Automacao Residencial Final

May 31, 2018 | Author: rubrothiago1 | Category: Home Automation, Network Topology, Computer Network, Automation, Voice Over Ip
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota na disciplina Instalações Elétricas sob orientação da Professora Eng.ª Daiane Angélica dos Santos.

Discentes: Arnóbio de Souza Osório Jussiê Dantas Filho Maisa Câmara Santos Victor Costa de Andrade Pimentel

Natal, 03 de Novembro de 2010

1. INTRODUÇÃO A idéia da “Casa do Futuro” remonta do século 20, quando surgiram os primeiros eletrodomésticos nos Estados Unidos com a promessa de poupar o tempo das pessoas executando tarefas rotineiras do lar. Nos dias atuais, a principal questão em pauta aborda a necessidade de se interconectar tais eletrodomésticos em rede de modo a permitir seu monitoramento e comando remoto. [6] Essa nova abordagem surge com a Automação Residencial e vem apresentando inúmeros benefícios quando comparamos os sistemas eletrônicos e eletromecânicos integrados com os sistemas isolados, de eficiência limitada [6]. Isso é claramente percebido pelo fato de que os sistemas atuando separadamente pressupõe a existência de infra-estruturas dedicadas. Além disso, a redução no consumo de recursos, como água e energia elétrica, bem como a provisão de segurança e conforto aos usuários, proporcionados com a utilização de sistemas de ambientes inteligentes integrados apresentam-se como atrativos indispensáveis perante as novas exigências do mercado de consumo residencial. O desenvolvimento e implantação desses novos sistemas, no entanto, apresenta severos desafios, presenciados na extrema complexidade de implementação das funcionalidades requeridas por tais sistemas, que devem ser sensíveis ao contexto e à presença das pessoas, proporcionar o acesso à informação em todos os lugares, de maneira pervasiva, bem como possibilitar uma interação natural com o usuário [7]. Tudo isso, de modo que a eletrônica e os componentes envolvidos estejam para o usuário como um plano de fundo, de modo a priorizar-se, no primeiro plano a interação social e o bem estar e conforto dos indivíduos. Nesse sentido, torna-se necessário ao profissional da área de Automação Residencial a dentenção do conhecimento das diversas tecnologias que serão envolvidas nesses sistemas para que elas sejam combinadas de maneira otimizada, visando atender satisfatoriamente às funcionalidades a que se propõe. O objetivo desse trabalho é realizar uma explanação dos conceitos envolvidos nos sistemas de Automação utilizados em residências, proporcionando o entendimento necessário para uma posterior análise das implicações de projeto, bem como seu impacto com relação aos atuais padrões de projeto de instalações elétricas praticados. Para tanto, inicia com uma contextualização da Automação Residencial na atualidade, relacionando informações importantes sobre a caracterização dos sistemas empregados para, em seguida, apresentar os subsistemas envolvidos. Sequencialmente, são apresentadas algumas questões relevantes do projeto de sistemas de Automação Residencial e relacionadas algumas diferentes abordagens discutidas na atualidade, sendo, por fim, expostas as conclusões vislumbradas com a realização dessa pesquisa.

2. AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL 2.1.

CARACTERIZAÇÃO

A Automação Residencial se fundamenta na integração dos sistemas constituintes de uma residência, como por exemplo seus eletrodomésticos, equipamentos de áudio, vídeo e informática, persianas, portões e portas automáticas, dentre outros, que são os sistemas autônomos, presentes hoje em dia nas residências. Dessa forma, o termo Automação Residencial, também denominada Automação Doméstica ou Domótica, representa a utilização de processos automatizados em casas, apartamentos e escritórios [2]. Tais conceitos ainda são vistos com certo ceticismo, sendo apresentados como futuristas. O artigo de opinião “Estamos preparados para a automação residencial?”, escrito por José Roberto Muratori, membro fundador da AURESIDE, ilustra bem essa situação. Segundo ele, as estatísticas apontam que apenas uma parcela de 10 a 15% dos indivíduos consideram-se receptivos as novas tecnologias. Nesse sentido, é ressaltada a necessidade de o projetista de automação residencial possuir, além do conhecimento técnico necessário, informações que caracterizem a aceitação dessa tecnologia pelos usuários [3]. Assim, a preocupação em se desenvolver tecnologias que permitam uma interação natural com o usuário passa então a ser essencial, visando proporcionar uma maior confiabilidade. Além disso, com o novo despertar do interesse das pessoas pela tecnologia, proporcionado com o advento dos computadores pessoais e da Internet [6], a utilização dessas novas tecnologias no ambiente doméstico vem sendo cada vez mais adotadas. Segundo TEZA [2], “Nos Estados Unidos, são aproximadamente 5 milhões de residências automatizadas e um mercado de US$ 1,6 bilhão de dólares em 1998 à US$ 3,2 bilhões para o ano de 2002 e previsão de 10,5 bilhões em 2008. No Brasil, segundo a AURESIDE, estima-se um potencial de 2 milhões de residências apenas para o estado de São Paulo e faturamento de US$ 100 milhões em 2004.” [2]

OLIVEIRA [1], enfatiza que os controles e processos presentes no ambiente da residência inteligente devem ser unificados, proporcionando a execução automática de tarefas diárias e precauções, como fechamento de janelas e irrigação de jardins. Para tanto, a implementação de um ambiente inteligente deve observar diversos novos fatores que terão implicações diretas no projeto das construções residenciais, como: •

A organização dos sistemas de informática;



Os sistemas de gerenciamento da residência;



A configuração das redes interna e externa de comunicações;



Adaptação aos vários moradores;



Conexão com serviços públicos de telecomunicações;



Proporcionar flexibilidade;



Introdução de novos equipamentos e dispositivos, que demandaram novos paradigmas de organização dos espaços interno e externo.

É interessante fazermos um comparativo entre as principais características da infra-estrutura dos ambientes domésticos atuais, sem automação residencial, com as novas tendências e propostas surgidas com o advento da automação residencial. As tabelas 1 e 2, a seguir caracterizam essas duas situações possibilitando tal comparação [1]. Situação Atual

Consequência

Instalações independentes

Multiplicidade de redes e cabos

Redes incompatíveis

Manutenção cara e complicada, dependência do fornecedor

Falta de uniformidade

Impossibilidade de automatização global

Equipamentos limitados

Dificuldade para integrar novos serviços e interligar redes, ampliação do uso de “adaptadores”, obsolecência em curto prazo

Tabela 1 - Situação atual da infra-estrutura doméstica [1]

Situação Proposta

Consequência

Automação de Residências

Maior conforto e automatização de serviços

Integração dos serviços

Barateamento dos equipamento e processos

Centralização de sistemas

Simplificação da rede

Conexão com redes externas (internet e dedicadas)

Comando remoto, utilização de conteúdo digital sob demanda

Monitoramento remoto de pessoas e Facilidade de integração de novos equipamentos equipamentos e serviços, rapidez no envio de alarmes, homecare Eletrodomésticos inteligentes

Acesso à informação de qualquer ponto da casa, diminuição do tempo de procura de defeitos, economia de energia

Auditoria e controle de gastos

Melhoria no funcionamento de sistemas, administração da residência, constante supervisão do conjunto

Tabela 2 - Infra-estrutura doméstica com automação residencial [1]

2.2.

SUBSISTEMAS DA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Como vimos, o ambiente de uma “casa inteligente” apresenta diversos subsistemas, que deverão ser integrados e possuir um controle unificado. Isso vêm sendo proporcionado devido à rápida evolução de produtos e equipamentos eletrônicos e da informática, concretizada no desenvolvimento de sistemas residenciais integrados, que podem controlar cortinas e persianas, áudio, vídeo, som ambiente, TV por assinatura, segurança (alarmes, monitoramento, CFTV), iluminação, climatização e telefonia, dentre outras utilizadades. Na figura a seguir, podemos ter uma ideia da variedade desistemas que podem coexistir nesse ambiente integrado. [8]

Figura 1 - Sistemas envolvidos no âmbito da Automação Residencial. [8]

1. Irrigação de jardim (horários programados e sensores de umidade); 2. Cabeamento estruturado (dados, voz e imagem); 3. Circuito fechado de TV; 4. Controle de acesso (biometria, cartões de proximidade, tags para veículos); 5. Controle de iluminação; 6. Controle de utilidades; 7. Controle de monitoramento de elevedores; 8. Controle de monitoramento de medições (gás água e eletricidade); 9. Controle e monitoramento do sistema de climatização; 10. Entretenimento; 11. Redes de dados condominial; 12. Sistema de detecção e alarme de incêndio; 13. Sistema de segurança. Nas sessões a seguir, são descritos alguns dos principais sistemas que estão dentre os mais empregados atualmente no âmbito da automação residencial.

2.2.1. SISTEMAS DE SEGURANÇA A concepção dos sistemas de segurança no âmbito da automação residencial se configura na implementação de um monitoramento e vigilância eletrônica no ambiente residencial. Com isso, objetiva-se proporcionar segurança e conveniência à residência e seus moradores. Os sistemas de segurança e alarme também integram-se ao sistema de controle, incluindo o CFTV (circuito fechado de TV) com câmeras monitoradas remotamente, sensores de presença, alarmes, controle de acesso, acionamento de portas e portões e ativamento de funções da casa por meio da internet ou do celular. Além disso, o sistema de segurança pode estar integrado com um sistema de detecção de incêndio ou de vazamentos de gás, por exemplo.

2.2.2. ENTRETENIMENTO O sistema de entertenimento engloba o controle das funções e equipamentos de áudio e vídeo distribuídos. Assim, existem aplicações voltadas ao controle de hometheater, integrando todos os comandos de áudio e vídeo (DVD, TV, CD player, videokê, iPOD, dentre outros), permitindo que tais equipamentos sejam controlados através de

interfaces integradas com apenas um único toque na tela de um iPAD que funciona como controle universal da casa, por exemplo. Além disso, é possível também a automatização de zonas de som ambiente em diferentes regiões e cômodos da casa, reproduzindo fontes de áudio a partir de servidores de música ou aparelhos de som.

2.2.3. CONTROLE DE ILUMINAÇÃO São sistemas que podem prover diversas funções e controles para a iluminação da residência, podendo acentuar os detalhes arquitetônicos de uma sala ou criar um cenário específico, seja romântico ou festivo. Além disso, a iluminação da casa pode ser programada para ligar e desligar automaticamente, fazendo com que a casa parece ocupada mesmo na ausência de seus proprietários, protegendo assim contra a invasão de intrusos. Outro fator relevante no controle de iluminação é a possibilidade de economia de energia proporcionada pela regulação da intensidade da luz conforme a necessidade (dimerização). Esses sistemas podem ainda estar integrados ao sistema de entretenimento, proporcionando a iluminação correta para cada caso, como : assistir a um filme no telão, ouvir música, dentre outros. Existem vários tipos de sistemas de iluminação, sendo o mais simples chamado de sistema powerline, ou X-10, o qual utiliza a própria rede elétrica para acionar pontos de iluminação e tomadas. Para tanto, utiliza uma tomada especial, que substitui as tomadas convencionais, ou um módulo externo que é plugado às tomadas. Nesse sistema, cada módulo recebe um endereço digital que será utilizado pelos controladores para identificar cada um dos módulos emitindo para eles os sinais de controle necessários. Sistemas de iluminação mais sofisticados podem incluir ainda timers ou sensores de luz solar, permitindo que as lâmpadas sejam acesas conforme um horário programado ou quando a luz solar for insuficiente.

2.2.4. HOME-OFFICE O home-office se configura na prática de trabalhar em casa, tendo como suporte um potencial escritório na residência a fim de realizar, no todo ou em parte, as tarefas do trabalho sem a necessidade de deslocar-se até o escritório da empresa. Atualmente, utiliza-se o termo “teletrabalho” (teleworking) para denominar esse tipo de atividade. Nesse sentido, se insere a criação de uma rede doméstica, integrando serviços de telefonia e redes, interconectadas com redes externas para o recebimento de serviços como Internet, TV a cabo e telefone, bem como proporcionando uma infra-estrutura adequada, interligando computadores, impressoras, aparelhos de fax, telefone, dentre

outros. Para isso, existem novas tecnologias em desenvolvimento e sendo aperfeiçoadas, como a PLC (Power Line Communication), VoIP (Voz sobre IP), dentre outras.

2.2.5. CLIMATIZAÇÃO Esse sistemas deve proporcionar o controle da climatização do ambiente (aquecedores e condicionadores de ar) através de comandos integrados ao sistemas de comando central. Dessa forma, deve possibilitar o acionamento ou desligamento automático desses equipamentos também de maneira programada em horários definidos e, até mesmo, permitir seu controle remotamente através da própria Internet ou do celular.

2.2.6. CONTROLE DE PORTAS E CORTINAS O objetivo desse sistema é proporcionar conforto e comodidade ao usuário, permitindo a utilização de funções como o acionamento remoto para abertura e fechamento de cortinas, persianas e portas. Além disso, a integração desse sistema ao controle central pode ainda possibilitar a detecção de janelas ou portas abertas durante a ausência do proprietário na residência, informando-o o acontecido por meio do celular com o envio de imagens do local garantindo também questões de segurança.

2.2.7. UTILIDADES Aqui podemos citar a automatização de diversas atividades rotineiras de uma residência, como: acionamento de bombas e limpeza da piscina e caixa d'água, controle de sauna, irrigação automática do jardim, sistemas de aspiração central à vácuo, monitoramento de medições (água e gás), dentre outras aplicações.

2.3.

O PROJETO INTEGRADOR 

A constante evolução tecnológica, bem como o crescente aumento nas exigências dos consumidores demandam profundas mudanças no tratamento dos projeto de instalações elétricas dentro do novo paradigma residencial. Apesar de o ritmo de adoção dessas novas abordagens acontecer normalmente de maneira lenta, já verificamos uma imposição, pela necessidade, da aplicação dessas mudanças no cenário da indústria imobiliária [5]. Não podemos deixar de ressaltar a enorme importância do lado formal e normativo do projeto de instalações elétricas, tal qual conhecemos nos dias de hoje. Entretanto, nos últimos anos, a forma desse projeto sofreu poucas alterações nos últimos anos , não se mostrando suficiente para o cenário em que nos encontramos atualmente. De acordo com MURATORI [5],

“Fazer os cálculos de carga elétrica, para dimensionamento e aprovação da entrada de energia, cuidar da proteção dos circuitos, elaborar o melhor encaminhamento da fiação em função de determinada arquitetura, tudo isso responde pelo formalismo de um projeto convencional. No entanto, as exigências de um imóvel moderno vão muito além.” [5]

Deve-se então observar que no âmbito da Automação Residencial, as exigências dos imóveis modernos estão muito mais além, constituindo-se de sistemas de segurança, telecomunicações, entretenimento, dentre outros já citados nas seções anteriores, que devem ser idealizados e projetados visando sua integração. Dessa forma, é notória a dependências desses sistemas com relação à instalação elétrica, tanto com relação à sua alimentação, como também pelo surgimento de novas interfaces, obrigando o projetista a desenvolver uma visão sistêmica e integrada para que possa garantir uma solução otimizada [5]. Além disso, para que se tenha um bom aproveitamento dos recursos empregados nesse novo projeto, deve-se levar em consideração a escalabilidade do sistema, prevendo e permitindo futuras expansões da rede, com a adição de novos equipamentos e atualização de aplicações e softwares. O projetista, então, deve conhecer bem as diversas tecnologias existentes, de modo a elaborar o ambiente adequado para cada caso. [1] As soluções irão variar desde a implementação em obras de uma casa em construção ou em casas já construídas, podendo-se, por exemplo, ser preferível a utilização de sistemas cabeados, normalmente mais baratos, no primeiro caso, enquanto no segundo, a utilização de dispositivos sem fio seja preferível, evitando reformas na estrutura já existente. [1] Segundo OLIVEIRA [1], “Nos Estados Unidos, acredita-se que o investimento em sistemas de automação residencial corresponda em média a 10% do custo total da obra, com um retorno em médio prazo na forma de racionalização dos serviços de manutenção e economia nos gastos com energia, água e gás, na ordem de 30%.” [1]

Devemos ainda considerar que no ambiente doméstico são necessárias interfaces e sistemas muito amigáveis, simples de manusear e flexíveis para se ajustarem às necessidades dos usuários. Isso aumenta o grau de dificuldade da implementação de sistemas residenciais, uma vez que sua concepção traz essa variável subjetiva adicional, evidenciada na relação do usuário com a tecnologia [5]. Podemos entender o fluxo de projeto integrado para uma residência elucidando sua relação com os chamados projetos básicos, os quais geram projetos específicos, que num ambiente de automação residencial, devem estar integrados, conforme ilustra a figura a seguir:

Figura 2 - Fluxo de Projeto Integrado para uma Residência. [5]

O projeto de automação tratado no diagrama acima consiste na integração dos demais projetos, sendo tal questão tratada no mercado comumente dessa maneira. Assim, percebe-se que o projeto de integração somente deve ser iniciado após a definição dos demais projetos específicos, havendo, entretando, uma realimentação ocasionada pela solicitação, pelo projetista de automação, de adição de novos complementos e mudanças necessárias nos conceitos inicalmente estabelecidos [5]. De acordo com MURATORI [5], as fases de um projeto integrado podem ser enumeradas como segue: 1. Desenho da infra-estrutura: distribuição e dimensionamento de conduítes, caixas

de passagem, quadros de distribuição e demais conexões entre os sistemas; 2. Compatibilização: eliminação de sobreposições ou redundâncias relativas aos

aspectos dos diversos sistemas envolvidos no projeto integrado; 3. Detalhamento da fiação e cabeamento: especificação das características técnicas

do cabeamento especial necessário ao projeto; 4. Planilhas de cargas automatizadas : listagem dos equipamentos e itens que serão

incluídos na “automação” do imóvel, para um correto dimensionamento do sistema de automação e seus acessórios; 5. Especificação de equipamentos: os equipamentos locados no projeto, bem como

as características técnicas e especificações gerais desses equipamentos, devem ser listados no memorial descritivo que acompanha o projeto;

6. Detalhamento das funcionalidades: descrição das funções executadas pelos

equipamentos escolhidos, funcionando como “manual do usuário” para consultas e manutenção futura do sistema; 7. Programação: muitas vezes não é atribuição do projetista, podendo ser delegada

a um profisisonal mais familiarizado com determinados equipamentos. Nas seções seguintes, abordaremos alguns aspectos importantes que estão sendo incorporados aos novos projetos.

2.3.1. TOPOLOGIA DA INSTALAÇÃO Como se trata de um sistema onde os componentes estão integrados de modo a operar em conjunto, nem sempre tais equipamentos ou sistemas apresentam os mesmos requisitos de topologia e meio físico. Assim, deve ser levada em consideração a escolha de uma topologia suficientemente flexível para que ela possa agregar outras topologias por meio de simples remanejamentos de cordões de manobra e tipos de cabos que possam vir a ser utilizados por certas aplicações mais exigentes em termos de largura de banda [9]. Tendo utilizado convencionalmente um conceito de anel, a topologia de uma instalação residencial está migrando para um conceito de estrela, seguindo às tendências do conceito de rede já habitual no mundo corporativo. Essa maneira de dispoição da instalação utiliza um nó central, onde estão agrupados os serviços de dados, voz e imagem do imóvel. Desse modo, a central recebe os serviços das concessionárias e, por meio do cabeamento apropriado, distribui os sinais entre os aposentos através de ligações ponto-a-ponto [5]. Essa configuração proporciona a maior flexibilidade na configuração e uso dos serviços proporcionando maior facilidade na expansão dos sistemas, permitindo que outras topologias possam ser empregadas a partir dela. Isso mostra-se necessário quando notamos, por exemplo, que a rede de computadores da residência geralmente emprega uma topologia em estrela, enquanto alguns circuitos de sensoriamento e controle utilizam topologias em barramento ou anel. A figura a seguir ilustra os diferentes tipos de topologias físicas utilizadas em sistemas de automação residencial [5, 9]:

Figura 3 - Topologias de distribuição de sinais elétricos em sistemas de automação residencial. [9]

Pode-se perceber que a adoção dessa nova topologia, ocasiona uma significativa mudança na distribuição elétrica, sendo necessário a realização de uma redistribuição de toda a fiação da casa, já que os aparatos elétricos e de iluminação agora estarão sob o comando de uma central de automação. Com a nova configuração, os chamados “retornos”, que permitem o controle de diversas funções da casa, deverão ser levados ao quadro central de automação, de onde a instalação elétrica da residência será controlada por software [5].

2.3.2. INFRA-ESTRUTURA A implementação de um projeto de automação residencial pressupõe uma infraestrutura de cabeamento capaz de atender às necessidades mencionadas anteriormente ao longo desse trabalho. Para tanto, alguns fabricantes estão trabalhando no lançamento de produtos que permitam o envio de sinais de controle aos dispositivos da casa, bem como a transmissão de dados entre computadores através da própria rede elétrica. Nesse sentido atuam as tecnologias X-10 e PLC, sendo a primeira um protocolo de comando remoto designado para comunicações entre transmissores e receptores X10. Enquanto a segunda é utilizada para transmissões de longa distância entre computadores como, por exemplo, permitir o acesso à Internet através da rede elétrica [1]. Apesar das vantagens com relação à utilização da infra-estrutura da rede de distribuição elétrica para a transmissão de dados, como baixo custo e, no caso de residências já construídas, o fato de se evitar a realização de reformas. Tais tecnologias possuem baixas taxas de transmissão quando comparadas a outras, como as redes telefônica e sem fio [2]. Uma outra solução para a implementação da infra-estrutura no projeto de automação residencial se constitui da utilização de sistemas de cabeamento estruturado no projeto. Tais sistemas de cabeamento embasam-se em padrões e normas, permitindo a utilização de um único meio físico comum, adequadamente organizado, para o transporte de sinais de TV, telefonia, Internet e compartilhamento de dados e recursos em geral [2]. As principais normas relacionadas ao projeto de cabeamento estruturado são: •







Norma ANSI/TIA/EIA 570-A. (Padrão para cabeamento residencial de telecomunicações); Norma ANSI/TIA/EIA 568-B.1. (Requerimentos gerais do cabeamento estruturado); Norma ANSI/TIA/EIA 568-B.2. (Componentes UTP do cabeamento estruturado); Norma ANSI/TIA/EIA 568-B.3. (Componentes ópticos do cabeamento estruturado);





Norma ISO/IEC 11801. (Especificações de sistemas de cabeamento estruturado) Norma Técnica NBR 14565. ABNT. (Procedimento básico para elaboração de projetos de cabeamento de telecomunicações para rede interna estruturada).

A figura a seguir, adaptada de MURATORI [5], ilustra diferenças entre um processo elétrico convencional, um projeto feito exclusivamente para automação e, por último, o chamado projeto híbrido, que permite uma implantação parcial da automação, ou ainda a implantação futura sem necessidades de intervenção na estrutura física do imóvel.

Figura 4 - Diferenças entre Instalação elétrica convencional, automatizada e híbrida. [5]

Uma notável diferença verifica-se no fato de o interruptor convencional ter sido substituído pelo pulsador, que transmitirá informação em pulsos (pré-codificados ou não) através de um cabeamento lógico até a central de comando, que está localizada no quadro de automação [5]. Uma interessante alternativa de menor custo, embora de desempenho inferior, vem sendo empregada por profissionais da área nos casos em que a utilização de um sistema automatizado apresenta um custo final de implantação que o inviabiliza. Essa alternativa se constitui na utilização de relés de impulso ou telerruptores no lugar da central de automação. Esse tipo de solução permite que, caso se viabilize a utilização da central de comando, a infra-estrutura empregada já esteja pronta para receber tal central [5].

3. CONCLUSÃO A automação residencial se apresenta na atualidade como uma revolução nos ambientes domésticos por incorporar esse novo conceito de integração entre os diversos equipamentos e dispositivos de uma casa numa única central de comando. Apesar do ceticismo que ainda existe por parte dos consumidores, pode-se perceber que cada vez mais a sociedade e usuários demandam por soluções de automação em suas residências com vistas à automatização de pequenas tarefas diárias e repetitivas, aumento da segurança e entretenimento. Dessa forma, percebe-se aí um crescente mercado consumidor, que ainda encontra-se dando passo iniciais aqui no Brasil. Mas a dificuldade de implantarem-se tais sistemas não se configura somente em questões de mercado. A própria heterogeneidade dos equipamentos envolvidos, cada um utilizando diferentes padrões, se mostra um fator que contribui para a complexidade desses sistemas, que demandam projetos flexíveis, bem como a compreensão, por parte do projetista, de uma vasta gama de diferentes tecnologias. Com isso, podemos concluir que a automação residencial se configura num desafio do presente, devendo prover ao usuário interfaces amigáveis e descomplicadas, como também disponibilizar a informação e possibilidade de controle da residência a partir de qualquer lugar, através da Internet, de modo a utilizar a eletrônica como “plano de fundo” para colocar em primeiro plano a sociabilidade e bem-estar do usuário.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] OLIVEIRA, A. M.; Automação Residencial. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências da Administração e Tecnologia, do Centro Universitário de Araraquara. 2005. [2] TEZA, V. R.; Alguns aspectos sobre a Automação Residencial - Domótica . Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. [3] Associação Brasileira de Automação Residencial - AURESIDE . Disponível em: www.aureside.org.br. Acesso em: 19/10/2010. [4] Casa Digital Automação Residencial e Home Theater. Disponível em: http://www.casadigitalautomacao.com.br/. Acesso em: 31/10/2010. [5] MURATORI, J. R.; Instalações Elétricas com novas abordagens . 2008. Artigo disponível em: http://www.institutodofuturo.com.br/setor_eletrico_set08.htm. Acesso em: 20/10/2010. [6] BOLZANI, C.; Desmistificando a Domótica. AURESIDE. 2007. Artigo disponível em: http://www.aureside.org.br/artigos/default.asp?file=01.asp&id=74. Acesso em: 20/10/2010. [7] AARTS, E.; ROOVERS, R.; Embedded Design Issues in Ambiente Intelligence. Ambient Intelligence: Impact on Embedded System Design. ©2004 Kluwer Academic Publishers New York, Boston, Dordrecht, London, Moscow. [8] MEDEIROS, H.; Casa do futuro. Revista Téchne. 2009. Disponível em: http://www.aureside.org.br/artigos/techne.pdf. Acesso em: 20/10/2010. [9] MARIN, P. S.; Automação residencial: visão geral e aplicações. Disponível em: http://www.paulomarin.com/Files/home_automation_article.pdf. Acesso em: 02/11/2010. [10] FINDER; Disponível em: http://www.instalacoeseletricas.com/aplicacao.htm. Acesso em 02/11/2010.

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