Carta Aos Amigos Da Cruz
November 9, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Carta aos Amigos da Cruz
São Luís Maria de Montfort
Tú que descanso buscas com cuidado, Neste mar do mundo tempestuoso Não esperes de achar nenhum repouso, Senão em Cristo Jesus Crucificado. Camões
Nihil Obstat Rio de Janeiro, ! de "aneiro de #$%&
'om (ste)ão *ittencourt, O.S.*. Censor
+ode imprimirse Rio, $ de fe)ereiro de #$%& -ons. Caruso pro i/0rio 1eral
Prefácio 2 um /rande ap3stolo da Cru4 que e5pande sua alma nesta carta. 6 e5emplo de S. +aulo, -ontfort 7s3 quer saber... Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado 89 Cor., 99, :;< Cristo pre/ado na Cru4, que = esc>ndalo para os Judeus, para o mundo loucura, mas, para os eleitos... = Sabedoria de 'eus? 89 Cor., 9, ::&;
(m seu li)ro intitulado 7O 6mor da Sabedoria eterna?, belas p0/inas "0 canta)am o mist=rio de nossa sal)a@ão, principalmente, entre outras, aquelas em que = celebrada a união indissolú)el de Jesus com a Cru48nA #B e se/s.;. Num lirismo não i/ualado, demonstra a= que não se pode amar a um sem amar a outra. ( = o pro/rama da )ida cristã, proposto pelo 'i)ino -estre a todos os seus discDpulos, que São EuDs -aria comenta sem artifDcios, para uso dos seus queridos 76mi/os da Cru4?. 6o pre/ar em Nantes, em #F!, uma missão na par3quia de São Similiano, o +adre de -ontfort ha)ia a/rupado, numa Confraria dos 6mi/os da Cru4, os seus ou)intes mais fer)orosos. 6o passar por essa cidade, em primiti)o. )0rias ocasiões, os /a)ia animado perse)erar em seu fer)or *em cedo foilhe precisoa redu4ir as con)ersas particulares o seu minist=rio "unto a eles. 6ssim aconteceu notadamente durante o decorrer do )erão de #F#&, quando o santo mission0rio empreendeu sua )ia/em G Normandia. Não pHde com efeito, usar publicamente da pala)ra< a interdi@ão que pesa)a sobre ele, desde o incidente do Cal)0rio de +ontCh>teau, não ha)endo sido ainda le)antada. Rennes era sua se/unda etapa depois de Nantes. E0 tamb=m os Jansenistas )i/ia)am e suas intri/as redu4iram ao silIncio o seu temD)el ad)ers0rio. 6 seu pedido, os +adres JesuDtas abriram ousadamente a porta do col=/io onde outrora ha)Dam formado sua "o)em alma. O ap3stolo aD se refu/iou em retiro< durante oito dias contemplou o mist=rio do Cal)0rio. 9ncessantemente face a face e cora@ão a cora@ão com o omem das 'ores e com sua -ãe SantDssima, hauriu no)as lu4es e as mais ardentes chamas. 2 o fruto de sua contempla@ão que, 7no seu último dia de retiro?, quis fa4er saborear aos seus fer)orosos discDpulos, nas p0/inas
de uma carta em que o ardor de ap3stolo consumido de dese"o de atra rairir as alm lmaas para o camin inhho da cru4, se tempera sabi sa biam amen ente te de pr prud udIn Inci ciaa no noss co cons nsel elho hoss pr pr0t 0tic icos os qu quee lh lhes es apresenta. Kuerer0 isto di4er que se de)a )er na 7Carta Circular Cir cular aos 6mi/os da Cru4? uma impro)isa@ãoL 'ecerto que Não< = ela que o santo )i)eu e pre/ou durante toda a sua )ida. São testemunhas disto os seus dois c>nticos sobre 76 for@a da paciIncia? 8$ estrofes e )ers rsoos; e 7O triu iunnfo da Cru4? 8# estrofes do mesmo comprimento;, que ele )inha rimando, se/undo se "ul/a, desde o Semin0rio, e onde encontramos quase todos os elementos da Carta. 2 testemunha disto o lu/ar que d0, no alto de seus B: 7Or0culos?, doencontra 'i)ino -estreM 7Se al/u=m quiser )ir2 ap3s mim...?,aoe pro/rama que aqui se lon/amente desen)ol)ido. testemunha, disto, principalmente, o belo capDtulo intitulado 7O triunfo da eterna Sabedoria na Cru4 e pela Cru4?, capDtulo 9 de 7O 6mor da (terna Sabedoria?, obra escrita, sem dú)ida, em sua "u)entude sacerdotal. Testemunhamno ainda os seus trIs planoss de serm plano sermões ões sobr sobree 7O 6mor da Cru4?, Cru4?, e outro sobr sobree 76 (5alta@ão da Santa Cru4?, se/uido de 7 +r0ticas para se condu4ir nas cru4es com perfei@ão?. Testemunhao, por fim, a Cru4 coberta de m05imas que fe4 er/uer no ospital de +oitiers, 7no meio da sala em que reuniu as primeiras ilhas da Sabedoria?. 6o encontrar, na CartaCircular, as rique4as da (scritura, dos +adres da 9/re"a e dos te3lo/os, onde -ontfort hauriu o melhor de sua doutrina, doutrina, não não se pode dei5ar dei5ar de reconhece reconhecerr a parte de ifluIncia e5ercida sobre ele pr -. *oudon, ilustre arcipreste de ()reu5. 7Ees sainctes )oPes de la Croi5?, por este autor, eram, se/undo o testemunho de -. *lain, condissDpulo de EuDs -aria,
seu li)ro preferido no Semin0rio de São SulpDcio. (ncontramos na 7Carta ao 6mi/oa da Cru4? )0rias passa/ens e5traDdas do li)ro de -. *oudon. J0 não ha)ia 7Ee sainct escla)a/e de la -Qre de 'ieu?, pelo mesmo autor autor,, feito as delDcias delDcias do Seminarista que de)eria escre)er um dia o 7Tratado da erdadeira 'e)o@ão G SantDssima ir/emL? 1ostamos e a "usto tDtulo de )er em -ontfort o /rande ap3stolo de Nossa Senhora. Sua perfeita de)o@ão a -aria, por=m,, = apen por=m apenas as um meio, o meio por e5ce e5celIncia lIncia,, de cond condu4ir u4ir a al alma mass a Jes esus us.. 7S 7See es esta tabbel elec ecem emos os a s3l 3lid idaa de) e)o@ o@ãão G SanntDssima ir/em = apenas para mais perfeitamente Sa estabelecer a de Jesus Cristo, = apenas se/uro de encontrar Jesus Cr ito?8.'., Crito?8 .'., nApara B:;. dar um meio f0cil e +rocuremos lembrarnos disto ao ler e meditar a 7Carta sobre a (scr (s craa)i )iddão G San antDtDsssim imaa irir//em em?e ?e ta tal) l)ee4 ta tam mb= b=m m o se seuu luminoso tratado da 7erdadeira 'e)o@ão?. 6 presente 7Carta? lhes est0 li/ada, ousmos di4er, como desen)ol)imento, como complemento do pensamento do santo autor, 7no desD/nio que (lee te (l tem m de fo form rmar ar um )er erda daddei eiro ro de) e)ooto de -a -aririaa e um erdadeiro discDpulo de Jesus Cristo?8.'., Cristo?8.'., nA 999;. -al acaba)a de ser escrita a 7Carta Circular?, foi impressa, na pr33pr pr pria ia Re Renn nnes es,, /ra ra@a @ass aos bon onss of ofDc Dcio ioss de -. dO Or) r)ilillle. (spalhouse ela assim, lar/amente, entre os ami/os da Cru4 e as almas de)otas. O manuscrito, entretanto, foi piedosamente conser)ado. (m #FF!, o Re)mo. +e. *esnard, superior /eral da Companhia de -aria e das filhas da Sabedoria, atesta que esse manuscrito se acha em poder dos -ission0rios de SaintEaurent
surSQ)re. 'esde então, entretanto, i/norase o seu paradeiro. Ter0 ele desaparecido durante a /uerra da end=aL 'ada a falta do manuscrito, cu"a perda de)emos lamentar, dada a falta mesmo de anti/os e5emplares impressos, utili4amos para esta edi@ão o te5to de #!, publicado pelo Re)mo. +e. 'elin, escritor /eralmente fidelDssimo em suas transcri@ões e que fe4 dessa fidelidade lei. +erm +e rmititim imo ono noss ap apen enas as ad adot otar ar po pont ntua ua@ã @ãoo e pa par0 r0/r /raf afos os ma mais is conformes ao /osto do leitor moderno. +elo mesmo moti)o foram postos em e)idIncia os sum0rios su/eridos pelo te5to, que não tra4ia nem subtDtulos, nem di)isões. oram acrescentados em nota no ta al al/u /uns ns es escl clar arec ecim imen ento toss út útei eis, s, be bem m co como mo as pr prin inci cipa pais is re refe ferI rInc st0da das splet pass pa a/en ens s da Sa/r /rad ada a tras (scr (s itur ura as de que ento, 7Car 7C arta ta?ncia ? ias est0 es repl re eta. a.ssa/ Como Co mo para pa raSa as outra ou s crit obra ob ras do qu sant sa o,a núm nú mero ross ent ntrre co colc lche hete tess, in inddep epen ende dennte tess da pa pa//in inaa@ã @ão, o, facilitarão as )oltas ao te5to. oii to o toma mada da pa para ra mo mode delo lo,, na ap apre rese sent nta@ a@ão ão de dest staa 7C 7Car arta ta?,?, a 7(di@ãoTipo? 8#$:B; da 7Carta sobre a (scra)idão G SantDssima ir/em?, ou 7O Se/redo de -aria? 89;. 6ssim as duas cartas irão "untas G conquista das almas, para maior /l3ria de Jesus e de sua -ãe. 6.+.'. 8#; 7O Se/redo de -aria? e o 7-=todo de Re4ar o Ros0rio, tamb=m de -ontfort.
Aos Amigos da Cruz Introdução Kueridos 6mi/os da Cru4, # J0 que a di)ina Cru4 me esconde e me interdi4 a pala)ra, não me = possD)el e nem mesmo o dese"o falar)os para )os e5ternar os sentimentos do meu cora@ão sobre a e5celIncia e as pr0ticas di)inas de )ossa União na Cru4 ador0)el de Jesus Cristo8#;. o"e, entretanto, último dia de meu retiro, saio, por assim di4er, di4er, da atra@ão do meu interior, para tra@ar neste papel al/uns le)es dardos da Cru4, para com eles atra)essar )ossos cora@ões. +rou)esse a 'eus fosse necess0rio, para acer0los, o san/ue de minhas )eias em lu/ar da tinta de minha penaV -as, ai de mimV mesmo se ele fosse necess0rio, = por demais criminoso. Kue o (spDrito do 'eus )i)o se"a, pois, a )ida, a for@a e o teor desta carta< que sua un@ão se"a a tinta de meu tinteiro< que a di)ina Cru4 se"a minha pena e o )osso cora@ão meu papelV8:;
Primeira Parte Excelência da nião dos Amigos da Cruz 6pIlo G união dos espDritos e dos cora@ões. : (stais reunidos, 6mi/os da Cru4, como outros tantos soldados crucificados8;, para combater o mundo< não fu/indo, como os reli/iosos e reli/iosas, pelo medo de serdes )encidos< mas como )alorosos e bra)os /uerreiros no campo de batalha, sem lar/ar o p=Uni)os e sem )oltar as costas. Cora/emV Combateie dos )atentementeV fortemente pela união dos espDritos cora@ões, infinitamente mais forte e mais temD)el ao mundo e ao inferno do que o são, para os inimi/os do (stado, as for@as e5teriores de um reino bem unido. Os demHniosd se unem para perder)os< unD)os para derrot0los. Os a)arentos se unem para traficar e /anhar ouro e prata< uni )ossos trabalhos para conquistar os tesouros da eternidade, encerrados na Cru4. Os libertinos se unem para di)ertirse< uni)os pra sofrer. sofrer.
!" # $randeza do %ome de Amigos da Cruz 6; (ste nome = /rande e /lorioso Chamai)os 6mi/os da Cru4. Como = /rande esse nomeV Confesso)os que ele me encanta e deslumbra. 2 mais brilhante que o sol, mais ele)ado que os c=us, mais /lorioso e mais pomposo que os tDtulos mais ma/nDficos dos reis e dos
imperadores. 2 o /rande nome de Jesus Cristo, a um tempo )erdadeiro 'eus e )erdadeiro homem< = o nome inequD)oco de um cristão. *; -as quantas obri/a@ões encerraV & (ntretanto, se seu brilho me encata, seu peso não me espanta menos. Kuantas obri/a@ões indispens0)eis e difDceis contidas neste nome e e5pressas por estras pala)ras do (spDrito ( spDrito Santo< 71enus electum, re/ale sacerdotium, /ens sancta, populus acquisitionis 8&;?V Um ami/o da Cru4 = umoshomem escolhido escolhido por 'eus, de4 mil que )i)em se/undo sentimentos e a ra4ão, paraentre ser de4 unicamente um homem todo di)ino e ele)ado acima da ra4ão, e todo em oposi@ão aos sentimentos, por uma )ida e uma lu4 de pura f= e por um amor ardente pela Cru4. Um 6mi/o da Cru4 = um rei todo poderoso e um her3i triunfante do demHnio, do mundo e da carne em suas trIs concupiscIncias. +elo amor Gs humilha@ões, esma/a o or/ulho de Satan0s< pelo amor G pobre4a, triunfa da a)are4a do mundo< pelo amor G dor dor,, amortece a sensualidade da carne. Um 6mi/o da Cru4 = um homem santo e separado de todo o )isD)el, cu"o cora@ão est0 acima de tudo quanto = caduco e perecD)el, e cu"a con)ersa est0 no C=u 8%;< que passa pela terra como estran/eiro e pere/rino< e que, sem lhe dar o cora@ão, a contempla com o olho esquerdo com indiferen@a, calculandoa com despre4o aos p=s 8B;.
Um 6mi/o da Cru4 = uma ilustre conquista de Jesus Cristo crucificado no Cal)0rio, em união com sua Santa -ãe< = um *enoni ou um *en"amin, filho da dor e da de5tra 8F;, /erando em seu dolorido cora@ão, )indo ao mundo por seu lado direito atra)essado e coberto da púrpura de seu san/ue. 'ada a sua e5tra@ão san/renta, s3 respira cru4, san/ue e morte ao mundo, G carne e ao pecado, para estar totalmente oculto, aqui na terra, com Jesus Cristo em 'eus 8;. (nfim, um perfeito 6mi/o da Cru4 = um )erdadeiro portaCristo, ou antes, um Jesus Cristo, de maneira que possa, em )erdade, di4erM 7i)o, "am no e/o, )i)it )ero in me ChristusM )i)o, mas não eu, = Jesus Cristo que )i)e em mim?8$; (5ame de consciIncia sobre essas obri/a@ões. % Sois, por )ossas a@ões, meus queridos 6mi/os da Cru4, aquilo que )osso /rande nome si/nificaL Ou pelo menos, tendes )erdadeiro dese"o e )ontade )erdadeira de assim )os tornades, com a /ra@a de 'eus, G sombra da Cru4 do C0l)0rio e de Nossa Senhora da +iedadeL (ntrastes no )erdadeiro caminho da )ida 8#!;, que = o caminho estreito e espinhoso do Cal)0rioL Não estareis, sem o pensar, no caminho da perdi@ãoL Sabeis bem que h0 um caminho que parece ao homem reto e se/uro, e que condu4 G morteL B 'istin/uDs bem a )o4 de 'eus e de sua /ra@a da )o4 do mundo e da nature4aL Ou)Ds bem a )o4 de 'eus, nosso +ai, que, depois de ter dado sua trDplece maldi@ão a todos os que se/uem as concupiscIncias do mundoM )ae, )ae, )ae habitantibus in terra 8##;, /rita)os amorosamente, estendendo )os os bra@osM 7Separamini, popule meus?8#:;. Separai)os, meu
po)o escolhido, queridos 6mi/os da Cru4 de meu ilho< separai )os dos mundanos, malditos por minha -a"estade, e5comun/ados por meu ilho 8#; e condenados pelo meu (spDrito Santo 8#&;. Tomai Tomai cuidado para não )os sentardes em sua cadeira toda empestada, não si/ais os seus conselhos, nem mesmo pareis em seu caminho 8#%;. u/i do meio da /rande e infame *abilHnia 8#B;< não escuteis outra )o4 e não si/ais outras pe/adas que não as de meu ilho bem amado, que )os dei para que fosse )osso caminho, )ossa )erdade, )ossa )ida 8#F; e )osso modeloM 79psum audite?8#;. Ou)Ds o am0)el Jesus, que, carre/ando sua Cru4, )os /ritaM 7enite 7e nite post meM )inde ap3s mim< o que me se/ue não anda em tre)as 8#$;< confidite, e/o )ici mundum, tende confian@a, eu )enci o mundo 8:!;?L
&" # 's (ois Partidos 6; O partido de Jesus e do mundo F (is aqui, meus caros Confrades, eis aqui dois partidos 8:#; que se defrotam todos os dias< o de Jesus Cristo e o do mundo. O de nosso am0)el Sal)ador est0 G direita, em acli)e, num caminho estreito e que assim cada )e4 se tornou de)ido G corrup@ão do mundo. Caminha G frente o bom -estre, os p=s descal@os, a cabe@a coroada de espinhos, o corpo todo ensan/uentado, e carre/ando uma pesada Cru4. 6penas al/umas pessoas, e das mais cora"osas, o se/uem, porque sua )o4 tão delicada não se ou)e no meio do tumulto do mundo< ou então, não se tem cora/em
para se/uDlo em sua pobre4a, suas dores, suas humilha@ões e suas outras cru4es, que necess0riamente = preciso carre/ar, carre/ar, a seu ser)i@o, todos os dias da )ida. W esquerda est0 o partido do mundo, ou do demHnio, que = mais o numeroso, o mais si/nDfico e o mais brilhante, pelo menos na aparIncia. Todos Todos os indi)Dduos mais brilhantes correm para ele< apressamse, apesar de serem os caminhos lar/os, mais lar/os, do que nunca em )irtude das multidões que por eles passam como torrentes, e de estarem "uncados de flores, mar/inados de pra4eres e di)ertimentos, cobertos de ouro e de prata 8::;. *; (spDrito totalmente oposto dos dois partidos. $ W direita, o rebanhosinho que se/ue a Jesus Cristo s3 fala em l0/rimas, em penitIncias, em ora@ões e em despre4o do mundo< ou)emse continuamente estas pala)ras 8:;, entrecortadas de solu@osM 7Soframos, choremos, "e"uemos, oremos, ocultemonos, humilhemonos, empobre@amonos, mortifiquemonos< porque o que não tem o espDrito de Jesus Cristo, que = um espDrito de cru4, não pertence a (le< os que são de Jesus Cristo mortificaram a carne com as suas concupiscIncias< = preciso ser conforme G ima/em de Jesus Cristo 8:&; ou condenarse. Cora/emV e5clamam eles. Cora/emV Se 'eus est0 por n3s, quem estar0 contra n3sL 6quele que est0 em n3s = mais forte que o que est0 no mundo. O ser)o não = maior que o senhor. Um momento de le)e tribula@ão redunda em peso eterno de /l3ria. 0 menos eleitos do que se pensa. S3 os cora"osos e os )iolentos arrebatam o c=u de )i)a for@a< nin/u=m ser0 l0 coroado se não hou)er combatido le/itimamente, se/undo o ()an/elho, e
não se/undo a moda. Combatamos, pois, )i/orosamente, corramos depressa para atin/ir a meta, a fim de /anharmos a coroaV? (is uma parte parte das pala)ras di)inas com que os 6mi/os da Cru4 mutuamente se animam. #! Os mundanos, ao contr0rio, /ritam todos os dias, para animarse a perse)erar em sua malDcia sem escrúpulos 8:%; 7ida, )idaV +a4, pa4V 6le/ria, ale/riaV Comamos, bebamos, cantemos, dancemos, brinquemosV 'eus = bom, 'eus não nos fe4 para que nos dan0ssemos< 'eus não proDbe que nos di)irtamos< Não nos danaremos por isso. Nada de escrúpulosV Non moriemini. etc...? C; 6moroso apelo de Jesus ## # # Eembrai)os, meus caros Confrades, que nosso bom Jesus nos olha neste instante e di4 a cada um de )3s em particularM 7(is que quase todos me abandonaram no caminho real da Cru4. Os id3latras ce/os 4ombam de minha cru4 como de uma loucura, os Judeus obstinados se escandali4am 8:B; com ela, como se fosse ob"eto de horror horror,, os here"es quebraramna e derrubaramna como coisa di/na de despre4o. -as, e isto s3 posso di4er com l0/rimas nos olhos e com o cora@ão transpassado de dor, dor, os filhos que criei em meu seio e que instruD em minha escola, os meus membros, que animei com meu espDrito, me abandonaram e despre4aram, tornandose inimi/os de minha cru4V 8:F; Numquid et )os )ultis abireL8:; Kuereis, )3s tamb=m, abandonarme, fu/indo da minha Cru4, como os mundanos, que nisto são outros tantos anticristosM antichristi multiL 8:$; Kuereis enfim, conformar)os ao s=culo presente 8!;, despre4ar a pobre4a de minha Cru4, para correr
ap3s as rique4asL ()itar a dor de minha Cru4 para procurar aos pra4eresL Odiar as humilha@ões de minha Cru4, para ambicionar as honrasL Tenho, na aparIncia, muitos ami/os que me fa4em protestos de amor, e que, no fundo, me odeiam, pois não amam minha Cru4< muitos ami/os de minha mesa e pouquDssimos ami/os de minha Cru4 8#; #: 6 este este apelo amoroso de Jesus, ele)amos acima de n3s mesmos< não nos dei5emos sedu4ir pelos nossos sentidos, como ()a< não olhemos senão o autor e consumador de nossa f=, Jesus crucificado 8:;, fu"amos da corrup@ão da concupiscIncia do mundo 8; corrompido< amemos Jesus Cristo da melhor maneira, isto =, atra)=s dede toda sorteam0)el de cru4es. -editemos estas admir0)eis pala)ras nosso -estre, que bem encerram toda a perfei@ão da )ida cristãM 7Si quis )ult )enire post me, abne/et semetpsum, et tollat crucem suam, et sequatur meV 8&;
Segunda Parte Práticas da Perfeição (i)ina Cristã O pro/rama do 'i)ino -estre # Toda Toda a perfei@ão cristã, com efeito, consisteM #AM em querer tornarse santoM 7Se al/u=m quiser )ir ap3s mim?< :AM em absterseM 7renuncie a si mesmo?< AM em sofrerM 7carre/ar sua cru4?< &AM em a/irM 7si/ame?
!" # *uerer tornar#se Santo+ 7Se 6l/u=m Kuiser ir 6p3s -im? -i m? 6; 7Se al/u=m...? 7Si quis?, se al/u=m, al/u=m, e não al/uns, para marcar o pequeno número dos eleitos que se querem tornar conformes a Jesus Cristo crucificado, carre/ando a cru4. 2 tão pequeno esse número, tão pequeno, que se o soub=ssemos ficarDamos pasmados de dor. 2 tão pequeno que não h0 apenas um em cada de4 mil, como foi re)elado )0rios santos, entre outros São Simeão (stilita, se/undo anarra o santo abade Nilo, bemacomo Santo (fr=m, São *asDlio e al/uns outros. 8%; 2 tão pequeno que, se 'eus quisesse reunDlos, /ritarlhesia, como se outrora pela baca do profetaM Con/re/amini unus et unus, reuni)os de um a um, um desta pro)Dcia, outro deste reino...8B;. *; Se al/u=m quiser... #% Si quis )ult, se al/u=m ti)er )ontade )erdadeira, firme e determinada, não pela nature4a, o costume, o amor pr3prio, o interesse ou o respeito humano, mas, por uma /ra@a toda )irtuosa do (spDrito Santo, que não se d0 a todosM non omnibus datum est nosse mPterium8F;. O conhecimento do mist=rio da Cru4, na pr0tica, s3 = dado a poucas pessoas. +ara um homem subir ao Cal)0rio e aD se dei5ar pre/ar na Cru4 com Jesus, em sua pr3pria p0tria, = preciso que se"a um bra)o, um her3i, um determinado ele)ado em 'eus, que despre4e o mundo e o
inferno, seu corpo e sua )ontade pr3pria< um determinado a dei5ar tudo, a tudo empreender e a tudo sofrer por Jesus Cristo. Sabei, queridos 6mi/os da Cru4, que aqueles dentre )3s que não tIm esta determina@ão, andam com um p= s3, )oam com uma s3 asa e não são dD/nos de estar no meio de )3s, porque não são dD/nos de ser camados 6mi/os da Cru4, que de)emos amar,, com Jesus Cristo, corde ma/no et animo )olenti 8;. amar *asta uma meia )ontade, neste caso, para por, por, como uma o)elha preta, o rebanho a perder. Se em )osso aprisco "0 e5iste uma delas, entrada pela porta m0 do mundo, em nome de Jesus Cristo crucificado e5pulsaia como a um lobo que esti)esse entre os cordeirosV C; ... ir ap3s mim #B Si quis )ult post me )enire, se al/u=m quiser )ir ap3s mim, que tanto me humilhei e aniquilei, que me tornei mais semelhante a um )erme que a um homem, e/o sum )ermis et non homo8$;< ap3s mim, que s3 )im ao mundo para abra@ar a Cru4, ecce )enio 8&!;< para coloc0la no centro de meu cora@ão im medio cordis 8< para am0la desde a minha "u)entude, hanc ama)i a "u)entute mea< para suspirar por ela durante a minha )ida, quomodo coarctorL 8&:;< para carre/0la com ale/ria, preferindoa a todas as ale/rias do c=u e da terra, proposito sibi /audio, sustinuit crucem 8&;< e que, enfim, s3 me contentei quando morri em seu di)ino abra@o. 8&&;
&" # A,ster#se 7Renuncie a Si -esmoV?
Eon/e dos 6mi/os da Cru4 os or/ulhosos e os sensuaisV #F Se pois, al/u=m quiser )ir ap3s mim assim aniquilado e crucificado, que s3 se /lorifique, como eu, na pobre4a, nas humilha@ões e nas dores de minha Cru4V abne/et semetipsum, renuncie a si mesmoV Eon/e da Companhia dos 6mi/os da Cru4 os sofredores or/ulhosos, os s0bios do s=culo, os /randes /Inios e os espDritos fortes, que são teimosos e con)encidos de suas lu4es e talentosV Eon/e daqui os /randes ta/arelas, que fa4em muito ruido e colhem apenas o fruto da )aidadeV Eon/e daqui os de)otos or/ulhososEúcifer, e que, le)am parasicut todaceteri? parte 8&%;, o 7quanto a mim?do or/ulhoso Eúcifer 7non sum que não podem suportar que os censurem sem desculparse, que os ataquem sem defenderse, que os rebai5em sem e5altarseV Tende bem cuidado para não admitir em )ossa companhia os delicados e sensuais, que temem a menor picadela, que se quei5am de mDnima dor, que nunca pro)aram a crina, o cilDcio, a disciplina e, entre as suas de)o@ões em moda, misturam a mais disfar@ada e refinada delicade4a e falta de mortifica@ão.
-" # Sofrer 7Carre/ue a Sua Cru4V? 6; Sua cru4... # Tollat Tollat crucem suam, que carre/ue a sua cru4< suam, a deleV Kue esse homem, que essa mulher raros, de ultimis finibus pretium e"us 8&B; cu"o pre@o toda a terra, de uma e5tremidade a
outra, não poderia pa/ar, tome com ale/ria, abrace com ardor e le)e aos ombros, com cora/em, a sua cru4 e não a de outro< a cru4 que, com a minha mi nha sabedoria, fi4 para ele em número, peso e medida< sua cru4, a que, com minhas pr3prias mãos, pus, com /rande e5atidão, suas quatro dimensões, a saberM sua espessura, seu comprimento, sua lar/ura e sua profundidade 8&F;, sua cru4 que lhe talhei de uma parte da que carre/uei no Cal)0rio, por um efeito da bondade infinita que tenho para com ele< sua cru4, que = o maior presente que possa fa4er aos meus eleitos na terra< sua cru4, composta, em sua espessura, das perdas de bens, das humilha@ões, dos despre4os, das dores, das enfermidades e das penas espirituais que de)em, por minha pro)idIncia, che/arlhe cada at= a número morte, de suameses cru4, composta, em seu comprimento, de dia, um certo ou de dias em que ele de)er0 ser aniquilado pela calúnia, estar estendido num leito, ser for@ado a mendi/ar mendi/ar,, e tornarse presa das tenta@ões, da aride4, do abandono e de outras penas do espDrito< sua cru4, composta, em sua lar/ura, das circunst>ncias mais duras e mais amar/as, se"am elas causadas pelos ami/os, os criados ou os parentes< sua cru4, enfim, composta, em sua profundidade, pelas mais ocultas penas com que o afli/irei, sem que possa encontrar consola@ão nas criaturas que, por minha ordem, )oltarlheão mesmo as costas e "untarseão a mim para fa4Ilo sofrer sofrer.. *; 7Ee)eaV? #$ 7Tollat?, 7Tollat?, le)eaV ( não a arraste, nem sacuda, nem redu4a e, ainda menos, a escondaV isto =M le)ea le)ea bem alto na mão, mão, sem impaciIncia nem pesar, sem quei5a nem murmura@ão )olunt0ria,
sem partilha e sem alD)io al D)io natural, sem en)er/onharse e sem repeito humano. 7Tollat?, 7T ollat?, que a coloque sobre a fronte, di4endo com São +auloM 7-ihi absit /loriari nisi in cruce 'omini nostri Jesu ChristiV Kue eu me abstenha de /loriarme de outra coisa que não a Cru4 de meu Senhor Jesus CristoV 8&; Ee)ea aos ombros a e5emplo de Jesus Cristo, a fim de que essa cru4 se torne para ele a arma de suas conquistas e o cetro de seu imp=rioM 8imperium; principatus 8e"us; super humerum e"us 8&$;. (nfim, coloquea, pelo amor, em seu cora@ão, para torn0la numa sar@a ardente, que, sem consumirse queime, noite e dia, de puro amor de 'eus. C; ...6 Cru4V :! Crucem, a cru4 8%!;< que ele a le)e, pois nada e5iste que se"a tão necess0rio, tão útil, tão doce ou tão /lorioso quanto sofrer al/uma coisa por Jesus Cristo. a; Nada tão necess0rio para os pecadoresV :# Com efeito, queridos 6mi/os da Cru4, sois todos pecadores< não h0 um s3 dentre )3s que não mere@a o inferno, e eu mais que nin/u=m. 2 preciso que nossos pecados se"am casti/ados neste mundo ou no outro< se o forem neste, não o serão no outro. Se 'eus os casti/ar neste munto de concerto conosco, sua puni@ão ser0 amorosaM quem h0 de casti/ar ser0 a miseric3rdia, que reina neste mundo, e não a "usti@a ri/orosa< o casti/o ser0
le)e e passa/eiro, acompanhado de atenuantes e de m=ritos, se/uido de recompensas no tempo e na eternidade. :: -as se o casti/o necess0rio dos pecados que cometemos for no tempo reser)ado para o outro mundo, a puni@ão caber0 G "usti@a )in/adora de 'eus, que que le)a tudo a fo/o e san/ueV san/ueV Casti/o espantoso, horrendum, inef0)el, imcompreensD)elM quis no)it potestatem irae tuaeL 8%#; Casti/o sem miseric3rdia, "udicium sine misericorida 8%:;, sem piedade, piedade, sem alD)io, sem m=ritos, sem limite e sem fim. Sim, S im, sem fimM esse pecado mortal de um momento, que cometestes< esse pensamento mau e )olunt0rio, que escapou a )osso conhecimento 8%; essa pala)ra que o )ento le)ou< essa a@ão4inha contra a lei de 'eus, que durou ser0 punida eternamente, 'eus for 'eus, tão compouco, os demHnios no inferno, sem queenquanto o 'eus das )in/an@as tenha piedade de )ossos solu@os e de )ossas l0/rimas, capa4es de fender as pedrasV Sofrer para sempre sem m=rito, sem miseric3rdia e sem fimV : Ser0 que pensamos nisto, queridos 9rmãos e 9rmãs, quando sofremos al/uma pena neste mundoL Como somos feli4es de poder trocar tão )anta"osamente uma pena eterna e infrutDfera por outra, passa/eira e merit3ria, carre/ando nossa cru4 com paciInciaV Kuantas dD)idas temos a pa/arV Kuantos pecados temos, cu"a e5pia@ão, mesmo ap3s amar/a contri@ão e confissão sincera, ser0 preciso que soframos no pur/at3rio durante s=culos inteiros, porque nos contentamos, neste mundo, de penitIncias le)es demaisV 6hV +a/uemso neste mundo de forma ami/0)el, le)ando bem nossa cru4V Tudo de)er0 ser pa/o ri/orosamente no outro, at= o último ceitil, mesmo uma pala)ra ociosa 8%&;. Se pud=ssemos arrebatar ao demHnio o li)ro de morte, onde anotou os nossos pecados todos e a pena que lhes corresponde, que
/rande 7debet? )erificarDamos, e como nos sentirDamos encantados de sofrer durante anos inteiros neste mundo, para não sofrer um s3 dia no outroV +ara os 6mi/os de 'eusV :& Não )os ufanais, meus 6mi/os da Cru4, de ser ami/os de 'eus, ou de tal querer)osL Resol)ei, pois, beber o c0lice que = preciso, necesssariamente, beber para se tornar ami/o de 'eus. Calicem 'omini biberunt et amici 'ei facti sunt 8%%;. O bem amado *e"amin te)e o c0lice e seus outros irmãos ti)eram apenas o frumento O /rande fa)orito de Jesus te)e o seu Cora@ão, subiu8%B;. o Cal)0rio e bebeu do c0lice 8%F;.Cristo +ostetis biberi calicemL 8%;. 2 bom, dese"ar a /l3ria de 'eus< mas dese"0la e pedila sem se resol)er a tudo sofrer = fa4er um pedido louco e e5tra)a/anteM necitis quid petatis 8%$;... Xportet per multas tribulationes 8B!;M = preciso, oportet, = necessidade, = coisa indispens0)el< = preciso que entremos no reino dos c=us por meio de muitas cru4es e tribula@ões. +ara os filhos de 'eusV :% 1loria)os, com ra4ão, de ser filhos de 'eus. 1loriai)os, pois, das chicotadas que esse bom +ai )os deu e h0 de dar)os no futuro, porque (le chicoteia seus filhos 8B#;. Se não sois o número de seus filhos bem amados, sois 3 que des/ra@a, que /olpe fulminanteV sois, como o di4 Santo 6/ostinho, do número dos r=probos. 6quele que não /eme neste mundo, como pere/rino e estran/eiro, não se re/o4i"ar0 no outro, como
cidadão do c=u, di4 o mesmo Santo 6/ostinho 6/ostinho 8B:;. Se 'eus não )os en)iar, en)iar, de tempos a tempos, al/umas boas cru4es, = que "0 não se preocupa con)osco, = que est0 irado contra )3s< olha)os tão somente como um estran/eiro f3ra de sua casa e de sua prote@ão, ou como a um filho bastardo, que, não merecendo sua por@ão na heran@a de seu pai, não merece da parte dele nem cuidados nem corre@ão. +ara os que estudam um 'eus crucificadoV :B 6mi/os da Cru4, que estudais um 'eus crucificado, o mist=rio da cru4 = um mist=rio desconhecido dos 1entDos, repelido Judeus e despre4ado here/esaprender e pelos maus cat3licosndalo dos pequenos< o ato
her3ico de caridade que praticardes nessa ocasião )ale infinitamente mais do que aquilo que fa4Deis ou pretendDeis fa4er. Se, entretanto, o bem que fa4eis = necess0rio ou útil ao pr35imo, e escandali4ar, escandali4ar, sem ra4ão, al/um fariseu ou mau espDrito, consultai uma pessoa prudente, para saber se o que fa4eis = necess0rio e muito útil ao bem do pr35imo< e, se ela assim o "ul/ar,, continuai e dei5ai falar, "ul/ar falar, contanto que )os dei5em dei5em a/ir, a/ir, e respondei, em tais ocasiões, o que Nosso Senhor respondeu a al/uns de seus discDpulos que )ieram di4erlhe que os ariseus se ha)iam escandali4ado com as suas pala)ras e a@õesM 7'ei5ai os falar. São ce/os?. 8$:;. 6dmirar, sem pretender atin/Dla, a sublime )irtude dos santos. 6dmirar, && ZM 6pesar de al/uns santos e pessoas importantes terem pedido, procurado e, por meio de a@ões ridDculas, atraDdo sobre si mesmos, cru4es, despre4os e humilha@ões, adoremos e admiremos apenas a a@ão do (spDrito Santo sobre suas almas e humilhemonos diante de tão sublime )irtude, sem ousar )oar tão alto, um )e4 que, comparados a essas r0pidas 0/uias e ru/idores leões, não passamos de criaturas sem cora/em e sem for@a de )ontade. 8$; +edir a 'eus a sabedoria da Cru4. &% &ZM +odeis, entretanto, e mesmo o de)eis, pedir a sabedoria da cru4, que = uma ciIncia saborosa e e5perimental da )erdade, que nos fa4 )er, G lu4 da f=, os mais ocultos mist=rios, entre os quais o da cru4, e isto s3 se obtem mediante /randes trabalhos, profundas humilha@ões e ora@ões fer)orosas. Se precisardes do
espDrito principal 8$&;, que nos fa4 le)ar cora"osamente as mais pesadas cru4es< do espDrito bom 8$%; e manso, que nos fa4 saborear,, na parte superior da alma, as mais repu/nantes saborear amar/uras< do espDrito são e reto 8$B;, que procura s3 a 'eus< da ciIncia da cru4, que encerra todas as coisas< numa pala)ra, do tesouro infinito cu"o bom empre/o torna a alma participante da ami4ade de 'eus 8$F;, pedi a sabedoria< pedia incessante e fortemente, sem hesitar 8$;, sem receio de não a obter, e ela )os ser0 dada, infali)elmente, e em se/uida )ereis claramente, por e5periIncia pr3pria, como pode ser possD)el dese"ar dese"ar,, procurar e saborear a cru4. umilharse das pr3prias faltas, sem se perturbar. &B %ZM Kuando, por i/nor>ncia ou mesmo por )ossa culpa, cometerdes al/um erro de que resulte para )3s al/uma cru4, humilhai)os imediatamente diante de )3s mesmos, sob a mão poderosa de 'eus 8$$;, sem )os perturbar )oluntariamente, di4endoM 7(is, Senhor, uma pe@a que me pre/ou meu ofDcio?V ( se hou)er pecado na falta que cometestes, aceitai a humilha@ão de )osso or/ulho. 6l/umas )e4es, e at= muitas )eses, 'eus permite que seus maiores ser)os, os mais ele)ados em /ra@a, cometam as faltas mais humilhantes, a fim de humilh0los aos seus pr3prios olhos e aos olhos dos homens, a fim de tirarlhes a )ista e o pensamento or/ulhoso das /ra@as que lhes d0 e do bem que fa4em, a fim de que, se/undo a pala)ra do (spDrito Santo, nenhuma carne se /lorifique diante de 'eus 8#!!;. 'eus nos humilha para purificarnos
&F BZM icai bem persuadidos de que tudo o que e5iste em n3s est0 inteiramente corrompido 8#!#; pelo pecado de 6dão e pelos pecados atuais< e não apenas os sentidos do corpo, mas todas as potIncias da alma< e que, lo/o que o nosso espDrito corrompido olha, refletida e complacentemente, al/um dom de 'eus em n3s, esse dom, a@ão ou /ra@a fica todo poluDdo e corrompido e 'eus dele des)ia os seus olhos di)inos. Se os olhares e os pensamentos do espDrito do homem estra/am assim as melhores a@ões e os mais di)inos dons, que diremos dos atos da pr3pria )ontade, que são ainda mais corrompidos que os do espDritoL 8#!:; Não = de espantar, depois disto, que 'eus sinta pra4er em esconder os seus no se/redo de dos sua homens face 8#!;, para seus que não se"am manchados pelos olhares e pelos pr3prios conhecimentos. (, para escondIlos assim, o que não fa4 e não permite este 'eus ciumentoLV Kuantas humilha@ões lhes proporcionaV (m quantas faltas os dei5a cairV 'e que tenta@ões permite se"am atacados, como S. +auloV 8#!&; (m que incerte4as, tre)as e perple5idade os dei5aV 6hV como 'eus = admir0)el nos seus santos e nos caminho pelos quais os condu4 G humildade e G santidadeV ()itar nas cru4es, o peri/o do or/ulho. & FZM +rocurai bem, portanto, e)itar crer, como os de)otos or/ulhosos e cheios de si, que )ossas cru4es são /randes, que são pro)as de )ossa fidelidade e testemunhas de um sin/ular amor de 'eus para con)osco. (sta armadilha do or/ulho espiritual = muito sutil e delicada, mas cheia de )eneno. 'e)eis
crerM #; que )osso or/ulho e mole4a )os le)am a considerar palhas como se fossem tra)es< picadas como se fossem cha/as, um rato como se fosse um elefante< e uma pala)rinha no ar ar,, um nada, na )erdade, como se fosse uma in"úria atro4 e um cruel abandono< :; que as cru4es que 'eus )os en)ia são antes casti/os amorosos de )ossos pecados, e de fato o são, que sinais de especial bene)olIncia< ; que, se"a qual for a cru4 que (le )os en)iar, ainda assim )os poupa infinitamente, em )irtude do número e da enormidade dos )ossos crimes, que s3 de)eis considerar G lu4 da santidade de 'eus, que nada de impuro tolera e que atacastes< G lu4 de um 'eus moribundo e aniquilado de dor, por causa de )osso pecado, e G lu4 de um inferno sem fim, que merecestes mil )e4es e tal)e4 &; quee natural na paciIncia com que sofreis h0 muito maiscem de mil< humano do que o "ul/aisM pro)amno as pequenas miti/a@ões< as procuras secretas de consola@ão< as aberturas de cora@ão, tão naturais, a )ossos ami/os e, tal)e4, ao )osso diretor< as desculpas tão finas e prontas< as quei5as, ou melhor melhor,, as maledicIncias tão bem urdidas e tão caridosamente e5pressas, contra os que )os fi4eram al/um mal< as referIncias r eferIncias e complacIncias delicadas para com )ossos males< a cren@a de Eúcifer de que sois al/o de /rande 8#!%;, etc. Nunca terminaria se me fosse necess0rio descre)er as )oltas e re)ira)oltas da nature4a, mesmo nos sofrimentos. Tirar maior pro)eito dos pequenos sofrimentos que dos /randes. &$ ZM Tirai pro)eito dos pequenos sofrimentos e mesmo mais que dos /randes. 'eus não olha tanto o sofrimento quanto a maneira por que se sofre. Sofrer muito e mal = sofrer como
condenado< sofrer muito e cora"osamente, mas por uma causa m0, = sofrer como m0rtir do demHnio< sofrer pouco ou muito, mas sofrer por 'eus, = sofrer como santo. Se = )erdade que se pode escolher as cru4es, isto = mais certo quanto Gs cru4es pequenas e escondidas quando nos )Im paralelamente Gs /randes e )isD)eis 8#!B;. O or/ulho da nature4a pode pedir, pedir, procurar e mesmo escolher e abra@ar as cru4es /randes e )isD)eis< mas escolher e le)ar bem ale/remente as cru4es pequenas e ocultas s3 pode ser o efeito de uma /rande /ra@a e de uma /rande fidelidade a 'eus. a4ei, pois, como o comerciante com o seu ne/3cioM tirai pro)eito de tudo, não dei5eis perderse a mDnima parcela da )erdadeira Cru4, mesmo que se"a uma picada depor mosca ou de aalfinete, a indelicade4a de um )i4inho, uma in"úria descuido, perda de um nDquel, uma perturba@ão4inha da alma, um le)e cansa@o do corpo, uma dor4inha num dos membros, etc. Tirai pro)eito de tudo, como o merceeiro em sua mercearia, e, assim como ele enriquece em dinheiro, "untando moeda por moeda em seu cofre, bre)e estareis ricos em 'eus. 6o menor contratempo que sobre)ier, di4eiM 7'eus se"a benditoV 8#!F; -eu 'eus, eu os a/rade@o?, depois escondei na mem3ria de 'eus, que = )osso cofre, a cru4 que acabais de /anhar, /anhar, e s3 )os lembreis dela para di4erM Obri/adoV ou -iseric3rdiaV 6mar a cru4, não com amor sensD)el, mas racional e sobrenatural. %! $ZM Kuando )os di4emos para amar a cru4, não falamos em amor sensD)el, que = impossD)el G nature4a. 'istin/ui bem, portanto, estes trIs amoresM o amor sensD)el, o amor racional, o
amor fiel e supremo< ou, em outras pala)rasM o amor da parte inferior,, que = a carne< o amor da parte superior, inferior superior, que = a ra4ão< e o amor da parte suprema, ou cimo da alma, que = a inteli/Incia esclarecida pela f=. %# 'eus não )os pede que ameis a cru4 com a )ontade da carne. Sendo ela inteiramente corrompida e criminosa, tudo o que dela se ori/ina = corrompido e ela não pode, por si mesma, estar su"eita G )ontade de 'eus e G sua lei crucificadora. (is por que, ao falar dela no orto da Oli)eiras, Nosso Senhor e5clamaM 7-eu +ai, se"a feita a ossa )ontade e não a minhaV? 8#!; Se a parte inferior do homem em Jesus Cristo, ainda que santa, não pHde desfalecimento, com mais forte ra4ão nossa,amar que a= cru4 toda sem corrompida, h0 de a repelir. +odemos, = a )erdade, e5perimentar, e5perimentar, por )e4es, at= mesmo ale/ria sensD)el pelo que sofremos, como aconteceu a )0rios santos< mas essa ale/ria não )em da carne, ainda que nela este"a< )em apenas da parte superior, superior, que se acha tão cheia da di)ina ale/ria do (spDrito Santo, que a fa4 estenderse at= G parte inferior, de tal sorte que em tal ocasião at= mesmo a pessoa mais crucificada pode di4erM -eu cora@ão e minha carne estremeceram de ale/ria no 'eus )i)oV 8#!$; %: 0 outra esp=cie de amor amor,, que denomino racional, e que se acha na parte superior, que = a ra4ão. (ste amor = todo espiritual e, como nasce do conhecimento da felicidade de sofrer por 'eus, = perceptD)el e mesmo percebido pela alma, re"ubilandoa interiormente e fortificandoa. (ste amor racional e percebido, por=m, apesar de bom, e de muito bom, nem sempre = necess0rio para que se sofra ale/re e di)inamente.
% 2 porque h0 outro amor amor,, do cimo ou 0pice da alma, di4em os mestres da )ida espiritual, ou da inteli/Incia, afirmam os fil3sofos, pelo qual, sem e5perimentar qualquer ale/ria dos sentidos, sem perceber nenhum pra4er racional na alma, = possD)el amar e saborear, saborear, pela )isão da f= pura, a cru4 que carre/amos, muito embora tudo este"a em /uerra e estado de alarme na parte inferior, que /eme, se quei5a, chora e procura leniti)o, de tal sorte que se possa di4er, como Jesus CristoM 7-eu +ai, se"a feita a ossa ossa )ontade e não a minhaV? ou, com a SantDssima ir/emM 7(is aqui a escra)a do Senhor. Senhor. a@ase em mim se/undo a ossa pala)raV? 2 com um desses dois amores da parte seperior que de)emos amar e aceitar a cru4. Sofrer toda sorte de cru4es, sem e5cep@ão e sem escolha. %& #!ZM 'ecidi)os, queridos 6mi/os da Cru4, a sofrer toda sorte de cru4es, sem e5cep@ão e sem escolhaM toda pobre4a, toda in"usti@a, toda humilha@ão, toda contradi@ão, toda calúnia, toda aride4, todo abandono, toda pena interior ou e5terior e5terior,, di4endo sempreM -eu cora@ão est0 preparado, meu 'eus, meu cora@ão est0 preparado 8##!;. +reparai)os, pois, para ser abandonados pelos homens, pelos an"os e pelo pr3prio 'eus< para ser perse/uidos, in)e"ados, traDdos, cluniados, desacreditados e abandonados por todos< para sofrer fome, sIde, mendicidade, nude4, e5Dlio, prisão, tortura e todos os suplDcios, ainda que não os tenhais merecido pelos crimes que )os impuserem 8###;. 9ma/inai enfim que, depois de ter perdido )ossos bens e )ossa honra, de ha)er sido lan@ados para fora de )ossa casa, como J3 e Santa 9sabel, rainha da un/ria, )os "o/uem na lama, como
Gquela santa, e )os arrastem por sobre o estrume, como a J3, todo purulento e coberto de úlceras, sem )os darem ataduras para )ossas cha/as ou, para comerdes, um peda@o de pão que não recusariam a um ca)alo ou a um cão< e que, al=m desses males e5tremos, 'eus )os dei5e G mercI de todas as tenta@ões dos demHnios, sem derramar sobre )ossa alma a mDnima consola@ão sensD)el. CrIde firmemente que esse = o ponto supremo da /l3ria di)ina e a felicidade perfeita de um )erdadeiro e perfeito 6mi/o da Cru4 8##:;. Os quatro estimulantes do bom sofrimento. %% ##ZM ##ZM +ara a"udar)os a sofrer bem, tomai o santo h0bito de olhar quatro coisasM
!/5 ' ol6ar de (eus +rimeiramente o olhar de 'eus, que, como um /rande rei, do alto de uma torre, olha complacentemente e lou)andolhe a cora/em, o seu soldado que pele"a. Kue olhar0 'eus na terraL Os reis e imperadores em seus tronosL -uitas )e4es (le os contempla com despre4o. 6s /randes )it3rias dos e5=rcitos do (stadoL 6s pedras preciosasL Numa pala)raM as coisas que são /randes aos olhos dos homensL O que = /rande aos olhos dos homens = abomina@ão diante de 'eus 8##; 8##; Kue olhar0 (le então com pra4er e complacIncia e de que pedir0 notDcias aos an"os e aos pr3prios demHniosL Um homem que, por 'eus, se bate com a sorte, o mundo, o inferno e ele pr3prio, um homem que carre/a
ale/remente a sua cru4. Não )iste na terra uma /rande mara)ilha que todo o c=u contempla com admira@ãoL, disse o Senhor a Satan0sM 7Não )iste meu ser)o J3?8##&;, J3?8##&;, que sofre por mimL
&/5 A mão de (eus %B (m se/undo lu/ar, considerai a mão deste poderoso Senhor, que permite todo o mal que da nature4a nos ad)=m, desde o maior at= o menor< a mão que colocou um e5=rcito de cem mil homens no campo de batalha 8##%; 8##%; e fa4 cair as folhas das 0r)ores e os cabelos de )ossa cabe@a 8##B;< a mão que, ha)endo atin/ido J3,essa )os toca sofrimentorudemente que )os en)ia. Com mão docemente (le formou pelo o diapouco ea noite, o sol e as tre)as, o bem e o mal< permitiu os pecados que se cometem e que )os melindram< não lhes fe4 a malDcia, por=m lhes permitiu a a@ão. 6ssim, quando )irdes um S=mei in"uriar)os e apedre"ar)os, como ao rei 'a)i, 8# 8##F; #F; di4ei a )3s mesmosM 7Não nos )in/uemos. 'ei5emolo, porque o Senhor lhe ordenou de a/ir assim. Sei que mereci toda sorte de utra"es e = "usto que 'eus me casti/ue. +arai, bra@os meusM +arai, lDn/ua minha. Não ataqueis. Nada di/ais. (ste homem ou esta mulher me in"uriam por pala)ras ou por obras< são embai5adores de 'eus, que )Im de sua miseric3rdia, para e5ercer )in/an@a amistosa. Não irritemos sua "usti@a usurpando os direitos de sua )in/an@a< não despre4emos a sua miseric3rdia resistindo Gs suas amorosas chicotadas, para que ela não nos recondu4a, por )in/an@a, G pura "usti@a da eternidade.?
Olhai uma das mãos de 'eus, que, onipotente e infinitamente prudente, )os sustenta, enquanto a outra )os atin/e< com uma das mãos (le mortifica e com a outra )i)ifica< rebai5a e e5alta, e, com seus dois bra@os, doce e fortemente, alcan@a, de um polo ao outro, a )ossa )ida 8##;< docemente, não permitindo que se"ais tentados e pro)ocados acima de )ossas for@asM fortemente, secundando)os com /ra@a poderosa e correspondente G )iolIncia e dura@ão da tenta@ão e da afli@ão< afli @ão< fortemente, ainda uma )e4, tornandose (le pr3prio, se/undo o di4 pelo espDrito de sua Santa 9/re"a, 7)osso apoio G borda do precipDcio perto do qual )os encontrais, )osso companheiro no caminho onde )os perdeis, )ossa sombra no calor que )os caustica, )ossa)ossa )estimenta na chu)a que )os e no frio)osso que )os enre/ela< carrua/em na fadi/a quemolha )os aniquila, socorro na ad)ersidade que )os )isita, )osso bastão nos caminhos escorre/adios e )osso porto no meio das tempestades que )os amea@am de ruDna e naufr0/io?8##$;.
-/5 As c6agas e as dores de 0esus Cristo Crucificado %F (m terceiro lu/ar, olhai as cha/as e as dores de Jesus Cristo Crucificado. (le mesmo )Hlo di4M 7X )3s que passais pelo caminho espinhoso e crucificado por que passei, olhai e )IdeM olhai com os pr3prios olhos do )osso corpo e )Ide, com os olhos de )ossa contempla@ão, se )ossa pobre4a, )ossa nude4, )osso despre4o, )ossas dores, )ossos abandonos são semelhantes aos meus< olhaime, a mim que sou inocente, e quei5ai)os, )3s que sois culpadosV? 8#:!;. O (spDrito Santo nos ordena, pela boca dos 6p3stolos, esta mesma contempla@ão de Jesus Crucificado 8#:#;< ordena que
nos armemos com este pensamento8#::; mais penetrante e terrD)el para todos os nossos inimi/os que todas as outras armas. Kuando fordes atacados pela pobre4a, pela ab"e@ão, pela dor,, pela tenta@ão e pelas cru4es, armai)os com um escudo, dor uma coura@a, um capacete e uma espada de dois /umes 8#:;, a saberM o pensamento de Jesus Crucificado. (is a solu@ão de toda dificuldade e a )it3ria sobre qualquer inimi/o.
./5 Ao alto7 o c8u9 em ,aixo o inferno1 % (m quarto lu/ar olhai, ao alto, a bela coroa que )os espera no c=u, se carre/ardes bem )ossa cru4. oi esta recompensa que sustentou que os patriarcas os profetas sua f= e em nasseus perse/ui@ões< animou ose 6p3stolos 6p3s tolos e em os -0rtires trabalhos e tormentos. +referimos di4iam os +atriarcas, com -ois=s sofrer afli@ões com o po)o de 'eus, para ser feli4 com (le eternamente, que /o4ar de um pra4er criminoso por um s3 momento 8#:&;. Sofremos /randes perse/ui@ões por causa da recompensa 8#:%;, di4iam os profetas com 'a)i. Somos como )Dtimas destinadas G morte, como espet0culo para o mundo, os an"os e os homens pelos nossos sofrimentos, como a esc3ria e o an0tema do mundo 8#:B;, di4iam os 6p3stolos e os -0rtires com São +aulo, por causa do peso imenso da 1l3ria eterna que este momento de bre)e sofrimento produ4 em n3s 8#:F;. Olhemos sobre nossas cabe@as os an"os que nos di4em, em alta )osM 7Tende cuidado para não perderdes a coroa marcada pela cru4 que )os = dada, se a le)ardes bem. Se não a carre/ardes bem, outro o far0 e )os arrebatar0 )ossa coroa 8#:;. Combatei fortemente, sofrendo com paciIncia, di4emnos todos os santos,
e entrareis no reino eterno 8#:$;?. Ou@amos enfim Jesus Cristo, que nos di4M 7S3 darei minha recompensa Gquele que sofrer e )encer pela paciIncia 8#!;?. Olhamos embai5o o lu/ar que merecemos e que nos espera no inferno com o mau ladrão e os r=probos, se, como eles, sofremos com murmura@ões, despeito e )in/an@a. (5clamemos com Santo 6/ostinhoM 7Kueimai, Senhor, cortai, talhai e retalhai neste mundo para casti/ar meus pecados, contanto que os perdoeis na eternidade?V Nunca se quei5ar da criaturas. %$ #:ZM Nuncadas )oscriaturas quei5eis de )oluntariamente e entre murmura@ões, que 'eus se ser)e para )os aflin/ir.. 'istin/ui, para tanto, trIs esp=cies de quei5as nos aflin/ir sofrimentos. 6 primeira = in)olunt0ria e naturalM = a do corpo que /eme, suspira, se quei5a, chora e se lamenta. Kuando a alma, como "0 disse, est0 resi/nada com a )ontade de 'eus, em sua parte superior, não h0 nenhum pecado. 6 se/unda se/unda = ra4o0)el< = quando al/u=m se quei5a e descobre seu mal aos que podem e de)em trat0lo, como um superior ou o m=dico. (sta quei5a pode ser imperfeita, quando for muito insistente< mas não = pecado. 6 terceira = criminosaM = quando al/u=m se quei5a do pr35imo para se isentar do mal que ele nos fa4 sofrer, ou para se )in/ar< ou quando al/u=m se quei5a da dor que sofre, consetindo nessa quei5a e "untado a ela a impaciIncia e a murmura@ão. Receber sempre a cru4 com reconhecimento.
B! #ZM Nunca recebais nenhuma cru4 sem bei"0la humildemente e com reconhecimento< e quando 'eus, todo bondade, )os hou)er fa)orecido com al/uma cru4 um pouco consider0)el, a/radeceilhe de maneira especial e fa4eio a/radecer por outros, a e5emplo daquela pobre mulher, que, tendo perdido todos os seus bens em )irtude de um processo in"usto que lhe mo)eram, fe4 celebrar imediatamente uma -issa, com o dinheiro que lhe lhe resta)a, a fim de de a/radecer a 'eus a )entura que lhe era concedida 8##;. Carre/ar suas cru4es )olunt0rias. B# #&ZM de Se)ir quereis tornar)os di/nos de receber as melhores, cru4es que )os hão sem )ossa participa@ão e que são as carre/ai outras )olunt0rias, se/uindo os conselhos de um bom diretor. +or e5emploM Tendes em casa al/um m3)el inútil pelo qual tendes afei@ãoL 'aio aos pobres, di4endoM quererias o sup=rfluo quando Jesus = tão pobreL Tendes horror a al/um alimentoL 6 al/um ato de )irtudeL 6 al/um mau odorL +ro)aio, praticaio, aspiraio. encei)os. 6mais al/u=m ou al/um ob"eto um pouco terna e insistentemente demaisL 6usentai)os, 6usentai)os, pri)ai)os, afastai)os do que )os lison"eia. Tendes uma nature4a muito inclinada a )erL 6 a/irL 6 aparecerL 6 ir a al/um lu/arL +arai, calai, escondei)os, des)iai os olhos. Odiais naturalmente al/um ob"etoL 6l/uma pessoaL +rocuraia frequentemente. 'ominai)os.
B: Se sois )erdadeiramente 6mi/os 6mi/os da Cru4, o amor, que = sempre industrioso, )os far0 assim encotrar mil pequenas cru4es, com que )os enriqueceis insensD)elmente, sem temor da )aidade, que se mistura tão frequentemente G paciIncia com que suportamos as cru4es muito )isD)eis< e porque fostes assim fi=is em pouca coisa, o Senhor )os estabelecer0 em muito 8#:;, como o prometeu< isto =, em muitas cru4es que )os en)iar0, em muita /l3ria que )os preparar0 8#; ... C>ntico 8#&; O Triunfo da Cru4 8#%; 9 2 a Cru4, sobre a terra, mist=rio profundDssimo, que não se conhece sem muitas lu4es. +ara compreendIlo = necess0rio um espDrito ele)ado. (ntretanto, = preciso entendIla para que nos possamos sal)ar. 99 6 nature4a a abomina, a ra4ão a combate< o s0bio a i/nora e o demHnio a aniquila. -uitas )e4es o pr3prio de)oto não a tem no cora@ão e, embora di/a que a ama, no fundo = um mentiroso. 999 6 cru4 = necess0ria. 2 preciso sofrer sempreM ou subir o Cal)0rio ou perecer eternamente. ( Santo 6/ostinho e5clama que somos r=probos se 'eus não nos casti/a e nos pro)a.
9 aise para a +0tria pelo caminho das cru4es, que = o caminho da )ida e o caminho dos reis< toda pedra = talhada proporcionalmente para ser colocada na Santa Sião. 'e que ser)ir0 a )it3ria ao maior conquistador, conquistador, se não ti)er ti )er a /l3ria de )encerse sofrendo, se não ti)er por modelo Jesus morto na Cru4, se, como um infiel, o lenho repelirL 9 Jesus Cristo por ela acorrentou o inferno, aniquilou o rebelde e conquistou o uni)erso< e (la a d0 como arma aos seus bons ser)idores< ela encanta ou desarma as mãos e os cora@ões. 99 +or este sinal )encer0s, disse (le a Constantino. Toda Toda )it3ria insi/ne se encontra nela. EIde, na hist3ria, seus efeitos mara)ilhosos, suas )it3rias estupendas na terra e nos c=us. 999 (mbora contra os sentidos e a nature4a, a polDtica e a ra4ão, a )erdade nos asse/ura que a cru4 = um /rande dom. 2 nesta princesa que encontramos, em )erdade, /ra@a, sabedoria e di)indade. 9 'eus não pHde defenderse contra sua rara bele4a. 6 Cru4 o fe4 bai5ar G nossa humanidade. 6o )ir ao mundo (le disseM 7Sim, queroa, Senhor. Senhor. *oa Cru4, coloco)os bem dentro do cora@ão?.
+areceulhe tão bela que nela pHs a sua honra, tornandoa a sua eterna companheira e a espHsa de seu Cora@ão. 'esde a mais terna inf>ncia seu Cora@ão suspira)a unicamente pela presen@a da cru4 que ama)a. 9 'esde a "u)entude, ansioso a procurou. 'e ternura e de amor, em seus bra@os morreu. 7'ese"o um batismo?, e5clamou (le um diaM 7a Cru4 querida que amo, o ob"eto de meu amorV? 99 Chamou a São +edro Satan0s escandaloso, quando ele tentou des)iar Seus olhos da Cru4 aqui na terra. Sua Cru4 = ador0)el, sua mãe não o =. X /rande4a inef0)el, que a terra desconheceV 999 (sta cru4, dispersa por tantos lu/ares da terra, ser0 ressuscitada e transportada para os C=us. 6 cru4, cru4, sobre uma nu)em cheia de brilho rutilante, "ul/ar0, por sua )isão, os )i)os e os mortos. 9 Clamar0 )in/an@a contra seus inimi/os, ale/ria e indul/Incia para todos os seus ami/os. 'ar0 /l3ria a todos os bem a)enturados e cantar0 )it3ria na terra e nos c=us. 'urante sua )ida os santos s3 procuraram a cru4, seu /rande dese"o e sua escolha única. (, não contentes de ter as cru4es
que lhes da)a o c=u, a outras, inteiramente no)as, cada um se condena)a. 9 +ara São +edro, as cadeias constituDam honra maior do que ser o )i/0rio de Cristo na terra. 7X boa Cru4?, e5clama)a, cheio de f=, Santo 6ndr=M 7Kue eu morra em ti, para que me dIs a )idaV? 99 ( )Ide, São +aulo esquecia seu /rande I5tase para se /lorificar tão somente na cru4. Sentiase mais honrado em seus c0rceres horrendos que no I5tase admir0)el que o arrebatou aos c=us. 999 Sem a cru4 a alma se torna lenta, mole, co)arde e sem cora@ão. 6 cru4 a torna fer)orosa e cheia de )i/or. +ermanecemos na i/nor>ncia quando nada sofremos. Temos inteli/Incia quando sofremos bem. 9 Uma alma sem pro)a@ões não tem /rande )alor. )alor. 2 a alma no)a ainda, que nada aprendeu. 6hV que do@ura suprema /o4a o aflito que se re"ubila com sua pena e dela não = ali)iadoV
2 pela Cru4 que se d0 a bIn@ão, = por ela que 'eus nos perdoa e concede remissão. (le quer que todas as coisas tra/am este selo, sem o qual nada lhe parece belo.
9 Colocada a cru4 em al/um lu/ar, tornase sa/rado o profano e desaparecem as manchas, porque 'eus delas se apodera. (le quer a Cru4 em nossa fronte e em nosso cora@ão, antes de todos os atos, para que se"amos )encedores. 99 (la = nossa prote@ão, se/uran@a, perfei@ão e única esperan@a. 2 tão preciosa que uma alma que "0 est0 no c=u )oltaria ale/remente G terra para sofrer. 999 Tem este sinal tantos encantos, que no altar o sacerdote não se )ale de outras armas para atrair 'eus l0 do c=u. a4 sobre a h3stia )0rios sinais da Cru4 e, por esses sinais de )ida, ditalhe suas leis. 9 +or este sinal ador0)el preparalhe um perfume cu"o odor a/rad0)el nada tem de comum< = o incenso que lhe d0 uma )e4 consa/rado, e = com esta coroa que dese"aria ser ornado. 6 (terna Sabedoria procura, ainda ho"e, um cora@ão bem fiel, di/no deste presente. Kuer um )erdadeiro s0bio, que /oste apenas de sofrer e, com cora/em, le)e a sua cru4 at= morrer morrer.. 9
'e)o calarme, 3 Cru4, rebai5ote ao falar falar.. Sou um temer0rio e um insolente< "0 que te recebi de cora@ão constran/ido e não te conheci, perdoa meu pecadoV 99 X Cru4 querida, "0 que nesta hora te conhe@o, fa4e de mim tua morada e ditame tuas leis. Cumulame, 3 princesa minha, com teus castos amores, e fa4e que eu conhe@a os teus mais secretos encantosV 999 6o )erte tão bela, bem queria possuirte, mas meu cora@ão infiel me prende ao meu de)er< se queres, Senhora minha, animar meu lan/or e sustentar minha fraque4a, doute o meu cora@ão. 9 Tomote para minha )ida, meu pra4er e minha honra, minha única )entura. 9mprimete, eu te ro/o, em meu cora@ão e no meu bra@o, na minha fronte e na minha face. Não me en)er/onharei de tiV Tomo, para minha rique4a, tua rica pobre4a, e, por ternura, tuas doces austeridades. Kue tua prudente loucara e tua santa desonra se"am toda a /l3ria e /rande4a de minha )idaV 9 -inha )it3ria estar0 em ser derrotado por tua )irtude e para tua maior /l3ria. Não sou, por=m, di/no de morrer sob teus /olpes, nem de ser contrariado por todos.
:ndice Prefácio111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111 1111111111111111111111111111111111111 Aos Amigos da Cruz111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111 1111111111 C;ntico+ ' ntico de )inte e duas estrofes, intitulado 7O pobre de espDrito?. Os :Z e &Z )ersos de cada estrofe são, in)aria)elmenteM 7'eus se"a benditoV 'eus se"a benditoV? 8C>nticosM #$Z Tradicional;. 8#!; Ec., ::, &:. 8#!$; Sl., , . 8##!; 8# #!; Sl., #!F, :
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