Uma coleção com resumos em geral na área de Microbiologia....
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VIII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia XIII Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do Ceuls/Ulbra
Pesquisa, Educação e Inovação
ISSN 1808-3072
Santarém/PA 2013
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VIII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia C A D E R N O D E R E S U M O S
XIII Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do Ceuls/Ulbra
Pesquisa, Educação e Inovação
Santarém/PA 2013
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Organização do Evento: Coordenação de Pós- Graduação, Pesquisa e Extensão Anais do VIII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia e XIII Salão de Pesquisa e Iniciação do CEULS/ULBRA Santarém Organização e Editoração Eletrônica dos Anais: Igo Tarcio Ramos de Menezes, Maria Viviani Escher Antero Direitos desta edição são reservados ao Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA CEP: 68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail:
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Os textos são de inteira responsabilidade de seus Autores
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VIII CONGRESSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA E XIII SALÃO DE PESQUISA E INICIAÇÃO CIENTIFICA DO CEULS/ULBRA TEMA: PESQUISA, EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO 06 a 08 DE NOVEMBRO DE 2013 COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA SÃO PAULO Presidente: Adilson Ratund Vice-Presidente: Jair de Souza Junior
COMISSÃO EDITORIAL Igo Tarcio Ramos de Menezes Maria Viviani Escher Antero COMISSÃO CIENTÍFICA
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Reitor: Marcos Fernando Ziemer Pró-Reitor de Planejamento e Administração: Romeu Forneck Pró-Reitor Acadêmico: Ricardo Willy Rieth Pró-Reitor Adjunto de Ensino Presencial Pedro Antonio González Hernández Pró-Reitor Adjunto de Ensino a Distância:Pedro Luiz Pinto da Cunha Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação:Erwin Francisco Tochtrop Júnior Pró-Reitor Adjunto de Extensão e Assuntos Comunitários:Valter Kuchenbecker Capelão geral: Pastor Lucas André Albrecht
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM
Manuel Elbio Aquino Sequeira Rosangela Maria Lima de Andrade Paula Cristina Galdino de Oliveira Izabel Alcina Soares Evangelista Carlos Alberto Pedroso Araujo Fernando Augusto Ferreira do Valle Alberto Soares Evangelista Damião Pedro Meira Filho Leila Fatima Oliveira De Jesus Robert Marialina Correa Sobrinho Cleyton André Maia Dos Santos Marilza Serique dos Santos CORRESPONDÊNCIA Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP: 68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail:
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Diretor Geral: Ildo Schlender Capelão: Rev. Maximiliano Wolfgramm Silva Coordenação de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão: Maria Viviani Escher Antero Coordenador de Ensino: Celso Shiguetoshi Tanabe
C749
Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia (8. : 2013: Santarém, PA). Caderno de resumos do Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS ULBRA Santarém: Pesquisa, educação e inovação. (n. 13, 2013) / Centro Universitário Luterano de Santarém. CEULS/ULBRA, 2013. ISSN 1808-3072. 38 resumos. 190 p. Evento realizado em Santarém, no Centro Universitário Luterano de Santarém nos dias 6 a 8 de novembro de 2013. 1. Pesquisa Científica. 2. Resumos científicos, I. Centro Universitário Luterano de Santarém. II. Educação e Ciência. III. Título.
CDU 001.891 BIBLIOTECA MARTINHO LUTERO / SETOR DE PROCESSAMENTO TÉCNICO / SANTARÉM – PA Bibliotecária Renata Ferreira – CRB-2/1440
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SUMARIO APRESENTAÇÃO
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CIÊNCIAS AGRARIAS
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ANÁLISE QUALITATIVA DA ANTIBIOSE DE ACTINOBACTÉRIAS NA FRENTE AOS FITOPATÓGENOS Fusarium sp. , Pestalotiopsis spp. E Rhizoctonia sp. ISOLADOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS.
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BIOCONTROLE DE ACTINOBACTÉRIAS NA INIBIÇÃO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp. ISOLADOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS
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DIFERENTES METODOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA NAS SEMENTES DE JATOBÁ
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IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS NA ACULTURA DA SOJA (Glycine max L.) NO PLANALTO SANTARENO
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ROTAÇÃO DE CULTURAS DE FEIJÃO CAUPI E GIRASSOL PARA FORMAÇÃO DE PASTOS APÍCOLAS
28
VARIAÇÃO NA TEMPERATURA DO SOLO EM TRÊS PROFUNDIDADES EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO NA CULTURA DO MILHO NO OESTE PARAENSE
33
CIÊNCIAS BIOLOGICAS
37
ANTIBIOSE DE Streptomyces aureus FRENTE A MICRORGANISMOS DE INTERESSE CLÍNICO
38
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim limão) SOBRE ENTEROBACTÉRIAS
43
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Ocimum basilicum L (ALFAVACA) FRENTE À Candida albicans
47
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Aniba parviflora (Macacaporanga) EM FUNÇÃO DA SAZONALIDADE
52
PRÁTICAS EDUCACIONAIS MULTICULTURAIS: O ENSINO DE CIÊNCIAS, EM LIBRAS, PARA OUVINTES
57
CIÊNCIAS DA SAUDE
62
A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL DENTRO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE COMO MEIO PREVENTIVO CONTRA A OBESIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA
63
GINÁSTICA LABORAL: SAÚDE E BEM ESTAR NO TRABALHO
67
IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS ANEMÓFILOS EM AMBIENTE HOSPITALAR
72
INDÍCIO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL DO RIO TAPAJÓS, EM SANTARÉM-PA, A PARTIR DA ANÁLISE DE MICRONÚCLEO EM ERITRÓCITOS DE P. FLAVIPINNIS (PISCES)
77
CIÊNCIAS EXATAS
82
CAMINHOS PARA PRODUÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS NO FORMATO EPUB
83
CRIAÇÃO DE UMA API PARA DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES COM INTERFACE GRÁFICA PARA DESENVOLVEDORES
88
OS JOGOS DIGITAIS E SUAS INFLUÊNCIAS
92
PERÍCIA FORENSE
96
UMA VISÃO GERAL SOBRE PROJETOS DE CIDADES INTELIGENTES
99
CIÊNCIAS HUMANAS
104
ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA ÁREA URBANA DE SANTARÉMPA
105
6
FATORES DE INDISCIPLINA RECORRENTE NA ESCOLA
109
INDISCIPLINA NA ESCOLA: O QUE DIZ O REGIMENTO ESCOLAR E O LIVRO DE OCORRÊNCIA DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ?
113
“JÁ OUVI FALAR DESSA LEI, MAS RARAMENTE USO”: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NA ESCOLA RIO TAPAJÓS EM SANTARÉM-PARÁ
117
PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO SOBRE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
122
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO COLETIVA E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
127 132
O CONSTRUTIVISMO E O USO DAS TIC’s: PRÁTICAS PARA A DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS ESCOLARES E INCENTIVO À EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DOS DIREITOS HUMANOS E DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
137
COMO OPERAR FOUCAULTIANA
142
COM
AS
IMAGENS
E
REPRESENTAÇÕES:
UMA
ANÁLISE
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
146
A PARTICIPAÇÃO DO IDOSO NOS PROGRAMAS SOCIOASSISTENCIAIS: PROTEÇÃO BÁSICA E AS MEDIAÇOES DO ASSISTENTE SOCIAL
147
IDENTIDADE DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL NO PROGRAMA PROJOVEM ADOLESCENTE
152
O PAPEL DO SETOR DE RECURSOS HUMANOS (RH) NAS EMPRESAS
157
PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DA FIBRA DE CURAUÁ ACOMPANHADA PELO CEAPAC NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ.
160
O ACESSOÀ ÁGUA NO BAIRROÁREA VERDE: DIREITO À VIDA E À SAÚDE.
163
O ESTUDO SÓCIOECONÔMICO DAS FAMÍLIAS RESIDENTES NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA NA CIDADE DE SANTARÉM-PARÁ: SUPERANDO AS DESIGUALDADES SOCIAIS OU CRIANDO DEPENDENTES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E MÍNIMOS SOCIAIS?
169
ENTRE A OBRIGATORIEDADE DA LEI E A PRÁTICA DOCENTE: UMA ANÁLISE SOBRE A LEI 10.639/2003
174
ENGENHARIAS
179
CONCRETO COM ADIÇÃO MINERAL: CINZA (SÍLICA) DA FIBRA DE BANANEIRA
180
LINGUISTICA, LETRAS E ARTE
184
A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE UNIVERSITARIOS SANTARENOS QUANTO AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DE CASO EM SANTARÉM-PA
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APRESENTAÇÃO
O Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia ocorre de dois em dois anos, e o Salão de Iniciação Científica, anualmente, ambos no mês de novembro desde o ano de 2000. Este acontecimento é uma iniciativa do CEULS/ULBRA que tem ampla repercussão entre a comunidade acadêmica regional. Dentre os seus objetivos podemos destacar o incentivo à produção científica, de modo a aumentar quantitativa e qualitativamente a pesquisa, fortalecendo-se assim o desenvolvimento científico regional. Visa ainda promover um espaço de constante atualização da comunidade acadêmica, bem como promover um espaço de articulação entre ensino, pesquisa e extensão. Reafirma-se, assim, o pacto pela excelência. Estes eventos oferecem a oportunidade de divulgação científica em três instâncias: a publicação de resumos em anais, a apresentação na forma de pôsteres e a comunicação oral. Como uma forma de incentivo à melhoria da qualidade das publicações, é oferecida ainda uma premiação àqueles alunos de Iniciação Científica que se destacarem no evento. A temática central do VIII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia e do XIII Salão de pesquisa e Iniciação Científica baseia-se na Pesquisa, Educação, e Inovação. Sejam bem vindos a este espaço aberto à publicação e debate pela pesquisa.
Maria Viviani Escher Antero
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ANÁLISE QUALITATIVA DA ANTIBIOSE DE ACTINOBACTÉRIAS NA FRENTE AOS FITOPATÓGENOS Fusarium sp. , Pestalotiopsis spp. E Rhizoctonia sp. ISOLADOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS. Sara Freitas de Sousa1 Katrine Escher2
[email protected] RESUMO - As actinobactérias também conhecidas como actinomicetos são constituídas por um grupo variado de bactérias filamentosas, que morfologicamente são caracterizadas como gram positivas, aspecto microscópico comum entre elas, e são utilizadas na antibiose de fitopatógenos. Para o teste inicialmente foi feito o isolamento dos fitopatógenos pelo método indireto das folhas; para o isolamento das actinobactérias foi através da diluição seriada do solo. Para o teste qualitativo, foi feito com os isolados selecionados (EC 33, EC 47, EC 10, EC 34) para verificar antibiose sobre Pestalotiopis sp. isolado de Maçaranduba, Pestalotiopsis isolado de Andiroba, Fusarium sp. e Rhizoctonia. Foram inoculados concomitantemente isolados de actinobactérias e discos (bloco de gelose ). Cada placa contendo meio ISP2, recebeu um disco do patógeno ao centro e quatro isolados de actinobactérias dispostos em cruz, ao redor do inóculo de fungo com 30mm de distância do mesmo. Com controle foi inoculado apenas o patógeno no meio da placa. O ensaio de antibiose foi realizado em duplicata. Actinobactérias foram caracterizadas através da morfologia. No teste qualitativo o isolado EC 34 mostrou efeito significativo para Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp com halo de inibição de 17mm e 12mm, respectivamente. Os demais isolados apresentaram halos inferiores, descrevendo atividade baixa.
PALAVRAS-CHAVE:Actinobactérias, Bloco de Gelose, Fitopatógenos.
INTRODUÇÃO: As actinobactérias também conhecidas como actinomicetos são constituídas por um grupo variado de bactérias filamentosas, que morfologicamente são caracterizadas como gram positivas, aspecto microscópico comum entre elas, além de possuírem alto conteúdo de G+C (guanina e citosina) em seu ácido desoxirribonucleico (DNA), variando o percentual desse conteúdo entre os gêneros. Podem ser aeróbicas, anaeróbicas ou microaerófilas. Morfologicamente se desenvolvem semelhante aos fungos, na forma de hifas, porém estas estruturas apresentam diâmetros menores, se assemelhando de forma fisiológica com as bactérias (LACAZ et al., 2002; SULTAN et al., 2002). Espécies de Rhizoctonia retardam a emergência de plântulas, ocasiona o apodrecimento da semente e o tombamento da planta (Baker, 1970). O controle químico para esse fitopatógeno muitas vezes se torna inviável, em razão dos efeitos deletérios no solo, além de favorecer a seleção de formas mais resistentes desse fungo (Cardoso, 1990); daí a importância de estudos a outras formas de controle para esse fitopatógeno. O gênero Pestalotiopsis é complexo e pode ser difícil de classificar ao nível de espécies, porque características como estrutura de frutificação, comprimento e morfologia dos conídios, tendem a variar dentro das espécies e também com qualquer mudança no ambiente (KARAKAYA, 2001). Além dos caracteres morfológicos variáveis, muitas espécies têm sido 1 2
Acadêmica do 7º Semestre de Engenharia Florestal IBEF/UFOPA Orientador
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relatadas como novas devido à associação com um novo hospedeiro. Em vista disso, alguns autores propõem que, quando uma nova espécie de Pestalotiopsis for descrita, os caracteres morfológicos devem ter prioridade sobre associação como hospedeiro e que informações filogenéticas moleculares também sejam consideradas, para diferenciar o novo táxon das outras espécies congenéricas (JEEWON et al., 2004). O fungo Fusarium sp. é encontrado no solo, vegetais e nos frutos maduros. As colônias de Fusarium são brancas e aveludadas e à medida em que os conídios vão sendo produzida, sua textura torna-se lanosa ou algodonosa. Uma grande variedade de cores pode ser produzida, desde cinza sobre uma superfície branca, amarelo sobre uma superfície marrom, cor de rosa sobre uma superfície violeta ou cor de couro cru sobre uma superfície verde pálido. As colônias, na maioria das vezes, são de cor rosa e violeta. Manchas de pigmentos mais escuros, com uma periferia mais clara, aparecem no centro das colônias (FISH et al 2001). Levando em consideração o grande potencial biotecnológico das Actinobactérias no controle biológico de fungos fitopatogênicos o presente estudo objetivou avaliar o antagonismo de Actinobactérias sobre os fungos Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp. isolados de Maçaranduba e Pestalotiopsis isolado de Andiroba e Rhizoctonia.
MÉTODO: O isolamento dos fungos fitopatogênicos foi realizado através do método indireto, retirando-se pedaços pequenos (5mm) da interseção do tecido doente e do tecido sadio, correspondendo a aproximadamente 20 pedaços, os quais foram inicialmente imersos em solução de álcool 70% por 15 segundos, seguido de hipoclorito a 2% por 3,6,9,12,15 segundos e lavagem em água estéril, sendo transferido para um papel de filtro estéril para a remoção do excesso de água, e por fim foram inseridos na placa para a observação do crescimento fúngico para posterior repique e identificação do fungo. Para o isolamento dos actinomicetos, foram coletados 10g de solo rizosférico da planta medicinal Melissa oficinallis (Erva cidreira), sendo posteriormente diluído em 90 mL de solução tampão fosfato para o preparo das diluições seriadas 10-1 à 10-5. Uma alíquota de 100 µl das diluições 10-3, 10-4 e 105
foram semeadas em meio Arginina levedura ágar (ALA) e HumicAcid-Vitamin Agar (HV),
acrescidos com nistatina (100 µg/mL). As placas foram incubadas a 37°C durante 15 dias. O isolamento ocorreu através da avaliação macromorfologica das actinobactérias como colônias aderidas ao meio, observando a saliência do meio ao redor da colônia que se afunda no mesmo; colônias normalmente enrugadas, secas e não viscosas, micro hifas, excreção de pigmentos no meio e no micélio aéreo. Em seguida foram feitos os repiques dos isolados de
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actinobactérias em placas contendo meio ISP-2, as quais ficaram em manutenção até o momento do ensaio.Após o isolamento da actinobactérias e dos fitopatógenos, foi feito a antibiose onde inicialmente foi preparado o meio Batata-Dextrose-Ágar (BDA),a qual foi vertido nas placas de Petri, onde solidificou. Para o teste qualitativo, foi feito com os isolados selecionados (EC 33, EC 47, EC 10, EC 34) para verificar antibiose sobre Pestalotiopis sp. isolado de Maçaranduba, Pestalotiopsis isolado de Andiroba, Fusarium sp. e Rizoctonia. Foram inoculados concomitantemente isolados de actinobactérias e discos (bloco de gelose ). Cada placa contendo meio ISP2, recebeu um disco do patógeno ao centro e quatro isolados de actinobactérias dispostos em cruz, ao redor do inóculo de fungo com 30mm de distância do mesmo. Com controle foi inoculado apenas o patógeno no meio da placa. O ensaio de antibiose foi realizado em duplicata.
EC 24
Figura 1: Placas com fitopatógenos e bloco de gelose das actinobactérias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Actinobactérias foram caracterizadas através da morfologia, onde EC 33 possui micélio vegetativo incolor, micélio aéreo inicialmente branco tornando-se cinza; o isolado EC 47 possui micélio vegetativo incolor, micélio aéreo branco, com mudança da coloração do meio para marrom. Na EC 10 o micélio vegetativo amarelado, posteriormente tornando-se marrom, micélio aéreo inicialmente branco tendendo a cinza, sem pigmentos. E por fim o isolado EC 34 que apresentou micélio vegetativo esbranquiçado, micélio aéreo branco, com mudança de coloração do meio marrom. No teste qualitativo o isolado EC 34 mostrou efeito significativo para Fusarium sp. com halo de inibição de 17mm, e
para Pestalotiopsis sp.,
com os halos de inibição de 12mm.
Os demais isolados
apresentaram halos inferiores, descrevendo atividade baixa. A tabela baixo apresenta o valor dos halos de inibição de crescimento dos fitopatógenos testados.
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A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada com base na classificação sugerida por Matsuura (2004) (tabela 2). Tabela 2 – CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA SUGERIDA POR MATSUURA (2004) Tipo de inibição
Halo de Inibição
Intensidade da Inibição
Ausente
0
-
Baixa
7,0 – 10,0 mm
+
Moderada
11,0 – 14,0 mm
++
Alta
> 14,0 mm
+++
FONTE: BONFIM (2010)
Resultado similar também foi encontrado por MIYAYCHO (2012) onde foi realizado o teste de qualitativo de fitopatógenos Fusarium oxysporum e C. candelabrum, demonstrando resultados de inibição significativos de 1mm à 6mm para Fusarium oxysporum e de o a 7mm de C. Candelabrum. Halos de inibição de crescimento Isolados
Fusarium sp.
Rhizoctonia sp.
Pestalotiopsis sp.
Pestalotiopsis sp.
(Andiroba)
(Maçaranduba)
EC 33
-
4 mm
8 mm
-
EC 47
7 mm
-
-
5 mm
EC 10
1 mm
-
7 mm
2 mm
EC 34
17 mm
5 mm
4 mm
12 mm
REFERÊNCIAS: BAKER, K.F. Types of Rhizoctonia solani diseases and their occurence. In: PARMETER, J.R., ed. Rhizoctonia solani: biology and pathology. Berkeley, University of California, 1970. p.189-199. BOMFIM, G. F. Atividade Antimicrobiana de microrganismos isolados de cupinzeiros da região da mata de cipó, Bahia. 2010. 70f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia. CARDOSO, J.E. Doenças do feijoeiro causadas por patógenos de solo. Goiânia, EMBRAPA/CNPAF, 1990. 30p. (Documentos,30).
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FISH, FRAN & COOK, NORMA B. Micologia-Fundamentos e Diagnósticos, Livraria e Editora Revinter Ltda., 1a edição, Rio de Janeiro, 2001. LACAZ, Carlos da Silva et al. Tratado de Micologia Médica. São Paulo: Sarvier, 2002. JEEWON, R.; LIEW, E. C . Y.; HYDE K. D. Phylogenetic evaluation of species nomenclature of Pestalotiopsis In relation to host association. Fungal Diversity n. 17, p. 39-55, 2004. KARAKAYA, A. First report of Infection of Kiwifruit by Pestalotiopsis sp. In Turkey. Plant Disease. V.85.p.1028.2001. MIYAUCHI, M.Y.H. Biocontrole de fungos fitopatogênicos por actinobactérias isoladas de rizosfera de Araucaria angustifólia.Universidade de São Paulo. Piracicaba- SP, 2012. SULTAN, M. Z et al. In vitro antibacterial activity of na active metabolite isolated from Streptomyces species. Biotecnology, Frankfurt, v.1,2/4, 2002
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BIOCONTROLE DE ACTINOBACTÉRIAS NA INIBIÇÃO DE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp. ISOLADOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS Sara Freitas de Sousa1 Katrine Escher2
[email protected] RESUMO - A antibiose vem sendo abordada através de muito estudos. Sabe-se que é frequente o a utilização de microorganismos antagonistas a fitopatógenos, como agentes de controle biológico, tendo como objetivo a substituição alternativa ao uso de métodos químicos de controle de fitodoenças. Para o teste inicialmente foi feito o isolamento dos fitopatógenos pelo método indireto das folhas; para o isolamento das actinobactérias foi através da diluição seriada do solo; e para o teste de antibiose foi através de bloco de gelose, onde previamente é semeado o fitopatógeno na placa e após é inserido em cada placa um bloco de gelose de actinobactérias (EC24, EC 27, EC 46, EC 30), e durante cinco dias é realizado a leitura dos halos. A análise das actinobactérias foram descritas através de suas características morfológicas. No teste qualitativo o isolado EC 24 mostrou efeito significativo tanto para Fusarium sp. como para Pestalotiopsis sp., com os halos de inibição de 12 mm e 13 mm, respectivamente. Os outros isolados foram obtido halos inferiores. Dentro desse contexto, objetivou-se avaliar a potencialidade do efeito antagônico de Actinobactérias sobre os fungos fitopatogênicos de Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp. isolados de espécies florestais. PALAVRAS-CHAVE: Antibiose, actinobactérias, fitopatógenos.
INTRODUÇÃO: O biocontrole vem sendo abordada através de muitos estudos, levando em consideração desde a produção de metabólicos tóxicos, como enzimas líticas, antibióticos, bacteriocinas e sideróforos, até a competição por espaços físicos e a concorrência por nutrientes entre os microorganismos antagônicos. Sabe-se que é frequente o estudo e a utilização de microorganismos antagonistas a fitopatógenos, como agentes de controle biológico, tendo como objetivo a substituição do uso de métodos químicos de controle de fitodoenças (Igarashi et al., 1997; Omura et al., 1999; Si et al., 2001). Os Actinomicetos ou actinobactérias são bactérias Gram-positivas com alto teor de G+C (guanina + citosina), altamente dispersos no solo, compondo os gêneros Arthrobacter, Corynebacterium,
Nocardia, Rhodococcus, Streptomyces, Mycobacterium,
Actinomyces,
Bifidobacterium e Butyrivibrio. Estas bactérias possuem aspectos morfológicos e ciclo celular diferenciados dos demais organismos Gram-positivos. Podem ser aeróbios, microaerófilos ou anaeróbios, e exibem uma grande variedade de morfologias, como cocóide (Micrococcus) ou cocobacilo (Arthrobacter). Seu desenvolvimento se apresenta microscopicamente com estruturas semelhantes aos fungos, as hifas, a qual é utilizada para caracterização genérica deste grande grupo de bactérias. Também, exibem diversas propriedades fisiológicas e metabólicas, tais como a produção de enzimas extracelulares e a formação de uma ampla variedade de metabólitos secundários. (RAJU et. al., 2010). 1 2
Acadêmica do 7º Semestre de Engenharia Florestal IBEF/UFOPA MsC. Katrine Escher IBEF/UFOPA
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O fitopatógeno Pestalotiopsis foi designado por Steyaert (Steyaert, 1949, 1953a,b, 1961) e pertence a família Amphisphaeriaceae (Kang et al., 1998, 1999). Seus conidióforos são produzidos dentro de um corpo de frutificação compacto, conhecido como acérvulo (SUTTON, 1980). Os conídios em geral apresentam cinco células, sendo três células medianas de coloração marrom e duas células (apical e basal) hialinas, com dois ou mais apêndices apicais (sétulas) (JEEWON et al., 2002). Este fungo esta amplamente distribuído na natureza, ocorrendo em solos, ramos, sementes, frutos e folhas podendo ser parasitas, endofíticos ou sapróbios (Li et al., 2008; JEEWON et al., 2004). O fungo Fusarium sp., segundo Fish et al (2001) é encontrado no solo, vegetais e nos frutos maduros. As colônias de Fusarium
são brancas e aveludadas. À medida que os
conídeos vão sendo produzidos, sua textura torna-se lanosa ou algodonosa. Uma grande variedade de cores pode ser produzida, desde cinza sobre uma superfície branca, amarelo sobre uma superfície marrom, cor de rosa sobre uma superfície violeta ou cor de couro cru sobre uma superfície verde pálido. As colônias, na maioria das vezes, são de cor rosa e violeta. Manchas de pigmentos mais escuros, com uma periferia mais clara, aparecem no centro das colônias. Admitindo-se o grande potencial biotecnológico das Actinobactérias no controle biológico de fungos fitopatogênicos o presente estudo objetivou avaliar o antagonismo de Actinobactérias sobre os fungos Fusarium sp. e Pestalotiopsis sp. isolados de espécies florestais.
MÉTODO: O isolamento dos fungos fitopatogênicos foi realizado através do método indireto, retirando-se pedaços pequenos (5mm) da interseção do tecido doente e do tecido sadio, correspondendo a aproximadamente 20 pedaços, os quais foram inicialmente imersos em solução de álcool 70% por 15 segundos, seguido de hipoclorito a 2% por 3,6,9,12,15 segundos e lavagem em água estéril, sendo transferido para um papel de filtro estéril para a remoção do excesso de água, e por fim foram inseridos na placa para a observação do crescimento fúngico para posterior repique e identificação do fungo. Para o isolamento dos actinomicetos, foram coletados 10g de solo rizosférico da planta medicinal Melissa oficinallis (Erva cidreira), sendo posrteriormente diluído em 90 mL de solução tampão fosfato para o preparo das diluições seriadas 10-1 à 10-5. Uma alíquota de 100 µl das diluições 10-3, 10-4 e 105
foram semeadas em meio Arginina levedura ágar (ALA) e HumicAcid-Vitamin Agar (HV),
acrescidos com nistatina (100 µg/mL). As placas foram incubadas a 37°C durante 15 dias. O isolamento ocorreu através da avaliação macromorfologica das actinobactérias como colônias
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aderidas ao meio, observando a saliência do meio ao redor da colônia que se afunda no mesmo; colônias normalmente enrugadas, secas e não viscosas, micro hifas, excreção de pigmentos no meio e no micélio aéreo. Em seguida foram feitos os repiques dos isolados de actinobactérias em placas contendo meio ISP-2, as quais ficaram em manutenção até o momento do ensaio. Após o isolamento da actinobactérias e dos fitopatógenos, foi feito o teste de antibiose em meio Batata-Dextrose-Ágar (BDA), previamente semeado com 100L da suspensão de Pestalotiopis sp. e Fusarium sp.,
respectivamente. Posteriormente foi
inserido no centro da placa um bloco de gelose da cultura dos isolados de actinobactéria EC 24, EC 27, EC 46 e EC 30. Este sistema foi incubado à 37ºC por 5 dias, e posteriormente foram realizadas as leituras para observação dos halos de inibição. O ensaio de antibiose foi realizado em duplicata. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise das actinobactérias pode ser descritas através das características morfológicas, onde EC 24 possui micélio vegetativo incolor, micélio aéreo branco e com mudança de coloração do meio para marrom-avermelhado; o isolado EC 27 possui micélio vegetativo incolor, micélio aéreo inicialmente branco tornando-se cinza. Na EC 46 o micélio vegetativo foi incolor, micélio aéreo bege claro com enrugações. E por fim o isolado EC 30 que apresentou micélio vegetativo esbranquiçado e micélio aéreo salmão. No teste qualitativo o isolado EC 24 mostrou efeito significativo tanto para Fusarium sp. como para Pestalotiopsis sp., com os halos de inibição de 12 mm e 13 mm, respectivamente. Os demais isolados apresentaram halos inferiores, descrevendo atividade baixa. A tabela 1 apresenta o valor dos halos de inibição de crescimento dos fitopatógenos testados.
Halos de inibição de crescimento (mm) Fusarium sp.
Isolados
Pestalotiopsis sp.
EC 24
12 mm
13 mm
EC 27
5 mm
2 mm
EC 46
10 mm
-
EC 30
6 mm
5 mm
A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada com base na classificação sugerida por Matsuura (2004) (tabela 2).
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Tabela 2 – CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA SUGERIDA POR MATSUURA (2004)
Tipo de inibição
Halo de Inibição
Intensidade da Inibição
Ausente
0
-
Baixa
7,0 – 10,0 mm
+
Moderada
11,0 – 14,0 mm
++
Alta
> 14,0 mm
+++
FONTE: BONFIM (2010) Resultados similares foram apresentados no trabalho de Vasconcellos (2008) para caracterização das actinobactérias através da morfologia, onde se descreveu os grupos por sua esporulação, coloração micelial, colônias pequenas, ressecadas, ou aderidas e teste de gram. Resultados da análise de atividade antimicrobiana foram encontrados para ensaios com microrganismos de interesse clínico demonstrando essa habilidade em actinobactérias. Laide et al. (2008) e Atta (2009) citam boa atividade antimicrobiana de duas linhagens do gênero Streptomyces isoladas de solo Egípcio frente aos microrganismos-teste selecionados. No primeiro trabalho houve atividade contra as bactérias E. coli, S. aureus e C. albicans, já no segundo trabalho, houve atividade antifúngica contra C. albicans. Outros autores apresentaram resultados da atividade de actinobactérias isoladas de amostras de sedimento marinho na Baía de Bengal na Índia, os mesmos foram testados contra S. aureus, E. coli e C. albicans e também apresentaram bons resultados (SUTHINDHIRAN; KANNABIRAN, 2009).
REFERÊNCIAS: BOMFIM, G. F. Atividade Antimicrobiana de microrganismos isolados de cupinzeiros da região da mata de cipó, Bahia. 2010. 70f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia. FISH, FRAN & COOK, NORMA B. Micologia-Fundamentos e Diagnósticos, Livraria e Editora Revinter Ltda., 1a edição, Rio de Janeiro, 2001. IGARASHI, M.; KINOSHITA, N.; IKEDA, T.; KAMEDA, M. HAMADA, M.; TAKEUSHI, T. (1997). Resormicin, a novel herbicidal and antifungical antibiotic produced by a strain of Streptomyces platensis. I. Taxonomy, Production, isolation and bilogical properties. The Journal of Antibiotics, 50:1020- 1025.
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JEEWON, R.; LIEW, E. C. Y.; HYDE, K. D. Phylogenetic relationships of Pestalotiopsis and allied genera Inferred from ribosomal DNA sequences and morphological characters. Molecular Phylogenetics and Evolution, v.25, p. 378-392, 2002. JEEWON, R.; LIEW, E.C.Y.; HYDE K.D. Phylogenetic evaluation of species nomenclature of Pestalotiopsis In relation to host association. Fungal Diversity n. 17, p. 39-55, 2004. KANG, L.C.; KONG, R.YE.; HYDE, K.D. Studies on the Amphisphaeriales l.Amphisphaeriaceae (sensu stricto) and its phylogenetic relationships Inferred from 5.8S rDNA and ITS2 sequences. Fungal Diversity 1: 147-157, 1998. LACAZ, C. S. ; PORTO, E. ; MARTINS, J. E. C. ; HEINS-VACCARI, E. M. ; MELO, N. T. Tratado de Micologia Médica. 9. ed. São Paulo: Sarvier Editora de Livros Médicos, 2002. LI, H.; QING, C.; ZHANG, Y.; ZAHO, Z. ScreenIng for endophytic fungi with antitumour and antifungal activities from ChInese medicInal plants. World Journal of Microbiology & Biotechnology, v. 21, p. 1515–1519, 2005. OMURA, S.; ENOMOTO, Y.; SHINOSE, M.; TAKAHASHI, Y.; IWAI, Y. & SHIOMI, K. (1999). Isolation and structure of a new antibiotic viridomycin F. produced by Stretomyces sp. K96-0188. The Journal of Antibiotics, 52:61-64. RAJU, A.; PIGGOTT, A. M.; CONTE, M.; TNIMOV, Z.; ALEXANDROV, K.; CAPON, R. J. Nocardiopsins: New FKBP12-Binding Macrolide Polyketides from an Australian MarineDerived Actinomycete, Nocardiopsis sp. Chemistry European Journal. Vol. 16, p.3194 – 3200, 2010. SI, D.; ZHONG, D.; XU, Q. Two butylated aminoligosaccharides isolated from the culture filtrate of Streptomyces luteogriseus. Carboihydrate Research, 355:127-132, (2001). STEYAERT, R.L. Contributions a l_ etude monographique de Pestalotia de Not. Et Monochaetia Sacc. (Truncatella gen. nov. et Pestalotiopsis gen. nov.). Bull. Jard. Bot. Etat Bruxelles, v. 19, p. 285–354, 1949. SUTTON, B.C., In: The Coelomycetes: Fungi Imperfecti with Pycnidia, Acervular and Stromata. Commonwealth Mycological Institute, Kew, Surrey, England, p. 696, 1980. VASCONCELLOS, R.L.F. Actinobactérias da Rizosfera de Araucaria augustifolia com potencial biotecnologico. Universidade de São Paulo.Escola Luíz de Queiroz. Piracicaba/SP. 2008.
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DIFERENTES METODOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA NAS SEMENTES DE JATOBÁ Felipe P. Tontini1 Melk P. S. Ranier¹ Tamis D. Nunes1 Gilbson S. Soares 2 Ellen Pinon Friaes5
RESUMO: O presente trabalho foi desenvolvido no Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA, no período de março a abril de 2013. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência da escarificação na superação da dormência nas sementes de Jatobá (Hymenaea courbaril) a partir de diferentes métodos. Foram utilizados três repetições para cada tipo de tratamento, a saber: escarificação mecânica com lixa nº 80 do lado oposto ao embrião; escarificação com ácido sulfúrico concentrado durante 30 minutos e imersão em água em estado de ebulição por 5 minutos, além da testemunha. Os parâmetros avaliados foram: germinação, taxa de germinação e tempo médio de germinação. Todos os tratamentos aplicados foram eficientes na superação da dormência. O método de tratamento que apresentou maior eficiência quanto ao tempo para o início da germinação da semente de Jatobá foi o da escarificação com lixa nº 80. PALAVRAS – CHAVE: sementes de jatobá, dormência, germinação.
INTRODUÇÃO: O jatobá (Hymenaea courbaril) é uma espécie arbórea muito vistosa, pertencente à família Fabaceae, subfamília Caesalpinoideae, tal espécie é encontrada por toda América. No Brasil se estende por quase todo território nacional. O jatobá além da importância ecológica apresenta potencial agronômico para utilização do caule e dos frutos. Porém esta espécie está ameaçada de extinção devido à exploração da sua madeira. Com um crescimento vegetativo muito lento e sementes duras de tegumento impermeável à água que dificultam e retarda a germinação, este fato dificulta a reprodução da espécie em sementeiras (LORENZI, 2002). SILVA (1997) considera que apesar do seu cheiro forte e gosto peculiar, seus frutos possuem elevado teor de fibra alimentar e são utilizados na alimentação humana e animal. Produz madeira, de excelente qualidade, muito dura e resistente, com densidade de 0,90 g/cm3, por isso é utilizada na construção civil e naval. A resina produzida por essa espécie é utilizada na indústria e na área farmacêutica (ALMEIDA et al, 1998). Além das utilidades mencionadas, a espécie é comumente empregada na arborização urbana (ALMEIDA, 2001; LORENZI, 2002). Em sementes de leguminosas tropicais a impermeabilidade do tegumento a água é o mecanismo mais comum de dormência (ROLSTON, 1978). Esse tipo de dormência pode ser superado através da escarificação, termo que se refere a qualquer tratamento que resulte na ruptura ou no enfraquecimento do tegumento, permitindo a passagem de água e dando início 1 2
Acadêmico do Curso de Agronomia – CEULS/ULBRA Professor do Curso de Agronomia – CEULS/ULBRA
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ao processo de germinação (MAYER e POLJAKOFF-MAYER, 1989). As técnicas mais utilizadas para superar a impermeabilidade à água nas sementes de leguminosas são: tratamentos térmicos, químicos (ácido sulfúrico ou álcool), elétricos ou pressão, abrasão e armazenamento, proporcionando alta porcentagem de germinação, em curto espaço de tempo. No entanto, deve ser efetuada com muito cuidado para evitar que a escarificação excessiva possa causar danos ao tegumento e diminuir a germinação (McDONALD e COPELAND, 1997). Frente à necessidade da reposição vegetal nativa ou recuperação de áreas desmatadas se tornou de fundamental importância a recomposição florestal feita de forma racional. Dentre os vários fatores a serem estudados existem um em especial que atinge diretamente a produção de mudas, que o processo de dormência das sementes. Desta forma, o presente trabalho teve como finalidade, superar dormência de sementes de jatobá, utilizando para isso, tratamentos químicos e físicos.
MÉTODO: As sementes de jatobá foram obtidas no laboratório de sementes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) no município de Santarém, estado do Pará. Os testes foram desenvolvidos no laboratório de Biologia do CEULS-ULBRA – centro Universitário Luterano de Santarém – PA. As sementes foram distribuídas em três tratamentos, além da testemunha onde nenhum tipo de tratamento fora utilizado. Para cada tratamento foi usado três repetições, onde cada repetição tinha três sementes, totalizando nove sementes em cada tratamento mais nove sementes como testemunha. Os tratamentos foram: Escarificação com ácido sulfúrico – As sementes foram imersas em 20 mL de ácido sulfúrico concentrado durante 30 minutos. Após esse procedimento as sementes foram lavadas em água corrente por um minuto antes de serem semeadas; Imersão em água em ebulição - As sementes foram mergulhadas em água em ebulição e onde permaneceram por 5 minutos; Escarificação mecânica - Este tipo de tratamento foi realizado manualmente atritando a semente na parte basal do lado oposto ao embrião com lixa nº 80 evitando, contudo danificar o embrião; Testemunha - Lote de semente que não foi submetido a nenhum tratamento para poder ter o contra prova das germinações e sua comparação com as outras. Após a aplicação dos tratamentos as sementes foram semeadas ao ar livre uma profundidade de 2,0 cm em saco de polietileno preto, contendo terra de compostagem e irrigados diariamente. O número de sementes germinadas foi contado diariamente por um
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período de 25 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com a utilização de 36 sementes em quatro parcelas de nove sementes. A porcentagem de germinação foi calculada de acordo com Labouriau e Valadares (1976) por meio da fórmula:
Em que: G = germinação; n = número total de sementes germinadas; A = número total de sementes colocadas para germinar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A porcentagem de germinação com ácido sulfúrico foi de 22,2%, taxa inferior ao da escarificação com lixa nº 80 que chegou a 88,8% após vinte e cinco dias (Tabela 1). Carpanezzi e Marques (1981) consideram que o uso de escarificação de sementes do gênero Hymenaea permite obter porcentagem de germinação acima de acima de 90%. Geralmente esses resultados mostram que a dormência tegumentar, quando submetidas a tratamentos pré prégerminativos, foi superada satisfatoriamente. As sementes escarificadas com lixa nº 80 apresentaram um tempo médio de germinação de 13 dias, este valor foi igual àqueles obtidos com tratamento utilizando ácido sulfúrico por 30 minutos. O tempo médio de germinação das sementes escarificadas com lixa nº 80 foi menor do que àquelas àquelas tratadas com água quente por 5 minutos (Figura 1). Quando levado em consideração o número de sementes germinadas e seu vigor, a escarificação com lixa nº 80 obteve um resultado muito superior aos demais tratamentos (Figura 2).
Tabela 1. Porcentagem de germinação dos tratamentos após 25 dias. Métodos
Escarificação com lixa nº 80 Ácido Sulfúrico Água Quente Testemunha
Sementes colocadas para germinar 9
Sementes germinadas
Porcentagem de germinação
8
88,88%
9 9 9
2 1 0
22,22% 11,11% 0%
O tratamento das sementes em água a 100°C apresentou germinação muito baixa com taxa de 11,11%, o que representa uma semente germinada após os vinte e cinco dias (Tabela 1). Nesse caso, observou-se observou se um alto índice de sementes deterioradas, demonstrando que o tempo e a temperatura nos quais foram submetidas às sementes no tratamento tiveram
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um efeito negativo sobre sua viabilidade de germinação. Os tratamentos com o ácido sulfúrico no tempo de imersão de 30 minutos juntamente com a escarificação com lixa nº 80 se destacaram após vinte e cinco dias, pois obtiveram maior sucesso no enfraquecimento do tegumento obtendo maior velocidade de germinação. Esses dois métodos registraram maior velocidade de emergência em relação à testemunha e ao uso de água quente usada para superar a dormência.
Dias 40 30 20 Dias
10 0 Lixa 80
Acido Sulfurico Agua Quente
Testemunha
Figura 1. Tempo de germinação das sementes.
As testemunhas neste período de 25 dias não apresentaram germinação (Figura 1), o que vai de encontro com as afirmações de Lorenzi (1992) que admite germinação rápida para sementes de jatobá, entre 12 a 18 dias, bastando para isto semeá-las em substrato adequado.
Número de Sementes Germinadas 10 8 6 4 2 0
Número de Sementes Germinadas
Figura 2. Número de sementes germinadas no final do experimento:
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CONCLUSÃO: Os tratamentos com ácido sulfúrico por 30 minutos, imersão em água quente e escarificação com lixa nº 80 demonstraram eficientes na superação da dormência de sementes de jatobá no período de 25 dias, porém a porcentagem de sementes germinadas apresentou diferenças entre os tratamentos aplicados. O menor tempo médio para o início de germinação foi obtido quando as sementes foram submetidas ao tratamento com ácido sulfúrico concentrado por 30 minutos e a escarificação com lixa
nº
80. Quando levado em conta a
quantidade de sementes germinadas, a escarificação com lixa nº 80 obteve um resultado muito superior ao realizado com os outros tratamentos, enquanto o uso do tratamento com água quente resultou em quase todas as sementes deterioradas, com a germinação de apenas uma.
REFERÊNCIAS: ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC. 1998. 464p. ______. Fruteiras nativas do cerrado com potencial para arborização urbana. In: ENCONTRO NACIONAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA, IX., 2001, Brasília. Livro de Resumos. Brasília: SBAU/UnB, 2001. p.18. CARPANEZZI, A. A.; MARQUES, L. C. T. Germinação de sementes de jutaíaçu (Hymenaea courbaril, L.) e de jutaí-mirim (H. parviflora Huber) escarificadas com ácido sulfúrico comercial. Belém: EMBRAPA-CPATU, 1981. 15p. (EMBRAPA-CPATU. Circular, 19). LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v.2. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 352p. LORENZI, H. Árvores Brasileiras: Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Nova Odessa. Ed Plantarum, 1992. MAYER, A. M.; POLJAKOFF-MAYER, A. The Germination of Seeds. Oxford: Pergamon Press, 1989. 270p. McDONALD, M. B. e COPELAND, L.O. Seed production: principles and practices. New Jersey: Chapmam e Hall, 1997. 749 p. ROLSTON, M. P. Walter impermeable seed dormancy. Botanical Review. 44: 365-396. 1978. SILVA, M. R. Caracterização química e nutricional da farinha de jatobá (Hymenaea stigonocarpa Mart): desenvolvimento e otimização de produtos através de testes sensoriais afetivos. (Tese de Doutorado). UNICAMP. Campinas, SP. 1997.
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IDENTIFICAÇÃO E MANEJO DAS PLANTAS DANINHAS NA ACULTURA DA SOJA (Glycine max L.) NO PLANALTO SANTARENO Alailson Sousa Rêgo1 Ellen Peixoto Pinon Friaes2
[email protected] RESUMO: A expansão da produção da Soja no oeste do Pará tem se tornado uma realidade, esse crescimento somente foi possível devido às características de adaptabilidade da cultura, aliado ao desenvolvimento de pesquisa, para a obtenção de espécies que se tornam produtivas e adaptáveis para as condições locais. Fatores importantes como manejo e implantação dos plantios são visto como tecnologia que facilita sua inserção na região, dentro das práticas de manejos, pode se elucidado as praticas de controle adotado para controlar as espécies de plantas daninhas, pois a infestação de plantas daninhas tem uma tendência forte em influência no rendimento das culturas, uma vez que as mesmas competem pelos mesmos nutrientes, luz, umidade e espaço, essa competição podem comprometer ate 90% da produção. Diante do aumento das áreas de produção de grãos na região de Santarém, surgir à necessidade de diagnosticas as principais espécies nas áreas de plantios, bem como os principais métodos de controle adotados pelos produtores. Foram identificadas 7 famílias , no qual as plantas foram: Capim Colchão, Corda de Viola, Cipó de Ferro, Erva quente, Fedegoso, Leiteiro, Puerária, Tiririca, Trapoeraba, alem de verificar plantas com resistência ao uso de herbicidas como o Fedegoso, Leiteiro, Tiririca, Trapoeba e Puerária.
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura Familiar; Sistema Bragantino; Manihot esculenta sp.
INTRODUÇÃO: A soja é uma das oleaginosas mais cultivadas no mundo, onde a cada ano essa demanda na produção de grãos vem aumentando ano a ano. Diante de tal demanda o Brasil também foi inserido nesse contexto, sendo que os primeiros relatos da presença da cultura da soja no Brasil deram-se na Bahia, entretanto, foi no estado de Rio Grande do Sul que foram feitas as primeiras produções em escalas comerciais. Por volta de 1961 a 1965, o estado foi responsável por 90% da produção brasileira, a partir dessa época ocorreu um grande aumento de produção também no estado do Paraná, onde ambos contribuíam praticamente com partes iguais toda produção de soja brasileira. (SEDIYAMA, 2009). De acordo com Arantes e Sousa, (1993) O Brasil foi o terceiro maior produtor até 1976, ano que superou a China, Com o avanço das tecnologias, hoje o Brasil ocupa o segundo lugar na produção Mundial, e umas das principais tecnologias utilizadas para esse sucesso, é o uso do plantio direto, onde é feito o mínimo revolvimento possível do solo, e maior produtividade e conservação do mesmo. Devido os inúmeros desenvolvimentos tecnológicos, e a crescente demanda na produção para abastecer o mercado europeu, houve disseminação por varias regiões do país, que vai deste a região sul atingindo nordeste e norte, toda essa adaptação deu-se ao desenvolvimento de variedades adaptáveis ao clima de cada região. Dentro desse contexto a região oeste paraense vem sendo ampliada gradativamente em função das vantagens 1 2
Acadêmico do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA. Professora do Curso de Agronomia do CEULS/ULBRA.
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comparativas e da expansão da fronteira agrícola da soja através do aproveitamento de áreas alteradas por pastagens em vias de degradação cultivos itinerantes e áreas geralmente antropizadas. Para Carvalho et al. (2002) as mesmas condições edafoclimaticas que define o Brasil com grande potencial para a cultura da soja, também proporciona o crescimento e a ocorrência das plantas daninhas, que por sua vez prejudicam a produtividade da cultura. Ainda de acordo com Nessrallah (2002 apud Beltrão e Melhorança, 1998) as plantas daninhas exigem as mesmas condições como; luz, água e nutrientes que são exigidos pelas culturas, fazendo com que haja uma competição entre as mesmas, tornando-se responsável por grande parte na perda de produção,além de interferir na qualidade do produto. Diante disto essa pesquisa teve o objetivo Identificar as principais plantas daninhas na cultura da Soja (Glycine Max L.) no Planalto Santareno bem como seus métodos de controle.
MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo foi realizado em diferentes propriedades na região do Planalto Santareno que compreende os municípios de Santarém, Belterra e Mojui dos Campos no Estado do Pará. Essa região é vista como o pólo de crescente produção de grãos no oeste paraense. As áreas onde foram realizadas as identificações das plantas daninhas, representava em média de 400 hectares de cultivo. No total foram avaliados 11 áreas de plantio de soja. A identificação se deu através da visualização das plantas no campo, onde foram levadas em consideração principalmente suas estruturas morfológicas como altura, características das folhas, flores e frutos, tendo como material base para realizar a identificação o Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas (LORENZI, 2006) e o Manual de identificação de plantas daninhas da cultura da soja (EMBRAPA, 2006). Foram aplicados questionários compostas de 9 perguntas, onde foi questionado período de uso do solo, tipo de plantio, variedade cultivada, existência de rotação de cultura, problemas com plantas daninhas quais era as plantas daninhas com maior incidência nas áreas de lavouras. O número de entrevista realizada corresponde ao mesmo numero de propriedades, onde foi realizada a identificação visual em campo das plantas daninhas infestadas nas áreas de lavouras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As plantas daninhas que apresentam maior incidência de acordo com os produtores e comprovado na identificação visual estão listados
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na tabela 01. Esses resultados esultados são semelhantes aos encontrados por NEPOMUCENO et al (2007) em um estudos onde foi avaliado períodos de interferência das plantas daninhas na cultura da soja nos sistemas de semeadura direta e convencional no município de Jaboticabal – SP. Tabela 01: Principais plantas daninhas nas áreas de produção de soja no Planalto Santareno.
Nome Vulgar Capim Colchão Corda de viola Cipó de ferro Erva quente Fedegoso Leiteiro Puerária Tiririca Trapoeraba
Nome Cientifico Digitaria horizontalis Ipomoea grandifolia Sp Spermaco celatifólia Senna obtusifolia Euphorbia heterophylla Pueraria phaseoloides Cyperus spp Commelina benghalensi
Familiar Poaceae Convolvulaceae Spp Rubiaceae Fabaceae(Leguminosae) Euphorbiaceae Spp Cyperaceae Commelinaceae
Fonte: o Autor
As plantas daninhas e suas respectivas famílias diagnosticadas junto aos produtores do Planalto Santareno são semelhantes aos encontrados por Cruz et al (2009) em Levantamento de plantas daninhas em área rotacionada com as culturas da soja, milho e arroz irrigado no Cerrado de Roraima. As plantas daninhas como Fedegoso, Leiteiro, Tiririca, Trapoeraba e Puerária, conforme figura 02 vêm apresentando resistência ao uso de herbicidas nas áreas de estudo, resultados são semelhante aos citados por Vargas et al (2012)quando analisado a Evolução e manejo da resistência de plantas daninhas ao glifosato no Rio Grande do Sul.
Figura 02: 02 Fedegoso(A e C) Tiririca(B) Leiteiro(D) Fonte: O autor
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CONCLUSÃO: Foram diagnosticadas 7 famílias de plantas daninhas nas culturas de soja no planalto Santareno. Dentre as plantas identificadas foi observado a resistências ao uso de herbicidas em algumas plantas como: Fedegoso, Leiteiro, Tiririca, Trapoeraba e Puerária, o que vem a demonstrar um grave problema no manejo das lavouras de soja, e as praticas de controle adotado pelos produtores nessa região. As plantas daninhas interferem no rendimento das lavouras, por isso há necessidade de conhecer as principais espécies infestantes, tornando-se necessário para avaliar sua agressividade bem como os principais métodos de controle, para assim evitar o aumente do número de espécies resistentes. Uma vez que os gastos com o controle das mesmas correspondem em sua maioria ao custo de 20 a 30% do total da implantação da cultura, onde caso não haja todos os cuidados necessários o prejuízo pode alcançar a 100%.
REFERÊNCIAS ARANTES, N.E; SOUZA, P.I.M. Cultura da Soja nos Cerrados. Piracicaba: 1993 535 p. CARVALHO, F.T et al. Manejo químico das plantas daninhas Euphorbia heterophyllae Bidens pilosa em sistema de plantio direto da cultura de soja CRUZ,D.L.S. et al .Levantamento de Plantas Daninhas em área Rotacionada com asculturas da Soja, Milho e Arroz irrigado no Cerrado de Roraima.Rev.Agro@mbiente On-line, v. 3, n. 1, p. 58-63 .Disponível emAcesso em 10 de Abril de 2013. EMBRAPA. Manual de identificação de plantas daninhas da cultura da soja. Documento (ISSN 1516-781X) Embrapa Soja; Londrina, 2006. LORENZI, H. Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas: Plantio Direto e Convencional. 6 Ed. Nova Geração ,2006. NESSRALLAH. M.G.T. Amostragem e mapeamento de plantas daninhas e doenças com auxilio de GPS em culturas de verão no Paraná.Escola Superior Luiz de Queiroz. NEPOMUCENO, M. et al . Períodos de interferência das plantas daninhas na cultura da soja nos sistemas de semeadura direta e convencional. SBCPD. Rev. v. 25, n. 1, p. 43-50 Planta Daninha, Viçosa, 2007. SEDIYAMA,T. Tecnologias de produção e uso da soja, Londrina, Paraná, 2009-314 pg.] VARGAS, L.et al. Evolução e manejo da resistência de plantas daninhas ao glifosato no Rio Grande do Sul.Disponivél em :: Acesso em 15 de Abril de 2013.
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ROTAÇÃO DE CULTURAS DE FEIJÃO CAUPI E GIRASSOL PARA FORMAÇÃO DE PASTOS APÍCOLAS Joyce B. Miranda1 Manoel Jorge S. Sousa1 Gilbson S. Soares2 RESUMO: O presente trabalho foi realizado no Sitio Vale das Castanheiras, localizada no município de Santarém, situada na comunidade de Miritituba e no ramal poço branco localizado no Km 14 da BR 163. O objetivo foi demonstrar que o uso de pastagens seletivas de grande fluxo de massa, como a rotação de cultura do feijão caupi e do girassol, maximiza a produção de mel. Nas duas propriedades foi utilizado o método de ninho sobre ninho e uma melgueira, rainhas novas e alimentadas artificialmente na entre safras. A primeira coleta de mel aconteceu dez dias a partir do inicio da floração e a segunda coleta ocorreu no oitavo dia após a primeira. A produção do mel polifloral apresentou o menor quantitativo quando comparado com a produção das culturas utilizadas no experimento; o mel produzido pela cultura do girassol teve o maior quantitativo quando comparado com o do feijão caupi e do mel polifloral e a metodologia demonstrou ser eficaz para melhorar a produção de mel servindo como mecanismo de inclusão social aumentando a renda do agricultor familiar. PALAVRAS – CHAVE: Apicultura, Pasto apícola e Rotação de culturas.
INTRODUÇÃO: Segundo Couto e Couto (2002), a coparticipação entre abelhas e plantas é importante para garantir a polinização cruzada, que estabelece uma relevante adaptação evolutiva das plantas, proporcionando um maior vigor das espécies, combinações de fatores hereditários e elevando a produção de frutos e sementes. A apicultura é uma das únicas atividades agropecuárias que preenche os requisitos da Sustentabilidade (o econômico, o social, e o ecológico), complementando a renda dos produtores rurais, garantindo a ocupação da mão de-obra familiar e contribuindo de maneira efetiva para a conservação da flora nativa (ALCOFORADO-FILHO, 1998). Outro fator importante é o crescimento da procura de mel e de outros produtos apícolas pelo mercado consumidor, que prefere, hoje, produtos mais saudáveis e isentos de contaminação com agroquímicos (VILELA et al., 2000). Apesar de a flora amazônica ser constituída por uma grande diversidade de espécies, a produção de pastos apícolas, que podem ser formados por diferentes espécies vegetais, em rotação de culturas aumenta a disponibilidade de néctar e pólen no período da floração. Além disso, a produção de mel representa uma atividade crescente, principalmente, no norte e nordeste do Brasil, em geral, desenvolvida por apicultores em pequenas propriedades vinculados a agricultura familiar.
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Acadêmica do Curso de Agronomia – CEULS/ULBRA Professor do Curso de Agronomia – CEULS/ULBRA
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Dessa forma, saber se a produção de mel aumenta ou não na região amazônica com a formação de pastos apícolas, a partir de rotação de culturas, será de grande importância para subsidiar futuros planos de manejo e o desenvolvimento de políticas de incentivo a produção.
MÉTODO: O presente trabalho foi conduzido no Sitio Vale das Castanheiras, localizada no município de Santarém, situada na comunidade de Miritituba, no ramal 33 a 07 km da Rodovia Santarém Curuá Una (PA 370), latitude 02o 31’ 04.1”S e longitude 54º 39' 04.1”W e no ramal poço branco localizado no Km 14 da BR 163, latitude 02° 45’ 30.9” e longitude 54° 39’ 16.5”. No dia 15 de maio de 2012 foram plantadas as sementes de feijão caupi Vigna unguiculata (L.) Walp, adquiridas com um produtor rural do município de Monte Alegre-PA, que tem ciclo reprodutivo de 50 dias. Utilizou-se uma área 25m x 75m com espaçamento de 0,60m entre plantas e 0,60m entre linhas (EMBRAPA, 2011). No dia 05 de julho de 2012 realizou-se o plantio de girassol, Helianthus annuus L., na mesma área, utilizando espaçamento com 0,5m entre plantas e 0,9m entre linhas. O hibrido “Morgan 743” utilizado no plantio tem alturas de plantas de aproximadamente 1,50m a 1,60m e ciclos reprodutivos de 90 dias. Nas duas propriedades foram utilizados o método de ninho sobre ninho e uma melgueira, rainhas novas e alimentadas artificialmente na entre safras, período do inverno, para garantir uma população forte. A primeira coleta de mel aconteceu dez dias a partir do inicio da floração e a segunda coleta ocorreu no oitavo dia após a primeira. Na primeira coleta utilizou-se laminas de cera nova, enquanto na segunda utilizaram-se quadros com favos prontos, ou seja, alvéolos definidos. Antes do plantio do feijão caupi foi realizado o preparo da área com calagem. O girassol foi plantado na propriedade assim que houve a retirada do feijão utilizando-se os resíduos da leguminosa e realizando-se adubação química a base de nitrogênio e duas pulverizações de borax. Para aproveitamento da pastagem foi implantada a oitenta metros (80m) cinco colmeias completas Langstroth de Apis mellifera L. com distância uma da outra de dois metros (2m), com cera alvéolada novas com medidas de 4mm, rainhas novas sem uso de tela excluidoras, telhas na coberturas das caixas e bebedouros próximos as mesmas. O mel coletado foi transportado em veiculo fechado, as melgueiras foram embaladas em lonas devidamente limpas e conduzidas até o laboratório agroindustrial da Centro Universitário
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Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. Para desopercular os favos foi usado o garfo desoperculador específico para mel. Os quadros com favos desoperculados foram colocados na centrifuga inox de dezesseis quadros manual. Após a centrifugação e o mel foi coletado em um balde inox de doze litros (12L). O mel extraído foi armazenado em um tonel para repouso por setenta e duas horas, posteriormente foi embalado para ser consumido. O procedimento metodológico foi realizado com uso de luvas, máscaras e avental de acordo com o regulamento técnico para Fixação de Identidade e Qualidade do mel (WIESE, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A primeira coleta de mel foi ocorreu dez dias após floração do feijão caupi. Como de costume em nossa região, a floração iniciou com 28 dias após o plantio. A segunda coleta aconteceu no oitavo dia após a primeira. Foram coletadas na média, considerando as cinco unidades ninho sobre ninho, dez litros (10L) de mel na primeira coleta e dez litros (10L) na segunda coleta (Figura 1).
Figura 1. Produção de mel da primeira e segunda coleta. Fonte: Manoel Jorge S. Sousa
O girassol floriu 50 dias após semeadura. A primeira coleta de mel aconteceu no oitavo dia após a floração e a segunda coleta sete dias em relação à primeira. Na primeira coleta foram extraídos na média das cinco unidades ninho sobre ninho coletoras dezenove litros (19L) de mel e na segunda (Figura 1) oito litros e meio (8,5L). Nas coletas do mel polifloral foram obtidos oito litros (8L) na primeira coleta e cinco litros (5L) na segunda na média das cinco unidades coletoras. Vale ressaltar que a metodologia de ninho sobre ninho não obteve êxito no Km 14 da BR 163, ramal poço branco, por isso foi necessário usar apenas um ninho e uma melgueira. Provavelmente devido a pouca disponibilidade de pasto. Wiese (2000) considera que “o fundamento da exploração apícola é
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sempre baseada na vegetação floral existente e disponível em abundância para o número de colméias do apiário” Couto e Couto (2002) considera que as abelhas possuem grande importância no serviço da polinização cruzada, que constitui uma importante adaptação evolutiva das plantas, aumentando o vigor das espécies, possibilitando novas combinações de fatores hereditários e aumentando a produção de frutos e sementes, que são responsáveis por fecundar 73% dos vegetais da nossa flora. Apesar de ter sido usado a mesma metodologia para as duas culturas, a produção de mel a partir da cultura do feijão caupi foi menor quando comparada com a produção de mel a partir da cultura do girassol. Todavia houve, nitidamente, um aumento na produção de grãos da cultura do feijão caupi com a formação de vagens bem desenvolvidas e com distribuição uniforme de grãos. Além dos benefícios em relação à disponibilidade de nutrientes nitrogenados ao solo, por se tratar de uma leguminosa. A partir de uma safra, onde ocorreram duas coletas, em média a produção de mel rendeu seis litros e meio (6,5L) da origem polifloral equivalente a 9,1 Kg, da cultura do feijão caupi dez litros (10L) que corresponde a 14 Kg e da cultura do girassol 13,25 L ou 18,55 Kg (Figura 2).
Figura 2. Média da produção de mel. Fonte: Manoel Jorge S. Sousa
Esses resultados corroboram as considerações de Castro (2005) para lavouras comerciais onde ele descreve que além da produção de aquênios (fruto simples, seco), a produção de mel pode ser outra fonte de renda, com a possibilidade de obtenção de 30 kg a 40 kg por hectare. Além dos resultados semelhantes apresentados por Ungaro (2000) indicando a extração de 20 a 40 kg de mel por hectare dessa cultura.
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CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que: A produção do mel polifloral apresentou o menor quantitativo quando comparado com a produção das culturas utilizadas no experimento; a produção de mel a partir da cultura do feijão caupi foi intermediária em relação à produção do mel polifloral e da cultura do girassol; observou-se uma maior produção de grãos da cultura do feijão caupi com a formação de vagens bem desenvolvidas e uniformes; o mel produzido pela cultura do girassol teve o maior quantitativo quando comparado com o do feijão caupi e do mel polifloral; o uso de rotação de culturas do feijão caupi e do girassol para a formação de pasto apícola, demonstrou ser eficaz para melhorar a produção de mel, servindo como mecanismo de inclusão social aumentando a renda do agricultor familiar.
REFERÊNCIAS: ALCOFORADO-FILHO, F.G. Caatinga: florística, manejo e sustentabilidade. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 49., 1998, Salvador. Resumos... Salvador: UFBA. SBB. 1998, p. 437-438. R1030. CASTRO, C. de; FARIAS, J.R.B. Ecofisiologia do girassol. In: LEITE, R.M.V.B. de C.; BRIGHENTI, A.M.; CASTRO, C. de (Ed.). Girassol do Brasil. Londrina: EMPRAPA Soja, 2005, p. 161-218. COUTO, R.H.N.; COUTO, L.A. Apicultura: manejo e produtos. 2.ed. Jaboticabal: FUNEP, 2002. cap.01, p.01-10, cap.5 p.48-120. EMBRAPA MEIO NORTE. Sistema de Produção, 3 ISSN 1678-8818 Versão EletrônicaJul/2003Disponívelem: Acesso em: 9 de set 2011. UNGARO, M. R.G. Cultivo e processamento de girassol. Viçosa (MG): CPT, 2000. VILELA, S.L. de O.; PEREIRA, F. de MELO; SILVA, A.F. da. Importância e evolução da apicultura no Piauí. In: VIVLEA, S.L. de O. (org.). Cadeia Produtiva do mel no Estado do Piauí. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2000. Cap. I, p.13-29. WIESE, H. 2000. Apicultura: novos tempos. Agropecuária, Guaíba. 424p.
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VARIAÇÃO NA TEMPERATURA DO SOLO EM TRÊS PROFUNDIDADES EM LATOSSOLO AMARELO MUITO ARGILOSO NA CULTURA DO MILHO NO OESTE PARAENSE. Glendon José Horta1 Isabel C. Tavares Martins2 Raimundo Cosme de Oliveira Junior3 Celso Shighetoshi Tanabe4
[email protected] RESUMO: A temperatura do solo está relacionada diretamente com os processos de interação solo-planta, onde este é fator importante para o desenvolvimento dos vegetais. O objetivo deste estudo é analisar a variação na temperatura do perfil do solo em diferentes profundidades (5, 15 e 30 cm). O experimento foi conduzido numa propriedade situada na região do planalto em Santarém-Pa, entre os meses de maio a julho de 2013, em solo com três densidades de cobertura vegetal (0%, 50% e 100%) correspondentes a 20, 50 e 80 dias após o plantio da cultura do milho. O método consistiu na coleta de dados, através de termopares, distribuídos em três pontos aleatórios na área de cultivo, onde os dados foram transferidos, armazenados e analisados estatisticamente. Os resultados mostram que nas fases 1, 2 e 3 as maiores variações de temperaturas ocorreram no período de 12 às 15h nas três profundidades e que a variação de temperatura diminui com a densidade de cobertura sobre o solo.
PALAVRAS-CHAVE: Temperatura do solo; Solos Tropicais; Amazônia.
INTRODUÇÃO: A temperatura do solo está relacionada com os processos de interação soloplanta (GASPARIN et al., 2005). O solo, considerado como meio físico onde ocorrem os principais processos fisiológicos para desenvolvimento das plantas, precisa se encontrar numa temperatura adequada para que todos esses processos ocorram. Por isso, Gupta et al. (1984) e Silva (2006) afirmam que as práticas de manejo afetam a temperatura do solo e chegam a interferir, em parte, na própria resposta das culturas, onde o milho (família Poaceae) (SANTOS, 2008), tem importância significativa para a economia nacional (CUNHA & BERGAMASCHI, 1992). A superfície do solo, com ou sem cobertura vegetal, é a principal trocadora e armazenadora de energia térmica nos ecossistemas terrestres (SANTOS, 2008), porém, o uso de cobertura sobre o solo pode alterar consideravelmente os comportamentos diários de sua temperatura (SANTOS et al., 2008). A cobertura funciona como proteção, reduzindo a amplitude de temperatura e, por consequência, diminuindo a evaporação (FURLANI et al., 2008). Assim as práticas de manejo das culturas podem alterar significativamente o regime de temperatura do solo, visto que, os resíduos vegetais deixados na superfície em sistemas conservacionistas agem como
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Graduando do curso de Agronomia do CEULS/ULBRA, voluntário do PROICT. Engenheira, MSc. Em Geofísica, profa. do CEULS/ULBRA. Engenheiro Agrônomo, Dr. em Geoquímica, prof. do CEULS/ULBRA. 4 Engenheiro Agrícola, MSc. em Planejamento Energético, Prof. CEULS/ULBRA. 2 3
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atenuadores da amplitude térmica (WILLIS & AMEMIYA, 1973). Este estudo tem por objetivo avaliar as variações na temperatura do solo, em três profundidades, sobre diferentes coberturas vegetais, observando o ciclo da cultura o milho em um Latossolo Amarelo muito argiloso no planalto santareno.
MÉTODO: O experimento foi conduzido numa propriedade da região do planalto santareno durante os meses de maio a julho em solo com três densidades de cobertura: 0%, 50% e 100% correspondente a 20, 50 e 80 dias após o plantio da lavoura de milho. O clima da região obedece ao padrão Ami, de acordo com a classificação de Köppen, e é caracterizado por temperatura do ar média anual de 25,9 ºC e umidade relativa do ar de 86% (SILVA & SABLAYROLLES, 2009). O solo é classificado como Latossolo Amarelo muito argiloso (Oliveira Junior et al, 2001 ). As medidas foram feitas através de termopares nas profundidades de 5, 15 e 30 cm, ligados a um sistema de aquisição automático datalogger CR10X (Campbell Scientific Inc.), coletando medidas a cada 5 segundos e armazenando as médias a cada 30 minutos. A escolha destas profundidades é devido às plantas da região possuírem sistema radicular mais concentrado nessas profundidades. Na área de plantio os registros de temperatura do solo foram semanalmente descarregados em computador e separados em planilhas diárias observando as três épocas citadas a partir do qual foram analisados estatisticamente em sua consistência utilizando-se o software Statistic 8.0 (Statsoft Inc.) RESULTADOS E DISCUSSÃO: As figuras 1a, 1b e 1c mostram a variação média de temperatura no solo nas três profundidades durante os períodos correspondentes a 20, 50 e 80 dias após o plantio do milho. As máximas temperaturas registradas nas profundidades de 5cm, 15cm e 30cm durante o período foram de 30,9ºC, 27,76 ºC e 27,2 ºC. A fase 01 foi a que apresentou maior amplitude térmica, variando entre 26,6ºC e 30,9 ºC, devido à menor cobertura vegetal no solo, enquanto a fase 02 apresentou a menor amplitude entre 25,46 ºC e 27,76 ºC, este efeito correspondeu ao sombreamento causado pela planta. Nas fases 1, 2 e 3 as maiores variações de temperaturas ocorreram no período de 12 às 15h nas três profundidades, sendo que a fase 03 mantém-se num mesmo intervalo de temperatura (24,3 ºC a 27 ºC) por um período de tempo de 12h. Este efeito corresponde a influencia da cobertura foliar da planta sobre o solo, que além de servir como fator atenuante
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da temperatura age também como um isolante térmico mantendo a temperatura do solo. Temperaturas médias fase 02 28
Temperaturas (̊C)
27,5 27 26,5
5 cm
26
15 cm
25,5
30 cm
25 24,5 24 3h
(a)
6h
9h
12h
15h
18h
21h
24h
(b)
(c) Figura 01 – Temperaturas médias registradas após a) 20 dias de plantio; b) 50 dias após o plantio e c) 80 dias após o plantio em três profundidades.
CONCLUSÃO:
Na profundidade mais superficial (5 cm) foram registradas as maiores temperaturas. A fase 01 foi a que apresentou maior amplitude térmica, variando entre 26,6ºC e 30,9 ºC, devidoo à menor cobertura vegetal no solo. O efeito atenuador da temperatura tornou-se tornou se evidente durante a terceira fase do plantio.
REFERÊNCIAS: CUNHA, G. R.; BERGAMASCHI, H. H 1992. Efeitos da disponibilidade hídrica sobre o rendimento das culturas. In: BERGAMASCHI, H. (coord.) Agrometeorologia aplicada à irrigação. Porto Alegre: Ed. da UFRGS. p.85-97. p.85 DALLACOR, R.; GASPARIM, E.; GNOATTO, E. Variação da temperatura do solo em diferentes profundidades, utilizando duas densidades de cobertura morta. XI Encontro Anual de Iniciação Cientifica, Maringá, 2002. FURLANI, C. E. A. et al. Temperatura do solo em função do preparo do solo e do manejo da cobertura de inverno. R. Bras. Ci. Solo, 32:375-380, 2008. GASPARIN, E. et.al; Temperatura no perfil do solo utilizando utilizando duas densidades de cobertura e solo nu. Acta Scientiarum. Agronomy, Agronomy, Maringá, v.27, no 1, p. 107 – 115, Jan./March, 2005.
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GUPTA, S.C.; LARSON, W.E.; ALLMARES, R.R. Predicting soil temperature and soil heat flux under different tillage-surface residue conditions. Soil Sci. Soc. Am. J. 48: 223-232, 1984. OLIVEIRA JUNIOR, R.C., CORREA, J.R.V. Caracterização dos Solos de Belterra, Estado do Pará. Documentos EMBRAPA Amazônia Oriental, Belém. V. 88, P 1-39, 2001. SANTOS, M. A. D. et al. Variação da temperatura do solo em cultivo de milho sobre diferentes coberturas. In: Anais do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia. Anais eletrônicos... Belém: Sociedade Brasileira de Meteorologia, 2008. 5p. Disponível em: . Acesso em: 17/08/2012. SILVA, E. R. R.; SABLAYROLLES, M. D. G. P. Quintais agroflorestais por colonos migrantes: as plantas medicinais em Vila Nova, Mojuí Dos Campos (Santarém/PA). In: Anais do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. Anais eletrônicos... Luziânia: Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais, 2009. 4p. Disponível em:. Acesso em: 05/09/2012. WILLIS, W. O.; AMEMIYA, M. Tillage management principles: Soil temperature effects. In: Conservation Tillage. National Convention Conference, Des Moines, 1973.
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ANTIBIOSE DE Streptomyces aureus FRENTE A MICRORGANISMOS DE INTERESSE CLÍNICO Andresson Fernandes Pontes1 Silvia Katrine Silva Escher2
[email protected] Resumo - As actinobactérias produzem vários compostos com propriedades antimicrobianas, além de contribuir com a produção de enzimas de uso industrial e vitaminas. O gênero Streptomyces, se destaca por contribuir com cerca de 70 a 80% do total de fármacos com propriedade antimicrobiana oriundos do seu metabolismo secundário. O objetivo deste estudo foi avaliar a antibiose da bactéria Streptomyces aureus frente aos patógenos Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella sp e Candida sp. Previamente ao teste antimicrobiano, foram realizados o estudo da macro e micromorfologia do Streptomyces aureus e por fim a avaliação antimicrobiana da actinobactéria através da metodologia do bloco de gelose. Na análise macromorfológica de Streptomyces identificou-se o aspecto pulverulento das colônias assim como a presença característica do micélio aéreo, e em análise micromorfologica, foi evidente a presença predominante de conídios esféricos em cadeia e a visualização de filamentos bacterianos ramificados. O ensaio de antibiose descreveu atividade antimicrobiana seletiva para Staphylococcus aureus, caracterizando sua intensidade de inibição como moderada, com halo de inibição de crescimento de 11 mm. Pesquisas voltadas a essa linha de pesquisa se fazem necessárias e principalmente aquelas que visam à caracterização dos compostos farmacológicos ativos. Palavras-chaves: Actinobactérias. Streptomyces aureus. Antibióticos.
INTRODUÇÃO No século XIX, vários métodos terapêuticos foram preparados com o intuito de combater microrganismos, sabendo que estes são causadores de doença em humanos. Em 1877, Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem a eficácia dos agentes microbianos, e em 1928, Alexander Fleming descobriu a Penicilina, marcando a era do antibiótico. Desde então, a produção de antibióticos por bactérias filamentosas, como as actinobactérias, vem sendo estudada (DEMAIN, 2006; SILVA, 2010). Dentre as várias características que esse grupo de bactérias apresenta, a capacidade de produzir metabólitos secundários é a principal delas, despertando interesse e atençãoda indústria biotecnológica (HONGJUAN et al., 2006). Grande parte destes metabólitos secundários bioativos são produzidos pela ordem Actinomycetales, que abrange vários gêneros, especialmente os Streptomyces. Vários são os antibióticos sintetizados pelo gênero Streptomyces entre eles, a Anfotericina B produzido pelo Streptomyces nodosus, a Eritromicina produzida pelo Streptomyces erytheus, o Streptomyces fradiae que sintetiza a Neomicina, a Tetraciclina, oriunda do Streptomyces rimosus e a Gentamicina produzida pelo Streptomyces tenebrarius (SAADAUN; GHARAIBEH, 2003). O estudo com organismos produtores de metabólitos capazes de combater as infecções 1
Farmacêutico, pós-graduando em Análises Clínicas no Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES; Bióloga e Doutoranda no Programa de Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Laboratório de Microbiologia-UFOPA/IBEF. Orientadora. 2
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tanto de origem fúngica quanto bacteriana, tem se desenvolvido em todo o mundo, com o propósito de prospectar novas drogas efetivas, com alto poder farmacológico, capazes de combater as multirresistências microbianas (STROBEL; DAISY, 2003; LI et al., 2005). Portanto a realização de pesquisas sobre esses agentes tão importantes, motiva a prática de estudos in vitro sobre patógenos como a Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella sp e Candida sp. A partir deste preceito surgiu o interesse de avaliar a antibiose da bactéria Streptomyces aureus frente Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella sp e Candida sp.
METODOLOGIA O Streptomyces aureus ATCC 3309 pertence à coleção de culturas do Dpto. De Antibióticos-UFPE, e foram isolados do bioma da caatinga. Para a realização do teste antimicrobiano por meio da metodologia do bloco de gelose, primeiramente houve a reativação das colônias por meio do repique e cultivo em meio ISP-2 por 10 dias a 30°C, obtendo após o período determinado o crescimento em tapete da actinobactéria, propiciando a visualização macromorfológica do Streptomyces aureus. Foi realizado o microcultivo segundo Shirling e Gottlieb (1968), onde foi inserida parcialmente no meio de cultura previamente semeado com Streptomyces aureus, uma lamínula em posição inclinada para obtenção do crescimento de hifas sobre a superfície da mesma. Após o período de 7 dias de incubação, a lamínula foi retirada e colocada sobre uma lâmina de microscopia para análise ao microscópio óptico com o aumento de 400 vezes. O teste de atividade antimicrobiana foi realizado pelo método do “Bloco de Gelose” segundo a metodologia descrita por Ichikawa, Ishikura & Ozaki (1971). Foram depositados blocos de ágar contendo a cultura do Streptomyces, sobre um meio de cultura previamente semeado com o microrganismo teste. O sistema foi incubado por 48h a 37°C, e posteriormente foram realizadas as leituras dos halos de inibição do crescimento do patógeno. Os microrganismos teste utilizados no ensaio antimicrobiano, Staphylococcus aureus ATCC 25923, Escherichia coli ATCC 25922, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Salmonella sp, e Candida sp pertencem a Coleção de Cultura do Laboratório de Microbiologia do Instituto de Biodiversidade e Florestas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Estes patógenos foram previamente semeados em meios de cultura específicos para o preparo das suspensões microbianas, ajustadas a 0,5 da Escala de McFarland. Para a realização do teste de antibiose, foi semeada 100 μL da suspensão nas placas contendo Ágar Sabouraud (fungo) e Ágar Müeller-Hinton (bactérias). Para o controle do
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ensaio, foram utilizados blocos do meio ISP-2 (sem os microrganismos isolados), os quais foram dispostos sobre as placas de petri contendo o patógeno. Este ensaio foi realizado em duplicata. Os procedimentos do ensaio antimicrobiano estão ilustrados na figura abaixo.
Figura 1 - ESQUEMA DO TESTE ANTIMICROBIANO PELO MÉTODO DO BLOCO DE GELOSE. FONTE: Os pesquisadores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o tempo de cultivo em meio ISP-2 foi observado a macromorfologia do Streptomyces aureus caracterizada pelo aspecto miceliano aéreo, pulverulento e ramificado, características estas, das colônias de Actinobactérias, especialmente do gênero Streptomyces (Figura 2). Na análise micromorfológica foram visualizados conídios esféricos em cadeia e ramificações de hifas septadas, caracterizando o aspecto miceliano do gênero em estudo (Figura 3). No teste de antibiose foi observado a formação do halo de inibição de crescimento somente para Staphylococcus aureus, com halo de inibição de 11 mm, sendo classificado como atividade moderada (++) (Figura 4), tomando como base a tabela sugerida por Matsuura (2004). Não foram encontrados nos trabalhos pesquisados, registros de ensaios com a finalidade de avaliar a atividade antimicrobiana da espécie de Streptomyces aureus. Porém vários pesquisadores vêm dando ênfase em suas pesquisas sobre a importância e o potencial antimicrobiano de isolados de Streptomyces sp. Ao avaliar a atividade antimicrobiana de Actinobactérias isoladas do solo frente a oito microrganismos teste, Lins e Araújo (2011) observaram a antibiose dos isolados frente a
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algum patógeno, sendo que um dos microrganismos-alvo que apresentaram sensibilidade foi o Staphylococcus aureus. O mesmo foi referido no estudo realizado por Ferreira (2012), ao avaliar o potencial antimicrobiano de sete isolados de Streptomyces sp, o qual registrou atividade de apenas três isolados para algum dos microrganismos testados no estudo, sendo que nenhum apresentou capacidade antimicrobiana contra bactérias gram-negativas, mas sim contra Staphylococcus aureus e outros microrganismos.
(2)
(3)
(4)
Figura 2,3 e 4 – 2) MACROMORFOLOGIA DO Streptomyces aureus; 3) MICROMORFOLOGIA DO Streptomyces aureus E 4) ATIVIDADE DO Streptomyces aureus FRENTE AO Staphylococcus aureus. FONTE: Os pesquisadores.
CONCLUSÃO As actinobactérias são fontes naturais importantes para a produção de novos antibióticos e outros possíveis fármacos de interesse médico. Neste estudo foi possível conhecer a micro e macromorfologia de Streptomyces aureus, e também conhecer o seu biocontrole frente aos patógenos testados. Pesquisas voltadas a essa linha de pesquisa se fazem necessárias e principalmente aquelas que visam à caracterização dos compostos farmacológicos ativos.
REFERÊNCIAS DEMAIN, A.L. From natural products discovery to commercialization: a success story. Journal Industrial Microbiology Biotechnology, vol. 33, p. 486-495, 2006. FERREIRA, L. M. A. Isolamento de micro-organismos endofíticos do ipê roxo (Tabebuia avellanedae) e Avaliação da atividade antimicrobiana. 2012. 89f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia Industrial) – Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco.
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HONGJUAN, Z et al. The rapid differentiation of streptomyces using fourier transform infrared spectroscopu. Vibrational Spectroscopy, Amsterdam, v. 40, n.2, p. 213-218, Marc. 2006. ICHIKAWA, T.; ISHIKURA, T.; OZAKI, A. Improvement of Kasugamycin – producing strain by the Agar piece method and the prototroph method. Folia Microbiologica, 16: 218 – 224, 1971. LI, H et al. Screening for endophytic fungi with antitumour and antifungal activities from Chinese medicinal plants. World J Microb Biot v. 21, p. 1515-1519, 2005 LINS, C. V; ARAÚJO, J. M de. Isolamento de Actinobactérias da rizosfera de plantas nativas da caatinga. XIX Congresso de Iniciação Científica da UFPE, 2011. MATSUURA, T. Caracterização taxonômica de actinomicetos endofíticos produtores de antibióticos isolados de cupuaçuzeiro (Theobromagrandiflorum Schum). Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. 2004. SAADAUN, I; GHARAIBEH, R. The Streptomyces flora of region of Jordan and its potential as a source of antibiotics active against antibiotic-resistant bacteria. Journal of Arid Environments, London, v.53, 2003. SHIRLING, E. B; GOTTLIEB, D. Cooperative description of type cultives of Streptomyes II. Species description from fist study. International Journal of Systematic Bacteriology, Washington, 18: 69-189. 1968. SILVA, L. C. B. Identificação de Actinobactérias e Thermoactinomyces spp. Isolados do processo de compostagem para a produção de Agaricus brasiliensis. 2010. 89f. Dissertação (Mestre em Microbiologia Agrícola) – Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais. STROBEL G. A; DAISY, B. Bioprospecting for Microbial Endophytes and Their Natural Products. Microbiol Mol Biol R 67: 491-502, 2003.
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ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim ENTEROBACTÉRIAS
ESSENCIAL DE limão) SOBRE
Felipe Jordir dos Santos Gomes1 Silvia Katrine Silva Escher2 Resumo: A cerca de quarenta anos os antibióticos são a base da terapêutica das doenças infecciosas. Entretanto, muitos microorganismos estão adquirindo resistência aos seus mecanismos de ação. Assim, a busca por novos compostos bioativos têm sido alvo da indústria biotecnológica. A medicina popular com o uso de plantas medicinais têm sido alvo de várias pesquisas no intuito de comprovar as mais variadas atividades terapêuticas atribuídas à estas plantas. A Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim limão) é uma Poacea de distribuição tropical usada para vários fins terapêuticos. O objetivo deste trabalho foi testar a atividade do óleo essencial de Cymbopogon citratus (DC) Stapf. sobre enterobactérias. Usando a metodologia de difusão em disco, verificou-se que o óleo essencial de capim limão possui baixa atividade antimicrobiana sobre o crescimento das bactérias testadas. Palavras-chave: Cymbopogon citratus, óleo essencial, antibiótico.
INTRODUÇÃO A descoberta dos antibióticos em 1929 foi de grande importância para a terapia de doenças, antes sem cura. No período da segunda guerra mundial esse tipo de medicamento foi amplamente difundido para o tratamento dos soldados feridos em campos de batalha. A fama criada sobre os antibióticos deu impulso à prática da automedicação, com sua administração em doses não terapêuticas, selecionando as linhagens mais resistentes. Esse fenômeno de resistência dos microorganismos aos antibióticos é de origem natural,e ocorre pela variabilidade genética, entretanto é catalisado pela seleção artificial de linhagens resistentes com o mau uso dos antibióticos. Na medicina popular a prática alternativa do uso de medicamentos naturais serve como guia para a busca de moléculas de interesse para a produção de medicamentos. As plantas são as matérias primas utilizadas neste tipo de tratamento feito pelas populações tradicionais, o que desperta o interesse por pesquisas a seu respeito. Dentre as preparações mais comuns, de utilização das propriedades dos vegetais a preparação de chás de infusão é a mais utilizada, sendo que a planta Cymbopogon citratus (DC) Stapf. (Capim limão) se destaca por ser uma das espécies vegetais mais consumidas pela população.
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Bolsista de iniciação científica PIBIC/UFOPA, graduando em Farmácia pela UFOPA Doutoranda em Ciências farmacêuticas – UFPE. Laboratório de Microbiologia IBEF/UFOPA. Orientadora.
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O Cymbopogon citratus D.C (Stapf.)(Capim limão) é uma planta pertencente à família Poaceaeoriginária da Índia e com distribuição por países tropicais, (Brito, 2007). É uma erva perene, com rizomas curtos e que desenvolve touceiras, apresenta aroma semelhante ao do limão com coloração verde-pálida.(GOMES & NEGRELLE, 2003; BLANK et al., 2009). Na medicina popular é muito utilizada por serem atribuídas à ela variada propriedade biológica, dentre as quais a atividade fortificante, digestiva, antigripal, analgésica, antitérmica, anti-inflamatória, antiespamódica e para anticardiopatias. Além da utilização terapêutica, o capim limão é utilizado nas indústrias de alimentos como aromatizantes, perfumaria e cosméticos (GOMES & NEGRELLE, 2003). Reconhecendo a grande utilização desta planta na fitoterapia e a busca por novos compostos bioativos efetivos contra microrganismos que já demonstram ampla resistência aos antibióticos de uso clínico este estudo objetivou estudar a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) (Capim limão) sobre bactérias enteropatogênicas. MATERIAL E MÉTODOS COLETA DAS FOLHAS DE Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) Foram coletados 1,5 Kg de folhas de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) para extração do óleo essencial. As coletas foram realizadas no horto do Laboratório de Microbiologia-IBEF, localizado na cidade de Santarém – PA. Foram coletadas folhas de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) (Capim limão), pesando 2 Kg. EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL Após a coleta, as folhas foram trituradas e secas em ambiente aberto por três dias consecutivos. Após o período de secagem, o material botânico foi submetido à extração por arraste a vapor, em dorna de 150L, com duração de 2 horas e 30 minutos. Após a extração, obteve-se 5 mL de óleo essencial correspondente a 3,05% de rendimento em relação a biomassa.
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ENSAIO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA Para testar a atividade antimicrobiana do óleo de Cymbopogon citratus (D.C Stapf.) foi utilizada metodologia de difusão em disco descrito por KIRBY E BAUER (1966). Discos de papel filtro impregnados com 10µl do óleo foram dispostos em placas de petri previamente semeadas com 100µl das suspensões contendo os microrganismos teste ajustadas em espectrofotômetro à escala de 0,5 MacFarland, em meio de cultura Muller Hinton. As bactérias utilizadas no teste foram Citrobacter kursei, Edwardsiella tarda e Salmonella, provenientes da Bacterioteca do Laboratório de Microbiologia do instituto de Biodiversidade e Florestas da Universidade Federal do Oeste do Pará. As placas foram mantidas em 37°C, por 48h e a cada 24 horas foi realizada a leitura dos halos de inibição. O ensaio foi realizado em duplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Os testes de atividade antimicrobiana do óleo essencial de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) mostrou resultados positivos para o a inibição do crescimento dos microorganismos testados, sendo as bactérias C. cursei, E. tarda e Salmonella enteritidis sensíveis ao óleo. A tabela 1 mostra os diâmetros dos halos de inibição do crescimento do óleo sobre as bactérias.
Tabela 1: Diâmetro dos halos de inibição do óleo de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) sobre Enterobactérias. Microorganismo Diâmetro dos halos de inibição (mm) C. kursei 8,5 E. tarda 9 Salmonella 9 Os estudos realizados por HEYDERet al.(2009), evidenciaram a atividade antibacteriana
do
óleo
essencial
de
Cymbopogon
citratus
e
tal
atividade
foi
relacionadadiretamente ao componente majoritário deste óleo, o Citral. Nos testes de atividade antimicrobiana in vitro, o óleo essencial de Cymbopogon citratus inibiu notavelmente ocrescimento das Rhodotorulaglutinis
ATCC
leveduras
Candida albicans
16740, Schizo saccharomyces pombe
ATCC ATCC
48274, 60232,
Saccharomyces cerevisiae ATCC 2365 e Yarrowia lypolítica ATCC 16617. De acordo com o trabalho, a atividade é devida a presença de uma mistura isomérica de neral e citral na composição do óleo (SACCHETTIet al (2005).
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BERTINI et al.(2005) registraram a atividade do óleo essências de Cymbopogon citratus (D.C Stapf.) sobre as bactérias Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Segundo os autores a atividade sobre o crescimento dos microrganismos é proveniente da presença do citral.
CONCLUSÃO De acordo com os resultados deste trabalho pode-se afirmar que o óleo essencial de Cymbopogon citratus D.C (Stapf.) é ativo frente às bactérias testadas, sendo, portanto uma potencial fonte de pesquisa para a síntese de novos compostos antimicrobianos provenientes de material vegetal.
REFERÊNCIAS
BAUER, A. W. KIRBY W. M. Sherris, J. C. andTurck, M.: Antibioticsusceptibilitytestingby a standardized single disk method. Americ J. Clin. Path.45:493-496, 1966. BERTINI LM, PEREIRA AF, OLIVEIRA CLL, MENEZES EA, MORAIS SM, CUNHA FA, CAVALCANTI, ESB 2005. Perfil de sensibilidade de bactérias frente a óleos essenciais de algumas plantas do nordeste do Brasil. Infarma 17: 80-83. BLANK AF; ARRIGONIBLANK MF; MOREIRA AM; AMANCIO VF. 2009. Produção de mudas de capim-limão em diferentes recipientes e substratos. Hortic. bras., v. 27, n. 4, 515519 out.- dez. 2009 GOMES, Eliane Carneiro2, NEGRELLE, Raquel Rejane Bonato. Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf: ASPECTOS BOTÂNICOS E ECOLÓGICOS. Visão Acadêmica, Curitiba, v. 4, n. 2, p. 137-144, Jul.- Dez./2003 HEYDER, C. D. T.; SILVA, D. A. K. Avaliação da atividade antifúngica do óleo volátil de Cymbopogon citratus sobre Candida krusei e Candida Parapsilosis.Revista Saúde e Ambiente / Health andEnvironmentJournal, v. 5, n. 2, dez. 04 SACCHETTI, G.; MAIETTI, S.; MUZZOLI, M.; SCAGLIANTI, M.; MANFREDINI, S.; RADICE, M.; BRUNI, R. Comparative evaluation of 11 essential oils of diferent origin as functional antioxidants, antiradicals and antimicrobials in foods. Food Chemistry, Oxford, v. 91, n. 4, p. 621-632, Aug. 2005
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Ocimum basilicum L (ALFAVACA) FRENTE À Candida albicans Camilla Luckanne Lopes Gazel1 Ana Carla Ebrahim de Lima2 Lauro Euclides Soares Barata3 Mychelly Rios Areválo4 Kelly Christina Ferreira Castro5 Silvia Katrine Silva Escher6
[email protected]
RESUMO - A Amazônia oferece um apreciável potencial por ser uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, abrigando inúmeras plantas detentoras de propriedades medicinais. Diversas patologias de origem microbiana são relatadas na literatura e em muitos casos, os responsáveis pelas infecções adquirem resistência ao medicamento administrado, e por este motivo, torna-se necessário a prospecção de novos antimicrobianos, incluindo os de origem vegetal que apresentem atividade sobre grande espectro de microrganismo e que possam ser usados como alternativa aos antibióticos convencionais. A espécie Ocimum basilicum L, conhecida como alfavaca, é rica em linalol e tradicionalmente usada como erva medicinal e alimentar. Mediante a isso o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial de alfavaca frente à leveduras do gênero Candida albicans. O óleo essencial foi obtido pela metodologia de arraste a vapor e para a avaliação da atividade antifúngica utilizou-se a metodologia de difusão em disco descrita por Kirby e Bauer (1966). O óleo essencial apresentou atividade moderada com 13mm de diâmetro de halo de inibição de crescimento de Candida albicans. PALAVRAS-CHAVE: Atividade antimicrobiana, Óleo essencial, Ocimum basilicum L.
INTRODUÇÃO: O emprego de plantas medicinais com fins curativos é uma prática que vem sendo utilizada ao longo da história da humanidade, onde a aplicação das plantas como remédios naturais inicialmente se justificava por ser o recurso terapêutico disponível. Essa prática têm sido mantida até os dias atuais, principalmente em comunidades tradicionais onde o atendimento primário de saúde é deficiente. O conhecimento empírico destas plantas com propriedades curativas têm chamado a atenção da indústria biotecnológica que através de pesquisa baseada no conhecimento popular, têm elucidado as propriedades biológicas de uma diversidade de espécies vegetais, principalmente na Amazônia (MARTINAZZO, 2006; SHALE,1999). Esta busca por produtos bioativos tem sido motivada principalmente pela manifestação de resistência microbiana aos antibióticos de uso clínico, fato este, descrito desde 1940 com os primeiros registros de Staphylococcus aureus resistentes à Penicilina (DUARTE, 2006). 1 Bolsista PIBIC∕UFOPA. Acadêmica do Curso de Bacharelado em Biotecnologia. Laboratório de Microbiologia - IBEF-Instituto de Biodiversidade e Florestas, UFOPA- Universidade Federal do Oeste do Pará- Rua Vera Paz, s/n BairroSalé, CEP68035-110, Santarém, Pará. 2 Academica do Curso Bacharelado em Farmácia; Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos- IBEFInstituto de Biodiversidade e Florestas, UFOPA- Universidade Federal do Oeste do Pará- Rua Vera Paz, s/n BairroSalé, CEP68035-110, Santarém, Pará. 3 Químico. Doutor. Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos – IBEF/UFOPA. 4 Químico. Doutor. Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos – IBEF/UFOPA. 5 Química. Doutor. Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos – IBEF/UFOPA. 6 Biologa e Doutoranda no Programa de Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Pernambuco –UFPE.
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A espécie Ocimum basilicum L (Alfavaca) pertence à família Laminaceae, oriunda de regiões tropicais e subtropicais da Ásia, África e América Central e do Sul, e foi introduzida no Brasil por colonizadores portugueses e por imigrantes Europeus (Albuquerque, 1996). É internacionalmente conhecida como brasílico, alfava e manjericão. Tradicionalmente usada como erva medicinal e alimentar. Seu uso como condimento é bastante antigo devido ao aroma que suas folhas possuem. Esta espécie é uma importante fonte de óleos essenciais contendo compostos biologicamente ativos com propriedades nematicidas, inseticidas e antimicrobianas. (Özcan et al. 2005; Telci et al 2006; Politeo et al. 2007). Infecções humanas, particularmente aquelas envolvendo a pele e mucosas constituem um sério problema, especialmente em países desenvolvidos tropicais e subtropicais, sendo os fungos dermatófitos e a levedura Candida spp. os patógenos mais frequentes. A Candida albicans é uma levedura oportunista que causa infecções sistêmicas em pessoas predispostas, comumente pacientes com o sistema imunológico comprometido ou que foram submetidos a tratamento prolongado com antibióticos (ZHANG, 2002). Devido a Candida albicans ser um importante agente patogênico humano o presente estudo teve por objetivo avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial de Ocimum basilicum L frente à C. albicans.
MÉTODO: Obtenção do óleo essencial de Ocimum basilicum L Foram coletados na comunidade de Tabocal, ramos contendo folhas e flores de Ocimum basilicum L, localizada no município de Santarém-Pa (Figura 1). Utilizou-se 2430g de folhas e flores secas para a extração de óleo essencial por arraste a vapor em dorna de 150L.
Figura 1: Folhas de Ocimum basilicum
L
Fonte: o autor
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Ensaio antifúngico A metodologia utilizada para a avaliação da atividade antifúngica dos óleos foi a difusão em disco descrita por Kirby e Bauer (1966). Para semeadura dos patógenos, foram preparadas soluções ajustadas na escala de 0,5 MacFarland, equivalente a 104UFC/mL (Unidade Formadora de Colônia). 50μl desta suspensão fúngica foram semeadas em placas contendo Ágar Sabouraud Dextrose (SDA). Em seguida foram dispostos na superfície da placa, discos de papel de filtro estéreis equidistantes 25mm, os quais foram posteriormente embebidos com uma alíquota de 10μl do óleo essencial de Ocimum basilicum L. Foram adotados como controles positivo Fluconazol (10 µg/ml) e negativo a Solução fisiológica. Este sistema foi incubado a 37°C por 48h, sendo feito a leitura dos halos de inibição formados ao redor dos discos em intervalos de 24h. O ensaio foi realizado em duplicata e o valor dos halos foi considerado como o valor da média das repetições.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Através da hidrodestilação das partes aéreas de Ocimum basilicumL, obteve-se o óleo essencial que apresentou rendimento de 0,41% em relação à biomassa vegetal utilizada. O óleo essencial apresentou atividade moderada (Tabela 2) frente a leveduras do gênero Candida albicans apresentando halo médio de inibição de crescimento com 13mm de diâmetro. Os halos foram medidos com auxílio de uma régua (Tabela1). Média do diâmetro do halo de inibição (mm) Tempo Média Geral Microrganismo 24h 48h Candida albicans 14mm 13,5mm Controle + (Fluconazol) Controle – (Solução Fisiológica) Tabela 1: Valores dos halos de inibição de crescimento de C.albicans frente à ação do óleo essencial de Ocimum basilicum L (Alfavaca).
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Figura 1: Registro dos halos de inibição de crescimento de Candida albicans após 48h
Tabela 2: Classificação da atividade antimicrobiana sugerida por Matsuura (2004) Tipo de inibição Halo de Inibição Intensidade de Inibição Ausente
0
-
Baixa
7,0 – 10,0 mm
+
Moderada
11,0 – 14,0 mm
++
Alta
> 14,0 mm
+++
FONTE: MATSUURA (2004).
Seguindo o sugerido por Matsuura (2004) após 48h o óleo essencial de O. basilicum L exibiu atividade moderada frente à C. albicans, apresentando similaridade com os resultados apresentados por Sartorato et al. (2004). Wan et al. (1998), estudando a ação antibacteriana do
óleo essencial de O. basilicum, observaram a formação de uma zona de inibição ao redor dos discos com valor de 3 mm para E. coli NCTC 8196 e também de 3 mm para S. aureus NCTC 6571; para P. aeruginosa, os mesmos autores não verificaram a formação de zona de inibição.
CONCLUSÃO:
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Devido os resultados observados neste estudo sobre a atividade antifúngica apresentada pelo óleo essencial frente à levedura de Candida albicans, concluímos que esta planta pode ser uma excelente fonte para o desenvolvimento de novos antimicrobianos, utilizando-se como matéria-prima este óleo.
REFERÊNCIAS: AHMAD I. AND BEG A.Z. Antimicrobial and phytochemical studies on 45 Indian plants against multi-drug resistant human pathogens, J. of Etnopharmacol. 74:113-123, (2001). BOMFIM, G.F. Atividade Antimicrobiana de Microrganismos Isolados de Cupinzeiros da Região da Mata de Cipó, Bahia. 2010. 70 p. Mestrado em Biotecnologia. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, BA DUARTE, M.C.T. Atividade Antimicrobiana de Plantas Medicinais e Aromáticas Utilizadas no Brasil. Multiciência: Construindo a história dos Produtos Naturais. CampinasSP, Outubro, 2006. MARTINAZZO, Ana Paula, D.S., Universidade Federal de Viçosa, agosto, 2006. Secagem, armazenamento e qualidade de folhas de Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. Orientador: Evandro de Castro Melo. Co-Orientadores: Paulo Cesar Corrêa, Luiz Cláudio de Almeida Barbosa, Ricardo Henrique Silva S antos e Nilda de Fátima Ferreira Soares MATSUURA, T. Caracterização taxonômica de actinomicetos endofíticos produtores de antibióticos isolados de cupuaçuzeiro (Theobromagrandiflorum Schum). Tese (Doutora-do). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. 2004. ÖZCAN, M.; ARSLAN, D.; ÜNVER, A. Effect of drying methods on the mineral content of basil (Ocimum basilicum L.). Journal of Food Engineering, 69: 375–379, 2005. SARTORATTO, A. et al. Composition and antimicrobial activity of essential oils from aromatic plants used in Brazil. Brazilian Journal of Microbiology,v.35, n.4, p.275- 80, 2004. SHALE T.L., Stirk W.A., van Staden J. (1999). Screening of medicinal plants used in Lesotho for anti-bacterial and anti-inflammatory activity, J. of Ethnopharmacol. 67:347-354. WAN, J.; WILCOCK, A. & COVENTRY, M.J. Effect of essential oils of basil on the growth of Aeromonas hydrophila and Pseudomonas fluorescens. J. Appl. Microbiol., v.84, n.2, p.152-158, 1998. ZANARDI, D.; NUNES, D. H.; PACHECO, A. S.; TUBONE, M. Q.; SOUZA FILHO, J. J. Avaliação dos métodos diagnósticos para onicomicose. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 83, n. 2, p. 119-24, 2008. ZHANG Z., ELSOHLY H.N., JACOB M.R., PASCO D.S., WALKER L.A., CLARK A.M. (2002). Natural products inhibiting Candida albicans secreted aspartic proteases from Tovomita krukovii, Planta Med. 68: 49-54.
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DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Aniba parviflora (Macacaporanga) EM FUNÇÃO DA SAZONALIDADE Bárbara de Iansã Santos Viana1 Daniel Fereira Amaral2 Amanda Sousa Silva3 Lauro E. S. Barata4 Silvia Katrine Silva Escher5
[email protected] RESUMO – O uso de plantas aromáticas com propriedades farmacológicas é bastante difundido, em função das atividades antimicrobiana, antifúngica, antinflamatória, analgésica, entre outras. Estas propriedades são resultantes do metabolismo secundário vegetal, onde são encontrados uma diversidade de classes farmacognósticas, que podem estar presentes no óleo essencial, nas folhas, sementes, raízes e caule. A Aniba parviflora conhecida popularmente como Macacaporanga, uma espécie aromática, nativa da Amazônia, muito utilizada para a fabricação de perfumes e cosméticos. Este estudo objetivou determinar a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Aniba parviflora (macacaporanga) extraídos das folhas coletadas em período seco e chuvoso frente a microrganismos de interesse clínico. A atividade antimicrobiana foi determinada pela metodologia de difusão em disco, sendo o ensaio realizado em duplicata. O óleo essencial de Aniba parviflora (Macacaporanga) extraído no período seco apresentou atividade antimicrobiana frente as enterobactérias Salmonella enteritidis, Edwardsiella tarda, Citrobacter kursei, Escherichia coli, apresentando halo de inibição de 11mm, 12,5m e 9,5mm, respectivamente. Para a levedura Candida albicans os halos de inibição evidenciados referente à atividade dos óleos extraídos no período seco e chuvoso foram de 8mm e 10mm, respectivamente.
PALAVRAS-CHAVE: Óleos Essenciais; Aniba parviflora (Macacaporanga); Atividade Antimicrobiana.
INTRODUÇÃO:
Os produtos naturais são utilizados desde os primórdios da humanidade, sendo que a busca por alívio e cura de doenças com a ingestão de ervas e folhas, e o uso de óleos essenciais talvez tenha sido uma das primeiras aplicações terapêuticas das plantas (LopesLutz et al., 2008 apud Alviano, D. S. & Alviano, C. S., 2009). Os óleos essenciais constituem os elementos voláteis contidos em muitos órgãos vegetais e, estão relacionados com diversas funções necessárias à sobrevivência vegetal, exercendo papel fundamental na defesa contra microrganismos (Siqui et al., 2000). As propriedades antimicrobianas de substâncias presentes em extratos e óleos essenciais produzidos pelas plantas como uma consequência do metabolismo secundário, também são reconhecidas empiricamente há séculos e foram comprovadas cientificamente 1 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Biociências. Laboratório de Microbiologia – IBEF – Instituto de Biodiversidade e Floresta – Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. 2 Químico. Mestre. Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos – IBEF/UFOPA. 3 Academica do Curso Bacharelado em Farmácia; Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos- IBEFInstituto de Biodiversidade e Florestas, UFOPA. 4 Químico. Doutor. Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Bioativos – IBEF/UFOPA. 5 Biologa. Doutoranda no Programa de Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Pernambuco –UFPE.
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apenas recentemente (JANSEN et al.; 1987). Os metabólitos secundários não são essenciais à vida do organismo que os biossintetiza, diferente dos metabólitos primários. No entanto, são essenciais na comunicação da espécie, na defesa contra herbívoros e atração de insetos polinizadores, contribuindo no diálogo químico entre a planta e o ecossistema que permite sua sobrevivência (Lobo e Lourenço, 2007). A composição química e o rendimento dos óleos essenciais são determinados tanto por fatores genéticos, como por fatores bióticos e abióticos, como a sazonalidade, podendo alterar a produção dos metabólicos secundários, redirecionando a rota metabólica e levando a biossíntese de diferentes compostos que influenciarão diretamente na qualidade dos óleos (Morais, 2009). Entre as plantas aromáticas da região amazônica, destaca-se a Aniba parviflora, conhecida popularmente como macacaporanga. É uma árvore de médio porte, encontrada nos arredores de igarapés da floresta amazônica ocidental, distribuída nas localidades de Santarém, Faro e médio rio Tapajós (Revilla, 2002). Esta planta tem como sinonímia Aniba fragrans Ducke (Kubitzki e Renner, 1982), é uma espécie aromática, da família Lauraceae, nativa da Amazônia cujos ramos e a madeira, quando secos e transformados em pó são utilizados como sachês aromatizantes (Corrêa, 1974), e em “banhos de cheiro” (Rodrigues, 1989). O óleo essencial desta planta apresenta propriedades anti-hemorrágica, antimicrobiana e antinflamatória e, pode ser utilizado para fabricação de perfumes e cosméticos, mesmo com tantas propriedades essa planta é pouco estudada. Estudos revelam que o linalol apresenta atividade antinflamatória e analgésica (Peana et al., 2003 e Peana et al., 2002). Ensaios farmacológicos realizado pelo Laboratório de Bioprospecção e Biologia Experimental confirmaram a atividade antimicrobiana do óleo essencial de A. parviflora que contém o linalol como composto majoritário (Sarrazim, et al., 2010). Morfologicamente, a espécie A. parviflora é semelhante ao pau-rosa (A. rosaeodora) dificultando sua identificação e causando, consequentemente, confusão entre as duas espécies (Ferraz, 2009). A extração do óleo de ramos e folhas das árvores de macacaporanga pode ser feita de forma sustentada, através de talhadia e/ou podagem (Silveira et al., 2008). O objetivo deste estudo foi determinar a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Aniba parviflora (macacaporanga) extraídos das folhas coletadas em período seco e chuvoso.
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MÉTODO:
A metodologia utilizada para a avaliação da atividade antimicrobiana dos óleos de Aniba parviflora foi a difusão em disco descrita por Kirby e Bauer (1966). Em placas contendo o meio Mueller Hnton Agar (MHA) foram semeadas 100 µL das suspensões bacterianas das enterobactérias Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Citrobacter kursei, Salmonella enteritidis, Edwardsiella tarda e em meio Agar Sabourud dextrose (ASD) foi semeda a suspensão da levedura Candida albicans. As suspensões microbianas foram ajustadas na escala de 0,5 MacFarland em solução fisiológica estéril a 0,9%, ajustando-se à densidade óptica de 0,284 em espectrofotômetro em comprimento de onda de 530nm, equivalente a 108 UFC/mL (Unidade Formadora de Colônia para bactérias e 104 UFC/mL para a levedura). Após semeadura, foram dispostos quatro discos de papel de filtro de 6mm de diâmetro eqüidistantes 2,5 cm, na superfície da placa, sendo que dois foram embebidos com 10µL do óleo extraído no período seco e dois foram embebidos com 10µL do óleo extraído no período chuvoso. Foram utilizados solução fisiológica para o controle negativo e os discos de antibióticos específicos para cada cepa microbiana testada. O teste foi realizado em duplicata, sendo mantidas em incubação à 37°C por 48h, para posterior registro dos halos de inibição formados. Os resultados foram comparados com a tabela descrita por Matsuura (2004) para a classificação dos resultados da atividade antimicrobiana.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De acordo com os resultados, constata-se que o óleo essencial de Aniba parviflora (Macacaporanga) extraído no período seco apresentou atividade antimicrobiana frente as enterobactérias Salmonella enteritidis, Edwardsiella tarda, Citrobacter kursei, Escherichia coli, apresentando halo de inibição de 11mm, 12,5m e 9,5mm, respectivamente. Para a levedura Candida albicans os halos de inibição evidenciados referente à atividade dos óleos extraídos no período seco e chuvoso foram de 8mm e 10mm, respectivamente.
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Média do diâmetro da Zona de inibição (mm) após 48h Seco Chuvoso R1 R2 Média Média Microrganismo R1 R2 Geral Geral Salmonella enteritidis 11mm 11mm 11mm Edwardsiela tarda 9mm 10mm 9,5mm Citrobacter kursei 15mm 10mm 12,5mm 10mm 10mm 10mm Escherichia coli 10mm 9mm 9,5mm Candida albicans 7mm 9mm 8mm 8mm 12mm 10mm Controle – (Solução Fisiológica) Controle + (Vancomicina) Controle + (Norfloxacino) 28mm 28mm 28mm 28mm 28mm 28mm Tabela 1: Sensibilidade das cepas frente à ação do óleo de essencial de Aniba parviflora (Macacaporanga) extraídos no período seco (resultados expressos em diâmetro dos halos de inibição do crescimento microbiano).
Tabela 2 – Classificação da atividade antimicrobiana sugerida por MATSUURA (2004) Intensidade Tipo de inibição Halo de Inibição da Inibição Ausente
0
-
Baixa Moderada
7,0 – 10,0 mm 11,0 – 14,0 mm
+ ++
Alta
> 14,0 mm
+++
FONTE: MATSUURA, 2004.
REFERÊNCIAS:
CORRÊA, M.P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas. ed. 5. Rio de Janeiro: IBDF, 1974. 626 p. FERRAZ, J. B. S.; BARATA, L. E. S.; SAMPAIO, P. T. B.; GUIMARÃES, G. P. Perfumes da floresta amazônica: em busca de uma alternativa sustentável. Ciênicia & Cultura, v. 61, n. 3, p. 45-49, 2009.
JANSEN A.M., SCHEFFER J.J.C., BAERHEIM S. A. (1987). Antimicrobial activity of essential oils from Greek Sideritis species, Pharmazie 45: 70. KUBITZKI, K.; RENNER, S. Lauraceace I (Aniba and Aioue). Flora Neotropica, n.2, p. 31-125, 1982. LOBO, A. M.; LOURENÇO A. M. Biossíntese de Produtos Naturais. Lisbos: IST Press, 2007. p.261.
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MATSUURA, T. Caracterização taxonômica de actinomicetos endofíticos produtores de antibióticos isolados de cupuaçuzeiro TheobromagrandiflorumSchum). Tese (Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP. 2004. MORAIS L. A. S. 2009. Influência dos fatores abióticos na composição química dos óleos essenciais. Horticultura Brasileira n, 27, p. 4050-4063, 2009. PEANA, A.T.; D’AQUILA, P.S; PANNIN, F; SERRA, G; PIPPIA, P; MORETTI, M.D. Antiinflammatory activity of linalool and linalyl acetate constituents of essential oils. Phytomedicine, 9:721-726, 2002. REVILLA, J. Plantas Úteis da Bacia Amazônica. v.1.Manaus: INPA, 2002. RODRIGUES, R.M. A Flora da Amazônia. Belém: CEJUP, 1989.462 p. SARRAZIN, L.F.S; MOURA, V.M.; AMOZONAS, D.A.; BARATA, L.E.S.; OLEVEIRA, R.B.; MOURÃO, R.H.V. Composição química e atividade antibacteriana dos óleos essenciais de Aniba rodaeodora Ducke e A. parvilora (Lauraceae). In: VI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ÓLEOS ESSENCIAS, (6) Campinas. Livro de Resumos. São Paulo: Unicamp, 2011. 130p.
Siqui AC, Sampaio, ALF, Sousa MC, Henriques MGMO, Ramos, MFS 2000. Óleos essenciais - potencial antiinfl amatório. Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento 16: 3843. SILVEIRA, E. L; ROSA, L. S; PEROTE, J. R; SILVEIRA, J. B. Morfometria dos frutos e sementes e morfologia de plântulas de macacaporanga (Aniba fragrans Ducke). In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, (59). 2008. Anais de Congresso. Belém – Pa: UFPA, 2008. 85 p.
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PRÁTICAS EDUCACIONAIS MULTICULTURAIS: O ENSINO DE CIÊNCIAS, EM LIBRAS, PARA OUVINTES Erivelton Ferreira Sá1 Thiane Cristina da Conceição Picanço¹ Rosana Ferreira Coutinho de Souza2
[email protected] RESUMO- Tendo em vista que historicamente pessoas com necessidades especiais foram discriminadas por sua condição, faz-se necessário este trabalho para que a geração emergente conheça as necessidades especiais, e que esta conviva e dialogue sobre as mesmas, possibilitando a inclusão social dos deficientes auditivos. Este trabalho apresenta o ensino de LIBRAS aos alunos de uma classe regular do terceiro ano do ensino fundamental de uma escola particular de Santarém-Pará, pretendendo-se divulgar a língua, a fim de verificar a eficácia da aprendizagem de ciências, utilizando-se desta como articuladora de uma aprendizagem multicultural baseada no aprender com as diferenças, no aceitar e compreender a inclusão de forma natural. Notou-se através da pesquisa, que as crianças passaram a respeitar as diferenças uns dos outros, e que a maioria da turma se interessou pelos conteúdos de Ciências Biológicas ministradas através de LIBRAS por uma professora deficiente auditiva, notouse também, que de forma alguma os alunos se sentiram incomodados pelo fato da professora ser deficiente auditiva. Portanto, o ensino de conteúdos de ciências biológicas através da Língua Brasileira de Sinais é totalmente viável para alunos do terceiro ano do ensino fundamental.
PALAVRAS- CHAVE: LIBRAS; Ciências Biológicas; inclusão.
1. INTRODUÇÃO Este trabalho insere-se na área da Educação Inclusiva e aborda a inclusão da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS- como articuladora de uma aprendizagem de uma aprendizagem multicultural baseada no aprender com as diferenças, no aceitar e compreender a inclusão de forma natural, contribuindo, desta forma, para construção de um novo modelo pedagógico. O objeto da intervenção são os alunos de uma classe regular do terceiro ano do ensino fundamental de uma escola particular da cidade de Santarém- Pará-Brasil. Porém, essa inclusão da Língua Brasileira de Sinais no meio educacional muitas vezes encontra obstáculos, devido muitos teóricos afirmarem que ela não é eficaz para o ensino tanto de deficientes auditivos quanto de ouvintes (CAMPELO, 1995). Por outro lado, acreditamos que utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS – com crianças ouvintes, desperta os sentidos humanos, aguça a criatividade e se envolve no desafio da comunicabilidade. Ensinar ciências, portanto, pode deixar de ser aquisição de conhecimentos biológicos para uma aprendizagem multicultural onde se aprende com as diferenças a respeitar e compreender a inclusão de forma natural, contribuindo, desta forma para construção de uma nação justa e igualitária. Por meio da pesquisa, objetiva-se proporcionar aos alunos, conhecimentos básicos 1
Acadêmicos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas das Faculdades Integradas do Tapajós. Professora da disciplina Introdução ao Método Científico no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas das Faculdades Integradas do Tapajós. 2
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de LIBRAS, facilitando a comunicabilidade entre ouvintes e deficientes auditivos; verificar a eficácia do método quanto à apreensão de saberes relacionados às ciências e averiguar se a aprendizagem multicultural ocorreu de forma saudável a ponto dos alunos compreenderem a inclusão naturalmente, de modo que os resultados encontrados possam contribuir para que gestores de instituições de ensino possam adotar essa temática em suas escolas e Institutos de Educação Superior. 2. METODOLOGIA
Esta investigação se caracteriza como pesquisa-ação, como estratégia de avaliação da ação segundo as mudanças ocorridas pós a prática. Gil (2009) afirma que a pesquisa-ação visa à mudança de atitudes, de práticas, de situações, de discursos, e tem por característica o envolvimento ativo do pesquisador com o meio e com os sujeitos da pesquisa, por meio de uma ação que vise discutir ou solucionar um empasse. Para tanto, dois alunos, sendo um ouvinte e outra Deficiente Auditiva, ambos do segundo período do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas das Faculdades Integradas do Tapajós, ministraram micro aulas de trinta minutos de duração, estas se desenvolveram de forma expositiva, discursiva e reflexiva em LIBRAS e na Língua Materna, com dinâmicas, estudos do meio e mídias a serviço da educação, durante 15 dias, para alunos de uma classe regular do terceiro ano do ensino fundamental de uma escola particular de Santarém- Pará. Foi utilizada como suporte teórico a revisão bibliográfica, que consiste num levantamento de materiais já existentes, com trato científico, que tanto podem ser livros e artigos científicos, quanto revistas, jornais e documentos diversos (GIL, 2009). O instrumento de coleta de dados consistiu-se na observação direta, que é quando o pesquisador, “utiliza dos seus sentidos para obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também, em examinar fatos que se deseja estudar” (MARCONI E LAKATOS, 2007, p. 192). E em uma entrevista semi-estruturada com a professora da classe. A Entrevista para Marconi e Lakatos (2007), é uma conversação efetuada face a face, que proporciona ao entrevistador as informações necessárias, a partir de roteiro de entrevistas previamente elaborado. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A escolha pela necessidade especial auditiva justifica-se pelo fato de que em pleno presente século XXI, já não se pode negar necessidade de uma educação dinâmica,
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desafiadora e sobretudo com alto grau de criatividade. No ensino de ciências isto é marcante e decisivo para a apreensão dos saberes. Ao utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS – com crianças ouvintes, desperta os sentidos humanos, aguça a criatividade e se envolve no desafio da comunicabilidade. Ensinar ciências, portanto, pode deixar de ser aquisição de conhecimentos biológicos para uma aprendizagem multicultural onde se aprende com as diferenças a respeitar e compreender a inclusão de forma natural, contribuindo, desta forma para construção de uma nação justa e igualitária. O que se apresenta como um grande desafio tendo em vista que muitas pessoas, inclusive educadores, desconhecem o caráter oficial da LIBRAS, sendo a Língua Brasileira de Sinais, segundo a Lei Nº 10. 436, de 24 de abril de 2002 Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002, p.1)
O dispositivo de lei ao reconhecer a LIBRAS como meio de comunicação e expressão oficial, possibilita a inclusão desta no ensino em escolas regulares, melhorando assim, a interação e comunicabilidade entre deficientes auditivos – DAs- e ouvintes, pois segundo Nascimento (2009, p. 15) Uma vez que é considerada ferramenta de comunicação e interação entre as pessoas, ela deve servir a esse propósito, além de acompanhar a evolução das sociedades que a usam, considerando sempre os contextos amplos e imediatos do discurso, suas condições de produção e as posições e relações de força dos interlocutores, sob pena de funcionar como instrumento ratificador de preconceitos e do distanciamento entre os atores sociais.
Assim, promover atividades inovadoras, que visem a transformação social e a inovação pedagógica nas escolas visando a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais é um fato que deve ser observado quando se propõe a construir uma educação crítica, inovadora e socialmente referenciada. Neste sentido, podemos observar que praticas pedagógicas inovadoras chamam a atenção das crianças, e promovem uma educação mais atraente, na qual a criança esta mais disposta a aprender o que pode criar um ambiente propicio para o desenvolvimento destes indivíduos nos diferentes âmbitos, promovendo assim, a mudança de comportamento. Em relação aos conteúdos de Ciências Biológicas ministrados podemos observar que os alunos aprenderam e apreenderam estes, fato que ficou mais evidente quando a
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professora da classe na entrevista afirmou que as crianças tinham um pouco de dificuldade em aprender certos conteúdos da forma tradicional de serem transmitidos, e que ficou bem mais fácil a compreensão destes pelo uso da LIBRAS. Assim, os conteúdos de Ciências Biológicos propostos na intervenção foram mais facilmente apreendidos utilizando-se a LIBRAS do que sem a utilização desta linguagem. A utilização de mídias alternativas como a televisão, curtas-metragens e a transmissão através de músicas interpretadas na Língua Brasileira de Sinais, bem como a visita a campo, conhecendo os sinais em LIBRAS de cada animal e arvores que estavam presentes no quintal da escola, foram importantes para que o processo ensino-aprendizado se concretizasse. Segundo Finco (2007) este fato pode ser entendido pelo fato das escolas de ensino fundamental estarem muito pautadas em posturas repreensivas, onde as são apenas depósitos de conhecimento, e por isso ficam presas as cadeiras sem poder se expressar, assim as escolas perpetuam a rigidez nas práticas pedagógicas, pautadas no doutrinamento do corpo e da mente, e na prática de pedagogias pouco atraentes para as crianças. Assim, quando as crianças encontram uma válvula se escape desse sistema, depositam toda a sua dedicação em compreender novos conteúdos através de propostas pedagógicas inovadoras à seu ver (FINCO, 2007). Em relação aos conhecimentos da própria LIBRAS, verificamos que os alunos conseguiram aprender uma quantidade relativamente grande de gestos que possuem significado nesta Língua. Devemos reconhecer, que as dificuldade motoras na realização de alguns sinais ficou evidente, pois, na faixa-etária dos investigados, ainda não há o aprimoramento das capacidade motoras, e no que tange a este caso, especificamente a coordenação motora fina e a percepção temporal e espacial. É importante ressaltar ainda, que os alunos apesar de terem compreendido que a expressão facial também é parte concreta da LIBRAS, em algumas situações não conseguem expressar na face o que relatam através dos sinais, mas este fato poderia com o tempo e continuidade do projeto ser amenizado ou até mesmo solucionado. Este fato corrobora com a pesquisa de Nascimento (2009), onde o ensino de LIBRAS na escola regular serve à divulgação da Língua, tendo em vista que poucos dos participantes da sua pesquisa haviam tido contato com essa língua. A mesma autora afirma ainda que o aprendizado de um outra língua compreende o aprendizado de uma cultura diferente, além de ampliar as possibilidades de relação social (NASCIMENTO, 2009). Podemos observar ainda que o fato de uma das professoras ser Deficiente auditiva, não provocou constrangimentos, ou qualquer tipo de impasse no processo de ensino aprendizado, muito embora a presença de outro professor ouvinte tenha facilitado a
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comunicação na Língua materna, tendo em vista que as crianças ainda eram iniciantes na LIBRAS.
4. CONCLUSÕES As crianças passaram a respeitas as diferenças uns dos outros, e compreenderam que os deficientes auditivos são pessoas normais como outra qualquer, porém, possuem certos limites como todos possuem. Pode-se notar que grande parte da turma se interessou pelos conteúdos de ciências biológicas ministrados através de LIBRAS, pode-se notar também, que os alunos passaram a usar a LIBRAS para se comunicarem uns com os outros, mesmo que de forma limitada, pelo pequeno espaço de tempo e pelo pouco conteúdo ministrado. Notou-se também, que de forma alguma uma professora deficiente auditiva causou incomodo aos alunos, ocorreu o inverso, eles se sentiram totalmente “livres” na aula, o que possibilitou uma melhor aprendizagem. Portanto, o ensino de conteúdos de ciências biológicas através da LIBRAS é totalmente viável para alunos do terceiro ano do ensino fundamental. REFERÊNCIAS
CAMPELO, Ana Regina e Souza. Língua de sinais x Língua oral: comunicação no dia-adia. In: STROBEL, Karin Lilian; DIAS, Silvania Maia Silva. Surdez: abordagem geral. Rio de Janeiro: FENEIS, 1995. FINCO, D. A educação dos corpos femininos e masculinos na Educação Infantil. In: O coletivo infantil em creches e pré-escola: falares e saberes. FANA, A. L. G. (org.). São Paula: Ed. Cortez, 2007. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2007. NASCIMENTO, Carla Alessandra de Oliveira.Bilinguismo às avessas: o ensino de LIBRAS em classe de Ensino Técnico regular. Cuiabá-MT, 2009. 79 Fls BRASIL. Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de SinaisLibras e dá outras providencias. Disponível em: www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/2002/L10436.htm. Acesso em: 12 de outubro de 2012
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A IMPORTÂNCIA DA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO INFANTIL SAUDÁVEL DENTRO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE COMO MEIO PREVENTIVO CONTRA A OBESIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA Isabella Clarissa Vasconcelos Rêgo1
[email protected] Layme Sammer da Costa Ferreira Lima¹
[email protected] Veridiana Barreto do Nascimento2 RESUMO:A disponibilização de uma alimentação saudável fornece uma gama de nutrientes que propiciará para a criança um pleno desenvolvimento e crescimento, além de influenciar na escolha alimentar durante toda vida.O objetivo geral desta pesquisa foi ressaltar a importância da alimentação saudável na infância como meio preventivo contra a obesidade infantil e adulta. A verdade é que não se tem prevenção da obesidade se não houver informações e orientações sobrealimentação saudável, por isso, o profissional de saúde é de fundamental estimação na promoção da saúde, pois este também atua como provedor de direções sobre alimentação saudável que beneficiará o corpo prevenindo o cliente da obesidade e atenuando os riscos de enfermidades. A escolha de se alimentar de forma saudável ou não, independe da criança, pois a mesma comerá do que lhe é ofertado, sendo dever e obrigação do cuidador fornecer alimentos saudáveis. A pesquisa possui cunho bibliográfico com a finalidade de ter embasamento cientifico teórico através de livros e artigos com o intuito de justificar a importância da assistência de saúde dentro do processo de aquisição de hábitos alimentares saudáveis. PALAVRAS-CHAVE: Alimentação saudável, profissional da saúde, obesidade
INTRODUÇÃO:Os alimentos saudáveis contem nutrientes que desencadeiam no organismo respostas positivas, pois os mesmos conseguem suprir as necessidades corporais, proporcionando uma boa qualidade de vida, favorecendo também menos chances de aquisição de doenças. Potter e Perry (2012, p.1086) “Os nutrientes são os elementos necessários para os processos e para funcionamento do corpo. As necessidades energéticas são encontradas em uma variedade de nutrientes: carboidratos, proteínas, gorduras, água, vitaminas e minerais” Os nutrientes são constituintes bioquímicos que são essenciais para manter oorganismo vivo e sadio, sendo necessária a ingestão de uma abundância de alimentos que disponha de todos os nutrientes necessários para suprir a necessidade nutricional do organismo,
sem
carências
ou
excessos,
proporcionando
umpleno
crescimento
e
desenvolvimento na infância, e a manutenção do organismo na fase adulta. Segundo Kawamoto, Santos e Mattos (1995) Oprincipal alimento que deve ser fornecido no primeiro semestre de vida de uma criança é o leite materno, pois o mesmo disponibilizará concentrações ideais de nutrientes que serãoresponsáveis por sessar à sede e a fome da criança amamentada, fornecendo também imunidade contra agentes infecciosos, 1 2
Acadêmicas do VI semestre de enfermagem do IESPES. Enfermeira Especialista em segurança em saúde do trabalho e docente do IESPES.
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estando o mesmo isento de microorganismos, podendo ser disponibilizando para criança a qualquer hora sem a necessidade de gastos ou preparo para utilizá-lo. Wong et al (2010). A introdução dos alimentos sólidos pode ser realizada a partir do sexto mês de vida da criança, apresentando desde então destaque, pois o contato com os alimentos consistentes estimula o ato de morder da criança, que acaba por instigar o desenvolvimento da musculatura facial e o nascimento de dentes sadios e alinhados. A promoção da alimentação saudável é fundamental durante a infância, quando os hábitos alimentares estão sendo formados. É importante que a criança adquira o hábito de realizar as refeições com sua família, em horários regulares. (BRASIL; 2012, p. 146) O hábito alimentar saudável é formando na infância irá repercutirna fase adulta, inserindo-se, nesse cenário, o profissional de saúde, que tem a função de promover a saúde da família repassando informações sobre hábitos de alimentação. Para Estévez (2008) uma dieta não balanceada poderá acarretar sérios danos à saúde, como a obesidade, que apresenta não só um problema estético, como também um problema de saúde. Uma vez adquirido o peso excessivo na infância, essa característica tenderá a perpetuar na fase adulta, acarretando a quebra da homeostasia e consequentemente o aumento da predisposição à patologias como diabetes, hipertensão, doenças do coração, osteoartrite degenerativa, apneia do sono, câncer, entre outros. O objetivo geral desta pesquisa foi ressaltar a importância da alimentação saudável na infância como meio preventivo contra a obesidade infantil e adulta.
MÉTODO: A pesquisa foi desenvolvida com base em estudos realizados através de livros e artigos científicos com o intuito de justificar a importância da assistência de saúde dentro do processo de aquisição de hábitos alimentares saudáveis. Estes, por sua vez, atuarão como meio profilático contra doenças advindas da obesidade tanto na infância como na fase adulta, diminuindo os índices de morbi-mortalidade causadas por patologias relacionadas ao excesso de peso. A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica. Conforme Amaral (2007 p.1) “A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: diante do estudo realizado podemos comprovar, através de leituras bibliográficas, que os nutrientes são de fundamental importância para o bom
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funcionamento do organismo. É importante ressaltar que cada nutriente possui seu valor peculiar e que nenhum alimento tem capacidade de suprir a carência de todos os nutrientes, exceto o leite materno até os seis meses de idade. Um prato alimentar saudável precisa ser constituído de uma variedade de alimentos de forma a fugir da monotonia alimentar, visando conter todos os nutrientes que o organismo necessita diariamente. A alimentação saudável é um direito da criança e dever do cuidador, e este deverá ter a consciência de que é um exemplo e que influenciará diretamente na educação alimentar da criança. Atualmente, diante da correria do dia-a-dia, a praticidade que os alimentos industrializados fornecem acaba atraindo os consumidores e favorecendo a ingestão exagerada de açúcares, sódio e gorduras. Este consumo, à longo prazo, irá desencadear acúmulos excedentes no organismo e tornará o indivíduo mais vulnerável ao desenvolvimento de doenças crônico degenerativas que influenciaram na sua qualidade de vida. Para Figueiredo (2008) a educação trata-se de uma tarefa que depende, no caso da saúde, de profissionais com habilidades e competências para orientar as pessoas a promover e restaurar a saúde, bem como evitar e prevenir doenças. O profissional de saúde se insere nesse contexto como educador da família no que condiz à promoção da saúde através de orientações sobre alimentação saudável e na prevenção de doenças decorrentes de maus hábitos alimentares, contribuindo para a qualidade de vida da família que irá repercutir positivamente no nível da atenção básica à saúde.
CONCLUSÃO:Com a elaboração do estudo verificou-se que a inclusão e manutenção da alimentação saudável durante a infância está fortemente ligadaao desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis na vida adulta.O profissional enfermeiro está inserido desde o processo deorientação da família na amamentaçãoaté a introdução da alimentação sólida na dieta da criança. Este profissional possui papel fundamentalno que atua dentro da promoção da saúdedispondo informações sobre alimentação saudável para os cuidadores, queatuarão como agentes precursores de práticas alimentares saudáveis que repercutirão por toda vida de seus filhos. Essa prática visauma nutrição eficaz para o crescimento e desenvolvimento saudáveis da criança, prevenindo a ocorrência de distúrbios como a obesidade e,consequentemente, a menor probabilidade de desenvolver patologias crônico degenerativas referentes ao excesso de gordura corporal.
REFERÊNCIAS:
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AMARAL, João J.F.Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Fortaleza,2007.Disponível em: http://200.17.137.109:8081/xiscanoe/courses-1/mentoring/tutoring/ Como%20fazer%20pesquisa%20bibliografica.pdf. Acessado em: 12 de outubro de 2013. BRASIL, Ministério da Saúde. Cadernos de atenção básica: saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília, Ministério da Saúde, 2012. ESTÉVEZ, Lorenzo Pousa. A dieta saudável. Ed. 2008. São Paulo, Ciranda cultural: 2008. FIGUEIREDO, Nébia. Ensinando a cuidar em saúde pública. Ed.2. São Paulo: YENDIS, 2008. KAWAMOTO, Emília Emi; SANTOS, Maria Cristina Honório; MATTOS, Thalita Maia. Enfermagem Comunitária. Ed.1. São Paulo: E.P.U., 1995. POTTER, Patrícia; PERRY, Anne. Fundamentos de enfermagem. Ed.7. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. WONG, Anthony et al.Saúde natural: a natureza a seu favor: medicina alternativa. Ed.1. São Paulo: DCL, 2010.
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GINÁSTICA LABORAL: SAÚDE E BEM ESTAR NO TRABALHO Erivelton Ferreira Sá1 Alessandra Cabreira Dias2
[email protected] Resumo- O tema dessa pesquisa vem sendo discutido por vários autores, porém necessita-se ainda de discussões aprofundada a cerca de cada contexto, dessa forma, este configura-se como o primeiro passo a ser dado neste rumo, levando-se em consideração o local das intervenções. O método de construção deste estudo, foi a pesquisa bibliográfica, constituída basicamente de livros e artigos científicos. O objetivo é esclarecer e evidenciar a importância da prática da Ginástica Laboral através de um projeto piloto aplicado com os funcionários de uma Instituição de Ensino Superior no Município de Santarém- Pará, bem como sistematizar as reflexões e discussão sobre o tema a partir do ponto de vista de diversos autores que tratam sobre do assunto. Com base na literatura abordada, observamos que a Ginástica Laboral proporciona uma pluralidade de benefícios para seus praticantes, benefícios estes tanto para as empresas que implementam programas de Ginástica Laboral, quanto para os seus colaboradores que aderem a esses programas. Dessa forma, fica evidente a necessidade da implementação de um programa de ginástica laboral na Instituição de Ensino Superior abordada. Palavras- chave: Ginástica Laboral; trabalho; qualidade de vida.
INTRODUÇÃO A primeira revolução industrial, trouxe mudanças acentuadas nas relações trabalhistas, o homem estava submetido a elevadas jornadas de trabalho, em atividades extremamente repetitivas e na mesma posição, mantinham um estilo de vida sedentário, o que provocou aumento considerável no número de Lesões por esforço repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho (DORT). Com o advento da era tecnoinformacional tais mudanças foram acentuadas catalisando uma gama de situações que favoreciam o desenvolvimento de tais lesões (MOTA et al, 2005). A Ginástica Laboral consiste em “exercício físico orientado e praticado durante o horário do expediente visando benefícios pessoais no trabalho, que tem por objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde do trabalhador” (CARVALHO, 2003 apud MARTINS; BARRETO, 2007, p. 216). Assim, o objetivo deste é esclarecer e evidenciar a importância da prática da Ginástica Laboral através de um projeto piloto aplicado com os funcionários de uma Instituição de Ensino Superior no Município de Santarém- Pará, bem como sistematizar as reflexões e discussão sobre o tema a partir do ponto de vista de diversos autores que tratam do assunto na literatura da área. Desse modo, iniciaremos discutiremos a origem da ginástica laboral, buscando responder quais necessidades veio sanar. Posteriormente faremos uma análise dos conceitos laboral, evidenciando seus benefícios para o trabalhador e para as 1
Acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade do Estado do Pará. Professora da disciplina Ginástica contemporânea no curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado do Pará, Campus Santarém. 2
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empresas, e por fim, discorreremos a cerca da necessidade do projeto de intervenção a ser desenvolvido. Por fim, concluiremos enumerando algumas considerações a cerca do tema.
METODOLOGIA
O presente trabalho está baseado em uma projeto piloto de intervenção- ação, desenvolvido entre os dias 26 e 30 de Novembro de 2012 na Universidade do Estado do Pará e terá como público alvo funcionários administrativos desta Instituição. O projeto consistiu em palestras sobre os benefícios da Ginástica Laboral para o trabalhador e para os as empresas e autarquias, com posterior aplicação de sessões de Ginástica Laboral para os participantes. Foi utilizada como suporte teórico a revisão bibliográfica, que consiste num levantamento de materiais já existentes, com trato científico, que tanto podem ser livros e artigos científicos, quanto revistas, jornais e documentos diversos (GIL, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período da Revolução Industrial as jornadas extenuantes de trabalho afetavam o trabalhador provocando centenas de prejuízos à sua saúde e ao seu bem estar. Reduzindo seus níveis de produção, causando gastos extras para as empresas e aumentando os casos de despensa e consequente demissão. Como combater esse cenário? Melhor, de que maneira prevenir tais ocorrências e promover a saúde e o bem estar do trabalhador? Desde essa época percebia-se a necessidade de uma alternativa preventiva à esses acontecimentos. Obviamente, nesses idos, a preocupação era mais com o aumento da produção do que com a própria saúde dos sujeitos. Nesse contexto, a ginástica laboral surgiu em 1925 na Polônia, adotada inicialmente como técnica de auxílio na aquisição da saúde do trabalhador com a finalidade de melhora na produtividade dos mesmos. Em seguida, a então “ginástica de pausa” foi também adotada por donos de empresas e funcionários da Holanda e da Rússia (GUIMARÃES; SANTOS, 2009). O surgimento da “Ginástica de Pausa” se dá em um momento de crescentes discussões acerca da promoção da saúde, que segundo Silva (2010), embora tenha sido criada na década de 1920, somente seis décadas depois, esse movimento chegou ao mundo do trabalho, por volta de 1980, “com iniciativas voltadas à melhoria das condições de trabalho e
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ampliação de benefícios para assistência à saúde, ergonomia e prevenção de acidentes de trabalho” (SILVA, 2010, p. 80-81). Para Guimarães e Santos (2009, p.4) Ginástica Laboral (GL) consiste em exercícios físicos específicos realizados, coletivamente, no próprio ambiente de trabalho, prescritos de acordo com a função exercida pelo trabalhador, com finalidade preventiva e, algumas vezes, terapêutica, sem levar o trabalhador ao cansaço.
A GL proporciona inúmeros benefícios, que abrangem tanto os trabalhadores quanto as empresas, benefícios estes que se referem à redução do absenteísmo, aumento dos lucros da empresa, diminuição dos acidentes de trabalho, prevenção de lesões, diminuição da tensão no trabalhador, melhoria da postura, prevenção do estresse entre muitos outros benefícios que abrangem desde aspectos físicos, sócio afetivos e mentais (MOTA et al, 2005). Diante desta realidade, indústrias começam a perceber que o bem-estar e a saúde de seus funcionários são condições essenciais para o adequado viver humano e, por consequência, para o bom andamento das atividades realizadas por este ser trabalhador (MARTINS; BARRETO, 2007, p.216).
Como consequência desta nova visão sobre as necessidades do trabalhador, nos últimos anos, tem aumentando a preocupação com a adoção de hábitos de vida saudáveis, devido a muitos fatores, um deles está ligado ao fato de que grande parte da população é considerada sedentária. Logo priorizam-se campanhas e programas que incentivem a prática de atividades e exercícios físicos regularmente. Nesse sentido, a adoção da Ginástica Laboral por donos de empresas vem crescendo consideravelmente, principalmente porque os benefícios desta prática dentro das empresas e indústrias, ou seja, nos diversos setores empresariais, vem sendo objeto de estudos que tem como finalidade a demarcação de seus reais benefícios, demonstrando a preocupação das pessoas em buscar uma melhor qualidade de vida. Para Martins e Michels (2001), qualidade de vida é um conjunto de fatores ou parâmetros individuais ou socioambientais que caracterizam as condições de vida do indivíduo, podendo ser modificáveis ou não. Sendo assim, acreditamos que ela é determinada valendo-se não somente de um ou outro fator isolado, ou seja, depende e é multifatorial. Logo, a GL na rotina dos trabalhadores é entendida por nós como um desses multifatores que proporcionam a qualidade de vida para o trabalhador. Durante o processo de industrialização mundial, muitas transformações acompanharam esta revolução, como por exemplo, o surgimento das máquinas, produtos eletro-eletrônicos e etc. Hoje em dia, estas mudanças se acentuaram ainda mais, resultando em hábitos de vida cada vez mais sedentários, fato que contribui para a redução da qualidade de vida da população. Sabe-se, porém, que
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muitos fatores contribuem para a percepção de uma qualidade de vida inadequada, em especial pelas características da vida diária, como o estresse, mudança de hábitos alimentares, inatividade física, tabagismo, perda do poder aquisitivo, redução da capacidade produtiva, entre outros fatores. (MOTA et al, 2005, p. 39)
Na contemporaneidade a ginástica laboral tem se apresentado como um importante instrumento de promoção e manutenção da saúde, utilizado em sua grande maioria por empresas que veem nesta prática o aumento do rendimento do trabalhador e a diminuição das licenças por LER e DORT, fatores que influenciam negativamente na aquisição da qualidade de vida do sujeito acometido (MOTA et al, 2005). Com a utilização das técnicas da Ginástica Laboral implantadas em uma Instituição de Ensino Superior, almejamos mostrar os benefícios da GL, bem como sua importância no ambiente de trabalho, com fins de prevenção de possíveis lesões que poderão ocorrer por movimentos repetidos e combater as posturas incorretas por meio de exercícios físicos diários realizadas no local de trabalho, preparando o organismo, prevenindo as lesões e diminuindo o estresse.
CONCLUSÕES Com base na literatura apresentada, entende-se que a Ginástica Laboral, tem por objetivo uma mudança no próprio estilo de vida do trabalhador, conscientizando-o sobre a movimentação correta do corpo, tendo como consequência –positiva- a conservação da saúde e da postura, estando ambas, estreitamente ligadas a sua performance profissional. Desta forma, a implantação da Ginástica Laboral traz sucesso e benefícios tanto para os seus praticantes como para as empresas que incorporam ao seu dia-a-dia essa estratégia para a melhoria da produtividade e da qualidade de vida de seus colaboradores. Desse modo, faz-se necessário a implantação de um programa de ginástica laboral na Universidade do Estado do Pará com a finalidade de proporcionar os benefícios que esta traz a seus praticantes para os colaboradores que aderirem ao programa. REFERÊNCIAS GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009. GUIMARÃES, Ana Sueli Couto; SANTOS, Ricardo Lima dos. Níveis de consciência de trabalhadores da construção civil sobre a influência da ginástica laboral na sua saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Vol. 22, Núm. 1, 2009, pp. 3-8. MARTINS, Caroline de Oliveira; MICHELS, Glaycon. Saúde x Lucro: quem ganha com um programa de Promoção da saúde do trabalhador?. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Volume 3. Número 1, p. 95-10. 2001.
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MARTINS, Gizele de Cássia; BARRETO, Selva Maria Guimarães. Vivências de ginástica laboral e melhoria da qualidade de vida do trabalhador: resultados apresentados por funcionários adminitrativos do instituto de física da Universidade de São Paulo (Campus São Carlos). Motriz, Rio Claro, v.13, n.3, p.214-224, jul./set. 2007. MOTA, Cristiane Gonçalves da et al. Ginástica laboral e os efeitos relacionados à demanda do trabalho: revisão de literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, ano III, n. 6, jul/dez, 2005. SILVA, Ave Regina de Azevedo. A eficácia da ginástica laboral na saúde do trabalhador. REVISTA EFICAZ – Revista científica online, Maringá, 2010. Disponível em: www.revistaeficaz.com.br/artigos/. Acesso: 12 de setembro de 2012.
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IDENTIFICAÇÃO DE FUNGOS ANEMÓFILOS EM AMBIENTE HOSPITALAR Victor Hugo Rabelo de Aquino1 Maurivan Alves Marinho1 Hiago Sousa Pinheiro1 Silvia Katrine Silva Escher2
[email protected] RESUMO: Os fungos anemófilos pertencem a diversos gêneros e quase todos são contaminantes, isto é, podem ser isolados a partir do ar. O objetivo deste trabalho foi identificar a microbiota fúngica anemófila no setor de urgência e emergência em hospital privado no município de Santarém/PA. O ensaio foi realizado expondo placas de petri contendo ASD (Ágar Sabouraud dextrose) durante 15 minutos no setor de urgência e emergência para deposição dos elementos fúngicos. Foram realizadas uma amostra por turno. A identificação dos fungos foi realizadas através de características macroscópicas e microscópicas, observando estruturas como micélio, conídios e esporos. Foram identificados os gêneros Paracoccidioides sp e Acremonium sp e Mycelia sp. A presença desses microrganismos no ambiente de urgência e emergência do hospital representa um dado preocupante, pois são fungos frequentemente relacionados à casos de infecção hospitalar, especialmente o fungo Paracoccidioides sp que pode determinar um declínio no quadro clínico de um paciente, principalmente os imunodeprimidos. Neste estudo é possível demonstrar como é frequente a presença de fungos anemófilos em ambiente hospitalar e sua ameaça iminente. PALAVRAS-CHAVE: Fungos anemófilos; Hospital; Microcultivo.
INTRODUÇÃO: O ambiente hospitalar por ser um estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica em regime de internação, urgência e emergência, torna-se um ambiente insalubre. Neste ambiente ocorre um fluxo intenso de microrganismos veiculadores de inúmeras infecções, acometendo mais intensamente, pacientes com imunocomprometimento. Frequente, a presença desta microbiota oportunistas se encontra no ar, piso, paredes, materiais e equipamentos hospitalares (CARMO et al., 2007). Os fungos de disseminação pelo ar atmosférico são caracterizados como fungos anemófilos, os quais possuem importante papel na literatura médica, pois muitos deles são chamados de elementos alergizantes, onde seus esporos e hifas, possuem capacidade de gerar novos indivíduos e garantir a sobrevivência do fungo. Quando inalados do ar são considerados os principais alérgenos (FURTADO e FERRARONI, 1998), podendo também desencadear várias doenças infecciosas, como as otites, infecções urinárias, onicomicoses, infecções oculares, infecções do trato respiratório, irritações em mucosas e pele. Sendo assim, esses tipos de patologias são preocupantes, pois esses fungos estão dispersos abundantemente
1 Acadêmico do Curso Bacharelado em Farmácia. Laboratório de Microbiologia - IBEF-Instituto de Biodiversidade e Florestas, UFOPA. 2 Bióloga. Doutoranda no Programa de Ciências Farmacêuticas na Universidade Federal de Pernambuco –UFPE. Coordenadora do Laboratório de Microbiologia IBEF/UFOPA.
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no meio ambiente. (CARMO et al., 2007 apud SIDRIM e MOREIRA 1999; LOBATO, VARGAS e SILVEIRA, 2009). Nos últimos anos, houve acentuado aumento no número de infecções graves como as micoses sistêmicas em pacientes com deficiência de defesa do sistema imunológico, portadores de neoplasia, AIDS, ou que receberam tratamento imunossupressor, ou rupturas das barreiras normais, ou ainda alterações da flora normal e quase sempre se torna fatal, sendo que a mortalidade permanece muito elevada, em parte visto que, o diagnóstico é tardio (JAWETZ, 1998; WANKE et al., 2000). Contudo nos últimos anos não foi dada relevante importância aos estudos referente a infecções fúngicas de origem hospitalar, abordando as elevadas taxas de morbidade e mortalidade. A identificação, quantificação e consequentemente controle destes fungos nos vários ambientes hospitalares são de fundamental importância, minimizando os riscos de infecção hospitalar para os pacientes, funcionários e também visitantes que ficam constantemente expostos à contaminação nesses locais (COLOMBO, 2002). Visto o potencial patogênico apresentado pela microbiota anemófila oportunista, principalmente, em ambiente hospitalar, este trabalho teve como objetivo a identificação e análise da microbiota fúngica anemófila no setor de urgência e emergência em hospital privado no município de Santarém/PA.
MÉTODO: Local estudado O estudo foi realizado em 01 (um) hospital de pequeno porte da rede privada de Santarém – PA. Para esse estudo foram analisadas as amostras do ar do setor de Urgência e Emergência, onde são realizadas atividades laboratoriais e atendimento ao público. Coletas das amostras de fungos anemófilos A coleta dos fungos foi realizada através da exposição ao ar das placas de Petri contendo ASD (Ágar Sabouraud dextrose), para deposição de esporos ou outras estruturas fúngicas presentes no ambiente (LACAZ et al., 2002). As placas foram colocadas no setor de urgência e emergência para serem avaliados, totalizando 03 placas, sendo uma (01) placa por turno (Matutino, Vespertino e Noturno). As placas de Petri foram expostas e deixadas abertas dentro da sala, distantes de paredes, elevadas a uma altura de 1 metro do chão, por aproximadamente quinze minutos de acordo com GAMBALE et al. (1993). Após este período as placas foram fechadas, identificadas e transportadas de maneira segura até o Laboratório de Microbiologia da
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Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, onde foram mantidas por em estufa a 36ºC por 5 dias. Após este período as colônias foram contadas, enumeradas e descritas. Identificação dos fungos Na identificação dos fungos foram realizadas análises das características macroscópicas e microscópicas. Observando os seguintes aspectos macroscópicos, tais como: formação de pigmentação, textura, consistência e forma do verso e reverso das colônias desenvolvidas in vitro. Na análise com auxílio de microscópio óptico foram preparados microcultivos conforme a técnica de RIDDEL (1950). A identificação foi realizada observando-se estruturas como micélio, conídios e esporos, confrontando-as com as descrições de Barnett & Hunter (1972).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após a exposição das placas de petri e realização do microcultivo, foram isolados três gêneros fúngicos anemófilos diferentes, sendo identificados os gêneros Paracoccidioides sp, Acremonium sp e Mycelia sp. No turno da noite do Hospital, foi o período onde mais se constatou a presença de colônias fúngicas, totalizando 2 colônias. No turno da noite foi encontrado uma colônia, conforme a tabela 01 observa-se a frequência dos fungos no hospital privado. No horário da tarde não foram observados crescimento de colônia fungica, somente bactérias.
Tabela 01 - Incidência dos gêneros fúngicos isolados e identificados no hospital diferentes nos turnos manhã, tarde e noite. Presença de Fungos Microrganismos Acremonium sp Paracoccidioides sp Mycelia sterilia
Manhã +
A
B
Tarde -
Noite + + -
C
Figura 1: Micromormologia dos fungos anemófilos isolados no ambiente hospitalar. (A) Acremonium sp. (B) Mycelia sterilia. (C) Paracoccidioides sp. Microscópio óptico. Aumento 400x.
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Os resultados encontrados nesta pesquisa mostra que foram encontrados fungos com capacidade patogênica no hospital nos dois turnos. Levando em consideração o potencial patogênico de Paracoccidioides sp, sua presença no ambiente de urgência e emergência do hospital representa um dado preocupante, uma vez que se trata de um agente relacionado à infecção hospitalar e representam um desafio para a sobrevida de pacientes com doenças graves e aqueles em período pós-operatório principalmente relacionados a doenças do trato respiratório. Faure et al. (2002), em seus estudos sobre a microbiota anemófila de um hospital dentro de alguns setores hospitalar, isolou como espécies mais freqüentes, Penicillium sp, seguido de Cladosporium spp. e Aspergillus spp, não encontrando indivíduos do gênero Paracoccidioides que também reforça os resultados do trabalho de Oliveira et al. (1993), dentre 31 gêneros fúngicos identificados na microbiota anemófila da Cidade de Natal (RN), o gênero Penicillium esteve entre os mais freqüentes com cerca de 60%. Os gêneros Acremonium e Mycelia também foram encontrados como anemófilos de hospitais (Faure et al. (2002); Oliveira et al. (1993). Este é um agente causador de várias patologias, raras como ceratite, infecções disseminadas, endocardite, lesões cutâneas e osteolíticas, há também relato de um caso de peritonite segundo Lopes et al. (1994). Há relatos de lesões cerebrais e cutâneas, abscessos cerebrais acompanhados ou não de meningite e cromomicose LACAZ et al. (1998).
CONCLUSÃO:
A partir desses resultados é possível demonstrar como é frequente a presença de fungos anemófilos oportunistas em ambiente hospitalar, os quais podem infectar preferencialmente crianças desnutridas, idosos, pacientes imunodeprimidos, que fazem uso de cateteres, diálise, ou passam por procedimentos cirúrgicos, podendo causar diversas patologias. A ocorrência destes fungos nas diversas coletas enfatiza a importância deste estudo sobre os fungos anemófilos, assim como, sua relação com o risco de ocorrência de infecção hospitalar. REFERÊNCIAS: BARNETT, H.L.; HUNTER, B.B. Illustrated genera of imperfect fungi.Minnesota: Burgess Publishing Company, 1972. 241p.
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CARMO ES, BELÉM LF, CATÃO RMR, LIMA EO, SILVEIRA IL, SOARES LHM. Microbiota fúngica presente em diversos setores de um hospital público em Campina Grande-PB. Rev Bras Anal Clín. 2007; 39(3): 213-6. COLOMBO, A. L. Epidemologi and treatment of hematogenous candidiasis: a Brasil perpective, Braz J Infect dis 2002 v 4:113-8. FAURE, O.; FRICKER-HIDALGO, H.; LEBEAU, B.; MALLARETY, M. R.; AM- BROISETHOMAS, P.; GRILLOT, R. Eight-year surveillance of environmental fungal contamination in hospital operating rooms and haematological units. Journal of hospital infection. 2002, p. 155-160. FURTADO, M. S.S.; FERRARONI, J. J. (1998). Fungos anemófilos em ambientes hospitalares da cidade de Manaus. Revista Amazonas Ciência e Cultura., 34 : 42-47. GAMBALE, W.; PURCHIO, A.; PAULA, C.R. Influência de fatores abióticos na dispersão aérea de fungos na cidade de São Paulo, Brasil. Rev. Microbiol. 1993.
JAWETS, E. Micologia Médica. 20 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998, p. 253270. LACAZ CS, PORTO E, HEINS-VACCARI EM. Guia para identificação: fungos, actinomicetos e algas de interesse médico. São Paulo: Sarvier; 1998. LACAZ, C. S.; PORTO, E.; MARTINS. J. E. C.; VASCCARI-HEINS, E. M.; MELO, N. T. Tratado de Micologia Médica. 2002. 9ª ed. São Paulo: SARVIER. 1104p. LOBATO, C. R., VARGAS, V. S. & SILVEIRA, E. S., 2009 . Sazonalidade e prevalência de fungos anemófilos em ambiente Hospitalar no Sul do Rio Grande do Sul. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 11 (2): 21 – 28. OLIVEIRA, I.D.; VENCESLAU, E.M.; MARTINS, R.P., Frequência de fungos anemófilos em áreas críticas de unidade hospitalar de Aracaju, Sergipe, Brasil, RBAC. 2012;44 (1):26-30 OLIVEIRA, M. T. B.; BRAZ, R. F. S.; RIBEIRO, M. A. G. Airbone fungi isolated from Natal, State of Rio Grande do Norte – Brazil. Rev. Microbiol, São Paulo,1993. p. 25-30. RIDDELL, R.W. 1950. Permanent stained mycological preparation obtained by slide culture. Mycologia 42:265-270. SIDRIM, J.J.B.; MOREIRA, J.L.B. (1999). Fundamentos clínicos e laboratoriais da Micologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. WANKE, B.; LAZER, M.S.; CAPONE, D. Paracoccidioidomicose. In: Sociedade de pneumologia e tisiologia do estado do Rio de Janeiro, AIDÊ, M. A., editores. Pneumologia aspectos práticos e atuais. Rio de Janeiro: Revinter, 2000, p. 147-152.
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INDÍCIO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL DO RIO TAPAJÓS, EM SANTARÉM-PA, A PARTIR DA ANÁLISE DE MICRONÚCLEO EM ERITRÓCITOS DE P. FLAVIPINNIS (PISCES) Isabela Matilde Costa Góes1 Jackcilene Santos de Abreu Freitas¹ Juliane M. Kilian Santos¹ Luan Aércio Melo dos Santos¹ Albino Portela2
[email protected] RESUMO:. Na região oeste do Estado do Pará, no município de Santarém, ocorre o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento diretamente no Rio Tapajós, Para verificar a ação desses poluentes realizou-se o teste do micronúcleo como um Bioindicadorgenotóxico. O estudo objetivou avaliar a ação genotóxica dos poluentes urbanos em peixes da espécie P. flavipinnisencontrados no Rio Tapajós através do teste do micronúcleo. Para o presente estudo, foi realizado o teste da frequência de micronúcleos em peixes da espécie P. flavipinnis. Foram escolhidos três pontos de amostragem no Rio Tapajós e obtidos 18 indivíduos para cada local da coleta. Analisou-se 1000 células por lâmina. Através do teste do micronúcleo verificou-se a diferença na frequência dos micronúcleos encontrados nas amostras coletadas nos três pontos de coleta. Constatou-se que os pontos de coleta 1 e 2, localizados na orla da cidade de Santarém-PA, apresentaram um número bastante elevado de micronúcleos nas células analisadas. A análise das amostras do ponto 3 apresentou a quantidade de micronúcleos muito reduzidas em comparação com os outros pontos. O teste do micronúcleo demostrou que a ação dos poluentes sobre o Rio Tapajós provocou alterações genéticas nas células do peixe, devido a grande quantidade de micronúcleos encontrados. PALAVRAS CHAVES: Teste do Micronúcleo, Poluição, Bioindicador.
INTRODUÇÃO: Na região oeste do Estado do Pará, mas precisamente no município de Santarém, ocorre o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento, afetando diretamente o Rio Tapajós, que é de extrema importância para os ribeirinhos, servindo como fonte de alimentação pela grande variedade de espécies de peixes, utilizando-o como principal meio de transporte fluvial unindo Santarém aos demais municípios próximos, até mesmo as capitais como Belém e Manaus. Segundo MOURÃO (2007), o Rio Tapajós vem sofrendo consideravelmente com ações antrópicas. Recente estudo mostra que este ecossistema vem agonizando com acúmulo de poluentes que são lançados por conta das 51 fontes de esgotos que jorram todos os dias e também por parte da população que lança restos de alimentos, sacos plásticos, papel e latinhas de alumínio no rio. O contato com essas substâncias provoca riscos à saúde dos indivíduos e gera alterações no meio ambiente. Para verificar a ação desses poluentes pode-se realizar o teste do micronúcleo como um Bioindicador genotóxico. O teste consiste na análise de células supostamente com alterações celulares, apresentando fragmentos cromossômicos inteiros que não são incorporados ao núcleo da célula-filha durante a divisão celular, sendo este denominado micronúcleo. Conforme MARION et al. (2011) [...] podem ocorrer anomalias nucleares, formadas quando determinada quantidade de material genético fica levemente atrasada na mitose fazendo com que o núcleo resultante não 1 2
Acadêmicos do IV semestre de Enfermagem do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). Mestre em genética e biologia molecular e Docente do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES).
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seja oval, mas sim apresente uma saliência de cromatina. Os micronúcleos podem aparecer por várias causas, entre elas por falha mitótica, tanto de fragmentos acêntricos de cromossomos gerados por ruptura (clastogenicidade) quanto de cromossomo completos (aneuplodia), como consequência, geralmente, de enfermidades genéticas. Deste modo é importante verificar se a água do Rio Tapajós está sofrendo modificações ambientais, assim podemos testar através do teste do micronúcleo como Bioindicador. Por isso se faz necessário o monitoramento da qualidade da água para avaliar as alterações genéticas no ambiente afetado pela presença desses poluentes citados. BUCKER et al. (2006) considera que os efeitos de substâncias genotóxicas sobre o genoma de peixes tem sido o objetivo de muitos estudos, sobretudo daquele que buscam estabelecer a resposta dos genes aos estímulos ambientais. Devido a isso é necessário alertar a população dos prejuízos ambientais causados pelo efeito dos poluentes decorrente da ação humana. O estudo tem como objetivo avaliar a ação genotóxica dos poluentes urbanos em peixes da espécie P. flavipinnisencontrados no rio Tapajós através do teste do micronúcleo. MÉTODO: Para o presente estudo, foi realizado o teste da frequência de micronúcleos em peixes da espécie P. flavipinnis. A referida espécie foi escolhida devido a sua elevada frequência nos rios da região, pelo seu potencial bioindicador e pela possibilidade de ser submetida àbioensaios em laboratório. Foram escolhidos três pontos de amostragem no Rio Tapajós. O ponto 1, localizado na orla da cidade de Santarém-PA, em frente ao Museu João Fona. O ponto 2 situou-se no mesmo rio, distante 500m do ponto 1, em frente àao Trapiche. Os dois pontos são influenciados pela poluição dos esgotos da cidade que são despejados sem tratamento diretamente no rio, a poluição oriunda das embarcações e outras substâncias de ação genotóxica. O ponto 3, adotado como controle, localizou-se no município de BelterraPA, na comunidade de Cajutuba, pois trata-se de uma área que não apresenta escoamento de esgotos no rio, além de não apresentar atividades agrícolas. As coletas foram realizadas em julho de 2013. Foram obtidos 18 indivíduos no ponto 1, 18 indivíduos no ponto 2, e 18 indivíduos de P. flavipinnis no ponto 3. A técnica aplicada consistiu das seguintes etapas: Com o auxilio de uma seringa previamente lavada com heparina foi realizada punção de 1ml de sangue da guelra de cada indivíduo, que após a coleta foram devolvidos à natureza. No campo de pesquisa, o sangue coletado foi gotejado sobre uma lâmina para ser feito o esfregaço, e esperado o período de “overnight” no laboratóriopara secagem do material. Em seguida as lâminas, foram fixadas em etanol 96% por 5 minutos. As lâminas foram coradas com Giemsa 0,6% diluída em tampão fosfato (pH 6,7) por 20 minutos, e posteriormente secas ao ar, em temperatura ambiente. Depois de seco, o material foi observado em microscópio óptico para
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contagem dos micronúcleos presentes e posterior análise dos dados. A análise citogenética foi realizada em microscópio óptico em resolução 100x, com contagem de 1000 células por lâmina. Somente foram considerados na análise os eritrócitos nucleados com membrana nuclear e citoplasmática intactas. São consideradas como micronúcleos as partículas que, em relação ao núcleo principal: não excederem 1/3 do seu tamanho, estando nitidamente separadas, com bordas distinguíveis e com mesma cor e refringência do núcleo. A partir dos dados obtidos foram realizadas as análises estatísticas. RESULTADOS E DISCUSSÃO:Neste estudo, foianalisadaa presença de micronúcleos em amostras de peixes do Rio Tapajós.. Através do teste do micronúcleo verificou-se a diferença na frequência dos micronúcleos encontrados nas amostras coletadas nos três pontos do rio Tapajós. Ponto1 (em frente ao museu), ponto 2 (em frente ao Trapiche) e ponto 3 (comunidade Cajutuba).(Gráfico1).
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Ponto1 Ponto2
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Ponto3
5 0 Gráfico 1- Média da frequência de Micronúcleos encontrados em eritrócitos de P. flavipinnis por local de coleta. A partir dos dados constatou-se que os pontos de coleta 1 e 2, localizados na orla da cidade de Santarém-PA, apresentaram um número bastante elevado de micronúcleos nas células analisadas. Estudos demonstraram que 51 pontos de esgotos domésticos são despejados diretamente nas águas do rio ao longo da orla da cidade. A elevada frequência de micronúcleos encontrados em células dos indivíduos destes locais comprova que a exposição a estes agentes está causando alterações genéticas. O ponto 3, utilizado como controle
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negativo, localizado no município de Belterra-PA, consiste em uma região de natureza preservada, onde não há presença de esgotos sendo despejados no rio, aparentemente não apresentando poluição. Sendo assim, a análise das amostras deste local apresentou a quantidade de micronúcleos muito reduzida em comparação com os pontos 1 e 2. Isto indica que as águas neste ponto estão sem influência da ação de poluentes e são de melhor qualidade.Os resultados encontrados por este trabalho servirão para alertar as autoridades e a população sobre os danos genéticos causados pela poluição.Conforme os resultados obtidos, podemos constatar que o grande número de micronúcleos encontrados está associado aos 51 pontos de despejo de esgotos, desencadeando um desequilíbrio ecológico e afetando geneticamente os indivíduos presentes neste meio. Devido a isso, podemos ressaltar que a água é utilizada para sanar as necessidades humanas em seus mais variados aspectos em maior parte proveniente de corpos hídricos superficiais, destacando-se o uso no abastecimento da população humana, geração de energia, irrigação e navegação. No entanto o crescimento da população vem causando um impacto grave a este recurso, principalmente no que diz respeito à destinação de esgotos industriais e domésticos. Segundo VILCHES, o termo poluição significa presença de uma substancia no ambiente que, devido à sua composição química ou quantidade, prejudica o funcionamento dos processos naturais, produzindo efeitos indesejáveis sobre a saúde e ambientes, sendo considerado como poluente qualquer material que cause poluição. Nesse contexto, observamos que na coleta das amostras, foi possível presenciar o fácil acesso da população à orla de Santarém, sendo que as mesmas descartam incorretamente os resíduos no rio Tapajós. Para MARTINEZ (2012), os poluentes aquáticos mais frequentes são os patógenos, os resíduos orgânicos, sedimentos, nutrientes e poluentes químicos. Tais poluentes orgânicos se espalham pela superfície e/ou pela coluna da água formando soluções “oleosas” que podem resultar em efeitos indesejáveis para o ecossistema. A ação dos agentes genotóxicos foi analisada a partir do teste do micronúcleo, utilizando peixes como bioindicador, A identificação de substâncias potencialmente genotóxicas não foi objeto deste estudo, mas, sabendo das condições do rio, podemos apontar as prováveis causas da contaminação dos peixes. O índice de qualidade da água (IQA) reflete a contaminação por esgotos e outros materiais orgânicos, por nutrientes e por sólidos.Através do gráfico, é possível perceber, o grande número de micronúcleos encontrados nos eritrócitos analisados no ponto 1 e 2, evidenciando que o ponto 3 possui uma taxa menor em relação aos outros pontos. Portanto, isto indica que as três áreas possuem a incidência de poluição, porém os pontos 1 e 2 com maior prevalência devido à grande quantidade de esgotos despejados no rio Tapajós, e o ponto 3 pela presença de resíduos orgânicos descartados inadequadamente.
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CONCLUSÃO:O teste do micronúcleo demonstrou alterações genéticas em eritrócitos da espécie P.flavipinnis. em dois pontos de coletas que se localizam no centro da cidade Percebese essas modificações devido a grande quantidade de micronúcleos encontrados em suas células (eritrócitos) em comparação ao grupo controle. Constatou-se que os poluentes de esgotos domésticos e o descarte incorreto de resíduos no Rio Tapajós possivelmente podem ser os responsáveis pelo aparecimento de mutações nos peixes analisados.
REFERÊNCIAS: BIONE, Maria Augusta A. Poluição do Rio Capibaribe por esgoto doméstico. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 2009. BUCKER, Augusto. CARVALHO, Wanderson. ALVES-GOMES, José Antônio. Avaliação da mutagênese de genotoxidade em EigenmaniaVirescens (Teleostei: Gymnotiformes) expostos ao benzeno. Manaus: Instituto nacional de pesquisa da Amazônia (INPA). 2006. MARION, Luiz Fernando A. et al. Indício de contaminação ambiental no Rio do Campo, Campo Mourão PR a partir da análise de dano genético em eritrócitos de AstyanaxAff. Paranae (Pisces).Campo Mourão: Instituto tecnológico federal do Paraná (ITFPR). 2011. MARTINEZ, C.B.R. CÓLUS, I.M.S. Biomarcadores em peixes neotropicais para o monitoramento da poluição aquática na bacia do Rio Tibagi. Cap. 29. Londrina: 2002. MOURÃO, Elitania da Silva. Análise qualitativa de indicadores sócio-ambientais das águas do Rio Tapajós no entorno do terminal de passageiros da Praça Tiradentes. Santarém: Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). 2007. VILCHES, Melissa. Análise genotóxica do Rio Cadeia/RS através do ensaio cometa e teste de micronúcleo e anormalidade nucleares utilizando peixes como bioindicadores. Novo Hamburgo: Centro universitário Feevale. 2009.
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CAMINHOS PARA PRODUÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS NO FORMATO EPUB Kauana Rabelo Farias Guimarães1 Maria Eliane Lima da Silva1 Rurik da Silva Pinheiro1 Marialina Correa Sobrinho2 Marla Terezinha Barbosa Geller2
[email protected] RESUMO: Esse trabalho visa abordar um tema que tem causado algumas discussões e curiosidades em muitas pessoas, o livro eletrônico ou e-book. Esse recurso apresenta inúmeras possibilidades de aproveitamento, o mercado está começando a se aquecer nesse segmento, e a educação já começa a vislumbrar uma maneira de se reinventar. Nesse sentido, é possível afirmar que é necessário estudar e pensar em investir nessa nova tecnologia. Neste trabalho será apresentado o conceito de livro digital, sua importância, e como é feita sua produção mediante um software livre usado durante a pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: Livro eletrônico, inovação, tecnologia.
INTRODUÇÃO: O livro eletrônico pode ser entendido como uma representação digital do livro impresso, nele se encontram todas as características da versão impressa, a diferença está na apresentação que se dá através de um dispositivo eletrônico (GARRISH, 2011). Atualmente, existem vários formatos para a produção de livros eletrônicos, o mais comum é o PDF, o qual será abordado mais adiante, porém outro formato surgiu em uma tentativa de padronização internacional para e-books, o ePub ou Eletronic Publication. A principal vantagem desse formato é que ele é extremamente dinâmico, se adapta a qualquer dispositivo, adequando o conteúdo de acordo com a tela, permitindo uma visualização confortável para o usuário. A plataforma para a leitura dos e-books pode ser qualquer dispositivo eletrônico desde um simples computador à smartphones, tablets e e-readers. Atualmente, a tecnologia permitiu que a experiência de leitura através desses aparelhos se tornasse ainda mais parecida com a proporcionada pelo livro impresso, já existem e-readers que utilizam uma tecnologia conhecida como tinta eletrônica ou “papel eletrônico” que reduz o incômodo da luz excessiva emitida por muitos desses dispositivos. Além disso, os tablets possibilitam uma vasta opção de interatividade, acesso à internet e pesquisas. Essa inovação também possibilita diversas opções de aproveitamento na área educacional. Segundo Ludhiana Bertoncello(2012), “os alunos de hoje, nascidos a partir de 1995 e chamados de geração Z, não concebem o mundo sem computador, redes sociais e celulares”, logo é preciso utilizar isso de forma proveitosa, melhorando a educação. Levando em conta a importância dessa inovação tecnológica, este trabalho visa explanar 1 Acadêmicos do Curso de Sistemas de informação – CEULS/ULBRA.
[email protected],
[email protected],
[email protected] 2 Professoras Mestre do Curso de Sistemas de Informação – CEULS/ULBRA.
[email protected],
[email protected]
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de forma simples os aspectos do livro digital e como produzi-lo.
MÉTODO: Para produzir um documento digital é necessário entender em que contexto ele deverá ser aplicado, pois, atualmente, existem no mercado diversos formatos que direcionam a produção para um tipo de produto final, ou seja, o formato define como o documento será apresentado em um dispositivo eletrônico (GARRISH, 2011). Para melhor entendimento, serão apresentados alguns formatos com suas respectivas características exemplificando as diferenças entre eles: PDF – é um dos principais arquivos utilizados para apresentação de documentos digitais. Sua característica principal é a presença de conteúdo fixo que, de certa forma, simula como seria em uma versão impressa. Os pontos negativos aparecem quando o arquivo é visualizado em telas de dispositivos menores, pois o difícil manuseio traz uma grande barreira de usabilidade, podendo tornar o conteúdo ilegível e a leitura cansativa, por necessitar aumentar o zoom da página todas as vezes que for lê-lo (LEURS, 2013). ePub – Garrish (2011) menciona que o epub, eletronic publication, pode se comportar não apenas como livro, mas como qualquer tipo de publicação textual de forma eletrônica, sejam revistas, jornais, documentos de escritório, artigos, periódicos e outros. Seu diferencial está na capacidade de adaptação do conteúdo ao tamanho da tela do dispositivo. Sendo assim, para cada formato existem ferramentas que auxiliam a produção. Para o epub, foram encontradas algumas ferramentas para produção de documentos digitais que são mais utilizadas no mercado: Scrivener – é um programa comercial para criação de livro digital bem completo. Possui uma área com a estrutura hierárquica dos arquivos do livro, modo de pré-visualização do documento simulando o produto final, contém área especifica para anotações, suporta a funcionalidade multi-markdown que faz uma separação inteligente do conteúdo e possibilita a exportação do documento para vários formatos digitais, inclusive o epub. (HYATT, 2013). Sigil – é uma ferramenta gratuita da empresa Google. Auxilia na produção de livros digitais somente no formato epub, e com ele, é possível agilizar o desenvolvimento podendo realizar funções pré-definidas que estruturam o arquivo de acordo com o padrão do formato. Alinhamento, cores, tamanhos, inclusão de imagens, vídeos e áudio são algumas funções que o software desempenha. Para este trabalho, o epub foi escolhido como formato padrão no desenvolvimento, pois, a finalidade maior, será apresentar documentos digitais com conteúdo flexível, ou seja, que têm a capacidade de se ajustar em diferentes tamanhos de tela de dispositivos eletrônicos. E
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para produção, o software Sigil foi escolhido como ferramenta para o desenvolvimento, tendo em vista que, é possível produzir documentos de forma simplificada, automatizada e gratuita, de um modo geral. Para desenvolver qualquer documento com o Sigil, é necessário ter a aplicação instalada em um computador com sistema operacional Windows, Mac OS ou Linux. Após instalá-lo, apenas deve-se inserir o conteúdo textual no documento e salvá-lo na extensão ePub. Para o desenvolvimento de um produto de qualidade é necessário atentar-se a alguns quesitos como os metadados, que são informações de publicação da obra, autor, idioma, título, editora e outros, visto que essas informações são extremamente necessárias para a composição do arquivo (GARRISH, 2013). A semântica também é essencial, uma vez que, a estruturação do código de marcação merece significado. Esse conceito demonstra que é possível definir semanticamente a capa, sumário, índice, glossário, prefácio, títulos, subtítulos e outros, através de código, a fim de organizar o arquivo e facilitar a integração com o sistema de busca dos leitores digitais (GARRISH, 2013). Por último, o arquivo deve passar por um inspecionador que verifica todos os itens relevantes para uma publicação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com o Sigil, foi possível desenvolver um documento digital no formato ePub de modo simples e rápido. Ele contém capa, sumário, conteúdo textual dividido em capítulos e inclusão de mídias digitais. Dessa forma, ao aderir a utilização desse tipo de produto, diversos fatores englobam questionamentos que influenciam na sua consolidação. O mercado brasileiro de e-books é um deles, pois existe uma grande resistência por parte de algumas editoras e as pessoas que ainda não se acostumaram com o formato digital. Apesar disso, já existem editoras investindo nesse novo segmento. Para Mello (2011), o principal fator para essa mudança é herdada da área educacional, já que grandes editoras, como a Abril, buscam se tornar pilar nesse segmento. Outro motivo são os constantes investimentos público e privado para melhorias no sistema de ensino brasileiro. O inverso também ocorre, empresas da área educacional buscam integrar e fazer parte do mercado editorial, como o grupo Positivo. Segundo John Makinson (2011 apud MELLO, p.446), “este é um caminho sem volta e é necessário adaptar-se à nova realidade”, pois os livros digitais representam atualmente, uma grande inovação, uma porta que abre para inúmeras possibilidades de usar esse recurso para aprimorar atividades e reinventar a maneira que a leitura é encarada. Um fato interessante é que um único leitor de e-books pode reunir centenas de obras. Um Kindle, dispositivo
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utilizado pela Amazon para armazenar e-books, por exemplo, comporta até 1,5 mil livros (BARBOSA, 2013), e vale à pena ressaltar que esses aparelhos fornecem recursos de pesquisa e interatividade, tornando a experiência da leitura muito mais dinâmica. Outro aspecto importante é o preço, o custo de produção de um e-book é muito inferior que o de um livro de papel, o que torna esse recurso ainda mais atrativo. O que torna o livro digital ainda mais interessante é a sua aplicabilidade na área educacional. Os alunos dessa geração nasceram na era da tecnologia, os jovens não vivem longe de seus celulares ou computadores, está na hora de agregar a tecnologia a uma nova maneira de ensinar. Nesse sentido, o livro digital surge como alternativa para inovar. Gilster (2006 apud DEMO p.550) observa que “há apenas 0.01% de documentos impressos na nova informação, o que tem imposto mudança radical na biblioteca tradicional. Os estudantes interessam-se cada vez menos por páginas impressas, obtendo sua informação da tela organizada”. Por outro lado, para usufruir da experiência proporcionada pelo livro eletrônico é necessário investir em um aparelho que possibilite a visualização desse recurso, isto é, o ereader que nem sempre possui um valor acessível, considerando em alguns casos a questão do custo, o livro impresso ainda é visto por muitas pessoas, como aquele que proporciona a melhor experiência de leitura. Apesar das grandes vantagens que essa tecnologia possibilita na área educacional, os ebooks ainda caminham a passos lentos em território brasileiro, existem poucos exemplares desse tipo de material no Brasil (LOPES, 2011). Talvez a maior desvantagem da produção de um e-book seja a questão da pirataria. O autor, ao desenvolver seu livro usando a tecnologia pode fazê-lo sem necessariamente precisar de um selo editorial, o que para alguns pode parecer uma vantagem, pois acelera o processo de publicação do material, porém uma vez inserido no meio digital pode se tornar um alvo da pirataria, essa problemática torna-se um grande empecilho desta tecnologia como afirma Furtado (2003), “A Internet escapa aos mecanismos e dispositivos tradicionais de institucionalização dos textos. Nada garante a autoridade, e mesmo a autenticidade, do que aparece na Web. Ninguém assegura à partida a seriedade ou a qualidade do que foi difundido”.
CONCLUSÃO: Com este estudo foi possível descobrir alternativas viáveis para produção de documento digitais no formato ePub. E entender o quão é necessário a utilização dessa tecnologia na educação. Não é objetivo deste trabalho, apontar a melhor opção entre elas,
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pois, como diz Fernandes (2010), o e-book é apenas mais um complemento para a disseminação da leitura: Para as pessoas de gerações anteriores, a meu ver, a obra literária no livro tradicional continuará sendo a melhor alternativa para as próximas décadas, em função de sua materialidade. Para as gerações atuais e futuras, no entanto, imagino que os livros digitais serão mais utilizados, principalmente por causa do preço, do peso e da quantidade de informações que pode ser armazenada. Não vejo o livro digital como adversário do livro de papel, mas como seu parceiro, porque são duas versões que visam alcançar à mesma finalidade. Se existe uma concorrência, a leitura é a grande vencedora, dispondo de mais um espaço para sua difusão (FERNANDES, 2010).
REFERÊNCIAS: BARBOSA, Danielle. e-Books para quem quer ler. Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2013. BERTONCELLO, Ludhiana. Livrarias, tablet e educação. Londrina, 11 feb 12. Disponível em: . Acesso em: 15 set. 2013. DEMO, Pedro. “Alfabetizações”: desafios da nova mídia. Ensaio: avaliação de Políticas Públicas Educacionais, Rio de Janeiro, v. 15, n. 57, Dezembro, 2007. FERNANDES, Célia R D. A era dos livros digitais. Premissas, Grande Dourados, n. 2, p.1921, 2010. FURTADO, José Alfonso. O papel e o pixel. CiberCospio p.46. Lisboa, Portugal, 12 abr.2003. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2013. GARRISH, Matt. EPUB 3 best practices. Sepastopol: O’Relly, 2013. 371 p. GARRISH, Matt. What is EPUB 3? Sepastopol: O'Relly, 2011. 25 p. HYATT, Michael. 5 reasons is witched to scrivener for all my writing. 24 mai. 2013 Disponível em: < http://michaelhyatt.com/switched-to-scrivener.html>. Acesso em: 13 set. 2013. LEURS, Laurens. The history of PDF. 8 ago. 2013. Disponível . Acesso em: 13 set. 2013.
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LOPES, Claudia. Vantagens e desvantagens dos e-books. Disponível . Acesso em: 22 set. 2013.
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MELLO, Gustavo. Desafios para o setor editorial brasileiro de livros na era digital. BNDES Setorial 36, p. 429-473. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2013.
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CRIAÇÃO DE UMA API PARA DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES COM INTERFACE GRÁFICA PARA DESENVOLVEDORES Pedro Paulo Ferreira Oliveira1 Carlos Alberto Pedroso Araújo2
[email protected] RESUMO: O processo de desenvolver programas com interface gráfica não é simples e se torna mais difícil ainda para uma pessoa cega. A dificuldade maior, para quem não consegue enxergar, é a construção de interfaces gráfica. Um tipo especial de software chamado leitor de telas ajuda os cegos a ter o acesso à computação. Essa tecnologia auxilia as pessoas com deficiência visual enviar e receber e-mails, acessar internet, digitar textos e também programadores cegos desenvolver programas de computador. O objetivo desse projeto consiste no estudo de criação de uma API (Application Programming Interface – Interface de Programação de Aplicativos) para desenvolvimento de aplicações com interface gráfica para desenvolvedores cegos. A tecnologia utilizada para esse estudo será o Lazarus e alguns leitores de telas para os testes que serão feitos. A escolha da tecnologia Lazarus se deu por ser open source, pelo fato de estar evoluindo e por ser multiplataforma. A metodologia utilizada para o presente projeto foi o levantamento bibliográfico, testes em leitores de telas, estudo da tecnologia e validação da API por membros da comunidade de programadores cegos. O presente projeto, consiste no estudo do desenvolvimento de uma API para desenvolvedores cegos com interface gráfica para usuários. PALAVRAS-CHAVE: API, programadores cegos, interface gráfica.
INTRODUÇÃO: Algumas pessoas têm a preferência pela utilização do mouse ao teclado e há outras que preferem o teclado. Porém, em alguns casos precisa-se utilizar os dois, como por exemplo, para digitar um texto usa-se o teclado e para escolher um menu usa-se o mouse. Em alguns casos, existem aqueles que têm que usar apenas o teclado, pelo fato de ser difícil o uso do mouse. O motivo do uso constante do teclado mais do que do mouse é que essas pessoas não podem ver o que estão fazendo. Para as pessoas que possuem deficiência visual, o uso do teclado se torna mais confiável para usarem o computador. “E há aqueles que têm que usar apenas o teclado em vez do mouse, porque o uso desse último é quase impossível para eles. A razão é simples: Eles não podem ver o que estão fazendo. São as pessoas cegas, e para elas o teclado é a única forma confiável de interação com o computador.” (SAGALI, 2011). Uma pessoa cega pode ter algumas limitações, as quais podem trazer inúmeros obstáculos ao seu aproveitamento produtivo na sociedade. Grande parte dessas limitações pode ser virtualmente eliminada devido alguns recursos disponíveis na computação. Um dos recursos que ajudam os cegos para utilizarem os recursos computacionais são os leitores de telas. “Um tipo especial de software chamado leitor de tela busca os objetos de tela como documentos, menus, caixas de diálogo, páginas de web, mensagens de correio eletrônico, etc., e converte todos esses dados em voz (através de um sintetizador) e/ou informação em um monitor 1 2
Acadêmico do Curso de Sistemas de Informação - CEULS/ULBRA. Professor Orientador do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA.
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Braille”. (SAGALI, 2011). Assim como existem usuários de computadores com deficiência visual, que utilizam os computadores para executar inúmeras tarefas existe também os que utilizam os computadores para desenvolver programas. Não é uma tarefa fácil, pois há inúmeros obstáculos que os programadores cegos têm que lidar. É impossível um programador cego posicionar um componente em um formulário do mesma modo que pessoas com visão normal. Assim como surgiram novas dificuldades, surgiram também novas tecnologias.
É certo que os desbravadores enfrentaram dificuldades inimagináveis, pois se é certo que se programava no modo texto, não se tinha a comodidade dos leitores de tela. Vieram as interfaces gráficas e as ferramentas de desenho de formulários. Os cegos parecem marginalizados afinal, não podem posicionar componentes em um formulário do mesmo modo que pessoas com visão normal. (Ler pra ver, 2009).
METODOLOGIA: O presente projeto consiste no estudo do desenvolvimento de uma API para desenvolvedores cegos com interface gráfica para usuários. Para isso será feito um levantamento bibliográfico sobre leitores de telas, Lazarus e a linguagem de programação Free Pascal (bibliográfica, livros, sites de pesquisa, revistas, etc). Será estudada a biblioteca LCL (Lazarus Component Library – Biblioteca de Componentes do Lazarus) do Lazarus, que contém os objetos de interface gráfica. Com base nessas classes serão derivadas outras, que sejam amigáveis e possibilitem a criação de programas escrevendo menos código. Com a criação da API (Application Programming Interface), o programador com deficiência visual ira escrever seus códigos de programação no bloco de notas e compilar pelo Prompt de Comando utilizando o compilador Free Pascal. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com a criação da API será possível que programadores cegos possam programar com interface gráfica do usuário sem utilizar um IDE, utilizando apenas linhas de códigos para ser compilado com Free Pascal pelo Prompt de Comando do Windows ou mesmo de outro sistema operacional tal como Linux. A API está em fase de desenvolvimento e estão sendo feitos teste, com as classes criadas. Com os testes que já foram feitos, podem ser criados pequenos programas com interface gráfica como é mostrado na figura 1.
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Figura 1 – Resultado do Programa.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2013
Espera-se que este projeto possa atender as necessidades de programadores com deficiência visual e sirva de inspiração para outros pesquisadores que queiram se dedicar a esse desafio.
CONCLUSÃO: Através de pesquisas em depoimentos de programadores cegos, pôde-se perceber que os mesmos possuem dificuldades em programar com interface gráfica, pois fica difícil posicionar os componentes em um formulário de maneira adequada. Feitos estudos bibliográficos em programação com interface gráfica pôde-se concluir que é possível criar uma API de desenvolvimento para que programadores cegos possam desenvolver programas de computador em modo texto com interface gráfica utilizando a linguagem Free Pascal, bibliotecas do Lazarus, leitor de telas e compilar pelo Prompt de Comando. No projeto já foram feitas pesquisas bibliográfica sobre acessibilidade, Leitores de Telas, como os programadores cegos utilizam o computador para escrever seus programas, as dificuldades encontradas por eles para desenvolver os códigos de programação. Já foram feitos também estudos sobre a linguagem de programação Free Pascal, o ambiente de desenvolvimento Lazarus bem como sua biblioteca LCL. Atualmente no projeto estão sendo feitas algumas classes para a API proposta pelo projeto, na qual estão sendo testadas. Através de testes já pode ser criado pequenos programas com interface gráfica e utilizados alguns componentes para a interface como form, botão, edit, label, panel entre outros.
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REFERÊNCIAS: Ler Pra Ver. Cegos no Mundo da Programação. Disponível em: . Acesso em 24 de abril de 2013. SAGALI, Marco A. A. Como deixar as suas aplicações Delphi mais acessíveis. Disponível em: . Acessado em 02 de out
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OS JOGOS DIGITAIS E SUAS INFLUÊNCIAS Augusto Oliveira da Mota1 Camila Aquino Aguiar¹ Jailson Pereira da Silva¹ Kemel Lopes da Silva¹ Juarez Benedito da Silva2
[email protected] RESUMO: Os jogos estão presentes desde os tempos mais remotos na vida de vários seres humanos. De maneira que possa facilitar na socialização de forma muito mais prazerosa. Assim desperta a imaginação a criatividade, memória e curiosidade. Portanto, foi fazendo com que a necessidade de melhorar gerasse/desenvolvesse o interesse nas pessoas. Exemplificando como início os típicos jogos de tabuleiro, depois de um tempo o mais conhecido videogame “Atari”, chegando aos momentos mais recentes que são os dos jogos eletrônicos, os quais têm certa função de fluir e exercitar a imaginação de quem os utiliza, pessoas nas quais trazem isso para sua rotina real, tentando a maior aproximação possível do mundo virtual. Os jogos digitais atraem a atenção de muitos crianças e adolescentes, por meio disso é possível exercitar a mente dos quais usam essa atividade, aproveitando-se de métodos simples como exercícios que estimule a concentração, o desenvolvimento de estratégia, a coordenação motora e algumas potencialidades específicas de cada um. A capacidade que os jogos digitais têm de ajudar no desenvolvimento estudantil, esta sendo muito utilizada por educadores que conheceram o método, porém ainda há uma grande maioria que o desconhece, e tendem a vislumbrar apenas aspectos que consideram enviáveis para o desenvolvimento da criança.
PALAVRAS-CHAVE: jogos; digitais; memória; desenvolvimento.
INTRODUÇÃO: A capacidade que um jogo tem de levar a pessoa de maneira fictícia para outro mundo, faz com que desenvolvam estudos para uma proposta de evolução em busca de novos rumos a serem traçados dentro do jogo, ou até mesmo a criação de outro jogo com a mesma finalidade, ou semelhante à ela. Vale ressaltar que antigamente os jogos aconteciam com todos presentes no mesmo ambiente e interagindo, já nos tempos atuais existem jogos on-line que possibilitam que pessoas desconhecidas com os mesmos gostos interajam. A intenção de jogos que se utilizam de etapas é despertar o interesse maior no utilizador, gerar a atração através do desafio e ao mesmo tempo fazer com que crie estratégias e que estimule o raciocínio. Muitos desse tipo geram competição entre vários jogadores. A vontade de muitos é que os jogam estejam em todos os lugares e que seja acessível à qualquer pessoa. Muitos entendem que os jogos são só uma maneira de diversão sem nada que possa ser extraído de útil, mas a maioria dos jogos é criada em cima de projetos que querem passar algo produtivo. Alguns são focados na área educacional para que assim os alunos tenham o interesse não só de jogar, mas de ter o consentimento em relação ao conato com outras pessoas, o desenvolvimento pessoal. 1 2
Acadêmicos do curso de Redes de Computadores do Instituto Esperança de Ensino Superior Coordenador do curso de Redes de Computadores do Instituto Esperança de Ensino Superior, Msc em Gestão de Empresas.
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A evolução pelo menos até hoje favorece que o jogador tenha interação diretamente com o jogo, da maneira em que a máquina recebe os movimentos da pessoa. Modificando a ideia de que os jogos digitais causam sedentarismo de certa forma. A maneira mais rápida que possuímos hoje para utilizar jogos é algo que também vem de importantes evoluções que é o celular, tanto pela diversidade quanto pela facilidade, fazendo divisões através de temas e interesses. Jogos com extrema capacidade de despertar o vício disponibilizado pelos desafios, ou até mesmo pela competição voltada à rakings on-line, que fazem com que os usuários disputem entre si e divulguem os jogos de maneira indireta. Parte desses jogos não possuem um público-alvo específico para sua utilização, por esse motivos são de fácil adaptação em relação à desenvolvimento gráfico, técnico e estratégico, outros já possuem grupos específicos que no momento em que está acontecendo os utilizadores já sabem como devem agir. Essa atração dos jovens pelos jogos digitais é tão grande, que chega a incomodar alguns adultos, que na maioria das vezes só veem o lado negativo dessa nova ferramenta da educação. Entretanto, e necessário que esses adultos compreendam a importância dos jogos digitais para o processo educativo dos jovens. Através deles o indivíduo pode vivenciar situações que estimulem sentimentos variados, adquirindo autocontrole sobre o medo, a ansiedade, a derrota e a decepção com os obstáculos e fases no jogo. Além da felicidade e satisfação da vitória de ter vencido uma fase. Com a grande influência da T.I (Tecnologia da Informação) e comunicação sobre a sociedade, os jogos digitais que antigamente eram desenvolvidos com intuitos masculinos, hoje também são muito procurado por meninas, que atualmente ganharam jogos específicos para sua classe. CONCLUSÃO: Através dos jogos é possível também explorar competitividade entre as pessoas e a criatividade na solução de problemas e impasses, bem como praticar habilidades em negociação. No ambiente organizacional, os jogos foram utilizados para fins militares, e posteriormente foram integrados ao contexto empresarial. Hoje em dia, normalmente chamados de “jogos empresariais” e tem alcançado destaque nos processos educacionais, apoiados principalmente pelo surgimento de novas técnicas pedagógicas, baseadas em exploração vivencial. Os jogos digitais também podem ajudar na fisioterapia de crianças, jovens e adultos. No Brasil, essa já é uma realidade utilizada em clínicas particulares há alguns anos, mas 2013 marcou uma nova etapa no uso dessa tecnologia para a recuperação de pacientes da saúde pública brasileira. Alguns fisioterapeutas já receberam um devido treinamento. O objetivo
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desse treinamento foi orientá-los a utilizar os jogos para a reabilitação de pacientes com deficiência física, intelectuais e autismo e que são atendidos pela rede publica de saúde. Durante essa capacitação esses profissionais aprenderam conteúdos teóricos e práticos, o tempo certo para o uso do jogo no processo de reabilitação e o melhor tipo de jogo para cada grau de deficiência do paciente. Para desenvolver os jogos, o profissional deve observar as novas tendências do mercado, as características da cultura local de onde os jogos serão lançados e até o contexto social. O maior desafio do desenvolvedor de jogos é criar jogos atrativos, para que os indivíduos usem o máximo de seus sentidos e habilidades para criar estratégias, se antes os jogos também tem que ser dinâmicos, pois se antes jogava-se apenas com amigos próximos e familiares, hoje, graças a internet, é possível jogar com pessoas do outro lado do mundo, desde que ambas estejam conectadas a rede e compartilhem a mesma plataforma. Desenvolver jogos não é tarefa das mais fáceis, um único jogo pode envolver mais de vinte pessoas, entre programadores, animadores, e até músicos. Jogos de grande porte levam em media dois anos ou mais para serem concluídos, e antes que cheguem ao mercado, normalmente, são lançadas versões semiacabadas, as chamadas versões Alfa. Depois novas versões são lançadas, as versões betas, essas são enviadas a alguns jogadores selecionados (testers) para que eles descubram possíveis erros. E isso pode acontecer por algumas vezes para então os jogos poderem chegar às lojas. Hoje o mercado de jogos digitais é muito promissor, principalmente para quem gosta da área especifica, e pode render um bom salário, a remuneração mensal pode variar entre R$3.500 e R$4 mil. Muitas empresas estão procurando programadores de jogos digitais, pois perceberam o quão valorizado essa área está. O mercado dos jogos eletrônicos cresceu tanto, que já ultrapassou em 20% o mercado milionário do cinema. No Brasil, esse mercado vem crescendo mais e mais, por causa dos avanços das linguagens interativas e também a possibilidade da criação para as versões mobiles-dispositivos móveis. E essa indústria dos jogos digitais está em expansão, o que tem garantido muito emprego para os alunos que se formam na área, atuando como projetista e desenvolvedor de tecnologias computacionais para serem aplicados em jogos. Segundo Barros [2009] a tecnologia é o meio que potencializa a tendência da sociedade da informação, que possui em si mesmo os estilos de aprendizagem inseridos em seu tempo e espaço e possibilita um trabalho educativo de grande extensão. É importante entender que o profissional formado no curso não precisará atuar diretamente só com desenvolvimento de jogos. Há muitas outras áreas em que o profissional
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poderá atuar, como animação, modelagem 3D, programação de computadores, uma porção de opções que o aluno formado poderá escolher e aplicar seus conhecimentos em diferentes compôs do mercado.
REFERÊNCIAS:
BARROS, D. M. V. 2009. Estilos de uso do espaço virtual: como se aprende e se ensina no virtual? Inter-Ação: Ver. Fac. Educ. UFG, 34 (1): 51-74, jan/jun.
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PERÍCIA FORENSE Yure Ericksom Barros Lima1
[email protected] Juarez Benedito da Silva2
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo o estudo sobre a pericia computacional, hoje muito importante para casos de extrema importância no meio de processos de crimes ocasionados por pessoas através de computadores. É inegável que criamos uma dependência grande da tecnologia digital em diversas áreas de nossas vidas (comunicação, entretenimento, ferramentas de trabalho, lazer, etc.) e necessitamos cada vez mais delas. Estas tecnologias e meios eletrônicos trouxeram uma serie de facilidades, e junto com elas foram inseridas novas variáveis em todas as áreas, inclusive em um processo de investigação o que acabou criando uma nova disciplina de atuação: a forense computacional.
PALAVRAS-CHAVE: Investigação, Tecnologia, crimes.
INTRODUÇÃO: A Pericia Forense Computacional é a ciência que estuda a aquisição, preservação, recuperação e analise de dados eletrônicos. Por meio dela é possível realizar o levantamento de informações que permitirão a recuperação de dados perdidos de forma acidental ou maliciosa, desvendar uma possível invasão em sistemas e identificar o roubo de informação por terceiros ou funcionários de uma empresa. O objetivo principal da computação forense é buscar extrair e analisar tipos de dados diferentes dispositivos, para que essas informações passem a ser caracterizadas como evidencias e, posteriormente, como provas legais de fato. Como todas as áreas, existem pessoas que fazem uso dos sistemas computacionais para pratica de atos ilícitos. Com isso, torna-se necessário utilizar as técnicas da forense computacional para investigar crimes que foram cometidos utilizando equipamentos e sistemas computacionais, para todos os tipos de crime. A forense computacional tem a função de poder provar que um crime foi praticado através de recursos computacionais, de uma forma que os resultados obtidos na pericia técnica não gerem dúvidas quanto a sua integridade e não repúdio, bem como coletar evidências para ajudar na investigação e/ou processos judiciais. A crescente onda de crimes cometidos através de computadores se dá, dentre muitos casos, pelo fato de muitas pessoas ainda serem leigas no que diz respeito à segurança de sistemas computacionais e informações. Também, há o fato de as pessoas pensarem que a internet garante anonimato, que se pode fazer qualquer coisa, e que não será punido no mundo real. A forense aplicada é muito recente, porém a ciência forense como um todo existia há muito tempo. No século VII já eram utilizados impressões digitais para determinar as identidades dos devedores. As 1 2
Acadêmico do Curso de Redes de Computadores - IESPES Professor do curso de Redes de Computadores – Msc em Gestão de Empresas
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impressões digitais dos cidadãos eram anexadas às contas que ficavam em poder dos credores.
MÉTODO: O pesquisador buscará mostrar como podemos utilizar essas ferramentas, na área de pericia forense computacional com particular interesse nos procedimentos jurídicos. O objetivo é mostrar uma avaliação de ferramentas disponíveis no mercado com relação ao atendimento de aspectos técnicos e jurídicos da forense computacional. Com o advento do uso maciço de computadores, seja no ambiente residencial, empresarial, industrial ou acadêmico, a computação forense vem ajudar a esclarecer as pessoas prejudicadas de fatos envolvidos na ocorrência em que o crime que sofreu. As investigações serão consideradas com as aplicações jurídicas decorrentes do uso das técnicas e ferramentas. Apresentar urgentemente uma resposta adequada para as pessoas, os graves problemas existentes relacionados ao uso inadequado da internet. Coletar as evidencia de modo que seja admitido em juízo, para isso produzir um laudo pericial. O método que será adotado será o método dedutivo, partindo-se de contribuições generalizadas na forense computacional em conformidade com a legislação brasileira. Mostrar um pouco sobre a forense, é esclarecer algo sobre ela que muitos não conhecem. Dentro da forense computacional, examinar é a extrair de informações de qualquer vestígio relacionado ao caso investigado, permitindo a formulação de conclusões sobre a denúncia feita. Analisar também o cenário mundial, apontar qual a importância se deve principalmente por alguns aspectos dentro da analise forense. Mostrar para as pessoas algumas abordagens no que diz respeito ao objetivo final de uma analise forense. Uma abordagem seria a analise buscando obter informações de valor coerente as regras e as leis sobre evidencias, sendo admissíveis em um processo de justiça. Outra abordagem também seria o exame realizado dentro de uma empresa com o objetivo de determinar a causa de um incidente e assegurar que as medidas cabíveis sejam tomadas. Mas no Brasil, a legislação a respeito de crimes digitais ainda trabalha por meia jurisprudência, ou seja, não se tem uma lei especifica ditando formas e tipos de crimes, e nem qual deve ser a punição. As pessoas devem prestar muita atenção quando forem usar a internet, para usar redes sociais, como: facebook, twitter, etc, suas fotos podem muitas das vezes prejudica-lás, indicar o local onde está, ou deixar alguma coisa sua amostra de pessoas que só querem prejudicar ou roubar os outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Apresentar as pessoas que não entendam muito sobre a internet e também para quem sabe, que o uso da internet pode ser prejudiciais para sua vida social entre a sociedade, pessoas maliciosas que querem prejudicar os outros, basta deixar a sua vida aberta, eles podem ate acabar com sua riqueza, sua vida, por meio de roubos e até
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seqüestros. Por isso, repassar as pessoas que para esses crimes digitais existem processos para que sejam desvendados devido a forense computacional, que oferecem varias ferramentas para que as casos sejam concluídos com sucesso. As pessoas não podem, mas brincar com a internet, pois ela pode por muitas vezes podem prejudicar de forma muito caótica para a sua vida
CONCLUSÃO: Forense computacional é um tema bastante atual e que tem recebido atenção significativa tanto da comunidade cientifica quanto da industria. Muitas vezes a investigação não pode prosseguir sem a verificação de computadores de suspeitos, necessidade de pessoal qualificado. O surgimento da legislação e padrão a serem aplicados (Brasil) referentes à forense computacional tornaria menor a chance de laudos serem inutilizados por falta de experiência dos peritos.
REFERÊNCIAS Neukamp, Paulo A. Forense Computacional: Fundamentos e Desafios Atuais. 11 Junho de 2007. Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). 06 Nov. 2007. http://www.imasters.com.br/artigo/4175/forense/introducao_a_computacao_forense/ http://www.guidancesoftware.com/pt/products/ee_index.asp
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UMA VISÃO GERAL INTELIGENTES
SOBRE
PROJETOS
DE
CIDADES
Diego Coutinho Ferreira1 Jorge Alexandre Machado Barra2 Raimundo Paulo Pinto de Miranda Neto3 Angel Pena Galvão4 Juarez Benedito Silva5
[email protected] RESUMO: Cidades inteligentes, conhecidas como Smart Cities, empregam sistemas digitais que formam uma rede inteligente de comunicação, serviços integrados e interconectados, que ao serem demandados, funcionam tecnologicamente como uma plataforma neural de informações interligadas por dados, sons, imagens, fazendo convergir conteúdos por meio da computação e comunicação. Essas cidades surgiram devido grandes problemas de organização e infraestrutura. Portanto, surgiu a necessidade de implantar este novo conceito nas cidades, principalmente nas que estão em desenvolvimento, para que o planejamento seja mais prático, rápido e sustentável. Outro fator que coloca o tema em debate são os grandes eventos que ocorrem em diversos países, como, os sediados no Brasil, e que precisam de um grande planejamento e organização integrada entre diferentes áreas. Sabendo da relevância deste tema, o objetivo deste trabalho é realizar um estudo bibliográfico sobre as tecnologias da informação que podem ser usadas em diversos setores de uma cidade: Segurança, Educação, Saúde, Transporte e Energia, integrando todos eles, para que o desenvolvimento seja organizado e em conjunto, resultando numa Cidade Inteligente. Neste trabalho foram demonstrados projetos implantados de cidades inteligentes em diversos lugares, apresentando os benefícios das tecnologias que maximizaram a eficácia operacional de recursos e investimentos voltados para o desenvolvimento local. PALAVRAS-CHAVE: cidades inteligentes, tecnologia da informação, smart city.
INTRODUÇÃO: O século XXI está sendo testemunho de um processo de urbanização mundial, fazendo com que as cidades tenham que enfrentar novos desafios, como a crescente concentração populacional, o aumento dos níveis de consumo, necessidades maiores de mobilidade ou o aumento da demanda na segurança do cidadão e da participação nas decisões. Esses novos desafios afetam de forma transversal as diferentes áreas da cidade, consequentemente sua solução deve ser abordada com uma visão integrada e inovadora a partir de todas as suas perspectivas e áreas principais. Para superar esses desafios as cidades devem desenvolver um modelo de gestão de maior qualidade e eficiência que permita: consolidar o crescimento da cidade e permitir uma evolução flexível e organizada; proporcionar aos cidadãos serviços de melhor qualidade e de maneira mais eficiente; com um menor custo de modo que se possa conseguir uma administração sustentável e obter uma visão integrada de todas as áreas da cidade de maneira que se obtenham sinergias e ambientes operacionais. Para resolver esses novos desafios surgiu as cidades inteligentes, conhecidas como Smart Cities, que empregam sistemas digitais que formam uma rede inteligente de comunicação e serviços integrados e interconectados, que ao serem demandados, funcionam 1
Acadêmico de graduação do 6º Semestre do Curso Tecnológico de Redes de Computadores (IESPES) Acadêmico de graduação do 6º Semestre do Curso Tecnológico de Redes de Computadores (IESPES) 3 Acadêmico de graduação do 6º Semestre do Curso Tecnológico de Redes de Computadores (IESPES) 4 Professor orientador, tecnólogo em Redes de Computadores (IESPES), Especialista em Informática na Educação (UFPA) e mestrando em Ciência da Computação (UFRGS). 5 Professor Coordenador do Curso Tecnológico de Redes de Computadores (IESPES), mestre em Gestão de Empresas (LUSOFONA) 2
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tecnologicamente como uma plataforma neural de informações interligadas por dados, som e imagem, fazendo convergir conteúdos por meio da computação e comunicação, a partir do uso de múltiplos sensores de presença, câmeras e controles protocolares, que maximizam a eficácia operacional de recursos e investimentos voltados para o desenvolvimento local. Portanto, as Smart Cities são como comunidades que usam o que existe de mais moderno em recursos tecnológicos e arquitetônicos como resposta aos desafios impostos pelo crescimento populacional.
A ideia é criar ambientes sustentáveis, eficientes, com alto grau de
conectividade e, consequentemente, com excelentes níveis de qualidade de vida. O termo Smart Cities vem despertando bastante atenção, pelo fato do rápido crescimento urbano, na maioria das vezes de forma descontrolada que vem acontecendo em vários países em desenvolvimento, acarretando inúmeros problemas de trânsito, quedas de energia, bolsões de pobreza, criminalidade e deficiências nos sistemas de ensino e saúde. Os elementos principais dessa visão da Cidade Inteligente são: compartilhar informações, decisões e responsabilidade entre os diferentes subsistemas da cidade; gerenciar os desafios de maneira transversal, atendendo as particularidades de cada um deles e buscar sinergias operacionais entre os diferentes serviços e processos da cidade. Com a grande relevância do tema Smart City, este trabalho tem por objetivo apresentar projetos de cidades inteligentes implantados ou em desenvolvimento encontrados na literatura especializada. A estrutura de apresentação deste trabalho segue a seguinte ordem: Método, que é discutido como foi realizada a pesquisa do trabalho, Resultados e Discussão, que são expostos os projetos e benefícios nas cidades que estão implantados e a Conclusão.
MÉTODO: A pesquisa foi elaborada com base em informações coletadas usando como proposta de metodologia a pesquisa bibliográfica. Como parte da metodologia, será explanado sobre os projetos e experiências com relação a Smart City no mundo e o resultado gerado a partir disso será feito um levantamento das experiências e expectativas sobre os projetos de Cidades Inteligentes na visão dos principais autores envolvidos com a temática.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos a partir da pesquisa bibliográfica afirma que numa Smart City, a ideia é criar ambientes sustentáveis, eficientes, com alto grau de conectividade e, consequentemente, com excelentes níveis de qualidade de vida. Publicações recentes (Bell et al. 2009; Komninos 2008; IJIRD 2009) sobre cidades inteligentes reforçam a convergência entre sistemas de inovação e ambientes virtuais para a
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criação de sistemas globais de inovação. Os ambientes inteligentes podem ser combinados tanto com as cidades digitais (automatizando a cadeia de entrega de serviços), como com as cidades inteligentes, automatizando a coleta e o processamento de informações no processo de desenvolvimento de um novo produto ou serviço. Com base nas bibliografias consultadas, observa-se diversos projetos mundiais de Smart Cities, como por exemplo, a cidade de Luxemburgo eleita como a primeira colocada no ranking das cidades inteligentes da Europa, feito pelo projeto European Smart Cities (GIFFINGER, 2012). No Brasil, O projeto Cidade da Copa é uma ideia desenvolvida por empresas privadas que buscam criar a primeira cidade inteligente da América Latina. Com o planejamento de ser implementado em Pernambuco, na cidade de São Lourenço da Mata, o projeto segue o modelo europeu de distribuição de acesso à internet. A cidade seria constituída de um centro de operações, que funcionaria como o cérebro da cidade, enquanto a rede criada pelos sensores e dispositivos seria os nervos. A concepção inicial é de que, na parte externa da Arena Pernambuco, espaço multiuso que será construído para os jogos, seja criada uma comunidade que terá, nos arredores, educação, emprego, lazer e moradia, o que capacitaria uma ótima qualidade de vida sem ter que distanciar muito de casa. Numa visão futurista, pode-se implementar ambientes de uma cidade com inteligência. Destes, como na Segurança, tem-se como exemplo, o avanço da tecnologia já se é perceptível e várias cidades já usam esse recurso para melhorar a segurança, o melhor exemplo que temos é a cidade do Rio de Janeiro, que em 2010 (dezembro mais exatamente), inaugurou o COR (Centro de Operações do Rio de Janeiro), o mais moderno e planejado centro e monitoramento de operações no mundo, junto com órgãos públicos e concessionárias que trabalham em sistema integrado, fazendo uso dos dados em tempo real. Foi inspirado na NASA com parceria entre a IBM Brasil e a prefeitura do Rio de Janeiro (COR, 2013). Na Educação, a tecnologia facilitou e acelerou o desenvolvimento dos seres humanos. Hoje todos tem acesso a qualquer assunto com muita facilidade utilizando seu smartphone ou seu tablet e outros recursos, estando eles conectado à internet. No Transporte, em tráfegos de ônibus, frotas menores com capacidade de mudar de rota de forma imediata para atender a lugares onde sejam mais necessários, e maiores para atender alta demanda em horas de maior fluxo, tudo integrado em um sistema de rastreamento que ajusta dinamicamente os movimentos para atender a necessidades de usuários. Segundo a IBM (IBM, 2013), na cidade de Estocolmo na Suécia, um sistema inteligente de trânsito ajudou a cidade a cortar em 20% os engarrafamentos, reduzindo em 12% as emissões de carbono e aumentando substancialmente a utilização de transporte público. Na Saúde, é possível reduzir gastos e diminuir filas de espera, podendo ter equipamentos médicos pessoais para monitoração, analisando o paciente e
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o avaliando rotineiramente, ainda podendo realizar tarefas como controle de medicação e de emergência para atendê-los o mais breve possível, até mesmo diagnóstico de doenças comuns, sem necessidade de consulta. Na Energia, a tecnologia também é já atuante visando o meio ambiente, em através de redes inteligentes que podem ajudar no controle da energia elétrica, tanto para consumidores já conscientes na preservação, quanto para aqueles em que ainda falta um exame de consciência. Essas redes inteligentes complementares das Smart City são chamadas de Smart Grids, são dispositivos integrando internet e rede elétrica, capazes de fazer melhor uso da energia elétrica, tornando-a mais econômica e sustentável. A Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG, 2013), já faz uso das redes inteligentes com atividades iniciadas em 2010, já mostra a cidade de Sete Lagoas como uma das cidades inteligentes, segundo a CEMIG, esse projeto está ajudando consumidores a economizar 10% em suas contas e 15% nos picos de demanda energética, esse projeto tem extensão até 2013 em investir e beneficiar outras cidades.
CONCLUSÃO: Este trabalho procurou mostrar o quanto já estão avançadas as ações de muitas cidades que elaboraram estratégias para serem catalisadoras de inovações tecnológicas, articulando órgãos públicos, empresas, terceiro setor e universidades. Com base nas pesquisas realizadas, conclui-se que este novo conceito de Cidades Inteligentes viabiliza a transformação das cidades tecnologicamente deixando-as seguras e organizadas, além de proporcionar melhor qualidade de vida à população. Como resultado deste estudo, pretende-se que haja o embasamento nas pesquisas realizadas, para que os exemplos citados possam ser utilizados em outros estudos, proporcionando assim a disseminação do tema proposto. REFERÊNCIAS: Bell, R., Jung, J., and Zacharilla L. (2009) Broadband Economies: Creating the Community of the 21st Century, New York, Intelligent Community Forum. CEMIG, 2013. “SMARTGRID” – Rede Inteligente de Energia. Disponível em: . Acessado em: 02 outubro 2013. COR, 2013. CENTRO DE OPERAÇÕES DO RIO DE JANEIRO. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/web/corio>. Acessado em: 02 outubro 2013. GIFFINGER, R. et al. European Smart Cities. Disponível em: . Acessado em: 01 setembro 2013. IBM,
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Trânsito
mais
inteligente.
Disponível
em:
. Acessado em: 02 outubro 2013. IJIRD (2009) Intelligent Clusters, Communities and Cities: Enhancing innovation with virtual environments and embedded systems. Disponível em: . Acessado em: 30 setembro 2013. Komninos N. (2008) Intelligent Cities and Globalization of Innovation Networks, London and New York, Routledge. Steventon, A., and Wright, S. (eds), (2006) Intelligent spaces: The application of pervasive ICT, London, Springer.
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ANÁLISE DA INFRAESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA ÁREA URBANA DE SANTARÉM-PA Suelen Aguiar de Sousa Gleidy Marianelli RESUMO: Pela necessidade de aproximação dos alunos com os recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação, a instalação de laboratórios de informática em escolas públicas aparece como uma das formas para diminuir a exclusão digital e aumentar o conhecimento. Promover a educação requer a garantia de um ambiente com condições para que a aprendizagem possa ocorrer. É importante proporcionar um ambiente físico, aqui denominado infraestrutura dos laboratórios de informática escolar, que estimule e viabilize o aprendizado, além de favorecer as interações humanas. Este trabalho tem por objetivo analisar a situação dos laboratórios de informática das escolas municipais da Cidade de Santarém, estado do Pará. Valendo-se das observações e dos dados disponibilizados pela Secretaria de Educação da cidade de Santarém, constatou-se a necessidade desta pesquisa sobre a situação da infraestrutura dos laboratórios de informática nas escolas municipais de ensino fundamental da área urbana de Santarém, para verificação de como os alunos, professores e equipe gestora avaliam e se utilizam os laboratórios de informática nas suas escolas, se existiam projetos que visavam à melhoria de hardwares, software e a capacitação de professores e quais as atividades que são realizadas para benefício e auxilio ao ensino e aprendizado dos alunos destas escolas. PALAVRAS-CHAVE: Laboratório de informática.Desempenho.Escolas públicas.
INTRODUÇÃO
Tecnologia é desenvolvida para suprir muitas necessidades existentes em nosso cotidiano, como: pesquisas, método ou processo de desenvolvimento e produção, entre outras. Mas sempre pensando no bem estar ou maneira mais rápida de se elaborar algo. Onde se pensava, há anos atrás, em poder se comunicar com alguém do outro lado do mundo de uma maneira instantânea, como se estivéssemos próximo. A educação pode ser considerada como o aprendizado de cada um e que está construindo com o passar do tempo. Seria também um conjunto de valores éticos reunidos para um bom convívio com todos. Como em todas as áreas, na educação, a tecnologia também está presente. Seja no giz com película protetora, que não suja as mãos ou não irrita a pela, quando na informática. Onde com ela se pode estimular cada vez mais os alunos a procurarem novos recursos e aprendizados, de uma maneira muito mais atrativa aos mesmos. Com a tecnologia cada dia mais presente nos dias de hoje, nas escolas, o perfil do professor está mudando, mas ainda temos muitos que estão completamente fora dessa realidade vivenciada por muitos alunos. Muitos alunos têm contato com a tecnologia desde pequenos, principalmente com o uso do computador. Estamos em uma época que não se pode mais fugir da tecnologia. Ninguém está livre
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da utilização de alguns de seus recursos, que está presente no dia-a-dia. Muito diferentemente de nossos avôs e até mesmo de nossos pais que não tinham nenhum, ou tanto, contato com essa nova tecnologia que está crescendo e invadindo todas as áreas. O mundo mudou para poder suprir as necessidades pessoais de mais conforme e comodidade. Não somente pessoais, mas também na vida profissional, por exemplo, profissionais que depende do computador para realizarem seu trabalho. Com o avanço da tecnologia muitas coisas ficaram bem mais fáceis e tem-se mais opções de lazer e divertimento. Com isso, parece que o tempo passa mais rápido, pois antigamente tinha-se que procurar coisas interessantes para se fazer. E agora, passa-se horas em frente a TV ou computador e nem percebe-se o tempo passar. Não que o tempo está passando mais rápido, mas sim a percepção de passagem do tempo por parte das pessoas.
MÉTODOS
Neste trabalho será utilizada como metodologia a pesquisa descritiva que segundo Gil (2006, p. 35), tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis, ainda de acordo com Malhotra (2002, p. 40), a pesquisa descritiva é tida como conclusiva onde o principal objetivo é a descrição de algo enfatizando, normalmente, características ou funções do mercado. O método utilizado para esta pesquisa será o estudo de caso, quesegundo Martins (2008, p. 29) é uma construção empírica que pesquisa fenômenos dentro deseu contexto real – pesquisa naturalística -, com pouco controle do pesquisador sobre eventos e manifestações do fenômeno. Sustentada por uma plataforma teórica, reúne o maior número possível de informações, em função das questões e proposições orientadoras do estudo. Como fontes de aquisição de dados para a pesquisaforam utilizados os dados disponibilizados pela Secretaria de Educação, além de entrevistas semiestruturadas, questionários com questões fechadas, documentos e observação direta. A observação direta se deu através da visitação in loco dos casos estudados. Os documentos serão fontes de evidências nas avaliações de desempenho da estrutura dos laboratórios de informática nasescolas estudadas. A etapa inicial teve a aplicação dos questionários, que serão ao todo trinta e nove escolas que possuem laboratórios, constituído por oito eixos de perguntas: dados de identificação da escola; infraestrutura dos laboratórios de informática, hardware, software,
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profissional responsável, capacitação profissional, dificuldades para a utilização no laboratório informática e atividades desenvolvidas.Além desse questionário também foi fotografado alguns laboratórios, com o consentimento dos responsáveis pela escola. Este questionário foi direcionado aos monitores, instrutores ou professores responsáveis ou na falta deles aos gestores das escolas. A fase seguinte consta de análise dos dados levantados com elaboração de gráficos estatísticos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com os dados disponibilizados pela Secretaria de Educação (SEMED) da cidade de Santarém, somente 39 escolas municipais de ensino fundamental da área urbana possuem laboratórios de informática. Sendo que dois desses laboratórios estão em desuso, um inativo e o outro que não funciona. As manutenções dos laboratórios são feitos através de rodízios semanais por dois funcionários, que fazem essa manutenção em conjunto com a empresa CHEMIM, esse rodízio também inclui as escolas rurais, e tem um calendário período mensal. Desses 39 laboratórios, 35 deles foram instalados com recursos do PROINFO e 04 com recursos da SEMED. Esses laboratórios foram entregues de 2008 a 2011, sendo que dois deles não foram entregues e equipados. Em média foram lotados 3 profissionais para cada laboratório, um para cada turno, concursados e temporários. A SEMED elaborou um Planejamento do Núcleo de Informática Educativa – NIE para 2013, com intuito de socializar o acesso a informática educativa e tornar-se referência regional e um centro de excelência na pesquisa, desenvolvimento e utilização de ferramentas digitais livres, com diversas atividades que serão desenvolvidas durante todo decorrer do ano. Também foram solicitados em média 20 computadores para 23 escolas para atualização ou instalação de laboratório. De acordo com os dados parciais disponibilizados em campo, a média de alunos por computador está de 2 pra 1, também são oferecidos cursos de atualizações pela SEMED todo inicio do ano pra os profissionais responsáveis pelos Laboratórios nas escolas. Baseados nos dados parciais de 10 questionários aplicados aos profissionais dos laboratórios, 7 responderam que os laboratórios são espaçosos e 3 apertado, todos são bem localizados, 9 com centrais de refrigeração e 1 com ar condicionado, 6 laboratórios tem móveis inadequados para os alunos e 4 são confortáveis. Em relação acessibilidade 8 responderam que seguem os padrões e 2 não respondeu, 6
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laboratórios tem computadores novos e sala montada e 4 tem computadores antigos e em condições precárias; 3 laboratórios recebem manutenção continua e satisfatória, 6 laboratório não recebe manutenção e quando as máquinas estragam são deixadas de lado e 1 respondeu que só tem manutenção quando solicitam a SEMED. Em relação ao acesso a internet, 5 responderam que tem acesso, 1 que não tem acesso e 4 respondeu que só em algumas máquinas; Sobre a qualificação dos profissionais todos responderam que os profissionais são qualificados. Quanto a formação acadêmica 5 possuem graduação e pós-graduação; possuem só graduação e 1 está cursando graduação. O sistema padrão utilizado pelos laboratórios é software Linux educacional.
CONCLUSÃO
Por meio dos dados disponibilizados pela SEMED e dos dados parciais obtidos através da aplicação dos questionários, pode-se constatar que os laboratórios de informática têm uma infraestrutura básica, que necessitam de melhorias nas infraestruturas, mas a SEMED já solicitou novos hardwares e softwares, e também a certa diferença entre os dados oficiais da SEMED e os dados que foram respondidos pelos profissionais. De acordo com dados parciais dos monitores que responderam aos questionários, as dificuldades encontradas por eles, está no fato de que além de fazerem o suporte ao laboratório de informática, tem que ensinar aos alunos as matérias das disciplinas, por mais que a SEMED tenha disponibilizado em média três profissionais para cada laboratório, sendo um por turno, a falta de qualidade da internet e a dificuldade dos professores em usar os equipamentos disponíveis e ficam assim sub-utilizados. Ainda é necessário muito para que os laboratórios de informática estejam dentro do padrão de qualidade para a inclusão dos alunos e professores no universo digital e para a melhoria da educação em nosso país, mas o percurso está sendo trilhado e cabe ao Município fazer essas melhorias e a sociedade fazer a cobrança. REFERENCIAS GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marqueting: uma orientação aplicada. Traduzido por Nivaldo Montingelli Jr. e Alfredo Alves de Farias. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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FATORES DE INDISCIPLINA RECORRENTE NA ESCOLA Rita de Cássia de Sousa Lopes1
[email protected] Izabel Alcina Soares Evangelista2
[email protected] Maria Bernadete Soares de Carvalho3
[email protected] Vanuza Campos Ribeiro4
[email protected] Cassiane Perin Fanale5
[email protected]
RESUMO – O estudo em questão é resultado de pesquisa realizada pela Equipe de Especialista da Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, lotados na 5ª Unidade Regional de Educação – URE/Santarém-Pa, realizada no primeiro semestre de 2013, envolvendo 26 escolas da rede estadual do município de Santarém. O problema investigou: que fatores de indisciplina têm acontecido na escola? Com objetivos de identificar que fatores de indisciplina são recorrentes na escola e verificar que ações a escola vem desenvolvendo para amenizar os atos de indisciplina. A metodologia desenvolvida caracterizou-se como pesquisa de campo, utilizando como instrumento o questionário com questões abertas envolvendo 26 técnicos das escolas que participaram das reuniões mensais, sendo que na reunião do mês de junho aplicou-se o questionário para os presentes envolvidos na dinâmica “roda de conversa” sobre (in) disciplina. O resultado aponta para vários indicadores que acontecem no chão das escolas como: relação do professor-aluno-professor, seja pelo desrespeito, falta de domínio de classe, vocabulário de baixo nível, imaturidade e brigas entre alunos chegando à agressão física entre outras.
PALAVRAS – CHAVE: indisciplina, escola e fatores.
INTRODUÇÃO - A indisciplina apresenta-se como problema social que atinge proporções gigantescas e, encontra-se presente em todos os âmbitos da sociedade, entre eles a instituição escolar é a mais visada. As inúmeras manifestações de indisciplina na escola apontam para a necessidade de estudar e compreender o porquê dos comportamentos indisciplinados na relação pedagógica e no cotidiano escolar. Os professores, equipe diretiva e pais, todos estão preocupados e impotentes diante das situações de desrespeito, agressões verbais, falta de limites presentes na relação professor-aluno-professor e todos que convivem no ambiente escolar. A indisciplina é na visão de (TAILLE 1996, p. 9 - 10), é um tema delicado e perigoso, e aponta três razões: a primeira o moralismo ingênuo da falta de valores; o segunda aponta para o reducionismo, que explica o fato de uma única dimensão; e o terceira a complexidade e ambiguidade do tema. Percebe-se que na atualidade a indisciplina é o inimigo número um do educador, seja ela, causado por falhas psicopedagógicas, metodológicas e administrativas.
MÉTODO - A metodologia desempenha papel fundamental na realização de qualquer ação 1 2
3 4 Pedagogas Especialistas em Educação da Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, lotados na 5ª Unidade Regional de Educação – URE/Santarém-Pa. 5 Psicóloga Especialista da Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, lotados na 5ª Unidade Regional de Educação – URE/Santarém-Pa.
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voltada para ato de pesquisar, visto que, é por meio desta que se explicam os procedimentos adotados para o alcance dos objetivos. Sabe-se, sem métodos e técnicas não há pesquisa, pois para a pesquisa incidir de fato é necessário definir meios para se obter as respostas que se buscam para um determinado questionamento. Para Marques, a metodologia tem um significado abrangente como vemos em sua afirmativa. Método no sentido etimológico se refere a “méta” = além de..., "ódos” = caminho, caminhada. Quando se agrega à palavra método o sufixo “logía”, com o significado de estudo e conhecimento, tem-se no sentido semântico o conceito de metodologia enquanto uma caminhada que se faz para se ir além do conhecimento que se tem aqui e agora. (MARQUES 2006 p.09).
Significa explicar que o método é o caminho do pensamento planejado e a prática exercida na abordagem da realidade pesquisada. O estudo em questão é resultado de pesquisa realizada pela Equipe de Especialista da Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, lotados na 5ª Unidade Regional de Educação – URE/Santarém-Pa, realizada no primeiro semestre de 2013, envolvendo 26 escolas dentre as 40 da rede estadual do município de Santarém. O problema buscou resposta para a seguinte questão: que fatores de indisciplina têm acontecido na escola? Tendo como objetivos identificar que fatores de indisciplina são recorrentes na escola e verificar que ações a escola vem desenvolvendo para amenizar os atos de indisciplina. A metodologia desenvolvida caracterizou-se como pesquisa de campo, utilizando como instrumento o questionário com questões abertas envolvendo 26 técnicos das escolas que participaram das reuniões mensais, sendo que na reunião do mês de junho aplicou-se o questionário para os presentes envolvidos na dinâmica “roda de conversa” sobre (in) disciplina. O resultado aponta para vários indicadores que acontecem no interior das escolas estaduais. RESULTADO E DISCUSSÃO - O resultado é surpreendente, visto que, optou-se por duas questões abertas, na primeira pergunta: que fatores de indisciplina têm acontecido na sua escola? Ou seja, na escola onde os técnicos desenvolvem suas atividades de orientação pedagógica. A resposta dos 26 técnicos presentes na dinâmica “roda de conversa”, 16,2% afirmam que há brigas (agressão física e verbal) entre alunos, 16,2% uso do celular entre alunos na sala de aula, 14,8% desentendimento entre professor e aluno, 9,4% não cumprimento dos acordos com a escola, 16,2% depredação do patrimônio público, 8,1% atrasos e faltas de professores e alunos, 2,7% uso de instrumentos não didático como faca, garrafa de bebidas alcoólicas. A segunda pergunta questiona: o que você tem feito para amenizar os atos de
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indisciplina na sua escola? 13% afirma realizar reuniões com pais ou responsáveis, técnicos, direção e alunos, 10,5% conversa individual com professores, 12% intervenções nas turmas com palestras, 9% no uso do celular é solicitado a presença dos pais e registro no diário, 6% recorrem aos conselhos, escolar e classe, 3% desenvolvem projeto em parcerias com professores e alunos, e outras 3% solicitam a presença da policia comunitária ou encaminham para o Conselho Tutelar. CONCLUSÃO - Observou-se que o resultado nos revela os fatores mais recorretes de indisciplinas na escola, apontam para a relação professor-aluno-professor, seja pelo desrespeito, falta de domínio de classe, vocabulário de baixo nível, imaturidade de professores, não cumprimento dos prazos dos professores, o ato de avaliar, falta de compromisso dos professores e outros. Para Lederach (2012, p.51), o potencial para ocorrer a mudança construtiva repousa em nossa habilidade de reconhecer, compreender e retificar o acontecido. A transformação procura ver e compreender os dois: tanto o episodio quanto o epicentro. Conclui-se, que todos somos responsáveis por tais episódios de indisciplina na escola, somos omissos principalmente quando diz respeito ao professor, fazemos vista grossa, em relação ao professor para diminuir a rejeição ao técnico, em geral somente o aluno é punido, seja pela chamada de atenção, conversa informal, suspensão e em alguns casos a expulsão. Não seria esta uma forma de indisciplina da própria escola que ainda não aprendeu a mediar os conflitos. Temos que ter esperança e acreditar que é possível mudar esse quadro na busca de restaurar o ambiente escolar, pois segundo Mullet e Amstutz (2012, p. 28), a disciplina restaurativa ajuda os alunos com mau comportamento, a lidarem com ato lesivo praticado contra a comunidade escola. A disciplina é um processo de longo prazo que levará o aluno a se tornar responsável. Então, temos que conjugar o verbo, eu Sou, tu ES, nos Somos educadores responsáveis pelo estabelecimento da disciplina entre as pessoas que se respeitam e sabem que devem aprender umas com as outras. É preciso humanizar a escola, é preciso harmonizar o ambiente educativo com seus pares, a responsabilidade é de todos.
REFERENCIA PRANIS, Kay. Processos Circulares. Tradução. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2010. PRANIS, Kay. Círculo de justiça restaurativa e de construção de paz: guia do facilitador.
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Trad. Fátima De Bastiani. Rio Grande do Sul: Artes Gráficas, 2011. LEDERACH, John Paul. Transformação de Conflitos. Howard Zehr; tra. Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2012. MULLET, Judy H; AMSTUTZ, Lorraine Stutzman. Disciplina Restaurativa para Escolas: responsabilidade ambientes de cuidado mútuo. Trad. Tonia Van Acker. São Paulo: Palas Atenas, 2012. TAILLE, Yves de La. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In. AQUINO, Julio Groppa. (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.
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INDISCIPLINA NA ESCOLA: O QUE DIZ O REGIMENTO ESCOLAR E O LIVRO DE OCORRÊNCIA DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ? Glimaria de Fátima Soares Aflalo1
[email protected] Luita Mendes de Oliveira2
[email protected] Weliton Ferreira de Carvalho3
[email protected] Samai Serique dos Santos4
[email protected]
RESUMO: Estudos de (Sarmento, 2009; Ratto, 2007; Oliveira & Freitas, 2004), destacam que a questão da violência é uma problemática vivenciada no ambiente escolar, pois a cada dia este fenômeno adentra o interior da escola e interfere nas relações interpessoais entre alunos e professores, caracterizando-se, muitas vezes, como atos indisciplinares. Neste sentido, a presente pesquisa, que se encontra em andamento, parte da seguinte questão norteadora: O que diz o regimento escolar e o livro de ocorrência, sobre a indisciplina, em uma escola pública estadual, no município de Santarém – Pará? O objetivo geral da pesquisa busca analisar o regimento escolar e os relatos de indisciplina presentes no livro de ocorrência de uma escola pública estadual, no município de Santarém – Pará. O procedimento metodológico parte de um estudo qualitativo que se vale da pesquisa documental, por meio da análise de conteúdo do regimento e do livro de ocorrência da escola. PALAVRAS-CHAVE: indisciplina, escola, violência.
INTRODUÇÃO: A pesquisa intitulada “Indisciplina na escola: o que diz o regimento escolar e o livro de ocorrência de uma escola pública estadual no município de Santarém – Pará?” iniciou-se em razão de uma reportagem5 da TV Tapajós que exibiu em seus telejornais a briga briga entre duas estudantes e um levantamento realizado pela Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc) que no período de janeiro a agosto de 2012, registrou em Santarém, 50 casos de violência nas escolas. Estes fatos, nos últimos tempos, tem-se agravado e pesquisadores6 que estudam a questão da indisciplina na escola afirmam que suas causas são atribuídas a diversos fatores que vão desde problemas familiares, baixa estima, alunos que ainda menores de idade já trabalham, professores com metodologias de ensino inadequadas que não buscam desenvolver atividades pedagógicas que atendam as necessidades de aprendizado do aluno, falta de diálogo (relacionamento professor-aluno, aluno-escola, alunoaluno), além disso, ainda tem o problema das drogas, bebidas alcoólicas, dentre outras dificuldades, com as quais nem sempre a escola sabe lidar. O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o regimento escolar e os relatos de indisciplina presentes no livro de ocorrência de uma escola pública estadual, no município de 1
Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS. Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS. Acadêmico do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS. 4 Mestra em Educação/UFPA. Professora do CEULS/ULBRA. Pedagoga no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA/Campus Santarém. 5 Reportagem exibida pela TV Tapajós em 25/09/2012, intitulada “Seduc registra 50 casos de violência nas escolas em Santarém”. 6 Sarmento (2009); Ratto (2007); Oliveira & Freitas (2004). 2 3
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Santarém – Pará. A indisciplina existente na escola é um problema e, muitas vezes, os educadores não tem clareza de como devem proceder diante de tais fatos. Segundo a Cartilha de Orientação do Ministério Público de Goiás “Como Proceder Frente a Indisciplina” (2010) destaca O regimento escolar é um instrumento legal que formaliza e reconhece as relações dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Contém um conjunto de normas e definições de papéis, devendo ser um documento claro, de fácil entendimento para a comunidade, traduzindo as construções e os avanços nela produzidos. (p.11)
É no regimento escolar que deve está previsto os deveres dos alunos, sendo este o documento que vai definir as regras que o aluno deve seguir na escola. Neste sentido, os educadores precisam discutir com a comunidade escolar o regimento, pois este não deve ser unilateral. Como documento legal, normatiza as ações escolares diante dos problemas vivenciados.
MÉTODO: O procedimento metodológico da pesquisa parte de um estudo qualitativo, que se vale da pesquisa documental, por meio da análise de conteúdo do Regimento Escolar e do Livro de Ocorrência de uma Escola Publica Estadual no município de Santarém. Primeiramente, realizou-se a pesquisa bibliográfica sobre a temática em questão, visando o aprofundamento de conhecimentos, com o intuito de construir um referencial teórico que nos permita realizar uma análise critica do Regimento Escolar e do Livro de Ocorrência, documentos estes que são as fontes de pesquisa. Na segunda etapa desenvolveremos a análise documental do Livro de Ocorrência e do Regimento da escola com a perspectiva de identificar o que e considerado indisciplina na escola pesquisada. Posteriormente, dialogaremos com os autores que discutem o tema em questão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo Ratto (2007) a indisciplina escolar está ligada à violência, tanto que o termo “livro de ocorrência” transmite a impressão de um ato policial, uma vez que é a polícia a responsável pelo boletim de ocorrência, instrumento utilizado para registro de crimes e atos infracionais, e analisando a importância do livro de ocorrência na escola pode-se fazer uma correlação ao instrumento policial, pois ao mesmo tempo que o livro serve para registrar atos de indisciplina ocorridos na escola, ele serve para evitar reincidência, pois a referida autora relata em pesquisa realizada sobre um desses livros que o índice de crianças reincidentes é baixo, uma vez que assim como acontece na esfera criminal onde os reincidentes tem punições mais severas, no Regimento das Escolas Estaduais do Pará a
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suspensão e a transferência do aluno são as penalidades mais graves. O Regimento Escolar das Escolas Públicas Estaduais de Educação Básica do Pará – 2005 é o instrumento legal, para a escola funcionar ordenadamente e trazem descritas as faltas, as vedações e as punições que, por acaso vierem acontecer no ambiente escolar, deverão ser registradas em livro ata ou livro de ocorrência. No Título VI – do regime disciplinar, no Capítulo II – das Penalidades, destaca-se no Art. 147 as penalidades qualificadas como faltas graves cometidas no interior da unidade de ensino, tais como: atentar contra a integridade física de outrem, agredir fisicamente, atentar contra a vida de outrem, furtar ou roubar, ingerir bebidas alcoólicas, consumir qualquer tipo de droga, manter relações sexuais ou praticar atos libidinosos, portar arma de fogo ou arma branca. Nesse sentido, os atos considerados indisciplinares na escola tem relação com a violência escolar e é necessário que os educadores tenham conhecimento das normativas institucionais e das legislações específicas referentes a crianças e adolescentes para identificarem quais medidas devem aplicar em consequência de tais atos, evitando assim excessos punitivos que venham prejudicar ou até mesmo marginalizar o aluno. CONCLUSÕES: A presente pesquisa encontra-se em andamento, e as conclusões parciais demostram que o Regimento das Escolas Estaduais ao limitar nas escolas a competência para aplicar as penalidades aos estudantes expressa os limites de poder que a escola tem. Nos casos em que se necessite uma ação além da competência da escola e o aluno for menor de idade o educador deverá seguir o que diz o Guia de Orientações para Conselheiros, Gestores e Técnicos do Estado do Pará, ou seja, acionar o conselho tutelar e/ou instâncias competentes. Muitas vezes, práticas tidas como indisciplinares cometida por adolescentes nos estabelecimentos de ensino não são simples atos de indisciplina, como por exemplo, um caso de agressão com “arma branca” entre alunos identificam-se como violência, são infrações cometidas em que a escola deve buscar procedimentos em outras esferas diante de fatos dessa natureza. É importante que os educadores não generalizem todas as suas dificuldades com o alunado como indisciplina e nem confunda atos indisciplinares com infracionais.
REFERÊNCIAS: FERREIRA, J.P.G.A.; DURIGON, S.C.T.; ALFIEN, E.J. e CORBARI, L. Intervenção psicopedagógica institucional: relatos de uma experiência. In SZYMANSKI, Maria Lídia Sica; PEREIRA Júnior, Antonio Alexandre (Org.). Diagnóstico e intervenção psicopedagógica: reflexões sobre relatos e experiência. Cascavel: Edunioeste, 2006. GOIÁS. Cartilha de orientações como proceder frente a indisciplina escolar. 2010. Disponível em:http://www.mp.gov.br/como_proceder _frente_a_indisciplina_escolar. Acesso
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em: 15 de maio de 2013. PARÁ. Regimento escolar das escolas públicas estaduais de educação básica. 2005. Disponível em:. Acesso em: 20 de maio de 2013. CASTRO,de Rômulo.Seduc registra 50 casos de violência nas escolas em Santarém. 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 de maio de 2013. RATTO, Ana Lúcia Silva. Livros de Ocorrência: (in)disciplina, normalização e subjetivação/ Ana Lúcia Silva Ratto.- São Paulo: Cortez, 2007. SARMENTO, Hélder Boska de Moraes. Violência e ética no cotidiano das escolas/ Hélder Boska de Moraes Sarmento (org.); Carlos Jorge Paixão; Cely do Socorro Costa Nunes. – Belém: Unama, 2009. Ampliando a Defesa dos Direitos Infanto-Juvenil: Compromisso do Pará. Guia de Orientações Para Conselheiros, Gestores e Técnicos/ Coordenador por Arlena Sarmento de Freitas e Zoraide. Leitão de Oliveira. - 2 ed. – Belém / Gráfica Fonseca, 2004.
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“JÁ OUVI FALAR DESSA LEI, MAS RARAMENTE USO”: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 10.639/03 NA ESCOLA RIO TAPAJÓS EM SANTARÉM-PARÁ Everaldo de Sousa Pereira 1
[email protected] Wilverson Rodrigo S. de Melo 2
[email protected] RESUMO – O presente trabalho é fruto de um estudo de caso na Escola Estadual Rio Tapajós, sobre a implementação da lei 10.639/03 no Ensino Médio. Passados dez anos da outorgação da lei ainda é perceptível os pilares da marginalização e discriminação da História e Cultura africana e afro-brasileira, sobretudo por conta do preconceito, da democracia racial e do medo da cultura do “outro” as quais sustentam este estereótipo de intolerância e a violência a cultura do “diferente”. A proposta metodológica deste trabalho se baseou numa abordagem qualitativa, assim como na pesquisa bibliográfica, observação participante e história oral. Em se tratando de estudos étnicos raciais e inclusão e aplicabilidade da História e Cultura africana e afro-brasileira temse a pretensão de analisar o discurso do Estado em empregar uma política remissiva no que tange a formação de identidade da sociedade brasileira que no passado silenciou e mascarou a participação negra neste construto social, haja vista que o negro não quer mais ocupar o lugar de coadjuvante, antes quer protagonizar um espaço que foi seu desde sempre, mas que, no entanto ficou alienado durante década neste ponto fulcral que envolve memória e identidade.
PALAVRAS-CHAVE: lei 10.639/03, história afro-brasileira, identidade.
INTRODUÇÃO Em se tratando da execução lei 10639/03 no Ensino Médio, verifica-se um avanço muito pequeno isso se dá por falta de políticas publicas que capacitem tanto professores como os órgãos responsáveis pela implantação da lei na educação básica. Para Souza (2010), “por outro lado, a Lei não é de fácil aplicação, pois trata de questões curriculares que são conflituosas, desconsideradas como irrelevantes ou por questionar e desconstruir saberes históricos considerados como verdades inabaláveis”. Durante as observações na Escola Rio Tapajós foi perceptível que a história da África e dos afro-brasileiros não são trabalhadas de fato como deveriam ser. As professoras, nas conversas informais, comentaram que nunca trabalham o que a lei 10.639/03 prevê sobre a história da África e dos afro-brasileiros. Porém, quando na sala de aula aparece alguma situação de preconceito racial, neste momento é que os professores comentam sobre o assunto superficialmente. Não dão tanta ênfase ao conteúdo previsto por lei. Em outras conversas informais, os professores comentavam da importância de se colocar em prática o que implica a lei 10.639/03, mas também comentavam sobre as dificuldades de como trabalhar em sala de aula sem uma formação adequada na área ou até
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Professor Licenciado Pleno em História pelo Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA Orientador/Co-autor - Prof.º Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2
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mesmo por não ter estudado a história da África e não ter conhecimento suficiente para ensinar. É como afirma Oliva (2003): "Como ensinar o que não se conhece? Para além das interrogações, a lei revela algo que os especialistas em História da África vêm alertando há certo tempo: "esquecemos" de estudar o Continente africano [...]". Dessa forma, segundo Souza (2010), "a formação docente é atualmente prioritária para a mudança deste contexto. Grande parte dos educadores ainda não reconhece a diversidade e a diferença, por conseguinte não possuem a capacidade de análise para transformar a sua prática". METODOLOGIA A abordagem utilizada na pesquisa foi à qualitativa, pois permite descrever fatos vivenciados no decorrer das investigações e a partir daí fazer reflexões para compreender a realidade do ambiente em pesquisa. As técnicas e os instrumentos utilizados para coleta de dados deste trabalho foram: pesquisa bibliográfica, observação participante, história oral. No que tange a pesquisa bibliográfica procurou-se contemplar trabalhos e teóricos que abordam o tema sob a perspectiva de promoção de uma educação igualitária que vivencie os direitos humanos e relações étnico-raciais. Em relação à observação participante, esta foi trabalhada como forma de se inserir no âmbito educacional especificamente num sentido antropológico para compreender os fatos desta temática vivenciados por aqueles que gozam da instituição estudantil. No que tange a História Oral, as entrevistas com alunos e professores foram realizadas nas dependências da Escola Rio Tapajós com duração entre 20 e 30 minutos a partir de um roteiro semiestruturado. DISCUSSÕES E RESULTADOS Acredita-se que na formação docente é fundamental que se tenha um debate sobre a questão étnico-racial para que haja a mudança nas práticas pedagógicas. Souza (2010) argumenta que “O educador poderá ser um mediador dos estereótipos caso sua formação se paute em uma visão acrítica das instituições com viés tecnicista e positivista, que não contempla outras formas de ação e reflexão”. Por outro lado, a questão ligada à pluralidade cultural e étnica pode despertar neste educador uma postura crítica acerca dos instrumentos pedagógicos em voga no interior das escolas possibilitando-lhes a desconstrução de mitos, paradigmas e preconceitos historicamente veiculados na cultura escolar. Para Silva(2012) "[...] essa lei está pelo menos cem anos atrasada". Souza complementa afirmando que "o maior desafio a ser enfrentado após anos de sua aprovação ainda é o de colocar essa inclusão em prática de maneira eficaz e adequada nas situações cotidianas da vida escolar de todo o território nacional". Essa é uma postura que falta ter no âmbito escolar.
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Com intuito de corrigir erros que implicaram na construção da sociedade. Mais que isso, devemos levar em consideração aquilo que Chervel (1990) defende de que “uma lei por si só não seria o suficiente para mudar ou inserir uma nova prática escolar, sendo necessário algo mais. É importante, mais que isso necessário, que ela atenda a alguma finalidade real do universo escolar”. Concomitantemente a isto, para superar o desafio do preconceito e da discriminação étnico-racial, a escola deve trabalhar na perspectiva de construir uma nova mentalidade, uma nova forma de ver e pensar as diversidades étnico-raciais, instigando no educando a iniciativa, estratégias de resolução de problemas, autonomia, comprometimento com o combate constante contra as formas de preconceito e discriminação racial que estão presentes no dia-adia na sociedade como um todo. CONCLUSÃO Foi possível perceber através das falas e observações, que a formação dos professores não possui uma base teórica suficiente para que se possa trabalhar a História da África em sala de aula, mesmo reconhecendo a importância de está colocando em prática o que propõe a lei 10.639, uma vez que, vivemos em uma sociedade preconceituosa. Acredita-se que a educação é um meio de tentar reeducar a sociedade, iniciando esse trabalho pela base, ou seja, pelos alunos. Notou-se que a temática: História da África e os Afro-Brasileiros, para os professores e alunos é uma temática nova e fundamental para compreender a História da construção do nosso país. Souza (2010) levanta um ponto importante que foi abordado pelo Movimento Negro que é a sensibilização de profissionais que atuam no campo da educação para a relevância do tema aqui abordado. Uma vez que esses profissionais não derem a devida importância ao que se prevê a lei, dificilmente será mudada a realidade das escolas brasileiras. Segundo Pinto (2002, p.106-107), os professores em sua maioria não percebem o vínculo entre a temática “relações étnico-raciais” e suas disciplinas; quando tratam da temática o fazem à medida que situações contingenciais aparecem (o que nos leva a pensar que se as situações não se apresentam esta não é abordada); Segundo Melo (2013) em alguns casos, tratam da temática de acordo com as datas comemorativas, ou seja, apenas em momentos específicos como os dias 13 de maio ou 20 de novembro, quando não, abordam voltando-se para o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira como complementos ao conteúdo programático, na simples prerrogativa de se fazer enunciar que estão incluindo a lei 10.639/03 – no entanto o fazem como “enfeites” sem discutir e correlacionar de forma
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minuciosa e analítica à “história do tempo-presente” defendida por Koselleck (2001, p.115133). Neste ínterim, sabemos que analisar a implementação de uma lei em escolas básicas torna-se algo efêmero e inocente quando não refletimos sobre a condição do modelo de escola no Brasil e dos currículos que são implementados, devemos lembrar que nosso modelo de escola, educação, currículo são moldes “brancos -europeus” e que portanto não abarcam a inclusão étnico-racial como deveria, pois sempre o “outro” não conseguirá se adaptar a algo que não foi pensado para ele. Segundo Melo (2013) precisamos descolonizar os currículos, repensar um novo modelo de escola que contemple o multiculturalismo e os discursos diferentes sobretudo numa perspectiva dos direitos humanos e das relações-étnico raciais. No entanto para Gomes (2012, p. 107-108) a descolonização do currículo implica conflito, confronto, negociações e produz algo novo. Ela se insere em outros processos de descolonização maiores e mais profundos, ou seja, do poder e do saber. Tratando-se da questão negra me parece legítima a ideia de “ir aos porões” (Veiga Neto, 2012), para dar sustentação sócio-histórica ao que se vive no presente, isto é, evidenciar as raízes do presente, os fatores que deram origem à condição atual do negro, os quais ressignificados através dos tempos, reaparecem com novas aparências, mas mantendo a natureza racista/racialista. Dessa forma para Melo (2013) omitir as origens dos problemas raciais sem apontar as maneiras pelas quais se desdobraram no presente é tender a sua naturalização e ignorar a sua origem social e histórica sem problematizá-los. O “ir aos porões” seria uma perspectiva de “refundare”, voltar às origens, adentrar nos meandros nas cavernas, nas lacunas da historiografia da História da África e da Cultura africana e afro-brasileira, promover um discurso interculturalista que contemple a história do negro na construção da identidade brasileira não como um estrangeiro que se incorporou a sociedade vigente, mas como o principal responsável pelo desenvolvimento sócio-histórico e econômico da nação.
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Teoria e Educação, 2, 1990, p. 380.
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GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012. KOSELLECK, Reinhart. Los estratos del tempo: estúdios sobre la Historia. Barcelona: Ediciones Pidós Ibérica, 2001, 154 p. MELO, Wilverson Rodrigo Silva de. Análise dos 10 anos de implementação e aplicabilidade da Lei nº 10.639/03: conquistas, desafios e perspectivas na formação de professores. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA. VI, 2013, Maringá. Democracia e Autoritarismo no Mundo Contemporâneo... Universidade Estadual de Maringá: Ed. UEM. Bianual, 2013. Trab. 438. ISSN: 2175-4446 (ON-LINE). MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 2004. OLIVA, Anderson Ribeiro. A História da África nos bancos escolares. Representações e imprecisões na literatura didática. Estudos Afro-Asiáticos, 2003. PINTO, Regina Pahim. A questão racial e a formação dos professores. In: OLIVEIRA. Iolanda de (org). Relações raciais e educação: temas contemporâneos. Niterói: EdUFF, Cadernos PENESB 04, 2002, p. 106-109. SILVA, Delydia Cristina Cosme e. A Inserção Da Cultura Afro-Brasileira Nos Currículos Escolares. Disponível em http://www.fsd.edu.br/revistaeletronica/artigos/artigo19.pdf . Acesso em 20/06/2012. SOUZA, Cleonice de Fátima de. Inclusão da História da África nos currículos das Escolas Públicas do Paraná. Disponível em www.isapg.com.br/2010/ciepg/download.php?id=175 . Acesso em 20/06/2012. VEIGA NETO, Alfredo. É preciso ir aos porões. Revista Brasileira de Educação, v.17, n50,maio-agosto/2012. VIÉGAS, Lygia de Sousa. Reflexões sobre a pesquisa etnográfica em Psicologia e Educação. 2007. Disponível em http://www.faculdadesocial.edu.br/dialogospossiveis/artigos/10/09.pdf Acesso em 15/06/2012.
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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO SOBRE O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Fabiano Penido Tizziani1
[email protected] Maria Viviani Escher Antero2 RESUMO: A construção do trabalho científico faz parte do currículo do ensino superior, bem como dos programas de pós – graduação, assim pode-se dizer que as ferramentas para a realização de uma pesquisa científica se constrói no decorrer da graduação e ao final dela quase todos os cursos firmam no seu projeto pedagógico a obrigatoriedade do aluno em desenvolver uma pesquisa com apresentação dos resultados perante uma banca de professores. Nesta linha de raciocínio que se realizou uma investigação com o propósito, a saber, sobre as expectativas dos alunos que desenvolvem seu trabalho de conclusão de curso como a etapa final da pesquisa na graduação. O presente estudo partiu de uma pesquisa bibliográfica e de levantamento em que teve como coleta de dados um questionário aplicado de forma aleatória a 35 alunos que finalizam sua graduação com apresentação do trabalho de conclusão. Foi constatado que a maioria dos acadêmicos em processo de finalização de seu trabalho de conclusão de curso sentem algumas dificuldades, desde o estudo das disciplinas de Instrumentalização científica, metodologia da pesquisa ou metodologia científica que é importante para obter o conhecimento para a realização do mesmo, até as incertezas e inseguranças devido a fatores que fazem parte da vida tanto pessoal. PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa. Trabalho de Conclusão de Curso
INTRODUÇÃO: Nas leituras realizadas sobre de metodologia científica os estudiosos da área apontam para a ideia de que a pesquisa cientifica busca a realização de uma investigação planejada e desenvolvida a partir de conceitos e técnicas gerados pela ciência onde se é produzidos para a solução de um problema, visando à geração de conhecimento e colabora para a compreensão da realidade e cada estudo, no entanto deve abordar temas e fatos de interesse público. Ludwig aponta que ”embora possa haver concepções diferentes, entendemos a pesquisa como atividade racional e sistemática que visa dar respostas a denominados problemas próprios de qualquer área do conhecimento”. (2012, p. 41). Ressalta-se que o trabalho científico é o resultado de um planejamento que ocorre antes, durante e depois e requer dedicação para que possa responder ao problema suscitado. A Iniciação Científica tem como principal caráter atender alunos dos cursos de graduação, colocando-os em contato com grupos e linhas de pesquisa sob a orientação de professores com experiência para que haja apoio científico e técnico na elaboração do projeto e respectivamente no desenvolvimento da pesquisa. Essa ideia é fortalecida pela legislação do ensino Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN (n. 9.394 de 20/12/96) quando apregoa que as instituições de ensino superior no Brasil devem estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da criação e difusão da 1 Acadêmico do Curso de Sistemas de Informação e bolsista do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica – PROICT do CEULS/ULBRA. 2 Professora do CEULS/ULBRA e Coordenadora e orientadora do Projeto.
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cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; estimular o conhecimento dos problemas do presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural. É fato que as pesquisas trabalhadas na graduação se classificam em pesquisa científica e academica ambas fornecem subsídios para o estudo e descoberta. O envolvimento dos alunos ainda na fase de graduação em procedimentos sistemáticos de produção do conhecimento científico, familiarizando-os com as práticas teóricas e empíricas da pesquisa, é o caminho mais adequado inclusive para se alcançar os objetivos da própria aprendizagem. (SEVERINO,1991, p.36). A diferença entre elas reside basicamente no nível de profundidade do texto, nos seus objetivos, na originalidade da pesquisa, bem como a exigência de defesa pública para alguns deles. Podemos conceituar a monografia como um texto não obrigatoriamente original, resultante na maioria das vezes, de uma pesquisa bibliográfica e, frequentemente, apresentado como uma exigência para obtenção do titulo de licenciado, bacharel ou especialista em nível de pós-graduação. (LUDWIG, 2012 p. 81) Vale lembrar que um trabalho científico é aquele que é resultado de uma pesquisa conduzida com critério, método e referencial teórico, e que requer aprofundamento na bibliografia, tempo para o desenvolvimento da pesquisa e a redação de um texto final. Ao longo da vida acadêmica, o estudante precisa desenvolver diversas atividades de pesquisa, redação, estudos dirigidos e revisões bibliográficas. A forma como o resultado deste trabalho é apresentado pode variar de acordo com o que foi solicitado pelo professor ou orientador. MATERIAL E METODO: Para o desenvolvimento da pesquisa foi realizado um trabalho bibliográfico que segundo Vergara (2010, p. 43), “pesquisa bibliográfica é estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral [...]”. De campo, a qual o pesquisador busca in loco informações que possam responder junto aos informantes aos propósitos da pesquisa. ”coleta de dados no local onde acontecem os fenômenos”.
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(LUDWIG, 2012 p. 55). O questionário com 12 perguntas fechadas serviu para coleta de dados a 35 acadêmicos na fase de trabalho de conclusão de curso escolhidos aleatoriamente de duas instituições de ensino superior situadas no município de Santarém Pará.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Gráfico 01: Impressão sobre seu trabalho de conclusão de curso 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
19
9 7
Certeza de um ótimo Apenas fazer porque Escrever um assunto trabalho devo concluir de sua pretensão para obter exito e realizações O gráfico acima mostra que 19 dos 35 acadêmicos escrevem o TCC para obter êxitos e realizações, não apenas para obter nota ao final do seu curso, muitos fazem por ter certeza que realizarão um ótimo trabalho e outros apenas fazem para terminar e obter nota. Mas muitos acadêmicos têm a ambição de escrever um assunto de sua pretensão para obter êxitos e realizações muitas vezes os levando para publicação dos trabalhos em eventos científicos da própria universidade e de outras instituições. Gráfico 02: Diferença de pesquisa acadêmica e pesquisa científica. Sim 15
17
Não 3
Em parte
Os tipos de pesquisas existentes nas universidades nem sempre são muito divulgadas, tanto que em uma questão aplicada diz que os alunos têm, mas conhecimento da existência das pesquisas através dos professores, logo por não serem bem apresentados aos acadêmicos eles sabem em parte diferenciá-las.
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Gráfico 03: Dificuldade na elaboração do seu Projeto de Pesquisa para desenvolver seu trabalho de conclusão. 30
Os
mostraram
algumas
dificuldades na elaboração, sendo elas:
24
25
acadêmicos
Normas e escrita, falta de tempo, falta de livros nas bibliotecas e outros lugares, decidir
20
o tema, desenvolver a metodologia, falta de 15
11
pratica, definir as questões e relaciona-las aos objetivos, concentração, a deficiência no
10
conhecimento 5
das
normas
e
escrita,
formatação e referências, entre outros fatores que os acadêmicos tem dificuldade na hora da
0
Sim
Não
elaboração.
O gráfico mostra que a maiorias dos acadêmicos tiveram dificuldade na elaboração do seu trabalho, com os pontos principais aqui citados, eles apresentam dificuldades no processo de desenvolvimento, alguns tem uma base, mas solida para realiza-lo, outros nem tanto por falta de tempo, estudo, falta de pratica de escrever, entre outros fatores que os fazem obter dificuldades. Gráfico 05: Incertezas e inseguranças quanto à realização do seu trabalho de conclusão de curso. 25
21
20
14
15 10 5 0
Sim
Não
Os acadêmicos possuem incertezas e inseguranças na realização trabalho de conclusão, como nervosismo, insegurança de não conseguir terminar no tempo determinado, medo de errar e falar em publico, contradição de autores em alguns assuntos, rigor na formatação e apresentação..
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CONSIDERAÇÕES FINAIS: Após a aplicação do questionário foram constatados que vários acadêmicos em processo de finalização de seu trabalho de conclusão de curso obtiveram algumas dificuldades, desde o estudo das disciplinas de (Instrumentalização científica, metodologia do ensino ou metodologia científica) que é importante para obter o conhecimento para a realização do mesmo, até as incertezas e inseguranças devido a fatores que fazem parte da vida tanto pessoal quanto acadêmico como: falta de prática, nervosismo, medo de errar na apresentação, deficiência quanto às normas e a escrita, concentração, falta de livros, e uma série de outros fatores que os acadêmicos enfrentam no seu dia a dia. REFERÊNCIAS LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e Prática da Metodologia Científica. 2 Ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2012. KAUARK , Fabiana da Silva, Castro, Fernando Manhães, Medeiros, Carlos Henrique. Metodologia da pesquisa um guia pratico – Itabuna/Bahia 2010 pdf. Pg 32. Disponivel em: . Acesso em: 20 de Junho de 2013 as 16h00min. SEVERINO, Antônio J. A formação do educador: pressupostos filosóficos e implicações curriculares. Revista da Ande (17): 29-40, 1991. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2010 PRODANOV, Cristiano Cleber, Ernane Cesar de Freitas. Metodologia do trabalho cientifico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Novo Hamburgo – Rio Grande do Sul 2013. 2º edição, Pdf. Disponível em: . Acesso em 24 de Maio de 2013 às 16h: 25min.
Pesquisa Científica: Uma investigação do perfil dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em:. Acesso em: 07 de Agosto de 2013 às15h30min.
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO COLETIVA E FORMAÇÃO PEDAGÓGICA Adriana Oliveira dos Santos Siqueira1
[email protected] Andrea Oliveira dos Santos2 RESUMO: Pesquisas de (PASSOS, 2007), apontam que o Projeto político pedagógico pode ser referência e um dispositivo para a construção contínua de inovação, organização do trabalho pedagógico da escola, dar transparência às intencionalidades educacionais e escolares e para articulação solidária das participações dos diferentes protagonistas, bem como uma oportunidade de formação continuada. Neste sentido, o presente trabalho relata uma experiência de pesquisa-ação realizada em uma escola municipal de Santarém - Pará, que culminou na construção coletiva do Projeto político pedagógico - PPP, apoiada na formação pedagógica dos envolvidos. O estudo teve como objetivo analisar a metodologia utilizada na elaboração do PPP e sua contribuição para a participação coletiva e a formação pedagógica da comunidade educativa. Após análise da metodologia aplicada, observou-se que os participantes reconhecem a importância de sua participação e do PPP para a melhoria na qualidade da educação ofertada, sendo também perceptível, no decorrer do processo, o caráter formativo dessa dinâmica para que todos os envolvidos pudessem participar de forma qualificada. Contudo, a participação de pais e alunos foi menor do que a esperada e alguns servidores também estiveram ausentes.
PALAVRAS-CHAVE: Projeto político pedagógico, Participação, Formação pedagógica.
INTRODUÇÃO: A ideia de desenvolver uma pesquisa-ação que pudesse subsidiar práticas democráticas em um espaço de aprendizagem da educação básica, especificamente no ensino fundamental, foi a mola propulsora desse trabalho realizado por duas professoras3 de uma Escola da Rede Municipal de Santarém-Pará, que atende alunos do ensino fundamental I e II. Esta unidade de ensino iniciou suas atividades educativas este ano, não tendo nenhum instrumento norteador de suas práticas. Sentiu-se a necessidade de mobilizar toda a comunidade educativa para a construção do PPP, de modo que este convergisse com a expectativa e motivação da comunidade interna e externa diante da nova Escola inaugurada. Neste texto, trataremos de tecer alguns comentários, a luz de teóricos da educação, a respeito da elaboração do Projeto Político Pedagógico, construído no primeiro semestre do ano letivo de 2013. O referido estudo tem como objetivo analisar a metodologia utilizada na elaboração do Projeto Político Pedagógico - PPP e sua contribuição para a participação coletiva e
a
formação pedagógica da comunidade educativa. Visto que, o PPP é um instrumento legal no qual a instituição educativa esboça a sua identidade pedagógica e evidencia a sua intencionalidade, deixando clara a concepção de ser humano, de escola e sociedade que deseja formar. O referido instrumento se constitui no documento norteador da ação educativa e sua 1 Especialista em Gestão e Políticas Ambientais e em Gestão Escolar, Licenciada Plena em Pedagogia, Professora da Rede Municipal de Ensino, Pedagoga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Santarém. 2 Especialista em planejamento e Gestão do Desenvolvimento Regional, Licenciada Plena em Pedagogia, Professora da Rede Municipal de Educação. 3 Adriana Oliveira dos Santos Siqueira e Andrea oliveira dos Santos, professoras de Uma Escola da Rede Municipal de Ensino.
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construção pressupõe a orientação participativa compartilhada, desde a fase de elaboração, sendo um instrumento vivo de orientação do trabalho cotidiano, continuamente refletido e enriquecido (LÜCK, 2008, p. 89). Caso contrário, será apenas um documento formal elaborado em gabinete e usado apenas para cumprir formalidade e exigência do sistema.
MÉTODO: Sendo a Escola, por sua natureza, um espaço dinâmico de construção e de formação, supõe-se que nela todas as pessoas envolvidas possam fazer parte de todos os processos que compreendem o fazer educativo, tornando-se protagonistas de sua própria história. Isto requer do grupo a compreensão do seu contexto, tomada de decisão, planejamento e ações coerentes com o direcionamento pactuado por todos. Esta visão é reforçada por Lück (2008, p.59) quando diz que é necessário haver, além da intuição e da observação empática sobre os fatos e dados da realidade, uma organização sistemática desses aspectos, de modo que possa, a partir de sua análise a interpretação objetiva, construir conhecimento significativo e inspirador para a promoção de avanços educacionais.
A
compreensão ora exposta motivou a realização dessa pesquisa-ação, que propõe a comunidade escolar a leitura de sua realidade e a busca de soluções para alcançar uma educação de qualidade. A escolha dessa metodologia justifica-se pela intenção de contribuir com essa unidade educativa, auxiliando-a na elaboração do seu Projeto Político Pedagógico, com o intuito de promover uma educação transformadora e emancipadora. Nessa perspectiva, desenvolveram-se as seguintes fases da pesquisa: sensibilização e divulgação da proposta com a Gestão e Equipe Pedagógica; apresentação da proposta de elaboração do PPP para a comunidade escolar na reunião pedagógica; elaboração e aplicação do questionário de perfil dos alunos, no qual foram levantadas questões sobre identificação, estrutura familiar, aspectos econômicos, sociais e culturais dos alunos e de sua família; pesquisa coordenada pela a Professora de Língua Portuguesa do turno vespertino sobre os aspectos econômicos, sociais e culturais da comunidade, com alunos do 7º Ano; Realização de três oficinas para a elaboração do PPP de forma participativa com a presença dos representantes de pais, de discentes, da Associação de Moradores do Bairro, funcionários técnico-administrativos, docentes e apoio operacional; consolidação das informações e do material construído nas oficinas no documento do PPP, de acordo com as diretrizes da Secretaria Municipal de Educação. Posteriormente, com base nos referenciais teóricos,
fazer uma análise da metodologia
aplicada e de sua contribuição para a participação e formação pedagógica da comunidade educativa, a partir da observação das atividades desenvolvidas, das evidências escritas e fotográficas e dos questionários de avaliação aplicados ao final das oficinas.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO: A mobilização da gestão e da comunidade escolar para a elaboração do PPP resultou nas seguintes atividades: A 1ª oficina que teve como tema “ A Escola que temos e a Escola que queremos”. Nesta, foram formados grupos com a representação de todos os segmentos da comunidade escolar. Cada grupo trabalhou uma das temáticas a seguir: Ambiente educativo; Prática pedagógica e avaliação; Gestão escolar democrática; Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola; Ambiente físico escolar; Acesso, permanência e sucesso na escola, preenchendo um quadro sobre a escola que temos, a escola que queremos e as proposições para a construção da escola desejada. Na semana anterior foi realizada uma consulta em todas as turmas do 1º ao 5º ano para as crianças falarem sobre o que achavam da Escola e o que queriam que melhorasse, cujo resultado foi apresentado no momento da socialização dos grupos da oficina; A 2ª oficina tratou da Concepção de Educação, na qual foi realizada, inicialmente, uma palestra sobre teorias da educação, da aprendizagem e tendências pedagógicas. Em seguida foi colocada em votação a escolha da tendência pedagógica que iria nortear a ação educativa. Posteriormente, foi desenvolvida uma dinâmica para reflexão e definição dos valores que seriam vivenciados pela comunidade educativa e, concluindo a oficina, foram construídas em grupo, apresentadas, discutidas e definidas a missão e visão da Escola; A 3ª oficina desenvolveu o tema “ Proposta Curricular e Avaliação” e iniciou com uma palestra sobre currículo e avaliação, na qual se destacou as principais bases legais e diretrizes que orientam a Educação Básica, com ênfase na LDB e nas Diretrizes da Educação Ambiental e da Educação em Direitos Humanos, além da reflexão sobre o processo avaliativo, a luz de alguns teóricos como Luckesi (2011), Libâneo (1994) e Jussara Hoffmann (2003). Em seguida, formaram-se grupos de trabalho para elaborar o plano de ação substanciado pelas informações das oficinas anteriores e todas as discussões teóricas e
da realidade escolar, a partir de dados dos
indicadores educacionais da Escola e das metas definidas pela Secretaria Municipal de Educação. As oficinas promoveram reflexões, de forma critica, sobre a realidade da escola e ao mesmo tempo oportunizaram firmar compromissos coletivos na busca de melhorias para o serviço educacional oferecido à comunidade. Depois de concluídas as atividades programadas nos itens que precisavam de tomada de decisão
coletiva, a equipe pedagógica fez a
sistematização do documento para apresentar à comunidade e à Secretaria Municipal de Educação. CONCLUSÕES: Com a realização dessa pesquisa observou-se que os participantes reconhecem a importância de sua participação e do PPP para a melhoria na qualidade da
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educação ofertada, expressando isto em 100% dos questionários avaliativos aplicados ao final das oficinas. Ainda nessa avaliação responderam a outras perguntas referentes à metodologia aplicada. Quando perguntados se a metodologia utilizada na elaboração do PPP favoreceu a participação e o debate da comunidade escolar 81,4% respondeu que sim, 3,8% respondeu não e 14,8% respondeu parcial; Se a forma como as oficinas foram realizadas prendeu a atenção e favoreceu a partilha de informações 85,2% responderam sim, 3,7% não e 11,1% parcial; Se a metodologia utilizada conseguiu trazer a luz questões que deixavam de ser notadas na escola, 81,4% responderam sim, 3,8% não e 14,8 % parcial; Se os temas foram abordados de forma clara e compreensível 81,4% responderam sim, 13,8 não e 14,8% parcial; Se as oficinas do PPP proporcionaram encaminhamentos para ações concretas 85,2% responderam sim, 7,4% não e
7,4% parcial. O caráter formativo dessa dinâmica ficou
perceptível, no decorrer do processo, pois as palestras e discussões subsidiaram a participação qualificada dos envolvidos. Contudo, a participação de pais e alunos foi sinalizada na avaliação como aquém do esperado e alguns servidores também estiveram ausentes. Essa questão revela um paradoxo muito presente na maioria das escolas, onde a escola acusa os pais de não acompanharem a vida escolar de seus filhos e as famílias reclamam de não se sentirem acolhidas pela escola. Contudo, é consenso para muitos estudiosos da educação o sucesso da parceria família e escola para o bom desempenho escolar dos alunos. Segundo Luck (2008, p.86) A participação dos pais na vida da escola tem sido observada, em pesquisas internacionais, como um dos indicadores mais significativos na determinação da qualidade do ensino, isto é, aprendem mais os alunos cujos pais participam mais da vida da escola. Assim, torna-se evidente a necessidade de uma maior articulação e observação da rotina da família para buscar estratégias e possibilidades efetivas de participação de todos no momento de chamar as famílias para participar dos debates. Com relação à participação dos alunos, por se tratar de uma escola de Ensino fundamental, pode se dizer que o propósito do trabalho foi atingido, pois estes tiveram sua representação e houve a preocupação em repassar as informações dentro de uma linguagem acessível a todos os participantes. As opiniões dos alunos foram incluídas nas discussões do documento, pois se partiu do pressuposto de que estes possuem vivências e saberes diversos da realidade que está presente nas salas de aulas e cabe à escola oportunizar espaços para vê-los e compreendê-los criticamente. Finalizando essa discussão, destaca-se a necessidade de garantir que a elaboração do PPP aconteça dentro de uma construção, em que na maioria das discursões seja considerado o seu significado para o contexto da escola e para a formação permanente daqueles que lá estão (ABDALLA, p.154). Assim, as questões precisam continuamente estar em análise e discussão
131
com toda a comunidade escolar, pois certamente isso trará sentido a esse processo de construção, traduzindo-se assim no princípio democrático, que deve nortear este documento, contribuindo para a superação de alguns dos desafios do cotidiano da escola. A esse respeito corrobora MEDEL (2008, p.1): O projeto político-pedagógico (PPP) da escola retrata a sua identidade. Será um trabalho de construção e reconstrução que exige a participação de todos: equipe administrativa (...); equipe técnico-pedagógica (...); funcionários (...); alunos, responsáveis pelos alunos e membros da comunidade local.
A participação de todos, nesse caso, contribuirá para promover o comprometimento com a proposta construída, procurando-se evitar uma prática muito comum presente nas escolas que consiste em “passar a bola”, na qual um joga o problema para o outro, ninguém assume a culpa e muito menos a busca de soluções para a superação dos desafios que se apresentam.
REFERÊNCIAS: ABDALLA, Maria de Fátima Barbosa. A construção do Projeto Político-Pedagógico e a formação permanente dos professores: possibilidades e desafios. In:VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.) Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2007. HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. ed. ver. Porto Alegre, RS: Mediação, 2003. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. ed. São Paulo: Cortez, 1994. LÜCK, Heloísa. A Gestão Participativa na Escola. 4ª Ed. Vol. III. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. (Série Cadernos de Gestão). LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2011. MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto político-pedagógico: construção e implementação na escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2008. (coleção educação contemporânea). VEIGA, Ilma Passos Alencastro; ARAUJO, José Carlos Souza. O projeto político pedagógico: um guia para a formação humana. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2007.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Erivelton Ferreira Sá¹ Alesandra Cabreira Dias² Raphael de Miranda Rocha²
[email protected] RESUMO-O estágio como proposta curricular nos cursos de licenciatura, tradicionalmente é entendi por alunos e professores como a parte prática do curso, precedido de um conteúdo teórico repassado nos demais componentes curriculares. Notamos que na literatura da área ainda são poucas as discussões sobre o tema, no entanto o que podemos observar com nossas experiências é que este fato gera nos acadêmicos um certo receio em ir a campo no estágio justamente por não se sentirem preparados para tal. Compreender como esta posta esta realidade e como este mito é desconstruído no processo de concretização do estágio é tarefa importante para se analisar a realização da função do estágio curricular. Assim, este trabalho visa discutir o estagio supervisionado na formação de professores de Educação Física em Santarém, a partir do relato de experiência de um acadêmico do curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade do Estado do Para, Campus Santarém. Diante da discussão, percebemos que é necessário reorganizar a forma com que os cursos de licenciatura se organizam a fim que o aluno se sinta mais seguro diante das circunstancias que se apresentam no estágio. PALAVRAS-CHAVE: estágio supervisionado; Educação Física; Educação Infantil.
INTRODUÇÃO O estágio como componente curricular dos cursos de licenciatura, sempre foram entendido por professores e acadêmico como a parte pratica dos cursos. Porém esta situação precisa e vem sendo revista, mas ainda são poucos os relatos de experiências que tratam desse assunto. Em se tratando da Educação Física na Educação infantil são mais escassos ainda. Compreender como esta posta esta realidade e como este mito é desconstruído no processo de concretização do estágio é tarefa importante para se analisar a realização da função do estágio curricular. Assim, este trabalho visa discutir o estagio supervisionado na formação de professores de Educação Física em Santarém, a partir do relato de experiência de um acadêmico do curso de Licenciatura em Educação Física na Universidade do Estado do Para, Campus Santarém. METODOLOGIA Este estudo constitui-se em um relato de experiência , que para Marconi e Lakatos(2007)em uma exposição escrita de um determinado experiência laboratorial, ou estudo de campo. Obtidos através de observações ou protocolos previamente estabelecidos. Não é apenas uma descrição do modo de proceder, pois este conjunto de informações constitui o protocolo. Um relato é o conjunto da descrição da realidade vivenciada, dos resultados nele obtidos, assim como das ideias associadas, de modo a constituir uma compilação completa e coerente de tudo o que diga respeito a essa vivencia.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO A princípio, acredito que a qualquer um, o estágio é algo difícil de ser encarado e, por isso, causa certo receio e medo. Me questionava sobre minha formação, pois, nós acadêmicos ainda temos uma visão compartimentada das atividades acadêmicas, muito devido às questões positivistas e mecanicistas (ARANHA e MARTINS, 1986), que perduram ate então divido a uma construção historia vivenciada em minha vida escolar, onde as disciplinas da educação básica sempre foram separadas umas das outras, não havendo uma interdisciplinaridade, dessa forma, eu me questiono se os componentes curriculares vivenciados na universidade haviam me preparado para atuar na educação infantil e nas series iniciais do ensino fundamental, a resposta que naquela época era a mais obvia era que não, pois, mesmo no ensino superior, segundo Pimenta e Lima, os currículos de formação tem se constituído em um aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem qualquer explicação de seus nexos com a realidade que lhes deu origem. Assim, nem sequer se pode denominá-los teóricos, pois são apenas saberes disciplinares em cursos de formação[...]" (2004, p. 33).
Nesta perspectiva, entendo que o estagio supervisionado 1 não serviu apenas como uma forma de ganhar experiência me proporcionou ter uma visão mais generalista da educação física, uma visão contextualizada e integral do campo de atuação, onde todos os conhecimentos se mesclam, assim, tive que fazer uso de conhecimentos advindos das mais diversas áreas do conhecimento.Dessa forma, o estagio não é apenas atividade pratica, e sim atividade teórico- pratica de conhecimento, fundamentação, aproximação e intervenção na realidade, e reflexão a partir dessas intervenções. Logo, como reflexão sobre as praticas pedagógicas das instituições escolares, o estagio não se faz por si. envolve todas as disciplinas do curso de formação, constituindo um verdadeiro e articulado projeto político pedagógico de formação de professores..." (LIMA. e PIMENTA, 2004, p. 56).
Iniciando as observações percebi que as crianças estavam estranhando minha presença, e por essa razão, a princípio foi difícil construir laços afetivos com as crianças. Este fato é explicado por Ayoub (2001), que a firma que a criança Cujos vínculos afetivos com as (os) professoras (es) são de extrema importância e demandam tempo para serem construídas (...), nessa perspectiva, mudanças excessivas de professoras (es) e/ou atividades durante a jornada diária podem, de fato, gerar fragmentações e causar desconforto, ansiedade e bloqueios que dificultam as relações educativas. (AYOUB, 2001, p. 56)
Com o passar do tempo fui ganhando a confiança das crianças, e já na segunda semana de observação quando eu chegava, todos corriam ate a porta para me abraçar, da mesma forma ocorria no hora de ir embora. Nas conversas com a professora, esta me relatou que sua graduação foi em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa, falou ainda que durante sua formação não foi preparada
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para atuar na Educação Infantil, quanto mais para proporcionar atividades lúdicas que envolvam o movimento corporal. O que corrobora com os dados obtidos pela pesquisa de Macedo e Ferraz (2001) na qual os pesquisadores constataram que profissionais formados em outras áreas e que ministram a disciplina educação física na Educação Infantil na Rede Publica Municipal de São Paulo- SP, não se sentiam preparados para ministrar aulas dos conteúdos relacionados ao movimento corporal, pois, relataram que sua formação não os proporcionou que assim o fizessem. Quanto aos conteúdos ministrado pela professora, todos estavam de acordo com o planejamento anual do município e de acordo com minhas observações e relato da própria professora, esta não tem conhecimento de atividades ditas por ela como 'praticas', ou seja, que envolvam o movimento corporal. Outro fato observado, e que os conteúdos ministrados pela professora estavam muito isolados uns dos outros, realidade esta observada na própria organização diária das atividades, onde se tem tempo pré determinados para tudo. Assim, segundo Ayoub (2001), os conteúdos, a organização das atividades diárias e o currículo que contemplem as mais variadas linguagens em suas múltiplas formas de manifestação, como a oralidades, a gestualidade, musicalidade, escrita e etc, devem tomar "a criança como ponto de partida, pois, estas formas de expressão, vivenciadas e percebidas pelo brincar, representam a totalidade do 'ser criança' e precisam estar garantidos na organização curricular da sua educação (SAYÃO, 1999, p. 234). A importância da criança se expressar através do movimento é mencionada por Ayoub, onde a autora afirma que a expressão corporal caracteriza- se como uma das linguagens fundamentais a serem trabalhadas na Infância. A riqueza de possibilidades da linguagem corporal revela um universo a ser vivenciado, conhecido, desfrutado, com prazer e alegria, Criança é quase sinônimo de movimento; movimentando- se ela se descobre, descobre o outro, descobre o mundo a sua volta e suas múltiplas linguagens. Criança é quase sinônimo de brincar... (2001, p. 56-57).
Porem, o que se observou nas aulas da professora foram atividades muito presas as cadeiras, como pinturas, massa de modelar, recorte e colagem, jogos de montar e clipes musicais infantis. O que não e novidade, pois, Finco (2007, p. 95) afirma que "em muitas creches e pré- escolas brasileiras, as crianças ainda são colocadas para brincar sentadas em cadeirinhas e mesas, as quais, ao mesmo tempo que proporcionam o brincar, acabam controlando seus corpos". Ao planejar as duas primeiras aulas não tinha ideia de que atividades iria proporcionar para as crianças, tendo em vista que as aulas da professora eram pouco relacionadas as atividades relacionadas ao movimento corporal, não sabia como as crianças responderiam a tais atividades. Durante a execução das primeiras aulas estava muito nervoso, mais de forma
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que nem mesmo eu esperava, as crianças reagiram muito bem, e a maioria das atividades deram todas certas. Depois, foi aplicado o projeto da páscoa, a intervenção foi um sucesso, mais o mais interessante foi que provavelmente, proporcionamos as crianças uma vivencia e experiência que elas talvez nunca tiveram. Apesar de termos praticamente virado a noite fazendo as lembrancinhas de páscoa e as máscaras de coelho, valeu muito a pena ao ver o sorriso das crianças nas atividades e na hora de receber as lembrancinhas. A partir dessas experiências pude refletir minhas práticas, o que me deu mais firmeza, para planejar minhas aulas e na execução destas. Então, de acordo com a receptividade das atividades e participação das crianças nas aulas anteriores eu planejava as próximas, assim, de acordo com que eu ia ministrando as aulas percebia que as crianças tinham déficits em diferentes campos de sua motricidade, dessa forma procurei proporcionar vivencias que minimizassem esses déficits, já que suprir todos eles com vinte aulas de 30 minutos cada não era possível. É claro que nem todas as aulas deram certo, algumas atividades não funcionaram, talvez por terem sido pouco planejadas ou por serem uma grande novidade para as crianças, como por exemplo as atividades circenses. Durante minhas intervenções em dois dias fiz “aulas temáticas”, uma em alusão ao dia do índio e outra ao dia do trabalho. Na primeira consegui repassar conhecimentos teóricas através de atividades lúdicas, como contação e interpretação de histórias a cerca da vida e cultura indígena, na segunda não tive o mesmo sucesso, mas a aulas foi razoavelmente boa, o que realmente não deu certo foi a confecção do jogo da memória gigante das profissões, talvez porque as crianças teriam que pintar duas imagens grandes, fato que já faz parte do cotidiano delas na UMEI, e que talvez elas esperasse muito mais daquela aula, devido o sucesso das aulas anteriores. O Estagio na UMEI culminou com o projeto de intervenção que ocorreu no dia 18 de maio, e que apesar de muitos contratempos, a parte do projeto que dependia de nós acadêmicos deu tudo certo. Um fato importante a ser destacado é que a UMEI não possui espaços adequados para a realização das aulas de Educação Física, estas só podem ser desenvolvidas dentro da sala ou no quintal da UMEI, este ainda possui muitos obstáculos que dificultam a realização das aulas e põe em perigo as crianças devido tampa de fossa séptica que fica amostra, podendo causar acidentes durantes as aulas. Em relação à dimensão material, a UMEI não dispões dos materiais que tradicionalmente são usados nas aulas de Educação Física, então nós acadêmicos, utilizamos garrafas pet como cones, usamos bolas feitas com jornal, e compramos alguns materiais como bambolês, todos estes materiais ao
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final do estágio foram doados a creche ao final do estágio. Desse modo, a lição maior que tiro das minhas intervenções na UMEI, é que é necessário planejar as aulas, aplicá-las e refletir sobre o que deu certo, o que não saiu como planejado, quais as necessidades dos alunos, assim, refletindo sobre as aulas anteriores ficará mais fácil planejar as próximas aulas, proporcionando assim, aulas mais atrativas e que proporcionem a participação dos alunos. A fim de que, desde a Educação Infantil as crianças percebam que nas aulas de Educação Física se tem muito a aprender, e que este conhecimento não é só saber realizar os movimentos de forma correta. CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, entendo que os cursos de licenciatura deveriam realizar uma integração entre as disciplinas, pois, ao deixar que os acadêmicos fação as conexões por si só, corre-se o risco de que isso nunca aconteça, e que este profissional se forme sem que tenha conseguido visualizar seu currículo de forma integrada. Proponho então que professores e alunos discutam e construam juntos formas eficazes de integrar as disciplinas curriculares e façam a aproximação com a área de atuação desde o primeiro semestre. REFERENCIAS ARANHA, Maria Lucia Arruda; MARTINS, Maria Helena Peres. Filosofando: introdução a filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. AYOUB, Eliana. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. FINCO, Daniela. A educação dos corpos femininos e masculinos na Educação Infantil. In: o coletivo infantil em creches e pré-escola: falares e saberes. FANA, Ana Lúcia Goularte (org.). São Paula: Ed. Cortez, 2007. MACEDO, Lino de; FERRAZ, Osvaldo Luiz. Reflexões de Professores Sobre a Educação Física na Educação Infantil Incluindo o Referencial Curricular Nacional. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 15(1):83-102, jan./jun., 2001. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2007. PIMENTA, Selma Garrido. LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. Parte 2- Cap. 2. Planejando o estágio em forma de projetos. SAYÃO, Deborah Thomé. Educação Física na Educação Infantil: riscos, conflitos e controvérsias. Motrivivência, ano XI, nº 13, novembro, 1999.
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O CONSTRUTIVISMO E O USO DAS TIC’s: PRÁTICAS PARA A DESCOLONIZAÇÃO DOS CURRÍCULOS ESCOLARES E INCENTIVO À EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DOS DIREITOS HUMANOS E DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS Wilverson Rodrigo Silva de Melo1
[email protected] RESUMO – Este presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas e do diálogo intersetorial com teóricos que abordam tais temas. As reflexões e diálogos teóricos partiram da premissa de historicizar a aplicabilidade do construtivismo e uso das “Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s)” em sala de aula como elementos auxiliadores – quiçá reeducadores – na construção do respeito as questões relacionadas ao “outro”. Sob o enfoque do Construtivismo, infere-se que as atividades propostas em sala de aula com o auxílio das (TIC’s), ao mesmo tempo em que estimulam o estabelecimento de uma normativa disciplinar de estudos aos alunos, propiciam um espaço, um universo de construção de conhecimentos entre professores e alunos. Este trabalho ao situar-se na perspectiva do “estar junto virtual”2, defende o pressuposto de que o professor deve se tornar um mediador de conhecimentos, um facilitador, que auxilia os alunos a realizarem suas produções de conhecimentos, sobretudo na perspectiva de descolonização dos currículos visando desnaturalizar e repudiar formas de conhecimento pré-concebidas e tradicionais que inibem os educandos de desenvolverem uma consciência histórica e de aprenderem a apreender sobre como lidar com as diferenças num mundo heterogêneo e multicultural no contexto do incentivo a educação dos direitos humanos e das relações étnico-raciais. PALAVRAS-CHAVE: construtivismo, tic’s, educação de direitos humanos e das relações étnico-raciais
INTRODUÇÃO Num mundo em que cada vez o processo de midiatização tem sido a força motriz da era da globalização, o acesso e o uso das tecnologias da informação e da comunicação em sala de aula tem sido amplamente discutido e ao mesmo tempo implantado nos ambientes escolares. Em grande parte das escolas brasileiras este processo de inclusão midiática na formação dos discentes tem sido encarado apenas como um “anexo” ao plano de ensino dos professores, especificamente como uma comprovação de que este está sendo incluído como comprovação ao estabelecido pelo PPP escolar e quiçá pelas diretrizes das secretarias de educação. Este trabalho traça como objetivos discutir de forma plausível a melhor forma de apropriação do uso das TIC’s numa abordagem construtivista para a promoção de uma educação voltada aos direitos humanos e as relações étnico-raciais; também é intuito deste discutir sobre a descolonização dos currículos que ainda imperam em estruturas engessadas pela cultura educacional “europeizante” - da qual somos herdeiros. Todavia, este processo de descolonização de currículos é um diagrama muito complexo, pois abarca questões relativas ao universo do saber e do poder, porém, a desconstrução e reformulação de epístemes relacionados a este campo da educação operará deslocamentos analíticos e metodológicos que serão imprescindíveis para a construção de uma educação libertária de respeito, tolerância e 1 2
Prof.º Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Teoria de VALENTE (2000) aqui discutida sobre uma nova perspectiva em (PRADO; ALMEIDA p.65-80).
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empatia social para com o “outro” em nossa sociedade multiplural e interculturalista. É sabido que em grande parte do cotidiano educacional não se tem refletido em sala de aula sobre que impactos positivos na formação psico-cognitiva e sociocultural do aluno as tecnologias da informação e da comunicação podem exercer. Sem dúvida faz-se necessário uma reflexão crítica sobre a maneira de como melhor se trabalhar com esta ferramenta não sendo ela empregada apenas como “acessório” a metodologia arcaica e tradicional do professor em sala de aula, pelo contrário, devem ser utilizadas como maneiras de aprendizado que contemple a interatividade, levando o alunado do simples mundo da leitura para uma leitura global de mundo, sobretudo uma leitura pertinente ao estudo dos acontecimentos e feitos do homem ao longo do retrospecto histórico ou na contemporaneidade abarcando o respeito a diversidade e ao convívio em sociedade mediante o pluralismo cultural em que se vive. MÉTODO Este presente trabalho foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas e do diálogo intersetorial com teóricos que abordam construtivismo, uso das TIC’s, descolonização de currículos, educação de direitos humanos e das relações étnico-raciais. Num primeiro momento a partir da pesquisa bibliográfico procurou-se selecionar textos e teóricos que trabalham estas temáticas voltadas para o campo da promoção a educação dos direitos humanos e das relações étnico-raciais. Num segundo momento, procurou-se elaborar uma resenha analítica sobre as principais teses desses autores e de que formam temas distintos poderiam ser trabalhados na convergência de um estudo aplicado a promoção de uma educação inovadora e libertária. E por fim, após esta coleta de informações provenientes do diálogo teórico, ocorreu a interpretação, sistematização dos aportes teóricos resultando na tessitura discursiva. Vale ressaltar que as reflexões e diálogos teóricos partiram da premissa de historicizar a aplicabilidade do construtivismo e uso das “Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s)” em sala de aula como elementos auxiliadores – quiçá reeducadores – na construção do respeito as diferenças e as questões relacionadas ao “outro”, sobretudo na promoção dos direitos humanos e no combate as intolerâncias sócio-culturais que muitos grupos sociais sofrem seja no âmbito de gênero, raça, classe, religiosidade, orientação sexual, acessibilidade, etc. RESULTADOS E DISCUSSÕES No construtivismo a educação deve ser um processo de construção de conhecimento,
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numa iniciativa conjunta entre professores e alunos; o fazer educacional deve ser uma mão dupla e deve considerar todas as contribuições e conhecimentos já produzidos anteriormente por outros. Segundo (DEMO, 2004, p. 13-14, 17-18) na concepção construtivista o professor é em grande parte responsável pelas inúmeras respostas positivas do aluno com respeito ao ensinoaprendizagem, o professor é figura decisiva do processo de aprendizagem, ocupando, entretanto, lugar de apoio e motivação, orientação e avaliação, não o centro do cenário. Este centro é o aluno: o professor não pode pensar, pesquisar, elaborar, fundamentar, argumentar, ler pelo aluno. O professor construtivista ao elencar uma reflexão e produção conjunta de conhecimento, deve contemplar discussões acerca de uma educação para os direitos humanos que levem em consideração as relações étnico-raciais e o multiculturalismo, instigando os alunos a desenvolverem o respeito mútuo as diferenças e as muitas concepções de vida, credo religioso, cultura, etc. De igual modo, a apropriação do professor e demais profissionais do uso das TIC’s como ferramentas e suporte a aprendizagem dos alunos, acaba por dirimir as barreiras geográficas e culturais que separam o alunado de uma leitura de mundo a partir de seu cotidiano fundamentado no universo epistêmico e intelectual que interliga saberes e conhecimentos já produzidos durante séculos nas mais variadas parte do planeta em tempos diferentes. O uso das TIC’s além de diminuir as barreiras geográficas, quebra as disparidades sociais de acesso a informação, leva o alunado a sair do mundo da simples leitura para uma leitura de mundo, ajuda aqueles que sofrem de timidez, assim como passa a funcionar como modificador de comportamentos e conhecimentos. Nesse construto social do uso e apropriação das TIC’s como meio e suporte para o desenvolvimento de uma educação voltada para os direitos humanos, relações étnico-raciais, assim como a empatia social, o conhecimento desenvolvido deve ser construído simultaneamente por professores e alunos, e não apenas lançado em sala de aula como conteúdo. Ocorre que um professor conteudista ao reproduzir um conhecimento lançando um conteúdo, na maioria das vezes não consegue fazer com que este conhecimento reproduzido seja internalizado pelos estudantes, de modo que o alunado não avança do estatuto de informação. “O conhecimento não é internalizado e, consequentemente, não sustenta a alteração de comportamentos” (VYGOTSKY, 1998). Concomitante a esta reflexão Demo (2004, p. 16) afirma que “conhecimento
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reproduzido é apenas informação, por mais importante que seja informação. Aí pode ser armazenado, transportado, enviado, reproduzido. Conhecimento, entretanto, é dinâmica reconstrutiva complexa não linear, que exige a constituição do sujeito capaz de autonomia”. Partindo de tais pressupostos é que infere-se que uma postura construtivista atrelada ao uso e apropriação das TIC’s pelos professores no ambiente educacional
possibilitará
descolonizar os currículos escolares e inserir discussões do cotidiano dos alunos no que tange a temática dos direitos humanos e relações étnico-racias. Descolonizar os currículos, o modelo de escola e os modelos de avaliação são mais dos alguns desafios para a educação escolar. Para Gomes (2012, p. 107-108) “a descolonização do currículo implica conflito, confronto, negociações e produz algo novo. Ela se insere em outros processos de descolonização maiores e mais profundos, ou seja, do poder e do saber”. No tocante a isto é perceptível que muito se tem discutido sobre a rigidez das matrizes curriculares, o empobrecimento do caráter conteudista dos currículos, a necessidade de diálogo entre escola, currículo e realidade social, a necessidade de formar professores e professoras reflexivos e sobre as culturas negadas e silenciadas nos currículos. CONCLUSÃO É a partir desta descolonização dos currículos, que debates presentes na sociedade contemporânea poderão e deverão ser inseridos em sala de aula como ponto de partida para uma reflexão e construção de uma episteme educacional. O conhecimento não mais virá lacrado numa estrutura simétrica e tradicional, pelo contrário, partirá das micro análises do tempo presente para as macro análises, propiciará ao aluno entender e aprender sobre as permanências e rupturas históricas dos muitos conhecimentos que hoje são abordados em sala de aula. Penso que a descolonização de currículos, o uso de TIC’s e aplicação do construtivismo no âmbito do ensino-aprendizagem instiga os alunos a refletirem sobre suas discussões no momento da ação e posteriori a ação como forma de construto epistêmico-cognitivo, assim como a desenvolverem a empatia social e o respeito à diferença e ao “outro” no convívio multiculturalista em que vivemos. Pois, sobretudo, no momento das discussões e produções de conhecimento os alunos acabam por ficarem confusos e não encontram respostas préconcebidas, o que é um grande estímulo, pois acabam por exercitar sua dinâmica e criatividade em propor novas resoluções aos problemas surgidos. Dessa forma, acredito que para que este processo de ensino-aprendizagem ocorra com excelência abarcando uma formação voltada para o respeito às diferenças, aos direitos
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humanos e as relações étnicos raciais e alcance êxito na formação desses alunos, o professor em si deve agir como mediador de conhecimentos e ao mesmo tempo mediador de conflitos propiciando um ambiente aconchegante para a aprendizagem e dando suporte técnico, epistêmico e motivacional a este aluno, e acima de tudo procurando respeitar o tempo e as potencialidades de cada aluno, como sujeito construtor de seu conhecimento e de sua prática – a partir disto é que aluno e professor devem buscar produzir conhecimentos e diálogos em condições que envolvam o bom senso, a disciplina nos estudos e socialização de saberes.
REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. DEMO, Pedro. Professor do Futuro e Reconstrução do Conhecimento. 4 ed. Petrópolis – RJ, 2004. GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, pp. 98-109, Jan/Abr 2012. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p. PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito; ALMEIDA, Maria Elisabeth Bianconcini. Formação de Educadores: fundamentos reflexivos para o contexto da educação a distância In: VALENTE, José Armando; BUSTAMANTE, Silvia Branco Vidal (Orgs). Educação a Distancia: prática e formação do profissional reflexivo. Ed. Avercamp, p. 65-80, VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução: José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Afeche e Solange Castro Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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COMO OPERAR COM AS IMAGENS E REPRESENTAÇÕES: UMA ANÁLISE FOUCAULTIANA* Wilverson Rodrigo Silva de Melo 1
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RESUMO – O intuito deste trabalho é contribuir com os debates da história iconográfica e estender a acadêmicos e interessados, um conhecimento mais preciso e claro da temática, por meio da pesquisa bibliográfica, do método histórico e diálogo filosófico-historiográfico. Uma imagem sozinha não fala nada, fazse necessário construir um contexto, um problema, as referências, para posteriormente fazer perguntas e deste modo aprender a lê-las, pois estas imagens são indícios doutos de significados e que arremetem para estruturas de “micro poderes”. A proposta metodológica deste trabalho fundamentou-se na pesquisa bibliográfica, no debate epistêmico e teórico entre historiadores e filósofos que discutem a temática das imagens como fonte de conhecimento histórico e no método de deslocamento analítico das significações. À guisa de conhecimento, diante dos estudos foucaultianos sobre o olhar desconstrucionista e a defesa da teia de relações em que todas as coisas operam podemos inferir que deve ser realizada uma análise para além do significado e representação imediata que a imagem nos leva a ter a cerca dela própria, pois a explicação desse embaraço de interpretações fundamentar-se-ia numa operação tornada invisível pela simplicidade do resultado óbvio do que representa a imagem, envolvida por um caligrama que a primeira vista pode parecer tautológico. PALAVRAS-CHAVE: imagem, caligrama, diagrama.
INTRODUÇÃO É intuito deste trabalho discutir e debater sobre os processos de análise de imagens em sala de aula, onde ao analisar uma fotografia os discentes possam produzir conhecimento histórico e desenvolver a sensibilidade do olhar. No entanto, o pontapé inicial deve partir do professor que deve se apropriar e passar a utilizar fontes imagéticas aprimorando o ensino de história e o aproximando da teoria, possibilitando aos alunos reflexões que desenvolvam seu poder cognitivo de investigação e formulação de teorias, contribuindo para a sua formação como cidadãos críticos e conscientes, instigando-os a saírem da posição de admiradores de uma imagem e passarem a ler imagens criticamente. Pois, o impacto da imagem na imaginação histórica, segundo Haskell citado em Burke (2004, p. 16), nos leva a pensar como pinturas, estátuas, publicações e assim por diante, nos permitem compartilhar as experiências não verbais ou o conhecimento de culturas passadas e a maneira como estas experiências foram apropriadas.
MÉTODO * Este trabalho foi publicado anteriormente na versão de “Resumo Simples”, todavia, mediante as contribuições de teóricos (principalmente Ana Maria Mauad e Ana Heloisa Molina) que abordam a análise de imagens como fonte de conhecimento histórico, ele foi expandido nas suas discussões epistêmicas, resultando num Minicurso “Formas do Olhar: o uso de imagens como fonte de conhecimento histórico em sala de aula” para a V Semana Regional de História da Universidade Federal de Campina Grande. 1
Prof.º Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
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A proposta metodológica deste trabalho fundamentou-se: num primeiro momento da pesquisa bibliográfica (onde se procurou analisar trabalhos que utilizam imagens como fonte de saber histórico em sala de aula); posteriormente ocorreu o debate epistêmico e teórico entre historiadores e filósofos que discutem a temática das imagens como fonte de conhecimento histórico (a saber: Michel Foucault, Giles Deleuze, Peter Burke, Ana Maria Mauad, Ana Heloisa Molina, Maria Inês Turazzi, Michael Baxandall e Miriam M. Leite); num terceiro momento fora utilizado o método de deslocamento analítico das significações para desconstruir as imagens desligando-as da referência do real e interpretando-as como representações do real; e por fim, ocorreu a interpretação e sistematização dos resultados o que resultou neste trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste universo imagético em constante transformação a questão de como estabelecer elementos de leituras das imagens apresentadas pelos diferentes suportes e meios de comunicação, se torna premente como afirma Molina (2011, p.2082). As significações e repertórios interpretativos são utilizados na leitura da imagem de formas muito variadas, entremeando e sobrepondo as linguagens visuais e verbais. Para Baxandall (2006, p. 01) “[...] nós não explicamos um quadro, explicamos observações sobre um quadro” e, assim, a transposição em linguagem textual auxilia a decifração visual, intercalando as linguagens visual e verbal, pois a descrição não deixa de ser a mediadora da explicação. Nesse aspecto, as imagens comunicam mensagens, narram histórias a partir de um lugar, provocando reações diversas e impactando emoções, promovendo sentidos e organizando significados em resposta ao olhar devolvido por aquelas imagens. Lembremos, também, que a linguagem visual não é universal. Seus significados obedecem a um sistema de representações que se orientam por convenções educacionais, sociais, culturais, políticas, econômicas, ou seja, históricas, que implicam no exercício estruturado de interpretação e (re)significação, pois “entre a imagem e o que se representa, existe uma série de mediações, que não restituem o real, mas, reconstroem, voluntária ou involuntariamente a apreensão do real”, como diz LEITE (1998, p. 41). Segundo Maria Inês Turazzi (2011, p.14), a prática cotidiana da leitura, interpretação, a análise e utilização de imagens fotográficas no ensino/aprendizagem da História, devem ser entendidas como parte fundamental e inseparável do processo global de desenvolvimento da capacidade física e
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intelectual do estudante com vistas à melhoria de seu rendimento escolar e á sua plena integração social. CONCLUSÃO Apropriando-se de Foucault (1988, p.1-86) podemos inferir que deve ser realizada uma análise para além do significado e representação imediata que a imagem nos leva a ter a cerca dela própria, pois a explicação desse embaraço de interpretações fundamentar-se-ia numa operação tornada invisível pela simplicidade do resultado óbvio do que representa a imagem, envolvida por um caligrama que a primeira vista pode parecer tautológico. Segundo Foucault (apud DELEUZE 1998, p. 45-70) devemos procurar deter-nos nas relações-oscilações conjunturais nas quais as imagens cercadas de poder se materializam e se externam, e estabelecer que toda e qualquer sociedade e/ou relação tenha implicitamente um diagrama de relações de poder. Mauad (1996, p.47) completa dizendo que, “não importa se a imagem mente, o importante é saber por que mentiu e como mentiu.” Para a historiadora, se a fotografia não é necessariamente uma prova incontestável da verdade, e, portanto não constitui um documento irrefutável da História, convém ao historiador, ao educador e ao cidadão em geral o conhecimento dos diferentes mecanismos pelos quais uma fotografia também pode esconder dissimular ou mesmo mentir sobre determinado personagem, tema ou acontecimento. Nesse sentido, longe de ser um receituário em como utilizar tais imagens, o ensino de História e das Artes utilizando a iconografia aponta algumas possibilidades de análises, interpretação e formas de uso de imagens em sala de aula, sobretudo numa perspectiva foucaultiana de desconstrucionismo e deslocamento analítico e perceptivo na maturação do processo de produção de tal imagem e de como e em que nível estabelece relações com outras variáveis epistêmicas.
REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. BAXANDALL, Michael. Padrões de intenção. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. BURKE, Peter. Testemunha ocular. História e Imagem. Bauru: Edusc, 2004. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p.
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LEITE, Miriam M. Texto visual e texto verbal. In: BIANCO, Bela; LEITE, Miriam M. (Orgs.). Desafios da Imagem. Campinas: Papirus, 1998. MAUAD, Ana Maria. Através da Imagem: Fotografia e História – Interfaces. Tempo. Rio de Janeiro, Vol. 1, nº2, 1996. p.47. MOLINA, Ana Heloisa. Imagens como Fonte de Pesquisa sobre a Educação e o Ensino. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA. V, 2011, Maringá. Democracia e Autoritarismo no Mundo Contemporâneo... Universidade Estadual de Maringá: Ed. UEM. Bianual, 2011. p. 2081-2089. ISSN: 2175-4446 (ON-LINE). TURAZZI, Maria Inês. Apud. SCHNEL, Rogério. O uso da fotografia em sala de aula. Palmeira: espaço urbano, econômico e sociabilidades – a fotografia como fonte para a história – 1905 a 1970. Disponível em: < http: //www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/5-4.pdf>.Acesso em: 1 Outubro, 2013, p.14.
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A PARTICIPAÇÃO DO IDOSO NOS PROGRAMAS SOCIOASSISTENCIAIS: PROTEÇÃO BÁSICA E AS MEDIAÇOES DO ASSISTENTE SOCIAL Joel Justino Jesus da Silva1 Regina Teodósio dos Santos Rodrigues Paixão2
[email protected]
RESUMO: O aumento do envelhecimento da população tem imposto novos desafios à sociedade brasileira, marcando uma considerável mudança de valores em diversas áreas, sejam elas, econômicas, psicológicas ou sociais. Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo contribuir para a compreensão do processo de constituição e desenvolvimento das Políticas Sociais na sociedade capitalista contemporânea, particularizando, os idosos e as políticas de natureza sócia assistencial, que, impulsionadas pela Constituição de 1988 e LOAS de 1993, vem alcançando centralidade na agenda social do país. O texto apresenta a Política de Assistência Social em seu movimento de constituição como política pública, destacando a PNAS e o SUAS, visa identificar os aspectos sócio históricos e econômicos que explicam a relação entre a lógica do direito e a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – programa assistencial do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) - e aprofunda a análise sobre a atuação do Serviço Social, nessa área, considerando a demanda por esse benefício e o alto grau de desinformação dos beneficiários sobre os critérios de concessão , no Brasil, a caracterização do programa BPC e o posicionamento da categoria, nesse debate. Palavras-chaves: População idosa, benefício de prestação continuada, atuação do serviço social.
INTRODUÇÃO: Este estudo enceta a análise contemporânea do momento demográfico por qual passa a população brasileira caracterizada por baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização acelerada. O conjunto destas transformações proporciona o elevado crescimento da população idosa. Pesquisa propõe-se investigar o processo de trabalho do profissional de Serviço Social no CRAS considerando a importância da proteção básica ao idoso por meio da Política de Assistência Social. Isto posto, questiona-se os seguintes aspectos:
Qual o processo de mediação do assistente social concernente a sua vinculação a demandas e necessidades sociais afetas à pessoa idosa, sua articulação com a rede e as estratégias de planejamento e avaliação orientadas a assegurar direitos desse segmento populacional? A partir do exposto os objetivos específicos desta pesquisa são: Estudar o conjunto de processos de trabalhos formulados e executados pelo assistente social do CRAS referente a ações e serviços específicos à população idosa e a dinâmica institucional; Conhecer as representações da população idosa atendida e a relação com os 1
Aluno do Curso de Pós Graduação em Gestão de Políticas Sociais do CEULS/ULBRA. Orientadora e Professora Mestre do Curso de Pós Graduação em Gestão de Políticas Sociais do CEULS/ULBRA.
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direcionadores instituídos como proteção básica da assistência social; Estabelecer parâmetros analíticos entre os preceitos e diretrizes da PNAS e a realidade do atendimento á população idosa no território do CRAS.
MÉTODO: Este estudo caracterizou a pesquisa da seguinte forma: a investigação foi orientada pela abordagem qualitativa e quantitativa, pois se aplicam a diversas referências epistemológicas. Guiada por esses pressupostos e motivada pela intencionalidade em compreender teoricamente as concepções acerca do processo de envelhecimento no contexto da Política de Assistência Social. A pesquisa foi do tipo descritiva e documental. A população delimitada baseou-se no número de aproximado de 50 idosos cadastrados no CadÚnico e referenciados ao CRAS - Nova República. Mais equipe técnica do CRAS composta por duas (02) assistentes sociais, um (01) psicólogo, um (01) sociólogo e (01) pedagogo. A amostra definiu o percentual de 15% quantificados em oito (08) idosos na faixa etária compreendida entre 60 e 90 anos de idade. Este público selecionado engloba todos dos beneficiários do BPC. Na equipe técnica a amostra de estudo será composta por duas (02) assistentes sociais, alcançando 40% da equipe técnica. Para favorecer a coleta de dados a amostragem foi intencional.
ASPECTOS ACERCA DO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL O envelhecimento populacional é um fenômeno recente na história da humanidade. Ele vem acompanhando de significativas transformações demográficas, biológicas, sociais, econômicas e comportamentais. A organização mundial de saúde (OMS) considera o envelhecimento populacional como uma história de sucesso das políticas de saúde públicas e sociais e, portanto a maior conquista, e triunfo da humanidade no último século. (SILVA, 2005) As projeções apontam para o ano de 2050 uma população idosa que deverá superar a população menor de 14 anos. Torna-se, portanto, necessária à adoção de políticas que habilitem os idosos e respaldem a longevidade na nossa sociedade, bem como, a promoção da independência e autonomia na vida social.
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA E PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL A Constituição Federal de 1988 estabeleceu o Benefício de Prestação Continuada como
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um direito de seguridade e representa significativo avanço na garantia da proteção social das pessoas idosas e/ou pessoas com deficiência “que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família” (BRASIL, art. 203, V, 1988). Para requerer o benefício o cidadão poderá procurar o Centro de Referência de Assistência ou o órgão responsável pela Política de Assistência Social, bem como as agências do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS enquanto órgão responsável pela operacionalização administrativa do benefício.
A DINÂMICA DO CENTRO DE REFERENCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) - NOVA REPÚBLICA Sua área de abrangência compreende os bairros da Nova República, Santo André, Floresta, São Francisco, Vitória Régia, Ipanema e Cambuquira. Considerando-se Santarém um município de grande porte, o CRAS - Nova República possui a capacidade de atendimento para até 5.000 famílias referenciadas. Com previsão de atendimento: 2.500 famílias/ano. Seu horário de funcionamento é de segunda á sexta-feira no horário de 7:00h ás 18:00h. No CRAS, são utilizados os seguintes instrumentos técnicos: fichas de inscrição de jovens (ProJovem Adolescente), de cadastro de famílias, frequência de reunião, relatórios, fichas de encaminhamento caderno de preenchimento do cadastro único, entre outros. Boschetti (2003) destaca que o CRAS, por meio do Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF), muitas famílias estão tendo oportunidade de mudar a realidade. São famílias que encontram alternativas para interferir e retirar os filhos do mundo das drogas, outras que os consegue estudar. São espaços físicos localizados em territórios com expressões de vulnerabilidade das cidades voltados a execução do atendimento socioassistencial.
RESULTADO E DISCUSSÃO: A presente pesquisa possibilitou a investigação a cerca da realidade social dos idosos referenciados a serviços e programas operacionalizados pela Política de Assistência Social. O ensejo da pesquisa visa mostrar a realidade social dos idosos por meio de alguns indicadores demográficos. São dados primários orientados a alcançar os objetivos desse estudo, identificar a população pesquisada no contexto social e compreender essas relações com a problemática da pesquisa. Partindo da análise dos dados obtidos (50%) são do sexo masculino e (50%) do sexo feminino. Todos são cadastrados no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e são beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Estes dados demonstram um relativo equilíbrio entre a população idosa, revelando o acesso igualitário nos programas
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socioassistenciais. Concernente a idade dos idosos a pesquisa apresentou (75%) estão na faixa de 60 a 69 anos, sendo (12,5%) com 70 a 79 anos e (12,5%) entre 80 a 90 anos. Isso comprova a longevidade nos anos de vida, pois a cada época aumenta a expectativa de vida dos brasileiros. Estes dados estão apresentados na tabela abaixo: Tabela 02 – Faixa etária Idade
Quantidade
Percentual
60 a 69 60 a 79 80 a 90
06 01 01
75,0% 12,5% 12,5%
Total
08
100%
CONCLUSÃO: Com o propósito de conhecer os idosos do CRAS Nova República foi elaborado está pesquisa para avaliar a opinião dos diversos autores: idosos e assistentes sociais. O resultado da pesquisa mostrou as particularidades do processo de envelhecimento e conceituação: a participação do idoso na população brasileira e o Benefício de Prestação Continuada. Na ocasião foram observadas as modalidades de serviços ao público idoso. São reuniões, visitas domiciliares, encaminhamentos, relatórios, planos de ação que contemplam a atenção básica a este segmento.
Por fim Através da pesquisa foi percebido a importância dos programas socioassistenciais, com os idosos e profissionais do Serviço Social. Esta investigação orientada pela abordagem qualitativa e quantitativa, pois se aplicam a diversas referências epistemológicas. O método dialético é uma tendência onde à reciprocidade entre sujeito e objeto principia conhecimento denotando à práxis humana, uma ação histórica e social. (SERVERINO, 2007).
REFERÊNCIAS: ______BOSCHETTI, Ivanete. Assistência Social no Brasil: Um Direito entre Originalidade e Conservadorismo, 2ª edição. Atualizada e ampliada. Brasília, GESST/Unb, 2003. ______.Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2004. ______SILVA, M.C (2005). O processo de envelhecimento no Brasil: desafios e perspectivas. Textos Envelhecimento. Rio de Janeiro, Acesso em 15 de março de 2012. De http:
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//www.unati.uerj.br/tese/scielo.php?script=sci_arttex&pid=s1517. ______SPOSATI, Aldaíza. Benefício de prestação continuada como mínimo social. In: (Org.). Proteção social de cidadania: inclusão de idosos e pessoas com deficiência no Brasil, França e Portugal. São Paulo: Cortez, 2004. ______. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. E atual. São Paulo: Cortez, 2007.
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IDENTIDADE DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO PROGRAMA PROJOVEM ADOLESCENTE
SEXUAL
NO
PAIVA, Aldo Luiz Andrade1
[email protected] TEODOSIO, Regina2
[email protected] RESUMO: Atualmente os jovens têm crescente interesse em desvendar questões concernentes à sexualidade. O tema vem recebendo destaque nos meios de comunicação em massa, porém as especificidades como orientação sexual e identidade de gênero, ainda revelam um tabu para muitas famílias e jovens. Este estudo aborda sobre desenvolvimento sexual e suas refrações, especificamente quanto à orientação sexual e identidade de gênero dos usuários Programa ProJovem Adolescente, no CRAS Nova República, na cidade de Santarém-PA. Para tal se realizou pesquisa quanti-qualitativa, utilizando como instrumentos de coleta de dados questionários com questões semiestruturadas, levantamento bibliográfico, leitura e fichamento de livros técnicos, periódicos, legislação pertinente ao tema, pesquisas em meios eletrônicos, palestra socioeducativa etc. O estudo revelou equivalência de gênero entre os entrevistados. Relativa facilidade de expressar identidade de gênero e orientação sexual em igual proporção. Episódios de repressão e estigmatização motivados por questões familiares, religiosas e externas foram revelados. E por fim, este o estudo mostrou a necessidade de ampliar o debate sobre sexualidade enquanto nova demanda dos usuários na atualidade visando abrir precedentes para novas pesquisas em relação às novas expressões da Questão Social e a consolidação dos direitos humanos e sexuais. PALAVRAS-CHAVE: Adolescência, Sexualidade, ProJovem Adolescente.
INTRODUÇÃO: Este resumo é um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS – ULBRA) intitulada “AS MEDIAÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROGRAMA PROJOVEM ADOLESCENTE: SEXUALIDADE, COM ÊNFASE NA ORIENTAÇÃO SEXUAL E CONFLITO DE IDENTIDADE DE GÊNERO” (PAIVA, 2011). A avidez pela temática se iniciou no segundo semestre do ano de 2008, ao estudar a disciplina Psicologia Social do Curso de Serviço Social do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS – ULBRA). Uma concepção pessoal tomou nova dimensão e precisava ser revisada após testemunhar uma reunião do Grupo Homossexual de Santarém (GHS), motivado por um trabalho acadêmico, onde os “signos” de depravação, ateísmo, guetização e ignorância política, presente no público homossexual foi desconstruído. Durante o evento se observou um grupo articulado para extrapolar o anonimato e, romper com a homofobia3 muito presente em diversos segmentos socioinstitucionais no âmbito da sociedade contemporânea e apreendê-la como expressão da “questão social”, especificamente, na cidade de Santarém. Ao final dessa reunião, os membros do grupo mostraram-se solícitos a conceder entrevista tendo em vista o trabalho acadêmico. Neste momento se percebeu, no interior desse grupo de homossexuais, pessoas com orientação e identidade sexual bem definidas, almejosas por atenção, visibilidade e respeito civilizatório. Naquela ocasião decidiu-se direcionar um olhar minucioso sobre o grupo, afinal, todos somos cidadãos. 1
Assistente social. Pós-graduando em Gestão de Políticas Sociais pelo CEULS/ULBRA. Assistente social. Mestre em Serviço Social. Docente do CEULS/ULBRA. 3 A homofobia pode ser definida como o medo, a aversão, ou o ódio irracional aos homossexuais, e, por extensão, a todos os que manifestem orientação sexual ou identidade de gênero diferente dos padrões heteronormativos. Consiste em um problema social e político dos mais graves, mas que varia de intensidade e frequência, de sociedade para sociedade. Para maiores esclarecimentos ver Manual de Comunicação LGBT (2007, p. 21). 2
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo 2010, o município de Santarém contava com 294 mil habitantes, sendo a população jovem de 15 a 19 anos, distribuída entre 16.077 homens e 16.141 mulheres, perfazendo o total de 32.218 jovens. Este público corresponde a menos de 11% da população do município. Esses dados apontam a necessidade de investimentos na Política Nacional para Juventude. Na Política Nacional de Assistência Social o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é um das unidades de atendimentos dos serviços de proteção social básica, os quais objetivam prevenir situações de risco, desenvolver potencialidades e aquisições desenvolvendo neles vínculos familiares e comunitários, pois a convivência em grupo fortalece a autoestima e ajuda a socializar esses usuários que vivem em vulnerabilidade social. Na cidade de Santarém, a Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social – SEMTRAS é a responsável pela operacionalização da Politica de Assistência Social. Um dos programas operacionalizados no CRAS é o ProJovem Adolescente. Este programa está diretamente relacionado com adolescentes e jovens objetivando potencializar a convivência familiar e comunitária, bem como, Este estudo centralizou suas análises nos Coletivos de Jovens do CRAS Nova Republica. Esta dinâmica visa apresentar discussões sobre o mundo do trabalho para a juventude. Na matriz metodológica do ProJovem possui diversos temas transversais, contemporâneos e despertam constantes dúvidas e curiosidades, dentre as quais, referem-se à sexualidade como a Identidade de Gênero e a Orientação Sexual, inerentes ao ser humano. MÉTODO: A pesquisa se caracterizou como descritiva realizada por meio da abordagem quantiqualitativa. As interpretações foram baseadas nos conceitos do materialismo histórico e dialético, pois este possibilita compreender a realidade social, seu dinamismo e totalidade das expressões da Questão Social. O universo da pesquisa apresentava a frequência de aproximadamente 200 (duzentos) adolescentes de ambos os sexos inscritos no Programa ProJovem Adolescente no CRAS Nova República. A amostra da pesquisa elegeu aleatoriamente 20 adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 15 a 17 anos, inscritos e atuantes no ano de 2011, perfazendo o percentual de 10% do universo. Como instrumentos de coleta de dados se utilizaram entrevista guiada por questionários aplicada pelo próprio pesquisador. As questões foram semiestruturadas. Utilizaram-se levantamento bibliográfico, tais como leitura e fichamento de livros técnicos, periódicos, legislação, pesquisas em meios eletrônicos. Como compromisso ético, assegurou-se o sigilo das informações por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os procedimentos de coleta e análise dos dados pautaram-se em palestra socioeducativa para os jovens, análise quantitativa e qualitativa dos resultados da entrevista e demonstração em tabelas.
RESULTADOS E DISCURSÃO: A pesquisa esquadrinhou a realidade social dos jovens por meio de alguns indicadores demográficos como a idade e sexo. Concernente à idade dos jovens a pesquisa
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apresentou 55% na faixa de 15 a 16 anos e 40% com 17 anos. A pesquisa demonstra 5% de jovens com a idade de 18 anos. Quanto ao sexo os dados levantados nesta pesquisa demonstraram a proporção igual (50%) entre mulheres e homens, revelando o acesso igualitário ao programa em estudo. Este índice reflete os resultados das estatísticas populacionais do município de Santarém, especificamente os dados do Censo 2010 do IBGE, a cerca da proporcionalidade da população de homens e mulheres adolescentes e jovens. Referente a livre expressão da identidade de gênero, os dados levantados revelam que 65% dos jovens possuem relativa facilidade de expressá-la, quer no seio familiar, quer no convívio social coletivo como escola, igrejas e grupos de amigos. No interior deste grupo 20% atribuíram o seu status como resolvidos, portanto, se considera um fator positivo para expressar sua identidade de gênero. Os demais (80%) não comentaram a respeito. Neste levantamento de dados 35% dos adolescentes e jovens declararam que não conseguem manifestar livremente por vários motivos cerceadores da manifestação sexual. Entre estes motivos 25% atribuem aos pais, pois não possuem “intimidade e nem coragem” de conversar com os genitores, criando desta forma um bloqueio, resultando em relacionamento fechado entre eles. Este relacionamento familiar principia a origem de quadros depressivos e propósitos suicidas nos adolescentes causados pela repulsa dos pais quando descobrem que a identidade de gênero do filho (a) não corresponde ao sexo biológico proveniente de seu nascimento. Outros fatores relacionados ao cerceamento da livre manifestação sexual estão vinculados os valores incutidos na educação familiar (15%) manifestado pelos entrevistados da pesquisa. Os valores, regras e a moral tornam-se agentes de repressão da livre expressão da identidade de gênero. Igualmente o preconceito figurou entre 15% das respostas como fator inibidor da expressão de identidade de gênero dos adolescentes. Os jovens entrevistados se referem ao fator estigmatizante como um agente “desmotivador” no processo de identificação pessoal e social. Entre os entrevistados que afirmaram não ter liberdade de manifestar livremente sua a sexualidade 45% não fizeram referência a nenhum dos motivos relacionados. Isso pode sugerir ausência de conflito entre os agentes repressivos levantados nesta pesquisa, bem como, esse índice acena um adolescente com superficial apreensão do processo repressor nas sociedades conservadoras1 que permeia a liberdade de expressão da identidade de gênero dos adolescentes. Quanto à orientação sexual dos jovens o estudo expressou que no conjunto dos entrevistados, a declaração a cerca da orientação sexual 65% não possuem hesitação quando a sua orientação sexual, autodeclarando-se como “resolvidos”. Nesse particular os entrevistados assumem diferentes condições sexuais: heterossexual (60%), homossexual (10%) e bissexual (30%). Esta decorrência significa ausência de dúvidas quanto à condição sexual. Os indecisos quanto à orientação sexual perfazem um público de 35% dos entrevistados. É um número considerável a julgar pela complexidade dessa expressão social na dinâmica das relações societárias. Na sondagem dos motivos, este grupo em especial relacionou a
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Ver segundo capítulo de Paiva (2011) - Recorte histórico da sexualidade na sociedade do capital.
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indecisão a três possíveis variáveis, a repressão dos pais 10%, a moral religiosa 20% e a influencia externa 20% permeada no cotidiano dos adolescentes. E 50% não souberam responder. CONCLUSÃO: Esta pesquisa revelou o protagonismo das novas demandas provocadas pelas indagações da juventude, fase crucial e inerente ao desenvolvimento humano do qual emergem curiosidades, dúvidas e decisões, por isso, a afirmação da identidade de gênero e orientação sexual do adolescente está diretamente relacionado com grau de apreensão dele sobre a temática. Na pesquisa foram sublinhada importantes contribuições nos processos decisórios da adolescência e propicia compreender os princípios a partir de uma positiva dualidade onde a necessidade de conhecimento e a garantia de direitos se mescla na valorização da pessoa humana. Por isso, há urgência de um olhar sobre essa nova demanda, porém na atualidade a discussão acerca da sexualidade está tacitamente imbricada na órbita do plano da reprodução do capital. Em contrapartida há uma crescente valorização das lutas dos direitos humanos, inclusive sexuais, desta forma o sistema capitalista implicitamente lança seu “verniz social” sobre a sociedade reforçando o consumismo do público homossexual, valendo-se da vaidade e perfeccionismo dessa população para obtenção de lucros, objetivando minimizar suas perdas. Assim, o estudo possibilitou conhecimento sobre o universo e anseios da juventude que, infelizmente, se sente estigmatizada pela família e a sociedade. Notadamente quando a estigmatização se processa na órbita macro, ou seja, na comunidade (amigos, escola e igrejas) as vitimas conseguem com mais facilidade conciliar seus desejos com as expectativas de uma sociedade que atribui a homens e mulheres seus papéis sociais. Todavia, a estigmatização situada na órbita do micro, ou seja, na família, torna-se o momento mais crítico da busca de identidade de gênero e da afirmação da orientação sexual, pois no ambiente familiar os pais não têm assumido os papéis de educadores atinentes à sexualidade, suas contribuições resumem-se em reprimir os desejos e direitos de seus filhos. Isso confirma os teóricos pesquisados, pois percebemos impregnado na sociedade atual conceitos patriarcais, onde se concebe a sexualidade como mero instrumento reprodutivo da sociedade. O texto não é conclusivo, sua função é abrir precedentes para novas pesquisas em relação às novas expressões da Questão Social e a consolidação dos direitos humanos e sexuais. Parafraseando as palavras de Foucault (1998), considerado um ícone no século XX, concernente à sexualidade, se finaliza ao dizer: “a identidade homossexual tem sido muito útil politicamente”.
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REFERÊNCIAS BRASIL, Senso 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Disponível em Acesso em 31 Ago. 2011. FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade do saber. 1998. Manual de Comunicação LGBT. – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. 2007. PAIVA, Aldo Luiz Andrade. As mediações do assistente social no Programa ProJovem Adolescente: Sexualidade, com ênfase na Orientação Sexual e Conflito de Identidade de Gênero. 2011. 116 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Serviço Social) – CEULS/ULBRAS, Santarém, 2011.
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O PAPEL DO SETOR DE RECURSOS HUMANOS (RH) NAS EMPRESAS Celiane Farias Oliveira1 Aldo Lucena Melo Junior2
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RESUMO: Partindo da visão em que o mercado requer que as organizações tenham uma administração eficiente, com profissionais qualificados e comprometidos e que o setor de Recursos Humanos RH é o um departamento importante na organização por desenvolver atividades ligadas diretamente aos colaboradores, despertando o comprometimento, desde o recrutamento e seleção, cargos e salários até a recompensa do mesmo. O trabalho investigado teve como objetivo verificar o processo na gestão de pessoas e como o profissional de RH desempenha o seu papel, numa organização federal situada no município de Santarém. A pesquisa de campo teve como coleta de dados observações das atividades desenvolvidas dentro do RH. Constatou-se que o setor possui quatro papéis genéricos: execução da estratégia, eficiência administrativa, dedicação profissional e a administração da mudança. Assim conclui-se que a organização possui uma estrutura organizacional planejada, mas também por ter pessoas aptas e capazes de realizar seu trabalho com comprometimento e acima de tudo respeito para consigo e com aqueles que ali trabalham.
PALAVRAS-CHAVE: Colaborador, Gestão de Pessoas, Organização. `
INTRODUÇÃO: No mundo moderno com mudanças sociais e econômicas percebe-se que o setor de Recursos Humanos atua como uma espécie de elo com todos os processos existentes, dando ênfase ao fator humano, fazendo com que as pessoas percebem que são importantes para da empresa, exemplificado na citação de (GIL, 2011, p. 59-60). . Nunca as empresas dependeram tanto de seus recursos humanos, ou melhor, das pessoas que compõem a organização. As forças competitivas que os gerentes enfrentam hoje em dia exigem excelência organizacional, cuja obtenção é direcionada pelo modo com as empresas agem para fazer com que as tarefas sejam realizadas e pela maneira como tratam seu pessoal. Logo, alcançar excelência organizacional deve ser a tarefa do órgão de Gestão de Pessoas.
A descoberta da relevância do fator humano na empresa veio proporcionar o refinamento da ideologia da harmonização entre capital e trabalho definida pelos teóricos da Administração Cientifica. Com efeito, pode-se dizer que as Relações Humanas constituem um processo de integração com indivíduos numa situação de trabalho, de modo a fazer com que os trabalhadores colaborem com a empresa e até encontre satisfação de suas necessidades sociais e psicológicas. Desta forma França (2010, pag.125) diz “que o RH tem sua importância quando envolve, motiva, e aumenta a criatividade dos colaboradores, como uma forma estratégica para que haja uma maior aproximação das demais áreas da empresa”. 1 2
Acadêmica do VIII Semestre de Administração do IESPES. Administrador, Especialista em Recursos Humanos e Docente do IESPES.
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Neste contexto, muitos são os desafios impostos como gestores de pessoas, onde administrar pessoas em uma organização não é responsabilidade única da função de Recursos Humanos, depende também de todos os indivíduos que estão envolvidos com o processo administrativo e produtivo. Assim são necessários muitos investimentos, constante treinamentos são importantes para que gestores e colaboradores estejam sempre preparados e aptos para executarem de forma eficaz suas funções. Uma das funções do RH, em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, é o investimento nas pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em vez de investirem diretamente nos clientes, eles estão investindo nas pessoas que atendem e servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial.
MÉTODO: Para realização do trabalho o tipo de estudo partiu da pesquisa bibliográfica definida como um levantamento livros, revistas, internet, contemplando uma pesquisa de campo, que é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõem de elementos para explicá-los. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observação participante ou não (VERGARA 2010, p. 44). A pesquisa foi realizada no período 20/09 a 13/10/2011, na Empresa Brasileira de InfraEstrutura Aeroportuária, através de observações, afim de analisar esse processo e sua interação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante o período de estágio foi realizada a investigação em que foram feitas observações com atividades realizadas, isso muito contribuiu para que pudessem confrontar os objetivos proposto com as atividades desenvolvidas dento do RH. Assim, os resultados obtidos pelo RH adicionam valor a uma empresa. Porque há uma preocupação do setor de recursos humanos com o dia-a-dia do funcionário, e de como este desempenha sua função. O setor de possui quatro papéis genéricos: execução da estratégia, eficiência administrativa, dedicação profissional e a administração da mudança. Todas as atividades desenvolvidas muito contribuíram para a minha formação acadêmica. Além de ressaltar toda receptividade da empresa na realização deste estágio.
CONCLUSÃO: Observaram-se durante as atividades de estágio e da concretização da pesquisa quais os métodos que os profissionais de RH utilizam para desempenhar suas tarefas.
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Por que são eles que precisam cuidar de seu pessoal para que se atendam as políticas institucionais. O que se percebeu dentro da empresa INFRAERO é que o RH vai além da aplicação das atividades de seleção, estudos de salários, benefícios, cargos, treinamentos, dentre outras. Mas, das outras funções que são atribuídas como psicológicas, sociológicas, econômica, financeira. Neste contexto, muitos são os desafios impostos como gestores de pessoas, onde administrar pessoas em uma organização não é responsabilidade única da função de Recursos Humanos, depende também de todos os indivíduos que estão envolvidos com o processo administrativo e produtivo.
REFERÊNCIAS: FRANÇAS, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH: Conceitos, Ferramentas e Procedimentos. 1. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2011.
VERGARA, Sylvia Constant – Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 12. ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
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PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DA FIBRA DE CURAUÁ ACOMPANHADA PELO CEAPAC NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PARÁ. Arthur Escher Antero1 Jonnathan Souza Martins Paola Richeder da Silva Sousa Alexandre do Rosário O. de Freitas2
RESUMO: Para o gerenciamento de uma organização é necessário conhecer as ferramentas no desenvolvimento da tarefa de administrar, planejar, organizar, liderar e controlar as empresas, estas são funções fundamentais de administração. O presente estudo buscou conhecer a forma da produção da fibra do Curauá dentro da organização Centro de Apoio a Projetos de Ação Comunitária CEAPAC. Para operacionalização da pesquisa fezse um estudo bibliográfico e documental, os dados confirmam que qualquer tipo de organização se ocupa das ferramentas administrativas, os resultados da pesquisa a partir do estudo documental gerou um modelo de monitoramento matemático através da regressão linear simples da produção e comercialização da fibra de curauá. PALAVRAS – CHAVE:
Fibra de Curauá, Produção. Negociação
INTRODUÇÃO: A agricultura familiar em Santarém vem sendo utilizada como subsídio para a sobrevivência de muitas famílias que moram nas redondezas da cidade. A comunidade santarena é beneficiada por adquirir um produto de qualidade e produzido na própria região, em contrapartida esses grupos também são beneficiados pela venda de seus produtos. As fibras são materiais muito finos e alongados, como filamentos que podem ser contínuos ou cortados. Elas servem de matéria-prima para a manufatura, podendo ser afiadas, para a formação de fios, linhas ou cordas ou dispostas em mantas, para a produção de papel feltro ou outros produtos. Neste contexto as fibras podem ser classificadas em fibras naturais que são aquelas retiradas da natureza, as fibras artificiais que são aquelas produzidas pelo homem e as fibras sintéticas que são aquelas produzidas pelo homem utilizando como matéria-prima produtos químicos.
Considerando que existem diferentes tipos de organizações o presente estudo foi realizado em uma organização não governamental com a finalidade em conhecer a fibra de Curauá que tem todo acompanhamento da CEAPAC e relação comercial com a PEMATEC. A pesquisa teve como objetivo verificar a forma de negociação da produção da fibra de curauá, identificar os resultados obtidos da produção da fibra do curauá no período de 2009/1 a 2013/2, bem como conhecer a dinâmica da produção da fibra do Curauá na organização CEAPAC. 1 2
Acadêmicos do 8º semestre do Curso de Administração do IESPES Professor Mestre do Curso de Administração do IESPES e Orientador da pesquisa.
161
Com o mundo moderno em constantes transformações econômicas e sociais ocorrem mudanças na área do gerenciamento, da administração e também na classificação das organizações, para LACOMBE (2009, p.13) Organização é um grupo de pessoas que se constitui formalmente para atingir objetivos comuns. Incluem-se nesta definição empresas, universidades, hospitais, escolas, creches, associações culturais, partidos políticos, sindicatos, clubes, condomínios, cooperativas, famílias, organizações-não governamentais, associações de classe de profissionais, corporações militares, associações de moradores de bairro etc. Nesta ideia insere-se a organização não governamental, que utiliza as ferramentas de uma empresa no que diz respeito na sua estrutura administrativa. Pelos estudos bibliográficos, percebe-se que toda empresa busca o lucro, mas para isso precisa atender as expectativas de mercado e do cliente e a produção é um dos mecanismos de alcançar o lucro e atender as necessidades pessoais dos indivíduos como afirma GREMAUD, VASCONCELOS e TONETO quando diz que a “produção é a atividade social que visa adaptar a natureza para a criação de bens e serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas”(2011, p. 31). Na relação da produção faz parte o negócio e a comercialização, nessa dinâmica também se insere o comprador e o vendedor que também se enquadra nos parâmetros de uma organização ou empresa pode ocorrer o monopsônio conforme o dicionário Aurélio p. 503 significa “situação de mercado em que a oferta de uma mercadoria ou serviço é controlada por um só vendedor”. Esta definição está de acordo com Vasconcelos e Garcia (2008, p.117) quando afirma que este tipo de relação se confirma com monopsônio, isto quer dizer “uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. MATERIAL E MÉTODO: O tipo de estudo partiu da pesquisa bibliográfica e documental. Para Vergara (2010, p. 43), “pesquisa bibliográfica é estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral [...]”. A pesquisa bibliográfica é o levantamento de informações contidas em documentos publicados. A pesquisa documental consiste em buscar informações em documentos, segundo Ludwig (2012 p. 63). Os documentos, enquanto elementos de pesquisa, são muito importantes, pois revelam-se como fontes ricas e estáveis, podem ser consultados varias vezes, servem de base a diferentes estudos,
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fundamentam afirmações do pesquisador, além de complementar informações obtidas por meio de outras técnicas. A pesquisa documental se deu pela captação dos dados no histórico da CEAPAC no período de 2009/2 a 2013/1, foram geradas tabelas e planilhas referentes a cada variável em estudo, assim definidas as regressões lineares simples.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conforme a pesquisa realizada, tanto em fontes bibliográficas, quanto em fontes documentais, é fato que a organização não governamental pesquisada exerce a função de uma empresa e que a fibra do Curauá é uma importante fonte de renda para os comunitários atendidos pela ONG, que além de fornecerem a mesma para a PEMATEC que atua como monopsônio, sendo o único comparador de vários vendedores. Constata-se também que a fibra de curauá pode ser utilizada para produção de artesanato, sendo assim ocorre produção e renda confirmando a comercialização empresarial levantada na tabela de monitoramento no período de 2009/1 a 2013/2.
REFERÊNCIAS: CABRAL, Arnoldo Souza. TAKASHI, Yoneyama. Microeconomia: uma visão integrada para empreendedores. São Paulo: Saraiva, 2008. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: Princípios e Tendências. 2 Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e Prática da Metodologia Científica. 2 Ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2012. VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Economia Micro e Macro: teoria e exercícios, glossário com os 300 principais conceitos econômicos. São Paulo: Atlas, 2009. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2010.
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O ACESSOÀ ÁGUA NO BAIRROÁREA VERDE: DIREITO À VIDA E À SAÚDE. Natálya Campos Matos1 Vânia Jacira Berti2 3 Orientador: Miguel Borghezan RESUMO: O acesso à água potável em Santarém/PA deveria oferecer a segurança necessária aos usuários. Neste trabalho realizaremos uma análise de dados sobre o acesso à água no Bairro Área Verde, sob a ótica dos direitos à vida e à saúde. Por meio dos dados pesquisados observaremos se o Poder Público Municipal cumprecom sua obrigação constitucional, se os direitos à vida e à saúde estão sendo protegidos no bairro pesquisado. PALAVRAS-CHAVE: Acesso à água potável. Direito à vida. Direito à saúde.
INTRODUÇÃO: É fato notório que o acesso à água potável na área urbana de Santarém/PA não está adequado, merecendo investigações. Pretende-se analisar aqui o modo de acesso à água no bairro da Área Verde do Município de Santarém/PA. Questionamos, considerando a precariedade lá do abastecimento de água, se é possível afirmar que os direitos à saúde e à vida estão sendo respeitados pelo Poder Público no bairro da Área Verde. Isto será objeto deste trabalho, tomando em conta alguns dados de pesquisa realizada. 1. O serviço público de abastecimento de água potável como competência Municipal O abastecimento de água consiste nas atividades, infraestruturas e instalações que incidem desde a captação até as ligações domiciliares, além dos instrumentos de medição do consumo (art. 3º, I, a, Lei nº 11.445/07). A Constituição Federal de 1988 trouxe previsões normativas sobre a competência político-administrativa no âmbito do abastecimento de água. A Constituição Federal, no art. 30, V, atribuiu aos Municípios o dever de “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo essencial”. Essa competência exige a atuação do poder público local, impondo um dever. O acesso à água é um serviço público de interesse preponderantemente local, de caráter fundamental, essencial à vida, saúde e dignidade de todos. Assim, a administração municipal tem obrigação de atender e prest ar adequadamente o serviço a todos, e um abastecimento de água que seja potável, isto é,
1
Acadêmica do 10° semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém -PA. Pesquisadora de iniciação científica. 2 Acadêmica do 10° semestre do Curso de Direito do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Pesquisadora de iniciação científica. 3 Professor do Curso de Direito e Pesquisador do CEULS/ULBRA de Santarém-PA. Mestre em Direitos Fundamentais e Relações Sociais. Advogado. Vice-Presidente do FOPIESS.
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saudável, fundamento maior das atividades sociais atribuídas constitucionalmente ao Município. 2 Direito à vida e à saúde O direito à vida é centro, objeto e destinação de todos os fundamentos e normas da Constituição Federal. Não faria sentido a existência de les sem termos o direito de estarmos vivos, principal razão biológica da humanidade. Dentre os cinco direitos fundamentais constitucionais básicos, a vida é o primeiro deles, seguido da liberdade, igualdade, segurança e propriedade (art. 5º, caput, CF). Para poder razoavelmente atendê-los destacamos a importância do acesso à água potável, bem insubstituível extremamente necessário à garantia desses direitos. Água potável é essencial à própria vida, visto que o corpo humano compõe-se na maior parte de água. Em média, de 60% a 70% do peso de uma pessoa adulta é constituído por moléculas de água. Diante de tais fatos, o dever primário do Poder Público à prestação regular do serviço de acesso à água potável mostra-se absolutamente imperioso. O art. 6º da Constituição Federal de 1988 elenca os direitos sociais, dentre eles o direito à saúde, que é tratado especificamente no seu art. 196 deste modo: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Como direito de todos, a saúde deve ser assegurada por meio de políticas públicas concretas, sociais e econômicas. Trata-se de direito fundamental público subjetivo de cada pessoa, que dependem de políticas públicas certas. Como atribuição do Estado, tem ele o dever fundamental de prestação dos serviços de saúde, desenvolvendo
políticas
públicas que visem
sua promoção,
proteção,
recuperação e redução de doenças. Um dos principais objetivos dessas políticas públicas é a prevenção, que promove a redução dos riscos de doenças e de outros agravos. As pessoas com acesso à água potável e ao saneamento básico adoecem menos, razão porque têm probabilidade de uma vida mais saudável, produtiva e feliz. Segundo o art. 197 da Constituição Federal, os serviços de saúde são de relevância pública
e cabe ao Poder
Públicosua execução, que pode ser feita diretamente ou por meio de terceiros. O acesso à água potável é exemplo recorrente de terceirização no serviço público, por meio de concessão. As ações e os serviços de saúde permitem controle da sociedade e do Estado em buscade qualidade, além da prestação efetiva. São serviços de relevância pública, tendo
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Carta Magna proclamado serem essenciais, de interesse primário do Estado, de grande importância social e individual, base para o bem comum. Os serviços de saúde devem ser prestaçõesprivilegiadas, porque direito fundamental de todos e dever estatal inafastável. Precisa ser adotado um conjunto de medidas que tenham como objetivo prevenir, enfrentar , curar as doenças e suas sequelas. Nesse contexto, o acesso à água potável mostra-se uma das medidasmais importantes, por prevenir inúmeras doenças1 e buscar melhorias nos serviços de saúde pública em geral. 3 O abastecimento de água no Bairro Área Verde em Santarém/PA No primeiro semestre de 2013 foi realizada, por alunos do Ceuls/Ulbra e orientador, uma pesquisa de campo2no bairro Área Verde do Município de Santarém para verificar como é feito o abastecimento e quais as principais causas que impedem o universal acesso à água potável. Verificou-se os domicílios abastecidos pela COSANPA3, e os que se obrigam a fazer uso de Microssistema4(ou outro meio) para ter acesso à água.
O Bairro Área Verde tem aproximadamente 4.200 moradores, distribuídos em 1.200 domicílios. Destes, 90 domicílios são abastecidos pelo único microssistema, direto do poço, sem reservatório nem controle da qualidade, enquanto que outros mil domicílios possuem poços particulares. Não existe abastecimento pela COSANPA neste bairro.
A
Associação de Moradores informou que todos conseguem água de alguma forma, e cada domicílio “se vira como pode”. O microssistema abastece duas horas pela manhã e uma 1 Cólera, febre tifoide, hepatite A, diarreias agudas de várias etiologias e parasitas (ameba, giárdia, cryptosporidium e cyclospora). 2 Título do projeto: Principais causas que impedem o universal acesso à água potável em Santarém/PA, políticas públicas e o Judiciário. Coordenador: Prof. Miguel Borghezan. 3 COSANPA – Companhia de Saneamento do Pará é a empresa titular do sistema de abastecimento de água em Santarém/PA, mediante contrato de concessão do Município, titular da competência para atender esse direito/dever constitucional (art. 30, V, CF). 4 De acordo com a Portaria n° 518, de 25.03.2004, do Ministério da Saúde, o microssistema está entre as soluções alternativas de abastecimento de água para consumo humano. A solução alternativa foi assim definida pela Portaria: “toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fonte, poço comunitário, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontal e vertical” (art. 4°, III).
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hora durante a tarde. Nos domingos e feriados não há funcionamento. O microssistema foi construído para atender 20 domicílios, porém, atualmente atende 90. Registraram que o poço tem profundidade de 18m. A tubulação de distribuição da água do microssistema tem muitos canos furados. Ele já existe há aproximadamente 14 anos. O bairro é localizado em uma área baixa, com igapó, por isso é difícil encontrar água boa. Não há orientação técnica para cavar os poços lá, sendo tudo feito de modo aleatório. Segundo informaram, as dificuldades financeiras não permitem fazer poços com profundidade pagando técnicos. Por essa razão
acabam ficando com a
água encontrada
em pouca
profundidade, mas que sabem não ter boa qualidade. Para controle mínimo, foi realizado exame da qualidade da água pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), que indicou haver risco de doenças pelo uso da água. Porém, em novo exame feito pelo laboratório de análises clínicas Celso Matos, esse risco não foi mai s constatado. A maioria das pessoas do bairro são acometidas por ameba e outras doenças hídricas. Muitas crianças no local sofrem com diarreias, quando “o rio sobe e quando desce”. Havendo cloro no Posto de Saúde local é realizada a distribuição aos moradores pelos Agentes Comunitários de Saúde. Contudo, cerca de 90% não usam o produto por medo dadiarreia. Há 2 agentes comunitários de saúde no bairro, que fazem orientações quanto a melhor forma de armazenamento de água, porém, não há como realizar um controle em todos os domicílios. Uma das escolas tem o projeto Saúde na Escola. Certo é que não há tratamentoalgum da água que sai do microssistema para os domicílios. A Associação de Moradores do bairro acredita que se um novo microssistema fosse construído na parte alta do bairro, melhoraria a qualidade do abastecimento. Porém, o ideal seria que o serviço ficasse por conta do Município (mais a COSANPA), em vista d as responsabilidades, que são muito grandes para a associação de moradores.
MÉTODO: A presente pesquisa é quantitativa, básica, não experimental, com estudo de caso, pesquisa documental e aplicação de formulário para levantamento de dados junto aos representantes do bairro Área Verde de Santarém/PA. O método de abordagem é o hipotético dedutivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como demonstrado nos dados acima apresentados, a situação no Bairro Área Verde é muito preocupante. São 1.200 domicílios que não possuem aceso à água potável. A existência de
um microssistema
que
atende 90
domicílios, sem um mínimo de garantia de qualidade da água, não significa ter acesso à
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água é potável. Pode-se afirmar que o acesso à água no bairro da Área Verde não representa a preservação dos direitos à saúde e à vida. É necessário que o Poder Público Municipal redimensione suas políticas públicas e priorize para lá esse serviço, que tem caráter urgente. A situação encontrada nesse bairro mostra-se grave, e infelizmente reflete realidade de outros bairros em Santarém/PA. Somente a água potável é vida e saúde. Precisa o Poder Público Municipal garantir seu acesso a todos os munícipes com urgência, garantindo a dignidade dos que não podem comprar água mineral para suprir a falta de água potável. Essa obrigação constitucional do Município em relação ao bairro da Área Verde não está sendo atendida em Santarém.
CONCLUSÃO: Ainda há muito por fazer para que os domicílios do Bairro Área Verde em Santarém/PA tenham acesso à água potável. A situação vivenciada pelos moradores hoje está longe dos padrões mínimos ordenados pelas normas que regulam o abastecimento de água potável. Assim, admissível concluir que os direitos à vida e à saúde não estão sendo respeitados de forma adequada no bairro pesquisado.
Os usuários não têm
abastecimento de água realizado pelo Município (ou pela COSANPA), sendo por isto obrigados a buscar meios alternativos, como microssistema e poços particulares. Neles não há apoio técnico ou financeiro, nem controle de qualidade da água pelo Poder Público. Por não produzirresultados razoáveis, eficazes e eficientes em relação ao acesso à água potável, o Município de Santarém acaba por violar de modo direto os direitos à vida e à saúde dos moradores do bairro da Área Verde. Como se sabe, sem água não há saúde e sem saúde não há vida.
REFERÊNCIAS BORGHEZAN, Miguel. O acesso à água doce potável: um direito fundamental? Belém: UFPA, 2006, 192 p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Direitos Fundamentais e Relações Sociais). UFPA. BRASIL. Vade Mecum: Legislação selecionada para OAB e concursos. Obra coletiva de autoria da Editora RT com a coordenação Darlan Barroso e Marco Antonio Araújo Junior. 3 ed. rev. e atual. São Paulo: RT, 2012. GABRIEL, Ivana Mussi. O Município na Constituição brasileira: competência legislativa. Jus Navigandi, 2010. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/14240/o-municipionaconstituicao-brasileiracompetencia-legislativa. Acesso em: 10 Mar. 2013. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.
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LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16 ed. rev., atual. eampl. São Paulo: Saraiva, 2012. MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
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O ESTUDO SÓCIOECONÔMICO DAS FAMÍLIAS RESIDENTES NO BAIRRO DA NOVA REPÚBLICA NA CIDADE DE SANTARÉM-PARÁ: SUPERANDO AS DESIGUALDADES SOCIAIS OU CRIANDO DEPENDENTES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E MÍNIMOS SOCIAIS? SOUSA, Luzimar Silva de1
[email protected] SILVA, Ivone Domingos e 2
[email protected] RESUMO: O atual artigo pretende apresentar os resultados parciais da pesquisa que vem sendo realizada e intitulada: O estudo socioeconômico das famílias residentes no bairro da nova república na cidade de Santarém-Pará: superando as desigualdades sociais ou criando dependentes das políticas públicas e mínimos sociais? A priori foram entrevistadas 217 famílias no período de dezembro de 2011 a março de 2012, objetivando construir um diagnostico social, levantando dados que identifique o seu perfil econômico, social, cultural e político, levando em conta a realidade geográfica. Tem a finalidade de produzir conhecimentos para que, juntamente, com a sociedade se fomente discussões, reflexões e análises, capazes de gerar planos e estratégias para a superação das questões no referido espaço, assim como, partilhar uma mostra de identidade em um bairro periférico na zona urbana, numa cidade do estado do Pará. Palavras-chave: família; desigualdade social; políticas públicas.
INTRODUÇÃO: a elaboração da presente pesquisa partiu de reflexões realizadas por acadêmicos da turma 2008/2 do curso de Serviço Social do CEULS/ULBRA, no período de agosto de 2010 a agosto de 2011, motivados em conhecer a realidade de um dos bairros periféricos do município, localizados nas proximidades da universidade, sendo rotulado pela sociedade como violento e desconsiderado um espaço promotor de qualidade de vida, mesmo tendo sido, outrora, planejado e contendo vários equipamentos comunitários. Durante o processo da construção do projeto de pesquisa, a professora e mestre Ivone Domingos e Silva, também coordenadora do curso, proporcionou orientações e discussões a cerca de temas relevantes a serem apreendidos, como suporte teórico e necessário para a compreensão da realidade local e construção de um diagnóstico para identificar o perfil socioeconômico das famílias residentes no referido bairro. O bairro sofre o estigma da pobreza, da escassez da oferta de trabalho, da prestação de serviços públicos. A violência está ligada a exclusão social, e consecutivamente, a diversos fatores como, a desigualdade social, a falta de acesso à educação, à saúde, à habitação, à alimentação, à segurança, ao lazer, à informatização, dentre outros direitos não acessados, mas, garantidos em nossa Constituição Federal de 1988. 1
Assistente social. Pós-graduando em Gestão de Políticas Sociais pelo CEULS/ULBRA. Prof. Ms./Orientadora do Curso de Pós Graduação em Gestão de Políticas Sociais do CEULS/ULBRA/Coordenadora do Curso de Serviço Social do CEULS/ULBRA. 2
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Para (POCHMANN, 2006; BLANES, 2006; AMORIM,2006) a exclusão que realmente importa não se refere ao indivíduo, suas opções ou fraquezas naturais e sim a diferentes formas históricas encontradas pelos povos para construírem sua sociedade. Segundo Oliveira e Henrique (1990, apud POCHMANN; BLANES; AMORIM, 2006, p. 99) “não se pode analisar a questão da pobreza simplesmente considerando-se a especificidade da estrutura econômica”. Segundo Adas (2002) à medida que a população urbana aumenta, surge a necessidade não só de mais escolas, mas também de mais hospitais, postos de saúde, ampliação dos meios de transportes, das casas comerciais, agências bancárias, supermercados, coleta de lixo, rede de esgoto, energia elétrica, policiais, táxis, habitações e muitos outros serviços.
MÉTODO: A metodologia procedeu-se com pesquisa de campo, de cunho descritivo, bibliográfico, documental, através de entrevista com aplicação de questionário, com perguntas abertas, fechadas, mistas, objetivas, subjetivas e análises de dados quantitativo e qualitativo. Esta primeira etapa foi realizada por acadêmicos dos diversos semestres, imbuídos com a capacitação de abordagens desenvolvidas por professores do curso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Assim como alguns bairros de Santarém, Nova república, também, teve em sua formação inicial, um histórico de ocupação por invasão. Posteriormente, na década de 80 foi loteado cerca de 1500 a 1900 lotes, medindo em média 10mx20m pelo Governo Estadual, sendo considerado um bairro modelo, devido ser contemplada com uma infraestrutura urbanística planejada, e área de aproximadamente 15.855,62, iluminada, pavimentada e contemplada com uma estação pública de captação de água (COSANPA). Atualmente, o bairro dispõe de alguns logradouros e equipamentos públicos, incluindo um CRAS. Existem aproximadamente 300 lotes que surgiram de ocupações desordenadas, poucas ruas pavimentadas, a rede de esgoto comprometida e, devido o inchaço populacional e pouca assistência do Estado os moradores tem problemas constantes com a redistribuição de água. Os gráficos dispostos abaixo são resultados parciais da pesquisa em andamento, intitulada “O estudo socioeconômico das famílias residentes no bairro da nova república na cidade de Santarém-Pará: superando as desigualdades sociais ou criando dependentes das políticas públicas e mínimos sociais?”. Foram visitados 343 lotes, destes, 116 distribuem-se em terrenos baldios, casas fechadas, abandonadas, desocupadas, pontos comerciais, dentre outros logradouros. Das 227 famílias entrevistadas identificaram-se
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diversas com área de mais de um lote, tendo em média quatro membros por grupo familiar.
Gráfico 1 – Quanto à inserção das mulheres no mercado de trabalho
QUANTO A INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO 19%
Mulheres exerce o Trabalho Formal
37%
44%
Mulheres exerce o Trabalho Autônoma
Em 217 famílias entrevistadas, identificou-se identificou se a presença de 126 mulheres aptas ao trabalho, das quais 37% exercem o trabalho formal, 56% são trabalhadoras autônomas e 19% mulheres exercem o trabalho informal. Destaca-se Destaca se que entre os labores autônomos e informais muitos vezes se encontram em condição precária. De acordo com Barron e Norris (apud, PENA, 1981, p. 50-51) 51) acerca do trabalho feminino, demonstram a caracterização em termos do conceito de m mercado de trabalho secundário, basicamente asicamente sob o argumento dos salários femininos mais baixos que os masculinos. Gráfico 2 – Quanto à renda familiar
QUANTO A RENDA FAMILIAR [PORCE NTAGE M] 25% 43% 29%
Famílias tem renda Menor que um salário mínimo
Apontou-se se que 03% tem renda menor que um salário, 25% recebem até um salário mínimo, 29% recebem até dois salários e 43% não declararam renda. Teresa Sales (1994) expõe que a questão das desigualdades sociais no Brasil vem desde a sociedade escravocrata, quando homens livres e pobres, dependentes de favor dos senhores de terras, amesquinhavam-se se na sombra de suas dádivas.
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Gráfico 3 – Quanto a famílias inscritas no CRAS
QUANTO A FAMÍLIAS INSCRITAS NO CRAS 26% 74%
Famílias declararam que são inscritas no CRAS
Neste gráfico registrou-se registrou se que 26% declararam não serem inscritas no CRAS, 74% declararam que não são inscritas e não reconhecem a referida instituição. O Centro de Referência de Assistência Social - CRAS, conhecido como “casa das famílias” vem atuar como principal porta de entrada ao Sistema único de Assistência Social SUAS, tendo o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF como carro chefe para a realização de atividades com caráter continuado e função protetiva, preventiva e proativa, visando a promoção e usufruto de direitos e qualidade de vida. Os resultados visualizados nos referidos gráficos apresentam um contingente de famílias e indivíduos sem o acesso a programas e serviços de acordo com sua vulnerabilidade, assim como, o atendimento psicossocial a individual ou família.
CONCLUSÃO:: A experiência experiência neste primeiro momento tem proporcionado aos pesquisadores relevante aprendizagem no que se refere ao processo de urbanização, as dificuldades enfrentadas a partir do descaso do poder público, enfim, do próprio Estado diante das necessidades enfrentadas por contingente de famílias e indivíduos, muitas vezes sem acessar direitos por falta de informação. Segundo Yazbek (2003) a assistência é, pois, como as demais políticas do campo social, “expressão de relações sociais que reproduzem os interesses em confronto confronto na sociedade, por exemplo, a exploração, a dominação e a resistência, num processo contraditório em que se acumulam riqueza e pobreza”. Mas observa-se observa se que mais da metade da população não está acessando o que os serviços ofertados pelos equipamentos do do SUAS, portanto, tão somente, não pode ser responsável pela reprodução da pobreza. Ao fim da pesquisa será possível analisar outros aspetos e efetivar o cruzamento de dados como a educação, moradia, a subjetividade dos moradores da comunidade em relação às necessidades identificadas pelos habitantes, a fim de que se realize um diagnóstico mais
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aproximado da realidade das famílias existentes no bairro da Nova República, o que certamente, fornecerá subsídios para futuras intervenções frente às questões sociais vivenciadas pela população local.
REFERÊNCIAS ADAS, Melhem. Geografia: construção do espaço geográfico brasileiro. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2002. PENA, Maria Valéria Junho. Mulheres e trabalhadoras: presença feminina na constituição do sistema fabril. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. (coleção o mundo, hoje; vol. 40) POCHMANN, Marcio; BLANES, Denise; AMORIM, Ricardo (Coords.). Inclusão social: uma utopia possível: Impacto das políticas públicas de Mato Grosso do Sul. São Paulo: Cortez, 2006. SALES, Teresa. Raízes da desigualdade social na cultura política brasileira. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, nº 25, ano 9, jun., 26-37, 1994. YAZBEK, Maria Carmelita. Classes subalternas e assistência social. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2003.
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NTRE A OBRIGATORIEDADE DA LEI E A PRÁTICA DOCENTE: UMA ANÁLISE SOBRE A LEI 10.639/2003 Valdenira Silva de Melo 1
[email protected] Wilverson Rodrigo S. de Melo 2
[email protected] RESUMO – Este presente trabalho visa fazer uma breve análise sobre a lei 10.639/03 (que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos de Educação Básica) a partir da pesquisa bibliográfica, relatos de experiência e estudo de caso nas escolas de Santarém. Atualmente, é perceptível as mudanças e transformações pela qual passa a educação brasileira, em relação às questões raciais especificamente relacionada à lei 10.639/03, porém, é imprescindível lançarmos olhares sobre os sujeitos responsáveis pela efetivação dessa lei, compreendendo o Estado como o articulador e incentivador de uma política pública inclusiva e ao mesmo tempo remissiva, que garanta aos cidadãos principalmente ao afrobrasileiro ter sua história e cultura sendo apreendida e disseminada, haja vista que o negro não foi apenas um estrangeiro que se incorporou a sociedade brasileira colonial tida como “branca”, o negro em si foi responsável pela construção dos alicerces econômicos e culturais que sustentam os pilares atuais da nação brasileira. Neste ínterim é que se deve entender a escola como instituição social responsável pela construção do saber e compreender dentro do universo das pluralidades e multiculturalismo o aluno negro e a formação de sua identidade cultural. PALAVRAS-CHAVE: lei 10.639/03, relações étnicos raciais, identidade e docência.
INTRODUÇÃO Muito tem se discutido sobre as relações raciais no Brasil, tanto nos movimentos sociais em particular ao Movimento Negro, quanto no meio acadêmico, nas políticas públicas e na sociedade em geral, porém, tais discussões são imbricadas por conceitos e olhares diversificados. Nesse contexto, este trabalho objetiva discutir os dez anos de implementação da lei 10.639/03 na Educação Básica e sua aplicabilidade, em especial nas escolas públicas, da cidade de Santarém, no estado do Pará. Visa também, mostrar a atuação do governo como um dos responsáveis pela efetivação desse processo e a prática docente frente a esses novos desafios. Sabe-se, que tal aplicabilidade é obrigatória, no entanto, romper com uma educação bancária nas palavras de Paulo Freire é estar disposto a permitir a voz de sujeitos silenciados e subjugados numa sociedade desigual e discriminatória. Compreende-se que esforços têm sido feitos no sentido de efetivação da lei 10.639, porém, essa é uma ação conjunta entre governo, professores, alunos, gestores e todos aqueles que pensam e fazem a educação no país. Daí os questionamentos: Há exatamente uma década e alguns meses, a efetivação dessa lei já é uma realidade nas escolas públicas brasileiras? 1
Especialista em Ensino de História do Brasil pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) Orientador/Co-autor - Prof.º Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2
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Qual o impacto dessa proposta à prática docente? Como observar o posicionamento governamental em cumprir com esse reparo social à matriz africana? Certamente estas inquietações fazem parte do arcabouço dos profissionais que militam pelo ideal de aprofundar os estudos sobre a História e Cultura africana e afro-brasileira no sentido de amalgamar aos estudos culturais brasileiros na preeminência de descontruir arquétipos ideológicos assentados sobre o mito da democracia racial e o preconceito – Não obstante, se está prática está longe daquilo que se convenciona como aceitável, acalma saber que as inúmeras discussões sobre esta educação inclusiva que elenca as relações étnico raciais de certa forma têm conquistado significativas mudanças. MÉTODO Este trabalho foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas e de diálogo com teóricos que discutem a implementação e a aplicabilidade da lei 10.639/2003, as políticas públicas, docência e relações étnico-raciais, no sentido de interpretar o longo processo de aplicabilidade da lei que em sua essência tem a prerrogativa de reparar todos os danos causados no decorrer do processo histórico aos africanos e seus descendentes, não somente no sentido econômico, mas principalmente no cultural por furtar do africano a sua escrita e protagonização na história sociocultural do Brasil, principalmente no que tange a formação do país como Estado-nação. A priori a partir da pesquisa bibliográfica procurou-se selecionar textos e teóricos que trabalham estas temáticas analisando a necessidade de mudanças na educação e nas relações étnico-raciais. Posteriormente, o trato metodológico buscou analisar os principais pontos comentados por esses autores e a forma como podem ser trabalhados na sala de aula. Finalizada o processo de reunião de teses e dados sobre a temática, de forma minuciosa foi realizada a interpretação e sistematização desses apontamentos discursivos que levaram a configuração deste presente trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para que haja a efetiva implementação e aplicabilidade da lei 10.639/2003 é imprescindível o comprometimento dos atores envolvidos nesse processo. Em relação ao Estado brasileiro, este, tem promovido ainda que timidamente eventos voltados para a temática, mas não o necessário para fazer valer de fato e de direito essa obrigatoriedade nos currículos escolares. A escola tem negado a formação da identidade do aluno, pois como tal, não abre espaço
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para a discussão da diversidade étnica das matrizes culturais que formam o povo brasileiro. Nesse sentido, é visível na sala de aula a reprodução de uma história europeizante, dos dominadores e dos grandes heróis. Do lado menos favorecido está à população negra e mestiça, que mesmo sendo maioria, tem ficado à margem do reconhecimento e da valorização nas relações raciais, sociais e políticas. Nessa perspectiva, Moura (2005, p.79) assevera: [...] quero enfatizar o descaso da escola pelo reconhecimento das múltiplas "identidades" e pelas diferentes culturas dos diversos segmentos que historicamente integraram a formação para o exercício da cidadania. Essa multiplicidade de raízes da nossa formação cultural não pode ser desconsiderada, sob pena de se priorizar apenas a visão de mundo de um daqueles segmentos, à exclusão de todos os outros.
A autora questiona o reconhecimento das múltiplas identidades. Mas, o que vem a ser identidade? Qual sua inserção no campo epistêmico da diversidade étnica? Segundo Gomes (2005, p.41) "a identidade não é algo inato. Ela se refere a um modo de ser no mundo e com os outros. É um fator importante na criação das redes de relações e de referências culturais dos grupos sociais”. Algo de definição complexa, mas que abrange não somente o aspecto cultural como também os demais níveis de organização de uma sociedade, evocando as diferenças nessas múltiplas identidades. Dessa forma, para que haja ruptura dessa prática histórica, é necessário que a escola reveja a sua práxis-educativa, reconhecendo a diversidade da formação de seus alunos e as suas experiências de vida. A necessidade urgente de minimizar um discurso simplista sobre a obrigatoriedade da lei em questão contrapõe-se ao domínio e busca em conhecer a História da África e da Cultura africana. Por isso, falar de temas de História da África e da cultura Afro-brasileira em nosso país é uma tarefa difícil, pois, muitos são os fatores que contribuem para esse dilema, dentre eles, destaca-se, a falta de conhecimento sobre a História Africana e a quase ausência de materiais didáticos voltados para o negro e a sua diversidade cultural. Sabe-se que ao longo do processo histórico a imagem que se construiu da África e de seus descendentes foram imagens negativas, de escravização e de exclusão do negro no cenário socioeconômico, político e cultural do país. Para rever esse cenário histórico, é fundamental conhecer a história da África, para melhor compreender a identidade brasileira. Não se pode mais negar a participação africana em nossa formação, antes é necessário e urgente lançar um novo olhar ao negro, pela especificidade de sua história na formação e construção da sociedade brasileira.
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CONCLUSÃO Especificamente no contexto escolar e nas aulas de História, o estudo da cultura negra se faz necessária para que os alunos, inclusive o afrodescendente se perceba como tal, despertando em si um processo de auto aceitação de sua negritude e dos valores dos seus antepassados. O desafio postos aos professores especialmente os de História é a efetivação prática da Lei 10.639/03. Todavia, para que ela aconteça de fato, é necessário à capacitação dos docentes e o interesse em buscar conhecer essa história comum entre África e Brasil, para que o aluno possa reconhecer e formar a sua identidade e seus valores éticos e morais. Como afirmar Melo (2013) “penso também que é necessário descontruir estereótipos imbricados de poder seja no âmbito científico-político ou de setores religiosos fanáticos que demonizam e subalternam a história e cultura africana e afro-brasileira”. Assim, sendo é necessário o professor se despojar da velha prática educativa, de seus conceitos préconcebidos, deve propiciar uma educação fundamentada nos direitos humanos e no viés interculturalista, assim como deve ir em busca do novo –diria voltar ao princípio, refundare), fazer a mudança acontecer, valorizando a matriz africana, e concomitantemente contemplando discussões sobre as contribuições das matrizes ameríndias, asiáticas e muçulmanas, dentre outras. Não se trata de responsabilizar exclusivamente a escola, e sim, chamar atenção que entre a efetivação da obrigatoriedade da lei e a prática docente há uma lacuna muito grande. Se essa obrigatoriedade viesse nos currículos de Educação Básica como disciplina, talvez minimizasse essa disparidade entre a teoria e a prática. Uma década de implementação da lei 10.639/2003 já se passou. Muitas discussões, alguns eventos, escolas referências em seus municípios, tudo isso, faz parte da política governamental, porém, a necessidade de investir na formação específica do professor precisa ser priorizada, quando o for, acredita-se que haverá um novo olhar para as questões étnicas raciais. Diante do exposto, para modificar tal realidade é necessário o esforço de todos os envolvidos no processo educativo, tanto governo, quanto escola, alunos e professores. Cabe à escola, especificamente ao professor, oportunizar discussões acerca da diversidade cultural na sala de aula, para que o aluno possa ter referência positiva da matriz cultural negra, se interessem e se identifiquem com tal grupo étnico, valorizando as contribuições que eles tiveram na nossa cultura. Conforme afirma Gomes (2005, p.60):
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“A escola tem um papel importante a cumprir nesse debate. Os (as) professores (as) não devem silenciar diante dos preconceitos e discriminações raciais. Antes, devem cumprir o seu papel de educadores (as), construindo práticas pedagógicas e estratégias de promoção da igualdade racial no cotidiano de sala de aula. Para tal é importante saber mais sobre a história e a cultura africana e afro-brasileira, superar opiniões preconceituosas sobre os negros, denunciar o racismo e a discriminação racial e implementar ações afirmativas voltadas para o povo negro, ou seja, é preciso superar e romper com o mito da democracia racial.”
Portanto, efetivar a aplicação da lei 10.630/2003, é falar da cultura negra, é ampliar olhares sobre a multiplicidade de atores envolvidos na formação de uma nação. É abrir espaço para discutir o indiscutível, é dar voz a personagens historicamente calados, mas do que fazer a lei ser cumprida, abarcar essas discussões sobre a história e cultura africana e afro-brasileira implica em falar de si, falar da gênese do povo brasileiro, pois como assevera Munanga (1996, p.216) “devemos atentar pelo fato de que somos um povo miscigenado; e, acima de tudo, é a diversidade biológica e cultural que dificulta a nossa união e o nosso projeto enquanto povo e nação somos frutos de anos de mistura, portanto miscigenados”. REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. GOMES, Nilma Nino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. In: Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03/ Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Edições: MEC/BID/UNESCO,2005, p.40-60. MELO, Wilverson Rodrigo Silva de. Análise dos 10 anos de implementação e aplicabilidade da Lei nº 10.639/03: conquistas, desafios e perspectivas na formação de professores. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA. VI, 2013, Maringá. Democracia e Autoritarismo no Mundo Contemporâneo... Universidade Estadual de Maringá: Ed. UEM. Bianual, 2013. Trab. 438. ISSN: 2175-4446 (ON-LINE). MOURA, Glória. O direito à diferença. In: Superando o racismo na escola. 2ª edição revisada / Kabengele Munanga, organizador - [Brasília]: Ministério da Educação, Secretaria de Educação continuada, Alfabetização e diversidade, 2005, p.78-85. MUNANGA, Kabengele. As facetas de um racismo silenciado. SCHWARCZ, Lilia K. M. e QUEIROZ, Renato da Silva (Org.). Raça e Diversidade. São Paulo: Edusp, 1996. p. 213-229.
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CONCRETO COM ADIÇÃO MINERAL: CINZA (SÍLICA) DA FIBRA DE BANANEIRA Paulo Henrique lobo Neves1 Antônio de Sousa2 Alinne Beatriz S. de Almeida3 Emerson Lima Matos4 Sergio Wallace Lopes5
[email protected] RESUMO: As questões ambientais na atualidade têm propiciado inúmeras discussões acerca da sustentabilidade. É neste contexto que se fundamenta o presente estudo sobre o desenvolvimento de um concreto com cinzas de fibras de bananeira. Após a colheita da banana, o ciclo da bananeira finda e novos rebentos surgem a partir do rizoma, que permanece no solo. O pseudocaule, uma vez extraído, caso não tenha uma destinação, serve de hospedeiro para o bicudo, que pode depositar os ovos no rizoma e contaminar a nova planta. É esse pseudocaule a matéria-prima para produção de fibras, que será transformada em cinzas e entrará como adição no concreto. Pensando nisso resolveu-se adicionar à argamassa do concreto materiais pozolanicos. Com foco na sustentabilidade, que hoje em dia é essencial, foi desenvolvida tal pesquisa/experiência com as cinzas da fibra do pseudocaule da bananeira, com o intuito de se obter concreto com características mais resistentes de baixo custo, qualidade, durabilidade e sustentabilidade. PALAVRAS-CHAVE: Cinza, argamassa, resistência.
INTRODUÇÃO: O concreto possui uma série de características que lhe garantem o posto de material estrutural mais utilizado do mundo, sendo o maior produto produzido pelo ser humano nos dias atuais (ISAIA 2011). Apesar disso, as questões ambientais na atualidade têm propiciado inúmeras discussões acerca da sustentabilidade. Para JOHN (2000) a indústria da construção civil é uma das maiores recicladoras da economia, com grande potencial de aumento na capacidade da utilização desses materiais, devido à grande demanda por matérias primas como agregados e Pozolanas para redução do consumo de cimento. De acordo com CINCOTTO (1998) a utilização de resíduos provenientes de atividades extrativistas e da produção agrícola na obtenção de novos materiais para a construção civil deve-se a necessidade de redução do consumo dos insumos de fontes não renováveis, atendendo aos requisitos de sustentabilidade, economia e ecologia. O uso de adições minerais na construção civil é anterior à invenção do cimento, tendo iniciado, segundo Malhotra e Mehta (19696) citado por Dal Molin, no período de 1.500 a.C. A classificação de adições minerais como material pozolânico é definido pela ABNT NBR 12653:1992-Materiais pozolânicos, como um material silicoso ou sílico-aluminoso, que por si só possui pouca ou nenhuma propriedade cimentícia, mas, quando finamente dividido e na presença de umidade, reage quimicamente com o hidróxido de cálcio, à temperatura ambiente, 1 2
Engenheiro civil – especialista – IFPA/CEULS-LBRA Acadêmicos do curso técnico em Edificações – IFPA
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para formar compostos com propriedades cimentantes. A classificação quanto à origem, de acordo com a NBR 12653:1992 são: Naturais – materiais de origem vulcânica, ou sedimentar; Artificial – Materiais proveniente de tratamento térmico (argilas calcinadas ou termicamente ativadas). Tanto materiais naturais como artificiais podem necessitar de um tratamento adicional (britagem ou moagem), para se adequar como material pozolânico para o uso em cimento e concreto. A folha de bananeira apresenta atividade pozolânica quando calcinada a uma temperatura de 850°C, sob fluxo de ar, e tempo de queima de 1 h. A granulometria da cinza resultante pode ser ajustada para a mistura em argamassa e concreto em moinho de bolas (KANNING, 2010). Ainda segundo (KANNING 2013 apud LIMA et al., 2007 apud JOHN et al., 2003), tal como as cinzas citadas, qualquer cinza vegetal, desde que em estado amorfo, finura adequada e composição química com elevado teor de sílica podem ser empregados como adição mineral. É neste contexto que se fundamenta o presente estudo sobre o desenvolvimento de um Concreto com adição de cinzas de fibras de bananeira.
MÉTODO: Após a colheita do cacho, foi retirado o pseudocaule, que são as partes que começam depois do rizoma e vão até o começo das folhas (o “tronco”). O pseudocaule da bananeira é composto pelas bainhas que, por sua vez, têm, em seu interior, uma camada de ar que faz com que o material tenha um volume maior e retenha a umidade no interior das paredes das fibras, também tendo em seu interior um palmito comestível, se cozinhado, o mesmo será descartado nesse momento. Após a extração do pseudocaule da bananeira, o processo se dividiu nas seguintes etapas: o corte ou desdobramento, o cozimento, que foi feito em água, utilizando um recipiente de metal com capacidade de dezoito litros, a uma temperatura média de ±140ºC, por um tempo de cozimento de uma hora, quando se verificou que a poupa se soltava da fibra. Para o cozimento se utilizou quatro quilos de carvão vegetal. O despolpamento foi feito manualmente lavando em água corrente até que a poupa se soltasse das fibras. A secagem foi feita em estufa com temperatura de 110°C, na sequencia procedeu-se a queima de parte da matéria prima em questão para a produção da cinza, a parte restante será torrada em forno à temperatura de 450°C por duas horas, depois de esfriada a amostra será então triturada
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utilizando-se um equipamento para dispersão de solo a fim de obter partículas super finas. Será elaborado um traço com concreto convencional, de referência, sem adições com a resistência de 25 Mpa retirando-se 07 (sete) amostras para ensaios de caracterização de resistência mecânica, em seguida será adicionada a cinza obtida na queima ao fogo com 10% em massa em relação com o cimento, depois será adicionada ao concreto convencional a cinza obtida pela trituração da fibra torrada nos percentuais de 10% e 15% em massa em relação ao cimento, serão moldados 07 (sete) CP´s para cada modalidade de substituição, os CP´s serão ensaiados aos 28 (vinte e oito) dias para verificação dos resultados obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em andamento Fig. 01 – Fervura para separação da polpa
Fig. 02 Despolpamento após fervura
Fig.03 Preparação para secagem
Fig. 04 Desidratação em estufa a 110°C
Fonte: os autores
REFERÊNCIAS: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12653/92. Materiais pozolânicos – Especificação. Rio de Janeiro, 1992.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13280/05. Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido. Rio de Janeiro, 2005. CINCOTTO, M. A.; KAUPATEZ, R. M. Z. Seleção de materiais quanto a atividade pozolânica. Tecnologia das Edificações. São Paulo: 1988. IPT-PINI. DAL MOLIN, D. C. C. Adições minerais: In: Concreto: ensino, pesquisas e realizações/ editor Geraldo Cechella Isaia. São Paulo: IBRACON, 2011. 1v. Cap. 08 HASPARK, PAGAN, N. Reação Álcali-Agregado no concreto Concreto: In Concreto Ciência e tecnologia, 1ª edição-2v. Editor Geraldo Cechella Isaia. São Paulo: IBRACON, 2011. 1v. Cap. 27 KANNING, Rodrigo Cézar, março 2013 – Tese de doutorado sobre as cinzas da folha da bananeira como adição no concreto. NBR 12653 NITA, C. JOHN, V. M. Materiais pozolânicos: o Metacaulim e a Sílica ativa. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. Departamento de Engenharia de Construção Civil. ISSN 0103-9830. BT/PCC/451. São Paulo, 2007. SOUZA, Vicente Custódio de, 1948 – Patologia, recuperação e reforço de estrutura de concreto/Vicente Custódio Moreira de Souza e Thomas Ripper – São Paulo: Pini, 1998.
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A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE UNIVERSITARIOS SANTARENOS QUANTO AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DE CASO EM SANTARÉM-PA LIMA, Gleicy Oliveira1 GAMA, Maria Sheyla Cruz2
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RESUMO - A crescente globalização tem estabelecido grande mudança na sociedade, como econômicas, politicas e culturais em várias áreas da atividade humana. Esta situação tem favorecido a discussão de diversos temas de interesse mundial, como o meio ambiente. O presente trabalho tem como objetivo investigar principalmente as representações sociais do termo meio ambiente, veiculadas ou expressas nas definições de acadêmicos de uma universidade santarena. O embasamento teórico pautou-se principalmente em Reigota (1995), Sauvé (1994), Alexandre (2004), Jodelet (1998), entre outros. A pesquisa foi constituída de perguntas abertas sobre a problemática ambiental, cujos dados coletados serviram de demonstração em gráficos. Analisando os resultados, observou-se que a maioria dos acadêmicos possui uma concepção naturalista, haja vista a definição predominante de meio ambiente relacionado ao conjunto de elementos vinculados à flora e à fauna. Conclui-se que a ação educativa escolar ou não escolar deve implicar em mudança de perspectiva quanto ao termo meio ambiente, que envolve aspectos culturais, históricos, econômicos e políticos, os quais definem as condições atuais da problemática ambiental. Portanto, uma representação social do termo em pauta deve incluir o próprio ser humano como parte do meio ambiente e as múltiplas relações desse com a natureza. Palavras-Chave: Representações Sociais; Meio Ambiente; Universitários.
INTRODUÇÃO Com a globalização, percebemos uma imensa mudança relacionada às questões ambientais. O mundo passa por diversos problemas ambientais e a relação homem/natureza propõe cada vez mais ações preventivas com intuito de se diminuírem os impactos da ação humana. Torna-se urgente e necessário a discussão destas questões em âmbito escolar, possibilitando às toda a sociedade uma reavaliação crítica perante estas situações. Portanto, para dirimir as questões ambientais, é importante ter um conhecimento da realidade e como as pessoas observam o meio ambiente onde estão inseridas: seus valores, cultura, modos, hábitos e seus problemas, as representações criadas tanto no nível social quanto individual. Um conceito importante ao presente trabalho reside na compreensão do termo representação social, que implica justamente na percepção conceitual que um grupo social adquire acerca dos fatos que ocorrem na sociedade. Segundo Alexandre (2004), o termo representação social advém da Sociologia e da Antropologia e foi utilizado principalmente por Durkheim e Moscovici, respectivamente. Este último, a partir da influência de Sausurre, Piaget, Vygotsky e outros descreveu o processo de emergência de um conceito social, ou seja, de uma representação social. Jodelet (1998) demonstra alguns elementos importantes para a 1 2
Acadêmica do VI Semestre de Letras, Bolsista PROICT Professora do CEULS ULBRA, Pesquisadora do PROICT
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constituição da representação social, já anunciadas por Moscovici o qual apresenta dois processos importantes para a sedimentação da representação acerca de um objeto: objetivação e a ancoragem. O primeiro termo reside na capacidade humana de classificar algo na realidade, como transformar algo abstrato em algo perceptível no mundo das relações sociais; refere-se à capacidade humana de classificar ou dar nome a “alguma coisa”. Os processos que vão objetivar algo implicam em naturalizar um conceito para então classificá-lo em determinada instância valorativa das relações sociais. É nessa vinculação do “novo” com o pré-existente que temos a ancoragem, encarregada de localizar o conceito como ruim ou bom dentro de um conjunto de ideias cristalizadas e partilhadas pelo grupo social. Na descrição da representação social, Jodelet (1998) ressalta as seguintes características das mesmas: são sempre representação de um objeto; apresentam caráter imagético, com constante influência mútua entre a percepção e o conceito; portanto são simbólicas e significantes e constroem valores por serem autônomas e criativas. A representação social sobre um termo específico nasce então das condições históricas, sociais, cognitivas, culturais do grupo onde o sujeito faz parte. É nesse contexto amplo das condições sociais que impulsionam o pensar coletivo que este trabalho explora a representação social do meio ambiente. Sobre o conceito da representação social em Moscovici, Reigota (2003, p. 21) destaca: Um sistema de valores, ideias e práticas, com uma dupla função: primeiro, estabelecer uma ordem que possibilitará às pessoas orientar-se em seu mundo material e social e controlá-lo; e, em segundo lugar, possibilitar que a comunicação seja possível entre os membros de uma comunidade, fornecendo-lhes um código para nomear e classificar,sem ambiguidade, os vários aspectos de seu mundo e da sua história individual e social.
A partir de Reigota (1998) e Sauvé (1997), elegeram-se os seguintes conceitos mais comuns ou representações sociais de meio ambiente para embasar a implementação da presente pesquisa. O primeiro conceito diz respeito ao meio ambiente a partir de uma noção naturalista, da qual o homem não aparece como constituidor do meio ambiente. A segunda representação diz respeito ao conceito de meio ambiente como um problema a ser resolvido e o terceira aborda o meio ambiente como a integração de todas as realidades que condicionam a relação do homem com a natureza, quais sejam as dimensões social, cultural, política, econômica.
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METODOLOGIA Esta pesquisa buscou investigar a representação social dos acadêmicos de uma universidade versidade em relação ao termo meio ambiente. Foi utilizado um questionário com perguntas abertas, que versava sobre a problemática do meio ambiente. As questões que compuseram o referido questionário são as seguintes: O que é meio ambiente para você? Quais são as causas do problema ambiental? Quais são as saídas para a resolução do problema? As perguntas em sequência ajudaram a identificar as reais noções sociocognitivas que embasaram as respostas, uma vez que a pergunta seguinte fornecia pistas para compreensão ensão e análise das perguntas anteriores. RESULTADOS E DISCUSSÕES Em relação à primeira pergunta do questionário, coletaram-se coletaram se as seguintes ocorrências em relação à representação de meio ambiente. Concepções de Meio Ambiente Concepção Naturalista
Problema a ser resolvido
Concepção integrada
2%4%
94%
Gráfico 1 – Autoria: as autoras
Como se nota no gráfico 1, a grande maioria dos alunos representa o meio ambiente como sinônimo de natureza, concebendo o termo como algo estritamente biológico, o que demonstra emonstra uma dissociação entre a dimensões social, humana e biológica ao considerar o termo meio ambiente.
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Causas da Problemática Ambiental 3% 3%
1- Comportamento
41%
53%
2- Setor ecônomico e ação Comportamental 3- Governo 4- Causas Conjuntas
Gráfico 02 – Autoria: As autoras
Os dados acima ilustram a condição dos entrevistados em atribuir a algum segmento social as causas da problemática. Os índices apontam maciça parcela dos entrevistados que atribuem ao comportamento das pessoas a causa maior da degradação da natureza.
Soluções à Problemática Ambiental Síntese dos Segmentos 2%
Ação Governamental 18% Iniciativa Econômica 8% Comportamento Individual 72%
Gráfico 3- Autoria: As autoras
O gráfico 3 ilustra a incidência do comportamento para o enfrentamento da questão ambiental. Este é concebido como a solução que atingirá as dimensões do problema em todas as suas esferas.
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CONCLUSÃO Uma das constatações mais importantes que se tem a inferir dos dados obtidos com a pesquisa diz respeito ao papel do comportamento individual tanto como causador quanto como aquele que está na base da resolução dos problemas ambientais. Mais ilustrativo ainda é o fato de se perceber o meio ambiente como algo vinculado estritamente à natureza, da qual o homem não faz parte, a não ser como causador da degradação. Disso decorre uma percepção do meio ambiente não pautada em redes de interações mais amplas que envolvem os aspectos históricos, culturais, econômicos, políticos. Assim representado, o meio ambiente não implicaria em transformações mais estruturais para constituir-se em legado mundial. Bastaria ao ser humano a atitude de preservá-lo, cuidar para que as gerações futuras possam usufruí-lhe.
Essa visão
unidimensional do termo tem repercussões imediatas sobre o tratamento da questão, em termos de causas, conseqüências e soluções, na medida em que o tratamento irá implicar também em noções que resgatem a dimensão do comportamento individual como o maior propulsor de mudanças; confirma-se então a visão unidirecional sobre a problemática do meio ambiente. Tal postura pode ser explicada mediante a crença de que somente a mudança da consciência individual transforma o todo. Trata-se de uma crença válida, no entanto, não suficiente, pois, conforme os dados do gráfico 2 mostram, o componente econômico tem intensa relação com a problemática; há que se atuar em nível acima ao individual, ao comportamental. Portanto, a representação social de meio ambiente e sua problemática implica em atitudes de educação ambiental mais condizentes com uma metodologia crítica e reflexiva que seja capaz de alterar os padrões vigentes acerca do meio ambiente e construir representações escolares que vão ao encontro da complexidade da questão e que sejam mais próximas de uma visão integrada pelas múltiplas esferas que ocasionam os problemas ambientais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRE, Marcos. Representação Social:uma genealogia do conceito. Revista Comum - Rio de Janeiro - v.10 - nº 23 - p. 122 a 138 - julho / dezembro 2004. JODELET, Denise. Representação Social: um domínio em expansão. Paris: PUF, 1989, pp. 31-61. Tradução: Tarso Bonilha Mazzotti. Revisão Técnica: Alda Judith Alves-Mazzotti. UFRJ- Faculdade de Educação, dez. 1993. Uso escolar, proibida a reprodução.
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SAUVÉ, Lucie. Educação ambiental e desenvolvimento sustentável: uma análise complexa. Revista de Educação Pública, Mato Grosso: UFMT, 6(10):72-103, jul-dez. 1997. REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e Representação Social. São Paulo: Cortez, 1995. FRANCO, Laura Maria Puglisi Barbosa Franco.Representações ideologia...Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, jan./abr. 2004.
sociais,
SILVA, MariaLúcia Alves e; GOMES, Edvânia Torres Aguiar; SANTOS, Maria de Fátima de Souza.Representação social de natureza e educação ambiental.Estudos de Psicologia 2005, 10(1), 41-51.