Classes Sociais em O Capital de Marx - Gustavo Machado

February 13, 2019 | Author: Gustavo Lopes Machado | Category: Karl Marx, Capitalism, Marxism, Economics, Sociology
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Uma Análise das classes sociais em O Capital....

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Classe sociais em O Capital  de  de Marx: a centralidade do proletariado industrial Gustavo Henrique Lopes Machado

 A tarefa da ciência consiste precisamente em explicar como opera a lei do valor. Consequentemente, se pretendemos explicar de uma só vez todos os fenômenos que parecem contradizer esta lei, seria necessário fazer ciência antes da ciência. Karl Marx 

No presente presente artigo, artigo, pretende pretendemos mos desenvol desenvolver ver a concepçã concepção o de classes classes sociais sociais presen presente te nas obras obras de crítica da economia política de Marx Marx,, ou seja seja,,  Capital   e seus manusc manuscrit ritos os prepa preparat ratór órios ios ! tema tema " demas demasiad iado o amplo amplo para para ser tratad tratado o de manei maneira ra consistente e rigorosa em apenas um artigo Motivo pelo qual iremos nos centrar em apenas dois aspectos# $% o papel central desempenhado pelo proletariado industrial na sociedade capitalista& '% a dimensão improdutiva do trabalho assalariado não produtor de mercadorias, mercadorias, comumente designado de serviços (sse (sse tema tema " parti particul cularm armen ente te import important ante e nos nos dias dias de hoje hoje )omo )omo se sabe, sabe, o marxismo surge no s"culo *+* procurando vincular a luta pelo socialismo ao proletariado e, partic particula ularme rmente nte,, ao prolet proletari ariad ado o indust industria rial,l, o prod produto uto mais mais genu-n genu-no. o. da socied sociedad ade e capitalista No entanto, a partir da segunda metade do s"culo **, quando se veri/icou uma redução num"rica do proletariado industrial nos pa-ses centrais ao mesmo tempo que um signi signi/ic /icati ativo vo cresci crescimen mento to dos ditos ditos serviç serviços, os, bem como como uma divis divisão ão intern internaci acion onal al do trabalho cada ve0 mais complexa e desigualmente distribu-da entre o conjunto dos pa-ses do globo& não /oram poucos os que procuraram dissolver a especi/icidade do proletariado industrial no conjunto dos assalariados 1ara tal, toda a complexa teia de relaç2es entre os diversos tipos particulares de capital /oram dissolvidas na abstrata noção de trabalho produtor de mais3valia Nessa acepção, basta ser um trabalhador assalariado empregado por um capitalista que di/erença alguma existiria entre os diversos setores do proletariado e, consequentemente, nenhum papel maior estaria reservado ao proletariado industrial na estrat"gia da revolução socialista Nesse sentido, não se trata de uma mera questão teórica, mas de uma questão teórica com um signi/icativo impacto program4tico )aso não se tenha clare0a sobre o tema aqui em debate, uma organi0ação marxista corre o risco de substituir a import5ncia do trabalho estrutural de base a partir do local de trabalho 6 portanto, lento e di/-cil 6 pela abstração do povo nas ruas.& a conquista da maior parte das massas pela classe oper4ria com com um prog progra rama ma revo revolu luci cion on4r 4rio io,, pela pela abst abstra raçã ção o de um par partitido do de mass massas as.. sem sem delimitação de classe (m suma, corre3se o risco de desvincular o programa de sua respe respecti ctiva va base base social social,, v-ncul v-nculo o esse esse que que vem a ser exatam exatamen ente te a especi especi/ic /icid idade ade do marxismo /rente as todas demais correntes utópicas  7pesar disso, devemos di0er que tal postura não surpreende surpreende 8 muito comum, diante das di/iculdades de todos os tipos colocadas em cada per-odo histórico, que ativistas marxistas honestos, todavia, impacientes e apressados, procurem criar ou aderir 9 teorias recon/ortantes tendo em vista seus objetivos e os meios para alcanç43lo (laboraç2es que, por meio da extração de importantes dom-nios da realidade, con/erem a ilusão de que seus /ins possam ser atingidos de modo mais r4pido e /4cil :eria poss-vel mencionar de0enas de exemplos nesse sentido 1or isso mesmo, tais t ais elaboraç2es e seus respectivos /ormuladores /a0em muito sucesso, pois correspondem ao que muitos anseiam escutar Nasce, desse modo, um marxismo envergonhado de si mesmo, t-mido e de/ensivo ;ue tem sempre muito a di0er, mas quase nada a propor, exceto a insist% ' 1rodução de uma nova mercadoriaJMZ% a ser levada ao mercado e trocada por  dinheiroJZ%

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(ste processo " sinteti0ado na /órmula# 1 6 M >M7 -2@ 7rodu'&o MB 6 1B (is a /órmula geral do capital produtivo Não existe nela nada de misterioso, apesar da complexidade aparente >rata3se de um desdobramento da /orma geral do capital# 1 + M + 1B No entanto, esta /orma mais abstrata do capital em geral assinala que pertencem 9 es/era do capital todos os trabalhos que se trocam diretamente por dinheiro como capital, onde se inclui os serviços explorados por um capitalista 4 na /órmula do capital produtivo, não se nega o /ato de que os serviços possam ser explorados como capital, no entanto, não mais como capital produtivo ! capital produtivo ", assim, um tipo espec-/ico e mais /undamental do capital no geral 7l"m de produ0ir um excedente para o capitalista J 3 I  6 Z%, o capital produtivo exige que ao /im do processo se produ0a uma mercadoria ou, mais precisamente, capital3mercadoria J1rodução [ MZ% Não basta a mera compra e venda da /orça de trabalho e meios de produção JM1& X>% como comumente se interpreta +sto " assim porque o dinheiro, embora apareça na sociedade capitalista como sendo a rique0a por excelanto " assim que em outra passagem, j4 no )ivro !erceiro, Marx explicita os ramos que denomina constitutivos do capital industrial# o exposto ressalta absurdo considerar o capital mercantil, seja na /orma de capital comercial ou na de capital /inanceiro, esp"cie particular de capital industrial, como, por  exemplo, a mineração, a agricultura, a pecu4ria, a manu/atura, a indBstria de transporte, etc, que, em virtude da divisão social do trabalho, constituem rami/icaç2es determinadas do capital industrial. JM7K*,$OV$, pQP'%

 7penas atividades produtoras de capital3mercadoria são elencadas como sendo capital industrial e, por conseguinte, capital produtivo# a mineração, a agricultura, a pecu4ria, a manu/atura e, mesmo, a indBstria de transporte que, na acepção de Marx, altera espacialmente o produto con/orme veremos mais adiante Mesmo neste caso, Marx est4 distante de nivelar todos estes distintos ramos do capital produtivo pelo simples /ato de produ0irem capital3mercadoria 1elo menos quatro di/erenciaç2es substanciais são explicitadas por Marx no interior do próprio capital produtivo, explicitando os distintos papeis e o peso social desses ramos no interior da din5mica da reprodução global do capital +ndicamos aqui, sumariamente, tais di/erenciaç2es 7penas indicamos, a/inal, sua articulação com os demais capitais particulares e o papel desses di/erentes ramos na /ormação da taxa m"dia de lucro, est4 al"m do escopo deste artigo#  + 1epartamento / + Capital produtor de meios de produ'&o# 7- se insere todo o ramo do capital que no produto /inal " representado sob a /orma do capital constante esde o maquin4rio e as instalaç2es da indBstria at" a produção de energia, mat"rias primas etc !u seja, todas mercadorias consumidas no próprio processo de trabalho Kecebe, segundo Marx, uma mais3valia extra do departamento ++, cujos motivos não " poss-vel explicitar neste espaço

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D + 1epartamento // + Capital produtor de meios de consumo indiidual# 7qui se insere o setor produtor de mercadorias aptas a serem consumidas pelos trabalhadores e capitalistas 7 relação entre estes dois departamentos serão tratadas no Livro :egundo de  Capital , mas de /orma mais precisa na seção ++ do Livro >erceiro  + /ndFstria extratia# )omp2e o departamento +, mas com especi/icidades que devem ser devidamente consideradas 7qui se insere setores como a mineração, a pecu4ria e a agricultura 7s caracter-sticas naturais da terra, a pure0a natural do min"rio, dentre outros elementos que não estão diretamente associados ao trabalho, mas 9 propriedade, produ0em um ganho extra denominado renda da terra, al"m da divisão da mais3valia produ0ida com o rentista /undi4rio Mesmo nesse caso, existem di/erenças /undamentais entre os ramos em questão, por exemplo, a maior concentração de trabalhadores miner4rios em uma mesma unidade produtiva contraposta 9 dispersão caracter-stica do trabalho agr-cola (sses setores serão tratados por Marx na seção U+ do Livro >erceiro G + /ndFstria dos transportes# !s casos indicados acima integram, evidentemente, o capital produtivo, j4 que são produtores de capital3mercadoria, ainda que, como no departamento +, destinadas a serem consumidas por outro ramo industrial como meio de produção No entanto, existe uma situação menos evidente# os transportes (sse caso " particularmente interessante para esclarecer a questão entre capital produtivo e improdutivo, particularmente o papel dos serviços 7 esse respeito observa Marx de maneira contundente# H4, entretanto, ramos industriais autônomos em *ue o resultado do processo de produ'&o n&o ! nen#um produto, nenhuma mercadoria (ntre eles, o Fnico setor importante) do ponto de ista econômico) ! o de transportes e comunicaç2es que abrange tanto o transporte de mercadorias e pessoas. JM7K*, $OVE, pDD% )omo se v e M1% consumidos para obtrata3se de uma redistribuição dos valores produ0idos que podem ser  novamente apropriados na /orma de capital pelo capitalista do setor de serviços, mas não de redistribuição da mais3valia, tampouco de produção de valor para a sociedade como j4 tratamos

Conclus&o 1or /im, ressaltamos que, no presente artigo, não reali0amos a an4lise do entrelaçamento entre os diversos estratos do proletariado que comp2em o capital produtivo e o capital improdutivo, com sua respectiva incideral  elo Hori0onte# 7utrogo e Kaul >un@ M!K(N!, N7H=(L alanço de 7tividades (diciones Marxismo Uivo :ão 1aulo# (ditora Lorca :7, 'E$' 1K(!K7(N:A, (ugerra, $OPO K=+N, +saa? lllich A teoria marxista do valor  :ão 1aulo# 3rasiliense, $OVE

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