Coleção Fábulas Bíblicas Volume 62 - A Farsa Da Cronologia Bíblica

January 16, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 62

A FARSA DA CRONOLOGIA

BÍBLICA Mitologia e Superstição Judaico-cristã

JL [email protected]

Sumário Introdução .................................................................................. 4 1 - Anacronismos da Cronologia Bíblica de Ussher ............................ 5 2 - Resumo da Cronologia de Ussher: ............................................. 6 1 - A Ignorância de Ussher ...................................................... 7 3 - Detalhes da cronologia de Ussher ............................................ 10 1 - 4004 AEC ...................................................................... 15 2 - 3873 AEC ...................................................................... 17 3 - 3768 AEC ...................................................................... 19 4 - 3678 AEC ...................................................................... 20 5, 6, 7, 8, 9, 10 - 3608 AEC .................................................. 21 11 - 2348 AEC ..................................................................... 21 12 - 2348-2345 AEC ............................................................ 26 13, 14, 15, 16, 17, 18 - 2310-2154 AEC ................................. 32 19, 20 - 2125 - 1920 AEC ..................................................... 33 21, 22 e 23 - 1919 a 1908 AEC .............................................. 33 24, 25, 26, 27 e 28 - 1894 - 1704 AEC ................................... 33 29, 30 - 1489 - 1009 AEC .................................................... 43 31 a 48 - 931-533 AEC ......................................................... 47 49 - 533 AEC ...................................................................... 48 50 - 455 AEC ...................................................................... 49 51 - 33 AEC ........................................................................ 49 52 - 36 AEC ........................................................................ 50 53 - 1996-97 AEC ................................................................ 50 Conclusão ........................................................................... 52 Fontes: .............................................................................. 53 6 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ........................................ 54 Mais conteúdo recomendado ................................................. 55 Livros recomendados ............................................................ 56

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Introdução A cronologia para as origens do mundo baseada na Bíblia é de uma infantilidade e ignorância que chega a dar dó das pessoas que conseguem ser iludidas e enganadas com ela. Em cinco segundos pesquisando no Google se descobre que quando o deus bíblico estava criando o mundo, este já estava cheio de nações organizadas em torno da crença em outros deuses muito mais antigos, também criadores de tudo. Este fato histórico irrefutável deixa apenas uma alternativa possível ao deus bíblico: é um simples plágio de deuses criadores mitológicos mais antigos. Aqui analisaremos apenas a cronologia de Ussher, a mais aceita e a única que chegou a ser impressa na Bíblia, em todas as bíblias calvinistas do século 17.

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1 - Anacronismos da Cronologia Bíblica de Ussher

A cronologia de Ussher é a mais utilizada pelos criacionistas fanáticos para explicar quando ocorreram os fatos narrados na Bíblia. Foi criada pelo arcebispo anglicano James Ussher, que em 16501 publicou “Os Anais do Mundo” tentando explicar quando começou o mundo ou o Universo. Apesar do homem já ter descoberto que o mundo ultrapassa os bilhões de anos, essa maioria de fanáticos prefere seguir negando as evidências e confiar nas conjecturas de uma pessoa do século XVII, que desconhecia as descobertas que a arqueologia faria mais tarde, (entre outras ciências) e que desmentiriam por completo os mitos infantis deste livro tão estimado para muitos, que é a Bíblia mitológica cristã.

Note que ainda no século 17 era impensável para qualquer cristão uma interpretação não literal da Bíblia, sendo considerada a palavra final em todos os assuntos e ciências. 1

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2 - Resumo da Cronologia de Ussher: Anos 1656 anos 429 anos

430 anos 480 anos 407 anos 147 anos

490 anos

4039 anos 1962 anos

Periodo Desde a criação até o dilúvio Desde as inundações a partir de Harã até Abraão Desde a saída de Abraão até o Êxodo Êxodo até o 4º ano de Salomão Do 4º ano de Salomão a Nabucodonosor Do 1º ano de Nabucodonosor até o 7º de Artaxerxes I Do 7º ano de Artaxerxes I até a conversão de Cornélio Desde a criação até a conversão de Cornélio Desde a conversão de Cornélio até o retorno de Cristo em 1995/7 EC

Anos 0000

Ano 4004 AEC

Evento Adão foi criado

1657

2347 AEC

Inundações

2085

1919 AEC

Saída de Abraão

2995

1009 AEC

4º ano de Salomão

3401

603 AEC

Nabucodonosor I

3471

533 AEC

7º ano de Artaxerxes I

4039

33 EC

Cornélio

4543

537 EC

Mesquita de Omar

6000

1997 EC

Retorno de Cristo2

Como comprovaremos, esta cronologia usada pelos criacionistas “peca” por desconhecimento, pelos erros de cálculo devido aos conhecimentos de Ussher e está baseada (como toda religião) no argumento circular de sempre: pressupor que o que é afirmado na Bíblia é correto e, a partir disso, tentar forçar todo o conhecimento atual ao contexto bíblico, algo mais que impossível nos dias atuais.

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Veja AQUI, AQUI e AQUI porque Cristo não retornou em 1995.

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1 - A Ignorância de Ussher

1 - Champollion

Ussher desconhecia que posteriormente (século XVIII) se descobririam os hieeróglifos e que pessoas como Champollion descifraria o significado desses hieróglifos mostrando, entre muitas outras cosas, que as datas em que Ussher situava o dilúvio eram as datas nas quais os reis egípcios estavam construindo as pirâmides. Além de uma longa lista de linhagens reais initerruptas. Ou que mais tarde (1835 EC) se descobriria a escrita cuneiforme (Inscrição de Behistun), continuando com a descoberta de dezenas de milhares de tabuletas de argila, (Nínive, 1842 EC) que confirmariam a descoberta anterior, mostrando como era a vida, a religião e os costumes da Mesopotâmia em torno do ano 3300 AEC. Estas descobertas transformaram a cronologia de Ussher em uma bobagem sem pé nem cabeça. 7

2 - A Farsa do Êxodo Ussher desconhecia que o Êxodo não foi um fato real, como conta a Bíblia. Algo que a arqueologia atual já demonstrou. (Veja mais nos erros 29 e 30) 3 - A Farsa de Abraão Ussher situa Abraão no século XXI AEC. Um personagem anacrônico, levando em conta o uso de camelos como transporte de uma migração para o Egito, quando sabemos graças ao registro arqueológico que o camelo não foi usado como animal de carga até o início do século X AEC; e que este era desconhecido para os egípcios até depois desta data. (Veja mais nos erros 21 a 24). 4 - A farsa do Retorno de Jesus em 1995 Ussher afirma, baseado em seus cálculos, que outro personagem mitológico Bíblico, Jesus, regressaria em 1995 EC3. Coisa que não aconteceu. Apesar destas mancadas de Ussher, o crente crédulo prefere continuar aceitando não só as afirmações infantis de alguns nômades hebreus do primeiro milênio AEC, mas também aceita as dadas por um religioso no século XVII utilizando os conhecimentos de sua época, hoje completamente ultrapassados. Algo compreensível já que sua cronologia foi impressa em todas as Bíblias calvinistas dessa época. O criacionismo simplesmente segue o modelo ideológico desse século, quando se 3

Reveja AQUI, AQUI e AQUI porque Cristo não retornará jamais.

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considerava a Bíblia como um livro de história. Algo que foi pouco a pouco sendo descartado graças às explicações naturais desde Copérnico até Darwin, quem deu a patada final nessas crenças quando publicou “A Origem das Espécies”. Devido a isto desde então, se converteu no alvo principal a ser atacado, já que pelo visto, o créculo religioso crê que consegue descartar a evolução como explicação; e que seu personagem mitológico hebreu será considerado como única alternativa para explicar a nossa existência (agora rebatizado por esses religiosos com o nome pseudocientífico de “design inteligente”)

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3 - Detalhes da cronologia de Ussher Para melhor percebermos a quantidade de contradições inventadas por por Ussher e aceitas pela maioria desses criacionistas e defensores do desenho de falácias pouco inteligentes, analisemos agora esta cronologia mais 4 detalhadamente . Ussher considera como inicio o ano de 4004 AEC (concretamente 23 de outubro). Por esta razão o final do ano 6000 seria 1997 EC (aprox) já que, assim como expôs Dionísio, durante o nascimento de Jesus não haveria (nem há) um ano 0. Ano

Datação

Referência

Fato

Erro

0 131 236 326 396

4004 3873 3768 3678 3608

AEC AEC AEC AEC AEC

Gen 1:26 Gen 5:3 Gen 5:6 Gen 5:9 Gen 5:12

1 2 3 4 5

461

3543 AEC

Gen 5:15

623

3381 AEC

Gen 5:18

688

3316 AEC

Gen 5:21

875

3129 AEC

Gen 5:25

1057

2947 AEC

Gen 5:28

Adão e Eva são criados Sete nasce quando Adão tem 131 anos Enos nasce quando Sete tem 105 anos Cainã nasce quando Enos tem 90 anos Maalaleel nasce quando Cainã tem 70 anos Jarede nasce quando Maalaleel tem 65 anos Enoque nasce quando Jarede tem 162 anos. Matusalém nasce quando Enoque tem 65 anos. Lameque nasce quando Matusalém tem 187 anos. Noé nasce quando Lameque tem 182 anos.

6 7 8 9 10

Nota: “Ano” faz referência ao ano que começa “a criação”, segundo Ussher. “Datação” é o ano segundo a datação feita por Dionisio o Exíguo, segundo a qual Jesus nasceu 525 anos antes de propôla (segundo seus cálculos) e que era a usada pelo ocidente, AC (“antes de Cristo”); até ser mudada para AEC (Antes da era comum) e EC (Era comum). “Referência” é o versículo em que Ussher se baseia para estabelecer sua datação. “Fato” é o evento ocorrido, segundo esse versículo e que, para Ussher, é real e aconteceu como narrado na Bíblia. “Erro” é o número da nossa lista de anacronismos, onde analisamos as evidências que tornam essa datação falsa e cheia de contradições. “Em vermelho” destacamos os “eventos” mais conhecidos. 4

10

1656

2348 AEC

Gen 7:6

1659 1694

2345 AEC 2310 AEC

Gen 11:10 Gen 11:12

1724 1758

2280 AEC 2246 AEC

Gen 11:14 Gen 11:16

1788

2216 AEC

Gen 11:18

1820

2184 AEC

Gen 11:20

1850

2154 AEC

Gen 11:22

1879 2084

2125 AEC 1920 AEC

Gen 11:24 Gen 11:32

2085

1919 AEC

Gen 12:4

2095

1909 AEC

Gen 15:18

2096

1908 AEC

Gen 16:16

2110

1894 AEC

Gen 21:5

2144

1860 AEC

Gen 23:1

2147 2170

1857 AEC 1834 AEC

Gen 23:1 Gen 25:26

2300 2515

1704 AEC 1489 AEC

Gen 47:9 Gen 15:13

2995

1009 AEC

1 Reis 6:1

3031 3048 3051 3092 3117 3122

973 956 953 912 887 882

AEC AEC AEC AEC AEC AEC

3123 3129 3169

881 AEC 875 AEC 835 AEC

1 Reis 11:42 1 Reis 14:21 1 Reis 15:2 1 Reis 15:10 1 Reis 22:42 2 Reis 8:17 2 Reis 8:26 2 Reis 11:3 2 Reis 12:1

Noé tem 600 anos quando ocorre o dilúvio. Arfaxade tem 2 anos depois do dilúvio. Selá nasce quando Arfaxade tem 35 anos. Éber nasce quando Selá tem 30 anos. Pelegue nasce quando Éber tem 34 anos. Reú nasce quando Pelegue tem 30 anos. Serugue nasce quando Reú tem 32 anos. Naor nasce quando Serugue tem 30 anos. Terá nasce quando Naor tem 29 anos. Terá morre com 205 anos. (Durante o ano 206 de seu reinado) Abraão deixa Harã para entrar em Canaã. (sai aos 75 anos) Típica confirmação da Aliança: Abraão tem 85 anos. Ismael nasce quando Abraão tem 86 anos. Isaaque nasce quando Abraão tem 100 anos. Isaque é oferecido em sacrifício humano com 33 anos e meio. Sara morre com 127 anos. Jacé e Esaú nascem quando Isaque tinha 60 anos. Jacó entra no Egito com 130 anos. Veja-se Gal 4:28-30, Israel fica no Egito 215 anos até o Êxodo. Salomão coloca as fundações do templo 480 anos depois do Êxodo. (O 4º ano de seu reinado) Salomão reina durante 40 anos. Roboão reina durante 17 anos. Abias reina durante 3 anos. Asa reina durante 41 anos. Jeosafá reina durante 25 anos. Jeorão reina durante 5 anos (+3 prorex). Acazia reina durante 1 ano. Atalia reina durante 6 anos. Joás reina durante 40 anos.

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

31 32 33 34 35 36 37 38 39

11

3198 3250 3266 3282 3311 3366 3397 3401

806 754 738 722 693 638 607 603

AEC AEC AEC AEC AEC AEC AEC AEC

2 Rey 14:2 2 Rey 15:2 2 Rey 15:33 2 Rey 16:2 2 Rey 18:2 2 Rey 21:1 2 Rey 22:1 2 Rey 23:36

3471

533 AEC

Je 25:11-12

3471

533 AEC

2 Cro 36:22

3549

455 AEC

Ezra 7:7-8

4036

33 EC

Dan 9:27

4039

36 EC

Atos 10

6000

1997 EC

Heb 4:1-11

Amazias reina durante 29 anos. Azarias (Uzias) reina durante 52 anos. Jotão reina durante 16 anos. Acaz reina durante 16 anos Ezequias reina durante 29 anos Manassés reina durante 55 anos Josias reina durante 31 anos Jeoiaquim (Elialim) reina 4 anos antes de ser tributário de Nabucodonosor em seu 1º ano A terra de Israel serviu à Babilônia durante 70 anos. O decreto de Ciro permite a volta do cativeiro. Artaxerxes Longimanus faz um decreto para reconstruir Jerusalém O Messias é eliminado na metade da 70ª semana. Fim da 70ª semana, conversão de Cornélio e abertura da porta aos Gentios Regresso de Cristo – Fim do 6º dia (1000 anos) - começo do 7º dia do resto (1000 anos) ...

40 41 42 43 44 45 46 47

48 49 50 51 52

53

Deixando de lado o fato de que temos milhões de evidências (em geologia, palentologia, etc.) de que o mundo possui milhões de anos e da existencia de civilizações anteriores a que, segundo a Bíiblia, é a primeira de todas: como os restos arqueológicos de Atapuerca (que situam os primeiros hominídos há 1,4 milhões de anos), os das cavernas de Abauntz (onde se mostra um mapa de 13.700 anos de antiguidade), os restos arqueológicos encontrados há pouco (2011) no Alaska (que mostram que há 11.500 anos já existiam assentamentos humanos cruzando a estepe siberiana e adentrando-se no continente americano), os de Çatal Höyük (de uns 8000 anos de antiguidade e onde existem mapas de povoados de 10.000 habitantes)… Esqueçamos das culturas que habitaram a Mesopotâmia em torno de 6000 AEC, como a Halaf e da qual podemos estudar graças aos restos 12

arqueológicos encontrados a nordeste da Síria pelo arqueólogo Max von Oppenheim, os quais nos mostram várias divindades adoradas por esta civilização que deu passagem ao período Obeid. E esqueçamos também de que temos pessoas escrevendo em cuneiforme em 5300 AEC (Tabuletas de Tartária, ver imagem), uns 1296 anos antes “da criação do mundo” segundo a cronologia bíblica.

Esqueçamos de tudo isto e analisemos data por data as incríveis incoerências (contradições absurdas) mostradas nesta cornologia bíblica, ainda usada como correta hoje em dia por esse bando de fanáticos “criacionistas” (e defensores do “design inteligente”) aferrados à interpretação literal da mitologia hebraica. Quem quise saber mais sobre a verdade, pode visitar também o Museu da Evolução Humana ou informar-se sobre Atapuerca na 13

Wikipédia (a não ser que prefiram ser enganados diretamente pelos guias criacionistas que realizam “visitas aos museus biblicamente corretos”) e comprovar todas as evidências de que dispomos.

Restos arqueológicos do lado nordeste do palácio de Tell Halaf (6000AEC), Síria. (Foto de Bertramz)

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1 - 4004 AEC5 Yahvé debe ter se escondido por muito tempo, já que, pelo visto, os deuses sumérios chegaram bem antes na hora de “criar civilizações” (ao menos se aceitarmos seus mitos, anteriores aos hebreus e escritos muitos séculos antes). Porque nesse ano já existiam povoados na Mesopotâmia e a civilização suméria já estava bastante expandida; e também já contava com um crescimento da burguesia desde finais do ano 5000 AEC até o começo de 4000 AEC. Um dos períodos dessa época foi o período de Obeid ou Ubaid6. (Especificamente o período Obeid IV), que durou de 4500 a 3700 AEC. Quando Adão e Eva estavam sendo “criados” por esse deus bíblico, o resto das civilizações já tinha florecido e construído edifícios religiosos (templos como o de Uruk) e fabricado cerâmica como estas abaixo:

Jarra do período tardio de Obeid IV, 4100 AEC–3700 AEC. (Museum of Fine Arts, Boston)

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AEC = Antes da Era Comum

6

O período de Ubaid (c. 6500 a 3 800 a.C.) é um período pré-histórico da Mesopotâmia. O tell (sítio arqueológico do oriente próximo) (árabe: ‫ )العبيد‬situa-se a oeste de Ur no sul da província iraquiana de Dhi Qar. Seu nome foi atribuído a uma cultura pré-histórica de cerâmica do período neolítico e da idade do bronze, que representa a primeira ocupação na planície aluvial da mesopotâmia meridional. A cultura de Ubaid teve uma longa duração, iniciando-se antes de 5 300 a.C. e encerrando-se com o período de Uruk, por volta do ano 4 000 a.C. A adoção da roda e o início da era do bronze fazem parte deste período.

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Cerâmica procedente do Irã do periodo de Obeid.

Pode descobrir muito mais informações visitando fisicamente o Museo Nacional do Irã e outros museus onde se expõem peças deste museu ou seu website. Teriam que ter se deslocado muito rápido para chegar ao sudeste da Europa (as atuales Romênia, Moldávia e Ucrânia) e assentarse ali formando a cultura Cucuteni.

Vasilha de cerâmica datada entre 4050 e 3900 AEC.

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2 - 3873 AEC Deixando de lado o “fato” de que uma pessoa possa dar à luz aos 131 anos, idade quase inalcançável mesmo hoje em dia com as condições de higiene e alimentares que possuímos, vejamos o que realmente acontecia nessa época. Enquanto Adão estava se esforçando para criar seu terceiro filho reconhecido (do resto de filhos e filhas nada é mencionado), o período de Obeid estava no fim e começava o período inicial de Uruk. ( Uruk XVI-X) Se consideramos como verdadeira a afirmação de que Adão e Eva são os pais da humanidade, Eva pariu em torno a umas 45.000 pessoas, que são as que habitavam essa zona em torno de 3800 AEC; que aprenderam as técnicas de fabricação de cerâmica praticamente instantaneamente, já que se pode encontrar peças como o vaso de Susa e uma peça funerária de origem protosuméria que atualmente se conserva no Museu do Louvre, Paris. Muitos tiveram que correr os descendentes de Adão e o próprio Adão para fundar a aldeia de Susa (Shusa ou Susa) e a de Ur; e ao mesmo tempo adquirir os conhecimentos de fabricação de cerâmica necessários para fabricar vasilhas e demais utensílios. Espontaneamente? Pelo menos é isso que os criacionistas de uma Terra jovem e os literalistas bíblicos (fundamentalistas), pretendem nos fazer crer Fontes a consultar e pesquisar: 

http://www.uned.es/geo-1-historia-antiguauniversal/MESOPOTAMIA/PROTOHISTORIA_1.htm



http://www.historiaantigua.es/articulos/uruk/uruk.html http://marialuisaregalado.suite101.net/uruk-la-ciudad-de-gilgamesh-a48662 http://islamictourism.com/PDFs/Issue%2036/Spanish/62-70.pdf

 

17

Museu do Louvre, 4200 AEC, Susa, Irã 18

3 - 3768 AEC Vamos ignorar também do curioso costume que “o povo eleito” tinha de praticar o incesto e a endogamia, de ter filhos em idades tão avançadas e dessa fantástica expectativa de vida de centenas de anos, que os protagonistas possuiam nesta época (quando mal chegava aos 30 anos) apesar de não terem os conhecimentos médicos e de higiene que possuímos hoje em dia (pelo menos nos países chamados desenvolvidos). Quando Enos, o neto de Adão, nasce:  

O periodo de Uruk já havia começado há mais de 30 anos. O período pré-dinástico egípcio já tinha começado com a cultura Amratiense (Naqada I).

Coleção de cerâmica do período Naqada I. (4000 a 3500 AEC)

Paradoxalmente, o calendário de Ussher não coincide com o calendário hebreu, segundo qual, a criação (Gênesis 1:1) acontece em 7 de outubro de 3761 AEC (1º do mês de Tishrei do ano 1), tornando a Bíblia ainda mais contraditória. 19

4 - 3678 AEC Enquanto Cainã, o bisneto de Adão, nasce segundo a Bíblia, na Mesopotâmia os povoados de Eridu7 e Uruk já eram cidades importantes e neles já haviam inventado a roda, que era usada em veículos puxados por bois, na América já haviam se assentado os primeiros povoados indígenas e na África já mumificavam os mortos durante a época Quiani II (“Cultura Chinchorro8, as múmias artificiais mais antigas do mundo”, de Bernardo T. Arriaza).

Múmia da cultura Chinchorro.Entre 7020 e 1500 AEC

Eridu (Abu Shahrein, O Iraque, "Lugar Poderoso" ou "Lugar do Príncipe") foi uma cidade antiga localizada a 11,2 quilômetros a sudoeste de Ur, hoje conhecida como Tell Abu Shahrain no Governorado Dhi Qar, no Iraque. Eridu representava a extremidade sul do conglomerado de cidades que se desenvolveu ao redor de templos na Suméria, país no sul da Mesopotâmia. Eridu foi pensado para ser criado pelos deuses e foi a casa do deus da água Enki. A cidade de Eridu recebe destaque na mitologia suméria, não só como a primeira cidade do mundo antigo mas também como a morada dos deuses. Investigações arqueológicas tomaram lugar na década de 1940, provando que o assentamento mais antigo da região provavelmente ocorreu por volta de 5.000 a.C. 8 Cultura Chinchorro é o nome dado a um grupo de pescadores que habitaram a costa do deserto do Atacama entre 7020 e 1500 AEC. 7

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5, 6, 7, 8, 9, 10 - 3608 AEC Nada de importante. (Exceto as genealogias com personagens cuja espectativa de vida é de quase um milênio). Alguns historiadores (religiosos, óbvio) explicam que tais personagens representam na realidade os povos aos quais se atribui sua fundação e são a vaga lembrança que o povo hebreu tinha deles quando escreveram os textos (o mais antigo datado do século XIX AEC – O Cântico de Débora).

11 - 2348 AEC De todas as histórias absurdas que podemos encontrar na Bíblia, esta é uma das mais defendidas pelos criacionistas fanáticos (da terra jovem). Segundo eles, neste ano ou próximo a ele (segundo o website Answersingenesis.com, um grupo creacionista que usa e abusa de argumentos circulares), um Noé com nada menos de 600 anos de idade enfiou todos os animais do mundo em um barco de construção caseira para livrá-los de um dilúvio que arrasaria, segundo a Bíblia, “toda a face da Terra” (Gen. 7:3 – 8:14). Um dilúvio muito estranho, já que enquanto este ocorria, segundo os autores do Antigo testamento e Ussher, a V e a VI Dinastias do Egito estavam transcorrendo com total normalidad e alheias a esse dilúvio. Enquanto “acontecia” o dilúvio, Dyedkara Isesi, pertencente à V Dinastia, (2380 a 2342 AEC) estava reinando e sendo sucedido por Unis (2342 a 2322 AEC) que foi sucedido por Teti (2322 a 2312 AEC), todos citados nas listas reais de Abidos e Saqqara. As evidências que temos deles incluem desde objetos cotidianos até as próprias construções erigidas em seus nomes: 21

Pirâmide de Dyedkara Isesi, Saqqara, que aparece na lista real de Abidos e na lista real de Saqqara.

Pirâmide de Unis, Saqqara, que aparece na lista real de Abidos e na lista real de Saqqara. 22

Pirámide de Teti, Saqqara9, que aparece na lista real de Abidos e na lista real de Saqqara. Não é incrível? Enquanto acontecia o dilúvio os egípcios estavam construindo pirâmides. Milagre! Mas a coisa não acaba aí. Não só os egípcios viviam com total indiferença a esse dilúvio, como os sumérios faziam o mesmo. Entre os anos 60 e 70 descubriram mais de 20.000 tabuletas de argila datadas entre 2500 e 2000 AEC.

Sacará ou Sacara (em árabe: ‫ ;سقارة‬transl.: Saqqara) é o nome de um sítio arqueológico do Egito, que funcionou como necrópole da antiga cidade de Mênfis, uma das várias capitais que o Antigo Egito conheceu ao longo da sua história. Situa-se a cerca de trinta quilómetros a sul da moderna cidade do Cairo, apresentando uma área com mais de seis quilómetros de comprimento e um quilómetro e meio de largura. No local encontram-se estruturas funerárias de um período que se estende desde 3 000 a.C. até 950 d.C. O nome "Sacará" deriva de Sokar, nome de um deus da mitologia egípcia considerado como protector da necrópole e que junto com o deus Ptá e o deus Nefertum formava a tríade (agrupamento de três divindades) de Mênfis. Alternativamente, há também quem procure relacionar este nome com o de uma tribo que ali viveu no passado, os Beni Sokar. 9

23

Urukagina, governante da cidade-estado de Lagash (aprox. 2380-2360 AEC) foi sucedido por Lugalzagesi, rei de Umma (aprox. 2.350-2318 AEC). Uma das muitas evidências que temos disso, entre as 20.000 tabuletas de argila encontradas em Ebla, é o cone de argila acima, datado de 2350 AEC e escrito em cuneiforme onde se detalha todas as reformas legais que Urukagina fez contra os abusos “dos dias de outrora”. Bem ao contrario das leis do Antigo testamento, este código, o primeiro conhecido, pregava liberdade e igualdade.

24

Fragmento de inscrição sobre um cone de argila de Urukagina:“Él [Uruinimgina] excavou (…) o canal à cidade de NINA. No inicio, construido por Eninnu (E-ninnu), no final, construido por Esiraran”. Museu do Louvre, também datado de 2350 AEC.

Excavações da antiga cidade de Ebla (norte da Síria), habitada desde 3000 a 1600 AEC. 25

O religioso cristão fanático, para admitir tão só a história desse relato do dilúvio, não basta apenas ignorar o registro geológico, mas as centenas de milhares de evidências arqueológicas encontradas e analisadas mediante todos os sistemas de datação. Mesma história que pode ser encontrada em várias tabuletas sumérias com diferentes personagens como protagonistas (Epopeya de Gilgamesh). Dado curioso: no Gênesis se usa o termo semítico “Elohim”, que significa deuses ou divindades. Uma referência aos deuses elohíticos (com o deus EL como chefe) nos quais acreditavam as tribus de Judá e do norte de Israel antes de converterem esta palavra em um nome próprio.

12 - 2348-2345 AEC

1 - A Fraude bíblica da Torre de Babel Segundo a Bíiblia todas as pessoas, que falavam a mesma língua, partiram do Oriente “acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali”. (Gênesis 11:2”), construíram uma cidade de tijolo queimado (não se explica como descobriram este método de fabricação) e decidiram edificar uma torre “cujo cume toque nos céus”. (Gênesis 11:4) O deus bíblico desceu do céu (esquecendo sua onipresença) e viu o povo unido, falando uma só língua e trabalhando todos juntos por um objetico comum, não gostou nada e decidiu “confundí-los” (sacaneá-los). “Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a 26

terra”. (Gênesis 11:9) Entretanto, arqueológicas sabemos que:

graças

às

descobertas

– Nessa época - e muito antes - já existiam diferentes culturas com diferentes línguas. No conjunto de línguas afroasiáticas podemos ver registros da língua semítica que se divide em várias como a língua acádia (ca. 2500 AEC – 1600 AEC) que, por sua vez, se divide em diversas variedades de acordo com a geografia e o período histórico: Acádio antigo (2500 AEC - 1950 AEC), babilônio antigo/Assírio antigo (1950 AEC - 1530 AEC), babilônio médio/Assírio médio (1530 AEC - 1000 AEC), Neo-babilônio/Neoassírio (1000 AEC - 600 AEC) e babilônio tardio (600 AEC - 100 EC); a língua eblaíta10 (ca. 2400 AEC), considerada como a mais antiga língua semítica com registo escrito; ou a egípcia, que podemos dividir em Egípcio arcaico (antes de 2600 AEC) e Egício antigo (2600 - 2000 AEC). Isto, referente apenas às línguas registradas que se conhece. Evidentemente a linguagem apareceu muito antes e começou a se dividir quando o ser humano se expandiu criando aldeias isoladas pelo mundo todo; e graças à necessidade de criar novas palavras para definir objetos e comportamentos. - Que o nome original não era Babel, mas Ká.dingir. Assim era chamada nos textos sumérios e seu significado era “Porta dos deuses”. Termo que foi traduzido pelos acádios como a Bãb-ilim, que mais tarde evoluiu em seus dialetos assírios e babilônios (Bab-ilu e Bab-ilani) durante a dinastia kashshû11 (1531-1155 A língua, estreitamente ligada com a língua acádia, é conhecida pela existência de umas 17.000 tabuletas em escrita cuneiforme, que foram encontradas entre 1974 e 1976 nas ruínas da cidade de Ebla (Tell Mardikh). As tabuletas foram traduzidas inicialmente por Giovanni Pettinato. 11 Os cassitas (Kashshû) foram uma tribo do Antigo Oriente que controlou a Babilónia após a queda do Império Paleobabilônico cerca de 1 531 a.C. O reinado dos cassitas durou até 1 155 a.C., quando foram derrotados pelos elamitas. Sua linguagem é classificada como isolada. 10

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AEC); dos quais deriva “Babel”, por esta razão dificilmente se pode denominar como Babilônia antes desse período. – O relato afirma que durante esse tempo Babel construiu a torre. Essa torre foi identificada como um zigurate. Embora na Babilônia tivesse existido um zigurate, o mais antigo (Tappeh Sialk), do qual parece que os autores do Antigo testamento não tinham conhecimento, não foi construido durante esse período, mas uns 600 anos antes (2900AEC), contendo restos arqueológicos que foram datados pela Organização do Patrimônio Cultural do Irã, o Louvre e o Instituto Francês de Investigação no Irã entre 5500 e 6000 AEC. Este, obviamente, não estava na Babilônia, mas em Kashán (Irã).

Tappeh Sialk

Reconstituição do Etemenanki desenhada por Robert Koldewey em 1919

O situado na Babilônia, Etemenanki (Templo da criação do céu e da terra) não foi construído por ninguém que sequer soubesse da existência do Yahvé hebreu, como querem dar a entender os monoteístas, mas era dedicado a um de seus deuses: Marduque12. Não confundir o Marduk do Enuma Elish com Marduk filho de EA/ENKI. O Marduk do Enuma Elish é o mesmo Demiurgo Criador, o outro, um deus filho de outro deus e que recebeu o nome em homenagem ao Demiurgo. 12

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Esta “torre”, apesar do que a Bíblia diz, que foi deixada pela metade, foi construída em sua totalidade chegando a ter 7 pisos e, segundo o Enuma Elish13, uns 90 metros de altura com um templo no alto. (Possivelmente daí tenha surgido o nome que a cidade possuía). - Embora a Bíblia mencione que a Babilonia (Babel) começou sendo uma cidade na qual a torre (zigurat) foi contruída, sabemos graças às escavações arqueológicas que esta:   



Era uma cidade provinciana somente até os tempos de Nabucodonosor II (605-562 AEC), Que não pode ter sido fundada antes de 2270 AEC, (depois das invasões dos bárbaros procedentes das montanhas; Ou mais cedo por Sargão da Acádia) sendo convertida na capital dos amorreus em 1900 AEC graças à conquista desse território, até que com o reinado de Hammurabi (sexto rei da dinastia amorreia) se converteu em uma cidade importante (c 1700 AEC). Que os autores do Antigo testamento citam Babilônia (a cidade) como uma cidade mais importante que Nínive, mencionada únicamente no livro de Jonas (3:3) (Ora, Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de

O Enûma Eliš é o mito de criação babilônico. Foi descoberto por Austen Henry Layard em 1849 (em forma fragmentada) nas ruínas da Biblioteca de Assurbanípal em Nínive (Mossul, Iraque), e publicado por George Smith em 1876.O Enûma Eliš tem cerca de mil linhas escritas em babilônico antigo sobre sete tábuas de argila, cada uma com cerca de 115 a 170 linhas de texto. A maior parte do Tablete V nunca foi recuperado, mas com exceção desta lacuna o texto está quase completo. Uma cópia duplicada do Tablete V foi encontrada em Sultantepe, antiga Huzirina, localizada perto da moderna cidade de Şanlıurfa na Turquia. Este épico é uma das fontes mais importantes para a compreensão da cosmovisão babilônica, centrada na supremacia de Marduque e da criação da humanidade para o serviço dos deuses. Seu principal propósito original, no entanto, não é uma exposição de teologia ou teogonia, mas a elevação de Marduque, o deus chefe da Babilônia, acima de outros deuses da Mesopotâmia. 13

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caminho.) Demonstrando que esses autores possivelmente escreveram os textos durante esse período (século VII AEC em vez de século XXIII AEC) - Na primeira citação da Bíblia sobre Ninive se afirma que Cuxe engendrou a Ninrode, que este era um poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. Gênesis 10:8,9. E que “o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá, Gênesis 10:10,11. Entretanto, como já mostramos, Babel (cidade de Babilônia) não foi capital de nenhum império até 1900 AEC e o foi desde então até sua conquista e queda em c.625 AEC. Possuimos além da história registrada pelas mãos dos próprios sumérios em dezenas de milhares de tabuletas de argila, todo o resto de objetos e cidades encontradas nos jazimentos arqueológicos, onde não só NÃO se confirma o dito pela Bíblia, mas nos contam uma história totalmente diferente (muitas dessas tabuletas foram encontradas na própria Nínive, na biblioteca de Ashurbanipal14): 1. Assur já existia há pelo menos uns 400 anos, traduzida ao grego como Assíria, foi fundada por colonos sumérios por volta de 2700 AEC, algo mais coerente levando em conta as invasões que este povo realizou posteriormente até converter-se em um império.

A Biblioteca de Nínive, também conhecida como Biblioteca de Assurbanípal, é uma coleção de milhares de placas em argila contendo textos em escrita cuneiforme sobre vários assuntos, a partir do 7º século AEC. Dentro desse acervo está a famosa Epopeia de Gilgamesh e fragmentos do Enuma Elish. Tal biblioteca é considerada a primeira da história, foi encontrada no século XIX por arqueólogos ingleses e se acredita ter sido fundada pelo rei assírio Assurbanípal II (século VII a. C.). 14

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2. Calá, citada nestes versículos, foi fundada sob o reinado de Salmanasar I no século XII AEC (não no XXIV AEC como diz a bíblia), que também fundou Nimrud. 3. A única relação de Nínive com um nome similar foi com Nimrud, conhecida como Kalkhu pelos assírios, e como Calah ou Kalakh (Calá ou Calaj) na Bíblia. O que demonstra que esta, assim como Assur (Assíria), tampouco foi fundada por nenhum rei chamado Nemrod e muito menos um anterior ao século XII AEC. 2 - Desculpas cristãs furadas Alguns autores como Asimov explicam que Gen. 10:10-11 são um resumo da história desses territórios, onde o autor colocou um único personagem, Nemrod, para representar todos os governantes do império que existiu entre 2300 e 1200 AEC. Segundo Asimov “os versículos 10:8-12 são um breve resumo de 2500 anos de história da região do Tigre-Eufrates, desde o período das cidades-estado sumérias, passando pelos impérios acádio e amorreu, até chegar ao império assírio”. O relato mescla as histórias de “Lugal Zaggisi, de Sargão da Acádia, de Hammurabi e de Salmanasar I (e talvez até de Gilgamesh), para fazer com que apenas essa pessoa reflita a grandeza dos sumérios, acádios, amorreus e assírios. ” (Guia da Bíblia: Antigo testamento, pag 24), não é uma história que possa ser interpretada literalmente como verídica, mas formando parte da memória de um autor de uma época posterior sobre uma história contada mediante uma tradição oral. Óbvio que diante de tais contradições nada pode ser interpretado como literal ou verdadeiro na Bíblia, 31

principalmente depois da descoberta das tabuletas assírias com as histórias originais. Sem dúvida, uma ótima desculpa para dizer que a Bíblia só fala merdas contraditórias e escritas muitos séculos depois dos fatos históricos.

13, 14, 15, 16, 17, 18 - 2310-2154 AEC Nada importante neste período, exceto um erro gigante da Bíblia em Gênesis 11:10-22, que relata nessa genealogia personagens vivendo uma média de 500 anos (quando a espectativa de vida na época mal chegava aos 30 anos), apesar de Yahvé ter decretado em Gênesis 6:3 que “sua vida será de 120 anos”. Isto é explicável dentro da hipótese documental, aceita pela maioria dos eruditos, onde foi demonstrado que os livros como Gênesis não foram escritos por um só autor, mas montados com várias fontes anônimas diferentes chamadas J, E, S e D; e unidas por um redator (R) que compôs a estrutura atual do Tanak (eliminando os acréscimos posteriores, como ficou demonstrado graças ao descobrimento (em 1945) dos manuscritos de Nag Hammadi onde não aparecem essas interpolações). A outra explicação, uma explicação mágica dada por alguns religiosos, é que “Deus abriu uma exceção para essas pessoas”. Isto, obviamente, não se sustenta racionalmente e muito menos nos textos, onde não existe tal explicação em nenhum dos relatos. 2144-2147 AEC Nada importante exceto quando se cita que o Faraó dá a Abraão e Sara pela chantagem, entre outras coisas, camelos, que não existiam na época no Egito. (Veja mais adiante) 32

19, 20 - 2125 - 1920 AEC

Em Gênesis 11:28 lemos que Harã, o irmão de Abraão (como era chamado então) morreu em sua terra natal, chamada “Ur dos caldeus”. (E morreu Harã estando seu pai Terá ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus. Gênesis 11:28) Ur, situada no que hoje é o Iraque, foi uma antiga cidade, a capital da Suméria. Mas o Império Caldeu só existiu durante um período relativamente breve, ao redor de 626 a 539 AEC. Ou seja, não existiram caldeus até finais dos séculos VII e VI AEC. Gênesis 11:28 diz que Abraão e seu pai Terá (nasceu em 2125) ainda estavam vivos no século 7AEC, no tempo dos caldeus (626 a 539 AEC).

21, 22 e 23 - 1919 a 1908 AEC Nada de importante neste período.

24, 25, 26, 27 e 28 - 1894 - 1704 AEC

1 - Os camelos que destruíram a Bíblia Os camelos são mencionados como animais de carga nas histórias bíblicas de Abraão e outros. Os arqueólogos já mostraram que os camelos não foram domesticados na região histórica de Israel até séculos depois da hipotética Era dos Patriarcas (2000 a 1500 AEC. 33

Patriarcas dos quais não há nenhum registro histórico, segundo o arqueólogo israelense Israel Finkelstein). Além de questionar a veracidade histórica da Bíblia, este anacronismo é prova direta de que o texto foi preparado bem depois dos acontecimentos que descreve. Agora, Erez Ben-Yosef e Lidar Sapir-Hen do Departamento de Arqueologia e Culturas do Oriente Próximo na Universidade de Tel Aviv, Israel, usaram a datação por radiocarbono para determinar o momento em que chegaram os primeiros camelos domesticados à região sul do Oriente Próximo, fazendo a estimativa retroceder do século XII para IX AEC. Os resultados acentuam ainda mais as discrepâncias entre os textos bíblicos e a história verificável, e também permitem vislumbrar que essa introdução dos camelos coincidiu com uma época de mudanças históricas importantes na região e contribuiu para marcar um antes e um depois. A introdução do camelo nesta região foi um avanço econômico e social muito importante. Analizando as evidências arqueológicas presentes nos lugares onde se produzia cobre no Vale de Aravá, os investigadores conseguiram estabelecer a data dessa introdução com uma precisão da ordem de décadas em vez de séculos. Os arqueólogos estabeleceram que, provavelmente, camelos foram domesticados na Península Arábica para serem usados como animais de carga no final do segundo milênio AC. Na parte sul do Oriente Médio, onde se encontra Israel, os ossos mais antigos conhecidos de camelos domesticados vêm do Vale do Aravá, que se extende ao longo da fronteira entre Israel e Jordânia, desde o Mar Morto até o Mar vermelho e que foi um antigo centro de produção de cobre. 34

A chegada de camelos domesticados ao Vale do Aravá parece coincidir com mudanças drásticas na mineração local do cobre. Eles fecharam muitas minas e fundições, e aqueles que se mantiveram ativos começaram a usar a mão d eobra mais centralizada e tecnologia sofisticado, como indicam as evidências arqueológicas. Os investigadores acreditam que os antigos egípcios poderia imposto essas mudanças (e ter trazidos camelos domesticados) depois de terem conquistado a região em uma campanha militar mencionada tanto em fontes bíblicas como do Antigo Egito. A chegada dos camelos domesticados estimulou o comércio entre Israel e lugares distantes e exóticos que antes eram de difícil acesso; os camelos podem percorrer distâncias muito maiores que os burros e mulas que eram usados antes. No século VII AC, existiam rotas de comercio, como a Rota do Incenso, que ian da África à Índia através de Israel. Os camelos abriram Israel para o mundo através dos vastos desertos, alterando profundamente sua história econômica e social. (Erez Ben-Yosef e Lidar Sapir-Hen da Universidade de Tel Aviv) 2 - A Bíblia não sabia de nada A Bíblia hebraica contém pelo menos 53 referências aos camelos (mais de 20 em Gênesis), que se extendem desde as histórias dos patriarcas às viagens de Esdras e Neemias à Jerusalém desde a Babilônia no começo do período persa, em torno de 538 AEC. Em Gênesis 12:16 (E fez bem a Abrão por amor dela; e ele teve ovelhas, vacas, jumentos, servos e servas, jumentas e camelos.), se relata que a causa da pilantragem provocado pela mentira de Abraão ao prostituir sua mulher para posteriormente fazer uma 35

chantagem ao Faraó, se afirma que este faz a entrega de “ovejas, vacas, jumentos, servos e servas15, jumentas e camelos”. Esta é a primeira referência que há sobre eles. Os camelos também são mencionados a respeito de Isaque, Jacó e José. (Veja-se, por exemplo, Gênesis 24:61-64, 31:17, 34, 37:25). Deixando de lado o fato que certos personagens deste relato vivam mais de 120 anos com total normalidade e que Sara pariu Isaque com 90 anos de idade, partindo unicamente das evidencias históricas, não existem escritos, figuras ou pinturas em cerâmica de camelos antes de 1000 AEC. (Megido) A história do camelo, acaba por ser bastante incomum, complexa não muito bem detalhada ou compreendida. Os antepassados dos camelos de hoje em dia, aquilo que entendemos como dromedário ou camelo de apenas uma corcova (Camelus dromedarius), teve origem na América do Norte e, em depois, há uns dois milhões de anos, no final do Plioceno (durante a Era glacial) viajou em massa para o norte e oeste continente asiático, em última análise, para chegar a Mesopotâmia e até o que hoje é o deserto do Saara. Apesar de evidências da presença esporádica de camelos na Síria e na região do Mar Morto ao longo de centenas de milhares de anos atrás, o Prof. Juris Zariņš (Southwest Missouri University) explica que os camelos selvagens "parecem ter desaparecido ou ter sido expulsos de seu habitat natural na parte mais inóspita da península Arábica ", por volta de 3000 AC, no início da Idade do Bronze. (Veja Zarins, "Camel"-Doubleday Anchor Bible Dictionary, 1992, I, 824.)

As revisões e traduções cristãs são muito distorcidas. Nos textos primitivos o termo não é servo, mas escravo. 15

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Metropolitan Museum of Art, em Nova York (53.117.1). A figura é uma pequena estatueta de liga de cobre de um camelo bactriano equipado com o que parece ser um certo tipo de arreio. O artefato é datado entre o fim do terceiro e início do segundo milênio AEC, procedente de Bactria-Margiana. (camelo Bactriano con un arreio, Museo Metropolitano de Arte.)

No Baixo Egito, Petrie encontrou uma estatueta de dromedário que parece estar levando duas jarras de água. Baseando-se na procedência e no estilo da cerâmica e das vasilhas de água, Petrie concluiu que o artefato foi feito na dinastia XIX, datada entre 1292-1190 AEC. Com base na existência dos tarros e das estatuetas con forma de camelos várias pessoas proporam uma ampla gama de datas para a domesticação do camelo, inclusive antes de 2000 AEC. Os antigos registros egípcios do Vale do Nilo, entretanto, enquanto mostram uma ampla coleção de animais selvagens, incluídos todos os grandes mamíferos, não contêm nenhuma palavra para o camelo. Por outro lado, existe uma brecha de mil anos, entre aproximadamente 2180 e 1170 AEC nas representações de camelos em cerâmica. Petróglifo de um homem que leva um dromedario, Ripinsky 1985.

Petróglifo de um homem que leva um dromedario, Younker 1997.

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Petróglifo (acima/esq) de camelos no Egito provêm de uma rocha talhada próxima de Assuã e Gezireh nol Alto Egito. Esta escultura representa um homem que leva um dromedário com uma corda e com 7 caracteres hieráticos à ezquerda do homem. A escultura foi datada na VIª Dinastia do Egito, 2345-2181 AEC, com base na inscrição, no estilo e na pátina. Petróglifos (acima/dir) que representam camelos domesticados foram descobertos junto a inscrições Proto-Sinaiticas em uma rocha no Wadi Nasib. À direita das inscrições mencionadas, as quais não fazem referência alguma ao desenho, estão dois petróglifos de animais diferentes (camelos) representados em pé no estilo caravana através da rocha para a direita (leste). Embora o primeiro camelo esteja parcialmente desfigurado, o camelo detrás é diferente e facilmente identificável como um dromedário. Junto a estas inscrições há uma inscrição hieroglífica egípcia que se traduz como “Ano 20 sob a majestade do rei do Alto e do Baix Egito Nema’re ‘, filho de Ra’ Ammenemes, vivendo como Re “eternamente”. Usando como referência Ammenemes I, um governante da XIIª dinastia (1991 AC a 1962 AC16) e as inscripções Proto-Sinaiticas do século 15 AC, sem nenhuma evidência atual de atividade na área além de 1600 AC, os petróglifos de camelos poderiam ser datados em algum momento entre estas datas. O professor Richard Bulliet (Columbia University) diz que “historicamente, as primeiras indicações explícitas do uso de camelos no noreste da África remontam aos séculos VI e A margem de erro das dinastias é dentro de um século mais ou menos por volta de 3000 AC e dentro de duas décadas por volta de 1300 AC. As datas são precisas a partir de 664 AC. (WILKINSON, 2010, p.09) 16

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VII antes de Cristo e estão relacionadas com as invasões asirias e persas do Egito através da península do Sinai. ” (Veja Bulliet, O camelo e a Roda; Columbia 1990, pág. 116; de acordo com Saber, acima, na pág. 209). Além disso, o maior registro de ossários de camelos os situa nessa época. Os arqueólogos Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman concordam que os textos assírios do século VII AEC são os primeiros a citar as caravanas comerciais de camelos em Canaã e que as excavações arqueológicas revelaram um aumento notável nos ossos de camelos descobertos a partir desse período. (Veja Finkelstein e Silberman) Portato, embora os camelos possam ter sido domesticados, significando que poderiam ter sido usados como uma fonte de leite e carne no segundo milênio AC em outros lugares como a Pérsia (atual Irã), parece não haver indícios sérios descobertos até o momento indicando que os camelos foram domesticados no Egito, antes de 800 AC. A história de Rebeca montando um camelo (Gênesis 24:61-64), das caravanas de camelos para o Egito (Gênesis 37:25), dos camelos como parte da criação de gado do Faraó (Êxodo 9:3) parecem ser totalmente inventadas.

Gênesis 24:61-64 E Rebeca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos, e seguiram o homem; e tomou aquele servo a Rebeca, e partiu. Ora, Isaque vinha de onde se vem do poço de Beer-Laai-Rói; porque habitava na terra do sul. E Isaque saíra a orar no campo, à tarde; e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham. Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e desceu do camelo. Gênesis 37:25

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Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito. Êxodo 9:3 Eis que a mão do Senhor será sobre teu gado, que está no campo, sobre os cavalos, sobre os jumentos, sobre os camelos, sobre os bois, e sobre as ovelhas, com pestilência gravíssima.

3 - Estranha curiosidade O irônico é que os mesmos que se apoiam em citar restos arqueológicos do Egito e mesopotâmia anteriores ao século XXIV AC para dotar de antiguidade a domesticação do camelo, (principalmente alguns biblistas, teólogos e criacionistas, os apologistas em geral) se esquecem que, também segundo eles, nessa época estava acontecendo um dilúvio e estes povos e os camelos ainda nem deviam existir. (Segundo a Bíblia todos esses povos são descendentes de Sem, Cam e Jafet). Outras evidências, como as migrações assírias durante o século XIX AEC, as quais NÃO se dirigiam, como dá a entender a Bíblia, de leste a oeste, mas de oeste a leste. Transformando o relato de Abraão partindo de Ur a Canaã em algo contraditório. Entre 1813 e 1780 AEC, a Assíria atingiu a categoria de império sob a mão do rei Shamshiadad I até este ser derrotado por Hamurabi (Babilônia). Relacionado com esta estranha curiosidade notamos a seguinte contradição: Segundo a Bíblia, da descendência de Cão (filho de 40

Noé) surgiram os povos de Canaã, Mizraín (Egito), Cús (cushitas, cusitas ou casitas) e Fut. Entretanto, esses povos já existiam milhares de anos antes, inclusive antes do dilúvio do Gênesis. Excavações arqueológicas em Ugarit (Canaã), por exemplo, demonstram a existência desta já em torno de 3000 AEC.

4 - (27 - 1834 AEC) Em Gênesis 26:1 lemos que em um dado momento, quando a fome o obrigou a mover-se, Isaque se dirigiu ao rei dos filisteus. A história parece perfeitamente razoável até que alguém descobre que os filisteus, como parte da migração dos “povos do mar” (Assim chamados pelo faraó Merenptah – Grande inscrição de Karnak), não chegaram a Canaã até aproximadamente 1200 AEC, atacando o Egito durante as dinastias XIX e XX, séculos depois que o Isaque bíblico tinha morrido. Gênesis 26:1 E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.

5 - (28 - 1704 AEC) Em Gênesis 47:1-11 podemos ler como José apresenta seu pai e seus irmãos diante de um faraó sem nome. Os irmãos solicitam permissão para permanecer na zona do delta do Nilo conhecida como Gósen. O Faraó concede seu desejo e permite à família instalar-se “na melhor parte da terra”, na “região de Gósen.” A 41

história conclui dizendo que José fez habitar a seu pai e irmãos “no melhor da terra, na terra de Ramessés” (Gênesis 47:4 e 11). Gênesis 47:11 E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara. Gênesis 47:4 Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque não há pasto para as ovelhas de teus servos, porquanto a fome é grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te que teus servos habitem na terra de Gósen17.

Os problemas aqui são dois Em primeiro lugar, o reinado de Ramsés o Grande18 não começou antes de 1279 AEC e durou até 1213 AEC. Portanto, essa terra em questão não pode ter sido citada por Ramsés antes do século XIII AEC ou posteriormente. Em segundo lugar, o nome Gosén parece estar relacionado com uma tribo árabe cujo dominio da região não ocorreu antes do século VI ou V AEC. (Veja Finkelstein y Silberman, La Biblia desenterrada (Free Press 2001), 67.) Em resumo, José viveu no século 18 AEC, falou com Ramsés no século 13 AEC e recebeu a terra de Gósen que existiu entre 7 e 4 AEC.

A Terra de Gosén (em hebraico: ‫ )ארץ גושן‬é chamada na Bíblia como o lugar no Egito dado aos hebreus pelo faraó de José, e a terra de onde mais tarde deixou o Egito na época do Êxodo. Foi localizado no Delta oriental, bem como o nome ajuda a colocar a data da história, no período de 7 a 4 AC, o período em que o nome estava em uso. 18 Houve 11 Ramsés no reino do Egito, mas apenas ele foi chamado de Ramsés, o Grande. 17

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29, 30 - 1489 - 1009 AEC No capítulo 28 do Êxodo (em torno de 1274 AEC segundo a cronologia de Ussher) o texto da Torá descreve detalhadamente as vestimentas que devem ser confeccionadas e usadas por Aarão e seus filhos em sua condição de sacerdotes. Após o manto, a túnica, o cinto, a tiara e outros ítens. O versículo 42 descreve:

Êxodo 28:42 Far-lhe-ás também calções (cuecas) de linho, para cobrirem as suas partes; estender-se-ão desde os rins até as coxas.

Essas calças, cuecas ou roupa interior deviam, segundo o relato, ser usadas pelos sacerdotes para entrar no tabernáculo da reunião ou para se aproximar do altar. Entretanto, como o biblista David S. Sperling demonstrou, as calças foram inventadas pelos persas em torno do século VI AEC. Mais tarde, durante as conquistas, exportaram para outras culturas como a frigia e a grega, que não costumavam usá-las, chegando a zombar daqueles que as possuíam (Epistulae ex Ponto, Ovidio). Essa ordem sacerdotal de Êx. 28:42 não pode, potanto, ter sido escrita antes do século VII AEC. Com toda certeza, não durante qualquer período entre os séculos XIV e XIII AEC. (Veja Sperling, La Torá original – NYU Press 1998, pag. 116.) 43

1 - A bobagem infantil do Êxodo

Segundo a cronologia bíblica o Êxodo ocorreu em 1489 AEC. Alguns historiadores tentan situá-lo durante o reinado de Ramsés II, considerado como o Faraó do relato de Moisés. Israel é mencionado unicamente em uma estela escrita durante o reinado do 13º filho de Ramsés II, Merenptah19 (1213 a 1203 AEC).

Foi o 13° filho do faraó Ramsés II e de uma das suas esposas, a rainha Isitnefert. Tornou-se rei devido à morte prematura dos seus irmãos primogênitos, que deveriam suceder o pai; tinha já sessenta anos quando ascendeu ao trono. No quinto ano do seu reinado os Povos do Mar, vindos da Anatólia, invadiram a Líbia. Este povo foi responsável por ali introduzir as armas de bronze; junto com os Líbios, os Povos do Mar pretendiam invadir o Egipto. Os Povos do Mar e os Líbios procuraram também incitar a revolta dos Líbios do Sul e dos Núbios contra a dominação do Egipto. Meremptá não só abortou esta revolta, como também derrotou os Líbios e os Povos do Mar numa batalha que ocorreu na região ocidental do Delta do Nilo. No acto de generosidade, o faraó forneceu cereais aos Hititas (antigos inimigos do Egipto) durante um período de fome motivado por mudanças climáticas na área do Mediterrâneo. Realizou também campanhas militares na Palestina contra as cidades de Ascalão, Gezer e Yenoham, com o objectivo de manter a dominação egípcia sobre aquele território. Uma estela no seu templo funerário, que descreve as suas vitórias sobre os Líbios e as cidades da Palestina, faz referência ao nome "Israel", naquela que é a mais antiga menção não bíblica a este nome (que deve ser entendido em referência a uma tribo e não a um país). Em parte por causa disto divulgou-se a ideia de que Merneptá seria o "faraó do Êxodo", mas nada sustenta esta teoria. De resto, não existem provas arqueológicas ou históricas que sustentem a história do Êxodo ou a ideia da escravatura de um povo semita no Egipto. 19

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Segundo a Bíblia, após a saída do Egito (algo que teria causado a queda desse império *) o povo de Moisés, Aarão e Josué realizou uma série de campanhas militares e conquistas (entre 1489 e 1009 AEC). Isto teria sido algo bastante complicado levando em conta o império egipcio. Como demonstram os restos arqueológicos, tinha postos de controle que iam desde o Egito até Canaã. A Estela de Merneptá (Estela de Israel), encontrada em 1896 por Flinders Petrie confirma a conquista de Canaã pelas mãos de Meneptá durante o século XIII AEC (c 1210 AEC). Anterior a seu reinado (entre 1213 e 1203 AEC) reinou Ramses II (1279 a 1213 AEC), sucessor de Sethi I (1294 a 1279 AEC), que por sua vez foi sucessor de Ramses I (1295 a 1294 AEC). 2 - Onde estaba e o que era Israel nessa época? Uma pista podemos encontrar na própia estela, que utiliza um gentílicio para referir-se a Israel (ysyriar), o qual significa que para Egito Israel não era sequer um país. Esta estela é a única menção a Israel que existe, junto com as menções que tanto o Egito como os sumérios fizeram dos “habiru”20. Em torno de 1440 AEC o general Toth do faraó Thutmose III (c. 1479 a 1425 AEC), se refere aos habiru como bandidos. O flho de Thurmose III, Amenhotep II (c. 1427 a 1401 AEC) menciona ter capturado Habiru, ou Apiru, foi o nome dado por várias fontes Sumérias, Egípcias, Acádias, Hititas e Ugaríticas (datadas aproximadamente de antes de 2000 A.C. a cerca de 1200 A.C.) a grupos de pessoas que viveram como invasores nômades em áreas da região nordeste do Crescente Fértil da Mesopotâmia e do Irã até á fronteira do Egito em Canaã. Dependendo da fonte e época, estes Habirus são descritos como nômades ou semi-nômades, rebeldes, bandidos, salteadores, mercenários e arqueiros, servos, escravos, trabalhadores migrantes.. Carol Redmount que escreveu Bitter Lives: Israel in and out of Egypt, em The Oxford History of the Biblical World concluiu que o termo "Habiru" não teria nenhuma afiliação étnica comum, que não falam uma língua comum, e que geralmente tinham uma existência marginal e às vezes ilegal nas margens da sociedade. Ela define os vários Apiru/Habiru como uma "classe social mais baixa, mal definida, composta por elementos de mudança e a pessoas sem vínculos seguros para as comunidades assentadas" em que se refere como "foras da lei, mercenários e escravos" nos textos antigos. Nesse sentido, alguns cientistas modernos consideram que os Habirus são mais uma designação social que étnica ou tribal. 20

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3600 hapiru (estela de Menfis e estela de Karnak). Seti I se refere a eles de novo como um povo nômade de bandidos. Por volta de 2150 AEC os sumérios já os consideravam como “gente esfarrapada, que viaja entre um silêncio mortal, que destroi todo, cujos homens vão onde querem — montam suas tendas e acampamentos — passam seu tempo no campo sem observar os decretos de meu rei”. Sumérios e Hititas já se referiam a eles como SA.GAZ (salteadores) desde o século XIX ao XIV AEC. E para confirmar ainda mais tudo isso existem as Cartas de Amarna21, correspondêcia escrita em tabuletas de argila (379 delas) que o Egito mantinha em seu imperio, que incluía Canaã, Amurru, Mittani e Babilônia por volta de 1350 AEC. 

Uma fuga de 600.000 guerreiros, como narra a Bíblia, junto com suas famílias (mulheres, idosos e crianças) significaria a saída de 2 milhões de pessoas. O colapso econômico e político de tal migração, “embora não registra por orgulho” (desculpa furada dados pelos religiosos), teria refletido no resto dos escritos que o Egito fazia ou no resto das construções. Este colapso teria também impedido as conquistas posteriores e os enfrentamentos com o império assírio, com quem o Egito também mantinha correspondência.

3 - Mais cidades inexistentes Outra contradição importante é a situação dos hebreus construindo Pithon e Ramesés nesta data (Êxodo. 1:11). As Cartas de Tell Amarna é a designação dada a um conjunto de tabuinhas em escrita cuneiforme encontradas em Amarna, uma das várias capitais do Antigo Egito, que faziam parte do arquivo de correspondência do Egito com os seus reis vassalos e governadores em Canaã. A correspondência diz respeito aos reinados de Amenófis III e de Amenófis IV (mais conhecido como Akenáton), tendo sido escrita em acádico, língua diplomática da época. 21

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Êxodo 1:11 E puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés.

O nome Pitón provém do egípcio Pi-Athon, e esta cidade não foi construída durante o Reino Novo (muito menos construída por Ramsés II), mas pelo faraó Necao II (Nekau) no ano 605 AEC. (Período saita [dinastia XXVI] – 664 a 525 AEC). Otros termos como Pi-Ahirot não foram criados até ese período.22

31 a 48 - 931-533 AEC A ausência de contradições importantes nesse período confirma o que foi dito por arqueólogos como Finkelstain e Silberman ao situar a data de composição do Tanak. Possivelmente nos tempos de Josias, quem tentou unificar as tribos do norte de Israel e Judá mediante a religião (convertendo, assim como fez Constantino I no século IV DC, um politeísmo em um monoteísmo) e a centralização usando Jerusalém como capital. A hipótese documentaria situa Esdras e Neemias como os sacerdotes redatores (fonte R) responsáveis por recopilar os livros e mitos das tribos dando a estrutura atual do Tanak (A bíblia com fontes reveladas – Richard Elliott Friedman e Quem escreveu a bíblia? – Richard Elliott Friedman). Deuteronômio também aparece durante o reinado de Josias, quem se declara tê-lo encontrado. Esta hipótese se confirma também mediante a análise das evidências em torno do idioma hebraico e do documento mais antigo do Todas essas contradições históricas revelam com bastante coerência a data aceita para a confecção do Tanak, a bíblia hebraica, entre o século 7 e 6 AEC. Os autores tentam encaixar eventos históricos desse período na cronologia bíblica, o que é impossível diante das evidências históricas. 22

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Antigo testamento. O Cântico de Débora e Baraque, (Juízez 4 e 5) é o texto mais antigo disponível. Foi escrito em paleo-hebraico e está datado em torno do século X AEC.

49 - 533 AEC Segundo as versões dadas em 2 Crônicas 36:22-23 e Esdras. 1:12, Ciro II o Grande invoca Yahvé quando diz: “O Senhor, o Deus dos céus, deu-me todos os reinos da terra e designou-me para construir-lhe um templo em Jerusalém, na terra de Judá.” 2 Crônicas 36:22,23 No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor anunciada por Jeremias, o Senhor tocou no coração de Ciro, rei da Pérsia, para que fizesse uma proclamação em todo o território de seu domínio e a pusesse por escrito, nestes termos: "Assim declaro Ciro, rei da Pérsia: ‘O Senhor, o Deus dos céus, deume todos os reinos da terra e designou-me para construir-lhe um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem dentre vocês pertencer ao seu povo vá para Jerusalém, e que o Senhor, o seu Deus, esteja com ele’ ".

Algo estranho e difícil de crer, já que Ciro, rei da pérsia que fundou a Dinastia Aquemênida23, embora permitisse o culto religioso às diferentes divindades nos povos que conquistava, tinha como c. 550–330 a.C.), por vezes referido como Primeiro Império Persa, foi um império iraniano situado no Sudoeste da Ásia, e fundado no século VI a.C. por Ciro, o Grande, que derrubou a confederação médica. Expandiu-se a ponto de chegar a dominar partes importantes do mundo antigo; por volta do ano 500 a.C. estendia-se do vale do Indo, no leste, à Trácia e Macedônia, na fronteira nordeste da Grécia - o que fazia dele o maior império a ter existido até então.[3] O Império Aquemênida posteriormente também controlaria o Egito. Era governado através de uma série de monarcas, que unificaram suas diferentes tribos e nacionalidades construindo um complexo sistema de estradas. 23

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religião oficial o zoroastrismo24 cuja divindade era Ahura Mazda25; e a primeira coisa que fez ao conquistar a Babilônia foi restaurar o culto de Marduk, divindade mesopotâmica.

50 - 455 AEC Nada destacável exceto a Daniel mencionando Ciro. Sabemos que o livro de Daniel foi escrito durante o período entre o século VI e II AEC. Embora o autor da parte mais antiga do libro pudesse ter sido Daniel e escrito no século VI AEC, dificilmente os autores das outras partes, situados em torno do século II AEC possam ter conhecido o próprio Ciro. Mais uma montagem com escritos de várias épocas e vários autores anônimos.

51 - 33 AEC Segundo um monge, Dionísio, o Exíguo, que no ano 1278 Ab Urbe Condita (sistema usado para medir o tempo no imperio romano) realizou uma série de cálculos usando a mesma O zoroastrismo, masdaísmo, masdeísmo[1] ou parsismo é uma religião fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. De acordo com historiadores da religião, algumas das suas concepções religiosas, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. 24

Ahura Mazda, Ormasde, Ahura Mazda ou Ormuz era o princípio ou deus do bem, segundo o zoroastrismo e a mitologia persa. Vivia em luta constante contra seu irmão gêmeo, o princípio ou deus do mal conhecido como Arimã. Ambos eram filhos do primeiro deus criador, Zurvan (o tempo). Arimã, como filho primogênito, era mais poderoso que Aúra-Masda e teria um reinado de mil anos. Porém, após esse período, ele seria derrotado por Aúra-Masda. Aúra-Masda também era o deus do céu, da sabedoria, da abundância e da fertilidade. Podia profetizar. Era defendido por um grupo de espíritos chamados de Amshaspends. Era pai de Atar, o fogo do céu; de Gayomart, o primeiro ser humano mortal (o primeiro ser humano, segundo a mitologia persa, havia sido Yima, que era imortal), criado a partir da luz e que teria dado origem a todos os demais seres humanos; e de Mitra, deus da sabedoria, da guerra e do sol. 25

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cronologia de Ussher (a bíblica *), predisse que Jesus nasceu 525 anos antes. Entretanto, não existe evidência alguma além dos textos do próprios cristianismo, datados em 75 DC, de tal evento; e cujo exemplar mais antigo, o papiro p52 (um pedaço do evangelho de João) datado entre 120 e 130 DC. Entre os erros cronológicos que podemos encontrar no novo testamento se encontram: Segundo o autor anónimo de Mateus, texto utilizado por Ussher, Herodes I estaría reinando durante o suposto nascimento de Jesus, quatro anos depois de sua morte. Herodes I morre em 4 AEC –. Entretanto, segundo o autor anônimo de Lucas, Jesús nasceu durante o censo de Quirino ou Cireno em 6 DC. 

(*) Ussher utiliza a cronologia do Novo testamento criada por Dionísio, o Exíguo, para estabelecer os anos posteriores ao século I DC.

52 - 36 AEC Nada digno de nota nesse ano, já que não se pode confirmar nenhum dos relatos que aparecem em torno das figuras de Paulo e Simão. O contexto leva a maioria dos especialistas a situar a escritura do texto posterior ao ano 70 DC e no máximo 60 DC, portanto o autor não foi testemunha direta dos fatos.

53 - 1996-97 AEC

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Obviamente Jesus não apareceu em 1996, nem em 97, nem em 98. Não apareceu durante toda a década de 90 nem em qualquer época até o dia de hoje.

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Conclusão Podemos perdoar Ussher por cometer erros devido a sua situação, a época em que escreveu e ao contexto no qual escreveu. O que não é perdoável são as pessoas que, posteriormente e mais ainda em nossa época, negam toda a evidência mantendo-se na ignorância voluntária e na paralisia ideológica. Até aquí mostramos numerosas evidências que mostram não só um, mas vários erros na cronologia bíblica; e graças a esses erros podemos estabelecer uma data aproximada em que os autores anônimos do Antigo testamento escreveram os textos. Como pudemos comprovar, a maioria dos livros que compõem o Tanak não puderam ser escritos antes do séculoi VII AEC (Pentateuco) e alguns deles no século X AEC no máximo (resto de libros). Cidades e nomes inexistentes em certas épocas, expressões e relatos onde são citados povos que ainda não existiam ou apareceram posteriormente, lugares sem uma mínima evidência da passagem do povo hebreu, conquistas inexistentes devido à situação em que se encontrava esse povo, demonstram quais eram os conhecimentos que possuíam os autores que montaram o Tanak (Antigo testamento). A Bíblia, em que pese os desejos dos religiosos, não é um livro de fontes inspiradas por uma divindade mitológica, mas escrita por uma série de autores desconhecidos que, como em muitas outras culturas, estavam limitados por seus conhecimentos. Pretender defender o contrário é coisa de néscios e de ignorantes.

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Fontes: Fonte original traduzida, adaptada e ampliada com mais textos, imagens e links: 

http://www.ateoyagnostico.com/2013/08/19/los-anacronismosde-la-cronologa-bblica-de-ussher/

Todas as demais fontes foram incluídas no próprio texto. Algumas delas incluem links ou referências que podem ser pesquisadas e comprovadas.

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“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.”

"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente .

Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.

Karlheinz Deschner.

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2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma

3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano

4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños

5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder

6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios

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7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia

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9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III

Sua obra mais ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Tratase da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).

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414 páginas LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y coresponsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania.

Es un libro que es necesario conocer.

639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura.

El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.

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513 páginas En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...

326 páginas

Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.

480 páginas Jesús de Nazaret, su posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.

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576 páginas

380 páginas

38 páginas

First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.

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An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.

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391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.

Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).

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