As Palavras de Passe e Sagrada Do Mestre Maçom

June 18, 2018 | Author: Fabio | Category: Masonic Lodge, Freemasonry, Fraternal Service Organizations, Fraternities, Languages
Share Embed Donate


Short Description

Descrição: palavra...

Description

 As Palavras de Passe Passe e Sagrada do Mestre  Maçom  Em Todos os Ritos Praticados no Brasil Ir  Sérgio Roberto Cavalcante ∴

1 O vocábulo “rito” no Sistema Ritualístico Inglês é inominado. Utilização das Palavras por Ritos YORK Moabom Tubalcaim

REAA Moabom6 Tubalcaim

MODERNO Mak Benak Ghiblim

ADONHIRAMITA Mak Benak Ghiblim

BRASILEIRO Moabom Tubalcaim

SCHRODER  CRAFT Moabom Moabom Tubalcaim Tubalcaim

AS PALAVRAS DO MESTRE MAÇOM Em todos os graus de todos os Ritos da Maçonaria, existem uma ou duas “palavras de passe ou sagradas”; ou uma de passe e uma sagrada; ou ainda diversas palavras, como acontecem nos n os “Altos Graus”. Porém, quando se busca sua origem, descobre-se que lá no inicio dos primeiros tempos, nos tempos primitivos, só existia uma única palavra para os dois graus primitivos – Aprendiz e Companheiro – a palavra era  “TUBALCAIM”. Para se chegar essa conclusão, todavia, um óbice muito grande teve que ser superado – a Maçonaria Inglesa, a mais ciosa de suas tradições, não escrevia seus rituais e muito menos suas palavras de passe, suas senhas, nem mesmo suas atas – o Aprendiz aprendia, oralmente, no dia de seu ingresso, a palavra de passe – não havia ainda, a palavra sagrada. O “due guard”13 somente era usado na Escócia, Irlanda e, mais tarde, nos Estados Unidos da América do Norte eainda permanece até os nossos dias. Havia ainda a “palavra de ingresso”, que se perdeu nos desvio da história, não sendo registrada, nem pelos  “Traidores da Ordem”, ou pelos “Reveladores dos Segredos Maçônicos”, aos quais muito se deve na reconstituição da História das Cerimônias Maçônicas – pois foram seus livros que permitiram aos pesquisadores reconstruir todo o cerimonial e prática da Maçonaria primitiva. A primeira e a mais nociva delação dos segredos maçônicos foi as “Exposures”14 – Maçonaria Dissecada, de Samuel Prichard publicada em 20 de outubro de 1730. 2 Dados fornecidos pelo Respeitável Ir Antonio Onías Neto – GOSP-GOB. 3 Dados fornecidos pelo Respeitável Ir Diego Lilioso – GOB-PB 4 Refere-se ao Sistema S istema Ritualístico Inglês( [Craft/Ofício] ou [Working/Trabalho] ). 5 Significando “O construtor”. Extraído do Ritual de 3º Grau das Grandes Lojas dos Estados de Nevada e Flórida-USA. 6 O saudoso Ir Marcos Santiago em seu livro “Temas para Reflexão do Mestre Maçom” afirma que no REAA, Brasileiro e Adonhiramita é: “a carne se desprende dos ossos”. 7 O significado é “Viver no Filho”. 8 O saudoso Ir Marcos Santiago em seu livro “Temas para Reflexão do Mestre Maçom” afirma que é: “a carne deixa os ossos”. 9 O significado é “O Filho do Mestre está Morto” 10 O saudoso Ir Marcos Santiago Sant iago em seu livro Temas para “Reflexão do Mestre Maçom” afirma que é: “a

pele se desprende da carne”. 11 Significando: “A morte do irmão” ou “O corpo está morto” 12 Significando “Perito em metais”. Extraído do Ritual de Emulação(3º Grau) da GLUI. 13 Sinal da Devida Guarda ou da Guarda Devida. Ou seja, um pré-sinal. 14 Revelações. Esse livro juntamente com mais alguns revelaram ao mundo profano todas as cerimônias e práticas maçônicas, inclusive seus sinais, toque, palavras e garras, as quais eram usadas, até ali, pelos maçons operativos da Europa. No livro “L´Orde de Francs-Maçons Trahi”, a palavra de passe “TUBALCAIM” foi impressa pela primeira vez em 1745. Havia uma pergunta: P: - Qual é a palavra de passe de um Aprendiz? R: – TUBALCAIM. P: - Qual é a palavra de passe de um Companheiro? R: – SCHIBBOLETH. P: - Qual é a palavra de passe de um Mestre Maçom? R: – GIBLIM. Numa outra parte, desse mesmo catecismo15, encontrava-se o seguinte telhamento16: P – Diga-me a palavra de Aprendiz. R – Diga-me a primeira letra que direi a segunda. Quem fazia a pergunta dizia: P: – J . . . (o outro dava a 2ª). R: – A. . . P: – K. . . R: – I. . . P: – M. . . R: – JA. . . P: – KIM. . . Os dois juntos JAKIM. Ainda no mesmo catecismo: P: – B . . . R: – O . . . P: – A . . . R: - Z . . . P: – BO . . . R: – AZ . . . Juntos ??BOAZ. Como pode ser verificado as palavras do Aprendiz era Jaquim e a de Companheiro Boaz e a palavra de passe essa então, era “TUBALCAIM”. Esses rituais eram de 1745. A palavra “SCHIBBOLETH” não é tão antiga como a palavra “TUBALCAIM”. Ela foi adotada pelos Companheiros em épocas mais recentes. Recente em relação a 1745. Ela já foi mencionada em trabalho anterior17. 15 Ritual. 16 Alguns denominam de telhamento. Enquanto outros, de trolhamento. No meu ponto de vista o correto é telhamento. Que é um neologismo derivado de Tyler(Telha ou telhador). TUBALCAIM Tudo que existe sobre a palavra “TUBALCAIM”, está na Bíblia, e precisamente no Livro de Gêneses, onde consta que ele era filho de Lamec e Zillah(ou Sela) e que era o “Instrutor de todos os artífices em bronze e ferro”. Na versão bíblica inglesa dar-se a “TUBALCAIM” a denominação de “Pai dos Artífices”. E foi de lá que a palavra saiu para introduzir-se na lenda maçônica. Especialmente da maçonaria Inglesa. Poderíamos, ainda prosseguir por mais tempo neste relato, sobre “TUBALCAIM”, nome e personalidade escolhida pela Maçonaria primitiva de passe. Uma das “palavras de passe”, usadas na Maçonaria, que, pelo menos, chegou até nós, no entanto, é bom esclarecer que o papel de “TUBALCAIM” fora da Maçonaria é de obscura importância. Como palavra de passe, na Maçonaria, ela consta como sendo de Aprendiz e Companheiro, no sistema de dois graus e, posteriormente, após o abalo provocado por Samuel Prichard, com seu livro, em 1730, ela

passou a ser a “palavra de passe” do Mestre maçom, em que todos os Ritos – que possuem “palavra de passe”. A partir da reforma da Grande Loja de Londres, tendo em vista a delação de Samuel Prichard, a “palavra de passe” que aquela época(1730) era usada pelos Aprendizes e Companheiros, passou a pertencer ao 3º Grau, que acabava de nascer. Com a palavra “TUBALCAIM” sendo usada pelos Mestres, os Aprendizes e Companheiros ficaram sem poder fazer uso de “TUBALCAIM”. Porém, os Companheiros já haviam adotado “SCHIBBOLETH” e com ela ficaram. Os Aprendizes, porém, ficaram sem nenhuma mesmo, especialmente os Aprendizes do REAA, praticado no nosso país. O Craft, ou seja, o Sistema Ritualístico Inglês, após o Pacto de União das duas Grandes Lojas Rivais em 1813, embora não suprimisse as “palavras de passe e sagrada”, suprimiu sua transmissão durante as reuniões. Em nenhum dos três graus, há a cerimônia de transmissão da palavra nem no inicio da reunião. Os irmãos ingleses que migraram para as colônias na América do Norte(Estados Unidos) levaram essa tradição e os nativos(irmãos norte-americanos) os imitaram, permanecendo até os nossos dias. MOABOM OU MAC BENAC(MAK BENAK) O termo MAC para alguns pesquisadores da Quatour Coronati18 é de origem escocesa e significa FILHO. Outros já em menor número afirmam que ela é uma derivação da palavra hebraica – NACHA, que significa  “SER FERIDO”, “ESTAR FERIDO”. 17 “Palavras do Companheiro Maçom – Em todos os Ritos” – Trabalho deste articulista. 18 Tradicional Loja de Pesquisas Maçônicas da Grande Loja Unida da Inglaterra, fundada em 1884, pelo maçom inglês Charles Warren. MAC é uma parte da palavra MAC BENAC, que ainda hoje é a palavra sagrada, do Rito Moderno ou Francês ou vice-versa, e que para os franceses significa VIVER NO FILHO. O Ir A. C. F. Jackson da Quatour Coronati escreveu um trabalho intitulado “As Palavras de Passe”. Foi através desse trabalho que a Palavra, MAC BENAC, aparece pela primeira vez na História da Maçonaria Inglesa, no livro do Ir Laurence Dermott19 – AHIMAN REZON20 - em 1756. Foi Dermott que inseriu pela primeira vez a palavra MAC BENAC num livro. Vale ressaltar que Laurence Dermott era escocês, e na Escócia, a palavra MAC é muito usada e significa FILHO. Porém, a Grande Loja de Londres(A dos modernos) em 1730, teria adotado para seus “Mestres de Loja”, a palavra “MOABOM”. E a palavra MAC BENAC, que de inicio pertencia somente ao Mestre da Loja, com o passar do tempo passou a pertencer ao Mestre Maçom. Em 1730, com as revelações de Samuel Prichard, a Grande Loja de Londres alterou seus sistemas de sinais, toques e palavras – daí “MOABOM” substituir o  “MAC BENAC”. Porém a Grande Loja dos Antigos, que ainda não estava oficializada, não alterou em nada – nem sinais, nem toques e nem palavras. E para evitar divergências maiores quando do Pacto de União, em 1813, suprimiram o  “cerimonial de transmissão” de todas as palavras: Aprendiz, de Companheiro e Mestre, no ritual21 então adotado. Porém, para agradar a “gregos e a troianos”, ou seja, ambos os lados, ficaram com duas palavras de Companheiro e duas de Mestre. O Rito Moderno ou Francês adotou MAC BENAC para a sua palavra sagrada. E o Rito Escocês adotou MOABOM. Segundo Assis Carvalho(Chico Trôlha), a palavra MAC BENAC está muito ligada a família católica dos Stuarts, que muito fizeram para implantar a Maçonaria na França, com finalidades políticas, do que por idealismo maçônico. A Maçonaria seria para os Stuartistas, um centro de propaganda para a volta dos Stuarts ao trono inglês. A expressão FILHO DA VIÚVA era aplicada pelos Stuartistas, referindo-se a Carlos II que era filho de Henriqueta Maria Stuart, que era viúva de Carlos I, mandado executar por Cromwel, como traidor. Assim também a palavra MAC BENAC, usada pelos maçons antigos – tendo sua origem nos antigos celtas – e que encontrou guarida entre os gálicos e, para eles, o escocês era uma língua tão sagrada como era a língua hebraica. Esse para o escocês a palavra MAC significa FILHO. BENAC significa “bendito”. MAC BENAC “Filho Bendito”. “O Filho da Viúva”, Henriqueta Maria Stuart. Carlos II era para os escoceses, MAC BENAC, O FILHO BENDITO. Porém, o REAA adotou MOABOM. A palavra MAC BENAC(“a carne está podre”; “a carne se desprende-se dos ossos”) que a lenda noaquita afirma que os filhos de Noé, Sem, Can e Jafet, disseram ao levantar o corpo do pai, de seu túmulo; também

foi transferida para a lenda de Hiram. O “K”, estridente, da palavra MAK, foi substituído pelo suave “CH”; mais tarde o macio “H” também caiu, ficando MAC, simplesmente, mas já com outro significado. 19 Ferrenho adversário dos Maçons “Modernos”. Dermott pertencia à Grande Loja dos Antigos, fundada em 1751 na cidade de Yorkshire. 20 Constituição da Grande Loja dos Antigos. 21 Ritual de Emulação. Ressalte-se que Hiram, Tubalcaim, Lamec e seus quatro filhos, são meras descrições de lendas antigas. Sem nenhum valor histórico. FONTES LITERÁRIAS: 1. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, RJ. 2. ASSIS, Carvalho. Instruções para Loja de Mestre. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda., PR FILHO, Theobaldo Varoli. Curso de Maçonaria Simbólica – Mestre – (III Tomo). A Gazeta Maçônica, SP. 3. CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom(EM TODOS OS RITOS). A Gazeta Maçônica, SP. 4. SUL, Grande Loja Distrital da América do Sul – Divisão Norte. Ritual de 3º Grau. 5. CRUZ, Almir Santa’ ana. Simbologia Maçônica dos Painéis – Lojas de Aprendiz , Companheiro e Mestre. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda, PR. 6. CASTELLANI, Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom – Editora A Gazeta Maçônica, SP. 7. Ritual de Emulação do 3º Grau da Grande Loja do Estado de São Paulo. 8. Ritual de 3º Grau da Grande Loja de Nevada. 9. Código Maçônico da Grande Loja da Flórida.

Ir  Sérgio Roberto Cavalcante ARLS Cavaleiros do Sol nº 42 Or João Pessoa PB ∴



View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF