cenas brasileiras
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Mationã
É indiozinho de oito anos chega em um avião, é um dos pouquíssimos da tribo dos turumais. Assustado, com medo, segura na mão da autora. Começa a chorar, ela também, vão para o hospital, pois ele esta com uma febre tremenda. Teve que ficar internado, estava com caquexia, que é uma perda de peso, desnutrição aguda. Pensaram que ele iria morrer, mas conseguiu vencê-la. Só sobraram sobraram as escaras (uma ferida, ferida, onde o tecido tecido morre). Ficava imóvel na cama, tomando soro, fazendo transfusões. t ransfusões. Certo dia abriu os olhos pedindo rapadura. O medico trouxe banana comeu. Reagiu, começou andar, brincar, conversar com todo mundo mundo no hospital, ganhava muito presente. presente. Pediu para cortar seu cabelo, igual cuia, igual ao de frade. Faziam arcos, colares, presentes de índio. Um dia, foi onde os médicos estavam almoçando, pegou uns palitos de dentes e fez uma taba (aldeia com ocas) onde estavam os bororos, seus inimigos, e os turumais escondidos no mato. Na entrada do mato, um palito, era o pai, o chefe. Na outra entrada, o outro chefe, pai do pai, o avo. Assim que os bororos saiam da taba, os turumais iam lá e matavam. Eles matavam para pegar as mulheres bororos. Foi na casa da autora, brincou com o cachorro, viu um gato, disse que era onça. Viu uma moça, Raquel disse que era um bororo, ele disse que não, buraco do brinco, muito pequeno. Quando ele for embora do hospital muita gente vai sentir sua falta, vai chorar.
Seca Fazendeiro estava na rede, olhando para o céu, sem sinal de chuva, seu açude com mais uns dias sem chuva, iria virar lama. Seus empregados estavam almoçando. De repente chegam dois homens, um baixo e um alto, com um couro de cabra ensanguentado na mão. Disse que queria trocar em farinha ou dinheiro, pois estava morando em baixo do juazeiro, sua mulher estava fazendo a carne para a família, tinha filhos. Fazendeiro assustado fingiu não ter entendido. Mas quando os seus empregados foram chegando, começou a ficar bravo com os caras, pois tinham matado a sua criação, e ainda estavam na sua terra. Disse para eles irem embora dali. Chamou-lhe de ladrão, humilhou-os. Deu-lhe farinha. O dono da cabra, era Augusto, disse que cabra fornecia leite para sua filha e ainda tinha filhote. Os dois foram embora, quietos. Os empregados foram trabalhar, passaram perto do juazeiro e viram as crianças comendo a carne. O baixo ficou olhando-os e Augusto baixou os olhos, disse que não gostava de confusão. Moral da historia: fato verídico. O baixo se sentiu humilhado, pois foi chamado de ladrão. Agora não é mãos assim, pois a fome da o direito que passa por cima de qualquer outro direito. E a moralidade é que tudo mudou, mudou muito.
Mimiro Tinha uma família numerosíssima e esquisita, vivam chamando ele, e ele nunca estava. Seu pai tivera muitas mulheres, casava, largava, e fica com os filhos. Encontrou uma mulher com a mesma situação e resolveram se juntar. Criaram o Lar de Pequenina. Mimiro chama-se Casemiro. Mal o dia amanhece, já estão gritando com ele, para ajudar os irmãos, ver se o porco fugiu, dar capim a cabrita, para ir na venda. Mimiro é meio que maligno. Anda com a cabra, deixa o dia inteiro perto de uma arvore, onde não há pasto, depois leva para tomar água do mar, ela não toma. Quando precisa de dinheiro, rouba ovos, vai vender na praia. Tem feridas na cabeça, usa uma carapuça vermelha, magro. Quando se sente ofendido, diz o pior palavrão e sai correndo. Tem um bodoque que é um estilingue, coloca caroço de milho até pedra de ponta. Fez inimizade com um vizinho, xingou a mulher dele com palavrões, depois matou o frango da senhora com canivete, esquartejou, e dou para os cachorros comerem. Um dia Mimiro estava agachado, na praia limpando um siri, o homem veio e lhe deu cinco cipoadas nas suas costas, o homem do frango. Mimiro jurou vingança. Pois certo dia, à noite, o homem estava descendo a rua, Mimiro veio e lhe feriu com um caco de vidro, o homem começou a sangrar, saiu gente de todo lado ara socorrer. O homem pensou que tivesse sido baleado, mas ninguém ouviu tiro. Veio à ambulância e tirou o caçoo de vidro. Também ninguém viu Mimiro com sua carapuça vermelha.
Historia Nesse tempo policia perseguia os terreiros de macumba, candomblés. Pois faziam rituais. Pai de Santo era o que mais ia na cadeia. Certo dia o policial gordo, estava na estação para tomar um sorvete, e viu molequinho assobiando o Internacional. Perguntou onde ele aprendeu aquela musica, e o danadinho saiu correndo. O policial correu, mas não alcançou, viu onde ele entrou, numa cerca viva. Decidiu ficar por ali uns dias, até encontrar o garoto. Estava num bar, e viu o garotinho soltando pipa, chegou por trás e pegou o menino tapando-lhe a boca. Internacional era um hino cantado nos centros de macumba. O gordo levou o crioulinho para um taxi. Não sabemos como o gordo tirou informação do negrinho, mas ele descobriu um centro de macumba e foi para lá, prender as pessoas, o crioulinho também foi. Chegando lá, o gordo policia foi prender os caras enquanto o crioulinho fugiu. Chegou na sua casa, morava cm seu avo, deitou na cama, morrendo de frio e medo. Sua avo lhe perguntava as coisas, ele ficava quieto e depois começava a gritar.
Ficou sendo assim, ninguém podia lhe interrogar, que ficava quieto e depois gritava. Quatro anos depois, andando na plataforma da estação do trem, com quinze anos, ao ver aproximar o policial gordo, sorridente como se lhe reconhecesse, caiu na linha e foi esmagado pelo trem elétrico.
O viajante
Um menino com sua mãe foram viajar para a cidade grande, Rio de Janeiro, no natal, ficar no apartamento da tia. Pegaram o ônibus, chegando no Rio, sua mãe ia-lhe mostrando as ruas, os pontos turísticos. Depois pegaram um taxi, o menino estava de olho no relógio do taxi, pois tinha cem reais que sua madrinha lhe dera para comprar brinquedos, estava preocupado em pagar. Passaram no túnel, ficou com medo, depois passaram na avenida Copacabana, viram os grandes prédios do Botafogo, mas o menino parecia em ligar. Gostou do gasômetro, do elevador do prédio, detestou o apartamento, sentiu-se enjaulado. Gostou de ver os carros, perguntou se tinha mais de mil, se tia disse que sim, uns trinta mil, não acreditou. Foi para a praia, não ligou. De repente viu uma menininha com uma boneca que andava. Interessou demais na boneca, até pediu para sua mãe comprar. Mãe disse que era muito cara, não tinha dinheiro para isto, era o mesmo preço de uma bicicleta. Foi ver o papai Noel de verdade, não gostou, disse que melhor ver ele pelo livro, ali é muito falso. Depois foram embora, o menino dormiu com a cabeça no colo da mãe. Só ele sabia o que passava na sua cabeça.
Um punhado de farinha Um bêbado no restaurante meteu uma colher de farinha na boca e engasgou. Se não fosse um copo de pinga, ele teria morrido. Depois foi dormir na praia e acordou quase afogado pela maré que subia. Essa historia fez lembrar de outra: um velho sempre que terminava de comer comia uma colher farinha. Certo dia ele foi visitar seu filho na fazenda. Comeu carneiro, muito bem. Depois rapadura, café. Depois ele comeu uma colher de farinha. O filho vendo aquilo, achou que ele ainda estava com fome, e ficou muito bravo com pai, dizendo que era desfeita do pai. Era só mania do velho. Pediu para que fizesse um frango bem gordo, um pirão com dois litros de farinha e fez o pai dele comer a força. Até ameaçou-o colocando uma faca a mesa. O velho comeu, mas o amaldiçoou, pediu um castigo do céu para ele. Foi embora a cavalo, chegou na sua fazenda e já caiu morto. O filho no conseguia mais comer comida, somente farinha e engasgava toda vez. E foi emagrecendo ate virar uma vara. Estava tão fraco que foi comer uma colher de farinha, engasgou e morreu. E o povo diz que maldição de pai leva a forca.
O amor Perguntou para todo mundo o que é amor, uns dizem que é ruim, outros dizem que é paciência, companhia, amizade. A jovem recém-casada diz que é materialismo. Um quarentão diz que é um costume. Solteirão diz que amor é um perigo, com mulher casada dá tragédia,com solteira da noivado. Pastores dizem que é melhor casar do que arder. Os padres dizem que amam a Deus, não podem se casar. A matrona diz, que o amor dói devagarzinho, da medo, medo da morte, é quentinho, confortável, medo da doença, da fadiga, desencontro, pode ser um bife, uma rosa, um beijo, uma colher de xarope. Mas o amor é principalmente duas pessoas neste mudo.
Os filhos que eu não tive
Bateram no portão, eram três meninos, pedindo uns níqueis, estavam no Rio, foi levar um deles para fazer teste no Vasco como goleiro, mas nem deu tempo. Autora lhe ofereceu comida, aceitaram. Estavam comendo, telefone tocou, Alcir, o mais velho dos meninos ficou com medo pensando que era o SAM (internato de menores) , mas não era. Disseram que bateram lá, pois ela tinha uns cachorros pequenos e soltos, então passava a impressão que gostava de criança. Disseram também que quando tem cachorro grande e preso, são pessoas ranzinzas. Zica é o único que tem pais, só que o pai esta é o único que tem pais, só que o pai esta internado e mãe lava roupa. Ele ajuda em casa, faz carreto na feira, pega xepa de comida e leva para a casa, às vezes azeda, pega leite para os irmãos na instituição. Olha um carro que fica defronte a estação. Cincinato é o Nato. Mora com a avó, ela pede esmolas. Alcir , tem hérnia, não pode carregar peso, mora na rua, arruma uns bicos para fazer, lava ladrilhos de um bar. Acabaram de comer, foram embora, pediram dinheiro para o ônibus. Eles tinham vindo carona num caminhão. Autora não conseguiu mais segurá-los e se foram.
Neuma Era uma menina morena, baixa, roliça, com cabelos compridos, geralmente fazia duas traças. Quando ia fazer visitas, ela achava que tinha que lhe dar bolacha, quando não davam, queria ir embora rapidinho. Ela tinha uma cachorra, Sereia. Um dia saíram, Sereia foi atrás. Sereia
andava meio descorada, comia terra. Fizeram um saquinho bento e colocaram no pescoço da cachorra, para ver se ela acabava com aquele vicio. Neuma arrumou uma gata, Xana, que ganhou três gatinhos. Sereia tinha muito ciúmes, mas Neuma agrada as duas. Um dia Neuma pegou crupe, quase morreu, o medico sempre olhava para Neuma e fazia um gesto de negação. Ela disse que estava muito doente e o medico achava que não iria escapar. Mas conseguiu melhorar, tomou injeção com soro. E disse que o medico era doido de pensar aquilo.
Simples historia de amolador de facas e tesouras Veridiano, português, veio para o Brasil para trabalhar, ser alguém na vida. Seu irmão já morava aqui, então arrumou emprego para ele de copeiro numa casa de milionários. Veridiano não gostava do seu emprego, foi juntando dinheiro até comprar seu próprio negocio. Carrinho de amolar facas, tesouras. No começo achou muito difícil, levou prejuízo, xingos, mas depois pegou o jeito. Veridiano queria ter uma cutelaria, ou seja, a pessoa que fabrica ou vende instrumentos de corte. São produtos da cutelaria,portanto, espadas, adagas, facas, facões, machados, punhais,navalhas ou seja, todos os utensílios metálicos de corte. Passou um ano, estava muito feliz com seu serviço. Disseram que ele foi morto com duas balas no peito, essa foi à primeira versão. Segunda foi que conseguiu sua lojinha, a cutelaria, ficou noivo. Terceira é que ele continua no seu carrinho, feliz, cheios de mulheres, se divertindo, desfrutando do RJ.
Bogun E um gato cinza, olhos amarelos. Quando pequeno apresentava como caçador. Agora depois de grande, só caça mariposas e cigarras. Ele só gosta de file malpassado, risoto, peixe magro. Adora tomar banho, ser enxugado na toalha felpuda. Ele é lindo e rico, nasceu com estrela de ouro por cima do berço. Enquanto dorme, tem a certeza que estamos o vigiando, velando seu sono.
Quaresma
As duas foram pular carnaval com a mãe da Iara, autora mais a Iara arrumaram paqueras, enquanto mãe de Iara foi para um clube pular, onde não entra menores, e pediu para a filha aproveitar o carnaval. Mãe da autora só a deixou ir, porque achava que a mãe de Iara era ajuizada. Foram para uma casa pular, chegando lá o companheiro bebeu muito, e autora arrumou outro namorado. Com big car, rico, já tinha ido para USA. De manha foram embora, autora chegou em CSA e a mãe já estava com aquela cara, perguntou de Iara e a mãe, disse que já tinha ido para a casa. Depois o ricaço foi ligar para ela, a mãe ouviu tudo e disse que se
ela não contasse para ela ou para o padre o que aconteceu com eles, a fez jurar pela alma de seu pai, que iria se preparar para a comunhão de Páscoa. A autora chorando achou melhor contar para o padre, pois a mãe a chamava de mentirosa, cínica.
Historia da velha Matilde Matilde seria, ouviu esta historia do próprio protagonista. Ele (mineiro) e seu companheiro foram para as terras chamadas Piauí comprar gado, tinham que passar pelo Ceara, onde não é muito bom, povo aflito e pecador. Chegaram no Ceará, viram uma moça correndo de um bando de homens. A moça agarrou a perna do mineiro, onde procurava proteção. Ela disse que eles queriam comer a carne dela, estavam todos passando forme. Mineiro fez uma troca, deu sua besta (egua) em troca da moça, eles aceitaram.mal saiu da besta e eles já mataram, e começaram a preparar o bicho. Mineiro nem chegou ir ao Piauí, foi embora com a moça. Ele era casado, mas arrumou-lhe uma casa, uma negrinha para ajuda-la, teve filhos com ela. Um formou para doutor e o outro padre.
Crime perfeito Discutiam se havia crime perfeito, parece que não tem, pois como vc chega a falar que tem um crime já deixa de ser perfeito. Um velhote morava numa casa onde valia milhões, a corretora queria comprar para construir um prédio. O velhote e a família viviam de um salário miserável. A nora e o filho queriam que vendesse, mas o velhote teimoso não. Já estava muito velho e doente, ficou internado no hospital, por um tempo. Depois voltou, a nora estava cuidando dele, a corretora ofereceu dois milhões pela casa, e a resposta teria que ser dada rápida. Outro dia, a nora encontra o velho duro e morto na sua cama. Nesta semana iriam assinar as escritura de venda. Conversa de menino Um menino que nasceu no décimo andar, quando vira um jardim, fazia dele seu reino. Certo dia , a roseira deu uma rosa, ele disse que era um balãozinho de papel que estava na planta. Sua mãe explicou, mas ele não sabia, demorou entender. Foi para a casa da autora, perguntando se havia elevador, disse que não, não entendeu, perguntou como povo vai para cima. De repente deu com uma porta que iria para o pomar, jardim, perguntou onde estariam às crianças, as gangorras. Depois resolveu entrar no jardim, explorar. Viu uma fruta, era uma goiaba e ele disse que era uma pera. Apanhou-a da arvore, não quis come-la, pois iria estragala. A autora perguntou o que ele queria ser quando crescesse, ele disse , quero ser um cachorro! A mãe corrigiu-o, dizendo que queria ser fuzileiro, ele disse que agora queria ser cachorro.
O barco
Araci morava numa casa velha, numa fazenda, ao lado de uma lagoa. Todo dia andava de canoa, tomava sol. Vivia com sua avó e o tio solteirão. O tio tinha um caso em Saquarema, parece que ate tinha um filho segundo a avó. Certo dia, Araci estava em sua canoa e viu uma mulher na areia a olhando. Resolveu ficar mais um pouco deitada na canoa, olhou, e a mulher continuava a esperar. Foi para a areia, e a moça com um menino veio conversar com ela. Disse que o menino era filho do Sebastião, e que tinha arrumado outro namorado e ele não aceitava o menino, teria que passar para o pai cuidar. Resolveu fazer igual em novela, deixou o menino à noite na porta de Araci, já tinha combinado com ela, era para sua avó aceitá-lo. E Araci cuida dele até hoje, Abelardo, já foi crismado, estuda engenharia, bonito, olhos verdes. Os boatos dizem que ele é filho de Araci, num desses passeios que ela fazia todo dia, poderia ser de algum turista.
Metonímia, ou a vingança do enganado Metonímia – a autora fez um romance chamado O Quinze, onde colocou, galã saira com o peito entreaberto na blusa. O sensato homem foi corrigi-la, galã saira com a blusa entreaberta no peito. A autora sempre usava metonímia, como taça espumante. Autora conta outro caso de metonímia. Havia um homem, pior que velho, doente, dono de armazém ou bodego ou empório, tinha casa também, resolveu casar com uma franzina, pobre, que trabalhava numa oficina de roupas de homem. Com os bons tratos do homem, a moça foi criando aparência, ficou bonita. O velho trabalhava, chegava cansado, não dava muita bola pra ela. Certo dia, no armazém, ela estava lá trabalhando, apareceu um sargento, que gostou dela. Andaram saindo, namorando as escondidas, mas como o destino não gosta de amores ilegais, já preparou a transferência do sargento. A moça chorou muito, começou ficar com a aparência de tísica, ou seja, parece que esta com tuberculose. E o marido desconfiou. Passou a vigia-la no sono, descobriu cartas de amor, livro com o nome de um homem, descobriu que era soldado. Viu também cartas recentes. Criou um ódio dentro de si, ciúmes. O marido tinha dado a esposa uma caixinha para guardar seus segredos. Ele achou a chave, todo dia, via que chegava uma carta. O marido não via a hora da carta chegar, todo dia. Então um dia, pegou o revolver e colocou balas. Atirou em um homem, sua mulher chorando de joelhos e ele pediu para chamar a policia. Disse para a policia que a mulher o traira, era um sargento, e que todo dia recebia cartas, não teve coragem de ir atrás do sargento, teria que andar de avião, também não teve coragem de matar sua mulher, pois ela o ajudava em tudo, fazia sua comida, estava de dieta, então resolveu matar o homem que trazia as cartas, o carteiro.
Um caso obscuro
Joana trabalhava de empregada, e certa noite, sonhou que sua mãe tinha lhe falado no ouvido, chacoalhado a cama, e também viu ela dentro do caixão. Acordou desesperada e disse para sua patroa. Sua patroa como respeitava a religião espírita, acreditou. De repente chega uma carta trazida por moço, era de sua Irma, dizendo que a mãe estava por um fio. Pediu para a patroa dar licença que assim que a situação resolvesse voltaria. A patroa concedeu. Depois de uns oito dias a empregada voltara, dizendo que a mãe melhorou. A patroa recebeu uma amiga que lhe contara sobre a historia do filho de Joana que foi trabalhar em sua casa, e de repente sumiu por oito dias, disse que estava com uma doença. Depois ele resolveu falar a verdade, disse que tinha de levar sua mãe para a ladainha que rezavam na sua casa, então inventou a história. Contou também que pediu um rapaz levar a carta para sua mãe, e sua mãe também fingiu sonhar com a avó e contar para sua patroa. Amiga assustada disse que era perigoso a morte vir para a avó. Mas ele nem ligou, ela estava muito velha mesmo.
Amor à primeira vista Autora pegou no colo um nenezinho, que ela amou a primeira vista, olhos bonitos, era um menino, meigo, amável. Ele se tornaria um homem, escolheria entre o bem o mal. Sentiu que ele seria poderoso, teria muitas mulheres. Benza-o Deus que escolha o bem.
O padrezinho santo O pai satisfeito com o filho que queria ser padre, perguntou-lhe se ele iria dar a hóstia, o filho disse que não sabia se podia, o pai não gostou da resposta. Quando maior respondeu-lhe, não sei se sou digno. E conseguiu ser padre,magrinho, pequenininho, humilde. Foi ser vigário numa freguesia muito humilde. Igreja muito simples, paredes velhas, santos de pau, e a Nossa Senhora das Dores com as sete espadas de prata no peito, São Francisco das Chagas. 25 anos, casando, batizando, celebrando. Houve-se boatos que ele era milagroso. A zeladora da igreja viu sair do coração do padre em direção ao sacrário um raio de luz, enquanto ele estava rezando de joelho no altar. A partir dai começaram os milagres. Salvou uma mulher que estava em trabalho de parto com seu filho, moça com muleta, saiu andando. O padre não acreditava que ele próprio era milagroso. Faz o teste com um homem entrevado, pede para ele entrar na igreja e rezar bastante, e continuou paralitico. Então vai junto ao entrevado e ele sai andando.
Padrezinho não queria ser milagroso, era muito para ele. Então foi ao altar pediu para Deus tirar aquilo dele, queria apenas salvar sua alma. Então saiu um raio do seu coração em direção ao sacrário, e o padre apoiou o seu rosto no tapete do altar. Foi seu ultimo milagre, sua morte.
Conto O praça deixou de ser soldado, tenente, agora era um homem normal. Sentiu que perdeu a autoridade, mas ganhou a liberdade. Iria embora para sua cidade, Petrolina, Pernambuco. Foi comprar as passagens, agora tinha que pagar, ficou sentido, mas o homem tem pagar o que quer com seu dinheiro. Saindo, encontrou um general, pelo qual nem fez continência, não lhe pertencia mais este tipo de coisa. Sentiu liberdade, pois quando era deixado de bater continência a outro soldado, era castigado. Viu vários oficiais saindo, sentiu prazer em não ter de fazer continência, e ainda estava fumando charuto. Andando mais um pouco, ao jogar o toco do charuto no chão, bateu com o braço numa mulher, morena. Achou-a linda, pediu-lhe desculpa, e começaram a conversar. Ela estava na fila do cinema para assistir Santa, era terceira vez que ela iria assistir. Ele pediu permissão a ela para pagar o ingresso e também foi junto. Detestou o filme. A moça tinha que pegar o trem das sete e cinquenta, ele a acompanhou. Foram para Marechal Hermes, ele comprou duas passagens. O trem estava lotado, foram em pé. Na hora de dar a passagem para o cobrador, ele deu a de BH, o cobrador rasgou, nem viu. Ficou branco, mas a moça lhe perguntou o que tinha acontecido, quando ele foi falar o trem deu uma parada repentina e a morena caiu nos seus braços e começaram a rir.
Menino pequeno Vinha descendo da ladeira um menininho franzino, raquítico, pálido com uma linda rosa na mão. Estava tomando muito cuidado com ela, protegendo com a outra mão o vento, para não machuca-la. Era muito cedo, estava com sua jardineira sem mangas, sentindo frio, pele azulada, arrepiada. Mas sentia imenso prazer em carregar a rosa. Autora o encontrou na banca de jornal, foi em direção da feira da Gloria. Ele usava um sapato de lona em um pé e no outro uma atadura. Ela ficou pensando quem era mais frágil ele ou a rosa? Ele iria escapar das doenças, iria conseguir viver? E perguntou também, quanto custa a ele viver? Quanto vale aquele pequeno milagre de vida que um pode chegar a ser homem? E por ultimo, quem teria vivido mais, o menino ou a rosa?
História alegre Era um arigó (Aquele trabalhador que não exerce função intelectual, e sim tem direito a seu salário por exercer trabalho braçal, árduo, bruto, independente de inteligência.), com roupas surradas, gozava de uma satisfação animal de viver, um querido de Deus.
Sua mãe tivera onze filhos, três morreram assassinados, num mesmo dia, pela mesma pessoa. Os outros foram morrendo de doença de criança. Depois morreu o pai e em seguida a mãe. Foi morar com os tios. Com sua sorte, o tio morreu e a família se espalhou. Ai ficou sozinho. Ficou noivo, e veio à sorte de novo, ela morreu, melhor, ela a matou, pois ela o traiu. Ele deu uma facada nela e no moço, mas o moço ainda conseguiu escapar da morte. Foi para cadeia, seis anos. Conseguiu reduzir a pena, pois ajudava os policiais capturar os fugitivos. Casou-se de novo, e a mulher morreu com uma criança de noves meses na barriga. Sentiu muito, gostava dela. Trabalhando na estrada, escapou duas vezes da morte. Trole virou com os companheiros e ele não tinha ido trabalhar. Depois um trem doido, apareceu fora do horário, pegou a turma na linha, machucaram, mas escaparam. Depois resolveu ir embora para algum lugar, estava num caminhão e ele virou com mais de 40 pessoas, uns morreram, aleijaram, mas ele escapou, sem quebrar uma unha. Hoje trabalha numa pedreira, mexe com dinamites, sabe que não vai morrer. Gosta de uma moça, mas não casa e nem ajunta. Vou deixar a pobrezinha continuar vivendo.
O menino que morreu duas vezes
Maria Jose ou Maizé, ficou grávida, sua mãe ficou muito brava com aquela situação, pois ela era solteira. D. Mundinha queria adotar o filho, Maize aceitou. Quando ganhou o Agenor, nome que D. Mundinha deu pra ele, deu de mamar na maternidade, ai arrependeu-se do trato, mas doou o menino. Passado alguns dias, mãe de Maize, foi na casa de D. Mundinha, pedir o menino de volta. Pois Maize só chorava, não comia. D.Mundinha falou para o Delegado, e o Delegado foi a favor de Maize, pois ele fora registrado com informações falsas. Acontecia muito lá. Tiveram que falar que o menino tinha morrido. Devolvido o menino, Maize o registrou novamente, com o nome de Francisco Luis, lembrando um dos seus namorados, ou provável pai. Francisco tinha o pezinho direito torto, de nascença. Ia para escola, todo mundo chamava-o de Chico Pepé. Parou de ir para escola, estava com preguiça, dizia que o pé doía com a caminhada. Um dia, tropeçou no trilho da linha do trem e fraturou o pé torto. Medico engessou, arrumou o pé. Ficou perfeito. Não tinha mais o pé torto. Certo dia, estava ajudando a limpar o roçado, bateu à enxada na rodilha de uma jararaca, ela lhe picou na perna, ele saiu correndo para casa de sua avó, e depois perdeu a fala, e morreu. A vó chamou o benzedeiro, mas nada adiantou. E se tornou o menino que morreu duas vezes.
Arvore da Ciência Um médico solteirão, com cinquenta anos, boa aparência, rico, tinha suas aventuras, que levava as amigas as boates, jantares íntimos no seu apartamento. É depois dos quarenta, melhor dos cinquenta, que a saúde começa a complicar. Certo dia, foi trabalhar, quando desceu do ônibus, sentiu tontura. Estava no hospital, olhando o seus doentes, quando um doente lhe disse, que estava com uma cara ruim, e a enfermeira junto confirmou. Foi à sala dos médicos, e pediu para um amigo medir sua pressão, estava alta, 16. Fez um monte de exames, e foi consultar. O medico lhe dissera que era um inicio de arteriosclerose. Ele foi a outros médicos e foi aumentando as suspeitas. deixou de trabalhar, cortou seus prazeres, comidas, bebidas. Deixou de viver por uns dez anos. E quando a morte chegou, ele estava com um câncer no pulmão, que levou em dois meses. Uma doença que não tinha nada a ver com a história.
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