As diferenças entre as matrizes teórica Liberal e Marxista

October 15, 2017 | Author: Edivan Miranda | Category: Social Contract, Marxism, State (Polity), Socialism, Liberalism
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1 Debata e diferencie as características das matrizes liberal e marxista. Qual matriz você acredita ser mais compatível com a natureza humana? Por quê? As diferenças entre as matrizes teórica Liberal e Marxista (usadas para enfrentar os debates sobre a relação do Estado, governo e mercado) podem ser assim resumidas:

Na matriz liberal o domínio do Estado sobre a sociedade funda-se em um contrato social tácito por meio do qual os cidadãos abririam mão de parcela de sua liberdade individual em troca de segurança e justiça.

Para os liberais a vida em sociedade não é natural, ela nasce pela necessidade de se superar um hipotético estado de guerra generalizada de todos contra todos, situação de extrema insegurança.

Essa vida em sociedade seria regida nos termos do contrato social, o qual seria o instrumento balizador das relações entre o Estado e os cidadãos.

A coerção física exercida pelo Estado sobre os cidadãos, portanto, teria natureza legal, nos termos do contrato social que regularia a relação entre o Estado e os indivíduos. Assim, o matriz se baseia na premissa de que se os cidadãos abrem mão de parcela de sua liberdade em troca de proteção e segurança, eles também reconhecem que o Estado poderá usar a força, se necessário, para garantir os direitos naturais (liberdade, igualdade, propriedade) dos seus cidadãos.

Além disso, para a matriz liberal todos são iguais perante a lei e o Estado, de modo que podem por conta própria lutar para conseguir uma colocação adequada na sociedade e no mercado.

Na matriz marxista o debate começa pelo entendimento do comunismo primitivo, onde haveria relação de igualdade dos homens em face dos bens produzidos. No entanto, a partir do momento que a produção passa a gerar excedente, e este excedente se concentra nas mãos de uma ou poucas pessoas, passa a existir uma relação de dominadores versus dominados. Os detentores do excedente da produção seriam os dominadores, e os trabalhadores seriam os dominados. Na visão do marxismo o Estado nasceria para garantir essa dominação de dominadores sobre dominados.

Assim, os marxistas teriam opinião no sentido de que a minoria é aquela que exerce domínio sobre a maioria, pois à minoria cabe o controle dos excedentes da produção. Nessa razão, deveria a maioria, que detém a força de trabalho, tomar o poder do Estado para acabar com as diferenças entre as classes pelo processo revolucionário e, em seguida, acabar com o próprio Estado, que, na visão dessa corrente, não teria razão de existir se não houvesse diferenças entre os homens.

Em relação à pergunta sobre qual matriz seria compatível com natureza humana e o porquê. Penso que todas as duas são compatíveis, só que foram pensadas de ponto de vista diferentes e olhando para um lado da natureza humana (luta de classes ou espirito individualista/empreendedor), sou a favor da Socialdemocracia e que seria, pra mim, um misto das duas matrizes. 2 Identifique as mudanças políticas e econômicas do final do século XIX e começo do século XX, e mostre quais foram seus impactos sobre as matrizes liberal e marxista. “No final século XIX e inicio do século XX o mundo testemunhou transformações nas sociedades contemporâneas. As matrizes teóricas Liberal e Marxista (Socialista) não passaram ilesas a essas metamorfoses. De modo que a forma de conceituar os Estados como Liberal ou Marxista/Socialista também modificou-se no decorrer desse século.

Hoje não se pode encontrar um Estado que possa ser conceituado como Liberal ou Socialista no rigor de suas teorias originárias. Estados tidos como liberais às vezes adotam posturas consideradas socialistas, ou Estados conceituados como socialistas acabam por se posicionar mais à direita, em determinadas ocasiões.

No Brasil esse dilema não é diferente. Em determinados assuntos o Estado toma medidas liberais (neoliberais), enquanto em outros adota posturas socialistas (intervencionista, distributivista). A política macroeconômica do país é um exemplo de posicionamento liberal. Já as políticas sociais assistencialistas podem ser vistas como interferências socialistas. Em suma, o Brasil é um Estado moderno que não pode ser enquadrado nos conceitos rigorosos da matriz teórica Liberal ou Socialista.” Por fim, acho que a pergunta ainda mais motivadora seria: e agora como fica o Marxismo no inicio do século XXI? Como também nossos colegas colocaram e a China que configuração de Marxismo é esse? São coisas que nem mesmo os mais modernos Marxistas pensaram acontecer.

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