Atualidades e Geografia - Aula 02
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Olá amigos, tudo bem? Espero que até aqui as coisas estejam ficando claras para que todos possam fazer uma excelente prova de geografia e atualidades. Estou me esforçando ao máximo para que vocês tenham o melhor e mais completo material possível. Todavia, reforço a importância de vocês utilizarem o fórum de dúvidas sem pudores. Às vezes, ficamos com uma pequena dúvida que se não for sanada acaba nos impedindo de ter uma boa compreensão de um assunto que será tratado mais à frente, portanto não deixem de perguntar, ok? Responderei a todos o mais breve possível e restando ainda alguma questão, perguntem outra vez, estou aqui para ajudá-los a atingir o sucesso rumo à aprovação. Antes de começarmos a nossa aula, acho interessante que inicialmente tenhamos uma pequena bagagem conceitual sobre determinados itens. 1 – Como ocorreu o processo de inserção da Venezuela no MERCOSUL? A entrada
da
Venezuela
no
MERCOSUL
como
membro pleno aconteceu oficialmente em 31 de julho de 2012. Com exceção do Paraguai, que já se encontrava suspenso do bloco devido ao golpe de estado sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo, todos os outros países-sócios se reuniram em Brasília para oficializar a entrada da Venezuela como membro-pleno do bloco. 2 – Qual a diferença entre BIRD e BID? O BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento - é uma organização financeira internacional com sede na cidade de 1 Prof. Virginia Guimarães
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Washington, E.U.A, e criada no ano de 1959 com o propósito de financiar projetos viáveis de desenvolvimento econômico, social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América
Latina
e
o
promovido, principalmente,
Caribe. pela
Esse
desenvolvimento
concessão de
empréstimos
é e
operações de cooperação técnica para esses países. Colaborando assim com o combate a pobreza promovendo a igualdade social. Ainda que tenha nascido no seio da Organização de Estados Americanos (OEA) não guarda nenhuma relação com essa instituição pan-americana, nem com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou com o Banco Mundial, os quais dependem da Organização das Nações Unidas.
Já
o
BIRD
-
Banco
Internacional
para
Reconstrução
e Desenvolvimento - foi fundado após a segunda guerra mundial, cujo objetivo inicial foi o de auxiliar na reconstrução dos países europeus,
os
quais
ficaram
destruídos
economicamente
e
socialmente. Com o passar do tempo e com o sucesso na recuperação da Europa, o BIRD passou a assumir funções mais amplas. A instituição é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) e junto a esta busca promover a qualidade de vida no mundo. O BIRD passou a integrar o chamado Banco Mundial, e por muitas vezes, inclusive, um é confundido com o outro. Na verdade, o Banco Mundial é formado por duas instituições, o BIRD e a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID). O objetivo do Banco Mundial é reduzir a pobreza no mundo, Dentro do Banco Mundial, cabe ao BIRD promover o desenvolvimento econômico e social dos países, emprestando dinheiro a juros baixos ou mesmo sem juros aos países, promovendo o intercambio de 2 Prof. Virginia Guimarães
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conhecimento técnico e investimentos em programas variados de recuperação do meio-ambiente.
3 – Qual a diferença entre a harmonização das políticas econômicas e equalização das políticas econômicas? Como harmonização e equalização são palavras que nos indicam coisas muito semelhantes pode ser difícil mesmo perceber a diferença entre elas. Porém, apesar de sutil essa diferença existe! Para ficar bem fácil de visualizar, pensemos num quadro. Nesse quadro foi pintada uma imagem que a simples admiração dele lhe traz uma sensação de bem estar. Muito provavelmente essa tela está repleta de cores que se harmonizam, ou seja, possui cores que combinam entre si. Apesar de diferentes, uma vez juntas num mesmo contexto, elas não interferem uma na outra, resultando numa diversidade que se combina que se harmoniza. Por
outro
lado,
se
pretendermos
que
essa
tela
fique equalizada, usaríamos uma cor só e ela estaria preenchida totalmente por apenas uma cor, ou seja, em qualquer ponto da tela as cores utilizadas seriam exatamente iguais, tal como um quadro negro. Assim, elas também não se agrediriam, pelo simples fato de serem absolutamente iguais. No caso das políticas econômicas é a mesma coisa! Elas estarão em harmonia quando apesar de diferentes não ferirem ou influenciarem
negativamente
uma
na
atuação
da
outra.
Em
contrapartida, elas estarão equalizadas quando a mesma política adotada em uma região for adotada na outra. “
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4 – De que forma o crescimento dos blocos sul-americanos se contrapõem às ambições da ALCA? Existem casos ou possibilidades concretas de retaliações dos EUA? A Área de livre comércio das Américas (ALCA) é um projeto que ficou parado no tempo. Ela tinha como objetivo a formação de uma área de livre comércio nas Américas. No entanto, em virtude de interesses divergentes entre os países que a formariam, suas negociações foram abandonadas. Vejam
só:
os
países
integrantes
do
Tratado
Norte-
Americano de Livre Comércio (NAFTA) tinham como maior interesse as negociações que envolviam serviços, investimentos e propriedade intelectual. Já os países do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) viam com prioridade os temas de acesso a mercados e agricultura. Os Estados Unidos da América (EUA), por sua vez, foram relutantes, à época das negociações, em retirar os altos subsídios que concediam ao setor agrícola e reduzir o protecionismo em alguns setores, como o do aço. O que era de fundamental interesse para os outros países. Quanto ao crescimento da integração na América do Sul, não dá pra falarmos em contraposição às ambições da (ALCA), já que nem se fala mais hoje nesse bloco comercial. Também não existe a possibilidade de qualquer retaliação dos EUA, atualmente, as regras do comércio internacional somente as admitem quando autorizadas pela OMC no âmbito de uma disputa comercial. ____________________x___________________
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Bom meus amigos, dito isso, podemos partir direto para nossa aula, não é mesmo? Abordaremos outros importantes tópicos do edital, que se atêm a questões mais nacionais. Se até agora estávamos entendendo a globalização e suas repercussões mundiais, é chegada a hora de nos voltarmos às peculiaridades da inserção do Brasil no capitalismo mundial.
1 - A integração do Brasil no processo de internacionalização da economia. Enxurrada de produtos chineses eletrônicos a preços baixos, popularização da batata “Pringles” e da Coca-Cola. Esses são apenas alguns demonstrativos de que o Brasil se inseriu profundamente no cenário econômico mundial. Até aí nada de novo, todos nós já sabíamos, não é mesmo? Mas como foi que tudo isso começou? Como o Brasil passou da condição de mero fornecedor de matérias primas à uma das economias mais fortes do mundo? Na aula passada vimos sobre a migração das grandes empresas para países que ofereciam boas condições para instalação de indústrias, pois bem, então vamos dar seqüência a partir desse fato. Assim como a maioria dos países subdesenvolvidos, o Brasil não ficou à margem da ofensiva capitalista internacional, tendo sido invadido por dois setores em especial: os grupos financeiros e as multinacionais. 5 Prof. Virginia Guimarães
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A
superioridade
capitalista
que
vemos
hoje
e
que
proporcionou a inserção do Brasil na economia internacional surgiu por dois motivos. Um deles foi a acumulação de divisas em ouro, resultante do forte financiamento da guerra e das restrições de consumo que ocorreram durante a guerra. O outro ocorreu devido a reorganização e reconstrução da Europa (Plano Marshall), que proporcionou impulso nos negócios.
Assim, frente a uma enorme
concentração de capital nas mãos de grupos financeiros, estes aplicavam em países subdesenvolvidos, como o Brasil, na expectativa de ótimos rendimentos. Já as empresas multinacionais, beneficiárias diretas da conjuntura de grande quantidade de excedente financeiro, buscavam novas oportunidades de negócios se expandindo especialmente para os países onde tudo ainda estava por ser construído, como o Brasil. Na década de 60, o Brasil viveu um período conhecido como, “milagre econômico”, devido justamente a um salto sem precedentes nos investimentos que ocorreram nesta época. O Brasil oferecia boas perspectivas e garantias de bons negócios, como a abundante disponibilidade de mão-de-obra barata e relações de trabalho bem mais amenas do que as encontradas nos países desenvolvidos - onde as exigências e a liberdade de exprimí-las tornaram dispendiosas e incômodas a relação empregado/patrão. Assim, o chamado terceiro mundo se tornou um dos principais destinos do fluxo de capitais ou poupança externa e de tecnologia dos grandes centros para imprimir-lhes um surto de crescimento industrial, do qual o Brasil foi exemplo. 6 Prof. Virginia Guimarães
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Todavia, o tão bem sucedido sistema capitalista sofreu um forte baque no início da década de 70, quando se instalou uma forte e generalizada inflação de preços acompanhada de desemprego e inatividade das empresas. Apesar de a crise ter atingido a todos os países que compunham o mundo capitalista, é claro que quem mais sofreu foram os países que estavam se industrializando. Um exemplo disso foi o Brasil, onde faltaram recursos de crédito para continuar financiando o milagre econômico que o país vivenciava às custas de muito empréstimo dos bancos americanos. Ao mesmo tempo em que a contração de uma volumosa dívida externa trouxe progressos industriais ao Brasil, ela também impôs uma perda relativa da autonomia econômica e da livre disposição dos recursos naturais brasileiros. A crise das décadas de 80 e 90 mostrou que o Brasil reservava a maior parte de seus recursos para pagar dívida externa e isso comprometia mais de um terço do Produto Nacional Bruto. Toda essa atividade econômica em nações como o Brasil, serviu muito mais para consolidar os setores relativamente mais restritos da população que têm acesso a esse progresso do que a maioria em si. Ao aproveitar ao máximo a especulação externa, que fervilhou nos últimos anos do capitalismo, o Brasil contraiu uma dívida externa sem antecedentes na sua história, sacrificando esferas desprivilegiadas da população, que continua pagando o pesado tributo de uma divida que não contraiu.
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Ok, professora, mas como é que isso pode ser cobrado na prova? Vamos dar uma olhadinha na questão, que apesar da data ser bem antiga esse é um daqueles assuntos quase atemporais que falei pra vocês:
(CESPE/DPF-2002)
No
Brasil,
a
discussão
em
torno
do
conceito de globalização levou o presidente da República a abordar esse tema na abertura da sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 2001. Com o auxílio do texto I, julgue os itens que se seguem, a respeito
do
lugar
do
Brasil
e
da
América
Latina
na
globalização. 1
Embora
um
forte
econômico-financeiro,
setor tenha
governamental defendido
o
no
Brasil,
conceito
o de
globalização benéfica, setores adjacentes não acreditaram no automatismo
da
equação
que
associa
liberalização
e
privatizações às necessidades do desenvolvimento econômico e social da nação.
Comentários: Como já vimos anteriormente, a globalização tem como principal característica estimular o crescimento econômico nos países. No entanto, ela também traz inúmeros efeitos negativos, como o aumento da pobreza, da desigualdade e da violência. 8 Prof. Virginia Guimarães
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A
livre
concorrência
entre
empresas
e
países,
tão
estimulada pela globalização, coloca em competição economias com diferentes graus de desenvolvimento - o que tende a aumentar o tamanho do abismo existente entre os países ricos e pobres. Estando o Brasil na parte mais fraca da corda, é absolutamente normal que setores críticos da sociedade não acreditem que liberalizações e privatizações possam originar um desenvolvimento social para nação. Ao contrário do que possa parecer, o desenvolvimento econômico não traz necessariamente o desenvolvimento social e, se não for devidamente controlada, a globalização pode aumentar e marginalizar ainda mais as sociedades e economias mais pobres. Portanto, a questão está correta. 2 (CESPE/DPF-2002) A ética e a cidadania, idéias fortes na conformação
de
uma
sociedade
moderna
e
civilizada,
ocuparam o papel central na definição das políticas públicas de inserção internacional da América Latina na década de 90 do século passado.
Comentários: Ética e cidadania são dois conceitos que deveriam ser lembrados para responder esta questão. Sabendo o que eles significam e olhando para nossa realidade, saberíamos logo de cara que a questão está errada! Mas por quê? O sistema capitalista tem sua maior expressão na globalização que, através
de
suas
representantes
máximas
(multinacionais),
buscam o lucro a qualquer custo! Desta forma, foge a qualquer 9 Prof. Virginia Guimarães
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lógica ética que uma multinacional permita que pais de famílias sejam substituídos por máquinas e percam sua cidadania não é mesmo?! O conceito de cidadania está profundamente atrelado à noção de direitos individuais, ou melhor, ao direito de ter direito seja a um emprego, ao lazer, saúde, educação ou cultura. Porém, o acesso a esses direitos não é o ponto central do capitalismo, que se rege pela busca constante do lucro.
3 (CESPE/DPF-2002) Apesar de a força do liberalismo que se irradiou na América Latina nos anos 90 do século XX ter chegado ao Brasil, este manteve seu padrão de racionalidade e continuidade dos últimos sessenta anos, sob a égide do nacional-desenvolvimentismo de matriz estatal.
Comentários Na década de 90, a economia latina, assim como a mundial, foi regida
pelas
idéias
neoliberais
formuladas
no
Consenso
de
Washington, não é mesmo? Naquela ocasião, foram estabelecidas medidas de estímulo à privatização das estatais e o fim do Estado de Bem-Estar Social, ou seja, o fim do Estado como protetor da sociedade e regulador da economia. Portanto, é errado afirmar que o Brasil manteve seu padrão de racionalidade sob a égide do nacional-desenvolvimentismo de matriz estatal, pois o neoliberalismo propõe a quase nulidade de ações do estado.
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4
(CESPE/DPF-2002)
A
atual
crise
pela
qual
passa
a
Argentina, apesar de ter caráter exclusivamente econômico, em nada pode ser associada ao tema tratado no texto I, pois, nesse país, a estabilidade da moeda foi conseguida de forma natural, considerando-se apenas o real equilíbrio entre suas exportações e importações
Comentários Em fins de 2001 e inicio do ano de 2002, a Argentina passou por uma crise sem precedentes em toda a sua história devido a seu escopo e amplitude. Essa crise abarcou o setor social, econômico (fiscal, financeiro e corporativo), político e até mesmo institucional (Suprema Corte). Portanto, quando a questão afirma o caráter exclusivamente econômico da crise, ela já incorre no primeiro erro da assertiva. Após isso, a questão aborda o caráter natural do equilíbrio da moeda argentina - outra inverdade - uma vez que a paridade do peso argentino com o dólar só foi conseguida com a interferência do estado, independente das leis de mercado. ________________x_________________ Pessoal, que nos perdoem aqueles que não são muito amantes de História, mas terei mesmo que abordar um pouquinho dela para comentar a próxima questão, ok? Prometo ser breve! Até aqui eu falei de industrialização, globalização e sobre como as indústrias se instalaram e se distribuíram pelo território
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brasileiro. Mas, afinal, como foi o início de todo esse complexo industrial e estrutural que temos hoje? Não há como pensar em industrialização no Brasil sem lembrar-nos de um polêmico presidente: Getúlio Vargas. Entre os anos de 1930 e 1945, esse presidente teve um papel essencial na edificação de uma nova trajetória política e econômica do Brasil rumo a uma sociedade urbana e industrial. Ao lado da modernização econômica por meio da implementação de indústrias, Vargas instituiu um rígido autoritarismo político – levando o país a conhecer a repressão e a censura. Apesar de se pretender progressista, visto os moldes utilizados nos direitos que originaram a legislação trabalhista, a chamada “Era Vargas” trouxe ao Brasil uma modernização conservadora. E por quê? Bom, uma coisa de cada vez... Modernização porque foi ele quem estimulou a formação da indústria de base no país por meio da construção de importantes empresas
estatais.
Até
o
ano
de
1941,
o
presidente
ainda
apresentava uma política pendular entre os EUA e a Alemanha quanto ao
seu posicionamento
na
Segunda
Guerra
Mundial. Todavia,
exatamente neste ano, Vargas obteve financiamento norte-americano para a montagem de uma das principais indústrias da economia brasileira: a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na cidade de Volta Redonda/RJ. Todavia, esse foi apenas o início de suas modernizações econômicas, uma vez que, seguido a isso, tivemos a criação da Eletrobrás em 1952 e a campanha pela nacionalização total do petróleo com o slogan "o petróleo é nosso", que resultou na criação da Petrobrás em 1953. 12 Prof. Virginia Guimarães
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Por outro lado, é considerada conservadora, pois toda a vontade de progresso que notamos na administração de Getúlio Vargas sempre esteve diretamente ligada a um forte sentimento de nacionalismo. Esse sentimento significava uma maior dificuldade do capital financeiro externo em dominar setores importantes da sociedade – conforme esperava o liberalismo econômico vigente. Em outras palavras, o nacionalismo do governo Vargas dificultava bastante a vida dos investidores externos, sobretudo estadunidenses, quando se tratava de entregar as riquezas brasileiras. Além disso, o aspecto político certamente contribuiu para que o governo de Getúlio fosse visto como conservador, uma vez que vivíamos uma ditadura interna, que procurava acalmar os ânimos mais exaltados em sua legitimidade com os trabalhadores. Para não perdê-la, no dia 1º de maio de 1954 o então presidente concedeu finalmente o prometido aumento de 100% no Salário Mínimo. Apesar disso, em pesquisas recentes para avaliar quem foi a maior liderança política do Brasil do século XX, Getúlio Vargas apareceu em segundo lugar. Para surpresa de muitos, em primeiro lugar ficou Juscelino Kubitschek, justamente por ter ligado sua imagem no Brasil à promessa de um desenvolvimento sem conflitos, com democracia e liberdade para todos. Vargas, apesar de ter sido o precursor do desenvolvimento industrial no país e do “amor” que lhe devotaram os pobres, graças à legislação trabalhista e à tragédia de sua morte em nome da bandeira nacionalista, só foi lembrado em segundo lugar. Todavia, é preciso reconhecer que Getúlio foi o grande organizador do Estado brasileiro 13 Prof. Virginia Guimarães
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e o coordenador do pacto social que prevaleceu praticamente intocável durante mais de 50 anos. Então, pessoal, dito isso vamos ver como esse assunto já foi cobrado em provas anteriores da ABIN.
5
(CESPE/ABIN-2004)
Vargas
comandou
o
processo
de
modernização do Brasil, inserindo-o na contemporaneidade que o século XX exprimia. Do ponto de vista econômico, verificou-se o estímulo à industrialização, com o Estado assumindo papel relevante na montagem da infra-estrutura de que o país carecia.
Comentários A questão toca exatamente nas questões que comentei acima, não é mesmo? Vargas foi mesmo o pioneiro no processo de modernização do Brasil e foi o principal responsável por inserir nosso país no novo circuito econômico do século XX. Essa inserção foi pautada, principalmente, pelo estímulo à industrialização e sempre com o Estado assumindo papel relevante na instalação da infraestrutura de que o país necessitava. Logo, a questão está correta.
6 (CESPE/ABIN-2004) Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda), Fábrica Nacional de Motores e Companhia Vale do 14 Prof. Virginia Guimarães
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Rio Doce são símbolos da arrancada industrial brasileira que a Era Vargas patrocinou .
Comentários Sustentado em sua política nacionalista, a administração de Getúlio Vargas explorou as riquezas brasileiras, assistido pelos grupos nacionais e contrariando os grupos estrangeiros. Dentre essas explorações, destaca-se a extração mineral, a exportação de minérios e a siderurgia. Nesse sentido, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi instalada em Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1941 com o objetivo de produzir aço. Foi a primeira das importantes empresa que Getulio conseguiu instalar no Brasil. A Fábrica Nacional de Motores (FNM) foi fundada em 1943 pelo Estado Novo e nela eram fabricados motores de aviões com tecnologia norte-americana.
Do mesmo modo, e com o mesmo
objetivo de industrializar a economia brasileira, em 1942 foi erguida a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) com a meta especifica de cuidar da extração das riquezas minerais. Portanto, essas três empresas são sim símbolos da arrancada industrial brasileira durante Era Vargas, estando a questão correta. Bom pessoal, só para ficar mais completo o assunto, é bom lembrarmos também da criação da Petrobrás, que ocorreu já no fim da era Vargas, em 1953 ok?
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7 (CESPE/ABIN-2004) A Segunda Guerra Mundial (19391945) trouxe resultados econômicos positivos para o Brasil. A cessão de bases militares no Nordeste e a entrada no conflito, ao lado dos aliados, permitiram a negociação vantajosa para a obtenção
de
empréstimos
norte-americanos
para
o
financiamento da indústria de base brasileira.
Comentários: Corretíssima. Apesar de ser um assunto pouco estudado no colégio e pela própria historiografia, a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial é um assunto extremamente
amplo
e
complexo.
Amplo,
pois
teve
conseqüências econômicas, políticas e sociais. Complexo, pois quando abordamos esses assuntos muitas perspectivas são possíveis de serem analisadas. Mas, para não viajarmos demais nesse assunto, que particularmente me interessa e me encanta profundamente (já que minha dissertação de mestrado foi sobre isso), vamos nos ater aqui às conseqüências econômicas da Segunda Guerra Mundial para o Brasil. Apesar de iniciado em 1939 o conflito na Europa, o Brasil só sentiu os efeitos negativos da guerra em 1942, quando começaram a ser
torpedeados por
submarinos
alemães, no
litoral do
país,
embarcações civis e mercantes. Esses torpedeamentos resultaram
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em mais de mil mortos em águas brasileiras e a pressão popular acabou colocando soldados brasileiros em solo italiano para lutar. Todavia, os anos que antecederam esses afundamentos foram marcados pela política econômica pendular de Vargas entre países aliados e países do eixo. Nesse período, Getúlio aproveitou todas as ocasiões para negociar com o Estado Alemão, tanto que as cotas de exportação colocavam a Alemanha em 2º lugar no comércio exterior brasileiro (19,1%), aproximando-se, a cada ano ao índice das negociações norte-americanas (34,3%). Assim, o Brasil dava claras demonstrações de que manteria suas negociações tanto com os países do Eixo (Alemanha e Itália) quanto com os Estados Unidos. Nessa gangorra de quem daria mais, o presidente Getúlio Vargas buscava desenvolver e industrializar nosso país, mas pra isso seria necessário conseguir o apoio financeiro norte-americano ou dos países totalitários. E foi com esse joguinho que ele conseguiu o reequipamento e ampliação das ferrovias, a construção da hidrelétrica Paulo Afonso, a instalação da indústria aeronáutica, a importação de navios e equipamentos militares pesados e a criação da usina siderúrgica de Volta Redonda. Entretanto,
com
os
torpedeamentos
a
embarcações
brasileiras, a oscilação de Getúlio foi colocada em xeque pela própria população, que saiu às ruas pedindo pela entrada do Brasil na guerra ao lado dos EUA.
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8 [Adaptada (CESPE/ABIN- 2004)] - A popularidade de JK decorreu
de
sua
política
desenvolvimentista
de
fundo
radicalmente nacionalista, o que explica seu rompimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as dificuldades por ele impostas à presença do capital estrangeiro no Brasil
Comentários O mandato de Juscelino geralmente é lembrado pelo grande desenvolvimento e incentivo ao progresso econômico do país por meio da industrialização. Ao assumir o governo, ele lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento, comumente conhecido como Plano de Metas, em que ele se comprometia a trazer o desenvolvimento para o Brasil de forma absoluta. Foi a partir daí que surgiu sua célebre frase "Cinquenta anos em cinco", quando ele se propôs a realizar 50 anos de progresso em apenas cinco de governo. Para tanto, ele elaborou um plano com 31 metas divididas entre os pontos que ele achava primordiais: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação, e é claro, sua meta principal: a construção de Brasília! Todavia, todo o desenvolvimento industrial conseguido por seu governo concentrou-se no Sudeste brasileiro, enquanto as outras regiões continuavam com suas atividades econômicas tradicionais. E por quê? Porque as empresas de base criadas por Getúlio estavam no Sudeste- o que gerou um aumento nas correntes migratórias principalmente do nordeste para o 18 Prof. Virginia Guimarães
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sudeste. Aliás, todo o desenvolvimento industrial conseguido por JK só foi possível graças à criação da CSN e da Petrobrás no governo Vargas. Alguns de vocês podem estranhar, mas JK de fato rompeu com FMI! No entanto, esse rompimento nada teve a ver com dificuldades impostas por ele à entrada do capital estrangeiro no Brasil, conforme afirma a questão. Pelo contrário, nunca se entrou tanto capital estrangeiro no país como durante o governo JK, quando a dívida externa brasileira deu saltos. Afinal de contas, um programa tão ambicioso (cinqüenta anos em cinco!) não poderia ser realizado com verbas modestas, não é mesmo? Mas tamanha ambição acabou por estremecer as relações do governo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional, que queria que o presidente abrisse mão de seu plano de metas, o qual puxou a inflação e o arrocho salarial para as alturas. Portanto, pessoal, essa questão está errada!
9 (CESPE/ABIN-2004) O governo Fernando Henrique Cardoso afastou-se do modelo de Estado desenhado por Vargas. Esse afastamento presidiu muitas das medidas que tomou, a exemplo
da
privatização
de
empresas
estatais
e
da
flexibilização das leis trabalhistas. Comentários Foi durante o governo de Fernando Henrique Cardoso que ocorreram as maiores privatizações da história de nosso país. Era 19 Prof. Virginia Guimarães
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comum ouvirmos de pessoas mais velhas falarem que Getúlio devia estar
se
remexendo
no
caixão
com
toda
aquela
história
de
privatizações. Portanto, pessoal, o governo de FHC aproximou-se imensamente
do
recomendadas,
neoliberalismo, adotando como
as
privatizações,
várias o
das
posturas
o
afastou
que
definitivamente do modelo de Estado desenhado por Vargas. A questão está correta. 10 (CESPE/ABIN-2008) Para a inserção de países como o Brasil, o México e a Argentina na nova realidade econômica mundial, as organizações financeiras internacionais exigiram a reforma do Estado, para a ampliação da autonomia deste e para a garantia do crescimento econômico por meio da centralização da tomada de decisão.
Comentários Ao
se
inclinar
a
emprestar
dinheiro
para
países
subdesenvolvidos, como Brasil, México e Argentina, as organizações financeiras mundiais estipulam as suas condições. Se nos lembrarmos das medidas neoliberais elaboradas no consenso de Washington e absorvidas pelo FMI, por exemplo, veremos que uma das exigências feitas segue sempre rumo à reforma estatal sim, porém visando exatamente uma descentralização da tomada de decisão. A questão afirma exatamente o oposto, o que a torna errada.
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2 - A Divisão inter-regional do trabalho e da produção Como já disse anteriormente, tivemos um verdadeiro “surto industrial”
na
década
de
60
no
Brasil.
Além
das
mudanças
econômicas que vieram na garupa desse desenvolvimento, houve também um incremento na divisão social do trabalho em função da industrialização. Assim, não é segredo pra nós que a indústria se tornou o principal cerne ativo da economia e da expansão econômica desse período, certo? Porém, pessoal, é muito importante pensarmos que uma análise exclusivamente econômica não dá conta da compreensão da dinâmica das mudanças nessa nova sociedade industrial. Uma análise apenas econômica não permite que compreendamos, por exemplo, a automação ou o controle da produção pela informação. Atualmente, os computadores são aptos a orientar e avaliar a condição dos artigos no interior das linhas de produção. Do mesmo modo, robôs vêm cada vez mais substituindo o trabalho humano. Assim, meus amigos, é importante analisar esse processo de transformações técnicas e culturais que ocorreu paralelo ao desenvolvimento econômico e industrial. E por que preciso falar aqui de aspectos culturais? Porque é importante sabermos que o processo de desenvolvimento tem implicações muito mais amplas que a economia, a fim de que possamos compreender a causa das indústrias estarem localizadas onde estão. Bem, desde o início da globalização, a mídia no Brasil vem trabalhando com padrões estéticos importados, sobretudo dos EUA, 21 Prof. Virginia Guimarães
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como
instrumento
daquilo
que
alguns
estudiosos
chamam
de
“colonização cultural”. Publicidades de cigarros, bebidas, carros e moda estimulam o consumismo e reforçam uma dependência econômica. Mas tudo bem, não vamos perder muito tempo falando dessa colonização cultural. O importante é sabermos que ela existe e que a atividade industrial, em qualquer parte do mundo, está diretamente
ligada
aos
padrões
estéticos
e
econômicos
do
consumidor. Ao mesmo tempo em que o crescimento dos mercados estimulou o crescimento e a diversificação do processo industrial, ele também intensificou o processo de diversificação na divisão social e territorial do trabalho. Novos papéis foram sendo inventados no interior das fábricas,
especializações
profissionais
cresceram em
número
e
qualidade, o proletariado se tornou mais complexo e passou a consumir mais e engrossar o mercado que era exclusivo da classe media e alta da sociedade. Assim, firmou-se no mundo capitalista, uma nova divisão de trabalho, em que o Estado passa a intermediar seus próprios interesses com os interesses da sociedade e das empresas privadas, para planejar a exploração do mercado. Nessa nova divisão, há uma tendência em concentrar as empresas junto aos grandes centros de consumo, como o ABC paulista, que fica bem próximo a um dos maiores centros financeiros do mundo. Se tivesse que definir qual a principal determinante para expansão dessa industrialização, seria de extrema relevância falar da revolução tecnológica dos últimos anos. O progresso das técnicas e do conhecimento, que compõem o mundo contemporâneo, instituiu 22 Prof. Virginia Guimarães
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as bases dessa nova ordem mundial, incluindo formas de agir e pensar. As nações que controlam essa evolução são capazes de constituir fronteiras políticas, econômicas e culturais tanto na divisão das fronteiras entre os países como no interior dos mesmos. E como isso é possível? Um bom exemplo para compreendermos tudo isso seria pensarmos no Brasil. A defasagem entre o Brasil e os países estrangeiros no que se refere ao desenvolvimento tecnológico nos induz a pensar que quando as multinacionais se instalam aqui elas trazem consigo toda uma bagagem de conhecimentos e estratégias modernas de produção, certo? Errado! Ao penetrarem no mercado brasileiro, elas acabam se apropriando do desenvolvimento que a tecnologia nacional vinha produzindo a “passos de tartaruga”. Antes das grandes empresas internacionais chegarem ao Brasil, as pequenas indústrias (aquelas de “fundo de quintal”) já vinham apresentando um significativo desenvolvimento técnico para a realidade da época. Um exemplo são as indústrias de peças para automóveis
importados
e
as
fábricas
têxteis,
que
escolhiam
seletivamente as regiões aonde esse processo vinha acontecendo para implantar seus estabelecimentos. A preferência acabou sendo pelo Sudeste brasileiro, tendo em vista as melhores estruturas em relação às demais regiões do Brasil. Aí vocês podem se questionar: mas se houveram tantos avanços tecnológicos em todas as áreas possíveis, porque as empresas continuavam se instalando próximo aos grandes centros? É verdade
que
o
desenvolvimento
dos
meios
de
comunicação,
indústrias químicas e eletrônicas, o aparecimento dos caminhões de 23 Prof. Virginia Guimarães
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grande porte e contêineres favoreceram muito a dispersão geográfica das indústrias sem qualquer prejuízo ao poder de controle das matrizes sobre suas filiais. Com o avanço das comunicações, a qualquer momento, a matriz pode acompanhar possíveis problemas administrativos ou políticos, podendo tomar qualquer tipo de decisão administrativa – ainda que isso afete diretamente o país onde ela está instalada. Nesse sentido, é comum encontrarmos estudiosos que falam sobre uma “colonização” cultural dos países de origem das empresas sobre os outros que necessitam economicamente que as indústrias permaneçam produzindo em seu território. Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico que as multinacionais têm acesso, elas preferem se utilizar de territórios onde haja um sólido mercado de bens e serviços para viabilizar sua produção. Como assim? Energia, transportes, serviços bancários, mão-de-obra, tudo isso é fundamental para o perfeito funcionamento das empresas e desencadeia um círculo de desenvolvimento. Os empreendimentos se instalam em locais onde não se precisa investir em infra-estrutura ou serviços como os que mencionei. Isso acaba atraindo e impulsionando o mercado de bens e de serviços, que migram para onde há indústrias, e assim por diante. O Sudeste brasileiro, na época da implantação dos grandes empreendimentos estrangeiros, apresentava economias externas muito desenvolvidas, frutos das atividades empresariais nacionais. São chamadas economias externas justamente os serviços externos a indústrias, mas também essenciais para o escoamento e bom funcionamento da produção - energia, transporte etc. Ou seja, o 24 Prof. Virginia Guimarães
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simples fato de ter essa economia externa desenvolvida já fazia da região uma garantia de sucesso dos novos empreendimentos Porém, não podemos nos esquecer que grande parte dessa economia
externa
-
centrais
hidrelétricas,
usinas
siderúrgicas,
estradas, qualificação de mão-de-obra, etc. - foram custeadas com investimentos do Estado Brasileiro. E é por isso que o governo do Brasil
vem
ampliando
seus
investimentos
em
áreas
menos
industrializadas do país - como as regiões Norte e Nordeste. Quando foi lançado o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, no governo Lula, uma das metas propostas era investir no Estado de Pernambuco. Considerado um dos principais pólos econômicos do Nordeste, seriam destinados R$60,4 bilhões para serem divididos entre os setores de logística, energia e infraestrutura urbana e social. Dei apenas o exemplo de Pernambuco para não ficar nos atendo aqui a números. Todavia, é importante sabermos que investimentos governamentais têm sido feitos em diferentes regiões do Brasil, como forma de “correr atrás do prejuízo” acumulado pelo seu subdesenvolvimento tecnológico. Apesar dos avanços conseguidos nas diversas áreas do conhecimento, ainda estamos muito longe de possuir o domínio da tecnologia da informática e comunicação por satélite. O sistema rodoviário cresceu muito, mas o ferroviário está em péssimas condições
de
funcionamento
e,
apesar
de
termos
centrais
hidrelétricas, não temos controle da energia nuclear. E o que eu quero dizer com isso tudo?
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Quero que entendam o seguinte: apesar das mudanças sistemáticas que vem ocorrendo em nosso país, ainda existem muitos entraves que precisam ser superados. Para isso, o governo teria que viabilizar
a
assimilação
de
novas
tecnologias
pela
empresas
brasileiras e não simplesmente preparar equipes técnicas para gerar nova tecnologia. Tudo isso porque a conquista das novas tecnologias é uma condição fundamental para o desenvolvimento econômico e social. Muito ainda está por ser feito, apesar de tanto já termos caminhado, e por isso podemos afirmar que a configuração do território brasileiro sofreu e continua sofrendo transformações ao longo dos anos Vamos ler a questão a seguir e perceber como esse assunto é avaliado em provas para perceberem por que estou batendo tanto nessa mesma tecla!
11 (CESPE/ABIN-2004) Nos últimos anos, constatouse um processo de mudança no desenho regional brasileiro, em que a se nota uma certa desconcentração das atividades econômicas depois de intensa concentração em São Paulo. Com relação a esse tema julgue os itens que seguem. A)
A maior diversidade das estruturas produtivas regionais e o
esforço de certas especializações em determinadas áreas do país são características desse processo de desconcentração espacial.
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B)
Entre os fatores determinantes da desconcentração econômica
está o deslocamento da fronteira mineral. C)
O processo de desconcentração identificado é seletivo, pois o
Nordeste do país é ainda uma região fora do alcance desse processo. D)
O processo de industrialização vivido pelo país, ao promover
maior integração do território, minimizou as disparidades entre as regiões brasileiras, originarias da política agroexportadora herdada do passado.
Comentários A - Essa questão aborda exatamente o que comentei acima, não é? As novidades tecnológicas, a abertura comercial, a fundação de blocos econômicos como o MERCOSUL e a estabilidade monetária determinaram uma reestruturação produtiva das indústrias. Essas mudanças suscitaram uma trajetória de desconcentração regional, com as indústrias instalando-se em outros lugares que não apenas as regiões mais tradicionais. É claro que essa desconcentração só pode ocorrer devido a investimentos governamentais no que chamamos de economia externa da região. Portanto está correta.
B - A descoberta de novas jazidas minerais nos últimos dez anos no Brasil foi uma das principais responsáveis pelo deslocamento industrial para áreas do país esquecidas em outros momentos. O consumo de minerais nas indústrias do país fez dobrar as descobertas de jazidas em território brasileiro. Em 2007, os preços dos principais metais dispararam e a economia brasileira acendeu 27 Prof. Virginia Guimarães
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com bastante vigor. Um dos responsáveis por este aumento da demanda por minerais é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que aumentou a demanda por materiais de construção. Isso levou o diretor geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, em entrevista exclusiva à Gazeta Mercantil a declarar que: “Estamos vivendo um momento ímpar para a mineração no cenário mundial. Na década passada, enfrentamos baixos preços e falta de investimentos.” Portanto a questão está correta.
C - Depois de tudo que lemos sobre investimentos em áreas anteriormente esquecidas, sabemos, logo de cara, que essa questão esta errada, não é? Ora, o que vemos é exatamente o contrário. Nos últimos anos, sobretudo devido ao PAC, houve uma inversão de capitais para outras regiões do país, que ofereciam uma série de facilidades para a instalação de indústrias. Essas áreas fogem à tríade formada pelos estados de Minas Gerais, Rio de janeiro e São Paulo e passam a contemplar regiões como Norte e Nordeste.
D - Essa questão está errada, pois, se por um lado o processo de industrialização vivido pelo país promoveu alguma integração do território nacional, por outro lado não houve minimização das disparidades entre as regiões brasileiras. Além disso, a política agroexportadora que existia, por exemplo, no Nordeste, como o cultivo da cana de açúcar, foi substituída por outras com produtos de maior valor no mercado como o álcool.
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3 - A ação do Estado na economia e políticas contemporâneas. Ao ler este título alguns de vocês podem estar pensando: mas depois da expansão do neoliberalismo pelo mundo, inclusive no Brasil, o Estado ainda pode ter ação na economia? O Consenso de Washington
não
propunha
medidas
que
visavam
extirpar
a
participação do Estado em todos os setores econômicos? É uma questão interessante para pensarmos! Em primeiro lugar, não podemos tratar as coisa de forma homogênea, pois, definitivamente, elas não são! Nos países mais desenvolvidos, até conseguimos encontrar uma menor participação do Estado na Economia, o que não significa que ele se isente de interferências. Um exemplo disso são os constantes subsídios fornecidos pelo governo dos EUA aos agricultores que cultivam algodão. Uma vez que esse auxílio interfere diretamente nos preço final do produto, ele acaba prejudicando as relações e acordos comerciais, como no caso Brasil/ Estados Unidos. Em dezembro de 2009, o Brasil foi autorizado pela OMC a aplicar retaliações comerciais em US$ 830 milhões contra os Estados Unidos justamente por causa dos subsídios americanos à produção de algodão. Parte dessa retaliação já está sendo aplicada na forma de aumento do imposto de importação incidente sobre alguns bens originários dos EUA. Outra parte da retaliação deverá recair sobre direitos de propriedade intelectual.
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Pois bem, se em países desenvolvidos o Estado ainda interfere
na
economia
a
ponto
de
gerar
uma
controvérsia
internacional, como será esse apoio no Brasil? Tanto
aqui
subdesenvolvidos,
quanto
o
Estado
na é
grande o
grande
maioria
dos
países
aliado
dessa
etapa
contemporânea da economia, pois auxilia a modernização tecnológica em vários sentidos. O apoio estatal oferecido assume diferentes aspectos e formas de país para país, oscilando entre um apoio mais aberto, como no caso do governo americano com seus agricultores, e entre formas mais sutis, como no caso do Brasil. Pelas bandas de cá, entre as principais formas de apoio ao surgimento e incremento de um ciclo econômico moderno estão desde a assistência conferida aos monopólios até os subsídios à produção e à exportação de produtos. Deste modo, pessoal, quando o governo se propõe a construir infra-estruturas caras, como a construção do Porto de Suape,
no
contribuindo
Estado para
de a
Pernambuco,
afirmação
das
ele
está
grandes
indiretamente empresas
em
determinados lugares. Mas como? Com a construção do porto, grandes empresas migram para cidades mais próximas devido à facilidade de escoamento de sua produção e recebimento de matérias primas necessárias ao seu funcionamento. Mas não acaba aí! Ao arquitetar uma infra-estrutura desse porte, o governo conseguiu atrair grandes empresas, certo? Mas do que esses grandes empreendimentos precisam para funcionar? Além de matéria prima, eles precisam também de mão-de-obra qualificada! Assim, o governo 30 Prof. Virginia Guimarães
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carece de investimentos na formação profissional. Como se pode perceber, a criação de infra-estrutura é uma maneira de financiar indiretamente a implantação de indústrias em determinado local. Mas, pessoal, estejamos atentos às infra-estruturas que são indispensáveis à modernização de qualquer Estado. É importante que saibamos distinguí-las das que têm o objetivo deliberado de atrair investimentos – ainda que ambas promovam mais ou menos o mesmo resultado: atrair indústrias. Outra forma do Estado agir na economia é por intermédio de investimentos. Nesse caso, o governo participa das empresas privadas ou da criação de indústrias de base nacionais, sempre com capital público. Ao optar por esse investimento, o Estado beneficia indústrias leves privadas, as quais conseguem uma significativa redução nos seus custos de operação. Além disso, ele pode optar por subsidiar a produção e a exportação, ou mesmo firmar acordos com as empresas dominantes da economia e elaborar legislações fiscais discriminatórias, leis de investimentos etc. Tudo isso reduz a capacidade de investimento dos Estados nacionais nos setores que interessam diretamente à população. Ou seja, ao optar pelo apoio aos monopólios e corporações, o Estado acaba deixando de lado outros investimentos que seriam importantes para a qualidade de vida da população, em especial das camadas mais desfavorecidas. Paralelo a todas essas iniciativas, o Estado também interfere na dinâmica interna ao buscar novas parcerias para sua inserção na economia mundial, como o MERCOSUL. Porém, não vamos nos 31 Prof. Virginia Guimarães
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prender a isso agora, pois em aulas posteriores analisaremos detidamente as alianças que o Brasil tem feito na America Latina e pelo mundo afora.
4 - As conseqüências da transformação do espaço socialista. Em novembro de 2009, o mundo comemorou o aniversário de 20 anos da queda do muro de Berlim, vocês se lembram? Pois é, pessoal, há quase vinte e quatro anos, quando o muro veio abaixo, era claro e notório o descontentamento popular dentro dos países onde reinava o modelo socialista. Esse sentimento tinha como origem principal as inúmeras propagandas que o bloco capitalista fazia de si mesmo como um sistema quase perfeito, com liberdade e boas condições de vida para todos.
E por que estou
falando desse tal muro agora? Porque a sua queda é o grande símbolo do início das mudanças no espaço socialista. Se,
outrora,
o
muro
“escondia”
as
belezas
e
monstruosidades do mundo capitalista, após sua queda os habitantes do outro lado puderam conhecer de perto as inúmeras mudanças pelas quais o mundo havia passado nas duas últimas décadas em que o muro os isolava. Assim, em 9 de novembro de 1989, o mundo abandonou a polarização que viveu durante a guerra fria, entre comunismo e capitalismo, e adentrou numa nova fase, em que o sistema capitalista era o grande vitorioso.
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Porém, pessoal, uma vez em contato com os “mistérios” do mundo capitalista, muitas pessoas que acreditavam ser possível usufruir apenas do lado bom desse sistema ou o enxergavam como um modelo de sistema equilibrado, começaram, em pouco tempo, a sentir os problemas do desemprego, do desequilíbrio social e da frustração profissional. Com o declínio do stalinismo na ex-URSS houve uma deterioração das condições de vida da grande maioria da população. Do dia para a noite, a economia socialista, que antes era conduzida e protegida de forma quase paternalista pelo Estado, foi colocada diante das turbulências do mercado. Essa exposição teve como principal consequência uma forte instabilidade
nas
áreas
da
educação,
saúde,
habitação
e
principalmente, emprego. Além disso, todas as transformações que ocorreram no Leste europeu fizeram com que o mapa político desse continente fosse modificado em decorrência do nascimento de um grande número de novos Estados nacionais Assim, a desintegração da URSS e o fim da política de bipolaridade
trouxeram
profundas
mudanças
econômicas
para
aqueles países que haviam optado por uma economia planificada. Com a reunificação da Alemanha, novos paradigmas foram firmados e a mundialização da economia capitalista levou também ao Leste europeu
integração
pela
interdependência
e
uma
relativa
uniformização das condições de existência das sociedades humanas. Como assim?
Empresas multinacionais foram para o centro da
produção material daqueles países, houve uma mudança na estrutura de produção, distribuição e consumo dos bens e serviços. Vejamos a seguir uma questão de prova: 33 Prof. Virginia Guimarães
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12
(CESPE/ABIN-2004)
verificou-se
o
Com
a
recrudescimento
desencadeamento
de
conflitos
decomposição de
da
nacionalismos
étnicos,
que
URSS e
o
impedem
a
participação de seus ex-integrantes em organizações de cooperação para o incremento do comércio externo.
Comentários A primeira parte da questão traz uma importante pauta de discussão para pensarmos as conseqüências das transformações no espaço socialista para o mundo, que é o recrudescimento dos nacionalismos e conflitos étnicos. Essa parte da questão está correta, pois a queda do muro de Berlim também representou mudanças ruins para o planeta, dando margem ao surgimento de redes globais de terrorismo, recrudescimento de nacionalismos e de conflitos étnicos. Entretanto,
quando
a
questão
afirma
que
os
movimentos
nacionalistas e os conflitos étnicos impedem a participação desses países em organizações de cooperação para o incremento do comércio externo, ela se torna errada. Isso porque mais de vinte anos após o fim da separação entre as duas Alemanhas, nós podemos afirmar com toda certeza que o mundo avançou muito nas áreas política, econômica, social e tecnológica e que, apesar dos conflitos separatistas, como na Chechênia, os países ex-integrantes da URSS nunca foram impedidos de negociar com qualquer um dos blocos econômicos mundiais.
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E por que estou falando tanto da queda do muro de Berlim? Por que é importante tratarmos desse assunto? Porque todos os acontecimentos do mundo, durante a Guerra Fria (inclusive nos países subdesenvolvidos como o Brasil), podem ser vistos como reflexo da disputa que havia entre capitalismo e comunismo. Portanto,
pessoal,
é
quase
impossível
entendermos
qualquer
desenrolar de fatos nesse período, em qualquer parte do mundo, sem analisarmos o confronto que existia entre EUA e URSS. Portanto, a questão está errada.
5 - Movimentos migratórios internacionais e crescimento demográfico O movimento migratório pode ser classificado de várias maneiras
podendo
ser
inter-regionais,
rurais
-
urbanos
e
interurbanos. Para ficar mais claro: as migrações podem acontecer tanto dentro de um mesmo país, quanto entre países diferentes. Paralelo a isso, as migrações podem ser entendidas como um dos principais termômetros da desigualdade sócio-econômica no mundo. Quando falamos do Brasil da década de 50 e 60, toquei, sutilmente, na questão da migração inter-regional, ao falar dos deslocamentos de nordestinos rumo ao Sudeste, até então único pólo industrial do país. Pois bem, ainda não é agora que nos deteremos sobre a migração no Brasil, mas não se preocupem, pois ela será trabalhada em outra aula.
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A migração internacional foi acelerada nas últimas décadas devido à globalização, que se propunha a integrar as regiões. Atualmente há cerca de 125 milhões de imigrantes em todo o mundo, sendo que 80 milhões são considerados imigrantes "recentes". Vamos entender a diferença! São considerados imigrantes todos aqueles que saem de seu país de origem rumo a outro. Essa atitude geralmente é movida pela busca de uma vida melhor, menos violenta ou mais abundante de recursos. Com as guerras, o número de imigrantes pelo mundo era bastante significativo, pois as pessoas estavam fugindo da guerra e de todas as tragédias e misérias humanas que uma guerra traz. Porém, quando falei de imigrantes “recentes” estava me referindo a pessoas que migram pelos motivos que a contemporaneidade lhes impõe e não devido às guerras – ainda que o objetivo seja exatamente o mesmo: a busca por uma vida melhor! O número cada vez maior de homens, mulheres e crianças que imigram vem causando um grave impacto mundial, pois atinge por um lado aos países abandonados e, por outro, aos países ao qual se destinam.
Apesar da gravidade e crescimento do problema, as
autoridades continuam se recusando a tratar da situação com a seriedade que ela merece. Em meio à formação de blocos econômicos e negociações de novos acordos comerciais, o debate sobre imigração tem sido jogado para debaixo do tapete – o que acaba legitimando a crescente onda de violência contra imigrantes. A crise econômica internacional, iniciada em fins de 2008, foi um elemento a mais de tensão contra imigrantes, sobretudo aqueles que vivem na Europa. As regiões mais 36 Prof. Virginia Guimarães
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afetadas pela crise, como Espanha e Irlanda, há alguns anos registram um significativo aumento das hostilidades entre imigrantes e trabalhadores locais. Inconformados com a concorrência de mãode-obra estrangeira, geralmente bem mais baratas do que as locais, a crise acabou evidenciando dissidências perigosas que culminaram em selvageria. Nesse sentido, notamos um considerável aumento da Xenofobia, principalmente, na União Européia. As acusações de violência racial aumentaram ao menos em 8 países do bloco desde os atentados do dia 11 de Setembro. A verificação foi feita por juntas de Direitos Humanos que, analisando 11 países, encontraram 18 mil casos de agressão contra imigrantes na Alemanha.
Esses dados,
além de nos assustar, mostram que a migração internacional se transformou num sério problema, que merece a atenção de todos nós. É mister que compreendamos, hoje, como a migração ocorre no cenário mundial para nas próximas aulas trazermos o tema para o Brasil. Apesar de imigração não ser um assunto difícil, ele parece ter caído nas graças dos examinadores nos últimos concursos e temos bastante questões para irmos estudando o assunto em cima delas.
Portanto, mãos à obra!
(CESPE/ABIN-2008)
As
migrações
internacionais
ocupam
parte importante das diplomacias e dos serviços de defesa do Estado e dos cidadãos comuns que atravessam fronteiras
37 Prof. Virginia Guimarães
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diariamente, em todo o mundo. A respeito desse tema, julgue os itens seguintes(13 ao 17). 13 A criminalização crescente das migrações econômicas e sociais denota que o direito de ir e vir da pessoa faz-se subalterno ao privilégio universal da livre circulação dos capitais. Comentários Essa questão traz à tona um importante conhecimento sobre a separação existente entre a integração de capitais e o intercâmbio de pessoas. Como todos nós sabemos, há uma grande expectativa da população de alguns países com relação à qualidade de vida que poderiam ter em outros. Esse sentimento de que o jardim do vizinho é sempre mais verde que o nosso (e, muitas vezes, é mesmo!) vem aumentando consideravelmente a movimentação de pessoas rumo aos países mais desenvolvidos ou com melhores condições de trabalho. O grande problema é que essa imigração, que muitas
vezes
ocorre
clandestinamente,
tem
incomodado
intensamente os moradores dos países de destino, que se sentem ameaçados
pela
concorrência
de
mão-de-obra.
Esse
incômodo
popular vem se refletindo nas recentes leis criadas com o intuito de criminalizar a imigração. Em maio de 2009, o Parlamento da Itália aprovou um polêmico projeto de lei que criminaliza a imigração ilegal no país. A legislação, aprovada em junho pelo Senado, transformou em crime a entrada irregular em território italiano, prevendo rigorosas medidas repressivas.
Dentre
as
principais
medidas,
posso
destacar
o 38
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estabelecimento de prisão para pessoas que abriguem imigrantes ilegais
e
o
aumento
no
tempo
de
detenção
provisória
dos
clandestinos antes da deportação. Essa lei permite ainda que cidadãos comuns formem patrulhas para verificar a existência de imigrantes ilegais no país. Apesar de estar desarmada, a patrulha exerce uma função investigativa, ou seja, essa lei estimula uma espécie de “caça às bruxas”, aumentando o xenofobismo na Itália. Um exemplo disso é que, depois da aprovação dessa lei, alguns cidadãos, pertencentes à extrema-direita, criaram um grupo que chamam de “Guarda Nacional Italiana” cujos uniformes são enfeitados com símbolos fascistas e nazistas. É pessoal, por tudo isso podemos dizer que a questão está certa!
14 - Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas pela União Européia, expõem, por um lado, a noção de que a função histórica da grande imigração de africanos e asiáticos para o trabalho nas indústrias européias do pósguerra
perdeu
função
histórica
e,
por
outro,
que
a
reciprocidade internacional em relação à América Latina, formada em parte por imensas levas de desterrados europeus, perdeu valor de direito internacional ante o realismo político dos interesses nacionais e comunitários europeus.
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Comentários O ideal para analisarmos essa questão é dividí-la ao meio para podermos ter uma compreensão total das informações ali contidas. Uma vez feito isso, vamos aos conceitos intrínsecos ao texto. Para quem não sabe, são chamadas de leis draconianas aquelas consideradas extremamente severas, como as que vêm sendo adotadas pela UE. Na questão acima, dei o exemplo da Itália, mas esse país não é uma exceção. No segundo semestre de 2008, foi aprovada uma diretriz que pretendia harmonizar as regras dos países europeus para a repatriação de imigrantes ilegais, e em 2010, essa diretriz foi transformada em lei. As novas regras integram um processo de organização e endurecimento da política migratória em toda União Européia. Essa retaliação aos imigrantes é um forte sinal de que a imigração,
outrora
considerada
essencial
para
o
trabalho
nas
indústrias européias do pós-guerra, perdeu função histórica. Se em tempos de guerra e fome na Europa sua população teve como destino principal países da América Latina, o direito à recíproca perdeu seu valor com as novas leis. Portanto, essa questão também está correta. 15 As migrações internacionais, amenizadas no continente africano diante do fim do ciclo belicoso interno das últimas décadas do século XX, deixou de ser um tema relevante das relações interestatais afro-europeias.
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Comentários Ora, pessoal, depois de tudo o que escrevi até aqui sobre a polêmica de novas leis de imigração, espero que seja de fácil entendimento que as migrações internacionais nunca foram um assunto tão relevante nas relações interestatais como atualmente. Portanto, essa questão esta errada.
16 O Brasil, país marcado, no fim do século XIX e início do século XX, pelas imigrações européias e asiáticas, fator importante para a formação do Brasil contemporâneo, mudou seu padrão migratório ao ter-se tornado também país de emigrantes. Comentários A imigração no Brasil é bem antiga do que o século XIX citado na questão, pois foi uma das principais medidas colonizadoras da região. Todavia, no período citado, o nosso país foi marcado pelas imigrações européias e asiáticas sim. Mas qual foi a causa disso? Com o fim da escravidão, em 1888, o trabalho livre ganhou significativa repercussão social e a imigração cresceu notavelmente, sobretudo rumo ao Sul do país, onde a lavoura cafeeira se baseava no trabalho escravo. Para termos uma idéia do quanto a abolição 41 Prof. Virginia Guimarães
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influenciou no aumento da imigração no Brasil, somente nos dez anos subseqüentes a esse acontecimento adentraram o Brasil mais de 1,4 milhão de imigrantes, que vinham na esperança de uma vida melhor. Já no século XX, outros fatores estimularam a imigração e aumentaram a diversificação de nacionalidades dessas correntes migratórias, que passaram a contemplar europeus e asiáticos. Assim, as duas guerras mundiais e todas as misérias materiais que elas impuseram aos habitantes dos locais por elas afetados, foi o principal impulsionador da imigração pra o Brasil. Além disso, a lenta recuperação européia no pós-guerra e a crise no Japão contribuíram, significativamente, para que os japoneses formassem a quarta colônia de imigrantes do Brasil, ainda em 1950. Apesar de desde o seu descobrimento o Brasil ter sido um receptor de imigrantes, nos últimos anos ele tem sido fornecedor de pelo menos 1% de sua população, donde 70 % se encontram nos EUA. Portanto, a questão esta correta!
17 A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma de tráfico de pessoas, ainda que seja um tema de impacto internacional, possui modesta implicação na segurança dos Estados nacionais neste início de século. Comentários As
migrações
forçadas
ou
enganosas
têm
diversas
manifestações e causas. Por esse motivo é fundamental que a sociedade, as organizações internacionais e os governos se detenham 42 Prof. Virginia Guimarães
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sobre episódios tão comuns como os deslocamentos humanos atuais. Este
tipo
de
migração
acontece,
principalmente,
por
falhas
estruturais, políticas econômicas equivocadas, desordem política, fome e miséria. Pode ser encaixado na migração forçada o caso de europeus e asiáticos que para se refugiar da guerra migraram para o Brasil. Também pode ser considerada migração forçada a saída de pessoas de um território em razão de graves violações de direitos humanos. Mas como temos lido até agora, esse é um assunto de pauta em todos os países mais desenvolvidos do mundo, os quais são os principais destinos dos imigrantes. Imigração hoje está atrelada à segurança dos Estados nacionais e por isso a questão está errada. (IRB-2008) - As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com adaptações). Considerando
o
texto acima, julgue (C ou E)
os itens
seguintes(18-19-20-21). 18 - A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma realidade em determinados países desenvolvidos, dada a carência
de
mão-de-obra
em
setores
das
atividades
econômicas. 43 Prof. Virginia Guimarães
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Comentários Apesar de todas as medidas que criminaliza a imigração ilegal na Europa, a verdade é que alguns países europeus precisam dos imigrantes para realização de determinadas atividades. A taxa de natalidade da União Européia vem caindo ano a ano e, muito em breve, esses países terão de rever suas posturas em relação aos imigrantes, pois vão precisar deles! De 1998 para 1999, por exemplo, houve uma queda de 0,5% no número de nascimentos na UE, que somado ao envelhecimento da população, deixará a Europa com um contingente bastante reduzido de mão-de-obra. Em março de 2005, a UE recomendou a Portugal que aumentasse sua imigração, pois a taxa de natalidade nesse país baixou para metade em quarenta anos. Desta forma, o relatório da Comissão Européia recomendou que "serão necessários maiores fluxos de migrações para satisfazer as necessidades de trabalho e salvaguardar a prosperidade européia". Ou seja, a imigração em algumas regiões da Europa tornou-se "vital" para garantir o crescimento populacional. Apesar
de
outros
países
ainda
estabelecerem
muitas
restrições, e até criminalizarem a imigração ilegal, há exemplos onde ela não só é permitida, como também é necessária. Nesse sentido, alguns países, como a Itália, possuem uma legislação que admite a entrada de um número fixo de trabalhadores por ano, justamente para suprir a carência de mão-de-obra existente. Um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em 2009, mostra que a Itália precisará receber, até 2025, 44 Prof. Virginia Guimarães
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300 mil estrangeiros por ano e a Alemanha, 500 mil. Essas estatísticas indicam que, mesmo contra a vontade, os países europeus terão, num futuro próximo, que alargar ainda mais suas portas de entrada para os imigrantes. Portanto, pessoal, a questão está correta.
19 - A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez que a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores. Comentários Bem pessoal, depois de tantas leituras sobre a globalização e suas consequências, uma certeza que nós temos é que ocorre exatamente o contrário do que a questão afirma, não é mesmo? Ao contrário do que a lógica capitalista nos levava a pensar, a
globalização
não
tornou
os
movimentos
migratórios
menos
intensos, muito pelo contrário. Com o aumento da desigualdade e da concentração de riquezas em apenas alguns países, o fluxo de pessoas em direção a eles, buscando uma melhor qualidade de vida, aumenta na proporção da disparidade social. Portanto, essa questão está errada.
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20 - Com a miscigenação e o multiculturalismo — atualmente presentes em diversos países, as diferenças étnicas deixaram de ser causa para migração e conflitos sociais. Comentários Que a miscigenação e o multiculturalismo estão presentes em diversos países do mundo, todos nós sabemos e ratificamos. Entretanto, a diferença étnica continua sendo uma das principais causas de migração e, sobretudo, de conflitos sociais! No dia 07 de março de 2010, a opinião pública mundial se chocou com a crueldade do massacre étnico ocorrido na Nigéria. Nesse conflito entre nômades islâmicos e aldeões cristãos perto da cidade nigeriana de Jos, a diferença étnico-religiosa foi a grande responsável pela tortura e morte de mais de 100 pessoas. Infelizmente, essa não é a primeira vez que isso acontece. Em janeiro, também de 2010, mais de 200 pessoas já tinham sido mortas durante confrontos na mesma cidade, que fica na divisa entre o norte, de maioria muçulmana, e o sul do país, de maioria cristã. Devido a esses conflitos, milhares de pessoas tiveram de deixar a região e migrar em busca de maior tolerância. Portanto a questão está errada. 21 - O Brasil apresenta tanto a saída de população como a entrada de migrantes estrangeiros em busca de emprego e melhor nível de qualidade de vida. Comentários Apesar de atualmente o Brasil ser um País com mais gente emigrando do que imigrando, ou seja, mais gente 46 Prof. Virginia Guimarães
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indo do que vindo, ele continua atraindo estrangeiros. Se na primeira metade do século XX os imigrantes vinham, em sua maioria, da Europa e da Ásia, hoje os fluxos de imigração mais intensos são oriundos de países da própria América Latina. Nesta corrente, estão, principalmente, peruanos, bolivianos, paraguaios e colombianos. Portanto a questão está correta.
____________________X______________________ Resumo 1- Para que fosse possível o Brasil se integrar ao processo de internacionalização da economia, a modernização da estrutura industrial brasileira foi imprescindível. Dois presidentes contribuíram sobremaneira para esse processo: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Getúlio, com sua modernização
conservadora,
criou
as
bases
para
a
expansão
industrial que JK traria ao país durante seu governo, à custa de muito capital estrangeiro.
2 - A divisão inter-regional do trabalho e da produção, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, continua priorizando os territórios onde haja um sólido mercado de bens e serviços para viabilizar sua produção. Novos papéis foram sendo criados no interior das fábricas e especializações profissionais cresceram em número e qualidade.
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3 - Principalmente nos países subdesenvolvidos, o Estado é o
grande
aliado
da
economia
contemporânea,
pois
auxilia
a
modernização tecnológica em vários sentidos. O Estado atua hoje como colaborador do desenvolvimento da economia externa para fornecer as bases da expansão industrial.
4 - Com as transformações no espaço socialista, as empresas multinacionais foram para o centro da produção material daqueles países, trazendo inúmeras mudanças tanto nas relações sociais, quanto na estrutura de produção, distribuição e consumo dos bens e serviços.
5 - A globalização acelerou nas ultimas décadas
os
movimentos migratórios internacionais, que podem ser entendidos como
um
dos
principais
termômetros
da
desigualdade
sócio-
econômica no mundo Apesar
de
muitos
países
precisarem
da
mão-de-obra
imigrante, as leis contra imigração ilegal têm se enrijecido cada vez mais na Europa.
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Bibliografia Artigos disponíveis
em < http://www.sep.org.br/artigo >
Acessado em 18/03/2010 ROSS, Jurandir Sanches (org). GEOGRAFIA DO BRASIL. 6ª- edição - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009. GREGORY, Derek, et alli. Geografia Humana. Sociedade, Espaço e Ciência Social. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. _____________. O Espaço dividido: os dois circuitos da Economia urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. SILVEIRA, Maria Laura (org.). Continente em Chamas. Globalização e território na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
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Lista de Exercícios (CESPE/DPF-2002) No Brasil, a discussão em torno do conceito de globalização levou o presidente da República a abordar esse tema na abertura da sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, em novembro de 2001. Com o auxílio do texto I, julgue os itens que se seguem, a respeito do lugar do Brasil e da América Latina na globalização. 1 (
) Embora um forte setor governamental no Brasil, o
econômico-financeiro, tenha defendido o conceito de globalização benéfica, setores adjacentes não acreditaram no automatismo da equação que associa liberalização e privatizações às necessidades do desenvolvimento econômico e social da nação. 2 ( ) A ética e a cidadania, idéias fortes na conformação de uma sociedade moderna e civilizada, ocuparam o papel central na definição das políticas públicas de inserção internacional da América Latina na década de 90 do século passado. 3 ( ) Apesar de a força do liberalismo que se irradiou na América Latina nos anos 90 do século XX ter chegado ao Brasil, este manteve seu padrão de racionalidade e continuidade dos últimos sessenta anos, sob a égide do nacional-desenvolvimentismo de matriz estatal. 4 ( ) A atual crise pela qual passa a Argentina, apesar de ter caráter exclusivamente econômico, em nada pode ser associada 50 Prof. Virginia Guimarães
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ao tema tratado no texto I, pois, nesse país, a estabilidade da moeda foi conseguida de forma natural, considerando-se apenas o real equilíbrio entre suas exportações e importações 5 (CESPE/ABIN-2004) Vargas comandou o processo de modernização do Brasil, inserindo-o na contemporaneidade que o século XX exprimia. Do ponto de vista econômico, verificou-se o estímulo à industrialização,
com
o
Estado
assumindo
papel
relevante
na
montagem da infra-estrutura de que o país carecia. 6
(CESPE/ABIN-2004)
Companhia
Siderúrgica
Nacional
(Volta
Redonda), Fábrica Nacional de Motores e Companhia Vale do Rio Doce são símbolos da arrancada industrial brasileira que a Era Vargas patrocinou 7 (CESPE/ABIN-2004) A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) trouxe resultados econômicos positivos para o Brasil. A cessão de bases militares no Nordeste e a entrada no conflito, ao lado dos aliados, permitiram a negociação vantajosa para a obtenção de empréstimos norte-americanos
para
o
financiamento
da
indústria
de
base
brasileira. 8 [Adaptada (CESPE/ABIN- 2004)] A popularidade de JK decorreu de sua política desenvolvimentista de fundo radicalmente nacionalista, o que explica seu rompimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as dificuldades por ele impostas à presença do capital estrangeiro no Brasil 9
(CESPE/ABIN-2004)
O
governo
Fernando
Henrique
Cardoso
afastou-se do modelo de Estado desenhado por Vargas. Esse 51 Prof. Virginia Guimarães
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afastamento presidiu muitas das medidas que tomou, a exemplo da privatização de empresas estatais e da flexibilização das leis trabalhistas. 10 (CESPE/ABIN-2008) Para a inserção de países como o Brasil, o México e a Argentina na nova realidade econômica mundial, as organizações financeiras internacionais exigiram a reforma do Estado, para a ampliação da autonomia deste e para a garantia do crescimento econômico por meio da centralização da tomada de decisão. 11 (CESPE/ABIN-2004) Nos últimos anos, constatou-se um processo de mudança no desenho regional brasileiro, em que a se nota uma certa desconcentração das atividades econômicas depois de intensa concentração em São Paulo. Com relação a esse tema julgue os itens que seguem. A) A maior diversidade das estruturas produtivas regionais e o esforço de certas especializações em determinadas áreas do país são características desse processo de desconcentração espacial. B) Entre os fatores determinantes da desconcentração econômica está o deslocamento da fronteira mineral. C) O processo de desconcentração identificado é seletivo, pois o Nordeste do país é ainda uma região fora do alcance desse processo. D) O processo de industrialização vivido pelo país, ao promover maior integração do território, minimizou as disparidades entre as regiões brasileiras,
originarias
da
política
agroexportadora
herdada
do
passado. 52 Prof. Virginia Guimarães
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12 (CESPE/ABIN-2004) Com a decomposição da URSS verificou-se o recrudescimento de nacionalismos e o desencadeamento de conflitos étnicos, que impedem a participação de seus ex-integrantes em organizações de cooperação para o incremento do comércio externo. (CESPE/ABIN-2008)
As
migrações
internacionais
ocupam
parte
importante das diplomacias e dos serviços de defesa do Estado e dos cidadãos comuns que atravessam fronteiras diariamente, em todo o mundo. A respeito desse tema, julgue os itens seguintes. 13- A criminalização crescente das migrações econômicas e sociais denota que o direito de ir e vir da pessoa faz-se subalterno ao privilégio universal da livre circulação dos capitais. 14 - Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas pela União Européia, expõem, por um lado, a noção de que a função histórica da grande imigração de africanos e asiáticos para o trabalho nas indústrias européias do pós-guerra perdeu função histórica e, por outro, que a reciprocidade internacional em relação à América Latina, formada em parte por imensas levas de desterrados europeus, perdeu valor de direito internacional ante o realismo político dos interesses nacionais e comunitários europeus. 15 - As migrações internacionais, amenizadas no continente africano diante do fim do ciclo belicoso interno das últimas décadas do século XX, deixou de ser um tema relevante das relações interestatais afroeuropéias. 16 - O Brasil, país marcado, no fim do século XIX e início do século XX, pelas imigrações européias e asiáticas, fator importante para a 53 Prof. Virginia Guimarães
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formação do Brasil contemporâneo, mudou seu padrão migratório ao ter-se tornado também país de emigrantes. 17 - A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma de tráfico de pessoas, ainda que seja um tema de impacto internacional, possui modesta implicação na segurança dos Estados nacionais neste início de século. (IRB-2008) - As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes. 18 (
) A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma
realidade em determinados países desenvolvidos, dada a carência de mão-de-obra em setores das atividades econômicas. 19 (
) A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no
contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez que a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores. 20 (
) Com a miscigenação e o multiculturalismo — atualmente
presentes em diversos países, as diferenças étnicas deixaram de ser causa para migração e conflitos sociais.
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21 (
) O Brasil apresenta tanto a saída de população como a
entrada de migrantes estrangeiros em busca de emprego e melhor nível de qualidade de vida.
GABARITO
1C
2E
3E
4E
5C
11a
11b
11c
11d
C
C
E
E
18 C
19 E
20 E
21 C
12 E
6C
7C
8E
9C
10 E
13 C
14 C
15 E
16 C
17 E
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