Arsenico e Alfazema - Joseph Kesselring

December 9, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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ARSÊNICO E ALFAZEMA DE: Joseph Kesselring TRADUÇÃO: Anderson Franco e Carlos Eduardo Carneiro

PRIMEIRO ATO Final de tarde. Setembro. Época, 1941. Lugar: sala de estar da casa do velho Brewster, em Brooklyn, Nova York, tão vitoriana como as duas irmãs Abby e Martha Brewster, que moram na casa com seu sobrinho, Teddy. Na frente do palco, à direita, está a porta de entrada da casa: uma porta grande com painéis de vidro fosco na sua metade superior, através da qual, quando aberta, pode ser vista a varanda da frente e, o gramado e os arbustos do jardim. Dos dois lados da porta existem janelas estreitas com  pequenos painéis de vidro e cortinas. O resto da parede direita é tomado  pelo primeiro da escada queas leva ao andar de cima. fundo do palco, ao canto, temlance um patamar, onde escadas fazem curvaNo para continuar ao longo da parede do fundo da sala. No alto da escada, ao longo da parede do fundo, tem outro patamar com uma porta que leva aos quartos do segundo andar e um arco, à esquerda deste patamar, sugere escadas que levam ao terceiro andar. No palco, debaixo deste patamar, tem uma porta que leva ao porão. Vê-se, à esquerda esquer da desta porta, um nicho contendo contendo um aparad aparador or e em cima deste, de ambos os lados, dois pequenos armários, onde as irmãs guardam, entre outras coisas, garrafas de vinho de sabugueiro. À esquerda do nicho está a  porta que leva à cozinha. Na parede esquerda da sala, uma grande janela que dá para o cemitério da igre igreja ja episco episcopa pall vi vizi zinh nha, a, esta esta ja jane nela la tem tem as usua usuais is co cort rtin inas as de re rend ndaa e reposteiros pesados, abrem e fecham com um cordão pesado, embaixo da janela, uma grandeque arca. Quando sua tampa é levantada, as dobradiças rangem audivelmente.  Á esquerda do pé da escada, vê-se uma pequena escrivaninha onde fica um telefone; ao lado desta um banquinho. Ao longo da parede do fundo, à direita da porta do porão, há um sofá antiquado. No centro da sala, à esquerda, uma mesa redonda, com uma cadeirinha à direita da mesa. Atrás, à esquerda da mesa, uma cadeira de braços, grande e confortável. Nas   par pared edes es estã estão o os qu quad adro ross us usua uais is,, in incl clui uind ndo o di dive vers rsos os re retr trat atos os do doss excêntricos ancestrais Brewster.  Ao subir a cortina, Abby Brewster, uma velhinha rechonchuda de sessenta e muitos anos, está presidindo o chá. Ela está sentada à mesa em frente de um aparelho de chá de prata. À sua esquerda, na cadeira de braço, está o reverendo Harper, velho pároco da igreja vizinha. De pé, no centro, sorvendo 1

 

 p pen ensa sati tiva vame ment ntee um umaa xíca xícarra de ch chá, á, está está se seu u sobr sobriinho nho Tedd eddy, de sobr so brec ecas asac aca, a, co com m um pi pinc ncee-ne nezz atad atado o a um umaa fita fita pr pret eta. a. Te Tedd ddyy te tem m aproximadamente 40 anos e usa um grande bigode. ABBY: Sim, na verdade minha irmã Martha e eu falamos a semana inteira sobre sua palestra do último Sábado. É realmente maravilhoso, Sra. Harper, como a senhora conseguiu assimilar o espírito do Brooklin. HARPER: É muito bom ouvir isso, Srta. Br Brewster. ewster. ABBY:. Sempre achamos que o espírito de Brooklyn é a amizade, mas depois de sua última palestra tivemos a verdadeira noção de espírito. TEDDY: Eu, por mim, sempre gostei conversas espirituais. Eu já lhe contei sobre o que penso dos espíritos. ABBY: Não, querido, ainda não. Mudando de assunto. Os biscoitos estão bons? TEDDY: Senta no sofá. Fantásticos. ABBY: Aceita mais um biscoito, Sra. Harper? HARPER: Não, obrigada, tenho medo de perder a fome e não jantar. Sempre exagero nos biscoitos, só para saborear esta geléia deliciosa. ABBY: Mas a senhora ainda não experimentou a de marmelo. Nós sempre colocamos um pouco de maçã para tirar a acidez. HARPER: É tentador, mas agradeço. ABBY: Vamos mandar um pote para a senhora. HARPER: Não, não, guardem aqui, pois assim posso continuar comendo sempre seus biscoitos com ela. ABBY: Espero que não façam a gente usar esta farinha falsificada outra vez, isto é – com este problema de guerra. Pode ser falta de caridade minha, mas estou quase chegando à conclusão de que esse senhor Hitler não é cristão. HARPER: Com um suspiro. Se ao menos a Europa fosse noutro planeta! TEDDY: Bruscamente. A Europa, senhora? HARPER: Sim, Teddy. TEDDY: Aponte seu revólver para o outro lado. 2

 

HARPER: Revólver? ABBY: Tentando acalmá-lo. Teddy. TEDDY: Para o oriente! É lá que se encontra o perigo! É onde está o inimigo! O Japão! HARPER: Bem, sim, sim, certamente. ABBY: Teddy! TEDDY: Não, tia Abby! Menos conversa sobra a Europa e mais sobre o canal! ABBY: Bem, não vamos falar sobre a guerra. Quer mais uma xícara de chá, querido? TEDDY: Não, obrigado, tia Abby. ABBY: E a senhora, não aceita mais uma mesmo? HARPER: Não, obrigada. Devo dizer, Srta. Abby, que a guerra e a violência parecem estar muito longe daqui. ABBY:. É bastante calmo aqui, não é mesmo? HARPER: Sim, muito calmo. (como se tivesse tendo um pressentimento) As virtudes do passado – elas estão todas nesta casa. Posso realmente senti-las... ABBY:  Olhando em volta, com satisfação. É uma das casas mais antigas de Brookly Bro oklyn. n. Continu Continuaa exat exatame amente nte com comoo o vov vovôô Bre Brewst wster er cons constr truiu uiu e mob mobili iliou. ou. Exceto pela eletricidade, que usamos o menos possível. Foi Mortimer que nos convenceu a instalar. HARPER:  Começando a mostrar contrariedade. Eu entendo. Seu sobrinho Mortimer parece conhecer apenas a luz elétrica.

ABBY: O pobre menino tem que trabalhar até ttarde. arde. Parece-me que hoje vai levar  Elaine ao teatro, novamente. Teddy, seu irmão Mortimer vai chegar um pouco mais tarde. TEDDY: Sorrindo com os dentes a mostra. Ex-plo-si- vo! ABBY: Achamos tão bom que Mortimer esteja saindo com Elaine, principalmente para leva-la ao teatro.

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HARPER: Bem, é uma experiência nova para mim, esperar até as 3 horas da manhã que minha filha chegue em casa. ABBY: Oh, Sra. Harper, espero que a senhora não tenha nada contra o Mortimer. HARPER: Bem... ABBY: Se a senhora tivesse, nós nos sentiríamos tão culpadas – minha irmã Martha e eu, pois foi aqui em casa que sua filha conheceu Mortimer. HARPER: É claro, Srta. Abby, e acredite que considero Mortimer um rapaz de valor, mas não nego que tenho visto com certa apreensão a crescente intimidade entre ele e minha filha. Por uma razão, Sta. Abby. ABBY: O senhor está se referindo ao estômago dele, Sra. Harper? HARPER: Estômago? ABBY: Aquela dispepsia. Pobre menino, sofre tanto com ela. HARPER: Não Srta. Abby. Para ser franca com a senhorita, estou falando da infeliz relação de seu sobrinho com os fatos espirituais da vida. E apesar de escrever sobre o teatro, parece que ele não consegue assimilar a verdadeira relação espirtual que possui esse nobre trabalho. ABBY: O teatro! Ah, não, reverendo! Mortimer escreve para um jornal de Nova York. HARPER: Eu sei, Srta. Abby, eu sei. Mas um crítico está constantemente exposto ao teatro, o que deveria fazer com que ele se apegasse mais às conexões espirituais que ele possui. Mortimer diferente Sra. Harper. A sua ignorância em relação ao ABBY: assunto Mas é devido a suaégrande preocupação com o jornal e tudo mais, é apenas isso..

HARPER: Verdade? ABBY: Verdade. Ele escreve coisas terríveis sobre o teatro. Vivia feliz escrevendo sobre imóveis, que é o que conhece bem, e eles fizeram com que ele pegasse este este ho horr rrív ível el trab trabal alho ho notu noturn rno, o,da daíí o se seuu bl bloq oque ueio io em re rela laçã çãoo ao teat teatro ro.. Poderíamos chamar de contrariedade. HARPER: Ora, Ora.

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ABBY: Mas, ele ten entta se con conformar di dizzend ndoo que é o seu gan anha ha pão. Complacentemente – É, eu acho que podemos dar um tempo para que ele assimile essa espiritualidade inerente ao teatro, conforme a senhora diz. Uma batida na porta direita . Ora, quem será agora? Todos se levantam e Abby  vai até a porta. Teddy vai para a porta ao mesmo tempo, mas Abby faz com que ele pare. Não, obrigada, Teddy. Eu abro. Ela abre a porta e deixa entrar  dois guardas, os oficiais Brophy e Klein. Entre, Srta. Brophy. BROPHY: Alô, Srta. Abby. ABBY: Como vai, Srta. Klein? KLEIN: Bem obrigado, Srta. Brewster.  As policiais vão até Teddy que está em  pé junto à escrivaninha e fazem continência. Teddy devolve a saudação. TEDDY: Que notícias as senhoras trazem? BROPHY: Não temos nada a informar, Coronel. TEDDY: Esp Esplên lêndid dido. o. Obr Obriga igado, do, senhora senhoras, s, descans descansar. ar.   As As po poli lici ciai aiss ficam ficam à vontade e vão para frente do palco. Abby fecha a porta e vira-se para eles. ABBY: As senhoras conhecem a Sra.Harper? KLEIN: Certamente! Como vai Sra. Harper. BROPHY: Vira-se para Abby, tirando o quepe. Viemos buscar os brinquedos. ABBY: Ah, pois não. HARPER:  Em pé, na frente da mesa. É um trabalho esplêndido este das senhoritas – consertar brinquedos usados para proporcionar a crianças pobres um natal mais feliz. KLEIN: Assim pelo menos a gente tem alguma coisa para fazer na delegacia. A gente cansa de retocar a maquiagem e fazer as unhas, daí começamos a limpar  as armas, e a primeira coisa que acontece é dar um tiro no próprio pé. Klein  perambula até o fundo esquerdo em direção à arca.

ABBY:  Indo em direção à Teddy. Teddy, vá lá em cima e pegue aquela caixa grande no quarto de tia Martha.  Abby fala com Brophy . Como está sua mãe hoje? A Sra. Brophy tem estado bem doente, Sra. Harper. BROPHY: Para Harper . Pneumonia! HARPER: Sinto muito. 5

 

TEDDY:  Que  chegou ao 1º patamar, onde para e puxa de uma espada imaginária imagi nária gritando. gritando. Atacar! Investe escada acima e sai pelo balcão. Os outros não prestam atenção. BROPHY: Oh! Ela agora está melhor. Ainda um pouco fraca. ABBY:  Indo em direção à cozinha. Vou buscar um caldinho de carne para você levar para ela. BROPHY: Não se incomode, Srta. Abby. A senhora já fez tanto por ela. ABBY: Na porta da cozinha. Fizemos o caldinho esta manhã. Minha irmã Martha acaba de levar um pouco para o pobre Sr. Benitzki. Eu volto já. Estejam à vontade. Ela entra para a cozinha. Harper se senta . BROPHY:  Vai para a mesa e se dirige aos outros dois . Ela não precisava se incomodar. KLEIN: Não adianta tentar impedir que sejam generosas. Ele senta na arca. HARPER: Quando vim morar no Brooklyn, e me mudei para aqui ao lado, meu marido já não se encontrava bem. Quando ele morreu, marido morreu, foram as irmã irmãss Brewst Brewsters ers quem qu em me aj ajud udar aram am,, po pode deri riaa at atéé mesm mesmoo di dize zerr qu quee fora foram m el elas, as,com com su suaa al alta ta es espi piri ritu tual alid idad adee qu quee fifize zera ram m co com m qu quee eu desco descobr bris isse se mi minha nha veia veia lite literá rári riaa e paranormal. Neste Nes te mom moment ento o Teddy Teddy apa aparec recee no balcão balcão tocando tocando uma corneta corneta.. Tod Todos os olham. BROPHY: Virando-se em direção ao fundo do palco e  advertindo. Coronel, o senhor prometeu não fazer isso! TEDDY: Mas eu tenho que convocar o Ministério para conseguir a liberação destes suprimentos. Vira-se e sai. BROPHY: Ele co cost stum umav avaa toc ocar ar no meio meio da noit noite. e. Os viz vizin inho hoss fic icav avam am enlouquecidos. Eles no fundo tem um pouco de medo dele.

HARPER: Ora, é um rrapaz apaz inofensivo. KLEIN: Ele pensa que é o presidente Teddy Roosevelt. Poderia ser coisa pior. BROPHY: É uma pena... Uma família tão boa com um biruta desses. KLEIN: Bem, o pai dele – o irmão da Srta. Abby– era uma espécie de gênio – não era? E o pai delas – o avô de Teddy – parece que era um pouco maluco também. BROPHY: O que ele era é muito vivo. Ganhou um milhão de dólares. 6

 

HARPER: Verdade? Aqui no Brooklyn? BROPHY: É. Patente de remédios. Ele era uma espécie de charlatão. O velho sargento Edwards lembra dele. Essa casa virou uma clínica. Usava as pessoas como cobaias. KLEIN: Auh! Ouvi dizer que cometia uns “errinhos” de vez em quando. BROPHY: O departamento nunca interferiu porque ele às vezes ajudava nas autópsias. Principalmente nos casos de envenenamento. KLEIN: Bem, seja lá o que ele tenha feito, deixou as filhas bem de vida. Graças a Deus! BROPHY: Não que elas gastem esse dinheiro com elas mesmas. HARPER: Estou bem a par da caridade que fazem. KLEIN: A senhora não sabe nem a metade da história. Quando eu servia no Depart Dep artame amento nto de Pes Pessoas soas Des Desapa aparec recida idas, s, est estava ava pro procur curando ando um vel velho ho que nunca foi encontrado. Levanta-se. Você sabe que esta casa consta da lista de uma locadora de imóveis na lista de quartos para alugar? Elas não alugam quartos mas aposto que qualquer um que venha aqui à procura de um, vai embora com uma boa refeição na barriga e provavelmente alguns dólares no bolso. BROPHY: É a maneira que elas tem de desencavar pessoas para ajudar.  A porta da entrada abre e Martha Brewster entra. Ela também é uma doce velhinha com charme vitoriano. Está vestida da mesma maneira antiquada de Abby mas com uma gola alta de renda. Os homens se erguem. MARTHA: Na porta. Ah! Mas não é ótimo? Fecha a porta. BROPHY: Indo em direção à Martha. Boa Tarde, Srta. Brewster. MARTHA: Como vai Srta. Brophy? Sra. Harper... Srta. Klein... KLEIN: Como vai, Srta. Brewster? Nós viemos pegar os brinquedos do Natal. MARTHA: Ah, sim! O Exército e a marinha de Teddy. São brinquedos quebrados. Já os embrulhei. Ela vira para a escada e Brophy interrompe-a. BROPHY: O Coronel foi lá em cima buscá-los. Parece que o Ministério tem que aprovar. MARTHA: Sim, é claro. Espero que sua mãe esteja melhor. 7

 

BROPHY: Ela vai indo bem. Sua irmã foi buscar uma sopa para ela. MARTHA:  Passando em frente a Brophy para o centro. É, nós fizemos o caldo hoje de manhã. Acabo de levar um pouco para o pobre homem que se quebrou todo. ABBY:  Vindo da cozinha carregando uma vasilha tampada . Ah! Você voltou, Martha? Como está o Sr. Benitzki? MARTHA: Bem, querida, tenho medo que seja sério. O médico foi lá e vai ter que amputar amanhã. ABBY: Esperançosa. Será que nós podemos assistir? MARTHA: Desapontada. Não. Eu pedi, mas ele disse que era contra as regras do hospital. Martha vai para o aparador onde coloca a vasilha. Deixa a capa e o chapéu na mesinha da esquerda alta. Teddy aparece no balcão com uma gran grande de caix caixaa de pape papelã lão o e de desc scee a es esca cada da colo coloca cand ndoo-aa no ba banc nco o da escr es criv ivan anin inha ha.. Kl Klei ein n se di diri rige ge par paraa a ca caix ixaa de br brin inqu qued edos os.. Ha Harp rper er fa fala la enquanto isso. HARPER: As senhoras não ajudariam ajudariam muito, e além do mais precisam se poupar  um pouco. ABBY:  Para Brophy . Aqui está o caldo, Srta. Brophy. Fique certo de que está gostoso e quentinho. KLEIN:  Vai para a porta da entrada com a caixa, abre a porta , Brophy vai  atrás. Já vamos Sra., e muito obrigado. há de que. ABBY: Os policiais param na porta, fazem continência para Teddy eNão saem. Abby atravessa o palco e fecha a porta enquanto fala. Teddy  começa a subir a escada. Adeus.

HARPER: Vai para o sofá e pega o chapéu . Também preciso ir para casa. ABBY: Antes que a senhora vá,... TEDDY:  Que chegou ao 1º patamar . Atacar!  Arremete para cima. No alto,   par para, a, e co com m um ge gest sto o so sobr bree o co corrrimã rimão, o, co conv nvid idaa to todo doss a  o seg seguir uirem em enquanto enquan to fala. Atacar a fortaleza! Corre porta adentro, fechando-a depois de  passar. HARPER: Fortaleza? 8

 

MARTHA: As escadas são sempre a colina de San Juan. HARPER: As se senh nhor oras as já ten tenta tarram pers persua uadi di-l -loo Roosevelt?

de qu quee el elee nã nãoo é Te Tedd ddyy

ABBY: Ah, não! MARTHA: Ele fica tão feliz sendo Teddy Roosevelt. ABBY: Uma vez, há muito tempo... Vai em direção a Martha... lembra, Martha? Nós pensamos que se ele se tornasse George Washington, poderia ser bom para ele. MARTHA: Mas ele ficou debaixo da cama vários dias sem querer ser ninguém. ABBY: E a não ser ninguém, preferimos que ele seja Teddy Roosevelt mesmo. HARPER: Bem, se ele fica feliz com isso – e o que é mais importante – se as senhoras estão felizes... Tira um papel azul do bolso . Façam com que ele assine estes papéis. MARTHA: O que é isto? ABBY: A Sra. Harper tomou todas as providências para que Teddy vá para o sanatório Lar Feliz quando nós passarmos desta para melhor. MARTHA: Mas porque Teddy tem que assinar algum papel agora? HARPER: É melhor deixar tudo arranjado. Se Deus resolver levá-las de uma hora para outra, para a outra dimensão, talvez não possamos convencer Teddy a concordar, concord ar, e isto nos traria traria complicaçõe complicaçõess legais legais.. A Sra. Wither Witherspoon spoon sabe que os papéis vão ficar guardados até que seja preciso usá-los. MARTHA: Sra. Witherspoon? Quem é ela?

HARPER: É a superintendente do Lar Feliz. ABBY:  Para Martha. A Sra. Harper Harper combinou combinou com ela par paraa vir aqui am amanhã anhã ou depois, e conhecer Teddy. HARPER:  Indo até a porta da entrada e abrindo- a . Acho melhor ir andando antes que Elaine venha me buscar. ABBY: Vai até a porta e grita para ele. Lembranças a Elaine – e Sra. Harper, por  favo favor, r, nã nãoo se seja ja tã tãoo se seve vera ra co com m Mo Mort rtim imer er só po porq rque ue el elee nã nãoo en enco cont ntro rouu a espiritualidade do teatro. Fecha a porta e volta à sala . 9

 

MARTHA:  Indo até o aparador e colocando os formulários em cima dele. Nota o aparelho de chá na mesa. Vocês tomaram chá agora? Não é meio tarde? ABBY: Como alguém que sabe um segredo. É sim. E o jantar vai ser tarde também. Teddy chega no balcão e desce para o primeiro patamar. MARTHA: Dirigindo-se a Abby . É? Por quê? ABBY: Teddy! Teddy para no patamar . Boas notícias para você. Você vai para o Panamá cavar outra comporta para o canal. TEDDY: Ex-plo-si-vo! Isto é fantástico! Simplesmente fantástico!. Vou me preparar  imediatamente para a viagem. Vira-se para subir, para, como se tivesse ficado intrigado, volta correndo ao patamar e berra: Atacar! Sobe correndo e sai. MARTHA: Eufórica. Enquanto eu estava fora, Abby? ABBY:  Pegando a mão de Martha. Isso mesmo, queri querida. da. Não pude esperar por  você. Não sabia a que horas você v ocê ia voltar e a Sra. Harper estava para chegar. MARTHA: Mas, sozinha? ABBY: Ah, mas eu me saí muito bem. MARTHA: Vou correndo correndo lláá embai embaixo xo para ve ver. r. Ela se dirige, feliz, para a porta do porão. ABBY: Ah, não, não houve tempo, e eu estava inteiramente sozinha. MARTHA: Olha pela sala em direção à cozinha . Bem... ABBY:  Recatadamente. Martha – olhe na arca. Martha quase dá um salto para a arca, e no momento em que chega lá ouve-se uma batida na porta da entrada. Ela para. Ambas olham em direção à porta. Abby corre para a porta e abre. Elaine Harper entra. É moça atraente de seus vinte anos, parecendo surpreendentemente elegante para uma filha de pastor. Oh, é Elaine. Abre mais a porta. Entre, querida. ELAINE:  Vai para o centro. Abby fecha a porta e vai para o  centro. Boa tarde, D. Abby. Boa tarde, D. Martha. Pensei que mamãe estivesse aqui.   Indo em direção à esquerda da mesa. Ela acabou de sair. Você não MARTHA: se encontrou com ela aí fora? 10

 

ELAINE:  Apontando Apontando a janela da parede esquerda. Não, eu cortei caminho pelo cemitério. Mortimer não chegou ainda? MARTHA: Ainda não. ELAINE: Ele me pediu para encontrá-lo aqui. Posso esperar por ele? MARTHA: Claro que pode. ABBY: Porque você não se senta, querida? ELAINE: Sabem, estou achando maravilhoso ir ao teatro quase toda noite. MARTHA: Nós também achamos. É bom saber que se Mortimer é obrigado a ver  essas peças que ele tem que ver, ao menos está sentado ao lado da filha de uma mulher que dá valor às coisas do espírito. Martha vai para trás da mesa. Abby também e começa a tirar o chá. Elaine e Martha ajudam. ABBY: Meu Deus, Elaine! O que você deve pensar de nós por não termos tirado a mesa até esta hora! Pega na bandeja e vai para a cozinha. Martha sopra uma vela, leva para o aparador e Elaine faz o mesmo com a outra vela. MARTHA:  Para Abby enquanto ela sai . Não se incomode com a cozinha. Paraa Ela Elaine ine. Mo Quan Qu ando do Mort Mortim imer er ch cheg egar ar eu lh lhee aj ajud udo. o. Par Mort rtim imer er de deve ve es esta tar  r  chegando. ELAINE: É. Mamãe vai ficar surpresa por não me encontrar em casa. É melhor eu dar um pulo até lá e dizer boa noite a ela. Vai até a porta da entrada . MARTHA: Pena vocês terem se desencontrado. ELAINE:  Abrindo Abrindo a porta. Quando Mortimer chegar, digam a ele que volto logo.  Abre a porta e vê Morti Mortimer mer do lado de fora. Alô, Mortimer. Mortimer Brewster  entra. Ele é um crítico de teatro. MORTIMER: Alô Alô,, Elaine Elaine.. Qu Quan ando do pa pass ssaa po porr el elaa em di dire reçã ção o à Ma Mart rtha ha,, colocando-se, assim, entre Elaine e Martha, estica o braço para trás e acaricia o traseiro de Elaine e então abraça Martha. Alô, tia Martha. MARTHA: Falando enquanto sai para a cozinha. Abby, Mortimer chegou. Elaine fecha a porta vagarosamente. 11

 

MORTIMER: Voltando-se para a direita. Você estava indo a algum lugar? ELAINE: Ia dizer a mamãe que não me esperasse. MORTIMER: Eu não sabia que isto ainda se usava, nem mesmo no Brooklyn. Joga seu chapéu no sofá. ABBY:  Vem da cozinha. Martha para no umbral da porta, à   direi direita. ta. Em direção a Mortimer, no centro. Olá Mortimer. MORTIMER: Abraça   Abraça e beija Abby . Olá, tia Abby. ABBY: Como vai, querido? MORTIMER: Muito bem. E você também parece bem. Vocês não mudaram muito desde ontem. ABBY: Ah Ah,, Me Meuu Deus, Deus, foi onte ontem, m, nã nãoo fo foi? i? Nó Nóss temo temoss vist vistoo voc vocêê ba bast stant ante, e, ultimamente. Ela atravessa o palco e começa a sentar na cadeira atrás da mesa. Vamos, sentem-se, sentem-se. MARTHA: Impedindo-a de sentar . Abby, nós não temos uma coisa para fazer na cozinha? ABBY: Hein? MARTHA: Você sabe... A louça do chá... ABBY:  Olhando subitamente Mortimer e Elaine e entendendo . Ah! É isto mesmo... A louça do chá... recua em direção à cozinha . Bem, fiquem à vontade. Fiquem... MARTHA: ... à vontade...

Elas saem pela porta da cozinha e Abby fecha a porta . ELAINE:   Aproximando-se de Mortimer, pronta para ser beijada. Você não entende uma indireta? MORTIMER:  Reclamando. Não... Foi um tanto quanto óbvio. Pouco original, eu diria. ELAINE:  Ligeiramente aborrecida enquanto vai para a mesa e  coloca sua bolsa sobre ela. É. É exatamente o que você diria.

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MORTIMER:  Ele está na escrivaninha, tirando vários papéizinhos do bolso e separando notas de dinheiro  misturadas com os papéis. Onde você quer ir   jantar? ELAINE:  Abrindo a bolsa e se olhando num espelhinho de mão . Onde você quiser. Não estou com muita fome. MORTIMER: Acabei de tomar o café da manhã. E se a gente esperasse até depois do espetáculo? ELAINE: Vai ficar um pouco tarde, não acha? MORTIMER: Não com a droga de peça que iremos ver esta noite. Se o que ouvi sobre ela estiver certo, estaremos no Blake’s às dez horas. ELAINE: Indo para o centro alto. Você deveria ser mais condescendente com as peças que vê. MORTIMER: Elas também deveriam ser mais condescendentes comigo. ELAINE: Nunca o tinha ouvido falar dessa forma de um musical. MORTIMER: A peça que veremos hoje não é um musical. ELAINE: Desapontada. Ah, não? MORTIMER: Querida já era tempo de você entender da temporada de teatro. Em se trat tratan ando do de musi musica cais is há se semp mpre re o an anún únci cioo de qu quat atro ro es estr tréi éias as,, e três três cancelamentos cancel amentos.. É verdade que todos gostam de musica musicais is em New Haven, mas é muito trabalhoso. ELAINE: Eu havia pensado que veríamos um musical esta noite! MORTIMER: É que, como todas as garotas ingênuas, você adora musicais. ELAINE: Não sou tão ingênua assim. O fato é que os musicais, de certa forma, despertam bons sentimentos nas pessoas. Ele lhe dirige o olhar. Pois veja nosso caso: depois de assistirmos uma peça séria, um drama, nos juntamos às pessoas para pegar o metrô e eu fico ouvindo você dissertar sobre o que viu. Depois de um musical você me leva para casa de táxi e ainda me faz alguns elogios. MORTIMER:  Indo até o centro baixo. Ei, espere um minuto querida, estou me esquecendo da minha credencial de jornalista. ELAINE: Bem, devo admitir que depois do drama de Behrman você me disse que eu tinha um tipo de beleza especial - e isto é o tipo de coisa que mexe com uma garota. Mas você nunca me havia dito isso, o que só aconteceu porque antes 13

 

havíamos visto um musica havíamos musica,, depois do qual você disse que eu tinha belas pernas. O que é a pura verdade!!

MORTIMER:  Olha para as pernas dela depois vai até ela e beija-a . Para uma filha de uma escritora espiritualista, você está sabendo muita coisa sobre a vida carnal. ELAINE:, preciso avisar mamãe para não ficar me esperando até tarde. MORTIMER: Quase para si mesmo. Eu nunca fui capaz de me explicar bem isso. ELAINE: Isso o quê? MORTIMER: O fato de estar apaixonado por uma moça do Brooklyn. ELAINE: Apaixonado? Você não está entregando os pontos está? MORTIMER:  Ignorando o aparte. A minha única maneira de recuperar a autoestima é manter você em Nova York. ELAINE: Dando uns poucos passos em direção a ele . Você disse “manter”? MORTIMER: Não, não. Cheguei à conclusão que você está se reservando para depois de legalizar a situação. ELAINE:  Indo em direção a ele enquanto ele recua . Eu posso me dar ao luxo de ser uma moça direita por alguns anos ainda. MORTIMER:  Para e a abraça. E eu não posso esperar tanto. Onde é que podemos casar depressa? Vamos dizer – hoje à noite? Ela sorri para ele com amor e anda em sua direção. Ele a encontra na metade do caminho e se perdem um momento num abraço sentimental e um beijo. QuandoPode param, ele eu se faça afasta indo para perto da escrivaninha. ser que umadela boa rapidamente, crítica sobre essa peça hoje. ELAINE: Ora, meu bem, não finja que você me ama tanto assim... MORTIMER:  Olha para ela com contida luxúria e vai em direção  a ela. Não se esqueça de dizer a sua mãe para que não a espere esta noite. ELAINE:  Consciente que não pode confiar neles próprios e  recuando para o fundo. Pois acho que esta noite é que vou pedir que ela me espere. MORTIMER: Seguindo-a. Vou telefonar para o Winchell, o cronista social, e pedir  que publique os proclamas. ELAINE: Querido! Vou conversar com mamãe e marcaremos a data! 14

 

TEDDY:  Vem do balcão e desce a escada vestindo roupas tropicais e um chapéu de explorador. No pé da escada vê  Mortimer. Vai até ele e   aperta suas mãos. Olá Mortimer. MORTIMER: Gravemente. Como vai, senhor Presidente? TEDDY: Fantástico! Fantástico! Que notícias você me traz? MORTIMER: Somente a de que o país o está apoiando totalmente , senhor  Presidente. TEDDY: Sorridente. Sim, eu sei. Não é maravilhoso?  Apertaa novam  Apert novamente ente as mãos mãos de Mo Mortime rtimer  r . Bem, adeus. Vai a Elaine e  aperta as mãos dela. Adeus. Vai para a porta do porão. ELAINE: Onde é que você está indo, Teddy? TEDDY: Ao Pan Panamá amá.. Sai pela porta do porão, batendo-a, e Elaine olha interrogativamente para Mortimer. MORTIMER: Panamá é o porão. Ele cava comportas para o canal lá em baixo. ELAINE:  Pegando no braço de Mortimer e caminhando com ele   pela frente esquerda, esquer da, para direi direita ta da mesa. Você é tão carinhoso com ele. Ele gosta muito de você. MORTIMER: Bem, Teddy sempre foi o meu irmão favorito. ELAINE: Parando e olhando para ele. Favorito? Tem algum outro? MORTIMER: Há outro irmão – o Jonathan. ELAINE: Nunca ouvi falar nele. Suas tias nunca o mencionaram. MORTIMER: Não gostamos de falar em Jonathan. Ele foi embora do Brooklyn muito cedo, a pedidos. Jonathan era o tipo de garoto que gostava de partir  minhocas – com os dentes. ELAINE: O que é que aconteceu com ele? MORTIMER: Não sei. Queria ser cirurgião, como vovô, mas não queria passar  antes pela Faculdade de Medicina. E isso lhe criou alguns problemas. ABBY:  Vindo da cozinha e cruzando para a frente da mesa . Vocês não vão chegar atrasados no teatro? 15

 

MORTIMER: Com o braço em volta do pescoço de Elaine, olha o  relógio. Nós não vamos jantar. Só temos que sair daqui a meia hora. ABBY: Recuando à esquerda alta. Bem, então vou deixar vocês dois sozinhos outra vez. incomode, de, que querid rida. a. Cr ELAINE: Não se incomo Cruz uzan ando do para para di dire reit itaa em fren frente te de Mortimer. Vou dar uma fugida para falar com mamãe. Para Mortimer . Antes que eu saia com você, ela gosta de me fazer algumas previsões. Corre para a porta da entrada , abre-a, conservando a mão esquerda na  maçaneta de fora. Volto  já – vou cortar caminho pelo cemitério.

ABBY:  Feliz, enquanto vai para o centro . Mortimer, Elaine é mesmo uma boa moça. Martha e eu acreditamos que ela será uma boa influência para você. MORTIMER: Ri, anda para esquerda e aí vira para Abby . Por falar nisso, eu vou casar com ela. ABBY: O quê? Ah, querido! Ela corre e o abraça e então dispara em direção à  porta da cozinha enquanto Mortimer vai para a janela esquerda e olha para fora. Martha! Martha! Martha vem da cozinha. Venha cá! Tenho notícias ótimas para você! Mortimer e Elaine vão se casar! MARTHA: Casar! Oh, Mortimer! Ela corre para a direita de Mortimer que olha  para fora da janela, abraça-o e beija- o ABBY: Vai para esquerda dele. Ele abraça as duas . Nós esperávamos que isso acontecesse. Elaine deve ser a moça mais feliz do mundo. MORTIMER: Puxa a cortina para trás e olha pela janela. Feliz? Olha só para ela pulando túmulos. Olhando para fora, ele nota  subitamente alguma coisa . O aqueles que é aquilo?

MARTHA:  Olhando para fora à direita dele e Abby à sua esquerda. O que é querido? MORTIMER: Olha aquela estátua lá. Aquilo é uma Horundinida Carnina. MARTHA: Não, querido. Aquilo é a Ema B. Stout subindo aos céus. MORTIMER: Não, não, parado na orelha esquerda dela. Aquele passarinho – é uma andorinha de papo vermelho. Eu só vi um desses, em toda a minha vida. ABBY:  Cruza atrás da mesa e puxa a cadeir cadeiraa para a direita direita da   mesa. Não sei como você pode pensar em passarinhos, com Elaine, o noivado e tudo mais. 16

 

  MORTIMER: É uma espécie em extinção. Ele se vira da janela . Thoreau gostava muito deles.   Ao mesmo tempo, vai para a escrivaninha para  olhar   várias gavetas e papéis. Por falar nisso, deixei um envelope grande aqui a semana passada. Era um dos capítulos do meu livro sobre Thoreau. Vocês o viram?

MARTHA:  Puxando a cadeira de braços para a mesa . Bem, se você deixou aqui, deve estar em algum lugar. ABBY:  Indo para a esquerda de Mortimer . Quando é que vocês vão casar? Quais os seus planos? Deve ter alguma coisa a mais a que você possa nos contar  sobre Elaine! MORTIMER: Elaine? Oh, sim, Elaine achou que era brilhante! Ele vai para o aparador e olha nos armários e nas gavetas. MARTHA: O que, querido? MORTIMER: Meu capítulo sobre Thoreau. Ele tira uma pilha de papel da gaveta direita, leva-a para a mesa, folheia as páginas. ABBY: No centro. Quando Elaine voltar, temos que celebrar. Precisamos beber à felicidade de vocês. Martha, não sobrou um pouco daquele bolo? Nas últimas falas, Martha pegou a vasilha do aparador, sua capa, chapéu e luva da mesa do canto. Fundo à esquerda. MARTHA: Indo para a frente direita. Sobrou, sim! ABBY: Vou abrir uma garrafa de vinho. MARTHA: Enquanto sai para cozinha. E dizer que tudo aconteceu nesta sala.   Acabou de olhar os papéis e olhando em volta. Onde é que eu MORTIMER: posso ter posto?

ABBY: Bom, com a sua noiva sentada a seu lado, essa noite, espero que ao menos dessa peça, você goste. Pode ser que seja algo romântico. Qual o nome dela? MORTIMER: “O assassinato será descoberto”. ABBY: Deus me livre! Ela entra na cozinha enquanto Mortimer continua falando. MORTIMER: Quando a cortina levanta, a primeira coisa que se vê é um cadáver. Ele levanta a tampa da arca e vê um – não acreditando, larga a tampa e se desloca para a frente. Tem então um “sobressalto”, tomando consciência do 17

 

fato, e aí volta, escancara a tampa da arca e olha fixo para dentro. Ele fica meio louco por um momento, recua e então ouve Abby cantarolando antes de entrar na sala. Ele larga a tampa da arca e segura-a fechada – olhando em volta – disfarçando. Abby entra na sala carregando o forro da mesa e uma toalha que ela coloca na cadeira de braços e então pega a pilha pilha de papéi papéiss e torna a colocá-la na gaveta do aparador. Mortimer fala com voz meio   tensa. Tia Abby. ABBY: Do aparador . O que é, querido? MORTIMER: Vocês estão pensando em mandar Teddy para aquele... sanatório Lar Feliz? ABBY: Trazendo os formulários do aparador para Mortimer . Estamos, querido. Já está tudo acertado. O reverendo Harper veio hoje aqui e trouxe os papéis para Teddy assinar. Aqui estão. MORTIMER: Pega os papéis. É preciso que ele assine, imediatamente! ABBY:  Arrumando o forro da mesa enquanto Martha entra da cozinha com talher e pratos numa bandeja. Ela coloca a bandeja no aparador e vai para a direita da mesa. É o que nos disse a Sra. Harper. Assim, não vai haver nenhuma dificuldade legal, quando nós formos desta para melhor. MORTIMER: Ele tem que assinar agora mesmo. Ele está lá embaixo no porão. Chame-o aqui imediatamente. MARTHA:  Desdobrando a toalha. Ela está à direita da mesa . Não tem tanta pressa assim. ABBY: Não. Quando Teddy começa a trabalhar no canal não se pode desviar sua atenção. MORTIMER: Teddy tem que ir para o Lar Feliz agora! – Hoje á noite. MARTHA: Oh, não, querido. Vai ser quando não estivermos mais aqui. MORTIMER: Imediatamente! Eu estou dizendo, imediatamente! ABBY: Virando-se para Mortimer  . Mortimer, como é que você pode dizer uma coisa dessas? Enquanto nós vivermos, nunca haveremos de nos separar de Teddy. MORTIMER:  Tentando ficar calmo. Escutem, queridas, eu lamento muito, mas tenho uma notícia horrível para vocês!  As tias param de trabalhar e  olham para ele com algum interesse. Nós temos que tentar conservar a nossa cabeça fria.

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Sempree fo Sempr fomo moss in indu dulg lgen ente tess com Te Tedd ddyy porq porque ue pensá pensávam vamos os qu quee el elee fosse fosse inofensivo.

MARTHA: Mas ele é inofensivo! MORTIMER: Ele era inofensivo! É por isso que ele tem que ir para o Lar Feliz. Tem que ser internado. ABBY:  Em direção a Mortimer . Mortimer, porque, de repente, você está contra Teddy? Seu próprio irmão! MORTIMER: Vocês têm que saber de uma coisa. E é melhor que saibam logo. Teddy matou um homem! MARTHA: Bobagem, querido! MORTIMER: Levanta-se e aponta para a arca. Tem um cadáver na arca. ABBY: Tem sim. Nós sabemos! MORTIMER:  Te Tem m um “so “sobr bres essa salt lto” o”,, enqu enquan anto to Ab Abby by e Ma Mart rtha ha  vo volt ltam am a arrumar a mesa. Vocês sabem? MARTHA: Sabemos sim. sim. Mas não tem nada a ver com o Teddy. Pega a bandeja do aparador e arruma a mesa com três lugares. MORTIMER: Mas quem é ele? ABBY: O nome é Hoskins. Adam Hoskins. É tudo o que eu sei sobre ele, exceto que é um metodista. MORTIMER: É tudo o que você sabe sobre ele? E o que ele está fazendo aqui? O que aconteceu com ele? MARTHA: Ele morreu!

MORTIMER: Tia Martha. Homens não entram em arcas e morrem... ABBY: Menino tolo. Não, ele morreu primeiro! p rimeiro! MORTIMER: Mas como? ABBY: Oh, Mortimer, não pergunte tanto! O “cavalheiro” morreu porque tomou vinho envenenado. MORTIMER: E como é que o veneno foi parar no vinho?

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MARTHA: Bem, nós pusemos no vinho porque se nota menos. No chá, fica com cheiro muito forte. MORTIMER: Vocês puseram veneno no vinho? ABBY: É. E eu coloquei o Sr. Hoskins na arca porque a Sra. Harper estava chegando. MORTIMER: Então vocês sabiam o que estavam fazendo! Vocês não queriam que a Sra. Harper visse o corpo! ABBY: Não! Não durante o lanche. Não seria muito agradável... Agora, Mortimer, que você sabe tudo, esquece... Acho que Martha e eu temos direito aos nossos segredinhos. Ela vai ao aparador pegar dois cálices do armário da esquerda enquanto Martha vai do aparador para a mesa com um saleiro. MARTHA: E não conte nada a Elaine. Elaine. Ela pega o terceiro cálice do aparador e vira para Abby, que está levando a bandeja do  aparador . Ah, Abby, quando eu saí, encontrei a Sra. Schultz. Ela está bem melhor e gostaria que levássemos o Júnior ao cinema de novo. ABBY: Bem. Temos que levá-lo amanhã ou depois. MARTHA: Só que desta vez, ele vai onde nós quisermos. Ela vai para a cozinha e Abby a segue. O Júnior não vai me arrastar de novo para uma dessas fitas de pavor. MORTIMER: O que é que vamos fazer? O que é que vamos fazer? MARTHA: À  À direita da mesa. Fazer o que, querido? MORTIMER: Apontando  Apontando a arca. Tem um cadáver lá. ABBY: No fundo, à esquerda de Mortimer . Tem sim! É o Sr. Hoskins. MORTIMER: Deus do céu! Eu não posso entregá-las a polícia! Mas o que é que eu faço? MARTHA: A primeira coisa é não ficar tão excitado! ABBY: Por favor, pare de se preocupar. Nós dissemos que é para você esquecer  o que viu. MORTIMER: Esquecer! Não dá para entender que temos que fazer alguma coisa? ABBY:  Meio cortante. Comporte-se, Mortimer. Você já é suficientemente velho para perder as estribeiras dessa maneira. 20

 

MORTIMER: Mas o Sr. Hotchkiss ABBY:  Indo para o aparador, pára e vira-se para Mortimer . Hoskins Hoskins,, querid querido. o. Continua o seu caminho para o aparador e pega guardanapos e argolas da gaveta esquerda. Martha coloca sua bandeja com xícaras, pratos, etc. na mesa. Mortimer continua falando enquanto isto. MORTIMER: Seja lá qual for o nome dele. Vocês não podem deixá-lo aqui. MARTHA: Não temos esta intenção, querido. Em direção à esquerda da   mesa com guardanapos guardanapos e argol argolas as. Neste momento, Teddy está lá embaixo no porão cavando a comporta. MORTIMER: Vocês vão enterrar o Sr. Hotchkiss no porão? MARTHA: Indo em direção a Mortimer . Vamos sim, querido. Como fizemos com os outros.   Afastando-se . Não, vocês não podem enterrar o Sr... MORTIMER: Afastando-se direita Duplo sobressalto. Vira-se para para aelas . “Outros”?

ABBY: Os outros cavalheiros. MORTIMER: Qu Quan ando do vo você cê di dizz outr outros os,, quer quer di dize zerr ou outr tros os?? Ma Mais is de UM UM?? – OUTROS? MARTHA: Is Para ra Ab Abby by,, à Isso so me mesm smo. o. De Deix ixee-me me ve ver, r, co com m es este te,, faz faz onz onze. e. Pa esquerda superior da mesa. Não é, Abby? ABBY: Não querida, com este completamos doze. MARTHA: Acho que você está enganada, Abby. Com este completamos onze. ABBY: Não, querida, me lembro que quando o Sr. Hoskins chegou, eu pensei: com ele completamos uma dúzia certinha. MARTHA: Bem, você não deveria contar o primeiro. ABBY: Eu estava contando o primeiro – com ele dá doze. O telefone toca Mortimer, aturdido, vira para o telefone e sem atendê-lo fala MORTIMER: Alô! Volta e si e atende . Alô, Alô Al. Meu Deus, é bom ouvir sua voz. ABBY:  Na mesa, ainda resiste à contagem de doze . De qualquer modo, eles estão todos no porão e... 21

 

MORTIMER:  Para as tias. Shhhhhhh... No telefone, enquanto as tias vão ao aparador e colocam os candelabros da prateleira   de cima para a de   baixo. Não, Al, eu estou completamente sóbrio... Só lhe telefonei porque estou me sentind sent indoo um pouco - você não entende entenderia ria.. Olha, eu estou cont content entee que voc vocêê tenha telefonado. Entre em contato com George imediatamente. Ele tem que fazer  a crítica da peça hoje à noite. Não vou poder ir. Não Al, você está enganado, lhe conto tudo amanhã. Bem, George tem de assistir à peça hoje. Este é o meu Desliga ga e senta-  departamento e sou eu quem manda nele. Encontre o George! Desli se por um momento, tentando   recompor-se. Bom, onde é que nós estávamos? Ele pula do banquinho, de repente. Doze!? MARTHA: É, Abby pensa que nós temos que contar o primeiro e assim dá doze. Vai para o aparador . MORTIMER:  Pega a cadeira à direita da mesa e coloca-a de frente para a direita do palco. Leva Martha pela mão até   a cadeira, e faz com que ela   se sente. Muito bem, quem foi o primeiro? ABBY: Indo de trás da mesa para Mortimer . O Sr. Midgely. Ele era um batista. MARTHA: Eu ainda acho que não podemos incluí-lo porque ele só morreu. ABBY: Martha quer dizer que morreu sem a nossa colaboração. O Sr. Midgely veio aqui procurando um quarto... MARTHA: Foi logo depois que você mudou para Nova York... ABBY: E achamos que não tinha sentido desperdiçar um quarto tão lindo, quando havia tantas pessoas precisando dele... MARTHA: Ele era um velhinho tão sozinho... ABBY: To Todo doss os am amig igos os e pa pare rent ntes es de dele le tinh tinham am morr morrid idoo e el elee fico ficouu tão tão desamparado e infeliz... MARTHA: Sentimos muita pena dele. ABBY: E então, quando ele teve um ataque do coração e ficou sentad sentadinho inho nessa cadeira – apontando a cadeira de braço – parecendo tão em paz, lembra Mart Ma rtha ha,, de deci cidi dimo mos, s, al alii me mesm smo, o, na naqu quel elee mo mome ment nto, o, qu quee se pu pudé déss ssem emos os,, ajud ajudar aría íamo moss ou outr tros os ve velh lhin inho hoss so solilitá tári rios os a en enco cont ntra rarr a me mesm smaa pa pazz – nó nóss ajudaríamos! MORTIMER: Todo ouvidos. Ele caiu morto nesta cadeira! Que horror para vocês!

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MARTHA: Não, querido. Foi como nos velhos tempos. Seu avô sempre tinha um cadáver ou dois pela casa. Teddy estava cavando no Panamá e pensou que o Sr. Midgely era uma vítima de Febre Amarela. ABBY: E isto significava que ele tinha que ser enterrado imediatamente. MARTHA: Então nós três o carregamos para o Panamá e o colocamos na comporta. Levant Levantaa e abraça Abby . É por isso que dissemos a você para não se preocupar. Sabemos exatamente o que deve ser feito. MORTIMER: E foi assim que tudo começou – aquele homem entrando aqui e caindo morto. ABBY: Clar Claroo que nós vimos que não podíamos espera esperarr que isso acontece acontecesse sse de novo. Então... MARTHA:  Vai para Mortimer . Você se lembra daqueles vidros de veneno que ficaram todos estes anos na estante do laboratório do vovô? conhece jeito ABBY: Você bastante do picles que oela faz.da tia Martha para misturar as coisas. Você já comeu

MARTHA: Para um litro de vinho de sabugueiro, eu coloco uma colher de chá de arsênico, junto meia colher de chá de estricnina e uma pitadinha de cianureto. MORTIMER: Avaliando MORTIMER:  Avaliando. Deve ter um efeito incrível. ABBY: É! Um de nossos visitantes ainda teve tempo de dizer: “Delicioso”!. MARTHA: Indo para trás. Bem, tenho que começar a fazer o jantar venha Abby. Vou experimentar uma nova receita. Martha sai para a cozinha. já estou indo ajudá-la, querida. ABBY: parada Martha Empurra cadeira  Gritando para a direita mesa.. Eu Estou me sentindo muito melhor agora. Ah, vocêa tem que esperar Elaine, não tem? Sorri . Você deve estar tão feliz. Vai para a  porta da cozinha. Bem, querido, vou deixá-lo sozinho com seus pensamentos. Ela sai, fechando a porta. A batida da porta tira Mortimer de seu transe. Ele vai para arca, ajoelha, levanta a tampa, olha para dentro. Não acreditando, abaixa a tampa, esfrega os olhos, levanta a tampa novamente. Dessa vez ele realmente realm ente vê o Sr. Hoskin Hoskins. s. Fecha a arca depress depressa, a, levanta e recua. Cor Corre re e fecha o reposteiro da janela. Recua para trás da mesa, vê um copo de água na me mesa sa,, pe pega ga e leva eva à bo boca ca,, ma mass de rep epen ente te lem emb bra qu quee o vi vinh nho o envenenado vem em copos, abaixa o copo correndo, vai à porta do porão e abre. Elaine entra pela porta da entrada, ele bate a porta do porão com estrondo. Enquanto Elaine coloca sua bolsa na escrivaninha ele olha para ela e começa a compreender que a conhece e fala com ligeira surpresa.

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MORTIMER: Ah, é você. Ele vai para a frente. ELAINE:  Vai até ele e segura sua mão. Não fique zangado, meu bem. Mamãe viu que eu estava agitada e então contei a ele sobre nós e isto atrasou minha saída. Mas, escute, meu bem – ela não vai me esperar esta noite. MORTIMER:  Olha Olhand ndo o pa para ra a arca arca. Vá pa para ra ca casa sa,, El Elai aine ne.. Eu lh lhee tele telefo fono no amanhã. ELAINE: Amanhã? MORTIMER-  Irritado. Você sabe que eu sempre telefono. ELAINE: Mas nós não vamos ao teatro hoje? MORTIMER: Não, não vamos. ELAINE: Por quê? MORTIMER: Virando-se para ela. Elaine, aconteceu uma coisa. ELAINE: O que, meu bem? Mortimer – você perdeu seu emprego! MORTIMER: Não, não, não perdi o emprego. Só não vou poder assistir aquela peça hoje. Empurrando-a para a porta de entrada. Agora, vá para casa, Elaine. ELAINE: Mas eu tenho que saber o que aconteceu. Você tem que me contar. MORTIMER: Não, meu bem, não posso. ELAINE: Mas se nós vamos nos casar... MORTIMER: Casar? ELAINE: Já esqueceu que me pediu em casamento há quinze minutos atrás? MORTIMER:  Vagamente. Pedi? Ah, sim. Por mim ainda está de pé. Agora quer  fazer o favor de ir embora daqui? ELAINE: Escute aqui, você não pode me pedir em casamento num minuto e me botar para fora da casa no minuto seguinte. MORTIMER: Implorando. Eu não estou lhe botando para fora da casa, querida. Quer fazer o favor de ir embora daqui? ELAINE: Não, eu não vou embora daqui. Mortimer vai em direção à   cozinha. Elaine atravessa por baixo, para a arca. Não vou embora enquanto você não 24

 

me der uma explicação. Vai sentando-se na arca. Mortimer a agarra pela mão. O telefone toca.

MORTIMER: Elaine! Vai para o telefone, arrastando Elaine com ele. Alô! Ah, alô, Al, espere um minuto, sim? Está bem, é importante! Mas pode esperar um minuto, não pode? Aguarde! Bota o fone na escrivaninha. Pega a bolsa de Elaine e dá a ela. Pega Elaine pela mão e a dirige até a   porta de entrada, abrindo-a Olhe, Elaine, você é um amor e eu te adoro, mas estou preocupado com uma coisa e quero que você vá para casa e espere até eu lhe telefonar. ELAINE: Na porta. Não tente ser mandão. MORTIMER:  Ir Irri ritad tado o o sufi sufici cien ente te pa para ra se to torn rnar ar admo admoes estad tador  or . Qu Quan ando do estivermos casados e eu tiver um problema, espero que você seja menos tola e sem inspiração! ELAINE: E quando estivermos casados, se nos casarmos, espero que você não seja tão inconveniente. Sai .   So MORTIMER: Sobr bres essa salt lta-s a-see correndo, e en então tão fecha co corr rree apa para ra a cruza va vara rand nda, atrá s de dela la,, gritando. Elaine! Volta porta, a a, salaat erás ajoelha-  Elaine! se na arca para abrir a janela. De repente lembra do que tem na arca e pula fora fo ra.. Co Corr rree pa para ra a cozi cozinh nhaa ma mass lemb lembra ra qu quee Al es está tá no te tele lefo fone ne volt voltaa imediatamente e vai para o telefone. Alô, Al, alô, alô. Coloca o fone no gancho e começa a discar quando toca a campainha da porta. Ele pensa que é o telefone. Alô, alô, Al?

ABBY:  Vindo da cozinha, indo para a porta de entrada e abrindo-a. É a campainha da porta, querido, e não o telefone. Mortimer desliga e disca. A Sra. Gibbs está na porta. Como vai? Entre. GIBBS: Ouvi dizer que a senhora tem um quarto para alugar. Martha entra vindo da cozinha, vai ao aparador e depois se coloca à direita da mesa. ABBY: Sim, não quer entrar? GIBBS: Entrando. A senhora é a dona da casa? ABBY: Sou, sou a Sta. Brewster e esta é minha irmã, outra Sta. Brewster. GIBBS: Meu nome é Gibbs, Eleonora Gibbs. ABBY:  Conduzindo-o para a cadeira à direita da mesa . A senhora não quer se sentar? Desculpe, mas estamos acabando de arrumar a mesa para o jantar.

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MORTIMER:  No telefone. Alô. Deixe-me falar com Al, novamente. Redação. Falando alto. Al!! RE-DA-ÇÃO! O QUÊ? Desculpe, é um engano. Ele desliga e começa a discar novamente enquanto Gibbs olha para ele . GIBBS: Virando-se para Abby . Posso ver o quarto? MARTHA:  À À frente da mesa, à esquerda. Por que a sen senhor horaa não se senta um minuto para a gente se conhecer? GIBBS: Isto não vai ajudar se eu não gostar do quarto. ABBY: Sua casa fica em Brooklyn? GIBBS: Não tenho casa. Moro num Hotel. Não gosto. MORTIMER: No telefone. Alô. Redação. MARTHA: Sua família é do Brooklyn? GIBBS: Não tenho família. MARTHA: Outra vítima. Sozinha no mundo? GIBBS: É ABBY: Bem, Martha. Martha vai feliz para o aparador, pega a garrafa de vinho do armário esquerdo e um cálice e os coloca na mesa. Abby conduz Gibbs  para a cadeira à direita da mesa e continua a falar com ele e pára à frente da mesa. A senhora bateu na porta certa. Sente-se. MORTIMER: No telefone. Alô, Al? É Mort. Fomos interrompidos. Al, eu não estou em condições de assistir à peça hoje. É tudo que posso dizer – não estou em condições. MARTHA:   À esquerda da mesa. Que igreja a senhora freqüenta? Tem uma igreja episcopal aqui ao lado. Seu gesto em direção à janela a leva à arca e ela se senta nela.

GIBBS: Sou presbiteriana. Era. MORTIMER: No telefone. O que George está fazendo nas Bermudas? Levanta e falaa alto fal alto. Es Esttá cer certo to,, eu di diss ssee a el elee que pod odia ia ir às Be Berm rmud udas as.. É meu departamento, não é? Você tem que achar alguém. Quem mais está aí na redação? Senta-se na segunda cadeira. GIBBS:  Aborrecido. Aborrecido. Levanta-se e passa na frente da mesa para a esquerda. Faz sempre tanto barulho aqui? 26

 

MARTHA: Oh, ele não mora conosco.  Abby senta-se atrás da mesa. MORTIMER: No telefone. Mas tem que ter alguém aí. Ei, Al, e o boy? Você sabe, aquele espertinho – aquele que a gente não gosta. Procure por aí. Eu espero. GIBBS: Eu realmente gostaria de ver o quarto. ABBY:  Depois de fazer Gibbs sentar-se à direita da mesa, senta-se atrás dela. É lá em cima. A senhora não quer um copo de vinho antes de irmos até lá? GIBBS: Eu nunca bebo. MARTHA: Nós mesmas fazemos. É vinho de sabugueiro. GIBBS:  Par Paraa Mar Martha tha. Vinh Vinhoo de sa sabu bugu guei eirro. Hu Humm mm.. Nã Nãoo tom omoo vinh vinhoo de Puxa xa a ca cade deir iraa de br braç aço o e sent senta, a, sabugue sabu gueiro iro des desde de menina menina.. Obriga Obrigada. da. Pu enquanto Abby desarrolha a garrafa e serve o vinho . MORTIMER:  No telefone. Tem que ter algum tipógrafo aí. Olhe, Al, aquele que compõe o meu texto. Ele há de saber o que eu escreveria. Seu nome é Joe. A terceira máquina à esquerda. Mas, Al, ele pode vir a ser um grande crítico de teatro. GIBBS: Para Martha. As senhoras têm seus próprios pés de sabugueiro? MARTHA: Não, mas o cemitério está cheio deles. MORTIMER: Erguendo-se. Não, não estou bebendo, mas vou começar agora. GIBBS: As senhoras servem refeições? ABBY: Podemos servir, mas primeiro veja se a senhora gosta do nosso vinho. Mortim Mort imer er de desl slig igaa o tele telefo fone ne e o co colo loca ca na es escr criv ivan anin inha ha e vai vai pa para ra a esquerda. Vê o vinho na mesa. Vai ao aparador, pega um copo, traz para a mesa e se serve. Gibbs está com seu copo na mão, pronto para beber . MARTHA: Vendo Mortimer se servindo de vinho. Mortimer, êi, êi, êi, êi... Gibbs pára e olha para ela. Mortimer não presta atenção. Êi, êi, êi, êi... ABBY:  Alcançando Alcançando Mortimer e puxando sua mão para baixo quando ele leva o cálice aos lábios com a mão esquerda . Mortimer. Este não. Mortimer, ainda embotado, coloca seu copo na mesa. Subitamente ele vê Gibbs que levou seu copo aos lábios e vai beber. Aponta para Gibbs e dá um grito selvagem. Gibbs olha para ele, abaixando o copo. Mortimer, ainda 27

 

apontando para Gibbs, passa por trás da mesa em direção a ele. Gibbs, vendo um louco, levanta-se devagar e recua para o centro. Então volta-se e corre para a porta de entrada. Mortimer segue-o. Gibbs abre a porta e Mortim Mor timer er o empurra empurra para for foraa fechan fechando do a por porta. ta. Ele se vira e encos encosta ta na  porta, exausto mas aliviado. Enquanto isto, Martha se levantou e foi para a cadeira de braço e Abby foi para a frente, no centro. MORTIMER:  Durante a saída de Gibbs, fala: Saia daqui – Você quer ser  envenenada? Quer ser morta? Quer ser assassinada? ABBY: Muito desapontada. Você estragou tudo. Vai para o sofá e senta-se. Martha senta-se na cadeira de braço. Mortimer vai para o centro e olha de uma para outra. MORTIMER: falando para Abby . Vocês não podem fazer uma coisa dessas. Não sei como explicar a vocês, mas não é que seja somente contra a lei. É errado!  Agora para Martha. Não é uma coisa boa. Martha vira-lhe as costas como   Abby o fez quando Mortimer falou com ela. As pessoas não entenderiam.  Aponta para porta por onde saiu Gibbs . Ela não entenderia. MARTHA: Abby, nós não devíamos ter contado a Mortimer. MORTIMER: O que quero dizer... é que isto se transformou num péssimo hábito. ABBY:  Levantando. Mortimer, nós não tentamos impedir você de fazer as coisas que gosta de fazer. Não vejo porque você tem que interferir conosco. Vai para frente da mesa. O telefone toca. MORTIMER:  Atendendo o telefone. Alô? É Al novamente. Está bem. Vejo o primeiro ato e me mando. Mas, Al, você tem que fazer uma coisa para mim. Entre em cont contat atoo co com m O’ O’Br Brie ien, n, no noss ssoo adv advog ogado ado,, o che chefe fe do nos nosso so depa depart rtam amen ento to  jurídico. Faça com que ele me encontre no teatro. Não me dê o bolo. O.K., estou saindoescapar. agora. Desliga . Olhem, tenho que ir ao teatr teatro. o. Não e vira-se parapodem as tiasme pude Mas antes de ir, vocês prometer uma coisa?

ABBY: O que você quer que a gente faça? MORTIMER: Não façam nada. Por favor, não façam nada. Não deixem ninguém entrar nesta casa – e deixem o Sr. Hoskins exatamente onde está. MARTHA: Por quê? MORTIMER: Preciso de tempo para pensar. E tenho muita coisa para pensar. Vocês sabem que eu não quero que aconteça nada a vocês. ABBY: Mas, o que poderia acontecer conosco?

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MORTIMER:  Fora de si . De qualquer modo, vocês fazem isto por mim, não fazem? MARTHA: Bem, estamos planejando celebrar os cultos antes do jantar. MORTIMER: Cultos? MARTHA: Meio indignada. É claro! Você acha que seríamos capazes de enterrar  o Sr. Hoskins, sem um culto metodista completo? Ele era um metodista. MORTIMER: Mas isto não pode ficar para quando eu voltar? ABBY: Ah, aí você pode nos fazer companhia. MORTIMER: Aderindo  Aderindo á loucura. Posso! Posso! ABBY: Ah, Mortimer, você vai gostar dos cultos, principalmente dos hinos. Para Martha. Lembra como Mortimer cantava bem no coro, antes da sua voz mudar? lemb mbre remm-se se,, nã nãoo deix deixem em ni ning nguém uém en entr trar ar até até qu quee eu vol volte te,, MORTIMER: prometam. E le

MARTHA: Bem... ABBY: Ah, Martha, podemos prometer, agora que Mortimer está cooperando conosco. Para Mortimer. Bem, está bem, Mortimer. MORTIMER:  Suspira com alívio. Vai para o sofá e pega seu chapéu. Indo  para a porta de entrada . Vocês têm algum papel? Volto assim que puder. Tira os formulários do bolso do casaco enquanto anda . Tenho que ver uma pessoa. ABBY: Indo à escrivaninha pegar papel de carta . Tenho papel de carta. Serve? Dá para ele. MORTIMER:  Pegand Pegando o o papel . Perfeito. Posso ganhar tempo escrevendo minha crítica enquanto vou para o teatro. Sai pela porta de entrada.  As tias o acompanham com o olhar. Martha vai fechar a porta. Abby vai ao aparador e traz dois castiçais para a mesa. Pega fósforos no aparador.  Acende as velas durante as falas. MARTHA: Mortimer estava esquisito hoje. ABBY: Acendendo  Acendendo as velas. É natural. Acho que sei por quê. MARTHA: Acendendo  Acendendo o abajur de pé . Por quê?

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ABBY: Ele acabou de ficar noivo. Acho que isto sempre deixa um homem nervoso. MARTHA:  Durante a fala, vai ao primeiro patamar e fecha os reposteiros. Volta e apaga a luz . Estou tão feliz por Elaine – e Mortimer deve aproveitar a lua de mel para umas férias. Acho que ele trabalhou demais este verão. MARTHA: No centro. Ah, Abby, se Mortimer vai voltar para o culto do Sr. Hoskins vamos precisar de outro hinário. Tem um no meu quarto. Ela começa a subir   para o primeiro patamar. ABBY: Você sabe, querida, na verdade é minha vez de ler o culto, mas como você não estava aqui quando o senhor Hoskins chegou, eu quero que você leia. MARTHA: Satisfeita. Muita gentileza sua, querida. Mas tem certeza? ABBY: É o que é justo. MARTHA: Acho que vou usar minha roupa de bombazina preta e o broche da mamãe. Volta a subir quando a campainha toca. ABBY: Chegando até a altura da escrivaninha . Deixa que eu abro, querida.

MARTHA:  Sussurrando. Nós pr prom omet etem emos os a Mo Mort rtim imer er qu quee nã nãoo de deix ixar aría íamo moss ninguém entrar. ABBY: Tentando ver através das cortinas dos painéis da porta. Quem será? MARTHA: Espere um minuto. Eu vou ver. Vira-se para a janela do patamar e dá uma olhadela através das cortinas. São dois homens que nunca vi. ABBY: Tem certeza? MARTHA: Tem um carro parado aí em frente. Devem ter vindo nele. ABBY: Deixa eu ver. Corre para cima. Batem na porta. Abby olha pelas cortinas. MARTHA: Você conhece? ABBY: Não, nunca vi. MARTHA: Vamos fingir que não estamos em casa.  As duas se encolhem no canto do patamar. Outra batida na porta da entrada.  A maçaneta gira e a porta se abre devagar. Um homem alto vai para o centro, olhando em volta. Ele anda com segurança, à vontade, como se a sala lhe 30

 

fosse familiar. Olha em todas as direções menos a da escada. Há algo de sinistro nele – alguma coisa que dá um ligeiro arrepio em sua presença. E  está na sua maneira de andar, no seu comportamento e na sua estranha semelhança com Boris Karloff. Do patamar, Abby e Martha o observam, quase com medo de falar. Depois de examinar a sala, o homem vira e se dirige a alguém fora. JONATHAN: Entre, doutor. O Dr. Einstein entra. Ele tem uma aparência desagradável. Sua cara traz o sorriso benevolente de um homem que vive mergulhando numa agradável  névoa de álcool. Algo nele sugere um padre que largou a batina. Ele para na  porta, tímido mas esperançoso. JONATHAN: Esta é a casa da minha juventude. Quando era menino não via a hora de fugir daqui. Agora estou contente de fugir para cá. EINSTEIN:  Fa Fala la o temp tempo o todo todo co com m fort fortee so sota taqu quee alem alemão ão,, ca carr rreg egan ando do fortemente nos erres. Fechando a porta, de costas para as tias . Ja, Chonny, é um bom esconderijo. JONATHAN: A família ainda deve viver aqui. Tem alguma coisa inconfundive inconf undivelmente lmente Brewster nos Brewst Brewsters. ers. Espero que tenha um bezerr bezerroo gordo esperando a volta do filho pródigo.

EINSTEIN: Ja, estou com fome. Subitamente vendo o bezerro gordo na forma dos dois copos de vinho na mesa . Olhe, Chonny! Bebida! Corr Corree para a frente da mesa, Jonathan para trás . JONATHAN: Parece até que estavam nos esperando. Bom sinal. Levam os copos aos lábios enquanto Abby desce alguns degraus e fala . ABBY: Quem são vocês? O que estão fazendo aqui? Os dois baixam os copos. Einstein pega seu chapéu na cadeira, pronto para correr. JONATHAN: Virando-se para Abby . Tia Abby! Tia Martha! Sou eu, Jonathan. MARTHA: Com medo. Saiam daqui. JONATHAN: Indo para as tias. Eu sou o Jonathan, seu sobrinho Jonathan. ABBY: Não, não é não. Você não tem nada do Jonathan, portanto não finja que é ele. Saiam daqui.

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JONATHAN:  Chegando mais perto. Mas eu sou Jonathan. Jonathan. Indicando Einstein. E este é o Dr. Einstein. ABBY: E ele também não é o Dr. Einstein. JONATHAN: Não é o Dr. Albert Einstein – é o Dr. Herman Einstein. ABBY:  Desce mais um degrau. Quem é você? Você não é o nosso sobrinho Jonathan. JONATHAN:  Dando uma olhada na mão esticada de Abby . Vejo que você ainda usa o lindo anel de granada que vovô Brewster comprou na Inglaterra.  Abby engole em seco, olha o anel . E a senhora, tia Martha, ainda usa a gola alta, para esconder a cicatriz onde o ácido do vovô lhe queimou. Martha leva a mão à garganta. As tias olham para Jonathan. Martha desce alguns degraus ficando atrás de Abby. Einstein vai para o centro. MARTHA: Sua voz parece com a de Jonathan.  Acabando de descer a escada. Você teve um acidente? ABBY: Acabando JONATHAN:  Com a mão do lado da cara . Não – fechando a cara – Minha cara  – o Dr. Einstein é responsável por isto. Ele é um cirurgião plástico. Ele muda a cara das pessoas.

MARTHA:  Desce até Abby . Mas eu já vi esta cara antes. Para Abby . Abby, lembra quando nós levamos o pequeno Schultz ao cinema e morremos de medo? Era esta cara! Jonathan fica tenso e olha para Einstein. EINSTEIN:  Vai para o centro e dirige-se às tias. Calma, Chonny, calma. Não se preocupem, preocup senhoras. Nos últimos anos eu deieua viChonny caras –novas. Vou darem, outra imediatamente. Estácinco última – bem, o filmetrês também logo antes de operar. E eu tinha bebido um pouco.

JONATHAN:  Com uma intensidade crescente e perigosa, enquanto anda em direção a Einstein, que recua para a frente do palco. Veja, doutor, veja o que fez comigo. Até a minha própria família. EINSTEIN:  Tentando acalmá-lo, enquanto é forçado para a direita. Chonny, você está em casa. Nesta casa adorável –  para as tias. Quantas vezes ele me falou do Brooklyn – das tias que ele ama tanto. Para Jonathan. Elas conhecem você, Chonny. Para Abby, enquanto a conduz em direção a Jonathan. Vocês sabem que é o Jonathan. Falem para ele. Digam isto a ele. Circunda a mesa  para a sua frente esquerda .

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ABBY: Bem, Jonathan – faz muito tempo – o que você fez todos estes anos? MARTHA:  Foi para a frente direita, bem no canto. É Jonathan, onde você tem estado? JONATHAN:  Recuperando sua compostura. Ah, na Inglaterra, na África do Sul, Austrália... Nos últimos cinco anos, em Chicago. O Dr. Einstein e eu temos negócios lá. ABBY: Estivemos em Chicago para a feira mundial. MARTHA: Para dizer alguma coisa. Nós achamos Chicago muito quente. EINSTEIN:  Que passou por trás, à esquerda e para a frente da mesa.   Ja, também ficou muito quente para nós. JONATHAN: Fazendo charme enquanto vai em direção a Abby, ficando entre as tias. É maravilhoso estar de volta ao Brooklyn. E vocês – tia Abby, tia Martha, não parecem ter envelhecido nem um pouco. Exatamente como eu me lembrava de vocêsE–odoces charmosas hospitaleiras.   Asatias não bemdeao charme. com a mão altura dereagem um garoto 8  Teddy–querido – ele –indica ou 10 anos. – ele entrou para a polícia? Meu irmãozinho queria ser Presidente, doutor.

ABBY: Oh! Teddy está bem! Muito bem! E Mortimer também está bem. JONATHAN:  Com ar de zombaria. Eu sei tudo sobre Mortimer. Vi o retrato dele na coluna de crítica. Ele evidentemente, realizou tudo que sua natureza irritante prometia. ABBY:  Defensivamente. Nós gostamos muito de Mortimer. Há uma pequena  pausa. MARTHA:  Pouco à vontade enquanto faz um gesto em direção à porta . Bem, Jonathan, foi bom ver você outra vez. JONATHAN:  Expandindo-se. Deus abençoe a senhora, tia Martha. Senta-se na cadeira à direita da mesa. É bom estar em casa de novo.  As tias se olham com consternação . ABBY: Bem, Martha, não podemos deixar queimar a comida no fogão. Começa a andar para a cozinha e então vê que Martha não está indo. Ela volta e dá um  puxão em Martha e aí vai de novo para a cozinha. MARTHA:  Segue até o centro e fala com Jonathan. Vocês nos desculpem um minuto, Jonathan. A não ser que estejam com pressa de ir a algum lugar. 33

 

Jonathan olha para ela com ar maligno. Martha passa por trás da mesa, pega a garrafa de vinho e coloca de volta no aparador, e então sai com Abby. Esta, que estava esperando por Martha na porta da cozinha, fecha a porta depois de passarem. EINSTEIN:  Encaminha-se para trás à esquerda, por trás de Jonathan . Bem, Chonny, onde vamos daqui? Temos que decidir rápido. A polícia tem retratos desta sua cara. Tenho que operar você imediatamente. Precisamos encontrar um lugar para fazer isto - e um lugar para o Sr. Spenalzo também. JONATHAN: Não se preocupe com isso. EINSTEIN: Mas. Chonny, nós temos um defunto nas mãos. JONATHAN: Atirando  Atirando o chapéu no sofá . Esqueça o Sr. Spenalzo. EINSTEIN: Mas você não pode deixar um cadáver no banco de trás do carro. Você não devia tê-lo assassinado. assassinado. Ele era um sujeito legal – dá uma carona para nós – e o que acontece? JONATHAN: Lembra Lembrando-se ndo-se amarga amargamente. mente. El Elee di diss ssee qu quee eu par parec ecia ia Bor Boris is Karloff. Avança para Einstein. É trabalho seu, doutor. Você fez isto comigo. EINSTEIN:  Recuou para a frente à esquerda da mesa . Ora, Chonny – vamos achar um lugar – eu dou um jeito em você, rápido. JONATHAN: Hoje à noite. EINSTEIN: Chonny – eu antes tenho que comer. Estou com fome. Estou fraco.  As tias entram da cozinha. Abby vai até Jonathan no centro. Martha fica na  porta da cozinha. ABBY: Jonat Jonathan han estamos contentes que você tenha lembrado de nós e tenha se dado ao trabalho de vir aqui para nos ver. Mas você nunca foi feliz nesta casa e nós nunca fomos felizes enquanto você estava aqui. Por isso nós só queremos lhe dizer adeus. JONATHAN - Mas fico desapontado pelo meu amigo Dr. Einstein. Einstein fica meio surpr surpreso eso. Eu prometi a ele, que mesmo que a gente estivesse passando pelo Brooklyn rapidamente, eu arranjaria um tempinho para trazê-lo aqui para um dos jantares caseiros de tia Martha. MARTHA: Reage um pouco a isto andando andando para a frente. Ah... ABBY:  Recuando para a esquerda, ao fundo. Sinto muito. Acho que não dá para todos. 34

 

MARTHA: Abby, é uma carne assada bem grande. JONATHAN: Maravilhado. Carne assada! MARTHA: Acho que o mínimo que podemos fazer é... JONATHAN: Obrigado, tia Martha! Vamos ficar para o jantar. ABBY: Recuando para a porta da cozinha, nem um pouco satisfeita satisfe ita. Bem, nós vamos apressá-lo. MARTHA: Está bem. Sai para cozinha. ABBY: Parada na porta. Jonathan, se vocês quiserem, podem usar o banheiro do antigo laboratório do vovô. JONATHAN: Indo em direção a ela. O laboratório ainda existe? Existe. Exatamente comocom ele pressa. deixou. Sai Bem, voua ajudar Martha a preparar  ABBY: para cozinha as coisas. Já que todos estamos .

EINSTEIN: Indo para o fundo. Bem, pelo menos já garantimos uma refeição. JONATHAN:    Atrá Atráss da me mesa sa.. O la Olha par paraa cima cima. E labo bora rató tóri rioo do vovô vovô!! Olha exatamente como ele deixou. Doutor, uma perfeita sala de operações. EINSTEIN: Pena que não possamos usá-la. JONATHAN: Depois que o senhor resolver meu caso, podemos fazer uma fortuna aqui. O laboratório – uma grande enfermaria no sótão - dez camas, doutor. E Brooklyn esta implorando pelo seu talento. EINSTEIN: Não se entusi entusiasme asme tanto, Chonny. De qualq qualquer uer modo, para Brookl Brooklyn, yn, acho que estamos um ano atrasados. JONATHAN: Você não conhece esta cidade, doutor. Praticamente todo mundo no Brooklyn precisa de uma cara nova. EINSTEIN: Mas muitas das caras velhas estão engaioladas. JONATHAN: Uma pequena parte – e os meninos de Brooklyn são famosos por  pagar bem para ficar fora da cadeia. EINSTEIN: Devagar, Chonny. Suas tias – elas não querem a gente aqui. JONATHAN: Nós estamos aqui para jantar, não estamos? 35

 

EINSTEIN: Ja – mas, e depois do jantar? JONATHAN:  Indo para o sofá. Deixe comigo, doutor. Eu cuido disso. Esta casa será nosso quartel-general por muito tempo. EINSTEIN:    Achan Achando do boa idéia idéia. Se Seri riaa ót ótim imo, o, Ch Chon onny ny.. Es Esta ta ca casa sa qu quie ieta ta e simpática. E essas suas tias - que senhoras amáveis. Eu já gosto delas. Vou pegar as malas, Ja. JONATHAN: Impedindo-o. Doutor, precisamos esperar até sermos convidados. EINSTEIN: Mas você acabou de dizer... JONATHAN: Nós vamos ser convidados. EINSTEIN: E se elas disserem não? JONATHAN: Doutor, duas velhas desprotegidas? Senta no sofá. EINSTEIN:  Tira uma garrafa do bolso da calça, abre, enquanto vai para arca . É como como torn tornar ar re real alid idad adee um lilind ndoo so sonh nho. o. Só es espe pero ro qu quee você você nã nãoo es este teja ja sonhando. Estende-se na arca, tomando um trago . É tão cheio de paz. JONATHAN:  Estir Estirado ado no sofá. Isso é o que faz esta casa perfeita para nós – é cheia de paz. Teddy vem do porão, dá um toque estridente na corneta, enquanto Jonathan recua para direita. Teddy vai para a escada, sobe ao primeiro patamar. Os dois homens olham meio estatelados para seus trajes. TEDDY: Atacar! Sobe correndo a escada e sai. Jonathan assiste do pé da escada. “Atacar” Einstein,  palavra . na arca, toma um trago rápido enquanto a cortina desce na

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SEGUNDO ATO  A cena é a mesma, mais tarde na mesma noite. Jonathan fuma um charuto, sentado na cadeira de braço à esquerda da mesa, muito à vontade. Abby e Martha, sentadas na arca, dão a ele aquela atenção nervosa de quem deseja que as visitas vão embora. Einstein está relaxado e feliz numa cadeira à direita da mesa. Os pratos do jantar foram retirados. Sobre a mesa está uma toalha vermelha e um pires servindo de cinzeiro para Jonathan. A sala está arrumada. Todas as portas fechadas, bem como os reposteiros sobre as  janelas. JONATHAN: É tias, estes cinco anos em Chicago foram dos mais trabalhosos e felizes da minha vida. Mas foi meu encontro com o Dr. Einstein, em Londres, que mudou completamente minha vida. Você se lembra que eu estive na África do Sul, trabalhando com diamantes – depois em Amsterdam, para vendê-los. Eu queria voltar à África do Sul – e o Dr. Einstein tornou possível o meu desejo. EINSTEIN: Foi mesmo um belo trabalho, hein Chonny? Para as tias. Quando tiram tiramos os as atadur ataduras, as, o rosto dele estava tão diferente, que a enfer enfermeira meira teve que me apresentá-lo.

JONATHAN: Eu adorava aquela cara. Ainda trago o retrato comigo. Tira do bolso de dentro do casaco um instantâneo, dá uma olhada e o passa para Martha. Ela olha e o passa para Abby. ABBY: É mais parecido com o que você era, mas ainda assim eu não o reconheceria. JONATHAN: Acho que vamos voltar para esta cara, doutor. EINSTEIN: Ja, agora é seguro. ABBY: Levantando-se. Bem, eu sei que vocês dois querem ir... seja lá onde for. JONATHAN:  Relaxando mais ainda. Minhas queridas tias – estou tão cheio daquele delicioso jantar que sou incapaz de mexer um dedo. EINSTEIN: Ja, é bom aqui! MARTHA: Levanta-se. Além do mais, está muito tarde e... TEDDY:  Aparece no balcão usando seu chapéu de explorador, carregando um livro aberto e outro chapéu. Descendo as escadas . Achei! Achei! JONATHAN: O que é que você achou, Teddy?

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TEDDY: A história da minha vida – minha biografia.   Atravessa para trás, à esquerda de Einstein. Olha aqui a foto de que eu lhe falei, General. Coloca o livro aberto sobre a mesa, mostrando a foto a Einstein. Aqui estamos, nós dois. “Presidente Roosevelt e General Goethals no Passo de Culebra”. Este sou eu, General, e este é o senhor. EINSTEIN: Olha para a fotografia. Puxa, como eu mudei. TEDDY: Olha para Einstein, um pouco confuso mas acaba superando a dificuldade. Bem, note que essa foto ainda não foi tirada. Nós nem começamos a trabalhar no Passo de Culebra. Por enquanto estamos cavando. E agora, General, vamos ao Panamá inspecionar a nova comporta. ABBY: Não, Teddy. Ao Panamá, não. EINSTEIN: Vamos uma outra hora. O Panamá é muito longe. TEDDY: Bobagem, é aqui em baixo, no porão. JONATHAN: No porão? MARTHA: Nós deixamos que ele cavasse o canal do Panamá no porão. TEDDY:  Enérgico. Gen Genera erall Goe Goetha thals, ls, com comoo Pre Preside sidente nte dos Estado Estadoss Uni Unidos dos,, coma comand ndan ante te-e -emm-ch chef efee da dass Fo Forç rças as Ar Arma mada dass e o ho home mem m qu quee lh lhee dá o se seuu emprego, ordeno que o senhor me acompanhe na inspeção desta nova comporta. JONATHAN: Teddy! Acho que está na hora de você ir para a cama. TEDDY: Perdão! Cruza para trás à esquerda de Jonathan, colocando o pince-  nez enquanto anda. Quem é o senhor? JONATHAN: Eu sou Woodrow Wilson. Vá para a cama. TEDDY: Não – você não é Wilso Wilson. n. Mas seu rosto me é familiar familiar.. Deixa ver – você não é ninguém que eu já conheça. Talvez mais tarde, na minha caçada pela África   – sim, você parece alguém que eu possa encontrar na selva. Jonathan se contrai . ABBY:  Passa pela frente de Teddy, ficando entre ele e Jonathan . É seu irmão Jonathan, querido. MARTHA: Levantando-se. Ele mudou de rosto. TEDDY: Então é isto – um falsificador da natureza!

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ABBY: E talvez seja melhor você ir para a cama, Teddy. Jonathan e o amigo dele têm que ir para o hotel. JONATHAN:  Levantando-se. Genera Einstein in. Insp Generall Goethal Goethal.. Para Einste Inspec ecio ione ne o canal. Atravessa para trás, no centro. EINSTEIN:  Levantando-se. Mu Muititoo bem, bem, se senh nhor or Pr Pres esid iden ente te.. Va Vamo moss pa para ra o Panamá. TEDDY: Fantástico! Fantástico! Encaminha-se para a porta do porão e abre-a Siga-me, General. Einstein vai para a esquerda de Teddy. Teddy dá uma  pancadinha no chapéu de explorador que está na mão de Einstein, depois bate na sua própria cabeça. É para o sul, você sabe. Sai, descendo as escadas. EINSTEIN:  Bota o chapéu que é muito grande para ele. Vai até a porta do  porão onde para e fala . Bem – “bon voyage”. Sai, fechando a porta. JONATHAN: Tia Abby, tenho que corr corrigi-l igi-la. a. A senhor senhoraa entendeu mal. Nós não estamos em nenhum hotel. Nós viemos direto para cá. MARTHA: Bem, há um hotelzinho muito bom a três quarteirões daqui.

JONATHAN: Interrompendo-a . Tia Martha, esta é a minha casa. ABBY: Mas, Jonathan, você não pode ficar aqui. Nós precisamos dos quartos. JONATHAN: Precisam deles? ABBY: Sim, para os nossos inquilinos. JONATHAN: Assustado.  Assustado. Há inquilinos nesta casa? MARTHA: Bem, agora não, mas pretendemos ter alguns. JONATHAN – Interrompendo-a de novo. Então meu antigo quarto ainda está desocupado. ABBY: Mas Jonathan, não há lugar para o Dr. Einstein. JONATHAN:  Passa pela frente da mesa, joga as cinzas do charuto no pires . Nós ficamos no mesmo quarto. ABBY: Não, Jonathan, eu acho que você não pode ficar aqui. JONATHAN:  Está na frente da mesa. Esmigalha o charuto no pires e parte em direção às tias. Elas recuam por trás da mesa até o centro. Martha 39

 

 primeiro. Jonathan dá meia volta e atravessa pela frente da me mesa sa até Abby, no centro. Dr. Einstein e eu precisamos de um lugar para dormir. Vocês lembraram, esta tarde, que eu sabia ser muito desagradável quando era menino. Não seria nada bom para nenhum de nós se... MARTHA:  À À direita, no centro, e assustada. Talvez fosse melhor deixa-los ficar  esta noite... ABBY: Sim, só esta noite, Jonathan, JONATHAN: Está bem. Agora, se vocês puderem arrumar meu quarto... MARTHA:  Começando a subir as escadas, Abby seguindo-a. Só precisa ser  arejado. ABBY: Nós o conservamos arrumado para mostrar aos inquilinos. Acho que você Jonathan an acompanha-as acompanha-as ao primeiro primeiro e o Dr. Einstein vão achá-lo confortável. Jonath andar e se debruça no corrimão. As tias estão no balcão. JONATHAN: Ignorando-a . Quando o Dr. Einstein e eu estivermos organizados, e tivermos recomeçado a trabalhar – Ah, esqueci de dizer. Vamos transformar o laboratório de vovô numa sala de operações. Esperamos ter muitos clientes. ABBY: Jonathan, nós não vamos deixar você transformar esta casa num hospital. JONATHAN: Rindo. Um hospital – nada disso! Vai ser um salão de beleza. belez a. EINSTEIN: Chegando excitado do porão. Ei, Chonny, lá embaixo no porão... Vê as tias e pára. JONATHAN: Dr. Einstein – minhas queridas tias nos convidaram para morar com elas.

EINSTEIN: Ah, você conseguiu? ABBY: Bem, vocês vão dormir aqui esta noite... JONATHAN: Por favor, apronte nosso quarto imediatamente. MARTHA: Bem... ABBY: Só esta noite. Elas saem, passando passando pelo arco. Jonathan Jonathan vem até o pé da escada. EINSTEIN: Chonny, quando eu fui ao porão, adivinha o que eu vi.

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JONATHAN: O quê? EINSTEIN: O canal de Panamá. JONATHAN: Com ar de desprezo dirigindo-se ao centro. O canal de Panamá! EINSTEIN: Dá certinho para o Sr. Spenalzo. É um buraco que Teddy cavou. Dois metros de comprimento por um de largura. JONATHAN:  Entende a idéia. Abre a porta do porão e olha para baixo . Lá embaixo! EINSTEIN: Pa Pare rece ce at atéé qu quee el eles es sab sabia iam m que que nós estáv estávam amos os traz trazen endo do o Sr Sr.. Spenalzo. Isto é que é hospitalidade! JONATHAN:  Fechando a porta do porão. Até parece brincadeira – minhas tias morando numa casa com um defunto enterrado no porão. EINSTEIN: Como vamos trazê-lo para dentro? JONATHAN: Vai para frente. É... não podemos simplesmente entrar com ele pela porta. Ele vê a janela na parede esquerda . Vamos colocar o carro entre a casa e o cemitério – aí, quando eles tiverem ido para a cama, trazemos o Sr. Spenalzo pela janela. EINSTEIN:  Tirando a garrafa do bolso. Cama! Pense nisso, temos uma cama esta noite! Começa a beber sofregamente. JONATHAN:  Segurando seu braço. Calma, doutor. Lembre-se Lembre-se que o senhor vai operar amanhã. E desta vez é melhor estar sóbrio. EINSTEIN: Você vai ficar lindo. JONATHAN: Se não ficar... Empurra-o para a porta. ABBY: Ela e Martha entram no balcão. Jonathan! Seu quarto está pronto. JONATHAN: Então podem ir dormir. Vamos trazer o carro para trás da casa. MARTHA: Ele pode ficar onde está – até de manhã. JONATHAN: Einstein abriu a porta . Não quero deixá-lo na rua – pode ser contra a lei. Einstein o segue. Abby e Martha descem e vão para a frente da mesa . MARTHA: Abby, o que vamos fazer?

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ABBY: Bom, para começar, não vamos deixar que fiquem mais do que esta noite. O que é que os vizinhos iriam pensar? Gente entrando aqui com uma cara e saindo com outra. Ela chegou à mesa. Martha está à sua direita . MARTHA: O que vamos fazer com o Sr. Hoskins? ABBY: Vai até a arca. Martha a segue. Ah. O Sr. Hoskins. Não deve estar muito confortável para ele ali dentro. E tem sido tão paciente, pobrezinho. Acho que é melhor Teddy levá-lo para o porão imediatamente. MARTHA: Inflexível. Abby, eu não vou convidar Jonathan para o culto. ABBY: Ah, não, de jeito nenhum. Vamos esperar até eles irem dormir e aí, então, descemos para o culto. TEDDY:  Vem do porão, pega o livro da mesa e se dirige dirige para a direita. direita. Abby  o faz parar no centro. O general Goethals ficou muito satisfeito. Disse que o canal é do tamanho exato. ABBY:  Chega para o centro. Teddy! Teddy! Há mais uma vítima de febre amarela. TEDDY: Tira o pince-nez . Meu Deus, vai ser um choque para o General. ABBY: Não, nós não podemos contar para ele. Seria um aborrecimento para ele e não se faz isso com uma visita. TEDDY: Desculpe, tia Abby. Mas não posso agir de outra maneira. Ele vai ter que saber. Regulamento do Exército, a senhora sabe. ABBY: Não, Teddy, nós temos que guardar segredo. MARTHA: Isso mesmo! TEDDY: Que adora segredos. Um segredo de Estado? ABBY: Sim, um segredo de Estado. MARTHA: Promete? TEDDY: Que pedido tolo. Vocês têm a palavra do Presidente dos Estados Unidos. Por tudo que há de mais sagrado. Gesto relativo ao juramento. Bom, vamos ver.. ver.... Põe o pince-nez e abraça as duas tias. Como é que nós vamos manter o segredo?

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ABBY: Bem, Teddy, você vai para o porão e quando eu apagar as luzes – quando esttiver es iver tud udoo esc scur uroo – vo você cê volt voltaa e lev evaa o po pobr bree homem omem pa parra o ca cana nal. l. Empurrando-o em direção à porta do porão, que ele abre. Agora vai, Teddy. MARTHA: Seguindo-os. E nós vamos descer mais tarde para celebrar o culto. TEDDY:  Na porta. Vocês podem anunciar que o Presidente vai dizer algumas palavras. Começa a sair e volta. Onde está o pobre coitado? MARTHA: Na arca. TEDDY: Parece que ela está se alastrando. Nunca tivemos febre amarela na arca antes. Sai, fechando a porta. ABBY: Ma Mart rtha, ha, quan quando do Jon Jonat athan han e o Dr Dr.. Eins Einste tein in vol volta tare rem, m, vamo vamoss ver ver se conseguimos mandá-los para a cama imediatamente. MARTHA: Sim. Aí, quando estiverem dormindo, estaremos prontas para o culto. Lembrando-se subitamente. Abby, eu nunca vi o Sr. Hoskins. ABBY: Oh, meu Deus, é verdade – você não estava em casa. Bem, venha até aqui e dê uma olhada nele. Vão até a arca. Abby primeiro. Para um metodista, até que ele é bem bonito! Quando vão abrir a arca, Jonathan abre a janela por  fora fazendo um barulhão. barulhão. As tias gritam e se afastam afastam.. Jonathan põe a cara na janela. JONATHAN: Nós estamos trazendo... a bagagem por aqui. ABBY:  Agora no centro. Jonathan, seu quarto espera por você. Pode subir já. Einstein faz entrar pela janela duas malas empoeiradas e uma maleta de instrumentos cirúrgicos. Jonathan pega-as e coloca-as no chão. JONATHAN: Acho que não respeitamos os horários de Brooklyn – mas vocês duas vão já para a cama. ABBY: Bem, vocês devem estar muito cansados – nós não costumamos dormir  assim tão cedo. JONATHAN: Bem, mas deveriam. Já era tempo de eu vir para casa tomar conta de vocês. MARTHA: Não pensávamos em ir dormir até que... JONATHAN:  Autoritário. Autoritário. Tia Martha, eu disse para irem dormir. Martha começa a subir enquanto Einstein entra pela janela e pega as duas malas. Jonatha Jonathan n  pega a maleta de instrumentos e coloca-a em cima da arca. Os instrumentos Einstei stein n começa começa a subir. subir. podem po dem ir par paraa o la labor borat atór ório io am aman anhã hã de ma manhã nhã.. Ein 43

 

Jonathan Jonatha n fech fechaa a jan janela ela.. Mar Martha tha está está no meio meio da esca escada da qua quando ndo Einstein Einstein  passa por ela. Abby está no centro à direita. Agora, então, vamos todos para a cama. Ele se dirige para o centro. ABBY:  Vai para frente à direita, junto ao comutador de luz. Quando vocês chegarem lá em cima, eu apago as luzes. JONATHAN:  Subindo, vê Einstein parado na porta do balcão. Martha está quase no balcão. Mais um lance, doutor. Para Martha. Vá andando, tia Martha. Martha se apressa em direção à porta. Einstein passa pelo arco, para o terceiro andar. Jonathan continua à esquerda do final do balcão. Abby está no comutador. Pronto, tia Abby. ABBY: Evasiva. Olha em direção à porta do porão. Eu subo já. JONATHAN: Imediatamente, tia Abby. Categórico. Apague a luz.  Abby Apaga a luz, deixand deixando o o palco escuro escuro,, exceto por um spot ilum iluminando inando a escada a partir do arco. Abby sobe até sua porta onde Martha a espera. Ela dá um último olhar amedrontado paraaJonathan e sai. Martha fecha porta. Jonathan passa pelo arco, fechando porta, apagando o spot. Umaa luz da rua brilha através da porta principal à direita do palco. Teddy abre a porta do  porão,, acende a luz do porão  porão porão,, desenh desenhando ando sua silhu silhueta eta no umbral umbral da porta. Dirige-se à arca e abre-a – a tampa da arca range, como de costume. Retira o Sr. Hoskins e o coloca sobre os ombros, deixando a arca aberta. Dirige-se  para a porta do porão descendo com o cadáver. Fecha a porta. Jonathan e Einstein passam pelo arco. A sala está às escuras. Acendem fósforos e  param junto à porta das tias para ver se há ruído. EINSTEIN: Tudo bem, Chonny. Os fósforos apagam. JONATHAN:  Acende outro fósforo e eles descem até o pé da escada. Vou abrir a janela. Você sai e me passa ele. EINSTEIN:  Nein, é muito pesado para mim. Você vai lá fora e empurra – eu fico aqui e puxo. Depois nós dois juntos o levamos para o Panamá. JONATHAN: Está bem.   Apaga o fósforo e abre a porta. Einstein à sua esquerda. Vou dar uma olhada em volta da casa. Quando eu der uma batida no vidro, você abre a janela. EINSTEIN: Certo. Jonathan sai, fechando a porta. EINSTEIN:  Acende um fósforo e vai para a esquerda. Esbarra na mesa e o fósforo apaga, começa a andar às apalpadelas para a esquerda. Ouvem-se 44

 

exclamações e barulho. Einstein caiu dentro da arca. Acende outro fósforo e bem devagar se põe sentado e olha em torno. Apaga o fósforo com um sopr so pro o e, co com m esfo esforç rço o sa saii de dent dentro ro da ar arca ca.. Quem deixou deixou isto isto aber aberto? to? Dummkopf ! Ouve-se o rangido da tampa quando ela fecha. No escuro ouve-se uma batida na janela à esquerda. Einstein abre-a e fala, sussurrando. Chonny? O.K. Vamos lá. Uuup. Espere... Espere... espere um minuto... Falta uma perna. perna... .. Achrr... agora eu peguei... Vem... hããã. Ele cai no chão e ouve-se o barulho de um corpo e o som de um “ ssshhhiu” vindo de fora. Fui eu, Chonny. Eu escorreguei. JONATHAN: Voz em off . Tome mais cuidado. Pausa EINSTEIN: Ih, o sapato dele caiu. Pausa. Pronto, Chonny. Já apanhei. Batem na  porta de entrada. Chonny! Alguém está batendo. Vá rápido. Não. Eu dou um jeito aqui – vá rápido. Segunda batida na porta. Um momento de silêncio e ouve-se o ranger da arca quando Einstein coloca o Sr. Spenalzo no lugar de Hoskins. Uma terceira batida, enquanto Einstein está às voltas com o corpo. Uma quarta batida, e, então, o ranger da arca quando Einstein a fecha. Ele se afasta rapidamente para o lado da escrivaninha, ficando abaixado para evitar ser  visto através da porta. ELAINE: entrando pela porta e chamando suavemente . D. Abby! D. Martha! na tênue faixa de luz ela vem em direção ao centro chamando em direção ao balcão. D. Abby! D. Martha! De repente Jonathan entra e fecha a porta. O barulho faz Elaine virar-se e ela engole em seco. Uh! Quem é? É você, Teddy? Jonathan dirige-se para ela, que recua para a cadeira à direita da mesa . Quem é você? JONATHAN: Quem é você? ELAINE: Eu sou Elaine Harper – eu moro aqui ao lado. JONATHAN: E o que você está fazendo aqui? ELAINE: Vim ver D. Abby e D. Martha. JONATHAN: Para Einstein, sem se virar. Einstein conseguiu, devagarinho, chegar ao comutador, depois que Jonathan passou. Acenda a luz, doutor.  As luzes se acendem. Elaine fica ofegante quando vê Jonathan e senta na cadeira. Jonathan olha para ela por um momento. 45

 

Você escolheu uma hora um tanto estranha para uma visita. Ele se dirige à arca, buscar Spenalzo, mas não o vê. Olha para trás da mesa. Olha para fora, pela janela e volta para a sala.

ELAINE: Tentando arranjar coragem. Acho melhor vocês explicarem o que vocês estão fazendo aqui. JONATHAN: Na frente, à esquerda da mesa. Acontece que nós moramos aqui. ELAINE: Vocês não moram aqui. Eu venho aqui todos os dias e nunca vi vocês.  Assustada. Onde estão D. Abby e D. Martha? O que vocês fizeram com elas? JONATHAN: Dando um passo para frente da mesa . Acho que é melhor nós nos apresentarmos. Este... indicando ... é o Dr. Einstein. ELAINE:  Olha para Einstein. Dr. Einstein? Vira-se de novo para Jonathan. Einstein, atrás dela, gesticula para Jonathan indicando onde está Spenalzo. JONATHAN: Um gr Olha ha em emba baix ixo o da me mesa sa pr proc ocur uran ando do gran ande de ciru cirurg rgiã ião. o. Ol Spenalzo e não o achando ... e uma espécie de mágico. ELAINE: E não vá me dizer que o senhor se nhor é o Boris Kar... JONATHAN: Eu sou Jonathan Brewster. ELAINE: Afastando-se ELAINE:  Afastando-se para trás, quase com pavor. Ah, você é Jonathan! JONATHAN: Vejo que já ouviu falar de mim. Einstein se esgueira para frente do sofá. ELAINE: Sim, hoje de tarde, pela primeira vez. JONATHAN: Indo em direção a ela. E o que é que falaram de mim? ELAINE: Disseram apenas que havia outro irmão chamado Jonathan. Foi só.  Acalmando-se.. Isto explica tudo. Agora que sei que você é... Corre para a porta  Acalmando-se de entrada. Vou embora para casa.  A porta está trancada. Ela se volta para Jonathan. Se você, por favor, abrir a porta. JONATHAN: Caminha em direção a Elaine, mas antes de alcançá-la, vira-se  para a frente, para a porta e abre-a. Einstein caminha para a cadeira à direita da mesa. Quando Jonathan entreabre a porta, Elaine se dirige para ela. Ele se volta e a faz parar com um gesto. “Isto explica explica tudo?” O que você quer dizer com isto? O que é que você veio fazer  aqui a esta hora da noite?

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ELAINE: Pensei ter visto alguém rondando a casa. Devia ser você. JONATHAN:  Fecha a porta e tranca-a, deixando a chave na fechadura . Você viu alguém rondando a casa? ELAINE: Vi. Vocês não estavam lá fora? Aquele carro não é de vocês? JONATHAN: Você viu alguém no carro? ELAINE: Vi. JONATHAN: Caminhando em direção a ela, enquanto ela recua para trás, à esquerda. O que mais você viu? ELAINE: Só alguém dando a volta na casa em direção ao carro. JONATHAN: E o que mais você viu? ELAINE: Só vi isso... só isso. Então eu vim aqui. Queria avisar avisar D. Abby para que ela chamasse a polícia. Masindo. se era e se aquele é o seu carro, por não trás preciso Dávocê, um passo em direção à porta de incomodar D. Abby. Já vou Jonathan.

JONATHAN: Impedindo a passagem de Elaine. O que o homem estava fazendo no carro? ELAINE: Agitada.  Agitada. Não sei. Eu estava vindo para cá. JONATHAN:  Insistindo, enquanto ela recua para a esquerda. Eu acho que você está mentindo. EINSTEIN:  Indo para trás, no centro, à direita . Acho que ela está falando a verdade, Chonny. Vamos deixá-la ir agora, hein? JONATHAN:    Ainda Ainda pressi pressiona onandondo-aa par paraa a esq esquer uerda da. Ac Acho ho qu quee el elaa es esttá mentindo. Entrando numa casa estranha a esta hora da noite. Acho que ela é perigosa. E nós não devíamos deixá-la solta por aí.  Agarra o braço dela. Elaine grita. ELAINE: Tire suas mãos de cima de mim... JONATHAN: Doutor... Enquanto Einstein vai para a esquerda, Teddy sai do porão, batendo a porta. Olha para Jonathan à esquerda e fala para Einstein à direita.

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TEDDY: Inocentemente. Va Sobe be ao pr prim imei eiro ro Vaii se serr um fu fune nera rall pa part rtic icul ular ar.. So  patamar. Elaine vai até a escrivaninha, arrastando Jonathan com ela. ELAINE: Teddy! Teddy! Diga a eles quem eu sou. TEDDY: Volta-se e olha para ela. Esta é minha filha – Alice. Grita “Atacar!” Sobe as escadas correndo e sai. ELAINE: Tentando se desvencilhar de Jonathan e arrastando-o para o centro à direita. Não! Não! Teddy! JONATHAN: Torce o braço de Elaine para trás. Sua outra mão lhe tapa a boca.. Doutor! Seu lenço! boca Quando Einstein lhe estende o lenço, Jonathan tira a mão da boca de Elaine. Ela grita. Ele tapa-lhe a boca de novo. Olha a porta do porão e diz a Einstein. O porão! Einstein corre e abre a porta do porão. Aí volta e apaga a luz, deixando o   palco às escuras. Jonathan empurra Elaine através da porta do porão. Einstein volta e desce as escadas do porão com Elaine. Jonathan fecha a  porta, ficando no palco mesmo tempo Está em que as tias surgem no balcão superior com seus trajesao para os funerais. completamente escuro a não ser pela luz da rua. ABBY: Qual é o problema? MARTHA: O que está acontecendo aí embaixo? Martha fecha a porta de seu quarto e Abby acende a luz através do comutador do balcão. Olham para baixo um momento e descem enquanto falam. ABBY: O que está acontecendo? Chegando ao pé da escada, vê Jonathan. O que você está fazendo? JONATHAN: Pegamos um ladrão – um assaltante ordinário. Volte para o seu quarto. ABBY: Vamos chamar a polícia. JONATHAN: Nós já chamamos. E vamos cuidar disso. Volte para o seu quarto. Entendeu?  A campainha toca, seguida de várias batidas na porta. Abby corre e abre a  porta de entrada. Mortimer entra com uma mala. Ao mesmo tempo Elaine sai  correndo do porão e se atira nos braços de Mortimer. Jonathan tenta agarrá-  la mas não consegue. Isto o deixa no centro e na frente. Einstein vai  devagarinho para trás de Jonathan. ELAINE: Mortimer! Ele deixa cair a mala. Onde você esteve? 48

 

MORTIMER: No teatro. E devia ter pensado duas vezes antes de ir. Vê Jonathan. Meu Deus! Ainda estou lá! ABBY:   À direita de Mortimer.  Este é o seu irmão Jonathan - e este é o Dr. Einstein. MORTIMER: Observando as tias todas vestidas de preto. Eu sei que não estou tendo um pesadelo, mas o que é isto, então? JONATHAN: Voltei para casa, Mortimer. MORTIMER: Olhando para ele e depois para Abby . Quem você disse que ele era? ABBY: Seu irmão Jonathan. Mudou de rosto. O Dr. Einstein fez a operação. MORTIMER: Olhando mais de perto para Jonathan. Jonathan! Jonathan, você sempre foi um monstro, mas precisava ter a cara de um? Jonathan dá um passo em direção a ele. Einstein segura-o pela manga. Elaine e Martha recuam até a escrivaninha. EINSTEIN: Calma, Chonny! Calma. JONATHAN: Mortimer, você se esqueceu das coisas que eu fazia com você quando nós éramos meninos? Lembra-se de quando você ficou amarrado no pé da cama? – as agulhas enfiadas embaixo das suas unhas? MORTIMER: Meu Deus, é Jonathan. Sim, eu me lembro. Eu me lembro de você como o mais odioso, vil, nojento ser humano que eu já vi. Jonathan está cada vez mais tenso. Abby se coloca entre os dois. ABBY: Meninos, não comecem a brigar de novo quando ainda mal acabaram de se encontrar. MORTIMER: Dirige-se a porta e abre-a.  Não vai haver briga nenhuma, tia Abby. Jonathan, ninguém te quer aqui. Dê o fora! JONATHAN: O Dr. Einstein e eu fomos convidados a ficar. MORTIMER: Não aqui nesta casa. ABBY: Só esta noite. MORTIMER: Ele não fica em lugar nenhum perto de mim. 49

 

ABBY: Mas nós o convidamos para ficar esta noite e não podemos voltar atrás. MORTIMER: Contra a vontade vontade.. Está bem, esta noite. Mas amanhã de manhã, a primeira coisa é... fora! Pega a mala. Onde eles vão dormir? ABBY: No antigo quarto de Jonathan. MORTIMER: Aquele é meu antigo quarto. Começa a subir as escadas. Vou dormir naquele quarto. Estou aqui para ficar. MARTHA: Oh, Mortimer, estou tão contente. EINSTEIN: Chonny, nós dormimos aqui embaixo. MORTIMER: É aí embaixo mesmo que vocês vão dormir. EINSTEIN: Para Jonathan. Você dorme no sofá e eu sobre a arca.     Ao MORTIMER: Ao ouvi ouvir menc mencio iona narcabide, r a arca arca, , Mo Mort imer ere ch cheg egou ou ao patam patamar ar.. Depois de pendurar o rchapéu no ele se rtim volta começa a descer as escadas, falando enquanto chega embaixo e se dirige à arca. Recua para o fundo, onde termina a arca. A arca! Bem, não vamos discuti discutirr por causa disto. A arca é perfeita para mim esta noite. Vou dormir nela.

EINSTEIN:  Fa Fazz um gest gesto o pa para ra im impe pedi dirr Mort Mortim imer er de cheg chegar ar até até a ar arca ca enquanto ele está passando por trás da mesa, mas não o consegue. Ele se volta para Jonathan quando Mortimer se senta sobre a arca. Sabe, Chonny... toda esta discussão me faz pensar no Sr. Spenalzo. JONATHAN: Spenalzo! Recomeça a procurar Spenalzo no fundo. Percebendo que seria melhor para eles permanecer ali embaixo, fala com Mortimer. Bem, Mortimer – não há necessidade mesmo de incomodá-lo – nós dormimos aqui embaixo. MORTIMER:  Levantando-se. Jonathan, sua repentina consideração para comigo é muito pouco convincente. EINSTEIN:  Sobe as escadas até o patamar. Venha, Chonny, vamos pegar  nossas coisas no quarto, hã? MORTIMER: Não se incomode, doutor! JONATHAN: Por falar nisso, doutor, perdi o Sr. Spenalzo de vista completamente. MORTIMER: Quem é este Sr. Spenalzo? 50

 

EINSTEIN: Do patamar. Um amigo nosso que Chonny está procurando. MORTIMER: Bem, não tragam mais ninguém aqui. EINSTEIN: Está tudo bem, Chonny. Enquanto arrumamos nossas coisas, eu te conto tudo. Sobe e passa pelo arco. Jonathan começa a subir. ABBY:  Indo para frente. Mortimer, você não precisa dormir aqui embaixo. Eu posso ir dormir com Martha e você fica no meu quarto.

JONATHAN: Tendo chegado ao balcão. Não há problema algum, tia Abby. Estaremos Estare mos com tudo pronto em poucos minutos. minutos. E você pode ocupar seu quarto quarto,, Mortimer. Sai, atravessando o arco. MORTIMER: Vai até o sofá. Martha vai atrás da cadeira de braços à esquerda da mesa e enquanto Mortimer fala, ela pega o sapato de Spenalzo que Eins Einstei tein n co colo loco cou u al alii enqu enquant anto o estav estavaa tu tudo do escu escuro ro,, se sem m qu quee ni ning ngué uém m notasse.. Ela finge ajeitar notasse ajeitar a barra do vestido. Você está perdendo seu tempo – eu lhe disse que vou dormir aqui. ELAINE: Salta do banquinho para os braços de Mortimer. Mortimer!

MORTIMER: O que é que você tem, querida? ELAINE: Quase histérica. Quase fui assassinada. MORTIMER: Você quase foi... Olha rápido para as tias. Abby! Martha! MARTHA: Não! Foi Jonathan. ABBY: Ele a confundiu com um ladrão. ELAINE: Não, foi pior do que isso. Ele é um louco. Mortimer, estou com medo dele. MORTIMER: Querida, você está tremendo. Senta-a no sofá. Para as tias. Vocês não têm aí alguns sais? MARTHA: Não, mas você acha que um chá quente, ou café...? MORTIMER: Café. Dê um pouco para mim também... e um sanduíche. Estou sem  jantar até agora. MARTHA: Vamos fazer alguma coisa para vocês dois. Mortimer começa a interrogar Elaine. 51

 

ABBY:  Tira o chapéu e as luvas e coloca-os sobre o armário, enquanto fala com Martha ao mesmo tempo. Martha, podemos deixar nossos chapéus aqui embaixo, agora. MORTIMER: Vocês não iam sair, iam? Sabem que horas são? Já passa da meianoite.  Avocê palavra meia-noite o alerta. “Meia-noite!” Ele se volta para Elaine. Elaine, tem que ir para casa.

ELAINE: O quê? ABBY: Ora, vocês queriam sanduíche. Não vai levar nenhum minuto. Sai para a cozinha. Mortimer, de costas para Martha, está olhando para Elaine. MARTHA:  Passa por ele com o sapato na mão. Mas vocês não se lembram... que queríamos celebrar o noivado de vocês? Ela acentua a palavra “noivado”  apontando com o sapato para as costas de Mortimer. Ela olha aturdida para o sapato, imaginand imaginando o como sapato foi parar na mão dela. Observ a-o  por um momento. Os outrosaquele dois nada percebem, é claro. EntãoObserva-o o coloca sobre a mesa. Finalmente, desistindo de compreender o fato, volta-se de novo para Mortimer. É isto que vamos fazer, querido. Vamos fazer uma boa ceia para vocês dois. Dirige-se para a porta da cozinha e se volta. E vamos celebrar  com um copo de vinho . Sai pela porta da cozinha. MORTIMER:  Vagamente. Está bem. De repente muda de idéia e corre para a  porta da cozinha. Vinho não. Fecha a porta e volta para o centro ao mesmo tempo em que Elaine se levanta do sofá e caminha em direção a ele. Ela ainda está bastante perturbada. ELAINE: Mortimer, o que está acontecendo nesta casa? MORTIMER:  Desconfiado. O que você que dizer com... “o que está acontecendo nesta casa”? ELAINE: Você tinha combinado de me levar para jantar, e ao teatro, esta noite... você cancelou. Me pediu em casamento – eu aceitei – e cinco minutos depois você me pôs para fora daqui. E agora, logo depois de seu irmão ter tentado me estrangular, você quer me mandar para casa. Ouça, Sr. Brewster – antes de ir  para casa, eu quero saber como é que eu fico, afinal. Você me ama? MORTIMER: Segurando as mãos dela. Eu te amo muito, Elaine. Na verdade, eu te amo tanto que não posso me casar com você. ELAINE: Você ficou maluco?

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MORTIMER: Acho que não, mas é só uma questão de tempo. Sentam-se no sofá enquanto Mortimer começa a explicar. Olha, a loucura reina em minha família. Olha para cima e em direção à cozinha. É a rainh rainhaa absoluta. É por isso que eu não posso casar com você, querida. ELAINE: Esta não, tente outra. MORTIMER: Não, meu bem – há uma mancha no sangue dos Brewster. Brewster. Se você realmente conhecesse minha família... ELAINE: Só porque Teddy é um pouco... MORTIMER: Não, isto vai mais longe. O primeiro Brewster... o que veio com o Mayf Ma yfllow ower er.. Vo Voccê sabe sabe que que na naqu quel elaa ép époc ocaa os ín índi dios os es esca calp lpel elav avam am os colonizadores... pois ele escalpelava os índios. ELAINE: Mas isto foi antigamente, Mortimer. MORTIMER: Não, a família inteira... Ele se levanta e mostra um retrato sobre o avô,não poros exemplo, experimentava ntava seus reméd remédios ios em defunt defuntos os para armário. ter certezaMeu de que mataria.experime

ELAINE: Ele não era tão louco assim. Ele ganhou um milhão de dólares. MORTIMER: E também há Jonathan. Você acabou de dizer que ele era um louco  – ele tentou matá-la. ELAINE: Levanta-se e vai até ele. Mas ele é seu irmão, não é você. E eu amo você. MORTIMER: E tem Teddy também. Você conhece Teddy. Ele pensa que é Roosevelt. Não, querida, nenhum Brewster devia se casar. Vejo agora que se tivesse encontrado meu pai a tempo, eu o teria impedido de se casar. ELAINE: Bom, querido, mas tudo isto não prova que você é louco. Olhe suas tias  – elas são Brewster, não são? – e são as pessoas mais saudáveis e delicadas que eu conheço. MORTIMER:  Indo para trás da mesa, em direção à arca, falando enquanto anda. Bem, mesmo elas têm suas fraquezas. ELAINE:  Voltando-se e indo para a direita. É verdade, mas que adoráveis fraquezas – gentileza, generosidade – simpatia humana... MORTIMER:  Vendo que Elaine está de costas para ele, levanta a tampa da arca para dar uma olhada e vê Spenalzo no lugar de Hoskins. Fecha a arca

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de novo. Apoia-se na mesa e debruça-se sobre ela e diz para si mesmo. Tem outro! ELAINE: Voltando-se para ele. Oh, Mortimer, você não pode falar nada das suas tias. Não,muito não importante vou falar. Indo Olha, Elaine, você tem que ir para MORTIMER: para casa. Uma coisa acaba de ela. acontecer.

ELAINE: Aqui? Agora? Como? Nós estamos sozinhos. MORTIMER: Sei que estou agindo de maneira irracional, mas considere o fato de que eu sou um Brewster louco. ELAINE: Se você pensa que vai se se sair desta fin fingindo gindo que é louco – você es está tá louco. Pode ser que você não case comigo, mas eu vou casar com você. Eu te amo, seu idiota. MORTIMER: Conduzindo-a para a porta de entrada. Se você me ama, suma daqui! ELAINE: Bem, pelo menos me acompanhe até em casa, sim?Estou com medo.

MORTIMER: Medo! Um passeiozinho pelo cemitério? ELAINE: Dirigindo-se para a porta. Então, mudando de tática, se volta para Mortimer. Mortimer, você não vai me dar um beijo de boa noite? MORTIMER:  Abrindo os braços. Claro, querida. O que Mortimer pensa ser  “um jogo rápido”, Elaine transforma numa cena de teatro. Ele sai da cena com a mesma pose. Boa noite, meu bem. Te telefono amanhã ou depois. ELAINE: Zangada, dirige-se para a porta da entrada, abre-a e volta-se para Mortimer. Seu... seu crítico! Bate a porta ao sair. MORTIMER: Olha para a porta sem saber o que fazer. Volta-se e aproxima-se silenciosamente da porta da cozinha. Tia Abby! Tia Martha! Venham cá! ABBY: Voz em off. Um minuto, querido. MORTIMER: Venham já. Fica em pé atrás da arca. ABBY: Vindo da cozinha. Pronto, querido. O que foi? Onde está Elaine? MORTIMER: Pensei que vocês tinham me prometido não deixar ninguém entrar  aqui na minha ausência.

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 As próximas falas se sobrepõem. ABBY: Bem, Jonathan simplesmente foi entrando... MORTIMER: Não estou falando de Jonathan... ABBY: E o Dr. Einstein veio com ele... MORTIMER: Não estou falando do Dr. Einstein. Quem é aquele que está na arca? ABBY: Nós já dissemos – o Sr. Hoskins. MORTIMER: Abre a arca e dá um passo para trás, para a esquerda. Este não é MORTIMER: Abre o Sr. Hoskins. ABBY: Meio confusa, vai até a arca e olha para dentro dentro,, falando muito calma. Quem pode ser? MORTIMER: À direita de Abby. Você vai me dizer que nunca viu este homem? MORTIMER: À ABBY: É! Que maneira de sermos apresentados! A coisa está de tal maneira que todo mundo pensa que pode ir entrando porta adentro sem pedir licença. MORTIMER: Tia Abby, não tente tirar o corpo fora. Este é mais um de seus cavalheiros. ABBY: Mortimer, como é que você diz uma coisa destas? Aquele homem é um impostor. E se ele pensa que vai ser enterrado em nosso porão, está muito enganado. MORTIMER: Tia Abby, a senhora me disse que tinha posto o Sr. Hoskins na arca. ABBY: Sim. MORTIMER: Ora, este homem não pode simplesmente ter imitado o Sr. Hoskins. Aliás... onde está ele? Olha em direção à porta do porão. ABBY: Passa por trás da mesa para o centro. Ele deve ter ido para o Panamá. MORTIMER: Ah, você o enterrou? ABBY: Não, ainda não. Ele está lá embaixo esperando o culto, coitado. Não tivemos um minuto de folga com Jonathan em casa.   Ao ouvir o nome de Jonathan, Mortimer fecha a arca. Oh, meu Deus, nós sempre quisemos ter um funeral duplo. Dirigindo-se para a  porta da cozinha. Mas eu não vou ler as orações para um estranho.

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MORTIMER: Indo até ela.  Um estranho! Como é que eu posso acreditar nisto, tia Abby? Existem doze homens no porão e a senhora admite tê-los envenenado! ABBY: É, eu envenenei. Mas não pense que eu vou me rebaixar dizendo uma mentira. Vai para a cozinha. Martha!   Ao Ao mes esmo mo temp tempo o Jo Jona nath than an pass passaa pe pello arc rco o at atéé o bal balcão cão e desce esce rapidamente as escadas. Mortimer vai para frente à direita. Jonathan o vê e vai até ele. JONATHAN: Mortimer... eu queria ter uma palavrinha com você. MORTIMER: De pé diante dele. Você só terá mesmo tempo para uma palavrinha, Jonathan, porque eu decidi que você e o seu amigo doutor vão ter que sair daqui o mais rápido possível. JONATHAN: Docemente. Estou contente de ver que você reconhece que nós dois não podemos viver sob o mesmo teto... mas acho que você chegou a pior  solução. Pegue sua mala e caia fora! Vai em direção a Mortimer, ansioso para chegar à arca, mas Mortimer dá uma volta por trás da mesa e vai até ele no centro, à frente.

MORTIMER: Indo até ele. Se pensa que eu estou com medo... se você pensa que eu tenho medo de alguma coisa... JONATHAN: Se le levvan anta ta.. Os doi oiss se en enca cara ram. m. Tive Tive um umaa vida vida es estr tranh anha, a, Mortimer, mas aprendi uma coisa: a não ter medo de nada! Eles olham um para o outro com igual coragem. ABBY: Vindo da cozin cozinha ha segui seguida da por Martha. Martha. Martha, dê uma olhada e veja o que está na arca. Os dois homens se atiram sobre a arca ao mesmo tempo, Jonathan na ponta da frente. MORTIMER E JONATHAN: Ora, tia Abby! MORTIMER: Vira a cabeça lentamente para Jonathan, ficando sério. Levanta-  se, sorrindo, com segurança.  Jonathan, deixe a tia Martha ver o que está na arca. Jonathan fica crispado. Mortimer passa pela frente da mesa, até Abby. Tia Abby, eu lhe devo um pedido de desculpas. Beija-a na testa. Tenho ótimas notícias para você. Jonathan está partindo. Vai levar o Dr. Einstein e o frio companheiro deles. Jonathan se levanta mas não sai do lugar.

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Jonathan, você é meu irmão. Você é um Brewster. Vou te dar uma chance de fugir, levando a prova do crime – você não pode exigir mais do que isto. Jonathan não se mexe. Então terei que chamar a polícia. Vai até o telefone e tira-o do gancho.

JONATHAN: Largue este telefone. Vai até a esquerda de Mortimer. Você ainda me dá ordens, depois de ter visto o que aconteceu com o Sr. Spenalzo? MARTHA: Está atrás da mesa. Spenalzo?

ABBY: No centro, atrás. Eu sabia que era um estrangeiro. JONATHAN: Lembre-se de que o que houve com o Sr. Spenalzo pode acontecer  com você também. Batem na porta de entrada. Abby vai abrir e o sargento O’Hara dá uma olhada para dentro. O’HARA: Olá, Srta. Abby. ABBY: Olá, sargento O’Hara. Deseja alguma coisa? Mortimer larga o telefone e vai para perto de O’Hara. Jonathan se vira para a esquerda. O’HARA: Vi a luz acesa e pensei que houvesse alguém doente. Vê Mortimer. Vejo que a senhora tem visitas... Desculpe tê-la incomodado. MORTIMER: Pegando Pegando O’Hara pelo braço.  braço. Não, não, entre. ABBY: Sim, entre. MARTHA: Indo até a porta. Entre, sargento O’Hara. Mortimer dá alguns passos com O’Hara e fecha a porta. Abby vai para trás, no centro. Martha está perto da escrivaninha. Jonathan está em frente do sofá, à direita de Abby. MARTHA: Para O’Hara. Este é o nosso sobrinho, Mortimer. O’HARA: Muito prazer. Jonathan começa a se dirigir para a cozinha. ABBY: Fazendo Jonathan parar. E este é outro sobrinho, o Jonathan.

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O’HARA: Passa na frente de Mortimer e faz um gesto para Jonathan com seu cassetete. Prazer em conhecê-lo. Jonathan o ignora. O’Hara diz às tias. Deve ser ótimo para as senhoras receberem a visita dos sobrinhos. Eles vão ficar  aqui algum tempo? MORTIMER: Eu vou. Meu irmão Jonathan já está indo embora. Jonathan faz  menção de ir até a escada. O’HARA: Parando Jonathan. Jonathan. Acho que já o vi aqui antes, não? ABBY: Acho que não. Jonathan está fora há muitos anos. O’HARA: Seu rosto me é familiar. Talvez tenha visto uma foto sua em algum lugar. JONATHAN: Não creio. O’HARA: Bem, eu vou indo. Vocês devem estar querendo se despedir. Que pressa é esta? Gostaria que ficasse por aqui até o meu irmão MORTIMER: sair.

Jonathan sai, passando pelo arco. O’HARA: Só entrei para ver se estava tudo bem. MORTIMER: Vam amos os tom omar ar um caf cafezin ezinho ho em um mi minu nutto. Vo Você cê não não no noss acompanha? ABBY: Ih, esqueci o café. Vai para a cozinha. MARTHA: Indo até a porta da cozinha.  É melhor eu fazer mais sanduíches. Já conheço bem o seu apetite, sargento O’Hara. Vai para a cozinha. O’HARA: Vai até o centro da sala. Não se incomode. incomode. Tenho que me comunicar  com a delegacia daqui a pouco. MORTIMER: Tome uma xícara de café conosco. Meu irmão não demora a ir  embora. Leva O’Hara para a frente da mesa até a cadeira de braço. Sente-se. O’HARA: Me diga uma coisa... eu não vi uma foto de seu irmão em algum lugar? MORTIMER: Creio que não. Senta-se à direita da mesa. O’HARA: Tenho certeza de que ele me lembra alguém. MORTIMER: Pode ser que se pareça com alguém que você viu no cinema.

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O’HARA: Eu nunca vou ao cinema. Detesto. Minha mãe diz que cinema é a arte do demônio.   MORTIMER: É, está cheio deles... Sua mãe disse isto? MinhaLatour  mãe foi. atriz – uma atriz de teatro. Talvez você tenha ouvido O’HARA: Peaches falar nela –Sim.

MORTIMER: Me pa pare rece ce ter vi vist stoo este este no nome me nu num m pr proogr gram ama. a. O qu quee el elaa representou? O’HARA: Bom, o grande sucesso dela foi “Mutt e Jeff ”. ” . Ficou três anos em cartaz. Eu nasci numa tournée – na terceira temporada. MORTIMER: É mesmo? O’HARA: É. Em Sioux, no Iowa. Nasci no camarim, no fim do segundo ato, e mamãe voltou para fazer o final. MORTIMER: Isto é que é ser atriz! Sua mãe deve dar uma história – eu escrevo sobre teatro, sabe? O’HARA: Ah, é? Não diga que você é Mortimer Brewster, o crítico teatral! MORTIMER: Sim, sou eu. O’HARA: Puxa, estou muito feliz em conhece-lo.  Ajeita o quepe e o cassetete  para cumprimentar Mortimer. Também pega o sapato que Martha deixou sobre a mesa. Olha para ele rapidamente e o coloca na frente da mesa. Mortimer vê e fica olhando para o sapato. Então, Sr. Brewster – estamos no mesmo ramo. MORTIMER: Ainda  Ainda com a atenção no sapato . Estamos? O’HARA: Sim. Eu escrevo peças. Este trabalho na polícia é passageiro. MORTIMER: Há quanto tempo você está na polícia? O’HARA: Doze anos. Estou colhendo material para uma peça. MORTIMER: Aposto que é um prato cheio. O’HARA: Bom, tem que ser. Com todos os dramas que eu vejo como guarda guarda.. Sr. Brewster, o senhor não faz idéia das coisas que acontecem no Brooklyn.

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MORTIMER: Acho que faço. Põe o sapato embaixo da cadeira, vê as horas e olha em direção ao balcão. O’HARA: Que horas são? MORTIMER: Uma e Dez. O’HARA: Nossa! Eu tenho que contatar a delegacia. Dirige-se para a porta de entrada, mas Mortimer o faz parar no centro. MORTIMER: Um minuto, O’Hara. Sobre a sua peça...Talvez eu possa ajudá-lo. Senta-o na cadeira à direita. O’HARA:  Fascinado. É mesmo? Levanta-se. Foi o destino que me trouxe aqui hoje. Olha – vou lhe contar a história. Neste momento Jonathan entra no balcão, seguido pelo Dr. Einstein, cada um traz uma mala. No mesmo instante Abby vem da cozinha. Embora o guarda tenha sido útil, Mortimer não quer ouvir a história dele. Querendo escapar, fala com Jonathan enquanto ele e Einstein descem as escadas. MORTIMER: Ah, vocês já estão indo, não é? Ótimo. Vocês não têm muito tempo, sabem? ABBY:  Atrás Atrás à esquerda. Está quase tudo pronto. Vê Jonathan e Einstein no  pé da escada. Vocês já estão saindo, Jonathan? Adeus. Adeus, Dr. Einstein. Vê a maleta de instrumentos sobre a arca . Esta maleta não é de vocês? MORTIMER:  Que então se lembr lembraa de Spenalzo, também também.. É, Jonathan – vocês não podem sair sem levar todas as suas coisas.  Agora, para se livrar de O’Hara, vira-se para ele. O’Hara, foi um prazer conhecê-lo. Vamos nos ver de novo e conversaremos sobre sua peça. O’HARA: Se recusando a sair . Mas eu ainda não estou saindo, Sr. Brewster. MORTIMER: Por que não? O’HARA: O senhor acaba de se oferecer para me ajudar na peça. Vamos escrevê-la juntos. MORTIMER: Não posso fazer isso, O’Hara. Não sou escritor de ficção. O’HARA: Eu invento e o senhor põe em palavras. MORTIMER: Mas O’Hara...

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O’HARA: Não senhor, Sr. Brewster. Não saio desta casa sem lhe contar a história. Ele vai se sentar na arca . JONATHAN:  En Enca cami minh nhan ando do-s -see pa para ra a po port rtaa de entr entrad adaa. Neste cas asoo, Mortimer...nós, já vamos indo. disto. Você não pode ainda. Você na sabe muito bempara que MORTIMER: Vira-se e vê sair O’Hara sentado arca e corre tem que levar Nada tudo que é seu. ele. Olha, O’Hara, você vai saindo agora, sim? Meu irmão está...

O’HARA: Eu posso esperar. Estou esperando há doze anos. Martha vem da cozinha com uma bandeja de café e sanduíches . MARTHA: Desculpem ter demorado tanto. MORTIMER: Não traga isto para cá. O’Hara, você nos acompanha para um lanche na cozinha? MARTHA: Na cozinha? ABBY: Para Martha. Jonathan está indo embora. MARTHA: Que ótimo! Venha, sargento O’Hara. Sai para a cozinha. O’Hara chega à porta da cozinha enquanto Abby fala. ABBY: Você não se incomoda mesmo de comer na cozinha, Srta. O’Hara? O’HARA: E onde mais que vocês comem? ABBY: Adeus, Jonathan, foi ótimo revê-lo. O’Hara vai para a cozinha seguido de Abby. MORTIMER:  Vai até a porta da cozinha, fecha-a e vira-se para Jonathan . Foi bom você ter voltado ao Brooklyn, Jonathan, porque me dá a oportunidade de pôlo para fora – e o primeiro a sair é seu amiguinho, Sr. Spenalzo. Ele levanta a tampa da arca. Quando faz isto, O’Har O’Hara, a, com um sanduích sanduíchee na mão, vem da cozinha. Mortimer larga a tampa. O’HARA: Sr. Brewster, a gente pode conversar aqui. MORTIMER: Empurrando-o para a cozinha. Já estou indo. JONATHAN: Eu sa sabi biaa que que vo você cê ia ac acab abar ar es escr crev even endo do um umaa pe peça ça co com m um sargento da polícia. MORTIMER:  Da porta da cozin cozinha ha. Vão andando – todos os três. Sai, fechando a porta.

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JONATHAN:  Põe a mala no chão e vai até a arca. Doutor, este negócio entre meu irmão e eu tem que ser resolvido. EINSTEIN:  Indo até a arca, pega a maleta de instrumentos e traz até o pé da escada. Cho honnny ny,, já temos emos pr prob oble lem mas dema demais is.. Se Seuu irm irmão nos dá um umaa oportunidade de fugir – o que mais você quer? JONATHAN: Você não entende. Abre a arca. Isto vem de muito tempo.

EINSTEIN: Ao  Ao pé da escada. Ora, Chonny, vamos indo. JONATHAN: Irritado. Nós não vamos. Vamos dormir aqui esta noite. EINSTEIN: Com um guarda na cozinha e o Sr. Spenalzo na arca. JONATHAN: O cadáver é tudo que ele tem contra nós. Fecha a arca. Vam Vamos os levar o Spenalzo lá para baixo e joga-lo na baía, e voltar logo – aí, se ele tentar  interferir... Vai para o centro, Einstein vai para a esquerda dele e o encara. EINSTEIN: Ora, Chonny! JONATHAN: Doutor, você me conhece quando eu decido uma coisa – EINSTEIN:  Ja – quando decide, você perde a cabeça. Brooklyn não é um bom lugar para você. JONATHAN: Categórico. Doutor! EINSTEIN: O.K.. Temos que ficar juntos. Vai até as malas. Vamos acabar na cadeia juntos. Já que vamos voltar, temos que levar isto conosco? JONATHAN: Não. Deixe-as aqui. Esconda no porão. Anda rápido! Ele leva as malas para a esquerda do sofá enquanto Einstein vai ao porão com a maleta de instrumentos. Spenalzo pode sair do mesmo jeito que entrou! entrou!  Ajoelha-se na arca e olha para fora. Quando vai abrir a arca, Einstein vem do porão meio excitado. EINSTEIN: Ei, Chonny, vem depressa! JONATHAN: Indo até ele. O que é? EINSTEIN: Sabe aquele buraco no porão? JONATHAN: Sei.

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EINSTEIN: Tem um presunto no buraco. Venha cá que eu te mostro. Os dois descem para o porão. Jonathan fecha a porta. MORTIMER: Vem da cozinha e vê a bagagem deles ainda lá. Abre a arca e vê Spenalzo. Põe a cara para fora da janela e grita . Jonathan! Jonathan! Jonathan Jonatha n vem do porão sem ser notado por Mortim Mortimer er e chega até ele, pelas costas. Einstein vem até o centro da sala. MORTIMER: Jonathan ! JONATHAN: Calmamente. O que é, Mortimer? MORTIMER:  Dá um salto para a frente da mesa . Onde vocês se meteram? Acho que eu já disse para vocês... JONATHAN: Nós não vamos. MORTIMER: Não? Pensa que estou brincando? Quer que eu diga a O’Hara o que tem dentro daquela arca? JONATHAN: Nós vamos ficar aqui. MORTIMER:  Contornando a mesa por trás em direção à porta da cozinha. Perfeito! Foi você que quis. Assim me livro de você e do sargento O’Hara ao mesmo tempo. Abre a porta da cozinha e grita . Sargento O’Hara, venha cá. JONATHAN: Se você disser a O’Hara o que tem naquela arca, conto para ele o que tem no porão. MORTIMER: Fechando a porta da cozinha rapidamente . No porão? JONATHAN: Tem um cavalheiro lá que parece mortinho da silva. MORTIMER: O que vocês estavam fazendo no porão? EINSTEIN: O quê que ele está fazendo no porão? O’HARA:  Voz em off . Não, obrigada, Sra. Brewster. Estavam deliciosos. Já comi demais. JONATHAN: E então, o que é que você vai dizer a O’Hara? O’HARA:  Vindo da cozinha. Olha, Sr. Brewster, suas tias também querem ouvir. Posso chamá-las para cá? MORTIMER: Puxando-o para a direita. Não O’Hara, agora não dá. Você tem que contatar a delegacia.

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O’HARA: Para no centro enquanto Mortimer abre a porta. Que se dane a base! Vou chamar suas tias e contar a história para vocês. Dirige-se à porta da cozinha. MORTIMER:  Agarrando-o Agarrando-o. Não, O’Hara, na frente dessa gente toda não. Porque não mais tarde? Porque não nos encontramos mais tarde em algum lugar? O’HARA: Que tal a sala dos fundos no bar do Kelly?

MORTIMER:  Passando O’Hara para a direita, por sua frente. Ótimo! Você vai contatar a delegacia e eu te encontro no Kelly! JONATHAN: Na arca. Por que vocês dois não vão para o porão? O’HARA: Por mim tudo bem. Dirige-se à porta do porão. É aqui o porão? MORTIMER:    Agar Agarra rand ndo-o o-o no nova vamen mente te e em empu purr rran ando do-o -o para para à po port rtaa de entrada. Não...! Vamos ao Kelly. Mas no caminho, você vai passar na delegacia. O’HARA: Enquanto sai pela porta de entrada . Está bem, isto não leva nem dois minutos. Sai . MORTIMER:  Pega o chapéu no cabide e vai abrir a porta de entrada. Vou me livrar deste sujeito e volto em cinco minutos. Espero que vocês já tenham caído fora. Muda de idéia. Não... Esperem por mim. Sai. Einstein senta à direita da mesa. JONATHAN: Va Vamo moss es espe pera rarr por por el ele, e, douto doutor. r. Es Espe pere reii mu muititoo temp tempoo por uma uma oportunidade dessas. EINSTEIN: Nós o pegamos direitinho. Ele parecia tão culpado! JONATHAN:  Levantando-se. Leve as malas de volta para o quarto, doutor. Einstein pega as malas e chega ao pé da escada . ABBY:  Falando enquanto entra, com Martha, da cozinha . Eles já foram? Vê Jonathan e Einstein. Ué, ouvimos alguém sair. JONATHAN:  Indo para a direita, no centro. Foi Mortimer, mas ele já volta. Sobrou alguma coisa na cozinha? O Dr. Einstein e eu gostaríamos de beliscar  qualquer coisa. MARTHA: À  À esquerda da mesa . Mas não vai dar tempo. ABBY: No centro. É, Mortimer não vai gostar se ainda encontrar vocês aqui.

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EINSTEIN: Vindo para a frente, à direita. Ele vai gostar sim.. Ele tem que gostar. JONATHAN: Arranjem alguma coisa pra gente comer enquanto enterramos o Sr. Spenalzo no porão. MARTHA: Indo até a frente da mesa . Oh, não! ABBY: Ele não pode ficar no nosso porão. Não, Jonathan, você tem que levá-lo com você. JONATHAN: Tem um amigo de Mortimer esperando por ele lá embaixo. ABBY: Um amigo de Mortimer? JONATHAN: Ele e o Sr. Spenalzo vão se entender muito bem. Os dois estão mortos. MARTHA: Eles devem estar falando do Sr. Hoskins. EINSTEIN: Sr. Hoskins? JONATHAN: Vocês sabem o que está lá embaixo? ABBY: Claro que sabemos. E ele não é amigo de Mortimer. Ele é um de nossos cavalheiros. EINSTEIN: Seus Cavalheiros? MARTHA: É, e nós não queremos nenhum estranho enterrado no porão. ABBY: Além do mais não há lugar para o Sr. Spenalzo. O porão já está cheio. JONATHAN: Cheio? Cheio de quê? ABBY: Tem doze lá. Os dois homens recuam perplexos. JONATHAN: Doze? ABBY: Assim sobra muito pouco espaço e nós vamos precisar de espaço. JONATHAN: Quer dizer que você e tia Martha assassinaram...? ABBY: Assassinaram! Claro que não! É uma de nossas caridades. MARTHA: Indignada. O que nós temos feito é um ato de piedade.

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ABBY: Apontando  Apontando para fora. Portanto, podem ir tirando o Sr. Spenalzo daqui. JONATHAN:    Ainda Ainda inc incapaz apaz de acredi acreditar  tar . Vo Você cêss fizer fizeram am is isso. so... .. aqu aquii ne nest staa  Aponta para o chão... e os enterraram ali! casa... Aponta – nóstão fomos EINSTEIN: no BrooklynChonny e trabalham bem perseguidos quanto você.no mundo inteiro – elas ficaram aqui

JONATHAN: Encarando-o . O quê? EINSTEIN: Você matou doze e elas também. JONATHAN: Lentamente. Eu matei treze. EINSTEIN: Não, Chonny, doze. JONATHAN: Treze! Contando nos dedos. Tem o Sr. Spenalzo. O primeiro foi em Londres – dois em Johannesburgo – um em Sidney – um em Melbourne – dois em São Francisco – um em Fênix, no Arizona.

EINSTEIN: Fênix? JONATHAN: O do posto de gasolina. Mais três em Chicago e um em South Bend. Faz treze. EINSTEIN: Mas vo você cê nã nãoo po pode de cont contar ar o de Sout Southh Ben end. d. El Elee mo morr rreu eu de pneumonia. JONATHAN: Ele não teria apanhado pneumonia se eu não tivesse dado um tiro nele. EINSTEIN: Inflexível . Não, Chonny, ele morreu de pneumonia. Não conta. JONATHAN: Para mim, conta. Eu digo que são treze. EINSTEIN: Não, Chonny. Você matou doze e elas mataram doze. Dirigindo-se  para as tias. As duas senhoras são tão eficientes quanto você.  As duas sorriem uma para outra, felizes. JONATHAN: Vira-se, olhando para os três e fala ameaçador. Ah, é? Isto é fácil de resolver. Só preciso de mais um, só isso, só mais um. MORTIMER:  Entra rapidamente pela porta de entrada, fechando-a atrás dele, estou eu! alguém que e vira-se para eles ecom sorriso nervoso. Bem, Jonathan se vira olhaum para ele arregalando osaqui olhos como acaba de resolver um problema. Ao mesmo tempo cai o pano.

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TERCEIRO ATO Cena I   A mesma cena, mais tarde. A cortina se ergue e o palco está vazio. A arca está aberta e vê-se que está vazia. A cadeira de braço foi levada para a direi direita ta da mesa. Os reposteiro reposteiros s e cortin cortinas estão efechad fechados. os. Todas exceto a do porão, estão fechadas. O as hinário as luvas pretasas deportas, Abby  estão no aparador, os de Martha em cima da mesa. A não ser isto, a sala é a mesma. Enquanto a cortina sobe ouve-se uma barulhada vindo do porão através da porta. Fala-se ao mesmo tempo, com excitação e raiva, até que as tias aparecem no palco, vindas do porão. MARTHA: Pare com isto! ABBY: Esta é a nossa casa e este é o nosso porão! Você não pode fazer isto! EINSTEIN: Senhoras! Por favor! As senhoras estarão melhor lá em cima. JONATHAN: Abby! Martha! Subam! MARTHA: Não adianta fazer o que você está fazendo, porque vai ter de ser  desfeito. ABBY: Nós não vamos aceitar isto e é melhor você parar imediatamente. MARTHA: Vindo do porão. Está bem! Você vai ver! Você vai ver de quem é esta casa. Vai até a porta de entrada e olha para fora. Fecha a porta. ABBY: Que coisa horrível! Enterrar um bom metodista junto com um estrangeiro. Vai para a arca. MARTHA: Indo em direção à porta do porão. Não vou deixar que profanem o nosso porão! MORTIMER:  En Entr tran ando do pe pela la port portaa de entr entrada ada e fe fech chan ando do-a -a . Fa Fala la co como mo alguém que já resolveu tudo. Muito bem! Onde está Teddy?  As tias estão muito aborrecidas com Mortimer . ABBY: Mortimer, onde é que você estava? MORTIMER: Com a Dra. Gilchrist. Consegui a assinatura dela nos papéis de internação de Teddy. MARTHA: Mortimer, o que há com você?

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ABBY:  Pára em frente da mesa. Andar por aí para consegu conseguir ir assinaturas numa hora destas! MARTHA: Você sabe o que Jonathan está fazendo? ABBY: Ele está enterrando o Sr. Hoskins e o Sr. Spenalzo juntos. MORTIMER: Para a porta do porão. Ah, está? Muito bem. Fecha a porta. Teddy está no quarto dele? MARTHA: Teddy não vai poder ajudar. MORTIMER: De Depo pois is qu quee el elee as assi sina narr es este tess form formul ulár ário ios, s, eu tomo tomo co cont ntaa do Jonathan. ABBY: O quê tem uma coisa a ver com a outra? MORTIMER: Vocês não deveriam Ter falado com Jonathan sobre as doze covas. Se eu conseguir que Teddy fique responsável por elas, posso proteger vocês, entendem?

ABBY: Não, não entendo. Nós pagamos impostos para ter a proteção da polícia MORTIMER: Subindo. Eu volto já! ABBY:  Pega as luvas e o hinário na mesa . Venha, Martha. Vamos procurar a polícia. Martha pega suas luvas e hinário no aparador. As duas vão para a porta. MORTIMER:  No patamar . Está bem! Vira-se e desce correndo para a porta de entrada, antes que elas cheguem . A polícia? Vocês não podem ir à polícia! MARTHA: Embaixo, à direita, mas à esquerda de Abby . Porque? MORTIMER:  Perto da porta de entrada. Porque se vocês contarem à polícia sobre o Sr. Spenalzo, eles vão encontrar o Sr. Hoskins também. Vai em direção a Martha. E isto pode fazer com que eles fiquem curiosos e acabem descobrindo os outros doze cavalheiros. ABBY: Mortimer. Nós conhecemos a polícia melhor que você. Acho que se nós pedirmos a eles, eles não vão se intrometer em nossos negócios particulares. MORTIMER: Mas se eles acharem os outros doze, eles vão ter que fazer um relatório para a delegacia.

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MARTHA:  Colocando as luvas. Eu não acho que eles vão se incomodar com isto. Terão que fazer um relatório enorme, enorme, e se tem alguma coisa que um policial detesta, é escrever. MORTIMER: Vocês não podem contar muito com isto. A coisa pode transpirar – e vocês não podem esperar que o juiz e o júri entendam! MARTHA: Oh, o juiz Gullman entenderia. ABBY: Calçando as luvas. Nós o conhecemos muito bem. MARTHA: Ele sempre vem à igreja para rezar, em época de eleição. ABBY: E ele prometeu que vem tomar chá um dia destes. MARTHA: Oh, Abby, nós temos que convidá-lo de novo. Para Mortimer. A senhora dele morreu há alguns anos e ele ficou muito sozinho. ABBY: Vamos, Martha. Ela vai em direção à porta. MORTIMER: Chega antes dela à porta . Não, vocês não podem fazer isto. Eu não vou deixar. Vocês não vão sair desta casa nem trazer o juiz Gullman para o chá. ABBY: Se você não fizer alguma coisa sobre o Sr. Spenalzo – nós vamos. MORTIMER: Vou fazer alguma coisa. Podemos ter que chamar a polícia, mais tarde, mas quando chamarmos quero estar pronto para eles. MARTHA: Você tem que tirar Jonathan desta casa! ABBY: E o Sr. Spenalzo também! MORTIMER: Querem fazer o favor de me deixar fazer do meu jeito? Começa a subir . Tenho que ver Teddy. ABBY:  Olha Olhando ndo para Morti Mortimer  mer . Se pela manhã, eles não tiverem saído daqui, nós vamos chamar a polícia, Mortimer. MORTIMER:  Do balcão. Eles vão sair! Eu prometo! Vão para cama, está bem? E pelo amor de Deus, tirem essas roupas. Vocês parece atrizes de tragédia grega. Sai fechando a porta. As tias o vêem sair . MARTHA: Para Abby . Bem Abby, é um grande alívio, não é? ABBY: Se Mortimer vai mesmo fazer alguma coisa, isto significa que Jonathan esta tendo um trabalho danado para nada. É melhor a gente dizer a ele. Abby vai 

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 para a porta do porão e Jonathan aparece. Eles se encontram no fundo, no centro, em frente ao sofá. As roupas dele estão sujas . Jonathan, é melhor  você parar com o que está fazendo. JONATHAN: Já está feito. Foi a voz do Mortimer que eu ouvi? Bem, tudo vaiprometeu. ter que ser desfeito. Vocês vão sair desta casa até amanhã ABBY: de manhã, Mortimer

JONATHAN: Ah, vamos? Neste caso, você e tia Martha podem ir para cama e dormir sossegadas. MARTHA: Sempre com medo de Jonathan, começa a subir . Sim, vamos, Abby.  Abby segue Martha, escada acima . JONATHAN: Boa Noite, tias. ABBY: Boa noite, não, Jonathan. Adeus. Quando nós acordarmos, você já terá ido embora. Mortimer prometeu. MARTHA: Do balcão. E ele sabe como fazer isto! JONATHAN: Então Mortimer voltou. ABBY: Voltou sim. Ele está lá em cima falando com Teddy. MARTHA: Adeus, Jonathan. ABBY: Adeus, Jonathan. JONATHAN: Talvez seja melhor eu me despedir de Mortimer. ABBY: Você vai vê-lo? JONATHAN:  Sentado no banquinho. É – eu vou ver Mortimer.  Abby e Martha saem, sa em, Jo Jona nath than an senta senta sem sem se me mexer xer.. Tem Tem pe pens nsame ament ntos os assas assassi sino nos. s. Einstein vem do porão. Ele tira a poeira da bainha da calça, levantando as  pernas e vê-se então que ele está usando os sapatos esportes de Spenalzo. EINSTEIN: Bem! Tudo arrumado. arrumado. Ninguém vai saber que eles estão lá em baixo. Jonathan ainda está sentado sem se mover . Já estou sonhando com uma cama. Faz 48 horas que não dormimos. Vai   para a segunda cadeira. Vamos, Chonny, vamos subir, está bem? JONATHAN: Você está esquecendo, doutor.... EINSTEIN: O que?

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JONATHAN: Do meu irmão Mortimer. EINSTEIN: Chonny – esta noite? Vamos deixar para amanhã ou depois. JONATHAN: Capaz apenas de se controlar . Não! Esta noite! Agora! EINSTEIN:  No chão. Chonny, por favor. Eu estou cansado. E amanhã eu tenho que operar. JONATHAN: Amanhã você pode operar, mas hoje vamos cuidar de Mortimer. EINSTEIN:  Ajoelhando-se em frente a Jonathan, tentando apaziguá-lo. Mas Chonny, hoje à noite – não – vamos para a cama,  ja? JONATHAN: Doutor, olhe para mim. Dá para ver o que vai acontecer, não dá? EINSTEIN: Recuando. Ach, Chonny, eu posso ver. Eu conheço este seu olhar! JONATHAN: Já é meio tarde para acabarmos com nossa parceria. EINSTEIN: O.K., vamos, então. Mas do modo rápido. Uma torcidinha rápida, como em Londres. Ele “torce” o pescoço da vítima com suas mãos e faz barulho sugerindo estrangulamento. JONATHAN- Não, doutor. Eu acho que desta vez é um caso especial.  Anda em direção direç ão a Einste Einstein, in, que escapa para o fundo do palco. Jonathan tem o olhar  de quem está antecipando um prazer. Acho que o melhor é o método de Melbourne. EINSTEIN: Chonny, isso não. Duas horas. E quando acabou, o que? O homem de Londres estava tão morto quanto o de Melbourne. JONATHAN: Em Londres nós tivemos que trabalhar depressa demais. Não deu para sentir nenhum prazer estético. Mas Melbourne – Ah, este foi um momento inesquecível! EINSTEIN:  Indo para a frente, enquanto Jonathan passa por ele . Se me lembro! Tem um arrepio. Gostaria de esquecer. Não, Chonny, Melbourne, não. JONATHAN: Sim, doutor. Onde estão os instrumentos? EINSTEIN: Não vou fazer, Chonny – não vou fazer. JONATHAN:   Avançando para ele enquanto Einstein recua para o fundo. Pegue seus instrumentos.

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EINSTEIN: Não, Chonny! JONATHAN: Onde estão? Ah, sim – você escondeu no porão. Onde? EINSTEIN: Não vou dizer. JONATHAN: Indo para a porta do porão. Pois vou encontrar, doutor. Sai para o  porão, fechando a porta. Teddy entra no balcão e levanta a corneta para tocar, Mortimer corre e segura seu braço. Einstein corre para a porta do  porão. Fica lá enquanto Teddy e Mortimer falam. MORTIMER: Não faça isto, Sr. Presidente. TEDDY: Não posso assinar nenhuma proclamação sem consultar meu ministério. MORTIMER: Mas ela deve ser secreta. TEDDY: Uma proclamação secreta? Muito pouco comum. MORTIMER: Vamos lá assiná-lo. TEDDY: Es Espe pere re aqui aqui.. Uma Uma pr procl oclam amaçã açãoo se secr cret etaa tem tem qu quee ser as assi sina nada da em segredo. MORTIMER: Mas imediatamente, Sr. Presidente. TEDDY: Eu tenho que por a minha roupa de assinar proclamações. Sai. Mortimer  desce. EINSTEIN:  Pega o chapéu de Mortimer no cabide de chapéus e dá a ele, ansioso para tirar Mortimer da casa. Ah, você vai agora. Ja? MORTIMER:  Pega o chapéu e coloca na escrivaninha . Não, doutor. Estou esperando uma coisa. Uma coisa importante. EINSTEIN: À  À esquerda de Mortimer . Por favor, vá agora! MORTIMER: Dr. Einstein, pessoalmente não tenho nada contra o senhor. O senhor parece ser um bom sujeito. Siga meu conselho, saia desta casa e fique o mais longe que puder. EINSTEIN: Problemas! Ja! Você sai! MORTIMER: Indo para o centro. Está bem, depois não diga que eu não avisei. EINSTEIN: Eu estou avisando você – vá embora depressa.

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MORTIMER: As coisas vão começar a explodir aqui, a qualquer momento. EINSTEIN:  No fundo, à direita. Escute. Chonny está de mau humor! Quando ele está assim, ele fica louco – coisas horríveis acontecem. MORTIMER: Jonathan não me preocupa agora. EINSTEIN: Ach, Himmel. As peças que você vê não lhe ensinam nada? MORTIMER: Sobre o que? EINSTEIN: Pelo menos no teatro, as pessoas representam como se tivessem  juízo – que é coisa que você não tem. MORTIMER:  Intere Interessado ssado na observação observação. Você acha? Você pensa que as pessoas no teatro representam com inteligência? Você devia assistir a algumas peças que eu tenho visto. Veja a porcaria de peça que eu vi esta noite: tem um homem – ele deveria ser inteligente... Jonathan Jonatha n vem do porão com a maleta de instr instrumento umentos, s, pára na porta, e fica ouvindo Mortimer. ...ele sabe que está numa casa com assassinos. Ele devia saber que existe perigo  – ele é até avisado para sair da casa. Mas ele sai? Não, ele fica. Eu lhe pergunto, doutor: é isto que uma pessoa inteligente faria? EINSTEIN: Você está me perguntando? MORTIMER: Ele não tinha suficiente sensibilidade nem para ficar assustado, para ficar em guarda. Por exemplo, os assassinos o convidam a sentar. EINSTEIN:  Caminha para impedir Eles dizem “Não quer se sentar ??””

que

Mortimer

veja

Jonathan.

MORTIMER:  Pega a cadeira de braço e puxa-a para si, continuando a olhar  Einstein. Acredite ou não: “o outro” estava lá também. EINSTEIN: E o que é que ele faz? MORTIMER:  Sentado na cadeira de braço. Ele senta. Trata-se de um sujeito supostamente esperto. Ele senta, e espera ser amarrado. E o que é que o senhor  acha que eles usam para amarrá-lo? EINSTEIN: O quê? O para cordão cortina.dos dois lados da cortina da janela esquerda. MORTIMER: Jonathan olha osda cordões Vai até lá, sobe na arca e corta os cordões com o canivete.

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EINSTEIN: Bem, porque não? Uma boa idéia. Muito lógica. MORTIMER: Lógica demais! Quando é que os autores vão usar um pouco de imaginação? O cordão da cortina! Jonathan, com os cordões na mão, anda devagar por trás de Mortimer. EINSTEIN: Ele não viu quando tiraram o cordão? MORTIMER: Ver? Estava lá, sentado de costas. Esta é o tipo de asneira que temo temoss que que ag agüe üent ntar ar to toda dass as no noitites es.. De Depo pois is di dize zem m qu quee os cr crít ític icos os es estã tãoo assassinando o teatro – são os autores que estão acabando com ele. E ele fica sentado lá, o imbecil completo – ele, que devia ser inteligente – esperando ser  amarrado e amordaçado. Jona Jo nath than an joga joga um laço laço feit feito o co com m um do doss cord cordõe õess so sobr bree o ombr ombro o de Mortimer e amarra bem apertado. Ao mesmo tempo, joga o outro laço no chão perto de Einstein. Simultaneamente, Einstein salta para Mortimer e o amordaça com um lenço e então pega o cordão e amarra os pés de Mortimer  na cadeira. EINSTEIN:  Acabando Acabando de amarrar . Você tem razão sobre aquele sujeito – ele não era muito esperto. JONATHAN: Agora Mortimer, Mortimer, se você não se incomo incomodar, dar, nós vamos acabar com a história. Vai ao aparador, pega os dois castiçais e os traz para a mesa. Fala, enquanto acende as velas. Einstein fica ajoelhado, perto de Mortimer. Jona Jo nath than an acabo cabou u de acen acende derr as ve vellas as.. Va Vaii a di dire reiita e ap apag agaa a luz uz,, escurecendo o palco. Enquanto ele faz isto, Einstein levanta e vai até a arca. Jonathan pega a maleta de instrumentos na porta do porão e a coloca na mesa, abrindo-a e revelando vários instrumentos cirúrgicos, dentro e na tampa. Agora, doutor, temos que trabalhar. Tira um instr instrumento umento da maleta e o manuseia, manuseia, encantado encantado,, enquanto Einstein vai para a cadeira esquerda e ajoelha-se nela. Não está muito satisfeito com toda a situação. EINSTEIN: Por favor, Chonny, eu lhe peço! O modo rápido! JONATHAN: Doutor! Isto deve ser uma realização artística. Afinal de contas, estamos nos apresentando perante um crítico muito ilustre. EINSTEIN: Chonny! JONATHAN: Enfurecendo-se. Doutor! EINSTEIN:  Vencido. Está bem. Vamos acabar com isto. Fecha o reposteiro totalmente e senta na arca. Jonathan pega mais 4 ou 5 instrumentos e os

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manuseia. Finalmente, tendo o equipamento necessário arrumado na toalha, começa a colocar luvas de borracha. JONATHAN: Tudo pronto para você, doutor. EINSTEIN: Tenho que tomar um trago. Não posso fazer isto sem beber. Pega a garrafa do bolso. Procura beber. Está vazia. Ergue-se. JONATHAN: Comporte-se, doutor! EINSTEIN: Tenho que tomar um trago. Quando nós entramos aqui hoje, tinha vinho aqui, lembra? Onde é que ela pôs? Olha para o aparador e lembra. Vai  até lá, abre o armário da esquerda e traz a garrafa e dois cálices para a frente da mesa. Olha, Chonny temos o que beber. Serve o vinho nos dois cálices, esvaziando a garrafa. garra fa. Morti Mortimer mer assiste assiste.. É tudo que tem. Eu divido com você. Nós dois precisamos de um trago. Dá um cálice a Jonathan e leva o seu aos lábios. Jonathan faz com que pare. JONATHAN: Um minuto, doutor. Onde estão suas boas maneiras? Vai para a frente, à direita de Mortimer e olha para ele. É. Mortimer, agora é que eu vejo que foi você que me trouxe de volta ao Brooklyn. Ele olha para o vinho e passa o cálice de um lado para outro, cheirando.  Aparentemente decide que está tudo bem, pois levanta o copo. Doutor, à saúde do meu querido irmãozinho morto. Enquanto eles levam os cálices aos lábios, Teddy aparece no balcão e dá um toq toque ue de cor corneta neta aterr aterrori orizan zante, te, Ein Einstei stein n e Jon Jonatha athan n deixam deixam cai cairr os copos, derramando o vinho. Teddy vira-se e sai. EINSTEIN: Ach, Gott! JONATHAN: Mal Corr rree pa para ra a es esca cada. da. Einst Einstei ein n o Maldit ditoo seja aqu aquele ele idi idiota ota!! Co intercepta. Ele será o próximo! Ele será o próximo! EINSTEIN: Não Chonny, Teddy não – aí eu paro – Teddy não. JONATHAN: Cuidamos dele mais tarde. EINSTEIN: Não vamos fazer nada com ele. JONATHAN: Agora temos que trabalhar depressa! Vai para à esquerda de Mortimer e Einstein para a frente de Mortimer. EINSTEIN: Ja, a maneira rápida, hein – Chonny?

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JONATHAN: Sim, doutor, a maneira rápida. Puxa um grande lenço de seda do bolso e bota em volta do pescoço de Mortimer. Neste momento a porta se abre e O’Hara entra, muito agitada. O’HARA: Ei! O coronel tem que parar de tocar essa buzina! JONATHAN: Ele e sargento. Einstein Nós estão na frente de Mortimer, O’Hara. Está  certo, vamos tirar a corneta dele. escondendo-o de O’HARA: Vai ser um inferno, amanhã de manhã. Prometemos aos vizinhos que ele não faria mais isso! JONATHAN: Não vai acontecer mais, sargento. Boa noite. O’HARA: É melhor eu mesma falar com ele. Onde é que acende a luz?  Acende a luz e sobe até o patamar e aí vê Mortimer. Ei! Você me deu o bolo! Esperei uma hora no bar do Kelly por você. Desce, vai até Mortimer e olha para ele. Fala com Jonathan e Einstein. O que aconteceu com ele? EINSTEIN:  Raciocinando rápido. Ele estava explicando sobre a peça que viu esta noite – o que aconteceu com o sujeito da peça. O’HARA: Isto acontece na peça que você viu esta noite? Mortimer balança a cabeça afirmativamente. Bolas, eles praticamente roubaram todo o 2º ato da minha peça. Começa a explicar. Bem, no 2º ato, logo antes de...Vira de costas   para Mortimer. É melhor eu começar do começo. Começa no quarto de minha mãe onde nasci – só que não nasci ainda. Mortimer esfrega um sapato no outro para chamar a atenção de O’Hara. Ahn? Ah, sim! Começa a tirar a mordaça de Mortimer e então decide não fazê-  lo. Não, você tem que ouvir o enredo. Pega o banquinho e senta à direita de Mortimer, continuando com seu enredo enquanto desce a cortina. Mamãe está sentada lá se pintando e de repente entra um homem com um bigode negro, vira para ela e diz “Srta. Latour, você se casaria comigo”? Ele não sabe que ela está grávida. CORTINA Cena II   A mesma cena. Cedo no dia seguinte. Quando a cortina sobe, a luz do dia está se infiltrando pelas janelas. Todas as portas   estão fechadas. Todas as cortinas parece semi-incoabertas. nsci cieente. teMortimer . Jonathan thainda an eestá stá amarrado dormindona cadeira no soefá. Einsestar  te teiin, agradavelmente bêbado, está sentado à esquerda da mesa com a cabeça

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descansando nela. O’Hara, sem casaco e com o colarinho desabotoado está em pé atrás do banquinho, que se encontra entre ele e Mortimer. Ele está na cena mais excitante de sua peça. Tem uma garrafa de whisky e uma jarra d’água na mesa junto de um prato cheio de pontas de cigarro.

Aí está de machadinha... camisola, caídaFaz na mesa, – O Chinanuma está O’HARA: a posesem por cima dela comela, uma ... eusentidos estou amarrado cadeira, exatamente como você – o lugar é um inferno de chamas – está pegando fogo – quando de repente, pela janela, entra o Prefeito La Guardia... Einstein levanta a cabeça e olha pela janela. Não vendo ninguém, pega a garrafa e serve mais uma dose. O’Hara vai por trás dele e pega a garrafa.  

O’HARA: Até agora, o que é que você achou? EINSTEIN: Bem, você fez Chonny dormir. O’HARA:  Acabou de tomar um trago na garrafa.  Einstein pega seu copo e senta ao pé da escada. Ao mesmo tempo O’Hara coloca o banquinho na escrivaninha e a garrafa de whisky em cima dela, volta ao centro e continua com sua peça. Muito bem. Três dias depois – eu fui transferida e estava sendo acusada porque alguém roubou meu distintivo. Ele faz mímica das próximas falas. Muito bem. Estou fazendo a ronda no 46º distrito quando um cara que estou seguindo – bem, acontece que ele é que está me seguindo.  Alguém  Algu ém bate na porta. Einstein levanta e olha pela janela do patamar. patamar. Deixa o copo atrás da cortina do fundo. Não deixe ninguém entrar! Então eu imagino como enganá-lo. Tem uma casa vazia na esquina. Eu entro... EINSTEIN: São tiras! O’HARA: Espero lá no escuro e vejo a maçaneta girar... EINSTEIN: Desce correndo e sacode Jonathan pelo ombro. Chonny! São tiras! Tiras! Jonathan não se mexe. Einstein sobe correndo e sai pelo arco. O’HARA: Continuando sua história, sem parar ... ... Eu saco meus revólveres – me espremo contra a parede e digo: “Entre”! Brophy e Klein entram e encontram O’Hara com revólver apontando para eles e levantam as mãos. Então, reconhecendo seu companheiro, abaixam as mãos. Olá garotas! BROPHY: Que diabo está acontecendo aqui?

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O’HARA:  Indo para Brophy. Hey, Pat, você nem imagina! Este aqui é Mortimer  Brewster! Ele vai escrever minha peça comigo! Eu estou contando a história para ele. KLEIN: Indo até Mortimer e desamarrando-o Você teve que amarrá-lo para que ele escutasse? BROPHY: Jeannie, é melhor você se apresentar na delegacia. A guarnição inteira está procurando você. O’HARA: Mandaram vocês aqui por minha causa? KLEIN: Não sabíamos que você estava aqui. BROPHY: Viemos avisar as velhinhas que tem um bolo formado. O coronel tocou aquela corneta outra vez no meio da noite. KLEIN: Do jeito que os vizinhos estão falando, parece até que os alemães soltaram uma bomba na Avenida Central.  Acabou de desamarrar Mortimer e coloca as cordas no aparador. BROPHY: A tenente está uma fera. Diz que o coronel tem que ser levado para algum lugar. MORTIMER: Cambaleando. Sei! Sei! O’HARA:  Indo para Morti Mortimer. mer. Ih! Sr. Brewster, eu tenho que ir embora; então, vamos dar uma passarinha rápida pelo 3º ato. MORTIMER: Cambaleando para a direita. Sai de perto de mim! Brophy dá uma olhada para Klein, pega o telefone e disca. KLEIN: Vocês sabem que horas são? Já passa das oito da manhã. O’HARA: É? Segue Mortimer pela escada. Puxa, Sr. Mortimer, os dois primeiros atos são meio longos, mas eu não vejo nada que a gente possa cortar. MORTIMER: Quase no patamar. Você pode cortar tudo. BROPHY: Vê Jonathan no sofá. Quem é esse aí? MORTIMER: Segurando-se no corrimão, quase no balcão. É o meu irmão. BROPHY: Ah, aquele que fugiu? Então ele voltou. MORTIMER: É, ele voltou! Jonathan se estica como para levantar.

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BROPHY:  No telefone. Aqui é Brophy. Chame Mac. Para O’Hara, sentado na escada. É melhor dizer a eles que a gente encontrou você, Jeannie. No telefone. Mac? Diga ao tenente que a caçada acabou. Nós a encontramos na casa dos Brewster. Jonathan ouve isto e subitamente fica bem acordado, olhando para cima e VocêOquer queestá a gente a vendo à sua esquerda e Brophy à sua direita. Desliga. leve praKlein aí? Está bem. Nós vamos segura-la aqui. tenente vindo para cá.

JONATHAN:  Levantando. Então me entregaram, hein? Brophy e Klein olham  para ele com algum interesse. Está bem, vocês me pegaram! Virando-se para Mortimer que está no balcão, olhando para baixo. Imagino que este delator, que é meu irmão, vai dividir a recompensa com vocês. KLEIN: Recompensa? Instintivamente Klein e Brophy agarram Jonathan pelos braços. JONATHAN:  Arrastando Arrastando consig consigo o os guardas para a frente, no centro. Agora, sou eu que vou entregar! Vocês pensam que minhas tias são umas velhinhas muito engraçadinhas, não? Pois tem treze cadáveres lá no porão. MORTIMER: Enquanto sai correndo para ver Teddy. Teddy! Teddy! Teddy! KLEIN: Do que diabo está falando? BROPHY: É melhor ter cuidado com que você diz de suas tias. Elas são nossas amigas. JONATHAN:  Furio Furioso, so, enquanto os arrasta arrasta em direç direção ão à porta do porão. Vou mostrar para vocês! Vou provar o que estou dizendo! Venham ao porão comigo! KLEIN: Péra aí! Péra aí! JONATHAN: Treze cadáveres. Eu vou mostrar onde eles estão. KLEIN: Recusando-se a ser enganado. Ah, vai? JONATHAN: Você não quer ver o que tem lá embaixo no porão? BROPHY: Solta do braço de Jonathan e fala para Klein. K lein. Vá lá embaixo com ele, Anne. KLEIN:  Larga o braço de Jonathan, recua para trás um passo – frente do  palco – olha para ele.

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Não sei se quero ir ao porão com ele. Olha a cara dele parece o Boris Karloff. Jonathan, ao ouvir isto, agarra Klein pela garganta e começa a estrangulá-lo. Ei, que diabo! Ei, Pat! Tire-o daqui!

BROPHY:  Tir Tirand ando o o cas cassete setete. te. O qu quee es está tá qu quer eren endo do co com m is isso so??  Atinge Jonathan na cabeça e este cai desmaiado de cara para o chão. KLEIN:  Deixando Jonathan cair, recua, esfregando a garganta. Agora sai dessa!  Alguém bate na porta de entrada. O’HARA: Pode entrar.  A tenente Rooney irrompe pela sala batendo a porta. é uma oficial dura, autoritária e dominadora. ROONEY: Que diabo vocês estão arrumando? Eu falei que deixassem comigo. KLEIN: Bem, tenente, nós íamos...Klein olha para Jonathan e Rooney o vê. ROONEY: O que aconteceu? Ele provocou uma briga? BROPHY: Não é esse que toca corneta. Esse é o irmão dele. Tentou matar Klein. KLEIN: Apalpando  Apalpando a garganta. Só falei que ele parecia o Boris Karloff. ROONEY: Com a fisionomia mais animada. Virem-no para cima. Os dois guardas viram Jonathan, Klein recua. Rooney passa na frente de Brophy para dar uma olhada em Jonathan. Brophy vai para a direita de Rooney. O’Hara ainda está ao pé da escada. BROPHY: A gente acha que ele está sendo procurado. ROONEY: Ah, vocês acham? Se vocês não lêem as ordens do dia penduradas na delegacia, ao menos poderiam ler “O Manual de Detetive”. É claro que está sendo procurado. Fugiu do manicômio judiciário, em Indiana. Foi condenado à prisão perpétua. Pois olha, foi exatamente assim que ele foi descrito - disseram que se parecia com Boris Karloff! KLEIN: Tem alguma recompensa? ROONEY: Tem, e eu vou reivindicar. BROPHY: Ele estava tentando nos levar para o porão. KLEIN: Disse que tem treze cadáveres enterrados lá.

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ROONEY:  Desconfiado. Treze cadáveres enterrados no porão? Decidindo que aquilo era ridículo. E nem com isso vocês desconfiaram que ele tinha fugido do hospício? O’HARA: Eu estava achando o tempo todo que ele falava de maneira meio maluca. ROONEY:  Vendo O’Hara pela primeira vez, vira-se para ele. Ah! O nosso Shakespeare! Indo até ele. Onde é que você passou a noite? E não se dê ao trabalho de me dizer. O’HARA: Eu estava aqui, tenente. Escrevendo uma peça com Mortimer Brewster. ROONEY:  Duro. Ah, é? Pois vai ter bastante tempo para escrever aquela peça. Você está suspensa! Agora volte e apresente-se na delegacia. O’HARA: Pegando seu casaco, cassetete e quepe na escrivaninha, vai para a  porta de entrada e abre-a. Aí vira para Rooney. Posso aparecer de vez em quando e usar a máquina de escrever da delegacia? ROONEY: Não!! Saia daqui. O’Hara corre para fora. Rooney fecha a porta e vira-se para os guardas. Teddy entra pelo balcão, desce sem ser notado e fica atrás de Rooney à sua direita. Rooney fala para os guardas. Levem este sujeito daqui e acordem ele. Os guardas abaixam-se para pegar Jonathan. Vejam se conseguem apurar alguma coisa sobre o cúmplice dele. Os guardas olham sem entender. Rooney explica. O sujeito que o ajudou a escapar também está sendo procurado. Não admira que Brooklyn esteja do jeito que está, com uma guarnição policial cheia de cretinas como vocês, que acreditam em qualquer  estória – treze cadáveres no porão! TEDDY: Mas tem treze cadáveres no porão. ROONEY: Virando-se para ele. Quem é você? TEDDY: Eu sou o presidente Roosevelt. ROONEY: Ao  Ao ouvir isto vai para o fundo e volta-se. Que diabo é isso? BROPHY: É o camarada que toca corneta. KLEIN: Bom dia, Coronel. Os po poli lici ciai aiss faz fazem em conti continê nênc ncia ia pa para ra Tedd Teddy. y. Te Tedd ddyy re retr trib ibui ui a saud saudaç ação. ão. Rooney percebe percebe que tamb também ém está saudan saudando do Teddy. Ele disfarçadam disfarçadamente ente abaixa sua mão. ROONEY: Bem, Coronel, você tocou sua corneta pela última vez.

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TEDDY: Vendo Jonathan desmaiado. Meu Deus! Outra vítima de febre amarela? ROONEY: O quê? TEDDY: Todos os cadáveres no porão são vítimas de febre amarela. Rooney dirige-se impacientemente para a porta à direita. BROPHY: Não, Coronel, este é um espião que capturamos na Casa Branca. ROONEY: Apontando  Apontando para Jonathan. Você duas! Tirem este homem daqui! Os policiais pegam Jonathan e o arrastam para a cozinha. Teddy vai atrás. Mortimer aparece descendo as escadas. TEDDY:  Diri Dirigi gind ndo-s o-see a Ro Roon oney ey.. Se fo forr al algu guma ma qu ques estã tãoo re rela laci cion onad adaa a espionagem, é meu departamento! ROONEY: Fique fora disto! TEDDY: Você está esquecendo! Como Presidente eu também sou o chefe do Serviço Secreto. Bropphy e Klein levam Jonathan para a cozinha. Teddy os segue muito agitado. Mortimer caminha para o centro. MORTIMER: Capitão, sou Mortimer Brewster. ROONEY: Você tem certeza? MORTIMER: Eu gostaria de falar com você sobre o meu irmão Teddy - o que toca a corneta. ROONEY: Sr. Brewster, nós não temos mais nada que discutir sobre este assunto - ele tem que ser internado. MORTIMER: Co Conco ncord rdoo in inte teir iram amen ente te co com m o se senh nhor or.. Na ver verdad dade, e, es está tá tudo tudo arranjado. Os papéis de internação já estão assinados pela Dra. Gilchrist, a médica da família. Teddy também os assinou e eu assinei como o parente mais próximo. ROONEY: Para onde ele vai? MORTIMER: Lar Feliz! ROONEY: Está bem! Não me importo para onde ele vai, contanto que vá!

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MORTIMER: Ele vai. Mas quero que o senhor saiba que Teddy é responsável por  tudo que aconteceu aqui. Agora, sobre os treze cadáveres no porão... ROONEY:  Já farto do assun assunto. to. Está bem! Os treze cadáveres do porão! Já não basta que os vizinhos tenham medo dele, e que ele perturbe a paz com aquela corneta? pode imaginar o que aconteceria se esta estória de treze cadáveresVocê se espalha? E agora ele está começando a falar em maluca Febre Amarela. Uma gracinha, não é?

MORTIMER:  Muito aliviado, com um riso embaraçoso. Treze cadáveres. O senhor acha que alguém acreditaria nesta estória? ROONEY: É difícil dizer. Tem gente bastante estúpida. Às vezes você não sabe em que acreditar. Há um ano atrás, um maluco lançou um boato de assassinato em Greenpoint e eu tive que cavar um terreno inteiro só para provar que... Batem na porta de entrada. MORTIMER: Com lic licença ença.. Vai à porta e deixa entrar Elaine e o Sr. Witherspoon, um velho e lacônico superintendente. Ele carrega uma pasta. ELAINE: Rapidamente. Bom dia, Mortimer. MORTIMER: Não sabendo o que esperar. Bom dia, meu bem ELAINE: Esta é a Sra. Witherspoon. Ele veio conhecer Teddy. MORTIMER: Conhecer Teddy? ELAINE: A Sra. Witherspoon é a superintendente do Lar Feliz. MORTIMER:   Ansiosamente. Ah Apert rtam am-se -se as mã mãos os.. Ah,, po porr fa favo vor, r, en entr tre. e.   Ape Mortimer indica Rooney. Este é o capitão... ROONEY: Tenent Tenentee Rooney. Acho bom que a senhora esteja aqui, Super, porque vai levá-lo ainda hoje. WITHERSPOON: Hoje? Não sabia que... ELAINE: Interrompendo. Hoje não! MORTIMER: Olhe Elaine, tenho muita coisa para resolver, resolver, portanto portanto vá para casa que depois te telefono. ELAINE: Vou uma ova! Senta na arca. WITHERSPOON: Eu não sabia que era tão urgente.

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ROONEY: Os papéis estão todos assinados. Ele vai hoje! TEDDY:  En Entra tra na sala sala,, de costa costas, s, fal falan ando do br brus uscam camen ente te na di dire reção ção da cozinha. Total insubordinação! Vocês vão ver que eu não sou um covarde. Bate na porta e vai para a frente da mesa. O que será deste país. Se até o Presidente dos Estados Unidos é tratado desta maneira? ROONEY: Aí está o seu homem, Super.

MORTIMER: Um minuto! Vai para Teddy e fala com ele como a uma criança. Sr. Presidente, tenho boas novas. Seu mandato terminou. TEDDY: Hoje é quatro de março? MORTIMER: Praticamente. TEDDY:  Pensando. Deixe-me ver. Ah! Agora vou para minha caçada na África! Preciso partir imediatamente.  Atravessa a sala e quase dá de encontro com Witherspoon, no centro. Olha para ele e recua até Mortimer. Quem é ela? MORTIMER: É a Sra. Witherspoon. Ela vai ser seu guia na África. TEDDY:  Aperta Aperta a mão de Withe Witherspoon rspoon,, entusi entusiasmad asmado o . Fantástico! Fantástico! Vou buscar meu equipa equipamento! mento! Vai para escada. Martha e Abby entraram pelo balcão durante a última fala e estão descendo a escada. Quando o safari chegar, digam que esperem. Quando passa pelas tias, no patamar, aperta as mãos delas, sem parar. Adeus, tia Abby. Adeus, tia Martha. Estou indo para a África, não é ótimo? Quando chega no patamar grita: “Atacar”! Galopa escada acima e sai. As tias estão ao pé da escada. MORTIMER: Em direção as tias. Bom dia, queridas. MARTHA: Ah, temos visitas. MORTIMER: Indica Rooney no centro. Esta é a tenente Rooney. ABBY:  Aperta Aperta a mão do tenente. Como vai, tenente? A senhora não parece ser  tão chata como as meninas dizem. MORTIMER: A tenente está aqui porque - bem, vocês sabem que ontem à noite Teddy tocou a corneta de novo. MARTHA: Vamos falar com Teddy a este respeito.

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ROONEY: É um pouco mais sério de que isto, Srta. Brewster. MORTIMER:  Conduzindo as tias até Witherspoon, que está atrás da mesa e abriu sua pasta, tirando alguns papéis, Vocês ainda não conhecem a Sra. Witherspoon. Ela é a superintendente do Lar Feliz. ABBY: Oh, Sra. Witherspoon, como vai? MARTHA: A senhora veio conhecer Teddy? ROONEY: Meio rude. Veio buscá-lo.  As tias olham para Rooney, sem entender. MORTIMER: Tentando tornar as coisas o mais fácil possível. Tias, a polícia quer que Teddy vá para lá, hoje. ABBY: Para à direita da cadeira. Ah, não! MARTHA: Atrás  Atrás de Abby. Não, enquanto estivermos vivas! ROONEY: Sinto muito, Srta. Brewster, mas tem que ser feito. Os papéis estão todos assinados e ele vai embora com a Superintendente. ABBY: Nós não vamos permitir. Prometemos tirar a corneta dele. MARTHA: Não vamos nos separar de Teddy. ROONEY: Si Sint ntoo mu muitito, o, mi minh nhas as se senh nhor oras as.. Mas Mas le leii é le lei!i! El Elee se entr entreg egou ou voluntariamente, agora ele vai! ABBY: Bem, se ele vai, nós vamos também. MARTHA: É, vocês vão ter que nos levar com ele. MORTIMER: Tem uma idéia. Vai para Witherspoon. Por que não? WITHERSPOON: É muito carinhoso da parte delas quererem ir também, mas é impossível! Nós não podemos ter pessoas sãs no Lar Feliz. MARTHA:  Viran Virando-se do-se para With Witherspoo erspoon. n. Sra. Witherspoon, se a senhora nos permitir viver com Teddy, nós deixaremos uma soma generosa para o Lar Feliz em nosso testamento. WITHERSPOON: Deus sabe o quanto precisamos deste dinheiro. Mas... sinto muito...

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ROONEY: Vamos ser razoáveis, minhas senhoras. Eu, por exemplo, estou aqui desperdiçando minha manhã quando tenho coisa mais séria para fazer. Ainda existem casos de assassinato para serem apurados no Brooklyn. MORTIMER: Isso mesmo! Disfarçando. Existem? Não Mais é apenas de corneta e vizinhos com medo As coisas ROONEY: podem piorar. cedotoque ou mais tarde acabaríamos tendo de dele. escavar o seu porão.

ABBY: Nosso porão? ROONEY: É... seu sobrinho tem dito por aí que existem treze cadáveres no porão. ABBY: Mas existem treze cadáveres no porão. Rooney parece aborrecida. Mortimer encaminha-se quietamente para a porta do porão. MARTHA: Se é por isso que o senhor acha que Teddy tem que ir embora – venha ao porão conosco e a senhora verá. Vai para o fundo. ABBY: Um deles – Sr. Spenalzo – não tinha nada que estar aqui – e tem que ir  embora – mas os outros doze são nossos cavalheiros  – Vai para trás. MORTIMER: Não acho que a tenente queira ir ao porão. Ela mesma estava me dizendo que o ano passado teve que escavar um terreno enorme – não foi, tenente? ROONEY: Isso mesmo. ABBY:  Para Rooney. Ah, a senhora não teria que cavar aqui. Os túmulos estão todos marcados. Nós colocamos flores neles todos os domingos. ROONEY: Flores?   Anda em direção a Abby e aí vira para Witherspoon, mostrando as tias enquanto fala. Superintendente, a senhora não arranja um lugarzinhos para estas senhoras? WITHERSPOON: Bem, eu... ABBY: Para Rooney. Venha conosco e eu lhe mostro as sepulturas. ROONEY: Eu acredito na senhora, Madame. E aí, Super? WITHERSPOON: Bem, mas alguém tem que pedir sua internação.

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MORTIMER: Teddy se inter internou nou voluntariam voluntariamente. ente. Elas não podem também também?? Elas não podem assinar os papéis? WITHERSPOON: Certamente. MARTHA:  Senta na cadeira à esquerda da mesa, que Witherspoon puxou  para estão ela. eles?Ah! Se nós pudermos ir com Teddy, nós assinamos os papéis. Onde ABBY: Sentada à direita da mesa. Mortimer puxa a cadeira para ela. É, onde estão? Witherspoon abre a pasta para apanhar mais papéis. KLEIN: Vindo da cozinha. Ele está voltando a si, tenente. ABBY: Bom dia, Srta. Klein. MARTHA: Bom dia, Srta. Klein. Você está aqui também? KLEIN: Estou. Brophy e eu estamos com o seu outro sobrinho na cozinha. ROONEY: Vamos com estas assinaturas, Superintendente. Quero acabar logo com isto. Vai para a porta da cozinha sacudindo a cabeça enquanto sai, dizendo Treze Cadáveres! Klein o segue. Mortimer está à esquerda de Abby com a caneta na mão. WITHERSPOON:  À À direita de Martha, também com uma caneta, que entrega a ela. A senhora assina aqui. Martha assina. MORTIMER: E a senhora, tia Abby, aqui. ABBY:  Assinando. Assinando. Na verdade, estou doida para ir embora daqui. A vizinhança mudou tanto. MARTHA: Pense nisso. Um gramado na frente da casa, novamente.  Einstein aparece no arco e desce em direção à porta de entrada, carregando uma mala. No caminho, pega o chapéu no cabide.

WITHERSPOON: Ah, estamos esquecendo uma coisa. MORTIMER: O quê? WITHERSPOON: Bem, precisamos da assinatura de um médico.

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MORTIMER:  Vê Einstein prestes a sair pela porta. Dr. Einstein ...venha cá. Gostaríamos que o senhor assinasse alguns papéis. EINSTEIN: Por favor, eu preciso... cá, doutor! Ontem à noite, pore um momento, eu MORTIMER: atéfosse ele. Venha Einstein deixa a mala o chapéu perto pensei que o  Vai doutor me operar... da porta. Venha cá só um minutinho, doutor. Einstein vai até a mesa à esquerda de Abby. Assine aqui doutor. Einstein assina os papéis de Martha e Abby. Rooney e Klein vêm da cozinha. Rooney vai ao telefone e disca. Klein fica  perto da porta da cozinha.

ABBY: O senhor já ia embora, doutor? EINSTEIN: Assinando  Assinando os papéis. Eu acho que tenho que ir. MARTHA: O senhor não vai esperar por Jonathan? EINSTEIN: Creio que vamos para lugares diferentes. MORTIMER: Vendo Elaine sentada na arca e indo até ela. Alô Elaine! Estou contente de te ver. Fique por aqui, está bem? ELAINE: Não se preocupe. Vou ficar sim. Mortimer está atrás da cadeira de Abby e Rooney fala no telefone. ROONEY: Alô Alô,, Mac Mac?? Rooney. Rooney. Nós peg pegamos amos aquele aquele suj sujeit eitoo que est estava ava sen sendo do procurado em Indiana. Aí tem uma descrição do cúmplice dele. Está na minha mesa. Leia para mim. Einstein vê Rooney no telefone, vai para a cozinha e vê Klein na porta. Volta à direita da mesa e fica lá, desanimado, esperando ser preso. Rooney repete a descrição que está ouvin ouvindo do no telefon telefone, e, com um olhar vago para Einstein Einstein enquanto escuta. ROONEY: Ahh! Um metro e... Mais ou menos 34 anos. Sessenta quilos. Olhos Azuis e fala com sotaque alemão e tem ar de médico. Obrigado, Mac. Desliga, enquanto Witherspoon vai até ele com papéis na mão. WITHERSPOON: Tudo bem, tenente. O doutor aqui completou as assinaturas que faltavam.   Indo doutor. O senhor  ROONEY: Einstein e apertando fez um favor ao até Brooklyn. Rooney e Kleinsua vãomão. paraObrigado, a cozinha. Einstein fica surpreso por um momento, depois agarra a mala e o chapéu e desaparece

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 porta afora. As tias se levantam e o seguem com o olhar. Abby fecha a porta e elas ficam na frente, à direita. WITHERSPOON:  Atrás da mesa. Sr. Brewster, assine aqui, como parente mais próximo.  As tias cochicham enquanto Mortimer assina. MORTIMER: Sim, claro. Aqui? WITHERSPOON: Perfeito. Aí mesmo. MORTIMER: Isto regulariza tudo? Está tudo legal? WITHERSPOON: Tudo legal. MORTIMER: Com alívio. Bem, tias, agora vocês estão seguras. WITHERSPOON: Para as tias. Quando podemos partir? ABBY: Indo para a esquerda. Bem, Sra. Witherspoon, por que a senhora não vai lá em cima e diz a Teddy o que é que ele pode levar? WITHERSPOON: Lá em cima? MORTIMER: Eu lhe mostro... ABBY:  Fazendo Mortimer parar. Não, Mortimer, você fica aqui. Queremos falar  com você. Para Witherspoon. Isso mesmo, Sra. Witherspoon, é só subir e virar à esquerda. Witherspoon deixa sua pasta no sofá e sobe. As tias o observam enquanto falam com Mortimer. MARTHA: Bem, Mortimer, agora que vamos nos mudar, esta casa é sua. ABBY: Sim, querido, nós queremos que more aqui agora. MORTIMER:  Na frente da mesa. Não tia Martha. Esta casa está muito cheia de recordações. MARTHA: Mas vai precisar de uma casa quando você e Elaine se casarem. MORTIMER: Querida, isso ainda não está decidido. ELAINE: Levanta-se e vai para a esquerda de Mortimer.   Não é nada disso. casar já! Witherspoon saiuNós pelovamos balcão.

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ABBY: Mortimer. Mortimer. Estamos muito preocupadas com uma coisa. MORTIMER: Ora, querida, vocês serão muito felizes no Lar Feliz. MARTHA: Ah, sim, estamos muito contentes. Mas é exatamente por isso que não queremos que nada dê errado. ABBY: Eles vão investigar as assinaturas? MORTIMER: Não se preocupe. Eles não vão investigar o Dr. Einstein. MARTHA: Não é assinatura dele, querido. É a sua. ABBY: Veja, você assinou como parente mais próximo. MORTIMER: Claro, por que não? MARTHA: Bem, querido. É uma coisa que nunca quisemos contar para você. Mas agora que você é um homem – e é uma coisa que Elaine também deve saber. Sabe, querido, você não é realmente um Brewster. Mortimer e Elaine ficam espantados. ABBY: Sua mãe veio ser nossa cozinheira e você nasceu três meses depois. Mas ela era uma moça tão gentil e uma cozinheira tão boa, que não quisemos perdê-la. E então nosso irmão se casou com ela. MORTIMER: Eu não sou um Brewster de verdade? MARTHA: Não se perturbe com isso, querido. ABBY: E Elaine? Não fará diferença para você? MORTIMER:  Virando lentamente para encarar Elaine e a sua voz ficando mais alta. Elaine, você ouviu? Você entendeu? Eu sou um bastardo! Elaine corre para os seus braços. As duas tias observam. Martha anda um  pouco para trás à esquerda. MARTHA: Bem, agora vou ter que servir o café. ELAINE: Levando Mortimer para a porta de entrada e abrindo-a . Mortimer vai até lá em casa. Mamãe foi a Filadélfia e nós dois vamos tomar café juntos. MORTIMER: É, eu preciso de um café. Tive uma noite terrível! ABBY: Neste caso, acho que o que você gostaria era de ir para a cama.

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MORTIMER: Dando uma olhadinha para Elaine. É isso aí. Eles saem fechando a porta. Witherspoon aparece no balcão carregando dois cantis. Começa a descer, quando Teddy entra carregando em enorme remo. Usa uma roupa de Panamá com uma mochila nas costas. TEDDY: Um momento, Witherspoon. Leve isto com você. Sai pelolábalcão outra vez enquanto vai para o sofá.e Coloca os cantis e encosta o remo Witherspoon na parede. Aodesce mesmoe tempo Rooney os dois guardas entram com Jonatha Jonathan, n, algemado, entre eles. Rooney Rooney entra  primeiro e vai para o centro à direita. Os outros três param à esquerda da mesa. As tias estão à direita. ROONEY: Não vamos precisar do camburão. Estou com o carro aí fora. MARTHA: Já vai embora, Jonathan? ROONEY: É. Ele está voltando para Indiana. Tem umas pessoas lá que querem tomar conta dele para o resto da vida. Vamos.  Abre a porta enquanto os dois guardas e Jonathan vão para o centro, à direita. Abby vai para a frente, depois que eles passam. ABBY: Bem, Jonathan. É bom saber que você tem para onde ir. MARTHA: Nós também vamos embora. ABBY: É. Vamos para o Lar Feliz. JONATHAN: Então está casa está vendo os últimos Brewster. MARTHA: A não ser que Mortimer queira viver aqui. JONATHAN: Eu tenho uma sugestão a dar. Por quê vocês não doam esta propriedade para a igreja? ABBY: Bem, nunca pensamos nisso. JONATHAN: De qualquer modo, deveria ser parte do cemitério. ROONEY: Muito bem, vão andando. Eu sou um homem muito ocupado. JONATHAN: Insistindo em ter a última palavra. Adeus, tias! Bem, eu não posso melhorar o meu escore, mas vocês também não podem. Ao menos tenho esta satisfação – o resultado ficou empatado – 12 a 12. Jonathan e os guardas saem, enquanto as tias os acompanham com o olhar. Witherspoon vai para a arca e fica olhando para fora da janela quietamente.

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MARTHA: Vai à porta de entrada para fechá-la.   Jonathan sempre foi um mau menino. Nunca suportou que alguém fosse melhor do que ele. Fecha a porta. ABBY: Virando vagarosamente para a esquerda enquanto fala. Gostaria de mostrar a ele que ele não é tão esperto assim. Seu olhar cai em Witherspoon. Ela o estuda. Martha volta da porta e vê a contemplação de Abby, docemente. Ele seque virafala para ela. Sua família mora no Lar Feliz? Sra. Witherspoon... WITHERSPOON: Não tenho família. ABBY: Ah... MARTHA: Vindo para a sala. Bem, vai ver que a senhora considera todos do Lar  Feliz a sua família. WITHERSPOON: Tenho a impressão que as senhoras não entendem. Como chefe da Instituição, tenho que me manter à parte. ABBY: Isto deve deixar a senhora muito sozinha. WITHERSPOON: Deixa sim. sim. Mas dever é dever. ABBY: Virando-se para Martha.  Bem, Martha...Martha entende a deixa. Vai   para o aparador pegar uma garrafa de vinho. A garrafa do armário esquerdo está vazia. Ela coloca a garrafa de volta e tira uma cheia da direita. Traz a garrafa e um cálice para a mesa. Abby continua falando. Se a senhora Witherspoon não quer tomar café conosco, eu acho que o mínimo que podemos fazer é oferecer a ela um cálice de vinho de sabugueiro. WITHERSPOON: Severamente. Vinho de sabugueiro? MARTHA: Nós mesmas fazemos. WITHERSPOON:   Amolecendo um pouco. Bem, sim. Severo novamente. É claro que no Lar Feliz nossa relação vai te de ser mais formal, mas aqui... Senta na cadeira, enquanto Martha serve o vinho. Abby está ao lado de Martha. Não se vê muito vinho de sabugueiro, hoje em dia... Eu pensei que já havia tomado o meu último copo. ABBY: Ah, não. MARTHA: Entregando o cálice. Não, aqui está ele. Witherspoon faz um brinde às senhoras e leva o copo aos lábios, mas o pano cai antes que ele beba... CORTINA

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