Boris Groys - Bajo sospecha [Ed. Pre-textos].pdf

November 4, 2017 | Author: kevinwing | Category: Business, Science, Technology (General), Entertainment (General), Science And Technology
Share Embed Donate


Short Description

Download Boris Groys - Bajo sospecha [Ed. Pre-textos].pdf...

Description

B A JO SO SPE C H A Una fenomcnologia de los medios

Boris Groys

PRE-TEXTOS

BAJO SOSPECHA Una fenomenologta de los medios

Boris Groys Traduccidn de M

anuel

F o n t An

A l e ja n d r o M

del

a r t in

Junco

N ava rro

pre -textos

La reproduccion total o parcial de este libro, no autorizada por los editores, viola derechos reservados. Cualquier utilization debe ser previamente solicitada. Primera edicidn: mayo de 2008 Edicion original en lengua alemana: Unter Verdacht Diseflo cubierta: Pre-Textos (S. G. E.)

© 2000 Carl Hanser Verlag Mtinchen Wien © de la traduction: Manuel Fontan del lunco y Alejandro Martin Navarro © de la presente edicion: PRE-TEXTOS, 2008

Luis Santangel, 10 46005 Valencia www.pre-textos.com

1MPRE50 EN ESPANA / PRINTED IN SPAIN

978-84-8191-895-3 D e p Os it o l e g a l : S-867-2008 ISBN:

IMPRENTA KADMOS

I n d ic e

INTRODUCCION........................................................................ 9 EL ESPACIO SUBMEDlATICO E l SUJETO SUBMEDlATICO Y EL FLUfO DE LOS SIGNOS........................ 37 L a VERDAD DE LO MEDlATICO Y EL ESTADO d e e x c e p c i On ................................................................................... . . 5 7

La

s o s p e c h a m e d i a t ic o - o n t o l Og ic a

Y LA DUDA FILOS0 FICA......... .............................................................. 7 1 FENOMENOLOGlA DE LA SINCERIDAD MEDIATICA................................ 83 L a MIRADA DEL OTRO.............................................................................. 103 E l MEDIO SE CONVIERTE EN MENSAIE.................................................... 115 E l CASO DE EXCEPCION Y LA VERDAD DE LO MEDlATICO.................133

LA ECONOMlA DE LA SOSPECHA M a r c el M au ss: O LA

e l in t e r c a m b io sim b Ol ic o

c iv il iz a c i On

SUMERGIDA...................................................... 153

C l a u d e LE v i -S t r a u s s : mana G e o r g e s B a t a il l e : J a c q u e s D e r r id a :

o e l s ig n if ic a n t e q u e f l o t a ....... 173

e l potlacht c o n e l s o l ....................................189

l a e s c a s e z d e t ie m p o y su s f a n t a s m a s ....... 213

J e a n - F r a n q o is L y o t a r d :

la

Mo n t a n a

r u s a d e lo s u b l i m e , . . .

243

El

t ie m p o d e lo s s i g n o s .......................................................................265

La

s o s p e c h a e s e l m e d io .......................................................................2S3

IN T R O D U C T IO N 1

1 El autor, en las notas a pie de pagina, hace referenda, indistintamente, tanto a ediciones originales de las obras citadas como a sus traducciones al aleman o al ingles. Hemos mantenido las referencias a las edidones usadas por el autor. En los casos en los que existen edidones en espanol las hemos consignado. Son nuestras todas las traducciones de textos de las obras citadas segiin las ediciones originales y tambien las de aquellas de las que no existen traducciones al espa­ nol. (N. de los T.)

E ste E b ro h a sid o escrito co n la in te n d o n d e re sp o n d e r a la p re g u n ta d e c u a l es la fu e rz a q u e so stien e lo s arch ivo s de n u e s tr a c u ltu ra y les h a c e d u ra r, u n a c u e stio n q u e n o m e h a d e ja d o en p a z desde q u e escrib i

Sobre lo nuevo.'

De

ah i q u e m e p arez ca im p re sc in d ib le a c la ra r los m o tiv o s que m e c o n d u je ro n in ic ia lm e n te a este a su n to . E n a q u e l lib ro so b re lo n u e v o d e s c rib i c o m o “ e c o n o m fa c u lt u r a l” el in tercam b io que se p ro d u ce en tre el arch ivo de los v a lo re s cultu ra le s y el e sp a c io p r o fa n o e x te rio r a ese a rc h iv o . En el a rc h iv o se c o le c c io n a n y c u sto d ia n c o sa s q u e s o n im p o rtantes, relevan tes o valio sa s p a r a u na d e te rm in a d a cu ltu ra; tod as la s d em a s co sa s sin im p o r t a n c ia , irre le v a n te s o sin valo r, q u e d a n fu e ra d el a rch ivo , en el esp a cio p ro fa n o . Sin em b arg o , lo s arch iv o s cu ltu rales c a m b ia n co n stan tem en te: u n a p a rte d el esp a cio p ro fa n o se in c o rp o ra a ellos, m ien tras que o tra parte de ia s existencias del arch ivo se d esech a com o algo q u e h a d e ja d o d e ser re le v a n te . E n el lib r o s o b re lo n u evo in ten te re sp o n d e r a la cu estio n d e b a jo q u e criterio s

1

Boris Groys, Vber das Neue, Hanser Verlag, l a ed., Munich, 1992. Hay edicion en espanol: Sobre lo nuevo. Ensayo de una economia cultural>traduccidn de Manuel Fontan del Junco, Pre-Textos, Valencia, 2005.

11

u n a c u ltu ra co n sid e ra im p o rta n te algo de la e sfe ra p ro fa n a y le o to rg a u n lu g a r en su s arch ivo s. Y, so b re to d o , ^por q u e el a rch ivo n u n c a p e rm a n e c e igual? ^Por q u e siem p re b egan cosas n u e v a s al archivo? L a resp u esta h a b itu a l a esas p re g u n ta s es b ie n co n o cid a: es im p o rta n te to d o a q u e llo q u e lo es p a ra la v id a , p a ra la h isto ria, p a ra lo s h om b res. T odo eso q u e es im p o rtan te debe ser re co g id o en el arch ivo , p u es la fu n c io n d el arch ivo co n siste en represen tar la v id a exterio r a lo s espacios del archivo. P o r su p u e sto , la s o p in io n e s acerca d e q u e sea b u e n o p a r a la v id a y p a ra lo s h o m b res d ifieren con sid erab lem en te, y esa es la razo n p o r la q u e re p resen tar algo en el a rch ivo es o b je to d e b eligeran tes p o liticas d e rep resen tacio n ; y, de hech o, h a y u n a g ran d isc u sio n acerca de q u e debe rep resen tarse en el a rch ivo y q u ie n p u ed e a d m in istra r y d e te rm in a r la co m p o sic io n del arch ivo . D e a h i que, d e en tra d a, n u estro te m a p arezca red u cirse a u n a c u e stio n d e p o d er, q u e p arezca d ep en d er de u n a p o sicio n de p o d er q u e p erm ita a alguien decid ir q u e es im p o rta n te , relevan te y d ig n o de se r arch ivad o , y q u e carece d e im p o rta n c ia , es irre le v a n te y m erece ser d e ja d o fu era. P o r eb o, las d isc u sio n e s en to rn o a la c o n q u ista de p o sic io n e s d e p o d e r e n el arc h iv o y en to rn o a las in clu sio n e s y e x c lu sio n e s q u e h a b ria n d e d e p e n d e r d e aq u ella s d esatan m u ch a s e m o cio n e s, cosa q u e p o r lo d em as o c u rre siem p re q u e se trata de cuestiones p o liticas, es decir, de cuestio n e s so b re las q u e to d o el m u n d o n o so lo es q u e p u e d a ten er su o p in io n , sin o q u e in clu so d eb e tenerla. E n esas acalo ra d a s d iscu sio n es cad a c u a l cree im p o rta n te algo en p a r12

ticular y o p in a q u e aq u ello q u e su o p o n e n te c o n sid e ra im p o rtan te es, en realid ad , ab so lu tam en te trivial. Y si, aim asi, lo triv ia l p arece q u e triu n fa so b re lo im p o rta n te , en ton ces -s e g u n la o p in io n g e n e ra lm e n te e x t e n d id a - es q u e debe h ab er e n ju e g o secre ta s in trig a s , p o d e re s o c u lto s y , so b re todo, d in ero : m u c h o , m u ch o dinero. C u a n d o se h a asistid o a sem ejan te esp ectacu lo , u n o no pu ed e sin o a so m b ra rse , en cie rto sen tid o, al re p a ra r en que, a fin de cu en tas, el arch ivo ,

de facto, c o n tin u a

c o m p le ta n -

dose, y ello p a ra la sa tisfa c tio n general. L a e v o lu c io n del a r­ ch ivo p a re c e s e g u ir u n a lo g ic a q u e se im p o n e p o r ig u a l a tod os lo s q u e estan in v o lu c ra d o s en el. Y si algu ien esta dem asiad o c o n fia d o e n su p r o p ia p o sic io n de p o d e r e n rela­ tio n al arch ivo y c o m ien za a actu a r c o n tra esa lo g ica , pierde relativam en te p ro n to esa p o sic io n de p o d er. N o existe una p o sicio n d e p o d e r ab so lu ta e n re la tio n a los arch ivo s: la lo ­ gica a rch ivistica de la e v o lu c io n acaba im p o n ie n d o se , pues los arch iv o s reco g en tod o a q u e llo q u e a u n no h a sid o reun id o en ellos: la a s! lla m a d a “ re a lid a d ” n o es, en e l fon d o, m as q u e la su m a d e to d o a q u e llo que a u n no ha s id o recogido p o r lo s arch ivo s. Por eso, la realid ad no es a lg o p rim ario q u e h u b ie ra de ser representado en el espacio secu n d ario d el a rc h iv o ; la re a lid a d es to d o a q u e llo q u e se h a q u ed ad o fu e r a d e l a rc h iv o . E n este se n tid o , e n el lib ro so b re lo n uevo fo rm u la m o s la su p o sic io n de q u e ,

de facto,

e n el a r­

chivo n o se recoge tan to lo q u e es im p o rta n te p ara lo s hom bres en la “ realidad” (pues n a d ie sabe q u e es im p o rtan te para los h o m b re s) sin o q u e en el s

61o se reco g e, m as b ie n , aque­

llo q u e es im p o rta n te p ara el p ro p io arch ivo . 13

L o h isto rica m e n te n u e v o , lo a ctu a l, lo v iv o y lo real n o p u ed e d ia g n o stica rse m a s q u e en re la tio n a lo “ m u erto ”, lo a rc h iv a d o , lo a n tig u o , Y esto s ig n ific a q u e la fu n c io n d e l a rch ivo n o p u e d e con sistir m e ra m e n te en re tra ta r o represen tar la h isto ria , en c o n se rv a r lo s re c u e rd o s d e la h isto ria tal y c o m o esta h a te n id o lu g a r en la “ re a lid a d ”. M a s b ie n es el arch ivo el q u e ofrece la c o n d itio n p revia p a ra q u e p u e d a e x is tir en a b s o lu to a lg o a si c o m o la h is to ria , p u e s so lo c u a n d o el arch ivo esta d isp o n ib le p u e d e llevarse a cabo esa c o m p aracio n de lo n u evo c o n lo an tig u o q u e p ro d u ce la h is­ to ria co m o tal. E l arch ivo es u n a m a q u in a de p ro d u c tio n de recuerd os, u n a m a q u in a q u e fab rica h isto ria a p a rtir del m a ­ terial de la re a lid a d q u e n o h a sid o reco p ilad o . Y este p ro ceso de p r o d u c tio n tien e su s p ro p ia s leyes, q u e d eb en ser o b se rva d a s p o r to d o s lo s in v o lu c ra d o s en el. A s i, p o r ejem p lo , cu a n d o u n a o rto d o x ia re lig io sa p ersig u e a m u erte “ en la v id a re a l” a las d o ctrin a s h ereticas, n o tien e m a s rem ed io , p ara p o d e r n a rra r la h isto ria d e su p ro p ia c o n stitu tio n e im ­ p o s itio n , q u e rep etir esas d o c trin a s e n su p ro p io arch ivo. D e m a n e ra q u e el a rc h iv o c u ltu ra l se e n cu e n tra en u n a c o n tra d ic tio n in te rn a , p ro d u c id a p o r su p ro p ia d in am ica. P o r u n a p arte, el arch ivo tie n e v o c a tio n de exh a u stiv id a d : d eb e re u n ir y re p re se n ta r to do a q u e llo q u e se e n c u e n tra fu e ra d e el. P ero, p o r o tra , la s cosas d el in te rio r d el arch ivo tie n e n u n d e stin o c o m p le ta m e n te d istin to a la s d el e x te ­ r io r a £1: la s c o sa s d e l a rc h iv o so n c o n sid e ra d a s v a lio sa s y d ig n a s de ser p ro teg id as, m ie n tra s q u e se acep ta sin m as la d ecad en cia, la m o rta lid a d y la b re v e d a d de las co sas p ro fa 14

nas. A s i p u es, en tre las cosas d el in te rio r del arch ivo y las del e x te rio r existe u n a p ro fu rid a d ife re n c ia , q u e e c h a p o r tierra to d a p re te n sio n d e rep resen tacio n ; es u n a d ife re n c ia en el valor, e n el d estin o, en la relacio n con la c ad u cid ad , la an iq u ila c io n y la m u erte . Si, p o r e jem p lo , se e m p ie z a p o r su p o n e r q u e lo s c u a d ro s re u n id o s en u n m u se o d e b e ria n re p re se n ta r el m u n d o e x te rio r a ese m u se o , e n s e g u id a se co m p ru e b a que, b ie n al co n tra rio , esos cu a d ro s estan en el m u seo p re c isa m e n te p o r d ife re n c ia rse en v a lo r - s e g u n la o p in io n c o m u n - d e l resto d e las cosas d e l m u n d o ; p o rq u e estan esp e cia lm e n te bien p in ta d o s o e n m a rca d o s p o r p in tores especialm ente b u en os, o p o rq u e cuestan especialm ente m u ch o d in e ro y, p o r esas ra z o n e s, el e n te ro s is te m a m u seistico se esfu erza e n evitar la p erd id a d e tales c u a d ro s. Por el c o n tra rio , n ad ie se esfu erza p o r e v ita r q u e las co sas rea­ les rep resen tad as en esos c u a d ro s se p ie rd a n . Se q u ie re salv a r el c u a d ro en el q u e u n a v a c a aparece esp ecialm en te bien p in ta d a ; p e r o el d e stin o de la p ro p ia v a c a es in d ife re n te a todo el m u n d o . Y ello sign ifica q u e precisam en te lo m a s prop io de la realid ad - e s t o es, su c a d u c id a d - no p u e d e ser rep ro d u c id o o rep resen tad o en e l arch ivo. In clu so e l a rte que p reten d e e scen ifica r e n los esp acio s del m u se o su p ro p ia ca­ d u cid ad a c a b a d o c u m e n ta d o , a rch iv a d o y cu sto d iad o . Su v o c a c io n d e e x h a u stiv id a d o b lig a a l archivo a ir siem p re en b u s c a de lo real, es d ecir, de lo p asajero , a c tu a l e insig n ific a n te . E sa b u s q u e d a tie n e lu gar, a l p rin c ip io , segun lo s criterio s de la distin cion fo rm a l: p rim e ro se reco p ila todo aq u ello q u e en u n n iv e l fo rm a l p arece d iferen te d e lo y a re15

co p ilad o , lo q u e atestigu a su “ re a lid a d ”. P ero esa “ o tre d a d ” fo rm a l n o es su ficien te p a ra p ro d u c ir lo n u evo . P ara el a r ­ chivo, lo n u evo de u n a cosa cu alq u iera de la realid ad n o co n siste s

61o en su

o tre d a d , sin o so b re to d o e n su c a p a c id a d

de represen tar, al m e n o s d u ra n te u n tiem p o , el en tero a m b ito p ro fa n o e x te rio r al arch ivo , su g irie n d o c o n ello q u e h a cu m p lid o co n aqu ella vo ca cio n de exh austivid ad . N o es to d o el arch ivo el q u e re p re se n ta la re a lid a d , sin o so lo lo n u e v o del a rch ivo , 7 ello gracias a q u e lo n u e v o co n serva, d u ran te cierto tiem p o , el a u ra de c a d u cid a d q u e m a rc a el d estin o de tod o lo real. G ra cia s a ese a u ra de la c ad u cid ad , lo n u evo p a rece cap az de re p resen tar to d a la c a d u ca realid ad , h asta q u e llega u n m o m en to en el q u e su p ro p ia p e rm a n e n cia en el a r ­ ch ivo y su lo n g e v id a d , d e m a sia d o llam ativas, h acen q u e el au ra d e c a d u cid a d d eje de ser creib le, d estru yen d o la.

readymades d e readymades h a n lo g ra d o

E l e je m p lo d e lo s n o cid o : lo s

D u c h a m p es b ie n c o c o n ven cern o s de q u e,

sien d o n u m e ric a m e n te p o c o s, h a n sid o cap aces de e v o ca r el e n te ro m u n d o d e n u e s tra m o d e r n a c o tid ia n id a d , q u e h asta ese m o m e n to h a b ia sid o d esaten d id o p o r el arte. D e ese m ism o m o d o , in clu so el p ro le ta ria d o de M a r x p u d o erigirse en rep resen tan te d e la v e rd a d e ra H u m a n id a d : p o rq u e h a b ia sid o d e sa te n d id o p o r lo s a rc h iv o s c u ltu ra le s. D e la m ism a m an era, F re u d described u n o s p o co s su en o s de u n o s p o co s n euroticos co m o m an ifestacion es de la realid ad o cu lta del su b co n scien te. Se p o d rla cita r to d o tip o d e eje m p lo s, y de to d o s ellos p o d em o s sacar la siguiente con clu sion : el v alo r q u e tie n e en el a rc h iv o u n a co sa n u e v a - u n n u e v o sig n o , 16

un n u ev o cu a d ro , u n n u evo t e x t o - esta en fu n c io n de su caren cia d e v a lo r e n la realid ad p ro fa n a . C u an to m e n o s v a lo r tiene u n a cosa de la realidad, cuanto m a s cad u ca —o sea, m as p r o fa n a - es, m a s ca p a cid a d tiene de re p resen tar e n los archivos la c o m u n falta de v a lo r del m u n d o , y p o r tan to , m as v a lo r re p re se n ta tiv e recib e e sa co sa p ro fa n a en el arch ivo. La p ro d u c c io n d e lo n u evo se llev a a cab o, pu es, p o r m ed io de u n a c o m b in a c io n en tre la o tre d a d fo rm a l d e algo y su p ro fa n a falta de v a lo r. L a o tre d a d fo rm a l p erm ite d istin g u ir la cosa e sco g id a y recien a c o g id a en el arch ivo d e lo s bienes y a re c o p ila d o s en el; y su c a ra c te r p ro fa n o , fa lto d e valo r, p erm ite n o d istin g u ir esa co sa del resto de las co sa s pro fa nas, c o n lo q u e se la eleva a rep resen tan te de la e n te ra realidad. L a ten sio n q u e con stituye esa relacio n de v a lo r n o es, p o r cierto, u n a te n sio n d ialectica, y a que n o co n d u ce a n in g u n a sin tesis, es d ecir, a u n a co sa q u e fu e ra , a la vez, a b so lu ta m en te im p o r ta n te y a b so lu ta m e n te irre le v a n te , a b so lu tam en te eterna y a b so lu ta m e n te c ad u ca . O c u rre m as b ien que esa ten sio n co n stitu ye el m arco d e la e c o n o m ia c u ltu ­ ra l d e lo n u e v o , q u e sie m p re se d e s a rro lla m as y m as. L a n u eva co sa del arch ivo ta m b ie n es n u e v a p o r el h e c h o de ren o var la vo ca cio n d e exh au stivid ad d el archivo y co n firm a rla u n a vez m as. D u ra n te u n tie m p o , la co sa n u eva re c ib e - p o r su in a n id a d y su ca re n cia d e v a lo r - la o p o r tu n id a d de re ­ presentar en el arch ivo al entero e in fin ite m u n d o d e lo inane y lo p ro fa n o . D e ah i p ro ced en el b rillo , el carism a y la fuerza se d u cto ra de lo n u e v o : es el b rillo de la in fin itu d . D u ran te 17

u n tiem p o , la n u e v a cosa p arece h a c e r v isib le d en tro de Ios esp a cio s fln ito s del a rch ivo la in fin itu d d el m u n d o . P ero el d erech o p a ra u n a re p resen tatio n de lo in fin ito co m o esa h ay q u e g an arselo a la falta de v a lo r en u n a d u ra c o m p e ticio n . C o n o c e m o s esa c o m p eticio n so b re to d o en su fo rm a de histo ria d el a rte m o d e rn o : es u n a c o m p e tic io n q u e g a n a aq u el q u e m ds ra d ic a lm e n te p riv a a la o b ra de arte de su im p o rtan cia extern a y de su relevan cia, co n ced ien d o le asi el m ay o r v a lo r rep resen tativo. P ero n o es el u n ic o caso: en to d o s los a m b ito s de la c u ltu ra m o d e rn a fu n c io n a n lo s m ism o s m eca n ism o s d e in n o v a tio n . L a v iv e n c ia de la in fin itu d so lo se o rig in a , segu n h em o s d ich o, c u a n d o el esp acio e x tra c u ltu ra l es rep resen tad o d en ­ tro de lo s arch ivo s cu ltu rales. L o s arch ivo s co m o tales son , evid en tem en te, fin ito s. Y el esp a cio e x tra c u ltu ra l d e la re a ­ lid ad es cierta m en te g ra n d e , p e ro ta m p o c o es in fin ito . Este h ech o se o lvid a a m e n u d o , de tal m a n e ra q u e se su ele creer q u e b astaria c o n escap a r de la estrech ez d e lo s arch ivo s, las in s titu c io n e s, la c iv iliz a c io n , la s b ib lio te c a s y lo s m u se o s p a ra , al fin , d e sc u b rir la v asted ad sin lim ite de la v id a . Pero la “ v id a re a l” es p recisam en te el lu g a r d e lo fin ito, lo caduco, lo m o rta l, y, p o r eso, es e n re a lid a d el lu g a r de lo irrelevan te y lo in a n e . C a d a v is it a c o rta a l p e o r d e lo s m u s e o s es m il veces m ds in teresan te q u e to d o lo q u e se p u e d e co n tem p la r en la asi lla m a d a realid ad d u ra n te u n a la rg a v id a . L a v iv e n ­ cia d e la in fin itu d so lo p u e d e te n e rse d e n tro d e lo s a rc h i­ v o s de la c iv iliz a c io n , d el m is m o m o d o q u e el F a u s to de G o e th e la tu v o , c o m o se sabe, en la b ib lio te c a , p a ra lu eg o 18

p erd erla en la v id a real. E l “ efecto d e in fm itu d ” es u n efecto ab so lu tam en te a rtificial, cread o p o r m e d io d e la re p re se n ­ ta tio n de lo e x te rio r en lo in terio r. N i lo e x te rio r n i lo in te­ rio r so n , en cu a n to tales, in fin ito s. So lo la re p re se n ta tio n de lo exterio r e n lo in te rio r crea el su e n o de la in fm itu d , y solo ese su en o es realm en te in fin ito . P ero ese b r illo d e la in fm itu d n o p e rd u ra ete rn a m e n te en la n u e v a co sa del arch ivo . E n algu n m o m e n to , e sa cosa v o lvera a p a re c e r n a d a m a s q u e c o m o u n a co sa im p o rta n te m as; v a lio sa , si, p ero fin ita. E n to n ce s se ra tiem p o p a r a un n u evo “ n u e v o ”, p a ra q u e el v a lo r arch ivistico de la c a ren cia de v a lo r rep re se n ta tiv a se co n ced a a o tro objeto. E n este p u n to m e g u sta ria d e ja r de la d o la d e s c rip tio n del m e c a n ism o de la in n o v a tio n cu ltu ral, q u e y a e m p re n d i en el lib ro so b re lo n u evo . Lo d ich o hasta a h o ra es su ficien te p a ra ilu stra r la cu estio n q u e, c o m o dije an tes, no m e h a deja d o en p az d esd e q u e te rm in a ra aq u el lib ro . C o m o resu lta f&cil de c o m p re n d e r, la e c o n o m ia de lo n u e v o p re su p o n e u n a d ife re n c ia seg u ra y estable en tre el a rch ivo de lo cu ltu ralm en te v a lio so y e l esp acio p ro fa n o e xtracu ltu ra l. E s a d i­ feren cia d eb e ten er u n a d u ra tio n , p a ra q u e la e c o n o m ia de la in n o v a tio n cu ltu ral p u e d a d esarrollarse, es decir, p a r a que esa d ife re n c ia p u e d a in filtrarse, d e c o n stru irse y v o lv e rse in ­ d iscern ib le u n a y o tra vez. P a ra realizar su s o p e ra c io n e s, la e c o n o m ia cu ltu ral n ecesita so b re tod o, c o m o c u a lq u ie r otra e co n o m ia , tiem p o . E se tie m p o es, en el ca so de la e c o n o m ia cu ltu ral, el tie m p o d el arch ivo : m ie n tra s el arch ivo e ste gara n tiz a d o y d u re , la in n o v a t io n c u ltu ra l p u e d e lle v a rs e a 19

cab o . P ero, ^donde rad ica la g a ra n tia d e q u e el arch ivo vay a a d u ra r realm en te? ^De d o n d e v ie n e el tie m p o del archivo? ^C om o se abastece la e c o n o m ia c u ltu ra l del tie m p o q u e necesita p a ra su fu n cio n am ien to ? A tod as estas p reg u n tas su b yace, en realid ad , u n a u n ica: la p re g u n ta p o r la estab ilid ad te m p o ra l d el arch ivo . E s d ecir: ^com o se so stien e y asegu ra el arch ivo y q u e p u e d e g a ra n tiz a r q u e se m a n te n d ra p o r u n la rgo p e rio d o de tiem p o? E l arch ivo se en cu en tra, p o r tanto, b a jo u n a ra d ic a l so sp e ch a d e in se g u rid a d . Y esta so sp ech a so lo p u e d e p e rd e r fu e rz a si se co n sig u e v is lu m b ra r la c o n ­ d itio n del m e d io q u e so p o rta el arch ivo . L a p re g u n ta se p o d ria fo rm u la r, p u e s, d el sig u ie n te m o d o : ^que so stie n e el arch ivo , y p o r cu a n to tiem p o ? E s e vid en te q u e esa p re g u n ta n o se p u ed e fo rm u la r so lo en el co n texto de m is p ro p ia s in vestig acio n es. C o m o en el caso de lo n u evo , ta m b ie n esta es, a p rim e ra vista, u n a cuestio n de e n o rm e a c tu a lid a d p o litica . P u es, seg u n la o p in io n gen eral, es en u ltim o te rm in o la so c ie d a d la q u e so stien e los arch ivo s cu ltu rales y d ecid e cu a n to d u ra n . A si, se h ace dep en d er la d u r a tio n d e lo s arch iv o s del d in ero , el tra b a jo y el

know-how tecn ico

q u e la so c ie d a d in v ierte en la c o n se rv a ­

t io n de lo s arch ivo s. Sin em b arg o , el actu al d iscu rso so cial n o p a re c e sim p a tiz a r e sp e c ia lm e n te c o n lo s a rch iv o s. P o r tod as p artes se o yen vo ces q u e exig en q u e n o s d e sp id a m o s del ted io d e lo s arch ivo s cultu rales p a ra em p ezar de u n a vez, a q u i y ah o ra , a c o m u n ic a rn o s. H o y en d ia to d o d eb e fluir, c a m b ia r d e u n a fo r m a a o tra , p e rd e r to d a id e n tid a d , v o lverse in d iscern ib le, m u ltim e d ia e in teractivo ; triu n fa q u ien , 20

de .la m a n e ra m as ra p id a y ra d ic a l, sa b e d e sc e n tra rse , d iluirse, lic u a rse , p u es p recisam en te asi p arece se r c o m p a ti­ b le c o n el m e rc a d o y, a l m ism o tie m p o , c ritic o co n la so cied ad . P o r su p u esto , u n o p u ed e p ro te sta r p o r m o tiv o s n o sta lg ico s an te sem ejan te am b ie n te . ^Q uien sab e? Q u iza algun d la resu lten efectivas tales protestas. Pero p a r a la teorla de lo n u e v o , esa te n d e n c ia so c ia l n o ju g a r la n in g u n p a p e l, n i n e g a tiv o n i p o sitiv o , p u e s lo q u e la t e o r ia de lo n u e v o p re te n d e d e s c rib ir es p re c isa m e n te , y e n tre o tra s cosas, el c a m b io d e las m o d a s in telectu ales, y p o r lo tan to no p u e d e d e p e n d e r d e u n a m o d a d e te rm in a d a . P o r esa razo n , la m o d a de d escen trarse y d ilu irse ta m b ie n debe ser asu m id a y d escrita p o r la teoria de lo n uevo, pues a esa m o d a tam b ien se la p u ed e arch ivar co m o algo nuevo. Y, p o r cierto, p u ed e a rc h iv a rse la g ra c ia s, o tra v ez, a la n o s ta lg ia p o r la in fin itu d de la v id a q u e es p ro p ia de lo s arch ivo s, u n a in fin itu d q u e, c o m o h em o s d ich o , solo p u ed e su rg ir d en tro de aquellos. P ero el a n h e lo d e in fin itu d es, c o m o to d a p a s io n h u m an a, in estable. C u a n d o ap arece, p u e d e en co n trar, a traves de la in n o v a tio n , su lu g a r en el arch ivo , p ero n o p u e d e sostener el a rch ivo c o m o in stitu tio n . D e h ech o , el co n cep to de c u ltu ra es, e se n c ia lm e n te , d esd e c o m ie n z o s d e l sig lo XIX, s in o n im o d e l d e r o m a n tic ism o . Y c o m o es s a b id o , el ro m a n tic ism o su p u so en el h o m b re u n an h elo d e in fin itu d in d e stru c tib le e in h e re n te a la n a tu ra le z a h u m a n a , u n a n o stalg ia q u e n o p u ed e ser satisfech a p o r lo fin ito . A l fin al, ese an h elo in n a to de lo in fin ito fu e co n sid era d o e l so p o rte

21

d e lo s arch ivo s cu ltu rales q u e c o n tie n en los v alo res p ro ceden tes de la p a sio n p o r lo elevad o y n oble, y q u e ofrecen u n a altern ativa a la v id a p ro saica, co tid ian a, m ercan til. Pero, p o r lo g e n e ra l, la s p a s io n e s n o so n cap aces d e fu n d a r in stitu c io n e s , y m u c h o m e n o s d e a se g u ra rla s d e u n m o d o d u ra d e ro . Y a p a rte d e eso, c o n c e p to s d e l tip o “ p a s io n ”, “ n o stalg ia” “ a n h e lo ” v ie n en a sig n ific a r lo m ism o q u e “ d em a n d a ”, in sc rib ie n d o se asi e n la e c o n o m ia d e m e rc a d o . Si lo s arch ivo s cu ltu rales tu v ie ra n q u e ser so sten id o s p o r la de~ m a n d a de in fin itu d , en to n ces te n d ria m o s q u e d esp ed irn o s tra n q u ila m e n te d e e llo s. E l h o m b r e d e h o y n o tie n e n in g u n a n h elo de in fin itu d y, si lo tien e, es m u y escaso. P o r lo g e n e ra l, se d a p o r sa tisfe c h o c o n lo fin ito . Y esa s a tis fa c ­ t io n con lo fin ito n o p u e d e ser c o m b a tid a co n a rg u m en to s m o rales. E s in u til e x ig irle a la so c ie d a d y al E sta d o q u e aseg u ren lo s arch ivo s c u a n d o falta el a n h elo d e in fin itu d . Pero, de to d o s m o d o s, to d as las dem &s exig en cia s cu ltu rales que se p lan tean a lo s arch ivo s las satisface m u c h o m ejo r, co n d ife re n c ia , la c u ltu ra d e m a sa s c o m u n y c o rrie n te , q u e se p u ed e c o m p a rtir a q u i y a lio ra y se extien d e m as alia de los archivos. D e este m o d o , las legitim as exigencias de u n a m ejor re p re se n ta tio n c u ltu ra l de las m in o ria s , o las d e u n a d u ra d e ra p resen cia so cial d e d e te rm in a d o s re cu e rd o s h isto ricos, se d irig e n en p rim e r te rm in o a lo s m e d io s d e co m u n ic a c io n (la te le v is io n , la in d u s tr ia c in e m a to g ra fic a o la p u b lic id a d ), q u e las satisfacen de m o d o m a s efectivo. P o r o tra p arte, p o co b u e n o se p u ed e esperar, p a ra los a r­ ch ivo s cu ltu rales, d e aq u ellas id e o lo g ia s y c o rrien tes so cia22

les crlticas co n el m e rc a d o . E s m as q u e re v e la d o r el h ech o de q u e, p recisam en te hoy, la te o ria c rltic a m as a van zad a y a no re p ro ch e al m ercad o , c o m o h acla antes, q u e so lo piense en p lazo s fin ito s e ig n o re lo s in fin ito s v alo res “ in te rio re s”. P o r el c o n tra rio , esa c rltic a , tan de v a n g u a rd ia , c o n sid e ra d e m a sia d o o p tim ista in clu so la p la n ific a c io n e c o n o m ic a al m as c o rto p la z o , la n e c e s a ria p a ra el fu n c io n a m ie n to d el m e rc a d o . L a te o r ia c rltic a d e h o y y a n o a rg u m e n ta esgrim ien d o el exceso d e tiem po, sin o su escasez y, con ello, h abla en n o m b re de lo in estable, de lo flu id o , de lo q u e n o se d eja apresar, d e lo in co n tro la b le . D e ese m o d o , el tie m p o es in te rp re ta d o co m o u n a co n tecim ien to fin ito que p o n e en p eligro to d a p lan ificacio n , to d a racio n alid ad ec o n o m ica y cada c a lc u lo d e m e rc a d o . E l tie m p o fin ito , p ero d u ra d e ro al m en o s, d e la p ro d u c c io n in d u stria l y d el m e rc a d o es co n fro n ta d o p o r la te o ria c rltic a actu a l c o n u n a esca se z te m ­ p o ra l m u c h o m a s ra d ica l, catastro fista y ap o c a lip tica , y con la co n sig u ien te exig en cia m esian ica d e u n c o n su m o in m ediato y u n iversal. U n a c o n ce p cio n d el tiem p o c o m o esa resu lta cla ra m e n te d esfav o ra b le p a ra lo s arch ivo s. N a tu ra lm e n te , su rge la p re g u n ta d e h asta q u e p u n to u n a so cied ad con creta pu ed e ser en ten d id a com o so p o rte ultim o de lo s arch ivo s. P o r e je m p lo : n o h a y n in g u n a so c ie d a d , c o n in d e p e n d e n cia d e la p o lltic a q u e lleve a cabo, q u e sea capaz d e e v ita r q u e lo s v a lo re s d e l a rc h iv o sean d e stru id o s p o r catastrofes n atu rales o p o r gu erras. P o r o tra p a rte , sin e m ­ b a rg o , lo s o b je to s d el a rc h iv o p u e d e n s o b r e v iv ir a las so cie d a d e s q u e lo s c re a ro n : asi, la a rq u e o lo g la p o s ib ilita 23

c o n te m p la r o b ra s de arte q u e h a n sid o g u ard ad as p o r la n atu ra leza, y n o p o r la so c ie d a d . L a p re g u n ta p o r el so p o rte u ltim o del arch ivo n o es p u es, c o m o p u ed e p arecer a sim ­ p le v ista , fa c il de re sp o n d e r, 7 c o n ello , ta m b ie n la d u ra cio n del arch ivo resu lta ignota. P a ra P laton, el archivo d ivin o d e las Id eas etern as resu ltab a in d estru ctib le. Igu alm en te in ­ d e stru c tib le es p a r a el c ris tia n o el a rc h iv o d e la m e m o ria de D io s, d o n d e se c u sto d ia el re c u e rd o d e lo s m erito s y los p ecad o s d e cada u no. Pero in clu so en la E d a d M o d e rn a apare c e n u n a 7 o tr a v e z d o c trin a s q u e in te rp re ta n el a rc h iv o co m o in d estru ctib le. A sl, el p sico an alisis fre u d ia n o d escrib e el in co n scien te co m o el m e d io d e u n arch ivo in d estru ctib le. E se a rch ivo in scrib e en el in co n scien te - c a d a vez de m o d o m a s p r o fu n d o - c u a lq u ie r o lv id o 7 rep resio n . T am b ien m u chas teo ria s e stru ctu ralistas d e scrib e n el le n g u a je c o m o un arch ivo in d estru ctib le, p o rq u e en ellas el len g u aje p reced e a to d a a c tiv id a d , in c lu id o to d o a c to de d e stru c c io n . P o r lo tan to , p re g u n ta r p o r la d u ra c io n d el a rc h iv o es p re g u n ta r so b re to d o p o r el so p o rte m ed iatico de ese arch ivo. L a dete rm in a c io n de la d u ra c io n d el a rch ivo d e p e n d e ra ta m b ie n d e si el so p o rte d e ese m e d io es D io s, la n a tu ra le z a , el in ­ co n scien te, el le n g u a je o in tern et. Pero, c o n to d o , el so p o rte d el a rch ivo p e rm a n e ce co n stitu tiv a m e n te o c u lto tra s el arc h iv o , in accesib le a la exp erie n c ia in m e d ia ta . B a jo el c o n c e p to de s o p o rte m e d ia tic o d el a rch ivo se e n tien d en a m e n u d o lo s m e d io s tecn ico s de g ra b a c io n d e d ato s, tales co m o p a p el, c e lu lo id e u o rd en ador. P ero esos m ed io s tecn icos so n , p o r su parte, objetos del 24

arch ivo : tam b ien tras ellos se esco n d en d e te rm in a d o s p ro cesos d e p ro d u c tio n , red es electricas 7 p ro c e d im ie n to s com erciales: ^que se esco n d e b a jo esas red es y p ro ceso s? Las respu estas resu ltan cad a vez m as vag as: la h isto ria , la n atu raleza, la su sta n cia , la ra z o n , el deseo, el tra n s c u rs o de las cosas, la ca su a lid a d o el su jeto. Tras la su p erficie d e los sign os se p u ed e so sp ech ar u n o scu ro esp acio su b m ed iatico , en el q u e d escen d en tes je ra rq u ia s de so p o rte s de sig n o s co n d ucen h asta oscu ras e im p en etrab les p ro fim d id a d e s. Ese o s ­ cu ro esp acio su b m e d ia tico con stitu ye “ lo o tro ” d e l archivo, p ero u n o tro d istin to , c o m p a ra b le c o n el e sp a cio p ro fa n o e x te rio r al arch ivo , del q u e se tratab a en la e c o n o m ia de lo n uevo. A p r im e r a v is ta , los so p o rte s d e lo s sig n o s d e l arch ivo se e n cu en tra n , v isto s to p o g ra fic a m e n te , d en tro d e l espacio del arch ivo : c o m o los lib ro s en u n a b ib lioteca, lo s lienzos en u n a g a le n a o lo s ap aratos de vid eo y lo s o rd en ad o res en u n a in stalacio n au d io v isu a l. P ero esa im p re sio n en g an a: no son los lib ro s los q u e fo rm a n p a rte del arch ivo , sin o lo s textos; no lo s lienzos, sin o las p in tu ras; n o son los aparatos de video, sin o la s im a g e n e s en m o v im ie n to . L o s so p o rte s d e sig n o s del arch ivo n o p erten ecen al m ism o, p u e s p erm an ecen ocultos tra s la s u p e rfic ie m e d ia tic a d e lo s sig n o s q u e esos s o ­ p o rte s o frecen al o b s e rv a d o r d el arc h iv o . O d ic h o de o tro m o d o : el so p o rte de sig n o s n o p erten ece al arc h iv o , p recisa m e n te p o rq u e “ p o rta ” lo s sig n o s d e l a rc h iv o , p e ro dl m ism o n o es, e n ab so iu to , u n sign o d el arch ivo. E l so p o rte del a rch ivo c o n fig u ra , c o m o tam b ien el espacio p ro fa n o , el 25

e x te rio r del arch ivo . E l arch ivo tien e, de este m o d o , n o u n o , sin o d o s a m b ito s extern o s d ife re n c ia d o s. E n p rim e r lu gar, se tra ta d el a m b ito de to d o s lo s sig n o s p ro fa n o s n o arc h iv a d o s: la re la c io n en tre el arch ivo y este a m b ito p ro fa n o la estab lece la e c o n o m la c u ltu ra l d e lo n u evo , c o m o se m e n c io n o b re v e m e n te al p rin c ip io . Y en seg u n d o lu gar, se tra ta d el so p o rte d el arch ivo , d e la c o m p le ja je ra rq u ia de lo s so p o rte s de sig n o s q u e so stien en , en d istin to s n iveles, los s ig ­ n o s del archivo. N a tu ra lm e n te , existe u n a fu n d a m e n ta l d ife re n cia en tre estos dos esp a cio s exterio res al a rch ivo . E l esp a cio p ro fa n o se e n cu e n tra ah i, al d escu b ierto , p a ra la m ira d a del espectad o r, de fo rm a q u e las cosas de la v id a p u e d e n ser c o m p a ra d a s con la s d el arch ivo . P o r el c o n tra rio , lo s so p o rtes de sig n o s p e rm a n e c e n o c u lto s b a jo lo s sig n o s q u e s o p o rta n ; el so p o rte d e sig n o s se e sca p a n e ce sa ria m e n te a la m ira d a del espectador. Este ve so lo la su p erficie m ed iatica de lo s sig ­ n o s del arch ivo, m ien tras q u e solo p u e d e su p o n e r el so p o rte del m ed io . L a re la c io n d e l esp e cta d o r c o n el e sp a cio d el s o ­ p o rte su b m e d ia tico es asi, p o r su p ro p ia n atu raleza, u n a re ­ la cio n de so sp ech a, u n a rela cio n n ecesariam en te p a ra n o ica . D e ah i q u e su rja en el e sp ectad o r el deseo de sab er q u e se esco n d e “ en re a lid a d ” tras la su p e rfic ie m e d ia tic a de lo s sig n o s: ese es u n d eseo m e d ia tic o -te o ric o , o n to lo g ico , m e tafisico . Esta p re g u n ta p o r el so p o rte d el m e d io es, sin d u d a, u n a re fo r m u la c io n de la v ie ja p re g u n ta o n to lo g ic a p o r la su stan cia, la esen cia, o el su jeto q u e q u iz a se esco n d an b a jo la a p a rie n c ia d el m u n d o . L a te o ria d e m e d io s, e n la m e d id a 26

en q u e d eb e p re g u n ta rse p o r el so p o rte del m e d io , es u n a co n tin u acio n de la o n to lo g ia b a jo las n u e v a s co n d icio n es de la reflexid n sobre el m u n d o . L a o n to lo g ia clasica se p regu n ta p o r lo q u e se esco n d e b ajo la s a p a rie n c ia s de la naturaleza,' la o n to lo g ia de lo s m ed io s se p re g u n ta q u e se e sco n d e tras los sig n o s m ed ia tic o s, y lo h ace p recisam en te c u a n d o esos signos n o son - c o m o ta m p o co lo es su s o p o rte - “ n atu rales”, sin o “ a rtific ia le s”. P o d e m o s p re g u n ta rn o s que se n tid o tiene investigar, d esde e sta p e rsp e c tiv a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , so p o rte s a rtific ia le s d e sig n o s, si y a sa b e m o s c 6 m o se h a n p ro d u c id o , q u e caracteristicas tecn icas p o seen y c o m o fu n cionan. A n a lo g a o b jecion se hace, p o r cierto, cu a n d o se con sidera q u e la m o d e rn a ciencia y a ha investigado la n aturaleza tan p ro fu n d a m e n te q u e y a sa b e m o s c o m o es “ e n su in te­ rio r”, d e m a n e ra q u e las cu estio n es o n to lo g ic a s tra d ic io n a les se re v e la n , d e fin itiv a m e n te , su p e rflu a s; y ta n to el p ro b le m a o n to lo g ic o clasico c o m o el m e d ia tic o - o n to lo g ic o p o d ria n ser re em p la zad o s p o r u na in vestig acio n cien tifico tecnica. P ero e n ese a rg u m e n to c ie n tific ista h ay u n a c o n fu sio n entre d o s am b ito s extern os d el arch ivo b ien d ife re n c ia d o s entre si: el esp a cio p ro fa n o exterio r a l arch ivo y e l espacio su b m ed ia tico tra s la su p e rfic ie del a rch ivo . Y es q u e los so p o rte s d e sig n o s p ro d u c id o s a rtificia lm e n te - c o m o libros, lien zo s, o rd e n a d o re s o cin tas d e v id e o - existen p a r a n oso tros co n ev id e n cia firm e so lo en el esp a cio p ro fa n o : en el es­ p acio su b m ed iatico solo p o d e m o s su po n erlas. S i v e m o s una p in t u r a en u n a g a le n a d e c u a d ro s, e n to n c es n o v e m o s e l 27

lien zo q u e so stien e ese c u a d ro : p a ra ver el K enzo, d eb em o s d ar la v u e lta al cu a d ro , es decir, a b a n d o n a r el a m b ito del arch ivo. S i q u e re m o s e n te ra rn o s de c o m o so n p o r d en tro u n a p a ra to d e te le v isio n o u n o rd e n a d o r y c o m o fu n c io n a n , p rim e ro ten em o s q u e a p a g a r esos ap a ra to s y b o r r a r las im agen es de las q u e estos so n so p o rtes. Y eso sig n ific a que, en cu a n to so p o rte s de sig n o s, tanto el lien zo c o m o los a p a ra ­ tos a u d io v isu a le s so n in accesib les p a r a n o so tro s. S o lo n o s so n accesibles, p re cisa m e n te , c u a n d o n o a c tu a n co m o s o ­ p o rte s d e sig n o s, sin o c u a n d o se p re se n ta n se n c illa m e n te co m o o b jeto s de la p ro fa n a reaK d ad exterio r, en cu y o caso se rep ite la p re g u n ta acerca de q u e so p o rte s d e sig n o s p re ­ sen tan y p o rta n , a su vez, esos a p a ra to s, A si p u e s, el espacio p ro fa n o y el su b m e d ia tic o so n in c o m p a tib le s en tre si. P o d e m o s, o b ie n o b s e rv a r lo s sig n o s y las cosas m ism a s, o b ien p re g u n ta r p o r sus so p o rtes. C o n ello, la sim p lista iden tificacio n en tre esp acio p ro fa n o y su b m e d ia tico , en la cual d escan sa la co m p re n sio n cien tifico -tecn icista de lo s m ed io s, se revela un im p o sib le . P o r esta ra z o n , d e b e m o s se g u ir c o n sid e ra n d o el e s p a ­ cio s u b m e d ia tic o c o m o el o sc u ro e sp a c io d e la so sp e c h a , de las s u p o s ic io n e s , d e lo s te m o re s, p e ro ta m b ie n d e rep e n tin a s revelacio n es y d e ap re m ia n te s in tu icio n e s. B a jo la su p e rfic ie de lo s sig n o s d e lo s a rc h iv o s p u b lic o s so sp ech am o s co n tin u am en te, de hecho, m an ip u lacio n , con sp iracid n , in trig a. D e ah i re su lta cla ro q u e tip o d e resp u esta se espera p a ra la p re g u n ta m e d ia tic o -o n to lo g ic a : la fo rm a de esa res­ p u e s ta n a d a tie n e q u e v e r c o n u n a d e s c r ip t io n c ie n tific a 28

c u a lq u ie ra . M as b ie n , en c u a n to esp ectad o res de la su p erficie m e d ia tic a , e sp e ra ra o s q u e el o sc u ro y o cu lto esp acio su b m ed iatico , en a lg u n m o m en to , se desvele, se m u estre, se m an ifieste. L o q u e el e sp e c ta d o r de la su p e rficie m e d ia tica esp era es u n a sin c e rid a d , lib re o fo rzad a, d el e sp a c io su b ­ m ed iatico . Se trata, e n este caso , de u n a v e rd a d d e lo s sign os d istin ta d e la d e riv a d a de la rela cio n entre lo s sig n o s y lo s o b jeto s q u e d esig n an : n o se trata d e la verd ad d e la sign ificacio n , sin o de la verd ad d e lo m ed iatico . C a d a sig n o design a algo y rem ite a algo. P ero al m ism o tiem p o , c a d a signo esconde tam b ien algo, y desde lu ego no esconde - c o m o norm alm en te se a fir m a - la a u sen cia del o b je to d esig n ad o , sino sen cilla y sim p le m e n te un trozo de la su p e rficie m ed iatica, el q u e ese sig n o o c u p a m a te ria l y m ed ia tica m e n te . D e ese m o d o , el sig n o ta p a la v isio n d el so p o rte del m e d io q u e sop o rta. P o r eso, la v e rd a d m e d ia tic a d el sig n o solo se m uestra c u a n d o ese sig n o es e lim in a d o y retirad o , p o sib ilita n d o asi la v is io n d e la fo r m a del so p o rte . A lca n z a r la v e rd a d m e­ d iatica d el sig n o sig n ific a su p rim ir ese sig n o , a p a rta rlo , b orrarlo - c o m o si fu e ra s u c ie d a d - de la su p e rficie m ed iatica. E l p ro b le m a m e d ia tic o -o n to lo g ic o n ecesita d e u n claro, de u n lu g a r v a c io ,-d e u n in te rv a lo en el estrato d e lo s sig ­ n os q u e cu b re to d a la su p e rfic ie m ed iatica: n ecesita un dese n m a sca ra m ie n to , u n d esc u b rim ie n to , u n a d eso cu ltacio n de la su p e rfic ie m ed iatica. O d ich o de o tr a fo rm a : e n tanto e sp e cta d o re s d e la su p e rfic ie m e d ia tic a , e sp e ra m o s que el m e d io se co n v ie rta en m en saje, que el so p o rte se c o n vierta en sig n o . Sin d u d a p o d ria d ecirse q u e n in g u n a re v e la c io n 29

sem ejan te d e lo o cu lto, n in g u n a a firm a c io n m e d ia tic o -o n ­ to lo g ic a , n in g u n acto d e sin c e rid a d p o r p a rte d el s o p o rte p u e d e n d isip a r co m p le ta m e n te la so sp e c h a in icial. Y es que el e sp a cio su b m e d ia tic o se e n c u e n tra o rig in a lm e n te d e fin id o co m o el esp acio de la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , ra z o n p o r la c u a l resu lta ta m b ie n evid en te q u e esa so spech a n u n c a p u e d e se r d e fin itiv a m e n te a n u la d a y d isip a d a . S in e m b a rg o , eso n o sig n ific a a u n q u e la e s p e ra d e l a c o n te c im ie n to d e la sin c e rid a d su b m e d ia tic a sea n e ce sa ria m e n te van a. Pues el efecto de la sin cerid ad se presen ta precisam en te c u a n d o la so sp e c h a m e d ia tic o - o n to lo g ic a p a re c e c o n firm arse , es d ecir, c u a n d o el e sp e c ta d o r c o n sig u e u n in d ic io d e q u e el in te rio r su b m e d ia tic o esta re a lm e n te c o n fig u ra d o de o tra fo rm a a c o m o lo esta la su p e rfic ie m ed iatica. E n ese caso, el e sp e c ta d o r tiene la im p re sio n d e q u e p o r fin h a d escu b ierto u n claro en la su p e rfic ie m e d ia tica , a traves del q u e p u e d e o b se rv a r el in te rio r del esp a cio su b m ed ia tico , y o b te n e r u n a c o n fir m a t io n d e su s so sp e c h a s y s u p o s ic io nes. A si pu es, la v isio n d el e spacio su b m ed ia tico so lo resu lta creible cu a n d o r e fle ja la so sp ech a m e d ia tico -o n to ld g ica in i­ cial. P a ra la so sp e ch a , so lo su p ro p ia im a g e n resu lta lo su ficien tem en te con vin cen te. P o r eso, la tarea de la teo ria de m e d io s n o con siste en d e m o stra r q u e el e sp e c ta d o r vu e lv e a eq uivocarse u n a y o tra vez; d e ese m o d o , la fig u ra de la so s­ p e c h a m e ra m e n te se repite; y de la m ism a m a n e ra , la p ro p ia so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a y su s re fle jo s en las p r o fu n d id a d e s s u b m e d ia tic a s re su lta n ta n im p o s ib le s de c o n firm a r c o m o de refutar. M a s b ie n o c u rre a q u i q u e su rge 30

o tra cu estio n : ^por q u e, c o m o , y b ajo q u e circu n sta n cia s se o rig in a ese a u to rre fle jo de la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo gica q u e actu a d e m o d o tan c o n v in ce n te so b re el esp ectad or? O d ic h o d e o tr a fo rm a : ^com o se p ro d u c e e l “ efecto de la sin c e rid a d ”, d e la v e rd a d m e d ia tic a , del (a u to )d e sve la m ien to d el caracter m ed iatico? L a m a y o r p a rte d e este lib ro esta d ed icad a a lle v a r a cabo u n a n a lis is m a s d e ta lla d o d e ese efecto . P o r eso d e b e m o s m e n c io n a r ah o ra b rev em en te la estrateg ia de tal an alisis. Se trata d e u n a b u s q u e d a de lo s sig n o s q u e tra n sm ite n al esp ectad o r la im p re sio n de ser au tenticos m en sajes d el m edio, es decir, m en sajes d e la so sp ech a. C o m o en el caso d e la inn o v a cio n , solo d u ra n te relativam en te p o c o tie m p o p u ed en tales sig n o s ac tu a r co m o lu g a re s v a d o s y p e rm itir la visio n del esp a cio su b m ed iatico . P oco d esp u es, vu elven a ser vistos c o m o sig n os “ h a b itu a le s”, q u e m as b ie n b lo q u e a n e im p id e n la v isio n d el caracter m ed iatico . A si pu es, e n el caso de lo m ediatico se trata de la m ism a econ om la que en el caso de la in n o v a c io n . Y m a s aun: a m b a s e c o n o m ia s estan en trelazad as d e d ife re n te s m a n e ra s. E n a m b o s caso s, se trata de crear u n efecto de in fin itu d , q u e solo d u ra poco tiem p o , pero q u e p u e d e v o lv e r a a p a re c e r d e n u e v o p o r m e d io de o tro sign o. E n el caso de lo m e d ia tico , n o se trata, d e sd e luego, de la in fin itu d d e la su p u e sta re a lid a d e x te rio r a l arch ivo , sino m a s b ie n de la o sc u ra y o cu lta in fin itu d del s o p o rte del arch ivo . E l so p o rte d el a rch ivo se caracteriza so b re to d o p o r el h ech o de q u e, c o m o d ijim o s, co n ced e su d u ra c io n a lo s sig n o s d e l arch ivo . Y esto sig n ific a q u e so lo u n a v is io n d el 31

esp a cio su b m e d ia tic o , es decir, so lo u n m e n sa je d e la so s­ p ech a, p u e d e in fo rm a r al esp e cta d o r acerca d e la d u ra c io n d el archivo. A s! p u es, la m ism a so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a q u e an ien aza con socavar el arch ivo es la que, e n u ltim o term in o , so stien e al arch ivo . Y d a d o q u e la so sp e c h a m e d ia tic o -o n ­ to lo g ic a es in fin ita - p o r q u e n o p u e d e ser d e fin itiv a m e n te a n u la d a p o r n in g u n a v is io n d e l in te r io r d e l a r c h iv o - el m e d io q u e es la “ so sp e c h a ” in a u g u r a p a r a e l a rc h iv o u n a p ersp ectiva tem p o ral p o ten cialm en te in fin ita. H a sid o so b re to d o la m o d e rn id a d o ccid en tal la q u e h a sid o d escrita c o n frecu en cia c o m o la e p o c a d e la so sp e c h a q u e so cava lo s a n tig u o s v a lo re s, tra d ic io n e s y e v id e n c ia s, ra z o n p o r la c u a l ta m b ie n se h a tratad o de p ro teg er d e la so sp ech a a esos v ie jo s v alo res y d e o to rg a rle s u n “ su elo firm e ”. P ero n o es casu a lid a d q u e la ep o ca m o d e rn a sea ta m b ie n p o r excelen cia la e p o ca de lo s arch ivos. C u a n d o , p o r u n a p arte, la m o d e r­ n id a d h a d e stru id o to d o s lo s v ie jo s fu n d a m e n to s p o rq u e estos se h an d e m o stra d o d em asia d o fin itos, in estables y fra giles, p o r o tra le h a d a d o a lo s v a lo re s cu ltu rales u n n u e v o fu n d a m e n to , m u c h o m a s estable: la so sp e ch a m ism a . Y es q u e la so sp ech a n o p u ed e ser n u n ca a n u lad a, d estru id a o socavada, p u es la sospech a es c on stitu tiva de la co n tem p lacio n d e la su p e rficie m ed iatica. T od o lo q u e se m u e stra se vu elve a u to m a tic a m e n te so sp e c h o so : y la so s p e c h a se c o n v ie rte en so p o rte en la m e d id a e n q u e p e rm ite so sp e c h a r q u e d etras d e to d o lo v isib le se esco n d e algo in v isib le q u e sirve de m e d io de aq u ello v isib le. D e este m o d o , la so sp ech a n o so lo 32

a rru in a lo s v ie jo s fu n d a m e n to s, sin o q u e lo s re e m p la z a por otros n u evos. L a so sp e c h a tra n sfie re p e rm a n e n te m e n te viejo s sig n o s a n u evo s m ed io s: p o r eso ella es, si se q u ie re decir asi, el m e d io de to d o s lo s m e d io s. Esas tra n sfe re n cia s de un m ed io a o tro son c o n se cu e n cia de u n a e c o n o m la d e la sospech a, q u e es la q u e p re te n d e m o s d e sc rib ir a c o n tin u acio n .

33

I EL E S P A C I O S U B M E D I A T I C O

E

l s u je t o

SUBM EDIATICO

y e l f l u jo d e

LOS

s ig n o s

C o m o y a h e m o s d ich o, el esp acio su b m e d ia tic o es, p o r s u p r o p ia esencia, el espacio de la sospecha. Pero en este sentid o es ta m b ie n el esp acio d e la su b je tiv id a d , p u es la “ su b ­ je tiv id a d ” n o es m i s q u e la p u r a , p a ra n o ic a , p e ro a la vez in evitab le “ su -p o sic io n ” 1 de q u e b ajo lo visib le tiene q u e esco n d erse algo in visib le. D e h ech o , la su b je tiv id a d n o pu ed e ser v is ta o e x p e rim e n ta d a . N u n c a p u e d e m o stra rse co m o sig n o en la s u p e rfic ie m e d ia tic a . L a su b je tiv id a d es siem p re tan so lo a q u e llo q u e se e sc o n d e d e tra s, q u e se o cu lta, que p e rm a n e ce en lo o scuro. N o es casu al que, p o r ejem p lo , en u n p a se o v e sp e rtin o p o d a m o s co m e n ta r: “ ^ves aq u ello s tip o s so m b rio s, so sp ech o so s, a l o tro la d o d e la calle?” Esta frase exp lica m e jo r la n aturaleza de la su b jetivid ad q u e m iles de fllo so fia s. L a su b je tiv id a d h a b ita el o sc u ro e sp a cio de la so sp e c h a , in v isib le e in a c ce sib le p o r p r in c ip io . Y co m o la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a - q u e h a h e re d a d o la so s­ p e ch a o n to lo g ic a c la s ic a - es la so sp ech a m as ra d ic a l (por-

1 El autor juega aqul con la equivalencia semantica de los sufijos “Sub” de “Subjektivitat” (subjetividad) y “ Unter” de “ Unterstellung” (suposicion), que tambien esta presente, aunque no tan explicitamente, en ambas palabras en espafiol. (N. de los T.) 37

q u e es p ro y e cta d a en u n esp acio c o n stitu tiv a m e n te in accesib le a to d a e x p e r ie n tia l, el esp acio su b m e d ia tic o es, c o m o d e c im o s, el esp a cio p o r excelen cia d e la su b jetivid ad . E l d iscu rso filo so fico im p eran te h o y es, co m o se sabe, exp licita m e n te a n tisu b jetivista, ra z o n p o r la cu a l se p resen ta a si m ism o in clu so c o m o “ critico ” L a su b je tiv id a d a la q u e este ataca sd lo es, p o r cierto , la su b je tiv id a d d el esp ectad o r de la su p e rfic ie m e d ia tica . C o n ra z o n lla m a b a m o s an tes la aten cio n so b re el h ech o d e q u e el e sp ectad o r sd lo p u e d e ver a q u e llo q u e se le m u e stra : el e sp e c ta d o r n o p u e d e “ rep resen tarse” el m ism o las cosas, de m a n e ra q u e s u v is io n d ep e n d e sie m p re d e lo q u e se le p e rm ite ver. A s i p u e s, n a d ie n e g a ra el h e c h o de q u e el v e r d ep en d e d e l m o stra r: lo q u e n o se m u estra , ta m p o c o p u e d e ser v isto , de m o d o q u e surge u n a cu estio n : ,>que o q u ien m u estra? Se p u e d e re sp o n d e r d el sig u ien te m o d o : la q u e m u estra es la su b je tiv id a d su b m e d ia tica , Y n in g u n a d e c o n stru c tio n d e la su b je tiv id a d q u e v e p u e d e a lc a n z a r a la su b je tiv id a d q u e efectivam en te m u e stra , p u es la su b je tiv id a d q u e m u e s­ tra n o es tra n sp a re n te n i ev id e n te , sin o o sc u ra e in so n d a ble. P o r cierto : la su b je tiv id a d d el o b s e rv a d o r se m an ifiesta so lo c u a n d o este d irig e su m ira d a so b re si m ism o , de m a ­ n e ra q u e se c o n v ie rte p a r a si en u n a su p e rfic ie m e d ia tic a . Y a la in versa: la su b je tiv id a d se m a n ifie sta en la so sp ech a; en este caso, en la q u e el esp e cta d o r a b rig a c o n tra si cu a n d o se c o n te m p la a si m ism o . L a su b je tiv id a d es so la m e n te la su b je tiv id a d d e l o tro , p re se n tid a b a jo su su p erficie. L a su b ­ je tiv id a d es aq u ello q u e se m e ap arece c o m o so sp e ch o so en 38

o tro, aq u ello q u e m e atem o riz a, q u e m e Ueva a p ro testar y a acu sar, q u e m e e m p u ja a transferor a otro s la re sp o n sa b ilid ad , q u e m e im p u lsa a la lu ch a y a la v in d ic a tio n ; en pocas p a la b ra s, a la p o litic a . S o lo c u a n d o so sp e c h a m o s u n D io s o cu lto tra s la im a g e n del m u n d o , n o s sen tim o s e m p u ja d o s a to m a r u n a p o s itio n p o litica. Pero si, p o r el co n tra rio , todo o cu rre segun leyes determ inad as, entonces n o h a y lu gar p ara p ro te sta d e n in g u n tipo, sin o q u e so lo q u ed a la p o sib ilid a d de u n a d e s c rip tio n cien tifica. P o r e so n o es c a su a l que lo s esp acio s p o litic o s se red u zcan con tin u am en te e n cuan to se c o n sid e ra a la n a tu raleza - y lu ego a la s o c ie d a d - c o m o algo c ie n tificam en te exp licab le. P ero en re la tio n con esa esco n d id a y oscu ra su b je tiv id a d de la so sp e ch a , el d iscu rso filo so fic o actu a l re su lta , en g e ­ n e ra l, m u y a m b ig u o . Las p o stu ra s o sc ila n entre u n ateism o m e d ia tic o -o n to lo g ic o y el a g n o stic ism o y el d e ism o . A lgu n o s a firm a n q u e so lo existe la su p e rfic ie m e d ia tic a , d etras d e la c u a l re a lm e n te n o se o c u lta n a d a . D esd e lu e g o , u n a a firm a c io n rad icalm en te atea de ese tip o se revela m u y p ro b le m a tic a , p u es, c o m o es sab id o , la su b je tiv id a d n o es, precisam en te, n a d a m as q u e “ n a d a ”. O tro s au tores s o n m u ch o m as p r e c a v id o s y p re fiere n hablar, e n u n m o d o n e o -a g n o stico, d e “ lo o tro ”. L o o tro es aq u i, e n realid ad , u n n o m b re p a r a el e sp a c io su b m e d ia tic o de la so sp e c h a : se tra ta d el “ fu n d a m e n to ” d el ju e g o d e sig n os q u e tien e lu g a r en la s u ­ p erficie m ed iatica, u n fu n d am en to q u e se escapa a to d a co n ­ t e m p la tio n . P e ro lo q u e c a ra c te riz a e s p e c ia lm e n te a este “ o tro ” m e d ia tic o -a g n o stic o es su a b so lu ta lev ed a d . Lo o tro 39

sim p lem en te se escapa, y ap a rte d e eso, n o h ace n a d a b u en o n i m alo . Pero en ello se m u e stra q u e este “ o tro ” m ed iatico agn ostico es m u ch o m as “ m ateria” q u e “ espiritu ”, p u es el esp iritu seduce, p ersigu e, castiga y prem ia. N a d a de esto pu ed e a flrm a rse so b re lo o tro en ten d id o p o r m e d io de lo s m e to d o s d eco n stru ctivistas. Este o tro n o es el su jeto de u n a s acciones q u e estuvieran dirigid as con tra algu n espectador, sino q u e es so lo e l fu n d a m e n to m a te ria l q u e se o cu lta al esp ec­ ta d o r: e le m e n to , su sta n cia , m a te ria ,

physis,

q u e h u b ie ra n

d e sa rro lla d o u n p u d o r q u e les h ic ie ra o cu ltarse d e la vista d el p u b lico . Pero, d e este m o d o , h e m o s asu m id o p o r ad elan ta d o u n a d e te rm in a d a re so lu c io n acerca de la co n stitu cio n d el espacio su b m e d ia tic o , u n a re so lu c io n q u e co n d u c e a m u ltitu d de d ificu ltad es te o ric a s. P o r e je m p lo , e sta m o s o b lig a d o s a tem atizar u n so p o rte m a te ria l que, al m is m o tie m p o , n o es e x p e rie n c ia b le n i re c o n o c ib le ; q u e es p a siv o p e ro , a la vez, se escapa co n stan tem en te p o r m e d io d e la “ d iferen cia”, et­ cetera. N o s e n co n tra m o s, p u e s, c o n tin u a m e n te en las cercan ias d e la su b je tiv id a d o cu lta , p e ro sin a tre v e rn o s a d a r el p aso decisivo , p re firie n d o en su lu g a r m a n ten e r la p a ra d o jic a fig u ra de lo m a te ria l in e x p e rie n c ia b le , irre co n o cib le , p ero q u e al m ism o tie m p o se m u e v e a si m ism o . Y, sin e m ­ b arg o , cu a n d o lo o tro su b m ed ia tico se vu elve, d e ese m o d o , fa lsam en te id e n tic o a la su b je tiv id a d o c u lta - y c o n ello se h ace cap az d e m ir a r al esp e cta d o r d esd e el esp acio in te rio r b a jo la su p e rfic ie m e d ia tic a , o de ap arecerse a aq u e l co m o u n fa n t a s m a - , e n to n c e s “ el o tr o ” esta sie n d o d e sc rito d e 40

u n m o d o m e ra m e n te deista, es d ecir, sin vo lu n ta d : el m ira , p ero n o in tervien e. Sem ejan te otro n o cau sa m ie d o a nadie, razo n p o r la cual tam p o co m erece esp e ria lm e n te la p e n a se g u ir o cu p a n d o se de el. E l le n g u a je p o ste stru c tu ra lista del o tro es un le n g u a je ab so lu ta m e n te d esp o litiz ad o , q u e n o p e rm ite re a liz a r exig en cia o q u e ja a lg u n a . C o n fre cu e n cia se o ye decir q u e v iv im o s , p re c isa m e n te h o y, en la e p o c a d e la so sp e ch a , que hoy, al d irig irla c o n tra la su b jetivid ad , se in ten sifica la so s­ p ech a c o m o n u n c a an tes. P ero, p re cisam en te a ca u sa d e esa d esubjetivizacion, h o y la sospech a se q ued a a m edio cam in o : la so sp e ch a n o es ra d ic a l si n o su p o n e u n a su b je tiv id a d - y co n ella, u n v e rd a d e ro p e lig r o - e n lo o tro . L a s u p o s ic io n d e u n a s u b je tiv id a d so m b ria y p e lig ro sa - o c u lt a e n el esp a cio s u b m e d ia tic o - se e n cu e n tra actu a lm en te so b re todo e n el co n te x to de la c u ltu ra d e m asas. E s so b re to d o e n las p e llc u la s

mainstream

de H o lly w o o d d o n d e la so sp e c h a de

la su b jetiv id ad aparece d irig id a co n tin u am en te c o n tra practica m en te to d o s lo s esp acio s su b m e d ia tic o s p en sab les: coches, frig o rific o s, o rd en ad o res, o televiso res - p o r n o h ab la r d e lo s

aliens p ro c e d e n te s

d el o tro la d o d e l u n iv e r s o - des-

pliegan en esas p ellcu las u n a en ergla d estru cto ra p lan ificad a y o r g a n iz a d a c o n se c u e n te m e n te . L a c u ltu r a de m a s a s de n u estro s d las es, so b re tod o, u n a c u ltu ra d e la so sp e ch a r a ­ dical. E l d isc u rso filo sd fic o d o m in a n te , q u e n iega la su b je­ tiv id a d , a c tu a , p o r el c o n tra rio , fu n d a m e n ta im e n te de un m o d o tra n q u iliz a d o r y calm an te; al m is m o tiem p o , es n oto rio q u e cu a lq u ie r c o n sp ira c io n o sc u ra resu lta fa v o re cid a 41

c u a n d o se n ieg a su p o sib ilid a d . P o r eso, e l d iscu rso d irig id o co n tra la s u p o s id o n d e la su b jetiv id ad p u e d e ser visto co m o u n ffa g m e n to esp ecialm en te o p a c o d e la m is m a su p erficie m ed iatica, la cual esconde tras de si un p eligro especialm ente grave. Si el su jeto p u d ie ra se r d e c o n stru id o realm en te, esa deco n stru ccid n n o seria n in g u n a p eligro sa d erro ta d e la razd n , sin o m a s b ie n su b u e n a n u eva. E l atractivo del d iscu rso p o stestru ctu ralista ra d ic a so b re to d o en q u e a n u n c ia esa b u e n a n o tic ia , y p ro m e te al le cto r la lib e ra c io n y la re d e n c io n de cu a lq u ier tip o de so sp ech a atem o rizan te. P u e s si h a y u n su ­ jeto , eso sig n ifica q u e d eb em o s tener m ie d o . L a o sc u ra p resen cia del su jeto se an u n cia sie m p re a traves del m ie d o , de la v e rg u e n z a , de la in se g u rid a d q u e n o s cau sa. Y ello in d ep en d ien tem en te d e q u e su p o n g a m o s a l su je to fu e ra o d en tro d e n o s o tro s m is m o s . D e m o d o q u e el s u je to n o se m a n ifie sta a traves d e sig n os especiales, sin o p o r la o sc u ra a m en aza q u e parecen e m itir p o r ig u a l to d o s lo s sig n o s de la su p erficie del m u n d o ; p o r m e d io del p re se n tim ie n to d e ese o sc u ro esp a cio su b m e d ia tico b a jo la cap a d e lo s sig n o s, que n o p u ed e ser visto, y en el q u e, p o r eso m ism o , se in tu ye el p eligro . S o lo en u n m u n d o sin su b jetivid ad p o d ria u n o sentirse p ro te g id o y a salvo. C o m o d ice S a rtre , “ el in fie rn o so n lo s o tro s”. Y n o so tro s so m o s ta m b ie n , en la m e d id a en que n o s o b s e rv a m o s, u n in fie rn o p a r a n o s o tro s m ism o s. Si el su je to re a lm e n te fu e r a so c a v a d o , d e c o n s tru id o y d isu e lto p o r las d esu b jetivan tes e in co n scien tes fu e rz a s d el in fin ito ju e g o d e lo s sig n o s, e llo s ig n ific a ria u n a sa lv a c io n d e l in 42

fiern o . P ero esa p ro m e sa de sa lv a tio n que n o s ofrece el.pen sam ien to d e la d e c o n stru c tio n n o resulta lo suficien tem en te creib le c o m o p a r a tra n q u iliz a rn o s. M a s b ie n d a la im p resi6 n de q u e se tra ta ra d e un n u e v o tru co d e l sujeto o cu lto , u n sig n o d e u n a c o n sp ira tio n esp ecialm en te m alicio sa e n la o s c u r id a d su b m e d ia tic a . C o m o h e m o s d ic h o , es p re c isa m en te a n u n c ia n d o la b u e n a n u e v a de su p r o p ia d iso lu c io n c o m o m e jo r co n sig u e esco n d erse el su jeto , v o lv ie n d o se asi a u n m a s am en azad o r. L o s c o m ien zo s te o rico s de ese d iscu rso acerca d e la deb ilid a d y la d iso lu c io n d el su jeto se e n cu en tra n , co m o es sab id o , en el p o ste stru c tu ra lism o fran ces d e lo s anos sesen ta y setenta, su rg id o en m e d io de la a tm o sfe ra de o p tim ism o d e la r e v o lu tio n d el sesen ta y o ch o . R e su lta ria tre m e n d a m en te in ju sto ju z g a r en b lo q u e a los distin tos autores d e esta c o rrie n te , e n la m e d id a e n q u e se tra ta d e e sp iritu s e n o rm e m e n te p e rso n a le s e id io sin cra sico s a lo s q u e de n in g u n m o d o se p o d rla d eclarar representantes de u n a d eterm in ad a d o c trin a . Y sin em b arg o , b ajo el in flu jo d e estos h etero gen eo s y b rilla n te s esp iritu s, h a su rg id o p a u la tin a m e n te una s itu a tio n in te le ctu a l re la tiv a m e n te h o m o g e n e a , en la cual d e te rm in a d a s a ctitu d es, a firm a c io n e s y p o sic io n e s se d an p racticam en te p o r supuestas. E n tre ellas se en cu en tra, sobre to d o , la a fii'm a c id n d e q u e el su je to se p ie rd e en el ju e g o de sig n os m ed iatico , d e q u e lo s sig n o s flu y en co n tin u a e in fin ita m en te, y d e q u e este flu jo de sign os n o p u ed e se r capta d o n i c o n tro la d o . D e a h l se d e riv a q u e a l su je to le sea retirad a, en v ir tu d d e la su p re m a c ia de lo s m e d ic s, la cap a43

cid a d d e c o n tro la r 7 e stab ilizar las fro n te ra s en tre sen tid o

y sin sen tid o,

esp lritu 7 m ateria, verd ad 7 m en tira, cu ltu ra 7

n a tu ra le z a , c o n v e n c io n 7 e sp o n ta n e id a d , etcetera. D e ese m o d o esas fro n teras se d ih ^ e n , 7 en con secu en cia su rge u n a m a sa d e sig n o s q u e flu 7e en el esp acio 7 en el tiem p o , in fin ita, d e se stru ctu ra d a , en m o v im ie n to c o n tin u o , q u e se escap a a to d o co n tro l, d e sc rip tio n 7 co m p re n sio n con scien tes, 7 q u e, p o r esc, im p id e to d o e je rcicio co n secu en te d e l p o d e r en n o m b re d e u n su jeto in d iv id u a l o estatal. P recisa m en te en ello ra d ic a el feliz, re v o lu c io n a rio 7 o p tim is ta a n u n c io del p en sam ien to p o ste stru ctu ra lista : lo s sig n o s e sca p a n de to d o c o n tro l con scien te p o r p a rte d el p o d e r, g ra c ia s al c o n ­ tin u o m o v im ie n to 7 d e sp la z a m ie n to d e su s sig n ific a d o s . Q u ie n flu 7 e con stan tem en te ju n to co n lo s sig n o s, es lib re: escap a d e to d o p o sib le co n tro l, v ig ila n c ia , d iscip lin a . Y es q u e el e stru c tu ra lism o in te rp re ta el su je to fu n d a m e n ta lm e n te c o m o u n a in sta n c ia d e co n tro l q u e p reten d e ser au to -tra n sp a re n te , 7 q u e q u iere ta m b ie n v ig ila r 7 re g u ­ la r la r e la tio n en tre sig n o 7 sen tid o , sig n ific a n te 7 sig n ifica d o , e x p re sio n 7 r e fe r e n d a , es d ecir, el p ro c e s o d e la sign ificacion . L a preten sion de d o m in io del sujeto co m o u n a in stan cia tal descan sa, segu n la te o ria p o stestru ctu ra lista, en el falso su p u esto d e q u e la sig n ific a c io n la crea o rig in a ria m en te el p ro p io su jeto 7 q u e, p o r eso, el sig n ific a d o d e u n sig n o se c o rre sp o n d e co n aq u e llo q u e el su jeto d e la s ig n i­ fic a tio n “ p ien sa” a l u sa r ese sig n o . E n c o rre s p o n d e n c ia con ese su p u esto ap arece el co n tro l q u e el su jeto ejerce so b re la sig n ific a c io n , p o r m e d io d e u n reg reso a la in te n tio n o ri44

g in a ria , es decir, a la o rig in a ria a trib u c io n d e l sen tid o : enten d er el sig n o sig n ific a , en to n ces, p re g u n ta rse q u e sig n ific a d o se p re te n d io “ o r ig in a r ia m e n te ” p a r a ese s ig n o , que sen tid o le fu e a trib u id o o rig in a ria m e n te . Y si el s u je to ha realizado o rig in aria m en te el acto de la significacion , se siente ta m b ie n e n c o n d ic io n e s d e e x a m in a r y c o rre g ir el fu n c io n a m ie n to p o ste rio r d e la sig n ific a c io n , en caso de q u e esta, co n el tiem p o , se h u b ie ra alejad o d e su o rig en . P recisam en te esta id ea d e u n a sig n ific a c io n o rig in a ria , cread a p o r e l su ­ jeto , y a la q u e sie m p re se p u e d e v o lv e r p a r a c o n tro la rla , es la q u e fu e d e c id id a m e n te im p u g n a d a , c o m o es b ien sab id o , tan to p o r e l p e n sa m ie n to e stru ctu ra lista c o m o p o r e l p o stestru ctu ralista. Seg u n el e stru ctu ra lism o clasico, el sen tid o de lo s sig n o s n o es p r o d u c id o p o r u n acto d e la sig n ific a c io n re a liz a d o p o r u n su je to , sin o p o r las d iferen cias d e lo s sig n o s e n tre si e n el m a rc o d e u n d e te rm in a d o sistem a d e sign os o r ig in a ­ ria m e n te d e sc o n o c id o p a ra el su jeto, de m a n e ra q u e e se sis­ te m a d e sig n o s se p ie n sa c o m o alg o q u e esta sie m p re presen te e n su to ta lid a d : n in g u n recu rso a sig n ific a d o s histo ric o s , o r ig in a r io s , p e n sa d o s c o n a n te rio rid a d , p u e d e , se g u n esto , a y u d a m o s a e n te n d e r lo q u e u n sig n o , a q u i y a h o ra , sig n ific a en re la cio n a o tro s sig n o s. D e a c u e rd o con el p e n sa m ie n to d el e stru c tu ra lism o clasico , las d ife re n cia s sig u en sie n d o reco n o cib les p a r a el su jeto d en tro d el co rresp o n d ie n te siste m a d e sig n o s, d e ig u a l m o d o q u e la s d ifere n c ia c io n e s en tre lo s sistem as d e sig n o s aisla d o s, p u e sto q u e so n fin ito s y ab arcab les. 45

P a ra el p o ste stru c tu ra lism o , sin e m b a rg o , las estru ctu ras, lo s sistem as, y con secu en tem en te tam b ien el n u m ero de las d ife re n c ia s, se h a n v u e lto in fin ito s , y c o n ello d e ja n de ser accesibles p o r p rin c ip io al c o n tro l co n scien te del s u ­ jeto. P o r eso, el su jeto y a n o esta en c o n d ic io n e s de re fle ja r su p ro p io d iscu rso , p u es el m e ta le n g u a je q u e p re c isa p a ra lle v a r a cab o ta l re fle x io n es al m ism o tie m p o u n le n g u a je que n o p u e d e d iferen ciarse cla ra m e n te del le n g u a je o b jeto q u e p reten d e in vestigar. E l su jeto h ab la n te n o lo g ra , p u es, n i v o lv e r al o r ig e n d e su le n g u a je , n i d e sc rib ir, c o n o c e r o c o n tro la r las d iferen cias de sig n o s c o m o si e stu vieran presentes. E n tan to q u e el su jeto p ie n sa y h ab la, p e rm a n e c e en el len g u aje, y p o r ello se p ie rd e en el, y alcan za, p o r m e d io de su (a u to )rre fle x io n , el sen tid o del sig n o d em a sia d o tard e siem p re: c u a n d o el en tero ju e g o d e sig n o s h a v u e lto a desplazarse im p ercep tib lem en te; el sujeto se su m erge en el flujo d el le n g u a je , se d isu e lv e e n ese flu jo , p ie rd e to d o c o n tro l so b re la s d ife re n c ia s cu y o ju e g o c o n tin u a ju g a n d o el le n ­ g u a je . S e g u n esto , p e rte n e c e a la n a tu ra le z a o r ig in a r ia y c o n stitu tiva de lo s sig n o s el o scu re ce r y o c u lta r a l su jeto las d iferen cias q u e p ro d u c e n su sen tid o. Y m ie n tra s m a y o r sea el p o d e r fa c tic o d e lo s m e d io s en la so c ie d a d , m a s p la u s i­ b le p arece ser la im a g e n d e l su jeto d esvan ecid o , a rra stra d o u n a y o tra vez p o r las in fm ita s c o rrie n te s de lo s sig n o s en el m a r n eg ro de la sig n ificacid n . P ero ese “ n a d a r” en el m a r del le n g u a je n o d eb e resu ltarle sim p le m e n te d esag ra d ab le, sin m a s, al su jeto , p u esto q u e, al p arecer, se tra ta de la s calid a s a g u a s de u n a g ra d a 46

ble clim a m e d ite rra n e o . E l d isfru te de la textu a lid ad se asem e ja a u n a h e rm o sa e x p e rie n c ia de v a c a c io n e s. Y es q u e, ju n to co n el sujeto, c o m o d ijim o s, d esap arece tam b ien tod o p eligro a m en azad o r y, co n ello, tam b ien to d a in q u ie tu d o n to ld gica. E l len g u aje q u e se d eco n stru ye c o n tin u a m e n te es u n tra n q u ilo m a r sin tib u ro n e s y sin to rm e n ta s, en e l que n in g u n a ro c a o b stru y e la travesia y la te m p e ra tu ra d e l agu a p e rm a n e c e co n stan te. E l se n tim ie n to d e n a d a r en u n m ar de in fin itu d q u e n o p u e d e se r ab a rca d o c o n la vista, h a sid o descrito p o r los m istico s de to d o s los tiem p o s, in clu y en d o a S c h o p e n h a u e r y a N ietzsch e, co m o u n sen tim ien to e x titico y su b lim e . N a tu ra lm e n te , h o y en d ia ta m p o co se cree y a en q u e lo o tro d el len g u aje p u e d a ap resarse, si n o en un con cepto , si al m e n o s en el sen tim ien to. E l o tro del po stestru c tu ra lism o , en ten d id o c o m o el in fin ito ju eg o de lo s sign o s, la s d ife re n c ia s, lo s sim u la c ro s y lo s c o d ig o s, n o solo n o p u ed e ser a b arcad o n i co m p re n d id o , sin o q u e ta m p o c o p u e d e v iv e n c ia rs e c o m o u n a u n id a d su b lim e . Y es q u e la p ro d u c tio n y p e rc e p tio n de to d o s lo s sig n o s, in c lu id o s los sig n o s d e la v iv e n c ia , se rig e n e n ig u a l m e d id a p o r e l in fi­ n ito a p la zam ien to d el sen tid o, de la co m p le tu d , d e la presen cia. Y d e este_ m o d o s u rg e la c u e s tio n de p o r q u e el h ab lan te se v a a n a d a r al m a r d el le n g u a je , en lu g a r d e perm a n e ce r tra n q u ila m e n te tu m b a d o en la p laya, u n a v e z que, de to d o s m o d o s, n o existe n in g u n a d ife re n c ia en tre m a r y playa. P ero su ced e q u e el d iscu rso p o ste stru c tu ra lista y dec o n stru c tiv ista tie n e ta m b ie n u n a ru d e z a a c tiv ista y p ro p a g a n d ista q u e n o d e b e m o s p a sa r p o r alto . E l h o m b re no 47

so lo d eb e re c o n o c e r q u e to d o flu ye, sin o q u e ta m b ie n debe p o n e rs e a c tiv a m e n te a flu ir y a h a c e r q u e to d o lo d e m a s flu ya: d eb e d iso lv e r las fro n te ra s de su p ro p io len g u aje, n o d ejarse fijar, d eb e p erm an ecer en lo in d eterm in ad o y abrirse a lo o tro . E n este p u n to , e m p ero , el h a b la n te p o ste stru c tu ra lista debe m a n ten erse siem p re c u id a d o so , p ru d e n te , p ro v is o rio y ten tativo. Su d iscu rso d eb e m o v erse e n d istin to s n iveles a la vez y e v ita r ser clasifica d o y etiq u etad o de u n m o d o u n iv o co . D a d o q u e, d e to d as fo rm a s, to d o d isc u rso tien e q u e d e co n stru irse a si m ism o , es decir, d eb e ser co n tra d ic to rio d esd e el p rim e r m o m e n ta , el e sc rito r a ctu a l se h a lib e ra d o del m ie d o a con trad ecirse a si m ism o . L a au to co n trad iccio n , en m e d io de to d o s lo s c o rre sp o n d ie n te s p re su p u e sto s disc u rsiv o -te o re tico s, n o solo n o es u n a caren cia, sin o q u e se h a con vertid o en la v irtu d m as determ in an te de u n discurso: es a traves de la c o m p o s itio n c o n tra d ic to ria de su d iscu rso c o m o el esc rito r d em u e stra al le cto r el m a y o r d e su s respetos. Y es q u e el esc rito r y a n o se m u e stra d e m o d o “ au to rita rio ” o “ to ta lita rio ”, p o stu la n d o u n a tesis d e te rm in a d a que p u d ie ra p a re c e r al lector, en d e te rm in a d a s circu n sta n cia s, in co m p re n sib le , in so lita o in clu so escan d alo sa. M a s b ien , el esc rito r h ace u n a o fe rta al le c to r q u e este n o p u e d e rech azar. C o m o lector, u n o s

61o p u e d e , de h ech o , asen tir al d is­

c u rso q u e se c o n tra d ic e a si m ism o , p u e s n o se esta n i de acu erd o co n u n a tesis d eterm in a d a n i co n su co n traria. Pero si el texto c o n tie n e a m b a s - o m e jo r d ich o , si d e c o n stru y e la o p o s ic io n e n tre tesis y a n t ite s is -, e n to n c es el le c to r n o p u ed e sin o a legra rse p o r u n texto tan co rtes c o m o este. 48

C o n esto, esta “ filo so fia del sen tid o q u e fluye” alcan za un n u e v o n iv e l d e extasis, a sab er: el extasis in fin ito d e l m e r ­ cado, q u e se an u n cia a q u i c o m o el n o m b re o cu lto d e la to talid ad d e lo real. L o q u e fue in terp retad o co m o un d iscu rso a n ti-a u to rita rio , q u e h a b ria d e lib e ra r el flu jo del le n g u a je del su jeto v ig ia , del co n tro l del p o d e r y de la censura, h a term in ad o p o r revelarse co m o u n a estrategia de m ercado y gestion . E l sen tim ien to ocean ico d e n a d a r e n u n m ar de sig n o s d esu b jetivad o , in fin ito e in ab arca b le, es h o y dia el a b e c e de la estrategia d e m e rc a d o , y le resu lta fa m ilia r a c u a lq u ie r accio n ista. Y el m e rc a d o d e o p in io n actual, en el que c o m p a rece el te o ric o con su s escritos, n o esta m e n o s d iv id id o n i es m e n o s p lu ra lista , in a b a rc a b le y flu id o q u e el m e rc a d o de la e c o n o m ia . A a q u el q u e se p resen ta en ese m ercad o co m o c o n su m id o r o p ro d u c to r, le resu lta ab so lu tam en te n ecesario d e m o stra r in d e p e n d e n cia in telectu al. S o lo g racias a ello se.sacan a escen a c o n tin u a m e n te n u evos ju e g o s co n las diferencias d e signos, q u e ju n tas hacen que el lenguaje sig a fluyendo. P ues si alguien pretende tener h o y e n dia una o p in io n p ro p ia , p a rticu la r, d eb e c a m b ia r y re d e fin ir co n tin u am en te esa o p in io n , p o rq u e de lo c o n tra rio c o rre el p eligro d e enco n trarse, in m e d ia ta m e n te d esp u es, en la d e sa g ra d a b le si­ t u a t io n d e te n e r q u e c o m p a r tir su o p in io n c o n a lg u ie n distin to. L a e x ig e n c ia de q u e es n ecesario fo rm a rse u n a o p in io n p ro p ia, in d iv id u a l, d escarta d e an tem an o , adem as, to d o p o sib le a se n tim ie n to a l texto d e u n a u to r, p u es ese a se n tim ie n to p o d r ia d a r la im p re s io n de q u e el le cto r se esta 49

so m e tie n d o a o p in io n e s ajenas: h o y en d ia se em p ieza a leer u n lib ro co n la firm e in te n tio n de n o estar ja m a s d e acu erd o co n la o p in io n del autor, co n in d e p e n d e n cia d e lo q u e este escrib a. P o r eso, h o y en d ia el esc rito r n o p u e d e p ro p o n e rse con ven cer, g a n a r e ilu stra r al p u b lic o co n sus escritos. U n a p reten sio n sem ejan te - s i se llega a n o t a r - n o p u e d e sin o enfa d a r al lector, p u e s este p reten d e tener su p ro p ia o p in io n , co m o c iu d a d a n o so b eran o , so b re tod as las co sas d e la v id a, y p ercib e c o m o u n a e x ig e n c ia in so p o rta b le - y p o r ello rec h a z a a b s o lu t a m e n t e - to d a in s t r u c t io n p o r p a rte d e l e s­ c rito r, q u e es, a fin d e c u e n ta s, u n h o m b r e c o m o o tro c u a lq u iera. D e este m o d o , es o b v io q u e u n a tesis fo rm u la d a d e m a n e ra c la ra so lo p u ed e lle g a r a u n a p e q u e n a m in o ria , a u n p e q u e n o sector d e clien tes d el m e rc a d o de o p in io n : a aq u ello s h o m b re s q u e de to d o s m o d o s y a ten ia n la m ism a o p in io n q u e el au tor. P o r el c o n tra rio , la m a y o ria se sen tira m e ra m e n te o fe n d id a p o r u n a tesis se m e ja n te , o lo q u e es p e o r, p e rm a n e c e ra in d ife re n te . P o r eso, el e s c rito r q u e se p o n e c o m o m e ta co n ven cer a algu ien d e lo co rrecto d e sus o p in io n e s, y a esta d e rro ta d o d esd e el p rin c ip io . L a m o n e d a co n q u e se p a g a al esc rito r h o y d ia y a n o es la del asen tim ien to , sin o la de la falta d e rech azo p o r p a rte d e lo s lecto res. E l le c to r de h o y n o acep ta u n texto cu a n d o esta de acu erd o co n el, sin o c u a n d o no d escu b re en e l o fen sas p erson ales. L a filo so lia del sen tid o flu id o n eu traliza tod o p o sib le rech azo “ d ejan d o esp a cio a l o tro ”, c o m o tan bellam e n te d ic e n . O e x p re sa d o d e o tr a fo r m a : n o irr ita n d o in n e c e sa ria m e n te al lecto r. E l e s c rito r d e h o y d e b e rla 50

co m p ren d erse a si m ism o co m o aig u ien q u e n o se d eja d efin ir, etiqu etar, fijar, n i en cerra r e n u n c a jo n co n cep tu al, y que in clu so p re fiere n o ser c o m p ren d id o . E l escrito r d e h o y d eb e p e rm a n e c e r fle x ib le , y p o d e r n a d a r b ie n en u n a so cied ad p lu ra lista , d iv id id a , en la q u e s u p o n d ria u n a r u in a fin a n c ie ra lim ita rse a u n a clientela d em asiad o definida. S o lo la in d e te rm in a c io n , la in d e fin ic io n y la c a p a c id a d d e m o v e rse al m is m o tie m p o e n d istin to s n iv e le s id e o lo g ic o s y esteticos d a n al escrito r actu a l la o p o rtu n id a d de lle g a r a la m a y o ria d el p u b lic o , m a s alia de to d as las o p o sic io n e s d isg reg ad o ras y /o a traves d e la d e c o n stru c cio n de esas o p o s i­ cio n e s. P o r c ie rto : el in fin ito ju e g o de lo s sig n o s in c lu y e d e sd e el p r in c ip io el ju e g o c o n lo s sig n o s d e l d in ero . A lii d o n d e flu y e el an h elo in fin ito , flu y e ta m b ie n el cap ital. E n realid ad , la filo so fia d e l sen tid o q u e fluye fu e , desde su o rigen , a m ig a d e l c a p ita l: la su b v e rs io n q u e la a c o m p a n a b a afectab a m a s b ie n al E stad o y a sus in stitu cio n es an clad as en la tra d ic io n . Pero, ,jque sig n ifica la im perceptib le e xig en cia que el discu rso h o y im p e ra n te h a ce al in d iv id u o p a r a que este flu ya con el flu jo d e lo s sign os, diluya la s fron teras del con trol su bjetivo y se v u e lv a asi in d e te rm in a d o , in d e fin ib le y flexib le? ,>Por q u e se a p lau d e h o y so lo al q u e m as ra p id a m e n te flu ye, al q u e n o se d e ja u b ic a r y fija r d e u n m o d o u n ivo co ? E n ge­ n eral, es ev id e n te q u e ese d iscu rso solo p u e d e c o n sistir en u n p ro g ra m a d el m ie d o ra d ica l, d e la e x tre m a p a ra n o ia , de la m an ia p ersecu to ria absoluta, p u e s solo a q u e l que se siente co n tin u am en te o b serva d o , p erseg u id o y am en azad o p o r un 51

su jeto o c u lto p u e d e p o n e rse c o m o m e ta su p re m a h u ir de esa v ig ila n c ia , e v ita r to d a fija c io n , n o re c o n o c e r la p ro p ia p o sic io n , flu ir co n tin u am en te y c a m b ia r p erm an en tem en te lo s d ato s so b re e l p ro p io estad o d e a n im o . T am b ien es evid e n te , sin e m b a rg o , q u e lo q u e h a y s u p e rfic ia lm e n te es m ie d o a u n p o sib le fracaso en el m ercad o , p u e s p o r m u y exp lic ita y con vin cen tem en te q u e se este d isp u esto a d e sc rib ir el m e rc a d o c o m o “ flu id o ” el m ie d o a u n a o cu lta m a n ip u ­ la tio n q u e d irig ie se secretam en te to d o - m ie d o q u e tien en to d o s lo s im p lic a d o s e n la a c tiv id a d d e l m e r c a d o - se en c u e n tra d e m a sia d o p ro fu n d a m e n te a rra ig a d o c o m o p a r a p o d e r ser an u lad o de verd ad desde u n a in stan cia id eo lo gico crltica. S

61o ese m ie d o - y

la sed d e aven tu ras o la alegrla exta-

tica en el f l u ir - p u ed e e x p lic a r la o b se sio n a ctu a l p o r la flex ib ilid a d . P e ro este m ie d o s u p e rfic ia l a l fra c a s o e n el m e rc a d o p re s u p o n e u n m ie d o o n to lo g ic o m u c h o m a s h o n d o : e l m ie d o a l su jeto en el esp a cio su b m e d ia tico , a u n sujeto que observa lo s m o vim ien to s del in d iv id u o desde m as alia d e la su p e rfic ie m e d ia tica . Este m ie d o , p o r cierto , v ie n e sie n d o tem atizad o d irectam en te u n a y o tra vez en la actu al cu ltu ra de m asas, co m o recien tem en te en la p e llc u la

de Truman. 1 L a

El show

id e o lo g ia d el se n tid o q u e flu y e ilim ita d a -

m en te, q u e o b ie n su p rim e la so sp ech a o n to lo g ic a , o b ie n tr a ta d e n e u tra liz a rla p o r m e d io d e la in o c u a fig u r a d el “ o tr o ” n o p u e d e - c o m o t a l - e x p lic a r p o r si s o la n i su fi-

1 Del director Peter Weir (1997). 52

cientem en te p o r q u e el in d iv id u o se siente o b lig a d o a a m o ld arse al fiu jo d e lo s sig n os en u n a su erte de m im etism o , v o lv ie n d o se c o n ello ilo calizab le; p o r q u e, en fin , el in d iv id u o esta n o so lo d isp u e sto a acep tar p a siv a m e n te la te o ria d el flu ir, sin o a realizarla activam en te en la p ro p ia p rax is v ita l. Y es q u e ese d eseo de re a liz a r e n la p ra x is u n a te o ria so lo su rg e cu a n d o esa teoria p ro m e te a lg o al in d iv id u o , algo q u e este q u iere tener. L a p ro m e sa q u e h ace esta te o ria del flu ir es la a n u la c io n d el su je to o cu lto , o b s e r v a d o r y c o n tro la d o r, q u e p o te n c ia lm e n te p u d ie ra a m e n a z a r al in d iv id u o . P ero la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a no se d eja a p a g a r o desactivar a v o lu n ta d : u n o se siente secretam en te o b se rva d o ta m b ie n - y so b re t o d o - c u a n d o se le dice e x p lic ita m e n te q u e n o h a y n in g u n su je to que te m e r al o tro la d o de la su p erficie m ed iatica. T am p oco resultan m u y con vin cen tes teore tica m e n te a q u e lla s a se v e ra c io n e s d e la filo s o fia d el flu ir segu n las cu a les n o existe n in g u n su jeto o cu lto q u e o b se rv e y c o n tro le y q u e p u d ie ra tener su lu g a r o n to lo g ic o m as a lia de to d as las in stitu c io n e s estables y estatales d e c o n tro l.1 L a filo s o fia p o ste stru ctu ra lista d el flu ir se o c u p a fu n d a m en ta lm e n te , co m o d ijim o s, del p ro b le m a d e la s ig n ific a ­ t io n . Y esto s ig n ific a q u e se o c u p a d el a m b ito e x te r io r al arch ivo: del espacio p ro fa n o . Si se in terpreta el archivo c o m o 1 De este modo celebra Jean-Francois Lyotard el movimiento superador de tabues y fronteras del capital, que no puede diferenciarse del movimiento del deseo. Cfr. Jean-Fran^ois Lyotard, Economic Libidinale, Les Editions de Minuit, Paris, 1974, passim. Hay edicion en espanol: Jean-Franfois Lyotard, Economia libidinaU traduccidn de Tununa Mercado, Fondo de Cultura Economica, Buenos Aires-Mexico, 1990. 53

la su m a de to d o s lo s sig n os cod ificad o s, in clu id o el len gu aje, en to n ces la s ig n ific a tio n d e te rm in a la re la tio n del a rch ivo c o n esa “ re a lid a d ” p ro fa n a e x te rio r al arch ivo q u e es d esign a d a ju sta m e n te co n lo s sig n o s d el arch ivo . L a filo s o fia d el flu ir d eco n stru ye las fro n tera s en tre a rch ivo y esp acio p ro fa n o , su b ra y a n d o , p o r u n la d o , la m a te ria lid a d de lo s sig ­ n os, y d eclaran d o, p o r otro , q u e tod as las cosas p ro fa n as son sig n o s. P o r eso, p a ra la filo so fia del flu ir, las cosas p ro fa n a s y lo s sig n o s d el arch ivo estan u n id o s, y se d istin g u e n u n o s de o tro s p o r m e d io de u n a red d e d iferen cias. C o n ello, la estricta d iferen cia en tre sig n os y cosas se diluye, se p ierd e en la red d e las d iferen cias p arciales, y en eso con siste p recisam en te su d e c o n stru c tio n . E n m i lib ro sob re lo n u evo y a intent^ m o stra r que n o p o d em o s su p o n er q u e to d o este u n id o a tod o p o r m ed io d e un sistem a de d iferen cias. M a s b ien , p re cisa m e n te la in tro d u c ­ t io n d e lo n u e v o en el a rc h iv o se p ro d u c e c o m o c r e a tio n de un n uevo encadenam iento, de u n a n u eva co m p aracio n , de u n a n u e v a d iferen cia. U n sistem a de d iferen cias p u ed e estab lecerse e x c lu siv a m e n te d en tro del a rch ivo . E n c u a n to a las cosas de la realid ad , n o p o d e m o s sab er si estan d iferen ciad as p o rq u e , en p rim e r lu gar, so n in fm ita s en n iim e ro , y en se g u n d o lu g a r, so n ig u a lm e n te e fim e ra s. A si p u e s, el h e c h o de q u e c o n tin u a m e n te p o d a m o s to m a r co sas d e la re a lid a d y an a d irla s a la red del a rch ivo , n o sig n ific a en a b ­ so lu te q u e esas cosas fu e ra n “ y a ”, de algu n m o d o , p a rte de esa red . L o q u e tien e lu g a r m as b ie n es u n in tercam b io en tre el arc h iv o y la realid ad , es d ecir, en tre lo d ife re n c ia d o y lo 54

in d ife re n cia d o . U n a y o tra vez, cu a n d o la fro n te ra e n tre el a rch iv o y la realid ad es tra sp a sa d a en u n a u o tra d ireccio n , n o s a leg ra m o s de q u e esa fro n te ra , p o sib lem en te d e m o d o d e fin itiv o , h a y a sid o a n u la d a o d e co n stru id a . Sin em b arg o , esos tra sp a so s m as b ie n c o n firm a n la estab ilid ad de la fr o n ­ tera, que es la q u e p e rm ite realm en te la p o sib ilid a d d e tra s­ p asos. A h o ra b ie n : co n in d e p e n d e n c ia de c o m o se ju z g u e la rela c io n de sig n ific a c io n entre el a rch ivo y e l espacio p ro fa n o d e la realid ad , el p ro b le m a m e d ia tic o -o n to lo g ic o d el esp a­ cio su b m ed iatico p erm an ece, en to d o caso, a l m argen d e ese a su n to . E l p r o b le m a m e d ia tic o -o n to lo g ic o n o c o n siste , c o m o h e m o s d ich o, en si los sig n o s p o d ria n d e sig n a r el es­ p a c io su b m e d ia tic o o c u lto d e sd e la su p e rfic ie m e d ia tic a , n i en c o m o lo h a ria n . L a p reg u n ta, d istin ta, es: ^que se esc o n d e tra s el sign o e n tanto q u e o b jeto m a te ria l, e n tan to q u e m a n c h a , en tan to q u e es u n a especie d e m o sca p o sa d a so b re la su p e rficie o p a c a de lo o n to lo g icam en te o cu lto , m as a lia de to d o p o sib le sig n ific a d o d el sign o? P orq u e es e n este o scu ro esp acio , o cu lto tras el o p aco su strato de lo s sig n o s, d o n d e p re se n tim o s, e n tan to o b se rv a d o re s de los m e d io s y d el m u n d o , u n p e lig ro am en azan te: un p e lig ro del q u e , por m ed io de las estrategias del flu ir y de la flexib ilid ad , en v an o tra ta m o s d e escapar.

55

La

v e r d a d d e l o m e d iAt ic o y e l e s t a d o d e e x c e p c io n

Las c o rrien tes de sig n o s q u e fl.uyen en la su p e rfic ie m ed ia tic a n o p u e d e n ser re a lm en te in fin ito s, d e m a n e ra que n o es a b so lu ta m e n te n ecesaria la h ip d tesis de u n a su b je tiv id a d in fin ita , d iv in a , p a ra rep resen tarse u n su jeto o c u lto e n el esp a cio su b m ed ia tico q u e c o n tro la secretam en te esos flu jo s de sig n o s. Y es q u e los so p o rte s d e m e d io s p a rtic u la res - lo s p ro d u c id o s “ n a tu ra l” o te c n ic a m e n te - en el fo n d o s6 lo p e r m ite n d o s o p e ra c io n e s c o n s ig n o s : el a lm a c e n a m ie n to y la tra n sm isio n . P o r m e d io de estas dos o p e ra c io ­ n es fu n c io n a la en tera e c o n o m ia m e d ia tica q u e o p e ra con lo s sign os: lo s sign os n o p u ed en flu ir sin o p o r m ed io d e esas d o s o p e ra c io n e s, y s

61o de u n

a lm a cen d e sig n o s a o tro , a

tra v e s de ca n a le s m e d ia tic o s e sp e c ia lm e n te tra z a d o s. De m o d o q u e tan to las c ap acid a d es de alm acen aje de to d o s los so p o rtes d e sig n os c o m o las cap acid ad es d e tra n sm isio n de lo s can ales u n id o s a ello s sig u en sien d o lim itad a s y fin itas. E ste sim p le h ech o h ace com p letam en te in vero sim il to d a esa ch a rla ta n e ria acerca d e lo s flu jo s in fin ite s de sign os. D e h e c h o , ,jque so p o rte d e sig n o s p o d r ia c o n te n e r un ju e g o in fin ite de sig n os, o u n in fin ite cau d al de sign os? D es­ p u e s de to d o , lo s sig n o s son a lg o m aterial; so n , a n te tod o, 57

cosas, o b jeto s del m u n d o . Ig u a l de reales, m ateriales y fin itos so n lo s so p o rte s de sig n o s y de m e d io s: lo s lib ro s, lie n zos, pellculas, o rd en ad ores, m u seos, b ibliotecas, lo so n tanto co m o las p ied ra s, an im ales, h o m b re s, so cied ad es y E stad os. To das la s o p e ra c io n e s de la e c o n o m ia m e d ia tic a de lo s s ig ­ n o s se lle v a n a c ab o exclu sivam en te en tre tales so p o rte s fin ito s d e m e d io s, y c o n ello se ag o tan las re la cio n e s p o sib le s entre lo s sig n o s. N u n c a tro p e z a m o s co n u n a in fin ita can tid ad de sig n o s, o c o n in fm ito s cau d ales de sig n o s, y ello p o r la sen cilla razo n de q u e n o h a y n i p u e d e h a b e r so p o rtes de sig n o s q u e tu v ie ra n u n a c a p a c id a d in fin ita m e n te g ra n d e , tan ta c o m o p a ra g u a rd a r o a lm a ce n a r in fin ita s c an tid a d es de sig n o s. D e esta fo rm a , el d isc u rso so b re el in fin ite m a r o lo s flu j os in fin ito s de sig n o s su en a cierta m en te h e rm o so , p ero ten ien d o en cu en ta la fin itu d - y co n ella la a b arcab ilid a d - d e lo s so p o rte s de m e d io s facticam en te d isp o n ib le s, a si c o m o de las p o sib les o p e ra c io n e s d e in te rca m b io en tre ellos, ese d iscu rso acab a re su lta n d o n a d a p lau sib le. Y esto sig n ifica q u e es p o sib le im a g in a r u n su jeto fin ito p a ra esa e c o n o m ia fin ita de lo s sig n os, u n su jeto q u e d irig e y c o n tro la secretam en te e l m e n c io n a d o in te rc a m b io . E sta claro q u e a q u l n o se trata de lo s a c o n tecim ien to s d e la sign ific a c id n . Si se q u iere, q u iz a se p o d r la a firm a r q u e n o h a y sujeto fin ito - n i ta m p o co in fin ito - capaz de p ro d u c ir y co n tro lar el sen tid o de lo s sign os q u e se g u ard an e in tercam b ian en el esp acio de la e c o n o m ia d e m ed io s. L o s p o sib les efecto s de se n tid o q u e se p r o d u c e n en tales o p e ra c io n e s so n , de hecho, inabarcables e in controlables. Pero aq u l n o se trata 58

d e ese su je to de a c c io n su b m e d ia tic a , m a n ip u la d o ra , que u tiliza lo s sig n os sin aten der a su sentido, sig n ific a tio n o sign ificad o . E l su jeto de la e co n o m ia d e sign os n o pu ed e ser interp retad o co m o un p ro d u c to r d e sen tid o q u e otorgase a los sign os, p o r m e d io de su in ten cio n alid ad , u n o s sig n ifica d o s c u y a estab ilid ad estaria g a ran tizad a p o r la clarid a d y p re cisi6 n de s u p r o p ia au tocon cien cia. Sem ejan te sujeto ilu strad o de la p ro d u c c io n de sen tid o y d el co n tro l h a sido c o m p le ta m e n te d e c o n s tru id o , c o n ra z o n , p o r lo s d is c u rs o s p o stestru ctu ralistas. S in em b arg o , gracias a la fin itu d de to d o s los so p o rte s de sig n os su rge la p o sib ilid a d de p e n sa r un su jeto que trate con lo s sig n o s d e u n m o d o p u ra m e n te o p e ra tiv o , es decir, presc in d ie n d o d e to d o tip o de sen tid o , de sig n ifica d o , d e refe­ r e n d a . T al su je to o sc u ro , “ d e m o n ia c o ”, s u b m e d ia tic o , g u a rd a ria lo s sign os, lo s seleccio n aria, los co p iaria, lo s cam b ia ria p o r o tro s sig n o s, o los lle v a ria de u n so p o rte d e sig­ n o s a o tro : d e u n m o d o p u ra m e n te m a n ip u la d o r, te c n ic o -o p e ra tiv o , cu a si m e can ico . T od os los sig n o s tien en u n a p a rte v a c ia d e sen tid o, asem an tico , p u ra m e n te fo rm a l y a la ve z p u ra m e n te m a te ria l, m as alia d e to d a s ig n ific a d o n . Vac ia d o s a si d e se n tid o , lo s sig n o s actu a n e n u n n iv e l d e alm a c e n a m ien to e in te rca m b io p u ra m e n te o p erativo , q u e ya n o es u n n iv e l de sen tid o. Y p recisam en te a ese n ivel p u e d e su p o n erse u n su jeto de o p e ra c io n e s p u ra m e n te m e d iaticas q u e tra ta ra co n lo s sig n o s c o m o si fu e ra n co sas, s in a te n ­ d er a sus p o sib le s sig n ificad o s. 59

D e sem ejan te su jeto n o se p u e d e d e c ir n e ce sa ria m e n te q u e su s accion es su b m ed ia ticas v a y a n a c o m p a n a d a s d e u n a in te n c io n , a u n q u e esas a c c io n e s su y a s p u e d a n te n e r u n efecto a m e n a z a d o r o Salvad or en el espectad o r. L a m a y o ria de las te o ria s p o ste stru c tu ra lista s p re te n d e n , d esd e lu e g o , aten d er a ese n iv e l d e la p u ra m a te ria lid a d de lo s sig n o s y de la o p e ra tiv id a d te cn ica de la e c o n o m ia d e m ed io s. P ero, p o r reg ia g e n era l, esas te o ria s so lo te m a tiz a n lo s efecto s n e g a ­ tiv e s q u e d ich a m a te ria lid a d y o p e ra tiv id a d tie n e so b re la tra n sm isio n de la in fo rm a c io n . C a si d e u n m o d o a u to m a ­ t io n p a rte n d el su p u e sto d e q u e el su je to d e la e c o n o m ia de m e d io s es u n h a b la n te q u e tie n e c o m o o b je tiv o tr a n s ­ m i t s u n a n o ticia, u n sen tid o, u n a in te n c io n , u n a in fo r m a ­ c io n , y a d v ie rte n q u e , a c a u sa de la m a te r ia lid a d d e lo s sig n o s, ese su jeto n o estara en c o n d ic io n e s de a se g u ra r su in te n c io n en el acto de la c o m u n ic a c io n m e d ia tica . L a m a ­ te ria lid a d de lo s sig n o s y la o p e ra tiv id a d v a c ia de sen tid o de lo s m e d io s so n v a lo ra d a s s

61o co m o u n p e lig ro p a r a el s u ­

je to , c o m o u n a a m e n a z a p a r a la id e n tid a d d e l se n tid o de su m e n sa je . P ero la m a te ria lid a d d e lo s s ig n o s ta m b ie n p u ed e c o n sid e ra rse , a l c o n tra rio , c o m o u n a c o n d it io n de p o s ib ilid a d de u n a su b je tiv id a d d istin ta , n o o to r g a d o r a de sentido, q ue se m u eve en u n nivel pu ram en te m an ipuladoro p erativo , y q u e esco n d e sus p ro p ia s in ten cio n es - e n la m ed id a en q u e ten ga a lg u n a s - e n la o sc u rid a d su b m ed ia tica. L o s efectos de sen tid o , q u e c o n ello su rg e n so b re la su p erfic ie m e d ia tica , y q u e solo in d ire cta m e n te p u e d e n referirse a u n tra b a jo o cu lto d e m a n ip u la tio n , n o d eb en ser visto s,

60

p o r esa m ism a razo n , n ecesariam en te c o m o in ten cio n ad o s. M a s b ie n , se tra ta d e u n

collateral damage sem an tico ,

co m o

se p o d ria Ila m a r a esos efectos e n el len g u aje m ilitar actual. S e g u ra m e n te , el o b s e rv a d o r d e la s u p e rfic ie m e d ia tic a n o im a g in a ei espacio su b m ed iatico - e n el q u e su p o n e a l osc u ro su jeto d e la m a n ip u la c io n - co m o alg o co m p letam en te o p aco . A l fin y al c a b o , lo s sig n o s n o p u e d e n m o stra rse sino en u n m e d io id ead o esp ecialm en te p a ra ellos: en la le n g u a h ab la d a, e n la e sc ritu ra , en la p in tu ra , en u n a p e llc u la , et­ cetera. P o r co n sig u ien te, el o b se rva d o r p u e d e su p o n e r tam b ien q u e soportes m ed iaticos contienen las correspondien tes s u p e rfic ie s m e d ia tic a s: si so n lib ro s, lie n z o s, a p a ra to s de te le v isio n , o rd e n a d o re s, etcetera. Los so p o rte s m e d ia tic o s p r im a r io s estan in te g ra d o s, c o m o es s a b id o , en o tr o s s o ­ p o rte s m a s c o m p le jo s , c o m o g a le n a s d e arte, b ib lio te c a s, in sta la c io n e s d e te le v isio n o re d e s in fo rm a tic a s . A s u vez, lo s m u seo s, b ib lio tecas, o red es in fo rm a tic a s estan u n id o s a d iferen tes con textos in stitu cion ales, eco n o m ico s y p o litico s, q u e g e stio n a n co n ju n ta m e n te su fu n cio n a m ie n to , esto es, la eleccion , el alm acen am ien to , el p ro cesad o , la tra n sm isio n o el in tercam b io de sign os. D e e sa je ra rq u ia de so p o rtes m e­ d iatico s fo rm a n p a rte ig u a lm e n te in d iv id u o s q u e ta m b ie n so n so p o rte s d e sig n o s, asi c o m o c irc u lo s m as a m p lio s de p e rso n a s, c o m o p u e b lo s, clases, g ru p o s, cu ltu ras, etcetera, lo s cuales estan in te g ra d o s, a su vez, en p ro ce so s e c o n o m i­ co s, p o litic o s, etcetera, m as co m p le jo s, y q u e in clu y e n p ro ­ ceso s b io lo g ic o s, q u im ic o s y fisico s. P u e s lo s h o m b re s , las so cied ad es y lo s E stad o s se co m p o n en , c o m o es b ien sabido, 61

d e p ro to n e s, e lectro n es y o tra s p a rtic u la s elem en tales, d el m ism o m o d o q u e lo s o tro s so p o rte s de sig n o s. D e esta m a n e ra , lo s so p o rte s m e d ia tic o s c o n fig u r a n c o m p lic a d a s je r a r q u ia s

y

e stru c tu ra s de e n la c e : u n g ig a n te sc o y b ie n

a m u e b la d o e sp a cio s u b m e d ia tic o , q u e , p o r c ie rto , se en c u e n tra e stru c tu ra lm e n te fu e ra del a lc a n c e d e lo s o jo s de to d o a q u e l q u e q u ie ra se g u ir el m o v im ie n to de lo s sig n o s so b re la su p e rfic ie m ed iatica. E n este e sp a cio su b m e d ia tic o n o ju e g a u n p a p e l esp ec ia lm e n te im p o rta n te el se n tid o d e lo s sig n o s , ta l

y

com o

este se c o n flg u ra en la su p erficie m ed iatica: el tra b a ja d o r de u n m u se o sie m p re m a n e ja d el m ism o m o d o , en su p ra x is cotid iana, u n cu ad ro valioso, co n in d ep en d en cia de si lo que h a y en el es u n a h e rm o sa d a m a , u n a v a c a o u n a c o m b in a cid n a b stracta de co lo res y fo rm a s. L o im p o rta n te p a ra este tra b a ja d o r es, sobre to d o , la n a tu raleza m a te ria l d el c u a d ro , el estad o d e l lie n z o , la c o m p o s ic io n q u lm ic a de lo s c o lo ­ res, la tem p e ra tu ra , la h u m e d a d , las co n d ic io n e s d e lu z de la sala, etcetera. D el m ism o m o d o se o c u p a u n tecn ico del alm acen am ien to y tra n sm isio n d e lo s datos electron ico s, sin n ecesid ad d e p reg u n tarse acerca de lo q u e realm en te esta alm a c e n a n d o y tra n sm itie n d o . A u n g u san o o u n ra to n que estan co m ie n d o se lo , e l co n te n id o d e u n d e te rm in a d o lib ro im p o rta lo m ism o q u e a u n b ib lio te c a rio c u y a ta re a fu ese p ro te g e r lo s lib ro s d e ra to n e s y g u sa n o s. Y es fa c ilm e n te co m p ro b ab le q u e este n ivel p u ram en te o p e ra cio n a l del trato c o n lo s sig n os es d eterm in an te p a ra el d estin o de estos, pues an tes de q u e u n sig n o p u e d a te n e r en a b so lu to u n sig n ifi-

62

cado, debe p rim e ro presentarse m ed iaticam en te. Pero es ju s ta m e n te e n e ste n iv e l e le m e n ta l y tecn ico d e la p u ra o p e ra tiv id a d d o n d e se d e c id e so b re la p o s ib ilid a d de h a c e r p resen tes lo s sign os. A lg u n o s sig n o s, p o r e je m p lo , n o p u e d e n ser p re se n ta d o s e n u n m u se o p o rq u e s o n d e m a sia d o g ra n d e s - c o m o m o n ta n a s , p la n e ta s o e lefan tes v iv o s —, y o tro s p o rq u e so n d e m a sia d o p e q u e n o s, c o m o los v iru s . P o r esta ra z o n , so lo las c o p ia s de esas cosas p u e d e n ser lle v a d a s a u n m u seo p a r a ser gu ard ad as y expuestas. S i em p ezam o s a p e n sa r en cu an tas cosas n o p u e d e n ser in c o rp o ra d a s c o m o sig n o s en n u estro s a rch iv o s p o rq u e es im p o sib le p o r ra z o n es m e ra m e n te tecn icas, se e scu ch arian co n u n sen tim ien to b ie n d istin to las p ro testas p o r la cen su ra p o litic a y o tra s in ju stic ia s so c ia le s en el p ro c e so d e in c o r p o r a c io n a lo s arch ivos. F re n te a lo s m e d io s, so m o s p e rm a n e n te m e n te c o n s cientes de la esc o n d id a p resen cia d el esp acio su b m ed ia tico , p e ro - c o m o h em o s d ic h o - es e stru c tu ra lm e n te im p o sib le v e r ese esp a cio m ie n tra s estem os c o n te m p la n d o la su p e rficie m e d ia tica . E sto a rra stra sin rem ed io al esp e cta d o r m e d ia tic o a la so sp e c h a d e q u e, e n la o c u lta c io n del e sp a c io su b m ed iatico , se e n cu e n tra u n secreto m an ip u lad o r, el cu al, p o r m e d io d e la m a q u in a ria c o m p le ta d e lo s d istin to s so p o rte s y c a n a le s m e d ia tic o s , p r o d u c e u n a c a p a d e s ig n o s so b re la su p erficie m ed iatica q u e so lo tiene la fu n cio n d e seg u ir o c u ita n d o a ese m a n ip u la d o r. C o n fo r m e a esta id e a , la en tera re p re se n ta c io n d e lo s sig n o s es n ecesariam en te v iv id a p o r el esp ectad o r co m o fin gim ien to , m e n tir a y en g an o , 63

y ello c o n a b so lu ta in d e p e n d e n cia de q u e sig n ific a d o p u ed a n ten er Ios sig n o s p a rtic u la re s q u e c o n stitu y e n esa cap a d e sign os. Se h a v u e lto h a b itu a l d ecir q u e es so lo e l le n g u a je el q u e h a b la a traves del texto, y q u e h o y e l a u to r h a m u erto p o rq u e n o p u ed e c o n tro la r lo s in co n tab les sig n ific a d o s q u e p o d ria n ser a sig n ad o s a su p ro p io texto en la co m p le ta rep re s e n ta c io n d e l le n g u a je . P u e s b ie n , si es v e rd a d q u e u n lib ro p u e d e ten er u n n u m e ro in fin ito de n iveles d e sig n ifi­ cad o , lo cie rto es q u e , sin e m b a rg o , ese lib ro sig u e sien d o p a ra u n a ed ito rial u n p ro d u c to fin ito, p ro d u c id o a p a rtir de u n a d eterm in a d a c a n tid a d de p a p e l y co lo re s d e im p re sio n . Si el autor, co m o p ro d u c to r d e su sen tid o, esta m u erto , co n tin u a v iv o co m o p ro d u c to r d e u n ob jeto m a te ria l lla m a d o “ lib ro ” : c o m o p arte d el m aterial del q u e esta h ech o ese lib ro, p e ro so b re to d o c o m o el m a n ip u la d o r q u e p u e d e d irig ir de u n a u o tra m a n e ra su p ro d u cto . E l d iscu rso m e d ia tic o -te o ric o d o m in a n te en la actu alid ad a firm a , p o r su p u esto , q u e el ju e g o m e d ia tic o de lo s sig ­ n o s so lo tie n e lu g a r e n la s u p e rfic ie m e d ia tic a , y q u e p o r tanto son los p ro p io s signos lo s que se escon d en en ese juego, crean d o con ello la so sp e ch a d e q u e existe, b a jo ellos, u n esp a c io su b m e d ia tic o , o cu lto , “ o tr o ”, en el c u a i p u e d e d arse u n a secreta m a n ip u la c io n . L a te o ria d el flu ir es d e c id id a m en te a n ti-o n to lo g ic a : co n sid e ra lo in te rio r co m o u n a ilu sio n , y to d a s las su p o sic io n e s d e u n a m a n ip u la c io n secreta le parecen p ro y e cc io n e s de lo s p ro p io s m ie d o s d el espectad o r. Sin e m b a rg o , el h e c h o d e q u e el ju e g o d e sig n o s m ed iatico n o p u e d a ser p e n sa d o c o m o in fin ito se alza co n tra 64

esa teo ria y la hace in v e ro sim il, y a q u e la in fin itu d d el j uego d e lo s sig n o s con stitu ye el p resu p u esto c en tral de su valid ez. P ero lo im p o rta n te es, so b re to d o , que esa teo ria es so lo u n a d e las m u ch a s que h a n sid o cread as p a ra d eb ilitar la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a . Sin em b arg o , esa so sp ech a, p o r p r in c ip io , n o p u e d e d e b ilita rse , y a q u e el esp acio s u b m e d ia tico q u e se ab re e n ella es a b so lu ta m e n te in a cce sib le al esp e cta d o r d e la su p e rfic ie m ed iatica, al m e n o s d u ra n te el tie m p o d e la c o n te m p la cio n . P o r tan to, el e sp e c ta d o r m ediatico carece de m e d io s p a ra c o n firm a r o refu tar la so s p e ­ c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a y, a l m ism o tie m p o , ta m p o c o p u e d e e lim in a r, a p a r ta r o r e p r im ir la so sp e c h a , p u e s esta es co n stitu tiv a de la e x p e rie n c ia m e d ia tica en cu a n to tal. A s i p u es, to d a te o ria de lo s m e d io s q u e p reten d a se r tom a d a en se rio debe - s i q u iere resp o n d er a su p ro p io n o m b r e - p lan tear la p re g u n ta m e d ia tic o -o n to lo g ic a acerca d e la n a tu ra le z a d e l e sp a c io su b m ed i& tico , e ir asi m as a lld de la te o riz a c io n p o ste stru c tu ra lista , q u e p e rm a n e c e a n c la d a en la su p e rfic ie m ed iatica. Y h a y q u e d e c irlo o tra vez: aq u i n o p o d e m o s caer en la ten tacion de u n d iscu rso cientificista. D a d o q u e to d o s lo s so p o rtes m ed iatico s p u e d e n ser en ten d id o s co m o objetos d el m u n d o , a sim ple v is ta parece n o solo p o sib le, sin o in clu so n ecesario, d e scrib irlo s cien tfficam en te c o m o tales. T en em os la im p re sio n , so b re to d o ante s o p o rtes m e d ia tico s electron ico s c o m o televiso res y o rd en ad o res, d e q u e estos p u e d e n y d eb en ser d escritos so b re to d o co m o a p a ra to s t^ cn ico s. In c lu so c u a n d o el s o p o r te de sig n o s “ h o m b re ” se co n vierte en ob jeto de in vestigacio n , se a firm a 65

a m e n u d o q u e p u e d e se r d e sc rito y e x p lic a d o su fic ie n te m en te p o r la in v e stig a tio n d el cereb ro y las d em as cien cias n e u ro lo g ic a s. P ero lo t ie r to es q u e, en ese p la n te a m ie n to cien tificista, se p asa p o r alto q u e u n a d e s c rip tio n cie n tlfica n o p u e d e te n e r e x p e rie n c ia d e la fu n c io n d el s o p o rte del m e d io e n cu a n to tal, p u es d u ran te el tie m p o en q u e se esta e x a m in a n d o cien tificam en te la n atu raleza d e tales ap aratos, esto s y a n o a c tu a n c o m o so p o rte s m e d ia tic o s, sin o m e ra m e n te c o m o o b je to s d e esa in v e s tig a tio n . S o lo p o d e m o s an alizar cien tificam en te lo s so p o rtes m ed iatico s, in clu id o el h o m b re , p re c isa m e n te c u a n d o n o s irv e n e fe c tiv a m e n te c o m o p o r ta d o r e s d e sig n o s. N u e s tro c o n o c im ie n to d e la co m p o sicib n in te rn a d e lo s so p o rtes m ed iatico s, in clu id o el h o m b re , c u a n d o n o estan fu n tio n a n d o , so lo n o s p e rm ite s u p o n e r q ub a sp e cto te n d ra n e n su in te r io r d u ra n te el tie m p o en q u e si fu n c io n a n . A s i p u e s, y a l c o n tra rio , a q u i n o se trata sim p le m e n te de u n a s u p o s itio n , u n a en tre o tras m u ch as. Esta su p o sitio n parece especialm en te plau sible sblo p o rq u e tien e u n asp ecto , d e a lg u n m o d o , “ o b jetivo ”, a d ifere n cia de la so sp ech a, q u e es g en eralm en te ten id a p o r “ su b je tiv a ” P ero la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a n o es, en n in g u n caso , m e ra m e n te “ su b jetiva”, p u es n o su rg e so lo en la “ su b je tiv a ” im a g in a tio n del esp ectad or. M a s b ie n o cu rre q u e la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a es “ o b je tiv a ” en sen tid o fen o m en o lb g ico , p o rq u e aparece n ecesariam en te en to d a c o n ­ te m p la tio n d e la su p erficie m ed iatica. E n tan to espectadores m ed iatico s, resu lta, sim p le y lla n a m e n te , q u e n o estam o s en

66

c o n d ic io n d e v e r en lo s m e d io s o tra cosa q u e lugares e n los q u e h a y u n a o cu lta m a n ip u la c io n . D ad o q u e el esp acio in ­ terio r, su b m ed ia tico , n o s esta e stru c tu ra lm e n te o cu lto , n o p o d e m o s sin o so sp ech ar, p ro yectar, su p o n er. E l p ro b le m a m e d ia tic o -o n to lo g ic o - c o m o le o c u r r ia a n te s al p r o b le ­ m a o n t o lo g ic o - tien e su p ro p ia “ o b je tiv id a d ”, que se d ife re n cia de la o b je tiv id a d d e las cien cias. D a d o q u e la so sp e ch a (m e d ia tic o )o n to l6 g ic a n o p u e d e ser n i c o n firm a d a n i d e sm e n tid a d e u n a fo r m a cien tifica, o b je tiv a y d escrip tiva, esa so sp ech a c o n fig u ra su p ro p ia realid ad , y, d e acuerdo co n ella, su s p r o p io s c rite rio s de v e rd a d . L a v e rd a d d e la o n to lo g ia de lo s m ed io s n o es la v e rd a d de la d e sc rip c io n cie n tifica , sin o la verd ad d e la c o n fe sio n , fo rz o sa o v o lu n ta ria ; la d e la revelacio n de lo in terior, la d el m o m e n to re p e n tin o d e la sin c e rid a d : u n a v e rd a d q u e esp e r a m o s d e u n su je to so sp e c h o so , y no d e u n o b je to q u e p u e d a ser d escrito. C o m o espectad ores, n o b u sca m o s, e stad istic a m e n te , cierta s re g u la rid a d e s co n tra sta b le s, s in o u n estado de excep cio n , u n instante excep cio n al, p o r el q u e n os sea co n ced id a u n a m ira d a al in terior, a lo secreto, a lo o cu lto tras la su p e rfic ie m e d iatiea. E n ese in stan te, la cap a d e lo s sig n o s es v is ta co n c ie rta p e rsp e ctiv a , se c re a u n v a c io , u n in te rv a lo , y e n to n ces el e sp e c ta d o r c o n te m p la lo in te rio r, lo su b m e d ia tic o , y re c o n o c e su o c u lta v e rd a d . Esta v e rd a d se le revela d e l m is m o m o d o q u e se le re v e la la s u b je tiv id a d h u m a n a e n in stan tes en lo s q u e el h o m b re se revela, se m a n ifie sta , se v e o b lig a d o a en tregarse, en e l m o m e n to de u n a sin c e rid a d v o lu n ta ria , fo rz o sa o in co n scien te. E sa m o 67

m e n ta n e a v e rd a d d e la sin c e rid a d d esap arece, lo g icam en te, en el in stan te sigu ien te, p o rq u e el lu g a r v a d o e n se g u id a se m u e s tra , in e v ita b le m e n te , c o m o u n n u e v o sig n o , y p o r tan to , c o m o p a rte d e la h a b itu a l cap a d e sig n o s “ n o au ten tica”, q u e esco n d e el in te rio r del esp acio su b m ed ia tico . Pero ta m b ie n la v e rd a d d e l in sta n te es u n a v e rd a d , y se p u e d e d e c ir q u e to d o el arte - c o m o tan ta s o tra s co sas en n u e stra c u ltu r a - esta co m p u esto de

souvenirs q u e n o s recu erd an

de-

te rm in a d o s m o m e n to s de la co n te m p la cio n . S in d u d a , se p u e d e o b je ta r q u e se m e ja n te v e rd a d m o m e n ta n e a de la c o n te m p la c id n d el in te rio r n o es m a s que u n a m e ra ilu sio n su b je tiv a , q u e so lo su rg e en la “ c o n cie n cia” del espectad or. P ero la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a n o es sim p le m e n te u n “ sen tim ien to su b jetivo ” q u e en co n tra se su sitio so lo en la “ c o n c ie n c ia ” d el esp ectad o r. T a m ­ b ie n se p o d ria d e c ir lo m ism o d e la v e rd a d de la sin cerid ad m ed iatica, p u e s tam b ien ella fo r m a p a rte d e la e c o n o m ia de la so sp e ch a , y re p re se n ta u n a d e las fig u ra s en q u e se m an ifie sta esa so sp ech a. Pero, co n ello, ta m b ie n la v e rd a d de la co n tem p lacio n del in terio r ad q u iere su p ro p ia “ o b jetivid ad ”, q u e n o p u ed e ser c o n firm a d a n i re fu ta d a d esd e u n p u n to de v ista cien tifico. A sl, p o r e je m p lo , es id io sin cra tic a de n u e s ­ tra c u ltu ra esa o p in io n g e n e ra lm e n te e x te n d id a , seg u n la cu a l el c aracter h u m a n o - e l in te rio r o cu lto d el h o m b r e - se m u e s tr a d e u n m o d o m a s c la ro en situ a c io n e s e x tre m a s, en la g u erra , en m e d io d e esfu erzo s excep cio n a les, n o cotid ian o s. P ero ese co n v e n cim ie n to es a b so lu ta m e n te “ acien tific o ” p o rq u e n o es p o sib le d ed u cir, a p a rtir de lo v isto en con d icion es extrem as, co m o fu n cio n a h ab itualm en te la “ n a-

68

tu ra le z a h u m a n a ”. S in e m b a rg o , la c u ltu r a n o p u e d e ren u n c ia r a ta le s v is io n e s d el in te rio r en c o n d ic io n e s extrem as, pu es estas fo rm a n p arte de la e co n o m ia de la so spech a, d e u n a so sp e ch a q u e la c u ltu ra n e cesariam en te a b rig a c o n ­ tra el h o m b re . Y sin e m b a rg o , la c u ltu ra a b rig a la m is m a so sp e c h a en rela cio n a to d o s los d em a s so p o rtes de sig n o s. La v e rd a d del estad o de e x c e p tio n , del caso e x tra o rd in a rio , que n o s tra n s­ m ite la im p re sio n d e q u e h em o s e x p e rim e n ta d o de p ro n to el asp ecto in te rio r de las cosas, n o pu ed e n egarse n i relativ iz a rse m ie n tra s la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a d e fm a n u estra p e rc e p tio n d e la su p erficie m ed iatica. El esp ectad o r d e l m u n d o n o p u ed e, asl, c o n fo rm a rse m eram en te c o n re­ g istra r los sig n o s en la su p e rfic ie d el m u n d o : m as b ie n , esp e ra q u e el m u n d o le h a g a fin a lm e n te u n a c o n fe sio n . E sa e sp e ra c o n fig u ra el in te rio r d el m u n d o c o m o “ su je to ” N o se trata, p u e s, de q u e el m u n d o e n su in te rio r “ re a lm en te se a ” u n su je to , sin o sim p le m e n te de q u e n o s o tro s so sp e c h a m o s d el m u n d o c o m o solo so sp e c h a m o s de un su jeto . T an to la fig u ra del esp ectad o r d el m ed io y d e l m u n d o co m o la d e l su je to su b m e d ia tic o , d e la s q u e e sta m o s h a b la n d o aq u i, son, p u e s, fu n cio n e s d en tro d e la e c o n o m ia de la so s­ p ech a, y solo estan d efin id as co m o tales fun cion es. M a s tarde h a b la re m o s d e c o m o fu n c io n a la e c o n o m ia de se m e j an te s o s p e c h a “ o b je tiv a ” P o r a h o ra , d e b e m o s a n a liz a r m a s de cerca el re p ro ch e de “ ilu sio n su b jetiva” q u e siem p re se lan za c o n tr a la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , p a r a q u e p o d a m o s c a racterizar m e jo r la n a tu raleza de la sospech a.

69

La

s o s p e c h a m e d i At i c o

- o n t o l o g ic a

y l a d u d a f il o s C f i c a

N atu ra lm en te, n o es n u eva la sospech a d e que, tras la su p e rfic ie v isib le y e x p erien ciab le d el m u n d o , se esco n d e algo q u e se escap a a la o b se rv a cio n y c o m p re n sio n del h o m b re , y q u e p o d ria ser a m e n a z a d o r p a r a el. M a s b ien , es a s o s p e ­ c h a o n to lo g ic a h a d e te rm in a d o la h isto ria en tera d el p e n sa m ien to filo s o fic o d e O ccid en te. Esen cia, su stan cia, D io s, p o d e r, m a te ria o ser, so n solo a lg u n o s de lo s m u ch o s n o m b re s d e eso o tro o cu lto q u e la so sp e c h a o n to lo g ic a h a sup u e sto en el in te rio r d el m u n d o . A l m en os d esd e P la to n , la filo so fia h a in ten tad o u n a y o tra ve z id e n tifica r y n o m b ra r eso O culto, p a r a acallar el m ied o q u e nos p ro vo ca . P ero es p re c isa m e n te p o r e so p o r lo q u e la so sp e c h a es, e fe c tiv a m e n te , so sp e c h a : p o r q u e su o b je to n o p u e d e ser id e n tificad o , sino so lo supu esto. Y de este m o d o , la sospecha, c o m o d ijim o s , n o p u e d e ser n i c o n firm a d a ni a n u la d a . P o r esta ra z o n , la filo so fia , al co m ien zo d e la m o d e rn id a d y g ra c ia s a D escartes, lleg o a la c o n c lu sio n d e que la so sp ech a o n t o ­ lo g ic a n o p o d ia estar “ e n el m u n d o ”, sin o s6 lo "en el esp ecta d o r” E sta in terp reta cio n d e la so sp ech a, al m is m o tiem p o , fue e n te n d id a p o r D e sc a rte s - a r b it r a r ia m e n t e - co m o u n a le71

g itim acio n del espectador del m u n d o p a ra ejercer este la sosp e c h a o n to lo g ic a al m o d o de la “ d u d a ” s u b je tiv a g n o se o lo g ic a . C o n ello, el e sp e c ta d o r d el m u n d o a d q u ir io la p o testad de d e c id ir lib re m e n te el tie m p o d e la so sp ech a. E l filo s o fo c a rte sia n o esta a u to riz a d o a d e c id ir lib re m e n te cu a n d o co m ie n z a el tra b a jo de la d u d a y cu a n d o d isp o n e de e v id e n cia s lo su ficien tem en te claras y d istin ta s p a ra fin alizar ese tra b a jo , P ara D escartes, la so sp ech a o n to lo g ic a y a n o tien e fu e rz a p a ra alca n za r el a lm a d el esp e cta d o r sin su v o lu n tad , sin su acep tacio n v o lu n ta ria . P o r m e d io d e la tra n s ­ fo r m a t io n d e la so sp e c h a o n to lo g ic a en d u d a filo s o fic a y g n o se o lo g ic a , el m ie d o del e sp e c ta d o r resp ecto a su p ro p io d estin o se ve elim in a d o , u n m ie d o q u e p re cisa m e n te o to rg a b a to d a su d u re z a a la so sp e c h a o n to ld g ic a . S in esa d i­ m e n sio n d el m ied o , la d u d a realm en te p u e d e ser facilm en te a d m in is tr a d a , y si h ic ie r a fa lta , e lim in a d a . E sta p o te sta d so b re el p rin c ip io y e l fin d e la so sp e ch a d ife re n c ia el p e n sa m ie n to p o stc a rte sia n o , c ie n tific o , d e l p e n sa m ie n to p re c a rte sia n o , d e te rm in a d o p o r la re lig io n , el c u a l e sta b a exp u esto a u n a so sp e ch a a u n m&s cru el: la so sp e c h a d e q u e a l p e n sa d o r le esp era, c o m o re su lta d o d e su p en sar, el p a ra lso o el in fie rn o . E l esp e cta d o r q u e p ie n sa cien tificam en te d u d a, in vestiga, y lle g a de ese m o d o a d e te rm in a d o s co n o cim ien tos. P ero entonces, esos co n o cim ien to s so n s

61o “ sus”

c o n o c im ie n to s, p o rq u e el p u e d e d e c id ir c u a n d o co m ien za su d u d a y cu a n d o te rm in a . Si, p o r el c o n tra rio , la so sp ech a ap arece p o r si m ism a - d e l m ism o m o d o q u e se p u e d e sen tir m ied o in v o lu n ta ria m e n te en u n a calle o s c u r a - , en to n ces 72

to d o s lo s c o n o c im ie n to s q ue resu lten de a h i ten d ran m en o s valo r. E n ese caso, en lu g a r de d e c ir “a h o ra h e lleg ad o a evid en cias cien tificas c la ra s”, so lo se pu ed e d ecir: “ a h o ra estoy algo m as tran q u ilo , p u es la calle y a n o m e parece tan o sc u ra ”. L a p re g u n ta de h a sta qu6 p u n to se p u e d e a d m in is tra r la p ro p ia d u d a , es, p o r tan to, la p re g u n ta d ecisiva d e tod a teo ria del c o n o cim ien to , y tam b ien de to d a teoria de lo s m ed io s. E n este sen tid o, sig u e p e n sa n d o cartesian am en te tod o a q u e l q u e, a u n q u e y a n o crea q u e su d u d a p u e d a fin a liz a r p o r u n a e v id e n c ia c la ra , sig u e sin e m b a rg o c re y e n d o que p u e d e d isp o n e r el c o m ie n z o d e esa d u d a, q u e p u e d e decid irse a dudar, y n o q u e sea la d u d a la que le sobrevien e, co m o el m ied o . Y es q u e la d u d a q u e n o s so b re vie n e no es y a u n a d u d a g n o se o lo g ic a , sin o m as b ie n la so sp e c h a p a ra n o ic a , in evitab le, o n to lo g ica, co n la q u e n o p o d e m o s acabar. E l su ­ je to de esta so sp e ch a y a n o es el esp ectad o r, sin o el esp a cio o c u lto su b m e d ia tic o , el cu a l e m ite u n a o s c u ra a m e n a z a y m ie d o a traves de la su p erficie m ed iatica d el m u n d o . L a so s­ p e c h a es - s i se q u ie r e - su b je tiv a , p ero su su jeto es e l in te­ r io r del e sp a c io s u b m e d ia tic o , q u e se e n c u e n tra b ajo so sp ech a. E l espectad or, p o r el co n tra rio , n o es un su je to de la so sp ech a, sin o so lo su v lc tim a , su objeto. K ie rk e g a a rd fue el p r im e r filo s o fo re le v a n te d e sd e D e sc a rte s - y q u iz a el u n ic o - q u e d e sc rib io la d u d a c o m o u n estad o que ap arece p o r si m is m o , q u e a p re sa al h o m b re c o n tra su v o lu n ta d y lo lle n a d e “ te m o r y te m b lo r” D e sd e lu e g o , K ie rk e g a a rd sig u e tra ta n d o de c o n se rv a r la lib e rta d de ced er a la d u d a o d e h u ir d e e lla “ esteticam ente” : e n la m e d id a en que el h ero e 73

k ie rk e g a a rd ia n o , an tiq u e sea

a posteriori, elige

la d u d a y se

entrega a ella, convierte otra vez la d u d a en p ro p ia. P o r tanto, tam p o co K ie rk e g a a rd qu iere re n u n c ia r del to d o al d o m in io d e la so sp e ch a o n to lo g ic a alca n za d o d esd e D e sc a rte s.1 D e sd e lu e g o , si el o b s e r v a d o r c a rte sia n o d e l m u n d o p u e d e a d m in istra r e fe c tiv a m e n te su so sp e c h a o n to lo g ic a , ello solo es asf p o r u n a ra z o n te o lo g ic a co n creta. P a ra D e s­ cartes, el h o m b re so lo p u ed e ver lo q u e se le m u estra, y co m o es sabido, fo rm a p arte d el p resu pu esto fu n d am en tal del p en sam ien to cartesiano la con viccio n teoldgica de que es el buen D io s , y n o e l

matin genie,

el q u e n o s m u e s tra el m u n d o y

el q u e n o n o s quiere con d u cir al error. Sin d u d a, n o h a y n ad a q u e o b je ta r a esta su p o sic io n cartesian a. S i la so sp ech a o n ­ to lo gica in tu ye al sujeto en el espacio oscuro, p eligro so , am en a z a d o r, tra s la su p e rfic ie d e l m u n d o , esto n o s ig n ific a n e ce sa ria m e n te q u e ese su jeto m ism o d e b a ser m a lo , d ia b d lic o , o scu ro : p u e d e se r p e rfectam en te d iv in o , lu m in o so , y v e rd a d e ro . P ero n o lo sa b e m o s, y p o r ta n to so lo p o d e m o s c o n fia r e n q u e u n a re v e la c io n d e ese su jeto n o s m u estre su v e rd a d e ra n atu raleza. E n la m e d id a e n q u e D escartes p o s tu la el su je to o c u lto de la o n to lo g ia c o m o D io s v e r d a ­ dero, d esp o ja n atu ralm en te a la so sp ech a o n to lo g ica de to d a su d u reza y la tra n sfo rm a en d u d a filo so flc a , g n o seo lo g ica.

1 Soren Kierkegaard, Abschliefknde unwissentschaftliche Nachschrift, I. Teii, Eugen Diederichs, Munich, 1957, pags. 200 y s. Hay edicion en espanol: Soren Kierkegaard, “Apostillas conclusivas no cientificas”, en Obras y papeles de Seren Kierkegaard, traduccidn de D. G. Rivero, 1 1 vols., Guadarrama, Madrid, 19611975. 74

C a si to d a la filo so fia d e la era postcartesian a - d e K an t a H u s­ serl, p a sa n d o p o r H e g e l- ha in te n ta d o lib e ra rn o s d e la h ip o te sis d el su je to e x tra n o , o c u lto - a l cu a l n o s re m itim o s, p o rq u e es el q u ie n n o s m u estra to d o a q u e llo q u e p o d e m o s v e r - , p a ra a lca n z a r u n a e v id e n c ia c o m p le ta de las p ro p ia s re p re se n ta cio n e s y d el p ro p io p en sa m ie n to . Pero la so sp ec h a de q u e la s cosas en su in te rio r so n d istin ta s a c o m o se n o s m u e stra n n o h a p o d id o ser d e fin itiv a m e n te e lim in ad a, n i siq u ie ra c u a n d o fu e tem atiz ad a p o r aq u e llo s au to re s de la m o d e rn id a d , co m o M a rx , F reu d o N ietzsche, que h a n perm a n e cid o m a s b ien a l m a rg e n d e la c o rrie n te p rin c ip a l de la filo s o fia a cad em ica. P a ra M a r x , el in te rio r del m u n d o so cial se revela c o m o el d e las fu e rz a s y re la cio n e s e co n o m ica s o cu ltas q u e d eterm in a n d esd e d en tro la realid ad d e la v id a h u m a n a , p ero que h a b itu a lm e n te se m u estra n a la c o n c ie n c ia h u m a n a d e un m o d o d e sflg u ra d o , “ in au ten tico ”, in sin cero . P ara F re u d , el in te rio r se m a n ifie sta c o m o in co n scien te lib id in o so q u e esco n d e su v e rd a d e ra n atu raleza y d in am ica d etras de su s sinto m a s extern o s. Y p a r a N ietzsch e, la v o lu n ta d de p o d e r se m a n ifie sta c o m o in te rio r del m u n d o , la c u a l, p ara a lca n z a r su s o b je tiv o s v ita le srn e c e sa ria m e n te o p e ra co n m e n tira s e ilu sio n e s q u e p o r c o n sig u ie n te o c u p a n c o m p le ta m e n te la su p e rfic ie d e la co n c ie n cia . E n to d o s esto s au tores, la sosp e c h a o n t o lo g ic a ju e g a u n p a p e l c e n tra l: c o n fo r m e a sus p la n te a m ie n to s , la s c o sa s se p re se n ta n a l e s p e c ta d o r del m u n d o n e ce sa ria m e n te co m o falsas. S o lo e n co n ta d a s excep cion es - c o m o en las revo lu cio n es sociales, los su e n o s del 75

n e u ro tico o u n arre b a to de v o lu n ta d de la b e stia r u b ia - se m a n ifie sta el in te rio r del m u n d o tal y c o m o es e n v e rd a d , y co n ello c o n firm a , ad em as, la so sp ech a in icial. P o r supuesto, n in g u n o de esos au to res p lan tea la p re g u n ta d e p o r q u e la re v e la c io n q u e e x p e rim e n ta ro n fu e c a p a z d e crear, tan to e n ellos c o m o en o tro s, u n in e lu d ib le efecto de sin cerid ad . E n lu g a r de esto, p o stu la n sim p le m e n te la “ v e rd a d ” d e sus en senanzas, en lo cu a l m an tien en u n sen tid o ab so lu tam en te h ab itu a l, cien tifico, d e “ v e rd a d ”. C o n ello, la v e rd a d d e la re ­ v e la c io n y el efecto d e la sin c e rid a d m e d ia tic a , q u e ju e g a n u n p a p e l cen tral en esas en sen an zas, fu e ro n co m p letam en te ig n o rad o s, y presen tad os co m o evid en cias n aturalistas, cientific a s. A s i, su rg id la im p re s io n d e q u e el e sp a c io su b m e d ia tic o p u e d e ser d e sc rito d e u n m o d o ta n “ o b je tiv o ” y cien tifico c o m o la su p e rfic ie m e d ia tica . C la ro esta q u e la so sp ech a o n to lo g ic a se v e ria a g u d izad a m a s tard e p o r H e id e g g e r: a h o ra se d ice c la ra m e n te q u e el ser, q u e n o s m u e stra al en te en su to ta lid a d , n o p u e d e ser c o n o c id o o b je tiv a , c ie n tific a m e n te , sin o q u e p e rm a n e c e o cu lto tras la im ag en d el ente p o r m e d io d e la d iferen cia o n ­ to lo g ica. Pero el ser h e id e g g e ria n o ta m p o c o p u e d e su p e ra r - c o m o reco n o ce el p ro p io H e id e g g e r- su o rig e n en la “ ph ys is”. E l a u to -o c u lta m ie n to d el se r es d e sc rito p o r H e id e g ­ ger com o u n p roceso casi fisico q u e p ro v o ca en el espectad or la ilu sio n d e q u e tras la su p e rfic ie d el m u n d o p o sib lem en te se o cu lta u n sujeto. E l en tero p e n sa m ie n to d e la d iferen cia o n to lo g ic a se d irig e p re cisa m e n te c o n tra sem ejan te s o sp e ­ c h a o n to -te o -lo g ic a . D e sca rte s h a c o n v e rtid o la d u d a filo 76

so fic a en fu n d a m e n to de la e xisten cia h u m a n a : el “ p ie n so , lu e g o existo ” ca rte sia n o sig n ifica, en el co n texto de la filo s o fia c a rte s ia n a , en re a lid a d “ d u d o , lu e g o e x isto ”. A h o r a , H eid eg g er e x p lic a la so sp e ch a o n to lo g ic a y la d u d a filo s d fic a m is m a q u e se d e r iv a n de a q u e lla c o m o efectos d e u n p ro ceso cu a si-fisico d el au to -o cu ltam ien to d el ser, en el cual esta in c lu id o el h o m b re en la m e d id a en q u e tam b ien el esta “ en el m u n d o ”. C o n ello , la so sp ech a o n to lo g ic a es p u e sta a su vez b ajo so sp ech a, y e n co n crete b a jo la so sp ech a d e q u e ella m ism a q u iz a sea u n m e ro efecto de u n p ro ceso c u a si-fisic o “ e n el o b je to ” d e la so sp ech a. H eid eg g er se o p o n e a la su p o sic io n tra d ic io n a l d e q u e el o b se rv a d o r d el m u n d o pu ed a c o n tro la r su p ro p ia so sp ech a, y q u iere m o stra r q u e esta n o tien e su fu n d a m e n to en la s u b je tiv id a d d el esp ectad o r, s in o en el a u to - o c u lta m ie n to d el ser. A s i, se te n d ria la im p re s io n de q u e la so sp ech a o n to lo g ic a h a sid o d e fin itivam en te an u la d a p o r H e id eg g er: en lu g a r de sen tirse o b lig a d o a re s p o n ­ d er la p re g u n ta de q u e o q u ien se escon d e tra s la su p erfi.d e d e l m u n d o , e l filo s o fo p u e d e c o n fo r m a r s e a h o ra c o n d em o stra r la in g e n u id a d d e la p re g u n ta o n to lo g ic a m is m a , y ello p re c isa m e n te p o rq u e esa p re g u n ta , a l m ism o tie m p o , es re co n o cid a co m o n ecesaria e in elu d ible. L a estrategia heid e g g e ria n a d e ex p lica r la so sp ech a o n to lo g ic a com o efecto d e u n a u to -o c u lta m ie n to del ser fu e d esarro llad a , c o m o es sab id o , p o r las teorias p o stestru ctu ralistas d e la p ro d u c c io n in fin ita d el sen tid o. Y es que la p re g u n ta p o r el se n tid o de lo s sig n o s h a sid o tra ta d a co n e l a rg u m e n to de q u e , p o r 77

m e d io d el m o v im ie n to de la s ig n ific a c io n , el re fe re n te se v u e lv e ta n accesible c o m o o cu lto : este, en la m e d id a en q u e sen ala u n sign o, d esp laza y o cu lta lo sig n ifican te a traves d el m ism o acto de sig n ific a c io n co n q u e se refiere a lo sig n ificad o. Y d ad o q u e, p o r su p arte, to d o s lo s referen tes so n en u ltim o te rm in o sign os, se trata co n secu en tem en te d el au to o c u lta m ie n to p o te n c ia lm e n te in fin ito de u n ju e g o d e sig ­ n o s. A su vez, este a u to -o c u lta m ie n to d el ju e g o d e sig n o s p ro v o c a en el esp e cta d o r la ilu sio n de q u e h a y u n “ in te rio r”, u n a ilu sio n d e la cu a l el e sp e c ta d o r d eb e lib e ra rs e d e scu b rie n d o el caracter ilu so rio d e su p ro p ia so sp ech a. E l p ro b le m a fu n d a m e n ta l d e esta d e c o n stru c c io n d e la so sp ech a o n to lo g ic a n o ra d ic a p rin c ip a lm e n te en q u e c o n ­ tin u e s ir v ie n d o a la re tb ric a tr a d ic io n a l d e la ra z o n , sin o e n q u e la so sp e c h a q u e p re te n d e e lim in a r se p re p a r a p a r a esa e lim in a c io n , y c o n ello se la lim ita b a sta n te . Y es q u e u n p ro ce so de a u to -o c u lta m ie n to casi m a te ria l, q u e se d esp lie g a a u to m a tic a m e n te , n o p r o v o c a en el e s p e c ta d o r u n m ie d o in ten so , n i el se n tim ie n to de u n a a m en aza d irig id a e sp ecificam en te c o n tra el, y c o n ello n o d a al esp e cta d o r la o p o r tu n id a d d e p ro testar, d e q u e ja rs e y acu sar, d e s o p o rtar su resp o n sab ilid ad y de luchar. L o o n to lo gico resu lta desp o litiz a d o en la m e d id a en q u e resu lta d esu b jetivizad o . La p o litic a sigu e sien d o p o sib le , p e ro so lo en tan to p o lltic a de la d ife re n c ia c io n e n tre lo s sig n o s so b re la s u p e rfic ie m e d iatica. U n a p o litic a o n to lo g ic a , in clu so u n a m e d ia tic o -o n to lo gica, resulta, p o r el co n trario , im p en sab le. N o se p u e d e n h a c e r o b je cio n e s c o n tra el a u to -o c u lta d o r ju e g o d e sign o s, 78

p u e s a n in g u n su je to p u e d e re sp o n sa b iliz a rse del m is m o . A s i, u n a e stra te g ia d isc u rsiv a p o st-h e id e g g e ria n a , p o ste stru c tu ra lista , q u iz a p u e d a e lim in a r - s i a c a s o - la d u d a g n o s e o lo g ic a c a rte sia n a . P e ro esta e stra te g ia n o e lim in a u n a so sp ech a o n to -te o -lo g ic a q u e v a m u ch o m a s lejo s, p o rq u e se tra ta d e u n a so sp ech a que n o se fu n d a e n la lo g ic a d e la p ro d u c c io n d el sen tid o, sin o en la m a n ip u la c io n o cu lta y en la a m e n a z a . L a so sp e c h a o n to lo g ic a , en s u m a n ife sta c io n o rig in aria , teolo gica, p resu p o n e el m ied o d el espectad o r p o r su c u e rp o y su v id a , al ig u a l q u e la p re o c u p a c io n p o r la salv a c io n de su alm a tras la m u erte, y n o m eram en te u n a d u d a u n ic a m e n te te o ric a en to rn o a la v e rd a d d e esta o a q u e lla a firm a c io n so b re el sen tid o del ser. Y m as a m i: si to d o s lo s sig n os so n ig u a lm en te d u d o so s p o rq u e fo r m a n p a rte e n ig u a l m e d id a d el ju e g o de sig n o s del au to-o cu ltam ien to , entonces el filosofo recu p era su c o n ­ tro l so b re la d u d a. E n cu a n to o b se rv a d o r d el ju eg o d e sig ­ n o s in fin ito , e l filo s o fo p o d r ia in ic ia r su d u d a c o n ig u a l d erech o en ca d a sign o y en cu a lq u ie r m o m e n ta , con in d e p e n d e n c ia d e la ra z o n p o r la q u e le p arez ca o p o rtu n o h ac e rlo . D e este m o d o , la d u d a d e la d u d a p u e d e in c lu s o tra n sfo rm a rse facilm en te, y a q u e pu ed e in icia rse con ig u a l e fe c tiv id a d e n to d as las circu n stan cias p o sib les. Sem ejan te estrategia de la d u d a fle x ib le esta esp ecialm en te p resen te en el d iscu rso ac a d e m ic o d e la d e co n stru ccio n . E n cad a sig n o tra ta d o p o r el d iscu rso d e la d e c o n stru c c io n - y se tra ta y a d e m u c h o s - el gesto d el te o ric o se red u ce e n lo e se n c ia l a p e rm a n e c e r a n te ese sig n o en u n estad o d e in fm ita d e s o 79

r ie n ta c io n , in se g u rid a d , p r o v is io n a lid a d y e n s im is m a m ien to. C o n elio, el d iscu rso de la d e co n stru ctio n rem a to d o el tie m p o c o n tra la c o rrie n te d el le n g u a je , e l c u a l lo lle v a p e rm a n e n te m e n te h a c ia d elan te, h a c ia la s u p e ra c io n de la d u d a , h a c ia la re v e la tio n de lo o cu lto. Este re m a r re to rico c o n tra la co rrie n te d e l le n g u a je , a s! c o m o lo s esfu erzo s casi so b re h u m a n o s q u e rea liz a el d iscu rso de la d e c o n stru c cid n p a ra n o avan zar, es lo q u e le con ced e, a lo s o jo s d el lector, su e x tra o rd in a rio esp len d or, ab so lu tam en te m erecid o . Sin em b argo, al m ism o tie m p o lla m a la aten cio n q u e este d iscu rso p e rm an ezca en tm a to tal d e so rie n ta cio n ju sto an te aq u e llo s sig n o s esp ecialm en te en b o g a en el a m b ito c u ltu ­ ral y acad em ico actu al. D e este m o d o , se tie n e la im p re sio n de estar tra ta n d o co n u n a in stalacio n a rtistica q u e fu e ra Ilev a d a de a q u i p a ra alia y a m o ld a d a a las c o n d ic io n e s locales d e c a d a caso , d e fo r m a q u e es a h i d o n d e re c ib e su a u te n tico atractivo, de m a n o de su in alterab ilid ad . Se trata de u n a c u rio s a in m o v ilid a d e n el flu jo . T a n p ro n to c o m o el te o rico se ve con fro n tad o co n u n signo, alcanza u n estado cuasicatalep tico de m a n o de la sigu iente p reg u n ta: la p reg u n ta de si aq u e llo q u e ve, a la vez q u e o cu lta , h ace accesible lo real e sc o n d id o (o lo ra d ic a lm e n te o tro ), y/o si n o h a ce n i u n a co sa n i la otra. Y es q u e este te o rico c o n sid e ra in g en u o m o verse d el lu g a r y d esp lazarse a o tro m ie n tra s esta c u e stio n n o sea p r o v is io n a lm e n te a c la ra d a . N o o b s ta n te , ta m b ie n es sa b id o en tretan to q u e esta p ro v is io n a lid a d h a d e d u ra r etern am en te, p o rq u e se trata d e u n a p re g u n ta q u e n o p u ed e ser resp o n d id a en m o d o algu n o, p re tisa m e n te p o rq u e se re80

h ere a lo in d isp o n ib le, es decir, al au to-ocu ltam ien to del len g u aje q u e co n d u ce, d esd e den tro, el d e sa rro llo de esta p re g u n ta . A s i, h o y se c e le b ra u n d isc u rso q u e p e rm a n e c e sie m p re id e n tico en lo esen cial, y q u e al m is m o tie m p o se revela c o m o ilim ita d a m e n te m o d ific a b le y c o m o algo a lo q u e u n o p u e d e a p u n ta rse . D ad o q u e este d iscu rso es a p licab le ig u a lm e n te a to d o lo sen sib le y a u d ib le , pu ed e escen ific a rs e c o n ig u a l e x ito en to d o lu g a r y c o n c u a lq u ie r m o tiv o . Y d ad o q u e es in fm ito , p u e d e co m en zarse o fin a lizarse e n c u a lq u ie r p u n to . P ero a l m is m o tie m p o , ese d is ­ cu rso es p ro fu n d a m e n te serio . L a friv o lid a d le es ajen a. E l h o m b re de la d e c o n stru c cio n es u n v is io n a rio que p e r m a ­ n ece se n ta d o an te la o c u lta d o ra p a re d de lo s sig n o s c o m o ante u n m u ro d e las lam en tacio n es, ag u ard an d o , esp era n d o y llo ra n d o . Y sie m p re q u e p asa a lg u ie n a su la d o p a ra o b se rv a rlo , el e sta se n ta d o e n la m is m a p o s ic io n . fiste es el m o d o c o m o el p e n sa m ie n to de la d e c o n stru c cio n hace flu ir to d o s lo s sign os. P ero m ien tras q u e to d o s lo s d em as h o m bres flu yen , el h o m b re de la d eco n stru ccio n n o lo hace, p o r q u e p u ed e co m e n z a r y acab ar su tra b a jo d eco n stru ccio n ista en cu a lq u ie r lu g a r del rio y en cu a lq u ie r m o m en to . A l m ism o tie m p o , £ s a in m o v ilid a d de su p o sic io n sig n ifica, sin em b arg o, q u e el h o m b re d e la d eco n stru ccio n esta sie m p re so m e tid o a la d u d a , p ero sin sen tirse g rav em en te am en azad o p o r n in g u n a sospech a. Y es que, cu a n d o a u n o le so b re v ie n e la so sp ech a en lu g a r d e la d u d a, lo s sign os c o m ie n z a n a sep a rarse m tid am en te en tre si se g u n la in ten sid ad d e la so sp ech a q u e p ro v o ca n . L a d u d a a c tu a igualando,81

la so sp ech a, je ra rq u iz a n d o . E n el caso d e la so sp ech a, n o se trata de u n a b u sq u e d a del sen tid o d e lo s sig n o s, u n sen tid o q u e - c o m o y a s a b e m o s - lo s sig n o s p o se e n ta n rap id am en te c o m o p ie rd e n . L a so sp e c h a q u e p ro c e d e d e l e sp a c io su b m e d ia tic o n o se re p a rte h o m o g e n e a m e n te p o r la su p e rficie m ed iatica, sino q u e se co n cen tra en d eterm in a d o s sign os q u e p arecen m a s a m en azad o res q u e o tro s. C o n ello, lo s sig ­ n o s n o c a m b ia n n i su fo rm a n i su sen tid o , p e ro to m a n u n a u ra am en azan te o tra n q u iliz a d o ra , y ello n o p o r el m o v im ie n to de la sig n ific a tio n o de la d iferen cia, sin o so lo p o r su m o v im ie n to fisico , e sp a cio -te m p o ra l, y p o r su re u b icaci6 n en la su p e rfic ie m ed iatica; u n m o v im ie n to y u n a reu b ic a c io n q u e so n re a liz a d o s p o r la in flu e n c ia d e lo s m e c a n ism o s su b m e d ia tico s de tra n sm isio n , p o r lo s cuales lo s sig n os so n lle v a d o s d e tm co n texto a otro .

82

F e n o m e n o l o g ia

d e l a s in c e r id a d m e d i At ic a

L a v e rd a d d e lo su b m ed ia tico , lo in terio r, lo o cu lto so lo p u e d e m a n ife sta rse en el fe n o m e n o de la sin ce rid a d , d e la c o n fe sio n , d e la a u to rre v e la c io n ; so lo p u e d e m a n ife sta rse c o m o v is io n a traves d e la cap a d e sig n os q u e cubre la su p e rficie m e d ia tica . Y d e esta fo rm a , la p re g u n ta p o r c o m o reco n o cem o s fen o m en o ld g icam en te la sin cerid ad de lo o tro - e s d ecir, la p re g u n ta p o r cu a n d o y p o r q u e creem o s q u e el o tro es a q u i y a h o ra s in c e r o - es d e u n a im p o rta n c ia c a p i­ tal p a ra to d a in vestig acio n de la p re g u n ta p o r la v e rd a d de lo su b m e d ia tico . So lo lo s aco n tecim ien to s q u e tienen lu g a r en la su p e rfic ie m e d ia tic a p u ed en ser d escrito s de u n m o d o cien tifico . A s i p u es, el su jeto su b m ed ia tico n o es un o b je to de co n o c im ie n to , sin o d e sospech a y m ied o . C o m o tal, d eb e m a n ife sta rse el m ism o p a ra c o n firm a r la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a y, al m ism o tie m p o , su p rim irla . En el m o m e n to de la c o n fe sio n sin ce ra se c o n firm a n los te m o re s y sospech as del esp ectad o r m edi&tico, p o rq u e este pu ed e estar a b so lu ta m e n te c o n ven cid o , en ese m o m e n to , de q ue estab a b ie n fu n d a d a su so sp e ch a de q u e el asp ecto in terio r d e las c o sa s es d istin to a c o m o se n o s a p a re ce n e n la s u p e rfic ie . P ero, p o r o tra p arte, la m ira d a al in te rio r d e las cosas p r o ­ v e ca en el e sp e c ta d o r co n fia n z a, esto es, el se n tim ie n to de 83

q u e p o r fin sab e c u a l es el v e rd a d e ro a sp e cto d e l in te rio r d e las co sas. Y ese e sta d o de c o n fla n z a d u r a h a sta e l m o ­ m e n ta en q u e v u e lv e a d e sp e rta rse la v ie ja so sp e c h a , y el sig n o de la r e v e la t io n sin c e ra a p a re ce m e ra m e n te c o m o u n sig n o m a s e n tre o tro s m u c h o s so b re la s u p e rfic ie m e d iatica. E l e sp e c ta d o r n o p u e d e e v ita r v o lu n ta ria m e n te el estad o de so sp ech a, n i ta m p o c o el estad o d e co n fia n z a, q u e p e rte n e ce ig u a lm e n te a la e c o n o m ia d e la so sp ech a. D e la m ism a m a n e ra q u e n o p u e d e c o n fia r en u n sig n o q u e se le p re se n ta c o m o so sp ech o so , ta m p o c o p u e d e re tira r su c o n ­ fia n z a a u n sig n o q u e se le m u e stra fiab le, sin cero. N o obstan te, el an alisis fe n o m e n o lo g ic o d e la sin cerid ad su ele verse in v a lid a d o p o r la su p o sic id n d e q u e la s in c e ri­ d a d d eb e ten er algo q u e ver, en el caso del h o m b re , co n su con cien cia, co n su re la tio n in terio r con sigo m ism o . Y es que, en la m a y o ria de lo s c aso s, la sin c e rid a d se e n tie n d e en el c o n texto de la exig en cia , a si m ism o y a lo s o tro s, d e d ecir c la ra m e n te lo q u e “ re a lm e n te ” se p ie n s a e n el in te rio r. Y c o m o , a l m ism o tie m p o , se su ele su p o n e r q u e el h o m b re d eb e sab er lo q u e el m ism o p ie n sa , la sin c e rid a d es in te rp r e ta d a c o m o u n im p e ra tiv o t i ic o c u y a s a tis fa c tio n n o p u ed e ser co n tro lad a d esd e fu era. Pues n o se p u e d e n leer los p e n sa m ie n to s del o tro , y, c o n sig u ien tem en te, ta m p o c o ver ific a r la sin c e rid a d d e su s d e c la ra cio n e s. S i u n a in te rp re ­ ta tio n tal d e la sin cerid ad es correcta, en ton ces es lo g ico que ta m p o c o p u e d a h a b e r u n a fe n o m e n o lo g ia d e la sin cerid ad . E n efecto: la sin cerid ad n o seria entonces u n fen o m en o , sino u n ica m e n te u n im p e ra tiv o m o ra l. 84

P o r o b ra d el p sic o a n a lisis, h o y es u n lu g ar c o m iin d e c ir q u e el h o m b re n o sab e en el fo n d o lo q u e realm en te p ie n sa . E l h o m b re ta m b ie n es, p a ra si m ism o , u n a m e r a su p e rfic ie m e d ia tic a , tra s la q u e p e rm a n e c e o cu lto u n esp acio o sc u ro , su b m e d ia tic o , a l q u e e l h o m b re , en tanto e sp e c ta d o r d e si m ism o , n o tien e u n acceso p riv ileg ia d o . P ero seria p re c ip ita d o e x tra e r d e a q u i la c o n c lu sio n d e que la sin c e rid a d es im p o sib le , y la o b lig a c io n de la sin cerid ad , in valid a. E l p s ico a n a lista a u n se cree c a p a z de acceder, al m e n o s de vez en c u a n d o , al in te rio r d e su p a cie n te . L a sin c e rid a d n o tie n e lu g a r “ en el o tro ” c o m o su d ecisio n con scien te de d ecir p o r fin la v e rd a d so b re su in te r io r ; m a s b ie n , la sin c e rid a d es u n fe n o m e n o q u e se m a n ifie sta s o lo a l espectador, en ta n to im p re sio n d el re p e n tin o a u to -d e so cu lta m ie n to del o tro . E l esp ectad o r tien e ah i el sen tim ien to de q u e la m ascara se h u biese caid o y se m o strase el verd ad ero rostro d e l otro, o cu lto h a sta en to n c es b a jo la m a sc a ra . T o d as las c o n o c id a s fig u ras d el d e sc u b rim ie n to , d e l d esen m ascaram ien to , del sa c a r a la lu z al o tro , a p u n ta n ig u a lm e n te a este fe n o m e n o d e la sin cerid ad , d el m ism o m o d o que la espera p ia d o sa de la a u to rre v e la c io n v o lu n ta ria . Y esta fu e ra de to d a d u d a q u e al esp ectad o r le asalta co n tin u a m e n te el sen tim ien to de estar p o r fin co n fro n ta d o co n el fe n o m e n o de la sin ce rid a d , y de p o d e r co n c e d e r cre d ib iiid a d , a p e sa r de to d o , a d eterm in a das re v e la cio n es y co n fe sio n e s d e l o tro , v o lu n ta ria s o in v o lu n ta rias. E n el a n alisis fe n o m e n o lo g ic o d e este se n tim ie n to m e rece la p e n a , d esd e lu e g o , re to m a r p rim e ro la re p re se n ta 85

c io n o rig in a l, co tid ia n a , de la sin c e rid a d c o m o c o rre sp o n d e n c ia en tre p e n sa m ie n to y h ab la . A q u i su rg e la p re g u n ta d e c isiv a : ,;que sig n ific a p en sar? E l p e n sa m ie n to d e u n h ab la n te n o es, c la ra m e n te , m as q u e la so s p e c h a s u r g id a en el esp e cta d o r de q u e el h ab la n te n o “ p ie n sa ” lo q u e esta d icien d o. O d ich o de o tra fo rm a : d e q u e en el in te rio r d el h a ­ b la n te to d o es de u n m o d o d istin to a c o m o c o m p arece en la su p e rfic ie m e d ia tic a d e su hablar. E l p en sa m ie n to n o p u e d e ser d e fin id o m a s q u e p o r m e d io d e esa p o sib le d isc re p a n cia entre lo exterior y lo interior, es decir, co m o lo o tro ocu lto d el len gu aje. Y esto sig n ifica: el p e n sa m ie n to es, e n su o rig en , u n a fig u ra de la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a . E l h o m b re n o p ie n sa , so lo h a b la . Pero d e l h o m b re sosp e c h a n o tro s h o m b re s q u e n o so lo h ab la , sin o q u e ta m b ie n p ie n sa , es decir, q u e es p o sib le q u e n o “ crea” lo q u e esta d ic ie n d o . L a realid ad d e l p e n sa m ie n to es so lo la realid ad d e la so spech a que su rge n ecesariam en te en el esp ectad o r q u e o b se rv a al o tro h ab lan te. E l p e n sa m ie n to es u n n o m b re d a d o a l p e lig ro del en gan o , la c o n fu sio n , el fin g im ie n to q u e irra d ia co n tin u a m e n te el o tro . P o r eso, la “ c o in c id e n c ia en tre p e n sa m ie n to y h ab la55 es en realid ad u n sin se n tid o : el p e n ­ sa m ien to es, p o r d e fin ic io n , u n a fig u ra de la so sp ech a d e la n o -c o in c id e n c ia en tre el in te rio r y el exterio r. D e c ir q u e el h a b la sin c e ra se c o rre s p o n d e c o n u n a c o in c id e n c ia e n tre p e n sa m ie n to y h ab la , im p lic a tra ta r d e estab lecer u n a re la ­ t io n re fe re n d a ! en tre p e n sa m ie n to y h ab la, c o m o si p e n sa ­ m ie n to y h a b la fu e ra n in d e p e n d ie n te s e n tre si, y c o m o si fu e ra n d im e n sio n e s ig u a lm e n te accesibles a l esp ectad o r. L a

86

le n g u a n o d esig n a al p en sam ien to: lo oculta. Y sin em b arg o , esa co n sta ta c io n n o c a m b ia n ad a ei h ech o d e que la sin cerid a d po see, al ig u a l q u e la so sp ech a, su p ro p ia realid ad . N o so lo d e te rm in a d o s h o m b re s, sin o ta m b ie n d e te rm in a d o s textos, im agen es, p elicu las, p ro v o ca n en el espectad or la im ­ p re sio n d e sin cerid ad : u n a im p re sio n de la q u e n o p u e d e lib ra rse v o lu n ta ria m e n te . T ratar d e e v ita r esta im p re sio n de sin c e rid a d c o n la in d ic a c id n te o ric a g e n erica de q u e el esp a c io su b ra e d ia tic o n o es tran sp aren te, es u n a p re te n sio n tan v a n a c o m o la d e a n u la r a rg u m e n ta tiv a m e n te la s o s p e ­ c h a m e d ia tic o - o n to lo g ic a . E n lu g a r de in te n ta r d ar a l fen o m e n o de la sin cerid ad u n a “ c o n firm a tio n o b jetiva”, o - a la in v e r s a - d e n e g a r sim p le m e n te su p o s ib ilid a d , m e re c e m u c h o m a s la p e n a p re g u n ta rse co n que co n d icio n es s u rg e so b re to d o el fe n o m e n o de la sin cerid ad . P ara la d ir e c tio n q u e debe to m a r sem ejante analisis fen o m en o l6 gico de la s in ­ cerid ad es totalm en te d ecisivo el h ech o de q u e la capa d e sign o s - q u e es v ista c o m o n o rm a l, tlp ic a , c a ra c te ris tic a , “p ro p ia ”, p a ra u n d e te rm in a d o so p o rte m e d ia tic o - es in terp re ta d a p o r el esp e cta d o r n ecesariam en te c o m o la in sin c e r id a d q u e o c u lta d ich o so p o rte . C u a n d o c ie rto s h o m b re s re p iten con stan tem en te-lo que se les ha escu ch ad o c ie n to s de veces, n o se tiene la im p resio n d e que esten m an ifestan d o su p e n sa m ie n to oculto,- m a s b ie n d esp iertan la so sp ech a de q u e p ie n sa n d istin to a lo q u e d icen . A u n m e n o s se tien e la im p re sib n de sin c e rid a d cu a n d o rep resen tan tes de u n a in s ­ titu tio n o u n a c u ltu ra rep iten c o n tin u a y m a c h a c o n a m e n te ’ aq u ello q u e es u n co m p o n en te firm e y c o n o cid o de su id e n 87

tid a d . Y la m is m a im p re sio n d e in sin c e rid a d p ro v o c a n texto s, c u a d ro s o p e licu la s q u e h a n sid o re a liz a d o s en c o rre sp o n d e n c ia c o n las c o n v e n c io n e s h a b itu a le s y q u e m e ra m e n te c o n fir m a n la s e x p e c ta tiv a s q u e te n e m o s s ie m p re so b re tales p ro d u c to s cu ltu rales. Y ello in clu so c u a n d o esos te x to s, c u a d ro s y p e licu la s m u e s tra n algo q u e p u d ie ra ser “ v e rd a d ” en sen tid o re feren cial. P o r cie rto : ta m b ie n p u e d e o c u r r ir q u e h o m b re s q u e re p ite n sie m p re lo m ism o , realm e n te crean en eso q u e d icen . A p e sa r d e ello, sus d isc u rs o s re s u lta n in e v ita b le m e n te in s in c e ro s : p o s ib le m e n te ta m b ie n p a ra ellos m ism o s, si se to m a ra n la m o le stia d e escu ch arse. Y eso sig n ific a q u e la sin c e rid a d se p re se n ta , en n u e stra c u ltu ra , n o e n c o n tra p o sic io n a la m e n tira , sin o al a u to m a tis m o y la ru tin a . L a sin c e rid a d n o tie n e n a d a q u e v e r c o n el ca ra cte r re ­ feren cial d e lo s sign os, es decir, c o n la p re g u n ta p o r la “ co n cord an cia” entre sign o y referente. L a sin cerid ad n o se refiere al estatu s sig n ific a tiv o d e lo s sig n o s, sin o a su estatu s m ed iatico , a aq u ello q u e se o cu lta b a jo ese sig n o . C u a n d o se d a u n a re p e ticio n casi au to m a tic a de lo m ism o , su rge siem p re la im p re sio n d e u n p ro g ra m a q u e fu n c io n a ra etern am en te e sc u p ie n d o fra se s y sig n o s, sin q u e se m a n ifie ste el su jeto su b m ed iatico , el espiritu , el p en sam ien to, la perso n a. L o h a ­ b itu a l, lo tra d ic io n a l, lo re p e titiv o o c u lta el e sp a c io s u b ­ m e d ia tic o c o m o u n a c a p a p ro te c to ra im p e n e tra b le , y p ro d u c e co n ello el efecto de la in sin c e rid a d . C u a n d o n o se h a ce visib le en la su p e rfic ie m e d ia tic a n in g u n m o v im ie n to , n in g u n d e sp la z a m ie n to , n in g u n a p e r tu r b a c io n , p a re c e 88

c o m o si el su jeto su b m e d ia tico estu v ie ra to talm en te e n silen cio : y p recisam en te ese silen cio in te rio r co n vierte a l esp a c io su b m e d ia tic o en algo esp ecialm en te so sp ech o so . E n re la cio n a a lg u ie n q u e h a b la y v iv e m e ca n ica , a u to m a tic a m en te, sin irre g u la rid a d , sig u ien d o reglas fija s, a b rig a m o s la so sp ech a esp e cia lm e n te in ten sa d e que e l es, en su in te ­ rio r, to ta lm e n te d istin to a com o se m u estra e xterio rm en te, y ello p o rq u e ten em o s la sen sacio n de q u e n o se n o s q u ie re m o stra r. E n este caso, el e sp e c ta d o r c o m ie n z a a p ra c tic a r, in evitab lem en te, agresivas y p ro vo cativas estrategias d e desvelam ien to , p a ra co n seg u ir u n d esn u d am ien to del o tro p ro v o c a d o v io le n ta m e n te d esd e fiie ra , p ara p ro v o c a r al o tro a q u itarse la m a sc a ra y m o stra r su verd ad ero rostro. A q u i, el esp e cta d o r n o esp era m a s que u n a in v o lu n ta ria irre g u la ri­ d ad en el p ro g ra m a , u n a e m o cio n , u n m o vim ien to , u n fallo, u n desliz, o, d ich o de o tra fo rm a, u n signo d istin to, extran o , in h a b itu a l, e n m e d io d e la ru tin a . P recisa m en te se e stim a ese sign o e n tan to m ira d a en el in te rio r d el otro. L a e sp e ra del in sta n te de sin c e rid a d es, p u es, la e sp e ra del su rg im ie n to de lo extran o , in u su a l e irre g u la r en m e d io d e lo c o n fia d o y ru tin a rio . D ad o q u e la so sp ech a m ed iatico o n to lo g ic a h a ce te m e r so b re to d o q u e el e sp a cio s u b m e ­ d iatico sea in te rio rm e n te d istin to a com o se m u estra e n su su p erficie, el e sp e c ta d o r acep tara co m o revelacio n es sin ceras del in te rio r solo aq u e llo s sig n o s que p a re c e n d istin to s a lo s sig n o s c o n fla d o s d e la su p erficie; es d ecir, los q u e p a r e ­ cen d istin to s a a q u e llo s sig n os q u e c o n firm a n la so sp e c h a in icia l de la d isc re p a n c ia entre lo exterio r y lo in terior. So lo 89

esos sig n o s ex tra n o s, in e sp e ra d o s, “ in a p ro p ia d o s”, p u e d e n ser in te rp re ta d o s p o r el esp ectad o r c o m o ven tan as al in te­ r io r del esp a cio su b m ed ia tico . S o lo an te tales sig n o s su rge en el esp ectad o r la im p re sio n d e q u e el o tro su b m ed ia tico se h a revelad o p o r fin , se h a d esvelad o y h a m o stra d o su n atu ra le z a in terio r. S

61o lo e x tra n o se m u e s tra sin cero . L a in -

siste n cia en lo p ro p io d a , p o r e l c o n tra rio , u n a im p re sio n m e n tiro sa , h ip d c rita , so sp ech o sa. L a sin c e rid a d es la extran eza en m e d io de lo p ro p io : u n a co n se c u e n c ia d el ca m b io en tre lo s p ro p io s sig n o s y lo s sig n o s e x tra n o s, q u e p ro v o c a el efecto de u n a rep en tin a v is io n a traves d el e scu d o d el au to m a tism o co n ven cio n al. T en em os la e x p e rie n c ia c o tid ia n a de q u e la in c lu s io n de u n sig n o e x tra n o en el co n texto m e d ia tic o c o tid ia n o fo caliz a la aten cio n en su so p o rte m ed iatico . S u p o n g a m o s q u e algu ien a firm a ra q u e la tie rra es re d o n d a y q u e tiene u n dete rm in a d o d ia m e tro : en ese caso , el o y e n te tra ta ria d e rec o rd a r si la c ifr a es e fe c tiv a m e n te co rrecta. L a a te n cio n se ce n tra , asi, en el sen tid o d el e n u n c ia d o : en la v e rd a d de la re fe re n d a . Pero si algu ien a firm a ra q u e la tie rra es cu ad rad a, en to n ces la ate n cio n cae in m e d ia ta m e n te so b re el so p o rte d e ese e n u n ciad o . N o n o s p re g u n ta ria m o s si ese e n u n ciad o re a lm e n te es cierto , sin o m as b ie n q u e clase de h o m b re es ese q u e dice sem ejan te cosa: si estara lo co , si v e n d ra d e otro tie m p o o si sim p lem en te b ro m ea. Y esto sig n ifica: en el caso de u n en u n ciad o claram en te extran o , in h ab itu al, n o se p lan tea la p re g u n ta p o r su c aracter r e fe re n d a !, sin o p o r su cara c te r m e d ia tic o , es d e c ir, p o r la n a tu ra le z a in te r io r del 90

so p o rte d el m e d io q u e lleva este en u n ciad o so b re su superficie . U n e n u n c ia d o in h a b itu a l, “ lo c o ” n o s s u e le p a re c e r falso : p e ro al m ism o tiem p o sin cero, au ten tico, revelad or. C o n ello se m u e stra la co n e x io n fu n d a m e n ta l e n tre el fe ­ n o m e n o d e la sin c e rid a d y el fe n o m e n o de la in n o v a c io n . C o m o m o s tra m o s antes, la in n o v a c io n d e p e n d e ta m b ie n fu n d a m e n ta lm e n te d el con texto : so b re ella se p u e d e h ab lar so lo en el co n texto del arch ivo q u e g u a rd a los v ie jo s signos y, c o n e llo , h ace c o m p a ra b le s lo n u e v o co n lo v ie jo . Pero n o to d o s lo s sign os n u evo s p u e d e n h acer de sign os d e la sin ­ c e rid a d . E l su p u e sto m as im p o rta n te p a r a q u e u n n u evo sign o p ro d u zca el fen o m en o d e la sin cerid ad es q u e ese signo se p re se n te co m o c o n se c u e n c ia de u n a re d u c cio n , u n em p o b re cim ie n to , u n d eb ilitam ien to de la cap a de sig n o s trad ic io n a l: p u e s so lo a trav es d e la re d u c c io n d e l sig n o se p ro d u c e el efecto d e su tra n sp a re n c ia m e d ia tica . L a in n o ­ v a c io n , e n la m e d id a en que se presen ta co m o acu m u la cio n , a m p lia c io n y a c o p io de la c a p a de sig n o s, p ro d u c e m u ch o m a s el efe c to de u n a in sin c e rid a d m a y o r aun. P a r a voiver al e je m p lo an terio r: u n a fra se ab su rd a so b re la fo r m a de la tie rra p ro v o c a la im p re sio n d e la sin ce rid a d , p ero u n a sabia fra s e q u e tra n sm itie se m a s s a b id u ria so b re lo s a c o n te c im ie n to s co sm ic o s d e la que p o se e n la m a y o rfa d e lo s m o rtales, p r o v o c a r ia - in c lu s o sie n d o c ie r t a - el e fe c to d e una p re te n sio n n o sin cera, d e sm esu rad a, “ a rro g a n te ” E l in te rca m b io d e lo p ro p io p o r lo e x tra n o p ro v o c a una im p re sio n de sin c e rid a d so lo cu a n d o se reciben lo s sign os q u e n o rm a lm e n te se aso cian c o n lo b ajo , lo vulgar, lo pobre, 91

lo d e sa g ra d a b le o lo d e p rim e n te . C u a n d o a lg u ie n d ice de si m ism o q u e es u n cerd o, lo s d em a s p ie n sa n : “ el tip o sera u n cerd o, p e ro d esd e lu ego es sin ce ro ” P ero c u a n d o algu ien se d esig n a a si m ism o c o m o g en io , n ad ie lo c o n sid e ra sin cero. E l g ra n efecto d e la sin cerid ad se p ro d u ce, sin em b argo, c u a n d o se re cib e n sig n o s e x tra n o s, p e lig ro so s. Y es q u e la a s u n c io n d e lo s sig n o s d e lo p e lig ro so c o n fir m a la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a d e l m o d o m a s ra d ic a l. A sl, r e ­ su lta n e sp e c ia lm e n te cre ib le s lo s sig n o s d el p o d e r m ilita r revo lu cio n ario , directos, n o d isim u lad os, al ig u a l q u e los sig ­ n o s d e la lo c u ra , del extasis, del deseo ero tico d esen fren ad o , p u es to d o s ellos m a n ifie sta n , seg u n la o p in io n co rrie n te , la p e lig ro sa y v io le n ta re a lid a d q u e se o cu lta b a jo el su p u esto caracter p a c ific o d el status quo d o m in a n te . E n este sen tid o, la sin c e rid a d con stitu ye la o p o sic io n a la a m a b ilid a d : de u n m o d o e sp o n ta n e o a s o c ia m o s “ a m a b le ” c o n m e n tiro s o , y “ ru d o ” co n d irecto, au ten tico, sin cero. E l q u e la sin cerid ad d ep en d a de u n con texto im p lic a q u e lo s m is m o s sig n o s p u e d e n a c tu a r c o m o sig n o s d e lo co n v en cio n al y de la ru tin a en el con texto “ p ro p io ”, fam iliar, cotid ia n o , m ie n tra s q u e en u n c o n te x to “ e x tr a n o ” p u e d e n h acerlo c o m o sig n o s de la au ten tica re v e la tio n del in terio r. S i u n lib e ra l q u ie re p a re c e r sin c e ro , d e b e ria so ste n e r o p in io n es co n servad o ras en su circu lo d e am ig o s liberales. Pero c u a n d o u n c o n s e rv a d o r q u ie re m o stra rs e sin c e ro , e n to n ces h a d e p a re c e r lib e r a l en el c irc u lo de su s a m ig o s c o n servad o res. Pero c u a n d o el lib e ra l d efien d e p u n to s de v ista lib erales, y el c o n se rv a d o r, p u n to s de v ista co n se rv a d o re s, 92

en to n ces ello su e n a h ip o c rita , b a n a l o in c lu s o m e n tiro so . U n artista ro m a n tic o q u e se c o m p o rta c o m o un ro m a n tic o p a re c e ta n p o c o sin cero c o m o u n e m p re sa rio p ra g m a tic o b u sca n d o b e n e ficio s. P ero si u n e m p re sa rio se m u estra r o ­ m an tico , y u n artista, p rag m atico , entonces p ro vo ca n am b o s u n a im p re sio n de sin cerid ad . L as m ism as reg las v a le n p a ra creyen tes y ateo s, cien tifico s y m istico s, etcetera. A si, la re­ fe r e n d a a la “ id e n tid a d c u ltu r a l”, h o y ta n c o n o c id a , su p u e sta m e n te re c ib id a c o n in d e p e n d e n c ia d e su o r ig e n etn ico , se m u e s tra au te n tic a y sin ce ra c u a n d o aquel q u e su p u e sta m e n te p o see esa id e n tid a d se h a a sen tad o c o m o exito so rep resen tan te d e la m o d e rn a c u ltu ra g lo b a liz a d a . U n escritor, u n artista o u n S e cre ta rio G e n e ra l q u e h an c o n se g u id o fa m a in te rn a c io n a l se m u estra n creib les y au ten tico s c u a n d o m a n ifiestan lo s sign os d e su s respectivos trasfo n d o s cu ltu rales, lo s cuales h a b ra n de ser e n te rra d o s b ajo la cap a d e sig n o s d e la m o d e rn id a d . P e ro q u ie n n o se re c o n o c e c o m o m o d e rn o , g lo b a liz a d o e in te rn a c io n a l, h ara b ie n en n o acen tu ar d e m a sia d o su id en tid ad c u ltu ra l, y a p ro p ia rse e n su lu g a r d e lo s sig n o s de u n a m o d e rn id a d g lo b a liz a d a , p u e s en caso c o n tra rio d a ra la im p re sio n d e ser un fu n d a m e n talista c o n v e n c io n a l o terco, in ca p az d e h u m a n id a d y sin c e rid a d algu n a. E l fe n o m e n o de la sin c e rid a d su rge, p u e s, co m o c o m b in a c io n en tre la in n o v a c io n y la red u ccio n co n te x tu a lm e n te d efin id as. C o m o v e n ta n a al in te rio r su b m ed iatico de u n sop o rte del m e d io , q u e lle v a sobre su su p e rfic ie m e d ia tic a un d ete rm in a d o co n texto d e sign os: p a ra ello sirv en al esp e c93

ta d o r estos signos, u iio s sign os q u e se m u estra n , en este c o n ­ text*), co m o n u evo s, in h ab itu ales, in esp erad o s, p o r u n la d o ; y c o m o p o b re s, b a jo s y vu lg ares, p o r otro . Y ello co n in d ep e n d e n c ia d e su sen tid o. Y es q u e tales sig n o s d irig e n n u estra m ira d a h acia ab ajo, h a c ia las p ro fu n d id a d e s, y su g ieren co n ello u n a v isio n del in terior. C u a n d o n o so tro s, p o r ejem p lo , d e sc u b rim o s el c ad aver d esco m p u esto d e u n a n im a l en m e d io d e u n h e rm o s o p a is a je , p e n s a m o s ir r e m e d ia b le m en te: “ a si de cru e l y rep u g n a n te es la v id a en lo m a s p ro fu n d o ”. T al p e n sa m ie n to p a re c e al p r in c ip io d ig n o de aten cion, p ero p o co plausible, pu es el cadaver descom pu esto es so lo u n sig n o ju n to a m u c h o s o tro s en la su p e rfic ie m ed ia tic a d e l p a isa je , y p o r ello n o p u e d e - v i s t o “ o b je tiv a m e n te ” - a p o r t a r m a s in fo r m a t io n a c e rc a d e l e sp a c io in te rio r d el paisaje q u e c u a lq u ie ra de lo s m u c h o s o tro s sig ­ n o s q u e aparecen en ese p aisaje. Y d e h ech o , la c ie n c ia n o s in fo rm a acerca de q u e el p aisaje en su co n ju n to , c o m o tam b ie n el c a d a v e r m ism o , se c o m p o n e d e p a rte s elem en tales q u e n o p e rm ite n fu n d a r u n a d istin tio n en tre v id a y m u erte, b elleza y feald ad . E n c u a lq u ie r caso, el efecto d e sin cerid ad n o se an u la co n ese arg u m en to : el cad aver se e n cu e n tra p a ra n o so tro s m a s ab ajo en la escala estetica q u e el b e llo p aisaje v iv o , y esa b ajeza co n v ie rte a ese cadaver, in evitab lem en te, e n u n sig n o au ten tico , veraz, d el in te rio r. P o r c ie rto : co n fia m o s en la e x p licacio n cien tifica d el in te rio r a b ase d e p a r­ tes elem en tales, p o rq u e esa e x p lic a c io n n o s o ffe c e o tra vez la o p o rtu n id a d de d ecir: ah, asi d e cru el, in ju sta e in m o ra l es, p u e s, la n a tu ra le z a en lo m a s p r o fu n d o ; n o h a c e d ife 94

ren cia s en tre v id a y m u erte , h e rm o so y feo, b u e n o y m a lo . L a u n ic a ra z o n q u e tien e el esp ectad o r p ara creer en la c ie n cia y su s e x p licaeio n es d el esp acio in te rio r de la n atu raleza con siste en q u e estas e x p licaeio n es le parecen a l esp ectad o r e sp ecialm en te cm ica s. A p a rte de eso, la c ie n c ia n o es m a s q u e u n a se rie d e sig n o s lin g u istic o s co n c re to s en tre o tr o s m u ch o s sig n o s lin g u istic o s d e la su p e rfic ie m ed iatica. C o m o m u e s tra el e je m p lo a n te rio r, el fe n o m e n o d e la sin c e rid a d n o se p re se n ta so lo en re la cio n al h o m b re : ta m b ie n la n a tu ra le z a es c a p a z d e c o n fe s io n y, a tra v e s d e u n sign o, p u e d e m o stra rse sin cera. Y n o e n m e n o r g rad o se e n c u e n tra n b a jo so sp ech a d e te rm in a d o s so p o rtes m ed iatico s p ro d u c id o s artificialm en te, de m a n e ra que tam b ien p u e d e n m o stra rse sin ceros. P o r cierto que la cu ltu ra d e m asas, siem p re c o n sc ie n te d e su c a ra c te r m e d ia tic o , te m a tiz a c o n tin u a m en te tan to la so sp ech a m ed ia tic o -o n to lo g ic a com o lo s a c o n tecim ien to s de sin c e rid a d m ed iatica. P a rtic u la rm e n te en la s p e licu la s d e H o lly w o o d , so p o rte s m ed iatico s p r o d u ­ cid o s artific ia lm e n te - c o m o m o m ia s egip cias, estatuas, o rd e n a d o re s, r o b o ts , te le v iso re s, ca sa s, c o c h e s, e in c lu s o fr ig o r ific o s - re v e la n u n a y o tra ve z u n a su b je tiv id a d p e lig ro sa, o cu lta en su in te rio r: u n a in telig en cia a g resiva y m a licio sa, q u e n o q u iere co m u n ica rse , sin o a c tu a r m a n ip u la d o ra y d estru ctivam en te. Tales su jeto s, agen tes d e la d e stru ccio n in teligen te y d irig id a , se m a n ifie sta n en el cin e so b re tod o e n la fig u ra de lo s

aliens, q u e

su rg e n d esd e el o scu ro esp acio co sm ico s u b -

m ed iatico , el c u a l p e rm a n e c e o cu lto , co m o d e co stu m b re, 95

tra s la s u p e rfic ie m e d ia tic a d el c ie lo . A s i, e n la s p e lic u la s

aliens (so b re to d o en las de R id le y Sco tt o Ja m e s C a m e ­ ro n ) o en Independence Day, se tra ta siem p re de su jeto s de de

la p u r a a g re sio n o d e la a n iq u ila c io n e strateg icam en te o rgan izada. A d iferen cia d e lo s sim paticos y co m u n ica tivo s extraterrestres d e las p e licu la s d e S p ie lb e rg y L u cas, lo s

aliens

d e la sig u ien te g e n e ra tio n y a n o estan d isp u e sto s a d isc u tir: atacan a su a d v e rsa rio d ire cta y re p e n tin a m e n te . Tales

aliens n o

so n y a su je to s d el se n tid o y la c o m u n ic a c io n y,

co m o tales, n o son y a deconstruibles. Pero, al m ism o tiem po, ta m p o c o so n fiierzas d e u n a n a tu ra le z a d e su b je tiv a d a o del in c o n stie n te , q u e d estru yen d e u n m o d o m e ra m e n te e ru p tivo, sin p ro p o sito y casu al, c o m o o c u rre en las catastro fes n a tu ra le s o en lo s a rreb ato s de lo c u ra . L o s

aliens n o

so n s u ­

je to s d e s ig n ific a t io n o d e c o m u n ic a c io n , sin o su je to s de u n a a c tio n d ecid id a. L a a p a rie n c ia d e lo s

aliens revela

que

su o rig en se e n cu e n tra en Io b ajo , lo p ro fu n d o , lo in terio r. P ero su s a ccio n e s estan siem p re siste m a tica m e n te o rg a n izad as y estrateg icam en te p lan ead as. L o s

aliens p e rsig u e n

a

su s v ic tim a s d e u n m o d o m u y e fe ctiv o , y d e m u e stra n co n

alien, en el p rin c ialien e n ca rn a el acto

ello u n a g ra n in telig en cia. E n el caso d el p io n o es la p ala b ra , sin o la a c tio n . E l

d e la a g re sio n in c o n d ic io n a d a . C o n ello , o fre c e la im a g e n p e rfe c ta d e la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , d e la so sp ec h a d e la m a n ip u la tio n m u d a , n o c o m u n ica tiv a , ag resiva y p e lig ro sa , u n a m a n ip u la tio n q u e d e te rm in a , o c u lta tras la su p erficie m ed iatica d e la com u n ica cio n tran sm iso ra d e sen ­ tid o , el d estin o tan to d e lo s sig n o s c o m o del esp ectad o r. E n 96

to d o ello n o es esp ecialm en te relevan te si la am en aza de u n a tal a g re sio n rad ical, d irecta, p ro v ie n e del m as a lia del c ie lo o del in te rio r d e o tra su p erficie m ed iatica. T am b ien el h o m b re p u e d e ser u n a su p e rfic ie tal. P o r e je m p lo , n i en la g e ­

Blade Runner de R id le y Scott (al m en o s en la o rig in al), n i en Total Recall de P aul V erhoeven, sab en

n ia l p e llc u la versio n

lo s h ero es q u e su jeto s a c tu a n en su p ro p io in terio r. N o o b s ­ ta n te , lo s h e ro e s sa b e n q u e se tra ta d e su je to s q u e a c tu a n co n scien tem en te, y n o de m e ra s fu erzas d esu b jetivad as y lib res del in co n scien te o d el deseo. L o s

aliens so n

los sig n o s

de la sin c e rid a d ra d ica l, en lo s cuales se n o s revela la re a li­ d a d m e d ia tic a m ism a . S o n la s v e n ta n a s a traves de las c u a ­ les p o d e m o s m ira r el in te rio r del esp a cio su b m ed ia tico d e lo s m o d e rn o s m e d io s, p a r a d e s c u b rir alii el p e lig ro a m e n a z a d o r e im p la c a b le . Y sin e m b a rg o , la a p a r ic io n de u n

alien

en u n a p e lic u la s ig n ific a p a ra n o s o tro s ta m b ie n r e -

d e n c io n y ca lm a , p o rq u e el esp acio su b m e d ia tic o c o n firm a de u n g o lp e la so sp e ch a q u e siem p re h a b ia m o s tenid o. E n realid ad , c o m o esp ectad o res n os a le g ra m o s c u a n d o , en la s p e licu la s d e S co tt o d e C a m e ro n , el

alien p o r

fin aparece, o

el m u n d o a m en aza co n ven irse ab ajo. D el m ism o m o d o q u e en H itc h c o c k e sp e ra m o s im p acien tem en te q u e lo s p a ja ro s ataq u en , y re sp ira m o s p o r fin a livia d o s cu a n d o aparecen en el h o rizo n te. E l esp e cta d o r p refiere in clu so u n a revelacio n e x tre m a d a m e n te v io le n ta d el e sp a cio su b m e d ia tic o al e stad o de su o cu lta m ie n to , al suspense. H a sid o p recisam en te H itch co ck , c o m o es b ie n sab id o , q u ie n h a ju g a d o con esto d el m o d o m a s in te lig e n te , y p o r eso so lo en ra ra s o c a s io 97

n es d a al e sp e c ta d o r la o p o rtu n id a d d e tra n q u iliz a rse p o r fin co n el estallid o de u n a v io le n c ia d irecta. E l o cu ltam ien to del espacio su bm ed iatico n o p u ed e equip a ra rse en n in g u n caso co n s u in so n d a b ilid a d o in d isp o n ib ilid a d . P o r su p u esto , el esp ectad o r so lo p u e d e v e r aq u ello q u e le es m o stra d o , es decir, la su p erficie m ed iatica q u e hace in accesib le la n a tu raleza del esp a cio su b m e d ia tico . P ero el h o m b re n o so lo tien e la e x p e rie n c ia de la co n te m p la cio n y la au to c o n te m p la c io n , sin o q u e p o r su p a rte ta m b ie n es o b servad o y actua con ello co m o u n espacio su b m ed iatico p ara lo s otros. P o r eso n o es so lo q u e el e sp e c ta d o r p u e d a reco n o cer lo s sign os de la sin cerid ad , sino q u e p u ed e in clu so d isp o n e r lo s . Y es q u e , en el a su n to d e la o s c u r id a d y la sin c e rid a d , la r e la t io n en tre el e sp e c ta d o r d e la s u p e rfic ie m e d ia tic a y el o tro su b m e d ia tic o es s im e tric a . E n cu a n to m ira m o s , d e p e n d e m o s d e a q u e llo q u e lo o tro n o s m u e stra. Pero en cu a n to q u e m u e stra , el h o m b re esta al m ism o n iv e l q u e to d o s lo s d e m a s e s p iritu s s u b m e d ia tic o s . E n el m u n d o m e d ia tic o , c a d a c u a l p u e d e ju g a r co n c u a lq u ie ra el m ism o ju e g o d e la ten tacio n d el m o s tra r y de la agresio n secreta. C u a n d o lo s o tro s m e m ira n , ta m p o c o v e n m as q u e la su p e rfic ie m e d ia tic a q u e les o frezco . L o o tro s u b m e d ia ­ tic o se m u e s tr a e n ig m a tic o e in a lc a n z a b le , c u a n d o es in vestig ad o co n lo s sen tid o s y la te o ria , p u e s p arece su straerse in te rm in a b le m e n te a esta in vestig acio n . S in e m b a rg o , si el esp ectad o r a b a n d o n a e n algu n m o m e n to esta p o sic io n p u ra m e n te te o ric a y p a s a e l m is m o a m o stra r, a p re se n ta r, a au tod em ostrar, n o tiene m as rem ed io q u e valerse de las m is98

m as estrategias su b m ed ia ticas d e m a n ip u la c io n que p ra c tican lo s o tro s su jeto s su b m e d ia tic o s al m o s tra r su s u p e rficie m e d ia tic a . C o n e llo el b o m b re, en c u a n to “ m u e s tr a ”, a lca n za u n a co m p e te n c ia d e te rm in a d a en el trato co n el esp a cio su b m e d ia tico , u n a c o m p eten cia q u e n o pu ed e a lca n zar en cu a n to so lam en te “ m ira ”. £ s t a n o la ad q u iere s o lo a traves d e la o b se rv a c io n y la in terp reta cio n , sin o ta m b ie n al t o m a r p a rte d e la g e n e ra l p ra x is m a n ip u la d o r a y su b m e d iatica. P re cisa m e n te la in te n sific a d a so sp e ch a m e d ia tic o o n to lo gica, a causa de la cual lo o tro n o s6lo se deja o bservar, sin o q u e ta m b ie n p u e d e o b se rv a rm e a m i, establece u n a sim e tria q u e h ace m a n ip u la b le la m ira d a d e lo otro. E l o tro su b m e d ia tic o n o es, en c u a lq u ie r caso, u n D io s q u e p u e d a leer n u estro s co ra zo n es, m ira r a traves de n u estra s u p e rfic ie m e d ia tic a y c o n o c e rn o s c o m o so p o rte s m ed iatico s, y n o so lo c o m o m ero s sig n o s. E n este lu g ar se h ace c la ra la d ife re n c ia en tre el d iscu rso m e d ia tic o -o n to lo g ic o y el te o lo g ic o t r a d ic io n a l. Sin d u d a , D io s n o esta en m o d o alg u n o m u e rto , p ero E l so lo p u ed e so sp ech arn o s c o m o su ­ jeto s d el p e n sa r o d e la co n cien cia. E l h o m b re no es u n “ esp ir itu p u r o ”, y p o r eso resu lta o p a c o p a ra si m ism o y p a r a lo s d e m a s, in c lu y e n d o a D io s. P e ro el h o m b re ta m p o c o p u e d e co n v e rtirse en u n sujeto n ietzsch ean o , casi

alienyso-

b re h u m a n o , d e la a g re s io n p u r a , y p e rd e r co n ello to d o m ie d o al o tro su b m e d ia tico . E l h o m b re d isp o n e d e s u cap a c id a d y al m ism o tie m p o esta o b lig a d o a m o stra rse, a escen ificarse, a en m ascararse, p a ra p rotegerse de la m ira d a del o tro , p u e s la m ira d a d e lo otro es siem p re u n a m ira d a m a 99

lig n a, p elig ro sa , d e stru cto ra . S in d u d a, u n o p u e d e p reg u n tarse a h o ra p o r e l verd ad ero h o m b re q u e se e sco n d e d etras d e to d as estas escen ifica cio n es. P ero la resp u esta esta clara: el h o m b re es m e ra m e n te u n a so sp e ch a q u e h a b ita el in te ­ r io r d e u n a d e te rm in a d a fo r m a d e v id a co m o u n su jeto esp ecialm en te p e lig ro so y am en azad o r. P e ro , p o r su p a rte , e sta so sp e c h a es p e lig ro s a p a r a el h o m b re , y p o r eso in ten ta e l h o m b re d e b ilita r la so sp ech a d irig id a c o n tra e l y p a c ific a r la m ira d a d e l o tro. A n te to d o , el o b je tiv o de to d o a u to -e n m a sc a ra m ie n to o a u to -e sce n ificacio n con siste en d e sa rm a r la m ira d a d el o tro , en q u itarle su p e lig ro sid a d . L a m ira d a d el otro es sie m p re u n a m ira d a de so sp ech a, m a lv a d a , q u e p reten d e a tra v e sa r y d e stru ir m i s u p e rfic ie m e d ia tic a , m i c u e r p o , p a r a d e ja r a b ie rto en m l el su je to su b m e d ia tic o . L a m e jo r p ro te c c id n c o n tra la m ira d a m a lig n a d el o tro es el efecto d e la sin ce rid a d . A q u l, la so sp ech a q u e cae so b re m i es re fle ja d a p o r el efecto de la sin cerid ad , pu es m i p ro p io in te rio r n o es m as, c o m o h em o s d ich o, q u e esa so sp ech a d irig id a co n tra m i. N o es casu al que las m a sc a ra s tra d ic io n a le s sean , en su m a y o r p arte, m a sc a ­ ras del m a l: d e la m u erte , d e la ira , d e la am en aza, de lo feo, de lo an im al. M ie n tra s llevo m i p e lig ro so in te rio r c o m o u n a m ascara, c o n firm o exp licita m en te la so sp ech a d irig id a c o n ­ tra m l, y co n ello tra n q u iliz o la m ira d a m a lig n a d el o tro . E n el fe n o m e n o d e la sin c e rid a d , la m ir a d a m a lig n a d e l o tro se vu e lv e so b re si, sien d o de ese m o d o n eu tra liz a d a , au n q u e so lo m o m en ta n e a m e n te . A s! p u e s, ese efecto de la sin c e rid a d p u ed e ser cread o artificialm en te p o r el su jeto del esp acio su b m ed iatico y puesto

100

estrateg icam en te en m a rc h a , lo que en n in g u n c a so sign ifica q u e ese efecto sea m e ra m e n te “ sim u la d o ” y q u e n o ocurra en la “ re a lid a d ” E l fe n o m e n o de la sin cerid ad n o es m as q u e u n a d e te rm in a d a relacion d e los sig n o s con su contexto. S ie m p re q u e se estab lece esa rela cio n y c u lm in a su fu n cio n d e c o n fir m a r - y c o n ello e v it a r - la so sp e c h a d el e sp ectador, tien e lu g a r el efecto de la sin c e rid a d , con in d ep en d en cia de c o m o h aya sid o p ro d u c id o ese efecto . La p r o d u c tio n de efectos de sin c e rid a d se lle v a a cabo, c o m o d ijim o s antes, a traves d el d esp lazam ien to d e d e term in a d o s sig n o s de un co n texto a otro , u n a o p e ra tio n q u e se en cu en tra e n el am b ito de las p o sib ilid a d e s tecn icas de c a d a so po rte d e sign os e v o lu cio n a d o . L as estrategias e n que se p o n e en m a rc h a el efecto d e la sin c e rid a d d ep en d en , so b re tod o, de u n analisis d e tallad o de la m ira d a d el otro.

101

L A M IRADA DEL OTRO

En

El ser y la nada,

Je a n -P a u l S a rtre e x a m in b p o r p r i-

m e ra vez, al m a s alto n iv e l filo s 6 fic o , la m ir a d a d el o tro . E n su s b rilla n te s a n a lisis, Sa rtre m u e s tra q u e no te n e m o s n in g u n a e v id e n c ia , n in g u n c o n o c im ie n to , d e que el o tr o n o s p e rsig a c o n su m ira d a . Y es q u e n u e stra s p ro p ia s o b se rv a c io n e s d e l o tro n o estan e n c o n d ic io n e s de c o n v e n c e rn o s d e q u e e l n os o b s e r v a a n o s o tro s d e l m ism o m o d o

1

en q u e n o s o tro s lo o b s e rv a m o s a £ . L a m ir a d a del o tro se e s c a p a fe n o m e n o lo g ic a m e n te a n u e stro m ir a r . S 6 lo p o d e m o s d e s c u b rir esa m ir a d a de fo r m a in d ire c ta , en el se n tim ie n to d e v e rg iie n z a q u e te n e m o s c u a n d o n o s s e n tim o s o b s e r v a d o s p o r el o tro , s in te n e r c o n fir m a d o “ o b je t iv a m e n te ” ese se n tim ie n to . L a v e rg iie n z a es a q u i u n a fo r m a e s p e d fic a d e m ie d o : m ie d o al ju ic io n egativo d el otro so b re n u e s tr a p r o p ia p e rso n a . P o r m e d io d e ese m ie d o , p r e s u p o n e m o s u n a s u b je tiv id a d en e l o tro , es d e c ir, la c a p a c id a d d e v e r n o s y ju z g a r n o s . B a jo la m ir a d a d el o tro n o s a v e rg o n z a m o s d e n u e stro c u e rp o , d e n u e stro a sp ecto , d e n u e stro c o m p o rta m ie n to , de la e n te ra im a g e n con q u e n o s m o s tra m o s al m u n d o . L a m e ra so sp e c h a d e q u e la m ir a d a 103

a je n a m e o b se rve es su ficien te p a ra p ro v o c a r esa v erg iien z a u n iv e rs a l.1 Pero, p ara Sartre, u n icam en te la presen cia d e o tro ser h u m a n o en n u estra in m e d ia ta cercania p ro v o ca el sen tim ien to de estar sien d o o b se rva d o . L a so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a se c o n c e n tra a q u i en la su p e rflc ie m e d ia tic a lla m a d a “ h o rn b re” : co n ello, esta su p e rfic ie p arece cla ra m e n te estar sien d o p rivileg ia d a p o rq u e se m u estra poten cialm en te co m o m a s p e lig ro sa q u e c u a lq u ie r o tra . P ero y a M e rle a u -P o n ty , p o r m e d io d e su s an alisis fe n o m e n o lo g ic o s, m a n ife sto q u e esa lim ita c io n a n tr o p o c e n tr ic a es p ro b le m a tic a e n g ra d o su m o , y q u e to d o ente, a l se r visto p o r n o so tro s, p u e d e v o lverse so sp ech o so d e v e rn o s a su vez. E l v e r es, p a ra M e rleau P o n ty , u n a o p e r a c ib n re c ip ro c a l n o se p u e d e v e r sin ser ig u a lm e n te v isto .2 E ste p la n te a m ie n to fu e d e sa rro lla d o de u n m o d o m u y con vin cen te so b re to d o p o r L a can , en su teo ria d e la m ira d a d el o tro . E n a lg u n lu g a r d e su

Seminario

n o s cu en ta L acan la v iv e n c ia - q u e h a lleg ad o a ser fa m o s a con u n a lata d e sard in as q u e, segu n n o s d escrib e, tuvo en su ju v e n tu d . M ie n tra s se e n co n tra b a co n u n a m ig o en u n p e q u en o b ote en el m ar, v ie ro n am b o s u n a lata d e sard in as flota n d o en la su p e rfic ie d el a g u a q u e re fle ja b a fu e rte m e n te la lu z del sol. E n to n ces, el a m ig o de L a ca n h izo la o b se rv a 1 Jean-Paul Sartre, Das Sein und das Nichts, Rowohlt, Reinbeck, 1991, pags. 457 y s. Hay edicidn en espanol; entre otras, Jean-Paul Sartre, El ser y la nada, traduccibn de Juan Valmar, RBA Coleccionables, Barcelona, 2004.

2 Maurice Merieau-Ponty, he visible etl’invisible, Gallimard, Paris, 1964, pas­ sim. Hay edicion en espanol: Maurice Merleau-Ponty, Lo visible y lo invisible, traduccion de Jose Escude, Seix Barral, Barcelona, 1966. 104

c io n de q u e e l p o d ia v e r a q u e lla la ta , p e ro q u e la la ta no p o d ia verlo a el. E n to n ces cuenta L a can q u e esa o b s e rv a tio n ca su a l lo lle v o a la id ea d e q u e la la ta de sa rd in a s en re a lid a d p o d ia m ira r

(regarder) a

su a m ig o , p o rq u e s o lo b ajo ese su-

p u esto ten ia sen tid o a firm a r q u e n o p o d ia v e rlo (v o ir).1 C o n esa p e q u e n a h isto ria , L a c a n ilu stra la tesis c e n tra l d e su te o ria d e la m ira d a , segu n la cual la lu z siem pre p r o ­ d u ce v isib ilid a d , y co n ello, u n ra y o d e lu z p u e d e in te rp re ta rse c o m o m ir a d a , in c lu s o en la a u se n c ia d e u n s u je to en ten d id o a n tro p o lo g ic a m e n te. L a m ira d a es u n a fu n c io n del ju e g o en tre la lu z y la o sc u rid a d . C u a n d o estoy sie n d o ilu m in a d o p o r la lu z, d e b o y a sie m p re sen tirm e alca n za d o p o r la m ira d a d el otro : la lu z m e tra n s fo rm a en u n a m a n c h a e n m e d io d e u n a im a g e n q u e se offece e n su c o n ju n to a la m ira d a d el o tro .2 A si pu es, a u n antes de la a p a ricio n de u n a fig u ra h u m a n a e n c u a n to p o s ib le e s p e c ta d o r “ c o n s c ien te”, y a esto y exp u esto a la m ira d a del o tro , es decir, a la lu z en la c u a l el o tro p u e d e v e rm e . Y d a d o q u e no p o d e m o s escap ar p le n a m e n te d e la lu z, n u n ca p o d e m o s e sc a p a r d e fin itiv a m e n te de la m ira d a del o tro , pues n o n ecesitam o s la p re se n c ia d e otro ser h u m a n o e n n u estra in m e d ia ta c e rc a n ia p a r a se n tirn o s o b s e rv a d o s: p a r a ello b a sta d e l t o d o c o n u n a la ta d e sard in as. L a can se refiere en ese co n texto al

1 Jacques Lacan, Le Seminaire, Livre XI, “ Les quatre concepts fondamentaux de la psychanalyse”, Seuil, Paris, 1973, pags. 89 y ss. Hay edition en espanol: Jac­ ques Lacan, Los cuatro principiosfundamentales del Psicoandlisis. Seminario XI, tra­ duction de Francisco Monge, Barral Editores, Barcelona, 1974. 1 Jacques Lacan, ibidem. .., pag. 90. 105

lib ro d e R o g e r C a illo is so b re el m im e tis m o ,1 en el q u e el a u to r in ten ta m o stra r q u e lo s an im ates, p o r m e d io del m i­ m e tism o , se m u e stra n a la lu z del m u n d o d el m is m o m o d o q u e lo s artistas se en su cian co n sus cu ad ros. D e esta m an era, to d o s lo s sig n o s d el m u n d o a lc a n z a n el m is m o g ra d o de ser so sp ech o so y de p e lig ro sid a d . P u e d o ser visto p o r cad a sig n o q u e veo, p o rq u e re fle ja la luz. Y es e vid en te q u e a q u i n o se tra ta so lo de lo s sig n o s d e la n atu raleza. M ie n tra s q u e L a c a n sie m p re d e sc rib e la m ira d a d e l o tro c o m o efecto de u n ju e g o n a tu ra l de lu ces y so m b ra s, y al h o m b re c o m o u n a m a n c h a en u n p a is a je n a tu ra l, Ja c q u e s D e r r id a d a el sig u ien te p a so en sus u ltim o s escritos al re fle x io n a r so b re la m ira d a de lo s m e d io s, q u e n o s o b se rv a n secretam en te ju sto c u a n d o n u e stra p r o p ia m ira d a e sta p re sa d e las im a g e n e s q u e n o s so n p re se n ta d a s p o r lo s m is m o s m e d io s .2 C o m o co n cep to clave de esta re fle x io n en to rn o a la m ira d a d e lo s m e d io s, D e r r id a u tiliz a la p a la b ra “ e sp e c tro ” D e r r id a com ien za su fase in ten siva de d ed icacio n a lo s espectros, co m o es sab id o , con su lib ro so b re M a r x , en el q u e ju e g a u n p ap el fu n d a m e n ta l el fa n ta sm a d e l c o m u n is m o q u e a p a re c e a l

1 Roger Caillois, M iduse et Compagnie, Gallimard, Paris, 1960, pags. 160 y ss. 1 Jacques Derrida y Bernard Stiegler, Echographies / de la tdivision. Entretiens filmes, Galil6e-INA, Paris, 1996, pags. 135 y ss. Hay edici6n en espafiol: Jacques Derrida y Bernard Stiegler, Ecografias de la television: entrevistas filmadas, traduccion de Horacio Pons, Buenos Aires, Eudeba, 1998. Mas sobre la discusidn en torno a la imagen que nos ve: Georges Didi-Huberman, Ce que nous voyons, ce que nous regarde, Editions de Minuit, Paris, 1992. 106

p r in c ip io d el

Manifesto comunista? Y

D e r r id a ca ra cte riz a

las im ageries m ediaticas, es decir las fotograficas y sobre tod o las c in e m a to g ra fic a s, c o m o esp ectro s ta m b ie n , p o rq u e regresan , se m u e v e n , h a b la n y p u e d e n m ira rn o s , sin q u e sea n ecesario p a r a ello la p re se n c ia v iv a de p e rso n a s cu yas im agen es h u b ie ra n sido m ed iaticam en te g rab ad as en alg u n m o m e n to del p a sa d o . L o s h o m b re s n o re g re sa n a lo s m e d io s c o m o h o m b re s, sin o c o m o esp ectros, m as a lia de su a u se n c ia y de su m u erte . E n ello se h a v isto a m e n u d o u n a g ran p e rd id a : se h a v isto la a u te n tic a y m is tic a m u e rte d e l suje to , cu a n d o n o d irectam en te el asesin ato m ed iatico d e su p e rso n a v iv a . D e a c u e rd o con ello , la a p a ric io n del esp e ctro c o n firm a d efin itivam en te la m u erte d e u n h o m b re , que d e o tro m o d o ten d ria q u iz a la o p o rtu n id a d d e p e rm a n e ce r v iv o en el re c u e rd o de o tro s h o m b re s o d e resucitar. L o esp e c tra l d e la fo to g ra lia y de las p eilcu las b o rra , seg u n esto, la v id a p asad a de u n a m a n e ra m u ch o m as rad ical que la p ro p ia m u erte. L o s m ed io s aceptan la m u erte, e in clu so la sup e ra n . Este re p ro ch e h a sid o la n za d o c o n tra los m e d io s p o r m u c h o s te o ric o s, y con stituye, a h o ra com o en ton ces, e l verd ad ero tra sfo n d o de u n a crltica rad ical de lo s m ed io s.2 P ues

1 Jacques Derrida, Spectres de Marx, Galilee, Paris, 1993, pag. 22. Hay edicion en espanol: Jacques Derrida, Espectros de Marx, traduccion de Jose Miguel Alarcon y Cristina de Peretti, Trotta, Madrid, 1995. 1 Sobre el tema de la muerte a trav£s de la fotografla, d r. Siegfried Kracauer, “ Die Photographie”, en Inka Mulder-Bach (Hrsg.), Siegfried Kracauer. Schriften, Band 5.2 (.Aufsdtze, 19 2 7 -19 31), Suhrkamp, Frankfurt del Meno, 1990, pags. 8397. Hay edicion en espanol: Siegfried Kracauer, “ La fotografia”, en Siegfried Kra­ cauer, Estetica sin territorio, traduccidn de Vicente Jarque, Colegio Oficial de 107

b ie n : D e rrid a in ten ta, c o m o era d e esp era r d esd e el p r in c i­ ple), la e stra te g ia c o n tra ria : la d e re v a lo riz a r e l e sp ectro , y so b re to d o , la m ira d a c o n q u e este m ir a a lo s viv o s. Y es q u e p a ra D e rrid a , la re p e ticio n de lo id e n tico - p o sib ilita d a p o r la g ra b a c io n m e d ia tic a d e im a g e n e s y t o n o s c o m p le m e n ta la re p e titiv id a d de la v id a , la c u a l esta in festad a d esd e el p rin c ip io d e a u sen cia y d e m u erte. L a au sen cia d e la p re se n c ia v iv a en la p e licu la es d ia g n o stic a d a p o r el h e c h o d e q u e la p e lic u la p e rm ite u n a re p e tic io n exacta de la s m ism a s p a la b ra s y gestos, m ie n tra s q u e n o s o tro s a so c ia m o s lo v iv o fu n d a m e n ta lm e n te c o n la a p a r ic io n d e lo n u evo , lo d ivergen te y lo in esp erad o . P ero p a ra D e rrid a , la d ife re n c ia e n tre la p e lic u la y la v id a n o es ta n g ra n d e . P o r e je m p lo : en su v id a , el a c to r d eb e re p e tir m u ch a s veces su p a p e l p a ra a p ren d erlo . L a p e licu la te rm in a d a ta n so lo co m p leta la re p e ticio n q u e y a a n u n c ia b a , d u ra n te la g ra b a c io n - e s d ecir, au n “ en la v id a ” - , la e v e n tu a l m u e rte del a c to r.1 P o r eso, el esp ectro n o p u e d e ser d e scrito p o r n in g u n a

tologia, sin o

on-

en to d o caso p o r u n a “ h a n to lo g ia ” 2 E l esp ectro

se aparece. Y ello sig n ific a q u e n o tien e sen tid o p re g u n ta rse p o r q u e sea q u e se esco n d e o n to lo g ic a m e n te tras el esp ec­ tro. D e este m o d o , el esp ectro a n u la la p re g u n ta o n to lo g ic a

Aparejadores y Arquitectos Tecnicos de la Region de Murcia, Murcia, 2006, pags. 275-298. 1 Jacques Derrida y Bernard Stiegler, Echographies.., pag. 135.

2 Jacques Derrida, Spectres de Marx. .., pag. 89. Traducimos por “ hantolo­ gia’1 el t6rmino francos “hantologie”, empleado por Derrida y Groys, y que viene a significar “ciencia de los espectros” (N. de los T.) 108

acerca de su ese n cia .1 D e sd e lu eg o , el esp ectro m ira a a q u e l q u e p re g u n ta . P ero n o le d a n in g u n a o p o rtu n id a d de m ir a r en su p ro p io in te rio r. P o r eso, an te el esp ectro n os e n co n tra m o s ig u a l q u e co m o an te la le y q u e n os v ie n e del m as alia d e la v id a y n o s h u m illa .2 A q u i, la d e sc rip c io n h e ch a p o r S a rtre d e la m ira d a d e l o tro vu elve de u n m o d o in te n sifica d o : n os sen tim o s o b s e rv a d o s p o r el esp ectro , v ig ila d o s , ju z g a d o s y q u iz a in c lu s o con d en ad o s, y en este p u n to la o p eracio n de v e r ya n o p u e d e ser e n te n d id a c o m o algo r e d p r o c o : n o p o d e m o s ver a l e s ­ p e c tro d el m ism o m o d o co m o el n o s ve a n o so tro s. E l e s­ p ectro v u e lv e a n o so tro s desde el p asad o , d esd e el re in o de la m u erte, so b re to d o c o m o esp ectro del p a d re , y tien e co n 1 De ese modo, el espectro del padre de Hamlet no da ninguna respuesta a la pregunta por su naturaleza ontoldgica: cfr. Jacques Derrida, Spectres de M arx. .., pags. 26 y ss. 2 Jacques D erriday Bernard Stiegler, Echographies..., pags. 137-138. La pre­ gunta acerca de la naturaleza del espacio detras del espectro, es decir, tras el significante, ha sido respondida de otro modo por autores mas fuertemente anclados en la tradicidn marxista que Derrida. Por ejemplo, para Fredric Jameson, y al contrario que Derrida, detras de los espectros cinematograficos no se esconde la ley, sino la posibilidad amenazante y mucho mas real de una conspiracion universal. Cfr. Fredric Jameson, The Geopolitical Aesthetics. Cinema and Space in the World System, Indiana University Press, Bloomington & Indianapolis, 1995, passim. No es casual que Jameson hable, al final de su replica a Spectres de Marx de Derrida, de “conspiratorial futures” : Fredric Jameson, “ Marx Purloined Letters”, en Mi­ chael Sprinker (ed.), Ghostly Demarcations. A Symposium on Jacques Derrida’s "Spectres of Marx”, Verso, Londres & Nueva York, 1999, pag. 65. Y en su “ Mediologie”, Regis Debray intenta describir las fuerzas submediaticas capaces de ayudar a un determinado significante en su victoria global. Cfr.: Rdgis Debray, Cours de la mediologie generale, Gallimard, Paris, 19 9 1. Hay edicidn en espanol: Regis Debray, Introduction a la Mediologia, Paidos, Barcelona, 2001. 109

ello u n a p rio rid a d g en ea lo g ica so b re to d o se r v iv ie n te . P o r eso, la m ira d a d el esp ectro p ro v o c a en n o so tro s n o sd lo vergiien za, sin o u n sen tim ien to d e re sp o n sa b ilid a d in d e te rm in a d a a n te lo a u se n te , p u e s lo a u se n te n o tra ta c o n sig o m ism o . N u e stra rela cio n con el espectro se c o rre sp o n d e con n u e stra re la cio n c o n la ley : es asim etrica. N o p o d e m o s ju z g a r al esp ectro , p o rq u e n o p o d e m o s “ m ir a r lo ”, p e ro el e s­ p ectro si p u e d e ju z g a rn o s. S

61o d e esta re sp o n sab ilid a d ante

el esp ectro su rg e n u e stra lib e rta d , y n u e stra m o r a l.1 D e este m o d o tien e lu g a r u n a tr a n s fo r m a tio n de la d e c o n stru c cio n de lo s fim d a m e n to s tra d ic io n a le s d e la m o ra l e n u n a n u e v a fu n d a m e n ta c io n d e la m o r a l en lo d e s fu n d a m e n ta d o , en lo fan tasm al: “ L a lo g ic a de lo esp ectral

(la logique spectrale)

de facto la lo g ic a de la d e co n stru ccio n . E lla es el elem en to d e la a p a r ic io n ( hantise), en el c u a l e n c u e n tra la d e c o n s ­ tru c c io n el lu g a r m a s a p ro p ia d o ( hospitaller) p a ra ella, en el es

c o ra z o n d e la p resen cia v iv a ”.2 E sto s a n a lisis d e lo e sp e c tra l d e m u e stra n c o n c la rid a d m e rid ia n a q u e D e r r id a es m a s u n le c to r d e S a rtre y L e v i­ n a s q u e u n e s p e c ta d o r d e la s p e lic u la s d e R id le y S c o tt o Ja m e s C a m e ro n , y a u n m e n o s d e la s p e licu la s de esp ectro s d e H o n g K o n g . L o s esp ectro s d e D e rrid a so n rep resen tan tes sile n c io so s y recto s d e la le y p a te rn a , a lo s c u a le s so lo les b asta su m ira d a y su in m o v il a p a ric io n , p a ra d e sp e rta r la v e n e r a tio n an te la le y y el se n tim ie n to d e re s p o n s a b ili­ d ad . E sto s esp ectro s so n in m u n e s a to d a c o n s id e ra tio n o n 1 Jacques Derrida y Bernard Stiegler, Echographies..., pags. 13 7 y ss. 2 Jacques Derrida y Bernard Stiegler, E chographies.. pag. 131.

to lo g ic a , p o rq u e n o tie n e n en si m ism o s n in g u n “ se n tid o v iv o ” ; so n c o m o esos texto s escritos q u e n o p u ed en d isc u tir c o n sus lecto res a c e rc a de su c o n te n id o , y de lo s c u a le s se h a b la en m u c h o s escritos an terio res de D e rrid a . E l su jeto v iv o es p a ra D e rrid a el su jeto del len gu aje h ab lad o , d e la com u n ic a c io n , de la sig n ific a c io n . L o s e sp ectro s n o so n p o r ello su jeto s v iv o s , p u e sto q u e so n m e ro s sig n ific a n te s que n o p u e d e n co m u n ica rse , y q u e sin em b arg o e n ca rn an la ley m u e rta q u e d eb e c u m p lir to d a c o m u n ic a c io n viva. L o s espectros cin em ato g rafico s q u e tan b ie n co n o cem o s, asi co m o to d o s lo s

aliens y terminators q u e p ro ced en

d e l pa-

sa d o o d el fu tu ro - e s d ecir, en c u a lq u ie r c a so del re in o de la m u e rte -, se m u estran de hecho, en la m ay o ria de los casos, p o c o c o m u n ica tiv o s. A l m ism o tiem p o , so n a p a ricio n e s de g ra n m o v ilid a d , a b so lu ta m e n te in m o ra le s, ve n g a tiv a s, inco n se c u e n te s, c a p ric b o sa s, y so b re to d o e x tre m a d a m e n te peligrosas: n o so n , desde luego, su jetos de sign ificacion , p ero si su jeto s d e accio n m ed iatica. N o avergu en zan a su esp ectad o r, n i lo o b lig a n a c u m p lir la ley. E n lu g a r d e esto, atacan al esp ectad o r rep en tin am en te y lo an iq u ilan sin dar p a r a ello ra z o n e s d e n in g u n tip o . Tan ra u d o s e sp e c tro s d e ja n p o c o tie m p o p a r a re m o rd im ie n to s d e c o n c ie n c ia , c u e s tio n a m ie n to s legales o d u d a s m o rales. M a s b ie n h a y q u e h u ir de ellos ta n ra p id o c o m o sea p o sib le , o in ten tar ah u yen tarlo s. P o r eso, en re la cio n a esp ectros ta n p e lig ro so s, la c u e stio n m e d ia tic o -o n to lo g ic a es ab solu tam en te ap ro p ia d a, y e llo no en tan to p re g u n ta p o r c o m o sea p o sib le c o n ju ra rlo s, c d m o a sig n arles u n lu g a r fijo d en tro d e la b o tella, co m o al g en io , m

c o m o h a c e r q u e d e je n d e ser p e lig ro so s. E sta c u e stio n n o se re sp o n d e d e u n m o d o te o ric o , sin o c o n d e te rm in a d a s p ra ctica s m a g ic a s, p o r m e d io d e las cuales lo s esp ectro s se v u e lv e n fa v o ra b le s, so n e x p u lsa d o s o in c lu s o re su lta n so m e tid o s to ta lm e n te a la v o lu n ta d d el esp ectad o r. C u a n d o lo s h o m b re s se re la cio n a n co n esp ectro s, d e b e ria n de p resen tarse ante ellos p rin cip alm en te c o m o m ag o s. L a cuestid n m ed iatico -o n to lo gica en relacion a lo s espectros n o es la preg u n ta p o r su esen cia, sin o p o r cu a l es la m e jo r p ro te c tio n c o n tra ellos. A q u i n o se trata d e u n a c o m u n ica cio n c o n sen tid o , sin o d e la sa lv a tio n a tie m p o de la p ro p ia vid a. L a b u s q u e d a d e lo s sig n o s d e la s in c e rid a d n o es c o n d u c id a p o r n in g u n in teres g n o se o lb g ic o , sin o q u e m as b ien es d ictad a p o r las a m e n a z a d o ra s d isc u sio n e s c o n lo s o tro s, las cuales v ie n e n aco m p a n a d a s d e u n m ied o c o n tin u o y u n a d e sc o n fia n z a m u tu a . E n tales d isc u sio n e s, la c u e stio n n o es m e ra m e n te la c o n sa b id a “ c o m u n ic a c io n ” - e s d ecir, n o so lo lo d ic h o y lo e n te n d id o d e d e te rm in a d a fo r m a d e lo d ic h o - , sin o so b re to d o el sile n c io so , p e ro a b so lu ta m e n te real, p eligro q u e irra d ia el esp acio su b m ed ia tico de lo s o tro s m a s a lia d e to d a c o m u n ic a c io n . C u a n d o lo s h e ro e s c in e m a to g r a fic o s d e la se rie

Alien

d isc u te n t r a n q u ila y ra c io -

n a lm e n te en tre si, p u e d e o c u rrir u n a y o tr a v e z q u e a u n o de lo s in terlo cu to res le salte u n

alien d el p ech o y

an iq u ile en

u n in stan te al o tro in terlo cu to r. A si p u es, so n an te to d o lo s sig n os de la sin cerid ad lo q u e b u sca m o s en el o tro , p a ra p rev e n ir ese p e lig ro q u e siem p re p u e d e sa lir d e su in te rio r. Y lo s sig n os d e la sin cerid ad so n p ro d u c id o s p a ra tra n q u iliz a r 112

al o tro , p a ra su g e rirle co n fia n z a, y aten u ar co n ello su p o te n c ia l a g re s iv id a d , a lim e n ta d a p o r la d e sc o n fia n z a . P o r tan to, el efecto d e la sin ce rid a d esta in scrito , d esd e el p r in cip io , en u n a c o m p lic a d a red de estrategias o fen sivas y d e fen sivas, y es activad o estrateg icam en te. P ero la n atu raleza fo rm a l del fe n d m e n o d e la sin cerid ad es sie m p re la m ism a : se tra ta de la a p a r ic io n d e sig n o s e x tra n o s, b a jo s, a m e n a zad o res, en u n co n texto fam ilia r. A q u i, el m e d io o cu lto se co n vierte en m en saje, e n ten d ien d o p o r “ m e d io ” realm en te lo su b m e d ia tico , es decir, la in fra e stru ctu ra q u e p erm an ece o c u lta b a jo la c a p a d e sig n o s q u e c u b re la s u p e rfic ie m e d iatica. A si p u es, c u a n d o se h a b la del m e d io de la p in tu ra , d e lo q u e se h a b la realm en te es d e lo su b m ed ia tico d e la p in tu ra , es decir, d e la m a te ria d e q u e esta h ech a la im a g e n p ic to ric a : lo s colores, el lienzo, p e ro tam b ien del artista e n tanto au to r, d el siste m a m u se istic o , d e la e x p o sic io n , d e l m e rc a d o d e l a r t e ..., en re su m e n : to d o lo q u e p ro d u ce, m an tien e y p re sen ta la im a g e n p icto rica . P or su p u esto, se p u ed e e m p e z a r a o p e r a r en este p u n to c o n c o m p lic a d a s d e fin ic io n e s. P o r e je m p lo , se p o d ria n en te n d e r lo s colo res c o m o p u ra s f o r ­ m as de la in tu ic io n q u e .n o tien en n a d a q u e v e r con lo s c o lo re s en c u a n to su sta n c ia s m a te ria le s, sin o q u e m&s b ie n a rtic u la n el c a m p o d e v isib ilid a d en cu a n to tal, y asi h a b la r c o n in d e p e n d e n c ia d e l “ m e d io c o lo r ” a c e rc a de c o m o el c o lo r c o rre s p o n d ie n te es “ m a te ria lm e n te s o s te n id o ”. E n ton ces se p o d r ia o p o n e r a tal in ten to de d e fin ic io n el h e c h o de q u e to d o s lo s colo res, si se q u ie re , son efecto s “ o rig in a 113

rio s ” de la a c tio n d e d eterm in ad as o n d as electro m agn eticas en el o jo h u m a n o , y q u e de esta fo rm a so n ta m b ie n “ o rig in a ria m e n te ” m ateriales. P o r su p u esto , se p u e d e n ten er d iscu sio n es co m o esta o sim ilares en re la tio n a to d o s lo s d em as m e d io s, p e ro en s u c o n ju n to su e le n re su lta r m e n o s fe rtiles. H ay q u e co n statar sim p le m e n te q u e el u so h a b itu a l de la p a la b ra “ m e d io ” es a m b ig u o : con ella se su ele d esign ar, g e n era lm e n te , ta n to la su p e rfic ie m e d ia tic a c o m o el esp a c io su b m e d ia tico q u e la so stien e, de fo r m a q u e las ffo n te ras de ese esp a cio re su lta n va g a s, p u e sto q u e , segu n sea la c o n v ic tio n id e o lo g ic a , la im a g e n p ic to r ic a es e x p u e sta en tan to su sten tad a p o r el lien zo, p o r la in s titu tio n “ a rte”, p o r la so cied ad b u rg u e sa , p o r la in s p ir a tio n d iv in a , el g en io artistico o d eterm in a d as p a rtic u la s e le m e n ta le sy cen tro s n eu ro n a le s d e te rm in a d o s. Y sin e m b a rg o , c u a n d o se u s a la p a la b ra “ m e d io ” e n o p o sic io n a “ s ig n o ” n o rm a lm e n te se esta in d ic a n d o el so p o rte m ed iatico , o - e n la te rm in o lo g ia de este t e x t o - el esp a cio su b m e d ia tico tras la c a p a d e sig n o s q u e cu b re la su p e rfic ie m ed iatica.

114

El

m e d io s e c o n v ie r t e e n m e n s a je

E s b ie n sa b id o q u e, p a ra la e v o lu c io n de la teo ria d e lo s m e d io s, h a ju g a d o u n p a p el m a s q u e d e c isiv o la c o n o c id a fo r m u la d e M a rs h a ll M c L u h a n “ T h e m e d iu m is the m e s ­ sage3’. “ E l m e d io es el m e n sa je ” : en esa frase se fo rm u lo u n a p reten sion d e v e rd a d q u e h izo po sib le el actu al discurso m e d ia tic o -te o ric o y d e fin io el h o riz o n te en q u e este se h a ven id o m o v ie n d o d e sd e en to n ces. Y es q u e e sa frase a fir m a q u e el m ed io , en el cu al el su jeto d el h ab la h ace u n a d eterm in a d a d e c la ra c io n (se a ese m e d io el le n g u a je o r a l, la e s c ritu ra , la p in tu r a , la fo to g r a fia , la p e lic u la , la d a n z a , etcetera), h a ce al m ism o tiem p o y p a ra le la m e n te su p r o p ia d e c la ra cio n , de fo rm a q u e el su jeto h ab la n te ra ra vez p u e d e reflejar esa d eclara cio n d el m ed io y n u n ca p u e d e co n tro larla co n scien tem en te. Y esto sig n ific a q u e , c u a n d o n o so tro s d eclara m o s algo - e s decir, cu an d o c o in b in a m o s d eterm in a d o s sig n o s en el c o n texto d e u n ju e g o d e sig n o s de tal m a n e ra q u e esa co m b in acio n p ro d u ce u n sen tid o com p ren sib le p a ra n o s o t r o s -, en ton ces h acem o s

de facto n o

u n a , sino d o s d e-

clara cio n es d istin tas. U n a d e c la ra cio n co n tie n e aq u ello q u e q u e ria m o s d e c ir c o n sc ie n te m e n te . Se tra ta d e n u e stra in fo r m a c io n , n u e stro m e n sa je : la in te n c io n c o m u n ic a tiv a 115

“ co n scien te” q u e tra ta m o s d e tra n sm itir p o r m e d io d e u n a determ in ad a c o m b in a tio n de signos. Pero, al m ism o tiem po, surge u n a segu n d a d e c la ra tio n q u e n o n o s h e m o s p ro p u esto c o n sc ie n te m e n te : la d e c la r a tio n d e l m e d io . Se tra ta a q u i de u n m e n saje tras el m en saje, fu e ra del c o n tro l d el su jeto h a b la n te . C o n se c u e n te m e n te , la p re te n s io n d e v e rd a d de la te o rfa d e m e d io s co n siste e n e x p lic a r q u e e x p re sa re a lm e n te esa se g u n d a d e c la ra c io n n o p re te n d id a v o lu n ta ria m en te p o r n o so tro s. L a p reten sio n d e v e rd a d de la te o ria de m e d io s, en ten d id a d e ese m o d o , re cu e rd a an te to d o la p r e ­ te n s io n d e v e rd a d d e l p sic o a n a lisis . Y es q u e ta m b ie n el p sic o a n d lisis a fir m a q u e h a b la m o s s ie m p re c o n u n a v o z d iv id id a , y q u e p o r ta n to c a d a u n a d e n u e stra s d e cla ra cio n es es u n a d o b le d e c la ra c io n : ta m b ie n tra n s p o rta u n sen tid o in co n scien te en cu an to m a n ife sta tio n d e n u estro deseo erotico. Y p o r eso n o es n in g u n a ca su a lid a d q u e L a ca n , D eleu ze y o tro s au tores p ro ced en tes de la t r a d itio n p sico an alitic a , h a y a n in te n ta d o c o m b in a r el p sic o a n a lis is c o n u n a d e te rm in a d a fo rm a d e te o ria d e m ed io s. B a jo el in flu jo d e estos teorico s, el d isc u rso d e m e d io s de las u ltim as d ecad as h a b la in in te rru m p id a m e n te d el d eseo co m o el v e rd a d e ro so p o rte d e lo m ed iatico . P o r cierto , s6 lo en el m a rc o de tal d iscu rso resu lta p la u sib le h ab la r d e in fin ita s c o rrien tes de sig n o s, a n alo g as a las in fin ita s c o rrien tes d el deseo, q u e su p u e sta m e n te flu y en c o n tin u a m e n te y p o r to d a s p a rte s y lo in u n d a n to d o . E n lo q u e to c a a la s c o ­ rrie n te s del d eseo en c u a n to tales, ca d a c u a l tie n e su o p in i6 n : h a y q u ie n , p o r e je m p lo , se sie n te d e vez e n c u a n d o 116

sim p lem en te d em asiad o can sado p a ra d esear in fm itam en te. P ero en r e la tio n a la te o ria de m e d io s, se p u e d e a firm a r en to d o caso q u e n o es el deseo el q u e con tien e lo s sign os so b re la su p e rfic ie m edicitica, sin o d e te rm in a d o s so p o rtes te cn icos de m e d io s, co m o lib ro s, lien zo s, p elicu las, o rd en ad o res, o red es telefo n ica s. Y esos so p o rtes son, c o m o es sab id o , fin ito s, asi c o m o la e le c tric id a d - q u e h o y e n d ia h a c e fu n c io n a r la m a y o rla de lo s so p o rte s m e d ia tic o s - so lo p u e d e ser p ro d u c id a en can tid a d es fin itas. E s m as: tod os esto s s o ­ p o rte s tecn ico s m e d ia tico s tien en su p ro p ia m a te ria lid a d y realid ad m as alia del c u e rp o h u m a n o , de la im a g in a tio n h um a n a y so b re to d o m as alia de la co n c ie n cia h u m an a. E l m e d io - t a l y c o m o fu e en ten d id o p o r M c L u h a n - no tie n e su lu g a r e n el h o m b re , sin o fu e ra d e l h o m b re : en c u a n to e scritu ra , p in tu ra o televisio n . D e acu erd o c o n esto, el m en saje d el m e d io n o es in co n scien te (es decir, n o es un m e n s a je q u e sig u e sie n d o h u m a n o ). C o n in d e p e n d e n c ia d e c 6 m o sea in te rp re ta d o lo h u m a n o , el m e n sa je del m e d io - d e l q u e h a b la M c L u h a n - es u n m en saje n o -h u m a n o , inh u m a n o . E s el m e n saje d e los so n id o s, de lo s colo res, d e las co rrie n te s electricas, etcetera, es decir, d e lo s so p o rte s m e ­ d iaticos q u e c o n servah su d im en sio n au to n o m a, in h u m an a, ta m b ie n - y so b re t o d o - cu a n d o so n u sad o s p o r el h o m b re p a ra lo s fin es de la c o m u n ic a c io n co n scien te y p len a m en te h u m a n a . So lo ro m p ie n d o con to d o lo h u m a n o - in c lu id o el in co n scien te h u m a n o -, con q u ista la teoria de m edios su obje to d iscu rsiv o p ro p io . 117

D e sd e lu e g o , e n el d isc u rso d e m e d io s - c o n c e b id o al m o d o d e M c L u h a n - se e n cu e n tra presen te d esd e el p rin c ip io la te n d e n c ia a re h u m a n iz a r lo s m e d io s. Y a el p ro y e cto m is m o d e e n te n d e r lo s m e d io s - e l lib r o m a s im p o rta n te de M c L u h a n se lla m a p recisam en te

Understanding Media-

im p lica p resu p o n er, e n el esp acio su b m ed iatico , al su jeto de la sign ificacion , de la tran sm isio n , de la c o m u n icacio n , cuyos m e n sa jes p u e d e y d eb e in te rp re ta r c o rrectam en te el espectador. D e hecho, la a n alo g ia con el p sico an alisis esta cercana. E l su jeto su b m e d ia tic o es p a ra M c L u h a n u n su je to a n tro p o m o r fic o d e l d e c ir - c u y o id io m a d e b e ria p o d e r e n te n d e r s e - y n o u n su je to tip o "a lie n ” de la a c c io n p u ra , d e la a g resio n y d el p e lig ro . P o r eso, M c L u h a n in te rp re ta la re la ­ c io n e n tre e l e sp e c ta d o r y e l su je to s u b m e d ia tic o d e u n m o d o to talm en te o p tim ista , al m o d o d e u n a rela cio n h e rm en eu tica de le ctu ra y c o m p re n sio n , y n o d e u n a re la cio n p a r a n o ic a de m ie d o , a u to d e fe n s a y a g re s io n m u tu a , q u e h a y a que ven eer o evitar. E n u ltim o term in o , M c L u h a n llega a se n tim en taliz ar al su jeto su b m e d ia tic o al d istin g u ir en tre m e d io s “ calien tes” y “ frio s”, lo q u e h ace d e ello s d e c id id a m e n te in te rlo c u to re s a lo s q u e e n d e te rm in a d a s c irc u n s tan cias se les pu ed e rep roch ar u n a friald ad d esacostum b rad a, c o m o o c u rre en las rela cio n es d e a m ista d y am o r. Pero el o p tim ism o irre fle x iv o d e la in te rp re ta cio n de lo s m e d io s q u e h ace M c L u h a n se m a n ifie sta so b re to d o en su a firm a c io n -d e s a fo r tu n a d a p a r a la p o s te rio r e v o lu cio n de la te o ria d e m e d io s - d e q u e el m e d io “ es” el m en saje. Y es q u e esta a firm a c io n n o sig n ific a sin o q u e to d o s lo s m ed io s 118

son, en to d o m o m en to , ab solu tam en te creibles: tan so lo h ay q u e leer y c o m p re n d e r co rrectam en te lo s sig n o s de s u sin cerid ad . E ste sen cillo su p u esto d e u n a sin ce rid a d ilim ita d a d e lo s m e d io s es del to d o so rp ren d en te. T o d a b u sq u e d a de u n a c o n fe sio n , d e u n a re v e la c io n , de u n a a u to -m a n ife sta c io n del o tro su b m e d ia tic o se m u e stra totalm en te in n e c e s a ria d e sd e el m o m e n to e n q u e se d a c re d ib ilid a d a esa afirm acio n . T odos lo s sign os de la su perficie m ediatica “ so n ” en to n ces, al m ism o tiem p o , sig n o s veraces d e lo su b m e d ia ­ tico q u e tra n sm ite n sus m en sajes: n o h ay n in g u n sig n o q u e o cu lte, tape, en m ascare, Ueve a c o n fu sio n o h aga in accesib le lo su b m ed ia tico . M c L u h a n n o con o ce la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ica . P ero esta so rp ren d en te co n fia n z a e n la sin cerid ad de lo m ed iatico tiene, en el caso d e M cL u h an , sus razo n es especiales, q u e v a m o s a rastrear a c o n tin u a c io n . Y es q u e , ^cdm o d e b e fu n c io n a r de h e c h o u n a c o m p re n sio n de lo s m en sajes (sub )m ed iaticos? L a respu esta que d a M c L u h a n a e sta p re g u n ta es re la tiv a m e n te sim p le : esa c o m p re n sio n fu n c io n a a traves d e u n a c o m p a ra c io n en tre d iferen tes m e d io s. E l m en saje en ten d id o co n scien tem en te - q u e el h ab lan te fo rm u la m e d ia tic a m e n te - es separad o , p o r asi d ecirlo , d e su e x p re sio n m ed iatica, y es c o m p a ra d o con o tra s fo rm u la c io n e s p o sib le s d e ese m e n sa je en o tro s m e ­ dios. E l q u e em ite el m en saje es representado, con ello, c o m o su jeto d e la eleccio n en tre lo s d istin to s m e d io s q u e p u d ie ra n lle v a r su m en saje. C u a n d o el q u e em ite el m en saje tien e u n a in fo rm a c io n q u e transm itir, elige uno d e lo s m ed io s que se en cu e n tra n a su d isp o sic io n , d e ja n d o d e la d o o tro s m e119

d io s. C o m o el reeip ien te d el m e n sa je c o n o c e el en tero p a ra d ig m a m e d ia tic o - e s d ecir, q u e o p c io n e s serlan p o sib les p a ra el h a b la n te -, el p u ed e a d iv in a r q u e co n secu en cias p o d ria ten er la eleccion de otro m e d io p a ra el sig n iflca d o del m ism o m e n sa je : p o r e je m p lo , si el tal m e n sa je se v o lv e ria m as frio o m as calien te en o tro m ed io . D e este m o d o , el recip ien te p u ed e e x tra e r el m e n saje d e l m e d io a traves d e u n a fo r m u la re la tiv a m e n te sim p le : el m e n s a je m e d ia tiz a d o m en os el m en saje in terp retad o es igual al m en saje del m edio. E l p ro p io M cL u h an p ractica su s p ro p ias investigacion es herm e n e u tica s de d istin to s m e d io s g ra c ia s a u n a c o m p a ra c io n in te rm e d ia tic a se m e ja n te , sie m p re d e m o d o in te lig e n te e in spirad o. E l p resu p u esto fu n d am en tal d e esos analisis com p a ra tiv o s ra d ic a e n la creen cia de q u e se p u e d e se p a ra r an alitic a m e n te el m e n sa je su b je tiv a m e n te in te rp re ta d o d el h ab la n te p a rtic u la r d el m e n saje del m e d io , p a ra p o d e r dem o stra r d esp u es c o m o el u n o m o d ific a o in clu so d estru ye al otro. P ero esta cre e n c ia es m u y cu e stio n a b le . Y la cuesti6 n n o ra d ic a a q u i en si esta ju stific a d a o n o esa creen cia en la p o sib ilid a d de se p a ra r el m e n sa je del m e d io de lo s m en sajes in d iv id u a le s. M a s b ie n , la cu estio n es sab er d e d o n d e p ro ced e esta creencia. L a re sp u e sta a e sta p re g u n ta so lo p u e d e se r u n a : esa creen cia es el leg ad o de la v a n g u a rd ia clasica, q u e M c L u h a n a su m e a q u i d e u n m o d o p o c o c ritic o . L a v a n g u a r d ia c la ­ sica - c o m o se co n stitu y o a p rin c ip io s d e este s ig lo - se d e ­ fin e a s i m ism a , c o m o es sa b id o , p re c isa m e n te p o r u n p ro ced im ien to red u ccion ista: preten d e e lim in a r de u n texto 120

o cu ad ro to d o lo relativo al con ten id o, a lo con scien tem en te en ten d id o , io q u e tra n sm ite m en saje, p a ra asi d e ja r lib re al fin al la fo rm a p u ra del m ed io , o com o d ice M cL u h an , el prop io m en saje del m ed io . Tanto lo s analisis d e M c L u h a n com o to d o el d isc u rso m e d ia tic o -te o ric o p o s te rio r re su lta n , sin e x c e p c io n , im p e n sa b le s al m a rg e n de e ste m o tiv o fu n d a ­ m e n ta l d e la v a n g u a rd ia . A h o ra bien, el p ro p io M c L u h a n es p len a m en te con scien te de este legad o, y en absolu to tra ta de o c u lta rlo . B ie n al c o n tra rio , la fo r m u la m a g ic a “ el m e d io es el m e n sa je ” fig u ra en el texto de M c L u h a n en u n p a rra fo n o cen tral, y ello en el con texto d e la d isc u sio n so b re el cub ism o . Y es q u e M c L u h a n e scrib e en (

Understanding Media

1964) q u e el c u b ism o h a d estru id o la ilu sio n trid im e n s io ­

n a l y h a d e ja d o a b ie rto s lo s p ro c e d im ie n to s m e d ia tic o s con lo s q u e la im a g e n “ lle v a el m e n sa je al h o m b re ” C o n ello, el cu b ism o ha p o sib ilita d o “ la c o m p re n sio n del tod o m ed iatic o ” Y M c L u h a n c o n tin u a l “A l a lc a n z a r la c o m p re n s io n total e in m e d ia ta , el cu b ism o an u n c ia b a d e rep en te q u e el m e d io es el m e n sa je ”.1 N o es, p u es, M c L u h a n el q u e an u n cia su b u e n a n u e v a d el m en saje d el m e d io , sin o el cu b ism o . iP e ro d e d o n d e saca M c L u h a n q u e el c u b ism o a n u n c ia precisam en te ese m e n sa je y n o otro? En este p u n to M c L u h a n se rem ite a E rn st G o m b ric h co m o a u to rid a d in d u d ab le.2 A si

1 Marshall McLuhan, Die magischen Kanale/Understanding Media, Verlagder Kunst, Dresde, 1994, pag. 30. Hay edicion en espanol: Marshall McLuhan, Comprender los medios de comunicacion. Las extensiones del ser humano, traduccidn de Patrick Ducher, Paidos, Barcelona, 1996. 2Marshall McLuhan, Die magischen Kandle..., p ig . 29.

121

p u e s, M c L u h a n a n u n c ia q u e G o m b ric h a n u n c ia q u e el cu b is m o a n u n c ia q u e el m e d io es el m en saje. A h o r a b ie n , este a n u n c io n o h a sid o p re se n ta d o ta n cla ra m e n te p o r G o m ­ b r ic h c o m o lo fu e p o r p o r C le m e n t G re e n b e rg , q u ie n p o r a q u e l e n to n ces n o te n ia u n a a u to rid a d a c a d e m ic a ta n in d u d a b le c o m o la de G o m b ric h . E n el escrito, m u y d iscu tid o en to n ces, titu la d o “ P in tu ra m o d e rn a ”,1 G re e n b e rg escrib e en re la c io n c o n el c u b ism o fra n c e s: “ P ro n to se h iz o claro q u e el a m b ito de o b jeto p ro p io y au ten tico d e to d o arte era p recisam en te aq u ello q u e solo se e n cu en tra en la n atu raleza d e su m e d io ac tu a l”. Y co n tin u al “ L a s co n d ic io n e s restrictivas q u e d e fin e n el m e d io d e la p in tu ra - l a su p e rficie p lan a, la fo rm a d el m arco , la c o m p o sic io n d e lo s p ig m e n to s - fu ero n tra ta d a s p o r lo s a n tig u o s m a e stro s c o m o fa c to re s n eg ativo s q u e d esd e lu e g o p o d ia n ser in d ire cta m e n te reco n o cid o s. E l m o d e rn ism o c o n sid ero estas lim ita c io n e s co m o fa c to re s p o sitiv o s q u e en ton ces fu e ro n re c o n o c id o s a b ie rtam en te” A s i p u es, G re e n b e rg ad scrib e co n m u c h a d e cisio n a l c u b is m o e l d e sc u b rim ie n to d e l c a ra c te r m e d ia tic o d e l m e d io , la te m a tiz a c ib n e x p lic ita d e lo m e d ia tic o , en re su m e n : el a n u n c io d el m e n sa je d el m e d io . L a in te rp re ta cio n de la v a n g u a rd ia c la sic a c o m o u n a estra te g ia a rtistica q u e ap u n ta sobre tod o a la revelacion del m ed io , e ra valid a, pu es,

1 Clement Greenberg, “Modernistische Malerei” en DieEssenz derModerne. Ausgewdhlte Essays und Kritiken, editado por Karlheinz Liideking, Verlag der Krnist, Dresde, 1997, pags. 265 y ss. Hay edicion en espanol: Clement Greenberg, La pintura moderna y otros ensayos, traduccidn de Felix Fands, Siruela, Madrid, 2006. 122

en el tie m p o en q u e M c L u h a n escrib i6 su llb ro , al m e n o s en la te o rla d el arte av a n z a d a q u e e ra lu gar c o m u n .1 D esd e el p rin c ip io , la v a n g u a rd ia h isto rica se co n stitu yo , de hecho, p o r la exigen cia de sep arar todo m ed io artistico de c u a lq u ie r c o sa a je n a a l m e d io , p a ra q u e d a rse s o lo con lo e s p e d fic o d el m is m o . H a b ia q u e e x tirp a r de la p in t u r a to d o lo m im e tic o , su b je tiv o , lite ra rio , p a r a h acer v is ib le s p u ra s c o m b in acio n es d e fo rm as y colores; d e la p o esia, todo lo n a r r a tiv o y fig u ra tiv o , p a r a h a c e r o ib le el p u ro s o n id o d e la le n g u a o h a c e r v isib le la p u r a fo r m a de la e sc ritu ra ; d e la m u sica h a b ia q u e extirp ar to d o lo im itativo , m elo d ic o n a rra tiv o , p a r a p e r m itir escu ch a r el so n id o puro. E l alejam ie n to d e l arte m o d e rn o con respecto a lo referen cial, a la m im e sis, n o fu e u n acto de a rb itra rie d a d in d iv id u a l, sino la c o n se c u e n c ia d e la b u sq u e d a sistem atica de la v e rd a d de lo m ed iatico , de la sin c e rid a d m e d ia tica e n la que el m e d io - n o r m a lm e n t e o c u lto tra s el m e n sa je c o m p r e n d id o - se m u estra ta l c o m o es. P o r cierto, esta b u s q u e d a de la sin ce­ rid a d de lo m ed iatico con tin u a en el arte u ltim o de este siglo, ta m b ie n e n la e p o c a m u ltim e d ia y de la a s i lla m a d a p o stm o d e rn id a d . E n lu g a r de q u e re r lib e ra r a l m a te ria l p o rta d o r de lo s m e d io s tra d ic io n a le s “ a rte sa n a le s”, c o m o la p in tu ra o la e scu ltu ra , en la a ctu a lid a d se h ab ia m as d e m e-

1 Tanto Greenberg como McLuhan fueron jnfluidos sobre todo por los poetas de la modernidad angloamericana, especialmente por T. S. Eliot, que habian interpretado su propia poesia como indagacidn del medio. Cfr. Philip Marchand, Marshall McLuhan. The Medium and the Messenger, The M IT Press, Cambridge, 1998, y Florence Rubenfeld, Clement Greenberg. A Life, Scribner’s, Nueva York, 1997. 123

d io s d el tip o “ in stitu tio n ” “ m e rc a d o ” o “ so c ie d a d ”. R esu lta in teresa n te co n statar la te n d e n cia -p re c is a m e n te en n u estro tiem p o , en q u e esta tan en b o g a la te o rla d e m e d io s - a o lv id a r esto s d e cisiv o s o rig e n e s d e l in te re s p o r el c a ra c te r m ed iatico. A sl, la v an g u ard ia clasica es p resen tad a u n a y o tra vez c o m o a lg o “ s u p e ra d o ”, a u n q u e la te o ria d e m e d io s se sig u e a lim e n ta n d o

defacto de la

creen cia en la sin c e rid a d de

lo s sig n os de lo m e d iatico asen tad a en su tie m p o p o r la v a n ­ gu ard ia. L a ra z o n de ese o lv id o tien e q u e v e r p o sib le m e n te co n el h e ch o d e q u e lo m e d ia tic o se a so c ia h o y en d ia p r in c ip a lm e n te a lo s m e d io s d e m asas. L a v a n g u a rd ia a rtistica , p o r el con trario, n o parece estar su fk ien tem en te exten d id a com o p a r a ser to m a d a en se rio en el con texto de u n a te o ria de los

1

m ed io s. A m ism o tiem p o , la p ro d u c tio n artistica de la v a n ­ g u a rd ia h isto ric a se p re se n ta d e u n m o d o d e m a sia d o artesan al, d e m a sia d o d ep en d ien te de lo s tra d ic io n a le s m e d io s tecnicos com o p ara con servar relevan cia en la ep o ca del cine, la televisio n e Internet. Pero la exp an sio n social de u n m e d io o el g ra d o de

sophistication de

su te cn ica n o tien en m u ch a

relevan cia en la cuestion d e la sin cerid ad m ed iatica. Y es que esta cu estio n afecta so lo a la re la tio n fu n d a m e n ta l en tre la c a p a de sig n o s de la su p e rfic ie m e d ia tic a y el esp a cio su b m ed iatico q u e se o cu lta tras esa su p erficie; u n a re la tio n q u e es ig u a lm e n te v a lid a p a r a to d o s lo s m e d io s. P o r eso p u d o M c L u h a n tra n sp o rta r co n to d a n a tu ra lid a d el efecto de la sin c e rid a d m e d ia tic a a to d o s lo s d e m a s m e d io s, u n efecto q u e el cu b ism o p ro d u jo u tiliz a n d o p ro c e d im ie n to s artisti124

co s m a rc a d a m e n te id io sin cra sico s y exclu sivam en te e n rela cio n al m e d io “p in tu ra ”. A si, M cL u h an h ered o del cu b ism o la creen cia en el m en saje del m e d io , sin p reg u n tarse e n n in g u n caso b a jo q u e c o n d ic io n e s y u tiliz a n d o q u e m e to d o s se c o n d u ce lo m ed iatico a la sin cerid ad . E l cu b ism o , s in em ­ b arg o , n o in terp reto la im ag en m e ra m e n te com o u n m e n ­ saje d el m e d io , sin o q u e Ilego a d eclarar c o m p le ta m e n te su c a ra c te r m e d ia tic o , u tiliz a n d o rig u ro s o s m e to d o s q u e recu erd an m u c h o a lo s tra d ic io n a le s m e to d o s de to rtu ra : red u c c io n , fr a g m e n t a t io n , r e c o m p o s it io n . E l c u b is m o h a c o n v e rtid o el m e d io e n m en saje. P o r eso , M c L u h a n p u d o d e c ir q u e el m e d io h a b la sid o siem p re el m en saje, p o rq u e esc rib io su lib ro d esp u es de la a p a ric io n d el cu b ism o . D e este m o d o , M c L u h a n h izo saltar d e u n solo g o lp e la fig u ra c e n tra l d e la v a n g u a rd ia : la lib e r a tio n de lo m e d ia ­ tico . L o s m o d e lo s exp lica tivo s o rig in a lm e n te in ven tad o s y u tiliz a d o s p a r a le g itim a r las estrategias rad icales de u n dete rm in a d o arte m o d e rn o fu e ro n tra n sfe rid o s p o r M c L u h a n al entero m u n d o d e im ag en es d e lo s m e d io s m o d e rn o s, sin p re su p o n e r en ese m u n d o de im agen es, e n n in g u n c a so , los m ism o s p ro ce d im ie n to s de re d u c tio n , de d estru ccio n con scien te, d e fo rz a d a sin c e rid a d . P o r su p u e sto , M c L u h a n es­ c rib io sus texto s a p ro x im a d a m e n te en el m o m en to e n que lo s artistas d e l P op realizab an , al m en o s p a rc ia lm e n te , ese t r a b a jo d e s in c e rid a d m e d ia tic a e n re la c io n al m u n d o de im a g e n e s d e lo s

mass media, e n

esp ecial d e la p u b lic id a d .

P e ro le y e n d o su s te x to s, se tie n e la im p re sio n c o m o si ese trab ajo resultase com pletam ente su perfluo y com o si lo s m e­

ns

d io s h u b ie se n tra n sm itid o su m e n sa je d esd e sie m p re , sin te n e r q u e h a c e rlo a traves d e d e te rm in a d a s estrateg ias ar~ tisticas. L a p rax is activa y ofen siva de la van g u ard ia fu e tran sfo r m a d a p o r M c L u h a n en u n a p r a x is p u r a m e n te in te rp retativa, la cu a l le p arecio su ficien te p a ra p o d e r p e rcib ir lo s m en sajes a n o n im o s de lo s m e d io s d e m asas o cu lto s d etras de las in ten cio n es “ su b jetiv as” d e q u ien es lo s tra n sm ite n y d etras d e su co m u n ica cio n , L evad a con scien tem en te a cabo. D e a h l su rg io , n ecesariam en te, la im p re sio n de q u e lo s m e n sa jes d el m e d io so cavan , alte ra n , y fin a lm e n te d isu elv e n la in te n c io n su b je tiv a y d e a u to r del tra n sm iso r, p u e s, c u rio sa m e n te , la p o sib ilid a d d e u n a in te n c io n co n scie n te d e l a u to r - q u e c o n sistie ra sim p le m e n te en c o n v e r tir el m e d io en m e n s a je - es ig n o ra d a en la te o ria d e lo s m e d io s d e M c L u h a n y d esp u es de el. O m as b ien : so lo se le p re su p o n e u n a in te n c io n ta l a l p r o p io te o ric o d e lo s m e d io s, el cu al p reten d e u n a m e ta p o sic io n en rela cio n c o n el len gu aje, m ie n tra s q u e to d o s lo s d em as m e n sa jes - a excep cib n d e lo s m e d ia tic o -te o r ic o s - so n c a lifica d o s m e ra m e n te c o m o “ d e a u to r”, in d ivid u a les, su b jetivos. P o r eso, “ lo m ed iatico ” fiin c io n a , en e l le n g u a je actu al, p ra c tic a m e n te c o m o u n sin o n im o d e la d iso lu c io n , del d e b ilita m ie n to y, fin alm en te, de la a n u la c io n d e to d a in te n c io n d e au to r, in d iv id u a l, su b je ­ tiva. L a d ic o to m ia “ in te n c io n d e a u to r

versus m e n saje

an o -

n im o d el m e d io ” c a si d e te rm in a to ta lm e n te el a c tu a l d isc u rso m e d ia tic o -te o ric o , y resu lta cla ro q u ie n se im p o n e en esa d esig u al p areja. E l m e n saje d el m e d io se c o n vierte en e l m e n sa je d e la im p o te n c ia d el in d iv id u o . 126

M ie n tra s tan to , el m en saje d e q u e el m e d io es el m e n saje, acalla - e n la co n c ie n cia c o le c tiv a - casi d el tod o cu alq u ie r d isc u rso in d iv id u a l. Si la te o ria de m e d io s q u ie re ser au to c ritica , lo u n ico q u e hace es v o lv e r c o n tra si m is m a la so sp ech a d el a n o n im a to , de la falta d e in d ep en d en cia e n los m e d io s, d el fra c a s o d e to d o m e n sa je su b je tiv o . D e este m o d o , se d ice u n a y o tr a vez q u e ta m b ie n el tedrico d e los m e d io s d eb e u tilizar lo s m e d io s q u e an aliz a y critica, p a ra asi fo rm u la r y exten d er su p ro p io m en saje, y q u e con ello su p ro p io m e n sa je resu lta liq u id a d o p o r lo s m ed io s. P ero u n a critica d e lo s m ed io s sem ejante, v u e lta con tra si m ism a, con q u is ta la s u p u e s ta c re d ib ilid a d d el d is c u rs o m e d ia tic o te o ric o s o lo g ra c ia s a su c o n stitu c io n , in e v ita b le m e n te ta u to lo g ica. Y es q u e el verd ad ero p ro b le m a de la te o ria de lo s m ed io s n o rad ica en q u e tam b ien ella depen d e de lo s m e­ d io s, sin o m as b ien en q u e parece ig n o ra r co n tin u a m e n te el p e lig ro de q u e la m a y o ria de lo s m en sajes fo rm u la d o s e n la m o d e rn id a d —y a u n h o y - sean y a m e n sa jes d el m e d io . La m e ta p o s ic io n n o q u e d a , en m o d o a lg u n o , sin c u b r ir : el efecto de la sin c e rid a d m e d ia tica o frece sie m p re la o p o rtu n id a d de in sta la rse en u n a m e tap o sicio n . P e ro el te o ric o de m e d io s n o tie n e u n a p o sic io n d e p riv ile g io co n resp ecto a la m e ta p o sic io n : m u c h o s otro s h ab lan tes, p in to res o cread o re s d e p e lic u la s, re su lta n e sta r ig u a lm e n te en p o s ic io n d e o c u p a r u n a m e ta p o sic id n , d e a n u n c ia r e l m e n sa je d el m ed io . Y a u n m as: la teo ria de m e d io s d ep en d e p o r su p arte, c o m o y a h e m o s m o stra d o , de esa m e ta p o sic io n c re a d a artisticam en te, la cual es reco g id a p o r la teoria p a ra , p a rtie n d o 127

d e ella, p o d e r a n a liz a r y “ c o m p re n d e r” el m e d io . S in e m ­ b a rg o , lo s m e n sa je s d el m e d io - t a m b ie n , y s o b re to d o , c u a n d o ap arecen c o m o m e n sa jes in d iv id u a te s - n o so n o tra vez d e stru id o s y d isu elto s p o r el m e d io . L a im a g e n g en eral d e la a lte ra c io n , d iso lu c io n y flu jo ilim ita d o s d e to d o s lo s m e n sa jes, en gan a: n u m e ro so s m en sajes - e s t o es, lo s m e n ­ sajes d el p r o p io m e d io - n o se d ilu y e n n i flu y e n ta n fa c ilm en te. C a si au to m aticam en te, se p re su p o n e p o r p a rte de la teor ia de lo s m e d io s, q u e el h a b la in d iv id u a l, d e au to r, s

61o

p e rsig u e tra n sm itir algo asi c o m o el “ m u n d o in te rio r” d el su je to h a b la n te , es d ecir, su s o p in io n e s , d e se o s, in te n c io nes y verd ad es. Sem ejan te m en saje de lo su b jetivo h a d e fra c a sa r la m en tab lem en te, p u esto q u e resu lta, c o m o d ijim o s, acallado, socavad o, disuelto p o r el p ro p io m e n saje an o n im o del m ed io . Pero, ^com o se c o m p o rta este c u a n d o la in ten ci6 n (d e au to r) co n scie n te , su b je tiv a m e n te c o m p re n d id a , co n siste p re c isa m e n te en d e s c u b r ir el m e n sa je d e l m e d io p a r a c o n v e rtirlo e n u n m e n sa je p ro p io ? E n este caso , lo cierto es q u e el m e n saje d el m e d io sigu e sien d o , co m o antes, “ su b je tiv o ”, p e ro y a n o su b jetivo en el sen tid o de q u e p re te n d a “ e x p re sa r” el in te rio r d el su jeto h ab la n te. M a s b ien , se tra ta a q u i d e d a r e x p re sio n a ese su je to q u e se esco n d e tras la su p erficie m e d ia tic a q u e se o frece a la m ira d a del h a ­ b lan te. E l su jeto de tales m en sajes es el su jeto d e la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , y de ese m o d o , n o p u e d e se r so c a ­ v a d o n i d isu elto p o r u n m e ro ju e g o d e sig n o s en la su p erficie m ed iatica. Y es q u e el en tero ju e g o d e sig n o s q u e tien e 12S

lu g a r en la su p e rfic ie m ed iatica se e n cu e n tra b a jo so sp ech a. Y p o r eso, lo s m e n sa jes cu y o su je to es esa so sp ech a n o r e ­ su ltan alterad o s p o r el ju e g o de sign os. L a so sp ech a d irig id a c o n tra el e sp a cio su b m e d ia tic o p e rm a n e c e - c o n to d a s las d iferen cias d e sig n o s e n la su p e rfic ie m e d ia tic a - id e n tic a a si m ism a . L a in te n c io n de la v a n g u a rd ia d i s i c a co n sistio , d e sd e el p rin c ip io , en d e ja r s o n a r el m e n sa je del m e d io o c u lto , en lu g a r de an u n ciar u n m en saje p ro p io . L a sin cerid ad m a s elev a d a de u n artista van g u ard ista con siste en ca m b ia r su s p ro p io s sign os p o r lo s del m ed io p a ra asi dar v o z al oculto sujeto su b m ed ia tico . E l a rtista se h a c o n vertid o , d e este m o d o , en m e d io del m ed io , y el m en saje del m edio, en su p ro p io m e n ­ saje. P ero, p o r o tro la d o , h a co n v ertid o su p ro p io m e n sa je e n m e n sa je d el m e d io . C u a n d o lo s c o m e n ta d o re s d e l cu b ism o y ta m b ie n M c L u h a n a firm a n que, en lo s cu a d ro s del cu b ism o , el m e d io m ism o se m u estra en su to tal sin cerid ad , n o se debe o lv id a r q u e tam b ien lo s cu ad ros d el cu b ism o tien en su s au tores co n cretos, in d ivid u ales. E n c u an to el a rtista d e l c u b ism o c o n v ie rte e l m e n sa je d e l m e d io en su p r o p io m e n sa je, p ro c la m a fac tic a m e n te su p ro p io m en saje

como

m en saje del m e d io . E l efecto de la sin c e rid a d esta en vu elto , d esd e el p rin c ip io , en c o m p lic a d a s e strateg ias de a ta q u e y d efen sa, en las cuales se in tercam b ian con stan tem en te s ig ­ n o s d e sin c e rid a d en tre el artista y su m ed io . E n el co n texto de la te o ria d e m e d io s p o st-v a n g u a rd ista tien e lu gar, p o r su p u esto , e l m ism o in te rc a m b io de sig n o s, a u n q u e d e u n m o d o a lg o m a s la rv a d o . C u a n d o M c L u h a n 129

su giere a sus lecto res la v ic to ria del m en saje m ed iatico so b re el m e n sa je in d iv id u a l, de au to r, en to n ces esta e n u n c ia n d o ta m b ie n la v ic to r ia de su p r o p io m e n s a je so b re lo s o tro s. P ara el te o rico de m e d io s, to d o s lo s m en sajes d esap arecen en el to rre n te u n iv e rsa l de lo s m e d io s, a excep cio n , p o r sup u esto , d e su p r o p io m e n sa je, q u e a n u n c ia ese to rren te. Y esto sig n ific a q u e to d o s lo s d em a s m e n sa jes re su lta n altera d o s, d isu elto s, d e m a n e ra q u e se p ie rd e n y m u ere n , p ero el m en saje d el te o ric o de m e d io s n u n c a se p ie rd e n i m u ere, p u e s es el m e n sa je d e la m u e rte , y la m u e rte , al c o n tra rio q u e la v id a , n o m u e re n u n ca. Se p o d r ia d e c ir q u e el m e d io es la m u e rte ,

y por

eso ta m p o c o el m e d io m u e re n u n c a .

To das las v o ces so n d eco n stru id as, excepto la v o z d e aq u el q u e a n u n c ia la d e c o n s tru c c io n , p u e s la d e c o n s tru c c io n n u n ca cesa d e d eco n stru ir, y la d ife re n c ia n u n c a cesa d e d iferenciar. Todas las voces “ v iv a s” son b o rra d as, m ien tras q u e la letra m u e rta p e rm a n e c e etern am en te, p u es la d iferen cia entre p re se n cia y a u se n cia y a n o a lca n za a la escritu ra. P ero, ^con tien e a q u e lla v o z u n lu g a r m a s a lia d e esa d ife re n c ia en tre p re se n c ia y a u sen cia q u e p reten d e h a b la r en n o m b re d e la e sc ritu ra m u erta? E l a u to r q u e p re te n d e a n u n c ia r lo m e d ia tic o y n o u sarlo m e ra m e n te co m o u n in stru m e n to p a ra e x p re sa r alg o “ p r o ­ p io ”, sin d u d a e sp era con ello ser p ro te g id o de u n d e rro ca m ie n to p o r p a rte d e lo m e d ia tic o . A q u e l q u e n o h a b la en su p r o p io n o m b re , sin o e n el d e lo m e d ia tic o , n o q u ie re m o rir, s in o d u r a r e te rn a m e n te , o al m e n o s ta n to tie m p o co m o el m e d io c u y o m en saje el an u n cia. E n este p u n to , se 130

p e r fila u n a re la c id n e n tre el m e n sa je d e lo m e d ia tic o y la p e rm a n e n c ia del sign o q u e fu e sen alad a e n la in tro d u c c io n a este libro: si el m ed io se convierte en signo, este signo tiene a su d is p o s ic io n , g ra c ia s a la e c o n o m ia m e d ia tic a , t o d o el tie m p o d e l m e d io . E l a rtista v a n g u a rd is ta , co m o ta m b ie n el actu a l te o rico d e lo s m e d io s, q u ieren lle g a r a ser p e rm a n en tes: p o r e so q u ie re n c o n v e rtirse en m e d io s de lo s m e ­ d io s. C o n e llo e sp e ra n lo g ra r u n a d u r a c io n q u e le s esta p ro h ib id a a lo s o tro s esp iritu s m e ra m e n te “ su b jetivo s”. Por su p u esto, a q u l su rg e la cu estio n de h asta q u e p u n to es po sib le sem ejan te excep cio n en la p e rm a n e n c ia m e d ia tic a en el con texto d e la e c o n o m ia d e lo m ed iatico .

13 1

El

c a s o d e e x c e p c io n y l a v e r d a d d e l o m e d iAt i c o

C o m o d ijim o s a n te s, h a y d o s v e rd a d e s en c o rre s p o n dencia co n lo s signos d e la su perficie m ediatica: la verd ad de la r e fe r e n d a y la v e rd a d del e sp a cio su b m ed ia tico . L a v e r ­ d ad de la re fe r e n d a es la v e rd a d cien tifica. A q u l h a b la m o s del caso n o rm a l, d e u n e x p e rim e n to , de u n a o b se rv a c io n , u n a ley, q u e alca n za n su estatus d e v e rd a d gracias a su rep e tib ilid a d . E n el caso d e la v e rd a d de lo su b m e d ia tic o , se trata, p o r el c o n tra rio , d e la v e rd a d del caso de ex ce p cio n , del caso e x tra n o , d el p ro c e d im ie n to p u n tu a l, pues s o lo en la excepcion lo su b m ed iatico se vu elve sin cero y p erm ite una v isio n d e su in terio r. C u a n d o lo s sig n os d e la sin c e rid a d se rep iten , en to n ces se co n v ie rte n , p o r esa r e p e titio n , e n p u ra ru tin a , lo q u e sig n ifica q u e p ierd en su sin cerid ad , su v erd ad m ed iatica. L a v e rd a d de la sin ce rid a d se p ie rd e p o r la re p e ­ ticio n , en lu g a r d e ser_co n firm ad a p o r ella, co m o le o c u rre a la v e rd a d cien tifica. L a v e rd a d d e lo su b m ed iatico , d e l suje to o cu lto , d e la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , es la v e r­ d ad de la excep cio n . L o s c u a d ro s del cu b ism o , en lo s q u e M c L u h a n en cu en t r a la r e v e la t io n d e l c a ra c te r m e d ia tic o , n o so n m u y n u m e ro so s . P o r ta n to , n o se p u e d e a fir m a r q u e sean re p re 133

sentativos del m ed io “p in tu ra ” co m o su caso n o rm al. L a m ay o ria de lo s c u a d ro s q u e c o n o c e m o s d e la h isto ria d el arte n o tien en e l aspecto d e lo s c u a d ro s d el cu b ism o . P o r eso p arece, en p rim e r te rm in o , realm en te p o c o p lau sib le q u e sean p re c isa m e n te lo s c u a d ro s d el c u b ism o lo s q u e re v e le n el m e d io “ p in tu ra ”. M a s b ie n , ca b ria esp era r q u e sea p re c isa ­ m en te u n tip ico c u a d ro m e d io el q u e in fo rm a ra del m e d io “ p in tu ra ” y n o lo s c u a d ro s cu b ista s, tre m e n d a m e n te in u su ales e id io s in c ra s ic o s , q u e , p o r si fu e r a p o c o , lle g a n rela tiv a m e n te m a l al g ra n p u b lic o . Y s in e m b a rg o , e sta a b so lu ta m e n te ju stific a d o d e c ir de u n c u a d ro c u b ista q u e revela el m e d io “p in tu ra ”, y ello p o r la m is m a ra z o n p o r la q u e p o d e m o s d e c ir q u e la g u e rra rev ela el c aracter o cu lto d e l h o m b re , al p o n e rlo en u n a situ a cio n ex ce p cio n a l en la q u e de p r o n to se h a c e v is ib le lo q u e ese h o m b re es e n su in te rio r. D e este m o d o , el c u a d ro c u b ista es ta m b ie n , p o r decirlo asl, u n cu ad ro en estado d e excepcion: aplan ado, cortad o , vu elto in c o g n o sc ib le e ilegib le. L a v a n g u a rd ia p o n e la o b ra de arte en u n estad o d e e x ­ cep cio n , d el m ism o m o d o c o m o la g u e rra p o n e a l h o m b re en un estad o d e ex c e p c io n : p o r ello se c o n fla en el c u a d ro v a n g u a rd ista c o m o se c o n fia en la g u e rra , esto es: sin q u e gu ste. C le m e n t G re e n b e rg h a lle g a d o a d e c ir q u e lo s c u a ­ d ro s d eb en parecer, e n la m e d id a de lo p o sib le , su p e rficia les, p ara re v e la r la o c u lta v e rd a d d e su so p o rte . E n n u estro tie m p o , ese p u n to d e v is t a es r a r a ve z c o m p a rtid o . P ero a q u e llo s q u e e n c u e n tra n en lo s

readymades d e

D ucham p

la Have d e la v e rd a d so b re c o m o fu n c io n a el sistem a d e arte 134

y de lo s m u se o s “ en re a lid a d ”, creen ta m b ie n en el ca so de excep cio n . C a d a te o rla q u e p reten d e d e cir co m o es e n rea­ lid a d el in te r io r o c u lto de lo m e d ia tic o c o n fia en u n a e x ­ c e p d o n . A q u i n o es realm en te ta n im p o rta n te q u e tip o de im agen d e ese in terio r p ro d u ce ta l teoria (o si realm en te p ro ­ d u ce a lg u n a ), sin o p o r q u e cree q u e h a lo g ra d o e c h a r u n a o je a d a a l in te rio r. ^Por q u e r a z o n es te n id a la g u e r r a p o r u n estado de excep cio n que p u ed e in fo rm a rn o s so b re la natu ra le z a h u m a n a ? ^Por q u e c o n sid e ra ju s tific a d a m e n te M c L u h a n el c u a d ro c u b ista c o m o u n esta d o de excep cid n del c u a d ro , q u e n o s in fo rm a so b re el m e d io “ p in tu ra ” ? A si pu es, la p re g u n ta cen tral es ^por q u e m o tivo se co n sid era un caso d eterm in a d o c o m o u n caso ex ce p cio n a l que p e rm ite al esp ectad o r u n a o je a d a al in te rio r del so p o rte de los m ed io s? A q u i p regu n tam o s p o r la fen om enologia d e la excepcion, por la d el ca so excep cio n a l, p o r la d el estado d e excep cio n . E sta claro q u e el fe n o m e n o d e la excep cio n esta p ro fu n d am en te u n id o al fe n o m e n o d e la sin c e rid a d m e d ia tic a : la e x c e p c io n o c u rre so lo c u a n d o la sin c e rid a d p arece h a b e r sid o fo rz a d a , c u a n d o se m u estra co m o co n se cu e n cia d e un d ete rm in a d o u so d e la fu erza. Y es q u e c reem o s en u n a sin ­ ce rid a d fo rz a d a m a s q u e en u n a v o lu n ta ria , de la c u a l sosp e c h a m o s in e v ita b le m e n te q u e es u n a s im u la t io n . E n el espectro del caso especial que n o s p erm ite u n a visio n d e l in ­ terio r, y q u e p e rm a n e c e n o rm a lm e n te o c u lto b ajo la cap a d e signos d e las con venciones insinceras, se an u n cia u n a p ro ­ fu n d a u n io n en tre estetica, sin cerid ad y v io le n c ia , q u e es esp ecialm en te im p o rta n te p a ra la m o d e rn id a d a rtistica y que 135

esta fu n d a d a en la e c o n o m la d e la sosp ech a. E l m u n d o debe ser forzad o a confesar y m o stra r su interior. E l artista debe com e n z a r p o r red u cir, d e stru ir y e lim in a r c o n v io le n c ia lo e x ­ te rio r, p a ra lib e r a r el in te rio r. E sta fig u r a d e la v is io n d el in te rio r c o m o efecto d e u n a v io le n ta d e m o lic io n de lo e x ­ te rio r, p ro d u c e p o r ig u a l las e x c e p c io n e s d e la g u e rra , del arte y de la filo so fia , q u e a n u n c ia n su p r o p ia v e rd a d y que se d iferen cia rad icalm en te de la verd ad d el caso n o rm a l “ p ac ific o ” y “ su p e rfic ia l”. V isto s d e sd e la p e rsp e c tiv a actu a l, n o so n tan to lo s artistas del c u b ism o , c u a n to m a b ie n M a le v ic h y M o n d ria n - c o m o d esp u es B a rn e tt N e w m a n y A d R e in h a r d t- , lo s que h a n d e m o stra d o la v e rd a d de la su p e rfic ie p ic to ric a —la v e r­ d a d d el m e d io - p o r m e d io d e u n a r a d ic a l d e m o lic io n de to d o lo exterior, lo m im etico , lo tem atico. P o r su pu esto, con ello c o m p le ta ro n el tra b a jo de d e stru c c io n d e la su p e rficie p ic to ric a c o n v e n c io n a l co m e n z a d a p o r lo s cu b istas. So b re to d o , el “ C u a d ra d o n e g ro ” de M a le v ic h ( 1 9 1 5 ) se m u e stra c o m o el resu ltad o d e u n a ra d ic a l d iso lu c io n , e lim in a c io n y re d u c cio n de to d o s lo s sig n o s h a b itu a les d e lo p ictd rico . Lo q u e q u e d a es la fo rm a o rig in a ria de to d o c u a d ro p ic to ric o en cu an to tal, el so p o rte p icto rico d esp u es d e h ab er sid o p u rific a d o de to d as la s im ag en es q u e h a b itu a lm e n te con tien e. E l efecto d e la sin c e rid a d m e d ia tic a se escen ifica a q u i p erfe c ta m e n te : el

Cuadrado negro n o

se m u e s tra m e ra m e n te

c o m o u n c u a d ro en tre o tro s, sin o c o m o u n a re p e n tin a revelacio n d el so p o rte p ic to ric o o cu lto , q u e se m an ifiesta, con a b ru m a d o ra evid e n cia , en m e d io d el m u n d o h a b itu a l y su136

p e r fic ia l d e im a g e rie s, y c o m o c o n se c u e n c ia del u s o de la v io le n c ia p o r p arte d el artista. P o r su pu esto, la co n statacio n de q u e se tra ta de u n a escen ifica cio n n o sig n ifica e n m o d o alg u n o q u e la re v e la c io n de lo m ed iatico sea, de a lg u n a m an era, “ sim u la d a ”. T am b ien la “ v e rd a d e ra ” re v e la cio n necesita d e u n e sc e n a rio , es d ecir, d e u n c o n te x to d e m a n i­ fe sta tio n , p a ra p o d e r ser p ercib id a. Por cie rto q u e la estrategia d e la sin cerid ad m e d ia tic a no fu e p ra c tic a d a so lo p o r lo s a rtista s de la a b s tra c c io n geom e trica , c o m o M a le v ic h o M o n d ria n . A si, p ara K a n d in sk y - t a l y c o m o e xp o n e en su c o n o c id o e scrito

tual en el arte ( 1 9 1 0 - 1 9 1 1 ) -

Sobre lo espiri-

to d o cu ad ro es u n a c o m b in a ­

t io n de co lo res y fo r m a s .1 E stas co m b in a c io n e s d e co lo res y fo rm a s p e rm a n e c e n in v isib les p a ra el esp ectad o r n o rm a l p o rq u e este fo caliz a su aten cio n en el te m a del c u a d ro . Y sin e m b a rg o , so n eso s e le m e n to s fu n d a m e n ta le s d e l c u a d ro - q u e p e rm a n e c e n in con scientes p ara el e sp e c ta d o r-, lo s que d e te rm in a n el efecto q u e p ro v o c a cada c u a d ro en e l esp ec­ tad o r. E l v e rd a d e ro a rtista es p a r a K a n d in s k y u n a n a lista d e lo s m e d io s, q u e in vestiga sistem aticam en te eso s efectos in co n scien tes y lo s in tro d u ce con scien tem en te en su s cuad ro s. Y es q u e el artista -a n a lista , que o p e ra con fo rm a s abstra c ta s y c o lo re s, e sta en c o n d ic io n e s d e m a n ife s ta r el v o c a b u la rio de a q u ella s fo rm a s y coiores - q u e o tro s artistas u tilizan d e u n a m a n e ra m e ra m e n te irreflexiva, asistem atica

1 Wassily Kandinsky, Uberdas Geistige in derKunst, Benteli, Berna, 1952. Hay edicion en espanol; Vassily Kandinsky, De lo espiritml en el arte, traduccidn de Genoveva Dieterich, Paidos, Barcelona, 2006. 137

y o c u lta m e n te - p a ra p ro vo ca r en el espectador, en cad a caso, d e term in a d o s sen tim ien tos. C o n ello, el caso excep cio n al de la v isid n d e l in te rio r se c o n vierte a la ve z e n p u n to d e p a rtid a d e u n a n u e v a e x ig e n c ia d e p o d e r. E l a rtis ta d e v a n g u a rd ia q u e h a v isto el in te rio r d e c a d a c u a d ro p o sib le y h a e x p e rim e n ta d o la v e rd a d del m e d io q u e co n tie n e to d as las d em a s im ag en es, lo g r a n ecesariam en te u n p o d e r ab so lu to so b re el en tero m u n d o d e im & genes, y p u e d e c o n fo rm a r a este co n scien te y co n secu en tem en te. E l ca so de e x c e p tio n d e u n c u a d ro p a rtic u la r q u e d e m u e stra la v e rd a d del m e d io cap acita al artista, segu n esto, p a ra a d m in istra r la m ira d a de la H u m a n id a d en tera, de la g ra n m a sa restan te d e espectad o res. E s b ie n c o n o cid o q u e lo s artistas de la v a n g u a rd ia r a ­ d ic a l e x ig ie ro n su d e re c h o a c o n fo r m a r el e n te ro m u n d o d e im a g e n e s d e su p re se n te .1 S i es v e rd a d q u e esta e x ig e n ­ cia y a n o es a su m id a p o r u n te o ric o d e lo s m e d io s p o s te ­ r io r c o m o es M c L u h a n , ta m b ie n es cie rto q u e ta m p o c o es a b an d o n a d a del tod o. Y es q u e el teo rico de m ed io s, a su vez, se alza con la p re te n sio n d e a d m in is tra r la m ir a d a d el es­ p e c ta d o r so b re el to d o d el m e d io , y ello y a n o p o r m e d io d e la re c o m p o sitio n , p e ro si de la re in te rp re ta tio n . E l arte d e v a n g u a rd ia es visto c o n ffe c u e n c ia c o m o exp re s io n d e u n a e stra te g ia r a d ic a lm e n te in d iv id u a lis ta de “ a u to rre a liz a c io n ” de aq u e llo s artistas q u e p re te n d e n c o n ­ secu en tem en te h a b la r su p ro p ia le n g u a y m a n d a r su p ro p io m en saje. P ero u n a fig u ra tal d e la a u to rre a liz a c io n co n tra -

1 Boris Groys, Gesamtkunstwerk Stalin, HanserVeriag, Munich, 1988, passim. 138

d ice c la ra m e n te la a u to c o m p re n sio n de la v a n g u a rd ia r a ­ d ical. E l artista de v a n g u a rd ia n o q u eria e n v ia r u n m e n sa je p ro p io , sin o so lo el m e n sa je d el m e d io : p re c isa m e n te p o r eso, M cL u h an creyo recon ocer en el arte d el cub ism o el gesto in icia l d e la te o ria de m ed io s. P ero , p o r o tro lado, ta n to los artistas de v a n g u a rd ia co m o tam b ien lo s teoricos d e m e d io s p re te n d la n c o n se g u ir p a ra si e l d erech o a a d m in is tr a r el m e n sa je d el m e d io , y c o n ello p la n te a ro n in evitab lem en te la cuestion d e hasta d o n d e esta ju stificad a realm en te esa pre­ ten sio n . D e sd e lu e g o , la resp u esta a esa p reg u n ta d e p e n d e d e c id id am en te de h a sta que p u n to estam o s d isp u esto s a re­ c o n o c e r la v erd ad d e la excep cio n , y so b re todo, h a s ta que p u n to e sta m o s d isp u e sto s a re c o n o c e r q u e un caso determ in a d o es u n caso d e excep cio n . Y es q u e cad a excepcid n se halla, p o r su parte, b ajo la sosp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a d e ser m e ra m e n te u n sig n o ju n to a o tro s sig n o s, u n caso e n tre o tro s, so b re la su p e rficie m e d ia tic a , y de n o o to rg a r u n a v isio n directa d e la natu ra le z a in te rn a d e l esp a cio su b m e d ia tic o . Esta so sp e c h a , c o m o d ijim o s , n o p u e d e re b a tirse n u n ca. P re cisa m e n te la p ra x is a rtistica de la v a n g u a rd ia rad ical m u estra claram en te q u e la sin c e rid a d d e l m e d io p u e d e ser c o m p le ta m e n te interp retad a c o m o u n a m a n ip u la c io n in ten cion ad a d e lo s sig­ n o s. N o se p u ed e n e g a r q u e ta n to el

Cuadrado negro,

com o

u n lien zo m a n ch a d o cao ticam en te (a lm e n o s en ap arien cia) co n c o lo re s, n o so n en m o d o alg u n o sig n o s d e sco n o cid o s a lo s q u e acced iera p o r p rim e ra vez el esp e cta d o r g ra c ia s a las excep cion es cread as p o r M a le v ich o K an d in sk y. E l efecto 139

d e la sin c e rid a d su rg e en a m b o s caso s tan so lo gracias a q u e la u tiliz a tio n de estos sig n os en el co n texto de u n a e x p o s i­ t io n de p in tu ra era n u e v a e in esp erad a. E n este caso, tal u ti­ liz a c io n p o d ria sig n ific a r ta m b ie n q u e n o s la s h a b e m o s c o n u n caso n o rm a l d e m a n ip u la tio n de sig n o s en la su p e rfic ie m e d ia tic a , y n o c o n u n a m ir a d a d e e x c e p tio n en el in te ­ rio r. P ero si la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a n o p u e d e ser reb atid a, ta m p o c o p u e d e c o n firm a rse . In c lu so c u a n d o u n a o b ra de la v a n g u a rd ia ra d ica l es ten id a p o r el esp ectad o r p o r u n a m a n ip u la tio n in ten cion ad a, esa o b ra sigu e cu m p lien d o su fu n c io n excep cio n a l d e p e rm itir la v is io n d el in te rio r: la m ira d a , e n este caso, en el in te rio r o cu lto del m e rc a d o del arte q u e se m a n ifie sta c o m o u n g ra n en gan o . E n to d o caso, es se c u n d a rio sab er c o m o el esp e cta d o r ju z g a , e n cad a caso, ese in te rio r q u e se m u e stra en la o b ra v a n g u a rd ista : c o m o revelaciO n d el esp iritu o co m o en gano. Lo u n ico im p o rtan te es q u e la o b ra d e a rte v a n g u a rd ista es v is ta c o m o u n a e x ­ c e p t io n q u e m a n ifie s ta sin c e ra m e n te el in te rio r, in c lu s o c u a n d o ese in te rio r se d esvela c o m o en g an o . P recisa m en te ese efecto de sin c e rid a d es lo q u e D u c h a m p h a co n seg u id o , co m o sab em o s, co n sus

readymades, en la m e d id a

en q u e h a

“ exp uesto co n c la rid a d ” q u e e l verd ad ero p ro ce d im ie n to artistico es e l d e sp la z a m ie n to de lo s sig n o s y la s co sas so b re la su p e rfic ie m e d ia tica . A q u i, el a rtista d e v a n g u a rd ia n o se p resen ta co m o u n g ra n p u rific a d o r q u e lim p ia se to d o s los sig n o s d e la su p e rfic ie p a r a d a r al m e d io la o p o rtu n id a d de m o stra rse el m ism o , sin o c o m o u n g ra n m a n ip u la d o r, q u e 140

in te rc a m b ia sig n o s co n v e n cio n a le s del a rte y sig n o s extran o s, p a ra h acer p a sa r estos sig n o s e x tra n o s p o r la a u to m a n ife sta cio n d el m ed io . L a d ife re n cia n o es a q u i tan g ran d e, d esd e lu eg o , c o m o se suele creer. Y es q u e D u c h a m p n o es m e n o s “ e s p ir it u a l” q u e M a le v ic h o K a n d in sk y , in c lu s o c u a n d o p re se n ta al e sp iritu su b m e d ia tic o co m o u n en g an ad or. P o r su p a rte , la p ro p a g a n d a an tim o d e rn ista , q u e d esde siem p re h a p re se n ta d o a lo s artistas m o d e rn o s c o m o m en tiro so s, m a n ip u la d o re s y m ag o s falsos, h a sacad o p ro vech o d e la m ir a d a en el in te r io r d el a rte q u e esto s a rtis ta s han lo g ra d o p a r a el esp ectad o r. P o r cierto : el a rtista m o d e rn o sb lo se h a v u e lto re a lm e n te p o p u la r c o m o el m e n tiro s o y el m a n ip u la d o r re fle ja d o p o r el esp ejo d e lo s escrito s an tim o d e rn is ta s , c o m o u n a c o n firm a c io n p e rs o n ific a d a de la so s p e c h a m e d id tic o -o n to lo g ic a , segu n la cu a l, d e tr a s de la su p e rfic ie m e d ia tica , o p e ra n fa n ta sm a s p e lig ro so s y a la vez fascinantes. Sin el deseo generalm ente exten dido d e acercarse a esos esp iritu s y volverse sem ejan te a ellos, el a rte m o ­ d e rn o n u n c a h u b ie r a lo g ra d o su d xito so c ia l. A lg u n o s a rtistas de la m o d e rn id a d , c o m o M a rin e tti, su p ie ro n m u y p ro n to , p o r c ie r t o ,s a c a r p ro v e c h o p a ra su s p ro p io s fin es d e la im ag en p o p u lista d el artista m o d e rn o co m o su jeto sosp e c h o so y p elig ro so . E l estatus e x cep cio n a l de u n a ex ce p cio n n o p u ed e se r refu ta d o n i c o n fir m a d o p o r la so sp e c h a d e q u e en re a lid a d se tra ta d e u n caso n o r m a l so b re v a lo ra d o . T od os lo s p o sib les in ten tos d e fu n d a m e n ta r o re b a tir el ca so de ex ce p cio n 141

resu ltan al cab o ig u a lm en te irrelevan tes. H a y m u c h o s cu ad ro s c u b ista s, y n o u n o s6 1o . .jC u al de to d o s es re a lm e n te la excepcion ? U n a g u e rra d u ra , a m e n u d o , m u c h o s afio s y se c o m p o n e de m u c h o s aco n tecim ien to s aisla d o s: ^cual de ello s re p re se n ta la v e rd a d e ra p ru e b a y c o n se c u e n te m e n te la re v e la tio n del in terio r? S ie m p re se p u e d e d isc u tir so b re el estatus e x c e p tio n a l de u n c aso d e excep cio n . L o n u e v o , lo in e sp e ra d o y lo e x tra h o , n o so n categ o rias u n iv e rsa lm e n te vin cu la n te s. L a ex c e p c io n se caracteriza p re cisam en te p o rq u e n o h a y n i p u e d e h a b e r u n c rite rio p a r a id e n tific a r la c o m o tal, p o rq u e n o se p u e d e d e fin ir n i s u b su m ir b a jo u n a regia. L a ex c e p c io n es u n a fig u ra de la so sp e ch a m e d ia tic o o n to lo gica, y c o n ello fo rm a p a rte exclu sivam en te d e su econ o m ia . E l a u ra d e la excep cio n , d e la v e rd a d m e d ia tic a , de la v is io n d e l in te rio r, n o p u e d e d e te rm in a rs e “ o b je tiv a m e n te ”, es d ecir, p o r su d ife re n c ia sen sib le, reg u lar, e m p lric a y v isu a lm e n te co n trastab le resp ecto al caso n o rm a l. L a excep cio n es, m as b ie n , ob jeto de u n a d e c la ra tio n p erso n al: fin alm en te es el esp ectad o r q u ie n tien e q u e d ecid ir q u e co n sid era v isio n d el in terio r. A p e sa r de to d o , la excep cio n tam p o c o p u e d e d ep e n d e r tan so lo de la d ecisio n del espectad or, p u e s u n o n o se sien te siem p re o b lig a d o a to m a r u n a d e c i­ sio n se m ejan te. P o r d e c isio n p ro p ia n o se p u e d e c o n sid e ra r co m o u n caso d e excepcion algo q u e n o se m u estra co m o tal; p ero u n e sp e c ta d o r se ve fo rz a d o , p o r u n a ex ce p cio n , a d e c id ir si c o n ella se lo g r a u n a v is io n d el in te rio r y, en caso a firm a tiv o , q u e m ira d a lo h ace. A si, el estatu s e x c e p c io n a l es tra n sm itid o de u n caso a o tro , d e u n sig n o a o tro , de u n a 142

co sa a o tra , de u n h o m b re a o tro , y ello c o n fo rm e a la econ o m ia d e la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a . Y es q u e su rg en n u e v a s excep cion es g ra c ia s a la c ritic a de las p re te n sio n e s de v e rd a d m e d ia tica q u e se d e riv a n d e las v ie ja s e x c e p c io n e s. S e m e ja n te c ritic a tie n e , p o r lo g e n era l - a l m e n o s s u p e rfic ia lm e n te - u n a m o tiv a c io n p o lltica, pues el d iscu rso q u e p reten d e a n u n ciar el m en saje del m e d io conlle v a in e v ita b le m e n te u n a p re te n sio n d e e x c lu siv id a d : d esp recia o tro s d isc u rso s m e ram en te “ in d iv id u a le s” “ subje tiv o s”, d e m a n e ra q u e a m e n u d o se p re se n ta in to le ra n te , e in c lu so d esp d tico . D e ah i su rg e el d eseo de e x a m in a r, de d e sc u b rir ese p re su n tu o so d isc u rso de la excep cio n , d e lo g ra r u n a v is io n d el in te rio r tra s su su p erficie. A si p u e s , ese d isc u rso d e la e x c e p c io n se d e v a lu a in te n sific a n d o la so s­ p e ch a y sen alan d o u n espacio su b m ed iatico au n m as o cu lto , o m itid o y d ific ilm e n te accesible. D e este m o d o , en e l con texto d el p sico an alisis se m u estra, p o r ejem p lo , q u e la “ con c ie n cia ” n o p u e d e ser u n m ed io so p o rte d e la su p e rfic ie de sig n o s, p u e s ella m ism a es un esp acio de “ p ro y eccio n es” que tie n e n “ su fu n d a m e n to ” en la d in a m ic a d e l in c o n sc ie n te lib id in o s o . D e sd e lu e g o , p o r m e d io de u n tal “ d e b ilita m ie n to ” d e la co n c ie n cia , se in tro d u c e el n u e v o m e d io “ inc o n s c ie n te ” q u e a su m e a q u e lla s fu n c io n e s de s o p o r t e y p resen tacio n d e los sig n os que antes cu m p lia el m e d io “ co n ­ cien cia” Y a u n m as: el su b co n scien te se ve p ro visto d e la cap a c id a d d e s o p o rte d e la c o n c ie n c ia d iv in a , en la m e d id a e n q u e se le d a a lo re p rim id o u n a g a ra n tia de re to rn o casi 143

iiim ita d a en el tie m p o .1 Y c u a n d o el esp a cio su b m ed ia tico , c o m o e n e l caso d e la d ec o n stru c cio n , es p e n sa d o c o m o lo ab solu tam en te otro , com o acon tecim ien to q u e im p id e el reto r n o se g u ro a l o rig e n , e n to n c e s se g a ra n tiz a c o n e llo el re to rn o d e lo im p revisto , lo in cie rto y lo o p aco , q u e p u e d e n seg u ir a p a re cie n d o se p o r to d a la etern id a d . L a so sp e ch a es el m e d io d e to d o s lo s m e d io s, p o rq u e a tra v e s d e u n a c r ltic a “ fu n d a m e n ta l” a l a rc h iv o q u e se re p ite c o n tin u a m e n te y q u e esta in sp ira d a p o r ella exige y p o sib ilita la c o p ia d e l a rc h iv o en m e d io s s ie m p re n u e v o s, ase g u ra n d o co n ello la d u ra c io n del arch ivo. B a jo el arch ivo se e n cu e n tra la so sp e ch a y es la so sp e ch a la q u e s o p o rta fin a lm e n te el arch ivo en el in fin ito , p u e s la so sp e ch a es in fin ita. Y es q u e los sig n os se vuelven interesantes p a ra n o so tro s so lo c u a n d o se n o s ap arecen c o m o so sp e ch o so s. L a so sp e ­ cha p ro d u ce el suspense q u e se m an ifiesta en la aten cion p ro lo n g a d a y c u rio sa q u e p re sta m o s a lo s sig n o s so sp ech o so s. L o s sig n o s q u e tra n s m ite n el se n tim ie n to d e o c u lta r tra s de si algo p e lig ro so , am en azad o r, ten eb ro so , so n lo s q u e alc a n z a n m a y o r d u r a c io n , p u e s lo s sig n o s so n in te re sa n te s p a ra n o so tro s so b re to d o en tan to m o m e n to s d e la so sp e ­ cha. S 6 1o tales sig n o s de la so sp ech a so n e stu d iad o s, in terp re ta d o s y c o n s e rv a d o s d u ra n te u n la rg o tie m p o . T o d o

1 Sigmund Freud, “Der Mann Moses und die monotheistische Religion”, en Sigmund Freud's Collected Works. XVI, Imago Publishing Company, Londres, 19401952. Hay edicion en espaiiol: Sigmund Freud, Moises y la religidn monoteistay otros escritos sobre judaismo y antisemitismo, traduccidn de Ramon Rey Ardid, Alianza Editorial, Madrid, 1985. 144

aq u ello q u e se exp lica ra p id a m e n te y q u e tran sm ite la sensa cio n d e n o esco n d er n a d a es o lv id a d o in m e d ia ta m e n te y sacad o d el arch ivo . E l arch ivo de n u estra c u ltu ra esta co n stru id o c o m o u n a n o v e la d e d etectives q u e p reten d e p ro d u cir u n

suspense in fin ito .

L a e c o n o m ia te m p o ra l del arc h iv o es, d e este m o d o , la e c o n o m ia d e la so sp ech a, en la c u a l los m o m e n to s d e sincerid ad m e d ia tic a tien en la fu n c io n de c o n firm a r q u e “ en el in te rio r” to d o es realm en te d istin to a c o m o se p resen ta en la su p e rfic ie m e d ia tic a . C o n ello, esos m o m e n to s de sin cer id a d d e se m p e n a n el p a p e l d e re v e la c io n e s p ro v is io n a le s q u e, c o m o en las n o velas p o liciacas, son p resen tad as u n a y o tra v e z p a r a m a n te n e r el su sp e n se co n la p ro m e sa d e la re v e la c io n d e fm itiv a . C a d a vez q u e un a rc h iv o es c u e stio n a d o o q u e la m ira d a m a lig n a d el otro se d irig e a su s sign o s y se fo r m u la la p re g u n ta p o litic a p o r su u tilid a d o in u tilid a d , u n a p re g u n ta que a m e n a z a al arc h iv o co n s u diso lu c io n ; ca d a vez q u e o cu rre to d o eso se d escu b re, p re cisam en te gracias a esa m ira d a critica y exam in ad o ra, u n nivel m a s p ro fu n d o tras la su p e rfic ie d el a rch ivo , un n iv e l e n el q u e esa m ira d a p u ed e d escan sar p ro v isio n a lm e n te , p ro d u cien d ose en ton ces el efecto de la sin cerid ad m ed iatica. D a d o q u e el esp a cio su b m e d ia tico d etras del a rch iv o es so lo u n a so sp e c h a , la m ira d a m a lig n a d e l e sp e c ta d o r q u e p re te n d e p e n e tra r en el in te rio r su b m e d ia tico se e n cu e n tra en a lg u n m o m e n to co n sig o m ism o y se refleja, se p ro y e c ta so b re si. P o r m e d io d e esta re fle x io n se d escu b re el n u e v o m e d io , en c u a n to su p e rfic ie refleja d e aq u ella q u e su p u e sta m e n te re145

fle ja la so sp ech a. S in d u d a p u e d e d ecirse q u e a q u i se tra ta sim p le m e n te d e u n a ilu sio n o p tica , p e ro esa su p u e sta ilu ­ sion es, com o lo s d em as m o m en to s d e la e c o n o m ia de la sos­ p e c h a , ig u a lm e n te in e v ita b le , n e c e s a ria , irre fu ta b le . L a d in a m ic a d e l a rc h iv o n o c o n siste , p o r ta n to , so lo e n u n a con stan te a p ro p ia cio n de lo n u evo , sin o ta m b ie n en u n a rein sc rip c io n - n o m en o s p e r m a n e n te - d e sus sig n o s y v a l o res en m e d io s sie m p re n u e v o s: d esd e D io s a In tern et. Y es este p ro c e d im ie n to de la c o p ia p o r m e d io d e la so sp e ch a el q u e u n a y o tra v e z p ro p o rc io n a a l a rch iv o e l tie m p o de su d u ra c io n . L a c o p ia de lo s sig n os d el a rch ivo e n so p o rte s m e d ia tico s sie m p re n u e v o s se m a n ifie sta en la s u p e rfic ie m e d ia tica c o m o el p r o c e d im ie n to d e la c ita . E l efecto de la sin c e rid a d su rg e, segu n h e m o s d ich o , c o m o co n se c u e n c ia de c ita r sig n o s e x tra n o s en el “ p r o p io ” co n te x to : tales sig ­ n o s re c ib e n en to n ces, si se lo s elig e co rre c ta m e n te , el v a lo r in fin ito d e u n a n u e v a revelacio n de lo su b m ed iatico . L a eco­ n o m ia d e la so sp ech a, q u e co n tien e el m o m e n to d e la sin c e rid a d , fu n c io n a , p u e s, al m ism o tie m p o c o m o u n a e c o ­ n o m ia d e la c ita y, e n c o n c re to , c o m o u n a ta l q u e p u e d e o p e ra r co n in fin ito s v alo res. D e sd e lu e g o , se h a n realizad o n u m e ro so s in ten tos de esbozar u n a e c o n o m ia q u e o p ere co n valores infinitos: econ o m ias d el au ra, de lo sacral, de las fu erzas m ag icas, de la red en cio n . E l p r im e r en sayo co n secu en te de este tip o lo rep resen ta el m o d e lo del in tercam b io m ag ico p ro y e cta d o p o r M a rc e l M a u ss p a ra d e scrib ir el in tercam b io d e dotes en las a si llam ad as cu ltu ras p rim itiv a s, m o d e lo que 146

se ra d isc u tid o d e ta lla d a m e n te en la se g u n d a p a rte d e este lib ro . E l co n cep to d el regalo, so b re el q u e re fie x io n a p rin c ip alm en te M a u ss, p o see p a ra la e c o n o m ia de m e d io s u n a relevan cia in m ed iata, p u es la an a lo g ia en tre la e c o n o m ia del regalo - t a l y c o m o la d escrib e M a u s s - y la e c o n o m ia de la cita es m an ifiesta. A l citar, n o se h ieren los d erechos y exigen tias de lo s otros en re la cio n a “ su s” sig n o s - c o m o son d e fm id o s en n u e stra c u lt u r a - , p o r lo q u e ta m p o c o se p a g a n in d e m n iz a c io n e s fin an cieras: la d ife re n c ia en tre cita y p la g io ju eg a, c la ro esta, u n p ap el cen tral e n to d o ello, p u es esa d ife re n cia m a rc a al m is m o tie m p o las fro n tera s en tre la e c o n o m ia sim b o lic a y la e c o n o m ia d e m e rc a d o . T o d o aq u e l q u e p o n e s ig n o s en u n a s u p e rfic ie m e d id tic a , o fre c e esos s ig n o s - b a jo d e te rm in a d a s c o n d ic io n e s c o n o c id a s p o r t o d o s - co m o reg alo s q u e lo s o tro s p u e d e n acep tar o n o , es d ecir, citar o n o citar. L as con ven cio n es q u e regulan la acep tacio n o no acep tacio n d e tales reg alo s, c o m o tam b ien la o b lig a c io n del cita rse rec ip ro co - in flu id a fu ertem en te p o r la p o sic io n je ra rq u ic a de d e te rm in a d o s au to res: au tores d e la m ism a p o sic io n d eb en citarse m u tu a m e n te en la m ism a exten sio n ; autores m a s con o cid o s p u ed en n o cita r a au tores m en os c o n o cid o s in clu so c u a n d o so n c ita d o s p o r estos, e tce te ra -; esas co n ven cio n es recu erd a n fu ertem en te a las co n ven cio n es d el in te rca m b io de reg alo s en las cu ltu ra s p rim itiv a s tal y c o m o las d e scrib e M a u ss. Y esto n o d eb e e x tra n a rn o s, p u e s en a m b o s caso s se tra ta d e u n a tra n sm isio n y u n a d is trib u tio n de la s fu erzas o cu ltas, m ag icas, m a s alia d e to d o se n tid o p arcialm en te co m u n ica b le y tran sm isib le. 147

E n la m e d id a en q u e u n a u to r In teg ra sig n o s e x tra n o s en la s u p e rfic ie m e d ia tic a d e su p ro p io te x to - t r a s lo s c u a les se p re su p o n e a o tro s su jeto s p o d e ro so s, su b m e d ia tic o s, en tan to “ au to res” - , n o a u m e n ta la “ c o m p re n sib ilid a d ” d e su p ro p io texto, p e ro si el efecto m a g ic o q u e irra d ia . U n a cita de ese tip o hace su p o n e r en el a u to r a u n su jeto p e lig ro so , m a n ip u la d o r : u n m a g o q u e tie n e s u fic ie n te fu e rz a e o m o p a ra m a n ip u la r lo s sig n o s d e o tro s m a g o s p o d e ro so s y u tiliz a rlo s estrateg icam en te p a ra su s p ro p io s fin es. L a cita de sig n o s e x tra n o s tra n sm ite , p u es, la im p re sio n de u n a au to ria p o d ero sa con m u ch a m as fu erza q u e cu a n d o el au to r presenta m e ra m e n te u n o s su p u esto s “ p e n sa m ie n to s p ro p io s ” lo s cu ales, p re c isa m e n te p o r se r m e ra m e n te su yo s, n o in teresan a n a d ie m as. E n este p u n to ta m b ie n es sa b id o q u e n o se p u e d e citar m u y a m e n u d o a l m ism o au tor, p u e s, en ese caso , la c ita p ie rd e su fu e rz a m a g ic a y c o m ie n z a a resu lta r irrita n te . L a r a z o n d e ese d e b ilita m ie n to d el efecto m a g ic o d e u n a cita ra d ic a en q u e e sta c ita p ie rd e c o n el tie m p o su e x tra n e z a y se in te g ra en la su p e rfic ie m e d ia tic a d el te x to c o m o u n c o m p o n e n te su yo . P a ra p o d e r co n se rv a r su efecto m a g ic o , las citas d eb en ser su stitu id a s co n tin u a m e n te , d e fo r m a q u e sie m p re p a re z c a n e x tra n a s y n uevas. L a cita fu n c io n a co m o u n fetiche m ag ico q u e o to rga al texto en tero , m a s a lia d e su sig n ific a d o su p e rfic ia l, u n a fu erza su b m e d ia tic a o cu lta. L a cita tien e u n efecto m a y o r c u a n d o tra s elia n o se p resien te a u n a u to r d e te rm in a d o , sin o a D io s , a la n atu raleza, el in co n scien te, el tra b a jo o la d iferen cia. Se trata de fetiches 148

m a g ic o s q u e c o n ju r a n lo su b m e d ia tic o p o d e ro s o d e u n a fo rm a d e te rm in a d a , p e ro q u e ta m b ie n d e b e n ser su stitu id o s en a lg u n m o m e n ta , segun la s leyes d e la e c o n o m ia de m e d io s, s ig u ie n d o u n ritm o d e te rm in a d o . P a ra p r o d u c ir tales fetich es, n o se d eb en u sar, d esd e lu eg o , citas b rilla n tes de a u to res fa m o so s, sin o citas a n o n im a s sacad as del am b ito - c a r e n t e d e a u t o r - d e lo c o tid ia n o , lo b a jo , lo e x tra n o , lo vu lg ar, lo a g resivo o lo id io ta. S o n p recisam en te esas citas la s q u e p r o d u c e n el e fe c to d e la sin c e r id a d m e d ia tic a , es decir, la revelacid n d e u n nivel o cu lto , p ro fu n d o , en m e d io d e la su p e rfic ie m e d ia tic a co tid ia n a. E n to n ces p arece co m o si esa superficie hubiese sido dinam itada p o r dentro y co m o si las corresp o n d ien tes citas su rg ieran com o

aliens d esd e el in ­

t e r io r su b m e d ia tic o . P o r su p u e sto , a q u i se tra ta , e n to do caso, de u n a e c o n o m ia d e la cita co m o d o te, que p u e d e ser o frecid a, aceptad a y devuelta. C o m o fim c io n a esa ec o n o m ia q u e o p e r a c o n v a lo r e s in fin ito s es lo q u e sera e x a m in a d o m a s de cerca en el p rd x im o cap itu lo .

149

II LA E C O N O M IA

DE LA S O S P E G H A

M

arcel

M

a u s s : e l in t e r c a m b io

s i m b Ol i c o o l a c i v i l i z a c i C n s u m e r g i d a

E l a u ra d e la sin c e rid a d m e d ia tic a y d e la d u ra c io n - e l a u r a d e la e x c e p c io n - p a sa d e u n sig n o a o tro c o n c o n tin u id a d de acu e rd o co n la e c o n o m la de la so sp ech a m ed iatic o -o n to lo g ic a . Y p a ra en ten d er las reglas d e esa e c o n o m la d e b e m o s rec o rd a r lo s v ie jo s p ro y ecto s ted rico s q u e in ten tan d e sc rib ir u n a e c o n o m la m a s alia del m ercad o. S e trata so b re to d o d e las e c o n o m la s d e lo sacra, q u e se p a re c e n a la e c o n o m la m e d ia tic a en la m e d id a en q u e al p o d e r de lo sa c ra se lo su p o n e en el “ in te rio r” de las cosas, y n o se m an ifiesta sin m as y d e m a n e ra in m e d ia ta en la su p erficie. Lo sacro, en ten d id o c o m o u n a fu e rz a in terio r, esco n d id a , pasa - d e acu erd o a las reglas de u n a e c o n o m la d e te r m in a d a - de u n a co sa a o tra . M a rc e l M a u ss fu e el p rim e ro en in te n ta r d e s c rib ir siste m a tica m e n te , e n su celeb re

dones ( 1 9 2 3 - 1 9 2 4 ) ,

Ensayo sobre los

u n a e c o n o m la com o esa, que in clu y e el

in te rio r d e las cosas y, p o r eso, tra sc ie n d e la h a b itu a l eco­ n o m la d el m e rc a d o .1 5 Marcel Mauss, “Die Gabe. Form und Funktion des Austauschs in archaischen Gessellschaften”, en Soziologie und Anthropologies II, Carl Hanser Verlag, Miinich, 1974, pags. 1 1 y ss. Hay edicion en espanol: Marcel Mauss, “ Ensayo sobre los dones. Motivo y forma del cambio en las sociedades primitivas”, en Sodologia y Antrapo­ logia, traduccidn de Teresa Rubio, Tecnos, Madrid, 1971, pags. 155-263. 153

M a u ss co m ie n z a su en sayo c o n la co n sta ta c io n d e q u e el d o n p resen ta, en to d o s lo s p u e b lo s y en to d o s lo s tiem p o s, u n a n a tu raleza p a ra d o jic a : a u n q u e lo s reg alo s so n

nitionem v o lu n t a r io s ,

per defi-

lo s h o m b re s se e n c u e n tra n b a jo la

o b lig a c io n so c ia l d e h a c e r re g a lo s, de r e c ib ir re g a lo s y d e devolverlos. Y existen reglas fijas -a u n q u e n o exp llcitam en te fo rm u la d a s o fo rm u la b le s -, c o n o c id a s p o r ig u a l p o r q u ienes reg ala n y p o r q u ien es recib en lo s reg alo s, q u e d eterm in an el in te rc a m b io d e regalos. E l reg alo v a le h ab itu a lm e n te c o m o e x p re sio n d e la v o lu n ta d lib re , de la m a g n a n im id a d in d iv id u a l, del afecto p e rso n a l y so b re to d o d e la d isp o n ib ilid a d g e n era l a la re n u n c ia , m as alia del h a b itu a l calcu lo eco n o m ico . E n ese sen tid o, el m o tiv o p a r a la d e cisio n d e reg ala r p o r p arte d e u n in d iv id u o debe re sid ir exclu sivam en te en la n a tu ra le z a in te r io r d e ese in d iv id u o : e n su caracter, m a g n a n im o o avaro . Pero, p o r o tra p arte, q u ie n n o h ace reg alo alg u n o resu lta p ro sc rito p o r la so c ie d a d y es d isc rim in a d o so cialm en te. O sea, q u e c a d a u n o esta b a jo la o b lig a c ib n d e re g a la r p a r a ser acep tad o so cialm en te y p a ra , a traves d e esa acep tacio n , o b te n e r u n a v e n ta ja y e v ita r u n p e rju ic io , a lg o q u e p u e d e ser c o m p le ta m e n te d escrito e n categ o rias e c o n o m icas. E n el in tercam b io de d o n e s se esco n d e, tras la ilu sio n d e la v o ­ lu n ta d lib re , u n a o b lig a c io n re g u la d a p o r u n a s re g la s n o m en o s estrictas q u e las de la e c o n o m ia del d in ero y el m e rcad o , y q u e es d escrita p o r M a u ss c o m o u n a e c o n o m ia sim b o lica. L a e c o n o m ia sim b o lica n o so lo o b lig a a regalar, sin o, ig u a lm e n te , a a c e p ta r el re g a lo y a d e v o lv e rlo . Q u ie n n o acep ta el reg alo in su lta a q u ie n reg ala; y q u ie n n o re sp o n d e 154

c o n o tro re g a lo se c o lo c a en u n a s itu a c io n so c ia l d e d esven taja. E l regalo, q u e debe m an ifestar la c o n d icio n in te rio r d el h o m b re - e s t o es, su c a p a c id a d o in c a p a c id a d p a r a la m a g n a n im id a d o la g e n e r o s id a d - re su lta ser asi u n facto r de u n a e c o n o m ia sim b o lic a , e n re la cio n a l cu al a lo s p articipantes en esa e co n o m ia se les ad scrib en d eterm in a d o s “ valo res in te rio re s” M a u s s c o n s id e ra el in te rc a m b io sim b o lic o c o m o u n a fo r m a a rc a ic a d e e c o n o m ia , q u e preced e a la m o d e rn a eco­ n o m ia d el d in ero . P ero , al m ism o tiem p o , su p o n e q u e esa e c o n o m ia s im b o lic a d e n in g u n a m a n e ra p ie rd e su fu e rz a c o n el a d v e n im ie n to d el d in e ro y del m e rc a d o d e la m e rca n cia , p o r q u e es m u c h o m a s u n iv e rsa l, m as a m p lia , m as v a sta q u e el m ercad o . E n este sen tid o, M a u ss n o c o n sid e ra q u e h ay a d ife re n c ia s re lev an tes p a ra su te o ria en tre la s asi lla m a d a s c u lt u r a s a rc a ic a s y la s c u ltu ra s m o d e rn a s . E n la cu ltu ra de la m o d e rn id a d europea, el m ercad o tam b ien tiene u n a v ig e n c ia p a rc ia l, p u es n o in clu y e lo s “ va lo re s in te rio ­ res” P o r el c o n tra rio , el in te rca m b io sim b o lic o de d o n e s es to ta l, u n iv e rs a l - e s “ u n siste m a d e p re sta c io n e s to ta le s ”, c o m o lo d e n o m in a M a u s s - p u e s a traves d e su e c o n o m ia n o so lo se in te rc a m b ia n m ercan cias, sin o tam b ien “ favo res, a lm u e rz o s fe stiv o s, r itu a le s , s e rv ic io s m ilita re s , m u je re s , n in o s, d an zas, fiestas y m e rc a d o s, en lo s cuales el co m e rc io es solo un m o m e n ta y la circu la cio n de las riquezas s o lo una c a ra d e u n c o n tra to , d e u n a c u e rd o m a s g en era l y p e rm a n e n te ” 1

1 Marcel Mauss, “ Die G a b e . , p i g . 16. 155

P re c isa m e n te c u a n d o a lg u ie n h a ce u n re g a lo v o lu n ta ria m e n te , es decir, cu a n d o n o exig e n i recib e p o r ello n in g u n a re c o m p e n sa eq u ivalen te en fo rm a de p ag o , es c u a n d o el reg ala d o se sien te m as o b lig ad o in te rio rm e n te ante el que reg ala: le ad e u d a v a lo re s “ in te rio re s ” c o m o resp eto , a g ra d e c im ie n to y el sen tim ien to d e so lid a rid a d , q u e so n bien es so ciales d e a b so lu ta im p o rta n c ia , p o rq u e m e jo ra n y asien ta n la p o sic io n so c ia l del q u e regala. A u n m as: el reg ala d o esta o b lig a d o a resp o n d er. T ie n e q u e “ to m a rse la revan ch a” p a ra n o p e rd e r la d ig n id a d y n o ser d e sp re cia d o p o r el o tro. D e esa m a n e ra , la s o lid a rid a d d el reg alo tien e efectos q u iza su p e rio re s, en se n tid o e c o n o m ico , a lo s d e la p u r a o b lig a ­ t io n e co n o m ica . T am b ien lo s v a lo re s “ in te rio re s”, c o m o la a m ista d , el a m o r y el h o n o r se in te rc a m b ia n en el m a rc o d e la e c o n o m ia sim b o lic a . P a ra M a u ss, n o existe n in g u n a a c c io n d e sin te re sa d a , h e ro ic a , n in g u n s a c r ific io , n in g u n a p ro d ig a lid a d o d isp e n d io o d o n g e n e ro so q u e p u e d a su stra e rse a la e c o n o m ia sim b o lic a d e l d o n , p u e s to d o s e llo s obligan a la socied ad a con traprestacion es sim b olicas y ap o rtan al su je to d e d ic h o s actos d esin teresad o s fa m a , p restig io so cial y a d m ira c io n y, co n ello , u n a p o s ic io n so c ia l m e jo r y p o d er. P o r lo d em as, las accio n es d esin teresad as n o se co n vierten p o r ello en m en o s generosas y altruistas. M u y al co n trario : solo d entro d e la eco n o m ia del in tercam b io sim b olico tie n e n v ig e n c ia e so s gestos sim b o lico s, c o m o gen ero sas a c ­ c io n e s d ig n a s de a d m ira c io n . L a t r a n s fo r m a c io n e c o n o m ic a d e lo d e sin te re sa d o , de lo g en ero so , del a u to sa c rific io e in clu so d e la a u to d e stru c 156

cio n - e n b reve: la e c o n o m iz a c io n de lo r o m a n tic o - es, con s e g u rid a d u n o d e lo s ra sg o s m a s fa s c in a n te s d el m o d e lo m a u ssia n o d el in te rc a m b io sim b o lic o . P u e s las m o d e rn a s tesis so b re el m e rc a d o y el c o m p o rta m ie n to c o m e rc ia l, al m en o s tal y c o m o v ie n e n circu la n d o desde A d a m S m ith , sugieren u n a im a g e n d el h o m b re m u y d eterm in a d a, q u e es la q u e d eb e d e fin ir “ in te rio rm e n te ” al agente in d iv id u a l d e ese m e rc a d o . S e g u n esa im a g e n , el p ro ta g o n is ta del m e rc a d o es u n in d iv id u o d e stru c tiv e , c a lc u la d o r y d e sco n sid e ra d o , cu y o c o m p o rta m ie n to se g u ia s6 lo p o r el calcu lo co ste-b en eficio. Ese “ tipico” in d ivid u o b u rg u es h a sid o y sigue sien do el b ia n co p e rm a n e n te tan to d e la c ritica y la iro n ia d e insp ira c io n ro m a n tic a c o m o de la b u rla g en era l p o r p a rte d e la so cied ad , p o rq u e , segu n parece, carece d e cu a lq u ie r sen tid o d e lo n o b le y lo d esin teresad o . Y p o r eso e l ro m a n tic ism o - in c lu id o el ro m a n tic ism o p o lit ic o - b u sca a ltern ativas antib u rg u e sa s e n el arte, en la re lig io n y ta m b ie n en la m ilic ia (p ro p iam en te, so b re to d o en la m ilic ia , p u e s la m ilic ia exige a l h o m b re d e la m a n e ra m as ra d ic a l el sa c rific io d esin tere­ sad o, la fid e lid a d h asta la m u erte y el p rim a d o del h o n o r), p a ra d a r al h o m b re u n a o p o rtu n id a d d e a c tu a r s e g u n sus p rin c ip io s e im p u ls e s m as in te rio re s (y, p o r ello, s u p e rio re s), se g u n p r in c ip io s q u e n o p u e d a n se r re d u c id o s a un calcu lo extern o , ec o n o m ico e in ferio r. M a u s s e m p re n d e u n e le g a n te in te n to d e d e s c r ib ir ese id e a l ro m a n tic o , “ in te r io r y s u p e r io r ”, d e l d e sin te re s y de la “ v e rd a d e ra g ra n d e z a ” co m o el a m b ito e n el q u e e sta vigen te u n a e c o n o m fa a m p lia d a , u n in te rc a m b io re g la d o de 157

fo r m a e stric ta e n tre el d o n c o n c e d id o y el d o n c o n el q u e se le d a resp u esta. C o n ello o c u rre q u e, p o r u n a p a rte , lo s gestos d e g e n e ro sid a d d esin teresad a so n le g itim a d o s e n el sen tid o de u n a fm alid ad econ d m ica: ah o ra n i siq u iera el m as in v e te ra d o s e g u id o r d el m e rc a d o c a p ita lista p u e d e se g u ir p e n sa n d o q u e lo q u e h a y en ju e g o en esos g esto s es u n a en so n a c io n ro m a n tic a ; p ero , al m ism o tiem p o , p o r o tra parte, to d o lo ro m a n tic o resu lta ra d ic a lm e n te “ d e s-ro m a n tiz a d o ” e in clu id o en el d o m in io de lo eco n o m ico . P o r eso h a sid o siem pre tan dificu ltosa la teoria d e M au ss. Q u ien lee a M au ss se ve con fro n tad o con tin u am en te c o n u n a rronia q u e de n in g u n m o d o es e x c lu siv a m e n te lite ra ria , sin o q u e se o rig in a en el fo n d o d e lo s tem as q u e trata. E n M a u ss, ca d a ex p lica cio n teo rica es al m ism o tiem p o ju stific a c io n y h u m illa cio n , in sulto a aq u ello q u e se explica. P o r lo d em as, u n a teo ria que q u iere e x p lic a r algo sie m p re es, en si m ism a , u n reg alo d esin teresad o al o b jeto d e la e xp licacio n : p o r la e x p lic a c io n , el objeto es “ c o m p re n d id o ” y, con ello, se lo leg itim a en su existe n c ia so c ia l. A h o r a b ie n , el o b je to d e la te o ria n o p u e d e - o p u e d e m u y in fr e c u e n te m e n te - d e v o lv e r el reg alo d e la e x p lica cid n d e m a n e ra c o n d ig n a. Y eso le o fe n d e “ in te rio rm e n te ”. P o r e je m p lo , sab em o s d e m a sia d o b ien c o m o artista s y e sc rito re s se sie n te n o fe n d id o s y m a lin te rp re ta d o s p recisam en te p o r aq u ellos critico s o teorico s q u e les h a n llev a d o , a traves d el reg alo de su in terp reta cio n , al m a y o r p restig io y a la fam a . M au ss tem atiza con tin u am en te ese caracter “ ag o n istico ” - c o m o el lo lla m a - d el d o n . C a d a d o n es, al m is m o tiem p o , 158

u n reto, u n ataq u e a la h o n ra d e l re g a la d o ; u n a ta q u e que d eb e ser re c o m p e n sa d o co n o tro regalo. E n m u ch o s lu g ares d e su ensayo, M a u ss d em u estra la sim ilitu d estru ctu ral entre el reg ala r y la a c c io n g u errera : e n algu n as cu ltu ras es h a b i­ tu al, p o r e je m p lo , a rro ja r el re g a lo a lo s p ie s del reg ala d o , c o m o u n o a r r o ja su g u a n te a lo s p ies d e alg u ie n p a r a dec lara rle la g u erra , a u n q u e se trate de u n a fiesta del regalo . M a u ss cita ta m b ie n la c o n o c id a lo c u tio n alem an a “ sic h fu r d as G e sc h e n k re v a n ch ie re n ” ( “ to m a rse la re v a n c h a p o r el regalo ” ), p a ra d ejar claro ese co m p o n en te b elicoso. Y es que, a traves d el regalo, q u ie n reg ala gan a u n c o n tro l sim b o lic o so b re el re g a la d o , q u e se sien te o b lig a d o an te aq u e l y, p o r m e d io d e esa o b lig a tio n , se v e re d u c id o a u n ran g o so cia l in ferio r. E v e n tu a lm e n te , la en tera so c ie d a d p u e d e sen tirse o b ligad a an te u n solo in d iv id u o , a c a u sa d el sa c rific io d esin teresad o d e este, de m a n e ra q u e ese in d iv id u o gan a so b re esa so cied ad u n g ra n p o d e r sim b o lico . Por lo d em as, el p rim e r in te rc a m b io d e d o n es es, p a ra M au ss, el q u e tiene lu g a r con lo s dioses, lo s esp iritu s y los m u erto s. C u a n d o se hace u n sa­ c rific io a lo s d io ses, ese sa c rific io p u ed e p arecer u n a p u ra d e stru c tio n d e b ien es, p e ro p ro p ia m e n te se trata de o b lig a r a lo s d io ses, a traves d e ese sa c rific io , a u n a reco m p en sa . Si y o o frezco sa c rific io s c o n tin u a m e n te a m i D io s, e sp e ro enton ces q u e el m e ay u d e en u n a fu tu ra s itu a tio n d ific il, que y o n o so y cap az de p re v e r en el m o m e n to d e la o fre n d a sa­ c rificia l. C o n ello, la e c o n o m ia sim b o lica n o q u ed a lim ita d a a lo s h o m b re s. E s m a s b ien u n a e c o n o m ia total, en e l sen159

tid o de q u e im p lic a e n el in te rc a m b io d e d o n e s a lo s d io ses, lo s e sp iritu s, lo s an tep asad o s m u e rto s y lo s a u n n o n acid o s. Q u iza esta sea la d im e n sio n m as im p o rta n te d e esta e c o n o m ia : q u e, a d ife re n c ia d e la e c o n o m ia d e m e rc a d o , no

esti estru ctu rad a an tro p o cen tricam en te y

n o solo abarca

a lo s v iv o s , sin o ta m b ie n a to d o s lo s e sp iritu s d e to d o s los tiem p o s. A d e m a s, p a ra M a u ss, so lo en el co n texto de esa e c o n o ­ m ia sim b o lic a p u e d e su rg ir alg o asi co m o u n a p e rso n a lid a d v iv a , c o m o u n a in d iv id u a lid a d ; so lo en ese co n texto p u ed e recib ir el ser h u m a n o “ u n ro stro ” q u e exp rese su “ in te rio r”.1 P ues la p e rso n a lid a d “ in te rio r” d e u n h o m b re n o es in n ata, sin o q u e es efecto d e su s a c c io n e s sim b o lic a s , C u a n d o el re g a la d o n o d e v u e lv e e l re g a lo , “ se le c a e la c a ra ” d e verg iie n z a . P ero , £p o r q u e se le p u e d e ca e r la c a ra a u n o p o r d e ja r de d e v o lv e r el regalo? A 1 p arecer, so lo en cu a n to q u e reg alam o s re c ib im o s u n ro stro . L a p a la b ra “ p e rso n a lid a d ” p ro v ie n e d el latin

persona; y

la persona es u n a m a sc a ra , que

o rig in a ria m e n te sig n ific a lo m ism o q u e ro stro . S eg u n eso, ten er u na cara, u n a persona, es u n p rem io, u n p rivilegio . A n tig u a m e n te , n o to d o s ten ian u n a cara, n o to d o s ten ia n u n a

persona: lo s

m ilita re s y lo s sacerd o tes, p o r e je m p lo , ten ian

v e n ta ja en este p u n to . U n o fic ia l n o te n ia su ro stro p ro p io ,

1 Marcel Mauss, “Eine Kategorie des menschlichen Geistes: Der Begriff der Person und des ‘Ich’”, en Soziologie und Anthropologie, pags. 272 y ss. Hay edi­ tion en espanol: Marcel Mauss, “Sobre una categoria del espiritu humano: la noci6n de persona y la nocion del yon, en Sociologist y Antropologia, pags. 309 y ss. 160

sin o q u e ten ia u n ro stro de o ficia l: la m a sc a ra de su h o n o r. E l ro stro se co n vertia, co n ello, e n u n a p a rte del u n ifo rm e . C u a n d o u n o fic ia l h a c ia algo q u e co n tra v e n ia el h o n o r m ilitar, se le cccaia la c a ra ” (de vergiien za) y m a n ch a b a s u u n i­ fo rm e. O sea, q u e la p e rso n a lid a d , el ro stro y la in d iv id u a lid a d so n in te rca m b ia b le s en el m arco de la e c o n o m ia sim ­ b o lic a exactam en te ig u a l q u e lo so n to d os lo s d em as sig n o s, de m o d o q u e n o te n d ria sen tid o p re g u n ta r q u ien es el suje to de esa e c o n o m ia . C a d a p r o ta g o n is ta d e la e c o n o m ia sim b olica s61o p u ed e recibir su p erso n alid ad h acien d o se con u n sign o q u e ten ga u n a larga p reh isto ria; h acien d o se c o n un ro stro q u e h aya sid o lle v a d o d u ra n te la rg o tiem p o p o r otro. Y es e v id e n te q u e in c lu s o p o se e r u n a in d iv id u a lid a d irred u ctib le e irrep etib le sig n ifica lle v a r u n a m ascara: la celebre m a scara ro m an tica, u n a m ascara, p o r cierto , que p u e d e perd erse fa c ilm e n te p o r m e d io d e a c tiv id a d e s “ in te re sa d a s” y “ p ro v e c h o sa s”. U n in tercam b io d e id en tid ad es c om o el descrito n o con ­ d u ce en m o d o algu n o a u n a d iso lu c io n de lo s lim ites d e l ind iv id u o o a u n a id e n tid a d flu id a o a un d e scen tra m ien to del su jeto de eso s de lo s q u e h o y se h a b la tan a gusto y ta n frecu en tem en te. L o s su jeto s de la e c o n o m ia sim b o lica, q u e inte rc a m b ia n lo s sig n o s de su p e r s o n a lid a d , p e rm a n e c e n a b so lu ta m e n te c e n tra d o s y e n m o d o a lg u n o se d isu e lv e n . A u n q u e eso s su jeto s su b m e d ia tic o s in tercam b ien de c o n ti­ n u e sus m ascaras en la su p erficie m ed iatica, estan, a l m ism o tiem p o , su ficien tem en te d e fin id o s co m o p o rta d o re s d e l in ­ te rca m b io sim b o lic o , p o r m e d io d e d eterm in ad as p o s ic io 161

n es en la to p o g ra fia de la su p e rfic ie m e d ia tica . Y se d efin en , so b re to do, p o rq u e el in te rc a m b io sim b o lic o , c o m o M au ss su b ra y a co n tin u a m e n te , se lle v a a cab o d e m o d o sim ila r al d e la g u e rra , es decir, estrateg icam en te. E se c o m p o n e n te a g o n istic o d e l in te rc a m b io sim b o lic o se m u e stra de u n a m a n e ra esp e cia lm e n te c la ra en el fe n o m e n o q u e M a u ss d e n o m in a , u sa n d o u n a an tig u a p a la b ra ,

potlacht.1 E l potlachtco n siste e n

u n a d e s tru c tio n o sten to sa,

d e m o stra tiva y ap aren tem en te sin objeto d e lo s p ro p io s b ienes. C u a n d o u n je fe d e trib u d estru ye u n a p a rte de su p ro p ie d a d o d e la p r o p ie d a d d e s u t r ib u , o in c lu s o la e n te ra p ro p ie d a d , o b lig a a lo s otro s jefes, segu n las reglas de la econ o m la sim b o lic a , a h acer lo m ism o si q u ie re n c o n se rv a r su ro stro y su ra n g o so cial. Y as£ se c o n v ierte ta m b ie n u n a destru c c io n p u ra e “ im p ro d u c tiv a ” de las riq u ez as en u n a act iv id a d e c o n o m ic a . A l m is m o tie m p o , e n el

potlacht

se

m u e stra c o n to d a c la rid a d q u e e n el fu n d a m e n to d e la econ o m ia sim b o lic a se e n c u e n tra u n a c o m p e tic io n , e n la q u e se to m a p a rte c o n a g re siv id a d , p a r a c o n se g u ir a c e p ta c io n so cial, y en la q u e p u e d e h a b e r p e rd e d o re s y g an ad o res. Y es q u e la e n v e rg a d u ra d el sa c rific io d e te rm in a el ra n g o so cial del sacrificad o r. B a sta rec o rd a r algu n as accio n es sa crificiales b ie n co n o c id a s - l a en treg a d e C risto en la c ru z y la a ce p ­ ta c io n v o lu n ta r ia d e

$6 c rates

d e la c o n d e n a a m u e rte

1 Marcel Mauss, “Eine Kategorie...” en Soziologie und Anthropologie, pigs. 243 y s. “potlacht” es el nombre de una fiesta indoamericana a la que Marcel Mauss dedicd algunas reflexiones. Boris Groys utiliza esta expresion para sugerir en la economfa mediatica un esquema similar al de la economia del don: en el potlacht, los lfderes del grupo sacrificaban gratuitamente sus bienes o los regalaban a sus seguidores. (N. de los T.) 162

im p u e sta c o n tra e l - p a r a m e d ir cu a n v a s ta s o b lig a c io n e s p u e d e n o rig in a rs e a p a r t ir d e a c c io n e s sa c rific ia le s co m o esas. T anto el c ristia n ism o c o m o la tra d ic io n de la filo s o fia e u ro p e a se fu n d a n en esos d os sa crificio s, y c o n ju ra n , u n a y o tra vez, su p o d e r sim b d lic o p a r a le g itim a r su p riv ile g ia d a p o s itio n social. D e sp u e s de q u e D io s se h a y a sacrificad o , en la fig u ra d e C risto , p o r la H u m a n id a d , la H u m a n id a d cristia n a se sien te o b lig a d a a sa crifica rse ig u a lm en te a D io s , o, al m en os, a obed ecerle. Y tam b ien la tra d ic io n filo so fica esta fu n d a d a , a l fin y a l cab o , en u n

potlacht:

la m u erte d e S o ­

crates o b lig a al resto d e lo s filo so fo s a p en sar, esto es, a asum ir d e te rm in a d o s p ro c e d im ie n to s m e to d ic o s que So crates les h a re g a la d o y legad o. N o es ca su a l q u e N ietzsch e, q u e q u e rla lib rarse d e esas v ie ja s d eu d as en n o m b re de u n n u evo p en sa m ie n to , in ten ta ra u n a y o tra vez d e sv a lo riz a r el v a lo r sim b o lic o ta n to del sa c rific io so cratico c o m o de la m u erte de C risto . P o r m e d io d e la “ p sic o lo g ia ”, N ietz sch e q u iso p ro b a r q u e S o crates, un h o m b re p u ra m e n te ra cio n a l, carecia de in teres a lg u n o p o r la v id a , de m a n e ra q u e su m u erte n o p u e d e ser in terp reta d a c o m o tra g ic a y co m o fu en te d e deberes y o b lig a c io n e s. D el m ism o m o d o , C risto es d escrito p o r N ietzsch e, “ p sic o lo g icam en te”, c o m o un^ser d eb il p a r a el que el a u to sa c rific io era u n a n e ce sid a d p sic o lo g ic a , y n o u n a a c tio n v o lu n ta ria que p u d ie r a o b lig a r a o t r o s .1 A l m is m o tie m p o , el fu t u r o su1 Friedrich Nietzsche, der Antichrist, en Karl Schiechta (ed.), Friedrich Nietz­ sche. Werke, Hanser Verlag, Munich, 1955, II, pigs. 1 1 6 1 - 1 2 3 5 . Hay edicidn en espanol: Friedrich Nietzsche, El Anticristo, traduccion de Andres Sanchez Pascual, Alianza Editorial, Madrid, 1986. 163

p e rh o m b re d eb e ser, seg u n N ietz sch e, a q u e l q u e p o r m e d io d e su crep u scu lo, d e su p ro p ia d ecad en cia, v o lu n ta ria m e n te q u erid a, con siga, d efin itivam en te, lib ra r a la H u m a n id a d de su s v ie j as d eu d a s y o b lig a rla a u n a n u e v a in te n sid a d v ita l. A este respecto, la cu estio n m as in teresan te n o es, c o n seg u rid a d , si N ietzsch e “ ten ia ra z d n ” co n su s d esv a lo riz a c io n e s, sin o lo c o n se c u e n te m e n te q u e su m a n e r a d e p e n s a r segu ia la lo g ic a d e la e c o n o m ia sim b o lic a . E l a u ra de lo in ­ te rio r o cu lto , del so p o rte , d e lo su p ra te m p o ra l es tra n sfe r id a en ella d e lo s sig n o s d e la e s p ir itu a lid a d y la ra z d n a lo s sig n o s d e la v id a , de la p u r a v ita lid a d , y lo es, e n co n creto, p o r m e d io d e u n n u ev o sa c rific io : el d el

potlacht es-

ce n ifica d o en lo s escritos d e N ietzsch e, q u e su p e ra y a n u la lo s a n ticu a d o s sacrificio s an teriores. Y es q u e N ietzsch e, d etra s de la e sp iritu a lid a d y d e la razd n , d escu b re la v id a co m o p o rta d o r m e d ia tic o m as p ro fim d a m e n te esco n d id o a u n : la d escu b re c o m o u n a v id a d eb il q u e au n n o sab e n a d a d e su fu n c io n d e p o r ta d o r a ; c o n tra ria m e n te , la v id a a lca n z a en el su p e rh o m b re u n a fu erza ta l q u e in clu so la m u erte d e l sup e rh o m b re es u n a a fir m a c io n d e la v id a : a tra v e s d e esa m u e rte la v id a se c o n v ie rte en el n u evo , en el a b so lu to , en el in fln ito s o p o r te d e sig n o s , a l q u e to d o s lo s sig n o s q u e p o rta estan o b lig a d o s en ig u a l m e d id a . N o es ca u sa l q u e lo s e scrito s d e N ie tz sch e h ayan e n ca b e z a d o el

potlacht>

h is to r ic a m e n te sin ig u a l, d e la s v a n -

g u a rd ia s artistica s, en e l q u e el p re m io m a s alto se lo lle v a a q u el q u e m as re n u n c ia : a la m im e sis en el arte, a la m etafisica en la filo so fia , al su jeto en la lite ra tu ra , etcetera. T o d a 164

la re d u c c i6 n o p e ra d a p o r las v a n g u a rd ia s h isto rica s n o ha sid o o tra c o sa m as q u e u n p a ro x is m o d e l

potlacht,

en ab­

s o lu te d istin to de a q u e l q u e, u n a y o tra v e z , d ab a o c a sio n a lo s je fe s d e tr ib u in d o -a m e r ic a n o s a d e stru ir sin re sid u o s to d as su s riq u ezas. N o o b stan te, cad a u n o de esos a c to s de

potlacht d e sc u b ria

y estab lecia u n n u evo e in fin ite so p o rte

d e l arte, q u e e levab a al artista q u e “ p o n ia a l d escu b ierto ” ese s o p o rte y d e d ic a b a y s a c rific a b a su v id a a ese d e s c u b rim ien to , p o r lo m e n o s d u ran te u n tiem p o , a je fe de la escena a rtistica d e ca d a ep o ca. E n este co n texto , la cu estio n de si los q u e hacen sa c rific io s p o se e n e n re a lid a d las riq u e z a s q u e d e s tru y e n oste n to s a m e n te es, e v id e n te y a b so lu ta m e n te irre le v a n te . N ietz sch e acu sd a lo s ascetas c ristian o s y a lo s filo s o fo s rac io n a lista s d e p o se e r m u y p o c a v ita lid a d y, p o r eso , d e no ten er n a d a q u e p u d ie ra sacrificarse realm en te: c u a n d o uno tie n e p o c a v ita lid a d , e le g ir la ascdsis c r is tia n a o la m o r a l ra c io n a lis ta n o p a re c e , d e h e c h o , u n g ra n sa c rific io . P ara N ie tz sch e , ese caso es m as b ie n el de u n a m e ra a p a rie n c ia d e sacrificio , en el q u e el que sacrifica, p ro p iam en te, n o hace m a s q u e h a c e r co m o si sa crifica ra , pero , e n realid ad n u n ca h a p o se id o a q u e llo q u e p arece q u e sa crifica . El m is m o rep ro ch e se le h izo desde el p rin rip io a la van g u ard ia: el rep ro che de q u e lo s artistas d e van gu ard ia, en realidad, no p o seian la o rig in a ria m a e strla y la h a b ilid a d y el c o n o c im ie n to que si ten ia la tra d ic id n a la q u e p re su n ta m e n te h ab ian ren u n c iad o . A q u i n o s la s te n e m o s q u e v e r de n u e v o co n u n a fig u r a d e la so sp e c h a in fin ita , p u e s la so sp e c h a d e q u e el 165

sa crificio , en realid ad , es u n a sim u la c io n n o se d e ja n i co n fir m a r n i refiitar. P ero la so sp e ch a in fin ita e n n in g u n caso im p id e el fu n c io n a m ie n to d e la e c o n o m ia sim b o lic a ; m as b ien la p o n e en m arch a. E l v ie jo sacrificio , es verd ad , resulta d e sv a lo riz a d o p o r la so sp ech a de si n o sera p u ra ap a rie n cia ; p e ro su v a lo r sim b o lic o se tran sfiere al m e d io e n e l q u e h a te n id o lu g a r la d e s v a lo riz a c io n d e lo s v ie jo s v a lo re s ; p o r e je m p lo , al m e d io d e la v id a , al m e d io d e l le n g u a je o a l m e d io d e la e sc ritu ra . L o s v a lo re s s im b o lic o s n o re su lta n d esvalo riz ad o s p o r la so sp ech a d e sim u la c io n , sin o q u e m as b ie n so n tra sla d a d o s de sitio y re p a rtid o s d e n u e v o , d e m a n e ra q u e p u ed a co m en zar el n u evo ciclo de la e co n o m ia sim ­ b o lic a d e la so sp e c h a . L a so sp e c h a g e n e ra l d e u n a s i­ m u la c io n , b a jo la q u e la m o d e r n id a d h a p u e sto to d o s lo s valo res, n o ab ro g a la e co n o m ia sim b olica, sin o q u e m as b ien la im p u lsa . D e ig u a l m o d o , M a u ss ta m b ie n en te n d io su p ro p io m o d e lo d e l in te rc a m b io s im b o lic o c o m o u n iv e rsa l, esto es, co m o algo n o v a lid o solo p a ra sociedades arcaicas, sin o ta m ­ b ie n p a r a la m o d e rn id a d e u ro p e a , p o rq u e p e n sa b a q u e el a fa n d e sp ilfa rra d o r d e lu jo y c o n su m o o ste n to so de la s s o ­ c ie d a d e s m o d e rn a s d e se m p e n a u n a fu n c io n so c ia l y e c o ­ n o m ic a im p o rta n te . Y d e h e c h o , la c o m p e tic io n en el co n su m o osten to so caracteriza el c o m p o rta m ie n to del m o d ern o c iu d a d a n o eu ro p eo n o m e n o s q u e el d e su s an cestros a risto e ra tico s o a rca ico s. C o m o in d iv id u o p a rtic u la r, u n o p u e d e su straerse a esa c o m p e tic io n tan d ific ilm e n te c o m o antes. Y c o m o en la m o d e rn id a d u n o esta o b lig a d o n o so lo 166

a g a n a r d in e ro , sin o a g astarlo y regalarlo , la e c o n o m ia sim ­ b o lic a sig u e sien d o , b a jo las c o n d icio n es d e la m o d e rn id a d , u n sistem a de p restacio n es totales q u e su p e ra los lim ite s del p u ro in te rc a m b io d e b ien es d e c o n su m o o rie n ta d o a l b en eficio . P o r eso M a u ss, al fin a l d e su texto , u tilizo ta m b ie n s u m o d e lo d e e c o n o m ia sim b o lic a p a ra re sp o n d e r a cuestion es p o liticas q u e eran actuales entonces. Y entre ellas esta, en p r im e r lu g ar, la c u e stio n d e la fu n c io n y los K m ites del E stad o so c ia l en la so c ie d a d m o d e rn a . Y es q u e la e c o n o m ia del d o n es in te rp re ta d a p o r M au ss c o m o u n a fu n d a m e n ta c io n d e l c aracter n e ce sa rio d e l E s ­ ta d o so c ia l c o m o m e c a n is m o d e re p a rto d e a rrib a a b a jo .1 P a ra M a u ss, cad a b ie n de c o n su m o p ro d u c id o p o r u n tra­ b a ja d o r co n tie n e ta m b ie n un co m p o n e n te sim b o lico . C a d a p r o d u c to es, a l m is m o tie m p o , u n re g a lo d e a q u e l q u e lo h a p ro d u c id o , p u es ca d a tra b a ja d o r in v ie rte en la p ro d u c c io n de esos b ien es n o so lo su tie m p o y su fu erza fisica, sino ta m b ie n , si se q u iere, su alm a, su sen tim ien to , su p e rso n a lid a d . S in e m b a rg o , esa in v e rsio n su p le m e n ta ria , e m o c io n a l, n o e sta c o m p e n s a d a p o r el s a la rio q u e r e c ib e el tra b a ja d o r e n el m e rc a d o de tra b a jo . E l tra b a ja d o r, seg u n M au ss, n o se afan a solo p o r un salario ju sto , sino que lo hace, ad em as, p o r u n a acep tacio n sim b o lic a d el regalo q u e hace a la so cied ad . E l E stad o so cial y su s regalo s a los tra b a ja d o res so n , p o r ta n to , re c o m p e n sa s a las q u e la so c ie d a d esta o b lig a d a en el con texto d e la e c o n o m ia sim b o lica , y n o solo lim o sn as cuyo rep arto p u ed a d e c id ir lib rem en te la so cied ad . 1 Marcel Mauss, “Die G abe...” pdgs. 12 3 y s s . 167

L a m ism a fu n c i6 n c u m p le p a ra M a u ss e l fe n o m e n o so c ia l q u e h o y lla m a rla m o s “ sp o n so rin g ” : el sponsoring n o es algo v o lu n ta r io y lib re , sin o a lg o in c lu d ib le , p u e s el re g a la r es p a ra M a u ss, c o m o se h a d ich o , u n a a ccio n d e g u e rra y, p o r eso, u n su stitu to d e la g u e rra real. Q u ie n n o q u iere reg alar tien e q u e e m p re n d e r u n a lu c h a de clases en to d a regia, en la q u e p erd e ra , d e to d o s m o d o s, su d in e ro .1 E sta u ltim a re fle x io n d eja claro q u e M a u ss, a u n q u e ded u zca ta m b ie n cierta s co n secu en cias “ h u m a n ita ria s” d e su m o d e lo , p a rte d e u n a p e rs p e c tiv a t e o r ic a q u e d e n in g u n m o d o es an tro p o cen trica. A si, p o r e jem p lo , M a u ss c o m p a ra a los h o m b res y su s cultu ras -in c lu y e n d o sus m e rc a d o s - con p lan tas de m ar: las in stitu cio n es h u m a n a s so n p a ra el co m o “ p o lip o s y n e n u fa re s” 2 D e b e m o s v e r a las m asas h u m a n a s, dice M a u ss, c o m o m o v id a s p o r fu erzas q u e n o p ro c e d e n d el p ro p io h o m b re : “ d e sc u b rim o s g ru p o s d e h o m b re s su m e rg id o s en su

milieu y

en su s se n tim ie n to s ” 3 L a c iv iliz a c io n

h u m a n a se e n c u e n tra p a r a M a u ss, o rig in a ria m e n te , b a jo ag u a. Y d e sc u b rim o s este h e ch o p r im o r d ia l d e la existen cia h u m an a n o e n aquel celebre “ sen tim ien to oceanico” sin o p o r la o b se rv a c io n e x te rio r d e las c o rrien tes q u e d esp lazan , tra n sp o rta n e in te rc a m b ia n d e c o n tin u o to d as las cosas h u ­ m a n a s. E n este p u n to se h ace e v id e n te q u e la p rin c ip a l d ific u lta d in te rp re ta tiv a del m o d e lo m a u ssia n o es c o m o debe en ten d erse la n a tu ra le z a d e la o b lig a c io n q u e o b lig a a cad a p a rtic u la r a p a rtic ip a r en el in tercam b io de to d o s los sign os. 1 Marcel Mauss, “ Die Gabe...” pag. 136. 2 Ibidem, pag. 139. 3 Idem. 168

Se p u e d e , c o n se g u rid a d , in te rp re ta r e sa o b lig a c io n en u n h a b itu a l sen tid o ec o n o m ico : co m o algo ra c io n a l, co m o el ca lcu lo q u e se e m p le a p a r a so b re v iv ir e n la so c ie d a d tal y c o m o esta es y p a r a m e d ra r. E n ese ca so , la o b lig a to rie d ad d e las co n ven cio n es sociales q u e o b lig a n al in tercam b io sim b d lico se tran sm itiria a traves de u n a d ecisio n con scien te d el in d iv id u o : la d e q u e re r seg u ir la ld g ic a del in tercam b io sim b olico. Y h a y en lo s escritos d e M au ss m u ch o s texto s que c o n fir m a n p o r e n te ro ese c o n c e p to d e la o b lig a to rie d a d c o m o u n ca lcu lo co n scien te; p e ro h a y m u c h o s m a s q u e lo c o n tra d ic e n y en lo s q u e la o b lig a to rie d a d del in tercam b io es d e sc rita c o m o u n m o v im ie n to o cea n ico , su b m ed ia tico , a l q u e n in g u n sig n o d e la su p e rfic ie m e d ia tic a p u e d e sustraerse; es u n m o v im ie n to q u e o b lig a a lo s in d iv id u o s a seg u irlo ta m b ie n - y s o b re t o d o - c u a n d o q u ie re n o p o n e rs e co n scien tem en te a las co n ven cio n es d o m in a n tes d e la econ o m ia sim b d lic a : a q u ie n n o q u ie re in te rc a m b ia r lib re y co n scien tem en te es in te rc a m b ia d o de m o d o o b lig ato rio . L a s p r im e r a s in te rp re ta c io n e s a n tro p o c e n tric a s y h u m an istas d el in te rc a m b io sim b o lic o se h a n ex te n d id o sobre to d o en la p o ste rio r lite ra tu ra etn o lo g ic a . E n ella, el in ter­ cam b io sim b o lico s e d escrib e frecu en tem en te co m o u n a esp e c ie d e “ p r im it iv o ” id ilio so c ia l, en el q u e a to d o s los h o m b re s se les p e rm ite p a rtic ip a r en la m ism a m e d id a en to d o s lo s b ien es sim b o lic o s: u n a especie de v isio n u to p ic a d e la e c o n o m ia m a s alia de la p ro p ie d a d p riv a d a , d e la acum u la rio n d e los b ien es, d el in d iv id u a lism o y d el aislam ien to s o c ia l d e l in d iv id u o . E n tre ta n to , a lg u n o s e tn d lo g o s h an 169

p u esto e n c u e stio n esa im a g e n id ilica , e in te n ta n d e m o stra r q u e ta m b ie n en la s so cie d a d e s a rc a ic a s la v o lu n ta d de c o le c c io n a r y c o n se rv a r esta a b so lu ta m e n te p resen te. E n ese sen tid o, d e te rm in a d o s o b jeto s, esp ecialm en te lo s sa g ra d o s, so n e x c lu id o s d e l in te rc a m b io s im b b lic o y se c o n s e rv a n c o m o p r o p ie d a d in a lie n a b le de la t r ib u .3 E s a lim ita c io n a la o b lig a to rie d a d d el in te rca m b io to tal d escrito p o r M a u ss in tro d u c e u n elem en to de a isla m ie n to in d iv id u a l en el p resu n to p a ra iso o rig in a rio d e las cu ltu ra s a rc a ic a s.2 E n to d o caso , n i la in te rp re ta c i6 n h u m a n is ta e id ilic a d e l m o d e lo m a u ssia n o del in te rc a m b io sim b o lic o n i s u re fu ta c io n em p iric a , p la n te a d a p o r la in vestig acio n m a s m o d e rn a , p ercib e n la ra d ic a lid a d d e la e c o n o m ia sim b o lic a tal y c o m o fo e co n c e b id a p o r M a u ss. Y es q u e , p a ra M a u ss, el in te rc a m b io sim b o lic o n o es en m o d o a lg u n o un m e ro sistem a de reg las q u e p u e d a n ser segu id as o no. M as b ie n se tra ta de u n a o b lig a to rie d a d q u e, en caso e x tre m o , y si es n e c e sa rio , se im p o n e sin c o n se n tim ie n to alg u n o p o r p a rte d e q u ie n a c tu a y c o n tra su exp lic ita v o lu n ta d . T a m b ie n la tr ib u q u e q u ie r a g u a rd a r p arcialm en te sus riquezas ten d ra que p erd erlas en algu n m o ­ m e n ta p o sterio r, en u n a g u e rra o en su p o sib le d ecad en cia c o m o trib u . L a lib e rta d de la d ecisio n in d iv id u a l en relacio n a la e c o n o m ia sim b d lic a so lo tien e p a r a M a u ss u n sig n ifi1 Cfr. Annette B, Weiner, Inalienable Possesions. The Paradox o f Keeping- WhileGiving, University o f California Press, Berkeley/Los Angeles/Oxford, 1992, y Mau­ rice Godelier, V enigme du don, Fayard, Paris, 1996. 2 Cfr. la discusion “U^change. De la civilite a la violence”, en Critique, 596597, Paris, 1997, pags. 6 y s. 170

cad o p e rife ric o .1 E n este sen tid o, el in tercam b io sim b o lico , tal y c o m o es d e scrito p o r el, re cu e rd a so b re tod o a la d ia ­ b e tic a h eg elian a: el E sp iritu ab so lu to u sa e n la m is m a m ed id a , p a r a su p r o p io p ro c e so in te rio r, s u b fe n o m e n ic o y su b m ed iatico , tesis y antitesis, co n sen tim ien to y resisten cia. E l q u e a c tu a d e a c u e rd o al e s p iritu d e su tie m p o s e ra reco m p en sad o ; el q u e actu a en desacuerdo a el, castigado; pero a m b o s m o d o s d e a c tu a r sirv e n al m ism o esp iritu . E l d o n , p a ra M au ss, esta desde u n p rin cip io escin d id o in teriorm en te y es p a ra d o jico : es, si se q uiere, dialectico. Es sign o de la paz, del afecto y de la g en ero sid a d ; y, al m ism o tiem p o , es sig n o d el re to a g o n is tic o , d e la p ro v o c a c io n , d e la s u m is io n de a q u e l a q u ie n se re g a la y de la g u e rra . Y eso s ig n ific a que q u ie n n o acep ta v o lu n ta ria m e n te la e c o n o m ia del d o n y de la d e v o lu c io n d e ese d o n es en tregad o a esa e c o n o m ia a traves de la g u e rra y la lu ch a. T o d o in d iv id u o tien e q u e p erd er en algu n m o m e n to tod o aq u ello que a u n no ha regalad o y p o r eso sigu e p o sey en d o : co m o m u y tard e, en el m o m en to de su m u erte. T odo in d iv id u o esta in clu id o en la circu la cio n total d e lo s b ien es sim b o lic o s, tan to si es co n scien te d e ello y lo

csti p o r

las b u e n a s co m o si no. E n la m e d id a en q u e el

m o d e lo m a u ssia n o d el in te rca m b io sim b o lic o ta m b ie n entien d e c o m o reg alo el b o tin d e g u e rra o la h eren cia tra s la m u e rte , ese m o d e lo c o n stitu y e , en efecto , u n “ siste m a de p restacio n es to tales”. 1 Este hecho es obviado, por ejemplo, por Bourdieu. Cfr. Pierre Bourdieu, “ Marginalia-some aditional Notes on the Gift”, en Alan D. Schrift (ed.), The Logic o f the Gift. Towards an Ethic of Generosity, Routledge, Nueva York/Londres, 1997, pags. 2 31 y ss. 171

T o d a civ iliz a c io n esta, p a ra M a u ss, o rig in a ria m e n te su m e rg id a , b a jo a g u a o, d ic h o d e o tr a m a n e ra : b a jo so sp e cha. Y n o pu ed e sustraerse a lo s m o vim ien to s y las corrientes de ese o ce a n o in visib le, tan to si q u iere n a d a r en ellas co m o si n o q u iere. E l ag u a, o sea, el m e d io u n iv e rsa l d e to d as las c o m u n ic a c io n e s n o es, y esto es se g u ro , el E s p ir itu a b s o ­ lu te e n sen tid o h eg elian o , q u e a ctu a tra s to d as las su p e rfi­ cies fe n o m e n ic a s y m e d iaticas d el m u n d o . P ero ese m e d io ta m p o c o d eb e e n ten d erse c o m o u n a n e ce sid a d “ o b je tiv a ”, p o sitiva, cien tifica, m ecan icam en te activa. A u n q u e sus p ro ta g o n ista s in d iv id u a le s n o p u e d a n c o n tr o la r el to d o d el in te rca m b io sim b o lico , al fin al, la d ife re n c ia en tre la gen ero sid a d d e l re g a lo y el ca stig o p o r la c ic a te ria es e v id en te. El in te rc a m b io c o m o tal tie n e lu gar, d esd e lu e g o , en cu alq u ier caso ; p ero el regalo gen ero so , esto es, la accio n en con co rd a n cia con las reglas d el in te rc a m b io sim b o lic o con ced e al que regala un b rillo q u e n o p o d ria g e n e ra r el m e ro efecto d e la n ecesid ad m ecan ica, d e te rm in a d a n a tu ra lm e n te . P o r eso, M a u ss in te n ta e n c o n tra r y d a r u n n o m b re a u n a fu erza q u e actiie m as a lia d e la o p o sic io n e s p iritu

versus m a te ria

y q u e g o b ie rn e el in te rc a m b io sim b o lic o . E sa fu e rz a d eb e o b lig a rn o s, co n in d e p e n d e n c ia de n u e stra v o lu n ta d , a in te rca m b ia r v alo res sim b d lico s. Pero, al m ism o tiem p o , en la a ccio n d e esa fu e rz a debe p o d e rse reco n o cer, en cad a caso, si se tra ta de u n a re n u n c ia v o lu n ta ria o d e u n a p e rd id a in v o lu n ta ria .

172

C

la u d e

LEv i - S t r a u s s :

m a n A o e l s ig n if ic a n t e q u e flo t a

P o r lo d em as, la d ire c tio n p o r la que d eb e tra n sc u rrir esa b u sq u e d a la ofrece M a u ss y a m u y al p rin c ip io de su escrito . A ll! fo r m u la la c u e stio n cen tral de sus p o ste rio re s in vestig acio n es, a sab er: “ ^Q ue tip o d e fu erza h a y en la c o s a regala d a q u e h ace q u e el re ce p to r re sp o n d a al regalo?” 1 M a u ss

mand, u n te rm in o q u e to m a del len gu aje p o lin esio. L a fig u ra del mand se h a revelad o des­ d a a esa fu e rz a el n o m b re de

p u e s c o m o la m a s c o n tro v e rtid a y p ro d u c tiv a de to d a s las fig u ra s d el p e n sa m ie n to m a u ssia n o . M a u ss defin e el

mand

co m o u n a “ fu erza m a g ic a , re lig io sa y e sp iritu a l” 2 d e la que lo s h ab itan tes de la P olin esia creen q u e h a b ita el in te rio r del reg alo y h a ce q u e ese regalo, en a lg u n m o m en to , te n g a que re to rn a r a q u ie n lo h a regalad o . D esp u es d e que h a y a sido d a d o y a c e p ta d o , e l reg alo c o n se rv a p a r a su re ce p to r, d u ­ ran te u n tie m p o d ete rm in a d o , u n efecto d e apoyo y ayu d a: el

mand d el

regalo p e rm a n e c e , si se p u ed e decir asi, m ag i-

cam en te p o sitiv o . P ero m as tard e, el a lm a del reg alo ( hau) siente n o sta lg ia de su o rig e n , d e q u ie n h a h ech o el re g a lo : el regalo q u ie re a b a n d o n a r al reg ala d o y v o lv e r al q u e regala. 1 Marcel Mauss, “Die Gabe,.. ”, p£g. 13. 2 Ibidem, pigs. 23 y s. 173

Y a p a rtir de ese m o m e n ta , el regalo se c o n vierte e n algo p elig ro so p a r a el re c e p to r: el

mana

d e v ie n e m a g ic a m e n te

n eg ativo , y eso sig n ific a q u e h a lleg ad o el m o m e n to d e res­ p o n d e r co n o tro regalo o d e regalar, a su vez, el o b jeto recib id o c o m o re g a lo . E n a lg u n m o m e n to - g r a c ia s a ese c o n tin u o e sta r sie m p re r e g a la n d o - el re g a lo c o m p le ta el d r c u lo y v u e lv e a su o rig en , au n q u e en re a lid a d resu lta im ­ possible h ab la r p ro p ia m e n te de u n o rig en d eterm in ad o , p o rque to d o s los regalos estan circu lan d o p erm an en tem en te en el c ircu ito de la e c o n o m la de lo s d o n e s .1 E n to d o caso, es el

mana, es

decir, la fu e rz a in te rn a q u e h a b ita el in te rio r del

regalo m ism o , lo q u e im p u lsa el in te rc a m b io sim b o lic o , y n o, p o r e je m p lo , la lib re v o lu n ta d in d iv id u a l d e q u ie n re ­ gala, las co n ven cio n es “e x te rio re s” d e u n a d e te rm in a d a civ iliz a cio n o las leyes de la n atu raleza. Los con ceptos d e “ m a n a ” y de “ h au ”, q u e u sa M au ss, p ro ceden d el a m b ito cu ltu ral p o lin e sio , q u e era u n esp a cio rela tiv a m e n te c e rra d o : en esas c o n d ic io n e s , q u e u n re g a lo v u e lv a a re g a la rse tie n e q u e a c a b a r h a c ie n d o q u e v u e lv a p ro n to a su o rig e n , esto es, q u e c o m p le te to d o el d r c u lo . Se trata p u es, a p rim e ra v ista , d e u n ca so ec o n o m ico espe­ cial, q u e n o d eb e g en eralizarse sin m as. P o r eso, M a u ss fu e acu sad o co n fre cu e n cia d e h acerse co n co n cep to s d e cultu 1 Cfr. Rodolphe Gasche, “ Heliocentric Exchange”, en Alan D. Schrift (ed.), The Logic o f the Gift, traduccion de Morris Parslow, Routledge, Nueva York/Londres, 1997. El texto de Gasche sostiene, realmente, la posicidn contraria a ia de Bourdieu: a Mauss no se le reprocha haber ignorado la libre decision de los individuos, sino al contrario: se le reprocha haber “humanizado” en exceso el inter­ cambio simbdlico. 174

ras a rca ica s p a ra su s p ro p ia s teo rfas, en ve z de a n a liz a rlo s d esd e u n a d is ta n c ia c ie n tific a m e n te se g u ra . Y M a u s s , de hech o, se a p ro p ia a g u sto de to d a clase d e te rm in o s tecn ico s y de aq u ellas fig u ra s del p en sam ien to q u e le parecen ap ro p ia d a s y q u e p o se e n el

mand q u e

61 n e c e sita p a ra o b te n e r

b rillo p a ra su s p ro p ia s teorfas; y, d esp ues d e u sarlos, M au ss reg ala a su v e z esos te rm in o s y fig u ra s d el p e n sa m ie n to , en la m e d id a e n q u e p u b lic a sus textos y lo s d eja fra n c o s para su cita y su p o ste rio r circu la cio n . A lio r a n o d e b e m o s o c u p a rn o s de lo s an alisis e x a c to s y las d em o stracion es q u e usa M au ss p ara fim d a m en tar s u teoria d el

mand o - q u iz a

esta m e jo r d ich o a s i - su re c o n stru c ­

t io n te o re tic a d el m ito p o lin e sio del

mand.

Q ue d iv e rso s

o b je to s p u e d a n e sta r p o se id o s p o r el e s p iritu de su s an tig u o s p ro p ie ta rio s y q u e p o r eso p u e d a n se r p e lig ro so s p ara sus n u evo s p ro p ie ta rio s es u n a sospecha co n o cid a p o r todos, q u e ta m b ie n se h a tra ta d o co n fre c u e n c ia e n la c u ltu ra de m asas d e n u e stro tie m p o . L a p e llc u la

Poltergeist, d e

S p ie l­

b e rg , es so lo u n e je m p lo en tre m u ch o s; e n tod o ca so es un e je m p lo in teresan te, en la m e d id a en q u e lo que lo s e sp iritus u tilizan p a ra co m u n icarse c o n los ocu p an tes de u n a casa q u e h a sid o c o n stru id a en cim a d e u n a n tig u o cem en terio es u n v ie jo ap a rato de televisio n . L o s esp lritu s de los m u e rto s en terrad o s alii se ap arecen d esd e el in te rio r del te le v iso r d u ­ ran te el tie m p o en q u e n o se em ite n in g u n p ro g ra m a y, p o r tan to , n o h a y su p er f id e m e d ia tic a a lg u n a q u e p u d ie ra p ro teg er lo e x te rio r d e lo in te rio r. E sta c la ro q u e en e ste caso n o s las ten em o s q u e v e r con u n

mand n eg ativo ,

e n e l que, 175

d e h ech o , la p o se sio n de las cosas y lo s sig n o s p o r su s an tigu os p ro p ie ta rio s se p ercib e en la m a y o ria d e los casos co m o n egativo . E n to d o caso, h a y su ficien tes e je m p lo s co n tra rio s: p o r eje m p o , la p e licu la

Beetlejuice, de T im

B u rto n , e n la que

lo s e sp iritu s d e lo s a n te rio re s p ro p ie ta r io s d e u n a c a sa se m u e stra n am ab les y so licito s c o n su s actu ales p ro p ie ta rio s,

mana p o sitivo . q u e p a ra la teo ria del mana, tal y

co n lo q u e les reg ala n u n E sta claro

c o m o fu e fo r-

m u la d a p o r M au ss, tiene u n a im p o rta n c ia fu n d a m e n ta l el h ech o d e q u e, c o n el tie m p o , el caracter d e lo s esp iritu s que h a b ita n lo s re g a lo s c a m b ia n e ce sa ria m e n te . E l

mana en

el

reg alo sie m p re es, d e e n tra d a , a m a b le , p e ro m a s ta rd e com ien za, d e u n m o d o ig u a lm e n te n e ce sa rio , a ten er efectos n e g a tiv o s, ju sta m e n te c u a n d o la re la c io n en tre el re g a lo y q u ie n lo reg ala cae en el o lv id o . E l c aracter e x tra n o d el re ­ g alo , a u n n o o lv id a d o , g a ra n tiz a el b u e n

mana:

e l reg alo

co m o u n sign o n u evo , extran o, en m ed io de u n con texto con o cido, “ p r o p io ” p ro d u c e el efecto d e u n a v is io n en el in ­ terior, q u e concede a ese sign o el b u e n

mana de la sin cerid ad

m ed iatica. L a p o ste rio r d o m e stica cio n d e l regalo, q u e acontece in evitab lem en te, n o so lo lleva a la p e rd id a del sitivo, sin o tam b ien a la a p a ricio n del

mana p o ­

mana n egativo. P uede

d ecirse q u e en c u a n to el sig n o d e lo n u e v o y lo e x tra n o se c o n v ie rte en u n a p a rte d e la s u p e rfic ie m e d ia tic a se co n vierte, a l m ism o tie m p o , e n e l lu g a r d e u n a so sp ech a especialm en te in ten sa. C o n o c e m o s ese fe n o m e n o en u n a v e rsid n d e la m o d a : el que se viste segun la m o d a actual parece 176

cool y

atractivo, pero

n o s h a y n a d a m as d e stru ctiv e p a ra la p r o p ia im ag en q u e la m o d a d e ayer. A n tiq u e, al m ism o tiem p o , la m o d a d e antea y er si q u e p u e d e , p re c isa m e n te c u a n d o “ v u e lv e ” re m itir al

mand

p o s itiv o y re su lta r a tra c tiv a . L a m o d a , p o r o tra

parte, n o es o tra co sa m a s q u e u n a d eterm in a d a fo r m a de la e c o n o m la d el in te rc a m b io sim b o lic o , q u e o bliga a to d o s a in te rc a m b ia r c o n tin u a m e n te su s sign os, p a ra que e so s sign o s p arezean siem p re extran o s y n o p ie rd a n la c a p a c id a d de rem itir al ab ism o en tre lo e x te rio r y lo in terio r. Y c o m o toda la as! lla m a d a c re a tivid a d c u ltu ra l esta, e n u ltim o te rm in o , b a jo el d icta d o de la m o d a - e in clu so se d efin e p o r m ed io de la se n sib ilid a d ffe n te a ese d ic t a d o - la cu ltu ra fu n c io n a , ta m b ie n e n la m o d e rn id a d , c o m o un esp a cio de in te rc a m ­ b io sim b o lico . E s c ie r to q u e el c o n c e p to d e

mand,

ta l y c o m o lo usa

M au ss, h a sid o critic a d o y rech azad o p o r la m a y o rla de los au to res q u e h a n co m en tad o lo s escritos d e M au ss. Y la crltica m a s ra d ic a l, p ro fu n d a y, al m ism o tie m p o , m as ric a en c o n c lu s io n e s te o re tic a s h a sid o la fo r m u la d a p o r C la u d e L e v i-S tr a u s s .1 P ero, a d ife re n c ia de la m a y o rla de lo s crltico s, L e v i-S tr a u s s n o q u ie re d e se c h a r s in m as el c o n c e p to de

mand; quiere, m a s bien, asign arle u n a d efin icion m a s pre-

cisa. Y es q u e lo q u e le m o lesta a L e v i-S tra u ss del co n cep to de

mand ta l

y c o m o es d e fin id o p o r M a u s s , es el h e c h o de

1 Claude Levi-Strauss, “ Einleitung in das Werk von Marcel Mauss”, en Mar­ cel Mauss, Soziologie und Anthropologie, I, pags. 7 y ss. Hay edicion en espanol: Claude Levi-Strauss, “Introduccion a la obra de Marcel Mauss”, en Marcel Mauss, Sociologia y Antropologia, pags. 13 y ss. 177

que ese concepto sugiere la a c tio n de u n a fuerza que, au n qu e e sc o n d id a , es real, “ o b je tu a l”, “ n a tu r a l” L e v i-S tr a u s s p r e ­ su m e que M au ss n o solo se sirv io del con cepto d e

mand p ara

la c o n s t r u c t io n d e su te o rla , sin o q u e el m is m o , secretam e n te , cre ia en la re a lid a d d el

maria, y

d ia g n o stic a en ese

c o m p o rta m ie n to u n v ie jo e rro r d e la ra z o n : “ el co n cep to de

mand n o

p erten ece al o rd e n d e la re a lid a d , sin o al o rd e n del

p en sa m ie n to , el cu al, in clu so c u a n d o se p ie n sa a si m ism o , so lo p u e d e p e n sa r u n o b jeto ” 1 P ara L evi-S trau ss, p o r el con trario , el

mand n o p erten ece

al o rd e n d e la re a lid a d , sin o so lo a l o rd e n d e lo s sig n o s. C o m o M au ss, L e v i-S tra u ss p a rte d e la v isid n de u n a to talid ad del o rd en sim b o lic o : en co n creto , d e la to ta lid a d d e la s ig n ific a t io n . P a ra L e v i-S tr a u s s , el e n te ro u n iv e rs o se h a v u e lto s ig n ific a tiv o , e n a lg u n m o m e n to , d e u n p lu m a z o . A n tes d e ese

big bang d e la

sig n ific a tio n n o h ab fa sig n ific a -

d o s en el m u n d o ; despues d e el, solo h a y sig n ificad o s.2 Todas las cosas se h a n co n v ertid o in stan tan eam en te en sig n o s y en sig n ifican tes q u e, d esd e ese m o m e n to , estan a la esp era de su s sig n ific a d o s. E s d ecir, q u e el m u n d o , tra s el

big bang

de la s ig n ific a tio n , n o s ofrece u n n u m e ro in fin ito d e s ig n i­

qui s ig n ifi­ s a b e m o s que

fic a n te s, d e lo s q u e en to d o c a so n o s a b e m o s cant so n sig n ific a n te s sin s ig n ific a d o : so lo

sig n ific a n . Y el p ro g re so d e l p e n sa m ie n to co n siste , seg u n a firm a L e v i-S tra u ss, en u n “ trab ajo de e q u ip a ra c io n del sign ific a n te co n el sig n ific a d o ”, esto es, e n la p ro g re siv a o cu 1 Claude Levi-Strauss, “Einleitung in das Werk con Marcel Mauss”, pag. 37. 2 Idem. 178

p a c io n d e lo s sig n ific a n te s v a c io s co n s ig n ific a c io n e s determ in ad as, co n sig n ificad o s. E l p ro g re so del p en sam ien to , sin em b arg o , es m u y len to, y siem p re es fin ito y p arcial; y a u n q u e tie n e lu g a r “ e n el in ­ te rio r d e u n a to ta lid a d c e rra d a y c o m p le m e n ta ria e n si”, n u n c a p u e d e lle n a r co m p le ta m e n te co n sig n ific a d o s el infin ito n u m e ro d e sig n ific a n te s v a c io s, p u e s to d a ta re a del p e n sa m ie n to se c o m p le ta en u n tie m p o v ita l fin ito .1 O sea, q u e q u ed a siem p re u n excedente d e sign ifican tes v a c io s que n o pu ed e ser cu b ierto p o r p ro g reso algu n o del pen sam ien to. E ste in fin ito exced en te de sig n ificad o s v a c io s su p o n e tam b ie n u n in fin ito exced en te de in stan tes fu tu ro s v a c io s , que d eb en ser v iv e n c ia d o s p a ra lle n a r de sen tid o to d o s lo s sig­ n ifican tes v acio s; sin em b arg o, tam p o co p u ed en ser v iv id o s, p o rq u e la v id a h u m a n a es fin ita . S e g u n eso , la e sc e n a basica d el ser h u m a n o e n el m u n d o , en ten d id o este c o m o un m u n d o d e la sig n ific a c io n , con siste en q u e el h o m b re tiene sie m p re d e m a sia d o s sig n o s a su d is p o s ic io n a lo s q u e no p u e d e a trib u irle s sig n ific a d o algu n o . “ E n tre am b o s [sign ific a n te y sig n ific a d o ] h a y sie m p re u n a in a d e c u a c io n , que solo es resolu b le p a ra el en ten d im ien to d iv in o , y de la q u e resu lta q u e h a y u n a so b reab u n d an cia de sign ifican tes en com p a ra c io n c o n lo s sig n ificad o s q u e aq u ello s p u ed en o c u p a r”.2 D e ah i q u e h aya siem p re u n a “ r a d o n su p lem en taria” d e sig­ n ifica n te s sin sig n ific a d o , q u e m a rc a la d ife re n cia e n tre u n a ra z o n d iv in a , in fin ita y la ra z o n h u m a n a , fin ita, u n a r a d o n 1 Claude L£vi-Strauss, “ Einleitung in das Werk von Marcel Mauss” pag. 38. 2 Ibidem, pag. 39. 179

c o n la q u e el se r h u m a n o tie n e q u e h a b e rse la s d e a lg u n m odo. P a ra L e v i-S tra u ss,

mand n o

es m a s q u e el n o m b re p a ra

ese excedente d e sign ifican tes v a c io s y n o c u b ierto s p o r sentid o alg u n o . E l

mand es

“ el sig n ific a n te q u e flo ta ”, q u e re-

presen ta el entero e in fin ite excedente d e significantes vacios, q u e es “ el fa rd o d e to d o p e n sa m ie n to fin ito (p ero ta m b ie n la c o n d itio n d e to d o arte, d e to d a p o e sla , de to d a in v e n tio n m itic a y estetica), y q u e el c o n o c im ie n to cien tifico , au n q u e n o pu ed a aplacarlo, si pu ed e d isciplin arlo en p a rte ”.3 E l

mand

es, d e acu erd o co n ello, “ u n v a lo r cero sim b o lic o , esto es, un sign o q u e m a rc a la n ecesid ad de u n con ten id o sim b o lico su p le m en ta rio ”.2 E n este sen tid o, L e v i-S tra u ss co n sid era su in ­ te rp re ta tio n del

mand u n a

“ tra d u c tio n d e la c o n c e p c io n d e

M a u ss” a u n le n g u a je teo rico m as actu a l, “ co m p le ta m e n te ju sto co n el p e n sa m ie n to d e M a u ss”. E l en o rm e sign ificad o de esta in terp retacid n del concepto de

mand p a r a

la p o s t e r io r fo r m a t io n d e la te o ria p o ste s-

tru c tu ra fista es evid en te: b a sta c o n re c o rd a r la fu n c io n cen ­ tral q u e m as tard e o b te n d ra el con cep to d e “ su p lem en taried ad ” en

De la Grammatologie, d e

Ja c q u e s D e rrid a , d o n d e

ese con cep to co n d u ce in te rn a m e n te el en tero d iscu rso de la d eco n stru ccio n . P o r su p arte, d e la u lte rio r c a rre ra d el c o n ­ cepto d e “ significan te q u e fiota” n o h ace falta h ab la r siquiera. S in e m b a rg o , la v is io n de u n exced en te in fin ito de s ig n ifi­ can tes sin sig n ific a d o s ta m b ie n h a ten id o , m as alia, co n se1 Claude Levi-Strauss, “ Einleitung in dasWerk von Marcel Mauss”, p. 39. 2 Ibidem, pdg. 40. 180

cu en cias teo reticas q u e , m u y p ro b a b le m e n te , L e v i-S tra u ss n i siq u ie ra p o d ia en to n ces avizo rar. Y es q u e su v is io n ta m b ie n h a v a c ia d o de to d a sig n ific a c id n al in fin ito n u m e ro de aq u ello s sig n ifican tes d e lo s que L e v i-S tra u ss au n q u e ria sup o n e r q u e p o se ia n u n a sig n ific a c io n , u n referen te, u n sign ific a d o : y e so h a o c u r r id o e n c u a n to a lg u ie n , en a lg u n m o m en to , se h a p re g u n ta d o c o m o es p o sib le de h ech o que u n n u m e ro fin ito d e sig n iflc a c io n e s tenga estab ilid ad e n el c o n te x to d el ju e g o to ta l e in fin ito de sig n ific a n te s v a c lo s . E l in fin ito e x c e d e n te d e sig n ific a n te s v a c io s a rra s tra p o r m e d io de ese ju e g o a to d as las sig n iflc a c io n e s A nitas h asta la in fin itu d d e la a u se n c ia de s ig n ific a c io n , d e s p o ja n d o a to d o s lo s sign ifican tes d e sus sign ificad o s. Y co n ello, el p ro greso del p en sam ien to se presen ta en su totalid ad co m o algo caren te d e sen tid o e in u til, p o rq u e es solo fin ito . La p o e sia , e n te n d id a c o m o u n ju e g o co n sig n o s v a c io s - c o n s ig n ifi­ can tes sin s ig n ific a d o - h a triu n fa d o sob re la ciencia. C a b e p re g u n ta r, c o n se g u rid a d , h asta q u e p u n to la inte rp re ta cio n p o r p a rte d e L e v i-S tra u ss d el

mand de

M a u ss

se c o rre s p o n d e c o n la in te n c io n fu n d a m e n ta l del m o d e lo m a u ssia n o d el in te rca m b io sim b o lic o ; p e ro algo esta claro en to d o caso: q u e a u n q u e el

mand sea p a ra

L e v i-S tra u ss un

v a lo r in fin ito , es u n v a lo r co n e l q u e ta m b ie n los e sp iritu s fin itos p u ed en o p e ra r eco n o m icam en te, p u e s y a no con siste en u n a fu erza o cu lta q u e p erten ece al o rd e n de la realid ad y q u e actua a espaldas de los protagonistas del com ercio sim b o lico , sino d e u n exced en te de sig n o s v a c io s q u e esta a o jo s v ista d e esos p ro ta g o n ista s com o su in fin ito fu tu ro , c o m o el 181

“ p ro g re so de u n p e n sa m ie n to ” Y a u n q u e esa p e rsp e c tiv a sig a sie n d o im p o s ib le d e c o m p le ta r y d e v iv ir , es p o s ib le h acer o p e ra c io n e s c o n ella; es p o sib le in te rc a m b ia rla , d esplazarla, in a u g u ra rla o clau su rarla . L a cu estio n es so lo h asta q u e p u n to es le g itim o e n to n c e s h a b la r d e la in fin itu d de lo s “ sig n ifican tes q u e flo tan ” P a ra L e v i-S tra u ss, eso s sign ifican tes so n “ flo ta n te s” p o rq u e n o estan c o n e c ta d o s a sign ific a d o s p reciso s, a sig n ific a c io n e s d eterm in a d as. P ero eso n o p u ed e sig n ificar, e n m o d o algu n o , q u e lo s sig n ifican tes realm en te, “ m aterialm en te”, floten , esto es, q u e p u e d a n flu ir y n a d a r en el a g u a c o m o algas y c o m o p eces, tal y c o m o su g ie re la m e ta fo r ic a q u e L e v i-S tr a u s s to m a p re s ta d a de M a u ss. A u n q u e fu e r a el ca so d e q u e n o to d o s lo s s ig n ifi­ ca n te s e stu v ie ra n a d h e rid o s a s ig n ific a d o s d e te rm in a d o s , to d o s lo s sig n ifican tes estan, en cu a lq u ie r caso, fija d o s m ed iaticam en te: c o m o sig n o s m a te ria le s o c u p a n , in e lu d ib le m e n te , u n a p o s ic io n d e te rm in a d a en la t o p o g r a fia de la su p e rfic ie m ed iatica. C o n tod o, in clu so si lo s sig n ifican tes p u d ie ra n flo ta r en re la cio n a su sen tid o , c o m o tales sig n ifican tes, m ie n tra s n o so n tra n sm itid o s p o r m e d io d e d e te rm in a d o s can ales m ed ia tic o s , se e sta n q u ie to s, P ero c o m o , p o r o tr a p a rte , el n u m e r o d e sig n ific a n te s tie n e q u e se r in fin ito , ta m p o c o p o d e m o s su p o n e r de e n tra d a q u e to d o s lo s sig n ifican tes se d istin gu en entre si estru ctu ralm en te, p u es n o p o d em o s con tro la r realm en te el n u m e ro in fin ito de d iferen cias q u e se deriv a ria n de ello; seria ig u a lm e n te p o sib le p e n sa r q u e , en su in fin itu d , to d o s lo s sig n ific a n te s so n id e n tic o s: p u e s si n o 182

p u e d e a firm a rse co n se g u rid a d q u e lo s sig n ifican tes, en la m e d id a en q u e su n u m e ro es in fm ito , se d istin g u en e n tre si, en ton ces ta m p o c o p o d e m o s su p o n e r q u e se trata d e s ig n i­ fican tes en a b so lu to , p u e s seg u n la d o c trin a b a sic a d e l estru c tu ra lism o , lo s sig n ific a n te s se d e fin e n exc lu siv a m e n te p o r las d ife re n c ia s q u e d istin g u e n a u n o s d e o tro s. O sea, q u e la p re su n c io n seg u n la cu a l p o d e m o s h ab la r de u n n u ­ m e ro in fin ito d e sig n ific a n te s - u n a s u p o s ic io n q u e , a fin d e cu en tas, h a c o n d u c id o d esd e el e stru c tu ra lism o clasico h asta el p o ste stru c tu ra lism o - resu lta alta m en te p ro b le m a tica . Q u iz a se d e b e ria h a b la r n o tan to d e u n n u m e ro in fi­ n ito d e s ig n ific a n te s c o m o , m a s b ie n , d e u n a p o te n c ia l in fin itu d d e la su p e rfic ie m e d ia tic a q u e se o frece a l “ p ro g re so d e l p e n s a m ie n to ”, p u es se d e ja in s c r ib ir c o n sig n o s q u e, en to n ces, p u e d e n ser p u e sto s en re la cio n con s u s corre sp o n d ie n te s sig n ificad o s. P ro p iam en te, la in fin ita can tid a d de sign ifican tes v acio s, sin sig n ific a c io n fija algu n a, s61o pu ed e se r en ten d id a co m o u n a p e rifra s is d el c o n c e p to d e m e d io : c o m o eso s s ig n ifi­ can tes so lo tien en u n lu g a r m ed iatico , p e ro n o u n a s ig n ifi­ c a c io n , su u n ic o m e n sa je es su m e d io . E l

mandy q u e

era

en ten d id o p o r M a u ss co m o la fu e rz a q u e h ab ita en lo s sig­ n o s y lo s in te rca m b ia , resu lta a si rein terp retad o c o m o el caracter m e d ia tic o de lo s sign os. E l m ed io se m u estra, segu n eso, co m o u n a p e rsp e ctiv a te m p o ra l in fin ita , esto es, co m o la p ro y e cc io n , en la su p erficie m e d ia tic a , d e la in fin ita sosp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a . C o n ello, la e c o n o m ia m e d ia ­ tica d evien e u n a e c o n o m ia d el tiem p o . E l fu tu ro d e l m ed io 183

se a b re c o n la so sp e c h a q u e el m e d io p r o v o c a e n el co n te m p la d o r. P o r lo d e m a s, esa r e la tio n e n tre el tie m p o d el sign o y la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a n o es en ab so lu to casu al, p u es el so p o rte su b m e d ia tic o s6 1o p u e d e m a n ife starse p a r a el c o n te m p la d o r p o r m e d io de la d u r a tio n de lo s sig n o s q u e el so p o rta . N o es ca su a l q u e L e v i-S tra u ss m a n ten ga q u e el

mana,

en ten d id o c o m o u n in fin ito exced en te

d e sig n iflcan tes v a c io s, se m a n ifie sta so b re to d o c o m o p o e ­ sia. P u e s la p o e sia se in te rp re ta , e n la t r a d it io n fo rm a lis ta y estructuralista, co m o u n a m a n ife sta tio n del m ed io del len g u aje, en o p o sic io n a la c o m u n ic a tio n h a b itu a l, en la q u e el con ten id o y el m en saje com u n icativo y la in te n tio n del au tor estan en p rim e r p ia n o , b lo q u e a n d o el del le n g u a je m ism o c o m o m ed io . C o n tod o, y co m o m u ch o s o tro s cientificos, L evi-S trau ss es d e m a sia d o ro m a n tic o p a r a h a b la r d e p o e s ia e n te rm in o s de u n a esp ecie d e c o m p e titio n en tre lo s p o e ta s .1 P a ra el, la p o e sia sig n ific a m e ra m e n te u n a p u ra p e rd id a de sign ificacio n q ue, co m o tal, siem p re d esp rend e el m ism o efecto m agico: precisam en te el

mana. L e vi-S trau ss solo

adm ite u n a

o p o sic io n : la d e la c ie n c ia c o n tra la p o e sia , q u e es la m ism a q u e la o p o sic io n sig n ifican te co n sig n ificad o

versus lib re sig-

n ific a n te q u e flota. A d e m a s, p a r a L e v i-S tra u ss, el h ab lan te n o p u e d e e v ita r el fra c a s o d e l p r o p io m e n s a je , y el

mana

1 Una descripcion convincente de una competiddn entre poetas puede encontrarse en Harold Bloom, Anxiety of Influence, Oxford University Press, 1973. Hay edicion en espanol: Harold Bloom, La angustia de las influencias, traduccion de Francisco Rivera, Monte Avila Editores, Caracas, 1991. 184

d e la p o e sia , c o m o serial de esa d erro ta, es to d o p o d e ro so . C o n to d o ello, L e v i-S tra u ss p erten ece, c o n to d a se g u rid a d , a u n a g ra n tr a d ic io n : m as ta rd e , P a u l d e M a n d e s c rib ira ig u a lm e n te la p o e sia c o m o u n a in v o lu n ta ria p e rd id a de la sig n iflc a c io n , d el p ro p io m en saje, q u e el p o eta su fre necesa ria m e n te p o rq u e su m en saje, in evitab lem en te, tie n e que ser d eco n stru id o y v a cia d o p o r el m ed io d el len gu aje.1 Segun parece, la p o e sia su rge so b re to d o cu a n d o n o se la p reten d e. E n esas, p o r cierto, se p a sa p o r alto que la p erd id a d e sign ific a c io n p o d r ia ser, d esd e lu eg o , el re su lta d o de u n a estrate g ia p o e tic a c o n sc ie n te d ir ig id a p re c isa m e n te a su s titu ir el p ro p io m e n sa je p o r el m e n sa je del m ed io . La im p o sib ilid a d d e d e c id ir en tre el m e n sa je p r o p io y el m e n s a je del m ed io , de la q u e d e M a n siem p re habla, n o es un accid en te de trab ajo d e la p oesia: m ds b ien o cu rre q u e la p o esia e n este sig lo co n siste en u n a c o m p e tic io n en la p e rd id a del sig n ificad o, q u e, c o m o c u a lq u ie r co m p e ticio n , tien e sus g a n a d o res y sus p erd ed o res. Y es q u e e l trab ajo d e l p en sam ien to p o etico con siste pre­ cisam en te e n b u sca r u n a y o tra vez n u evo s sig n ifican tes que flo tan y estan v acio s d e sen tid o; el p o eta e n ab so lu to pu ed e c o n fia r en q u e el in fin ito ju e g o d e los sig n ific a d o s, p o stu la d o p o r la te o ria p o ste stru c tu ra lista , v a c ie co n su p ro p ia fu e rz a la to ta lid a d d e lo s sig n os o cu p a d o s p o r sen tid o s y los d eje fra n c o s p a ra la p o esia. L o q u e suced e m as b ien es que n o es n a d a facil e n co n tra r u n sig n ifican te q u e ten ga u n as1 Paul de Man, The Rhetoric ofRomanticism, Columbia University Press, Nueva York, 1984. 185

p ecto tan e x tran o q u e n o se le p u e d a a d s c rib ir n in g u n a sig ­ n ific a t io n d e te rm in a d a ; o, al c o n tra rio , q u e sea ta n corr ie n te , ta n c o m u n , q u e p a re z c a n o p o s e e r s ig n ific a t io n d e te rm in a d a a lgu n a. E n c o rre sp o n d e n c ia c o n ello, el h o m b re p u e d e tr a ta r c o n la p e rs p e c tiv a m e d ia tic a p o te n c ia lm e n te in fm ita d e sig n ific a d o s v a d o s a l m e n o s d e d o s m a n e ra s: p u e d e o c u p a r ese e x c e d e n te m e d ia tic o , p a s o a p aso , c o n in stan tes e x p e rie n c ia d o s y sig n ific a d o s aseg u rad o s, y e n ese c a so se h a d e c id id o p o r la c ie n c ia . O p u e d e te m a tiz a r e sa p e rs p e c tiv a c o m o ta l en la fo r m a d e u n a b u sq u e d a del sig n ific a n te v a t io y sin sig n ific a d o : y e n to n ces se h a d e c id id o p o r la p o e sia . Y en a m b o s ca so s se enc u e n tra en u n a c o m p e t it io n c o n o tro s p r o ta g o n is ta s d el in te rc a m b io sim b o lic o , u n a c o m p e tic io n q u e p u e d e p e rd e r o ganar. L a d escrip cio n del in tercam b io sim b olico co m o u n a d u ra c o m p e tic io n y n o c o m o u n id ilio c o m u n ita rio es - y esto es in te re sa n te - m as caracterlstico d e aq u e llo s au to res q u e h a n e n te n d id o el

mand ju sta m e n te

c o m o u n a fu e rz a p e rte n e -

cien te al o rd en d e la realid ad , E so s au to re s se re m iten - d e m o d o d irecto o in d ir e c t o - so b re to d o a la d e sc rip c io n del

potlacht p o r

p a rte d e M a u ss, q u ie n , c o m o se h a d ich o , su s-

titu ye el in te rc a m b io de lo s b ie n e s sim b o lic o s p o r la co m p e tic io n en la o sten to sa d e stru ccio n de aq u e llo s b ien es. E n M a u ss, el

potlacht fu n c io n a

c o m o u n a c o m p e tic io n e n tre

lo s p ro ta g o n is ta s in d iv id u a le s d e la e c o n o m ia sim b o lic a , q u e, c o m o co n se c u e n c ia del sa c rific io q u e lle v a n a cab o en esa c o m p e tic io n , g a n a n fa m a , h o n o r e in flu e n c ia so c ia l. 186

O sea, que aq u i se trata prerisam ente de im a com peticion, aparentem ente p ara d o jica, de ren u n cia y p erd id a, en la q u e gana aq u e l q u e m a s p ierd e. P o r lo d e m a s, en el caso de p o ste rio res te o rico s d el potlacht, la c o m p e ticio n en tre lo s su je to s in d iv id u a le s se retira, h asta cierto p u n to , tra s la c o m p e tic io n co n el

mand m ism o .

C o m o el

mand se en tien d e

com o una

fu e rz a real, q u e a rru in a al h o m b re in clu so cu an d o este no h a ce sa c rific io s, esa c o m p e tic io n c o n siste, e n el fo n d o , en s a c rific a r v o lu n ta ria m e n te m a s riq u e z a s p ro p ia s, u n a s riquezas q u e, d e tod os m o d o s, seran d estru id as p o r el destin o. E n efecto: c o n fu erzas in fin ita s, tan to si so n esp iritu s c o m o si s o n fu e rz a s n a tu ra le s, so lo p u e d e o rg a n iz a rse u n in te rc a m b io en la fo rm a d e u n

potlacht Y

un

potlacht c o m o

ese

so lo p u e d e g a n a rlo a q u e l q u e c o n sig u e h acer u n sa c rific io in fin ito . Y a q u i es d o n d e se p resen ta u n a d ificu lta d fu n d a ­ m en tal, d e la q u e d eb e m o s o c u p a rn o s a c o n tin u a tio n . P ues o cu rre q u e tod a co m p eticio n n ecesita un ju ra d o in d e p e n d ie n te , u n a lis ta d e p a rtic ip a n te s y d e re su lta d o s, a c u e rd o s so b re c rite rio s c o m p a ra tiv o s, recu erd o s de lo s re­ co rd s an teriores y arch ivo s en lo s q u e esos recuerd o s se c o n ­ s e r v e s U n a c o m p e tic io n en p e rd id a s e x ig e ta m b ie n u n a b u ro c ra c ia d e sa rro lla d a y u n siste m a de arch iv o s b ie n o rgan izad o . Y a h i resid e el au ten tico p e lig ro : a u n c u a n d o lo q u e d eb a realizarse sea u n sacrificio in fin ito , el h o m b re sblo p u ed e esp era r u n p re c io fin ito p o r el, a sab er: su in sc rip c io n e n lo s a rc h iv o s d e esa c o m p e tic io n en p e rd id a s . E se p re m io fin ito , c o n tod o, co n d u ce a l h o m b re a l p re m io in fin ito d e h a c e r d el m e n sa je d el m e d io su p ro p io m en saje y, con 187

ello, co n vertirse e n sen o r d el m ed io . Se trata, o b v ia m e n te , d e la c ru e l astu cia d el

mand, q u e

su stitu ye a la b e n e fica as-

tu cia d e la razb n d e la q u e H eg el h ab lo en su tiem p o . P ro b ab lem en te, el lu g a r en el q u e este y o tro s fa stid io s rela cio n a d o s c o n la c o m p e tit io n e n la s p e rd id a s se e n c u e n tra n d e sc rito s c o n la m a y o r p re g n a n c ia sea el c e leb re lib r o de G e o rg e s B a taille so b re la p a rte m ald ita ,

La parte maudit.1

1 Georges Bataille, “Der verfemte Teil” en Georges Bataille, DieAufhebungder Okonomie, Matthes Sr Seitz, Munich, 1985. Hayedicion en espanol: “ La parte maldita”, en Georges Bataille, La parte maldita; precedida de la nocidn de gas to, traduccion y notas de Francisco Munoz de Escalona, Barcelona, Icaria, 1987. 188

G

eo rges

B a t a il l e :

e l p o t l a c h t c o n e l so l

E l p u n to d e p a rtid a d e la “ e c o n o m ia g e n era l” de B a ta i­ lle p arece ser, a p rim e ra v ista , e x tra o rd in a ria m e n te sim ila r al del p lan team ien to d e L evi-S trau ss: am b o s co n sid eran que el p ro b le m a fu n d a m e n ta l de la existen cia h u m a n a co n siste en d o m in a r u n ex ce d e n te in fin ito , u n d o n exce siv a m e n te m a g n a n im o q u e le h a sid o d ad o a l h o m b re desde an tes de su n a c im ie n to y q u e este n u n ca p u ed e d evolver. C o n tod o, la d ife re n cia d ecisiva en tre a m b o s p lan team ien to s co n siste en q u e, p a ra B ataille, n o se trata d e un exced en te de sig n ificantes v acio s, sino de u n excedente de en ergia real: e sta vez n o se trata de u n

big bang sem iotico, sino del acontecim iento

c o sm ic o d el n acim ie n to del sol, u n aco n tecim ien to q u e sup e ra al h o m b re , pu es este, segun B ataille, recib e m u c h a m as e n e rg ia s o la r de la q u e p u e d e u tilizar. E l

mand d e

M au ss

p ierd e a q u i su d im e n sio n sim b o lic a y es in terp reta d o co m o la e n erg ia , re a l y m a te ria l, del so l, q u e a c tu a de m o d o abs o lu ta m e n te in d e p e n d ie n te d el h o m b re , al q u e p r o c u r a y ta m b ie n ro b a su s riq u ez as. L a e n e rg ia so la r es p ara B a ta ille el peligroso, inestable y exp losivo soporte su b m ed iatico, que, a u n q u e p o rta lo s sig n o s de n u e stra civiliz a c io n , al m is m o tie m p o lo s p o n e c o n tin u a m e n te e n p e lig ro . Y es p re c is a 189

m en te c u a n d o ese so p o rte es p u esto e n p e lig ro p o r exp lo sio n es su b m ed ia ticas, de m o d o q u e se p ro d u c e n g rietas, in c e n d io s y p e rd id a s, c u a n d o e l so p o rte so l se m u e s tra m a s clara m en te y p e rm ite u n a v isio n de su n a tu ra le z a in terio r. En

La parte maldita escrib e B ataille: “ L a fu en te y

la esen -

cia d e n u estra riq u e z a esta d ad a en lo s rayo s del sol, q u e d an e n ergla sin p e d ir n a d a a c a m b io . E l so l d a sin n u n c a recib ir n a d a p o r ello: lo s h o m b re s in tu y e ro n eso an tes d e q u e la astro fisic a p u d ie ra m e d ir esa c o n tin u a p ro d ig a lid a d ”.1 E l sol d isp ensa u n excedente de en ergia q u e n o p u ed e ser asu m id o, a b so rb id o o ap ro vech ad o p o r n in g u n a c iv iliz a tio n h u m an a. A si c o m o en la sem io tic a d e L e v i-S tra u ss el h o m b re in ten ta co n tin u a m e n te o c u p a r co n sig n ific a c io n e s el exced en te de sig n ifican tes, el h e ro e de B a ta ille in te n ta a p ro v e c h a r la so b r e a b u n d a n c ia d e e n e rg ia y u tiliz a rla p a r a d e te rm in a d a s fin a lid a d e s p racticas, esto es, lle n a rla d e n u e v o co n sig n ifi­ cacion es, fin a lid a d e s y u so s. Y u n a ve z m as, segu n B ataille, n o lo c o n sig u e : “ E l o rg a n is m o v iv ie n te re cib e , g ra c ia s a l ju eg o d e fu erzas d e la e n ergia so b re la su p e rficie d e la tierra, m as e n e rg ia de la q u e es n e ce sa ria p a ra el m a n te n im ie n to de la v id a . L a e n ergia so b reab u n d an te (la riq u eza) p u e d e ser u tilizad a p a ra el crecim ien to d e u n sistem a (p o r ejem p lo , de u n o r g a n is m o ). P ero c u a n d o el siste m a y el e x c e d e n te de en ergia y a n o p u e d e n ser a b so rb id o s d el to d o p a ra el c re c i­ m ien to , ese exced en te d e e n e rg ia se p ie rd e y se gasta n ece-

1 Georges Bataille, “Der verfemte Teil”, pig. 54. 190

sa ria m e n te sin g a n a n c ia a lg u n a , se q u ie ra o n o , g lo rio s a o ca ta stro fica m e n te ” 1 B a ta ille in te rp re ta la e x p a n sio n de la e c o n o m ia , e l crec im ie n to d e la in d u s tria y, en su m a , el e n te ro p ro g re so de la m o d e r n id a d c o m o u n in te n to de a b s o r b e r la p re sid n d e ese exced en te en ergetico, d eb ilitan d o lo . E l g ran t e m a de la e c o n o m ia n o es, p o r tan to , la s u p e r a c io n de la escasez de lo s b ien es o la c re a tio n de n u evo s b ie n e s p ara satisfacer las n ecesid ad es h u m a n a s, sin o la lu ch a c o n tra el exceso de en ergia. Y a en u n b re v e texto a n terio r,

La notion de gasto2

a d v ie rte B a ta ille q u e , a u n q u e se a c o stu m b re a c o n s id e ra r c o m o co n cep to cen tral d e la e c o n o m ia e l con cep to d e utilid a d , c o n ello so lo se to m a y se ab so rb e u n a p arte lim ita d a d el re g a lo solar, p u e s las n ecesid ad es h u m a n a s so n fin itas. L a o tra p arte, la p a rte “ m ald ita” del regalo so la r sd lo es asum id a c u a n d o se la re sp o n d e c o n u n p u ro d erro ch e im p ro d u ctiv o de e n erg ia v ita l, p u es el d e rro ch e , a d ife re n c ia del u so ra c io n a l, si p u ed e ser ilim ita d o e in fin ito . P o r eso, B a taille q u iere co n ceb ir el d e rro ch e sin o b jeto , la d e s tru c tio n p u r a y la au to d e stru c cio n c o m o a ctivid ad es e c o n o m ica s, activ id a d e s q u e sirv e n a la a b so rc io n y p o ste ­ r io r re p a rto de e n e rg ia so lar exactam en te ig u al q u e la s res1 Georges Bataille, “Der verfemte Tell” pig. 45. 1 Georges Bataille, “ Der Begriff der Verausgabung”, en Georges Bataille, Die Aufhebungder Okonomie, Matthes & Seitz, Munich, 1985. Hay edicidn en espanol: “ La nocion de gasto”, en Georges Bataille, La parte maldka; precedida delanocidn de gasto, traducddn y notas de Francisco Munoz de Escalona, Barcelona, Icaria, 1987. Tambien: Georges Bataille, La nocion de gasto, traduccidn de Joaquim Jordd, Etcetera, Barcelona, 2002. 191

tantes p racticas e c o n o m ica s ra cio n a le s: p u e s n in g u n a econ o m ia p o d r ia fu n c io n a r a la rg o p lazo sin c a e r a lg u n a vez, p o r m e d io d el exceso de p ro d u c c io n , e n u n a crisis, o si ese exceso d e p ro d u c c io n n o fu e ra d e rro c h a d o en u n m o m en to d ad o p o r el c o n su m o p lacen tero y el lu jo , p e ro ta m b ie n p o r m e d io de la g u e rra y la re v o lu cio n . C o n to d o , la p ra x is del d erro ch e y el gasto esta reservad a , se g u n B ataille, a lo s ricos, p o rq u e so lo ello s estan en situ a c io n d e d e rro c h a r el exced en te d e en ergia y d arse al lu jo . E n este con texto , ta m b ie n el ta ie n to p o e tic o p u e d e en te n d e rse c o m o riq u e z a in d iv i­ d u al: co m o es co n o cid o, se d efin e co m o poete maudit a aquel q u e tien e u n g ra n d o n p ero lo d e sp e rd icia o sten to sam en te. R esu lta m u y evid en te q u e el titu lo o rig in a l d el escrito de B a ­ taille, La part maudite, recu erd a en p rim e r lu g a r a esa fig u ra d el

poete maudit.

Y es en este p u n to , c o m o m u y tard e,

c u a n d o la c u e stio n de la d istin cio n en tre riq u e z a y p o b re z a “ in te rio r” d evien e cen tral p a ra la e c o n o m la d e B ataille. C u a n d o u n R im b a u d b o r r a c h o e sta tira d o en u n a calleju ela o se ech a a p erd er e n A fric a lo a d m ira m o s p o rq u e d e rro c h a u n g ra n taien to y, co n ello, u n a g ra n can tid a d de en ergia solar, a traves de lo cu a l obtiene p a ra la so cied ad u n a g ra n ven taja econ o m ica. P ero cu a n d o u n m en d ig o a n o n im o c u a lq u ie ra esta tira d o en u n a c a lle ja y n o e s p e ra m o s q u e ten g a u n esp ecial taien to, p e n sa m o s d e m o d o b ie n distin to , p o rq u e estar tira d o en la calle so lo p o rq u e se es p o b re n o re ­ su lta n a d a h o n ro so . D e ah l q u e, p a ra B ataille, la u n ic a o p o rtu n id a d de lo s p o b re s sea la de en n o b lecerse p o r m e d io del gasto, u rd ie n d o u n a re v o lu c io n : en c o n cre to , u n a re v o lu 192

c io n c o n el o b je tiv o d e la a n iq u ila c io n fis ic a de to d o s lo s rico s y sus riq u ezas. S i lo s p o b re s, en el tran scu rso d e esa re ­ v o lu c io n , d e ja ra n c o n v id a a lo s rico s o sa lv a ra n su s r iq u e ­ zas, en to n ces y a n o se tra ta n a d e u n a a c c io n n o b le, s in o de la a p ro p ia c io n d e la riq u e z a a je n a .1 L a lu c h a de clases, dice B ataille, esta en la n a tu raleza h u m a n a , p e ro la lu ch a d e cla­ ses c o m o a c c io n ju s ta sd lo p u e d e c o n sistir en “ d e rro c h a r” la clase d o m in a n te sin d e ja r restos. D e a h i q u e B a ta ille se d efien d a co n tra el deseo tlp ic o del so cialism o de ap ro vech ar la en ergia d estru ctiva de las m asas e m p o b re cid a s p a ra la c o n stru c c io n de u n n u evo o rd e n utop ic o o d e u n a so c ie d a d m e jo r, e n la q u e el d e rro c h e no v u e lv a a ten er lu g ar p o rq u e en ella n o h aya sitio a lg u n o para lo s ricos. L a re v o lu c io n s61o es aceptab le p a r a B a ta ille si se q u e d a en el p u ro estallid o de en ergia s d estru cto ras s in con secu en cias p o litic a s, d e u n m o d o tal que, d esp ues, el v ie jo o rd e n de la riq u e z a p u e d a v o ive r a restau rarse. P ara B a ta i­ lle, la ru p tu r a d e u n ta b u o de u n a je ra rq u ia es un e r r o r si co n ella se q u iere so c a v a r el o rd e n estab lecid o o sim p le m e m en te c a m b ia rlo , p u e s en ese caso la ru p tu ra sera a p ro v e ch ad a p a ra objetivos m eram en te finitos. E n el fon do, Bataille p ie n sa a la m a n e ra tra d ic io n a l d e P lato n : e l e sp iritu es la ley y la m a te ria es la d iverg en cia c o n la ley, es decir, el c rim e n . E l d o m in io d el e sp iritu es d isu e lto p o r la re v o lu c io n d e la m a te ria ; la re v o lu cio n d e la m a te ria sera d isu elta p o r la resta u ra c io n del d o m in io d el esp iritu , q u e p u e d e fu n d a rse en u n a n u e v a fa m a , la g a n a d a p o r m e d io de la re v o lu c io n : “ La 1 Georges Bataille, “Der Begriff der Verausgabung”, pag. 29. 193

m ateria, de h ech o , so lo p u e d e ser d e fin id a c o m o la

diferen-

cia no~l6gica, q u e es p a ra la e c o n o m ia d el u n iv e rso lo q u e el crimen p a r a la le y ” 1 C o m o es c o n o c id o , el c o n c e p to de u n a d ife re n c ia n o -lo g ic a , e n te n d id a p o r B a ta ille c o m o u n “ e n su c ia m ie n to ” y u n “ e n v e je c im ie n to ” d e la s id e a s, h a ra d esp u es u n a g ra n ca rre ra filo s o fic a en el d isc u rso de la dec o n stru c c io n . A q u i a p a re ce c o n c la rid a d c u a l es la gen ealo g ia d e ese c o n c e p to : se tra ta d el

mand, e n te n d id o

tan to

“ real” c o m o “ m a te ria lm e n te ” y ta m b ie n c o m o in fin ito , un

mand cu y o

efecto n o p u ed e n i ser su p e ra d o d ialecticam en te

en u n o rd e n n u e v o n i a m a n sa d o p o r m e d io d e o tro regalo. El

mand h ace

u n a o fe rta q u e, c o m o la fa m o sa o fe rta de la

m a fia sic ilia n a e n la p e lic u la

El Padrino,

n o p u e d e ser re-

chazada. P a ra re sp o n d e r a l regalo o rig in a rio d e la e n ergia solar, el h o m b re d eb e p a rtic ip a r en u n

potlacht co n

el so l, en el que

so lo p u e d e re su lta r p erd ed o r. L a o b lig a tio n d e d a r regalo s, a cep tarlo s y d evo lverlo s, d e la q u e h a b la b a M a u ss, es su stitu id a e n B a ta ille p o r la fu e rz a del so l, q u e o p e ra d e m o d o in co n scie n te y c o n la q u e n o se p u e d e n ego ciar. Si el h o m ­ b re n o re sp o n d e al potlacht d e l so l c o n n in g u n o tro regalo , esto es, si n o re sp o n d e co n su a u to sa c rific io , en to n c es resu lta d e stru id o y a n iq u ila d o c o n tra su v o lu n ta d p o r la sob re a b u n d a n c ia d e e n e rg ia so lar. B a ta ille e sc rib e q u e “ la m u erte, c o m o se sab e, n o es n ecesaria. L a s fo rm a s m a s s im ­ p les d e v id a so n in m o rta le s. E l n a c im ie n to de u n ser v iv o q u e se re p ro d u c e p o r p a r tic io n c e lu la r se p ie rd e en la os1 Georges Bataille, “ Der Begriff der Verausgabung” pag. 3 1. 194

c u rid ad del tie m p o ”.1 C u an to m a s co m p lejo es el o rg a n ism o v iv o , m a s v u ln e ra b le es, m as ex p u e sto a la m u erte e sta; el d e sa rro llo d e las fo rm a s v itales in cre m e n ta c o n tin u a m e n te las p o sib ilid a d es d e la m u erte. E l excedente d e en ergla ejerce m as y m a s p re sio n p a r a c o n fig u ra r los o rg a n ism o s v iv o s de m o d o q u e sean m as facilm en te elim in a b le s y an iq u ilab les. L a e v o lu c io n d e la s esp ecies h a c e q u e se in c re m e n te n con c o n tin u id a d las o p o rtu n id a d e s d e la m u erte. Y no so lo p o rq u e las esp e cie s esten ca d a v e z m a s c o m p le ja m e n te o rg a n iz a d a s y, p o r eso, se a n ca d a v e z m a s v u ln e r a b le s , sin o tam b ien p o rq u e se com b aten en tre ellas: “ L a fo rm a m a s sim ­ p le d el lu jo es el h ech o de q u e las d iferen tes especies se dev o r a n u n a s a o tra s”.2 E l p ro g re so de la c iv iliz a c io n e s solo la c o n tin u a c io n de la e v o lu c io n d e las especies, esto es, del c re cim ie n to de la m u e rte p o r m e d io del lu jo del d e rro ch e . L a v id a civ iliz a d a es m a s v u ln e ra b le au n q u e c u a lq u ie r vid a m e ra m e n te o rg an ica. E l au ten tico

telos d e la civiliz a c io n

es, c o n ello, la g u e rra ,

la u n ic a re a lid a d q u e co n d u ce a q u e el exced en te d e en ergras c o s m ic a s se g aste e fic a z m e n te . “ D e sp u e s de u n sig lo d e cre cim ie n to d e m o g r a fk o y d e p az in d u stria l, c u a n d o se alcan zo la fro n te ra p ro v isio n a l d el d esa rro llo , fu e ro n escen iflc a d a s , p o r m e d io d e d o s g u e rra s m u n d ia le s , la s m as g ran d es o rg las de d erro ch e de riq u ezas y v id a s h u m a n a s que la h isto ria h a y a c o n o c id o ja m a s. N o o b stan te, h a se g u id o a esas o rg la s u n a e le v a c io n n o tab le d e los estan d ares g en era 1 Georges Bataille, “ Der verfemte Teil”, pag. 58. 2 Ibidem, pag. 59. 195

les de v id a : la m asa de la p o b la c io n d isfru ta cad a vez d e presta c io n e s m a s n u m e ro sa s e im p ro d u c tiv a s, la jo r n a d a la b o ra l se h a re d u c id o y la m e d ia d e lo s sa la rio s h a s u b id o ... el h o m b re es el q u e tiene, de en tre to d o s lo s seres v iv o s , la cap a c id a d m as g ra n d e de co n su m ir, in ten sa y lu ju rio sa m e n te , el exced en te de e n e rg ia q u e la p re sid n d e la v id a , c o m o corre sp o n d e a su o rig e n solar, en treg a a la s lla m a s”.1 L a g u e rra es e l re to rn o d e l h o m b re a l so l en u n acto de a u to in c in e ra c io n sin objeto. B a taille la m e n ta la “ p ro sc rip c io n de la g u e rra en la fo rm a escan d alo sa” q u e caracteriza a n u e stra c iv iliz a tio n . Y, e vid en tem en te, p a r a el n o h a y dife re n c ia a lg u n a e n tre g u e r r a ju s ta y g u e r r a in ju sta : p a r a B a taille, lo q u e o c u rre m&s b ie n es q u e to d a esp ecie d e aber r a tid n id e o lo g ic a resu lta ju stific a d a p o r la g u e rra q u e esa a b e rra tio n cau sa. C o n tod o, c o m o en el caso de la re v o lu ­ t io n , so lo es b u e n a aq u e lla g u e rra q u e n o se d eja m a n ip u la r p a ra lo s fin es d e la paz: d e a h i la a d m ir a tio n d e B ataille p o r la so cied ad azteca, q u e el d escrib e c o m o u n a so cie d a d p a ra d o jic a en e x tre m o : lo s aztecas, en efecto, estab an co n tin u a m e n te en g u e rra , a u n q u e n o a m b ic io n a ra n c o n q u istas territoriales u otras ganancias. L a belicosa sociedad azteca e ra , asl, u n a p u r a so c ie d a d d el a u to d e rro c h e , sin o tro fin m a s q u e el d e re to rn a r la en ergia so la r a su o rig e n .2 D e este m o d o , B a ta ille a n c la el in te rc a m b io s im b o lic o d e M a rc e l M a u ss en u n m o d e lo en ergetico, casi fisico , n o m u y d istin to

5 George Bataille, “ Der verfemte TeiT, pag. 64. 2 Ibidem, pag. 72. 196

d e lo s m o d e lo s en ergetico s co n lo s q u e N ietzsch e o F re u d q u isie ro n e x p lic a r la d in a m ic a d e las fu erzas p siq u icas. E l sol, c o n to d o , n o s h ace u n reg alo ; p e ro n o lo sa b e , y p o r eso ta m p o c o p u e d e a cep tar o re c o n o c e r el re g a lo co n el q u e le resp o n d em o s. Y asi, la lu c h a p o r el reco n o cim ien to , q u e es e n M a u ss el m o to r del in te rc a m b io sim b o lic o , esta p e rd id a p o r p rin c ip io p a ra to d o h o m b re . A 1 fin al, e sta m o s co n d en ad o s, e n

mxestro potlacht c o n

el sol, a perder, en to d o

caso . E n B a ta ille triu n fa la v is io n cie n tifica , d e sen can tad a y m e c a n iz a d a d el in te rc a m b io sim b o lic o . P ero ta m b ie n a traves de ello p arece alcan zarse el co n o c im ie n to de lo su b m e d ia tic o . E l e n ig m a se re su e lv e ; la m a g ia d e sa p a re c e : el h o m b re se e n cu e n tra d e n u ev o en u n a situ a cio n q u e e l no p u e d e in flu en cia r, q u e so lo p u e d e c o m p re n d e r y aceptar. El to n o de B ataille es d u ro, d ram atico y extatico. Esto, con to d o , p ro d u c e c o n fu sio n acerca el h ech o de que B ataille, c o n to d o su exceso re to ric o , e n re a lid a d es u n p e n s a d o r e x tra o rd in ariam en te trad icion al, m o d erad o y n ad a dram atico. S u obje tiv o es c o m p re n d e r y, asf, tran q u ilizarse a n te la m u erte. Su e c o n o m fa g e n era l esta co n ce b id a c o n el o b je to de p re p a ra r a ca d a in d iv id u o p a ra su p ro p ia m u erte , lo q u e se c o rre s p o n d e e n te ra m e n te c o n el id e a l so c ra tic o -p la to n ic o d e la filo so fia . E l ca m in o d e esa p re p a ra c io n es ta m b ie n e x tra o rd in a ria m e n te p la to n ic o : se trata d e la v ia d e la gen era lizac io n , y p o r e so n o es c a su a l q u e la te o ria d e B a ta ille se d e n o m in e “ e c o n o m la g e n era l”

{Economic generale).

Y es q u e B a ta ille acep ta lisa y lla n a m e n te q u e la ta re a de su filo s o fa r con siste en su stitu ir el p u n to d e v ista p a r tic u 197

la r p o r u n p u n to de v is ta g en eral, c o m o c o rre s p o n d e a u n b u e n filo so fo . D e esa su stitu c io n e sp e ra B a ta ille la ra ism a s a lu d d e a lm a y la m is m a p a z in te r io r q u e h a n e sp e ra d o to d o s los filo so fo s de todas las epocas: “ el ser particular corre sie m p re el p e lig ro d e p a d e ce r p o r la escasez d e fu e n te s de e n e rg la y d e h u n d irse . F ren te a el esta el ser

general,

cuyas

fu en tes de e n erg la so n siem p re exced en tarias y p a ra el que la m u erte n o tien e n in g u n se n tid o ” 1 E s d ecir, q u e c u a n d o el h o m b re su ffe , se h u n d e y m u ere, en ton ces d eb e alegrarse de q u e a las fu e n te s g e n e ra le s d e e n e rg la c o m o tales les sig a y e n d o b ien . S e g u ra m e n te q u e h a y q u e c e le b ra r esa in m e n sa b o n d a d , y se n o ta q u e, en realid ad , B ataille es u n b u e n tipo. E n tod o caso, B ataille, en las a firm a cio n e s centrales d e su filo so fia , esta m u y le jo s de la lu c h a d ra m a tic a y a g o n ic a d el m a g o p o r se r re c o n o c id o y p o r el p o d e r, d e la q u e h a b la M a u ss en su s escrito s, y d e lo s q u e lo s m a e stro s filo sb fico s de B ataille c o m o Leo Sch esto v o A le x a n d re K o jeve h a b la ro n ta m b ie n , co n u n le n g u a je d istin to .2 E n sus im p lic a c io n e s so cio p o lltic a s ex p llcita m e n te fo rm u la d a s, la e c o n o m la g e n e ra l d e B a ta ille es, c o m o el m o d elo de M a u ss d el in te rc a m b io sim b o lic o , e x tra o rd in a ria m e n te m o d e ra d a . In c lu so a u n q u e B a taille q u ie ra ju stific a r la re v o lu cio n ra d ica l d e las clases p o b res, p reflere claram en te la m a g n a n im id a d d e las clases ricas, p o rq u e , al fin a l, p re1 Georges Bataille, “Der verfemte TeiT pag. 66 . 2 Leo Schestov quiere desvelar ia mentira de la filosofia que posibilita a los filosofos un atajo para sus tragedias personales, en la medida en que ella escenifica para ellos la imposible huida a lo universal. Cfr. Leo Schestov, Athen und Je­ rusalem, Matthes & Seitz, Munich, 1994. 198

fiere la p a z so cial. P o r lo d em as, g ra n p a rte d e

dite,

La part mau-

e s c rita p o c o d e sp u e s d el fin a l de la S e g u n d a G u e r r a

M u n d ial, es u n a accion de gracias del au tor a l gobiern o am eric a n o c o n o c a sio n d el P la n M a rs h a ll.1 B a ta ille e sta b a fascin ad o p o r el P lan M a rsh a ll co m o m ag n an im o acto d e gasto, p o rq u e , d e sd e la p e rsp e c tiv a a m e ric a n a , q u e re r c o n s tr u ir E u ro p a d esp u es de la g u e rra ten ia q u e ser a lg o carente co m p le ta m e n te d e se n tid o . U n o n o p u e d e su stra e rse a la im p re sio n d e q u e B a taille c o n sid e ra b a su lib ro u n a e sp ecie de re g a lo : u n re g a lo d el p e n sa m ie n to e u ro p e o a la m a g n a n im id a d d e A m e ric a . Y, d e h ech o, el p ro p io B ataille d e sc rib e s u lib ro c o m o u n acto d e d e rro ch e lite ra rio ;2 hace sa b e r al le c to r q u e , m ie n tra s lo re d a c ta b a , e x p e rim e n ta b a in c lu s o c ie rta v e rg iie n z a y se q u e d a b a c o n ste rn a d o cu a n d o alg u ie n le p re g u n ta b a d e q u e tratab a exactam en te. E n el fo n d o , B a ­ taille so lo p o d ia d e c ir q u e e sc rib la u n lib r o que c a m b ia b a el e n te ro p e n sa m ie n to h u m a n o d esd e s u s fu n d a m e n to s ; p ero u n o n o pu ed e d ecir algo as! p o rq u e se exp on e a la burla; d e h ech o, B ataille n o p o d ia d ar u n tem a d efin id o , u n “ sign ific a d o ” d e te rm in a d o a su e scrito . D e m o d o q u e e l lib ro m ism o p arece u n a especie de d erro ch e textual, un p u ro acto d e m a g n a n im id a d d el escritor. D esd e lu e g o q u e B a taille, al m ism o tie m p o , h ab la co m o algu ien q u e, en lu g ar d e fo rm u la r u n m e n saje d eterm in ad o , su b je tiv o , fin ito - u n m e n sa je d e u n a u t o r - , e s tu v ie ra entre g a n d o a lo s h o m b re s el in fin ito m e n s a je del s o l c o m o 1 George Bataille, “Der verfemte Teil”, pag. 213. 2 Ibidem, pags. 35 y ss. 199

m e d io . E se m e n sa je es, a p r im e r a v ista , a lta m en te in q u ie tan te, p u e s el so l es u n m e d io tan in esta b le y e x p lo siv o q u e n o pu ed e garantizar la con tin u id ad de la cu ltu ra en la m ism a m e d id a en q u e p u e d e n h a c e rlo m e d io s c o m o D io s, el E sp iritu o la N a tu ra le z a (esta u ltim a sie m p re q u e se la p ien se so m e tid a a leyes y p re v isib le ). L a so b re a b u n d a n c ia de en erg ia so la r p ro d u c e m a s b ie n la c o n tin u a p e rd id a d e lo s v a lores cultu rales, d e las trad icion es y de lo s m en sajes d e autor. P ero a u n c u a n d o el co n te n id o d e l m e n sa je sea in q u ietan te, la so la p o sib ilid a d d e a n u n c ia r el m e n saje d el m e d io tiene, al m e n o s en el p ro p io m en sajero , u n efecto tra n q u iliz a d o r. C u a n d o u n o se situa en el “ p u n to d e v ista g en eral” del m ed io y ab d ica de su perspectiva in d iv id u a l y lim itad a, uno se ap ro p ia, p o r m e d io d e esa re n u n c ia , d e u n a p e rsp e ctiv a in fin ita , y p u e d e elevarse sin m as p o r e n c im a d e to d as las p erd id as c u ltu rales p articu lares. Lo q u e se a d v ie rte co n esto es q u e la ru p tu ra q u e h a ten id o lu g a r en el tran sito d esd e lo s m e d io s “ id ealistas” co m o D io s o el E sp iritu h asta lo s m e d io s “ m aterialistas” c o m o el sol, el inconsciente, la v id a , el o rd e n a d o r o in tern et, n o es tan p ro fu n d a c o m o frecu en tem en te se p ien sa. T am b ien tra s la “ m u erte de D io s” se n os p resen ta la p o sib ilid a d de o b ten er u n a v isio n en el in te rio r y en el so p o rte del m ed io , y d e co n vertirn o s, asi, en m en sajero s del m edio. Y au n cu an d o lo s corresp o n d ien tes m en sajes del m e d io sigan so n a n d o terrib les, la fu n cio n del m en sajero sigue siendo n eu tral y relativam ente segu ra. T am b ien q u ie n se h ace m en sajero d e la n a d a p u ed e estar segu ro d e q u e cu a n d o to d o lo q u e existe se h aya h u n 200

d id o e n la n a d a , la n a d a sera etern a, y su m en saje n ih ilista sera etern am en te v alid o . Y cu a n d o se tran sm ite, en n o m b re de la d iferen cia, el m e n sa je de q u e n in g u n m en saje in d iv i­ d u al p u ed e d ecir n u n c a aq u ello q u e q u iere decir, ese m e n ­ saje d eco n stru ccio n ista d e la d iferen cia p erm an ece ta m b ie n v a lid o p a ra siem pre. E l u n ico p e lig ro g en u in o al que e sta expu esto el m en saje d el m ed io con siste en la p o sib ilid ad , sie m ­ p re p re se n te , d e ser (m a l)in te rp re ta d o c o m o un m e n sa je p u ra m e n te in d iv id u a l, fin ito , c o m o u n m e n sa je d e au tor. R esulta especialm en te peligroso, en este sen tido, que el m e n ­ saje del m ed io se in terp rete c o m o u n m en saje e x tra o rd in a ria m e n te in te lig e n te , b ie n fo r m u la d o e in teresa n te d e un a u to r y, co n ello, c o m o u n m en saje exclusivo de ese a u to r: en ese caso, el m en saje recibe u n recon o cim ien to d em asiad o rap id o y d efjn itivo , q u e an u la su sig n ificad o in fin ito. Y es que u n re c o n o cim ien to d e ese tipo, tan p recip itad o y so licito , se en ten deria co m o un regalo devuelto p o r el receptor del m e n ­ saje, que le lib e ra d em asia d o rap id am en te d e la in fin ita o b li­ g a tio n de d evo lver el regalo d el m en saje d e l m edio. P o r eso, lo u n ico q u e realm en te le p re o c u p a a B ataille es un re c o n o ­ c im ie n to d e m a sia d o m a g n a n im o p o r p a rte del le c to r; las gu erras, las catastrofes o las revo lu cio n es n o le p re o cu p a n en ab so lu to ; so lo aq u el re c o n o cim ien to p u ed e p o n er b a jo sosp e c h a su estatu s c o m o m e n sa je ro d el so l: p u e s s6 lo aq u el c u y o m e n sa je p e rm a n e c e in fin ita m e n te in c o m p re n d id o p u ed e sen tirse m en sajero del in fin ito . E n n u estro s dias, q u ie n q u iere p e rm a n e c e r in c o m p re n ­ d id o el m a y o r tie m p o p o sib le se v a a b u s c a r m o d elo s ap ro -

201

p ia d o s, p rim e ro , en el arte m o d e rn o , so b re to d o en el am b ito d e la p o e sla m o d e rn a . E l p o e ta m o d e rn o es el u ltim o de lo s g u errero s, q u e se d e rro ch a a si m is m o y a lo s d em as p a ra escenificar su decadencia co m o u n a fiesta. C iertam en te, es u n ju e g o fa c il criticar el id eal p o e tic o ro m an tico , iro n iz a r so b re el, refu tarlo ; se p u ed e m o stra r sin d em a sia d o esfuerzo q u e la p o e s la m o d e r n a es ta n d e p e n d ie n te d el m e rc a d o co m o el resto d e a c tivid ad es h u m a n a s en la m o d e rn id a d , y q u e esa d e p e n d e n c ia se re fle ja to ta lm e n te e n la p ro p ia p o e ­ sla. E n tre ta n to , se h a n lle v a d o a cab o in n u m e ra b le s accio n es d e “ d e sm ito lo g iz a cid n ” y “ d e sro m a n tiz a c io n ” ; a lg u n as lo g ra d a s, o tra s n o ta n to ;1 p e ro to d a s a d o le c e n de u n a caren cia d eterm in a n te, q u e la s d e scalifica d esd e el p rin c ip io , a saber: d ejan el id eal p o etico ro m an tico , co m o tal ideal, in tacto, sin cuestio n ar. E n el fo n d o , la a firm a c io n p rin c ip a l de esos d isc u rso s d e sm ito lo g iz a d o re s co n siste en d e c ir q u e el id e a l p o e tic o ro m a n tic o es u n m e ro id e a l y n o p u e d e ser realizad o “ en la v id a real”. E sta a firm a cio n , sin em b arg o , carece a b so lu ta m e n te d e in tern s, p o rq u e es ta u to lo g ic a l q u e u n id eal n o se d a en la v id a c o m o p u r o id eal es algo co n o c id o d e to d o s . E n c u a n to id e a l, l a im a g e n r o m a n tic a d e l p o e ta n o resu lta p e rju d ic a d a p o rq u e n o sea realizab le; m u y al co n trario : es la im p o sib ilid a d de realizarla la q u e establece ese id eal c o m o id eal. E l au ten tico m e rito de B ataille, y a q u e l co n el q u e m a s se acerca al p en sam ien to de M au ss, con siste en q u e tra n sfo rm a 1 Como es conocido, estin espedalmente logradas las consideraciones de Wal­ ter Benjamin sobre la “perdida del aura” que el arte y la poesia habrian experimentado bajo las condiciones de la economia de mercado.

202

el id eal ro m a n tic o , ju sta m e n te en cu an to id eal, en e c o n o m ic o : m u e s tra q u e el estab lecim ien to d e ese id eal es, en

si

m ism o , u n a o p e ra c io n e co n o m ica . P o r su p u esto q u e B a ta ille debe p rim e ro re fo rm a r y a m p lia r el co n cep to de lo econ o m ic o , p a ra q u e el con cep to ro m an tico d e la p o esia p u e d a ser situ a d o d en tro de esta n u e v a e c o n o m ia a m p liad a. So lo c u a n d o la e c o n o m ia se a m p lia a e c o n o m ia gen eral, es decir, c u a n d o la p e rd id a irre p a ra b le d e lo s v a lo re s se in te rp re ta c o m o u n a a c tiv id a d e c o n o m ic a leg itim a en tre otras, recib e el id eal ro m an tico del p oeta su legitim acion econ o m ica. C o n to d o , B a taille tiene q u e con statar en seg u id a q u e en to n ces es la e c o n o m ia m ism a la q u e se co n v ie rte en el ideal de la e c o ­ n o m ia y, en co n creto , en la fo rm a d e potlacht ideal: “ el id eal

potlacht q u e n o p u d ie r a ser r e s p o n d id o ” 1 A h o r a b ien : un potlacht id eal c o m o ese tam p o co es alcan zable d e n ­ se ria u n

tro de la eco n o m ia am p liad a, d e la eco n o m ia sim b olica; pues cad a v lc tim a , de a c u e rd o con las leyes d e M a u ss d el in terc a m b io sim b o lic o , re cib e de u n m o d o c a si a u to m a tic o u n p re m io en fo rm a de ra n g o , de h o n o r y de fa m a ; pero q u ie n se sa c rific a sab e d e ese p re m io p o r a n tic ip a d o y lo e sp e ra d esd e el p rin c ip io . E n este sen tid o, el potlacht n u n ca e s u n a in m o la c io n p u r a y u n a p e rd id a p u ra , sin o u n a o p e ra c io n e c o n o m ica en el sen tid o de u n calcu lo .2 O sea, q u e el id eal p o etico , a u n q u e se lo tra n sfo rm e en e c o n o m ic o a traves d el potlacht, sig u e sie n d o , n o o b stan te, u n id eal, p o rq u e g ra cia s al p re m io q u e v a n e ce sa ria m e n te 1 Georges Bataille, “ Der verfemte Teil” pag. 102. 2 Ibidem, pigs. 103 y s. 203

u n id o a u n

potlacht exitoso,

n u n c a se alcan za: “ m u y en ge­

n eral, b u sca m o s en el sa c riflcio o en el potlacht, en la accio n (en la h isto ria) o en la c o n te m p la cio n (en el p e n sa r) siem pre aquellas so m b ra s q u e per definitionem n o p o d e m o s atrap ar, y q u e , d e sv a lid o s, lla m a m o s P o e s la , P r o fu n d id a d o In tim id ad . Y so m o s en gan ad os obligad am en te, p o rq u e q uere m o s a tra p a r e sa s s o m b r a s ” 1 E sa s o m b r a o ese e sp e c tro d e la p o e s la n o p u e d e se r a tra p a d o , p o r q u e e l re c o n o c im ie n to p restad o p o r los d e m a s a n u e stro sa c rific io le p r e ­ cede sie m p re , d e sp la z a n d o lo y ah u yen tan d o lo . P a ra B a taille, so lo el so l h a ce u n re g a lo in fin ito , u n regalo q u e n o p u e d e ser d evu elto . A p e sa r de to d o , el in ten to d e d e v o iv e r ese re g a lo in fin ito es el q u e h a ce d el h o m b re u n p o e ta o u n filo so fo . Y es q u e la celeb re in d ife re n cia del filo s o fo ta m b ie n es p a ra B a ta ille u n a o p e ra c io n e c o n o m ic a

potlacht co n el so l: “ E l v e rd a d e ro lu jo potlacht d e n u e stro tie m p o c a b e a l m is e r a ­

acep tab le en n u e stro y el a u te n tic o

b le, q u ie ro decir, a aq u el q u e se tien d e e n el su elo y d esp recia. E l au td n tico lu jo exig e el a b so lu to d e sp re c io d e las riq u ez as, la a u ste ra in d ife re n c ia d el q u e rech aza el tra b a jo y cu ya v id a rep resen ta, p o r u n a p arte, el b rillo d e la ru in a sin lim ite , y, p o r o tra , el sile n c io so in s u lto a la s m e n tira s d e lo s ric o s” 2 D e m o d o q u e B a ta ille es co n secu en te c u a n d o ataca to d a su erte d e co le c cio n , a c u m u la c io n o arch ivo . T o d o lo coleccio n ad o debe gastarse o ser sacrificad o : en el caso d e q u e ese 1 Georges Bataille, “ Der verfemte Teil”, pags. 106 y s. 2 Ibidem, pag. 110 . 204

acto de p erd id a n o ten ga lugar, lo acu m u la d o y coleccion ad o se co n v ie rte , d e acu erd o con la lo g ic a del in te rc a m b io sim bolico, en u n p e lig ro m o rta l, en u n

mana n egativo. E n

tod o

caso, la p e rd id a y el sa c rific io , p o r su p a rte , n ecesitan se r registrad o s y arc h iv a d o s, d e m o d o q u e - c o m o B ataille e x ig e p u e d a n e je c u ta rse d e m o d o m a n ifie s to . E l

potlacht,

en

cu an to c o m p e tic io n , e xig e en esp ecial m e d id a el c u id a d o de lo s a rc h iv o s en lo s q u e se c o n ta b iliz a n lo s sa c rific io s y las p e rd id a s. T o d a c o m p e tic io n re q u iere u n a m e m o ria c u ltu ­ ral: lo s re c o rd s tien en q u e reg istrarse, p a ra q u e m as t a rd e se lo s p u e d a p u lveriza r. S in u n a ta b la de reco rd s no es p o sib le d e p o rte alg u n o : n in g u n a c o m p e tic io n , n in g u n ra n g o , n in g u n a je r a r q u ia ... n a d a de aquello que tam b ien B ataille exige p a ra su c o m p e tic io n c o n el sol. P o r eso es in d iscu tib le, p a ra B ataille, q u e el potlacht exige p u b lic id a d y e x p o sic io n y registro. E n u n p asaje de su lib ro so b re la e c o n o m ia g en era l B a taille p lan tea la cu estio n d e si q u ie n d e stru y e su s riq u e z a s e n c e rra d o e n tre c u a tro p a re des p ra c tic a u n

tlacht c o m o

potlacht.1 Su resp u esta es q u e

no, p u es el po­

tal so lo tien e lu g ar cu a n d o tien e lu g ar a lo s o jo s

d e lo s d em as. T o d a d e stru cc io n d e b ien es tiene q u e se r un esp ectacu lo p a ra los-otros. E l sa c rific io d e b e o frecerse a los o jo s de lo s d em as, p a ra q u e la realid ad de su d e stru cc io n sea te stim o n ia d a y se registre. Y d e h ech o, B a ta ille echa m a n o d e v a sto s a rc h iv o s h isto ric o s p a r a m o s tra r c u a n le jo s h an id o au to res p articu lares y en teras cu ltu ras e n su potlacht con

1 Georges Bataille, “Der verfemte Teil”, pdg. 101. 205

el sol. D e esos arch ivo s e x trae B a taille su s h ero es —lo s aztecas o el M a rq u e s d e S a d e - , u n o s h e ro e s c u y o s re c o rd s n o h a n sid o su p e ra d o s h a sta a h o ra . E n ese c o n te x to , B a ta ille d iscu te o tro s m u c h o s e je m p lo s y d a a la s d iferen tes cu ltu ras b u e n a s o m ala s n o tas p o r su s resu ltad o s en las d iscip lin as d e la p e rd id a , el sa c rific io y la a u to d e s tru c c io n . N o es casu al q u e B ataille fu e ra b ib lio te c a rio d e p ro fu sio n : au n q u e so lo fu e ra p o r eso, y a d eb fa d e sab er q u e el d e rro c h e in fin ito so lo fiin c io n a c o m o

potlacht c u a n d o

en lo s arch ivo s d el

d e rro ch e se llev a u n a co n ta b ilid a d a iin m a s c u id a d o sa q u e la de lo s arch ivo s de las g an acias. E s p re cisa m e n te en e lp o -

tlacht d o n d e

u n o n o p u e d e su straerse a la a c u m u la c io n de

las p e rd id a s: p o r eso n o p u e d e escap arse u n o d e lo s a rc h i­ v o s, q u e, p o r cierto , sie m p re p u e d e n ser in c lu id o s e n o tra e co n o m fa m a s p ro fa n a . A h o ra b ien : B ataille rechaza esa p o sib ilid a d d ecid id am en te, y lo h ace p o r razo n es m o ra le s que, d e repen te, v u e lv e n a tener vig e n cia . E n este se n tid o es esp e cia lm e n te ca ra c te ristic a la veh em e n cia c o n la q u e B a taille esta listo p a ra c o n d e n a r m o ra lm e n te a Je a n G en et, q u ie n h a b ia a d m itid o en p u b lic o que h a b la escrito sus texto s “ m a lv a d o s” y d estru cto res d e tabues tam b ien co n la in ten cion de gan arse algo d e d in ero y lib rarse d e su estrech ez e c o n o m ic a .1 B a taille esta in clu so d isp u esto a ta c h a r el n o m b re d e G e n e t d e lo s arch ivo s d e lo s reco rd s d e las p erd id as; p a ra B ataille, la en tera p o e tica del crim e n se

1 Georges Bataille, Die Litemtur und das Bose, Matthes & Seitz, Miinich, 1987, pags. 153 y ss. Hay edicion en espanol: Georges Bataille, La literaturay el mal, Tau­ rus, Madrid, 1987. 206

h u n d e e n c u a n to se la re la c io n a c o n el d e se o de g a n a r din ero con ella. Y es q u e , p a ra el, to d o talen to es m e ra m e n te s e c u n d a rio ,1 si n o es “ e x p lo siv o ” si es calcu lad o r. E l c a lc u lo es p a ra B a taille u n a sen al de q u e el au tor n o h a recib id o n in g u n reg alo in fin ito p o r p a rte d el so l, n in g u n d o n o rig in a rio q u e le p e r m ita e x p lo ta r in te rn a m e n te y p e rd e rs e ; e s u n a sen al de q u e alg u ie n m id e co n e x a c titu d s u ru p tu ra d e tab u es. A h o ra b ien : u n a d iferen cia tal entre exp lo sio n y c a lc u ­ lo n o se p u e d e fu n d a m e n ta r e c o n o m ic a m e n te , p u e s n o se re fie re a a c c io n e s o ste n ta tiv a s y e c o n o m ic a s de p e rs o n a s , sin o a su s in te n c io n e s, o p in io n e s y sen tim ien to s “ in te rio res”, n o eco n o m ico s, p u ra m e n te m o rales. B ataille, p u es, esta d isp u e sto d e in m e d ia to a sa c rific a r la lo g ic a d e su p la n te a m ie n to e c o n o m ic o y a su stitu irla p o r v a g a s re c rim in a c io n es m o ra le s , p a r a e v it a r u n a re v e rsio n d e la e c o n o m ia g e n era l en la e c o n o m ia d e m ercad o . E n to d o caso, n o p u e d e elim in a rse la so sp ech a de q u e en la e c o n o m ia g e n era l d e B ataille n o s las ten em o s q u e v e r, a fin de cu en tas, co n u n a id e o lo g ia d el parvenu b u rgu es. P u e s el a risto c ra ta d isp o n e d esd e el p rin c ip io d el d o n d el n a c im ie n to exclu sivo , d e u n a g en ea lo g ia v a lio sa , de u n a n a tu raleza in te rio r su perior, q u e despues, d u ran te su vida, p u ed e perder. C on trariam en te, el parvenu d erroch a exclusivam en te c o n el o b je tiv o de su g e rir a otro s q u e ta m b ie n el ha re c ib id o el regalo del so l desde su n acim ien to; que el, “ in terio rm en te”, ta m b ie n es u n a risto c ra ta . E l a risto c ra ta re c ib e su ra n g o ,

1 Georges Bataille, “Der verfemte Teil”, pags. 107 y s. 207

c o m o B ataille d escrib e ta m b ie n m in u c io sa m e n te , an tes de a q u ella e c o n o m la en la q u e d esp ues e n tra ra , in clu so antes d e su n a c im ie n to : lo recib e en el m o m e n to d e su co n cep cio n . E l

parvenu,

en c a m b io , recib e su ra n g o c o m o con se-

cu e n cia d e d erro ch es y sacrificio s. E l p o e ta ro m a n tic o es, en este sen tid o , u n parvenu b u rg u e s p a ra d ig m a tic o , q u e se extra lim ita y ro m p e tab u es p a ra su g e rir al p u b lic o q u e n acio d en tro de esos lim ites y esos tabues; es u n su ced an eo de aristo crata, q u e m e ra m e n te im ita el d e rro c h e p o rq u e , en rea­ lid a d , n o tie n e n a d a q u e p u e d a d erro ch ar. A q u i se tra ta de u n tru co tip ico d e escam o teo : u n o e scen ifica la d e v o lu tio n de u n regalo p a ra su g e rir q u e h a recib id o u n o . U n o trasp asa lo s lim ites y se co n vierte en

outsider, en

otro, en

outcast, p ara

q u e , d e ese m o d o , le c u e n te n c o m o p e rte n e c ie n te a lo s

insider. L a m a g n a n im id a d e x a g e ra d a ta m b ie n es, v ista h isto ricam en te, u n a caracterfstica d e lo s

nouveaux-riches, q u e

se

e sfu e rz a n m u y e sp e c ia lm e n te p o r p a re c e r a ris to c ra tic o s . P ero p re cisa m e n te n o h a y n a d a m as b u rg u e s q u e esa m a g ­ n a n im id a d , p u e s, ^que es lo b u rg u e s p o r excelen cia? E l p rim a d o d el m e rito p ro p io . C u a n d o el su ic id io , la m u e rte , la g u erra , el lu jo y el d e rro ch e d e B ataille se e n tien d en co m o resultados del in d iv id u o q u e se sacrifica, entonces n o se trata d e u n a su p e ra c io n d e lo b u rg u e s, sin o d e la d e fin itiv a v ic ­ t o r ia d e la id e o lo g ia b u r g u e s a q u e , c o n ello , e n tie n d e sus p ro p ia s re n u n cia s c o m o m e rito s. Y c o m o

elpotlacht, co m o

c u a lq u ie r c o m p e titio n , es p o r su p ro p ia n a tu ra le z a u n esp e c ta c u lo , la p o sib ilid a d de u n a im ita c io n c a lc u la d o ra y si208

m u la d o ra d e l au ten tico d erro ch e esta sie m p re p resen te. La im itacid n d e u n p o tla c h t n o p u e d e d istin g u irse de u n p o tla ch t v e rd a d e ro y a u te n tic o : n o se p u e d e p re s e rv a r a l d e ­ rro ch e au ten tico de su im ita c io n . U n a re q u isito ria m o r a l a lo s q u e h a c e n el sa c rific io p a ra q u e d e rro c h e n “ de v e r d a d ” es d e p o c a a y u d a , p o rq u e q u ien h a c e el sa c rific io es ta n in capaz de h acer u n a d istin cio n c o m o esa co m o el que o b se rv a d esd e fu e ra . N a d ie sa b e d e si m is m o si tie n e talen to o no, si tien e riq u e z a s q u e p u e d a d e rro c h a r o n o . P o r eso, ta m p o co sabe n a d ie so b re si m ism o si d erro ch a d e verd ad o so lo esta im ita n d o el d e rro ch e . L o d ich o v a le ta m b ie n p a ra el po ete m a u d it, que q u iere tra s c e n d e r el m e rc a d o , in c lu id o el m e rc a d o del a rte , p o r m e d io de la ren u n cia, la p erd id a y la resisten cia, en u n gesto de p o tla ch t rad ical. T a m b ie n ese gesto sigu e sien d o p u b lic o y, p o r tan to, so sp ech o so de sim u la c io n ; y a d e m a s c o m p o rta h o n ra , re c o n o c im ie n to y (a u to )a d m ira c io n . N o es c a su a l q u e lo s a rtis ta s m o d e r n o s q u e h a n e sc e n ific a d o en e l siglo XX u n p o tla c h t sin ig u a l h ayan sid o , u n a y o tra vez, a cu sa d o s de n o p o se e r talen to algu n o, d e h ab er sid o m ero s p a r ­ v e n u s a rtis tic o s, d e “ n o ser c a p a c e s de n a d a ” - “ n o sa b e r p in t a r ”, p o r e je m p lo - y, co n ello , d e h a b e rse lim ita d o a la p u r a escen ifica cio n y a im ita r el p u b lic o d e rro c h e de s u ta ­ le n to p ic to ric o . P ero es evid en te q u e , si se d a el caso d e un a rtista q u e a firm e d e si m ism o q u e n o p o s e e d o n a lg u n o , q u e n o h a sa c rific a d o n a d a y q u e es solo u n p a rv e n u c a lc u lad or, en ese caso tam b ien pu ed e tratarse de u n potlacht, au n m as sutil y rad ical. E n ese caso, el artista estarfa sacrifican d o , 209

ad icio n a lm en te, to d a la h o n ra q u e recib en u n p o ete o u n a r­ tiste m a u d it, y co n ello esta ria esta b le c ie n d o u n n u e v o re ­ c o r d en la c o m p e tic io n en re n u n c ia y p e rd id a s . E n este sen tid o, la a firm a c io n d e Je a n G e n e t seg u n la cu a l el h a b ria c o n su m a d o su s tra n g re s io n e s p o r c o n s id e ra c io n e s p u ra m en te com erciales pu ed e en tenderse tam b ien co m o u n paso m as en la estrateg ia d el p o tlach t. P o r lo d em a s, en tretan to resu lta a b so lu ta m e n te c o m u n q u e sean lo s p ro p io s artistas lo s q u e se o cu p e n d el ca lcu lo c o m e rc ia l, p a r a d istan ciarse d el p a p e l tra d ic io n a l d el g e n io d e sc o n o c id o . E l p o tla c h t ra d icalizad o fu n cio n a aq u i c o m o u n a iro n iz a cio n del potlacht. E l c o n te m p la d o r, e n to d o caso , n o p u e d e c o n sta ta r ja m a s co n segu rid ad , en u n caso con creto y particu lar, si se las tiene q u e v e r c o n u n a p u ja iro n ic a de u n p o tla c h t o co n u n a es­ tra te g ia a rtistica “ n o rm a l”, “ c o m e rc ia l”, “ o rie n ta d a al m e rc a d o ” E l c a ra c te r o ste n ta tiv o , te a tra l, d e l p o tla c h t h ace im p o sib le, p o r p rin c ip io , la d ife re n cia en tre el p o tla ch t “ verd a d e ro ” y la “ im ita cio n ” del potlacht. E l m e d io de la e n e rg ia so la r se revela p a ra B a taille a traves d e u n caso d e e x c e p c io n d e la sin c e rid a d m e d ia tic a ; la e x p e rie n c ia de la p e rd id a p u ra , q u e n o p u e d e ser c o m p e n sad a co n n a d a , p o rq u e n o h a sid o, p o r p rin c ip io , c a u sa d a p o r u n a c a re n c ia , sin o p o r la so b re a b u n d a n c ia . E s a e x p e ­ rien cia, a lo s o jo s de B ataille, h a c o n firm a d o la so sp ech a crit ic o -c u lt u r a l g e n e ra l de q u e n in g u n b ie n y n in g u n v a lo r c u ltu ra l p u e d e n ten er g a ra n tiz a d a su d u ra c io n , y q u e , p o r eso , to d o s tie n e n q u e ca e r a l fin a l e n la p e r d ic io n d e fin itiva. Pero a h o ra es la p ro p ia p e rd id a la q u e , en el sigu ien te 210

p aso , esta b a jo so sp ech a; y en concrete), b a jo la so sp e ch a de la im ita cio n , d e la sim u la c io n , de la escen ificacio n . L a econ o m ia sim b o lic a del sa c rific io e sta b a jo la am en aza d e q u e la e c o n o m ia d e m e rca d o la “ a b so rb a ”. A 1H d o n d e tiene lu g a r u n a con tab ilid ad de las perd id as c o m o esa, se nota, en efecto, el p e lig ro d e u n a m a n ip u la t io n o c u lta , s u b m e d ia tic a . D e m o d o q u e a h o r a se p la n te a la c u e stio n d e si se p u e d e en c o n tra r u n n iv e l m e d ia tic o au n m a s p ro fu n d o , m as e sc o n d id o , m as o rig in a rio , q u e se an u n cie m ed ian te la p o sib ilid ad d e sim u la r u n a p e rd id a . E l an alisis m e d ia tic o de u n a s im u ­ la cio n c o m o esa p ro m ete c o n d u c irn o s a u n n u evo n iv e l de la sin cerid ad m ed iatica, q u e n os m uestre c o m o se p ro d u ce la in d isc e rn ib ilid a d en tre lo au ten tico y lo sim u lad o .

211

Ja c q u es D

e r r id a : l a e s c a s e z d e t ie m p o y su s f a n t a sm a s

U n a n a lisis d e ese tip o so b re la in d isc e rn ib ilid a d en tre sin c e rid a d y s im u la tio n en el co n texto d e la e c o n o m ia sim b o lic a h a sid o el em p ren d id o p o r Jacques D e rrid a en su libro

Dormer le temps. I. Lafausse monnaie. Y

el m e d io que se m a-

n ifie sta a tra v e s d e esa in d isc e rn ib ilid a d ta m b ie n es se n a la d o en ese texto. P a ra D e rrid a , se tra ta d el m ed io “ aco n tec im ie n to ”, a u n q u e el a c o n te c im ie n to a q u i n o se e n tie n d e c o m o “ su ceso ” q u e tien e lu g ar “ e n el tie m p o ”, sin o m a s b ien c o m o la fu en te a p a rtir d e la cu a l el tie m p o fluye h a sta n o so tro s. E n to d o caso, sig u ie n d o a D e rrid a , el m ed io a c o n ­ te cim ie n to n o d eja n u n c a a d is p o s itio n d el c o n te m p la d o r tie m p o su ficien te c o m o p a ra p o d e r d istin g u ir lo au ten tico d e lo sim u lad o . L a so b re a b u n d a n c ia de e n e rg ia es, c o n ello, su stitu id a a q u i p o r la escasez de tiem p o . Y es que el a c o n ­ te c im ie n to d el tie m p o es fm ito y p o r eso n o pu ed e s u m in istra r al p ro ce so d e la d ife re n c ia c io n en tre lo a u te n tic o y lo sim u la d o el tie m p o n ecesario p a r a ello, q u e es un tie m p o in fm ito. C o m o y a h ab ia h ech o Bataille, D e rrid a esta a la b u sq u ed a de u n

potlacht id eal,

ab so lu to , au ten tico, q u e n o p u e d a ser

resp o n d id o . Y p ara esa b u sq u ed a, esta disp uesto a ir m a s alld 213

de lo q u e M a u ss y B ataille se h a n a tre v id o a ir. Y es q u e D e ­ rrid a b u sc a u n d o n q u e se su stra ig a al caracter o sten tativo, espectacular y visib le d el in tercam b io sim b o lico , u n d o n que n o se p u e d a re c ib ir de m o d o con scien te. S o lo co n u n d o n c o m o ese, in v isib le , in id e n tific a b le - y p o r ello n o sim u la b le - q u e d a ria la v ia lib re p a ra u n

potlacht q u e

n o p u e d a ser

re sp o n d id o , q u e se ria la v ia p a r a lo p o e tico p o r a n to n o m a sia. Pero u n d o n c o m o ese tiene que p o d e r su straerse a tod as las econ o m ias posib les, pu es el con cepto de la eco n o m ia presu p o n e la fig u ra d e la circu la cio n , del circu lo : “ in tercam b io circu lar, c irc u la c io n de lo s b ien es, p ro d u c to s o m ercan cias, ro ta cib n de d in ero , p a g o d e d eu d as y liq u id a c io n (Amorti­

sation),

su stitu ib ilid a d de lo s va lo re s de u so y de c a m b io ” 1

P o r to d o ello, c o n el co n cep to de e c o n o m ia n o se h ace realm e n te ju s tic ia , se g u n D e r r id a , al se n tid o d el d o n : “ si h a y d o n , lo

dado del

eso, que h a

d o n (acu sativo ,

eso que se d a; n o m in a tiv o ,

sid o d a d o , el d o n co m o la co sa d a d a o c o m o el

acto d e regalar) n o p u e d e v o lv e r al q u e h a d a d o ... el d o n no debe circu lar, n o d eb e ser in te rc a m b ia d o ... si la fig u ra del circu lo es esen cial p a ra la e c o n o m ia , el d o n d eb e p e rm a n e cer

a-economico” 2 L a

a c e p ta c io n d el d o n p o r p a rte d e su

receptor an u la el d o n co m o tal d o n . Y, p o r su pu esto, la m e ra a n ticip a c io n de esa fiitu ra a cep tacio n p o r p a rte del q u e re ­ g ala , la m e ra in t e n d o n d e re g a la r, d e d ar, lo a n u la ig u a l-

’ Jacques Derrida, Fahchgeld. Zeitgeben I, Wilhelm Fink, Munich, 1993, pag. 16. Hay ediddn en espanol: Jacques Derrida, Dar (el) tiempo. I. La moneda falsa, traduccidn de Cristina de Peretti, Paidos, Barcelona, 1995. 2 Jacques Derrida, Fahchgeld..., pig. 17. 214

m e n te : a u n q u e y o se a e l u n ic o te stig o q u e c o n te m p le el d o n a r d e m i d o n , ese d o n y a es in v a lid o , p o rq u e d e sd e y a e sta r e c o m p e n s a d o p o r u n a e sp e cie d e a u to s a tis fa c c io n m o ra l. “ E n el fo n d o , el d o n c o m o d o n n o d eb erla ap a recer c o m o d o n : n i al q u e re c ib e el d o n n i al q u e lo da” -1 N i siq u ie ra en el in co n scie n te de q u ie n regala y d e q uien recib e el d o n debe q u ed ar recuerd o algu n o rep rim id o del d o n , pues en ese caso o c u rriria , sin m as, q u e “ u n a e co n o m ia de la co n cien cia p e rce p tiv a se ria su stitu id a p o r u n a e c o n o m ia d e lo in co n sc ie n te ”.2 N o es so rp re n d e n te , p u e s, q u e D e rrid a rechace d e c id id am en te el m o d e lo d el in te rca m b io sim b o lic o de M a u s s y la t r a n s fo r m a c id n e c o n o m ic a d e l d o n u n id a a el: “ se p o d ria ir ta n le jo s c o m o p a r a d e c ir q u e in c lu s o u n lib ro tan m o n u m e n ta l co m o el Essai sur le don de M a rce l M au ss h ab la de tod o m e n o s del d o n : el Essai trata de la e con o m ia, el cam b io y el con trato, la p u ja, el sacrificio, el d o n y la recom pensa, e n b reve: tra ta de to d o lo q u e a p re m ia al d o n y, al m is m o tiem p o , lo an u la ”.3 P ero ta m p o c o la m a tiz a c io n del m o d e lo de M a u ss p o r p a rte d e B a taille e n cu e n tra el b e n e p la c ito de D errid a : “ las con traprestacion es so b reabu n d an tes, las tran sg resio n es c o n su p e rm a n e n te m as y m as, e n breve: el en tero ju e g o d e la p u ja e n la "q u e u n o sa c rific a su s riq u e z a s, acarre a n fatalm en te de n u e v o el circu lo , e n la m e d id a en q u e se a n u la n ”.4 E ste d ia g n o stic o de D e rrid a n o es, co n seg u rid ad , 1 Jacques Derrida, Falschgdd..., pag. 25. 2 Ibidem, pag. 27. 3 Ibidem, pig. 'SI. 4 Ibidem, pag. 37. 215

u n a co sa n u e v a , sin o q u e so lo repite lo q u e M a u ss y B a ta ille h an d ich o sie m p re so b re su s p ro p ia s teo rias. C o n tod o, co m p arece a q u l la cu estid n d e si se p u e d e p e n sa r el d o n de o tro m o d o d istin to al d e u n a o p e r a t io n e c o n b m ic a e n el sen tid o d e u n a e c o n o m ia a m p lia d a , sim b o lica. L a p o sib ilid a d d e u n a resp u esta p o sitiv a a esa p reg u n ta la a p u n ta D e r r id a m u y al p r in c ip io d e su e sc rito , c u a n d o destaca la p ecu liarid a d del tiem p o c o m o po sib le regalo, pues “ de to d o s m o d o s el tie m p o n o d a n a d a q u e ver. L o m en o s q u e se p u e d e d e c ir es q u e el es el elem en to m is m o de la in v is ib ilid a d . Le q u ita a u n o to d o lo q u e p o d r ia h a b e r p a ra v e r”.1 C o n eso q u e d a la v ia lib re p a ra u n a n u e v a re p e titio n del fa m o so “ H a y tie m p o ” y “ h a y ser”, co n lo s q u e H eid eg ­ ger, e n la u ltim a fa se d e su e v o lu t io n filo s o fic a , ju g o d e m o d o ta n efectista. D e rrid a re ca p itu la en su escrito lo s rasgos m a s im p o rtan tes de ese ju eg o : el tie m p o n o es, el m ism o , te m p o ra l, el se r n o es, el m ism o , n in g u n s e r ... y lle g a a la p re v isib le c o n c lu sid n de q u e el tie m p o es el m e jo r regalo y, en realid ad , el u n ico que se d eja regalar: “ lo q u e h a y q u e dar, u n ica y so lam en te, se lla m a ria tie m p o ”.2 A l reg alo se lo den o m in a ta m b ie n , con fre c u e n c ia , “ p re se n te ” : el tie m p o se n os p resen ta c o m o p resen cia, co m o p resen te.3 Se tra ta a q u i de u n “ U r-g e sch e n k ”, d e u n “ reg alo o rig in a rio ” : se trata del aco n tecim ien to d el reg ala r tiem p o , q u e 1 Jacques Derrida, Falschgeld.,., pag. 15. 1 Ibidem, pags. 43 y ss.

3 Traducimos el juego de palabras, posible tambien en el original aleman, entre los tres sentidos del vocablo “presente” : el tiempo verbal, el presente como re­ galo y la presencia (N. de los T.) 216

n o se d e ja re g is tra r n i id e n tific a r: el o lv id o del se r y del tie m p o e ra , seg u n H e id e g g e r, la c o n d ic io n p r im o r d ia l de la e x isten cia h u m a n a , d el Dasein. E l tie m p o del p resen te se n o s d a c o m o el regalo

par excellence, p o rq u e la c o n d ic io n

de

ese re g a lo es la a u s e n c ia de re c u e rd o d e l acto d el reg ala r. A c o rd a rse d e l re g a lo d el tie m p o es im p o s ib le , p o r q u e un acto d e re g a la r so lo p u e d e record arse, en g en eral, si e se acto h a estad o a lg u n a v e z p resen te al receptor, a l regalad o . C o n to d o , a q u i es la p ro p ia p resen cia la que se co n vierte e n objeto del regalo, y, co n ello, el d o n del tiem po se sustrae a cualq u ier p o sib le recu erd o . E n tre o lv id a r y reco rd ar su rg e u n a a s im e tria : p u e s el o lv id a r p u e d e algo q u e el r e c o r d a r no pu ed e: pu ed e h acer o lvid ar algo q u e no pu ed e ser record ad o , a saber: el regalo d el tiem p o . Y esa asim e tria n os p e rm ite esc a p a rn o s al circu lo d e la e co n o m ia . El re g a lo o rig in a rio se id e n tific a c o n el o lv id o o r ig in a r io , y a si, co n la a y u d a del an alisis h e id eg g erian o del tiem p o , se d in a m ita el m o d e lo de M au ss del in tercam b io sim b 6lico: se lo con stru ye p o r m ed io d el reg alo q u e n o se d e ja in c lu ir en el c irc u lo del d o n que se d a y se re sp o n d e c o n otro d o n , p o rq u e precede a aq u ella m e m o ria q u e es in elu d ib le p a ra q u e ese circu lo fu n cio n e . El d o n d el tie m p o , q u e n o se p u e d e re c o rd a r p o r p r in c ip io , ta m p o c o p u e d e ser re sp o n d id o . Y ad em as, ese d o n tie n e vig en cia seg u n D e rrid a co m o p re su p u e sto d e to d a e c o n o m ia p o sib le - in c lu id a la e c o n o m ia d e lo s d o n e s - pues to d a eco­ n o m ia tien e lu gar en el tiem p o . L a e co n o m ia pierde c o n ello su c aracter ce rra d o : el c ircu ito de la e c o n o m ia se a b re p o r m e d io d e u n d o n q u e n o p e rte n e c e al p r o p io c irc u ito . E n 217

este se n tid o , el a n a lisis d el tie m p o c o m o d o n o fic ia la d e ­ c o n s t r u c t io n d e to d a p o s ib le e c o n o m ia : u n p e n sa m ie n to co n secu en te co n lo s co n cep to s d e la e c o n o m ia se v u e lv e de h ech o im p o sib le s i la e c o n o m ia sie m p re recib e d em a sia d o p o co tie m p o co m o p a ra c o n fig u ra r u n circu ito cerrad o . P o r eso, este an alisis de D e rrid a del tie m p o c o m o d o n fu n c io n a ta m b ie n co m o im p u g n a c io n fu n d a m e n ta l d e c u a lq u ie r in ten to d e p e n sa r la c u ltu ra c o m o u n a esp ecie d e eco n o m ia. Y es q u e u n in ten to c o m o ese, en efecto, so lo esta ria ju stific a d o si se p u d ie ra m o stra r q u e ta m b ie n e l d o n d e l tiem p o se d e ja re c ib ir y d e v o lv e r o, d ich o d e o tro m o d o : si se p u ­ d ie ra m o s tr a r q u e ta m b ie n c o n el tie m p o se p u e d e tra ta r eco n o m ica m en te. H asta q u e p u n to le p arez ca a l le cto r acertad o o d esacerta d o el a n alisis d e D e rrid a d e l tie m p o c o m o d o n d ep en d e, en p rim e r lugar, d e su rela cio n co n H eid egger, q u e, c o m o es c o n o c id o , p u e d e se r d iv e rsa . C o n to d o , lo re a lm e n te so rp ren d en te, in e sp e ra d o y p o r eso g e n u in a m e n te in teresan te de la argum entacion de D errid a consiste en que el -d e sp u e s de q u e , sig u ie n d o a H e id e g g e r, h a c o n sta ta d o q u e el tie m p o s61o pu ed e ser regalad o p o r el “ E lio ” - in m ed iatam en te pasa, c o n tra ria n d o su a n u n c io in icia l, a d e m o stra r q u e ta m b ie n el regalo d el tie m p o p u e d e ser d evu elto . R e su lta q u e, a fin al d el lib ro , D e r r id a d e sa rro lla to d a v ia u n a su erte d e e c o n o ­ m ia d el tie m p o , a u n q u e sin c o n c e d e rlo e x p lic ita m e n te . Y, en realid ad , esa e c o n o m ia d e l tie m p o n o se d ife re n cia m u y e se n c ia lm e n te d e l m o d e lo d e l in te rc a m b io s im b o lic o de M a u ss o d e la e c o n o m ia g e n e ra l d e B a ta ille , q u e D e r r id a 218

h a b ia re c h a z a d o ta n v e h e m e n te m e n te a l p r in c ip io d e su lib ro. N o o b stan te, ^com o p u ed e el h o m b re to m a rse la rev a n c h a d el “ E lio ” q u e le reg ala el tiem p o? D e r r id a p re se n ta en la s e g u n d a p a rte d e su d is c u s io n so b re el d o n del tie m p o u n c o m e n ta rio a u n rela to b re v e d e B a u d e la ire titu la d o “ L a fa lsa m o n e d a ” E l texto d e l re­ lato es el q u e sigue: Conform e nos alejabam os del estanco, mi am igo fue seleccionando cuidadosamente sus monedas; en el bolsillo izquierdo de su chaleco deslizd unas m oneditas de oro; en el derecho, unas m oneditas de plata; en el bolsillo iz­ quierdo del pantalon, un m onton de perras gordas y, por ultim o, en el derecho, una m oneda de plata de dos francos que habia examinado m uy especialmente. “ jQue reparto mas singular y m inucioso!” me dije a mi m ism o. N os encontram os con un pobre que nos tendio la go rra tem blando. No conozco nada tan inquietante com o la m uda elocuencia de esos ojos suplicantes que encierran a la vez, para el hom bre sensible que sabe leer en ellos, tanta hum ildad, tantos reproches. Se encuentra algo semejante a esa m ism a profundidad de com plicado sentimiento en losdacrimosos ojos de los perros a los que se les pega. La lim osna de m i amigo fue mucho mas considerable que la mia, y le diie: “ Tiene razon; despues del placer de asombrarse, no hay ninguno tan grande como el de causar una sorpresa” “Era la m oneda falsa”, m e contesto trailquilamente, como para justificar su prodigalidad. 219

Pero en m i cerebro miserable, siempre ocupado en buscar tres pies al gato (jque facultad tan agotadora m e ha regalado la naturaleza!), entro de pronto la idea de que semejante conducta, por parte de m i amigo, unicamente era excusable por el deseo de crear un acontecim iento en la vid a de aquel pobre diablo, incluso puede ser que por el deseo de conocer las distintas consecuencias, funestas u otras, que puede engendrar una m oneda falsa en manos de un mendigo. ^Acaso no podia m ultiplicarse en monedas buenas? ^Acaso no pod ia asim ism o llevarle a la carcel? Puede ser que un tabernero, un panadero, por ejemplo, lo m andase detener p o r falsificador o por propagar m o­ neda falsa. Asim ism o puede ser que la m oneda falsa pudiera ser, para un pobre especulador insignificante, el germ en de una riqueza que durase unos cuantos dias. Y, de este m odo, m i fantasia seguia su curso, prestando alas al espiritu de m i am igo y sacando todas las deducciones posibles de todas las hipdtesis posibles. Pero el interrum pio bruscamente mis divagadones retomando mis propias palabras: “ Si, tiene razbn; no hay pla­ cer mas dulce que el de sorprender a un hombre dandole mas de lo que espera” Le mire fijamente a los ojos y me quede asustado de ver que sus ojos brillaban con indiscutible candor. Entonces v i claramente que habia querido ser caritativo y, al mismo tiem po, hacer un buen negocio; ganarse cuarenta perras gordas asi como el corazon de Dios; alcanzar el paraiso por la via economica; y, por ultim o, conseguir gratis una patente de hom bre caritativo. Le habria casi perdonado el deseo del crim inal goce del que le supuse capaz poco antes; m e habria parecido extrano, singular, que se distrajera 220

comprometiendo a los pobres; pero no le perdonare jamas la inepcia de su calculo. Jamas se puede excusar a nadie por ser m alo, pero hay cierto m erito en saber que se es tal; y el m as irreparable de los vicios es hacer el m al p o r necedad. L a e strateg ia del co m e n ta rio q u e D e rrid a p o n e e n p ractic a en su lib ro y q u e a q u i so lo p u e d e se r r e p r o d u c id a de fo rm a m u y a b re v ia d a , con siste, a g ran d es rasgo s, e n hacer p la u sib le la h ip o te sis d e q u e el a m ig o d el n a rra d o r h a m en tid o con su o b s e rv a tio n de q u e h a d ad o al m en digo u n a m on ed a falsa. P a ra D e rrid a , esa su posicion p u ed e fim d am en tarse so b re to d o h istd ricam en te: e n aq u ella e p o c a era u n uso exten d id o -p re c isa m e n te en el circu lo so cial de B a u d e la ire o d ia r a lo s p o b re s y so b re to d o a lo s m e n d ig o s p ed ig u en o s, p o rq u e s u so lo asp ecto y a e je r tia u n a in so p o rta b le v io le n c ia en q u ien es lo s v e ia n . Esa v io le n c ia se m u estra e je m p la rm en te en la d e s c rip tio n del m e n d ig o q u e n o s p ro p o rc io n a B a u d e la ir e e n su re la to : la m ir a d a del m e n d ig o e r a in s o ­ p o rta b le , to rtu ra n te , ten ia el asp ecto de la de u n p e rro , et­ cetera . E l d e sp lie g u e d e la p o b re z a tien e e n el o b s e rv a d o r el efecto de u n a re q u isito ria a la q u e d ificilm en te p u e d e sustraerse: u n o tien e q u e ven cerse p a ra no d a r d in ero a l m e n ­ d ig o . D e r r id a cita a d e m a s a M a lla rm e , q u ie n c o n fie sa que q u e rria a p a le a r a lo s p o b res y h a c e r s u ffir a los m e n d ig o s .1 E n este sen tid o , u n d o n c o n ce d id o a u n m en d ig o n o es, en re a lid a d , u n v e rd a d e ro d o n . U n o d a, a fin de c u e n ta s, p o r 1 Jacques Derrida, Falschgdd..., pags. 173 y s. 221

la p re si6 n p siq u ic a 7 so cial, 7 c o n ello n o d e m u e stra m ag n a n im id a d , sin o d e b ilid a d in terio r. E n la m e d id a e n q u e la m e n d ic id a d fu n c io n a c o m o u n a in s t itu t io n so c ia l 7 estata lm e n te to le ra d a - c u a n d o n o d ire c ta m e n te fo m e n ta d a -, c u a n d o u n o d a d in ero a u n m e n d ig o se so m e te a esa in sti­ tu c io n c o m o c u a lq u ie r otro , p o rq u e sen cillam en te n o tiene fiierza su ficien te p a ra o p o n e rse a la p re sio n de esa in stitu ­ cion . A si, el o d io a lo s p o b res 7 so b re to d o el o d io a lo s m en d ig o s es u n a fo r m a del o d io a las in stitu c io n e s so cia le s en g e n era l. P o r eso, el o d io a lo s p o b re s 7 la p ro te c c io n d e la v io le n c ia g en era d a p o r la e x isten cia d e lo s m e n d ig o s se corre sp o n d e c o m p letam en te c o n el co n sen so a n ti-in s titu c io n a l v ig e n te e n lo s d r c u lo s artistico s altern ativo s del P aris de la ep o ca. D e rrid a esta cerca de su p o n e r q u e el a m ig o d el n a rra d o r sen cillam en te n o q u iere a d m itir q u e h a d ad o d em a sia d o d i­ n ero al m e n d ig o 7, d e ese m o d o , se h a in c lin a d o excesivam e n te an te la p re sio n in stitu c io n a l; 7 n o q u ie re a d m itirlo p o rq u e u n a d o c ilid a d tal p o d ia ser ju z g a d a n eg ativam en te en su am b ien te. P ro b ab lem en te se tra ta en este caso, co m o D e rrid a d ice, n o tan to de u n a falsa m o n e d a , c o m o m a s b ien de u n a falsa resp u esta: d esp u es d e q u e el n a rra d o r h a 7 a exp resa d o su so rp re sa p o rq u e su am ig o h a 7 a sid o d e m a sia d o m a g n a n im o , este se h a d e fe n d id o d el p o sib le 7 co n sigu ien te rep ro ch e a d u c ie n d o u n a falsed ad . S e g u ro q u e u n a su p o sic io n c o m o esa se p o d ria d e sb a ra ta r - 7 D e rrid a ta m b ie n lo co n ced e g u sto sa m e n te - c o m o co m p le ta m e n te in a d ecu a d a, p o rq u e p lan tear cu estio n es so b re el c o n te n id o de v e rd a d de

222

lo s texto s lite ra rio s con txad ice to d a s las co n v e n cio n e s d e la literatu ra. P ero B a u d e la ire d a a su relato, e n o p in io n d e D e ­ rrid a , el estilo d e u n re la to so b re u n a c o n te c im ie n to real. C o n ello, in v ita al le c to r a im a g in a rse u n d e cu rso d istin to d e la h is to ria : q u iz a e r a ju sta m e n te u n a re sp u e sta fa ls a y n o u n a m o n e d a falsa; q u iz a el en g an a d o h a y a sido B a u d e ­ la ire y n o el m en d ig o . L a so sp e c h a q u e fo r m u la D e r r id a e n su c o m e n ta rio se refiere, p o r tan to, a la sin cerid ad del am ig o , que se in c u lp a de h ab er d a d o al m e n d ig o u n a fa lsa m o n ed a : en re a lid a d , el am ig o p o d r ia ser “ m e jo r ” de lo q u e dice d e si m ism o . A q u i, p u es, la so sp e ch a h a b itu a l se agu d iza: n o s6 lo es q u e la sup e rficie de lo au ten tico p u e d a o cu lta r d e b a jo lo falso , la sim u la c io n o la im ita c io n , sin o q u e ta m b ie n lo fa ls o y lo sim u la d o p u e d e n o c u lta r lo au ten tico . E v id e n te m e n te , se tra ta d e u n p a so m a s en la e c o n o m ia m e d ia tic a d e la so s­ p ech a. E n el m o m e n to en el q u e el m e d io se c o n v ie rte en m en saje, se p ro d u c e e n p rim e r lu g a r u n efecto de s in c e ri­ d ad ; p ero d esp u es su rg e, de n u evo , la sospech a, au m en tad a, d e la p o sib ilid a d de u n a m a n ip u la cio n . A si, al am igo d e l nar r a d o r p r im e r o se le cree, c u a n d o a d m ite q u e en s u in te ­ rio r es m a lo , falso; p e ro en ton ces b u lle la seg u n d a so spech a: la d e q u e lo m a lo y lo falso p o d r ia n , a s u vez, o c u lt a r lo b u e n o d e b a jo , de m o d o que el gesto del a m ig o se in te rp re ta ria c o m o d o b le m e n te m a g n a n im o , p o rq u e asi no s 6 lo est a r ia r e n u n c ia n d o a l d in e ro , sin o al re c o n o c im ie n to p o r h ab erlo regalad o . D e h ech o, en la n a rra c io n se tra ta co n tin u a m e n te d el m e n sa je del m e d io : de la “ sin c e rid a d ” de la 223

m o n e d a , de la c o n d ic io n in te rio r del m etal, q u e lle v a en su su p e rfic ie u n c u n o d e te rm in a d o , y d e la s in c e rid a d d el a m ig o . T o d o s eso s m e n sa je s m e d ia tic o s c o n fig u r a n u n a c o m p le ja e co n o m ia . E n p rin c ip io , la re v e la cio n del am igo , seg u n la c u a l el sig n o e n la p ie z a n o tie n e n in g u n “ v e rd a d ero ” v a lo r p o rq u e tra s ese sig n o n o h a y n in g u n “ au ten tico ” in terio r, su en a a sin cera, p o rq u e esa revelacio n c o n firm a la so sp e ch a g e n era l m e d ia tic o -o n to lo g ic a . P ero en to n ces esa so sp e c h a se ra d ic a liz a , p o r q u e el le c to r d e l rela to s u p o n e de n u e v o u n a m a n ip u la c io n tras la re v e la c io n d el am ig o , y lle g a p o r eso a la c o n c lu s io n d e q u e q u iz a la m o n e d a sea au ten tica. P ero el le c to r so lo p u e d e lle g a r a la s u p o s ic io n d e q u e es p o s ib le q u e el a m ig o h a y a m e n tid o p o r q u e al m is m o tie m p o - y p r in c ip a lm e n te - n o sabe si se tra ta d e u n texto lite ra rio “ v e rd a d e ro ” o d e u n o fa lso , esto es, si se tra ta de u n a “ p u ra fic c io n lite ra ria ” o d e u n a n a rra c io n “ de la v id a ” N o es ca su a l, c o m o opxna D e r r id a , q u e B a u d e la ire h a b le en su relato so b re el d o n d e la im a g in a c io n , q u e al p arecer le fa lta a su a m ig o , p e ro q u e a l p r o p io n a rra d o r, c o m o es o b v io , n o le falta, pu es tien e u n g e n u in o talen to p a ra la fic ­ c io n , p a ra la fa b u la c io n . P ero ta m b ie n el d o n d e la fic c io n pu ed e resultar, b ajo determ inadas circun stan cias, falso. Pues, c o m o c u a lq u ie r o tro d o n , el talen to artistico p u e d e sim u larse, falsificarse: y eso p u e d e h acerse, en co n creto , gracias a las con ven cion es literarias, gracias a la literatu ra co m o con v e n cio n . Y es q u e la o b ra lite ra ria se d e fin e e n n u e stra cultu ra c o m o aq u e l texto q u e esta en u n co n texto lite ra rio . Ese 224

texto n o tien e que ser n ecesariam en te un regalo “ verd ad ero ” del a u to r a l lector, u n lecto r q u e, a su vez, p re su p o n g a p o r su p a rte u n d o n de talen to e im a g in a tio n e n el autor. U n relato m u y co rrie n te , c o tid ia n o , n o im a g in a tiv o “ de la v id a ” q u e n o te n g a su o rig e n en u n d o n d e la im a g in a c io n , p u e d e ig u a lm en te o fic ia r d e texto lite ra rio , si se d a el caso d e que sea leid o en c o rre sp o n d e n cia co n las con ven cio n es d e la in s­ titu tio n literatu ra. E sa ten sio n en tre realid ad y co n ven cio n , q u e p a ra D e r r id a su rg e en la le c tu ra de to d o texto, p ro d u c e en el le c to r u n a s it u a t io n c o n fu s a de in d e c id ib le in c e r tid u m b re , e n la q u e to d o s lo s elem en to s d e la h isto ria estan igu alm en te im p licad o s: la m o n ed a, la d eclara tio n del am igo , el p ro p io a m ig o . P o r eso, el le c to r ta m p o c o p u ed e c e r t io ­ r a t e d e si e n to d o s e so s n iv e le s el acto d e l reg ala r - e l de escrib ir, el d e d ar lim o sn a , el d e la sin c e rid a d en la c o n v e r­ s a t io n - h a ten id o lu g a r o no. A q u i n o s las ten em o s q u e ver co n u n d o n q u e n o p u e d e ser id e n tifica d o y que, p o r tan to , n o p u ed e se r c o rre sp o n d id o : co n u n d o n m a s alia de la presen cia, de to d a e v id e n cia y de to d a p o sib ilid a d de q u e se la re sp o n d a c o n o tro d o n . Y eso sig n ific a q u e n o solo el “ E lio ” h e id e g g e ria n o , sin o ta m b ie n la in stitu tio n literatu ra, la que p u e d e h a c e rn o s u n reg alo in fin ito , q u e n o p o d e m o s d e v o l­ v e ^ a sab er: n o s p u e d e reg ala r el tie m p o in fin ito d e la ind isc e rn ib ilid a d . L a in s titu tio n lite ra tu ra y sus co n v e n cio n e s im p id e n , en o p in id n d e D e r r id a , la r e v e la tio n d e lo m e d ia tic o . L a in d isc e rn ib ilid a d en tre u n texto lite ra rio y u n a n a r r a t io n de “ la v id a re a l” d in a m ita to d as las o tra s d istin tio n e s e n tre lo 225

au ten tico y lo sim u lad o , lo s sig n o s y el m e d io , etcetera. D e ­ rrid a ap ro vech a el relato de B a u d e la ire c o m o u n claro ejem p lo d e esa in d is c e r n ib ilid a d , ig u a l q u e M c L u h a n , p o r su p arte, h a b ia u sad o lo s c u a d ro s cu b istas c o m o m e ro s ejem p lo s p a r a lo s m e n sa je s d e l m e d io . A h o r a b ie n : c o m o es o b v io , el relato d e B a u d e la ire n o es u n e je m p lo en tre m u chos o tro s, sino q u e es m as b ien u n

readymade literario, pues

ese texto, c o m o escrib e D e rrid a , tien e u n asp ecto m u y “ n a ­ tu ra l” y n o m u e stra rasg o s q u e re m ita n a u n caracter espec ia lm e n te lite ra rio , lo q u e n o p u e d e d e c irse d e to d o s lo s textos lite ra rio s. A si, D e rrid a escrib e ta m b ie n q u e

moneda, co m o

La falsa

o tro s m u ch o s “ textos a n a lo g o s”, “ p e rm a n e -

cen p a ra el lecto r “ etern am en te ilegib les, ab so lu tam en te in d e s c rifra b le s ”,1 d e m o d o q u e u n te x to c o m o ese “ p o d r ia d e v e n ir ob jeto d e u n a esp e c u la c io n in fin ita ”.2 E n estas fo rm u la c io n e s, c o n to d o, se a p u n ta a q u e s6 lo a lg u n o s texto s m u y d e te rm in a d o s p u e d e n to m a rle al le c to r n o s6 lo el tiem p o real de su v id a p a ra su lectu ra, sin o q u e p u ed en con ced erle ta m b ie n el tie m p o in fm ito , el tie m p o etern o d e la sospecha, de la d u d a, de la in certid u m bre, del que en la “ vid a re a l” n o se d isp o n e : y eso s te x to s so n lo s q u e , “ a n a lo g a m en te” al texto d e B a u d elaire, tem atiz an e x p licita m e n te la in d isc e rn ib ilid a d en tre lite ra tu ra y realid ad . P ero se p u ed e (y se d eb e) p ro se g u ir: B a u d e la ire es e lp r im e ro en e sta b le c e r la in d is c e r n ib ilid a d e n tre a rte y re a li­ d ad a trav es de su relato, u n a in d isc e rn ib ilid a d q u e d esp u es 1 Jacques Derrida, Falschgeld..., pag. 195. 2 Ibidem, pig. 2 1 0 . 226

se ra a p lic a d a a la e n te r a in s titu c io n a rte . D e l

readymade,

q u e es lle v a d o d el a m b ito p ro fa n o de la realid ad al a m b ito del arte, se d ice c o n fre cu e n cia q u e revela la s co n ven cio n es d e la in s titu c io n a rte . P ero la su p o sic io n d e q u e d e te rm in ad as c o n v e n c io n e s d e la in stitu c io n a rte y a h an e x istid o d esd e siem p re, d esd e antes d e la a p a ric io n del

y

readymade,

q u e a traves d e este h a n sid o sim p le m e n te “ lib e ra d a s” es

m as q u e p ro b lem atica. E l

readymade represen ta, de en trad a,

u n a in fr accion de las con ven cion es artisticas habituales hasta ese m o m e n to : so lo a p a rtir de la a p a ric io n de los p rim e ro s

readymades p o r parte d e D u ch a m p

se h a generalizado la cos-

tu m b re de u sa r textos u ob jetos p ro ced en tes del a m b ito del n o -a rte en el co n texto del arte sin u n a m o d ific a c io n exp lic ita y re c o n o c ib le d e su fo rm a . L a in d is c e rn ib ilid a d en tre arte y v id a n o es resu ltad o, pu es, d e a lg u n a o rig in a ria in d o le fatal de la in stitu c io n arte o d e la in stitu c io n literatu ra, sino q u e esa in d is c e rn ib ilid a d es p ro d u c id a p o r d e te rm in a d o s au to res in te n c io n a d a y con scien tem en te: e n co n creto , ju sta m e n te c o n el o b je tiv o de lle v a r io m e d ia tic o a su revela cio n . E s d ecir, q u e la g r a n c o n fu sio n en to r n o a la s ig n ific a c io n , de la q u e h ab la D e rrid a , esta ca u sa d a p o r u n a o p e ra c io n m e d ia tic a e je c u ta d a c o n sc ie n te m e n te , a s a b e r: la tra n sfe re n c ia de u n d e te rm in a d o texto d esd e el a m b ito de lo “ c o tid ia n o ” y “ n a tu ra l” h asta el a m b ito de lo “ lite ra rio ” y “ c o n v e n c io n a l”. P ero esa tra n sfe re n cia n o con siste e n u n a o p e ra c io n en el terren o de la sig n ific a c id n , sin o so lo d e un d esp lazam ien to en la su p erficie m ed iatica, q u e activa la sos227

p ech a m ed iatico -o n to lo gica: la in fin ita so sp ech a d e u n a m an ip u la c io n su b m ed ia tica. N o es la lite ra tu ra c o m o in stitu c io n la q u e p ro d u c e u n e lem en to d e sin c e rid a d m e d ia tic a co m o ese, sino q u e d eterm in a d as o b ra s artisiticas o literarias resu ltan ad ecu ad as p a ra tem atizar exp licitam en te la so s­ p e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , q u e, d e to d o s m o d o s , determ in a la re la c io n d el c o n te m p la d o r c o n re sp e c to a to d a p o sib le su p e rfic ie m ed iatica. E l d o n d e la in d isc e rn ib ilid a d n o lo con ced en en este caso n i el “ E lio ” n i la “ literatu ra”, sin o B a u d elaire co m o au tor de u n texto q u e pu ed e o fic ia r de

dymade.

rea­

C o n ello, p o r lo d em as, el tie m p o d e la d u d a in fi­

n ita , q u e se c o rre s p o n d e c o n la in d is c e r n ib ilid a d de lo s

readymades, q u e d a

in c lu id o en la e c o n o m ia m e d ia tic a ge­

n eral: p u e s el a u to r del

readymade,

q u e ejerce d e p ro tag o -

n ista d e esa e c o n o m ia , se m u e stra a b so lu ta m e n te cap az de o to rg a r el reg alo del tie m p o in fin ito . L a p ro d u c c io n tanto d e texto s lite ra rio s c o m o de o b ra s de arte visu ales p o r m ed io del p ro ced im ien to del

readymade

o frece la m e jo r o p o rtu n id a d d e revelar la v e rd a d d e lo m e ­ d ia t io n E n la m e d id a en q u e el a rtis ta tr a n s p o r ta u n o b je to d e la v id a a l e sp a cio d e l arte sin m o d ific a r el asp ecto e x te rio r d e ese o b je to - c o m o h izo D u c h a m p p o r p rim e ra v e z - d e m u e stra c 6 m o lo s p ro ceso s m ed ia tic o s, es d e c k , lo s d esp lazam ien to s y las tran sferen cia s d e sig n o s m as alia de la fro n te ra q u e c o n stitu y e la to p o g r a fia d e la s u p e rfic ie m e ­ d iatica, p ro d u c e n co n fu sio n e s en el n iv e l de la sig n ific a tio n y de la s a trib u c io n e s categoriales. E s decir, q u e en el p ro c e ­ d im ien to del readymade n o s las ten em o s q u e v e r co n u n caso 228

m u y im p o r ta n te d e sin c e rid a d m e d ia tic a , de v e r d a d m ed iatica, p o rq u e la to p o g ra fia d e la su p e rfic ie m e d ia tic a resu lta te m a tiz a d a e n ese caso d e l m o d o m a s e x p lic ito . N o o b sta n te , ta m b ie n es p o sib le - a u n q u e a b so lu ta m e n te sup e r flu o - , p re g u n ta r q u e “ sig n ifica ” el

readymade: si

es rea­

lid a d o a rte , n a tu ra le z a o c o n v e n c io n , v id a c o tid a n a o in stitu cio n . Y es q u e el

readymade d e m u e stra desde e l p rin -

cip io q u e n o se tra ta tan to de u n a cu estio n de “ sig n ific a d o ”, c o m o m a s b ie n de u n a c u e stio n de em p la z a m ie n to , d e situ a cid n , d e d e sp laza m ien to , d e c o n te x tu a liz a cio n , esto es, de operacion es m as allct de la significacion , en las que se tiene trato c o n sig n os y c o n cosas “ sin sig n ificad o ” Y au n q u e, evid en tem en te, sean ju sta m e n te esas o p e ra c io n e s las q u e prod u c e n to d o tip o d e p o sib le s c o n fu sio n e s en el te m a de la sig n ific a c io n , las o p e ra c io n e s n o so n p o r ello m e n o s identific a b le s, sin o q u e se e n c u e n tra n , lite ra lm e n te , e n la s u ­ p erficie. S i D e r r id a p u e d e u tiliz a r el relato d e B a u d e la ire co m o u n e je m p lo esp ecialm en te a p ro p ia d o d e la in fm ita c o n fu ­ sio n sign ificativa, la ra z o n p ara ello descan sa exclusivam ente e n q u e D e r r id a tr a ta ese rela to - s i c o r r e c ta o in c o rre c ta m en te, es u n a cu estio n m u y d ife re n te - c o m o u n

readymade

literario , y con ello le asigna la cap acid ad d e m an ifestar d a ra e in e q u iv o c a m e n te la in d isc e rn ib ilid a d en tre n a tu ra le z a y c o n v e n c io n . P u e s re su lta e v id e n te q u e e l an alisis q u e D e ­ rrid a e m p re n d e n o p u e d e tra sla d a rse , s in m as, a to d a s las otras o b ra s literarias; el hecho de q u e en la n arracio n d e B a u ­ d elaire n o se en cu e n tre n m a rc a s e x p llc ita s de “ c a ra c te r li229

te ra rio ” tie n e u n a fu n c io n c e n tra l e n el a n alisis. L a in d is­ c e rn ib ilid a d se revela a q u i c o m o u n a in d isc e rn ib ilid a d p ro d u c id a p o r u n a u to r y, en n in g u n caso, c o m o “ o rig in a ria ” O sea, q u e el d o n d e la in d isc e rn ib ilid a d ta m p o c o se escapa a la eco n o m ia gen eral del d on , pu es la in d iscern ib ilid ad tarnb ie n p u e d e reg alarse y a cep tarse: e l p ro c e d im ie n to d el

dymade

rea­

n o es o tr a co sa m as q u e ese re g a lo d e la in d is ­

c ern ib ilid ad . P o r lo d em as, la c o rresp o n d ien te o p e ra tio n m ed iatica es expK citam en te a lu d id a en el relato de B a u d elaire, c u a n d o se cu en ta c o m o el a m ig o del n a rra d o r h a re p a rtid o las m o n e d as e n d iferen tes b o lsillo s de a c u e rd o c o n la c o n d it io n de su so p o rte , c o m o o ro o p lata, y c o m o a la fa lsa m o n e d a se le ad scrib e u n sitio p ro p io y esp etifico . E sa s asig n acio n es de sitio y lo s d e sp la z a m ie n to s d e riv a d o s d e ellas s o n la s q u e p ro d u c e n to d a la c o n fu s io n d e la sig n ific a tio n . P ero co n centrarse in q u isitivam en te so lo en esa co n fu sio n su p o n e saltarse el h ech o d e q u e esa c o n fu sio n so lo se p ro d u c e a p a rtir d e u n a ju g a d a d e te rm in a d a , fin ita y a b so lu ta m e n te id en tiflc a b le d el ju e g o m e d ia tic o . P u e d e q u e el o rig e n d e la sig ­ n ific a tio n se le e scap e al c o n te m p la d o r c u y a m ira d a atien d e so lo a la sig n ific a tio n : p ero es p o sib le e n c o n tra r ese o rig en e n o tro n iv e l o p e r a tio n a l, p u ra m e n te m e d ia tic o y n o -sig n ificativo . L a affirm ation d e D e rrid a d e q u e el relato de B a u ­ d elaire q u e el co m en ta hace visib le la in d isce rn ib ilid a d entre n a tu raleza e in stitu c id n se q u e d a corta: lo q u e h ace ese re ­ la to es in icia r, fu n d a r y crear ese estad o d e in d isc e rn ib ilid a d en te rm in o s ab so lu to s. P o r eso tien e 230

mana la

n a r r a tio n de

B a u d e la ire , p o r eso tie n e u n a u r a de sin c e rid a d m e d ia tic a q u e su g ie re al le c to r q u e ese rela to p u e d e c o n se g u irle u n a visio n del in terio r de lo m ed iatico. C o n ello, B au d elaire hace el regalo d e la in d isc e rn ib ilid a d , q u e es, c o m o tal, re c o n o c id o y a c e p ta d o p o r D e rrid a . Y ese reg alo ta m b ie n es resp o n d id o p o r D e rrid a , au n q u e s 61o p arcialm en te. P ues, d e h ech o, la n a rra c io n , en el le c to r de hoy, n o p ro ­ d u ce efecto algu n o d e in d isce rn ib ilid a d , sin o que m a s bien se la id e n tifica co m o algo q u e fo r m a p a rte d e la tra d ic ib n literaria. L a ra z o n p a ra ello es sen cilla: ese relato no es lo sufic ie n te m e n te n u e v o c o m o p a r a ten er u n asp ecto t a l que parezca q u e h a su rg id o in m ed iatam ente d e la vid a cotid ian a. D ic h o de o tro m o d o : au n q u e h a y a ten id o rece de

mana p a ra

mana a n te s,

ca-

el le c to r d e h oy. A l le c to r actual le p are-

ce m as b ie n u n a m e r a c ita d e la h is to ria d e la lite ra tu ra , d ific ilm e n te c o n fu n d ib le co n su v id a real. E l efecto d e in ­ d isc e rn ib ilid a d so lo v u e lv e a p ro d u c irse e n ella a p a r t ir de la in te rp re ta cib n d e l relato d a d a p o r D e rrid a , en la m e d id a en que recon stru ye y re-p resen ta su con texto historico, y con ello, si se q u iere, S im u la sin m a s el efecto d e la in d is c e rn i­ b ilid a d . G r a c ia s a e sta re -p re se n ta c io n d e l v ie jo c o n te x to v it a l del re la to h e c h a p o r D e rrid a , el re la to em p ie z a a adq u irir u n asp ecto “ c o m o n u evo ” y - e n a p a rie n c ia -re c ib e de n u e v o su in d isc e rn ib ilid a d . E n este se n tid o , aq u i y a n o se tra ta d e la “ v ie ja ” in d isc e rn ib ilid a d en tre n a tu raleza y cultu ra o en tre realid ad y co n v en cio n , sino d e u n a in d isc e rn i­ b ilid a d a b so lu ta m e n te g en era d a d e n u e v o en tre el re la to y su con texto vital, (re )co n stru id o textualm en te. E s d e cir: que 231

a fin de c u e n ta s se tra ta d e la in d is c e r n ib ilid a d e n tre d o s tip o s de texto: u n texto lite ra rio y u n texto d e c o m e n ta rio . P ero esta n u e v a in d isc e rn ib ilid a d p re su p o n e u n n u e v o desp lazam en to de lo s sig n os y, en con creto, u n d esp lazam ien to q u e h ace v isib le la to p o g ra fia d e la su p e rflcie m e d ia tic a en o tro lu g a r: en la ffo n te ra q u e , d e m o d o h a b itu a l, se p a ra el texto lite ra rio “ p r im a r io ” d el texto “ se c u n d a rio ” d e su c o ­ m e n ta rio . A h o r a b ien : el h ech o de q u e sean ju sta m e n te los te x to s de la re c o n stru c c io n lo s q u e d e sa rro lla n u n d e sp la ­ z am ien to c o m o ese es c o n o c id o p o r to d o s; p recisam en te a tra v e s d e ello re c ib e n esos texto s su

rnand p ro p io ,

su p ro -

p ia a u ra de la v e rd a d m e d ia tic a y p ro d u c e n su p ro p io tipo d e c o n fu sio n en el n iv e l d e la sig n ifica cio n . Y co n ello, aq u el que ad m in istra el d iscu rso de la d eco n stru ccio n se con vierte, al m e n o s p ro v isio n a lm e n te , en se n o r d e l

mand y

e n m en -

sajero d el m e d io , p o rq u e p o r m ed io d el arte del c o m e n ta ­ rio esta en d isp o sic io n de co n ced er e n to d o m o m e n to , en cu a lq u ie r sitio y a c u a lq u ie r texto lite ra rio , el

mand d e la in ­

d is c e rn ib ilid a d . Y se tra ta d e m e ra s im u la c io n : p o rq u e la in d isc e rn ib ilid a d se d e ja s im u la r ig u a l d e b ie n q u e la sin cerid ad . D e rrid a d evu elve el regalo d e la in d isc e rn ib ilid a d q u e ha re c ib id o d e B a u d e a la ire , y lo h ace en la m e d id a que d evu elve al relato d e este la in d isc e rn ib ilid a d q u e en tretan to h a b ia p erd id o . C la ro q u e esa resp u esta es so lo p a rcia l, p o r ­ q u e D e rrid a , al m is m o tie m p o , n ie g a q u e se trate d e B a u ­ delaire, en la m e d id a en q u e atrib u ye la in d iscern ib ilid ad del relato de B a u d e la ire a la c o n d ic io n g en era l d e la in stitu cio n lite ra ria c o m o tal. P ero co n su p ro p ia p ra x is in terp retativa 232

d e m u e stra q u e la in d isc e rn ib ilid a d en m o d o algu n o se esc a p a a la e c o n o m ia sim b o lica , sin o que p u e d e ser fa b rica d a , id e n tifica d a e in tercam b iad a c o m o cu a lq u ie r otro b ie n sim b o lico . Y n a tu ra lm e n te , ta m b ie n se pu ed e o rg a n iz a r u n a co m ­ p e tic io n e n la d isc ip lin a in d isce rn ib ilid a d . E n el a rte d e l sig lo XX esa c o m p e tic io n la in v e n tb D u c h a m p , y u n gran n u m e ro d e artistas h a torn ad o p a rte exito sam en te e n ella; to d o s ellos h a n in te n ta d o h acer cad a v e z m en o s d istin g u ib le su tra b a jo artistico de la “ re a lid a d ”. P ero ta m b ie n en la filo s o fia se h a b ia o rg a n iz a d o esa c o m p e tic io n m u c h o antes y a d e D e r r id a : p o r e je m p lo , p o r K ie rk e g a a rd , c u y o n o m b re D e rrid a cita n a d a m e n o s q u e e n el p a sa je del lib ro sobre la falsa m o n e d a en el q u e in ten ta m o stra r q u e el d o n se sustra e a c u a lq u ie r e c o n o m ia , y e n el que escrib e: “ h a b r ia don so lo en el p a ra d o jic o in stan te (en el sen tid o en el q u e K ie r­ k e g a a rd d ic e d el p a ra d o jic o in sta n te de la d e c isio n q u e es u n a lo c u r a ) q u e e lim in a el t ie m p o ”.1 P e ro lo q u e K ie r k e ­ gaard a firm a alii de fo rm a exp licita es, p recisam en te, q u e el d o n de la in d isc e rn ib ilid a d es u n d o n h isto ric o a b so lu ta m en te id e n t ifia b le , a saber: q u e es un d o n del cristian ism o . P ues la n o v e d a d h isto rica ra d ic a l d el c ristia n is m o consiste p a ra K ie rk e g a a rd en la “ n a t u r a lid a d ” de la fig u r a de C risto , es d e c ir en la n u e v a in d isc e rn ib ilid a d entre h o m b re y D io s in tro d u c id a p o r el cristian ism o . C risto , en efecto , no tien e n in g u n rasg o reco n o cib le d e su d iv in id a d que p u d ie ra

1 Jacques Derrida, Falschgeld..., pag. 19. 233

d istin g u irle del h o m b re “ corrien te” de m a n e ra visib le. A q u i, el h o m b re es c ita d o en el a m b ito d e lo d iv in o c o m o D u ­ c h a m p c ita ra m a s a d e la n te las co sas c o rrie n te s e n el a m ­ b ito d e l arte. E l c ris tia n is m o c o n v ie rte al h o m b re e n u n

readymade avant la lettre,

en la m e d id a en q u e tra n sp o rta

lo s sig n o s d e lo h u m a n o m as alia, tras la fro n te ra de lo d i­ v in o . C o n ello, el cristia n ism o h ace el reg alo d e la in d iscern ib ilid a d a la H u m a n id a d : u n regalo q u e p u e d e y d eb e ser a su m id o y re sp o n d id o co n la fe .1 E l acto d e la fe in te rru m p e en K ierk eg aard el tiem p o in fin ito de la d u d a, p ero n o se trata d e n in g u n tie m p o real, sin o del tie m p o q u e el creyen te del cristian ism o h a recib id o co m o regalo. A d e m a s, K ierk eg aa rd su b ra y a u n a y o tra vez q u e, en to d o caso , el d o n del c ristia ­ n ism o es h isto rica m e n te id en tifica b le y p u e d e ser d evu elto . E sa d evo lu cio n se co n su m a p a ra K ierkegaard , a su vez, co m o u n a re c o n stru c c io n im a g in a r ia d el m o m e n to en el q u e el cristianism o fue com p letam en te n uevo. K ierkegaard subraya u n a y o tra vez q u e ese in stan te es u n in stan te “ p ro d u c id o ” p o r el c ristia n ism o y d atab le h isto ric a m e n te , y n o u n in s­ ta n te q u e se esca p e o r ig in a r ia m e n te . P o r eso , la re c o n s ­ tru c c io n c o m p le ta de ese in stan te, esto es, la reco n stru ccio n de la in d iscern ib ilid ad rad ical es, p a ra K ierk eg aard , ta m b ie n alcan zab le p o r p rin c ip io . D e h ech o, el co n sid e ra q u e su o b je tiv o al e sc rib ir es in te n ta r v o lv e r a p ro d u c ir la in d isc e rn i­ b ilid a d q u e el c ris tia n is m o in tr o d u jo , p e ro q u e , c o n el 1 Seren Kierkegaard, “Philosophische Brocken”, en Gesammelte Werke, Eugen Diederichs, Munich, 1960, pigs. 59 y s. Hay edicion en espahol: Soren Kierkega­ ard, “ Migajas filosdficas”, en Obras y papeles de Seven Kierkegaard, traducci6 n de D. G. Rivero, 1 1 vols., Guadarrama, Madrid, 1961-1975. 234

tiem po, se h a perd id o. E n cada caso, el origen h istoricam en te d atab le d e la in d isc e rn ib ilid a d n o se o cu lta, p o r tan to , p o r si m ism o , sin o q u e se lo ap a rta o se lo ig n o ra . E l d o n d e la in d isc e rn ib ilid a d sie m p re se h ace en algu n m o m e n to y p o r p a rte de alg u ie n ; n o p o r u n “ E lio ” p len o d e m isterio q u e se o cu lte a si m ism o , sin o p o r d e term in a d o s p ro ta g o n ista s de la e c o n o m ia sim b o lica , esto es, p o r teo lo go s, filo so fo s o artistas, q u e tra n sp o rta n lo s sig n os m a s d iverso s m as a lia de la s fro n te ra s d e la to p o g r a fia m e d ia tic a h a b itu a l. A tra v e s de m a n ip u la c io n e s m e d ia tica s c o m o esas se regala u n in fin ito tie m p o m ed iatico : el tie m p o in fin ito d e la d u d a acerca de lo q u e p o d r ia n y d e b e ria n sig n ific a r e so s sig n o s e n sus n u e v a s situ a cio n e s. N o d e b e m o s p e rm itir q u e la in d is c e r­ n ib ilid ad e in fin itu d de esa d u d a n o s lleve a rep rim ir el gesto m ed iatico q u e el tie m p o in fin ito d e la d u d a h a p o sib ilitad o . A u n q u e la d u d a , q u e su rg e en rela cid n al sig n ifica d o d e los s ig n o s, p e rm a n e c e sie m p re p re n d id a de la s u p e rfic ie m e ­ d iatica, g an a la in fin itu d d e su tie m p o a p a r tir de la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a q u e a p u n ta al in terio r o cu lto b ajo la su p e rfic ie m ed iatica. Y es q u e esa so sp e ch a n os fiie rz a a p re g u n ta r p o r la cau sa d e lo s d e sp laza m ien to s de sig n o s en la s u p e rfic ie m e d ia tic a ; so b re to d o a p re g u n ta r si ese desp la z a m ie n to es efecto d e u n a m a n ip u la c io n su b m e d ia tic a “ c o n sc ie n te ” y p o ten cialm en te p e lig ro sa o si, sim p lem en te, lo s sig n o s “ p a sa n ”, p o rq u e , al p are ce r, tie n e n la o rig in a ria c o stu m b re d e “ flu ir”. E sta so sp e ch a m as p ro fu n d a n o es tan e x tra n a al p e n sa m ie n to de la d e co n stru ccio n . A si, D e rrid a , p o r e je m p lo , es235

c rib e en s u lib r o

Mai cfarchive ( 1 9 9 5 ) acerca

d e lo s “ arco n -

tes”, q u e v iv e n esco n d id o s e n el in te rio r de lo s arch ivo s y los a d m in istra n e n secreto.1 Y m u y al p rin c ip io d el lib ro co n stata D e rrid a q u e el arc h iv o esta in fe c ta d o p o r u n a “ en ferm ed ad archivistica” in cu rab le, q u e consiste en q u e el archivo so lo p u ed e d isp o n e r d e u n tie m p o fin ito , c o m o y a se h a b ia d ia g n o stic a d o en el ca so d e la e c o n o m la . Y esa escasez de tie m p o de lo s arch iv o s b lo q u e a el p a s o d e l c o n te m p la d o r al in te rio r d el arch ivo , al so p o rte del arch ivo . U n o n o p u ed e “ v o lv e rse a a c o r d a r ” d el so p o rte d el arc h iv o , y, p o r eso, el s o p o rte del arc h iv o ta m p o c o p u e d e c o n v e rtirse en sig n o .2 L a fa lta de tie m p o hace d el arch ivo u n aco n te cim ie n to irred u ctib le , resp ecto al q u e careceria de sen tid o p re g u n ta r p o r su fu n d a m e n to “ e x tra te m p o ra l”. H a y el tie m p o del arch ivo , p ero el “ E lio ” del “ h ay tie m p o ” es, al fin al, el aco n tecim ien to m ism o del tiem p o . S in e m b a rg o , to d o s lo s sig n o s d e ese a rch ivo co n caracte r d e a c o n te c im ie n to tie n e n q u e ten er, d e m o d o n ecesario, id en tico caracter de aco n tecim ien to . Y asi, se co n vierten en esp ectros y co m ien zan a ap arecerse, y su ap arecer y desap arecer so rp re n d e . Y, so b re to d o : lo s sig n o s, exactam en te ig u a l q u e lo s esp ectro s, p u e d e n ap arecerse en la su p e rficie m ed iatica, p u es el esp ectro n o es o tra co sa m a s q u e el sign ific a n te d e sp u e s de la m u e rte d e l s ig n ific a d o , y p o r eso,

1 Jacques Derrida, Mai d ’archive, Galilee, Paris, 1995, pag. 13. Hay edicion en espanol: Jacques Derrida, Mai de archivo: una impresidn freudiana, traduc­ tion de Paco Vidarte, Trotta, Madrid, 1997. 2 Jacques Derrida, Mai d ’archive, pag. 153. 236

se g u n la p o s t u r a p o ste stru c tu ra lista , y a n o esta “ s u je to ” C o m o D e rrid a so lo co n cib e la su je cio n d e lo s sign ifican tes c o m o u n a su je c io n “ id e a l” a su sig n ific a c id n - y n o co m o u n a su je cid n m e d ia tic a y “ m a te ria l” en a lg u n lu gar d e la sup e rfic ie m e d ia tic a -, p u e d e d e sc rib ir los sig n o s del a rch ivo c o m o sig n o s q u e d e a m b u la n lib rem en te. P ero cla ro : el arch ivo es, so b re to d o , u n lu g ar d eterm in a d o . E s u n a m e ra o ria q u e retien e lo s sig n o s, ta m b ie n m aterialm en te, c u a n d o se h a n lib ra d o d e to d a sig n ific a tio n . E l arch ivo su rg e desde u n p rin c ip io co m o efecto de la tran sferen cia de m u ch o s sig­ n o s a u n a m e m o ria p re v ista p a ra ello. P o r eso, de h e ch o , es im p o sib le p re g u n ta r p o r el o rig en gen eral d el arch ivo y quere r re c o rd a r ese o rig e n . L a h isto ria del a rch ivo es la h isto r ia d e la tra n s fe re n c ia de sig n o s d e o tr o s lu g a re s a los e s p a c io s d e l a rc h iv o . D e a h i q u e el o rig e n d el a r c h iv o no p u e d a ser n a d a m a s q u e la s u m a de esas tra n sfe re n c ia s. C o m o h a y a n “ su rg id o o rig in a ria m e n te ” lo s signos n o es relevan te p a ra la p re g u n ta p o r el a rch ivo ; lo u n ico q u e cu en ta es la tra n sfe re n c ia al arch ivo , q u e , d esd e lu eg o , sie m p re es efecto d e la in d isc e rn ib ilid a d y h a ce in a cce sib le el o rig e n . Y esas tra n sfe re n c ia s n o so lo se h a n d a d o en los a rc h iv o s e n fu n c io n a m ie n to en el p asad o , sin o q u e se dan c o n tin u a m en te. Pero c u a n d o D e rrid a , u n a y o tra vez, se d esp ach a a gusto h a b la n d o d e lo in esp erad o , lo n u n c a visto o lo im p revisib le, lo q u e h ace es tem atizar lo n u evo co m o n u n c a antes se habia tem atiz ad o . L o in esp erad o co m p arece p o rq u e los sig n o s se n o s ap arecen , p o rq u e su m a n ife sta tio n es im p re v isib le . Los 237

sig n o s q u e se ap a recen n o p u e d e n ser, sin em b arg o , n u evo s, sin o q u e se tra ta so lo de lo s v ie jo s fa n ta sm a s d e la A n tig iie dad . P ero lo so rp re siv o de su ap arecerse so lo se repite p o rq u e se p ro d u ce d e m a n e ra n ecesaria a p a rtir d e la - a l m e n o s p a r c ia l- fa lta d e su je c io n d e lo s sig n o s a su s s ig n ific a c io nes. A si, en esta te o ria del ap arecerse d e lo s sig n o s lo que en co n tra m o s en re a lid a d es el etern o re to rn o d e lo so rp resivo , lo im p re v isib le y lo in e sp e ra d o (co n lo q u e se c o n firm a la id ea d e N ietzsch e de q u e el p e n sa r q u e q u ie re lib ra rse ra d icalm en te de la so sp ech a o n to lo g ic a esta c o n d e n a d o a p e n ­ sar se g u n la fig u ra d el etern o re to rn o d e lo m ism o ), a u n q u e sea en la fig u ra d el retorno de lo siem pre id en ticam en te in es­ p e ra d o y so rp resivo . U n sig n o , en el fo n d o , so lo p o d ria ser re a lm e n te n u e v o si p u d ie r a c o n v e rtirse en el m e n sa je d el m e d io . E sa p o sib ilid a d le es e x p lfcitam en te d en eg ad a p o r el d iscu rso de la d e c o n stru c cio n , d e m a n e ra q u e al sig n o n o le qued a m as rem ed io que aparecerse siem pre de la m ism a m a ­ n era - p o r s o r p r e s a - en la su p e rfic ie m ed iatica. Y sin e m b a rg o : el sig n o , en ten d id o c o m o fa n ta sm a , n o es, d e n u e v o , m a s q u e u n n u e v o m e n sa je del m e d io , p u es ta m b ie n el d a u n a resp u esta d e te rm in a d a a la so sp ech a o n to lo g ic o -m e d ia tic a . Y en co n creto , u n a resp u esta q u e ten d e m o s a creer, p o r q u e u n a v e z m a s n o s c o n fir m a q u e el esp a cio su b m e d ia tico d el a rch ivo esta c la u su ra d o p a r a n o so tro s. E n to d o caso , el acceso al so p o rte d el arch ivo en la fo rm a de recu erd o repetid o n o es en absolu to n ecesario p ara p r o d u c ir el efecto de u n a m ir a d a tra s la su p e rfic ie m e d ia ­ tica. L a fig u ra p la td n ic a de la re m e m o ra c io n , q u e en el p en 238

sa m ie n to d e la d e c o n s tru c c io n c o m p a re c e , an tes c o m o a h o ra , c o m o u n a “ re m e m o ra c io n im p o sib le ”, fu e so m e tid a p recisam en te p o r K ie rk e g a a rd a u n a critica rad ical e n n o m b re de lo n u evo . E l cristia n ism o , p a ra K ierk eg aa rd , es n u evo p re cisa m e n te p o rq u e n i se fu n d a m e n ta en la fig u ra d e la rem e m o ra c io n n i c o n ju ra la so rp resa. L a fig u ra de C risto no p u ed e ser re m e m o ra d a , p o rq u e C risto v in o al m u n d o histo ric a m e n te p o r p r im e r a y u n ic a vez; p e ro su fig u ra tam p o c o es so rp re n d e n te , p o rq u e tie n e u n a sp e cto h a b itu a l, “ h u m a n o n o r m a l” E n este caso, la so sp ech a o n to lo g ic a no re su lta in v a lid a d a p o r la re m e m o ra c io n d e lo o r ig in a r io , sin o p o r lo ra d ic a lm e n te n u evo . A l sign o d e lo h u m a n o se lo tr a n s p o r ta al a m b ito de lo d iv in o , y p ro d u c e , p r e c is a ­ m e n te g ra c ia s a q u e la s h a b itu a le s m a rc a s d e la o m n ip o te n c ia y la c o n d ic io n d e e le g id o fa lta n e sta vez, u n efecto d e tr a n s p a re n c ia , d e v is io n d e l in te rio r, d e m e n s a je del m e d io y d e c o n fia n z a . C u a n d o b u s c a m o s el m e n s a je d el m e d io , esto es, el sig n o d e la sin c e rid a d m e d ia tica , en ton ces n o b u sca m o s la re m e m o ra cio n de lo o rig in a rio , sino lo extran o , lo sim p le, lo p o b re, lo red u cid o y lo b ajo, q u e enc o n tra m o s n u e v o s e n el fu tu ro y q u e re m o s tra n s p o rta r al a rch ivo p a ra rem itir, m e d ia n te ellos, a lo m ed iatico. E sta m o s a b so lu ta m e n te p re p a ra d o s p a ra aceptar el fan ta sm a ta l y co m o D e rrid a lo d escrib e, c o m o u n sig n o n u evo y su g estivo , q u e n o s p u e d e p ro p o rc io n a r u n a v is io n d e lo m e d ia tic o y, c o n e llo , ta m b ie n e n el d e stin o d e to d o s los o tro s sign os. L a ra z o n p a ra ello esta clara: el espectro es p ara n o s o tr o s a lg o e x tr a n o y a l m is m o tie m p o algo p o b r e , re239

d u c id o y b a jo , p u e s estam o s a c o stu m b ra d o s a en ten d er la p erd id a de la v id a c om o u n a p riv a tio n , u n a su straccio n , u n a d e rro ta . E s d ecir, q u e c u a n d o o b s e rv a m o s c o m o M a r x o F re u d se c o n v ie rte n en e sp e c tro s p o r m e d io d e lo s texto s de D e r r id a , p e n sa m o s q u e p o r fin h e m o s a d q u ir id o u n a p e rs p e c tiv a y q u e v e m o s lo q u e esas fig u ra s s o n e n r e a li­ d ad , a saber, sig n ifican tes g ran d es y terrib les c o n sig n ificad o s m u y p ro b le m a tic o s, p o c o claro s y, en re a lid a d , m e d io m u erto s. P ero e n el b ie n en ten d id o d e q u e, a fin d e cuen tas, es la m ism a so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lo g ic a la q u e d a a esos sig n o s el tie m p o d e l ap a recerse, p u es to d o s lo s s ig n ific a n ­ tes, p o r p rin c ip io , estan b a jo la so sp e c h a d e q u e d esig n a n sig n ific a d o s q u e estan m u e rto s d esd e sie m p re . A u n q u e la so sp ech a h ace al a rch ivo in fin ito , p o rq u e n o n o s p o d e m o s fia r d e la d u r a t io n “ v iv a ” d el a rc h iv o , la m is m a so sp e c h a d eja q u e el a rc h iv o se ap a re z ca in fin ita m e n te , p o rq u e n o sotros, al m ism o tiem p o , so sp ech am o s q u e el a rch ivo n o escon d e v id a a lg u n a tras su su p e rfic ie y es u n m e ro espectro . C o n ello, el esp ectro se co n v ie rte en m e n sa je del m e d io , u n m en saje q u e n o s dice, con u n a fre cu e n cia in fin ita , q u e el esp a cio su b m e d ia tic o es s61o u n aco n te cim ie n to fin ito . A h o r a b ien : es segu ro q u e aq m n o se tra ta d e si D e rrid a tiene o n o “ razon ” co n su te o ria de los espectros. L o que m as b ien se p lan tea a q u i es la p re g u n ta d e p o r q u e esa te o ria - a l ig u a l q u e tod o el d iscu rso de la d e c o n s tr u c tio n - tien e efectos tan tentad ores y con vin cen tes; p o r q u e tien e tan to

mand.

L a resp u esta es clara : p o rq u e el d isc u rso de la d e c o n stru c ­ tio n escen ifica a la p e rfe c tio n la sin c e rid a d de lo m ed iatico , 240

en la m e d id a en q u e lleva a lo m e d iatico a reco n o cer su irred u c tib le fa lta d e sin c e r id a d d e u n m o d o e x tr a o r d in a r ia m e n te d ig n o d e c o n fia n z a . D e l m ism o m o d o q u e el co n te m p la d o r o el le c to r n o p u e d e e sc a p a rse de la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , ta m p o c o p u ed e escap arse del efecto d e la sin c e rid a d m e d ia tic a c u a n d o y a la h a c o n flrm a d o exp lic ita m e n te . C o m o el c o n te m p la d o r d e la su p e rfic ie m e ­ d iatica esta en vu elto d esd e el p rin c ip io en la e c o n o m ia d e la so sp e ch a , d eb e se g u ir to d a s la s o p e ra c io n e s de esa e c o n o ­ m ia . P ero la m is m a e c o n o m ia q u e n o s o b lig a a s o sp e c h a r n o s o b lig a ta m b ie n a con fiar, p u e s la co n fia n z a es sb lo u n a fig u ra d e la so sp ech a: so lo se p u e d e c o n fia r en la so sp ech a. Y a u n q u e la so sp ech a n o s to m a tiem p o , al cu e stio n a r la cap a cid a d q u e tiene d e p ro c u ra rn o s tie m p o u n d e te rm in a d o so p o rte m e d ia tic o (se a D io s, la N a tu ra le z a o el “ E lio ” ), al m ism o tie m p o n o s lo d a, en la m e d id a en q u e n os a d v ie rte de u n fu n d am en to in fin ito p a ra la sospech a, au n q u e se trate d el fu n d a m e n to de la m u erte. C la ro q u e lo s sig n o s, p a ra p o d e r fu n c io n a r co m o re m iten cia a u n fu n d a m e n to m&s p ro fu n d o , n o d eb en te n e r un asp ecto sim p le m e n te d istin to o so rp re n d e n te , sin o q u e tien e n q u e ser g en u in a m e n te n u e v o s, esto es, tien en q u e co n v e rtirse en m en sajes d el m ed io , ig u a l q u e el espectro se ha co n v ertid o p o r m e d io d el d iscu rso de la d e c o n stru c c io n en u n n u evo sig n o de lo m ed iatico . P u es el esp ectro so lo v a g a d e v e rd a d c u a n d o v a g a c o m o u n n u evo

readymade e n

e l in ­

te rio r d el a rch ivo . P o r lo d em as, el h ech o d e q u e la te o ria p o s tm o d e rn a d e lo m e d ia tic o se en cu en tre en la tra d ic io n 241

de la v a n g u a rd ia , en la m e d id a en q u e, a fin d e cu en tas, esc e n ific a y a n u n c ia su p r o p ia te m p e s tiv id a d p o r m e d io de u n a p ra x is d e

readymade d esviad a y v a n g u a rd ista , n o

h a p a-

sa d o e n a b so lu to d e sa p e rc ib id o a lo s te o ric o s d e la p o stm o d e rn id a d . A h o r a b ie n : q u e a p a r ie n c ia c o m ie n z a a a d q u ir ir la v a n g u a rd ia c u a n d o lo n u e v o d e la v a n g u a rd ia , p o r m e d io de u n efecto so rp re sa , es su stitu id o en el sig n o d e la escasez d e tie m p o , eso es algo q u e se m u e s tra d e u n m o d o e sp e c ia lm e n te c la ro en la te o rfa d e lo s u b lim e q u e Jean -F ra n ^ o is L y o ta rd h a d esarro llad o p a ra a c u d ir al rescate d e la v a n g u a rd ia en lo s tie m p o s de la p o stm o d e rn id a d .

242

J e a n - F r a n c o is Ly o t a r d :

E n su

la

Mo n tan a

Crttica deljuicio, K a n t

r u s a d e lo s u b l im e

d efin e a s! lo su b lim e : “ S u ­

b lim e es lo q u e, so lo p o rq u e se lo pu ed e p en sar, d e m u e stra u n a fa c u lta d del e sp iritu q u e su p e ra tod a m e d id a de lo s sentid o s” 1 E s d ecir, q u e a q u i ta m b ie n se tra ta -c o m p a r a n d o lo c o n la p o s ib ilid a d d e la v e rific a c io n c o n lo s s e n t id o s - de u n exced en te, d e u n exceso d e im a g in a t io n . C o m o es con o cid o , K a n t d istin g u e d esp u es entre lo su b lim e m a te m a tico y lo su b lim e d in a m ic o . L o su b lim e m a tem atico su p e ra cualq uier calculo n u m erico de g ra n orden: “A h o ra b ien : para la a p re cia cio n m atem atica de las m a g n itu d e s no h ay n in g u n m a x im o (p u es la fu e rz a de los n u m e ro s v a a l in fin ito ); pero p a ra la a p re c ia c io n estetica de la s m a g n itu d e s hay, e n cam b io , u n m a x im o , y d e este d igo q u e c u a n d o es ju z g a d o con u n a m e d id a a b so lu ta p o r e n c im a de la c u a l no es p o s ib le n in g u n a su b je tiv a m a y o r (p ara el su jeto q u e ju zg a ), en to n ces llev a co n sig o la id e a de lo su b lim e y d e te rm in a a q u e lla e m o tio n q u e n in g u n a a p re c ia c io n m a te m a tica de las m ag-

1 Immanuel Kant, Kritik der Urteilskraft, en Immanuel Kants Werkausgabe, Suhrkamp, Frankfurt del Meno, 1974, pag. 172. Hay edicidn espanola: Imma­ nuel Kant, Critica del Juicio> traduccion de Manuel Garcia Morente, col. Austral, Espasa Calpe, Madrid, 1981. 243

n itu d es p o r m ed io d e n u m e ro s ( . . . ) p u e d e p ro d u c ir ( . . . ) ” 1 U n a e stim a c io n estetica d e lo g ra n d e c o m o esa reco n o ce lo su b lim e alii d o n d e su rge el sen tim ien to d e q u e n u estro s sentid o s y a n o estan en d is p o s ic io n d e m e d ir la in fin itu d de la s “ id eas de la ra z o n ”. M ie n tra s q u e lo su b lim e m atem atico se escapa a n u estro s sen tid os, lo su b lim e d in a m ic o se escapa a n u e stro tie m p o v ita l. L o su b lim e d in a m ic o n o s g aran tiza u n a v is io n en n u e s tra p r o p ia fln itu d , e n la b re v e d a d d el tie m p o q u e n os h a sid o con ced id o . C o m o eje m p lo s d e lo su b lim e d in a m ic o c ita K a n t suceso s n a tu ra le s v io le n to s co m o las to rm e n ta s, las eru p c io n e s v o lcan ica s y d em a s catastrofes q u e a m e n a z a n n u e stra v id a d irectam en te, y q u e, p o r tanto, n os h a c e n v isib le d e m a n e ra d ire cta n u e stra fin itu d y n u e stra c a re n cia de tie m p o . Pero lo que es su b lim e n o es la am en aza m ism a , sin o solo la “ idea” de esa am en aza, q u e n o s d a la o p o rtu n id a d , si n o d e v iv e n ciar n u estro h u n d im ien to , al m en o s de pen sarlo, im ag in arlo y q u iz a d isfru ta rlo esteticam en te. Se tra ta d e la su b lim id a d de n u e stra p ro p ia ra z o n , q u e p o d e m o s re c o n o c e r a la vista d e la c a ta stro fe q u e a m e n a z a n u e stra v id a : la su b lim id a d , p a ra K an t, n o esta “ en n in g u n a cosa d e la n atu raleza” sin o “ en la fa c u lta d , q u e h a y en n o s o tro s ”, d e ju z g a r sin m ie d o co sas q u e n o s a m e n a z a n .2 P a ra K a n t, e l su jeto d e las id eas d e la ra z d n es su b lim e , p o r q u e p u e d e p e n s a r m a s q u e v iven ciar, y p u e d e im a g in a r m a s q u e e x p e rie n c ia r y, co n ello,

1 Immanuel Kant, Kritik der Urteilskraft, pag. 173. 2 Ibidem, pag. 189. 244

p ru e b a su s u p e r io r id a d , su su b lim id a d fre n te a la n a tu raleza. P o r lo d em as, K a n t apu n ta, en otro lu g a r de su o b ra , que el ca m p e sin o q u e h a p a sa d o to d a su v id a en las m o n ta n a s d e n in g u n a m a n e ra p ie n sa e n estas c o m o su b lim es, 7 que c o n sid e ra a “ tod os lo s a fic io n a d o s a la n ie v e de las m o n t a ­ n as u n o s lo c o s” 1 A u n asi, e scrib e q u e “ ( . . . ) p o rq u e e l Ju icio so b re lo su b lim e d e la n atu raleza req u iere c u ltu ra (m as q u e el ju ic io so b re lo b e llo ), n o p o r eso es p ro d u c id o o rig in a ria m e n te p o r la c u ltu ra e in tro d u c id o a lg o asi c o m o con v e n c io n a lm e n te e n la s o c ie d a d ( . . . ) ”.2 C o n to d o , K a n t ad m ite q u e la c a p a c id a d de c o n sid e ra r c o m o su b lim e s fen o m e n o s n a tu ra le s v io le n to s su p o n e u n a cie rta c u ltu ra . Es evid en te q u e las to rm e n ta s, las e ru p c io n e s v o lcan ica s o los aludes so n v iv e n c ia d o s p o r n o so tro s com o su b lim es p o rq u e se p resen tan co m o su ceso s n a tu rales, q u e am en azan d irectam en te n u e stra existen cia, y ta m b ie n p o r se r im ag en es rom a n tica s co n v e n cio n a le s, que n o s resu ltan fam iliares p o r el arte y la lite ra tu ra . L o s aco n tecim ien to s su b lim es s o n , por a s ! d ecirlo ,

readymades in v e rtid o s,

que s o n tra n sp o rta d o s

d esd e el a rte a la v id a . P recisa m en te ese d o b le c o d ig o es el q u e , al parecer, n os d a la p o sib ilid a d de, a l m ism o tie m p o , tem erlo s y d isfru ta rlo s. Sin em b arg o , Je a n -F ra n ^ o is L yo tard h a en sayad o , e n su e sc rito

Lo sublime y la vanguardia, u n a

in te rp re ta c io n de

lo su b lim e n o co m o u n re co n o cim ie n to d el arte en la vid a, 1 Immanuel Kant, Kritik der Urteilskraft, pag. 190. 2 Idem. 245

sin o m a s b ie n c o m o u n re co n o cim ien to d e la v id a e n el arte: es d ecir, n o c o m o u n sig n o artlstic o q u e a m e n a z a n u estra v id a , sin o c o m o u n sig n o de v id a q u e a m e n a z a la in stitu c io n a rte .1 Y es q u e L y o ta rd c o m ie n z a s u in te rp re ta c io n d el arte d e v a n g u a rd ia co n la con statacio n d e q u e el arte - c o m o c u a lq u ie r o tra in stitu c io n s o c ia l- su p o n e u n a c ie rta d u ra c io n e x isten cia l, u n a c ie rta p e rsp e c tiv a te m p o ra l q u e p erm ite a esa in s ititu c io n p la n e a r su fu tu r o , c a lc u la rlo y c o n fig u ra rlo . P a ra ello sirv e n , en el caso d el arte, la s escuelas d e arte, lo s p ro g ra m a s, p ro yecto s y estilo s q u e establecen c b m o d eb e p ro se g u ir la in stitu c io n arte, y q u e, e n el fo n d o , n o so n o tra cosa m a s q u e sistem as d e re g la s p a ra la co n tin u a c io n d e la p ro d u c c io n artistica . C u a n d o se sig u e n esas re g la s se sa b e e x a c ta m e n te c u a l d eb e se r el p r o x im o p aso . Y a traves d e u n a p ro d u c c io n reg lad a y p red ecib le c o m o esa, la in stitu c io n arte se re p ro d u c e sie m p re m a s alia, h a c ia el fu tu ro . To d a in stitu c io n , in c lu id a la in stitu c io n arte tiene, seg u n eso, algo de m a q u in a l, de autom atxco: sig u e fu n cio n a n d o sie m p re b a jo la c o n d ic io n de q u e p u e d e s e g u ir fu n c io n a n d o sie m p re q u e n o su ced a n a d a e s p e c ia l

(It happens) tien e en L yo tard el “ h a y tie m p o ” (EsgibtZeit) de H e i­

E s decir, q u e ese “ su ced e” la m ism a fu n c io n q u e

d eg g er. S e tra ta , c o m o d ice L y o ta rd , d el a c o n te c im ie n to (.Ereignis) en sen tid o h e id eg g erian o . Y es q u e las in stitu c io n es n o p u ed en n o tar -e x a c ta m e n te ig u a l q u e n o p u e d e n h ac e rlo las m a q u in a s - q u e el tie m p o q u e le s p e rm ite se g u ir 1 Jean-Francois Lyotard, “ The Sublime and the Avant-Garde”, en Andrew Ben­ jamin (ed.), The Lyotard Reader, Basil Blackwell, Oxford, 1989, pags. 196 y ss. 246

fu n cio n a n d o lo obtien en del “ E lio ” : sim plem ente sigu en fu n ­ cionando, p ero no h ay garantia algu n a de q u e seguiran fu n cio ­ n a n d o sie m p re , y p o r eso p u e d e p a s a r ta m b ie n q u e su tie m p o se e x tin g a . L a s in stitu c io n e s in te n ta n c o n q u is ta r su fu tu ro , p la n e a rlo , d o m in a rlo , p e ro n o lo h acen p o r su p ro p ia fu erza, sino p o rq u e “ se” les h a d ad o tiem po p a r a eEo. P o r eso, p e n sa r el tie m p o com o u n acon tecim ien to sig n ifica d erro c a r el p e n sa r (p la n ific a d o r )1 y, al m is m o tiem p o , p e n ­ sa r la falta d e tie m p o

(laprivation): p e n sa r e n la p o sib ilid a d

d e q u e n i el p ro p io p e n sa m ie n to n i n a d a m as siga fu n c io ­ n a n d o . L a o r ig in a ria escasez d e tie m p o ju e g a u n p a p e l cen ­ tra l en L y o ta rd , au n q u e esta vez n o im p id e -c o m o en e l caso d e D e r r id a - la p o sib ilid a d de u n reto rn o d e lo o rig in a rio , sin o q u e

mis b ien

im p id e la p la n ific a cid n d el fu turo . D esd e

a h l, lo su b lim e de la v a n g u a rd ia es en ten d id o p o r L y o ta rd c o m o la rie g a tiv a a d e ja r q u e la s cosas sig a n fu n c io n a n ­ d o co m o h a n fu n c io n a d o siem p re, es d e cir: a que la s n uev a s o b ras d e arte se sig an p ro d u c ie n d o seg u n los v ie jo s m od e lo s y a q u e se sig a n tra sla d a n d o al fu tu r o lo s v ie jo s p ro y e cto s, las escu elas, ten d en cias y p ro g ra m a s. E sta co m p re n s io n d e la v a n g u a r d ia c o m o re siste n c ia , c o m o n eg ativ a a c o n tin u a r el p a s a d o en e l fu tu ro es d e cisiv a p a r a la a r g u m e n ta c io n de L y o ta rd , y v o lv e re d e sp u e s s o b r e este p u n to . Pero antes d eb e p lan tearse la c u e stio n acerca d e que p u e d e h a b e r realm en te d e su b lim e en esa n egativa. L yo tard em p ren d e al com ien zo de su b re v e escrito u n exc u rs o re la tiv a m e n te la rg o p o r la h isto ria d e las id e a s p a ra 1 Jean-Francois Lyotard, “ The Sublime.. ” pag. 197. 247

en co n trar el con cep to d e lo su b lim e q u e se c o rre s p o n d s con la p ra x is artisitica de la v a n g u a rd ia , u n ex c u rso en el q u e le sirv e n c o m o p u n to de p a rtid a lo s escrito s d e B a rn e tt N e w ­ m a n , e n lo s q u e este c a ra c te riz a su p r o p io arte c o m o s u ­ b lim e . L y o ta rd in siste so b re to d o en q u e la v a n g u a rd ia n o d isp o n e de p o e tica a lg u n a , es decir, q u e n o d isp o n e de un sistem a de reglas p a ra la p ro d u c c io n d e arte. E n vez de eso, q u iere im p re sio n a r al co n tem p la d o r, y esa im p re sio n debe te n e r u n efecto ch o ca n te en el. L a v a n g u a rd ia c h o ca , p r o ­ d u ce in se g u rid a d , n o s saca de n u e stra s casillas. Y esa co n d ic io n d e la v a n g u a r d ia p arece c o rre sp o n d e rse , de h ech o , co n la d eterm in acio n k an tian a de lo su b lim e: la v id a del c o n ­ tem p lad o r n o esta in m ed iatam en te am en azad a, p e ro sus exp ectativas cu ltu rales resu ltan d ecep cio n ad as de u n a m a n e ra c h o ca n te . D e m a n e ra q u e se p u e d e p e n s a r co n se g u rid a d q u e, al m en o s p a ra las n atu ralezas sen sib les, u n

shock este-

tico de ese tip o p u ed e ser lo su ficien tem en te g ra n d e co m o p a ra p ro d u c ir u n au ten tico susto. E s d e c ir: seg u n L y o ta rd , la v a n g u a r d ia d e m u e s tra q u e “ su ced e”, p o rq u e m u e stra q u e , e n d e te rm in a d a s c o n d ic io n es, ta m b ie n p u e d e d e ja r d e su ced er. C o n ello, la fm itu d , el c aracter d e a c o n te c im ie n to d el tie m p o se revela al c o n ­ te m p la d o r d e a rte d e u n m o d o c h o c a n te . L a “ id e a de la ra z o n ” k a n tia n a co n siste en este caso en p e n sa r la s escuelas a rtistica s, lo s p ro y ecto s y lo s m e to d o s en co n stan te rep e ticio n . Y en ton ces esa e x p ectativa es q u eb ran tad a p o r la ab ru p ta in te rru p c io n , a n u n c ia d a p o r la o b ra de arte d e v a n ­ g u ard ia, d e l v ie jo p ro g ra m s . P a ra q u e el sen tim ien to de lo 248

su b lim e p u e d a ten er lu g a r en el co n te m p la d o r c o m o conse c u e n c ia d e esa c o n m o c io n , este d eb e, sig u ie n d o a K ant, d esear e im a g in a r q u e la in stitu c io n arte tam b ien s ig a fun c io n a n d o c o m o h a fu n c io n a d o h asta a h o ra : com o s i la c o n ­ m o c io n p r o d u c id a p o r m e d io de la o b ra d e a rte de v a n g u a rd ia n o se h u b ie ra p ro d u c id o en ab solu to. K a n t de­ fin e lo su b lim e c o m o u n sen tim ien to q u e reside “ e n n osotro s” y n o e n las cosas. O sea, q u e las o b ra s de arte d e v a n ­ g u a rd ia e n n in g u n ca so p u e d e n ser su b lim e s, p u e s to que tam b ien ellas son m e ra s cosas. E l sen tim ien to de lo su b lim e so lo p u e d e su rg ir e n el c o n te m p la d o r d e esa o b ra y b ajo la c o n d ic ib n d e q u e sie n ta y p ie n s e de m o d o co n se c u e n te m en te a n tiv a n g u a rd ista . C u a n d o el c o n te m p la d o r d e arte asiste c o n sa tisfa c c io n a lo s m a n e jo s d e la v a n g u a r d ia y a c e p ta o b r a s de a rte d e v a n g u a r d ia sin c o n tra d ic c io n , el

shock d e

la in te r r u p c io n n o p u e d e te n e r lu g ar: s o lo aq u el

q u e ve en ca d a o b ra d e arte d e v a n g u a rd ia el fin al, o m ejo r au n , la m u e rte del arte, esta en situ a cio n d e e x p e rim e n ta r el s e n tim ie n to d e lo su b lim e al c o n te m p la r esa o b r a . Tal y co m o es in terp reta d o p o r L yotard , la v an g u ard ia sb lo puede in s p ir a r el se n tim ie n to de lo su b lim e e n el m as a c e rrim o de sus en em ig o s, q u e se d esea e im a g in a el arte d esp u es de la v a n g u a rd ia co m o c o n tin u a c io n de a q u e llo que e r a el arte p rim e ro , an tes d e la lle g a d a d e la v a n g u a rd ia : sb lo en ton ces p u ed e ese co n te m p la d o r v iv e n c ia r la am en aza a la contin u a c io n d el v ie jo a rte p o r p a rte de la v a n g u a r d ia co m o algo su b lim e. C o n ello q u e d a claro tam b ien p o r q u e a Lyotard n o le satisface e n a b so lu te el exito so c ia l de la v a n g u a rd ia : p a ra el, 249

la v a n g u a rd ia p ie rd e c o n su ex ito a su c o n te m p la d o r m a s co m p e te n te , o sea, a su e n e m ig o . C o n p e n a c o n sta ta L y o ­ ta rd q u e la v a n g u a rd ia , en tretan to, tie n e in clu so su p ro p ia tra d ic io n : la celeb re tra d ic io n de lo n u evo . P a ra el, el n acim ie n to d e esa t r a d ic io n s ig n ific a e x a c ta m e n te q u e la au ten tica v a n g u a rd ia se h a p e rv e rtid o . S i el fin a l de lo an tigu o se en tien d e so lo c o m o u n m o m e n to d e la p ro d u c tio n de lo n u e v o , e n to n ces la v a n g u a rd ia y a n o p u e d e p o n e r m as de m a n ifie sto q u e “ su c e d e ” o q u e “ h a y t ie m p o ”. L a fin itu d d e to d o s lo s p ro y e c to s y p r o g r a m a s es m e ra m e n te m a n ip u la d a p a ra d e ja r c o rre r n u e v o s p ro y e cto s y p ro g ra m a s; a escasez b a sic a d e tie m p o , el fra c a so fu n d a m e n ta l, la fin i­ tu d fu n d a m e n ta l, la m o rta lid a d fu n d a m e n ta l y el aco n tec im ie n to fu n d a m e n ta l se in te g ra n c o n ello e n el m e rc a d o ca p ita lista de arte, q u e, p o r su p arte, tien e u n p e rm a n e n te in teres p o r d esh acerse de lo v ie jo y d e ja r n a c e r en su lu g a r lo n uevo. El “ su ced e” y a n o le in teresa a n ad ie; en vez d e ello, la gen te se p re g u n ta q u e su ced e, q u e h a y d e n u evo . L a in ­ n o v a tio n capitalista se hace co n lo su b lim e y lo “ d e-su b lim a”. E sta p o le m ic a c o n tra el u so u tilita rista d e lo s u b lim e p o r p a rte d el m e rc a d o recu e rd a , p o r lo d e m a s, la p o le m ic a de B ataille co n tra el ap ro vech am ien to u tilitarista d e las gu erras y las re v o lu cio n e s p o r p a rte de la politxca. N in g u n arte debe e x p lo ta r la m u e rte del arte. E so su e n a c o m o : n in g u n a p az p u e d e e x p lo ta r las c o n se c u e n c ia s d e la g u e rra . P ero , ^que se p u ed e exp lo tar, sin o eso? Se n o ta q u e L y o ta rd tien e e n o rm e s d ificu ltad es in telectuales p a ra d a r u n a resp u esta a d e cu a d a - e s t o es, re d e n to ra 250

d e l c a ra c te r d e a c o n te c im ie n to d e la v a n g u a r d ia - a l p e ligro de la “ d e -su b lim a c io n ” de la v a n g u a rd ia p o r el m e rca d o cap italista. U n a p o sib le respu esta, q u e el ap u n ta, p e ro que n o p ro sig u e d e m o d o siste m a tico , co n siste en in te rp re ta r al p ro p io c a p ita lism o c o m o su b lim e . “ H a y algo de su b lim e e n la e co n o m la capitalista”,1 dice. C o n u n a referencia a M a rx , L y o ta rd in siste en q u e el c ap italism o es so b re tod o d estru ctivo , n eg ativo , critico y au to critico , y q u e e n su b u s q u e d a de b e n e fic io se d e sp re n d e g u sto sa m e n te d e lo a n tic u a d o . E n este sen tid o, el c a p ita lism o es, d esd e sus p rin c ip io s, m o d e lico p a ra el arte d e v a n g u a rd ia . P ero L y o ta rd , a fin d e cu en tas, tien e p o r p e rn ic io sa la c o n fu si6 n en tre aco n tecm ien to e in n o v a tio n .2 C o n to d o , la d ife re n cia en tre aco n tecim ien to e in n o v a tio n ap arece en el -e x p re s a d o en el le n g u a je de K a n t - c o m o u n a d ife re n c ia m a te m a tica , esto es, cu a n tita tiv a y n o c u a litativa . P u e s L y o ta rd so stien e que el m e rc a d o d e arte y su s agen tes, los m ed iad o res, fo m e n ta n so lo aq u el a rte n u e v o q u e c o m b in a e lem en to s de lo n u evo c o n la re ­ p e titio n d e lo vie jo . U n arte c o m o ese -fre c u e n te m e n te den o m in a d o “ p o s t m o d e r n o ”, p o r lo d e m a s - n o es, p ara Lyotard, su fitie n te m e n te vanguard ista. S 6 lo pro d u ce p eq u en as d iferen cias y esa c ie rta “ p etit frisso n ” d e la in n o v a tio n , e n v e z de u n

shock v io le n to .

“ P ero la tarea d e la v a n g u a rd ia

sig u e sie n d o d e m o le r lo s p resu p u esto s q u e la ra z o n

{mind)

tie n e e n r e la t io n al tie m p o . E l se n tim ie n to de lo s u b lim e es el n o m b re de esa p e rd id a

{of this privation)”?

1 Jean-Fran^ois Lyotard, “The Sublime...”, pag. 209. 2 Ibidem, pdg. 210.

3 Ibidem, pag. 2 11 . 251

S o b re este p asaje, q u e esta al fin a l d el texto d e L yo tard , p o d ria n d ecirse, co n to d a se g u rid a d , m u ch a s cosas. E n p r i­ m e r lu g ar, co n tien e u n a lla m a d a a la v a n g u a rd ia p a ra q u e p e rm a n e z c a sien d o lo q u e siem p re file, o sea, la m an ifestac i6 n d el aco n tecim ien to , d e la c a re n cia d e tie m p o , de la fin itu d . (S ie n d o m a lo s, se p o d ria ta m b ie n re c o n o c e r en ese p asaje u n p ro g ra m a q u e qu iere p re sc rib ir al arte lo q u e debe h a c e r y d e ja r d e h a c e r e n el fu tu r o ) . O sea, q u e u n a v a n ­ g u a rd ia q u e se e n tie n d a a si m is m a c o m o p r o g r a m a y refle x io n e so b re su fu n c io n c o m o b ie n d e c o n s u m o n o es, segu n la p o stu ra d e L y o ta rd , au ten tica v a n g u a rd ia , au n q u e d e c e p c io n a c o n u n

shock la s

e x p e c ta tiv a s d e l c o n te m p la -

d o r d e v iv e n c ia r algo su b fim e. Y, en seg u n d o lugar, exige d el c o n te m p la d o r resu ltar ch o ca d o so lo p o r las g ra n d e s y verd a d e ra s d iferen cias. Sin em b arg o , esa es u n a e xig en cia cu rio sa, q u e, c o m o d iria K an t, c o n fu n d e la v a lo ra c io n estetica de lo su b lim e c o n la a p re cia cio n m a te m a tica d e la gran deza: es a b so lu ta m e n te p o sib le im a g in a r q u e d e te rm in a d o s co n tem p la d o re s p o d ria n ser ch o ca d o s p re c isa m e n te p o r aq u ella s o b ra s d e a rte de las q u e L y o ta rd so lo re c ib e u n “ p e tit frisso n ”. A si, se p u e d e su p on er, p o r e je m p lo , q u e lo q u e o cu rre es q u e L y o ta rd , c o m o el c a m p e sin o d e las m o n ta n a s del q u e h a b la K an t, sim p le m e n te h a p a sa d o m u c h o tie m p o en tre o b ra s de arte - o q u iz a m u y p o c o , ^quien sabe? - p a ra que algo le p u e d a c h o ca r en serio . P u es la c a p a c id a d de v iv e n ­ ciar lo su b lim e reside, co m o L yo tard co n tin u am en te afirm a, exclu sivam en te e n el co n tem p la d o r. Pero so lo ese h ech o y a 252

exclu ye c u a lq u ie r p o sib ilid a d de sacar d esd e el c o n ce p to de lo su b lim e cu a lq u ie r c o n clu sio n p a ra la p ro d u c c io n d e arte. C u a n d o se e x a m in a co n e x a c titu d el an alisis de L y o ta rd , se debe a d m itir q u e so lo la reaccion del con tem p lad o r a n te u n a o b ra de arte pu ed e d eterm in a r si se trata d e u n a o b ra d e arte tra d ic io n a l o d e u n a d e v a n g u a rd ia : c u a n d o se v iv e n c ia u na o b ra d e arte c o m o u n te rm in o a tod o aq u ello q u e e sta plan ific a d o y p ro g ra m a d o , e n to n ces esa o b r a de a rte es van g u a rd ista ; y c u a n d o se v iv e n c ia esa o b r a d e arte c o m o la p ro se c u c id n de aq u e llo q u e esta p la n ific a d o y p ro g ra m a d o , en to n ces n o es u n a o b ra de v a n g u a rd ia . N o p u e d e d ep en d er de cu alid ad es d e la o b ra, q u e son extern as, con tro lab les, tecn icas. O, d ich o d e o tra m a n e ra : s6 lo p u ed e ser v a n g u a rd ista la reaccio n del co n tem p la d o r, p ero n o el arte m ism o . P ero c u a n d o L y o ta rd d efin e el arte p o stm o d e rn o com o u n arte d e las p e q u e n a s d iferen cias y d e n u n c ia el a rte neoclasicista y n e o rro m a n tico d e los estad os to ta lita rio s de los an o s tre in ta y c u a re n ta c o m o p u ra a n tiv a n g u a rd ia , su arg u m e n ta c io n se ta m b a le a . P o rq u e p o d e m o s im a g in a rn o s m u y fa c ilm e n te a a lg u ie n q u e e stu v ie ra m u y p r o fu n d a m em te ch o ca d o y asu stad o p o r el arte to talitario , y e n to n ­ ces se ria , se g u n lo s c rite rio s d e L y o ta rd , un a u te n tic o v a n g u a rd ista . P ero, co m o es o b v io , tien e p o co se n tid o traer a c o la c io n a rg u m e n to s lo g ic o s de p o c a m o n ta, p u e s lo que L y o ta rd d ice es, a fin de cu en tas, lo que en tretan to d ic e todo el m u n d o ; co n la d ife re n c ia d e q u e h o y y a n ad ie estd disp u esto a crererse q u e la v a n g u a rd ia artistica p u ed a su straerse al m e rc a d o de arte d el ca p ita lism o . M a s b ien p erten ece 253

a las e v id e n d a s d e n u estro tie m p o q u e la v a n g u a rd ia se h a id o d e fin itiv a m e n te a p iq u e en el m e rc a d o . H o y es p recisam en te el arte m as avan zad o el q u e celeb ra su p re su n to h u n d im ie n to , su liq u id a c io n p o r el m e rc a d o , c o m o u n suceso e sp e c ia lm e n te su b lim e . A fin de c u e n ta s, L y o ta rd h a co n segu id o acla rar en m u ch o s sen tid os las co n d icio n es p a ra ese sen tim ien to , d o m in a n te en gen eral, y segu n el cu a l la v a n ­ g u a rd ia h a lle g a d o a su fin . E l argu m en to cen tral de Lyotard y a lo con o cem o s: la v a n ­ g u a rd ia es, p o r esen cia, el sig n o d el fin a l, d e la p e rd id a , de la c a re n cia d e tie m p o : es el sig n o q u e p ro d u c e u n

shock en

n o so tro s, lo s espectadores. Pero la carcaterizacio n de la v a n ­ g u a rd ia c o m o el

shock q u e

d eb e c o m p a re c e r c o m o co n se-

c u e n c ia de la te r m in a c io n in e s p e r a d a d e u n p ro y e cto artistico en m a rc h a d ep en d e de u n su p u esto m a s q u e p ro b lem atico . Se trata p recisam en te d e esa su p u e sta " id e a d e la ra z o n ” de la q u e se h a b la tan to a l p rin c ip io c o m o al fin al del texto d e L yo tard , E sa “ id ea de la ra z o n ” tien e q u e co n sistir en q u e c a d a a c o n te c im ie n to sig u e el d e s a rro llo d el p la n . A h o ra b ie n , p arece q u e la id ea de la ra z o n , cu a n d o se la exam in a m&s de cerca e n re la c io n al tie m p o h istd ric o , se corre sp o n d e co n algo c o m p le ta m e n e d istin to , a sab er: co n la id e a d e q u e to d a s la s c o sa s c a m b ia n y n a d a o c u rre c o m o estab a p re v isto . S i existe d e h ech o u n a id e a de la ra z o n en relacio n al tiem p o , en ton ces esa idea co n tien e esto: q u e to d o lo p resen te p a sa y to d o s lo s p lan es d e fu tu ro d e b e n fracasar. C o n tra ria m e n te , la id e a de q u e to d a s las cosas sig u en o cu 254

rrie n d o ta l y c o m o estab an p la n e a d a s es u n a idea m u y in u sual: en reaiid ad , es u n a idea d e v a n g u a rd ia . Y, de h ech o , la v a n g u a rd ia reaccio n a an te el c o n o c id o caracter p asajero de to d a s las co rrien tes artisticas y estilo s h isto ric o s p re c isa m e n te c o n el in te n to d e sa lir d el tie m p o h isto rico y a b rirle al arte u n a p ersp e ctiv a te m p o ra l v irtu a lm e n te in fin ita : la d e l fu tu ro c o m o p ro g ra m a , p ro y e c to y p la n . H a sid o p re c isa m e n te e n la v a n g u a rd ia ra d ic a l, que fu n d a b a escu elas y p ro c la m a b a m a n ifie sto s, d o n d e se han fo rm u la d o p ro g ra m a s y p ro y ecto s que, a l ig u a l q u e lo s p ro g ra m a s te cn ico s, d e b ia n a n u n c ia r y p ro d u c ir u n n u e v o fu ­ tu ro , p ro g ra m a d o seg u n reglas estrictas. E so s p ro g ra m a s y p ro yecto s e ra n con to d a seg u rid ad red u ccio n istas, y p o r eso acab aro n c o n m u ch as cosas q u e antes eran valid as. P ero para fo r m u la r u n p r o g r a m a claro y q u e p u e d a c u m p lirs e u n o tiene q u e tira r m u ch o lastre y d esem b arazarse de to d o lo ca­ su al, de lo lig ad o al tie m p o y al espacio, p a ra co n cen trarse so lo en lo esen cial. L a v a n g u a rd ia clasica co m en zo c o n un pro yecto de red u ccio n com o ese, claram en te d efin id o : el cub ism o , el su p re m a tism o , D e S tijl y la B a u h a u s tra b a ja ro n en p ro y e c to s c o m o ese. Y p re c isa m e n te a q u e lla s a rte s y c o ­ rrie n te s a rtistic a s q u e L y o ta rd c ita en su texto , y ta m b ie n B a rn e tt N e w m a n , D a n ie l B u re n y los artistas del m in im a lis m o a m e ric a n o h a n d e sa rro lla d o u n p r o g r a m a c la r o y c o m p re n sib le , q u e se e n c u e n tra e n la tra d ic ib n de la v a n ­ g u a rd ia cl&sica. E s d ecir, q u e la v a n g u a rd ia n o es re d u c cio n ista p o rq u e q u ie ra a c a b a r co n u n

shock la

tra d ic io n d e l arte y a s ! p ro 255

d u c ir u n sen tim ien to d e lo su b lim e e n el a lm a d el espectad o r, sin o p o r q u e el a rtista d e la v a n g u a r d ia p a rte d e que to d a s la s tr a d ic io n e s re g io n a le s y c o n d ic io n a d a s p o r su e p o c a tien en q u e h u n d irse en el fu tu ro de to d as fo rm a s. E n realid ad , la v a n g u a rd ia lo q u e q u iere es salv ar lo p o co que p u e d a salvarse. N o b u s c a el h u n d im ie n to de la tra d ic io n , sin o q u e, al c o n tra rio , b u sca salvarse d e ese in e v ita b le h u n ­ d im ie n to , a u n q u e sea lig e ra de e q u ip aje. S o lo aq u e l q u e n o se d a c u e n ta de q u e su c asa h isto ric a esta a rd ie n d o p u e d e c o n fu n d ir co n u n p iro m a n o al q u e tra ta de sa lv a r lo p o co q u e p u e d e sa lv a rse . P ero esa c o n fu s io n es e x a c ta m e n te la q u e esta en la b ase de la teo rfa d e la v a n g u a rd ia d e Lyo tard . P o r eso L yo tard ta m p o c o se in teresa p o r lo s p ro g ra m a s con cretos d e la v a n g u a rd ia : n o le in teresa la p ro m e sa de fu tu ro q u e co n tien e la o b ra de arte d e v a n g u a rd ia ; s6 lo le in teresa el la stre q u e la v a n g u a rd ia h a d e ja d o tras d e si: eso q u e arde y n o eso q u e se salva. Y ta m p o c o cae en la c u e n ta d e que, p o r su p arte, el p a sa d o so lo p u e d e ser c o m p re n d id o co m o p ro g ra m a y p ro y e c to a la lu z d e la v a n g u a r d ia y c o n tra el fo n d o del p ro g ra m a d e la v a n g u a rd ia . S o lo a p a rtir del ad v e n im ie n to d e la v a n g u a r d ia p u e d e e n te n d e rse el p a s a d o c o m o u n p ro y e c to d e fu tu ro - p o r m e d io de u n a re v o lu c i6 n c o n se rv a d o ra q u e trata lo s estilos artistico s del p asad o c o m o p ro g ra m a s d e v a n g u a rd ia y p ro yecto s d e fu t u r o - . P or lo d em as, el arte to ta lita rio n o fu e m a s q u e u n a in terp reta c i6 n d el p a s a d o d e ese tip o , e n el se n tid o d e u n a p r o g r a m a tic a v a n g u a rd ista , fu tu rista. O sea, q u e lo q u e la v a n g u a r d ia c e le b ra n o es la d ecad en cia, el fin al, el 256

shock y

lo su b lim e. L a a d m ira c io n p o r la

d e ca d e n cia era m as b ie n caracteristico d el am b ien te

siecle p re v io

fin de

al ad v e n im ie n to d e la v a n g u a rd ia . C o n tra ria -

m en te a ello , cad a g ru p o de artistas de v a n g u a rd ia h a disen a d o su p ro p io p ro g ra m a p a ra el fu tu ro . Y con fre c u e n c ia h a n in te n ta d o , de u n m o do e x tra o rd in a ria m e n te d o g m a tico y a g resivo , im p o n e r ese p ro g ra m a . E n este se n tid o , se p u ed e h a b la r m as b ie n de u n fu n d a m e n ta lism o d el fu tu ro , q u e ha sid o la m a rc a d e tod as la s v an g u ard ias. N o te se que se trata d e u n fu n d a m e n ta lism o del fu tu ro y no d e la fe en el p ro g re s o q u e ta n fre c u e n te m e n te se a trib u y e a la v a n ­ g u a rd ia . P re c isa m e n te en lo q u e n o h a crefd o la v a n g u a r ­ d ia es en el fu tu ro , p u e s el fu tu ro sig n ifica cam b io h isto rico , m o d ific a r io n , in te rc a m b io d e estilos y d e p ro c e d im ie n to s a rtistico s en el tiem p o . E n vez d e eso, la v a n g u a rd ia q u eria lib e ra r u n m in im o d e aq u ello (d e eso h a b la ta m b ie n L y o ­ ta rd en su texto) q u e en cad a tie m p o h ace d el arte a rte . Pero en ese m m im o d eb ia p erm an ecer el arte p a r a todo el fu turo: el p ro g ra m a de la v a n g u a rd ia consiste p recisam en te e n el inten to d e lle v a r a u n p u n to cero el p ro g re so del a rte , a trav e s d e la re d u c c io n d e su s ra sg o s h is to ric o s m u d a b le s. La v a n g u a rd ia q u e ria alcan zar el n ivel cero d e l arte, p a r a sacar al arte c o m o in stitu c io n del c a m b io h isto rico y h a c e rlo asi resisten te al fu tu ro .5 P ara fo rm u larlo de otro m o d o : la van g u ard ia q u e ria dejar lib re el m e d io q u e h a sta el a d v e n im ie n to d e la v a n g u a rd ia

i Cfr. Boris Groys, “ Strategien der kiinstlerische Askese”, en Konrad Liessmann (Hrsg.)> Im Rausch der Sinne. Kunst zwischen Animation und Askese, Zsolnay, Viena, 1999, pags. 145-170. 257

h a b ia so p o rta d o el arte y del q u e la v a n g u a rd ia esp erab a que sig u lera so p o rta n d o lo ta m b ie n en el fu tu ro . Y es q u e la v a n ­ g u a rd ia ra d ic a l n o se in teresa p o r la o rig in a lid a d , la pecu lia rid a d y la c o m p o s ic io n esp e cifica d e lo s d iv e rso s sign os artistico s. M a s b ien in ten ta fo rm u la r el m e n saje d el m ed io y asi tem atizar lo s so p o rtes d el arte q u e p o d ria n so p o rta r de ig u a l m o d o sig n o s a rtistico s d iv e rso s, c o n in d e p e n d e n c ia d e c o m o se h a y a n e n te n d id o sie m p re eso s so p o rte s; p o r ejem p lo , c o m o su p erficies de lien zo o c o m o lo in co n scien te o c o m o la in stitu c io n m u se o o c o m o la p u ra n ad a. L a v a n ­ g u a rd ia ab re a l arte u n fu tu ro p re c isa m e n te g ra c ia s a q u e a p u n ta al m e d io q u e es cap az d e seg u ir s o p o rta n d o el arte, d e s e g u ir d a n d o le su tie m p o , d e a se g u ra rle u n a p e rs p e c tiv a te m p o ra l q u e es la q u e h ace p o sib le , en su m a , u n p ro y ecto o u n p la n . Y si esa p e rsp e c tiv a te m p o ra l, p o te n c ia lm e n te in fin ita , ta m p o c o es e x p e rim e n ta b le o v iv e n c ia b le p o r q u e su p e ra c u a lq u ie r tie m p o v ita l p en sab le, si q u e esta presen te sie m ­ p re c o m o a p e rtu ra te m p o ra l, c o m o p e rsp e c tiv a d e fu tu ro aq u i y ah ora: c o m o sign ifican tes q u e n o estan o cu p a d o s p o r s ig n ific a d o s, o c o m o e n e rg ia s so la re s q u e n o p u e d e n ser co m p le ta m e n te m a n ip u la d a s. E sa p e rsp e c tiv a te m p o ra l in ­ fin ita co n ced e a las o b ra s d e la v a n g u a rd ia el b rillo esp ecial d e la sin c e rid a d , del h o n o r, d e la m e d ia lid a d ; u n v a lo r es­ pecial, u n ca rism a especial; d ich o de o tro m o d o : les con cede

mand.

S o lo e l c o n o c im ie n to d e u n e x c e d e n te d e tie m p o

co m o ese, de u n a p ro m esa co m o esa de d u ra cio n fu tu ra hace a la im agen van gu ard ista atractiva, 258

cool, sexy; p ero

n o la hace,

n e ce sa ria m e n te , su b lim e . P o r eso, la o b ra d e arte d e v a n gu ard ia n o es atractiva p a ra el c o n te m p la d o r p o rq u e le quite tie m p o , p o rq u e le p ro d u z c a u n

shock, p o rq u e

le en fren te a

la im ag en d e l fin al y d e la m u erte ; lo es p o rq u e m u e s tra al c o n te m p la d o r el m e d io que se g u ira so p o rta n d o al a rte en el fu tu ro , y, c o n ello, d a tie m p o al arte. L y o ta rd , en el fo n d o , d escrib e la v a n g u a rd ia c o m o u n a m o n ta n a ru sa, q u e asusta c o n tin u a m e n te u n a y o tra vez al c o n te m p la d o r y c o n ello le ro b a el alien to y el tiem p o . P ero la v a n g u a rd ia se en tien d e a si m ism a precisam en te com o el rescate d e la m o n ta n a rusa, c o m o el rescate de u n a s itu a tio n e n la q u e d o m in a e l sen tim ien to de q u e y a n o se p u ed e seguir, de q u e y a no d u r a m as, d e q u e estam o s al fin a l p o rq u e siem p re estam o s e n fren ta d o s so lo a so rp resas y

shocks.

O sea, q u e la o b ra de arte de van g u ard ia solo es realm ente n u e v a c u a n d o n os trae el m en saje de un n u evo m ed io y, asi, p ro m ete al arte u n a n u e v a d u ra tio n . Es en ton ces c u a n d o las im ag en es p a re c e n extran as, ra d ica lm e n te o tras e in e sp e ra das, c u a n d o - c o m o se h a d ich o y a a n te s- p ro d u cen el efecto d e u n a v is io n de lo in te rio r y d el so p o rte , o sea, d el caracter m edicitico del m e d io . E l c o n te m p la d o r siem p re p u ed e decir, n atu ralm en te, q u e esas im agen es so n m e ra m e n te o ri­ gin ates, q u e so n d istin ta s d e u n m o d o m e ra m e n te fo rm a l y q u e n o tie n e n en a b so lu to la ca p a cid a d d e g a ra n tiz a r una m ira d a al in te rio r y d e p ro m e te r d u ra c io n . L a p re g u n ta que re to rn a u n a y o tra v e z su en a asi: ^tiene e sa im a g e n d eterm in a d a el a u ra del caracter m ed iatico y el

mana del tiem p o ,

o n o lo tien e? N o h a y n in g u n a re sp u e sta seg u ra a e sa pre259

gu n ta. A q u I n o s las ten em o s q u e v e r co n la e c o n o m ia d e la so sp ech a, y to d a e c o n o m ia v a u n id a a riesgo s. C o m o q u iera q u e el esp ectad o r re sp o n d a a esa p reg u n ta en ca d a caso p a r­ ticu lar, se a rrie sg a en c u a lq u ie r caso . P u e d e ser q u e n o reco n o zca el

mana a la

mana d e la im agen , y p u e d e o c u rrir q u e ad scrib a

im a g e n y q u e la im a g e n n o lo ten ga. P ero en n in -

g u n caso pu ed e o c u rrir q u e algu ien alcance u n p o d e r tal que le p e rm ita d e c re ta r q u e im a g e n tie n e p o d e r so b re el

mana c o m o

mana y

cu a l no. U n

ese es ta n p o c o p la u sib le co m o

el d e u n c o n tro l a b so lu to so b re el m e rc a d o fin a n c ie ro . D e ve z e n c u a n d o se p u e d e , p o r u n a serie de d e c isio n e s acertad as, a c u m u la r m u ch o

mana\ p e ro

n u n c a tan to co m o p a ra

q u e d a r a salvo d e cu a lq u ie r riesgo. P o r lo d em as, las d e c isio n e s en re la c io n al

mana de

los

sig n o s n o se d e ja n id e n tiflc a r co n el c a m b io h isto ric o o el ciclo d e la m o d a . Y es q u e es in g e n u o creer q u e b a sta c o n el c a m b io h isto ric o p a ra q u e u n sig n o d e te rm in a d o recib a

mana o

lo p ie rd a . S ie m p re se oye q u e estas o a q u ella s im a-

g en es, te x to s o te o rla s h a n sid o b a r r id a s : d e q u e tra ta b a n exactam en te, eso es algo q u e y a h a p a sa d o y n a d ie se in teresa m as p o r ello, esta su p e ra d o : de h ech o , c u a n d o u n o viv e d esp ues del tiem p o en el q u e u n a im ag en o u n texto h an su rg id o , so lo p o r ese h e c h o se sien te u n o su p e rio r. P ero u n a im a g e n q u e ten g a

mana so lo

rece o tra im a g e n a la q u e ese

p u ed e se r “ su p e ra d a ” si ap a-

mana, d e

ac u e rd o c o n la e c o ­

n o m ia d e la so sp e c h a , se tra n sfie ra . P ero , ^cuan to tie m p o tien e q u e p asar h asta q u e a p a rezca u n a n u e v a im a g e n co m o esa? U n m o m e n to h isto ric o c o m o ese es e x tre m a d a m e n te 260

d ificil d e d eterm in ar, p o rq u e el m ism o esta b a jo la so sp ech a d e q u e n o tien e

mana algu n o. S e

p u ed e, p o r e je m p lo , m an -

ten er en to d o caso q u e la im a g e n de C risto n o h a sid o su perad a h asta ah ora. D e lo s p rim e ro s cu ad ro s de la van g u ard ia artlstica, c o m o el

Cuadrado negro d e M a le v ich

o la Fountain

de D u c h a m p a u n p u e d e co n sid era rse, d esp u es de d ecad as d e p r o d u c tio n a rtlstica, q u e n o h a n sid o su p e ra d o s. ^Han sid o su p erad a s las im ag en es d e la lu ch a de clases, de la lu ch a d e razas, d e la cien cia o del in con sciente? A p en as. Y la razon p a ra esa rela tiva esta b ilid a d n o esta, co n seg u rid ad , e n que esas im agen es co n tin u en v a g a n d o com o espectros p o r siem p re . M a s b ie n o c u rre q u e esas im ag en es ap u n tan a lo subm e d ia tico , a lo o cu lto , a lo q u e su b yace a la su p e rficie , y esa rem isio n n o se d eja fu n d am en tar de m o d o definitivo n i tam p o c o se d e ja d e sm e n tir d el tod o. Puesto q u e n o p u e d e d arse p ru e b a a lg u n a de q u e esas im ag en es h a y a n g a ra n tiz a d o algu n a vez u n a visid n del interior, tam p o co pu ed e h ab er prueb a s d e q u e h a y a n d e ja d o d e g a ra n tiz a rla . O sea, q u e la e co n o m la de la so sp ech a n o se pu ed e id en tifica r sin m a s con lo s h ech o s del c a m b io h isto rico . E n su d la, H e id e g g e r h a b lo del tie m p o com o aco n tecim ien to so b re to d o p a ra c u e stio n a r la p ersp ectiva te m p o ra l in fin ita d e las in vestigacio n es fe n o m e n o lo g ic a s q u e H u sserl h a b la a b ie rto con su d e sc rip tio n de lo s “ fe n o m e n o s ” M as tard e, e n su s c o n fe re n c ia s so b re N ie tz sc h e , p ro n u n c ia d a s d u ra n te la e p o c a n a c io n a lso c ia lista , in te n to c o m b a tir con lo s m ism o s a rg u m e n to s la v is io n in fin ita de la o m n lm o d a 261

v o lu n ta d d e p o d e r d el h o m b re n u e v o , d el s u p e rh o m b re .1 D esp u es, H eid eg g er h a a rg u m e n ta d o de n u e v o , in v o c a n d o la esca se z d e tie m p o , c o n tra el “ h u m a n is m o ” d e la p o s tg u e r r a .2 Y d e h e c h o se p u e d e a rg u m e n ta r c o n lo s a rg u m e n to s d e la escasez de tie m p o c o n tra to d o s lo s p ro y ecto s o rie n ta d o s al fu tu r e , sean d e d erech as o de iz q u ie rd a , dem o c ra tic o s o to ta lita rio s. P o r eso, h o y en d ia, b a jo la im p re sio n d e la filo so fia h eid eg g erian a d e la escasez d e tiem p o - y m a s a u n b a jo la im p re sio n d e la re ce p cio n d e esa filo s o ­ fia e n au tores c o m o L y o ta rd y D e r r id a - se p re fiere n o tan to h ab lar d el fu tu re c o m o , m as b ie n , h ab lar d el p asad o . Y sigue e sta n d o p o c o d a r e c b m o h a d ia g n o s tic a d o H e id e g g e r en cad a caso el fin a l de u n a e p o c a del p e n sa m ie n to : m as b ie n parece q u e sen cillam en te estaba p ro sig u ie n d o u n a trad icib n a c a d e m ic a q u e d e scrib e el c a m b io h isto ric o d e la filo s o fia y la c la sifica en p e rio d o s y e p o c a s q u e s o n d irig id a s o co n c lu id a s p o r d e te rm in a d o s p e n sa d o re e s “ e se n c ia le s” P ero , ,;que p e n sa d o re s so n esen cia les? A l p a re c e r, a q u e llo s q u e en cad a caso a b re n o c ie rra n n u e v o s p e r io d o s d el p en sar. C o n ellos parece cerrarse el circu lo .3 M en sajero s m as tard io s 1 Martin Heidegger, Der Europaische Nihffismus, Stuttgart, 1967. Hayedicion en espaiiol: Martin Heidegger, “El nihilismo europeo”, traduccidn de Juan Luis Vermal, en Martin Heidegger, Nietzsche II, Destino, Barcelona, 2000.

2 Martin Heidegger, Platons Lehre von der Wahrheit mit einem Brief tiber den “Humanismus”, Francke, Bema, 1947. Hay edicion en espaiiol: Martin Heidegger, Doctrina de la verdad segun Platdny carta sobre el humanismo, Instituto de Investigaciones Histdrico-Culturales, Universidad de Santiago, Santiago de Chile, 1968.

3 Cft. Boris Groys, “ Uber den Ursprung des Kunstwerkes. Wesen ist, was sein wird: Martin Heideggers Beschworung wesentlicher Kunst”, en Neue Rundschau 108, 4, Frankfurt del Meno, 1997, pigs. 107-120. 262

d e la escasez de tie m p o escapan d e ese circu lo n o in ten tan d o p e rio d iz a c io n a lg u n a y n o a d u c ie n d o lim ite s te m p o ra le s, sin o d e ja n d o c o n sta n c ia m u y en g e n era l d e q u e t o d o s los proyectos d eb en fracasar algu n a vez, p o rq u e a todos les falta, fu n d a m e n ta lm e n te , tiem p o . P ero p u e sto q u e lo s s o p o rte s de los sign os tienen q u e p erm an ecer constitutivam en te ocultos e in cierto s, la d u ra c io n de su cap acid a d n o pu ed e ser dete rm in a d a c o n c la rid a d , Este in cie rto , p e ro p o ten cialm en te in fin ito exced en te d e tie m p o g en era tan to esp eran za y adm ira c io n c o m o ese sen tim ien to d e in fin ito a b u rrim ie n to y m o n o to n ia co n el q u e cad a a m a n te de la a b s tra c tio n geom e trica , d el m in im a lism o o d e la o b ra de B a rn e tt N e w m a n e sta fa m ilia riz a d o . L a v a n g u a r d ia ra d ic a l no es, p re c is a m en te, u n a m o n ta n a ru sa de

shocks sie m p re

n u evo s, n o es

n in g u n a e te rn a re p e tic io n d e la so rp re sa , sin o q u e e s m as b ie n la p e rsp e c tiv a in fin ita d el a b u rrim ie n to m o n o to n o y m e d ia tic o , q u e se p o n e en m a rc h a d esp u es de que to d o lo su p e rflu o , lo casu al, lo d eterm in a d o p o r la h isto ria y lo d i­ v e r tid o se red u ce o se e lim in a d el tod o, p a r a dejarle sitio al p u ro m e n saje del m e d io .

263

El

t ie m p o d e l o s s ig n o s

A sf p u es, n o so lo d isp o n e m o s del tie m p o b reve d e vid a q u e n os es d ad o p o r D io s, la N atu ra leza, la

Physisye l

Ser, o

el E lio , sin o ta m b ie n d e u n a p e rsp e ctiv a te m p o ra l in fin ita - a u n q u e a la v e z in c ie r t a - , d e u n exced en te de tie m p o

- mand t e m p o r a l-

c o n la q u e c o n tin u a m e n te se n e g o c ia en

el co n texto d e la e c o n o m ia sim b o lic a , m ed id tica. D a d o que ella m is m a se ab astece de tie m p o , esa e c o n o m ia n o pu ed e ser in te rru m p id a p o r falta d e tiem p o ni d e ja d a en suspen so. Y es q u e el m e d io d e esa e c o n o m ia n o es el tiem p o , sin o la so sp ech a m e d ia tic o -o n to lo g ic a , y esta, c o m o h e m o s d icho, n o es “ re a l”, y p o r tan to es in fin ita . L o s sig n o s q u e p arecen c o n firm a r esa so sp e ch a ad q u ie re n la ca p a cid a d n o so lo de to m a rn o s tie m p o , sin o ta m b ie n la de d a r tie m p o , p u esto q u e in a u g u ra n u n a p ersp ectiv a tem p o ral in fin ita p o r m edio del efecto d e sin c e rid a d m e d ia tic a q ue p ro v o ca n , u n a p ers­ p e ctiv a q u e se en tien d e com o u n a in d eterm in ad a cap acid ad d e s o p o rte p o r p a rte del so p o rte o cu lto . Tales sig n o s contie n e n ta m b ie n , p o r cierto, m as tie m p o d e v id a m ed iatico , es decir, m e jo re s so p o rte s a rtificiales d e sig n o s y m a y o r d i­ fu sion . Y es que la d ifu sio n m ed iatica de u n a im agen es tam ­ b ie n u n a fo r m a d e su d u ra c io n . U n a im a g e n c o p ia d a y 265

d ifu n d id a m illo n e s de veces ad q u iere m u c h o s so p o rtes m e ­ d iatio n s, q u e g a ra n tiz a n m e jo r su d u r a c io n q u e u n u n ic o so p o rte m ed iation, in clu so a u n q u e este se en cu en tre espec ia lm e n te b ie n p ro te g id o . A s i p u e s, to d a s las o p e ra c io n e s m e d ia tic a s c o n im a g e n e s y sig n o s p u e d e n ser d escritas en lo s te rm in o s d e la e c o n o m la te m p o ra l. Y la d u ra c io n q u e se le asig n a a u n a im agen en la realid ad m ed iatica es su rasgo d istin tiv o capital. L a o p in io n h a b itu a l acerca d e p o r q u e a sig n o s d istin to s se les a sig n a u n a c a p a c id a d de d u ra c io n d istin ta p arte d el su p u e sto d e q u e la d u ra c io n d e lo s sig n o s d e p e n d e (o al m e n o s d eb eria d ep en d er) de la re le v a n c ia de eso s sign os p a ra la re a lid a d e x tra -m e d ia tic a , es d ecir, q u e d e p e n d e de en q u e m e d id a eso s sig n os p u e d a n ser te stim o n io s d e aco n tecim ien to s im p o rta n te s d e la h isto ria . A si, el a rc h iv o m e ­ d iatico se e n tien d e c o m o u n a m e m o ria h isto ric a , c o m o la su m a d e lo s recuerd os d o cu m en tad o s de aquello q u e h a ocu r r id o en el e x te r io r d el a rc h iv o , e n la “ re a lid a d h is to ric a m ism a ” E sta d e te rm in a cio n de lo s sig n o s d el arc h iv o co m o te stim o n io s fijo s y re c u e rd o s, q u e d e b e ria n c o n s e g u ir su v a lo r y d u ra c ib n p o r m e d io d e la fim c ib n q u e c u m p le n de d o n a r a g en eracio n es fu tu ra s u n a m e m o ria in d iv id u a l y cole ctiv a , esta d e te rm in a c io n - d e c i m o s - c o n stitu y e el h o rizon te d e casi to d a s las d isc u sio n e s q u e tie n e n q u e v e r c o n la m e m o ria , el arch ivo y lo s m ed io s: en ellas se p reg u n ta p o r aquello q u e es h isto ricam en te im p o rtan te y relevante; se p re­ g u n ta q u e c o d ig o s cu ltu rales, q u e p re ju ic io s y q u e d isp o sic io n e s so n p re ju z g a d o s p o r la e le c c io n y v a lo r a c io n de 266

re cu e rd o s h isto rico s y cuales, p o r eilo, d e b e n ser an aliz ad o s c r itic a m e n te y d esm o n ta d o s. S e p re g u n ta p o r las rela cio n es en tre re c u e rd o s in d iv id u a le s y co lectivo s, en tre re c u e rd o s d e v e rd u g o s y d e v ic tim a s , e n tre re c u e rd o s c o n sc ie n te s y tra u m a tic o s , en tre te stim o n io s o rales y escrito s, etcetera. Y, p o r u ltim o , se p re g u n ta p o r la cap acid a d q u e tien e u n testim o n io m e d ia tic o , escrito, pM stico, de c o rre sp o n d e rse con u n a exp erien cia h isto rica viv a , y p o r lo tan to , con lo o tro del a rc h iv o , c u y a o tre d a d n o p u e d e ser, p o r p r in c ip io , d o c u m e n ta d a n i d o m e stic a d a e n e l a rc h iv o . E sas d isc u sio n e s so b re la m e m o r ia h istd ric a , so b re el e sta tu s d el re c u e rd o y so b re la fo rm a d e re g istra r la e x p e rie n c ia h isto ric a en el arc h iv o se h a n v u e lto , en su m a y o r p a rte , casi o p a c a s, y lo h a n h e c h o p re c isa m e n te en la u ltim a d e c a d a . E n el tran scu rso de esas d iscu sio n es, to d o lo que p o d ia ten er q u e ver c o n el recu erd o h isto rico fue p o n ien d o se con secuentem en te en c u e s tio n y b ajo sospech a. Y sin em b arg o , p e rm a n e c io intacto u n p re su p u e sto g e n era l n o rm a tiv o : que la d u ra c io n q u e se le con ced e a u n signo d eb e corresp o n d erse c o n el sign ific a d o d e ese sig n o p ara la realid ad . E n co n secu en cia, los sig n o s en cu a n to tales n o p u e d e n tener u n tiem p o p ro p io , sin o q u e re c ib e n su tie m p o sie m p re d e sd e fu e ra , d e sd e la realid ad , d esd e las in stitu cio n e s. T am b ien las h ab itu ales d iscu sio n es c riticas so b re lo s m ed io s tie n e n lugar, p o r cierto, b a jo ese m is m o p resu p u esto . E l estado d e an im o g en eral q u e se m an ifiesta h ab itu alm en te e n esas d isc u sio n e s p u e d e re su m irse e n u n a frase: lo s m ed io s m ien ten . Y lo cie rto es q u e , en el con texto d e e sa sos267

p e c h a g e n e ra l d e in s in c e r id a d , n o se tr a ta fu n d a m e n ta lm e n te d e q u e lo s m e d io s re p re se n te n d e u n m o d o fa lso d e te rm in a d o s aco n tecim ien to s: tales a c u sa c io n e s so n relativam en te faciles de v e rific a r en cad a ca so co n creto . A n tes b ien , se acu sa a lo s m e d io s, d e m o d o to talm en te gen eral, de d istrib u ir m a l el tie m p o en tre lo s sig n o s m ed iatico s. C o n tin u a m e n te se oye d e c ir q u e en los m e d io s se co n ced e m as tiem p o a cosas in trascen d en tes q u e a co sas im p o rtan tes. Por u n a u o tra razo n , lo s criticos a firm a n q u e lo s m e d io s n o distrib u y e n el tie m p o en tre lo s textos e im a g e n e s p a rticu la re s d e u n a m a n e ra p ro p o rc io n a l al sig n ific a d o q u e eso s textos e im ag en es tien en - s e g u n la o p in io n d e eso s c r itic o s - p a ra la v id a “ re a l”, e x tra m e d ia tic a , d e lo s h o m b re s. P e ro p re cisam en te a h i ra d ic a el m ale n te n d id o d ecisivo . B a jo el in flu jo d el e stru c tu ra lism o se h a v u e lto h a b itu a l d e te rm in a r el sentid o de u n sig n o p o r su p o sic io n en u n d eterm in a d o sistem a de sig n ific a c io n , y n o p o r su re la cio n c o n la asi lla m a d a re ­ alid ad . P ero lo m ism o d eb e v a le r p a ra el tie m p o d e lo s sig ­ n os: el sign o recib e su tiem p o , su d u ra c io n , segu n su p ro p ia p o sic io n en la e c o n o m ia te m p o ra l d e la so sp ech a, y n o p o r su fu n c id n testim o n ia l, n o p o r su p a p e l e n cu a n to recu erd o de lo o c u rrid o q u e h a sid o g u ard ad o . L o s sig n o s d e l a rch ivo tie n e n su p r o p io tie m p o . R e c ib e n ese tie m p o p o rq u e , en cu a n to sig n o s, so n aq u ello q u e son , y n o p o rq u e recu erd en o te stim o n ie n algo distin to. L o s sig n o s re cib e n su p ro p io tie m p o v irtu a l, m ed iatico , p o rq u e p a re c e n p ro p o rc io n a r u n a v is io n del e sp a cio in te­ rio r, su b m e d ia tic o , y c o n e llo d e l c a ra c te r d u ra d e ro d el 268

m ed io . L a d u ra cio n d el m ed io es, pues, u n a re co m p e n sa p o r la v ic to ria p ro v isio n a l e n el potlacht de la e c o n o m la m e d ia tica. Pero

este potlacht es alcan zad o

p recisam en te p o r aq u e-

llo s sig n o s q u e p a re c e n tener m e n o s v a lo r, p o r sig n o s que so n p o b re s en sig n ifica d o , en fu e rz a e xp resiva y en lo s trad ic io n a le s ra sg o s d istin tiv o s d e realid ad y relevan cia. Pues so lo esos sig n o s “ p o b re s de e sp iritu ” re m ite n de la m a n e ra m a s r a d ic a l a l p r o p io m e d io , e n lu g a r d e a algo e x tra m e d ia tico . E s ta es la r a z o n p o r la q u e solo la e c o n o m la tem ­ p o ra l de lo s m e d io s p e rm ite a c la ra r p o r q u e se tra n sp o rta y se g u a rd a p e rm a n e n te m e n te e n lo s m e d io s tan to

trash,

tan ta b asu ra, tan ta ton teria y su p erficialid ad . Y es q u e es pre­ c isam en te esa to n te ria la q u e tie n e el

manti del

tie m p o in-

fin ito , p u e s rem ite a la in fin itu d d e los sig n ifican tes vaclo s q u e n o p u e d e n ser o cu p a d o s c o n n in g u n sen tid o, a s! co m o a la in fin ita p ersp ectiv a te m p o ra l d e la cap acid a d d e so p o rte m e d ia tic a , la cu a l n o p u ed e se r p ro b a d a p o r n in g u n a “ viv e n c ia ” S u e le p r o v o c a r in d ig n a c io n q u e , p o r e je m p lo , se m u estre c o n tin u a m e n te en tele v isio n a la p rin cesa D ia n a o a M o n ic a L ew in sky, p o rq u e se c o n sid era q u e los m e d io s deb e rla n d e d icarse a co sa s m as im p o rta n te s. Pero las su p u estas co sa s m a s im p o rta n te s su e le n ser m e ra m e n te sig n o s p o litic o s o, e n c u a lq u ie r caso, sig n o s in stitu c io n a liz a d o s y, p o r ta n to , lle n o s d e c o n te n id o , sig n o s q u e c o m o ta le s no p u e d e n d e m o stra r q u e tien en n in g u n

mand de

la p e rd id a

d el sen tid o. L as im ag en es del h a m b re , d e la m u erte y d el sufrim ie n to q u e , seg u n se dice, d eb erlan m o stra rse p a r a que “ algo se m u e v a en el m u n d o ”, tie n e n el m is m o c a ra c te r ins269

titu c io n a l, c o m o y a m o stro D e r r id a co n v in ce n te m e n te con el ejem p lo del m e n d ig o de B aud elaire. D ia n a de G ales y M o ­ n ica L e w in sk y , p o r el c o n tra rio , n o tie n e n lo s sig n o s m e d ia tic o s n o se d e fin e n p rim a ria m e n te p o rq u e se m u estre n a u n d ete rm in a d o g ru p o d e esp ecta d o re s v iv o s, sin o p o rq u e , antes b ien , d isp o n e n d e u n a so b re a b u n d a n c ia , p o te n cia lm e n te in fin ita , v irtu a l, q u e los v u e lv e en g e n era l, v isib le s. S a b e m o s q u e a lg u n as o b ra s de arte so b re v iv e n a la s c iv iliz a c io n e s en q u e fu e ro n cread as; p o r lo ta n to , se p resen tan ta ra b ie n c u a n d o su p u b lic o “ n a ­ tu r a l” h a ce tie m p o q u e h a m u e rto . C a d a sig n o m e d ia tic o rem ite a u n tie m p o v irtu a l p o ste rio r a la v id a de to d o s aquello s q u e a u n v iv e n e n el m o m e n to de su co n stitu cio n , y en realid ad p o ste rio r a to d a v id a en ab so lu to . Y p o r eso , tod as las po sib les varian tes d e la estetica de la re c e p tio n o d e la soc io lo g ia d el a rte so n , e n el fo n d o , m u y in g e n u a s, a u n q u e p re te n d a n ir d e esp ecialm en te lu cid as. N o p o d e m o s sab er - y n o p o d re m o s sab erlo n u n c a - q u ie n p e rc ib ira y ju z g a ra lo s textos e im agen es q u e p ro d u cim o s a q u l y ah o ra, asi com o c u a n d o y p o r que. N a d a sab em o s d e u n p o sib le esp ectad o r o lector, p u e s este se p ie rd e en la v irtu a lid a d d e la so sp ech a m ed iatica. Q u iza ese e sp ectad o r sera so lo la la ta d e sard in as ilu m in a d a d e la q u e h a b la L a c a n en su a n alisis d e la m ira d a d el otro, au n q u e ta m b ie n L a ca n se ab stien e de o p in a r acerca de q u e p ie n sa la la ta d e sard in as c u a n d o lo m ira . E n lo s u ltim o s tie m p o s h a estad o de m o d a in te rp re ta r la p r o d u c tio n d e sig n o s a rtistico s e n el co n te x to d e la so c io lo g ia del a rte y d e lo s

Cultural Studies, d e m o d o

q u e se veia

el arte c o m o p a rte d e la c u ltu ra en m e d io d e la cu a l ese arte h a su rg id o . C o n e llo se su p o n e q u e el a u to r p ro d u c e p a ra u n d ete rm in a d o a m b ito so cial, d el c u a l e sp era e l re c o n o c i278

m ie n to p o r su s c re a c io n e s.1 U n rech azo d e c id id o a s e r v ir al gu sto d el p u b lic o c o n te m p o ra n e o y a b u s c a r su re c o n o c im ie n to - t a l y co m o d e m o stro la v a n g u a rd ia h is to ric a en su t ie m p o - se in te rp re ta h o y c o m o u n a estrategia d e m e rc a d o esp ecialm en te in teligen te: segu n esa estrategia, el artista d e v a n g u a rd ia q u ie re o fe n d e r y escan d alizar al p u b lic o m e ra m e n te p o rq u e h a en ten d id o a tiem p o q u e el escan d alo d e lo n u e v o c o m p o rta , en el m e rc a d o de a rte m o d e rn o , m as re c o n o c im ie n to y e x ito q u e el se g u im ie n to de las v ie ja s reg la s del arte. E sta e x p lic a c io n d e la s estrategias v a n g u a rd istas es ve rd a d e ra , p e ro s6 lo p arcialm en te. P u e s el d esp recio p o r el g u sto d el p u b lic o p o r p a rte del artista m o d e rn o se corre sp o n d e m u c h o m a s c o n la ju s tific a d a so sp e ch a d e que la v a lid e z d e ese g u sto es e x tre m a d a m e n te lim ita d a d esd e el p u n to d e v ista h isto rico : u n a sospech a q u e se fo rtalece es­ p e c ia lm e n te en tie m p o s de c a m b io h ist6 rico . A si p u e s, el artista d e v a n g u a rd ia n o b u s c a tan to e sc a n ­ d alizar y p ro v o c a r a su p u b lico, es decir, a su p ro p io c a m p o so cia l, p o rq u e p arte d e q u e su o b ra p u e d a so b re v iv ir a ese p u b lico o, al m en os, lo espera. E l artista de v an g u ard ia b u sca m a s b ie n a d iv in a r el g u sto d el p u b lic o q u e au n n o h a nacid o , p u es p resien te q u e sus v e rd a d e ro s esp ectad o res y lecto re s se e n c u e n tra n e n u n fiitu r o in c ie rto , v ir t u a l, po te n c ia lm e n te in fin ito . P o r eso, a lo s a rtistas de v a n g u a rd ia les p a re c ia e n g en eral d ivertid a, p e ro n o esp e cia lm e n te re-

1 Una suposicion semejante se encuentra, por ejemplo, en Pierre Bourdieu, Les regies de Vart, Seuil, Paris, 1992. 279

le v a n te , la re a c c i6 n d e su s c o n te m p o ra n e o s re sp e c to a su trab ajo . Si acaso, la va n g u a rd ia se sentaa m a s in tra n q u ila p o r u n a re a c c io n p o sitiv a d e su p u b lic o q u e p o r u n a n egativa. S e r ju z g a d o p o sitiv a m e n te p o r su s e sp e c ta d o re s c o n te m ­ p o ra n e o s sig n ific a b a , p a r a u n artista de v a n g u a rd ia , e xp o n erse al p e lig ro d e n o p arecer y a

up to date1 en

el fu tu ro . Y

si b ie n esa e sp e ra del e sp e c ta d o r fu tu ro fu e esp ecialm en te v lv id a ju s to en lo s tie m p o s d e la v a n g u a r d ia , h o y es u n a c ierta in d ife re n cia h a cia el ju ic io del p u b lic o co n te m p o ra n e o lo q u e caracteriza a to d o a rtista q u e tra b a ja co n so p o rtes d e sig n o s d e lo s q u e se e sp era q u e su p e re n en e l tie m p o a aq u e l p u b lico. E l e s p e ra r a l fu tu ro lo in s p ir o a lo s a rtis ta s m o d e rn o s so b re to d o el sistem a m u se lstic o , q u e p a re c e g a ra n tiz a r la p e rm a n e n te se g u rid a d m e d ia tic a d e las o b ra s de a rte m as alia de su a m b ito so c ia l in m ed iato . E ste se n tim ie n to d e rela tiva in d ife re n cia co n resp ecto a l p u b lic o actu a l se ve m u y re fo rz a d o p o r la p ro life ra c io n d e a p a ra to s y tecn icas de g rab a c io n . Y ad em as, ta m p o c o el p u b lic o a c tu a l tien e n in g u n a o p c io n de v e r m a s q u e aq u e llo q u e se le d a a ver. P ero eso q u e se le d a a v e r d ep en d e so b re to d o de las p o sib ilid a d e s de g ra b a c io n y tra n sm isio n m ed iaticas, d e las cuales d ep en d e c o m p le ta m e n te , p o r su p arte, el esp ectad o r. K a n t h a b la b a d e lo su b lim e c o m o u n a id ea d e lo in fin ito q u e su rg e en el h o m b re c o m o c o n se c u e n c ia d e u n a seria a m en aza p a r a su v id a , en a c o n te c im ie n to s c o m o u n a to rm e n ta d e n ie v e en

1 En ingles, “puesto al dia" “de moda” (N. de los T.) 280

las m o n ta n a s. Pero, ^que o c u rriria con u n a ca m a ra q u e estu v ie ra ig u a lm e n te so la en las m o n ta n a s, g rab an d o im a g e n es d e u n a to rm e n ta d e n ieve a u n q u e su existen cia este en p e lig ro en e sa o p e ra c io n ? ^Seria ta m b ie n esa c a m a r a s u ­ b lim e? E n realid ad d e b e ria serlo, p o rq u e ab re u n a m ir a d a al tie m p o o tro , m e d ia tic o , v ir tu a l, p o s te rio r a la m u e rte , un tie m p o q u e tra sc ie n d e to d o tie m p o de v id a real. L a m ism a p re g u n ta se p u ed e h a c e r a p ro p o sito de la s naves esp aciales su icid a s e n v ia d a s a Ju p ite r o a a lg u n o tro p la n e ta p a r a film a r su p r o p io n a u fr a g io y m a n d a r la s c o rre s p o n d ie n te s im a g e n e s a la tie rra p a r a que p u e d a n ser “ an a liz a d a s”. Por n o h a b la r d e las c a m a ra s q u e v u e la n , c o m o p ilo to s k a m i­ k a zes, a c o m p a n a n d o a las b o m b a s h a c ia su o b je tiv o , p a ra d o c u m e n to r la e x p lo sio n y ser d estru id as p o r ella. E l an alisis c ie n tific o o m ilita r-e stra te g ic o de tales im ag en es desatien d e clara m en te su d ig n id a d estetica e n cuan to im ag en es d e lo su b lim e . A si p u e s, aq u i se tra ta de u n arch ivo q u e no h a sid o h ech o p a ra n in g u n pubHco y que se m uestra, sin em ­ b arg o , c o m o su b lim e. A p arte d e esto, la d iferen ciacio n h ab itu al entre el m u n d o d e lo s m e d io s y la n a tu raleza es trem en d a m en te p ro b le m a tica . Y es q u e lo s sig n o s de la c u ltu ra s o n tam b ien o b je to s m a te ria le s, lo cual sig n ific a q u e es d ificil - s i no im p o s ib le d ife re n c ia r efectivam en te en tre lo s sig n o s del arc h iv o de la c u ltu ra y la s cosas d e la n atu raleza. Todas las cosas d e la cul­ tu ra , c o m o textos, im ag en es, p elfcu las u o rd e n a d o re s son, al m is m o tie m p o , co sas de la n a tu ra le z a . P ero a la in versa tam b ien : to d a s las co sa s de la n a tu ra le z a p u ed en se r in ter281

pretad as co m o cosas del arch ivo d e la cultu ra: estrellas, ocean o s, m o n ta n a s. E sa fu n c io n de la n a tu ra le z a c o m o so p o rte m ed iatico p a ra la p resen tacib n d e im ageries n atu rales es exp lo ta d a , c o m o es sab id o , p o r la in d u stria d el tu rism o , q u e h ace tie m p o q u e h a co n v ertid o la tie rra e n te ra en u n a sala d e e x p o s ic io n e s . L a n a tu ra le z a ta m b ie n c o n s e rv a lo s sign o s d e las cu ltu ra s h isto rica s tra s su extin cio n : n o h a y n in g u n a d ife re n c ia fu n d a m e n ta l en tre geo lo g ia, p a le o n to lo g ia y a rq u e o lo g ia . L a n a tu ra le z a es u n a rc h iv o c u ltu ra l co m o c u a lq u ie r o tro : y si d e sa p a re c ie se , e n to n c e s ese a c o n te c im ien to seria an o ta d o en algu n lu g a r de lo s arch ivo s de D io s, p u e s la N a tu ra le z a c o m o u n to d o so lo p u e d e d esap arecer si existe u n D io s. A si q u e, en realid ad , el h o m b re n o tien e p o r q u e p re o cu p arse en exceso p o r la c o n se rv a c io n d e lo s arch ivo s cu ltu ra le s, p u e s el m is m o se e x tin g u e m u c h o an tes q u e lo s arch ivo s q u e p reten d e salvar. D e lo q u e d ep en d e el destin o d e lo s arch iv o s es d el esp a cio su b m e d ia tico , d el q u e n o p o d e m o s e sp e ra r co n se g u rid a d n i la c o n s e rv a c io n n i la e x ­ tin c io n de lo s arch ivos.

282

La

s o s p e c h a e s e l m e d io

L a sospech a es v ista p o r d o q u ier com o u n a am en aza co n ­ tra to d o s lo s v alo res h ered ad o s - c o n t r a lo alto, lo esp iritu al, lo n o b le, lo h e rm o so , lo creativo y lo m o ra lm e n te b u e n o p u e s n os lle v a a su p o n e r que d etras de eso s valores se o cu lta algo d istin to q u e q u iz a n o sea n i tan n o b le n i tan h e rm o so . L a c ritic a a lo s v a lo re s d o m in a n te s, in sp ira d a p o r e s a so s­ p e c h a g en eral, su en a n ecesariam en te con vin cen te, y a l cabo n o tien e g ra n d e s d ificu ltad es p a ra im p o n e rse y su b v e rtir los v alo res en cu estio n . P o r el co n trario , to d a defen sa d e lo s v a ­ lo res d o m in a n te s su e n a siem p re in v ero sim il, p o rq u e n iega la re a lid a d d e la so sp e c h a y d e n u n c ia c o m o m a lin te n c io n ad as im p u ta c io n e s lo s “ b ajo s m o tiv o s” q u e la c ritic a cree e n c o n tra r tra s lo s g ra n d e s id eales. P ues b ie n : q u e d a fiiera d e to d a d u d a q u e a q u i se tra ta , en re a lid a d , de m e r a s sup o s ic io n e s, e n la m e d id a en q u e la c ritic a “ p ro g re sista ” se e n cu e n tra ta n in ca p a c ita d a p a r a m ira r d etras de la su p erficie m e d ia tic a de la tra d ic io n c o m o la “ c o n se rv a d o ra ” de­ fen sa de los valores q u e trata de asegurar el caracter in tocable d e esa su p erficie. D esd e luego, lo s signos d e lo bajo, lo pobre y lo p e q u e n o , q u e la critica p ro g re sista - c o m o m o stra m o s a n t e s - c o lo c a en el co n texto d e la tra d ic io n , p ro v o c a n au283

to m a tic a m e n te el efecto d e la s in c e rid a d m e d ia tic a , d e la cual n o pu ed e escapar el espectador. Y es q u e so n justam en te eso s sig n o s lo s q u e c o n firm a n la so sp e c h a m e d ia tic o - o n to lo g ic a q u e d e te rm in a en g en era l n u estro trato co n lo m ed ia tic o : n o te n e m o s m i s re m e d io q u e p re se n tir, tra s la su p e rfic ie m e d ia tic a , u n esp a cio d e o s c u ra am en aza. T o d o lo q u e n o s m u e stra la su p e rfic ie m e d ia tic a se e n cu e n tra au to m a tica m e n te b a jo sospech a. E n este caso, esa so sp ech a no es u n a “ o p in id n su b jetiva” q u e el e sp e c ta d o r p u d ie ra c am b ia r v o lu n ta ria m e n te , sin o q u e es co n stitu tiv a p a r a el acto d e la c o n te m p la cio n en cu an to tal: n o p o d e m o s co n tem p lar sin sospechar. Si b ien la critica q u e apela d irecta o in d irectam en te a esta so sp e ch a tiene n ecesariam en te q u e gan ar, su rg e la c u e stio n d e q u e sig n ific a re a lm e n te esa v ic to r ia . Y es q u e la c ritic a fu n c io n a fu n d a m e n ta lm e n te c o m o u n in ten to d e pen etrar, de desvelar, de d esen m ascarar, de lib e ra r lo o cu lto , h asta el d e se n m a sc a ra m ie n to c o m o ilu sio n de lo o cu lto m ism o , tal y c o m o es p ra c tic a d o p o r la d e c o n stru c c io n . P ero el gesto del d e sv e la m ie n to m is m o p re su p o n e la cre e n c ia en la p o sibilxdad d e la re v e la cio n , de la c o n fe sio n , d e la a u to m a n ife sta c io n . P o r m e d io d e la c ritic a , lo b a jo , lo p e q u e n o , lo p o b re , c o tid ia n o o vu lg ar, se co n vierte en sig n o d el in terio r, u n in te rio r q u e se m an ifiesta, p o r fin , d esp u es de h a b e r p erm a n e cid o la rg o tie m p o o cu lto b a jo la su p e rfic ie d e lo s v a lo res superiores. L a critica, si preten d e ser efectiva, debe creer ju sta m e n te en la p o sib ilid a d de c o n se g u ir la re v e la c io n de lo m ed iatico . P ero de ese m o d o , to d a c ritic a se in sta la n e284

c e s a ria m e n te en la g ra n t r a d it io n de la s re v e la c io n e s v o lu n ta ria s y fo rzo sas y se in scrib e al m ism o tiem p o en la econ o m ia g e n e ra l d e la so sp e c h a . C a d a d e sv e la m ie n to crea a u to m a tic a m e n te u n n u e v o v a lo r, p u es to d o s lo s v a lo re s, p o r su o r ig e n , n o s o n m a s q u e re v e la c io n e s de lo o c u lto . L a filo s o fia su rg io e n P la to n c o m o d e se n m a sc a ra m ie n to d e lo s sofistas y de la su p u esta sa b id u ria d e aqu ellos. E l cristia n ism o c o m en zo c o m o revelacio n del m is m o D io s e n una fo rm a “ sen cilla”, h u m a n a , q u e d estru yo la s p re te n sio n e s de las v ie ja s d iv in id a d e s. E l !Cy ° ” m o d e rn o su rg e p o r p rim e ra v e z co n D e sc a rte s, c u a n d o las o p in io n e s y p r in c ip io s trad icio n ales fu e ro n p u e sto s en d u d a y d e m o lid o s. L as posterio res revelacion es d e la v o lu n ta d de pod er, del in co n scien te o d e la e stru c tu ra in te rn a del le n g u a je n o so n m e n o s co n o cid as q u e aq u ellas. D e m o d o q u e tiene p o co sen tid o d efen d er los v a lo re s here d a d o s c o n tra su critic a , p u es esa critica p ro d u ce n ecesariam en te su s p ro p io s n uevos v alo res y, en con creto, aq u ello s q u e d eb en g u a rd a r y lle v a r con sigo , ren o vad o s, los an tig u o s v a lo re s. Y es q u e lo s n u e v o s v a lo re s s o n lo s m e n s a je s del m e d io , q u e c o m o ta l c o n tie n e lo s a n tig u o s v a lo re s y perm an ece o cu lto tras ellos. Pero el m ed io n o seria m e d io si no p u d ie ra con ten er lo s sign os q u e debe contener. P o r ello , una c ritic a n o tien e exito y debe fra c a sa r si n o es capaz d e aclara r p o r q u e lo “ b a jo ” - q u e ella lib e ra y a n u n c ia - es c a p a z de con ten er lo “ elevad o” p o r que in clu so esta co n d en ad o a ello. A s i, N ietz sch e a d ju d ic a al su p e rh o m b re to das las cu a lid a d es de la ra z d n ra c io n a lm e n te p la n ific a d o ra y estrateg ica, 285

p o rq u e d e lo c o n tra rio este n o p o d ria realizar su v o lu n ta d d e p o d e r. P o r e l m ism o m o tiv o , la tra d ic io n c u ltu ra l, c o n to d a s su s p ro h ib ic io n e s y a u to rid a d e s , es r e s titu id a p o r F re u d a sus v ie jo s fu ero s c o m o “ re to rn o d e lo r e p rim id o ” c u a n d o p a re c ia h ab er sid o d in a m ita d a p o r las fu erzas d e la lib id o . Y en D e rrid a , la m is m a tra d ic io n c u ltu ra l v u e lv e a a p a re c e r u n a y o tr a vez so b re la su p e rfic ie m e d ia tic a , tra s h a b e r sid o d e c o n stru id a , c o m o u n esp ectro ; y p o r si fu e ra p o c o , c o n te m p la al h o m b re co n la m ira d a estricta y rep ro b a d o ra d e la le y “ m u erta”, d e la q u e el h o m b re vivo n o p u ed e e v a d irse . A si p u e s, la d e fe n sa c o n s e r v a d o r a d e lo s v a lo re s fre n te a la so sp e c h a m e d ia tic o -o n to lo g ic a n o so lo es im p o s ib le , sin o q u e ta m b ie n es c o m p le ta m e n te su p e rfic ia l, p u e s la so sp e c h a a su m e lo s v a lo re s q u e h a y q u e d e fe n d e r tan to c o m o lo s socava. C a d a so sp e c h a es, a l m is m o tie m p o , la e s p e ra d e u n a revelacio n . Y es q u e la so sp ech a se d a, en g en eral, c u a n d o se p ien sa co m o p o sib le y d esead a u n a re v elacio n d e lo o cu lto , in clu so si lo o cu lto es p en sad o co m o u n a g ra n n ad a. P o r eso, la con fian za, la fe y la esp eran za son tam b ien , co m o d ijim o s, fig u ra s d e la so sp ech a, de las q u e p o d e m o s escap a r tan p o c o c o m o d e la so sp e ch a m ism a . S ie m p re estam o s en vu elto s en la e c o n o m ia d e la so sp e c h a , q u e es, si se q u ie re , el m e d io de to d o s lo s m e d io s. N o es so lo q u e to d o s lo s v a lo re s esten b a jo so sp ech a, sin o q u e la so sp ech a co n tien e to d o s lo s v a ­ lo res c o m o m e d io s su yo s, p u es el e sp a cio su b m e d ia tico (el so p o rte su b m e d ia tico ) n o es sin o el esp a cio d e la so sp ech a. P o r eso resu ltan p a ra n o so tro s tan v in c u la n te s c o m o la p ro 2 86

p ia so sp e ch a lo s v a lo re s e fe ctivam en te in clu id o s e n la so s­ p ech a. P ero p a r a p o d e r v a le r re alm en te, lo s v a lo re s deben re c ib ir sie m p re d e n u ev o el

mana de

la sin c e rid a d m ed ia-

tica, esto es, d e b e n c o n firm a r d e n u e v o la so sp e ch a de que el esp a cio su b m e d ia tic o en su in te rio r es “ re a lm e n te ” distin to a c o m o se m a n ifie sta e n la su p e rfic ie m ed iatica. L o q u e esto sig n ifica es q u e lo s v alo res deben ten er el brillo de lo e xtran o , d e lo in u su a l, d e lo n u evo , p a ra co n seg u ir el

mana d e

la v e r o s im ilitu d y p o d e r e sta r v ig e n te s eficaz-

m en te. B a jo el in flu jo de la so c io lo g ia d e los a n o s sesenta, esp ecialm en te d e la d e F o u ca u lt, h o y estam o s in clin a d o s a p e n sa r q u e las n o rm a s q u e efectivam en te rigen la realid ad so n las co tid ia n a s, las gen erales, las h ab itu ales. P o r el con tra rio , a lo otro q u e esta m as alia de esas n o rm as se lo pien sa c o m o re p rim id o , cen su rad o , cla u su ra d o , co m o a q u e llo que solo p u e d e y d eb e alcan zar a cep tacio n so cial p o r m e d io de e sp e c ia le s e sfu e rz o s de la c r itic a - p a r a lo q u e d e b e n “ rev en tarse” las n o rm a s y v a lo re s d o m in a n te s - P ero , en rea­ lid a d , n a d ie cree e n u n a n o r m a h a b itu a l, sin o s o lo en lo in h a b itu a l. P o r cierto , q u e este tem a h a sid o m u c h o m e jo r re c o n o c id o p o r a q u e lla v ie ja so c io lo g ia q u e se o c u p a b a de la c u e stio n d e lo sa g ra d o q u e p o r la m o d e r n a so c io lo g ia : p re c isa m e n te p o r esa ra z o n se ten ia tra d ic io n a lm e n te p o r esp ecialm en te v e ro sim ile s a lo s d io ses, lo s san to s, los p ro fetas y lo s sacerd o tes, p u e sto q u e se m o s tra b a n c o n tin u a m en te c o m o e x tra n o s, c o m o in h a b itu a le s, e in c lu so com o “ tra n sg re so re s”, y p o r eso se h a cia n so sp e c h o so s d e tra n s­ m i t s la im a g e n v e ra z de a q u e llo q u e se o cu ltab a b a jo lo h a287

b itu a l.1 E n las so cied ad es “ tra d ic io n a le s” se a c ep tab a lo h a ­ b itu a l so lo p o rq u e estab a le g itim a d o p o r a lg o e x tre m a d a m e n te “ in h a b itu a l”, c o m o p o d ia ser u n a r e v e la tio n d ivin a. Y n o es c a su a lid a d q u e lo s san to s y sacerd o tes h a y a n p e rd id o s u

mand ju s t o

c u a n d o se les h a “ d e s e n m a s c a ra d o ”

c o m o h o m b re s c o rrien tes, n o rm a le s: y eso fu e, ju sta m e n te , lo q u e sacudio el orden trad icion al de lo habitual. Y es q u e lo h a b itu a l solo re su lta so cialm en te a cep tad o g ra c ia s al

mand

de lo in h ab itu al, q u e c o n firm a la so sp ech a d e q u e tras lo h a ­ b itu al se ocu lta algo d istin to y de o tra naturaleza. Pero, co m o es c o n o c id o , p e rte n e c e a la e c o n o m la d e lo s a g r a d o q u e q u ie n m a ta a u n su m o sa c e rd o te y c o n s ig u e p e rm a n e c e r la rg o tie m p o sin castigo, es elevad o 61 m ism o al ra n g o de sa­ cerd o te.2 U n a “ critica d e las id e o lo g la s” eficaz n o es m as q u e u n c rim e n se m e ja n te , p e ro c o n tra lo s a n tig u o s re p re se n tantes d e lo o cu lto ; y c o m o c o n se c u e n c ia d e ese crim en , el

mand d e

lo s v ie jo s v a lo re s se tra n sm ite ta m b ie n a lo s v ic -

to rio so s c rltic o s d e la id e o lo g la . A s ! h a o b te n id o su

mand

la cien cia, en la m e d id a en q u e h a liq u id a d o al “ v ie jo D io s ” ; y d esp u es, lo s e n ig m a s d e la cien cia h a so b rep asad o in clu so lo s d e la relig io n . E n la m o d e rn id a d , la e c o n o m ia d e la so sp ech a n o fu n c io n a d e m o d o d istin to a c o m o lo h ace en las a si lla m a d a s so cied ad es trad icio n ales. C u a n d o F o u c a u lt p reten d e d efen -

1 Roger Caillois, Der Mensch und das Heiljge, Hanser, Munich, 1988, pags. 44 y ss. Hay edicion en espanol: Roger Caillois, El hombre y lo sagrado, Fondo de Cultura Economica, Buenos Aires-Mexico, 1996. 2 Cfr. Roger Caillois, Der Mensch.. pags. 56 y ss. 288

d er lo s d erech o s d e la lo c u ra co n tra la im agen d e l m u n d o racio n a l, n o rm a tiv a y cien tifica, d esatien d e co m p letam en te el h e c h o d e q u e so n p re c isa m e n te la c ie n c ia y lo s c ie n tlficos lo s q u e ap arecen , p ara el “ n o rm a l” en ten d im ien to de las m a sa s, c o m o g en te c o m p le ta m e n te lo c a y q u e es p re c is a ­ m en te p o r eso p o r lo que se lo s acepta. C o m o es sab id o , la fig u r a d e l c ie n tific o lo co c o n stitu y e u n e le m e n to fijo de la m o d e rn a c u ltu ra d e m asas. N o es ca su a l que E in stein se c o n v irtie ra en ic o n o de la cien cia m o d e rn a : en p r im e r lugar, p o rq u e e n c a rn a e n m u c h o s a sp e cto s esa celeb re fig u ra , y en se g u n d o lu g ar, p o rq u e ap a rece c o m o q u ien h a con vertid o d e fin itiv a m e n te la c ie n c ia en algo in co m p re n sib le , dem e n c ia l. D e h e c h o , la c ie n c ia m o d e r n a p u d o esta b le ce r so cia lm e n te su p o d e r c u a n d o , c o m p a ra d a con la s an tigu as relig io n e s, se v o lv io aun m a s in co m p re n sib le q u e aquellas. L a im a g e n del m u n d o de la cien cia a ctu a l es, de h ech o , “ in im a g in a b le ”, es decir, d em en cial, p ara el “ h o m b re co rrien te” ; p ero p recisam en te p o r eso se acepta so cialm en te s u im agen . C o m p a ra d a s co n la fisica m o d e rn a , las teorias filo so ficas del in co n scien te y de lo otro resu ltan in clu so m u ch o m a s com p ren sib les y “ co rrien tes”, ra z o n p o r la c u a l tam b ien esas teo­ rias p ie rd e n p a u la tin a m e n te su

mand.

Pero la e c o n o m ia de la sospech a n o es solo u n iversal p o r­ q u e in c lu y a en su in te rio r la s fig u ra s d e la co n fia n z a , la fe y la sin c e rid a d , sin o ta m b ie n p o rq u e p o n e a to d o en te b ajo so sp e c h a . Y d e h e c h o , to d o c u a n to se m u e s tra c a e in m ediatam en te b ajo la sospech a d e que, al m ostrarse, o cu lta algo o tro tra s de si; y esa so sp ech a, co m o d ijim o s, n o p u ed e ser 289

n i c o n fir m a d a n i d e sm e n tid a . D e sd e lu e g o , la fo r m a m a s p u r a d e la so sp e c h a co n siste, c o m o ta m b ie n h e m o s d ich o an tes, en la su p o sic io n d e q u e b a jo la su p e rfic ie m e d ia tica n o h a y sim p lem en te u n m e d io n u ev o - m a s p ro fu n d o y que se co n stitu y e e n s o p o r t e - sin o el su je to m a n ip u la d o r, fa lsa rio y p e lig ro so , q u e p u e d e su p o n e r u n a a m e n a z a d irecta, a u n q u e o c u lta , p a ra el esp ectad o r. A l p are ce r, c o n tal s u ­ je to y a n o p o d r ia h a b e r u n a re la cio n e c o n o m ic a , sin o u n a m as b ie n p o litica, q u e c o n sistiria en p ro te sta r c o n tra el, en d e n u n c ia rlo , en h a c e rlo re sp o n sa b le , en c o m b a tirlo . Y, de hecho, la p o litica solo tiene o p o rtu n id a d de en tra r en escena c u a n d o e m p e z a m o s a so sp ech ar q u e las co sas n o v a n co m o v a n p o rq u e ellas fu n c io n e n p recisam en te c o m o fu n cio n a n , sin o p o rq u e su in te rio r esta sien d o m a n ip u la d o d e u n dete rm in a d o m o d o . A h o r a b ie n , u n a d e c isib n o r ig in a r ia en fa v o r d e u n a re la cio n p o litic a co m o esa c o n aq u e l p resu n to su jeto m a n ip u la d o r ta m p o c o p u e d e ser c o n firm a d a o d es­ m en tid a: h ay tan p o co s a rg u m en to s con vin cen tes p a ra creer en u n a o cu lta c o n sp ira c io n u n iv e rsa l c o m o p a r a n e g a r su p o sib ilid a d . P ero c o m o la so sp e ch a d e u n a su b je tiv id a d q u e o p e ra en se cre to en el in te r io r d e la s co sas c o n stitu y e la fo rm a m as alta y ra d ic a l d e la so sp e ch a m e d ia tic o -o n to lb g ic a , n o p u e d e ser sim p le m e n te ig n o r a d a o rid ic u liz a d a , c o m o d e m a s ia d o a m e n u d o se in te n ta e n las d is c u s io n e s p u b licas. M a s b ien h a y q u e co n sta ta r q u e ta m b ie n sem ejan te so s­ p ech a ra d ic a liz a d a tiene su lu g a r d en tro de la e c o n o m ia g e ­ n e ra l d e la so sp ech a. E n p rim e r lu gar, la su b je tiv id a d o cu lta 290

- t a l y c o m o m u e stra la e x p e rie n c ia d e m u ch as r e lig io n e s n o se d e ja sen tir so lo co m o am en aza, sin o q u e se p u e d e in ­ te rp re ta r, al m is m o tie m p o , c o m o fu e n te de la m a s alta d ich a. D e ese m o d o , esas r e lig io n e s p o s ib ilita n a l c o m n te m p la d o r del m u n d o e n tra r en d ia lo g o con esa su b je tiv id ad o c u lta y c re a r re la cio n e s d irectas co n ella, e n lu g ar de co n ten tarse co n co n te m p la r la im ag en exterio r d e l m u n d o . E s sa b id o q u e tales rela cio n es so n g en era lm en te d e n atu raleza eco n o m ica : lo s sacrificio s que h acem o s a los d io ses atestig u a n n u e stra g ra titu d p o r su a y u d a o sirven d e d iscu lp a p o r n u estro s p ecad o s. Pero m as im p o rta n te a u n es el hecho de q u e la e le c c io n en tre e c o n o m ia y p o litic a s ig u e sien d o u n a o p e r a c io n e c o n o m ic a : la so sp e c h a de q u e “ d etras de to d o ” esta o cu lto u n su jeto q u e to m a d ecisio n es p o liticas, fren te a l q u e h a y q u e actu a r del m ism o m o d o , es decir, p o litic a m e n te , es u n a so sp e c h a in c lu id a en la e c o n o m ia g e ­ n e ra l d e la so sp e ch a , y eso la hace m a s o m e n o s creib le en las d iversas ep o cas. E l p rim a d o d e la e c o n o m ia que aparece en la s reflexio n es d e este lib r o p arece, a p r im e r a v ista , a b s o lu to . Y de h ech o , si n o so lam en te las rela cio n es en tre sig n o s de la su p e rflc ie m e d ia tic a so n de n a tu ra le z a e c o n o m ic a , sin o q u e ta m b ie n p u e d e n ser e c o n o m ica m e n te in te rp re ta d a s las re ­ la cio n e s en tre la su p e rfic ie m e d ia tic a y su o tro su b m e d ia tico , e n to n c e s p a re c e n o h a b e r lim ite s p a ra e l im p e rio u n iv e rs a l de la e c o n o m ia . S in e m b a rg o , la n e c e s id a d econ b m ic a fu n c io n a d e un m o d o algo d istin to a, p o r ejem p lo , la n e c e s id a d d e la “ n a tu ra le z a ” U n a e c o n o m ia a m p lia d a 291

ta m p o c o p o se e la n e ce sid a d in e x o ra b le e in e v ita b le q u e le su p o n e B ataille. L a n ecesid ad ec o n o m ica actu a d e fo rm a totalm en te d istin ta a la n ecesid ad de las leyes de la n atu raleza: la e c o n o m ia carece d e u n d e te rm in a d o su stra to m a te ria l o de leyes n a tu ra le s, sea este la

physis, la s

fu erzas d e p ro d u c -

c io n o la e n e rg ia solar. L a c u ltu ra h u m a n a esta fu n d a d a en el ca m b io . T o d o s los p ro c e d im ie n to s cu ltu rales so n p ro c e d im ie n to s d e ca m b io y to d o s lo s v a lo re s c u ltu ra le s so n su stitu ib les. E sto sig n ifica cla ra m e n te q u e n o h a y v a lo re s “ e te rn o s”, p u es to d o s lo s v a ­ lo res, an tes o d esp u es, so n su stitu ib les. ^Pero a caso n o h a y u n etern o flu ir, u n e te rn o d e v e n ir o u n etern o deseo, algo q u e n o p u e d a ser su stitu id o ? C u a n d o se h a b la d el in e v ita ­ b le flu ir de to d o s lo s sig n o s, sig n ific a d o s y v a lo re s, se suele e n te n d e r el flu ir m ism o c o m o u n p ro c e so o rig in a r io q u e, en c u a n to tal, n o p u ed e ser su stitu id o . L o s te o ric o s de la d e ­ c o n stru c tio n cu e stio n a n m u ch a s cosas, p e ro m a n tie n e n la creen cia en lo in su stitu ib le, in clu so c u a n d o eso in su stitu ib le se d e n o m in a “ tarea d e la d iferen cia” o “ lo o tro ”. Y tam b ie n o tra s te o ria s d e n u e stro tie m p o , q u e c e le b ra n lo q u e se n os sustrae, lo que se ocu lta, lo q u e n o es con tro lab le, p erm a n e ce n p resa s de u n a d e te rm in a d a tra d itio n : la tra d itio n q u e esta a la b u sq u e d a d e lo in su stitu ib le; sim p le m e n te u tiliz a n n u e v o s n o m b re s p a r a eso q u e es in su stitu ib le. Sin e m ­ b a rg o , lo q u e flu y e p u e d e ser su stitu id o p e rfe c ta m e n te , a sab er: p o r lo a u to rrep etid o , lo au to m atico y lo id en tico . D a r u n a g a ra n tia filo s o fic a m e n te fu n d a d a p a r a u n flu ir e ter­ n o es ta n im p o s ib le c o m o d a rla p a r a la v a lid e z e te rn a de 292

d e te rm in a d o s v a lo re s. E l p e n sa m ie n to de la e c o n o m ia tra scien d e la an tig u a c o n tra p o sitio n en tre id e n tid a d y d iferen c ia o en tre ser y d even ir o esta b ilid a d y fluir, e n la m e d id a en q u e m u estra q u e esos co n cep to s so n su stitu ib les. L a p ro g re s iv a tr a n s fo r m a t io n e c o n o m ic a d e to d o s lo s a m b ito s de la v id a - a la q u e tan tos a cu san h o y co m o en em ig a de-la c u lt u r a - p o n e d e m an ifie sto , m as b ie n , la o rig in a r ia n a tu ra le z a e c o n o m ic a d e la c u ltu ra c o m o tal. Y la e c o n o m ia se caracteriza, a n te tod o, p o r p e rm itir la p o sib ilid a d d e u na d e c isio n p e rso n a l acerca de si un d e te rm in a d o ca m b io debe llevarse a cab o o no. L a e co n o m ia o frece la p o sib ilid a d del c a m b io , p e ro n o o b lig a a realizarlo . E l h ech o de q u e tod os lo s valo res sean su stitu ib les no sig n ifica, en a b so lu to , q u e lo se a n n ecesariam en te y e n tod o m o m en to . E n este se n tid o , to d a s las o p e ra c io n e s c u ltu ra le s d e c a m b io d eb en tener u n o p erad o r, u n au tor; ese autor se e n cu e n tra b a jo la so sp e ch a d e h ab er em p eza d o u n a d e te rm in a d a o p e ­ r a t io n e c o n o m ic a y se le atrib u ye la re sp o n sa b ilid a d de e sa o p e r a t io n . E l e n te ro m u n d o d e lo s m e d io s se e n c u e n tra , p a ra n o so tro s, b a jo la so sp ech a de la m a n ip u la tio n . Sus sign o s so n in terp reta d o s p o r n o so tro s, n ecesariam en te, c o m o in d ic io s de u n c rim e n secreto. P o r e so n o es c a su a l q u e el g en ero in d iscu tib lem en te d o m in a n te d e la c u ltu ra co n tem p o ra n e a sea el g en ero n e g ro , tanto e n la lite ra tu ra co m o e n el t in e o la te le v isio n . H o y so lo tie n e exito la o b r a de a rte c o n stru id a c o n el asp ecto d e l g en ero negro. N u e s tra c u ltu ra actu al es u n a c u ltu ra de la d ifu sio n m e d iatica. So lo la fo r m u la tio n o la c o n firm a tio n d e u n a so s293

p e c h a p u e d e e x te n d e rse lo su fic ie n te m e n te ra p id o en esa c u ltu ra , p u es so lo la so sp e ch a n o s p arece, d esd e el p rim e r m o m e n ta , creib le y c o n vin cen te. E l v e rd a d e ro h e ro e de la c u ltu ra m e d ia tic a es el d etective p riv a d o , q u e b u s c a in ce san tem en te n u e v o s in d ic io s q u e p u e d a n c o n firm a r su s sosp ech as. E l d etective p riv a d o es el re p re se n ta n te sim b o lic o d e la o p in io n p u b lic a m ed iatica: el e n c a rn a la so sp e ch a q u e d efin e co m o tal la relacio n entre la o p in io n p u b lic a y lo s m ed io s. T a m b ie n e l te o ric o d e lo s m e d io s a c tu a c o m o u n d e te ctiv e p riv a d o , e n la m e d id a e n q u e a fir m a h a b e r d e sc u b ie rto el m a s su b lim e y p e rfe cto de to d o s lo s crim e nes: el crim e n sin c rim in a l; es el c rim e n d el len g u aje, d e lo s m e d io s, d e lo s co d ig o s q u e so cavan y falsean n u estro s m en sajes. A u n q u e h a y q u e h acer n o ta r q u e, a su vez, tam b ien esa te o ria del c rim e n p erfecto se e n cu e n tra b a jo la so sp ech a de q u e re r ta n so lo e n c u b r ir al v e rd a d e ro c r im in a l, n e g a n d o su existen cia. P o r eso, la so sp e ch a su b lim e , es decir, la m ed ia tic o -te o ric a , la d e c o n stru c tiv a , es sim p le m e n te u n a so s­ p e c h a e n tre o tra s y p u e d e se r su stitu id a p o r o b r a d e la e c o n o m ia d e la so sp ech a. E l te o rico d e m e d io s n o p o d ra ser n u n c a el d etective p riv a d o p erfecto q u e d escu b re el crim e n p erfecto , p u es ta m p o c o la te o ria de m e d io s esta en c o n d icio n e s d e e sc a p a r a la e c o n o m ia de la so sp ech a. A h o r a b ie n : a u n q u e to d o s lo s fe n o m e n o s q u e ap arecen en la e c o n o m ia sean de n a tu ra le z a e c o n o m ica , eso n o sign ific a a u n q u e eso s fe n o m e n o s te n g a n q u e e sta r o rie n ta d o s fo rz o sa m e n te a l ex ito e c o n o m ic o : u n o p u e d e d e c id ir ig u a l d e b ie n o rie n ta rse c o n tra el ex ito e c o n o m ic o ; en ese 294

caso, co n tod o, la d ecision sigu e siendo econ o m ica, e incluso p u e d e p ro d u c ir, e n el a m b ito de la e c o n o m fa sim b o lic a , m u ch o

mana, c o m o

d ijim o s antes. Y d e hecho, p recisam en te

la m as d ific il y m a s su b lim e ascesis es la que re n u n c ia a lo s b ie n e s sim b o lic o s. C o m o es sab id o , es esp ecialm en te d ifi­ cil p a ra u n filo so fo o un a rtista re n u n c ia r a c u a lq u ie r

mand:

c a si n in g u n o e sta d isp u e sto a e sc rib ir textos o a p ro d u c ir o b ra s d e a rte q u e n o q u ie ra n se d u c ir a lecto res o espectad o res. P ero ta m b ie n esa d ecisio n , la d e p ro d u c ir obras asceticas en el m a s su b lim e d e lo s sen tid o s, sigu e sien d o u n a d ecisio n e c o n o m ic a , u n a d ecisio n q u e no p u ed e evitar q u e su a u to r se en cu en tre, de n u evo , b a jo sospecha.

295

Esta primera edicion de BA JO SOSPECHA de Boris Groys, se termino de imprimir el dia 26 de mayo de 2008

\

. ^V^ue pinta un urinario en un museo? ,sPor que no nos pa-, _ recc extrano considerar un monton de basura como una obra de arte? Desde hace mas de un siglo, cada objeto artisiico levanta la sospecha de que tras su superficie podrla ocultarse ' un secreto. En realidad, la sospecha es el medio del arte contemporaneo: sus obras, por lo comun de apariencia ordinaria, vulgar, profana, despiertan nuestra atendon porque tras esa apariencia sospechamos un misterio. La modernidad ha sido descrita con frecuencia como la epoca de la sospecha destructora de los antiguos valores de la tradicion. Pero la era moderna tambien es la epoca por excelencia de los archivos. Y, sorprendenterriente, ha creado para - los valores culturales un riuevo fundamento, nuicho mas es'table que los antiguos: el de la sospecha misma, que no pile, de ser destruida nunca, porque es const ituliva de la contemplacion de la superficie de los signos y los medios. Todo lo que se muestra se vuelve, automaticamente, sospechoso: estamos siernpre a la espera de que el medio se conyierta en mensaje, de que todos los signos que ocultan la “autentica” realidad se disuelvan por fin para que esta pueda mostrarse “como es” Y ese deseo no solo se activa en los museos o ante un aparato de television; es universal, pues es, sinyduda, una reformulacion de la vieja pregunta ontologica por la realidad: Boris Groys analiza el principio de la sospecha fuhdando una vasta fenomenologfa de los medios, con la que amplla las tesis de su celebre Sobre lo nuevo (Pre-'rexlosv2()05). Si alii describia la “economia cultural” como el intereambio entre el archivo de los valores culturales y el espacio prOfano exte­ rior a el, Bajo sospecha quiere responder a la pregunta de “dual es la fuerza que sostiene los archivos de nuestra cultura y les concede permanencia”. Groys nos presenta la sospecha como la actitud que nos pone en contacto con el fon’do prerreflexivo y oculto bajo la superficie de los signos: es la misma sos’pecha que alento las grandes empresas metafisicas del pasado y que hoy, en la epoca de la postmoderna universalidad mediatica^ sigue accionando el oculto resorte de la cultura.

ISBN 9 7 8 - 8 4 - 8 1 9 1 - 8 9 5 - 3

-

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF