Colorações_ Capilares_01.pdf

September 24, 2017 | Author: Surane Souza | Category: Chemical Bond, Amino Acid, Proteins, Hydrogen, Ionic Bonding
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Programa de Educação Continuada a Distância

Curso de Colorações Capilares

Aluno:

EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

Curso de Colorações Capilares MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

SUMÁRIO

MÓDULO I 1. Introdução 2. A Estrutura do Cabelo 2.1 Estrutura Externa do Cabelo 2.1.1 Cutícula 2.1.2 Medula 2.1.3 Córtex 2.2 Estrutura Interna do Cabelo 2.2.1 Segmento Superior 2.2.2 Segmento Inferior 2.3 Composição Química do Cabelo 2.3.1 Os Aminoácidos 2.3.2 As Proteínas 2.3.3 A Proteína Queratina 2.4 Outros Componentes do Cabelo 3. As Fases de Nascimento, Crescimento e Morte do Cabelo 3.1 Fase Anágena 3.2 Fase Catágena 3.3 Fase Telógena 4. A Cor dos Cabelos 4.1 O Processo de Formação da Melanina 5. O Cabelo Branco

MÓDULO II 6. Como Podemos Modificar a Cor dos Cabelos 7. A Tintura e sua Composição 7.1 Composição Básica de uma Tintura 7.1.1 Suporte 7.1.2 Agentes Alcalinizantes

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7.1.3 Agente Oxidante 7.1.4 Substâncias Corantes 7.1.5 Classificação dos Pigmentos Artificiais 7.2 O Processo de Pigmentação 7.2.1 Ação da Tinta Permanente 7.2.2 Ação da Tintura Semipermanente 7.2.3 Ação dos Pigmentos Temporários 7.2.4 Ação dos Sais Metálicos 7.2.5 Ação das Tinturas Vegetais MÓDULO III 8. Colorimetria - O Estudo das Cores 8.1 O que é a Cor 8.1.1

Classificação das cores

8.1.2

Compreendendo as Cores Separadamente

8.1.3

As Cores e a sua Referência em Colorimetria

8.2 Como Ler os Números das Nuances 9. Região Quente e Região Fria 10. Processo de clareamento dos cabelos: natural e artificial 10.1 O Clareamento Natural 10.2 O Clareamento Artificial 10.2.1 Descoloração 10.2.2 Cuidados para fazer uma Descoloração 10.2.3 Decapagem 10.2.4 Xampu Descolorante 11. Fundo de Clareamento 11.1 O fundo de clareamento e sua interferência na cor 12. Técnicas de Coloração 12.1 Coloração Temporária 12.2 Coloração Semitemporária 12.3 Coloração Vegetal 12.4 Sais Metálicos 4 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

12.5 Pré-pigmentação 12.5.1 Utilizando bem a pré-pigmentação 12.6 Repigmentação 12.7 Mordançagem 12.8 Tintura Permanente 13. Aplicando a Tinta 13.1 Cabelos Virgens 13.1.1 Tintas Escuras 13.1.2 Tintas Claras 13.1.3 Tintas quentes - Cobre, acaju ou vermelho 13.2 Cabelos Tinturados 13.2.1 Tinta Escura em Cabelo Claro 13.2.2 Tinta Clara em Cabelos Escuros 14. Misturando tinta 14.1 Como misturar tinta com água oxigenada 14.2 Misturas proporcionais 14.3 Misturas não proporcionais 14.4 Base para Misturas 14.5 Sugestão de Misturas Perfeitas e Imperfeitas 14.5.1 Para cabelos naturais escuros (na altura do 3 ou 4) com oxigenada de 20 ou 30 volumes 14.5.2 Para cabelos descoloridos que atingiram o amarelo para dar a tonalidade acinzentada com oxigenada de 20 volumes 14.5.3 Para cabelos descoloridos em tom de vermelho – alaranjado, com oxigenada de 20 volumes 14.5.4 Para cabelos descoloridos (amarelados) para criar vários tons de marrom e acaju com oxigenada de 20 volumes 14.5.5 Para cabelos descoloridos (amarelados) para tonalidade castanho dourado com oxigenada de 20 volumes 14.5.6 Para cabelos descoloridos (amarelados) para criar a tonalidade pastel 14.5.7 Mecha marrom

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15. Pintando os cabelos brancos 15.1 Com pré-pigmentação 15.2 Com Oxidante de 30 Volumes 15.3 Tabela Cobertura de Cabelos Brancos 16

Cabelos Coloridos – Retoque de Raiz

MÓDULO IV 17. Coloração artística 17.1 Materiais usados para a coloração artística 17.2 Luzes 17.3 Reflexo 17.4 Mechas 17.5 Mechas em zig-zag 17.5.1 No alto da cabeça 17.5.2 No meio da cabeça 17.6 Balaiagem 17.7 Marmorização 18. Dicas de colorimetria 19. Técnicas alternativas de mechas e coloração artística 19.1 Divisão em forma de laço 19.2 Mechas ou luzes californianas 19.3 Em forma triangular pelas laterais 19.4 Triângulo fechado 19.5 Luzes espanholas 19.6 Losango 19.7 Strong 19.8 Dicas Importantes 20. Sugestão de misturas ou combinações de cores para MECHAS 21. As cores certas para cada tipo 21.1 Loira de Pele Muito Clara 21.2 Loira Bronzeada

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21.3 Morena Clara 21.4 Ruiva 21.5 Oriental 21.6 Mulata 21.7 Negra 22. Erros Comuns 22.1 Erros nas Luzes ou Mechas 22.1.1 Brancas demais 22.1.2 Amarelada demais 22.1.3 Sobrou branco 22.2 Erros na tintura 22.2.1 Resultado mais claro 22.2.2 Resultado mais escuro 22.2.3 Resultado avermelhado 22.2.4 Resultado rosa ou arroxeado 22.2.5 Resultado cinza demais 22.2.6 Falimento da descoloração 23. Exemplos de avaliação para uma coloração 24. Os danos causados ao cabelo pela ação de tinturas 25. Tratando um cabelo tinturado 25.1 Tratamentos 25.1.1 Peeling capilar 25.1.2 Argiloterapia 25.1.3 Hidratação 25.1.4 Nutrição 25.1.5 Reestruturação REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 - Introdução

O cabelo distanciou-se ao longo dos séculos de sua real importância, a de proteção. Transformado em símbolo de status, poder, beleza e força, sempre teve para a raça humana um papel importante muito mais ligado ao ego do que à anatomia. Achados arqueológicos, como pentes e navalhas feitos em pedra, mostram isto. Primeiro entre os homens, que desde a mais remota antiguidade já tinham o hábito de barbear e cortar o cabelo. Os primeiros salões de cabeleireiros surgiram em Atenas, na Grécia. Em algumas lojas foram sendo instalados espaços adequados ao tratamento de beleza, e assim surgiu o salão e a profissão de barbeiro, exclusiva do sexo masculino. Para as mulheres o culto à beleza, apesar de iniciar bem mais tarde, em relação aos homens, também é muito antigo. Cleópatra foi uma das primeiras mulheres a escrever um manual de beleza, loções contra rugas, manchas cutâneas, máscaras e óleos para conservação da pele. Na Grécia antiga era comum a utilização de uma raiz vermelha conhecida como “polderos” e “cerato de mel” para mudar a tonalidade dos órgãos mais sensíveis e irrigados da face. No Egito faraônico, elas utilizavam um pó natural, denominado Púrpura de Tyr, para se enfeitar e chamar a atenção. Durante os séculos XVII e XVIII, na França dos “Luises”, propagava-se a moda de perucas com cachos; pós de arroz e brilhos em um já intenso comércio de produtos cosméticos nas ruas de Paris. Em 1750 já eram mais de 600 os cabeleireiros atuantes. Há mais de três mil anos os egípcios foram os primeiros a desenvolver a técnica de tintura de tecidos e de cabelos, utilizando inúmeros corantes que extraíam da matéria animal e vegetal. Estes mesmos corantes foram utilizados por muitas civilizações no decorrer dos séculos, e até mesmo nos dias atuais. E ainda estão ligados à Antiguidade, como a Camomila, a Henna e o Índigo, entre outros. O cabelo liso teria sido, durante séculos, uma representação de status das classes mais altas. A influência desse símbolo pode ser comprovada quando se

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repara nas técnicas que as mulheres chegaram a usar para alisar cabelos há algumas décadas – grande parte delas era bastante agressiva aos fios. Antes de 1960, uma técnica muito popular era colocar as mechas entre duas chapas de metal que chegavam à temperatura de 250º C. O calor excessivo desintegrava a queratina – proteção natural do cabelo – e estragava os fios. Atualmente há uma versão remodelada dessa “chapinha excessiva”, que regula a temperatura e oferece maior proteção aos cabelos. Outra tática muito usada foi o ferro de passar roupas. As jovens colocavam papel sobre os fios e passavam o ferro bem quente sobre os cabelos. Nos anos 60 surgiram os alisamentos a frio, feitos com produtos químicos. Mas os cachos tiveram também seu tempo de glória. Em 1918 Nessler, um alemão emigrado para a Basileia, cria a formulação “permanente”, que é experimentada por muito tempo. Em 1940, a moda das ondas sobrevive ao período de guerra e reflete a situação econômica e política vigente. As irmãs Carita abrem um salão de beleza. São as primeiras mulheres a exercer a profissão de cabeleireiro e a entrar num mercado até então predominantemente masculino. Com a II Grande Guerra, muitos deles se alistaram no Exército para lutar, dando lugar para as mulheres. Aparece ainda nesta década a permanente a frio. Seu criador é o inglês Speakman, que a testa por quatro anos. A patente é adquirida pela americana Heléne Curtis e a difunde na Europa pela L’oréal. De lá para cá, entre lisos ou crespos, loiros, ruivos ou escuros, aos cabelos ainda se dá tal importância que as indústrias de cosméticos estão hoje entre as que mais crescem em todo o mundo.

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2 - A Estrutura do Cabelo

Os cabelos são divididos em duas partes: a externa, aquela visível aos nossos olhos, e a interna, aquela que fica sob a pele.

2.1 - Estrutura Externa do Cabelo

A parte visível, a Haste, é composta de três partes distintas:

2.1.1 Cutícula A cutícula, superfície protetora do cabelo, tem a função de não permitir que substâncias nocivas penetrem no núcleo do cabelo e de protegê-lo da excessiva evaporação de água. É responsável pelo brilho e maciez dos fios. Transparentes e não pigmentadas, as células cuticulares são muito achatadas e se recobrem diversas vezes umas às outras.

2.1.2 Medula Ausente no lanugo ou no velus humano, a medula é formada por células anucleadas,

fracamente

queratinizadas,

contendo

lipídios

e

granulações

pigmentadas. Devido à dificuldade de isolamento dessas células, suas funções não são claras quanto às propriedades físicas e químicas do cabelo.

2.1.3 Córtex O córtex é a principal estrutura do cabelo. É responsável pela elasticidade, resistência e onde se encontra a cor dos fios. Formado por células fusiformes, é composto por uma alta concentração de queratina.

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Fig.1-Estrutura Fio www.colegiosaofrancisco.com.br

2.2 - Estrutura Interna do Cabelo

Fig. 1 estrutura do cabelo- Instituto de Bioquímica Universidade de São Paulo

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Formado pelo infundíbulo piloso, que compreende dois segmentos: superior e inferior.

2.2.1 - Segmento Superior

Segmento superior: localizado à altura da inserção do músculo eretor até a superfície da pele, é composto por: Istmo: que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a desembocadura da glândula sebácea. O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a superfície da pele; a saída do infundíbulo na superfície da pele é chamada de óstio folicular. Acrótriquio: é a porção intraepidérmica do folículo Glândula sebácea: glândula responsável pela liberação do sebo que tem a função de lubrificar o fio.

2.2.2 - Segmento Inferior

O segmento inferior compreende a região que vai do músculo eretor até a base do bulbo, é composto por: •

Bainha interna da raiz (camada de Huxley e camada de Henle)



Bainha externa da raiz



Membrana basal hialina



Matriz do pelo



Melanócitos



Células germinativas



Bulbo

2.3 - Composição Química do Cabelo

A queratina é o componente essencial do cabelo, uma proteína constituída 12 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

pela combinação de 18 aminoácidos. Para compreendermos melhor vamos primeiro estudar o que são proteínas e aminoácidos.

2.3.1 - Os Aminoácidos

Aminoácidos são os “blocos de construção” do corpo. Além de construir células e concertar os tecidos, eles formam anticorpos para combater as bactérias e vírus que invadem; eles fazem parte da enzima e do sistema hormonal; eles constroem nucleoproteínas (RNA e DNA). Os aminoácidos transportam oxigênio por todo corpo e participam das atividades dos músculos. São classificados em essenciais e não-essenciais. Os essenciais, ou indispensáveis, são aqueles que o organismo humano não consegue sintetizar. Desse modo, eles devem ser obrigatoriamente ingeridos através de alimentos. Os aminoácidos não-essenciais, ou dispensáveis, são aqueles que o organismo humano consegue sintetizar a partir dos alimentos ingeridos.

2.3.2- As Proteínas

As proteínas são consideradas as macromoléculas mais importantes das células. São formadas a partir da união de muitos aminoácidos. Elas possuem diversas funções nos mais diversos organismos. As milhares de enzimas que um organismo possui são todas proteínas com funções importantes. São formadas a partir da combinação de aminoácidos, entretanto, só existem 20 aminoácidos primários, a partir dos quais são formados outros aminoácidos, e as milhares de proteínas. Uma proteína pode ter função de defesa (anticorpos, veneno de serpentes), função de reserva (ovoalbumina, encontrada no ovo, caseína, encontrada no leite), de transporte – pode-se citar como exemplo a hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue, função estrutural (queratina, colágeno), entre outras. As proteínas seriam, então, moléculas grandes, formadas por outras moléculas menores denominadas aminoácidos.

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2.3.3 - A Proteína Queratina

A queratina é formada por cerca de 15 aminoácidos diferentes, que se repetem e interagem entre si. Quando dois aminoácidos se unem, existe uma ligação bipeptídica; caso três ou mais aminoácidos sejam encontrados unidos, teremos uma ligação denominada ligação polipeptídica. Ela também é formada por cadeia polipeptídica de aminoácidos diferentes, cuja sequência é programada geneticamente. Dentre eles pode-se classificar como sendo seu principal aminoácido a cisteína. Os aminoácidos presentes na queratina interagem entre si através de três tipos de ligações, que são: as pontes de hidrogênio e ligações covalentes bissulfeto (-S-S-), denominadas ligações cisteídicas ou dissulfídicas e as ligações iônicas. As ligações de hidrogênio são interações que ocorrem entre o átomo de hidrogênio e dois ou mais átomos, de forma que o hidrogênio sirva de “elo” entre os átomos com os quais interagem. As ligações de hidrogênio são as mais fracas no cabelo, se rompem com a ação da água quando o cabelo é lavado e se religam quando o cabelo está seco. O átomo de hidrogênio, em vez de se unir a um só átomo de oxigênio, pode se unir simultaneamente a dois átomos de oxigênio, formando uma ligação entre eles. As ligações iônicas são um tipo de ligação química baseada na atração eletrostática entre dois íons carregados com cargas opostas. Ligação ou ponte dissulfeto: que são interligações entre cadeias ou entre partes de uma cadeia, formadas pela oxidação de radicais de cisteína, formada pela união de grupos – SH dos aminoácidos chamados de cisteína. A queratina está presente nos seres vivos em unhas, chifres, pelos, penas, etc.

2.4 - Outros Componentes do Cabelo

Água: Fundamental, o seu teor pode variar de acordo com a umidade relativa do ar, mas chega em torno de 10% da composição química de um fio.

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Quando o cabelo está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso.

Lipídios: Fazem parte da composição e podem estar tanto interna quanto externamente. Tanto os óleos internos quanto externos somam 6% da composição dos fios. Os internos ajudam na estrutura do fio e os externos são responsáveis pela lubrificação ao longo dele. Podemos encontrar ainda: carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e enxofre, nas seguintes proporções: •

Carbono - 45%



Hidrogênio - 7%



Oxigênio - 28%



Nitrogênio - 15%



Enxofre - 5%

Existem também pequenas quantidades de sódio, cálcio, ferro, etc. Estes elementos estão ligados uns aos outros, o que resultará na formação de moléculas, no nosso caso são aminoácidos. Quando estes aminoácidos ligam-se uns aos outros, com um arranjo espacial e em número particular, dão origem às proteínas.

3 - As Fases de Nascimento, Crescimento e Morte do Cabelo

Fig.2: Fases do nascimento. http://www.clinicaregis.com.br/pelo.asp

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Os fios de cabelo não crescem indefinidamente. Após certo período a parte inferior do folículo sofre uma mudança degenerativa, em que o segmento bulbar é quase totalmente destruído. O cabelo cresce, em média, de 1 cm a 1,5 cm por mês, por ciclos, obedece a um renascimento planejado, onde cada fio de cabelo tem um ciclo de vida de 4 a 7 anos, aproximadamente. Cada folículo piloso está programado para ter, em média, 25 ciclos de vida. Na papila dérmica se desenvolvem as três fases de um ciclo.

3.1 - Fase Anágena

A fibra do pelo é produzida na fase anágena ou fase de crescimento ativo. Esta pode ser subdividida em proanágena (que marca a iniciação do crescimento), meságena e metanágena. Com duração que vai de três a sete anos, aproximadamente, 80% a 90% dos fios de cabelos estão nesta fase.

3.2 - Fase Catágena

Um período de regressão controlada do folículo. Também chamada de fase de repouso, pois o cabelo inicia o processo de morte programada da célula e pode durar cerca de duas a três semanas e cerca de 1% dos cabelos estariam nesta fase.

3.3 - Fase Telógena

Fase sem crescimento e onde o pelo perde a aderência interna, sendo facilmente arrancado. Tem duração de até quatro meses.

4 - A Cor dos Cabelos

Ao contrário do que muitos acreditam a cor dos cabelos não está na cutícula, mas sim alojada dentro do córtex, que dentre as muitas funções está a de armazenar as células de pigmentação dos cabelos, ou seja, as melaninas. A

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formação da cor dos cabelos ocorre de maneira interessante. A cor surge a partir da atividade dos melanócitos, células residentes no bulbo do folículo piloso e que produzem grânulos de um pigmento escuro conhecido como melanina, sintetizado a partir do aminoácido tirosina. Quimicamente falando, estes pigmentos são polímeros, sendo que o pigmento responsável pela coloração amarelada é composto por uma complexa mistura de polímeros que contêm altos percentuais (10% até 12%) de enxofre.

Fig. 3 - Os pigmentos de cor - O ATLAS DO CABELO Concepção e produção CLAERHOUT S/A, Bélgica.

Fig. 4 - Ilustração dos principais componentes que envolvem a cor Dept. de Bioquímica do Inst. de Química da Universidade de São Paulo

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4.1 - O Processo de Formação da Melanina

Dois tipos de melaninas são responsáveis pela cor dos cabelos: eumelanina (coloração amarronzada e preta) e a feomelanina (amarelo ao vermelho) que combinadas entre si formam as diversas tonalidades existentes. As células responsáveis pela síntese da melanina são os melanócitos, que em seu interior possuem os melanossomos onde a melanina é armazenada. A síntese da melanina ocorre a partir do aminoácido tirosina, catalisada pela enzima tirosinase, que por sua vez é responsável pela catalização das duas primeiras etapas da reação bioquímica de formação da melanina: primeiro oxidando a tirosina em 3,4-di-idroxifenilalanina (DOPA) e a DOPA em DOPA-quinona. Ocorre em seguida a transformação espontânea da DOPA-quinona em leucodopacromo e dopacromo. Inicia-se então uma cascata bioquímica, a qual termina com a formação de pigmento castanho-preto chamado eumelanina. A conjugação de DOPA-quinona com cisteína ou glutationa resulta em cisteinildopa e glutationildopa. Ambos passam por uma série de transformações, gerando finalmente um pigmento vermelho-amarelo chamado feomelanina.

No quadro abaixo observe o resumo das transformações:

Fig 5 - Reações de formação da melanina. http://www.adeliamendonca.com.br/dicas/dica2.html

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Os melanossomas são transferidos de seu local de síntese, a região perinuclear dos melanócitos, até as pontas de seus dendritos. A transferência dos melanossomos dos melanócitos para os queratinócitos ocorre por um processo ainda não totalmente esclarecido. As hipóteses são de que o melanossoma seja injetado diretamente no queratinócito ou ainda que ocorra fagocitose da organela na extremidade dendrítica do melanócitos. É interessante notar que a melanina produzida por uma célula da pele consegue suprir até 40 queratinócitos, enquanto que uma do cabelo apenas quatro ou cinco. As diferenças de coloração são devidas às diferenças no número, tamanho e arranjo dos melanossomos.

Fig. 6 - Ultraestrutura de um melanócito. FONTE: TOLEDO, 2004, pág. 26 Fig. 7 melanócitos

A atividade melanogênica dos melanócitos foliculares é estreitamente relacionada com a fase anágena do ciclo de crescimento do cabelo. Pode-se afirmar só que é pigmentado na fase de crescimento. Na fase catágena a formação de melanina é interrompida e permanece ausente também na fase telógena.

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Fig. 8 - Fio de cabelo humano ampliado (foto:

ao

Edward

microscópio. Dowlman

-

Strathclyde University).

Na figura acima é possível observar os grânulos de pigmentos distribuídos ao longo do eixo do pelo.

5 - O Cabelo Branco

Canície é o nome dado à despigmentação capilar, que surge gradualmente após a terceira década de vida, culminando com a idade avançada, mas que, no entanto, pode estar presente desde muito cedo. A Canície precoce pode ocorrer também por fatores genéticos, como distúrbios, como a síndrome de Werner. A tirosinase é sintetizada no retículo endoplasmático rugoso e armazenada em vesículas do aparelho de Golgi. Quando a síntese de melanina se completa no melanossomo, quando não há mais atividade enzimática, está pronto o grão de melanina. A perda do poder melanogênico está diretamente ligada aos melanócitos do bulbo piloso, não ocorrem alterações nos melanócitos da epiderme. É durante a fase catágena que cessa toda atividade da papila dérmica. É a fase de repouso, onde também se dá o processo da transcrição do código de síntese da tirosinase. É possível que após os 30 anos de idade esta paralisação tenha mais dificuldade de reativar a atividade. O “embranquecimento” do cabelo pode também ser explicado por uma incapacidade de alguns melanócitos de produzir pigmentos e outros de transferir o 20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores

pigmento aos queratinócitos, o que poderia estar também ligado a uma informação genética. O tipo de melanina que um indivíduo tem é controlado por células pigmentares, que por sua vez são determinadas pelos genes. Com o processo de envelhecimento, estas células pigmentares localizadas na base dos nossos folículos capilares param de produzir melanina; sem ela os cabelos se tornam brancos. O corpo humano não tem nenhuma fonte de melanina, como uma glândula. Essa substância química é produzida em cada um dos folículos capilares, portanto cada fio de cabelo torna-se branco individualmente.

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