Autismo_Modelo_DIR
Short Description
Download Autismo_Modelo_DIR...
Description
Estrutura da apresentação
Evolução do conceito
Autismo é uma palavra de origem grega (autós) que significa “próprio”, designa comportamentos humanos que se centralizam no próprio indivíduo (Orrú, 2001).
1911, Eugène Bleuler utilizou pela primeira vez a palavra autismo no “ American
Journal
of Insanity”,
onde
denominou
“pensamento
autístico” (Araújo, 2008).
1943, a descrição de autismo foi considerada pela primeira vez por Leo Kanner, no seu artigo “Autistic Disturbances of Affective Contact” .
As Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) são caracterizadas por um défice grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: competências sociais, competências de comunicação ou pela presença de comportamentos, interesses e actividades estereotipadas. (DSM-IV-TR, 2002).
Factores Etiológicos do Autismo
Apesar das inúmeras investigações efectuadas no campo das PEA, verifica-se ainda uma indefinição no que diz respeito à sua etiologia.
Teorias psicogenéticas
Teorias biológicas
Teorias psicológicas
Teorias afectivas
Componente
Perturbação em
Défices
Disfunção
genética/ distúrbio
áreas do SNC que
psicológicos,
primária do
emocional, sendo os défices
afecta o desenvolvimento
incapacidade de ler a mente dos
sistema afectivo
cognitivos e
cognitivo e
outros (Teoria
linguísticos
intelectual/
da mente)
atribuídos ao
factores pré, peri
isolamento social
e pós natais Teoria do Patamar Comum
Etiologia multifactorial
(Cohen e Bolton, 1994)
Características das crianças com PEA Tríade de dificuldades
Comunicação
Socialização
Imaginação
• Dificuldades em
• Dificuldade em
• Dificuldade no uso
utilizar com sentido
relacionar-se com os
da imaginação,
todos os aspectos da
outros, em compartilhar
interesses
comunicação verbal e
sentimentos e na
obsessivos,
não verbal;
discriminação entre
comportamentos
diferentes pessoas;
repetitivos e
• Linguagem imatura,
estereotipados;
ecolália, reversões de
• Pobre consciência da
pronome, entoação
outra pessoa,
• Falta de aceitação
anormal ou
incapacidade de imitar e
nas mudanças e
monótona;
de se colocar na posição
dificuldades em
do outro;
processos criativos
Avaliação, despiste e referenciação
O diagnóstico pressupõe a realização de um processo em duas etapas: avaliação do nível de desenvolvimento da criança; detalhada por uma equipa avaliação multidisciplinar (Strock, 2007). Foram desenvolvidos e validados instrumentos:
Checklist for Autism in Toddlers (CHAT)
Gilliam Autism Rating Scale (GARS)
Pervasive Developmental Disorders Screening Test (PDDST)
PEP-R (Psychoeducational Profile-Revised)
Checklist for Autism in Toddlers-23 (CHAT-23)
Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT)
Diagnóstico diferencial das PEA estabelece-se com as outras Perturbações Globais do Desenvolvimento: Perturbação
de Rett;
Perturbação
Desintegrativa da Segunda Infância
(PDSI); Perturbação
de Asperger;
Perturbação
Global do Desenvolvimento Sem Outra
Especificação (PGDSOE); Esquizofrenia; Mutismo
Selectivo;
Perturbação
da Linguagem Expressiva;
Perturbação
dos Movimentos Estereotipados.
Prevalência do Autismo
“Autismo Clássico” - 5 em cada
10.000
Perturbações do Espectro do Autismo - 1 a 2 em cada 1.000
(DSM-IV-TR, 2002; Lotter, 1966; Wing, 1996 cit. Aparas, 2008)
Intervenção - Modelos de Intervenção
Análise Aplicada do Comportamento (ABA);
Pivotal Response Training (PRT);
Discret Trial Training (DTT);
Verbal Behavioral (VB);
Modelo baseado no Desenvolvimento nas Diferenças Individuais e na Relação (DIR);
Tratamento e educação para crianças autistas e com distúrbios correlatos da comunicação (TEACCH);
Sistema de comunicação através da troca de figuras (PECS).
Modelo D.I.R. / Floortime Modelo baseado no Desenvolvimento, nas diferenças Individuais e Relação
Modelo D.I.R.
Década
de
90
–
seguindo
uma
lógica
humanista
–
desenvolvimental, focado no desenvolvimento emocional da criança;
Desenvolvido
pelo
Interdisciplinary
Council
on
Developmental and Learning Disorders (ICDL);
Stanley Greenspan e Serena Wieder, nos EUA;
Apoiar numa avaliação exaustiva e no desenvolvimento de programas
de
potencialidades
intervenção das
adaptados
crianças
com
aos
PEA,
desafios assim
portadores de outros problemas de desenvolvimento;
e
como
O Modelo DIR tem como objectivo levar a criança com PEA a desenvolver um sentido dela própria, como um indivíduo intencional e interactivo, bem como, desenvolver as suas capacidades cognitivas, sociais e de linguagem Greenspan e Wieder, 2006).
Pressupostos Teóricos
Segundo
Greenspan
(2001),
as
interacções
emocionais influenciam a inteligência e são a base para compreendermos o mundo que nos rodeia.
A emoção é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social.
As emoções são a força que nos permite aprender (Greenspan e Wieder, 2001)
Teoria da Diátese Afectiva
Examina o papel das interacções afectivas na auto-regulação, comunicação,
linguagem,
criação
de
significados
e
construção do sentido da realidade (Greenspan, 2001).
Crianças com PEA
Incapacidade de ligar o afecto/intenção ao planeamento motor e à simbologia emergente
Para a criança conseguir planear e realizar uma acção, esta tem de partir de um desejo ou de um
Quando a habilidade para formar símbolos emerge, a criança tem de ligar os afectos aos símbolos de modo a criar
Processamento Individual, de base biológica – forma como a criança apreende e compreende as diferentes sensações, tais como: processamento auditivo, visuo-espacial, táctil, e a forma como planeia, sequencia e executa acções
Capacidades Desenvolvimentais – o nível de funcionamento social, emocional
Modelo D.I.R.
Relações – incluindo Criança/Pais/Família e outros padrões relacionais.
e cognitivo
Modelo que associa a abordagem Floortime
Avaliação do Desenvolvimento Funcional Revisão da funcionalidade corrente com os pais/cuidadores
Avaliação Biomédica
Observação directa das crianças em interacção com os pais, cuidadores, profissionais de saúde e pares.
Avaliação do Desenvolvimento Funcional
Avaliação do processamento sensorial e auditivo, da modelação sensorial, do nível motor, do funcionamento perceptivo-motor e das competências linguísticas.
Revisão do Programa educativo
Relatórios sobre a história do desenvolvimento funcional da criança
Níveis de Desenvolvimento Funcional
Regulação e interesse no mundo (3 meses);
Estabelecimento de Relações e Vinculação (5 meses);
Comunicação e Sinalização Recíproca Intencional (9 meses);
Múltiplas Interacções Afectivas Recíprocas para resolver problemas e descoberta de um sentido self (18 meses);
Criação de Símbolos (ideias) capacidade de representação e elaboração (30 meses);
Pensamento Lógico e Emocional: construção de pontes entre símbolos/ideias (42- 48 meses);
Perfil do desenvolvimento Interacção
Diferenças individuais
crianças-pais e padrão familiar
Perfil de desenvolvimento funcional
Nível de Factores biomédicos
desenvolvimento funcional
Abordagem Floortime Técnica específica - 20 minutos a uma hora de tempo no chão -
Filosofia geral que caracteriza todas as interacções diárias com a criança
Terapeuta, pais ou cuidadores
Seguem os interesses emocionais da criança
Maior domínio das capacidades sociais, emocionais e
Abordagem Floortime intervenção interactiva não dirigida Objectivo principal
Envolvimento da criança numa Relação Afectiva Poderão ser utilizadas
Interacções semi-estruturadas de resolução de problemas
criança é conduzida a cumprir objectivos específicos de
Abordagem Floortime – Princípios Básicos – Seguir a actividade da criança
Abrir e fechar ciclos de comunicação
Alargar a gama
Diferenças individuais
Estádio de Desenvolvimento Emocional
Mobilizar em simultâneo os seis níveis funcionais de desenvolvimento emocional
Aumentar as
de experiências
competências motoras
interactivas através
e de processamento
do jogo
sensorial
Programa de Intervenção baseado no modelo DIR com a abordagem Floortime Programa de Intervenção em casa Terapias Individuais
Suporte Familiar
Programa de Intervenção deve apresentar:
Intervenções Biomédicas
Programa Escolar
O que nos dizem as Investigações – Modelo DIR –
Acompanhamento de 16 rapazes com PEA, durante 10 a 15 anos.
Idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos.
Verificar o impacto do modelo de intervenção DIR/Floortime crianças autistas.
Os
resultados
progressos
em
evidenciaram
importantes
justamente
nas áreas fundamentais das PEA.
Reduzido
número
da
amostra
impossibilita generalizar os resultados
Os progressos continuam durante a adolescência e depois dela
Autores que utilizaram este modelo de intervenção consideram que, apesar dos custos financeiros elevados e à necessidade de uma intensa adesão das famílias e dos técnicos associados ao Modelo DIR, este é útil e suficientemente eficaz para ser recomendada a sua aplicação e divulgação.
(Silva et al, 2003)
O que nos dizem as Investigações – Modelo DIR –
Estudo piloto que consistiu na análise
comparativa
entre
os
modelos de intervenção ABA e DIR.
Avaliação e intervenção em dois gémeos
monozigóticos,
com
2
anos, com atraso fonoaudiológico grave e autismo
Os resultados obtidos nos testes de comunicação e comportamento simbólico realizados no início e no final
do
verificar:
estudo
permitiram
Criança ABA Melhorias - gestual e vocal - comunicativo - sócio-afectiva de sinalização
Criança DIR Perdas
Melhorias
- Reciprocidade - Comportamentos simbólicos
- Reciprocidade - Comportamentos simbólicos
Perdas - gestual e vocal - comunicativo - sócio-afectiva de sinalização
Ambas as crianças demonstraram perdas na função comunicativa;
A criança apoiada pelo modelo DIR revelou perdas a nível sócioafectivo;
Princípio básico do modelo DIR as relações afectivas A redução de comportamentos negativos e o aumento de comportamentos positivos, o que contrasta com os resultados obtidos na criança ABA
O que nos dizem as Investigações – Modelo DIR –
Avaliados cerca de 30 modelos de intervenção em crianças com autismos;
Apoiar cuidadores, familiares e investigadores na escolha do modelo
de
intervenção
mais
adequado;
Os modelos foram analisados e cotados de 0 a 5:
Operacionalização;
Fidelidade;
Replicação;
resultados obtidos;
Qualidade;
(Samuel L. Odom Brian A. Boyd Laura J. Hall, Kara Hume, 2009)
Modelos que apresentaram pontuações de 4 ou 5 em pelo menos 4 dimensões podem ser considerados modelos fortes; Denver, LEAP, Lovaas Institute, May Institute e PCDI
• Modelos que obtiveram pontuações de 4 ou 5 em menos de 4 critérios foram: Autism Partnerships, CARD, Children’s Toddler
Program, DIR, Douglass, PRT, ResponsiveTeaching, SCERTS, and TEACCH
• Os modelos que obtiveram menores pontuações foram: Hanen, Higashi, Eden, Summit, Lancaster, and Son Rise
View more...
Comments