Aula 9 - As Sete Escolas de Psicanalise

May 2, 2019 | Author: Guilherme Muniz de Souza | Category: Sigmund Freud, Psychoanalysis, Jacques Lacan, Psicologia e ciência cognitiva, Behavioural Sciences
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AS SETE ESCOLA ESCOLASS DE PSICANÁLISE Profª Msc Russélia Godoy





Não existe a “verdadeira psicanálise” Devemos aproveitar as vantagens de pensarmos analiticamente a partir de uma multiplicidade e diversidade de vértices, muitas vezes convergentes, outras vezes divergentes

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ESCOLA Existem 4 condições básicas para caracterizar uma escola: Aporte de conceitos originais Conceitos com aplicabilidade na prátic práticaa clínica Conceitos que atra atravessem vessem gerações de psicanalistas Que inspirem e dêem novos frutos •







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AS SETE ESCOLAS •













Escola Freudiana Teóricos das relações objetais (Klein) Psicologia do ego (Hartman a Mahler) Psicologia do self (Kohut) Escola francesa (Lacan) Winnicott Bion 4

ESCOLA FREUDIANA 5

ESCOLA FREUDIANA •







Na atualidade o movimento freudiano tem por sede a Sociedade Britânica de Psicanálise Os trabalhos de Freud não são sistemáticos, nem completos, por vezes contrapõem-se e aparecem espalhados ao longo da obra Sempre integrou a teoria com a técnica, como vemos nos seus casos clínicos Freud procurou explicar as causas para muitos comportamentos humanos na religião, arte, ciência, mitologia, antropologia e etc...

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ESCOLA FREUDIANA •





Dentre os colaboradores imediatos de Freud aconteceram acontecer am dissidências As mais importantes foram Adler (1910) e Jung (1913) Os contemporâneos mais importantes são: Abraham, Ferenczi, Ferenczi, Reich e Anna Freud

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KARL ABRAHAM •





Foi o primeiro psicanalista alemão e um dos fundadores da Associação Psicanalítica da Alemanha Fiel colaborador e amigo íntimo de Freud Estudou os estágios do desenvolvimento e os pacientes pseudocolabor pseudocolaboradores adores

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SANDOR FERENCZI •

Está ressurgindo o interesse por sua obra

Contribuições:

1) Lançou as primeiras sementes para a teoria das relações objetais e do conceito de introjeção 2) “As crianças que são recebidas com aspereza e falta de amor morrem fácil e voluntariamente” 3) Teoria do trauma da sedução real, afirmando que isso acontece quando os adultos confundem os  jogos da criança com os desejos das pessoas sexualmente adultas

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SANDOR FERENCZI 4) Foi o primeiro analista a dar importância à pessoa real do analista, tanto em relação às suas inadequações, quanto à rara oportunidade propiciada ao paciente para reelaborar os primitivos problemas, por meio de uma nova figura parental, representada pelo analista, o qual o respeita, estima, é coerente e tem outras formas de enfrentar e solucionar os problemas. A personalidade do analista é um instrumento de cura. 5) Não acreditava em nenhum critério definitivo de analisabilidade, todo paciente que solicitasse ajuda deveria recebê-la

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SANDOR FERENCZI 6) O estado de regressão propicia que o analista complemente as primitivas falhas parentais 7) Foi o primeiro discípulo de Freud a mostrar que a técnica concebida por ele não era a única que poderia beneficiar o paciente Ferenczi foi eleito presidente da IPA em 1918, mas renunciou após alguns meses, e o seu retrato é o único que não figura na galeria dos presidentes. 11

WILHEML REICH •





Em 1933, publicou o livro “Análise do caráter”, que trouxe a ideia de que uma análise poderia e deveria ir além da remoção dos sintomas e que também deveria visar mudanças na “armadura caracterológica resistencial”, que todo paciente possui, em alguma forma ou grau. Seu artigo sobre o caráter masoquista (1932) foi a causa de seu rompimento com Freud. Reich colocava em dúvida a existência do instinto de morte e negava que o masoquismo fosse manifestação direta dele

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WILHEML REICH •







Nos últimos anos de sua vida desviou-se dos princípios essenciais da psicanálise e dedicou-se a propor a “organoterapia” É o pai das terapias corporais!

Teve o mérito de colocar o corpo nas discussões sobre a psicologia. Ele acreditava que o homem teria costurado para si uma “capa invisível” e inconsciente para se proteger dos males externos, tornando o corpo um refletor direto da mente.

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WILHEML REICH •





Supôs que o ser humano tinha uma série de camadas, como as da Terra, que serviam para proteger seu “núcleo” de possíveis ameaças.

O indivíduo sedimentava crostas de vivências que se sobrepunham umas às outras com o decorrer do tempo. Esse envoltório ia se enrijecendo à medida que era necessário experienciar sensações desagradáveis, servindo também para acobertar sentimentos prazerosos que poderiam torná-lo presa fácil.

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WILHEML REICH •





É possível livrar-se da couraça, e um dos caminhos é a consciência corporal

Reconhecer e identificar os processos e movimentos corporais, internos e externos. Toda atividade física favorece a consciência corporal, entretanto algumas práticas associadas ao relaxamento tendem a ser mais eficazes: Pilates, massagem biodinâmica, Ioga, Consciência corporal:

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ANNA FREUD •







A sua importância para a psicanálise deve-se aos seus próprios méritos ou à sua condição de filha de S. Freud? O seu livro “O ego e os mecanismos de defesa” (1936) é um grande avanço, pois vai além das pulsões do ID, ela enaltece as funções do ego, que Freud esboçou, mas não aprofundou. Pode ser considerada formadora dos discípulos que mais tarde vão fundar a Escola da Psicologia do ego É uma das pioneiras da psicanálise com crianças

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ANNA FREUD •



Possuía uma orientação de natureza pedagógica, mas criticava Klein por isso Propôs que o analista deveria abster-se de qualquer medida reeducativa ou de apoio

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ESCOLA DOS TEÓRICOS DAS RELAÇÕES OBJETAIS 18

MELANIE KLEIN •





Nasceu em Viena, em 1882 Morreu em Londres, em 1960, aos 78 anos Sofreu severas perdas ao longo de sua vida... Aos 5 anos perdeu a irmã. Tomou a decisão de ser médica, influenciada pela vontade de ajudar o seu irmão, que sofria de cardiopatia, que mais tarde veio a falecer. Teve um casamento que não deu certo. Um de seus filhos morreu praticando alpinismo e teve uma ruptura pública com a sua filha, que também era psicanalista, esta atacou a mãe publicamente.

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MELANIE KLEIN •







Seu primeiro contato com a psicanálise foi através de um texto de Freud Nunca abandonou sua devoção por ele, mas jamais conseguiu conhecê-lo pessoalmente, pois Freud a evitava, devido às brigas que ela tinha com sua filha Fez análise com Ferenczi Em 1916, inicia sua carreira de psicanalista de crianças, em uma clínica em Budapeste 20

MELANIE KLEIN - OBRA •





Enfatizava o papel do brinquedo como instrumento de análise. Fazia uma analogia entre o brinquedo e o sonho. Brincando, a criança expressa de forma simbólica as suas fantasias inconscientes.

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PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES Foi pioneira nas seguintes concepções:

1) Criou uma técnica própria de psicanálise com crianças e introduziu o entendimento simbólico contido nos brinquedos e jogos 2) Postulou a existência de um inato ego rudimentar no recém-nascido 3) A pulsão de morte também é inata e presente desde o início da vida, sob a forma de ataques invejosos e sádico-destrutivos contra o seio da mãe 4) Essas pulsões promovem uma angústia de aniquilamento

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PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES 5) Contra esta angústia, o ego do bebê utiliza-se de mecanismos de defesa primitivos: dissociação, introjeção, idealização... 6) A realidade psíquica é constituída de fantasias inconscientes 7) Introduziu o conceito de objetos parciais: figuras parentais representadas unicamente por um objeto, como o seio 8) Postulou uma dissociação entre os objetos (seio bom X seio mau)

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PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES 9) Acreditava que as crianças, os psicóticos e os regressivos poderiam ser analisados 10) Conservou as concepções de “Complexo de Édipo” e “superego”, porém os situou em etapas bastante primitivas do desenvolvimento da criança 11) Promoveu uma significativa mudança na prática analítica: as interpretações deveriam ser transferenciais, com ênfase na transferência negativa 24

SEGUIDORES •



Winnicott se afastou por divergências ideológicas e seguiu uma linha independente Bion se manteve fiel a ela, porém com modificações profundas na sua teoria

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ESCOLA DA PSICOLOGIA DO EGO 26

PSICOLOGIA DO EGO •





Autores: Heinz Hartman, Kris, Loewenstein, Rappaport e Erikson Fundamentaram a sua teoria nos últimos trabalhos de Freud, principalmente a segunda tópica e também alicerçaram nos trabalhos de Anna Freud referente às funções do ego Pesquisadores modernos: Margareth Mahler e Otto Kernberg 27

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES 1) Valorização das funções mentais processadas pelo ego: afeto, memória, percepção, conhecimento, pensamento, ação motora e etc 2) Aproximação com outras disciplinas, como a medicina, biologia e educação 3) Ênfase nos processos defensivos do ego, em particular à neutralização das energias pulsionais sexuais e agressivas 28

PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES 4) Diferenciação entre “ego” e “self”. Ego: Instância psíquica encarregada de algumas funções Self: Conjunto de representações que determinam o sentimento de si mesmo 5) A principal tarefa do ego é uma adequada adaptação , promovendo soluções adaptativas entre as demandas pulsionais e as imposições da realidade 6) Ao contrário de Freud, acredita que nem toda energia do ego provém do ID, mas parte dela é autônoma

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ESCOLA DA PSICOLOGIA DO SELF 30

HEINZ KOHUT •







Nasceu em Viena, em 1913 Se formou em medicina, tendo como especialidade a neurologia Morreu nos Estados Unidos, em 1981 Foi influenciado por Hartman, mas aos poucos afastou-se dos postulados da escola da psicologia do ego e também de Freud 31

HEINZ KOHUT Os aspectos mais importantes da sua teoria são:

1) O principal instrumento da psicanálise não é a livre associação, mas a introspecção e a empatia 2) É importante que ocorra uma internalização transmutadora, que consiste na introjeção da figura do analista naqueles pacientes cujas falhas empáticas dos pais não possibilitaram identificações satisfatórias, nem com o pai, a mãe ou com os substitutos destes 3) Nestes casos, há uma dificuldade de estruturação do self e forma-se um transtorno de sentimento de identidade

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HEINZ KOHUT 4) Postulou 2 novas estruturas, ambas de formação arcaica: o self grandioso e a imago parental idealizada Self grandioso: Imagem onipotente e perfeita que o sujeito sente como sendo própria. No caso de evolução normal, o self grandioso vai transformar-se em auto-estima, auto confiança e ambições. Imago parental idealizada: Imagem primitiva toda poderosa e perfeita que a criança tem dos pais e que é sentida fazendo parte do sujeito. Transforma-se nos “valores ideais”.

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ESCOLA FRANCESA DE PSICANÁLISE 34

AUTORES •







MacDougall Laplanche Lebovici Grumberger

Todos eles sofreram influencia de Lacan, que por esta razão, é considerado o representante desta escola! 35

LACAN •









Nasceu na França, em 1901 Morreu em 1984 Iniciou seus estudos em medicina em 1920 e, a partir de 1926, especializou-se em psiquiatria, na qual se interessava, particularmente, pelo estudo da paranóia Revoltou-se com o crescimento da escola norteamericana da psicologia do ego Alegava que estavam deturpando o verdadeiro espírito da psicanálise

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LACAN •





Decidiu dirigir os seus estudos a partir de um “retorno a Freud” Entretanto, fez radicais reinterpretações dos textos freudianos Foi cercado por uma corte de adoradores, mas também formou um grande contingente de desafetos e severos críticos 37

LACAN - OBRA •





O primeiro trabalho psicanalítico importante foi sobre a “Etapa do Espelho”, em 1936 Em 1966, reuniu seus “Escritos” em um único volume, que constituiu a coluna vertebral de sua obra São 4 as áreas do psiquismo que Lacan estudou mais profundamente: a etapa do espelho, com a imagem do corpo; a linguagem; o desejo; narcisismo e Édipo. 38

CORPO •







A etapa do espelho na constituição do sujeito prolonga-se na criança dos 6 aos 18 meses É dividida em 3 fases de 6 meses cada uma Na primeira delas, a criança reage com grande alegria diante da imagem visual completa de si mesmo, porque esta contrasta com a fragmentação do seu corpo. Ex: A criança não concebe que o seu pé, nariz, sensações corporais provindas dos órgãos internos pertencem a um mesmo e único corpo, o seu

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CORPO •





O ego ideal é uma imagem antecipatória, um registro imaginário prévio daquilo que ainda não somos, mas queremos ser Na primeira e segunda fase, a imagem corporal da criança é percebida como sendo a do outro Isso esclarece os sintomas de despersonalização, os de confusão quanto à identidade corporal dos psicóticos 40

NARCISO E ÉDIPO •





Na segunda fase da etapa do espelho, a criança identifica-se com o desejo da mãe Na terceira fase, dos 12 aos 18 meses, em situações normais, a criança assume a castração paterna Castração paterna: Função do pai de portador da lei, que interdita e normatiza os limites da relação diádico-simbiótica da mãe com o filho 41

LINGUAGEM •









A palavra tem tanto ou mais valor que a imagem visual “O ser humano está inserido em um universo de linguagem” A imagem é (re)significada pela palavra Enunciado identificatório: Predições veiculadas pelo discurso dos educadores. Ex: Essa criança é terrível e vai se dar mal na vida... A criança identifica-se com a representação e o afeto que o adulto significativo lhe dirige

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LINGUAGEM •



A linguagem é estruturante do inconsciente O inconsciente é o discurso dos outros

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DESEJO •







Lacan estabelece o funcionamento do psiquismo em 3 registros: imaginário, simbólico e real Estes registros interagem concomitantemente entre si Estuda o desejo humano a partir das interações entre o registro imaginário com o simbólico Nas primeiras fases da etapa do espelho, o registro imaginário da criança faz-lhe supor que ela e a mãe são a mesma coisa, que ela tem posse absoluta da mãe

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DESEJO •



Caso a mãe reforce essa ilusão, o desejo da criança passa a ser o de ser o desejo da mãe Quando essa criança ingressa no registro simbólico, o que é conseguido pela castração paterna, ela vai descobrir que o desejo de cada um deve submeter-se à lei do desejo do outro

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DESEJO •





Lacan postula uma diferença entre as noções de necessidade, desejo e demanda Necessidade: O mínimo necessário para manter a sobrevivência física e psíquica Desejo: Uma necessidade que foi satisfeita com um plus de prazer e gozo, que o sujeito quer voltar a experimentar as sensações prazerosas 46

DESEJO •







Demanda: A satisfação dos desejos é insaciável,

pois o verdadeiro significado da demanda é um pedido desesperado de reconhecimento e amor, como forma de preencher uma antiga e profunda cratera Há o desejo de ser o único objeto de desejo do outro A estrutura do sujeito obriga-o a seguir desejando O seu desejo é o de desejar

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PRÁTICA CLÍNICA Algumas modificações na teoria de Lacan: •







A inveja e agressão não seriam inatas, surgem quando é desafiado e frustrado o registro imaginário A análise não deve ficar reduzida à mesquinharia exclusiva do mundo interno O analista deve dar importância à palavra do paciente, que pode ser cheia ou vazia de significados A ausência do pai, no psiquismo da criança, pode propiciar a formação de psicoses e perversões

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PRÁTICA CLÍNICA •

Substitui o tempo cronológico (50 min) das sessões pelo tempo lógico. O importante é a sessão terminar quando a palavra do paciente passa de vazia e está a serviço de obstruir o acesso à verdade, para o plano do registro simbólico, onde a palavra deve ser plena e realmente a favor da comunicação e das verdades 49

PRÁTICA CLÍNICA •





Lacan considera que não se instalará a transferência caso o analista interprete adequadamente Não considera a contra-transferência como instrumento técnico Adverte que o uso sistemático das interpretações deve ser evitado, pois pode fazer com que o paciente se identifique com os desejos do analista

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CRÍTICAS •



Radicalismo, fala como se suas postulações fossem as únicas verdadeiras na psicanálise Rechaço à prática das sessões sem tempo determinado, sendo que ele realizava alguns atendimentos que duravam 5 minutos

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ESCOLA DE WINNICOTT 52

WINNICOTT - BIOGRAFIA •









Nasceu na Inglaterra, em 1897 Viveu em um lar bem estruturado, econômica e afetivamente Mostrou uma inclinação pela música, possuía criatividade artística e era atleta Formou-se em medicina, sua especialidade era a pediatra Evidenciava preocupação com os aspectos emocionais dos seus pacientezinhos e com a interação materna

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WINNICOTT - BIOGRAFIA •











Fez supervisão com Klein durante alguns anos Publicou seu primeiro trabalho em 1936, no qual estudou a relação entre os conflitos emocionais e os transtornos de alimentação Revelou uma predileção pelo atendimento de pacientes psicóticos, borderline e adolescentes com conduta anti-social Morreu em 1971, aos 74 anos, devido a complicações cardíacas “Oh, Deus, quero estar vivo quando eu morrer” Era casado, mas não deixou filhos

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WINNICOTT - OBRA •

Possui uma obra extensa e original



Em 1945, ainda influenciado por Klein, publicou o clássico “Desenvolvimento emocional primitivo”

Propõe que a maturação e o desenvolvimento emocional processam-se em 3 etapas: 1) Integração e personalização: O bebê nasce em um estado de não-integração, no qual está em um estado de dependência absoluta, apesar da crença mágica em possuir uma absoluta independência. O desenvolvimento normal leva a um esquema corporal integrado. •



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WINNICOTT - OBRA A personalização seria o sentimento de que a pessoa habita o seu próprio corpo. 2) Adaptação à realidade: A mãe tem o papel de ajudar a criança a sair da subjetividade e provê-la com elementos da realidade. 3) Crueldade primitiva: Todo bebê tem uma carga agressiva, que muitas vezes volta-se contra ele mesmo. Tem a fantasia de ter danificado a mãe Aspectos construtivos: Esperança que sua mãe o compreenda, ame e sobreviva aos seus ataques •





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WINNICOTT - OBRA 

Em 1951, escreve sobre os fenômenos e objetos transicionais

Objeto transicional: Geralmente é um bico, ursinho,

pano ou travesseiro. Caracteriza-se pelo fato de ele ser de posse exclusiva da criança. Ele é amado e conservado por um longo período de tempo e sobrevive aos ataques que a criança lhe inflige. Representa um momento evolutivo estruturante. •





Em 1958, publica o seu artigo sobre “A capacidade para estar só”

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WINNICOTT - OBRA 

Em 1960 publicou 2 de seus mais importantes trabalhos:

1) Teoria da relação paterno-filial: Descreve o papel da •





mãe no desenvolvimento emocional do filho. Descreve o estado psicológico de “devoção” materna primária (regressão materna) A mãe possui uma função de ego auxiliar, até que a criança consiga desenvolver as suas capacidade inatas de pensamento, síntese, integração... Função holding: “sustentação” física e emocional praticada pela mãe ao bebê. Um conjunto de comportamentos que visam apoiar a criança, como a amamentação, firmeza, o carinho e outras ações de satisfação da dupla.

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WINNICOTT - OBRA 2) Deformação do ego em termos de um verdadeiro e falso self: •



Quando as falhas ambientais ameaçam a continuidade existencial da criança, essa vê-se obrigada a deformar o seu verdadeiro self, em prol de uma submissão às exigências ambientais, notadamente dos pais, pela construção de um falso self  “o indivíduo, tal como o tronco de uma árvore, desenvolve-se às custas da expansão da casca, mais do que de seu núcleo”

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WINNICOTT - OBRA •



O falso self não deve ser confundido com o entendimento de ordem moral ou ética Clinicamente, o falso self costuma vir acompanhado de uma sensação de vazio, futilidade e irrealidade



Em 1971, é publicado o livro “O brincar e a realidade”:



Papel de espelho da mãe e da família: o primeiro

espelho da criatura humana é o rosto da mãe, seu olhar, sorriso, expressões faciais, etc...

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ASPECTOS TÉCNICOS •







Possibilidade de um sentimento de ódio na contratransferência, que pode servir como instrumento técnico Há nos analisandos um período de hesitação, que não pode ser confundido com resistência O analista pode ser visto como um objeto transicional Valor positivo da destrutividade, desde que haja a sobrevivência do objeto, simultaneamente amado e atacado

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ASPECTOS TÉCNICOS •





A não satisfação de uma necessidade pode provocar uma decepção, uma reprodução do fracasso ambiental, de onde se derivou uma interferência na capacidade de desejar, a qual deve ser resgatada na reexperimentação emocional com o analista Com pacientes regressivos, é mais importante o manejo do que as interpretações Toda pessoa apresenta algum tipo e grau de dependência, cabe ao analista transitar pelas 3 fases: absoluta, relativa e aquela que vai rumo à independência

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ESCOLA DE BION 63

BION - BIOGRAFIA •













Nasceu em 1897, na Índia Viveu até os 7 anos neste país, quando foi sozinho para Londres, a fim de iniciar a sua formação escolar Formou-se em medicina e posteriormente fez psiquiatria e formação psicanalítica Fez análise didática durante anos com Klein Mudou-se para Los Angeles em 1968 Fez várias visitas à Buenos Aires e 4 vezes esteve no Brasil Faleceu em Novembro de 1979, aos 82 anos, de leucemia

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BION - OBRA Sua obra pode ser dividida em 4 décadas distintas: •







Década de 40: Dedicou-se aos experimentos com grupos Década de 50: Trabalhou com pacientes psicóticos, se interessou principalmente pelos distúrbios da linguagem, pensamento e comunicação Década de 60: É a época mais rica, original e produtiva. Pode ser chamada de epistemológica. Década de 70: Predominância mística 65

BION - OBRA As contribuições especial: •





que

merecem

um

destaque

Estudo da mente do psicanalista: Propõe que devemos ter “condições necessárias mínimas”. Importante que ele nunca se afaste do “amor pelas verdades”, por mais penosas que sejam. Existência permanente de vínculos na situação analítica (amor, ódio e conhecimento) Todos os sujeitos possuem uma parte psicótica da personalidade, que é composta por: inveja excessiva, intolerância absoluta às frustrações, ódio às verdades e etc...

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