boas praticas morango[1]

June 6, 2019 | Author: Nuno Câmara | Category: Packaging And Labeling, Irrigation, Fertilizer, Agriculture, Plants
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optimização da qualidade e redução de custos na cadeia de distribuição de produtos hortofrutícolas frescos

Manual de Boas Práticas

Instituições do consórcio

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CARACTERIZAÇÃO Aspectos Gerais O morangueiro pertence à família Rosaceae . As cultivares mais difundidas comercialmente pertencem à espécie Fragaria x ananassa Duchesne, originada no século XVIII a partir de hibridações espontâneas entre duas espécies selvagens de frutos grandes, que tinham sido trazidas da América para a Europa no século XVII. São plantas herbáceas perenes que formam uma espessa roseta ao nível do terreno. São constituídas por um caule curto (coroa), folhas trifoliadas inseridas na coroa por pecíolos mais ou menos longos e um sistema radicular fasciculado, constituído por numerosas raízes superficiais. Quando as condições climáticas são adequadas, a planta emite estolhos, que são caules finos e prostrados, com entrenós longos, que facilmente enraízam dando origem a plantas autónomas. autón omas. Das axilas das folhas surgem inflorescências com um número variável variável de flores f lores que, na maior parte das variedades cultivadas, são hermafroditas. A parte comestível do morango não corresponde ao que botanicamente se denomina fruto; frut o; é na verdade um falso fruto originado pelo engrossamento do receptáculo da flor após a fecundação dos óvulos. Os verdadeiros frutos (aquénios) são aquilo a que por vezes se chama de sementes e estão distribuídas à superfície superfí cie da parte carnuda avermelhada. Os morangos são ricos em vitamina C e em ácido fólico, sendo igualmente uma boa fonte de fibras. Cerca de 8 morangos de tamanho t amanho médio contêm aproximadamente 160 %, 20 % e 16 16 % do consumo diário recomendado de vitamina C, de ácido fólico e de fibras, respectivamente.

Cultivares - Não reflorescentes ou de dia curto: Camarosa, Chandler, Osso Grande, Douglas, Sequoia, Tudla, Dorit. - Remontantes ou indiferentes à duração do dia: Irvine, Selva, Fern, Seascape.

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Nas principais zonas produtoras predominam as cultivares não reflorescentes, sobretudo porque apresentam uma maior produtividade no Inverno-Primavera, quando os preços são mais elevados. As cultivares remontantes (ou reflorescentes) apresentam uma maior distribuição da produção ao longo do ano. No entanto, a maior duração do ciclo produtivo implica um acréscimo de custos que nem sempre são compensados pela produção. Além disso, a qualidade dos frutos (sobretudo o calibre) vai diminuindo nas produções posteriores. A escolha da cultivar desempenha um papel importante numa estratégia de Boas Práticas Agrícolas. Assim, ela deve ter resistência ou tolerância a pragas e doenças, ser rústica e bem adaptada às condições de cultivo, não ser muito exigente no fornecimento de fertilizantes ao solo e possuir boas características organolépticas.

Características da Cultivar Camarosa Actualmente a cultivar Camarosa é a mais difundida no nosso país. É uma planta vigorosa, com um porte intermédio-erecto. Apresenta uma tolerância moderada ao calcário e a algumas doenças fúngicas da parte radicular e aérea. Tem inflorescências longas, o que facilita a colheita. Os frutos têm um calibre médio a elevado, com um peso médio que ronda os 20 g e uma cor vermelha intensa. Os morangos têm uma forma cónica ou cónica alongada. São doces e têm uma qualidade gustativa média a boa. São um pouco menos aromáticos que os da cultivar Chandler, no entanto, são substancialmente mais consistentes, o que proporciona uma boa capacidade de resistência ao transporte e uma boa aptidão para a conservação. Zonas de Produção O Ribatejo e Oeste (Palmela, Oeste e Ribatejo), o Algarve (sobretudo a campina de Faro/Olhão) e o Alentejo (concelho de Odemira) destacam-se como as principais regiões de produção de morango. A Beira Litoral (Coimbra, Leiria e Aveiro) e Trás–os-Montes (Macedo de Cavaleiros e Vilariça), embora menos representativas assumem importância por produzirem morango fora de época.

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Época de Colheita e Comercialização Os morangos florescem e produzem fruto várias vezes durante cada estação de colheita. Em Portugal a estação de colheita varia consoante a zona do país entre meados de Novembro e meados de Abril. Caracterização da Cadeia A cadeia típica do morango para o mercado em fresco é apresentada esquematicamente na Figura 1. É importante que todas as etapas sejam coordenadas e realizadas com rapidez de forma a evitar a exposição do morango a temperaturas elevadas. PRODUÇÃO

Figura 1: Cadeia típica do morango

COLHEITA CAMPO

EMBALAGEM TRANSPORTE PRÉ-ARREFECIMENTO

INSTALAÇÕES DE CALIBRAÇÃO EMBALAGEM E CONSERVAÇÃO

PREPARAÇÃO CONSERVAÇÃO

TRANSPORTE DISTRIBUIÇÃO E VENDA

ENTREPOSTO

TRANSPORTE

TRANSPORTE LOJA

Perdas Associadas à Cadeia Em Portugal não são conhecidas estimativas fiáveis das perdas que ocorrem na cadeia dos frutos frescos. Só através da identificação e quantificação das perdas que ocorrem nas diferentes fases da cadeia será possível a optimização da qualidade e redução de custos na cadeia de distribuição. Segundo dados fornecidos por uma das mais importantes empresas de distribuição nacional na área dos hortofrutícolas frescos, em 1998 e 1999 os

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principais motivos de rejeição de morango à entrada nos entrepostos foram a podridão, maturação excessiva e problemas relacionados com a logística. No mesmo período, à entrada nas lojas, as podridões e devoluções da loja foram os principais motivos de rejeição.

PRODUÇÃO Condições Edafoclimáticas Clima Embora seja originária de climas frescos e húmidos, existem cultivares que se adaptam perfeitamente a climas quentes e secos, desde que haja disponibilidade de água para rega. A parte vegetativa é bastante resistente às geadas, no entanto, na fase de floração, as flores são destruídas por temperaturas inferiores a 00C. Para formar um número adequado de folhas e obter uma boa produção na Primavera seguinte a maior parte das variedades cultivadas necessita de um período de repouso vegetativo, de duração variável, com temperaturas inferiores a 70C. As necessidades de frio são determinantes na escolha de uma cultivar. As cultivares com necessidades de frio elevadas, correm o risco de em certas regiões de Inverno ameno, não verem as suas necessidades satisfeitas. A cultivar Camarosa, actualmente a mais cultivada entre nós, pertence ao grupo das que têm fracas necessidades de frio (12 horas) e produzem praticamente durante todo o Verão e parte do Outono; cultivares ‘indiferentes à duração do dia’, que têm um comportamento muito semelhante às precedentes, e cultivares de ‘dias curtos’, que diferenciam os gomos no final do Verão princípio de Outono quando os dias se tornam mais curtos (
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