Aula - capítulo 4
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MARX, Karl. O CAPITAL. Livro I, cap. 4: TRANSFORMAÇÃO DO DINHEIRO EM CAPITAL (coleção os economistas, Nova Cultural, 1985). A circulação de mercadorias é o ponto de partida do capital: comércio e mercado mundial (séc. XVI). O dinheiro é a primeira forma de aparição do capital. Dinheiro como dinheiro e dinheiro como capital diferenciam-se por suas diferentes formas de circulação. •
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Forma direta de circulação de mercadorias: M-D-M (circulação simples de mercadoria). D-M-D: dinheiro que se transforma em mercadoria e volta a ser dinheiro (dinheiro que compra para vender). Nestas condições já É CAPITAL.
- No primeiro caso parte-se de um valor de uso para, no final, obterse outro diferente) valor de uso (para consumo pessoal). - No segundo caso parte-se do dinheiro (expressão do valor de troca, não-valor de uso qualitativamente diferentes) para se obter dinheiro novamente. O objetivo da transação é o VALOR DE TROCA. Se o dinheiro transforma-se em mercadoria e não conseguir voltar a ser dinheiro o ciclo estará interrompido e haverá crise. Mas não interessa ao proprietário do dinheiro trocar uma quantidade de dinheiro (valor de troca) por uma quantidade idêntica de dinheiro (o dinheiro só pode diferenciar-se por sua quantidade). Portanto a circulação do dinheiro como capital deve se apresentar como D-M-D’ ($100-algodão-$110), onde D’=D+∆D. Essa diferença de valor ($10) É A MAIS-VALIA. “O valor originalmente adiantado não só se mantêm na circulação, mas altera nela sua grandeza de valor, acrescenta mais valia ou se VALORIZA. Esse movimento TRANSFORMA-O EM CAPITAL” (p. 124). Diferente da circulação simples de mercadoria, onde objetiva-se um valor de uso e se encerra o ciclo, “a circulação do dinheiro como capital é uma finalidade em si mesma, pois a valorização do valor só existe dentro desse movimento sempre renovado. Por isso o movimento do capital é insaciável” (p. 125). Enquanto portador desse movimento o possuidor do dinheiro TORNA-SE CAPITALISTA.
“O valor de uso nunca pode ser tratado, portanto, como meta imediata do capitalismo” (p. 125). Mas para torna-se capital o dinheiro pressupõe sua transformação em mercadoria para transformar-se em mais capital: “sem assumir a forma mercadoria, o dinheiro não se torna capital” (p. 126). No capital a juros a circulação apresenta-se sem a intermediação da mercadoria: D-D’. FÓRMULA GERAL DO CAPITAL: D-M-D’.
2. CONTRADIÇÕES DA FÓRMULA GERAL Na troca trocam-se mercadorias de igual valor (troca de equivalentes), portanto não se cria valores novos na circulação de mercadorias. Só existe mudança na forma do valor e não em sua quantidade. “O mesmo valor, isto é, o mesmo quantum de trabalho social objetivado, permanece nas mãos do mesmo possuidor de mercadoria, primeiro na figura de sua mercadoria, depois na do dinheiro em que se transforma, finalmente na da sua mercadoria na qual esse dinheiro se retransforma. Essa mudança de forma não inclui nenhuma mudança de grandeza de valor.” Sendo assim, não ocorre a produção de mais-valia nesse processo (circulação). Se um vendedor vender sua mercadoria por uma quantidade de dinheiro superior à sua produção, não terá havido mais-valia. O comprador ficou com uma mercadoria que vale menos do que a soma de dinheiro que ele repassou. O que um ganhou o outro perdeu. No conjunto da transação não houve acréscimo de valor, apenas mudança de mãos. “A formação de mais-valia e daí a transformação de dinheiro em capital não pode ser, portanto, explicada por venderem os vendedores as mercadorias acima do seu valor, nem por os compradores as comprarem abaixo de seu valor” (p. 131). ... .... “Capital não pode, portando, originar-se da circulação. Deve, ao mesmo tempo, originar-se e não originar-se dela” (p. 134). “A transformação do dinheiro em capital tem de ser desenvolvida com base nas leis imanentes ao intercâmbio de mercadoria, de
modo que a troca de equivalentes sirva de ponto de partida” (p. 134). Mas sendo assim, D-M-D’ deveria significar também D=M e M=D’, por conseguinte D deveria ser igual a D’, ou seja, D=D’. Contudo se assim fosse não haveria valorização (acréscimo de valor) do capital inicial. Como se resolve essa contradição? 3. COMPRA E VENDA DA MERCADORIA FORÇA DE TRABALHO.
....González
3 – COMPRA E VENDA DA FORÇA DE TRABALHO “O aumento do valor adiantado não pode ter lugar na fase D-M porque se trata de uma simples troca de equivalentes... essa transformação também não pode ocorrer na fase M-D’. “A possibilidade de transformar o dinheiro em capital, de aumentar o valor adiantado, só pode residir na mercadoria que se compra na fase D-M e não no seu valor, pois se trata de uma troca de equivalentes, se o valor da mercadoria comprada é igual ao valor do dinheiro que por ela se paga.
“Entre ambos os valores não há qualquer diferença, quer quantitativa quer qualitativa. Daí que tal possibilidade terá que estar no valor de uso desta mercadoria, valor que se manifesta e se realiza, como todo valor de uso, no momento do consumo, convertendo em realidade o que antes existia em potência na mercadoria”. Portanto, é importante encontrar uma mercadoria cujo valor de uso seja a criação de outros valores de uso, logo a criação de valor. Essa mercadoria é a FORÇA DE TRABALHO. A força de trabalho só pode apresentar-se como mercadoria se seu possuidor for um trabalhador LIVRE.
Vendedor e comprador enfrentam-se como possuidores de mercadorias.
“Para converter seu dinheiro em capital, o possuidor do dinheiro deverá encontrar-se no mercado com o trabalhador livre num duplo sentido: juridicamente livre e dono de si mesmo para poder dispor livremente de sua força de trabalho na qualidade de sua mercadoria própria”. De outro lado, deve estar “livre” dos meios de produção. O valor da força de trabalho é o valor dos meios de vida necessários para a conservação e reprodução de seu possuidor; o homem (e sua família, incluindo a qualificação e instrução da força de trabalho).
A soma desses meios variam em função: 1) das condições naturais; 2) do nível de desenvolvimento econômico e cultural alcançado. O desenvolvimento econômico, cultural e técnico faz aumentar o valor da força de trabalho e o aumento da produtividade do trabalho faz diminuí-lo, na medida em que reduz o valor dos meios de subsistência. A força de trabalho distingue-se das demais: 1) seu valor de uso é criar outros valores de uso, fonte do valor. 2) em seu valor influem elementos histórico-morais. 3) para além de relações mercantis, exprime relações mercantis capitalistas. 4) vende-se sempre a crédito.
5) vende-se por um tempo determinado (aluga-se) 6) não é produto direto de um processo de trabalho, mas sim de um processo de consumo pessoal. 7) seu valor não é o seu valor e sim o valor dos meios necessários à sua reprodução.
3– CO “
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