As Origens da Maçonaria
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AS ORIGENS DA MAÇONARIA pelo Ven.Irmão Lucas Francisco GALDEANO Ex-Grande Secretário Geral de Educação e Cultura Adjunto do Grande Oriente do Brasil Membro da Loja de Pesquisas Maçônicas do Grande Oriente do Brasil Venerável Mestre da Loja Maçônica “Universitária-Verdade e Evolução” nº. 3492 do Rito Francês ou Moderno.(2005)
I - INTRODUÇÃO
A História da Maçonaria penetra nos mais ínfimos recônditos da História da Humanidade e, as vezes, confunde-se com acontecimentos que nada tem a ver com ela, principalmente quando se trata de buscar suas origens. or igens. O estudo é de tamanha complexidade que não só maçons, estudiosos da Arte Real, mas mas tamb também ém duro duross adve advers rsár ário ioss têm têm mani manife fest stad ado o a difi dificu culd ldad ade e de enco encont ntra rarr o intransponível caminho que leva ao seu início, à sua origem. II - DESENVOLVIMENTO “Escrever uma história da Maçonaria é uma obra tremenda, por ser o estudo de sua história confuso, difícil e fastidioso, tudo ajudando para o seu obscurecimento: a ausência de documentos, a discórdia quanto às suas origens e a paixão dos seus fiéis como a de seus detratores”.
Eis um depoimento do ferrenho, incansável inimigo da Maçonaria J. Marques Riviere Tran Transc scri rito to da obra obra Hist Histór ória ia da Maço Maçona nari ria, a, de Nico Nicola la Asla Aslan n - que que demo demons nstr tra a a dificulda dificuldade de de se entendê-la. entendê-la. São muitas as fábulas fábulas e lendas que trazem esta enorme enorme confusão. Infe Infelilizm zmen ente te,, fora foram m muit muitos os os hist histor oria iado dore ress maçô maçôni nico coss que, que, base basead ados os ness nessas as narrativas lendárias, criaram maior confusão entre os maçons. As antigas constituições e os rituais serviram para os falsos-historiadores desfigurarem a história da Maçonaria, eivando-a de inverdades. Há de se notar que uma das causas indutoras dos desacertos históricos foi a má interpretação da Constituição de Anderson, pois nela, não obstante se encontre a base dos "Landmarks", foi que se criou a maior confusão. Anderson e Dasaguiliers, ao serem encarregados encarregados de redigir uma constituição, tendo tendo em vista sua formação religiosa e oficio, de imediato buscaram nas Antigas Obrigações (Old Charges) e, principalmente, na Bíblia os principais pr incipais elementos para redigi-la. Dando asas a sua imaginação, consideram maçons todos os homens importantes que a Bíblia menciona. Esta confusão pode ser atribuída, também, a Oliver, que, como Anderson, era Pastor e
estudioso da Arte Real. Em sua obra The Antiquities of Freemassonery, citada no livro História da Maçonaria, de Nicola Aslan, (pag, 2) diz; “ As antigas tradições maçônicas dizem, e penso que elas têm razão, que nossa ciência existia já antes da criação de nosso globo, e estava espalhada entre os sistemas mais variados do espaço. A Instituição Maçônica era Coeva da criação do mundo, tal a semelhança de seus princípios com os da primitiva constituição que vigorava no Paraíso. ”
Sobre essas trapalhadas, respeitada a época em que foi escrita a obra, os confiáveis historiadores maçônicos atuais têm "frouxos de risos", pois a fertilidade da mente de tão digno homem compromete a seriedade da análise. Nicola Aslan e Adelino de Figueredo Lima sobre tamanha façanha, dizem que é deliciosa a opinião de Oliver, com tão disparatada patranha e fantasia e leva-os ao desprezo por sua obra. Em outro livro publicado em Liege, em 1773, sob o nome de Enoch e com o título de "Le vrai Franc-Maçon" afirma-se candidamente que Deus e o Arcanjo São Miguel foram os primeiros Grão-Mestres da Primeira Loja de Maçons estabelecida pelos filhos de Seth, depois do fratricídio de Cairo. A afirmação seria por demais forte e atrevida, não há dúvida nenhuma, se não fosse oIr: Valguime, na introdução que fez na obra de Ragon 'De La Maçonnerie Occulte et de L'Init L'Initiat iation ion Hermet Hermetiqu ique', e', dizer-n dizer-nos os que devemo devemoss compre compreend ender er essa essa declar declaração ação de mane maneir ira a simb simból ólic ica, a, porq porque ue astr astrol olog ogic icam amen ente te Deus Deus e São São Migu Miguel el são são ambo amboss os símbolos do sol - Trecho extraído da História da Maçonaria, do já citado Ir: Aslan. São afirmações dessa natureza que levaram os maçons da época a crer em histórias tão fantásticas. fantásticas. Deviam prever os mencionados mencionados autores que muitos muitos maçons, maçons, pelo seu pequeno conhecimento da história e pouca cultura, acolheriam ao "pé da letra" esses erros históricos como a verdadeira origem da Maçonaria. Repetindo J. Marques - Riviere, já mencionado anteriormente, nas suas teorias sobre as origens da Maçonaria no livro publicado em 1941, Histoire de La Franc-Maçonniere Francaise: “Os auto autore ress do sécu século lo XVII XVIIII tem tem cont contri ribu buíd ído o a toma tomarr obsc obscur uras as,, long longín ínqu quas as e inacessívei inacessíveiss a origem origem da Maçonaria Maçonaria isto compreende-se compreende-se pertencendo pertencendo a uma ordem desa desacr cred edititad ada a e expo expost sta a às zomb zombar aria iass dos dos "pro "profa fano nos" s",, esse essess auto autore ress maço maçons ns proc procur urav avam am obte obterr as cart cartas as de nobr nobrez eza a que que impu impuse sess ssem em aos aos incr incréd édul ulos os,, e a antigüidade, mãe do respeito, com que aureolavam a Maçonaria ainda bem nova historicamente, refletia-se sobre eles ” . É lame lament ntáv ável el que que tant tanta a conf confus usão ão tenh tenha a se cria criado do em torn torno o de tão tão impo import rtan ante te acontecimento. A liberdade, um dos preceitos básicos da Maçonaria, é que possibilitou o surgimento de tantas divagações sobre a origem, em cuja busca, de acordo com sua formação cultural ou profissional, os historiadores e pseudo-historiadores deram vazão a sua criatividade. Disso resultou que até hoje ainda se pergunta: Qual a origem verdadeira da Maçonaria? O Padre Maurice Colinom sintetiza as diversas teorias formuladas sobre a origem da
Maçonaria, assim escrevendo: “Os maçons, desde séculos, esforçam-se por descobrirem seus antepassados dos quai quaiss pude pudess ssem em ter ter orgu orgulh lho. o. Ench Encher ería íamo moss uma uma vast vasta a bibl biblio iote teca ca se reun reunís ísse semo moss somente as obras que pretendem demonstrar a filiação legítima da Maçonaria com os Rosa Rosacr cruz uzes es,, o Herm Hermet etic icis ismo mo,, o Caba Cabalilism smo, o, Alqu Alquim imia ia,, as Soci Socied edad ades es Inic Iniciá iátitica cass Egípcias, Gregas, Judias, a Triade Secreta da Antiga China, os Colegia Fabrorum Romanos, a Cavalaria das Cruzadas ou a Ordem destruída dos Templários (...) ” Uma tal abundância de antepassados dá vertigem... É justo reconhecer que estas imaginações delirantes fazem sorrir os maçons de hoje. Tantas são as controvérsias, que surgiram variadas correntes dentro da Maçonaria. Há as que buscam nas primeiras civilizações a origem iniciática. Outras buscam no ocul ocultitism smo, o, na magi magia a e nas nas cren crendi dice cess prim primititiv ivas as a orige origem m do sist sistem ema a filo filosó sófifico co e doutrinário. Estas correntes chamadas de “Corrente-mística” e “Corrente autêntica”, segundo o Ir.·.Theobaldo Varoli, são apenas tendências e não escolas. Este mesmo autor, no livro "Curso de Maçonaria Simbólica", escreve: “ A verdade final é que a Maçonaria é o resultado de civilização mais avançada e não um credo que nasceu entre antropólogos ou do bolor dos sarcófagos e suas respectivas múmias. ” A corrente mística não se confunde com a dos mistificadores, que não faltam nas lojas maçônicas mesmo neste século de energia atômica e viagens espaciais. Os mistificadores, entre os quais estavam os próprios fundadores da Grande Loja, em Londres, inclusive o próprio Anderson, podiam encontrar adeptos em maior quantidade, até o século XIX época de menor divulgação da cultura e da investigação histórica. “Os maçons místicos de hoje, como idealistas ou espiritualistas, aceitam as lendas do passado como inspiração filosófica e simbólica e como manifestações pretéritas da humanidade em evolução. Assim é, por exemplo, o Rito Escocês Antigo e Aceito que revela, em cada grau, uma ou várias reminiscências, chamando-as expressamente de lendas.” Do outro lado, os “autênticos” não se curva rvam aos dogmas e combatem incessantemente os místicos pelas diversas derivações introduzidas na Maçonaria. Condenam todas as versões de que a Instituição Maçônica é originária do antigo Egito, da Meso Mesopo potâ tâmi mia, a, dos dos Essê Essêni nios os,, cuja cujass lend lendas as são são atri atribu buíd ídas as a anti antigo goss escr escrititos os maçônicos contidos na Constituição de Anderson. Nos dias atuais, ambas as correntes convivem sem maiores atropelos, pois a busca da verdadeira Fraternidade Universal é comum. Os místicos baseiam-se nos antigos rituais, por julgá-los íntegros e seguidores da postura dogmática preconizada. Adotam velhos usos e costumes, como a contagem do tempo. Os autênticos vêm ocupando maior espaço no âmbito maçônico, em particular os maçons estudiosos que surgiram no século passado e que hoje tem em seus adeptos uma grande quantidade de intelectuais que se esforçam para desmistificar os charlatões e mistificadores. Da dialética entre os defensores da Instituição e os escritores antimaçônicos surgiu uma terceira corrente, a dos “conciliadores”, a qual definiu a Maçonaria como tendo muito em comum com as antigas organizações, em especial com as ligadas à Arquitetura. Dentre os maçons mais autênticos, há que destacar Jorge Frederico FindeI, que procurou demonstrar a falsidade das derivações que pretendiam afirmar que a Ordem é
antiqüíssima, vinda do mais remoto dos tempos. Contudo, antes deste, Inácio Aurélio Fessler, por volta 1802, fundou, com outros maçons intelectuais, uma academia voltada aos estudos sistemati sistematizados zados e aprofundad aprofundados os sobre a verdadeira verdadeira origem da Maçonaria. Maçonaria. No Brasil, o mais dinâmico e incansável pesquisador, entre os "autênticos" é José Castellani (*1937 +2004), cujas obras têm servido de arrimo aos novos estudiosos e defensores da doutrina e da ação maçônica mais compatível com a atualidade. Repetimos, novamente, T. Varoli Filho em seu livro Curso de Maçonaria Simbólica (fl.44): "Sej "Seja a obse observ rvad ado, o, à luz luz da psic psicol olog ogia ia mode modern rna, a, que que um dos dos maio maiore ress male maless da Maçonaria foi a admissão de pessoas complexadas de inferioridade e necessitadas de agru agrupa pame ment ntos os onde onde pude pudess ssem em enco encont ntra rarr a afir afirma maçã ção o pess pessoa oal.l. Tais Tais pess pessoa oass comprometem a Ordem, a qual enaltecem para apenas enaltecerem a si mesmos." Quei Queira ram m ou não não os saud saudos osis ista tass inop inoper eran ante tess e os reni renite tent ntes es,, a Maço Maçona nari ria a tem tem alcançado o prestígio que possui graças ao concurso de intelectuais do quilate dos mestres Nicola Aslan, Theobaldo Varoli Filho, José Castellani e outros maçons de igual importância. A esse tipo de homens é que se deve creditar a participação da Instituição nos processos de sua transformação e nos processos de transformação política, de independência das nações, da democracia e de justiça social. A carência de homens de ação e autênticos tem ensejado a dispersão dos maçons, ficando os quadros das lojas mais vazios e devendo à Sociedade profana maior participação na luta contra os tiranos, os corruptos, os déspotas que hoje dominam nossa Pátria. A origem mais aceita, segundo a maioria dos historiadores, é que a Maçonaria Moderna descende dos antigos construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas sob a influência da Igreja na Idade Média , não invalidando, contudo, a tese de que outras agremiações também ajudaram a compor a sua estrutura filosófica e simbólica, tais como: Corporação dos Franc-Maçons; as Guildas; os Carbonários; Corporação dos Steinmetzen, Rosa-cruzes, etc... CONCLUSÃO
Sabemos que a origem da Maçonaria ria é um tema que suscita uma série rie de controvérsias e de posicionamentos discordantes. Admitimos, contudo, que a Maçonaria, em certo sentido, é preexistente a todos os tempos. É evidente que tal afirmação exige um esclarecimento. Ao fazê-la, não estamos admitindo a existência de uma Loja Maçônica nos Jardins do Éden e sendo freqüentada por Adão e alguns Querubins de bons costumes. Tampouco vislum vislumbra bramos mos prátic práticas as maçôni maçônicas cas nos antigo antigoss cultos cultos egípci egípcios, os, mitría mitríacos cos,, órfico órficoss e salomônicos. Tais cultos eram certamente iniciáticos e, em alguns aspectos, lembram a dout doutri rina na maçô maçôni nica ca.. Mas Mas seri seria a inco incorr rret eto o ver ver nele neless uma uma espé espéci cie e de Maço Maçona nari ria a pree preexi xist sten ente te,, até até porq porque ue nenh nenhum um dele deless se orie orient ntav ava a por por aqui aquilo lo que que é a marc marca a registrada da Maçonaria moderna: O Livre Pensamento. Tais suposições partem de profanos mal informados ou até de maçons imaginosos,
pois é fato historicamente comprovado, que a Maçonaria, como instituição organizada, surgiu m 1717 com a criação da Grande Loja de Londres. Entretanto, concordamos com o Ir.·.Sérgio Luiz Alagemovits quando ele se refere à Maçonaria-Idéia, aquela que extrapola a riqueza dos Rituais, o dourado dos aventais e a pomposidade dos títulos. Falamos do espírito que move a grande engrenagem da Ordem, falamos da Maçonaria corre corrent nte e de infl influx uxos os ener energé gétitico coss que que obje objetitiva va o aper aperfe feiç içoa oame ment nto o da maté matéri ria a e o desenvolvimento espiritual do Homem. Falamos da Maçonaria doutrina interna, que não está escrita em parte alguma e é imperceptível aos olhos dos que não sabem ver. Esta Maçonaria, transcendente e imanente, esta Maçonaria de que falamos, esta, sempre existiu. Dentro deste enfoque, falar que a Maçonaria não existia antes de 1717, é o mesmo que dizer que os astros orbitavam desordenadamente antes de Laplace, que os fenômenos fisicos e químicos não se processavam antes dos estudos de laboratórios e que as maçãs não caiam das macieiras, antes de Newton. Referências Bibliográficas: 01- A Bíblia de Jerusalém. Ed. Paulinas 1981; 02 - Jornal Jornal “Egrégora” “Egrégora” - Órgão Oficial de Divulgação da Loja Maçônica Miguel Archanjo Tolosa n° 2.131 - Número 01 (Jun-Ago 1993) - Artigo do Ir.·.Sérgio Luiz Alegemovits “Enfoque Maçônico Maçônico do Universo” pág. 04; 03 - Apostila do Seminário de Mestres Maçons 1971 - Palestra do Ir.·. Nicola Aslan – Grande Oriente do Brasil; 04 - Apostila do Seminário de Mestres Maçons - Título II - História - 3 Conferências proferidas pelo Ir.·.Álvaro Palmeira - 1978 – Grande Oriente do Brasil; 05 - Repensando – Ir.·. Vady Nozar de Mello - Florianópolis - Ed. Papa-Livro, 1993, págs. 21 a 31; 06 - Cartilha do Aprendiz - Ir: José Castellani - Ed. Maçônica “A Trolha Ltda”- 1ª Edição -1992, págs. 19 a 25; 07 - Curso de Maçonaria Simbólica - Aprendiz - Ir: Theobaldo Varoli - Ed. Gazeta Maçônica - 1974; 08 - Apostila de História Maçônica do Seminário Geral de Mestres Maçons 1992 – Grande Oriente do Brasil;
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