BACHELARD Gaston - A Intuição Do Instante [Livro]
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A intuição do instante...
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ados Inteacionais Catal�o Publio (CIP) (Oara Brasileira do Lv S Brasil) 2•.
Bachelard, Gaston 1 12 A tução d state I Gast Baelard ; traduçã Atono de Padua Da - 2•- Campna SP : Verus Edtora 2010 Ttulo rgnal L'tuton de nstat Bblrafa ISBN 97·85·76860105 Instante (Flofa) 2 Tem ceão I. Titulo •
070720
dces para catlo sstemátco 1. Istante Itução Flfa 115 115
DD115
GASTON BACHELARD
A intuição do instante 2• edição
Trau Antonio d Padua Dnesi
VERUS
SAPIENTI
Título original 'intition dr l'intant Editora Raa Raa Cat Coordenado Edoria An aula Gom Copiesque Ana Paula Gom Re viso Re viso Carls Eduard Eduard Sigrist Diagramaço Daine Aveno p Pojto gráfco Anré S. Tavares a Silva Copy Co pyri righ ghtt O Eitions STOCK, STOCK, 1931, 1992 193 193
dos, n Brasil pr Toos os ireitos rer v d Vers Editra Nenhua ae dta ob ode se rprduzid u transmtda o qualquer foma e/u quaiquer eios (eletrônico ou mecânco, mecân co, iindo fotcóp e gvação) ou qud em qquer siste ou bo d ddos sem peri• srta d edito Vmus ETR LTDA. Rua Bneicto Ar i sti sti ds Ribei, 55 Jd. Sana Genebra - 13084-753 ap apin inas/ as/SP SP - Brasil Fon/Fax: (1) 31 eruvrusitorco.br w. rdtor; combr
Sumário
Precio
Introdção
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1
CAPUL 1 O
nstante
5
APÍT 2 O
oblma o hábo e soníno
3 A deia do pogresso e a nuição o temo escontnuo
57
AÍT
Conclusão
73 89
NEX
nstante poético e instante mtafsico
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Prefácio
título o iginal dsta oba d Bachlad é L'intuition de l'instnt - Etude sur l Slo de Gston Roupnel. O histo iado francês Gs ton Roupnl ( 1 872- 1946) notabizous po su studo da his tóia social da Fança, pincipalmnt po sua Histoire de l cm pagnefrançaise, na qual já stá psnt uma abodagm gion stutua qu o apoxima da col ds Annals A poposta d u ma históia total, como pconizada po Roupnl, tm po contpatida a mno stutua d tmpo possívl m histó i a, o instant A contaposiço nt a históia como totalida e o insnte como fagmnto mínimo solv-s, aa Roupnel nma etasic . O dlinamento dss etasica s o obje tivo de Slo no conjunto d su oba. Entetanto, o poblma do instnte d como e é cone cio, ou seja, o poblm da intuição, no dv s qualicado na losoa fancsa, apnas como co ent, mas também co mo fnante. O
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I NT UIÇAO DO I NSN TE
É cto pssgm mis concid d intiço n loso ncs é o cogio d Dscts (15961650), po-
põ intiço como o ndmnto do concimnto pos no posso dvid d so Enttnto, ind n cistndde H go d So Víto ( 1 096 1 1 4 1 ) j á havi colocdo intiço como c ontposiço nt m totlidd o instnt, m vz conmplaio intiço do ol contmpltivo concimnto último sob totlidd i nnitd divin A conj nço nt o instnt tdd A conmplaio o último psso do concimnto, pcdido pl cogitio - s i à obsvço snsívl à imginço pl mdita io - s i m xo cionl cjo ápic o concimnto do divino S sássmos os olos d Hgo So Víto le Dscts jlgímos o cogio, mbo dto coo ntião é in medtato.A cotmplao xe ep m mtsic mis pond dicl poém smp n tv, isto é concb o mndo no como pt, s coo continidd , msmo, scnso d obsvço snsív à contpão de D Ropnl poost d um tl mtsic contdo s nlidde no é o concimnto d Ds, ms d stó coo totlidd. Qndo desvimos d contplço dvn p istó o nfo d intço spndmonos com o to d tdiço, os vlos s pátics cltis co nsisti smp m instn ts ptçõs, q s constituím m btos, os qis, po m, cbm o signicdo d vlos Tl como n viso n itiv d Hgo d So Víto, sinld do instnt totlidd d istói ncontms pincipi conjnção n intiço do instnt, o sj, intiço não é to único o dstnto, como sntnç ctsn m to de cocê e rópo de etc 8
PREFACIO
ta como Ropnl qr propor m q o mndo é o smrprsnt d m modo radical o instant. Otro camin ho d nidad ntr co nsciência totaidad oi pposto por Hnri Bron (1 859 1 94 1 ) notadamnt m sa obra mais conhcida A evolução criadora. Porém já m s trabalho nicial Ensaio sobre os dados imditos d consciência, ncontraá como dado mdato o tpo pscológco, or le nomado de dração psicológica, sndo o nsan a conjunção ntr a duração coacada ou sja , anda não xrssa a duação distndda xrssa m alavas, n eros sbolos. Dss odo o i nstant brgsonano é ua scolha qu da htogndad do aranhado d sgncados ossves a conscênca lgss a xprssão hoogênea, coen sívl contávl compatívl co o tmpo xtrno mcânco compartlhado plas pssoas prmtindo popor um signicado único o principal ao i nstant O instant assim é a sínts da contraposição ntr a totalidad htroêna da conscência a xprssão homogêna d u sinicado. A tasica d Slo chaa achlard a ess dba soe a ntição o instane, nfntando as dfnç� e ccas e rlação a gson RounlA cainho da caactrzação da ntução etasca e da inuição oéca achlad se aroxará do atmátco taé lósoo nr Ponca, ara qu a intução era, ais qu u onto de atda xplicavo a cntelha da cração da nvnção ncssára tano à ciênca q anto à o€sa PAULO DETARSO GOM
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lntrodução
Quando ua alma snsívl culta s lbra d sus sforços para dsnhar, d acordo co su próprio dstino intlctu as grands linhas da Razão, quando studa, pla ória, a htória d sua própria cultura, la s dá conta d qu, na bas das crtzas íntias, ca spr a lbrança d um ignorância ssnci. No rino do próprio conhcimnto há, assi , u rr original : o d tr uma orig; o d faltar à glória d sr in tporal; o d não dsprtar a si smo para prancr como si mso, as sprar do mundo obscuro a lição d luz E q u água lustra ncontrarmos não sont rnovação do frescor acional, as tabé o dirto ao trno rtorno do o da Ra ão ? Qu S iloé, arcandonos co o igno da Rzão pura, porá ord o bastant nosso espíito pa o prmitir coprndr a orde supra das cosas? Que gç a dvi no dará o pode d outorgar o princpio o er o p rncpio do pnsto e, coçandonos vedadnte 1 1
A INTUIÇO DO INSTNTE
nu enseno novo, de eo e nós, a nós, e n osso óo esío, a ef do Cado? É ess fone de Juvênc nelecul que Roupnel ocu, coo bo feceo, e odos os donos do esío e do coação. Aás dele, ncazes nós sos de nej a vnha de avelea, se dúvda não eenconaeos odas s ágs vvas, não sentros tods as coenes suerânes de u oba fund . Pelo enos, gosríos de dze e que onos de Siloe recebemos os impulsos ais ecazes e qu e es neante novos Rounel tz para o lósofo que quer eda os probleas da dação e do nsnte, do hábo e da vd. Peo, ess o e u foco seceo. Não sbeos o que que f o clo e cldde. Não odeos x ho e ue o so se onou clo o bsne se enunc coo ole Ms que ferenç fz? Que el venh do sofno, que venh d legr, odo hoe e n vd ess o de lu, a ho e que ele comprende subitamnte sua ó ensge, ho e que o conheceno, lumnando xão, desvend o eso eo s egs e a onoon do Desno, o oento veddeaene sn éco e que o loo decsvo, ocando conscênc do aconl, se orn nd ss o sucesso do enseno É í q ue se su o dfeencl do conheciento, o uxo newtonin que nos pee eceber coo o esíto suge d gnorânca, a inexão do gêno huno n curv desc elo ogesso d vd. A coe nelecul consse e ne vvo e vo esse nsne o conheceno nscene, e fe dele fone nexuível e noss nução e e desenh, co hsó sujev de nossos eos e equívocos, o odelo objevo de u vd lho e s cl. Ao longo de odo o lvo de Rounel , seno o vlo dess ço essene de u nução losc 12
INTRODUÇAO
oclta . S o ator não nos mostra sa font iia, nm o isso nos podmos nana a rsito da nidad da ofundi dad d sa intição. O liismo q condu ss da losóco q é oe co nstiti o sino d sa intimidad oq como scrv Rnan o q s diz d si é smr osi" . 1 ss lirismo porq intiramnt spontâno, ncra ma força d rsasão q crtamnt jamais consuiíamos tansota aa nosso stdo. Sia ncssáio vi todo o livo, sguilo linha linh a con quanto o caáte esttico he acscnta d claa Aliás, l Slo, s te esnte que s stá diant d o de u ot, d u sicóloo d m historiado q ainda s n a s u lósofo o momnto msmo m q sa ditação solitária lh nta a mais bla das rcompnsas losócas a d voltar a alma o sírito ara ma i ntição oriinal . Nossa tarfa rincial nos stdos q s sm sá sclarcr ssa intição nova mostra s intrss mtasico nts d iniciar nossa osição almas osrvaçõs srão útis ara j sticar o método q scolhos Nosso ojtivo não é rsr o liv d Ronl Silo u liro ico m pnsanto m fatos Mlho sia des olêlo qu suo. Enquanto os oances de Rounel são animados o ma vrdadia alia do o, o u xistência nuosa d alavras ritos, é notál qu l tnh ncontado m s oe a fras condnsada, colhida no âago da intuição Desd loo nos rc q, qui, xlica si xlicitar. Rtomamos ois, as intiçõs d Silo tão to quanto ossíl d sa font mnhaonos m sui nós sos aniação qu sss intuiçõs odeia da à ei 1
Souvris d'f{lc t de jrmss, Prefcio
111.
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A INTUIÇO DO IN STANE
tação losóca. Fzeos dela, drante város eses, a oldra e o rcaboço de nossas constrções. Alás, a ntção não se rova, se vvenc a. E se vvenca ltlcandose o eso odcandose as condções e se so. Sael Btler dz co razão : Se a verdade não sóla o bastante para sortar e a desatremos e a mates é de m espcie be robsta" .2 Pelas deormaões e impsemos às teses de Roel podeseá talvez medir sa verdadera ora. Seionos, os co toda a lberdade das ntç�es de Siloe e, nalente, as qe ua exosço obje tva, o e aresentaos aq nossa exerênca do lvro. Todava, se nossos arabescos defora e deasa o traçado de Ronel, sere se oerá resttir a ndade retornandoe à fonte sterosa do lvro. Aí se encontrará, coo aeos osta sere a esa ntção Aás, Ronel nos z3 que o títlo estranho de sa obra só te vedaea ntelgêna ara ele eso. Não será sso convdar o leto a oloa tabé, no la e sa lta, sa róa Sloé, o steroso reúgo de sa ersonaldade? Recebese ento, da obra a lção estranhaente eocoante e pessoal qe lhe co nra a ndae n novo lano. Dgaos na alava Siloe a lção de solão. Es or qe sa ntade tão fna, es o qe ela conserva, aca da dsersão de ses aítlos aesar do jogo não ra deasado grande e nossos coentáros , a nae de sa força ínta. Toeos ortanto, esde já, as ntções dretvas se no laos a segr a orde o lvro São essas ntções qe nos aão as chaves as convenentes ara abrr as útlas esectvas e qe a oba se esenvove. 2 L 'ie 1' labitudr p 17 trad. .
Si/o, p. 8.
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Lrbaud
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CAPÍTULO
O instante
iíneo, o vivaz e o belo hoj ALARM
Termos perdido aé a memória de nosso econro Mas nos reenconreos ara tiOS separarmos e nos encontrarmos de novo Ali onde os moros se reencontram: nos lábios dos ios SAMUE BUTLER
A ideia etafsica decisiva do livro de Roupnl é esta : tmp só tem uma realidade , a do Instante. Noutras palavras, o tempo é uma raldad ncerrada no instant suspnsa ntre ois nadas. O tmpo podrá sm dúvda r nasr mas prro tr 15
A I NTUIÇO DO INSTANTE
o No o ota at ouo 12 a ação O a o o . É a oldão valo taco a deoado. ua olo e od a tental conra o tgco olato do ntante: por a espéce de volênca craoa, o teo litado ao ntante no ola não apenas dos otros, a tab ó so,j q pe noso paado a dlto. Já o lar d a dtação e a meditação do tempo a taf a a qalq ta� , e, ortato, o lóofo dat a aração d q o tepo e apresenta coo o tat olto coo a cocêca de a oldãoVo a aa oo foraão o fataa do aado o a lão o ftro; a, a d tdo, paa be cod a ob q vao xlca, co ptra da toal gul o t rte do eal. Coo odea o q al a à arca do tat rte? Ma, rcocat, coo o tat t dxa e o ral? S ó oa ocêc o o tate pt, coo ão ver qe o tate peente o úco oío o qal s vvenca a ralidad? S tvo d la oo gda, era cssáio patr d ó mo ara ovar o er. Toos, os, de nício, oo pensaento o o ga a cota o tat q a baça o q acaba o dxa ra taoo, ou o, o q o tat bq o tga "É o ó do q to co " , zo Ro "O at q acaba d o ca a a ot a q tc o o abolo o ao xto E o o cohco vl o a a va o fuuo, ao o
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O INSTANTE
aproxima d ns como os Mundos os Céus u ainda s ign oram."1 Roupn acrscnta u m argumnto u amos contsar com o único intuito d acntuar ainda mais su pnsmeno: No h grau nssa mort u é tano o fuuro uano o ps sado". Para rforçar o isolmnto do insa use diíos qu há graus na mo u o u st ais morto ue mort é o u acaba d dsaparcr. . D fato a mdiaço do insan nos connc d u o sucimnto é ainda mais nítido poru dstri um passado mais próxio, da msma sorte u a incrtza é ainda mais mocionant poru colocada no ixo do pnsamnto u ai ir, no sonho u soicitaos ms u sntimos já sr nganador Do passado mais disan po fito d ua pranência totamnt foral u rmos sudar, u fantasa algo cornt sóido podrá talz retorn ir as o instante u acaba d soar não o podrmos consrvar com sua indiiduaidad como u ser copleo É ncesi e e o e fe e banç compla Como o uo ms ce concic do futuo traído · uano sobrém o insane lnnt e e ene urido fecha os olhos imediamene se sen co ue oidad hostil o insant seguine ssa" nosso corço Ee carter dramáco o insnt é le sceíel e f prssenir sua ralidd. O u gosaí mos e subln u nssa ruptura do sr a ideia do dsconínuo s ipõ forma incontst. Objtarsá alz u esss insans damáticos sparam duas duraçõs ais monótonas. Mas chamamos d monótona rar toda olução u não xaminaos com atnção apaixonada Se nosso corço oss po o basne e poeoe eo e oo o I
Sih>', p. I 08
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A
INTUIÇ O DO INSTANTE
instants so a u po doadors spoiadors qu uma novidad cnt o tágica, smpr rpntina, no cssa d us ta a dscontinuidad ssncia do Tmpo 11
Poém ssa consagaço do instant coo lmnto tmpoal piodial só pod, vidntnt, s dnitiva s fo pimi o confontada co as noçõs d ins� a nt d duaço. Dsd logo, psa d Siloe no aprsntar nnhum taço poêico, o lito no pod dixa d voca as tss brgsonianas . V isto qu neste tabalho nos popoos a tafa d cona todos os pnsa mentos de um lito atnto, cumpnos nuncia todas as obj ções nascm d nossas lbanças dos tas bgsonianos. iás, é tavz opondo a ts d Roupn à d Bron qu co pndos hor a in uiço qu aprsntaos aqui . Ei s, nto, o plano q u vaos cupir nas páginas qu s seem. Lbaos a ssência da toia da duaço dsnvolv eos o mais claant possívl os dois tmos da oposiço: 1 A losoa d gson é uma losoa da dço. 2) A losoa de opnl é ma losoa do instant. Em seguida, bscamos indica os foços d conciliaço e tntamos opa pessoalente, mas no daos nossa adsão à doutina intmdiáia nos tv po um momnto. S a delinamos, é pou la acod uito natualnt, sgundo paec, ao spíito d lito clético pou pod tada sua dciso. Enm após uma xposiço d nossos pópios dbats, vemos e a nosso ve a posço mais claa, mais pdnt a e 18
O INSTANTE
a que corresponde à consciência mais direta do tempo é ainda a teoria roupneiana. Examinemos, pois, para comear, a posião bergsoniana . De acordo om Bergson , temos uma experiência íntima e direta da duraão. Essa duraão é mesmo um dado imediato da consciência . Decerto ea pode ser subsequentemente eaborada objetivada, defor mada. Os sicos, por exempo, com todas as suas abstraões, fazem dea um tempo uniforme e sem vida, sem termo nem descontinuidade. Entregam, então o tempo i nteiramente desumanizado aos matemáticos. Penetrando no pensa mento desses pfetas do abstrato, o tempo reduzse a uma simpes variáve geométrica, a variáve por exceência, doravante mais apropriada para a análise do possíve que para o exame do rea. De fato, a continuidade é, para o matemático, mais o esquema da possibiidade pura que o caráter de uma reaidde. Ento, para Bergson, o que é o instante? Nad mais que um corte arcia qu e ajuda o pensamento esquemático do geômetra. A inteigênia, em sua inaptidão para seguir o vita imobi iza o tempo num presente sempre fatíio. Esse presente é um mero nada que não onsegue sequer separar reamente o pas sado e o futuro. Parece com efeito, que o passado eva suas foras para o futuro, e parece também que o futuro é neessário para dar passagem à foras do passado e que um único e mesmo impuso vita soidariza a duraço O pensamento fragento da ida, no deve ditar suas regras à vida . Totamente imersa em sua contempaão do ser estático do ser espacia a inteigência dee empenharse em não desconhecer a reaidade do futuro Finamente a losoa bergsonian reúne de forma ndissolúel o passado e o futuro Assim é preciso tomar o tempo em seu boco pr tomo em sua realidde. tempo está n própri 19
I NT UIÇAO DO I N STNTE
ont do implso ital. A ida pod rcbr ilstraçõs instatnas, mas é a draço q xplica rdadiramnt a ida. Eocada a intiço brgsoniana, jamos d q lado, cotra la, as dicldads o s acmlar. Eis, em primiro lgar, ma rprcsso da crítica brgsoniana à ralidad do instan. Com io, s o instant é ma alsa csra, o passado o tro ho d sr bm dicis d distingir, porq so smpr aricialmnt sparados. C mp, nto, tomar a draço como ma nidad indstrtíl. Daí todas as consqêncas da losoa brgsoniana: m cada m d nossos atos, no mnor d nossos gstos, podrsia aprndr o carátr acabado do q s sboça, o m no comço, o sr tod o o s di r no implso do grme. Mas admamos q s possa misrar ditiamn pasado fuo. Nssa hipótes, m dicldad os prc aprsease pa qe qr lr a o m o mpego iião bergsoia.Tndo triado ao proar a irrealidad do isa, como alarmos do começo d m ato? Q potência sobrnatral, sitada fora da draço, ará nto o aor d marcar com m sigo dcisio ma hora cda q, para drar, d, apsar d do, coçar? Como ssa dorina dos comços, cja iportâcia ros a losoa opla, há de prmancr obscra nma losoa oposta q nga o alor do instanno? Sm dúida, para tomar a ida por s mio, m s crscimnto, m sa ascnso, tms toda a possibiidad, com Bron, d mostrar q as palavras antes depois ncrram apnas m sntido d po nto d rrência,já q ntr o pssado e o tro s sgu m olço q m s scsso gel s agra conína . Mas, s passarmos ao domíio das maçõs brcas, m q o ao criador s inscr abrpmee, 20
O INSTANTE
como não comprndr qu uma nova ra s abr smpr por um absouto? Ora, toda vouão, na mdida m qu é dcisiva é pontuada por instants criadors. Ess conhcimnto do instant criador, ond o ncontrar mos mais sguramnt q no uxo d nossa consciência? No é aí u o impulso vita s mostra mais ativo? Por u tntar rmontar a aguma potênci surda scondida flho is ou nos m su próprio impulso u no o concluiu nm sur o connuou, nquanto s dsnlam sob nossos ohos no prsnt ativo os m acidnts d nossa própria cultra as mil tntativas d nos rnovar d nos criar? Votmos, pois ao ponto d partida idasta, concordmos m tomar como campo d xpriência nosso próprio spírito m su sforo d conhcimnto. O conhcimnto é, por xcência, uma obra tmpora . Tntmos, ntão, apartar nosso spí rito dos aos da carn das prisõs matriais. Tão ogo o ibramos na proporção m u o libramos, prcbmos qu rcb m incidnts e a linha d su sonho s qubra m mi sgmntos suspnsos a núl picos. O spírito sua obra d conhcimnto aprsntas como uma a d i nstants tidamnt sparados. É scr vndo a história u o psicóogo articiamnt como todo historiador, coloca nla o vínculo da duraço. No f ndo d nós msmos ali ond a gratidade tm sntido o clro no prcbmos a causaidad qu daria fora à duraço é um pbma complicado indirto pcurar as causas m u m spírito no qua só nascm idias. Em suma, não importa o qu s pns da duraço m si aprndida na intuião brgsonian, a qua no tmos a prtnso de havr xamindo por intiro numas poucas páginas é necssrio plo mnos ao do da draço conceder reidade dcisiv ao i1stae. -
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A INTUIÇÃO DO INSTANTE
Trmos, alás, a oportnidad d rtomar o dbat con tra a toria d ma draço tomada como dado imediato da consciência Para isso mostrarmos, tiizando as intiçõs d Ropnl, como s pod constrir a draço com instants sm draço, o q dará a prova d um modo intiramnt positivo qrmos crr do crátr mtasico primordial do instant , por consgint, do carátr indirto mdiato da draço Mas retomemos desde logo m xposiço posi tva Aás, o método bergsonano nos torz doravant lnçar mão do exam psicológico Dvmos nto conclr com opne: A Ideia q temos do presnt é d ma plntd d m vdênca postiva singlars. Instamonos nl com nossa prsonaidad complta Somnt ali, por l nl, é tmos 2 sensação d xistênci E há ma idntidad absota entr o sentimento do prsnt o sntimnto da vida" 2 Será ncssário, por consgint, do ponto d vista d a própra vida , bscar comprndr o passado plo prsnt, onge d m mpnho incssant d xpicar o prsnt plo passado Por crto, dpois disso a snsaço da drço dvrá sr sclarcida . Vmos tomáa , por ora, como m fato: daço é m sensação como s ors, to complexa nto s otras E não façmos nenhm ceimôni o sblnhar se crátr prentemnt contraditório: a dração é fta d instantes sm drção como rta é fita d pontos m dimnso No fndo, pra se contrdierem, é preciso s entidades atm na msm on do sr S estabcros e a drção é m ddo retivo e secndário, sempre mis o mnos factício, como poderia a ilso q tmos sobr la contradizr noss xpriênc 2
Ibidem.
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O INSTANTE
ida do iane? Tods sss rssls so fis qui pr qu no nos cus d círculo icioso forl qundo oos as p lrs no snido go s nos ros o snido técnico Todas sss prcuõs, podos dizr com Roupnl Nossos atos de atenão são epsódos sensorais xtraíos aqla contndade denomna draão Mas a trama contína ali onde nosso espíto ord desenhos descontínos de atos não pas sa da constrão laorosa e artifcal nosso spírito. Naa ns atoza a afrar a draão Tdo m nós lhe contradz o sn tdo e he arrína a ógca E, alis, nosso nstinto é mais bm esclarecdo sobre sso o qe nossa razão O sntimnto q mos o passo é o ma ngaão ma sui ção O créit q nosso spírto concd a a pretensa draão q já ão sr n qual l já não sia é um créito sm provã3
Co ném sublinh ar d passagm, o lugar do ato d atenço n xpriênci do instante É u d fo no xist rdadi rn idênci sno n ond n consciênci qu s m pnh dcidir u a to A o qu s dsnol por rás do o ntra já no dom nio ds consquêncis ógic ou sicn pssivs E há í u iz iporn qu disingu loso d Roupnl da d Brgson: aflosa bergsoniana é umaflosa da ação; a flosof roupneliana é umaflosa do ato. Pr Brgson ua ão é s pr u dsnrolr conínuo qu s siu nr a dciso o o jtio ambos mais ou mnos sumáticos uma dao smpr originl ral. Para um partidário d Roupnl, um ato é ans d tudo uma dciso instantâna é ssa dcisão e ·'
Op. cit, p I 09.
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A I NTU I ÇO DO I N STA NTE
ncrr a toda a cara d ornidad. Fndo s scant, o ato d a impusão cânica aprsntars spr coo a comosiço d duas ordns innitiais dirnts vnos a comrr até o l mt puntorm o instant qu dcid aba la. Uma prcusso por xmpo, xpicas por uma orça n nitant rand qu s dsnvov nu tpo innitant cu rto Sria possív aiás analisar o dsnroar conscutio a ma dciso m trmos d dcisõs sbaltrnas. Vrsa q m oimnto variado o único q� com toda razão Brgson consdra ra continua sguindo os sos princípios qu o zm comçar. Mas a obsrvação das dscontinuidads do dsnroar tornas cada vz ais dici, à mdida qu a aço qu sgu o to é conada a autoatisos orânicos nos conscints. Eis por qu nos cab rontar, para sntir o ns tante os atos claros da consciência. Qndo chgarmos às úlimas págnas dst nsaio trmos ecede r ntndr as rlaçõs do tmpo do progrsso e ol ssa concpção atl atva da xpriência do ns ante Vrmos ntão qu a da no pod sr comprndid nu m conemlço ssa; comrndêl é mais q êl é efemee mloál El no corr ao longo d ma n cos no exo de m emo ojeo q cbria como m cal. É m form mos à la dos nstants do tmpo ms é smr num instant q la ncontra sa ralidad primeira Assm s nos voltarmos para o núclo da vidência pscológica em snsço já no é so o rxo o rspost sm comlex do to ountário spr simps, quando a anço rduz a vida a único mnto a um lmnto isolado pr cbrmos qu o instant é o carátr vrdadiramnt spcí co do emo Qo ms rofdmn ntr noss me do o e ms el se e Só eç é ddo 24
O INSTANTE
o ato é instantâneo. Coo no dizer ento qe, reciprocaen te, o instantâneo é o ato? Toeos ma ideia pobre, redzao a a instante ea ina o espírito. Ao contrário, o re p oso do ser é já o nada. Coo, pois, no ver qe a natreza do ato, por m sing ar encontro verba, é ser ata? E coo n o ver, e seida qe a ida é o descontno dos atos? É essa intiço e Rop nel nos apesenta em termos particlarmente claros: Podese dizer que duração é a vid Sem dúvid Mas é reciso ao menos situar a vida no âbito do descontínuo que a conté n fora agrssiva que a nifest. Ela já não é aquela cotiuidade uida de fômeos orgnicos que s escova u os outros confundindose unidd funcionl O ser estrno lugr de lembranças atriais, no ass de um ábito e si mesmo O que ode haver de eranente no ser é a expresso não e u causa imóvel e constante, mas de uma justaosiço de resultados fugidios e incessantes, cada um dos quais co sua base solitári e cuj ligadua, que nada mis é que um ábi to, coõe u idivíduo.�
Se ú ao escree a epopea a eolção e gson ea negigencr os acidentes. Ropne, como hstoiador ncoso não poia ignorr qe cada ação, por simples qe sea oe ecessaente contnidde o ei ital Se obsearmos hstó a da em ses pormenores, eremos qe el m hstóra como as outras, cheia de repetções desnecessáras anacronismos, esboços, fracassos e recomeçs. Entre os aciden tes, Bergson retee apenas os atos reocionários nos qais o • Ibidem .
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A INTU IÇO DO INSTANE
pulso vta s cnda nos quas a árvor gnlógca s prt raos dvrgnts Para traçar tal arsco não hava ncssdad d dsnhar os dtalhs val dzr não hava ncssdad d dsnhar os objtos El dva rsultar portanto nss tla prssnant qu é o lvro L'évolution créatríce [d brs. A evolução criadora, Martins Fonts 2005] Essa ntução lustrada é mas a ag d ua ala qu o rtrato das cosas. Po o lósoo qu prtnd dscrvr a h� stóra das cosas os ss vvos do spírto átoo por átoo célula po célul, pnsanto por pnsanto dv consgur spr os fatos s os ou tros porqu tos so atos, poru tos so tos, oe os tos s o tern, s tn l eve coo eessrente começar o absoto o nsceto É eso os esee stó e co os oos peso sndo oe s u o o acidente omo pinípio.
N evoluo verdnt crador, st pns u e e suno qual u cdent stá n z quer tenttv e voluço. Ass nssas consquêncas rlativas à volução d vda coo sua prra ora intutva, vos qu a intução tpol d Roupnl xtant o nvrso da ntuição brgsona.Ats d r a long rsuaos co u duplo squ oposo das s outrnas: •
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ar Brson vrddr ld do tpo su duo; o nstnt pns u abstração dsprovd rldade. El é posto do xtror pla ntlgênca, qu só coprnd o dvr drcno stados óvs. Rsetíos ento bstnt b o tpo brgsonano po ua et pret sobr a qul tvssos colocdo, para s
O INSTANTE
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blizar o nstant coo u nad, coo u vzo ctco, u ponto brnco. Para Roupnl, a vrdadr rlidad do tpo é o nstant; a duração é pas ua construção, dsprovda d raldad bsoluta. Ela é fta do xtror, pla óra , potênca d agnação por xclênca, qu qur sonhar rvvr, mas não coprndr. Rprsntaaos, ntão, bastant b o tpo roupnlano por ua rt branca, ntrant potênca, m possbldad, n qual d rpnt, coo u acdnt imprvisívl, vss nscrvrs um ponto prto, síbolo d ua rldad opaca.
Nots, lás, qu ss dsposção lnar dos nstnts contnu sndo, tanto para Roupnl coo para Brgson , u rtco da agnação. Brgson vê, nssa duração qu s dsnrola no saço, u o ndrto pra dr o tpo. Mas o coprno d u tpo não rprsnta o valor ua dur o, e sr ncssro rontar do tpo tnsvl à uro ntv . Ana qu , ts scontnua adpts s cul d: nlss a ntns lo núro e Ín
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