ATIVIDADES EM GRUPO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

October 21, 2018 | Author: Renata Psicou | Category: Adolescence, Gender, Ethnicity, Race & Gender, Learning, Sociology
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ATIVIDADES EM GRUPO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE por: Reinaldo Carvalho Silva

Atividades em grupo 14544

Atividades em grupo com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social Autores: Ana Paula Santos Carneiro 1 Camila Grazielle Vasconcelos ¹ Luana Cintia Vinte ¹ Reinaldo Carvalho ¹ Alex Fernandes Magalhães2

1 Graduandos do 8°. Período de Psicologia da Faculdade de Estudos Administrativo de Minas Gerais. 2 Orientador; Mestre em Psicologia Social pela UFMG; Especialista em estudos sobre cultura, subjetividade e relações sociais; Consultor, pesquisador e professor na FEAD  – MG e Faculdade Pitágoras – BH. Resumo O presente artigo se baseia no trabalho realizado na Casa da Acolhida Marista de Belo Horizonte pelos alunos graduandos em Psicologia cursando o 8º período no ano de 2012 na faculdade FEAD-MG em Belo Horizonte.

Foram realizados um total de 13 encontros, que ocorriam uma vez por semana na Casa da Acolhida Marista, instituição filantrópica que acolhe crianças na faixa etária compreendida entre 7 e 13 anos no período em que não estão na escola. As crianças atendidas pela instituição encontram-se em situação de risco e vulnerabilidade social e o objetivo desta é promover a cidadania dessas crianças através de reforço escolar, cursos e oficinas. Desse modo, a equipe de estágio buscou uma atuação no sentido de amenizar os riscos da

vulnerabilidade social vivida pelos alunos que residem em sua maioria em aglomerados no em torno da instituição. Foram atendidas doze crianças, utilizando-se de uma proposta de auxílio psicológico através de grupos operativos. Apesar de o trabalho ter sido realizado em grupo, levou-se em consideração co nsideração a subjetividade de cada sujeito. Com o Objetivo de desenvolver a emancipação dos sujeitos foram realizadas oficinas e dinâmicas de grupo seguidas de discussões com o grupo, estas serão explicitadas expli citadas mais adiante. Utilizou-se como ponto central de trabalho o esquema de avaliação de vetores estruturado por Pichón Riviére. 1. Introdução A disciplina Estágio Supervisionado Específico I da qual os autores deste artigo fazem parte, propõe em uma de suas vertentes que um grupo de alunos trabalhem com crianças cri anças e adolescentes em grupo. O estágio tem como finalidade a promoção de oficinas de dinâmicas de grupo, a fim de integrar, promover o aprendizado e a emancipação das crianças e adolescentes. Foram planejados dez encontros e atendimentos individuais seriam realizados conforme a demanda emergida no decorrer das oficinas.

A Casa Marista é uma instituição filantrópica que faz parte da rede da Instituição Marista fundada em 1996 no período da Revolução Francesa por São Marcelino. Sua história no Brasil teve início há cerca de 120 anos com o então bispo Dom Silvério que pediu à F rança que enviasse freis para auxiliarem na catequese. c atequese. Vieram para esse trabalho seis irmãos maristas. O projeto cresceu e hoje atua em todo Brasil com foco direcionado para a área social e educacional. A Casa da Acolhida que recebeu os estudantes se situa em Belo Horizonte e conta com uma equipe formada por uma assistente social, duas educadoras, uma cozinheira, uma coordenadora e alguns voluntários. Atualmente, recebe diariamente 32 crianças de seis a doze anos divididas nos turnos manhã e noite. O objetivo da instituição é acolher crianças e adolescentes dos aglomerados do entorno da instituição, promovendo atividades que além de ocupar o tempo ocioso fora da escola, auxilia nas questões escolares, oferece cursos, oficinas e promove e fortalece o conceito de cidadania. A proposta do estágio será de promover aprendizado e conhecimento sobre o desenvolvimento das crianças e adolescentes da casa da Acolhida Marista através de encontros com dias e horários pré-estabelecidos. O estágio é necessário para a formação acadêmica, o que é aprendido na teoria é aplicado na prática, para melhor esclarecimento e um caminho para novas descobertas e aprendizagem. Propõe-se um trabalho baseado na técnica de Grupo Operativo visando a promoção da emancipação dos sujeitos a partir do desenvolvimento de uma perspectiva crítica de si e do mundo e a partir disso fortalecer o grupo, levando-o a uma adaptação ativa à realidade, com vistas a romper estereótipos, redistribuir papéis, elaborar lutos e vencer a resistência a mudanças.

Inicialmente o grupo se mostrou disperso e desinteressado, com dificuldades em ouvir e respeitar a opinião uns dos outros. O comportamento das crianças revelou falta de integração do grupo como um todo. Evidentemente, foi considerada a agitação que é própria das fases da criança e adolescência em que é natural o sujeito se mostrar inquieto e resistente ao novo, mais especificamente, às novas pessoas (no caso os alunos) que se aproximaram daquele grupo que já estava formado. Diante do exposto verificou-se a necessidade de se trabalhar inicialmente a integração do grupo.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2OeipCO Durante o processo de desenvolvimento do trabalho novas propostas emergiram diante da demanda apresentada pelo grupo, dentre elas a necessidade de se trabalhar a cooperação e a aceitação foram bem expressivas. Assim se deu durante todo o trabalho: à medida em que os temas foram sendo trabalhados, surgiam novas demandas que eram, por sua vez, também trabalhadas. O trabalho justifica-se devido sua contribuição como um campo de experiências para os participantes, onde estes podem vivenciar situações que propiciem uma reflexão sobre suas próprias experiências e assim criar possibilidades para que atuem como apoio aos demais, através do compartilhamento de vivências, identificação e trabalho em grupo visando a busca de soluções para as demandas, sejam elas individuais ou coletivas. A partir das experiências vividas o indivíduo adquire uma visão de mundo e um conjunto de significados, isso se dá principalmente através da linguagem que é o elemento mediador homem-mundo/homem-homem. Por meio desse processo o individuo se desenvolve, constrói relações, adquire o conhecimento de si e constrói um sentido pessoal para suas vivências. Esse processo de desenvolvimento fornece um apontamento para o desenvolvimento de um trabalho com vistas a mediar a emancipação do sujeito de acordo com o que ele percebe e como significa os acontecimentos da própria vida considerando a relação com esses acontecimentos e com o outro. Essa mediação com vistas à emancipação do sujeito é um dos principais objetivos da Psicologia Social Crítica, teoria que serviu de base para o grupo de estágio. 2. Fundamentação Teórica e Técnica: Nosso trabalho se estende a um grupo de crianças e adolescentes, por isso é interessante entendermos como esse grupo se constrói e se desenvolve. Abordaremos alguns assuntos que nos ajudarão a compreender a concepção de grupo. Para tal, nos referenciamos em autores que fazem uma leitura sobre o tema.

Segundo Pichón-Rivière (2005), a definição de grupos operativos é “Todo conjunto de pessoas

ligadas entre si por constantes de tempo e espaço, e articuladas por sua mútua representação interna, que se propõe explícita ou implicitamente uma tarefa que constitui sua finalidade”. Lane (1984, p.84) fala em processo grupal, em lugar do termo “grupo”. Para ela, conforme

citação de (BAPTISTA, 2006), toda análise que se fizer do indivíduo terá de se remeter ao grupo a que ele pertence, à classe social, enfocando a relação dialética homem-sociedade. Para Lane a dicotomia Indivíduo X Grupo é falsa (Lane, 1984, p. 16). Como forma de superar essa dicotomia ela assinala a compreensão materialista dialética da relação indivíduo- grupo: Dessa forma, a análise do processo grupal nos permite captar o dialético indivíduo- grupo, onde a dupla negação caracteriza a superação existente e quando o indivíduo e grupo se tornam agentes da história social, membros indissociáveis da totalidade histórica que os produziu e a qual eles transformam por suas atividades indissociáveis. (Lane, 1984, p. 17) 2.1. Grupo Operativo: Caracterizações A Dinâmica de Grupos Operativos foi desenvolvida por Pichón-Rivière (2009), por meio dos estudos de fenômenos grupais e traz tanto uma proposta de aprendizagem como terapêutica, pois permite ao sujeito modificar-se e realizar alterações no meio em que vive, este se torna um agente capaz de operar mudanças ao tomar consciência de si, de sua própria identidade e da identidade dos demais.

Conforme Abduch (1999), Pichon define como princípios organizadores de um grupo operativo o Vínculo e a Tarefa. O vínculo se constitui da representação que cada um dos membros tem sobre si e sobre os demais, é construído na interação dos membros num tempo e espaço comum e é mútuo, pois o outro é internalizado em nós e este por sua vez também nos internaliza. Quanto à tarefa , segundo Abduch (1999), que cita Pichon, é a trajetória que o grupo percorre para atingir suas metas. Quanto à estrutura grupal, segundo Abduch (1999), estruturalmente, um grupo operativo é composto pelos seus integrantes, um coordenador e um observador. O detalhe fundamental dos grupos operativos é que eles operam as dificuldades, obstáculos, desafios e resistências para dar conta ou não da tarefa. Segundo Pichón o campo grupal se constitui em dois planos, o da intencionalidade da consciência (estrutura, Pichón Riviére), e o da dinâmica inconsciente (infraestrutura). Há uma oscilação entre esses dois momentos quando impera a intencionalidade consciente, há o predomínio das forças de coesão, quando impera os aspectos inconscientes, predomina as forças de ruptura. Há uma busca de homeostase, ou seja, estabelecimento de um equilíbrio interno e de um sistema de relações estáveis como um contexto. Para Enrique Rivière, o objetivo do grupo operativo é promover um processo de aprendizagem, onde os membros possam desenvolver uma leitura crítica da realidade e uma apropriação ativa desta realidade. Para ele aprender é sinônimo de mudança.

Utilizou-se como base da avaliação o esquema estruturado por Pichón, que permite a verificação de uma evolução do processo grupal, conhecido como Cone Invertido. O primeiro vetor apresenta os fenômenos de Afiliação, onde há uma identificação dos integrantes com a tarefa o que faz com que estes se aproximem, mas essa relação ainda é superficial. Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2P9dELL

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No segundo vetor a afiliação se desenvolve chegando à pertença. Aqui há um investimento maior por parte dos integrantes, eles passam a se identificar e a se integrar com a tarefa de forma mais expressiva, desenvolvem um grau mais elevado de responsabilidade em torno desta. O terceiro vetor é a Cooperação, onde os integrantes desenvolvem a capacidade de desempenhar papéis, mas de forma a se complementarem. Cada integrante contribui co m o grupo da forma que pode e há uma rotação no desempenho dos papéis, onde todos os integrantes tem a oportunidade de contribuir a sua maneira para alcançar o objetivo proposto. A contribuição à tarefa grupal ainda é silenciosa. O quarto vetor é a Pertinência, onde há o centramento na tarefa. Os integrantes se organizam e buscam a finalização da tarefa de forma conjunta e organizada, fugir desta através de imposturas, ou seja, falando uma coisa e fazendo outra, ou sabotamento, visando a fuga da tarefa através de uma desculpa caracteriza uma impertinência, situação da pré-tarefa que está a caminho da tarefa e do projeto. Na tarefa o grupo trabalha os medos básicos que alicerçam as resistências. O quinto vetor é a Comunicação, que pode ocorrer pelas vias: verbal, gestual, comportamental, afetivas e emocionais. A comunicação permite que o grupo construa um esquema conceitual que serve como referencial operativo para seus integrantes, e pode se instalar de várias formas, de um para todos, de todos para um só, entre dois criando subgrupos ou entre todos.

O sexto vetor é a Aprendizagem, onde o aprendizado é expandido, mudanças quantitativas preparam mudanças qualitativas e estruturais. Implica criatividade, elaboração de ansiedades, e uma adaptação ativa à realidade. O sétimo vetor é a Tele, onde a disposição para trabalhar a tarefa grupal é desenvolvida de forma negativa ou positiva. Segundo Moreno, trata da forma com que os integrantes lidam com os demais, tele positiva ou negativa. A Tele evidencia o clima em que se desenvolve o grupo. Diante do exposto o trabalho foi realizado com as técnicas do Grupo Operativo que é centrado na tarefa e tem por finalidade aprender a pensar em termos da resolução das dificuldades no campo grupal surgidas no cotidiano. 2.2. Psicologia sociohistórica É preciso analisar as dicotomias pré-estabelecidas pelo modelo positivista: mundo interno x mundo externo, indivíduo x sociedade e objetividade x subjetividade, tendo como principio a história do homem não como sendo imposta e definitiva, pois o homem traz um caráter social e dialético que é histórico e social. A psicologia sociohistóric a traz uma leitura do desenvolvimento humano levando em consideração sua relação com a sociedade e a realidade na qual está inserido.

A psicologia sociohistórica apresentou-se, no decorrer do desenvolvimento da psicologia, como uma abordagem capaz de compreender o homem em sua dimensão subjetiva, a partir da perspectiva materialista histórica e dialética, ou seja, da gênese social da individualidade. Isto significa dizer que ela, ao superar as dicotomias apontadas anteriormente, assume uma nova proposta epistemológica para a psicologia (BOCK, A.M. B 2001 p. 39). Durante todo o processo de desenvolvimento do trabalho levou-se em consideração a vulnerabilidade dos participantes e sempre foi levada em conta em cada resposta, comportamento e reação dos sujeitos. 2.3. Desenvolvimento Humano A criança faz parte de uma organização familiar inserida em uma sociedade, é profundamente marcada pelo meio em que se desenvolve, tem na família, um ponto de referência fundamental.

As crianças pensam o mundo de um jeito muito próprio e se esforçam para compreendê-lo por meio das brincadeiras. No processo de desenvolvimento, as crianças utilizam diferentes formas de linguagem, elas constroem o conhecimento a partir de suas experiências. O conhecimento construído por elas se torna uma cópia da realidade fruto de um trabalho de criação, significação e ressignificação. A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com os elementos da realidade, de forma a atribuir novos significados a eles. Segundo Papalia (2006), Piaget

considera o desenvolvimento moral associado ao desenvolvimento cognitivo, e situa os indivíduos de seis a 12 anos de idade na modalidade de cooperação do julgamento moral. Nesse período elas conseguem assumir o ponto de vista de outros e podem ser mais flexíveis quanto aos seus julgamentos; são capazes de considerar a intenção associada a uma ação, e não somente a uma dimensão do problema causado por essa mesma ação. Segundo Papalia (2006), a adolescência dura cerca de 10 anos, e começa entre os 11 ou 12 anos até um pouco antes ou depois dos 20 anos. No geral, diz-se que ela começa com a puberdade, processo que conduz à maturidade sexual ou fertilidade

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De acordo com Papalia (2006) a puberdade começa com um grande aumento de produção hormonal; são grandes mudanças biológicas que mostram o fim da infância, onde ocorrem grandes variações de peso e altura, mudanças nas proporções e formas do corpo a atingimento da maturidade sexual. Ocorre o chamado “surto de crescimento adolescente” em que um rápido e intenso crescimento, afeta todas as dimensões do corpo, causando uma desproporção ou desequilíbrio que torna o adolescente um tanto “desajeitado”. A autora

relata que algumas pesquisas apontam que, embora os adolescentes possam desafiar regras, testar os pais e estejam carregados pela emoção dessa transição para a independência e obtenção de uma identidade, normalmente esses conflitos não são de grandes proporções. A maioria dos jovens tem um sentimento positivo em relação aos pais e sentem-se próximos dos mesmos. Na adolescência há uma adaptação a dimensão cronológica de tempo em relação às práticas, o que se configura também como um processo de aprendizagem. O coordenador deve manter alguns limites ou enquadre para desenvolver o senso de responsabilidade e respeito, também deve manter alto grau de plasticidade, criatividade e autoridade. Os temas devem ter um aspecto mais lúdico. Deve-se priorizar trabalhos com laboratórios,

dinâmicas, jogos, brinquedos ou outras situações sugeridas pelo próprio grupo. Deve-se levar em consideração: • grau de deficiência e potencialidades de cada um; • idade cronológica e idade mental; • condições socioeconômicas e culturais de cada um;

3. Aspectos Metodológicos Utilizando a técnica de grupo operativo realizamos as oficinas que serão explicitadas a seguir. A base para a coleta de dados foram 12 crianças e adolescentes, incluídas no projeto da Casa da Acolhida Marista no período da manhã. Foram realizadas oficinas das quais colhemos dados que serão discutidos mais adiante. A finalidade é o enquadre e participação dos sujeitos para que possamos alcançar os objetivos inicialmente propostos.

Levou-se em consideração o método terapêutico verbal, onde os conteúdos manifestos no discurso do sujeito servem como base para analisar e trabalhar os significados e sentidos atribuídos às vivências destes. As oficinas foram elaboradas com base em quatro momentos distintos, que consistem em acolhimento, organização dos assuntos do dia, discussão em grupo e fechamento da oficina com a elaboração de assuntos para os próximos encontros. 1°. Encontro Realizado em 05 de Março de 2012 O primeiro encontro foi realizado com o objetivo de conhecermos a instituição, sua proposta de trabalho, história e pessoas envolvidas no processo. Este encontro foi realizado na sede da Casa da Acolhida Marista.

A equipe de estágio foi recebida por Neide Lebarcky, psicóloga de formação e coordenadora do projeto. Ela contou sobre a história e proposta da instituição. Conhecemos alguns dos profissionais que trabalham na Casa da Acolhida, entre eles duas professoras e um voluntário, também fomos apresentados às crianças, que nos receberam bem e foram muito receptivas. A curiosidade das crianças com relação a nossa presença era evidente o que em um primeiro momento demonstrou-nos que havia nestas, grande desejo e necessidade de nossa presença. 2° encontro realizado dia 19 de março de 2012 - na faculdade FEAD Houve um atendimento individual com cada criança e adolescente enquanto as outras aguardavam o atendimento, foram desenvolvidas atividades como dinâmicas de grupo e lanche. Cada estudante entrevistou quatro crianças onde ambas as partes puderam se conhecer e já se pôde estabelecer um vínculo.

Dinâmica - Chupando balas Essa dinâmica divertida para crianças e jovens tem por objetivo estimular o Trabalho em Equipe, Raciocínio lógico e o relacionamento interpessoal. Procedimento: forma-se um círculo, diga então aos participantes: 'vocês terão que chupar uma

bala, só que não poderão usar suas mãos para desembrulhar a bala e colocar em sua própria boca'. Os participantes devem realizar a brincadeira um a um e os demais devem ficar envolta da bandeja. Os participantes ficam pensando como fazer isso, é interessante colocar a bandeja no chão. Alguns participantes até pegam a bala com a boca e tenta desembrulhar na boca. Espera-se que eles se ajudem, um participante pegue a bala com as mãos, a desembrulhe e coloque na boca do outro. Muito divertida esta dinâmica, faz com que crianças desde pequenas entendam que trabalhando em equipe podem fazer muito mais.

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Dicas Observar se o participante tem capacidade de realização e tem boa percepção, para identificar a solução do problema. Verificar a cooperação entre os participantes. Chocalho Procedimento: Pedir a cada crianças que enfeite seu chocalho com as fitas coloridas, encha sua garrafa com a semente. Cada semente fará um barulho diferente e pode-se fazer vários chocalhos e conseguir diversos sons. Passe a fita colorida para dar um acabamento legal. 3° Encontro realizado dia 26 de Março Dinâmica: Identificação com os objetos Objetivo: Conhecer os participantes e permitir que eles se conheçam, mostrar a importância das coisas e pessoas em cada experiência vivida.

Desenvolvimento da Dinâmica: Os alunos foram dispostos sentados em círculo e no meio

foram colocados os objetos variados e passadas as orientações, onde cada um teria a oportunidade de falar sobre sua escolha e o motivo da mesma. Houveram confusões e discussões, as crianças demonstraram dificuldade em dividir os o bjetos. Observações dos facilitadores: Tivemos algumas dificuldades com relação ao comportamento das crianças, que se mostraram agitadas, com dificuldades em relação à comunicação no que diz respeito ao ouvir e esperar o outro terminar para então poder falar, se dirigiam aos demais com agressividade tanto física quanto verbalmente. O comportamento das crianças demonstrou falta de integração do grupo como um todo, e diante do exposto verificou-se a necessidade de trabalhar inicialmente a comunicação e integração do grupo. 4° Encontro realizado dia 2 de Abril Dinâmica: Convivendo com máscaras Objetivo: Verificar e trabalhar com o grupo os temas: integração, união e participação. Demonstrar como a busca do consenso melhora a decisão. Demonstrar no meio lúdico aspectos de afetividade e o significado da instituição para eles.

Desenvolvimento da Dinâmica: Ao construírem a máscara que representaria o grupo as crianças demonstraram resistência as opiniões dos colegas, criticando o que o colega fez, diante das críticas algumas crianças se intimidaram e passaram a participar menos da atividade. Discussão: Foram levantadas muitas críticas com relação a participação do outro, as crianças disseram que não gostaram do resultado final, então discutimos sobre a participação de todos e da necessidade de ouvir o outro e juntos decidirem o que deve ser feito para que a tarefa seja concluída de forma a agradar a todos. Falamos sobre a importância de cada um no grupo e para a instituição como um todo e levantamos a questão da instituição ser formada por todos daí a necessidade de se respeitar o outro. As crianças concordaram e deram suas opiniões sobre participação e expuseram a questão do “egoísmo” como principal empec ilho na realização da tarefa, conversamos sobre o assunto e decidimos juntos ainda trabalhar a cooperação. Observações dos facilitadores: Percebemos que o grupo apresentou dificuldades em aceitar o outro e suas opiniões, e dificuldade na partilha de objetos e concluímos que ainda havia a necessidade de trabalhar a cooperação e comunicação do grupo. 5° Encontro realizado dia 9 de Abril Dinâmica: Representando o grupo Objetivo: Trabalhar a cooperação, integração e participação. .

Desenvolvimento da Dinâmica: Todas as crianças participaram da tarefa de montar um painel que simboliza-se a instituição, houve maior abertura por parte do grupo, mas ainda assim foram levantadas críticas com relação ao realizado pelo outro. Algumas crianças se dividiram de forma a realizarem a tarefa quase que de forma individual, mas a maioria se mostrou mais aberta a participação do outro.

Discussão: O grupo reconheceu uma melhora na tarefa em grupo, mas as críticas continuaram surgindo, as crianças trouxeram a questão da divisão do grupo e expressaram o desejo de se dividirem por idade, iniciamos uma discussão sobre o valor e o papel do outro na vida de cada e falamos sobre as mudanças que irão acontecer sempre e que teremos que lidar com pessoas de idades e opiniões diferentes por toda a vida e que devido a isso um dos nossos objetivos era trabalhar com eles o respeito e aceitação do outro independentemente das diferenças. Observações dos facilitadores: As crianças se mostraram mais maleáveis e abertas à participação dos demais colegas, apesar de ainda apresentarem certa dificuldade em ouvir o outro, a discussão foi menos conturbada.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2Pf2LnH vulnerabilidade por: Reinaldo Carvalho Silva

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6° Encontro realizado dia 16 de Abril Dinâmica: Labirinto Objetivo: Valorizar cada pessoa do grupo e reconhecer a importância de todos, do trabalho em equipe a fim de conseguir um objetivo ou meta. Dinâmica de integração que trabalha a criatividade dos participantes em busca de alternativas e soluções cooperativas.

Desenvolvimento da Dinâmica: Após as explicações e formação de dois grupos iniciamos a tarefa, onde cada integrante deveria carregar uma bandeja com um copo cheio de água e passar por entre os companheiros, entrando e saindo do círculo, verificamos maior cooperação e aceitação com relação a participação do colega, apesar de demonstrarem falta de confiança umas nas outras. Quando a bandeja estava com uma criança as outras demonstravam impaciência, mas trabalharam juntas e demonstraram união entre o grupo. Ao final da tarefa houve um empate técnico, pois uma equipe (equipe roxa) terminou a tarefa

primeiro, mas seu copo estava mais vazio que o da equipe verde. Discussão: As crianças demonstraram discordância em relação a finalização da tarefa e uma equipe acusou a outra de trapaça, então iniciamos uma discussão sobre ganhar e perder e sobre a importância da participação em torno de um objetivo não apenas como disputa, mas como forma de integração e finalizamos falando sobre a evolução do grupo no quesito aceitação, onde eles se uniram na busca da concretização da tarefa. Observações dos facilitadores: As crianças demonstraram maior interesse e cooperação, compreendemos que isso se deva ao fato de essa dinâmica exigir um trabalho com o corpo o que gera maior interesse de crianças dessa faixa etária. O grupo demonstrou uma evolução com relação a participação e cooperação, mas ainda com certa dificuldade em aceitar a opinião dos demais e com sentimento de disputa em relação ao outro. 7° Encontro realizado dia 23 de Abril Dinâmica: A dança dos Círculos cooperativos Objetivo: Valorizar cada pessoa do grupo e reconhecer a importância de todos, do trabalho em equipe a fim de conseguir um objetivo ou meta. Dinâmica de integração que trabalha a criatividade dos participantes em busca de alternativas e soluções cooperativas.

Desenvolvimento da Dinâmica: Ao som de uma música, as crianças dançaram ao redor de círculos e ao interromper da música se acomodavam nos círculos, que eram retirados um a um. Durante a realização dessa dinâmica ficou clara uma divisão entre meninos e meninas. Alguns meninos se apropriaram de círculos, não deixando que outros entrassem, principalmente meninas. Ao final da tarefa restando apenas um círculo, onde todos deveriam se acomodar, os meninos tentaram impedir que as meninas ficassem no círculo empurrando as mesmas para fora, então tivemos que intervir e decidimos iniciar a discussão. Discussão: Durante a discussão iniciou-se uma divisão entre meninos e meninas, onde uns se queixavam dos outros e se chamavam de egoístas, discutimos sobre o fato de eles terem se divido por gênero e eles não souberam responder e se limitavam a criticar uns aos outros. Iniciamos uma conversa sobre cooperação e aceitação do outro independentemente de seu gênero e frisamos que o respeito deve sempre ser levado em consideração. Observações dos facilitadores: Houve evidente separação por gênero e esse será o tema da próxima dinâmica. 8° Encontro realizado dia 7 de Maio Dinâmica: Futebol e queimada Objetivo: Identificar os marcadores sociais da diferença de gênero e sexualidade, através da vivência de brincadeiras de meninos e meninas. Discutir como os participantes percebem os papéis entre homens e mulheres. Demonstrar a possibilidade da realização de tarefas comumente separadas por gênero.

Desenvolvimento da Dinâmica: A divisão do grupo foi feita de forma a se formarem dois times,

essa divisão foi realizada pelas próprias crianças. A única condição para isso foi de que os times fossem mistos contendo meninos e meninas. Um jogo de futebol de dois tempos de 10 minutos cada e um jogo de queimada. Discussão: As crianças trouxeram para a discussão a questão da falta de ordem e definiram uma figura da instituição como única detentora da ordem e ainda demonstraram o desejo da divisão, mas agora por gênero. Conversamos sobre respeito e ordem. Observações dos facilitadores: Observamos uma evolução no sentido da integração e realização de atividades em grupo embora tenha havido discordâncias, descumprimento de algumas regras e dificuldade de realização de tarefas com diferenciação de gênero.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2PpRs5q 9° Encontro realizado dia 14 de Maio Dinâmica: Dinâmica do Nó Objetivo: Mostrar que a união é parte essencial para manter o grupo e trazer a reflexão sobre a importância do outro em nossa vida. Além de trabalhar a organização e ordem no grupo.

Desenvolvimento da Dinâmica: Passadas as orientações, as crianças iniciaram a tarefa, onde após a formação de um círculo e memorização do lugar de cada integrante as crianças caminhariam livremente e ao sinal dariam as mãos como no círculo anterior, ou seja de mãos dadas com as mesmas crianças do círculo anterior, um nó se formaria entre elas que deveriam desfazer esse nó e voltar a posição inicial. Houve certa dificuldade devido a distância em que se encontravam uns dos outros e ocorreram alguns puxões, mas nada que ultrapassasse o comportamento natural de criança. As crianças se organizaram e ao final o círc ulo se formou com os participantes voltados para fora. Discussão: Iniciamos a discussão trazendo o fato de o círculo ter se formado com os participantes voltados para fora. As crianças levantaram questões como falta de atenção, organização e cooperação. Conversamos sobre o tema levantado na dinâmica anterior, onde o grupo trouxe o assunto ordem e expôs uma figura da instituição como única detentora da ordem, levamos as crianças a refletirem sobre essa ordem e de onde ela vem, questionamos se talvez o que eles entendiam por ordem também não estivesse invertido como ocorreu na finalização da dinâmica, eles analisaram a situação e concordaram com o que foi observado e concluíram que a ordem depende de cada um. Trouxemos à discussão as dinâmicas realizadas anteriormente para que o grupo pudesse expor suas opiniões e pudéssemos chegar a conclusões quanto a evolução e aprendizagem do mesmo. Conversamos sobre a dinâmica dos objetos evidenciando junto com o grupo a importância das

coisas e dos outros e como nós guardamos lembranças e aprendizados dessa relação. Na discussão sobre a dinâmica da mascara conversamos sobre a importância da cooperação e os meninos citaram a dinâmica do painel e trouxeram mais uma vez a questão da ordem, chegaram a uma conclusão e atribuíram a falta de ordem a mudança na coordenação da Instituição, disseram perceber falta de organização e interesse para com eles por parte da nova coordenação. Segundo eles as regras inicialmente estabelecidas estão sendo quebradas e estão dando privilégios para alguns. As crianças disseram se sentir mal com o comportamento de alguns educadores da casa. Frase dita por uma criança: “Elas querem nos agradar demais, mas não conversam com a gente e nem brincam, nem nos conhecem direito”.

Conversamos sobre a importância de se aceitar o outro e seus defeitos e exemplificamos com situações da vida, onde a mudança de sala ou de escola faz com tenhamos contato com pessoas diferentes e proporcionam novas experiências. Discutimos sobre uma tentativa de melhorar a situação, onde o papel de cada um é o de buscar melhoras nessa relação, iniciando conversas com as pessoas envolvidas no problema levantado. Fa lamos sobre a importância de não resistirem a tudo devido a esse fato e que eles precisam se abrir a novas pessoas e aceitálas, que se continuarem se fechando nunca irão aceitar educadores novos. Discutimos sobre as outras dinâmicas e o grupo evidenciou o problema entre meninos e meninas e falta de compreensão entre esses e concluíram que é preciso se aceitarem e respeitarem mais. Ao final um dos meninos disse a seguinte frase: “ Com a Casa assim desorganizada eu prefiro ficar na rua vendo as garotinhas”, risadas surgiram e o garoto ficou intimidado, falamos um

pouco sobre o motivo dessa timidez e dos sorrisos. As crianças se expressaram de forma a concluírem que estão entrando na puberdade. Observações dos facilitadores: Faz-se necessária novas discussões sobre o tema sexualidade, formas de lidar com o interesse uns nos outros e aceitação de novas figuras de autoridade. 10° Encontro realizado dia 21 de Maio Para a realização das dinâmicas sobre sexualidade, percebeu-se a necessidade de separação das crianças por idade. Como ponto de apoio para a realização das atividades sobre sexualidade levou-se em consideração a idade e o conhecimento que cada integrante do grupo tinha sobre o assunto.

O objetivo de se trabalhar o tema sexualidade partiu da necessidade de sanar dúvidas, trabalhar as diferenças e o respeito a elas e permitir a emancipação dos integrantes no tocante ao cuidado com a própria vida, e reflexão sobre a importância do conhecimento e posicionamento individual diante de situações de risco. Dinâmica: Expressando a sexualidade (Para as crianças mais novas: 7 a 9 anos)

Objetivo: Observar o conhecimentos das crianças em relação a sexualidade, levando em consideração dúvidas, resistências, crenças, valores, senso- comum. Discutir com as crianças as manifestações da sexualidade. Desenvolvimento: Pensando sobre o que sabe sobre sexualidade, as crianças deveriam representá-la no papel, através de desenhos ou colagem. As crianças demonstraram timidez durante o processo de realização da tarefa, não tiveram problemas com relação a divisão de materiais, porém não realizaram a tarefa de forma de forma objetiva, entendemos que isso se deva a timidez e falta de informações. Discussão: A discussão ocorreu sem muita participação das crianças, que em muitos momentos se calavam evitando expor suas ideias sobre o assunto. Com base nas poucas falas percebeu-se que havia carência de informações e isso contribuiu de forma significativa para a falta de posicionamento por parte das crianças. Observações dos facilitadores: Observou-se que eles não se sentiram a vontade em falar sobre o tema abordado, mostrando resistências e esquiva através de risadas Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2Q0Azxn

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Diante do exposto percebeu-se a necessidade de uma dinâmica mais didática a fim de promover nas crianças maior envolvimento com o tema. Dinâmica: Conversando sobre sexualidade (Para as crianças maiores - pré-adolescentes) Objetivo: Auxiliar os adolescentes a manifestarem suas dúvidas sobre sexualidade. Desenvolvimento: Cada criança expôs suas dúvidas e curiosidades sobre sexualidade, explicitando-as em pedaços de papel. Quando exposta a atividade, o grupo demonstrou agitação própria que o tema em si traz. Todos os componentes se mostraram dispostos a realizar a dinâmica, disseram se interessar pelo tema que não pode ser discutido em todos os lugares.

Discussão: A discussão aconteceu de forma produtiva no sentido de a participação do grupo ter acontecido de maneira efetiva. Todos os adolescentes tiveram dúvidas e ao mesmo tempo ajudaram a esclarecer as dúvidas dos colegas. Observações dos facilitadores: Pôde-se perceber que o grupo tem noção considerável sobre o tema Sexualidade, apesar de terem sido levantados vários questionamentos. Notou-se a necessidade de esse tema ser tratado em outros ambientes, de forma natural e com mais frequência. Houve esclarecimento com relação as dúvidas do grupo sobre sexualidade e suas diferentes formas de expressão. 11° Encontro realizado dia 28 de Maio Dinâmica: Trabalhando sexualidade com crianças (Para as crianças mais novas: 7 a 9 anos) Objetivo: Realizar uma atividade didática, com vistas a propiciar maiores informações e esclarecer dúvidas com relação ao corpo humano, levando em consideração a idade e a falta de informação.

Desenvolvimento da Dinâmica: Com o auxilia de figuras expositivas, cada criança representou através de desenhos, a figura masculina e a figura feminina. Após, o grupo expôs seu conhecimento e as dúvidas foram sanadas pelos integrantes, onde cada um trouxe sua percepção com relação aos desenhos. Observações dos facilitadores: Observou-se que devido ao fato de terem sido apresentadas imagens didáticas como exemplo, houve maior tranquilidade por parte das crianças para a realização da atividade. Criou-se um espaço de discussão, onde todos tiveram a oportunidade de se expressar com relação ao tema. Estudo de Caso: A estória de Maria (Desenvolvida com os pré-adolescentes  – 10 a 13 anos) Objetivo: Promover um espaço, onde os participantes do grupo tenham a oportunidade de discutir e se posicionar frente a um caso de gravidez na adolescência, bem como de refletir acerca da importância da prevenção de doenças e de uma gravidez indesejada. Passos: 1. O instrutor Explica a dinâmica e lê "A estória de Maria". A estória de Maria Maria tem 15 anos e é a filha mais velha, numa família de três irmãos. A sua mãe é secretária em uma grande empresa e trabalha o dia inteiro; à noite, mesmo quando está atarefada, sempre encontra um tempinho para conversar com os filhos. O pai também trabalha o dia todo.

Quando terminou a 8ª série, Maria foi com a família de sua melhor amiga passar as férias em Salvador. Era a primeira vez que ela viajava sem a sua família e por isso sua mãe lhe fez mil recomendações, mesmo confiando na filha e acreditando que havia lhe dado todo tipo de informação possível sobre sexualidade.

O sol, a praia, o calor, tudo era maravilhoso e Maria sentia que estava vivendo o melhor período de sua vida. Teve certeza disso quando conheceu Tiago, um mineiro de Itajubá, 18 anos e olhos cor de mel. O namoro corria solto, até que um dia Tiago convidou Maria para ir a casa em que ele estava hospedado porque todo mundo tinha saído e eles poderiam ficar toda a tarde juntos, sozinhos e tranquilos. Maria pensou um pouco e resolveu aceitar. Afinal, estava apaixonada e se sentia preparada para iniciar sua vida sexual. Para discutir: • Quem teria que pensar na contracepção? Maria ou Tiago? • Como vocês imaginam que seria um papo sobre contracepção entre os dois? • Como eles poderiam se prevenir?

Parte 2 A estória de Maria Quando chegou a casa de Tiago, Maria teve certeza de que ia rolar, Tiago estava muito romântico e eles foram para um canto da sala e começaram a se beijar e a se abraçar.

Em um momento Maria disse que era virgem, que não tomava pílula e que tinha medo de engravidar. Tiago acalmou-a dizendo que ninguém engravida na primeira vez, que ele tinha certeza disso. Maria, então, lhe disse que sua mãe sempre falava pra ela se cuidar e que todo mundo deveria usar camisinha por causa da AIDS. Tiago ficou nervoso: "Transar com camisinha é o mesmo que chupar bala com papel" - disse ele. "Além do mais eu não uso drogas. Não ponho camisinha de jeito nenhum". Para discutir: • A menina pode engravidar na primeira vez? • O que vocês acharam da atitude de Tiago quando Maria lhe pediu que usasse camisinha? • O que vocês acham que Maria fez quando Tiago se recusou a usar o preservativo? • O que vocês acham que ela deveria ter feito? • O que vocês acharam da afirmação de Tiago quanto a não usar drogas e, portanto, não ter

AIDS?

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2QACzuu Parte 3 A estória de Maria

Maria acabou topando e eles transaram sem prevenção alguma. As férias acabaram e Maria voltou para casa. Ela ficava horas pensando naquela tarde, lembrando detalhe por detalhe e escrevendo cartas para Tiago e ele também escrevia cartas para ela. Depois de um mês e meio, Maria percebeu que alguma coisa estava acontecendo, tinha enjoos constantes e sua menstruação estava atrasada. Ficou desesperada. "E se eu estiver grávida?", pensou. A mãe de Maria notou que sua filha estava muito nervosa e preocupada, nem parecia aquela Maria que tinha voltado tão radiante e apaixonada das férias. Uma noite, quando voltou do trabalho, foi até o quarto da menina e perguntou o que estava acontecendo. Quando Maria contou, sua mãe começou a chorar e a dizer que tinha falado mil vezes para ela se prevenir. No dia seguinte foram ao médico e veio a confirmação. Maria estava realmente grávida. Para discutir: • Como vocês encaram a atitude da mãe de Maria? • Como vocês acham que Maria se sentiu com a notícia? • Quais seriam as opções de Maria? Por quê? • Vocês imaginam como será a atitude de Tiago ao receber a notícia? E do pai de Maria?

Desenvolvimento: O trabalho aconteceu de forma organizada de modo que todos os participantes opinaram e puderam ouvir o que o outro tinha a dizer. O grupo se mostrou interessado e respeitoso com as ideias dos colegas. Discussão: A discussão se deu em um clima ameno, mas com muita participação pelo fato de muitos dos adolescentes terem convívio com esse tipo de situação. Esse convívio fez com que eles tivessem uma opinião já formada a respeito do assunto, ao mesmo tempo em que se demonstraram abertos a novas opiniões. Foram esclarecidas dúvidas so bre contracepção e formas de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. Observações dos facilitadores: Ficou evidenciado que esse é um tema com o qual os integrantes do grupo têm familiaridade, o que tornou a dinâmica interessante para eles. Percebeu-se que o vetor Comunicação teve significativa melhora principalmente no que se refere ao ouvir. 12° Encontro realizado dia 4 de Junho Dinâmica – A família que tenho e a família que gostaria de ter. Objetivo: Perceber as semelhanças e diferenças entre a família real e a desejada.

Desenvolvimento: Cada criança deveria representar a família que tem e a família que gostaria de ter, através de desenho ou colagem. Atividades de colagem sempre são bem recebidas por este grupo. Não houve dificuldades na realização da tarefa que se desenvolveu de forma descontraída, mas compromissada. Apenas um integrante do grupo se mostrou arredio e com dificuldades e em um determinado

momento solicitou ajuda de uma das facilitadoras porque segundo ele não estava encontrando pessoas negras nas revistas. Assim, a facilitadora o auxiliou. Discussão: Foram ouvidos todos os participantes, cada um respeitando o momento em que o outro falava. Observações dos facilitadores: Observou-se desenvoltura no momento de falar da família real, no entanto na família ideal muitos demonstraram querer mais união e diálogo na família.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2RzC8oG

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13° Encontro realizado dia 11 de Junho Confraternização: Quadrilha Objetivo: Propiciar um momento de confraternização e um clima de amizade e descontração, preparar as crianças para a despedida.

Desenvolvimento: Foram realizadas brincadeiras com o objetivo de distribuir brindes e proporcionar um momento de descontração. Toda a equipe da instituição participou ativamente na realização da confraternização, foi um momento de alegria, onde todos puderam se divertir. Brincadeiras realizadas: Pescaria, Boca do palhaço e Estoure o balão. Observações dos facilitadores: Percebeu-se clara evolução por parte do grupo, a confraternização foi bem produtiva, as crianças brincaram se respeitando, levaram em consideração a vez do outro e o retorno foi positivo de modo geral, elas se ouviram e brincaram juntas, sem separações por idade ou por gênero. 14° Encontro realizado dia 18 de Junho Dinâmica: Balão na Roda Objetivos: Encerrar atividades; refletir sobre o trabalho realizado; avaliar o grau de

importância do trabalho realizado, para a vida pessoal; facilitar o processo de separação do grupo. Desenvolvimento: Com um balão cada criança dançou ao som de uma música animada e ao som de música suave, logo após dançaram as mesmas músicas sem a presença dos balões. A primeira parte da dinâmica se realizou com facilidade, porém, quando solicitado que dançassem sem os balões, houve timidez por parte de quase todos. Discussão: A discussão se baseou no fato de surgir a dificuldade em dançar sozinho. Foi enfatizado então que assim como na brincadeira, todos têm momentos de mudanças e às vezes temos que lidar com situações em que não temos alguém, e ao mesmo tempo, temos de estar abertos para que novas pessoas se aproximem (fazendo um paralelo com a nova turma de estagiários que virá). Observações dos facilitadores: Foi observado o quanto é difícil para o grupo ter de se desprender de algo, em contrapartida, ficou claro como depois desse tempo de trabalho, o grupo está mais aberto a sugestões. No momento da discussão o grupo já refletiu sobre essa possibilidade. Após a finalização foi entregue as crianças uma mensagem sobre aprendizado e realizou-se uma discussão em torno do que a mensagem trazia. 4. Conclusão Grupo pode ser definido como uma unidade social constituída por pessoas com papéis interdependentes orientadas para objetivos comuns e que regulam o seu comportamento por um conjunto de normas estabelecidas pelos próprios integrantes do grupo.

Retomando os indicadores de avaliação e acompanhamento do processo grupal propostos por Pichon Riviere, observa-se que, em relação à afiliação e à pertença, desde o primeiro encontro a maioria dos integrantes demonstraram o interesse em estar no grupo, expresso no compromisso com a participação em todas as atividades propostas, indicadores que foram aumentando gradativamente a cada encontro. Mesmo com o interesse em praticar atividades físicas, como jogar futebol, vôlei ou queimada, principalmente por parte dos meninos, observou- se que foi preponderante na pertinência do grupo a tarefa de realizar as tarefas propostas. Com objetivos comuns, os membros do grupo trocaram conhecimentos sobre os variados assuntos, entre eles, sexualidade e família. A cooperação foi demonstrada à medida que os membros do grupo buscaram complementar o outro com base em situações que eram trazidas do seu cotidiano. A aprendizagem foi claramente observada nos participantes do grupo. Novos conhecimentos foram adquiridos, o que foi explicitado pela evolução da identificação dos integrantes com a tarefa e com os demais integrantes. Além disso, percebeu-se, também, uma evolução da responsabilidade com a qual os integrantes assumiam o desenvolvimento das tarefas

propostas. Percebia-se, a cada encontro, uma maior contribuição de cada um dos integrantes para com a tarefa e também para com os outros integrantes. O grupo trabalhou bem as resistências às mudanças que ocorriam na Casa da Acolhida. Para tal, foram propostas tarefas que visavam trabalhar os medos básicos que alicerçam as resistências ás mudanças. Por fim, houve evolução, também na aceitação ou rejeição que os integrantes tinham espontaneamente em relação aos demais. Os meninos passaram a não mais queixarem das meninas. Antes diziam que as meninas tinham privilégio, sempre tinham razão ou que tinha brincadeira que era só de menino e não aceitavam que as meninas participassem, como, por exemplo, jogar futebol. Após dinâmicas que se propuseram a trabalhar a diferença entre gêneros e a sexualidade, como um todo a comunicação do grupo passou a ser entre todos, pois o que era falado era escutado pelos demais. Portanto, a comunicação se tornou fluida entre todos. Referências: ABDUCH, C. Grupos Operativos com Adolescentes. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Cadernos, juventude, saúde e desenvolvimento. v, 1 Brasília, DF, ago. 1999.v. 1 ALVES, Eduardo Pereira e CUNHA, Leandro de Souza. Grupos Operativos Pichon Rivière. Ed. Artigonal junho de 2010 BAPTISTA, R.R. A mediação emocional na constituição de um grupo comunitário. Dissertação de Mestrado em Psicologia Social. PUC-SP. 2006. BOCK, Ana M. Bahia (Org.) Psicologia Sócio-Histórica: uma perspectiva crítica em psicologia - 2 ed. - São Paulo: Editora Cortez, 2002. LANE, Silvia T. O que é psicologia social. 22 ed. São Paulo:Brasiliense, 2006. LANE, S.T. O processo grupal. In: LANE, S. T. & CODO, W. (orgs). Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo. Brasiliense. 1984 PICHON-RIVIÈRE, Enrique. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 2005. http://www.acolhidabh.com.br/blog/?page_id=2. Pesquisa realizada em 24 de março de 2012.

Sites: www.famema.br/capacitacao/gruposoperativos.pdf. Pesquisa realizada em 24 de março de 2012. http://www.adolec.br/bvs/adolec/P/cadernos/capitulo/cap28/cap28.htm. Pesquisa realizada em 24 de março de 2012

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/14544/atividades-em-grupo-comcriancas-e-adolescentes-em-situacao-de-vulnerabilidade#ixzz2Y2RcwCzX

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