Cartas de Formação, de Romano Guardini mudado para português por RuyBelo
April 12, 2017 | Author: A montanha mágica | Category: N/A
Short Description
Download Cartas de Formação, de Romano Guardini mudado para português por RuyBelo...
Description
Do site da Pastoral da Cultura: L. Oliveira Marques
Teologia contemporânea
Romano Guardini: um príncipe do espírito Em 1966, Henri Engelmann chamou-lhe «príncipe do espírito» e disse ainda que Romano Guardini apesar da sua inteligência fulgurante era o «homem mais sedutor e mais simples que imaginar se possa; este pensador é padre e que o é em cada minuto da sua vida». Guardini nasceu no dia 17 de fevereiro de 1885 na cidade italiana de Verona. Com um ano muda-se para Mainz, Alemanha, onde seu pai é cônsul da Itália. Estuda no liceu local, recebendo uma formação exclusivamente germânica. Chegada a altura de entrar para a universidade, parece indeciso, pois durante dois semestres estuda química em Tübingen, acrescidos de mais três de economia política em Munique e Berlim. No ano de 1905 uma crise religiosa será decisiva para o seu futuro – o sacerdócio. Ainda que com a oposição do pai, começa a estudar teologia em Friburgo, mudando-se depois para Tübingen e apenas terminará em Mainz sua cidade Natal. Aqui é ordenado sacerdote, em 1911. No ano seguinte opta pela nacionalidade alemã e após dois anos de vicariato na diocese de Mainz, regressa a Friburgo para acabar o doutoramento com uma tese sobre São Boaventura, o que veio a suceder em 1915. Terminados os estudos, regressa a Mainz volta a Mainz. Nesse tempo vivem-se os anos da chamada ―renovação litúrgica‖. Guardini já havia escrito, durante a I Guerra Mundial (1914-1918) a sua obra magistral intitulada ―O Espírito da Liturgia‖, que terá uma influência enorme nessa reforma. Em 1920 é admitido como professor de teologia dogmática na Faculdade de Teologia da Universidade de Bona, mas no ano 1923 muda-se para Berlim pois fora convidado para criar uma cadeira sobre filosofia e mundividência católica. A tarefa não seria tão fácil de concretizar como parecia, uma vez que era o único eclesiástico e representante do catolicismo na Universidade. Não obstante, Romano Guardini depressa cativou um grande auditório que incluía, além de estudantes católicos e protestantes, outros curiosos’. No ano de 1937 escreve a sua meditação sobre Jesus num livro intitulado ―O Senhor‖. Mas com a ascensão do Nazismo ao poder, em 1939, Guardini é deposto da sua cátedra. Mas não se conformou e recomeçou as suas lições, agora em terreno privado, fundando uma espécie de universidade popular que depressa se encheu de ouvintes. Nessa altura são inaugurados os famosos sermões da segunda terçafeira de cada mês na igreja dos jesuítas de Berlim. Contudo, o cerco aos católicos por parte do regime de Hitler, protagonizado pela Gestapo, levou a que o padre italiano se retire no verão de 1943. Guardini voltaria em 1945 para ocupar a mesma cátedra que lhe havia sido ―confiscada‖ em Munique, mas agora em Tübingen como membro da Faculdade de Teologia, onde permaneceria até 1948. Já era um professor conhecido e admirado, como atesta o seguinte facto: em todas a Faculdades havia anualmente um dia dedicado à Universidade; numa ocasiões, foi eleito para proferir uma lição; quando a aula estava
para ter início já todo auditório, com capacidade para mil alunos sentados, estava completamente ocupado. Volta para Munique em 1948, de onde apenas virá a sair em 1962, por razões de saúde. Romano Guardini foi não só um teólogo admirável, mas também um profundo homem de Deus. Morreria a 1 de outubro de 1968. Bento XVI, seu aluno e admirador confesso, afirmou recentemente aos participantes no Congresso da Fundação Romano Guardini que o sacerdote «não queria conhecer algo, ou muitas coisas, mas aspirava à verdade de Deus e à verdade sobre o homem. Para ele, o instrumento para se aproximar desta verdade era a "Weltanschauung" — como nessa época era denominada — que se realiza num intercâmbio vivo com o mundo e com os homens.» «O específico cristão, acrescentou o papa, consiste no facto de que o homem sabe que está em relação com Deus, que o precede e à qual ele não se pode subtrair. (…) Guardini notava tal anseio pela verdade e a propensão para o que é originário e essencial, sobretudo nos jovens. (…) Entre os grandes temas de vida de Guardini, a relação entre fé e mundo é de atualidade permanente. Guardini via sobretudo na Universidade o lugar da busca da verdade.» L. Oliveira Marques © SNPC | 18.04.11
in http://www.snpcultura.org/romano_guardini.html [16/12/11]
View more...
Comments