contran (art. 2º, caput, da Resolução Contran 404/2012); B: incorreta, pois o auto de infração pode ser lavrado pela autoridade de trânsito também por anotação em documento próprio ou por meio eletrônico (art. 2º, § 1º, da Resolução Contran 404/2012); C: correta (art. 2º, § 3º, da Resolução Contran 404/2012); D: incorreta, pois a notificação deve ser enviada para o endereço constante do registro do veículo (art. 17 da Resolução Contran 404/2012), sem prejuízo de comunicação ao Ministério das Relações Exteriores, para as providências cabíveis, no caso, para a cobrança da multa (art. 282, § 2º, da Lei 9.503/1997); E: incorreta, pois o possuidor do veículo também é considerado equiparado a proprietário, devendo receber a notificação em contratos de vigência igual ou superior a 180 dias (art. 7º, parágrafo único, da Resolução Contran 404/2012).

1.16. Crimes de trânsito

Gabarito “E”

que não seja regulamentado pelo Contran, será lavrado o auto de infração de trânsito que deverá conter os dados mínimos definidos pelo CTB. (B) O auto de infração, nesse caso, será lavrado posteriormente pela autoridade de trânsito por anotação em documento próprio. (C) A comprovação da infração ocorrida exige referendo por agente da autoridade de trânsito. (D) No caso de veículo registrado em nome de repartição consular de carreira, a notificação da autuação deverá ser remetida ao Ministério das Relações Exteriores, para as providências cabíveis, passando a correr os prazos a partir da entrega ao referido ministério. (E) No caso de veículo registrado em nome de sociedade de arrendamento mercantil, o órgão ou entidade de trânsito deverá encaminhar a notificação da autuação diretamente a esta, que, para os fins da resolução pertinente do Contran, equipara-se ao proprietário do veículo.

469

(Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Os efeitos do álcool sobre condutores de veículos automotores têm dado causa a sérios prejuízos advindos de acidentes de trânsito. Com relação à embriaguez no trânsito, julgue os itens a seguir. (1) A conduta de dirigir veículo automotor sob a influência

de álcool, em nível superior ao permitido, não configura, necessariamente, crime perante a lei brasileira, sendo

Gabarito 1E, 2E

470 Wander Garcia e Eduardo Dompieri

Gabarito 1C, 2C (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Uma das preocu-

pações do policial rodoviário federal ao chegar a um local de acidente de trânsito com vítima é preservar o local para que se realize a perícia, a fim de identificar e responsabilizar o(s) verdadeiro(s) culpado(s) pelo acidente. Com relação à preservação do local de um acidente de trânsito, julgue os itens seguintes.

(1) Constitui crime modificar o estado do lugar, das coisas ou

das pessoas para eximir de responsabilidade o verdadeiro culpado do acidente. (2) Não constitui crime alterar o local do acidente para que haja socorro de vítimas. (3) Não constitui crime alterar a posição de veículo acidentado para evitar que ocorra outro acidente. 1, 2, 3: corretas. Crime previsto no art. 312 do CTB. Gabarito 1C, 2C, 3C

(Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) Sobre os crimes de

trânsito, julgue os itens a seguir.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Ao passar em

frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em calçada como causa de aumento de pena do homicídio. (2) Considere a seguinte situação hipotética. Um grupo de amigos decidiu realizar um racha, às três horas da madrugada, na avenida Afonso Pena, principal via da região central de Belo Horizonte – MG. Acionada, uma equipe de policiais chegou rapidamente ao local, logrando deter Rodrigo, um dos participantes, em flagrante. Nessa situação, ao receber a respectiva denúncia, o juiz poderá decretar medida cautelar de ofício, independentemente de requerimento do Ministério Público ou de representação da autoridade policial, para efeito de suspender a habilitação de Rodrigo.

o condutor de veículo que, passando pelo local de acidente automobilístico imediatamente após a sua ocorrência, deixa de prestar socorro imediato às vítimas ou de solicitar auxílio de autoridades públicas.

1: incorreta, a conduta descrita no enunciado se amolda ao tipo penal do art. 121 do CP - homicídio doloso, ao qual não se aplica a causa de aumento prevista no art. 302, parágrafo único, II, do CTB, cuja incidência somente se dá no âmbito do homicídio e lesão corporal de trânsito, que são crimes necessariamente culposos; 2: correta, pois corresponde ao que estabelece o art. 294 do CTB; 3: correta, somente responderá pelo crime previsto no art. 304 do CTB (omissão de socorro) o condutor do veículo envolvido em acidente com vítima que não tenha a ele dado causa (agido com culpa). Se for o causador do acidente, deverá ser responsabilizado, se omitir socorro, pelo crime de homicídio/lesão corporal com a incidência da causa de aumento prevista no art. 302, parágrafo único, III, do CTB. Agora, se alguém presenciar acidente de trânsito e deixar de prestar socorro imediato às vítimas ou de solicitar auxílio de autoridades públicas, incorrerá nas penas do crime do art. 135 do CP (omissão de socorro). (CESPE) Guiando o seu automóvel na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei, Tício realiza, espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos militares sua habilitação e o documento do automóvel. No exame do etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito. Além disso, os policiais constatam que o motorista estava com a habilitação vencida desde maio de 2009. Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício (A) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que

o fato de a habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa. (B) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez ao volante só se configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima. (C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado por tal conduta faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido, em razão da aplicação do Princípio da Consunção. (D) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação A: correta. Ao conduzir seu veículo automotor em via pública, na contramão de direção e com concentração de álcool no sangue em quantidade bem superior ao estabelecido no art. 306 da Lei 9.503/1997 - Código de Trânsito Brasileiro, Tício incorreu nas penas do supracitado dispositivo. De outro lado, por estar com a habilitação vencida, Tício deverá responder tão somente pela infração administrativa prevista no art. 162, V, da Lei 9.503/1997. É que o crime do art. do art. 309 do CTB – direção sem habilitação - refere-se somente à conduta de dirigir veículo automotor sem permissão ou habilitação ou, ainda, na hipótese de estar cassado o direito de dirigir. O legislador não cuidou de incluir no tipo penal a conduta consistente em dirigir com a habilitação vencida, o que, como já dito, configura infração no âmbito administrativo. Este é o entendimento que tem prevalecido na doutrina e na jurisprudência. Gabarito “A”

1: correta a assertiva, ao tempo em que a questão foi elaborada, já que em conformidade com a redação original do art. 306 do CTB, que contemplava, no seu texto, a expressão “expondo a dano potencial a incolumidade de outrem”. Com a redação conferida a este dispositivo pela Lei 11.705/2008, que eliminou do tipo penal tal expressão, doutrina e jurisprudência firmaram entendimento no sentido de que o crime do art. 306 passou a ser de perigo abstrato, sendo, portanto, desnecessário que a conduta do motorista expusesse a dano potencial a incolumidade de terceiro. Mais recentemente, a redação deste dispositivo foi novamente alterada, desta vez pela Lei 12.760/2012, que, no entanto, não modificou a natureza do crime de embriaguez ao volante, que continua a ser de perigo abstrato; 2: correta, a redação original do art. 306 do CTB, em vigor quando da elaboração desta questão, continha a expressão “sob a influência de álcool”, o que autorizava que a prova da embriaguez fosse feita por vários meios, desde que admitidos em direito. Com a entrada em vigor da Lei 11.705/2008, que alterou a redação do art. 306 do CTB, passou-se a exigir que a comprovação da embriaguez somente se desse por meio do bafômetro ou do teste de alcoolemia. Foram excluídos, com isso, outros meios de prova. Essa situação mudou com a edição da Lei 12.760/2012, que conferiu nova redação ao art. 306 do CTB, que passou a admitir, para a comprovação da embriaguez, outros meios de prova, além do bafômetro e do exame de sangue.

(3) Não comete o crime de omissão de socorro descrito no CTB

Gabarito 1E, 2C, 3C

punida administrativamente como infração gravíssima, com penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser enquadrada na categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a incolumidade de outrem. (2) A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e teste em bafômetro e, ainda, por prova testemunhal.

(CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos crimes de trânsito. (A) Responde por crime de trânsito o agente que viola a sus-

pensão de dirigir veículo automotor.

(B) O indivíduo que, pilotando uma lancha em alto mar, mata,

culposamente, uma pessoa comete, de acordo com a Lei nº 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, crime de homicídio culposo. (C) O agente que, dirigindo automóvel, causa, culposamente, lesão corporal na vítima e deixa de prestar socorro a ela responde tanto pelo crime de lesão corporal culposa tratado nos crimes de trânsito quanto por crime de omissão de socorro.

14. Direito de Trânsito

471

(D) Responde como coautor pelo crime de homicídio o pai ou

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Considerando o texto acima como referência inicial e com base nos aspectos marcantes da trajetória da PRF, julgue o item que segue.

A: correta, conduta prevista no art. 307, Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro); B: incorreta, só responde pelo crime do art. 302 (homicídio culposo) do Código de Trânsito aquele que estiver na direção de veículo automotor. Aquele que, pilotando uma lancha, mata, culposamente, responde pelo crime de homicídio do Código Penal (art. 121, § 3º); C: incorreta. Neste caso, incidirá a causa de aumento de pena prevista no art. 302, parágrafo único, III, por força do que dispõe o parágrafo único do art. 303, ambos do Código de Trânsito; D: incorreta, pois, por essa conduta, o pai ou responsável responderá pelo crime capitulado no art. 310 do Código de Trânsito.

(1) A partir da promulgação da Constituição de 1988, a PRF

Gabarito “A” (CESPE) Acerca dos crimes previstos na legislação especial

brasileira, assinale a opção incorreta.

ficou impedida de fazer uso de radares fotográficos no combate ao excesso de velocidade nas rodovias brasileiras.

1: incorreta, pois não há qualquer tipo de proibição a esse respeito desse assunto na Constituição Federal. Gabarito 1E

responsável que empresta veículo automotor a menor de idade que, acidentalmente, atropele e mate uma pessoa.

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Considerando o

texto acima como referência inicial e com base nos aspectos marcantes da trajetória da PRF, julgue os itens que seguem.

(1) A atual PRF tem uma longa história iniciada ainda nos

tempos da Primeira República ou República Velha.

(2) O surgimento dos policiais rodoviários ocorreu quando o

(A) O condutor que for condenado por qualquer dos delitos

A: incorreta, devendo ser assinalada. A Lei 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro) não impõe ao condenado pelos crimes nela previstos a obrigação de se submeter a novos exames como condição para que possa voltar a dirigir; B: correta, de fato, o perdão judicial, embora não previsto no Código de Trânsito, pode, sim, ser aplicado ao crime de homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor (art. 302 da Lei 9.503/1997); C: correta (art. 109 da CF); D: correta. O STF, no julgamento da ADIn 3.112-1, de 10.05.2007, reconheceu a inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 14 da Lei 10.826/2003, que vedava a concessão de fiança ao autor do crime do art. 14 do Estatuto do Desarmamento. Gabarito “A”

2. Perfil constitucional e funções institucionais do DPRF Texto para as duas questões seguintes. A Polícia Rodoviária Federal foi criada pelo presidente Washington Luiz, em 1928, com a denominação de polícia de estradas. Somente em 1935 organizaram-se os serviços de vigilância das rodovias Rio – Petrópolis, Rio – São Paulo e União Indústria, quando foi criado o primeiro quadro de policiais rodoviários, denominados, à época, inspetores de trânsito. Em 1945, com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), nascia a denominação de Polícia Rodoviária Federal (PRF). Com o advento da Constituição de 1988, a PRF foi institucionalizada e integrada ao Sistema Nacional de Segurança Pública, cabendo-lhe o patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Desde 1990, a PRF está integrada à estrutura do Ministério da Justiça. Atualmente, ela está presente em todo o território nacional, estruturada em 21 superintendências regionais, 5 distritos regionais, 150 delegacias e 400 postos de fiscalização, e a administração central está localizada em Brasília. Zander Cavalcante Arruda. Evolução histórica, organização estrutural e hierárquica do Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Brasília: MJ/DPRF/CGRH/CE, 2009, p. 6, 8 e 13 (com adaptações).

(3) (4) (5)

(6)

Brasil passou a contar com grandes rodovias nas mais diversas regiões do país. A PRF tem essa denominação desde o momento em que passou a compor os quadros do Ministério da Justiça. Nas primeiras décadas de existência da PRF, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Para garantir a uniformidade de procedimentos no desempenho de sua missão, a PRF está organizada de forma centralizada e unitária, desconhecendo a existência de unidades administrativas. Atualmente, o número de postos de fiscalização é bem mais que o dobro que o quantitativo de delegacias da PRF existentes no país.

1: correta; a Primeira República (ou República Velha) se estendeu entre a proclamação da República (em 1889) e a Revolução de 1930, que depôs o Presidente Washington Luís; dessa forma, a PRF foi mesmo criada na Primeira República, já que o ano de 1928 (mencionado no texto) está contido entre os anos 1889 e 1930; 2: incorreta, pois apenas a partir da segunda metade dos anos 1940, após a transformação do DNER em autarquia, é que surgiram os projetos de grandes rodovias, sendo que a Rio/Bahia foi concluída em 1963, a nova Rio/SP, em 1951, a SP/ Porto Alegre e a Rio/Belo Horizonte, na segunda metade dos anos 50, dentre outras; 3: incorreta, pois o texto é claro no sentido de que a PRF foi integrada ao Ministério da Justiça em 1990, e a denominação PRF data de 1945; 4: correta; a PRF foi criada em 24 de julho de 1928 (dia da Polícia Rodoviária Federal), com a denominação judicial de “Polícia de Estradas”; em 23 de julho de 1935 foi criado o primeiro quadro de policiais, denominado, à época, de “Inspetores de Tráfego” e em 1945, já com a expressão “Polícia Rodoviária Federal”, a corporação foi vinculada ao hoje extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas e Rodagem); em 1988, a PRF foi integrada, pela Constituição, ao Sistema Nacional de Segurança Pública, e, desde os anos 1990, a PRF integra a estrutura organizacional do Ministério da Justiça, como Departamento de Polícia Rodoviária Federal; dessa forma, considerando que a PRF existe, ainda que com outra denominação, desde 1928, é correto dizer que nas primeiras épocas de sua existência do Rio de Janeiro era capital do Brasil, lembrando que foi capital até 1960, quando Brasília passou a ocupar esse posto; 5: incorreta, pois há grande desconcentração no âmbito da PRF; só para se ter ideia, a PRF está presente em todo território nacional, estruturada em 21 Superintendências Regionais, 5 Distritos Regionais, 150 delegacias e 400 postos de fiscalização; 6: correta, pois, como se viu, há 400 postos de fiscalização e 150 delegacias. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C, 5E, 6C

previstos no Código de Trânsito Brasileiro ficará obrigado a se submeter a novos exames para que possa voltar a dirigir. (B) Admite-se a concessão do perdão judicial ao acusado de homicídio culposo na direção de veículo, ainda que o instituto não esteja previsto no Código de Trânsito Brasileiro. (C) A competência para processar e julgar os crimes de porte ilegal e tráfico internacional de armas é da justiça comum estadual. (D) O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é crime inafiançável, salvo se a arma de fogo estiver registrada em nome do agente.

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Com relação às normas sobre segurança pública, meio ambiente e família, a CF dispõe que (A) a Polícia Federal, a PRF e a polícia ferroviária federal são

consideradas, juntamente com as polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército. (B) o meio ambiente é bem de uso especial, que a administração pública pode utilizar para a realização de suas atividades e a consecução de seus fins. (C) a PRF exerce as funções de polícia de fronteira e o policiamento ostensivo das rodovias federais.

472 Wander Garcia e Eduardo Dompieri anos, sujeitos às normas da legislação especial. (E) a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes é considerada entidade familiar.

A: incorreta, pois apenas as polícias militares e os corpos de bombeiros militares são considerados forças auxiliares e reserva do Exército (art. 144, § 6º, da CF); B: incorreta, pois o meio ambiente é um bem de uso comum do povo (art. 225, caput, da CF); ademais, a Administração Pública não pode utilizar-se indiscriminadamente do meio ambiente para a realização de suas atividades, salvo quando houver previsão legal nesse sentido, como no caso de servidão administrativa; C: incorreta, pois compete à PF (Polícia Federal) as funções de polícia de fronteira (art. 144, § 1º, III, da CF); a PRF (Polícia Rodoviária Federal) só tem competência para o patrulhamento ostensivo das rodovias federais (art. 144, § 2º, da CF) D: incorreta. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial (art. 228 da CF); E: correta. Entende-se, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (art. 226, § 4º, da CF). Gabarito “E” (Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) No que concerne à

segurança pública, julgue o seguinte item.

(1) De acordo com a atual Carta Política, a PRF é um órgão

transitório da segurança pública, destinado ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

1: incorreta, pois a PRF não é um órgão transitório, mas um órgão permanente (art. 144, § 2º, da CF). Gabarito 1E

3. Lei nº 9.654/1998 (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) Acerca das previsões

da Lei n. 9.654/1998, que cria a carreira de PRF, assinale a opção correta.

(A) O ocupante do cargo de PRF permanecerá no local de

sua primeira lotação por um período mínimo de dois anos, exercendo atividades de natureza estritamente operacional voltadas ao patrulhamento ostensivo e à fiscalização de trânsito compatíveis com a sua experiência e aptidões. (B) Os ocupantes de cargos da carreira de PRF não estão sujeitos à dedicação exclusiva às atividades do cargo, o que torna possível a cumulação do cargo com outra atividade privada. (C) A carreira de que trata a Lei n. 9.654/1998 é composta do cargo de PRF, estruturada nas classes de inspetor, agente e escrivão. (D) A implantação da carreira de PRF ocorreu mediante transformação de milhares de cargos efetivos de patrulheiro rodoviário federal, do quadro geral do Ministério da Justiça, em cargos de PRF. (E) O regime de trabalho dos PRFs é de 44 horas semanais.

4. Decreto nº 1.655/1995 (Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) As competências da PRF, no âmbito das rodovias e estradas federais, não incluem (A) realizar o patrulhamento ostensivo, mediante a execução

de operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, a incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros. (B) aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas. (C) realizar o patrulhamento ostensivo das ferrovias federais que margeiam as rodovias federais. (D) integrar-se a outros órgãos e entidades do SNT para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de uma para outra unidade da Federação. (E) coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal. A: correta, pois há previsão dessa competência (art. 20, II, da Lei 9.503/1997; art. 1º, I, do Decreto 1.655/1995); B: correta, pois há previsão dessa competência (art. 20, III, da Lei 9.503/1997; art. 1º, III, do Decreto 1.655/1995); C: incorreta, devendo a alternativa ser assinalada, pois essa competência é a Polícia Ferroviária Federal (art. 144, § 3º, da CF); D: correta, pois há previsão dessa competência (art. 20, X, da Lei 9.503/1997); E: correta, pois há previsão dessa competência (art. 20, VII, da Lei 9.503/1997). Gabarito “C”

(D) são penalmente inimputáveis apenas menores de dezesseis

(Policial Rodoviário Federal – 2008 – CESPE) A Polícia Rodoviária

Federal foi criada pelo presidente Washington Luiz, em 1928, com a denominação de polícia de estradas. Somente em 1935 organizaram-se os serviços de vigilância das rodovias Rio – Petrópolis, Rio – São Paulo e União Indústria, quando foi criado o primeiro quadro de policiais rodoviários, denominados, à época, inspetores de trânsito. Em 1945, com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), nascia a denominação de Polícia Rodoviária Federal (PRF). Com o advento da Constituição de 1988, a PRF foi institucionalizada e integrada ao Sistema Nacional de Segurança Pública, cabendo-lhe o patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Desde 1990, a PRF está integrada à estrutura do Ministério da Justiça. Atualmente, ela está presente em todo o território nacional, estruturada em 21 superintendências regionais, 5 distritos regionais, 150 delegacias e 400 postos de fiscalização, e a administração central está localizada em Brasília. Zander Cavalcante Arruda. Evolução histórica, organização estrutural e hierárquica do Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Brasília: MJ/DPRF/CGRH/CE, 2009, p. 6, 8 e 13 (com adaptações).

A: incorreta, pois deve permanecer na sua primeira lotação, preferencialmente, por um período mínimo de três anos (art. 3º, § 4º, da Lei 9.654/1998); B: incorreta, pois os ocupantes de cargos da carreira de Policial Rodoviário Federal ficam sujeitos a integral e exclusiva dedicação às atividades do cargo (art. 7º da Lei 9.654/1998); C: incorreta, pois a carreira é composta do cargo de Policial Rodoviário Federal e estruturada nas classes Terceira, Segunda, Primeira e Especial, sendo que a classe Terceira tem padrões de I a III, a classe Segunda, de I a VI, a classe Primeira, de I a VI, e a classe Especial, de I a III (Anexo I-A da Lei 9.654/1998, incluído pela Lei 12.775/2012); D: correta; o art. 1º, parágrafo único, da Lei 9.654/1998, dispõe que “A implantação da carreira far-se-á mediante transformação dos atuais dez mil e noventa e oito cargos efetivos de Patrulheiro Rodoviário Federal, do quadro geral do Ministério da Justiça, em cargos de Policial Rodoviário Federal”; E: incorreta, pois é de 40 horas semanais a jornada de trabalho dos integrantes da carreira de policial rodoviário federal (art. 9º da Lei 9.654/1998).

1: correta (art. 1º, X, do Decreto 1.655/1995); 2: correta (art. 1º, IX e X, do Decreto 1.655/1995).

Gabarito “D”

Gabarito 1C, 2C

Considerando o texto acima como referência inicial e com base nos aspectos marcantes da trajetória da PRF, julgue os itens que seguem. (1) Integrada ao Sistema Nacional de Segurança Pública, a

PRF tem, entre suas atribuições, prevenir e reprimir o tráfico de armas e de drogas ilícitas. (2) O combate à exploração sexual de menores, ao trabalho escravo, ao contrabando e aos crimes ambientais inscreve-se entre as atribuições conferidas à PRF.

14. Direito de Trânsito

(1) Considere a seguinte situação hipotética.





A PRF veio a ser comunicada, por telefone, da ocorrência de um acidente automobilístico, sem vítimas de morte, em uma rodovia federal. Imediatamente após a comunicação, policiais rodoviários federais foram até o local do acidente, onde verificaram que um dos motoristas envolvidos na colisão, devidamente habilitado e portador dos documentos do veículo automotor, estava aparentemente embriagado. Nessa situação, à PRF caberá realizar perícia, levantamento do local ou boletim de ocorrência, bem como teste de dosagem alcoólica no condutor do veículo. Se for constatado que o motorista dirigia o veículo sob influência de álcool, em dosagem superior a seis decigramas por litro de sangue, caberá aos policiais rodoviários federais lavrar o auto de infração e, como medidas administrativas, reter o veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolher o documento de habilitação do infrator.

(2) No âmbito das rodovias federais, havendo necessidade,

caberá à PRF realizar, sob a coordenação do órgão competente, a escolta nos deslocamentos de presidente da República, ministros de Estado e diplomatas estrangeiros.

1: correta (art. 1º, V, do Decreto 1.655/1995); 2: correta (art. 1º, VIII, do Decreto 1.655/1995). (Policial Rodoviário Federal – 2002 – CESPE) À luz da legislação

de trânsito, julgue o item a seguir.

(1) A perseguição dos dois homens que fugiram para dentro

da mata, suspeitos de terem praticado roubo, poderia ser realizada pelos policiais rodoviários federais, sem violação da competência legalmente atribuída à PRF.

1: correta, nos termos do art. 1º, X, do Decreto 1.655/1995. Gabarito 1C

tência da PRF, julgue os itens a seguir.

Gabarito 1C, 2C

(Policial Rodoviário Federal – 2004 – CESPE) Acerca da compe-

473

15. Legislação Institucional de Carreiras Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti*

motor de justiça de determinado estado da Federação tenha requisitado a instauração de inquérito policial e que, no curso da investigação, o delegado constate indício de que membro do MPU tenha cometido infração penal. Nessa situação, com base na Lei Complementar 75/1993,

(A) os autos deverão ser remetidos ao procurador-geral da

República para as providências pertinentes.

(B) o membro do MPU deverá ser indiciado, e o delegado

continuará a investigação.

(C) o promotor de justiça deverá continuar a investigação. (D) o procurador de justiça do estado deverá dar continuidade

à investigação.

(E) o procurador regional da República deverá dar continuidade

à investigação.

A alternativa correta é a “A”, pois assim estabelece o art. 18, parágrafo único, da Lei Complementar 75/1993. As demais alternativas, portanto, estão incorretas. Gabarito “A” (Promotor de Justiça/AC – 2014 – CESPE) Com base na Lei Complementar Estadual 8/1983, um membro do MP do estado do Acre só perderá seu cargo se condenado por crime (A) cometido com abuso de poder, à pena privativa de liberdade. (B) contra honra, à detenção por mais de dois anos. (C) cometido com violação do dever inerente à função, à reclu-

são por mais de quatro anos.

(D) contra o patrimônio, independentemente da pena prevista. (E) contra a administração da justiça, independentemente da

pena prevista.

Assim estabelece o art. 35, I, da Lei Complementar Estadual 8/1983. Aliás, estabelece o citado dispositivo legal: “Art. 35. Depois de dois anos de efetivo exercício, só perderão o cargo os membros do Ministério Público Estadual: I – se condenados à pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou violação do dever inerente à função pública; II – se condenado por outro crime à pena de reclusão, por mais de dois anos, ou de detenção por mais de quatro anos; e III – se proferida decisão em processo administrativo onde lhe seja assegurada ampla defesa”. Gabarito “A” (Promotor de Justiça/PI – 2014 – CESPE) Se um promotor de justiça do estado X instaurar inquérito civil e o arquivar, o arquivamento poderá ser revisto, com base na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/1993), pelo (A) juízo da vara competente para o caso. (B) vice-procurador-geral de justiça. (C) Colégio de Procuradores de Justiça. (D) Conselho Superior do Ministério Público. (E) presidente do tribunal de justiça do referido estado.

A: incorreta, pois a revisão se dá no âmbito do próprio Ministério Público; B: incorreta, pois a atribuição, nos termos do art. 30 da Lei 8.625/1993, é do Conselho Superior do MP; C: incorreta, conforme tópico anterior; D: correta, pois assim estabelece o art. 30 da Lei 8.625/1993: “Cabe ao Conselho Superior do Ministério Público rever o

(Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) À luz da CF, assinale a

opção correta a respeito do MP.

(A) O MP é, conforme se depreende do disposto na CF, nacional

e unitário, caracterizando-se, ainda, por possuir individualidade. (B) O julgamento do Procurador-Geral de justiça do MPE, em se tratando de infrações penais comuns ou de crimes de responsabilidade, cabe ao Poder Legislativo estadual. (C) Em sua atuação, o MP vela somente pelo interesse público secundário. (D) O presidente da República não consta do rol de legitimados para propor ao Congresso Nacional projeto de lei que disponha sobre normas gerais de organização dos MPEs. (E) O dispositivo constitucional que considera o MP uma instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado não é considerado cláusula pétrea.

A: correta, pois o enunciado está de acordo com os arts. 127 e 128 da CF, que reconhecem a existência do Ministério Público, órgão permanente e essencial, mas também reconhecem a existência de pelo menos dois Ministérios Públicos: o da União e os dos Estados; B: incorreta, pois, conforme o art. 128, § 4º, da CF, os Procuradores-Gerais poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo. O julgamento do PGJ, por crime comum, é de competência do Tribunal de Justiça, conforme o art. 123, III, “c”, da Constituição do Estado do Piauí; C: incorreta, pois o MP vela pelo interesse público primário; D: incorreta, pois, nos termos do art. 61, § 1º, II, “d”, da CF, o poder de inciativa é privativo do Presidente da República; E: incorreta, pois o caráter permanente e essencial do MP indica que se trata de cláusula pétrea. Gabarito “A”

(Promotor de Justiça/AC – 2014 – CESPE) Considere que um pro-

arquivamento de inquérito civil, na forma da lei”; E: incorreta, conforme comentários anteriores. Gabarito “D”

1. MINISTÉRIO PÚBLICO

(Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) No tocante aos princípios institucionais do MP, assinale a opção correta. (A) De acordo com a doutrina dominante, com fundamento no

princípio da independência funcional, não há óbice a que um membro do MP assuma posicionamento contrário ao adotado pelo seu antecessor na mesma relação processual. (B) O caráter dos princípios institucionais do MP consagrados na CF não é normativo, em razão da sua abstração e da ausência dos pressupostos fáticos aptos a delimitar a sua aplicação. (C) O princípio da unidade, segundo o qual o MP constitui uma instituição única, autoriza que integrantes do MP do trabalho exerçam, em situações excepcionais, atribuições inerentes aos MPEs e vice-versa. (D) Se dois membros do MP assumirem posições divergentes em relação ao mesmo fato, o princípio da unidade cederá lugar ao princípio prevalente da independência funcional. (E) Segundo a jurisprudência do STF, o MP que atua junto aos tribunais de contas, em razão da sua peculiar natureza jurídica, não está sujeito ao princípio da unidade. A: correta, pois, de fato, o princípio da independência funcional garante a liberdade na formação da convicção dos membros do MP; B: incorreta, pois os princípios institucionais têm caráter normativo. Existem normas-regras e normas-princípios, todas dotadas de força normativa;

* Marcos Destefenni comentou as questões dos concursos de Promotor de Justiça/PI – 2014 e Promotor de Justiça/AC. Rodrigo Saber comentou as questões do concurso de Defensoria/DF – 2013. Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian e Sávio Copetti comentaram as demais questões.

15. Legislação Institucional de Carreiras

Gabarito “A” (Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta

a respeito das funções institucionais do MP.

(A) Quando a atuação do delegado for incompleta, o MP poderá

presidir inquéritos policiais.

(B) As funções institucionais do MP podem ser exercidas por

pessoas não integrantes da carreira mediante autorização expressa do respectivo Procurador-Geral. (C) O MP é o titular da ação penal pública. (D) Entre as funções do MP não se inclui a defesa judicial e extrajudicial dos direitos e interesses das populações indígenas, incumbência essa a cargo da AGU. (E) É taxativo o rol das funções institucionais do MP previstas no texto constitucional. A: incorreta, pois o MP pode realizar investigações, mas não presidir inquéritos policiais; B: incorreta, pois as funções institucionais do MP não podem ser exercidas por pessoas não integrantes da carreira (CF, art. 129, § 2º); C: correta, pois é o que estabelece o art. 129, I, da CF; D: incorreta, pois a assertiva afronta o disposto no art. 129, V, da CF; E: incorreta, pois o rol do art. 129 da CF tem caráter exemplificativo, como aponta o inciso IX do mencionado dispositivo constitucional. Gabarito “C” (Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) Em relação às garantias

dos membros do MP, assinale a opção correta.

(A) A garantia da inamovibilidade do membro do MP é absoluta. (B) De acordo com a Emenda Constitucional n. 45/2004,

é permitido que membro do MP se dedique à atividade político-partidária. (C) Segundo a jurisprudência do STF, é constitucional lei complementar estadual que estenda o auxílio-moradia a membros aposentados do MPE. (D) Segundo a jurisprudência do STJ, é ilegal ato do Procurador-Geral de justiça estadual que negue a membro do MP a acumulação de férias por mais de dois períodos de trinta dias consecutivos. (E) O membro do MP que atua perante o juízo de primeiro grau de jurisdição, seja no âmbito federal, seja no âmbito estadual, não tem legitimidade para oficiar em tribunais superiores. A: incorreta, pois a garantia não é absoluta. A inamovibilidade é excepcionada por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (CF, art. 128, § 5º, I, “b”); B: incorreta, pois a CF, no art. 128, § 5º, II, “e”, proíbe o membro do MP de se dedicar à atividade político-partidária; C: incorreta, pois o STF decidiu pela inconstitucionalidade, conforme Informativo n. 619: “Membros inativos do Ministério Público estadual e auxílio-moradia. ADI – 3661. O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta proposta pelo Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucionalidade do § 3º do art. 3º da Lei Complementar 24/1989, introduzido pela Lei Complementar 281/2003, ambas do Estado de Rondônia. O dispositivo adversado versa sobre a extensão de auxílio-moradia a membros inativos do Ministério Público rondoniense. Verificou-se afronta ao art. 127, § 2º, da CF. Ademais, asseverou-se que nem todos os benefícios concedidos aos servidores

em atividade seriam compatíveis com a situação do aposentado, como seria o caso da gratificação paga durante o exercício em locais adversos. Na linha dessa jurisprudência, mencionou-se o Enunciado 680 da Súmula do STF (“O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores inativos”). Reputou-se que o auxílio-moradia seria devido apenas a membros do parquet que exercessem suas funções em local onde não existisse residência adequada. O Min. Luiz Fux ressaltou que a Lei Complementar 281/2003 valer-se-ia da Lei Complementar federal 93/1993 para estender aos inativos o auxílio-moradia nela disposto como se eles estivessem em exercício. Vencido o Min. Marco Aurélio que mantinha o preceito por entendê-lo constitucional. Precedente citado: ADI 778/DF (DJU de 19.12.1994). ADI 3783/RO, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.03.2011. (ADI-3783)”; D: incorreta, pois o STJ considerou o ato legal, conforme noticia o Informativo 354 “A Turma negou provimento ao recurso por entender que é legal o ato da Procuradoria-Geral de Justiça estadual que considerou não ser possível a acumulação de mais de dois meses de férias e cancelou os atos que deferiam o gozo de períodos excedentes a esses e determinou a permanência dos promotores de justiça em serviço no mês de setembro de 2003. A Lei Orgânica do Ministério Público disciplina que as férias dos membros do Ministério Público sejam iguais à dos magistrados, cabendo a cada lei orgânica estadual regular a concessão. Assim o Estado-membro aprovou a Lei Complementar 19/1994, que, em seu art. 168, dispõe de forma análoga ao art. 66, § 1º, da Lei Complementar 35/1979 (Lei Orgânica da Magistratura Nacional). O ato da referida Procuradoria-Geral de Justiça apenas aplicou a legislação cabível e corrigiu o vício de atos anteriores que deferiam fruição de férias atingidas pela caducidade. RMS 20.361-PB, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado em 06.05.2008”; E: correta, pois, de fato, cada membro do MP tem suas atribuições, sendo vedada a atribuição para atuar perante os tribunais àqueles que atuam perante a primeira instância. Gabarito “E”

C: incorreta, pois a unidade significa que “os membros do Ministério Público integram um só órgão sob a direção de um só chefe” (Hugo Nigro Mazzilli. Regime Jurídico do Ministério Público. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p 132). E referido princípio não autoriza que integrantes de um MP exerçam atribuições de outro ramo do MP ou de outro MP; D: incorreta, pois se houver divergência entre membros do MP, originando um conflito de atribuições, caberá ao chefe da instituição dirimir o conflito, de tal forma que não se pode dizer que o princípio da unidade cede lugar ao princípio da independência. Na verdade, há uma independência do ponto de vista funcional, mas não do ponto de vista administrativo. Por isso, cabe ao chefe da instituição dizer quem tem atribuição, embora não possa determinar a forma de atuação do membro do MP; E: incorreta, pois o STF (ADI 789/DF) reconheceu a existência de um MP especial, junto ao Tribunal de Contas. Portanto, o MP junto ao Tribunal de Contas integra um só órgão especial e está sujeito ao princípio da unidade.

475

(Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) Em relação ao CNMP,

assinale a opção correta.

(A) Segundo a jurisprudência do STF, o CNMP pode, por meio

de resolução, fixar novo teto remuneratório para membros e servidores do MP, passando-o de 90,25% para 100% do subsídio dos ministros do STF. (B) O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil é membro, com direito a voto, do CNMP. (C) Compete ao Senado Federal processar e julgar os membros do CNMP acusados da prática de crime de responsabilidade. (D) Compete ao CNMP escolher em votação aberta, entre os integrantes das carreiras do MPU e dos MPEs que atuem perante o segundo grau de jurisdição, o corregedor nacional do MP. (E) O CNMP é composto por dez membros nomeados para um mandato de quatro anos pelo presidente da República, depois de aprovada a sua escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo admitida uma recondução. A: incorreta, pois o STF entendeu inconstitucional a resolução que fixa teto remuneratório (ADI 3.831 MC/DF): “Ação direta de inconstitucionalidade – Resolução n. 15, de 4 de dezembro de 2006, do Conselho Nacional do Ministério Público – Afronta ao art. 37, inc. XI, § 12, da Constituição da República. 1. A Resolução n. 15, de 4 de dezembro de 2006, do Conselho Nacional do Ministério Público, cuida dos percentuais definidores do teto remuneratório dos membros e servidores do Ministério Público. 2. A Resolução altera outras normas de igual natureza, anteriormente vigentes, possibilitando a) ser ultrapassado o limite máximo para a remuneração dos membros e servidores públicos do Ministério Público dos Estados até agora fixado e b) estabelecer-se novo padrão remuneratório para aqueles agentes públicos. 3. Descumprimento dos termos estabelecidos no art. 37, inc. XI, da Constituição da República pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por contrariar o limite remuneratório máximo definido constitucionalmente para os membros do Ministério Público dos Estados Federados. 4. Necessidade de saber o cidadão brasileiro a quem paga e, principalmente, quanto paga a cada qual dos agentes que compõem os quadros do Estado. 5. Possível inconstitucionalidade formal, pois a norma expedida pelo Conselho Nacional do Ministério Público cuida também da alteração de percentuais a serem aproveitados na definição dos valores remuneratórios dos membros e servidores do

476 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Orgânica do Ministério Público (Lei n. 8.625/1993), assinale a opção correta.

(A) A propositura de ação civil para a decretação da perda do

cargo de membro do MPE/PI depende de autorização prévia do seu Conselho Superior. (B) A Corregedoria-Geral qualifica-se como órgão de execução do MPE/PI. (C) Na hipótese de o chefe do Poder Executivo omitir-se no exercício de seu direito de escolher o Procurador-Geral de justiça, tomará posse e entrará em exercício, perante o Colégio de Procuradores de Justiça, o membro do MP mais votado na lista tríplice. (D) Ao Colégio de Procuradores de Justiça compete designar membros do MPE/PI para integrar organismos estatais afetos a sua área de atuação. (E) Compete ao Procurador-Geral de justiça decidir sobre o vitaliciamento de membros do MP. A: incorreta, pois, de acordo com o art. 38, § 2º, da LONMP, a ação civil para a decretação da perda do cargo será proposta pelo Procurador-Geral de Justiça perante o Tribunal de Justiça local, após autorização do Colégio de Procuradores, na forma da Lei Orgânica; B: incorreta, pois a Corregedoria-Geral é órgão da administração superior (LONMP, art. 5º, IV); C: correta, pois é o que estabelece o art. 9º, § 4º, da LONMP; D: incorreta, pois a mencionada atribuição é do PGJ (art. 10, IX, “c”, da LONMP); E: incorreta, pois a competência é do CSMP (art. 15, VII, da LONMP). Gabarito “C” (Ministério Público/TO – 2012 – CESPE) No que se refere à abran-

gência do MP, às suas funções institucionais e às garantias de seus membros, assinale a opção correta com base na CF.

(A) O exercício de atividade político-partidária é permitido aos

membros do MP, mas é vedado aos membros da magistratura. (B) O MP dispõe de autonomia funcional e administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos. (C) Vitaliciedade é uma vantagem instituída pela CF em benefício dos membros do MP, admitindo-se, contudo, a sua remoção por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do próprio MP. (D) O MP abrange exclusivamente o MPF, os MPs dos estados da Federação, o do DF e o dos territórios. (E) Os membros do MP são inamovíveis, salvo por motivo de interesse público ou administrativo e mediante decisão, devidamente fundamentada, da maioria simples dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público.

2. DEFENSORIA PÚBLICA 2.1. Funções e Princípios Institucionais (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) Julgue os itens seguintes,

relativos aos princípios institucionais e as funções da DP/DF.

(1) Por não estar explicito na CF ou na Lei Complementar

80/1994, o principio do defensor natural não é aceito pela jurisprudência dos tribunais superiores, de modo que o assistido pode escolher, entre os DPs lotados na unidade de competência de atuação de sua causa, o que atuara em sua defesa. (2) A DP deve priorizar a solução extrajudicial de litígios, contando, para isso, com o instituto da arbitragem como técnica de composição e administração de conflito. (3) Uma das funções do referido órgão é convocar audiências públicas para discutir assuntos como ofensa aos direitos do consumidor ou abusos sexuais sofridos, por exemplo, por vítimas de tráfico de pessoas, podendo, ainda, promover ACP e patrocinar ação penal privada a favor de vitimas desses tipos de crimes. (4) A previsão da independência funcional do DP no desempenho de suas atribuições constitui garantia de que ele pode atuar segundo suas próprias convicções, de modo que esteja protegido de possíveis ingerências políticas ou pressão hierárquica, o que favorece uma atuação imparcial. 1: Errada. O princípio do defensor natural é regularmente aceito e previsto na Lei Complementar 80/1994, em seu artigo 4º-A, IV; 2: Certa. A alternativa está de acordo com a previsão contida no artigo 4º, II, da Lei Complementar n. 80/1994; 3: Errada. A Defensoria Pública deve convocar audiências públicas para discutir matérias relacionadas às suas funções institucionais, sendo que o assunto atinente a abusos sexuais, em sentido lato, não necessariamente está atrelada a uma de suas funções. 4: Certa. A independência funcional, prevista no artigo 3º da Lei Complementar n. 80/1994, como um princípio institucional, assegura a plena liberdade de ação do defensor perante todos os órgãos da administração pública, especialmente o Judiciário, eliminando qualquer possibilidade de hierarquia diante dos demais agentes políticos do Estado. Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C

Gabarito “C” (Ministério Público/PI – 2012 – CESPE) Com base na Lei Nacional

A: incorreta, pois a CF, no art. 128, § 5º, II, “e”, proíbe o membro do MP de se dedicar à atividade político-partidária; B: correta, pois a Constituição Federal, ao garantir ao Ministério Público a autonomia funcional e administrativa, permite-lhe editar atos relativos ao seu quadro de pessoal. A autonomia também é garantida pelo art. 3º, VI, da LONMP; C: incorreta, pois a alternativa descreveu a inamovibilidade prevista no art. 128, § 5º, I, b, da CF, e não a vitaliciedade; D: incorreta, pois afronta a organização do MP dada pelo art. 128 da CF. Por exemplo, o MP abrange o MP da União; E: incorreta, pois a garantia da inamovibilidade só é excepcionada por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (CF, art. 128, § 5º, I, “b”. Gabarito “B”

Ministério Público dos Estados, o que estaria a contrariar o princípio da legalidade específica para a definição dos valores a serem pagos a título de remuneração ou subsídio dos agentes públicos, previsto no art. 37, inc. X, da Constituição da República. 6. Possível não observância dos limites de competência do Conselho Nacional do Ministério Público, que atuou sob o argumento de estar cumprindo os ditames do art. 130-A, § 2º, da Constituição da República. 7. Suspensão, a partir de agora, da eficácia da Resolução n. 15, de 4 de dezembro de 2006, do Conselho Nacional do Ministério Público, mantendo-se a observância estrita do quanto disposto no art. 37, inc. XI e seu § 12, no art. 39, § 4º, e no art. 130-A, § 2º, todos da Constituição da República. 8. Medida cautelar deferida.”; B: incorreta, pois, nos termos do art. 130-A, V, da Constituição Federal, o CNMP é integrado por dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; C: correta, pois é o que estabelece o art. 52, II, da CF; D: incorreta, pois, de acordo com o art. 130-A, § 3º, da CF, a votação é secreta ; E: incorreta, pois, de acordo com o art. 130-A, caput, da CF, o Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução.

(Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Acerca do poder de requisição do DP e das funções institucionais da DP, assinale a opção correta. (A) Com exceção do habeas corpus, do mandado de injunção,

do habeas data e do mandado de segurança, qualquer outra ação em defesa das funções institucionais e prerrogativas dos órgãos de execução da DP deve ser promovida pelo órgão responsável pela representação judicial do respectivo ente federativo. (B) Constituem crimes a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura de ação civil pública, quando requisitados por membro da DP para a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente, do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais e da mulher vítima de violência doméstica e familiar.

15. Legislação Institucional de Carreiras

A: incorreta. Uma das funções institucionais da defensoria é exatamente impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas data e mandado de segurança ou qualquer outra ação em defesa das funções institucionais e prerrogativas de seus órgãos de execução (art. 4º, IX, da LC 80/1994); B: incorreta, pois não existe previsão nesse sentido se referindo à requisições da DP. Mas cabe apontar que o art. 10 da Lei 7.347/85 tipifica como crime as condutas descritas na assertiva, desde que requisitadas pelo Ministério Público. E pelo princípio da tipicidade penal, não é dado alargar por analogia a incriminação de condutas; C: incorreta. A redação correta do art. 4º, XXI, da LC 80/1994 é a seguinte: “executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores”; D: incorreta, pois também é aplicável aos acordos sobre alimentos (art. 4º, § 4º, da LC 80/94); E: correta, pois reproduz corretamente o disposto nos incisos II e XVI do art. 4º da LC 80/1994. Gabarito “E” (Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) De acordo com o que dispõe

a Lei Complementar n.º 80/1994, é função da DP

(A) impetrar habeas corpus, mandado de injunção, habeas

data e mandado de segurança ou qualquer outra ação em defesa das funções institucionais e prerrogativas de seus órgãos de execução. (B) promover, prioritariamente, a solução judicial dos litígios, mediante todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos de seus assistidos. (C) executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, exceto as devidas pelos entes públicos, e destiná-las a fundos geridos pela instituição. (D) promover, nos casos em que o resultado da demanda possa beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes, ação civil pública para a tutela de direitos difusos e coletivos, mas não de direitos individuais homogêneos. (E) acompanhar inquérito policial, inclusive com a comunicação imediata da prisão em flagrante pela autoridade policial, tendo ou não o preso constituído advogado. A: correta, pois em consonância com o art. 4º, IX, da LC 80/1994; B: incorreta, pois a redação correta do art. 4º, II, da LC 80/1994 é a seguinte: “promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando à composição entre as pessoas em conflito de interesses, por meio de mediação, conciliação, arbitragem e demais técnicas de composição e administração de conflitos”; C: incorreta, pois a redação correta do art. 4º, XXI, da LC 80/1994 é a seguinte: “executar e receber as verbas sucumbenciais decorrentes de sua atuação, inclusive quando devidas por quaisquer entes públicos, destinando-as a fundos geridos pela Defensoria Pública e destinados, exclusivamente, ao aparelhamento da Defensoria Pública e à capacitação profissional de seus membros e servidores”; D: incorreta, pois a redação correta do art. 4º, VII, da LC 80/1994 é a seguinte: “promover ação civil pública e todas as espécies

de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo de pessoas hipossuficientes”; E: incorreta, pois a redação correta do art. 4º, XIV, da LC 80/1994 é a seguinte: “acompanhar inquérito policial, inclusive com a comunicação imediata da prisão em flagrante pela autoridade policial, quando o preso não constituir advogado”. (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Em relação às atribuições

e ao poder de requisição do DP, assinale a opção correta.

(A) A competência para requisitar força policial com o escopo

de assegurar a incolumidade física dos membros da DPU ameaçados em razão do desempenho de suas atribuições institucionais é do DPG. (B) No exercício de suas atribuições, os DPs têm o poder de requisitar de autoridade pública ou de particulares informações, esclarecimentos e documentos, no interesse do assistido, ainda que sigilosos. (C) O poder de requisição dos membros da DPE, como prerrogativa funcional, restringe-se às autoridades da unidade federada onde eles exerçam suas funções. (D) Entres os poderes de requisição inerentes às atribuições do DP, encontram-se expressamente as diligências para apresentação do preso, definitivo ou provisório, na sede da DP ou em outro local indicado pelo requisitante, com a finalidade de entrevista pessoal e reservada, e, igualmente, a colheita de informações acerca das condições de alojamento e da integridade física de detentos e presidiários, sob pena de serem responsabilizados, na forma da lei, o diretor da unidade penitenciária, seu preposto e agentes que impeçam, sob qualquer pretexto, o exercício dessa prerrogativa. (E) A requisição de informações e de documentos dirigidos às autoridades públicas no interesse do assistido somente poderá ser dirigida às autoridades administrativas, vedado o exercício da prerrogativa em relação aos órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Legislativo, por existirem ações próprias para esse fim. A: correta, pois em consonância com o disposto no art. 8º, XIX, da LC 80/94; B: incorreta. A redação correta do art. 8º, XVI, da LC 80/94 é a seguinte: “requisitar de qualquer autoridade pública e de seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias, diligências, processos, documentos, informações, esclarecimentos e demais providências necessárias à atuação da Defensoria Pública”; C: incorreta, pois não existe a referida restrição; D: incorreta, pois não existe a previsão expressa de tais poderes; E: incorreta, pois a requisição vale tanto para as autoridades administrativas, como para os órgãos do Poder Judiciário e o Poder Legislativo (o que se denota da expressão “de qualquer autoridade pública e de seus agentes”, do inciso XVI do art. 8º da LC 80/1994). Gabarito “A”

decorrentes de sua atuação, salvo se devidas por qualquer ente público, caso em que devem ser destinadas a fundos geridos pela DP para aplicação, exclusiva, no aparelhamento da DPE e em programas de capacitação profissional de seus membros e servidores. (D) O dispositivo legal que confere a qualidade de título executivo extrajudicial ao instrumento de transação referendado pelo DP não se aplica aos acordos sobre alimentos, por representar direito indisponível. (E) São funções institucionais da DP, entre outras, o exercício da curadoria especial nos casos previstos em lei e a promoção prioritária da solução extrajudicial dos litígios, com vistas à composição entre os conflitos de interesses, por meio de mediação, conciliação, arbitragem e demais técnicas de composição e administração de conflitos.

Gabarito “A”

(C) É vedado à DP executar e receber as verbas sucumbenciais

477

(Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Com base nos princípios

institucionais da DP e na legislação de regência, assinale a opção correta.

(A) As leis complementares que regem a DP vedam expres-

samente que as intimações dirigidas aos DPs ocorram em prazo inferior a quarenta e oitos horas contado do ato judicial a ser praticado. (B) Ao DP é vedado, expressamente, nos termos da legislação complementar federal, dispensar a intimação pessoal mediante entrega dos autos com vista, por ser prerrogativa funcional do defensor, e não pessoal. (C) As leis complementares federal e estadual que regem a DP asseguram expressamente aos membros da DP a prerrogativa do prazo em dobro em qualquer processo, juízo ou grau de jurisdição, inclusive no âmbito dos juizados especiais.

478 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

A: incorreta, pois não existe previsão nesse sentido; B: incorreta, pois não existe previsão nesse sentido; C: incorreta. Conforme jurisprudência dominante, a intimação pessoal e o prazo em dobro não vigoram nos juizados especiais, logo, a contagem será simples e a intimação também não será pessoal. A questão foi assim resolvida porque o art. 44, I, da LC 80/94 estabelece norma geral e a Lei 10.259/2001, no seu art. 9º, estabelece norma especial, portanto, a regra da especialidade prevalece, sendo corroborada pelo principio da celeridade; D: incorreta. Trata-se de prerrogativa que tem a estrita função de auxiliar o defensor na realização de seu mister. Logo, quando for apropriado abrir mão dessa prerrogativa funcional, o defensor poderá dispensá-la; E: correta. Assertiva em conformidade com o disposto no art. 44, VIII, da LC 80/94. Gabarito “E” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Com base na Lei Complementar Federal n.º 80/1994, que dispõe sobre a organização da DP, assinale a opção correta. (A) São funções institucionais da DP a promoção da defesa

dos direitos fundamentais, sociais, econômicos, culturais e ambientais de todos os nacionais e estrangeiros residentes no país. (B) É prerrogativa privativa do DPG federal representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos e postular perante seus órgãos. (C) É função institucional expressa da DP o exercício da defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente e do idoso. (D) As funções institucionais da DP devem ser exercidas exclusivamente em face das pessoas jurídicas de direito público. (E) É atribuição privativa do DPG federal convocar audiências públicas para a discussão de matérias relacionadas às suas funções institucionais. A: incorreta. A redação correta do art. 4º, X, da LC 80/94 é a seguinte: “promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”; B: incorreta. Representar aos sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos e postular perante seus órgãos é uma função institucional da DP como um todo e não prerrogativa privativa do DPG (art. 4º, VI, da LC 80/94); C: correta. Assertiva em conformidade com a redação do 4º, XI, da LC 80/94; D: incorreta. As funções institucionais da DP podem ser exercidas também em face das pessoas jurídicas de direito privados e dos particulares (o que se deduz da interpretação do § 2º do art. 4º da LC 80/1994, ao prescrever que as funções institucionais da DP serão exercidas “inclusive contra as Pessoas Jurídicas de Direito Público”); E: incorreta. Convocar audiências públicas é uma função institucional da DP como um todo e não atribuição privativa do DPG (art. 4º, XXII, da LC 80/94).

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Com relação à competência

dos órgãos da DPE/AL, julgue seguinte item.

(1) Encontra-se no âmbito de competência do Conselho Supe-

rior da DPE/AL recomendar correições extraordinárias.

1: correta. Cabe ao Conselho Superior da Defensoria Pública de Alagoas, dentre suas competências, recomendar correições extraordinárias (art. 18, XI, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Tal regra provém do art. 10, XIII, da LC 80/1994, o qual diz respeito à competência do Conselho Superior da Defensoria Pública da União e contém a mesma previsão. (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Com relação à competência

dos órgãos da DPE/AL, julgue seguinte item.

(1) O exercício de atividades decisórias é vedado ao Conselho

Superior da DPE/AL.

1: errada, pois o art. 102 da LC 80/1994 dispõe que: “Ao Conselho Superior compete exercer as atividades consultivas, normativas e decisórias a serem previstas na lei estadual”. Gabarito 1E

em dobro em qualquer processo, juízo ou grau de jurisdição, inclusive na instância administrativa, assegurada aos membros da DP, não poderá ser dispensada, em nenhuma hipótese, pelo DP. (E) Asseguram-se ao DP o acesso, em qualquer repartição policial ou judicial, a autos de flagrante ou inquérito, a tomada de apontamentos, a coleta de informações úteis para a defesa de interesse do assistido e a prática de atos necessários à coleta de provas.

Gabarito 1C

(D) Por constituir prerrogativa funcional, a concessão do prazo

2.2. Estrutura E ORGANIZAÇÃO da Defensoria Pública (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) De acordo com a Lei Comple-

mentar 80/1994, julgue os itens que se seguem.

(1) O corregedor-geral da DP/DF e eleito por voto direto, pluri-

nominal, secreto e obrigatório, e os membros do Conselho Superior da DP/DF são eleitos por todos os membros da carreira em votação direta, plurinominal, secreta e de participação não obrigatória. (2) As funções institucionais da DP/DF são exercidas por meio dos DPs, que compõem núcleos dirigidos pelo defensor publica-chefe, designado pelo DPG entre membros estáveis da carreira, com mais de trinta e cinco anos de idade, para mandato de dois anos. (3) Cabe ao DPG, membro nato do Conselho Superior da DP/ DF, aplicar a pena de remoção compulsória aos DPs, se aprovada pelo voto de dois terços do conselho, assim como instaurar processo disciplinar contra membros e servidores da DP e proferir decisões em sindicâncias e processos administrativos disciplinares. (4) A DP/DF e organizada da mesma forma que a DPU, ao passo que as DPs estaduais contam com organizações diversas em estado, estabelecidas em leis complementares estaduais.

1: errada. A Corregedoria-Geral é órgão de fiscalização da atividade funcional e da conduta dos membros e dos servidores da Instituição. Entretanto, cabe ao Defensor Público-Geral de Alagoas instaurar processo disciplinar contra os membros da Defensoria Pública de Alagoas, consoante ao que determina o art. 6º, VI, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas. Tal regra provém do art. 8º, X, da LC 80/1994, o qual diz respeito às atribuições do Defensor Público-Geral da União e contém a mesma previsão.

1: Errada. O corregedor-geral da Defensoria Pública do Distrito Federal é indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da carreira pelo Conselho Superior e nomeado pelo Presidente da República, para mandato de dois anos (art. 60 da Lei Complementar 80/1994). Já a composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Distrito Federal deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral e o Corregedor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira, 2 por categoria, eleitos pelo voto direto, plurinominal, secreto e obrigatório (não facultativo), de todos os integrantes da Carreira (art. 57 da Lei Complementar 80/1994). 2: Errada. Não há necessidade de serem estáveis, nem previsão de idade e mandato, conforme dispõe o artigo 63 da Lei Complementar n. 80/1994. 3: Certa. Item de acordo com os incisos IX, X e XVII do art. 56 da Lei Complementar 80/1994. 4: Certa em termos. A Defensoria Pública do Distrito Federal tem sua organização feita pela Lei Complementar 80/1994, assim como a Defensoria Pública da União, cabendo aos Estados elaborarem suas próprias Leis Complementares para tanto. Entretanto, a organização de cada uma delas (União e Distrito Federal) são um tanto quanto diferentes, conforme assim dispõe a própria Lei Complementar 80/1994.

Gabarito 1E

Gabarito 1E, 2E, 3C 4C

Gabarito “C” (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Com relação à competência

dos órgãos da DPE/AL, julgue seguinte item.

(1) Compete à corregedoria geral da DPE/AL instaurar processo

disciplinar contra os membros da DPE/AL.

15. Legislação Institucional de Carreiras

Federal, nomeado pelo presidente da República, entre membros estáveis da carreira maiores de trinta e cinco anos de idade, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, vedada a recondução. (B) A composição do Conselho Superior da DP da União deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal, o Corregedor-Geral Federal e o Ouvidor-Geral Federal, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da carreira, dois por categoria, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos integrantes da carreira. (C) O corregedor-geral da DP da União, nomeado pelo presidente da República para mandato de dois anos, pode ser destituído, antes do término do mandato, por proposta do Defensor Público-Geral, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Conselho Superior da DP da União. (D) Incumbe ao Conselho Superior da DP do Estado do Tocantins autorizar os afastamentos dos DPs e dos demais servidores. (E) Incumbe ao Defensor Público-Geral encaminhar ao chefe do Poder Executivo a lista tríplice para a escolha do Defensor Público-Geral da DP do Estado do Tocantins. A: incorreta. A redação correta do art. 6º, caput, da LC 80/1994 é a seguinte: “A Defensoria Pública da União tem por chefe o Defensor Público-Geral Federal, nomeado pelo Presidente da República, dentre membros estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice formada pelo voto direto, secreto, plurinominal e obrigatório de seus membros, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, precedida de nova aprovação do Senado Federal”; B: incorreta. A redação correta do art. 9º, caput, da LC 80/1994 é a seguinte: “A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública da União deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal e o Corregedor-Geral Federal, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira, 2 (dois) por categoria, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de todos integrantes da Carreira”; C: incorreta. A redação correta do art. 12, parágrafo único, da LC 80/1994 é a seguinte: “O Corregedor-geral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por proposta do Defensor Público­Geral, pelo voto de dois terços dos membros do Conselho Superior, assegurada ampla defesa”; D: incorreta, pois é uma incumbência do Defensor Público-Geral (art. 4º, IV, da LC 55/2009 do Estado de Tocantins); E: correta, pois em conformidade com a redação do art. art. 4º, XIX, a, da LC 55/2009 do Estado de Tocantins. Gabarito “E” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta com relação às disposições constitucionais acerca da DP. (A) A garantia da inamovibilidade e da independência funcional

dos membros da DP é assegurada, de forma expressa, apenas nas constituições estaduais. (B) À DPE é assegurada a iniciativa de sua proposta orçamentária, ainda que tal garantia não esteja expressamente prevista na constituição estadual. (C) A CF assegura, de forma expressa, a assistência judiciária aos necessitados, em todos os graus, prestada necessariamente pela DP, instituição essencial à função jurisdicional do Estado. (D) O benefício da assistência jurídica integral e gratuita, nos termos expressos da CF, deve ser prestado, pela DP, preferencialmente aos nacionais e desde que comprovem insuficiência de recursos. (E) A organização da DP é definida de forma expressa na CF, competindo à União aparelhar a DPU, a DP do DF e as DPEs.

(Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Acerca do defensor público-geral do estado, do Conselho Superior e do corregedor-geral do estado, assinale a opção correta. (A) O Conselho Superior da DP, composto por membros da

carreira eleitos para mandato de dois anos, é presidido pelo defensor público-geral do estado, detentor de voto de qualidade em todas as matérias. (B) O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos membros da DPE tem assento e voz, bem como direito a voto nas reuniões do Conselho Superior. (C) O corregedor-geral da DPE é indicado entre os integrantes da classe mais elevada da carreira, em lista tríplice elaborada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo chefe do Poder Executivo para mandato de dois anos, permitida uma recondução. (D) Antes do término de seu mandato, o corregedor-geral da DPE poderá ser destituído por proposta do chefe do Poder Executivo, aprovada pela maioria absoluta dos membros do Conselho Superior. (E) Caso o chefe do Poder Executivo estadual não efetive a nomeação do defensor público-geral do estado nos quinze dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o DP mais votado para exercício do mandato. A: incorreta. A redação correta do art. 9º, § 1º, da LC 80/1994 é a seguinte: “O Conselho Superior é presidido pelo Defensor Público­ Geral, que, além do seu voto de membro, tem o de qualidade, exceto em matéria de remoção e promoção, sendo as deliberações tomadas por maioria de votos”; B: incorreta. A redação correta do art. 101, § 5º, da LC 80/1994 é a seguinte: “O presidente da entidade de classe de maior representatividade dos membros da Defensoria Pública do Estado terá assento e voz nas reuniões do Conselho Superior”; C: incorreta. A redação correta do art. 104 da LC 80/1994 é a seguinte: “A Corregedoria-Geral é exercida pelo Corregedor-Geral indicado dentre os integrantes da classe mais elevada da Carreira, em lista tríplice formada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo Defensor Público-Geral para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução”; D: incorreta. A redação correta do art. 104, § 1º, da LC 80/1994 é a seguinte: “O Corregedor­Geral poderá ser destituído por proposta do Defensor Público­Geral, pelo voto de dois terços do Conselho Superior, antes do término do mandato”; E: correta, pois em conformidade com o disposto no art. 99, § 4º, da LC 80/1994. (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) As promoções na carreira de DP do estado são efetivadas

por ato do DPG do estado, obedecidos, alternadamente, os critérios de antiguidade e merecimento, sendo defesa recusa à promoção por antiguidade.

1: errada, pois as promoções na carreira de DP do estado são efetivadas por ato do Governador do Estado (art. 40, § 4º, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Gabarito 1E

(A) A DP da União tem por chefe o Defensor Público-Geral

A: incorreta. O art. 134, § 1º, da CF/1988 expressamente prevê a garantia da inamovibilidade. E o art. 134, § 2º, da CF/1988 garante expressamente a autonomia funcional dos defensores; B: correta. Ler o art. 134, § 2º, da CF/1988; C: incorreta. O art. 5º, LXXIV, da CF/1988 apenas dispõe expressamente que: “O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”; D: incorreta. Não existe distinção entre nacionais e estrangeiros (art. 5º, LXXIV, da CF/1988); E: incorreta. A Lei complementar federal organizará as DPs da União, do DF e dos territórios. Quanto aos Estados, a Lei complementar federal apenas estabelecerá normas gerais. Nesse sentido, estabelece o art. 134, § 1º, da CF/1988: “Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais”

Gabarito “E”

plementar n.º 80/1994 e na Lei Complementar Estadual n.º 55/2009, assinale a opção correta.

Gabarito “B”

(Defensor Público/TO – 2013 – CESPE) Com base na Lei Com-

479

480 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

estão obrigados a residir na localidade onde exercem suas funções.

1: errada, pois trata-se de um dos deveres dos DPs (art. 54, I, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Gabarito 1E (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Caso um DP do estado do Alagoas esteja respondendo a

processo administrativo disciplinar, para se aplicar a pena de remoção compulsória, será necessário prévio parecer do Conselho Superior.

1: correta. A remoção compulsória é aplicada sempre que a falta praticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar incompatível a permanência do faltoso no órgão em que tiver exercício. O art. 120 da LC 80/1994 assim determina: “A remoção compulsória somente será aplicada com prévio parecer do Conselho Superior, assegurada ampla defesa em processo administrativo disciplinar”. Lembrando que a LC 80/1994 organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização nos Estados. Gabarito 1C

2.3. Garantias, Prerrogativas, Deveres, Proibições e Impedimentos (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) Com relação as garantias e

prerrogativas dos DPs do DF, julgue os itens subsequentes.

(1) Se for preso em flagrante por autoridade policial, o DP terá

o direito de que sua prisão seja comunicada ao DPG e a algum membro de sua família ou pessoa por ele indicada. (2) Estando incomunicável o preso assistido pelo DP do DF, dependera de prévio agendamento o exercício da prerrogativa do DP de comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assistidos. (3) Ainda que seja prerrogativa do DP receber o mesmo tratamento reservado aos magistrados e aos demais titulares dos cargos das funções essenciais a justiça, caso os vencimentos dos membros do MP sejam reajustados, esse reajuste não será automaticamente estendido aos DPs. 1: Certa. Conforme o art. 89, II, da Lei Complementar n. 80/1994, trata-se de prerrogativa conferida ao Defensor Público. 2: Errado. Alternativa em desacordo com a prerrogativa prevista no inciso VII do art. 89 da Lei Complementar n. 80/1994; 3: Certo. Esta prerrogativa está prevista no inciso XIII do art. 89 da Lei Complementar n. 80/1994, mas a isonomia de vencimentos não encontra respaldo legal.

A: incorreta. A redação correta do art. 128, VII, da LC 80/1994 é a seguinte: “ter vista pessoal dos processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações legais”; B: correta, pois em consonância com os incisos IX e XIV do art. 128 da LC 80/1994; C: incorreta. A redação correta do art. 128, VI, da LC 80/1994 é a seguinte: “comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assistidos, ainda quando estes se acharem presos ou detidos, mesmo incomunicáveis, tendo livre ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e de internação coletiva, independentemente de prévio agendamento”; D: incorreta. A redação correta do art. 128, I, da LC 80/1994 é a seguinte: “receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos”; E: incorreta. Apenas a estabilidade é conferida após três anos de efetivo exercício (art. 41 da CF/1988). A garantia da independência funcional e da inamovibilidade é concedida desde o princípio (art. 134, § 2º, da CF/1988). (Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Conforme previsão expressa da Lei Complementar n.º 80/1994, constitui prerrogativa de membro da DPE (A) receber intimação pessoal em qualquer processo, sempre

mediante a entrega dos autos com vista.

(B) ser recolhido, após sentença condenatória transitada em

julgado, à prisão especial ou à sala especial de Estado Maior.

(C) ter o mesmo tratamento reservado aos magistrados e

demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça.

(D) ser processado e julgado, nos crimes comuns e de respon-

sabilidade, pelo órgão judiciário de 2.º grau.

(E) ser preso somente por ordem judicial escrita ou em razão

de flagrante de crime inafiançável.

A: incorreta. A redação correta do art. 44, I, da LC 80/1994 é a seguinte: “receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos”; B: incorreta. A redação correta do art. 44, III, da LC 80/1994 é a seguinte: “ser recolhido a prisão especial ou a sala especial de Estado Maior, com direito a privacidade e, após sentença condenatória transitada em julgado, ser recolhido em dependência separada, no estabelecimento em que tiver de ser cumprida a pena”; C: correta, pois reproduz corretamente a redação do art. 44, XIII, da LC 80/1994; D: incorreta, pois não existe nem sequer prerrogativa parecida; E: A redação correta do art. 44, II, da LC 80/1994 é a seguinte: “não ser preso, senão por ordem judicial escrita, salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará imediata comunicação ao Defensor Público­Geral”. Gabarito “C”

(1) Ao contrário dos membros da magistratura, os DPs não

Gabarito “B”

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

Gabarito 1C, 2E, 3C (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) No que tange às garantias

(1) O DP é dispensado de revista e tem franco acesso aos

(A) É prerrogativa expressa dos membros da DPE, entre outras,

1: correta, pois reflete a redação do art. 53, VII, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas. (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

(1) O DP não pode exercer suas funções em processo no qual



tiver emitido à parte contrária parecer verbal sobre o objeto da demanda. Em cada um dos próximos itens, é apresentada uma situação hipotética relativa à competência e às atribuições da DPE/AL, seguida de uma assertiva a ser julgada.

1: correta, pois reflete a redação do art. 56, VI, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas. Gabarito 1C

ter vista pessoal, sem ressalvas, dos processos fora dos cartórios e secretarias. (B) São prerrogativas expressas do membro da DPE, entre outras, a possibilidade de manifestar-se em autos administrativos ou judiciais por meio de cota e a de ser ouvido como testemunha, em qualquer processo ou procedimento, em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade competente. (C) Os DPEs detêm a prerrogativa de comunicar-se, pessoal e reservadamente, com seus assistidos, ainda que estes estejam presos ou detidos, mesmo incomunicáveis, sendo imprescindível prévio agendamento com a autoridade administrativa responsável pela custódia. (D) A prerrogativa dos membros da DPE de contagem em dobro de todos os prazos não se estende à instância administrativa. (E) A garantia da independência funcional e da inamovibilidade é concedida aos membros da DPE, após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado da respectiva corregedoria.

locais sob a fiscalização da polícia.

Gabarito 1C

e prerrogativas do DP, assinale a opção correta.

(Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

(1) Marcelo procurou a DP com o objetivo de ajuizar ação

negatória de paternidade, declarando não ter condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado

15. Legislação Institucional de Carreiras

(1) Carla entrou em contato com Marta visando obter indeniza-

ção por danos materiais que esta causou em seu veículo, além dos danos morais que entendia cabíveis. Marta, entendendo que os danos morais exigidos por Carla eram absurdos, procurou a DPE/AL. Nessa situação, pode a DP promover, extrajudicialmente, a conciliação entre Carla e Marta.

1: correta, pois promover, extrajudicialmente, a conciliação entre as partes em conflito de interesses é uma das funções institucionais da Defensoria Pública (art. 3º, I, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Gabarito 1C (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

(1) Pedro procurou a DPE/AL visando ajuizar ação para eximir-

-se de pagar IPVA, cuja cobrança entendia equivocada. Nessa situação, por tratar-se de ação que será ajuizada contra pessoa jurídica de direito público, é defeso à DP patrocinar a ação.

1: errada, pois as funções institucionais da Defensoria Pública do Estado serão exercidas inclusive contra as pessoas jurídicas de direito público (art. 3º, parágrafo único, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). E cabe lembrar que uma dessas funções institucionais é exatamente atuar na defesa dos interesses do necessitado promovendo, respondendo, reconvindo e recorrendo, em ações cíveis (art. 3º, II, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Gabarito 1E (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

(1) Rafael ajuizou ação de investigação de paternidade patro-

cinada pela DPE/AL. O juiz julgou improcedente o pedido, decisão que foi mantida pelo tribunal em sede de apelação. Nessa situação, se for cabível a interposição de recurso especial, deverá a atuação ser deslocada para a Defensoria Pública da União.

1: errada. Não é necessário o incidente de deslocamento porque interpor recurso especial, quando cabível, é um dever do defensor público estadual (art. 54, VII, da Lei Delegada 23/2003 do Estado de Alagoas). Gabarito 1E

2.4. JUSTIÇA GRATUITA – Lei 1.060/1950 (Defensoria/DF – 2013 – CESPE) Julgue os itens seguintes,

que versam sobre a concessão de assistência judiciária aos necessitados.

(1) A parte que requerer beneficio da assistência judiciária

poderá fazê-lo na própria petição inicial ou a qualquer momento nos autos, podendo a parte contraria, em qualquer fase da lide, pedir sua revogação, se a requerente não tiver apresentado firma reconhecida no pedido. (2) A DP, instituição essencial a função jurisdicional do Estado, incumbem à orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, o que inclui a prestação de assistência judicial e extrajudicial a pessoa física, mas somente assistência judicial a pessoa jurídica, conforme matéria sumulada pelo STJ.

que afirma não estar em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família, sob pena de pagamento de até dez salários mínimos.

1: errado, pois a redação correta do art. 4º, § 1º, da Lei 1.060/1950 é a seguinte: “Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição nos termos desta lei, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais”. (Defensor Público/ES – 2012 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A assistência judiciária compreende as isenções de des-

pesas com peritos e com a realização do exame de código genético (DNA) requisitado pela autoridade judiciária nas ações de investigação de paternidade ou maternidade.

1: certo. A justiça gratuita (Lei 1.060/1950) é um direito subjetivo à dispensa provisória do pagamento de despesas (custas, emolumentos e honorários) processuais. Cabe ponderar que o examinador utilizou o termo assistência judiciária erroneamente, pois a assertiva cuida do benefício da justiça gratuita. (Defensor Público/ES – 2012 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) São devidos honorários advocatícios a DPE/ES quando

esta atua contra município, ainda que este se localize no respectivo ente federativo, por haver compatibilidade lógica da obrigação.

1: certo. A Súmula 421 do STJ assim estatui: “Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”. A DPE/ES pertence ao Estado do Espírito Santo, logo, quando atuar contra município capixaba terá direito aos honorários advocatícios. Gabarito 1C

impedimentos dos membros da DPE/AL, julgue o seguinte item.

(1) Presume-se ser pobre, até que se prove o contrário, aquele

Gabarito 1C

Gabarito 1C (Defensor Público/AL – 2009 – CESPE) Acerca das prerrogativas e

(Defensor Público/ES – 2012 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1E

1: correta, pois é um dever do defensor público representar ao Defensor Público-Geral sobre as irregularidades de que tiver ciência, em razão do cargo (art. 45, III, da LC 80/1994).

1: Errada. A parte contrária pode impugnar tal beneficio em razão da hipossuficiência ou não da outra parte, mas não em virtude da falta de reconhecimento de firma do pedido (art. 4º da Lei n. 1.050/60). 2: Errada. A Defensoria Pública pode atuar em prol de pessoa jurídica seja em âmbito judicial ou extrajudicial, conforme dispõe o art. 4º, V da Lei Complementar n. 80/1994. Gabarito 1E, 2E

sem prejuízo próprio ou de sua família. Nessa situação, ajuizada a ação, o DP poderá adotar medidas para que seja apurado o estado de carência do assistido, caso desconfie que a situação financeira de Marcelo não condiz com a assistência judiciária.

481

(Defensor Público/RO – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta com base no disposto na Lei n.º 1.060/1950. (A) Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar

essa condição nos termos da lei, devendo a impugnação do direito à assistência judiciária ser feita nos autos da ação principal, suspendendo-se o curso do processo. (B) A parte beneficiada pela isenção do pagamento das custas judiciais e honorários de advogado fica obrigada a pagá-las, desde que comprovado, a qualquer tempo, que possa fazê-lo, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. (C) Fazem jus aos benefícios da referida norma os nacionais ou estrangeiros, residentes ou não no país, que necessitarem recorrer à justiça penal, civil, militar, eleitoral ou do trabalho, em todas as instâncias, ordinárias ou extraordinárias. (D) A assistência judiciária compreende a isenção das despesas com a realização do exame de código genético (DNA) que seja requisitado pela autoridade judiciária nas ações de investigação de paternidade ou maternidade. (E) Os depósitos previstos em lei para a interposição de recurso não estão inseridos nas isenções decorrentes da assistência judiciária, cujo pedido deverá ser julgado de plano pelo juiz, sempre de forma motivada. A: incorreta, pois a impugnação do direito ao benefício da justiça gratuita não suspende o curso do processo e será feita em autos apartados (art. 4º, § 2º, da Lei 1.060/1950); B: incorreta. A redação correta do art. 12 da Lei 1.060/1950 é a seguinte: “A parte beneficiada pela isenção do pagamento das custas ficará obrigada a pagá-las, desde que possa fazê-lo, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, se dentro de cinco

482 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Gabarito “E”

2.5. Combinadas e Outros Temas (Defensor Público/AC – 2012 – CESPE) Considerando o que dispõe

a Lei Complementar n.º 80/1994 sobre os objetivos, as garantias e funções da DP e sobre a ouvidoria-geral da DP, assinale a opção correta.

(A) A ouvidoria-geral é órgão de administração superior da DPE. (B) À ouvidoria-geral compete participar, com direito a voz, do

Conselho Superior da DPE.

(C) Inclui-se entre os objetivos da DP a orientação jurídica dos

necessitados, prestada em todos os graus.

(D) Aos membros da DP é garantido sentar-se no mesmo plano

dos magistrados.

(E) O instrumento de transação referendado por um DP vale

como título executivo judicial.

A: incorreta. A ouvidoria-geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública do Estado (art. 105-A da LC 80/1994); B: correta, pois em conformidade com o disposto no art. 105-C, IV, da LC 80/1994; C: incorreta, pois segundo o art. 3º-A da LC 80/1994, os objetivos da DP são: a) a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais; b) a afirmação do Estado Democrático de Direito; c) a prevalência e efetividade dos direitos humanos; d) a garantia dos princípios cons-

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) São órgãos de execução da Defensoria Pública do Estado

da Bahia a Coordenadoria das Defensorias Públicas Especializadas, a Coordenadoria das Defensorias Públicas Regionais, as DPs especializadas e as DPs regionais.

1: correta. Art. 12 da LC 26/2006 do Estado da Bahia: “São Órgãos de Execução da Defensoria Pública: I - a Coordenadoria das Defensorias Públicas Especializadas; II - a Coordenadoria das Defensorias Públicas Regionais; III - as Defensorias Públicas Especializadas; IV - as Defensorias Públicas Regionais; V - os Defensores Públicos”. (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) É atribuição da Defensoria Pública do Estado da Bahia,

e não, da Procuradoria-Geral do Estado, a execução de verbas de sucumbência das causas em que atuarem os seus membros.

1: correta, pois reflete a redação do art. 265 da LC 26/2006 do Estado da Bahia. (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O exercício do cargo de defensor público é expressamente

indelegável e privativo de membro da carreira.

1: correta, pois reflete a redação do art. 4º, § 10, da LC 80/1994. (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O estágio probatório dos membros da Defensoria Pública

do Estado da Bahia compreende o período de dois anos, a contar da data da posse, durante o qual o defensor público será avaliado por meio de relatórios individualizados, elaborados pela Corregedoria-Geral, e enviados, semestralmente, para a apuração do atendimento, ou não, dos requisitos necessários à confirmação de sua vitaliciedade no cargo.

1: errada. O art. 100 da LC 26/2006 do Estado da Bahia assim determina sobre o estágio probatório: “A contar da data da posse, durante o período de 03 (três) anos, o Defensor Público será avaliado por meio de relatórios individualizados, elaborados pela Corregedoria-Geral e enviados semestralmente, para a apuração do atendimento ou não dos requisitos necessários à confirmação de sua estabilidade no cargo”. Lembrando que as garantias dos membros da Defensoria Pública são: I - a independência funcional no desempenho de suas atribuições; II - a inamovibilidade; III - a irredutibilidade de vencimentos; e IV - a estabilidade (art. 43 da LC 80/1994). Gabarito 1E

A: incorreta. A assistência judiciária está ligada à prática de atos processuais, logo não antecede, mas ganha forma na própria prática de atos processuais. A assistência jurídica (gênero) engloba: a) representação judicial ou perante juízo ou tribunal (assistência judiciária); b) prática de atos jurídicos extrajudiciais; c) consultoria jurídica: aconselhamento, informação e orientação em matéria de direito; B: incorreta. A assertiva cuida do benefício da justiça gratuita e não da assistência judiciária. E esse benefício é bem abrangente, logo não se restringe aos atos judiciais (ler o art. 3º da Lei 1.060/1950); C: incorreta. A revogação do benefício da justiça gratuita não implica na condenação automática do assistido; D: incorreta, pois não existe uma etapa administrativa de juízo de admissibilidade (art. 5º da Lei 1.060/1950); E: correta. O benefício da justiça gratuita e a assistência da defensoria são institutos distintos e a ausência de um no caso prático não prejudica a concessão do outro. Ademais, cabe reforçar que a Defensoria atende três classes de necessitados. A primeira é composta pelos necessitados sob o ponto de vista econômico (função típica da defensoria). Já a segunda é composta pelos necessitados sob o ponto de vista jurídico (função atípica. Ex.: réu no processo criminal que não constitui advogado, podendo até ser economicamente capaz), Por fim, a terceira classe é composta pelos necessitados sob o ponto de vista organizacional (função atípica. Ex.: tutela coletiva).

1: errada. Na Lei de Assistência Judiciária, considera-se necessitado todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família (art. 2º, § 2º, da Lei 1.060/1950).

Gabarito 1C

cede a prática de atos processuais. (B) O deferimento da assistência jurídica contempla a isenção de despesas apenas em relação aos atos judiciais. (C) A revogação do benefício da assistência judiciária resulta na condenação automática do assistido em custas processuais e honorários advocatícios, devendo estes ser revertidos em favor da DP. (D) O deferimento da assistência jurídica gratuita passa por duplo juízo de admissibilidade: o administrativo, na esfera da DP, e o judicial, com a homologação do pedido pelo juiz. (E) Admite-se que o DP continue o patrocínio da causa, mesmo quando o assistido tenha o benefício da justiça gratuita revogado por decisão judicial.

despesas processuais previstas na Lei de Assistência Judiciária, considera-se necessitado todo aquele que ganha até três salários-mínimos.

Gabarito 1C

(A) A assistência judiciária deferida e prestada pelo DP ante-

(1) Para fins da isenção do pagamento de custas e outras

Gabarito 1C

direito à assistência jurídica pública e às distinções entre DP e justiça gratuita, assinale a opção correta.

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1E

Gabarito “D” (Defensor Público/SE – 2012 – CESPE) No que diz respeito ao

titucionais da ampla defesa e do contraditório; D: incorreta. O que a LC 80/1994 assevera é que os defensores têm a prerrogativa de ter o mesmo tratamento reservado aos magistrados e demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça (art. 44, XIII); E: incorreta, pois vale como título executive extrajudicial (art. 4º, § 4º, da LC 80/1994). Gabarito “B”

anos, a contar da sentença final, o assistido não puder satisfazer tal pagamento, a obrigação ficará prescrita”; C: incorreta. A redação correta do art. 2º da Lei 1.060/1950 é a seguinte: “Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho”; D: correta, pois em conformidade com a redação do art. 3º, VI, da Lei 1.060/1950; E: incorreta, pois os depósitos referidos na assertiva estão inseridos nas isenções (art. 3º, VII, da Lei 1.060/1950).

(Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Segundo a jurisprudência do STJ, quando a discussão

sobre a concessão do benefício da gratuidade de justiça é travada nos autos principais e nestes decidida, o recurso cabível será o de apelação; se travada em autos apartados e neles decidida, caberá recurso de agravo de instrumento.

15. Legislação Institucional de Carreiras

1: errada. A Lei de Assistência Judiciária, no seu art. 17, determina que caberá apelação das decisões proferidas em consequência de sua aplicação, ou seja, independentemente de ser travada nos autos principais ou em autos apartados.

483

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) Compete aos técnicos administrativos da ANVISA a formula-

ção e a avaliação de planos, programas e projetos relativos às atividades de regulação realizadas pela agência.

Gabarito 1E (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Acerca da DP, de acordo

1: errada (art. 1º da Lei 9.782/1999).

(1) A DP tem o monopólio da assistência jurídica integral e

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir.

com a CF, e da atuação da DP no estado da Bahia, julgue o seguinte item.

(1) O defensor público-geral do estado da Bahia é escolhido e

nomeado pelo governador do estado, entre os integrantes da carreira com mais de 35 anos de idade, constantes de lista sêxtupla elaborada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública.

1: errada. O Defensor Público-Geral do Estado da Bahia é escolhido e nomeado pelo Governador do Estado, entre os integrantes da carreira com mais de 35 anos de idade, constantes de lista tríplice elaborada pela Comissão Eleitoral, que foi instituída pelo Conselho Superior da Defensoria Pública (art. 16, § 6º, da LC 26/2006 do Estado da Bahia c/c art. 99 da LC 80/1994).

moralidade, da eficiência e da autotutela.

1: certa, pois tais princípios aplicam-se a todos os entes administrativos. Considerando que a ANVISA é uma pessoa jurídica de direito público da administração indireta classificada como autarquia, submete-se ao regime jurídico da administração pública com todos os seus princípios e regras. (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) A ANVISA é uma entidade da administração indireta federal,

dotada de personalidade jurídica própria.

1: certa, pois de fato a ANVISA é uma pessoa jurídica de direito público integrante da administração pública indireta federal. Gabarito 1C

Gabarito 1C (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Acerca da DP, de acordo

(1) Aplicam-se à ANVISA os princípios administrativos da

Gabarito 1C

gratuita prestada pelo Estado.

1: correta, pois essa assertiva tem por base determinação constitucional (art. 134 c/c 5º, LXXIV, ambos da CF/1988). Ademais é reforçada pelo art. 2º da LC 26/2006 do Estado da Bahia.

Gabarito 1E

com a CF, e da atuação da DP no estado da Bahia, julgue o seguinte item.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) A ANVISA é subordinada ao Ministério da Saúde (MS).

Gabarito 1E (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Acerca da DP, de acordo

1: errada, pois ela é apenas vinculada ao Ministério da Saúde, conforme art. 3º da Lei 7.082/1999.

(1) A Constituição estadual incumbiu à Defensoria Pública do

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir.

Gabarito 1E (Defensor Público/BA – 2010 – CESPE) Acerca da DP, de acordo

com a CF, e da atuação da DP no estado da Bahia, julgue o seguinte item.

(1) A CF veda aos membros da DP o exercício da advocacia

fora das atribuições institucionais.

natos.

1: errada, na medida em que a lei exige apenas que o presidente seja brasileiro, não fazendo diferenciação entre brasileiro nato ou naturalizado, nos termos do art. 10, parágrafo único, da Lei 9.782/1999. (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) Um concurso público de provas e títulos para o provimento

de cargos técnicos efetivos na ANVISA é uma modalidade de licitação que adota o tipo melhor técnica.

1: errada, pois não se deve confundir concurso público como o meio para ingresso na carreira e concurso como uma das modalidades de licitação. Gabarito 1E

1: errada, pois a redação do art. 144, § 2º, da Constituição do Estado da Bahia assim determina: “A Defensoria Pública promoverá, em juízo ou fora dele, a defesa dos direitos e as garantias fundamentais de todo cidadão, especialmente dos carentes, desempregados, vítimas de perseguição política, violência policial ou daqueles cujos recursos sejam insuficientes para custear despesas judiciais”.

(1) O cargo de presidente da ANVISA é privativo de brasileiros

Gabarito 1E

Estado da Bahia a promoção, em juízo ou fora dele, da defesa dos direitos e das garantias fundamentais de todo cidadão, especialmente dos servidores públicos estaduais processados, civil ou criminalmente, no regular exercício do cargo.

Gabarito 1E

com a CF, e da atuação da DP no estado da Bahia, julgue o seguinte item.

1: correta, pois reflete parte da redação do art. 134, § 1º, da CF/1988.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir.

Gabarito 1C

(1) Violaria a Constituição Federal um decreto do presidente

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) A ANVISA não é imune ao pagamento de taxas instituídas

pelos estados e pelo Distrito Federal.

1: certa, pois o art. 150, VI, da Constituição Federal prevê a imunidade tributária apenas para os impostos. Portanto, as taxas estão excluídas dessa regra. Neste passo, o § 2º estende tal determinação às autarquias instituídas e mantidas pelo Poder Público.

da República que extinguisse a ANVISA e transferisse as competências dessa agência para um órgão do MS.

1: certa, pois o Presidente da República não pode extinguir órgão público por meio de decreto, nos termos do art. 84, VI, “a”, da CF. Gabarito 1C

3. ANVISA

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) A ANVISA é imune ao pagamento de imposto sobre pro-

priedade predial e territorial urbana referente a imóveis utilizados para o exercício de suas competências legalmente definidas.

Gabarito 1C

484 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA é uma autarquia federal, julgue o item a seguir. (1) É vedada a acumulação de um cargo de técnico adminis-

trativo na ANVISA com um cargo de técnico administrativo no MS, independentemente de haver compatibilidade de horários.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Acerca da organização e do funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido na Constituição Federal, e da Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item. (1) As normas e a execução das ações de vigilância sanitária

de portos, aeroportos e fronteiras são de competência dos estados e municípios.

1: errada, pois as normas e a execução das ações de vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras são de competência da direção nacional do SUS, conforme art. 16, VII da Lei 8.080/1990). Gabarito 1E

1: certa, de acordo com o art. 150, VI, “a”, da CF e art. 150, § 2º, da CF. A Constituição Federal prevê a imunidade recíproca de impostos entre os entes federativos, sendo que essa benesse também é estendida às autarquias.

1: certa, pois a Constituição Federal veda a cumulação remunerada de cargos públicos, permitindo-a apenas em hipóteses excepcionais previstas no art. 37, XVI.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Acerca da organização e do funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecido na Constituição Federal, e da Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

(1) As ações e os serviços do SUS devem ser organizados de

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA

forma regionalizada, devendo, portanto, existir mais de uma direção em cada nível de governo.

(1) Compete ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade

1: errada, pois a direção é única, nos termos dos arts. 8º e 9º da Lei 8.080/1990.

é uma autarquia federal, julgue o item a seguir.

(1) O convite e o pregão são modalidades licitatórias que podem

ser utilizadas pela ANVISA tanto com relação à aquisição de bens quanto à contratação de serviços.

1: errada, pois o pregão apenas pode ser utilizado para a aquisição de bens e não para a contratação de serviços, conforme art. 1º da Lei 10.520/2002). Gabarito 1E (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) A Lei n.º 8.080/1990, conhe-

cida como Lei Orgânica da Saúde, dispõe acerca das condições de promoção, proteção e recuperação da saúde e acerca da organização e do funcionamento dos serviços correspondentes. Com base nessa lei, julgue o seguinte item.

(1) As ações de vigilância sanitária fazem parte das atividades

que se destinam à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores de qualquer ramo econômico ou social.

1: certa, na medida em que o art. 6º, § 3,º da Lei 8.080/1990 reproduz essa assertiva. Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) A Lei n.º 8.080/1990, conhe-

é considerada fundamental para o bom funcionamento do SUS. A respeito desse tema e com base na Lei n.º 8.142/1990, julgue o item seguinte.

(1) A representação dos usuários do SUS nos conselhos e

conferências de saúde é um direito previsto na referida lei.

1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 1º, §§ 2º e 4º da Lei 8.142/1990. (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) No que se refere à vigilância

sanitária, julgue o seguinte item.

(1) A normalização, o controle e a fiscalização de produtos,

substâncias e serviços de interesse para a saúde são atribuições específicas dos estados e municípios, segundo o princípio da descentralização.

1: errada, pois Compete à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde: (art. 2º, III, da Lei 9.782/1999). (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) No que se refere à vigilância

sanitária, julgue o seguinte item.

(1) Sua abrangência envolve o controle de bens de consumo

relacionados à saúde apenas na sua fase de produção.

1: errada, pois sua abrangência envolve o controle de bens de consumo relacionados a todas as fases de produção de bens, nos termos do art. 8º, § 3º, da Lei 9.782/1999. Gabarito 1E

Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Considerando que a ANVISA

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) A participação da comunidade

Gabarito 1E

1: certa, de fato compete ao TCU apreciar para fins de registro apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório, nos termos do art. 71, III, da CF.

Gabarito 1C

dos atos praticados pela ANVISA que invistam servidores em cargos de provimento efetivo.

Gabarito 1E

é uma autarquia federal, julgue o item a seguir.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) No que se refere à vigilância

sanitária, julgue o seguinte item.

(1) Cosméticos e perfumes são objeto de controle e fiscalização

da ANVISA.

1: certa, pois consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência: cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes, consoante art. 8º, § 1º, III, da Lei 9.782/1999.

cida como Lei Orgânica da Saúde, dispõe acerca das condições de promoção, proteção e recuperação da saúde e acerca da organização e do funcionamento dos serviços correspondentes. Com base nessa lei, julgue o seguinte item.

sanitária, julgue o seguinte item.

(1) A vigilância sanitária abrange o controle da prestação de

(1) A ANVISA tem entre suas competências o controle e a

1: certa, pois entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, consoante art. 6º, § 1º, da Lei 8.080/1990.

1: certa, pois consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência: alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários, nos termos do art. 8º, § 1º, II, da Lei 9.782/1999.

Gabarito 1C

Gabarito 1C

Gabarito 1C

serviços relacionados com a saúde.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) No que se refere à vigilância

fiscalização das embalagens de alimentos industrializados.

15. Legislação Institucional de Carreiras

1: certa, pois compete à Agência monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamentos, componentes, insumos e serviços de saúde, conforme art. 7º, XXV, da Lei 9.782/1999. Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o item seguinte. (1) Dada a natureza multissetorial de suas atividades, a ANVISA

vincula-se diretamente à Presidência da República.

1: errada, pois a ANVISA vincula-se ao Ministério da Saúde, consoante art. 3º da Lei 9.782/1999. Gabarito 1E (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o item seguinte. (1) A ANVISA pode arrecadar e administrar a taxa de fiscaliza-

ção de vigilância sanitária.

1: certa, pois compete à Agência: administrar e arrecadar a taxa de fiscalização de vigilância sanitária, conforme art. 7º, VI, da Lei 9.782/1999. Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Os órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em

transplantes ou reconstituições são objeto de controle pela ANVISA.

1: certa, pois consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência os órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições, nos termos do art. 8º, § 1º, VIII, da Lei 9.782/1999. Gabarito 1C (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A avaliação, o registro e a fiscalização de produtos, ativida-

ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) Um dos objetivos do Código de Ética da ANVISA é pre-

servar a imagem e a reputação do servidor, cuja conduta ética deve estar de acordo com as normas estabelecidas no referido código.

1: A assertiva é correta, pois reflete a regra estabelecida no art. 2º, III, do Código de Ética da ANVISA. (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Acerca do código de ética da

ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) O servidor da ANVISA deve abster-se, de forma absoluta,

de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação à lei.

1: A assertiva é correta, pois reflete a regra disposta no art. 6º, XIV, do Código de Ética da ANVISA. (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item. (1) A utilização da epidemiologia para estabelecer prioridades,

alocar recursos e orientar ações e serviços públicos de saúde e serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) é uma regra que poderá ser colocada de lado com o objetivo de preservar a autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral.

1: A assertiva é incorreta. Na realidade, as ações e serviços públicos de saúde e serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) possuem como princípios básicos tanto a utilização da epidemiologia para estabelecer prioridades, alocar recursos e a orientar programas, como a preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral, conforme estabelece o art. 7º, III e VII, da Lei nº 8.080/1990. Gabarito 1E

de medicamentos, equipamentos, componentes, insumos e serviços de saúde.

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Acerca do código de ética da

Gabarito 1C

(1) É competência da ANVISA monitorar a evolução dos preços

Gabarito 1C

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o item seguinte.

485

des e projetos relacionados a organismos geneticamente modificados são competências do Ministério de Ciência e Tecnologia e da ANVISA.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item.

1: errada, pois tal atribuição não se encontra no rol de competências do art. 8º, § 1º, da Lei 9.782/1999.

lação e na execução de políticas econômicas e sociais que objetivem a redução de riscos de doenças e de outros agravos. Consiste também no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação, não excluindo desse campo os deveres das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade.

Gabarito 1E (Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemo-

derivados já são considerados bens e produtos submetidos ao controle e à fiscalização sanitária pela ANVISA.

(1) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formu-

1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o art. 2º, caput e §§ 1º e 2º da Lei nº 8.080/1990.

1: certa, pois consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados, conforme (art. 8º, § 1º, VII, da Lei 9.782/1999.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

(1) Os fatores determinantes e condicionantes da saúde

pública, mesmo sem expressa autorização legal, documentos pertencentes ao patrimônio público, desde que estes sejam utilizados como material de pesquisa ou como fonte de informações a outro órgão público, empresa ou estabelecimento sujeitos à vigilância sanitária.

1: A assertiva é incorreta, pois o art. 8º, III, do Código de Ética da ANVISA veda que o servidor retire da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento ou bem pertencente ao patrimônio público.

incluem a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

1: A assertiva é correta, pois reflete a regra disposta no art. 3º, caput, da Lei nº 8.080/1990. Gabarito 1C

ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) É permitido ao servidor da ANVISA retirar da repartição

Gabarito 1C

(Técnico – ANVISA – 2007 – CESPE) Acerca do código de ética da

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde, julgue o seguinte item. (1) A vigilância sanitária deve ser entendida como um conjunto

de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente,

Gabarito 1E

486 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Gabarito 1C (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

8.142/1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, julgue os itens seguintes.

(1) A Conferência de Saúde, em caráter permanente e delibe-

rativo, é órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Esse órgão atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. (2) Os Municípios, os Estados e o Distrito Federal (DF), para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde alocados como cobertura das ações e serviços de saúde, deverão constituir fundo de saúde, conselho de saúde e plano de saúde, fornecer relatórios de gestão, incluir contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento e constituir comissão de elaboração do plano de carreira, cargos e salários com previsão de dois anos para a sua implantação. 1: A assertiva é incorreta. A definição contida na questão se refere ao Conselho de Saúde, e não à Conferência de Saúde (art. 1º, § 2º, Lei nº 8.142/1990). Segundo a Lei nº 8.142/1990, em seu art. 1º, § 1º, a “Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde.” 2: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o que estabelece o art. 4º da Lei nº 8.142/1990. Gabarito 1E, 2C (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O SUS é constituído pelo conjunto de ações e serviços de

saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais da Administração Direta e Indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, além das instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. A iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar.

1: A assertiva é correta, consoante dispõe a regra exposta no art. 4º da Lei nº 8.080/1990.

(1) Os recursos para a cobertura das ações de saúde a serem

implementados pelos Municípios, pelos Estados e pelo DF são, de acordo com a Lei nº 8.142/1990, repassados de forma regular e automática na razão de 35% aos municípios, cabendo o restante aos Estados e ao DF.

1: A assertiva é incorreta. Os incisos do art. 35 da Lei nº 8.080/1990 determinam os critérios a serem combinados, segundo análise técnica de programas e projetos, para o estabelecimento dos valores a serem distribuídos aos Municípios, Estados e DF para a cobertura das ações de saúde. Os critérios são: “I - perfil demográfico da região; II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede; VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.” (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

9.782/1999, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), julgue o seguinte item

(1) No âmbito desse sistema, a vigilância sanitária de portos,

aeroportos e fronteiras é de competência exclusiva dos Estados, do DF e dos Municípios.

1: A assertiva é incorreta. De acordo com o art. 2º, IV, da Lei nº 9.782/1999, compete à União, no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, “exercer a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios”. Gabarito 1E

1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com a regra disposta no art. 6º, § 1º, I e II, da Lei nº 8.080/1990.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1E

se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo, e o controle da prestação de serviços que se relacionem direta ou indiretamente com a saúde.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

9.782/1999, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), julgue o seguinte item

(1) Cabe à União estimular a cooperação técnica e financeira

entre os Estados, o DF e os Municípios, por intermédio do Ministério da Saúde, da ANVISA e dos demais órgãos e entidades do Poder Executivo federal cujas áreas se relacionem com o sistema.

1: A assertiva é incorreta. O art. 2º, VI, da Lei nº 9.782/1999 diz competir à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária “prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”. O § 1º do referido dispositivo legal estabelece, porém, que a competência da União será exercida da seguinte forma: “I - pelo Ministério da Saúde, no que se refere à formulação, ao acompanhamento e à avaliação da política nacional de vigilância sanitária e das diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; II - pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVS, em conformidade com as atribuições que lhe são conferidas por esta Lei; e III - pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cujas áreas de atuação se relacionem com o sistema”.

Gabarito 1C (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1E

(1) A identificação e a divulgação dos fatores condicionantes

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

1: A assertiva é incorreta, pois o art. 5º, I, da Lei nº 8.080/1990 elege como um dos objetivos do Sistema único de Saúde a identificação e a divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde.

(1) O SNVS é executado por instituições da Administração

Gabarito 1E (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) As ações e os serviços de saúde executados pelo SUS são,

conforme determina a Lei nº 8.080/1990, organizados de forma global e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

1: A assertiva é incorreta, pois as ações e os serviços de saúde executados pelo SUS são, conforme determina o art. 8º da Lei nº 8.080/1990, organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

9.782/1999, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), julgue o seguinte item

Pública direta e indireta da União, dos Estados, do DF e dos Municípios que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária.

1: A assertiva é correta, consoante dispõe a regra contida no art. 1º da Lei nº 9.782/1999. Gabarito 1C

e determinantes da saúde, previstos na Lei nº 8.080/1990, não são objetivos nem competência do SUS.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

9.782/1999, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), julgue o seguinte item

(1) Embora a ANVISA seja uma autarquia sob regime especial

vinculada ao Ministério da Saúde, ela não possui independência administrativa e financeira, mas confere estabilidade aos seus dirigentes.

Gabarito 1E

15. Legislação Institucional de Carreiras

9.782/1999, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), julgue o seguinte item

(1) Para os dirigentes da ANVISA, não há restrição para a prá-

tica de atividades profissionais que decorram de vínculos contratuais mantidos com entidades públicas destinadas ao ensino e à pesquisa, inclusive com as de direito privado a elas vinculadas.

1: A assertiva é correta, consoante dispõe a regra contida no art. 13, § 2º, da Lei nº 9.782/1999. Gabarito 1C (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) No que se refere ao regimento

interno da ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fiscalizar os

produtos e serviços que envolvam riscos à saúde pública, de forma autônoma e independente da legislação em vigor.

1: A assertiva é incorreta, pois não está em compasso com a regra estabelecida no art. 8º, caput, da Lei nº 9.782/1999 (“Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.”). Vide art. 3º do Regimento Interno da ANVISA.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Considerando a legislação

que rege a ANVISA, julgue o item seguinte.

(1) Os servidores da ANVISA são regidos pela Consolidação

das Leis do Trabalho.

1: A assertiva é incorreta. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei nº 9.782/1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. Os servidores da Anvisa se submetem ao Regime Jurídico Estatutário (art. 6º, Lei nº 10.871/2004). Gabarito 1E

Gabarito 1E (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) A respeito da Lei nº

1: A assertiva é incorreta, pois contraria o disposto no art. 8º, § 5º, Lei nº 9.782/1999 (“A Agência poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inseticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos quando adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas”). Vide art. 2º, § 8º, do Regimento Interno da ANVISA. Gabarito 1E

1: A assertiva é incorreta, pois a natureza de autarquia especial conferida à Agência é caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 9.782/1999).

487

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Considerando a legislação

que rege a ANVISA, julgue o item seguinte.

(1) O presidente da ANVISA é escolhido pelo Presidente da

República, após aprovação pelo Congresso Nacional.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) No que se refere ao regimento

1: A assertiva é incorreta, pois não reflete o disposto no art. 10, da Lei nº 9.782/1999, que assim estabelece: “A gerência e a administração da Agência serão exercidas por uma Diretoria Colegiada, composta por até cinco membros, sendo um deles o seu Diretor-Presidente. Parágrafo único. Os Diretores serão brasileiros, indicados e nomeados pelo Presidente da República após aprovação prévia do Senado Federal nos termos do art. 52, III, f, da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de três anos, admitida uma única recondução”.

(2) Poderá ser precedido de audiência pública qualquer pro-

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) Considerando a legislação

Gabarito 1C (Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) No que se refere ao regimento

interno da ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) Para monitorar a evolução dos preços de medicamentos,

equipamentos, componentes, insumos e serviços de saúde, a ANVISA poderá requisitar informações relativas a produção, insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados em poder de pessoas, de direito público ou privado, que se dediquem às atividades de produção, distribuição e comercialização desses bens e serviços.

1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o que dispõe o art. 7º, XXV, a, da Lei nº 9.782/1999 (“requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção, insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso”). Vide art. 2º, XXIII, a, do Regimento Interno da ANVISA.

(1) Considere que uma servidora tenha atingido, em processo

de ascensão funcional, o último padrão de uma classe em sua carreira. Nessa situação, a essa ascensão funcional dá-se a designação de progressão.

1: A assertiva é correta. A progressão funcional é o crescimento funcional do servidor estável no exercício do cargo de provimento efetivo, nos níveis e referências do cargo, na classe da carreira, ou na carreira, conforme o plano de cargos ou carreira e vencimentos estabelecido para o órgão ou entidade, estruturado de forma vertical e horizontal, fundamentado na qualificação e no desempenho profissional.

4. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE (ANS) (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Tendo em vista os princípios do

Sistema Único de Saúde (SUS), descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item seguinte.

(1) O atendimento integral ao paciente é um princípio do SUS

estendido a todas as suas unidades. Um hospital privado, mesmo que conveniado, não possui essa obrigatoriedade.

1: errada, pois esta obrigatoriedade aplica-se tanto ao hospital público quanto ao privado, nos termos do art. 7º, II, da Lei 8.080/1990. Gabarito 1E

2: A assertiva é correta. Vide art. 51, caput, do Regimento Interno da ANVISA.

que rege a ANVISA, julgue o item seguinte.

Gabarito 1C

cesso decisório que implicar a efetiva afetação de direitos sociais do setor de saúde ou dos consumidores, decorrente de ato administrativo da ANVISA ou de anteprojetos de lei propostos por ela.

Gabarito 1E

Gabarito 1E

interno da ANVISA, julgue o seguinte item.

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Tendo em vista os princípios do

Gabarito 1C

Sistema Único de Saúde (SUS), descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item seguinte.

(Analista – ANVISA – 2004 – CESPE) No que se refere ao regimento

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Durante sua

interno da ANVISA, julgue o seguinte item.

(1) A ANVISA não poderá dispensar de registro os produtos

imunobiológicos, inseticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos, ainda que adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais para uso em programas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas.

viagem de férias, um cidadão residente e domiciliado na cidade de Niterói – RJ procurou o serviço do SUS da cidade de Florianópolis – SC. Ao apresentar seus documentos na recepção, recebeu a informação de que não seria atendido na unidade, pois não era residente na cidade. Recebeu, ainda, a orientação para procurar um serviço privado da região. Nessa situação, está caracterizado o desrespeito ao princípio da universalidade do acesso.

488 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti 1: certa , conforme art. 7º, I, da Lei 8.080/1990. O princípio da universalidade caracteriza a saúde como um direito de cidadania, ao ser definido pela Constituição Federal como um direito de todos e um dever do Estado. Nesse sentido, abrange a cobertura, acesso e o atendimento nos serviços do SUS e exprime a ideia de que o Estado tem o dever de prestar esse atendimento a toda a população brasileira.

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da organização, da

direção, das competências e das atribuições do SUS, julgue o seguinte item.

(1) Cabem ao Ministério da Saúde, como órgão de gestão fede-

ral do SUS, a prerrogativa de elaborar normas técnicas para todo o país, o estabelecimento de padrões de qualidade em serviços e a construção de parâmetros necessários para a avaliação no setor de saúde. Aos estados, ao DF e aos municípios cabe a implementação dessas ações.

Gabarito 1C (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Tendo em vista os princípios do

(1) Uma das formas de participação da comunidade no

SUS em cada estado da Federação dá-se por meio da conferência estadual de saúde, que, ao se reunir, deve avaliar a situação da saúde no estado e, com base nesses resultados, apontar diretrizes para a construção de políticas de saúde direcionadas para resolver os problemas identificados.

1: certa (art. 7º, VIII, da Lei 8.080/1990). A Conferência de Saúde é o fórum de debate, entre todos os segmentos da sociedade representada por meio de entidades, com a finalidade de avaliar a situação de saúde do Estado, fixar diretrizes da política de saúde, definir e priorizar propostas para melhorar a qualidade dos serviços de saúde do Estado, proporcionando à população melhor qualidade de vida.

1: errada, pois a competência é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme art. 15, V, VI, da Lei 8.080/1990. Gabarito 1E

Sistema Único de Saúde (SUS), descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item seguinte.

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da organização, da

direção, das competências e das atribuições do SUS, julgue o seguinte item.

(1) As secretarias municipais de saúde devem executar os

serviços e as ações de vigilância epidemiológica restritos aos municípios. Entretanto, em casos especiais que representem risco à saúde da população em território nacional, bem como em casos de epidemias, o Ministério da Saúde pode executar ações de vigilância epidemiológica em qualquer parte do território nacional.

Gabarito 1C

Sistema Único de Saúde (SUS), descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item seguinte.

(1) Considere que, à assembleia de um conselho municipal

de saúde, foi apresentada proposta de alteração de sua composição. O conselho passaria a ser integrado apenas por cinco representantes de trabalhadores e cinco representantes de entidades comunitárias. Nessa situação, a proposta, mesmo que aprovada, não pode ser implementada por estar em desacordo com a determinação legal que coloca a representação de usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviços como componentes de um conselho de saúde.

1: certa, pois o Conselho de Saúde é órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, consoante art. 1º, § 2º, da Lei 8.142/1990. Gabarito 1C (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Tendo em vista os princípios do

1: certa, pois à direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete executar serviços de vigilância epidemiológica. Entretanto, a União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional, conforme arts. 18, IV, a, e. 16, parágrafo único, da Lei 8.080/1990. Gabarito 1C

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Tendo em vista os princípios do

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Os serviços de saúde suplementar ao SUS são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de forma a buscar a defesa do interesse público sobre o setor e contribuir para o desenvolvimento de ações de saúde no Brasil. A respeito das competências da ANS, julgue o item abaixo. (1) Considere a seguinte situação hipotética.



Sistema Único de Saúde (SUS), descritos na Lei Orgânica de Saúde, julgue o item seguinte. Indígena devem ser executadas e financiadas pela União. Os serviços de saúde indígena devem considerar as especificidades da cultura indígena e sua realidade local, além de oferecer abordagem diferenciada em sua implementação. Como integrante do SUS, esse sistema deve observar os princípios da descentralização, da hierarquização e da regionalização.

1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto nos arts. 19-C, 19-F e 19-G da Lei 8.080/1990. Gabarito 1C (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da organização, da

direção, das competências e das atribuições do SUS, julgue o seguinte item.

(1) A direção do SUS é única e exercida em cada esfera de

governo. No âmbito da União, a direção do SUS é exercida pelo Ministério da Saúde; nos estados e no DF, por secretarias de saúde ou órgãos equivalentes, e, no âmbito municipal, por secretarias municipais de saúde ou órgãos equivalentes.



1: certa, no exercício de sua competência a ANS fixa as normas para ressarcimento aos SUS nesse tipo de situação, consoante art. 4º, VI, da Lei 9.961/2000. Gabarito 1C

(1) A organização e a implementação do Subsistema de Saúde

Carlos, que sofreu um acidente automobilístico durante um passeio de final de semana e foi atendido em uma unidade pública de saúde, possui plano de saúde privado que prevê internação hospitalar. Nessa situação, o hospital que atendeu Carlos poderá cobrar o atendimento da operadora à qual ele é vinculado, desde que a ANS, reguladora dos serviços suplementares, defina a forma para ressarcimento ao serviço público.

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

(1) Cinco anos após a contratação de uma operadora privada

de serviços de saúde, um indivíduo apresentou uma doença que foi considerada pela operadora como preexistente. Nessa situação, o indivíduo não terá o tratamento garantido pela operadora, que fica isenta de prestar a assistência necessária.

1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 9º, I, II e III, da Lei 8.080/1990.

1: errada, pois é vedada a exclusão de cobertura às doenças e lesões preexistentes à data de contratação após vinte e quatro meses de vigência do aludido instrumento contratual, cabendo à respectiva operadora o ônus da prova e da demonstração do conhecimento prévio do consumidor ou beneficiário, nos termos do art. 11 da Lei 9.656/1998.

Gabarito 1C

Gabarito 1E

15. Legislação Institucional de Carreiras

(1) Mateus, internado na enfermaria de clínica médica de um

hospital particular, foi informado de que sua internação completara 7 dias e de que este era o período máximo autorizado em seu novo contrato com a operadora. Nessa situação, a partir do sétimo dia, Mateus terá de custear sua internação, pois a operadora de planos de saúde pode limitar o prazo de internação em clínica básica, desde que previsto em contrato.

1: errada, pois é vedada a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, em qualquer hipótese, durante a ocorrência de internação do titular, consoante art. 13, parágrafo único, III, da Lei 9.656/1998. Gabarito 1E (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

(1) Recentemente, Fátima teve diagnosticado câncer no

intestino; procurou o hospital indicado pelo seu plano de saúde e recebeu o tratamento necessário. O contrato de Fátima com a operadora do plano de saúde não prevê a cobertura de despesas com medicamentos. Nessa situação, todo medicamento utilizado como quimioterapia deve ser custeado por Fátima, pois a operadora não está obrigada a arcar com essa despesa.

1: errada, pois quando o tratamento incluir internação hospitalar é garantido ao paciente cobertura de exames complementares indispensáveis para o controle da evolução da doença e elucidação diagnóstica, fornecimento de medicamentos, anestésicos, gases medicinais, transfusões e sessões de quimioterapia e radioterapia, conforme prescrição do médico assistente, realizados ou ministrados durante o período de internação hospitalar, nos termos do art. 12, II, d, da Lei 9.656/1998. Gabarito 1E (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

(1) Após ter rescindido seu contrato de trabalho com a empresa,

Paulo foi informado de que poderia continuar como beneficiário, por 6 meses, do plano de saúde coletivo que recebia de sua antiga empresa. Nessa situação, caso queira continuar como beneficiário, Paulo deve, nos termos da lei, assumir a parcela de pagamento pela qual a empresa era responsável.

1: certa, pois no caso da rescisão do contrato sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral, conforme art. 30 da Lei 9.656/1998). Gabarito 1C (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

(1) Ao chegar ao hospital conveniado com o seu plano de

saúde, Maria foi informada de que não havia leito disponível em enfermaria para a sua internação. Seu contrato prevê internação em enfermaria coletiva. Nessa situação, Maria será internada em quarto privado do hospital, tendo que arcar apenas com a diferença dos valores.

filho há mais de 5 anos, sem sucesso, tomou conhecimento de um novo método de inseminação artificial, disponível em uma clínica de reprodução humana no município em que o casal mora. Nessa situação, o casal não poderá recorrer ao seu plano de saúde privado para o custeio de tal tratamento, pois a operadora não está obrigada a oferecer tal serviço.

1: certa, pois o plano-referência de assistência à saúde não cobre procedimento de inseminação artificial., consoante art. 10, III, da Lei 9.656/1998. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990,

julgue o seguinte item.

(1) A iniciativa privada poderá participar do sistema de forma

complementar. Empresas privadas formadas com a participação de capital estrangeiro estão excluídas do processo.

1: A assertiva é correta. O art. 4º, § 2º, da Lei nº 8.080/1990 estabelece que a iniciativa privada poderá participar, de forma complementar, do Sistema Único de Saúde. Já o art. 23, caput, do mesmo diploma legal veda a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990,

julgue o seguinte item.

(1) A omissão na referida lei sobre a possibilidade de os muni-

cípios estabelecerem consórcios intermunicipais gerou práticas as mais díspares no sistema, o que motivou recente projeto de lei específico sobre o tema.

1: A assertiva é incorreta. A Lei nº 8.080/1990, diferentemente do que explicita a questão, regulamenta, em seu art. 10, a possibilidade de os municípios constituírem consórcios para o desenvolvimento das ações e serviços de saúde. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990,

julgue o seguinte item.

(1) Originalmente, a Lei nº 8.080/1990 não incluiu o subsistema

de atendimento e internação hospitalar. Ele foi objeto de nova lei editada apenas no ano de 2002.

1: A assertiva é incorreta. Em verdade, a Lei nº 10.424/2002 acrescentou um novo capítulo à Lei nº 8.080/1990 (Capítulo VI – Do Subsistema de Atendimento e Internação Domiciliar – art. 19-I, §§ 1º, 2º e 3), estabelecendo, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento e a internação domiciliar. Gabarito 1E

Gabarito 1C (Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

(1) Um casal que vem tentando a concepção de seu primeiro

Gabarito 1E

1: certa, pois o plano-referência de assistência à saúde não cobre procedimentos clínicos ou cirúrgicos para fins estéticos, bem como órteses e próteses para o mesmo fim, conforme art. 10, II, da Lei 9.656/1998.

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

de emagrecimento que vem sendo implementado em uma clínica de estética da cidade. Ao procurar a clínica, foi informada de que o seu plano de saúde privado não prevê a realização desse procedimento, de objetivo estético. Nessa situação, a operadora do plano de saúde de Fernanda não é obrigada a pagar os custos do procedimento de emagrecimento.

Gabarito 1C

(1) Fernanda tomou conhecimento de um novo procedimento

1: errada, pois havendo indisponibilidade de leito hospitalar nos estabelecimentos próprios ou credenciados pelo plano, é garantido ao consumidor o acesso à acomodação, em nível superior, sem ônus adicional, nos termos do art. 33 da Lei 9.656/1998. Gabarito 1E,

(Técnico – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a Lei nº

9.656/1998, julgue o seguinte item.

489

(Analista – ANS – 2005 – CESPE) Acerca da Lei nº 8.080/1990,

julgue o seguinte item.

(1) O subsistema de vigilância sanitária é de competência

exclusiva da União e suas ações estão concentradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de forma similar à saúde suplementar, regulada exclusivamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

1: A assertiva é incorreta. As atribuições que competem à União no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária estão arroladas nos incisos do art. 2º da Lei nº 9.782/1999. A competência da União nessa área será exercida pelo Ministério da Saúde, pela ANVISA e pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal na forma indicada no art. 2º, § 1º, I, II e III da citada lei. A ANVISA, no âmbito do sistema de vigilância sanitária, e a ANS, na seara da saúde suplementar, possuem diversas

490 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

-referência. Essa obrigatoriedade foi objeto de normatização quando da criação da ANS, por meio da RDC 08/2000.

1: A assertiva é incorreta. O art. 10 da Lei nº 9.656/1998 instituiu o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar realizados exclusivamente no Brasil. Gabarito 1E (Analista – ANS – 2005 – CESPE) A respeito da Lei nº 9.656/1998,

julgue o seguinte item.

(1) A ANS deve ser regida por um contrato de gestão, negociado

entre o diretor-presidente da ANS e o Ministro da Saúde. Esse contrato deve ser aprovado pelo Senado Federal, órgão igualmente responsável pela aprovação prévia dos nomes dos dirigentes da ANS, para posterior nomeação por ato do presidente da República.

1: A assertiva é incorreta. A Lei nº 9.961/2000 criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar, autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro - RJ, com prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional. Trata-se de um órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde. A administração da ANS, por força do que dispõe o art. 14, caput, da Lei nº 9.961/2000, será regida por um contrato de gestão negociado entre seu Diretor-Presidente e o Ministro de Estado da Saúde e aprovado pelo Conselho de Saúde Suplementar, no prazo máximo de cento e vinte dias seguintes à designação do Diretor-Presidente da autarquia. Gabarito 1E (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Considerando a legislação do

setor de saúde no Brasil, em especial o capítulo da saúde na Constituição da República e a Lei nº 8.142/1990, julgue os itens subseqüentes. (1) A Constituição buscou romper, no Brasil, com o tipo de

acesso aos serviços públicos de saúde condicionado à situação de trabalho do usuário.

1: A assertiva é correta. A Constituição Federal de 1988 garante a todos os cidadãos o direito à saúde, por força de vários dispositivos constitucionais, onde está prescrito em vários deles, que a saúde é um direito de todos e dever do Estado (art. 196). O direito à saúde é assegurado constitucionalmente e se destina à proteção de cada cidadão brasileiro, de tal modo que deve ser entendido como primordial em qualquer situação. Se não bastasse tal proteção, temos ainda o art. 6º de nossa Carta Magna, que reza ser a saúde um direito social inerente a todo cidadão brasileiro. Demonstra-se, assim, a absoluta imposição constitucional de o Estado garantir a todos e, portanto, a qualquer um indiscriminadamente, o acesso a tudo que se encontra relacionado à saúde, de modo a não poder abster-se de forma alguma a cumprir tal mister que lhe fora constitucionalmente imposto.

de Saúde tem caráter provisório e deve reunir-se para atuar em situações de crise sanitária.

3: A assertiva é incorreta. Consoante dispõe o art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142/1990, “o Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo”. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (4) Por meio da Lei nº 8.142/1990, atribuiu-se a condição de

status público ao CONASS e ao CONASEMS.

4: A assertiva é correta. Vide art. 1º, § 3º, da Lei nº 8.142/1990. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (5) A representação dos usuários nas conferências de saúde,

nos termos da referida lei, é proporcionalmente igual à observada para a composição dos conselhos de saúde.

5: A assertiva é correta, pois está em conformidade com a regra disposta no art. 1º, § 4º, da Lei nº 8.142/1990. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (6) A Lei nº 8.080/1990 foi elaborada após a Lei nº 8.142/1990, e

produz maior detalhamento de itens relacionados ao modelo de atenção à saúde.

6: A assertiva é incorreta. A Lei nº 8.142/1990 foi publicada, e em entrou em vigor, após a edição da Lei nº 8.080/1990. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (7) A Lei nº 8.142/1990 cuida dos recursos do Fundo Nacional

de Saúde relacionados a despesas de custeio do sistema, mas também inclui as despesas de capital feitas pelo Ministério da Saúde.

7: A assertiva é correta, conforme estabelece o art. 2º, I, da Lei nº 8.142/1990. (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (8) Quando estabelece a possibilidade de os Municípios forma-

rem consórcios para a execução de ações de saúde, a Lei nº 8.142/1990 não autoriza que para tal sejam remanejadas parcelas de transferências do Ministério da Saúde.

8: A assertiva é incorreta, pois não encontra respaldo na regra insculpida no art. 3º, § 3º, da Lei nº 8.142/1990. Gabarito 8E

julgue o seguinte item.

(1) Nessa lei não está incluída a obrigatoriedade do plano-

(3) A Lei nº 8.142/1990 estabelece que o Conselho Nacional

Gabarito 7C

Gabarito 1C (Analista – ANS – 2005 – CESPE) A respeito da Lei nº 9.656/1998,

(Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte.

Gabarito 6E

1: A assertiva é correta. Realmente a Lei nº 9.656/1998 somente dispõe sobre os planos e seguros privados de saúde, conforme revela o art. 1º, caput, da referida Lei, a saber: “Art. 1º Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica que rege a sua atividade, adotando-se, para fins de aplicação das normas aqui estabelecidas, as seguintes definições (...)”.

2: A assertiva é incorreta. Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde (MS), com o apoio dos Estados e Municípios, desenvolvia quase que exclusivamente ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. A grande atuação do Poder Público na área da saúde era desenvolvida pelo denominado Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), autarquia do Ministério da Previdência e Assistência Social. A assistência à saúde desenvolvida pelo INAMPS beneficiava apenas os trabalhadores da economia formal, com “carteira assinada”, e seus dependentes. As ações médico-hospitalares também eram prestadas às demais parcelas da população, definidas como indigente

Gabarito 5C

vadas que operam planos de assistência à saúde, essa lei deixou de fora da regulamentação e, portanto, da ação da ANS, uma importante quantidade de planos operados por institutos públicos e destinados basicamente a servidores em diversos Estados e Municípios do País.

trabalho assinada não tinha acesso a serviços públicos de saúde, exceto em condições de emergência médica.

Gabarito 4C

julgue o seguinte item.

(1) Ao estabelecer disposições para todas as empresas pri-

(2) Antes da criação do SUS, um cidadão sem carteira de

Gabarito 3E

Gabarito 1E (Analista – ANS – 2005 – CESPE) A respeito da Lei nº 9.656/1998,

(Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte.

Gabarito 2E

atribuições definidas por leis específicas, com o objetivo de, em suma, regular e controlar os setores pertinentes às suas áreas de atuação.

Gabarito 1C

15. Legislação Institucional de Carreiras

10: A assertiva é incorreta. O art. 197 da Constituição Federal assim estabelece “São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado”. Já o art. 199 da Constituição Federal regulamenta a participação da iniciativa privada nas ações e serviços de saúde. Gabarito 10E (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (11) A Constituição determina que as ações e serviços públicos

de saúde integrem uma rede hierarquizada e constituam um sistema único de acordo com diretrizes que incluem a participação da comunidade.

11: A assertiva é correta, consoante a regra contida no art. 198, III, da Constituição Federal. Gabarito 11C (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte. (12) No art. 200 da Constituição, são estabelecidas as competên-

cias do SUS. Essas competências não incluem incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico.

12: A assertiva é incorreta. O art. 200, V, da Constituição Federal prevê, como uma das atribuições do SUS, a incrementação, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico. Gabarito 12E

5. ANATEL (Técnico – ANATEL – 2009 – CESPE) Quanto ao Código de Ética da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) É vedado ao servidor da ANATEL permitir que perseguições,

simpatias, antipatias, caprichos, interesses de ordem pessoal ou discriminação de qualquer natureza interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com seus colegas, superiores ou subordinados hierárquicos. Não pode ele, tampouco, fazer uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem.

1: A assertiva é correta, pois está em consonância com a regra disposta no Título III, 2, “b” e “c”, do Código de Ética da ANATEL. Gabarito 1C (Técnico – ANATEL – 2009 – CESPE) Quanto ao Código de Ética da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) O servidor da ANATEL não deve se submeter a exigências ou

postulações de superiores hierárquicos, ou de contratados, ou de interessados que busquem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens; deve, outrossim, preservar a identidade institucional da agência, não utilizando seu nome, marcas e símbolos sem estar devidamente autorizado para isso.

(Técnico – ANATEL – 2009 – CESPE) Quanto ao Código de Ética da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) A autenticidade e a impessoalidade são postulados éticos

pelos quais deve ser pautada a conduta dos servidores da ANATEL.

1: A assertiva é correta, pois a autenticidade e a impessoalidade são postulados éticos que devem ser observados pelos servidores, conforme prevê o Título II, “c” e “f”, do Código de Ética da ANATEL. (Técnico – ANATEL – 2009 – CESPE) Quanto ao Código de Ética da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) O postulado ético da publicidade determina que os servi-

dores da ANATEL sejam sempre transparentes nas suas ações, considerando que a publicidade de todo e qualquer ato administrativo constitui requisito do comportamento ético.

1: A assertiva é incorreta, pois não reflete integralmente o disposto no Título II, “d”, do Código de Ética da ANATEL, que assim reza: “Publicidade: seja transparente nas suas ações. Tenha sempre em conta que a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito do comportamento ético, excetuados os casos a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso”. (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) A presidência executiva da ANATEL, além de articular com

órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tem também, entre as suas atribuições, a de implementar políticas setoriais relativas ao desenvolvimento industrial e tecnológico do setor de telecomunicações.

1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com a regra disposta no art. 125 do Regimento Interno da ANATEL. (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) A consulta pública, um dos procedimentos administrativos

que contam com a participação da sociedade, destina-se a submeter minuta de ato normativo a comentários e sugestões do público em geral, bem como documento ou assunto de interesse relevante.

1: A assertiva é correta, uma vez que reflete a regra contida no art. 45, caput, do Regimento Interno da ANATEL. (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) O ouvidor da ANATEL participa das reuniões do Conselho

Diretor, porém sem direito a voto.

1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com a regra estabelecida no art. 181, II, do Regimento Interno da ANATEL. Gabarito 1C

pública as ações e serviços de saúde e retira a competência da iniciativa privada na prestação desses serviços.

1: A assertiva é incorreta, pois segundo o Código de Ética da ANATEL, Título II, “i”, o postulado ético da integridade exige que o servidor seja íntegro em suas ações, de modo a escolher a melhor e a mais vantajosa opção para o bem comum.

Gabarito 1C

(10) A Constituição, em seu art. 197, declara de relevância

-se que os servidores da ANATEL sejam íntegros em suas ações e retos em suas manifestações políticas e que redimensionem suas crenças e valores de acordo com a missão corporativa da ANATEL.

Gabarito 1C

Gabarito 9C (Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte.

(1) De acordo com o postulado ético da integridade, espera-

Gabarito 1E

9: A assertiva é correta. O direito à saúde foi demarcado na Constituição Federal de 1988 como direito público subjetivo, ao qual corresponde o dever dos Poderes Públicos desenvolverem as políticas que venham a garanti-lo. Como direito de todos, a saúde não requer nenhum requisito para sua fruição, devendo ser universal e igualitário o acesso às ações e serviços de saúde. Traduz-se em distribuição de responsabilidades pelas ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da noção de que, quanto mais perto do fato a decisão for tomada, maiores as chances de acerto.

(Técnico – ANATEL – 2009 – CESPE) Quanto ao Código de Ética da ANATEL, julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

Estado, a Constituição determina, nos arts. de 196 a 200, o fim do modelo de cidadania regulada em termos institucionais.

1: A assertiva é correta, pois está em consonância com o teor disposto no Título III, 1, “c” e “l”, do Código de Ética da ANATEL.

Gabarito 1E

(9) Ao estabelecer a saúde como direito de todos e dever do

Gabarito 1C

(Analista – ANS – 2005 – CESPE) Julgue o seguinte.

491

492 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

recebimento de intimações, citações e notificações judiciais relativos à ANATEL.

1: A assertiva é incorreta, pois o art. 182, parágrafo único, do Regimento Interno da ANATEL autoriza que o Procurador-Geral da Agência delegue competência para a prática de determinados atos expressamente indicados no referido dispositivo regimental, como o recebimento de intimações, citações e notificações judiciais relativos à Agência. Gabarito 1E (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item. (1) A súmula expedida pelo Conselho Diretor, além de ser um de

(Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) É obrigação da concessionária, caso explore mais de uma

modalidade de serviço de telecomunicação, manter registros contábeis separados para cada tipo de serviço.

1: A assertiva é correta, pois está em consonância com a regra disposta no art. 96, II, da Lei nº 9.472/1997. Gabarito 1C

(1) O procurador-geral da ANATEL não poderá delegar o

131, caput, da Lei 9.472/1997 também deixa expresso que a exploração de serviço sob o regime privado dependerá de autorização da ANATEL. Gabarito 1C

(Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item.

(Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A extinção da autorização de serviço de telecomunicações

implicará a reversão dos bens para a União.

seus instrumentos deliberativos, expressa a interpretação da legislação de telecomunicação, porém sem vincular o servidor da ANATEL, já que este está jungido ao princípio da legalidade.

1: A assertiva é incorreta. A Lei 9.472/1997, em seu art. 102, estabelece que apenas a extinção da concessão transmitirá automaticamente à União a posse dos bens reversíveis.

1: A assertiva é incorreta. A Súmula expedida pelo Conselho Diretor expressa interpretação da legislação de telecomunicações, apresentando, inclusive, efeito vinculativo, conforme estabelece o art. 3º, II, do Regimento Interno da ANATEL.

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Acerca da Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997), julgue o próximo item.

Gabarito 1E (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A ANATEL, por ser uma agência reguladora e gozar de

independência administrativa, não se submete ao controle do Tribunal de Contas da União, especialmente no que se refere a procedimentos licitatórios no setor de telecomunicações.

1: A assertiva é incorreta. A ANATEL é pessoa jurídica de direito público, uma autarquia sob regime especial que integra a Administração Pública Federal. Submete-se, portanto, ao controle do Tribunal de Contas da União que, por atribuição constitucional, é o órgão encarregado na realização do controle de todos os atos e decisões da Administração Pública, sobretudo daqueles que tem efeito direto sobre o dispêndio de verbas públicas. Gabarito 1E (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O serviço de valor adicionado não é serviço de telecomu-

nicação, pois consiste em uma atividade que acrescenta a esse serviço novas utilidades relacionadas a acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações.

1: A assertiva é correta, pois reflete a regra disposta no art. 61, “caput” e § 1º da Lei nº 9.472/1997. Gabarito 1C (Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O serviço de telecomunicação prestado em caráter público

não pode ser prestado mediante autorização.

1: A assertiva é correta. O art. 63, parágrafo único, da Lei nº 9.472/1997 assim determina: “Serviço de telecomunicações em regime público é o prestado mediante concessão ou permissão, com atribuição a sua prestadora de obrigações de universalização e de continuidade”. O art.

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O presidente da ANATEL poderá convocar audiência pública

para o debate de matéria de interesse geral mediante comunicação na imprensa oficial. As manifestações na audiência dependerão de inscrição prévia bem como da comprovação de mais de 5 anos de experiência na área de telecomunicações.

1: A assertiva é incorreta, pois segundo dispõe o art. 43 do Regimento Interno da ANATEL, a participação e a manifestação em audiência pública não dependerão de inscrição prévia, sendo facultado o oferecimento de documentos ou arrazoados. (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O servidor da ANATEL deve pautar sua conduta por nor-

mas que possibilitem a associação da ética com a prática cotidiana, de maneira que possa ser por elas orientado no exercício de suas atividades. Cabe, portanto, ao servidor, entre outras medidas, comunicar imediatamente a seus superiores hierárquicos todo e qualquer ato ou fato contrário aos interesses da instituição, bem como denunciar a prática de atividades heterodoxas em seu ambiente de trabalho.

1: A assertiva é incorreta. Os servidores da ANATEL devem nortear-se pelos princípios éticos, sobretudo da dignidade, do decoro, do zelo, da disciplina e da consciência, devendo seus atos, comportamentos e atitudes serem direcionados para a preservação da honra e da tradição dos seus serviços em prol do interesse público, despertando o respeito e a confiança da sociedade em geral. A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor. O Código de Ética dos Servidores da ANATEL, em seu Título III, “n”, estabelece caber ao servidor comunicar imediatamente a seus superiores hierárquicos todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público e ao próprio Código de Ética. Tal diploma não eleva como dever ético a conduta de denunciar, especificadamente, as práticas de atividades heterodoxas em seu ambiente de trabalho. É óbvio, pois, que o servidor deve denunciar toda e qualquer tipo de atividade, independente de sua natureza, que implique em ofensa ao interesse público e aos valores éticos e morais. Gabarito 1E

1: A assertiva é incorreta pois, conforme dispõe o art. 3º, I, do Regimento Interno da ANATEL, a Resolução do Conselho Diretor “expressa decisão quanto ao provimento normativo que regula a implementação da política de telecomunicações brasileira, a prestação dos serviços de telecomunicações e o funcionamento da Agência”. O item indicado na assertiva se refere, na realidade, ao instrumento deliberativo denominado “Despacho” (art. 3º, V).

1: A assertiva é correta, consoante dispõe o art. 3º, XI, da Lei nº 9.472/1997. Convém mencionar que o direito de petição tem assento constitucional, encontrando-se previsto no art. 5º, XXXIV, a, da Constituição Federal.

Gabarito 1E

deliberação da agência em relação a petição, requerimento ou recurso de terceiros, de interesse individual ou coletivo.

nicações para reclamarem seus direitos contra prestadores de serviço perante o órgão regulador não dependerá da assistência de advogado.

Gabarito 1C

Gabarito 1E (1) A resolução do Conselho Diretor da ANATEL expressa a

Gabarito 1E

(Técnico – ANATEL – 2004 – CESPE) Considerando o regimento interno da ANATEL, julgue o seguinte item.

(1) O peticionamento pelos usuários de serviços de telecomu-

15. Legislação Institucional de Carreiras

1: A assertiva é correta, em virtude do que dispõe o Título III, 1, “e” e “g” do Código de Ética dos Servidores da ANATEL. Gabarito 1C (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Quanto ao Código de Ética

da ANATEL, julgue os itens seguintes.

(1) É dever do servidor da ANATEL preservar o sigilo de

informações privilegiadas das quais tenha conhecimento, abstendo-se de divulgar, por qualquer meio, críticas a colegas, superiores, subordinados hierárquicos ou à instituição, cabendo-lhe, contudo, o dever de divulgar informações acerca da Agência e responder por esta em defesa de sua imagem institucional e credibilidade ante o público externo. (2) Ao servidor da ANATEL cabe preservar a identidade institucional da Agência; para tanto, o servidor não pode utilizar o nome, as marcas e os símbolos da Agência sem estar devidamente autorizado para isso. 1: A assertiva é incorreta, pois o Código de Ética, Título III, 1, “f” estabelece que os servidores da ANATEL devem divulgar informações ou responder pela Agência, somente quando autorizados; 2: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o Título III, 1, “c” do Código de Ética dos Servidores da ANATEL. Gabarito 1E, 2C (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Considere que, de decisão a ser adotada pela ANATEL,

decorra a necessidade de edição de atos normativos. Nesse caso, é correto afirmar que esses atos normativos somente produzirão efeito após publicação no Diário Oficial da União, e os atos de alcance particular só produzirão efeitos após a publicação e a correspondente notificação.

1: A assertiva é correta, consoante dispõe a regra estabelecida no art. 41 da Lei nº 9.472/1997. Gabarito 1C (Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A fixação das dotações orçamentárias da ANATEL, na lei

orçamentária anual, e a programação orçamentária e financeira de execução dessas dotações poderão ser objeto de limites nos valores para movimento e empenho, nos termos de decisão do Poder Executivo, com base em políticas de contingenciamento de recursos.

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O usuário de serviços de telecomunicações tem o dever de

comunicar às autoridades irregularidades ocorridas e atos ilícitos cometidos por prestadores de serviço de telecomunicações.

1: A assertiva é correta, pois reflete o disposto no art. 4º, III, da Lei nº 9.472/1997. (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A ANATEL é uma empresa pública federal vinculada ao

Ministério das Comunicações, que desempenha a função de órgão regulador das telecomunicações.

1: A assertiva é incorreta, pois não se trata de uma empresa pública federal. A ANATEL é uma entidade que integra a Administração Pública Federal indireta, encontrando-se submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações (art. 8º da Lei nº 9.472/1997). (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Compete à ANATEL implementar, em sua esfera de atribui-

ções, a Política Nacional de Telecomunicações.

1: A assertiva é correta, consoante dispõe a regra contida no art. 19, I, da Lei nº 9.472/1997. (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Os serviços de telecomunicações de interesse coletivo

estarão sujeitos aos condicionantes necessários para que sua exploração não prejudique os serviços de interesse restrito.

1: A assertiva é incorreta. O art. 62, caput da Lei nº 9.472/1997 define que, em relação à abrangência dos interesses a que atendem, os serviços de telecomunicações classificam-se em serviços de interesse coletivo e serviços de interesse restrito. Ocorre que, diferentemente do que foi afirmado na questão, são os serviços de interesse restrito que estarão sujeitos aos condicionamentos necessários para que sua exploração não prejudique o interesse coletivo (parágrafo único do art. 62 da Lei nº 9.472/1997). (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Instrumentos de política creditícia, fiscal e aduaneira podem

ser adotados para estimular a fabricação e o desenvolvimento no país de produtos relacionados às telecomunicações.

1: A assertiva é correta, em virtude da regra disposta no art. 78, caput da Lei nº 9.472/1997. Gabarito 1C

ções privilegiadas das quais tenha conhecimento, bem como abster-se de divulgar, por qualquer meio, críticas a colegas, superiores, subordinados hierárquicos ou à instituição.

1: A assertiva é incorreta, pois o art. 18, I, da Lei nº 9.472/1997 atribui ao Poder Executivo, por meio de decreto, a instituição ou eliminação da prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente ou não com sua prestação no regime privado.

Gabarito 1E

(1) Deve o servidor da ANATEL preservar o sigilo de informa-

por maioria de votos, instituir ou eliminar a prestação de modalidade de serviço no regime público, concomitantemente, ou não, com sua prestação no regime privado.

Gabarito 1C

Gabarito 1E (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(1) Cabe ao conselho diretor da ANATEL, por decisão aprovada

Gabarito 1E

1: A assertiva é incorreta. A conduta dos servidores da ANATEL, segundo seu Código de Ética, deve estar comprometida não somente com os postulados de legalidade, eficiência e impessoalidade, mas também com os princípios da publicidade, moralidade, autenticidade, pontualidade, cordialidade e integridade. A eficiência, a ser observada pelo servidor consiste no desempenho de suas atividades por meio da obtenção de resultados úteis, eficazes, racionais e econômicos. Já a legalidade requer que o servidor conheça a legislação e demais normas que regem suas atividades, cumprindo-as fielmente. A impessoalidade, por sua vez, exige que o servidor seja impessoal e que desempenhe suas atividades sem qualquer espécie de preconceito e sem dar tratamento preferencial a qualquer pessoa, física ou jurídica.

(Analista – ANATEL – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

prometida com os postulados de legalidade, eficiência e impessoalidade. Isso significa que suas atividades devem ser desempenhadas dentro dos limites legais, de forma célere, racional e econômica, e que seu relacionamento com colegas, superiores hierárquicos e com o público deve ser marcado pela impessoalidade, neutralidade, imparcialidade e distanciamento.

1: A assertiva é incorreta, pois está em conflito com a regra estabelecida no art. 15 da Lei nº 9.472/1997.

Gabarito 1E

(1) A conduta dos servidores da ANATEL deve estar com-

Gabarito 1E

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item.

493

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O prazo máximo de concessão do serviço de telecomunica-

ções será de vinte anos, sem possibilidade de prorrogação.

1: A assertiva é incorreta, pois destoa da regra contida no art. 99, caput, da Lei nº 9.472/1997, que assim estabelece: “O prazo máximo da concessão será de vinte anos, podendo ser prorrogado, uma única

494 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

(1) A autorização de serviço de telecomunicações terá sua

vigência sujeita a termo final, não se extinguindo por cassação ou caducidade.

1: A assertiva é incorreta, pois não reflete a regra contida no art. 138, caput, da Lei nº 9.472/1997, a saber: “A autorização de serviço de telecomunicações não terá sua vigência sujeita a termo final, extinguindo-se somente por cassação, caducidade, decaimento, renúncia ou anulação”. Gabarito 1E (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Permissão de serviço de telecomunicações é o ato admi-

nistrativo pelo qual se atribui a alguém o dever de prestar serviço de telecomunicações no regime público e em caráter permanente.

(1) A renda básica de cidadania é um benefício cujo valor

independe do nível de renda familiar do beneficiário.

1: certa, pois a renda básica de cidadania se constituirá no direito de todos os brasileiros residentes no País e estrangeiros residentes há pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil, não importando sua condição socioeconômica, receberem, anualmente, um benefício monetário, conforme art. 1º da Lei 10.835/2004). (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e Com-

bate à Fome (MDS) o estabelecimento da política nacional de assistência social.

1: certa (art. 27, II, “c”, da Lei 10.683/2003). Gabarito 1C

Gabarito 1E (Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

Gabarito 1C

vez, por igual período, desde que a concessionária tenha cumprido as condições da concessão e manifeste expresso interesse na prorrogação, pelo menos, trinta meses antes de sua expiração”.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Seria inconstitucional lei federal que limitasse a concessão

da bolsa-família a brasileiros natos.

1: A assertiva é incorreta. Permissão de serviço de telecomunicações, conforme prescreve o art. 118, parágrafo único, da Lei nº 9.472/1997, “é o ato administrativo pelo qual se atribui a alguém o dever de prestar serviço de telecomunicações no regime público e em caráter transitório, até que seja normalizada a situação excepcional que a tenha ensejado”. Insta mencionar que, em conformidade com o disposto no caput do referido dispositivo, “será outorgada permissão, pela Agência, para prestação de serviço de telecomunicações em face de situação excepcional comprometedora do funcionamento do serviço que, em virtude de suas peculiaridades, não possa ser atendida, de forma conveniente ou em prazo adequado, mediante intervenção na empresa concessionária ou mediante outorga de nova concessão”.

1: certa, uma vez que limitar o benefício apenas a brasileiros natos iria de encontro ao princípio da igualdade, previsto no art. 5º da CF. O caput do dispositivo em comento assegura a isonomia tanto a brasileiros quanto aos estrangeiros residentes no país. E, repare, não faz distinção quanto a brasileiros natos ou naturalizados. Nessa linha de raciocínio, o art. 12, § 2º, é enfático ao afirmar que “a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos ou naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição”. Daí, nas únicas oportunidades em que o constituinte quis criar exceções o fez de forma expressa (ex.: art. 12, § 3º, da CF).

Gabarito 1E

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(Analista – ANATEL – 2009 – CESPE) Sobre regulação e agências

(1) A Constituição da República atribui ao presidente da Repú-

colegiado, por um conselho diretor ou diretoria composta por conselheiros ou diretores, sendo um deles o seu presidente, o Diretor-Geral ou Diretor-Presidente. (2) O mandato dos conselheiros e dos diretores das agências reguladoras terá o prazo fixado na lei de criação de cada agência. 1: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o disposto no art. 4º da Lei nº 9.986/2000; 2: A assertiva é correta, pois está em conformidade com o disposto no art. 6º, caput, da Lei nº 9.986/2000.

blica competência para decretar a quebra do sigilo bancário de servidores públicos da União, quando há fundada suspeita do cometimento de crime de corrupção.

1: errada, pois tal atribuição não está no rol taxativo do art. 84 da CF. Gabarito 1E

(1) As agências reguladoras serão dirigidas em regime de

Gabarito 1C

reguladoras, julgue os itens seguintes.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) É dever do Estado brasileiro manter programas suplemen-

tares de alimentação voltados para crianças matriculadas na rede pública de ensino fundamental.

6. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E COMBATE À FOME (MDS)

1: certa, pois o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde, nos termos do art. 208, VII, da CF.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(1) A assistência social tem a contributividade como um de seus

(1) A carência de recursos materiais é razão insuficiente para

Gabarito 1E (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A bolsa-escola e a bolsa-alimentação são benefícios da

previdência social voltados à garantia dos direitos sociais das populações carentes.

justificar a perda do pátrio poder de uma mãe sobre uma filha de cinco anos de idade.

1: certa, pois a falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar, consoante art. 23 da Lei 8.069/1990. Gabarito 1C

1: errada, pois a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, conforme art. 203 da CF e art. 1º da Lei 8.742/1993.

Gabarito 1C

Gabarito 1C, 2C

princípios fundamentais.

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A FCM é uma fundação privada voltada a proporcionar

atendimento médico a populações carentes. Nessa situação, a legislação brasileira exige que a FCM inscreva-se no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).

1: errada. A bolsa-escola e a bolsa-alimentação não são benefícios da previdência social. Nesse passo, a previdência social está inserida num contexto maior, qual seja, o da seguridade social. Assim, a seguridade social, nos termos do art. 194 da CF, “compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos promovidos pelo Poder Público, e não benefícios previdenciários.

1: errada, pois o funcionamento das entidades e organizações de assistência social depende de prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social, ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso, conforme art. 9º e § 4º, da Lei 8.742/1993.

Gabarito 1E

Gabarito 1E

15. Legislação Institucional de Carreiras

Gabarito 1E (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A ABC é uma entidade assistencial que recebeu da União

transferência corrente destinada à cobertura de despesas de custeio. Nessa situação, a referida transferência é considerada uma subvenção social.

1: certa, pois consideram-se subvenções, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, nos termos do art. 12, § 3º, I, da Lei 4.320/1964. Gabarito 1C (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) No processo de participação nas políticas públicas, ações

pró-ativas da sociedade civil dispensam a participação do Poder Legislativo como fiscalizador do Poder Executivo.

1: errada, pois mantém-se a exigência de participação do Poder Legislativo como fiscalizador do Poder Executivo, conforme art. 49, X, da CF. Gabarito 1E (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Nos regimes democráticos, a sociedade civil se organiza

para apresentar demandas sociais que podem se transformar em propostas de políticas públicas.

1: certa. Nesse sentido, a Constituição Federal prevê a possibilidade de projetos de lei de iniciativa popular, a fim de que a população se mobilize em defesa dos seus direitos , nos termos do art. 14, III; art. 27, § 4º; art. 29, XII, e art. 61, § 2º, da CF). Gabarito 1C (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A sociedade civil deve estar capacitada para as práticas de

controle social sobre políticas públicas de grande abrangência nacional e que envolvem grandes somas de recursos públicos.

1: certa. O controle social é entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento, e no controle das ações da Administração Pública. De fato, é imprescindível que a sociedade civil esteja capacitada para desenvolver esta tarefa, mormente no que tange a grandes somas de recursos públicos, pois quando a sociedade está atenta à atuação dos gestores e fiscaliza a aplicação do dinheiro público, as chances de ocorrerem desvios e vantagens tendem a diminuir.

bate à Fome (MDS) o estabelecimento da política nacional de segurança alimentar e nutricional.

1: certa, pois nos termos do art. 27, II, b, da Lei 10.683/2003, um dos assuntos que constitui competência da área do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é política nacional de segurança alimentar e nutricional. (Agente Administrativo – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte

item.

(1) São legalmente consideradas crianças todos os cidadãos

brasileiros menores de 14 anos de idade.

1: errada, pois considera-se criança, a pessoa até doze anos de idade incompletos, conforme art. 2º da Lei 8.069/1990. (Agente Administrativo – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte

item.

(1) São modalidades de concorrência pública a tomada de

preços, a licitação e o contrato administrativo.

1: errada. A questão mistura uma série de conceitos. Licitação é um procedimento, em regra obrigatório, utilizado pela Administração Pública para a aquisição/alienação de bens, serviços e obras. Existem algumas modalidades de licitação, entre elas a concorrência pública e a tomada de preço. Assim como toda tratativa, tal aquisição/alienação precisa ser formalizada, o que neste caso se faz por meio de um contrato administrativo. (Agente Administrativo – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte

item.

(1) O Estado tem obrigação de oferecer apoio alimentar a

gestantes que dele necessitem.

1: certa, pois incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem, conforme art. 8º, § 3º, da Lei 8.069/1990. Gabarito 1C

1: errada, pois o Estatuto do Idoso não traz essa previsão. Se Alberto estiver no pleno gozo de suas faculdades mentais, não pode ser considerado incapaz apenas em decorrência da sua idade. O rol dos juridicamente incapazes está nos arts. 3º e 4º do CC.

item.

(1) Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e Com-

Gabarito 1E

o Estatuto do Idoso considera Alberto juridicamente incapaz e, por isso, exige que lhe seja nomeado um tutor para cuidar dos seus interesses patrimoniais.

(Agente Administrativo – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte

Gabarito 1E

(1) Alberto é um cidadão de 75 anos de idade. Nessa situação,

Gabarito 1C

(Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item.

495

(Agente Administrativo – MDS – 2006 – CESPE) Cada um dos pró-

ximos itens é composto por uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

(1) A União promoveu campanha publicitária na televisão, com

o objetivo de divulgar que têm direito a um salário-mínimo mensal todos os idosos que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Nessa situação, a referida campanha caracteriza cumprimento pelo Estado brasileiro do dever de conferir ampla divulgação aos benefícios ligados à assistência social e aos respectivos critérios de concessão. (2) A ACC é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, voltada ao amparo de crianças carentes. Nessa situação, a ACC é legalmente considerada uma entidade de assistência social.

1: errada. Em verdade as políticas públicas são definidas por meio de Lei aprovadas pelo Poder Legislativo e implementadas pelo Poder Executivo. À sociedade civil cabe fiscalizar a concretização dos projetos já aprovados e participar ativamente da criação de novas políticas que atendam aos anseios sociais.

1: certa, haja vista que a assistência social tem por objetivos a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, sendo que sua atuação é regida pelo princípio da divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão, nos termos do art. 2º, I, e, e art. 4º, V, da Lei 8.742/1993. 2: certa, pois consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei 8.742/93 bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos. Neste passo, dentre o rol de beneficiários inclui-se as crianças carentes, nos termos dos art. 2º, I, b,e art. 3º da Lei 8.742/1993.

Gabarito 1E

Gabarito 1C, 2C

Gabarito 1C (Administrador – MDS – 2006 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A formulação e a implementação das políticas públicas

devem ser garantidas apenas pelos atores da sociedade civil, pois cabe ao Poder Executivo apenas o papel de aprová-las.

496 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Julgue o seguinte item.

(1) De acordo com a legislação do SUS, em relação aos con-

sórcios constituídos por municípios para desenvolverem em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam, é vedado o remanejamento, entre esses municípios, de recursos humanos ou financeiros para a cobertura dessas ações e serviços.

1: errada, pois os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam, nos termos do art. 10 da Lei 8.080/1990. Gabarito 1E (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item.

(1) São objetos da legislação sobre gestão da saúde a partici-

pação da comunidade na gestão do SUS e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.

1: certa, pois a participação da comunidade é uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde, nos termos dos arts. 198, III, da CF e art. 7º, VIII, da Lei 8.080/1990. Já as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde estão prevista nos arts. 34 e 35 da Lei 8.080/90. Gabarito 1C (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item.

(1) De acordo com a referida lei, o princípio da integralidade de

assistência é entendido especificamente como o conjunto de serviços curativos individuais exigidos para cada caso em determinado momento, em todos os níveis de complexidade do sistema.

1: errada, pois o princípio da integralidade de assistência é aquele entendido como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. Gabarito 1E (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item.

(1) Essa legislação prevê a conjugação dos recursos finan-

ceiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos estados, do DF e dos municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população.

1: certa, pois assertiva reproduz literalmente art. 7º, XI, da Lei 8.080/1990. Gabarito 1C (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item.

(1) Apesar de amplamente discutidas, a regionalização e a

hierarquização da rede de serviços de saúde não encontram suporte na legislação referida, uma vez que conflitam com o princípio da descentralização e da direção única na esfera municipal.

preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral e a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, são princípios e diretrizes do SUS previstos na lei mencionada.

1: certa, pois a assertiva traz os princípios elencados no art. 7º, I, III e IV, da Lei 8.080/1990. (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item. (1) Essa legislação prevê o direito dos sujeitos à confidenciali-

dade da atenção à saúde e das informações dela originadas e detalha as normas e procedimentos para a proteção da identidade dos pacientes.

1: errada, pois em verdade um dos princípios é o da divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário, conforme art. 7º, V e VI, da Lei 8.080/1990). (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item. (1) A capacidade de resolução dos serviços, em todos os níveis

de assistência, é um dos princípios do SUS, o qual se refere à rede de serviços de saúde pública exclusivamente, uma vez que é vetada à iniciativa privada a participação no SUS, ainda que em caráter complementar.

1: errada, pois o SUS executa ações e serviços de saúde tanto de forma direta como mediante complementação da iniciativa privada, nos termos dos arts. 8º e 24 da Lei 8.080/1990). (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item. (1) A conferência de saúde e o conselho de saúde são ins-

tâncias colegiadas do SUS em cada esfera de governo e constituem meios formais de participação da comunidade na gestão do SUS.

1: certa, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde, conforme art. 1º caput, §§ 1º e 2º, da Lei 8.142/1990. (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item. (1) Segundo as normas legais pertinentes, a conferência

de saúde se reunirá a cada quatro anos, contará com a representação de vários segmentos sociais e terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas por seu conselho.

1: certa, pois a Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. Ademais terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho, consoante art. 1º, §§ 1º e 5º, da Lei 8.142/1990. Gabarito 1C

Gabarito 1C (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Julgue o seguinte item. (1) A universalidade de acesso aos serviços de saúde, a

Gabarito 1C

1: certa, pois ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei, executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho, dentre outras atribuições, termos do art. 200, II e VII, da CF.

(Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

Gabarito 1E

incluem executar ações de saúde do trabalhador e colaborar na proteção do ambiente do trabalho.

Gabarito 1E

Julgue o seguinte item. (1) A CF estabelece as competências do SUS, entre as quais se

Gabarito 1C

(Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

1: errada, pois a regionalização e a hierarquização da rede de serviços de saúde têm pleno suporte em lei, uma vez que integram o princípio da descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo, conforme art. 7º, IX, b. Gabarito 1E

7. MINISTÉRIO DA SAÚDE E SUS

15. Legislação Institucional de Carreiras

Julgue o seguinte item.

(1) Essa legislação prevê que a representação dos usuários

nos conselhos de saúde e nas conferências de saúde será obrigatória e paritária em relação a cada um dos demais segmentos sociais representados, a saber: setor público e setor privado.

1: errada, pois a representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos, nos termos do art. 1º, § 4º, da Lei 8.142/1990). Gabarito 1E (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

(Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O princípio da distributividade na prestação de benefícios e

serviços tem sua expressão maior na área de saúde, dado o amplo alcance conferido pela intensa utilização do Sistema Único de Saúde.

1: errada. O princípio da distributividade (art. 194, III, da CF) tem por fim orientar a ampla distribuição de benefícios sociais ao maior número de necessitados. Tem relevante expressão na área da saúde, não pelo amplo alcance conferido pela intensa utilização do SUS, mas sim devido ao art. 196 da CF, que garante que a assistência médica será acessível indistintamente. Gabarito 1E

(Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE)

497

Julgue o seguinte item.

(Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item.

(1) No que se refere ao controle da execução da política de

(1) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

acordo com a Lei nº 8.142/1990, para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para cobertura das ações e serviços de saúde, os municípios, os estados e o DF deverão atender a uma série de requisitos. A respeito desses requisitos legais, julgue os itens subsequentes.

(1) Para recebimento dos recursos mencionados, no município,

no estado ou no DF deverá haver um fundo de saúde e um plano de saúde. (2) A comprovação de realização da conferência de saúde a cada quatro anos compõe a lista de requisitos exigidos para o recebimento dos referidos recursos. (3) A existência de plano de carreira, cargos e salários aprovado e efetivamente implantado é requisito imprescindível para recebimento dos recursos citados. (4) A existência de conselho de saúde, constituído segundo critérios previstos na legislação pertinente, é requisito para que um município receba recursos para a cobertura de ações e serviços de saúde. 1: certa, pois para receberem tais recursos os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com fundo de Saúde, plano de saúde, dentre outros requisitos, nos termos do art. 4º, I e III, da Lei 8.142/1990. 2: errada, pois esta exigência não está no rol do art. 4º da Lei 8.142/1990. 3: errada, pois o que é imprescindível é a existência de uma comissão de elaboração de plano de carreira, cargos e salários, e não propriamente a existência do plano aprovado e efetivamente implantado (art. 4º, VI, da Lei 8.142/1990). 4: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o previsto no art. 4º, II, da Lei 8.142/1990. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4C

8. INSS (Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A importância da proteção social justifica a ampla diversi-

dade da base de financiamento da seguridade social. Com o objetivo de expandir ou de garantir a seguridade social, a lei poderá instituir outras fontes de financiamento, de acordo com o texto constitucional.

(Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência

dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, uma das condições para a aposentadoria por idade do trabalhador rural é a exigência de que atinja 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher.

1: errada. O princípio da uniformidade e equivalência tem como objetivo central equiparar os direitos dos trabalhadores rurais e urbanos, de modo que ficam proibidas quaisquer distinções arbitrárias. Contudo, em prestígio ao princípio da igualdade e sabedor das condições especiais em que trabalham os obreiros rurais, o constituinte previu no art. 201, § 7º, II, uma redução de cinco anos para a aposentadoria por idade desta classe de trabalhadores. Assim, a regra geral da aposentadoria por idade é: homens, 65 anos; mulheres: 60 anos. Na hipótese de trabalhadores rurais subtrai-se cinco anos, logo, homens se aposentam com 60 anos e mulheres com 55 anos de idade. (Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Uma das causas da rápida alteração do perfil demográfico

brasileiro é a melhoria das condições de saúde e dos índices de qualidade de vida, assim como a diminuição da mortalidade infantil, o que determina maior longevidade. Esses fatores não influenciam o sistema previdenciário brasileiro, haja vista sua organização em um sistema solidário, embasado em regime financeiro de repartição.

1: errada, pois, justamente devido ao atributo da solidariedade, o sistema previdenciário brasileiro sofre grande influência no que concerne à mudança do perfil demográfico. Nesse passo, importante salientar que o princípio da solidariedade não está expresso na Constituição Federal, mas é amplamente aceito pela doutrina e jurisprudência. Considerando que no Regime Geral da Previdência Social os trabalhadores ativos contribuem para a manutenção dos trabalhadores inativos, alterado o perfil demográfico a quantidade de trabalhadores ativos/inativos também se altera, influenciando diretamente na organização de todo o sistema. Gabarito 1E

Gabarito 1E (Agente Administrativo – Ministério da Saúde – 2008 – CESPE) De

1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 198 da CF§ ).

Gabarito 1E

1: errada, pois a atuação do conselho de saúde tem caráter permanente e deliberativo, consoante art. 1º, § 2º, da Lei 8.142/1990.

regionalizada e hierarquizada, que constitui um sistema único, organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação da comunidade.

Gabarito 1C

saúde em seus aspectos econômicos e financeiros, a atuação do conselho de saúde tem caráter extraordinário e está condicionada à deliberação das conferências de saúde.

(Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) As técnicas de financiamento dos gastos previdenciários

podem ser classificadas em regime de repartição simples (benefício definido), regime de capitalização (contribuição definida) e regime de repartição de capitais.

1: certa. O art. 195, § 4º, da CF autoriza a instituição de outras fontes, por meio de lei, para garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Nesse passo, o STF entende que a instituição de contribuições já previstas no texto constitucional deverá ser feita por Lei Ordinária, enquanto que para novas contribuições haverá a necessidade da instituição de Lei Complementar.

1: certa. Esta divisão estava originariamente prevista no art. 28 do Decreto 81.240/1978, qual atualmente foi revogado pelo Decreto 4.206/2002, que também foi revogado pelo Decreto 4.942/2003. Tais técnicas nada mais são do que um desdobramento do regime geral da previdência social.

Gabarito 1C

Gabarito 1C

498 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

Gabarito 1C

9. TCU (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as contas

dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para aplicar sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional.

1: errada, pois é de competência do TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário, nos termos do errada (art. 71, VIII, da CF). Gabarito 1E (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder Legislativo no

controle externo, o TCU pode realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

1: certa, pois compete ao TCU realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, nos termos do art. 71, IV, da CF e art. 38, I, da Lei 8.443/1992). Gabarito 1C (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) No exercício de suas competências constitucionais, o TCU

deve observar, em todo e qualquer procedimento, o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.

1: errada, pois nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, conforme Súmula Vinculante nº 3. Gabarito 1E (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Com relação à natureza, compe-

tência e jurisdição do TCU, julgue os seguintes itens.

(1) As funções exercidas pelo TCU situam-se no âmbito do

controle externo, como um dos aspectos da fiscalização da administração pública, prerrogativa constitucional do Poder Legislativo. (2) A função corretiva exercida pelo controle externo manifesta-se por meio de atos tais como a sustação imediata de contratos considerados irregulares, que deve ser comunicada ao Congresso Nacional, para que este determine as medidas cabíveis. 1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 70 da CF, art. 1º da Lei 8.443/1992 e art. 1º do Regimento Interno do TCU. 2: errada. No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder

(Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Acerca da organização e do funcionamento do TCU, julgue os itens a seguir. (1) Do terço dos ministros do TCU cuja escolha incumbe ao

presidente da República, apenas um é de sua livre escolha, pois os demais são indicados entre os auditores e os membros do Ministério Público junto ao tribunal. (2) O TCU, ainda que na qualidade de órgão auxiliar do Congresso Nacional, dispõe de uma Secretaria de Controle Interno, que, entre outras competências, está incumbida de apoiar o controle externo e, até, representar ao presidente do tribunal em caso de ilegalidade ou irregularidade constatada. 1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 73, § 2º, I, da CF, art. 72, I, da Lei 8.443/1992, art. 34, I, do Regimento Interno. 2: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto nos arts. 41, § 1º, e 65 da Lei 8.443/1992). (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Com relação aos tipos de fis-

calização exercidos pelo TCU, julgue os itens subsequentes.

(1) Ratificando disposições dos anos anteriores, a lei de

diretrizes orçamentárias de 2009 prevê a suspensão de obras e serviços com indícios de irregularidades graves, que devem ser apontados em informação prestada pelo TCU. Esses indícios são caracterizados por situações que constituam graves desvios em relação a princípios tais como a publicidade e a eficiência, aplicáveis à administração pública. (2) Quando a União repassa recursos aos demais entes da Federação mediante convênios ou instrumentos congêneres, o TCU examina as prestações de contas dos órgãos ou das entidades repassadores, mas não pode examinar as contas de entes beneficiários dos recursos relativos àquelas transferências em obediência ao princípio da autonomia federativa. 1: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto no art. 96, IV, c, da Lei 11.768/2008. 2: errada, pois o TCU tem competência para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, nos termos do art. 71, VI, da CF, art. 5º, VII, da Lei 8.443/1992 e art. 1º, XIX, do Regimento Interno do TCU. (Técnico – TCU – 2009 – CESPE) A respeito das deliberações e dos recursos no âmbito do TCU, julgue os itens que se seguem. (1) Os responsáveis cujas contas sejam julgadas irregulares,

ainda que estejam sob apreciação do TCU, integrarão uma relação que será encaminhada à justiça eleitoral e estarão impedidos de candidatar-se ou tomar posse até a decisão do tribunal em instância final. (2) Caberá embargo de declaração à decisão proferida em processo de prestação de contas em que o responsável se julgar prejudicado em virtude de terem sido suas contas julgadas irregulares, diferentemente das de seus antecessores, em circunstâncias semelhantes. 1: errada, pois para que sejam impedidos de candidatar-se ou tomar posse deve ter havido decisão irrecorrível do órgão competente, consoante art. 1º, I, g, da Lei Complementar 64/1990. 2: certa, pois da decisão proferida em processo de tomada ou prestação de contas cabe recurso de embargos de declaração, nos termos do art. 32, II, da Lei 8.443/1992. Gabarito 1E, 2C

1: certa, pois devido à informalidade torna-se impossível o enquadramento dos trabalhadores e a sua filiação previdenciária. Isso significa que a administração não tem condições de formalizar a participação deste trabalhador perante a previdência e exigir-lhe contribuições sociais.

Gabarito 1C, 2E

metrópoles brasileiras e a inserção previdenciária das pessoas nessa situação é um dos fatores que desequilibram as contas da previdência social.

Executivo as medidas cabíveis.. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito, consoante art. 71, §§ 1º e 2º, da CF.

Gabarito 1C, 2C

(1) O trabalho informal é fenômeno evidente nas grandes

Gabarito 1C, 2E

(Analista – INSS – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item.

15. Legislação Institucional de Carreiras

Gabarito 1E, 2C

10. TRIBUNAIS SUPERIORES (Analista – STF – 2008 – CESPE) O STF autorizou a extradição

do traficante colombiano Juan Carlos Abadia para os Estados Unidos da América, onde ele responde a processo por lavagem de dinheiro, tráfico internacional de cocaína e homicídio. Internet: (com adaptações). A partir do texto acima e de acordo com o regimento interno do STF, julgue os itens seguintes.

(1) De acordo com o texto do regimento interno, a análise do

pedido de extradição pelo STF independe da prisão do extraditando. (2) A prisão para extradição será determinada pelo ministro-relator do STF, após ouvir o procurador-geral da República, ao qual foi distribuído o pedido, como medida cautelar e preparatória para a extradição. (3) No processo de extradição, não se suspende, nem no recesso, nem nas férias, o prazo fixado por lei para o cumprimento de diligência determinada pelo relator ou pelo Tribunal. (4) Tendo em vista que o habeas corpus é uma garantia constitucional dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no Brasil, não cabe esse remédio constitucional contra a decisão que ordena a prisão do extraditando. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal atualizado até a Resolução 514/2013. 1: errado, o art. 208 do Regimento Interno do STF (RI-STF) determina como requisito da extradição que o extraditando seja preso e colocado à disposição do Tribunal; 2: errado. Sobre a prisão para extradição, dispõe o caput do art. 82 da Lei 6.815/1980, alterado pela Lei 12.878/2013, que “o Estado interessado na extradição poderá, em caso de urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará ao Supremo Tribunal Federal”. Vide também o art. 209 do RI-STF; 3: certo, art. 214 do RI-STF; 4: errado, o art. 188 do RI-STF não prevê a referida restrição ao habeas corpus, cabendo o remédio constitucional sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E (Analista – STF – 2008 – CESPE) Acerca da organização e da

competência do STF, na forma de seu regimento interno e de acordo com a EC n. 45/2004, julgue os próximos itens.

(1) Para ser homologada pelo STF, a sentença estrangeira

deve, entre outros requisitos, ser proferida por juiz competente, ter citado as partes ou terem sido verificados validamente a revelia e o trânsito em julgado, estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução oficial.

(Analista – STF – 2008 – CESPE) Ainda a respeito da organização do STF e da sua competência, nos termos do regimento interno, julgue os itens a seguir. (1) Cada comissão deverá ser presidida pelo mais antigo de

seus integrantes.

(2) Os ministros do STF são nomeados e empossados pelo

presidente da República.

(3) Em mandado de segurança, reclamação, extradição,

conflitos de jurisdição e de atribuições, proceder-se-á à redistribuição, se a requerer o interessado; quando o relator estiver licenciado por mais de 30 dias e em habeas corpus, a redistribuição poderá ser feita, mesmo que o período de licença seja inferior a 30 dias.

1: certo, art. 29 do RI-STF; 2: errado, os ministros são nomeados pelo Presidente da República (art. 84, XIV, CF), mas a posse é atribuição do Presidente do Tribunal (art. 13, X, e art. 15 do RI-STF); 3: certo, art. 68 do RI-STF. (Analista – STJ – 2008 – CESPE) Julgue os itens a seguir, que dispõem acerca do Regimento Interno do STJ. (1) O processamento e julgamento dos feitos em que se discute

a responsabilidade civil do Estado cabe à Segunda Seção.

(2) Processos cujo objeto é o questionamento de licitação

devem ser julgados na Primeira Seção.

(3) Nas seções, as reuniões devem contar com a presença da

maioria absoluta de seus integrantes.

(4) O julgamento dos mandados de segurança terá prioridade

sobre o de todos os outros feitos.

Regimento Interno do STJ – atualizado até a Emenda Regimental 14, de 05/12/2011. 1: errado, cabe à primeira seção (art. 9º, § 1º, VIII, do Regimento Interno do STJ (RI-STJ); 2: certo, art. 9º, § 1º, I, do RI-STJ; 3: certo, art. 176 do RI-STJ; 4: errado, o art. 177 do RI-STJ indica outros feitos que também terão prioridade de julgamento. (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) A antiguidade dos ministros do TST, para efeitos legais e

regimentais, é regulada: pela data da posse; pela data da nomeação; pelo tempo de investidura na magistratura da Justiça do Trabalho; pelo tempo de serviço público federal; e pela idade, quando houver empate pelos demais critérios.

1: certo, art. 9º do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho (RI-TST). (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) O corregedor-geral e o ouvidor-geral da Justiça do Trabalho

exercem cargos de direção do TST, sendo nomeados pelo presidente desse Tribunal, após aprovação do Senado Federal.

1: errado, o corregedor-geral exerce cargo de direção, mas é eleito pelo Tribunal Pleno e não nomeado pelo presidente do Tribunal (arts. 29 e 68 do RI-TST). Gabarito 1E

1: errada, pois na hipótese de as contas serem julgadas irregulares por dano ao erário decorrente de ato de gestão antieconômica o Tribunal providenciará a imediata remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis, conforme art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992 e art. 209, § 7º, do Regimento Interno do TCU. 2: certa, pois a assertiva reproduz literalmente o disposto nos arts. 21 e 22 da Lei 8.443/1992 e art. 211, caput e § 1º, do Regimento Interno do TCU.

1: errado, não há nenhum outro requisito exigido pelo art. 217 do RI-STF; 2: certo, art. 327, § 1º, do RI-STF; 3: certo, art. 13, XVI-A, do RI-STF.

Gabarito 1C

dano ao erário decorrente de ato de gestão antieconômica, o TCU deverá condenar o responsável ao pagamento do valor atribuído ao dano injustificado, atualizado e acrescido de juros. (2) O relator pode determinar o arquivamento dos processos cujas contas sejam consideradas iliquidáveis, isto é, nos casos em que o julgamento do mérito for materialmente impossível por motivos alheios à vontade do responsável.

narmente o recurso extraordinário que não apresentou a preliminar formal e fundamentada de repercussão geral, caberá ao relator fazê-lo. (3) Compete ao presidente do STF designar magistrados para atuação como juiz auxiliar do STF em auxílio à presidência e aos ministros, sem prejuízo dos direitos e vantagens de seu cargo, além das que são atribuídas aos juízes auxiliares do Conselho Nacional de Justiça.

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4E

(1) Na hipótese de as contas serem julgadas irregulares por

(2) Caso a presidência do Tribunal não tenha recusado limi-

Gabarito 1C, 2E, 3C

julgue os próximos itens.

Gabarito 1E, 2C, 3C

(Técnico – TCU – 2009 – CESPE) Quanto ao processo em geral,

499

500 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

no Regimento Interno do TST.

(1) O corregedor-geral da Justiça do Trabalho não concorre

à distribuição de processos, embora, quando não estiver ausente em função corregedora, participe, com direito a voto, de sessões de órgãos judicantes do TST dos quais integre a composição.

1: certo, art. 38 do RI-TST; 5: errado, o prazo da convocação é de 48 horas (art. 20 do RI-TST). Gabarito 1C (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) Durante o período de férias, o presidente do TST ou seu

substituto poderá convocar, com antecedência de 24 horas, sessão extraordinária do órgão competente para julgamento de ações de dissídio coletivo, de mandado de segurança e de ação declaratória alusiva a greve que requeiram apreciação urgente.

1: errado, o prazo da convocação é de 48 horas (art. 20 do RI-TST). Gabarito 1E (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) Os processos de competência originária e recursal do TST

serão distribuídos por classe, na ordem cronológica de ingresso no Tribunal, observadas a competência e a composição dos órgãos judicantes, concorrendo ao sorteio todos os ministros do Tribunal, exceto os membros da direção e os presidentes das turmas.

1: errado, o art. 89 do RI-TST determina unicamente como exceção os membros da direção e não os presidentes das turmas. Gabarito 1E (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) Competem exclusivamente às turmas do TST julgar, entre

outros, os recursos de revista interpostos contra decisão em grau recursal dos tribunais regionais do trabalho (TRTs), assim como os agravos de instrumento contra as decisões dos presidentes de TRT que deneguem seguimento a recurso de revista.

1: certo, art. 72, I e II, do RI-TST. Gabarito 1C (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) Para atender a finalidades específicas, poderão ser insti-

tuídas, pelo Tribunal Pleno, comissões temporárias, que serão desconstituídas quando cumprido o fim a que se destinavam.

1: certo, art. 48 do RI-TST. Gabarito 1C (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

no Regimento Interno do TST.

(1) O Ministério Público do Trabalho (MPT) atua nas sessões

do TST, representado por seu procurador-geral e por subprocurador-geral, que têm assento à direita do ministro-presidente do respectivo órgão julgador. Os procuradores

no Regimento Interno do TST.

(1) Não são remetidos a parecer da Procuradoria-Geral do Tra-

balho os autos de processos oriundos de ações originárias nas quais essa Procuradoria for autora, nem aqueles de remessa facultativa pelo relator que versem sobre matéria pacificada na jurisprudência, ou para os quais seja exigida urgência no julgamento.

1: certo, art. 83, § 2º, I e II, do RI-TST. (Analista – TST – 2003 – CESPE) Quanto ao TST, julgue o seguinte

item.

(1) O TST é formado por dezessete ministros, nomeados pelo

presidente da República após o nome de cada um haver sido aprovado pelo Senado Federal. Se, em determinada ocasião, o tribunal estiver com três vagas em seu quadro, cada nome a ser encaminhado em lista ao chefe do Poder Executivo deverá ser aprovado por, no mínimo, oito ministros.

1: certo, art. 4º,§ 1º e § 2º, II do RI-TST(resposta na data da prova). Atualmente o TST é formado por vinte e sete ministros – art. 3º do RI-TST. (Analista – TST – 2003 – CESPE) Quanto ao TST, julgue o seguinte

item.

(1) Compete aos TRTs compor e remeter ao TST as listas

sêxtuplas com os nomes dos membros do Ministério Público do Trabalho (MPT) concorrentes à vaga de ministro do TST destinada ao Ministério Público.

1: errado, art. 5º do RI-TST. Caberá ao Presidente do TST dar ciência à Procuradoria Geral do Trabalho e ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, respectivamente, para formação e encaminhamento de lista sêxtupla ao Tribunal, que escolherá, dentre os nomes que a compõem, os que integrarão a lista tríplice a ser encaminhada ao Presidente da República. (Analista – TST – 2003 – CESPE) Quanto ao TST, julgue o seguinte

item.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Maria e Carmem

são ministras do TST, ambas empossadas em 5/5/2003. Maria tem quarenta anos e foi nomeada em 17/3/2003, ao passo que Carmem tem 45 anos e foi nomeada em 2/4/2003. Nessa situação, nos termos regimentais, Maria deverá ser considerada ministra de maior antiguidade em relação à ministra Carmem.

1: certo, art. 9º do RI-TST. (Analista – TST – 2003 – CESPE) Quanto ao TST, julgue o seguinte

item.

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Os ministros A,

B e C são, respectivamente, presidente, vice-presidente e corregedor-geral do TST. Um ano antes do prazo previsto para o término de seu mandato, o ministro A morreu. Nessa situação, o ministro B assumirá a presidência do tribunal e deverá convocar sessão do Plenário para se eleger apenas o ministro que assumirá o cargo de presidente até o término previsto do mandato do ministro falecido.

1: errado, art. 30, § 1º, do RI-TST. A eleição será para todos os cargos e realizada nos trinta dias seguintes (ao da vacância) e os eleitos tomarão posse em sessão solene na data marcada pelo Tribunal Pleno. Gabarito 1E

Gabarito 1C (Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

(Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

Gabarito 1C

1: certo, art. 10 do RI-TST.

1: errado, o art. 82 do RI-TST não restringe a atuação dos procuradores regionais.

Gabarito 1E

cia e usarão, nas sessões, as vestes correspondentes ao modelo aprovado. Após aposentadoria, os ministros do TST conservarão o título e as honras correspondentes ao cargo, salvo no exercício de atividade profissional.

Gabarito 1C

(1) Os ministros do TST receberão o tratamento de Excelên-

regionais do MPT, mediante delegação do procurador-geral, podem apenas oficiar nos autos em que caiba ser exarado parecer pelo MPT.

Gabarito 1C

no Regimento Interno do TST.

Gabarito 1E

(Analista – TST – 2008 – CESPE) Julgue o seguinte item, com base

15. Legislação Institucional de Carreiras

501

(Analista – TST – 2003 – CESPE) Em relação à polícia e às comissões do TST, julgue os itens seguintes.

(Analista – TST – 2003 – CESPE) No que tange a atos processuais e a processos, julgue os itens que se seguem.

(1) A Constituição da República atribui ao Ministério Público

(1) Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo era

1: errado, art. 35, XIV, do RI-TST. O presidente do Tribunal instaurará inquérito quando caracterizada infração à lei penal; 2: errado, art. 47, § 2º, do RI-TST. A Presidência das comissões caberá ao Ministro mais antigo que as compuser. Gabarito 1E, 2E (Analista – TST – 2003 – CESPE) A respeito de competências no TST e especialmente as da Seção Administrativa do TST, julgue os seguintes itens. (1) Assim como ocorre em outros tribunais superiores, o

Plenário do TST não tem competência de natureza verdadeiramente jurisdicional, uma vez que esta foi redistribuída às seções e ao órgão especial do TST.

1: errado, art. 68, VI a X, do RI-TST. Existem matérias de natureza jurisdicional dentre as matérias de competência do Plenário do TST. Gabarito 1E (Analista – TST – 2003 – CESPE) As competências do Plenário são

eminentemente administrativas. Nem todas as decisões dos TRTs em matéria administrativa comportam recurso administrativo dirigido à Seção Administrativa do TST. No atinente ao MPT e à Secretaria-Geral do TST, julgue os itens em seguida.

(1) A intervenção do MPT nos processos em curso no TST

ocorre, basicamente, em três gêneros de casos: aqueles em que a lei ou o próprio RITST assim o determine, aqueles em que o relator considere que o MPT deva analisar a necessidade de manifestar-se na causa, em virtude da relevância dela, e aqueles em que o próprio MPT requeira tal intervenção, por julgar presente interesse público no feito. (2) Se um filho de um ministro em atividade no TST for empossado, em virtude de aprovação em regular concurso público, no cargo de auxiliar judiciário do quadro desse tribunal, ele poderá ser nomeado para ocupar cargo em comissão no órgão, desde que não tenha de servir junto ao referido ministro. 1: certo, art. 83 do RI-TST; 2: certo, art. 286 do RI-TST.

parte em processo com trâmite no TST e seu advogado substabeleceu em outro patrono a procuração que receberá, com reserva de iguais poderes para si. O novo advogado constituído requereu a juntada do substabelecimento e informou que, dali em diante, ambos os profissionais estariam habilitados a representar a parte. Nessa situação, as intimações que tiverem de ser feitas nesse processo a partir da juntada do substabelecimento serão consideradas válidas se ostentarem o nome de qualquer um dos advogados, não sendo imprescindível que o nome de ambos apareça na publicação. (2) Compete ao STF julgar o mandado de segurança impetrado contra ato do presidente do TST. (3) Se estiver em tramitação processo de competência da Seção de Dissídios Individuais e uma das partes suscitar a inconstitucionalidade de lei relevante para o julgamento da causa, deverá a seção apreciar a arguição de inconstitucionalidade, após ouvido o Ministério Público, antes de ela ser levada à apreciação do Plenário; isso significa que a questão de inconstitucionalidade não será necessariamente submetida ao julgamento do Pleno. 1: certo, art. 179 do RI-TST; 2: errado, art. 69, I, b, do RI-TST. A competência é do Órgão Especial; 3: certo, arts. 244 e 245 do RI-TST. Gabarito 1C, 2E, 3C

(MP) e não ao Poder Judiciário a competência para promover a ação penal e supervisionar as investigações necessárias a esse fim. Em consequência e estritamente de acordo com o Regimento Interno do TST (RITST), sempre que ocorrer infração penal nas dependências do órgão, deve o presidente do TST limitar-se a comunicar o fato ao MP. (2) A presidência de cada uma das comissões previstas no RITST caberá ao ministro eleito pelos componentes da respectiva comissão.

(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Acerca da organização e das atribuições do TSE, previstas em disposições de seu Regimento Interno (RI-TSE) e na Constituição Federal, assinale a opção correta. (A) A escolha dos membros do TSE obedece ao critério da

nomeação pelo presidente da República, não estando previsto no RI-TSE o critério da eleição em escrutínio secreto. (B) Integram a composição do TSE, com sede na capital da República, dois ministros do STF. (C) Desde o advento da Constituição de 1988, quando foi extinto o Tribunal Federal de Recursos, membros do STJ passaram a compor o TSE. (D) O presidente e o corregedor-geral eleitoral do TSE devem ser eleitos entre os dois ministros do STF, para servirem por quatro anos, contados da posse.

A: incorreta, art. 1º, I, do RI-TSE; B: incorreta, art. 119, I, a, da Constituição Federal; C: correta, art. 119, I, b, da Constituição Federal; D: incorreta, art. 3º do RI-TSE c/c art. 119, parágrafo único, da Constituição. O Presidente será eleito dentre os ministros do STF e o Corregedor-Geral dentre os ministros do STJ e deverão servir por dois anos.

Gabarito 1C, 2C

Gabarito “C”

(Analista – TST – 2003 – CESPE) A respeito da distribuição e

(Analista – TSE – 2006 – CESPE) Quanto ao processo no TSE,

da uniformização da jurisprudência no TST, julgue os itens subsequentes.

assinale a opção correta.

(A) Somente por maioria absoluta dos juízes do tribunal poderá

Silva, que tem 68 anos de idade e já conta com tempo de serviço suficiente para aposentar-se, protocolizou, em 5 de agosto de 2003, o requerimento de aposentação. Nessa situação, os processos distribuídos ao ministro, sessenta dias antes da protocolização do requerimento e ainda não julgados, deverão ser distribuídos a outros ministros. (2) No TST, não é juridicamente cabível a instauração de incidente de uniformização de jurisprudência com base em acórdãos dissidentes proferidos por TRTs de regiões distintas.

ser declarada a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição. (B) O RI-TSE não admite recurso para dirimir divergência na interpretação de lei entre TREs. (C) Os recursos devem ser interpostos ao TSE mediante a assinatura do respectivo termo, não se admitindo a juntada de novos documentos. (D) É defeso ao relator, sem a ratificação do colegiado, negar seguimento a pedido ou recurso que esteja em confronto com súmula ou com a jurisprudência dominante do TSE ou do STF ou outro tribunal superior.

1: errado, art. 89, parágrafo único, do RI-TST. Os processos não são distribuídos ao Ministro a partir da data de apresentação do pedido de aposentadoria; 2: certo, o incidente de uniformização de jurisprudência é cabível para decisões proferidas por integrantes do mesmo tribunal (arts. 476 a 479 do CPC [corresponde ao art. 926 do NCPC]).

A: correta, a maioria absoluta dos juízes é exigência contida no art. 30 do RI-TSE; B: incorreta, o recurso para dirimir divergência de lei entre os Tribunais Regionais Eleitorais está expressamente previsto no art. 22, 3, do RI-TSE c/c art. 121, § 4º, II, da CF; C: incorreta, art. 35, § 2º, do RI-TSE; D: incorreta, art. 36, § 7º, do RI-TSE.

Gabarito 1E, 2C

Gabarito “A”

(1) Considere a seguinte situação hipotética. O ministro Carlos

502 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti (Analista – TSE – 2006 – CESPE) Ainda considerando o RI-TSE,

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Julgue os itens subsecutivos,

(A) Na contagem dos prazos referidos no RI-TSE, não se

(1) Os ministros civis do STM são substituídos por juiz-auditor

aplicam regras de direito comum.

(B) Cônjuge, companheiro ou parente de terceiro grau civil,

inclusive, de qualquer dos ministros, efetivos ou substitutos, pode ser nomeado seu assessor ou auxiliar. (C) Não se admite processo de cancelamento de registro de partido que tenha por base representação ou denúncia de eleitor, que podem ser feitas apenas por procurador-geral eleitoral ou representante de partido. (D) Nos casos omissos no RI-TSE, aplicar-se-á, subsidiariamente, o Regimento Interno do STF. A: incorreta, art. 32 do RI-TSE; B: incorreta, art. 2º, § 4º, do RI-TSE; C: incorreta, art. 79 do RI-TSE; D: correta, art. 94 do RI-TSE. Gabarito “D” (Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca STM, julgue o seguinte

item.

(1) Em razão de seu foro privilegiado, um oficial-general que,

em gozo de férias, cometa crime comum deverá ser processado e julgado originariamente pelo STM.

1: errado, o foro é privilegiado apenas para os crimes militares (art. 73, d, do Estatuto dos Militares – Lei 6.880/80). Gabarito 1E (Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca STM, julgue o seguinte

item.

(1) O oficial-general da Marinha que for nomeado ministro do

STM passará, automaticamente, a ser militar da reserva.

1: errado, será considerado em serviço ativo, quando por mais de seis meses permanecer como ministro do STM (art. 81, V, do Estatuto dos Militares – Lei 6.880/80).

referentes aos magistrados da justiça militar.

corregedor, ou, na falta deste, por juiz-auditor sorteado pelo presidente do STM entre os cinco mais antigos. (2) Juiz-auditor pode afastar-se de suas funções para realizar cursos, a critério do STM, por um período de até dois anos, contando o tempo de afastamento como de efetivo exercício. 1: errado (art. 62, III, da LOJM); 2: certo (art. 49, X, da LOJM). Gabarito 1E, 2C

assinale a opção correta.

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Com relação aos serviços auxilia-

res no âmbito da justiça militar, julgue os itens que se seguem.

(1) Mensalmente, os diretores de secretarias das auditorias

devem fornecer aos respectivos juízes-auditores a relação de inquéritos e demais processos que se encontrarem parados em suas respectivas secretarias. (2) A aplicação de pena disciplinar aos servidores auxiliares da justiça militar da União pode preceder-se de advertência. (3) Caso o diretor-geral da Secretaria do STM aplique pena disciplinar a servidor que lhe seja subordinado, o recurso da penalidade deverá ser encaminhado ao vice-presidente do STM. (4) Para ocupar cargo em um dos três primeiros níveis do grupo-direção e assessoramento superior do quadro da Secretaria do STM, o servidor deve ser ocupante de cargo de nível superior do respectivo quadro. 1: errado (art. 79, XV, da LOJM); 2: certo (art. 87 da LOJM); 3: errado (art. 85, c, c/c o art. 88, parágrafo único, da LOJM); 4: errado, devem ser atendidos os demais requisitos do art. 74 da LOJM).

Gabarito 1E

Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca STM, julgue o seguinte

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca de serviços auxiliares da

(1) Compete ao STM o julgamento dos feitos originários de

(1) Compete privativamente ao presidente do STM aplicar pena

1: certo, (art. 48, § 2º, do Estatuto dos Militares – Lei 6880/80).

(2) Servidor de secretaria que atue em processo específico

item.

conselho de justificação.

Gabarito 1C (Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca STM, julgue o seguinte

justiça militar da União, julgue os itens que se seguem.

de suspensão a servidor da justiça militar da União. subordina-se ao juiz que trabalhar nesse processo.

(3) Durante uma audiência, compete ao servidor técnico judici-

ao aguardo de inclusão em pauta para julgamento e surgir questão prejudicial a esse processo, a competência para resolvê-la será do respectivo relator.

ário que estiver trabalhando no processo lavrar procuração apud acta. (4) O servidor do STM que for negligente no cumprimento dos deveres do seu cargo poderá ser punido disciplinarmente sem prévia advertência.

1: certo, (art. 8º, parágrafo único, da LOJM – Lei de Organização Judiciária Militar – Lei 8.457/92 – atualizada até abril de 2010).

1: errado (art. 85, § 1º, da LOJM); 2: certo (art. 78 da LOJM); 3: certo (art. 80, III, da LOJM); 4: certo (art. 87 da LOJM).

item.

(1) Se um processo distribuído no STM estiver na fase relativa

Gabarito 1C

Gabarito 1E, 2C, 3C, 4C

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Julgue os itens seguintes, relativos aos órgãos de primeira instância da justiça militar.

(Analista – STM – 2011 – CESPE) No que se refere aos órgãos

(1) Os juízes militares integrantes de conselho especial de

(1) O conselho especial de justiça deve constituir-se para

(2) (3)

(4)

(5)

justiça podem ser do mesmo posto, desde que tenham maior antiguidade que a do acusado. Os conselhos de justiça têm competência para decretar prisão preventiva de acusado. O oficial que se encontre na situação de agregado à respectiva Força Armada pode ser sorteado para compor conselhos de justiça pelo período máximo de um mês. Oficial de carreira das Forças Armadas que sirva no estado do Maranhão pode compor conselho de justiça da 8.ª Circunscrição Judiciária Militar. A auditoria de correição é exercida, em cada circunscrição judiciária militar, pelo respectivo juiz-auditor mais antigo.

de primeira instância da justiça militar, julgue os itens a seguir.

cada processo e dissolver-se após a sua conclusão. Já o conselho permanente de justiça, após a sua constituição, deve funcionar durante três meses consecutivos. (2) Caso um oficial superior e um sargento sejam acusados do mesmo crime militar, por coautoria, o correspondente processo deverá tramitar perante o mesmo conselho especial de justiça, a despeito da diferença hierárquica existente entre os militares. (3) Compete ao juiz-auditor decidir acerca de livramento condicional. (4) Em quaisquer circunstâncias, veda-se aos conselhos especiais e permanente de justiça funcionar fora das sedes das respectivas auditorias.

1: certo (art. 23 da LOJM); 2: certo, (art. 28, I, da LOJM); 3: errado (art. 19, § 3º, b, da LOJM); 4: certo (arts. 2º, h e 91, da LOJM); 5: errado (art. 12 da LOJM).

1: certo (art. 23, § 1º, e art. 24 da LOJM); 2: certo (art. 23, § 3º, da LOJM); 3: certo (art. 30, XIV, da LOJM); 4: errado (art. 17 da LOJM).

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C, 5E

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E

15. Legislação Institucional de Carreiras

1: certo (art. 61 da LOJM); 2: errado (art. 40, parágrafo único, da LOJM); 3: certo (art. 50, parágrafo único, I, da LOJM). Gabarito 1C, 2E, 3C (Analista – STM – 2011 – CESPE) A respeito dos serviços auxiliares da justiça militar, julgue os itens a seguir. (1) Um dos requisitos para que servidor ocupe cargo de

segundo nível do grupo-direção e assessoramento superior do quadro da secretaria da correspondente auditoria é ter experiência para o respectivo exercício. (2) O presidente do STM tem competência para aplicar pena disciplinar de suspensão a servidor auxiliar da justiça militar da União, contudo, apenas no limite máximo de trinta dias. (3) Compete aos diretores da Secretaria do STM expedir certidão de pregões e de fixação de editais. 1: errado (art. 74, § 1º, da LOJM); 2: errado (art. 85, § 1º, da LOJM); 3: errado (art. 81, VIII, da LOJM). Gabarito 1E, 2E, 3E (Analista – STM – 2011 – CESPE) Julgue os itens seguintes, refe-

rentes ao Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União.

(1) É permitido ao servidor do STM manter sob a sua subordi-

nação hierárquica um primo.

(2) Servidor do STM que exerça cargo em comissão classifi-

(3)

(4)

(5) (6)

cado como CJ-1, ao realizar transferência patrimonial para um filho, deverá informá-la à comissão de ética da Justiça Militar da União. Autoridade da justiça militar da União pode consultar, posteriormente, a comissão de ética caso tenha dúvida sobre ato específico da gestão de bens que tenha realizado, para que não incida em desvio ético. As informações referentes ao patrimônio da autoridade da justiça militar da União devem ser disponibilizadas para consulta pública de qualquer cidadão que assim o desejar. Qualquer restrição nesse sentido caracteriza desvio ético. A ausência de publicidade nos atos administrativos enseja, necessariamente, comprometimento ético. Servidor do STM que exerce sua função de forma estranha à finalidade pública não contraria dever fundamental, caso siga as formalidades legais e não cometa violação expressa à lei.

1: certo (art. 7º, XV, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 2: certo (art.10 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 3: errado (art. 10, § 2º, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 4: errado (art. 10, § 3º, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 5: errado (art. 4º do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 6: errado (art. 6º, XV, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União). Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E, 5E, 6E (Analista – STM – 2011 – CESPE) Julgue os próximos itens, a

respeito da comissão de ética da justiça militar da União.

(1) A comissão de ética deve contar, em sua composição,

necessariamente, com um servidor do quadro permanente, designado pelo ministro presidente.

camente sobre situação específica que possa ser ainda objeto de deliberação na comissão de ética. (4) Membro da comissão de ética que venha a ser indiciado civilmente deverá ser automaticamente excluído da comissão. (5) Os integrantes da comissão de ética deverão, durante o desempenho das atividades de membro da comissão, se afastar do exercício de outras funções.

1: certo (art. 20 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 2: certo (art. 20, § 2º, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 3: certo (art. 33 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 4: errado (art. 21 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 5: errado (art. 24 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União). (Analista – STM – 2011 – CESPE) Acerca de procedimentos apu-

ratórios da comissão de ética, julgue os itens subsequentes.

(1) Servidor do STM que cometer desvio ético que se carac-

terize também como crime estará sujeito, na esfera da comissão de ética, à pena máxima que lhe poderá ser aplicada, a censura. (2) No procedimento apuratório da comissão de ética, devem ser garantidos o contraditório e a ampla defesa ao indiciado. (3) O servidor convocado para prestar informações sobre um desvio ético poderá se recusar a prestá-las, por não se tratar, necessariamente, de uma transgressão legal. (4) Recurso de decisão proferida pela comissão de ética que não seja reconsiderado em até cinco dias deverá ser encaminhado ao presidente do STM. 1: certo (art. 43 e art. 44 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 2: certo (art. 36 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 3: errado (art. 41 do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União); 4: certo (art. 45, § 2º, do Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União).

11. Legislação Aplicada ao MPU 11.1. Princípios (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Considerando a organização,

a estrutura e os princípios que orientam as atribuições do Ministério Público da União (MPU), julgue os itens a seguir.

(1) Pelo princípio da indivisibilidade, há possibilidade de um

procurador substituir outro no exercício de suas funções.

(2) O princípio do promotor natural decorre da independência

funcional e da garantia da inamovibilidade dos membros da instituição.

1: certo, seguindo o que estiver previsto em lei, pois quem atua é o órgão (Ministério Público), não seus membros em particular. Importante notar, também, que a indivisibilidade só existe dentro do mesmo Ministério Público. V. art. 127, § 1º, da CF; 2: certo. De acordo com o STF, o princípio do promotor natural decorre implicitamente da Constituição. Impede as escolhas casuísticas de promotores ou procuradores para atuarem em um processo específico, vale dizer, que seja designado um “promotor de exceção” (assim como a CF proíbe o “juiz de exceção”). Gabarito 1C, 2C

juiz-auditor do STM servir conjuntamente com um primo legítimo que seja membro do Ministério Público Militar. (2) Candidato aprovado em concurso para a magistratura da justiça militar dispõe do prazo de trinta dias, contados da publicação do ato de provimento no órgão oficial, improrrogáveis, para tomar posse. (3) Caso dois oficiais-generais tomem posse, simultaneamente, como ministros do STM, no desempate da antiguidade a ser considerada entre eles, nos novos cargos, deve-se levar em consideração a antiguidade na carreira militar.

controle interno.

(3) É vedado aos membros da comissão se manifestar publi-

Gabarito 1C, 2C, 3E, 4C

(1) De acordo com disposições legais, não há impedimento de

(2) A presidência da comissão de ética cabe ao secretário de

Gabarito 1C, 2C, 3C, 4E, 5E

(Analista – STM – 2011 – CESPE) Com relação aos magistrados da justiça militar, julgue os itens a seguir.

503

(Analista – MPU – CESPE) Em decorrência do princípio da indivisibilidade do Ministério Público, é correto afirmar que: (A) os membros do Ministério Público de um Estado podem

exercer suas funções em outro Estado, mediante designação especial do Procurador-Geral da República. (B) os membros do Ministério Público de um Estado podem ser substituídos uns pelos outros, não havendo vinculação ao processo judicial do Promotor de Justiça que oficiou primeiramente.

504 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti

(1) O procurador-geral da República será nomeado pelo pre-

sidente da República, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional.

1: errado. O PGR é nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução. V. art. 128, § 1º, da CF. Gabarito 1E (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Aos membros do MPU é vedado o exercício da advocacia,

proibição que não se estende aos ministérios públicos estaduais.

1: errado. O art. 128, § 5º, II, b, da CF refere-se tanto ao MPU quanto aos Ministérios Públicos Estaduais. Gabarito 1E (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) As funções institucionais do MPU definidas pela Constitui-

ção Federal são enumeradas de modo taxativo.

1: errado. Não reflete o disposto no art. 129, IX, da CF. Gabarito 1E (Técnico – MPU – CESPE) É função institucional privativa do

Ministério Público o (a):

(A) defesa judicial dos interesses ligados aos povos indígenas; (B) promoção de ação civil pública para a proteção do patrimô-

nio público e social;

(C) promoção de ação penal pública; (D) promoção de ação direta de inconstitucionalidade; (E) ajuizamento da promoção de ação popular.

A: incorreta. A função prevista no art. 129, V, da CF, não é privativa do Ministério Público; B: incorreta. Podem propor ACP os órgãos arrolados no art. 5º da Lei 7.347/1985; C: correta. Art. 129, I, da CF; D: incorreta. Podem propor ADIn os órgãos e entidades listados no art. 103 da CF; E: incorreta. A ação popular pode ser intentada por qualquer cidadão (art. 5º, LXXIII, da CF). Gabarito “C” (Técnico – MPU – CESPE) Suponha que, na data marcada para a

realização de um julgamento pelo júri, em que é imprescindível a participação do membro do Ministério Público, o juiz tenha tido ciência de que o único promotor da comarca está enfermo e não pode comparecer ao tribunal do júri. Nessas circunstâncias, assinale a opção correta.

(A) O juiz pode, querendo, nomear o advogado mais antigo

da comarca para desempenhar as funções do Ministério Público naquele júri específico. (B) O juiz pode, querendo, nomear algum professor direito, que resida na comarca, mesmo que não seja membro do Ministério Público, para fazer as vezes deste.

A Constituição veda a designação de promotores ad hoc (art. 129, I, c/c § 2º, da CF). (Técnico – MPU – CESPE) Um membro do Ministério Público da

União (MPU) que oficie perante um tribunal que não seja o STF e que cometa um crime comum deverá ser processado e julgado perante:

(A) o (B) o (C) o (D) o (E) o

STF; STJ; tribunal em que oficie, qualquer que seja esse tribunal; juiz federal de primeira instância; juiz de direito, qualquer que seja o delito.

Art. 105, I, “a”, da CF. (Analista – MPU – CESPE) O Ministério Público de um dos Territórios brasileiros é uma instituição: (A) funcionalmente independente, mas com autonomia parcial

por estar adstrita ao Território.

(B) permanente e essencial à função jurisdicional local. (C) com atribuição restrita à área geográfica do respectivo

Território.

(D) com orçamento vinculado ao da União, já que os Territórios

são autarquias federais.

(E) inexistente.

O Ministério Público abrange o Ministério Público da União (integrado pelo MPF, MPT, MPM e MPDFT) e o Ministério Público dos Estados (art. 128, I e II, da CF). Se existissem Territórios no Brasil, estariam abrangidos na competência do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, inexistindo um Ministério Público próprio para cada Território. (Analista – MPU – CESPE) A Constituição de um dos Estados brasileiros delimitou em quarenta vagas o número de desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça. O número de vagas atribuídas ao Ministério Público será igual a: (A) zero. (B) quatro. (C) oito. (D) treze. (E) quatorze.

De acordo com o art. 125 da CF, os Estados devem organizar a Justiça Estadual observando os princípios da Constituição. Assim, por analogia ao art. 107, I, da CF, um quinto dos desembargadores do referido Tribunal de Justiça deve ser formado por advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e por membros do Ministério Público Estadual com mais de dez anos de carreira. Um quinto de quarenta magistrados é igual a oito, que deve ser dividido entre advogados e membros do Ministério Público, sob pena de a representação ser superior a um quinto. Daí o resultado final ser igual a quatro. (Técnico – MPU – CESPE) A(s) via(s) normativa(s) adequada(s)

para a veiculação dos estatutos dos Ministérios Públicos da União e Estaduais é(são):

(A) a Constituição Federal. (B) as Constituições Federal e Estaduais, respectivamente. (C) uma única lei complementar federal. (D) leis complementares federal e estaduais, respectivamente. (E) leis ordinárias federal e estaduais, respectivamente.

Art. 128, § 5º, da CF. Gabarito “D”

(Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item.

dos Advogados do Brasil, para atuarem, naquele caso, como membros do Ministério Público. (E) Alguém que não pertença à carreira do Ministério Público não pode desempenhar as funções do Ministério Público no caso.

Gabarito “B”

Gabarito “B”

11.2. Normas Constitucionais

naquele caso, como membro do Ministério Público.

(D) O juiz deve nomear três advogados, indicados pela Ordem

Gabarito “E”

A indivisibilidade decorre do princípio da unidade. Pelo princípio da indivisibilidade, o ato é praticado pela instituição “Ministério Público”, e não por cada membro individualmente. Por isso, não há que falar em vinculação de determinado promotor a um processo, podendo haver substituição entre eles, sem que disso resulte qualquer problema (art. 127, § 1º, da CF, art. 4º da LC 75/1993 e art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.625/1993).

(C) O juiz deve nomear um advogado, à sua escolha, para atuar,

Gabarito “B”

só Chefia, a saber, o Procurador-Geral da República. (D) os membros do Ministério Público da União podem ser transferidos, a pedido ou por iniciativa da Procuradoria-Geral da República da carreira de um ramo para a de outro. (E) não pode existir mais de um membro do Ministério Público com idênticas atribuições.

Gabarito “E”

(C) todos os Ministérios Públicos do País submetem-se a uma

15. Legislação Institucional de Carreiras

505

(Técnico – MPU – CESPE) Um Procurador da República que ingres-

(Analista – MPU – 2010 – CESPE) A respeito das funções do MPU e das garantias de seus membros, julgue os itens que se seguem.

(A) exercer a advocacia. (B) exercer cargo em comissão, fora do âmbito do Ministério

(1) A promoção de membros do MPU ocorre por antiguidade ou

Art. 29, § 3º, do ADCT. A: incorreta. Exercício vedado pelo art. 128, § 5º, II, b, da CF; B: incorreta. Exercício vedado pelo art. 128, § 5º, II, d, da CF; C: incorreta. Exercício vedado pelo art. 128, § 5º, II, c, da CF; D: Não existe “promoção” do MPF para o TRF, podendo os membros ingressarem no Tribunal pelo “quinto constitucional”, observadas as regras previstas na Constituição (art. 107, I, da CF); E: correta. Art. 128, § 5º, II, d, da CF. Gabarito “E”

11.3. Normas InfraConstitucionais (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante

os juízes e juntas eleitorais serão exercidas pelo promotor eleitoral.

1: certo. Art. 78 da LC 75/1993. Gabarito 1C (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) Cabe ao procurador-geral da República, como chefe do

Ministério Público Federal, decidir, em grau de recurso, conflitos de atribuições entre órgãos componentes da estrutura do Ministério Público Federal.

1: certo. Art. 49, VIII, da LC 75/1993. Gabarito 1C (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue o seguinte item. (1) O procurador-geral da República exerce a função de

procurador-geral eleitoral.

1: certo. Art. 73 da LC 75/1993. Gabarito 1C (Analista – MPU – 2010 – CESPE) Julgue os seguintes itens. (1) O presidente da República, no uso de suas atribuições de

chefe de Estado, nomeia o procurador-geral de justiça nos estados, o procurador-geral militar e o procurador-geral do trabalho. (2) A destituição do procurador-geral de justiça do Distrito Federal e territórios exige a deliberação da maioria absoluta dos membros da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

1: errado. O Presidente da República nomeia o Procurador-Geral da República, que é Chefe do Ministério Público da União (MPU = MPF + MPT + MPM + MPDFT – v. art. 128, I e § 1º, da CF e art. 25 da LC 75/1993). O Procurador-Geral da República, por sua vez, nomeia o Procurador-Geral Militar e o Procurador-Geral da Trabalho (art. 26, IV, da LC 75/1993). Como o Ministério Público dos Estados não integra o MPU (art. 128, II, da CF), o Procurador-Geral da cada estado não pode ser nomeado pelo Procurador-Geral da República (e, com mais razão, nem mesmo pelo Presidente da República, pois haveria afronta ao princípio federativo). Nesse caso, de acordo com o art. 9º da Lei 8.625/1993 “Os Ministérios Públicos dos Estados formarão lista tríplice, dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento”; 2: errado. De acordo com o art. 9º, § 2º, da Lei 8.625/1993, “A destituição do Procurador-Geral de Justiça, por iniciativa do Colégio de Procuradores, deverá ser precedida de autorização de um terço dos membros da Assembleia Legislativa”. No caso do DF, por um terço dos membros da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

merecimento, independentemente de solicitação, interesse público ou autorização do órgão colegiado. (2) Compete ao colégio de procuradores da República elaborar, mediante votação obrigatória, lista tríplice para a composição de todos os tribunais superiores. 1: errado. As promoções ocorrem, alternadamente, por antiguidade e merecimento (art. 199 da LC 75/1993). Entretanto, além da presença de interesse público, o interessado pode renunciar ou recusar a promoção (art. 199, § § 3º e 4º, da LC 75/1993), havendo indispensável participação do Conselho Superior (V. por exemplo, art. 200, caput e § 3º e art. 202, §§ 1º e 4º, ambos da LC 75/1993); 2: errado. Conforme prevê o art. 53 da LC 75/1993, “Compete ao Colégio de Procuradores da República: I elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para a composição do Superior Tribunal de Justiça, sendo elegíveis os membros do Ministério Público Federal, com mais de dez anos na carreira, tendo mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - elaborar, mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, a lista sêxtupla para a composição dos Tribunais Regionais Federais, sendo elegíveis os membros do Ministério Público Federal, com mais de dez anos de carreira, que contém mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos de idade, sempre que possível lotados na respectiva região”. (Analista – MPU – 2010 – CESPE) A partir da definição do MPU como instituição permanente com incumbências claras e relacionadas aos fundamentos da República, criou-se estrutura organizacional dotada de características próprias. Acerca desse tema, julgue os itens seguintes. (1) A participação de membros do Ministério Público do Tra-

balho em comissões técnicas ou científicas relacionadas à instituição ocorre mediante a designação do procurador-geral do trabalho, ouvido o conselho superior respectivo. (2) Os promotores de justiça e os promotores de justiça adjuntos devem oficiar junto às varas da justiça do Distrito Federal e territórios. (3) Para concorrer à lista tríplice do Ministério Público do Distrito Federal, o membro desse ministério tem como elemento de eliminação apenas o seu tempo de exercício nas funções de carreira. 1: certo. Art. 91, XIV, b, da LC 75/1993; 2: certo. Arts. 178 e 179 da LC 75/1993; 3: errado. Não reflete o disposto no art. 156, § 1º, da LC 75/1993: “Concorrerão à lista tríplice os membros do Ministério Público do Distrito Federal com mais de cinco anos de exercício nas funções da carreira e que não tenham sofrido, nos últimos quatro anos, qualquer condenação definitiva ou não estejam respondendo a processo penal ou administrativo”. Gabarito 1C, 2C, 3E

Público, desde que esteja em disponibilidade. (C) dirigir, como sócio-gerente, uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada. (D) ser promovido ao cargo de Juiz de Tribunal Regional Federal, após dez anos na carreira. (E) ocupar, concomitantemente às funções ministeriais, um único cargo público de magistério.

Gabarito 1E, 2E

sou na carreira do Ministério Público Federal em 1989 pode:

(Analista – MPU – CESPE) A transferência de servidores do quadro funcional de um para o de outro ramo do Ministério Público da União (MPU): (A) é legalmente vedada. (B) é inaceitável, embora a legislação seja omissa tendo em

vista que esse procedimento fraudaria a existência de concurso público para o provimento de cargos.

(C) é possível. mas somente por ato de iniciativa do adminis-

trador.

(D) é possível, mas sendo o caso de transferência a pedido do

servidor, exige-se o prazo mínimo de dois anos na unidade em que o requerente tenha sido lotado por força do provimento inicial do cargo da carreira. (E) independe da existência de vaga no órgão de destino. De acordo com o art. 28 da Lei 11.415/2006, “Ao servidor integrante das Carreiras dos Servidores do Ministério Público da União será permitida movimentação, no mesmo ramo, a critério do Procurador-Geral respectivo, ou entre ramos diversos, a critério do Chefe do Ministério Público da União, para ocupação de vagas, no próprio Estado e no Distrito Federal, ou entre as diversas Unidades da Federação, consoante os seguintes critérios: I - concurso de remoção a ser realizado anualmente entre os Servidores das Carreiras do Ministério Público da União ou previamente a concurso público de provas ou de provas e títulos das

Gabarito 1E, 2E

506 Gabriela Rodrigues, Marcos Destefenni, Maria do Carmo Milani, Renan Flumian, Rodrigo Saber e Sávio Copetti Carreiras do Ministério Público da União, descrito em regulamento, que será editado no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da vigência desta Lei; II - permuta, em qualquer período do ano, entre dois ou mais servidores das Carreiras dos Servidores do Ministério Público da União, descrita em regulamento, que será editado no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da vigência desta Lei.”

(Técnico – MPU – CESPE) É possível que dois ou mais membros

do Ministério Público encontrem-se em situação de conflito de atribuição. Em outros termos. podem estar em desacordo quanto a qual deles deva oficiar em determinado processo ou desencadear determinadas providência. Esses conflitos de atribuição, entre membros de um mesmo ramo do Ministério Público da União são decididos pelo(a) respectivo(a).

Gabarito “C” (Analista – MPU – CESPE) Em decorrência de sua autonomia administrativa é assegurado ao MPU:

(A) Câmara de Coordenação e Revisão, cabendo recurso para

(A) propor ao Poder Legislativo a criação e a extinção de cargos

(B) Conselho Superior, em pronunciamento definitivo. (C) Conselho Superior, cabendo recurso para o Procurador-

Art. 127, § 2º, da CF, art. 22 da LC 75/1993 e art. 3º da Lei 8.625/1993. Gabarito “C” (Técnico – MPU – CESPE) O membro do Ministério Público da União pode perder o cargo, (A) a qualquer tempo, por decisão do Procurador-Geral do ramo

a que esteja vinculado, ouvido o Conselho Superior.

(B) a qualquer tempo, por decisão do Procurador-Geral da

República, ouvido o Conselho Superior.

(C) a qualquer tempo, mas somente por decisão judicial tran-

sitada em julgado.

(D) durante o estágio probatório, por decisão da maioria abso-

luta do Conselho Superior respectivo.

-Geral.

(D) Conselho Superior. cabendo recurso para o Procurador-

-Geral da República.

(E) Procurador-Geral.

O PGR é autoridade competente para resolver conflito de atribuição entre membros de ramos diferentes do MPU (art. 26, VII, da LC 75/1993). Entre membros do mesmo ramo do MPU, a decisão cabe à Câmara de Coordenação e Revisão, com recurso para o Procurador-Geral respectivo. Confiram-se os seguintes artigos da LC 75/1993: MPF: art. 62, VII, e art. 49, VIII; MPT: art. 103, VI, e art. 91, VII; MPM: art. 136, VI, e art. 124, VI; MPDFT: art. 171, VIII, e art. 159, VI. Os conflitos de atribuições entre membros de um Ministério Público Estadual são resolvidos pelo Procurador-Geral (art. 10, X, da Lei 8.625/1993). Gabarito “A”

de membros da Instituição, mas não lhe compete propor a criação de cargos de serviços auxiliares , cuja iniciativa é privativa do Presidente da República. (B) organizar os seus serviços auxiliares, desde que o faça observando as diretrizes definidas pelo Ministro da Administração e Reforma do Estado. (C) prover, privativamente, os cargos de suas carreiras. (D) não se submeter a controle externo para efeito de fiscalização operacional e patrimonial. (E) realizar os seus concursos públicos e dar posse aos aprovados, desde que inexista decreto do Presidente da República impedindo contratação no âmbito da Administração Pública.

o Procurador-Geral.

(Técnico – MPU – CESPE) É atribuição privativa do Ministério

Público:

(A) promover a ação civil pública. (B) promover a ação penal pública. (C) controlar as contas públicas. (D) promover a ação direta de inconstitucionalidade. (E) requisitar a abertura de inquérito policial.

MPF: Art. 57, XX; MPT: art. 98, XVIII; MPM: art. 131, XVIII e MPDFT: art. 166, XVIII, todos da LC 75/1993.

A: incorreta. Podem propor ACP os órgãos listados no art. 5º da Lei 7.437/1985; B: correta. Art. 129, I, da CF; C: incorreta. O Ministério Público não possui essa atribuição; D: incorreta. Podem propor ADIn todos os órgãos e entidades arrolados no art. 103 da CF; E: incorreta. Não reflete o disposto no art. 5º, II, do CPP.

Gabarito “B”

Gabarito “B”

(E) após o vitaliciamento, por decisão de dois terços do Con-

selho Superior respectivo.

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF