Boletim_Tecnico_04_-_Tratamento_de_trincas

April 9, 2019 | Author: Maxwel Andrade | Category: Polyurethane, Matter, Humidity, Liquids, Materials
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SA Tratamento de trincas

As fissuras e trincas nas peças de concreto simples, armado ou protendido, já fazem parte da construção civil, sejam em lajes, pilares, vigas, pavimentos... Dificilmente uma obra fica livre de seu aparecimento, quer seja devido a erro executivo, retração hidráulica, subdimensionamento, carga excessiva, entre outros. Até a norma permite o aparecimento de fissuras, desde que não ultrapassem algumas dimensões preestabelecidas. O problema maior nem sempre é o aparecimento das fissuras e trincas, e sim, como elas são tratadas e que material é utilizado. Primeiramente devemos entender que elas não são dimensionadas em projeto. Com isso, quando elas aparecem, deve-se procurar determinar quais foram as causas, se elas são ativas ou passivas, se são estruturais ou não e quais as conseqüências que elas acarretam à estrutura. Estas questões são de suma importância  para o seu tratamento definitivo. Não adianta preencher uma trinca ativa com u m material muito resistente, com uma aderência fantástica, só que rígido, aparecerá uma nova trinca no concreto, paralela a anterior. Da mesma forma que preencher uma trinca estrutural com um simples material elástico, não vai resolver o problema. Quando uma trinca aparece, superando a abertura máxima determinada pela norma, quer seja por erro de execução, de dimensionamento ou simplesmente ser uma trinca de retração, não importa, ela tem que ser tratada para transformar transfor mar a estrutura monolítica ou simplesmente colmatá-la para evitar a entrada de contaminantes, que agravará o problema. Como ponto de partida, após verificar quais as causas do aparecimento das trincas, é determinar se ela é passiva ou ativa. Se for ativa, é importante saber qual a amplitude e as direções do seu movimento. Este fator é um dos maiores causadores de danos em fissuras e trincas já tradadas. A seguir apresentaremos alguns produtos e técnicas para o tratamento das trincas.

A fissura/trinca é ativa ou passiva? Para determinar se a trinca é ativa ou passiva, se utiliza de diversos métodos, como: pasta de gesso, colagem de vidros, etc... Estes métodos apenas determinan se a junta é ou não ativa. Existe um equipamento muito simples o S.A.T., que detrmina com precisão a amplitude e a direção dos movimentos de trincas e juntas. O S.A.T. consiste de um riscador, que assinala qualquer tipo de movimento, de forma contínua, sobre um cartão indestrutível. O riscador é fixado de um lado da Avogard S.A.T.  junta, fissura ou trinca, com epóxi, enquanto que o cartão é fixado no outro lado, também com epóxi. O riscador possui uma agulha com parafuso regulador, que é  posicionada sobre o cartão. O SAT pode ficar fixado durante o tempo que for necessário (horas, dias ou até mesmo meses) determinando a movimentação. Já o Avogard possibilita determinar o trabalho de abertura e fechamento de juntas, trincas e fissuras em um determinado espaço de tempo, ou seja, após fixação do avogard, ele passa a determinar quantitativamente, com uma sensibilidade de 0,1mm, a abertura ou o fechamento da junta, fissura ou trinca.

Produtos para tratamento das trincas/fissuras Após a determinação se a trinca/junta é dinâmica ou não, deve ser escolhido o material e a metodologia a ser executada no tratamento. A metodologia depende diretamente do produto indicado, não podendo ser padronizada, pois, cada produto tem suas características técnicas definidas. Com a determinação das características do produto, é definido o tratamento. Se for por injeção, qual a pressão necessária, qual o tipo de bico de injeção, qual o espaçamento entre os bicos, etc... se for por gravidade, se existe necessidade de confinamento ou não da trinca... ou seja, todas estas questões são respondidas e definidas a partir das características técnicas do produto a ser utilizado. Existem no mercado toda sorte de material para este fim, principalmente os de base epóxi. Para que se possa definir os grupos similares, é necessário o conhecimento de algumas características car acterísticas técnicas importantes, como: A. B. C. D. E. F. G.

A base química do material; Módulo de elasticidade; Teor de sólidos; Carga inerte; Viscosidade; Resistências mecânicas; Pot Life;

A. A base química deve ser determinada, se de resina epóxi, poliuretano, acrílico, se é um material cimentício de cimento Portland comum ou ARI...; B. O módulo de elasticidade determina se o material é elástico ou não. Quanto maior o módulo menor é a elasticidade;

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Soluções de Engenharia

Boletim Técnico 04

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C. O teor de sólidos indica o percentual de resina em relação ao de solvente. Um material 100% teor de sólidos é composto apenas de resina, é puro. Quando o teor de sólidos é definido com um percentual abaixo de 100%, significa a inclusão de solvente, como descrito anteriormente. Para exemplificar, imaginemos um epóxi com 80% de teor de sólidos. Isto indica que o volume do material é composto de 80% de epóxi e 20% de solvente. Além da redução do custo em relação ao 100%, este material sofrerá uma retração no produto curado em torno de 20% em relação ao seu volume misturado, pois o solvente é volátil. Outra desvantagem deste tipo de material é que o solvente, normalmente, é tóxico, podendo causar danos à saúde do aplicador; D. É importante definir se o material possui ou não carga inerte, pois esta carga fará parte do volume final adquirido do produto; E. A viscosidade indica a finura no material líquido. Com isso, quanto menos viscoso for, mais fácil é para injetar nas trincas e fissuras, necessitando de equipamentos mais simples, ao mesmo tempo em que tem condições de penetrar nas trincas e capilares,  proporcionando também uma maior aderência ao substrato; F. As resistências mecânicas são importantes, pois indica a capacidade que o material tem de absorver a solicitação a que vai ser imposta; G. O Pot Life indica qual o tempo que se tem para aplicar o material após a sua mistura. Esta característica é importante, pois, devido a dificuldade ou extensão do tratamento, é determinado qual o Pot Life indicado para o tratamento, evitando desperdício do material, visando a agilização do serviço entre outros; A comparação entre as características acima e outras que podem ser relevantes para o tratamento, farão com que possa ser avaliado as qualidades e os preços dos epoxis disponíveis no mercado. Com isso, evita-se de cair no conto do material mais barato, mas que no final das contas, não resolve o problema, evitando o ditado popular “o barato que sai caro”. Pelo menos, se comprar o material de qualidade inferior, saber que está comprando um material de qualidade inferior. Algumas das caracerística descritas acima podem ser notadas a olho nú. Se observarmos a maioria, ou quase totalidade, dos epóxis encontrados nas prateleiras das revendas especializadas ou não, eles têm um percentual de sólidos abaixo dos 100% e possuem cargas inertes. Eles são compostos, normalmente, por dois componentes, “A “ e “B”. O “B” vem em forma líquida uniforme, com viscosidade variável, e com uma quantidade bem menor que o do componente “A”, é o catalizador. No componente “A” é fácil notar três tipos distintos de material. No fundo do recipiente fica uma pasta espessa, que é a carga inerte, acima dele fica um líquido mais viscoso, que é a resina epóxi e na superfície do produto fica um líquido translúcido e com baixa viscosidade, que é o solvente. A mistura tem que ser enérgica, para possibilitar a perfeita homogeneização. Já o epóxi 100% teor de sólidos, quase sempre, a relação de mistura é de 1:1, vem com dois componentes “A” e “B”, cada um com suas consistências e cores uniformes. A mistura é fácil, não necessitando de nenhum equipamento especial, e sim, uma simples paleta. Vale salientar que existem epóxis com 100% de teor de sólidos, com viscosidade diferentes. Quanto mais viscoso mais energia tem que se empregada na sua mistura.

Fissura/Trinca passiva Quando a trinca é passiva, significa que ela não sofre processo de dilatação/contração, ou seja, ela não é dinâmica. Para seu tratamento  pode ser utilizado um material rígido. O importante é definir qual o melhor material para fazer a monolitização do concreto. A viscosidade é uma questão importante neste caso, pois, quanto maior a viscosidade, maior dificuldade terá o material em penetrar nas fissuras/trincas e capilares. Normalmente os epóxis do mercado, mais utilizados para monolitização, variam de 250 a 400cps (viscosidade referência é a água que tem 1cps). Outro fator importante é determinar a presença de umidade no interior da trinca/fissura, pois, normalmente os epóxis do mercado são sensíveis à umidade, ou seja, não aderem com presença de umidade. Caso ele seja injetado em uma junta úmida, vai  preencher os vazios da fissura/trinca, sem promover a monolitização da peça. Caso não seja feito nenhum ensaio (extração de corpo de  prova) para comprovar a eficiência da injeção, vai se ter a falsa impressão que o problema está solucionado.

PP50 e PP100 – Epóxis de ultra-baixa viscosidade - insensíveis a umidade O PP50 e o PP100 são epóxis de última geração, insensíveis à umidade, cura rápida e co m viscosidade de 50 e 100cps, respectivamente. São 100% teor de sólidos, totalmente isentos de carga, não contendo solventes voláteis (SOV’s). Podem ser utilizados em ambinetes confinados, já que não são tóxicos, não são inflamáveis, apresentando flash point (inflamabilidade) muito alto e possuem resistência a UV. Devido à ultra-baixa viscosidade, normalmente dispensam bombas de injeção, podendo ser injetado, como mosta a figura ao lado, com uma simples pistola manual de duplo cartuco, com mix na extremidade. Como os componentes A e B estão em recipientes separados, a perda de material será mínima, a que ficar no mix misturador. O que não for injetado pode ser armazenado novamente em suas embalagens originais. É importante salientar que em uma estrutura de concreto armado ou protendido, as fissuras/trincas necessitam ser monolitizadas, como descrito anteriormente. Com isso, a ultra baixa viscosidade e a compatibilidade com superfícies úmidas garantem o total preenchimento das fissuras/trincas, ao mesmo tempo que  promovem a perfeita soldagem e conseqüênte monolitização da estrutura. Injeção rápida e fácil

Metacrilato – adesivo estrutural

Verter e espalhar 

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O Metacrilato foi lançado no Brasil pela Rogertec, no ano de 1995. É uma adesivo estrutural de ultra baixa viscosidade (de 5 a 15 cps) com altíssimas resistências. Devido à sua viscosidade, pode monolitizar trincas horizontais (pavimentos) pela ação da gravidade. Com isso, elimina-se todo aquele processo de furar e colocar bicos no concreto e injetar. Em pisos de concreto fissurado,  basta verter o produto e espalhar com um rodo. Para trincas localizadas, basta isolá-la e aplicar no local. Para trincas e fissuras verticais , utiliza-se o sistema de  bicos chupeta e pistola manual. Não pode ser utilizado em fisurras/trincas com umidade.

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Isolamento e aplicação

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Polirock – poliuretano estrutural Polirock é uma moderna resina de poliuretano estrutural, especialmente formulada para serviços de injeção em estruturas de concreto armado, minas e túneis, onde há presença d`água ou umidade e haja necessidade de monolitização com preenchimento e cura rápida. Quinze minutos após sua injeção, ele alcança uma resistência à compressão de 105 MPa.

Trincas/fissuras em câmaras frias – MONORIGID e MONOFLEX Quando as trincas estão localizadas dentro das câmaras frias, tem um grande problema a resolver, pois dificilmente as câmaras poderão ser desligadas, salvo na época da manutenção. Com isso, normalmente existe a convivência com as trinca/fissuras que aparecem nestes locais, até o desligamento da câmara na fase de manutenção ou um desligamento não previsto, provocado pelo agravamento do problema. Isto acarreta, não apenas em um possível aumento da dimensão destas trincas, como também o aparecimento de pontos de contaminação por colônias de bactérias e fungos. A Rogertec possui em sua linha de produtos o MONORIGID e o MONOFLEX, que são à base de poliuréia, têm viscosidade em torno de 15 cps (ultra baixa), curam com presença de umidade e em temperaturas de até e -30 oC. O tráfego é liberado em apenas 15 minutos após sua aplicação. O MONORIGID é rígido enquanto que o MONOFLEX tem um alongamento de 400%. Devido à elasticidade do MONOFLEX, ele pode também ser utilizado nas juntas serradas e de construção do pavimento de concreto da câmara. Os dois são 100% teor de sólidos e totalmente isentos de cargas. Caso as juntas de controle no caminho das empilhadeiras estiverem esborcinadas (quebradas) necessitando de lábios poliméricos, existe a possibilidade de confeccioná-lo com o MONORIGID, com a liberação em poucos minutos.

Fissura/trinca ativa Fissuras ou trincas ativas são as que se comportam como juntas que foram induzidas pela estrutura, elas mudam de dimensão. Colocar um material rígido é perda de tempo, pois, caso o material de enchimento tenha uma resistência superior ao do substrato, o substrato fissurará, caso contrário quem fissurará é o material de enchimento. Nesta situação tem que ser analisado duas questões importantes: Se trinca/fissura tem que ser monolitizada ou não. Caso a trinca tenha que ser monolitizada, ou seja, recompor a continuidade da estrutura (torná-la monobloco) é necesário utilizar um enchimento elástico, mas, estrutural. Caso deseje apenas a sua colmatação, pode ser utilizado um material elástico, sem propriedades estruturais. É imortante esclarecer que existem os epóxis flexíveis, que possuem resinas flexíveis, e existem os epóxis flexibilizados, ou seja, é a resina rígida flexibilizada com plastificantes . A diferença básica é que, os primeiros são flexíveis para sempre, enquanto os segundos vão  perdendo a flexibilidade ao longo do tempo.

Epoxy Injeção 36 O Epoxy Injeção 36 é um epoxi formulado com resina flexível, 100% teor de sólidos, isento de cargas, com três viscosidades, a depender do serviço a ser executado, ou seja: viscosidade para fraturas com 280cps,  baixa viscosidade com 150cps e ultra baixa viscosidade com 50cps. As características mecânicas do Epoxy Injeção 36 faz com que ele tenha o mesmo nível de tensões existentes no concreto base. A sua flexibilidade,  permanente, é compatível com o trabalho de qualquer trinca ou fissura. Outra grande vantagem do Epoxy Injeção 36 é que ele pode ser injetado em trincas úmidas (sem pressão d’água), que não afetará as suas qualidades nem sua aderência ao substrato, pois ele é insensível a umidade.

Colmatação Flexível de Trinca/Fissura As trincas e fissuras não estruturais, não necesitam de monolitização e sim de um preenchimento elástico, pois é mais econômico. Para este fim, tem que se levar em consideração o tipo da estrutura em que se localiza a trinca/fissura, para poder ser determinado o mateial mais adequado. É importante salientar que caso se tenha dúvida se a trinca é estrutural ou não, deve ser aplicado o Epoxi 36.

Trinca/Fissura em laje de sub-pressão e poço de elevador  Quando a trinca/fissura está localizada na laje de sub-pressão, e esta sofre com o efeito do lençol freático, é comum o surgimento de água  pelas mesmas quando o lençol está alto. Se o tratamento for executado com o lençol alto, deve ser empregada a tecnologia de injeção de  poliuretano hidroexpansivo PH FLEX SUPER, e, caso o lençol esteja rebaixado ou esteja baixo, pode ser utilizado a injeção de Gel  poliuretano, GEL XPTO, ou Gel acrílico, WATERCRIL (Boletim Técnico 03). Estes tratamento são permanentes e elásticos,  possibilitando uma solução definitiva para o problema.

Pátio de aeroportos e pavimentos externos – concreto e/ou asfalto É comum o aparecimento de trincas em pavimento de aeroportos, pátio externo de fábricas e estradas.  Normalmente é utilizado o asfalto derretido à quente e despejado no interior da mesma. Este serviço além de ser demorado causa um terrível efeito estético. Existe o ENCHE TRINCAS, que é um elastômero de fácil e rápida aplicação. É fornecido em rolo com três diâmetros diferente, 6, 13 e 20 mm (em caso de grande quantidade pode ser fornecido em outras dimensões). É introduzido na trinca (pode também ser colocado nas juntas) e aquecido com massarico. Sua borracha se liquefaz rapidamente. Ele é flexível (alongamento de 1800%) e sua característica autonivelante facilita enormemente o preenchimento da trinca/junta, praticamente zerando qualquer tipo de perda, com perfetia aderência em ambos os lados da trica/junta. É um material extremamente barato, de alta durabilidade, evitando a manutenção periódica dos asfaltos que enrigecem com a exposição aos raios ultra violeta.

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Calafetação com mastique de poliuretano É comum também fazer a calafetação com mastique de poliuretano. Conforme descrito acima com relação aos materiais de base epóxica, é importante conhecer as características do poliuretano. Existem dois tipos principais de poliuretano vendidos em cartuchos, tixotrópico, ou em latas, normalmente autonivelante, os aromáticos e os alifáticos. Os alifáticos são mais nobres, tendo uma excelente resistência aos raios ultra violeta, já os aromáticos tem uma resistência a UV limitado. Quanto mais baixo for o teor de sólidos, mais retração terá o produto curado. A elasticidade e a aderência, também são fatores importantes na escolha do material.

ELASTO-THANE mastique de poliuretano alifático O Elasto-Thane é um mastique de poliuretano alifático, 100% teor de sólidos, com isso, isento de retração, curado com a umidade e com 350% de alongamento. Após a aplicação e cura forma uma borracha firme, flexível e com grande resistência à ruptura. Apresenta grande resistência e tem excelente característica de recuperação, após grandes períodos comprimido ou alongado.

Observações importantes Este boletim não tem a intenção de dissecar por completo o tratamento das trincas e fissuras em estruturas de concreto e sim expor os diversos materiais que podem ser utilizados para tal fim. Vale salientar também, que qualquer tratamento que necessite de aderência, a superfície tem que ser adequadamente preparada, pois um material de excelente qualidade pode não dar um resultado satisfatório, devido a uma má preparação da base. Como descrito acima, a metodologia executiva dependerá do material a ser empregado, da experiência do  projetista e qualidade da mão de obra.

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