BOURDIEU, Pierre. Modos de Dominação. O Costureiro e sua Grife, a contribuição para uma teoria da magia, A Produção da Crença.

February 13, 2017 | Author: Maíra Arcoverde | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Download BOURDIEU, Pierre. Modos de Dominação. O Costureiro e sua Grife, a contribuição para...

Description

>0,,\,"

f\,-~

,

'_'

.~. I.,"

~:,

);, .• --~ .•. " ''I)'

PO 0 t (\f-n~~~l

,Q ':

'C~-

-'~"-'~l

,,'

":~,,,qf

;I

')!

I

'~~-'

PIERRE BOURDIEU

()f'y\ ()

'

'...., , c>

'

'- ,j

'.,

I

('

')

L'

APRODUGAo DACRENGA contribuicao para uma economia . dos bens simb6licos

I

\-,

Traducao

Guilherrnc Joao de Freitas Teixeira

o COSTUREIRO E SUA GRIFE contribuicao para uma teoria da magia

MODOS DE '"' DOMINAGAO

G0 NOMEPROF.~~ (:7'A COD R' .

j.~

i.

o; JJi

~

p,lI; -J.l.~'~U," _...: _I I \"-' ''-\",

Traducao Maria da Graca jacinrho

Setton

02.0

21JCll( i

Q'!:~~ n

.-1.4-

~CD

BIBLJOTECAS FESPSP

~"'l '~.:.,

'GS"

f

" ."

Uma vez meis, apalavra empresdtio me incomods. Sven Nielsen'

Em outre area, tenbo II honra -para nio dizet; 0 prater - de perder dinheiro, so encomender a traducso dos dais volumes monumentais sabre Hemingway de Carlos Baker. Hobert Laffont!

o cornercio

da arte - comercio das coisas de que nao se faz comercio - pertence a classe das praticas em que sobrevive a J6gica da economia pre-capitalisra Ut semelhanca, em outro plano, da economia das trocas entre as geracoes) e que, funcionando como sc tratasse de denegaroespraticas, nao conseguem fazer 0 que fazem a naa ser procedendo como se niio 0 fizessem: desafiando a 16gica habitual, essas duplas praticas prestarn-sc a duas leituras opostas, mas igualmente falsas, que acabam desfazendo sua dualidade e duplicidade cssenciais, reduzindo-as, seja a denegacao, seja ao que e denegado, ao desinteresse ou ao interesse". 0 desafio desferido pclas cconomias fundadas na dcnegacao do "econornico" a toda a espccie de economicismo reside precisamente 110 fato de que clas 56 funcionam e, na pratica - nao somente nas representacoes -, s6 podem funcionar mediante urn recalcamento constante e coletivo do interesse propriamente "econornico" e da verdade das praticas desvendadas pela analise "cconornica".'

A Denegacao da "Economia" Neste cosmo economico definido, em seu proprio funcionamento, por uma recuse do comercisl que, de fato, e uma denegacao coletiva dos interesses e ganhos comercials, as condutas mais "anri-economicas", as mais desinteresssdes visivelmente,

• NT: No original, interet, em frances, significa tarnbem os juros obtidos em aplicacao financeira. A partir daqui, todas as notas de rodape sao do tradutor, As notas do aurar vern no final de cad a ensaio.

A Produciio dn Crones

~

I aquelas que, em urn universo "econornico" habitual seriam as mais condenadas sem 0 menor d6, con tern uma forma de racionalidade economica (ate mesmo, no sentido restrito) e, de modo algum, excluem seus autores dos ganhos, inclusive "economicos", prometidos aos que se conformarn a lei do universo. Ou por outras palavras, ao lado da busca do lucro "economico" que, ao transfonnar o cornercio dos bens culturais em urn cornercio semelhante aos outros, e nao dos mais rentaveis "economicamente" (como nos c lembrado pclos mais experientes, ou seja, os mais desinteresssdos dos comerciantes de arte), se content a em ajusrar-se a demanda de uma c1ientela antecipadamente convertida, existe lugar para a scumulecio do capital simb6Jico, como capital economico ou politico denegado, irreconhecido e reconhecido - portanto, legitimo -, credito capaz de garantir, sob certas condicoes e sempre a prazo, ganhos "economicos". Os produtores e vendedores de bens culturais, \ empenhados em operacoes do tipo comerciai, condenam-se a si ~ mesmos, e nao somente de urn ponto de vista etico ou estetico. ( porque privam-se das possibilidades oferecidas aqueles que, por ( saberemi~e:ol1~~~e1a~e~igencia~, e~peclficas d,o universo, ou, se quisermos,[irreconhecer e fazer irreconhecer os interesses em jogoj, em sua pratica, utilizarn as meios de obter as ganhos do desinteresse.' Em suma, quando 0 unico capital util, eficiente, e 0 capital irreconhecido, reconhecido, legitimo, a que se da 0 nome de "prestlgio" ou "autoridade", neste caso, 0 capital econornico pressuposto, quase sempre, pelos empreendimentos culturais s6 pode garantir os ganhos especificos produzidos pelo campo - e, ao mesmo tempo, os ganhos "econornicos" que eles sempre implicam - se vier a converter-se em capital simb6lico: _~~l!ica acumulacao le.sftima, ,t,U!ltOpara 0 autor quanta para 0 critico, tanto ~a. 0 :r!.archl!fld ~e quadrosquanto para 0 editor ou 0 dire tor de teatro, consiste em adquirir urn nome, urn nome conhecido e reconhecido, capital de consagracao que implica urn poder de consagrar, alern c!e ?~jetos (e 0 efeito de grife ou de assinatura) ou pe~soa§__(PJ!la pu blicacao, exposir;:a
View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF