cerimonias

December 2, 2018 | Author: praianadeitaipu1 | Category: Saint, Death, Homo Sapiens, Religion And Belief
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 Bori vem da junção BO + ORI, onde bo podemos traduzir como encontrar ou alimentar.

Falando de Ori O ser humano, espiritualmente falando, não é corpo, mas só cabeça. Exemplo: José ou Maria não é cabeça, tronco e membros, mas apenas cabeça. Tudo que vem abaixo da cabeça (Ori) são partes prestadoras de serviço (funcionárias) da cabeça. Acredito que a cabeça é à base de tudo, tanto no Orun (mundo espiritual) como no Aiye (mundo material).  No Aiye, a cabeça é responsável pelos projetos, pela ira, amor e a fé.  No Orun, a cabeça (Ori) é a responsável pela continuidade no plano terrestre. É como se tivesse duas dimensões chamadas de Orun e a outra Aiye, onde teríamos uma cópia fiel de cada um de nós e, quando fazemos o ritual do Bori (alimento a cabeça), unimos o corpo físico com o corpo astral, ligando assim as duas metades Ori-Aiye e Ori-Orun (cabeça material e espiritual), e assim centralizamos nosso eixo, sintonizando os seres dos dois universos. Desta forma, mantemos nossa estadia neste mundo por mais tempo. Porém, quando chagado o momento dos dois seres Ori-Aiye e Ori-Orun se unirem, nada é capaz de evitar ev itar este encontro. É neste momento que qu e o Orixá (Òri s á) Ikú (morte) vem fazer sua parte e deixando grande dor para os que ficam no Aiye. Em outro momento falaremos deste Òri s á chamado de Ikú . A cabeça tem a mesma forma de uma cabaça, umas mais ovais e outras arredondadas, mais ainda em forma de uma cabaça. A cabaça dentro da cultura Nagô esta ligada à criação do mundo e tem o mesmo formato de um útero e este é um dos motivos que os vodunsses são proibidos de comer a abóbora (cabaça comestível). Sobre a cabaça falaremos em outra oportunidade. Somos nós que escolhemos o que queremos viver no Aiye. Muitas vezes usamos o termo “este é o meu destino”. Em alguns casos, este bordão se aplica; em outros é usado erroneamente. Quando é chegado o momento de virmos para o Aiye, tem um determinado momento em que nos é perguntado o que vamos fazer neste mundo. Neste momento não existe Ori-Aiye, só duas pessoas denominadas de Ori-Orun. Ambos escolhem quais suas missão no mundo dos homens, esta escolha é chamada de odu-labori. Odu-Labori é o destino que escolhemos para nós, isso é muito fácil de compreender e darei um exemplo muito simples. Alguém que nasce em berço de ouro e tem todas as oportunidades para ser uma pessoa grande e fica em absoluta miséria. Matéria da Revista Orixás:

( Uma iniciação à religião, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais e

passagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio )

Da fusão da palavra bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer  cabeça, surge o termo bori, b ori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual,  pode – se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar   pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é ( Iésè órìsà ).

Da mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, leste e oeste; o centro é a referencia, logo toda pessoa deve se colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os pontos cardeais: os caminhos a escolher e seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as  possibilidades e contradições. contradições.

 Na África, ori é considerado um deus, alias, o  primeiro que deve ser cultuado, mas é também, junto com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental  para compreender os ritos relacionados a vida, como axexê (asesé). Nota – se a importância desses elementos, sobretudo o ori, pelos oriquis com que são evocados:

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu O bori prepara a cabeça para que o orixá ori, o seu princípio individual, a sua cabeça.  possa manifestar – se plenamente. Há um Ele revela que cada ser humano é único,  provérbio nagô que diz: Orí buru kó si orisá. tendo escolhido suas próprias É o bori que torna a cabeça ruim não tem  potencialidades. Odu é o caminho pelo qual orixá. É o bori que torna a cabeça boa. Entre se chega à plena realização de orí, portanto as oferendas que são feitas ao ori algumas não se pode cobiçar as conquistas do outro. merecem menção especial. É o caso da Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve galinha – d'angola, chamada nos candomblés ser grande em seu próprio caminho, pois, de etum ou konkém, que é o maior símbolo embora se escolha o ori antes de nascer na de individuação e representa a própria Terra, os caminhos vão sendo traçados ao iniciação. A etun é adoxu ( adosú ), ou seja, é longo da vida. feita nos mistérios do orixá. Ela já nasce com exu, por isso relaciona – se com começo e Exu, por exemplo, nos mostra a fim, com a vida e a morte, por isso está no encruzilhada, ou seja, revela que temos  bori e no axexê. vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é tarefa que cabe a cada ori, por isso o equilíbrio e a

passagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio )

Da fusão da palavra bó, que em ioruba significa oferenda, com ori, que quer dizer  cabeça, surge o termo bori, b ori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual,  pode – se afirmar que o bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar   pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu bori é ( Iésè órìsà ).

Da mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, leste e oeste; o centro é a referencia, logo toda pessoa deve se colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os pontos cardeais: os caminhos a escolher e seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as  possibilidades e contradições. contradições.

 Na África, ori é considerado um deus, alias, o  primeiro que deve ser cultuado, mas é também, junto com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental  para compreender os ritos relacionados a vida, como axexê (asesé). Nota – se a importância desses elementos, sobretudo o ori, pelos oriquis com que são evocados:

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu O bori prepara a cabeça para que o orixá ori, o seu princípio individual, a sua cabeça.  possa manifestar – se plenamente. Há um Ele revela que cada ser humano é único,  provérbio nagô que diz: Orí buru kó si orisá. tendo escolhido suas próprias É o bori que torna a cabeça ruim não tem  potencialidades. Odu é o caminho pelo qual orixá. É o bori que torna a cabeça boa. Entre se chega à plena realização de orí, portanto as oferendas que são feitas ao ori algumas não se pode cobiçar as conquistas do outro. merecem menção especial. É o caso da Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve galinha – d'angola, chamada nos candomblés ser grande em seu próprio caminho, pois, de etum ou konkém, que é o maior símbolo embora se escolha o ori antes de nascer na de individuação e representa a própria Terra, os caminhos vão sendo traçados ao iniciação. A etun é adoxu ( adosú ), ou seja, é longo da vida. feita nos mistérios do orixá. Ela já nasce com exu, por isso relaciona – se com começo e Exu, por exemplo, nos mostra a fim, com a vida e a morte, por isso está no encruzilhada, ou seja, revela que temos  bori e no axexê. vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é tarefa que cabe a cada ori, por isso o equilíbrio e a

clareza são fundamentais na hora da decisão e é por meio do bori que tudo é adquirido.

O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. As comidas  brancas, principalmente os grãos, evocam Os mais antigos souberam que Ajalá é o orixá funfun responsável pela criação de ori. fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, os produtos da flor  Dessa forma, ensinaram – nos que Oxalá germinação, simbolizam fartura e riqueza. sempre deve ser evocado na cerimônia de  bori. Yemanja é a mãe da individualidade e  por essa razão está diretamente relacionada a orí, sendo imprescindível a sua  participação no ritual. O pombo branco é o maior símbolo do poder  criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a ori; é a boa semente que se planta e espera – se que dê bons frutos. A própria cabeça é síntese de caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabem, muitas Todos os elementos que constituem a vezes, se configurando como sinônimos) oferenda à cabeça exprimem desejos comuns começam no ori, que ao mesmo tempo apota a todas as pessoas: paz, tranqüilidade, saúde,  para as quatro direções.  prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao ori de cada um eleger prioridades e, uma vez cultuado como OJUORI – A TESTA se deve, proporciona-las aos seus filhos. ICOCO ORI – A NUCA NUNCA SE ESQUEÇA: ORIXÁ COMEÇA COM ORI. OPA OTUM – O LADO DIREITO OPA OSSI – O LADO ESQUERDO FONTE: REVISTA O

As Águas de Oxalá  Na quinta-feira à noite, antes de se iniciarem os preceitos desta cerimônia, das 7 horas da noite até meia noite, todos os filhos da casa são obrigados a fazer um bori, em muitas casas essa obrigação tem sido substituída por um obi , para poderem carregar as águas. ág uas. Depois desse bori ou obi, vão se recolher, até que são acordados, antes do nascer do Sol  pela Yalorixá ou pelo Babalorixá para iniciarem o preceito das águas. Os filhos do Axé, trajados de branco, saem em silêncio do terreiro, em procissão, carregando potes e moringues, tendo à frente o Babalorixá ou a Yalorixá tocando o seu adjá. Todos se dirigem  para uma fonte próxima. Hoje em dia, como muitas casas não encontram fontes por perto, essa obrigação é feita dentro do próprio terreiro. Meia hora depois, depo is, com suas vasilhas cheias d'água, aproximam-

se de um lugar apropriado, todo cercado de palha, com uma oca indígena, chamado Balué, onde se colocou o assentamento do Orixá Oxalufon. Ali, todos apresentam aquelas águas ao Babalorixá ou Yalorixá que as derrama por cima do assentamento de Oxalufon. São feitas três viagens à fonte ou aonde está a água (no caso das casas que não possuem fontes perto), e, na terceira, a água não é mais derramada, ficando todas as vasilhas cheias depositadas no Balué, sendo colocada uma cortina branca na porta e uma esteira no chão. Cada pessoa que chega ajoelha-se sobre aquela esteira em sinal de reverência. Algumas  pessoas, os que têm orixá masculino, dão Dodobalé, deitam-se de fio ao comprido, tocando a cabeça no chão. As demais, as que são dos orixás femininos dão o Iká otun iká osi, virando-se de um lado e do outro, tocando o chão com a cabeça -. Depois dessa cortesia, o Babalorixá, juntamente com todos os seus filhos e associados, começa a cantar uma saudação para Oxalá (Oriki): Babá êpa ô Babá êpa ô Ará mi fo adiê Êpa ô Ará mi ko a xekê Axekê koma do dun ô Êpa Babá Depois de cantada essa saudação, todas as pessoas pertencentes à Oxalá são por ele manifestadas e vão até o Balué, que é, como já se viu, onde está o assento de Oxalufon. Fazem ali determinadas reverências e cumprimentam a todos, agradecendo o sacrifício daquele dia e rogando a Oduduá para abençoar a todos. Uma das perguntas mais frequentes dos meus internautas é: SENDO OXALÁ UM ORIXÁ FUN FUN (DO BRANCO) E QUE NÃO ACEITA OUTRA COR SE NÃO ESSA POR  QUE USA EKODIDE? POR QUE O WAJI PERTENCE A OXALUFON QUANDO NA CABEÇA DO YAO? Vou começar pela segunda pergunta: Oxalá, como todos sabemos é a própria vida e quando fazemos a pintura na cabeça do yawo note que ele é feito em forma de meia cuia o que na realidade representa a escuridão do útero materno. quanto ao ekodide este é o símbolo da menstruação também relacionado ao início da vida. A seguir mostrarei a transcrição de um iton (lendas das quais surgem as leis e as explicações para nossa religião. Por que Oxalá usa Okodide (transcrição do livro Porque Oxalá usa Ekodidé - Deoscóredes M. dos Santos-DIDI - Edição Cavaleiro da Lua - Fundação Cultural do Estado da Bahia foi mantida a ortografia original do manuscrito)

Muito tempo depois que Oduduwa chegou em Ilê Ifé e começaram a adorar o culto das Águas de Oxalá, aconteceu que, logo no primeiro ano, quando estava perto das festas Oxalá escolheu uma senhora das mais velhas do terreiro, chamada Omon Oxum, para tomar conta de todo, ou melhor, de toda sua roupa, adornos e apetrechos, depositando com toda  benevolência nas mãos dela aquele direito especial para tomar conta de tudo que lhe  pertencesse, da coroa ao sapato. Omon Oxum por nunca ter tido nenhum filho, criava uma menina. Dessa data em diante ela e a menina ficaram sendo odiadas por algumas pessoas que faziam parte nesse terreiro e que por inveja de Omon Oxum começaram a tramar novidades, procurando um meio qualquer para fazer Oxalá se zangar com ela e tomar o "Axé" entregue por Oxalá. Fizeram coisas que Deus duvida contra Omon Oxum porém nada surtia efeito. Cada vez mais Oxalá ia aumentando a amizade e dedicação para Omon Oxum. Ela era muito devotada ao cumprimento das suas obrigações e não dava margem alguma para ser por ele repreendida. Como dizem que a água dá na pedra até que fura, aconteceu que, na véspera do dia da festa, as invejosas, já desiludidas por poderem fazer o que desejavam, de passagem pela casa de Omon Oxum se depararam com a coroa de Oxalá que ela tinha arriado e colocado no sol  para secar. Quando elas viram a coroa de Oxalá muito bonita e mais reluzente do que nunca, combinaram roubar a coroa e ir jogar no fundo do mar. E assim fizeram. Quando Omon Oxum foi apanhar a coroa para guardar, não encontrou. Ficou doida. Procura daqui procura dali, remexeram com tudo procurando em todos os cantos da casa e nada da coroa aparecer. As invejosas vendo a aflição que estava passando Omon Oxum e sua filhinha, satisfeitas  pelo mal que tinham causado, riam as gaiofadas dizendo: agora sim quero ver como ela vai se atar com Oxalá amanhã quando ele procurar a coroa e não encontrar. A essa altura Omon Oxum completamente perdida só pensava em se matar e já estava resolvida a fazer isso para não passar vergonha perante Oxalá. Foi quando a meninazinha, sua filha de criação disse: - Mamãe, porque a senhora não vai na feira amanhã de manhã  bem cedinho e não compra o peixe mais bonito que tiver lá? A coroa de Oxalá deve estar na barriga desse peixe. E assim a menina insistiu, insistiu tanto, até que Omon Oxum se decidiu a aceitar o que a menina aconselhou, dizendo:- Fique tranqüila minha filha, porque de madrugada eu vou acordar para ir à feira ver se encontro com esse peixe que você imagina ter a coroa do nosso Rei Oxalá na barriga. A menina foi dormir tranqüila. Omon Oxum coitada, não pôde dormir toda a noite  preocupada que já amanhecesse o dia para ela ir a feira ver se conseguia encontrar o dito  peixe que a menina julgava ter a coroa na barriga. Quando o dia mal tinha clareado, Omon Oxum pulou da cama, se preparou e lá se foi. Quando ela chegou na feira foi diretamente no mercado de peixe e não encontrou nenhuma escama. Ainda era muito cedo. Omon Oxum deu uma volta pela feira e já bastante impaciente voltou ao mercado onde encontrou um senhor vendendo um peixe, cujo peixe, era o único que se encontrava no mercado. Omon Oxum comprou o peixe e foi voando para casa a fim

de destrincha-lo. Queria ver se sua filha tinha aconselhado bem, para ela poder obter a paz e tranqüilidade espiritual, encontrando a coroa de Oxalá. Assim que ela chegou em casa foi logo para a cozinha para abrir a barriga do peixe. Porém não conseguiu. Quando ela estava aí se acabando de chorar e labutando para abrir a  barriga do peixe, a menina acordou e foi logo perguntando: - Mamãe já comprou o peixe? A senhora deixa que eu abra a barriga dele? - Omon Oxum bastante chorosa respondeu:Minha filha a barriga dele está muito dura. Eu não posso abrir quanto mais você. A menina se levantou, chegou na cozinha, apanhou um cacumbú e puxou rasgando a  barriga do peixe, está se abriu em bandas deixando aparecer a coroa de Oxalá ainda mais  bonita do que era antes. Omon Oxum se abraçou com a menina e de tanto contentamento não sabia o que fazer com ela. Carregava, beijava, dançava, e por fim Omon Oxum olhando  para a menina e em seguida voltando as vistas para o céu, disse: - Olorun, Deus que lhe abençoe. Sua mãe está sendo perseguida, porém com a fé que tem no seu Eledá, anjo da guarda, não ha de ser vencida. Limparam muito bem limpa, a coroa, e guardaram, muito bem guardada,  juntamente com o resto das coisas pertencentes a Oxalá. Em seguida Omon Oxum cozinhou o peixe, fez um grande almoço e convidou a todos da casa para almoçar com ela dizendo que estava festejando o dia da festa do Pai Oxalá. Ao meio dia Omon Oxum juntamente com seu, quero dizer, sua filhinha serviram o almoço acompanhado de Aluá ou Aruá, a bebida predileta de Oxalá a qual os Erê dão o nome de mijo do pai. Depois do almoço todos foram descansar para na hora determinada dar começo a festa das Águas de Oxalá. As invejosas quando viram todo aquele movimento, Omon Oxum muito alegre como se nada tivesse acontecido a ponto de dar até um banquete em homenagem a Festa de Oxalá, ficaram malucas. Uma delas perguntou:- Será que ela encontrou a coroa? Outra respondeu:- Eu bem disse que queimasse. - E a outra mais danada ainda dizia:- Eu disse a vocês que o melhor era cavar um buraco bem fundo e enterrar. - A primeira  procurando acalmar os ânimos, disse para a outra:- Vamos esperar até a hora que ela apresentar as roupas de Oxalá com todos os armamentos. Se a coroa estiver no meio o jeito que temos é fazer um grande ebó e colocar na cadeira onde ela vai se sentar ao lado de Oxalá. - O ebó, sacrifício, pode ser empregado para o bem ou para o mal. Quando estava perto da hora de começar a festa, Omon Oxum apresentou a Oxalá toda a roupa com todos os armamentos deixando as invejosas mais danadas e com mais desejo de vingança, a ponto de procurarem fazer o ebó por elas idealizado e colocar na cadeira onde Omon Oxum era obrigada a sentar-se por ordem de Oxalá. Começou a festa com a maior alegria possível. Oxalá chegou acompanhado por Omon Oxum e se sentou no trono. Omon Oxum sem saber do que estava sendo feito contra ela, também se sentou na sua cadeira ao lado de Oxalá. Quando começaram as cerimônias e que

Oxalá precisou de colocar a sua coroa, virou-se para Omon Oxum e pediu para ela ir  apanhar a coroa. Omon Oxum quis levantar e não pôde. Fez força para um lado, para o outro, e nada de poder levantar-se, até quando ela decidiu levantar-se de qualquer maneira. Devido a grande dor que sentiu, olhou para a cadeira e viu que estava toda suja de sangue. Alucinada de dor, e horrorizada por saber que Oxalá de forma nenhuma podia ter nada de vermelho perto dele porque era ewó, proibição, saiu esbaforida pela porta afora, indo se esbarrar na casa de Exú. Quando Exú abriu a porta que viu Omon Oxum toda suja de vermelho, disse:- Você vindo desse jeito da casa de meu pai? Infringiu o regulamento e eu não posso lhe abrigar,- e fechou a porta. Daí ela foi para a casa de Ogun, Oxossi, de todos Orixás e sempre diziam a mesma coisa que disse Exú. Só restava a casa de Oxum. Quando Omon Oxum chegou a casa de Oxum, esta já tinha sabido do que estava acontecendo e estava a sua espera. Omon Oxum se jogando nos pés dela disse:- Minha mãe me valha, estou perdida. Oxalá não vai me querer mais em sua casa. Oxum disse para ela que não se preocupasse, que um dia Oxalá ia buscar ela de volta. Depois Oxum, usando de sua magia, fez com que, do lugar onde sangrava em Omon Oxum saísse Ekodide, pena vermelha de papagaio da costa, até quando sare a ferida. Oxum, depois de colocar todo aquele Ekodidé numa grande igbá, cuia, reuniu todo seu pessoal e todas as noites faziam um xirê, festa, cantando assim: BI O TA LADÊ BI O TA LADÊ IRÚ MALÉ IYA OMIN TA LADÊ OTO RU ÉFAN KOBÁJA OBIRIN IYA OMIN TA LADÊ E Assim Oxum ricamente vestida, sentada no seu trono, com Omon Oxum ao seu lado, a cuia de Ekodidés e a vasilha para colocarem dinheiro em frente a elas, recebia as visitas de todos os Orixás que iam até lá para ver e saber porque Oxum estava fazendo aquela festa todas as noites. Todos que lá chegavam e ficavam sabendo do acontecimento, si era homem dava dodóbálé, se estirava de peito no chão para Oxum, depois apanhava um Ekodidé e colocava uma certa quantia na vasilha que estava ao lado para ser colocado o dinheiro, e se era mulher dava iká, quer dizer, se deitava no chão de um lado e do outro para Oxum e em seguida apanhava um Ekodidé e colocava também o dinheiro na referida vasilha. Tudo aquilo que estava acontecendo no palácio de Oxum, ficou sendo muito propalado e as invejosas faziam todo possível para que Oxalá não soubesse. Um dia, elas, sem observarem que Oxalá estava por perto, começaram a comentar o caso, onde uma delas disse:- Com ela não tem quem possa, depois de tudo o que nós fizemos, depois de ter acontecido o que aconteceu aqui no palácio de Oxalá e de ter sido enjeitada por todos Orixás, vocês não estão vendo que Oxum abrigou ela? Curou, conseguindo que do lugar que sangrava saísse Ekodidé, fazendo uma grande fortuna e aumentando a sua riqueza. Agora só nos resta é fazer com que o velho não saiba do que está acontecendo no palácio de Oxum, se não é bem capaz de querer ir até lá. Nisso o velho Oxalá pigarreou dando a entender que tinha ouvido toda a conversação. Ordenou a elas que procurassem saber a hora que começava o xirê no palácio de Oxum e que elas iam servir de companhia para ele

 poder ir apreciar o xirê e tomar conhecimento do que estava acontecendo. Quando elas ouviram Oxalá falar desta maneira bem pertinho delas a terra lhe faltaram nos pés e o remorso montou nos seus cangotes fazendo com que elas fugissem para nunca mais voltar  ao palácio de Oxalá. A noite, depois do jantar, Oxalá cansado de esperar pelas três invejosas e não vendo nenhuma delas aparecer, disse:- Fugiram com medo de que eu castigasse pela grande injustiça que cometeram, não sabendo de que o castigo será dado  pelas mesmas. Assim Oxalá se dirigiu para o palácio de Oxum afim de assistir o xirê e saber qual a causa do mesmo. Quando Oxalá chegou no palácio de Oxum mandou anunciar a sua chegada. Oxum mais  bonita do que nunca, coberta de ouro e muitas jóias dos pés a cabeça, sentada no seu rico trono, mandou que Oxalá entrasse, e continuou o xirê cantando: BI O TA LADÊ, BI O TA LADÊ, IRÚ MALÊ, IYA OMIN TA LADÊ. Quando Oxalá entrou ficou abismado de ver tanta riqueza e quando reparou bem para Oxum, que viu a seu lado Omon Oxum, a pessoa que cuidava dele e de todas suas coisas, a quem ele julgava ter perdido devido o que tinha acontecido, não se conteve, se jogou também no chão dando dodóbálé para Oxum, apanhando um Ekodidé e colocando bastante dinheiro na vasilha. Oxum quando viu o velho dar dodóbálé para ela, se levantou cantando: DÓDÓ FIN DODÓBÁLÉ KÓ BINRIN IYA OMIN TA LADÊ E foi ajudar a Oxalá se levantar do chão. Depois que Oxalá se levantou Oxum pegou Omon Oxum pela mão e entregou à Oxalá dizendo:- Aqui está a vossa zeladora, sã e salva de todo mal que desejaram e fizeram para ela para que ela ficasse odiada por vós. Oxalá agradecendo a Oxum disse:- Oxum, em agradecimento a tudo o que fizestes de bem e para amenizar os sofrimentos de Omon Oxum eu, Oxalá, prometo levar ela de volta para o meu palácio e de hoje em diante nunca hei de me separar desta pena vermelha que é o Ekodidé e que será o único sinal desta cor que carregarei sobre o meu corpo.

Olubajé

O Olubajé é uma cerimônia feita obrigatoriamente todo ano nas casas de Obaluaye ou outras que tenham um Omulu ou Obaluaye feito com menos de sete anos Olubajé É Um Ritual Para Obaluaiê E Somente É Feito Em Casas De Candomblé e por Lei em casa onde tenha feito um Yawo de Obaluae há menos de sete anos ou o proprio Zelador  ou Zeladora seja deste Orixá. Olubajé É Uma Palavra Iorubana E Que Significa Olú : Aquele Que ; Ba : Aceita ; Je : Comer . Nesta Página Mostrarei Algumas Cantigas Que São Tocadas Neste Ritual Juntamente Com Suas Traduções. Olubajé (autor: Sérgio de Ajunsun (Sérgio Cigano) Diz uma lenda que Xango, um Rei muito vaidoso, deu uma grande festa em seu palácio eocnvidou todos os orixás, menos Obaluae, pois suas caracteristicas de pobre e de doente assustavam o rei do trovão. No meio do grande cerimônial todos os outros orixás começaram a dar falta do Orixá Rei da Terra e começaram a indagar o por que de sua ausência, até que um deles descobriu de que ele não havia sido convidado, todos se

revoltaram e abandoram a festa indo a casa de Obalaue pedir desculpas, Obalaue se recusava a perdoar àquela ofensa até que chegou a um acordo, daria uma vez por ano uma festa em todos os orixás seriam reverenciados e este ofereceria comida a todos com tanto que Xango comesse aos seus pés e ele nos pés de Xango, nascia assim a cerimônia do olubajé. Porém muitas outras vão em desencontro com essa lenda, pois narram outros motivos o porquê que Xango e Ogum não se manifestarim no Olubajé. Aqui vou narrar um  poco o que acontece nessa cerimônia:  Nesse dia todo o barracão, casa de candomblé, se encontra ornamentada na cor desse orixá, Obaluaê, devo ressaltar que essa é a única cerimônia dentro do candomblé que dispensa o Ipade, chega a hora e o Babalorixá ou a Yalorixá faz soar o adjá, a fila indiana se forma todos descalços, panelas de barro ornamentadas com faixas todas contendo comidas de todos os orixás com exceção do orixá Xango, a frente estará a Yalorixá ou o Babalorixá seguida por uma filha de Oyá carregando uma esteira, uma outra com um pote na cabeça contendo a bebida sagrada das cerimônia chamada de Aluá, mais 1 com um vasilhame de  barro cheia de Ewe Lara (folha de mamona) a qual servirá de prato para as comidas, logo em seguida mais 21 pessoas ou 7, esses são os números das comidas oferecidas, estarão com vasilhames de barro na cabeça.É importante ressalatar que todos, como numa cerimônia de um bori, inclusive os assistentes deverão estar descalços. Nesse momento o Zelador(a) do culto entoa para os atabaques a seguinte cantiga: Vamos ver o Olubajé em uma parte do livro O Banquete do Rei

OLUBAJE... o banquete do Rei
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