Caderno de Apoio Ao Professor

November 25, 2017 | Author: Paula Marçal | Category: Information, Portugal, Poetry, Image, Writing
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MENSAGENS

CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR Célia Cameira Fernanda Palma Rui Palma

Planificações Planos de aula

F

T

Fichas de trabalho

Testes de avaliação

Soluções

Transcrições

G Grelhas de avaliação

10.

o Ano

Português

Índice

Apresentação ................................................................... 3 Guia de exploração multimédia.................................... 5 Planificações ................................................................... 11 Planificação anual ........................................................ 11

Teste de compreensão do oral 7 – unidade 4 ...................... 91 Teste de compreensão do oral 8 – unidade 4 ...................... 93 Teste de compreensão do oral 9 – unidade 5 ...................... 95 Teste de compreensão do oral 10 – unidade 5 .................... 97 Teste de compreensão do oral 11 – unidade 6 .................... 99 Teste de compreensão do oral 12 – unidade 6 .................. 101

Planificação por unidade ............................................. 17

Testes de avaliação por unidade .............................. 103

Planos de aula ............................................................. 41

Teste de avaliação 1 – unidade 1........................................ 103

Contributo do Português para o PAA .......................... 51

Teste de avaliação 2 – unidade 1........................................ 107

Fichas de trabalho ........................................................ 53

Teste de avaliação 3 – unidade 2........................................ 112 Teste de avaliação 4 – unidade 2........................................ 117

Ficha 1 – Poesia trovadoresca ..................................... 53

Teste de avaliação 5 – unidade 3........................................ 122

Ficha 2 – Poesia trovadoresca ..................................... 55

Teste de avaliação 6 – unidade 3........................................ 127

Ficha 3 – Crónica de D. João I, Fernão Lopes ............... 57

Teste de avaliação 7 – unidade 4........................................ 132

Ficha 4 – Texto de apreciação crítica .......................... 59

Teste de avaliação 8 – unidade 4........................................ 136

Ficha 5 – Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente ................. 61 Ficha 6 – Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente ................. 64 Ficha 7 – Rimas, Luís de Camões ................................. 67

Teste de avaliação 9 – unidade 5........................................ 141 Teste de avaliação 10 – unidade 5...................................... 146 Teste de avaliação 11 – unidade 6...................................... 151 Teste de avaliação 12 – unidade 6...................................... 156

Ficha 8 – Rimas, Luís de Camões ................................. 69

Grelhas de correção ........................................................... 161

Ficha 9 – Artigo de divulgação científica ..................... 72

Grelhas de avaliação .................................................. 163

Ficha 10 – Os Lusíadas, Luís de Camões ...................... 74

Grelhas de avaliação por domínio ............................. 163

Ficha 11 – Relato de viagem ........................................ 77

Grelha de autoavaliação ............................................ 170

Ficha 12 – História trágico-marítima ........................... 79

Soluções ........................................................................ 173

Testes de avaliação ....................................................... 81

Fichas de trabalho ..................................................... 173

Teste de compreensão do oral ................................... 81

Testes de compreensão do oral................................. 177

Teste de compreensão do oral 1 – unidade 1 ....................... 81

Testes de avaliação por unidade ............................... 179

Teste de compreensão do oral 2 – unidade 1 ....................... 83

Auto da feira .............................................................. 184

Teste de compreensão do oral 3 – unidade 2 ....................... 84 Teste de compreensão do oral 4 – unidade 2 ....................... 86

Transcrições ................................................................. 189

Teste de compreensão do oral 5 – unidade 3 ....................... 88

Transcrições dos textos do Manual ........................... 189

Teste de compreensão do oral 6 – unidade 3 ....................... 89

Transcrições dos testes de compreensão do oral ..... 196

© Texto | Mensagens 10.o ano

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Apresentação O projeto Mensagens procura, com rigor e originalidade, responder aos diferentes desafios e exigências com os quais o Professor se depara ao ensinar Português no 10.o ano de escolaridade. Para isso, foi criado um conjunto de propostas diversificadas que tem em conta não só a especificidade dos conteúdos programáticos e das Metas Curriculares do 10.o ano, mas também as circunstâncias das diferentes realidades do processo de ensino-aprendizagem. Para o conseguir, são disponibilizados, ao longo do projeto, vários recursos adaptáveis a metodologias personalizadas de trabalho, e que se distinguem quanto à tipologia, ao grau de complexidade e de contextos em que podem ser aplicados. No Manual, os conteúdos estão organizados em unidades temáticas. Cada unidade começa com a rubrica «Mensagens cruzadas», composta por dois textos inéditos, de duas personalidades de diferentes áreas artísticas ou do saber, que servem de introdução motivadora às temáticas/autor que se vão estudar. De seguida, apresenta-se uma «Contextualização histórico-literária» que enquadra os tópicos de conteúdo que vão ser, seguidamente, objeto de estudo. Os textos escolhidos são enquadrados por diversas propostas de trabalho no âmbito da Educação Literária, Gramática, Oralidade, Escrita e Leitura que permitem que os alunos adquiram, consolidem e aperfeiçoem competências ao nível da leitura e interpretação de textos, bem como desenvolvam as competências ao nível da análise e de síntese e, ainda, as suas capacidades críticas e expressivas. Relativamente à Gramática, adota-se uma perspetiva de desenvolvimento da consciência linguística e metalinguística que concorre para uma efetiva competência oral e escrita do uso da língua. No final de cada unidade, existe a rubrica «Mensagens de hoje», na qual, através de um desafio, se pretende que os alunos sejam capazes de compreender a relevância e atualidade dos textos estudados; um glossário, que explica sucintamente os conceitos mais relevantes de cada unidade; e uma ficha formativa, que visa testar e consolidar os conhecimentos adquiridos, permitindo uma auto e heteroavaliação formativas. Note-se que estas fichas têm a estrutura do atual Exame Nacional, permitindo que os alunos se habituem a este formato. Ainda no Manual, mas apenas na versão do Professor, são indicadas as Metas Curriculares correspondentes a cada conteúdo, são apresentadas sugestões de resposta às questões e assinalam-se várias indicações que remetem para os outros constituintes do projeto. No Caderno de Atividades destaca-se um conjunto de fichas que se divide nas componentes de «Gramática», «Escrita» e «Testes», oferecendo um leque de diferentes exercícios, com diferentes graus de complexidade, e que acompanham, transversalmente, todos os tópicos de conteúdo. O Caderno de Atividades inclui, ainda, uma versão integral do Auto da Feira, de Gil Vicente, que segue a estrutura da Farsa de Inês Pereira trabalhada no Manual, permitindo a opção pela peça que se considerar mais pertinente. No Caderno de Apoio ao Professor (CAP) disponibilizam-se propostas de planificação (anual, por unidade e por aula, e sugestões de atividades); um conjunto de documentos de diagnóstico e de avaliação, como fichas de trabalho, testes de compreensão do oral, e testes escritos e grelhas de avaliação dos vários domínios. Destaca-se a existência de uma versão editável do CAP, que permite ao docente personalizar, combinar e adaptar os diversos tipos de recursos oferecidos às circunstâncias concretas de cada escola e/ou turma. O é uma ferramenta importante, que permite a exploração em sala de aula dos diferentes recursos que fazem parte do projeto, através da utilização das novas tecnologias. Em , o Professor encontra um sem número de conteúdos multimédia em diferentes registos (vídeos, áudios e animações, por exemplo) que lhe permitirão organizar, criar e expor dinamicamente os conteúdos do projeto. Mensagens é um projeto completo, motivador e facilitador do trabalho de docência pela riqueza de recursos disponíveis e pelas estratégias pedagógicas eficazes, que permitem implementar o Programa e cumprir as Metas Curriculares. © Texto | Mensagens 10.o ano

3

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Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

5

O projeto Mensagens disponibiliza, em DVD, a peça completa Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente. Esta produção audiovisual conta com um elenco de atores profissionais e foi concebida especialmente para o contexto pedagógico da disciplina de Português. Desta forma, o aluno poderá seguir a interação entre as personagens e toda a dinâmica que um texto dramático encerra. Tem, assim, acesso à representação teatral como um todo – palavra, movimento dos atores, luz adereços,… Permite, claramente, uma melhor apropriação de conhecimentos. Na versão de demonstração estará apenas disponível um excerto da peça, na plataforma .

DVD – Farsa de Inês Pereira

Guia de exploração de recursos multimédia

6

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

.

Total de áudios disponíveis no projeto: cerca de 40 (3 na versão de demonstração)

Recursos multimédia que servem de apoio às atividades propostas no Manual. A poesia trovadoresca, a lírica camoniana e Os Lusíadas são as temáticas mais apoiadas por esta tipologia de recursos. Os alunos têm acesso a uma leitura expressiva das cantigas de amor, de amigo, de escárnio e maldizer, bem como dos poemas camonianos e de Os Lusíadas.

Áudios

Este documento pode ser considerado uma proposta de exploração de conteúdos multimédia presentes na versão de demonstração (com indicação das respetivas metas). Apresenta, igualmente, a tipologia de recursos que estarão depois disponíveis em todo o projeto no

• áudios. • vídeos. • apresentações em PowerPoint® (relativas a contextualizações históricas e literárias, sínteses das unidades, fichas informativas e imagens que surgem ao longo das unidades didáticas) no final de cada item, à exceção do último. • fichas formativas editáveis. • testes interativos.

O projeto Mensagens apresenta também, através das novas tecnologias, uma ferramenta de caráter inovador – o O possibilita explorar facilmente todo o projeto. Permite aceder a um vasto conjunto de conteúdos multimédia associados ao manual:

– Mensagens

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7

152

125

Página

Oralidade 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Explicitar a estrutura do texto. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: reportagem, documentário, anúncio publicitário. 2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante. 3. Planificar intervenções orais. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

Oralidade 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 3 Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4 Fazer inferências. 2. Registar e tratar a informação. 1 Tomar notas, organizando-as.

Metas

Sugestões de exploração

Momento pré-exploração do recurso • Colocar a questão: Quais as diferenças do papel feminino na sociedade contemporânea e na sociedade da época de Inês Pereira? Visionamento • Informar os alunos que, à medida que visionarem o vídeo, devem registar no caderno todas as questões e ideias que se pedem no questionário do Manual que acharem mais relevantes do vídeo. Momento pós-exploração do recurso • Promover um debate em torno da questão colocada anteriormente: Quais as diferenças do papel feminino na sociedade contemporânea e na sociedade da época de Inês Pereira? Há mais oportunidades literárias e de trabalho para a mulher dos dias de hoje? O que melhorou desde a época de Inês Pereira? A mulher tem as mesmas oportunidades a nível laboral e existe igualdade salarial?

• Utilizar o vídeo, numa primeira fase, para o aluno poder apontar as ideias principais e poder adaptar-se à sua estrutura e tipo de linguagem. • Promover um debate, com a turma, de forma a estabelecer diferenças e semelhanças entre o tipo de cómico apresentado neste vídeo e aquele que é apresentado na peça teatral Farsa de Inês Pereira.

Total de vídeos disponíveis no projeto: cerca de 18 (2 na versão de demonstração)

Vídeo de uma reportagem, da SIC Visão, sobre a evolução das habilitações literárias da mulher e do seu papel no mercado de trabalho.

Educação: De iletradas a superletradas

Vídeo humorístico dos Gato Fedorento.

Gato Fedorento – «Falam, falam, falam»

Recurso

Recursos multimédia que servem de elemento de apoio a algumas das atividades de oralidade sugeridas no manual.

Vídeos

8

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110

Página

Apresentação em PowerPoint® que contextualiza histórica e literariamente a vida e obra de Gil Vicente.

Unidade 3 – Contextualização histórico-literária

Recurso Educação literária 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa.

Metas

• Explorar, primeiramente, metade da apresentação, pois aborda a vida de Gil Vicente e todo o contexto social da sua época, o que permite uma melhor compreensão da obra Farsa de Inês Pereira. • Utilizar o PowerPoint® como forma de apresentar a sociedade, os costumes e todas as mudanças (Descobrimentos) que estavam a decorrer durante a época de Gil Vicente. • Os últimos diapositivos permitem compreender mais profundamente o porquê de Gil Vicente ter escrito a Farsa de Inês Pereira e de ter usado o estilo e forma que usou para escrever esta farsa. • Promover um debate sobre as diferenças e semelhanças da sociedade contemporânea e a sociedade da época de Gil Vicente. Que diferenças há em termos de costumes? A sociedade é melhor ou pior da de Gil Vicente e de Inês Pereira?

Sugestões de exploração

Apresentações em PowerPoint® que contextualizam e sintetizam os conteúdos apresentados em cada unidade do manual. Cada unidade conta ainda com uma galeria de imagens e fichas informativas.

Apresentações em Powerpoint®

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9

154

154

Apresentação em PowerPoint® que contém as imagens e ilustrações, e respetivas legendas, presentes na unidade 3.

Galeria de imagens 3

Apresentação em PowerPoint® que apresenta, de forma sumariada e objetiva, os conteúdos apresentados ao longo da unidade 3.

Síntese da unidade 3

Educação Literária 14. Ler e interpretar textos literários. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos.

Educação Literária 14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido. 11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia e auto ou farsa. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa.













Para fazer a introdução a qualquer conteúdo da unidade 3, o professor poderá começar por mostrar uma imagem alusiva ao tema que quer desenvolver, através de uma imagem apelativa. Desta forma, o aluno conseguirá relacionar um contexto a uma imagem, apreendendo, assim, mais facilmente os conteúdos expositivos. Propor, para trabalho de pares, a redação de um texto breve, tendo como ponto de partida uma imagem desta apresentação

Explorar a informação dos diapositivos iniciais para demonstrar a importância de Gil Vicente e da sua obra no panorama da literatura portuguesa. Utizar os diapositivos dedicados à Farsa de Inês Pereira para apresentar, de forma sintetizada, os pontos fulcrais desta obra. O professor poderá dar oportunidade aos alunos para regularem o seu processo de aprendizagem e apelar aos conhecimentos relativos aos conteúdos em questão fazendo, assim, uma revisão da unidade 3. Propor a redação, individual ou a pares, de um pequeno texto com base na síntese apresentada.

10

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Testes interativos

Total de testes interativos no projeto: 6 (1 na versão de demonstração)

Testes interativos compostos por 10 questões, que permitem a revisão dos conteúdos de cada sequência.

Total de fichas no projeto: 6 (1 na versão de demonstração)

Editáveis das fichas formativas que são apresentadas no final de cada unidade.

Fichas

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11

(EXPRESSÃO ORAL – EO) 3. Planificar intervenções orais 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

2. Registar e tratar a informação 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

ORALIDADE (COMPREENSÃO ORAL – CO) 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Explicitar a estrutura do texto. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: reportagem, documentário, anúncio publicitário.

Domínios, objetivos e descritores de desempenho

Planificação anual

2 tempos letivos

o

CO/ EO – Anúncio publicitário. – Apreciação crítica. – Apresentação oral.

1. período

21 tempos letivos

Unidade 1 – Poesia trovadoresca

Lexicologia: – processos regulares de formação de palavras.

G Classes de palavras. Sintaxe: – funções sintáticas e frase complexa.

EL – identificar temas e ideias principais; – fazer inferências; – texto poético: estrofe, métrica e rima; – explicitar o valor dos recursos expressivos: anáfora, metáfora, enumeração e antítese.

E Texto de opinião.

L Apreciação crítica.

CO Canção.

o

1. período

Unidade 0 – Diagnose

Tópicos de conteúdo

Instrumentos de avaliação: • Observação direta (grelhas variadas); • Fichas de avaliação; • Trabalho escrito; • Oralidade (compreensão e produção oral); • Leitura, Educação Literária, Gramática e Escrita (produção escrita); • Participação/Empenho; • Responsabilidade (pontualidade/ TPC/ material); • Comportamento; • Auto e heteroavaliação.

Modalidades de avaliação: • diagnóstica; • formativa; sumativa.

Avaliação

– Sugestões para o Projeto de Leitura.



– Registos visuais: • Filmes (excertos); • Anúncio publicitário; • Documentário; • Reportagem; • Cartoon; • Banda desenhada; • Pinturas / Imagens.

– Registos áudio: • Programa radiofónico; • Música / Canção.

– Fichas informativas; – Quadros informativos; – Esquemas informativos; – PowerPoint didático; – Caderno de Atividades.

Recursos materiais

12

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LEITURA (L) 7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, fundamentando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 4. Explicitar o sentido global do texto, fundamentando. 5. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto. 6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: relato de viagem, artigo de divulgação científica, exposição sobre um tema e apreciação crítica. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante. 2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente. 9. Ler para apreciar criticamente textos variados. 1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando. 2. Analisar a função de diferentes suportes em contextos específicos de leitura.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas. 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades 1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese e apreciação crítica. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar as seguintes extensões temporais: síntese – 1 a 3 minutos; apreciação crítica – 2 a 4 minutos. Apreciação crítica. Exposição sobre um tema.

Exposição sobre um tema. Textos informativos.

E – Exposição sobre um tema. – Apreciação crítica.

L – Apreciação crítica. – Textos informativos.

CO/ EO – Documentário. – Apresentação oral.

1. período

o

o

1. período

Unidade 2 – Fernão Lopes, Crónica de D. João I

G O português: génese, variação e mudança. – As principais etapas da formação e evolução do português. – Fonética e fonologia: processos fonológicos de inserção, supressão e alteração.

EL – Contextualização histórico-literária. – Representações de afetos e emoções: – variedade do sentimento amoroso (cantiga de amigo); – confidência amorosa (cantiga de amigo); – relação com a Natureza (cantiga de amigo); – a coita de amor e o elogio cortês (cantiga de amor); – a dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica de costumes (cantigas de escárnio e maldizer). – Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias. – Linguagem, estilo e estrutura: – cantiga de amigo: caracterização temática e formal (paralelismo e refrão); – cantiga de amor: caracterização temática; – cantiga de escárnio e maldizer: caracterização temática; – recursos expressivos: a comparação, a ironia e a personificação.

L – – E – –

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13

ESCRITA (E) 10. Planificar a escrita de textos. 1. Pesquisar informação pertinente. 2. Elaborar planos: a) estabelecer objetivos; b) pesquisar e selecionar informação pertinente; c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género de texto a produzir. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese, exposição sobre um tema e apreciação crítica. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 5. Observar os princípios do trabalho intelectual: identificação das fontes utilizadas; cumprimento das normas de citação; uso de notas de rodapé; elaboração da bibliografia. 6. Explorar as virtualidades das tecnologias de informação na produção, na revisão e na edição do texto. o

EL – Contextualização histórico-literária. – Caracterização das personagens. – Relações entre as personagens. – A representação do quotidiano. – A dimensão satírica.

E – Exposição sobre um tema. – Apreciação crítica.

L – Textos informativos.

CO/ EO – Reportagem. – Apreciação crítica.

1. / 2. períodos

o

21 tempos letivos

Unidade 3 – Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira

Lexicologia – Processos irregulares de formação de palavras: extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo e truncação.

G Sintaxe – Funções sintáticas: predicativo do complemento direto.

EL – Contexto histórico. – Afirmação da consciência coletiva. – Atores (individuais e coletivos).

14

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EDUCAÇÃO LITERÁRIA (EL) 14. Ler e interpretar textos literários 1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, fundamentando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido: a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 8. Identificar características do texto poético no que diz respeito a: a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava); b) métrica (redondilha maior e redondilha menor; decassílabo); c) rima (emparelhada, cruzada, interpolada); d) paralelismo (cantigas de amigo); e) refrão. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 10. Identificar características do soneto. 11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia e auto ou farsa. 15. Apreciar textos literários 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando.

13. Rever os textos escritos 1.Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

o

26 tempos letivos

– – – – – – –

Linguagem, estilo e estrutura: a lírica tradicional; a inspiração clássica; o discurso pessoal e marcas de subjetividade; soneto: características; métrica (redondilha e decassílabo), rima e esquema rimático; recursos expressivos: a aliteração, a anáfora, a antítese, a apóstrofe e a metáfora.

EL – Contextualização histórico-literária. – A representação da amada. – A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor. – A reflexão sobre a vida pessoal. – O tema do desconcerto. – A representação da Natureza. – O tema da mudança.

E – Apreciação crítica. – Síntese. – Exposição sobre um tema.

L – Textos informativos.

CO/ EO – Apreciação crítica. – Síntese.

2. período

Unidade 4 – Luís de Camões, Rimas

G Sintaxe – Funções sintáticas: complemento do nome.

– Linguagem, estilo e estrutura: características do texto dramático; o auto ou a farsa: natureza e estrutura da obra; recursos expressivos: a alegoria, a comparação, a interrogação retórica, a ironia, a metáfora e a metonímia.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10. o ano

15

GRAMÁTICA (G) 17. Conhecer a origem e a evolução do português 1. Referir e caracterizar as principais etapas de formação do português. 2. Reconhecer o elenco das principais línguas românicas. 3. Explicitar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português. 4. Identificar étimos de palavras. 5. Reconhecer valores semânticos de palavras considerando o respetivo étimo. 6. Relacionar significados de palavras divergentes. 7. Identificar palavras convergentes. 8. Reconhecer a distribuição geográfica do português no mundo: português europeu; português não europeu. 9.Reconhecer a distribuição geográfica dos principais crioulos de base portuguesa. 18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 2. Dividir e classificar orações. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas. 5. Identificar oração subordinante.

4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. 5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. 6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionandoa(s) com conteúdos programáticos de diferentes domínios. 7. Analisar recriações de obras literárias do Programa, com recurso a diferentes linguagens (por exemplo, música, teatro, cinema, adaptações a séries de TV), estabelecendo comparações pertinentes. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa. 2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores. o

28 tempos letivos

EL – Imaginário épico: matéria épica: feitos históricos e viagem; sublimidade do canto; mitificação do herói. – Reflexões do poeta. – Linguagem, estilo e estrutura: a epopeia: natureza e estrutura da obra; o conteúdo de cada canto; os quatro planos: viagem, mitologia, História de Portugal e reflexões do poeta. Sua interdependência; estrofe e métrica. – Recursos expressivos: a anáfora, a anástrofe, a apóstrofe, a comparação, a enumeração, a hipérbole, a interrogação retórica, a metáfora, a metonímia e a personificação.

E – Apreciação crítica. – Exposição sobre um tema. – Síntese.

CO/ EO – Síntese. – Apreciação crítica. – Anúncio publicitário. – Exposição. L – Artigo de divulgação científica. – Textos informativos.

2. / 3. períodos

o

Unidade 5 – Luís de Camões, Os Lusíadas

Lexicologia – Campo lexical e campo semântico.

Sintaxe – Funções sintáticas: complemento do adjetivo.

G O português: génese, variação e mudança – Principais etapas da formação e evolução do português; – Etimologia.

16

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10. o ano

19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português 1. Identificar arcaísmos. 2. Identificar neologismos. 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra. 4. Explicitar constituintes de campos lexicais. 5. Relacionar a construção de campos lexicais com o tema dominante do texto e com a respetiva intencionalidade comunicativa. 6. Identificar processos irregulares de formação de palavras. 7. Analisar o significado de palavras considerando o processo de formação. 12 tempos letivos

EL – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

E – Síntese. – Apreciação crítica.

L – Relato de viagem. – Textos informativos.

CO/ EO – Documentário. – Síntese. – Apresentação oral.

3. período

o

Unidade 6 – História trágico-marítima (capítulo V)

Lexicologia – arcaísmos e neologismos.

G O português: génese, variação e mudança – principais etapas da formação e da evolução do português. Geografia do português no mundo – português europeu e português não europeu; – principais crioulos de base portuguesa.

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17

19. Rever os textos escritos. 1. Reformular o texto de forma adequada, mobilizando os conhecimentos de revisão de texto já adquiridos.

17. Escrever textos argumentativos. 1. Escrever textos argumentativos com a tomada de uma posição; a apresentação de razões que a justifiquem, com argumentos que diminuam a força das ideias contrárias; e uma conclusão coerente.

15. Escrever para expressar conhecimentos. 1. Responder por escrito, de forma completa, a questões sobre um texto. 2. Responder com eficácia e correção a instruções de trabalho, detetando rigorosamente o foco da pergunta.

Texto de opinião: «Vantagens e desvantagens dos avanços tecnológicos».

14. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Ordenar e hierarquizar a informação, tendo em vista a continuidade de sentido, a progressão temática e a coerência global do texto. 2. Dar ao texto a estrutura e o formato adequados, respeitando convenções tipológicas e (orto)gráficas estabelecidas. 3. Adequar os textos a diferentes públicos e finalidades comunicativas. 4. Diversificar o vocabulário e as estruturas sintáticas. 5. Consolidar as regras de uso de sinais de pontuação para delimitar constituintes de frase e para veicular valores discursivos. 7. Utilizar, com progressiva autonomia, estratégias de revisão e aperfeiçoamento de texto, no decurso da redação.

Composição musical Vayorken

Textos

• Texto: «A leitura no ecrã», Superinteressante

Diagnose

UNIDADE 0 – DIAGNOSE

8. Ler textos diversos. 1. Ler (…) textos de opinião (…).

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho o (relativos ao 9. ano) 1. Interpretar discursos orais com diferentes graus de formalidade e complexidade. – 3. Distinguir informação subjetiva e informação objetiva.

1. Período

o

Planificação por unidade

ORALIDADE

LEITURA

ESCRITA

• Registos áudio: – Composição musical Vayorken, Capicua.

Recursos materiais

2 Tempos letivos

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

GRAMÁTICA

18

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25. Explicitar aspetos fundamentais da sintaxe do português. 2. Consolidar o conhecimento de todas as funções sintáticas. – 4. Dividir e classificar orações.

20. Ler e interpretar textos literários. 1. Ler textos literários, portugueses (…). 2. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista (…) 7. Identificar e reconhecer o valor dos recursos expressivos já estudados (…).

Retoma dos conteúdos estudados no Ensino Básico: a) classes de palavras; b) frase complexa; c) funções sintáticas d) processo regular de formação de palavras

Poema: «Um livro», João Pedro Mésseder.

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19

o

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir o seguinte género de texto: apreciação crítica. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar a seguinte extensão temporal: apreciação crítica – 2 a 4 minutos.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

3. Planificar intervenções orais. 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção.

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

Textos

Tema, informação significativa, • Anúncio publicitário encadeamento lógico dos tópicos • Anúncios publicitários tratados; recursos verbais e não televisivos. verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, • Apreciação crítica expressividade, silêncio e olhar, uso – crónica radiofónica; adequado de ferramentas tecnológicas – programa radiofónico; de suporte – anúncio publicitário à intervenção oral), correção Feira medieval de Silves. linguística. – a intemporalidade da maledicência, a partir • Anúncio publicitário: caráter do texto «O país onde apelativo (tempos e modos verbais, a maledicência é melhor entoação, neologismos), que o silêncio», de multimodalidade (conjugação de Mariana Seruya Cabral. diferentes linguagens e recursos expressivos, verbais e não verbais), eficácia comunicativa e poder sugestivo.

Diagnose

UNIDADE 1 - POESIA TROVADORESCA

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Explicitar a estrutura do texto. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: (…) anúncio publicitário.

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho

1. Período

ORALIDADE

• SIGA: Apreciação crítica

• Registos visuais: – Anúncio publicitário, Feira medieval de Silves.

• Registos audiovisuais: – Anúncio publicitário: festivais de música. – Excertos do filme Orgulho e preconceito, baseado no livro homónimo da escritora inglesa Jane Austen.

• Registos áudio: – Declamação de poemas. – Crónica radiofónica: Mixórdia de temáticas, de Ricardo Araújo Pereira, intitulada «Níveis prejudiciais de amor». – Programa radiofónico Portugal passado, da TSF, sobre D. Dinis. – Cantiga do grupo D.A.M.A., Balada do desajeitado. – Crónica radiofónica Lugares comuns, «Dizer cobras e lagartos», de Mafalda Lopes da Costa.

• Fichas informativas: o – N. 4 Publicidade.

Recursos materiais

21 Tempos letivos

LEITURA

ESCRITA

20

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Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

• Exposição sobre um tema: caráter demonstrativo, elucidação evidente do tema (fundamentação das ideias), concisão e objetividade, valor expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores...).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título, subtítulo e ilustração).

• Exposição – O namoro hoje em dia e o namoro de antigamente, a partir do texto «Piropo», de Miguel Esteves Cardoso.

• Exposição • «O rei que refundou Portugal», de Luís Miguel Queirós.

12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. • Exposição sobre um tema: caráter • Apreciação crítica sobre a 2. Pautar a escrita do texto por adequado desenvolvimento do plano demonstrativo, elucidação evidente pintura, «O beijo», de elaborado. do tema (fundamentação das ideias), Federico Garcia Lorca, 3. Atender à progressão temática e à coesão do texto, assim como à concisão e objetividade, valor relacionando-a com as correção linguística e ao uso de recursos expressivos. expressivo das formas linguísticas cantigas de amor. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do (deíticos, conectores...). registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. • Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de 13. Rever os textos escritos. comentário crítico. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final. • Contextualização histórico-literária.

11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas de género: síntese, exposição sobre um tema e apreciação crítica.

10. Planificar a escrita de textos.

9. Ler para apreciar criticamente textos variados.

8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, explicando. 4. Explicitar o sentido global do texto, justificando e fundamentando.

• SIGA: Apreciação crítica e exposição

• Sugestões para o Projeto de Leitura

• Caderno de Atividades: Apreciação crítica

• Registos visuais: – Pintura: «O beijo», de Federico Garcia Lorca.

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21

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária. 2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

14. Ler e interpretar textos literários. • Cantigas de amigo 1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação Representações de afetos da leitura. e emoções: variedade do 2. Ler textos literários portugueses dos séculos XII a XIV. sentimento amoroso 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos confidência amorosa; relação com de referência, justificando. a Natureza. 4. Fazer inferências, explicando. • Cantigas de amor 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. a coita de amor e o elogio cortês 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. (cantiga de amor). 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; • Cantigas de escárnio e maldizer b) entre características e pontos de vista das personagens. a dimensão satírica: a paródia 8. Identificar características do texto poético no que diz respeito a: do amor cortês e a crítica de a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava); costumes (cantigas de escárnio b) métrica (redondilha maior e redondilha menor; decassílabo); e maldizer). c) rima (toante, consoante; emparelhada, cruzada, interpolada); d) paralelismo e refrão (cantigas de amigo). Espaços medievais, protagonistas 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos e circunstâncias. Linguagem, estilo e mencionados no Programa. estrutura: – caracterização temática e formal 15. Apreciar textos literários. (paralelismo e refrão); 1. Reconhecer os valores culturais, éticos e estéticos manifestados – recursos expressivos: nos textos. a comparação, a ironia 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do e a personificação. imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. Cantigas de escárnio e maldizer «Ai, dona fea, fostes-vos queixar» «Roi Queimado morreu com amor» «Quen a sesta quiser dormir»

Cantigas de amor «Proençaes soen mui ben trobar» «Quer’eu en maneira proençal» «Se eu podesse desamar»

Cantigas de amigo «Ondas do mar de Vigo» «Ai flores, ai flores do verde pino» «Levade, amigo, que dormides as manhanas frias» «Bailemos nós já todas três, ai amigas»

• Caderno de Atividades: Teste 1

• Registos visuais: – Nota geográfica de Vigo. – Pintura de Antonio García Patiño, Levad’, amigo, que Dormides as manhanas frias, 1999. – Cartoon «Amor cortês», de Mordillo. – Vinhetas retiradas de Astérix e o regresso dos gauleses, de Uderzo e Goscinny.

• Registos audiovisuais: – Excertos do filme Orgulho e preconceito, baseado no livro homónimo da escritora inglesa Jane Austen.

• Registos áudio: – Declamação de poemas. – Programa radiofónico Portugal passado, da TSF, sobre D. Dinis. – Cantiga do grupo D.A.M.A., «Balada do desajeitado». – Crónica radiofónica Lugares comuns, «Dizer cobras e lagartos», de Mafalda Lopes da Costa.

• Fichas informativas: o – N. 1 Cantigas de Amigo o – N. 3 Cantigas de Amigo o – N. 5 Cantigas de Amor o – N. 6 Cantigas de escárnio e maldizer

• Quadros informativos: – Quadro sinótico

22

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19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 1. Identificar arcaísmos.

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar as funções sintáticas indicadas no Programa. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas.

17. Conhecer a origem e a evolução do português. 1. (…) português. 3. Identificar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

AVALIAÇÃO

• Lexicologia: – Arcaísmo

• A frase complexa: coordenação e subordinação – retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: a) orações coordenadas; b) orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; c) oração subordinante; – divisão e classificação de orações.

• Sintaxe – Funções sintáticas: a) retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico.

• Fonética e fonologia a) processos fonológicos de inserção: prótese, epêntese e paragoge; b) processos fonológicos de supressão: aférese, síncope e apócope; c) processos fonológicos de alteração: sonorização, palatalização, redução vocálica, crase, metátese, assimilação e dissimilação.

• O português: génese, variação e mudança – Principais etapas da formação e da evolução do português a) do latim ao galego-português: – o latim vulgar e a romanização; – substratos e superstratos. – o português antigo (séculos XII-XV).

Projeto de Leitura

• Caderno de Atividades: Fichas 2, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 19, 26 e 29

• PowerPoint: o – Ficha informativa n. 2 o – Ficha informativa n. 7

• Fichas informativas: o – N. 2 Fonética e fonologia o – N. 7 O português: génese variação e mudança

o

8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, fundamentando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 4. Explicitar o sentido global do texto, justificando e fundamentando. 5. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto. 6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: (…) apreciação crítica.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

3. Planificar intervenções orais. 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção.

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: (…) documentário.

• Textos: «O meu 25 de abril», de Francisco Sousa Tavares. • Apreciação crítica: «A Estranha vida de Steve Jobs».

Marcas de género específicas: • apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

Esquema para completamento: «Fernão Lopes – o homem e o seu tempo».

Documentário Grandes Livros: As crónicas de Fernão Lopes

Textos

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, (…) e ilustração).

• Documentário: variedade de temas, proximidade com o real, informação seletiva e representativa (cobertura de um tema ou acontecimento, ilustração de uma perspetiva sobre determinado assunto), diversidade de registos (marcas de subjetividade).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados; recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, silêncio e olhar).

Diagnose

UNIDADE 2 – FERNÃO LOPES, CRÓNICA DE D. JOÃO I

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho

1. Período

ORALIDADE

LEITURA

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23

Vídeo: Jobs

• Caderno de Atividades: Ficha 28

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• Registos audiovisuais: – Documentário: «As crónicas de Fernão Lopes», série Grandes Livros.

• Registos áudio: Composição musical «Sextafeira (emprego bom já)», de Boss AC.

Recursos materiais

18 / 19 Tempos letivos

ESCRITA

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

24

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10. Planificar a escrita de textos. 1. Pesquisar informação pertinente. 2. Elaborar planos: a) estabelecer objetivos b) pesquisar e selecionar informação pertinente; c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género do texto. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: (…) exposição sobre um tema e apreciação crítica. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 5. Observar os princípios do trabalho intelectual: identificação das fontes utilizadas; cumprimento das normas de citação; uso de notas de rodapé; elaboração da bibliografia. 6. Explorar as virtualidades das tecnologias de informação na produção, na revisão e na edição do texto. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final. 14. Ler e interpretar textos literários. 1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura. 2. Ler textos literários portugueses do século XV. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido. a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer os valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. Luta de classes ou apego à terra? A arte narrativa de Fernão Lopes Crónica de D. João I, excertos dos capítulos:

Contexto histórico. Afirmação da consciência coletiva. Atores (individuais e coletivos).

148: «Das tribulações que Lixboa padecia per mingua de mantiimentos».

11: «Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló foi Alvoro Paaez e muitas gentes com ele»;

• Apreciação crítica a partir de uma composição musical sobre problemas sociais no século XXI.

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

• Fichas informativas o – N. 1: Os atores individuais e coletivos; o – N. 3: A afirmação da consciência coletiva.

• Quadro informativo: – Quadro sinótico

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• SIGA: I Escrita e oralidade

• Caderno de atividades: Exposição II

• Exposição sobre um tema: caráter • Exposição a partir do demonstrativo, elucidação evidente anúncio publicitário sobre do tema (fundamentação das ideias), o flagelo da fome concisão e objetividade, valor e as associações expressivo das formas linguísticas humanitárias (deíticos, conectores...).

• Registos áudio: – Composição musical «Sextafeira (emprego bom já)», de Boss AC;

• Registos visuais: – Anúncio publicitário AMI.

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

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25

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 6. Identificar processos irregulares de formação de palavras. 7. Analisar o significado de palavras considerando o processo de formação.

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 2. Dividir e classificar orações. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas. 5. Identificar oração subordinante.

16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa. 2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores. 17. Conhecer a origem e a evolução do português. 3. Identificar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português.

5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. 6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de diferentes domínios.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

AVALIAÇÃO

• Lexicologia Processos irregulares de formação de palavras: extensão semântica, empréstimo, amálgama, sigla, acrónimo e truncação.

• Sintaxe – Funções sintáticas a) retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico; b) predicativo do complemento direto. – A frase complexa: coordenação e subordinação a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: – orações coordenadas; – orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; – oração subordinante; b) divisão e classificação de orações.

• O português: génese, variação e mudança Fonética e fonologia – processos fonológicos de inserção; – processos fonológicos de supressão; – processos fonológicos de alteração.

Projeto de Leitura

• SIGA: Sintaxe e Lexicologia

• Caderno de atividades: Fichas 4, 5, 14, 15, 18 e 20

• PowerPoint: o – Ficha informativa n. 2; o – Ficha informativa n. 4.

• Fichas informativas o – N. 2: Predicativo do complemento direto; o – N. 4: Processos irregulares de formação de palavras.

• Caderno de atividades: Teste 2

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• SIGA: Escrita e oralidade

• PowerPoint: – Contextualização – Síntese da unidade

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o

9. Ler para apreciar criticamente textos variados. 1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir os seguintes géneros de texto: apreciação crítica. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar a seguinte extensão temporal: apreciação crítica – 2 a 4 minutos. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade. Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

Reportagem: variedade de temas, multiplicidade de intervenientes, meios e pontos de vista (alternância a a da 1. e da 3. pessoa), informação seletiva, relação entre o todo e as partes.

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, silêncio, olhar, uso adequado de ferramentas tecnológicas de suporte à intervenção oral), correção linguística.

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Explicitar a estrutura do texto. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: reportagem (…).

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

Diagnose

Textos

• Apreciação crítica – O papel das redes sociais. – Estereótipos masculinos.

• Reportagem – Educação: De iletradas a superletradas, SIC Visão.

UNIDADE 3 – GIL VICENTE, FARSA DE INÊS PEREIRA

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho

o

1. / 2. Períodos

ORALIDADE

LEITURA

26 • Registos visuais: – Cartoon: «Arranjos pela internet».

• Sugestões para o projeto de Leitura.

• Registos visuais: – Cartoon: «Arranjos pela internet».

• Registos audiovisuais: – Reportagem televisiva: De iletradas a superletradas, SIC Visão. – Excertos de programa televisivo 5 para a meia-noite.

• Registos áudio: – Música: «Os maridos das outras», de Miguel Araújo.

• PowerPoint: o – Ficha informativa n. 5

• Fichas informativas: o N. 5 Reportagem.

Recursos materiais

21 Tempos letivos

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27

ESCRITA

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa.

15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer os valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos.

10. Planificar a escrita de textos. 2. Elaborar planos: a) estabelecer objetivos; b) pesquisar e selecionar informação pertinente; c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género do texto. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema e apreciação crítica. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final. 14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses dos séculos XII a XIV. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, explicando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: auto ou farsa. • Linguagem, estilo e estrutura: – características do texto dramático; – a farsa: natureza e estrutura da obra; – recursos expressivos: a comparação, a interrogação retórica, a ironia, a hipérbole.

• Dimensão satírica.

• Representação do quotidiano.

• Relações entre as personagens.

• Caracterização das personagens.

• Contextualização histórico-literária

Farsa de Inês Pereira (integral)

Farsa de Inês Pereira (integral)

Textos Informativos 1. O autor. 2. A obra. 3. O contexto. 4. Subgéneros do teatro vicentino (I, II). Estrutura interna e externa. Teatro em verso.

• Exposição – sobre a categoria Espaço, na Farsa de Inês Pereira. – sobre a categoria Tempo, na Farsa de Inês Pereira. • Exposição sobre um tema: caráter – sobre a crítica de demonstrativo, elucidação evidente costumes e o objetivo de do tema (fundamentação das ideias), moralizar, divertindo, na concisão e objetividade, valor Farsa de Inês Pereira. expressivo das formas linguísticas – O conflito de gerações. (deíticos, conectores...). • Apreciação crítica • Apreciação crítica: descrição sucinta – Pero Marques e Vítor do do objeto, acompanhada Penedo-intemporalidade de comentário crítico. do cómico de caráter. Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

• Registos audiovisuais: – Excertos de programas televisivos: – Gato Fedorento; – Nelo e Idália.

• Registos áudio: – dramatização de excertos da Farsa de Inês Pereira. – Rubrica radiofónica de Mafalda Lopes da Costa, Lugares comuns, da Antena 1, Fazer judiarias.

• Fichas informativas: o – N. 1: Os processos de cómico. o – N. 3: Representação do quotidiano. o – N. 4: Caracterização das personagens.

• Quadros informativos: – Quadro sinótico.

• Sugestões para o projeto de Leitura.

• Registos visuais: Excertos de programa televisivo 5 para a meia-noite.

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19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 1. Identificar arcaísmos

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas.

17. Conhecer a origem e a evolução do português. 3. Identificar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

AVALIAÇÃO

• Lexicologia Arcaísmo.

• A frase complexa: coordenação e subordinação: a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: – orações coordenadas; – orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; – oração subordinante; b) divisão e classificação de orações.

• Sintaxe Funções sintáticas: – retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico. – predicativo do complemento direto, complemento do nome.

• Fonética e fonologia – processos fonológicos de inserção: prótese, epêntese e paragoge; – processos fonológicos de supressão: aférese, síncope e apócope; – processos fonológicos de alteração: sonorização, palatalização, redução vocálica, crase, metátese, assimilação e dissimilação.

Projeto de Leitura

• Caderno de Atividades: Fichas 2, 14, 16 e 18

• PowerPoint: o – Ficha informativa n. 2

o

Ficha informativa n. 1 SIGA: Texto dramático Caderno de Atividades: Teste 3 Sugestões para o projeto de Leitura. • Fichas informativas: o – N. 2 Complemento do nome

• • • •

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o

6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese e apreciação crítica. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar a seguinte extensão temporal: síntese – 1 a 3 minutos; apreciação crítica – 2 a 4 minutos.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

3. Planificar intervenções orais. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção.

• Apresentação oral.

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

• Síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, uso adequado de ferramentas tecnológicas de suporte à intervenção oral), correção linguística.

Diagnose

UNIDADE 4 – LUÍS DE CAMÕES, RIMAS

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas.

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho

2. Período

ORALIDADE

• Apresentação oral sobre o amor, a partir do soneto «Amor é um fogo que arde sem se ver», de Luís de Camões.

• Apreciação crítica: comparação entre « A verdura amena», de Luís Camões, e «Se eu fosse um dia o teu olhar», Pedro Abrunhosa.

• Síntese – Camões tornado carne, de Raquel Ribeiro.

Textos

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• Registos visuais: – A beleza está nos olhos de quem a vê, Noma Bar. – Tira de BD, Snoopy – o campeão, Schultz; – Pintura Um fio dourado, de John Strudwick.

• Registos audiovisuais: – Documentário: Grandes Livros – Os Lusíadas

• Registos áudio: – Declamação de «Poema da autoestrada», António Gedeão; – Declamação de «Posto o pensamento nele», Luís de Camões – Música /Canção: – «Se eu fosse um dia o teu olhar», Pedro Abrunhosa; – «Amor é fogo», Polo Norte; – «Gaivota dos Alteirinhos», Jorge Palma; – «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», de José Mário Branco.

• Fichas informativas: o – N. 10: Síntese.

Recursos materiais

26 Tempos letivos

LEITURA

ESCRITA

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10. Planificar a escrita de textos. 1. Pesquisar informação pertinente. 2. Elaborar planos: a)pesquisar e selecionar informação pertinente; b)definir tópicos e organizá-los de acordo com o género do texto. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese, exposição sobre um tema e apreciação crítica. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 6. Explorar as virtualidades das tecnologias de informação na produção, na revisão e na edição do texto. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, explicando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 4. Explicitar o sentido global do texto, justificando e fundamentando. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante. Síntese – a partir da Contextualização histórico-literária: 1 – A História; 2 – A literatura; – a partir da notícia «Camões tornado carne», de Raquel Ribeiro.

• Exposição – sobre marcas comuns • Exposição sobre um tema: caráter entre «Ondas do mar demonstrativo, elucidação evidente de Vigo», de Marim do tema (fundamentação das ideias), Codax, e «Posto concisão e objetividade, valor o pensamento nele»; expressivo das formas linguísticas – comparação entre (deíticos, conectores...). «Aquela cativa» e o filme (trailer) Belle. • Apreciação crítica: descrição sucinta – sobre o erro do objeto, acompanhada de e o arrependimento. comentário crítico. • Apreciação crítica sobre a mudança, a partir do cartoon: O futuro das nossas crianças, de Troyko Popov.

• Síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

– A medida velha e a medida nova.

– Rimas.

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• Cadernio de Atividades: Teste 4

• SIGA: Exposição sobre um tema

• Caderno de atividades: Apreciação crítica escrita.

• Registos audiovisuais: – trailer do filme Belle.

• Registos visuais: – Cartoon: O futuro das nossas crianças, de Troyko Popov.

• SIGA: Texto poético

• Registos visuais: – Pintura Um fio dourado, de John Strudwick

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EDUCAÇÃO LITERÁRIA

14. Ler e interpretar textos literários. 1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes ao século XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, explicando. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 8. Identificar características do texto poético no que diz respeito a: a) estrofe (dístico, terceto, quadra, oitava); b) métrica (redondilha maior e redondilha menor; decassílabo); c) rima (emparelhada, cruzada, interpolada); 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 10. Identificar características do soneto. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer os valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. 5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. 6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de diferentes domínios. 7. Analisar recriações de obras literárias do Programa, com recurso a diferentes linguagens (por exemplo, música, (…)), estabelecendo comparações pertinentes. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa. 2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores • Linguagem, estilo e estrutura: – a lírica tradicional; – a inspiração clássica; – o discurso pessoal e marcas de subjetividade; – soneto: características; – métrica (redondilha e decassílabo), rima e esquema rimático; – recursos expressivos: a aliteração, a anáfora, a antítese, a apóstrofe e a metáfora.

• A representação da amada; • A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor; • A reflexão sobre a vida pessoal; • O tema do desconcerto; • A representação da Natureza; • O tema da mudança.

• Contextualização histórico-literária.

«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades».

«O dia em que eu nasci, moura e pereça»;

«Erros meus, má fortuna, amor ardente»;

«Alegres campos, verdes arvoredos»;

«Pede o desejo, Dama, que vos veja»;

«Tanto de meu estado me acho incerto»;

Sonetos «Um mover d’olhos, brando e piadoso»;

«A verdura amena»; «Aquela cativa»; «Os bons vi sempre passar».

«Posto o pensamento nele»;

Redondilhas «Leva na cabeça o pote»;

– A História; – A literatura; – Renascimento; – Classicismo; – Humanismo.

• Sugestões para o Projeto de Leitura

• Caderno de Atividades: Teste 4

Video: Grandes Livros: Os Lusíadas PowerPoint: – Contextualização; – Síntese da unidade. • SIGA: Texto poético.

• Registos áudio: – Declamação de «A verdura amena; Aquela cativa»; «Alguns campos…»; «O dia em que eu nasci», de Luís de Camões – Música /Canção – «Amor é fogo», Polo Norte. – «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», de José Mário Branco.

• Fichas informativas: o – N. 2: A representação da amada; o – N. 3: A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor; o – N. 4: A representação da natureza; o – N. 5:Reflexão sobre a vida pessoal; o – N. 6: O desconcerto do mundo; o – N. 8: O tema da mudança. o – N. 10: Medida Velha /Medida Nova

• Quadros informativos: – Quadro sinótico

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• Etimologia – Étimo; – Palavras divergentes e convergentes.

• O português: génese, variação e mudança Principais etapas de formação e evolução do português a) do português antigo ao português contemporâneo: – o português clássico (séculos XVI-XVIII); – o português contemporâneo (a partir do século XIX).

Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

AVALIAÇÃO

• Lexicologia – Campo lexical e campo semântico.

• Sintaxe 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. – Funções sintáticas 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra. – retoma e consolidação das funções 4. Explicitar constituintes de campos lexicais. 5. Relacionar a construção de campos lexicais com o tema dominante sintáticas estudadas no Ensino do texto e com a respetiva intencionalidade comunicativa. Básico; a) complemento do nome, complemento do adjetivo. – A frase complexa: coordenação e subordinação a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: – orações coordenadas; – orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; – oração subordinante; b) divisão e classificação de orações.

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar as funções sintáticas indicadas no Programa. 2. Dividir e classificar orações. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas. 5. Identificar oração subordinante.

17. Conhecer a origem e a evolução do português. 1. Referir e caracterizar as principais etapas de formação do português. 4. Identificar étimos de palavras. 5. Reconhecer valores semânticos de palavras considerando o respetivo étimo. 6. Relacionar significados de «palavras divergentes. 7. Identificar palavras convergentes.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

Projeto de Leitura

Sinopse – A história de um amor impossível.

Cantiga – «Perdigão, que o pensamento», Luís de Camões.

• SIGA: Funções sintáticas.

• Caderno de Atividades: Fichas 3, 14, 17, 18, 22, 23, 24 e 25

• Registos áudio: – Canção: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», de José Mário Branco.

PowerPoints: o – Ficha informativa n. 1; o – Ficha informativa n. 7; o – Ficha informativa n. 9; o – Ficha informativa n. 11.

• Fichas informativas: o – N. 1: Campo lexical e campo semântico; o – N. 7: Palavras divergentes e convergentes; o – N. 9 : Complemento do adjetivo; o – N. 11: Principais etapas da formação e evolução do português.

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o

o

6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese e apreciação crítica. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar a seguinte extensão temporal: síntese – 1 a 3 minutos; apreciação crítica – 2 a 4 minutos.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

3. Planificar intervenções orais. 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção.

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Explicitar a estrutura do texto. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: (…) anúncio publicitário.

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho

2. e 3. Períodos

ORALIDADE

Textos

• Apresentação oral.

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

• Síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores);

Tema, informação significativa, – Citações sobre encadeamento lógico dos tópicos o valor do dinheiro. tratados; recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade, • Síntese a partir silêncio e olhar, uso adequado de de reportagem Uma ferramentas tecnológicas de suporte à geração (des)interessada intervenção oral), correção linguística. pela política nacional, de Teresa Camarão. • Anúncio publicitário: caráter apelativo (tempos e modos verbais, • Apreciação crítica a partir entoação, neologismos), de Anibaleitor (excerto), multimodalidade (conjugação de de Rui Zink. diferentes linguagens e recursos expressivos, verbais e não verbais), eficácia comunicativa e poder sugestivo.

Diagnose

UNIDADE 5 – OS LUSÍADAS

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• SIGA: Exposição sobre um tema.

• Registos audiovisuais: – Anúncio publicitário televisivo Azeite Gallo – Poema; – Reportagem Uma geração (des)interessada pela política nacional, de Teresa Camarão; – Filme Camões (excerto).

• Registos visuais: – Imagem Homem/casal com cão a dormir, de Salvador Dali.

• Registos áudio: – Hino nacional, A Portuguesa – Música /Canção Ilha dos Amores, de Polo Norte.

Recursos materiais

28 Tempos letivos

LEITURA

ESCRITA

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Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, epígrafe, prefácio, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração).

13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 5. Observar os princípios do trabalho intelectual: identificação das fontes utilizadas; cumprimento das normas de citação; uso de notas de rodapé; elaboração da bibliografia.

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico

Exposição • Síntese: redução de um texto ao – a partir do poema essencial por seleção crítica das «O homem, bicho ideias-chave (mobilização de da terra tão pequeno», de informação seletiva, conectores); Carlos Drummond de Andrade; • Exposição sobre um tema: caráter – a ambição humana; demonstrativo, elucida-ção evidente – comparação entre do tema (fundamentação das ideias), Os Lusíadas e o filme Troia concisão e objetividade, valor (excertos). expressivo das formas linguísticas (deíticos, conectores...);

11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese, exposição sobre um tema e apreciação crítica.

Apreciação crítica sobre a corrupção.

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

Síntese a partir do texto Sob o signo do Império (excerto), de J. Oliveira Macêdo.

• Artigo de divulgação científica: «Na mente do futebolista – Como se faz um campeão.»

• Sob o signo do Império (excerto), de J. Oliveira Macêdo.

• A epopeia: natureza da obra. • Os Lusíadas: estrutura da obra.

10. Planificar a escrita de textos. 1. Pesquisar informação pertinente. 2. Elaborar planos: a) estabelecer objetivos; b) pesquisar e selecionar informação pertinente; c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género do texto.

9. Ler para apreciar criticamente textos variados. 1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando.

• Artigo de divulgação científica: caráter expositivo, informação 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da seletiva, hierarquização das ideias, informação. explicitação das fontes, rigor 1. Selecionar criteriosamente informação relevante. e objetividade.

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, explicando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 4. Explicitar o sentido global do texto, justificando e fundamentando. 6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: (…) artigo de divulgação científica, (…).

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• SIGA: Exposição sobre um tema.

Registos audiovisuais: – Filme Troia (excertos).

Registos visuais: – Cartoon de Luís Afonso.

• Registos visuais: Imagem Homem/casal com cão a dormir, de Salvador Dalí.

• Fichas Informativas: o – N. 8: Artigo de divulgação científica.

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EDUCAÇÃO LITERÁRIA

16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa. 2. Comparar diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores.

15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer os valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. 5. Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. 6. Ler uma ou duas obras do Projeto de Leitura relacionando-a(s) com conteúdos programáticos de diferentes domínios. 7. Analisar recriações de obras literárias do Programa, com recurso a diferentes linguagens (por exemplo, música, teatro, cinema, adaptações a séries de TV), estabelecendo comparações pertinentes.

14. Ler e interpretar textos literários. 1. Ler expressivamente em voz alta textos literários, após preparação da leitura. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes ao século XVI. 3. Identificar temas, ideias principais (…), justificando. 4. Fazer inferências, explicando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; 8. Identificar características do texto poético no que diz respeito a: a) estrofe ((…) oitava); b) métrica ((…) decassílabo); c) rima (emparelhada, cruzada, (…)); 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 11. Reconhecer e caracterizar textos quanto ao género literário: epopeia (…). • A constituição da matéria épica: – canto I, ests. 1-18; – canto IX, ests. 52-53, 66-70, 89-95; – canto X, ests. 75-91.

• Os Lusíadas: estrutura da obra.

• A epopeia: natureza da obra.

• Linguagem, estilo e estrutura: – a epopeia: natureza e estrutura da obra; – o conteúdo de cada canto; – os quatro planos: viagem, mitologia, História de Portugal e • Reflexões do poeta: reflexões do poeta. Sua – canto I, ests. 105-106; interdependência; – canto V, ests. 92-100; – estrofe e métrica; recursos – canto VII, ests. 78-87; expressivos: a anáfora, a anástrofe, – canto VIII, ests. 96-99; a apóstrofe, a comparação, – canto IX, ests. 88-95; a enumeração, a hipérbole, – canto X, ests. 145-156. a interrogação retórica, a metáfora, a metonímia e a personificação.

• Reflexões do poeta

• Imaginário épico: – matéria épica: feitos históricos e viagem: – sublimidade do canto; – mitificação do herói.

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• Caderno de Atividades: Teste 5

• SIGA: Apreciação crítica

• Registos audiovisuais: – A Máquina do Mundo, Os Lusíadas; – Filme Troia (excertos); – Filme Camões (excerto).

• Quadros informativos: – Visão global – O conteúdo de cada canto.

• Fichas informativas: o – N. 1: Imaginário épico I; o – N. 2: Imaginário épico II; o – N. 4: Reflexões do Poeta; o – N. 5: Mitificação do herói; o – N. 6: Imaginário épico/ reflexões do poeta; o – N. 7: Canto X - Lamentações e profecias de futuras glórias nacionais.

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• Lexicologia – arcaísmos e neologismos.

• Geografia do português no mundo – português europeu e português não europeu; – principais crioulos de base portuguesa.

• O português: génese, variação e mudança 1.1 Principais etapas da formação e da evolução do português – as principais línguas românicas.

AVALIAÇÃO Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

• Funções sintáticas a) retoma e consolidação das funções 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. sintáticas estudadas no Ensino 1. Identificar arcaísmos. Básico. 2. Identificar neologismos. b) complemento do nome e 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra. complemento do adjetivo. 4. Explicitar constituintes de campos lexicais. 5. Relacionar a construção de campos lexicais com o tema dominante do texto e com a respetiva intencionalidade comunicativa. • A frase complexa: coordenação e 6. Identificar processos irregulares de formação de palavras. subordinação a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: – orações coordenadas; – orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; – oração subordinante; b) divisão e classificação de orações.

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 2. Dividir e classificar orações. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas. 5. Identificar oração subordinante.

17. Conhecer a origem e a evolução do português. 2. Reconhecer o elenco das principais línguas românicas. 3. Identificar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português. 8. Reconhecer a distribuição geográfica do português no mundo: português europeu; português não europeu. 9. Reconhecer a distribuição geográfica dos principais crioulos de base portuguesa.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

Projeto de Leitura

• «Camões e os Descobrimentos», de Vasco Graça Moura.

• SIGA: Recursos expressivos.

PowerPoint: o – Ficha informativa n. 3 o – Ficha informativa n. 9

• Caderno de Atividades: Fichas 1, 14, 18, 21 e 27

• Fichas Informativas: o – N. 3: Arcaísmo e neologismo; o – N. 9: Genealogia linguística.

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• Apresentação oral.

3. Planificar intervenções orais. 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção.

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

• Síntese: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

Tópicos de Conteúdo Textos Tema, informação significativa, • Síntese a partir do texto «A milionária cadeia da encadeamento lógico dos tópicos pirataria na Somália». tratados; recursos verbais e não verbais (e.g. postura, tom de voz, • Apresentação oral sobre a articulação, ritmo, entoação, expressividade, silêncio e olhar, uso pirataria cibernética e as adequado de ferramentas tecnológicas suas várias formas. de suporte à intervenção oral), correção linguística.

UNIDADE 6 – HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA

Domínios de referência, objetivos e descritores de desempenho 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: documentário.

3.º Período

ORALIDADE

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

– «Nau Catrineta», Fausto.

• SIGA: síntese.

• Registos audiovisuais: – Trailers de filmes – sugestão (A Vida de Pi, Capitão Phillips ou O mundo em duas voltas – uma aventura; da família Schürmann). – Documentário televisivo Caravelas e naus – um choque tecnológico no século XVI.

• Registos áudio: – composição musical («No país do gelo» in Auto da Pimenta, de Rui Veloso).

Recursos materiais • Ficha informativa: o – N. 1: Documentário

12 Tempos letivos

LEITURA

ESCRITA

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Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10. o ano

10. Planificar a escrita de textos. 2. Elaborar planos: c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género do texto. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese e apreciação crítica. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, fundamentando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 5. Relacionar aspetos paratextuais com o conteúdo do texto. 6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: relato de viagem, (…). 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante. 9. Ler para apreciar criticamente textos variados. 1. Exprimir pontos de vista suscitados por leituras diversas, fundamentando. 2. Analisar a função de diferentes suportes em contextos específicos de leitura (implícito).

• Apreciação crítica: descrição sucinta do objeto, acompanhada de comentário crítico.

• Síntese: redução de um texto ao essencial por seleção crítica das ideias-chave (mobilização de informação seletiva, conectores).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração), correção linguística.

• Relato de viagem: variedade de temas, discurso pessoal a (prevalência da 1. pessoa), dimensões narrativa e descritiva, multimodalidade (diversidade de formatos e recursos).

Tema, informação significativa, encadeamento lógico dos tópicos tratados, aspetos paratextuais (e.g. título e subtítulo, epígrafe, prefácio, notas de rodapé ou notas finais, bibliografia, índice e ilustração).

• Apreciação crítica a partir do quadro de Vieira da Silva História Trágico-Marítima.

• Síntese a partir do texto «A literatura de catástrofe: a História trágico-marítima».

• Relato de viagem: «Marrocos» de Tiago Salazar

o

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• SIGA: Apreciação crítica.

• Registos visuais: – Quadro de Vieira da Silva História Trágico-Marítima.

– Ficha informativa n. 3

• SIGA: Síntese.

• Ficha informativa: o – N. 3: Relato de viagem.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10. o ano

39

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes ao século XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, explicando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido. a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lido, fundamentando. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária nos casos previstos no Programa. • Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

História Trágico- Marítima: excertos do Capítulo V «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)».

o

Ficha informativa n. 2

• Caderno de Atividades: Teste 6

• Sugestões para o Projeto de Leitura.

• Registos áudio: – Excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima.

• Ficha informativa: o – N. 2: Aventuras e desventuras dos Descobrimentos;

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Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10. o ano

19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 2. Identificar neologismos. 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra. 4. Explicitar constituintes de campos lexicais. 5. Relacionar a construção de campos lexicais com o tema dominante do texto e com a respetiva intencionalidade comunicativa. 6. Identificar processos irregulares de formação de palavras.

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 2. Dividir e classificar orações. 3. Identificar orações coordenadas. 4. Identificar orações subordinadas. 5. Identificar oração subordinante.

17. Conhecer a origem e a evolução do português. 3. Explicitar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português.

Formativa – Ficha formativa

GRAMÁTICA

AVALIAÇÃO Sumativa: – Teste escrito – Teste de compreensão do oral

• Lexicologia – Arcaísmos e neologismos. – Campo lexical e semântico. – Processos irregulares de formação de palavras.

– A frase complexa: coordenação e subordinação a) retoma e consolidação dos seguintes conteúdos estudados no Ensino Básico: – orações coordenadas; – orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais; – oração subordinante; b) divisão e classificação de orações.

• Sintaxe – Funções sintáticas a) retoma e consolidação das funções sintáticas estudadas no Ensino Básico; b) predicativo do complemento direto, complemento do nome e complemento do adjetivo.

• O português: génese, variação e mudança – Étimo

Projeto de Leitura

• SIGA: Funções sintáticas.

• Caderno de Atividades: Fichas 14, 18 e 21

Planos de aula Apresentam-se 6 planos de aula de 90 minutos referentes à Unidade 6 – História trágico-marítima. Os restantes planos de aula serão disponibilizados, em formato editável, em .

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Plano de aula n.o 1

90 min.

Escola _______________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos)

Tópicos de conteúdo

Domínio

• Síntese escrita. • História Trágico-Marítima (excertos) – Capítulo V: «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)». – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

Metas de aprendizagem

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante. 3. Planificar intervenções orais.

Oralidade

2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade. 5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 1. Produzir textos seguindo tópicos fornecidos. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação.

Leitura

1. Selecionar criteriosamente informação relevante. 2. Elaborar tópicos que sistematizem as ideias-chave do texto, organizando-os sequencialmente. 10. Planificar a escrita de textos. 1. Pesquisar informação pertinente. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema.

Escrita

2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

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Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, fundamentando. 7. Estabelecer relações de sentido

Educação literária

a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária.

• Leitura do texto informativo «A literatura de catástrofe: a História Trágico – Marítima» e respetiva síntese escrita.

Sumário

• Leitura das sínteses elaboradas. • Tomada de notas a partir da audição da música «No país do gelo», de Rui Veloso (partilha dos apontamentos).

• Leitura e interpretação de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – O início da aventura do herói Albuquerque.

– O professor poderá estabelecer com os alunos um diálogo, para reativação dos conhecimentos adquiridos no estudo de Os Lusíadas e estabelecer a ponte com a obra cujo estudo se inicia. – Leitura em voz alta do texto informativo «A literatura de catástrofe: a História Trágico – Marítima». – Trabalho de pares: síntese escrita do texto lido (com anterior recurso ao SIGA, p. 313).

Atividades

– Partilha oral de algumas sínteses elaboradas.

– Recolha de todas as sínteses redigidas, para avaliação.

– Leitura da nota explicativa do conceito de literatura de viagens.

– Tomada de notas a partir da audição da música «No país do gelo», de Rui Veloso (partilha dos apontamentos).

– Leitura de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – O início da aventura do herói Albuquerque e realização dos exercícios de interpretação.

Recursos disponíveis Outros recursos

– Correção dos exercícios.

• Manual (páginas 284 à 287). • SIGA (página 313).

• CD Áudio 1 (faixa 40)

• Nau Catrineta, Fausto

Avaliação

• Observação direta das atitudes e da participação dos alunos nas aulas. • Produção escrita

TPC

• Exercícios de gramática (p. 287).

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Plano de aula n.o 2

90 min.

Escola _______________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos)

Tópicos de conteúdo

Domínio

• Documentário. • História Trágico-Marítima (excertos) – Capítulo V: «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)». – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

Metas de aprendizagem

1. Interpretar textos orais de diferentes géneros. 3. Distinguir informação subjetiva de informação objetiva. 4. Fazer inferências. 5. Distinguir diferentes intenções comunicativas. 6. Verificar a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. 7. Explicitar, em função do texto, marcas dos seguintes géneros: documentário e síntese. 2. Registar e tratar a informação. 1. Tomar notas, organizando-as. 2. Registar em tópicos, sequencialmente, a informação relevante.

Oralidade

3. Planificar intervenções orais. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade. 5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas. 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar as seguintes extensões temporais: síntese – 1 a 3 minutos.

Educação literária

14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, fundamentando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 6. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária.

Sumário

44

– Correção do trabalho de casa (exercícios de gramática). – Compreensão do oral do Documentário «As aventuras dos descobrimentos» e análise das suas marcas de género. – Audição e interpretação de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – Um duplo ataque: os corsários e a natureza. – Planificação da síntese oral. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Atividades

Recursos disponíveis

Outros recursos

Avaliação

Correção do trabalho de casa (funções sintáticas). Visionamento e compreensão do oral do Documentário «As aventuras dos descobrimentos». o Análise das suas marcas de género - Ficha informativa n. 1. Audição e interpretação de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – Um duplo ataque: os corsários e a natureza e realização dos exercícios de interpretação. – Correção dos exercícios. – Planificação da síntese oral. – – – –

• Manual (páginas 287 a 294). • SIGA (página 313). • CD Áudio 2 (faixa 2)

• Documentário «Caravelas e naus – um choque tecnológico no século XVI». • Observação direta das atitudes e da participação dos alunos nas aulas.

Compreensão do oral.

TPC

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Plano de aula n.o 3

90 min.

Escola _______________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos) • Síntese oral. • História Trágico-Marítima (excertos) Tópicos de conteúdo

– Capítulo V: «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)». – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

• Campo lexical e campo semântico (consolidação). • Neologismos (consolidação). Domínio

Metas de aprendizagem 4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade.

Oralidade

5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas. 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com diferentes finalidades. 1. Produzir os seguintes géneros de texto: síntese. 2. Respeitar as marcas de género do texto a produzir. 3. Respeitar as seguintes extensões temporais: síntese – 1 a 3 minutos.

Escrita

46

10. Planificar a escrita de textos. 2. Elaborar planos: a) estabelecer objetivos; b) pesquisar e selecionar informação pertinente; c) definir tópicos e organizá-los de acordo com o género de texto a produzir. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: síntese. 12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 5. Observar os princípios do trabalho intelectual: identificação das fontes utilizadas; cumprimento das normas de citação; uso de notas de rodapé; elaboração da bibliografia. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final.

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Educação literária

Gramática

14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencentes aos séculos XII a XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. 4. Fazer inferências, fundamentando. 5. Analisar o ponto de vista das diferentes personagens. 7. Estabelecer relações de sentido a) entre as diversas partes constitutivas de um texto; b) entre características e pontos de vista das personagens. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15. Apreciar textos literários. 1. Reconhecer valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. 2. Valorizar uma obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo. 3. Expressar pontos de vista suscitados pelos textos lidos, fundamentando. 16. Situar obras literárias em função de grandes marcos históricos e culturais. 1. Reconhecer a contextualização histórico-literária. 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 2. Identificar neologismos. 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra. 4. Explicitar constituintes de campos lexicais. 5. Relacionar a construção de campos lexicais com o tema dominante do texto e com a respetiva intencionalidade comunicativa.

Sumário

– Apresentação da síntese oral do texto «A milionária cadeia da pirataria na Somália».

– Leitura e interpretação de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – Acabam-se os trabalhos: – A justa recompensa.

– Resolução de exercícios de gramática: campo lexical, campo semântico e neologismos. 1. Apresentação da síntese oral do texto «A milionária cadeia da pirataria na Somália».

Atividades

2. Leitura de um excerto do capítulo V da História Trágico-Marítima – Acabam-se os trabalhos : a justa recompensa e realização dos exercícios de interpretação. 3. Resolução dos exercícios de gramática.

Recursos disponíveis Outros recursos

Avaliação

TPC

• Manual (páginas 294 à 298).

• Grelha de avaliação da produção oral (síntese).

SIGA (página 313).

• Vídeos: Capitão Philips; A Vida de Pi; O mundo em duas voltas. • Produção oral. Observação direta das atitudes e da participação dos alunos nas aulas.

• Planificação e produção de uma apreciação crítica (p. 298).

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Plano de aula n.o 4

90 min.

Escola ________________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos)

Tópicos de conteúdo Domínio

Leitura

• História Trágico-Marítima (excertos) – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos. – Relato de viagem

Metas de aprendizagem

7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. 1. Identificar o tema dominante, justificando. 2. Fazer inferências, fundamentando. 3. Explicitar a estrutura do texto: organização interna. 6. Explicitar, em textos apresentados em diversos suportes, marcas dos seguintes géneros: relato de viagem. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo e ao tratamento da informação. 1. Selecionar criteriosamente informação relevante.

Sumário

Atividades

Recursos disponíveis

– Leitura da ficha informativa «As aventuras e desventuras dos Descobrimentos» e respetivos exercícios de consolidação. – Leitura de um relato de viagem: «Marrocos, uma comarca exótica», Tiago Salazar, da respetiva da ficha informativa e realização de exercícios de consolidação.

– O professor recolherá o TPC (apreciação crítica escrita) e poderá pedir a alguns alunos que leiam a sua. – O professor poderá estabelecer com os alunos um diálogo, para reativação dos conhecimentos adquiridos através da leitura e interpretação dos excertos do capítulo V de História Trágico-Marítima. – Leitura em voz alta da ficha informativa «As aventuras e desventuras dos Descobrimentos». – Trabalho individual: exercícios de consolidação sobre a ficha informativa. – Correção oral da tarefa. – Leitura em voz alta de um relato de viagem: «Marrocos, uma comarca exótica», Tiago Salazar e da respetiva da ficha informativa. – Trabalhos de pares: exercícios de consolidação sobre a ficha informativa. – Correção oral da tarefa.

• Manual (páginas 299 à 303).

Outros recursos

• PowerPoints:

Avaliação

• Observação direta das atitudes e da participação dos alunos nas aulas.

TPC

• Ficha formativa (pp. 306-309).

48

o

– Ficha informativa n. 3 – Síntese de unidade

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Plano de aula n.o 5

90 min.

Escola ________________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos)

Tópicos de conteúdo Domínio

• História Trágico-Marítima (excertos) – Capítulo V: «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)». – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

Metas de aprendizagem

3. Planificar intervenções orais. 1. Pesquisar e selecionar informação. 2. Planificar o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. Oralidade

4. Participar oportuna e construtivamente em situações de interação oral. 1. Respeitar o princípio de cortesia: formas de tratamento e registos de língua. 2. Utilizar adequadamente recursos verbais e não verbais: postura, tom de voz, articulação, ritmo, entoação, expressividade. 5. Produzir textos orais com correção e pertinência. 2. Produzir textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. 3. Produzir textos linguisticamente corretos, com diversificação do vocabulário e das estruturas utilizadas.

Educação literária

Sumário

Atividades

Recursos disponíveis Outros recursos

15. Apreciar textos literários. 4. Fazer apresentações orais (5 a 7 minutos) sobre obras, partes de obras ou tópicos do Programa. – Correção da Ficha Formativa e revisões gerais para o teste escrito. – Desafio de «Mensagens de hoje» - trabalho de grupo sobre pirataria informática. – Apresentação oral dos trabalhos de grupo.

• Correção da Ficha Formativa e revisões gerais. • Relização do desafio «Mensagens de hoje» – trabalho de grupo sobre pirataria informática. • Apresentação dos trabalhos de grupo. • Manual:

– Ficha Formativa, pp. 306-309 – «Mensagens de hoje», p. 304

Avaliação

• Observação direta das atitudes e da participação dos alunos nas aulas. • Apresentação oral.

TPC

• Estudo para o teste.

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Plano de aula n.o 6

90 min.

Escola ________________________________________________________________________________________________________ Turma __________________ Aula n.o _______________

Data ______ / ________/ ________

UNIDADE 6: História Trágico-Marítima (excertos) • História Trágico-Marítima (excertos) Tópicos de conteúdo

– Capítulo V: «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)» (excerto). – Aventuras e desventuras dos Descobrimentos.

• Exposição – Exposição escrita sobre um tema. • Apreciação crítica escrita.

Domínio

Educação literária

Metas de aprendizagem 14. Ler e interpretar textos literários. 2. Ler textos literários portugueses de diferentes géneros, pertencente ao século XVI. 3. Identificar temas, ideias principais, justificando. 4. Fazer inferências, fundamentando. 7. Estabelecer relações de sentido b) entre pontos de vista das personagens. 9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos mencionados no Programa. 15. Apreciar textos literários. 5. Escrever exposições sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. 11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. 1. Escrever textos variados, respeitando as marcas do género: exposição sobre um tema e apreciação crítica.

Escrita

12. Redigir textos com coerência e correção linguística. 1. Respeitar o tema. 2. Mobilizar informação adequada ao tema. 3. Redigir um texto estruturado, que reflita uma planificação, evidenciando um bom domínio dos mecanismos de coesão textual com marcação correta de parágrafos e utilização adequada de conectores. 4. Mobilizar adequadamente recursos da língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, na sintaxe e na pontuação. 13. Rever os textos escritos. 1. Pautar a escrita do texto por gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento, tendo em vista a qualidade do produto final. 17. Conhecer a origem e a evolução do português. 3. Explicitar processos fonológicos que ocorrem na evolução do português.

Gramática

18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. 1. Identificar funções sintáticas indicadas no Programa. 5. Identificar oração subordinante. 2. Dividir e classificar orações. 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. 3. Reconhecer o campo semântico de uma palavra.

Sumário

• Teste escrito.

Atividades

– Resolução do teste escrito.

Recursos disponíveis Avaliação

50

• Teste escrito n.o 11 (no Caderno de Apoio ao Professor). • Teste escrito.

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Contributos do português para o Plano Anual de Atividades UNIDADE 1 – POESIA TROVADORESCA – Promoção de uma Feira Medieval na Escola (troca por troca, sem dinheiro envolvido, artigos em segunda mão). – Visita a uma aldeia portuguesa tipicamente medieval (Ex: Sortelha, Castelo Novo, Idanha-a-Velha, Óbidos, Mértola, …). – Sarau Cultural «Café com letras de amigo e amor»: declamação, representação, interpretação de cantigas musicadas, dança a partir de poemas (atividade com a participação de toda a comunidade escolar, sobretudo dos Encarregados de Educação/Pais). – «Trovadores na rua»: declamação de poemas, percorrendo as ruas da localidade, com guarda-roupa e adereços à época medieval, acompanhados de música e dança à moda medieval. – «Cantigas à mesa»: colocação de cartões com cantigas nas mesas de restaurantes, pastelarias… (trabalho elaborado previamente pelos alunos). UNIDADE 2 – CRÓNICA DE D. JOÃO I, FERNÃO LOPES – Visita à Torre do Tombo, Lisboa. – Roteiro da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, em Lisboa. – Dramatização do capítulo XI da Crónica de D. João I. UNIDADE 3 – FARSA DE INÊS PEREIRA, GIL VICENTE – Ida ao teatro. – Representação da peça na escola para os alunos do 9.o e 10.o anos. UNIDADE 4 – RIMAS, LUÍS DE CAMÕES – Sarau Cultural «Camões ao café»: declamação, representação, interpretação de poemas musicados, dança a partir de poemas camonianos (atividade com a participação de toda a comunidade escolar, sobretudo dos Encarregados de Educação/Pais). – «Camões trocado por miúdos»: ida ao pré-escolar e 1.o ciclo para divulgar a biografia e obra de Camões (com caracterização dos alunos envolvidos); declamação de poesia, seguida de expressão plástica das crianças. – «Rimas na rua»: declamação de poemas, percorrendo as ruas da localidade, com os alunos devidamente caracterizados à época. – «Comemoração do Dia de S. Valentim», com declamação de poemas de amor, percorrendo as salas de aula e outros espaços da escola. – «Rimas à mesa»: colocação de cartões com poemas de Camões nas mesas de restaurantes, pastelarias… (trabalho elaborado previamente pelos alunos). UNIDADE 5 – OS LUSÍADAS, LUÍS DE CAMÕES – Visita à zona de Belém (Padrão dos Descobrimentos, Centro Cultural de Belém, …), Lisboa. – Visita guiada ao Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa. – Assistir à representação de Os Lusíadas, pela companhia Éter, no Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa (ou outra representação disponível e acessível). – «Os Lusíadas na rua»: declamação de estâncias/versos, percorrendo as ruas da localidade, devidamente caracterizados à época. – «Os Lusíadas à mesa»: colocação de cartões com estâncias ou versos de Os Lusíadas nas mesas de restaurantes (trabalho elaborado previamente pelos alunos). UNIDADE 6 – HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA – Visita ao Museu da Marinha, Lisboa. – Visita à zona de Belém (Padrão dos Descobrimentos, Centro Cultural de Belém, …), Lisboa. – Visita à Praça do Comércio, Lisboa. NOTA: Todas as atividades deverão ter repórteres e serem divulgadas no sítio/blogue da escola. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Notas

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Ficha de trabalho 1 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 1 Poesia trovadoresca

Grupo I Lê o poema seguinte. Deus, que leda que m’esta noite vi

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Deus, que leda que m’esta noite vi, amiga, em um sonho que sonhei! Ca sonhava, em como vos direi, que me dizia meu amig’assi: «Falade mig’, ai meu lum’ e meu bem!»

10

Nom foi no mundo tam leda molher em sonho, nem no podia seer, ca sonhei que me veera dizer aquel que me milhor que a si quer: «Falade mig’, ai meu lum’ e meu bem!»

15

Des que m’espertei, ouvi gram pesar1, ca em tal sonho avia gram sabor, com o rogar-me, por Nostro Senhor, o que me sabe mais que si amar: «Falade mig’, ai meu lum’ e meu bem!» E, pois m’espertei, foi a Deus rogar que me sacass’aqueste sonh’a bem2. João Mendes de Briteiros in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos (eds.), A lírica galego-portuguesa, 1.a edição, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 299. 1 2

v. 11: quando acordei, tive grande pesar. v. 17: que este sonho acabasse bem.

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Divide a cantiga em dois momentos e explicita o assunto de cada parte. 2. Tendo em conta o contexto da cantiga, apresenta uma possível simbologia para o «sonho». 3. Atenta nos versos do refrão e justifica o emprego das aspas. 4. Indica duas marcas de género da cantiga de amigo. 5. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos: a) «que leda que m’esta noite vi, / amiga, em um sonho que sonhei!» (vv. 1-2) b) «aquel que me milhor que a si quer» (v. 9) 5.1 Refere-te ao valor expressivo de b) Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Grupo II Relê o texto do Grupo I. 1. Para responderes a cada um dos itens 1.1 a 1.4, seleciona a opção correta. 1.1 A expressão sublinhada em «Deus, que leda que m’esta noite vi, / amiga» (vv. 1-2) desempenha a função sintática de (A) vocativo. (B) complemento indireto. (C) sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.2 A expressão sublinhada em «Ca sonhava, em como vos direi» (v. 3) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.3 As expressão sublinhada em «que me dizia meu amig’assi» (v. 4) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) predicativo do sujeito. (C) complemento oblíquo. (D) sujeito. 1.4 A expressão sublinhada na atualização do verso 5, «Falai comigo», desempenha a função sintática de (A) complemento predicativo do complemento direto. (B) predicativo do sujeito. (C) complemento oblíquo. (D) sujeito. 2. Identifica os processos fonológicos ocorridos em: a) «assi» (v. 4) > assim b) «Falade» (v. 5) > falai c) «seer» (v. 7) > ser

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Ficha de trabalho 2 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 1 Poesia Trovadoresca

Grupo I Lê o poema seguinte. Maria Peres, a nossa cruzada

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Maria Peres1, a nossa cruzada2, quando veo da terra d’Ultramar3, assi veo de pardom4 carregada que se nom podia com el merger5; mais furtam-lh’o, cada u6 vai maer7, e do perdom ja nom lhi ficou nada. E o perdom é cousa mui preçada8 e que se devia muit’a guardar; mais ela nom á maeta9 ferrada10 em que o guarde, nena pod’haver, ca, pois o cadead’ém foi perder, sempr’a maeta andou descadeada. Tal maeta como sera guardada, pois rapazes11 albergam no logar, que nom aj’a seer mui trastornada12? Ca13, o logar u14 eles am poder, nom á pardom que s’i possa asconder15, assi sabem trastornar a pousada16. E outra cousa vos quero dizer: atal perdom bem se dev’a perder, ca muito foi cousa mal gaa[nha]da17. Pero da Ponte in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos (eds.), A lírica galego-portuguesa, 1.a edição, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 299.

1

Maria Peres: soldadeira muito conhecida na altura, de reputação duvidosa, que deu azo a várias composições jocosas. 2 A nossa cruzada: a nossa mulher cruzada. 3 Ultramar: o termo designava a outra costa do Mediterrâneo, mais especificamente a Terra Santa ou o Norte de África. 4 Pardom: indulgências. 5 Merger: afundar. 6 cada u: em cada lugar, onde. 7 Maer: ficar durante a noite, pernoitar. 8Preçado: prezado, estimado. 9Maeta: maleta, pequeno baú. 10 Ferrada: com fecho de ferros. 11 Rapazes: moços, vilões. 12 Trastornada: revolver, virar de pernas para o ar. 13 Ca: porque. 14 U: onde. 15 Asconder: esconder. 16 Pousada: casa, hospedaria. 17 Gaa[nha]da: ganha.

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica o objetivo desta cantiga que acabaste de ler. Justifica a tua resposta. 2. Classifica esta cantiga, justificando a tua resposta. 3. Explicita o sentido dos seguintes versos «assi veo de pardom carregada / que se nom podia com el merger; / mais furtam-lh’o, cada u vai maer, / e do perdom ja nom lhi ficou nada» (vv. 3-6). 4. A ironia é recorrente. Retira um exemplo deste recurso expressivo e explica o seu valor. 5. Esclarece a importância da última estrofe.

Grupo II Relê o texto do Grupo I. 1. Atenta na segunda cobla. Retira vocábulos que se insiram nas seguintes classes/subclasses de palavras: a) conjunção coordenativa copulativa. b) advérbio de quantidade ou intensidade. c) pronome relativo. d) preposição. e) forma verbal no particípio. f) conjunção subordinativa causal. 2. Identifica os processos fonológicos ocorridos em a) «veo» (v. 2) > veio b) «el» (v. 4) > ele c) «i» (v. 17) > aí 3. Divide e classifica as orações em «atal perdom bem se dev’a perder, / ca muito foi cousa mal gaa[nh]da» (vv. 20-21).

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Ficha de trabalho 3 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 2 – Fernão Lopes – Crónica de D. João I

Grupo I Lê o texto seguinte.

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– U matom o Meestre? que é do Meestre? Quem çarrou estas portas? Ali eram ouvidos brados de desvairadas1 maneiras. Taes i havia que certeficavom que o Meestre era morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem2 para entrar dentro, e veeriam que era do Meestre, ou que cousa era aquela. Deles braadavom por lenha, e que veese lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o treedor e a aleivosa3. Outros se aficavom4 pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que era do Meestre; e em todo isto era o arrroido atam grande que se nom entendiam uũs com os outros, nem determinavom neũma cousa. E nom soomente era isto aa porta dos Paaços, mas ainda arredor deles per u homeẽs e molheres podiam estar. Ũas viinham com feixes de lenha, outras tragiam carqueija pera acender o fogo cuidando queimar o muro dos Paaços com ela, dizendo muitos doestos5 contra a Rainha. De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez morto; mas isto nom queria neuũ creer, dizendo: – Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos. Entom os do Meestre veendo tam grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais, disserom que fosse sua mercee de se mostrar aaquelas gentes, doutra guisa6 poderiam quebrar as portas, ou lhe poer fogo, e entrando assi dentro per força, nom lhe poderiam depois tolher7 de fazer o que quisessem. Ali se mostrou o Meestre a ũa grande janela que viinha sobre a rua onde estava Alvoro Paaez e a mais força de gente, e disse: – Amigos, apacificae vos, ca eu vivo e são som8 a Deos graças. E tanta era a torvaçam9 deles, e assi tiinham já em creença que o Meestre era morto, que taes havia i que aperfiavom que nom era aquele; porem conhecendo-o todos claramente, houverom gram prazer quando o virom, e deziam uũs contra os outros: – Ó que mal fez! pois que matou o treedor do Conde, que10 nom matou logo a aleivosa com ele! Creedes em Deos11, ainda lhe há de viinr alguũ mal per ela. Oolhae e vede que maldade tam grande, mandarom-no chamar onde ia já de seu caminho, pera o matarem aqui per traiçom. Ó aleivosa! já nos matou uũ senhor12, e agora nos queria matar outro: leixae-a, ca ainda há mal d’acabar por estas cousas que faz! E sem duvida, se eles entrarom dentro, nom se escusara a Rainha de morte, e fora maravilha quantos eram da sua parte e do conde poderem escapar. O Meestre estava aa janela, e todos olhavom contra ele dizendo: – Ó, senhor! Como vos quiserom matar per treiçom, beento seja Deos que vos guardou desse treedor! Viinde-vos, dae ao demo esses paaços, nom sejaes lá mais! E em dizendo esto, muitos choravom com prazer de o ver vivo. […] Fernão Lopes, Crónica de D. João I de Fernão Lopes (Textos escolhidos), apresentação crítica de Teresa Amado, Lisboa, Seara Nova/Comunicação, 1980, capítulo 11, pp. 95-99 (texto com supressões) 1

Desvairadas: várias, diversas. 2 Britassem: arrombassem. 3 Aleivosa: maldosa, traidora. 4 Aficavom: teimavam. 5 Doestos: insultos. 6 Guisa: maneira, modo. 7 Tolher: impedir. 8 Som: sou. 9 Torçavam: perturbação. 10 Que: porque. 11 Creedes em Deos: Tão certo como Deus existir. 12 Senhor: D. Fernando (o povo julgava que D. Leonor contribuíra para a sua morte). Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica o emissor das interrogativas iniciais do excerto. 2. Indica o que motivou a deslocação do povo aos Paços da rainha. 3. Esclarece o motivo do apego do povo ao Mestre de Avis. 4. Explicita como a ação do povo pode ser entendida como o despertar da consciência nacional. 5. Identifica o recurso expressivo nas seguintes expressões e explicita o seu valor: a) «o treedor e a aleivosa» (ll. 5-6); b) «Amigos, apacificae vos» (l. 20).

Grupo II 1. Diz se as afirmações são verdadeiras ou falsas.

 a) Os processos fonológicos ocorridos em «viinr» (l. 25) > vir são, respetivamente, crase e síncope.

 b) A palavra «pois» (l. 3) é uma conjunção subordinativa causal.  c) Na frase «a ũa grande janela que viinha sobre a rua» (l. 18) a palavra sublinhada é uma conjunção subordinativa.

 d) Relativamente

ao seu processo de formação, as palavras SMS e INTERPOL são,

respetivamente, acrónimo e truncação.

 e) Na frase «Ó João, anda cá!» a palavra sublinhada é uma interjeição. 2. Corrige as falsas. 3. Divide as frases em orações e classifica-as. a) «poderiam quebrar as portas, ou lhe poer fogo» (ll. 15-16). b) «vede que maldade tam grande» (l. 25). c) «beento seja Deos que vos guardou desse treedor!» (l. 32). 4. Identifica as funções sintáticas presentes nas palavras ou expressões sublinhadas. a) O povo aclamou o Mestre Defensor e Regedor do reino logo após a morte do Conde Andeiro. b) A rainha e o Conde eram amantes. c) A multidão enraivecida quis queimar o palácio. d) Álvaro Pais e o pajem foram ao Paço da rainha.

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Ficha de trabalho 4 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 2 Apreciação crítica

Grupo I Lê atentamente o seguinte texto.

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O romance Uma Outra Voz, de Gabriela Ruivo Trindade, uma portuguesa residente em Londres, ganhou o Prémio Leya [2013] […]. Tal como acontecera com o vencedor da edição de 2011, João Ricardo Pedro, a autora, uma psicóloga de 43 anos, está neste momento desempregada. Manuel Alegre, presidente do júri, depois de aberto o envelope onde está escrito o nome do concorrente, comunicou por telefone a Gabriela Trindade a notícia de que era vencedora do Prémio Leya. Nessa altura ficou a saber que ela nunca tinha escrito um romance e também nunca tinha publicado. «É um romance onde se cruzam histórias individuais com a história coletiva. É um romance onde se cruzam várias personagens e é também a história de uma cidade do Alentejo, Estremoz», disse ao PÚBLICO o escritor. «Tem personagens femininas muito fortes, isso foi uma das coisas que mais me marcou e uma história de amor também muito forte», acrescentou. E tem ainda «traços de originalidade e modernidade», como o facto de mostrar algumas fotografias de uma personagem que a certa altura vai para África, são fotografias dos anos 30, numa fazenda de café. «Foi uma boa escolha. Vê-se que num período de crise destes as pessoas estão a procurar soluções pela criatividade e neste caso pela criatividade literária.» […] O poeta Nuno Júdice disse que destacaria em primeiro lugar «a qualidade da escrita» na obra da premiada. «A coerência com que a história de uma família de Estremoz é narrada desde o século XIX até este século sem seguir o cânone do romance realista do século XIX.» Retrata a realidade, pouco conhecida, da emigração para África muito antes da guerra colonial. «É uma visão muito inovadora da nossa história com pouco mais de um século.» […] A força do livro está para o crítico literário brasileiro José Castello, que também fez parte do júri, «na insatisfação» que gera a escrita de Gabriela Ruivo Trindade. «É uma escrita polifónica. Uma escrita que mistura fotografia, árvore genealógica, é uma escrita inquieta», disse Castello ao PÚBLICO. «Muitas vezes existem livros bem narrados, bem organizados mas escritos com medo. Escritos dentro de modelos clássicos, repetitivos. E esse livro, mal você começa a ler, começa a descobrir que está entrando num terreno que nunca pisou.» Para o crítico, «essa aposta numa escrita muito original, num olhar original sobre o mundo parece[lhe] que foi o motivo mais forte para premiar esse livro». O romance tem «um entrelaçamento de histórias», mas «o principal são as vozes». «Você nunca sabe direito os limites de fantasia e de realidade. É um livro muito interessante, só lendo mesmo para poder entender», acrescentou. http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/gabriela-ruivo-trindade-vence-premio-leya-1609157 (texto adaptado e com supressões)

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Classifica o texto quanto ao género, justificando a tua resposta. 2. Esclarece o sentido da expressão «É um romance onde se cruzam histórias individuais com a história coletiva.» (l. 7). 3. Explicita a estrutura do texto quanto à sua organização externa e interna. 4. Refere o valor das apreciações feitas e transcreve dois exemplos dos dois últimos parágrafos. 5. Transcreve exemplos do terceiro parágrafo, ao nível lexical, que ilustrem algumas das características do discurso deste tipo de texto.

Grupo II 1. Identifica as funções sintáticas presentes nas expressões sublinhadas. a) «Manuel Alegre, presidente do júri, depois de aberto o envelope» (l. 4). b) «Foi uma boa escolha» (l. 13). c) O poeta Nuno Júdice considerou o romance inovador. d) «uma personagem que a certa altura vai para África» (ll. 12-13). 2. Reescreve no discurso direto a seguinte frase: «O poeta Nuno Júdice disse que destacaria em primeiro lugar “a qualidade da escrita” na obra da premiada.» (ll. 16-17). 3. Procede à pronominalização das expressões sublinhadas: «comunicou por telefone a Gabriela Trindade a notícia» (l.5). 4. Divide as frases em orações e classifica-as. a) «É um romance onde se cruzam histórias individuais com a história coletiva.» (l. 7); b) «Vê-se que num período de crise destes as pessoas estão a procurar soluções» (ll. 13-14); c) «O romance tem “um entrelaçamento de histórias”, mas “o principal são as vozes”» (ll. 28-29). 5. Indica o processo de formação das palavras sublinhadas na frase seguinte. O romance de Gabriela Ruivo Trindade poderá ser um best-seller, sobretudo por causa da história mas também do complemento de fotos que fazem parte do romance.

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Ficha de trabalho 5 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 3 Gil Vicente – Farsa de Inês Pereira

Grupo I Lê o seguinte excerto da Farsa de Inês Pereira. Entra o Moço com ũa carta de Arzila1 e diz: Esta carta vem dalém creo que é de meu senhor.

895

Inês Pereira Mostrai cá meu guarda mor2 e veremos o que aí vem. Lê o sobrescrito: À mui prezada senhora Inês Pereira da Grã, a senhora minha irmã. De meu irmão. Venha embora. Moço

900

Inês Moço Inês 905

Moço Inês

Vosso irmão está em Arzila eu apostarei que i vem nova de meu senhor também. Já ele partiu de Tavila3? Há três meses que é passado4. Aqui virá logo recado se lhe vai bem ou que faz. Bem pequena é a carta assaz. Carta de homem avisado.

Prossegue: E nam vos maravilheis de cousa que o mundo faça, 915 que sempre nos embaraça com cousas. Sabei que indo vosso marido fogindo da batalha pera a vila, a mea légua de Arzila 920 o matou um mouro pastor. Moço Oh meu amo e meu senhor. Inês Dai-me vós cá essa chave e i buscar vossa vida7.

925

930

Lê Inês Pereira a carta, a qual diz: Muito honrada irmã esforçai o coração5 e tomai por devação de querer o que Deos quer6. E isto que quer dizer?

910

935

Moço Oh que triste despedida. Inês Mas que nova tam suave Desatado é o nó8. se eu por ele ponho dó o Diabo m’arrebente. Pera mi era valente e matou-o um mouro só! Guardar de cavaleirão barbudo repetenado9 que em figura d’avisado é malino10 e sotrancão11. Agora quero tomar pera boa vida gozar um muito manso marido nam no quero já sabido, pois tam caro há de custar.

Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. II, direção científica de José Camões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 586-588 1

Arzila: vila em Marrocos. 2 v. 893: ironia. 3Tavila: porto de embarque para o Norte de África. 4 v. 903: indicação que o Escudeiro havia embarcado há três meses. 5 v. 909: tem coragem. 6 v. 911: conformai-vos com a vontade divina. 7 vv. 922-923: Acabou a sua missão de carcereiro. Agora que ela é livre, ele terá de ir embora. 8 v. 926: o casamento terminou, assim como a sua prisão. 9 Repetenado: fazer-se de insolente. 10 É malino: mau. 11 E sotrancão: dissimulado; velhaco; sonso.

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Insere o excerto na estrutura interna da obra. 2. Transcreve o verso que se refere ao tempo cronológico. 3. Resume o conteúdo da carta e explicita a sua importância para o desenvolvimento da ação. 4. Compara o comportamento do Escudeiro no seu lar e em Arzila. 5. Explicita o significado dos seguintes versos «Mas que nova tam suave / Desatado é o nó» (vv. 925-926). 6. Quanto à composição, comprova que Inês é uma personagem modelada. 7. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos. a) «E isto que quer dizer?» (v. 912). b) «se eu por ele ponho dó / o Diabo m’arrebente.» (vv. 927-928). 7.1 Refere-te ao valor expressivo de b).

Grupo II 1. Na seguinte tabela, assinala a função sintática adequada aos constituintes sublinhados. Complemento do nome

Frases

Modificador restritivo do nome

a) O marido de Inês faleceu. b) Morreu Brás da Mata, que não deixou saudades. c) A personagem principal quer gozar uma boa vida. d) Não tardará a vingança de Inês Pereira. e) A entrega da carta foi feita pelo Moço. f) Inês deseja um marido manso. g) O Moço, despedido, sai de cena. h) A necessidade de mudar de vida foi óbvia para Inês. i) A viúva alegre pensa em casar de novo. j) Será que Inês vai recorrer a Lianor Vaz, a alcoviteira? k) Será que a oferta de um novo pretendente é bem recebida? l) A farsa vicentina é bastante interessante.

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Modificador apositivo do nome

2. Constrói frases em que sejas fiel às sequências sintáticas indicadas. a) Sujeito composto + predicado [complemento direto + complemento do nome]. b) Sujeito simples + modificador apositivo do nome + predicado [predicativo do sujeito]. c) Sujeito nulo subentendido + predicado [complemento direto + modificador restritivo do nome]. d) Sujeito simples + complemento do nome + predicado [complemento direto + complemento oblíquo].

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Ficha de trabalho 6 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 3 Gil Vicente – Farsa de Inês Pereira

Grupo I Lê o seguinte excerto da Farsa de Inês Pereira. Inês Pereira

Inês 1120

Si. Ũa aqui e outra aqui. Oh como folgo com elas!

1125

Cantemos marido quereis?. Eu nam saberei entoar. Pois eu hei só de cantar e vós me respondereis cada vez que eu acabar: pois assi se fazem as cousas Marido cuco me levades e mais duas lousas. Pois assi se fazem as cousas.

Marido aquele ermitão

É um anjinho de Deos. Pero Corregê vós esse véus e ponde-vos em feição1. Inês Sabeis vós o que eu queria? Pero Que quereis minha molher? Inês Que vós houvésseis por prazer de irmos lá em romaria.

1100

Pero Seja logo, sem deter. Inês Este caminho é comprido contai ũa estória marido. Pero Bofá que me apraz molher Inês Passemos primeiro o rio. Descalçai-vos. E pois como? Pero E levar-me-eis ao ombro2 não me corte a madre o frio

1105

1110

Pero Inês

Canta Inês: 1130

1135

Põe-se Inês Pereira às costas do marido e diz: Pero Inês Pero Inês

1115

Pero

Marido assi me levade. Ides à vossa vontade? Como estar no paraíso Muito folgo eu com isso Esperade ora esperade olhai que lousas aquelas pera poer as talhas nelas Quereis que as leve?

1140

Pero

Inês Bem sabedes vós marido quanto vos amo sempre fostes percebido pera gamo. Carregado ides noss’amo com duas lousas. Pero Pois assi se fazem as cousas Inês Bem sabedes vós marido quanto vos quero sempre foste percebido3 para cervo. Agora vos tomou o demo Com duas lousas. Pero Pois assi se fazem as cousas. E assi se vão, e se acaba o dito auto.

Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. II, direção científica de José Camões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 593-594 1

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vv. 1098-1099: componde esses véus, ponde-vos bonita. 2 v. 1110: levar-me-eis às costas. 3 v. 1140: destinado.

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Insere o excerto na estrutura interna da obra. 2. Explicita o significado dos seguintes versos «Corregê vós esses véus / e ponde-vos em feição» (vv. 1098-1099). 3. Pero Marques cede perante todos os caprichos da esposa. Transcreve dois versos que o comprovem. 4. Relaciona o meio como Inês é transportada com o mote que deu origem à farsa. 5. Explica a relevância da cantiga entoada por ambos no final do excerto. 6. Identifica dois tipos de cómico presentes neste excerto. Justifica a tua resposta. 7. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos: a) «Ides à vossa vontade? / Como estar no paraíso.» (vv. 1113-1114). b) «sempre fostes percebido / pera gamo.» (vv. 1134-1135). 7.1 Refere-te ao valor expressivo de b).

Grupo II 1. Expande os seguintes grupos nominais: a) As costas de… b) A ida para… c) A beleza de… d) O debate sobre… 1.1 Classifica, quanto à classe de palavras, os vocábulos destacados. 1.2 Identifica a função sintática dos constituintes por eles iniciados. 2. Para responderes a cada um dos itens 2.1 a 2.6, seleciona a opção correta. 2.1 Inês, que só se queria divertir, não se importava com o marido. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome. 2.2 A vida de Pero Marques não se adivinha fácil. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome.

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2.3 Pero Marques ficou contente pela felicidade de Inês. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome. 2.4 O matrimónio que Inês contraiu pela segunda vez era do seu agrado. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome. 2.5 Pero Marques, «o gamo», parece não se importar com isso. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome. 2.6 A possibilidade de que o Ermitão fosse honesto era quase nula. (A) Modificador apositivo do nome. (B) Modificador restritivo do nome. (C) Complemento do nome. 3. Identifica a função sintática dos constituintes destacados. a) Muitos concordam com a atitude de Inês. b) Pero Marques, apesar de ser maltratado, permaneceu marido de Inês Pereira. c) Percebemos a diferença entre Brás da Mata e Pero Marques. d) Inês, primeiramente, foi enganada pela imagem de homem «avisado». 3.1 Destaca, nesses grupos sintáticos, os complementos do nome.

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Ficha de trabalho 7 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 4 Luís de Camões – Rimas

Grupo I Lê o poema seguinte. Eu cantei já, e agora vou chorando Eu cantei já, e agora vou chorando o tempo que cantei tão confiado; parece que no canto já passado se estavam minhas lágrimas criando. Cantei; mas se me alguém pergunta: Quando? Não sei; que também fui nisso enganado. É tão triste este meu presente estado que o passado, por ledo1, estou julgando.

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Fizeram-me cantar, manhosamente2, contentamentos não, mas confianças; cantava, mas já era ao som dos ferros. De quem me queixarei, que tudo mente? Mas eu que culpa ponho às esperanças onde a Fortuna3 injusta é mais que os erros? Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Oficinas da «Atlântida», 1953, p. 187

1

Ledo: feliz. 2 Manhosamente: ao engano. 3 Fortuna: sorte, destino.

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Demonstra o caráter autobiográfico do texto, apresentando dois elementos linguísticos. 2. O sujeito poético reflete sobre dois momentos da sua vida. Identifica-os e contrasta o seu estado de espírito em cada um deles. 3. Atenta no primeiro verso. Identifica o recurso expressivo presente e explicita o seu valor. 4. Relaciona o conteúdo da última estrofe com as reflexões apresentadas nas estrofes anteriores. 5. Apresenta a classificação formal do texto poético, integrando-o na produção lírica camoniana.

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Grupo II Relê o texto do Grupo I. 1. Para responderes a cada um dos itens 1.1 a 1.4, seleciona a opção correta. 1.1 A expressão sublinhada em «É tão triste este meu presente estado» (v. 7) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.2 A palavra sublinhada em «mas se me alguém pergunta: Quando?» (v. 5) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.3 A expressão sublinhada em «É tão triste este meu presente estado» (v. 7) desempenha a função sintática de (A) predicativo do complemento direto. (B) predicativo do sujeito. (C) complemento oblíquo. (D) sujeito. 1.4 A palavra sublinhada em «onde a Fortuna injusta é mais que os erros?» (v. 14) desempenha a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) complemento do adjetivo. (D) modificador apositivo do nome. 2. Escreve duas frases, tendo em conta o campo semântico de «Fortuna», evidenciando duas aceções que a palavra pode assumir. 3. Divide e classifica as seguintes orações: «parece que no canto já passado / se estavam minhas lágrimas criando» (vv. 3-4).

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Ficha de trabalho 8 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 4 Luís de Camões – Rimas

Grupo I Lê os poemas seguintes. Texto A

Texto B

Mote Quem ora soubesse onde o Amor nasce, que o semeasse!

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Busque Amor novas artes, novo engenho, para matar-me, e novas esquivanças; que não pode tirar-me as esperanças, que mal me tirará o que eu não tenho.

Voltas De Amor e seus danos me fiz lavrador; semeava amor e colhia enganos; não vi, em meus anos, homem que apanhasse o que semeasse.

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Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! Que não temo contrastes nem mudanças, andando em bravo mar, perdido o lenho1. Mas, conquanto não pode haver desgosto onde esperança falta, lá me esconde Amor um mal, que mata e não se vê. Que dias há que n'alma me tem posto um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como, e doi não sei porquê.

Vi terra florida de lindos abrolhos, lindos para os olhos, duros para a vida; Mas a rês perdida que tal erva pasce em forte hora nasce.

Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Oficinas da «Atlântida», 1953, p. 134 1

Com quanto perdi, trabalhava em vão; se semeei grão, grande dor colhi. Amor nunca vi que muito durasse, que não magoasse.

Lenho: embarcação

Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Oficinas da «Atlântida», 1953, pp. 101-102

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Apresenta a temática comum aos dois textos. Justifica a tua opção. 2. Identifica o recurso expressivo associado ao sentimento amoroso e explicita o seu valor, presente nos dois textos. 3. Refere dois efeitos do sentimento amoroso e transcreve dos Textos A e B os versos que os ilustram. 4. Em ambos os textos, o sujeito poético surge metaforicamente referido. 4.1 Identifica essas metáforas. 4.2 Explica o seu valor expressivo. 5. Descreve a estrutura externa (formal) de cada um dos textos. 5.1 Partindo dessa descrição, integra os poemas na vertente da produção lírica camoniana.

Grupo II Relê o Texto A do Grupo I. 1. Para responderes a cada um dos itens 1.1 a 1.3, seleciona a opção correta. 1.1 A expressão sublinhada em «homem que apanhasse / o que semeasse» (vv. 9-10) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.2 As palavras sublinhadas em «Vi terra florida / de lindos abrolhos» (vv. 11-12) desempenham a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) complemento do adjetivo. (D) modificador apositivo do nome. 1.3 A palavra sublinhada em «Amor nunca vi / que muito durasse» (vv. 22-23) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) complemento oblíquo. (D) sujeito.

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Relê, agora, o Texto B do Grupo I. 2. Constrói, com quatro vocábulos retirados do poema, um campo lexical do domínio concetual de «desânimo». 3. Escreve duas frases, tendo em conta o campo semântico de «artes» (v. 1), evidenciando duas aceções que a palavra pode assumir.

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Ficha de trabalho 9 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 5 Artigo de divulgação científica

Grupo I Lê o texto seguinte. Em busca do conectoma humano

O atlas do cérebro

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Atualmente, os cientistas apenas conseguem recriar a atividade de pequenas zonas do cérebro. Quando conhecermos todo o conectoma (o conjunto de neurónios e ligações que o integram), talvez se torne possível transferir a nossa consciência. A ciência já confirmou que a atividade neuronal é a base física dos pensamentos e das emoções. Assim, o neurocientista Kenneth Hayworth, do Laboratório Jeff Lichtman da Universidade de Harvard (Estados Unidos), afirma que dentro de poucos anos poderemos dispor da tecnologia necessária para preservar a identidade e a memória de uma pessoa. Hayworth já lançou uma iniciativa para reunir fundos e criar um observatório do conectoma, termo que aglutina os milhões de ligações que existem no cérebro, ou seja, toda a sua atividade celular. Por sua vez, Sebastian Seung, especialista em neurociência computacional do Instituto Tecnológico do Massachusetts (MIT), imagina «um exército de microscópios eletrónicos capaz de examinar cada neurónio e cada sinapse e constituir uma gigantesca base de dados com imagens tridimensionais; um dia, um supercomputador, talvez equipado com inteligência artificial, sintetizará essa informação num único conectoma humano». […] A palavra «conectoma» foi criada por analogia com «genoma», que descreve a totalidade da informação hereditária de um organismo. Trata-se de uma comparação adequada. Neste caso, estaríamos a falar da informação mental completa do ser humano. A.S. , «O atlas do cérebro» in Superinteressante, n.o 193, maio de 2014, pp. 24-27. (texto com supressões).

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Comprova a classificação deste texto como um artigo de divulgação científica, ao nível da temática e da estrutura externa. 2. O texto refere uma descoberta que já foi comprovada pelos cientistas. 2.1 Identifica-a. 3. Apesar de confirmada, ainda não é possível aceder informaticamente a essa descoberta. 3.1 Transcreve todos os vocábulos e expressões que demonstram este facto.

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4. Seleciona a opção correta. 4.1 As afirmações dos dois neurocientistas referidos no texto demonstram que (A) acreditam que são as células nervosas que determinam os pensamentos, os sentimentos e as emoções. (B) não é possível manter a identidade e a memória de uma pessoa. (C) a ciência não consegue explicar a origem de pensamentos, sentimentos e emoções. (D) nunca será possível examinar cada neurónio. 4.2 A analogia entre as palavras «conectoma» e «genoma» (l. 15) justifica-se porque ambas (A) fornecem informação parcial ao nível da hereditariedade e mente de uma pessoa. (B) fornecem informação genética e mental de uma pessoa. (C) descrevem informação semelhante sobre um organismo. (D) descrevem informação total de um organismo. 5. Enumera as características da linguagem utilizada, confirmando a tua resposta com elementos textuais.

Grupo II Relê o texto do Grupo I. 1. Para responderes a cada um dos itens 1.1 a 1.2, seleciona a opção correta. 1.1 A expressão sublinhada em «a atividade neuronal é a base física dos pensamentos» (l. 4) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento indireto. (C) predicativo do sujeito. (D) complemento oblíquo. 1.2 O verbo utilizado na frase «A ciência já confirmou que a atividade neuronal…» (l. 4) classificase como principal (A) transitivo direto e indireto. (B) intransitivo. (C) copulativo. (D) transitivo direto. 2. Responde de forma correta aos itens apresentados. 2.1 Indica a classe e subclasse das palavras que constituem a seguinte frase: «termo que aglutina os milhões de ligações» (l. 8). 2.2 Classifica a oração iniciada por «que» em «A palavra “conectoma” foi criada por analogia com “genoma”, que descreve a totalidade da informação hereditária de um organismo.» (ll. 15-16). 2.3 Transforma a seguinte frase para a voz passiva: «Hayworth já lançou uma iniciativa para reunir fundos...» (ll. 7-8). Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Ficha de trabalho 10 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 5 Luís de Camões – Os Lusíadas

Grupo I Lê as seguintes estâncias que pertencem ao canto IX de Os Lusíadas. 92 Mas a Fama, trombeta de obras tais, Lhe deu1 no Mundo nomes tão estranhos De Deuses, Semideuses, Imortais, Indígetes2, Heróicos e de Magnos. Por isso, ó vós que as famas estimais, Se quiserdes no mundo ser tamanhos, Despertai já do sono do ócio ignavo3, Que o ânimo, de livre, faz escravo.

94 Ou dai na paz as leis iguais, constantes, Que aos grandes não dêem o dos pequenos, Ou vos vesti nas armas rutilantes4, Contra a lei dos imigos Sarracenos5: Fareis os Reinos grandes e possantes, E todos tereis mais e nenhum menos: Possuireis riquezas merecidas, Com as honras que ilustram tanto as vidas.

93 E ponde na cobiça um freio duro, E na ambição também, que indignamente Tomais mil vezes, e no torpe e escuro Vício da tirania infame e urgente; Porque essas honras vãs, esse ouro puro, Verdadeiro valor não dão à gente: Milhor é merecê-los sem os ter, Que possuí-los sem os merecer.

95 E fareis claro6 o Rei que tanto amais, Agora cos conselhos bem cuidados, Agora co as espadas, que imortais Vos farão, como os vossos já passados7. Impossibilidades não façais8, Que quem quis, sempre pôde; e numerados Sereis entre os Heróis esclarecidos E nesta «Ilha de Vénus» recebidos. Luís de Camões, Os Lusíadas, pref. de Costa Pimpão, 4.a ed., Lisboa, MNE, Inst. Camões, 2000, p. 410

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Lhe deu: lhes deu. 2 Indígetes: divindades primitivas e nacionais dos Romanos. 3 Ócio ignavo: do ócio indolente, preguiçoso. 4 Rutilantes: cintilantes. 5 Sarracenos: inimigos mouros. 6 Claro: ilustre. 7 Vossos já passados: como (fizeram imortais) os vossos antepassados. 8 Impossibilidades não façais: impossibilidades não há para vós.

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Indica o plano em que se enquadram estas estâncias e justifica a tua resposta. 2. Atenta na estância 92. 2.1 Relaciona o sentido dos quatro primeiro versos com o dos últimos quatro. 3. Refere o que é que os homens deverão evitar para atingir a imortalidade. 4. Explicita, agora, o que é que o ser humano deverá praticar para atingir essa mesma imortalidade. 74

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5. Indica a recompensa que está ao alcance daqueles que adotam os comportamentos sugeridos e transcreve um exemplo textual. 6. Esclarece a crítica presente nestas estâncias. 7. Identifica os recursos expressivos presentes nos seguintes versos: a) «Mas a Fama, trombeta de obras tais» (v. 1, est. 92); b) «Verdadeiro valor não dão à gente» (v. 6, est.93).

Grupo II Relê o texto do Grupo I e responde às seguintes questões. 1. De entre as afirmações seguintes, escolhe, identificando através da alínea respetiva, a hipótese que corresponde à alternativa correta. 1.1 Na frase «Mas a Fama, trombeta de obras tais, / Lhe deu no Mundo» (est. 92, vv. 1-2), os elementos sublinhados desempenham a função sintática de (A) modificador restritivo do nome. (B) modificador apositivo do nome. (C) complemento do nome. (D) predicativo do sujeito. 1.2 A frase «ó vós que as famas estimais» (est. 92, v. 5) integra uma oração subordinada (A) adverbial causal. (B) adverbial consecutiva. (C) adjetiva relativa restritiva. (D) adjetiva relativa explicativa. 1.3 O verso «Ou dai na paz as leis iguais, constantes» (est. 94, v. 1) integra uma oração (A) coordenada copulativa. (B) coordenada explicativa. (C) coordenada disjuntiva. (D) coordenada conclusiva. 1.4 Na frase «Agora co as espadas, que imortais / Vos farão» (est. 95, vv. 3-4), o pronome pessoal encontra-se numa posição pré-verbal pelo facto de a frase ser (A) afirmativa. (B) subordinante. (C) subordinada. (D) coordenada.

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2. Responde aos seguintes itens. 2.1 Identifica o processo fonológico presente na evolução da seguinte palavra: «co» (est. 95, v. 3) > com. 2.2 Classifica cada conjunto de palavras apresentadas, quanto à classe e subclasse. a) cobiça, ambição, tirania. b) vós, lhe, vos. c) se, porque, que. 3. Identifica o tempo e modo da forma verbal presente na frase «Impossibilidades não façais» (est. 95, v. 5).

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Ficha de trabalho 11 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 6 Relato de viagem

Grupo I Lê o texto seguinte.

Cuba: um lugar ao som

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Depressa se conclui: além de lugar ao sol, Cuba é sobretudo um lugar ao som. É uma ilha musical onde tudo conflui em claves (de sol) e holás (sustenidos). No soturno aeroporto José Martí (o embargo leva a economizar na luz), o fiscal da alfândega faz pautas de percussão com os carimbos e canta um «buenas» ao estrangeiro pasmado. Quem nunca foi ali pensa nos cubanos como um povo mártir de espanhóis, americanos e castristas (o que é uma grande verdade). Espera um mar de gente de cara franzida, esquelética e cabisbaixa vagueando nas ruas e pedindo esmola. Porém, a dignidade é inquebrantável e a alegria espontânea só quebra quando passam furacões ou se fala no regresso ao trono de Fidel do hospital geriátrico. Antes de chegar à ilha, o estrangeiro imagina um gueto infeliz de comunistas renitentes e ortodoxos fiéis de El Che. Mas vermelhos e amigos da foice só os agricultores tisnados da vila de Trinidad, supostos descendentes de índios comanches, ou a juventude rebelde que pede as barbas e o pescoço rugoso de Fidel no cepo. […] A ilha é dos poucos lugares do mundo onde as portas das casas nunca estão no trinco e o forasteiro é convidado a entrar (e cear, fumar, charlar…) como se fosse um da casa, um compañero. Ou a comer, a beber, a lo que tu quieras, cuando quieras, a la hora que quieras. Chegados a Havana, as poucas luzes do casario que se divisam estão separadas por quilómetros. Candeias de petróleo tremeluzem nos alpendres como pirilampos (trágicos). A eletricidade e os combustíveis são os bens mais penalizados pelo embargo americano, sobretudo desde que acabaram as benesses soviéticas. Os cubanos já habituaram os olhos a viver na penumbra e as pernas a dar ao pedal – à falta de gasolina para os guaguas (os autocarros), importaram-se cinco milhões de bicicletas chinesas. Quando não cantam e dançam (ou remendam pneus), os cubanos ocupam o tempo a vegetar nos degraus e alpendres, de livros e jornais içados – há um índice absoluto de literacia, uma das raras conquistas abençoadas do regime. […] Quando cheguei, as ruas estavam repletas de manifestantes que pediam o dobre de finados do regime. Na varanda do Hotel Riviera, […], assisti aos protestos no Malecón, supondo que, mesmo enfermo, Fidel ainda era o rei […]. Nessa manhã, fiz o que faz meia Havana todos os dias, do sol nado ao sol-posto: cabotei os oito quilómetros da avenida marginal do Malecón, debrucei as íris sobre o estreito da Florida, fumei proletariamente o meu charuto Robaina Siglo 5 e sonhei com a liberdade. In Tiago Salazar, As Rotas do Sonho, Alfragide, Oficina do Livro, 2010, pp. 19-21. (texto adaptado e com supressões)

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica o género textual e refere duas características do mesmo. Justifica a tua resposta. 2. Relaciona o título do texto com seu o conteúdo. 3. Indica a estratégia que o narrador usa para mostrar o confronto entre suposições e realidade. 4. Caracteriza o povo cubano. 5. Refere o facto surpreendente que poderia colocar Cuba em destaque no mundo. 6. Tendo por base o exposto no texto, explicita a expressão final «sonhei com a liberdade» (ll. 27-28). 7. Identifica os recursos expressivos e explicita o seu valor: a) «povo mártir de espanhóis, americanos e castristas» (ll. 4-5); b) «à falta de gasolina para os guaguas (os autocarros), importaram-se cinco milhões de bicicletas chinesas» (ll. 19-20).

Grupo II 1. Indica o processo de formação da palavra «pneus» (l. 20). 2. Identifica as funções sintáticas nas palavras ou expressões sublinhadas. a) «as portas das casas» (l. 12); b) «índice absoluto» (l. 21); c) «as ruas estavam repletas de manifestantes» (l. 23); d) «fumei proletariamente o meu charuto» (l. 27). 3. Divide as frases em orações e classifica-as. a) «A eletricidade e os combustíveis são os bens mais penalizados [...] desde que acabaram as benesses soviéticas» (ll. 16-18). b) «A ilha é dos poucos lugares do mundo onde as portas das casas nunca estão no trinco» (ll. 1112). c) «Os cubanos já habituaram os olhos a viver na penumbra e as pernas a dar ao pedal» (ll. 18-19). d) «Quando cheguei, as ruas estavam repletas de manifestantes» (l. 23) 4. Reescreve a frase na ativa. «A eletricidade e os combustíveis são […] mais penalizados pelo embargo americano» (ll. 16-18) 5. Explicita o uso de dois pontos na linha 26 do texto.

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Ficha de trabalho 12 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 6 História Trágico-Marítima

Grupo I Lê o texto seguinte.

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Com a rijeza do vento, romperam-se as velas que levavam; e estando eles na faina de consertá-las, eis que acabou de desapegar-se o leme, quebrando-se o ferro que lhe restava e rompendo-se os cabos com que o tinham atado. Foi então o cúmulo do desespero. Deixaram-se cair todos no convés, desamparadamente, com a certeza absoluta de que morreriam de fome. De súbito, Jorge de Albuquerque levantou-se rijo, com ledo aspeto; e, pegando num livro que trazia consigo, tirou duas imagens de Cristo e da Virgem, pegou-as no mastro, chamou os companheiros para o pé de si, cada um por seu nome, e começou a pregar-lhe animadamente, afirmando-lhes a certeza de que se salvariam. [...] Depois, às escondidas, fez testamento; e, acrescentando a esse muitos outros papéis, acomodou tudo num barril pequeno, que fechou e breou1 o melhor que pôde, disposto a lançar o barrilinho à água quando visse chegado o derradeiro instante. Mas isto o fez em tão grande segredo que nenhum dos outros por então o soube. [...] Chegados a 27 daquele mês, começou a necessidade de lançarem ao mar os primeiros companheiros que morreram de fome. Certos homens, nesse transe, lembraram-se de pedir a Jorge de Albuquerque a permissão de comerem aqueles cadáveres. Ao ouvir este horrível requerimento, arrasaram-se-lhe os olhos de água. Não, não podia ser; não o consentiria, enquanto vivesse; se morresse, porém, dava-lhes licença de o comerem a ele. O desespero, então, levou alguns a outra ideia: arrombar a nau para acabarem de vez. Soube-o o Albuquerque, e impediu que o fizessem. [...] A 29, pela manhãzinha, avistou-se uma nau. Fizeram-se sinais alvoraçadamente; os da nau, porém, não lhes quiseram valer, e seguiram seu rumo. Mais três dias se passaram assim, no trabalho contínuo de dar à bomba. A 2 de outubro, entre a neblina, pareceu-lhes divisar arrumação de terra. Cerca do meio-dia, dissipou-se a névoa. Maravilha! Deus louvado! Era a serra de Sintra! Lá estava, ao cimo das rochas, a própria casa da Senhora da Pena! Mas não tinham maneira de se aproximar da praia. Iam numa carcassa sem governo algum. [...] Pouco depois, felizmente, avistaram uma barca pequenina, que navegava para a Atouguia2. Começaram a bradar-lhes, de joelhos, que lhes valessem; e estando a barca a um tiro de berço, logo lhes acudiu com muita pressa. […] Vendo o estado em que estavam os da nau, ficaram atónitos. Logo lhes deram pão, água e frutas, que para si traziam. O senhorio da barca, tanto que acabou de lhes dar de comer, passou-lhes um cabo de reboque com que afastaram a nau da rocha e a foram trazendo ao longo da costa até à baía de Cascais, aonde chegaram pelo sol-posto. Acorreram alguns botes, em que se meteram; uns desembarcaram ali em Cascais; outros só em Belém tomaram terra. «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)» (capítulo V), História Trágico-Marítima. Narrativas de Naufrágios da Época das Conquistas, adaptação de António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa, 2008, pp.207-212 1

Breou: Cobriu ou untou com resina. 2 Atouguia: (Atouguia da Baleia) vila do concelho de Peniche. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Explica a aparente contradição entre o que Jorge de Albuquerque Coelho afirma no início do excerto e o que ele faz a seguir. 2. Perante a iminente morte, refere as duas hipóteses pensadas pelos navegadores. 3. Explicita a importância do avistamento da capela da Senhora da Pena. 4. Relaciona o estado da embarcação, aquando da chegada a Lisboa, com a visão trágica dos Descobrimentos. 5. Identifica os recursos expressivos presentes nos excertos e refere a sua expressividade. a) «Vendo o estado em que estavam os da nau, ficaram atónitos» (l. 30); b) «Logo lhes deram pão, água e frutas» (l. 30).

Grupo II 1. Divide as frases em orações e classifica-as. a) «isto o fez em tão grande segredo que nenhum dos outros por então o soube» (ll. 12-13); b) «não o consentiria, enquanto vivesse» (l. 17); c) «impediu que o fizessem» (l. 20); d) «avistaram uma barca pequenina, que navegava para a Atouguia» (l. 27). 2. Identifica as funções sintáticas presentes nas palavras ou expressões sublinhadas. a) «o cúmulo do desespero» (l. 4); b) «Fizeram-se sinais alvoraçadamente» (l. 21); c) «Começaram a bradar-lhes, de joelhos, que lhes valessem» (l. 28); d) «acabou de lhes dar de comer» (l. 32). 3. Esclarece o sentido da palavra sublinhada e indica o seu processo de formação. a) «no trabalho contínuo de dar à bomba» (l. 23) / rebentaram uma bomba no centro da cidade. 4. Indica os processos fonológicos ocorridos na evolução da seguinte palavra: AQUAM > água 5. Reescreve as frases, substituindo o elemento sublinhado por um pronome. a) «Depois, às escondidas, fez testamento» (l. 10); b) «quando visse chegado o derradeiro instante» (l. 12).

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Teste de compreensão do oral 1 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 1 Poesia trovadoresca Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição (

Link: Viagem Medieval)

Ouve a entrevista a Paulo Sérgio Pais, do programa Bom dia, Portugal, da RTP 1, sobre a «Viagem Medieval», evento cultural de Santa Maria da Feira. 1. Seleciona a opção correta, de forma a completares os itens seguintes.

(40 pontos)

1.1 «Viagem Medieval» é o maior evento de recriação medieval (A) do norte de Portugal. (B) do País. (C) da Península Ibérica. (D) da Europa. 1.2 Não vamos lá encontrar (A) cortejos de Ordens Militares. (B) animais exóticos. (C) lutas entre cristãos e mouros. (D) torneios de cavalaria. 1.3 Afonso II é «o rei sem tempo» porque (A) esteve menos de 10 anos no poder. (B) esteve cerca de 8 anos no poder. (C) esteve cerca de 12 anos no poder. (D) esteve mais de 14 anos no poder. 1.4 Da vida de Afonso II, não se destaca a vertente (A) do conflito com as irmãs. (B) das medidas políticas e judiciais (C) das intenções de conquistas. (D) da sua vida de casado.

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2. Preenche as tabelas seguintes. 2.1 (30 pontos) Nomes Espetáculos destacados

Horários

a.

b.

c.

d.

e.

f.

2.2 (50 pontos) Teatral nos

Exemplo

a.

Rigor histórico ao nível

c.

b.

O que faz? d. A quantos metros? e.

2.3 (30 pontos) Nome Espaço cada vez mais procurado

a.

Onde?

O que retrata?

b.

c.

2.4 (30 pontos) O quê? Novidade deste ano

a.

Com que objetivo? b.

2.5 (20 pontos) a nível O livro retrata a importância do evento nas dinâmicas locais

a. b.

2.a Audição Depois da segunda audição do texto, verifica com cuidado as tuas respostas.

82

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Teste de compreensão do oral 2 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 1 Poesia Trovadoresca Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição (

Link: Escolha Portugal)

Visiona os anúncios publicitários institucionais sobre várias regiões de Portugal. Deves preencher só os itens indicados e focar-te apenas nas palavras das personalidades.

Região

1.

2.

3.

a. b.

c.

Património históricocultural (4 pontos cada) d.

a. b.

c.

d.

e. f.

g.

h.

a. b.

c. d.

e.

f. g.

h.

i.

a.

b.

c.

a.

b.

Locais mencionados (4 pontos cada)

Elementos da natureza (4pontos cada)

Atividades mencionadas (4 pontos cada) e.

Reconhecimento internacional/ Características únicas (4 pontos cada) f.

Estado de espírito revelado (4 pontos cada)

4. c.

5.

6.

7.

a. b.

c. d.

e.

f. g. h.

i.

a. b.

c.

d. e.

f. g.

h.

j.

8. Slogan comum (12 pontos): a. ______________________________________________________________________________________________

2.a Audição Depois da segunda audição do texto, verifica com cuidado as tuas respostas. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Teste de compreensão do oral 3 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 2 Fernão Lopes – Crónica D. João I Enquanto o ouves, podes tomarde notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens apresentados. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição

CD 2 Faixa 1

1. Assinala os assuntos mencionados:

(36 pontos)

 (A) A obra de Fernão Lopes é uma referência para as áreas da história e da literatura.  (B) Possibilidade de adaptação ao cinema da obra do cronista.  (C) Aniversário do nascimento do cronista.  (D) Inclusão, no livro de Borges Coelho, de textos de enquadramento: síntese biográfica, uma tábua cronológica e um glossário.

 (E) Referência ao nome da editora que irá publicar a obra.  (F) Características da linguagem do cronista. 2. Ordena as ideias sequencialmente.

(72 pontos)

 (A) Referências às áreas presentes nos escritos do cronista.  (B) Parceria entre historiador e escultor.  (C) Referência a escritores portugueses que se inspiraram em Fernão Lopes.  (D) Obra de divulgação destinada às camadas mais jovens da sociedade.  (E) Frontalidade de Fernão Lopes sobre os acontecimentos narrados.  (F) As personagens na obra de Fernão Lopes. 3. Assinala a opção correta.

(50 pontos)

3.1 As «frases curtas» de Fernão Lopes permitem-lhe

 (A) escrever com mais precisão e rigor.  (B) dar vida às personagens, conferindo-lhes um tom mais real.  (C) descrever demoradamente os sentimentos das personagens.  (D) descrever de forma rápida os sentimentos das personagens.

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3.2 Através da expressão «pensa alto, comenta, interpela», Borges Coelho dá a entender que Fernão Lopes é um (A) bom narrador. (B) observador atento. (C) ativista nato. (D) bom comentador de situações por si vividas. 3.3 Diz-se que Fernão Lopes é frontal no tratamento dos assuntos porque (A) trata todos os assuntos pormenorizadamente ainda que não sejam relevantes. (B) ele é capaz de assumir a importância de uns assuntos e a pouca relevância de outros. (C) hierarquiza os assuntos: importantes ou não relevantes. (D) não trata os assuntos importantes de igual forma. 3.4 Fernão Lopes tem a capacidade de abordar (A) apenas assuntos de cariz régio. (B) apenas assuntos de cariz popular. (C) assuntos muito semelhantes entre si. (D) assuntos muito díspares entre si. 3.5 A intencionalidade deste texto é (A) divulgar a publicação. (B) comentar a publicação. (C) argumentar uma ideia sobre a publicação. (D) explicitar o conteúdo da publicação. 4. Identifica os sinónimos das seguintes palavras:

(42 pontos)

a) painéis ___________________________________________ b) difusão __________________________________________ c) interroga _________________________________________ d) soar _____________________________________________ e) destaca __________________________________________ 2.a Audição Depois da segunda audição, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 4 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 2 Fernão Lopes – Crónica de D. João I Antes de ouvires o texto, lê todos os itens apresentados. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição

CD 2 Faixa 2

1. As afirmações que se seguem são todas falsas. Corrige-as, evitando recorrer à afirmação ou negação das frases fornecidas (48 pontos) a) Os registos recolhidos por Michel Giacometti reportavam-se a músicas com poucos anos. _____________________________________________________________________________________________ b) Giacometti gravou pessoas de todas as condições sociais. _____________________________________________________________________________________________ c) Os registos áudio de Giacometti versavam sobre a vida social e pessoal dos portugueses. _____________________________________________________________________________________________ d) A figura de Giacometti intimidava aqueles de quem fazia esta recolha de costumes. _____________________________________________________________________________________________ 2. Completa as frases seguintes.

(72 pontos)

a) Durante 30 anos, Giacometti ________________________________________________________________ b) O país dos anos 60 __________________________________________________________________________ c) O progresso tinha como consequência _______________________________________________________ d) Este homem era visto _______________________________________________________________________ e) Giacometti também vivenciou _______________________________________________________________ f) Giacometti recolheu ___________________________________ e ___________________________________ 3. Identifica os sinónimos das palavras seguintes: a) fixas _____________________________________________ b) próxima _________________________________________ c) conivência _______________________________________ d) iniciativa _________________________________________ e) encanto __________________________________________

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(40 pontos)

4. Deteta as oito palavras incorretas neste excerto e corrige-as.

(40 pontos)

Para Giacometti, essa necessidade de registar insere-se numa visão mais restrita daquilo que é o património social de um povo e cedo se torna claro que, para além das gravações em áudio, onde fica guardada a música mas igualmente os sons do trabalho no campo (os chamamentos usados pelos pastores para manter o prado na linha ou o barulho das faias agrícolas que marcam o ritmo agrário tanto como o musical), é essencial criar um modo coerente de registar igualmente as fendas, as mezinhas populares para parar esta ou aquela maleita, as superstições e outros complementos daquilo a que chamamos cultura popular, para além dos registos fonográficos, a que Giacometti também se dedicará. _________________________________ – _________________________________ _________________________________ – _________________________________ _________________________________ – _________________________________ _________________________________ – _________________________________ __________________________________– __________________________________ _________________________________ – _________________________________ _________________________________ – _________________________________ _________________________________ – _________________________________ 2.a Audição Depois da segunda audição, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 5 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 3 GiloVicente – Farsatomar de Inês Pereira Enquanto ouves, podes notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição (

Link: Portugal Passado – Gil Vicente)

1. Ouve o programa radiofónico da TSF, Portugal Passado, de António Jorge Branco, sobre Gil Vicente e assinala como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações seguintes. (130 pontos)

 a) No século XVI, o reino português encontrava-se em dificuldades financeiras.  b) Reinava D. Manuel I.  c) Podemos afirmar com toda a certeza que Gil Vicente nasceu em Guimarães.  d) A esposa de Gil Vicente chamava-se Branca Cordeira.  e) Pensa-se que terá tido várias profissões, ourives, médico, mestre da balança.  f) Terá deixado a sua profissão de ourives para se dedicar à escrita de peças teatrais.  g) A primeira peça de Gil Vicente intitula-se «Monólogo das Vacas».  h) A 7 de junho de 1502 nasceu o príncipe D. João e nasceu também o teatro em Portugal.  i) D. Leonor é irmã do príncipe D. João e tia de D. Manuel I.  j) Em 1521, há luto e júbilo pela morte de D. Manuel I e ascensão ao trono de D. João III, respetivamente.

 k) Vicente criou várias figuras representativas da sociedade quinhentistas, que figuraram em comédias, moralidades e farsas.

 l) Em 1536, escreve «Floresta de Verdades», última peça teatral conhecida.  m) Há coincidência entre a data provável da morte de Gil Vicente e o estabelecimento da Inquisição em Portugal.

1.1 Corrige as afirmações falsas. 2.a Audição Depois da segunda audição, verifica com cuidado as tuas respostas.

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(70 pontos)

Teste de compreensão do oral 6 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 3 GiloVicente – Farsatomar de Inês Pereira Enquanto ouves, podes notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição (

Link: Nós e os Clássicos)

Ouve uma primeira vez e com atenção o programa Nós e os Clássicos, da autoria da jornalista Filipa Melo, emitido na SIC Notícias, a 30/4/2011. 1. Identifica:

(30 pontos)

a) Nomes dos entrevistados (2) ___________________________________________________________________ b) Local __________________________________________________________________________________________ c) Pinturas do século _____________________________________________________________________________ d) Nome da exposição ____________________________________________________________________________ e) Artistas contemporâneos de ___________________________________________________________________ 2. Para cada item (de 2.1 a 2.5), seleciona a opção correta.

(70 pontos)

2.1 Gil Vicente teve liberdade para escrever textos escandalosos porque eram representados em (A) momentos de exceção. (B) episódios importantes para a corte. (C) momentos litúrgicos. (D) batizados e casamentos. 2.2 Este tipo de teatro que representa o «mundo às avessas» (A) é caso isolado em Portugal. (B) tem paralelo na Europa. (C) só acontece em França. (D) só acontece em Portugal e em França. 2.3 O título Auto dos Físicos advém (A) de ter sido representado numa terça-feira gorda. (B) de ter sido representado numa quarta-feira de Penitência. (C) de ter no seu elenco feiticeiras. (D) de ter no seu elenco médicos.

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2.4 É difícil conhecer profundamente o teatro de Gil Vicente porque (A) tem uma obra vasta e complexa. (B) cada personagem tem densidade psicológica. (C) é o primeiro dramaturgo europeu. (D) escreveu novelas, comédias, tragicomédias, entre outros. 2.5 Gil Vicente é um homem do Renascimento, dado que é (A) além de dramaturgo, encenador. (B) tanto músico como ator. (C) uma figura completa. (D) não só intelectual como também ourives. 2.6 As temáticas de Gil Vicente (A) são invenção só sua. (B) são comuns à Europa. (C) esgotam-se em duas peças. (D) são muito simbólicas. 2.7 Nós e o teatro de Gil Vicente, numa palavra: (A) intelectual. (B) parodial. (C) paradoxal. (D) principal. 3. Assinala como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações seguintes.

(60 pontos)

 a) O contexto de trabalho de Gil Vicente determina o tom excessivo e desbragado.  b) A capacidade de nos rirmos de nós próprios torna-nos humanos.  c) A sátira tende à ideia do Bem e do Mal.  d) A obscenidade justifica-se porque está integrada numa caricatura.  e) No «mundo às avessas» o Parvo é a voz da loucura.  f) A sátira em Gil Vicente é corrosiva e azeda. 3.1 Corrige as afirmações falsas. 2.a Audição Depois da segunda audição, verifica com cuidado as tuas respostas.

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(40 pontos)

Teste de compreensão do oral 7 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 4 Luís Camões – Rimas Enquanto o de ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição

CD 2 Faixa 3

Ouve com atenção a notícia «O skate voador de Regresso ao Futuro está quase pronto para descolar», da autoria da jornalista Marisa Soares, publicada no jornal Público. 1. Preenche o seguinte quadro, indicando cinco características do skate.

(50 pontos)

Características do skate 1. 2. 3. 4. 5. 2. Para cada item (de 2.1 a 2.5), seleciona a opção correta, de acordo com o sentido do texto que ouviste. (80 pontos) 2.1 Na ficção, o primeiro skate voador pertenceu a (A) Martin Fly. (B) Martin McFly. (C) Marty McFly. (D) Marcus McFly. 2.2 A entrega dos primeiros skates vendidos está prevista para (A) 21 de outubro de 2014. (B) 21 de outubro de 2015. (C) outubro de 2014. (D) outubro de 2015. 2.3 Através da forma verbal sublinhada em «Henderson estima que esta tecnologia pode ter várias aplicações», a jornalista transmite uma ideia de (A) possibilidade. (B) certeza. (C) estranheza. (D) dúvida. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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2.4 O objetivo principal deste texto é (A) levar o consumidor a adquirir o skate voador. (B) descrever o skate voador. (C) informar sobre um acontecimento da atualidade. (D) apresentar uma apreciação crítica sobre o Hendo Hoverboard. 2.5 A linguagem utilizada no texto é (A) totalmente objetiva, com recurso a uma linguagem técnica. (B) maioritariamente objetiva. (C) totalmente subjetiva, utilizando termos valorativos. (D) maioritariamente subjetiva. 2.a Audição 3. Ordena (utilizando os números de 1 a 7) as seguintes temáticas, de acordo com a sua sequência no (70 pontos) texto. Nome da empresa criadora do skate e designação do skate.

  Opinião de Greg Henderson sobre a aplicação futura desta tecnologia noutras áreas.  Referência à campanha para angariar fundos.  Apresentação do skate.  Data prevista para a entrega das primeiras vendas.  Características do skate.  Declarações de Greg Henderson, diretor da empresa Arx Pax.

No final, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 8 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 4 Luís Camões – Rimas Enquanto o de ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição (

Link: O Livro do Dia)

Ouve com atenção a rubrica «O Livro do Dia TSF», transmitida pela estação radiofónica TSF. 1. As afirmações que se seguem contêm informações incorretas. Deteta-as e corrige-as.

(100 pontos)

(A) A obra de Camões tem sido, ao longo dos tempos, alvo de leituras diversificadas, desde mitológicas a fantasistas. _____________________________________________________________________________________________ (B) A primeira publicação da obra Camões e a viagem iniciada foi em 1980. _____________________________________________________________________________________________ (C) A obra apresentada classifica-se como um opúsculo, pois é um estudo da poesia de Camões. _____________________________________________________________________________________________ (D) Na expressão «É um livro já com muitas vidas», o locutor utiliza uma hipérbole para sugerir que a obra já foi publicada dezasseis vezes e que agora conta com mais uma edição. _____________________________________________________________________________________________ (E) No contexto, a expressão «até se jubilar» é antónima de «até se aposentar». _____________________________________________________________________________________________ (F) Camões é visto como um poeta que aceita uma visão tradicionalista e retrógrada do mundo. _____________________________________________________________________________________________ (G) Na sua poesia, Camões valoriza muito mais a fé do que a experiência. _____________________________________________________________________________________________ (H) O poeta lírico e épico mostra ser mais um poeta de convicções do que de dúvidas. _____________________________________________________________________________________________ (I) Para Camões, é impossível associar a sexualidade ao amor espiritual. _____________________________________________________________________________________________ (J) A obra camoniana constitui uma continuidade com a poesia tradicional, ao nível da perceção do mundo. _____________________________________________________________________________________________

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2.a Audição 2. Para cada item (de 2.1 a 2.5), seleciona a opção correta, de acordo com o sentido do texto que ouviste. (100 pontos) 2.1 O tema abordado é (A) a poesia lírica de Camões. (B) a poesia épica e lírica de Camões. (C) a nova edição do ensaio «Camões e a viagem iniciática». (D) a nova edição poética «Camões e a viagem iniciática». 2.2 «Camões e a viagem iniciática» introduz uma novidade: (A) o estudo de cartas de amor de Camões. (B) o estudo de chaves de leitura da sua obra. (C) o estudo de cartas de amor para Camões. (D) o estudo de cartas de Camões. 2.3 A expressão «um poeta à frente do seu tempo» classifica Camões como (A) um modernista na escrita. (B) um modernista na expressão do amor. (C) um pioneiro na visão do mundo moderno. (D) um pioneiro na visão do mundo a descobrir. 2.4 No final, o locutor refere, por ordem, (A) o título da obra, o nome do autor e o número da edição. (B) o título da obra, o nome do autor e a editora que a publicou. (C) o número da edição, o título da obra e o nome do autor. (D) o título da obra, o nome do autor, o número da edição e a editora que a publicou. 2.5 A intenção comunicativa deste programa é (A) divulgar o nome do Professor Hélder Macedo. (B) divulgar a poesia de Camões. (C) informar e divulgar a nova edição do ensaio escrito por Hélder Macedo. (D) apresentar o ensaio Camões e a viagem iniciática. No final, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 9 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 5 Luís de Camões – Os Lusíadas

Antes de ouvires o texto, lê todos os itens. Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.a Audição

CD 2 Faixa 4

Ouve com atenção o artigo «O Colombiano que Cultiva Leitores», da autoria de Ricardo Viel, publicado na revista literária Blimunda. 1. Preenche o seguinte quadro com alguma informação sobre a vida de Martín Murillo Gómez.

(100 pontos)

Tópicos de escuta

Informação

a. Local de nascimento/Naturalidade b. Idade c. Cidade para onde se mudou d. Projeto de vida e. Nome do local onde iniciou o seu projeto f. Meio de transporte utilizado para levar livros g. Número de livros com que iniciou o seu projeto h. Origem dos livros que empresta i. Género literário dos livros que escreve j. Tempo que dedica ao seu projeto

2.a Audição 2. Para cada item (de 2.1 a 2.5), seleciona a opção correta, de acordo com o sentido do texto que ouviste. (100 pontos) 2.1 O título do texto inclui uma (A) metáfora. (B) metonímia. (C) hipérbole. (D) personificação.

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2.2 Promover o hábito de leitura por prazer é encarado pelo «emprestador de livros» como (A) um desafio e uma forma de passar o tempo. (B) uma missão com fins lucrativos. (C) um desafio e uma missão. (D) uma missão e uma forma de conhecer novos locais. 2.3 Com a sua carreta ambulante, Murrillo partilha os livros (A) no Parque Bolívar. (B) por toda a cidade de Cartagena de Índias. (C) por toda a cidade de Cartagena de Índias e áreas limítrofes. (D) por quase toda a Colômbia. 2.4 Murrillo transmite a sua experiência de forma (A) impessoal e racional. (B) pessoal e emocionalmente contida. (C) pessoal e racional. (D) impessoal e objetiva. 2.5 O objetivo principal deste texto é (A) narrar a história de Murrillo. (B) promover a importância da leitura. (C) promover a importância de emprestar livros. (D) promover a participação de cada um em projetos deste género. No final, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 10 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 5 Luís Camões – Os Lusíadas Enquanto o de ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes do visionamento, lê todos os itens apresentados. Toma notas ou responde diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.o Visionamento (

Link: Belém e o Padrão dos Descobrimentos)

1. Assinala com um X as 10 alíneas cuja informação não é transmitida neste vídeo.

(100 pontos)

 (A) A «Exposição do mundo português» foi promovida no período áureo do regime de Salazar.  (B) A «Exposição do mundo português» localizava-se na freguesia de Belém, na cidade e distrito de Lisboa.

 (C) A «Exposição do mundo português» localizava-se junto ao Mosteiro dos Jerónimos até ao rio Tejo.

 (D) A Exposição continha pavilhões temporários construídos em estuque, daí terem apelidado Lisboa «a cidade das ilusões».

 (E) A Exposição continha pavilhões temporários construídos em estuque, daí terem apelidado Lisboa «a cidade das luzes».

 (F) Reminiscências da exposição são a Estação fluvial, a Praça do Império, o Museu de Arte Popular, o espelho de água e o Padrão dos Descobrimentos.

 (G) O Padrão dos Descobrimentos tinha uma estrutura de ferro e cimento e ostentava esculturas de 33 figuras, algumas com 7 e 9 metros.

 (H) O monumento foi construído em oito meses.  (I) O Padrão dos Descobrimentos foi alvo de elogios por parte de Fernando de Pamplona.  (J) O Padrão dos Descobrimentos tornou-se a síntese do espírito da exposição do mundo português.  (K) No final da exposição, o Padrão foi desmontado.  (L) O Padrão foi desmontado em 1958, por ordem de Salazar.  (M) A ideia de uma reconstrução definitiva do Padrão dos Descobrimentos surge vinte anos depois da «Exposição do mundo português», aquando da celebração do quinto aniversário da morte de D. Henrique.

 (N) O Padrão foi reerguido em 1960 em estrutura de betão armado com 50 metros de altura.  (O) Na praça do Padrão encontra-se, no pavimento, uma rosa-dos-ventos em pedra mármore oferecida pela União da África do Sul.

 (P) A rosa-dos-ventos foi desenhada pelo arquiteto Luís Cristiano da Silva. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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 (Q) Como uma nau a desbravar os mares, leva consigo as figuras mais significativas da História de Portugal dos séculos XV e XVI.

 (R) Entre as figuras contam-se Luís de Camões, Bartolomeu Dias e D. Filipa de Lencastre.  (S) O objetivo do Padrão era consagrar os autores dos descobrimentos, por isso havia que incluir uma síntese de figuras históricas onde o dinamismo e o movimento dos corpos se projetassem a partir de Belém, no sentido de partida para além-mar.

 (T) Outro objetivo é homenagear Vasco da Gama pela descoberta do caminho marítimo para a Índia.

 (U) Nos anos 80, é construído no interior do Padrão um Centro Cultural, mas já sem qualquer simbolismo.

 (V) Este centro cultural foi inaugurado pelo Presidente da República.  (W) O Centro Cultural tem um auditório com centenas de lugares, três salas de exposição, miradouro aberto num terraço e acessível ao público, com várias iniciativas culturais.

 (X) O auditório tem lugar para 101 pessoas. 2. Arquitetonicamente, o padrão tem várias partes constituintes. Indica-as, completando o texto abaixo. (40 pontos) O monumento «à gesta portuguesa» representa uma a) ____________________ ladeada por duas b) ____________________ que se reúnem numa c) ____________________ onde se destaca a figura do Infante D. Henrique; nas rampas desfilam em apoteose figuras d) ____________________ relacionadas com os e) ____________________; sobre as velas ergue-se um f)____________________ decorado nas faces laterais pelas g) ____________________ h) ___________________da época das Descobertas; a toda a altura do monumento ergue-se uma enorme i) ____________________ decorada com a Cruz de j) ____________________. 3. O simbolismo está presente em toda esta obra. Especifica-o relativamente a algumas partes (60 pontos) constituintes. Elementos

Simbolismo a. __________________________________________________;

1. Padrão virado para o Tejo.

b. __________________________________________________. a. __________________________________________________; b. __________________________________________________;

2. A enorme espada esculpida.

c. ___________________________________________________. 3. As esculturas das 33 personalidades.

a. __________________________________________________.

No final, verifica com cuidado as tuas respostas.

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Teste de compreensão do oral 11 https://www.youtube.com/watch?v=MBoHACWlv2w www.rtp.pt (inserir no CD de recursos)N.o ________ Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ Antes de ouvires o texto, lê todos os itens com atenção. Unidade 6 Reportagem Enquanto o ouves, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Antes de veres a reportagem da rubrica «Futuro Hoje», da SIC, lê todos os itens apresentados. Enquanto a vês, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.o Visionamento (

Link: Futuro Hoje)

1. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F).

(72 pontos)

 a) O tema da reportagem é o grafeno.  b) Os dois investigadores portugueses ligados ao projeto financiado pela União Europeia são Nuno Peres (da Universidade do Minho) e João Lopes dos Santos (da Universidade do Porto).

 c) As duas datas relevantes para o tema da reportagem são 1959 e 2004.  d) A vantagem que o material poderá trazer aos carros elétricos são baterias mais leves, que carregam em muito tempo.

 e) A descoberta permite eletrónica transparente.  f) O objetivo principal das grandes empresas é produzir o grafeno em pequenas quantidades e a um preço acessível.

1.1 Corrige as afirmações falsas. 2. Escolhe a opção correta.

(30 pontos) (30 pontos)

2.1 A intenção comunicativa inerente a este tipo de texto é (A) apresentar diferentes pontos de vista sobre uma temática. (B) informar e divulgar sobre uma temática. (C) comentar criticamente uma temática. (D) hierarquizar ideias sobre uma temática. 2.2 A informação veiculada pela reportagem é (A) objetiva, pois o uso da primeira pessoa é dominante. (B) subjetiva, pois o uso da terceira pessoa é dominante. (C) maioritariamente subjetiva, pois contempla vários pontos de vista. (D) objetiva e subjetiva, pois alterna entre o uso da primeira e terceira pessoas.

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2.3 A perspetiva final dos intervenientes relativamente ao apoio de instituições portuguesas é de (A) insatisfação pelo pouco apoio dado aos projetos. (B) compreensão pela falta de verbas para os projetos. (C) agradecimento pelo apoio prestado aos projetos. (D) angústia pelo pouco apoio dado aos projetos. 3. Assinala com uma X a(s) opção/opções correta(s). 3.1 Quatro marcas características desta reportagem são

(20 pontos)

 (A) a multiplicidade de intervenientes.  (B) a objetividade e a síntese.  (C) o uso da 1. e 3. pessoas.  (D) o comentário crítico.  (E) o encadeamento lógico dos tópicos tratados.  (F) o desenvolvimento de um tema atual e específico. a

a

3.2 Quatro características do produto revolucionário são

(24 pontos)

 (A) a flexibilidade.  (B) a textura.  (C) a resistência.  (D) a película bidimensional.  (E) as propriedades mecânicas.  (F) a leveza. 3.3 As áreas que o componente referido poderá revolucionar são

 (A) a energia.  (B) a informática.  (C) a silvicultura.  (D) a saúde.  (E) a arquitetura.  (F) a biologia. 2.o Visionamento Depois do segundo visionamento, verifica com cuidado as tuas respostas.

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(24 pontos)

Teste de compreensão do oral 12 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 6 Documentário Antes de veres parte do episódio «Parkour, a arte de nos deslocarmos», do documentário Artes de Rua da RTP 2, lê todos os itens apresentados. Enquanto o vês, podes tomar notas ou responder diretamente neste enunciado. Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 1.o Visionamento (

Link: Parkour, a arte de nos deslocarmos)

1. Indica se as seguintes afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F).

(100 pontos)

 a) Os termos para definir parkour são geralmente: «fenómeno cultural, desporto, atividade urbana, exercício de invasão ou a arte de nos deslocarmos».

 b)O parkour foi criado por David Belle, em Lisses (França), no início da década de 1990.  c) As imagens apresentadas na introdução da temática poderão sugerir uma ideia errada do parkour: que provoca receio nas pessoas que observam os praticantes e na população em geral.

 d)As imagens apresentadas nesta primeira parte pretendem dar uma perspetiva pessoal do parkour.

 e) Os dois primeiros intervenientes iniciaram esta atividade de forma solitária.  f) Os testemunhos de José Gama e João Gonçalves têm como objetivo motivar para a prática de parkour.

 g) O testemunho do fisioterapeuta pretende contrariar o que foi dito sobre preparação física.  h)Segundo José da Gama, o primeiro objetivo de um traceur é estar apto fisicamente para poder fazer face aos obstáculos.

 i) José Gama afirma que «O parkour tem a potencialidade de ser praticado em paisagens

urbanas e rurais, mas é sobretudo nas cidades que se encontram os praticantes», dando a entender que o meio urbano tem mais adrenalina para os praticantes.

 j) A afirmação anterior pretende ainda dizer que o parkour deve ser praticado sobretudo em centros mais urbanos e por pessoas mais novas.

1.1 Corrige as falsas.

(50 pontos)

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2. Escolhe a opção correta:

(18 pontos)

2.1 Parkour é uma atividade praticada atualmente (A) por um número crescente de adultos à escala nacional. (B) por um número crescente de jovens à escala nacional. (C) por um número crescente de jovens à escala mundial. (D) por um número crescente de adultos à escala mundial. 2.2 O genérico do documentário remete para (A) um conjunto de atividades interiores e exteriores, que é suportado pelo título da série (Artes de Rua). (B) um conjunto de atividades exteriores, que é suportado pelo título da série (Artes de Rua). (C) um conjunto de atividades exteriores decorativas, que é suportado pelo título da série (Artes de Rua). (D) um conjunto de atividades exteriores radicais, que é suportado pelo título da série (Artes de Rua). 3. Assinala com uma X a(s) opção/ opções correta(s): 3.1 Três marcas características deste documentário são

(20 pontos)

 (A) a objetividade e a síntese.  (B) a multiplicidade de intervenientes.  (C) o encadeamento lógico dos tópicos tratados.  (D) a proximidade com o real.  (E) a dimensão narrativa.  (F) o desenvolvimento de um tema atual e específico. 3.2 O documentário envolve o espectador através

 (A) da espectacularidade das imagens.  (B) do testemunho entusiasmado da população.  (C) dos locais de prática.  (D) da paisagem mostrada.  (E) da voz-off.  (F) da banda sonora. 2.o Visionamento Depois do segundo visionamento, verifica com cuidado as tuas respostas.

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(12 pontos)

Teste de avaliação 1 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 1 Poesia Trovadoresca

Grupo I Texto A Lê o poema seguinte. [Levou-s’a louçana,] levou-s’a velida [Levou1-s’a louçana2,] levou-s’a velida2: vai lavar cabelos3, na fontana4 fria. Leda5 dos amores, dos amores leda.

5

[Levou-s’a velida,] Levou-s’a louçana: vai lavar cabelos, na fria fontana. Leda dos amores, dos amores leda. Vai lavar cabelos, na fontana fria: passou seu amigo, que lhi bem queria. Leda dos amores, dos amores leda.

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Vai lavar cabelos, na fria fontana: passa seu amigo, que a muit’amava. Leda dos amores, dos amores leda. Passa seu amigo, que lhi bem queria: o cervo6 do monte a augua volvia. Leda dos amores, dos amores leda. Passa seu amigo, que a muit’amava: o cervo do monte volvia a augua. Leda dos amores, dos amores leda. Pero Moego in Elsa Gonçalves, A Lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 268

1

Levou-se: levantou-se. 2 Louçana / Velida: bela, formosa. 3 Cabelos: símbolo da sensualidade feminina. 4 Fontana: fonte. 5 Leda: feliz, contente. 6 Cervo: veado, símbolo do ardor amoroso.

1. Relativamente ao sujeito lírico, compara esta cantiga com as outras cantigas de amigo estudadas na sequência da lírica trovadoresca. (15 pontos) 2. Caracteriza a personagem que aparece no poema. Fundamenta a tua resposta com dois exemplos retirados do texto. (15 pontos) Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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3. Tendo em conta a simbologia de «cervo» (v. 14 e v. 17), apresenta uma interpretação possível para a (15 pontos) última cobla da cantiga. 4. Faz a caracterização formal desta cantiga, tendo em conta a constituição estrófica, o esquema rimático e a presença do paralelismo. (15 pontos)

Texto B Atenta na seguinte entrada de «Cantigas de Amigo».

5

As Cantigas de Amigo apresentam esquemas rítmicos breves de 2-3-4 versos entretecidos de estruturas paralelísticas e com refrão. Estas poesias «narrativizadas» ocultam, através de uma simbologia ligada aos elementos da natureza, os sentimentos mais profundos da donzela. As cantigas podem ser em forma de diálogo: a donzela fala com os elementos da natureza (o mar, as árvores, a fonte, o cervo, o papagaio) ou seres humanos (a mãe, as amigas ou as confidentes). In http://cvc.instituto-camoes.pt (consultado em 26/12/2014 – destacado dos autores)

5. A partir desta entrada, e fazendo apelo à tua experiência de leitura, redige uma exposição escrita, explicando a importância dos símbolos nas Cantigas de Amigo. Deves contemplar três aspetos simbólicos e referir exemplos de algumas cantigas estudadas. Escreve um texto de setenta a cento e vinte palavras. (40 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

O Poeta D. Dinis

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O que me proponho é lembrar o rei D. Dinis como o grande representante português de uma riquíssima produção lírica que reuniu personalidades poéticas de diversos quadrantes e distintas origens sociais na Península Ibérica, ao longo de um século e meio da nossa Idade Média. E é a homenagem modesta, mas sentida, de quem há mais de duas décadas procura sensibilizar jovens estudantes para a beleza das cantigas dos trovadores e, no início de cada ano, continua a constatar que, interrogados sobre nomes dos poetas medievais que escreveram cantigas em galego-português, respondem apenas, invariavelmente, D. Dinis. As gerações mais novas, alunos do Ensino Secundário e universitários, não deixam pois de reconhecer e evocar o seu nome, associado à cantiga sobre as flores de verde pinho. A posição consolidada que o rei ocupa no cânone escolar e na história literária ainda continua a dar os seus frutos. D. Dinis foi um poeta cuja atividade se situou, como sabemos todos, entre 1279 e 1325. […] O corpus reparte-se pelos três géneros poéticos canónicos definidos na Arte do Trovar: cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio e maldizer. […] As suas cantigas apresentam ora um tecido retórico e esquemas verbais próprios do registo culto, ora uma elaboração que as aproxima da poesia popular, nomeadamente o uso do refrão e das múltiplas variantes do esquema paralelístico. É o trovador com o maior número de composições poéticas conservadas e transmitidas até aos nossos tempos […], não sendo alheios a esse facto seguramente a sua condição social, mas também o prestígio e a qualidade das suas cantigas. […]

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A sua apetência pela cultura, e pelas Letras tinha […] um sentido coletivo, porque D. Dinis não era apenas um aristocrata letrado, era rei, e essa condição régia determina que ele encare a transmissão do conhecimento e da cultura entre os seus súbditos como uma missão de relevo. […] Cremos […] que a apreciação do valor artístico da poesia do nosso rei deverá ser complementada com uma avaliação mais integrada dos seus projetos culturais. Destes fazem parte a instauração de estudos superiores no reino, a proteção da língua portuguesa, a renovação da tradição poética trovadoresca e a preservação da memória histórica. […] In http://dspace.uevora.pt, comunicação de Elisa Nunes Esteves, «Congresso Internacional Dom Dinis.750 anos do seu nascimento», Sociedade de Geografia de Lisboa, de 6 a 9 de outubro de 2011 (consultado em 26/12 /2014, texto adaptado)

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a (35 pontos) opção escolhida. 1.1 Na expressão «uma riquíssima produção lírica que reuniu personalidades poéticas» (l. 2), o vocábulo sublinhado, quanto à classe de palavras, é (A) um pronome relativo com valor restritivo. (B) um pronome relativo com valor explicativo. (C) uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva. (D) uma conjunção subordinativa substantiva completiva. 1.2 O pronome sublinhado em «D. Dinis foi um poeta cuja atividade se situou» (l. 11) tem como antecedente (A) «um poeta». (B) «D. Dinis». (C) «atividade». (D) «se». 1.3 O constituinte «pelos três géneros poéticos canónicos» (l. 12) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento oblíquo. (C) complemento indireto. (D) predicativo do sujeito. 1.4 As orações «ora um tecido retórico e esquemas verbais próprios do registo culto, ora uma elaboração que as aproxima da poesia popular» (ll. 13-15) são (A) orações coordenadas explicativas. (B) orações coordenadas adversativas. (C) orações coordenadas disjuntivas. (D) orações coordenadas copulativas. 1.5 O constituinte «o trovador com o maior número de composições poéticas» (l. 16) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) complemento oblíquo. (C) complemento indireto. (D) predicativo do sujeito. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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1.6 As orações «A sua apetência pela cultura, e pelas Letras tinha […] um sentido coletivo, porque D. Dinis não era apenas um aristocrata letrado» (ll. 19-20) são, respetivamente (A) oração coordenada e oração coordenada explicativa. (B) oração subordinada adverbial causal e oração subordinante. (C) oração subordinante e oração subordinada adverbial final. (D) oração subordinante e oração subordinada adverbial causal. 1.7 Na expressão «e essa condição régia determina que ele encare» (l. 20), o vocábulo sublinhado, quanto à classe de palavras, é (A) um pronome relativo com valor restritivo. (B) um pronome relativo com valor explicativo. (C) uma conjunção subordinativa causal. (D) uma conjunção subordinativa completiva. 2. Identifica os processos fonológicos que ocorreram nas seguintes palavras:

(10 pontos)

a) «louçana» (l. 1) > louçã b) «augua» (l. 14) > água 3. Justifica o uso do itálico nas expressões sublinhadas: «O corpus reparte-se pelos três géneros poéticos canónicos definidos na Arte do Trovar» (l. 11). (5 pontos)

Grupo III Lê o excerto seguinte. Os poetas e os romancistas são aliados preciosos, e o seu testemunho merece a mais alta consideração, porque eles conhecem, entre o céu e a terra, muitas coisas que a nossa sabedoria escolar nem sequer sonha ainda. São, no conhecimento da alma, nossos mestres, que somos homens vulgares, pois bebem de fontes que não se tornaram ainda acessíveis à ciência. Sigmund Freud, Delírios e Sonhos na «Gradiva» de Jensen,1907

Partindo da perspetiva exposta no excerto acima transcrito, redige uma exposição, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, em que evidencies a importância da (50 pontos) Literatura para a Humanidade. Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 2 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 1 Poesia Trovadoresca

Grupo I Texto A Lê o poema seguinte.

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Amor faz a mim amar tal senhor Amor faz a mim amar tal senhor que é mais fremosa de quantas sei, e faz-m’ alegr’ e faz-me trobador, cuidand’ em bem sempre’1; e mais vos direi: faz-me viver em alegrança, e faz-me toda via em bem cuidar2. Pois mim amor nom quer leixar e dá-m’esforc’e asperança, mal venh’a quem se d’el desasperar. Ca per amor cuid’eu mais a valer3, e os que d’el desasperados som nunca poderam nem ũu bem aver, mais4 aver mal; e por esta razom trob’eu e nom per antolhança5, mais4 pero que sei lealmente’amar. Pois mim amor nom quer leixar e dá-m’esforc’e asperança, mal venh’a quem se d’el desasperar. Cousecem mim6 os que amor nom am e nom cousecem si, vedes que mal! ca trob’e canto por senhor, de pram, que sobre quantas ojeu sei mais val de beldad’e de bem falar, e é cousida sem dultança7; atal am’eu, e por seu quer’andar. Pois mim amor nom quer leixar e dá-m’esforc’e asperança, mal venh’a quem se d’el desasperar. Airas Nunes in Elsa Gonçalves, A Lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p.309

1

Cuidand' em bem sempre: pensando sempre na recompensa de amor (que hei de receber). 2 v. 6: e faz-me pensar constantemente no bem (que hei de obter). 3 v. 10: pois por causa do amor penso ter mais mérito. 4 Mais: mas. 5 Antolhança: capricho, ambição. 6 Cousecem mim: censuram-me. 7 vv. 21-24: porque trovo e canto por uma senhora que é, inegavelmente, superior a quantas hoje eu conheço, em beleza e em bem falar, e é admirada sem reserva. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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1. Compara os efeitos do Amor sobre o sujeito lírico e sobre os outros trovadores. Fundamenta a tua (20 pontos) comparação com elementos textuais. 2. Explica o sentido dos versos «Cousecem mim os que amor nom am / e nom cousecem si, vedes que (20 pontos) mal!» (vv. 19-20) e esclarece a quem se dirigem. 3. Identifica e explicita o valor do recurso expressivo presente nos seguintes versos «ca trob'e canto por senhor, de pram, / que sobre quantas oj'eu sei mais val / de beldad'e de bem falar» (vv. 21-23).

(20 pontos)

Texto B A ciência por detrás de um beijo Um beijo é um «toque de lábios, pressionando ou fazendo leve sucção, geralmente em demonstração de amor, gratidão, carinho, amizade», de acordo com o que nos diz o dicionário. Mas a filematologia, a ciência que estuda o beijo, tem muito mais que se lhe diga. 5

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Cerca de 90 por cento da espécie humana comunica através do beijo, mas ele é muito mais do que o contacto entre lábios. É que é através de um beijo, por exemplo, que se escolhe o parceiro […], diz-nos Margarida Braga, do Departamento de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, citando um estudo […] realizado, sobre as diferenças de género em relação ao ato de beijar. Esta distinção entre homem e mulher está relacionada com o nome que se dá à ciência do beijo – a filematologia. […] «Pensa-se que cabe às fêmeas escolher o seu parceiro para procriar e que têm obrigação filogenética de encontrar um bom companheiro», explica a docente. Mas afinal de onde vem o beijo? Existe pelo menos uma explicação que pode esclarecer a sua origem. […] Margarida Braga refere-nos uma teoria apontada: «Existem teorias de que o beijo tem a ver com a alimentação boca a boca, como as aves, em que a mãe deposita com o seu bico a comida no bico da ave. Mas já há desafios a esta tese. De alguma forma os cuidados maternais passam muito pelo beijo, de ensinar à criança a importância desta manifestação». […]

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Sabe-se, resumindo, que a estimulação cerebral causada por um beijo leva à produção de oxitocina, noradrenalina, dopamina e serotonina (influenciam o humor, ansiedade, sono e alimentação) […]. Além disso, sabe-se que o beijo tem vários benefícios. Um deles está relacionado com uma forma de combate à depressão, facto que, de acordo com a docente, ainda não está comprovado totalmente. Com um ósculo, um sinónimo para este ato, baixam-se os níveis de cortisol, uma hormona que rege a resposta ao stresse do nosso organismo, sendo que é considerado um calmante natural. Beijar faz ainda com que o nosso sistema imunitário fique reforçado, visto que ele aumenta a sua atividade. Transmitimos vírus através deste contacto físico e por isso se promove «uma espécie de defesa e um fator de equilíbrio homeostático entre nós e o ambiente», refere Margarida Braga. Este reforço é conseguido não apenas através da composição dos fluidos de um beijo, mas também a nível central, pois o cérebro tem a capacidade de equilibrar este sistema.

In http://www.ciencia20.up.pt, por Renata Silva (publicado em 2/7/2012 – consultado em novembro de 2014, texto adaptado)

4. Identifica o tema dominante no texto.

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(20 pontos)

5. Transcreve exemplos que ilustrem as marcas de género do texto expositivo: a) linguagem objetiva sem tecer juízos de valor; b) terceira pessoa gramatical e o presente do indicativo; c) uso predominante de frases declarativas;

(20 pontos)

d) articuladores do discurso.

Grupo II Lê o texto seguinte.

Como se passava o tempo na Idade Média

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Na Idade Média ainda não havia relógios e o tempo corria devagar. […] Muitos passatempos tinham o duplo fim de servirem como entretenimento e como forma de fornecer alimentos ou desenvolver a perícia militar. […]. Uma das grandes ocupações era a caça, um passatempo com várias funções e fins práticos. O senhor das terras caçava para se distrair, para eliminar os animais que destruíam as suas colheitas e para se alimentar. Servia-se de falcões para descobrir e matar a caça pequena e tinha também a sua própria matilha de cães. […] Os senhores abastados organizavam festas sumptuosas nas salas do castelo. […] Os festejos e as refeições duravam horas e eram animados pelos artistas de então: momos, acrobatas, prestidigitadores e os imprescindíveis bobos da corte. O bobo da corte tinha por principal tarefa divertir o rei e os seus convidados. Por vezes, havia mesmo macacos ou ursos que também executavam números de entretenimento. Senhores e damas da corte passavam horas a jogar xadrez, gamão e dados. Jogar às cartas também se tornou muito popular a partir do século XIII. Nas cortes dos senhores feudais, os trovadores cantavam o amor dos cavaleiros pelas suas damas e narravam feitos heroicos, destacando a bravura dos cavaleiros. Os trovadores tocavam música e cantavam os dois grandes temas que eram o amor e a guerra. Os poemas que escreviam eram cantados em festas pelos jograis ou menestréis, que se faziam acompanhar por instrumentos musicais como a viola em arco, a harpa ou o alaúde. Os trovadores compunham canções de cruzada, pastorais, trovas populares e inventaram o amor cortês do cavaleiro dedicado à sua dama. Tratava-se de uma espécie de paixão secreta com regras rigorosas. A identidade da pessoa amada devia ser mantida em segredo e regra geral tratava-se de uma mulher casada. Daí que o amor fosse um amor proibido. […] O som envolvente do alaúde, trazido do Médio Oriente, servia de pano de fundo ao canto dos trovadores. Os músicos mais hábeis conseguiam dedilhar complicadas melodias com os cinco pares de cordas dos instrumentos. […] Também as festas e as feiras eram um motivo de distração e por isso mesmo sempre aguardadas com expetativa. […] As grandes feiras tinham habitualmente lugar no dia das festas dos santos. Os mercadores montavam as suas barracas com as mercadorias trazidas de lugares distantes e vendiam especiarias, tecidos e vidros. Havia uma grande variedade de comida ao dispor de todos e consumiam-se grandes quantidades de cerveja e vinho. Animavam as feiras, com as suas exibições, os acrobatas, malabaristas e músicos. […] Caça, falcoaria, jogos de xadrez, música e poesia trovadoresca, banquetes e serões, na Idade Média foram inventadas muitas formas de passar o tempo, no tempo em que o tempo ainda não tinha ponteiros de horas, minutos e segundos. In http://www.cm-castromarim.pt, por Maria João Freitas (consultado em dezembro de 2014, texto adaptado)

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1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos) 1.1 Ao longo do texto, a autora transmite a ideia de que a noção de tempo na Idade Média é (A) experienciada de forma semelhante à da atualidade. (B) experienciada de forma diferente à da atualidade. (C) inexistente porque não havia relógios. (D) experienciada de forma mais rápida. 1.2 O entretenimento na Idade Média (A) tem uma função lúdica e útil. (B) serve o desenvolvimento da caça e da guerra. (C) cumpre o objetivo de ocupar os mais abastados. (D) era destinada aos artistas. 1.3 Os passatempos naquele tempo eram (A) monótonos, mas para todos. (B) destinados só aos mais ricos, mas diversificados. (C) diversificados e para todos. (D) só em ocasiões especiais e para todos. 1.4 Os dias de festa dos santos eram aguardados com ansiedade porque (A) as pessoas eram muito religiosas. (B) os ricos davam de comida aos pobres. (C) havia festas e mercados. (D) todos podiam frequentar a corte. 1.5 A forma verbal «distrair» (l. 5) encontra-se no (A) gerúndio. (B) imperativo. (C) particípio. (D) infinitivo. 1.6 A forma verbal «destacando» (l. 16) encontra-se no (A) gerúndio. (B) imperativo. (C) particípio. (D) infinitivo. 1.7 A forma verbal «trazido» (l. 23) encontra-se no (A) gerúndio. (B) imperativo. (C) particípio. (D) infinitivo. 110

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2. Classifica as orações na frase: «Havia uma grande variedade de comida ao dispor de todos e consumiam-se grandes quantidades de cerveja e vinho.» (ll. 29-30) (10 pontos) 3. Identifica a função sintática do constituinte sublinhado em «Animavam as feiras, com as suas exibições, os acrobatas, malabaristas e músicos.» (ll. 30-31) (5 pontos)

Grupo III Se para uma minoria de pessoas há sempre tempo para tudo, mesmo para ajudar os outros, atualmente, para muitos, a falta de tempo é um obstáculo para a sua vida pessoal e social. Num texto bem estruturado, redige uma exposição, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, abordando a temática da vivência do tempo da sociedade contemporânea. (50 pontos)

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 3 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 2 Fernão Lopes – Crónica de D. João I

Grupo I Texto A Lê o seguinte excerto do capítulo 11 da Crónica de D. João I.

Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló1 foi Alvoro Paaez e muitas gentes com ele.

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O Page do Meestre que estava aa porta, como lhe disserom que fosse pela vila segundo já era percebido2, começou d’ir rijamente3 a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes, braadando pela rua: – Matom o Meestre! matom o Meestre nos Paaços da Rainha! Acorree ao Meestre que matam! E assi chegou a casa d’ Alvoro Paaez que era dali grande espaço4. As gentes que esto ouviam, saiam aa rua veer que cousa era; e começando de falar uũs com os outros, alvoraçavom-se nas voontades5, e começavom de tomar armas cada uũ como melhor e mais asinha6 podia. Alvoro Paaez que estava prestes7 e armado com ũa coifa8 na cabeça segundo usança daquel tempo, cavalgou logo a pressa em cima duũ cavalo que anos havia que nom cavalgara; e todos seus aliados com ele, braadando a quaes quer9 que achava dizendo: – Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre, ca filho é deI-Rei dom Pedro. E assi braadavom el e o Page indo pela rua. Soaram as vozes do arroido10 pela cidade ouvindo todos braadar que matavom o Meestre; e assi como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo de11 marido, se moverom todos com mão armada12, correndo a pressa pera u deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar13 morte. Alvoro Paaez nom quedava d’ir pera alá14, braadando a todos: – Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê! […] A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam pelas ruas principaes, e atrevessavom logares escusos15, desejando cada uũ de seer o primeiro; e preguntando uũs aos outros quem matava o Meestre, nom minguava16 quem responder que o matava o Conde Joam Fernandez, per mandado da Rainha. E per voontade de Deos todos feitos duũ coraçom com talente17 de o vingar, como forom aas portas do Paaço que eram já çarradas18, ante que chegassem, com espantosas palavras começarom de dizer: – U matom o Meestre? que é do Meestre? Quem çarrou estas portas? Fernão Lopes, Crónica de D. João I, edição crítica de Teresa Amado, Lisboa, Seara Nova/Comunicação, 1980, cap. 11, p. 95 1

Aló: então. 2 Percebido: combinado. 3 Rijamente: energicamente, depressa. 4 Era dali grande espaço: era longe dali. 5 Alvoraçavom-se nas vontades: excitavam-se os ânimos. 6 Asinha: rapidamente. 7 Prestes: pronto, preparado. 8 Coifa: parte da armadura que cobria a cabeça. 9 Quaes quer: quaisquer. 10 Arroido: ruído. 11 Em logo de: em lugar de. 12 Com mão armada: com armas na mão. 13 Escusar: evitar. 14 Nom quedava d’ir pera alá: não parava de ir para lá; continuava a dirigir-se para lá.

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Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Indica qual o estratagema concertado entre o pajem e Álvaro Pais bem, explicitando o seu objetivo. (15 pontos)

2. Refere duas reações do povo lisboeta. Ilustra a tua resposta com exemplos textuais.

(15 pontos)

3. Fernão Lopes tenta legitimar o Mestre de Avis como o melhor sucessor ao trono português. Retira do texto um exemplo que comprova esta afirmação.

(15 pontos)

4. Identifica o recurso expressivo e o seu valor no contexto do excerto: «Soaram as vozes do arroido pela cidade ouvindo todos braadar» (l. 13). (15 pontos)

Texto B Lê o texto seguinte.

5

«Em frases curtas», Fernão Lopes «ilumina as figuras, enreda-as nas teias do amor ou do ódio, faz andar e ferver as multidões». […] «Escrivão de ofício», Fernão Lopes «temperou uma linguagem própria capaz de se elevar tanto ao discurso moral e filosófico como à informação económica, à intriga política, ao marulhar da multidão e ao encadeamento e ordenação da história» […]. Linguagem que, sublinha [António Borges Coelho], «mergulha no português primitivo, mas é já um primeiro grande momento do português moderno». A sua atualidade reside aí, na mestria e na plasticidade com que trabalhou a língua portuguesa, tornando «a frase [...] próxima da fala». Frase que, «mesmo presa no papel, tem som». Maria João Pinto «Fernão Lopes, cronista para todos os tempos», in Diário de Notícias (19/12/2007). (disponível em http://www.dn.pt/inicio/interior, consultado em dezembro de 2014) (texto adaptado)

5. Explicita, fazendo apelo à tua experiência de leitura, de que forma a escrita de Fernão Lopes demonstra a realidade descrita, fundamentando a tua resposta em três aspetos relevantes da obra do cronista. Escreve uma exposição entre setenta a cento e vinte palavras.

(40 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

5

Em menos de uma década o estudo da obra de Fernão Lopes e da atmosfera cultural em que o cronista a produziu tem sido objeto de uma pesquisa inovadora que nos permitiu uma maior aproximação do pensamento e da mentalidade quatrocentista, revelando-nos aspetos até aqui mal conhecidos da sua escrita. A mitologia política que se criou em torno de D. João I […] e o franciscanismo, que está na sua origem, acusam a presença de um messianismo associado à figura do rei, que antecipa, a uma distância de dois séculos, o mito de D. Sebastião. […] Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Atenta às novas metodologias da narratologia e do que elas representam na análise do texto, Teresa Amado coloca de novo o problema da veracidade histórica em função do ponto de vista do narrador como sujeito da enunciação, tomando em conta a informação documental e erudita que, ao longo dos anos, tem vindo a atestar o rigor da referencialidade do cronista nos seus aspetos pontuais. […] Da extensa obra de Fernão Lopes, Teresa Amado elege a Crónica de D. João I como objeto do seu trabalho, pela razão óbvia de ser esta uma das suas crónicas mais acabadas e aquela que mais gloriosamente perdura no imaginário nacional como expressão do patriotismo português. O afeto, a emoção e a objetividade jogam neste texto com maior intensidade do que na Crónica de D. Fernando […]. De passagem, Teresa Amado aponta a indiciação de fatores psicológicos, qual a reação excessiva de D. João I ante os amores de uma dama de sua casa e o seu camareiro real, e regista ainda o choro, ou a ausência dele, como um indicativo importante no retrato de certas figuras. Esta capacidade do cronista para dar num breve traço, num gesto, numa fala, numa forma de conduta, o caráter da personagem, aponta já a qualidade do narrador, que é também um fino psicólogo e sabe utilizar as artes de ficcionista para captar os móbeis de ação das figuras do seu drama histórico. Luís de Sousa Rebelo «Recensão crítica a Fernão Lopes Contador de História. Sobre a Crónica de D. João I, de Teresa Amado», in Revista Colóquio/Letras, n.o 129/130, julho de 1993, pp. 275-276 (texto adaptado e com supressões)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação correta. (35 pontos) 1.1 Com a expressão «acusam a presença de um messianismo associado à figura do rei» (ll. 5-6) Luís de Sousa Rebelo pretende afirmar que «a mitologia política […] e o franciscanismo» (ll. 4-5) (A) dilataram tal ideia. (B) reprimiram tal ideia. (C) criaram tal ideia. (D) renegaram tal ideia. 1.2 Com a expressão «fino psicólogo» (l. 20) pretende afirmar-se que Fernão Lopes era um (A) psicólogo amador com dificuldade em narrar os sentimentos das personagens. (B) atento observador e com dificuldade em narrar os sentimentos das personagens. (C) atento observador e narrador dos sentimentos das personagens aristocratas. (D) atento observador e narrador dos sentimentos das personagens. 1.3 O determinante «sua», (l. 4) refere-se (A) a Teresa Amado. (B) ao leitor. (C) a Fernão Lopes. (D) à mentalidade quatrocentista. 1.4 Na expressão «tem vindo a atestar» (l. 10) apresenta-se (A) uma certeza. (B) uma possibilidade. (C) uma necessidade. (D) um processo continuado. 114

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1.5 A forma verbal «jogam» (l. 14) tem como significado (A) brincam. (B) concorrem. (C) articulam-se. (D) prendem-se. 1.6 O valor semântico do advérbio «já» (l. 20) é de (A) afirmação. (B) tempo. (C) modo. (D) inclusão. 1.7 Os processos fonológicos ocorridos em OPERA- > obra são respetivamente os seguintes: (A) sonorização e síncope. (B) sonorização e apócope. (C) apócope e vocalização. (D) vocalização e síncope. 2. Divide a frase seguinte e classifica as orações daí resultantes.

(5 pontos)

«A mitologia política que se criou em torno de D. João I e o franciscanismo, que está na sua origem, acusam a presença de um messianismo associado à figura do rei.» (linhas 4-5) 3. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão seguinte.

(5 pontos)

«como objeto do seu trabalho» (ll. 11-12). 4. Indica qual o processo de formação da palavra sublinhada.

(5 pontos)

«A informação na época de Fernão Lopes era retirada dos documentos guardados na Torre do Tombo. Atualmente a informática é um suporte valioso na pesquisa de documentação.»

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Grupo III No excerto da Crónica de D. João I, que leste no Grupo I, faz referência ao que a força, gerada pelo coletivo, é capaz. Redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, na qual refiras a importância que a coletividade assume para a melhoria da sociedade e humanidade atuais, tal como a reivindicação da aplicação dos direitos humanos. (50 pontos)

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 4 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 2 Fernão Lopes – Crónica de D. João I

Grupo I Texto A Lê o seguinte excerto do capítulo 148 da Crónica de D. João I.

Das tribulações que Lixboa padecia per mingua de mantiimentos

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Estando a cidade assi cercada na maneira que já ouvistes, gastavom-se os mantiimentos cada vez mais, por as muitas gentes que em ela havia, assi dos que se colherom dentro, do termo, de homeẽs e aldeãos com molheres e filhos1. Come dos que veerom na frota do Porto; e alguũs se tremetiam2 aas vezes em batees3 e passavom de noite escusamente4 contra as partes de Ribatejo, e metendo-se em alguũs esteiros, ali carregavom de triigo que já achavom prestes, per recados que ante mandavom. E partiam de noite remando mui rijamente, e algũas galees quando os sentiam viinr remando, isso meesmo remavom a pressa sobre eles; e os batees por lhe fugir, e elas por os tomar, eram postos em grande trabalhos. […] Em esto gastou-se5 a cidade assi apertadamente, que as pubricas esmolas começarom desfalecer6, e neũa geeraçom de pobres achava quem lhe dar pam [...]. Na cidade nom havia triigo per vender, e se o havia, era mui pouco e tam caro que as pobres gentes nom podiam chegar a ele; […] e começarom de comer pam de bagaço d’azeitona, e dos queijos das malvas e raizes d’ervas, e doutras desacostumadas cousas, pouca amigas da natureza; e taes i havia que se mantiinham em alféloa7. No logar u costumavom vender o triigo, andavom homeẽs e moços esgravatando a terra; e se achavom alguũs grãos de triigo, metiam-nos na boca sem teendo outro mantiimento; outros que se fartavom d’ervas, e beviam tanta agua, que achavom mortos homeẽs e cachopos jazer inchados nas praças e em outros logares. [...] Andavom os moços de tres e de quatro anos pedindo pam pela cidade por amor de Deos, como lhe ensinavam suas madres, e muitos nom tiinham outra cousa que lhe dar senom lagrimas que com eles choravom que era triste cousa de veer; e se lhes davom tamanho pam come ũa noz, haviam-no por grande bem. [...] Toda a cidade era dada a nojo8, chea de mezquinhas querelas9, sem nenuũ prazer que i houvesse: uũs com gram mingua do que padeciam; outros havendo doo10 dos atribulados; e isto nom sem razom, ca se é triste e mezquinho o coraçom cuidoso nas cousas contrairas que lhe aviinr podem, veede que fariam aqueles que as continuadamente tam presentes tiinham? Pero com todo esto, quando repicavom, nenuũ nom mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus ẽmigos11. Esforçavom-se uũs por consolar os outros, por dar remedio a seu grande nojo, mas nom prestava conforto de palavras, nem podia tal door seer amansada com nenũas doces razões; e assi como é natural cousa a mão ir ameúde onde see12 a door, assi uũs homeẽs falando com outros, nom podiam em al departir13 senom em na mingua que cada uũ padecia. Ora esguardae14 como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem neũa certa feúza15 de seu livramento, como veviriam em desvairados cuidados que sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom que depois veo, poboo bem aventuirado, que nem soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro16 de taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue de cedo abreviar doutra guisa, como acerca ouvirees17. Fernão Lopes, Crónica de D. João I, edição crítica de Teresa Amado, Lisboa, Seara Nova/Comunicação, 1980, capítulo 148, pp. 193-199 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Homeẽs e aldeãos com molheres e filhos: tanto dos aldeãos da Região de Lisboa que se recolheram dentro dos muros da cidade com mulheres e filhos. 2 Tremetiam: metiam, embarcavam. 3 Batees: batéis. 4 Escusamente: em segredo. 5 Gastou-se: consumiu-se. 6 Desfalecer: faltar. 7 Alféloa: melaço. 8 Nojo: tristeza. 9 Mezquinhas querelas: discussões banais. 10 Doo: dó, pena. 11 Ẽmigos: inimigos. 12 See: esteja. 13 Departir: conversar. 14 Esguardae: olhai, vede. 15 Feúza: confiança. 16 Quinhoeiro: participante. 17 Acerca ouvires: os castelhanos puseram fim ao cerco devido à peste que atingiu as suas tropas.

Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Relaciona o título do capítulo com o conteúdo do excerto, indicando igualmente o acontecimento histórico que motivou as tribulações passadas pela população de Lisboa. (20 pontos) 2. Tendo em conta a afirmação de uma crescente identidade coletiva que é evidente no excerto, explica o sentido das linhas 24-28. (20 pontos) 3. Explicita o assunto e objetivos das reflexões no último parágrafo.

(20 pontos)

Texto B Lê a seguinte cantiga. A maior coita que eu vi sofrer

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A maior coita1 que eu vi sofrer d’amor a nulh’home2, des que naci, eu mi a sofro; e já que est assi, meus amigos, assi veja prazer!, gradesc’a3 Deus que mi faz a maior coita do mundo haver por mia senhor. E bem tenh’eu4 que faço gram razom5 da maior coita muit’a Deus gracir6, que m’El dá por mia senhor, que servir hei mentr’eu7 viver: mui de coraçom8 gradesc’a Deus que mi faz a maior coita do mundo haver por mia senhor. E por maior hei eu, per bõa fé9, aquesta10 coita de quantas fará Nostro Senhor, e por maior mi a dá de quantas fez; e pois que assi é, gradesc’a Deus que mi faz a maior coita do mundo haver por mia senhor, pois que mi a faz haver pola melhor dona de quantas fez Nostro Senhor. Fernão Velho A 260, B 437, V

1

Coita: sofrimento. 2 Nulh’home: ninguém. 3 Gradesc’a: agradecer. 4 Tenh’eu: achar, considerar. 5 Fazer razom: proceder bem, agir com sensatez. Gracir: agradecer. 7 Mentr’eu: enquanto. 8 De coraçom: sinceramente. 9 Per boa fé: fórmula de juramento (realmente, por Deus). 10 Aquesta: esta. 6

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4. Identifica o tema dominante da cantiga e classifica-a. Justifica a tua resposta.

(20 pontos)

5. Faz a análise formal da cantiga.

(20 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

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Pergunta-se Fernão Lopes, a certa altura, na Crónica de João I: «Que logar nos ficaria pera a fremusura e afeitamento das palavras, pois todo o nosso cuidado em isto despeso1, nom abasta pera ordenar a dura verdade?» A pergunta ecoa em várias direções. Em parte, é do próprio ofício do cronista que fala Fernão Lopes. E define este «narrar a história» como um «ordenar a nua verdade». Por outro lado, porquê a pergunta? Se tal indagação2 sobre o «logar» da «a fremusura e afeitamento das palavras» fosse consensual, Fernão Lopes não se veria na obrigação de repeti-la. Neste sentido, a questão parece dirigida ao trobar medieval, ao passado, a uma sociedade onde a literatura não se define como um campo separado da festa e do quotidiano e onde a «nua verdade» sequer se apresenta como um problema. A interrogação do cronista põe, então, em diálogo essas duas culturas: a medieval, trovadoresca; e a moderna, histórica. A sua questão fala também de um triunfo: o da nua verdade sobre a formosura. O da «certidom das estórias» sobre o «afeitamento das palavras». O da História sobre a Literatura, tal como se passa a defini-las sobretudo a partir dos séculos XIV e XV. E Fernão Lopes, mais do que o narrador da Dinastia de Avis e dos seus triunfos, cronista da «nacionalidade» portuguesa, é o cronista desse triunfo da Verdade sobre a Formosura. Triunfo de uma «escrita com certidom de verdade» tal como o narram as crónicas de Fernão Lopes. Se a um leitor de hoje parecem mais do que naturais a sua preocupação com a «certidom das estorias» e o seu desinteresse pela «fremosura e novidade de palavras», Fernão Lopes não espera idêntica reação daqueles a quem se dirige. De contrário, para quê o aviso? Qual a necessidade de defender a certeza e não a formosura como critério de avaliação para o seu texto? A verdade e não o deleite como alvo da crónica? E, do confronto entre o seu «escrever verdade sem outra mestura» e «os compostos e afeitados razoamentos que muito deleitom aqueles que ouvem» sai vitorioso Fernão Lopes. Neste enlace da prosa com a subjetividade, a história e o «poboo» português, com a certidom e não com a fremosura, decreta-se a morte do trovar medieval e entra em vigor uma literatura que se especializa em ocultar-se enquanto «afeiçom» e «afeitamento» e apresentar «em suas obras clara certidom de verdade». Em apresentar-se como «nua verdade» e negar-se enquanto escritura e ficção. E porque poderia esta «nua verdade» causar tamanha surpresa aos leitores da Crónica de D. João I a ponto de Fernão Lopes necessitar deste longo prólogo para, assim, firmar com eles um novo pacto de leitura? Antes de mais nada, porque a sua prosa histórica vem romper um outro pacto. As regras que norteavam a poética trovadoresca e o caráter desinvidualizado e homogéneo as cantigas e narrativas exemplares medievais desapareceram. E são substituídos por um jogo menos lúdico, por uma ciência menos «gaia»3 e mais «verdadeira». Flora Sussekind «Fernão Lopes: literatura, mas com certidão de verdade» In Revista Colóquio/ Letras, n.o 81, setembro de 1984, pp. 5-15 (texto adaptado) 1

Despeso: diminuído. 2 Indagação: pesquisa, investigação. 3 Gaia: jovial, alegre.

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1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma (35 pontos) afirmação correta. 1.1 Segundo Flora Sussekind, Fernão Lopes justifica-se no prólogo porque os seus contemporâneos (A) não concordariam com a sua abordagem histórica. (B) continuavam marcados pela tradição medieval. (C) teriam dificuldades em perceber a mudança de estilo e paradigma. (D) acreditavam que a verdade deveria ser «enfeitada». 1.2 Na perspetiva geral e aceite pela autora, Fernão Lopes quer (A) seguir a tradição literária, aproveitando-a para contar a «nua verdade». (B) quebrar com a tradição literária, contando apenas a «nua verdade» dos acontecimentos. (C) seguir a tradição literária, mas imprimindo-lhe um estilo próprio. (D) quebrar com a tradição literária, misturando a «nua verdade» com os «afeiçoamentos» medievais. 1.3 No contexto em que ocorre, a palavra «formosura» (l. 21) significa (A) beleza. (B) perfeição. (C) verdade. (D) incerteza. 1.4 A expressão «O da História sobre a Literatura» (l. 13) tem como referente a palavra (A) «afeitamento» (l. 13). (B) «triunfo» (l. 12). (C) «narrador» (l. 14). (D) «cronista» (l. 15). 1.5 Na expressão «poderia esta “nua verdade” causar» (l. 28), apresenta-se uma (A) possibilidade. (B) permissão. (C) necessidade. (D) probabilidade. 1.6 Os processos fonológicos ocorridos em «fremosura» > formosura são os seguintes: (A) metátese e dissimilação. (B) crase e vocalização. (C) metátese e assimilação. (D) palatalização e sonorização. 1.7 No último período do segundo parágrafo, o uso dos dois pontos introduz (A) uma citação. (B) uma enumeração. (C) uma frase no discurso direto. (D) uma explicação. 120

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2. Divide a frase em orações e classifica-as.

(5 pontos)

«a questão parece dirigida ao trobar medieval, ao passado, a uma sociedade onde a literatura não se define como um campo separado da festa e do quotidiano» (ll. 7-9). 3. Indica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada.

(5 pontos)

Flora Sussekind considera Fernão Lopes um narrador exímio. 4. Indica qual o processo de formação da palavra sublinhada.

(5 pontos)

Ao procurar informação sobre Fernão Lopes num sítio em linha, abri uma janela para um documento sobre a Crónica de D. João I.

Grupo III

5

«[…] muitas vezes nos interrogamos sobre o papel desta ou daquela pessoa na nossa vida. Quando as coisas correm mal, a tentação é evitar os que nos magoam ou deixam perplexos. […] Em todo o caso, estas pessoas fazem-nos falta para conhecermos os nossos limites, para crescermos, para sabermos como lidar com a frustração e para nos fortalecermos interiormente. Na verdade nunca apetece ter rivais ou opositores mas, em muitos casos, é nas alturas mais adversas e com as pessoas difíceis que aprendemos a fazer caminho e conseguimos ir mais longe.» Laurinda Alves, «Ninguém é uma ilha», in Revista XIS, outubro de 2004, p. 1

Com base no texto acima transcrito, redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, na qual reflitas sobre a importância que os outros têm na nossa vida, na construção da nossa personalidade e da nossa experiência pessoal. Não te esqueças de fundamentar os argumentos apresentados com exemplos ilustrativos. (50 pontos)

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 5 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 3 Gil Vicente – A farsa de Inês Pereira

Grupo I Texto A Lê o o texto seguinte: Entra logo Inês Pereira e finge que está lavrando só em casa, e canta esta cantiga: Quien con veros pena y muere qué hará cuando no os viere?1

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Falado: Renego deste lavrar2 e do primeiro que o usou ao diabo que o eu dou que tam mau é d’aturar. Oh Jesu que enfadamento e que raiva e que tormento que cegueira e que canseira. Eu hei de buscar maneira dalgum outro aviamento3. Coitada assi hei d’estar encerrada nesta casa como panela sem asa4 que sempre está num lugar. E assi hão de ser logrados dous dias amargurados que eu posso durar viva e assi hei d’estar cativa em poder de desfiados5. Antes o darei ao diabo que lavrar mais nem pontada já tenho a vida cansada de jazer sempre dum cabo6. Todas folgam e eu não todas vem e todas vão onde querem senam eu. Ui que pecado é o meu ou que dor de coração? Esta vida é mais que morta

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sam eu coruja ou corujo ou sam algum caramujo que nam sai senão à porta? E quando me dão algum dia licença como a bugia que possa estar à janela é já mais que a Madanela quando achou a aleluia.7 Vem a Mãe da igreja e não na achando lavrando diz: Logo eu adevinhei lá na missa onde eu estava como a minha Inês lavrava a tarefa que lhe eu dei. Acaba esse travesseiro. Ui naceu-te algum unheiro ou cuidas que é dia santo? Inês Praza a Deos que algum quebranto me tire de cativeiro. Mãe Toda tu estás aquela. Choram-te os filhos por pão? Inês Prouvesse a Deos que já é rezão de nam estar tam singela. Mãe Olhade lá o mau pesar8 como queres tu casar com fama de preguiçosa? Inês Mas eu mãe sam aguçosa e vós dais-vos de vagar9. Mãe Ora espera assi vejamos. Inês Quem já visse esse prazer. Mãe Cal-te que poderá ser que ante Páscoa vem os Ramos10. Nam te apresses tu Inês maior é o ano que o mês.

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Quando te nam percatares11 virão maridos a pares e filhos de três em três. Inês Quero-m’ora alevantar. Folgo mais de falar nisso assi Deos me dê o paraíso mil vezes que nam lavrar12. Isto nam sei que o faz.

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Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. II, direção científica de José Camões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 559-561 1

vv. 1-2: quem com ver-vos pena e morre / que fará quando vos não vir? 2 v.3: odeio costurar. 3 Aviamento: solução. 4 v. 14: compara-se a objeto sem utilidade. 5 vv. 19-20: prisioneira a fazer travesseiros de franjas. 6 vv. 23-24: Já estou cansada de estar no mesmo sítio. 7 vv. 3438: quando me deixam ir à janela, pensam que sou mais feliz que Madalena quando viu Cristo ressuscitado. 8 v. 52: como tu estás! Esses teus pensamentos despropositados (para a época). 9 vv. 55-56: afirma que também ela se quer casar depressa, mas a Mãe está a levar muito tempo em consenti-lo. 10 vv. 60-61: dá tempo ao tempo. 11 v. 63: quando menos esperares… 12 vv. 66-68: prefiro falar de casamento do que costurar.

1. Insere o excerto na estrutura interna da obra e apresenta, resumidamente, o seu assunto. (20 pontos)

2. Explicita o estado de espírito de Inês Pereira. Fundamenta a tua resposta com três citações do texto. (20 pontos)

3. Atenta na primeira fala da mãe. Identifica e esclarece o valor do recurso expressivo que a percorre. (20 pontos)

Texto B The Interview («Uma Entrevista de Loucos»)

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Depois de toda esta «novela» em torno do seu lançamento e dos eventuais conflitos internacionais sugeridos nos órgãos de comunicação social, uma questão reside. Será The Interview merecedor da nossa atenção? A resposta é definitivamente: não! Eis a típica comédia grosseira de Hollywood, um aluno sobredotado da escola «humorística» de Judd Apatow, que faz uso da sua aprendizagem, para se lançar na sátira. O problema é que nem James Franco, nem Seth Rogen, as duas mentes «brilhantes» por trás deste The Interview, conseguem de todo incutir essa mesma vertente. O resultado é uma desastrosa cronologia de ideias que formam no seu todo uma propaganda norte-americana. […] Dois jornalistas […] são recrutados pela CIA para assassinar o líder supremo do governo coreano, Kim Jong-un (interpretado de forma divertida e credível por Randall Park), através de uma entrevista televisiva. Para conduzir esse debate crítico aos diferentes regimes políticos, o duo prefere instalar-se como «merceeiro» e vender a sua própria ideologia. Aqui a democracia «à americana» é a grande fantasia do género, acabando em happy-ending […]. The Interview ainda possui outra grande fraqueza: não consegue divertir – é enfadonho, no sentido em que todas as suas piadas […] são farsas egocêntricas de ambas as estrelas convertidas em pseudoativistas. Até mesmo o ritmo narrativo é dilacerado por esta vingança pessoal e pela imensidão da cultura pop norte-americana, ao invés da astúcia na sua crítica (até o díptico «Ases pelos Ares», de Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Jim Abrahams, tem mais cérebro do que isto). Como ponto positivo: […] o rapper Eminem é um must, que por si só resultaria numa curta-metragem, talvez mais engraçada do que todo o filme, ou o ator Randall Park, que consegue fazer de Kim Jong-un uma personagem por quem realmente nos preocupamos. […] O melhor – Randall Park e Eminem. O pior – querendo-se vender como propaganda americana, a verdade é que é um filme para não ser levado a sério. Ridículo, incoerente, enfadonho e fantasioso. In http://www.c7nema.net, Hugo Gomes (consultado em dezembro de 2014, texto adaptado)

4. Indica o tema desenvolvido no texto, justificando.

(20 pontos)

5. Indica duas características do discurso de uma apreciação crítica e transcreve exemplos textuais que as ilustrem. (20 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

Teatro académico de Gil Vicente – Universidade de Coimbra (1290)

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O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) é uma estrutura da Universidade de Coimbra. Inaugurado em 1961, a sua missão cultural, artística e educativa tem-se desenvolvido ao longo dos anos entre a sociedade e a Universidade, assumindo o seu caráter de exceção cultural no território português, por ser o único edifício teatral universitário do país. O TAGV, remodelado em 2003, é um polo de conhecimento e formação artística. Enquanto espaço destinado à prestação de um serviço público, oferece uma programação regular e diversificada, integrando Coimbra nas redes nacionais e internacionais nos domínios do teatro, da dança, da música e do cinema. [A Universidade de Coimbra] é fundada em 1290 em Lisboa por iniciativa do rei D. Dinis. Faz parte do escasso lote de quinze universidades ativas na Europa, no final do século XIII. Após um período de alternância entre as cidades de Lisboa e Coimbra, a transferência definitiva ocorre em 1537, pela mão de D. João III. Como sede da única universidade portuguesa, tem-se considerado Coimbra, ao longo dos séculos, um importante polo cultural, tendo a norma culta desta cidade exercido grande influência no saber linguístico dos estudantes, os quais acabariam por influenciar os povos de outros espaços geográficos. Em 2013, a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia – foi inscrita pela UNESCO na Lista do Património Mundial.[…] In http://www.tagv.pt

(consultado em dezembro de 2014, texto adaptado)

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1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos)

1.1 Na expressão «a sua missão cultural» (l. 2), o vocábulo sublinhado, quanto à classe de palavras, é (A) um pronome. (B) um determinante. (C) um adjetivo. (D) uma conjunção. 1.2 Na expressão «grande influência no saber linguístico dos estudantes» (ll. 14-15), o vocábulo sublinhado, quanto à classe de palavras, é um (A) verbo. (B) nome. (C) adjetivo. (D) advérbio. 1.3 O constituinte «uma estrutura da Universidade de Coimbra» (l. 1) desempenha a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) modificador apositivo do nome. (D) predicativo do sujeito. 1.4 O constituinte «remodelado em 2003» (l. 5) desempenha a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) modificador apositivo do nome. (D) predicativo do sujeito. 1.5 O constituinte «regular e diversificada» (ll. 6-7) desempenha a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) modificador apositivo do nome. (D) predicativo do sujeito. 1.6 O constituinte «portuguesa» (l. 13) desempenha a função sintática de (A) complemento do nome. (B) modificador restritivo do nome. (C) modificador apositivo do nome. (D) predicativo do sujeito.

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1.7 «um importante polo cultural» (l. 14) desempenha a função sintática de (A) predicativo do complemento direto. (B) complemento direto. (C) complemento do nome. (D) predicativo do sujeito. 2. Identifica os processos fonológicos que ocorreram nas seguintes palavras:

(15 pontos)

a) «falade» > falai b) «nostro» > nosso c) «espertei» > despertei

Grupo III Texto A A partir do estudo da Farsa de Inês Pereira, redige uma exposição, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, relacionando o quotidiano de uma jovem no século XVI com o de uma jovem de hoje em dia. (50 pontos)

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 6 Nome ____________________________________________ Ano __________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 3 Gil Vicente – Farsa de Inês Pereira

Grupo I Texto A Lê o seguinte texto. Pero Marques E que val aqui ũa destas?1 Inês Pereira Oh Jesu que Jão das Bestas2 olhai aquela canseira3. 285

Assentou-se com as costas pera elas e diz:

255

260

Eu cuido que não estou bem. Mãe Como vos chamam amigo? Pero Eu Pero Marques me digo como meu pai que Deos tem. Faleceu perdoe-lhe Deos que fora bem escusado e ficámos dous heréus perém meu é o morgado4. Mãe De morgado é vosso estado? Isso veria dos céus5.

290

295

6

265

270

275

280

Pero Mais gado tenho eu já quanto e o mor de todo o gado digo maior algum tanto e desejo ser casado prouguesse ao spírito santo com Inês que eu me espanto quem me fez seu namorado. Parece moça de bem e eu de bem er também7. Ora vós ide lá vendo se lhe vem milhor ninguém8 a segundo o que eu entendo. Cuido que lhe trago aqui peras da minha pereira hão d’estar na derradeira9. Tende ora Inês por i10, Inês E isso hei de ter na mão? Pero Deitai as peas no chão.

300

305

310

Inês As perlas pera enfiar três chocalhos e um novelo e as peas no capelo11 e as peras onde estão? Pero Nunca tal me aconteceu. Algum rapaz mas comeu que as meti no capelo e ficou aqui o novelo e o pentem nam se perdeu. Pois trazi’-as de boa mente. Inês Fresco vinha o presente com folhinhas borrifadas. Pero Nam qu’elas vinham chentadas cá no fundo no mais quente12. Vossa mãe foi-se, ora bem. Sós nos deixou ela assi13 quant’eu quero-me ir daqui não diga algum demo alguém14. Inês E vós que havíeis de fazer nem ninguém que há de dizer? O galante despejado15. Pero Se eu fora já casado doutra arte havia de ser como homem de bom recado16. Inês Quam desviado este está17. Todos andam por caçar suas damas sem casar e este tomade-o lá18. Pero Vossa mãe é lá no muro? Inês Minha mãe eu vos seguro que ela venha cá dormir. Pero Pois senhora quero-m’ir antes que venha o escuro.

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Pero Inda nam tendes candea24.

315

Inês E nam cureis mais de vir.

320

Pero Virá cá Lianor Vaz veremos que lhe dizeis.\ Inês Homem nam aporfieis que nam quero nem me praz19. Ide casar a Cascais. Pero Nam vos anojarei mais inda que saiba estalar20 e prometo nam casar até que vós nam queirais21. Estas vos são elas a vós anda homem a gastar calçado e quando cuida que é aviado escarnefucham de vós22. Nam sei se fica lá a pea pardeos bô ia eu à aldea23. Senhora cá fica o fato. Inês Olhai se o levou o gato.

325

330

335

340

345

350

Ponho per cajo que alguém vem como eu vim agora e vos acha só a tal hora parece-vos que será bem25? Ficai-vos ora com Deos çarrai a porta sobre vós com vossa candeazinha e sicais sereis vós minha entonces veremos nós. Inês Pessoa conheço eu que levara outro caminho26. Casai lá com um vilanzinho mais covarde que um judeu27. Se fora outro homem agora e me topara a tal hora estando assi às escuras falara-me mil doçuras ainda que mais nam fora.

Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. II, direção científica de José Camões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 568-571 1

v. 251: para que serve isto (a cadeira)? 2 v. 252: que simplório. 3 v. 253: a atrapalhação de Pero Marques para se sentar (provavelmente nunca teria visto aquele objeto). 4 Morgado: entenda-se «mor gado» (a maior parte do gado). A Mãe entende que ele tinha herdado um «morgado». 5 v. 263: isso seria ouro sobre azul, ou seja, perfeito. 6 v. 264: tenho gado que sobeja. 7 v. 272: eu também sou homem de bem. 8 v. 274: não há ninguém melhor para ela do que eu. 9 v. 278: devem estar debaixo das outras coisas. 10 v. 279: (referindo-se ao capuz) segurai isto. 11 vv. 282-284: cómico de situação e de caráter: depois de tirar tudo do capuz do gabão (contas de vidro [perlas], chocalhos, um novelo, peias [cordas para segurar os animais]), não encontra as peras. 12 vv. 292-295: jogo de palavras: Inês diz que o presente vinha fresco (novo, bom). Pero entende o sentido literal do adjetivo e responde que vinham quentes, pois vinham no fundo do capelo. 13 v. 297: interessada que o casamento se concretize, a Mãe deixa-os sozinhos. 14 vv. 298-299: vou-me embora, não se lembre alguém de inventar algo ruim sobre mim. 15 v. 302: o atrevimento do galante. 16 v. 305: homem sério, honesto, decente. 17 v. 306: desabafo de Inês: como é atrasado, antiquado, retrógrado (dá-se a ideia da mudança social que estaria a ocorrer). 18 v 309: este é diferente dos outros (para pior, no entendimento de Inês), 21 pois não se aproveitou dela. 19 v. 319: Inês rejeita-o. 20 vv. 321-322: não vos incomodarei mais, embora me cause bastante dor. v. 324: enquanto não quiserdes [casar comigo]. 22 vv. 325-328: que mulheres são estas, que quando se pensa que está tudo certo/encaminhado, elas escarnecem de nós (novamente a ideia da mudança social que estaria a ocorrer). 23 v. 330: «Por Deus, que cabeça a minha». 24 v. 333: dá pela falta da candeia (vela). 25 v. 337: a simplicidade mais uma vez de Pero Marques que, apesar de ter sido rejeitado, ainda se preocupa com o bem-estar de Inês. 26 v. 344: que agiria de outra forma. 27 v. 346: compara Pero a Judeus que seriam igualmente sérios e comedidos.

1. Divide este excerto em cenas e resume o seu conteúdo.

(15 pontos)

2. Explica o relacionamento de Inês e Pero Marques, nomeadamente na forma como se comportam um com o outro neste excerto. (15 pontos) 3. Identifica o tipo de cómico presente nos versos 293 a 295, justificando a tua resposta.

(15 pontos)

4. Retira do excerto um exemplo de aparte e esclarece sobre um dos seus efeitos teatrais.

(15 pontos)

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Texto B Lê o excerto seguinte.

5

A «certos homens de bom saber» que, desconfiados da inventiva do primeiro autor português de obras dramáticas, «dovidavam… se… fazia de si mesmo estas obras, ou se as furtava de outros», consta que ocorreu um dia pô-lo [Gil Vicente] à prova encomendando-lhe a composição de uma peça sobre um tema previamente escolhido por eles: a saber, «Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube»1. Haverá talvez que agradecer-lhes a génese da engraçada farsa Inês Pereira. […] Stephen Reckert, Espírito e Letra de Gil Vicente, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 1983, p. 29

1

[…] pitoresca anedota atribuível, segundo Reváh […], à inventiva não do próprio Gil Vicente mas do seu filho e editor Luís.

5. Redige uma exposição escrita, entre setenta e cento e vinte palavras, em que comproves que a farsa se adequa e corresponde, pelo seu desenrolar e, sobretudo, pelo seu final ao mote-desafio. (40 pontos)

Grupo II

5

10

15

20

São cada vez mais as pessoas que se inscrevem em plataformas de encontros online, onde procuram a cara-metade ou, por vezes, apenas uma companhia. […] Um estudo da Pew Research […] dá a conhecer que 11 por cento dos americanos adultos já usou sites de encontros online, ou seja, um em cada dez americanos acredita que o amor pode estar escondido do outro lado do ecrã do computador. Em Portugal, não se conhecem os números, mas é certo que a procura de plataformas de encontros online tem vindo a aumentar […]. Adelaide Durão […] destaca o facto de a mulher ter todo o poder de decisão no processo […]: «Nestes tempos modernos e de conjuntura económica difícil, as pessoas são cada vez mais individualistas e optam por ficar em casa. Com a evolução da internet e o boom das redes sociais, as pessoas passam cada vez mais tempo junto ao ecrã à procura de companhia e de divertimento […]. Os portugueses estão cada vez mais independentes e assumem uma forma de vida mais descontraída e menos tradicional, o que […] reforça a importância da existência de plataformas de encontro modernas, descontraídas e fáceis de utilizar.» […] O recurso aos sites de encontro online é já prática comum em muitos países e a opinião pública tem vindo a achar estes meios cada vez mais naturais. Acrescenta que «a facilidade de acesso à Internet […] leva muita gente a procurar parceiros neste tipo de sites.» Outra vantagem trazida por esta modalidade de namoro é o desbloqueio de certos entraves: «Atrás do ecrã, as pessoas sentem-se menos constrangidas e até os mais tímidos se sentem à vontade para interagir com outra pessoa.» […] À questão de que o aumento das relações que começam na Internet poderem desvirtuar o namoro tradicional e afastar as pessoas, Adelaide Durão responde: «É precisamente o contrário. Hoje em dia sabemos novidades dos amigos ou familiares através das redes sociais. E é precisamente isso que Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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25

acontece com os relacionamentos: a internet é um bom lugar para encontrar pessoas, especialmente para estabelecer um primeiro contacto. Depois, quem procura algo mais sério aposta sempre no encontro pessoal.» In http://expresso.sapo.pt, Joana de Sousa Costa (consultado em dezembro de 2014, texto adaptado)

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.

(35 pontos)

1.1 Os estudos e os dados coincidem no que diz respeito (A) à valorização da internet enquanto meio de relacionamentos interpessoais. (B) ao entendimento de que nem todos os relacionamentos são mediatizados online. (C) ao reconhecimento do caráter duvidoso da internet nas interações humanas. (D) à certeza de que um relacionamento mais sério se pode realizar online. 1.2 A expressão «mas é certo» (l. 6) (A) especifica uma manifestação particular da controvérsia em torno dos encontros online. (B) comprova a controvérsia em torno dos encontros online. (C) enfatiza a importância crescente dos encontros online. (D) desvaloriza a importância crescente dos encontros online. 1.3 Segundo Adelaide Durão, o modo de vida atual (A) permite, sobretudo, os encontros pessoais. (B) privilegia, sobretudo, os encontros online. (C) não permite o acesso às novas tecnologias. (D) favorece as saídas sociais. 1.4 Com o uso das aspas ao longo do texto, a autora (A) introduz conclusões. (B) introduz citações. (C) destaca explicações. (D) destaca apartes. 1.5 Na frase «a opinião pública tem vindo a achar estes meios cada vez mais naturais» (ll. 15-16), os constituintes sublinhados desempenham, respetivamente, as funções sintáticas de (A) modificador apositivo do nome e predicativo do complemento direto. (B) modificador restritivo do nome e predicativo do complemento direto. (C) complemento do nome e complemento direto. (D) complemento do nome e predicativo do complemento direto.

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1.6 Na frase «a facilidade de acesso à Internet […] leva muita gente a procurar parceiros neste tipo de sites.» (ll. 17-18), os constituintes sublinhados pertencem, respetivamente, às classes de palavra do (A) pronome e determinante. (B) preposição e determinante. (C) determinante e pronome. (D) determinante e preposição. 1.7 Na frase «Depois, quem procura algo mais sério aposta sempre no encontro pessoal.» (ll. 25-26), a oração sublinhada é uma (A) subordinada substantiva relativa sem antecedente e desempenha a função sintática de sujeito. (B) subordinada substantiva relativa sem antecedente e desempenha a função sintática de complemento direto. (C) subordinada adjetiva relativa restritiva e desempenha a função sintática de sujeito. (D) subordinada adjetiva relativa restritiva e desempenha a função sintática de complemento direto. 2. Identifica os processos fonológicos que ocorreram nas seguintes palavras: a) «spírito» (v. 268) > espírito b) «tomade-o» (v. 309) > tomai-o c) «candea» (v. 353) > candeia

(15 pontos)

Grupo III Observa a seguinte imagem e redige um texto de apreciação crítica, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, sobre a mesma.

(50 pontos)

Eu não vou ter filhos. Ouvi dizer que o download demora 9 meses. In http://ilovebenerd.files.wordpress.com (consultado em dezembro de 2014) Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Teste de avaliação 7 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 4 Luís de Camões – Rimas

Grupo I Texto A Lê o poema seguinte. Aqueles claros olhos que chorando Aqueles claros olhos que chorando ficavam quando deles me partia, agora que farão? Quem mo diria? Se porventura estarão em mim cuidando? 5

10

Se terão na memória, como ou quando deles me vim tão longe de alegria? Ou se estarão aquele alegre dia que se torne a vê-los, n’alma figurando? Se contarão as horas e os momentos? Se acharão num momento muitos anos? Se falarão co as aves e cos ventos? Oh! bem-aventurados fingimentos, que nesta ausência tão doces enganos sabeis fazer aos tristes pensamentos! Luís de Camões –Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Oficinas da «Atlântida», 1953, p.190

Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Explicita a estrutura do texto quanto à organização interna e sintetiza o assunto de cada uma das partes lógicas. (15 pontos)

132

2. Infere sobre a utilização da forma verbal «ficavam» (v.2).

(15 pontos)

3. Caracteriza o estado de espírito do sujeito lírico.

(15 pontos)

4. Identifica e explicita a expressividade que a pontuação e a anáfora concedem ao poema.

(15 pontos)

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Texto B Ondados fios d’ouro reluzente Ondados fios d’ouro reluzente, que agora da mão bela recolhidos, agora sobre as rosas estendidos, fazeis que sua beleza s’acrecente; 5

10

olhos, que vos moveis tão docemente, em mil divinos raios encendidos, se de cá me levais alma e sentidos, que fôra, se de vós não fôra ausente? Honesto riso, que entre a mor fineza de perlas e corais nasce e perece, se n’alma em doces ecos não o ouvisse! S’imaginando só tanta beleza de si, em nova glória, a alma s’esquece, que fará quando a vir? Ah! quem a visse! Luís de Camões –Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Almedina,, 2005, p.164

5. Num texto expositivo, de setenta a cento e vinte palavras, e fazendo apelo à tua experiência de leitura, refere-te à representação da amada na poesia lírica de Luís de Camões, fundamentando a tua resposta em dois aspetos relevantes. (40 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

5

10

15

Efetivamente, em Camões, encontramos a aplicação de um conceito de mimese1 que nada tem de limitador. Camões tem lúcida consciência da sua radical originalidade (aliás correlacionada com a singularidade do seu destino) e afirma-o orgulhosamente não só n’Os Lusíadas, onde a rivalidade e a superação dos modelos da Antiguidade se tornam um motivo recorrente, mas também na lírica […] Isto é: promete-se uma poesia superior e diferente da de Dante e da de Petrarca – o que não é pequeno arrojo! De qualquer forma – em competição com os mestres ou aceitando o seu magistério –, a lírica camoniana é bem uma lírica da imitação: cultivou quase todos os géneros restaurados (a écloga, a elegia, a ode) e as formas fixas novas (soneto, terceto, oitava-rima, canção); traduziu ou adaptou muitos poemas de Petrarca, Bembo, Boscán, Garcilaso e outros, sem contudo deixar de lhes dar, mesmo às traduções, um cunho bem pessoal, uma vez que os conteúdos e as formas são aproveitados no sentido da expressão da sua singularidade, e não no sentido da expressão da cópia do modelo […]. Descreveu a mulher segundo as convenções temáticas e formais do petrarquismo e falou incessantemente do amor segundo o mesmo código amoroso; como a maior parte dos poetas seus contemporâneos foi neoplatónico… […] Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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20

Para Camões, as convenções poéticas e a sinceridade não são incompatíveis (como aliás nunca o são para os homens com personalidade forte). A sua poesia constitui uma prova de domínio absoluto dos materiais usados. Os códigos poéticos são uma linguagem que maneja, muitas vezes lutando com ela e transformando-a, forçando-a a dizer o que jamais tinha sido dito (o que a poesia sempre faz… quando é poesia), de tal modo que o que resulta é uma poética e uma poesia novas, inconfundíveis que, apesar disso, não deixam de ser uma expressão exemplar do dolce stil nuovo.2 Maria Vitalina Leal de Matos, Lírica de Luís de Camões – Antologia, Alfragide, Ed. Caminho, 2012, pp. 24-26 (texto adaptado) 1

Mimese: imitação. 2 Dolce stil nuovo: expressão italiana («doce estilo novo») que designa um novo movimento literário que, na segunda metade do século XIII, reagiu contra a poesia trovadoresca e introduziu novas formas poéticas.

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos)

1.1 Segundo a autora, a poesia de Camões é (A) simultaneamente uma lírica de imitação e de singularidade ao nível das formas cultivadas. (B) apenas uma lírica de imitação ao nível das formas cultivadas. (C) apenas uma lírica de originalidade ao nível do código poético utilizado. (D) simultaneamente uma lírica de imitação de grandes poetas e singular ao nível da linguagem. 1.2 Através da expressão «o que não é pequeno arrojo!» (ll. 6-7), a autora transmite (A) uma opinião. (B) um estado emocional. (C) uma explicação. (D) uma conclusão. 1.3 O uso dos dois pontos na linha 6 justifica-se por (A) anunciar uma certeza. (B) anunciar uma enumeração. (C) introduzir uma explicação. (D) introduzir uma conclusão. 1.4 Com a expressão «De qualquer forma» (l. 7), a autora introduz um nexo de (A) causalidade. (B) consequência. (C) oposição. (D) adição. 1.5 Com o uso dos parênteses (ll. 8-9), a autora (A) introduz uma enumeração acessória às ideias anteriormente expressas. (B) apresenta exemplos para defender as ideias expostas. (C) introduz uma enumeração obrigatória. (D) apresenta exemplos para reforçar/clarificar as ideias anteriormente expressas. 134

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1.6 O antecedente do pronome pessoal «lhes» (l. 10) é (A) «muitos poemas» (l. 10). (B) «muitos poemas de Petrarca, Bembo, Boscán, Garcilaso e outros» (l.10). (C) «muitos poemas de Petrarca, Bembo, Boscán, Garcilaso» (l.10). (D) «às traduções» (l. 11). 1.7 O elemento sublinhado na frase «Os códigos poéticos são uma linguagem que maneja» (l. 18) classifica-se como (A) uma conjunção subordinativa substantiva completiva. (B) um pronome relativo. (C) um pronome indefinido. (D) uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva. 2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

(15 pontos)

2.1 Classifica a oração «onde a rivalidade e a superação dos modelos da Antiguidade se tornam um motivo recorrente» (ll. 3-4). 2.2 Indica a função sintática desempenhada pela expressão «do petrarquismo» (l. 13). 2.3 A partir do conteúdo do terceiro parágrafo, constrói um campo lexical de «lírica camoniana» (ll. 7-8), apresentando cinco palavras.

Grupo III «É universalmente reconhecido que o estado da mulher na sociedade reflete o estado da própria sociedade.» «A mulher na obra camoniana», Olga Ovtcharenko, in Colóquio/Letras, n.o 125-126, julho de 1992, p. 9

Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, desenvolve uma apreciação crítica sobre a afirmação apresentada. (50 pontos) Constrói o teu texto, seguindo o plano proposto. Introdução: – apresentação do tema apresentado. Desenvolvimento: – primeiro argumento e respetiva exemplificação; – segundo argumento e respetiva exemplificação. Conclusão: – ponto de vista pessoal acerca da temática. Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integra elementos ligados por hífen (ex:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras –, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a 50 palavras é classificado com zero pontos. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Teste de avaliação 8 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 4 Luís de Camões – Rimas

Grupo I Texto A Lê o poema seguinte. Lembranças que lembrais o meu bem passado Lembranças que lembrais o meu bem passado para que sinta mais o mal presente, deixai-me (se quereis) viver contente, não me deixeis morrer em tal estado. 5

10

Mas se também de tudo é ordenado Viver (como se vê) tão descontente, Venha (se vier) o bem por acidente, e dê a morte fim a meu cuidado. Que muito melhor é perder a vida, perdendo-se as lembranças da memória, pois fazem tanto dano ao pensamento. Assi que nada perde, quem perdida a esperança traz de sua glória se esta vida há de ser sempre em tormento. Luís de Camões - Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro. J. da Costa Pimpão) Coimbra; Oficinas da «Atlântida», 1953, p.189

Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Na primeira quadra, o sujeito poético exprime uma vontade. Apresenta-a, relacionando-a com o assunto expresso na segunda estrofe. (20 pontos) 2. Este poema é de caráter autobiográfico. Confirma a veracidade desta afirmação e transcreve exemplos textuais. (20 pontos) 3. Explicita o conteúdo da última estrofe enquanto conclusão do poema.

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(20 pontos)

Texto B Lê o excerto seguinte. 450

455

460

465

470

475

Latão Nam fui eu também contigo tu e eu nam somos eu? Tu judeu e eu judeu nam somos massa dum trigo?1 Vidal Si somos juro al Deu. Latão Deixa-me falar. Já calo. Vidal Senhora há já três dias. Latão Falas-lhe tu ou eu falo? Ora dize o que dizias que foste que fomos que ias buscá-lo esgaravatá-lo. Vidal Vós amor quereis marido discreto e de viola. Latão Esta moça nam é tola que quer casar por sentido. Vidal Judeu queres-me leixar? Latão Deixo, não quero falar. Vidal Buscámo-lo. Demo foi logo2. Latão Crede que o vosso rogo vencera o Tejo e o mar. Eu cuido que falo e calo calo eu agora ou não? Ou falo se vem à mão? Nam digas que nam te falo. Inês Pereira Jesu guarde-me ora Deos nam falará um de vós? Já queria saber isso3.

480

485

490

495

500

505

Mãe Que siso Inês que siso tens debaixo desses véus4. Inês Diz o exemplo da velha5: o que nam haveis de comer dexai-o a outrem mexer6. Mãe Eu nam sei quem t’ aconselha. Inês Enfim que novas trazeis? Vidal O marido que quereis de viola e dessa sorte nam no há senam na corte que cá não no achareis7. Falámos a Badajoz8 músico discreto solteiro este fora o verdadeiro9 mas soltou-se-nos da noz10. Fomos a Villacastim11 e falou-nos em latim12: vinde cá daqui a ũa hora e trazei-me essa senhora. Inês Tudo é nada enfim13. Vidal Esperai, aguardai ora. Soubemos dum escudeiro de feição de atafoneiro14 que virá logo essora. Que fala e com’ora fala15 Estrogirá16 esta sala e tange e com’ora tange alcança quanto abrange17 e se preza bem da gala18.

Gil Vicente, As obras de Gil Vicente, vol. II, direção científica de José Camões, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001, pp. 573-575

1 v. 453: não somos iguais? 2 v. 469: fomos logo (procurá-lo). 3 v. 478: Inês está cansada de tanta conversa, sem que eles digam o que ela pretende. 4 vv. 479-480: intervenção irónica da Mãe: Que falta de juízo tens tu! 5 v. 481: lá diz a experiência (velhice = sabedoria/ experiência). 6 vv. 482-483: não metas o nariz onde não és chamada. 7 vv. 488-489: o pretendente que procuras só existe na corte (crítica social aos hábitos cortesãos). 8 Badajoz: João de Badajoz, músico da corte de D. João III. 9 vv. 492: este é o mais apropriado (de acordo com o perfil traçado por Inês). 10 v. 493: não estava interessado. 11 Villacastim: músico castelhano ao serviço da corte portuguesa. 12 v. 495: falou em linguagem pouco clara e pediu-lhes que levassem Inês à sua presença, embora as suas intenções fossem pouco claras. 13 v. 498: desabafo de Inês: tudo ficou igual (portanto sem pretendente à sua altura). 14 Atafoneiro: forte. 15 v. 503: bem-falante. 16 Estrogirá: atordoará (com o seu discurso e canto). 17 v. 506: consegue tudo o que quer. 18 v. 507: se orgulha de ser galante.

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4. Localiza o excerto na ação da obra a que pertence.

(20 pontos)

5. Explicita um dos efeitos expressivos produzidos pelos versos «Crede que o vosso rogo / vencera o Tejo e o mar» (vv. 470-471), dentro do contexto da ação. (20 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

O canto lírico

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Cantar sem desfalecimento, corresponder ao impulso primordial que as motivações humanas e sobrenaturais indicam, eis a vocação sublime do Poeta [Camões]. É, pois, com o melhor dos propósitos que o sujeito lírico se propõe cantar a doce harmonia do Amor, de modo a suscitar no «peito» mais insensível o efeito surpreendente e galvanizante de «dous mil acidentes namorados». Visando um destinatário universalizante, tal canto, compulsando as artes mágicas de «mil segredos delicados», pintará com os recursos desconcertantes da hipérbole e do oxímoro os sentimentos mais agudos: «brandas iras, suspiros magoados, / temerosa ousadia e pena ausente». Na aplicação ao destinatário particular do canto, porém, os tercetos restringem o alcance de tal pintura devido à modéstia retórica do sujeito cantor, como é timbre das convenções socioculturais da época: «Porém, para cantar de vosso gesto / a composição alta e milagrosa, / aqui falta saber, engenho e arte» [versos do soneto «Eu cantarei de amor tão docemente»]. Dedicado vassalo do Amor, o sujeito cantor encontra na «esperança de algum contentamento» a motivação necessária para o registo poético dos seus efeitos. Trata-se, todavia, de uma motivação limitada pela «Fortuna», já que «o gosto de um suave pensamento» cedo se transforma em «tormento» e consciência de «enganos». Então, a escrita poética como fica tolhida pela censura inquisitorial de Eros1, como adverte o Poeta ao leitor de seus versos, numa denúncia de tal tirania. Mas, como se infere do processo psicológico do conhecimento, o entendimento de «casos tão diversos» depende da experiência do próprio leitor e não apenas da sua ingénua boa vontade: «Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos / a diversas vontades! Quando lerdes / num breve livro casos tão diversos, / verdades puras são, e não defeitos…/ E sabei que, segundo o amor tiverdes, / tereis o entendimento de meus versos» [versos do soneto «Enquanto quis Fortuna que tivesse»]. 1

Eros: deus grego do Amor.

António Moniz, Para uma leitura da lírica camoniana, Lisboa, Editorial Presença, 1998, pp. 37-38

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção correta. Escreve, na tua folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos) 1.1 Com o adjetivo «galvanizante» (l. 4), o autor afirma que, através da poesia, Camões pretende (A) reanimar o sentimento do amor no leitor mais insensível. (B) bloquear o sentimento do amor no leitor mais insensível. (C) requalificar o sentimento do amor no leitor mais insensível. (D) surpreender o sentimento do amor no leitor mais insensível.

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1.2 O antecedente de «tal canto» (l. 5) é (A) «Cantar sem desfalecimento» (l. 1). (B) «vocação sublime do Poeta [Camões]» (l. 2). (C) «a doce harmonia do Amor» (ll. 3-4). (D) «as artes mágicas de “mil segredos delicados”» (ll. 5-6). 1.3 Utilizando o adjetivo «desconcertantes» (l. 6), o autor manifesta (A) uma opinião desfavorável ao uso da hipérbole e do oxímoro. (B) imparcialidade relativamente ao uso da hipérbole e do oxímoro. (C) uma opinião favorável ao uso da hipérbole e do oxímoro. (D) uma opinião bastante favorável ao uso da hipérbole e do oxímoro. 1.4 Na expressão «Dedicado vassalo do Amor» (l. 12), o autor recorre a uma (A) metonímia. (B) metáfora. (C) apóstrofe. (D) alegoria. 1.5 O conector «Então» (l. 15) introduz uma (A) conclusão. (B) concessão. (C) consequência. (D) síntese. 1.6 Na frase «É, pois, com o melhor dos propósitos que o sujeito lírico se propõe cantar» (l. 3), o pronome pessoal aparece anteposto ao verbo porque aparece integrado (A) numa oração subordinada. (B) numa frase com um advérbio. (C) numa frase com um pronome indefinido. (D) numa frase que apresenta um tempo verbal composto. 1.7 O segmento sublinhado na frase «…a escrita poética como que fica tolhida pela censura inquisitorial de Eros» (ll. 15-16) desempenha a função sintática de (A) complemento oblíquo. (B) modificador. (C) modificador restritivo do nome. (D) complemento agente da passiva. 2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

(15 pontos)

2.1 Divide e classifica as seguintes orações: «Trata-se […] de uma motivação limitada pela “Fortuna”, já que “o gosto de um suave pensamento” cedo se transforma em “tormento”» (ll. 13-14) . 2.2 Indica a função sintática dos elementos sublinhados na seguinte frase: «como é timbre das convenções socioculturais da época» (ll. 9-10). 2.3 Cria duas frases que demonstrem o campo semântico da palavra «canto» (l. 5). Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Grupo III Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, desenvolve uma apreciação crítica em que demonstres que o passado, individual e coletivo, influi sobre o presente e que, por isso, não deverá ser ignorado. Segue o plano de texto proposto. (50 pontos)

Introdução: – apresentação do tema. Desenvolvimento: – o passado individual: argumento e respetiva exemplificação; – o passado coletivo: argumento e respetiva exemplificação. Conclusão: – ponto de vista pessoal acerca da temática.

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integra elementos ligados por hífen (ex.:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados - um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras -, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a 50 palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 9 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 5 Luís de Camões – Os Lusíadas

Grupo I Texto A Lê as seguintes estâncias de Os Lusíadas. A (Canto V)

B (Canto VII)

95 Dá a terra Lusitana Cipiões1, Césares1, Alexandros1, e dá Augustos1; Mas não lhe dá contudo aqueles dões Cuja falta os faz duros e robustos. Octávio2, entre as maiores opressões, Compunha versos doutos e venustos3 (Não dirá Fúlvia, certo, que é mentira, Quando a deixava António4 por Glafira).

81 E ainda, Ninfas1 minhas, não bastava Que tamanhas misérias me cercassem, Senão que aqueles que eu cantando andava Tal prémio de meus versos me tornassem2: A troco dos descansos que esperava, Das capelas de louro3 que me honrassem, Trabalhos nunca usados me inventaram, Com que em tão duro estado me deitaram.

96 Vai César sojugando toda França E as armas não lhe impedem a ciência5; Mas, nũa mão a pena e noutra a lança, Igualava de Cícero a eloquência. O que de Cipião se sabe e alcança É nas comédias grande experiência6. Lia Alexandro a Homero de maneira Que sempre se lhe sabe à cabeceira7.

82 Vede, Ninfas, que engenhos de senhores O vosso Tejo cria valerosos, Que assi sabem prezar, com tais favores, A quem os faz, cantando, gloriosos! Que exemplos a futuros escritores, Pera espertar4 engenhos curiosos, Pera porem as cousas em memória Que merecerem ter eterna glória!

97 Enfim, não houve forte Capitão Que não fosse também douto e ciente, Da Lácia8, Grega ou Bárbara nação, Senão da Portuguesa tão sòmente. Sem vergonha o não digo: que a razão De algum não ser por versos excelente É não se ver prezado o verso e rima, Porque quem não sabe arte, não na estima. Luís de Camões, Os Lusíadas, pref. De Costa Pimpão, 4.a ed., Lisboa, MNE, Instituto Camões, 2000, pp. 236-237 e p. 320 A – 1 vv. 1-2 (est. 95): Públio Cornélio Cipião, vencedor de Zama (em 202 a.C.); Públio Cornélio Cipião Emiliano, vencedor de Cartago (em 146); Augusto, o célebre imperador romano; Alexandre, o grande conquistador. 2 Octávio: imperador Caio Júlio César Octaviano, que compôs versos. 3 Venustos: graciosos (de Vénus). 4 v. 1 (est. 95): António deixou Fúlvia por Glafira, situação referida num epigrama, de Octaviano Augusto. 5 v. 2 (est. 96): durante as campanhas da Gália, César ia compondo uma obra filosófica – De Analogia. 6 v. 6 (est. 96): que tinha grande experiência de comédias, pois se diz que Cipião ajudava Terêncio a escrevê-las. 7 v. 8 (est. 98): Alexandre lia Homero. 8 Lácia: Roma. B – 1 Ninfas: do Tejo e do Mondego. 2 Tornassem: retribuíssem. 3 Capelas de louro: coroas de louro concedidas a petas ou heróis. 4 Espertar: incentivar. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Explicita o uso da conjunção coordenativa «Mas», no terceiro verso da estância 95, do texto A.

(15 pontos)

2. Relaciona as críticas feitas em ambos os textos.

(15 pontos)

3. Transcreve a apóstrofe presente na estância 81 do texto B e explicita o seu valor expressivo.

(15 pontos)

4. Clarifica o sentido dos últimos quatro versos da estância 82 do texto B.

(15 pontos)

Texto B Os Lusíadas é um poema épico que contribui para a mitificação do povo português, objetivo anunciado desde logo na Proposição, na Invocação e na Dedicatória. 5. Fazendo apelo à tua experiência de leitura e atendendo à afirmação acima enunciada, redige uma exposição, utilizando entre cento e vinte a cento e cinquenta palavras. Obedece ao plano que se apresenta. (40 pontos) Introdução 1.o parágrafo – referência ao autor e data da publicação da obra; – definição de epopeia; – estrutura interna e assunto de cada parte. Desenvolvimento 2.o parágrafo – Proposição e assunto que contribui para a mitificação do herói. 3.o parágrafo – Invocação e assunto que contribui para a mitificação do herói. 4.o parágrafo – Dedicatória e assunto que contribui para a mitificação do herói. Conclusão 5.o parágrafo – a obra reflete a necessidade de imortalização dos nossos heróis.

Grupo II Lê o texto seguinte.

O Prémio Camões é o brasileiro Alberto da Costa e Silva

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Uma distinção justa a um nome que merece um reconhecimento maior. O poeta brasileiro, memorialista, ensaísta e historiador especialista em África, Alberto da Costa e Silva, foi o escolhido do júri, é ele o Prémio Camões 2014, a distinção mais importante da criação literária em língua portuguesa. A escolha pode constituir uma surpresa para alguns (e foi-o para o próprio) mas a decisão foi tomada em unanimidade, anunciou o júri esta sexta-feira. Alberto da Costa e Silva, de 83 anos, sucede assim ao moçambicano Mia Couto, vencedor do Prémio Camões 2013. «Mantendo a mesma elevada qualidade literária em todos os géneros que praticou, a sua refinada escrita costurou uma obra marcada pela transversalidade», começou por dizer Affonso Romano de Sant’Anna, presidente do júri, que leu a ata da decisão do prémio aos jornalistas. «A obra de Alberto Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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da Costa e Silva é também uma contribuição notável na construção de pontes entre países e povos de língua portuguesa», continuou o brasileiro. […] O brasileiro, africano e português O escritor angolano José Eduardo Agualusa afirma que este «é um prémio também para África». «Para um africano não é possível passar ao lado de Alberto», disse Agualusa, acrescentando depressa: «É um brasileiro que é também africano». «E português», soma ainda José Carlos Vasconcelos. Agualusa destacou ainda a poesia deste historiador. «É uma poesia que me acompanha desde há muito tempo e que tem também a ver com África», explicou. «Alberto da Costa e Silva nunca deixou de ser um poeta mesmo quando foi um historiador.» A poesia de Costa e Silva não é uma poesia extensa, defendeu a académica Rita Marnoto, «mas por si poderá ser considerada enquanto momento simbólico de todas as facetas» deste escritor brasileiro. É uma «poesia fundamental, essencial», destacou ainda a jurada. Já o escritor moçambicano Mia Couto diz que Alberto da Costa e Silva faz o trabalho de resgatar a memória de África «com arte e elegância». «É um poeta que está a escrever» reagiu o anterior premiado, acrescentando que o que «se está a premiar aqui não é só o trabalho de alguém que caminha pela história e pela reconstituição do passado mas que faz isso com qualidade literária». […] Cláudia Carvalho, «O Prémio Camões 2014 é o brasileiro Alberto da Costa e Silva», 30/05/2014 (Texto disponível em http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-premio-camoes-2014-vai-este-ano-para-1638103) (consultado em dezembro de 2014)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção correta. Escreve, na tua folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos) 1.1 O uso do advérbio «assim» (l. 6), confere à afirmação feita um valor de (A) consequência. (B) explicação. (C) conclusão. (D) concessão. 1.2 Alberto da Costa e Silva é autor de (A) memórias, ensaios, poesia e obras sobre História. (B) memórias, ensaios, poesia e histórias. (C) memórias, ensaios e obras sobre História. (D) memórias, ensaios e obras históricas. 1.3 Na expressão «costurou uma obra» (l. 8) está presente uma (A) hipérbole. (B) metonímia. (C) anástrofe. (D) metáfora. 1.4 Ao longo do texto, o uso de aspas justifica-se pela necessidade de (A) introduzir reflexões. (B) registar falas em discurso direto. (C) marcar alterações de interlocutor. (D) sinalizar conclusões. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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1.5 O segmento «resgatar a memória de África» (ll. 22-23) significa que a obra do autor premiado (A) põe de novo em prática a História de África. (B) recupera a História de África para que não seja esquecida. (C) omite a História de África. (D) corrige a História de África. 1.6 A expressão sublinhada em «Mia Couto diz que Alberto da Costa e Silva faz o trabalho» (l. 22) classifica-se como uma oração (A) subordinante. (B) coordenada explicativa. (C) subordinada substantiva completiva. (D) subordinada adjetiva relativa restritiva. 1.7 A palavra «que» na expressão «acrescentando que o que “se está a premiar aqui”» (l. 24) classifica-se, respetivamente, como (A) um pronome relativo e uma conjunção. (B) uma conjunção e um pronome relativo. (C) uma preposição e uma conjunção. (D) uma conjunção e uma preposição. 2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

(15 pontos)

2.1 Indica a função sintática da expressão «em unanimidade» (l. 5). 2.2 Classifica o tipo de sujeito presente na frase «É um poeta que está a escrever» (l. 23). 2.3 Indica o processo de formação da palavra «essencial» (l. 21).

Grupo III Na sua obra Heróstrato e a busca da imortalidade, Fernando Pessoa afirma que «A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta». Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, escolhe uma expressão de arte (música, dança, literatura, pintura, escultura…) e desenvolve uma apreciação crítica em que demonstres que ela é importante para embelezar a vida comum. (50 pontos) Orienta o teu texto pelo plano proposto a seguir. Introdução – apresentação do tema. Desenvolvimento – primeiro argumento e respetiva exemplificação; – segundo argumento e respetiva exemplificação.

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Conclusão – ponto de vista pessoal acerca da temática.

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integra elementos ligados por hífen (ex.:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados - um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras -, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a 50 palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 10 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 5 Luís de Camões – Os Lusíadas

Grupo I Texto A Lê as seguintes estâncias do Canto X de Os Lusíadas. 75 Despois que a corporal necessidade Se satisfez do mantimento nobre, E na harmonia e doce suavidade Viram os altos feitos que descobre1, Tétis2, de graça ornada e gravidade, Pera que com mais alta glória dobre As festas deste alegre e claro3 dia, Pera o felice Gama assi dizia:

78 Qual a matéria seja não se enxerga8, Mas enxerga-se bem que está composto De vários orbes9, que a Divina verga10 Compôs, e um centro a todos só tem posto. Volvendo11, ora se abaxe, agora se erga, Nunca s' ergue ou se abaxa, e um mesmo rosto12 Por toda a parte tem; e em toda a parte Começa e acaba13, enfim, por divina arte14,

76 – «Faz-te mercê, barão, a Sapiência Suprema4 de, cos olhos corporais, Veres o que não pode a vã ciência Dos errados5 e míseros mortais. Sigue-me firme e forte, com prudência, Por este monte espesso, tu cos mais.6» Assi lhe diz e o guia por um mato Árduo, difícil, duro a humano trato.

79 Uniforme, perfeito, em si sustido, Qual, enfim, o Arquetipo15 que o criou. Vendo o Gama este globo, comovido De espanto e de desejo ali ficou. Diz-lhe a Deusa: – «O transunto16, reduzido Em pequeno volume17, aqui te dou Do Mundo aos olhos teus, pera que vejas Por onde vás e irás e o que desejas.

77 Não andam muito que no erguido cume Se acharam, onde um campo se esmaltava De esmeraldas, rubis, tais que presume A vista que divino chão pisava. Aqui um globo vêm no ar, que o lume Claríssimo por ele penetrava7, De modo que o seu centro está evidente, Como a sua superfícia, claramente. Luís de Camões, Os Lusíadas, pref. de Costa Pimpão, 4.a ed., Lisboa, MNE, Instituto Camões, 2000, pp. 458-459 1

vv. 1-4 (est. 75): o sujeito é a ninfa Sirena, que anteriormente descrevera as glórias futuras dos lusos no Oriente. 2 Tétis: deusa do mar que se uniu amorosamente a Gama. 3 Claro: ilustre. 4 Sapiência / Suprema: omnisciência, própria dos deuses. 5 Dos errados: que se enganam. 6 Tu cos mais: tu e os teus companheiros. 7 v. 6 (est. 77): o «globo» era translúcido. 8 Não se enxerga: não se compreende. 9 Várias orbes: várias esferas ou céus que, segundo Ptolomeu, se encontravam a seguir às esferas do Ar e do Fogo, com a Terra no centro. 10 Divina verga: o poder de Deus. 11 Volvendo: girando. 12 v. 6 (est. 78): a esfera não se ergue nem se baixa relativamente ao seu centro. 13 Começa e acaba: como no círculo, não há princípio nem fim determinados. 14 Divina arte: à semelhança de Deus, por divino modo. 15 Arquetipo: modelo do mundo, criado por Deus. 16 Transunto: a cópia do Universo. 17 Pequeno volume: em miniatura.

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Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Refere, resumidamente, o assunto destas estâncias.

(20 pontos)

2. Identifica e explica como está presente a interdependência de três planos.

(20 pontos)

3. Explicita como este episódio contribui para a mitificação do herói.

(20 pontos)

Texto B Lê o poema seguinte com atenção. De que me serve fugir Mote seu De que me serve fugir da morte, dor e perigo, se me eu levo comigo?

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Voltas Tenho-me persuadido, por razão conveniente, que não posso ser contente, pois que pude ser nacido. Anda sempre tão unido o meu tormento comigo que eu mesmo sou meu perigo. E se de mi me livrasse, nenhum gosto me seria; que, não sendo eu, não teria mal que esse bem me tirasse. Força é logo que assi passe, ou com desgosto comigo, ou sem gosto e sem perigo. Luís de Camões – Rimas (texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão) Coimbra, Oficinas da «Atlântida», 1953, p. 72

4. O poema desenvolve-se em torno de uma afirmação do sujeito poético: «não posso ser contente» (v. 6). Relaciona a interrogação retórica presente no mote com o assunto das voltas. (20 pontos) 5. Analisa a estrutura formal desta composição poética e classifica-a.

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(20 pontos)

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Grupo II Lê o texto seguinte.

Camões no Texas

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Ler e examinar um dos raros exemplares sobreviventes da primeira edição de Os Lusíadas – poema épico de Luís de Camões (1524?-1580) –, impressa em 1572, é uma cerimónia quase religiosa, como se tivéssemos ido parar a uma cena do filme O Nome da Rosa. Esta experiência pode ser realizada no Harry Ransom Center (HRC), Centro de Investigação de Humanidades no campus da Universidade do Texas em Austin (UT Austin), onde está o exemplar que dizem ter pertencido ao próprio Camões e é um dos mais importantes entre os 34 que existem espalhados por três continentes. Antes mesmo de entrar no edifício do HRC, o visitante já tem, do lado de fora, uma ideia do incrível acervo que o edifício abriga. Nas fachadas de vidro estão impressas várias imagens – retratos de escritores e textos datilografados – que evocam o arquivo. Lá dentro, na biblioteca, no segundo andar do edifício, quem quiser ver a primeira edição de Os Lusíadas tem de criar uma conta de investigação, na página Web do HRC, e assistir a um vídeo de dez minutos para aprender como se devem manusear livros raros e quais os procedimentos de segurança. Qualquer pessoa pode ver a obra, mas estes requisitos são obrigatórios para se ter acesso à sala de visualização. É também recomendável contactar a instituição com 24 horas de antecedência, porque o livro está guardado num cofre. Depois de feita a requisição da obra, uma das bibliotecárias aproxima-se, segurando com as duas mãos uma caixa vermelha de capa dura. Com muito cuidado desata os laços, abre a caixa, põe-na sobre a mesa, retira o livro e pousa-o sobre suportes revestidos de veludo. O visitante pode então folhear o livro, tentar ler as marginálias (comentários escritos à mão nas margens), com a ajuda de duas lupas, identificando as diferenças ortográficas em relação aos dias de hoje. Céu era ceo, muito era muy, e as palavras hoje terminadas em ão acabavam em am. Não era nam. A experiência de ver o exemplar de Os Lusíadas, considerado o mais importante dos que existem por conter manuscritos de uma testemunha ocular da morte de Luís de Camões, é entendida por alguns como um mapa literário para regressar ao passado. […] Cláudia Silva,«Camões no Texas», 27/11/2013 (disponível em http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-edicao-texana-de-os-lusiadas (consultado em dezembro de 2014)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção correta. Escreve, na tua folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida. (35 pontos)

1.1 A expressão «é uma cerimónia quase religiosa» (l. 2), sugere (A) um conjunto de regras que devem ser seguidas. (B) um culto que deve ser praticado. (C) constrangimento. (D) um ato solene com fundo religioso.

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1.2 Uma palavra sinónima de «acervo» (l. 9) é (A) espólio. (B) abundância. (C) arquivo. (D) escassez. 1.3 O adjetivo «incrível» (l. 9) confere (A) imparcialidade à afirmação feita. (B) subjetividade à afirmação feita. (C) objetividade à afirmação feita. (D) neutralidade à afirmação feita. 1.4 Com o uso do travessão duplo (ll. 9-10), a autora (A) introduz uma reflexão. (B) introduz uma informação acessória. (C) introduz um tópico novo. (D) especifica o tipo de imagens. 1.5 O(s) autor(es) das «marginálias» referidas na linha 20 é/são (A) Camões e os analistas da sua obra. (B) Camões. (C) os analistas da obra de Camões. (D) dos que requisitam a obra. 1.6 O segmento «poema épico de Luís de Camões» (ll. 1-2), desempenha a função sintática de (A) modificador restritivo do nome. (B) predicativo do sujeito. (C) modificador apositivo do nome. (D) complemento do nome. 1.7 Quanto ao processo de formação, a palavra «HRC» (l. 4) é (A) uma amálgama. (B) um acrónimo. (C) uma sigla. (D) uma truncação. 2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

(15 pontos)

2.1 Classifica a oração «para aprender como se devem manusear livros raros» (ll. 12-13). 2.2 Indica a função sintática dos elementos sublinhados na seguinte frase: «caixa vermelha de capa dura» (l. 18). 2.3 Classifica a relação semântica que, no contexto em que se apresentam, os vocábulos «imagens» (l. 9) e «retratos de escritores e textos datilografados» (ll. 9-10) mantêm entre si. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Grupo III Na sociedade atual, só não tem acesso ao conhecimento quem o não desejar. Os livros, os meios de comunicação de massas e as redes sociais colocam, diariamente, o conhecimento ao alcance de todos. Num texto bem estruturado, com um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras, desenvolve uma apreciação crítica sobre a importância da procura do conhecimento na formação pessoal de cada um. Previamente, apresenta o plano do teu texto.

(50 pontos)

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integra elementos ligados por hífen (ex:/dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras –, há que atender ao seguinte: – um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; – um texto com extensão inferior a 50 palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 11 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 6 História trágico-marítima

Grupo I Texto A Lê o seguinte excerto do capítulo V da História trágico-marítima.

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A 3 de setembro, navegando eles em demanda das ilhas, alcançou-os uma nau de corsários franceses, bem artilhada e consertada1, como costumavam. Vendo o piloto, o mestre e os demais tripulantes da «Santo António» que não iam em estado de se defenderem, pois mais artilharia não havia a bordo que um falcão2 e um só berço3 (afora as armas que o Albuquerque trazia, para si e para os seus criados) determinaram de se render. Jorge de Albuquerque, porém, opôs-se a isso com a maior firmeza. Não! Por Deus, não! Não permitisse Nosso Senhor que uma nau em que vinha ele se rendesse jamais sem combater, tanto quanto possível! Dispuseram-se todos ao que lhes cumpria, e ajudassem-no na resistência: pois somente com o berço e com o falcão tinha ele esperança que se defenderiam! Só sete homens, contudo, se lhe ofereceram para o acompanhar; e com os sete, e contra o parecer de todos os demais, se pôs às bombardas com a nau francesa, às arcabuzadas4, aos tiros de frecha, determinado e enérgico. Durou esta luta quase três dias, sem ousarem os franceses abordar os nossos pela dura resistência que neles achavam, apesar de os combatentes serem tão poucos e de não haver senão o berço e o falcão, aos quais Jorge de Albuquerque pessoalmente carregava, bordeava5, punha fogo, por não vir na viagem bombardeiro, ou quem soubesse fazê-lo tão bem como ele. Ora, vendo o piloto, o mestre, os marinheiros, que havia perto de três dias que andavam neste trabalho; que recebiam os nossos danos dos tiros disparados pelos franceses, e que já lhes ia faltando a pólvora, – pediram ao fidalgo e aos que o ajudavam que consentissem enfim a rendição, pois lhes era impossível o prosseguir na defesa: não fossem causa de os matarem a todos, ou de os meterem no fundo! Responderam a isto os combatentes que estavam decididos a não se renderem enquanto capazes para pelejar. Os outros, vendo-os assim determinados, deram de súbito com as velas em baixo, e começaram a bradar para os franceses: entrassem, entrassem na nau, que se lhes rendia! Os que combatiam, indignados, quiseram matar o piloto e o mestre, pelo ato de fraqueza a que forçavam todos; não tardou, porém, que subissem e entrassem dezassete franceses, armados de espadas, de broquéis, de pistoletes, e alguns deles com alabardas. Num instante se senhorearam da nau. Verificando a maneira como vinha esta, perguntaram com que artilharia e que munições se haviam defendido tantos dias, e o número dos homens que combatiam. Ouvindo isto, dirigiu-se o capitão dos franceses a Jorge de Albuquerque Coelho com o rosto soberbo e melancólico, e disse-lhe assim: – Que coração temerário é o teu, homem, que tentaste a defesa desta nau tendo tão poucos petrechos6 de guerra, contra a nossa, que vem tão armada, e que traz seis dezenas de arcabuzeiros? Ao que respondeu o Albuquerque Coelho, bem seguro de si: – Nisso podes ver que infeliz fui eu, em me embarcar em nau tão despreparada para a guerra; que se viera aparelhada como cumpria, ou trouxera o que a tua traz de sobejo, creio que tivéramos, tu e eu, estados diferentíssimos daqueles em que estamos. Aliás, a boa fortuna que tivestes, agradece-a à traição desses meus companheiros – o mestre, o piloto, os marujos, – que se declararam contra mim: Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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pois se me houvessem ajudado, como me ajudaram estes amigos, não estarias aqui como vencedor, nem eu como vencido. «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)» (capítulo V) in História trágico-marítima. Narrativas de naufrágios da época das conquistas, adapt. António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa, 2008 pp. 185-187. 1

Consertada: preparada, apetrechada. 2 Falcão: pequena peça de artilharia. Nos meados do século XVI, um falcão pesava cerca de 700 quilos e cerca de 800 gramas o seu projétil. 3 Berço: peça de artilharia curta. 4 Arcabuzadas: descarga simultânea de arcabuzes (antiga arma de fogo, que se disparava, inflamando a pólvora com um morrão). 5 Bordeava: voltar a aresta (de qualquer peça metálica). 6 Petrechos: munição, instrumento ou utensílio de guerra (mais usado no plural)

Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Indica o assunto principal deste excerto, explicando a razão da nau vir «tão despreparada para a guerra» (l. 31). (15 pontos) 2. Caracteriza psicologicamente o protagonista desta aventura, tendo em conta as suas atitudes ao longo deste excerto. (15 pontos) 3. Relaciona os pontos de vista do narrador e do protagonista, expressos nas linhas 15 a 36, relativamente à atitude do mestre e do piloto da «Santo António». (15 pontos) 4. Identifica o recurso expressivo presente na frase seguinte e indica o seu valor:

(15 pontos)

«armados de espadas, de broquéis, de pistoletes, e alguns deles com alabardas» (ll. 23-24)

Texto B Lê o texto seguinte.

A Foz

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Foz! Saudosa Foz! Residência querida da minha infância tão afastada já – ai de mim! – destes anos duros! Com que terno prazer que eu te saúdo, sempre que te avisto, ou penso em ti! […] No tempo em que eu ia de chapéu de palha e de bibe, à tarde, apanhar conchinhas na costa, pela mão da minha avó, tu eras grave, simples, burguesa, recolhida e silenciosa como uma horta em pleno campo. Tinhas duas hospedarias: a do Julião, defronte do Castelo, e a do Silvestre, ao fundo da Rua Direita. Em qualquer uma delas, o preço, com o almoço de bifes e ovos, jantar e ceia, com lautas1 sobremesas de pudim de pão com passas, muita fruta e vinho à discrição, era de um pinto por dia. Porque tudo quanto era bom e caro, custava nesse tempo – um pinto. Além destas hospedarias havia do café da Senhora da Luz, a Assembleia do Mallen, à esquina da praia dos Ingleses; um barbeiro na Rua Direita, que era veterano, tinha a figura de uma esfera, e exibia à porta do seu estabelecimento um pintassilgo dentro de uma gaiola cilíndrica, que andava à roda […]. Havia também a Rosa das Burras, cujo nome provinha do seu estabelecimento, em que se alugavam as mulinhas cavalgadas para a viagem a Leça, chamando a atenção dos viandantes por meio da seguinte tabuleta, pintada no muro do quintal: Aqui se alugo vurras para passeio e leites Com alabarda e com selim de homem e de senhora. No princípio da estação, em agosto, começavam a chegar os banhistas! Vinham as famílias do Douro. Via-as a gente em magotes, confrangidas2, arrepiadas, olhando o mar com uma grande sensação de espanto, pavor e frio. Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Os homens traziam os seus capotes bandados de veludo ou de baeta verde. As senhoras atavam na cabeça três lenços, e punham por cima uma manta. Ao lado ia o padre, o capelão da casa ou o prior da freguesia com o seu solidéu3 de retrós atabafando-lhe as orelhas […]. Atrás seguia a criada, boquiaberta, […], os pés sem meias calçados em grossos sapatos, a saia curta, as mãos debaixo do avental. Tinham os seus passeios favoritos: Ao farol da Senhora da Luz, onde o faroleiro deixava olhar pelo óculo para os velhos telégrafos […]; Pela manhã, à feira onde estacionavam os carros das melancias, as canastras com os frangos, os gigos4 de uvas, a louça branca e amarela, e as bilhas de leite; À Cantareira, de tarde, quando chegavam as lanchas do peixe e se comprava a volumosa pescada de dorso preto, que as criadas traziam para casa em argola, com a ponta da cauda na boca […]. Ramalho Ortigão (2011 [1876]) As praias de Portugal, texto fixado por José Barbosa Machado, Ed. Vercial, Braga, p. 14 1

Lautas: abundante. 2 Confrangidas: incomodadas, aflitas. 3 Solidéu: pequeno barrete usado por eclesiásticos católicos para cobrir o alto da cabeça. 4 Gigos: cesto de vime estreito e alto.

5. Redige uma exposição, entre setenta e cento e vinte palavras, na qual identifiques o tipo de texto presente, as suas características, estabelecendo uma relação entre este texto e o excerto apresentado do capítulo V da História trágico-marítima. (40 pontos)

Grupo II Lê o texto seguinte.

Líder da pirataria da Somália detido em Bruxelas Abdi Hassan foi responsável por alguns dos sequestros mais impressionantes no Corno de África. Detenção foi o culminar de uma operação secreta da polícia belga.

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Mohamed Abdi Hassan, considerado o chefe número um da pirataria na Somália, foi detido este fim de semana no aeroporto de Bruxelas, de acordo com o diário De Standaard, e levado para Bruges, onde se encontra detido à espera de julgamento. Também conhecido como «Boca Grande» – Afweynei, em somali –, Hassan é suspeito do sequestro do navio belga Pompei, em 2009, e foi descrito pelas Nações Unidas «como um dos líderes mais notórios e influentes» da pirataria no Corno de África. Os investigadores belgas envolvidos na operação de detenção fizeram passar-se por uma equipa de produção alegadamente

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interessada em fazer um documentário inspirado na vida de Abdi Hassan, explicou ontem o procurador federal Johan Delmulle. O contacto foi feito através de Mohamed M. A., também conhecido por «Tiiceey», um antigo governador da província somali de Himan e Heeb. «Depois de pacientemente terem começado uma relação de confiança com Tiiceey, e através dele com Afweynei, o que levou vários meses, ambos estavam preparados para participar neste projeto [do filme]», explicou Delmulle, citado pela Reuters. Tiiceey, que terá sido cúmplice nas operações de pirataria, acompanhava Abdi Hassan e também foi detido. Os investigadores

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optaram por uma ação encoberta quando ficou claro que um mandado de captura internacional não seria suficiente para apreender os dois homens. Em 2009, o navio belga Pompei, com dez tripulantes a bordo, esteve cativo durante 70 dias. A Abdi Hassan são também atribuídos os assaltos ao Faina, um navio de transporte militar ucraniano, libertado ao fim de 134 dias,

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e ao Sirius Stari, um petroleiro saudita, ambos em 2008. Os dois assaltos terão rendido ao grupo de piratas vários milhões de dólares. Recentemente, Abdi Hassan anunciou que queria retirar-se da pirataria e dedicar-se à política, de acordo com El Mundo. Numa entrevista ao jornal somali Sabahi, Hassan afirmava que pretendia reabilitar os jovens que entraram no mundo da pirataria.

In Público, 12/10/ 2013 (http://www.publico.pt/mundo/noticia/lider-da-pirataria-da-somalia-detido-em-bruxelas) (consultado em setembro de 2014)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma (35 pontos) afirmação correta. 1.1 Segundo o repórter, os investigadores belgas recorreram ao disfarce como realizadores de filmes pois concluíram que (A) só os mandatos judiciais internacionais não eram suficientes para proceder à detenção. (B) só esta estratégia era viável para proceder à detenção. (C) participar num filme sobre pirataria era o sonho destes homens. (D) que o sonho deles e dos piratas era fazerem um filme sobre a pirataria somali. 1.2 «Hassan afirmava que pretendia reabilitar os jovens que entraram no mundo da pirataria» (ll. 48-50), porque provavelmente sentiria (A) orgulho nas suas ações. (B) medo das suas ações. (C) arrependimento das suas ações. (D) fascínio pelas suas ações. 1.3 O campo semântico da palavra «boca» (l. 9) pode ser (A) «dentes», «língua», «gengivas», «palato». (B) «bocarra», «bocado», «boquinha», «desbocado». (C) «boca do lobo», «boca grande», «coração na boca», «mandar uma boca». (D) «queixo», «nariz», «olhos», «lábios». 1.4 A forma verbal «terão rendido» (l. 43) tem como valor: (A) certeza. (B) dúvida. (C) possibilidade. (D) continuidade. 1.5 A expressão «que um mandado de captura internacional não seria suficiente» (ll. 34-35) desempenha a função sintática de (A) predicativo do complemento direto. (B) modificador. (C) complemento direto. (D) complemento do adjetivo. 154

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1.6 O processo fonológico ocorrido na palavra chefe > chefia é (A) metátese. (B) redução vocálica. (C) dissimilação. (D) vocalização. 1.7 Os processos de formação das palavras «culminar» (l. 2) e «aeroporto» (l. 5) são, respetivamente, (A) derivação não afixal e composição. (B) derivação parassintética e prefixação. (C) derivação não afixal e prefixação. (D) derivação parassintética e composição. 2. Divide a frase em orações e classifica-as.

(5 pontos)

«levado para Bruges, onde se encontra detido à espera de julgamento.» (ll. 7-8) 3. Reescreve a seguinte frase no discurso direto:

(5 pontos)

«Abdi Hassan anunciou que queria retirar-se da pirataria e dedicar-se à política.» (ll. 45-47) 4. Reescreve a frase na voz ativa:

(5 pontos)

«A Abdi Hassan são também atribuídos os assaltos ao Faina, um navio de transporte militar ucraniano, libertado ao fim de 134 dias.» (ll. 19-21)

Grupo III «O medo é muitas vezes o muro que impede as pessoas de fazerem uma série de coisas. Claro que o medo também pode ser positivo, em certa medida ajuda a que se equilibrem alguns elementos e se tenham certas coisas em consideração, mas na maior parte dos casos é negativo, é algo que faz mal.» José Luís Peixoto, in Notícias Magazine (Diário de Notícias), 28/09/2003.

Redige uma apreciação crítica, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, na qual refiras como o medo pode ser condicionante das ações e atitudes do ser humano e apresenta medidas de como pode ser combatido. (50 pontos) Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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Teste de avaliação 12 Nome ____________________________________________ Ano _________________ Turma _____________ N.o ________ Unidade 6 História trágico-marítima

Grupo I Texto A Lê o seguinte excerto do capítulo V da História trágico-marítima.

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Cinco dias depois da largada mudou o vento de maneira súbita, tornando-se tão contrário e de tal violência que trataram de alijar1 fazenda ao mar, por isso que a nau lhes mareava mal, pela muita carga com que dali partira. Pela tarde piorou ainda, e o casco abriu água. Davam à bomba continuadamente, às seis mil zonchaduras2 entre noite e dia. Pouco depois, um pé-de-vento quebrou o gurupés3. Finalmente, já nos doze graus de latitude norte, o vento acalmou. Andaram dezanove dias em calmarias, acompanhadas de trovoadas. Resolveram, então, demandar uma das ilhas de Cabo Verde, em cuja latitude se encontravam, para tirarem a água que no navio entrara e repararem a avaria do gurupés. A 29 de julho, não estando já longe de uma das ilhas, deram vista de uma nau e de uma zabra4 de franceses. Estes seguiram a «Santo António», e às três horas da noite estavam tão perto que vieram à fala com a nossa gente, intimidando-a a que se rendesse. Mas entendendo então da nossa nau que se estava aparelhando para defender-se, não ousaram acometê-la durante a noite, e deixaram-se andar na sua esteira, para tentarem abordá-la pela madrugada. Na antemanhã, porém, caiu uma trovoada muito forte, que os obrigou a apartarem-se uns dos outros, sem que pudessem ver-se na cerração5. No dia seguinte, 31 de julho, tentaram enfim demandar6 a ilha. Quando estavam já perto, o vento começou a soprar da terra, e muito rijo. Tiveram por isso que desistir; apesar da muita água que então faziam. Correram assim até 37 graus (latitude norte). Deviam achar-se bastante para oeste, porque a nau, com os ventos contrários, abatera muito. (Nesse tempo, ainda só se calculava a latitude, pela altura da estrela polar ou pela altura meridiana do Sol; a longitude não se calculava, e apenas se estimava pelo caminho andado, imperfeitissimamente). […] No dia 29 de agosto começou a soprar uma brisa larga, animadora e próspera. O plano, agora, era demandar o arquipélago dos Açores, para ver se numa das ilhas se consertava a nau, e se tapava, finalmente, a muita água que ela estava fazendo. Já por esse tempo se passava muita fome e muita sede; e, sabendo Jorge de Albuquerque Coelho a necessidade dos tripulantes e dos passageiros, e que não havia na nau mais mantimentos do que o que trazia para si e para os seus criados, mandou colocar tudo adiante de todos e repartiu mui irmãmente pela companhia, sem nada pretender para si próprio, se bem que toda a gente lho quis pagar, por valer muito. Tudo o generoso fidalgo recusou: com o que ficaram todos muito contentes e se sustentaram por espaço de alguns dias. No entanto, levantaram-se grandes brigas e discórdias entre marinheiros e passageiros; mas Jorge de Albuquerque, sabedor do caso, interveio, – e lá os foi acalmando e pondo em paz. «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)» in História trágico-marítima. Narrativas de naufrágios da época das conquistas, adapt. António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa, 2008, pp. 181-185 1

Alijar: deitar fora (a carga, para aliviar o navio). 2 Zonchaduras: operação de levantar o zoncho (alavanca) da bomba do navio para fazer subir a água. 3 Gurupés: mastro colocado na extremidade da proa, para diante, formando com a horizontal um ângulo de 30 a 40 graus. 4 Zabra: embarcação pequena. 5 Cerração: nevoeiro espesso. 6 Demandar: dirigir-se para.

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Apresenta, de forma estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Enumera as peripécias descritas neste excerto, apontando também a razão para as dificuldades da embarcação. (20 pontos) 2. Estabelece a relação de sentido entre o início e o fim deste excerto. Justifica a tua resposta.

(20 pontos)

3. Refere de que forma estas narrativas constituem um documento importante para apurar a realidade do conhecimento marítimo da época. (20 pontos)

Texto B Lê as seguintes estâncias do canto VIII de Os Lusíadas: 96 Nas naus estar se deixa, vagaroso, Até ver o que o tempo lhe1 descobre; Que não se fia já do cobiçoso Regedor, corrompido e pouco nobre. Veja agora o juízo curioso Quanto no rico, assi como no pobre, Pode o vil interesse e sede imiga Do dinheiro, que a tudo nos obriga.

98 Este rende munidas fortalezas; Faz trédoros e falsos os amigos; Este a mais nobres faz fazer vilezas, E entrega Capitães aos inimigos; Este corrompe virginais purezas, Sem temer de honra ou fama alguns perigos; Este deprava às vezes as ciências, Os juízos cegando e as consciências.

97 A Polidoro2 mata o Rei Treício, Só por ficar senhor do grão tesouro; Entra, pelo fortíssimo edifício, Com a filha de Acriso3 a chuva d' ouro; Pode tanto em Tarpeia4 avaro vício Que, a troco do metal luzente e louro, Entrega aos inimigos a alta torre, Do qual quási afogada em pago morre.

99 Este interpreta mais que sutilmente Os textos; este faz e desfaz leis; Este causa os perjúrios entre a gente E mil vezes tiranos torna os Reis. Até os que só a Deus omnipotente Se dedicam, mil vezes ouvireis Que corrompe este encantador, e ilude; Mas não sem cor5, contudo, de virtude!

Luís de Camões, Os Lusíadas, prefácio de Costa Pimpão, 4.a edição, Lisboa, MNE, Instituto Camões, 2000, p.365 1 Lhe: a Vasco da Gama. 2 Polídoro: Príamo, rei de Tróia, confiou seu filho Polidoro a Polimnestor, rei da Trácia (o rei Treício). Depois da queda de Tróia, Polimnestor, para se apoderar do oiro, que teria vindo com o filho de Príamo, matou Polidoro e atirou com o cadáver dele ao mar. 3 Acrísio: pai de Dánae, encerrou sua filha numa torre de bronze para impedir o cumprimento da profecia de que seria morto pelo filho que dela nascesse. Mas Júpiter entrou na torre sob a forma de uma chuva de oiro e tornou Dánae mãe de Perseu, que mais tarde veio a matar Acrísio. 4 Tarpeia: filha de Spurius Tarpeius, entregou a cidadela de Roma (o Capitólio) aos Sabinos sob promessa de eles lhe darem o que traziam no braço esquerdo (o bracelete de oiro). Tácio, rei dos Sabinos, consentiu, mas, ao entrar na cidadela, atirou-lhe não só o bracelete, mas o escudo que tinha no mesmo braço. Os soldados fizeram o mesmo e Tarpeia ficou esmagada. 5 Sem cor: disfarçado.

4. Indica em que plano se inserem estas estâncias e identifica o assunto principal das mesmas, justificando. (20 pontos) 5. Relaciona o assunto destas estâncias com o primeiro parágrafo do texto A.

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(20 pontos)

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Grupo II Lê o seguinte texto.

Capitão Phillips: Tom Hanks está magistral neste envolvente drama verídico

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Em 2009, um navio de carga americano ao largo da costa da África Ocidental foi tomado por piratas somalis num ousado ataque em plena luz do dia. Após serem feitos reféns, o incidente chegou às manchetes da imprensa internacional quando as negociações falharam e a Marinha Americana teve de intervir para prestar assistência. O capitão do navio, Richard Phillips, escreveu posteriormente um livro de memórias best-seller sobre estes acontecimentos, em que se baseia o filme, que retrata esta experiência angustiante. O sempre atencioso Tom Hanks interpreta o protagonista, Phillips, que não tem outra escolha senão render-se aos somalis, pois a maioria da tripulação barricou-se na sala de máquinas. Depois segue-se uma batalha de vontades entre americanos e convidados indesejados que terminou com os piratas a levarem Phillips para um bote salva-vidas enquanto uma equipa de SEALs acompanha os movimentos deles e arquiteta um plano mortífero. O realizador Paul Greengrass, que produziu dois dos filmes da emocionante saga Bourne, traz-nos uma película estilo documentário que só podia ser feita por um grande cineasta. Em vez da típica história do bem contra o mal, vais poder observar a vida dos Somalis que são retratados como jovens pobres que decidem ser piratas para poderem sobreviver e ganhar dinheiro de forma fácil e rápida. Não estamos a insinuar que o filme desculpa os piratas mas, pelo menos, ajuda-nos a entender os seus motivos. Hanks está incrível e tem um desempenho memorável no papel de um homem que tenta acalmar os ânimos, manter a sua tripulação em segurança e seguir as nervosas instruções dos piratas. Desde Filadélfia e O Náufrago que não víamos este ator com uma interpretação tão emotiva que seguramente lhe vai assegurar um lugar entre os pré-candidatos a Óscar. Capitão Phillips é uma história arrebatadora de vida ou morte, contada com uma grande mestria. Não percas um dos melhores filmes do ano. In http://movies.mtv.pt/criticas/capitao-phillips/6lwx3w, 10/ 10/ 2013 (consultado setembro de 2014)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que te permite obter uma afirmação correta. (35 pontos) 1.1 A opinião geral do autor sobre o filme é (A) francamente positiva. (B) francamente negativa. (C) francamente imparcial. (D) francamente objetiva. 1.2 De acordo com o autor, o filme pretende dar uma imagem (A) fantasiosa, exagerando as qualidades de heróis e anti-heróis. (B) humana, mostrando a realidade do lado dos heróis e também dos anti-heróis. (C) parcial, mostrando a realidade do ponto de vista dos heróis. (D) subjetiva, exagerando os defeitos dos anti-heróis.

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1.3 O conector «pois» (l. 8) tem valor de (A) explicação. (B) conclusão. (C) contraste. (D) causa. 1.4 A forma verbal «teve de intervir» (ll. 3-4) tem como valor (A) incerteza. (B) obrigação. (C) possibilidade. (D) hipótese. 1.5 A palavra «documentário» (l. 13) é um (A) merónimo de géneros de filmes. (B) hiperónimo de géneros de filmes. (C) hipónimo de géneros de filmes. (D) holónimo de géneros de filmes. 1.6 Os processos fonológicos ocorridos nas palavras semper > sempre e ousado > ousadia são, respetivamente, (A) vocalização e redução vocálica. (B) assimilação e paragoge. (C) apócope e paragoge. (D) metátese e redução vocálica. 1.7 Os processos de formação das palavras «best-seller» e «salva-vidas» são, respetivamente, (A) empréstimo e composição. (B) conversão e composição. (C) derivação não afixal e composição. (D) empréstimo e derivação parassintética. 2. Divide a frase em orações e classifica-as.

(5 pontos)

«O realizador Paul Greengrass, que produziu dois dos filmes da emocionante saga Bourne, traz-nos uma película estilo documentário que só podia ser feita por um grande cineasta.» (ll. 12-13) 3. Indica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada.

(5 pontos)

«ganhar dinheiro de forma fácil e rápida» (l. 15). 4. Reescreve a frase seguinte na voz ativa.

(5 pontos)

«Um navio de carga americano ao largo da costa da África Ocidental foi tomado por piratas somalis.» (ll. 1-2)

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Grupo III «A ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.» Nicolau Maquiavel in Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio.

Redige uma apreciação crítica, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, na qual reflitas sobre as consequências da ambição, tendo por base a afirmação supracitada. (50 pontos)

Segue o plano abaixo fornecido: Introdução – apresentação geral do tema. Desenvolvimento – 1.o argumento e respetiva exemplificação; – 2.o argumento e respetiva exemplificação. Conclusão – comentário pessoal sobre a temática.

Observações: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2015/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e vinte e um máximo de cento e cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte: − um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido; − um texto com extensão inferior a cinquenta palavras é classificado com zero pontos.

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N.

Aluno Q. 2 20

Q. 1

20

20

Q. 3

Grupo I – texto A

20

Q. 4 20

Q. 5

Texto B

100

Subtotal 35

Q. 1 10

Q. 2

Grupo II

5

Q. 3 50

Subtotal 30

Conteúdo

Cor. linguística 20

Grupo III

50

Subtotal

200

Total

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o

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

N.

Aluno Q. 2 15

Q. 1

15

15

Q. 3

Grupo I – texto A

15

Q.4 40

Q. 5

Texto B

100

Subtotal 35

Q. 1 10

Q. 2

Grupo II

5

Q. 3 50

Subtotal 30

Conteúdo

Cor. linguística 20

Grupo III

50

Subtotal

200

Total

Grelhas de avaliação Plano Anual de Atividades Grelha de avaliação de atividades desenvolvidas Ano letivo: 20___ / 20___ Escola: _______________________________________________________________________________________________________ Atividade: ____________________________________________________________________________________________________ 1

2

3

4

5

6

Interesse dos alunos Participação dos alunos Participação da comunidade escolar Participação/ envolvimento dos EE Cumprimento dos objetivos gerais Cumprimento dos objetivos específicos Avaliação, tendo em conta os objetivos traçados no PEE Articulação com outras áreas disciplinares Horário Local Recursos materiais Apreciação final

Observações:

Sugestões:

1 – Mau

2 – Insuficiente

Escala: 3 – Suficiente 4 – Bom

5 – Muito Bom

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6 – Excelente

163

Ano letivo: 20___ / 20___

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Total (20 val.)

Utiliza com eficácia recursos verbais e não verbais (tom de voz, dicção, entoação, …) (2) Usa o registo de língua adequado (corrente, cuidado, técnico-científico) (1) Exprime-se com correção linguística (1) Usa adequadamente as TIC (suporte à intervenção) (1) Respeita a extensão temporal (2-4 min.) (1)

Elabora plano de texto/ Respeita plano de texto dado (1) Identifica o objeto e descreve-o sucintamente (3) Formula com clareza juízos valorativos (emoções, sentimentos suscitados) (3) Apresenta argumentos válidos com o respetivo exemplo (3) Conclui com comentário crítico pertinente (2) Respeita o encadeamento lógico dos tópicos tratados (2)

DESCRITORES

Alunos

Grelha de Avaliação do domínio da Oralidade: Apreciação crítica

Escola: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Conteúdo – 12 valores

Discurso (forma) – 8 valores

164 28 –

27 –

26 –

25 –

24 –

23 –

22 –

21 –

20 –

19 –

18 –

17 –

16 –

15 –

14 –

13 –

12 –

11 –

10 –

9–

8–

7–

6–

5–

4–

3–

2–

1–

Discurso (forma) – 8 valores

Conteúdo – 12 valores

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Total (20 val.)

Utiliza com eficácia recursos verbais e não verbais (tom de voz, dicção, entoação, …) (1) Respeita o encadeamento lógico dos tópicos tratados (2) Usa o registo de língua adequado (corrente, cuidado, técnicocientífico) (1) Exprime--se com correção linguística (1) Usa adequadamente as TIC (suporte à intervenção) (1) Respeita a extensão temporal (5-7 min.) (1)

Apresenta de forma sucinta a temática a abordar (1) Fundamenta as ideias com exemplos (4) Respeita o caráter demonstrativo (2) Usa linguagem objetiva, sem juízos de valor (2) Refere a importância do assunto tratado (2) Apresenta dados paratextuais (1)

DESCRITORES

Alunos

Grelha de Avaliação do domínio da Oralidade/Educação Literária: Apresentação oral

Escola: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ano letivo: 20___ / 20___

28 –

27 –

26 –

25 –

24 –

23 –

22 –

21 –

20 –

19 –

18 –

17 –

16 –

15 –

14 –

13 –

12 –

11 –

10 –

9–

8–

7–

6–

5–

4–

3–

2–

1–

165

Ano letivo: 20___ / 20___

(2)

Emite considerações finais

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Total (20 val.)

Utiliza com eficácia recursos verbais e não verbais (tom de voz, dicção, entoação, …) (2) Respeita o encadeamento lógico dos tópicos tratados (1) Respeita as marcas de género (1) Usa uma linguagem objetiva (1) Exprime-se com correção linguística (1) Usa adequadamente as TIC (suporte à intervenção) (1) Respeita a extensão temporal (1-3 min.) (1)

(2)

Emite juízos de valor

Elabora plano de texto/ Respeita plano de texto dado (2) Identifica objeto, título original, tema e autor (1) Apresenta os assuntos nucleares do texto (4) Apresenta a intenção do autor (1)

DESCRITORES

Alunos

Grelha de Avaliação dos domínios das Oralidade: Síntese

Escola: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Conteúdo – 12 valores

Discurso (forma) – 8 valores

166 28 –

27 –

26 –

25 –

24 –

23 –

22 –

21 –

20 –

19 –

18 –

17 –

16 –

15 –

14 –

13 –

12 –

11 –

10 –

9–

8–

7–

6–

5–

4–

3–

2–

1–

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

Revisão – 4 val.

Redação – 16 val.

Planificação – 4 val.

(2)

(2)

(2)

(2)

Total (20 val.)

Mobiliza informação adequada ao tema (4) Redige um texto bem estruturado e coeso (3) Usa vocabulário rico e adequado; escreve com correção; acentua, pontua; constrói frases corretas (3) Identifica fontes; cita; faz notas rodapé; apresenta bibliografia (1) Respeita a extensão prevista _____________ (1) Usa as TIC (produção, revisão e edição) (2) Tem gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento (2)

Respeita o tema

Respeita as marcas de género

Elabora plano, estabelecendo objetivos/ Respeita o plano dado Pesquisa e seleciona informação pertinente

DESCRITORES

Alunos

Grelha de Avaliação do domínio da Escrita (síntese, exposição e apreciação crítica)

Escola: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ano letivo: 20___ / 20___

28 –

27 –

26 –

25 –

24 –

23 –

22 –

21 –

20 –

19 –

18 –

17 –

16 –

15 –

14 –

13 –

12 –

11 –

10 –

9–

8–

7–

6–

5–

4–

3–

2–

1–

167

168

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

o

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

N.

Observações:

ALUNOS

Expressividade Muito/ pouca/ (5) nula Dicção articulada/ pouco articulada/ (2) desarticulada

Ano: ___ Turma: ___ Voz Tom monótono/ (2) variado Intensidade audível/ fraca/ não (2) audível

Ritmo lento/ regular/ rápido (2)

Peso na avaliação: ___ Pontuação (respeito pela) (4)

Correção vocabular (3)

Total (20 valores)

Escola: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Grelha de avaliação da leitura expressiva (após preparação)

Ano letivo: 20___ / 20___

AUTOAVALIAÇÃO GLOBAL DO ALUNO Escola _________________________________________________________________________________ Ano letivo: 20___ / 20___ o

Nome: ___________________________________________________________________________ n. ___ ano _____ turma ______ Objetivos

1.o p. sT* 2.op. sT*

3.op.

sT*

Identifico o tema dominante e consigo justificar. Explicito a estrutura do texto. COMPREENSÃO

Distingo informação subjetiva de informação objetiva. Faço deduções e inferências a partir do discurso ouvido. Verifico a adequação e a expressividade dos recursos verbais e não verbais. Distingo as diferentes intenções comunicativas em discursos formais e informais. Explicito marcas do género: reportagem, documentário e anúncio publicitário. ORALIDADE

Tomo notas de forma organizada. Registo a informação relevante em tópicos e de forma sequencial. Pesquiso e seleciono informação de suporte à intervenção.

EXPRESSÃO

Planifico o texto oral, elaborando tópicos de suporte à intervenção. Adequo o discurso à finalidade e à situação (formas de tratamento e registos de língua). Exprimo-me oralmente de forma fluente, correta e articulada, com dicção clara, tom audível e ritmo certo. Produzo textos seguindo tópicos fornecidos. Produzo textos seguindo tópicos elaborados autonomamente. Uso vocabulário variado e adequado e vario estruturas gramaticais. Produzo sínteses e apreciações críticas, respeitando as marcas específicas e as extensões temporais. Identifico o tema dominante do(s) texto(s) e justifico. Capto sentidos explícitos e implícitos de textos de complexidade variada.

LEITURA

Distingo a informação essencial e a acessória de um texto. Estabeleço relações lógicas entre diversas partes do texto. Relaciono aspetos paratextuais (título, subtítulo, ilustração, …) com o conteúdo do texto. Utilizo diferentes recursos que me possibilitem uma melhor compreensão e interpretação dos textos. Explicito marcas específicas de relato de viagem, exposição, apreciação crítica e artigo de divulgação científica Elaboro tópicos das ideias-chave de um texto e organizo-os sequencialmente. Pesquiso e seleciono informação pertinente. Elaboro planos, estabelecendo objetivos e definindo tópicos de forma organizada de acordo com o género textual.

ESCRITA

Redijo textos de tipologia diversa, de acordo com as marcas de género: síntese, exposição e apreciação crítica. Redijo um texto que reflete uma planificação com bom domínio dos mecanismos de coerência e coesão textuais (marcação de parágrafos, uso adequado de conectores). Mobilizo recursos de língua: uso correto do registo de língua, vocabulário adequado ao tema, correção na acentuação, na ortografia, sintaxe e na pontuação. Respeito os princípios do trabalho intelectual (identificação de fontes utilizadas, cumprimento das normas de citação, uso de notas de rodapé, elaboração da bibliografia/ webgrafia consultada). Exploro as TIC na produção, revisão e edição do texto. Tenho gestos recorrentes de revisão e aperfeiçoamento dos textos, tendo em conta a qualidade do produto final.

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169

Leio expressivamente em voz altas textos literários, após preparação. Identifico temas, ideias principais, pontos de vista e universos de referência, justificando. Faço inferências, fundamentando. Analiso o ponto de vista das diferentes personagens. Explicito a estrutura do texto: organização interna.

EDUCAÇÃO LITERÁRIA

Estabeleço relações de sentido entre as partes do texto, características e pontos de vista das personagens. Identifico características do texto poético (estrofe, métrica, rima, paralelismo e refrão). Identifico e explicito o valor dos recursos expressivos. Reconheço e caracterizo textos quanto ao género: farsa e epopeia. Reconheço valores culturais, éticos e estéticos manifestados nos textos. Valorizo as obras estudadas enquanto objetos simbólicos da identidade individual e coletiva de um povo. Expresso pontos de vista sobre textos lidos, fundamentando. Faço apresentações orais sobre obras, partes de obras ou tópicos do programa. Escrevo exposições sobre temas relativos às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos. Leio uma ou duas obras do Projeto de Leitura, relacionando-as com conteúdos do programa. Analiso recriações de obras literárias do programa com recurso a música, teatro, cinema, … Reconheço a contextualização histórico-literária relativa aos diferentes conteúdos. Comparo diferentes textos no que diz respeito a temas, ideias e valores. Caracterizo as principais etapas de formação do Português. Reconheço o principal elenco das línguas românicas. Identifico étimos e reconheço os seus valores semânticos. Relaciono significados de palavras divergentes. GRAMÁTICA

Identifico palavras convergentes. Reconheço a distribuição geográfica do português pelo mundo e dos principais crioulos de base portuguesa. Identifico as diferentes funções sintáticas. Divido e classifico orações coordenadas e subordinadas. Identifico arcaísmos e neologismos. Reconheço o campo semântico de uma palavra. Explicito constituintes de campos lexicais e relaciono-os com o tema dominante e respetiva intencionalidade. Identifico processos irregulares de formação de palavras e analiso o seu significado de acordo com a sua formação. Total Escala: F (0-4) INSUF (5-9) SUF (10-13) B (14-17) MB (18-20)

170

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* sT = sub-total

Notas

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171

Notas

172

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Soluções FICHAS DE TRABALHO

1. As duas primeiras estrofes relatam à amiga um sonho que deslumbrou a donzela, dado que o amigo lhe confessava o amor sentido por ela. As duas últimas estrofes referem-se ao mundo real, depois de acordada, temendo que o seu sonho não passara disso mesmo e rogando a Deus para que se cumpra o sonhado. 2. Neste contexto, a revelação das palavras do amigo em sonho pode simbolizar a manifestação do desejo mais profundo da donzela – ouvir uma declaração de amor por parte do seu amigo. 3. As aspas justificam-se uma vez que marcam, em termos de pontuação, a reprodução das palavras do seu amigo no sonho. Introduz-se o discurso direto na cantiga, narração do sonho. 4. Duas marcas de género da cantiga de amigo podem ser a presença de um enunciador feminino, a referência ao «amigo» (e ainda a presença de uma confidente, «amiga»). 5. a) apóstrofe. b) comparação. 5.1 A comparação enfatiza o amor que o amigo nutre por ela – é maior do que aquele que sente por si próprio.

2. O boato espalhado pelo pajem e por Álvaro Pais dizendo que matavam o Mestre nos Paços da rainha. 3. Segundo o povo, o Mestre de Avis era a escolha mais viável para assegurar a independência do Reino, ao contrário da herdeira de D. Fernando casada com o rei de Castela ou os filhos de D. Pedro com D. Inês de Castro. 4. Pela primeira vez, assistimos à união do povo numa causa comum e, mais importante ainda, «ouvimos a sua voz» e a vontade expressa na defesa das fronteiras do reino: pegam em armas para ajudar e apoiar aquele que ele (povo) considera ser o seu salvador. Esta defesa em torno de um ideal comum, que congrega a classe mais baixa da sociedade e até então «sem voz» é sinal de mudança daquilo que a sociedade em geral, e não só os nobres reconhecem como «seu» o território a que pertencem e conseguem ver mais além do que o pedaço de terra onde nascem e morrem. Desta forma, e embrionáriamente, começa a surgir um sentimento nacional de apego à terra e uma consciência nacional. 5. a) enumeração – reforça o alvo dos revoltosos, indicando-os através de referências pejorativas. b) apóstrofe – destaca a proximidade do Mestre com o povo de Lisboa ao chamar-lhe «amigos».

Grupo II

Grupo II

Ficha 1 Grupo I

1.1 (A); 1.2 (B); 1.3 (D); 1.4 (C). 2. a) prótese de m; b) síncope de l, sinérese ae>ai; c) crase de e.

Ficha 2 Grupo I

1. O objetivo desta cantiga é denunciar a «falsidade» da soldadeira Maria Peres, uma senhora de reputação duvidosa, que foi à Terra Santa pedir perdão pelos seus pecados. No entanto, terá voltado a pecar, logo, não lhe valendo de nada a sua indulgência. 2. Esta é uma cantiga de maldizer, porque apresenta uma crítica direta, indicando o nome do destinatário, ao contrário das de escárnio que não revelam o nome da pessoa que satirizam. 3. Apesar de Maria Peres se ter purificado através das indulgências concedidas na Terra Santa, deixou-as roubar do baú; isto é o sujeito poético insinua que de nada lhe serviu ter sido absolvida, pois continua a prevaricar, em cada lado em que se hospeda, aludindo a vários encontros amorosos. 4. Por exemplo: «Ca, o logar u eles am poder, / nom á pardom que s’i possa asconder» (vv. 16-17), o sujeito poético culpabiliza, ironicamente, os «rapazes» que tudo conseguem roubar, nada deles se esconde; quando, na realidade, sugere ao longo do poema, que é Maria Peres quem os seduz. 5. O sujeito poético opina sobre o facto de Maria Peres ter perdido o perdão atribuído: para ele é consequência de ela nunca o ter merecido, logo é justo que o perca.

Grupo II 1. a) «E». b) «mui». c) «que». d) «em». e) «ferrada». f) «ca». 2. a) epêntese de i; b) paragoge de e; c) prótese de a. 3. «atal perdom bem se dev’a perder» oração subordinante; «ca muito foi cousa mal gaa[nh]da» oração subordinada adverbial causal.

Ficha 3 Grupo I

1. O povo.

1. e 2. a) V. b) F. Conjunção coordenativa explicativa. c) F. A palavra sublinhada é um pronome relativo. d) F. Relativamente ao seu processo de formação, as palavras SMS e INTERPOL são, respetivamente, sigla e acrónimo. e) V 3. a) «poderiam quebrar as portas» – oração coordenada; «ou lhe poer fogo» – oração coordenada disjuntiva. b) «vede» – oração subordinante «que maldade tam grande» – oração subordinada substantiva completiva. c) «beento seja Deos» – oração subordinante «que vos guardou desse treedor!» – oração subordinada relativa restritiva. 4. a) Predicativo do complemento direto. b) Predicativo do sujeito. c) Modificador restritivo do nome. d) Sujeito composto / Complemento oblíquo.

Ficha 4 Grupo I

1. É uma apreciação crítica, pois apresenta-se um livro e tece-se sobre ele um comentário crítico, com a apresentação de argumentos. 2. A expressão significa que a autora apresenta, em simultâneo, histórias individuais/pessoais das personagens e a história da cidade de Estremoz, no Alentejo. o 3. Introdução (1. parágrafo): apresentação do objeto a apreciar – o romance Uma outra voz – e a sua autora. o o Desenvolvimento (2. ao 5. parágrafos): apresentação de argumentos positivos, fundamentados com exemplos, por alguns elementos do júri. Conclusão (último parágrafo): síntese do que foi dito anteriormente e reforço do ponto de vista pessoal (através das palavras de José Castello).

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173

4. Valor positivo. Exemplos: «É uma escrita polifónica. Uma escrita que mistura fotografia, árvore genealógica, é uma escrita inquieta»; «E esse livro, mal você começa a ler, começa a descobrir que está entrando num terreno que nunca pisou.»; «essa aposta numa escrita muito original, num olhar original sobre o mundo», «tem “um entrelaçamento de histórias”, mas “o principal são as vozes”». «Você nunca sabe direito os limites de fantasia e de realidade. É um livro muito interessante, só lendo mesmo para poder entender». 5. Léxico valorativo (apreciativo) através do uso do nome («originalidade», «modernidade», «criatividade»), do adjetivo («fortes», «forte», «boa»), do advérbio («muito») e do verbo («marcou»).

Grupo II 1. a) Modificador apositivo do nome; b) Predicativo do sujeito; c) Predicativo do complemento direto; d) Complemento oblíquo. 2. O poeta Nuno Júdice disse: «- Destacarei em primeiro lugar “a qualidade da escrita” na obra da premiada». 3. comunicou-lha por telefone. 4. a) «É um romance» – oração subordinante; «onde se cruzam histórias individuais com a história coletiva.» – oração subordinada relativa restritiva. b) «Vê-se» – oração subordinante; «que num período de crise destes as pessoas estão a procurar soluções» – oração subordinada substantiva completiva. c) «O romance tem “um entrelaçamento de histórias”, – oração coordenada; «mas “o principal são as vozes”» – oração coordenada adversativa. 5. Empréstimo e truncação.

Ficha 5 Grupo I

1. Quanto à estrutura interna, o excerto insere-se no conflito. Após a breve vida de casada com Brás da Mata, este parte para Arzila, deixando Inês fechada em casa e à guarda do Moço. Inês recebe, com alegria, a notícia da morte do seu marido. 2. O verso que se refere ao tempo cronológico é «Há três meses que é passado» (v. 903). 3. A carta anuncia a morte de Brás da Mata e refere as circunstâncias do seu falecimento. Trata-se de um momento importante no conflito da ação, uma vez que liberta Inês do seu (já não desejado) casamento, proporcionando novas perspetivas de vida à personagem, agora viúva. 4. O comportamento do Escudeiro no seu lar e em Arzila são completamente díspares, facto que é referido por Inês. Na sua casa, junto de Inês, é prepotente e fanfarrão, mantendo-a enclausurada. Já em Arzila, mostra-se cobarde, foge da guerra e acaba por ser morto por um simples pastor. 5. Os versos explicitam a nova condição de Inês Pereira – o «nó» (compromisso matrimonial) deixou de existir, foi «desatado», libertando-a da prisão a que tinha sido condenada por Brás da Mata. 6. Inês Pereira não chora a morte do seu esposo, como era de esperar de uma viúva. Contrariamente, logo pensa num segundo casamento, mas agora com um marido que possa manipular. Ela própria refere que aprendeu com a experiência

174

do seu primeiro casamento e os critérios de seleção do pretendente mudaram: «Agora quero tomar / pera boa vida gozar / um muito manso marido / nam no quero já sabido, / pois tam caro há de custar» (vv. 935-939). 7. a) Interrogação retórica. b) Metáfora. 7.1 A metáfora sublinha o facto de Inês não ter pena de que o seu marido tivesse morrido, nem ter remorsos por isso.

Grupo II 1. a. complemento do nome; b. modificador apositivo do nome; c. modificador restritivo do nome; d. complemento do nome; e. complemento do nome; f. modificador restritivo do nome; g. modificador apositivo do nome; h. complemento do nome; i. modificador restritivo do nome; j. modificador apositivo do nome; k. complemento do nome; l. complemento do nome. a) A morte do marido e a sua nova condição permitirão a construção de uma vida diferente. b) Inês, que já passou um mau bocado, está livre. c) Trouxeram uma carta breve. d) A certeza da morte do marido colocou Inês numa nova situação.

Ficha 6 Grupo I

1. O excerto insere-se no fim do conflito e contempla o desfecho. Após o encontro com o Ermitão, Inês pede ao marido para a levar à ermida, o que ele, prontamente, concede. A farsa termina com o percurso até essa ermida e com uma cantiga. 2. Os versos «Corregê vós esses véus / e ponde-vos em feição» (vv. 1098-1099) insinuam que houve alguma intimidade entre Inês e o Ermitão, pois ela vem desalinhada. Quando a vê assim, o marido em vez de a questionar, pede-lhe, ingenuamente, para que se recomponha. 3. Dois versos que o comprovam são, por exemplo, «Seja logo, sem deter» (v. 1104) e «Bofá que me praz molher» (v. 1107). 4. Inês é transportada às costas de Pero Marques, o «asno» do mote que deu origem à farsa «mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube». Para Inês, mais vale um marido simplório, que lhe faça todas as vontades e goste dela, do que outro, «avisado» e bem-falante, mas que a maltrate, como fez Brás da Mata. O meio como Inês é transportada acaba por ilustrar o mote. 5. Enquanto atravessam o rio, cantam uma cantiga, na qual Inês diz, sem pudor, que o marido é enganado (chama-lhe «gamo», «cuco»). Pero Marques segue o refrão da canção, repetindo: «Pois assim se fazem as cousas». Com esta cantiga, sublinha-se a infidelidade de Inês e a credulidade e sujeição do marido. 6. Dois tipos de cómico presentes neste excerto são o cómico de linguagem, se tivermos em conta as palavras insultuosas e em calão da cantiga. Por outro lado, cómico de situação: Pero Marques, carregando Inês às costas, ainda consegue transportar duas lousas (lajes) – todo esse esforço cria uma situação cómica em palco. 7. a) Comparação. b) Metáfora. 7.1 Esta metáfora enfatiza o facto de Pero Marques ser um marido enganado, gamo é metáfora de marido traído.

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Grupo II 1. Por exemplo: a) As costas de Pero Marques vão ficar doridas. b) A ida para a ermida vai ser longa para Pero Marques. c) A beleza de Inês atordoa Pero Marques. d) O debate sobre a infidelidade foi interessante. 1.1 Preposições. 1.2 Complementos do nome. 2.1 (A); 2.2 (C); 2.3 (C); 2.4 (B); 2.5 (A); 2.6 (C). 3. a) complemento oblíquo; b) predicativo do sujeito; c) complemento direto; d) complemento agente da passiva. 3.1. a) de Inês; b) de Inês Pereira; c) entre Brás da Mata e Pero Marques; d) pela imagem de homem «avisado».

Ficha 7

Grupo I

1. Ao longo dos versos, o poeta manifesta-se sobre o seu próprio estado de espírito, colocando-se assim no centro da mensagem poética, como comprovam os deíticos/ formas de primeira pessoa (verbos, pronomes e determinantes): «Eu cantei já e agora vou chorando»; É tão triste este meu presente estado». 2. O sujeito poético reflete sobre a sua vida passada e presente. Os sentimentos relativamente ao passado são de saudade e de (aparente) contentamento («Eu cantei já, e agora vou chorando / O tempo que cantei tão confiado»), que contrastam com o estado presente de tristeza («é tão triste este meu presente estado») e de revolta, pois considera que, mesmo, anteriormente, foi enganado, que nunca foi verdadeiramente feliz («Fizeram-me cantar, manhosamente, / Cantava, mas já era ao som dos ferros»). 3. O recurso expressivo é a antítese – realça o contraste entre o passado feliz e o presente de tristeza. 4. A última estrofe encerra duas interrogações retóricas que põem em causa se vale a pena queixar-se ou culpar-se pelo seu infortúnio, dado que apenas pode controlar parte dele, sendo a «Fortuna» / Destino a força inexorável que o conduziu a tal estado de infelicidade, mais do que os próprios erros («Onde a Fortuna injusta é mais que os erros?»). 5. Esta composição poética é um soneto porque é constituída por duas quadras e dois tercetos. Relativamente à rima, apresenta o seguinte esquema rimático: abba/abba/cde/cde – rima interpolada e emparelhada. Quanto à métrica, temos versos decassilábicos, como se pode ver pelo seguinte exemplo – «Eu/ can/tei/ já/ e a/go/ra/ vou/ cho/ran/do». Insere-se na medida nova, pela sua estrutura.

Grupo II 1.1 (C) 1.2 (B) 1.3 (B) 1.4 (B) 2. A Fortuna castigou-me por ter sido incorreta. (destino); O Pedro fez fortuna na América. (ganhou muito dinheiro). 3. «Parece – subordinante; «que no canto já passado» – oração subordinada substantiva completiva; «Se estavam minhas lágrimas criando» – subordinada adverbial condicional.

Ficha 8 Grupo I

1. A temática comum aos dois poemas é a experiência amorosa e a reflexão sobre o amor, como se pode constatar pelos

seguintes versos: «Quem ora soubesse / onde o amor nasce, / que o semeasse» (Texto A), «Busque Amor novas artes, novo engenho, / para matar-me» (Texto B). 2. O sentimento amoroso é personificado, como se pode ver através do uso da maiúscula «Amor», enfatiza-se o poder deste sentimento na vida do sujeito poético. 3. Nos dois poemas, o Amor tem efeitos negativos no sujeito poético, que se sente enganado, ludibriado e magoado (Texto A – «De Amor e seus danos / me fiz lavrador; / semeava amor / e colhia enganos»; «Amor nunca vi / que muito durasse, / que não magoasse»). No Texto B mostra-se sem esperança («que não pode tirar-me as esperanças, / que mal me tirará o que eu não tenho»), desconfiando de um sentimento que não se vê, mas que consegue matar («lá me esconde / Amor um mal, que mata e não se vê»). 4.1 No Texto A, apresenta-se como lavrador («De Amor e seus danos/ me fiz lavrador»); no Texto B, como marinheiro («andando em bravo mar, perdido o lenho.»). 4.2 Embora trabalhe arduamente a terra, não obtém a recompensa desejada pelo seu trabalho («semeava amor / e colhia enganos»); no mar, sente-se perdido, desesperado, no entanto, ainda desafia, corajosamente, o Amor para mais embustes («andando em bravo mar, perdido o lenho»; «Busque Amor novas artes, novo engenho, / para matar-me, e novas esquivanças»). 5. Texto A – Esta composição poética é um vilancete, uma vez que tem um mote de três versos e duas glosas sétimas. Quanto à métrica, apresenta versos de cinco sílabas – redondilha menor. Tem o seguinte esquema rimático: mote – abb; glosas – cddccbb (rima emparelhada e interpolada), repetindo-se as duas últimas rimas do mote no fim de cada glosa. Texto B - Esta composição poética é um soneto, uma vez que tem duas quadras e dois tercetos, sendo o último terceto a «chave de ouro» do poema. Quanto à métrica, apresenta versos de dez sílabas – decassílabos. Tem o seguinte esquema rimático: abba / abba / cde / cde (rima emparelhada e interpolada nas quadras e interpolada nos tercetos). 5.1 Texto A – Este poema pertence à medida velha de Camões, na esteira da lírica tradicional portuguesa. Texto B – Este poema pertence à medida nova de Camões, típica da corrente renascentista.

Grupo II 1.1 (A) 1.2 (B) 1.3 (A) 2. «matar-me»; «mal»; «perdido»; «desgosto», por exemplo. 3. a) Ele é aluno de Belas-Artes. (área do conhecimento artístico); Os pescadores usam as suas artes para pescar. (instrumentos para a pesca)

Ficha 9 Grupo I

1. Este texto classifica-se como um artigo de divulgação científica, porque aborda uma temática na área da ciência, relacionada com o estudo do conectoma humano. Quanto à estrutura externa, apresenta antetítulo e título, um resumo do assunto (ll. 1-3) e o desenvolvimento do tema estudado, com introdução, corpo do trabalho e conclusão. Note-se que não apresenta a bibliografia consultada, própria de um texto desta natureza.

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2.1 A descoberta já comprovada pelos cientistas reside na verdade de que os pensamentos e as emoções dos seres humanos resultam da atividade das células nervosas: «A ciência já confirmou que a atividade neuronal é a base física dos pensamentos e das emoções». 3.1 Os vocábulos e expressões que sugerem que ainda não é possível aceder informaticamente a essa descoberta são «Em busca do» (no antetítulo), «dentro de poucos anos» (l. 6), «imagina» (l. 11) e «um dia» (ll. 12-13). 4.1 (A) 4.2 (D) 5. Ao nível da linguagem, temos a presença de um registo de língua técnico-científico («conectoma humano», «atividade neuronal», «genoma»…), o uso da terceira pessoa («conseguem», «confirmou», «foi criada»…) e o predomínio da denotação («cientista», «cérebro», «atividade celular»…).

Grupo II 1.1 (C) 1.2 (D) 2.1 «termo» – nome comum; «que» – pronome relativo; «aglutina» – verbo principal transitivo direto; «os» – determinante artigo definido; «milhões» – quantificador numeral; «de» – preposição; «ligações» – nome comum. 2.2 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. 2.3 Uma iniciativa para reunir fundos já foi lançada por Hayworth.

Ficha 10 Grupo I

1. Estas estâncias enquadram-se no plano das reflexões do poeta, pois Camões apresenta considerações sobre como atingir a imortalidade. 2.1 Nos quatro primeiros versos, Camões afirma que foi a Fama que concedeu a alguns homens a imortalidade e, consequentemente, a atribuição de nomes como «Deuses» e «Semideuses», com o intento de, nos versos seguintes, apelar ao ser humano a rejeitar o ócio e esforçar-se para também ele atingir essa mesma imortalidade. 3. Para atingir a imortalidade, os homens deverão evitar a cobiça («E ponde na cobiça um freio duro»), a ambição («E na ambição também») e a tirania («e no torpe e escuro / Vício da tirania»). 4. De forma a atingir essa mesma imortalidade, o Homem deverá praticar a justiça («dai na paz as leis iguais, constantes, / Que aos grandes não dêem o dos pequenos»); defender a fé de Cristo, combatendo os Mouros («vos vesti nas armas rutilantes, / Contra a lei dos imigos Sarracenos:»); e ilustrar o rei, através de conselhos ou da luta em guerras («fareis claro o Rei que tanto amais, / Agora cos conselhos bem cuidados,/ Agora co as espadas»). 5. O acesso à Ilha dos Amores é a recompensa que está ao alcance daqueles que adotam os comportamentos sugeridos, ou seja, serão amados eternamente e ganharão um estatuto heroico e sobrenatural: «e numerados / Sereis entre os Heróis esclarecidos / E nesta “Ilha de Vénus” recebidos». 6. Nestas estâncias, Camões critica os portugueses que praticavam uma vida ociosa, procurando apenas alcançar a riqueza fácil e imerecida e desprezando os valores da época. 7. a) metáfora b) anástrofe

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Grupo II 1.1 (B) 1.2 (C) 1.3 (C) 1.4 (C) 2.1 Paragoge. 2.2 a) nomes comuns. b) pronomes pessoais. c) conjunções subordinativas. 3. Presente do modo conjuntivo (com valor imperativo).

Ficha 11 Grupo I

1. O texto é um relato de viagem que tem como características: variedade de temas (descoberta do Outro, diferente do Eu; comparação de culturas; reflexão sobre a sua própria cultura); encadeamento lógico dos assuntos abordados; discurso pessoal a (prevalência da 1. pessoa); dimensões narrativa (predominância de nomes) e descritiva (predominância de adjetivos). 2. O título relaciona-se com o conteúdo do texto no sentido em que remete para um lugar onde reina duplamente o som. Por um lado, dominam sons positivos resultantes de uma «alegria espontânea» do povo traduzida em cantos e danças, mas também do cantar de um «buenas» pelo fiscal da alfândega ao estrangeiro que chega a Cuba e da sonoridade do carimbo nos passaportes. Por outro, testemunham-se sons negativos provenientes de uma «juventude rebelde que pede as barbas e o pescoço rugoso de Fidel no cepo» e de protestos, na rua, a favor do fim do regime. 3. O narrador apresenta em primeiro lugar as suposições para depois as rebater, introduzindo a realidade diferente do que se pensa através de conjunção coordenativa adversativa («mas») ou de advérbio conectivo («porém»). 4. O povo cubano é digno/ resistente («dignidade inquebrantável»), alegre/ simpático («alegria espontânea»), afável, acolhedor (portas destrancadas e o «forasteiro é convidado a entrar como se fosse um da casa») e letrado. 5. Literacia absoluta. 6. A expressão final do texto remete para uma identificação do narrador com o povo cubano que anseia pela liberdade, livre do regime Castrista, dos embargos americanos. 7. a) enumeração – destaca aqueles que oprimem ou causaram sofrimento aos cubanos. b) ironia – reforça a opção tomada pela falta de combustível e a origem das bicicletas, a China (outro país com regime semelhante – comunista).

Grupo II 1. Truncação. 2. a) complemento do nome; b) modificador restritivo do nome; c) predicativo do sujeito; d) modificador (do GV). 3. a) «A eletricidade e os combustíveis são os bens mais penalizados [..]» – oração subordinante; «desde que acabaram as benesses soviéticas» – oração subordinada adverbial temporal. b) «A ilha é dos poucos lugares do mundo» – oração subordinante; «onde as portas das casas nunca estão no trinco» – oração subordinada relativa restritiva.

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c) «Os cubanos já habituaram os olhos a viver na penumbra» – oração coordenada. «e as pernas a dar ao pedal» – oração coordenada copulativa. d) «Quando cheguei,» – oração subordinada adverbial temporal; «as ruas estavam repletas de manifestantes» – oração subordinante. 4. «O embargo americano penaliza mais a eletricidade e os combustíveis». 5. Introduz uma enumeração.

2.3 a. «Banhos Públicos»; b. Quinta do Castelo; c. termalismo. 2.4 a. Serviços de interpretação em língua gestual portuguesa; b. Tornar o evento mais inclusivo. 2.5 a. social; b. económica. (Não necessariamente por esta ordem; aceitar, também, turístico como solução correta).

Teste de compreensão do oral 2 Cenários de resposta (Ou outros que se considerarem pertinentes – o professor só deve contemplar o número de itens pedidos no enunciado.)

Ficha 12 Grupo I

1. Revela que o ser humano é contraditório e que, apesar de se mostrar corajoso e determinado, Jorge de Albuquerque Coelho está consciente das dificuldades e da sua possível morte. 2. Comer os cadáveres dos companheiros ou afundar a embarcação. 3. Prova a forte religiosidade da época, igualmente referida noutros excertos, e devolve a esperança de salvação já posta em causa pela situação em que se encontravam. 4. O estado da embarcação e dos marinheiros à chegada a Lisboa confirma a visão mais negativa do empreendimento dos Descobrimentos. Acresce ainda as vidas perdidas nesta travessia Brasil-Portugal. 5. a) anástrofe – destaca o estado da embarcação e não a reação dos marinheiros da outra embarcação. b) enumeração – realça a comida que foi dada aos marinheiros esfomeados.

Grupo II 1. a) «isto o fez em tão grande segredo» – oração subordinante; «que nenhum dos outros por então o soube» – oração subordinada adverbial consecutiva. b) «não o consentiria» – oração subordinante; «enquanto vivesse» – oração subordinada adverbial temporal. c) «impediu» – oração subordinante; «que o fizessem» – oração subordinada substantiva completiva. d) «avistaram uma barca pequenina,» – oração subordinante; «que navegava para a Atouguia» – oração subordinada relativa explicativa. 2. a) complemento do nome; b) modificador; c) complemento direto; d) complemento oblíquo. 3. Campo semântico. Extensão semântica. 4. Sonorização e apócope. 5. a) «Depois, às escondidas, fê-lo.» b) «quando o visse chegado.»

TESTES DE COMPREENSÃO DO ORAL Teste de compreensão do oral 1 1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (C); 1.4 (D). 2.1 a. «A Centelha»; b. 18:00 horas; c. «A Reconquista de Alcácer»; d. 23:15 horas; e. «O Testamento» ; f. 22:00 horas. 2.2 a. textos; b. cenários; c. trabuco; d. lança bolas de chamas; e. 150m.

1.a. Lisboa; b. arredores de Lisboa; c. espaços únicos com animais e aves; d. convento e Tapada de Mafra; e. observar animais e aves; f. única capital europeia localizada junto a uma área protegida de observação de aves. 2.a. Pico do Areeiro; b. Pico Ruivo; c. Floresta Laurissilva; d. levadas (canais de água); e. mergulhar; f. descansar; g. Património Natural da Humanidade, pela UNESCO (Floresta Laurissilva); h. fora do mundo. 3.a. Ilha Terceira; b. Angra do Heroísmo; c. Grutas; d. Vulcões; e. Maior e mais importante (galeões dos Descobrimentos); f. Mergulhar; g. percorrer os «Mistérios Negros»; h. Património Mundial, pela UNESCO (Angra do Heroísmo); i. Reencontra o seu equilíbrio; j. Sente-se no paraíso. 4.a. Alentejo; b. Cidades marcadas pela História; c. Explorar os caminhos subterrâneos, mergulhar, desfrutar da vida. 5.a. Coimbra; b. Universidade com 700 anos; c. Vontade de voltar. 6.a. Costa Vicentina; b. Carrapateira; c. Praias; d. Mar; e. Castelo de Aljezur; f. Viver o mar e as praias; g. Entrar na História desta região; h. Praticar a arte de não fazer nada; i. Mais bem preservada zona costeira da Europa; j. Bemestar. 7.a. Miradouro da Serra do Pilar; b. Vila Nova de Gaia; c. Douro; d. Mosteiro da Serra do Pilar; e. Caves do vinho do Porto; f. Fazer caminhadas; g. Apanhar o teleférico; h. Património Cultural da Humanidade. 8.a. «Escolha Portugal!»

Teste de compreensão do oral 3 1. (A), (C), (F). 2. (F), (B), (D), (C), (A), (E). 3.1 (B); 3.2 (C); 3.3 (B); 3.4 (D); 3.5 (A) 4. a) retábulos. b) divulgação. c) interpela. d) marulhar. e) sublinha.

Teste de compreensão do oral 4

1. a) … foram passados de geração em geração (com muitos anos). b) … pessoas de baixa condição social. c) … social, pessoal e profissional dos portugueses. d) … recolhia o encanto/fascínio de todos aqueles com quem convivia e gravava. 2. a) percorreu o país recolhendo gravações áudio de músicas e cantares. b) parecia pouco diferente daquele que existia desde os tempos medievais. c) o desaparecimento das tradições e do modo de vida do país rural. d) como figura mítica (entre peregrino e herói). e) o modo de viver das gentes que gravou. f) registos áudio e fotografia. 3. a) cristalizadas; b) iminente; c) cumplicidade; d) empreendimento; e) fascínio.

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4. restrita – ampla. / social – cultural. / prado – gado. / faias – alfaias. / fendas – lendas. / parar – curar. / complementos – elementos. / fonográficos – fotográficos.

Teste de compreensão do oral 5 1. e 1.1 a) F. O reino encontrava-se próspero. b) V. c) F. Não há a certeza sobre o local de nascimento de Vicente (Guimarães, Guimarães de Tavares ou Évora). d) F. Branca Bezerra. e) F. Médico, não. f) V. g) F. Monólogo do Vaqueiro. h) V. i) F. Tia do príncipe e irmã do rei. j) V. K) V. l) F. Floresta de Enganos. m) V.

Teste de compreensão do oral 6 1.a. Maria José Palla e Ricardo Araújo Pereira; b. Museu de Arte Antiga; c. Séc. XVI; d. «Primitivos Portugueses»; e. Gil Vicente 2.1 (A); 2.2 (B); 2.3 (D); 2.4 (A); 2.5 (C); 2.6 (B); 2.7 (C). 3. a) V; b) F; c) F; d) V; e) F; f) F. b) A capacidade de nos rirmos de nós próprios torna-nos superiores. c) A sátira tende à ideia de aniquilação. e) No «mundo às avessas», o Parvo é a voz da sensatez. f) A sátira em Gil Vicente é corrosiva mas jovial/ festiva.

Teste de compreensão do oral 7 1. a. Suporta até 136 quilos. b. A bateria é suficiente para 7 minutos de uso. c. Funciona com base em campos magnéticos. d. Afasta-se do chão 2,5 centímetros. e. No ar, desliza rapidamente em várias direções. 2.1 (C); 2.2 (D); 2.3 (A); 2.4 (C); 2.5 (B) 3. Ordenação: 2, 7, 4, 1, 5, 3, 6.

Teste de compreensão do oral 8 1. (A) A obra de Camões tem sido, ao longo dos tempos, alvo de leituras diversificadas, desde mitológicas a nacionalistas. (B) A primeira publicação da obra Camões e a viagem iniciática foi em 1980. (C) A obra apresentada classifica-se como um ensaio, pois é um estudo da poesia de Camões. (D) Na expressão «É um livro já com muitas vidas», o locutor utiliza uma personificação para sugerir que a obra já foi publicada dezasseis vezes e que agora conta com mais uma edição. (E) No contexto, a expressão «até se jubilar» é sinónima de «até se aposentar». (F) Camões é visto como um poeta que recusa uma visão tradicionalista e retrógrada do mundo. (G) Na sua poesia, Camões valoriza muito mais a experiência do que a fé. (H) O poeta lírico e épico mostra ser mais um poeta de dúvidas do que de convicções.

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(I) Para Camões, é possível associar a sexualidade ao amor espiritual. (J) A obra camoniana constitui uma rutura com a poesia tradicional, ao nível da perceção do mundo. 2. 2.1 (C); 2.2 (D); 2.3 (C); 2.4 (B); 2.5 (C).

Teste de compreensão do oral 9 1. a. Quibdó, na costa do Pacífico colombiano b.46 anos a. c.Cartagena de Índias d.Promover a leitura em parques e praças de Cartagena e.Parque Bolívar f.Carreta g.120 h.Biblioteca pessoal, ofertas pessoais e doações i.Conto j.Integral 2.1 (A) metáfora. 2.2 (C) um desafio e uma missão. 2.3 (D) por quase toda a Colômbia. 2.4 (B) pessoal e emocionalmente contida. 2.5 (B) promover a importância da leitura.

Teste de compreensão do oral 10 1. (B); (E); (H); (I); (L); (P); (R); (T); (V); (X). 2. a. caravela; b. rampas; c. proa; d. históricas; e. Descobrimentos; f. paredão; g. armas; h. portuguesas; i. espada; j. Avis. 3. 1. a. A grandeza de Portugal; b. A grandeza de todos os portugueses que se tornaram heróis. 2. a. A força das armas; b. A fé cristã. c. A dinastia dos reis que souberam entender e incentivar as conquistas dos mares. 3. a. O povo português.

Teste de compreensão do oral 11 1.1 a) V. b) V. c) F … 1859 e 2004. d) F … que carregam em muito pouco tempo. e) V. f) F … produzir o grafeno em grandes quantidades e a um preço acessível. 2.1 (B); 2.2 (D); 2.3 (A). 3.1 (A), (C), (E), (F); 3.2 (A), (C), (D), (F); 3.3 (A), (B), (D), (E).

Teste de compreensão do oral 12 1.1 a) F (…exercício de evasão…); b) V; c) V; d) F (visão global e da prática em grupo); e) V; f) F (divulgar, mostrar o que é); g) F (pretende atestar); h) V; i) V ; j) F (praticado em todo o lado e por todos. Não é condição para a prática viver num centro mais urbano). 2. 2.1 (C)/ 2.2 (B). 3. 3.1 (B), (C), (D), (F)/ 3.2 (A), (C), (F).

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TESTES DE AVALIAÇÃO POR UNIDADE Teste 1

• Ondas – Traduzem o tumulto interior. Por outro lado, são amigas e próximas opondo-se ao mar [rei] hostil e distante. («Ondas do mar de Vigo»).

Grupo I

Grupo II

Texto A 1. Esta cantiga difere das outras cantigas de amigo, relativamente ao sujeito lírico, uma vez que não é a donzela que fala (ou a mãe), mas uma outra pessoa que narra as suas ações. Tal facto comprova-se pelo uso da terceira pessoa – «Vai lavar cabelos, na fontana fria». 2. A personagem que nos aparece no poema apresenta dois traços caracterizadores marcantes, ao nível da caracterização física é formosa («louçana», «velida») e ao nível da caracterização psicológica está feliz e apaixonada («Leda dos amores, dos amores leda»). 3. Com estes versos associa-se o «amigo» ao «cervo», símbolo da virilidade e amor ardente. Na fonte, quando encontra o amigo, a donzela fica emocionada, desassossegada, mas feliz (metaforicamente expresso em «o cervo do monte volvia a augua / Leda dos amores, dos amores leda» – vv. 17-18). Acaba por partilhar a sua tarefa de lavar o cabelo com o amigo, o que sugere alguma intimidade entre os dois. 4. Trata-se de uma cantiga composta por seis coblas em dísticos e um refrão monóstico. Esquema rimático: aaR/ bbR/ aaR/ bbR/ aaR/ bbR (rima emparelhada). É uma paralelística perfeita, porque o número de coblas é par; o primeiro dístico emparelha com o segundo, mudando a palavra rimante; no terceiro dístico, o primeiro verso repete o segundo verso do primeiro dístico (leixa-prem), acrescentando um verso novo; no quarto dístico, repete-se o segundo verso do segundo dístico (leixa-prem) e retoma-se com variação o segundo verso do terceiro dístico; no quinto dístico, o primeiro verso retoma o segundo verso do terceiro dístico, com variação do tempo verbal, e introduz-se um verso novo; no sexto dístico, o primeiro verso repete o segundo verso do quarto dístico (leixa-prem) e retoma-se, com variação, o segundo verso do quinto dístico. Texto B 5. Cenários de resposta: Aparentemente muito simples, as cantigas de amigo apresentam, no entanto, temáticas complexas, que só podem ser verdadeiramente apreendidas, desvendando o simbolismo que elas encerram. Alguns símbolos mais frequentes e exemplos de cantigas em que aparecem: • Aves – Com a beleza do seu canto, representam a sedução e o enamoramento que podem surgir em qualquer momento. («Levad', amigo, que dormides as manhanas frias») • Ramos – Laços amorosos. («Levad', amigo, que dormides as manhanas frias») • Flores/Avelaneiras frolidas – Podem remeter-nos para a delicadeza e feminilidade. Simbolizam também a fertilidade/ fecundidade. («Bailemos nós já todas três, ai amigas»; «Ai flores, ai flores do verde piño»). • Baile – Local de encontro amoroso, à semelhança da fonte. («Bailemos nós já todas três, ai amigas»). • Mar – A tempestuosidade do mar é subjetiva, logo podemos aliar este elemento a uma ideia hostil, dado que foi pelo mar que o amigo partiu ao serviço de el-rei, originando a separação entre os amantes. («Ondas do mar de Vigo»).

1.1 (A); 1.2 (B); 1.3 (B); 1.5 (D); 1.2 (B); 1.4 (C); 1.6 (D); 1.7 (D) 2. a) síncope de n e crase de a; b) síncope de u. 3. Inserção no texto de um empréstimo (do Latim) e título de livro, respetivamente.

Grupo III

Resposta pessoal.

Teste 2 Grupo I

Texto A 1. Os efeitos do Amor sobre o sujeito poético são positivos – fazem-no trovar, andar feliz e com esperança de ser correspondido («e faz-m’ alegr’ e faz-me trobador» – v. 3; «e faz-me toda via em bem cuidar» – v.6; «e dá-m’esforc’e asperança» – v. 8). Pelo contrário, os outros trovadores sentem o Amor como algo negativo, que causa desespero e sofrimento, logo não poderão nunca obter os favores deste sentimento («e os que d’el desasperados som / nunca poderam nem ũu bem aver, / mais aver mal» – vv. 11-13). 2. Estes versos dirigem-se aos leitores, mas também aos trovadores que o censuram. Ironicamente, o sujeito poético sugere que eles é que deveriam ser censurados por não perceberem que o Amor é alegria e não coita (sofrimento). 3. O recurso expressivo é a comparação, enfatiza os dotes da sua senhora: a sua formosura, o seu saber estar em sociedade; alguém a quem não se pode apontar defeitos, enaltecendo-a perante todas as outras. Texto B 4. Temas do texto: história, definição científica e benefícios do beijo. 5. a) «cerca de 90 por cento da espécie humana comunica através do beijo» (l. 4-5); b) «Sabe-se» (l. 30); c) «refere Margarida Braga» (l. 50); d) «mas» (l. 5), «por exemplo» (l. 7), «Além disso» (l. 35),…

Grupo II

1.1 (B); 1.2 (A); 1.3 (C); 1.4 (C); 1.5 (D); 1.6 (A) e 1.7 (C). 2. Oração coordenada e oração coordenada copulativa. 3. Sujeito.

Grupo III

Resposta pessoal.

Teste 3 Grupo I

Texto A 1. O objetivo do estratagema concertado entre o pajem e Álvaro Pais é sublevar o povo de Lisboa de maneira a conduzi-lo aos paços da rainha, onde o mestre matava o Conde Andeiro, dizendo-lhe que o Mestre estava em perigo («O Page do Meestre que estava aa porta, como lhe disserom que fosse pela vila segundo já era percebido» – ll. 1-2 –, «– Matom o Meestre! matom o Meestre nos Paaços da Rainha! Acorree ao Meestre que matam!» – l. 4 – e «alvoraçavom-se nas voontades, e

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começavom de tomar armas cada uũ como melhor e mais asinha podia.» – ll. 7-8). 2. Pegar em armas e dirigir-se aos paços da rainha para socorrer o mestre (ll. 6-9). 3. «Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre, ca filho é deI-Rei dom Pedro.» (l. 11). 4. Hipérbole que reforça a ideia que toda a cidade de Lisboa ouviu o pregão e por isso toda a população se mobilizou em socorro do Mestre. Texto B 5. Tópicos de resposta: – introdução de falas de personagens («– Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê!» e «– U matom o Meestre? que é do Meestre? Quem çarrou estas portas?» cap. 11); – descrição pormenorizada de ações das personagens («começou d’ir rijamente a galope em cima do cavalo em que estava», «As gentes que esto ouviam, saiam aa rua veer que cousa era; e começando de falar uũs com os outros», «Nom cabiam pelas ruas principaes, e atrevessavom logares escusos» cap. 11; «e forom descubertos per uũ homem natural d’Almadãa, e tomados per os Castelãos; e el foi depois tomado e preso e arrastado, e decepado e enforcado» cap. 148.); – descrição pormenorizada dos sentimentos das personagens («Desfalecia o leite aaquelas que tiinham crianças a seus peitos per mingua de mantiimento; e veendo lazerar seus filhos a que acorrer nom podiam, choravom ameúde sobr’eles a morte ante que os a morte os privasse da vida» cap. 148).

Grupo II

1.1 (C) 1.2 (D) 1.3 (C) 1.4 (D) 1.5 (C) 1.6 (B) 1.7 (A) 2. «A mitologia política e o franciscanismo acusam a presença de um messianismo associado à figura do rei» – oração subordinante; «que se criou em torno de D. João I» – oração subordinada relativa restritiva; «que está na sua origem» – oração subordinada relativa explicativa. 3. Predicativo do complemento direto. 4. Amálgama.

Grupo III

Sugestão de tópicos: – a importância da ação coletiva vs. a ação individual; – a mobilização social em torno de um ideal/causa comum; – a luta por mais direitos e melhores condições de vida/ trabalho; –…

Teste 4 Grupo I

Texto A 1. O título do capítulo aponta para as tribulações vividas pela população de Lisboa, nomeadamente a extrema pobreza da classe mais baixa caracterizada pela fome, falta de mantimentos e mortes daí resultantes. Tais tribulações foram motivadas pelo cerco de Lisboa, levado a cabo pelos Castelhanos, liderados por D. João de Castela em 1384. 2. Apesar de famintos e extenuados, eram solidários uns com os outros e valentes contra os castelhanos, apresentando uma identidade coletiva que os unia num propósito comum.

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3. O narrador tem como objetivo trazer o leitor para aquele passado doloroso «Esguardae…» e fazer notar que quem nasceu depois daquela provação, tal como ele, teve sorte. Texto B 4. O tema dominante é a coita (sofrimento) de amor, sendo esta uma cantiga de amor. O sujeito poético queixa-se que nunca viu ninguém sofrer como ele está a sofrer por amor, embora esteja «agradecido» pois a sua «senhor» merece que ele passe por este sofrimento desmedido. 5. A cantiga é constituída por quatro coblas (três quadras e um dístico) e um refrão em dístico. Esquema rimático: abbaRR/ cddcRR/ effeRR (rima interpolada e emparelhada)/ RR (rima emparelhada).

Grupo II

1.1 (C)/ 1.2 (B)/ 1.3 (A)/ 1.4 (B)/ 1.5 (A)/ 1.6 (C)/ 1.7 (D). 2. «a questão parece dirigida ao trobar medieval, ao passado, a uma sociedade» – oração subordinante; «onde a literatura não se define como um campo separado da festa e do quotidiano» – oração subordinada adjetiva relativa restritiva. 3. Predicativo do complemento direto. 4. Extensão semântica.

Grupo III

Sugestão de tópicos: – viver isolado ou em comunidade – vantagens e desvantagens; – construção da personalidade (influência dos outros – vantagens e desvantagens; – a experiência pessoal: beneficiada ou prejudicada pelo contacto com os outros; –…

Teste 5 Grupo I

Texto A 1. Este excerto pertence à exposição, é o início da farsa. Apresenta-nos a personagem principal, Inês Pereira, e a sua Mãe. Também localiza a ação no espaço, a casa de Inês, lugar central da ação. Resumidamente, o excerto expõe o conflito de Inês – está fechada em casa, mas anseia a sua libertação, através do casamento. 2. Inês Pereira está saturada e revoltada com a sua situação, sente-se presa em casa, sem poder sair. Por outro lado, mostra-se desinteressada pelos afazeres domésticos que a aborrecem («Oh Jesu que enfadamento / e que raiva e que tormento / que cegueira e que canseira.» – vv. 7-9 – e «Coitada assi hei d’estar / encerrada nesta casa / como panela sem asa / que sempre está num lugar.» – vv. 12-15). Anseia casar de modo a livrar-se deste «cativeiro» («Prouvesse a Deos que já é rezão / de nam estar tam singela.» – vv. 50-51). 3. O recurso expressivo que está presente na primeira fala da mãe é a ironia – a mãe diz à filha que já adivinhava que ela não estaria a «lavrar» como era suposto estar. Esta ironia tem um tom acusatório – a Mãe considera-a preguiçosa. Texto B 4. O tema é uma apreciação crítica ao filme Uma entrevista louca. O autor procede, em todo o texto, a uma apreciação crítica sobre o filme, apontando aspetos positivos e negativos, sobressaindo estes últimos.

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5. Duas características são, por exemplo: linguagem valorativa («O resultado é uma desastrosa cronologia de ideias» – l. 7); uso da terceira pessoa gramatical e o presente do indicativo («The Interview ainda possui outra grande fraqueza» – l. 14).

Grupo II

Grupo II

Resposta pessoal.

1.1 (B); 1.2 (B); 1.3 (D); 1.4 (C); 1.5 (B); 1.6 (A) e 1.7 (A). 2. a) síncope de d e sinérese; b) assimilação; c) prótese.

Grupo III

Grupo III

Teste 7 Grupo I

Resposta pessoal.

Teste 6 Grupo I

1.1 (A); 1.2 (C); 1.3 (B); 1.4 (B); 1.5 (D); 1.6 (D);1.7 (A). 2. a) prótese de e; b) síncope de d e sinérese; c) epêntese de i.

Texto A 1. Há duas cenas presentes no excerto: uma em que estão presentes Inês Pereira, a Mãe e Pero Marques (até «Nam qu'elas vinham chentadas / cá no fundo no mais quente» – vv. 294-295) e outra em que Inês e Pero se encontram a sós (desde «Vossa mãe foi-se, ora bem» até ao final do excerto – vv. 296351). A primeira cena apresenta uma nova personagem, Pero Marques, pretendente de Inês, que se mostra pouco à vontade no convívio social. Na segunda cena, Inês e Pero conversam sozinhos, ou melhor, desconversam e Inês acaba por rejeitá-lo. 2. Podemos observar comportamentos díspares nestas duas personagens. Enquanto que Pero se mostra simpático, respeitador e preocupado com Inês – oferece-lhe peras (que, no entanto, acabam por não aparecer) e inquieta-se com o facto de poderem pensar mal de Inês, por estar a sós com ele e às escuras, Inês comporta-se de forma oposta. Goza com o pretendente por este não saber estar em sociedade, ridiculariza-o com o episódio das peras e dececiona-se quando Pero não avança no relacionamento, estando a sós com ela. 3. Está presente o cómico de linguagem: Inês ironiza, dizendo que as peras deviam estar mesmo apresentáveis («fresquinhas»), estando no fundo do seu capuz. Pero leva as suas palavras à letra, retorquindo que elas estavam bem aconchegadas «cá no fundo mais quente». 4. Por exemplo, na fala de Inês Pereira – «Quam desviado este está. / Todos andam por caçar / suas damas sem casar / e este tomade-o lá» (vv. 306-309). Um efeito teatral poderá ser – jogo teatral, cumplicidade com os espectadores, fazendo de conta que Pero Marques não ouve o que Inês diz. Por outro lado, usa-se a técnica do cómico de situação – há uma personagem em palco que está a ser gozado, finge não se aperceber, o que causa riso a quem assiste à representação. Texto B 5. Cenário de resposta: Inês deseja um marido avisado, rejeitando, numa primeira fase, o rústico Pero Marques (simbolizando o «burro» do mote), manifestando a sua preferência por um Escudeiro bem-falante e ardiloso, que, à partida, se enquadrava no seu ideal de marido (correspondendo ao “cavalo” do mote). Após a experiência matrimonial com o Escudeiro, na qual se viu ludibriada nos seus intentos de liberdade, sendo até maltratada pelo marido, Inês “cresce” enquanto mulher e revê o seu projeto de vida. Quando fica viúva, não hesita em aceitar Pero Marques que, apesar da sua simplicidade, nutre carinho por ela e, sobretudo, permite-lhe ter a liberdade que tanto anseia. Assim, conclui-se que a farsa cumpre o desafio lançado, provando o mote-desafio.

Texto A 1. O poema, quanto à organização interna, divide-se em três a o o partes: na 1. parte (1. ao 3. verso), o sujeito lírico refere o a pranto da amada no momento da sua partida; na 2. parte o o (4. ao 11. verso), questiona-se sobre a possibilidade da amada a o o ainda se lembrar dele; na 3. parte (12. ao 14. verso), o eu lírico conforta-se com a hipótese da amada ainda não o ter esquecido. 2. A utilização da forma verbal «ficavam» (v. 2) demonstra que não era a primeira vez que o casal se separava; já acontecera outras vezes. 3. Quanto ao estado de espírito, o sujeito lírico mostra-se apaixonado, demonstra estar triste, saudoso e melancólico pela separação da amada e angustiado por não saber se ela ainda o ama ou se já o esqueceu. 4. As interrogações (acentuadas pela utilização da anáfora que serve, neste caso, para reforçar as retóricas através da constante repetição de «Se», em início de verso) e as exclamações utilizadas ao longo do discurso do sujeito poético traduzem uma variedade de sentimentos. As primeiras expressam dúvida, incerteza, angústia, ansiedade e ilusão; as segundas (presentes no segundo terceto) a consciencialização, a confiança. Texto B 5. O aluno deverá desenvolver, entre outros considerados pertinentes, os seguintes tópicos: Medida Velha: Donzela humilde e simples que é descrita objetivamente em quadros do quotidiano (fonte, natureza); o poder transformador da amada. Poema: «Leva na cabeça o pote»… Medida Nova: Mulher inalcançável, divina, etérea... Retrato petrarquista da mulher ideal: pele alva, cabelos e olhos claros (retrato clássico da mulher); descrição subjetiva e indefinida; características físicas e psicológicas em equilíbrio … Poema: «Um mover d’olhos, brando e piadoso»...

Grupo II

1.1 (D); 1.2 (A); 1.3 (C); 1.4 (C); 1.5 (D); 1.6 (B); 1.7 (B). 2.1 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. 2.2 Complemento do adjetivo. 2.3 Campo lexical: «originalidade», «imitação», «petrarquismo», «amor», «neoplatonismo»…

Grupo III

Resposta pessoal.

Teste 8 Grupo I

Texto A 1. Dirigindo-se às lembranças felizes do seu passado, o sujeito poético pede que elas se afastem do seu pensamento para que

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possa viver mais intensamente o mal que define o seu presente. No entanto, na segunda estrofe e através da conjunção coordenativa adversativa «Mas», manifesta a preferência de morrer, caso as lembranças não o deixem viver em paz, pois vê a morte como o único fim para as memórias que o atormentam («Que muito milhor é perder a vida, / perdendo-se as lembranças» – vv. 9-10). 2. Este poema tem um cariz autobiográfico, pois apresenta-nos a visão das memórias do sujeito poético. Presentemente, ele vive num contínuo tormento devido às lembranças felizes do seu passado («Lembranças, que lembrais bem o meu bem passado / para que sinta mais o mal presente» – vv. 1-2). De facto, a vida de Camões é também traduzida pelo binómio passado/presente que corresponde ao polo felicidade/ /infelicidade. 3. Ao longo do poema, o sujeito poético afirma «viver […] tão descontente» (v. 6). Desta forma, através do articulador «Assi», conclui que o melhor será a morte, antecipando já que a sua vida futura será, também, marcada pelo sofrimento presente («há-de ser sempre um tormento» – v. 14), caso ela não o venha buscar. Texto B 4. Anteriormente, já Pero Marques estivera em casa de Inês fazendo-lhe a corte, mas o mesmo foi rejeitado pela protagonista, seguindo-se um diálogo entre a moça casadoira e a sua mãe que a recrimina por tal atitude. Neste excerto, os judeus casamenteiros, Vidal e Latão, contam a Inês que percorreram muitos lugares para encontrar um pretendente para Inês, mas que não encontraram ninguém com o perfil pretendido: «discreto e de viola». No entanto, acabam por anunciar a chegada de um Escudeiro galante. De seguida, aparece Brás da Mata que, após elogiar Inês, se casa com ela. 5. Através destes versos, Latão pretende afirmar que ele e o seu companheiro Vidal tudo farão para bem servir Inês, ou seja, enfrentarão os maiores obstáculos para encontrar o homem idealizado por ela.

Grupo II

1.1 (A); 1.2 (C); 1.3 (D); 1.4 (B); 1.5 (C); 1.6 (A); 1.7 (D). 2.1 «Trata-se […] de uma motivação limitada pela “Fortuna”» – oração subordinante. «já que “o gosto de um suave pensamento” cedo se transforma em “tormento”» – oração subordinada adverbial causal. 2.2 Complemento do adjetivo. 2.3 Campo semântico da palavra «canto»: «Coloquei o vaso no canto da sala.»; «Todos os sábados canto no coro.»; «O canto lírico de Camões é fabuloso.»; «Ronaldo provocou uma situação de canto.» (futebol).

Grupo III

Teste 9

I – Introdução o 1. parágrafo – Luís de Camões publica a sua obra em 1572, um texto narrativo escrito em verso que canta feitos grandiosos (reais e imaginários) de heróis que representam valores, sonhos e capacidades do povo a que pertencem. – Estrutura interna: Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração. II – Desenvolvimento o 2. parágrafo – Proposição: apresentação do objetivo do poeta que é glorificar os feitos passados dos heróis portugueses (reis, guerreiros, navegadores – herói coletivo); imortalidade dos lusos é já anunciada: «Se vão da lei da morte libertando» (canto I, est. 2, v. 6); o povo português é superior aos deuses: «A quem Neptuno e Marte obedeceram» (canto I, est. 3, v. 6); o povo português é superior aos heróis da Antiguidade, reais ou lendários: Ulisses, Eneias, Alexandre Magno e Trajano. o 3. parágrafo – Invocação: o heroísmo dos portugueses é sobrehumano, por isso o poeta pede às Tágides uma ajuda sobrenatural para o cantar; pede um estilo épico, como épico é o povo que vai cantar. o 4. parágrafo – Dedicatória: afirma novamente a grandiosidade do povo luso que conduzirá o rei D. Sebastião à imortalidade; a ação do povo português é verdadeira e não fingida/falsa, como as cantadas por outras epopeias: «As verdadeiras vossas são tamanhas / Que excedem as sonhadas, fabulosas» (canto I, est. 11, vv. 5-6).

Grupo II

Texto A 1. A conjunção «Mas» marca claramente a introdução de uma oposição no discurso. Nos dois primeiros versos, Camões afirma que Portugal tem heróis tão corajosos e ilustres como os clássicos que ele refere («Cipiões, / Césares, Alexandres e dá Augustos» – vv. 1-2, est. 95), no entanto a falta de certas qualidades (o culto das letras e da cultura) fá-los insensíveis.

182

Texto B Entre outros considerados pertinentes, o aluno deverá abordar os seguintes tópicos:

III – Conclusão o 5. parágrafo – a obra reflete a necessidade de imortalização dos nossos heróis.

Resposta pessoal.

Grupo I

2. Em ambos os textos, Camões critica o pouco valor que os portugueses atribuem ao cultivo da poesia. No entanto, essa crítica particulariza-se nos dois textos. No Texto A, o poeta desabafa dizendo que, ao contrário dos heróis da Antiguidade, os heróis portugueses contemporâneos (no geral) não aliam a valentia ao culto das letras e por isso mesmo alguns não são cantados em verso como ilustres: «que a razão / De algum não ser por versos excelente / É não se ver prezado o verso e rima» (vv. 5-7, est. 97). A um nível mais pessoal, no Texto B Camões denuncia às Ninfas os grandes senhores («valerosos») de Portugal que não reconhecem o seu talento e apenas mostram ingratidão pelos versos que lhes dedicou. 3. Através da apóstrofe «Ninfas minhas» (v. 1, est. 81), o poeta interpela as ninfas do Tejo e do Mondego e demonstra, através do pronome possessivo, o sentimento de pertença e de amor à sua pátria. 4. Nestes versos e através da ironia, Camões afirma que o facto de maltratarem os que cantam os feitos ilustres dos portugueses desmotivará eventuais futuros poetas.

1.1 (C); 1.2 (A); 1.3 (D); 1.4 (B); 1.5 (B); 1.6 (C); 1.7 (B). 2.1 Modificador. 2.2 Sujeito subentendido. 2.3 Derivação por sufixação.

Grupo III

Resposta pessoal.

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Teste 10

Teste 11

Grupo I

Grupo I

Texto A

1. Nestas estâncias, os nautas encontram-se na Ilha dos Amores. Depois do deleite de um banquete oferecido pelas ninfas, Vasco da Gama é conduzido, por Tétis, ao cimo de um monte (estância 77) onde lhe mostra a Máquina do mundo, isto é, a representação do Universo (estância 79). Este globo é minuciosamente descrito nas estâncias 77, 78 e nos dois primeiros versos da estância 79. 2. Neste episódio, é possível verificar a interdependência de três planos: os portugueses encontram-se na Ilha dos Amores, a qual encontraram durante a sua viagem de regresso à pátria (Plano da Viagem), e nela confraternizam com seres mitológicos como, por exemplo, Tétis (Plano da Mitologia), deusa do mar que se prepara para revelar a Gama as futuras conquistas dos heróis lusos (Plano da História de Portugal): «Em pequeno volume, aqui te dou / Do Mundo aos olhos teus, pera que vejas / Por onde vás e irás e o que desejas.» (est. 79, vv. 6-8). 3. Nestas estâncias o herói português é mitificado, imortalizado, uma vez que é dado a Gama o prémio de ver com os olhos aquilo que só aos deuses é dado a ver: a constituição do universo e o futuro do povo português. Texto B 4. No poema, o mote contém o tema que vai ser desenvolvido nas voltas. Nele, e através de uma interrogação retórica, o sujeito poético afirma implicitamente que nunca conseguirá ser feliz, visto ser ele próprio a fonte do seu sofrimento («se me eu levo comigo?» – v. 3). Seguidamente, nas voltas apresenta os motivos que o justificam. O primeiro é o facto de ter nascido, sugerindo que o sofrimento lhe é inerente por natureza («pois que pude ser nacido» – v. 7), constituindo ele próprio para si mesmo um perigo constante («que eu mesmo sou meu perigo» – v. 10). Por fim, o segundo motivo aduzido é que não vale a pena pôr termo à sua vida, porque, embora isso o livrasse do tormento, como ele deixaria de existir, já não poderia gozar esse bem. Assim, chega à conclusão que é impossível atingir o contentamento («ou com desgosto comigo, / ou sem gosto e sem perigo» – vv. 16-17). 5. Esta composição poética classifica-se como um vilancete, uma vez que é constituído por um mote de três versos (terceto) e voltas de sete versos (sétima). Apresenta o esquema rimático abb/ cddccbb/effeebb, com rima emparelhada e interpolada, e a repetição da rima dos dois últimos versos do mote, nos dois últimos versos das voltas. Quanto à métrica, é constituída por versos de sete sílabas métricas (redondilha maior), típica da medida velha de Camões.

Grupo II 1.1 (A); 1.2 (B); 1.3 (B); 1.4 (D); 1.5 (B); 1.6 (C); 1.7 (C). 2.1 Oração subordinada adverbial final. 2.2 Complemento do adjetivo. 2.3 Relação de hiperonímia e hiponímia.

Grupo III Resposta pessoal.

Texto A 1. O ataque da nau portuguesa por corsários, ato frequente na época. A nau viria tão despreparada para a guerra, pois vinha mais carregada de «fazenda» do que material de defesa. 2. Psicologicamente, é corajoso, determinado, quando não desiste do combate contra os corsários; defensor da pátria (= barco); quando mantém o ânimo durante a adversidade. 3. Relação de semelhança, pois ambos consideram-na uma atitude de traição e rendição (l. 21); além disso, o protagonista mostra resignação perante a traição sofrida (revela a sua nobreza de caráter – ll. 31-33). 4. Enumeração – destaca o forte armamento dos corsários com o qual invadiram a nau portuguesa. Texto B 5. Relato de viagem, que apresenta características como a reflexão sobre a sua própria cultura (foi na Foz que o narrador passou a sua infância), discurso na primeira pessoa, coexistência da descrição e narração, ainda que a primeira predomine no excerto. Relação de semelhança, porque há uma seleção dos acontecimentos considerados mais marcantes; os relatos não são objetivos (embora o segundo seja mais do que o primeiro) e tentam transmitir a experiência vivida ao leitor, centrando-se na explicação, orientação e opinião, sempre com base na realidade. Como em relatos de viagem típicos, estes narradores registam as suas impressões pessoais sobre lugares, pessoas e situações com os quais se depara durante a viagem, caracterizando-os.

Grupo II

1.1 (A); 1.2 (C); 1.3 (D); 1.4 (B); 1.5 (D); 1.6 (B); 1.7 (A). 2. «levado para Bruges» – oração subordinante; «onde se encontra detido à espera de julgamento» – oração subordinada adjetiva relativa explicativa. 3. Abdi Hassan anunciou: «– Quero retirar-me da pirataria e dedicar-me à política.» 4. Os assaltos ao Faina, um navio de transporte militar ucraniano, libertado ao fim de 134 dias atribuem-se também a Abdi Hassan.

Grupo III

Resposta pessoal.

Teste 12 Grupo I

Texto A 1. Os viajantes enfrentaram ventos fortes, trovoada, risco de naufrágio devido à carga excessiva, avistamento de uma nau de corsários e falta de alimentos. As dificuldades prendiam-se com o excesso de carga que dificultava a navegação da nau. 2. Relação de oposição/contraste, pois o excerto inicia-se com ventos fortes e termina com a indicação que soprava «uma brisa larga, animadora e próspera» (ll. 19-21). 3. Estas narrativas constituem um documento importante para apurar a realidade do conhecimento marítimo da época, pois os seus narradores fornecem indicações diretas a (vividas na 1. pessoa) ou através dos seus relatos do conhecimento existente na época. Neste excerto o narrador afirma que «(Nesse tempo, ainda só se calculava a latitude,

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pela altura da estrela polar ou pela altura meridiana do Sol; a longitude não se calculava, e apenas se estimava pelo caminho andado, imperfeitissimamente)». Note-se que esta indicação surge entre parênteses, como uma anotação lateral que se faz a um texto. Texto B 4. Plano das reflexões do poeta. O assunto dominante é a corrupção do dinheiro e as suas consequências («Faz trédoros e falsos os amigos» (est. 98, v. 2); «Os juízos cegando e as consciências» (est. 98, v. 8); «Este causa os perjúrios entre a gente/ E mil vezes tiranos torna os Reis.» (est. 99, vv. 3-4)). 5. Este excerto de Os Lusíadas relaciona-se com o primeiro parágrafo do texto 1, uma vez que é devido à ganância e à vontade de lucro que a nau vem excessivamente carregada.

Grupo II

1.1 (A); 1.2 (C); 1.3 (D); 1.4 (B); 1.5 (C); 1.6 (D); 1.7 (A). 2. «O realizador Paul Greengrass traz-nos uma película estilo documentário» – oração subordinante; «que produziu dois dos filmes da emocionante saga Bourne» – oração subordinada adjetiva relativa explicativa; «que só podia ser feita por um grande cineasta» – oração subordinada adjetiva relativa restritiva. 3. Modificador. 4. Piratas somalis tomaram um navio de carga americano ao largo da costa da África Ocidental.

Grupo III

Sugestão de tópicos: – a ambição humana (tentativa de definição); – consequências positivas da ambição, utilizando exemplos; – consequências negativas da ambição, utilizando exemplos; – presente vs. futuro – dependência da ambição; – comentário pessoal.

AUTO DA FEIRA CENA I (vv. 1-181) EDUCAÇÃO LITERÁRIA 1. D. João III – Lisboa – 1527 – celebração do Natal. 2. A verdadeira função do prólogo, a enunciação do assunto da peça, só ocorre a partir do verso 160, com a identificação da personagem e a ordem de realização de uma feira no dia de Natal. 3.1 Ao não revelar quem é, nem a que vem, dando pequenas pistas («estrela do céu»), a personagem pretende captar a atenção do espectador para o seu discurso, como se pode verificar pelo pedido presente nos versos 3 e 4: «todos quantos aqui estais / afinai bem os sentidos». 4.1 Considera que a «estronomia» (a astrologia), apesar de estar muito em voga, é apresentada consoante os interesses individuais, pelo que decide registar a verdadeira visão acerca da mesma. 4.2 Crenças correntes no tempo: a astrologia permitia saber as causas futuras da morte; o que iria acontecer aos Anjos e a Deus; o futuro de cada um, consoante a sua conveniência, que os astros presidiam à morte, à vida e aos desastres naturais. 4.3 Tom satírico e irónico: «terão um cão polo rabo», vv. 26-30 (ironiza a ausência de capacidade de fazer contas daqueles que

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se julgam capazes de desvendar os mistérios); vv. 38-45 (explicação simplista, quase infantil),… 4.4.1 Versos que reforçam a veracidade do seu discurso: «pois no céu naci com elas» (v. 35) e «E se Francisco de Melo» (v. 36) – astrólogo (astrónomo) conceituado do século XVI. 5.1 Metáfora: «A lũa tem este jeito / vê que clérigos e frades / já nam tem ao céu respeito» (vv. 82-84); Antítese: «mingua-lhes as santidades / e crece-lhes o proveito» (vv. 85-86). Valor expressivo: associação crítica do clero à Lua, como se o seu comportamento fosse causado pela Lua, ou seja, critica-se o procedimento materialista de clérigos e de frades – têm cada vez menos santidade e mais proveito. 6. Crítica cerrada aos reis que se ocupavam com a guerra quando se deviam reger pelos valores cristãos da simplicidade e da paz (vv. 87-91); crítica à aplicação morosa da justiça (vv. 92-96). 7.1 A conclusão apresentada é a de que a falta de dinheiro conduz à fome do povo, classe na base da hierarquia social, sendo obrigação do rei (associado a Júpiter, como forma de elogio) manter a moeda sólida («que tanto val um cruzado / de noite como de dia»; «nau veleira […] / nam preste sem pregadura» – vv. 125-126, 127, 131). 7.2 Metáfora: reforça-se a crítica à situação económica do país, com o agravamento de défice comercial, muito devida à política centralizadora e absolutista – uma nau pode ser muito forte e feita dos melhores materiais, contudo não resistirá às intempéries se não tiver as suas madeiras pregadas. 8.1 A personagem encerra o seu discurso da mesma forma como o iniciou, apresentando a sua visão sobre a astrologia, sob a forma de verdade universal (os astros não têm influência na vida terrena), e solicitando, tal como no início, a atenção dos espectadores. 9.1 A identificação da personagem com Mercúrio, mensageiro dos deuses, justifica a sua escolha para trazer a mensagem acerca da astronomia. Para além desta função, é também deus das moedas, das mercadorias, o que justifica a sua ordem de se fazer uma feira naquele local. 10.1 A escolha de Mercúrio está relacionada, para além das razões apresentadas na resposta anterior, com os gostos literários da época pela presença pagã, podendo o autor criticar, através desta presença, figuras proeminentes como a do rei.

GRAMÁTICA

1. a) dissimilação; b) assimilação; c) epêntese; d) síncope e crase; e) paragoge. 2. a) predicativo do sujeito; b) sujeito; c) complemento oblíquo; d) modificador.

CENAS II – IV (vv. 182-351) EDUCAÇÃO LITERÁRIA 1.1 Representa a caducidade da vida: tudo está dentro do tempo, nada lhe escapa, daí ser o mercador-mor desta feira. 2.1 É uma feira de troca direta onde não aparece a moeda. Trocar-se-á o que cada um trouxer por virtudes, bons conselhos, temor de Deus, isto é, o abstrato (espiritual) em vez do material. Destina-se a colocar à disposição de todos «amor e rezão / justiça e verdade, a paz desejada», a salvação («chaves dos céus», v. 202). [o professor poderá apresentar virtudes enquanto hiperónimo e amor, razão, justiça, verdade e paz enquanto hipónimos]

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2.2 As mercadorias citadas estão a tornar-se necessárias especialmente por a Cristandade gastar as suas energias e o seu tempo em disputas sobre doutrina («a cristandade é toda gastada / só em serviço da opinião», vv. 198-199). Alude-se à perda generalizada do temor de Deus: todos os estados desinteressaram-se pela conquista do Céu, que só nesta feira se pode conseguir; e apresenta-se um mundo às avessas, uma vez que as virtudes se foram perdendo ao longo do tempo e Roma faz, inclusive, as suas compras na feira do diabo, sendo os próprios diabos os «corretores» (economia capitalista). 3.1 Serafim apregoa a modéstia, a humildade, o temor de Deus e a paz, simbolizando, assim, o Bem, o caminho da salvação. 3.2 Antítese/metáfora: reforça-se a necessidade de o clero retomar os valores iniciais da igreja, pois encontra-se afastado dos seus deveres e esquecido da sua missão («papas adormidos»). É necessário mudar esta postura («mudai os vestidos», v. 220), o apego aos bens materiais («feirai o carão que trazeis dourado», v. 225), e procurar a modéstia, a humildade de outrora («buscai as samarras dos outros primeiros / os antecessores», v. 221-222). 4.1 O diabo gaba-se, pois está seguro do seu sucesso naquela feira, sendo utilizado o complemento direto com um duplo sentido: encontra sempre quem adquira as suas mercadorias (o Mal); quem as adquire é como se o levasse consigo, uma vez que «vendeu a sua alma». 4.2 Contrariamente às mercadorias relacionadas com o Bem, apresentadas pelo Tempo e pelo Serafim, o Diabo tem para oferecer falta de honra (vv. 256-263), ganância (vv. 301-305), corrupção (vv. 316-320) e falsidade (vv. 331-340), porque o «sages mercador / há de levar ao mercado / o que lhe compram milhor» (vv. 291-293). 5.1 O Diabo argumenta, ironicamente, não ser mau rapaz (v. 326) e não obrigar ninguém a comprar as suas mercadorias (vv. 327-330), alegando, em suma, o livre arbítrio: o Homem é livre para escolher entre o Bem e o Mal, sendo o Homem quem o procura, nomeadamente o clero. 6.1 Mercúrio dirige-se ao Tempo-Serafim, ordenando que se prepare para receber Roma. Indicia-se, deste modo, ser esta uma personagem de extrema importância. O Diabo afirma, igualmente, querer preparar-se, pois já fizera anteriormente negócio com Roma, criticando-se, deste modo, dura e corajosamente a simonia praticada pela Corte Pontifícia. O espectador é preparado para um confronto entre os princípios do Bem e os do Mal (um dos principais contrastes do sistema alegórico vicentino). 7. A caracterização do Diabo é essencialmente direta, predominando a autocaracterização: o Diabo impõe às outras personagens a caracterização que faz de si, e isto pela manipulação da palavra, através de asserções, de justificações e de atos persuasivos. O resultado é o Diabo como imagem do bom senso humano que governa o mundo às avessas e particularmente como imagem de bom mercador que nada consegue vender. Assim, o Diabo apresenta-se como um pobre vendedor ambulante («bofolinheiro»), trazendo consigo uma «tendinha» (diminutivo com valor depreciativo); é fanfarrão, pois está plenamente convencido do sucesso das suas vendas (vv.236-240); ofensivo na ridicularização da delicadeza de Serafim (v. 256); constantemente irónico (vv. 258-263); conflituoso (vv. 264-265); competitivo e provocador ao relatar as suas vendas de bens terrenos; enganador, tentador e maléfico pelas mercadorias que vende (vv. 286-290; 331-344),…

GRAMÁTICA

1.1 c); 1.2 a); 1.3 d); 1.4 a)

CENA V (vv. 352-510) EDUCAÇÃO LITERÁRIA 1.1 Roma representa a Santa Sé, cuja autoridade era contestada, na época, na Alemanha, em Inglaterra e em França («Três amigos que eu havia / sobre mi armam prefia», vv. 354-355). 1.2 Roma procura ajuda na feira por se ver atacada, por um lado, pelos próprios cristãos: «Se os meus me desbaratam», «Se os cristãos mesmos me matam» (vv. 362, 364) (referência ao saque pelas tropas de Carlos V, em 1527); e, por outro lado, desrespeitada por aqueles que se afastam dela: «que todos me desacatam» (v. 366). 1.3 Fortuna, por um lado, significa o destino, declarando-se Roma vítima da má sorte, e, por outro lado, representa a sobrecarga de materialidades, que lhe provocam «canseira», por não separar os bens espirituais dos bens materiais. 2.1 Para o Diabo, a verdade não serve para nada («Cousa que nam aproveita», v. 385), a bondade nunca trouxe nada a quem a tem e Roma não tem nada para dar em troca daquilo que quer, mas sim para o que ele tem para oferecer («Não trazeis bôs fundamentos / pera o que haveis mister», vv. 387-388). Considera que ela não se apresenta devidamente informada sobre o que lhe convém e explica-lhe que, para viver bem, o mais sensato é proceder de acordo com os costumes dos tempos que passam, ou seja, aconselha-a a pagar a quem a torne ruim, ou melhor, prudente («e aviso à roindade / peitai a quem vo-la ponha», vv. 394-395). Propõe-lhe, assim, uma infinidade de mentiras produtivas que cobrem toda a realidade e são proveitosas, porque com elas se conseguem favores. 2.2«E como formos avindos / nos preços disto que digo» (vv. 412-413). 3. Roma confessa já ter negociado com o Diabo, tendo-lhe comprado tudo aquilo e de o ter, inclusivamente, feirado. Assume ter intenção de o continuar a fazer, pois tem mais do que o mercado oferece, tendo, no entanto, consciência de ter sido a sua perdição os negócios feitos com o Diabo («que por meu mal te comprei», v. 421). Atente-se na anteposição do adjetivo «sujas» em «sujas mercancias»: a essência da mercadoria é a sujidade. 4.1 É feita uma enumeração por contrastes das mercadorias compradas ao Diabo, os pecados cometidos, e as consequências dessa compra: mentiras a troco do amor por Deus, o desamor de Deus a troco do temor à ira de Deus, infâmias a troco da fama e da prosperidade e maldades a troco das virtudes. Criticase, essencialmente, a simonia de Roma e consequentes poder, proveito e traição da sua missão. 5.1 Serafim não lhe exige a moeda que está habituada a manusear (valores materiais), mas pede-lhe em troca da paz tão desejada uma «santa vida» (valores espirituais). 5.2.1 Roma insiste em usar como troca a mesma moeda (valores materiais), confessando, uma vez mais, a venda de graças a que se entrega (vv. 457-461). 5.3 Mercúrio acusa Roma de não se reconhecer como pecadora, consequência da aplicação das indulgências (vv. 475 e 478-479) e, como tal, não se aperceber da sua perdição (vv. 481-482). 5.3.1 «Ó Mercúrio valei-me agora / que vejo maus aparelhos» (vv. 482-483).

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5.4.1 Deus dá a sua graça sem receber nada em troca (eliminação do comercial, do transacional). 5.4.2 O cofre oferecido a Roma contém um espelho, símbolo da introspeção necessária para se ser absolvido, uma vez que ela não tem consciência do seu estado. Contém também os conselhos de Mercúrio: deve mudar o seu comportamento, pois se continuar a agir daquele modo só encontrará a sua perdição; a sua atual condição é consequência da sua atuação, da sua traição a Deus, e não de fatores externos; quem estiver bem consigo, não procurando a guerra contra os seus, nada deve temer, pois terá sempre a paz com Deus. Roma deverá levar uma vida pautada pelo Bem, pelos valores espirituais.

GRAMÁTICA

1. a) complemento do nome; b) complemento do nome; c) modificador apositivo do nome.

CENAS VI – IX (vv. 511-782) 1. Os dois lavradores pretendem trocar as suas esposas, por se encontrarem profundamente descontentes com as mesmas. 2. Amâncio Vaz queixa-se do temperamento instável e violento da sua mulher: «é muito destemperada» (v. 524); «e fez-me hétego a mim» (v. 536); «parece demoninhada» (v. 565); «logo me salta nas grenhas» (v. 578); «me chimpa nestes focinhos» (v. 580). Contrariamente ao compadre, Denis Lourenço considera a sua mulher demasiado mansa e inábil: «é tam mole e desatada» (v. 543); «que nunca dá peneirada / que nam derrame a farinha» (vv. 544-545); «E não põe cousa a guardar / que a topo quando a cata» (vv. 546-547). 3. Amâncio sugere a troca das respetivas esposas: «Pardeos tanto me farás / que feire a minha contego» (vv. 595-596). 4. Paralelismo: Branca Anes, a brava, queixa-se do marido, Amâncio Vaz, pondo em evidência o seu mau génio, e Marta Dias, a mansa, não se queixa, indo ao encontro do referido pelo seu marido, Denis Lourenço. Tal como na cena VI, cada personagem julga melhor o que coube na sorte à outra, explorando-se a imagem, fortemente enraizada no pensamento tradicional, do marido que diz mal da mulher e da casada que lamenta o estado em que vive. 5.1 Os dois lavradores decidem não trocar de esposas, atitude em consonância com a mentalidade da época perante a indissolubilidade do matrimónio, segundo as convenções religiosas. 6.1 Marta fica furiosa perante a pergunta disparatada do Diabo e, como é crente, lança um apelo piadoso: «Não. Jesu nome de Jesu / Deos e homem piedoso» (vv. 694-695). Esta reação é reveladora da religiosidade da personagem que, em contraste, se encontra interessada em bugigangas. 7. Serafim oferece «consciência», «virtudes» e «amor de Deos» (bens espirituais) e as duas mulheres procuram «sombreiros de palma», «burel», «patos», «cevada», «sapatos» (bens materiais). 8. O conflito discursivo existe pelo facto de Serafim falar por alegorias e as mulheres falarem literalmente, ou seja, só ouvem aquilo que tem a ver com a realidade que conhecem. De ambas as partes há uma recusa total do discurso do outro, por não poder ser descodificado. 9.1 Branca Anes quebra os limites da verosimilhança da sua definição ao produzir verdades universais («todos somos […]»), assumindo-se como porta-voz do autor, da sua intenção crítica: o Homem não se encontra interessado nos bens espirituais, numa época pautada pelo materialismo (vv. 756-763), não se

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vislumbrando uma saída para essa situação que se estendeu pelo mundo (vv 764-768). 10. Metonímia: veicula-se a visão de que a feira é a corte de Portugal, criticando-se a ausência do povo na feira, que se encontrava na base da hierarquia social (discriminação social).

GRAMÁTICA

1. a) redução vocálica; b) paragoge; c) prótese; d) epêntese; e) assimilação. 2. a) sujeito; b) complemento oblíquo; c) modificador; d) complemento do nome; e) modificador restritivo do nome.

ORALIDADE

2. • Homens vítimas de violência doméstica • H Vítor Cláudio, psicólogo e docente no ISPA • H 848 • H Aveiro, Braga e Porto • H Aveiro, Porto e Santarém • H Os números oficiais não correspondem à realidade: a maioria das vítimas não tem coragem para denunciar, o sistema está inteiramente preparado para defender as mulheres e os preconceitos sociais são muitos. 3. a) F: nada poder fazer, ser agredido e continuar com o agressor. b) V c) F: A violência psicológica extremada consiste na desvalorização continuada do outro, na crítica continuada, na negação dos desejos mais pequenos, na impossibilidade do outro se relacionar com o mundo à sua volta, entre outros. d) F: A submissão ao outro é a questão nuclear em todo o processo de violência. e) F: Agressor e agredido não se juntam aleatoriamente, seguindo padrões relacionais. f) V 4.1 Sensibilização e consciencialização da opinião pública. 4.2 Informação seletiva sobre o tema; discurso direto; recursos verbais: o tom de voz, a articulação, o ritmo e a entoação; desenvolvimento de um tema (ainda) atual e específico. 4.3 A imagem de fundo é adequada ao tema tratado, tentando ilustrar o desespero completo de uma vítima de violência doméstica. A cor vermelha realça a gravidade da situação.

CENAS X e XI (vv. 783-947) 1.1 O contrato estabelecido por Serafim é não se poder vigarizar, pois quem vem à feira tem de se reger pelas leis de Deus. Critica-se a exploração desonesta por meio de preços indevidos, sobretudo quando o freguês não é conhecido. 2.1 As moças pretendem divertir-se e merendar, representando a simplicidade e a rusticidade da gente humilde do campo que, apesar das privações, apresenta-se sempre com boa disposição. 3.1 O diálogo, apesar de se afastar a nível do conteúdo, aproxima-se a nível do entendimento, uma vez que as linguagens são traduzíveis. Serafim utiliza imagens para se referir ao Céu entendíveis pelo moço, por se tratar de uma realidade que ele conhece: o pastoreio. Gil Vicente pretende louvar a simplicidade dos simples que idealizam o Céu a partir das suas vivências agradáveis. 4. Vicente e Mateus apresentam-se como compradores, no entanto, a sua verdadeira intenção é dialogar e fazer corte às raparigas.

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5. Os dois compradores dirigem-se às raparigas com uma galanteria maliciosa (vv. 840-844; 858-859; 895-896; 940-941), revelando-se divertidos e atrevidos (vv. 837; 886-887; 919-921; 930-931). As moças rejeitam-nos, respondendo-lhes com humor agressivo e irónico (vv.838-839; 860-862; 892-894; 938-939), pois, apesar da sua simplicidade, elas são ajuizadas, conseguindo expulsar da feira os dois namoradores, que não esperavam tão mau acolhimento (vv. 945-949). 6. Gil Vicente pretendeu terminar o seu auto com a alegria fresca da juventude, a qual apresenta uma religiosidade simples misturada com um materialismo de circunstância, bastante ingénuo. Após a mensagem dura e séria da parte religiosa da peça, o autor, na parte profana, distrai e recria os espectadores com um humor singelo, próprio de gente simples, não afastando, no entanto, a intenção moralizante.

GRAMÁTICA

1. a) divertir-se; b) talvez; c) em má hora; d) em verdade, francamente.

CENA XII

2. A personagem demonstra que a feira está programada para não funcionar, pois as virtudes vendidas por Serafim são dadas pela virgem a quem é bom. No reino espiritual nada deve ser associado ao comércio, à troca, uma vez que uma vida santa e simples conduz à felicidade e ao Céu. Por esta razão, o autor joga com o vocábulo «graça», simbolizando este as virtudes que Serafim pretendeu trocar ao longo do auto («E as graças que dizeis»), o que se recebe sem pagamento(«a virgem as dá de graça») e a bondade divina, a bênção do nascimento de Cristo («E porque a graça e alegria / a madre consolação / deu ao mundo neste dia»). 3.1 A peça termina com uma manifestação de fé e de alegria, em honra da Virgem por ter dado Cristo ao mundo, com uma cantiga paralelística semelhante às cantigas de amigo: se o excluirmos o monóstico inicial, verificamos que o 2. verso da a o a 1. estrofe é retomado no 1. verso da 3. estrofe, ao mesmo o a o a tempo que o 2. verso da 2. estrofe é repetido no 1. da 4. estrofe, e assim sucessivamente, mantendo invariável o refrão, ao mesmo tempo que cada par de dísticos realiza um paralelismo semântico, apresentando um tema jovial e festivo.

(vv. 947-992) 1. Segundo a mentalidade da época, os dotes físicos e materiais são essenciais para se arranjar um bom partido, colocando-se o caráter em segundo plano («Quem tiver muito de seu / e tão bons olhos como eu / sem isso [as virtudes] / casará bem», vv. 954-958).

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Notas

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Transcrições dos textos do Manual Faixa 1: UNIDADE 0 (p. 17) «Vayorken», Capicua

No infantário dei o meu primeiro beijo Ainda me lembro como se fosse hoje

Quando for grande, vou ser prof. de windsurf Enquanto danço, rodo e faço «brinc-dance» Que como a Jane Fonda é de Vayorken E em Vayorken a gente diverte-se imenso!

Contei à minha avó que tanto se riu Que até debaixo da mesa com vergonha me escondi O tal espigueiro e o gato amarelo No meu poema no novo caderno.

Era para ser Artur e nasci Ana «Ana quê?» «Ana só» «Ana Só?» «Sim, só Ana!» Era percentil 90 nos anos 80 E entre colheradas chorava sempre faminta

Muito elogio pela redação E muita paciência pró poder de argumentação!

Sempre vestida como um mini comunista Com roupas que a mãe fazia com modelos da revista E eu queria ser pirosa, vestir-me de cor-de-rosa Vestir Jane Fonda na ginástica da moda Com sabrina prateada, licra colante Crina de pequeno pónei bem escovada, espampanante. Tinha a mania de pôr as cores a condizer no meu entender, rosa com vermelho não podia ser! Uma notívaga que não dormia a sesta E, de manhã, sempre quis menos conversa, Uma covinha só de um lado da bochecha Adormecia com o pai e a mesma canção do Zeca! «Dorme, meu menino, a estrela-d'alva» Era sempre mais Mafalda do que Susaninha Ai de quem dissesse mal do Sérgio Godinho Ainda tenho alguns postais prá «gentil menina» Enviados pelos pais de um qualquer destino. E se alguém me perguntar pelo pai e pela mãe? Eu sei! Sei, foram para Vayorken, Vayorken Foram para Vayorken, Vayorken, Vayorken! Quando for grande, vou ser prof. de windsurf E quando danço, rodo e faço «brinc-dance» Que como a Jane Fonda, é de Vayorken E em Vayorken a gente diverte-se imenso! Com dois anos, o primeiro palavrão Cheia de medo em cima do escorregão Mau feitio bravo, vício de gelado Todo sábado sagrado, mesmo durante o inverno Acabava com a arca do café ao pé do prédio E ainda comi os gelados que eram do meu primo Pedro Ana da bronca, sempre do contra E coragem de fechar duas miúdas na arrecadação Às escuras, pobres criaturas! Por me serem impingidas como amigas à pressão «Ó Ana, onde é que está a Rita e a Joana?» «Sei lá! Não sei.»

Quando for grande, vou ser prof. de windsurf E quando danço, rodo e faço «brinc-dance» Que como a Jane Fonda, é de Vayorken E em Vayorken a gente diverte-se imenso! O «brinc-dance» vem de Vayorken O graffiti vem de Vayorken O hip-hop vem de Vayorken Vayorken, Vayorken, Vayorken O «brinc-dance» vem de Vayorken A Jane Fonda vem de Vayorken O windsurf não, O windsurf não vem de Vayorken Quando for grande, vou ser prof. de windsurf E quando danço, rodo e faço «brinc-dance» Que como a Jane Fonda, é de Vayorken E em Vayorken a gente diverte-se imenso! Faixa 2: UNIDADE 1 (texto na p. 30 do Manual) «Ondas do mar de Vigo», Martim Codax – cantiga de amigo Faixa 3: UNIDADE 1 – Portugal Passado, TSF (26 Jun 05) (p. 34) Rainha Santa e as rosas de janeiro A Marta está a ler um livro que lhe dei: «Maria diz àquela cotovia que fale mais devagar, não vá a Marta acordar de um sonho.» Marta: «Era uma vez um rei, o nosso rei D. Dinis, com vinte anos apenas casou-se com uma senhora que veio do outro lado da fronteira, D. Isabel de Aragão. O Rei gostava muito dela e ela também gostava muito de sua Majestade. O tempo foi passando e tiveram três filhos: duas meninas e um menino, chamado Afonso, que veio a ser mais tarde o rei Afonso IV.» Da história que estamos a ouvir, consta igualmente que o nosso rei D. Dinis, também poeta, «Ai flores, ai flores de verde pinho», granjeou o nome de Lavrador pelo tanto que se dedicou aos problemas da lavoura, e, sobretudo, pelo projeto oportuníssimo de mandar plantar o pinhal de Leiria. – O que é que livro diz sobre isto, Marta?

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Marta: «O rei D. Dinis vivia muito contente com a rainha Isabel, porque todos gostavam muito dela. Passava o tempo a distribuir esmolas pelos mais pobres, para quem tinha sempre uma palavra de conforto. Mas, certo dia, houve um nobre que se foi queixar ao rei.» – Alteza, não cuidais vós de ver bem que sua Alteza, a rainha D. Isabel, gastará demais nas obras das igrejas… – Que dizeis? – Digo-vos, Majestade, que, além daqueles gastos, sua Alteza esbanja. – Esbanja? – Esbanja quantias vultuosas em doações a conventos e constantes ações de caridade. – Deixai o assunto comigo. Marta: «Avisado com muita maldade por aquele nobre, o rei D. Dinis foi investigar por onde e como é que a rainha andava a gastar os dinheiros do Estado.» Teria o rei D. Dinis algumas razões para saber em quanto importavam os atos caritativos da esposa. Ora, o rei Lavrador ordenara, entretanto, estímulos para o desenvolvimento da indústria, de par com os da agricultura, a saber: a pesca, a salga e a secagem do peixe, a extração do sal, os tecidos de linho, os curtumes e até a exploração mineira – ferro, chumbo, ouro, prata e cobre. Marta: «Sabe-se que tinha acabado de nascer um novo ano, era janeiro, e o rei D. Dinis resolveu surpreender a rainha quando ela ia outra vez tratar dos pobres.» As preocupações culturais de D. Dinis eram também visíveis, basta reter que em março de 1290 fundara ele a Universidade de Lisboa, onde era inclusivamente professor de Gramática, Medicina, Direito, Artes e ainda do Estudo dos Cânones, para além da obra poética que jorrava sem cessar. A Marta faz-me um sinal… «Conta a lenda que certo dia a rainha atravessava o pátio do castelo para ir ao Convento de Santa Clara e levava pão, muito pão, enfiado nas saias.» – Senhora, aonde ides? Que vos vejo aperreada, parece com receio de mim… apertando vossas mãos sobre o que levais nesse regaço. – Oh, Senhor… – Podeis mostrar-me o que levais escondido? – São rosas, meu Senhor. Rosas acabadas de colher.

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– Rosas? Em janeiro? Eis algo nunca visto, senhora! Oh que contente eu ficaria e que prazer me darias em vê-las! Marta: «O rei sorria, mas a rainha Isabel bem sabia que ele não estava a brincar e que o caso era muito sério, e, por isso, ao dizer que gostava de ver as tais rosas de janeiro, ela logo tentou ver se o convencia.» – Prazer em ver as rosas de janeiro, meu Senhor. E achais estranho haver rosas em janeiro? Mas não é tanto como julgais. Em 1233, Portugal é atingido por uma vaga seriíssima de fome. O trigo escasseia, vende-se por toda a Europa a preços muito altos, é necessário importá-lo. A rainho Isabel destaca-se, entretanto, na crise como personagem de uma importância política ímpar. Já havia ajudado a reconstruir o Convento de Santa Clara, em Coimbra, mandara erguer em Santarém o Hospital dos Meninos Inocentes, para enfermos e enjeitados. Fundara o Hospital de Leiria e, acima de tudo, muito contribuíra para apaziguar as terríveis lutas entre o marido e o filho Afonso. Que me dizes a isto? Marta: «A rainha era tão boa, tão boa, que quando foi da fome que houve em Portugal até mandou vir trigo do estrangeiro. O trigo estava caro. Diz-se que chegou a vender joias para poder pagar o cereal e tudo.» Estamos pois no ponto da história em que a Marta lê para nós, no ponto em que, pensando que podia apanhar a rainha em falso, o rei D. Dinis insiste em ver com os próprios olhos as anunciadas e estranhas flores vermelhas fora de estação. – Deixai que veja então essas rosas de janeiro, Senhora. Marta: «E quando a rainha Santa Isabel abriu o regaço em vez de pão eram rosas, muitas rosas, que são flores muito bonitas quando são vermelhas. E o rei D. Dinis ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha.» Faixa 4: UNIDADE 1 (texto na p. 34 do Manual) «Ai flores, ai flores do verde pino», D. DInis – cantiga de amigo Faixa 5: UNIDADE 1 (texto na p. 36 do Manual) «Levad’, amigo que dormides as manhanas frias», D. Dinis – cantiga de amigo Faixa 6: UNIDADE 1 (texto na p. 40 do Manual) «Bailemos nós ja todas tres, ai amigas», Aira Nunes – cantiga de amigo Faixa 7: UNIDADE 2 (p. 48) »Balada do desajeitado», D.A.M.A. Eu não sei O que é que te hei de dar Nem te sei Inventar frases bonitas

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Mas aprendi uma ontem Só que já me esqueci Então olha gosto muito de ti Sei de alguém Por demais envergonhado Que por ser tão desajeitado Nunca foi capaz de falar Só que hoje Viu o tempo que perdeu Sabes que esse alguém sou eu E agora eu vou-te contar Sabes lá O que é que eu tenho passado Estou sempre a fazer-te sinais E tu não me tens ligado E aqui estou eu A ver o tempo a passar A ver se chega o tempo

Eu não sei O que é que te hei de dar Nem te sei Inventar frases bonitas Mas aprendi uma ontem Só que já me esqueci Então olha só te quero a ti Faixa 8: UNIDADE 1 (texto na p. 48 do Manual) «Proençaes soem mui bem trobar», D. DInis – cantiga de amor Faixa 9: UNIDADE 1 (texto na p. 48 do Manual) «Quer’eu em maneira de proençal», D. Dinis – cantiga de amor Faixa 10: UNIDADE 1 (texto na p. 50 do Manual) Se eu podesse desamar, Pero da Ponte – cantiga de amor Faixa 11: UNIDADE 1 (p. 56) Crónica de Mafalda Lopes da Costa, Lugares comuns, sobre a expressão «Dizer cobras e lagartos» Antena 1

tempo de te falar Eu não sei O que é que te hei de dar Nem te sei Inventar frases bonitas

«Dizer cobras e lagartos de alguém» é dizer muito mal de uma pessoa, na prática é difamá-la. Esta é uma daquelas expressões para as quais há uma autêntica panóplia de explicações quanto à origem, sendo que pelo menos três surgem com mais frequência nos dicionários.

Mas aprendi uma ontem Só que já me esqueci Então olha só te quero a ti

A primeira defende que na expressão «cobras e lagartos» em vez de «cobra» a palavra correta seria «copla», no sentido de versos, ou seja fazer escárnio através de versos, satirizar alguém escrevendo versos sobre essa pessoa.

Podes crer Que à noite o sono é ligeiro Fico à espera o dia inteiro Para poder desabafar Mas como sempre Chega a hora da verdade E falta-me o à-vontade Acabo por me calar Falta-me o jeito Ponho-me a escrever e rasgo Cada vez a tremer mais E às vezes até me engasgo Nada a fazer É por isso que eu te conto que É tarde para não dizer Digo como sei e pronto Eu não sei O que é que te hei de dar Nem te sei Inventar frases bonitas Mas aprendi uma ontem Só que já me esqueci Então olha só te quero a ti

A segunda explicação, mais difundida, aponta para uma passagem da Bíblia, o salmo 91/13 que hoje reza: «sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão», sendo que na frase a palavra «dragão» foi durante séculos «basilisco» em vez de dragão, e o basilisco é um animal mitológico, um lagarto alado que matava com o bafo. E, por fim, há quem defenda que a expressão «cobras e lagartos» remete para o imaginário medieval em que se acreditava que alguém possuído pelo demónio quando era exorcizado expelia pela boca cobras e lagartos. «Dizer cobras e lagartos» dizer muito mal de algo ou de alguém. Faixa 12: UNIDADE 1 (texto na p. 56 do Manual) «Ai, dona fea, fostes-vos queixar», João Garcia de Guilhade – cantiga de escárnio e maldizer Faixa 13: UNIDADE 1 (texto na p. 58 do Manual) «Roi Queimado morreu com amor», Pero Garcia Burgalês – cantiga de escárnio e maldizer Faixa 14: UNIDADE 1 (texto na p. 60 do Manual) «Quen a sesta quiser dormir», Pero da Ponte – cantiga de escárnio e maldizer Faixa 15: UNIDADE 2 (p. 100 do Manual) «Sexta-feira (emprego bom já)», Boss AC Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 10.o ano

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Tantos anos a estudar para acabar desempregado Ou num emprego da treta, mal pago E receber uma gorjeta que chamam salário Eu não tirei o Curso Superior de Otário … não é falta de empenho Querem que aperte o cinto mas nem calças tenho Ainda o mês vai a meio já eu ‘tou aflito Oh mãe fazias-me era rico em vez de bonito É sexta-feira Suei a semana inteira No bolso não trago um tostão Alguém me arranje emprego Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já Eles enterram o País o povo aguenta Mas qualquer dia a bolha rebenta De boca em boca nas redes sociais Ouvem-se verdades que não vêm nos jornais Ter carro é impossível Tive que o vender para ter combustível Tenho o passe da Carris mas hoje estão em greve Preciso de boleia, alguém que me leve

Faixa 16: UNIDADE 3 (texto na p. 120 do Manual) Farsa de Inês Pereira, Gil Vicente Pretendente apresentado e logo rejeitado…

É sexta-feira Suei a semana inteira No bolso não trago um tostão Alguém me arranje emprego Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já

Faixa 18: UNIDADE 3 (p. 154) «Os maridos das outras», Miguel Araújo

É sexta-feira Quero ir p’ra brincadeira Mas eu não tenho um tostão Alguém me arranje emprego Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já Basta ser honesto e eu aceito propostas Os cotas já me querem ver pelas costas Onde vou arranjar dinheiro para uma renda? Não tenho condições nem para alugar uma tenda E os bancos só emprestam a quem não precisa A mim nem me emprestam pa mudar de camisa Vou jogar Euromilhões a ver se acaba o enguiço Hoje é sexta-feira vou já tratar disso

São muito pouco astutos, muito pouco astutos. Toda a gente sabe que os homens são brutos.

É sexta-feira Suei a semana inteira No bolso não trago um tostão Alguém me arranje emprego Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já É sexta-feira Quero ir p’ra brincadeira Mas eu não tenho um tostão Alguém me arranje emprego Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já Bom Bom Bom Bom Já Já Já Já Tem que ser BOM JÁ!

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Faixa 17: UNIDADE 3 (p. 126) Lugares-comuns, «Fazer judiarias», Crónica de Mafalda Lopes da Costa, Antena 1 «Fazer judiarias e o preconceito» - Quando alguém faz pequenas maldades, travessuras, diabruras ou ainda pequenos logros diz-se que faz judiarias. A expressão tem obviamente um cunho antissemita e nasce de um velhíssimo preconceito contra o povo judaico. Ainda hoje, infelizmente, judeu é sinónimo de avarento, materialista e, em geral, de indivíduo de má-fé ou índole. As judiarias, no entanto, não eram apenas as travessuras que se associavam aos judeus, eram sobretudo os bairros em que os judeus passaram a viver quando, a partir do século XIV, e de forma a dificultar o convívio entre judeus e cristãos, os judeus forma obrigados a viver em bairros próprios. Eram os nossos guetos, sendo as judiarias mais importantes as de Lisboa, Porto, Santarém e Évora. «Fazer judiarias»: fazer patifarias, maldades.

Toda a gente sabe que os homens são brutos Que deixam camas por fazer E coisas por dizer.

Toda a gente sabe que os homens são feios Deixam conversas por acabar E roupa por apanhar. E vêm com rodeios, vêm com rodeios. Toda a gente sabe que os homens são feios. Mas os maridos das outras não Porque os maridos das outras são O arquétipo da perfeição O pináculo da criação. Dóceis criaturas, de outra espécie qualquer Que servem para fazer felizes as amigas da mulher. E tudo os que os homens não... Tudo que os homens não... Tudo que os homens não... Os maridos das outras são Os maridos das outras são. Toda a gente sabe que os homens são lixo Gostam de músicas que ninguém gosta Nunca deixam a mesa posta. Abaixo de bicho, abaixo de bicho. Toda a gente sabe que os homens são lixo. Toda a gente sabe que os homens são animais Que cheiram muito a vinho E nunca sabem o caminho.

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Na na na na na na, na na na na na. Toda a gente sabe que os homens são animais. Mas os maridos das outras não Porque os maridos das outras são O arquétipo da perfeição O pináculo da criação. Amáveis criaturas, de outra espécie qualquer Que servem para fazer felizes as amigas da mulher. E tudo os que os homens não... Tudo que os homens não... Tudo que os homens não... Os maridos das outras são Os maridos das outras são Os maridos das outras são.

Leva calções de pirata, Vermelho de alizarina modelando a coxa fina de impaciente nervura. Como guache lustroso, amarelo de indantreno blusinha de terileno desfraldada na cintura. Fuge, fuge, Leonoreta. Vai na brasa de lambreta. Agarrada ao companheiro na volúpia da escapada pincha no banco traseiro em cada volta da estrada. Grita de medo fingido, que o receio não é com ela, mas por amor e cautela abraça-o pelo cintura. Vai ditosa, e bem segura. Como rasgão na paisagem corta a lambreta afiada, engole as bermas da estrada e a rumorosa folhagem. Urrando, estremece a terra, bramir de rinoceronte, enfia pelo horizonte como um punhal que enterra. Tudo foge 'a sua volta, o céu, as nuvens, as casas, e com os bramidos que solta lembra um demónio com asas. Na confusão dos sentidos já nem percebe, Leonor, se o que lhe chega aos ouvidos

Faixa 20: UNIDADE 4 (texto na p. 170 do Manual) «Leva na cabeça o pote», Luís de Camões Faixa 21: UNIDADE 4 (texto na p. 171 do Manual) «Posto o pensamento nele», Luís de Camões Faixa 22: UNIDADE 4 (texto na p. 173 do Manual) «A verdura amena», Luís de Camões Faixa 23: UNIDADE 4 (p. 174) «Se eu fosse um dia o teu olhar», Pedro Abrunhosa (música)

Faixa 19: UNIDADE 4 (p. 170) «Poema da autoestrada», de António Gedeão Voando vai para a praia Leonor na estrada preta Vai na brasa de lambreta.

sao ecos de amor perdidos se os rugidos do motor. Fuge, fuge, Leonoreta Vai na brasa de lambreta.

Frio, o mar Por entre o corpo Fraco de lutar. Quente, O chão Onde te estendo E te levo a razão. Longa a noite E só o sol Quebra o silêncio, Madrugada de cristal. Leve, lento, nu, fiel E este vento Que te navega na pele. Pede-me a paz Dou-te o mundo Louco, livre assim sou eu (Um pouco mais...) Solta-te a voz lá do fundo, Grita, mostra-me a cor do céu. Se eu fosse um dia o teu olhar, E tu as minhas mãos também, Se eu fosse um dia o respirar E tu perfume de ninguém. Se eu fosse um dia o teu olhar, E tu as minhas mãos também, Se eu fosse um dia o respirar E tu perfume de ninguém. Sangue, Ardente, Fermenta e torna aos Dedos de papel. Luz, Dormente, Suavemente pinta o teu rosto a pincel. Largo a espera, E sigo o sul, Perco a quimera Meu anjo azul. Fica, forte, sê amada, Quero que saibas Que ainda não te disse nada. Pede-me a paz Dou-te o mundo Louco, livre assim sou eu (Um pouco mais...) Solta-te a voz lá do fundo,

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Faixa 32: UNIDADE 4 (texto na p. 188 do Manual) «O dia eu que eu nasci, moura e pereça», Luís de Camões

Grita, mostra-me a cor do céu. Se eu fosse um dia o teu olhar, E tu as minhas mãos também, Se eu fosse um dia o respirar E tu perfume de ninguém. Se eu fosse um dia o teu olhar, E tu as minhas mãos também, Se eu fosse um dia o respirar E tu perfume de ninguém.

Faixa 33: UNIDADE 4 (texto na p. 191 do Manual) «Os bons vi sempre passar», Luís de Camões Faixa 34: UNIDADE 4 (p. 196) «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», cantada por José Mário Branco

Faixa 24: UNIDADE 4 (texto na p. 176 do Manual) «Aquela cativa» Faixa 25: UNIDADE 4 (texto na p. 178 do Manual) «Um mover d’olhos, brando e piadoso» Faixa 26: UNIDADE 4 (texto na p. 182 do Manual) «Tanto de meu estado me acho incerto» Faixa 27: UNIDADE 4 (texto na p. 182 do Manual) «Pede o desejo, Dama, que vos veja» Faixa 28: UNIDADE 4 (texto na p. 183 do Manual) «Amor é», Pólo Norte Faixa 29: UNIDADE 4 (texto na p. 185 do Manual) «Alegres campos, verdes arvoredos», Luís de Camões Faixa 30: UNIDADE 4 (p. 186) «Gaivota dos Alteirinhos», de Jorge Palma Dança sobre as ondas do mar Gaivota dos Alteirinhos Desperta dia após dia A vida da praia ainda fria Plana a seu belo prazer Sobre o caranguejo e o sargo Entre as malandrices do verão E o sorriso terno do chão Gaivota dos Alteirinhos É tão bom ver-te voar Gaivota dos Alteirinhos Nunca deixes de acordar Nunca deixes de acordar Entre o chill out e o trance A sinfonia dos grilos Um pouco de rock'n'roll E uma valsinha ao pôr do sol E finalmente o luar Adormece satisfeita Essa gaivota sereia Nos braços do homem-areia Gaivota dos Alteirinhos É tão bom ver-te voar Gaivota dos Alteirinhos Nunca deixes de acordar Nunca deixes de acordar

Faixa 35: UNIDADE 4 (p. 196) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, em mim, converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía. Faixa 36: UNIDADE 5 (p. 222) A Portuguesa, hino nacional

Faixa 31: UNIDADE 4 (texto na p. 188 do Manual) «Erros meus, má fortuna, amor ardente», Luís de Camões

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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Refrão: E se todo o mundo é composto de mudança, Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades. Mas se todo o mundo é composto de mudança, Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, em mim, converte em choro o doce canto. Mas se todo o mundo é composto de mudança, Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía. Mas se todo o mundo é composto de mudança, Troquemos-lhes as voltas que ainda o dia é uma criança.

Heróis do mar, nobre Povo, Nação valente, imortal, Levantai hoje de novo O esplendor de Portugal! Entre as brumas da memória, Ó Pátria, sente-se a voz

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Dos teus egrégios avós, Que há de guiar-te à vitória!

Faixa 40: UNIDADE 6 (p. 285) «No país do gelo», Rui Veloso

Às armas, às armas! Sobre a terra, sobre o mar, Às armas, às armas! Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!

Lá vai a nau catrineta que tem tudo por contar Ouvi só mais uma história que vos vai fazer pasmar Eram mil e doze a bordo nas contas do escrivão Sem contar os galináceos sete patos e um cão

Faixa 37: UNIDADE 5 (texto na p. 237 do Manual) Lusíadas, Luís de Camões Ninfas do Tejo e do Mondego (Canto VII) Reflexões do poeta (excerto) Faixa 38: UNIDADE 5 (p. 244) «Ilha dos Amores», Pólo Norte Sei de um lugar Onde o tempo parou E as cores do céu Não se podem pintar

Era lista mui sortida de fidalgos passageiros Desde mulheres de má vida a padres e mesteireiros Iam todos tão airosos com seus farneis e merendas Mais parecia um piquenique do que a carreira das indias Ao passarem cabo verde o mar deu em encrespar Logo viram ao que vinham quando a nau deu em bailar Veio a cresta do equador e o cabo da boa esperança Onde o velho adamastor subiu o ritmo da dança Foi tamanha a danação foi puxado o bailarico Quem sanfonava a canção era a mão do mafarrico Tinha morrido o piloto e em febre o capitão ardia Encantada pela corrente para sul a nau se perdia

Tudo à volta é mar E é para lá que eu vou Se fores como eu Também vais querer lá ficar Refrão Oh, leva-me contigo À terra das mil cores Oh, vem comigo À Ilha dos Amores

Subia a conta dos dias ficavam podres os dentes Eram tantas as sangrias morriam da cura os doentes E o cheiro era tão mau e a fé tão vacilante Parecia que a pobre nau era o inferno de Dante Com o leme sem governo e a derrota já perdida Fizeram auto de fé com as mulheres de má vida E foram tirando à sorte quem havia de morrer Para que o vizinho do lado tivesse o que comer

As formas de um vulcão Erguem-se sobre o monte Que um dia adormeceu Espero não volte a acordar

No céu três meninas loiras cantavam um cantochão Todas vestidas de tule para levar o capitão No meio do seu delírio mostrou a raça de bravo Teve ainda força na língua para as mandar ao diabo

Sentado à beira mar Olhando o Horizonte Deixo a promessa De um dia cá voltar

Neste martírio sem fim ficou o lenho a boiar Até que um vento gelado a terra firme o fez varar Que diria o escrivão se pudesse escrevinhar Eram mil e doze a bordo e doze haviam de chegar

Refrão Oh, leva-me contigo À terra das mil cores Yeah, vem comigo À Ilha dos Amores Leva-me contigo Leva-me contigo À Ilha À Ilha dos Amores Contigo Leva-me contigo

Ao grande país do gelo com mil cristais a brilhar Onde a paz era tão branca só se quiseram deitar Naqueles lençóis de linho a plumas acolchoados E lá dormiram para sempre como meninos cansados CD 2, Faixa 2: UNIDADE 6 (texto na p. 290 do Manual) História Trágico-Marítima Um duplo ataque: os corsários e a natureza

Faixa 39: UNIDADE 5 (texto na página 254 do Manual) Lusíadas, Luís de Camões A Máquina do Mundo (Canto X) Constituição da matéria épica

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Transcrições Testes de compreensão do oral Teste de compreensão do oral 1 «Está a decorrer em Santa Maria da Feira mais uma edição da «Viagem medieval» que é o maior evento de recreação medieval do País e da península Ibérica. Até ao dia 11 de agosto, 312 espetáculos e 31 áreas temáticas animam o centro histórico da cidade. Este ano a programação é subordinada ao reinado de D. Afonso II, que foi o terceiro rei de Portugal. Entre as recriações históricas que os visitantes podem ver estão episódios da vida do monarca, cortejos de ordens militares, lutas entre cristãos e mouros, torneios de cavaleiros, e também uma feira franca com 215 artesãos, artífices, mercadores e regatões. Este ano a viagem tem uma novidade que passa por disponibilizar serviços de interpretação em língua gestual para surdos e mudos em alguns espetáculos e em algumas áreas temáticas. – Temos no Bom dia, Portugal Paulo Sérgio Pais, membro da Comissão Executiva da «Viagem medieval». (Sr. Dr., bom dia, muito obrigada pela sua disponibilidade.) D. Afonso II, um rei com grande visão política, estratégica, a promover as primeiras Cortes no nosso País, a protagonizar muitas tensões com o episcopado. Que características deste perfil – e outras, eventualmente – é que são recriadas em que espetáculos na edição deste ano da «Viagem»? – Bom dia. Tentámos recriar um pouco todas as características. Afonso II, o rei sem tempo, porque esteve apenas cerca de 12 anos no poder, mas, pese embora isso, conseguiu ter uma liderança algo visionária nomeadamente na componente da justiça e, nos espetáculos, de certa forma – aquilo a que nós chamamos a animação-âncora – que é quase que uma novela que ao longo dos dez dias vai contando a história do reinado de Afonso II; todos esses episódios, nomeadamente o conflito com as irmãs, as medidas políticas e de caráter judicial que foi tomando, o facto de as intenções relativamente a Alcácer, por exemplo, são abordadas. Esses episódios dos espetáculos... Tudo aquilo que nós denominamos animação-âncora. – É sempre constrangedor pedir para fazer destaques, não só nessa programação-âncora mas também nas 31 áreas temáticas do recinto da Viagem medieval, mas, eventualmente, para quem nunca esteve em nenhuma edição, se calhar ao olhar para o programa fica um bocadinho perdido e, portanto, impõese perguntar: dentro da programação-âncora e dentro das áreas temáticas, o que é que realmente vale a pena ser visto? – Valer a pena, vale tudo, mas, obviamente, há espetáculos para todos os públicos. Uma das grandes novidades que nós colocámos este ano é, por exemplo, o espetáculo às 18 horas, diariamente, a Centelha, que significa um bocado isso mesmo: se formos procurar o que significa «centelha», é a faísca, o rastilho que terá dado origem, depois, à tomada de Alcácer do Sal. É um espetáculo diariamente às 18 horas, com mais de cem intervenientes, que está ali junto das muralhas de Alcácer e que, de certa forma, vai ser o introito, o início de um espetáculo que irá acontecer por volta das 23h15, e que se chama – também diariamente – A reconquista, A reconquista de Alcácer. Aí sim, a verdadeira reconquista de Alcácer... ou tentativa de reconquista, porque eu não sei se diariamente se vai conseguir conquistar Alcácer ou não... só vendo o espetáculo que vamos...

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– É também preciso dizer, Sr. Dr., que todas estas recriações históricas respeitam o rigor, precisamente, histórico e todas estas encenações que vocês põem no terreno contam com a colaboração de especialistas, historiadores, investigadores, que vos ajudam – não só na conceção dos textos –, como também, eventualmente, na parte cénica dos espetáculos. – Sim, por exemplo, no espetáculo que referi – n’A reconquista – foi construído um trabuco de acordo com todas as regras da Idade Média... – ...da altura... – ...e que, por exemplo, lá está, consegue atirar bolas em fogo a mais de 150 metros. Mas todo este processo de enquadramento histórico – e que é anualmente alterado – requer uma investigação, para depois, a partir de uma base histórica, irmos procurar os elementos que depois devemos trabalhar, em termos de serem mais relevantes para o conhecimento do público, mas sempre com o máximo rigor. – Há também um espaço cada vez mais procurado, até pela tranquilidade que transmite, que são os banhos públicos. É uma secção que retrata muito aquilo que era o termalismo, e que continua a ser... o termalismo uma tradição em Portugal? – Sim... Num espaço absolutamente encantador... é?

– ... que é a Quinta do Castelo... com a gruta e tudo lá, não

– Exatamente. É... um espaço completamente... Parece que está fora da «Viagem», porque a «Viagem» tem muito misticismo, muitas pessoas, muito contacto, muita festa e, de um momento para o outro, estamos num espaço completamente isolado... numa paz... absolutamente diferente e esse aspeto é uma das características – porque estamos no meio da Quinta do Castelo com um lago, com uma gruta e a poder levar com um banho de água nos pés... e isso é absolutamente refrescante e encantador e..., quem sabe, um momento completamente zen. – Temos uma novidade este ano que tem a ver com os tais serviços de interpretação em língua gestual, de que eu falava no início desta nossa conversa, para surdos e mudos. De é que decorreu esta vossa preocupação, em relação a este público em especial? Perceberam que ao longo das 17 edições da «Viagem» há pessoas com este perfil a visitarem Santa Maria da Feira e a assistirem aos espetáculos? – Sim, isso acontece... Nós queremos que a «Viagem» seja cada vez mais inclusiva. [Que] todas as pessoas, independentemente de terem determinada deficiência, possam estar na «Viagem» e participar na «Viagem». Este é o primeiro passo que este ano, em determinados espetáculos, nomeadamente n’O testamento, um dos espetáculos de referência desta edição da «Viagem», que ocorre diariamente no Convento dos Loios às 22 horas, e que conta a história toda do reinado de Afonso II, em dois dos espetáculos vai acontecer essa tradução em simultâneo em linguagem gestual portuguesa. – Todas essas histórias relacionadas com a «Viagem» – a própria história deste evento cultural – estão muito bem estruturados [estruturadas] num livro da autoria do próprio Paulo Sérgio Pais e este livro, no minuto final que nos resta, acaba por ser um testemunho também de como um evento cultural é capaz de se transformar simultaneamente numa estrutura-âncora da economia local e um fator de atração de

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turistas porque, em média, estamos a falar de 500 mil visitantes por cada edição. – Sim, esse foi um desafio do livro que foi editado há cerca de três meses e que pretende ser um contributo para demonstrar o que é a «Viagem medieval» em terra de Santa Maria e como é que um evento, ano após ano, na tentativa de acrescentar valor a um território e de se transformar numa referência para a dinâmica social, porque a dinâmica social também está muito presente neste projeto da «Viagem medieval» e a vertente económica, com altíssimo impacto que tem sobre a economia local. – Paulo Sérgio Pais, muito obrigada por ter estado connosco. Sucesso para esta edição. Os visitantes podem passar por Santa Maria da Feira até ao dia 11 de Agosto.»

Teste de compreensão do oral 2 Vídeo 1 «Já experimentaram vestir a pele de um turista e passear pela região de Lisboa? Eu adoro essa ideia. Conhecer aquilo que nos é próximo com todos os sentidos bem despertos. Adoro a magia da sua luz. E já ouviram os sons de Lisboa? E este cheiro a natureza que se espalha pela cidade? Conhecem os seus sabores? Lembram as suas texturas.? Um dia um estrangeiro disse-me que viver em Lisboa era como viver dentro de um postal. Já viram bem? E você, o que é que mais gosta na cidade de Lisboa? E se Lisboa é uma cidade encantada, encantados são os segredos que se escondem aqui perto. Nos seus arredores, os amantes da natureza encontram espaços únicos de visitação e de observação de aves e de animais nos seus habitats naturais. Aliás, Lisboa é a única capital europeia localizada junto a uma área protegida tão rica para a observação de aves. E a um passo da capital pode vir a Mafra para uma experiência surpreendente. Não só aqui no convento, mas também na própria tapada. Visitar a Tapada de Mafra é uma experiência surpreendente. Uma cidade de portas abertas ao turismo de natureza. Quer uma sugestão? Escolha Portugal»

a minha porta favorita na zona histórica de Santa Maria. A beber um chá, onde Churchill fumava o seu charuto. E também me divirto assim. Mas agora, não posso falar. É isso mesmo, descanso, passeio, contemplo, experimento, inspiro, sonho, percorro, navego, divirto-me. E sinto-me extremamente feliz. Quer um conselho? Escolha Portugal.»

Vídeo 3 «Há alturas em que a minha vida passa em velocidade acelerada. Sinto o tempo a fugir-me das mãos. É nessas alturas que venho para aqui, para a ilha Terceira, o lugar onde o tempo tem outro tempo, onde reencontro o meu equilíbrio em contacto com a natureza. Aqui os dias são outros. Querem saber o que fiz ontem? A Terceira é uma das ilhas com maior e mais importante património histórico. Foi aqui que ancoraram os galeões cheios de especiarias vindas do Oriente e da América. Em Angra do Heroísmo, sentimos esse testemunho vivo, uma cidade reconhecida pela Unesco como património mundial. O mergulho de ontem foi ótimo. É lindo aqui em cima, mas os cenários lá em baixo também são deslumbrantes, de tirar o fôlego. Depois, fiz o percurso dos «Mistérios Negros». Adorei. Nada como fazer estes percursos pedestres para desvendar os mistérios da ilha. As grutas contam segredos da sua origem. As lagoas repousam em vulcões adormecidos, e no meio dos verdes trilhos, descobrem-se lugares que nos purificam a alma. Hoje a minha aventura é todo o terreno, no céu tocarei e ao fundo da terra irei. Querem ver? Aqui, toco no céu e os meus olhos chegam mais longe. Há experiências únicas no mundo. E esta é uma delas: percorrer o interior de um vulcão adormecido, observar o trajeto percorrido pela lava, ver as estalactites e as estalagmites vulcânicas e depois encontrar a cem metros de profundidade esta lagoa de águas cristalinas e tranquilas é indescritível. Uma das maravilhas de Portugal. Realmente, aqui tenho outra vida. Outro tempo. É um paraíso.

Vídeo 2 «Para mim sonhar é assim. É ter este sol. É ter este cheiro. É ter esta vida. É ter esta vista. É ter este horizonte. É ter este som. É ter este céu. É ter estas férias. Já perceberam que aqui vivo como num sonho. No Pico do Areeiro e no Pico Ruivo. Sinto-me a andar nas nuvens. Aquela sensação incrível de chegar ao topo do mundo. E ter uma vista assim. A Madeira? A Madeira surpreende. Basta olharem, olharem para todo o lado, e inspirarem fundo. Está a sentir-lhes o cheiro? Adoro as levadas. Estes canais de água começaram a ser construídos no século XVI e são agora caminhos de descoberta da natureza no centro da floresta Laurissilva, classificada pela Unesco como património natural da humanidade. Inspira-me pensar como tudo isto foi feito. Como os homens mediram forças com a montanha e ganharam, construindo estes canais suspensos por cordas, levando então a água aos terrenos agrícolas. E depois gosto de ficar nestes recantos, onde… onde me sinto fora do mundo. Gosto desta vida de deslumbramento. E de mergulho. Reencontro-me nestes lugares de perder de vista e divirto-me entre os cheiros e as cores do mercado. A escolher

Quer uma sugestão? Escolha Portugal.»

Vídeo 4 «No Alentejo, sinto-me um verdadeiro explorador. Gosto de visitar as cidades marcadas pela História, percorrer as muralhas que defenderam o Reino. Explorar os caminhos subterrâneos, deslumbrar-me com a grandiosidade das obras, perder-me na memória dos lugares. A rota tons de mármore leva-me onde nunca fui. A gastronomia alentejana, leva-me onde gosto sempre de voltar. Este é o verdadeiro espírito alentejano, viver bem a vida, desfrutá-la, mergulhar no aqui e agora, conviver com a tradição e a modernidade, e estar sempre pronto para mais uma descoberta. E aqui bem no centro da planície alentejana, revela-se este belo segredo, porque muitos segredos só se revelam a quem explora a planície. O Alentejo é uma paixão. Não lhe apetece, também a si, explorar? Quer uma sugestão? Escolha Portugal.»

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Vídeo 5 «Uns chamam-lhe Coimbra dos amores, cenário de grandes romances que ficaram na História; outros chamam-lhe, Coimbra dos doutores, evocando uma cidade com mais de 700 anos. A alma estudantil ecoa por toda a cidade. Para mim, é uma cidade onde a tradição vive, com toda a simplicidade. É uma cidade cheia de memórias, de segredos que se descobrem no caminho. Vivem aqui tantos e belos monumentos de outros tempos, que nos iluminam o presente. É uma cidade com alma, com caráter e personalidade. Cheia de História e de histórias para contar. E à sua volta, uma natureza em estado puro que nos convida a entrar. É uma cidade que… deixa-me feliz. É, deixa-me feliz, muito feliz. Há tanta vida no coração deste lugar, há tanto aqui para sentir e para contar, que me deixa, inevitavelmente, uma vontade de voltar. Quer uma sugestão? Escolha Portugal.»

Vídeo 6 «Está-se tão bem aqui. Percebe-se, não é? Mas querem saber o que mais gosto de fazer na Costa Vicentina? Vou revelar-vos o meu top 10, mas guardem para vocês para que esta costa possa permanecer a mais bem preservada zona costeira da Europa. Estas praias fascinam-me, os areais extensos, a imponência das falésias, o mar transparente. Já adivinharam, não foi? Viver este mar e estas praias abre o meu top 10. Entrar na História desta região também está entre os meus favoritos. Sabia que o castelo de Aljezur é um dos sete castelos presentes no escudo da bandeira portuguesa? E sabia que na Costa Vicentina há mais de 200 espécies de aves? Adoro ver estes voos, um momento dos céus. A rota vicentina está claramente no meu top, trilhar estes caminhos é viver a descoberta da beleza à nossa volta. Palavras para quê? E já entrei nos meus últimos cinco favoritos. Um deles é estar aqui, no pontal da Carrapateira. São 110 km de costa selvagem e são cerca de 75 mil hectares de área protegida. É uma maravilha percorrer esta paisagem em constante mutação. E vivê-la de todas as formas. Ainda me faltam dois segredos para vos contar, não é? Adoro praticar a arte de não fazer nada, ficar a sentir este silêncio, toda esta natureza em volta. Quanto ao meu último, é o top dos tops, brincar com a minha filha na praia… Quer uma sugestão? Escolha Portugal.»

Vídeo 7 «Tudo isto é magnífico! Já estiveram aqui? Estou no Miradouro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, e este é um excelente ponto de partida para conhecerem os encantos desta região. Bom, eu sou suspeito, porque para mim tudo isto é de uma beleza indescritível. Mas querem passear comigo? O problema aqui é sabermos por onde havemos de começar. Podemos atravessar a pé a Ponte D. Luís I para assim entrarmos a pé na cidade do Porto e descobrir como ela tem despontado no campo das artes. É uma cidade cosmopolita, cheia de valor, um destino fantástico, criativo, e sobretudo com muitas

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novidades. Mas antes disso vamos começar por visitar o Mosteiro da Serra do Pilar, Património Cultural da Humanidade, que agora oferece aos visitantes informação qualificada sobre o melhor a descobrir em toda esta região. Se gosta de caminhadas pode chegar ao rio Douro pelas ruelas encantadoras, mas eu gosto especialmente de apanhar o teleférico e voar até ao cais. As caves do vinho do Porto são um verdadeiro ex-libris português e documentam uma história invulgar de temperança e arrojo. Visitá-las é mergulhar numa história saborosa, que vale a pena conhecer. Hoje não trouxe a minha máquina fotográfica, por isso vão ser os meus olhos a eternizar todos estes magníficos quadros. Gosto de caminhar aqui, na margem do Douro, toda esta beleza condensada numa única e só caminhada. Esta marina é o ponto de passagem para os amantes da arte de navegar e é daqui... daqui que parto à descoberta do rio Douro. E a beleza desta região continua mar dentro, praia fora. Fico sempre deslumbrado com a magnífica capela do Senhor da Pedra, mergulhada no oceano desde 1686. A Lonely Planet elegeu a cidade do Porto como melhor destino europeu. E a animação noturna nesta zona dos Clérigos é mais uma prova disso. São spots fantásticos para agradar aos cinco sentidos. Quer uma sugestão? Escolha Portugal!»

Teste de compreensão do oral 3 Fernão Lopes, cronista para todos os tempos «Em frases curtas», Fernão Lopes «ilumina as figuras, enreda-as nas teias do amor ou do ódio, faz andar e ferver as multidões. Certos capítulos são retábulos onde lemos e ouvimos os atores na sua nua humanidade». A produção que nos deixou é uma das obras-primas da historiografia e, simultaneamente, da literatura portuguesas. […] Renovando uma parceria de vários anos, o historiador António Borges Coelho volta a debruçar-se sobre a obra e a figura de Fernão Lopes, com o escultor e pintor Rogério Ribeiro a seu lado, ilustrando as palavras do cronista. O resultado desse trabalho tem por título Fernão Lopes – Crónicas de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I, antologia que antecipa a passagem, em o 2009, do 550. aniversário da sua morte. […] Com fins expressos de divulgação da obra de Fernão Lopes junto de públicos não especializados, nomeadamente das gerações mais jovens – na descoberta de um «apaixonante criador medieval» –, a presente antologia lê-se também como um friso, no qual vamos encontrar um homem que não se limita a escrever; antes «pensa alto, comenta, interpela». Em vários domínios ao seu alcance e com rara lucidez. «Escrivão de ofício», Fernão Lopes «temperou uma linguagem própria capaz de se elevar tanto ao discurso moral e filosófico como à informação económica, à intriga política, ao marulhar da multidão e ao encadeamento e ordenação da história» (as palavras são, de novo, de Borges Coelho, no seu texto de introdução). Linguagem que, sublinha, «mergulha no português primitivo, mas é já um primeiro grande momento do português moderno». A sua atualidade reside aí, na mestria e na plasticidade com que trabalhou a língua portuguesa, tornando «a frase [...] próxima da fala». Frase que, «mesmo presa no papel, tem som». […]

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O relato de momentos fundamentais no seu imaginário mais perene está também lá, desde logo com Pedro e Inês, ou, num plano absolutamente diverso, com o levantamento do povo de Lisboa, apoiando «Dom João da Boa Memória». «Quantos autores beberam na prosa e nos feitos que o cronista evoca?», escreve António Borges Coelho na sua nota introdutória, para, respondendo, recordar «só os maiores: Garrett, Herculano, Oliveira Martins». A sua atualidade no tempo é, também, de outra ordem, por via da empatia e da honestidade que demonstra ter para com o leitor: «Este homem fala para os seus contemporâneos, a eles dirige os juízos de valor sobre os acontecimentos e a atuação dos personagens. Dá relevo aos acontecimentos militares, à intriga política, ao quotidiano. Introduz os temas económicos e de política monetária», escreve António Borges Coelho. Mas quando os tempos são de pausa ou os entende como de menor ou curta relevância, é também o primeiro a assumi-lo e a disso dar conta a quem o lê: «Quando os acontecimentos dramáticos escasseiam, é recorrente [o cronista] afirmar: “Pois não temos mais nada que contar.”» Maria João Pinto «Fernão Lopes, cronista para todos os tempos» in Diário de Notícias (19/12/2007). (texto com supressões e adaptações – disponível em

Os testemunhos desta realidade repetem-se onde quer que os procuremos e depois de lidos é inevitável que a imagem que se forma deste homem, que dedicou parte considerável da vida à música cantada pelo povo, seja uma imagem quase mítica, algures entre o peregrino, o profeta e o herói. Cruzando os textos sobre Giacometti com os testemunhos dados por quem o conheceu bem, não é de crer que o próprio apreciasse este género de imagem, elegíaca e heroica, mas é difícil fugir à sua força, sobretudo quando se percebe a dimensão e o alcance do trabalho que deixou feito e do que infelizmente deixou por fazer. Para Giacometti, essa necessidade de registar insere-se numa visão mais ampla daquilo que é o património cultural de um povo e cedo se torna claro que, para além das gravações em áudio, onde fica guardada a música mas igualmente os sons do trabalho no campo (os chamamentos usados pelos pastores para manter o gado na linha ou o barulho das alfaias agrícolas que marcam o ritmo agrário tanto como o musical), é essencial criar um modo coerente de registar igualmente as lendas, as mezinhas populares para curar esta ou aquela maleita, as superstições e outros elementos daquilo a que chamamos cultura popular, para além dos registos fotográficos, a que Giacometti também se dedicará […]. Sara Figueiredo Costa «Giacometti» in Blimunda, n.o 25, junho de 2014

http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=991254& page=-1 em dezembro de 2014)

(revista da Fundação José Saramago – texto com adaptações e com supressões).

Teste de compreensão do oral 4 […] Ao longo de três décadas, entre 1960 e 1990, [Michel] Giacometti percorre o país recolhendo gravações áudio de músicas e cantares que foram passando de geração em geração e que parecem estar a chegar ao fim desse continuum de transmissão. […] Ouvindo os registos sonoros que nos deixou ou vendo os episódios da série Povo Que Canta percebe-se que as condições de vida das pessoas que gravou, quase sempre miseráveis, não se manterão cristalizadas durante muito mais tempo, tornando-se urgente registá-las antes que desapareçam. Se o Portugal rural dos anos 60 parecia pouco diferente do país que existia desde os tempos medievais, a chegada iminente do progresso, sob a forma de vias de comunicação, transportes, saneamento básico, e da tão esperada Democracia (que ainda tardaria uns anos, mas finalmente chegaria em 1974) anunciava mudanças muito desejáveis ao nível das condições de vida e dos direitos humanos, mas irreversíveis no que à manutenção de algum património cultural diz respeito. É nesse contexto que Giacometti se dedica ao registo sonoro de um património imenso e praticamente desconhecido, percorrendo vilas e aldeias e gravando a música que integrava as festividades, o trabalho, o lazer, os momentos de transição social. Sem apoios financeiros, cria um projeto a que chama Arquivos Sonoros Portugueses e que, graças à cumplicidade e ao apoio de alguns entusiastas com quem vai estabelecendo contacto, chegará a ter edição parcial em alguns discos [...]. Durante os trinta anos em que percorreu o país para gravar a sua expressão musical, Giacometti experimentou também o modo de vida das pessoas que lhe serviram de matéria-prima. As descrições que podem ler-se, ou ouvir-se a quem conheceu Giacometti pessoalmente, sobre esse enorme empreendimento ajudam a justificar parte do fascínio exercido pela figura do corso de gravador ao ombro.

Teste de compreensão do oral 5 «Diga-se que, por este tempo, o reino e sobretudo Lisboa vivem a euforia das fortunas fáceis, da proliferação de tanto fidalgo de pacotilha, ou não fosse o reinado nascente e próspero das especiarias que chegam constantemente das Índias. O século XVI começou apenas, governa o senhor D. Manuel I. À euforia do fausto e da vida fácil há de juntar-se uma outra em breve – mas lá iremos. É que, da nebulosa da História, salta entretanto uma figura muito peculiar. Uns dizem ter nascido em Guimarães, talvez... talvez em 1465, outros acham que não, entendem que Gil Vicente nascera numa terreola perto de Mangualde, Guimarães de Tavares – daí a confusão –, outros ainda admitem que o pai do nosso teatro viu a primeira luz do dia em Évora. Ourives do Reino, mestre da balança da Casa da Moeda, dúvidas persistentes no que se conhece da biografia de Gil Vicente. O que se sabe é que, por esta altura – 1502 – frequenta a Corte graças a privilégios que vão fazer dele um mentor de D. Manuel e até educador do futuro D. João III. E é precisamente com o anunciado nascimento do primogénito real que tudo começa: estamos quase em junho de 1502. A mulher de Gil Vicente, porventura Branca Bezerra, de seu nome, anda ensimesmada por vê-lo a ele ensimesmado. Certo serão, assoma à oficina de ourives e confirma aquilo de que suspeitava: o famoso artesão pusera de lado as ferramentas: – Que fazeis, meu amo, que deixais o ouro de parte? – Escrevo. – Escreveis? – Escrevo as palavras com que hei de marcar a vinda ao mundo do futuro rei. – Ah.

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– Vou ser um vaqueiro que deseja as boas-vindas à nova criatura de Deus. – São versos? – Sim. Um monólogo. – O monólogo do vaqueiro? – Nem mais, senhora! O monólogo do vaqueiro! Chega o abençoado dia de 7 de junho de 1502. No palácio espalha-se uma exaltação legítima. A rainha acaba de dar à luz o primeiro filho de D. Manuel I, e a alegria maior vai para os olhos brilhantes da sempre vigilante rainha velha, senhora D. Leonor, ou D. Lianor – como é uso que a tratem –, e irmã do Venturoso e tia ansiosa. Gil Vicente comparece e faz-se anunciar: – Gil Vicente! Que desejará Gil Vicente? – Acaso pretenderá saudar o bendito recém-chegado? A corte em peso abre alas e o vaqueiro entra num rompante: – Par Deus, sete arrepelões me ferraram a entrada! Mas eu dei uma punhada num daqueles figurões. A difícil chegada de Gil Vicente aos aposentos, assim glosada numa graça sem ofensa, não podia causar maior surpresa e o sorriso da rainha velha, D. Lianor, não enganava. O vaqueiro, porém, dirige-se à jovem mãe: – Seja que não seja, se certo é que pariu Vossa Nobreza? Creio que sim, Vossa Alteza tal está que mesmo disso dá fé. – Que bonito, Gil Vicente, nasceu o futuro rei e nasceu o teatro português! – De todos tão desejado, este Príncipe excelente, oh que rei terá que ser! Toda a tristeza se quita com esta graça bendita, todo o mundo se alvoroça! Ah, que alegria tamanha! (palmas) Será rei D. João Terceiro e herdeiro da fama que lhe deixaram o Segundo e o Primeiro, e ‘inda outros que reinaram! A óbvia profecia cumpre-se em 1521, quando luto e júbilo se juntam, como sempre acontece quando se acaba a vida de um monarca e vem o sucessor: João é aclamado rei, jovem apenas de dezanove anos. O poeta-dramaturgo Gil há de criar entretanto outros personagens. Emergem para gáudio, sobretudo da Corte, nobres, juízes, artesãos, médicos, mulheres do povo, africanos e até um parvo. Tudo e todos respirando graças, efeitos cómicos, trocadilhos, muitos trocadilhos em... – Comédias, moralidades e farsas, que compus em serviço de Vossa Majestade – explica ele certo dia ao próprio D. João III. Sabendo-se que Gil Vicente sempre gozou do beneplácito e mesmo de total proteção da rainha velha, D. Lianor, não será menos a propósito recordar que exercendo certo ascendente sobre o próprio rei, que viu nascer naquele longínquo junho de 1502, terá procurado demover D. João III das fortíssimas pressões para que fosse instaurada a Inquisição em Portugal, já vigente na vizinha Espanha. Corre, pois, veloz, o tenebroso ano de 1536, Gil Vicente definha, anda doente do corpo e sobretudo do espírito. Afastaram-no da Corte, pendem sobre ele as tenazes abertas do Santo Ofício. Antes de entregar a alma ao Criador, ainda escreve a derradeira obra Floresta de enganos. Mas, apesar dos avisos, não consegue demover o monarca: – Minguada andava a Lua quando nascemos os dois e contrária à boa sorte, temos muito que falar: nosso reino está em perigo e o meu templo ameaçado. Sendo assim que, coincidências perturbadoras da história da vida, 1536 marca a provável morte de Gil Vicente e marca a

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chegada dos Inquisidores, de que Portugal só viria a livrar-se em 1820, quase três séculos depois de o vaqueiro se ter calado, estático, de bordão e lanterna nas mãos, sob uma luz de palco que se apaga, muito, muito lentamente.»

Teste de compreensão do oral 6 «Remando vão remadores, barca de grande alegria, o patrão que a guiava, filho de Deus se dizia. Anjos eram os remeiros, que remavam à porfia. (FM) – Estamos no Museu de Arte Antiga, na exposição «Primitivos Portugueses», que nos mostra alguma da melhor pintura produzida em Portugal no século XVI. Esta pintura é contemporânea do teatro de Gil Vicente e, Maria José, embora o que nós vemos aqui seja uma explosão de sagrado e de louvor ao sagrado, era permitido nesta época fazer uma sátira social e de costumes. (MJP) – Sim, durante muito tempo não se percebia por que é que Gil Vicente teve tanta liberdade para escrever textos escatológicos, em que a figura do Parvo dissesse tantas, tantas, tantas asneiras, que é o que os alunos gostam no liceu, mas, a pouco e pouco, foi-se descobrindo que havia razões, datas, que havia datas, em que tudo era possível. Gil Vicente apesar de trabalhar para a Corte portuguesa, trabalhava não somente para episódios relevantes da Corte, como batizados, casamentos, mas, a pouco e pouco, temos estudado, e temos visto e verificado que Gil Vicente também representou para momentos fortes do ano, tanto litúrgico como folclórico. Momentos de exceção... – Momentos quase de desvario... – Desvario, completo desvario... Por exemplo em França, no dia em que muitos podemos viver o mundo às avessas, um burro ia dizer a missa em Notre Dame de Paris, portanto, para ver que o mundo às avessas não é só português, é europeu e é por isso que há peças – em não compreendemos porquê e dizemos como é que é possível – mas era possível porque era em ocasiões de exceção. – O Auto dos físicos é um bom exemplo desse teatro de exceção. Quer-nos explicar porquê? – O Auto dos físicos é de exceção por várias razões: primeiro foi representado num dia de Carnaval, na terça-feira gorda de Carnaval, depois foi num ano bissexto... – Ano do Diabo. – Ano do Diabo. Portanto, nessa terça-feira tudo era possível, porque na terça-feira gorda é o último dia em que se podem fazer todas as asneiras e pode-se comer muito e beber muito... – E folgar muito. – E folgar muito porque no dia seguinte é quarta-feira de penitência e Gil Vicente, com o Auto dos físicos fez a peça para terça-feira de Carnaval, uma peça completamente transgressora. É a história de um clérigo que está apaixonado por uma jovem, portanto já aqui temos os amores desiguais, o amor de um velho por uma jovem. Esse clérigo começa a ficar muito doente, muito, muito doente e é tratado por uma feiticeira que lhe dá comida gorda, quer dizer, guisados, assados... – Que o entope...

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– ...Muitos molhos e animais muito indigestos, e muito vinho tinto – porque o vinho tinto também se bebe muito durante o Carnaval –, mas é tratado por quatro físicos, ou médicos, por isso se chama o Auto dos físicos, que... tratam-no com sangrias, com clisteres e com purgas, de uma maneira um pouco paradoxal. E depois começa a ficar muito doente, passa pelos quatro humores – é muito interessante porque os humores no século XVI são muito importantes – até atingir a melancolia, e quando o padre atinge a melancolia está louco e vai-se confessar a um padre que também está apaixonado e são ambos absolvidos. E portanto é uma transgressão total na peça... – É uma apoteose do sagrado e do profano, ao mesmo tempo. – Do sagrado e do profano. Estandarte de esperança, ó quão bem que parecia! O mastro da fortaleza como cristal reluzia. A vela com fé cosida todo o mundo esclarecia. A ribeira mui serena que nenhum vento bulia. (FM) – Normalmente quando se fala no teatro de Gil Vicente fala-se no teatro de tipos, mas as investigações mais recentes apontam para outro lado. – Pois, é assim, para mim é complicado falar de tipos porque cada personagem tem uma psicologia muito, muito, muito forte. Há grupos de personagens, os fidalgos, as comadres, as jovens, as velhas, os amores dos velhos pelas jovens e vice-versa, mas têm todos uma psicologia. E mais, cada nome de cada personagem é profundamente simbólico, aliás o teatro de Gil Vicente é muito difícil de conhecer porque são 48 peças... – Quinhentas personagens... – Quinhentas personagens... É o primeiro grande dramaturgo europeu, e ele escreveu novelas de cavalaria, uma peça heráldica, comédias, tragicomédias, teve uma obra muito, muito, muito complexa e, portanto, é difícil com duas peças ou três peças que as pessoas leem ou conhecem no liceu, conhecer a obra de Gil Vicente. – E a dimensão de Gil Vicente, que não era só dramaturgo, era encenador, ator, músico, talvez ourives... – Pois... – ...E que é uma figura muito completa... – É a [abertura] do Renascimento, porque no Renascimento os homens tinham várias atividades; não se sabe se ele viajou, se não viajou, se saiu do País, como é que ele viu teatro... francês, alemão, em Portugal... porque ele conhece os temas, são os mesmo temas por toda a Europa, e ele conhecia muito bem... E como é que ele tem tanta invenção, tanto talento... É um grande poeta, e de uma comicidade infinita. – Maria José, nós e o teatro de Gil Vicente numa palavra. – Paradoxal. À barca, à barca, hou lá, que temos gentil maré; ora venha o caro à ré, feito, feito, bem está. (FM) – Ricardo Araújo Pereira, estamos no Museu Nacional de Arte Antiga, na exposição «Primitivos portugueses», por trás de ti temos um maravilhoso Julgamento das almas, de mestre desconhecido, mas não vamos falar sobre o Auto da barca do Inferno, vamos falar genericamente sobre o teatro de Gil Vicente. Gil Vicente ainda nos faz rir, e muito, mas se o teatro dele fosse produzido hoje, isso talvez não acontecesse, não achas?

(RAP) – Se este quadro fosse pintado hoje, nós também não olharíamos para ele com o interesse com que olhamos para este (aponta). O contexto determina o interesse que a obra tem, embora eu lamente que hoje em dia tão poucas vezes as pessoas se chamem umas às outras «mija n’agulha», por exemplo, como acontece com tanta frequência nas peças de Gil Vicente. Sim, continuam a fazer-nos rir, é óbvio que hoje em dia ninguém escreve uma peça daquela forma, talvez a alegoria tenha um caráter, digamos, ingénuo para os dias de hoje. Mas naquele contexto, num contexto de Carnaval, no sentido em que o Bakhtin entendia a palavra – e nota que acabo de citar Bakhtin –, é nesse contexto aquele tom excessivo e desbragado do Gil Vicente e de excesso, até de excesso que tem a ver com o corpo... – Excesso escatológico... – Sim, excesso escatológico, justamente, um excesso que é parente do mesmo excesso que nós vemos em Rabelais, por exemplo, um contemporâneo de Gil Vicente em que também há flatulência épica e... – E desvarios vários... – Sim, desvarios vários não só, porque se trata de fenómenos, digamos, físicos, e aquilo é uma celebração da vida e do corpo por causa disso, mas também porque são fenómenos físicos especiais, são fenómenos físicos que documentam a pequenez do ser humano, não é? Mas essas funções menos nobres do corpo humano recordam-nos da nossa pequenez. O facto de sermos capazes de rir dessa pequenez documenta a nossa superioridade, que é um paradoxo curioso do fenómeno humorístico. A sátira eu acho que tem sempre uma componente moralizadora ou uma componente moral, mas é possível que ao longo dos tempos o satirista tenha perdido respeito por si próprio, ou seja, o satirista tenha olhado para si próprio sem o mesmo encanto que... Nós sentimos que o Gil Vicente não tem uma má ideia de si próprio, digamos assim, nós sentimos que a voz dele, seja a voz dele que se ouve em certas personagens ou a voz que nós ouvimos quando captamos aquilo que a peça diz é uma voz que pretende ser autorizada... – E que tem o respaldo da religião, também. – Exatamente, sim, claro, claro. Hoje em dia talvez isso não seja assim, talvez o satirista não tenha tão boa ideia de si próprio. – Alguma vez fizeste humor com o Inferno e o Paraíso? Achas que ainda era possível fazê-lo hoje? – Eu acho que todo o humor é feito sobre essa ideia de... Talvez não a admissão ao Paraíso ou ao Inferno, mas todo o humor é sobre a ideia da admissão a sítio nenhum, que é sobre o facto de tendermos para a aniquilação. Acho que é sobre isso que nós nos rimos sempre. Vai ali muitieramá, e atesa aquele palanco, e despeja aquele banco pera a gente que virá. – Ricardo, tu leste Gil Vicente na escola, como a maioria dos portugueses, mas voltaste depois a lê-lo noutras circunstâncias, não foi? – Sim, voltei. Li na escola quando se dá a trilogia das barcas assim um pouco pela rama, depois li mais tarde na faculdade quando tomei contacto com aquela Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente e aí tive um conhecimento mais profundo do Gil Vicente, sempre com muito interesse relativamente à obscenidade. Tenho muito interesse por isso até porque há um

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livro interessante que se chama A graça portuguesa, é um livro para aí de 1920, por aí, de um senhor chamado Carlos Duarte em que ele tenta saber se o português é o povo mais espirituoso da Europa, como dizia – com muito otimismo – Almeida Garrett – ou se é um povo sorumbático sem graça nenhuma, como por exemplo dizem de nós os brasileiros. E então ele debruça-se sobre o Gil Vicente e uma das coisas que ele observa com mais cuidado é o facto de a linguagem em Gil Vicente ser obscena – tal como era nas cantigas de escárnio, por exemplo – mas nas cantigas de escárnio ele diz que aquilo era uma «chocarrice impudentemente pornográfica», enquanto em Gil Vicente tem duas desculpas, digamos: tem a desculpa de o satirista estar irritado e por isso já usar a obscenidade como uma primeira forma de castigo ao satirizado e tem a desculpa de estar integrada numa caricatura, de estar na boca de uma personagem que fala de facto assim. – Gostas especialmente da figura do Parvo, não é? – Nota-se muito? Sim, é uma figura que combina muito bem com a minha personalidade, acho eu. Outro contemporâneo de Gil Vicente, além do Rabelais, é o Erasmo – e a ideia do Elogio da loucura – eu acho que essa também está presente na obra do Gil Vicente no sentido em que muitas vezes a voz do Parvo é a voz da sensatez. Essa ideia de que, quando o mundo está às avessas, o louco é o sábio, é o sensato, e isso... Muitas vezes, o humor é isso, é uma espécie de irracionalidade racional ou de uma espécie de irracionalidade voluntária. – Temos estado sobretudo a falar da faceta mais escatológica de Gil Vicente, o seu lado mais imediato, mas as pessoas talvez não saibam que existe um Gil Vicente muito mais intelectual. – Com certeza. Isso é uma das vantagens para quem quer convencer outra pessoa a ler o Gil Vicente são os vários níveis de leitura. Há pessoas que se vão interessar por aquilo pela chocarrice, digamos, e por aquela... – Uma certa estranheza da linguagem... – Sim, a festa. Aquilo é festivo, mesmo do ponto de vista da linguagem é muito festivo, e mesmo do ponto de vista da sátira a sensação que eu tenho é que é uma sátira jovial, digamos, mesmo quando é corrosiva não é azeda, é sempre festiva e, por isso, esse caráter de festa aproxima as pessoas de Gil Vicente.

Teste de compreensão do oral 7 O skate voador de Regresso ao Futuro está quase pronto para descolar Empresa californiana passou da ficção à realidade: os primeiros hoverboards deverão ser entregues em outubro de 2015. O skate sem rodas que Marty McFly (personagem interpretada por Michael J. Fox) utilizou nas cenas de Regresso ao Futuro II, no final da década de 1980, está pronto para ser comercializado. O filme passava-se em 2015 e parece que a realidade vai confirmar a ficção. Criado pela startup Arx Pax, da Califórnia, o Hendo Hoverboard (que mantém a designação utilizada no filme) suporta até 136 quilos e tem bateria suficiente para sete minutos de uso. O aparelho funciona com base em campos magnéticos que, em contacto com superfícies metálicas, geram força para afastar o skate 2,5 centímetros do chão. Uma vez levantado no ar, o Hendo Hoverboard pode deslizar rapidamente em várias direções.

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Para construir este skate, a empresa lançou a 21 de outubro uma campanha no Kickstarter, um site de crowdfunding, com o objetivo de angariar 250 mil dólares (cerca de 196 mil euros) até 15 de dezembro. Mas neste sábado, a um mês da data limite, já conseguiu quase o dobro: 445 399 dólares (357 mil euros), financiados por 2721 pessoas. Os dez primeiros Hoverboards já estão pré-vendidos e com entrega prevista para outubro de 2015. Cada um custa dez mil dólares (oito mil euros). Para quem não pode desembolsar tanto dinheiro, há outras opções. Por exemplo, por cem dólares pode andar durante cinco minutos em cima do skate. Em declarações à AFP, o diretor-geral da Arx Pax, Greg Henderson, explicou o funcionamento da tecnologia: «Criámos um campo magnético, e em seguida, através de um método de indução, que é a nossa receita secreta, criámos um campo magnético secundário equivalente nas superfícies condutoras». Henderson estima que esta tecnologia pode ter várias aplicações, nomeadamente na conceção de edifícios resistentes a terramotos – uma perspetiva interessante na Califórnia, região norte-americana com grande atividade sísmica. Em teoria, utilizando campos magnéticos mais poderosos, seria possível fazer com que um prédio flutuasse ligeiramente acima do solo, minimizando os estragos resultantes do sismo. Marisa Soares, O skate voador do Regresso ao Futuro está quase pronto para descolar, in Público, 15 de novembro de 2014. (Disponível em: http://www.publico.pt/tecnologia/noticia/o-skatevoador-do-regresso-ao-futuro-esta-quase-pronto-para-descolar1676355 e consultado em 18 de novembro de 2014)

Teste de compreensão do oral 8 O Colombiano que Cultiva Leitores Há sete anos os livros e uma ideia mudaram a vida de Martín Murillo Gómez. Nascido em Quibdó, na costa do Pacífico colombiano, havia-se mudado para Cartagena de Índias, uma cidade maior e turisticamente atrativa, com o intuito de melhorar de vida. Vendia água e fruta nas ruas, lavava carros, fazia alguns trabalhos temporários e, nas horas vagas, lia – como sempre fizera, desde pequeno. Até que um dia conseguiu aproximar-se de um empresário e contar-lhe o projeto que fazia anos lhe rondava a cabeça: promover a leitura em parques e praças de Cartagena. Convenceu o mecenas a ajudá-lo, mandou fazer uma carreta, encheu-a com os seus livros, e num dia de maio de 2007 empurrou-a até ao Parque Bolívar, estacionou-a numa sombra, e começou com o seu sonho. Desde esse dia, a vida de Martín Murillo gira em torno da leitura. Empresta livros, conhece pessoas e conta-lhes histórias. «O objetivo da Carreta Literária vai muito além do empréstimo de livros, é promover o hábito da leitura por prazer. Fazer com que crianças, jovens e adultos se apaixonem pela leitura, descubram os benefícios que o ato de ler proporciona. Representa um grande desafio para mim, é a missão que decidi assumir», resume o colombiano de 46 anos. A Carreta Literária estreou com 120 títulos – a grande maioria eram da biblioteca pessoal de Murillo – e hoje já tem perto de 9000 títulos […]. Diariamente carrega no seu veículo cerca de 300 livros e percorre a cidade amuralhada em busca de gente disposta a ler. Exceto os livros com dedicatórias, todos os demais podem ser emprestados. A grande maioria dos seus clientes (que não pagam nem um cêntimo pelo empréstimo)

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devolve os livros, ainda que alguns demorem meses (ou até anos) a fazê-lo. «O primeiro livro que comprei para esse projeto foi O Velho e o Mar, do Ernest Hemingway. E o primeiro livro que me ofereceram foi O Homem Duplicado, de José Saramago. Foi um casal espanhol que estava de visita a Cartagena», recorda. […] Graças aos patrocinadores que estampam as suas marcas no carrinho, o promotor de leitura pode dedicar-se integralmente ao projeto. […] Com o tempo, a biblioteca ambulante de Martín foi crescendo de tamanho, fruto de doações, e de importância, graças ao seu trabalho diário. O emprestador de livros, como não se importa de ser chamado, passou a frequentar escolas, universidades e encontros literários para falar sobre a leitura. Também começou a reunir pequenos leitores para contar histórias, que são improvisadas na hora. Leva consigo um livro com centenas de páginas em branco e que tem como título O livro das mil histórias. De lá tira as ideias para os seus contos. «Cada pessoa tem não uma, mas milhares de histórias. E promovendo a leitura conheces muita gente, livros e lugares, vives experiências gratificantes, outras nem tanto, e tudo isso permite acumular tantas histórias que é difícil não as contar.» Martín Murillo já percorreu quase toda a Colômbia com o seu carrinho de duas rodas apinhado de livros. […] Faz isso tudo por gratidão aos livros: «Os livros permitiram-me crescer como pessoa, ver o mundo com novos olhos, viver e sentir a vida a partir de uma ótica globalizada; permitiram-me aprender, conhecer e entender melhor as pessoas. Além disso, permitiram-me desenvolver um projeto de vida no qual coloco o meu grãozinho de areia para fazer do mundo um lugar melhor.» Ricardo Viel «O colombiano que cultiva leitores» in Blimunda, n.o 26, julho de 2014 (revista da Fundação José Saramago) (disponível em http://www.josesaramago.org/ wp-content/uploads/2014/07/blimunda_26_julho_2014.pdf e consultado a 30 de julho de 2014)

Teste de compreensão do oral 9 A poesia de Camões já motivou as mais diversas análises, desde as leituras de ordem mitológica aos aproveitamentos de caráter nacionalista. De entre os estudos da obra de Camões há um particularmente importante e frequentemente citado, desde que foi publicado pela primeira vez em 1980. O ensaio intitulado Camões e a viagem iniciática, da autoria de Hélder Macedo, o ensaísta que foi simultaneamente – até se jubilar –, professor no King’s College, em Londres, é um livro já com a muitas vidas e que tem agora a 17. edição. Hélder Macedo estuda tanto a poesia lírica como a poesia épica de Camões acrescentando nesta nova edição um pequeno ensaio dedicado às cartas do poeta, nas quais encontra chaves de leitura para uma boa parte da obra camoniana. O retrato que emerge deste pequeno volume é o de um poeta à frente do seu tempo que inaugurou a perceção do mundo moderno ou, como descreve Hélder Macedo, «o mundo da diversidade, o nosso mundo de incertezas». O Camões nosso contemporâneo foi, assim, um poeta mais da dúvida do que da convicção, da rutura mais do que da continuidade, da experiência mais do que da fé, de imanência mais do que da transcendência e de uma sexualidade indissociável da espiritualidade do amor. O «Livro do Dia TSF» é «Camões e a viagem iniciática», de Hélder Macedo, Edição Abismo.

Teste de compreensão do oral 10 [...] E quando em 1940, por ocasião das comemorações do duplo centenário da fundação e restauração da nacionalidade se discute sobre o lugar onde erguer a exposição, a paisagem evocativa de Belém é novamente escolhida. Que melhor local para o então Estado Novo consagrar o génio da raça e a sua proteção no mundo do que a proximidade do Mosteiro dos Jerónimos, onde os descobridores do Novo Mundo faziam as suas orações antes de embarcar? Promovido pelas principais figuras do Estado Novo de Salazar, tratou-se de um evento particularmente significativo, onde se procurava espelhar a imagem do regime através de uma linguagem arquitetónica monumental que articulasse a modernidade e a tradição histórica. Estava-se então no período áureo do regime, apesar do mundo já em guerra, e a realização da «Exposição do mundo português», como lhe chamaram, inscrevia-se numa prática política assumidamente imperial por uma nação portuguesa desde a região do Minho até à longínqua ilha de Timor, no oceano Índico. Localizada em frente do Mosteiro dos Jerónimos e ocupando uma área de 56 hectares, a grandiosa exposição espraiava-se até ao rio, consagrando o passado e o presente do mundo português. A maior parte dos inúmeros pavilhões construídos em estuque seriam demolidos no final da exposição, assinalando a efemeridade do acontecimento e da ideia, havendo, por isso, quem lhe tivesse chamado, com alguma ironia, a cidade das ilusões. De todo o vasto programa da «Exposição do mundo português» restam atualmente a Estação Fluvial, a Praça do Império, o museu de arte popular, o espelho de água e o padrão dos descobrimentos. O Padrão, erguido durante a Exposição, foi construído em leve estrutura de ferro e cimento. Ostentava uma composição de esculturas em estafe formada por 32 figuras com altura de sete metros e a do Infante D. Henrique, com nove metros. A construção apresentava-se em jeito de fecho da Praça do Império, debruçada sobre o rio, como obra simbólica que engrandecia o nome de Portugal e de todos os homens que ergueram as suas epopeias. O padrão dos descobrimentos tornava-se, assim, a síntese de todo o espírito da «Exposição do mundo português». Seria, no entanto, construção temporária a ser desmontada com o encerramento da Exposição. Só vinte anos mais tarde, por ocasião do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, volta a surgir a ideia de reconstruir novo monumento, desta vez com caráter definitivo. E em 1960 o Padrão ergue-se de novo, numa estrutura de betão armado com cinquenta metros de altura revestido a pedra rosal de Leiria. Nesta grandiosa obra de reconstrução colaboraram os técnicos portugueses mais reputados, incluindo o escultor Leopoldo de Almeida, do projeto original. Faltou o arquiteto Cottinelli Telmo, responsável maior da obra, e que tinha já abandonado o mundo dos vivos, mas lá permanece afixado o seu nome, em parceria com o do escultor. Para decoração da praça que lhe dá acesso, foi instalado uma rosa-dos-ventos em pedra mármore, oferecida pela União da África do Sul. Nesta obra monumental de pavimento artístico, com cinquenta metros de diâmetro, embutidos de mármore e granito marcam as principais rotas dos Descobrimentos Portugueses.

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Nas suas linhas gerais, o monumento à gesta portuguesa tem expressão arquitetónica de uma caravela ladeada por duas rampas que se reúnem numa proa onde avulta a figura do Infante. Ao longo dessas rampas desfilam em apoteose alguns dos maiores vultos relacionados com os Descobrimentos em jeito de nau, que sulcando os mares, leva consigo as figuras mais significativas da História de Portugal dos séculos XV e XVI. Sobre as velas, ergue-se um paredão decorado nas faces laterais pelas armas portuguesas da época das Descobertas. A toda a altura do monumento, e sobrepujando a entrada para o seu interior, ergue-se uma imensa espada decorada no punho com a cruz de Avis, simbolizando a força das armas, a fé cristã e a dinastia dos reis que souberam entender e incentivar a conquista dos mares. O Padrão tinha por objetivo consagrar os autores da epopeia dos Descobrimentos, por isso, havia que incluir uma síntese de figuras históricas onde o dinamismo e o movimento dos corpos se projetasse a partir de Belém num sentido de partida para além-mar. Era importante representar não apenas os navegadores, mas também os cartógrafos e os cronistas, os cosmógrafos e os colonizadores, os guerreiros e os evangelizadores, os governadores, os artistas e os poetas. E eles aí estão: todo um povo português representado em 33 figuras históricas, unidos por um objetivo comum. Nos anos 80, o Padrão volta a sofrer obras, desta vez no seu interior, e já muito distantes do simbolismo da sua construção exterior. Os tempos eram outros; as necessidades de função também, e o edifício que antes era apenas monumento para admirar de fora, com o interior vazio, é remodelado, segundo projeto do arquiteto Fernando Ramalho, para acolher um centro cultural. Dispondo de auditório para uma centena de lugares, de três salas de exposição e de um miradouro aberto no terraço e acessível ao público, torna-se equipamento de uso múltiplo da responsabilidade do pelouro da cultura da câmara municipal de Lisboa, para o qual estabeleceu um programa atual de variadas iniciativas culturais. [...]

Teste de compreensão do oral 11 A União Europeia destinou mais de 2000 milhões de euros para dois grandes projetos científicos com potencial para grandes avanços em muitas áreas, da saúde à informática. O «Futuro hoje» foi conhecer os investigadores portugueses ligados a estes dois projetos. Na próxima semana iremos mostrar o projeto sobre o cérebro humano. Hoje, o Lourenço Medeiros dá a conhecer um material que ainda não está em grande parte dos dicionários: o grafeno. É uma aposta como talvez nunca tivesse sido feita: mil milhões de euros – mais do que isso – destinados ao longo de dez anos para o estudo de um material: o grafeno, que pode mudar muito na nossa sociedade, desde a estrutura de pontes, a cobertura dos edifícios, os telemóveis que usamos, e há cientistas da Universidade do Porto e da Universidade do Minho envolvidos em todo este projeto. Coisas assim, coisas aparentemente impossíveis surgem frequentemente na internet. Este ipad de fantasia é um dos últimos conceitos, objetos que parecem reais, mas ainda não funcionam, foram apenas idealizados e desenhados. Este até é feito por um designer português, Ricardo Afonso, e correu mundo. São ideias com fundamento.

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Uma das maiores potencialidades do grafeno é a eletrónica transparente; alguns conceitos mais antigos parecem menos realistas e mostram ecrãs que mudam de forma, capazes de se adaptarem às nossas necessidades do momento. Telefones que mudam de tamanho para servirem de ecrã ou ficarem comodamente no pulso à espera da próxima chamada. E não é apenas ficção científica. (Professor Nuno Peres) – É possível, aliás é um dos pacotes de investigação neste projeto que foi agora anunciado, e que será financiado pela União Europeia, é precisamente a chamada «eletrónica flexível». Portanto há um conjunto de pacotes e um deles é a investigação nessa área de «papel eletrónico», chamemos-lhe assim, em que a pessoa pode ler o jornal... e pode ter o seu cartão multibanco e o seu telefone móvel, tudo integrado numa... Claro que estamos longe dessa realidade, mas é uma promessa que o material contém em si. O professor Nuno Peres, da Universidade do Minho, e o professor João Lopes dos Santos, da Universidade do Porto, são dois portugueses que viram antes dos outros, dois especialistas em Física dos Materiais. Estudam grafeno desde o início e raramente o veem assim, aquela coisa que parece apenas uma película de sujidade ao microscópio são de facto camadas de grafeno sobre vidro. (Professor João Lopes dos Santos) – Nós somos um grupo que faz modelação, Física Teórica, não fazemos grafeno. O grupo do professor André Geim e Konstantin Novoselov é um grupo experimental, e a maior parte dos trabalhos resultam dos colaboradores do nosso grupo fazerem modulização, fazerem interpretação, fazerem cálculos para explicar resultados obtidos no grupo do professor Geim. E ele de facto mostrou grande confiança em nós e isso honrou-nos muito. E não é para menos: os investigadores portugueses têm percursos impressionantes e as suas carreiras ficarão sempre ligadas a André Geim e Konstantin Novoselov, os prémios Nobel da Física em 2010, com quem trabalham. Geim e Novoselov descobriram o grafeno. Desde 1859 que se sabe que o grafeno deveria existir, mas só em 2004 foi possível isolar este material que tantos rios de dinheiro e tanto entusiasmo provoca entre os cientistas. Foi com grafite – isto é um lápis de grafite – e um bocado de fita-cola – fita-cola mesmo. Foi com um cristal de grafite pura, não com um lápis, que os cientistas perceberam [que] ao limpar o material com a fita-cola havia um depósito. Começaram a desconfiar que aqui podia haver alguma coisa. Limparam a fita-cola com outro pedaço de fita-cola e, assim, foram diminuindo as camadas de grafite, até que ficou apenas uma película que se diz bidimensional, pois tem um átomo de espessura: estava descoberto o grafeno. E por que é tão importante o grafeno? É o primeiro material considerado bidimensional, uma placa de apenas um átomo de espessura, flexível e muito mais forte do que o aço, incrivelmente leve e com propriedades elétricas surpreendentes. Ligado com outras matérias permite quase escolher as propriedades do produto final, construir estruturas atómicas à medida das necessidades e da imaginação. (Professor João Lopes dos Santos) – A Comissão Europeia tem interesse em que os eventuais proventos económicos da exploração desta tecnologia não estejam completamente deslocados dos países europeus, e portanto a Europa fez agora este investimento, e há muitos outros países que estão a fazer

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investimentos vultuosos – países e empresas – em investigação e tecnologia do grafeno. (Professor Nuno Peres) – Muitas destas promessas, elas já foram realizadas em laboratório, em experiências chamadas de «demonstração de princípio», ou seja, mostrando que aquele tipo de efeito realmente existe. Depois, o próximo passo é o da transposição dessa tecnologia para a indústria e depois, finalmente, para a comercialização de produtos. Demonstrar as propriedades será o papel de outros investigadores, como os que nos mostraram o grafeno no Centro de Lasers e Ótica Quântica, da Universidade do Porto. Terão cada vez mais oportunidades de explorar esta película, que vai além do que estamos habituados a conhecer. Para já o grafeno só se vende em verdadeiros supermercados para cientistas, como este (mostra ecrã). A indústria, empresas como a Nokia ou a Samsung estão a inventar processos para fazer bom e barato o que hoje é caro e difícil. E quando se fala em produtos é quase como falar de ficção científica, além dos tais telemóveis, o grafeno pode ter implicações na saúde, na arquitetura, na produção e armazenamento de energia, nos computadores; não é apenas um material, é – pode ser – uma nova era com objetos e possibilidades que ainda nem sonhamos. É uma das esperanças dos cientistas para resolver o problema dos carros elétricos. Neste momento um carro elétrico – não destes, dos outros (mostra um elétrico) – tem que ficar a noite inteira a carregar para ter uma autonomia de cerca de 80 ou 100 quilómetros. Os cientistas esperam poder criar baterias mais leves que possam carregar um veículo do futuro no tempo de tomar um café. (Professor João Lopes dos Santos) – Obviamente para quem trabalhe no grafeno ver a importância desta área reconhecida pela Comissão Europeia é um motivo de grande satisfação. (Professor Nuno Peres) – Para lhe ser franco eu só consegui até hoje um projeto aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Todos os outros projetos que submetemos, não conseguimos que fossem financiados. Agora tirará a conclusão que achar oportuna. (Professor João Lopes dos Santos) – Mas não há qualquer azedume relativamente à situação que nós vivemos. Nós temos continuado a trabalhar, somos teóricos, não temos grandes necessidades, temos continuado a produzir doutoramentos nesta área, mesmo sem mais apoios. Esta é uma área em que um dia ou dois na publicação de resultados pode fazer toda a diferença e os cientistas portugueses estão a competir com centenas, de 29 países europeus. A Comissão Europeia decidiu destinar mais de 2000 milhões de euros para o projeto do grafeno – metade –, e outra metade para um grande projeto sobre o cérebro humano. Se parece que vimos muita coisa nos últimos anos, de certeza que nos próximos dez vamos ver ainda muito mais.

um acrobata e um bombeiro que se inspirou no método natural de George Herbert para educar física e espiritualmente David e Sébastien Foucan, um amigo de infância do filho que viria mais tarde a desenvolver uma vertente mais livre, estética e muito popular do parkour chamada free running. A história do parkour em Portugal é recente e cruza-se com a história de quatro elementos que vamos conhecer ao longo deste programa. O Zé e o João vieram do sul do País para estudarem em Lisboa, conheceram-se na universidade, partilham uma casa em São Marcos, mesmo ao lado a escola, e a mesma paixão: o parkour. O Zé é estudante de engenharia informática, viu o documentário «Jump London», que não o entusiasmou por causa do lado exibicionista da coisa, e foi só quando viu David Belle que tudo começou. Participou no primeiro encontro de traceurs em Portugal, fundou o parkour.pt e tudo se desenvolveu a partir daí. O João tomou contacto com o parkour através do YouTube, dias depois conheceu o Zé, com quem começou a treinar regularmente. – O que é que estás a estudar? (João Gonçalves) – Estou a estudar Mestrado de Engenharia de Redes de Comunicação. – Tu vieste de Albufeira. – Exato. – Vais lá com frequência? Voltas? – Vou lá... É mais como passar férias lá do que outra coisa. Deveria ir lá todos os fins de semana, mas não acontece. – De que é que sentes mais falta? – De ver o céu, talvez. (José Gama) – Campo Maior é uma terra pequenina. Campo Maior é uma vila, e eu vim para Lisboa, que é uma grande cidade e é difícil a adaptação. ‘Tive a estudar um ano em Coimbra com uns amigos meus, fui para a Alameda no ano seguinte e aí é que foi difícil, porque Lisboa é demasiado grande, é muita gente, não há ligação entre as pessoas. No entanto, a certa altura consegui descobrir um escape que me permitiu lidar um bocadinho melhor com a situação do dia-adia, e entretanto vim para o Taguspark, que é uma universidade do Instituto Superior Técnico, para tirar o mestrado; e aí já... Como é uma universidade mais pequenina, tem mais ambiente, já me consegui adaptar muito melhor. – Qual é que é a importância do exercício e da forma física para ti?

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– Para mim é muito importante, é muito importante mesmo, porque nós temos de ter muita força para nos puxarmos, para agarrarmos, para subirmos. Quanto mais força tivermos, mais rápidos somos e nós treinamos nesse sentido. Nós precisamos de fazer muito exercício físico, porque precisamos de proteger todas as articulações do corpo, e só os músculos é que as conseguem proteger bem. Portanto, não é para ficar com músculos grandes, ou seja, ter um corpo definido e com algum músculo para o corpo ‘tar o mais protegido possível dentro do rápido e do eficaz, não do grande ginásio «bulk», tipo grande, ‘tás a ver, que é...

Fenómeno cultural, desporto, atividade urbana, exercício de evasão ou a arte de nos deslocarmos: estes são alguns dos termos utilizados para definir o parkour. O parkour foi inventado em Lisses, um subúrbio de Paris, no início da década de 90, por um adolescente chamado David Belle. O seu pai era

(João) – O Zé? O Zé foi engraçado. Descobri o parkour através da net, e no dia a seguir, ou dois dias a seguir, um rapaz, um amigo meu, disse-me assim: «Olha, conheço um gajo na minha turma que também faz parkour», e era o Zé.

Joaquim Gomes, Lourenço Medeiros – SIC.

– Como é que conheceste o Zé?

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(Zé) – Vivo com dois colegas que estão aqui a estudar no Taguspark também, um deles é o João Gonçalves, que também faz parkour.

e vai conseguir levar de vencida, com êxito, portanto, este desporto, sem sombra de dúvida.

(João) – Éramos três na mesma casa, um deles saiu e eu apanhei-me a comentar com o Zé: «Olha, agora ‘tou lixado, vai sair de lá um elemento e eu vou ter que sair da casa» e o Zé, por acaso, tinha também que sair da casa dele e então foi para a minha, pronto.

(José) – A primeira vez que vi parkour foi num documentário que deu na televisão, se bem que, quando vi esse excerto do documentário, eles apenas mostravam saltos em telhados, cenas arriscadas, e eu não achei muita piada à altura, se bem que a minha namorada até me disse – lembro-me de ela frisar: «Ah, qualquer dia vais aí andar aos saltos nos telhados». E eu disse: «Não, eu não sou maluco.» Porque, isso... achei irresponsável e não fazia sentido. No entanto, passado pouquíssimo tempo, penso que uma semana, um amigo meu enviou-me um vídeo mesmo de parkour, com o David Belle – o original fundador do parkour – e aí realmente e vi o que era parkour, era muito urbano, tudo num nível muito mais seguro. E quando vi, realmente percebi que gostava de fazer aquilo. Quando vi o vídeo fui pesquisar na internet, havia muito pouca informação na internet na altura – isto já foi há três anos atrás –, até que dei com um site que tinha alguma informação, fui para a rua treinar, criámos o site parkour.pt, que é hoje o ponto principal da comunidade portuguesa de traceurs. Agora mais recentemente ‘tive a sorte de poder aprender com o fundador do parkour, o David Belle, e membros da equipa dele também. Fomos convidados a ir à França por eles, para aprender com eles...

O primeiro objetivo de qualquer traceur consiste em desenvolver uma perícia técnica que lhe permita executar e adaptar todos os movimentos corporais de forma instintiva e adaptá-los com a máxima eficiência aos diferentes obstáculos. Os músicos de jazz costumam dizer que os novatos precisam de aprender tudo sobre o seu instrumento e sobre a música para depois esquecer tudo isso e poderem finalmente aprender a tocar. O mesmo se pode dizer sobre o corpo e o percurso que um traceur utiliza na prática da modalidade. No seu estado mais puro, o parkour é, tal como o jazz, uma arte suprema do improviso. Apesar de poder ser praticado tanto em paisagens rurais como urbanas, é sobretudo nas cidades que se podem encontrar os praticantes do parkour, cuja filosofia muda radicalmente a forma como vemos e vivemos a paisagem urbana. (António Gaspar – fisioterapeuta) – Uma pessoa que queira fazer parkour tem que, inevitavelmente, ter uma grande preparação física, não só na perspetiva física global, todas as componentes físicas, mas acima de tudo ter uma boa elasticidade. Quanto melhor estiver preparado fisicamente, eventualmente, vai diminuir, ou pelo menos tem menos possibilidades de diminuir, outras complicações. Quem consegue aliar a parte mental com uma boa preparação física e conseguir conciliar esses dois aspetos, o aspeto mental com o aspeto físico – e com uma grande dose de concentração –, sem sombra de dúvida vai ter menos problemas

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(João) – E foi aí que aprendeste mesmo o parkour? (José) – Sim. Pode-se dizer que aí realmente percebi o que era o parkour. Nós percebemos que não andávamos a treinar mal. O método de treino e... (João) – ... a visão do parkour deles... (José) – O que ‘tá por trás do treino, o que está por trás do parkour é muito grande e nós tivemos a sorte de ser o próprio irmão do David Belle a explicar-nos no que é que consiste e de perceber... Por acaso ‘tivemos uma grande benesse nesse sentido.

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