Avaliação Projetiva - HTP
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO HTP (HOUSE / TREE / PERSON)
NOVA IGUAÇU - RJ 2013
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO HTP (HOUSE / TREE / PERSON)
Estudo da disciplina de Técnicas de Exames Psicológicos II lecionada pela Prof. Hillevi Soares para obtenção de nota parcial de AV1 Curso de Psicologia.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ NOVA IGUAÇU - RJ 2013
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO HTP (HOUSE / TREE / PERSON)
Estudo da disciplina de Técnicas de Exames Psicológicos II lecionada pela Prof. Hillevi Soares para obtenção de nota parcial de AV1 Curso de Psicologia.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ NOVA IGUAÇU - RJ 2013
SUMÁRIO Pág.
Introdução Objetivos Metodologia Fundamentação Fundamentação Teórica Técnicas Projetivas Testes Projetivos Gráficos HTP Relatório de Administração Identificação do Sujeito Momento da Aplicação Comportamento Expresso pelo sujeito durante a Tarefa Desenho Casa Discurso Livre e Inquérito sobre a Casa Desenho Árvore 01 Discurso Livre e Inquérito sobre a Árvore 01 Desenho Árvore 02 Discurso Livre e Inquérito sobre a Árvore 02 Desenho Pessoa 01 Discurso Livre e Inquérito sobre a Pessoa 01 Desenho Pessoa 02 Discurso Livre e Inquérito sobre a Pessoa 02 Análise dos Desenhos Análise do Inquérito Correlação dos Dados Levantados Síntese Conclusiva Considerações Considerações Finais Referências Anexos
03 03 03 03 03 07 09 18 18 18 19 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 35 36 37 38 39 40
ANEXOS Pág.
Anexo 01 – Folha Folha de Consentimento
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FIGURAS Pág.
Figura 01 – Figura Ilustrativa - Exemplo de Desenho de Casa Figura 02 – Figura Figura Ilustrativa - Exemplo de Desenho de Árvore Figura 03 – Figura Figura Ilustrativa - Exemplo de Desenho de Pessoa
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INTRODUÇÃO Este é um estudo de caso e os dados foram coletados a partir da amostra de 01 (um) indivíduo. Como instrumentos de pesquisa da avaliação psicológica da personalidade, foi utilizada a técnica projetiva e o teste denominado HTP (House / Tree / Person). A escolha pelo tema se faz f az a partir da possibilidade de aplicabilidade desta teoria em vários campos de atuação da psicologia.
OBJETIVOS O objetivo geral do presente estudo é realizar uma investigação dinâmica e global da personalidade, personalidade, isto abordando a personalidade como uma estrutura em evolução, cujos elementos constitutivos se encontram em interação, observando as possibilidades de projeção da mesma.
METODOLOGIA - Seleção de 01 (um) indivíduo aleatório para aplicação do HTP. - Levantamento Levantamento e Análise dos dados. - Síntese conclusiva dos resultados obtidos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA I - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA POR TÉCNICAS PROJETIVAS Em 1939, L. K. Frank publicou um artigo no “Journal of Psychology ”, intitulado “Os métodos projetivos para o estudo da personalidade”. Inventara a expressão “métodos projetivos” para explicar o parentesco entre três provas psicológicas: teste
de associação de
palavras de Jung (1904), teste de manchas de tintas de Rorschach (1920) e T.A.T. (teste de invenção de histórias) de Murray (1935). Frank mostrava que tais técnicas formam o protótipo de uma investigação dinâmica e “holística” (global) da personalidade, isto
é, abordando-se a
personalidade como uma estrutura em evolução, cujos elementos constitutivos se encontram em interação: modo de investigação característico da ciência moderna, ao estudar a natureza, assim como o homem. Com efeito, os testes projetivos provaram ser os mais valiosos instrumentos do método clínico, em psicologia e uma das mais fecundas aplicações práticas das concepções teóricas da psicologia dinâmica. Na verdade, é possível discutir se o termo “teste”, tomado rigorosamente
no sentido
psicométrico, é aplicável com precisão a tais provas: sua padronização padronização e escalonagem deixam muitas vezes a desejar, sua sensibilidade, fidedignidade e validade são dificilmente
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estimáveis. É inegável, no entanto, o fato destas provas terem em comum um método próprio, diferente daquele que fundamenta os testes psicométricos, proporcionando, na prática efetiva do conhecimento de uma pessoa, uma agudeza clínica que compensa seu menor rigor estatístico. Essencialmente, as técnicas projetivas se distinguem dos testes de aptidão pela ambiguidade do material apresentado ao sujeito e pela liberdade que lhe é dada para responder. Estas duas características situam o método projetivo dentro das tendências respectivas da psicologia da forma e da psicanálise. A análise, por parte do psicólogo, de figura ambíguas e ilusões ótico-geométricas representa um terreno fértil para descoberta das “formas” perceptivas e intelectuais e de suas leis.
A principal característica distintiva das técnicas projetivas está na apresentação de uma tarefa relativamente não estruturada, ou seja, uma tarefa que permite uma variedade quase ilimitada de respostas possíveis. Os estímulos geralmente vagos e ambíguos somados às instruções breves e gerais permitem o livre jogo da imaginação da pessoa, ou seja, a maneira de perceber e interpretar o material do teste ou “estruturar” a situação reflete aspectos
fundamentais do funcionamento psicológico do sujeito. Em outras palavras, espera-se que os materiais do teste sirvam como uma espécie de tela, na qual o sujeito “projeta” suas agressões, seus conflitos, seus medos, suas necessidades e seus processos característicos de pensamento (ANASTASI, 1977). Pode-se clarificar melhor o efeito da projeção fazendo um desenho no quadro de um triângulo inacabado ou fazendo-os lembrar das imagens que as crianças conseguem ver nos agrupamentos das nuvens quando olham para o céu. Então, explicamos e/ou relembramos o quanto nos sentimos incomodados com situações “inacabadas” ou pouco “estruturadas” e, por
isso, tendemos a “fechá-las” (fazer a gestalt). O efeito ocorre porque ao captarmos o estímulo pouco estruturado através dos órgãos do sentido (visual), sentimos necessidade de completálos e o fazemos com algo que é nosso, ou seja, algo que está intimamente ligado às nossas crenças, nossas experiências que são projetadas ali naquele estímulo. Fazemos assim devido ao incômodo da dificuldade de interpretá-lo. Ao proceder desta maneira, ao estruturar um estímulo pouco estruturado, promovemos uma distorção do m esmo, posto que “jogamos” ali algo que é nosso. A partir de então interpretamos o estímulo já modificado. Tal evento esclarece a razão de os testes projetivos se constituírem como tarefas mais agradáveis e menos ansiogênicas. Neste ponto podemos lançar o seguinte questionamento: O que pode ser projetado através do desenho? Como resposta cabe deixar claro que as respostas apresentam: a
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percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente; sua forma de agir, atuar, se posicionar frente ao mundo; conflitos e sentimentos inconscientes; coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que conscientes; auto-imagem idealizada ou realista de si mesmo; a sexualidade, etc. Segundo ANASTASI (1977), as técnicas projetivas caracterizam-se também por uma forma global de avaliar a personalidade, e não há mensuração de traços isolados. As técnicas projetivas são consideradas eficientes em revelar aspectos inconscientes, latentes e ocultos da personalidade. Tais técnicas nasceram da situação clínica e continuaram a ser, fundamentalmente, instrumento para o clínico. São inúmeras as técnicas projetivas. Com relação a algumas técnicas encontramos muitos dados, embora sua interpretação continue muitas vezes incerta. A respeito de outras pouco se sabe, seja porque são recentes ou porque a verificação objetiva é dificultada pela natureza
intrínseca
dos
instrumentos
ou
pelas
atitudes
de
seus
expositores
(ANASTASI,1977). Segundo ANASTASI (1977), algumas questões devem ser consideradas: a) Simulação: De modo geral os instrumentos projetivos são menos suscetíveis à simulação do que os inventários de auto-relatos. Geralmente o objetivo das técnicas projetivas está disfarçado. b) Variáveis da Situação e do Examinador: Quase todas as técnicas projetivas são inadequadamente padronizadas, tanto com relação a aplicação quanto com relação a avaliação. Todavia, existem provas de que mesmo diferenças sutis na maneira de apresentar as instruções orais e nas relações sujeito-examinador podem alterar, consideravelmente, a realização nesses testes. c) Normas: Outra deficiência comum à maioria dos instrumentos projetivos, se refere aos dados normativos. Tais dados podem não existir, ser grosseiramente inadequados ou baseados em populações vagamente descritas. d) Precisão: Diante dos processos relativamente não-padronizados de avaliação e das inadequações dos dados normativos, a precisão do avaliador torna-se uma consideração importante nos testes projetivos. e) Validade: Quase todos os estudos publicados sobre validação de técnicas projetivas deixam de apresentar conclusões decisivas por causa de deficiências de processo, seja nos controles experimentais, seja na análise estatística ou em ambas. Poucos projetos de pesquisa foram planejados a fim de evitar todos os principais perigos na validação de testes projetivos.
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Segundo ANASTASI (1977), a principal característica distintiva das técnicas projetivas está na apresentação de uma tarefa relativamente não-estruturada que geram inúmeras possibilidades de respostas. Tal situação já pode ser considerada pelo jovem psicólogo como um problema ou dificuldade para sua atuação. Igualmente séria é a falta de objetividade na avaliação. Mesmo quando se tenham desenvolvido sistemas objetivos de avaliação, os passos finais, na avaliação e integração dos dados brutos, dependem da habilidade e da experiência clínica do examinador. Essa situação tem várias implicações. Em primeiro lugar, reduz o número de examinadores qualificados para empregar a técnica e, assim, limita a amplitude de sua aplicação efetiva. Significa, também, que os resultados obtidos por diferentes examinadores podem não ser comparáveis, fato que dificulta a pesquisa com o instrumento. Contudo, a implicação mais inquietadora talvez seja o fato de a interpretação dos resultados ser, para o examinador, tão projetiva quanto os estímulos do teste são para o sujeito. Em outras palavras, a interpretação final das respostas ao teste projetivo pode revelar mais coisas a respeito da orientação teórica, das hipóteses prediletas e das características de personalidade do examinador do que a respeito da dinâmica da personalidade do sujeito. Para ANASTASI (1977), no que se refere à Hipótese Projetiva, uma suposição fundamental de todas as teorias projetivas é que as respostas do sujeito a estímulos ambíguos apresentados refletem atributos significativos e relativamente constantes de personalidade. Todavia, existe um grande corpo em expansão de dados de pesquisa, indicando que muitos outros fatores afetam as respostas de teste projetivo do sujeito. Para a amplitude com que foi medida a precisão de reteste, observaram-se, frequentemente, mudanças temporais marcantes, indicando a operação de um erro casual considerável. Vários estudos experimentais, demonstrando a influência de fatores como apetite, falta de sono, drogas, angústia e frustração nessas respostas, forneceram uma prova mais direta com relação à suscetibilidade de respostas do teste projetivo estados temporários. ANASTASI & URBINA (2000) chamam atenção para o fato de que a maioria dos instrumentos projetivos passou a ser considerada mais como instrumentos clínicos. Assim eles podem servir como auxílios suplementares qualitativos à entrevista nas mãos de um terapeuta experiente. Seu valor como instrumento clínico é proporcional à habilidade do terapeuta e, portanto, não pode ser avaliado independentemente do terapeuta que os utiliza.
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II - TESTES PROJETIVOS GRÁFICOS O interesse pelas técnicas gráficas surgiu a partir de fontes diferentes: a grafologia, a psicanálise, a teoria da Gestalt, a Psicologia do caráter e a Tipologia. O homem tem usado o desenho como forma desenho de comunicação desde os tempos das cavernas. SCHILDER (1958) apud MAURI (2010) já considerava que os desenhos podem ser estudados durante o tratamento analítico com adultos da mesma forma que o material oferecido pelos sonhos, pois há permanência dos esquemas gráficos que podem ser observados e descritos, revelando aspectos estruturais relativamente persistentes. Em instituições, os testes gráficos são escolhidos pela simplicidade da sua administração e economia de tempo. Mas é importante que sejam complementados por testes verbais. Mesmo não sendo possível fazer um diagnóstico fino e exaustivo, descartam-se as patologias graves. ARZENO (1995) apresenta as seguintes características gerais dos Testes Gráficos: a linguagem gráfica, assim como a lúdica, é a que está mais próxima do inconsciente e do ego corporal e, consequentemente, oferece maior confiabilidade que a linguagem verbal, a qual é uma aquisição mais tardia e pode ser muito mais submetida ao controle consciente do indivíduo. É um instrumento acessível às pessoas de baixo nível de escolaridade e/ ou com dificuldades de expressão oral e por esse mesmo motivo os testes gráficos são de grande utilidade com crianças pequenas que ainda não falam com clareza, mas que já possuem um nível excelente de simbolização nas atividades gráficas e lúdicas. Além disso, sua administração é simples e econômica. A validade dessas técnicas foi obtida a partir de correlações com várias fontes, utilizando-se o método de consistência interna: informações acerca do examinando, associações livres, traduções de símbolos mediante análise, comparação de um desenho com outro de uma série, dados obtidos mediante o Psicodiagnóstico de Rorschach e/ou T.A.T. O postulado teórico que fundamenta a interpretação das técnicas projetivas é o mecanismo de projeção. Há uma tendência no homem para ver o mundo de modo antropomórfico, isto é, à sua imagem. Cada um percebe o mundo à sua maneira, desta forma a percepção do mundo nem sempre é exata, podendo promover distorções e essas distorções são produzidas nos desenhos projetivos e registradas no papel. Baseado nestes dados, pode-se afirmar que o desenho se constitui em um ótimo estímulo para a atuação do mecanismo de projeção, possibilitando a manifestação de aspectos que o sujeito não tem conhecimento, não quer ou não pode revelar, de aspectos mais profundos e inconscientes da personalidade
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É imprescindível considerar que todo teste gráfico deve ser complementado com associações verbais que possibilitarão uma correta interpretação dos mesmos. Também se deve considerar o nível sócio-econômico-cultural do indivíduo, sua idade cronológica, seu nível evolutivo e de maturidade. Muitos erros se devem ao desconhecimento da produção típica de cada idade e de cada grupo social. É importante considerar os indicadores formais para fazer o diagnóstico e, principalmente, o prognóstico. Eles estão menos sujeitos ao controle consciente que aqueles de conteúdo. Sobre a interpretação dos testes gráficos é essencial destacar a necessidade de uma visão gestáltica (visão global do desenho, onde o psicólogo deve observá-lo na sua totalidade com uma atitude de "atenção flutuante"); proceder a uma análise detalhada dos indicadores formais, dos indicadores de conteúdo, a análise das associações verbais e a análise do conjunto das anteriores; elaborar uma hipótese diagnóstica e prognóstica; correlacionar o material com as entrevistas e outros instrumentos. Em relação ao desenho livre vale afirmar que este pode ser uma forma de expressão dos conflitos. Na clínica, a avaliação infantil é beneficiada com esta técnica. O desenho é capaz de expressar a percepção real ou imaginária do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente. As possibilidades psicológicas do desenho são diversas: como forma de comunicação (atividade tão essencial para as crianças quanto o jogo ou o brinquedo); como expressão do desenvolvimento geral focalizando a maturação gráfica da criança; como expressão da psicopatologia, principalmente no aspecto artístico das produções; no diagnóstico psicoterápico (como meio de contato, investigação e tratamento); no diagnóstico psicológico como instrumento de avaliação do desenvolvimento mental, de aptidões específicas, da personalidade e para diagnósticos especiais. O que pode ser projetado através do desenho?
Sua forma de agir, atuar, se posicionar frente ao mundo.
Conflitos e sentimentos inconscientes.
Coisas que o sujeito não seria capaz de expressar em palavras, mesmo que conscientes.
A realização de desejos.
Autoimagem idealizada ou realista de si mesmo.
A sexualidade.
“Stress” situacional.
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A interpretação dos desenhos baseia-se no uso dos significados simbólicos derivados da psicanálise e do folclore; na experiência clínica; nas associações livres dos clientes; nas simbolizações dos psicóticos; na correlação entre os desenhos projetivos produzidos em vários momentos da terapia e em vários estudos experimentais. No entanto, há limites a serem considerados na análise do desenho: os aspectos a serem analisados não devem ser vistos isoladamente, e sim em conjunto, e não devem seguir uma receita, o que nos faria correr o risco de uma interpretação equivocada; importantíssimo destacar que a análise de um desenho deve ser feita por meio de outros desenhos, da história do sujeito e principalmente do que o sujeito fala acerca do mesmo; interpretações são hipóteses e não certezas e não devem se basear em dados isolados ou no imaginário do profissional que o analisa; o desenho constitui-se não em uma reprodução da realidade, executada pelo sujeito, mas sim uma interpretação dela, "contaminada" por sentimentos, impressões, conceitos e valores adquiridos até o momento em que o sujeito desenha. Como técnica projetiva, baseou-se inicialmente na pressuposição de que cada desenho é uma representação do auto-retrato. É indicado para uma avaliação da personalidade e de suas interações com o ambiente, bem como para uma avaliação do nível de maturação e do grau de desenvolvimento cognitivo e emocional. Os testes gráficos mostram uma produção muito próxima do inconsciente, revelando aspectos o que há de mais regressivo e patológico. Logo, é imprescindível a sua comparação com o material coletado em outros testes projetivos e objetivos da personalidade para completar a visão geral que se possui e fazer o diagnóstico sobre bases mais confiáveis. III - HTP (HOUSE / TREE / PERSON) HTP foi desenvolvido por John Buck e divulgado em 1948. A técnica projetiva H.T.P. (house, tree, person) constitui-se de desenhos temáticos sem modelos, isto é, de realização gráfica a partir de um tema proposto. Investiga a visão subjetiva que o sujeito tem de si mesmo e de seu ambiente, das coisas que considera importante, das que enfatiza e das que ignora. A técnica se constitui em três itens específicos: casa, árvore e pessoa. A escolha destes itens por Buck foi devido ao fato de que são itens familiares a todos, facilmente aceitos para serem desenhados por todas as idades, estimulam verbalizações mais espontâneas e são simbolicamente férteis em significados inconscientes. A apresentação dos itens ao examinando, segue uma ordem que permite uma introdução gradual da tarefa gráfica, os itens psicologicamente mais difíceis de serem
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desenhados, por provocarem associações mais conscientes, são deixados por último. Na técnica gráfica H.T.P. o sujeito recebe estímulos que, apesar de lhe serem familiares, são completamente inespecíficos, possibilitando o mecanismo de projeção. O H T P pode ser aplicado a partir dos 04 anos de idade e pode ser administrado em crianças, adolescentes e adultos. O psicólogo deve sentar-se de frente ou de lado para o sujeito e explicar que irão realizar uns desenhos com o objetivo de conhecê-lo melhor. O tempo é livre para a realização dos desenhos. Recomenda-se que não exceda uma hora. O material a ser utilizado são folhas de papel branco ofício ou A4, lápis grafite nº 2 bem apontados (para o HTP acromático), borracha macia e caixa de lápis de cor (para o H.T.P. cromático). A aplicação pode ser coletiva ou individual. Um traço gráfico isolado nada significa. Cada traço deve ser considerado em conexão com os demais e no contexto geral do desenho. Ordem na aplicação: 1º Casa – e a folha é entregue na posição horizontal; 2º Árvore – e a folha entregue na posição vertical; 3º Pessoa – folha entregue na posição vertical. Com relação ao desenho da pessoa, é importante acrescentar que se qualquer das áreas (Cabeça, corpo ou membros superiores/inferiores) for completamente omitida, a figura está incompleta, no entanto, se for apenas parcialmente omitida (Ex: Faltam só as mãos ou só os pés), o desenho é aceito. Não se deve aceitar caricaturas ou estereótipos. Na quarta folha, se repete o procedimento da terceira, mas com o cuidado de pedir que agora seja desenhada uma pessoa de sexo oposto àquela primeira desenhada. Portanto, se na terceira folha foi desenhado um homem, agora será desenhada uma mulher (ou vice-versa). A instrução dada ao sujeito é ambígua, pois o examinador não dá nenhuma indicação sobre a representação das figuras, portanto a ênfase dada a cada uma delas e a inclusão ou exclusão dos detalhes são decisões exclusivas do sujeito. Após a produção dos desenhos pedese que o sujeito fale (ou escreva no caso da aplicação coletiva) sobre cada desenho, sendo às vezes necessário realizar um questionário posteriormente para complementar os dados. Alguns aplicadores aproveitam para pedir que também se desenhe uma família. Caso o sujeito pergunte se é a sua família, o aplicador deve sugerir que ele fique à vontade para desenhar a família que quiser. É imprescindível observar a ordem de colocação das pessoas no papel, pois o sujeito pode iniciar o primeiro membro, o segundo, e deslocar o terceiro para a frente do primeiro, apesar deste ser desenhado por último. Alguns aplicadores aproveitam para pedir que se repita toda a série de forma cromática. Outros porém, visando não fatigar o sujeito, pedem apenas um desenho cromático
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livre, para o qual podem pedir um título e um breve comentário do desenho. No momento do desenho cromático, deve-se retirar da mesa o lápis preto de grafite. A folha de papel corresponde ao ambiente. Assim, a posição da folha, a localização do desenho nela e o tamanho do desenho em relação a ela, bem como as qualidades do grafismo empregadas (tipo de linha e consistência do traçado) nos falam da percepção do sujeito em relação a seu ambiente e de sua inserção nele. O desenho além de projetar a imagem corporal, usualmente compõe uma gama de projeções relacionadas ao autoconceito, a imagem ideal do eu, e as atitudes para com os outros, mesmo com o examinador na situação da testagem. O teste do desenho pode ser uma expressão consciente, como também incluir símbolos disfarçados e fenômenos inconscientes. O desenho da figura humana é uma das medidas mais utilizá-las pelos psicólogos brasileiros, na maioria das vezes com o intuito de avaliação emocional mais do que cognitiva. A frequência da utilização dessa técnica, certamente, se deve a sua composição simples, aparentemente objetiva e de baixo custo financeiro. Entre os desenhos, é o da figura humana geralmente o mais realizado, mas, paradoxalmente, é também o mais rejeitado. Para BUCK (2003), isso está associado ao nível de desajustamento do sujeito, uma vez que evidenciam, mais diretamente, as dificuldades das relações interpessoais e a consciência corporal, mais do que a casa ou árvore. Outra dificuldade é que nem sempre é fácil desvelar áreas conflitivas, para perceber os potencias de um sujeito, é preciso técnica e atenção, e, no caso clínico, paciência, bem como persistência. O HTP constitui-se como um teste muito útil em complemento com outros (como o CAT e o Rorschach, por exemplo) no psicodiagnóstico. Eis algumas vantagens desta técnica que podem ser mencionadas:
O material utilizado é muito simples e barato: papel ofício, lápis n- 02 e
borracha. No caso de se realizar um teste cromático, utilizam-se também lápis de cor.
Pode ser reaplicado num espaço de tempo curto (2 meses) e tem a vantagem de
ser menos influenciado pelas lembranças que os testes anteriores.
O desenho, por ser uma técnica nãoverbal, tem a óbvia vantagem de maior
aplicabilidade a crianças mais jovens, que se expressam, na maioria das vezes, melhor com desenhos que com palavras.
Por ser um teste nãoverbal, também oferece a vantagem de aplicabilidade para
indivíduos sem escolaridade, deficientes mentais, mudos, pessoas tímidas e retraídas, estrangeiros, etc.
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É um instrumento eficaz para pessoas evasivas e/ou precavidas, que oferecem
muita resistência ao tratamento. Nos desenhos, o indivíduo se expressa de uma forma mais primitiva, concreta,
em nível motor, ao passo que no Rorschach, por exemplo, os indivíduos parecem intelectualmente mais conscientes de sua expressão verbal, enquanto na expressão criadora de projeção grafomotora, as defesas estereotipadas são menos implicadas.
Pesquisas demonstram que os conflitos mais profundos, freq6uentemente se
refletem mais profundamente no papel. Numa bateria projetiva, os desenhos desempenham a função especial de
reduzir ao mínimo a ameaça e absorver ao máximo o choque da situação teste. Como primeiro teste na bateria, os desenhos servem-se como um elemento de ligação para facilitar o exame clínico. O desenho também é valorizado como meio de estabelecer o rapport na situação.
Foi demonstrado que pacientes deprimido devido ao negativismo e desânimo,
produzem respostas muito econômicas e de conteúdo árido em testes como o TAT. Nestes casos, é importante a introdução do desenho na bateria.
O teste do Desenho se presta mais facilmente à administração coletiva que o
Roschach e pode ser usado para reduzir a influência da personalidade do examinador na situação projetada. O
desenho como técnica projetiva reflete a impressão do “todo” individual
como uma Gestalt organizada. Tudo o que está no desenho, tem relação com as outras partes, diferentes do Rorschach que tem de ser tratado em parte por parte. Enfim, o desenho independe do meio sócio-econômico, da capacidade de comunicação e da cultura do indivíduo. Além disso, o desenho é facilitado por projetar o mundo psíquico inconsciente e por revelar as necessidades básicas da pessoa, revelando como ela sente e vê o mundo externo. Na análise das produções gráficas três aspectos devem ser levados em consideração: O aspecto adaptativo - adequação à tarefa solicitada, assim como a correspondência com o grupo de idade, sexo e/ou eventualmente à patologia; O aspecto expressivo - o estilo particular de resposta do sujeito, revelado através da qualidade gráfica; O aspecto projetivo - a atribuição de qualidades às situações e objetos
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A figura da CASA provoca associações referentes à vida familiar e relações interfamiliares, à percepção que o sujeito tem da dinâmica familiar. Em adultos casados referem-se à família de origem ou à família atual.
- Figura Ilustrativa 01 - Exemplo de Desenho da Casa -
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Na figura da ÁRVORE são projetados os sentimentos mais profundos e inconscientes que o sujeito tem a respeito de si mesmo. Abrange os sentimentos mais básicos e duradouros, e menos suscetíveis de serem alterados, sendo mais fácil atribuir traços e atitudes mais conflitivos ou emocionalmente perturbadores nesta figura. Segundo Buck, dos três desenhos, a figura da árvore é mais provável de transmitir a imagem que uma pessoa tem de si mesma no contexto de sua relação com seu ambiente.
- Figura Ilustrativa 02 - Exemplo de Desenho da Árvore -
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Assim como na árvore, a figura da PESSOA investiga a imagem corporal e o autoconceito, porém esta figura reflete a visão de si mesmo mais próxima da consciência e sua relação com o ambiente, os mecanismos para lidar com os outros e os sentimentos em relação a eles. Segundo Hammer, esta figura tende a provocar três tipos de temas: um autoretrato (representando o que o sujeito sente ser), um self ideal (um ideal de ego) e uma representação de outras pessoas significativas (do passado ou do presente, por causa de sua valência positiva ou negativa para o sujeito).
- Figura Ilustrativa 03 - Exemplo de Desenho da Pessoa -
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Aspectos Expressivos dos Desenhos : Sequência - A análise sequencial do conjunto de desenhos oferece indícios sobre os aspectos estruturais do conflito e da defesa, sobre a quantidade de energia e o controle do sujeito em relação a esta. Tamanho - O papel representa, de modo geral, o mundo exterior do sujeito e o desenho a forma pela qual o sujeito se expressa nesse mundo. Oferece indícios a respeito da auto-estima do sujeito, sua auto-expansividade característica ou sua fantasia de autoinflação. Pressão - Indicação do nível energético do sujeito. Traços - Considera-se o traço predominante dentre as linhas usadas.
Longos - comportamento controlado.
Curtos - comportamento impulsivo.
Reto - auto-afirmação ou humor agressivo.
Redondos ou circulares- feminilidade, dependência ou sociabilidade.
Quebradas, indecisas ou reforçadas frequentemente - índice de insegurança e
Firmes, finas e estiradas em tamanho - sentimento de tensão emocional.
Esboçadas (quando enfatizadas em excesso) - ansiedade, timidez, falta de
ansiedade.
autoconfiança e hesitação ao se defrontar com situações novas.
Fragmentada- indícios de estresse ou então de falta de objetivo.
Decisivas, bem controladas e livres - bom ajustamento.
Dentadas - hostilidade.
Tremidas - ansiedade, insegurança
Inclinação do traço:
Para direita - desejo de comunicação interpessoal, labilidade afetiva,
precipitação inquietude.
Para esquerda - > auto-controle, introspecção, retraimento, vacilação.
Vertical- racionalidade, baixo nível de sensibilidade afetiva.
Direção das linhas:
Ascendente - ambição, expansividade, animação, inquietude.
Descendentes - tendência à melancolia, depressão eventual.
Uso da borracha: Quando excessivo indica incerteza e falta de decisão ou insatisfação pessoais.
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Detalhes:
Ausência - sentimentos de vazio e energia reduzida, típicas de sujeitos que
empregam defesas de retraimento, e às vezes depressão.
Excesso - compulsividade, ou distúrbios emocionais.
Minuciosos - pedantismo e coartação.
Excessivamente perfeito - hipervigilância indicando ego relativamente fraco. Rigidez nos desenhos - atitude basicamente defensiva, rigidamente controlada,
incapacidade de relaxar. Simetria:
Falta de simetria - sentimentos de segurança inadequados.
Ênfase - repressão e hiperintelectualidade, depressão.
Localização:
Centro - maior auto-suficiência, comportamento emocional adaptado,
Para direita - comportamento estável, controlado, preferência pela satisfação
segurança intelectual à emocional, adiamento da satisfação da necessidade, introversão.
Para esquerda - satisfação imediata, franca e emocional de suas necessidades,
comportamento impulsivo, extroversão.
Acima do ponto médio - satisfação na fantasia, tendência a se manter distante e
relativamente inacessível, objetivos possivelmente inatingíveis, padrões de realização elevados, insegurança em relação a si mesmo.
Abaixo do ponto médio - insegurança e inadequação, depressão do humor,
ligado à realidade ou orientado para o concreto, atitude de derrota.
Base no papel - > necessidade de apoio, medo da ação independente e falta de
autoconfiança. Movimento: Indicação de bom nível de inteligência. =======================================================
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RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO TESTE 1 - IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO: - NOME: A.L.T. - SEXO: Feminino - IDADE: 36 anos - ESTADO CIVIL: Separada - ESCOLARIDADE: Superior Completo - PROFISSÃO: Enfermeira - OCUPAÇÃO: Estudante de Psicologia e Vendedora - GRUPO FAMILIAR: Reside com o filho de 15 anos - LOCAL DE MORADIA: Nova Iguaçu / RJ
2- MOMENTO DE APLICAÇÃO: - DATA: 18 de Março de 2013 - HORÁRIO: Início às 11:30 e término as 12:10 - CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E CONDIÇÕES DO LOCAL: A
realização do HTP se deu em ambiente reservado da biblioteca, local que reúne excelente condição, com destaque para o seu asseio, a boa iluminação e temperatura ambiente, a par das condições de acústica propícias e da mobília confortável. - LINGUAGEM VERBAL: No decurso do inquérito, a participante exprimiu-se de
forma explicita e coerente. Acrescido de cadência e ritmo. O nível de linguagem utilizado foi corrente, com o uso de um vocabulário amplo e diversificado. - MÍMICA: No que se refere à mímica, salientam-se as suas expressões faciais sérias e
distantes, em que fica difícil interpretar seus pensamentos. Olhar direto e profundo. ASPECTOS NÃO VERBAIS DA ELOCUÇÃO: Durante a confecção dos desenhos e o inquérito a entrevistada exprimiu-se num tom de voz moderado, sem nunca se exaltar. - INDUMENTÁRIA DO ENTREVISTADO: A.L.T. apresentou-se trajando calça jeans
e blusa de cor única. Sapato e Bolsa combinando. Sem qualquer uso de acessórios. - INTERRUPÇÕES: A aplicação do HTP decorreu sem se verificar qualquer
interrupção. - INTERAÇÕES IMPORTANTES QUE PRECEDERAM E/OU SEGUIRAM AO
HTP: A participante chegou 05 minutos adiantados em relação à hora combinada para
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o início da avaliação psicológica. Sentou-se e esperou aparentando certa ansiedade. Finda a aplicação e o inquérito, A.L.T. agradeceu a oportunidade de participação. 3 - COMPORTAMENTO EXPRESSO PELO SUJEITO DURANTE A TAREFA: DESENHOS: - A aplicação ocorreu em ambiente calmo e isolado, isento de estímulos externos que
provocassem distração. No dia e horário combinado, a pesquisadora dirigiu-se ao indivíduo e fez explanação da razão da aplicação, a fim de obter a devida colaboração do participante. O respondente confirmou sua participação na pesquisa, tendo sido informado do propósito da mesma e das questões éticas envolvidas. A aplicação do instrumento foi individual. Foram dadas as instruções. Confirmada a compreensão das instruções, foi solicitado que o sujeito executasse os desenhos conforme a ordem estipulada. - Não houve limite de tempo para execução, porém a aplicação total do procedimento
de avaliação durou em média 25 minutos, 10 para a parte dos desenhos e mais 15 minutos para o inquérito. Após as instruções dadas sobre cada desenho, o inicio da confecção por parte do participante foi imediata (sem período de latência) na maioria dos desenhos, havendo uma ligeira hesitação de aproximadamente 20 segundos ao ser solicitado que desenhasse uma segunda árvore diferente da primeira. Cada desenho levou uma média de 01 (casa e árvores) à 03 minutos (pessoas) para ser elaborado. Não houve qualquer dificuldade durante a aplicação. INQUÉRITO (Associação Verbal): - Comportamento - Estava ligeiramente desconfiada, pensando bem antes de responder
às perguntas. Caminha de forma decidida, com passos rápidos e senta-se ereta. - Humor e Afeto - Apresentou um comportamento sério e reservado, demonstrando um
estado afetivo oculto. Diversas vezes demonstrou incomodo em responder a algumas questões ou aprofundar determinado ponto obscuro. - Percepção - Apresenta uma percepção da realidade (meio ambiente) coerente. - Consciência e Orientação - Desperta e focada, sabendo onde estava e por que estava se
submetendo a entrevista. - Pensamento e Cognição - Inteligente, demonstrou pensamento rápido. -
Processo/Forma - Pensa bastante antes de responder. No entanto, ao fazê-lo, o realiza com clareza, ordem e lógica.
20 - Observação Geral - É importante observar que a participante, apesar de ter aceitado se
envolver nesta tarefa, demonstrou um envolvimento distante, recusando-se a profundar determinadas informações ou solucionar ambiguidades. Dois fatores podem ter influência direta sobre tal acontecimento. Em primeiro lugar, a inexperiência do aplicador, que teve receio de forçar em demasiado a participante causando mal-estar, pois houve a percepção de que se poderia estar entrando numa área de desconforto psíquico do indivíduo, principalmente no inquérito referente ao último desenho Em segundo lugar, a participação foi voluntária, o que não permitia qualquer avanço excessivo sem a concordância da mesma. Em consequência, como se pode observar a seguir, os discursos livres sobre cada desenho foram breves, e as respostas do inquérito foram diretas e concisas. No entanto, apesar disto, foi possível a colheita de muitos dados e de material relevante suficiente a fim de se realizar uma análise de personalidade bem detalhada.
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Anexo 01 – Desenho CASA
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Casa Discurso Livre - “Esta é a casa onde moro. Bonita e organizada. É o local onde gosto de estar, pois é onde me sinto a vontade e protegida”. Inquérito - Onde fica esta casa? Ela fica numa rua calma aqui em Nova Iguaçu, mas precisamente na Posse. Não muito longe da faculdade.
Como está o clima a sua volta? O clima a seu redor é arejado e agradável. Um dia bonito de sol...
Porque a porta está fechada e a janela aberta? Sua porta esta fechada para impedir ladrões e malfeitores de entrar, mas as janelas estão abertas a fim de permitir a corrente de ar fresco.
De que esta casa é feita? Alvenaria, ... cimento, areia e pedras. Afinal tem que ser segura, certo?
Esta é uma casa nova ou precisa de reformas? É uma casa novinha. Tudo em perfeita ordem e funcionamento. Acho que sou a primeira pessoa a morar nela depois que foi construída.
Quem mora com você nesta casa? Meu filho.
Você gostaria que mais alguém morasse com você nesta casa? Acho que momento não. Mas no futuro, sonho muito em encontrar um parceiro pra dividir comigo a cama.
Que impressão te transmite esta casa? Não sei... é segura, simpática e um pouco afastada. É uma casa simples, porém muito agradável.
Fala um pouco mais sobre esta casa. Não sei o que falar. Gosto dela. Infelizmente é alugada. Queria que fosse minha de verdade.
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Anexo 02 – Desenho ÁRVORE 01
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Árvore Viva Discurso Livre - “Esta é uma árvore bela e relativamente jovem. É uma árvore frondosa, em plena fase frutífera, com folhas verdes, favorecendo uma respiração mais agradável. Ela permite que o oxigênio circule totalmente, trazendo vida a tudo que esteja ao seu redor ”. Inquérito - Esta árvore está sozinha ou cercada por outras árvores? Ela está cercada por outras árvores que também podem contribuir ao bem estar da natureza, num lindo pomar.
Como está o tempo em seu redor? O tempo está ensolarado e com um céu azul.
Qual a idade desta árvore? Ela é jovem ainda, mas já dá frutos gostosos.
Como é para esta árvore ter essa idade? Ela gosta de ser jovem? Sim, acho que é uma época feliz, sem muitas complicações, ou quem sabe, mais forte pra enfrentar as variações do clima e tempestades que às vezes surgem.
Surgem muitas tempestades na vida desta árvore? Tempestade surge na vida de todo mundo, não é? A questão é conseguir passar bem por elas. Esta árvore não é exceção...
Do que esta árvore mais precisa? De adubo, ar, água e nutrientes do solo, ou seja, precisa ser bem tratada.
Tem alguém cuidando desta árvore atualmente, um fazendeiro, horticultor, ou outra pessoa qualquer? Já teve. Mas no momento ela está sozinha, esperando paciente que surja um novo fazendeiro para ajudar a árvore a permanecer dando frutos e fornecendo ar puro de forma bem agradável.
Que impressão te transmite esta árvore? Já te disse, é uma árvore que agrada as pessoas a sua volta, pois fornece ar fresco e renovado. É bem bonita e capaz de gerar frutas deliciosas.
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Anexo 03 – Desenho ÁRVORE 02
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Árvore Seca Discurso Livre - “Esta é uma árvore seca, onde tudo que está próximo a ela e até mesmo ela, não possui vida abundante. Suas folhas não apresentam fonte de oxigênio e por isso não é agradável. Na verdade, a proximidade a ela não é nada agradável. O afastamento é a melhor alternativa”. Inquérito - Esta árvore está sozinha ou cercada de outras árvores? Ela é sozinha.
Onde está esta árvore? Não sei, acho que num lugar isolado e seco também.
Descreve este lugar pra mim. Não sei direito. Um lugar vazio.
Como está o clima a sua volta? O tempo a sua volta é cinza e pesado.
Como esta árvore se sente? Sente-se cansada e velha. Sofrida.
É uma árvore morta ou só está doente? Acho que doente, talvez com remédios dê pra ajuda-la.
O que está deixando ela doente? Não sei direito o que está acontecendo com ela. Realmente não entendo.
O que esta árvore mais precisa então? Te tudo. Ela tá morrendo aos poucos.
Alguém já machucou esta árvore? Muitas pessoas já feriram esta árvore. Provavelmente por isso ela seja desagradável, afastando todos a sua volta.
Estes machucados estão doendo muito ou pouco? Muito. Mas ainda tá dando pra suportar, só não sei até quando ela vai aguentar...
Talvez a árvore precise de ajuda. O que você acha? Talvez você esteja certa. Ela só não sabe a quem pedir ajuda. Ela tá muito sozinha...
O que você pode fazer pra ajudar? Não sei... Por enquanto acho que nada, mas vou pensar no assunto.
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Anexo 04 – Desenho PESSOA 01 - FIGURA FEMININA
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Figura Humana Feminina Discurso Livre - “Esta é uma garota sorridente, elegante e coerente com as suas atitudes. Ela não gosta de chamar a atenção. É sóbria e evita contatos profundos, permitindo aproximação apenas daqueles com quem se sente fielmente atraída por laços de amizade bem sinceros e profundos. Ela é extremamente observadora”. Inquérito - Esta menina poderia ser alguém que você conhece? Não sei. Quem sabe...
Qual a idade desta garota? Uns 16 ou 17 anos.
Você a conhece? É uma amiga, parente ou nunca viu? Acho que já posso ter conhecido alguém assim, quem sabe em outra época, seria bem parecida comigo. Na verdade, ela tem bastante de mim.
Me explica melhor o que ela tem de você. Ela é coerente, observadora e cautelosa em suas relações, assim como eu.
Como está o ambiente a volta dela? A sua volta está tudo claro e agradável.
O que ela está fazendo? No momento ela está estudando, tentando aprender mais. Ela quer ser psicóloga.
Em que você estava pensando enquanto a desenhava? Não me lembro direito. Acho que em nada especial. Só queria fazer, dentro das minhas imensas limitações artística, uma menina simpática.
Esta garota está bem? O que te dá esta impressão? Ela está bem. Tá sorrindo, o cabelo arrumado e com uma roupa bonita, mesmo não sendo exuberante demais. Ela é discreta e simples, porém elegante. Acho que tá feliz.
Do que esta pessoa mais precisa? Como todo mundo, de carinho e amor verdadeiro, simples assim. Mas confesso, tá muito difícil de encontrar.
O que você mais gosta dela? O que mais gosto dela é o senso de responsabilidade e coerência
O que você menos gosta? Não sei o que não gosto. Talvez a imaturidade.
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Anexo 05 – Desenho PESSOA 02 - FIGURA MASCULINA
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Figura Humana Masculina Discurso Livre - “Não conheço, na verdade, nem faço questão de conhecer. Sua expressão sisuda, fechada, até mesmo antipática impede qualquer possibilidade de aproximação. Em sua mente, afastar é a melhor opção. Infelizmente com o afastamento posso estar perdendo a possibilidade de conhecer uma pessoa bacana. Porém, tenho medo de dar novamente esta oportunidade a alguém e ser magoada de novo. Não gosto de me expor ”. Inquérito - Este homem poderia ser alguém que você conhece? Talvez sim, talvez não. Não sei. Acho que meu ex-marido.
O que te dá esta impressão? Ele é sério. Desenhei até a bolsinha de lado que ás vezes ele usava.
Qual a idade deste homem? Acho que uns quarenta. [HESITAÇÃO] Na verdade não quero falar mais sobre ele... Cansei!
Como está o ambiente a volta dele? Não sei direito.
O que ele está fazendo? Não sei. Não sei mais nada de importante sobre ele. Nem quero saber.
O que você mais gosta dele? Não mais gosto dele!
O que você menos gosta? Tudo.
Quer me dizer qualquer coisa sobre ele? Não. Já te disse, não quero saber dele.
O que você quis disser quando falou que sabe que o afastamento, por medo de se expor e sofrer de novo pode estar impedindo outros relacionamentos futuros? Estava falando de você mesma ou deste homem? Sei lá! Acho que de mim... [SILÊNCIO] Olha só, não estou pronta para pensar sobre isto agora. Na verdade estou atrasada e preciso ir embora, Falta muito pra acabar?
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ANÁLISE DOS DESENHOS
DESENHO 01 - CASA - Tempo de elaboração do desenho: mais ou menos 01minuto; - Sem rasuras e sem pausas; - Sem uso das margens e sem linhas reforçadas; - Proporção do tamanho da figura em relação à página: PEQUENO - demonstra insegurança, retraimento, descontentamento, regressão, sentimento de inadequação, tendência de se afastar do ambiente; - Localização: SUPERIOR ESQUERDA - sugere organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata, busca de satisfação emocional direta de suas necessidades e impulsos, esforço irrealista, frustração, luta por objetivos intangíveis, satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na realidade; - Sem detalhes excessivos ou bizarros; - Detalhes Essenciais - o uso mínimo de detalhes essenciais sugere retraimento: Linha de Solo - necessidade de segurança; Chaminé - ausente; Porta fechada com maçaneta - atitude defensiva; Uma janela - reserva, inadequação e indecisão; Janela sem vidros - hostilidade, tendência à negatividade; Cortina nas janelas - evasão, retraimento, interação com ambiente conscientemente controlada, acompanhada de ansiedade; Telhado - linha simples, constrição; Paredes - linhas periféricas finas e frágeis sugerem um sentimento de colapso iminente e fraco controle do ego; - Sequência normal ao desenhar: telhado, paredes, porta e janela; - Posição da Casa - desenhada em perfil parcial, com uma parede lateral e uma parede principal - indica uma tendência para se comportar de modo sensível e flexível; - Qualidade da linha: LEVE - Traçados extremamente leves usados em todos os desenhos indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota, além de hesitações, insegurança, forço do ego fraca.
DESENHO 02 - ÁRVORE VIVA - Tempo de elaboração do desenho: mais ou menos 01 minuto; - Sem rasuras e sem pausas; - Sem uso das margens e sem linhas reforçadas; - Proporção do tamanho da figura em relação à página: PEQUENO - demonstra insegurança, retraimento, descontentamento, regressão, sentimento de inadequação para lidar com o ambiente, tendência de se afastar do ambiente; - Localização: SUPERIOR ESQUERDA - sugere organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de
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gratificação imediata, busca de satisfação emocional direta de suas necessidades e impulsos, esforço irrealista, frustração, luta por objetivos intangíveis, satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na realidade; Sem transparências; Simétrica e em Posição Frontal; Relação com observador normal; Sem movimento; Sem detalhes excessivos ou bizarros; Detalhes Essenciais - completo: Linha de Solo fragmentada - necessidade de segurança e ansiedade; Copa em forma de nuvem - fantasia; Base larga - dependência; Frutífera - imaturidade; Sequência normal ao desenhar: tronco, copa e frutos; Qualidade da linha: LEVE - Traçados extremamente leves usados em todos os desenhos indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota, além de hesitações, insegurança, forço do ego fraca.
DESENHO 03 - ÁRVORE SECA - Tempo de elaboração do desenho: mais ou menos 01minuto com latência de aproximadamente 15 a 20 segundos; - Sem rasuras e sem pausas; - Sem uso das margens e sem linhas reforçadas; - Proporção do tamanho da figura em relação à página: PEQUENO - demonstra insegurança, retraimento, descontentamento, regressão, sentimento de inadequação para lidar com o ambiente, tendência de se afastar do ambiente; - Localização: SUPERIOR ESQUERDA - sugere organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata, busca de satisfação emocional direta de suas necessidades e impulsos, esforço irrealista, frustração, luta por objetivos intangíveis, satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na realidade; - Sem transparências; - Simétrica e em Posição Frontal; - Relação com observador normal; - Sem movimento; - Sem detalhes excessivos ou bizarros; - Detalhes Essenciais - completo: Linha de Solo fragmentada - necessidade de segurança e ansiedade; Galhos Espetados e com poucas folhas - eventos traumáticos ou impotência; Base larga - dependência; Seca - distúrbios emocionais;
33 - Sequência normal ao desenhar: tronco, copa e frutos; - Qualidade da linha: LEVE - Traçados extremamente leves usados em todos os
desenhos indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota, além de hesitações, insegurança, força do ego fraca.
DESENHO 04 - FIGURA FEMININA - Tempo de elaboração do desenho: mais ou menos 03 minutos; - Próprio gênero desenhado primeiro; - Simétrico; - Sem rasuras e sem pausas; - Sem uso das margens e sem linhas reforçadas; - Posição frontal; - Sem linha de solo; - Sem movimento; - Proporção do tamanho da figura em relação à página: PEQUENO - demonstra insegurança, retraimento, descontentamento, regressão, sentimento de inadequação, tendência de se afastar do ambiente; - Localização: SUPERIOR ESQUERDA - sugere organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata, busca de satisfação emocional direta de suas necessidades e impulsos, esforço irrealista, frustração, luta por objetivos intangíveis, satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na realidade; - Sem detalhes excessivos ou bizarros; - Detalhes Essenciais - completo: Braços flexíveis; Cabeça proporcional; Traços faciais leves - retraimento; Olhos pequenos com pupilas - introversão e desejo de ver o mínimo possível; Nariz sem narinas; Orelhas presentes e proporcionais; Boca sorrindo numa linha; Pernas em posição afastada - agressividade, desafio ou forte necessidade de segurança; Tronco - roupas e cintos indicados; Ombros quadrados - atitudes hostis e demasiadamente defensivas; Linha da Cintura enfatizada - conflito sexual; Mãos pequenas - relutância para estabelecer contatos mais íntimos e refinados na convivência psicossocial; Pés apontando para direções diametralmente opostas com a pessoa totalmente de frente - sentimentos ambivalentes; Dedos dos pés em figura vestida - agressão;
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Cabelo destacado por penteado e acessório (flor) - preocupação sexual; - Sequência normal ao desenhar: cabeça, rosto, tronco e membros; - Qualidade da linha: LEVE - Traçados extremamente leves usados em todos os desenhos indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota, além de hesitações, insegurança, força do ego fraca.
DESENHO 05 - FIGURA MASCULINA - Tempo de elaboração do desenho: mais ou menos 02 minutos; - Desenho de gênero oposto conforme orientação; - Simétrico; - Sem rasuras e sem pausas; - Sem uso das margens e sem linhas reforçadas; - Posição frontal; - Sem linha de solo; - Sem movimento; - Proporção do tamanho da figura em relação à página: PEQUENO (menor de todos os desenhos) - demonstra insegurança, retraimento, descontentamento, regressão, sentimento de inadequação, tendência de se afastar do ambiente; - Localização: SUPERIOR ESQUERDA - sugere organicidade, preocupação consigo mesmo, fixação no passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata, busca de satisfação emocional direta de suas necessidades e impulsos, esforço irrealista, frustração, luta por objetivos intangíveis, satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na realidade; - Sem detalhes excessivos ou bizarros; - Detalhes Essenciais - completo: Braços finos - sentimento de fraqueza; Cabeça proporcional; Traços faciais leves - retraimento; Olhos mínimos - introversão e desejo de ver o mínimo possível; Nariz sem narinas; Orelhas presentes e proporcionais; Boca séria numa linha; Pernas em posição afastada - agressividade, desafio ou forte necessidade de segurança; Tronco - roupa utilizada; Ombros quadrados - atitudes hostis e demasiadamente defensivas; Linha da Cintura enfatizada - conflito sexual; Mãos pequenas - relutância para estabelecer contatos mais íntimos e refinados na convivência psicossocial; Pés apontando para direções diametralmente opostas com a pessoa totalmente de frente - sentimentos ambivalentes; Dedos dos pés em figura vestida - agressão;
35 - Sequência normal ao desenhar: cabeça, rosto, tronco e membros; - Qualidade da linha: LEVE - Traçados extremamente leves usados em todos os
desenhos indicam um sentimento de inadequação, indecisão ou medo de derrota, além de hesitações, insegurança, forço do ego fraca.
ANÁLISE DO INQUÉRITO (Associações Verbais) A partir do relato de A.L.T. pode-se notar uma pessoa que está vivendo um momento de ambivalência extrema. Ela iniciou a responder as perguntas em terceira pessoa, no entanto, no final do inquérito, ao se comentar sobre o último desenho, passou a usar a primeira pessoa, demonstrando de forma clara e sincera os seus medos e anseios mais íntimos. Certamente este “deslize”, não foi intencional
por parte da participante, e percebo que a própria notou o
ocorrido, pois no momento em que se desejava aprofundar a questão, foi dito que estava atrasada e se já havia terminado, precisava ir embora. Mudou radicalmente de assunto e não permitiu mais perguntar sobre o desenho da figura masculina, além de também se recusar a dar muitas informações sobre o referido desenho. Analisando a fala da participante, foi possível perceber uma hesitação em se aprofundar demais na discussão de qualquer uma das figuras, principalmente na masculina. É como se o receio de ser desvelada profundamente a impedisse e, talvez por isso, em seu relato sobre a menina jovial e agradável, logo disse que ela não gostava de se expor. Seja por características individuais da personalidade, seja por um momento conturbado na vida da participante, provavelmente realizar esta avaliação projetiva não foi algo muito confortável. A.L.T. foi direta e concisa em suas respostas. Apesar da aparência de calma e distância, em seu mundo interno sente-se sozinha e desamparada emocionalmente. As diferenciações sobre a árvore viva e a árvore seca, demonstram claramente uma oposição e contradição de sentimentos. Ambas as árvores são A.L.T., no entanto, qual delas está em maior destaque em sua vida atualmente? Percebe-se que, apesar do esforço pessoal no sentido de controle, os sentimentos de inadequação, medo e descontentamento pessoal vem se evidenciando cada dia mais. O receio de relações íntimas está claro em seu discurso. Ela sente uma carência, insegurança e necessidades de relações interpessoais saudáveis, pois está em busca de um parceiro, o que se pode constatar pela sua fala e análise da personalidade da figura feminina: “ Esta é
uma garota sorridente, elegante e coerente com as suas atitudes ”. No entanto, logo
depois, afasta as possibilidades de aproximação social e pessoal, primeiro de forma intermediária (“Ela não gosta de chamar a atenção. É sóbria e evita contatos profundos, permitindo aproximação apenas daqueles com quem se sente fielmente atraída por laços de
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amizade bem sinceros e profundos.”) e depois de forma definitiva, no discurso da figura mascul ina: “ Não conheço, na verdade, nem faço questão de conhecer. Sua expressão sisuda, fechada, até mesmo antipática impede qualquer possibilidade de aproximação. Em sua mente, afastar é a melhor opção ”. Apesar de racionalmente A.L.T. perceber seus conflitos internos, medos e receios, emocionalmente é uma pessoa imatura, que necessita desenvolver uma estrutura egóica mais forte, tanto para superar traumas e mágoas antigas, quanto para permitir possíveis futuros encontros.
CORRELAÇÃO DOS DADOS LEVANTADOS Os dados obtidos possibilitaram uma análise sobre o perfil psicológico do participante da pesquisa neste momento da sua vida. Tanto nos desenhos quanto no inquérito foi possível observar diversas características em comum: - As principais características apresentadas foram carência, medo e insegurança; - A participante tem uma preocupação excessiva em afastar as pessoas de seu convívio
social, isto é, existe uma relutância para estabelecer contatos mais íntimos e refinados na convivência psicossocial; - Seu autocontrole e força do ego estão abalados, permitindo a aumento das ideias
negativas e sentimentos de inadequação; - Demonstra descontentamento, ansiedade e preocupação constante consigo mesma; - Adjetivos como descrição e precisão também podem ser associados a participante já
que ela demonstra um tipo introvertido, com valorização do senso de observação; - O indivíduo tem um rico mundo interior, porém escondido, que geralmente não fica
óbvio para quem não o conhece de verdade; -
Sugere uma fixação em frustrações e mágoas do passado, ou seja, uma não superação de questões emocionais antigas pendentes;
- Sua ansiedade abundante pode gerar impulsividade, graças à necessidade de
gratificação imediata, ocasionando numa busca de satisfação emocional direta de seus impulsos; - Os dados inferem uma satisfação na fantasia ou na intelectualização e não na
realidade; - O indivíduo demonstra um alto grau de frustração e uma ambivalência de sentimentos; - O retraimento constante a que se obriga, apesar de consciente, gera sofrimento
demasiado;
37 - A participante projetou uma forte necessidade de segurança não satisfeita, o que pode
resultar em atitudes hostis, agressividade e demasiadamente defensivas; - Há evidências de um conflito ou preocupação de ordem sexual.
SÍNTESE CONCLUSIVA DO HTP O HTP revelou uma pessoa insegura e com forte tendência ao afastamento social, repleta de medos e ansiedades. Sugere que o indivíduo tem uma sensibilidade defensiva com tendências negativistas, com ações de esforço além de suas forças, tendências oposicionistas, além de retraimento intenso, introversão acentuada e forte necessidade de segurança. Há indícios de uma supervalorização do passado e de apego a mágoas e desilusões antigas. Foi demonstrada também a presença de agressividade, atitudes hostis e demasiadamente defensivas. Existe também a evidência de sentimentos ambivalentes. Todas estas atitudes e características foram diagnosticadas tanto na interpretação dos desenhos quanto no inquérito posterior, sugerindo uma concordância entre as duas etapas da avaliação da personalidade através da técnica projetiva gráfica do HTP. A análise dos desenhos evidenciou ainda agressividade, sentimento de inadequação e imaturidade emocional. Na avaliação do desenho da casa notou-se que A.L.T. produziu uma figura bem pequena, posicionada ao lado esquerdo superior da folha de papel, acrescida de complementos básicos mínimos (uma porta e uma janela), e foi desenhada com traços finos e leves demais. Considerando-se tais indícios pode-se supor que o sujeito encontra dificuldades severas no contato com o mundo exterior, principalmente nos relacionamentos interpessoais, tende à introversão e à timidez, buscando no plano da fantasia a satisfação que não consegue obter na realidade. Verificou-se que desenhou árvores de tamanho também de proporções pequenas, sendo uma saudável e viva e outra seca e morta. Ademais, a linha do solo foi traçada com hesitação e por pequenos riscos. Em síntese, tais características indicam que A.L.T. sente-se desamparada, marginalizada, inferior, insegura, insatisfeita consigo mesmo e com as relações que estabelece com o ambiente, possuindo uma veemente tendência ao retraimento. Além disso, frutos desenhados na árvore saudável representam uma imaturidade emocional. Com a aplicação do teste do desenho da figura humana, verificou-se o sentido de medo de iniciativas, incerteza, sensibilidade, insegurança, agressão e hostilidade para com o ambiente. Registrou-se ainda timidez, indícios de egocentrismo, imaturidade e agressividade ou distanciamento para com os outros. Dessa forma, o autoconceito, a autopercepção e a auto-
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estima encontram-se comprometidos tornando-se negativos e consequentemente favorecendo a formação e o predomínio de uma auto-imagem negativa. Também em relação às figuras humanas, é possível perceber uma ambivalência de sentimentos e necessidades. Por um lado é retratada uma figura feminina agradável e sorridente, projetando seu desejo de exposição ao meio, enquanto que por outro lado é retratado uma figura masculina diminuta, zangada e aversiva, como se projetando seus verdadeiros sentimentos de incapacidade, insegurança e medos, que tanto tenta esconder. Considerando-se estes indicadores e os demais avaliados no conjunto das produções coletadas, é possível levantar a hipótese de que o indivíduo examinado possui sentimentos de inadequação e autodesvalorização, e encontra dificuldades nos relacionamentos sociais, possivelmente porque se julgar inapto e limitado para estabelecer contatos interpessoais. Faz-se necessário reconhecer, contudo, que, por uma série de razões, as análises aqui apresentadas não possuem um caráter definitivo e determinante, podendo ser reflexo de um momento da vida desta pessoa. Porém, o Teste HTP, possui uma série de vantagens em relação a técnicas de outros tipos, considerando-se que é um instrumento econômico e de aplicação rápida e simples, capaz de superar dificuldades de comunicação verbal e subsidiar um exame psicológico global e profundo, uma vez que sua agudez clínica é incontestável. Assim sendo, a utilização do HTP viabilizou a expressão de importantes aspectos do psiquismo deste indivíduo que, não encontrando uma forma mais direta de verbalização, evidencia que a linguagem gráfica, se complementada com outras fontes de informação, pode se constituir em um recurso auxiliar valioso para a investigação psicológica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário salientar alguns aspectos relevantes sobre o presente estudo psicológico: em primeiro lugar, a personalidade é dinâmica e não se reconhece como padronizada, gerando uma multiplicidade humana em suas generalizações e singularidades. Deve-se, então, compreender o quanto esta avaliação psicológica, além de revelar características formadoras da personalidade, pode ser também um retrato do momento vivido pelo indivíduo. Este fato ocorre devido ao processo de evolução e desenvolvimento da subjetividade humana, pois não há como padronizar o ser humano. Em segundo lugar, os dados obtidos possibilitaram uma breve análise de aspectos psicológicos encontrados no participante, devendo ser encarados como um parâmetro norteador da relação do indivíduo com o mundo e consigo mesmo. A técnica projetiva H.T.P. (house, tree, person) constitui-se de um simbolismo fértil em significados inconscientes. Ela investiga a visão subjetiva que o sujeito tem de si mesmo e
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de seu ambiente, das coisas que considera importante, das que enfatiza e das que ignora. Na técnica gráfica H.T.P. o sujeito recebe estímulos que, apesar de lhe serem familiares, são completamente inespecíficos, possibilitando o mecanismo de projeção. Em comparação com as técnicas psicométricas, o HTP como técnica projetiva, exige do avaliador, tanto durante a aplicação, principalmente no momento do inquérito, quanto no ato de interpretação, uma maior habilidade, sensibilidade e perícia. Apesar do manual do referido “teste” ser bastante
claro e elucidativo, podem surgir dúvidas ao se iniciar a
interpretação dos desenhos. Além disso, é de essencial relevância o inquérito posterior aos desenhos, pois essa etapa possibilita uma maior compreensão da personalidade do indivíduo e das questões emocionais que o afligem. Em resumo, o HTP demonstrou ser um instrumento eficiente e confiável, capaz de sugerir aspectos da personalidade humana de forma clara, precisa e ampla.
REFERÊNCIAS ANASTASI, A. (1977). Testes Psicológicos . (2 ed.). São Paulo: EPU. ANASTASI A., & URBINA S. (2000). Testagem Psicológica . Porto Alegre: Artes Médicas Sul. ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições . Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. BORSA, Juliane Callegaro. Considerações sobre o uso do teste da Casa-Árvore-
Pessoa – HTP. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Avaliação Psicológica, 2010, 9(1), pp. 151-154 151. BUCK, J. N. H-T-P: Casa – Árvore – Pessoa. Técnica Projetiva de Desenho:
Manual e Guia de Interpretação . (1ª ed.). São Paulo: Vetor. 2003. MAURI, R.G. A Imagem Corporal e a Representação Simbólica . São Paulo: Baraúna. 2010. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?id=IK1kQ6AS6Vw C&printsec=frontcover&dq=A+Imagem+Corporal+e+a+Representa%C3%A7%C3%A3o+Si mb%C3%B3lica,+Mauri&hl=pt-BR&sa=X&ei=UCBGUa6ZN5Pc8ASD8YCwCg&ved= 0CDIQ6AEwAA#v=onepage&q=A%20Imagem%20Corporal%20e%20a%20Representa%C3 %A7%C3%A3o%20Simb%C3%B3lica%2C%20Mauri&f=false>. Acesso em: 17 de Março de 2013.
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